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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


NIKHIL / M. K. Eidem
NIKHIL / M. K. Eidem

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

Biblio VT

 

 

 

 

Como líder do pelotão dos guerreiros de elite, Nikhil Kozar era o maior guerreiro do Império Kalisziano. Quando um ônibus espacial cai em um de seus planetas, a missão de busca e resgate se torna algo muito mais complicado.
Mackenzie Mac Wharton concordou em guiar um grupo que queria uma aventura em sua montanha. Eles conseguiram mais do que esperavam quando todos foram sequestrados por um grupo de alienígenas chamados de Ganglians. Muito maltratada e quase morta, Mac se viu nos braços do maior homem no qual já colocou os olhos. Ela deveria temê-lo, deveria lutar para se afastar dele, mas havia algo sobre o macho massivo que a atraía.
Um traidor ameaça o Império... alguém quer que Nikhil morra.... os Zaludianos querem Mackenzie de volta... e então há o segredo que ela guarda... seria a única coisa que finalmente derrubaria o Império Kalisziano? Ou seria o primeiro passo em seu renascimento?

 

 

 


 

 

 


CAPÍTULO UM

O guerreiro Nikhil Kozar não hesitou em disparar seu blaster, matando o Zaludiano que tentava impedi-lo de entrar na caverna. Ele nunca se importou com os Zaludianos. Eram uma raça de catadores que viajavam pelos Universos Conhecidos procurando por recursos descartados que poderiam usar e vender. E pareciam decididos a extrair os cristais de energia que permaneciam em Pontus, enquanto a atenção dos Kaliszianos se concentrava no outro lado de seu Império, repelindo a ameaça Ratak ali.

Ele poderia perdoá-los por serem uma espécie oportunista, mas não podia perdoar a violência. Seis semanas atrás, o Imperador Wray Vasteri, do Império de Tornian, estava voltando para casa depois de uma reunião com o imperador Kalisziano, quando sua nave encontrou Ganglians cruzando entre os Impérios. Os Ganglians foram banidos do Império Tornian, então o Imperador Vasteri atirou contra eles e depois abordou a nave Ganglian.

Deveria ter terminado ali, mas quando o Imperador estava viajando de volta para inspecionar a nave Ganglian, com a fêmea maltratada que ele encontrou, uma nave Zaludiana atacou e causou a queda do ônibus do Imperador em Pontus. Levou quase uma semana para as forças combinadas dos Tornianos e Kaliszianos para localizar o Imperador devido a uma tempestade de terra em Pontus. Assim que a tempestade terminou, o Imperador de Tornian e a fêmea que ele colocou sob sua proteção deixaram Pontus. Foi então que o Imperador de Nikhil, o Imperador Liron Kalinin, ordenou que o General Treyvon Rayner, o Comandante Supremo da Defesa de Kaliszian e seus Guerreiros de Elite investigassem por que os Zaludianos atacaram. Nikhil era um daqueles Guerreiros de Elite.

O que descobriram foi chocante até mesmo para guerreiros experientes. Os Zaludianos reabriram as antigas minas de cristal de energia em Pontus e estavam usando trabalho escravo ilegal nelas. Esta era a sexta mina que encontravam e com cada uma delas encontravam mais e mais corpos, dizendo-lhes que isso estava acontecendo há muito mais tempo do que se imaginava.

Entrando pela próxima abertura, ele disparou novamente matando outro Zaludiano. Este usava contas vermelhas de comando ao redor do pescoço. Nikhil preferia usar a espada amarrada nas costas. Ele queria que o Zaludiano sofresse apenas uma parte do que as vítimas sofreram em suas mãos, mas dentro da mina, ele não podia fazer isso. Seu olhar percorreu o lugar, certificando-se que ele eliminou todas as ameaças. Estava prestes a seguir em frente, quando notou uma forma imóvel em uma plataforma de pedra.

Aproximando-se, ele sentiu sua respiração parar. Deitada ali, havia uma fêmea contida e severamente espancada cujas coberturas mal se mantinham juntas. O que, em nome da Deusa, os Zaludianos estavam fazendo com uma fêmea, especialmente uma assim?

Os Zaludianos se pareciam com os Kaliszianos, pois andavam sobre duas pernas e tinham dois braços, mas era aí que qualquer semelhança terminava. Eles não tinham cabelos na cabeça, não tinham honra e mais importante, não podiam se unir a nenhuma fêmea que não fosse de sua própria espécie, porque seus órgãos reprodutivos estavam em um local completamente diferente. Eles teriam apenas um uso para uma mulher como essa. Vendê-la a uma casa de prazer.

Alcançando seu comunicador, Nikhil pediu ajuda.

— O que você tem, Nikhil? — O Comandante Gryf Solaun entrou na mina para encontrar o Guerreiro Kozar, o Líder de Esquadrão, parado completamente enquanto olhava para o que parecia ser uma pequena criatura na mesa de pedra.

— Uma fêmea. — Nikhil disse a ele.

— O quê? — Gryf correu para o lado de Nikhil, olhando para a criatura com incredulidade. — Por que, em nome da Deusa, eles teriam uma fêmea? Você tem certeza de que é fêmea? — Gryf não tinha certeza se Nikhil esteve por perto de muitas fêmeas, não importando a espécie, pois a aparência de Nikhil deixava muitas pessoas longe. Nikhil era um macho enorme pelos padrões de qualquer um. Não tanto em altura, já que Gryf e o General eram mais altos, mas nenhum deles tinha a circunferência de Nikhil que era tudo músculo. Por causa de sua aparência, muitos o evitavam, especialmente fêmeas. Não ajudava que ele raramente falasse, preferindo deixar sua espada fazer isso por ele.

— Sim! Dê-me uma cobertura! — Nikhil exigiu, impaciente.

Franzindo a testa, Gryf entregou o que ele levou para Nikhil e observou quando ele cobriu a fêmea, em seguida, cuidadosamente pegou-a, então sua cabeça descansou sobre o coração em seu peito enorme.

— Eu preciso levá-la para Luol.

Gryf sabia que ele teria uma briga em suas mãos se tentasse impedir Nikhil. Ele também sabia que perderia essa luta. — Pegue o transporte de Treyvon. Informarei ao General. — Gryf se virou para sair e parou quando seu pé chutou alguma coisa. Olhando para baixo, ele viu uma restrição de metal mutilada. Ele estava prestes a perguntar a Nikhil sobre isso, mas Nikhil já havia saído.

Mac não tinha certeza de onde estava. Sabia que alguém a estava carregando, mas não sabia quem. Tudo o que sabia era que pela primeira vez no que parecia uma eternidade, se sentia segura. Por que isso?

O rugido em seu ouvido a fez abrir os olhos para encontrar brilhantes olhos verdes a olhando. Ela viu os lábios dele se moverem, sentiu a vibração em seu peito, mas não conseguia entender o que ele dizia.

— O quê? — Ela sussurrou de volta achando difícil dizer uma palavra, depois se encolheu com a enorme carranca que encheu sua visão.

Nikhil não podia acreditar no que estava ouvindo. A pequena fêmea em seus braços falava Zaludiano e mais estranho ainda, ela não parecia entender Kaliszian.

— Você me entende agora? — Ele perguntou mudando para Zaludian.

— Sim. — Mac não conseguia descrever como se sentia ao saber que ele a entendia.

— O que você tem aí, Nikhil? — Onp perguntou.

Os olhos de Mac seguiram para onde os verdes brilhantes foram, então se encolheu em seus braços quando descobriu vários seres grandes a olhando intensamente.

— Siga em frente! Você está assustando-a.

— Ela? — Outro guerreiro se inclinou para olhar mais de perto e Mac começou a tremer. — Você tem certeza que é uma fêmea?

— Siga em frente ou me certificarei que todo o seu treinamento será feito exclusivamente comigo na próxima semana. — Essa ameaça fez com que ambos os machos se movessem rapidamente.

— Não tenha medo, pequena. — Nikhil se viu puxando-a para perto, dizendo em seu ouvido. — Eu juro que você está segura. — Ele se afastou um pouco e a encontrou encarando-o atentamente. — Qual é o seu nome, pequena?

Mac se viu perdida naqueles olhos brilhantes e por um momento, foi como se voltasse para casa. — Mackenzie, Mackenzie Wharton. — Ela sussurrou fraca e então a exaustão tomou conta e ela desmaiou.

— O que é que você está me trazendo, Nikhil? — O Curandeiro Luol provocou o enorme guerreiro invadindo sua unidade médica.

— Uma fêmea. Prejudicada pelos Zaludianos.

— Uma fêmea! — Luol perdeu seu comportamento de provocação e rapidamente se moveu para cama. — Deite-a aqui. Cuidadosamente! — A última palavra foi desnecessária, enquanto Luol observava o enorme guerreiro colocar a fêmea para baixo como se ela fosse a coisa mais frágil do universo.

— Vamos ver com o que estamos lidando aqui. — Abrindo a capa que estava embrulhada, Luol respirou fundo com o que encontrou. — Deusa!

Cegamente pegando seu scanner de mão, ele começou a operar a máquina enquanto visualmente percebia o dano causado a esta pequena fêmea. Enquanto seu rosto estava ferido, Luol sabia que essas feridas seriam facilmente consertadas. Era o restante dela que o preocupava.

Ele nunca viu um corpo tão magro. Enquanto seu rosto estava inchado e machucado pela surra que levou, o restante de seu corpo era o oposto. Podia contar cada costela e a maneira como sua pele estava puxada firmemente sobre os ossos do quadril... ele nunca viu nada como isso.

— Quanto tempo ela esteve ali? — Luol perguntou.

— Eu não sei.

— E de onde ela é?

— Eu não sei.

— Bem, o que em nome da Deusa você sabe, Guerreiro Kozar? — Luol exigiu com frustração. Ele nunca encontrou uma fêmea assim antes.

— Sei que o nome dela é Mackenzie Wharton e que ela não é Kaliszian.

— E como você sabe disso?

— Porque os olhos dela são lindos, dourados, mas não brilham.

— Mesmo? — Luol segurou uma mecha de seu cabelo sujo e emaranhado. — Então me explique como ela está usando isto!

Os olhos de Nikhil se arregalaram e ele se aproximou segurando a trança que continha suas duas mais importantes contas de Suja; uma para sua Ashe e se a Deusa o abençoasse, outra para sua Companheira Verdadeira. Sua conta de Companheira Verdadeira foi embora.

— Percebo que não sabia.

— Não. — Veio o sussurro rouco de Nikhil. — Ajude-a, Luol. — Seus olhos verdes imploraram.

— Eu farei tudo o que puder por sua companheira verdadeira, Nikhil, mas nunca tratei uma como ela antes. Apenas podemos rezar para a Deusa para que a unidade de reparação profunda possa ajudá-la.

Luol apertou o botão que ativava a máquina e quando a tampa abobadada se fechou, Luol ficou surpreso ao ver Nikhil cair de joelhos e começar a rezar.

8 8 8

Como Comandante Supremo da Defesa Kalisziana, o General Treyvon Rayner era um guerreiro experiente. Ele esteve em centenas de batalhas, viu e entregou mais do que sua parte de morte. Mas quando estava na estreita borda do lado de fora da mina, olhando para a carnificina na fenda abaixo, a repulsa encheu-o.

— General. — O chamado de seu segundo em comando e amigo de longa data, Gryf, fez Treyvon se virar para encará-lo.

— O que foi, Comandante?

— Descobrimos outros sobreviventes.

— Jerboaianos?

— Não. Eu... nunca encontrei uma espécie como eles antes. São semelhantes a nós, mas muito menores, mas não tão pequenos quanto os Zeberanos. Seus olhos não brilham e seus cabelos cobrem toda a cabeça como os Tornianos, mas em cores diferentes. Eles também têm pelos em seus rostos, como os Ganglians e alguns até têm em seus corpos.

— O quê? — Treyvon franziu a testa para seu segundo. Ele nunca ouviu falar de uma espécie que fosse uma mistura dos três mais poderosos dos Universos Conhecidos.

— Eu sei, é muito confuso. Até conseguirmos que usem um educador com a língua Kalisziana, apenas podemos falar com eles em Ganglian ou Zaludian.

— Sobre o que está falando? — Treyvon exigiu.

— Ganglian e Zaludian parecem ser as únicas línguas que eles entendem. Falei com o que parece ser o líder deles e ele disse que os Ganglians os capturaram em seu mundo natal. Um lugar que chamam de Terra. Estes são os únicos idiomas que conhecem. Eu não reconheço a linguagem que eles falam entre si.

— Isso é impossível. Nossos educadores são programados com todas as línguas conhecidas. Para não os reconhecer apenas pode significar...

— Que eles são uma espécie desconhecida. — Gryf terminou para ele.

— Leve-me a eles.

— Sim, General. — Gryf assentiu, então se virou e abriu o caminho para caverna. — Há mais uma coisa, General.

— O quê? — Treyvon exigiu.

— Havia uma fêmea ferida que o Guerreiro Kozar descobriu em uma das cavernas externas. Ordenei que ele a levasse de volta à base para tratamento. Em seu transporte.

— No meu?

— Sim, é o mais rápido e ela parecia em má forma.

— Tudo bem, então qual é o problema?

— Parece que a fêmea é uma das espécies desconhecidas e eles exigem saber onde ela está.

— O que você disse a eles?

— Que ela estava sendo tratada por seus ferimentos. É está aqui. — Gryf gesticulou para a abertura da caverna a sua esquerda.

Abaixando-se, Treyvon entrou na caverna que Gryf indicou e ficou grato por conseguir ficar de pé até a altura total de dois metros e vinte dentro da sala. Os Kaliszianos criaram essas cavernas enquanto extraíam os poderosos e abundantes cristais de energia que Pontus conteve uma vez. Os cristais começaram a desaparecer quinhentos anos atrás até restarem apenas cristais muito fracos. Eles pararam toda a mineração em Pontus há centenas de anos atrás, já que não havia mercado para os cristais mais fracos. Parece que os Zaludianos encontraram algo.

Diante dele, encolhidos em um canto, estavam os machos que Gryf mencionou. Eles eram exatamente como Gryf descreveu, apenas deixou de fora o quanto estavam sujos ou que os cobertores que usavam eram considerados trapos nos melhores dias. Não havia maneira de evacuá-los com o que estavam vestindo. O sol de Pontus estava se pondo, levando consigo o calor do dia e ele não sabia se os corpos dessas criaturas podiam compensar a mudança de temperatura como os Kaliszianos.

— Traga capas. — Treyvon ordenou por cima do ombro.

— Sim, General. — Gryf puxou o comunicador do cinto, transmitindo a ordem.

— Eu sou o General Treyvon Rayner, Supremo Comandante da Defesa de Kaliszian. — Treyvon falou em Zaludiano, seu olhar se movendo sobre o grupo de aparência lamentável. — Quem fala por vocês? Quem é seu líder?

Um homem magro, com cabelos sujos e emaranhados na cabeça e no rosto, separou-se do grupo. — Eu sou.

— Como se chama?

— Craig. Meu nome é Craig Collins.

— E sua espécie?

— Humano.

— Há quanto tempo você está aqui, Craig Collins? — Treyvon sabia que não poderia ter muito tempo, não com o quão pequeno e fraco eles pareciam. A quantidade de trabalho que os Zaludianos teriam exigido deles os teria matado em poucos dias.

— Não temos ideia. — Treyvon viu os outros acenarem com a cabeça em concordância. — Onde está Mac? O que você fez com ela?

— Você fala da fêmea machucada que encontramos? — Treyvon perguntou.

— Sim.

— Ela está sendo transportada para nossa base para que nosso Curandeiro possa tratar melhor seus ferimentos.

— Por que deveríamos acreditar em você? — Outro macho exigiu.

O grunhido profundo de Gryf fez com que todos os machos se movessem com medo para dentro da caverna. Como deveria. O insulto que o pequeno macho acabou de fazer ao seu General colocava em dúvida a honra de um guerreiro Kalisziano. Ninguém fazia isso e sobrevivia. Treyvon colocou uma mão no braço de Gryf quando foi sacar sua espada, então ele virou a cabeça para Gryf.

— Parece que você estava certo, Comandante, eles não sabem nada de nós. Assim como nós não sabemos nada deles. — O olhar de Treyvon retornou ao grupo. — Eles não entendem que insultar a honra de um Guerreiro Kalisziano de tal maneira equivale a desafiá-lo para uma luta mortal. — Ele observou enquanto os machos afundavam ainda mais na caverna.

— Seremos generosos com eles, desta vez. — Frisou a palavra desta vez. — Foi a ignorância do macho que o fez falar e não que ele estivesse emitindo um desafio. — Quando ninguém falou, ele continuou. — Bom. Agora, como eu disse, sua fêmea está sendo transportada para nossa base. Algum de vocês é seu companheiro?

O silêncio reinou por vários momentos antes de Craig se aproximar novamente e responder. — Não.

— Então, depois que nosso curandeiro a liberar, se ela quiser se juntar a vocês, será permitida. Agora... — A boca de Craig se fechou ao olhar para o General. — Revestimentos externos estão sendo trazidos para vocês. Irão protegê-lo das condições aqui. Quando os colocarem serão escoltados para área de carga onde os outros sobreviventes estão esperando. Serão levados para a nossa base. — Treyvon fez uma pausa, deixando seu olhar os percorrer. — A menos que queiram permanecer aqui.

— Nós não queremos. — Responderam imediatamente.

Com um aceno de cabeça, Treyvon girou e saiu da caverna.

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— O que você acha, Jen? — Craig perguntou baixinho.

Jen cuidadosamente saiu de onde estava se escondendo desde que ouviram os sons inconfundíveis da batalha. Ela não foi capaz de ver quem entrou, mas foi capaz de ouvi-los.

— Eu não acho que há muito que possamos fazer, apenas o que o General diz. Ele parece ser o responsável aqui.

— Mas...

— Não podemos ficar aqui, Craig. Você sabe o que Mac e eu descobrimos fora desta mina. Nós nunca sobreviveremos em condições tão duras, além disso, não podemos simplesmente abandonar Mac.

— E você? E se eles descobrirem que você é uma fêmea também?

— Nós lidaremos com isso se ou quando acontecer. Agora precisamos ir até Mac. — Os sons de alguém se aproximando fizeram os homens se virarem quando Jen se abaixou para não ser vista, mas ela ainda podia espreitar entre os corpos.

— Humanos. — O macho parecia zombar. — Eu sou Guerreiro Parlan. O General Rayner me encarregou de garantir que cheguem ao transporte. Isto. — Ele levantou o braço antes de jogar o que segurava no chão. — São coberturas. Vistam. — Ele cruzou os braços sobre o peito e olhou para eles.

Lentamente Craig avançou, mantendo um olho em Parlan enquanto pegava as coberturas, depois recuava para entregá-las. O que eles descobriram foi que as coberturas eram na verdade uma capa com um capuz grande. Seria perfeito para disfarçar Jen.

— Depressa! — Parlan ordenou com raiva. — Todo mundo está esperando!

Jen puxou a capa pesada o mais rápido que pode. Era obviamente feita para um Kalisziano, enquanto suas mangas pendiam a uma boa distância da ponta dos dedos e arrastava pelo chão. Mas tinha um capuz e ela rapidamente levantou-o, deixando-o cair para frente cobrindo o rosto. Levantando o máximo de excesso possível, ela acenou para Craig que estava pronta.

Craig e Paul ficaram dos lados de Jen enquanto seguiam Parlan pelos túneis, cada um segurando um de seus cotovelos, ajudando-a a continuar, embora ela soubesse que o ritmo acelerado era difícil para eles também. Eles finalmente diminuíram a velocidade quando passaram pela entrada da mina e entraram em uma paisagem que escurecia rapidamente.

— Parlan!

— Sim, Comandante. — Parlan virou-se para Gryf, que estava a poucos metros de distância.

— Coloque-os no transporte! Há uma tempestade de terra chegando! — Ele ordenou então se virou para falar com outro guerreiro.

— Sim, Comandante! — Parlan se virou e começou a empurrá-los. — Movam-se!

Jen sentou-se o mais que pode em seu assento no transporte, com os ombros magros de Paul e Craig fazendo o melhor para impedir que os outros a vissem. Olhando para o outro lado, viu vários Zebroianos encolhidos contra a parede oposta. Ela não tinha certeza se eram os mesmos que chegaram com eles, porque grandes pedaços de pele estavam faltando. Quando os guerreiros Kaliszianos começaram a entrar, ela abaixou o capuz ainda mais, esperando passar despercebida.

— Todo mundo está aqui, Comandante? — Treyvon exigiu.

— Sim, General. — Respondeu o Comandante.

— Então nos tire daqui.

— Sim, General.

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— Como ela está, Luol? — Nikhil perguntou, ainda de joelhos ao lado de sua companheira verdadeira.

— Melhor do que eu esperava. A boa notícia é que a unidade de reparação foi capaz de digitalizá-la e diagnosticar o que ela precisa para se recuperar.

— Então o que não é bom?

— O que não é bom é que ela está severamente abaixo do peso. Enquanto sua saúde geral parece boa, seu corpo foi severamente estressado e esgotado de alguns nutrientes muito vitais. Levará tempo para a unidade substituir o que ela perdeu.

— E as outras lesões?

— Não se preocupe, Nikhil. A unidade de reparo profunda consertará isso facilmente. Quanto tempo os Zaludianos ficaram com ela?

— Eu não sei.

— Há mais como ela?

— Eu também não sei disso. Saí logo que a encontrei.

— Provavelmente salvou sua vida. Ela não teria sobrevivido a muito mais abuso.

— Abuso? Ela foi abusada? Por quem? Os Zaludianos não podem...

— Não, Nikhil! Não esse tipo de abuso! Sinto muito que minhas palavras o fez você acreditar que sua Companheira Verdadeira foi abusada sexualmente. A unidade de reparação profunda não encontrou nenhuma evidência disso.

— Então o que você quis dizer? — Nikhil respirou fundo tentando acalmar seu coração acelerado.

— Eu quis dizer que ela não teria sobrevivido a outra surra. Seu pequeno corpo atingiu seu limite em capacidade de se recuperar.

— Ela é pequena, não é?

— Sim.

— Ela é... ela é adulta, não é, Luol? — O estômago de Nikhil agitou com o pensamento de que ele poderia ter encontrado sua companheira verdadeira enquanto ela ainda era jovem. Ele ouviu histórias de contas de Suja fazendo isso, enquanto esperaria de bom grado que ela ficasse adulta para reivindicar, sabia que seria uma tortura.

— Todas as minhas descobertas mostram que, para a espécie dela, ela é totalmente adulta. — Assegurou Luol.

— Graças à Deusa.

— Isso não significa que você pode imediatamente reivindicá-la, Nikhil. Terá que lidar com ela com muito cuidado. Não apenas é muito menor do que nossas mulheres, mas seu corpo passou por estresse além de qualquer um que eu já vi. E se ela sobreviver...

— Se? O que você quer dizer com isso? — Nikhil levantou-se a toda sua altura, sua raiva facilmente ouvida.

— Guerreiro Kozar... — Ambos os machos congelaram quando a fêmea entre eles de repente gritou.

— O que está errado? — Nikhil olhou desesperadamente para Luol. — Ela está com dor?

Luol verificou a leitura da máquina e balançou a cabeça. — Não, eu não acredito. Parece que sua companheira verdadeira está reagindo à sua raiva, Guerreiro Kozar.

— O quê?

— Está bem documentado que com o tempo os companheiros verdadeiros percebem as emoções do outro. É parte do vínculo, mas eu nunca ouvi falar disso acontecer tão cedo ou ser tão forte, mas isso também pode não ser o que estamos testemunhando

— Por que não? Você acha que eu não sou digno o suficiente para merecer uma Companheira Verdadeira?

— Não, Nikhil, eu não acho nada disso. — Luol rapidamente o tranquilizou. — Eu sei que você é mais do que digno de uma Companheira Verdadeira. Tudo o que estava tentando dizer era que não sabemos nada sobre ela e sua espécie. Suas reações podem não significar o que pensamos.

— Mas você já ouviu falar do vínculo sendo tão forte antes?

— Sim, mas como eu disse apenas com companheiros verdadeiros. — Ele deu a Nikhil um olhar de consideração. — Vamos testar. Você está calmo agora?

Nikhil franziu a testa. — Sim.

Os dois olharam para Mackenzie e viram que ela estava descansando confortavelmente.

— Bom. Então eu ordeno que você deixe esta fêmea e nunca mais volte.

— O quê? — Nikhil rugiu e Mackenzie começou a se debater violentamente na unidade de reparação, gritando.

— Calma, Guerreiro Kozar ou sua companheira verdadeira irá prejudicar a si mesma.

— Mas...

— Esse foi o teste, Nikhil. Para ver se você poderia afetá-la. Não esperava uma reação tão violenta dela. Sinto muito... e parabenizo você, Guerreiro Kozar. Encontrou sua Companheira Verdadeira.

— Mas... — Ele tocou a conta que permaneceu em suas tranças, a que deveria oferecer a ela.

— Apenas dê um tempo, Nikhil. Você é um macho digno, um nobre guerreiro. Ela precisará de tempo para se ajustar, tempo para conhecê-lo, mas não tenho nenhuma dúvida de que a conquistará. Nunca ouvi falar de uma Companheira Verdadeira não aceitar a conta Ashe de seu companheiro. Parabéns mais uma vez, Nikhil. A Deusa o abençoou com uma Companheira Verdadeira.

— Eu... — Nikhil empalideceu novamente. O maior presente que a Deusa poderia dar a um macho era ter uma Companheira Verdadeira. Ele sentiu seu mundo mudar.

— Ela precisará de muita compreensão e cuidado. — Avisou Luol.

— Eu posso dar isso a ela.

— Espero que sim, Guerreiro Nikhil. Porque se não puder, temo que mais se perderá do que apenas sua Companheira Verdadeira.


CAPÍTULO DOIS

Mac sabia que ela estava sonhando, mas não conseguia se importar enquanto via sua vida se desenrolar. Estava muito cansada. Estava tudo lá, desde a primeira lembrança de sua mãe sorrindo para ela e dando-lhe beijos. Ao ser entregue a um homem que estava sorrindo amplamente, seu pai. Amor e segurança a cercavam.

Então desapareceu.

Mac tinha seis anos e a dor devastava o rosto da mãe. Os olhos de sua mãe estavam vermelhos de lágrimas, com profundos e escuros sulcos de angústia enchendo-os. Ela não reconheceu a menina confusa puxando seu braço, seus olhos permanecendo fixos no caixão sendo abaixado no chão.

Eles disseram a ela que seu pai estava naquela caixa, mas não a deixaram ver e ela não entendeu o motivo. Não entendia por que ele estava indo embora, não entendia por que não podiam ir com ele e sua mãe não dizia nada. Tudo que sua mãe fazia era chorar.

Então Mac começou a chorar, vendo sua mãe ir embora sem uma palavra, sem um beijo, sem um único olhar para trás. Mac tentou correr atrás dela, gritando por ela, dizendo que seria uma boa menina, que não choraria mais se sua mãe simplesmente ficasse. Mas duas mãos agarraram seus ombros, mantendo-a no lugar. Então aquelas mãos a levantaram em braços fortes e a levaram embora.

Seu avô, pai de seu pai, foi por ela depois da morte de seu pai e a levou para casa com ele quando sua mãe não pode cuidar dela. Ele a levou para o lugar onde criou seu filho. Um lugar que ela apenas visitou antes nos intervalos de verão.

Sua mãe nunca voltou.

Mac sabia que era difícil para seu avô criar uma menina. Ele ainda estava de luto pela perda de seu único filho, mas fez o melhor que pode. Ensinou-lhe sobre o que conhecia e amava, sua montanha. Ela amava aquela montanha. Amava saber que caminhava por onde seu pai passou uma vez. Isso a fazia se sentir perto dele como se ele não tivesse voluntariamente a abandonado, não como sua mãe fez.

Seu pai era um bombeiro, parte de uma equipe de busca e resgate especializada em resgate rápido de água. Ele entrou em um rio inundado quando viu uma criança sendo arrastada. A criança sobreviveu, ele não.

Ela sabia que deveria se orgulhar dele, sabia que não deveria sentir animosidade pela criança ou pelos pais dela, mas sentia. Não queria que seu pai fosse um herói, queria que ele a abraçasse e a colocasse em sua cama à noite. Mas ele nunca faria por causa destas pessoas.

Levou anos para superar isso, para finalmente perdoar não apenas os estranhos que destruíram sua família, mas também seu pai por colocar outros diante dela. A única pessoa que nunca foi capaz de perdoar foi sua mãe. Seu pai não escolheu deixá-la; sua mãe sim. Era algo que Mac sabia que ela nunca faria. Nunca abandonaria alguém que amava.

A montanha tornou-se seu refúgio. Ela encontrou paz ali e uma sensação de pertencimento que nunca encontrou em nenhum outro lugar. Era uma das razões pelas quais foi para a faculdade e estudou silvicultura. Queria cuidar da montanha que seu avô adorava, certificando-se de que o impacto do negócio de guia do seu avô não prejudicasse as plantas e a vida selvagem.

Seu avô era um homem grande e um tanto rude. Pelo menos era assim que os outros o viam, alguns até o temiam. Não Mac, porque ela viu seu coração. Ele era um homem gentil com aqueles que amava e que protegia. Apenas usava seu tamanho e poder contra aqueles que o ameaçavam.

Seu último pedido foi ser cremado e ter suas cinzas jogadas do ponto mais alto de sua montanha. Mac escalou aquela parede de pedra sozinha e fez como seu avô pediu. Então ela se sentou lá e viu o vento levá-lo embora tornando-o para sempre parte de sua montanha.

Ela observou o tempo passar e percebeu que estava sozinha. Mesmo quando estava em um relacionamento, mesmo quando as pessoas, principalmente homens, que ela guiava estavam ao seu redor, se sentia sozinha. Talvez fosse por isso que ela ficou com o grupo que levou até a montanha, porque havia uma mulher com eles. Uma mulher que não queria estar lá. Ela estava obviamente fora de seu elemento e desconfortável ao ar livre, pelo menos até começar a cozinhar.

Mac acampou, caminhou e viveu ao ar livre a maior parte de sua vida. Ela estava acostumada a fazer as refeições do nada, usar o que podia encontrar na floresta. Mas nunca comeu uma refeição tão saborosa quanto a que Jen fez naquela noite.

Mac amava sua montanha. Amava e entendia cada criatura nela. Era sua casa e ela se sentia segura ali. Até aquele dia em que uma criatura apareceu, uma que ela nunca viu antes, apontando um dispositivo estranho para ela e lhe tirou tudo.

Ela acordou em uma gaiola como se fosse um animal, quando os animais reais estavam fora dela. Eram criaturas grandes e cobertas de pelos, como ursos, mas andavam sobre duas pernas, como seres humanos. Falavam com silvos e estalidos, como insetos, e fediam como ovos podres. Que porra eram eles? E o que eram essas coisas na outra gaiola?

Eles a lembravam de pequenos cangurus, mas obviamente não eram, não pela maneira como conversavam uns com os outros e olhava ao redor. Ela não tinha certeza do que os preocupava tanto, mas logo descobriu quando uma das criaturas fedorentas usando uma conta branca na gola entrou na sala. Ele destrancou a gaiola das outras criaturas e caminhou até uma delas. Segurou-a e a arrastou para fora.

Foi então que todos perceberam que a outra criatura era do sexo feminino e o que estava prestes a acontecer com ela. Não demorou muito para que seus gritos estridentes pudessem ser ouvidos e os que ficaram para trás se amontoaram tentando consolar um ao outro.

Mac imaginou quanto tempo demoraria até que eles a arrastassem para longe, mas então algo inesperado aconteceu. Os homens que ela conduziu até a montanha, os que ela deveria cuidar, puxou-a mais para o grupo deles, colocando-a ao lado de Jen.

Essa proteção continuou mesmo depois que os Ganglians os venderam aos Zaludianos. Eles descobriram quem eram as criaturas e como falar os dois idiomas quando os Ganglians forçaram um dispositivo em Craig que chamaram de educador. Eles queriam que seguissem as ordens, porque agora eram escravos, escravos dos Zaludianos e se não fizessem o trabalho exigido, morreriam.

E caso se machucassem, seriam mortos.

E se simplesmente não se movessem rápido o suficiente, morreriam.

Aparentemente, os Zaludianos achavam que os Ganglians podiam obter uma oferta inesgotável de trabalho escravo. Mac não sabia há quanto tempo ficaram na nave Ganglian. Ela normalmente julgava o tempo pela posição do sol. Não havia sol naquela nave. Não havia sol nas cavernas, mas ficou evidente que ela e Jen não seriam capazes de fazer o trabalho que os Zaludianos exigiam.

Mac inspecionou a caverna para qual foram levados, na esperança de encontrar uma saída. Em vez disso, na parte mais profunda da caverna, encontrou uma abertura estreita, escondida atrás de uma grande rocha. Logo descobriu que se abria em outra caverna menor. Voltando, ela contou o que encontrou.

Ela e Jen se esconderam lá, permanecendo relativamente seguras, enquanto um dos homens trabalhava em turno duplo para cobri-las. Mac nunca se sentiu mais inútil em sua vida, enquanto observava os homens voltarem após o turno, exaustos e com pequenos ferimentos. Ela fez o que pode por eles enquanto Jen tentava fazer com que a comida fosse a melhor.

Foi assim que os Zaludianos a descobriram. Ela estava na caverna maior, cuidando de um corte em um dos homens quando um Zaludiano apareceu de repente. Ele a olhou e soube pela condição de suas roupas que era mulher. Ela poderia ter voltado para a caverna menor, mas isso teria levado os Zaludianos a Jen, que estava gravemente ferida. E se a encontrassem, os Zaludianos a matariam. Ela disse aos homens para não lutarem, para deixá-los levá-la. Não havia razão para todos morrerem por ela.

Ela esperou até que estavam longe da caverna antes de começar a correr. Não os deixaria estuprá-la como os Gânglios fizeram com as fêmeas de Jerboa. Ela se afastou por um momento, mas correu direto para outro Zaludiano e então seu mundo ficou preto.

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Nikhil ficou imóvel e silencioso como a montanha com a qual ele era frequentemente comparado. Seus brilhantes olhos verdes observavam atentamente a unidade de reparação profunda enquanto continuava trabalhando em sua Companheira Verdadeira. Como isso aconteceu? O que fez em sua vida para a Deusa para abençoá-lo com uma Companheira Verdadeira? Especialmente tão pequena e frágil.

Ele sabia o que os outros viam quando o olhavam. Um macho monstruosamente grande que apenas queriam por perto quando havia uma ameaça. Quando a ameaça desaparecia, queriam que ele se afastasse, com medo dele exigir mais do que a sua parte de sua cota de alimentos por causa de seu tamanho. Era assim desde de muito jovem.

Tinha sorte. Sabia disso. Enquanto seu pai não era um guerreiro, trabalhou para o Ministro Descarga no planeta Dzhalil. O Ministro Descarga era um dos poucos Ministros que compartilhava o excesso de alimentos que ele e sua família não precisavam com o seu povo, em vez de vendê-lo por créditos extras. Isso o tornou muito popular entre os cidadãos.

Quando Nikhil começou a crescer muito, Descarga foi um dos poucos que não acreditaram que era porque ele estava recebendo rações extras. Ele sentou Nikhil no chão e disse que era assim porque era a vontade da Deusa, que ela devia ter algo muito importante para ele fazer e precisava do tamanho dele para alcançá-lo. Então Descarga se certificou que Nikhil recebesse o que precisava para realizá-lo; educação, treinamento e sim, rações extras de comida. Mas Descarga o fez entender que ele esperava que Nikhil garantisse que os extras fossem para outros quando Nikhil estivesse em posição de receber mais do que precisava.

Nikhil prometeu que o faria e trabalhou muito para manter essa promessa. Ele tinha apenas vinte e um anos quando alcançou o status de Guerreiro de Elite e se tornou o guerreiro mais jovem a se tornar um líder de esquadrão.

Graças à posição de seu pai com o Ministro Descarga, Nikhil não precisou ajudar a complementar o suprimento de alimento de sua família, como tantos outros guerreiros de elite faziam. Então, para manter sua promessa ao Ministro Descarga, ele começou a distribuir suas rações extras para os indivíduos onde quer que estivesse estacionado. E se não pudesse fazer isso, distribuiria créditos, para que os cidadãos pudessem comprar o que precisassem.

Isso poderia não ser suficiente para ser presenteado com uma companheira verdadeira, poderia?

Vendo sua companheira verdadeira se contorcer um pouco como se lembrasse de algo doloroso, ele deu um passo mais perto e amaldiçoou a cúpula fechada da unidade de reparo que o impedia de confortá-la. Sabendo que ela não podia sentir, ainda assim colocou a mão na cúpula tão perto dela quanto pode.

— Ela sabe que você está perto. — Luol se aproximou para ficar ao lado dele.

— Verdade?

— Sim. Eu vim ver por que o ritmo cardíaco dela aumentou, mas assim que você se aproximou e colocou a mão na cúpula, ele voltou ao normal.

— Sim?

— Sim.

— O que eu devo fazer, Luol? — Nikhil finalmente afastou o olhar de Mackenzie e Luol viu a angústia neles.

— O que você quer dizer?

— Como pode alguém tão grande e desajeitado como eu... — Disse ele, olhando para as mãos enormes e dedos grossos. — Ser responsável por um ser tão pequeno e frágil como minha Mackenzie?

— Primeiro de tudo, sim, você é grande, Nikhil. Isso é inegável. Mas desajeitado? Eu o vi treinar e você é sempre muito preciso e está sempre no controle. Não é desajeitado.

— Eu sou perto das fêmeas... nossas fêmeas e elas são muito maiores do que a minha companheira verdadeira.

— Então você e ela terão que encontrar uma maneira de fazê-lo funcionar, porque a Deusa nunca o abençoaria com uma Companheira Verdadeira que não fosse perfeita para você. Tenha fé, Nikhil.

— Eu assusto muitas fêmeas, Luol.

— Por alguma razão, não acho que assustará está. Aqui. — Luol puxou uma cadeira para ele. — Sente-se. Converse com ela.

— Conversar com ela? — Nikhil deu ao curandeiro um olhar confuso.

— Nós já estabelecemos que ela pode ouvi-lo e que reage ao que está dizendo e sentindo. Ela precisa saber que está segura e não sozinha, acho que você é o único que a faz se sentir assim.

Lentamente, Nikhil sentou-se, a cadeira rangendo com seu peso e perguntou. — O que devo dizer a ela?

— Eu não sei. Qualquer coisa, tudo. Conte a ela sobre você, sobre o que importa, o que é importante. Você saberá. — Diminuindo as luzes um pouco, Luol os deixou sozinhos.

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Nikhil olhou para a pequena figura tão quieta e se perguntou o que poderia dizer. Ele raramente conversava com fêmeas, exceto sua mãe e irmãs, porque todas o olhavam e corriam para o outro lado. Ele até teve machos entre ele e uma fêmea como se achassem que iria machucá-la apenas andando. As poucas vezes que uma fêmea lhe ofereceu sua amizade, não houve muita conversa. Por onde começar?

— Olá, pequena. Parece que esqueci todas as maneiras que minha mãe trabalhou tão duro para incutir em mim. Eu perguntei o seu nome, mas nunca lhe disse o meu. Eu sou o Guerreiro de Elite Nikhil Kozar do Império Kalisziano. — Ele balançou a cabeça quando se viu parando, esperando pela resposta dela.

— Eu sou o Guerreiro que a encontrou. Na mina. Você se lembra da mina? — Nikhil poderia ter se chutado por dizer isso quando ela estremeceu e gemeu baixinho. Claro que ela se lembrava da mina.

— Calma, pequena. Você está segura. Prometo. — Ele conscientemente forçou a mão a relaxar quando a cúpula rangeu sob sua mão pressionada contra ela, tentando acalmá-la.

— Eu sinto muito. Não queria irritá-la. Não estou acostumado a conversar com fêmeas, especialmente uma tão bonita quanto você. — Nikhil sabia que, se alguém o ouvisse naquele momento, pensariam que ele estava louco, pois a pequena fêmea que estava deitada ali no momento, era tudo menos bonita. Seu cabelo era uma bagunça emaranhada e suja, com sangue seco e quem sabe o que mais nele. E enquanto o inchaço desaparecia de seu rosto, ainda estava sujo e machucado. Seus revestimentos eram quase inexistentes, revelando as duras condições que ela sobreviveu. Camadas da poeira escura e arenosa que as minas produziam cobriam seu corpo. Havia apenas uma trilha fina que revelava seu verdadeiro tom de pele e corria pelo canto do olho e desaparecia no cabelo dela. Seu coração parou por um momento, depois acelerou ao perceber o que criou aquela linha. Uma lágrima. Sua lágrima. Ele se certificaria de que ela nunca mais chorasse.

Não, ninguém olhando para ela agora pensaria que era linda, mas era para Nikhil. Ela estava ali e era dele.

Sua companheira verdadeira.

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Gryf entrou na ala médica, surpreso ao encontrar o curandeiro Luol tratando de um de seus guerreiros.

— O que aconteceu com você, Guerreiro Onp? — Ele perguntou.

— Apenas um corte, Comandante. Parte do teto cedeu com um tiro Zaludiano. A unidade de reparo portátil praticamente cuidou disso. O curandeiro Luol está apenas certificando-se.

— Luol?

— Ele ficará bem, Comandante.

— Bom. — O olhar de Gryf percorreu a unidade médica. — Onde está a fêmea?

— Ainda na unidade de reparação profunda. — Luol disse a ele, seu olhar ainda em Onp.

— Ainda? Passaram horas. — Gryf não tentou esconder seu choque. — Temos outros sobreviventes que precisam da unidade.

— Eles terão que esperar. Ela estava em péssimo estado e como nunca tratei um como ela antes, recuso-me a sobrecarregar seu sistema com tudo o que precisa de uma vez. Como ela sobreviveu a esse tempo, apenas a Deusa sabe. — Luol olhou para Onp. — Descanse durante a noite e amanhã, tudo ficará bem. — Assentindo com sua compreensão, Onp se levantou e saiu.

— Ela disse alguma coisa? — Gryf perguntou uma vez que estavam sozinhos novamente.

— Não, ela esteve inconsciente o tempo todo. Há algo que você deveria saber, Comandante.

— O quê?

— Ela usa a conta de companheira verdadeira de Nikhil.

— O quê? Impossível! — Luol apenas levantou uma sobrancelha para ele. — Mostre-me! — Gryf ordenou.

Luol levou o Comandante para sala escura que continha a unidade de reparação profunda. Ele entendia a incredulidade de Gryf e se ele mesmo não tivesse testemunhado, Luol sabia que seria tão incrédulo quanto. Ashe eram preciosas o suficiente para um Kalisziano. Encontrar uma significava que o macho poderia ter filhos saudáveis com ela. Algo que não era possível com todas as fêmeas a quem um macho dava sua semente. Mas se um deles morresse, o sobrevivente poderia continuar, até encontrar outro Ashe ou Dasho.

Uma companheira verdadeira era algo completamente diferente. Os Verdadeiros Companheiros eram o maior presente que a Deusa poderia dar a um Kalisziano. O vínculo os uniria por toda a vida. E se um morresse o outro logo o seguiria.

Sussurrava-se que com apenas um olhar, verdadeiros companheiros podiam saber o que o outro estava pensando. Com apenas um toque, podia sentir o que o outro estava sentindo. Era sussurrado porque, desde o início da Grande Infecção, não havia um único par de Verdadeiros Companheiros.

— Por que a sala está escura? — Gryf exigiu.

Luol apenas encolheu os ombros e acendeu as luzes levemente. — Pareceu apropriado.

Gryf caminhou lentamente pela sala, seu olhar se movendo do pequeno corpo na unidade de reparo para o enorme que estava ao lado, uma mão gigante aparentemente tocando. — Líder de Esquadrão.

Lentamente, Nikhil desviou o olhar de sua companheira para Gryf. — Comandante. — Disse ele, sem se levantar em relação à posição mais alta de Gryf e os olhos de Gryf se arregalaram um pouco. Nikhil sempre foi respeitoso.

— O que está acontecendo aqui, Líder de Esquadrão? Eu dei a você permissão para trazer a fêmea para o Curandeiro, não para ficar. Por que não retornou aos seus deveres?

— Eu não podia deixá-la. Ela precisa de mim. — As palavras silenciosas chocaram Gryf, assim como o olhar nos olhos do macho muito maior. Nikhil raramente mostrava emoção. Ele era o mais forte e mais silencioso dos Guerreiros de Elite. Ele nunca mostrava o que realmente pensava, mas agora seus olhos gritavam pelo entendimento de Gryf.

— Ela tem o curandeiro Luol. — Gryf disse a ele duramente. — Você não é necessário aqui. Deve retornar aos seus deveres.

— Não! Eu não a deixarei! Ela é minha companheira verdadeira e está ferida! — A voz de Nikhil aumentou o tom enquanto tentava controlar sua raiva.

— Você fará o que ordenei...

Um grito angustiante fez todos os machos gelarem e Luol correu para a unidade de reparo. Dentro da unidade, a fêmea estava violentamente se debatendo, batendo no domo enquanto seus pés chutavam.

— Luol! O que está acontecendo? — Nikhil questionou.

— Ela está agitada. — Disse Luol olhando para as leituras. — Você está com raiva e falando uma língua que ela não entende. Converse com ela antes que se machuque.

— Pequena. Calma. Por favor, acalme-se.

— Fale em Zaludian, Nikhil! — Luol ordenou e Nikhil imediatamente concordou, mas não pareceu ajudar.

— Luol. Ajude-a! — Nikhil implorou.

— Eu não posso dar a ela um halcyon. Eu não sei o que afetará em alguém tão pequeno. Poderia matá-la. Ela precisa de você, Nikhil. Prepare-se.

— Preparar-me? Para quê?

— Estou terminando o tratamento e vou abrir a cúpula. Dependerá de você subjugá-la.

— Subjugar?

— Acalmá-la! Segurá-la! Ela precisa do seu toque. Você é o único que ela conhece. — Pressionando a cúpula ela se abriu e Nikhil estava lá, segurando a fêmea em seus braços e contra o peito maciço, grunhindo levemente com a força dos golpes que ela estava dando. Sua Companheira Verdadeira podia ser pequena, mas mesmo nessa condição, era uma lutadora.

— Calma, pequena. — Ele sussurrou em Zaludian, seus lábios roçando a delicada concha de sua orelha. — Eu estou aqui, Mackenzie. Tenho você. Tudo está bem. Não há nada a temer. Meu voto.

Com cada afirmação, a fêmea lutava um pouco menos até que ela finalmente se acalmou. Nikhil levantou a cabeça para encontrar confusos olhos castanhos escuros olhando-o.

— Está tudo bem, Mackenzie. Lamento tê-la assustado. Não foi minha intenção. Nunca será minha intenção.

— Ni... Nikhil? — Veio o sussurro quebrado.

— Sim, pequena. — A voz de Nikhil quebrou um pouco, percebendo que o ouviu conversar com ela. — Eu sou Nikhil. Você é Mackenzie e está a salvo.

— Os Zaludianos?

— Nunca mais a machucarão. — Ele a observou lambendo seus lábios secos.

— Há quanto tempo estou aqui? — Ela perguntou.

— Você chegou mais de seis horas atrás.

— E os outros? E quanto a J... — Ela parou e Nikhil virou a cabeça para olhar para Gryf.

— Os outros dez machos humanos estão aqui.

— Dez... — Ela sussurrou.

— Deveria haver mais?

— Não. — Sua resposta rápida fez com que todos os três machos franzissem a testa, mas antes que Gryf pudesse perguntar qualquer outra coisa, uma tosse sacudiu seu pequeno corpo.

— Agua! — Nikhil ordenou, depois, cuidadosamente, ajudou-a sentar-se e colocou o copo que Luol trouxe em seus lábios.

O primeiro gole parecia ambrosia para Mac e ela rapidamente cobriu a mão grande segurando o copo com suas duas, tentando incliná-lo mais alto. Parte dela correu pelo queixo enquanto ela engolia.

— Calma pequena, há muito.

— Quanto tempo se passou desde que você tomou água? — Luol perguntou baixinho.

— Eu não sei. Desde que os Zaludianos me descobriram.

— Há quanto tempo foi isso? Há quanto tempo está em Pontus? Onde os Zaludianos a encontraram? — As perguntas rápidas de Gryf fizeram o copo escorregar das mãos de Mac enquanto ela mergulhava mais fundo no abraço de Nikhil, tremendo.

— Chega, Comandante! — Nikhil ordenou, pegando o copo. — Você a está assustando.

— Eu devo concordar com o Líder de Esquadrão Kozar, Comandante. Ela mal recuperou a consciência e ainda não está pronta para responder a perguntas. Talvez amanhã, depois que comer, descansar e estiver limpa.

Gryf abriu a boca para argumentar, quando um dos cristais de energia brilhou levemente, refletindo na conta de companheira verdadeira de Nikhil em seu cabelo. Abrindo a boca, ele se virou e saiu.

Mac soltou o fôlego que ela não sabia que estava segurando, quando aquele que Nikhil chamou Comandante começou a atirar perguntas para ela. Seus olhos pareciam queimar quando o olhou. Por quê? O que ela fez?

— Ignore o Comandante Gryf, Ashe Mackenzie. — Disse Luol gentilmente. — Sua raiva não é por sua causa.

— Então por quê? Ele parecia tão bravo comigo.

— É uma história para outra hora. Agora Nikhil, se você a colocar de volta, gostaria de ter certeza de que ela não se prejudicou.

— Não! — Mac apertou o colete preto que tentava cobrir o peito de Nikhil.

— Ashe Mackenzie, eu não a machucarei.

— Não! Eu não serei contida novamente! Eu não serei cutucada novamente!

— Não, Mackenzie, não! Meu voto! Luol nunca a machucaria desse jeito! — Nikhil disse a ela.

— Seu Dasho está correto, Ashe Mackenzie. Eu nunca a machucaria. — Luol tentou tranquilizá-la, dando um passo atrás para mostrar que ele não era uma ameaça.

— Eu... eu não entendo. Pensei que seu nome fosse Nikhil, não Dasho. E eu sei que meu nome é Mackenzie Wharton. Não Ashe Mackenzie.

— É um sinal de respeito por um Kalisziano. — Luol rapidamente disse, quando viu que Nikhil não sabia o que dizer, decidindo não contar a ela que era um respeito dado apenas a uma fêmea usando uma conta Ashe masculina ou de companheira verdadeira. — Eu não sei como isso se traduz em sua língua nativa.

— Oh.

— Posso usar isso para examinar você? — Luol levantou a unidade de mão. Não podia tratá-la tão bem quanto a unidade de reparação profunda, mas seria melhor do que não fazer nada e pelo menos, lhe diria se ela se machucou seriamente.

— O que você fará com isso? — Ela perguntou.

— Apenas passar por você assim. — Ele demonstrou, ligando a unidade e segurando-a vários centímetros acima do braço, passando por ela. — Isso não causa dor.

Ela parecia prestes a recusar quando Nikhil falou.

— Por favor, Mackenzie. Você pode ficar em meus braços. Eu preciso saber que não a machuquei.

Mac descobriu que precisava inclinar o rosto para cima, para cima e para cima, para olhar para o rosto preocupado de Nikhil, os olhos brilhando de preocupação. — Por que você acha que me machucou?

— Bem... porque eu a prendi sob mim, apenas para ter certeza que você não se machucou. — Ele acrescentou rapidamente. — Eu sou muito grande e...

— Você não me machucou, Nikhil. — Ela franziu a testa lembrando como estava em pânico. — E se me lembro corretamente, eu bati em você! Eu o machuquei?

A pergunta surpreendeu Nikhil. Ninguém jamais se preocupou em machucá-lo antes. Com essa pergunta, ele começou a se apaixonar por sua companheira verdadeira.

— Eu estou bem, pequena. — Cuidadosamente ele estendeu a mão, tocando sua bochecha e ficou surpreso quando ela inclinou a cabeça silenciosamente aceitando o toque dele.

Luol limpando a garganta fez com que ambos olhassem para ele. — Posso? — Ele perguntou, levantando a unidade de mão.

Nikhil olhou para a fêmea que estava rapidamente se tornando seu mundo. Ele precisava que ela soubesse que sempre a protegeria, sempre colocaria suas necessidades primeiro. — Depende de você, Mackenzie. Eu sei que você passou por muita coisa e ainda não tem certeza de tudo o que aconteceu. Mas preciso que saiba que nunca permitiria que lhe fizessem nada que causasse danos.

— E se não quiser ser... — Ela gesticulou para Luol, seus olhos voltando para Nikhil.

— Digitalizada. — Ele disse a palavra que ela estava procurando. — Então não, não a forçaria a fazê-lo.

— Mas você gostaria que fizesse.

— Eu gostaria muito de saber que você está bem.

— E não doerá?

— Não, Mackenzie, não doerá.

Mac silenciosamente olhou para Nikhil. Ela realmente não o conhecia, mas por alguma razão confiava nele e isso dizia algo depois de tudo o que aconteceu. Ele dizia o que queria, mas ainda lhe dava uma escolha.

— Tudo bem. — Ela finalmente disse. — Ele pode me examinar.

— Obrigado, pequena. — Nikhil abaixou a cabeça. Ele queria beijá-la, dar a ela o que ele não deu a nenhuma outra mulher, mas ele sabia que era cedo demais. Resolveu descansar a testa contra a dela. — Significa muito para mim que confie.

— Bem, se você se inclinar um pouco para trás Nikhil, eu começarei o exame.

Mac endureceu um pouco quando a máquina começou a zumbir. Sentindo isso, Nikhil tentou distraí-la. — Você dirá de onde você é? — Ele perguntou baixinho.

— Terra.

— Terra? — Ele ergueu os olhos para Luol e viu sua cabeça mover-se levemente, indicando que o curandeiro nunca ouviu falar do planeta.

— Sim. Você já ouviu falar dele?

— Não, pequena, sinto muito, mas não conheço.

— Sério? Mas...— Mac não sabia por que aquelas palavras simples a atingiram com tanta força, mas de repente sentiu sua respiração ofegante e seus olhos começaram a se mover. Tudo era demais. O que quer que a estivesse segurando, mantendo-a forte, desapareceu de repente e ela desabou nos braços dele.

Nikhil olhou para Luol desesperadamente. — Luol...

— É de se esperar, Nikhil. — Ele desligou o scanner. — Ela suportou mais do que qualquer ser e lidou com isso muito bem. Mas agora não precisa. Ela tem você para ajudá-la.

— Eu faria qualquer coisa por ela.

— Então cuide dela. Você saberá do que ela precisa. Para o que está pronta. Você é o Dasho dela. Ela é sua Ashe.

— O exame?

— Ela não causou mais danos. Precisa de comida, descanso, se limpar, mas principalmente precisa de tempo para se curar.

— Como dou tudo isso a ela?

Luol olhou para o maior e mais forte macho que já conheceu e depois para a mais frágil fêmea que já viu e de alguma forma, parecia certo.

— Leve-a para seus aposentos, Nikhil.

— O quê? — Nikhil olhou para o curandeiro em choque. — Como posso fazer isso? Ela precisa...

— Ela precisa de você. Fiz tudo o que posso. Seu corpo precisa de tempo para absorver o tratamento. — Ele mudou para Kaliszian. — Ela é sua Companheira Verdadeira, Nikhil. Você sempre saberá o que ela precisa. Confie que a Deusa não a teria dado a você se não o fizesse. Leve-a para seus aposentos e cuide dela. Traga-a de volta amanhã e terminarei de tratá-la. Sabe onde estou se precisar de mim.


CAPÍTULO TRÊS

— Quantos, Gryf? — Treyvon perguntou a seu segundo quando eles entraram em seu Centro de Comando.

— Oito Tafaianos, seis Nekeokianos, três Jerboaianos e dez dos que se chamam Humanos.

— E a fêmea humana? A que Nikhil encontrou. Ela sobreviverá?

— Sim. — Disse Gryf rapidamente.

Treyvon sentou-se em sua cadeira. Ele e Gryf serviam juntos desde que eram jovens guerreiros. Conhecia o humor de Gryf e agora ele estava lutando.

— O que o deixou tão instável, Gryf?

— O quê? —Gryf não entendeu a pergunta

— O que aconteceu?

— É Nikhil. — Começou Gryf.

— Nikhil? O que aconteceu com ele?

— Ele encontrou sua companheira verdadeira.

— O quê? — Treyvon sentou-se mais reto e incrédulo.

— A fêmea humana. Ela usa a conta de companheira verdadeira de Nikhil.

— Isso não é possível! Ela não é Kaliszian! Nem sabemos o que ela é.

— Eu sei, mas a vi reagir às emoções de Nikhil, mesmo inconsciente. Eu vi como ele foi capaz de acalmá-la, mesmo nesse estado. — Treyvon silenciosamente ouvia, enquanto Gryf continuava. — Ela acordou e pareceu reconhecê-lo. Eu a assustei.

Treyvon entendeu o que Gryf queria dizer. Enquanto seu Comandante era um homem grande, o Líder do Esquadrão Nikhil tinha o dobro de seu tamanho. Para uma fêmea ter medo de Gryf e não de Nikhil, apenas poderia significar uma coisa. Ela era a companheira verdadeira de Nikhil.

— Eu gostaria de conhecer essa fêmea. — Treyvon levantou-se e foi para a ala médica.

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Mac sabia que precisava se recompor. Ela sabia que deveria protestar quando Nikhil se levantou, colocou-a em segurança em seus braços e levou-a para fora da unidade médica. Conversaram em uma língua que ela não entendia e deveria exigir saber o que estava acontecendo. Mas não conseguiu encontrar a força ou o desejo para isso. Era bom não ter que ser forte, não ter que esconder o medo, deixar alguém mais no comando por um tempo.

Os homens fizeram tanto por ela quando não precisavam. Ela era o guia deles. Era a que deveria liderá-los, encontrando uma maneira de levá-los para casa. Afinal, foi o que ela prometeu que faria. Levá-los até a montanha para que pudessem ter um fim de semana do guerreiro, em seguida, certificar que eles voltassem. Eles não viam assim. Especialmente depois que perceberam o que as espécies que os levavam, os Ganglians, faziam às fêmeas. Eles se reuniram ao redor dela e Jen, protegendo-as, nunca deixando os Ganglians descobrirem que eram mulheres.

Em troca, Mac tentou se manter forte para eles, tentou ajudar sempre que pode. Ela tinha as habilidades para sobreviver fora em condições adversas e precisava de todas estas habilidades para ajudá-los a sobreviver. Confiavam nela para isso.

Agora havia alguém em quem podia confiar e ele a carregava para algum lugar.

Nikhil olhou para todos os guerreiros que o olhavam. Eles estavam todos tentando ver o que estava embrulhado no cobertor que carregava, mas ele se recusou a deixá-los. Luol envolveu um cobertor com segurança ao redor de sua companheira verdadeira, já que seus revestimentos eram quase inexistentes. Ele teria que ver o que podia encontrar para ela usar.

— Líder de Esquadrão. — Um guerreiro se aproximou.

— Agora não! — Ele rosnou, apertando os braços ao redor de Mackenzie e o macho rapidamente se afastou.

— Onde estamos indo? — Mac perguntou baixinho.

— Para os meus aposentos. Então você pode descansar sem ser incomodada.

— Oh

Virando um corredor, Nikhil parou na frente de sua porta e moveu-a levemente, pressionou a palma contra o painel de acesso. A porta se abriu silenciosamente e ele levou sua companheira para dentro.

Mac abaixou a borda do cobertor que estava cobrindo parcialmente o rosto dela e tentou olhar ao redor, mas a sala estava muito escura.

— É sempre assim?

— Como?

— Tão escuro?

— Não, deixe-me aumentar os cristais de energia.

Ainda a carregando, Nikhil entrou mais no quarto e acenou com a mão sobre uma tigela de cristais e a sala começou a clarear.

— Melhor? — Ele perguntou.

— Sim, obrigada.

Por vários minutos, Nikhil ficou parado ali, segurando-a enquanto a olhava.

— Umm, Nikhil?

— Sim, pequena.

— Você vai me colocar para baixo?

— Apenas se for o que deseja.

— Eu acho que deveria. Estou ficando muito pesada.

— Você nunca poderia ficar muito pesada para eu segurar. — Ele bufou com o pensamento, mas lentamente abaixou seus pés para o chão. No entanto, não conseguiu se libertar completamente. — Luol disse que você deveria comer, descansar e se limpar. O que gostaria de fazer primeiro?

O primeiro pensamento de Mac foi dizer comer, fazia muito tempo desde que o fez. Os Zaludianos não lhe deram nada desde que a descobriram. Punição, eles disseram. Mas então falou limpeza.

— Limpar... você quer dizer como se banhar? Um banho? Ficar limpo?

— Sim.

— Limpar. — Deus, quanto tempo passou, ela pensou, desde que realmente tomou banho? Na manhã anterior que os levou até a montanha? Os Ganglians os mantiveram naquela gaiola dando-lhes muito pouca água e mesmo se dessem mais, ela não teria arriscado lavar-se diante deles. Não teria arriscado que descobrissem que ela era mulher. E na mina... havia apenas um pequeno riacho que escorria pela parede dos fundos da caverna. Foi por causa daquele riacho que encontrou a estreita fenda que levava à caverna menor onde ela e Jen puderam se esconder. E enquanto o fluxo era grande o suficiente para que conseguissem um pouco de água extra para beber e cozinhar, não era suficiente para limpar.

Apenas o pensamento de ficar limpa, de se livrar de toda a sujeira e fedor que se agarrava ao corpo dela, a fez tremer de necessidade. Ela se acostumou com o cheiro. Todos o fizeram. Mas agora que estava livre, subitamente a dominou.

— Onde? — Ela exigiu.

— Aqui. — Nikhil conduziu-a para fora da área de estar, através de sua área de descanso e em sua área privada de limpeza. Apenas aqueles do mais alto escalão recebiam quartos como esses e Nikhil quase recusou o seu, sabendo que raramente o usaria. Agora ele estava feliz por não o ter feito, porque então teria que levar sua companheira para o grande chuveiro compartilhado, onde os machos se limpavam juntos. E isso nunca faria.

Mac mal notou o quarto pelo qual Nikhil a conduziu. Ela poderia observar mais tarde. Agora estava totalmente focada em descobrir se essa sala de limpeza era como um banheiro na Terra. Um pequeno grito de alegria escapou quando viu que sim.

— Esta é a sala de limpeza. — Disse Nikhil entrando no quarto. — E esta é a unidade de limpeza. — O pequeno grito de Mac o fez girar. — O que está errado?

— Nada está errado! — Ela imediatamente disse a ele: — É um chuveiro! Como isso funciona? — Deixou que o cobertor em volta dos ombros caísse e foi direto para o lugar.

— Você pressiona aqui para ligá-lo. — Ele mal tocou um cristal apenas dentro da entrada. — E aqui para ajustar a temperatura. — Seu dedo se moveu para o próximo cristal. — Há um limpador na prateleira, pegarei um pano para você. — Ele se virou, pegando um pano de um armário atrás dele, então parou.

Mackenzie já havia ligado a água e estava ali parada, o rosto virado para cima deixando o fluxo constante correr sobre ela, encharcando a pequena cobertura que usava. Deusa, ela tirava seu fôlego, mesmo nessa condição. Queria ficar perto dela, descobriu que precisava estar perto dela.

— Mackenzie... — Sua voz era mais baixa e mais áspera do que ele pretendia.

— Hmmm? — Ela perguntou, seu rosto ainda adorando o fluxo de água.

— Eu não posso deixá-la sozinha... deixar você se limpar... sozinha. E se cair?

Mac percebeu que esqueceu que Nikhil estava ali por causa da sensação incrível da água fluindo sobre ela. Não havia lugar para modéstia ou privacidade naquela mina, embora ela e Jen tivessem alguma na caverna menor. Suas mãos rapidamente cobriram seus seios que eram maiores, mas agora nem tanto e suas roupas mal cobriam entre as pernas. — Eu sinto muito. Não estava pensando. Apenas queria ficar limpa. Apenas queria... — Ela se afastou dele.

— Não, eu não quis dizer... — Nikhil passou a mão frustrada pelo cabelo, fazendo com que suas contas de Suja batessem com raiva. — Eu não estou me explicando bem. Não estou acostumado com isso.

— Com o quê? — Ela perguntou por cima do ombro.

— Conversar com uma fêmea. — Ele admitiu. — Com uma fêmea bonita.

— Eu não sou bonita. — Ela negou. — Estou suja e fedendo. Perdi muito peso. Quer dizer, eu sei que precisava perder peso, mas nunca quis ser um tamanho zero. Um tamanho quarenta talvez, mas isso seria quase impossível já que gosto de comer.

— Você é linda para mim... era maior? — Nikhil perguntou esperançosamente. As mulheres Kaliszianas eram maiores que Mackenzie e mais altas. Não tão altas quanto ele, mas uns bons de dez a vinte centímetros mais altas do que ela e carregavam seu tamanho com orgulho. Era visto como uma honra ter peso extra. Significava que o macho da fêmea era capaz de provê-la, de cuidar de suas necessidades.

— Sim. — Mac franziu a testa para o quão feliz isso pareceu fazer Nikhil.

— Então iremos nos certificar de que você fique assim novamente, certo?

— Você me quer maior? — Mac não conseguia acreditar. Não era o que os lindos homens da Terra queriam, pelo menos não aqueles que ela conheceu. Eles sempre queriam aquelas mulheres super magras ou super tonificadas, ela lutou com seu peso a vida inteira. Não era fraca ou preguiçosa. Afinal, passava a maior parte de seu tempo fora em caminhadas, andando de bicicleta ou sendo um guia na montanha. Ela era ativa, mas sempre estava acima do peso em seus seios, bunda e coxas. Não importava quantas dietas fizesse, nunca os perdia. Seu avô a chamava de uma garota cheia de curvas. Ele dizia que era assim porque Deus a fez assim, do jeito que a queria, que ele tinha uma razão para isso. Talvez estivesse certo porque aquele peso extra foi o que a ajudou a sobreviver com a pouca comida que ela e Jen recebiam. Elas concordaram que os homens precisavam de porções maiores do que elas, já que eram os que trabalhavam na mina. Mac ainda colocava mais na tigela de Jen quando podia, desde que Jen pesava muito menos que ela.

— Eu quero que você seja como a Deusa a criou para ser. — Ele disse a ela, seu olhar ainda nela. — O que estava tentando dizer é que, enquanto você tem sido forte o suficiente para sobreviver, está fraca agora. Eu entendo porque deseja se limpar, mas levará algum tempo para se firmar, então pode se cansar e escorregar. Haverá também áreas que será incapaz de alcançar. Eu ficaria honrado em ajudá-la na limpeza se você permitir.

Mac apenas olhou para ele por um momento e disse: — Você quer ficar nu comigo?

— Não! — Ele imediatamente negou. — Eu não esperaria que você permitisse isso. — Ele mal se impediu de dizer ainda. — Ficarei com a calça. Apenas gostaria de ajudar, Mackenzie. Você permitirá?

Mac não percebeu que se virou para encarar Nikhil enquanto ele falava, seus finos lençóis molhados agarrados a ela como uma segunda pele. O pensamento de compartilhar um banho com ele, dele tocá-la fez sua respiração acelerar por algum motivo. Bem, não por algum motivo. Ela sabia o motivo. Ele era lindo. Diferente de qualquer um que já conheceu. Sim, ele era grande, extremamente grande, mas ela não se intimidou com o tamanho dele. Talvez se o tivesse conhecido antes de ser levada, sim, mas agora o tamanho dele a fazia se sentir segura e não se sentia assim há muito tempo.

— Eu permitirei. — Ela estendeu a mão para segurar a dele. — E a honra é minha, Nikhil. Obrigada.

Nikhil fechou os olhos ao toque dela, depois de lhe entregar o pano de limpeza, recuou e começou a tirar o uniforme.

Mac sabia que deveria usar o pano para começar a se limpar. Era por isso que estava na unidade de limpeza completamente vestida, porque queria tirar toda a sujeira Ganglian e Zaludian dela. Mas descobriu que não conseguia desviar o olhar do homem que se despia diante dela.

Nikhil começou a se levantar, soltando as correias das botas. Tirando-as, ele pegou as armas que ela sequer sabia que estavam lá, colocando-as atrás dele no balcão, antes de chutar as botas de lado. Suas mãos então foram para a fivela que cruzava a frente de sua calça preta pendurada baixo em seus quadris. Ela segurou a respiração. Não iria lembrá-lo de que ele planejava deixá-la. Quando a fivela se soltou, foi o blaster em sua coxa direita que saiu e ele o colocou atrás. Em seguida um conjunto de lâminas amarradas a ambos os braços maciços e elas se juntaram às outras armas no balcão. Finalmente, ele tirou o colete, revelando enorme peito que ele mal era capaz de cobrir, que caiu sem ser levado ao chão.

— Há algo errado, Mackenzie? — Ele perguntou entrando no chuveiro.

— Eu... o que... não. — Ela gaguejou. — Porque acha isso?

— Porque você não está limpando. Está se sentindo mal? Fraca? — Ele pegou o pano da mão dela. — Aqui, descanse contra mim.

Mac não ofereceu resistência quando as grandes mãos calejadas de Nikhil levemente seguraram suas omoplatas, puxando-a para perto para que pudesse descansar a cabeça em seu peito.

— Você vai me permitir limpar seu cabelo? — Ele perguntou baixinho.

— Meu cabelo? — Mac olhou para ele, seu queixo descansando em seu peito.

— Eu sei que é pedir muito quando acabamos de nos conhecer.

— Você tem certeza que quer? — Ela questionou. — É uma bagunça emaranhada. Pode ser mais fácil cortá-lo.

— Não! — A negação instantânea de Nikhil explodiu nas paredes da unidade de limpeza, fazendo-a pular. — Sinto muito, pequena. — Ele pareceu imediatamente arrependido. — Eu não queria causar medo.

— Você não fez isso. Apenas me assustou. Por que o pensamento de cortar meu cabelo o incomoda tanto?

— Porque não acontecerá.

— Kaliszianos não têm cabelo curto? — Ela perguntou, seu olhar percorreu seu cabelo que apenas cobria o centro de sua cabeça antes que caísse por suas costas em tranças longas e finas com contas.

— Não. O cabelo é cortado apenas se cometerem o mais hediondo dos crimes.

— Oh

— Então você me permitiria a honra de limpar seu cabelo? — Ele perguntou novamente. — Eu nunca faria isso sem a sua permissão.

Mac franziu o cenho para as palavras dele. Por que consideraria uma honra lavar o cabelo dela? Mas podia ver que ele não faria isso se a deixasse desconfortável.

— Eu permito, Nikhil. Apenas espero que você não se arrependa de fazê-lo. Não foi escovado desde que os Ganglians nos levaram da Terra.

Nikhil encheu a mão com líquido de limpeza, ansioso para realizar um ato tão íntimo para sua companheira verdadeira, quando suas últimas palavras o fizeram parar.

— Ganglians... — Ele rosnou. — Os Ganglians levaram você do seu mundo natal?

— Sim. Você não sabia disso?

— Não. Os Ganglians...

— Eu sei o que os Ganglians fazem com as mulheres, Nikhil, — Ela sussurrou.

— Luol disse que você não foi abusada desse jeito. — Ele rosnou, sua necessidade de protegê-la surgindo através dele.

— Eu não fui. — Ela colocou uma mão calma em seu peito de repente subindo. — Os machos me protegeram. Eles se certificaram que os Ganglians não soubessem que eu... era uma fêmea. — Ela gaguejou.

— Você não...

— Não! Não, Nikhil, eu não fui estuprada.

— Graças à Deusa. — Ele sussurrou trêmulo, sem saber o que teria feito se isso acontecesse. Forçando suas mãos a se soltarem, ele começou a cuidar de sua companheira. — Apoie-se em mim, Mackenzie. Eu cuidarei de você e prometo de que nunca mais terá medo.

Mac estava prestes a dizer que ele não podia prometer algo assim, mas então seus dedos afundaram em seu cabelo sujo e emaranhado para massagear seu couro cabeludo e tudo que ela pode fazer foi gemer de prazer.

— Oh, Nikhil, isso é tão bom.

— Então continuarei fazendo, pequena. Apenas feche os olhos e aproveite.

Mac fez exatamente isso. Seu queixo permaneceu para baixo enquanto suas mãos se moviam pelos lados até que ficaram em seus quadris envoltos em uma calça.

Nikhil não podia acreditar na honra que sua companheira estava dando a ele. Para um Kalisziano, o cabelo era quase sagrado, pois é onde ficavam as contas de Suja. Onde seu lugar na sociedade era mostrado, junto com sua linhagem e suas conquistas pessoais. As miçangas decidiam onde se estabeleceriam, sua altura exibindo o valor daqueles que as usavam. Somente o mais próximo ou mais íntimo de um Kaliszian tinha permissão lavar o cabelo de outro. A única pessoa que Nikhil permitiu fazer isso foi sua mãe e isso foi anos atrás. Mackenzie permitir que esta honra era humilhante.

— Incline a cabeça, pequena. — Ele murmurou e seu coração bateu mais rápido quando ela não hesitou em obedecê-lo, logo enxaguou a sujeira.

— Você já limpou tudo?

— Não. Eu sinto muito. Não quis falhar com você.

— O quê? — Sua cabeça se levantou, seus olhos se abriram. — Por que diz isso? Por que acha isso?

— Você queria que seu cabelo ficasse limpo, mas não terminei.

— Nikhil. — Suas mãos se estenderam, apertando suas bochechas, forçando-o a olhar em seus olhos. — Foi uma pergunta, não uma crítica. E se alguém pode limpar meu cabelo em uma lavagem, eu sei que é você.

— Você realmente acredita nisso? — Seus olhos vagamente brilhantes procuraram os dela.

— Sim.

— Permitirá que limpe seu cabelo novamente?

— Eu permitiria que você limpasse meu cabelo e todas as outras partes do meu corpo até que não houvesse uma partícula dessa sujeira em mim.

— Eu não falharei com você desta vez, pequena.

— Nikhil. — Ela impediu sua mão de obter mais gel de limpeza. — Você nunca falharia comigo. — Soltando a mão, ela abaixou o queixo novamente e fechou os olhos.

Nikhil olhou para a pequena fêmea em seus braços. Quando ele ficou tão confiável? Acreditou em algo tão completamente? Foi então que percebeu que já amava essa pequena fêmea... completamente.

Foram necessárias mais três limpezas para que Nikhil finalmente removesse a última partícula de sujeira do cabelo de sua companheira e uma vez feito isso, ficou surpreso. — É lindo. — Ele sussurrou admirado, nunca sentiu um cabelo tão grosso e sedoso antes ou viu. Não apenas cobria o topo de sua cabeça e descia pelas costas, como o cabelo dos Kaliszianos, mas também cobria os lados de sua cabeça.

— Hmmm? — Mac gemeu, quase dormindo com as atenções de Nikhil.

— Seu cabelo é lindo.

— Acho que você está abusando dessa palavra. — Abrindo os olhos, ela deu-lhe um sorriso provocante. — É apenas cabelo castanho.

— Eu não uso demais a palavra e se seu cabelo é marrom, então é de todos os tons de marrom conhecido nos universos, do mais escuro ao mais leve, tudo misturado. E isso, minha Mackenzie, é lindo.

Mac olhou para Nikhil em estado de choque. Ela nunca ouviu seu cabelo ser descrito de tal maneira. Sim, ela sabia que seu cabelo tinha diferentes tons de castanho, mas isso era porque ficava muito no sol. Pelo menos, era assim que via. Nikhil obviamente via isso de uma maneira completamente diferente.

— Eu... obrigada, Nikhil.

— Apenas falo a verdade. Agora deixe-me cuidar do restante de você. — Pegando o pano que reservou para limpar o cabelo, ele gentilmente começou a remover a sujeira do rosto que a água não tirou.

— Quão ruim é isso? — Mac perguntou, mantendo o rosto inclinado para o dele.

— É lindo.

Desta vez, quando ele usou essa palavra, Mac beliscou um dos músculos em sua cintura, com força, fazendo-o se mexer levemente.

— Porque você fez isso? — Ele perguntou.

— Porque você usou essa palavra novamente e está mentindo. — Ela disse com raiva. Ela não precisava que ele continuasse tentando aplacá-la com belas palavras. Não era bonita, nunca foi bonita e depois dos golpes que os Zaludianos deram em seu rosto, sabia que nunca seria.

— Você acha que eu não falaria a verdade para você? — Nikhil ficou rígido de indignação.

— Acho que você é um homem bom. Acho que está tentando me manter calma. Mas eu sei que não há como estar tão bonita. — Sua voz se rompeu um pouco. — Não com todo o dano que os Zaludianos fizeram em meu rosto!

— Você acha... — Ele cuidadosamente segurou o rosto dela com as mãos, gentilmente forçando-a olhá-lo, mesmo quando ele se inclinou para mais perto. — Eu não acho que você é linda, Mackenzie. Eu sei que é. Sim, você ainda está coberta de sujeira, mas isso pode ser lavado. Sim, ainda há alguns hematomas em seu rosto, mas desaparecerão. O que você não parece entender é que enquanto estava inconsciente, a unidade de reparação profunda removeu o dano que os Zaludianos infligiram.

— O quê? — Seus olhos se arregalaram com as palavras dele e lentamente ela passou a língua pelo lábio inferior. Um lábio que ela sabia que foi aberto por um punho Zaludian. Ela sabia disso porque sentiu o gosto de sangue, mas agora não havia nada ali.

Os olhos de Nikhil seguiram o caminho que a pequena língua sexy fez no lábio inferior de Mackenzie. Como podia um movimento tão pequeno o cativar tanto?

— Ei, se foi. — Ela sussurrou baixinho.

— O quê? — Ele respondeu com a mesma calma.

— O corte onde o Zaludian me atingiu quando eu não disse meu nome.

— Aquele que usa as contas vermelhas? — Nikhil perguntou rispidamente, então xingou em Kaliszian ao ouvir sua resposta.

— Sim. O que há de errado, Nikhil? — Ela perguntou não entendendo o que ele estava dizendo.

— Eu não deveria tê-lo matado tão rápido. Deveria tê-lo feito sofrer por isso.

— O quê? Você o matou? — Seus olhos se arregalaram quando percebeu que ele estava falando sério. — Ele está morto?

— Sim. Ele estava na caverna onde a encontrei. Eu o matei para chegar até você. — Ela se afastaria dele agora? Ficaria com medo dele? Como sobreviveria?

— Obrigada. — Apoiando as mãos em seu abdômen duro, ela ficou na ponta dos pés e apertou os lábios no canto da boca.

Nikhil sentiu todo o seu corpo estremecer enquanto seus lábios roçavam os dele. Uma perfeição que ele nunca sentiu antes o encheu e tudo por causa dessa pequena fêmea.

— Porque isso? — Ele murmurou, esforçando-se para impedir-se de esmagá-los e ficou desolado quando ela os afastou para responder a sua pergunta estúpida.

— Por ter certeza que nunca terei que encará-lo novamente. Que nunca terei que me preocupar com ele de repente aparecendo e me atacando novamente.

— Nunca acontecerá. — Enquanto ele falava suavemente, suas palavras tinham um poder inconfundível por trás delas. — Ele nunca irá machucá-la novamente, Mackenzie.

— Eu acredito em você. — Abaixando os calcanhares de volta para o chão, ela apenas olhou para ele e esperou. Lentamente, ele ergueu o pano novamente e com uma intensidade que deveria tê-la assustado, começou a limpá-la cuidadosa e metodicamente.

Limpar. Que palavra perfeita, ela pensou, pois era exatamente o que parecia estar fazendo. Limpando seu corpo e alma, removendo todos os remanescentes de seu tempo gasto com os Ganglians e Zaludianos.

Ele começou em sua testa, em seguida, desceu, certificando-se de que fosse extremamente gentil ao redor seus olhos e lábios. Assim que ficou satisfeito com os resultados, começou em seu pescoço e ombros, movendo os cabelos limpos de um lado para o outro.

— Mackenzie.

— Sim? — Ela perguntou quando ele fez uma pausa.

— Estas coberturas...

Mac sentiu seus olhos arregalarem. Ela sabia que as roupas precisavam ir, queria que saíssem, não havia mais nada delas e apenas a lembraram de tudo de ruim que aconteceu. Mas ainda assim... eram tudo o que ela tinha de casa.

— As roupas não fazem uma casa, Mac. — As palavras de seu avô ecoaram em sua cabeça. — As pessoas sim.

— Não importa. — Ela disse a ele, então franziu a testa quando Nikhil parou a mão quando ela começou a tirá-las. Com um puxão em cada peça, as roupas ofensivas desapareceram. — Ok, acho que é uma maneira de tirá-las. — Nikhil apenas grunhiu, mas ela podia sentir a satisfação dele.

Nikhil não conseguia expressar como se sentia ao olhar para Mackenzie. Ela nunca deveria ter que usar qualquer coisa que um Ganglian ou um Zaludiano tocou. Ele se certificaria de que ela tivesse apenas o melhor dos revestimentos a partir de agora. Sua mãe saberia onde encontrá-los. Ele iria... seus pensamentos sobre coberturas desapareceram quando ele percebeu que estava tocando um dos seios dela.

Cuidadosamente, ele limpou o pequeno globo, tentando não se distrair, pois pareceu inchar um pouco ao toque, seu mamilo rosado ficou duro. Ele ficou tentado a provar apenas para ver como era, mas sabia que agora não era a hora para isso. Esperava que mais tarde, depois de sua companheira se recuperasse completamente, permitiria que a reivindicasse e lhe oferecesse sua conta Ashe.

Mac não podia acreditar o quão gentil Nikhil estava sendo. Ela sabia que, se estivesse se limpando, provavelmente teria removido uma camada de pele tentando se livrar de toda a sujeira que a cobria. Não Nikhil, ele teve cuidado enquanto limpava firmemente primeiro um ponto depois outro com o pano, enxaguando-o no fluxo de água quente que fluía pelas suas costas.

Quando alguém esteve tão decidido a cuidar dela? Não seus pais, embora soubesse que a amavam, mas era um amor secundário. Olhando para trás com novos olhos, percebeu que a maior parte da atenção de seu pai estava focada na carreira que o matou e a de sua mãe estava focada em seu pai.

Não seu avô. Enquanto ele fez o seu melhor, sua montanha sempre atraiu a maior parte de sua atenção.

Não os homens, apesar de tentarem. Mas ela não era do grupo deles. Eles não a conheciam, era apenas o guia.

Não, ninguém nunca se importou com ela como Nikhil. Como se suas necessidades fossem tudo o que importava. Ela sentiu-o tenso por um momento enquanto limpava seus seios. Eles responderam ao seu toque e ela sabia que se ele quisesse tentar alguma coisa, não seria capaz de impedi-lo. Mas ele não se aproveitou da situação, apenas se moveu rapidamente para limpar seu estômago e quadris. Este homem extremamente grande, que mal a conhecia e estava cuidando dela mais do que qualquer outra pessoa já o fez.

Ela estava prestes a agradecê-lo, dizer o quanto ela apreciava o que ele estava fazendo quando ele a chocou, ficando de joelhos.

— Nikhil... — Suas mãos agarraram seus ombros.

— Eu sei que você está ficando cansada, pequena. — Ele olhou para ela com olhos preocupados. — Não demorará muito mais. Levante o pé. — Ele gentilmente agarrou seu tornozelo e levantou-o em sua coxa. — Você está indo tão bem. — Ele disse quando começou a limpar a perna dela.

— Eu não sinto que estou. Você está fazendo tudo.

— Não há nada de errado em deixar alguém ajudar quando você precisa. — Ele cuidadosamente moveu o pano entre suas coxas, limpando uma área que queria conhecer mais intimamente, mas se recusou a ficar ali. Agora não era a hora.

Na verdade, ele nunca pensou em quão bonita e sexy a perna de uma mulher poderia ser. Desde a coxa até panturrilha. Havia também um delicado tornozelo e pé. Ele nunca considerou um pé delicado antes, vendo apenas o seus enormes. Mas os de Mackenzie eram.

Alcançando o fim daqueles ossos delicados, ele gentilmente massageou cada dedo do pé, seu polegar trabalhando entre eles, certificando-se de que nem uma única partícula de sujeira permanecesse. Colocando o pé de volta para baixo, ele tocou o outro tornozelo dela e ela de bom grado o colocou na coxa dele. Cuidadosamente, ele inverteu suas ações e subiu a outra perna.

Mac olhou para a cabeça abaixada de Nikhil, impressionada com a atenção que estava dando a cada perna. Sua respiração ficou ofegante quando ele limpou entre as pernas, roçando seu sexo, mas como antes, ele parou por apenas um momento, em seguida, rapidamente continuou.

Ela encontrou a mão subindo para tocar a larga faixa de cabelo que cobria o topo de sua cabeça. Era mais suave e mais grosso do que parecia, preso firmemente. Por alguma razão, ela pensou que se sentiria escorregadio ou oleosa, mas não.

Na nuca havia uma espécie de clipe que controlava todos esses fios. Mas o curioso era os fios que saíam do clipe, eram tranças finas com uma variedade de contas coloridas afixadas a eles em diferentes níveis.

— Elas são lindas. — Ela sussurrou, levantando várias tranças, deixando-as deslizar por entre os dedos, acariciando-as. Era a sensação mais estranha porque parecia que as contas estavam acariciando suas costas.

As mãos de Nikhil pararam, sua cabeça se moveu quando ela tocou suas contas, seu olhar indo para o dela. — Você acha minhas contas de Suja... lindas?

Mac deu-lhe um leve sorriso, uma vez que ela usou a palavra que ele falou tantas vezes. — Sim, eu acho. Especialmente em você. Por que você as usa?

— Eles significam minha linhagem, quem são meus pais e o que realizei em minha vida. — Disse ele, depois se levantou com cuidado e se moveu atrás dela, bloqueando o jato de água. — Incline a cabeça. — Ele encorajou suavemente e quando ela confiante o fez, ele enxaguou seu cabelo longo e lindo mais uma vez. Ele assegurou-se de que nenhuma sujeira em suas costas se agarrasse a ela, depois juntou seus cabelos e o colocou sobre um de seus ombros limpos.

— Eu limparei suas costas agora, então você poderá descansar, pequena.

Mac apenas acenou com a cabeça e se inclinou um pouco para frente, dando-lhe melhor acesso às costas dela. Não demorou muito para limpá-lo, já que o fluxo contínuo de água removeu a maior parte dele. Apenas alguns pontos precisavam de sua atenção. Mas ele ainda ficou espantado com a suavidade de sua pele sob as mãos de guerreiro. Ele tentou não notar os dois recortes sensuais logo acima de seu traseiro arredondado ou quão perfeita essa bunda sentia em suas mãos. Mackenzie já era tudo o que ele queria em uma fêmea. Quão incrível seria quando recuperasse sua saúde e tamanho anterior?

Mac fechou os olhos quando as mãos de Nikhil percorreram suas costas. Ela sabia que ele estava apenas a limpando, cuidando dela, embora não entendesse por que fazia isso, mas não negaria que era incrível.

— Você está bem, Mackenzie? — Ele perguntou, seus braços envolvendo a cintura dela, puxando-a para trás contra ele quando terminou.

— Estou com você me segurando. — Ela admitiu. Lentamente, ela se virou em seus braços, inclinando o rosto para olhá-lo. Deus, ele parecia tão incrível sob o jato de água caindo por suas costas. Afundando-se mais profundamente no conforto de seus braços, ela sentiu seus joelhos cederem enquanto sua última força a deixava.

— Mackenzie! — Nikhil a pegou nos braços, levando-a para fora da unidade. Puxando um pano da parede, ele a envolveu. — Vou levá-la para Luol.

— Não! — Ela imediatamente rejeitou a ideia enquanto lutava para manter os olhos abertos. — Apenas me dê um minuto e eu ficarei bem.

— Você não está bem! — Ele argumentou. — Você caiu em meus braços.

— Apenas preciso descansar por um minuto.

— Você terá todos os minutos que quiser, minha pequena. — Levando-a para sua cama, ele arrancou as cobertas e gentilmente a deitou.

— Nikhil. — Ela protestou. — Estou molhada.

— Eu não me importo. Você precisa descansar. — Puxando o pano de seu corpo, ele rapidamente a cobriu com os cobertores, certificando-se que ficasse bem. Então ele começou a tirar o excesso de umidade do cabelo dela.

— Nikhil. — Ela tentou se libertar do casulo de cobertores que a envolvia, mas a mão dele a acalmou.

— Não Mackenzie, tudo ficará bem. Apenas descanse.

Mac descobriu que apenas podia fazer o que ele pedia. O calor do chuveiro a relaxou. Combine isso com o conforto da cama e a sensação de segurança, seus olhos fecharam e ela estava dormindo profundamente.


CAPÍTULO QUATRO

Treyvon franziu a testa quando entrou na unidade médica e a encontrou vazia.

— Ela está na área de reparação profunda. — Gryf disse a ele, apontando para a porta parcialmente fechada do outro lado da sala.

— Ela ainda está na unidade? — Treyvon não podia acreditar. Os ferimentos da fêmea deveriam ser realmente graves para a unidade continuar tratando-a.

— Não, ela não está. — Disse Luol, saindo de seu escritório. — Eu deixei que o Líder do Esquadrão Nikhil a levasse para seus aposentos.

— O quê? Por quê? — Treyvon exigiu.

— Porque ela é a sua companheira verdadeira e ele é o único em quem ela confia. Especialmente depois do modo como o Comandante a tratou. — Luol lançou um olhar de desaprovação para Gryf.

— Sobre o que você está falando? — Treyvon virou-se para olhar para seu segundo em comando.

— O Comandante Gryf tentou ordenar ao Líder do Esquadrão Nikhil para se afastar de sua companheira.

— Ele fez o quê? — O olhar de Treyvon permaneceu em seu comandante.

— Sim e isso compreensivelmente irritou Nikhil significativamente. Suas emoções foram transferidas para sua companheira verdadeira fazendo com que ela ficasse muito agitada. E se Nikhil não conseguisse acalmá-la, ela poderia ter se machucado gravemente, como ainda estava na unidade de reparo profundo.

— Você tentou forçar um guerreiro, um dos nossos maiores, a abandonar sua companheira verdadeira enquanto estava dentro da unidade de reparação profunda?

— No momento apenas tinha a informação do curandeiro Luol de que ela era a companheira verdadeira de Nikhil. Ele poderia estar errado.

— Mas não estava.

— Não. — Gryf precisou romper o contato visual com seu General e amigo.

— Então, quando ela finalmente se acalmou, o Comandante Gryf achou que seria um bom momento para interrogá-la. — Continuou Luol.

— Comandante?

— Ela falou de seu tempo com os Zaludianos. — Disse Gryf, defendendo suas ações. — Eu estava apenas tentando descobrir quanto tempo ela estava com eles.

— Jogando perguntas e não lhe dando tempo para responder? — Luol disse. — Você a assustou!

— Essa não foi a minha intenção! — Gryf deu um passo ameaçador em direção ao curandeiro.

— Qual é a sua condição, Luol? — Treyvon perguntou, interrompendo a discussão entre seu Comandante e Curandeiro.

— Ela está fraca, o que é de se esperar depois do que ela viveu. — Luol afastou o olhar de Gryf, dando ao General toda a atenção. — A unidade de reparação profunda foi capaz de tratar os ferimentos causados pelos Zaludianos e comecei a reabastecer os nutrientes que ela estava com deficiência.

Treyvon franziu a testa para isso. — Você considerou que talvez sua espécie não exija os mesmos nutrientes que nós?

— Sim e foi por isso que apenas dei a ela uma parte do que a unidade recomendou. Não queria sobrecarregar seu sistema.

— E?

— Seu corpo pareceu absorver prontamente o que dei a ela sem efeitos colaterais. Depois que ela descansar, terminarei o tratamento. Então ela deve estar pronta para usar o educador.

— Seria melhor para ela permanecer aqui. — Disse Gryf rigidamente.

— Não, não seria. Não apenas não separaria Nikhil de sua companheira verdadeira, mas pelo que ouvi, há outros sobreviventes que precisam da unidade de reparação profunda. Ter outros machos ao redor de sua companheira fraca aumentaria todos os instintos protetores de Nikhil, o que por sua vez agitaria sua fêmea. Ela não precisa disso. Descansará melhor nos aposentos de Nikhil.

— Você tem certeza que ela é sua companheira verdadeira, Luol? — Treyvon perguntou baixinho.

— Ela usa sua conta de companheiro verdadeiro, General. E embora eu não ache que ela perceba ou saiba o que isso significa, responde às palavras, ao toque e às emoções de Nikhil como apenas uma companheira verdadeira faria.

— Uma companheira verdadeira não foi encontrada em quase quinhentos anos, Luol.

— Eu sei disso, General e se não tivesse testemunhado, não acreditaria. Mas o fiz. Suas respostas eram verdadeiras.

— Eu preciso ver isso por mim mesmo. Gryf, comigo.

Gryf caminhou silenciosamente ao lado de seu General, sabendo que algumas coisas ainda precisavam ser ditas. — Eu não deveria ter me aproximado dela assim.

— Não. Você não deveria. — Treyvon concordou, continuando andando.

— Eu não acreditei que ela fosse sua companheira verdadeira. Quer dizer, como ela poderia ser? Ela nem é Kalisziana.

— Você sabe que houve uma época em que os Kaliszianos encontravam sua companheira verdadeira em outras espécies, Gryf.

— Antes da Grande Infecção talvez, mas não desde então.

— É verdade, mas isso significa apenas que devemos agradecer à Deusa por ela abençoar um macho com uma.

— Graças à Deusa...— Gryf balançou a cabeça em desgosto. — Ela foi a única que tirou nossas verdadeiras companheiras junto com nossa capacidade de fornecer para elas. E se não fosse por ela, Mica... — Ele parou.

Treyvon parou de andar e se virou para confrontar seu amigo. — Mica nunca foi feita para ser sua, Gryf. E se não pode acreditar nisso apenas por suas ações, então acredite na sua conta de companheira verdadeira. Recusou-se a aceitá-la.

— Eu a deixei sozinha muitas vezes. Eu não fiz...

— Isso não importa! Sua conta de companheira verdadeira ainda a teria aceitado. Ela se recusou a fazê-lo, então ela nunca foi feita para ser sua companheira verdadeira. Você precisa aceitar isso.

— Ainda havia uma chance.

— Apenas se Mica tivesse aceitado sua conta Ashe. Ela recusou, Gryf. Ela seguiu em frente e você também deve. Um dos nossos melhores guerreiros encontrou sua companheira verdadeira. Vamos celebrar sua boa sorte como se fosse nossa. — Virando-se, Treyvon continuou para os aposentos de Nikhil.

8 8 8

Nikhil pegou suas armas, preocupado que Mackenzie pudesse se machucar com uma delas e vestiu um uniforme seco. Agora ele apenas olhava para ela dormindo profundamente em sua cama, ainda achando difícil acreditar que ela estava lá, que era dele. Cuidadosamente ele se abaixou, levantando a parte de seu cabelo que sua conta reivindicou. Ela respondeu ao seu toque brilhando levemente e emitindo uma sensação de paz que lhe dizia que ela estava bem.

Era um dos segredos cuidadosamente guardados da conta de companheiro verdadeiro. As contas conectavam um casal. Apenas ao tocá-lo, a pessoa sabia a condição do outro. Se eram dois Kaliszianos que trocavam suas contas, precisavam apenas tocar no cabelo deles para saber se o outro estava bem.

Nikhil precisava admitir que desejava que Mackenzie tivesse uma conta de companheiro verdadeiro para ele usar. Então, quando estivesse longe dela, saberia que ela estava bem. Mas ele também estava grato por ela não ter uma. Ele não queria que ela soubesse se ficasse ferido durante uma missão, o que sempre era uma possibilidade. Não queria que ela sentisse o que ele sentia quando matava, mesmo que fosse justificado. Nenhuma escuridão que fazia parte de sua vida deveria tocar essa incrível criatura que a Deusa lhe confiou. Ela nem percebeu como já aliviou a carga que ele carregava. Olhava-o e via, não um grande macho como os outros. Ela não o temia. Confiava nele quando estava mais vulnerável e nunca trairia essa confiança.

O som de um punho batendo em sua porta externa fez com que ele soltasse a conta e se levantasse rapidamente. Atravessando a sala, ele fechou a porta de sua câmara de repouso para que ela não fosse perturbada pelo punho que estava começando a bater mais forte em sua porta externa.

— O quê? — Ele rosnou, batendo no cristal que abriria a porta. O olhar feroz em seu rosto teria dissuadido um macho normal, mas o General Treyvon Rayner não era um macho normal e Nikhil se endireitou em atenção. — General.

— Guerreiro Nikhil. Fui informado sobre sua situação e quero felicitá-lo. Você foi abençoado com uma companheira verdadeira.

— Sim, General. — Nikhil deu um passo para trás permitindo que Treyvon entrasse em sua sala de estar. Quando Gryf o seguiu, ele fechou o punho. Ele sempre respeitou o Comandante Gryf, sempre o considerou um macho honrado, mas tentou ficar entre ele e sua Mackenzie, isso Nikhil nunca permitiria.

— Eu me arrependo de ter perturbado sua companheira verdadeira, Líder do Esquadrão Nikhil. — Gryf falou primeiro, sabendo que ele era o único culpado.

Nikhil olhou silenciosamente para o outro macho por vários instantes, em seguida, assentiu, sabendo que era o mais longe que o Comandante iria.

— Por que você está aqui, General? — Nikhil se dirigiu a Treyvon.

— Eu esperava falar com sua companheira verdadeira. — Treyvon disse a ele. — Ainda não sabemos exatamente o que os Zaludianos estavam fazendo e por quê. Não sabemos por que os Ganglians estão ajudando-os. Ela pode saber de alguma coisa enquanto a mantiveram separada.

— Ela está descansando e não vou perturbá-la. Não quando há outros de quem você possa coletar essa informação.

— Verdade, mas ela foi mantida separada. Pode ter ouvido algo. Ela disse alguma coisa para você? — Treyvon perguntou.

— Apenas que o seu mundo natal é um lugar chamado Terra e que os Ganglians os tiraram de lá e os trouxeram para cá.

— Isso foi tudo o que ela disse? — O rugido de incredulidade de Gryf ecoou pelas paredes e ele deu um passo em direção a Nikhil. — Você está com ela há horas. Ela deve ter dito muito mais do que isso!

— Ela estava inconsciente o tempo todo e ao contrário de você, Comandante. — Enquanto a raiva de Nikhil aumentava, a voz dele não. — Eu me preocupo mais com o bem-estar dela do que com a coleta de informações sobre os Zaludianos.

— Pode haver mais minas! — Gryf argumentou. — Mais como ela sendo detida!

— E como ela saberia disso?

— Chega! Vocês dois. — Ordenou Treyvon. — Isso não está nos levando a lugar nenhum. O Líder do Esquadrão Nikhil, está certo. A saúde de sua companheira é mais importante do que qualquer informação que ela possa fornecer agora. Sabemos pelos sobreviventes em outros locais que nunca viajaram de um local para outro. Não há razão para pensar que foi diferente nesta mina.

— Mas pode ser com o número de corpos encontrados...

— Nikhil? — A voz fraca fez os três machos se virarem para a porta fechada.

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Mac tentou bloquear as vozes elevadas que se filtravam da caverna externa para a pequena onde ela e Jen dormiam. Isso não acontecia com frequência, já que os homens estavam sempre exaustos demais quando voltavam da mina para discutir. Mas isso aconteceu.

Enquanto as vozes deles ficavam mais altas, ela franziu a testa. Eles nunca ficaram tão altos assim. Fazê-lo chamaria a atenção dos Zaludianos, o que nunca era bom. Talvez um deles foi ferido. Ela precisava se levantar e descobrir o que estava acontecendo. E se não o fizesse, Jen o faria e ela estava lutando o suficiente.

Forçando os olhos, Mac parou quando não viu o teto de pedra que estava acostumada a ver acima dela. Onde estava? Virando a cabeça para o lado, percebeu que descansava em um travesseiro e que seu corpo estava deitado em uma cama macia. Havia cobertores bem seguros ao redor dela. Onde porra estava?

A respiração cuidadosa que ela tomou provocou seus sentidos. Estava limpo e fresco sem a poeira que sempre prevalecia na mineração. Havia algo familiar, no entanto. Ouvindo mais perto as vozes, ela não conseguia entender o que estavam dizendo, mas podia reconhecer uma delas não importando em que língua estivesse falando... Nikhil. E de repente, tudo voltou para ela.

Nikhil a resgatou dos Zaludianos. Ele disse que todos foram resgatados e mesmo que ela não viu ninguém ainda, acreditou nele. Ele não disse nada sobre Jen, sobre haver outra mulher, apenas que havia dez homens. Os homens ainda estavam protegendo Jen. Ela precisava descobrir se Jen estava segura.

Ela sabia que se sentia segura com Nikhil, mas não entendia por quê. Afinal, ele era enorme para os padrões de qualquer pessoa, mas foi gentil com ela. Especialmente quando aquele outro homem, o que Nikhil chamava... Comandante disparou perguntas para ela.

Nikhil a levou para seus aposentos e limpou-a cuidadosamente. Ele poderia ter se aproveitado dela então, mas não fez. Em vez disso a cuidou, certificando-se de que não houvesse uma partícula de sujeira em nenhum lugar de seu corpo. Então ele a colocou cuidadosamente em sua cama.

Estendendo a mão, ela tocou o cabelo e pela primeira vez em... ela não sabia quanto tempo... podia passar os dedos por ele. Era sedoso e suave sem um único grunhido. Chegando ao final de um fio, ela franziu a testa sentindo alguma coisa. Levantando o fio, ela viu que havia uma conta ao final. Girando-a entre os dedos, ficou surpresa com o quão quente era, como parecia brilhar para ela. Mas por que isso acontecia?

Segurando a conta, uma sensação de ansiedade a encheu. Ela não entendia de onde vinha, mas sabia que algo estava errado e precisava chegar a Nikhil. Sentando-se, ela lutou para sair das cobertas, precisando encontrá-lo. Quando o ar frio bateu, lembrou que estava nua. Olhando ao redor, ela não viu nada que se assemelhasse a um armário ou cômoda, então tirou um dos cobertores da cama. Envolvendo-o com segurança sob seus braços e foi encontrar Nikhil.

— Nikhil? — Ela gritou, indo para onde ela sabia que a porta estava quando ela entrou no quarto, mas agora havia apenas um painel sólido. Passando as mãos sobre ela, não conseguiu encontrar uma maçaneta e entrou em pânico, começou a bater na porta. Por que ela estava trancada? Era uma prisioneira? Foi tudo um truquê? — Nikhil!

Um momento ela estava batendo em uma porta fria e sólida, no próximo em um peito sólido e quente.

— Mackenzie. — Nikhil envolveu seus braços ao redor dela não gostando do medo que ouviu em sua voz. — O que está errado? Por que não está descansando?

— Eu o ouvi gritar. O que está acontecendo? Por que estava trancada?

Nikhil queria jogar Gryf no chão por acordar e assustar sua companheira novamente. Ele não podia fazer isso agora, mas na próxima vez que se encontrassem no campo de treinamento, Gryf sentiria seu descontentamento.

— Sinto muito por termos acordado você, pequena. — Suas mãos grandes esfregaram seus ombros nus tentando tranquilizá-la de que tudo estava bem, então franziu a testa quando percebeu que ela estava envolta em apenas um cobertor. Havia dois outros machos na sala. Ele a puxou mais perto em seu abraço.

— Por que eu estava trancada? — Ela perguntou.

— Você não estava. Apenas fechei a porta para que você pudesse descansar sem perturbações. Deveria ter percebido que você não sabia como abri-la. — Puxando-a um pouco para frente, ele pegou a mão dela e a colocou no cristal na parede. — Isso é o que você pressiona para abrir ou fechar a porta.

Quando ela apertou o cristal, a porta se fechou. Pressionando novamente, abriu.

— Há um ao lado da porta na área de descanso. — Disse ele.

— Oh. — Mac estava começando a se sentir tola. — Sinto muito. Acho que reagi de forma exagerada.

— Você acordou sozinha em um lugar estranho e ouviu vozes furiosas. — Sua voz estava calma enquanto ele falava. — Depois de tudo que você passou, é natural que tenha reagido assim.

— Por que estava gritando? — Ela perguntou esfregando sua bochecha contra a pele nua de seu peito, sentindo-se acomodar.

— Isso foi minha culpa. — Ao ouvir a voz do Comandante, ela imediatamente endureceu nos braços de Nikhil.

— Está tudo bem, pequena. — Assegurou-lhe Nikhil, apertando seus braços.

— Nikhil, tenho permissão para falar com sua Ashe? — Treyvon perguntou, lembrando-se de falar em Zaludian para que ela pudesse entender.

— Mackenzie? — Nikhil olhou para ela interrogativamente.

— Quem é ele? — Ela perguntou, tentando olhar ao redor de Nikhil para ver quem falava.

— General Treyvon Rayner, o Comandante Supremo da Defesa de Kaliszian. — Disse Nikhil baixinho. — É o macho que o Imperador encarregou de descobrir por que os Zaludianos estavam em Pontus.

— Ele é seu superior? — Ela perguntou baixinho também. Mac não era tão familiarizada com a hierarquia militar, especialmente com a hierarquia alienígena, mas Comandante Supremo e sob o comando do Imperador parecia indicar que esse General estava em nível bem alto.

— Sim, mas isso não importa se você não está pronta para falar com ele. — Ele viu o desconforto em seus olhos. — Deixe-me levá-la de volta para a área de descanso. É muito cedo.

— Não. — Mac resistiu quando ele tentou levá-la embora. — Eu falarei com ele, mas não sei o que posso dizer a ele, a qualquer um de vocês.

Nikhil se virou e Mac conseguiu seu primeiro olhar real para o General e sentiu sua respiração parar. Enquanto ela ainda pensava que Nikhil era o homem mais lindo que já conheceu, o General ficava em segundo lugar. Ele não era tão largo quanto Nikhil, mas era mais alto. E enquanto o poder de Nikhil era inegável, o General era mais sutil, mas igualmente poderoso.

— Ashe Mackenzie. — O General inclinou-se para ela. — É uma honra conhecê-la.

— Honra? — Mac sentou no sofá onde Nikhil indicou. — Por que é uma honra?

— Porque você é a Ashe de Nikhil. — Treyvon franziu a testa para Nikhil, que balançou a cabeça levemente.

— Ashe de Nikhil? — Ela olhou para Nikhil interrogativamente. — Eu pensei que Ashe fosse apenas um sinal de respeito.

— É. — Treyvon rapidamente informou, se perguntando o que dizer.

— Há mais do que isso, Mackenzie. — Admitiu Nikhil, estendendo a mão para o cobertor que se moveu, expondo uma panturrilha pálida. Então ele colocou um braço ao redor dos ombros dela, puxando-a para perto. — Mas preferiria explicar para você mais tarde, em particular.

Mac ficou em silêncio por um momento, seu olhar procurando por Nikhil. Havia algo ali, algo que o deixava desconfortável, mas não estava tentando esconder isso dela, apenas pedindo que esperasse para que pudesse explicar. — Tudo bem. — Ela disse então olhou para o General e esperou.

— Ashe Mackenzie. — O General sentou-se em uma cadeira em frente a ela. — É nosso entendimento que os Ganglians tiraram você do seu mundo natal, um lugar que chama de Terra.

— Sim.

— Pode nos dizer onde é esse planeta?

— Não. — Sua resposta curta e contundente pareceu surpreender o General.

— Por que não?

— Porque eu não sei onde fica. — Seu tom implicava que deveria ser óbvio.

— Como isso é possível? — Gryf exigiu, olhando para ela como se fosse uma idiota. — Toda espécie sabe de onde eles são!

Mac trabalhou com homens a vida toda; eram a maioria em seu trabalho como guia. Havia muitos que achavam que eram melhores e mais inteligentes do que ela apenas porque eram do sexo masculino. Ela não sabia por que achou que seria diferente com esses machos apenas porque podiam viajar no espaço, especialmente depois de conhecer os Ganglians e os Zaludianos. Bem, ela não recuou na Terra e não o faria ali.

— Eu sei de onde eu sou. É um planeta chamado Terra! Que você nunca ouviu falar não é minha culpa!

Os olhos de Treyvon se arregalaram um pouco com a forma como ela desafiou seu Comandante e Nikhil olhou para ela com orgulho. Sua companheira verdadeira passou por muita coisa, mas ela não deixou que isso a quebrasse, como acontecia com muitos sobreviventes. Ela era forte e tinha fogo. Era a perfeita companheira verdadeira para ele.

— Ashe Mackenzie. — As palavras de Treyvon afastaram o olhar que Gryf e Mackenzie estavam tendo. — Está atualmente no planeta Pontus. Isso significa alguma coisa para você?

— Não. Deveria? — Ela perguntou.

— É um pequeno planeta no Império Kalisziano perto do Império Tornian. — Treyvon disse a ela.

— Ok.

— Isso não significa nada para você? — Treyvon questionou.

— Não.

— E quanto aos planetas Crurn, Imroz, Dzhalil ou Kuzbass? — Treyvon continuou perguntando.

— Nunca ouvi falar deles.

— Luda ou Tornian? — Treyvon tentou novamente.

— Não.

Treyvon se recostou na cadeira, pensando. Essa fêmea não parecia pouco inteligente ou ignorante, embora não soubesse como abrir uma porta. Mas diferentes espécies faziam as coisas de maneira diferente. — Que planetas você conhece então? Para quais viaja?

— Você quer dizer fisicamente ou com satélites?

— Fisicamente.

— Nós apenas viajamos para a nossa lua. Não temos naves como a que os Ganglians usaram.

— Vocês... — Treyvon olhou para ela em estado de choque. — Vocês não viajam para outros mundos? Não interage com outras espécies?

— Não. Embora existam aqueles que acreditam que há vida em outros planetas, nós nunca tivemos nenhum contato direto com eles. Não até que os Ganglians nos levaram. E agora que nós interagimos, como vocês tão bem colocaram. — Ela deu um duro olhar para Treyvon. — Com os Ganglians e Zaludianos, posso dizer honestamente que não estamos perdendo muito!

— Eu posso entender isso. — Treyvon concordou. — Você infelizmente conheceu duas das piores espécies nos Universos Conhecidos. E se fosse capaz de impedi-los, eu o teria. E se possível, gostaria de ter certeza de que eles não sejam os primeiros que sua espécie encontre, mas eu preciso sua ajuda para fazer isso.

— Minha ajuda?

— Sim, não temos ideia de onde é o seu mundo natal.

— O quê? Como isso é possível? Quer dizer, fomos trazidos para cá em uma nave.

— Em uma nave Ganglian. — Disse Treyvon. — E nenhuma das que encontramos tinha qualquer informação sobre quaisquer planetas ou espécies previamente desconhecidas.

— Como isso é possível? Nós fomos os únicos a ser levados?

— Não. Houve uma nave há seis semanas, uma nave Ganglian. Foi o que nos chamou a atenção para o que estava acontecendo aqui em Pontus. — Ele deu a ela um olhar de pesar. — Eles carregavam machos Jerboaian, que acreditamos que venderiam aos Zaludianos para as minas... e uma fêmea. Mas eliminaram todo o histórico de navegação.

— Uma fêmea?

— Mackenzie. — Nikhil se virou para ela, não gostando de quão pálida ela ficou de repente.

— Uma fêmea Jerboaiana? — Ela perguntou, lembrando-se dos grunhidos aterrorizados das fêmeas Jerboaianas, que foram arrastadas, uma a uma, até que não restou nenhuma. Ainda pior, ela ainda podia ouvir os gritos cheios de dor que se seguiram. Mas ainda mais terrível foi quando eles pararam e tudo que se ouviu foi o zumbido do motor da nave. E souberam...

— Não. Ela era parecida com você, mas ainda muito diferente, e os Ganglians abusaram dela severamente. É por isso que precisamos entender por que abusaram dela e não de você. — Treyvon se encolheu quando Nikhil começou a rosnar com raiva para ele. Entendia a raiva de Nikhil e odiava pressionar uma fêmea assim, especialmente uma que obviamente sobreviveu a algo grande, mas eles precisavam dessa informação. Os Ganglians nunca teriam vendido uma fêmea aos Zaludianos. Não havia sentido nisso. Eles a teriam usado para vendê-la se ela sobrevivesse.

— Eles não sabiam que eu era uma fêmea. — Ela sussurrou, colocando uma mão no peito de Nikhil e para surpresa de Treyvon, o rosnado parou.

— Como não sabiam? — Treyvon perguntou, porque olhando para ela agora, não havia como confundi-la com outra coisa senão o que ela era, uma fêmea bonita.

— Nós todos estávamos vestidos da mesma maneira. Meu cabelo estava preso para cima e mais curto. — Ela tocou o cabelo que descia por seus ombros, distraidamente tocando a conta em seu cabelo. — Os machos se certificaram de que nunca me encontrassem.

— Você está dizendo que os Ganglians não sabiam que você era uma fêmea? — Treyvon perguntou com incredulidade.

— Não. Quer dizer sim, eles nunca souberam. Podem ser criaturas cruéis e selvagens. — Os olhos dela brilharam para Treyvon. — Mas não são tão espertos. Nem os Zaludianos. Eles apenas acreditaram no que os Ganglians lhes disseram.

— Sim, eles são. — Treyvon concordou. — Você pode nos contar mais?

— M... mais? — Ela ficou surpresa quando sua voz rompeu na palavra, mas ainda mais quando começou a tremer.

— Suficiente! — Nikhil levantou-a nos braços e levantou-se. — Isso é demais, cedo demais. Ela precisa descansar.

— Espere. — Aquela palavra suave de Mac fez com que Nikhil parasse. — A fêmea... — Mac virou os olhos cheios de lágrimas para Treyvon, que se levantou quando Nikhil o fez. — A que os Ganglians abusaram... o que aconteceu com ela?

— O Imperador Wray Vasteri, do Império Tornian, conseguiu salvá-la e curá-la. Agora ela é sua Imperatriz.

Com um aceno de cabeça, ela deitou a cabeça contra o peito de Nikhil e ele a levou.

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Nikhil cuidadosamente colocou sua Mackenzie no centro de sua cama, em seguida, puxou as outras cobertas sobre ela e sentiu seu coração apertar com as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Ele não precisou tocar sua conta de companheira verdadeira para saber que ela estava com dor.

— O que posso fazer, Mackenzie?

— Segurar-me? Pode me segurar um pouquinho?

— Eu posso segurar o quanto você quiser. — Abaixando-se, ele rapidamente tirou as botas e deitou na cama com ela, puxando-a para seus braços. — Estou aqui, pequena, estou aqui.

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— Precisamos conseguir mais informações dela, Treyvon. — Disse Gryf.

Treyvon olhou através da porta que Nikhil esqueceu de fechar e viu seu guerreiro mais poderoso puxar a fêmea chorando em seus braços maciços com mais cuidado do que uma mãe embalando sua recém-apresentada prole. — Não esta noite, Gryf. — Ele respondeu baixinho.

— Mas... — Então parou quando Treyvon virou seus brilhantes olhos azuis para ele.

— E se ela fosse sua companheira verdadeira. — Apontou a cabeça para o casal na cama. — Você colocaria alguma coisa antes do que era melhor para ela? Depois de tudo que passou? Até nós? Estamos aqui há seis semanas e infelizmente, estou começando a acreditar que ela está aqui há muito mais tempo do que nós.

— Isso não pode ser. — Negou Gryf. — Ela é muito pequena e frágil para sobreviver às minas. Ela não estava lá por tanto tempo.

— Ela está, porque nenhuma nave Ganglian ou Zaludian desceu em Pontus desde que chegaram. A menos que você acredite que foram capazes de passar por nossas defesas.

— Impossível! Podemos identificar todas as naves distantes por meio dia de Pontus.

— Então o que isso diz, Gryf? Eu sei o que isso me diz.

— E o que é?

— Que nós subestimamos esses humanos, assim como os Ganglians e Zaludianos fizeram.

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Treyvon recostou-se na cadeira, batendo os dedos nos lábios, pensando em tudo que aconteceu e no que descobriu. A fêmea, a companheira verdadeira de Nikhil, Mackenzie, embora parecida com a fêmea que ele conheceu semanas atrás, a que o Imperador Torniano reivindicou, não era igual. Sua cor de cabelo era a principal diferença, ele nunca viu um cabelo da cor da chama antes e assim era o cabelo da Imperatriz Kim. O de Mackenzie era mais marrom e isso não era incomum para um Kalisziano, apesar de tê-lo cobrindo toda a cabeça.

Nenhum de seus guerreiros encontrou a outra fêmea em sua busca pelo Imperador. Apenas ele a viu. Apenas ele sabia o que o Imperador Vasteri ameaçou. Ele e Liron, seu Imperador. Precisava entrar em contato com Liron. Inclinando-se para frente, colocou o código que o ligaria diretamente ao seu Imperador e amigo.

— Treyvon, o que você está fazendo acordado até tão tarde? — Liron perguntou, sabendo que Treyvon era um de seus poucos Generais que se empurrava implacavelmente, tentando consertar os atos pelos quais não era responsável.

— Descobrimos outra mina. — Disse Treyvon a ele.

— Daco! — Liron amaldiçoou. — Quão ruim?

— Ruim, pior ainda. Liron...

Liron não gostou do modo como seu General e amigo de confiança pareceu hesitar. — O que Nikhil encontrou?

— Eles tinham uma fêmea.

— O quê? — Liron exclamou em choque. — Por quê? Os Zaludianos apenas podem se unir a fêmeas de sua própria espécie.

— Ela não era Zaludian.

— Kaliszian?

— Não. Liron... ela diz que são chamados de humanos.

— Humanos... nunca ouvi falar deles.

— Nem eu, mas enquanto ela é muito diferente, também se assemelha a fêmea que o Imperador Vasteri descobriu na nave Ganglian.

— Aquela que ele declarou sua Imperatriz?

— Sim.

— Aquela pela qual Wray ameaçou acabar com toda a comida se oferecermos seu santuário?

— Sim e há mais.

— Conte-me.

— Ela usa a conta de companheira verdadeira do Líder de Esquadrão Nikhil Kozar. — Treyvon informou a ele.

O silêncio de Liron não surpreendeu Treyvon. Ele conhecia seu primo. Quando surpreso, ele levava tempo para considerar todas as novas informações.

— Eu ouvi alguns rumores, sussurros. — Disse Liron finalmente.

— Que a razão pela qual Wray a declarou sua nova Imperatriz é porque ela compatível, sim.

— O que não faz sentido, já que Wray se recusou a tomar outra fêmea após a morte da Imperatriz Adana, para que outros machos pudessem ter descendência.

— Isso foi antes da morte de seu segundo macho. — Disse Treyvon em voz baixa.

— Verdade, — Liron concordou. — Você viu a conta?

Liron finalmente fez a pergunta que Treyvon sabia que estava por vir. — Sim. Não há dúvida de que ela é a companheira verdadeira de Nikhil.

— Faz tanto tempo desde que um Kalisziano encontrou uma. — Liron sussurrou baixinho. Ele quase perdera a esperança de que um Kalisziano encontrasse novamente.

— Sim.

— Também pode criar um grande problema.

— Eu sei. Porque se ela for da mesma espécie que a fêmea que Wray reivindicou... — Treyvon começou.

— É compatível com os Tornianos. — Liron continuou o pensamento como ele e Treyvon fizeram desde que eram jovens.

— E se os Tornianos descobrirem que ela está aqui... — Treyvon parou.

— Eles exigirão que a entreguemos, ameaçando nosso suprimento de comida novamente. — Liron terminou em um tom duro.

— Ela é a primeira companheira verdadeira de um Kaliszian desde o início da Grande Infecção. — Treyvon sabia que não precisava lembrar Liron disso, mas precisava dizer-lhe a verdade. — Nikhil nunca permitirá que ela seja tirada dele. Seu vínculo já é forte, mesmo que ela não tenha contas para oferecer a ele.

— Eu nunca pediria a alguém para sacrificar sua companheira verdadeira, Treyvon. Nem mesmo pelo bem de nosso povo.

— Então, o que devemos fazer?

— Nada. Ainda não. Agora não sabemos se elas são da mesma espécie. Também não sabemos se a nova Imperatriz está com descendência. Até descobrirmos, manteremos está informação para nós mesmo, assim como os Tornianos fariam se a situação fosse inversa.

— Tudo bem, mas devo dizer que não me sinto bem em não informar Nikhil que pode haver uma ameaça contra sua companheira verdadeira.

— Não sabemos se existe uma, ainda não. É assim que deve ser, Treyvon, até sabermos mais.

— Tudo bem, mas se chegar um momento que sentir que Nikhil precisa ser informado, quero sua permissão para contar a ele. — Quando Liron não respondeu imediatamente, Treyvon pressionou mais forte. — E se fosse sua e estivesse em risco, você exigiria saber.

— Tudo bem, mas apenas se necessário. Uma vez que os Tornianos descobrirem sobre ela, não haverá volta.


CAPÍTULO CINCO

Nikhil estava deitado de lado, com Mackenzie nos braços, e sabia que se todos os Universos Conhecidos terminassem naquele momento, ele morreria um homem feliz. Por que tudo o que importava para ele estava em seus braços. Seu manno uma vez tentou explicar como era estar tão ligado a uma Ashe, mas Nikhil nunca realmente acreditou nele, mesmo vendo a devoção entre seu manno e sua mãe.

Agora entendia, porque não havia nada que não fizesse por sua Mackenzie. Até mesmo ignorar seu General, se isso significasse que ela seria cuidada.

— Suponho que você precisa voltar para o seu General. — Mac disse esfregando o rosto contra o peito, tentando encontrar a vontade de se afastar dele.

— O General e o Comandante saíram há algum tempo, pequena.

— Saíram? — Ela levantou a cabeça e olhando através da porta aberta, viu que a sala estava vazia. — Você estará em problemas?

— Problema?

— Sim, porque eu não terminei de responder suas perguntas.

— Não, você se saiu bem e respondeu o que pode. O General pode querer falar com você novamente mais tarde, mas por enquanto, está bem.

— Você tem certeza?

— Sim. Tudo o que você precisa fazer agora é descansar.

Mac colocou a cabeça de volta no peito de Nikhil com um suspiro cansado. Ela sabia que precisava dormir e comer desde que não conseguia se lembrar da última vez que o fez, mas ainda havia muito que ela não sabia.

— Nikhil? — Ela perguntou rapidamente.

— Sim?

— Por que não consegui entender o que você estava dizendo antes quando conversava com o General e o Comandante?

— Nós estávamos falando Kaliszian, nossa língua nativa.

— E o que estamos falando agora?

— Zaludian

— Zaludian. Como isso é possível? — Mac ouviu atentamente e pela primeira vez percebeu que ela não falava inglês.

— Ou os Ganglians ou os Zaludianos colocaram um dispositivo sobre seus olhos?

— Os Ganglians fizeram. Dois deles seguraram Craig e o forçaram. Quando eles o tiraram, Craig pode entendê-los. Eles jogaram o educador nele e foram embora.

— Eles esperavam que ele usasse o educador em você? — Ela não viu o olhar preocupado que ele lhe deu.

— Sim. Eles disseram a ele que qualquer um que não concordasse seria morto. Uma vez terminado, começamos a entender o que os Ganglians estavam dizendo e uma vez chegamos aqui os Zaludianos, mas nunca percebi que estávamos falando a língua deles.

— Você realmente não iria perceber. — Quando ela inclinou o rosto para cima franzindo a testa para ele, continuou. — É parte do que o educador faz. Ele permite que você entenda um idioma falado e que o fale. Então, se um dos machos falasse com você em seu idioma, essa seria a língua em que você responderia sem perceber.

— Então, se eu quisesse falar minha língua, você entenderia? — Mac ouviu atentamente a si mesma e soube que falava inglês. Ela viu Nikhil franzir a testa.

— Essa é a sua língua? — Ele perguntou em Zaludian.

— Sim. — Ela respondeu em Zaludian. — Você entendeu o que eu disse?

— Não, sinto muito, pequenina.

— Mas você disse...

— Você apenas entenderá e falará as línguas programadas em um educador e parece que os Ganglians apenas deram a você a língua deles e dos Zaludianos.

— Eu poderei aprender sua língua?

— Sim, pequena e muito mais. — Ele gentilmente acariciou sua bochecha. — Amanhã, se estiver se sentindo bem, Luol gostaria de colocar nosso educador em você. Ele contém todos os idiomas dos Universos Conhecidos e também uma história e um histórico sobre cada uma delas.

— Eu poderei falar e entender você na sua língua?

— Sim.

— E você entenderá a minha?

— Não, já que não é uma das línguas conhecidas. Mas com o tempo, se você e seus machos trabalharem com Luol, poderemos aprender e gravar para que possa ser programado. — Ele a viu começar a morder o lábio superior. — O que está errado, pequena?

— É apenas... eu apenas...

— O quê? Você pode me dizer.

— Eu quero aprender sua língua e saber mais sobre... tudo bem. Apenas odiei colocar aquela coisa da última vez. Foi desconfortável e eu estava com medo.

— Desconfortável? O que quer dizer? — O corpo inteiro de Nikhil ficou tenso. Um educador nunca deve causar desconforto. Os Ganglians prejudicaram sua Mackenzie?

— Era duro e frio, pareceu pressionar com tanta força minhas têmporas. — Ela não percebeu que tocou o local. — Eu não gostei.

Nikhil rolou um pouco para que ela ficasse de costas, entre seus braços maciços, cercando-a com sua proteção. — Não será dessa maneira, Mackenzie, meu voto. Estará a salvo. Estarei ao seu lado o tempo todo. Luol se certificará de que o educador se encaixe adequadamente e não causará nenhum desconforto.

— E entenderei melhor as coisas, como abrir uma porta?

— Sim, pequena.

— E o que suas contas significam? — Ela estendeu a mão tocando os fios trançados que caíram sobre o ombro dele.

— Isso ajudará você a entender, sim. Mas direi o que quiser saber sobre minhas contas de Suja.

— Contas de Suja... por que você os usa?

— Todos os Kaliszianos usam. — Ele se moveu para o lado, apoiando-se no cotovelo, depois estendeu a mão para trás para puxar suas tranças para frente para que ela pudesse vê-las. — Estas são as minhas contas Bloodline, que recebi durante minha cerimônia de nomeação logo após a minha apresentação.

— Apresentação?

— Quando respirei pela primeira vez?

— Você quer dizer quando nasceu. Ok, eu entendo.

— Esta conta. — Ele tocou a vermelha e o âmbar embaixo da trança. — Representa minha mãe e sua linhagem que agora passa por mim. E esta. — Ele tocou a conta verde e âmbar acima dela. — Representa o meu manno e sua linha de sangue.

— Manno... seu pai?

Nikhil pensou por um momento. — Bem, se pai significa o macho cuja linhagem de onde você vem, então sim.

— Então o que esta representa? — Ela perguntou, tocando a grande conta âmbar escura acima dela que se movia com um âmbar mais claro.

— Eu. E se for abençoado com descendentes, poderei pegar uma parte desta conta e transferi-la para ele ou ela, mostrando que a descendência é minha.

— E eles poderão carregar um pedaço seu com eles. Para sempre.

— Sim.

Mac pensou nisso por um momento e percebeu que ela queria ter algo parecido com seu pai. — Então, o que conseguiu depois?

Nikhil continuou contando sobre suas contas, sobre como ele as ganhou, que para certas conquistas ele recebeu mais. A maioria de suas contas estavam penduradas em suas tranças centrais e chegava quase ao tamanho de seu clipe. Ele se recusou a entrar em detalhes sobre como os ganhou e apenas disse que eles eram suas contas de batalha. Seu avô era assim com suas medalhas. Ele dizia que eram das batalhas e carregava os nomes de todos os homens que perdeu e como corajosos aqueles foram, mas não iria além disso.

— E esta? — Ela tocou a única trança que não foi puxada por cima do ombro dele. Em vez disso, roçou o enorme bíceps que estava descansando na cama e tinha apenas uma conta. Uma conta branca com redemoinho verde.

— Essa é a minha conta Ashe. — Ele disse em um tom abafado.

— Ashe...

— Sim. É a única conta que tenho o poder de oferecer à fêmea com quem desejo ter descendência. E se ela aceitar, se tornará minha Ashe, minha fêmea.

— Mas... então por que todo mundo está se referindo a mim como Ashe então? Por que você me chamou de Ashe? Por que isso. — Ela levantou a conta em seu cabelo, uma conta verde com redemoinho branco nela. — Está no meu cabelo

Quando Nikhil não respondeu, em vez disso pareceu desconfortável, ela franziu a testa. — Nikhil?

— Essa é a minha conta de companheira verdadeira.

— Companheira Verdadeira?

— Sim.

— Por que você colocou em mim?

— Eu não o fiz.

— O que você quer dizer com que não o fez?

— Eu não posso dar minha conta de companheira verdadeira para uma fêmea.

— O quê?

— A conta toma essa decisão.

— A conta... está viva? — Ela estremeceu levemente.

— Não como está pensando. — Ele rapidamente a tranquilizou. — É difícil explicar. As contas de Suja são um reflexo de quem as usa. Elas absorvem sua energia e respondem de acordo.

— O que quer dizer?

Nikhil selecionou várias de suas tranças e mostrou para ela. — Veja, há uma conta no final de cada traça, certo?

— Sim.

— Estas são as minhas contas Elementais. Elas sempre permanecem no centro de todas as minhas tranças.

Ela tocou com cuidado as contas escuras e enquanto elas estavam quentes, não pareciam responder ao seu toque como a de seu cabelo dela fazia. — Bem.

— As contas acima delas são chamadas de contas de Realização. Elas refletem minhas realizações ou marcos que consegui em minha vida. A altura da conta na trança indica o valor dessas realizações ou marcos.

Mac estendeu a mão, tocando mais tranças. Somente na trança central as contas tocavam suas contas Elementais e ainda havia mais contas ali e elas se estendiam mais alto que em qualquer outra trança.

— Essas tranças são mais finas. — Ela acariciou as tranças centrais.

— Eu estive em muitas batalhas. — Ele disse a ela em voz baixa. — E acredita-se que não realizei... bem, então posso receber mais contas. E se isso acontecer, as novas contas serão colocadas em uma das minhas tranças existentes. As contas Elementais irão se dividir e uma nova trança se formará. Com as novas contas migrando para essa trança.

— Isso... isso é incrível.

— Não é assim na sua terra?

— Não. Nem perto.

— Então, como você pode saber se está lidando com alguém que é digno?

— Você precisa confiar no que vê e nos seus instintos.

— O que você vê pode ser manipulado.

— Sim, pode. — Mac pensou em um de seus dois únicos namorados. Derek, que parecia um homem legal, mas acabou sendo um idiota total.

— Você está bem? — Nikhil perguntou.

— Sim. Então elas não podem ser manipuladas ou removidas?

— Podem, mas apenas por um curto período. Não mais do que um dia.

— O que quer dizer?

— Bem, se eu quiser limpar completamente o meu cabelo, solto o meu clipe de Suja, então poderei remover as contas. Depois que terminar, elas serão substituídas.

— Como se lembra de onde estão todas?

— Enquanto limpo meu cabelo, as contas combinam. Eu separo meu cabelo em muitos fios, em seguida, coloco uma conta Elemental no final de cada uma. Elas se ligam, então substituo meu clipe e as outras contas. Dentro de um dia, se dividirão e retornarão à posição correta.

— Isso... isso é incrível. Você faz com frequência?

— Não. A limpeza normal é suficiente, já que as contas podem ser levemente deslocadas. É somente se estiver em uma batalha intensa ou houver uma ocasião importante em que devo comparecer para removê-las.

Mac apenas ficou lá por vários minutos, deixando tudo o que ele disse se acomodar, enquanto seus dedos brincavam levemente com suas contas. Algumas eram quentes, outras pareciam brilhar, outras brilhavam. Mas havia alguns, principalmente as das tranças mais finas, que eram frias, a faziam pensar em violência e morte. A mão de Nikhil se levantou e gentilmente afastou os dedos delas.

— Você não precisa tocá-las. — Ele disse baixinho.

— Por que se sentem assim quando as outros não?

— Como eu disse, essas são as minhas contas de batalha, algumas... refletem momentos da batalha.

— Você precisa carregar com você?

— Todo guerreiro carrega, se ele usa as contas de batalha ou não.

— Eu acho que está certo, mas eu odeio pensar em você carregando todo esse peso sozinho.

Nikhil abaixou a testa para a dela, sentindo o peito apertar com suas palavras. Ela viu mais do que a glória representada pelas contas de batalha, viu o que ele precisava fazer para usá-las e o fardo que carregaria pelo resto de sua existência. No entanto, não queria que ela se preocupasse. Erguendo a cabeça, ele a tranquilizou. — Eu sou forte.

— Eu posso ver isso. — Ela gentilmente esfregou o músculo em seu braço. — Mas algumas cargas são demais, mesmo para os mais fortes para carregar sozinho.

— É por isso que, se a Deusa encontra um guerreiro digno, ele terá sua Ashe. — Seu dedo desceu ao longo de sua bochecha novamente.

— Ashe. — Mac estendeu a mão e tocou a conta ainda em seu cabelo.

— Sim, mas se a Deusa realmente deseja abençoar um macho, ela lhe concederá uma companheira verdadeira. — Ele se abaixou e tocou sua conta de companheira verdadeira que agora estava em seu cabelo.

— Você ainda não me contou como isso entrou no meu cabelo.

— Eu não posso dizer porque eu não sei.

— O que você quer dizer?

— Houve um tempo, muito tempo atrás, quando muitos encontravam sua companheira verdadeira. Mas desde a Grande Infecção, não houve uma única. Até você. — Seus olhos brilhavam enquanto a olhava nos olhos, tocando a conta no cabelo dela. — Dizem que quando alguém encontra seu companheiro verdadeiro, sua conta se transferirá para eles sozinha. Eu acho... que quando a carreguei para o transporte, a conta reconheceu você como minha e foi transferida para você.

— Mas... eu não sou Kaliszian.

— Isso nunca importou. A Deusa considera todos seus filhos, portanto, nossa companheira verdadeira pode vir de qualquer espécie.

— Eu... — O súbito rosnado de seu estômago a cortou e a fez corar.

— O que foi isso?

— Apenas meu estômago. Ignore. Fale-me mais sobre Verdadeiros Companheiros.

Os olhos de Nikhil se arregalaram quando ele percebeu o que ela estava dizendo. Claro, ela estava com fome! Ele não deu a ela o que Luol disse que precisava.

Comida.

Descansar.

Limpeza.

Ele fez duas dessas coisas, mas falhou na mais importante. Deusa, quão estúpido ele era? Como a Deusa podia confiar nele com um presente tão precioso se não era inteligente o suficiente para cuidar dela? Ele saiu imediatamente da cama e correu para a sala externa.

— Nikhil? — Ela gritou, sentando-se na cama. Mas a única resposta que recebeu foi o que soou como armários se abrindo e se fechando. Antes que pudesse se levantar para descobrir o que estava acontecendo, Nikhil voltou, com os braços cheios do que pareciam ser sacolas de papel alumínio que ele deixou cair na cama. — O que é isso?

— Pacotes de comida. Os guerreiros recebem um lote para manter suas necessidades diárias.

— Mas... — Ela viu quando ele pegou uma, apertou um ponto branco entre o polegar e o dedo indicador, então agarrou a ponta oposta e abriu-a. Ela estava prestes a dizer algo mais quando sentiu o aroma de algo quente... e seu estômago roncou novamente. Tudo que pode fazer foi olhar para o vapor subindo da sacola, sua boca enchendo de água.

— Abra. — Nikhil ordenou e olhando para cima, viu que ele tinha uma porção do conteúdo do pacote em sua boca sobre o que parecia ser uma colher. Obedientemente, sua boca se abriu e ela deixou que a alimentasse. Ela fechou os olhos quando a coisa mais deliciosa que já provou bateu em sua língua. Bem, a coisa mais deliciosa desde que foi sequestrada, mas não reclamaria. Não depois do que foram forçados a comer.

— Mais uma vez. — Ele ordenou, levantando o utensílio em sua mão aos lábios dela. A alimentação continuou até o pacote ficar vazio. Jogando-o de lado, ele pegou outro.

— Não. — A mão dela o impediu de pressionar o local em outro pacote. — É o bastante.

— Não pode ser. Você precisa de mais. Você...

— Nikhil, eu adoraria comer mais. Adoraria devorar tudo na minha frente até explodir. Nunca mais quero sentir fome assim, mas se comer mais, tudo voltará.

— Você não sabe...

— Eu sei. Os Ganglians... não sei há quanto tempo eles nos tinham, mas raramente nos alimentavam e quando faziam isso, era com pouco. Exceto pelas três refeições que nos deram logo antes de nos venderem aos Zaludianos. Na primeira refeição estávamos tão famintos que nós não pudemos comer rápido o bastante e todos ficaram doentes. Nos dois dias seguintes, comemos mais lentamente.

— Eles queriam que vocês parecessem fortes para os Zaludianos.

— Sim, nós descobrimos isso. Depois disso, foi apenas o que os Zaludianos nos deram.

— Quantas vezes por dia?

— Eles tinham os homens trabalhando em turnos, metade no primeiro, metade no segundo. Entre esses turnos, levavam comida.

— Isso seria uma vez por dia.

— Sim. — Ela sentiu seus olhos pesados agora que seu estômago estava cheio.

Nikhil notou e imediatamente tirou os pacotes extras da cama. — Deite-se, Mackenzie.

Mac queria protestar, ainda havia tantas perguntas que queria fazer. Mas ela se encontrou obedecendo, seus olhos quase fechados.

— Mais tarde. — Ele a tranquilizou. — Eu responderei qualquer pergunta que tiver depois de ter descansado.

— Deita comigo? — Ela perguntou, seu olhar embaçado procurando por ele. — Pode me segurar?

— Sim, pequena. Deixe-me escurecer os cristais e a segurarei pelo tempo que quiser.

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— Foi um longo dia, Gryf. Faça a última refeição e depois descanse um pouco. Lidaremos com todo o resto amanhã.

— E você? Fará o mesmo?

— Sim. Eu quero conversar com Luol novamente. — Com isso, Treyvon se dirigiu para ala médica.

Luol ergueu os olhos do tablet que estava lendo quando a porta do escritório se abriu e depois se recostou na cadeira. — Eu achei que você voltaria.

Treyvon foi para a cadeira que normalmente estava contra a parede, mas agora estava na frente da mesa de Luol e sentou-se. — Diga-me o que você sabe, Luol.

Treyvon mal olhou para o tablet que Luol empurrou através da mesa para ele, antes de cair no chão. Pegando, ele começou a ler.

— Isso é possível? — Treyvon perguntou, levantando os olhos para Luol.

— Foi o que a unidade encontrou.

— Mas ela é tão pequena, não me refiro apenas à altura. Como ela pode ser quase idêntica a nós?

— Bem, da mesma forma que somos quase idênticos aos Tornianos. Você, melhor do que ninguém, sabe que é possível. Você mesmo traduziu o texto antigo dizendo que uma vez havia apenas uma espécie, um povo, um Imperador.

— Não era nada mais do que uma fábula, Luol, uma história para os descendentes que um dos nossos ancestrais antigos escreveu por algum motivo. Nunca foi para ser levado a sério.

— Eu nunca entendi porque você se sente assim, Treyvon. Não desconsidera nenhum dos outros textos antigos, então por que o faz com este?

— Porque não é possível! Não somos capazes de viajar entre as estrelas há muito tempo!

— Mas se fôssemos, você acreditaria então? — Luol franziu a testa para a expressão no rosto de Treyvon. — Treyvon? O que está errado?

— Você não entende, Luol? E se este texto for verdadeiro, se já fomos um povo e a paz reinou, então isso significa que algo aconteceu. Algo catastrófico que nos separou, algo pior do que a Grande Infecção e ainda pode estar fora lá nos afetando.

Luol ficou em silêncio por vários minutos pensando no que seu General e amigo disse. Ele sabia que Treyvon carregava o peso do que seu ancestral, o Chanceler Aadi fez, ajudando a causar a Grande Infecção que se espalhou rapidamente por todos os Universos Conhecidos. Não era o peso de Treyvon para carregar, mas ele se recusava a acreditar nisso e trabalhou toda sua vida para provar que não tinha nada em comum com Aadi. Por isso que Luol entendia por que Treyvon via o texto assim. Ele temia que talvez outro de seus ancestrais tivesse feito alguma coisa.

— Talvez o que causou isso está desaparecendo. Nós redescobrimos os Tornians milênios atrás. Sabemos que ambas as raças são semelhantes aos Ratakians e agora encontramos esses humanos. Talvez o que os textos antigos dizem, está tentando retornar.

— Provavelmente. — Treyvon olhou para Luol, retornando ao assunto original. — Eu acabei de vir dos aposentos de Nikhil e conversei com sua Ashe. Você disse que ela terminaria o tratamento?

— Sim, eu disse a Nikhil para trazê-la de volta amanhã. Depois, se ela quiser, planejo colocar nosso educador nela para que possa entender e falar Kaliszian, entender melhor o que aconteceu com ela e seu povo.

— Você acha que isso ajudará a entender onde ela está?

— O que você quer dizer? Ela não sabe que está em Pontus?

— Ela sabe que está em um planeta chamado Pontus e que os Ganglians tiraram ela e os seus de seu planeta. Um planeta chamado Terra. Mas ela não pode me dizer onde está em relação a Pontus e nunca ouviu falar de nenhum dos outros planetas que nomeei. Pode ser apenas por causa do educador usado nela que os nomes não traduzem corretamente?

— Poderia ser. Os Ganglians não teriam colocado muito esforço na programação, já que estavam vendendo. Eles apenas precisavam entender as ordens que recebiam. Ajustarei o educador e darei a ela uma localização mais detalhada dos planetas. Isso pode ajudar.

— Ela diz que as pessoas de seu mundo não viajam para outros mundos, que nunca interagiram com outras espécies inteligentes.

Os olhos de Luol se arregalaram. — Eles nunca viajaram no espaço?

— Ela diz que apenas viajaram fisicamente para a lua. E pela forma como disse, eu não acredito que possa ser tão longe do planeta.

— E se esse é o caso, então nenhum detalhe que colocar no educador ajudará a nos dizer onde está a Terra.

— Eu temia isso. E ela ou um de seus machos, não puder nos dizer, então não há como levá-los para casa.

— O que está incomodando você, Treyvon?

— Nikhil encontrou sua companheira verdadeira com uma espécie que nem sabíamos que existia. A primeira companheira verdadeira desde a Grande Infecção. E se houver mais nesta terra e não pudermos sequer encontrá-las?

— Então precisamos encontrá-las. Porque se os Ganglians puderam, nós podemos. Somos melhores que eles.

— Verdade. — Treyvon concordou. — Quando você começará a tratar os outros humanos?

— Quero tratar os outros primeiro e pedi que os Jerboaianos fossem trazidos para cá.

— Por quê? — Treyvon exigiu.

— Cada ser humano exigirá muito tempo. Não apenas com o tempo que precisará na unidade de reparação profunda, mas também porque precisará do uso de nosso educador. Ashe Mackenzie quase sucumbiu aos ferimentos infligidos. E se ela não tivesse daquele jeito, eu teria atrasado a colocação dela na unidade.

— Por quê? — Treyvon perguntou novamente.

— Porque acredito que ela teria tolerado melhor os tratamentos se estivesse descansada e alimentada.

— Você disse que ela tolerou bem.

— Seu corpo o fez enquanto ela estava inconsciente. Mas acordou antes da unidade terminar e entrou em pânico, não entendendo o que estava acontecendo. E se Nikhil não estivesse lá, capaz de acalmá-la por causa de sua conexão, ela poderia ter severamente se prejudicado.

— Mas esse não seria o caso dos machos. Você poderia explicar...

— Eu ainda gostaria que tivessem algum descanso e nutrição antes disso. Também seria útil se Ashe Mackenzie estivesse completamente curada e passado pelo nosso educador. Esses seres foram tratados duramente por duas das piores espécies que os Universos Conhecidos têm a oferecer. Eles não confiarão em nós prontamente. Nós não o faríamos se a situação fosse invertida.

— Verdade. — Treyvon descobriu que não podia discordar.

— Os Zebroianos, Tafaianos e Nekeokianos são espécies conhecidas e são usados para reparar unidades. Eles não lutarão ou questionarão o que estamos tentando fazer.

— Além disso, poderemos devolvê-los a suas casas mais cedo. — Treyvon acenou com a cabeça em concordância. — Eu posso concordar com isso, desde que não haja humanos tão feridos quanto a Ashe de Nikhil.

— O relatório que recebi de Parlan afirmou que todos conseguiram entrar no transporte sem assistência.

— Tudo bem. Eu confio em seu julgamento sobre como proceder com isso. — Treyvon se levantou da cadeira. — Eu espero que você me mantenha informado.

— Claro, General.

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Parlan não podia acreditar que foi designado para esta tarefa. Ele era o guerreiro Parlan Spada! Podia traçar a linhagem de seu manno de volta ao alvorecer do Império Kalisziano e o irmão de sua mãe era atualmente um dos Ministros mais influentes em todo o Império. Estava abaixo dele lidar com sobreviventes. E se foram estúpidos o suficiente para serem capturados pelos Ganglians, então mereciam o que conseguiam.

Mas Deusa, eles fediam e estavam sujos, eram feios. Especialmente os que ele recebeu ordens de guiar para fora da mina. E agora... agora tinha ordens para levar para eles comida! Havia guerreiros que não tinham seu status que deveriam fazer está tarefa servil. Guerreiros como Gulzar, que ainda não alcançou o status de Elite e se o Parlan tivesse algo a dizer, nunca o faria.

Gulzar vinha de uma linhagem inferior, que nunca produziu um Guerreiro de Elite e Parlan tinha a intenção de garantir que a linhagem nunca existisse. Gulzar não sabia seu lugar, achava que ele seria igual a Parlan se tornasse da Elite. Ele estava errado. Gulzar nunca seria igual a ele. Empurrando as portas abertas para a área onde os sobreviventes estavam alojados, ele entrou.

— Coloque-os ali. — Ordenou aos dois guerreiros que seguiam atrás dele. Todos, exceto os humanos, rapidamente se moveram para as caixas, sabendo o que havia nelas. Parlan se virou para encará-los.

— Eu esqueci, vocês humanos. — Ele disse a palavra como se fosse desagradável em sua língua. — Não sabem nada e precisam falar Zaludian. Eu sou o Guerreiro Parlan. Sou um Guerreiro de Elite de Kaliszian e o General Rayner, o Supremo Comandante percebendo que sou o mais digno de seus guerreiros me encarregou de supervisionar vocês. Como estavam com os Zaludianos por menos tempo, serão os últimos a serem tratados pelo curandeiro. Colchões serão trazidos a menos que sua espécie prefira dormir no chão. — O olhar no rosto do guerreiro dizia que era isso que ele supunha.

— Nós preferimos os colchões. — Craig ficou de frente para o guerreiro. — Cobertores também seriam apreciados.

— Mandarei trazê-los. — Parlan fez soar como se fosse uma dificuldade.

— E comida.

Parlan rosnou para ele. — Isto é o que está nas caixas. — Parlan apontou com raiva atrás dele. — O General Rayner ordenou que fossem tratados como um Kalisziano.

— O que isso significa? — Craig perguntou.

— Isso significa que receberão três refeições por dia, assim como um verdadeiro Kalisziano, mesmo que obviamente não sejam dignos de ser um. — Ele zombou. — Isso significa que um Kalisziano digno em algum outro planeta terá que passar por isso. Isso também significa que novos revestimentos serão fornecidos a você junto com os revestimentos adequados para os pés. Mas antes de colocá-los, devem se limpar. Lavar esse fedor de seus corpos. — Ele expressou, como se não soubessem o que isso significava e apontou. — A unidade de limpeza está ali.

Assim que Craig assentiu que entendeu, Parlan se virou e saiu.


CAPÍTULO SEIS

Mac estava deitado de lado, a cabeça descansando confortavelmente no bíceps impressionante de Nikhil enquanto ela olhava para a forma adormecida dele. Ela não conseguia se lembrar da última vez que dormiu tão profundamente ou tão pacificamente, mesmo na Terra e tudo porque Nikhil a abraçou enquanto ela dormia. Ele rapidamente diminuiu os cristais, então se despiu antes de deitar na cama com ela, puxando os cobertores restantes sobre os dois. Ele colocou um braço embaixo da cabeça dela e o outro ao redor da cintura coberta de cobertores, puxando-a para perto, fazendo-a se sentir segura e protegida.

Enquanto os outros cobertores permaneceram ao redor de seus ombros enquanto dormiam, caíram dos ombros de Nikhil dando-lhe uma incrível visão de seu enorme peito, um peito que estava subindo e descendo lentamente. Seus dedos percorreram lentamente seu grande músculo peitoral, roçando o mamilo duro e achatado. Ela circulou lentamente várias vezes, observando-o sob seu toque, antes de seus dedos se moverem para cima e ao lado, sentindo a protuberância de cada músculo e as profundidades entre eles. Sua pele era tão quente e suave, sem as marcas e cicatrizes que as contas de batalha indicavam que deveria ter. Como isso era possível? Seus dedos continuaram sua jornada sensual, descendo sob o cobertor que estava logo acima de seus quadris, quando a mão de Nikhil a impediu de explorar mais.

— Mackenzie... — Ele resmungou e os olhos dela subiram para encontrá-lo acordado e observando atentamente, afastando sua mão lentamente e levando-a aos lábios para beijar sua palma.

Mac sentiu seu coração derreter com a doçura da ação. Ninguém jamais a tratou com tanto cuidado antes, como se ela fosse a única coisa que importasse para eles.

— Você descansou bem, pequena? — Ele perguntou, seus olhos brilhando suavemente, sua voz rouca de sono.

— Sim. — Movendo a mão levemente, ela segurou seu queixo, o polegar acariciando o lábio inferior completo. — Graças aos seus braços ao meu redor.

Nikhil permitiu que sua grande mão calejada deslizasse ao longo de seu braço, incapaz de acreditar como sua pele era suave e sedosa. As contusões que estavam ali no dia anterior desapareceram. Embora ele soubesse que a unidade de reparo profundo era responsável por isso, não fazia sua pele se sentir assim. Era algo natural. Ele pensou antes que a limpeza fez sua pele se sentir assim, mas agora queria saber se a pele dela estava assim em todos os lugares e sentiu seu eixo endurecer com o pensamento de descobrir.

Mac viu os olhos de Nikhil brilharem e sentiu a ereção entre eles. Ela sabia que era seu pênis e sentiu seu canal apertar em resposta. Movendo a mão para mandíbula, ela segurou sua nuca e puxou seus lábios para os dela.

O corpo inteiro de Nikhil endureceu quando Mackenzie pressionou seus lábios contra os dele pela primeira vez. Deusa, eles eram mais suaves do que imaginou que poderiam ser. Ele acordou com os dedos dela sobre ele e foi incrível, mas isso era algo mais. Ele precisava impedir que seus dedos delicados explorassem mais, porque não tinha certeza se ela entendia o que estava fazendo com ele.

— Mackenzie... — Ele sussurrou contra seus lábios.

Mac recuou um pouco, olhando para Nikhil. Ela não tinha certeza do que a fez beijá-lo assim. Nunca foi a agressora em seus relacionamentos anteriores, mas depois de tudo que ele disse sobre serem companheiros verdadeiros e beijando a palma de sua mão, ela não foi capaz de se conter. Agora podia ver que foi um erro. Ela interpretou mal a situação.

— Eu sinto muito. — Ela imediatamente soltou a mão, em seguida, puxou o cobertor com força entre os seios, impedindo que caísse ainda mais e deslizou debaixo deles para ficar de pé.

— Mackenzie... — Nikhil franziu o cenho para ela. Pelo que ela estava se desculpando? Por que parou de tocá-lo? Por que estava saindo da cama deles?

— A unidade de limpeza... há algo lá que eu possa usar para... me aliviar.

— Sim, eu mostrarei... — Nikhil se moveu para sair da cama.

— Não! — Ela estendeu a mão para impedi-lo, depois se moveu rapidamente ao redor do pé da cama. — Tenho certeza de que posso descobrir. — Com o cobertor balançando atrás dela, entrou na unidade de limpeza e rapidamente se virou, procurando o cristal para fechar a porta. Ao vê-lo, apertou-o e observou Nikhil levantar-se da cama, os cobertores caindo revelando cada vez mais sua glória nua. A porta se fechou antes que ela ficasse com o frontal nu.

Nikhil levantou-se não entendendo por que sua Ashe não queria que a ajudasse. Ele não provou que era digno por não se aproveitar dela em seu estado enfraquecido? Por que fugia dele? Por que o afastou? As reações de seu corpo à proximidade dela fizeram com que ela desconfiasse dele? Precisava corrigir isso.

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Mac encostou a testa na porta, a respiração saindo em pequenos suspiros. Deus querido, ela quase conseguiu um frontal completo de Nikhil. E se o cobertor não tivesse se agarrado à cama ela teria e não tinha certeza se estava grata ou ressentida.

Afastando-se da porta, ela observou o lugar no qual ficou tanto tempo no dia anterior. Bem, realmente passou muito tempo no banho com Nikhil... não, ela não pensaria nisso.

Ao longo da parede distante, ela viu vários cristais. Movendo-se até eles, empurrou o primeiro e o que parecia ser um mictório alienígena apareceu. Rapidamente, empurrou o cristal novamente e desapareceu.

Pressionando o próximo cristal, o que parecia ser um vaso sanitário saiu da parede e ela suspirou de alívio. Não percebeu o quanto precisava usá-lo até o ver. Virando-se, ela estava prestes a tirar o cobertor quando a porta da unidade de limpeza se abriu.

— Que porra é essa? — Suas mãos apertaram o cobertor quando Nikhil entrou, agradecido por ver que pelo menos ele vestiu uma calça. — Eu fechei essa porta!

— Você não a selou.

— Bem, como porra faço isso?

— Você segura o cristal.

— Então saia e o farei.

— Mackenzie... o que está errado? Por que está tão irritada?

— Por quê? Oh, eu não sei por quê. Quer dizer, porque deveria ficar com raiva? Eu fui tirada do meu planeta contra a minha vontade. Vendida como um escravo, passei fome, fui espancada quando descobriram que eu era uma fêmea. Então fui jogada em algum maldito tubo e quando saio, sou a companheira verdadeira de alguém que eu nunca conheci! — Mac descobriu que estava batendo as mãos contra o peito dele com cada exclamação e que ele recuou com cada uma delas. — Agora tudo que eu quero é um pouco de privacidade! Algum tempo para descobrir que merda é isso, sem você vir aqui dentro, agindo como se eu lhe devesse uma explicação!

— Mackenzie... estou apenas tentando ajudar...

Mac sentiu seus olhos se encherem de lágrimas porque sabia que ele estava dizendo a verdade. Estava apenas tentando ajudar. Ela era a que parecia querer mais.

— Eu sei. — Ela disse tentando se acalmar. — Apenas preciso de alguns minutos sozinha. Por favor. Deixe-me cuidar do que preciso e então sairei. Talvez você possa encontrar algumas roupas para mim?

— Roupas? Você quer dizer coberturas?

— Ummm, sim claro, coberturas. Enquanto isso for algo que não me deixe andar nua.

— Você não fará isso! — Nikhil rosnou.

— Eu não tenho planos de fazê-lo, se você puder me encontrar algo adequado.

— Eu farei isso.

— Então sairei em alguns minutos. — Com isso, Nikhil estava do lado de fora e ela pressionou o cristal, desta vez selando.

Nikhil olhou silenciosamente para porta agora selada da unidade de limpeza, incerto sobre o que acabou de acontecer. Havia lágrimas nos olhos de Mackenzie, lágrimas de mágoa e confusão. Por quê? Ele achava ter explicado adequadamente o que aconteceu, o que estava acontecendo entre eles. Sua companheira verdadeira parecia disposta a descansar em seus braços, insinuando que era por isso que descansou tão bem. No entanto, saiu logo depois de pressionar os lábios nos dele.

Foi o primeiro beijo de Nikhil de uma fêmea, bem uma fêmea que não era sua mãe ou irmã. Ele queria ir mais longe, como sua mãe e manno faziam. Ele os viu beijar nos lábios muitas vezes e sabia que era a maneira de demonstrar afeição entre um macho e sua Ashe, mas isso nunca era feito em relacionamentos que uma conta não foi trocada.

Queria beijar sua Mackenzie nos lábios, desejava compartilhar aquela intimidade especial com ela, mas não tinha certeza do que praticava sua espécie. Então, se forçou a se contentar em beijar a palma da mão dela, esperando que aceitasse e soubesse o quanto significava para ele.

Ele não estava preparado para os sentimentos que o percorreram quando ela tocou sua mandíbula, seu polegar acariciando seu lábio. Nem com o súbito de pressionar dos lábios dela nos dele. Seu corpo inteiro congelou, sem saber o que fazer e então ela se foi.

Ele pegou o lampejo de dor em seus olhos antes dela fugir de sua cama. Ele de alguma forma a insultou? Feriu-a com sua resposta? Ou a falta dela? Apenas não queria fazer nada errado... mas ainda assim o fez.

Girando para longe da porta, ele foi até a parede mais distante e apertou um cristal revelando seu armário. Olhando para suas coberturas, ele franziu a testa. Não havia nada ali que ela pudesse usar; havia apenas uniformes. Ele nunca foi como alguns machos que compravam coberturas bonitas para atrair uma fêmea e compartilhar sua amizade com ele. Ocasionalmente, achava algo especial no planeta em que estava estacionado e mandava para sua mãe ou irmãs, mas Pontus não tinha essas coisas.

Ele rosnou furiosamente com sua estupidez por não planejar todas as possibilidades, algo que, como Líder de Esquadrão, era seu dever se quisesse manter seus guerreiros vivos. Observou tudo pela última vez e viu a manga de uma cobertura pressionada contra a parede. Puxando, ele deixou seu olhar a percorrer.

Era uma cobertura com mangas longas que deveria ser usada por um guerreiro se ele fosse pego repentinamente em uma tempestade em Pontus. Era feito de um material muito fino, mas quase impenetrável, facilmente armazenado em um kit de guerreiro. E se uma tempestade aparecesse de repente, tudo o que um guerreiro precisava fazer era puxá-la sobre cabeça que estaria protegido.

Teria que servir por agora até que fosse capaz de prover para sua companheira coberturas apropriadas. O som da abertura da porta da unidade limpeza fez com que ele se virasse para encontrar seu Mackenzie andando lentamente em direção a ele.

— Sinto muito pela explosão que aconteceu. — Ela apontou para a unidade de limpeza com a cabeça.

— Explosão? — Nikhil franziu a testa com a palavra.

— É uma figura de linguagem. Eu gritei com você sem um bom motivo.

— Sentiu que tinha uma razão.

— Mas não é bom.

— Você passou por muita coisa, Mackenzie. Eu não quis com minhas ações deixá-la desconfortável.

— Não fez isso. Não tem sido nada além de bondade e compreensão Nikhil, indo muito além do que era necessário. Foram minhas próprias ações que me deixaram desconfortável e você também parece.

— Eu não entendo.

— Percebi afinal que acabamos de nos conhecer, somos duas espécies completamente diferentes e literalmente não falamos a mesma língua. Isso torna os desentendimentos realmente fáceis. Especialmente da minha parte. — Ela olhou para o que ele estava segurando em sua mão. — Isso é para mim?

— O quê? — Ele olhou para onde ela apontou e se lembrou da cobertura em sua mão. — Sim. É apenas uma cobertura de tempestade, é tudo o que tenho por agora. Mas comprarei outra coisa para você. Algo melhor, mais bonito, mais...

— Nikhil, pare! — Ela o cortou. — Tenho certeza de que seja o que for, ficará bem depois de usar as mesmas coberturas por... não sei quanto tempo. Qualquer coisa seria melhor. Você não precisa comprar outra coisa para mim.

Ela estendeu a mão para a camisa, mas parou ao tocá-lo. Ela não se forçaria sobre ele novamente. Sabia que ele disse que ela era sua companheira verdadeira por causa da conta em seu cabelo. Ela assumiu que fosse algo como almas gêmeas na Terra, que compartilhariam um profundo amor e carinho um pelo outro. Algo que já estava sentindo pelo enorme homem. Mas isso incluía tocar e beijar, Nikhil a impediu de tocá-lo e não respondeu ao seu beijo. Era diferente para um Kaliszian? Até que descobrisse, continuaria com cautela.

Nikhil se preparou para o toque dela, ordenando que seu corpo não respondesse e a assustasse novamente. Mas foi tudo para nada quando ela apenas estendeu a mão e esperou. Fez isso de bom grado na unidade de limpeza na noite anterior e novamente enquanto descansava. Até acariciou seu queixo com sua pequena mão. Suas ações fizeram com que sentisse medo de tocá-lo? Cuidadosamente, certificando-se de não a tocar ou assustar, ele colocou a cobertura em sua mão.

— Eu vou... vou apenas voltar para a unidade de limpeza e me trocar. — Virando-se, ela se afastou rapidamente.

Nikhil a observou ir com os olhos preocupados, não gostando da rapidez com que se afastou dele. Precisava reconquistar sua confiança, mostrar a ela que era digno de ser o Dasho que sua companheira deveria ter. Apenas precisava descobrir como fazer isso.

Mac apenas se olhou no espelho por vários minutos, observando sua aparência. A camisa que Nikhil lhe deu ficou solta quando a vestiu pela primeira vez, as mangas longas passando pelas pontas dos dedos. O decote pendia com um capuz e o comprimento passava por seus joelhos. Mas depois de vesti-la por alguns minutos, sentiu que começava a apertar, se ajustar ao seu corpo.

As mangas ainda eram longas, chegando até a metade dos dedos, mas gostava delas ali. A gola recuou para se tornar mais uma gola alta, mas não se sentia restritivo de forma alguma. O restante da também mudou. Agora abraçava seu corpo como uma segunda pele e a barra estava vários centímetros acima dos joelhos.

Ela viu mulheres vestidas assim na Terra, mas sempre tinham aqueles corpos perfeitos, incrivelmente tonificados para mostrar. Ela não. Virando-se levemente, olhou para a forma como o tecido parecia abraçar sua bunda. Precisava admitir que não parecia ruim e não havia costura a ser vista, já que sua calcinha era uma das primeiras coisas a sucumbir às duras condições que sofreu. Era o que precisava passar por gostar de conjuntos de sutiã e calcinha de renda, em vez de práticos. Olhando para frente novamente, ela percebeu que o material levantava e segurava seus seios melhor do que qualquer sutiã. Quando se movia, eles não se moviam, mas isso provavelmente era por causa de quão pequenos estavam agora.

Seu cabelo castanho, que Nikhil levou tanto tempo limpando, caia ao redor de seu rosto em ondas suaves que alcançavam a curva superior de seus seios. Ela nunca teve o cabelo tão longo antes. Estava pelo menos três centímetros maior do que quando foram tirados da Terra. Poderia isso de alguma forma dizer a eles há quanto tempo estavam ali? Ela não tinha ideia de quão rápido o cabelo de uma pessoa crescia. Talvez Jen ou um dos homens poderiam saber.

— Merda! — Ela exclamou baixinho. Ali ela estava olhando para o cabelo, preocupada com a maneira como a camisa de Nikhil se encaixava, sobre ele não gostar de beijá-la e não tinha pensou mais em sua amiga! Onde eles estavam? Para onde foram? Estavam sendo bem tratados? Descobriram sobre Jen? Girando, ela foi encontrar Nikhil e obter algumas respostas.

Ela o encontrou na sala, vestido seu uniforme completo com o as armas do dia anterior, sem a espada amarrada às costas. Mas longe do alcance. Ele tinha uma série de pacotes de prata na mesa à sua frente.

Nikhil ouviu a porta da unidade de limpeza se abrir e virou para que ela soubesse onde ele estava. Mas as palavras permaneceram alojadas em sua garganta. Ele nunca soube que uma mera cobertura de tempestade ficaria tão sexy em uma fêmea. Em sua fêmea. O material se adaptava ao corpo do usuário, impedindo que os elementos da tempestade o prejudiquem. Mas isso... acentuava cada curva, cada linha do belo corpo que ele limpou na noite anterior. Deusa! Ela era bonita. O crepitar de um pacote sendo esmagado em suas mãos o tirou de seu torpor.

— Qual você gostaria? — Ele perguntou rispidamente.

— Estou bem. — Ela respondeu, embora seu estômago roncasse baixinho em sinal de protesto. — Preciso saber sobre os outros.

— Os outros?

— Sim. Onde eles estão? Estão bem? Conseguiram algo para comer?

— Mackenzie, tenho certeza de que eles estão bem.

— Você tem certeza? Isso significa que não sabe que estão. Meu Deus, eles devem estar preocupados comigo. Preciso ir até eles.

— Eu sei que todos os sobreviventes estão sendo mantidos em uma área. E sei que foram alimentados, autorizados a limpar, também tem um lugar para descansar. Eu sei que se algum deles estivesse em péssimas condições, o guerreiro encarregado teria trazido para Luol tratá-los. Nenhum apareceu.

— Como pode saber tudo isso?

— Porque é o procedimento para os sobreviventes que encontramos nos outros locais.

— Outros locais... quer dizer que havia mais lugares... mais minas...

— Sim. — Ele disse baixinho, querendo se bater por revelar isso. Especialmente quando a viu pálida.

— Quantos?

— O seu foi o sexto que encontramos.

— Seis...?

— Acreditamos que encontramos todos.

— Por quê?

— Porque não mais naves Zaludianos tentaram se aproximar de Pontus desde a nossa chegada há seis semanas. Sabemos que chegam uma vez por mês para recuperar os cristais minerados e reabastecer os locais.

— Então por que ainda estavam na nossa mina?

— Isso eu não sei, mas tenho certeza que o General descobrirá de um dos sobreviventes de Zaludian.

— Alguns sobreviveram?

— Acho que sim, embora eu não saiba disso. Havia alguns nas outras minas.

— E outros humanos foram encontrados?

— Não, Mackenzie. Você foi a primeiro que encontramos. — Ele levantou o pacote novamente. — Quer comer agora?

— Eu preciso saber se eles estão bem. — Seus olhos imploraram aos seus e Nikhil descobriu que ele não podia recusar nada. Mas isso não significava que não conseguiria o que queria também.

— Eu posso entrar em contato com o guerreiro responsável e descobrir, mas apenas se você comer enquanto eu fizer isso. Passou por muita coisa.

— Eles também.

— Sim, mas você é a único que me preocupa. — Nikhil se recusava a desistir. Ela era sua companheira verdadeira e esperançosamente seria um dia sua Ashe, enquanto parecia ter feito algumas coisas erradas em cuidar dela, isso ele faria certo.

— Tudo bem. — Ela finalmente disse. Sentando-se, escolheu um pacote.

— Deixe-me ajudar... — Ele estendeu a mão para tirá-lo dela, mas o olhar dela o impediu.

— Eu vi como você fez isso na noite passada. — Ela apertou o ponto. — Eu não sou idiota, sabe.

— Eu nunca pensei que fosse. Estava apenas tentando ajudar.

— Ajude descobrindo sobre meus amigos. Você disse que o faria se eu comesse. — Ela tirou a tampa da bolsa, pegou um dos utensílios na mesa e começou a comer.

Nikhil soltou o aparelho que levava na cintura e entrou em contato com o Guerreiro Parlan.

Parlan estava desfrutando de sua primeira refeição quando o comunicador tocou. — Parlan. — Respondeu ele, seu descontentamento em ser contatado antes de sair de folga era ouvido com facilidade.

— Guerreiro Parlan, este é o Líder de Esquadrão Kozar.

Parlan sentou-se ouvindo mais quem estava contatando-o. O Líder de Esquadrão Kozar era alguém que você não queria estar do lado errado, nem mesmo ele. Pois não apenas Nikhil era o maior entre eles, também era um dos mais fortes. Ele nunca dizia mais do que o necessário, deixando sua habilidade com a espada, blaster e lâmina falar por ele. Seu manno também estava a serviço do Ministro Descarga, um dos Ministros mais influentes e respeitados do Império. Nem mesmo a própria conexão de Parlan com o Ministro Stepney o ajudaria se ele ofendesse Descarga.

— Líder de Esquadrão! O que posso fazer por você?

— Eu quero saber a condição dos humanos.

— Humanos... oh, você quer dizer aquelas criaturas imundas e estranhas que foram resgatadas ontem.

Nikhil apertou os dentes, feliz por Mackenzie ainda não entender Kaliszian.

— Sua condição? — Ele perguntou.

— Ainda não verifiquei esta manhã, mas eles estavam bem quando saí na noite passada. Comida, colchões e coberturas limpas foram fornecidos como o General ordenou, presumo que eles sabiam como se limpar.

— Você mostrou a eles como usar a unidade de limpeza?

— Por que faria isso? Todas as espécies conhecidas sabem como usar uma unidade de limpeza.

— Mas eles não são uma espécie conhecida para nós, nem somos para eles. — Parlan permaneceu em silêncio. — Algum deles foi levado para Luol?

— Não. Nenhum deles mencionou a necessidade.

— Eles sabem que podem, certo? Como não sabem nada sobre nós. — Nikhil nunca gostara de Parlan. Ah, ele era um guerreiro altamente eficiente e cumpria seu dever, mas nunca fazia mais do que isso e achava que sempre tinha mais direito por causa da linhagem de sua família e da conexão com o Ministro Stepney.

— Eu quero que você vá e os verifique, então relate a condição deles para mim.

— Com o devido respeito, Líder de Esquadrão, o General Treyvon me designou este dever. Eu sigo suas ordens e me reporto a ele. Quando for meu tempo designado para cumprir com esse dever, eu o farei. — Com isso Parlan desligou seu comunicador.

Nikhil não podia acreditar! Aquela caca desligou. Ele! Um Líder de Esquadrão! Enquanto Parlan estava certo de que não se reportava a Nikhil, não nisto, esqueceu que se reportava a ele nos campos de treinamento. Nikhil faria com que pagasse por esse insulto.

— O que ele disse? — A pergunta de Mackenzie afastou seus pensamentos do próximo encontro dele e Parlan nos campos.

— Que receberam comida, camas e novas coberturas. Que ninguém pediu para ver o curandeiro.

— Eles sabem que podem? — Ela imediatamente perguntou.

— Acredito que sim. Eles foram informados de que estávamos tratando você.

— Foram?

— Sim. — Ele viu que ela terminou o pacote que escolheu. — Quer mais?

— Não.

— Então está pronta para voltar à ala médica?

— Prefiro verificar meus amigos. — Ela franziu a testa quando ele pareceu hesitar e se levantou para confrontá-lo. — Nikhil? O que você está escondendo de mim? Por que não quer que eu vá lá primeiro?

— Eu não estou escondendo nada de você! — Nikhil estendeu a mão, segurando seu rosto antes que pudesse se conter. — Meu voto. Apenas pensei que você seria mais capaz de ajudar seus... amigos, se tivesse uma melhor compreensão do mundo em que está agora. Não pode fazer isso sem primeiro usar o nosso educador.

Mac ficou quieta ao toque dele. Isso a surpreendeu, especialmente depois que ele reagiu aos lábios dela. Talvez estivesse certo. E se não podia entender o que estava acontecendo entre eles, depois do tempo que passou com Nikhil, como explicaria isso para todo mundo. Precisava usar seu educador.

— Tudo bem. — Ela finalmente disse. — Vamos ver Luol. Quanto mais cedo isso for feito, mais cedo posso estar com meus amigos.

Nikhil franziu a testa para isso. Ela realmente esperava que ele simplesmente a deixasse, que deixasse outros machos cercá-la? Não aconteceria, mas ele sabia que não poderia dizer isso agora.

— Vamos para a ala médica e Luol pode terminar de tratá-la e então poderá aplicar o educador.

— Terminar? O que você quer dizer?

— Você ficou agitada enquanto a unidade de reparação profunda a tratava. Luol queria que eu levasse de volta hoje para que terminar de reabastecer seu sistema com o que você perdeu.

— Reabastecer...

— Significa restaurar o que seu corpo perdeu.

— Eu sei o que isso significa. — Ela disse a ele. — Você nunca disse nada sobre precisar de mais tratamentos, apenas que precisava usar o educador.

— Eu... eu não quis enganá-la, pequena. Nós conversamos tantas coisas ontem que não percebi que não me lembrei disso.

Mac olhou nos olhos brilhantes de Nikhil e soube que ele estava dizendo a verdade. Ela não tinha certeza de como sabia, nunca foi muito boa em ler os homens antes, seus relacionamentos passados eram a prova disso. Mas de alguma forma com Nikhil ela apenas sabia.

— Tudo bem, mas estou cansada de apenas ser informada do que os outros pensam que preciso saber. — Ela observou Nikhil enrijecer antes de sentar no sofá, a mão passando sobre o cabelo firmemente preso no topo de sua cabeça.

— Isso nunca foi minha intenção, Mackenzie. Apenas tentei cuidar de você com o melhor das minhas habilidades. Sinto muito que tenha falhado.

Mac sentiu sua boca se abrir. Ela não queria que Nikhil tomasse suas palavras tão pessoalmente ou que se sentisse como se falhou. Desde que o viu naquela mina, ele era o único que ela sabia que podia confiar completamente. Por que duvidava disso agora? Porque ele não era mais essencial para sua sobrevivência? Isso não era errado? Deus, ela estava tão confusa.

— Nikhil... — Ela moveu-se lentamente e sentou-se ao lado dele. — Você não falhou comigo. Como pode pensar isso? Desde o primeiro momento em que coloquei os olhos em você, é minha única constante, a única em quem confio totalmente, a única cuja única preocupação foi comigo. — Ela começou a estender a mão e tocá-lo, mas parou. — Eu sei que não sou o que você estava procurando quando acordou ontem. Tudo o que queria fazer era cumprir seu dever, não ser sobrecarregado com uma bagunça como eu.

— Sobrecarregado?

— Sobrecarregado com...

— Sobrecarregado? — Os olhos de Nikhil começaram a queimar mais do que brilhar e ele agarrou seus braços levantando-a do sofá, puxando-a para frente, para que ficassem cara a cara. — Você acha que é um fardo para mim? Que me arrependo de ter você em minha vida?

Ela soltou um gritinho quando Nikhil a puxou para o colo dele, as mãos segurando os grossos músculos de seus braços, que agora estavam vibrando de raiva, por equilíbrio. Ela deveria ficar aterrorizada por ser maltratada assim, especialmente depois de como os Zaludian a trataram, mas não estava. Este era Nikhil e ele nunca a machucaria.

— Eu acho que... — Ela cuidadosamente lambeu os lábios antes de continuar. — Que compliquei sua vida. Estou uma bagunça, Nikhil. Minhas emoções estão bagunçadas. Estou feliz por estar viva e com medo ao mesmo tempo. Quero ver meus amigos, eles são os únicos que realmente entendem o que passei e ainda...

— E ainda?

— E ainda assim não quero deixá-lo. — Ela sussurrou. — Isso não é justo para você, não quando está apenas fazendo o que acha certo por causa disso. — Ela estendeu a mão e tocou sua conta de companheira verdadeira em seu cabelo.

— Mackenzie... — A raiva que o encheu rapidamente desapareceu, ele falhou com ela porque não explicou adequadamente a conexão entre os verdadeiros companheiros. Ela estava sentindo isso e a estava confundindo. Especialmente depois de tudo o que aconteceu. Não falharia novamente. Respirando fundo, ele falou com o coração.

— Você realmente não entende que é um presente... uma bênção da própria Deusa, ter um companheiro verdadeiro. Você me completa de uma maneira que não consigo expressar adequadamente. Não estou mais sozinho, agora há mais para minha vida do que apenas dever e batalha. Há você. — Seu olhar a percorreu e ele ainda não podia acreditar que ela estava ali. — Eu sei que isso é tudo novo e confuso para você. Seu povo parece ter diferentes tradições e não tem companheiros verdadeiros, mas...

— Temos algo parecido. — Ela sussurrou. — Nós os chamamos de almas gêmeas.

— Almas gêmeas. — Nikhil tentou as palavras em seus lábios.

— Sim. Dizem que são a outra metade da pessoa. Aquela que os torna inteiros.

— Como você faz comigo. — A junta do dedo de Nikhil gentilmente acariciou sua bochecha.

— Eu faço? — Ela perguntou olhando hesitante.

Nikhil franziu a testa para a dúvida que viu nos olhos dela. — Sim! O que a faz questionar isso? Eu já sinto você aqui. — Ele bateu com o punho contra o peito. — Você é uma parte de mim. A parte mais preciosa.

— Então por que... — Ela mordeu o lábio inferior e desviou o olhar.

— Então por que o quê? — Nikhil segurou seu queixo, inclinando-o e esperou que ela o olhasse. — Mackenzie... diga- me.

— Por que você não quer que eu o toque ou beije você? É algo que os Kaliszianos não fazem?

— Não! Quer dizer, sim! Sim, nós tocamos e beijamos.

— Mas você não quer comigo.

— Claro que quero!

— Então por que me impediu de tocar em você? Por que não gostou quando o beijei?

— Eu gostei! — Ele negou imediatamente. Não podia acreditar que isso era o que estava causando toda sua dúvida e confusão. Ele, tentando se conter para que não a dominasse? Bem, se era esse o caso, mostraria a ela exatamente o quanto a queria. Afundando os dedos em seu exuberante cabelo escuro, ele a puxou contra ele, tocando seus lábios.


CAPÍTULO SETE

Mac ficou chocada quando os dedos de Nikhil de repente de afundaram em seus cabelos e a puxaram para frente, capturando seus lábios em um beijo duro. Ela não esperava, mas antes que pudesse responder, ele se afastou.

— Você acha que não quero você? — Ele rosnou, afastando seus lábios. — Que não apreciaria seu toque, seus lábios, em qualquer lugar do meu corpo?

Antes que ela pudesse responder, ele capturou seus lábios novamente e deu-lhe um beijo mais longo e duro que fez seu coração acelerar e as mãos segurar suas tranças.

— Você é minha companheira verdadeira. — Ele disse rompendo o beijo novamente para olhá-la. — E nunca serei capaz de viver sem você agora que a encontrei.

— Nikhil! — Foi a vez de Mac rosnar e ela puxou as tranças dele. — Pare de falar e me beije!

Os olhos de Nikhil se arregalaram um pouco com a demanda dela, então obedeceu, cobrindo sua boca com a dele, sua língua exigindo entrada.

Ela soltou um pequeno grito de alegria quando sua língua tocou a de Nikhil e ela o provou pela primeira vez. Ele tinha o gosto do inverno em uma fria manhã da montanha. Fresco, limpo e acolhedor, pelo menos para ela.

As mãos de Nikhil se moveram, uma foi para a nuca a inclinando para que pudesse tomar sua boca em um ângulo diferente. Tudo parecia incrível e ela se deixou afundar no beijo enquanto sua língua se enrolava ao redor da dele retornando a carícia. Ela beijou um homem antes, foi beijada por um, mas nunca assim. Nikhil era força e gentileza, exigia e recuava, sua língua acariciando depois duelando com a dela. Todo o tempo a outra mão dele se movia por suas costas até que alcançou pele nua onde a camisa terminava ao longo da coxa e os dedos calejados começaram a acariciar sua pele.

Mac interrompeu o beijo ofegante e olhou nos olhos brilhantes de Nikhil. — Porra, você beija bem. — Ela sussurrou.

— Você também. — Nikhil rosnou, voltando aos lábios dela e ela não podia esperar pelo próximo ataque em seus sentidos. Em vez disso, Nikhil parou e se afastou para olhá-la, o brilho em seus olhos mudando. — Você já beijou um macho nos lábios antes.

— Claro. — Ela tentou diminuir a distância entre eles, mas foi mantida firme no lugar e o olhou em confusão. — Nikhil?

— Muitos homens? — Ele questionou.

— Dois. Eu não vejo o que...

— Apenas trabalhadoras de prazer beijam os machos nos lábios. — Ele disse a ela brevemente.

— Trabalhadoras de prazer? — Mac afastou a boca dele. Ela sabia o que era um trabalhador de prazer. Os Zaludianos pretendiam vendê-la a uma casa de prazeres. O que usava as contas vermelhas entrou em detalhes sobre como com suas muitas aberturas, uma grande variedade de machos seria capaz de encontrar seu alívio com ela. Ele estava quase tonto com a quantia que planejava cobrar por ela. — Trabalhadora de prazer! Você acha que eu sou uma trabalhadora de prazer porque beijei dois homens? — Ela saiu do colo dele. — Como se atreve!

— Uma fêmea apenas beija seu Dasho nos lábios.

— O quê?

— Uma fêmea...

— Eu ouvi você. Está me dizendo que nunca beijou uma fêmea antes? Nunca fez sexo com uma?

— Eu estive com uma fêmea antes. — Nikhil recuou ao pensar que ela acreditava que ele era inexperiente. — Houve várias fêmeas que procuraram minha amizade e meus lábios lhes deram grande prazer. Mas nunca beijei seus lábios e elas nunca beijaram os meus!

— Amizade é sexo? — Ela perguntou franzindo a testa.

— Eu não conheço essa palavra. — Nikhil disse a ela.

— Sexo. Você coloca isso. — Ela apontou para o contorno visível de seu pênis em sua calça. — Dentro de uma fêmea.

— Sim, isso é amizade.

— Então você fez sexo com trabalhadoras de prazer! — Ela acusou.

— Nunca! Eu nunca procuraria uma trabalhadora de prazer! Apenas ofereço minha amizade a fêmeas dignas e honradas! As que eu respeito. Nós trocamos amizade. Nós não nos beijamos na boca!

Mac empalideceu com as palavras dele. — Dignas e honradas... para que você e suas fêmeas possam foder o quanto quiserem, fazer o que quiserem com suas bocas, contanto que não se beijem nos lábios, você é considerado digno e honrado.

— Sim. O encontro dos lábios é o mais íntimo dos atos e reservado para sua Ashe. Isso é conhecido.

Mac deu um passo para trás. Nikhil achava que ela era uma vagabunda, uma prostituta, uma trabalhadora de prazer, tudo porque sabia beijar. Porque beijou outros homens nos lábios.

— Mackenzie... — Nikhil franziu a testa com a reação às suas palavras. — Não é assim na sua Terra?

— Não. Beijar não é o ato mais íntimo.

— Então o que é?

— Não importa. Isso não acontecerá. — Ela se forçou a olhar para Nikhil, que estava lentamente se levantando do sofá, um olhar determinado em seu rosto. — Você precisa me levar para Luol.

— Nós precisamos terminar nossa discussão.

— Não, não precisamos. Não estou me sentindo bem e quero ver Luol. — Ela não estava mentindo, a comida que comeu não queria ficar em seu estômago. Girando, ela se dirigiu para porta.

8 8 8

Luol olhou para cima quando ouviu a porta da unidade médica abrir e ficou surpreso ao ver Mackenzie entrando, Nikhil seguindo de perto. Ele sabia que Nikhil estaria trazendo-a para que pudesse completar o tratamento, mas não pensou que seria tão cedo. Ele também não esperava a tensão que parecia envolvê-los.

— Mackenzie não está se sentindo bem. — Nikhil disse tenso indo direto ao assunto. Ele não gostou que ela não o deixasse levá-la para Luol. Não gostava de como mantinha distância dele, certificando-se de que não se tocassem. Ele especialmente não gostava de outros guerreiros olhando para ela enquanto passavam.

Luol estava imediatamente do outro lado da sala. — O que está errado, Mackenzie? Está com dor?

— Não. Meu estômago está um pouco agitado.

— Entendo. — Luol a examinou com sua unidade de mão. — Isso é de se esperar com a diferença e a quantidade de comida que está recebendo agora. Não encontro sinais de doença.

— O Líder de Esquadrão me disse que você precisava me tratar esta manhã. — Ela usou o título que ouviu de Nikhil.

— Eu... sim. — Luol olhou para Nikhil e viu o guerreiro enrijecer ao usar seu título.

— Depois disso, é o educador? — Ela continuou.

— Bem, se você estiver pronta para isso. — Luol voltou sua atenção para Mackenzie.

— Estou. Então, onde? Ali novamente? — Ela apontou para o quarto de onde Nikhil a tirou no dia anterior.

— Sim.

— Então vamos colocar este show na estrada. — Ela começou a andar em direção ao quarto. — Quanto mais cedo isso for feito, mais cedo posso voltar para onde e com quem eu pertenço.

Luol apenas olhou para ela, chocado com suas palavras. Ela não entendia que o lugar dela agora estava com Nikhil? Olhando para o guerreiro gigante, viu que Nikhil estava mais do que chocado, estava arrasado e Luol deu um passo em direção a ele. — Nikhil...

Nikhil apenas balançou a cabeça, seus lábios apertados juntos e seguiu sua Mackenzie para o quarto ao lado. Dentro, ele a encontrou lutando para subir na cama da unidade de reparo profundo que estava na altura da cintura de um Kalisziano. Ele imediatamente se moveu para levantá-la na cama, mas ela se virou e suas palavras silenciosas o impediram.

— Não me toque. — Ela sussurrou, em seguida, fazendo uma curva profunda do joelho agarrou a cama e pulou, finalmente sentando. Balançando, ela se certificou que sua cobertura fosse puxada para baixo o mais longe possível e moveu as pernas para cima da cama.

— Preciso estar deitada? — Ela perguntou a Luol, que estava atrás de Nikhil.

— Para a unidade fechar. Sim. — Luol observou enquanto ela se deitava, mantendo os braços ao lado do corpo, as mãos segurando o material de sua cobertura enquanto olhava diretamente para o teto. O que aconteceu entre esses dois que a fazia agir assim? — Você está confortável, Ashe Mackenzie? Quente o suficiente? — Seus olhos foram para os pés descalços dela. Ainda era cedo e os pisos da base com certeza estavam frios.

— Estou bem.

— É surpreendente que seus pés não tenham sido danificados pelo tempo que passou na mina. — Comentou Luol distraidamente, quando ele começou a apertar botões no painel de controle.

— Isso é porque eu estava usando botas.

— Botas? — Luol lançou-lhe um olhar confuso.

— Coberturas para os pés? — Ela finalmente virou a cabeça para olhar para Luol. — Como a que... como a que você usa. — Ela mal se impediu de usar o nome de Nikhil.

— Eu não me lembro de você usar qualquer uma quando foi trazida. Você as removeu por algum motivo, Nikhil? — Embora Luol se voltasse para Nikhil em busca de respostas, foi Mac quem respondeu.

— Não. Os Zaludianos os removeram depois que me descobriram.

— Por que fariam isso? — Luol perguntou.

— Então poderiam me inspecionar para ver se eu tinha algum orifício oculto que me tornaria mais valiosa quando me vendessem como uma trabalhadora de prazer. — Ela ignorou a expressão chocada de Luol e olhou de volta para o teto. — Podemos acabar logo com isso?

Depois de um momento, a cobertura curva da unidade de reparo começou a deslizar dos pés até que ficou totalmente fechada no tubo. A cama começou a zumbir e uma névoa fina apareceu.

— Apenas respire normalmente, Ashe Mackenzie. — Instruiu Luol. — Isso não demorará muito.

— Pare de me chamar assim! Meu nome é Mackenzie ou Mac. Eu não sou Ashe de ninguém. — Com isso dito, ela fechou os olhos.

Nikhil apenas pode olhar para Mackenzie incrédulo, a dor inundando seu sistema quase deixando-o de joelhos. Ele esteve em centenas de batalhas, milhares. Viu guerreiros morrerem, alguns tão próximos dele quanto irmãos. Ele próprio se feriu, no entanto, nada disso lhe causou tanta dor.

Ele sabia que sua reação à resposta honesta sobre beijar a machucou, especialmente sua referência aos trabalhadores de prazer. Era realmente diferente em seu mundo? Queria conversar com ela sobre isso, mas ela recusou e quando disse que não estava se sentindo bem... sua única preocupação foi levá-la a Luol para que pudesse consertar o que a estava prejudicando.

Ele não percebeu que o que a estava prejudicando era ele.

Em algum lugar entre o resgate dela e aquele beijo incrível esqueceu que ela não era apenas sua Ashe, não era apenas sua companheira verdadeira. Era uma fêmea que sobreviveu a uma experiência horrível e não tinha conhecimento do mundo em que se encontrava.

Ela não era Kaliszian. No entanto, esperou que entendesse como seu mundo funcionava, que tivesse as mesmas tradições. Sua referência aos Zaludianos, inspecionando-a por seu valor como uma trabalhadora de prazer, o envergonhou. Ela realmente acreditava que ele pensava nela da mesma maneira? Era por isso que ela se recusava a ser sua Ashe?

— Nikhil. — Luol suavemente chamou seu nome em Kaliszian e finalmente o fez desviar o olhar de sua Mackenzie. — O que em nome da Deusa está acontecendo?

— Nós... — Nikhil descobriu que precisava engolir para fazer sua garganta funcionar. — Nós tivemos um mal-entendido.

— Isso é um eufemismo. Eu a enviei com você porque achei que fosse o melhor para cuidar dela. Que por causa de sua conexão, saberia o que ela precisa. Agora vejo que foi um erro.

— Não foi! Tudo estava bem até que...

— Você sabe que conversar na frente de alguém em uma língua que sabe que eles não entendem é rude, certo? Ou isso é uma cortesia que apenas dá a espécies conhecidas?

A voz abafada de Mac veio da unidade de reparo ainda fechada e fez ambos os machos se virarem para encontrá-la olhando para eles.

— Sinto muito... Mackenzie. — Disse Luol em Zaludian, afastando-se de Nikhil e de volta a sua paciente. — Estou tão acostumado com outras espécies sempre entendendo o que está sendo dito que esqueci que você não o fez.

— Claro que sim. — Ela deu-lhe um olhar incrédulo, depois voltou a olhar para o teto. — Quanto tempo mais?

— Mais alguns minutos. Está sentindo algum desconforto?

— Não.

— Isso é bom. O General ficará muito satisfeito em ouvir isso.

— O General? — Seu olhar foi para Luol. — Por que contará algo para o General?

— Bem, porque ele é o General. Ele quer uma atualização sobre sua condição.

— Mas você é um médico... curandeiro. — Ela corrigiu.

— Eu sou. — Luol deu-lhe um olhar confuso.

— Não acredita em confidencialidade médico-paciente?

— O quê? O que é isso?

— É quando um médico ou no seu caso, curandeiro, não tem permissão para divulgar sobre a condição médica de uma pessoa sem o consentimento expresso dela.

— É assim na sua Terra?

— Sim, garante que uma pessoa acredite que o que diz fique apenas entre seu médico e ela.

— Entendo. Sinto muito, Mackenzie, mas não é assim aqui.

— Então, qualquer coisa que eu lhe disser, se reportará diretamente ao General.

— Sim. — Admitiu Luol.

— E você também? — Ela olhou para Nikhil e viu a verdade sem seus olhos brilhantes. Ele o faria. O General saberia que ela permitiu que a limpasse. Saberia que, no que dizia respeito aos Kaliszianos, ela era uma trabalhadora de prazer. O que aconteceria agora? O que aconteceria com todos?

Nikhil não estava preparado para o olhar de traição nos olhos de Mackenzie antes que ela voltasse seu olhar para o teto. Isso o fez sentir como se a tivesse decepcionado quando tudo o que estava fazendo era seu dever. Mas não era seu dever para com ela agora? Sua companheira verdadeira? Nunca em sua vida —esteve tão em conflito.

Mac silenciosamente olhou para o teto por vários minutos ouvindo o zumbido da unidade de reparo. Ela não sabia por que não percebeu que Nikhil contaria tudo ao General. Confiou nele por algum motivo, acreditou nele e em sua porcaria de companheira verdadeira. Deveria saber melhor. Ela tinha um péssimo histórico com os homens, por isso que passava tanto tempo na montanha.

A primeira vez que beijou um rapaz nos lábios foi Derek Emery, em seu último ano no ensino médio. Ela tinha uma queda por ele há anos e secretamente o observava enquanto ele trabalhava na loja de seu pai. Um dia, para sua surpresa, ele a convidou para sair. Eles assistiram a um filme e ele colocou o braço em seus ombros. Quando ele a levou para casa, a beijou. Ela flutuou para casa de seu avô emocionada. Não foi até o dia seguinte que descobriu que foi tudo uma piada. Derek e alguns de seus amigos postavam seus encontros na rede social relatando tudo o que foi dito e feito, depois classificando a garota. Ela foi classificada como três porque não o deixou usar as mãos. Sentiu-se humilhada.

A segunda vez foi na faculdade. Chase era um rapaz legal e beijava bem. Eles compartilhavam os mesmos interesses e se divertiram muito juntos, nunca a pressionou por nada mais do que estava disposta a dar. Ela foi para casa por um longo feriado para ajudar seu avô a guiar um grupo de caçadores e percebeu que estava pronta para levar o relacionamento de Chase para o próximo nível. Quando voltou para faculdade, encontrou-o esperando em seu apartamento. Parece que enquanto ela estava fora ajudando seu avô, ele conheceu alguém, alguém realmente especial chamada Tina e queria terminar. Dizer que ela ficou chocada era um eufemismo, mas o que realmente doeu foi ele falar sobre a beleza de Tina. Sobre o longo cabelo loiro de Tina e o quão alta e magra ela era. Que Tina era perfeita. Que qualquer homem teria orgulho de ter alguém como Tina em seu braço. Ele sentia muito e esperava que ainda pudessem ser amigos, mas precisava ir, Tina estava esperando no carro por ele.

Mac nunca mais falou com ele.

Sim, o histórico dela era uma merda, mas pelo menos nunca foi considerada uma prostituta.

A súbita ausência de som seguida pelo clique da abertura da unidade de reparo trouxe os pensamentos de Mac de volta ao presente. Ela estava em um planeta chamado Pontus. Deitada em uma unidade de reparação profunda. Em breve, um educador seria colocado sobre seus olhos. Nikhil jurou que não seria o mesmo que com os Ganglians usaram, mas poderia confiar nisso? Ela sabia que precisava fazê-lo, por todos os outros. E se quisesse ajudá-los, precisava de informações.

— Ash... Mackenzie. — Luol se moveu para o lado dela. — Você está bem?

— Sim. — Ela olhou para Luol. — O que exatamente esta máquina faz?

— Repara o que está errado com você. — Ele franziu a testa para a pergunta dela, então perguntou. — Eu entendo que você não tem máquinas como está em sua Terra.

— Não. — Ela não falou mais. — Então, isso conserta tudo?

— A única coisa que não pode consertar são membros decepados, ferimentos de tecidos duros totalmente curados e ferimentos causados pelo aço Tornian. — Disse Luol.

Mac entendeu os membros decepados. Ela não se importava com o aço Tornian. O que queria esclarecer era, ferimentos nos tecidos duros totalmente curados. Isso era importante.

— Então está dizendo que não pode curar ossos quebrados?

— Claro que pode. Apenas não pode consertar o que já está curado.

— Mas pode curar cicatrizes? — Ela olhou para o peito de Nikhil, percebendo de repente por que não havia cicatrizes nele.

— Desde que o aço Tornian não as cause, então sim. Lesões dos tecidos moles são facilmente reparadas.

— Por que sou a única humana que você tratou até agora? — Ela exigiu.

— Você foi a única fêmea que descobrimos e precisou de muito tempo na unidade de reparo profundo. Também precisará usar o educador e isso leva mais tempo. Por isso, foi decidido que deveria primeiro tratar os que estavam com os Zaludianos mais tempo.

— E como isso foi decidido? — Ela perguntou.

— Como foi decidido o quê? — Luol perguntou carrancudo.

— Quem esteve lá por mais tempo.

— Nós conversamos com os outros. Eles foram capazes de nos dizer quando foram capturados.

— Entendo.

A carranca de Luol se aprofundou. — Você sabe algo que não sabemos?

— Claro que não. — Ela instantaneamente negou. — Afinal, eu sou a espécie que não pode sequer dizer onde está seu mundo. — Ela imaginou ter reunido todas as informações que podia sem colocar seus amigos em risco. — Então, onde faremos essa coisa de educador?

— Eu pensei que ficaria mais confortável no sofá do meu escritório.

— Meu conforto realmente importa?

— Claro que sim! — Luol olhou dela para Nikhil em estado de choque.

— Os Ganglians obrigaram o educador em um de seus machos. — Disse Nikhil a Luol em voz baixa.

— Em Craig. — Ela disse a ele.

— Em Craig. — Nikhil corrigiu, grato que pelo menos por um momento o olhar dela encontrou o dele. — Eles esperavam que ele se certificasse de que os outros o usassem ou poderiam matá-los.

— Foi forçado nele? — Luol deu um passo assustado para trás.

— Sim.

— E ele não sofreu efeitos nocivos? — Luol continuou perguntando.

— Não que eu tenha notado. — Ela disse a ele.

— Mackenzie experimentou um desconforto quando foi colocado nela. — Nikhil informou a Luol e sua recompensa foi o aperto dos lábios de Ashe e seu olhar deixando o dele.

— Desconforto? — Luol estava imediatamente ao lado de Mac.

— Não importa. — Ela disse a Luol.

— Claro que sim! — Luol argumentou. — O educador nunca deve causar desconforto. Eu preciso ter certeza de que nenhum dano foi causado a você.

— Sua unidade de reparo não cuidou disso? — Ela perguntou batendo a palma da mão na cama.

— Bem, sim.

— Então não há necessidade de me examinar e não havia razão para mencioná-lo. — Ela olhou para Nikhil.

— Luol precisa saber o que aconteceu com você, Mackenzie. — Nikhil disse baixinho.

— Aparentemente, todo mundo precisa saber o que aconteceu comigo. E entre você e Luol todos saberão. — Balançando as pernas sobre a borda da cama, ela se nivelou e pulou. Quando seus pés escorregaram no chão frio, Nikhil imediatamente a estabilizou.

Enquanto ela não saiu de seus braços, Mackenzie rapidamente se afastou, dando-lhe um olhar cauteloso, em seguida, virou-se para Luol. — Onde é este sofá?

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Luol mostrou-lhe o educador e ficou surpresa ao ver como era. Muito diferente daquele que os Ganglians os forçou a colocar, mas não pode impedir o tremor de apreensão que a percorreu ao vê-lo.

— Mackenzie?

A voz de Nikhil estava tão cheia de preocupação que ela queria se virar para ele, queria deixá-lo envolver seus maciços braços ao redor dela e mantê-la segura, mas não podia confiar nele. Não que realmente o fizesse, como ele disse que uma Ashe ou um verdadeiro companheiro o faria. Não quando ele achava que ela não era melhor do que uma trabalhadora de prazer.

— Coloque. — Ela disse e fechou os olhos quando Luol abaixou o educador.

Luol certificou-se de que o educador enviasse as ondas profundas e penetrantes necessárias para colocar Mackenzie em um sono profundo e transferir seu conhecimento antes de se aproximar de Nikhil.

— O que em nome da Deusa aconteceu? — Ele perguntou.

— Isso é algo entre eu e minha Mackenzie, Luol.

— Não, se ela se recusar a ser sua Ashe, Nikhil. — Luol se aproximou e colocou uma mão em um músculo volumoso do braço de Nikhil. — Eu sou seu amigo, apenas desejo ajudar.

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— Foi um mal-entendido. Eu... reagi a algo. — Nikhil aproximou-se do sua Mackenzie, ele não se importava com o que ela disse, ela era sua Ashe se aceitasse a conta dele ou não e passou um dedo calejado na parte de trás da mão pequena e pálida que descansava em seu estômago. Ela o tocou voluntariamente com aquela mão, acariciou. Nunca mais o faria?

— Nikhil... — Luol observou o maior e mais mortal guerreiro do Império tocar cuidadosamente a mão de sua recém-descoberta companheira verdadeira como se ele temesse que ela desaparecesse.

— Eu a insultei, Luol. Eu a acusei de ser algo que nunca pensaria a uma fêmea.

— Bem, do que a acusou?

— Agir como uma trabalhadora de prazer. — Ele soltou a mão de Mackenzie quando disse isso e deu um passo para trás.

— Nikhil! Por que você a acusou disso?

— Eu acordei esta manhã com minha Mackenzie em meus braços e ela passando as mãos pelo meu corpo. Foi a sensação mais incrível, Luol.

— Tenho certeza que foi.

— Meu corpo respondeu ao seu toque, especialmente quando ela pressionou seus lábios contra os meus, mas fiquei com medo de ser muito cedo, então me afastei. Ela entendeu errado e tomou como uma rejeição.

— Como isso faz dela uma trabalhadora de prazer? — Luol perguntou.

— Não foi isso. — Nikhil passou a mão sobre a cabeça, fazendo com que suas contas batessem juntas com raiva. — Foi mais tarde e nós estávamos... conversando e isso nos levou a mais toques e beijos. Foi então que percebi que ela tinha experiência... em beijar nos lábios. Questionei e ela admitiu. Aparentemente certas coisas não são não tão sagradas para eles como são para nós. — Disse ele em voz baixa. — Eu... não reagi bem e disse que apenas uma trabalhadora de prazer faria uma coisa dessas.

— E ela sabia o que era uma trabalhadora de prazer porque os Zaludianos fariam dela uma.

— Sim. — O olhar de Nikhil voltou a Mackenzie. — Eu não quis dizer isso, Luol. Ela é minha companheira verdadeira, quero que ela seja minha Ashe.

— Ela é sua companheira verdadeira, Nikhil. A conta prova isso. Dê-lhe tempo para chegar a um acordo com tudo o que aconteceu, para conhecê-lo e tenho certeza que ela perceberá que você não quis dizer isso como soou e possa perdoá-lo.

— Será que o fará? Quando foi insultada assim? Porque se outro macho a insultasse desta forma, eu o mataria sem pensar duas vezes. Então, por que me vi no direito de fazê-lo?

— Ela não é a única que precisa de tempo para se ajustar ao que aconteceu, Nikhil. Você também. Sua vida mudou para sempre. Você foi o primeiro a encontrar sua companheira verdadeira em quase quinhentos anos. Outros irão querer saber sobre ela, vê-la, conversar.

— Ela é minha! — Nikhil rosnou com raiva ao pensar em outros machos se aproximando dela.

— Eu sei disso, Nikhil e todos os outros machos saberão quando vir sua conta, mas ainda ficarão curiosos. Você deverá ser capaz de lidar com isso junto com ela.


CAPÍTULO OITO

Mac podia jurar que o educador acabou de sair quando Luol o tirou. — Algo está errado?

— Não. Por que acha isso? — Luol perguntou.

— Porque você acabou de colocar o educador.

— Isso foi quase duas horas atrás, Mackenzie.

— Sim? — Um movimento atrás de Luol a fez ver Nikhil de pé ali.

— O que você ainda está fazendo aqui? — Ela perguntou.

— Eu nunca a deixaria em uma posição tão vulnerável. — Ele disse, seu olhar verde brilhante nunca deixando o dela. — Eu prometi mantê-la segura. Mantenho meus votos.

— Nikhil permaneceu ao seu lado o tempo todo, Mackenzie. Cuidando de você enquanto eu estava tratando os Jerboaianos.

— Quantos? — Ela perguntou.

— Jerboaianos? — Luol questionou.

— Sim, vinte deles chegaram conosco.

— Vinte chegaram com você? — Luol deu a Nikhil um olhar penetrante. — Havia apenas três para eu tratar.

— Por que isso o surpreende? — Ela viu o olhar que Luol deu a Nikhil.

— Os Zeberanos são perfeitamente adequados para as duras condições da mineração. É o que fazem. Para terem chegado com você e tão poucos sobrevivido... isso significa que você e seu povo ficaram lá por muito mais tempo do que acreditávamos.

— E isso o surpreende. Que uma espécie tão pequena e insignificante, que sequer viaja no espaço, poderia sobreviver mais do que uma que você conhece.

— Eu não considero você ou sua espécie insignificante, Mackenzie. Mas sim, fico surpreso sejam capazes de sobreviver por tanto tempo. Zaludianos não são conhecidos por tratar aqueles que eles escravizam... gentilmente.

— Descobri isso em primeira mão.

— Sim, infelizmente descobriu. — Luol concordou. — Agora vamos nos certificar de que possa acessar as informações que o educador lhe deu. Sabe a que distância fica Crurn daqui?

Mac pensou por um momento. — Sim, são três dias de viagem daqui.

— Bom. Sabe quem o Chanceler Aadi Rayner foi?

Mac viu Nikhil balançar levemente a cabeça e franziu a testa. — Entendo que não é uma pergunta padrão.

— Por que você está perguntando isso, Luol? — Nikhil deu um passo mais perto em direção a sua Ashe.

— Eu preciso ter certeza que ela entende o mundo em que está agora, Nikhil. Tudo sobre ele. Essa é a forma mais rápida de ter certeza que ela entende.

— Por que está tão preocupado, Nikhil? — Mac quase estendeu a mão para tocá-lo, então lembrou que ela estava irritada com ele.

— Eu não quero você mais irritada... — Nikhil olhou para Luol.

— Mas por que... — E de repente ela soube por que ele estava tão preocupado, esfregou sua têmpora enquanto a informação entrava. — Chanceler Aadi... ele é parte da razão pela qual a Grande Infecção atingiu. Por que nada comestível cresce no Império Kalisziano?

— Sim. — Confirmou Luol.

— O General Rayner está relacionado a ele? — Ela dirigiu sua pergunta a Nikhil, imaginando se lhe contaria a verdade.

— Distante. — Nikhil admitiu instantaneamente, não querendo que ela duvidasse que ele diria a verdade. — Mas ele não é nada como seu ancestral.

— Você tem certeza disso?

— Sim.

— Mais alguma coisa que queira me perguntar? — Ela voltou seu olhar para Luol.

— Apenas mais uma pergunta.

— Bem.

— Agora entende o que significa para um Kalisziano encontrar sua companheira verdadeira?

— Eu... — Mac sentiu sua garganta apertar quando ela finalmente percebeu o que realmente significava um companheiro verdadeiro. Era como almas gêmeas na Terra, mas muito mais. A conta que ela usava, a conta de Nikhil, permitia que ele sentisse o que ela sentia, saber se estava segura, bem e viva. Olhou para Nikhil em choque e viu a verdade em seu olhar. O vínculo de verdadeiro companheiro era tão forte entre casais que quando um encontrava a Deusa, o outro quase sempre escolhia se juntar a eles. Ela se levantou do sofá e caminhou diretamente para ele, batendo as palmas das mãos contra o peito dele, fazendo-o inclinar-se levemente para trás. — Você nunca fará isso!

Nikhil grunhiu levemente com a picada das palmas das mãos contra a pele dele, mas sempre daria boas-vindas a qualquer toque que ela estivesse disposta a abençoá-lo. — Mackenzie...

— Seu voto, Nikhil. Eu quero agora! — Ela exigiu, segurando seu colete, puxando-o para frente.

— Eu nunca farei uma promessa que não pretendo manter, minha Mackenzie. Então não posso prometer isso. — Ele disse a ela permitindo que o movesse.

— Isso é ridículo! Você mal me conhece! Não há razão para você...

— Há toda razão! — Ele rosnou, seus braços a puxando para perto. — Eu sacrificaria minha vida de bom grado para protegê-la e apenas a conheço por um dia. Não posso imaginar como ficaria se não estivesse mais em minha vida.

— Mas... — Isso foi o que ela conseguiu dizer antes que Nikhil a levantasse e cobrisse sua boca com a dele.

Mac se viu afundando no beijo de Nikhil, as emoções por trás dele se derramando através dela.

Arrependimento.

Solidão.

Dúvida.

Desejo.

Incerteza.

Mas a emoção mais forte e inegável que passou por tudo isso foi o amor... por ela. Afastando sua boca, ela olhou para ele com olhos cheios de confusão.

— Isso não é possível... — Ela sussurrou.

— É, porque eu sinto. Nada mudará isso. Nem mesmo a morte. Você me completa e me dá um propósito que nunca soube que estava faltando. É tudo o que importa para mim agora, Mackenzie.

— Você tem seu povo, seu Imperador, seu dever.

— Tudo isso, eu deixaria de bom grado se significasse mantê-la segura.

— Nikhil... — Ela estendeu a mão, passando os dedos trêmulos sobre os lábios dele.

— É verdade, pequena. Uma que eu sei que levará tempo para você aceitar completamente. Mas nunca duvide que minha companheira verdadeira e espero que um dia possa perdoar minhas palavras impensadas e concordar em ser minha Ashe. — Ele gentilmente beijou as pontas dos dedos dela. — Agora a levarei para se encontrar com seu povo, como disse que faria.

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Mac estava na porta da área dos sobreviventes, seu olhar absorvendo tudo. Era uma grande sala aberta, com paredes de cor parda e várias outras portas em uma das extremidades. Os sobreviventes reivindicaram sua própria ala. No canto mais distante, onde a maioria das camas foram montadas, estavam todos amontoados usando capas cinzas. Soltando um pequeno grito de alívio, ela correu até eles.

Nikhil mal conseguiu segurar sua Mackenzie e arrastá-la, especialmente quando os braços masculinos começaram a envolvê-la. Sabia que essas pessoas eram seu povo e que todos gostariam de cumprimentá-la, mas isso ia contra todos os instintos que ele tinha, permitir que a tocassem com tanta familiaridade. Ele não gostou de não entender o que estava sendo dito, como estavam falando em sua língua, inclusive Mackenzie. Mas o que ele não podia tolerar era perder de vista seu cabelo dourado e castanho. Rosnando, ele foi encontrá-la.

— Estou bem, Craig, realmente. — Mac saiu dos braços do homem que se tornou seu líder, tudo porque os Ganglians colocaram o educador nele primeiro. Ela se lembrou de quando o conheceu pela primeira vez. Ele era o típico homem arrogante e bonito, com cabelos loiros, olhos azuis brilhantes e um sorriso grande e estranhamente branco. Ele flertou com ela, mas instantaneamente soube que era porque era um paquerador natural e ela a única mulher disponível. Ele rapidamente perdeu aquele sorriso. Seus olhos não brilhavam mais e o cabelo loiro no qual sempre mexia, agora estava sem graça e sem vida.

— Nós estávamos tão preocupados. Eu queria...

— Não havia nada que poderia ter feito. — Ela deixou seu olhar percorre o restante do grupo. — Nada que qualquer um de vocês pudesse fazer. Onde está...— Um grunhido profundo e furioso a fez virar para encontrar Nikhil empurrando as pessoas para o lado. — Nikhil...

— Mac... — Craig ficou na frente dela, mas ela colocou uma mão no braço dele.

— Está tudo bem, Craig. Ele não vai me machucar. — Ela mudou para Kaliszian. — Nikhil, o que há de errado?

— Eles estão tocando em você. — Ele rosnou, o brilho intenso de seus olhos fazendo com que vários dos homens dessem um passo para trás.

— Eles estão apenas me abraçando. É uma maneira comum de nos cumprimentarmos. — Explicou ela.

— Eu não gosto disso.

— Bem, sinto muito, mas eu não vou deixar de abraçar meus amigos apenas porque você não gosta. Agora preciso conversar com eles, preciso ter certeza de que estão bem. Você precisa sair.

— Quer que a deixe? Aqui sozinha com outros machos?

— Eu não estarei com outros machos. Estarei com machos que são meus amigos. Machos que me mantiveram segura por um longo tempo.

— Eles deixaram os Zaludianos a levarem. — Disse ele com os dentes apertados.

— Isso não é culpa deles. — Ela se virou e soube o que Nikhil pensava quando olhou para os homens todos juntos. Ele acreditava que não estavam dispostos a protegê-la, mas ela sabia melhor. — Estamos seguros aqui, verdade? Ninguém vai nos atacar?

— Claro, ninguém o fará! Todos vocês estão protegidos aqui! — Nikhil disse a ela.

— Então não há razão para não ficar sozinha com meus amigos.

Nikhil não gostava da lógica de sua Ashe. Ele especialmente não gostava que ela estivesse certa. Logicamente, ele sabia que não podia ficar constantemente ao lado dela, mas preferia saber que ela estava segura em seus aposentos quando ele não estava.

— Por favor, Nikhil.

Nikhil odiava não poder negar algo que ela queria. Especialmente, quando não havia razão para isso, exceto pelo fato de que não gostava. — Eu vou, mas voltarei mais tarde. Irá descansar comigo.

— Nikhil...

— É isso ou a carrego para fora daqui agora e seus... amigos podem se defender sozinhos.

O olhar duro de Nikhil dizia que ele faria exatamente isso se ela não concordasse. E realmente, ela queria dormir longe dele? — Tudo bem. — Ela concordou suavemente.

Nikhil assentiu rigidamente, quase odiando que ela tivesse concordado. Preferia ser forçado a levá-la de volta a seus aposentos. — Guerreiros Onp e Nroa estão do lado de fora das portas. E se precisar de alguma coisa, deixe-os saber e eles entrarão em contato comigo.

— Tudo bem, mas tudo ficará bem. — Ela assegurou-lhe. Nikhil não respondeu. Em vez disso, ele abaixou a cabeça, tomando os lábios dela com um beijo que não deixava dúvida de a quem ela pertencia, então deu aos machos um olhar duro, girou e saiu pela porta.

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As mãos de Nikhil estavam em punhos quando ele saiu pelas portas da área dos sobreviventes. Seu coração estava acelerado, sua mandíbula flexionada e ele encontrou sua respiração ofegante.

— Tem alguma coisa errada, Líder de Esquadrão? — Onp perguntou cuidadosamente, ganhando um olhar severo de Nikhil.

— A fêmea que acabei de escoltar para a área. — Começou Nikhil.

— Ela foi encontrada nas minas.

— Sim. Você deve protegê-la com sua vida ou eu terminarei com ela! Ela é a minha companheira verdadeira.

— O quê? — Onp e Nroa exclamaram em uníssono.

— Ela. É. Minha. Companheira. Verdadeira. — Nikhil repetiu através dos lábios apertados. — Ela usa minha conta. — Ele ergueu a trança que agora tinha apenas sua conta Ashe. — E se houver algum problema, devem me avisar imediatamente!

— Sim, Líder de Esquadrão!

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Mac observou Nikhil até as portas se fecharem atrás dele, então se virou e descobriu todos os olhos nela com curiosidade. Sentindo suas bochechas vermelhas, ela limpou a garganta. — Então, como vocês estão realmente? — Ela perguntou se aproximando.

— Sobre o que foi tudo isso? — Craig perguntou.

— O quê?

— Ele a beijou! Você falou com ele em sua língua!

— Sim e sim. — Ela passou uma mão agitada pelo cabelo, colocando um pouco atrás da orelha. — Olha, há muito sobre o que precisamos conversar. Muito que precisam saber, mas agora vocês sabem quem eu quero ver. Onde?

— Estou bem aqui. — A voz baixa e rouca veio do canto de trás. Passando entre os homens, Mac finalmente encontrou a pessoa envolta em capa e com o capuz sentada em um dos colchões.

Mac sentiu seus olhos se encherem de lágrimas quando seu olhar se fixou em sua amiga. Deus, ela parecia tão lamentável quando Nikhil a encontrou? Não era de admirar que ele a tirou daquela mina. Lentamente, ela se sentou. — Você está bem?

— Estou bem. Os rapazes me ajudaram a sair da mina.

— E ninguém notou?

— Eles estavam todos muito preocupados com a chegada de uma tempestade.

— Oh. — Mac não sabia que havia uma tempestade.

— O que aconteceu com você depois que os Zaludianos a levaram? — Os olhos de Jen se encheram de lágrimas e culpa. — Oh Deus, eu sinto muito por isso, Mac.

— Não foi sua culpa. — Mac imediatamente tentou tranquilizá-la. — Não foi culpa de ninguém.

— Você poderia ter entrado na caverna. — Sussurrou Jen.

— E então o quê? O que teríamos feito? Deixar os Zaludianos matarem os rapazes um por um para me forçar? Deixar que a encontrassem? — Mac respirou fundo e tentou acalmar seu coração acelerado enquanto se lembrava de como estava aterrorizada, pensando que seria estuprada como as mulheres de Jerboa. Ela não foi e forçou seus pensamentos para longe do que poderia ter acontecido e olhou para o grupo ao redor deles. Ela precisava ajudá-los.

— Disseram-me que receberam comida. — Ela olhou para Craig em confirmação.

— Nós recebemos. — Ele confirmou. — Pacotes. Ontem à noite e esta manhã.

— Isso foi que recebi também. — Ela não contou como Nikhil lhe deu a refeição na noite anterior. — E eu vejo que eles trouxeram colchões e cobertores.

— Sim. — Craig continuou respondendo.

— Novos revestimentos?

— Revestimentos?

— Sinto muito. Roupas? Eles disseram que puderam se limpar e vestir roupas novas.

— Recebemos roupas novas, mas não mostraram como usar a unidade de limpeza. Mas descobrimos.

— Bom.

— Mac... — Uma mão fina e pálida, cheia de cicatrizes se estendeu para segurar a dela. — Diga-nos o que precisamos saber.

— Eu o farei, mas primeiro, deixe-me dar uma olhada em você. — Com cuidado, ela puxou o capuz que cobria o rosto de sua amiga e sentiu sua respiração falhar. Porque de alguma forma, ela esqueceu quanto o dano o lado esquerdo do rosto de Jennifer sofreu. Recusando-se a deixar Jen ver como sua lesão a afetou, Mac deu-lhe um sorriso choroso. — Oi. Eu senti sua falta.

— Oh Deus, Mac. Eu também senti sua falta.

Os homens cerraram as fileiras, mesmo quando, desconfortavelmente, arrastavam os pés e desviavam o olhar enquanto as duas mulheres se abraçavam. Jen foi a primeira a se afastar e puxou o capuz para cima. Embora ela não o tenha puxado tão baixo, se virou para que o lado danificado de seu rosto estivesse longe.

— Diga-nos, Mac. — Disse Jen. — Conte-nos tudo o que você aprendeu.

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Treyvon ficou surpreso ao ver Nikhil entrar no campo de treinamento. Ele observou silenciosamente Nikhil, nu da cintura para cima e lutando com o Guerreiro Parlan com uma intensidade obstinada que fazia o guerreiro menor lutar para se defender. Não era como o Líder do Esquadrão normalmente treinava com aqueles sob seu comando a menos que ele estivesse fazendo um ponto.

— Líder de Esquadrão! — Embora Treyvon não tenha levantado a voz, foi facilmente ouvido através do campo de treinamento e Nikhil imediatamente terminou seu ataque a Parlan.

— General. — Nikhil se virou para enfrentar Treyvon.

— Uma palavra. — Nikhil assentiu e depois olhou de volta para o Parlan.

— Terminaremos isso outro dia, Guerreiro Parlan. — Assim, Nikhil foi até seu General.

Treyvon esperou até Nikhil se aproximar, então se virou e caminhou para uma parte mais calma do campo de treinamento. — Eu não esperava vê-lo aqui hoje, Líder de Esquadrão. Esperava que ficasse com sua companheira verdadeira enquanto Luol completasse o tratamento dela.

— Eu o fiz.

— Foi concluído? — Treyvon perguntou surpreso.

— Sim. Mackenzie acordou cedo e desejou ter o tratamento concluído e o educador.

— Onde ela está agora?

— Ela queria se encontrar com seu povo para explicar o que estava acontecendo. Sozinha.

— E você permitiu isso? — Treyvon franziu a testa. Porque se fosse abençoado com uma companheira verdadeira, nunca a deixaria fora de sua vista.

— Era seu desejo e...

— E? — Treyvon pressionou.

— Não pude negar, não quando era algo que exigiria se estivesse em seu lugar.

Treyvon não disse nada, apenas olhou para Nikhil até que o guerreiro maior precisou desviar o olhar.

— O Guerreiro Onp e Nroa estavam guardando a entrada, eu os informei que deveriam defender minha companheira verdadeira com suas vidas ou eu acabaria com eles.

— Justificável. — Treyvon acenou em apoio, em seguida, puxou a espada amarrada às costas. — Então ela conseguiu entender as informações fornecidas pelo educador?

— Sim e Luol a guiou através do educador. — Nikhil deu um passo para longe de seu General e puxou sua própria espada para fora.

— Ela entendeu a informação? — Treyvon perguntou, se espreguiçando levemente.

— Sim, muito bem. Ela foi até capaz de associar essa informação aos dias atuais. — Nikhil esperou que o General assumisse sua postura de luta. Nikhil sempre gostou de treinar com Treyvon. Ele era o único que realmente o desafiava com o poder de sua espada e enquanto Nikhil era forte, o General era mais rápido. Sempre era um bom jogo.

— O que você quer dizer? — Quando Nikhil apenas olhou para ele, Treyvon entendeu. — Ela sabe que minha família ajudou a causar a Grande Infecção.

— Não sua família, General. Um antepassado, mas sim.

— Entendo. Ela pode nos dizer onde está sua Terra agora? — Treyvon perguntou.

— Não.

— Você sabe que eu precisarei falar com ela novamente.

— Sim.

Treyvon deu-lhe o aceno de cabeça, assumiu sua postura e a luta começou.

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Parlan passou a unidade de reparo portátil por cima do braço enquanto observava o General e Nikhil. As lesões aconteciam durante os exercícios, razão pela qual uma unidade estava sempre disponível, mas raramente eram ferimentos causados por Nikhil. O Líder de Esquadrão era conhecido por sempre estar no controle de sua espada, de sempre recuar no último minuto.

Hoje, com ele, Nikhil não fez nada disso; levando-o ao chão novamente e novamente enquanto outros guerreiros observavam. Era humilhante, porque era assim que o Líder do Esquadrão queria que fosse. Tudo porque Parlan ousou não falar com ele sobre os humanos.

— Parece que você desagradou o Líder de Esquadrão. — Comentou o guerreiro Gulzar enquanto passava.

— Cale a boca, Gulzar! — Parlan disse. — Você irá me abordar com o respeito que conquistei ou precisará da unidade de reparação profunda depois que este Guerreiro de Elite terminar com você.

Gulzar olhou para Parlan por um momento. Ambos vieram do mesmo planeta Sustus, mas essa era a única coisa que tinham em comum. A linhagem de Parlan tinha muitos Guerreiros de Elite enquanto Gulzar tentava se tornar o primeiro na sua. Poucos Elites exigiam ser tratadas com o respeito ao qual o Parlan se referia. Especialmente não de um que estava tão perto de se unir às suas fileiras, mas Gulzar sabia que não podia recusar.

— Claro, Guerreiro de Elite Parlan. — Gulzar se curvou levemente para ele. — Eu não quis ofender, apenas fiz uma observação como parte do meu treinamento.

— Você foi ensinado a observar, não comentar. — Reagiu Parlan.

— Claro, Guerreiro de Elite Parlan.

— A Deusa o abençoou você neste dia, Guerreiro Gulzar. — Disse Parlan, soltando a unidade de reparo. — Eu não tenho tempo para mostrar por que você nunca se tornará um Guerreiro de Elite. Devo supervisionar os sobreviventes. Uma tarefa que o General pessoalmente designou a mim.

— Uma tarefa importante, de fato. — Concordou Gulzar. — Especialmente agora que a companheira verdadeira do Líder de Esquadrão foi encontrada entre eles.

Parlan estava prestes a se afastar quando as palavras de Gulzar o impediram. — Sobre o que está falando?

— Você não ouviu falar? — Gulzar lançou-lhe um olhar surpreso.

— Ouviu o quê? — Parlan exigiu.

— O Líder de Esquadrão descobriu uma fêmea gravemente ferida na mina. Parece que os Zaludianos iriam vendê-la para uma Casa de Prazer. Ela é sua companheira verdadeira.

— Os Zaludianos tinham uma fêmea Kaliszian naquela mina? — Parlan não podia acreditar que ele não tivesse ouvido isso.

— Não. Ela é uma das novas espécies. Aquela que se chama hu... humanos.

— Isso é impossível! Eles não são Kaliszianos!

— No entanto, ela usa sua conta de companheira verdadeira. Eu mesmo vi essa manhã quando ela estava andando ao lado do Líder de Esquadrão Nikhil no corredor.

Parlan girou e saiu sem outra palavra.

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— Então o que acontecerá conosco? — Foi Paul quem fez a pergunta depois que Mac finalmente parou de falar. — Porque não podemos dizer a eles onde está a Terra.

— Eu não sei. — Mac disse honestamente. — O que eu sei é que eles não são nada como os Zaludianos ou os Ganglians.

— E esta unidade de reparo... ajuda? — Todos os olhos foram de Mac para os três Jerboaianos que retornaram há pouco tempo. Ainda havia grandes manchas de pele, mas o que restava agora parecia brilhante e sedoso, com aparência saudável.

— Isso mesmo. Estou me sentindo muito melhor, não tão fraca e cansada. Estava machucada e tinha um lábio partido ontem. Hoje tudo acabou. Pode até curar cicatrizes. — Ela olhou para Jen e viu o choque em seu rosto.

— Isso... pode levar tudo isso embora? — Ela fez um gesto circular na frente do rosto.

— Sim, pode reparar todas as cicatrizes, Jen. Pode reparar qualquer dano interno. Apenas não pode...

— Não pode o quê?

— Não pode reparar seu tornozelo.

— Por que não? — Paul perguntou.

— Porque está totalmente curado. E se não fosse...

— Eu entendo. — Jen sussurrou.

— Sinto muito, Jen.

— Não é sua culpa. Não é culpa de ninguém. — Ela olhou para seus amigos. — Vocês todos precisam usar esta máquina e seu educador. Talvez então, possamos descobrir onde a Terra está.

— Você precisa usá-lo também, Jen. — Mac disse a ela.

— Não. Não há razão para isso.

— Nenhuma razão...

— Mac, que bem fará consertar o lado de fora se o que está quebrado está do lado de dentro?

— Jen...

— E eu não quero dizer minha perna. Quero dizer meu coração. Eles não podem consertar isso, então qual é o uso? Vocês têm uma chance, uma chance de se recuperar completamente de tudo. Voltar para casa e para suas vidas, eu não.

— Não diga isso, Jen! — Mac colocou os braços ao redor da amiga tentando não se encolher quando tudo o que ela sentia era osso. — Você ainda tem Kimmy. Você sabe que ela a está procurando. Viu a mensagem dela antes de sairmos.

— E eu a ignorei.

— Ainda assim.

— Mac, você sabe que Kimmy e eu não conversamos em quase seis meses. Para mim, apenas ignorá-la quando finalmente se aproximou... ela deve me odiar.

— Tenho certeza que não. Ninguém poderia odiá-la, Jen.

— Sim, bem, você não me conhecia antes, Mac. Eu não era tão legal assim.

— Isso é mentira. — Craig falou. — Você sempre foi uma boa pessoa, Jen, de verdade. Olhe para toda a porcaria de Todd que tolerou.

— Craig!

— Eu sei e sinto muito por falar mal dos mortos, mas é verdade. Eu recebi telefonemas e mensagens quando você levou Kimmy pela primeira vez. Ele poderia ter sido mais amigável.

— Talvez, mas também não fui legal com Kimmy, especialmente no final... agora ela nunca saberá o quanto sinto muito.

— Ela saberá. — Mac disse, apertando a mão dela. — Você pode dizer a ela quando finalmente voltarmos para casa, contanto que você não desista. Não a minha, Jen. Quando estávamos todos com tanta fome, você encontrou uma maneira de fazer a comida se esticar. Nós não estaríamos aqui se não fosse por você.

— E eu não estaria aqui se não fosse por você. — Jen apertou a mão de Mac em troca.

— Então não desista. Ainda não. Ninguém. — Mac olhou para os nove homens que os rodeavam. — Nós chegamos tão longe juntos para desistir. Assim podemos ir para casa juntos também.

Os homens murmuraram seu acordo e Mac se virou para Jen.

— Tudo bem. — Jen relutantemente concordou. — Não desista.

— Acho que precisamos continuar mantendo a existência de Jen em segredo. — Anunciou Craig.

— O quê? — Os olhos de Mac voltaram para os dele. — Por quê?

— Porque nós não sabemos o que os... Kaliszianos farão com ela. Olhe para você!

— Eu? — Mac deu-lhe um olhar chocado. — Sobre o que está falando?

— Você beijou um! — Ele disse com raiva. — Por quê? Como sabemos que eles não fizeram algo para forçá-la a isso? Que a máquina deles não...

— Não foi! Olha, aquele beijo... Nikhil e eu...

— Nikhil? Esse é o nome dele? — Jen perguntou baixinho.

— Sim. Ele foi quem me encontrou na mina. Ele me levou diretamente para o curandeiro Luol, que me colocou na unidade de reparação profunda.

— Quanto tempo você ficou nela? — Jen perguntou.

— Seis horas.

— Como você sabe que foi tanto tempo? — Craig perguntou.

— Porque foi o que Luol me disse quando perguntei.

— E você acreditou nele?

— Sim. Não havia razão para mentir sobre isso.

— O que aconteceu depois? — Jen puxou o olhar de Mac para ela.

— Eles me fizeram algumas perguntas, a maioria eu não consegui responder, então Nikhil me levou para seus aposentos.

— Ele...

— Não fez nada... pelo menos não do jeito como imagina. Ele me ajudou com a unidade de limpeza, me alimentou, então eu adormeci. Quando acordei, ele fez com que comesse novamente, então me levou de volta para Luol. Terminei meu tratamento e depois usei o seu educador. É por isso que posso falar e entender a sua língua agora, juntamente com todas as outras espécies conhecidas. Eu também sei muito sobre eles e sua história. O que os Ganglians forçaram em nós apenas continha duas línguas

— Você sabe sobre eles? Esses Kaliszianos?

— Eles e todas as outras espécies. É incrível Jen, as coisas que eu sei agora que não sabia antes.

— E isso é tudo por causa de seu educador?

— Sim.

— Você sabe por que fomos levados? — Craig perguntou baixinho.

— Não realmente. Quer dizer. — Ela levantou a mão para impedir todos de falarem imediatamente. — Eu sei que fomos levados para o trabalho escravo. Os Zaludianos estavam minerando ilegalmente neste planeta, que é chamado Pontus. Os Kaliszianos apenas descobriram o que estava acontecendo porque estavam do lado oposto de seu Império, defendendo-o de outra espécie. Os Kaliszianos não sabem por que os Ganglians estavam ajudando os Zaludianos. Aparentemente, os dois normalmente não se dão bem. Há mais.

— O quê?

— Parece que os Kaliszianos interceptaram várias naves Ganglians, uma delas tinha uma fêmea que afirmam ser semelhante a nós.

— Então eles sabem onde a Terra está.

— Não. Os Ganglians deletaram suas informações de navegação antes de serem abordados.

— Por que fizeram isso?

— Meu palpite é que estão tentando manter a localização da Terra em segredo por algum motivo, mas ninguém sabe por quê.

— Você acha que eles diriam se encontrassem? — Jen perguntou baixinho.

Mac pensou nisso por um momento, não porque ela não sabia a resposta, mas porque mereciam. — Nikhil me diria.

— Você confia nele tanto assim? — Craig perguntou em dúvida.

— Sim. — Os olhos de Mac imploraram silenciosamente a compreensão de Jen.

— Jen. — Craig afastou o olhar de Mac. — Não podemos confiar nisso.

— Eu confio em Mac, mas entendo sua preocupação, Craig. Eu ficarei aqui até sabermos mais.

— Jen, você precisa da unidade de reparo apenas para controlar sua dor.

— Dor? — Paul sentou-se ao lado de Jen e segurou seu queixo, fazendo com que ela olhasse para ele. — Que dor?

— Não é nada, Paul. — Ela deu a Mac um olhar irritado.

— Mac? — Paul olhou para ela.

— Ela está em constante dor desde o ataque. — Mac disse a eles pela primeira vez.

— Mac! — Jen exclamou.

— Por que você não nos contou? — Paul perguntou baixinho.

— Que bem teria feito para contar a você, Paul? — Jen disse. — Quando não havia nada que pudesse fazer.

— Mas há agora. — Mac interrompeu. — Você pode não sentir dor.

— Não sabe disso. — Jen argumentou. — E se eles não conseguem resolver o problema, por que acha que podem fazer a dor desaparecer?

Mac não podia discutir com isso porque ela não sabia. — E se eu descobrir que eles podem, você irá, pelo menos, deixar que o façam?

Jen ficou em silêncio por tanto tempo que Mac não achava que fosse responder. — Eu irei. — Ela finalmente disse.

— Isso ainda não explica porque você beijou aquele homem! — Craig disse.

— Macho. — Corrigiu Mac.

— O quê? — Craig franziu o cenho para ela.

— Eles não usam o termo homem, dizem macho. Você aprenderá isso depois de usar o educador. E é uma experiência muito melhor do que a que tivemos com os Ganglians.

— Você continua evitando a pergunta. — Craig rosnou.

— Eu não quero dizer, é apenas difícil de explicar... percebeu que os Kaliszianos usam estas contas em seus cabelos e... — As portas batendo contra a parede a cortaram.


CAPÍTULO NOVE

Parlan ignorou Onp e Nroa quando empurrou as portas para a área dos sobreviventes, indiferente que soasse como um tiro de blaster enquanto batiam contra as paredes, fazendo todos os seres traumatizados do lado de dentro pularem. Sua raiva e incredulidade aumentaram enquanto ele pensava em cada passo que deu para chegar até ali. Como a Deusa pode ter abençoado alguém como Nikhil com uma companheira verdadeira, mesmo que ela fosse uma de outra espécie? Nikhil era um homem grande e desajeitado, sem conexões com o poder, exceto pelo fato de que seu manno trabalhava para um Ministro.

Ele era um Guerreiro de Elite.

Descendia de uma linhagem poderosa.

Tinha acesso a mais créditos do que qualquer Líder de Esquadrão.

Ele era Parlan Spada.

E se alguém merecia uma companheira verdadeira, era ele.

Seu olhar percorreu a área, procurando pelos humanos, até que os encontrou encolhidos em um canto como os seres insignificantes que eram. Não pareciam melhores para ele limpos do que sujos. Poderia a Deusa realmente ter escolhido uma dessas criaturas como companheira verdadeira para um Kalisziano? Talvez ela os estivesse punindo, por causa do ancestral do General Rayner, com a Grande Infecção.

— Quero conversar com a fêmea. — Anunciou ele em Kaliszian, enquanto caminhava em direção ao grupo.

— O que ele está dizendo? — Jen perguntou, puxando o capuz para baixo.

— Ele quer falar comigo. Fique aqui. — Levantando-se, Mac passou pelos homens que estavam fechando as fileiras ao redor delas, sem saber o que estava acontecendo. — Está tudo bem. — Ela falou em inglês, sabendo que apenas eles entenderiam. — Ele quer falar comigo e não, não consegue entender nada do que vocês dizem em inglês.

— Ele é um idiota, Mac. — Paul informou de costas.

— Eu manterei isso em mente. — Ela respondeu, em seguida, saiu e enfrentou o Guerreiro Kaliszian que parou na frente deles.

Parlan não sabia o que esperava, mas não a bela criatura que saía de trás da parede cinza de capas. Ela era requintada, embora levemente estranha. Ondas de cabelos escuros e multicoloridos da fêmea estavam soltos, já que as fêmeas Kaliszianas sempre os prendiam com um clipe e eram trançados. Ela usava o que parecia ser uma cobertura de tempestade e se ajustava ao seu corpo que, embora mais magro do que o que ele gostava, ainda fez seu eixo pulsar com interesse.

— Quem é você? — Mac perguntou.

Sua pergunta fez com que ele desviasse o olhar de onde sua cobertura terminava, para encontrar olhos castanhos encarando-o desafiadoramente. Bom, ele gostava de uma fêmea lutadora. Gostava de fazê-la se submeter aos seus desejos. — Eu sou o Guerreiro de Elite Parlan Spada. Sou o guerreiro que o General Rayner achou mais confiável para cuidar de você e seu povo.

Mac apenas olhou para o homem falando com ela em uma voz oleosa. Não gostou da forma como seu olhar a percorreu. Isso a fez sentir que precisava de outro banho.

Quando ela não respondeu imediatamente, ele franziu a testa. — Você entende Kaliszian, não é? — Parlan perguntou. — É capaz de falar nossa língua?

— Sim. — Ela respondeu.

— Então me dê seu nome! — Ele ordenou.

— Por quê?

— O que você quer dizer com porquê? Sua espécie tem nomes individuais, não é? — Ele perguntou sarcasticamente.

— Sim.

— Então qual o seu? — Parlan perguntou novamente.

— Por que você quer saber? — Mac continuou perguntando.

— Porque sou o encarregado de cuidar de você. — Ele disse presunçosamente.

— Você acha que está aqui para me ordenar algo? — Mac levantou uma expressiva sobrancelha para ele.

— Sim.

— Isso é uma inverdade, Parlan! — Nikhil rugiu, invadindo a área, seguido por Onp e Nroa. Ele ficou furioso quando Onp o contatou para dizer que o Parlan exigiu falar com a fêmea da Terra. Ele não teve tempo de se explicar para Treyvon enquanto corria para Mackenzie. Não confiava no motivo de Parlan para vê-la. — Como se atreve a tentar enganar minha companheira verdadeira?

— Nikhil. — Mac gritou, agradecida e estendendo a mão para ele. Ela não percebeu o quão desconfortável Parlan a deixou, não até sentir a segurança do abraço de Nikhil.

— Você está segura, pequena, como prometi que ficaria. — Assegurou-lhe Nikhil, puxando-a para perto.

— Companheira verdadeira? — Parlan, no que dizia respeito a Mac, fingia muito mal a confusão.

— Você está dizendo que não viu isso? — Nikhil levantou a mecha de cabelo que continha sua conta de companheira verdadeira.

— Claro que não, Líder de Esquadrão. — Disse Parlan. — Porque se tivesse visto, nunca teria me aproximado dela. Como sua... companheira verdadeira não é Kaliszian, talvez deva instruí-la sobre qual é a conduta correta para um. Obviamente ela não é inteligente o suficiente para saber.

— Por que você... — Nikhil a moveu atrás dele, impedindo-a de dizer mais, assim como o som dele puxando a espada amarrada em suas costas. Onp e Nroa se moveram para ficar do lado dela, silenciosamente deixando Nikhil saber que a protegeriam.

— Você se atreve a insultar minha companheira verdadeira, Guerreiro Parlan? — Nikhil rosnou baixo, apontando a espada para Parlan.

Parlan deu um passo surpreso para trás, incapaz de acreditar que Nikhil reagia tão fortemente a suas palavras e freneticamente alcançou atrás dele procurando o cabo de sua espada. Não havia como ele não responder ao desafio de Nikhil, pois Guerreiros de Elite não recusavam.

— Líder de Esquadrão! O que em nome da Deusa está acontecendo? — A pergunta de Treyvon ecoou pela sala cheia de observadores silenciosos, já que seguiu Nikhil desde que saiu do campo de treinamento.

— O Guerreiro Parlan não apenas insultou minha companheira verdadeira, mas tentou enganá-la. — Respondeu Nikhil baixinho, sem desviar o olhar de Parlan.

— Guerreiro Parlan, isso é verdade? — Treyvon exigiu.

— Eu simplesmente afirmei que talvez ela devesse ser instruída sobre a conduta apropriada de uma companheira verdadeira.

— Guarde sua espada, Líder de Esquadrão. — Treyvon apenas se dirigiu a Nikhil enquanto Parlan ainda não pegou a sua e esperou até que Nikhil o fizesse antes de voltar sua atenção para Parlan. — Agora me diga, Parlan, como você sabe qual é a conduta apropriada para uma companheira verdadeira? Você tem uma que ninguém conhece? — Treyvon questionou.

— Eu... bem, não. — Parlan relutantemente respondeu.

— Seu manno?

— Não.

— Você conhece alguma outra companheira verdadeira?

— Claro que não, General! Não houve uma em quase quinhentos anos.

— Então, talvez a companheira verdadeira do Líder de Esquadrão Nikhil esteja se comportando corretamente.

— General! Ela nunca se apresentou como sua companheira verdadeira. E se realmente fosse, ela usaria sua conta orgulhosamente para todos verem, não a esconder em todo este... cabelo.

— Como você ousa! — Movendo-se mais rápido do que qualquer um deles poderia ter previsto, Mac se soltou de Nikhil e acertou um tapa no rosto de Parlan antes que alguém pudesse impedi-la. Sua pequena mão deixou uma marca vermelha em seu rosto. — Você não sabe nada sobre mim ou meus sentimentos por meu verdadeiro companheiro! Eu uso meu cabelo da forma como quiser e a conta de Nikhil fica onde ela deseja! Você não tem o direito de criticar algo sobre o qual não sabe nada e pelo que eu ouvi e testemunhei, nunca saberá, jamais a Deusa abençoaria um idiota como você com uma companheira verdadeira!

O silêncio reinou na sala, quando todos, incluindo os amigos de Mac, ficaram chocados com o ataque de mãos nuas contra o guerreiro muito maior. Poucos atacavam um Guerreiro de Elite e viviam, especialmente uma fêmea.

Nikhil foi o primeiro a reagir quando o rosto de Parlan se voltou para Mackenzie, afastando-a do homem furioso que dessa vez conseguiu encontrar o cabo de sua espada.

— Parlan! Pare agora! — Treyvon ordenou, desembainhando sua própria espada quando se colocou entre Parlan e o casal.

— Ela não tinha o direito! — Parlan disse.

— Ela tinha todo o direito! Você insultou não apenas a ela, mas o vínculo com seu companheiro. Algo que nunca faria com um macho. — O olhar de Treyvon percorreu o grupo atrás dele, franzindo a testa quando uma figura se afastou com medo. Isso não funcionaria. — Eu coloquei você no comando aqui porque pensei que trataria estes sobreviventes com respeito. E vejo agora que estava errado. — Ele olhou por cima do ombro. — Guerreiro Onp.

— Sim, General. — Onp imediatamente se apresentou ao seu General.

— O cuidado dos sobreviventes é agora sua responsabilidade.

— Sim, General. Eu não falharei com você. — Onp fez uma leve reverência.

— Eu sei que você não irá, Onp. — O olhar de Treyvon retornou a Parlan. — Parlan, agora você ficará nos muros.

— Mas General... — Parlan começou a discutir.

— Silêncio! — Treyvon ordenou. — Você desonrou não apenas seus irmãos Guerreiros de Elite, mas também seu povo como um todo. Uma companheira verdadeira é sempre honrada. Vou me certificar de que o Ministro Stepney saiba disso.

— Mas...

— Reporte-se ao guerreiro Marr. Eu o informarei que você está indo e por que.

Parlan olhou furioso para Mackenzie quando ele soltou o punho de sua espada, em seguida, dando a Nikhil um amplo espaço, saiu da área.

Nikhil olhou para Mackenzie. Não podia acreditar que ela atacou Parlan, surpreso com suas palavras e pela forma como defendeu o vínculo delas. Não depois do que ele disse a ela naquela manhã. Sua Mackenzie podia ser pequena, mas era feroz.

— Mackenzie. — A palavra suavemente falada fez com que ela se virasse para olhá-lo e ele viu que seus lindos olhos castanhos ainda estavam cheios de raiva.

— Ele é um idiota, Nikhil e está errado. Tenho orgulho de ser sua companheira verdadeira. — Ela virou-se para encará-lo e a mão que bateu em Parlan levantou-se para ficar sobre o coração dele. — Eu sei que ainda temos muito a trabalhar, mas se você não acredita em mais nada, acredite nisso.

Nikhil descobriu que apenas podia cobrir a mão dela com a sua e acenar com a cabeça, pois sua garganta estava muito apertada para permitir que as palavras passassem.

— Mac? — A pergunta de Craig a fez olhar para seus amigos. Ela viu a confusão e preocupação em seus olhares. — Você está bem? O que está acontecendo?

Dando ao peito de Nikhil uma suave carícia, ela se virou e foi até eles. — Está tudo bem. Conheceram o General Treyvon? Rayner? — Perguntou ela, apontando para o General.

— Sim. Uma vez. Nas minas. — Craig disse e Mac assentiu.

— Ele removeu Parlan do comando. Agora este guerreiro ficará aqui. — Ela gesticulou para o outro macho. — Guerreiro Onp.

Nikhil ouviu enquanto Mackenzie falava com o macho que parecia ser o líder do grupo, embora não entendesse as palavras dela, sabia que ela estava explicando o que aconteceu e que Onp agora estava no controle. Ele também podia dizer que ela estava cansada. Era como estava começando a firmar os joelhos para não balançar, estava no menor tremor em sua mão enquanto apontava para Onp, e estava na leve palidez de sua pele.

— Mackenzie. — Ele se aproximou, oferecendo a ela sua força e apoio. — Venha, pequena.

— Apenas um minuto. — Disse ela em Kaliszian, depois voltou para o inglês. — Jen, pode ser melhor se ficar escondida por mais algum tempo. Volto assim que puder. — Com isso, ela sorriu para Nikhil e deixou-o levá-la.

8 8 8

— Eu estou levando-a para Luol, Mackenzie. Quero que ele examine você antes de descansar. Passou por muita coisa. — Disse Nikhil levando-a para a ala médica.

— Estou bem, Nikhil.

— Você empalideceu e acha que não percebi como suas mãos estão tremendo. Luol irá avaliá-la.

— Eu não posso acreditar que você apenas tem uma unidade de reparo profundo em todo este planeta.

— Isso é porque nós não pensamos que precisaríamos de uma quando chegamos. — Treyvon disse a ela, movendo-se silenciosamente atrás dela. — Quando começamos a descobrir os sobreviventes, mandei descer da minha nave.

— Vocês as tem em suas naves?

— Várias, sim.

— Então por que não tem outra aqui? — Mac se aproximou do General, forçando-o a parar ou derrubá-la.

— Isso deixaria meus guerreiros sem uma, se eles precisassem.

— Eles não estão todos aqui embaixo?

— Não. Há aqueles que patrulham a área ao redor de Pontus, interceptando qualquer nave que possa ser Ganglian ou Zaludiana. Nossa intervenção nem sempre é... apreciada.

— Algum deles precisou da unidade?

— Não.

— Então precisa descer. — Mac disse a ele. — Meus amigos precisam de tratamento.

— Eles receberão...

— Não! Nós passamos por mais do que você pode imaginar e eu não permitirei que outros sejam tratados primeiro apenas porque nunca nos encontrou antes.

— Os outros estavam lá mais do que você.

— Você não sabe com certeza! E mesmo se isso fosse verdade, quanto tempo demorou Luol para tratar os três Zebroianos?

— Eu...

— Três horas. Uma hora para cada um. — Disse Luol, saindo de um consultório médico quando ouviu a discussão no corredor.

— E quanto tempo você demorou para me tratar? — Ela se virou para encarar Luol.

— Sete no total. — Admitiu Luol.

— Então isso não diz alguma coisa? — Mac exigiu, voltando para Treyvon. — Ainda não sei há quanto tempo fomos levados, mas estou começando a ter uma ideia, por causa disso. — Ela levantou a mecha de cabelo que tinha a conta de Nikhil.

— O que minha conta pode dizer sobre o tempo que está aqui, Mackenzie?

— Não é a conta. — Ela se virou para Nikhil. — É o comprimento do cabelo.

— Eu não entendo. — Nikhil franziu a testa para ela.

— Está mais longo.

— Seu cabelo? Continua crescendo?

— Claro! — Foi sua vez de franzir a testa e ela estendeu a mão para tocar o dele. — Não o seu?

— Não.

— Mas...

— Talvez seja melhor não discutirmos isso no corredor. — Afirmou Luol quando guerreiros pararam ao redor deles.

— Concordo. — Disse Treyvon.

— Sim, então você pode reexaminar Mackenzie.

— Reexaminar? — O olhar preocupado de Luol foi para Mackenzie e ele deu um passo mais perto dela. — O que está errado, Mackenzie?

— Nada. Nikhil está exagerando. Estou um pouco cansada.

— Venha. — Luol gesticulou para a porta ainda aberta. — Ela pode se deitar em uma cama de exame, usarei a unidade portátil como a unidade de reparação profunda está atualmente em uso.

— Eu a quero na unidade de reparo profundo! — Nikhil rosnou, guiando Mackenzie para dentro do quarto.

— Difícil de fazer quando há apenas uma e depois de tudo... eu não fiquei mais tempo presa do que meus amigos, fiquei? — Sua pergunta fez todos os três machos parecerem desconfortáveis.

— Mackenzie... — Nikhil rosnou.

— O quê? — Ela se virou para olhar para Nikhil e ficou surpresa ao descobrir que as lágrimas o estavam embaçando. — Eu não deveria falar a verdade? Porque se os Zaludianos não tivessem me descoberto e me batido, sequer estaria aqui agora, verdade? Você nem saberia sobre mim. Eu não seria sua companheira verdadeira. Poderia ter morrido antes de me achar digna de tratamento.

Nikhil não suportava ver sua companheira verdadeira tão chateada, não podia suportar que ser incapaz de impedi-lo e realmente não suportava que suas palavras fossem verdadeiras. Novamente. Imediatamente parou ao lado dela, ele a envolveu em seus braços.

— Eu não acredito nisso! Nunca acreditarei nisso! A Deusa me guiou para você e enquanto nunca concordarei com a forma como ela a trouxe para minha vida, nunca me arrependerei de você estar nela. — Suas palavras a fizeram soluçar e ele olhou para Luol em pânico.

— Eu poderia dar a ela algo para acalmar, mas seu sistema já está tentando se ajustar a tanto...

— Não... — A voz de Mac foi abafada contra o peito de Nikhil. — Apenas me dê um minuto.

— Você pode ter todos os minutos que precisa, minha Mackenzie. — Nikhil a tranquilizou, seus braços apertados ao redor dela, dando o conforto que podia.

— Nikhil, se você se sentar, eu posso examiná-la enquanto ainda está em seus braços. — Luol murmurou.

Nikhil imediatamente pegou Mackenzie nos braços e se sentou na mesa de exame. — Faça isso. — Ele ordenou.

Mac não podia acreditar que estava cansada assim. Novamente. O que havia de errado com ela? Ela nunca foi assim antes.

— É compreensível, pequena. — Nikhil murmurou em seu cabelo, fazendo-a perceber que falou em voz alta. — Você passou por muita coisa e lidou com tudo com graça e força. Deixe-me ser sua força agora. Eu tenho mais do que o suficiente.

Mac se encontrou rindo enquanto esfregava a testa contra o peito dele antes de olhar para cima, dando-lhe um sorriso hesitante. — Você é bastante forte, não é?

— Eu sou. — Ele concordou.

— Essa é uma das coisas que eu gosto em você. — Disse ela e se viu mergulhando no olhar quente e brilhante de seu verdadeiro companheiro.

— Gosta? — Ele perguntou em voz baixa.

— Sim.

— Ahem. — O som de Luol limpando sua garganta fez Mac afastar o olhar de Nikhil. — Acho que você apenas precisa descansar, Mackenzie. Seu sistema simplesmente não teve tempo para absorver tudo o que foi dado.

— Então é isso que ela deve ter. — Nikhil levantou-se com ela ainda em seus braços.

— Espere! — A exclamação de Treyvon fez todo mundo congelar. — Eu preciso saber por que o comprimento do seu cabelo diz a você há quanto tempo você foi levada.

— Seu cabelo realmente não cresce? — Mac perguntou, estendendo a mão para tocar uma das tranças de Nikhil. — É por isso que ficou tão irritado quando eu sugeri cortar o meu?

— Você fez o quê? — Tanto Luol e Treyvon exclamaram, olhando para Mac.

— Na Terra, o cabelo vem em comprimentos variados. Alguns até preferem remover tudo.

— O quê? — Isso fez todos os três machos exclamarem.

— Eu sei que para vocês é um sinal de desgraça, mas não é assim na Terra.

— Seu cabelo continua crescendo mesmo depois de amadurecer? — Luol perguntou cuidadosamente.

— Sim. Eu entendo porque o de vocês não.

— Não. Nosso cabelo atinge seu comprimento final perto de nosso décimo sexto ano. A partir de então, apenas cresce o suficiente para manter esse comprimento.

— E se for intencionalmente cortado? — Ela perguntou.

— Ele eventualmente voltará a crescer, mas muito lentamente. Com que rapidez o seu cresce?

— Eu não tenho certeza. Esperava que um dos machos soubessem, mas não tivesse tempo para perguntar.

— Por quê?

— Porque outras perguntas eram mais importantes. O que eu sei é que costumava cortar meu cabelo a cada quatro ou seis semanas, fiz isso antes de sermos levados.

— E quanto então? — Nikhil perguntou delicadamente tocando as pontas do cabelo dela.

— Até aqui. — Ela colocou a mão até a clavícula e observou os olhos de Nikhil se arregalarem.

— Isso é muito mais longo, Mackenzie. — Ele sussurrou.

— Eu sei, eu nunca deixei isso acontecer muito antes.

— Então, quão rápido seu cabelo cresce? — Treyvon perguntou.

— Minha cabelereira normalmente cortava centímetros a cada quatro semanas.

— Isso significa... — Treyvon franziu a testa incapaz de acreditar no que ela estava dizendo.

— Que fomos levados de cinco a seis meses atrás. — Ela disse e foi recebida com um silêncio atordoado.

— Mas isso... isso é impossível. Nenhuma espécie pode sobreviver tanto tempo sob condições tão duras. — Disse Luol, parecendo horrorizado.

— Mas você nunca conheceu minha espécie antes, verdade? — Ela desafiou.

Luol olhou para Treyvon. — General, se isso for verdade, então devo insistir para que comece a tratar os humanos imediatamente e que envie outra unidade de reparação profunda. Mackenzie estava altamente deficiente em muitas das vitaminas e minerais vitais que são essenciais para cada um. Imaginei que fosse porque a exigência de um ser humano era diferente, mas agora que estou ciente de quanto tempo foram mantidos, percebo que é porque estavam tão esgotados na luta pela sobrevivência que precisam de tratamento imediato.

— Isso foi o que eu disse! — Mac exclamou.

— Nikhil, leve sua Ashe para seus aposentos e tenha certeza que ela descanse. — Ordenou Treyvon.

— Mas...

— Eu cuidarei para que seus companheiros humanos sejam tratados, Ashe Mackenzie. — Treyvon informou a ela. — Mas não a menos que você permita que Nikhil a leve de volta aos seus aposentos e descanse. Eu não posso ter meu Líder de Esquadrão distraído.

8 8 8

— Eu posso andar, sabe. — Mac disse a Nikhil, enquanto ela se acomodava em seus braços.

— Eu sou forte, lembra? — Ele disse, deslocando-a levemente para pressionar a palma da mão contra o painel de acesso de seus aposentos.

— Eu lembro.

— Você precisa descansar, mas primeiro comerá. — Ele informou, colocando-a no sofá antes de se mover para o que parecia ser uma pequena área de cozinha para pegar um pacote.

— Por que há uma cozinha em seus aposentos? — Ela perguntou. Descobriu com o educador que os Kaliszianos não cozinhavam, porque apenas os mais ricos tinham lojas de alimentos frescos.

— Estava aqui quando nós chegamos. Esta base estava aqui quando Pontus era um planeta vivo e viável. Um cheio de vida vegetal comestível.

— Então os Kaliszianos comiam mais do que esses pacotes prontos? — Ela perguntou, pegando o pacote que entregou a ela.

— Quando estamos em missões, consumimos três pacotes por dia. Mas quando estamos em algum lugar, recebemos rações extras para preparar uma refeição por dia.

— E você prepara isto aqui?

— Não. Combinamos nossas rações e a tarefa de preparar a refeição é atribuída a um guerreiro. Apenas recebemos refeições aqui em Pontus nas últimas quatro semanas quando começamos a descobrir sobreviventes e essa base foi restabelecida.

— Entendo.

— Vou levá-la para a última refeição, uma vez que é preparada depois de ter descansado. Agora coma.

— Você não comerá também?

— Sim, depois.

— Mas... — Ela olhou para o pacote em sua mão. — Oh meu Deus, estou comendo suas rações.

— Mackenzie...

— Aqui! — Ela empurrou para ele. — Pegue!

— Não! — Ele ordenou, enquanto ela continuava tentando pressioná-lo em suas mãos. — Mackenzie, estou bem.

— Não. Você não comeu de manhã também. Está me dando suas rações de comida.

— Mackenzie! — Nikhil se levantou e abriu um armário revelando que estava cheio de pacotes. — Os Guerreiros de Elite recebem sempre três pacotes de comida por dia, não importa onde estejam, mesmo quando estacionados em uma base permanente. É um dos benefícios de alcançar o status de Elite.

— Um deles? — Ela questionou.

— O outro é que recebemos créditos extras para usar da maneira que acharmos melhor.

— Então, por que você não está comendo?

— Porque estou mais preocupado com você do que comigo agora. Comerei quando sentir fome, meu voto.

Mac mordeu o lábio inferior para evitar que tremesse. Ela estava cansada de suas emoções estarem fora de controle, especialmente perto de Nikhil. Talvez se descansasse, como Luol sugeriu, não se sentiria tão fora de controle.

— Acho que gostaria de descansar agora. — Ela disse a ele.

— Termine de comer primeiro. — Argumentou ele.

— Não. Eu não estou com fome. Não estou acostumada a comer tanto assim, Nikhil. — Ela ergueu a mão para impedi-lo de discutir. — O que você me deu como primeira refeição é mais do que estava acostumada nas minas. Meu sistema não está acostumado. Tudo o que quero agora é um travesseiro e cobertor.

Nikhil pegou o pacote e o colocou de lado. — Então venha. — Ele estendeu a mão. — Vou levá-la para cama.

— Não. Eu posso dormir aqui.

— O quê? — Ele deu a ela um olhar confuso. — Por quê?

— Porque não há razão para ficar em sua cama.

— É onde você pertence! — Nikhil disse, depois respirou fundo tentando se forçar a acalmar.

— Eu não tenho certeza se é, Nikhil. — Ela disse triste. — Agora não.

— Por que está dizendo isso? — Ele questionou e então percebeu o porquê. Foi por causa do que ele disse. Nunca em sua vida se sentiu como se tivesse falhado tanto com a única pessoa que nunca deveria falhar. Lentamente, ele atravessou a sala para se acomodar no sofá ao lado dela. — Isso é por causa do que eu disse esta manhã... pensei...

— Pensou o quê?

— Que você me perdoou por minhas palavras precipitadas.

— Elas não foram precipitadas, Nikhil. — Ela disse baixinho. — Eram a sua verdade. O que você realmente acredita. Em que sua cultura acredita. Minha cultura acredita em algo diferente e eu não sei como podemos superar isso.

— Você disse que se sentia orgulhoso de me ter como seu verdadeiro companheiro. — Ele disse a ela.

— Sim, mas não acredito que você seja. — Ela deu a ele um olhar desanimado. — Como pode ser, quando acha que não sou melhor que uma prostituta ou uma vagabunda?

— Eu não sei o que essas palavras significam. — Ele disse a ela.

— Uma vagabunda é uma fêmea que faz sexo com qualquer macho que quer. Uma prostituta é uma fêmea que faz o mesmo, exceto que o macho troca algo de valor com ela por isso, dá créditos a ela. É isso que os trabalhadores de prazer fazem, não é? E aquelas a quem você dá sua amizade. Nunca fiz isso e nunca farei. Mas beijei machos na boca e para você, isso não é diferente.

Nikhil apenas olhou para ela sem palavras. Ela realmente acreditava nisso? Que ele pensava tão pouco dela? Toda sua vida ele foi julgado asperamente, era mal interpretado por causa de seu tamanho por seu próprio povo. Foi algo que prometeu nunca fazer a outro ser, mas parece que o fez... e com sua companheira verdadeira.

— Somos diferentes Nikhil e não estou falando de tamanho. Estou falando culturalmente. Para você, isso. — Ela ergueu a conta no cabelo. — É irrefutável. Não tem dúvidas. Para mim, não é assim. É preciso ações, palavras e sentimentos. É preciso ter confiança e crença de ambos os lados. Você está me pedindo para acreditar em algo que nunca ouvi falar ou experimentei. Antes que os Ganglians me levassem, eu poderia fazer isso... e por sua causa... eu o fiz, então você me rejeitou.

— Eu não fiz isso!

— Você fez, Nikhil. Você me julgou e me achou indigna. — Ela sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. — E isso é mais doloroso do que qualquer coisa que os Zaludianos fizeram. — Achando que não podia mais olhá-lo, que não podia mais aguentar ver a dor que suas palavras lhe causavam, ela se enrolou em uma bola e deitou a cabeça no braço do sofá. Era mais confortável que o chão da mina e levou apenas alguns segundos para adormecer.

Nikhil estava em um canto do quarto que escureceu e observou o sono de sua companheira. Ele não sabia o que fazer para consertar isso. Preferia lutar corpo a corpo com um Radek, com um Ganglian, um Zaludiano ou Torniano, do que ficar parado ali sem saber o que fazer. Mackenzie não estava errada. Ele a julgou. Fez o que prometeu que nunca faria.

Movendo-se para ela, se abaixou, rolando sua conta de companheiro verdadeiro entre os dedos. Não irradiava o mesmo calor de antes quando a sentiu em seus cabelos pela primeira vez. Agora estava fria e escura como a dor que ele viu em seus olhos. Como consertava isso? Girando, ele foi conversar com o único macho em quem podia confiar com sua vida.


CAPÍTULO DEZ

— Nikhil! — Cirrus Kozar exclamou, seu prazer era ouvido com facilidade. — Onde você está? Pode me dizer?

— Eu estou em Pontus, manno. — Disse ele, sabendo que, pelo menos uma vez, sua localização não era um segredo.

— Pontus? Por que não em Crurn?

— Isso eu não posso dizer, manno. O que posso dizer é que encontrei minha companheira verdadeira.

— O quê? — Cirrus não tentou esconder seu choque. — Nikhil, isso é...

— Eu sei, manno. Eu também fiquei chocado.

— Sua mãe ficará emocionada!

— Você não pode dizer a ela, manno. Ainda não.

— O quê? Por quê?

— Por isso que quero falar com você. Eu preciso do seu conselho.

— Meu conselho? Nikhil, o que está acontecendo?

— Minha companheira verdadeira... ela não é Kaliszian, manno.

— Não... ela é Torniana?

— Não.

— Kalbaughian?

— Não.

— Não Ganglian!

— Deusa, não! Ela é humana.

— Humana? O que é uma humana?

— É uma nova espécie que acabamos de descobrir... manno...

— Sim, Nikhil?

— Eu preciso do seu voto de que não repetirá nada que eu estou prestes a lhe dizer. Eu não tenho certeza se o Imperador já sabe tudo.

— Nikhil... você tem meu voto. Sabe que eu nunca o trairia, mas tem certeza que deveria me dizer isso?

— Eu preciso de conselhos, manno e você é o único em quem confio completamente.

— Sinto-me honrado Nikhil, porque você é um dos machos mais dignos que já conheci. E isso não é porque você é meu, mas porque merece. Agora me diga como posso ajudá-lo.

— Eu feri minha companheira verdadeira, manno.

— O quê? Isso é impossível! Você nunca me fará acreditar que machucaria fisicamente sua companheira.

— Eu não o fiz, mas eu a machuquei emocionalmente, manno, com minhas palavras e não sei se ela pode me perdoar.

— O que você disse a ela, Nikhil?

— Parece que para ela... para sua espécie... beijar um macho nos lábios não é considerado sagrado. Quando descobri isso, não reagi bem.

— Nikhil, você sempre soube que espécies diferentes podem ter costumes muito diferentes.

— Sim, mas ela é minha companheira verdadeira e tão parecida conosco que simplesmente assumi...

— Sempre um erro. Especialmente em relação a uma fêmea, pois não há duas iguais. É o que torna cada uma tão especial. Então, o que a espécie dela considera sagrado?

— Eu não sei. Ela ficou com tanta raiva de mim por compará-la a uma trabalhadora de prazer que se recusou a me dizer. E depois...

— Você comparou sua companheira verdadeira com uma trabalhadora de prazer? Nikhil, como pode...

— Ela beijou outros machos, manno! Nos lábios! Mamãe faria isso? Você seria capaz de aceitá-la se o fizesse?

— Não. Nunca. Mas então sua mãe é Kalisziana e responderia como uma Kalisziana. Sua companheira verdadeira não é. O que você precisa fazer, meu macho, é descobrir o que ela considera sagrado. Talvez seja algo que não fazemos.

— Mas o quê?

— Ela não lhe deu nenhuma pista?

— Pista?

— Filho, as fêmeas estão sempre dando pistas. Pistas do que elas gostam. Indícios do que não gostam. Um macho apenas precisa realmente ouvir para saber.

— Ela disse algo sobre como, enquanto beijou dois machos nos lábios, isso foi tudo o que ela fez. Que não ofereceu sua amizade a nenhum macho.

— E isso não lhe disse o que ela considera sagrado? O que ela quer oferecer apenas a seu companheiro verdadeiro?

— Ela disse que eles não têm companheiro verdadeiros, mas algo que eles chamavam de almas gêmeas. Que também não têm nenhum sinal externo de quem é, como fazemos com a nossa conta. Apenas uma crença na pessoa e confiança.

— Uma maneira muito mais difícil de saber então.

— Eu... sim, eu acho que seria.

— Então ela não confia em você? Ou não percebeu isso em suas palavras.

— Ela confiou em mim para limpá-la, alimentá-la e dormir em meus braços. — Nikhil disse baixinho. — Foi apenas esta manhã que eu quebrei essa confiança.

— Eu não conheço essa fêmea, Nikhil. Eu não sei se ela é digna de você, mas...

— Ela é! — Nikhil imediatamente a defendeu. — Ela é a fêmea mais digna que já conheci. Ela é forte e gentil. Preocupa-se com os outros e me defendeu, mesmo depois que falhei com ela.

— Então você a ama.

— Eu... sim... eu amo... e não porque ela usa minha conta.

— Claro que não. O que eu ia dizer é que, para nós, as contas nunca estão erradas. Encontrou sua companheira verdadeira, Nikhil. Então agora cabe a você mostrar a ela que você é dela.

— Eu... como eu faço isso, manno?

— Sempre dizendo a verdade, meu macho. Certificando-se de que ela saiba quais são seus verdadeiros sentimentos e que eles são todos para ela. — Cirrus fez uma pausa. — Sua mãe pode não usar minha conta de companheira verdadeira, mas eu a amo e em meu coração ela é minha companheira verdadeira.

8 8 8

Mac não queria ouvir a conversa de Nikhil com seu manno, mas ela não sabia como lhe dizer que estava acordada. Então depois de um tempo, não quis. Descobriu mais sobre Nikhil e seus verdadeiros sentimentos por ela naquela conversa curta do que ele disse nas horas em que estiveram juntos. Nikhil parecia muito com seu avô. Um homem grande e rude que tinha dificuldade em expressar seus verdadeiros sentimentos, mas isso mudaria. Ela se certificaria disso.

— Nikhil? — Ela gritou quando ele desconectou de seu manno.

— Mackenzie? — Ele estava imediatamente ao lado dela. — Pensei que estivesse descansando. Por que não está descansando? Precisa descansar.

— Você se importaria se eu descansasse em sua cama?

— Eu... não, não me importo.

— Você me ajuda a chegar lá? — Ela perguntou, estendendo as mãos.

Pegando-as, Nikhil a puxou com cuidado. — Você precisa de Luol, Mackenzie?

— Não, apenas preciso de você para me levar para cama.

Nikhil não disse nada, apenas a encarou por um momento. Não havia como ela ter dito aquelas palavras da forma como soou.

— Então a levarei, pequena. — Pegando-a em seus braços, Nikhil a levou para sua área de descanso. Uma vez dentro, ele puxou as cobertas e gentilmente a deitou. — Você está segura aqui, Mackenzie.

— Eu sei. — Ela se moveu na cama, depois deitou de lado e deu um tapinha no lugar ao lado dela. — Deite comigo, Nikhil.

— Eu pensei...

— Pensou o quê?

— Que você não se sentia segura comigo.

— Você sabe melhor que isso. — Ela suavemente repreendeu. — Eu nunca me senti mais segura na minha vida do que quando estou com você.

— Então por que...

— Venha para cama, Nikhil e talvez possamos descobrir.

Nikhil rapidamente tirou as botas, depois o colete e as armas antes de se unir a ela na cama.

— Eu não tenho certeza onde tocá-lo. — Ela sussurrou.

— Toque-me em qualquer lugar que quiser, Mackenzie e responderei.

— Talvez seja disso que tenho medo. Como você responderá.

— Por quê?

— Você não respondeu bem da última vez.

— Mackenzie. — Ficando de lado, Nikhil apoiou-se no cotovelo, a cabeça em uma mão enquanto esticava a outra para colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha, permanecendo ali para acariciar a pele suave de seu pescoço. — Você estava certa sobre o que disse antes. Somos diferentes, muito diferentes e temos muito a aprender um com o outro. Eu não tinha o direito de reagir daquela forma, de julgá-la pelos costumes do meu povo sem considerar o seu. Eu gostaria muito de saber quais são estes costumes e então talvez entre nós possamos encontrar uma maneira de criar nossos próprios costumes.

— Você acha que é possível? — Ela perguntou estendendo a mão para tocar seu rosto.

— Eu acho que, com você, tudo é possível.

— E os machos que eu beijei? — Ela o sentiu enrijecer e começou a afastar a mão para longe, quando a mão dele cobriu a sua parando-a.

— Beijar é diferente para o seu povo. — Ele disse baixinho.

— Sim.

— Você vai me explicar o que isso significa para você? — Ele perguntou.

— Beijar?

— Sim.

— Bem, existem diferentes tipos de beijos e eles significam coisas diferentes, dependendo de quem está dando e para quem.

— Tudo nos lábios?

— Não. Você pode beijar alguém na bochecha, na testa. Alguns machos até beijam as costas da mão ou a palma de uma fêmea. Todos significam coisas diferentes.

— O dorso da mão... — Nikhil levou sua mão aos lábios. — Assim?

— Eu... sim. — Ela disse, sua respiração parando com a carícia gentil.

— O que isso significa? — Ele perguntou, seus olhos brilhando suavemente.

— Normalmente é um gesto de cortesia ou respeito entre diplomatas, pessoas no governo ou realeza.

— E o beijo na palma da mão? — Ele perguntou, virando a mão para colocar outro beijo suave ali.

— É mais íntimo, carinhoso, dado apenas a alguém que você ama ou se importa muito.

— Você já fez isso antes? — Ele questionou e tentou não ficar chateado quando viu que sim.

— Sim, com meu avô.

— Avô. — Nikhil franziu o cenho, odiando não entender a palavra.

— O manno do meu manno. — Ela disse a ele, percebendo que nem todas as palavras que usava se traduziam para Kaliszian. — Ele estava doente... morrendo. Eu sentei ao lado dele. Segurei a mão dele. — Ela inverteu as mãos deles. — E fiz isso. — Ela inclinou a cabeça na mão dele e carinhosamente beijou sua palma.

— É cheio de carinho, de devoção. Até se sente reconfortante. — Disse ele em voz baixa.

— Sim, porque é o que eu sentia por ele. Ele me criou depois que meu mano morreu e minha mãe me abandonou.

— Sua mãe fez o quê? — Foi então que Nikhil percebeu que sabia muito pouco sobre sua Mackenzie. Oh, ele sabia o que aconteceu com ela, mas nada sobre sua vida antes disso.

— Ela desmoronou depois que meu mano morreu e mal podia funcionar. Eu tinha apenas seis anos e ela não conseguiu lidar com isso e comigo.

— Quando ela voltou?

— Ela nunca fez. Foi apenas eu e vovô até ele morrer. Então depois apenas eu.

— Você foi forçada a sobreviver sozinha? — Isso explicava muito.

— Acho que poderia dizer isso, mas não era como se eu ficasse jogada na rua. Ainda tinha minha montanha.

— Montanha... você quer dizer...

— Montanha. — Ela disse com firmeza. — A família do meu avô teve a honra de cuidar dele durante séculos.

— Você se preocupa com a terra? Com as criaturas e vida que suporta?

— Sim. Nós dirigimos um negócio de guia.

— Negócio de guia?

— A Terra tem uma sociedade muito diversificada. Alguns vivem em cidades grandes, alguns vivem em cidades menores e outros vivem no país. Muitos gostam de ir a lugares e passar um tempo onde ninguém mora. Vovô e eu os levamos para nossa cidade. Nossa montanha.

— Você... escoltava grupos por suas terras?

— Sim, era o que estava fazendo quando os Ganglians nos encontraram.

Nikhil silenciosamente olhou para ela por um momento, percebendo que sua companheira verdadeira era uma líder de pessoas e uma cuidadora da terra. Ela era incrível e queria saber mais. — Conte mais.

— Sobre beijar? Eu não sei mais o que dizer. Nós beijamos amigos e familiares na bochecha.

— Nós também fazemos isso... mas apenas com fêmeas. — Ele esperou que ela continuasse.

— Então, suponho que agora você quer saber sobre beijar na boca.

— Eu gostaria. — Ele disse cuidadosamente. — Os machos que você beijou...

— Foram apenas dois.

— Dois.

— Sim.

— Eles eram... especiais para você?

— Um sim. Eu pensei... bem, não importa o que pensei e o outro, foi apenas um primeiro beijo.

— Primeiro beijo. — Ele repetiu.

— Sim. Eu gostava dele. Nós saímos em um encontro e quando acabou, nos beijamos nos lábios. É uma maneira comum de terminar um encontro. Não foi da mesma maneira que beijei você.

— Como?

— Foi lábios fechados.

— Fechados... — Nikhil pensou em como a língua dela acariciou a dele e ficou aliviado por não ser algo que ela compartilhou com um não especial para ela. Isso o fez pensar. — Então o que é que compartilha com um macho que é especial para você?

— Eu... isso... — Mac ficou vermelha.

— Mackenzie. — Nikhil franziu a testa em sua reação. — O que está errado? Por que não me conta?

— Não é que não queira contar a você, é algo que normalmente não é falado na Terra. Nós apenas sabemos, como você faz com o beijo.

— Mas eu não sei.

— Eu sei... disse que trocou... amizade com fêmeas antes.

— Sim. — Nikhil franziu a testa para ela. O que isso tinha a ver com alguma coisa?

— Quantos anos você tinha na primeira vez?

— Eu ainda estava no meu treinamento. Ela...

— Eu não quero ouvir sobre isso! — Ela o cortou, afastando a mão da dele.

— Mackenzie, por que você está tão irritada por quem me uni?

— Por que você ficou tão irritado com quem eu beijei? — Ela perguntou.

— Mas não é a mesma coisa.

— Não, não são.

— Eu... está dizendo que... uma união masculina e feminina é o ato mais íntimo para o seu povo.

— Não para todos, mas para mim... sim.

— Oh, com quantos machos você se...

— Nenhum, tudo bem? Nenhum. — Ela rolou para longe dele, querendo sair da cama apenas para encontrar-se repentinamente deitada de costas, com Nikhil escarranchando suas coxas e seus pulsos sendo puxados sobre sua cabeça.

— Eu seria o seu primeiro? — Ele perguntou baixinho, seus olhos procurando os dela e viu que era verdade. A sensação que lhe deu, saber que não apenas ele seria o primeiro, mas o único dela, o endureceu com necessidade e desejo.

— Sim. — Ela sussurrou, olhando-o. Enquanto estava sobre suas coxas, não estava colocando seu peso nelas ou fazendo-a se sentir restrita. Era mais como se estivesse encurralando-a, permitindo que se movesse, mas apenas um pouco. Ela também não se sentia oprimida por seu enorme tamanho. Ele era muito maior que ela, enquanto seus braços estavam esticados, os dele mal estendidos.

— Isso é o que você estava me oferecendo mais cedo hoje, a única coisa que não deu a nenhum outro e eu estava mais preocupado em beijar.

— Você não sabia.

— Agora sei. — Seu olhar percorreu seu rosto, um rosto que estava ficando mais bonito para ele toda vez que o olhava. — Você ainda quer me oferecer isso, Mackenzie? Essa coisa sagrada para você, que apenas pode dar uma vez, a faria você ser minha e apenas minha? — Ele viu quando a incerteza encheu seus olhos e sentiu seu coração apertar. Ela já não desejava dar a ele seu presente mais sagrado? — Mackenzie?

— Você não vê assim. Você...

— Acha que eu não valorizo o que é sagrado para você? — Ele perguntou baixinho, aproximando o rosto do dela. — O que não ofereceu a nenhum outro macho? Eu valorizo Mackenzie, porque ofereci a mesma coisa a você com o meu primeiro beijo.

— Então, seremos o primeiro do outro, à nossa maneira, mesmo que sejamos de cultura diferente.

— Sim.

— Então me beije, Nikhil. Eu quero experimentar essa sensação incrível novamente.

— Oh, eu planejo beijar você, minha Mackenzie, toda você. — Seus olhos procuraram os dela. — Você está bem com isso?

— Contanto que eu tenha a chance de fazer a mesma coisa. — Ela respondeu e viu seus olhos brilhantes levemente. — Por que você está segurando meus pulsos?

— Porque você desafia meu controle quando me toca. — Movendo aperto, de modo que ambos os pulsos delicados estivessem em uma mão, ele permitiu que a outra seguisse pelo braço dela. Ele odiava a maneira como a manga de sua cobertura de tempestade impedia que alcançasse sua pele macia e sedosa, mas ainda podia sentir seu calor e o menor dos tremores. — Estou a assustando, Mackenzie?

— Não. — Ela sussurrou, surpresa ao descobrir que era verdade. Ela nunca esperou isso, não depois do modo como os Zaludianos a contiveram. Mas este era Nikhil e isso era diferente.

Nikhil assentiu, depois permitiu que sua mão continuasse sua jornada para baixo ao longo de sua clavícula e a gola da cobertura onde encontrava seu pescoço. Ele queria agarrar a cobertura e arrancá-la, expondo sua pele bonita, mas sabia que era impossível mesmo com sua grande força, pois o material foi feito para sobreviver nas condições mais severas. Era impenetrável para qualquer coisa, exceto lâminas mais afiadas.

Sabendo que havia apenas uma maneira de removê-la, ele permitiu que sua mão continuasse explorando sua forma, tocando o peito pequeno e firme no material perfeitamente moldado. Ele amava a forma como parecia receber seu toque e como o duro mamilo rosado que ele viu no chuveiro estava aparecendo pelo material, implorando por mais.

Abaixando a cabeça, ele deu mais, chupando o mamilo profundamente em sua boca através do material e tocando-o com a língua. Lentamente se afastando, ele manteve o mamilo em sua boca o máximo que pode, sua língua circulando até que finalmente se afastou.

O canto de sua boca se curvou em um pequeno sorriso arrogante e satisfeito, ouvindo sua Mackenzie gemer e ver a marca úmida que sua boca deixou em seu seio. Ele queria tocar sua pele.

Enquanto a boca dele estava provocando o mamilo, sua mão moveu-se para baixo sobre o abdômen, seus dedos se estendendo para massagear a carne firme que encontrou ali. Sabendo que ainda havia mais para descobrir, sua mão moveu-se pelo lado de fora de sua coxa e finalmente alcançou a pele quente, sedosa e nua. Erguendo o olhar para o dela, a observou cuidadosamente enquanto sua mão deslizava por sua coxa, seu polegar calejado correndo ao longo da pele interna mais macia, levando o tecido. Alcançando a junção entre suas coxas, ele desviou, movendo a cobertura para cima e sobre um quadril.

— Nikhil...

— Paciência, pequena. Eu disse que queria beijar toda você. Deixe as mãos sobre a cabeça. — Seu olhar estava cheio de promessas enquanto ele esperava por seu aceno de concordância. Quando ela o deu, ele lentamente soltou seus pulsos e sua segunda mão deslizou por seu corpo até chegar ao outro lado de sua coberta e puxou-a para cima. Seus quadris instintivamente se levantaram e a cobertura se acomodou ao redor de sua cintura.

Deslocando seu peso, ele deslizou primeiro uma de suas pernas e depois a outra entre as dela, forçando-as a se separarem. Abaixando-se sobre os cotovelos, ele colocou uma perna sobre cada um de seus ombros largos enquanto suas mãos deslizavam para baixo e ao redor delas, abrindo-a totalmente para seu olhar.

— Deusa, você é linda, Mackenzie. — Ele sussurrou, olhando para suas dobras reluzentes e úmidas. Ela realmente era uma deusa, sua deusa e ele a trataria como uma. Usando os polegares, ele separou seus pelos escuros até que revelou seu nó de prazer, então abaixou a boca.

Mac sabia que Nikhil queria que ela mantivesse as mãos sobre a cabeça, mas simplesmente não conseguia. Queria fazer mais do que apenas sentir o toque de Nikhil. Queria vê-lo tocando-a. Apoiando-se nos cotovelos, o viu se acomodar entre as pernas e não pode acreditar como era excitante.

Ela nunca acreditou nas histórias que outras mulheres contaram sobre o quão excitadas ficavam quando seus namorados as tocavam. Não foi assim para ela e Chase. Sempre pareceu estranho e embaraçoso. Ela tinha que conscientemente se forçar a relaxar sempre que ele a tocava e normalmente fechava os olhos. Ela se perguntou o que havia de errado com ela. Agora sabia que nada, não era ela, era Chase... ele não era Nikhil.

O mais simples dos toques de Nikhil a excitava. Quando ele fazia isso com intenção, como agora, a deixava sem ar com antecipação. Quando seus olhos começaram a brilhar mais forte, seu coração acelerou e seu canal se apertou com a necessidade. Observando-o agora, tocando-a tão intimamente, seus olhos brilhavam mais do que ela já viu e seu núcleo latejava com uma dor incrível que sabia que apenas ele poderia aliviar. Seus olhos se arregalaram quando ela o viu abaixar a cabeça, então ofegou quando ele começou a lamber e chupar seu clitóris.

— Nikhil! — Ela gritou, seus dedos cravando na cama para se impedir de tocá-lo desde que ela concordou em não o fazer.

Nikhil rosnou quando o gosto de Mackenzie explodiu em sua língua. Deusa, nada tinha um gosto tão doce ou tão perfeito. Em seu grito, ele ergueu seu olhar brilhante para o dela, enquanto sua boca continuava chupando o pequeno feixe de nervos. Ela se moveu, embora ele tenha dito que não e eles discutiriam isso mais tarde, mas pelo menos, ela não o estava tocando. Ele não achava que poderia se controlar se ela o fizesse. Seu eixo já estava dolorosamente inchado nos limites de sua calça e apenas seu controle de guerreiro o impedia de liberar. Ele queria ter certeza de que ela não se arrependesse de lhe dar este presente, que sua primeira experiência na união fosse memorável por causa da quantidade de prazer que daria a ela e não porque apenas pensava em si mesmo.

Movendo os braços, ele envolveu um ao redor de seus quadris, impedindo-os de subir enquanto continuava chupando a protuberância, enquanto a outra se moveu para explorar suas dobras lisas. Lentamente, ele colocou um dedo no canal dela. Sabia que ela seria pequena, pois tudo nela era pequeno comparado a ele, mas Deusa, não tão pequena ou apertada.

Ele podia sentir as paredes de seu canal apertando firmemente ao redor de seu dedo enquanto lentamente começava a trabalhar dentro e fora. Quão incrível seria aquela sensação ao redor de seu eixo? Com cuidado, ele acrescentou um segundo dedo e sentiu a resistência instintiva do corpo ao aumento de tamanho, mas continuou pressionando, por maior que seus dois dedos fossem, seu membro era muito maior. Deusa, ela era apertada! Pressionando mais profundamente que pode, sentiu uma barreira, em seguida, congelou quando ela gemeu de dor.

— Mackenzie... — Ele ergueu a boca levemente, seu olhar sobre ela. — O que é isso? Por que está causando dor?

— Está tudo bem. É meu hímen. Deve ser doloroso na primeira vez.

Nikhil franziu a testa. Ele sabia que as fêmeas de Kaliszian tinham tal coisa porque ele tinha irmãs. Ainda se lembrava de como sua mãe chorou e abraçou cada uma no dia em que foram tratadas, afirmando que não eram mais apenas seus filhotes femininos, mas agora verdadeiramente fêmeas. Era feito para que elas não sentissem dor quando se unissem. Por que Mackenzie não foi tratada? Não era assim para seu povo? — Por quê? — Ele se encontrou perguntando.

— É apenas assim. Em nosso passado, era esperado que uma fêmea ainda o tivesse quando se casasse, quando encontrasse seu Dasho ou companheira verdadeira. — Ela corrigiu. — Não é mais assim porque...

— Porquê?

— Porque os tempos mudaram e a maioria dos machos não querem ser o primeiro de uma fêmea. Eles acham inconveniente, querem alguém experiente e...

Nikhil rosnou ao pensar que alguém consideraria sua inocência uma inconveniência. Isso o fez questionar por que seus pais permitiram que suas irmãs fossem removidas. Embora o pensamento de conscientemente causar sua dor fosse repulsivo para ele, o pensamento de saber que era o primeiro e o único dela era indescritível.

— É uma honra ser seu primeiro, Mackenzie. — Disse ele, em seguida, atacou-a ainda mais furiosamente sabendo que precisa fazê-la se liberar pelo menos uma vez, deveria lhe dar prazer antes de romper sua barreira. Então ele lhe daria ainda mais prazer e ela seria sua para sempre.

Ela não conseguiu evitar um gemido quando Nikhil renovou seu ataque em seu clitóris e começou a torcer seus dedos grossos dentro dela. Deus, se sentia tão bem! Não admirava que as pessoas falassem tanto sobre sexo. Quando ele acrescentou um terceiro dedo, uma tensão começou a aumentar em seu corpo, algo que nunca experimentou antes. Ficava mais e mais forte até que todos os músculos de seu corpo se apertaram e ela descobriu que não conseguia respirar.

— Nikhil! — Ela gritou e depois de sentir um leve beliscão, seu primeiro orgasmo a percorreu.

Nikhil sabia que seu orgasmo estava quase sobre ela. Ele podia sentir isso pela forma como seu canal apertava seus dedos, a forma como seus quadris lutavam contra seu aperto e o quão rápida a respiração dela ficou. Quando ele sentiu que tudo convergia, atravessou sua barreira e rezou para a Deusa que não a machucasse mais do que o necessário.

Levantando a cabeça de um lugar que ele nunca queria sair, ele a viu colocar a cabeça de volta no travesseiro, seus braços relaxados. Seu corpo inteiro parecia brilhar, fazendo-o querer absorvê-lo. Seu peito ainda estava ofegante, tentando-o a chupar um dos mamilos duros e o mais leve sorriso apareceu no canto de sua boca fazendo-o querer beijá-la. Enquanto seu olhar a percorria, ele se viu afundando nas profundidades de seus satisfeitos olhos castanhos.

— Nikhil... — Ela não conseguiu evitar tocar seu rosto.

— Você precisa me dar um momento para recuperar meu controle, minha Mackenzie. — Ele disse a ela, o músculo em sua mandíbula pulsando sob sua mão.

— Não. O que eu preciso é que você me beije. Eu preciso que você me beije, Nikhil.

— Então o farei. — Usando a força de sua parte superior do corpo, ele se levantou e moveu as mãos por baixo da cobertura dela, puxando-a enquanto subia pelo corpo, torturando-se e deixando o peito nu roçar o dela. — Porque sempre darei o que você precisa, minha Mackenzie. Você é tudo que importa para mim agora.

Mac sentiu algo mudar dentro dela. E de repente, sabia que ela estava onde sempre deveria estar, com quem sempre deveria estar. Não importava mais o que precisou acontecer para levá-la ali. Não importava mais que ainda houvesse tanto que ela e Nikhil precisavam aprender e contar um ao outro. Foi isso que Nikhil sentiu quando viu sua conta de companheira verdadeira nela? Percebeu que ele estava lutando com seus pensamentos em vez de atacar seus lábios como esperava. Nikhil a tratava como se fosse algo para ser saboreado.

Nikhil beliscou e chupou seu lábio inferior. Ele não fez isso da última vez que se beijaram. Estava muito sobrecarregado com a descoberta de sua companheira verdadeira e ficou cego em suas ações. Ele perdeu o controle. Ela lhe deu algo que nunca deu a outro macho e ele garantiria que ela soubesse que sempre apreciaria isso. Iria amá-la. Quando ele alcançou um canto delicado, deu a mesma atenção, capturando o doce suspiro que escapou de sua boca.

Deusa, ela era doce e viciante, queria mais, mais do que apenas seus lábios. — Você é tão doce, minha Mackenzie. — Ele murmurou contra seus lábios.

— Eu não quero ser doce. Quero ser sua. Beije-me, Nikhil. Beije-me realmente. — Seus beijos suaves estavam a deixando louca. Ele acabou de lhe dar seu primeiro orgasmo, mas ela ainda queimava, ainda queria mais, mais dele e ele a tratava como se fosse frágil, feminina e delicada.

Nikhil se viu rosnando, seu controle escorregando com suas palavras. Diminuindo a distância entre seus lábios, ele apertou sua boca com a dele, sua língua entrando.

Mac colocou os braços ao redor de seu pescoço, seus dedos segurando suas tranças como se ele fosse a última coisa sólida em seu mundo e talvez fosse.

Nikhil interrompeu o beijo, recuando apenas o suficiente para encará-la. — Eu disse para não me tocar.

— Eu não recebo ordens muito bem. — Ela sussurrou. — E gostaria de ver você não me tocar.

— Mackenzie... é para sua proteção. Você desafia o meu controle.

— Eu não temo sua perda de controle, Nikhil, porque eu sei aqui. — Ela tocou o peito onde seu coração estava. — Que você nunca me machucaria. Seu tamanho nunca me assustou, Nikhil. Apenas o pensamento de você se controlar, não confiar em mim, me machuca.

— Mackenzie... você é muito pequena... passou por tanta coisa.

— Eu sou... e passei... mas as coisas irão mudar. Espero que sim.

— O que você quer dizer?

— Espero voltar ao meu tamanho normal... não tenho certeza se você gostará... mas...

— Eu gostarei, não importa o tamanho que esteja! Acha que seu tamanho é importante para mim?

— Mas você acha que o seu me importa? — Ela perguntou de volta. — Pensa que porque é muito maior do que eu irei temê-lo?

— Outros o fazem. — Ele disse baixinho.

— Assim como os outros não gostavam de mim por causa do meu tamanho maior.

— Isso é ridículo! Ninguém jamais a consideraria grande.

— Talvez não no seu universo, mas no meu, há aqueles que pensam que uma fêmea é bonita apenas se forem deste tamanho. — Ela gesticulou para o tamanho atual do seu corpo.

— Por Deusa, por quê? A comida é tão escassa em seu planeta?

— Não, para a maioria é abundante.

— Sua Terra é muito estranha, Mackenzie.

— Não mais estranho que a sua que o julga por ser muito grande, Nikhil. Você é perfeito assim. Como a Deusa pretendia que fosse. — Movendo-se um pouco, ela se sentou e o olhou. — Então, você vai tirar minha cobertura? Ou preciso isso sozinha?


CAPÍTULO ONZE

Parlan estava sozinho no muro, seus olhos furiosamente observando a paisagem árida do outro lado. Ele não podia acreditar que foi designado a ficar ali.

Nos muros!

Especialmente em Pontus.

Não havia vida em Pontus. Ninguém atacaria. Ninguém que precisava defender. Pelo menos, ninguém que merecia. Aqueles sobreviventes certamente não. E se fossem estúpidos o suficiente, fracos o suficiente para serem pegos pelos Zaludianos, então mereceriam o que conseguissem.

Aparentemente o General Treyvon Rayner não se sentia da mesma maneira e tudo por causa daquela fêmea. Aquela que Nikhil parecia pensar ser sua companheira verdadeira. O que era impossível! Ela não era Kaliszian! Alcançando seu cinto, ele arrancou seu comunicador e contatou a pessoa que sabia que o entenderia.

— Parlan... — A voz rouca respondeu. — Onde você está? Diga-me que você está em Crurn.

— Não. Não, estou preso em Pontus. Caminhando pelos muros!

— Caminhando pelos muros? — A incredulidade que ouviu foi satisfatória. — Como? Você é o Guerreiro de Elite Parlan Spada!

— Exatamente! Eu sabia que você entenderia.

— Rayner colocou você nos muros?

— Sim. — Ele sussurrou.

— Porquê?

— Por causa de uma fêmea.

— Uma fêmea! — A fêmea do outro lado gritou.

— Acalme-se. Ela não é Kaliszian. É uma das sobreviventes de Zaludian que encontramos nas minas.

— Zaludian... você...

— Ela também não é Zaludiana. Ainda não ouviu sobre isso?

— Ouviu o quê?

— Na última mina, descobrimos uma espécie anteriormente desconhecida que se chama humanos. Havia uma fêmea entre eles. Nikhil a descobriu e a reivindicou como sua companheira verdadeira.

— O quê?

— Eu não posso acreditar que você não ouviu nada disso.

— Eu estava... viajando. Há quanto tempo foram descobertos?

— Anteontem.

— Mas pensei...

— Pensou o quê?

— Nada. Então você os encontrou em uma mina. Há algum sobrevivente de Zaludian?

— Não, todos morreram como os vermes que são.

— Por que você está me chamando, Parlan? — Ela perguntou.

— Eu apenas queria alguém para desabafar. A... fêmea humana... me bateu, sem motivo e quando iria retaliar, Rayner me colocou nos muros.

— Rayner nunca teve nenhuma lealdade a seu próprio povo, mas acho que isso é esperado com quem é seu ancestral.

— Concordo.

— Ele precisa ser lembrado de que não é verdadeiramente um de nós, que não é digno de ser um de nós.

— Sim. — Concordou Parlan prontamente.

— Então, Nikhil. Quem pensaria que uma fêmea não Kaliszian poderia ser sua companheira verdadeira! — A raiva na outra voz aumentou. — Impossível!

— Ela usa sua conta. — Ele informou a ela.

— Sim? — Agora a voz se aquietou e ficou especulativa.

— Sim, eu mesmo vi.

— Como... você fará todo mundo ver Rayner e Nikhil como vemos?

— Como se isso fosse possível. Rayner tem o ouvido de Liron, sempre teve e Nikhil...

— Agora está vulnerável.

— Nikhil? Vulnerável? Você esqueceu o tamanho dele? Ele nunca é vulnerável.

— Ele está agora. Bem, sim, se uma fêmea estiver usando sua conta de companheira verdadeira.

— O que...

— Eu tenho que explicar tudo para você, Parlan?

Parlan ficou em silêncio por vários minutos, sua mente correndo. — Mas pensei que isso fosse um mito.

— Você não acha que valeria a pena descobrir?

— O que precisa que eu faça?

8 8 8

Nikhil ficou de joelhos, os olhos brilhando quando agarrou a cobertura de Mackenzie e a puxou sobre sua cabeça antes de jogá-la de lado. Tudo o que queria era reivindicar sua Mackenzie, mas ele não conseguia parar de respirar ao descobrir o que suas ações revelaram.

Como pode ter esquecido a gravidade do que ela sobreviveu recentemente e pensado apenas em seus próprios desejos? Enquanto as contusões em seu rosto e corpo desapareceram, os tratamentos que ela recebeu ainda precisavam restaurá-la a saúde plena. Ela apenas fez três refeições e não terminou a última porque seu sistema ainda não estava acostumado a quantidades normais.

Ele adorava o modo como os seios pequenos e empinados se sentiam em suas mãos e boca, mas ao vê-los dessa maneira sabia que eram maiores, muito maiores, por causa da maneira como a pele dela caía. Ele já viu isso antes, nas áreas devastadas pela guerra que os Ratak invadiram, onde os suprimentos de comida foram cortados. Não nos seios de uma fêmea, mas em outras áreas.

— Nikhil, o que há de errado? — Ela estendeu a mão para acariciar seu rosto puxando-o para cima, seus olhos procurando os dele. O que ela encontrou reteve seu fôlego, seus olhos se enchendo de lágrimas e a fez afastar a mão. Ele estava desapontado. Cobrindo o peito exposto com um braço, ela tentou se afastar, mas seu aperto suave e firme em seus ombros a impediu.

— Aonde você pensa que vai? — Ele perguntou asperamente.

— Eu... eu preciso pegar minha cobertura, preciso...

— Não. Você precisa me dizer o que está errado. O que fizemos antes... prejudicou você? — Nikhil sentiu seu estomago apertar com o pensamento.

— Não.

— Então o quê? — Quando ela apenas balançou a cabeça, sua respiração ficou presa quando sua conta bateu contra o braço dele, sua devastação completa o preenchendo. — Por que você se sente assim? O que fiz para você?

— O quê? Sobre o que está falando? — Mac parou, seus olhos procurando os dele. — Você não fez nada para mim, não me prejudicou.

— Então por que está se sentindo assim? — Ele perguntou.

— Sentindo... — Ela olhou da conta no cabelo para ele. — Você... você pode realmente...

— Sim. Faz parte do dom de ter um companheiro verdadeiro. Um sabe o que o outro sente e precisa. Você se torna um e nunca está sozinho novamente.

— Eu...

— Verdade, Mackenzie. Eu preciso que você me diga a verdade. E de alguma forma, a aborreci, fiz você se sentir como se precisasse esconder sua beleza de mim. — Ele estendeu a mão e depois de uma breve e infrutífera luta dela, puxou o braço para baixo. — Conte-me.

— Você ficou... desapontado quando olhou para mim. — Ela se viu admitindo.

— Eu não fiquei! — Nikhil quase rugiu.

— Eu vi em seus olhos, Nikhil. — Ela disse, mas sua voz era tão baixa quanto a dele ra alta. — Você não gostou de olhar para o meu corpo.

— Eu não gostei. — Ele admitiu porque nunca lhe diria uma inverdade. — Mas apenas porque eu sei que não é a forma natural do seu corpo. Machuca saber que você sofreu tanto e eu não o impedi.

— Você não poderia ter evitado isso. Sequer me conhecia quando ocorreu.

— Isso não importa. Você é minha companheira verdadeira. Eu deveria saber!

— Nikhil... — Ela sentiu seus olhos começarem a se encher de lágrimas novamente com a dor nos olhos dele.

— E agora coloco minhas necessidades, meus desejos antes dos seus. Você precisa de descanso, comida e cuidado.

— Tudo que eu preciso é você, Nikhil. Não sabe disso? — Ela abaixou a cabeça. — Você me dá vida, me faz forte. Com você...

— Comigo?

— Com você, eu sou quem sempre fui. Por sua causa, agora estou inteira. Não me abandone. — Ela implorou.

— Eu nunca faria isso. Você é minha, Mackenzie. — Disse ele segurando seu rosto fino e em forma de coração com suas grandes mãos calejadas, seus olhos brilhando como o suave pinheiro verde das árvores que ela tanto amava na Terra. — Minha. Minha Mackenzie. Minha companheira verdadeira. Minha.

— Então por que você está se afastando de mim? Por que não quer me amar... se unir a mim?

— Eu quero! Deusa, Mackenzie, eu a quero tanto que dói, mas não quero machucá-la. Você precisa de mais tempo.

— Não. O que eu preciso, é você, Nikhil. Preciso me conectar com você da maneira mais básica. Entregar-me a você e faça o mesmo comigo. Estou pedindo demais?

— Não. Você nunca poderia pedir muito de mim.

— Não tenha tanta certeza disso. — Disse ela, dando-lhe um pequeno sorriso. — Você não sabe o que poderia pedir.

— Você pode pedir todos os meus créditos. Pode pedir a minha honra. Pode até pedir a minha respiração. E eu daria de bom grado, se é o que precisa, minha Mackenzie, sem você na minha vida, nada disso importa.

— Nikhil... você não sabe que sinto o mesmo por você? E se tivesse uma conta de companheiro verdadeiro você usaria. Eu gostaria de poder dar isso a você.

— Você já me deu muito mais, minha Mackenzie.

— O quê? O que lhe dei?

— Você me deu sua inocência. Não percebeu isso?

— Você... se foi?

— Sim, eu não queria que você sentisse qualquer dor quando nos uníssemos completamente. Eu sei que você ainda sente e é por isso que devemos esperar.

— Não Nikhil, é por isso que não precisamos.

— Eu não suporto o pensamento de machucá-la, pequena.

— Então me deixe fazer isso.

— O quê? Como assim?

— Você confia em mim, Nikhil?

— Com minha vida.

— Então deite de costas. — Ela empurrou um dos seus ombros maciços, sabendo que ela apenas era capaz de movê-lo de costas, porque ele permitiu e se moveu entre suas coxas. — É hora de ver quanto tempo você pode ficar sem me tocar enquanto eu o deixo louco.

— Você não quer fazer isso, Mackenzie.

— Oh, sim eu quero. E o que quero fazer primeiro é me livrar disso. — Suas mãos foram para a cintura de sua calça que pendia baixo em seus quadris, movendo os dedos para baixo e deslizando-os até que se encontrassem em suas costas. Nikhil levantou os quadris e suas mãos se seguraram sua bunda firme e dura, que se flexionou enquanto se moviam sobre ele, deixando-a nua.

Movendo-se, puxou a calça e voltou a sua frente, conseguindo seu primeiro olhar e tocando sua beleza masculina. Deusa, o macho era realmente grande por toda parte. Ele também não tinha pelos. Ela não percebeu até então que o único lugar onde ele tinha cabelo estava em sua cabeça. Abaixando, ela puxou a calça mais para baixo pelos joelhos, deixando-o tirá-la o restante do caminho, quando alcançou entre suas coxas maciças e suavemente segurou suas bolas pesadas. Tão incrível como eram, foi seu eixo duro que chamou sua atenção. Era tão longo e grosso quanto o pulso dela. Tentativamente, ela circulou sua base e descobriu que seus dedos não se tocavam.

Usando as duas mãos, ela lentamente começou a acariciá-lo da raiz grossa de seu membro até a cabeça em forma de cogumelo e de volta. Seu polegar capturou a gota de pré-gozo escapando dele. Levantando o olhar para o dele, ela o encontrou observando-a atentamente enquanto levava o polegar à boca, saboreando seu sabor forte e picante pela primeira vez.

— Mackenzie... — Nikhil gemeu, seus quadris instintivamente pressionados em sua mão enquanto ele lutava pelo controle.

— Deusa, você tem um gosto bom. — Ela sussurrou, em seguida, abaixou a boca e lambeu a próxima gota que rapidamente apareceu antes de levá-lo em sua boca. Ela nunca fez isso antes, mas pela reação de Nikhil estava fazendo certo.

Nikhil não podia acreditar que sua Mackenzie estava fazendo isso. As fêmeas com as quais ele compartilhou sua amizade antes nunca fizeram... e ele nunca ouviu outros machos falando sobre isso também. Era incrível, mas também desafiava seu controle. Queria empurrar seu eixo profundamente em sua boca, queria senti-la engoli-lo. O pensamento apenas fez suas bolas se levantarem contra seu corpo, querendo derramar sua semente, mas não queria fazer isso em sua boca. Não dessa vez. Queria estar dentro dela quando isso acontecesse.

— Mackenzie! — Usando a força de seu abdômen para que suas mãos pudessem afundar em seu cabelo, ele se sentou e puxou a boca de seu membro, substituindo-a pelo sua, dando-lhe um profundo beijo ardente. Sua língua tocou sua boca como seu corpo exigia.

Mackenzie afastou a boca da dele, respirando forte mesmo quando um olhar diabólico encheu seus olhos. — Você deveria ver quanto tempo pode ficar sem me tocar. Lembra?

— Eu nunca poderia ficar muito tempo, Mackenzie. Preciso muito de você.

Ele cobriu a boca dela novamente e enquanto ela estava de joelhos entre as coxas dele, a puxou para perto o suficiente para que pudesse sentir seu pênis duro em seu abdômen. Sem interromper o beijo, ela agarrou os antebraços de Nikhil e se moveu de modo que ficasse sentada em seu colo. O longo comprimento de seu pênis duro deslizando ao longo da ardente e quente fenda, fazendo com que ambos gemessem.

— Mackenzie... eu não vou durar muito se você continuar fazendo isso.

— Nem eu. — Ela disse a ele sem fôlego, continuando a revestir seu pênis com sua umidade. Percebendo que ela não podia se erguer o suficiente de joelhos para colocá-lo em sua entrada, deu-lhe um olhar suplicante. — Ajude-me, Nikhil.

O grande coração de Nikhil começou a bater violentamente ao ouvir o pedido dela. Ele queria recusar, então não haveria chance de machucá-la e queria fazê-lo ao mesmo tempo. Queria afastá-la e entrar nela novamente e novamente até que se soltasse.

— Ficará tudo bem, Nikhil. Meu voto.

Lentamente, ele agarrou sua cintura e levantou-a os últimos centímetros necessários para ajustar a cabeça de seu membro em sua pequena e doce abertura. — Você tem certeza, minha Mackenzie?

— Sim. — Ela disse balançando levemente em seus braços. Sua respiração ficou presa quando Nikhil a abaixou lentamente sobre a cabeça bulbosa de seu pênis, seus braços maciços tremendo com o controle que estava exercendo. Ela não conseguiu conter o pequeno gemido que escapou de seus lábios enquanto seu canal se esforçou para aceitá-lo. Era quase doloroso, mas da maneira mais maravilhosa e apenas aumentava a tensão dentro dela.

Finalmente, seus joelhos fizeram contato com a cama, mas os braços de Nikhil não relaxaram. E se qualquer coisa, endurecem mais sabendo que não estava mais no controle. Estendendo a mão, ela agarrou as tranças que estavam sobre o peito dele, puxando-as até que ele abaixou a cabeça para ela tocar seus lábios em um beijo tórrido enquanto tomava outro centímetro dele.

— Deusa, Mackenzie! — Seus dedos cravaram mais em sua carne. Ele nunca experimentou uma dor tão extraordinária antes.

Ele queria que acabasse.

Queria que durasse para sempre.

— Oh meu Deus, Nikhil! — Ela jogou a cabeça para trás enquanto a tensão em seu corpo começava a ficar cada vez mais forte. Ela nunca experimentou algo assim antes, mas instintivamente sabia que se confiasse em seu corpo, tudo ficaria bem. Relaxando suas coxas, ela deslizou o resto do caminho pelo enorme pênis de Nikhil e não pode evitar o gemido assustado que escapou de sua boca. Deus, ela nunca se sentiu tão cheia antes. Soube imediatamente qual seria a reação de Nikhil e prendeu os joelhos nos quadris. — Não se atreva! — Ela avisou.

— Mackenzie. — A tensão em sua voz era facilmente ouvida. — Estou machucando você!

— Você não está! — Ela disse. — Apenas me dê um minuto. A Deusa não teria me feito sua companheira verdadeira se nós não fossemos compatíveis.

As mãos de Nikhil moveram para sua bunda, puxando-a para mais perto enquanto ele se sentava mais alto. Ela sabia que sua intenção era não lhe dar espaço para se mover, mas em vez disso, seu clitóris esfregou contra seu abdômen de duro e desta vez, quando ela gritou, foi de prazer.

— Deus, Nikhil! Faça isso novamente! — Ela exigiu.

Os olhos de Nikhil brilharam em um verde suave com o prazer que ele ouviu em sua voz e não negou nada. Lentamente, ele repetiu a ação e precisou apertar os dentes quando seu canal pulsou em resposta, quase fazendo com que ele gozasse como se fosse sua primeira vez.

— Assim, pequena? — Ele perguntou rouco, observando a cor florescer em seu rosto. Sua respiração ficou rápida quando seu corpo reagiu ao prazer que ele estava lhe dando.

— Sim! Novamente! Por favor! Estou tão perto! — E ela estava. A tensão em seu corpo era quase insuportável e não demoraria muito... então Nikhil moveu os quadris levemente e seu mundo explodiu.

Virando, Nikhil deitou Mackenzie de costas e com um impulso duro e profundo, liberou todo o seu controle e se uniu a ela no paraíso.


CAPÍTULO DOZE

Nikhil estava deitado de costas, onde rolou depois de experimentar o lançamento mais explosivo que já teve em sua vida. Com sua Mackenzie dormindo profundamente em seus braços, ele se abaixou, tocando a conta que ela usava e foi imediatamente preenchido com uma sensação de bem-estar que lhe disse que ela descansava pacificamente. Como sua espécie sabia quem eram suas almas gêmeas se não tinham contas?

Ela não acordou quando ele puxou as cobertas sobre elas. Ele sabia que ela realmente precisava descansar antes que estivesse completamente recuperada de sua provação e ele se certificaria de que ela o fizesse. Ele também se certificaria de que ela comesse, que nunca mais fosse prejudicada e que todos os dias pelo resto de sua vida, ela soubesse que era a coisa mais preciosa para ele em todo o universo.

Certificando-se de que ela estava segura em seus braços, ele fechou os olhos e dormiu.

8 8 8

Jen recostou-se contra parede, tentando despreocupadamente esticar os músculos doloridos de sua perna ferida. Foi um dia longo, com muito para absorver. Mac tentou explicar o melhor que pode sobre o que lhe aconteceu desde que foi tirada deles. Ela lhes contou o quanto melhor se sentia desde que usou uma unidade chamada de reparação profunda e como podia agora, graças a outro educador, entender não apenas Kaliszian, mas também o que todo mundo estava dizendo.

Certificando-se de que o capuz da capa ainda cobrisse seu rosto, Jen deixou a cabeça cair para descansar contra a parede, ela estava tão cansada.

Cansada de sentir dor.

Cansada de se mostrar corajosa.

Apenas cansada.

— Você deveria deitar em sua cama, Jen.

— Sim, eu provavelmente deveria. Ajude-me a levantar? — Ela estendeu as mãos e Paul as segurou e puxou cuidadosamente.

— Como você está? — Ele perguntou levando-a para sua cama. Quando ela se sentou e recostou-se contra parede, ele se sentou ao lado dela.

— Estou bem e você?

— Não tão ruim. Fiquei feliz em sair daquela maldita mina, mas...

— Pelo menos, sabíamos o que esperar lá... certo?

— Sim.

— Como está Eric? — Ela perguntou. — Você sabe que deveria estar com ele, em vez de me ajudar a sair.

— Eric está bem. — Ele a tranquilizou. — Ele entende que não podemos perdê-la também.

— Vocês dois são tão bons juntos. — Ela deixou a cabeça descansar em seu ombro magro.

— Nós somos. Apenas espero que tenhamos permissão para ficar assim.

— Por que não teria?

— Nós não temos ideia de quem são esses homens, Jen. Quais são as suas verdadeiras crenças. E se aceitariam que um homem pode amar outro homem.

— Bem, se eles não puderem, então acho que não são tão avançados quanto pensávamos. Amor é amor, Paul.

— Verdade. Exceto por eles serem capazes de viajar no espaço e algumas de suas armas, não vi nada que os tornasse mais avançados do que nós.

— É verdade, mas talvez esses Kaliszianos sejam.

— Sério? Eles carregam espadas Jen e parece que confiam na força bruta. Nós não somos assim desde a idade média.

— É verdade, mas não posso dizer que armas automáticas e bombas nucleares são muito melhores. Pelo menos eles parecem ter alguma força e habilidade para usar. Enquanto tudo o que precisamos é de um idiota disposto a puxar um gatilho ou apertar um botão.

— Isso é verdade também. — Paul olhou para cima e sorriu quando Eric se moveu para se sentar do outro lado dela.

— Ei linda, como você está? — Eric perguntou.

— Eric... — Jen sentiu seus olhos se encherem de lágrimas novamente. Ela sabia que não era mais bonita, especialmente não do lado onde Eric estava sentado.

— Shhh. Você sempre será linda para mim. Para nós. Agora... — Eric colocou o braço ao redor de seus ombros magros, puxando-a para perto e sua cabeça movendo-se para o ombro dele. — Descanse.

Sabendo que discutir não adiantaria nada, Jen se acomodou mais profundamente no abraço de Eric e sentiu Paul aproximar-se, colocando o braço ao redor dela enquanto agarrava a cintura de Eric. Sabendo que ela estava segura em seu abraço, ela deixou o sono reivindicá-la.

8 8 8

Mac rolou de costas, esticando os braços acima da cabeça e bocejou. Deus, ela se sentia bem. O som da água parando a fez abrir os olhos se girar a cabeça para ver Nikhil saindo da unidade de limpeza. Uma toalha estava ao redor de seus quadris enquanto ele usava outra para remover a umidade de seu cabelo. Suas mãos pararam ao vê-la olhando-o e ele e se moveu imediatamente para cama.

— Você está acordada. — Disse ele, movendo-se para se sentar ao lado dela.

— Sim.

— Como está se sentindo?

— Eu me sinto bem. Realmente bem. — Estendendo a mão, ela tocou seu rosto. — Acho que deveria me levantar para que possamos ir para a última refeição. — Ela franziu a testa ao olhar estranho que Nikhil lhe deu. — Nikhil? O que há de errado?

— Nada está errado, Mackenzie. É de manhã.

— Manhã? Eu dormi a noite toda?

— Sim. Eu pensei em acordá-la para a última refeição, mas Luol disse que se você estivesse com fome, acordaria sozinha.

— Você entrou em contato com Luol?

— Sim. Eu fiquei preocupado. Eu... — Ele desviou o olhar.

— Está tudo bem, Nikhil. — Ela puxou o rosto dele para ela. — Ele está certo. Eu comi tanto nos últimos dias que tudo que precisava era de sono. Mas e você? Diga que você não pulou a última refeição.

— Você acha que a deixaria desprotegida? Que por causa do meu tamanho, comida seria mais importante para mim do que você?

— Nikhil? — Mac recuou, seus olhos se arregalaram com o veneno em sua voz. — Isso não é o que estava sugerindo. Apenas... não quero que você fique sem comer por minha causa.

Nikhil se forçou a relaxar os punhos que não percebeu estarem fechados. E de onde veio isso? Fazia anos desde que deixou o que outra pessoa pensava sobre seu tamanho incomodá-lo, mas não era outra pessoa. Era sua Mackenzie.

— Sinto muito, Mackenzie, eu não deveria ter falado com você assim. — Quando ele foi se levantar da cama, a mão dela em seu braço o impediu.

— Acho que é um assunto delicado para você. — Sentando-se, ela pegou o lençol, impedindo que caísse e o segurou no peito.

— Sim... crescer foi. Sinto muito, Mackenzie, eu não deveria reagir assim.

— Você foi intimidado. — Mac não podia acreditar que alguém seria corajoso o suficiente para fazer algo assim com Nikhil. Isso apenas mostrava que qualquer um poderia ser intimidado.

— Eu não conheço essa palavra, mas quando era muito mais jovem, outros comentavam que eu deveria estar recebendo mais do que meu quinhão de alimentos para alcançar tal tamanho. — Ele sentiu o rosto corar com as provocações lembradas. — Era uma inverdade. — Ele rosnou.

— Claro que era. — Ela imediatamente concordou.

Estendendo a mão, ele tocou a conta que ela usava e foi humilhado com a crença absoluta que ela tinha nele, mas e ainda se viu perguntando. — Como pode ter tanta certeza?

— Porque eu conheço você, Nikhil. Não preciso de você usando minha conta para saber que você nunca faria tal coisa. — Seus dedos apertaram o braço dele. — Deve ter doído que os outros pensassem algo assim sobre você.

— Foi há muito tempo. — Ele disse baixinho.

— Mas isso ainda o afeta, assim como o abandono da minha mãe ainda me afeta.

— Como isso afeta você, minha Mackenzie? — Ele estendeu a mão para passar um dedo suave ao longo da curva de seu peito que estava pressionando por causa da maneira como ela segurava o lençol. — Quando vejo você, tudo que vejo é uma fêmea forte e confiante.

— Quem no fundo sempre teme que todos que ela ama a deixem e nunca mais voltem.

Nikhil apenas olhou para Mackenzie. Ele queria prometer a ela que sempre voltaria, mas sabia que não podia. Ele era um Guerreiro de Elite. Um Líder de Esquadrão. O que fazia era perigoso e nunca iria mentir para ela, então lhe deu o que podia.

— Apenas posso prometer que lutarei com meu último suspiro para voltar para você, minha Mackenzie. Eu nunca a abandonarei.

O olhar de Mac procurou Nikhil e ela soube que ele estava dizendo a verdade. A verdade dele. Ele não lhe daria uma promessa falsa, mas também não a abandonaria de bom grado. — Tudo bem, eu posso viver com isso.

Seu estômago roncou, impedindo-a de dizer qualquer outra coisa.

— Eu pegarei sua primeira refeição. — Ele disse imediatamente se levantando.

— Eu quero comer, mas primeiro preciso usar a unidade de limpeza. — Ela corou quando disse isso a ele.

— Tudo bem, eu vou ajudar. — Ele estendeu a mão para ela.

— Eu posso lidar com isso sozinha. — Ela disse a ele, mas ainda pegou a mão que ele estendeu.

— Você tem certeza? — Ele perguntou ajudando-a, franzindo a testa enquanto ela tentava manter o lençol enrolado ao redor dela.

— Sim, mas primeiro. — Estendendo a mão, ela abaixou a cabeça para um beijo profundo. — Bom dia.

A resposta de Nikhil foi instantânea quando ele passou os braços ao redor dela, levantando-a para tomar seus lábios em outro beijo. Deusa, ele nunca se fartaria dela. Sentiu seu membro se erguer quando ela colocou os braços ao redor de sua cabeça, puxando-o ainda mais para perto. Ele se moveu para deitá-la de volta na cama quando seu estômago tornou seus desejos conhecidos novamente. Relutantemente, ele interrompeu o beijo e colocou-a de pé.

— Use a unidade de limpeza. — Ele disse rispidamente. — Eu terei a primeira refeição pronta quando você voltar.

— Tudo bem, mas certifique-se de pegar um pouco para você também. — Disse ela e levantou o lençol para não tropeçar nele, indo para a unidade de limpeza.

Nikhil a observou se afastar e esperou até a porta da unidade de limpeza fechar antes de se vestir. Seu eixo ainda estava extremamente duro e não estava feliz por ficar confinado dentro de sua calça. E se teria que ficar confinado, queria estar dentro de seu canal apertado, não em seu uniforme. Ignorando o desconforto ao fechar sua calça, ele foi buscar a primeira refeição de Mackenzie, parando apenas o tempo suficiente para se abaixar e pegar a cobertura no chão, colocando-a na cama onde a veria.

Mac olhou para seu reflexo no espelho e não pode acreditar no que estava vendo. Seu cabelo caia em ondas ao redor de seu rosto e sabia que precisava agradecer a Nikhil por isso, vagamente lembrando-se dele passando os dedos por ele durante a noite. Seus lábios estavam inchados e vermelhos, novamente graças a Nikhil, com seus beijos que balançaram seu mundo.

Sorrindo, ela tocou o cristal revelando o vaso sanitário e correu para fazer o que precisava e poder voltar para Nikhil. Envolvendo o lençol ao redor dela, saiu da unidade de limpeza. Querendo encontrar Nikhil, ela parou de ver a camisa na cama. Rapidamente, ela a vestiu e foi encontrá-lo.

Ela o encontrou franzindo a testa, colocando o comunicador de volta no cinto enquanto entrava no quarto. Ela segurou o fôlego e seu coração bateu um pouco mais rápido pelo impressionante espécime de macho. Ele estava ali com apenas a calça e era todo dela. Sorrindo, ela foi até ele.

— Está tudo bem? — Ela perguntou.

— Sim, mas preciso me reportar ao dever.

— Agora mesmo?

— Não até depois da primeira refeição. Venha. — Ele gesticulou para o sofá onde colocou dois pacotes de refeição.

— São sempre os mesmos? — Ela perguntou depois de aquecer e abrir o dela.

— Eles podem variar, tudo depende do que os Tornianos mandem. — Disse ele.

— Os Tornianos? — Ela perguntou olhando para ele enquanto comia.

— Sim, a maioria da nossa comida vem de Vesta no Império Tornian. — Nikhil franziu a testa enquanto falava. — Não estava isso no educador?

— Sim. Quer dizer, eu sei de onde conseguem a maior parte de sua comida, mas não que houvesse tão pouca variedade.

— Tudo é levado para Crurn, onde é processado antes de ser distribuído.

— Entendo.

— Não é assim na Terra?

— Não. Temos uma grande variedade de comida e todos escolhem o que querem e cozinham.

— Verdade? — Os olhos de Nikhil se arregalaram com o pensamento.

— Verdade. Pacotes como estes. — Ela levantou o que estava na mão. — São normalmente reservados para militares, sobreviventes ou áreas de desastre.

— Não é algo que você come todos os dias?

— Não. Esses são os únicos que eu já comi.

— Entendo. — Nikhil comeu a refeição em silêncio e se perguntou pela primeira vez se o que seria capaz de fornecer a Mackenzie seria suficiente para satisfazê-la. Parece que seu mundo oferecia tão pouco comparado ao que ela estava acostumada.

— Nikhil?

— Sim?

— Você acha que pode me pegar uma daquelas capas cinzas que os outros sobreviventes têm?

— O quê? Por quê? — Ele perguntou franzindo a testa para ela. Essas capas não eram para sua Mackenzie. Eram feitos de um tecido grosso e barato que poderia ser áspero na pele. Era algo que nunca deveria tocar a pele macia de sua Ashe.

— Bem... tanto quanto gosto de usar sua camisa. — Ela deu-lhe um pequeno sorriso. — Não cobre tanto assim. E já que eu não tenho calcinha...

— Calcinha?

— Pequenos revestimentos usados sob coberturas externas. Cobre se aqui se levantar. — Ela indicou a barra da camisa. — E ninguém vê nada que não deva.

— Entendo.

— Suas fêmeas não usam coberturas tão curtas? — Ela perguntou.

— Não, elas normalmente chegam ao chão. O que você normalmente usa?

— Calça principalmente, como a sua. — Ela gesticulou para ele.

— Suas fêmeas gostam de usar calças?

— A maioria sim. Depende do que estão fazendo, para onde estão indo. Eu normalmente apenas uso um vestido em ocasiões especiais.

— Entendo.

— O que há de errado, Nikhil?

— Eu... quando falei com Luol sobre acordá-la, eu também falei com ele sobre sua falta de coberturas.

— Você fez? Por quê?

— A Ashe de Luol reside em Crurn e em quatro dias nossa nave de reabastecimento chegará de lá. Ele pediu que selecionasse coberturas apropriadas para você e mandá-las.

— Eu... você fez isso por mim? — Ela perguntou e sentiu seus olhos começarem a se encher de lágrimas.

— Eu queria que você tivesse algo mais, algo melhor do que apenas a minha camisa de tempestade. — Admitiu ele.

— Eu... obrigada, Nikhil.

— Serão vestidos, Mackenzie. Vestidos longos.

— Tudo bem. — Ela assegurou-lhe.

— Mas...

— Nikhil, eu não estou mais na Terra, admito que me sinto mais confortável com calças, mas posso me ajustar.

— Providenciarei para que haja calças incluídas na próxima navio de suprimentos. Meu voto. Dessa forma você terá uma escolha.

— Obrigada. — Estendendo a mão, ela tocou a perna dele.

— Eu quero lhe dar tudo o que deseja, Mackenzie. Então nunca se arrependerá de ter me como seu verdadeiro companheiro.

— Nikhil. — Ela colocou seu pacote de comida de lado, em seguida, ficou de joelhos e então estava cara a cara com ele. — Você não sabe tudo o que eu desejo é você? Não precisa me dar coisas para que isso aconteça, nunca poderia me arrepender de tê-lo como meu verdadeiro companheiro.

— Você diz isso agora...

— Eu sempre direi, Nikhil. Posso ser nova em seu mundo, em seu universo, mas sei quando tenho o melhor que ele tem a oferecer.

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Nikhil não estava feliz enquanto conduzia sua Mackenzie para a área que abrigava os sobreviventes. Uma capa cinza, que ele alterou com a lâmina para que coubesse melhor nela, estava envolvida ao redor dela. Queria que ela permanecesse em seus aposentos enquanto atendesse aos seus deveres, mas ela insistiu em ser levada ali. Queria ver seus amigos e responder a mais perguntas que pudessem ter. Ele sabia que estava sendo irracional, mas o pensamento dela estar ao redor de tantos outros machos sem ele, levantava cada instinto protetor seu.

Não importava que já passou muito tempo sozinha com esses machos. Não importava para ele que nenhum deles fosse seu companheiro verdadeiro e que ele era. Eles não conseguiram protegê-la dos Zaludianos e isso era algo que nunca esqueceria ou perdoaria.

— Eu ficarei bem, Nikhil. — Disse ela, virando-se para encará-lo enquanto sentia sua crescente tensão.

— Eles permitiram que você fosse machucada uma vez, Mackenzie. — Disse ele com os dentes apertados, seus olhos verdes brilhantes e penetrantes enquanto percorriam os machos de pé atrás dela.

— Isso não foi culpa deles, Nikhil. Não havia nada que eles pudessem fazer.

— Eles poderiam ter lutado por você. — Ele rosnou.

Sabendo que não havia maneira de mudar a opinião de seu companheiro sobre isso, ela mudou de assunto. — Eu o verei na segunda refeição?

— Eu estarei aqui. — Prometeu Nikhil.

Colocando uma mão atrás da cabeça, ele inclinou o rosto dela para o dele e tomou seus lábios em um beijo profundo e duro que não deixou dúvidas aos machos na sala de que ela era sua fêmea. Dando os machos atrás deles um último olhar, ele girou e se forçou a deixá-la.

— Onp. — Ele rosnou, olhando para o guerreiro de pé ao lado da porta que estava no comando dos sobreviventes.

— Com a minha vida, Líder do Esquadrão. — Ele jurou, em seguida, viu Nikhil sair depois de dar a sua companheira um último e longo olhar.

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Mac se virou e imediatamente sentiu o peso dos olhos de seus amigos nela, especialmente Craig, que a estava olhando.

— Que porra está acontecendo com você? — Exigiu com raiva em inglês, agarrando o braço dela. — Eles fizeram lavagem cerebral em você?

Enquanto Mac sabia que apenas seu grupo entendia as palavras de Craig, percebeu que os outros na sala entendiam o tom por trás delas, especialmente os Kaliszianos pelo som deles desembainhando suas espadas.

— Está tudo bem. — Disse ela em Kaliszian, olhando por cima do ombro para ver que estava certa e ordenou: — Guardem as espadas.

— Nenhum macho deve tocá-la. — Grunhiu Onp com raiva.

— Craig, deixe-a ir! — A ordem silenciosa, mas dura de Jen na parte de trás do grupo fez com que ele a soltasse imediatamente.

— Ele não está me tocando agora, Guerreiro Onp, então guarde sua espada. — Quando ele não o fez imediatamente, ela continuou. — Somos uma espécie que toca. Ele não estava me atacando. Estava Craig? — Ela voltou seu olhar para ele e percebeu que ele não entendia o que ela estava dizendo. — Balance sua cabeça, Craig. — Ela sussurrou. — A menos que você queira uma lâmina em sua garganta.

Craig vigorosamente começou a balançar a cabeça de um lado para o outro e lentamente Onp guardou a espada.

— Para responder às suas perguntas Craig. Eu estava beijando meu companheiro e não, não sofri lavagem cerebral. Agora... — Ela olhou para o grupo. — Precisamos conversar, porque acho que descobri uma maneira de saber há quanto tempo os Ganglians nos tiraram da Terra.

— O quê? Como? — Craig perguntou e enquanto ele mantinha a voz baixa, seus olhos foram para Onp, que ainda o observava atentamente.

— Onde está Paul? — Ela perguntou.

— Aqui. — A voz de Paul veio da parte de trás do grupo.

Mac estava prestes a fazer a pergunta a Paul quando viu Jen movendo seu peso. — Vamos lá, vamos todos sentar e contarei o que estou pensando.

Jen deu a Mac um olhar irritado. Ela sabia o que sua amiga estava fazendo. Não precisava ser mimada.

— Vamos, Jen. — Mac colocou um braço ao redor de seus ombros puxando-a para trás, seus olhos castanhos suplicando aos azuis. — Eu preciso saber o que você pensa, mas também preciso saber se está bem.

Com um suspiro pesado, Jen assentiu e deixou-se levar para uma cama onde estava sentada. — Ok, estou sentada. Agora me diga o que você aprendeu com os Kaliszianos.

— Eu não aprendi nada com eles, pelo menos não a respeito de onde a Terra está ou há quanto tempo fomos levados.

— Mas você acabou de dizer... — Craig começou com raiva.

— Eu disse que pensei em algo. — Mac enfatizou, seu olhar indo para o desgrenhado cabelo maçante e barba desalinhada no rosto olhando para ela. Eles eram um grupo bem-preparado quando os conheceu, com apenas Eric ostentando uma barba muito bem aparada. — E eu preciso que Paul me diga se estou certa.

— O que posso dizer, Mac? — Paul perguntou.

— Quão rápido o cabelo cresce? — Ela respondeu.

— O quê? — Paul franziu a testa para a pergunta.

— Cabelo. Você é um cabelereiro. Você conhece cabelo. — Ela levantou algumas mechas e graças ao tratamento de Luol e a limpeza de Nikhil estava sedoso e brilhante. — O meu deve estar pelo menos três centímetros maior do que quando fomos levados pela primeira vez.

— Isso... varia mensalmente. — Paul disse a ela.

— Então, se o meu cresceu três centímetros, isso significa seis meses.

— Sim. — A mão de Paul se estendeu para tocar seu próprio cabelo. Por que ele não pensou nisso? Não cresceu mais de três centímetros, mas seu cabelo sempre era mais lento. Olhando para Eric, cujo cabelo ele sabia que sempre crescia mais rápida, viu que estava pelo menos três centímetros e meio maior. — Querido Deus, acho que você está certa.

— Seis meses? — Jen sussurrou, seus olhos se encheram de lágrimas quando viu o choque e a incredulidade nos olhos de todos. — Nós estamos fora seis meses...

Mac estava prestes a dizer alguma coisa quando viu Luol entrar e ouviu o que ele estava dizendo.

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Luol entrou na área de sobreviventes cumprimentando Onp enquanto seu olhar percorria a sala. — Guerreiro Onp.

— Curandeiro Luol, você está pronto para retomar o tratamento de Nekeok? — Onp sabia que apenas quatro dos Nekeok foram tratados até agora e que os oito Tafa e todos os humanos ainda estavam esperando, com exceção da companheira de Nikhil.

— Levarei um Nekeok e um humano. — Informou Luol.

— Mas há apenas uma unidade de reparação profunda. — Disse Onp franzindo a testa.

— A segunda desceu do Defender para acelerar o processo.

— Mas...

— Por que apenas uma? — Mac perguntou e os dois machos olharam para ela em estado de choque.

— Mackenzie? — Luol franziu a testa para ela. Ele não percebeu que ela estava ali. — Por que apenas uma o quê?

— Por que apenas uma das unidades de reparo? Você sabe que eles precisam da unidade de reparação profunda mais do que os outros!

— Eu...

— Eles precisam disso, Luol!

— Eu sei que sim, Mackenzie, mas os outros também e seus machos exigirão muito mais tempo na unidade. Tanto tempo que eu seria capaz de tratar dois ou três dos outros. E com a nave se suprimentos chegando em quatro dias...

— O que isso tem a ver com alguma coisa?

— Os outros... — O olhar de Luol percorreu a sala. — Eles sairão da nave para que possam voltar para suas famílias e lares enquanto você...

— Enquanto nós permanecemos aqui. — Ela terminou para ele.

— Sim, pelo menos por enquanto.

— O que você quer dizer agora?

— Apenas quis dizer que até descobrirmos onde está o seu mundo natal. Sua preocupação com seu pessoal é admirável, Mackenzie e apoio, mas também há outros que sofreram.

Mac descobriu que ela não podia argumentar com isso. Eles não eram os únicos que sofriam, mas pelo menos os outros sabiam e entendiam o que estava acontecendo com eles, enquanto seus amigos não.

— Então pelo menos deixe-os usar o educador. — Ela argumentou. — Há tanta coisa que eles não sabem ou entendem. Você não tem idéia do que se sente ao não entender o que está sendo dito para você. Não saber como esse mundo funciona e por quê. Eles nem conseguem entender o que estou dizendo para você agora mesmo.

Olhando para trás, Luol viu que ela estava certa. Todo seu povo estava ali, olhando para elas com uma combinação de confusão e medo. Como ele se sentiria se de repente se encontrasse em seu mundo e não pudesse se comunicar?

— Eu não posso atender adequadamente a dois seres nas unidades de reparo profundo e também monitorar outro usando o educador.

— Então o ajudarei. — Mac disse a ele.

— O quê? — Os olhos de Luol se arregalaram em choque.

— Eu disse que ajudarei. Deixe-me descobrir quem quer ir primeiro.

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— O que está acontecendo, Mac? — Craig perguntou assim que ela retornou.

— Os Kaliszianos desceram outra unidade de reparação profunda para que possam começar a tratar vocês como fizeram comigo. É uma câmara que se fecha ao seu redor. — Ela viu a confusão deles. — A única coisa que eu posso comparar é uma cama de ressonância magnética. Ele escaneia você e corrige qualquer necessidade enquanto reabastece o que foi tirado de seu sistema. Levará algum tempo.

— Quanto tempo? — Craig exigiu.

— Eu entrei nela duas vezes totalizando quase doze horas.

— Por que duas vezes? — Paul perguntou.

— Luol não tinha certeza de como meu sistema reagiria à unidade, então optou pela cautela.

— Mas você não teve nenhum problema. Certo? — Jen perguntou preocupada.

— Não. — Ela assegurou. — Luol também vai começar a usar seu educador em vocês, um de cada vez, para que possam saber o que eu sei.

— Quanto tempo isso leva? — Craig perguntou.

— Algumas horas. Então, quem quer ir primeiro? — Ela perguntou olhando para cada um deles com expectativa, em seguida, franziu a testa quando ninguém se ofereceu imediatamente. — Rapazes? — Ela perguntou.

— Eu vou. — Craig e Paul disseram ao mesmo tempo.

— Ótimo, então vamos. — Disse Mac

— Paul... — Eric segurou a mão dele.

— Alguém precisa fazer isso, Eric. Ficará tudo bem. — Paul apertou a mão tranquilizador, em seguida, olhou para Mac. — Vamos, estou pronto para entender toda essa merda!

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Luol ainda estava chocado ao selar a porta da unidade médica. Onp tentou vigorosamente impedir Mackenzie de acompanhá-lo, mas quando chegou a batalha de vontades, Mackenzie foi o vencedor surpreendentemente. Ele se viu sorrindo ao se lembrar de como Onp se perturbou quando Mackenzie lhe disse que a única maneira de a impedir de sair da área era se a contivesse fisicamente e tivesse certeza de que isso não incomodaria Nikhil.

Virando-se, ele encontrou Mackenzie falando baixinho, não com os dois machos que apresentou como Paul e Craig, mas com o Nekeok que seria tratado pela outra unidade de reparos. Aproximando-se, ele ficou surpreso ao descobrir que ela estava confortando o macho.

— Há algum problema, Mackenzie? — Ele perguntou se movendo para o lado dela. Os Nekeok eram uma espécie um pouco temperamental que podia atacar quando irritada. Embora fossem pequenos pelos padrões de Kaliszianos, ainda eram maiores e mais fortes que os humanos.

— Não. Eu estava apenas tranquilizando Blag que ele ouviu corretamente. A nave de suprimentos estará aqui em quatro dias. Ele está ansioso para voltar para sua fêmea. Foram avisados de que ele está vivo, certo?

— Eu... eu não sei. — Admitiu Luol.

— Bem, precisamos descobrir. — Ela disse a ele. — A fêmea de Blag estava grávida quando foi levada e ele está muito preocupado.

— Entrarei em contato com o General depois que eles estiverem na unidade de reparo. Sinto muito, Blag. — Luol se virou para o Nekeok cujo nome ele sequer sabia. — Não pensei em perguntar.

— É de se esperar. — Respondeu o Nekeok e Luol franziu a testa.

— O que você quer dizer? — Luol perguntou.

— Kaliszianos apenas se preocupam com eles mesmos. Foi o que causou a Grande Infecção. — Disse Blag se movendo em direção a uma das unidades de reparo. — E se não fosse porque os Zaludianos estavam roubando um recurso que vocês precisam, nunca teriam se incomodado em nos libertar.

— Isso é uma mentira, Blag. — Luol negou.

— Sim? — Blag desafiou. — Então me diga por que você estava do outro lado do Império por tanto tempo lutando contra os Ratak, quando deveriam nos defender dos Ganglians? Os planetas que os Ratak estavam tentando reivindicar possuem vastos recursos minerais que podem trocar com os Tornianos por comida. É a única razão pela qual se preocupam com eles. Eles não têm vida indígena, nem pessoas, apenas minerais.

Luol abriu a boca para argumentar, depois fechou-a, descobrindo que nisto Blag não estava errado. Então ele viu Blag entrar na unidade. — Ainda assim você está confiando em mim para tratá-lo?

— Vocês podem ser uma espécie egoísta, mas tem honra. Nunca prejudicaria alguém ao seu cuidado. — Com isso, Blag se deitou e fechou os olhos.

Os olhos de Mac se arregalaram enquanto ela ouvia a conversa e não tinha certeza do que a surpreendeu mais, a acusação de Blag ou que Luol não negou isso. Ela também ficou feliz porque Paul e Craig não conseguiam entender o que estava sendo dito. Ela não precisava deles questionando o que ainda não entendia.

— Mac, o que está acontecendo? — A pergunta de Paul a fez afastar o olhar de Blag e Luol.

— Luol e Blag estavam apenas falando sobre Luol contatando sua família. — Enquanto ela não mentiu, não contou a eles tudo o que foi dito. Ela precisava que eles confiassem no que dizia. Apenas esperava que estivesse certa. — Observem o que Luol fará e então podem decidir qual de vocês quer usar a unidade de reparo e qual usará o educador.

— Eu ficarei com a unidade de reparo. — Craig falou imediatamente, aproximando-se para ver o que Luol estava fazendo.

Mac não ficou surpresa que Craig escolhesse a unidade de reparo. Não era porque era destemido em face do desconhecido, porque não era, ele simplesmente não gostava de não ser o primeiro. Ela olhou para Paul, que apenas revirou os olhos.

— Estou bem com o educador. Seria bom saber o que todo mundo está dizendo. — Ele se inclinou para perto de Mac, então apenas ela pode ouvir suas próximas palavras. — Então eu também saberei o que mais disseram.

— Paul... — Seus olhos procuraram os dele.

— Está tudo bem, Mac. Eu confio em você. Craig não, mas ele está tentando se aproximar desde que se conheceram e você continua ignorando-o, mesmo quando as coisas estavam realmente ruins.

— Eu não estava interessado nele então e não estou agora.

— Isso foi bem óbvio pela forma como você beijou aquele Nikhil, — Paul deu a ela um sorriso compreensivo.

— Mackenzie?

A voz de Luol a salvou de ter que responder e ela se virou para ele. — Você pode explicar ao seu macho que eu preciso que ele se deite na cama?

— Ele não é meu macho. — Ela negou em Kaliszian, fazendo Luol erguer uma sobrancelha para ela, mas se aproximou dele.

— Craig, você precisa ir para a cama e deitar como fez Blag, — Ela disse em inglês. — A unidade começará a escanear você assim que fechar. — Ela observou os olhos de Craig se arregalarem quando a tampa começou a se fechar e ela sabia que ele estava começando a entrar em pânico. — Está tudo bem, Craig, apenas relaxe e respire. Não doerá. Você pode até se mover se quiser.

— Isso não vai me nocautear? — Craig perguntou.

— Não, mas você pode dormir se quiser. — Ela olhou para cima e viu Luol terminar no painel de controle da unidade.

— Há algum problema? — Luol perguntou-lhe em Kaliszian.

— Não, acho que Craig pesou que a unidade iria nocauteá-lo.

— Nocauteá-lo? — Luol franziu a testa para ela não entender a palavra.

— Fazê-lo dormir. — Esclareceu ela.

— Oh, bem, eu posso, se você acha que ele ficaria mais confortável assim.

Mac olhou para Craig e pode ver que ele estava lutando para estar na unidade fechada. Ela entendeu. Ela também não gostava, não depois das condições apertadas da mina. — Pode ser melhor se o fizer. Eu não acho que ele será capaz de permanecer na unidade de outra forma.

Momentos depois de dizer as palavras, ela observou o corpo de Craig relaxar e seus olhos se fecharem.

— Bem, isso foi rápido. — Disse Mac.

— Ajuda quando guerreiros gravemente feridos são trazidos.

— Eu pensei que sua unidade de reparo portátil fosse capaz de tratar ferimentos graves no campo. — Disse Mac.

— Aquela unidade apenas pode reparar totalmente ferimentos que não ameaçam a vida. Os mais severos devem ser tratados com está unidade. A unidade portátil torna possível que a maioria consiga chegar a uma.

— É por isso que você não queria descer a segunda. — Ela agora entendia.

— Sim, mas o Defender não sairá da órbita, então se algo acontecer, os feridos serão trazidos para cá. Não se preocupe, Mackenzie. Tudo ficará bem. — Luol verificou as leituras em ambas as unidades e depois olhou para Paul. — Ele está pronto para o educador?

— Paul? — Mac se virou para olhá-lo. — Pronto?

— Pronto.


CAPÍTULO TREZE

Mac sentou-se ao lado de Paul segurando sua mão enquanto Luol explicava para ele, em Zaludian, o que estava fazendo, por que é o que ele sentiria. Após um aceno tenso de Paul, Luol colocou o educador nele. Por um momento, o aperto de Paul na mão de Mac ficou forte e depois relaxou.

— Ele está agora em um sono profundo. — Disse Luol. — Levará várias horas até ele acordar.

— Eu ficarei com Paul para que você possa verificar Craig e Blag se me disser o que eu preciso observar.

— Agitação principalmente. Isso significa que ele está lutando contra as informações que o educador está tentando dar a ele.

— Por que isso aconteceria? — Ela perguntou dando a Paul um olhar preocupado.

— Não sabemos ao certo, mas acreditamos que seja porque o educador de alguma forma desencadeou uma má lembrança ou a composição química do cérebro do receptor é simplesmente incapaz de absorver o que está recebendo. Embora seja raro, pode causar danos permanentes, prejudicar se não for corrigido.

— Ah, então talvez você deva ficar aqui e eu me sentarei com Craig e Blag.

— Você não entenderia as leituras que as unidades estão lhe dando e não seria capaz de ajustá-las. — Disse Luol em voz baixa.

— Sinto muito, Luol. — Ela olhou para ele, os olhos cheios de arrependimento.

— Pelo quê?

— Por exigir que você trate tantos ao mesmo tempo. Eu não percebi os riscos...

— Mas você estava certa, Mackenzie. — Ele disse gentilmente. — Seu povo precisa entender o que está acontecendo. E se esperava algum problema, eu teria recusado. E é verdade que mesmo o General Rayner não tem poder para me influenciar quando se trata do que é melhor para aqueles que eu trato.

— Sério? Nem mesmo o mais temido e poderoso general Rayner? — Ela aprendeu isso com o educador.

— O General Rayner é temido e poderoso por uma razão, mas ele também é honrado e nunca intencionalmente prejudicaria alguém sob seus cuidados.

— Você realmente acredita nisso?

— Sim.

Mac ficou em silêncio por um momento, observando Paul deitado tão pacificamente. — Eu preciso agradecer, Luol.

— Pelo quê? — Ele perguntou franzindo a testa para ela.

— Nikhil me disse que você pediu a sua Ashe para conseguir coberturas para mim na próxima nave de suprimentos.

Luol deu-lhe um sorriso caloroso. — Isso não foi difícil para ela. Minha Maysa gosta de fazer compras, especialmente para fêmeas jovens.

— Eu sou uma fêmea jovem? — Ela perguntou levantando uma sobrancelha para ele. Ela sabia que, para um Kalisziano, uma jovem fêmea se referia a menor de dezoito anos, que ainda não era considerada completamente madura. — Eu não acho que Nikhil me veja assim.

As bochechas de Luol começaram a ficar vermelhas. — Foi a única maneira de descrever seu tamanho para Maysa. Eu não quis inferir...

— Estava apenas brincando com você, Luol. — Disse ela sorrindo para ele. — Eu sei que suas fêmeas são maiores que eu.

— Quando elas atingem sua maturidade sim, mas antes disso, tem tamanhos diferentes.

— Um sendo o meu.

— Sim. Maysa e eu apenas temos machos, então ela ficou muito animada para gastar meus créditos em algo diferente de coberturas masculinas chatas, como ela se refere a eles.

— Ainda assim, foi um aviso tão curto e... — Mac parou. Por que ela não percebeu? Nikhil disse que algumas de suas fêmeas ofereceriam sua amizade aos machos por comida ou créditos extras. Claro, ele teria que pagar por suas coberturas. Quanto ela não sabia. Ele poderia pagar por elas? Isso era outra coisa que ela não sabia e então precisava perguntar.

— Mackenzie, tem alguma coisa errada? — Luol perguntou.

— Eu... nada. Eu acabei de perceber que há algo que eu preciso conversar com Nikhil. Então você acha que Paul ficará bem comigo aqui?

— Sim. Agora eu preciso verificar Craig e Blag.

— Tudo bem. Ah e não se esqueça de verificar se a família de Blag foi contatada.

— Sim.

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Luol franziu a testa para as leituras que a unidade de reparos profundos lhe dava para o humano chamado Craig. Enquanto a unidade de reparo estava reabastecendo os mesmos nutrientes que tem Mackenzie, ele não estava tão exausto quanto ela e sua perda de peso não parecia tão extrema. Por que, se todos passaram pelas mesmas coisas até ela ser descoberta? Fazendo alguns ajustes, ele voltou sua atenção para a unidade de Blag.

— Quanto tempo mais? — Blag perguntou enquanto observava Luol.

— Você está indo bem. — Disse Luol distraidamente.

— Não foi isso que perguntei! — Blag disse.

— Outra hora.

— Onde está Mackenzie? — Blag exigiu.

— Ela está no outro quarto, sentada com o amigo. — Luol viu o olhar de Blag procurando atrás dele.

— Eles são uma espécie estranha. — Blag finalmente murmurou.

— Você já interagiu com eles na mina?

— Não.

— Nunca os viu? — Luol achava isso difícil de acreditar. A mina não era tão grande assim.

— Apenas de passagem. Os Zaludianos nos separaram por espécie. Não posso acreditar que uma fêmea conseguiu sobreviver lá, especialmente uma tão gentil e delicada quanto Mackenzie.

Luol levantou uma sobrancelha para as palavras de Blag. Os Nekeok eram uma espécie que poucos tratavam intencionalmente devido ao seu temperamento, mas eram leais àqueles que ganhavam respeito. Parece que Mackenzie conquistou o de Blag com apenas algumas palavras gentis. Foi algo que ele não deu a Blag.

— Ela é uma fêmea excepcional. — Luol concordou, indo para onde Blag podia vê-lo mais fácil. — E se estiver descansando confortavelmente, entrarei em contato com o General e pedirei que sua fêmea seja notificada.

— Eu estou bem. Vá! — Blag ordenou impacientemente e voltou seu olhar para o teto.

Luol deu a Blag um olhar irritado em sua ordem e subsequente despedida. Ele estava prestes a lhe dizer que poderia ir a Daco quando Luol se lembrou de que a fêmea de Blag estava esperando descendência quando ele foi sequestrado. Girando, ele foi contatar Treyvon.

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Nikhil observava a luta entre Gulzar e Nroa progredir, sua expressão não revelando nada de sua satisfação com o quão bem Gulzar estava fazendo contra o Guerreiro de Elite. O macho tinha um grande potencial e Nikhil sabia que não demoraria muito para Gulzar atingir o status de Elite que ele desejava. Tudo o que precisava era de mais experiência, que ficou subitamente aparente quando Gulzar se excedeu. Nroa varreu os pés de Gulzar e a ponta de sua espada estava na garganta de Gulzar antes mesmo que ele caísse de costas.

Os dois guerreiros se encararam por um momento, ambos respirando forte, seus corpos brilhando de suor antes que Nroa retirasse sua espada e estendesse a mão. Gulzar deu a ele um olhar frustrado, mas estendeu a mão e pegou, permitindo que Nroa o colocasse de pé.

— Fique tranquilo, Gulzar. — Nroa assegurou ao jovem guerreiro. — Você está apenas deixando sua impaciência tirar o melhor de você.

Gulzar acenou com a cabeça em concordância. — Obrigado pela sua visão e conselho, Guerreiro Nroa.

— Bom. Comecemos. — Ordenou Nroa e eles recomeçaram.

— Sim. — Disse Nikhil. — Gulzar será um bom Guerreiro de Elite.

— Não vai demorar. — Disse Treyvon ao lado de Nikhil.

— Não, não vai. Ele fará uma boa adição aos seus Guerreiros de Elite.

— Concordo. Como está sua companheira verdadeira hoje? Fui informado que não a levou para a última refeição.

— Ela descansou. Eu pensei em acordá-la, mas Luol me garantiu que seu corpo sabia o que precisava e que descansasse.

— Luol estava certo?

— Sim. Ela acordou bem descansada e com fome.

— Isso é bom. Ela concordou em ser sua Ashe? — Treyvon perguntou olhando para a conta que Nikhil ainda usava. A única conta que um macho era capaz de oferecer livremente uma fêmea.

— Eu... eu ainda não perguntei a ela. — Ele admitiu hesitante. — Ela já passou por tanta coisa e ainda está se adaptando a usar minha conta de companheira verdadeira, já que não é o costume de sua espécie. Eu queria dar a ela tempo para se adaptar antes de pedir mais.

— Você acha que ela o recusará? — Treyvon deu-lhe um olhar incrédulo.

— Nós tivemos... mal-entendidos, por causa de nossas diferenças. Eu não quero que haja uma quando eu fizer o meu pedido.

— Existem muitas diferenças? — Treyvon perguntou em voz baixa.

— Sim.

— Eu... — O toque do comunicador de Treyvon o impediu de perguntar mais. Afastando-se de Nikhil, ele respondeu.

— General, é Luol.

— Sim? — Treyvon perguntou.

— Um pedido foi feito para saber se as famílias dos sobreviventes foram notificadas de seu status.

— Por quem?

— Por Blag, um Nekeok. Sua fêmea estava esperando descendência quando foi levada. Ele está preocupado com o bem-estar dela.

— Um Nekeok divulgou isso para você?

— Não, ele revelou isso para Mackenzie, que me contou.

— Um Nekeok falou com a Ashe de Nikhil? — Treyvon voltou seu olhar para Nikhil e viu que ele se moveu para dar mais instruções a Gulzar.

— Sim. Ele foi muito respeitoso com ela. — Luol rapidamente tranquilizou-o.

— Tudo o que posso afirmar como verdade é que entrei em contato com o Ministro encarregado do mundo natal dos Nekeok quando eles foram descobertos e dei a eles os nomes dos sobreviventes. E se contataram suas famílias, eu não sei.

— Entendo. Retransmitirei essa informação, General, mas eu não acredito que isso aplacará Blag.

— Terá, pois é toda a informação que tenho.

— Sim, General.

Luol ergueu os olhos do comunicador e viu Mackenzie observando-o silenciosamente pela porta aberta do escritório. Era óbvio que ela ouviu os dois lados da conversa e não estava feliz com isso. — Nós fizemos tudo o que é necessário, Mackenzie.

— Então você deveria fazer mais. — Ela respondeu baixinho, ainda segurando a mão de Paul. — Como você se sentiria se fosse Maysa e ela não soubesse que está vivo?

Luol de repente sentiu uma empatia por Blag e isso o envergonhou ao perceber que ele considerou isso antes. E se fosse sua Maysa que precisava ser contatada, ele derrubaria as paredes até que pudesse tranquilizá-la.

— Eu verei o que posso fazer.

Mac assentiu, então voltou sua atenção para Paul. Ele estava deitado ali tão quieto que a preocupou. Ela ficou assim quando usou o educador?

— Sim. — Respondeu Luol e ela percebeu que falou em voz alta. — E Nikhil ficou tão preocupado quanto você agora.

— Ficou?

— Você tem dúvidas? — Luol franziu o cenho para ela. — Duvida do compromisso de seu verdadeiro companheiro com você?

— Eu... se não fosse por isso. — Ela tocou a conta no cabelo. — Nós estaríamos tendo essa conversa? Apenas conheço Nikhil há dois dias, Luol. O amor não acontece em dois dias

— Isso acontece se for verdade. — Disse Luol. — Não sabe?

— Como deveria saber disso? Depois de tudo o que aconteceu, como devo confiar que o que estou sentindo é real? Para qualquer um de nós? Nikhil tem essa conta. Como ele pode saber que não é um erro? Que não é apenas porque você nunca conheceu um humano antes?

— Mackenzie. A Deusa presenteou os Kaliszianos com a conta de companheiro verdadeiro para acabar com os conflitos que surgiram entre os machos sobre quem era o seu verdadeiro companheiro.

— O quê?

— Isso não estava no educador? — Luol franziu a testa.

— Não.

— Sinto muito, Mackenzie. Eu não percebi que nossos contos antigos não foram incluídos no educador. — Luol respirou fundo e começou.

— Os Kaliszianos são uma raça guerreira. É da nossa natureza lutar pelo que queremos e defender o que temos. Nossas companheiras eram o que lutavam mais violentamente. Tornou-se um problema quando mais de um macho reivindicava a mesma fêmea.

— Mas a fêmea não escolhia?

— Você não conhece nossos machos. — Disse Luol com um sorriso irônico. — Nunca aceitaria que a fêmea que ele desejava escolhesse outro. Não sem prova.

— Mas a conta de Dasho...

— Pode ser oferecida a qualquer macho e desde que o macho o aceite e use, ele é seu Dasho.

— Por quanto tempo...

— Sim, as contas Dasho e Ashe são as únicas que um Kalisziano pode remover.

— Eles são como alianças de casamento. — Ela sussurrou.

— Alianças de casamento?

— É uma tradição na Terra que muitos seguem onde um macho e uma fêmea trocam anéis. São usadas ao redor de um dedo específico. — Mac tocou seu dedo anelar esquerdo. — Isso simboliza que eles estão comprometidos um com o outro.

— Um compromisso inquebrável?

— Não. Pode ser quebrado se um ou ambos decidirem.

— É o mesmo com as contas de Ashe e Dasho que causaram tantas mortes, muita dor e sofrimento. A Deusa finalmente teve pena de nós e nos presenteou com a conta de companheiro verdadeiro. Um sinal exterior e irrefutável de quem é um companheiro. Parou os conflitos, pelo menos até que a Grande Infecção atacou.

— Nem perceberam que não mais encontraram seus verdadeiros companheiros? — Ela sussurrou.

— Não no começo, pois nossa atenção estava em tentar salvar nosso suprimento de comida cada vez menor e alimentar nosso povo.

— Não perceberam mesmo?

— Não, não até muitos anos depois. — Os olhos de Luol brilhavam levemente enquanto olhava para a conta que ela usava. — É por isso que ver você usando a conta de companheira verdadeira de Nikhil é tão importante. Nos dá toda a esperança que finalmente encontremos a nossa.

— Eu... mas Maysa...

— Eu acredito... não, eu sei que Maysa é a minha companheira verdadeira, mas a minha conta não a aceita. — Luol tocou a conta que ainda usava, os olhos cheios de esperança. — Talvez agora sim.

O leve movimento de Paul fez com que ambos olhassem para ele.

— O educador terminou. — Luol estendeu a mão e retirou o aparelho. — Ele acordará momentaneamente.

Mac apertou a mão de Paul enquanto seus olhos se abriram lentamente e ele olhou para ela. — Oi. — Ela sussurrou em Kaliszian.

— Oi. — Ele respondeu em Kaliszian. — Isso não demorou muito.

— Eu pensei a mesma coisa, mas já faz duas horas, Paul.

— Mesmo? — Paul olhou para Luol para confirmação.

— Sim. — Respondeu Luol, também em Kaliszian. — Você pode responder algumas perguntas para mim?

— Eu posso tentar. — Paul disse a ele.

— Você sabe onde Crurn está?

— Você quer dizer o planeta onde o Imperador do Império Kalisziano reside?

— Sim.

— São três dias daqui. — Respondeu Paul.

Luol sorriu para Mac e então olhou para Paul. — Está correto. Você absorveu as informações do educador. Como está se sentindo? — Luol perguntou enquanto o ajudava a se sentar.

Paul se sentou, respirou fundo e pensou por um momento antes de responder. — Bem.

— Como está Craig? — Ele perguntou ficando de pé.

— Ele precisa de pelo menos, mais algumas horas na unidade de reparo. Entrarei em contato com alguém para levá-lo de volta à sua área e trazer outra pessoa.

— Você está bem com isso, Paul? — Mac perguntou levantando-se para ficar ao lado dele.

— Sim, eu verei quem pode vir em seguida.

Entrando na sala externa, eles viram Blag se levantar da unidade de reparo. Aparentemente, terminou de curá-lo.

— Blag, você está pronto para retornar ao seu povo? — Luol perguntou.

— Sim. — Respondeu Blag rapidamente.

— Eu verifiquei com o General Treyvon e fui informado que ele contatou o seu Ministro.

— Ministro Klueh? — Blag disse. — Isso significa que minha Ashe ainda não sabe que estou vivo.

— Você não acredita que Klueh entrou em contato com ela? — Luol não conseguiu esconder seu choque.

— Claro que não. Eu não sou Kaliszian, apenas uma espécie que vive dentro do seu Império. — Com isso, Blag se virou e foi embora.

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Nikhil ficou furioso, o punho deixando uma impressão na sólida porta de aço da unidade médica que estava trancada. Ele quase desembainhou sua espada para Onp quando soube que sua Mackenzie não estava mais onde ele a deixou. Agora era incapaz de entrar onde ela estava e cabeças rolariam por isso. Ele levantou o punho para bater novamente quando a porta se abriu de repente.

— Nikhil. — Luol deu um passo atrás permitindo que o guerreiro furioso entrasse.

— Onde ela está? — Nikhil rosnou ameaçadoramente.

— Mackenzie está no meu escritório sentada com o humano chamado Eric enquanto ele usa o educador.

— Ela não deveria estar aqui. Deveria estar onde eu a deixei. Onde está segura.

— Estou a salvo aqui. — Mac anunciou, saindo do escritório de Luol ouvindo as palavras de Nikhil.

— Mackenzie. — Ele respirou. Passando por Luol, ele a puxou para seus braços, precisando senti-la neles, precisando saber que estava segura.

— Estou bem, Nikhil. — Ela colocou as mãos no peito dele e ficou surpresa com o quão forte seu coração estava batendo. Ele realmente estava preocupado. — Estou muito bem, Nikhil.

— Deusa, Mackenzie. — Ele abaixou a cabeça para beijá-la rápido e duro. — Não faça isso comigo novamente. Acabei de encontrar você.

— Mas não saberia se estivesse em problemas? — Ela se afastou um pouco. — Porque uso sua conta de companheira verdadeira.

— Mas eu não uso a sua. — Admitiu Nikhil com voz rouca.

— O quê? — Ela deu-lhe um olhar confuso. — Mas o educador disse que a conta nos conectava.

— Isso é o que acontece quando as contas são trocadas. — Disse Luol suavemente por trás de Nikhil. — Como você não tem contas para dar a Nikhil, a conexão não está completa.

— Nikhil? — Ela olhou para ele interrogativamente.

— Eu tenho que tocar a conta que você usa para saber sua condição. — Admitiu ele.

— Por que você não me contou isso? — Ela perguntou.

— Eu não tive a chance e...

— E?

— E esperava que, dado tempo suficiente, o vínculo total ainda se formasse.

— Entendo. — Ela empurrou contra o peito dele colocando algum espaço entre eles. — Então você mentiu para mim.

— Eu não menti para você, Mackenzie. — Ele negou instantaneamente.

— Você simplesmente não me contou a verdade. — Desta vez, ela empurrou com força contra seu peito e quando seus braços se afastaram, ela saiu de seu abraço. — Isso não funcionará para mim, Nikhil. Porque se não posso confiar, acreditar em você, se não me diz o que eu preciso saber, então isso... — Ela agarrou o cabelo que continha sua conta e balançou como se quisesse devolver a ele. — Não tem sentido.

— Não diga isso! — Nikhil exclamou. O coração em seu peito que começou a se acalmar acelerou mais forte do que antes.

— Por que não? É a verdade! — Mac sentiu seu coração apertar com o olhar devastado no rosto de Nikhil. Achava que ela não podia sentir a dor dele porque não usava sua conta de companheiro verdadeiro, mas ele estava errado. Ele tocou sua alma com o quão gentil e cuidadosamente a limpou e como continuava colocando suas necessidades em primeiro lugar. Mas nada disso importava se ele não fosse honesto com ela.

— Você é minha companheira verdadeira, Mackenzie. — Ele disse a ela tentando abraçá-la novamente, mas ela se afastou e ele lentamente abaixou os braços.

— Sim, mas você pode não ser o meu, desde que não usa minha conta e é isso que não queria me dizer, verdade?

— Eu... sim... alguns podem ver dessa maneira. — Ele relutantemente admitiu. — Mas eu não vejo assim. Nós nos conectamos Mackenzie. Eu não preciso de uma conta para me dizer isso. Eu sinto você aqui — Ele tocou seu peito onde seu coração ainda estava batendo tão forte que parecia tentar voar para ela, sabendo que estaria seguro em seus cuidados.

Mac sentiu seus olhos se encherem de lágrimas com as palavras sinceras de Nikhil. Ela podia ouvir a verdade nelas e isso a fez querer alcançá-lo e consolá-lo, mas precisava que a verdade permeasse mais do que apenas no relacionamento deles. Ela precisava disso para filtrar toda sua vida. Havia tanta coisa que ainda não conhecia ou entendia e se não pudesse confiar em Nikhil para contar a ela, quem o faria?

— Eu preciso voltar para Eric. — Ela disse, voltando-se para entrar no escritório de Luol.

— Eric? — Nikhil questionou.

— Ele é o macho humano atualmente usando o educador. — Informou Luol em voz baixa. — Mackenzie insiste em sentar com eles, então não ficam sozinhos enquanto faço o tratamento daqueles na unidade de reparação profunda.

— Você a deixa sozinha com outros machos? — Nikhil rosnou.

— Eu a deixo sozinha com os machos que conhece e confia. Ela já passou muito tempo sozinha com eles, Nikhil. É leal a eles. São seus amigos e se uniram por causa do que sobreviveram juntos. Isso é algo que você terá que lidar e aceitar se quiser que sua Ashe seja verdadeiramente feliz.

— Eles a deixaram ser levada, Luol, deixaram que fosse prejudicada.

— E ela parece não ter nenhuma animosidade em relação a eles por isso. Talvez você precise descobrir o porquê. — Luol se afastou para verificar os dois na unidade de reparo.

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Nikhil ficou na porta do escritório de Luol, ignorando o modo como seus ombros maciços pressionavam a estrutura e observou sua companheira se sentar ao lado de outro macho segurando sua mão. Seu primeiro instinto foi atravessar a sala e afastá-la do macho. Ela era dele. Sua companheira. Nunca deveria tocar outro macho. Mas sabia que isso seria errado. Que isso levaria sua companheira ainda mais longe dele. Ele ficou tenso quando ela levantou a mão para gentilmente colocar uma mecha do cabelo do macho atrás da orelha. Mas enquanto observava, percebeu que ela não estava tocando o outro macho da mesma maneira que o tocava. Sim, havia sentimento no toque, mas não era uma carícia.

Movendo-se pela sala, ele puxou uma cadeira e sentou-se do outro lado do sofá. — Você se importa com esse macho. — Ele disse baixinho.

— Eric.

— O quê?

— O nome dele é Eric e sim, me importo. — Ela levantou o olhar para ele. — Muito. Assim como eu me importo com todos os outros.

— Explique-me por que.

— Como assim por quê?

— Eles deixaram os Zaludianos levá-la, Mackenzie. — Enquanto ele falava em voz baixa, não havia como duvidar da raiva por trás de suas palavras. — Você foi prejudicada porque eles não a protegeram. Como ainda pode se importar com eles?

— Isso é tudo que você vê? Como me encontrou? — Ela balançou a cabeça e olhou de volta para Eric. — Você simplesmente não entende.

— Então me faça entender. — Ele se inclinou para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos. — Preciso entender, Mackenzie.

— Eles me protegeram Nikhil, quando não precisavam.

— Não fizeram...

— Eles não me conheciam. Eu não era do grupo deles. Era apenas o guia. Aquele em quem eles confiavam para conduzi-los até a montanha e levá-los de volta em segurança. Eu falhei.

— Eles não podem culpá-la pelo que os Ganglians fizeram, Mackenzie.

— Eles poderiam, mas não o fizeram. Ao invés disso, me protegeram. Quando chegamos à mina, os Zaludianos levaram metade de nós para a caverna onde morávamos e a outra metade colocaram para trabalhar na mina. Eu desmaiei quando voltamos para caverna e eles pegaram o outro grupo. Eu não sabia o que faria. Vimos como os Zaludianos bateram um Jerboaiano até a morte quando ele desmaiou, então bateram naquele que tentou protegê-lo.

— Nós ouvimos que fizeram isso. — Disse Nikhil baixinho.

— Você ouviu direito e por mais que não quisesse morrer daquele jeito, sabia que aconteceria porque não havia nenhuma maneira de poder fazer aquele trabalho físico... assim como os machos. Quando os Zaludianos retornaram com o outro grupo, trouxeram comida e nos disseram que tínhamos quinze minutos. Eu não comi porque sabia que logo estaria morta e seria apenas um desperdício de comida que os outros precisavam. — Seus olhos começaram a se encher de lágrimas e ela passou o dorso da mão pela bochecha magra de Eric antes de continuar. — Os Zaludianos retornaram e quando me levantei para ir com meu grupo, Eric me empurrou para baixo e foi no meu lugar.

— Ele...

— Ele estava no grupo que acabou de voltar da mina. Seu único pensamento deveria ser descansar até que viessem por ele novamente. Em vez disso, ele tomou o meu lugar.

— Ele trabalhou novamente?

— Sim e quando voltou, um dos outros machos tomou o seu lugar. Eles nunca me deixaram ir, Nikhil. Você entende agora? Todos fizeram o que podiam para me proteger.

— E os Zaludianos nunca notaram?

— Desde que tivessem seis corpos não se importavam.

— Então como...?

— Como me descobriram?

— Sim.

— Culpa minha. Eu descobri uma rachadura na parede de trás da caverna e J... — Ela parou, percebendo que quase falou sobre Jen. — Eu me escondia lá sempre que ouvíamos os Zaludianos chegando, apenas para ter certeza que não perceberiam que eu era fêmea. Naquele dia, um dos machos se feriu e eu estava tratando desde que tive treinamento médico, quando um Zaludian de repente entrou. Por causa da condição das minhas coberturas, ele percebeu que eu era do sexo feminino. Todos os machos se levantaram para me proteger, mas eu lhes disse para não lutar.

— O quê? — Nikhil não podia acreditar. — Por quê?

— Porque eles não poderiam vencer. — Ela disse a ele. — Tudo o que teria acontecido era que os Zaludianos os matariam e seria levada de qualquer maneira. Então eu fui de bom grado.

— Você foi ferida. — Isso incomodava Nikhil o tempo todo, porque não havia motivo para os Zaludianos baterem nela, especialmente se planejavam vendê-la a uma casa de prazeres.

— Isso porque uma vez que estava longe o suficiente dos machos, tentei escapar. Quase consegui sair, mas aquele com as contas vermelhas me pegou. Foi ele quem me bateu.

— Você tentou se salvar.

— É claro. Eu não deixaria que me levassem. Não sem uma briga.

— Você é uma lutadora, minha Mackenzie. — Nikhil passou uma grande e áspera mão cuidadosamente sobre a pele macia de sua bochecha, limpando a lágrima que escapou de seus lindos olhos castanhos. — Nunca se poderia imaginar por causa do seu tamanho, mas estou começando a acreditar que você é a fêmea mais forte que já conheci.

— Uma grande mentira, Nikhil Kozar. — Disse ela, mas inclinou a cabeça em seu toque, dando-lhe um sorriso triste. — Mas obrigada.

— Não é mentira, Mackenzie, pois é preciso alguém realmente forte para sobreviver ao que você sobreviveu. Mas também é por essa razão que não quero que você tenha que ser tão forte novamente. Quero cuidá-la, quero mantê-la segura.

— Eu não sou forte, Nikhil, mas isso não significa que sou fraca também. Apenas sobrevivi porque não estava sozinha e porque tinha pessoas em quem podia confiar.

— Quero ser uma dessas pessoas em quem você confia, Mackenzie. Alguém que saiba que pode confiar, não importa o que aconteça.

— Você?

— Sim.

— Mas funciona nos dois sentidos, Nikhil. Você precisa confiar em mim também e não faz isso.

— Eu... — Nikhil deu a ela um olhar envergonhado. — Você está certa, minha Mackenzie, não tenho desculpa a não ser dizer que não é assim com os Kaliszianos, estou me ajustando a ter uma companheira verdadeira. Uma muito forte, muito bonita e muito pequena. — Ele terminou suavemente.

— Deus, se vocês dois ficarem mais safados, precisarei de um banho. — Eric gemeu, fazendo com que ambos olhassem para ele em estado de choque quando estendeu a mão para retirar o educador.

— Eric, não! — Mac agarrou o braço dele parando-o antes que o olhar dela voasse fosse Nikhil. —Luol. — Ela gritou.

Nikhil imediatamente se levantou e saiu da sala.

— O que há de errado, Mac? — Eric perguntou.

— Nada, apenas quero que Luol seja o único a remover o educador, Eric. Ele é o curandeiro. Eu não quero arriscar que você se machuque.

— Nikhil parece ser um bom homem, Mac. — Eric disse baixinho, abaixando a mão.

— Ele é.

— Então por que você está dando a ele um tempo tão difícil?

Antes que Mac pudesse responder, Nikhil e Luol retornaram.


CAPÍTULO QUATORZE

Nikhil sentou-se ao lado de Mackenzie enquanto eles comiam a refeição do meio-dia. Ela se recusou a deixar a ala médica dizendo que precisava estar lá quando Craig acordasse. Nikhil queria discutir com ela. Queria levá-la aos seus aposentos para que pudessem ficar sozinhos. Queria puxá-la em seus braços e beijá-la. Em vez disso, ele pegou duas refeições e as comeram em silêncio no escritório de Luol.

— O que há de errado, Nikhil? — Ela perguntou colocando de lado sua refeição meio comida.

— Nada. — Ele pegou a refeição e entregou de volta para ela. — Termine sua refeição.

— Estou cheia. Você pode terminá-la ou Craig pode quando ele estiver fora da unidade de reparo. — Ela colocou de volta na mesa, em seguida, ficou de joelhos, segurou o queixo dele com as mãos e virou-o para encará-la. — O que está errado?

Nikhil olhou em seus olhos marrons e viu sua preocupação por ele. O que fez para merecer isso? Estendendo a mão, ele colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, as pontas dos dedos dele acariciando sua pele sedosa.

— Nada está errado, pequena. Esperava ter algum tempo sozinho enquanto aproveitávamos nossa refeição.

— Mas estamos sozinhos agora.

— Em nossos aposentos. — Nikhil acrescentou calmamente. — Eu queria abraçá-la.

Os olhos de Mac se arregalaram um pouco, em seguida, um sorriso travesso cruzou seus lábios antes de passar uma perna por cima de suas coxas e envolver os braços ao redor de seu pescoço. — Assim?

— Mackenzie. — Os olhos de Nikhil foram para porta aberta enquanto suas mãos seguravam seus quadris, puxando-a firmemente contra ele.

— O quê? — Ela perguntou, pressionando um beijo em seu queixo forte e quadrado.

— Alguém pode nos ver.

— Assim? — Ela perguntou, puxando a cabeça para baixo para que seus lábios pudessem alcançar os dele. — Você é meu companheiro verdadeiro, verdade?

— Sim. — Ele rosnou ao tentar beijá-la quando ela se afastou.

— Então, por que é errado alguém nos ver beijando?

— Não é. — Ele disse a ela e levantou uma mão para segurar sua nuca. — É o que quero fazer depois de nos beijarmos que os outros não estão autorizados a ver.

Com isso, ele tomou seus lábios para um beijo duro e profundo.

Mac se levantou de joelhos, seus braços envolvendo sua cabeça enquanto ela aprofundava o beijo. Deusa, o homem podia beijar. Seus quadris se moveram involuntariamente contra seu abdômen duro quando suas línguas se contorceram e de repente ela percebeu que Nikhil estava certo. Deveriam ter ido para seus aposentos, porque ela queria fazer mais do que apenas beijá-lo.

— Ahem. — Alguém limpou a garganta, Mac e Nikhil se separaram para encontrar Luol em pé na porta. — Sinto muito interromper. — Ele disse não parecendo triste. — Mas a unidade de reparo está prestes a terminar, irei acorda o macho... Craig. Pensei que você gostaria de estar lá.

— Eu quero. — Mac disse, suas bochechas vermelhas.

— Então sugiro que você termine sua... refeição e me encontre na unidade. — Luol disse a ela, seus lábios se contorcendo enquanto ele tentava não sorrir e se afastou.

Mac enterrou o rosto no pescoço de Nikhil por um momento antes de levantar o olhar para o dele. — E da próxima vez vamos a seus aposentos para a refeição.

Nikhil olhou para ela, tentando recuperar o controle sobre seu corpo. Deusa, tudo o que ele queria fazer era despi-la e mergulhar seu membro latejante nela. Sabia que seu canal estava escorregadio e molhado. Ela estava pronta para tomá-lo, porque sua cobertura subiu quando ela se levantou de joelhos e suas dobras suaves se esfregaram contra a parte de seu abdômen que o colete não cobria. Tudo o que ele tinha que fazer era se libertar e eles seriam um. Olhou nos olhos dela e viu o desejo neles. Desejo que dizia que ela não o impediria se o fizesse, mas também via a necessidade dela. Sua necessidade de estar lá por um que tinha estado lá para ela.

— Sim — Ele rosnou, em seguida, lentamente, a colocou de pé. — E nós teremos nossa última refeição em nossos aposentos está noite.

— Concordo. — Ela sussurrou, notando a maneira como ele enfatizou a palavra nossos. — Obrigada por entender.

Quando se viraram para sair, Nikhil pegou o comunicador que começou a tocar e depois de uma breve discussão, retornou à sua cintura.

— Mackenzie...

— Você precisa ir. — Disse ela.

— Sim.

— Está tudo bem.

— Quero que você fique aqui até eu voltar. — Ele colocou uma mão gentil em seu rosto inclinando seu olhar para o dele. — Prometa, Mackenzie.

— Eu ficarei aqui até você me buscar. — Quando ele apenas ficou lá, ela acrescentou: — Meu voto.

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O som da abertura da unidade de reparo foi a primeira coisa que se registrou na mente de Craig. A próxima coisa foi o som da voz de Mac falando suavemente com alguém em uma linguagem que ele não entendia.

Mac.

Ele reconheceria aquela voz rouca em qualquer lugar.

Estava em seus sonhos e lembrava a ele que ainda era um homem. Mas o que ela estava dizendo?

Com quem estava falando?

Virando a cabeça para o som de sua voz, seus olhos se abriram e lá estava ela olhando para o Kaliszian chamado Luol.

— Mac... — Ele resmungou, surpreso com o quão seca estava sua garganta.

— Craig. — Mac virou o olhar para ele, um olhar cheio de calor e felicidade. — Como você está se sentindo? — Ela perguntou em inglês.

— Com sede. — Ele disse a ela e viu quando se virou imediatamente para conseguir o que precisava.

— Aqui. — Ela colocou uma mão atrás da cabeça dele levantando-a para ajudá-lo a beber.

— Quanto tempo fiquei fora? — Ele perguntou depois que tomou a água.

— Quase cinco horas.

— Cinco? — Craig deu-lhe um olhar espantado. Não tinha sentido tanto tempo para ele. — Eu nem lembro de adormecer.

— Isso foi porque Luol lhe deu algo para ajudar.

— Ele me drogou? — Craig se virou, olhando furioso para Luol.

— Eu disse a ele para fazer isso, Craig. — Mac rapidamente defendeu Luol, que não conseguia entender o que estava sendo dito. — Você precisava relaxar e deixar a unidade funcionar, mas não fazia isso. Foi minha decisão.

— Você foi nocauteada quando tratada? — Ele ficaria irritado se ela dissesse não.

— Sim. — Ela disse a ele. — Agora você precisa começar a falar em Zaludian para que Luol possa ajudá-lo.

— Onde está Paul? — Ele perguntou, mas foi em Zaludian.

— Ele voltou com os outros. Assim como Eric, que também usou o educador enquanto você estava sendo tratado. — Ela disse a ele.

— Ambos?

— Sim. — Respondeu Luol desta vez. — E toleraram muito bem sem efeitos colaterais. Agora, como você está se sentindo?

Craig levou um minuto para pensar sobre isso. — Bem. Todas as dores se foram. — Ele levantou a mão e viu que todas as cicatrizes que ele acumulou na mina desapareceram também e olhou surpreso para Luol.

— Sim, a unidade de reparo cuidou delas e quaisquer outras que tinha em seu corpo. Também reabasteceu todos os nutrientes que estavam deficientes. A única coisa que achei incomum foi que seu sistema não estava tão deficiente quanto o de Mackenzie. Embora tenha ficado ali pela mesma quantidade de tempo. — Ele olhou para Craig esperando por uma resposta, mas tudo o que encontrou foi Craig olhando duro para Mackenzie.

— Mackenzie, você sabe por quê? — Luol perguntou baixinho.

— Não. — Ela disse suavemente antes de afastar o olhar de Craig para repetir mais vigorosamente: — Não Luol, não sei por que isso acontece. Talvez estivesse deficiente desde o começo ou foi por cauda da surra.

— Surra? — Craig saltou da cama, em seguida, agarrou seus braços dando-lhe um aperto forte. — Que surra? Você quer dizer que essa porra de Kaliszian bateu em você?

Antes que Mac pudesse se recuperar do movimento repentino de Craig, Luol agarrou-o pela garganta e o jogou do outro lado da sala.

— Luol! — Mac agarrou seu braço, impedindo-o de ir atrás de Craig. — Pare!

— Você é a companheira verdadeira de um Kaliszian. — Luol rosnou. — Ninguém a ataca!

Mac não podia acreditar em quão forte a voz de Luol ficou e como seus olhos estavam brilhando. Ela nunca o viu agir assim. Sempre foi tão carinhoso e gentil com ela, foi quando percebeu que, embora ele alegasse ser Kalbaughian, ele ainda era um guerreiro Kalisziano.

— Ele não estava me atacando, Luol. — Ela disse tentando acalmá-lo.

— Olhe para os seus braços, Mackenzie. — Disse Luol.

Ela o fez e ficou surpresa ao ver que as contusões já estavam se formando lá. — Craig não quis... — Disse ela defendendo Craig. — Ele ficou surpreso. Nunca disse a eles que os Zaludianos me bateram. Ele pensou que fosse Nikhil.

— O quê? — Luol finalmente olhou para ela. Quando o macho humano saltou da cama da unidade de reparo, ele voltou à sua língua deles e Luol não conseguiu entender o que estava dizendo.

— Ele pensou que Nikhil tinha me machucado. Estava apenas reagindo.

— Nikhil nunca a machucaria.

— Eu sei disso. Craig não. Levará tempo para todos nós nos ajustarmos e aceitarmos essas mudanças, Luol.

— Entendo. — O olhar de Luol voltou para Craig, que estava se levantando lentamente, seus olhos nunca deixando Luol. — Então peço desculpas a você Mackenzie, por não ter impedido. Parece que o meu tempo como um curandeiro entorpeceu meus reflexos.

— Eles não pareceram entorpecidos. — Mac disse a ele colocando uma mão cuidadosa no bíceps ainda inchado de seu braço. — Eu não percebi que você era mais do que um curandeiro, Luol, que também era um Guerreiro de Elite.

— Já se passaram muitos anos desde que fui da Elite, mas sim, ainda sou um guerreiro. Eu nunca seria permitido tratá-los se não fosse.

— Mac, o que está acontecendo? — Craig perguntou, segurando o braço direito enquanto observava Luol cautelosamente.

— Em Zaludian, Craig. — Mac disse olhando para ele, depois de um momento ele repetiu a pergunta. — Luol estava me defendendo.

— Bem, e de quem? — Craig perguntou.

— De você! Ele pensou que estivesse me prejudicando. — Ela olhou para as contusões escuras. — Acho que ele estava certo.

— Merda, Mac! Eu nunca quis machucá-la! Você sabe disso!

— Eu não teria pensado assim, mas aqui está a prova e se Nikhil vir, será muito pior para você do que o que Luol fez. — Ela viu Craig pálido e engoliu em seco, depois olhou para Luol. — Você pode fazer isso desaparecer, não pode?

— Eu poderia, mas Nikhil precisa ser informado. — Disse Luol ainda observando Craig.

— Não, ele não precisa. Foi um acidente e isso nunca acontecerá novamente. Certo, Craig? — Ela perguntou dando a Craig um olhar duro.

— Não... é claro que não! Nunca tive a intenção...

Mac ignorou o restante do que Craig estava dizendo e voltou seu olhar para Luol, depois mudou para Kaliszian. — Por favor, Luol. Nikhil não precisa saber sobre isso. Nós já temos muito o que conversar, muito a entender um sobre o outro. Você sabe que ele nunca será capaz de entender ou aceitar isso. — Ela levantou um braço machucado. — Ele matará Craig.

— Como deveria. — Luol disse a ela, seus olhos ainda não perderam aquele brilho duro.

— O que não ajudará a fazer meu povo confiar em você. Nós sobrevivemos aos Ganglians. Sobrevivemos aos Zaludianos. Está me dizendo que depois de sobreviver a tudo isso, os Kaliszianos serão os que finalmente nos matarão, tudo porque não entendemos suas regras? Porque tentamos nos defender? Estaria Blag certo? Vocês apenas se importam com os Kaliszianos?

Luol recuou como se ela o tivesse acertado com a força total de um Guerreiro de Elite. — Não! Não é isso que estou dizendo. Mackenzie, você sabe que não é.

— Então me ajude. — Ela estendeu os braços machucados para ele.

— Tudo bem, mas se acontecer novamente, Nikhil será informado. — Ele esperou que ela assentisse.

— Sim, se acontecer novamente. — O olhar duro de Mac foi para Craig. — Nikhil pode tê-lo depois que eu terminar com ele.

Luol olhou para ela em estado de choque e começou a rir. — Acredito que Nikhil ficaria realmente irritado, porque você não deixaria nada para ele.

— Está certo.

— Mac? — Craig perguntou em Zaludian. — O que está acontecendo?

— Luol concordou em tratar meus hematomas para que meu companheiro não os veja e mate você. — Ela disse sem rodeios.

— O quê? — Craig empalideceu.

— Porque se Nikhil vir isso e descobrir que você os fez, vai matá-lo. — Ela deixou que afundasse por um momento antes de continuar. — Você pode não gostar disso Craig, mas Nikhil é meu verdadeiro companheiro e o único macho que eu quero, nada mudará isso. Eu sei que você sempre tentou fazer algo acontecer entre nós antes mesmo que os Ganglians nos levassem. Eu lhe disse que não e estou dizendo não a você agora, sempre serei grata por ter me ajudado e protegido, mas isso é tudo que sentirei: gratidão e amizade. Então fique longe de mim. — Ela olhou para Luol. — Onde você precisa de mim?

Luol apenas olhou para ela por um momento e sorriu. Ah sim, a Deusa escolheu a companheira perfeita para Nikhil. Ela era exatamente o que o guerreiro maciço precisava.

— Vamos para o meu escritório e a tratarei com a unidade portátil. — Ele olhou para Craig. — Então tratarei essa fratura em seu braço.

— Você quebrou o braço de Craig? — O olhar de Mac foi para ele e pela primeira vez notou o quão cautelosamente Craig estava segurando o braço dele.

— Ele caiu de forma ruim. — Disse Luol com um encolher de ombros.

— Você precisa tratá-lo primeiro, Luol.

— Não. Você é a primeira, Mackenzie. Sua lesão foi causada por sua falta de controle. Ele espera. Caso contrário, notifico Nikhil. — Ameaçou Luol.

— Tudo bem. Tudo bem. — Mac disse impaciente se movendo em direção ao seu escritório.

8 8 8

Depois disso, o restante da tarde foi relativamente tranquila. Ela deu a Craig o restante de seu pacote de comida, para o desagrado de Luol, uma vez que seu braço foi consertado. Craig então insistiu em ser o próximo a usar o educador. Mac sabia que Luol achava que era porque Craig estava tentando compensar o que aconteceu, mas ela sabia que era porque Craig era uma espécie de maníaco por controle. Ele nunca seria capaz de suportar que Paul e Eric entendessem algo que ele não entendia.

Craig tornou-se seu líder não dito depois que ele foi o único em que os Ganglians forçaram o educador. Não havia outro motivo para isso, mas ninguém questionou também. Não que houvesse muita liderança necessária na mina. Os Zaludianos estavam no comando, mas agora que estavam livres, ele parecia tentar assumir o controle.

Mac sentou-se com ele exatamente como fez com Paul e Eric, mas uma vez que começou, ela soltou sua mão. Outro Nekeok chegou junto com Tyler, o que a surpreendeu. Ela pensou que Paul ou Eric voltariam.

— Eles sentiram que, uma vez que ambos usaram o educador, que alguém deveria ser tratado, o que seria para todos. — Disse Tyler.

E ali estava a diferença entre Craig, Paul e Eric. Paul e Eric pensavam em como os outros se sentiriam. Craig não muito.

— Onde está Craig? — Tyler perguntou.

— Usando o educador. — Ela disse a ele e eles trocaram um olhar conhecedor. — Então você está pronto para se sentir melhor?

— Definitivamente. Onde você me quer? — Ele perguntou olhando para Luol.

— Na cama. — Luol disse a ele e explicou tudo, como fez com Craig, o que estava prestes a acontecer. Mas desta vez, ele informou ao macho que iria nocauteá-lo como Mackenzie disse.

— Mac? — Tyler olhou para ela. — O que você acha?

— Eu acho que você não se sentirá tão claustrofóbico quando a tampa se fechar, se deixar Luol lhe dar algo.

Luol podia ver que o macho chamado Tyler considerar seriamente o que Mackenzie dizia balançando a cabeça lentamente. — Vamos, doc. — Ele disse, então deitou na cama.

— Doc? — Luol olhou para Mackenzie em busca de esclarecimento quando a tampa da unidade de reparo profundo fechava e começava a tratar Tyler.

— É um termo da Terra para curandeiro. — Ela disse a ele.

— Entendo. — Enquanto ele continuava a observando-a, ela levantou uma sobrancelha questionadora. — Você nunca saiu do lado dos outros machos quando o educador estava ligado.

— Não.

— Existe algo sobre esse Craig que deveria saber?

— Não. Está tudo bem, Luol. Honestamente. — Em seu olhar confuso, ela corrigiu. — Meu voto.

— Você precisa deixar Nikhil saber se Craig lhe der problemas, Mackenzie. É seu dever e honra protegê-la.

— Honra?

— Claro. Ter uma companheira verdadeira é a maior honra que a Deusa pode dar a um macho. Isso mostra que ela o considera digno.

— Não deveria ser minha escolha? E se achar Nikhil digno, não me importo com o que os outros pensam, nem mesmo com uma Deusa. — Ela viu que chocou Luol. — Os humanos não têm contas de companheiros verdadeiros nas quais podemos confiar, Luol. Seria bom se o fizéssemos. — Ela levantou a conta de Nikhil para olhar. — Isso tornaria muito mais fácil, mas novamente, talvez não.

— O que você quer dizer? — Luol franziu o cenho para ela.

— Quero dizer e por favor não se ofenda com isso, mas você diz que Maysa é sua companheira verdadeira, mesmo que ela não use sua conta.

— Ela é. — Disse Luol com raiva.

— Mas os outros acreditam nisso? — Ela questionou. — Que ela é sua companheira verdadeira? Que ela nunca removeria sua conta Ashe?

Luol abriu a boca e fechou-a porque sabia que alguns machos tentaram atrair Maysa para longe quando ele se foi. — Você está dizendo que isso não acontece na sua Terra?

— Ah sim, mas não temos esse sinal da Deusa quando conhecemos nossa alma gêmea. Nosso verdadeiro companheiro. Precisamos confiar e acreditar. E se não estivesse usando isso. — Ela balançou a conta que ainda estava segurando. — Algum de vocês, honestamente acreditaria que sou a companheira verdadeira de Nikhil? Nikhil? Ele poderia ter me oferecido sua conta Ashe, mas e se sua conta de companheira verdadeira de repente terminasse em alguém? O que ele faria? O que você faria?

Luol deu-lhe um olhar perdido.

— Exatamente. Você confia nisto quando talvez deveria confiar e acreditar no que sente em vez disso.

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Luol se sentou em seu escritório mais tarde naquela noite, depois que Nikhil foi buscar Mackenzie e se permitiu pensar verdadeiramente no que ela disse. Sua sociedade girava ao redor de suas contas. Seu passado, presente e futuro eram exibidos para todos, incluindo seu valor e posição para sociedade. Ele nunca questionou isso antes, mas agora sim. Tudo por causa de uma pequena fêmea humana. E se sua conta de companheira verdadeira alguma vez fosse transferida para outra, ele sabia que seu coração se despedaçaria, sabia que sua Maysa também se despedaçaria. Ele ficaria com sua Ashe e a vida que criaram juntos ou a abandonaria por outra?

Sem pensar, ele estendeu a mão e digitou o código que o ligaria à sua Maysa.

— Sim? — Uma voz suave respondeu.

Seu rosto bonito, que tinha vincos em uma bochecha de onde ela estava dormindo, apareceu em sua tela e Luol de repente percebeu o quão tarde era em Crurn.

— Luol? É você? — Olhos que há pouco estavam embaçados pelo sono agora estavam cheios de medo. — Luol! O que há de errado? Você está ferido?

— Não! Não, Maysa. Sinto muito, liguei tão tarde. Eu não sabia que horas eram aí.

— Isso não importa. O que está errado, meu amor? Você está bem?

— Estou bem. Apenas queria ver seu lindo rosto. — Suas palavras fizeram o medo desaparecer de seus olhos. Medo que ela raramente revelava a ele.

— Conversamos ontem. — Disse ela, se acomodando mais em sua cama.

— Ontem foi uma vida atrás. — Ele murmurou.

Maysa ficou imóvel. — Há algo errado. Diga-me.

— Não errado, eu apenas me vejo questionando coisas que nunca fiz antes.

— Que tipo de coisas? — Ela perguntou.

— Nossas contas. — Ele finalmente admitiu.

— Nossas contas? — Ela sentou-se na cama. — Por que você questionaria nossas contas? São um presente da Deusa.

— São? — Ele perguntou.

— Luol, o que o levou a isso?

— Eu tratei uma fêmea humana.

— Aquela para a qual a conta de Nikhil foi transferida? — Ela perguntou. — Aquela para quem eu mandei coberturas?

— Sim. Eles não têm contas de Suja em seu mundo.

— Não tem? Então como sabem quem é quem na sociedade deles? Quem é seu verdadeiro companheiro?

— Mackenzie diz que eles precisam acreditar e confiar, que não há sinal externo.

— Mackenzie...

— Ela pediu que eu não usasse o título. — Disse ele a sua Ashe.

— O quê? Por que ela fez isso?

— Ela pediu antes de usar o educador. Não sei se ela entende o significado para nós e não a informei diferente. Nikhil fará isso quando finalmente lhe oferecer sua conta Ashe.

— Ele ainda não fez? — Maysa não conseguiu esconder seu choque.

— Não. Mackenzie tem muito com o que lidar desde seu resgate. Acredito que Nikhil está esperando até que ela se recupere plenamente.

— Isso é pensamento masculino. Uma fêmea gostaria que ele oferecesse sua conta.

— Uma fêmea Kaliszian faria. Ela é uma fêmea humana.

— Ela parece intrigante.

— Você gostaria dela, Maysa. É muito inteligente e questiona muitas das coisas que apenas aceitamos.

— Como nossas contas de Suja. — Maysa finalmente começou a entender o que Luol questionava em suas contas. Seu Dasho tinha uma mente muito inquisitiva.

— Sim.

— O que ela questionou?

— Que apenas acreditamos que encontramos o nosso companheiro verdadeiro se a nossa conta for transferida para eles.

— Entendo. — A tristeza encheu os olhos de Maysa, sabendo que ele estava se referindo a como nenhuma de suas contas de verdadeiro companheiro foi transferida um para o outro, nem mesmo depois de todos esses anos. — Ela não percebe o quão abençoada é.

— Ela acredita que deve ser sua escolha. — Luol disse baixinho.

— Ela não quer Nikhil como seu verdadeiro companheiro? — Maysa podia entender a hesitação se esta fêmea humana fosse realmente tão pequena quanto os revestimentos que enviou. Nikhil era o maior guerreiro Kalisziano do Império.

— Oh, ela quer, mas acha inaceitável acreditarmos nisso por causa da conta. — Luol fez uma pausa e continuou. — Ela então me fez uma pergunta e me envergonha dizer que não sei a resposta.

— Que pergunta, Luol? — Maysa sussurrou.

— O que eu faria se a minha conta de companheira verdadeira repentinamente fosse transferida para uma fêmea diferente de você.

Maysa sentiu sua respiração parar e lágrimas encheram seus olhos. — Você teria que ir até ela.

— Não! — A cadeira de Luol bateu na parede quando ele se levantou. — Não! Você é minha Ashe. Você é a mãe da minha descendência. É a companheira verdadeira do meu coração. Nenhuma outra poderia tomar o seu lugar e se a sua se transferisse para outro macho... eu o mataria, Maysa. — Ele admitiu com seus olhos brilhando intensamente. — Eu lutaria para mantê-la.

— Luol...

— Apenas o pensamento disso me faz querer cortar minha conta de companheira verdadeira.

— Não! Luol, não! — Maysa exclamou, tentando tocá-lo pela tela.

— Eu não quero perdê-la, Maysa.

— Você não irá. Você é o verdadeiro companheiro do meu coração também, Luol. Nada, nem mesmo uma conta, pode mudar isso.

— Jure, Maysa! — Ele exigiu, seus olhos ainda brilhando. — Faça um voto por mim!

— Meu voto, Luol. Existe apenas você em meu coração.


CAPÍTULO QUINZE

Mac levantou a cabeça do peito de Nikhil para olhar sua forma adormecida. Eles mal conseguiram entrar em seus aposentos antes de Nikhil rasgar suas coberturas. Porra, nada a excitava mais do que o incrível brilho verde que enchia os olhos de Nikhil quando ele a olhava. Era como o toque mais quente e suave que se movia sobre o corpo dela e o sentia na parte mais profunda de sua alma. Como isso era possível?

Uma parte dela queria cortar a conta de companheira verdadeira de seu cabelo apenas para ver se era o que estava causando esses sentimentos incríveis, mas outra parte gritava em protesto. A conta significava algo para Nikhil e não sabia o que faria com ele se a removesse, mas nunca o machucaria intencionalmente.

Tocando a conta que estava causando toda essa confusão e mágoa, ela procurou em sua alma por respostas. Não fazia isso há muito tempo. Não desde que seu avô morreu e precisou decidir o que fazer com sua vida. Chegou a aceitar que provavelmente não teria uma história feliz, não com um homem pelo menos. Morava em uma cidade pequena, conhecia a maioria dos homens toda a sua vida e com exceção de Derek, na escola, nenhum deles jamais a atraiu. A maioria dos homens queria alguma mulher alta, magra e bonita, que soubesse o que dizer e como se vestir. Homens como Craig. Ela sabia que a única razão pela qual ele estava interessado nela, era porque era a única mulher disponível.

Ela tinha sua montanha, embora às vezes se sentisse solitária, mas pelo menos se contentava.

Então os Ganglians apareceram e ela perdeu a montanha.

Um pequeno sorriso curvou seus lábios quando ela olhou para Nikhil. Mas encontrou uma montanha de homem e esse era um acordo que faria bom grado todos os dias da semana e duas vezes no domingo.

Ela sentiu as perguntas e o caos em sua mente e alma se dissiparem. Queria Nikhil porque o queria. Conta ou não. Ele era gentil, doce e enorme. Era protetor e tudo o que ela nunca soube que queria.

Sim, eles apenas se conheciam há alguns dias e se encontraram em circunstâncias horrendas, mas ainda assim, confiava nele.

Ela se lembrou de sua mãe dizendo-lhe como ela e seu pai se encontraram quando ainda eram uma família feliz.

Foi amor à primeira vista, Mackenzie. Eu apenas soube disso na minha alma. Seu pai era isso para mim.

Mackenzie não entendeu metade das palavras de sua mãe, mas sentiu a felicidade e a verdade por trás delas. Como se esqueceu disso?

Foi assim que ela se sentiu desde o primeiro momento em que acordou para Nikhil carregando-a para fora daquela mina. Sua alma sabia que estava segura e sempre estaria. Por que questionava agora uma conta estúpida?

— O que está errado, Mackenzie? — A voz profunda de Nikhil a fez olhar para seus olhos suavemente brilhantes.

— Nada está errado. Estou apenas pensando.

— Sobre isso? — Ele moveu a mão que estava circulando sua cintura, segurando-a firmemente contra ele, para os dedos que ainda estavam tocando sua conta.

— Sim.

— Incomoda você. Usar minha conta? — Seus olhos brilharam com dor.

— Não como você está pensando. — Ela empurrou-se para colocar os cotovelos em seu peito, sabendo que ele podia facilmente lidar com seu peso.

— Então de que maneira? — Ele perguntou e quando ela não respondeu imediatamente, o braço ainda ao redor de sua cintura se apertou. — Eu preciso que você me diga a verdade, Mackenzie, tanto quanto você precisa de mim para lhe dizer o mesmo.

— Eu sei. Apenas não quero que minha verdade o machuque. Nunca você, Nikhil.

— E você acha que irá.

— Sim. Porque minha cultura, minhas crenças e tradições não são como as suas.

— Então as aprenderei, mas não posso fazer isso se você não me disser quais são. Então, o que estava pensando?

— Estava pensando em cortar sua conta de companheira verdadeira. — Ela disse a ele honestamente.

— O quê? — Nikhil rugiu, quase derrubando-a da cama enquanto ele se levantava.

— Nikhil! — Ela gritou, agarrando seus ombros quando se sentiu começar a cair. Seus braços imediatamente a pegaram, mas o olhar em seus olhos era pura devastação.

— Você não quer ser minha companheira! — A angústia em sua voz rasgou sua alma.

— Isso não é o que estou dizendo! — Ela segurou seu rosto. — Nikhil! Deixe-me explicar!

— Não há nada para explicar! Apenas quando um companheiro encontra o outro completamente indigno, eles cortam a conta de seus cabelos.

— Não é isso que estou dizendo! — Ela gritou para ele. — Você honestamente acha que poderia considerá-lo indigno depois do que acabamos de fazer juntos?

Nikhil parou de tirá-la dele para sair da cama. — Então o que você está dizendo?

— Estou dizendo que eu odeio que a única razão pela qual todo mundo me aceita como sua companheira verdadeira é por causa de alguma conta estúpida! Que odeio saber que a única razão pela qual estou com você agora é por causa disso. E estou dizendo que odeio o fato de que você teria me deixado com Luol e ido embora se não fosse pela mesma maldita conta! — Lágrimas escorriam pelo rosto dela quando terminou.

— Você acha que eu a teria abandonado... se não fosse por minha conta... — Nikhil sussurrou.

— Sim! — Ela quase gritou com ele.

— E isso incomoda você... — Ele usou um de seus polegares ásperos para limpar suavemente as lágrimas.

— Claro, isso me incomoda! Não preciso de um pouco de uma maldita conta para saber como me sinto sobre você. Saber que eu te amo. O que sinto aqui. — Ela tocou o lugar onde seu coração estava. — Eu sinto na minha alma. Eu sinto porque você é minha outra metade, mas se não tivesse a conta...

Suas palavras foram cortadas por Nikhil rolando-a de costas e silenciando-a com um beijo duro que continuou e continuou.

— Eu nunca teria abandonado você, minha Mackenzie. — Nikhil disse a ela quando finalmente se afastou apenas o suficiente para deixá-la respirar. — Eu não poderia fazê-lo, com contas ou contas. No momento em que a segurei em meus braços, senti um contentamento que não entendia. Havia outros que poderiam tê-la levado para Luol. Deveria tê-los deixado e ficado com meus guerreiros. Era meu dever, mas meu lugar... meu lugar era com você. Somente você.

— Isso foi apenas por causa da conta. — Argumentou ela.

— Eu não sabia que foi transferida, Mackenzie. Um Kalisziano tem que ver sua conta de companheira verdadeiro em uma fêmea antes que ele saiba. Eu não a vi e nunca teria visto se Luol não tivesse apontado para mim antes de fechar a unidade de reparação profunda. Estava sentindo tudo isso muito tempo antes de ver.

— Você não sabia? — Ela perguntou esperançosa.

— Não. — Seus lábios roçaram os dela enquanto continuava falando. — Confesso que ficarei eternamente grato por você usar minha conta, pois sem isso os outros tentariam roubá-la de mim. Eles nunca acreditariam que alguém tão incrível e bela quanto você poderia ter sentimentos verdadeiros por mim.

— Iria espancar alguém estúpido o suficiente para tentar. — Disse ela dando-lhe um sorriso hesitante.

— Eu os mataria, Mackenzie. — As palavras de Nikhil eram planas, duras e diretas. — Você é minha e apenas minha.

Mac levantou a mão para segurar as tranças que caíram sobre cada um de seus ombros, enquanto seus preocupados olhos castanhos olhavam para os dele. — Você realmente mataria por mim, Nikhil? Alguém de seu próprio povo? Um Kalisziano?

— Eu mataria o próprio Imperador se ele tentasse tirá-la de mim, Mackenzie. Kaliszian ou não. Não importa. Você é minha. Não por causa da minha conta, mas porque você diz que é.

Mac sentiu seus olhos se encherem de lágrimas novamente, sabendo que Nikhil estava dizendo a verdade, mas ainda precisava perguntar. — Mesmo que nunca use minha conta de companheira verdadeira? Mesmo que nunca tenha uma conta Dasho para oferecer a você?

— Mesmo assim, Mackenzie. Eu não preciso de um sinal externo de que você é minha, mas... — Ele parou.

— Mas? — Ela perguntou, seu olhar procurando o dele.

— Mas eu ainda gostaria de oferecer a você minha conta Ashe, — Ele disse a ela baixinho. — Desejo muito que você seja minha Ashe, que aceite de bom grado e conscientemente o que isso significa.

— O que significa... para você, Nikhil? — Ela perguntou baixinho.

— Significa que você me escolheu. Que me achou digno e me ama tanto quanto eu amo você.

— Você me ama?

— Com todo meu coração e alma, Mackenzie. Pois eu não sou nada e minha vida não tem sentido sem você agora.

Nikhil rolou devagar, sentando-se, levantou-a para que ela ficasse sentada sobre ele antes de remover sua conta Ashe e lentamente, entregar a ela.

— Mackenzie Wharton, você será minha Ashe? Eu juro que se aceitar esta conta sempre proverei e cuidarei de você, a protegerei com minha vida. Amarei com todo meu coração e alma. Quando o Deusa chamar meu nome para entrar na Terra Prometida, ainda lutarei para permanecer ao seu lado.

— Nikhil... — Mac estendeu a mão enquanto procurava em sua mente por qual deveria ser sua resposta. Não encontrando nada, ela deu a ele suas palavras. — Eu Mackenzie Wharton, aceito você, Nikhil Kozar, como meu Dasho e companheiro verdadeiro. Com ou sem sua conta, eu sou sua e apenas sua. Eu o amarei com todo meu coração e alma. Quando a Deusa chamar meu nome para entrar na Terra Prometida, eu lutarei para permanecer ao seu lado.

Mac inclinou-se para frente, querendo selar sua promessa com um beijo, apenas para que Nikhil a impedisse.

— Coloque primeiro. — Ele sussurrou, seus olhos brilhando.

— Ajude-me. Mostre-me onde. — Ela sussurrou de volta.

— Aqui. — Nikhil disse a ela indicando as extremidades dos fios de cabelo que seguravam sua conta de companheira verdadeira. Ele ficou surpreso ao descobrir que o cabelo já começou a trançar, mesmo sem ela usar um clipe de Suja ou uma conta Elemental. A conta estava na metade do caminho, mostrando para todos verem o quão forte a ligação deles já era. Juntos, colocaram a conta Ashe na posição correta e ela foi imediatamente anexada.

— Isso realmente é tão legal. — Ela sussurrou, observando como os redemoinhos verdes na conta branca começavam a se mover como se sentisse o prazer de ser a Ashe de Nikhil.

— Legal? Isso é bom? — Nikhil perguntou.

— Muito bom. — Ela assegurou. — Agora, acho que o momento precisa ser comemorado com algo mais que um beijo.

— Mais? — Nikhil perguntou, não tendo certeza do que ela estava falando, mas confiava em sua Ashe e companheira verdadeira.

— Sim. — Ela deu-lhe um sorriso secreto. — Agora eu quero que você se incline para trás e apenas aproveite.

Mac começou em seu queixo duro e quadrado, recusando-se a beijar seus lábios, porque sabia que iria se distrair de sua missão. Lentamente, seus lábios seguiram os músculos tensos de seu pescoço dando-lhes uma pequena lambida e mordendo.

— Mackenzie. — Disse Nikhil com uma voz tensa.

— Eu quero mostrar ao meu Dasho o quanto o amo, Nikhil. Vai me deixar dar algo que apenas darei a você? — Ela esperou até que Nikhil fizesse um aceno de cabeça e deixou os lábios continuarem sua jornada.

Ela nunca conseguiu realmente explorar o corpo incrível de Nikhil. Ah, ela tocou e beijou, mas Nikhil era um homem tão grande e dominante que sempre cedia às suas demandas e necessidades, mas não dessa vez. Desta vez, queria ser a responsável. Ele permitiria isso?

Beijando os músculos salientes de seu peito enorme, suas mãos foram para os ombros, depois pelos braços ainda a segurando. Alcançando um mamilo duro e liso, ela chupou e não pode conter o pequeno sorriso quando sentiu o corpo dele estremecer. Depois de circular com a língua várias vezes, foi para o outro, dando-lhe a mesma atenção enquanto suas mãos se moviam pelos lados.

Colocando as mãos em suas coxas, ela deslizou a parte inferior do corpo para baixo entre as pernas dele enquanto beijava os músculos duros de seu abdômen esculpido, apenas levantando a boca quando seu eixo tocou o queixo. Ela esteve ali uma vez antes, mas Nikhil a puxou para longe e assumiu antes que pudesse fazer o que queria. Mas não dessa vez.

Seu olhar percorreu a longa e forte veia, inalando seu perfume único profundamente. Este era Nikhil no seu mais básico. Um macho poderoso que ainda era gentil, picante e reconfortante, com apenas uma sugestão de perigo. Recuando levemente, os olhos dela viram a gota brilhante de pré-sêmen na ponta de sua cabeça inchada. Sua língua a alcançou quando começou a escorrer por sua fenda. Seguindo seu caminho, ela se certificou de ter tudo. Seu esforço foi recompensado com mais de sua essência picante pulsando.

— Mackenzie! — Nikhil levantou-se, querendo puxá-la de seu eixo quando o olhar em seus olhos o impediu.

— Não desta vez, Nikhil. Desta vez, quero amar você primeiro. Deixe-me. — Sua respiração quente fluiu sobre a cabeça de seu pênis do eixo da forma que seu desejo por ele fluía através de seu corpo.

— Deixar você fazer o quê? — Ele perguntou, seu calor queimando-o.

— Amá-lo. — Seus olhos nunca deixaram o dele quando ela abriu a boca o máximo que pode e o levou para dentro.

— Mackenzie! — Ele gritou com voz rouca, seus quadris involuntariamente se movendo em direção a boca quente e úmida.

Mackenzie aproveitou o movimento levando-o ainda mais fundo. A cada passagem, sua língua acariciava a veia pulsante ao longo da parte inferior de seu membro, seu corpo respondendo ao seu ritmo primitivo inundando seu canal com a necessidade, preparando-a para ele.

— Deusa, Mackenzie! — Os dedos de Nikhil afundaram em seus cabelos, observando enquanto sua boca subia em seu eixo. Ele nunca viu nada tão erótico em sua vida quanto os lábios de Mackenzie ao redor seu eixo, suas bochechas se esvaziando enquanto chupava.

— Não pare, Mackenzie. — Nikhil implorou, sua respiração irregular enquanto seus quadris bombeavam mais rápido e mais profundo em sua boca. Ele podia sentir suas bolas apertadas e sabia que não duraria muito mais tempo. Mas antes que pudesse afastá-la, Mackenzie fez o que achava impossível, levou-o até a garganta e engoliu. Foi demais e com um grito, seu corpo explodiu, atirando sua semente em sua garganta.

Nikhil caiu de volta na cama, puxando sua Mackenzie com ele, incapaz de acreditar no que ela acabou de fazer. Nunca em sua vida ouviu falar de uma fêmea fazendo isso, nem mesmo a mais experiente das trabalhadoras de prazer. Ele era um Guerreiro Kalisziano, maior do que qualquer outro e nenhuma fêmea jamais conseguira pegar tudo dele.

Mackenzie estava deitada no peito de Nikhil, sentindo-se francamente presunçosa por deixar este enorme e incrível homem sem fôlego e tremendo. Sabia que ele não ficaria assim muito tempo, mas aproveitaria enquanto podia.

— Você, minha Mackenzie, é uma fêmea perigosa. — Ele disse quando finalmente conseguiu falar novamente.

— Mesmo? — Ela perguntou, seus olhos brilhando para ele.

— Sim e em mais alguns minutos mostrarei a você o quão perigoso eu sou.

— Eu não posso esperar. — Ela ficou ali apenas aproveitando o momento quando pensou em algo.

— Nikhil?

— Sim, minha Mackenzie?

— Há algo na Terra que trocamos como um sinal externo que nos comprometemos um com o outro.

— Sim? — Nikhil perguntou levantando a cabeça para olhar para ela.

— Sim.

— O que é?

— Anéis. Nós trocamos alianças de casamento.

— Anéis?

— Sim, elas geralmente combinam e são usadas tanto pelo macho quanto pela fêmea. Nós as usamos neste dedo. — Ela tocou o dedo anelar em sua mão esquerda.

— Está permanentemente ligado?

— Não. É mais como sua conta Ashe. Ela pode ser aceita ou recusada e mesmo depois de ser aceita, pode ser devolvida se alguém mudar de ideia.

— E de que são feitos estes anéis? — Ele perguntou.

— Geralmente são de metal, ouro, prata ou platina, alguns têm jóias. Depende do que o casal quer.

— E você gostaria que nós trocássemos esses anéis?

— Sim. — Ela deu a ele um olhar incerto. — Poderíamos? Quer dizer, não sei se os Kaliszianos têm coisas como anéis. Eu não vi mais ninguém usando um.

— Não é comum, mas ouvi falar de algumas fêmeas usando enfeites como o que você descreveu.

— Por que não é comum?

— Porque a maioria de nossos minerais e joias são usados para comprar suprimentos de comida dos Tornians. Somente os mais dignos podem acumular os créditos necessários para obtê-los para si mesmos.

— Oh... eu nunca pensei nisso... — Ela balançou a cabeça. — Não importa então. Foi apenas um pensamento.

— Verei o que posso fazer. — Disse ele.

— Não Nikhil, não se preocupe com isso. Eu não preciso ver minha aliança em seu dedo para saber que você é meu. Usar suas contas é o suficiente para mim. — Ela se lembrou de algo do início do dia. — Nikhil? — Ela perguntou seu olhar procurando o dele.

— Sim, Mackenzie?

— Os revestimentos que você pediu para a Ashe da Luol comprar para mim...

— Sim? — Ele perguntou.

— Você pode pagar por eles? — Ela perguntou, mordendo o lábio inferior.

— Você pergunta se posso fornecer para você? — A expressão satisfeita e relaxada que estava em seu rosto desapareceu.

— Eu... simplesmente não sei. Presumo que você possa pagar as roupas que a Ashe de Luol comprou para mim. Caso contrário, não teria pedido, mas então pedi mais e não deveria tê-lo feito. Não tenho idéia do valor das coisas aqui e não é como se eu tivesse algo de valor para contribuir.

— Nada de valor? — Nikhil rugiu rolando-a de costas enquanto a raiva o enchia. — Você é valiosa! Para mim, você é a coisa mais valiosa do universo!

— Eu sei disso. — Ela olhou para ele surpresa, mas não preocupada, nem assustada. — Mas nós dois sabemos que não é disso que estou falando. Sou nova em seu mundo e quero ser capaz de contribuir, ajudá-lo, ser sua parceira. Não quero ser um fardo.

— Mackenzie. — Nikhil abaixou a testa para a dela, sua raiva o deixou tão rápido quanto apareceu quando percebeu o que realmente preocupava sua Mackenzie. Ela estava preocupada como ela estar em sua vida iria afetá-lo. Sua única preocupação era por ele. — O custo dos revestimentos não será um problema, nem mesmo os extras.

— Você tem certeza?

— Eu juro a você. — Nikhil não sabia o que esperar quando fez a ela aquele voto, mas não foi o sorriso que lentamente apareceu em seu rosto, fazendo seu coração bater mais rápido. Nem a forma como o corpo dela começou a se mover sob o dele, fazendo com que seu membro endurecesse.

— Bem, fico feliz por termos tirado isso do caminho... então você está pronto para me mostrar o quão perigoso é? — Ela perguntou movendo as sobrancelhas para ele.

Nikhil não pode impedir que um grunhido escapasse de sua garganta quando ele abaixou a boca para sua companheira. — Eu sou um macho muito perigoso e mesmo que leve a noite toda, provarei a você.

— Sorte minha... — Ela sussurrou e esses foram os últimos pensamentos coerentes que ela teve por um longo tempo.

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Luol ainda estava olhando para a tela escura, tocando sua conta de companheira verdadeira, muito depois de terminar sua ligação para Maysa. Nunca em sua vida se sentiu tão em conflito. A conta de companheira verdadeira deveria ser um presente. Foi o que ele disse a Mackenzie. Um presente da Deusa para impedir um derramamento de sangue quando os machos lutavam pela mesma fêmea. Mas agora via isso como uma maldição, porque ele mataria qualquer macho que tentasse tirar Maysa dele.

Escolha. Isso era o que Mackenzie acreditava que deveria ter.

Fé.

Confiança.

Essas eram as coisas que o povo Kalisziano oferecia à Deusa, mas parecia que não as suas Ashes ou companheiras verdadeiras. Em todos os anos desde que escolheu Maysa como sua Ashe e ela aceitou, nenhum deles jamais perguntou ao outro o que fariam se suas contas de companheiro verdadeiro fossem transferidas para outro.

Por quê?

Porque temiam a resposta?

Ele sabia que Maysa era fiel a ele, como ele era a ela. Mas isso era confiança?

Achava que já confiava nela com seus segredos mais profundos e sombrios, mas agora, percebeu que não. Não até esta noite, quando disse o que ele faria se a sua conta fosse transferida para outro. Esperava que ela ficasse furiosa, que ela lhe dissesse que estava matando seu verdadeiro companheiro, mas não o fez. Ela ainda disse que sempre seria sua companheira verdadeira, não importando a conta.

Luol sentiu os olhos se encherem de lágrimas, lembrando-se da crença e da confiança que Maysa tinha nele. Ele era o suficiente para ela, conta ou não. Ela queria ele e apenas ele. Deusa, essa era a maior bênção que ele poderia receber.

Estava prestes a se levantar, para levar esta nova revelação para descansar com ele, quando se lembrou de Blag e como sua Ashe sequer sabia que ele estava vivo. Sentando-se de volta, ele digitou um código. Era hora de mostrar ao Nekeok que os Kaliszianos se importavam com aqueles sob sua proteção.


CAPÍTULO DEZESSEIS

Mac descobriu que ainda estava sorrindo dias depois, enquanto Nikhil a escoltava até a área dos sobreviventes. Os dois se aproximaram mais nos últimos dias e ela manter a existência de Jen em segredo começou a atormentá-la. Por isso que pediu a Nikhil para levá-la ali. Todos finalmente foram curados e usaram o educador, todos exceto Jen. Conseguiram mantê-la escondida enquanto diferentes guerreiros os levavam para Luol e Mac não os corrigiu, mas agora ela precisava convencer Jen a deixar Mac revelar sua presença.

Ela acenou para Onp quando entraram na área. O guerreiro assumiu o novo dever atribuído a ele seriamente. Ela nunca o viu tratar nenhum dos sobreviventes com menos que respeito. Ela ouviu falar sobre vários dos rapazes conversando com ele e ele prontamente respondia a todas suas perguntas. Quando ele devolveu o gesto, o comunicador de Nikhil soou e depois de dar um aperto reconfortante em seu braço, ela foi até seus amigos.

— Nikhil. — Ele respondeu.

— Líder de Esquadrão, eu preciso que você e seus guerreiros se reportem aos transportes imediatamente. — Treyvon o informou.

— Aconteceu alguma coisa? — Nikhil exigiu, seu olhar indo para Mackenzie.

— Informarei quando chegar.

Nikhil queria discutir, saber se sua Mackenzie estava em risco, mas sabia que não podia. — Sim, General. Entrarei em contato com meus guerreiros imediatamente.

Mac estava conversando com Paul, embora ela não tivesse ouvido o que foi dito, podia sentir que algo estava errado. Movendo-se para Nikhil, colocou a mão em seu peito. — Nikhil?

— Eu devo me apresentar para o serviço, Mackenzie. — Ele informou a ela com pesar. — Quero que você permaneça aqui até eu voltar.

— Há algo errado?

— Eu não sei. — Ele disse honestamente.

— Eu ficarei aqui, Nikhil. — Ela imediatamente o tranquilizou. — Demora um pouco para os machos se barbearem e Paul cortar o cabelo. Obrigada por me emprestar algumas de suas facas.

— Você tem certeza de que ele sabe como usá-las? — Ele olhou para Paul, que inspecionava uma das lâminas menores que Mackenzie o convenceu a permitir que usassem.

— Sim, Paul disse que podia quando mostrei a ele.

— Eu voltarei assim que puder, Mackenzie. — Ele disse a ela.

— Eu sei. — Ela levantou-se na ponta dos pés e deu-lhe um beijo suave quando ele se inclinou. — Vá, Nikhil. Eu ficarei bem.

Dando-lhe um aceno de cabeça duro, ele se virou e saiu fazendo uma pausa apenas o tempo suficiente para falar com Onp.

— Com sua vida, Onp. — Ele rosnou.

— Com a minha vida, Nikhil. — Jurou Onp.

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— Está tudo bem, Mackenzie? — Paul perguntou quando ela retornou.

— Tenho certeza que sim. — Ela disse a ele. — Nikhil apenas precisa se apresentar para o trabalho. Ele planejou ficar para ter certeza que você não se mataria com elas. — Ela brincou, apontando para as lâminas nas mãos dele. — Então pode realmente se barbear com isso?

— Eu prefiro uma navalha, mas isso serve. — Ele passou a mão pelo próprio rosto desalinhado. — Começarei comigo, ter uma ideia do peso e do equilíbrio da lâmina e ver quem confia em mim o suficiente.

Mac sorriu enquanto caminhava em direção a unidade de limpeza porque ela sabia que todos ali confiariam nele. Virando foi achar Jen.

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Nikhil e seu esquadrão assumiram seus assentos no ônibus quando este decolou, então silenciosamente olhou para o General Treyvon esperando que ele os informasse o que estava acontecendo.

— Nós interceptamos uma transmissão Zaludiana proveniente da última mina que procuramos. — Informou Treyvon.

— Sentimos falta de alguém? — Nikhil questionou e não pôde deixar de se perguntar se era porque ele não estava lá.

— Desconhecido ainda. — Disse Treyvon. — Parece ser apenas transmissão de dados de mineração e pode ser um sinal automático enviado em um horário predeterminado. Buscaremos cada centímetro dessa mina até encontrarmos a fonte da transmissão, o que ou quem desencadeou.

— Sim, General. — Todos responderam.

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Parlan não pode deixar de sorrir enquanto observava os transportes decolarem e desaparecerem no horizonte em direção à mina e à transmissão que conseguiu ativar remotamente, graças à ajuda de sua amiga. O plano estava funcionando perfeitamente e logo todos os que o depreciaram sofreriam. Ele não podia esperar para ver como o forte e poderoso Nikhil lidaria com a perda de sua Ashe e companheira verdadeira, não podia esperar para ver como Rayner explicava como a primeira base estabelecida em Pontus foi atacada enquanto ele estava no comando dela. Todos iriam imaginar que era a vontade da Deusa que ainda não perdoou Rayner pelo que seu ancestral fez.

Cantarolando alegremente para si mesmo, terminou sua última volta nos muros. Logo os Zaludianos chegariam sob o pretexto de que eram a nave de reabastecimento. Eles usariam os códigos e senhas que forneceu para enganar o Defender que estava patrulhando o espaço acima deles. Então atacariam a área dos sobreviventes matando todos os seres ali antes que alguém pudesse impedi-los.

Quando amanhecesse, o Império Kalisziano entraria em uma nova era. Um mais forte, mais brilhante, onde aqueles que deveriam governar o fariam. E ele, Parlan Spada seria um deles.

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— Então você finalmente vai me contar? — Jen perguntou.

— Contar o quê? — Mac se virou na cama, então ela se sentou de frente para Jen.

— O que é isso tudo. — Jen estendeu a mão soltando a trança que Mac tinha atrás da orelha e as contas que estavam nela.

— São chamadas de contas Suja. — Mac disse a ela baixinho.

— Contas de Suja. — Jen franziu a testa com a palavra. — Estas são o que os Kaliszianos usam em seus cabelos.

— Sim. Designam o lugar de um Kalisziano em sua sociedade, sua ancestralidade e revelam suas conquistas. — Mac disse a ela, sabendo que desde que Jen não usou o educador, ela não sabia nada disso.

— Elas dizem tudo isso? Não são apenas para decoração?

— Não. Esta aqui. — Ela tocou a conta de baixo. — Está é chamada conta Ashe. Ashe significa esposa em Kaliszian. Nikhil ofereceu a mim alguns dias atrás e aceitei. — Ela deu a Jen um olhar incerto enquanto continuava. — Isso faz de mim sua esposa.

— O quê? — Jen gritou, depois abaixou a cabeça enquanto todos olharam em sua direção. Abaixando a voz, ela repetiu. — O quê?

— Eu sou a esposa de Nikhil. — Mac disse a ela novamente.

— Eu... ah... mas por quê?

— Como assim por quê?

— Por que você se casou com ele? Ele a forçou?

— Claro que não! — Mac negou instantaneamente. — Nikhil nunca faria isso!

Jen apenas olhou para sua amiga, tentando decidir se ela estava dizendo a verdade. Elas tiveram apenas uma a outra para confiar por tanto tempo que chegaram ao ponto em que poderiam terminar as frases uma da outra e saber o que pensavam. Ela podia dizer que Mac não estava mentindo agora. — Então por que você não quis me contar?

— Porque não tinha certeza de como você se sentiria sobre isso... depois de Todd... temia que isso a aborrecesse.

Jen sentiu sua garganta entupir com a menção do marido. Deus, desejava que ele estivesse ali com ela, ajudando-a. Mas não estava e ela precisava continuar sem ele. Endireitando os ombros, forçou as lágrimas de volta. — Você o ama, Mac? — Ela perguntou.

— Com todo o meu coração. — Mac instantaneamente respondeu e Jen pode ver o amor brilhando nos olhos de sua amiga. — Eu não posso explicar Jen, mas eu sinto isso. Aqui. — Ela tocou o local em seu peito, onde seu coração estava. — E agora que eu o encontrei, não posso imaginar minha vida sem ele. Eu sei que passamos alguns momentos difíceis. Afinal, ainda temos muito a aprender um sobre o outro. Somos duas espécies diferentes e depois, claro, há o fato de que ele é macho.

Esse último comentário trouxe um pequeno sorriso aos lábios de Jen. Lembrou-se das vezes em que brigou com Todd e se conheciam muito mais do que Mac conhecia esse Nikhil. — Então estou feliz por você, Mac.

— Está? Você tem certeza?

— Sim, mas realmente importa o que eu penso?

— Claro que é importante. Você é minha melhor amiga e a coisa mais próxima de uma irmã que já tive. Eu não teria passado por tudo isso se não fosse por você.

— Isso é uma mentira. E se não fosse por mim, você teria voltado montanha abaixo como planejado originalmente, nem estaria aqui. Ainda estaria na Terra. Segura.

— Talvez, mas não me arrependo de ficar. Eu encontrei o meu lugar Jen e enquanto sempre sentirei o que aconteceu para me trazer aqui, nunca me arrependerei de encontrar minha alma gêmea. Meu verdadeiro companheiro. — Ela olhou para baixo e tocou a conta de companheira verdadeira em seu cabelo.

— Essa é outra conta de Ashe? — Jen perguntou baixinho.

— Não. Esta é uma conta de companheira verdadeira de Nikhil. — Mac disse a ela baixinho e o amor era facilmente ouvido em sua voz.

— Conta de companheira verdadeira? Nikhil ofereceu isso para você também? — Jen perguntou.

— Não, os Kaliszianos não podem oferecer sua conta de companheiro verdadeiro. — Ela disse.

— Então, como você está usando?

— É meio difícil de explicar, contas de Suja não estão vivas, não da maneira como pensamos que as coisas estão vivas, mas elas meio que são, como eu disse, diferentes. A altura da conta na trança também é importante.

— Sim, de que maneira?

— A altura de qualquer conta indica a importância, a dignidade ou a força do que a conta representa.

— Então a conta de companheira verdadeira de Nikhil estando mais do que na metade da sua trança indica...

— Que nosso vínculo é muito forte e que ele me ama tanto quanto eu o amo.

— Estou feliz por você, Mackenzie. — Jen estendeu a mão para apertar a mão dela. — Honestamente. Todos nós passamos pelo inferno e parece que perdemos algo de nós mesmos por causa disso, mas você... encontrou algo muito especial e muito raro. Ame-o. Mantenha-o perto do seu coração e nunca o deixe. Porque quando você o perder. — Desta vez Jen não conseguiria impedir que suas lágrimas caíssem. — Quando você o perder, perderá um pedaço de si mesmo que nunca poderá recuperar.

Mac colocou os braços ao redor de Jen puxando-a para perto. Sequer teve que olhar para cima para saber que os rapazes fecharam as fileiras ao redor delas, bloqueando-os de todos os outros na sala.

— E se você o ama, Mac, segure-se nele. Lute para mantê-lo, para ficar com ele. Lute com tudo que você é.

— Eu o farei Jen. Eu juro pela Deusa que o farei, mas preciso que você esteja lá comigo, me ajudando. Não posso fazer isso sozinha. Nós passamos por muita coisa juntas para não estar lá um para a outra agora. Somos as únicas fêmeas humanas em todo o universo, não posso fazer isso sem você.

— Você pode.

— Ok, mas não quero. — Ela deu um pequeno sorriso para Jen. — Eu disse a Nikhil sobre como os humanos trocarem anéis em vez de contas.

— Você fez? — Jen não conseguia se impedir de olhar para o dedo onde os anéis dela estavam.

— Sim, eu queria que ele usasse o meu anel desde que eu não tenho contas Dasho para oferecê-lo.

— Dasho? — Jen franziu a testa.

— É a conta que uma mulher Kaliszian oferece a um homem que faz dele seu marido.

— Ele concordou em se casar com você. — Jen não conseguia esconder o espanto de sua voz — E de um jeito humano?

— Sim. Ele está disposto a se comprometer comigo, verbalmente. Não é algo que os Kaliszianos fazem. Confiam nessa conta. — Ela tocou sua conta de novamente.

— Você não gosta disso. Por quê? — Jen perguntou, franzindo a testa para ela.

— Porque tira sua responsabilidade, seu compromisso e confiança na outra pessoa. Você teria se casado com Todd, confiado nele, baseado apenas em uma transferência de contas?

— Não. — Jen disse baixinho. — Eu não teria, mas parece que você tem esse problema.

— Não. Eu discuti com Nikhil sobre isso. Até ameacei cortá-la.

— Você fez?

— Sim, eu não me importava se estava usando a primeira conta de companheira verdadeira em quinhentos anos ou não. Eu queria decidir quem amasse, quem era minha alma gêmea e se a Deusa não gostasse disso seria muito ruim.

— E você escolheu Nikhil.

— Sim.

— E Nikhil escolheu você.

— Sim.

— Você sabe que não posso ficar ao seu lado, Mac. Os Kaliszianos nem sabem que estou aqui.

— Poderia, se me deixar falar sobre você. — Mac levantou a mão para parar a discussão que sabia que estava chegando. — Não há nenhum perigo para você aqui, Jen. Ninguém vai forçá-la a fazer qualquer coisa que não quiser, mas você precisa da unidade de reparação profunda. Sabe que sim. Você viu por si mesma o quanto melhor os rapazes estão depois de serem tratados. Você está desaparecendo bem diante de nossos olhos e eu não aguento mais. Não quando há algo que posso fazer sobre isso.

— Não há razão para eu...

— Isso é besteira e você sabe! Ainda é importante, Jen!

— Para quê? Ser um caso de caridade? Eu não serei isso, Mac!

— Quem está pedindo para você ser? Droga, Jen, você nos manteve vivos naquela mina! Como, eu nunca saberei, mas fez com que a comida que eles nos davam fosse o suficiente. Nós sobrevivemos!

— Nem todos nós. — Jen disse baixinho e a dor em sua voz fez lágrimas escorrerem pelo rosto de Mac.

— E isso não foi sua culpa, Jen.

— Não foi? Fui eu quem se recusou a deixar aquelas malditas alianças na tenda.

— Então? Não havia como você saber o que aconteceria.

— Aquelas malditas alianças não deveriam importar tanto.

— Claro que deveriam. O homem que amava deu a você.

— Foda-se! Ele deveria ter importado mais.

— E ele o fez. Você lutou por ele, Jen. Apenas você.

— Sim e eu o perdi... — A luta saiu da voz de Jen. — Você deveria ter me deixado morrer, Mac.

— Não. Deveria sobreviver Jen. Então poderia assim salvar o restante de nós.

— E agora?

— Agora você precisa sobreviver para que possa fazer o certo por sua irmã.

— Kimmy. — Sussurrou Jen.

— Sim, Kimmy. Lembra-se dela? Precisa sobreviver para poder voltar para ela.

— Mesmo que possamos voltar, ela me odeia. Tem todo o direito de fazer isso.

— Ela não o faz. Você é sua irmã, a única família que ela deixou. Ela irá querê-la de volta.

— Você acha?

— Eu sei e... — Mac parou quando ela olhou para trás de Jen.

— O quê? — Jen girou ao redor temendo o pior, apenas para ter um sorriso em seu rosto enquanto Paul saía da unidade de limpeza, seu cabelo aparado e seu rosto bem barbeado. — Paul...

Mac não conseguia acreditar em como Paul parecia bem. E de não fosse pela perda de peso, ela diria que ele parecia tão bom quanto no dia em que o conheceu. — Droga, Paul, se nós dois não estivéssemos casados, eu estaria em cima de você.

— Sim bem, ele é todo meu, Mackenzie Wharton, então mantenha suas mãos longe. — Disse Eric caminhando em direção ao marido. — Eu sempre disse que você trabalhava bem.

— Sim, bem, você é o próximo. — Disse Paul movendo a faca para Eric. — Estou esperando há anos tê-lo à minha mercê. Então venha, é hora de deixá-lo surpreendentemente bonito novamente.

— Como nunca fui. — Argumentou Eric, mas ele voluntariamente seguiu Paul para a unidade de limpeza.

— Deus, esses dois nunca envelhecem. — Mac disse rindo.

— Você deveria tê-los visto no meu casamento com Todd.

— Um bom tempo? — Mac perguntou.

— O melhor. — Jen confirmou. — Eles fizeram essa dança que roubou o show.

— E isso não a incomodou?

—Não. Todd talvez, mas Todd sempre gostou de ser o centro das atenções. Desde que isso o fizesse parecer bem.

— Jen...

— Mac, estamos juntas há muito tempo, você conhece todos os meus segredos. Todd não era perfeito, mas ele não merecia morrer assim. Ele era meu marido e o honrarei.

— Eu sei Jen, mas você precisa honrá-lo sobrevivendo e você não pode fazer isso se não deixar Luol tratá-la.

— Vou pensar sobre isso. — Ela apertou a mão de Mac. — Sério, eu o farei.

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Nikhil tinha seu blaster no alto quando percorreu a mina, as paredes tornando impossível para ele usar sua espada. Até agora não descobriram nada além de cavernas vazias. Pisando em busca do próximo, sentiu seu coração acelerar quando reconheceu a descrição de Mackenzie. Esta caverna era onde os Zaludianos mantiveram sua companheira verdadeira. Era onde ela precisou aprender a sobreviver com os machos que, embora a tivessem protegido até um ponto em que tudo aconteceu, a deixaram ir.

Ele se moveu para parte de trás da caverna procurando pela fenda que ela disse que usou para se esconder. Encontrando, ele podia entender porque os Zaludian nunca a encontraram. E de frente, parecia qualquer outra parede. Não era até que chegasse ao lado que você via a abertura estreita. Como sua Mackenzie conseguiu se encaixar lá? Nikhil tentou e não conseguiu sequer uma perna.

— Encontrou algo, Líder de Esquadrão?

Nikhil se virou para encontrar Treyvon parado na entrada da caverna. — Não, General, apenas checando alguma coisa. — Nikhil foi em direção à entrada. — Esta área é clara.

— Este é o lugar onde os humanos foram mantidos. — Treyvon disse a ele.

— Eu sei.

— Como? Eu achei que não tivesse entrado tão profundamente na mina.

— Eu não entrei. Mackenzie descreveu para mim. — O som do comunicador do General impediu Nikhil de dizer mais coisas.

— Rayner.

— Nós encontramos algo General. — A voz de Gryf veio através do comunicador.

— Onde? — Treyvon exigiu.

— Na caverna principal de Zaludian. — Gryf disse tenso. — Você irá querer ver isso.

— No meu caminho.

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Treyvon observou enquanto Gryf conectava seu dispositivo de interface ao computador Zaludiano que enviava as transmissões. Eles não encontraram ninguém na mina e nenhuma evidência de que alguém esteve lá desde que eles saíram. Todos os selos e alarmes ainda estavam intactos e armados.

— Foi pré-programado, Gryf? — Treyvon perguntou.

— Não. Esta unidade recebeu um sinal ontem dizendo-lhe para começar a transmitir esse sinal. Também foi instruído a não tentar esconder ou codificar a transmissão.

— Eles queriam que descobríssemos. — Disse Treyvon, pensativo, olhando para a unidade.

— Eu acredito que sim. — Concordou Gryf.

— Por quê? Com que propósito? Não era uma armadilha. — Treyvon olhou ao redor da sala. — Não há ninguém aqui. — O comunicador de Treyvon rocou novamente. — Rayner!

— General, este é o Guerreiro Gulzar.

— O que foi, Gulzar? — Treyvon perguntou impaciente, sua mente em outras coisas.

— General, queria informá-lo que a nave de reabastecimento está em sua abordagem final.

— O quê? Por que você me contatou sobre isso? — Treyvon exigiu.

— Eu... General, você ordenou que fosse informado imediatamente de todos as naves próximas a Pontus.

— Sim, mas... — Treyvon parou e começou a franzir a testa. Ele conversou com Darzi, o Capitão do Fenton, na noite passada. Darzi era um velho amigo e o contatou para avisá-los de demoraram a deixar Crurn e chegariam atrasados. Não era Fenton se aproximando! — Notifique o Defender e coloque a base em alerta máximo!

— General? — Gulzar questionou.

— Não é Fenton! Faça com que todos sejam notificados. Agora! — Quando Treyvon deu a ordem, ele ouviu a primeira explosão chegar ao comunicador. — Gulzar! — Quando tudo o que ele recebeu foi estática, interrompeu seu comunicador. — Porra! Eu quero todo mundo de volta aos transportes! Agora!

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Mac não pode deixar de sorrir quando, um a um, os rapazes permitiram que Paul raspasse e cortasse o cabelo. Era incrível ver a diferença neles. Cada um saiu um pouco mais ereto, os ombros jogados para trás. Eles estavam redescobrindo quem eram mais uma vez.

— Parecem bons, não são? — Mac disse sorrindo para Jen.

— Sim, mas...

— Mas o quê? — Mac perguntou.

— Por que aqueles Kaliszianos estão olhando para eles como se tivessem duas cabeças?

— O quê? — Os olhos de Mac foram para onde Onp e Nroa estavam perto das portas e viram que Jen não estava errada. Os Kaliszianos olhavam para os rapazes com uma expressão de choque e horror que ela quase riu. Ela precisava explicar a eles o que estava acontecendo e por quê.

— Para um Kalisziano, é uma punição ter o cabelo cortado. Ele remove suas contas de Suja, removendo sua identidade. É reservado apenas para os mais ofensivos.

— Mesmo?

— Sim. Você deveria ter visto a reação de Nikhil quando eu cheguei aqui e comentei que o meu estava uma bagunça que deveria apenas cortar.

— Não aceitou bem.

— Não. Não de um bom jeito. É melhor eu explicar para Onp e Nroa que isso é normal para os humanos. Que os rapazes não estão sendo punidos por alguma coisa. — Apertando Jen pelo braço, ela se levantou e atravessou a sala.

Foi quando todo o inferno se soltou.

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Nikhil não se incomodou em sentar-se quando o transporte partiu do chão em uma manobra tipicamente reservada apenas para condições de combate terríveis. Seus dedos se apertaram ao redor do feixe estrutural que era construído com o metal mais forte que os universos tinham a oferecer, deixando profundas depressões.

— Quem? — Nikhil fez a pergunta para seu General e amigo.

— Eu não sei. — Respondeu Treyvon com raiva. — Nem por quê. Defender! O que vocês têm?

— General, é uma nave Zaludiano, fortemente armada.

— Como porra passou por vocês?

— Eles tinham todos os códigos e senhas apropriados, General, incluindo uma falsa projeção visual que apenas caía quando armavam suas armas.

— Onde eles estão atacando? — Treyvon exigiu.

— A base, General.

— Retorne fogo! — Ele ordenou.

— Eles já pousaram dentro do complexo, General. E se disparar agora, destruirei a base!

— Porra! — Treyvon virou-se para o piloto: — Leve-nos até lá! Agora!

— Sim, General! — O piloto respondeu.

— Por que os Zaludianos estão atacando? — Gryf questionou sobre o rugido dos motores. — Nós sabemos que eles estão aqui agora. Não é como se pudessem retomar a mineração.

— Eles querem alguma coisa. — A mente de Treyvon estava acelerada, diminuindo todas as possibilidades e não gostava das poucas que restaram. Ele olhou para Nikhil.

— Mackenzie. — Disse Nikhil com os lábios rígidos. — Eles planejavam vendê-la para uma casa de prazer.

— É verdade. — Disse Gryf. — Embora sua singularidade trouxesse um alto preço, não justifica esse nível de ataque.

— Poderia se ela fosse compatível com os Tornianos. — Treyvon disse a ele baixinho.

— O quê? — Nikhil se moveu em direção a Treyvon. — O que você está dizendo?

— A fêmea, a que estava com o Imperador Vasteri quando ele caiu, era semelhante em tamanho e tom de pele a sua Mackenzie, Nikhil.

— Ela é humana? — Nikhil perguntou.

— Eu não sei ao certo. Vasteri ficou muito perto dela, apenas interagi com ela por um curto período de tempo. Vasteri a reivindicou como sua Imperatriz. — Treyvon o informou.

— Isso ainda não significa... — Gryf começou.

— Eu ouvi um boato de que ela está com descendência. — Disse Treyvon. — O que significa...

— Que os Tornianos estarão procurando por mais parecidas com ela. — Respondeu Nikhil.

— Sim. — Treyvon assentiu.

— Você acha que os Tornianos estão por trás disso? — Gryf questionou em óbvia descrença.

— Não. Os Tornians são uma raça honrosa. E se fossem atacar, não enviaram os Zaludian. Mas isso não significa que os Zaludianos não veem uma oportunidade aqui. E se Mackenzie for verdadeiramente compatível com os Tornians então...

— Então ela seria a fêmea mais valiosa do universo e há aqueles no Império Tornian que pagariam o que fosse pedido para obtê-la. — Nikhil terminou com os dentes apertados.

— Sim. — Treyvon concordou.

— Há quanto tempo você ouviu esse boato sobre a Imperatriz? — Nikhil exigiu.

— Logo antes de descobrirmos os humanos.

— E você não me contou? — Nikhil rosnou ameaçadoramente, as mãos em punho. — Quando você soube que Mackenzie era minha companheira verdadeira e que poderia haver uma ameaça contra ela?

— Não houve ameaça. Não foi confirmado ainda que a Imperatriz está com descendência ou mesmo que ela é humana! Nikhil! Você realmente acha que eu permitiria conscientemente que o mal chegasse à primeira companheira verdadeira que o Império Kalisziano viu em mais de quinhentos anos, a sua?

Nikhil conhecia Treyvon, ele era um macho honrado que Nikhil sempre admirou e tinha sorte de chamá-lo de amigo. Ele também era leal aos seus guerreiros e povo, sempre as colocando diante de suas próprias necessidades. Ele nunca permitiria conscientemente que a Ashe de Nikhil fosse prejudicada. Ele se forçou a acalmar. — Não. Você de todos os machos nunca permitiria que uma fêmea fosse prejudicada.

— Nós não vamos deixá-los levá-la, Nikhil. — Treyvon disse a ele. — Ela é sua.

— Sim. — Nikhil concordou, estendendo a mão para tocar a trança vazia que uma vez tinha suas contas Ashe e companheira verdadeira. Deusa, como ele queria usar a de Mackenzie para saber se ela estava bem.

— A base está à vista, General. — O piloto informou e todos olharam horrorizados para a fumaça e as chamas que subiam da área dos sobreviventes.

— Deusa. — Sussurrou Gryf.

— Estações de batalha! — Treyvon ordenou.

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A primeira explosão derrubou Mac quando ela atravessou a sala para conversar com Onp e Nroa. A segunda fez com que ela se enrolasse em uma bola, tentando se proteger de todos os destroços que voavam enquanto a parede externa da sala era destruída.

Cuidadosamente, Mac se moveu para sentar e percebeu a devastação que apenas momentos antes era uma sala cheia de pessoas. A parede exterior que se abria para uma pequena área murada desapareceu e os que estavam mais afastados eram apenas escombros. Quando a fumaça e a poeira começaram a clarear, ela viu uma nave pousando.

— Mackenzie! — Onp de repente se materializou ao lado dela. — Você está ferida?

— Eu... eu acho que não. — Ela disse um pouco tonta tentando absorver toda a destruição que estava vendo. — O que está acontecendo?

— Venha, devemos tirá-la daqui! — Ele disse a ela, ignorando sua pergunta quando a puxou para seus pés.

— Tirar-me daqui? — Ela perguntou olhando em volta, horrorizada para os corpos mutilados.

— Sim. Estamos sob ataque! Devemos levá-la para segurança.

— Não, precisamos ajudar os feridos. — Ela tirou o braço do aperto dele, os olhos procurando freneticamente onde Jen estava. Tudo o que encontrou foi uma cama. — Jen! — Ela gritou começando a correr pelo lugar. — Onde está você?

— Mackenzie, não! — Onp gritou, derrubando-a quando o fogo do detonador de repente encheu o lugar. Rolando, ele puxou seu blaster e retornou fogo. — Vá! — Ele ordenou ainda disparando. — Encontre algum lugar para se esconder até que possamos tirá-la daqui.

Mac imediatamente obedeceu, rastejando para onde ela viu Jen pela última vez, ignorando os escombros cortando sua pele.

— Jen! — Ela gritou. — Jen!

— Aqui. — Uma voz fraca chamou de volta.

— Jen! — Ela gritou novamente se movendo em direção à voz. — Estou indo, Jen

Mac acabou de mover outra cama para encontrar Jen encolhida em um canto quando viu os olhos de Jen se arregalarem de medo antes que ela gritasse um aviso. — Mac! Atrás de você!

Mac se virou e gritou horrorizada ao ver um Zaludian se aproximar dela. Meu Deus! Sua mente gritou. São os Zaludianos! Ela não podia deixar que a levassem! Ela nunca sobreviveria novamente! Ela se arrastou para longe dele o mais rápido que pode, mas não chegou longe antes que o Zaludian a agarrasse pela garganta e a levantasse do chão.

Mac agarrou a mão que a segurava, mas apenas conseguiu rasgar os dedos na luva cravada que a cobria. Sua mente gritou para Nikhil quando a sala começou a escurecer e a escuridão começou a invadir sua visão.

— Não! — Mac mal ouviu o grito furioso, mas de repente caiu e respirava com muita dificuldade Rolando, ela pretendia correr, mas em vez disso, congelou quando viu Jen nas costas do Zaludian, esfaqueando-o repetidamente com uma das lâminas de Nikhil.

O Zaludiano recuou de dor, alcançando freneticamente para atrás, para puxar Jen antes de jogá-la conta a parede. Sua cabeça bateu com um baque surdo e ela desmoronou em uma pilha desossada no chão.

— Jen! — Mac gritou, mas o Zaludiano estava nela novamente, desta vez balançando o punho e o mundo de Mac ficou preto.


CAPÍTULO DEZESSETE

O transporte mal pousou atrás da nave Zaludiana antes de Nikhil abrir a escotilha, o blaster em uma mão e sua espada na outra. Ele pulou e estava correndo em direção à área dos sobreviventes. Todos ouviram os pedidos de Onp e Nroa pedindo reforços, dizendo que estavam sob ataque direto e sofrendo pesadas baixas. Ele rezou para a Deusa que sua Mackenzie não fosse um deles.

Mais Zaludianos saíram da nave tentando atrasá-los, mas Nikhil apenas abriu um caminho através deles, nunca mais agradecido por seu enorme tamanho e força. Qualquer que chegasse perto, terminava com sua espada. Aqueles mais longe ele cortou com seu blaster. Ninguém o impediria de chegar a sua Mackenzie.

Ele chegou ao que era a parede externa do prédio quando ouviu o grito de Mackenzie e viu um Zaludiano lhe acertar o rosto, as pontas afiadas de suas luvas rasgando sua pele delicada e pálida.

— Não! — Seu rugido foi cheio de raiva e dor, enchendo sua alma enquanto ele via sua cabeça retroceder. Ele disparou contra o Zaludian, mandando-o para encontrar Daco, depois alcançando Mackenzie, deixou suas armas, pegando-a antes que ela caísse no chão.

— Mackenzie! — Ele sussurrou enquanto seu rosto devastado caía sobre o braço dele. Ele não percebeu como Onp, Nroa, Gryf e Treyvon imediatamente formaram um círculo protetor ao redor deles. Não percebeu que os machos humanos e os Nekeok estavam lutando contra os Zaludianos com qualquer coisa que podiam encontrar. Todo o seu foco estava em sua Mackenzie.

— Leve-a para Luol! — Treyvon ordenou. — Onp, Nroa, Gryf, limpe um caminho.

— General, a base não é segura. — Informou Gryf.

— É por isso que Onp e Nroa acompanharão Nikhil e garantirão que ele e sua Ashe cheguem a ala médica. Gryf, você permanecerá comigo e erradicaremos essa imundície do nosso planeta.

— Certo, General. — Respondeu Gryf e ele começou a abrir caminho para o que uma vez foi a entrada da área.

Nikhil pegou Mackenzie em seus braços e confiava naqueles que os protegeriam a caminho da ala médica. — Espere um pouco. — Ele sussurrou.

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— Aguente, pequena...

As palavras sussurradas através de sua mente e sua alma se estendeu para eles. Ela precisava deles, ele para sobreviver, mas as palavras sumiram.

— Nikhil! — Ela gritou, mas Nikhil não respondeu. Alguém mais o fez.

— Por que você chama pelo que pensou recusar? — Uma voz melódica questionou.

Mac virou-se para encontrar a mulher mais deslumbrante e bonita que já viu a uma curta distância atrás dela e instintivamente soube que era a Deusa.

— O quê? — Ela questionou.

— Por que você chama pelo macho que pensou recusar? — Ela perguntou novamente.

— Eu nunca recusei Nikhil!

— Você pensou em recusar sua conta de companheira verdadeira. É o mesmo que recusá-lo.

— Não é a mesma coisa! Isto... — Ela agarrou o fio de cabelo segurando a conta, não tem nada a ver com o que eu sinto por Nikhil!

— Então a tirarei. — A Deusa estendeu a mão e ficou chocada quando sua mão foi esbofeteada.

— Você não a tocará! — Um instante Mac encontrou-se rosnando para a Deusa, no seguinte houve uma explosão e ela estava voando pelo chão. O maior homem que ela já viu estava se inclinando sobre ela, seus olhos brilhantes olhando-a. Ele era ainda maior que Nikhil e enquanto seus olhos brilhavam como um Kaliszian, seu cabelo longo e escuro cobria toda sua cabeça, e sua pele parecia mudar de cor como um camaleão.

— Raiden! — A Deusa exclamou.

— Ela a machucou! — Ele rosnou.

— Eu não deveria ter tentado remover sua conta de Companheira verdadeira. — A Deusa estava imediatamente ao seu lado.

— Isso não importa! Ninguém machuca você!

— Então diga a ela para manter as mãos para si mesma. — Mac se viu dizendo, sua raiva substituindo seu medo.

O macho deu-lhe um olhar chocado antes de se levantar e um sorriso incrível transformar seu rosto carrancudo em um que roubou sua respiração. Ele era o homem mais bonito que ela já viu.

— Obrigado. — Ele disse a ela, sua voz profunda parecendo preencher o universo.

— Ele é meu. — Disse a Deusa, pisando entre eles e a temperatura da sala caiu drasticamente. — Meu companheiro.

Foi uma luta, mas Mac finalmente conseguiu desviar o olhar do homem para olhar a Deusa. — Ótimo. Ótimo. Bem. Eu já tenho um macho e ele é tudo que eu quero.

— Sério? Então por que ameaçou cortar sua conta de companheira verdadeira?

— Porque eu não preciso dela para saber que ele é meu. — O olhar de Mac passou por ela. — Eu vejo que você não usa uma conta de companheira verdadeira. Você tem certeza que ele. — Ela apontou para Raiden. — É seu companheiro verdadeiro? — Ela perguntou levantando uma sobrancelha questionadora.

Mac não estava preparada para o quão escuro tudo de repente ficou ou como o chão embaixo dela tremeu, mas sentiu a raiva emanando de ambos.

— Você se atreve a questionar nosso vínculo! — Os dois rugiram.

— É uma porcaria, não é? Fazer com que os outros questionem seu compromisso por causa de uma conta!

Raiden foi o primeiro dos dois a se acalmar e ele deu a ela um olhar pensativo. — Você é muito corajosa para um ser tão pequeno.

— Eu sou? — Mac perguntou.

— Sim. Poucos estão dispostos a se levantarem contra mim. — Raiden disse a ela.

— Talvez seja porque você os joga primeiro e faz perguntas depois. — Mac disse a ele.

— Provavelmente. — Raiden deu um passo para trás, estendendo a mão para ajudá-la. Mac a pegou e com esse toque entendeu muito mais do que antes. Com o toque dele, ele permitiu que ela visse como ele e a Deusa se apaixonaram, como um Deus inferior chamado Daco destruiu as pessoas que deixou para trás para estar com sua companheira e como elas sofreram. Daco não foi capaz de expulsar Raiden da lembrança do povo Kalisziano como esperava, mas eles quase se destruíram tentando encontrar o que Raiden tinha, uma companheira verdadeira. Por causa disso, Raiden e a Deusa criaram a conta de companheiro verdadeiro.

Ofegando com o ataque de informações, ela tirou a mão da dele.

— Agora você vê. — Ele disse a ela.

— Sim, mas a conta que você criou não traz mais conforto ou paz para o povo Kalisziano. — Mac disse baixinho.

— O que você quer dizer? — Raiden exigiu.

— Quando você... — Ela olhou para a Deusa. — Amaldiçoou os Kaliszianos com a Grande Infecção, não apenas matou as plantas que alimentam seus corpos, matou o que eles precisavam para alimentar suas almas! Seus verdadeiros companheiros.

— Impossível! — A Deusa se moveu para ficar na frente de seu companheiro, seus olhos brilhando para Mac.

— Mas é verdade. Eu sou a primeira pessoa a quem a sua alma verdadeira se transferiu em quase quinhentos anos.

— Não! — A Deusa tropeçou para trás, olhando para seu companheiro com horror. — Raiden, isso não pode ser verdade! Nunca foi o que pretendi.

— Eu sei, meu amor. Eu sei. — Disse ele, puxando-a para a segurança de seus braços.

— O que você pretendia? — Mac perguntou. — Porque do que eu vi, você quis destruir todos.

— Eu estava com tanta raiva quando soube o que o Imperador Berto fez com suas filhas jovens... como os outros permitiram... queria puni-los, machucá-los tanto quanto eu estava, como aquelas jovens fêmeas foram.

— Você causou a Grande Infecção. — Mac disse calmamente.

— Eles causaram! — Ela imediatamente respondeu e então seus ombros caíram. — Mas eu criei isso.

— Deusa... — Raiden envolveu os braços reconfortantes ao redor dela. — Não podemos desfazer o que foi feito.

— Por que não? — Mac perguntou. — Vocês são deuses, não são?

— Como as ofensas foram reais, até que aqueles que permitiram que acontecessem provem que recuperaram a honra, não posso fazer nada!

— Como os originais podem provar que são honrados? — Mac perguntou. — Isso é impossível!

— Não é sobre os originais. É sobre aqueles que causaram o crime original.

— Quinhentos anos atrás? — Mac olhou para ela em estado de choque. — Eles estão mortos!

— Mas seus descendentes não estão! Apenas precisa um de cada espécie, para acabar com o que eu fiz!

— Mas...

— Estou tentando reunir todos aqueles que podem fazer isso, mas preciso de sua ajuda.

— Minha ajuda?

— Sim, você é uma zeladora, uma que protege a terra e o que cresce nela. Os Kaliszianos precisarão de você.

— Isso não faz sentido. Nada cresce no Império Kaliszian por causa de você!

— Isto é verdade, mas por causa de você e daqueles como você, pude semear as primeiras sementes da mudança. Preciso de você lá quando eles começarem a aparecer.

— Você está dizendo que a vida voltará para Pontus? Para os Kaliszianos?

— Sim, mas antes que isso aconteça, preciso corrigir um grande dano. Os Kaliszianos precisam saber que ainda têm companheiras verdadeiras. Que eu não os abandonei.

— Mas como? — Mac questionou.

— Você verá. — A Deusa tocou a trança que continha as contas de companheira verdadeira e Ashe de Nikhil. — Ame bem, pequena. Que você encontre tanta felicidade com seu companheiro verdadeiro quanto eu encontrei com o meu.

Com essas palavras, a Deusa beijou Mac suavemente na testa e o mundo dela ficou escuro.

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Nikhil pressionou a testa contra o vidro frio da unidade fechada de reparos, desejando tocar sua Mackenzie. Luol deu uma olhada na bagunça sangrenta nos braços de Nikhil e correu para a unidade, ativando-a para o mais alto nível.

— Ela irá se recuperar, Nikhil. — Luol tentou tranquilizá-lo. — Você a trouxe aqui a tempo.

— Isso nunca deveria ter acontecido. — Disse Nikhil. — Eu falhei com ela.

— Você não o fez. — Luol negou rapidamente.

— O rosto dela. — A voz de Nikhil quebrou e ele virou os olhos arrasados para Luol. — Seu rosto bonito. Ele bateu nela, Luol.

— Eu vi isso, mas você pode agradecer à Deusa que os Zaludianos nunca usam aço Tornian em suas luvas. A unidade consertará o dano. Ela não terá nem mesmo uma cicatriz. Sua pele será tão bonita e tão perfeita quanto antes.

— Quanto tempo mais? — Nikhil exigiu, seu olhar voltando para Mackenzie, lutando para vê-la através do vapor espesso e branco que estava girando no tubo.

Luol sabia que para Nikhil parecia uma eternidade desde que a unidade estava fechada, separando-o de sua Ashe, mas fazia menos de trinta minutos. As lesões faciais de Mackenzie eram extensas e ele não apressaria a unidade. Ele sabia que Nikhil estava lutando ao não ser capaz de vê-la, mas Luol introduziu um forte sedativo na unidade. Ele não queria que Mackenzie acordasse enquanto a unidade ainda estava fechada. Queria que a primeira coisa que ela visse fosse Nikhil. Ela precisaria dele enquanto lutava contra a lembrança do ataque.

— Não demorará muito mais agora. — Assegurou Luol. — Ela está respondendo bem.

— Ela nunca irá me perdoar, Luol. Eu quebrei meu voto para ela.

— O quê?

— Prometi mantê-la segura, que os Zaludianos nunca a machucariam novamente.

Luol compreendeu a preocupação de Nikhil, um guerreiro Kalisziano nunca dava seu voto a menos que quisesse mantê-lo. Era uma questão de honra. Para ele não manter, era uma das poucas ofensas que poderiam destruir o vínculo de verdadeiro companheiro. Mas Mackenzie era diferente de qualquer outra fêmea que ele já conheceu, não achava que ela veria dessa maneira.

— Ninguém poderia saber que os Zaludianos estariam desesperados o suficiente para voltar e atacar.

— Isso não importa. — Murmurou Nikhil.

— Eu acredito que será para sua Mackenzie. Ela é uma fêmea muito especial, Nikhil.

— Ela é, mas até ela tem seus limites.

— Eu não acredito que isso seja um deles. — O sinal da unidade fez Luol olhar para o painel de controle para ver se terminou e estava prestes a abrir.

— Luol? — Nikhil olhou para ele.

— Ela acordará em breve. Fique perto dela, Nikhil. A primeira coisa que se lembrará é ser atacada pelos Zaludianos. Ela precisará vê-lo para saber que está segura.

Nikhil prendeu a respiração quando o tubo recuou e ele teve seu primeiro vislumbre de sua Mackenzie. Seu cabelo ainda estava uma bagunça ensanguentada, assim como suas coberturas e enquanto ainda havia sangue em seu rosto, todo o dano causado pelo punho do Zaludiano se foi.

— Obrigado, Deusa. — Nikhil sussurrou com uma respiração trêmula quando ele se abaixou sobre seus antebraços, sua testa descansando na dela. — Obrigado.

— Nikhil?

A voz fraca e hesitante de Mackenzie fez com que ele recuasse apenas o suficiente para olhar em seus lindos olhos castanhos cheios de confusão. — Estou aqui, Mackenzie. Você está segura.

— Onde... — E de repente tudo voltou para ela, as explosões, os Zaludianos, o punho cravejado vindo para ela e a dor. Ela empurrou nos braços de Nikhil, gritando de medo, seus pés tentando ganhar vantagem quando seu olhar voou atrás dele procurando por seu atacante.

— Eles se foram, Mackenzie. — Nikhil passou os braços ao redor dela, puxando-a para perto, sabendo por que ela estava com medo. — Os Zaludianos se foram. Você está segura.

— Eles se foram? — Ela perguntou olhando para ele, seu olhar cheio de medo. — Eu estou?

— Sim.

— Jure. — Ela exigiu, mas quando ele hesitou, seus olhos se arregalaram. — Eu não estou segura... eles ainda estão aqui!

— Não! — Nikhil negou, seus braços apertados ao redor dela a segurando ainda. — Eles não estão!

— Então por que você não me dá seu voto? — Ela exigiu.

— Por que você ainda acredita, depois que falhei tão completamente? — Ele questionou e sentiu Mackenzie ficar completamente imóvel.

— O quê? — Ela perguntou olhando para ele.

— Eu falhei com você! Deixei você desprotegida e foi prejudicada! Os Zaludianos lhe prejudicaram!

— Nikhil... — Ela estendeu a mão segurando o rosto dele com as mãos. — Como você pode pensar isso?

— Porque é verdade! — Ele disse a ela.

— Não, não é! — Ela negou. — Você me deixou no meio de uma base militar cercada por guerreiros armados. Como isso é desprotegido?

— Porque eu não estava lá e você foi prejudicada! Eu quebrei meu voto.

— Nikhil... — Os olhos de Mac brilharam com lágrimas não derramadas. Ela sabia o quão seriamente Nikhil tomava os votos que fazia a ela. — Você acha que o culparia por um ataque que ninguém previu?

— Claro. Você é a coisa mais preciosa da minha vida. Eu nunca deveria ter saído do seu lado.

— E você é a coisa mais preciosa na minha. — Mac disse a ele. — E nada mudará isso, especialmente nenhum ataque idiota dos Zaludianos. Eu sempre acreditarei em você Nikhil, sempre confiarei em você e no seu voto. É como o seu amor por mim, forte e sem fim. Dê-me seu voto.

Nikhil sentiu seus próprios olhos se enchendo de lágrimas com as palavras de sua companheira verdadeira. Ele não a perdeu. Ainda era dele.

— Sempre. — Mac sussurrou e ele percebeu que falou em voz alta.

— Eu prometo a você, Mackenzie. Os Zaludianos se foram e eles nunca a machucarão ou a qualquer outra pessoa novamente.

— Eu sei... — Ela puxou a cabeça dele e beijou seus lábios. — Eu sei que todos nós somos... — E de repente, ela se lembrou que não era a única a ser prejudicada e recuou nos braços de Nikhil. — Meu Deus! Jen!

— O quê? — Nikhil franziu a testa para ela. Ele e Mackenzie ficaram na cama todas as noites e ela contou-lhe sobre todos os machos que foram tratados. Não havia ninguém chamado Jen.

— Jen! Nós temos que chegar a Jen! — Ela empurrou os ombros de Nikhil, tentando fazê-lo desistir. — Ele a jogou contra a parede depois que ela pulou de costas tentando me proteger.

— Ela? — O olhar de Nikhil voou de Mackenzie para Luol e viu que ele estava tão chocado.

— Sim! Ela! Oh Deus, precisamos que chegar até ela. Ela bateu na parede com tanta força! Ainda não foi tratada pela unidade de reparo! — Mac cobriu a boca com a mão trêmula. — Oh Deus, Nikhil! Eu preciso chegar até ela! Ela impediu que um Zaludiano me levasse!

Nikhil ficou de pé, arrancando seu comunicador do cinto. Seus olhos permaneceram fixos em Mackenzie quando ele contatou Treyvon. — General!

— O que foi, Nikhil? Sua Ashe se recuperou?

— Sim General, mas ela acaba de me informar que os humanos estão escondendo outra fêmea. Que a fêmea foi gravemente ferida durante o ataque!

— O quê? — O grito de Treyvon ecoou pelas paredes até mesmo através do comunicador.

— Você ainda está na área dos sobreviventes? — Nikhil exigiu.

— Sim! Eu a encontrarei! Diga a Luol para ter uma unidade de reparo esperando!

— Sim, General!

— Nikhil... — Os olhos de Mackenzie permaneceram nele e pode ver sua dor.

— Você mentiu para mim, Mackenzie.

Os olhos de Mac se arregalaram com o quão dura e fria a voz de Nikhil ficou. — Eu não fiz!

— Você apenas não me disse a verdade. — Ele respondeu. — Isso não foi o que disse ser inaceitável para você?

— Sim! Mas isso é diferente. — Quando Nikhil iria afastar dela, ela agarrou o braço dele. — Você não me contou sobre algo que era pessoal que nos afetava. Você e eu!

— E isso não nos afeta? — Ele olhou para ela com total incredulidade.

— Não! Não é assim! Isto era sobre outra pessoa! Os rapazes protegeram Jen, assim como fizeram comigo. Quando você nos resgatou, tudo o que fizeram foi continuar a protegê-la porque eles não sabiam como iriam tratá-la e eles não poderiam arriscar!

— Você sabe que nunca a machucaríamos! — Nikhil gritou.

— Eu sabia! — Mac disse a ele, estremecendo por ele gritar com ela; não porque achava que a machucaria, mas porque sabia que ele estava sofrendo. — Eu tentei convencer Jen a me deixar revelar sua presença. É por isso que queria que você me levasse lá enquanto estava fora. Então poderia tentar novamente, mas ela não estava pronta Nikhil, não podia forçá-la.

— O quanto ela está ferida? — Luol perguntou do painel de controle da outra unidade de reparo.

— Por hoje, não sei. — Mac sentiu seus olhos começarem a se encher de lágrimas quando se lembrou do que aconteceu. — Eu mal a vi pular nas costas do Zaludiano antes que ela começasse a esfaqueá-lo com uma das lâminas de Nikhil. Eu estava arranhando a mão que estava em minha garganta. — A mão de Mac foi para sua garganta enquanto se lembrava. — Jen fez ele me deixar cair, mas então a arrancou de suas costas e a jogou contra a parede. Ela bateu com tanta força... e quando ela bateu no chão não se mexeu. Eu não sei como ela conseguiu impedi-lo. Foi gravemente ferida na mina. Ossos quebrados... cicatrizes...

— O quê? — Ambos os machos olharam para ela em choque.

— Eu não sei como ela sobreviveu. — Mac sussurrou, suas lágrimas escorrendo pelo rosto. — Eu fiz o que pude, mas quando ela começou a ficar com febre, pensei que a perderíamos.

Antes que eles pudessem questioná-la ainda mais, Treyvon gritou quando entrou correndo carregando algo enrolado em uma capa cinza.

— Luol! — Ele rugiu.

— Oh Deus! Jen! — Mac estava de pé e se movendo para sua amiga.

— Afaste-se! — A raiva nas palavras rosnadas de Treyvon fez Mac tropeçar em choque e Nikhil puxou-a protetoramente atrás dele.

— Não ataque minha Ashe! — Nikhil rosnou de volta. Dando um passo à frente, ele bateu no peito do General.

— Ela colocou uma fêmea em risco! — Treyvon rugiu para ele.

— Pare com isso! Vocês dois! — Mac passou pelos dois machos para chegar a Jen. — Nada disso importa agora. O que importa é Jen. Luol? — Ela olhou para o curandeiro com olhos suplicantes.

— Eu preciso ver o quanto ela está machucada antes de ativar a unidade, Mackenzie. — Luol se moeu para Jen e não pode conter o suspiro de horror no que foi revelado quando ele puxou o capuz que caiu sobre o rosto da fêmea. Embora não houvesse sinais de lesão recente, seu rosto estava devastado por cicatrizes curadas que apenas poderiam ter sido causadas pelas pontas de uma luva Zaludiana. — Ela conseguiu se recuperar disso? Na mina?

A pergunta de Luol fez com que os machos discutindo olhassem para Jen e imediatamente pararam de lutar.

— Isso e muito mais. — Mac disse a ele, suas lágrimas começando novamente. — Eles a jogaram na fenda com todos os outros cadáveres. Ela quebrou o tornozelo na descida e há mais cicatrizes em seu corpo de onde as pedras a cortaram. — Mac abriu mais a capa, revelando-as a Luol.

— Deusa... — Mac não tinha certeza de quem disse isso.

— Você pode ajudá-la, Luol? — Ela perguntou olhando para o curandeiro.

— Eu farei tudo o que puder por ela, Mackenzie. — Ele imediatamente voltou para o painel de controle. — Eu preciso começar a tratá-la imediatamente, se quiser salvá-la. Ela está desaparecendo rápido.

— Oh Deus! — Os dedos trêmulos de Mac cobriram sua boca quando ela se inclinou nos braços de Nikhil quando sentiu que eles a envolviam confortavelmente. — Ela estava com tanta dor, Nikhil. Todos os dias, mas ela nunca desistiu. Nenhum de nós teria sobrevivido sem ela.

Todos observaram enquanto a unidade fechava e um denso vapor azul a preenchia.

— O que é isso? — Mac questionou.

— É para aliviar sua dor e ajudá-la a ficar relaxada enquanto a unidade funciona. Eu não quero ela acordando enquanto a unidade ainda está funcionando. Pode se machucar.

— Você sabe quanto tempo? — Mac perguntou.

— Seu primeiro tratamento levou quase seis horas, Mackenzie, — Informou Luol.

— Sim? — Mac não percebeu isso.

— Sim. Ela, eu acredito, levará muito mais tempo. — Seus dedos continuaram voando sobre os controles enquanto ele falava. — Eu prometo que farei o meu melhor por ela, Mackenzie e enquanto o faço, você precisa ir com Nikhil e descansar.

— Eu não posso fazer isso! — Ela imediatamente negou. — Eu preciso ficar com Jen.

— Não há nada que você possa fazer por ela agora. — Os dedos de Luol finalmente pararam de se mover e ele deu-lhe um olhar duro. — Você precisa descansar e se recuperar de seus próprios ferimentos ou não estará bem quando ela acordar.

— Eu estou bem. — Ela disse a ele, mas mesmo quando disse isso, ela deixou Nikhil apertar seu abraço.

— Você não está. — Luol disse sem rodeios, então olhou para Treyvon cujo olhar ainda estava preso na unidade de reparo fechada.

— Nikhil, você está aliviado de seus deveres. — Treyvon disse a ele com uma voz dura. — Cuide de sua Ashe. Isso é uma ordem.

— Sim, General. — Respondeu Nikhil e antes que Mac pudesse protestar, pegou-a nos braços e levou-a embora.

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Mac se enrolou nos braços de Nikhil e deixou que ele a levasse para longe de sua amiga. Ela sabia que Luol estava certo. Não havia nada que pudesse fazer por Jen agora. Ela precisava recuperar sua força se quisesse ajudar Jen quando acordasse. Sabia que Nikhil ainda estava chateado com ela, sabia que ainda havia muito que precisava explicar. É por isso que ficou surpresa quando, em vez de carregá-la até o sofá, a levou para a unidade de limpeza e a colocou de pé.

— Nikhil? — Ela olhou para ele interrogativamente.

— Você não pode descansar coberta de sangue. — Ele disse rispidamente, começando a puxar sua cobertura manchada.

— Nikhil... — Ela colocou uma mão no braço dele parando-o. — Sinto muito. Sinto muito por não contar, mas não era meu segredo para revelar.

— Você não confia em mim! — Pela primeira vez ele revelou a profundidade da dor que seu segredo lhe causou.

— Eu confio! Deus, Nikhil! Você precisa saber que confio! — Ela agarrou o rosto dele, puxando-o para baixo para que pudesse ver a verdade em seus olhos. — Com a minha vida! Com a minha alma!

— Então por que não com isso? — Ele perguntou.

— Porque não era meu segredo para contar! Não era sobre mim! Você viu Jen, viu o que ela sofreu, a que precisou sobreviver e há mais. — Seus polegares cobriram os lábios para impedi-lo de falar. — Mas isso é para Jen contar. É a história dela. Não me peça para trair essa confiança... porque eu o faria, se você me pedisse. E se precisasse de mim. Não há nada que não faria por você, Nikhil. Você não sabe disso?

Nikhil olhou para sua Ashe. Sua companheira verdadeira. Ele poderia realmente culpá-la por ser tão fiel a um dos seus? Uma fêmea. Uma fêmea com quem ela obviamente se conectou da maneira que ele fez com muitos de seus guerreiros. Estava exigindo algo dela que não tinha certeza se poderia lhe dar em troca. O que isso dizia sobre ele?

— Não quebre seu voto, minha Mackenzie. Quando ela estiver pronta para contar, estará, mas devo lhe perguntar isto. Há outras fêmeas se escondendo?

— Não! Era apenas Jen e eu. Eu juro! — Selando seu voto, ela pressionou os lábios contra os dele e colocou os braços ao redor de seu pescoço.

Por um momento, Nikhil não respondeu e Mac pensou que o perdeu, mas então ele gemeu e seus braços envolveram ao redor dela e a levantou. Ela imediatamente envolveu as pernas ao redor de sua cintura e segurou.

Nikhil tomou sua boca. Ele não podia acreditar o quão perto chegou a perdê-la e não apenas por causa dos Zaludianos. Reagiu mal ao descobrir que ela estava escondendo algo dele. Ele gritou, quase perdeu o controle, mas ela não fugiu dele, não o temeu. Ela confiava nele para não a machucar mesmo então. Precisava merecer confiança e pensar apenas em suas próprias necessidades e desejos não era o caminho.

Afastando sua boca, ele olhou para a escuridão que estava fluindo de seu cabelo com a força do chuveiro. Escuridão causada pelo sangue que ela perdeu quando foi ferida. Essa era uma coisa que a unidade de reparação profunda não podia compensar. Sim, poderia substituir o sangue, mas levava tempo para o corpo reabsorver o que perdeu.

— Nikhil? — Mac olhou para ele interrogativamente.

— Eu preciso cuidar de você, Mackenzie. Eu preciso mostrar o quanto eu te amo e que nunca a machucarei.

— Eu sei disso, Nikhil. Você não precisa provar nada para mim. — Ela procurou seus brilhantes olhos verdes e viu que ele se sentia que sim. Como seu tamanho foi mantido contra ele toda sua vida, ele precisava mostrar a ela que ainda podia ser gentil e carinhoso. Lentamente, ela soltou as pernas ao redor de sua cintura e deixou que ele a abaixasse até o chão.

— Tudo bem, mas não o deixarei ir. — Ela disse a ele, envolvendo os braços em sua cintura. — Preciso de você perto.

Nikhil nunca se queixaria das mãos de Mackenzie, mas se aquietou, ouvindo o tremor na voz de sua companheira. — Mackenzie?

— Eu senti tanto medo, Nikhil. — Ela sussurrou se enterrando em seu peito. — Quando percebi que eram os Zaludianos que estavam atacando.

Nikhil odiava o medo que ouvia em sua voz. Odiava que não estivesse lá por ela quando precisou de proteção. Ele também sabia que ela precisava expressar esse medo antes que pudesse se curar. Lentamente, começou a usar o líquido de limpeza em seu cabelo e ouviu.

— Paul estava se aproximando para falar conosco. Ele terminou de fazer a barba e cortar o cabelo de todos os machos e queria saber se alguma de nós queria nosso cabelo cortado.

Nikhil precisou de todo o seu controle para evitar rosnar seu descontentamento por ela cortar qualquer parte da incrível massa em que seus dedos estavam agora.

— Todos nós ouvimos a primeira explosão, mas não sabíamos de onde vinha. Não percebemos que estávamos sob ataque. Não até a parede exterior explodir e os Zaludianos começarem a atacar. Eu não pude acreditar. Acho que nenhum de nós pode, os Zebroianos levaram o pior. Eram os mais próximos da parede. Uma vez que os Zaludianos estavam dentro, pareceu demorar um pouco e então se concentraram em nós... em mim. — Ela olhou para ele, com medo novamente. — Por que eles estavam procurando por mim, Nikhil?

— Nós não sabemos com certeza. — Ele disse a verdade dela enquanto continuava limpando seu cabelo, porque isso a preocupava e ela tinha o direito de saber. — Treyvon acredita que pode ter algo a ver com os Tornianos.

— Os Tornianos? Mas por quê? Eu nunca conheci um.

— Eu sei. — Segurando a cabeça dela, cuidadosamente inclinou para trás enxaguando a espuma enquanto seus polegares gentilmente removiam o sangue restante em seu rosto.

— Então por quê? — Ela perguntou, olhando-o nos olhos.

— Parece que não muito tempo atrás, o Imperador Tornian descobriu uma fêmea que é compatível com eles.

— Compatível? — Mac franziu o cenho, depois lembrou-se de que, para os Tornianos, a Grande Infecção da Deusa causou um número cada vez menor de fêmeas. Que agora, de acordo com o educador, os machos Tornianos superavam em número as fêmeas duzentos para um e que eram incapazes de procriar com qualquer outra espécie conhecida. — Mas isso ainda não explica por que eu.

— Treyvon encontrou brevemente a fêmea, aqui em Pontus, quando o ônibus do Imperador caiu. Ele disse que, embora sua aparência fosse muito diferente da sua, você ainda se parece com ela em tom e tamanho.

— Ele acha que ela é da Terra. — Mac sussurrou, levantando os braços enquanto Nikhil removia sua cobertura manchada.

— Ele não sabe. Tudo o que sabe é que os Ganglians capturaram vocês duas. Ele nunca viu uma como ela antes, mas se está com descendência, os Zaludianos ou Ganglians fizeram essa conexão, então você seria extremamente valiosa para eles.

— Porque poderiam me vender para machos desesperados para ter descendentes. — Mac sussurrou, horrorizada.

— Sim. — Ele disse honestamente.

— Nikhil...

— Isso nunca acontecerá! — Ele disse a ela vendo o medo em seus olhos. Não aguentaria. Levantando-a, ela beijou seus lábios duro e profundo.

— Nikhil... — Ela ofegou em sua boca. — Eu preciso de você. Preciso senti-lo dentro de mim. — Ela colocou as pernas ao redor de seus quadris e colocou os braços ao redor de sua cabeça. — Por favor.

Nikhil sabia que nunca poderia recusar sua Mackenzie, especialmente quando o que ela estava pedindo era ele. Pressionando-a contra parede, ele enganchou um braço sob a bunda dela levantando-a quando recuou apenas o suficiente para abrir a calça. Colocando a cabeça de seu eixo em sua entrada, ele agarrou sua cintura e lentamente abaixou-a sobre ele.

Mac ofegou quando sentiu Nikhil começar a enchê-la. Deusa, ele era tão grande... sabia disso, mas ainda a surpreendia toda vez que faziam amor e isso a excitava. Ele esticou seu canal apertado ao ponto que podia sentir a batida pesada de seu coração pulsando profundamente dentro dela, tornando-os verdadeiramente um.

— Nikhil! — Ela gritou, afastando a boca da dele enquanto o tomava todo.

— Minha! Você é minha, Mackenzie! Apenas minha! — Ele rosnou quando ele lentamente começou a empurrar dentro e fora dela, gemendo pela forma como seu canal se agarrava ao seu eixo tentando sugá-lo de volta quando ele puxou quase completamente para fora. Incapaz de se conter, ele empurrou de volta o mais profundamente que pode, precisando se conectar com ela da maneira mais primitiva. Já podia sentir suas bolas apertadas e queria enchê-la com sua semente, queria reivindicá-la, se certificar que nenhum homem jamais duvidasse que ela era dele. Queria que sua semente criasse raízes e que ela gerasse seus descendentes. Queria tudo que nunca pensou ter. — Deusa, Mackenzie!

Mac não podia acreditar nos sentimentos que fluíam através dela e sabia que todos vinham de Nikhil através da conta de companheira verdadeira que usava. Estendendo a mão, ela agarrou a trança que uma vez segurou aquela conta e sentiu um choque extra de amor e conexão que a enviou em um poderoso orgasmo que a fez gritar seu prazer quando Nikhil explodiu dentro dela.

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Nikhil estava deitado ao lado de sua Mackenzie em sua cama, um braço em sua cintura a mantendo perto enquanto a observava dormir. Deusa, ele não deveria tê-la tomado assim. Especialmente depois de tudo que ela passou naquele dia. Deveria apenas tê-la limpado e deixá-la descansar... mas não podia se arrepender, nunca se arrependeria disso.

— É melhor que não. — Ela disse sonolenta.

— O quê? — Ele perguntou e viu quando ela se esforçou para abrir os olhos o suficiente para olha-lo.

— É melhor você não se arrepender. — Ela disse a ele. — Porque se o fizer, chutarei seu traseiro.

— Como... como você sabia que eu estava pensando isso?

— Porque você disse. — Seus olhos começaram a se fechar novamente.

— Eu não o fiz. Apenas pensei. — O sussurro de Nikhil fez seus olhos se abrirem novamente.

— Você disse, caso contrário, como poderia ouvir?

— Porque esse é o outro segredo que os Kaliszianos sempre mantiveram sobre sua conta de companheiro verdadeiro. Quando trocadas, elas permitem que não apenas sintam o que o outro está sentindo, mas também falem com eles em suas mentes.

— O quê? — Ela deu a ele um olhar confuso.

— Somente os companheiros verdadeiros, aqueles que trocaram suas contas e têm laços mais profundos, podem ouvir os pensamentos do outro.

— Mas nós não... — As palavras de Mackenzie se apagaram quando o olhar dela foi para a trança de Nikhil que uma vez continha sua conta de companheira verdadeira e Ashe. Agora, no meio daquela trança, havia uma conta verde com âmbar rodopiando por ela.

O olhar de Nikhil seguiu o dela e foi sobre o que ela estava segurando em sua mão delicada e ele sentiu seu coração parar. Ali, em sua trança, os dedos de sua Ashe carinhosamente acariciavam a mais bela conta que ele já viu. Era um verde mais claro que o que ela usava e girava com um tom de âmbar quente em vez do branco dele, mas ainda sabia o que era. Era impossível. Ela não era Kaliszian, mas ele estava usando sua conta de companheiro verdadeiro. Ele estava usando.

— Nikhil? Como isso é possível?

— Eu não sei, mas apenas posso agradecer a Deusa por isso.

— A Deusa? — Ela sussurrou.

Algo em seu tom de Mackenzie fez com que ele a olhasse. — Mackenzie, o que você não está me dizendo?

— Eu pensei que fosse um sonho. — Ela sussurrou.

— Sobre o que está falando?

— Conheci a Deusa... e seu companheiro. Nós, hum, realmente não nos damos muito bem.

— O quê? — Nikhil não tentou esconder seu choque.

— Ela desafiou o que eu sentia por você, porque eu não acreditava na conta.

— Você não acredita? — Ele perguntou.

— Eu acredito em você, Nikhil com ou sem sua conta. E sempre o amarei pelo resto da minha vida. — Ela olhou para a trança que continha sua conta de companheira verdadeira e Ashe, sorrindo para o que ela sabia que estaria lá.

Uma conta Dasho.

Estendendo a mão, ela removeu a conta de âmbar com redemoinhos brancos passando por ela e olhou para Nikhil.

— Nikhil Kozar, você será meu Dasho? Eu juro que se você aceitar esta conta que sempre amarei e protegerei você com todo meu coração e alma e que quando a Deusa chamar meu nome para entrar na Terra Prometida, ainda lutarei para permanecer ao seu lado.

Nikhil sentiu sua respiração suspensa. Ele chegou a aceitar que ele nunca usaria sua conta Dasho. Achava que estava bem com isso, mas agora percebia o quanto queria usar sua conta.

— Mackenzie Wharton, eu aceito você como minha Ashe, como fiz antes e sempre com ou sem usar sua conta. Você é meu amor, meu coração e minha alma, se a Deusa tentar me receber na Terra Prometida sem você, recusarei e sempre permanecerei ao seu lado.

Envolvendo seus dedos ao redor dos dela, juntos eles aproximaram a conta e ela pareceu saltar das pontas de seus dedos para fixar-se firmemente na metade de sua trança.

Mac olhou para a conta por um momento e depois olhou nos olhos de Nikhil. — Eu te amo, Nikhil. Com ou sem essas contas, você é o único, o único que eu amarei. Agora. — Ela deu a ele um sorriso provocante. — Mostre o quanto você me ama.


EPÍLOGO

O Comandante Supremo da Defesa Kalisziana olhou para a fêmea deitada tão pacificamente na cama da unidade de reparação e sentiu a raiva mais extrema enchê-lo. Luol se recusou a movê-la, afirmando que sua condição era tão frágil que ele não correria o risco de não poder fechar imediatamente a unidade, se necessário.

Seus ferimentos foram curados pela unidade, mas ela ainda se recusava a acordar. Luol também lhe disse que o pior de seus ferimentos, os ossos quebrados que cicatrizaram na mina, eram irreparáveis, que ainda causariam dor a ela.

Isso era inaceitável para ele. Nenhuma fêmea deveria sofrer. Especialmente não aquela criatura minúscula e de aparência frágil da qual ele não conseguia se afastar. Ela era muito vulnerável, linda demais. Ele nunca viu uma fêmea que rivalizasse com sua beleza e faria o que fosse necessário para mantê-la segura, ele faria isso... ou morreria tentando.

 

 

                                                                  M. K. Eidem

 

 

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