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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


O BEIJO DO DRAGÃO / Tielle St. Clare
O BEIJO DO DRAGÃO / Tielle St. Clare

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

Biblio VT

 

 

 

 

Lorran estudou os dragões durante anos, esperando encontrar uma maneira em que os humanos e as criaturas selvagens possam viver em paz. Ela conhece melhor que ninguém a devastação que pode causar a dentada de um dragão. E quando Kei, o Assassino de Dragões, chega ferido e sangrando a sua porta, sabe que restam somente algumas semanas de vida.
Kei foi um Assassino de Dragões toda sua vida, mas quando se converte na vitima de um dragão, chega até Lorran, a única humana que poderia lhe salvar. Enquanto que o veneno do dragão atravessa seu corpo, o desejo e a necessidade de tocar Lorran lhe enche cada pensamento. Embora ele não o entenda, sabe que — Lorran é dele.
Enquanto seus desejos crescem mais fortes que nunca, parece que só Lorran pode aliviar os impulsos sexuais ressaltados pelo beijo do dragão.

 


 


Capítulo 1


O fogo queimou sua pele e abrasou sua carne. Sempre ia sentir seu toque. O desejar. O calor entrou em seu corpo como uma chama rugente e derreteu as congeladas profundidades de seu coração. A necessidade a encheu, transformando seu medo em desejo.
Ela se enroscou na cama, tentando sair do sonho. Sabia que era um sonho, sabia que era somente sua memória que a deixava cativa, mas não tinha nenhum poder. Não podia se libertar.
Minha.
A voz sussurrou através de sua alma e ela o negou.
Não!
Seu sonho — correndo pelo bosque, evitando a criatura que queria reclamá-la, consumi-la. Ele estava atrás dela, cada vez mais perto.
—Não, não, por favor.
O fogo estalou pelo do céu e a rodeou, apanhando-a. Ela parou, enfrentando a parede de chamas. Girando, ela se enfrentou a ele.
Contemplavam-na olhos roxos. Olhos desumanos nos quais se lia luxúria e morte. As chamas gotejaram de sua boca, lambendo suas pernas. Sentiu o calor, mas não se queimou. O longo pescoço se esticou para frente, movendo sua maciça cabeça para seu corpo. Ela tropeçou tentando se esquivar e caiu. O áspero vestido de lã se elevou, expondo suas pernas até as coxas. Tentou baixar o tecido, mas a criatura já estava ali. Acariciou com o focinho sua mão, afastando-a, e se adiantou, pressionando de seu nariz contra seu sexo.
A voz da besta encheu sua cabeça.
Minha.
—Não!
O grito de Lorran rompeu o sonho. Despertou, quando sua própria voz se escutou no quarto. O rápido ritmo de seu coração encheu seus ouvidos, bloqueando todo o som. Ela se virou, abraçando-se e olhando fixamente pelo quarto.
Ela podia senti-lo. Ele estava perto, preparado para possuí-la. Tremeu apesar do calor debaixo das mantas. A criatura não queria capturá-la, ela queria possuí-la, possuir sua alma.
Os sonhos que vinham perseguindo, eram imagens horrorosas de chamas e morte; os gritos das vítimas. Mas nunca como isto. Nunca antes havia sentido sua própria vulnerabilidade.
Olhou fixamente a luz da pálida manhã, pouco disposta a deixar a escassa comodidade de sua cama e a necessidade infantil de esconder-se sob as mantas. O sonho ainda estava com ela.
O ruído de fortes pisadas, seguidas por uma forte batida em sua porta, arrastou-a da cama. Vestiu-se, mas hesitou em frente da porta. Os aldeãos não lhe haviam dado exatamente as boas-vindas. Não havia nenhuma razão para que alguém a visitasse a esta hora, ou a qualquer hora, na realidade. Exceto para exigir que ela partisse. Outra vez.
Depois do sonho aterrador, não necessitava de mais ameaças.
Então esperou.
O golpe se repetiu.
—Minha senhora! Necessitamos de sua ajuda. — A profunda voz era a de um desconhecido.
— Minha senhora, você está aí?
Não soava como uma ameaça. Ainda cautelosa, entreabriu a porta e deu uma olhada.
Nada poderia tê-la preparado para a visão. Um homem enorme, vestido com couros de batalha, com uma grande espada, presa ao seu quadril por uma corrente, olhou-a quando abriu a porta.
—Sim? — Perguntou ela, retrocedendo enquanto ele se empurrou para frente. Entrou na casa e então viu a razão da urgência do homem; era tão grande como ele, e o levava sobre seu ombro direito. O sangue manchava os destroçados couros de batalha e a camisa branca de linho que usava, e suas pernas estavam cobertas por cicatrizes.
—Onde eu posso colocá-lo?
—Ali — Disse ela, apontando a cama do canto. A diminuta cabana não tinha mais espaço que para uma pessoa. Ela dormia, comia e vivia no pequeno espaço. E agora acabava de oferecer sua cama para um homem ferido.
O forasteiro andou com passos majestosos até a pequena cama. Em um movimento rápido, mas suave, agarrou sua carga do ombro e abaixou o corpo, para deixá-lo no colchão. Quando se afastou, Lorran viu a verdade, o homem não estava só ferido.
Um grande arranhão abria seu peito. O sangue ensopava a camisa rasgada e gotejava do rosto do homem. Ela olhou a ferida do peito.
—Isto é uma mordida de dragão — Disse ela, assinalando o óbvio.
—Sim. Não podia me arriscar a levá-lo até a cidade. Ouvi que você tem interesse nos dragões.
Ela assentiu com a cabeça. Era possível que fosse a coisa mais agradável que alguém, na cidade, havia dito sobre ela. Geralmente, eles a chamavam de puta de dragão.
—Você pode ajudá-lo?
A pergunta era simples. Mas a resposta não era.
Lorran examinou seus olhos. Era jovem, mas a determinação de seu severo olhar lhe disse que sabia o destino do homem ferido.
—Posso cuidar dele. Mas dependerá dos Deuses para sobreviver.
—E se sobreviver? — Ele a olhou com os frios e terríveis olhos de guerreiro. — Você pode ajudá-lo?
Sabia o que ele lhe perguntava. O guerreiro esperava. Considerou lhe dar a resposta que ele queria ouvir, o que alguém quereria ouvir nesse momento.
Mas não podia.
—Não sei — Olhou para baixo, para o corpo rasgado e destroçado. O fraco aroma de enxofre se grudava a sua roupa. O fogo do Dragão. A queimadura marcava sua calça de couro e as bordas de sua camisa. O protetor do peito, também de couro, que deveria estar ali, tinha desaparecido.
— Posso tentar —Disse ela finalmente.
—Há esperança? Há alguma possibilidade de parar a transformação? — Ele colocou sua mão sobre a ampla espada que pendia em sua cintura. — Tenho que saber.
As emoções brotaram no peito de Lorran ante a sutil ameaça. Sabia o que aconteceria se dissesse que não. O homem morreria. Melhor morrer que...
—Sim — Se afastou. Não mentia bem e temia que isto pudesse ser visto seu rosto. Olhou para o homem ferido. Havia algo familiar nele.
— Quanto antes comece com ele, mais possibilidades ele tem —Também era uma mentira, mas ao menos lhe daria algo para fazer. E algo para distrair o soldado que esperava uma resposta. Lançou-lhe um olhar quando se moveu para pegar água e tecidos para limpar a ferida. O soldado não acreditou — se lia em seu rosto — mas, talvez, quisesse ter alguma esperança a qual se agarrar. No final, tudo isto não teria importância. A verdade logo se saberia.
—Faça o que você puder — Com aquela ordem, ele se virou e andou com passo majestoso até a porta.
—Espere! Onde você vai? — Apressou-se ela atrás dele. Não podia abandonar o estranho ferido, aos seus cuidados, menos ainda a alguém mordido por um dragão. As mordidas de dragão eram muito incertas. E o dano potencial era muito grande.
—Eu tenho que voltar — Disse ele, andando até a porta. — Se correr o rumor de que ele foi atacado, teremos uma rebelião nas mãos.
Lorran o olhou se afastar.
—Mas, mas... Como quer que eu entre em contato com você?
—Enviarei um guarda do Castelo, diariamente, para saber seu progresso.
—Do Castelo? Quem ele é? — Olhou ao homem cheio de sangue em sua cama. — Quem é ele?
—Sou Riker. Ele é Kei.
Lorran sentiu que todo o sangue de seu rosto se drenava.
—Kei, o Assassino de Dragões — Disse ela desnecessariamente.
—Sim. — Riker se virou e se afastou, subindo em seu cavalo antes de lhe dar uma instrução final. — Não diga a ninguém quem é ou que está aqui. A segurança do Reino poderá depender disso.
Seu longo cabelo se moveu pela brisa, quando começou a cavalgar. Lorran o olhou até que esteve fora de sua vista e ficou livre para atender o homem que tinha matado seu marido.

O fogo queimava seu peito. A chama entrava em seu sangue e corria pelas veias até as profundezas de seu corpo, queimando todo traço de humanidade e deixando uma nova criatura. O corpo do homem se queimava. Dobrou-se, se arqueando sobre ombros e calcanhar, lutando contra a invasão, mas era muito tarde. A besta já estava ali, invadindo os cantos vazios de sua alma.
—Shh. Relaxe. Respire para mim. Respire — A voz fluiu sobre seu corpo como a água, sufocando o fogo. A tensão se dissipou e ele voltou a cair na cama. — Isso. Respire. Longamente e com fôlegos profundos. —Seus olhos seguiam fechados pela dor, mas ele tentou seguir suas ordens. Inalou e encheu seus pulmões de seu aroma. Este lhe recordou o feno aquecido pelo sol e ao fogo de pinheiro fresco. O doce aroma o libertou. — Isso é. Durma.
Inclusive com os olhos fechados, ele podia sentir que ela se afastava. Sua mão saiu disparada, tomando-a por seu magro pulso. O diminuto osso se quebraria em sua mão se o desejasse. Tentou aliviar seu aperto, mas não podia obrigar a sua mão a se relaxar.
—Fique. — A voz não soou como sua, mas sabia que era. As lembranças voltavam. Não tinha nem idéia de quanto tempo levava ali ou quanto tempo havia se queimou com o fogo. — Por favor — Acrescentou ele, surgindo de algum protocolo latente.
—É claro. Eu ficarei.
Ela mentia. Ele sabia. Ela ficaria até que estivesse dormindo e então ela fugiria. O instinto exigiu que a agarrasse, a prendesse. Ligá-la a ele para que não pudesse escapar.
O humano dentro dele ficou doente ante o pensamento.
Kei tirou os dedos de seu pulso por pura força de vontade. Sua alma chorou de dor mas ele se afastou, lhe dando as costas.
Colocou seu braço sob a cabeça e se concentrou, sentindo seu corpo como se não fosse dele. Havia uma estranha invasão em seus sentidos, tornando-se parte dele.
Não podia abrir seus olhos, mas sabia que Riker havia ido. Deixando-o com a mulher. Inspirou outra vez e reconheceu seu aroma, provou-o em seus lábios. Era estranho, mas ainda familiar. A névoa se arrastou sobre sua mente, o deixando dormir... um descanso nublado pelos sonhos.
A mulher estava ali. Não podia ver seu rosto mas conhecia seu gosto. Seu sabor íntimo. Estava estendida ante ele, se oferecendo. Saber que era bem-vindo, que procurava seu toque, o fez se ajoelhar ante ela e colocar sua boca contra seu sexo molhado, quente e aberto para ele.
Ela era perfeita. Era isso o que ele tinha ansiado em toda sua vida. Seu sabor, seu aroma, a sensação de sua pele contra a sua. Ele teve que segurá-la.
O pânico, como nunca tinha sentido em todos seus anos como guerreiro, cavava em seu estômago, envolvendo-se ao redor de suas genitálias como um punho de ferro. Ela o abandonaria. Não podia deixar que o abandonasse.
Ela se deslizou de suas mãos, desaparecendo e reaparecendo a alguns metros de distância. Ele avançou lentamente para ela, mas ela retrocedeu. Ele a alcançou. O medo flamejou em seus olhos. Ela se virou, se esquivando de seu aperto. Agarrou seu corpo que se desvanecia. Tinha que tê-la, que guardá-la. Ela desapareceu.
Não.
—É minha! — A palavra exasperava em sua cabeça. Ela se foi. O pânico estava outra vez nele, lhe esmagando o coração, e lutou contra ele, procurando a força de um guerreiro, o rosto estóico que tinha aprendido quando era menino. Tudo o que permaneceu era o silêncio.
Ela havia ido.
Ela o havia abandonado.

Lorran roeu uma unha e andou pelo diminuto cômodo. A cada poucos segundos lançava um olhar ao homem que se retorcia na cama. O suor cobria seu corpo, enquanto lutava contra o veneno. E a batalha interna seguia. Depois de uma mordida de dragão, era comum a pessoa ficar em transe durante três dias.
Ele não tinha febre. Tinha estudado muitos ataques para saber que as mordidas de dragão se curavam rapidamente e limpamente. Mas isto não eliminava a dor ou a tortura dos dias posteriores ao ataque. Nada o libertaria.
Tinha tentado com seu marido, mas sua presença só tinha servido para enfurecê-lo.
De todos os modos, a compaixão emanava dentro dela. Não podia ver outro ser humano sofrer. Cedendo ante a emoção, virou-se através do quarto e se sentou na borda da cama.
—Sua Majestade, por favor — Ele se enroscava nas cobertas. — Por favor, Sua Majestade. —Merda, disse a si mesma. Chamar-lo de Sua Majestade não funcionava. Respirou fundo. — Kei, tudo ficará bem — Não sabia que mais dizer. Embora mentir estivesse contra sua natureza, queria o consolar. — Você ficará bem — Repetiu ela. Pareceu que sua voz chegou até ele e ele reagiu. Não abriu os olhos, mas se virou em sua direção. - Tudo ficará bem. Eu lhe prometo isso.
Pôs a mão em seu ombro. O músculo quente saltou sob as pontas de seus dedos. Ela havia tirado a camisa rasgada, enquanto limpava a ferida. Tinha retirado os couros, enquanto tinha enfaixado a carne rasgada. Mas as ataduras eram quase inúteis em uma mordida de dragão. A ferida já começava a cicatrizar.
Kei suspirou quando ela continuou massageando levemente seu ombro. Ela olhou como a tensão desaparecia de seu corpo. Para ele, o sono era a melhor coisa. Lorran se sentou durante um momento. Ficaria com ele até que despertasse.
Tinham passado cinco anos desde que o havia visto, e tinha sido depois de uma luta breve e sangrenta. Não o teria reconhecido se o tivesse visto na rua. Seu rosto tinha amadurecido, perdendo qualquer traço suave da juventude, sem ganhar nenhum traço de excesso. Seu longo cabelo loiro estava estendido pelo travesseiro, emoldurando seu rosto masculino.
Parecia-se com um Rei. Inclusive com seu peito nu e cabelo selvagem, parecia poderoso. Tendo se mudado para cá depois da morte de seu marido, desconhecia à família real. Já não era parte daquele mundo. Se recordasse corretamente, ele tinha sido criado como um guerreiro, nunca havia esperando ser Rei. Sabia por que tinha sido escolhido para reinar. Era um homem nascido para governar, o guerreiro que conduz um Reino de guerreiros.
Havia rumores de que as mulheres desmaiavam quando ele as olhava, tão atraente era. O corte nas maçãs de seu rosto e uma pálida cicatriz ao lado do olho o salvava de qualquer tipo de beleza feminina. Seu rosto estava esculpido em pedra, duro mesmo enquanto dormia. Não podia ver a cor de seus olhos, mas diziam que eram de cor verde clara, o da erva fresca.
E logo, desapareceria toda esta beleza humana.
Emoções brotaram em sua mente. A raiva de estar finalmente em frente do homem que tinha matado Brennek, mas também compaixão. Que estranho era o destino, que tinha feito justiça deste modo. Não sentia nenhum triunfo. Nenhum ser humano sobreviveria as próximas três semanas, na pele deste homem.
O silêncio da cabana se tornou opressivo quando ela se sentou ao seu lado. Seus pensamentos se encheram das coisas que tinha que fazer antes que o dia acabasse. Ainda havia trabalho. Quanto tempo ele levaria dormindo? Ela tinha coisas a fazer. Não era freqüente que alguém tivesse a possibilidade de estudar uma vítima de uma mordida de dragão. Tinha que anotar suas observações.
Ela o olhou. Seus olhos estavam fechados, mas não pela dor, seus ombros pareciam relaxados, assim como sua respiração. Finalmente ele descansava.
Ela inclinou-se para frente, ficando de pé, quando sua mão se moveu por entre as mantas e a agarrou suavemente por sua perna, segurando-a. O aperto era firme, mas sem ser doloroso. Lorran congelou. Ele estava adormecido. Tinha que ser uma espécie de reflexo. Sua pele bronzeada parecia pálida contra a escura lã de sua saia. As linhas brancas entrecruzadas no dorso da mão, narravam a vida de um guerreiro. Podia ser que agora fosse um Rei, mas tinha sido criado como soldado.
Lorran tentou retirar sua mão, mas ele se moveu, passando sua grande mão por sua perna, acariciando a curva da coxa, cravando os dedos no espaço entre suas pernas.
Lorran olhou o quarto vazio, como se alguém pudesse vê-la com a mão de um homem em sua coxa. Era um toque íntimo, mas não podia ser intencional. O homem estava dormindo ou, em um transe que o curava. Ele, obviamente, não sabia o que fazia.
Kei tinha certa reputação, mas Lorran duvidava que até ele pudesse tentar uma sedução, somente horas após ser mordido por um dragão.
Seus dedos se empurraram então para cima, até que roçaram a junção de suas coxas.
—Ou talvez ele pudesse — Ela disse em voz alta. A agitação de seus dedos contra seu sexo freou suas palavras. Isso não podia acontecer. Tinha passado anos, anos desde que qualquer mão, além da sua, a houvesse tocado ali. Agora, um estranho, e nada menos que um Rei, fazia isto.
Ela se retorceu, tentando tirar a mão dele de um modo sutil. Em vez disso, os dedos de Kei se introduziram mais profundamente entre suas pernas, até que chegou à linha de seu sexo. O prazer atravessou seu estômago como um relâmpago.
—Por favor, Sua Majestade, Kei... sua mão... — Ela puxou o pulso dele. Ele rosnou suavemente e as linhas de sua testa ficaram mais profundas. — Kei, não acredito… — Ele pressionou um longo dedo através de sua vagina, acariciando seus clitóris com um toque leve. —Oh, meu Deus. —Ela ficou tensa, sentando-se na cama. — Eu realmente acho que… Oh, Deus... — Com golpes lentos, ele começou a massageá-la. Um redemoinho de necessidade disparou por seu centro. Inalou bruscamente. Como isso podia acontecer? O homem está dormindo! Seus dedos seguiam movendo-se, mudando o ritmo. Parecia que ele não só sabia onde tocá-la, mas também como fazê-lo.
—É uma má idéia. Não deveria deixar você fazer isto — disse ela para o quarto vazio. Mas seu corpo ignorou a lógica que havia em suas palavras. Inclinou-se para trás e arqueou seus quadris para frente, abrindo suas pernas até que ele teve pleno acesso. Um suave ruído saiu da garganta de Kei, contente, como o ronronar de um leão satisfeito. Ele esfregou sua mão de cima abaixo, massageando totalmente seus lábios sensíveis, aumentando a tensão através de seus clitóris. A leve lã de sua saia só aumentava a sensação. O calor de seu toque fluiu pelo tecido e esquentou sua pele.
Seu sexo estava molhado e vazio. Gemeu suavemente pelo afiado desejo de estar cheia.
Lorran pressionou as pontas de seus dedos na sólida parede do peito dele. Moveu os quadris, enquanto procurava mais das sensações que a mão dele provocava nela. Ela arqueou-se contra seus dedos, os empurrando contra seu botão, enfocando seu toque e o dirigindo.
O calor emanou de seus dedos e fluiu por sua vagina. A pressão crescia. Sua respiração se escutava na cabana, produzindo eco e enchendo seus ouvidos. Seus quadris se ondulavam para frente e para trás e ela gemeu, a parte inferior de seu corpo tremia, preparada para gozar. Lorran se enrijeceu e um prazer selvagem a prendeu, derramando-se devagar por seu corpo.
Depois de alguns momentos, quando seu fôlego voltou para a normalidade, olhou para baixo. Havia sinais onde ela havia cravado as unhas no peito de Kei.
Não parecia que ele tivesse notado. Seguia dormindo, com sua mão ainda entre suas pernas, mas já não a movia. O indício de um sorriso se abatia sobre seus lábios, como se soubesse o que tinha feito.
—Se isto for o que ele pode fazer enquanto dorme, não me surpreende que as mulheres desmaiem ante ele — Sussurrou ela.
Seguia sentada ao seu lado, meio assombrada e meio atordoada, pelo que havia deixado que acontecesse, por que parecia que Kei tinha dormido todo o tempo. Verificou que ele estava realmente dormindo. Quando ela ficou de pé, ele a deixou ir sem mais que um protesto resmungado.
Sua liberdade durou vinte minutos antes que ele começasse a se agitar na cama e rasgasse as cobertas. Ela voltou para seu lado, tocando seu peito.
Ele acalmou-se imediatamente e sua mão avançou pouco a pouco para sua coxa.
—Ah, vão ser dias interessantes.
Os dias seguintes não foram nada mais que esgotamento. E confusão. Ela não podia estar longe de Kei mais que alguns minutos sem que ele lutasse contra uma força invisível. Sua presença parecia permitir que ele descansasse e aliviasse sua fúria. Passava os dias sentada ao seu lado, sempre o tocando. O contato parecia essencial para mantê-lo calmo.
Não era nenhum aborrecimento para Lorran. Tinha um belo corpo. Os quentes músculos cabiam perfeitamente sob suas mãos. Tentou manter o toque impessoal, mas às vezes passava suas mãos por seu forte peito ou os potentes músculos das pernas. Parecia que Kei apreciava isso, suspirando e gemendo, rosnando quando ela se detinha.
Mas tudo isto era suportável. Era o poder que parecia ter sobre seu corpo, que drenava toda sua energia. Sua mão procurava e encontrava continuamente o quente espaço de entre suas pernas. Só depois que a levasse ao orgasmo, ele dormia de verdade. Perdeu a conta de quantas vezes se encontrou gemendo e suplicando para que a deixasse gozar.
As noites eram as mais duras. Inicialmente, ela havia tentado se estabelecer em uma pequena cama mas ele gemeu e se enroscou até que se meteu na cama com ele. Ele se acalmou imediatamente, aconchegando-se contra ela, apesar da distância que tentou colocar entre seus corpos.
Cada noite, ele se envolvia ao redor dela, seus braços a abraçavam, até que ela se sentia rodeada. Então sua mão se movia infalível até o V de suas coxas. E começava outra vez. Seu vestido bloqueava o contato direto, mas o peso de sua mão e a leve agitação de seus dedos enviavam tremores por seu corpo.
Tirar sua mão não era uma opção. Ela havia tentado isso. Como um menino sem seu brinquedo favorito, queixava-se e gemia. A luta se converteu em um ritual noturno, onde Lorran se rendia no final e permitia a mão dele.
Em resposta, Kei suspirava, sorria e se abraçava a ela, contente por conseguir o que queria.
E começava os pequenos movimentos, sutis toques que se transformavam em carícias, fazendo-a gozar às vezes com força e rápido, às vezes lento e profundo. Não importava. Cada noite, suas pernas se abriam, e Lorran se encontrava apertando-se contra seus fortes dedos, desejando a liberação que seu toque prometia.
Uma vez que ela tinha gozado, Kei a puxava para ele, virando-a de costas e pondo sua cabeça contra seus seios. O leve sorriso que marcava seus lábios, disse a ela que em algum lugar, profundamente dentro do homem adormecido, alguém sabia o que fazia.
As horas passavam antes que Lorran se permitisse um cochilo.
A alvorada do terceiro dia tirou Lorran da cama. Perdeu imediatamente o calor do corpo de Kei. Ele protestou, mas a deixou ir. Movendo-se rápido, alimentou o fogo e começou sua rotina da manhã, aproveitando a tranqüilidade. Preparou o café da manhã e limpou a pequena cabana, terminando ao lado de Kei.
Terminaria logo. Em algum momento nas seguintes vinte e quatro horas, Kei abriria os olhos e a olharia confuso. E talvez com asco. Duvidava que ele recordasse os toques íntimos que havia lhe dado. E ela nunca o contaria.
Afastou o olhar da nudez dele. Ele era magnífico. A ampla linha de seu peito tinha músculos duros. Seus braços, ainda descansando, mostravam seu poder. Ela seguiu a tensa linha de seu estômago. Seu pênis estava meio duro. Tinha passado os três dias anteriores naquele estado. Ele agitou-se na cama e Lorran levantou o olhar.
Quanto demoraria a besta em se mostrar? Contemplou seu corpo, tentando se distanciar, tentando separar a mulher do observador. As mudanças já teriam começado? As lembranças da transição de seu marido era imprecisas, vagas imagens cheias de dor e desilusão. Ela não esteve com ele quando aconteceu a mudança final. Nunca soube que a havia causado, só viu a destruição.
Deslizou seus dedos pelo peito de Kei. Ela havia se acostumado a tocá-lo. Ele se acalmou imediatamente, seu corpo se relaxando pelo suave toque.
Era uma oportunidade. Poderia observar sua mudança. Poderia aprender o que completava a transição. A informação sobre dragões era cada vez mais disponível, mas a possibilidade de fiscalizar uma transição era rara.
Olhou Kei todo o dia. Devagar, o transe que o curava se desvaneceu e teve um sono de verdade. Havia acabado. Lorran se afastou dele, mas não houve protestos. Cozinhou o jantar e se preparou para dormir. Ele não parecia ter notado.
Ele já não a necessitava. A dor da desilusão que sentiu no peito a fez se encolher. Estava descontente por que um homem doente e uma besta enlouquecida já não necessitavam sua presença. Que patético.
Quando era hora para ir dormir, sentou-se na pequena cama. Kei tinha estado dormindo pacificamente. Levantou a manta quente sobre sua camisola e o olhou na escuridão. Era estranho mas ela já havia se acostumado ao sentimento de seu peso sobre seu corpo enquanto dormia. Apagou a vela e fechou os olhos.
Os gemidos de Kei a despertaram um pouco mais tarde. Ele retorcia-se na cama, uma versão contida das lutas que teve no início do transe. Ela tirou as mantas e se sentou na beirada da cama. Ele estava frio ao toque e voltou a se acalmar assim que ela o tocou. Era tarde. A noite final. Ela se deslizou para seu lado. A manhã chegaria logo.
Kei a envolveu imediatamente entre seus braços e suspirou contente. Lorran teve que reprimir um som semelhante. Ela fechou seus olhos e dormiu quase imediatamente.
Ele estava ali, espreitando-a pelo escuro bosque, esperando-a quando entrou no mundo dos sonhos.
Minha.
A voz estava de volta, chamando sua atenção.
A cabeça do dragão se balançava para ela. Sua enorme boca se abriu e saiu fogo das profundezas de sua garganta, cobrindo-a, consumindo-a. As chamas a rodearam, lambendo sua pele como um milhão de línguas acesas.
Ela esperou a dor mas não houve nenhuma, só a rajada de fogo contra sua carne, a corrida do calor em seu interior.
Ela deu as boasvindas ao calor que se deslizou por sua pele, que se concentrou no centro profundo e úmido de seu corpo. As lambidas diminutas da chama desceram por seu pescoço. Ela reagiu por instinto. Inclinou sua cabeça para deixar que o calor tocasse sua pele, era quente, mas não queimava nem derrotava.
O calor invadiu seus pulmões e apertou seu peito. Uma faixa fundida rodeava sua cintura, arrastando-a para o fogo profundo. Ela o necessitava dentro dela.
Não sabia o que acontecia. Uma força invisível rodeava seu corpo como uma febre. Tentou abrir os olhos, tendo que ver a besta que a prendia, mas seus olhos não respondiam às suas ordens.
Abriu a boca para suplicar e foi consumida. Os raios do líquido calor fluíram sobre sua pele, inflamando seus seios. Estendeu as pernas, rendendo-se ao toque da chama. Queimou-se contra ela. E então, o fogo estava dentro dela, acendendo o coração de seu corpo. Os bicos estalaram em um ritmo desigual, no interior, acariciando seus lábios protetores. Ela pressionou seus quadris para cima. A febre queimava cada pensamento consciente de sua mente. Seu único entendimento era a necessidade de aceitar a chama em seu corpo.
Minha.
A potente e zangada declaração deveria tê-la aterrorizado. Em algum lugar, profundamente em sua alma, estava assustada, mas o medo foi esmagado pela intensidade do fogo. Queria afogar-se no calor.
Os dedos do calor dançaram por seu sexo, molhando seu encaracolado e escuro pelo e fazendo cócegas na carne por debaixo. Arqueou seus quadris, procurando mais de seu toque. Ele estava ali, um estranho, ainda que tão familiar. Suas pernas se abriram amplamente, lhe convidando para entrar.
O tecido de seu vestido se esticou apertado, quando ela se esforçou para se aproximar do calor. As mãos pareceram lhe ajudar. As bordas de seu corpete se separaram. Sentiu o toque frio do ar antes que o fogo reclamasse seus seios. As mãos quentes incharam seus seios, roçando seus mamilos tensos que pediam seu toque. Arqueou-se, procurando mais da incrível sensação. A voz retumbou com triunfo e uma boca quente se fechou sobre um mamilo de seu seio. Ele chupou-o, colocando sua carne na boca e brincando com a língua.
A dor crescia entre suas coxas. Então, uma mão grande e quente tocou seu sexo, aconchegando seu centro úmido, e colocou dentro, profundamente, dois dedos.
Ela bombeou seus quadris, seguindo o impulso estável de seus dedos, o querendo mais profundo.
—Minha!
A voz era de verdade e a tirou de seu sono. A consciência perfurou a névoa surreal.
A boca de Kei cobria seu seio enquanto que sua mão estava entre suas pernas nuas, entrando e saindo de seu sexo, em um ritmo lento e estável.
Ela grunhiu. Reagiu imediatamente e se jogou da cama, rolando pelo chão. Juntou as pontas de sua camisola rasgada. Os olhos de Kei estalaram para baixo. Ela se olhou para se assegurar que o vestido lhe cobria as pernas.
Kei apoiou sua cabeça sobre as mãos. O arrogante sorriso já não tinha a desesperada necessidade que ele havia mostrado em seu estado febril. Era um homem seguro de sua atração, seguro de ser bem-vindo.
Não havia nenhuma prova da mordida de dragão que ele havia sofrido a somente três dias. Depois de alguns longos momentos de inspeção, levantou seu olhar e sorriu.
—Não há necessidade de correr, querida. Estamos apenas começando.


Capítulo 2


Kei olhou a mulher através do diminuto espaço. Ela reuniu os lados do vestido rasgado, tentando cobrir os suaves e doces montículos de carne, que havia embaixo. O medo e a paixão começaram a esfumar-se de seus olhos.
Quem era ela?
Tentou se recordar de como tinha chegado até esse lugar, mas tudo o que tinha em sua mente, era uma névoa negra cheia de gritos e fogo. E calor. Calor molhado, feminino.
Seus olhos caíram sobre a fina camada de tecido que escondia sua xoxota de seu olhar. Estava molhada. Sua mão ainda sustentava a evidência.
Mais.
Ele aspirou profundamente e o doce aroma da excitação dela o invadiu. Ele tinha que tê-la. Tinha que prová-la. Uma escura névoa encheu sua mente, turvando seus pensamentos e enchendo-o de uma desesperada necessidade por esta mulher. Movendo-se como conduzido por uma força, Kei saiu lentamente da cama e começou a caminhar na direção dela. O anseio de encher-se dela fervia dentro dele.
Uma voz no distante canto de sua mente sussurrou que deveria se deter, ela poderia se assustar, mas foi abafada pela necessidade de colocar sua boca contra seu sexo, beber de sua vagina. Colocar sua língua profundamente dentro dela.
A mulher o olhou e retrocedeu pouco a pouco sobre suas mãos, até que se chocou contra a parede.
—Minha — Sussurrou ele enquanto se aproximava. O entristecedor sentido de propriedade o deteve durante um momento, mas então ela se moveu e mais de seu doce aroma encheu suas narinas.
A vontade de possuí-la era muito forte para escutar a voz que lhe dizia que ele deveria parar. Suas mãos agarraram as bordas de seu leve vestido, preparado para rasgar o tecido. Então a olhou nos olhos.
Em suas marrons profundidades se via assombro misturado com medo. A estranha voz de sua cabeça o empurrou a prosseguir, levando-o para ela. Ele tinha que se encher com seu sabor.
Ela lambeu os lábios e tragou profundamente. Ele sustentou seu olhar enquanto deslizava o vestido para cima de suas pernas, revelando sua xoxota nua. O delicioso aroma fluiu até seu nariz. Estava molhada e esperando-o. O som de sua laboriosa respiração o excitou. Estava tentado a abaixar seus olhos e ver seus deliciosos seios, mas não queria romper o feitiço de seu olhar. Ela era sua. Pertencia-lhe.
O suave tecido da camisola fluiu sobre seus braços, quando passou suas mãos por debaixo. Sua carne nua o queimou e ele sabia que era o fogo que ansiava. Este fogo o esquentaria para sempre.
Seu pênis estava duro, impaciente para se inundar dentro de sua vagina molhada, mas ele esperou. A necessidade preencher seus sentidos dela empurrado com força contra ele. Era imperativo que ele consumisse tudo o que era ela.
Ele passou as mãos por suas pernas, aconchegando seu traseiro entre suas mãos e a atraiu para ele, montando seus quadris. Ela ofegou, mas não protestou. Os suaves montículos de seu traseiro encheram suas mãos e ele pensou momentaneamente sobre futuras coisas para fazer com aquele traseiro.
Ele abaixou seu olhar. Ela estava de barriga para cima, suas pernas estendidas amplamente, sua boceta agradavelmente aberta para ele.
Minha.
Baixou a cabeça e cobriu seu sexo com a boca. Durante um momento, simplesmente a provou, afogando-se no sedutor sabor que lhe atraía. Lambeu sua fenda, bebendo a umidade que lhe oferecia seu corpo. Seu agudo sabor seduziu sua língua e bebeu outra vez.
Sim. Mais.
Era quase mais do que podia suportar. Penetrou sua vagina com a língua. E o tempo parou. Era aqui onde ele pertencia. Ele estalou sua língua al longo da borda interior de sua vagina. Então se inundou profundamente. Ela ofegou e se empurrou contra ele.
Kei parou seus movimentos, sujeitando-a para seu prazer, e para o dela. Minha.
Lorran lhe colocou as mãos no cabelo, usando os longos fios como sua âncora a este mundo. Deuses, o que ele lhe fazia? Estava além de tudo. Sua língua revoou ao redor de seu sexo, roçando seu clitóris antes de arrastá-la através de sua carne molhada, aberta. Então banhou sua forte língua no interior e a sacudiu, fazendo cócegas nas paredes na sua passagem. Seus grunhidos suaves, aprovatórios, foram amortecidos contra sua carne.
—Aah! — Sua cabeça golpeou contra a parede atrás dela.
O calor havia retornado, mas agora em vez de uma vaga criatura feita de fogo, a fonte era Kei, o Assassino de Dragões. Em algum lugar, em um canto tranqüilo de sua mente, ela sabia que deveria pará-lo. Mas o fogo se juntou dentro dela e não podia libertar-se. Necessitava do calor para sobreviver.
O pensamento estava ali e de repente desapareceu, dispersado pelo lento deslizamento de sua língua por todo o comprimento de seu sexo. Ele se deteve, agarrando a sensível saliência que pedia sua atenção. Ele abriu a boca e começou a chupar.
Pareceu que o grito gutural que escapou de seus lábios, veio de outra criatura, mas Lorran não podia controlá-lo.
Ela se sentou, movendo Kei de seu lugar. Com um rosnar suave, ele colocou uma mão em seu estômago e empurrou suas costas contra a parede e continuou chupando.
—Kei, quero dizer, Sua Majestade, ah, infernos, por favor. Majestade... Kei! — As carícias noturnas tinham treinado seu corpo, ensinando-lhe a esperar o clímax, mas nunca esta dor de prazer selvagem, implacável. Ele tinha que se deter, mas ela não podia encontrar um modo de fazê-lo. Pressionou seus dedos em seu couro cabeludo.
— Por favor, Kei, me ajude.
Ela não pensou que ele a tivesse escutado. Então a pressão de sua língua mudou para movimentos estáveis, rítmicos, contra seu clitóris. Sentiu que seus olhos se arregalavam, quando o mundo se moveu em redemoinho, com um ponto central, entre suas coxas. Apertou seu rosto mais profundamente em sua vagina. Ele ronronou e continuou chupando. Conseguiu passar dois longos dedos dentro de sua vagina. A pressão era incrível. Lorran ofegou enquanto que o fogo que tinha invadido seus sonhos quebrados se derramava em seu corpo.
Ela piscou rapidamente e olhou sem expressão o quarto vazio.
Em seu peito, seu coração se deteve com um suspiro desesperado e começou a pulsar furioso. A satisfação fechou suas pálpebras. Ela se retorceu contra a parede e escutou o som dos suspiros contentes de Kei.
Sua língua rodeou seu umbigo. Ela gemeu. Um ponto do calor renovado perfurou seu estômago. Começava novamente. Como podia este homem ter tal controle de seu corpo?
Ela abriu seus olhos e olhou o guerreiro que havia entre suas pernas. Estava totalmente absorto, enquanto continuava provando sua carne, como se não pudesse conseguir bastante dela. Podia sentir seu duro pênis contra sua perna. Ele a montaria? Ela deixaria? Ele ia desejar logo sua liberação, mas em vez de mover-se, ele voltou seu rosto entre suas coxas.
E estendeu seu sexo ampliamente com seus dedos.
—Kei… — O que tinha estado a ponto de dizer, morreu quando ele colocou sua boca contra sua vagina e deslizou sua língua para o interior, lambendo as paredes. Seu corpo, sensibilizado por seu toque, tremeu e seu creme brotou por causa desta leve e brincalhona carícia. Ele era implacável, estalando levemente sua língua ao longo das bordas de seu sexo, seus movimentos eram ocasionais como se ele não tivesse nenhum objetivo. Só queria prová-la.
A batida penetrou na mente turvada pela luxúria de Lorran. Ela se sentou. Kei rosnou, como se ele estivesse irritado por ser movido, mas continuou chupando e lambendo. Lorran respirou fundo e tentou se concentrar. A batida. Alguém estava na porta. A luz do sol da manhã entrava pela janela da diminuta cozinha. O guarda do Castelo. Ele quereria a missiva diária que Riker tinha solicitado.
A batida se escutou novamente, mais alta, mais agressiva. Kei também a ouviu. Ele saltou com seus pés encurvados, de joelhos, preparado para o ataque. Ela o olhou explorar o quarto. Todos os traços da sensualidade se evaporaram naquele momento — ele era um guerreiro, preparado para lutar contra o desconhecido inimigo.
Lorran se levantou rapidamente.
—É somente a porta — Resmungou ela, apressando-se na frente dele. Ela puxou as bordas de sua blusa rasgada, tentando cobrir seus seios. Não tinha nenhuma intenção de expor seu corpo ao guarda do Castelo. Ela pegou a nota que tinha escrito na noite passada e abriu a porta, ficando atrás dela.
—Boa manhã, senhora — A saudou o guarda. Era um homem diferente daquele dos outros dois dias. O uniforme era mais ornamentado, mas era claramente do Castelo. Ele olhou por cima de seu ombro como se tentasse ver dentro sua cabana.
—Bom dia. — Ela lhe deu o pergaminho e começou a fechar a porta.
—Ordenaram-me que eu mesmo visse o Rei.
—Não — Ela respondeu por instinto. Havia algo neste guarda que fazia que ela desconfiasse. E a necessidade de proteger Kei era forte após três dias. Ainda que ele fosse um Rei, Kei estava agora em perigo. A espada do quadril do guarda poderia ser rapidamente exposta e Kei estava desarmado. —Ele se agita quando alguém se aproxima.
Ela ouviu outro eco de rosnado através do quarto. —Realmente não posso ficar longe por muito tempo. Diga-lhes que terei notícias amanhã. — Ela fechou a porta antes que o guarda pudesse protestar.
Então esperou. Kei estava de pé silenciosamente atrás dela. Era tempo de enfrentá-lo. Ela respirou fundo e se virou lentamente.
Seus olhos brilharam com raiva.
—Que demônios está acontecendo?

A mente de Kei se limpou da estranha névoa escura que a tinha invadido quando olhou a pressa da mulher. Quem ela era? Lambeu-se os lábios e sentiu que seu pênis se endurecia mais ainda. Sabia seu gosto, sabia seu aroma, mas não sabia seu nome.
Uma rápida verificação do quarto lhe disse que ele não estava em nenhum lugar familiar.
Então teve três perguntas: onde estava, como tinha chegado até ali, e quem era a deliciosa mulher que devia lhe entreter?
Ela não era seu estilo habitual. Estava acostumado a escolher mulheres altas, magras. Ela era bastante alta, mas tinha muitas curvas. Mas ele havia se deleitado com seu sabor. E queria mais.
Ela falou baixinho com a pessoa que havia na escada, e fechou a porta com um ruído rápido. Ela se escondia? Ou escondia a ele?
Kei cruzou os braços e esperou. Pareceu que hesitava, como se não queria lhe confrontar.
Quem ela era? Por que ela lhe parecia tão familiar, e ainda assim tão estranha?
Minha.
Esse pensamento levantou seu pênis. Não a havia fodido, esperou que ela estivesse acordada, somente havia lambido e chupado a sua vagina, e agora, seu corpo sentia a necessidade. Ele a queria. Isto era mais que uma ereção matutina. Tinha que possuir esta mulher, gozar dentro dela.
Inalou profundamente e desejou ter o controle sobre seus pensamentos. Foi treinado como guerreiro desde a infância. Sabia viver com a dor. Um pequeno desconforto sexual não deveria ser nada. Mas isto não parou o desejo.
Finalmente, a mulher endireitou suas costas e se virou, devagar.
—O que está acontecendo? — Ele exigiu. Não tinha tempo ou paciência para a cortesia. Algo estava muito errado. Quem quer que estivesse na porta, sabia que ele estava ali, mas ela não o havia deixado entrar.
Ignorando o fato que estava nu e que tinha o pênis tão duro que podia fixar pregos na pedra, ele a olhou. Pareceu que a mulher reconheceu a mudança e se deixou cair em uma baixa reverência.
—Sua Majestade — Sussurrou ela.
Kei quase sorriu. Era absurdo. Ele estava nu. Tinha chupado sua vagina, e agora ela se dobrava ante ele com a elegância de um súdito. Afastava-se das mulheres do reino. Ela queriam muito. Pelos Deuses, ele devia ter se embebedado e terminou casado com a empregada? Tinha a intenção de se casar, mas tinha esperado estar sóbrio no acontecimento.
Ela ficou na baixa reverência, com a cabeça dobrada, esperando sua liberação.
—Levante-se — Ordenou ele. Ela se elevou e levantou os olhos. Kei ficou atordoado pelo que viu ali — não era nenhuma humilde criada. Ela o contemplava com um desdém mal disfarçado, até com um pouco de irritação. E talvez um traço de medo.
Infernos, o que ele tinha feito para merecer isto?
—Posso lhe convencer para que se vista? — Perguntou ela. Seus olhos seguiam lhe olhando.
—Preferiria primeiro algumas respostas.
—Então posso solicitar que se cubra? — Fez uma pausa como se notasse quão exigente tinha soado. — Se isto agradar Sua Majestade —disse as palavras corretas mas era claro que não as sentia.
—Estou confortável — Respondeu ele, só para incomodá-la. Estendeu sua postura e apoiou suas mãos nos quadris. Suas bochechas ficaram vermelhas de vergonha, o que lhe dava um olhar deliciosamente inocente. Ela ainda poderia ruborizar-se? Estranho.
— Quem é você?
—Eu sou Lorran, Sua Majestade. Está em meu quarto, fora de Memph.
Kei escutou a informação e tentou se recordar como ele tinha chegado até ali. Não se recordava de nada. Sua última lembrança foi quando entrou no refúgio do dragão. Tinha gritado para Riker e logo o mundo ficou negro e vermelho. Cheio de dor, sangue e incineração.
—O que aconteceu? Por que estou aqui?
A mulher respirou fundo e Kei se encontrou momentaneamente distraído pela subida e a descida de seus seios e a pele nua debaixo de seu vestido. Tinha rasgado sua camisola. Tinha provado aqueles mamilos, sorveu-os em sua boca. A necessidade o empurrava a fazê-lo outra vez, mas ele apertou seus punhos e se mantendo estável. Bem, ele se sentia atraído por ela, mas isto não o deteria para averiguar a verdade.
—Você e seu irmão vieram atrás de Effron.
—Disto eu me lembro.
Ela tomou outro profundo fôlego como se tivesse que dar más notícias. O pelo de seu pescoço se arrepiou.
—Riker está ferido? — Adiantou-se e a agarrou pelos braços.
—Ah, não. Ele está bem — Ela lhe assegurou rapidamente.
—E então? — ele deu-lhe uma leve sacudida, com pouca paciência.
Ela apertou seus lábios, e disse.
—O dragão lhe atacou; e lhe mordeu.
Ele a libertou e retrocedeu.
—Não — Ele rechaçou a idéia. —Não —Repetiu ele.
Todos seus sonhos para o Reino se evaporaram ante o fixo olhar dos olhos marrons de Lorran. Ela não se estremeceu sob seu feroz e fixo olhar. Como aconteceu isso? Logo que a pergunta lhe veio na mente, compreendeu que já não importava.
—Quanto tempo tenho? — O som de sua voz assustou até a ele.
Ela evitou seu olhar.
—Isso depende. Às vezes são meses.
Ela mentia e o fazia muito mal.
—Quanto? — Exigiu ele. Ele tinha coisas a fazer antes de morrer.
Suas costas ficaram retas como aço e o olhou.
—Três semanas. Aproximadamente três semanas.
Kei cabeceou com a cabeça. Ele necessitava de roupa. Se estavam nos subúrbios de Memph, estavam a só meio-dia do Castelo, à cavalo.
—Obrigado por seu cuidado. Suponho que você cuidou de mim?
Ela assentiu, com um vago olhar de confusão que danificava seu sereno rosto.
—Assegurarei-me de que seja recompensada, é claro. — Ele, de algum jeito sabia que a idéia a deixaria zangada. Não o havia ajudado pelo dinheiro. Mas por que o fez? Qualquer outra mulher teria fugido gritando de um homem mordido por um dragão. A reputação do dragão era bem merecida. Mas ele, agora mesmo, não podia pensar em nada disto. Tinha que chegar em casa.
—Onde está minha roupa?
—Destruída.
Ele se virou e a contemplou. Ela tinha ido muito longe.
—Destruiu minha roupa?!
—Não, o dragão o fez. Só tomei as peças rasgadas de seu corpo e as queimei. — Plantou suas mãos em seus quadris e a blusa de seu vestido se abriu mostrando a doce curva de seus seios cheios. Esqueceu o rasgão que ele havia lhe feito. Suas mãos lhe ardiam por tocar aqueles suaves montículos, segurá-los em sua boca. Lambeu-se os lábios e a olhou fixamente, assombrado pelo impulso de tocá-la.
Um doce aroma flutuou pelo ar até ele, o atraindo. Agora que sua mente estava clara, necessitou um momento para identificá-lo. Era ela, sua vagina. Ela lhe enviava um aroma delicioso esquentado pelo sol. Lambeu-se os lábios, ainda tinha o gosto de sua vagina em sua boca. Sua virilha começava a se endurecer de modo incômodo. Pelos Deuses, ele estava duro, e necessitava do alívio. No interior de seu corpo. Ele a queria. Queria possuí-la até que ele estivesse seco e ela doída.
A deslumbrante luz, severa e desaprovadora de seus olhos deveria lhe ter tirado o desejo, mas tudo o que Kei podia pensar girava em mudar seus olhos duros e suaves, fazendo-a gritar de prazer, não de desaprovação. Ela parecia fria, até frígida, mas ele se recordava sua resposta, sua umidade quando ele a havia tocado, o doce modo que ela tinha gemido quando ele escorregou sua língua para dentro dela, contava uma história diferente. Ela não era fria. Ela o havia queimado com seu fogo. Ele queria sentir que sua vagina se agarrava ao seu pênis quando se empurrasse para dentro dela.
Moveu a cabeça para apagar a imagem. O impulso de tomá-la, ficou, mas juntou toda sua força que o tinha levado ao trono e se concentrou no que tinha que fazer.
—Necessito de roupa e necessito do meu cavalo.
—Não.
Kei parou no meio do cômodo. Desapareceram os tons ligeiramente resistentes de respeito.
—O que? — Ele foi criado como um guerreiro. Agora, coroado como Rei. As pessoas não lhe dizia não. Nem sequer uma vez.
—Você não pode ir.
Ele dobrou seus braços e levantou seus lábios em um meio sorriso.
—Querida, eu agradeço o convite, mas mesmo tão deliciosa como você é, tenho coisas para fazer.
Ele nunca tinha visto alguém se arrepiar antes. Pareceu que ela se inchou ante seus olhos e o olhar suprimido de desdém foi liberado.
—Sua Majestade, eu podia ter suportado seu comportamento enquanto estava inconsciente mas, confie em mim, nada me daria maior prazer que o ver sair pela porta.
Ele sentiu que seus lábios formavam um sorriso. Era uma pequena coisa feroz quando estava irritada.
—Infelizmente, é um assunto de vida ou morte, e embora não lhe quero aqui, não é seguro você voltar.
—Por que? —zombou ele. — Eles me matarão? Isso não importa. Melhor uma morte honorável que uma.... — ele esmagou o pensamento antes que pudesse se formar.
—Não. Porque você os matará.

Lorran se preparou para a reação dele. Era uma criatura distinta agora que havia saído do transe. Qualquer aparência de vulnerabilidade desapareceu.
Tendo sentido carinho por seu corpo durante três dias, sabia que era grande, mas parecia uma torre sobre ela, preenchendo sua cabana e fazendo o diminuto espaço parecer ainda menor. Inclusive a força que tinha observado em seu sonho não era nada ao poder interno que exsudava agora. Era um homem alarmantemente forte tanto física, como mentalmente.
E ela acabava de sobressaltá-lo. Mas tinha que fazê-lo entender. Durante as próximas três semanas, a consciência do dragão cresceria dentro dele, devagar, alcançando a mente humana. E, em um instante, o dragão apareceria na forma corpórea e o humano desapareceria para sempre.
—Me explique isto. — Era uma ordem de verdade, dita por alguém acostumado a dar ordens e as ver se cumprindo.
A irritação ardeu nela. Ela havia passado três dias o olhando, o acalmando, e permitindo que ela a tocasse — embora confessasse que foi um prazer para ela — e agora ele dava ordens como se fosse alguma criada. Ela esteve tentada a mordê-lo, mas queria sua ajuda, assim deteve sua irritação.
—A mudança acontece mais rápida se o homem voltar para casa. Ninguém sabe exatamente por que, mas se acredita que é a agitação emocional.
—Agitação emocional?
Ele era obviamente um guerreiro que não acreditava que as emoções fossem ou pudessem lhe afetar. Ela tirou toda a emoção de sua voz.
—Sim. Quando a criatura começa a despertar, o humano se perde cada vez mais. Parece que o desafio de tentar manter a personalidade anterior faz o dragão mais feroz. Mais desesperado para sair. E mais zangado quando aparece.
Kei piscou e a olhou durante um momento.
—Como sabe tanto? — A suspeita apareceu em sua voz.
—Eu estudo os dragões.
E a luz de reconhecimento flamejou em seus olhos.
—É claro. Você é a... do dragão — Ele parou e teve a graça de parecer envergonhado.
—Não se preocupe, Sua Majestade. Eu sei do que me chamam.
—E isso não lhe incomoda?
Como ele parecia realmente curioso, sem burlar-se, ela respondeu francamente.
—Não. Porque tenho que estar perto dos dragões para estudá-los.
—Com que objetivo? — O Rei a contemplou com assombro. — A única razão para estudá-los é encontrar modos mais eficientes de matá-los. O único dragão bom é o dragão morto.
Lorran sabia que a maior parte das pessoas tinham aquela opinião, mas de todos os modos, era duro ouvir as palavras. Ela tinha começado a respeitar senão a entender estas criaturas.
—Tenho curiosidade de ver se terá a mesma opinião em três semanas, quando se converterá em uma daquelas criaturas. Será a morte sua opção?
—Sim. — Respondeu ele sem hesitar. Mas nunca farei a transição final. Não farei isto à minha família ou à minha gente.
Lorran sentiu que seus olhos se arregalavam. Ele não podia acreditar isto.
—Você vai se suicidar? — A idéia era tão estranha, não podia imaginar isso. A profundidade de sua determinação estava além de sua compreensão.
—Se este for o único modo de parar a transição, sim. Vi o que acontece os povoados onde existem essas criaturas. Vi a destruição, a devastação. As colheitas queimando-se, rebanhos inteiros eliminados. E além disso, a encantadora tradição de sacrificar virgens. — Kei começou a andar pelo quarto e pela primeira vez, Lorran o viu como um líder, não simplesmente como um Rei. Não estava cego pelo ódio. Odiava com razão. — Não importa quantas vezes dissemos às pessoas que sacrificar virgens não ajuda, ainda assim o fazem. E o dragão ainda as toma. — Girou-se e andou com passo majestoso até ela. — Você viu o que acontece com essas mulheres quando o dragão acaba com elas? — Ele parou diante dela. — Você viu?
—Sim — Sussurrou ela, as lembranças ainda freqüentavam seus sonhos. Ela nunca foi capaz de salvá-las. A morte silenciou seus gritos de terror.
—E de todos os modos, você os defende?
Lorran não sabia como responder.
—Tenho meus motivos. — Motivos que um guerreiro como Kei, o Assassino de Dragões não entenderia.
Ele moveu a cabeça de lado e a contemplou.
—Você me parece familiar. — Era mais uma pergunta.
Lorran fugiu, decidindo não responder.
—Por que a conheço? — Ele perguntou direto.
—Como eu saberia o que você sabe, Sua Majestade? Posso lhe encontrar algo para vestir? — Ela não esperou uma resposta, simplesmente andou, com a cabeça no alto, sem olhar sua nudez. Não que isto ajudasse. Ela sabia intimamente como era esse homem. A imagem de sua forma queimava sua memória e se necessitariam anos senão uma vida para poder esquecê-la. Mas não significava que não podia agir como se não tivesse consciência disso.
Abriu a porta do armário. Continuava tendo algumas roupas de Brennek. Ela a tinha levado em vez de desfazer-se dela, apesar de que tinha pouco valor sentimental. Agora, estava contente. Ficariam um pouco apertadas em Kei, mas ao menos estaria vestido e ela poderia começar a esquecer seu corpo nu.
Ela puxou um par de calças de couro e uma camisa de linho e os colocou na cama, perto de Kei.
—De quem é a roupa?
Lorran se enrijeceu ante seu estranho tom de voz. Um grunhido soou sob suas palavras.
—De meu marido. — Levantou o olhar tranqüilo até o dele e teve que suprimir um abafado grito. Seus olhos brilhavam como pedras frias e verdes.
—Você é casada? — Pareceu impressionado, atordoado, quase zangado com o pensamento.
—Sou viúva — Disse ela.
—Quem era seu marido? Você é obviamente um membro da nobreza. Quem era ele? — Perguntou Kei, enquanto que sua voz e olhos perdiam sua dureza.
Lorran afastou o olhar de Rei.
—Lorde Brennek. Meu marido era Lorde Brennek. — Esperou que ele mostrasse algum tipo de resposta. Em vez disso ele a contemplou como se não pudesse se recordar dele nesse momento. Depois de alguns longos segundos, ele assentiu com a cabeça.
—Me recordo dele. Decidiu lutar contra dragões e foi mordido na primeira tentativa. — Kei abaixou a camisa. — Cronan. Não era o nome do dragão em que ele se transformou? — Kei deixou de se vestir e elevou o olhar. —É isso. Foi ali onde a conheci. Você estava na caverna quando fomos procurar Cronan. — A pele ao redor de seus olhos se esticou, quando a contemplou —. Você ficou com ele. Inclusive depois da transição, você ficou com ele.
—Sim, até que você o matou.
Lorran mal podia acreditar nas palavras que lhe saíram da boca. A raiva, mesmo após cinco anos, ainda estava à espreita sob sua pele. A raiva contra esse homem por ter matado Brennek antes que ela pudesse salvá-lo. Raiva contra ela, por não ser capaz de resgatá-lo.
Kei não queria enrijecer-se sob seu olhar feroz. Ele se relaxou deliberadamente enquanto a olhava. Isto, ao menos, explicava sua raiva. Mas entretanto, não explicava, sua própria resposta ante ela. Estava zangada e era claro que não gostava muito dele, mas o desejo de possuí-la, de lamber sua vagina até que gemesse de prazer, transbordava todos seus pensamentos. Sua ereção cresceu e encheu rapidamente a calça emprestada. Era absurdo que ele, um Rei, o chefe de uma nação de guerreiros, tomasse emprestada a roupa de um homem que ele tinha matado.
Não, corrigiu-se em sua mente. Ele não tinha matado o homem. Tinha matado o dragão. Ele teria sido mais que disposto em deixar vivo o homem, embora tivesse sido Brennek. Mas não o dragão.
—Cronan era uma besta repugnante, se me lembro bem. Quantas mulheres tinha capturado? Você as contou?
Lorran negou com a cabeça, mas não disse nada.
Ele a olhava, incitando-a. Estava zangada, mas ainda se continha. E ele quis saber por que.
—Nós também perdemos a conta. Você diz que estudou estas criaturas. Você acredita que o caráter do humano está relacionado diretamente com a irracionalidade da besta? Sempre me perguntei se a pessoa fraca faz dragões melhores ou piores. Tenho certeza que você tem experiência com isto.
Sua mão se ergueu e Kei se preparou para o bofetão. Nunca chegou. Ela parou a polegadas de seu rosto e abaixou a mão. Sua cabeça a seguiu alguns momentos mais tarde. Ela era leal. Ela tinha que lhe conceder isso.
—Peço perdão, Sua Majestade — ela disse, embora não soube como as palavras atravessaram seus lábios apertados.
Teve o desesperado impulso de beijar aqueles lábios, prová-la e acalmar as linhas ao redor da boca. Sentir sua boca, sorvendo seu membro... Kei inalou profundamente e se remexeu incômodo. Ele se sentia apertado, já que tinha uma ereção que não o soltava. Ele não entendia isso. Ela era bastante bonita, mas seu rosto não tinha nenhum traço clássico de beleza. Mas seus olhos brilhavam com a inteligência. Seu cabelo de mogno sustentava raios da luz do sol. Seus seios eram cheios e os mamilos perfeitamente formados, perfeitos para sua boca. E sua vagina... a realidade se esvaiu e tudo no que ele podia pensar era em fodê-la com a língua. Ele lambeu seus lábios. Seu sabor desapareceu e ele quis mais. Minha. A névoa invadiu os cantos de sua mente. Caminhou para frente, conduzido por seus impulsos carnais. Ela se afastou abraçando-se a cintura. Ele a seguiu, para ele, suas palavras mal tinham sentido.
— Muito pouco se sabe sobre a transição e os elementos humanos, se ficarem no dragão.
A palavra dragão o parou. Ele estava atrás dela, mas por sorte, ela não percebeu que ele a espreitava. Virou-se rapidamente. De costas, ajustou-se a calça, libertando sua dura ereção do flexível couro. Surpreendentemente havia suficiente espaço. Kei tocou a costura dos couros. Foram feitos por encomenda. Brennek ou tinha sido muito bem dotado, ou tinha seguido a moda e tinha recheado sua calça. Mas de qualquer forma, permitiu a ele se cobrir e não sobressair pelo couro.
—O preconceito contra os dragões é tão grande — Continuou ela. Se as pessoas simplesmente parassem e aprendessem, poderia ter um modo de salvá-los.
—Resgatar os dragões? Por que? — Kei não podia acreditar o que ouvia. Tinha ouvido antes sobre simpatizantes de dragões, mas nunca tinha encontrado um. E certamente não um ao qual o marido tivesse sido transformado.
—Houve lugares, tempos, quando os dragões e as pessoas viviam juntos e em paz.
Kei negou com a cabeça.
—É muito raro e geralmente, é depois da horrível destruição. O preço é muito grande.
—Mas temos que aprender sobre eles. Se os estudarmos, talvez possamos parar a transformação. Ou invertê-la.
Ele fez uma pausa e a olhou atentamente.
—É possível? Há algum modo de parar a transição?
Ele a viu hesitar. Como se decidisse o que dizer. Finalmente, ela respirou fundo.
—Não. Ao menos ainda não. Mas temos que saber mais. Temos que aprender sobre a transição. O que a provoca? Por que um homem, que aparentemente se recuperou de uma mordida de dragão, transforma-se em um instante em um dragão? Temos que observar o processo.
O transe de dragão deve ter feito mais lento seus processos mentais, decidiu ele. Por isso era cortês quando não queria ser.
—Você quer me estudar. — Não era uma pergunta. —Me observar enquanto passava por isso.
—As pessoas que estudam os dragões poucas vezes conseguem esta oportunidade. — Ela se apressou através do quarto. O lento salto de seus seios chamou sua atenção. Em um instante, seus pensamentos desapareceram, pensando somente em chupar seus seios. Mas que droga! O que está acontecendo comigo? Ele se esforçou em tirar os lascivos pensamentos e levantou seu olhar até seus olhos. — Sempre nos chamam quando um dragão já está convertido. — Continuou ela. — Quando a criatura atormenta uma cidade. É uma oportunidade incrível. Pense em quantas vidas poderia salvar.
Ela chegou ante ele com uma mescla estranha de orgulho e insegurança. Necessitava o que ele poderia lhe proporcionar, mas lamentava ter que pedir. Era quase como se esperasse que rechaçasse a idéia. E ele ia fazer isso. Não queria ser estudado como algum animal em uma jaula.
Ele tinha coisas para fazer. Devia voltar para o Castelo.
Não vá. Minha.
Ele tirou os estranhos pensamentos de sua cabeça, mas não podia lutar contra a obrigação que o incitava a ficar. Tinha que estar perto dela. Prová-la.
—Tudo bem — Ele disse, tentando tirar a imagem de possuí-la, de seus pensamentos.
—Desculpe, o que? — Seus olhos suaves marrons brilhavam com surpresa e prazer.
Os músculos de seu pescoço se relaxaram como se o corpo lhe dissesse que tinha tomado a decisão correta.
—Eu disse que tudo bem. Você poderá me estudar.


Capítulo 3


Lorran olhou como Kei cortava mais lenha. O suor reluzia em seu peito nu. O sol quente do verão finalmente findava, deixando o céu de um rosa escuro. De todos os modos ele continuou. Ele havia trabalhado durante horas, quase desde o despertar de seu transe. Se isto era a força do dragão ou a energia natural de Kei, ela não sabia. A este passo, teria madeira mais que suficiente durante o inverno.
Ele obviamente estava acostumado ao trabalho físico. Seus músculos ondearam quando levantou o machado e o moveu para baixo. Sua mãos se esquentaram com a recordação. Ela tinha passado horas com suas mãos em sua pele, sentindo esses músculos pulsar sob as pontas de seus dedos. Haviam passado doze horas desde que ele tinha despertado do transe e doze horas desde que ela o havia tocado. Já estava sentindo saudades da sensação.
Ela pressionou sua mão contra seu estômago, tentando aliviar a repentina dor. Ela tremeu. Tinha que deixar de pensar nele de uma maneira sexual. A estranha conexão que tinha estado ali durante o transe havia ido embora. O homem estava no comando, por agora. E quando o dragão crescesse, se distanciaria mais até. Ela sabia por experiência.
Kei tinha concordado em ficar e permitir que ela o observasse, mas ele conhecia a verdade. Havia pouca possibilidade de que ela fosse capaz de deter a transição. Alguns tinham sido capazes de atrasá-la, mas ninguém alguma vez tinha tido êxito, e permanecido como humano. Kei moveu o machado na fenda do pedaço de madeira e se endireitou. Uma leve brisa capturou seu longo cabelo loiro e ele o afastou de seu rosto.
Mas se pudesse ser feito por pura determinação, pensou ela, Kei é o homem que terá êxito.
Infelizmente, o dragão era uma poderosa criatura. Tinha visto as bestas, e depois de ter vivido com uma, Lorran conhecia sua força. Não havia nenhuma maneira de que um humano pudesse derrotar um.
Lorran abriu a porta e se aproximou de Kei lentamente. Eles não tinham falado desde a manhã. Desde que ele tinha concordado em permitir que ela o observasse enquanto fazia a transição de humano para dragão.
—Você terminou?
Kei assentiu com a cabeça.
—Isso deverá ser suficiente por algum tempo.
Lorran olhou o monte de lenha.
—Para os próximos anos, eu imagino.
Kei seguiu seu olhar fixo e ela viu a surpresa de seus olhos como se acabasse de compreender quanta madeira realmente ele tinha cortado.
—Penso melhor quando faço algo.
—Eu entendo. Eu...
—Eu tenho que tomar um banho — Anunciou Kei com toda a arrogância de um Rei.
—Há uma pequena tina na cabana. Kei levantou uma sobrancelha e a contemplou. —Mas, provavelmente é muito pequena — se emendou Lorran. — Há uma cascata a pouca distância. A uso de vez em quando.
—E os outros?
Kei estaria preocupado de quantas outras pessoas soubessem que ele estava aqui. Seu irmão tinha estado preocupado pela mesma coisa.
—Não. Está também perto do refúgio de Effron.
Ele se enrijeceu ante a menção do nome do dragão, mas não disse nada. Lorran esperou. Ele só tinha sabido nesta manhã que em breve o Rei se transformaria em um dragão. Ela poderia entender por que ele necessitou de tempo para adaptar-se à aquele conceito.
—Eu gostaria de vê-lo — disse ele em voz baixa.
Ela sabia que ele se referia ao refúgio de Effron. Depois de pegar as toalhas, Kei iria querer um banho depois de visitar a caverna do dragão, ela tomou o caminho do sul que leva para longe de sua cabana. Ela tinha escolhido a posição por sua proximidade ao dragão. Effron tinha matado a vários bois e ao cão da família antes que o dono anterior se mudasse.
Todos no povoado pensavam que ela era louca por viver perto do refúgio de um dragão, mas se ela quisesse estudar o animal, ela tinha que estar por perto. Tinha passado por este caminho quase diariamente desde que havia se mudado para a vizinhança há um pouco mais de um ano.
Effron era um dragão muito jovem. Ele tinha sido um nobre tolo que vivia no norte, que tinha aceitado a provocação de seus amigos de entrar sigilosamente na caverna do dragão e procurar o tesouro. O dragão havia retornado. E isto era o resultado. Outro dragão que atormentava um novo povoado.
O caminho se enroscava e então começava a subir, deixando-os em cima da colina da caverna de Effron. Kei examinou o bosque a cada passo, um guerreiro alerta pelo perigo.
—Nada vive nestes bosques — Disse Lorran para preencher o silêncio. —Effron espantou muito bem a todos, então os bosques estão bastante seguros. Os dragões não caçam no bosque. As árvores não permitem o livre movimento de suas asas. Penso que isto os faz sentir-se vulneráveis. Eles preferem sua presa ao ar livre.
—E muito perto do povoado para que ele possa aterrorizar às pessoas ao mesmo tempo.
Lorran decidiu deixar o comentário. Não podia negar. Parecia que os dragões se deleitavam com a destruição. E eles tinham memórias longas.
Eles subiram o tortuoso atalho em silêncio. Lorran estava acostumada à colina íngreme e a completou facilmente. Kei a seguiu. Ele nem sequer estava sem fôlego quando eles alcançaram o cume. Era quase impossível acreditar que há três dias ele tivesse sido levado para baixo desta colina abatido e sangrando. Não havia nenhum sinal disso agora.
Eles pararam no topo. Kei contemplou o vale da pedra. Nada se moveu lá embaixo. Ela não podia se decidir se ele procurava algo no bosque, ou se preparava para encontrar à criatura em que ele se transformaria em breve.
Depois de um momento, ele assentiu.
—Vamos.
Lorran mostrou o caminho em um canto. A abertura da caverna era pequena, menor do que deveria ser, se fosse considerado que alojava a um dragão totalmente crescido. Lorran tinha estado ali muitas vezes para saber que a abertura se abria em uma enorme caverna logo após a escuridão. De algum jeito o dragão era capaz de dobrar seu corpo para entrar pela abertura.
Lorran parou na entrada. Raramente ia para dentro do refúgio de Effron. Sabia que as bestas eram territoriais e não gostava de se intrometer.
Ela laçou um olhar para Kei para ver como ele tomava tudo isto. O olhar de seu rosto era severo. Sério e imóvel. A luz de seus olhos verdes parecia escura, combinando com a escuridão da caverna.
Ela se perguntou o que ele pensava. Há três dias ele tinha caminhado nesta caverna para matar o dragão. Agora, ele olhava seu futuro.
Ele entrou na caverna e ordenou para Lorran.
—Fique aqui.
—O que? — Ela o olhou fixamente com assombro. — Eu sou a pessoa que estuda os dragões. Por que eu ficaria aqui?
—Ele poderia te ferir.
—Ele não está.
Kei fez uma pausa como se estivesse considerando outra ordem. Lorran manteve seu olhar fixo. Isto ia contra sua educação de menina, desafiar um homem, e um Rei sobretudo, mas depois dos três dias passados, ela se encontrou não se importando com o protocolo que ela tinha aprendido anos atrás.
—Muito bem, mas permaneça atrás. — Ele se virou e caminhou pela caverna.
Lorran agitou sua cabeça.
—Não é comigo com quem ele vai se irritar. Não vim atrás dele com uma espada — murmurou ela e seguiu Kei até o interior.
A caverna estava escura, mas a luz do sol se filtrava através dos cristais assim havia bastante luz uma vez os olhos se adaptassem. Não pareceu que Kei esperasse. Ele se aproximou e parou. A caverna estava vazia. Effron estava fora. Kei vagou pelo espaço aberto, sua mente obviamente presa em seus próprios pensamentos. Lorran sabia que Kei tinha estado dentro do refúgio do dragão antes, mas nunca considerando-o desde este ângulo. As linhas austeras de seu rosto se endureceram como pedra quando ele percorreu a caverna ao longo e largo.
Ele havia dito que se suicidaria, em lugar de permitir que o dragão aparecesse. Ela não tinha querido acreditar nisso, mas olhando-o agora, sabia que ele havia dito a verdade. Não havia nada pior em sua mente que converter-se em uma destas criaturas.
Kei olhou fixamente o monte de metal que caracterizava a riqueza do dragão. Lorran sabia que isto principalmente consistia em colares quebrados quando eles eram arrancados dos pescoços femininos e vários botões de ouro de vestidos e capas. O dragão não estava interessado na riqueza, mas os artigos juntos brilharam. Kei se inclinou, colocou a mão no monte — e tirou uma espada.
Sua espada. Devia ter caído de sua mão quando o dragão o mordeu. Ele inspecionou a lâmina e levantou a arma em sua mão como se comprovasse o punho. Moveu seus ombros para trás e seguiu contemplando a parede em branco.
Ela tinha que tirá-lo dali.
—Devemos ir — anunciou Lorran.
— Effron voltará logo. Ele não se afasta por muito tempo. —Ela tinha registrado os hábitos do dragão. Estava anoitecendo. Effron gostava de estar em seu refúgio antes que o sol baixasse. Os dragões, embora parecesse que eles tinham uma visão noturna incrível, não gostavam da escuridão. Inclusive suas cavernas tipicamente eram iluminadas com algum tipo de cristal.
Kei permaneceu calado, mas se voltou para enfrentá-la. As profundidades de seus olhos brilharam com raiva e ódio impenitente pelas criaturas que ele tinha combatido por toda sua vida. E pelo dano que esta criatura lhe tinha feito.
Lorran de repente se sentiu muito aborrecida. Ela não sabia o que ia acontecer, mas rapidamente se tornou claro que Kei e Effron não podiam se encontrar. Não agora.
—Kei, por favor. Vamos.
Sem responder, ele se voltou e caminhou até a abertura.
Lorran caminhou na agonizante luz do sol e se congelou. Era muito tarde. O pesado bater de asas vibrou no ar quando deixaram a caverna. Um enorme dragão verde-cinza ocupou a colina diante deles. A besta baixou agachando-se e rosnou baixinho em sua garganta.
Kei se moveu ao lado dela, com sua espada firme na mão.
Lorran sentia que seu coração começava a palpitar. Effron a havia ignorado a maior parte das vezes mas ela não pensou que o dragão teria a mesma reação com Kei.
A besta inclinou sua cabeça e os olhou. Os negros olhos do dragão brilharam com zangada curiosidade. Ele abriu sua boca e outro rosnado retumbou no ar. Ele não estava contente. Lorran estava acostumada ao seu exame mas desta vez ele a ignorou e se concentrou em Kei.
Kei caminhou para frente, seu compacto corpo em postura de guerreiro. O dragão estendeu seus largos pés mostrando os dentes.
—Fique atrás de mim — ordenou Kei.
—Kei, não.
—Desça a colina, Lorran. Eu me ocuparei dele.
—Não! — Ela puxou o braço no qual Kei levava a espada. Ele olhou fixamente sua mão em seu cotovelo e logo com brutalidade afastou o olhar de seu rosto.
—O que você está fazendo?
—O deixe em paz.
Effron rosnou. Kei estava em frente a ele. E Lorran sabia que tinha que conseguir que um deles se voltasse para trás.
—Kei, por favor. Não faça mal a ele. Só vá.
O dragão trocou sua postura como se estivesse impaciente para começar.
—Não pode esperar que eu me afaste.
—Faça-o. Estamos em seu refúgio. Ele protege sua casa como você faria. E para ser sincera, provavelmente não está nada contente de ver você voltar com uma espada. — O dragão levantou seu pesado corpo sobre suas potentes pernas e se adiantou para eles. Lorran se precipitou em encontrar a criatura.
— Não se mova — disse Lorran.
Kei olhou as costas de Lorran. Ela ficou entre ele e o dragão e agora lhe dava ordens? Contemplou-a e se perguntou quando tinha perdido o controle da situação?
A resposta veio rápido. No momento em que tinha despertado dentro de sua cabana.
O dragão seguiu em frente. Alcançou Lorran. A boca do dragão se abriu revelando uma fileira de dentes brancos, afiados.
—Lorran… — Ainda tinha tempo para retroceder e ele se aproximaria e destruiria a besta. Mas ela agitou sua mão atrás de suas costas indicando que ele deveria afastar-se.
—Tudo bem. Ele o fez várias vezes. — O focinho do dragão desceu até seus pés e se moveu para cima, como se ele a cheirasse.
Um rosnado profundo ferveu na base da garganta de Kei. O som era estranhamente animal. Seu corpo reagiu sem sua ordem, preparando-se para o ataque. Ele não podia deixar que aquela besta a tocasse.
—Kei, saia por trás de mim e com a cabeça para baixo — disse suavemente Lorran. Sua voz o assustou. Ela não se moveu. Sentou-se tranqüilamente, deixando o dragão cheirar seu corpo. —Estarei bem. Desça a colina.
Tudo dentro dele se rebelou. Sua formação e sua honra não permitiriam que deixasse Lorran para enfrentar um dragão.
Mas ela não o queria ferido. Ela defenderia a besta.
Kei respirou fundo e fez o que nunca tinha feito antes em sua vida —se afastou de uma honrada batalha.
Obrigou suas pernas a lhe levar pelo caminho. Necessitou toda sua força. Parou, fora da vista e olhou. O dragão seguiu inalando seu aroma. Kei sentiu o movimento de seu peito, tomando um profundo fôlego. Poderia cheirá-la a curta distância. Delicioso.
Seu pênis se moveu nervosamente dentro da suada calça que usava e lambeu seus lábios por impulso. As horas que tinham passado desde que tinha estado entre suas pernas — a memória era uma mescla de fantasia e a névoa que havia coberto a realidade — mas ele recordou seu gosto. Ela era sua.
Colocou seus dedos na parede de rocha. Sua honra como homem e guerreiro exigia protegê-la. Sons estranhos se repetiam dentro de sua cabeça e o impulsionavam a levar Lorran para longe. Manter a besta longe dela.
Effron rosnou e Kei sentiu seus próprios lábios formando um rosnado em resposta. Lorran saudou com a cabeça e começou a se afastar lentamente. Kei olhou a suave oscilação de seus quadris com cada passo e imediatamente imaginou a sensação de seu traseiro pressionado contra seus quadris quando estivesse dentro dela. Afastou o olhar rapidamente.
O que estava errado nele? Ele era um Rei. Fora criado para ser um senhor, de uma classe. Não havia nenhuma razão de olhar com lascívia à mulher que o ajudava.
—Vamos — Disse Lorran quando o alcançou. — Effron poderia decidir vir atrás de nós. Não estava de bom humor.
—Ele fala com você? — Kei ficou surpreso pela idéia. Ninguém tinha sido capaz alguma vez de se comunicar com as bestas apesar de que haviam sido humano uma vez.
—Uh, não. Mas o observei durante meses. Sei os seus humores. Ele não estava feliz descobrindo você em seu refúgio. Novamente. Os dragões são muito territoriais.
—O que você prometeu a ele?
A pergunta foi solta em voz baixa e Kei compreendeu imediatamente que fora um erro.
As costas de Lorran se endireitaram e ela se virou para o enfrentar. Fulminou-o com o olhar.
—Desculpe? O que eu prometi a ele?
Parecia que sua raiva se alimentava dele. Ela o olhou e ele tinha tido que se afastar. Dobrou seus braços sobre seu peito.
—Os apetites de um dragão são conhecidos.
—O que? Pensa que consenti em ter sexo com ele simplesmente para conseguir que lhe deixasse em paz?
—Há mulheres que procuram dragões com esse objetivo.
—Eu estudo os dragões para lhes ajudar, não porque procuro... porque quero... — Ela dobrou seus braços imitando a postura arrogante dele.
—Você pode se surpreender, Sua Majestade, mas Effron não tem absolutamente nenhum interesse em mim. Não desse modo, não, não lhe prometi nada salvo que conseguiria que você parta. Pelos Deuses, pensa que o mundo gira ao redor do sexo. Isso não acontece. Nem sequer no mundo de um dragão.
Com isto, ela se virou e se foi, para a cachoeira. Kei esperou até que estivesse a uma distância segura, antes de segui-la. Havia algo decididamente perigoso em Lorran quando ela estava irritada.
Ela estava de pé ao lado da cachoeira esperando, quando ele chegou. Deixou cair duas toalhas em cima das rochas.
—Aqui está a cachoeira. Vá lavar sua cabeça.
Ela começou a afastar-se.
—Lorran, espera. Por favor. — Ele ficou momentaneamente surpreso pelo som arrependido em sua própria voz. Não podia recordar a última vez que havia dito por favor e realmente o tinha querido dizer. Mas pensou que Lorran entenderia. Ela saberia o que isto lhe custou. —Me perdoe por meus comentários. Realmente não acredito que daria sua virtude… — Ela levantou suas sobrancelhas e Kei rapidamente emendou suas palavras — seu corpo ao dragão. Assustei-me que ele te deixasse ir sem fazer mal a qualquer um de nós e eu… — Isto era quase mais duro que a desculpa, mas sabia que seria igual de importante. — Aprecio o que você fez. Pôs-se diante do dragão, de modo que eu pudesse escapar. — Odiou aquela palavra. Era uma ação covarde. — Foi muito valente de sua parte.
A rigidez se desvaneceu de seus ombros.
—Effron não me fará mal. Ele nunca me toca. Não tem nenhum interesse em mim.
—Mas é uma mulher. Uma mulher encantadora, deliciosa, com um sexo saboroso e… — Kei parou as imagens. Não necessitava de mais combustível para os pensamentos cheios de luxúria que lhe assediavam desde o despertar.
—Sim. — Ela riu entre dentes, mas ele podia ouvir a dor atrás da risada. — Imagino ser a única mulher do planeta, a quem ao que parece, os dragões não querem. Isto realmente me dá uma oportunidade única de estudá-los e eu faço isso. — Disse as palavras sem emoção, mas havia mais. — O deixarei com seu banho. A cabana está descendo a colina.
—Espera. Você não vai se unir a mim? — As palavras pareceram formais... e totalmente inadequadas para um Rei a uma nobre. — Quero dizer, não vai unir-se a mim, é obvio, mas talvez você gostasse de se banhar enquanto se apresenta a oportunidade. Effron está em sua caverna. Porei o relógio. E prometo olhar em outra direção.
Ele se sentiu muito nobre dizendo essas palavras. Em particular quando o que mais desejava era olhar ela tirar seu feio vestido e andar até a água, molhando as suaves curva de suas coxas, o sedoso pelo no meio de suas pernas... Kei gemeu, a imagem era muito real.
—Vá. Entre na água. Eu esperarei aqui.
Ele andou até a borda das rochas que formavam o lago e se virou, olhando fixamente o bosque. Depois de um momento, ouviu o suave chapinhar quando ela entrou na água. Kei parou a sensação, bloqueando os sons de seus movimentos, ignorando a ereção que palpitava entre suas pernas. Ele era um guerreiro. Não era um jovem adolescente que não se podia controlar. Dominaria-o.
Escutou os sons do bosque, ouvindo só as árvores que se balançam ao vento. Não se movia nada mais. Ele se segurou de todos os modos, concentrando-se no mundo natural. Descobriu que ele não tinha que vê-la — sua imaginação era capaz de criar o quadro claramente em sua mente.
—Kei? — A voz de Lorran era suave e tentadora. Ele já a tinha assustado. Uma pessoa que poderia lhe ajudar e ele a tinha assustado. — Não…
Ele se virou e ficou atônito. Um estranho som se rompeu em sua garganta. E de repente era muito árduo para ele respirar.
Ela estava de pé ante ele, sem ter nada mais que uma diminuta tira de tecido que mal a cobria desde o peito até vagina. Seu cabelo molhado pendia ao redor de ombros nus, grudando-se a ela com carinho. Suas longas pernas eram suavemente torneadas e fortes. Ele tinha olhado seu traseiro e sabia que ela tinha força. Tragou e tentou limpar o nó em sua garganta e recordar que havia realmente uma boa razão pela qual ele não a lançava à terra e a possuía neste momento.
Infelizmente, embora realmente acreditasse que havia uma boa razão, não podia se lembrar dela. Arrastou seu olhar através da deliciosa vista de suas pernas.
Ela fez uma careta quando ele encontrou seus olhos, sem dúvida vendo a luxúria que era claramente visível em seu rosto.
—Eu ia dizer, não se vire, meu vestido se molhou e estou quase nua — disse ela, sua voz burlando-se levemente. —Vou, ah, tomar meu banho agora. — Sua voz era rouca e irritada. Baixando seu olhar, Kei se obrigou a passar ao lado de Lorran e o delicioso aroma de seu cabelo molhado quase deteve seus passos.
Ele tinha despertado ao seu lado, duro. Tinha passado a tarde cortando lenha em vez de possuí-la. Nada pareceu capaz de baixar sua furiosa ereção. Em cada momento, pensava que ele não podia ficar mais duro. E no momento seguinte, demonstrava a si mesmo estar equivocado. A única coisa que impedia seu pênis de saltar contra seu estômago eram as calças que usava e não tinha certeza que o material iria segurá-lo muito tempo mais.
Ele tinha que fazer alguma coisa.
—Não é natural — Resmungou ele, enquanto se despia. — Não é natural estar tão duro durante tanto tempo. — Abaixou a calça e deu um suspiro de alívio quando soltou seu pênis.
—Sua Majestade, está falando comigo? — A voz de Lorran chegou até ele a uma distância segura. Colocou as mãos em seus quadris, indignado pela incapacidade de controlar seu corpo.
—Não, estou falando comigo. — Talvez a água fria o ajudasse. Moveu-se para a água e entrou nela. Merda. A água não era fria. Estava morna, quase quente. Perfeita.
Supunha-se que devia ser incômodo. Algo para não pensar em seu pênis. Na vagina de Lorran. E sua boca, e seus seios, e, mas que inferno, tinha que fazer algo. Mergulhou sob a água e nadou até a cachoeira.
Que loucura ele tinha feito ao consentir que ela o estudasse enquanto ele passasse pela transição? Houve um desejo estranho, quase uma obrigação, de ficar com ela. E seu interesse pelos dragões era a desculpa perfeita. Depois de ele tinha concordado, tudo pareceu normal. Nunca tinha esperado passar todo o tempo com uma ereção que não se terminava.
Kei saiu na parte de trás da cachoeira. Deixou que a água batesse em sua cabeça e ombros. As mordidas afiadas lhe fizeram bem, o suficiente para deixar seu corpo distraído. Pegou o sabão e esfregou seu corpo, e limpou sua pele, depois que sua pele brilhou e seu cabelo estivesse limpo outra vez, inundou-se na água, enxaguando-se rapidamente antes de sair.
Kei abriu seus olhos e olhou fixamente através da água que caía. Quase anoitecia, mas podia ver Lorran claramente. Ela pegou a toalha contra seu peito e se inclinou para recolher seu vestido. O movimento revelou a curva de seu quadril, a linha de seu traseiro. A boca de Kei secou. Ela lançou um olhar em sua direção quando se endireitou. Não seria capaz de vê-lo através da água que caía. Aproximou-se de uma rocha que deveria tê-la escondido de sua vista. Kei se moveu para trás da água, a mantendo à vista.
Ela avançou pouco a pouco para trás da rocha. O vento levantou sua toalha. Kei sentiu o aroma de sua carne úmida quando fluiu pelo ar.
Escorregou sua mão para debaixo da água e tocou seu pênis que saltou em sua mão. Olhou-a, lhe pedindo silenciosamente para soltar a toalha.Ele tinha que vê-la. Seus seios cheios e seus mamilos apertados. E seu sexo. A lembrança de seu sabor flutuou por sua língua. Moveu sua mão ao longo de sua ereção e a olhou. Sua vagina estaria molhada. Ele sabia o molhado que ficava em sua boca. A preencheria, a foderia até que nunca mais o abandonasse.
Ela revistou o lugar onde Kei tinha estado de pé momentos antes. O céu estava quase escuro. Nunca seria capaz de o ver. Mas ele podia vê-la. Ela se virou. Ele viu a toalha cair à terra. Seu traseiro estava diante dele. Ela passou os dedos pelos úmidos fios de seu cabelo.
A estranha névoa que lhe tinha freqüentado desde que despertou, voltou. Tinha que tê-la.
Silenciosamente, quase inconscientemente, aproximou-se até que esteve de pé na margem da lagoa.
Instintos não totalmente seus o conduziram para frente. Ele saiu da água. Lorran se virou.
—O que… — Ela retrocedeu, mas Kei estava ali. Fez calar sua pergunta com sua boca e o doce sabor de seus lábios explodiu em seus sentidos. De repente tudo era como deveria ser. A energia que tinha inundado seu corpo durante todo o dia se aliviou e a distante voz de sua cabeça se dissipou. Ela sentiu seu choque, mas ela não lutou.
Ele bloqueou todos os sons, deixando somente o sussurro de seu coração. Moldou seus lábios com os seus, e depois de uma momentânea hesitação, sua brandura lhe concedeu o poder. Ela se abriu para ele e ele se meteu dentro, suavemente, tentando-a para lhe dar as boas-vindas. Como se soubesse de seu desejo, ela tocou a ponta de sua língua com a dela em um rápido e leve movimento que enviava muitas imagens por sua cabeça, pelo que queria que aquela língua fizesse. Ela repetiu a carícia e ele sabia que ela iria até onde ele a levasse.
Ele se afundou no beijo, conhecendo sua boca, seu gosto, deleitando-se com os pequenos gemidos com que ela o alimentava. Continuou saboreando seu sabor, até que esteve desesperado por respirar. Mas não a abandonou. Seguiu brincando e beijando-a ao longo de sua mandíbula, movendo-se devagar e desfrutando de cada polegada de sua pele. Ela inclinou sua cabeça quando colocou sua boca contra a lisa coluna de seu pescoço e empurrou seus seios contra seu peito. Ele poderia sentir que seus apertados mamilos o empurravam. Fechou uma mão sobre os seios dela e massageou suavemente, amando os suaves gemidos que saíram de seus lábios. Inclinou-se para um coquete mamilo e começou a chupar. Afogados e assustados gritos de prazer de Lorran lhe fizeram estremecer-se no tranqüilo êxtase. Quis lhe dar mais — tomar mais — até que consumisse seus pensamentos e desejos. Kei formou redemoinhos com sua língua ao redor de seu mamilo e sentiu que este aumentava em sua boca. Ela se arqueou, pedindo silenciosamente por mais. Ele gemeu. A névoa escura aumentava dentro de sua cabeça.
Ele colocou uma mão em seu traseiro, mantendo seus quadris apertados contra os dele. Os cachos que protegiam sua vagina fizeram cócegas em seu pênis quando colocou seu membro entre suas coxas. A umidade que fluía de sua vagina cobriu seu membro.
Kei lhe dobrou as costas sobre seu outro braço, preparando seus seios para sua atenção. Endireitou-se e olhou para baixo. Ela estava esticada. Mostrando-se ante ele — suas costas se arquearam e empurrou os deliciosos montículos para cima. Seu peito se elevou e caiu. Tinha que possuí-la, inclinou-se e colocou um beijo suave, zombador na curva de sua carne dobrada. O desejo de afligi-la de cada modo possível nublou sua mente. Ele abriu sua boca e lambeu o bico duro de seu seio. Ele chupou e lambeu, demorando muito tempo até que os gritos de Lorran se tornaram desesperados. Então ele mudou sua atenção para o outro seio e lhe deu o mesmo tratamento de carinho. Sorriu contra sua pele quando ela se enroscou e gemeu em seus braços. Ela lhe pertencia. O bosque que havia ao redor desapareceu. Só seu sabor e seus gemidos desesperados eram importantes.
Ele queria mais. Queria que ela lhe implorasse e que gritasse seu nome.
Moveu seu corpo até que ficou ajoelhado diante dela. Colocando suas mãos em seus suaves quadris, levantou uma perna sobre seu ombro até que ela esteve aberta para ele. O aroma de sua excitação o afundou, moveu-se rapidamente, faminto por sua vagina. Em um movimento rápido, estendeu-lhe as pernas e empurrou o rosto em sua vagina quente. Estava molhada e ensopada com os sucos que brotavam de sua vagina. Kei quis uivar de alegria, mas não soltaria o prêmio de seu sexo. Afundou sua língua no interior dela e lambeu as paredes de sua caverna. Ela estremeceu em seus braços. A espetada afiada de suas unhas em seu couro cabeludo o animou.
Ele perdeu a noção do tempo — as longas horas de luz se diluíam enquanto seguia deleitando-se com sua vagina. Ela se retorcia em suas mãos, percebendo silenciosamente seu ponto culminante. Ele podia sentir que seu corpo começava a vibrar. Ela gozava. Ele colocou sua língua profundamente no interior e roçou ao longo da borda superior de seus clitóris, empurrando-o, precisando romper a barreira.
—Kei!
Seu grito era novo, mas de algum modo familiar. Ela gozava. Ele passou a ponta de sua língua e sentiu o corpo dela se esticando.
—Pelo amor de Deus — ofegou ela.
Kei mal que ouviu as palavras. O sabor de sua pele e o doce suco que ela produziu em seu orgasmo era demasiado tentador. Bebeu dela, sabendo pela irregular pulsação de seus quadris que ela era capaz de mais. Era como se seu mundo inteiro se centrasse entre as pernas dela.
Seu pênis saltou contra seu estômago. Ele precisava dela. Precisava gozar na apertada vagina que ele tinha provado. Um frenesi como nunca tinha conhecido ardia através de suas veias. Moveu sua perna ao redor de sua cintura e colocou o duro membro contra sua molhada fenda. Tão perto. Tinha que estar dentro dela.
Minha.
Kei se esticou quando a desconhecida voz invadiu seus pensamentos. Vinha de dentro de sua cabeça, mas não pertencia a ela. Ele a reconheceu. Recordou de repente os sonhos dissipados do transe — fogo e dor. E sempre aquela voz.
Sua mente se limpou e sentiu uma bandagem invisível apertando ao redor de seu peito.
O dragão estava vivo em sua cabeça.
—Kei? — Seus lábios estavam inchados por seus beijos, mas seus olhos obscurecidos com preocupação.
Ele retrocedeu, sabendo que tinha que se distanciar dela. O desejo de tomá-la era muito forte. Se a tomasse agora, daria o poder à besta dentro dele.
Não. Minha.
A necessidade o transpassou.
—Eu preciso te foder. — As palavras saíram com um rosnado. O som era quase irreconhecível como voz humana.
Ela lhe contemplou com os assustados e escuros olhos de presa.
Kei apertava seus dentes. A névoa nublava seu controle.
—Kei? — Ela se inclinou rapidamente e recolheu seu vestido, segurando-o diante dela.
— O que está errado? — Ele ouviu um traço de medo em sua voz, mas, seu único pensamento era que ela se escondia dele, escondendo o que lhe pertencia.
O pensamento mudou sua paixão para raiva. Seus lábios se abriram em um rosnado. Lorran se congelou para ouvir o ruído. Contemplou-o, olhando seus olhos. Então, começou a se afastar pouco a pouco. Ele reconheceu o movimento. Ela retrocedia ante ele como tinha feito ante Effron.
A imagem o impressionou com clareza. Olhou seu corpo, preparado para atacar. Obrigou-se a dar volta e ficar de frente para a cachoeira. O que estava errado com ele? Ela a tinha assustado. E com boa razão.
Não!
A voz gritou em sua cabeça, o animando. Ele podia tê-la. Ele tinha que possuí-la.
Não vá!
—Vá embora — ele pediu a ela embora tivesse um nó em sua garganta. Lançou uma olhada sobre seu ombro, mas não se virou. Seu pênis estava tão duro e a necessidade de estar dentro de sua vagina ainda era tão desesperada, que não podia olhá-la.
—Vá. Agora – ele disse quando ela não se moveu.
—Me deixe te ajudar. — A confusão e a compaixão rodeavam sua oferta.
Ela tinha que partir. Não podia controlar o dragão enquanto ela estivesse ali.
—Somente vá embora.— Ordenou ele novamente.
Depois de outro momento, enquanto Kei silenciosamente implorou que os Deuses a levassem, ela começou a retroceder. Ele a olhou com dissimulação. Ela esperou até que estivesse lá embaixo, antes de se virar e se afastar rapidamente.
Quando ela desapareceu, afastou a vista do vazio. O gosto persistente de sua carne se combinou com o gosto amargo da desilusão. E a raiva. Ela havia ido.
Afundou-se na terra e deixou cair sua cabeça nas mãos. O sangue queimava seu coração. Ele precisava foder.
Não, corrigiu-se, ele tinha que foder a ela, tinha que gozar dentro dela.
Concentrou-se em acalmar seu fôlego e devolver seu foco a este mundo. Isto passaria. O aroma do chão do bosque lhe encheu momentaneamente a cabeça. Seu aroma estava em todas as partes dentro daquela pequena cabana. Não havia nenhum modo que ele pudesse voltar até lá. Não nestas condições.
Com um suspiro, alcançou e envolveu sua mão ao redor de seu sólido pênis. Não podia ter a ela, mas encontraria sua liberação. Dirigiu sua mão desde a ponta até a base, um roçar rápido. Suas mãos seriam dedos suaves, delicados que acariciassem seu pênis. Olhou seu próprio toque, imaginando, esperando a pele suave dela contra a sua, o calor de sua mão ao redor de seu pênis ereto. Ele baniu a imagem. Ele o faria. Tinha que tratar com problemas de verdade. Não podia passar seus dias com um duro e maciço pênis.
Ele apertou e bombeou sua ereção. Era tão duro que não duraria muito. O prazer se construiu a cada movimento de sua mão. Não deveria ter levado mais que alguns golpes, mas só ficou mais duro. Pareceu que o ponto culminante se movia para longe, para fora de seu alcance. Ele formou um anel apertado com seus dedos, movendo sua mão mais rápido. Isto só conseguiu aumentar a tensão. Seu pênis gritava pela liberação. Seu corpo inteiro vibrou com a necessidade de gozar.
E ele não podia. Continuou. Não havia nenhuma outra opção. Ele tinha que gozar.
Dentro dela.
—Não, caralho — resmungou para a influência de sua mente. Ele o faria deste modo.
Uma faísca de consciência parou seu movimento frenético. Fez uma pausa e escutou. Era como se algo esperasse perto. Ele não levantou o olhar. Ele não precisava fazê-lo. Ele sabia.
Ela o olhava.
Pareceu que o tempo e o espaço não existiam. Podia vê-la claramente, como se ela estivesse de pé diante dele.
Ela não tinha voltado para a cabana. Havia ficado para o observar. E agora que lhe tinha visto, visto o que ele fazia, tinha permanecido. Kei sorriu. Sua pequena anfitriã era curiosa.
Não, ele não podia gozar dentro dela esta noite, mas poderia gozar por ela. Todos os pensamentos do rápido alívio se dissolveram. Descansou seus ombros contra a rocha e inclinou seus quadris de lado para melhorar a visão dela.
Devolveu sua mão ao seu pênis e começou a acariciar devagar sua ereção. Demorou, dirigindo sua mão de cima para baixo por seu membro, fazendo uma pausa para saborear a tensão, deixando os movimentos lentos. Se Lorran o tocasse, ele não a apressaria. Queria aproveitar cada carícia. Ela seria suave, efêmera, logo ficaria mais valente. Seus olhos clareariam. Ela gostaria de tocá-lo. Algo lhe disse que sim. Ela amaria o poder que tinha sobre ele — o poder de o segurar em sua mão.
Fechou os olhos e imaginou, ajoelhando-se ao seu lado, com seus encantadores e longos dedos acariciando-o. Sabendo que o olhava, estendeu suas pernas, e começou a tocar-se devagar. Logo. Mas agora queria postergar, saber que ela o olhava, imaginar seu toque. Com cada golpe de sua mão, ele imaginou Lorran, seus inchados seios que enchiam suas mãos, seus apertados mamilos que chamavam por sua boca, lambeu os lábios. Sua vagina, molhada para ele. Ela o torturaria com as mãos antes de passar lentamente seu membro dentro de sua vagina. Ele gemeu e bombeou mais rápido seus quadris. Ele lhe seguraria apertado, suas paredes aferrando-o. E aqueles pequenos gemidos quentes que ela tinha feito quando a havia tocado. Ela gritaria quando gozasse.
—Lorran — sussurrou ele entre os dentes apertados quando o ritmo ficou mais duro, levantando sua mão de cima para baixo. Estava tão perto. Dentro dela. Tinha que gozar dentro dela.
A necessidade quase dolorosa se moveu em espiral lhe tirando o controle. Não havia nada que pudesse fazer. Lambeu-se os lábios, o sabor sutil de sua vagina se derreteu em sua língua.
Ele conduziu seu pênis profundamente em seu punho e se esticou quando sua semente emanou em sua mão.

Lorran estava em pé nas sombras, fora da vista dele. Não podia abandoná-lo. Algo estava errado. Ainda que não tivesse passado muito tempo com Brennek durante sua transição, ele não tinha parecido afetado do mesmo modo que Kei. A tensão que ligava seus amplos ombros não tinha nada a ver com a raiva e tudo com a excitação.
Kei estava excitado. Por ela. Ela considerou a idéia que poderia ser a influência do dragão, mas era muito cedo. Ele havia despertado do transe somente nesta manhã.
Poderia vê-lo através das árvores, sua brilhante pele contra as escuras rochas, iluminadas pela brilhante lua cheia. Ele baixou sua cabeça entre suas mãos como se toda sua energia tivesse desaparecido. Talvez procurasse uma fuga, corpo disposto onde pudesse se perder dentro por alguns momentos, esquecer o horror das semanas seguintes. Tinha que ser isto.
Brennek fazia o mesmo, mas não foi seu corpo que ele tinha desejado. Ela teria que encontrar um modo de o ajudar. Lorran mordeu seu lábio inferior. Poderia entrar em contato com uma das mulheres do povoado. Havia algumas prostitutas que viviam no povoado. Poderia pagar uma para Kei.
Ele mudou sua postura, apoiando-se contra a rocha e olhando para o céu. No que ele pensava? Lorran teve só um momento para considerar a idéia antes que seus movimentos a distraíram. Ele endireitou uma perna e dobrou a outra, então ele encaixou sua mão e dedos ao redor do comprimento grosso de seu pênis.
Seu fôlego ficou preso em sua garganta quando lentamente ele começou a deslizar sua mão por seu longo membro. Era grosso. E duro. Uma dor repentina se estendeu por seu estômago. Seu sexo ainda úmido pelos cuidados de Kei começou a gotejar. Lorran gemeu.
Kei se esticou e durante um momento, ela tinha certeza de que ele a tinha ouvido, mas ele se relaxou. Certamente, ele iria parar se pensasse que ela o observava. Mas ele continuou com golpes estáveis, até parecia ter reduzido a velocidade. O claro prazer marcou seu rosto quando mudou, voltando seus quadris até que esteve totalmente exposto a ela. Ela poderia ver cada linha e curva. Suas coxas se enrijeceram quando ele empurrou seus quadris para cima.
Sua respiração mudou a cada impulso, combinando com seu ritmo. Ele estava tenso, alcançando seu gozo. A própria mão dela se fechou em um punho. Quis tocá-lo, quis olhar seu rosto quando ela fizesse exatamente o mesmo. Seus movimentos ficaram mais frenéticos quando aumentou a velocidade. Não podia deixar de olhá-lo. Era formoso. Doíam-lhe os mamilos. Deslizou sua mão por seu corpo e chegou até seu seio. Beliscou-se o mamilo e sentiu dor entre suas pernas.
Ele moveu sua cabeça. Ela podia ouvir seu gemido e olhar como o líquido branco se derramava por seus dedos.
Sozinha no bosque, ela o olhou e lambeu os lábios.


Capítulo 4


Lorran se aproximou da janela, olhando para fora, procurando alguma sinal de Kei. Ele não tinha voltado para a cabana na noite passada. Depois de observá-lo na cachoeira, ela tinha voltado depressa para casa e p tinha esperado, dormindo finalmente de madrugada.
O silêncio era estranho. Havia se acostumado a sua presença durante os três dias de transe. E dormir sozinha na cama tinha sido incômodo. Nos sonhos fora perseguida pelas mãos e os lábios de Kei sobre sua pele. Agarrou a barra de sua saia. Era tão fácil recordar, recriar na memória física de seu toque. Seu sexo começou a palpitar, como se preparando para ele. Suspirou e deixou que sua mente recordasse o movimento da mão de Kei entre suas pernas, de sua boca chupando sua vagina, de sua própria mão ao redor de seu membro.
Ela só podia imaginar o que seria sentir seu pênis dentro dela. Era grosso e longo. Seu seio se inchou enquanto lutava para respirar. Inconscientemente, rodou seus quadris, sentindo uma estranha dor entre suas pernas. Suspirou e fechou os olhos, enquanto permitia que aumentasse a tensão. Seus mamilos roçaram o suave algodão de sua blusa.
Ela havia estado disposta na noite passada. Se ele não se tivesse se afastado, o teria aceito em seu corpo. Ainda se sentia vazia, perguntando o que havia perdido.
Embora não ouvisse nada, de repente soube que já não estava sozinha. Abriu os olhos. Kei estava na entrada, olhando-a.
—No que pensava um momento atrás?
—Ah, em nada. — Sentia um leve rubor em suas bochechas.
As linhas ao redor de seus olhos se fizeram mais profundas, mas ele não falou. Era quase como se pudesse ver seus pensamentos e sabia que ela tinha estado fantasiando com ele. Seu cabelo longo estava molhado. Ele devia ter retornado à cachoeira esta manhã. Contemplou-a durante um longo momento. Devolveu-lhe seu olhar, assustada pela emoção selvagem que brilhou em seus olhos.
—Você está bem? — Perguntou ela, sua voz não era mais que um sussurro. Ele se endireitou e a estranha vulnerabilidade havia se ido. Alguma coisa tinha acontecido para lhe ter tirado da cachoeira. Ele a tinha querido. Ela limpou suas mãos úmidas sobre um pano de cozinha. — Eu não soube o que te aconteceu ontem à noite — disse ela energicamente.
—Andei pelo vale.
Lorran assentiu. Não sabia o que mais dizer.
—Você gostaria de comer algo? — Perguntou, desesperada por fazer algo para aliviar a estranha tensão do cômodo. Kei concordou e em poucos minutos Lorran pôs diante dele uma refeição quente. Ele a olhou quando ela se moveu pela cabana, seus olhos enviavam correntes de calor através de seu corpo. Ela se preparou mentalmente e reuniu seus pergaminhos antes de sentar-se em frente a ele.
Ele lançou um olhar, mas rapidamente voltou sua atenção para seu café da manhã.
—Acredito, que deveríamos começar — disse ela abrindo o papel e colocando a ponta da pluma na tinta. — Como você está se sentindo?
—Bem.
A áspera resposta era muito pouco ilustrativa, mas Lorran a anotou.
—Sentiu alguma mudança? Algum pensamento estranho que você não possa explicar?
Seu garfo se deteve no meio do caminho para sua boca, então continuou. Depois que engoliu, ele agitou sua cabeça.
—Não.
Lorran marcou sua resposta, mas não tinha certeza de que ele estava dizendo a verdade.
—É preciso monitorar suas emoções.
—Por que? — Ele finalmente encontrou seu olhar.
—Quando a consciência do dragão aumentar, é quando você notará as mudanças. Suas emoções se intensificarão. Ódio, raiva, dor, humilhação.
—Excitação sexual — Acrescentou ele.
Ela dominou sua expressão para não demonstrar nada.
—Sim, suponho que a excitação sexual seria uma das emoções às quais o dragão apelaria — ela pigarreou. — Particularmente considerando a reputação dos dragões. Nessa área. Mas ninguém nunca informou uma transição, durante, ah… — ela não estava cômoda com este tipo de discussão. Sua família não tinha discutido as relações entre homens e mulheres. Sua noite de núpcias havia sido uma verdadeira surpresa. — Bom, durante as relações íntimas.
—Sexo — Replicou Kei.
Ela sentiu que se ruborizava novamente. Teve que recuperar o controle da conversa.
—Sim. Os observadores informaram que o humano começa a mudar, ao menos mentalmente e em seus comportamentos, muito antes que o dragão fisicamente apareça. As emoções da pessoa se fazem muito irregulares. — Ela manteve sua voz distante e impessoal. Era estranho. Nunca tinha falado com um homem que estava passando pelo processo. Ele parecia tão tranqüilo com a situação mas ela tinha visto a raiva dentro dele. Ela não tinha nenhum modo de aliviar sua ansiedade. Embora mal o conhecesse, temia pelas próximas semanas. As lágrimas ardiam nos cantos de seus olhos.
—O que causa a transição final? — Ele perguntou. Sua voz impassível combinou com a dela. Sua capacidade de manter o controle inspirou a dela e Lorran obrigou suas lágrimas a se retirarem. Ela se sentou em sua cadeira.
—Não sabemos exatamente, mas parece que estas emoções são a entrada. O humano… — ajudaria se ela pensasse nisso em termos gerais em vez dos dados concretos de Kei transformando-se em dragão. — Demonstra emoções irregulares. Geralmente criando uma explosão que libera o dragão para o mundo.
—E isto é quando se torna fisicamente presente?
Ela assentiu.
—Notará provavelmente a consciência mental muito antes.
—Uma vez que o dragão apareça, haverá algum modo de voltar para estado humano?
Lorran estava certa de que ele sabia a resposta, mas ela respondeu.
—Não. Nunca houve um caso de um dragão que voltasse para estado humano.
Kei assentiu e pensou durante um minuto antes de inclinar sua cabeça para um lado.
—Se as emoções forem a chave, posso manter o dragão longe se tiver êxito suprimindo todas as emoções?
—Teoricamente — com cautela, concordou. Mas Lorran se sentiu obrigada a lhe dizer a verdade. — Nunca ouvi falar se funciona. Quando o dragão cresce, luta pelo controle, ficará mais difícil. Alguns homens tiveram êxito retardando a transição. Mas eles foram muito mais suaves, mais educados que... — ela deixou arrastar suas palavras.
Ele pôs seu garfo sobre a mesa e olhou fixamente seus olhos.
—Do que o assassino de Dragões — disse ele, terminando sua frase com um toque de brincadeira.
Lorran não podia olhar ao longe.
–Exatamente. — O ar entre eles ficou pesado. Com apenas um olhar, ele a devolveu à cachoeira, a sensação ardente de sua língua dentro de sua fenda. Ela se moveu na cadeira.
O fixo olhar de Kei baixou para seu peito, que subia e descia a cada esforço de respiração. Ele tragou profundamente.
—Eu tenho que ir.
Ele fez a mesa retroceder e estava na porta antes que Lorran pudesse responder. Ela contemplou suas costas durante um momento antes de correr atrás dele.
—Kei! — ela o chamou. Ele não parou. Os momentos de simpatia se evaporaram com sua arrogância. Não podia continuar desaparecendo assim. Tinha concordado com seu estudo. — Sua Majestade, não pode continuar se afastando.
Ele continuou se movendo até alcançar o monte de lenha. Ele se dobrou e recolheu o machado. Ela não estava assustada. O homem poderia ser um assassino de dragões mas não faria mal a ela.
Lorran prosseguiu e parou entre ele e o pedaço de madeira. Ela apoiou suas mãos nos quadris e o fulminou com o olhar. Kei olhou para trás, seus olhos cintilavam mas com fúria não com luxúria. Lorran rechaçou ser intimidada.
—Temos muito que falar. Tenho que conseguir sua informação inicial e então poderemos monitorar as mudanças.
—Faremos isso mais tarde.
—Se o fizermos mais tarde, não saberei onde começamos — indicou ela com sensatez.
Kei fez uma pausa durante um segundo. Ela olhou os músculos ao longo da tensa linha de sua mandíbula, ele conteve um rosnado.
—Faremos isso mais tarde — insistiu ele.
—Você esteve fora do transe durante quase um dia e meio e pude te observar durante menos de três horas.
Ele se inclinou sobre o cabo do machado e lhe dirigiu um sorriso satisfeito.
—Mas você me lançou um olhar na noite passada, não é mesmo? Ficou me olhando em nome da observação?
Então ele tinha sabido que ela estava ali. Ela tinha duas opções. Poderia se ruborizar e gaguejar ou responder a sua arrogância com classe. Ela escolheu o último.
—Isso parecia uma oportunidade para te observar em seu estado natural. Mas não posso fiscalizar seu progresso se você passa todo seu tempo no bosque ou cortando lenhas! Posso te recordar que você concordou em deixar eu te estudar e para fazer isso tenho que te ver fisicamente?
—Bom, posso te apontar que passar a noite no bosque era a única opção que eu vi a não ser passar a noite aqui te fodendo até que não pudesse caminhar.
Suas palavras eram como um redemoinho ao redor de sua garganta. Ela se distanciou a um curto passo.
—O que?
—Você me ouviu. — Kei permitiu que o machado caísse à terra. — Você passou por isso antes. É normal? É isto o que se supõe que acontece? Que tudo no que posso pensar é em foder-te e lamber sua pequena vagina molhada? Deuses, me ajudem. Ainda posso sentir teu gosto e quero mais. — Ele avançou para frente, parando diretamente em frente dela. Por um momento ela pensou que ele a alcançaria mas ele apertou as mãos a seus lados. —Então, me diga, isso é normal?
Lorran tinha dificuldade para encontrar sua voz. Ela sabia que suas palavras deveriam lhe causar repulsa, mas elas só tiveram êxito acendendo de novo a fome entre suas pernas. Queria aquelas coisas, queria seu pênis em sua boca.
—Até certo ponto, sim. Brennek passou seus últimos dias em outro povoado com as mulheres do povo.
—Fodendo qualquer coisa que se movesse.
Lorran sentiu que suas bochechas se avermelhavam, mas assentiu.
—Sim.
—Bom, então você sabe por que me afasto enquanto você quer me observar, de algum jeito duvido que você queira cair na cama e estender suas pernas em nome da observação. — Ele se virou e recolheu o machado. Seu longo cabelo obscureceu seu rosto quando ele contemplou a terra. – Então, até que eu consiga manter essa coisa sob controle, sugiro que me deixe trabalhar um pouco para gastar essa energia.
Lorran o contemplou durante um momento e em seguida se afastou.
Ela não tinha nenhuma resposta para isto.

Kei andou com passo majestoso em direção à cabana quando o sol começou a se esconder. Seu longo cabelo gotejou incomodo em suas costas. Ele havia retornado da cachoeira.
Três banhos em vinte e quatro horas. Quando o dragão aparecesse, Kei estaria esgotado, enlouquecido pela frustração sexual, mas muito limpo.
Embora não fosse muito, parecia que se banhando aliviava a dor pelo sexo, só um pouco. Nada durava por muito tempo. Pareceu que tudo inspirava pensamentos de foder. E Lorran.
Ficar no bosque longe dela não tinha ajudado. Mesmo ele trabalhando, cortando lenha, até a exaustão, só tinha entorpecido a dor por um momento. Então algo — qualquer coisa que aparecia, um aroma, uma cor, a forma do cabo do machado que lhe recordava a curva das costas de Lorran e reacendiam a lembrança e ele voltou a ficar duro e desesperado.
E ele não encontraria o alívio em breve. Ao menos não com Lorran. Ela quase se estremeceu quando ele tinha lhe contado seu desejo de fodê-la. Desgraçadamente, enquanto ela se afastou, seu corpo se agitou concordando e esse pensamento o tinha ocupado por horas. Estando dentro dela, montando em sua vagina até que ela gemesse com a necessidade, até que ela estivesse totalmente aberta para ele. Até que estivesse unida a ele por laços inquebráveis.
Parou na porta e esperou, esperou que seu pênis se acalmasse antes de entrar. Poderia ter se masturbado novamente, mas enquanto seu corpo lhe doía pela necessidade, a sensação de sua própria mão fez pouco para satisfazê-lo. Isto só o fez ficar pior.
A voz em sua cabeça repetiu seu grito lamurioso. Minha.
Kei rangeu os dentes. A voz crescia na força se não em vocabulário. Inclusive sem as palavras, a besta estava empurrando-o enchendo sua mente com claras lembranças de Lorran.
Ele contemplou a porta e compreendeu que tinha só uma opção. Ele tinha que partir. Tinha que voltar para o Castelo. Apesar do que Lorran havia dito, voltar para casa era a única opção agora. Havia mulheres no Castelo que o receberiam de bom grado, até com avidez. Com os apetites sexuais legendários de um dragão, ali seria perseguido por mulheres que concordariam em ocupar sua cama durante as próximas três semanas. Isto parecia a única solução viável. Ele não podia ficar, não sem foder com alguém. E a única pessoa que ele queria era Lorran.
Teve que ser a proximidade. Não poderia haver nenhuma outra razão para que ele a desejasse tanto. Certamente outra mulher também serviria.
Ele abriu a porta e parou. O aroma do pão quente fresco enchia a cabana ecoando em seu ventre. Ele congratulou-se com a dor constante. Era outro sentimento além da excitação sexual.
Lorran estava sentada ao lado do fogo, suas mãos estavam segurando um livro, mas seus olhos contemplavam as chamas. Ela se virou quando ele entrou. A preocupação manchava seu olhar sereno. Merda — ele não necessitava da compaixão dela.
Ela lentamente se levantou de sua cadeira.
—Gostaria de algo para jantar, Sua Majestade? — Ela perguntou respeitosamente, embora não incluísse o sarcasmo em seu título desta vez. Suas costas estavam reta e rígida e parecia pronta para romper-se. Ele esperou, preparando-se para outra reprimenda. Lorran não tinha medo de dizer o que ia em sua mente. Ele decidiu que gostava disso. No ano passado, muitas pessoas tinham aprendido a concordar com ele — por nenhuma outra razão, a não ser por que ele era o Rei. Era uma pena que ele havia se encontrado com Lorran agora, quando ele estaria morto em três semanas. Ela teria sido uma sábia conselheira.
Ela se moveu com rápida eficácia, o roçando ao passar pela mesa diante dele sem dizer uma palavra. Kei se perguntou durante um momento se ela se rendeu, mas a linha tensa de sua coluna lhe disse que ela simplesmente acumulando suas palavras. Provavelmente até que ele tivesse jantado.
Seu delicioso aroma se combinou com o gostoso aroma da comida que ela tinha deixado esquentando no forno.
Kei a seguiu quando ela colocou sua comida na mesa. Seu pênis se levantou. Por todos os infernos, ele nunca tinha imaginado uma tortura como esta. Ele a queria. Toda ela. O aroma de sua vagina acrescentou uma especiaria à cabana, sutil e sedutora. Ele quis lambê-la, prová-la. Beber dela. Deitar-se até que eles se mesclassem em um ser.
Não havia nenhum modo de parar. Se era a criatura que crescia dentro dele ou seu próprio desejo natural, ele não sabia — tinha ao menos que tomar um pouco do que ele desesperadamente desejava. Agarrou-a pelo cotovelo e a fez se girar ao redor, aceitando seu grito abafado em sua boca. Seus lábios se tocaram, e imediatamente a dor dentro dele se aliviou e logo explodiu. Era doce e ele necessitava mais — ele precisava de todo ela.
Ela pareceu hesitar, mas Kei não pôde se deter. Ele conduziu sua língua para dentro de sua boca, desfrutando seu sabor. Ela gemeu e ele tomou isso também. Ele quis tudo o que ela lhe dava. Em um canto de sua mente ele reconheceu que ela não o afastava, ela o aceitava. O mundo ficou vermelho em sua mente quando ele se colocou contra ela, desenhando sua boca, puxando seu corpo contra o dele, até que ela abraçou sua dolorida ereção entre suas pernas.
Minha.
Ele rodeou seus quadris, apertando-se contra seu montículo, seu corpo se perdeu nos movimentos, inclusive se ele não pudesse estar dentro dela ainda, onde ele pertencia.
Lorran afastou sua boca, ofegando. Kei segurou seus quadris e se balançou contra ela. Ele beijou a coluna de seu pescoço, a distraindo de qualquer possível pensamento claro. Um breve lampejo de sanidade o advertiu que ela deveria quebrar o feitiço. Ela ignorou a advertência e suspirou quando a razão se esvaiu.
Não havia nenhuma maneira de lutar contra o prazer que ele lhe dava. Ela queria isto. Ela o queria. Ela deslizou suas mãos sobre seu peito, precisando lhe abraçar. Ele capturou sua boca e desta vez ela o reivindicou também. Ela envolveu seus braços ao redor de seu pescoço. Estalou sua língua contra a dele, imitando seus movimentos sedutores. Ele gemeu, e virou sua cabeça, ajustando suas bocas mais perto. Segurou seus quadris, quase levantando-a como se ele quisesse entrar em seu corpo. Nunca a tinham necessitado assim.
Possuí-la até que não pudesse andar.
A lembrança das palavras dele e a nítida admissão disparou a dor entre suas pernas. Seus mamilos alcançaram seu ponto máximo contra o suave tecido de sua blusa. Incapaz de resistir, ela se roçou contra seu peito, amando a leve fricção. Kei colocou uma mão com impaciência em seu traseiro e deslizou a frente do vestido para baixo, rasgando rapidamente os laços. Sua mão quente se fechou sobre seu seio, segurando seu peso, enquanto ele espalhava beijos por sua mandíbula.
—Kei — suspirou ela, a palavra era uma súplica tranquila, por mais confusão que ele criava dentro dela.
Ele se endireitou. Lorran piscou pela perda repentina de sua boca. Seus olhos brilharam quando ele contemplou as curvas de seus seios visíveis pela abertura de seu corpete. Com mãos deliberadas, ele puxou as barras do tecido e mostrou seus seios nus.
Lorran esperou, olhando-o, procurando alguma reação. Seu marido tinham gostado de seus seios, mas nunca os tinha contemplado com a fascinação que Kei mostrava agora. Ele estendeu a mão, deslizando o longo dedo ao longo da curva de seu seio, dando voltas mais perto até que finalmente roçasse o contorno rosado de seu firme mamilo. O cume empurro mais longe, como querendo alcançar seu toque.
—Lindo! — Ele disse quando se dobrou e fixou sua boca no mamilo esticado. Ele mordeu suavemente, logo aliviou a pressão com chupões suaves de sua boca. Um relâmpago uniu seu seio com seu sexo. Ela se retorceu quando o vazio entre suas pernas se fez mais pronunciado.
Ele adiantou sua coxa, pressionando o espaço entre suas pernas, movendo-se contra sua vagina dolorosa. Ela suspirou e tentou se empurrar contra ele. Kei gemeu sobre sua pele e o som ecoou através de seu corpo, cada estrondo de prazer dele enviou outra carícia profundamente no centro de seu corpo. Ela estabeleceu seu peso na perna dele, enrolando seu tornozelo ao redor da panturrilha dele para o sustentar no lugar. A dor vazia se converteu em antecipação. Ela se apertou contra sua coxa sentindo a doce dor de seu crescente orgasmo.
Estendendo-se para baixo, ele fechou uma mão nos quadris dele, levantando. O mundo girou em volta dela quando ele a levou a uma curta distância através do quarto. Ele a sentou na borda da mesa e afastou suas saias. Com um movimento fluido, ele puxou seus quadris para frente e colocou seu pênis contra sua vagina.
Ele subiu seus quadris para frente e colocou sua ereção ao longo de sua fenda, a massageando com ritmo sutil. Lorran ofegou e ele apertou sua boca na dela, atraindo sua língua para dentro.
Depois de muito tempo de desesperados beijos, ele se retirou.
—Você está molhada para mim. — Ele pôs sua mão entre eles acariciando seu sexo que gotejava, passando a ponta de seu dedo em sua entrada. — Sua vagina derrama todo este suco só para mim. — Ele mordiscou o lóbulo de sua orelha. — Agora, vou beber de você.
—Sim!
Com seu grito, Kei se deixou cair em seus joelhos. Sem nenhum prelúdio, ele estendeu os lábios dela, segurou firmemente sua boca sobre o sexo dela e começou a lamber. Ele parecia desesperado por ela. Lorran se inclinou para trás, estendendo seus braços amplamente e agarrando o lado oposto da mesa para manter seu corpo reto. Seus quadris se inclinaram para frente abrindo-se mais amplamente ao toque de Kei. A agitação leve de sua língua conduziu tremores profundamente em seu estômago. Sua cabeça de repente parecia muito pesada. O desejo e a fome dele eram demasiados sedutores. Ele lambeu toda o comprimento de seu sexo e formou redemoinhos sua língua ao redor de seus clitóris, atormentando a sensível protuberância. A carícia molhada, encantada enviou violentos estremecimentos por seu corpo.
—Kei! — Seu corpo continuou palpitando, se recuperando do clímax brilhante e afiado. Mas de todos os modos ela queria mais. Ela deslizou seus quadris para frente, inconscientemente abrindo-se para ele. Ele levou a vantagem total.
Sua língua se deslizou em sua vagina, metendo-se profundamente em sua fenda como se quisesse juntar tanto de seu suco como fosse possível.
Manchas se formaram diante de seus olhos e Lorran sentiu que seus braços se debilitavam. Caiu para trás na mesa e olhou para cima ao teto, tentando manter pensamentos coerentes em algum lugar em sua mente. Ela perderia sua sanidade se se entregasse a este prazer cegador.
Mas não havia nenhuma possibilidade de fugir. Kei não a deixaria. Sua fome inicial aparentemente aliviada, suavizou seus movimentos, bebendo a sorvos e lambendo, chupando suavemente seus lábios inferiores. Mas seus beijos persistentes não fizeram nada para reduzir o fogo que a queimava. Isto só intensificou o calor. Os longos momentos sensuais passaram. Lorran se retorceu dentro do aperto de suas fortes mãos. O prazer era quase doloroso e a necessidade tão grande que ela mal podia falar para lhe suplicar. Ele estalou sua língua sobre o clitóris e ela gemeu. Era muito.
—Por favor, Kei, não mais.
Ele ignorou o protesto e empurrou a língua para o seu sexo. O líquido quente era ouro em sua língua e ele quis mais, quis tudo. Toda ela. Seus dedos apertados obsessivamente em suas coxas, segurando-a no lugar para a doce invasão de sua boca.
Ele introduziu sua língua nela novamente, seus gritos se mesclavam com a voz em sua cabeça. Tinha que ter mais dela. Ele enrolou o final de sua língua, querendo ir mais profundo. Ela lutou, empurrando a vagina contra sua boca. Ele recompensou sua necessidade chupando suavemente seu clitóris. Então ele esticou dois dedos para dentro de sua vagina alcançando o que sua língua não podia. Ele encontrou as paredes interiores de sua apertada passagem. Seu grito perfurou a névoa sensual que o rodeava e ele levantou sua cabeça. Ela estava deitada na mesa, as pernas estendidas amplamente, seu vestido levantado, e não parecia notar. Sua mente estava perdida no que ele havia feito nela.
Ele deixou cair seus olhos sobre sua vagina nua.
—Minha — Ele sussurrou. Ele não sabia de onde vinha o sentimento, só que era verdade.
Ele devolveu sua boca à vagina e colocou beijos leves por seu sexo, saboreando seu aroma e sabor, deleitando-se nos gemidos suaves que ela fazia. Uma névoa estranha ainda se abatia nos cantos de sua mente. Seus próprios desejos simplesmente foram aumentados pelo desejo do dragão. Não podia parar, não podia reduzir a necessidade de prová-la.
Ali era onde ele sempre tinha pertencido: entre suas pernas. A voz silenciosa da criatura retumbou em sua cabeça, o incentivando, o urgindo. Mais, e mais ainda. O doce líquido que fluiu entre as coxas dela, pertencia a ele.
Ele a empurrou uma e outra vez até o clímax. Suas súplicas se transformaram em gritos, depois em gemidos, depois ameaça e em seguida voltavam a ser súplicas desesperadas. O desejo de fodê-la cresceu a cada orgasmo.
Ele passou um longo dedo em sua vagina e rosnou. Minha. Ele a queria. Ele queria isso. Ele precisava empurrar seu pênis ereto para dentro dela, enchendo-a com sua semente.
—Vou foder você. —Resmungou ele entre os dentes apertados.
Ela piscou rapidamente e levantou sua cabeça algumas polegadas da mesa. O olhar velado em seus olhos desbotados quando ela o focou.
—Eu preciso foder você. — A voz dele parecia estranha mas a necessidade o impulsionou. Ela estava aberta a ele — podia tomar o que necessitava, mas ele queria sua aceitação, sua concordância, que ela desejasse isto tanto quanto ele. Ele esperou. As emoções não completamente suas — raiva, dor e resignação buliam dentro dele a cada momento que passava.
Tome-a. Possua-a. Kei lutou contra o impulso, sabendo que era de uma fonte fora dele, da voz desesperada dentro de sua cabeça.
—Sim.
A palavra era suave, mas distintamente clara. Kei se agarrou a borda da mesa, obrigando-se ainda a resistir ao desejo de equilibrar-se. Ela o olhou fixamente com clareza, direta.
Ele não podia resistir mais ao seu gosto. Arrastou sua língua ao longo de sua vagina, saboreando o sabor.
A besta dentro o impulsionou — a perspectiva de preenchê-la era demasiada tentador. Kei se levantou.
Lorran o contemplou, seus olhos se encheram de perguntas, de curiosidade e preocupação. Ela respirou fundo e ele voltou a ver a verdade em seu olhar. A lânguida sensualidade que tinha amadurecido seu corpo fora substituída por um relaxamento forçado. Ele quase podia ver como trabalhava sua mente — como se ela catalogasse cada ação.
Ela não converteria isto em um algum maldito experimento. Pelo Inferno, ele não a deixaria fazer isso.
Ele tomou os quadris em suas mãos e a desceu da mesa. Com três puxões rápidos, tirou o vestido de seu corpo. Ela estava de pé antes que os olhos dele se abaixassem. Ele pensou que ela queria se cobrir —esconder-se de seu escrutínio — mas ela se manteve quieta. Ela era encantadora — seios firmes, grandes com mamilos que lhe deram fome, uma suave e marcada cintura que terminava nas suaves curva de seus quadris. Ele sustentaria aqueles quadris quando entrasse profundamente nela.
—Vire-se — mandou ele. Seus olhos se arregalaram de confusão e Kei teve um breve pensamento sobre que pouco imaginativos tinham sido seus amantes anteriores. Tinha muito a lhe ensinar.
Depois de um longo momento, ela se virou lentamente. Ele avançou suavemente empurrando-a até que suas mãos se encontraram contra a mesa.
—Kei?— Ela olhou sobre seu ombro, seus olhos interrogativos.
Ele envolveu seu braço ao redor de sua cintura e pressionou seus quadris contra os dela.
—Não se preocupe, docinho — sussurrou ele em seu ouvido. — Eu posso te encher daqui — ele acariciou sua vagina nua, deslizou a ponta de um dedo para dentro, só o bastante para lhe recordar onde ele pertencia. A forma em que reteve seu fôlego lhe disse que ela não era o observador distante, que ele havia imaginado.
Seu traseiro nu brilhou sob sua mão. Ele esfregou sua mão através da lisa carne. Ela encaixava perfeitamente.
—Eu estarei tão profundamente dentro de sua vagina — sua voz era suave e baixa. — Eu serei uma parte de você. Nunca deixará de me sentir. Você vai me querer dentro de você para sempre.
Ela se apoiou em suas mãos, ofegando.
Kei puxou os laços do cós de suas calças emprestadas, a pressão de seu pênis empurrava as cordas extensamente. Ele empurrou os couros para baixo e se moveu contra ela. Ela estava suave, sua pele era um murmúrio de seda ao longo da dele.
—Você pode me sentir? — Ele manteve seus lábios contra seu ouvido, sua voz suave, somente para ela. Ela assentiu. — Eu vou encher você, e acabar dentro de você até que não possa tomar mais, até que goteje com meu gozo. — Ela tremeu em seus braços e balançou seus quadris contra seus dedos zombadores. Ela estava pronta para ele.
Suas mãos se fecharam em punhos em cima da mesa quando ele estendeu suas pernas e empurrou a ponta de seu pênis em sua entrada.
Ela enrijeceu. Ele era grosso e esticou sua passagem com o primeiro centímetro que meteu nela.
—Shh. Relaxe, querida, me deixe possuir sua vagina. É minha, me deixe possuí-la.
Ela deixou fluir suas palavras ao seu redor e encontrou a coragem de relaxar seus músculos. Sua ereção se deslizou mais para dentro. Ele se moveu devagar, colocando lentamente um centímetro duro após o outro. Seu corpo se adaptou, fundindo-se ao redor de seu membro. Ele fez uma pausa, lhe dando tempo para ela se acostumar a ele. E logo havia mais. Ela pensou que nunca terminaria. Finalmente, seus quadris estavam pressionados contra as dela e ele estava profundamente em seu interior.
Ela podia senti-lo. Calor que fluía e se estendia de seu pênis para seu corpo, esquentando os cantos mais escuros. Sua voz suave sussurrou tolices consoladoras sobre sua beleza e como ela era deliciosa. Ela se apoiou contra ele. Parecia que era o sinal que ele necessitava. Ele começou a se mover.
Sua ereção saia lentamente de sua vagina no que parecia uma eternidade. Ela reconheceu vagamente os estranhos sons de ofegos como vindo dela, mas nada do que fez pareceu detê-los.
—Você gosta assim, querida? — Suas palavras eram quentes contra seu ouvido. Ele beliscou a ponta de seu lóbulo, unindo a sensação do implacável impulso de seu pênis em sua vagina. Um grosso braço foi envolto ao redor de sua cintura, mantendo seus quadris estáveis para sua invasão. A outra mão se fechou sobre um dos seios. — Não é mesmo?
A cada pergunta, apertou-se um pouco mais profundamente, começando outra vez a deliciosa tortura. Os orgasmos se derramaram e começou uma nova linha de excitação. Lorran tomou fôlegos profundos, tentando lutar contra a onda que correu por ela. Nunca tinha experimentado algo igual. Exceto em seus sonhos.
—Kei. —Ela quis dizer isso como um protesto. Mas saiu como uma súplica.
—Isso, preciosa. Deuses, sua vagina é tão apertada. Me toma tão forte. Como se nunca quisesse que eu te deixasse. Ele a rodeou, até que ela quase esteve de pé. Inclinou seus quadris para frente, ficando dentro dela. Massageou os cheios montículos de seus seios. Seu calor fluiu de sua pele, esquentando seu interior.
Ela deixou cair sua cabeça contra seu ombro quando seu fôlego deixou seus lábios em gritos abafados e irregulares.
—Me diga, Lorran. Está gostando? Você gosta de meu pênis dentro de você ?
Ela não podia resistir mais.
—Sim!
—Você quer mais? — Ele a inclinou avançado, afundando-se pouco a pouco, lentamente em seu interior.
Seu orgulho desapareceu. Queria o que Kei podia lhe dar, tudo o que ele poderia lhe dar. Nunca havia se sentido tão desesperada.
—Sim! — Ela gemeu. — Por favor.
Sem falar, Kei se endireitou e agarrou seus quadris com as duas mãos. Ela agarrou a borda da mesa e se apoiou nele. Ele se empurrou profundamente nela, com força. Os longos movimentos sedutores desapareceram, deixando os impulsos duros e profundos.
—Aaah. — Seu grito soou na diminuta cabana. Não era a dor; era a necessidade, o prazer. —Sim, sim! — Ela gemeu as palavras pelos duros golpes em sua vagina. Ele se deslizou profundamente e se deteve. Sua mente gritou protestando. Estava tão próxima. A doce tensão lhe advertiu que seu clímax estava perto, vibrando por seu corpo. Só necessitava de um pouco mais. Ela se empurrou para trás, tentando deslizá-lo mais profundo, dirigir seu pênis para onde ela o necessitava. Suas mãos a sustentaram ainda mais forte. Ela estava a sua mercê e ele ainda não tinha acabado de atormentá-la. Devagar, sua longa ereção se retirou, quase deixando seu corpo.
—Nãoo. Por favor, Kei.
—Fique quieta.
—Não, Kei, eu necessito de você. — Ela odiava o tom suplicante de sua voz, mas ele não podia parar agora.
—Você precisa disso. — Ele a penetrou novamente. — Isto é o que você precisa. — Sua mão acariciou suas nuas costas. — Não se preocupe, doçura. É sua. Vou te dar todo o pênis que você necessita. E você me dará esta pequena xoxota, não é mesmo? — Ele saiu e se manteve em sua entrada.
—Kei!
—Não é verdade? — Exigiu ele. — Você me dará toda a xoxota que necessito? Tudo o que eu quero? — Ele a tentava, empurrando sua grossura um centímetro. Ela gemeu, apertando seus lábios para esmagar o som. — Me diga isso — Ele a incitou.
—Sim. Toda a xoxota que você quiser, tudo o que você necessitar.
O triunfo e a rendição se mesclavam em seu grunhido de aprovação.
Kei respirou fundo, recriando o aroma de sua excitação. Era forte, potente. Empurrou-se, deslizando-se centímetro a centímetro na vagina molhada que pedia seu pênis. Um poder masculino como nunca havia sentido antes, chegou a ele. Sua parceira, inclinada, suplicando por seu pênis. Seus diminutos ofegos e o suave gemido alcançaram seus ouvidos quando se acomodou outra vez em seu interior.
Ele se esforçou para manter seus movimentos lentos, lutando contra o animal em sua cabeça que o levava a penetrá-la — gritando para fodê-la duro — repetidamente preenchendo-a com seu pênis.
Deslizar-se em sua vagina era uma doce tortura. Ele se empurrou até sua matriz e ficou ali, desfrutando da sensação de suas paredes molhadas ao redor de seu pênis.
Era isso. Isso era o que o havia atormentado desde que havia despertado. Não sabia como chamá-lo, mas seu lugar era dentro de seu corpo, era ali que pertencia.
Arqueou os quadris, os movendo em um círculo diminuto dentro de seu corpo.
Ela ofegou. Kei sorriu.
Minha.
—Por favor, Kei.
—Me suplique, doçura. — Ele não sabia de onde vinha a profunda necessidade de ouvir seus gritos, mas o queria. — Me peça para foder esta doce xoxota. — Ele fez rodar seus quadris em um redemoinho lento, longo, brincando de lhe dar mais do que necessitava.
—Sim, me fode. Por favor. — Ele não se moveu. —Ah, Deus, Kei! Fode minha xoxota. Foda-me. — Sua voz era irregular e suplicante.
Sabia que as palavras eram desconhecidas para ela mas ele amou seu desespero. Amava saber que ela o necessitava tanto que deixaria suas inibições para suplicar, pedindo por seu pênis. Não podia fazer nada mais, só lhe dar o que ela lhe pedia. Seu corpo explodiu pela restrição mental. Ela a penetrou uma e outra vez, com força, rápido, profundamente. Ela respondeu a seus impulsos, fodendo-se em seu pênis.
—Foda-me. Por favor, Kei, foda-me. Mais, por favor, me dê mais, me preencha.
—Tudo o que você quiser.
Então ele, e o dragão que serpenteava dentro dele foderam a mulher. Era apertada e agradável. Quanto mais a fodia, mais a queria. Sua umidade fluiu sobre sua mão que massageava ainda a suave pele entre suas pernas. Tinha que estar sensível — ele rodeou a ponta externa de seu clitóris.
Seus gritos soaram em seus ouvidos. Suas incoerentes súplicas estavam cheias de seu nome. Ela o chamava, exigindo que a satisfizesse. Seu próprio corpo gritava por um orgasmo mas ele não podia deixá-la gozar antes de fazê-lo com seu pênis dentro dela. Acariciou sua vagina e foi mais duro, forçando seu clitóris contra sua mão e enviando sua ereção profundamente em sua vagina. Suas costas se endireitaram e seu corpo se esticou. As suaves carícias acariciaram seu pênis, enquanto sua vagina se contraía com o clímax. Ele rugiu e a preencheu uma vez mais, inundando-a com sua semente.
Kei se sustentou enquanto toda a força de seu corpo se drenou.
Ambos se afundaram na mesa. Depois de um longo momento, ele se elevou nos cotovelos, a libertando um pouco de seu peso. Mas não podia deixar seu corpo. Ainda não. Sustentou seus quadris firmemente contra ela, mantendo seu pênis profundamente dentro dela.
Escutou os sons de sua respiração.
Nunca antes havia fodido assim — ou gozado com tal força. Ficou sobrecarregado — cada impulso, cada sensação — repetindo-se. Sentiu que seu pênis se endurecia dentro dela. Impossível. Não podia se recuperar tão rapidamente. Lorran gemeu enquanto ele crescia dentro dela.
—Kei? — Sua voz pareceu preocupada.
Ele deveria abandoná-la. Ele já a tinha usado duramente. Mas não podia convencer seu corpo a responder. Sentiu como se sempre tivesse esperado estar dentro dela.
—Shh, shh. Lento e suave. —Prometeu ele, sem sentir nenhum desejo iminente de sair de sua vagina. Só a encantadora sensação de sua vagina. Endireitou-se e colocou seus quadris atrás dos dela. Se empurrou profundamente dentro dela. Sua passagem se agarrou a ele, tentando segurá-lo no lugar.
Lorran piscou e olhou fixamente o fogo, sentindo o lento pulsar da excitação. Seu corpo estava esgotado, mas ela não podia lutar contra o zombador prazer. Era como ele havia prometido — lento e suave. Breves impulsos, mas profundos, massageando suas paredes interiores. A chegada do orgasmo fluiu por seu corpo. Era uma subida lenta.
Ela não teve nem idéia de quanto tempo levava ali, contra a mesa enquanto Kei a fodia. Só sabia que a tensão chegou a um nível insuportável, até que suplicou a ele que a deixasse gozar.
Ele aceitou, lhe dando a profunda carícia que ela necessitava. O gozo de seu corpo foi longo e profundo, como o seu carinho.
—Minha! — Sussurrou ele quando se verteu nela pela segunda vez.

No início da manhã, Lorran estava na cama, olhando fixamente a escuridão. O braço de Kei era pesado ao redor de sua cintura, abraçando-a. Seu coração voltava ao normal. Kei estava dormindo. Seu corpo estava esgotado mas sua mente pensava nas possibilidades. E na realidade.
O que tinha acontecido na noite passada? Pela pálida luz das triplos luas que brilham na janela, ela podia distinguir a mesa de refeição. Seria capaz de olhá-la de novo sem pensar em Kei sobre ela, a montando duro e comprido? O estável ritmo de seu coração aumentou com o pensamento, quando seu corpo deveria estar satisfeito.
Seu marido tinha vindo à sua cama regularmente, até que esteve claro que ela era estéril. Então começou a se deitar com as mulheres do povoado. Depois que Brennek tinha deixado sua cama, havia lhe faltado o contato físico e os suaves orgasmos que tinha alcançado.
Nada disto podia se comparar ao que havia sentindo com Kei em seu interior.
Inclusive agora, seu corpo procurava mais das deliciosas sensações. Era impossível. Ela tinha perdido a conta das vezes que tinha gozado. Kei a tinha levado para a cama e a tinha montado uma e outra vez. Pressionou os lábios, esmagando o gemido que ameaçava sair. Seu corpo estava dolorido, mas além disso sentia a dor da necessidade — ela o queria dentro dela.
—Hmm? — Kei se moveu atrás dela, esfregando seu peito contra suas costas e a aproximando mais de seus quadris. O áspero pelo de suas coxas roçou suas pernas. Lorran respirou fundo, esperando acalmar seu rápido batimento do coração. Não conseguia.
A mão de Kei se deslizou para baixo acariciando seu pelo, tocando as pontas de seus cachos. Quase inconscientemente, Lorran inclinou seus quadris na direção dele, tentando aferrar-se às pontas de seus dedos, querendo guiar seus movimentos.
—Mais?
A palavra foi resmungada em seu cabelo. Não sabia se Kei estava dormindo ou acordado mas não importava. Ele a virou devagar. Sua mão se deslizou para sua coxa, abrindo sua vagina para ele. Em um movimento sonolento que pareceu durar para sempre, deslizou seu duro pênis para dentro de seu sexo. Lorran se esticou durante um momento, a grossa ereção era ainda nova para seu corpo. Quando completou a penetração, ela se relaxou, a dor tinha desaparecido.
Deixou o ritmo suave, como se ele também necessitasse da conexão. Sua mão desceu e encontrou o ponto onde seus corpos estavam unidos. Não havia nenhum movimento para fazê-la gozar, só a união de seus corpos.
Kei apoiou sua cabeça sobre seu peito e sentiu que se afundava no sono.
O que pensaria ele quando despertasse na manhã seguinte? A olharia com repugnância? Ele se lembraria? O dragão tinha de algum jeito começado já a influir em seu comportamento? Não tinha sentido. Nenhum dos dragões que ela tinha estudado tinham mostrado algum interesse sexual por ela. Não, tinha que haver outra explicação.
Era provavelmente o mesmo desejo que tinha enviado Brennek para as moças do povoado enquanto sua transição durou. Seus olhos começaram a se fechar. E ela vagamente reconheceu que ia dormir com suas perguntas sem respostas — e com o pênis de Kei sepultado dentro dela.
Ela despertou com o som de seu próprio gemido e o impulso do pênis de Kei nela. Seus olhos se abriram assombrados. Ele estava em cima dela, olhando-a atentamente enquanto se afundava em sua vagina.
O calor em seus olhos foi quebrado pela insinuação de algo mais, Dor? Medo? Do que? Do dragão? De seu repúdio? Ela não sabia. Ela só sabia que ela queria banir isso. Ela levantou suas pernas, envolvendo os tornozelos ao redor de sua cintura. Ela usou seu aperto para levá-lo mais profundamente para dentro dele. Seus olhos se arregalaram por uma fração de segundo e ela se sentiu satisfeita ao ouvir sua respiração entrecortada. Ele se moveu devagar, como saboreando o aperto por suas paredes sobre cada centímetro de seu pênis. Enquanto seus olhos ainda perfuravam os seus, ele se empurrou nela profundamente. Seu corpo se relaxou para o alojar, mas ainda estava apertado. Ela se mexeu, tentando tomá-lo mais profundamente. Ela queria isto, mais do que ele havia lhe dado na noite passada. Sua força, seu poder, sua semente. Tudo o que ele pudesse oferecer, o que ele tinha a dar, isso ela queria.
—Mais? — Rosnou Kei, interrompendo seus dispersos pensamentos. —Me dará mais de sua xoxota para mim?
Ele perguntou suavemente, mas ela ouviu a dor em suas palavras, e respondeu.
—Sim, Kei. Tudo o que você quiser, tudo o que você precisar.


Capítulo 5

Ela nunca podia ter imaginado como aquelas palavras a atormentariam nos dias que seguiram. Ele havia pedido acesso ao seu corpo e ela o tinha dado com muito prazer. Com freqüência.
Lorran olhou seu corpo: seus seios estavam nus, as pontas de seu vestido se agarrava aos seus mamilos, em um último fragmento de modéstia. Não sabia por que se incomodava. Kei a teria nua e estendida em alguns momentos.
Ele a tinha seduzido com muito mais que seu toque. Ele havia falado e escutado. E a havia possuído. Ela se retorceu quando essa palavra em sua memória simplesmente invocava a boca e língua dele, seu pênis e mãos, ele preenchendo seu corpo. Ela gemeu silenciosamente e se relaxou na cama.
Em seus momentos de autoengano, ela era quase capaz de se convencer que tinha permitido que seus cuidados aliviassem sua necessidade de sexo. Mantendo-o satisfeito enquanto ele passava pela transição.
Quando seu corpo se sentia vazio e doloroso para ser preenchido, ela sabia que era uma mentira. Em quatro dias, ela havia se viciado no prazer que ele podia lhe proporcionar. Tinha ido de modesta a libertina.
Sua previsão havia acontecido. Ela tinha aprendido a ansiar a sensação dele dentro dela. Ela nunca esqueceria a sensação, a ereção grossa e palpitante de seu pênis em sua vagina.
E pior: nunca esqueceria a lembrança dele em sua vida. Não sabia como isso tinha acontecido mas gostava muito do homem. Ele era muito mais que um guerreiro ou um Rei que governava uma nação. Ele tinha se tornado seu companheiro, que trabalhava ao redor da cabana, preenchendo as horas do dia entre o acasalamento com ela e fazer vários trabalhos, construindo móveis, selando vão nos troncos.
Ele de algum jeito encaixava em sua vida.
Não era uma boa idéia, ela reconheceu. Não podia aumentar sua afeição por ele, como um homem ou como um dragão. Era muito arriscado. Sabia o futuro de Kei e não a incluía.
Seu futuro era uma vida quebrada, nas ruínas de uma caverna até que alguém encontrasse a força para destruí-lo.
Ela tomou um longo fôlego e olhou a situação com fria distância. Kei gostava de ter sexo com ela. Ela gostava de ter com ele. Eles deixariam isso assim. Ela separaria suas observações de sua relação física. Ela manteria a distância. Isto não faria que se apaixonassem, parou antes que pudesse pensar nessa palavra.
Com um gemido, fechou seus olhos e deixou sua cabeça cair no travesseiro. Poderia fazê-lo? Somente teve que se concentrar no prazer que ele lhe dava. Não era difícil. Não havia nenhum modo de evitar as lembranças nesta cabana. As visões e os aromas sempre lhe recordariam o toque de Kei e a sensação dele. Ela mudou de posição na cama, reconhecendo sua solidão.
—No que você está pensa?
Ela abriu seus olhos. Ele havia retornado da cachoeira e esperava ao lado da cama, comendo-a com os olhos.
—Em você. — Parecia que a honestidade sem hesitação de sua resposta o agradava.
—Me conte.
A primeira reação de Lorran era se negar. Ela ainda não se havia se acostumado entre as palavras ou o poder de sua atração. Então examinou seus olhos. Ele lutava contra seu demônio esta noite. Olhou-a atentamente, esperando.
Lorran inalou profundamente e tentou falar de seu desejo.
—Eu imaginava você dentro de mim, com força e empurrando. — As palavras enviaram lembranças físicas através de seu corpo. Levantou seus braços sobre sua cabeça e fechou seus olhos quando o sonho a levou. — Você é tão grosso e me enche tão profundamente. Repetidas vezes você te desliza para dentro de mim. Hmmm. Mais — suspirou ela.
—Isso é o que você quer? — A voz de Kei saiu como um som profundo e áspero. — Uma dura fodida! Comigo?
Lorran abriu seus olhos e sorriu. O poder e a sedução fluíram em suas veias. Ela poderia fazer este homem a querer — algo que ela nunca tinha imaginado antes.
—Sim. Uma longa, e forte fodida.
Ela sustentou seu olhar enquanto alcançava e levantava sua camisola. Olhou seus olhos. Eles começaram a brilhar então se obscureceram quando ela levantou o tecido de cima de sua cintura. Dobrou seus joelhos e estendeu suas coxas. Seus dedos tomaram a borda superior de seus cachos que protegiam sua feminilidade. Kei lambeu seus lábios e contemplou seu sexo, seus olhos capturados pela visão.
—Eu gosto de sua boca — Sussurrou ela. Seu corpo se enrijeceu. — O modo que você me lambe a xoxota, me prova. A maneira que empurra sua língua dentro de mim. — Um tremor percorreu seu corpo e ela gemeu. — É tão bom.
Ela nunca o viu se mover. Ele estava ao seu lado, em cima dela, suas mãos lançaram o resto de sua saia longe e sua boca estava quente contra sua vagina antes que ela pudesse reagir.
Ele cobriu seu sexo com sua boca e empregou sua língua profundamente dentro dela. Lorran lançou um grito e se agarrou a sua cabeça. Ele lambeu o suave revestimento de sua carne, burlando-se dela, a provou até que ela só pôde ofegar e pedir. E ela o fez, enchendo a cabana com seus gritos, suas súplicas de mais.
O primeiro clímax caiu de repente em seu corpo. Isto era o que ele lhe dava — o prazer constante. E a necessidade de mais.
—Oh, Kei, mais. Por favor. Ele rosnou quando subiu em seu corpo e Lorran abriu seus braços para lhe dar as boas-vindas. —Dentro de mim. Por favor, vêem dentro de mim.
Ela viu a labareda em seus olhos e logo ele estava ali, com força e profundamente preenchendo-a.
—Oh, sim. Kei, isto é tão bom. — As palavras saíram de sua boca quando ele começou a se mover-se. Cada impulso era mais profundo, como se ele quisesse se meter em seu corpo, ser uma parte dela. Ela olhou seus olhos. O dragão ficava mais forte.
A idéia a enrijeceu. Kei empurrou seu pênis nela e se sustentou ali, esticando sua apertado entrada.
Ela olhou fixamente seus olhos e a dor a golpeou. A besta estava sobre ele esta noite. A mão de Lorran se ergueu e alisou sua bochecha.
—Eu preciso de você essa noite — Sussurrou ele. Era uma súplica e a necessidade veio de um lugar que ela não podia deduzir. Mas não podia abandoná-lo com uma dor como esta.
—Sim —Respondeu ela.

A luz triste voltou aos olhos de Kei na manhã seguinte. Na alvorada, não havia nenhum modo de ela consolá-lo. E ele não procurou conforto nela agora. Ele sabia seu destino assim como ela.
Depois de limpar a cabana e olhar Kei esculpir no bosque, Lorran decidiu ir ao povoado. Ela necessitava de tempo para ela e tinha que ir buscar alguns artigos básicos.
Lorran levantou seu queixo quando entrou no armazém aproximadamente uma hora mais tarde. Os olhares afiados que eram enviados em sua direção não eram novos. Ela havia se acostumado ao desdém dos cidadãos. Mas hoje era diferente.
Antes sempre ela tinha sido capaz de ignorar os seus insultos, sabendo que ela era virtuosa e honrada. Mas agora, eram verdade.
Ela havia se convertido na amante do dragão. A puta do dragão é o que eles diriam.
Ele tinha sido implacável ontem à noite, empurrando-a cada vez mais alto e ele próprio indo cada vez mais profundo como se tentasse banir a escuridão com seu corpo. Suas pernas lhe doíam. Sua vagina pulsava com uma palpitação constante. E ainda mais a lembrança de sua própria voz pedindo que ele a fodesse, que acabando em seu interior. Ruborizou-se quando a porta se fechou atrás dela.
—Senhora Lorran, seja bem-vinda. — O dono do armazém, o Sr. Fiya a saudou com um sorriso amistoso. Muitos na cidade não aprovavam sua posição. Eles queriam que ela partisse e esperavam que se ela fosse incapaz de comprar mercadorias, ela assim o faria. Ele havia ficado firme em sua posição e tinha lhe dado as boas-vindas de todos os modos. Fiya possuía o único armazém do povoado e tampouco eles poderiam se permitir não freqüentar seu armazém.
—Sr. Fiya — disse ela.
—Passou muito tempo desde que você veio a última vez. Aposto que você está desesperada por um pouco de farinha fresca.
—Sim, estou. — ela o seguiu ao redor do pequeno armazém, despedindo-se do pequeno grupo de mulheres que se juntaram para contemplá-la. Olhavam-na fixamente para intimidar. Na maior parte dos dias, Lorran não tinha nenhum problema em ignorá-las, mas hoje, ela se sentiu decididamente exposta.
—Humph — uma mulher grunhou quando Lorran passou. A mulher levou os espectadores para que eles intencionalmente dessem as costas a Lorran. A situação de repente pareceu tão ridícula. Estas mulheres não entendiam. Nunca o fariam.
Lorran apertou seus lábios e resistiu ao impulso de abrir seus braços amplamente e gritar:
—Sim, eu fodo com um dragão e é incrível.
Fiya juntou seu pedido e colocou os artigos em um saco de tecido áspero.
—Agora, Senhora, você tem que ir com cuidado até sua casa — lhe advertiu ele. — Effron está particularmente desagradável nestes últimos dias. Não sei o que o tem tão irritado.
Outro dragão na vizinhança. Lorran guardou essa informação. Ninguém sabia sobre Kei e tinha que ficar assim. Riker de algum jeito tinha conseguido guardar o segredo. Kei ainda enviava e recebia mensagens diárias do Castelo. Ele dava instruções à seus conselheiros e comandantes, mas só proporcionava indícios imprecisos de sua recuperação e de sua volta iminente. Ela não o entendia mas tinha um pressentimento que havia alguém no Castelo no qual ele não confiava. Ela não pensava que fosse Riker. Kei havia falado dele com grande carinho. Tinha que haver alguém mais.
—Puta do dragão. — O comentário insultuoso tirou Lorran de seus pensamentos. Ela levantou seus olhos e olhou fixamente de modo provocador às mulheres amontoadas no fundo do armazém.
O Sr. Fiya colocou uma mão consoladora sobre seu ombro.
—Não as deixe pô-la assim — sussurrou ele. — Só siga fazendo o que você faz.
Lorran o saudou com a cabeça e abandonou o armazém. E o que é que eu faço?
Aquela pergunta a atormentou por todo o caminho até em casa. A semana passada a tinha mudado. Ela tinha se transformado de um observador a um participante. Inclusive agora, ela não podia acreditar nas coisas que tinha feito com Kei. Quando eles tinham começado, não havia reconhecido o perigo. O risco evidente de viver com um homem que logo tomaria a forma de um dragão tinha resultado fácil de superar. Não, o verdadeiro perigo tinha corrido seu coração, durante aqueles momentos tranqüilos depois de fazer amor, quando Kei a segurava em seus braços e lhe falava sobre seus projetos para o Reino; ou naquelas refeições quando Kei escutava atentamente quando ela lhe falava sobre sua pesquisa; ou nas longas horas quando ele amava seu corpo, lhe sussurrando palavras sedutoras, quentes e lhe mostrando que desejável ela era.
Ela estava se apaixonando por ele. Seus passos diminuíram a marcha quando ela deixou a cidade e começou a descer pelo caminho até sua cabana. Apaixonada. Por um dragão. Era isto o que ela tinha temido ontem à noite.
Mas que droga! Não podia fazê-lo outra vez. Não havia sido apaixonada por seu marido mas isto fazia que desta vez fosse pior. A dor quando Brennek havia se transformado, quando o dragão Cronan havia ignorado sua presença. Ela o tinha tolerado porque ela havia se comprometido com Brennek. E porque ela se sentiu responsável por sua transformação.
Mas tudo isso ia ser pior quando Kei se transformasse — quando ele virasse as costas para ela, não desejando seu toque. Quando ele passasse por ela para tomar uma mulher que ele tivesse seqüestrado do povoado. Sua garganta se fechou e ela engoliu profundamente, tentando desfazer o nó que havia se formado.
Ela teve que se deter. De algum jeito. Tinha que se distanciar dele. Tinha perdido sua capacidade de observar, havia se envolvido muito profundamente com o assunto. Algumas poucas pessoas que também estudavam os dragões haviam lhe advertido para que não se envolvesse. Ela tinha que permanecer afastada — separada da vítima. A compaixão só conduzia à dor. O dragão raramente vivia muito tempo e eles se tornariam amigos mortais.
Desta vez, ela tinha se envolvido com o humano, mas o resultado seria o mesmo.
Ela empurrou seus ombros para baixo. Bem, ela só teria que conseguir não se envolver. Quão forte poderia ser? Ela limitaria suas discussões com Kei estritamente ao estudo de como o dragão o afetava. E ela não o olharia quando ele cortasse lenha ou trabalhasse no jardim. Ela não esperaria sua reação às refeições ao ver se ela o tinha agradado de algum pequeno modo.
Ela podia fazer isso, jurou silenciosamente. Pelo interesse de sua própria sanidade, ela podia se afastar de Kei.
Até a noite. Então, o que ela ia fazer? Cada noite quando eles comiam o jantar, seus olhos começavam a esquentá-la e com uma palavra ou um puxão leve de sua mão, ele a atrairia à paixão.
Não necessitava muito para atraí-la a seus braços. Só o fogo em seu olhar. Quando ele a olhava, perfurava-a com aqueles olhos quentes como se ele quisesse olhar longe mas não podia. Ela lutaria contra a força de atração, até que a pressão se fizesse muita e eles voariam juntos, desesperados pela união.
Seu corpo lhe doía do assalto constante, mas de todos os modos ela queria mais. O calor de seu olhar lhe liberava uma dor afiada no centro de seu estômago, uma necessidade de senti-lo dentro dela. Inclusive agora, só a lembrança a esquentava, seu sexo começava a se umedecer, abrir-se, preparando-se para sua penetração.
Ela parou e se apoiou contra uma árvore, esperando que a sensação passasse e seus joelhos se fortalecessem. Bem, se não tivesse nada mais, ela teria ao menos as lembranças para os próximos anos. De algum jeito ela sabia, Kei seria o padrão para todos os outros homens.
Ela rosnou quando se afastou da árvore. Era um hábito estranho que ela tinha aprendido com Kei ao longo dos dias passados — rosnar quando não estava feliz. Parecia que trabalhava para ele. Quando o fazia, ele só ria. Mas quando estava sozinha, isto a fazia sentir-se melhor, mais poderosa.
Ela saboreou aquele poder, tentando recordá-lo enquanto entrava na clareira. Kei estava em sua posição habitual, cortando troncos de madeira em pedaços diminutos, para esgotar o demônio de sua cabeça.
Ele levantou o olhar enquanto se aproximava da cabana. Suas narinas flamejavam como um animal selvagem que encontra o aroma de sua companheira. Ele começou a ir na direção dela, depois se deteve. A linha apertada de sua mandíbula era o único sinal de resposta. Ele estava lutando, brigando contra outro daqueles demônios.
Esta noite lhe diria sua decisão. Era melhor para os dois. Ela sabia e Kei veria a lógica disso.
Ela esperou até que a comida estivesse na mesa. E então, trouxe seu pergaminho e pluma.
—Então, estou um pouco atrasada no registro de minhas observações. Pensei que eu deveria me pôr em dia.
Kei elevou o olhar, mas não disse nada.
—Fiz anotações sobre o progresso de nossos estudos, até agora. Só necessito de sua contribuição — limpou sua garganta —. Você notou alguma mudança em você... — olhou para baixo e viu seu prato.
— Ah, seu apetite?
Kei se endireitou em sua cadeira e a contemplou. Lorran levantou o queixo e lhe devolveu o olhar penetrante. Não podia se deixar intimidar. Ou seduzir. Tinha que proteger o que restava de seu coração. Os olhos de Kei se enrugaram nos cantos como se tentasse entender o que ela estava tramando. O maldito homem era muito perspicaz.
—Kei? — ela o provocou. — Mudanças de apetite? — Pareceu que ele gostava de tudo o que ela cozinhava. Ela havia sido criado como um guerreiro antes de se tornar Rei, e sem dúvida estava acostumado a uma comida pior.
Finalmente, ele negou, mas seus olhos não perderam a cautela.
—Capacidade de dormir? — Ele negou novamente. — Sente que a presença do dragão aumenta em você?
Ele fez uma pausa como se estivesse considerando sua resposta, e depois disse:
—Não.
—Há algo estranho em seu comportamento? Algo que você nota que é diferente de antes que o dragão te mordesse? — endireitou-se e deu um toque com a pluma na borda do papel. — Eu não te conhecia antes, assim não sei se houve alguma mudança de personalidade.
—Você quer dizer, além da constante necessidade de foder? —resmungou ele.
Lorran tragou.
—Ah, sim.
—Não, isto é mais ou menos a única mudança.
—Você o atribui a, uhm... uma necessidade constante … — Ela havia dito antes as palavras, geralmente as gritando quando Kei entrava em seu corpo, mas sentar-se e falar tranqüilamente dela... — de manter relações sexuais?
O canto de sua boca se levantou em um sorriso satisfeito.
—Kei? — Ela o pressionou, quando ele não lhe respondeu. Apertou os lábios.
—Não sei.
—De verdade? — ela deixou que seu cepticismo se escutasse em sua voz. Ele hesitava muito nas respostas. Mentia ou não lhe dizia tudo.
Ele ficou de pé. Pegou seu prato e se aproximou da pia antes de falar.
—O que? Quer que te diga que o dragão está falando comigo? Tudo bem. Está em minha cabeça, ou em meu corpo, ou em alguma parte. Está ali e tudo o que quer é foder. Acredite em mim, é a única coisa que passa pela mente da criatura.
Lorran limpou a garganta.
—Dragões dão conhecidos por terem apetites sexuais vorazes.
—Este sim, e sorte para mim, encontramos uma mulher complacente, que aceita os dois.
—Bom, já que chegamos a isto, acredito que seria melhor pôr fim a essa parte de nossa relação.
Ela esperou um grunhido, uma queixa, um suspiro, ou algum tipo de resposta. Ele ficou em silêncio. Finalmente, ela levantou a cabeça e encontrou seus olhos. Eram pedras verdes e frias.
—O que? — sua voz era suave e ameaçadora quando falou.
Era imensamente pior que um grito ou rosnado.
—Acredito que temos que parar com nossos encontros íntimos —reafirmou ela. Ela dobrou suas mãos calmamente na mesa, planejando apresentar tranqüilamente a lógica que a havia levado até ali —. Estivemos juntos em todas as noites — e dia, acrescentou ela silenciosamente — desde que despertou do transe. O dragão não apareceu. Então, ele embora tenha necessidade de sexo, não é algo que causa a transição do dragão. E acredito que devemos seguir em frente.
Ela esperou, devolvendo o olhar desafiante de Kei. Nisto, não voltaria atrás. Kei já significava muito para ela. Tinha que começar a se distanciar dele. Seus olhos pareciam obscurecer-se enquanto a olhavam. Ele se afastou da mesa.
—Foder comigo era só um experimento? — a frieza de sua voz enviou um tremor pelas costas de Lorran.
Não se atreveu a mentir para ele.
—Bom, não, mas devemos usar todo o conhecimento que pudermos juntar. E temos que ter em conta que nossa, ah, relação física poderia incentivar a presença do dragão.
—Então, ele se torna mais forte porque nos transamos? — ele não soava como se acreditasse nisso e realmente não podia culpá-lo. Mas era a melhor desculpa que ela tinha. Não podia lhe dizer a verdade. Seria fácil me apaixonar por você.
—Acredito que é algo que temos que considerar — disse ela calmamente, anotando em seu pergaminho.
—Muito bem — ele concordou, sua voz era tranqüila e indiferente —. Se isto é o que você quer — perambulou pela cômodo.
—Há uma cama no armário — disse Lorran, esperando manter sua voz desinteressada. Pensou que tinha tido bastante êxito.
—É claro. Eu a prepararei.
Não, ele pareceu definitivamente mais despreocupado sobre isso. Quando ela limpou a mesa e lavou os pratos, queixou-se baixinho.
Ela tinha esperado que ele escapasse — para dirigir-se para o monte de lenha e seguir com sua campanha de dizimar o bosque. Em troca, ele pegou a cama e a montou no lado oposto da cabana. Depois, sentou-se diante do fogo, a ignorando.
—Ele poderia ter protestado ao menos um pouco — resmungou ela, enquanto esfregava o fogão. Obviamente, ela tinha tomado a decisão correta. Suas horas juntos tinham chegado a significar muito para ela e para ele não significaram nada mais que um corpo disponível. Havia uma possibilidade de que a necessidade de ter sexo o conduzisse ao povoado, mas tinha que acreditar que ele voltaria. Se não fosse por outra razão, ao menos porque tivesse prometido que permitiria que ela o observasse.
Ela terminou os pratos e se virou. Kei seguiu olhando o fogo. Era estranho trabalhar sem seu escrutínio. A cada noite, ele a tinha olhado, e a luxúria era uma sensação evidente no quarto.
Estudou-o durante um momento. Sua mandíbula estava apertada e seus dedos brancos. Ele lutava contra algo. Queria lhe perguntar sobre isso — mas a necessidade de o consolar era muito grande. Não poderia. Embora isto matasse seu interior, ela se afastou. Tinha que se proteger. Sua vida havia se enchido de confusão, quando seu marido se converteu em um dragão. A culpa e a dor que persistiam daquela experiência, ainda pesavam em seu coração. Quanto pior seria desta vez, quando seu coração estava envolvido? Havia só um modo de sobreviver desta vez — tinha que colocar distância entre ela e Kei.
—Vou me deitar — anunciou ela, embora fosse cedo. Não havia nenhuma razão de se manter acordada e tinham que se adaptar a esta nova rotina. Kei assentiu, mas não elevou o olhar.
Lorran puxou a cortina ao redor da cama, isolando-a do resto da cabana. O fogo brilhava atrás do tecido. Ela respirou fundo e pegou a camisola do armário. Seus mamilos empurravam contra o leve tecido de algodão, quando o pôs por cima de sua cabeça. Incapaz de resistir, acariciou seus seios e roçou os apertados mamilos com seus dedos, recordando o calor das mãos de Kei e a úmida calidez de sua boca chupando-a.
Isto só serviu para aumentar a fome presente entre suas pernas.
Com um profundo suspiro, ela deixou cair suas mãos e se obrigou a ignorar a dor. Avançou lentamente para a cama e contemplou o teto, seu corpo zumbia pela necessidade. Muito depois, ouviu Kei ficar de pé e mover-se pela cabana. Piscou, afastando as tolas lágrimas que ameaçavam cair, porque ele não subiu em sua cama. Tinha que se concentrar no futuro. E isto significava banir Kei agora.
Fechou seus olhos, decidida a dormir. Dormiria, não pensaria em Kei e não pensaria no vazio que sentia.
Aprenderia a viver sem ele.

Kei contemplou a cortina e emitiu um rosnado baixo, predador.
Ele esmagou o som. Era muito parecido aos rugidos e aos rosnado da besta que estava dentro dele. Ele não era aquela besta. Nunca seria.
Ficou de barriga para cima e olhou o teto.
Era um sentimento agradável, mas não era verdade. Ele se converteria na besta.
Lorran disse que ninguém tinha sido capaz de parar a transição. Alguns afirmavam tê-la atrasado, mas no final, ele se converteria na criatura. O pensamento possivelmente não o assustou tanto como deveria. O final se aproximava. Só tinha que manter sua sanidade um momento mais, manter a besta na linha. Kei tomou um profundo fôlego, ampliando seu peito e segurando-o. Quando o fôlego escapou, ele relaxou e permitiu que ele dormisse um sono leve.
O roçar de tecido contra tecido despertou sua mente e imediatamente, seu corpo começou a se endurecer. Ela estava perto, apenas atrás de um fino pedaço de tecido. Incapaz de resistir, olhou através do quarto, tentando penetrar pela cortina. Sua visão de noite sempre sido boa, mas agora, o quarto não parecia mais escuro que de manhã. Os instintos do dragão e suas capacidades começavam a mostrar-se.
Ele teria que dizer a Lorran. Ela o anotaria e faria aquele ruído de cantarolar que fazia quando tinha nova informação. Era uma versão mais suave do gemido que soltava quando ele entrava em seu corpo quente.
Ele havia se acostumado as estranguladas súplicas que saiam de sua boca. Isto o fazia querer empurrar mais duro, mais profundo, até que ela não pudesse conter nada, até que ela lhe desse tudo. Então fazia os sons mais deliciosos, os diminutos gemidos abafados que se convertiam em gritos e exigia que ele a fodesse.
Sua mão desceu através da pele de seu estômago, até a dura ereção que se apertava contra a única manta que usava. Sua carne saltou ao primeiro toque de sua própria mão.
Minha.
Ele a queria, ele a necessitava. Seus dedos se deslizaram pelo duro membro, fingindo que era a mão dela. Emitiu um gemido baixo. Era tão fácil recordar o leve toque de seus dedos em seu pênis e um estremecimento transpassou seu corpo. Ficou ainda mais duro. Por que se atormentava assim? Não podia gozar deste modo. Não uma vez que tinha estado dentro de sua vagina. Ele havia tentado, naquelas poucas primeiras noites quando tinha montado Lorran uma e outra vez. Pouco disposto a usá-la de tal modo, tinha tratado satisfazer sozinho sua luxúria, mas embora o deixasse duro, somente o toque de Lorran poderia lhe fazer gozar. Era outro pequeno aprimoramento que ele não tinha compartilhado com ela. E provavelmente deveria. Ela acharia interessante.
Interessante. Isto era tudo o que ele era para ela. Um experimento e talvez um caso de caridade.
E agora ela considerava completado o experimento. Incapaz de parar o som desta vez, ele rosnou para a cortina. Ela pensava que poderia lhe bloquear. Durante quase uma semana, tinha dormido ao seu lado, amado seu corpo. Ele havia se mantido dentro dela, sentiu-a envolver seu pênis, o segurando. E nesta noite ela havia posto uma parede entre eles.
Minha.
A palavra pulsou por sua cabeça.
Minha.
Ele se moveu, descendo da cama e foi até a cama dela. Ela pertencia a ele. O impulso era irresistível. Quando se aproximou, o doce aroma de sua vagina chegou até ele. Kei parou durante um momento. Absorveu o riquíssimo aroma e lambeu seus lábios, recordando o gosto sedutor.
Sua mão pousou na cortina, pronta para rasgá-la, rompê-la, e arrastar-se sobre ela, inundando-se dentro dela.
Sim, impulsionou-o a besta. Minha.
Kei sentiu como perdia o controle de seu corpo.
Ele puxou o tecido. Os olhos de Lorran se abriram automaticamente, enquanto jazia deitada de lado. Em um breve momento de clareza, deu-se conta que ela não estava dormindo — não havia nenhuma desorientação por ser despertada de repente, mas justo quando lhe veio o pensamento, foi substituído por uma fome que esmagou sua racionalidade. O instinto governava e seus instintos lhe diziam que ela lhe pertencia. A linha entre seus impulsos e o dragão se mesclaram e neste momento, não podia saber quem estava no comando — só que a necessitava, precisava estar dentro dela.
A escura névoa que esteve permanentemente à espreita em sua mente, encheu-o enquanto olhava Lorran. Os novos e afiados sentidos do dragão tomaram nota de cada matiz de sua pele, a curva suave de sua bochecha, dos seios inchados.
Ela rolou e se moveu como se fosse se sentar. Seus olhos brilharam com perguntas sem formular.
Kei olhava como se estivesse à distância, sentindo os desejos do dragão se libertando dentro dele.
A mulher estava ali. Ele podia cheirá-la, quase prová-la.
Avançou lentamente até a cama, adaptando-se à musculatura estranha deste corpo humano. A débil memória de seu gosto e o suave aperto de seu sexo ao redor de sua língua o conduziram para frente. Ele colocou uma mão a cada lado de seus quadris e se sentou escarranchado sobre ela. Ela estaria molhada e esperando.
Lorran olhou para cima, quando Kei ficou de cócoras sobre ela, seus movimentos eram lentos e deliberados, como se os músculos e os ossos fossem formas estranhas.
—Kei?
Ele balançou lentamente sua cabeça para esquerda, depois à direita.
Nekane.
A palavra entrou em sua mente, nunca cruzou os lábios de Kei. A voz era profunda e áspera.
—Nekane — repetiu ela.
O dragão tinha um nome.


Capítulo 6


Ela se esticou, colocando uma mão em seu peito.
—Kei — ela o chamou novamente.
A leve pressão de seus dedos contra sua pele, combinada com sua suave voz, aliviou o aperto do dragão em sua mente. Ele ficou tenso. Sua primeira reação era retroceder, lhe dizer que não o tocasse. O desejo estava muito perto da superfície e seu controle era débil. Esta era uma necessidade mais à frente do desejo de foder — ele queria possuí-la, consumi-la, entrar nela até que ela nunca pudesse escapar.
Ela se moveu para ele. Estava mais perto agora.
—Respire fundo. Lute contra isso. Não o deixe ganhar — sussurrou ela. As palavras confusas, mal distinguíveis mas o som de sua voz acalmou as ásperas bordas do controle. Ela estava perto. Era isto o que ele necessitava. Respirou fundo e inalou seu aroma quente. Seu cabelo pendia ao redor de seus ombros, selvagem pela pressão dos travesseiros.
Ele perdeu a pista de onde terminavam as necessidades do dragão e começavam as suas. Ele só sabia que a necessitava. Ela poderia manter a névoa contida — poderia mantê-lo nesta terra. Kei devorou Lorran para ele, cobriu sua boca com a sua. Seu gosto penetrou nele como uma flecha, afiada abrindo ampliamente seu coração. Os pequenos gemidos e gritos que ele tinha ansiado antes foram sua recompensa quando ele afundou sua língua no calor úmido de sua boca. Ela o encontrou, sua própria língua enredada com a dele.
Entre a névoa do desejo ele compreendeu que ela o aceitava, lhe dando as boas-vindas. O dragão retrocedeu, mas não desapareceu. Kei podia senti-lo, pairando além deste mundo. Imagens e sabores inundaram sua mente quando o dragão o urgiu com lembranças de sua vagina, os montículos cheios de seus seios.
Kei deslizou suas mãos ao redor de suas costas e a atraindo duramente contra seu corpo. A linha dura de sua ereção se pressionou contra a fenda úmida de seu sexo. Pelo fino tecido de sua camisola, podia sentir sua umidade. A besta rugiu dentro dele, como se soubesse que ela tinha fome dele, e agradasse à criatura. Kei apertou os dentes, tentando manter o controle, mas a visão e os aromas da paixão de Lorran junto com a influência do dragão o empurraram até a borda. Ele precisava tê-la.
Lorran ofegou enquanto Kei se movia. Suas mãos fortes estenderam suas coxas e a atraíram para frente. O peso de seus corpos os inclinou para trás no travesseiro da cama. A gola alta se rasgou em suas mãos para expor seus seios. Ela só teve um momento para reagir antes que suas mãos cobrissem os montículos suaves.
—Eu preciso de você.
O brilho desesperado em seus olhos a chamava. Ela abriu as pernas. Ele olhou para baixo, contemplando suas coxas estendidas abertas ante dele. Ele inalou um tenso fôlego áspero.
—Vem para dentro de mim.
Imediatamente, ele estava ali inundando-se profundamente, devastando sua vagina. Ela estava molhada, mas a repentina penetração profunda lhe ardeu. Ela mordeu seus lábios juntos para ocultar o suspiro alarmado que ameaçava sair. Ela queria isto, queria facilitar sua entrada em seu corpo. Sua passagem se ajustou rapidamente para sua entrada e ficou molhada, aceitando-o abertamente dentro de si.
Lorran o segurou, sussurrando suavemente enquanto ele se empurrava nela. Ela dirigiu suas mãos ao longo de seus ombros e peito, amando a tensão em seus músculos fortes quando ele se movia sobre ela. Cada vez que ele se retirava, sua vagina se apertava, agarrando-o, querendo detê-lo. Súplicas mudas saiam de seus lábios, a necessidade de mais, a necessidade de senti-lo mais profundo dentro dela.
—Minha. — A palavra saiu de sua boca quase imperceptível. Embora ela tivesse tentado rechaçá-lo, não podia. Ele a necessitava. Ao menos no momento, ele necessitava do conforto de seu corpo, e ela não podia lhe negar o que ele precisava.
Seu coração palpitou profundamente em sua garganta. Ninguém a havia necessitado realmente alguma vez.
—Sim — ela concordou. — Tudo o que você necessitar. — ela sabia que se comprometia com ele, até se ele não entendesse.
—Necessito-te. Preciso desta xoxota.
—Sim, tudo o que você precisar. —Ela repetiu seu voto da primeira noite.
Kei rosnou e pareceu se inchar dentro dela. Lorran caiu para trás sobre a cama. Ele estava duro entre suas pernas, bombeando nela com a força de um maníaco.
Ele saiu de dentro dela e Lorran ofegou.
Kei saiu, detendo-se na borda de seu sexo, como se soubesse que devia se deter, mas não pudesse assimilar deixar o calor de sua vagina.
—Estou te machucando.
—Não. — envolveu suas pernas ao redor de sua cintura e o fez cair, usando sua força para deslizar seu pênis de novo dentro dela, de novo onde ele pertencia.
— Por favor, Kei. Me foda. Por favor.
Seus olhos se obscureceram e ele se ergueu antes de empurrar para frente uma e outra vez. Ele não se conteve nada desta vez, lhe dando toda sua força e poder quando ele enterrou de repente seu pênis nela. Ela perdeu sua capacidade de falar ou até de pensar coerentemente. Seu último pensamento claro foi que era muito tarde — ela tinha entregado seu corpo e seu coração a um dragão.

Kei silenciosamente caminhou para o lado oposto do quarto, detendo-se a cada poucos passos para olhar a forma adormecida de Lorran. Ele havia se arrastado para fora da cama sabendo que se ficasse de seu lado, ela nunca conseguiria algum descanso. Não parecia que ele pudesse se deter. Os impulsos que se moveram através dele antes pareciam menores ao desejo esmagador de ficar dentro dela. Infernos, o que ele havia feito a ela esta noite?
Tudo. Qualquer coisa.
E ela tinha permitido.
Ou talvez ela não tivesse feito. Não havia lhe dado muita oportunidade de protestar. Ela tinha estado assustada quando o dragão se lançou ao ataque mas ela o havia ajudado a controlar à besta — e em troca, ele a havia fodido até o esquecimento, usando seu corpo para aliviar a dor feroz.
O que ele tinha feito?
A criatura se tornava mais forte. Não havia dúvida sobre isto agora.
Kei caminhou pela cabana. Inclusive agora, depois de estar fodendo por horas, ele a desejava. A ponta protuberante de seu pênis era a evidência disso. Do outro lado do quarto, ele podia rastreá-la, farejar o aroma doce de sua excitação.
Havia tanto que ele não havia lhe dito. Como seu alcance visual estava melhor, seu sentido do olfato mais poderoso. Ele tinha mantido aqueles segredos ocultos. Havia tanto que ele deveria dizer a ela, mas dizer as palavras em voz alta fazia tudo muito real. A besta crescia dentro dele.
Nekane.
Ele ficou tenso ante o rosnado mental, reconhecendo-o como a voz de seus impulsos. Ele fechou seus olhos e desejou à criatura longe. Ele ainda era o suficiente forte para que a besta se acalmasse depois de alguns momentos.
Kei sacudiu a cabeça. Poderia ser o que sua vida fosse assim até o final? Vozes em sua cabeça e seu pênis duro uma rocha?
Esta noite traria a morte um passo mais perto. Ele não podia esperar muito mais tempo para voltar para o Castelo. Não permitiria se converter em um dragão, uma besta que aterrorizava as pessoas que ele tinha passado sua vida protegendo. Pediria a Riker que o matasse. Lamentava deixar sua morte nos ombros jovens de seu irmão mas o dragão se levantava rapidamente.
Ele olhou Lorran.
Os dragões tinham memórias longas. Se o inimaginável acontecesse e Kei fizesse a transição, o dragão voltaria até ela? Havia só um modo de protegê-la — tinha que devolvê-la ao Castelo. Riker cuidaria dela, a protegeria. Kei respirou fundo. Talvez então, ela deixaria de lado esta obsessão estranha com os dragões. Isso só conseguiria matá-la.
E pelos Deuses, ele não queria ser o dragão que fizesse isso. Ele sabia que uma vez que a transformação ocorresse ele seria inconsciente de tudo, mas de sua própria raiva, mas tinha o medo, o temor persistente de que o ser humano que tinha sido a reconhecesse e se afligisse por sua perda.
—Kei? — A voz sonolenta de Lorran pareceu um aguilhão em sua alma. — Volte para a cama. — E a mulher que há uma semana teria se estremecido ante o pensamento de andar por aí em roupa interior, retirou as mantas e expôs seu corpo ante ele. — Eu preciso de você —resmungou ela, seus olhos entreabrindo-se. Ela estendeu suas pernas. — Dentro de mim.
Kei tentou resistir ao chamado, mas quem pode resistir ao convite de uma linda mulher, nua que abre suas pernas e suplica por ele? Ele caminhou pelo quarto. Não houve demora em carícias preliminares, nenhuma carícia excitante. Ele simplesmente deslizou sua ereção dentro de sua vagina.
Ainda meio adormecida, Lorran sorriu e suspirou, aparentemente reconfortada por ter seu pênis dentro de seu corpo. Ela envolveu suas pernas ao redor de sua cintura e o agasalhou fortemente.
Ela deixou cair sua cabeça no travesseiro e relaxou. Kei não pôde deter um sorriso zombador.
A pequena estava dormindo, contente em dormir com um pênis sepultado profundamente dentro dela. O que faria quando ele se fosse? Na passada semana, ele tinha passado tanto tempo dentro dela, que não tinha certeza de que ela fosse capaz de sobreviver sem ele. Diria a Riker que fizesse uma lista de possíveis maridos apropriados para ela.
O dragão rosnou em sua cabeça. E a mente de Kei se tornou negra.
Quando ele voltou em si, o que ele achou que foi somente alguns momentos mais tarde, ele encontrou seu corpo empurrando profundamente em Lorran. Ela estava totalmente acordada agora, ofegando, mendigando.
—Por favor, Kei, sim, por favor. Kei!
Suas unhas se cravaram em seus ombros e o olhar sonhador, aturdido em seus olhos lhe disse que não havia lhe feito mal durante o tempo que havia estado fora de si. Ele não podia se deter, não podia se negar. Ela o necessitava. Isso fez à besta dentro dele rugir.
Prenda-a, guarde-a. Minha.
Sua mente estava clara; seu corpo estava sob o controle do dragão. Kei só poderia ir onde a besta o enviasse, empurrando mais profundo e mais longo em sua vagina. Os gemidos doces de Lorran e as súplicas o conduziram a isso. Ela estava molhada e faminta por ele. Ela ofegou e se arqueou contra ele. Agora as contrações familiares de seu orgasmo massagearam seu pênis e Kei gemeu. Ele empurrou várias vezes mais, extraindo cada parte de prazer dela. Então, ele deixou seu corpo se ir e soltou sua semente nas profundidades dela.
Longos momentos de radiante esquecimento passaram antes que ele encontrasse a força para erguer sobre seus braços. Ele ficou olhando para baixo à mulher saciada em seus braços. Suas pernas ainda estavam envoltas ao redor de suas costas, como se ela quisesse mantê-lo dentro dela. Seus olhos se agitaram abertos e seus lábios se curvaram em um sorriso sonhador. Ela não entendia. Kei sentiu a palpitação de seu próprio coração aumentando.
Nekane tinha estado no controle.
Será que ela sabia?
Lorran tinha consciência de que tinha estado fodendo com um dragão?

Kei se levantou da cama nas primeiras horas da manhã. O dragão rosnou quando Kei tirou seu pênis da vagina de Lorran. Sua testa se enrugou como se ela estivesse irritada por ser incomodada. Então voltou para um sono profundo, satisfeita.
O momento de arrogância masculina não podia ser ignorado. Ele havia lhe feito isto — a ensinou a desejar seu pênis tanto como ele tinha saudades sua vagina. Sua ereção cresceu quando a olhou na cama, mas ele resistiu e se vestiu com os couros emprestados situando seu duro pênis dentro da bolsa.
Kei saiu sem saber para onde estava indo — só sabia que ele tinha que se mover — para pensar na noite anterior. O dragão estava ali, em sua mente. Kei podia senti-lo. Onde antes tinha sido uma presença estranha rondando, agora parecia que a criatura tomava uma parte de sua mente. As histórias do comportamento irregular dos homens antes de sua transição final tinham mais sentido agora. O dragão invadia o cérebro, a posse ia aumentando até que era o suficiente forte para controlar o corpo — então apareceria em sua forma corpórea completa.
Kei parou e contemplou o vale vazio, compreendendo que tinha subido até o refúgio de Effron sem notar. O dossel de árvores cobria a cabana de Lorran. O povoado estava na direção contrária. A fumaça se ondulava das chaminés meio obscurecidas pelas árvores. Este era o lugar perfeito para a guarida de um dragão — isolado mas ainda dentro do alcance daqueles que ele pensava atormentar.
Kei se virou e contemplou a entrada da caverna. O dragão estava lá dentro. Kei podia senti-lo. Ele podia cheirar a outra criatura e ouvir o roçar tranqüilo das escamas através das paredes de pedra enquanto o dragão se movia na caverna.
Ele respirou fundo e caminhou para dentro. Não houve nenhuma necessidade de adaptar-se à carência de luz. Seus sentidos aumentados permitiram que ele visse cada fenda nas paredes de pedra e cada escama da pele do dragão.
Effron consumiu o espaço, sentando-se para trás em suas ancas e erguendo seu longo pescoço para frente. Kei parou assim que cruzou a entrada, dando ao dragão um momento para se acostumar a sua presença. Effron inclinou sua cabeça para o lado e ficou olhando por um momento, logo partiu dando meia volta, se afastando de Kei.
A raiva e a fúria que Kei associava com os dragões estavam ali. Ele o tinha visto freqüentemente quando tinha caçado as criaturas. Mas agora Kei reconheceu algo mais. Sob a fúria havia dor — desolação — um sentimento entristecedor de solidão.
O dragão era uma criatura solitária, destinada a permanecer sozinho devido a sua natureza. Kei sentiu que a consciência da besta em sua cabeça crescia. Sua cólera e negação ante o estado de Effron palpitava através do cérebro de Kei.
Minha.
O dragão na cabeça de Kei sussurrou a palavra para recordar Lorran. Effron levantou sua cabeça e rosnou.
Kei ficou rígido enquanto o dragão se elevava em suas patas. Outra vez ele tinha vindo a caverna sem uma arma. Ele não tinha medo. Assim como agora ele entendia a solidão do dragão, ele também sabia que Effron o reconhecia como uma criatura similar. Kei dobrou seus braços e viu o dragão retirar sua cabeça, abrir a boca e exalar. Flamas estalaram das profundidades da garganta de Effron. O fogo fluiu sobre Kei.
Ele ficou tenso, esperando a dor. Mas não houve nenhuma.
As chamas não o queimaram.
Effron grunhiu e enviou outra onda de fogo sobre Kei. Logo se agachou em um canto e virou sua cabeça.
Kei olhou durante um longo momento. O fogo do dragão não o queimou. Ele tinha sido queimado suficientemente vezes no passado assim era uma experiência nova de sentir as chamas, mas não ter recebido nenhum dano. A única explicação era o dragão dentro dele. Effron tinha enviado a chama como uma advertência. Ele queria que Kei se fosse. Kei assentiu e se afastou. Ele não queria acrescentar dor à criatura.
Quando ele saiu à luz do sol, o peso da solidão de Effron pendia nos ombros de Kei e começou a situar-se em seu coração. Isto era seu futuro.
Minha.
O grito insistente do dragão pareceu correr através do vale mas Kei sabia que estava só em sua mente.
Minha!
A besta pedia Lorran.
Ela o esperava. Ela o havia ajudado a acalmar a criatura na noite passada. Ela poderia afastar o isolamento. Kei olhou sem ver o vale. Seria tão fácil confiar nela. Fazer o que ele tinha feito na noite passada e sepultar sua dor em sua doce carne. Ela ia ajudá-lo. Sua simpatia pelo dragão a levaria até se o afeto por ele não o fizesse.
Ele não podia fazer isso. Lutaria contra isto e enfrentaria sozinho.
Ele começou a descer a colina para longe da cabana de Lorran.

Lorran dobrou seus braços por seu peito. A leve brisa passou pelo fino tecido de sua roupa. Ela realmente deveria entrar e pegar um xale mas não podia fazê-lo. Não, não com o que havia lá dentro.
Era o plano perfeito. Bom, perfeito podia não ser a palavra certa. Era apropriado. Inteligente. Ela sabia da necessidade de Kei pelo sexo e ela poderia dar isso a ele. Kei não tinha retornado na noite passada ou através das longas horas do dia. Ele tinha levantado de sua cama ontem pela manhã e tinha desaparecido no bosque. Ela não se preocupou de que ele estivesse ferido. Ele não só era Kei, o Assassino de Dragões, mas também ele agora era o hospedeiro de um dragão. Nada que vivesse neste bosque o podia machucar.
Ela sabia por que ele não havia retornado. Ele fugia dos demônios de sua mente, — tentando superar a luta com a realidade. A aparição de Nekane havia se convertido em um aviso direto do que Kei enfrentava. Kei cumpriria sua promessa de deixar ela lhe observar. Nem sequer um dragão a poderia deter.
Lorran suspirou. Ela não havia se preparado para a aparição de Nekane em seu dormitório há duas noites. Parecia muito cedo para que o dragão tivesse este desenvolvimento. Obviamente, havia coisas que Kei não havia lhe contado sobre a presença do dragão.
Nekane.
Calafrios correram por seus braços. O sussurro do nome do dragão ecoou em sua memória. Ele tinha estado por perto mas Kei o havia controlado. Mas por quanto tempo?
O homem em questão finalmente saiu caminhando do bosque e se dirigiu através da clareira. As linhas sombrias de seu rosto lhe disseram que ele tinha aceitado seu destino. Ele era um guerreiro e mais importante, um rei. Ele sabia quando encarar a verdade, mesmo que fosse dolorosa.
A linha tensa de seu corpo suplicava pelo consolo de seu toque mas enquanto ele se aproximava ela retrocedeu.
Inclusive à luz pálida da lua ela só podia ver o verde de seus olhos obscurecer-se. Ela se manteve firme. Ele entenderia em um momento.
—O que está errado? — o gelo que cobriu sua voz estava tingido com um indício de fúria espreitando por baixo. Era por isso que ela tinha que seguir adiante. O dragão precisava ser aplacado.
—Nada — respondeu ela rapidamente.
Seus olhos se entrecerraram enquanto ele fixava o olhar nela.
—O que você está fazendo aqui fora? Faz frio. Vem para dentro. — ele deu um passo sobre o alpendre e se moveu em direção da porta. Lorran sacudiu a cabeça.
—Vá você. Irei para dentro mais tarde. — Muito mais tarde, acrescentou ela em silêncio.
Kei inclinou a cabeça para um lado mas não fez a pergunta que ela podia ver em seus olhos. Ele não tinha que dizer as palavras. Ela sabia que estava agindo estranhamente. Ela estava assombrada da tensão incomum suspensa entre eles. No pouco tempo que levavam juntos, tinham aprendido a se mover em uníssono. Agora ela estava se afastando.
Kei não entendia. Mas o faria.
Ela se retirou e ficou olhando, o céu escurecido, esperando que ele se desse conta da indireta e fosse para dentro. Isto tinha que começar. Começar para que assim pudesse acabar.
O estalo tranqüilo da porta que se fechou atrás dele enviou uma punhalada de dor à seu coração. Estava tudo bem, tinha que dizer-se a si mesma que isso era o melhor, mas no silêncio da noite, ela sabia a verdade. Odiava o pensamento de compartilhá-lo com outra mulher.
Ela escutou o silêncio então percebeu que ela não tinha pensado muito mais à frente. Ela não tinha nenhum lugar para onde ir. Teria que caminhar pelo pátio até que terminasse e pudesse retornar para dentro do calor da casa. Ela o faria.
—Que infernos é isto? — o grito de Kei reverberou lá dentro.
Lorran se sobressaltou e começou a olhar para a cabana, mentalmente preparando a si mesma para o semblante dele. A porta principal se balançou aberta e se chocou contra a parede da cabana combinando perfeitamente com as palavras dele.
A fúria e a raiva brilharam não só em seus olhos, mas também vibraram por seu corpo. Ela tragou profundamente e apertou os punhos.
—O que você quer dizer? — ela perguntou tão causalmente como pôde.
—Quem é esta?
—Seu nome é Maka, e ela é uma uma… uma… moça …do povoado.
—É uma puta do povoado. Que demônios ela faz aqui?
Lorran empurrou seus ombros para trás e o olhou nos olhos.
—Ela está aqui para você.
—Justamente há duas noites, você concordou em me dar tudo o que eu precisasse. Agora, volta atrás.
—Não.
—Então não quero ela.
—Não posso, você sabe... — anos de educação a detiveram de dizer as palavras. — Não posso, ter relações contigo agora.
—Ter relações? É um modo sofisticado de dizer foder? Você não vão me foder, é isto o que você quer dizer? — ele estava zangado. E talvez um pouco ferido.
—Não posso. — A distinção foi clara em sua mente. — Ando em meus dias de mulher. — sua voz desceu automaticamente para um sussurro. — Depois da outra noite quando você, e Nekane... — Kei se sobressaltou ante o nome de seu futuro ser, mas Lorran continuou. — Se tivesse que te negar sexo, então eu não queria uma repetição do incidente. Eu não posso... — o olhar furioso de Kei a fez se deter. Ela colocou os punhos em seus quadris e olhou furiosamente direto para dele. — Não posso foder agora, então trago alguém que pudesse. Pensei que era melhor manter as coisas suaves e calmas.
—Você acabou encontrando alguém e se supõe que eu a foda.
Lorran dobrou seus braços sobre seu peito. Ela conhecia a vida de um nobre.
—E você nunca estive com uma desconhecida antes? — seu marido tinha tido tantas mulheres que não havia maneira de ele saber todos seus nomes.
—Sim, mas eu as escolhi. Não foram escolhidas por minha amante do momento. — Kei cruzou seus braços sobre seu peito. Ela podia ter jurado que fazia cara feia. — Mande ela embora.
—Mas…
—Não a possuirei. A mande embora.
Os cantos da boca de Lorran se apertaram mas ela se virou e caminhou solenemente até a cabana. Kei esperou até que ela se fosse e soltou seu fôlego reprimido.
O que estava acontecendo com ele? A mulher, Maka, havia se parado ante ele, nua. Seu corpo deliciosamente voluptuoso lhe dando as boasvindas. Teria sido uma tarde de simples foda sem sentido. E ele não podia.
Sua mente reconheceu sua beleza à distância. Sua forma era apetitosa e macia. O tipo de mulher que lhe agradava. Inclusive seus olhos haviam se arregalado com um curioso desejo. Podiam lhe ter pago para estar aqui mas estava intrigada por foder com um dragão. Queria saber se as lendas eram verdadeiras — se um dragão realmente poderia foder por toda longa noite e ainda querer mais.
Ele poderia ter assegurado isso a ela… as lendas definitivamente eram verdade. Ele tinha passado horas entre as coxas de Lorran e tinha desejado mais. Ele a desejava agora. Mas ela não podia transar esta noite.
Nunca confessaria isso a Lorran, mas trazer uma vadia da cidade era uma solução lógica.
Mas a mulher tinha estado de pé ante ele e ele não havia sentido desejo por ela. Nenhum desejo de fazê-la gemer ou de lhe dar prazer. Nenhum desejo por sequer tomar seu prazer nela.
Em termos simples, ela não era Lorran.
Ele colocou seu cabelo loiro para trás, sobre a parte superior de sua cabeça.
Era algo mais que ele nunca poderia dizer a Lorran.
A porta se abriu atrás dele e a mulher do povoado saiu. Seus quadris se balançaram de um lado para o outro em deliberada sedução.
—Uma última oportunidade? — ofereceu-lhe ela.
Kei sacudiu a cabeça.
—Bom, uma moça pode tentar — ela piscou um olho enquanto se afastava.
Ele viu a bolsa diminuta de moedas que sustentava em sua mão. Por seu peso, tinham-lhe pago bem por nenhum serviço.
Ele olhou até que ela desapareceu por entre as árvores. Ela estaria segura na caminhada curta até o povoado. Um dragão nos arredores mantinha os bandidos à distância.
Quando se foi, Kei aspirou uma profunda respiração de ar renovador e entrou na cabana. Lorran punha em ordem o quarto, agindo como se a mulher estranha nunca tivesse estado ali. Kei ainda a podia cheirar. O aroma leve de Lorran se mesclava com o aroma narcótico da outra mulher.
—Eu preparei sua cama — disse ela com uma eficiência nascida dos nervos.
—Não.
Ela levantou o olhar. O desafio brilhou intensamente na direção dele.
—Eu disse a você...
—Eu sei o que você me disse. Não te tocarei, se for isso o que você quer, mas dormirei ao seu lado. — Ele não examinou muito estreitamente seus motivos. Ele só sabia que queria e precisava estar junto dela. Mesmo que ela estivesse totalmente vestida e sem sexo. Algo parecido à dor que ameaçava cada vez que ele pensava em estar separado dela.
—Mas — O pensamento de que ela o rechaçava, relampejou em sua mente e a criatura dentro dele rosnou. O som reverberou no quarto. Kei saltou para trás e Lorran se sobressaltou.
—Isso foi... Nekane?
Kei assentiu. A criatura tinha enviado mensagens mentais, mas nunca um ruído verbal.
—Bem, agora sabemos que ele pode fazer sons.
—E que ele está irritado de pensar em você dormindo sozinha.
—Certo. O dragão está irritado. — Ela soava um pouco aborrecida, mas não disse nada mais. Assentiu. — Tudo bem. Ambos dormiremos aqui. — Ela indicou a quarto que tinha servido quando eles compartilharam a cama. — Tem sentido, é claro. Não há necessidade em primeiro lugar de que nós durmamos na cama incômoda quando aqui há uma cama muito boa. — Ela endireitou sua coluna e alisou sua saia.
Ela estava rígida e tensa mas debaixo disso, ele viu um débil brilho de alívio.
Kei ficou à distância durante o jantar e enquanto trabalhavam amigavelmente para limpar tudo. Anos viajando com um bando de guerreiros haviam lhe ensinado a limpar atrás de si mesmo. Lorran pareceu contente com a ajuda e isso lhe deu uma desculpa para estar junto a ela até mesmo se ele não podia tocá-la.
Quando a luz do final da tarde desapareceu e embalou o mundo na escuridão, Kei jogou a toalha que tinha usado para secar os pratos.
—Você está pronta para ir à cama?
Lorran ficou tensa ante o tom sedutor de sua voz. Ela tinha estado perto de gritar toda a noite. Primeiro, com a prostituta em sua casa, depois com o rechaço de seu plano aparentemente perfeito por Kei, o qual não entendia, e agora isto, toda a noite, ele tinha tomado muito tempo perto, sem tocá-la nunca, sem deixá-la sair do alcance de seus braços. Era como uma sedução sem possibilidade de um clímax. Sobre tudo, muito, muito frustrante.
Ela começou a protestar.
—Venha para a cama — disse ele. Ele não a tocou ou arrastou ao quarto. Ele simplesmente se virou, a dirigindo na direção que ele queria. Ele tirou a pesada camisa que usava e a pendurou no encosto da cadeira. Lorran sentiu o pequeno tremor respondendo em seu coração ante a vista de seu peito nu. Ela quis tocá-lo, senti-lo. Sua respiração ficou presa em sua garganta enquanto as mãos dele desceram para o cós de sua calça de couro. Com algumas exceções notáveis, ela não tinha passado muito tempo vendo Kei se despir. Suas roupas usualmente eram arrancadas ao azar enquanto um acariciava o corpo do outro.
Ela olhou quando ele abriu a braguilha de sua calça e empurrou o couro suave par baixo de suas pernas fortes, poderosas. Quando ele se endireitou, levantou os olhos para ela e sorriu. Ela mal notou o sorriso, tão atenta como estava sobre a ereção que se erguia do ninho de pêlo claro entre suas coxas.
—É tarde. Venha para cama. — Desta vez, houve uma ordem em suas palavras, um som que o corpo de Lorran não podia resistir.
Ela passou junto à cama e se vestiu rapidamente com uma camisola suave de flanela. Deu as costas para Kei mas a tentativa de modéstia foi desperdiçada. Ela podia sentir seu olhar sobre sua pele, uma carícia quente que ela sentiu no centro de seu corpo.
Envergonhada, manteve os olhos baixos, voltou-se e se meteu sob as mantas. O corpo quente de Kei encontrou o dela e se amoldou à sua forma sem palavras. Ela ficou tensa esperando que ele começasse a tocá-la de uma maneira sexual, mas enquanto seu toque era sensual, não era explorador. Ele a abraçou com suavidade e se aconchegou nas mantas, como um menino abraçando seu brinquedo favorito.
—Kei. — Ela realmente não sabia o que ia dizer. Não encontrou vontade para protestar, era muito maravilhoso ser envolvida em seus braços assim.
—Silêncio, docinho. É tarde. Ambos estamos exaustos e o sol sai bem cedo.
Ela olhou seu rosto. Seus olhos estavam fechados e um leve sorriso contido se prolongou em sua boca. Que mais ela podia fazer?
Ela relaxou em cima de seu peito e momentos mais tarde se assentou em uma calma cheia de sonhos.
Kei sentiu o momento em que ela se rendeu ao sono. Sua mente e corpo estavam gritando embora estranhamente agradado. Ele não entendia a besta dentro de sua cabeça. A compreensão da criatura era extremamente limitada. Ela desejava foder Lorran. Isso era tudo o que Kei poderia dizer. Mas sendo lhe negado o prazer de sua vagina, o dragão parecia contido, enquanto Lorran permanecesse por perto. Era quando ela se movia que a besta ficava inquieta.
Kei abriu seus olhos e ficou com o olhar fixo na escuridão. Ou o que deveria ter sido escuridão. Cada objeto do quarto era visível. Os sentidos do dragão em contínuo aumento o fizeram saber sobre o mundo normalmente invisível. Um camundongo correu a toda pressa por debaixo da porta da despensa, indo em busca de migalhas de alimento. Lorran não ia gostar disso. Ele tinha colocado algumas armadilhas naquela manhã. Ela mantinha a casa limpa mas o bosque próximo ocasionava a ela uma constante batalha.
Vá.
A pequena criatura levantou a cabeça como se ouvisse a ordem mental de Kei. Vá, ele repetiu com um empurrão mental. O camundongo se virou e correu velozmente para a porta. Kei riu suavemente por entre os dentes na escuridão.
Lorran se moveu.
—O que? — Seus olhos sonolentos pestanejaram abertos.
—Nada, docinho, volte a dormir.
Ela assentiu e estava recostada em seu peito. Ela se acomodou a si mesmo e sua mão se deslizou para baixo até que segurou a dura ereção em sua mão.
Kei se enrijeceu e esperou mas a respiração de Lorran desacelerou para o sono profundo. Pelos Deuses, ela estava fazendo isso para torturá-lo. Uma longa noite o esperava.

Lorran despertou como sempre fazia quando o sol entrou pela janela. Ela estava quente e cômoda. Enquanto abria os olhos e juntou seu juízo, viu que estava virtualmente em cima de Kei. Ela sorriu em cima dele. Ele a olhou irascivelmente de volta. O obscurecimento de seus olhos não foi devido a presença do dragão.
Kei — o humano — estava aborrecido.
Tenso.
—O que está errado?
—Tenha muito cuidado em como move sua mão — ordenou ele, sua voz tensa como um arame.
Ela o olhou interrogante, e então compreendeu onde estava sua mão… envolta ao redor de seu pênis.
E pela aparência dele, tinha estado ali por um momento.
Ela sentiu seus lábios se curvarem para cima.
—Pobre baby — brincou ela. — Isto parece incômodo. Que tal se eu fizer isto? — Ela deslizou sua mão para cima da linha de seu pênis. Kei gemeu. — Oh? Você não gostou disso? E se eu fizer isto? — ela reforçou seu aperto e voltou a traçar o caminho. Seus quadris se empurraram para cima, forçando sua ereção através de sua mão.
—Pequena bruxa — rosnou ele através de seus dentes apertados.
—Quer que eu pare? — manteve seus movimentos leves, apenas o pequeno tremor de seus dedos, evitando os bombeamentos duros que ela sabia lhe fariam terminar rapidamente. Ela empurrou as mantas para trás e cravou o olhar nele. Seu pênis estava erguido orgulhosamente diante dela. Ela o conhecia intimamente dentro dela, mas decidiu de repente que não tinha passado tempo suficiente explorando-o. Ela correu seus dedos ligeiramente através da ereção suave, dura. Finalmente, incapaz de resistir, ela se inclinou para frente e colocou um beijo leve sobre a ponta.
Kei fez um som engasgado que nunca havia ouvido ele fazer antes. Ela levantou o olhar. Seus olhos estavam fechados, apertados, tensos enquanto seu corpo se esticou sob seu toque. Ele desejava isto, talvez tivesse estado sedento disto mas nunca o tinha pedido. Ela abriu sua boca e deu um golpezinho com sua língua contra sua pele — só uma provada, o suficiente para captar o quente sabor masculino.
—Alguma vez você acolheu o pênis de um homem em sua boca? —perguntou ele, sua voz tensa.
Ela não lhe respondeu, mas a imagem a tentou. Tinha ouvido histórias é claro. As criadas tinham falado sobre dar prazer à seus homens dessa maneira, mas ela nunca o tinha considerado. Até agora.
Ele abriu os olhos e a observou fixamente, seu olhar obscurecendo-se com luxúria e a força do dragão. Ela se ergueu e correu as pontas de seus dedos para baixo do centro de seu peito, traçando os músculos tensos que o mantinham amarrado a ela. Ela deixou a sua mão vagar sobre sua carne, traçando padrões aleatórios até que alcançou a ereção plena. Ele estava grosso e comprido. Sua boca não abrangeria tudo. Mas queria tentar. Ela envolveu sua mão ao redor dele.
Ele gemeu e se ergueu encontrando-a em uma posição agachada junto a seus quadris. Ele ficou com o olhar em seus olhos por um momento então a beijou, sua língua deslizando-se brandamente dentro de sua boca e retorcendo-se ao redor da dela, como se ele necessitasse de seu sabor para sobreviver.
Lorran caiu dentro de seus beijos, viciada no poder de sua boca, à manipulação suave de seus lábios. Ela deixou o mundo desvanecer-se e saboreou cada carícia. Finalmente, Kei se sacudiu com força, seu peito movendo-se entre longos ofegos profundos.
O mesmo olhar intenso focado nela, esquentando-a mais profundamente.
—Você quer me saborear? — perguntou ele. Ele passou roçando seu dedo abaixo de sua bochecha. Lorran sentiu a pergunta no centro de seu estômago.
—Sim — sussurrou ela em resposta.
—Seus olhos são tão expressivos. Posso ver cada desejo antes que o diga.
—Sim. — ela observou atentamente. — Você sempre sabe como me tocar, justo o que quero — olhou para sua grossa ereção. — Agora, quero-te em minha boca.
O peito de Kei subiu e desceu em uma longa inalação, contraída. Ele se deteve um momento, como se estivesse reunindo sua força, então estendeu a mão e tomou sua mão na dele. Ele a guiou para frente, colocando sua palma ao longo do pênis duro, quente. Só a idéia a assombrou. Tinha feito isto a ele. Ela tinha o poder de deixar este homem faminto. Algo profundo dentro de sua mente se liberou e ela sorriu. Deslizou os dedos para baixo de sua ereção e o sentiu esticar-se sob seu toque.
Ela colocou seu cabelo sobre seu ombro e oprimiu ligeiramente seu peito.
—Se recoste. — ela lhe ordenou. Kei se deteve um momento então lentamente se afundou sobre a cama. Ele estava estendido ante ela. Quantas vezes ela havia estado naquela posição — sua vagina aberta, faminta, doendo pela sensação de sua boca? Era sua vez agora. E a dele.
Lorran se empurrou sobre suas mãos e joelhos, engatinhando até que ela se abaixou entre suas pernas. Sua ereção se incrementou frente a ela.
Ele a observou com uma intensidade que a fez tremer. Bárbaro. Ele parecia quase humano. E que próximo da verdade era isso.
Lorran não pôde deter seu leve sorriso. Ele desejava sua boca nele. Mas primeiro ela cederia a seu próprio desejo, somente um pouco. O fluxo de poder a empurrou para frente. Ela colocou sua mãos em suas coxas firmes. Os músculos estavam duros sob seus dedos.
Ela deslizou suas mãos sobre suas coxas e além de seus quadris até seu estômago plano. Ela estendeu os dedos amplos e agilmente roçou as pontas dos dedos através de sua pele, absorvendo seu calor. Kei inalou abruptamente.
Ela levantou o olhar e se perdeu por um momento na atração do olhar faminto de Kei, mas suas mãos nunca se detiveram. Era o controle — a capacidade de se manter à parte — o que fez que ela quisesse lhe inundar de desejo, tê-lo suplicando diante dela.
Ela tinha aprendido muito sobre o desejo de Kei. Mas ele sempre tinha estado no comando, sempre conduzindo-a ao prazer. Agora, ela o queria suplicando. Em lugar de se mover para frente, ela se afundou de volta em seus calcanhar.
Kei tragou profundamente enquanto ele observou o canto de seu lábio curvar-se. Até qual inferno ela o levaria? Embora ela nunca falasse de seu marido, Kei de certa forma sabia que ela nunca tinha realizado este serviço para Brennek. Só Kei. Só ele a sentiria meter seu membro em sua boca.
Um estremecimento de posse sacudiu seu corpo quando ele a contemplou. Ela estava fugindo. Talvez tivesse mudado de idéia. Ele dobrou suas mãos nas cobertas leves debaixo dele, lutando contra o impulso repentino de dobrá-la e empurrar seu pênis em sua boca molhada. O desejo estranho de dominá-la o sobressaltou.
Não pareceu que a criatura dentro dele entendesse. Ele lutou contra o controle de Kei enchendo a mente humana com imagens eróticas da boca de Lorran lhe engolindo. A fantasia quase palpável de liberar sua semente em sua garganta. Ele gemeu e empurrou as imagens para longe.
Ele abriu sua boca, preparado para lhe dizer que se detivesse. Então examinou seus olhos. Ela não retrocedia.
Seu sorriso enviou tremores de terror masculino sob sua espinha. O sorriso de uma mulher confiante era uma ameaça a ser tomada em conta. Ela tinha o poder e agora ela sabia.
Seus dedos se detiveram junto à fileira de botões mantendo a delicada camisola fechada.
—Você gostaria que isto se abrisse. — perguntou, sabendo que ele gostava de olhar seus seios, tinha passado horas os chupando.
Ele assentiu. Seus olhos caíram para suas mãos enquanto ela abria os botões ao longo de seu corpete. Ela desabotoou as presilhas diminutas até que chegou à sua cintura. Ela estava nua, mas ainda oculta. E ela soube que isso o deixaria louco.
Ela deslizou suas mãos para cima, tocando seus seios e lentamente os acariciou em círculos suaves, superficiais. Ela fechou os olhos e deixou cair sua cabeça para trás enquanto movia suas mãos sobre sua pele, chegando dentro da camisola para beliscar as pontas de seus seios.
Podia sentir os olhos de Kei observando cada movimento. Compridos hipnotizados minutos mais tarde, quando seus seios doeram por sentir a boca de Kei, ela levantou seu pescoço e abriu os olhos. Kei deslizou sua mão para baixo e tomou seu pênis na mão.
Lorran lhe deu palmadas no pulso e apontou para sua cabeça.
—Meu — disse ela.
Era a palavra que tinha preenchido seu carinho. Mas agora, ele e esse pênis delirantemente grande, pertenciam a ela. A contra gosto. Kei retirou sua mão. Ela esperou até que ele a tivesse colocado acima de sua cabeça antes de se mover.
Não estava completamente segura de como seguir, mas Kei havia lhe mostrado o poder de um toque leve da língua e longas lambidas lentas. Ela se inclinou para frente, ficando suspensa sobre seu esticado membro. Abriu a boca e serpenteou sua língua ao redor da cabeça de seu pênis. Quando escutou seu uivo chocado, ela repetiu o movimento antes de levantar a cabeça. Ela não podia deter seu sorriso. Sua mandíbula se fechou tão apertadamente que ela tinha certeza que podiam ser ouvidos o som do ranger de dentes.
Ela tomou uma respiração profunda e abriu os lábios fazendo passar ao interior de sua boca a cheia e grossa cabeça. Ele era sedoso e tão duro.
Ela se relaxou e tomou tanto de sua ereção como pôde, querendo-o todo dentro dela. Ali havia muito para que ela tomasse. Ela deslizou sua mão ao redor da base de seu eixo, aconchegando as bolas duplas que pendiam por debaixo. Seus quadris saltaram, empurrando seu pênis mais profundo em sua boca. Então finalmente, ela se retirou e girou sua língua ao redor da ponta.
—Meu — disse ela de novo.
Ela se dobrou para frente e sorveu tanto de seu comprimento dentro dela como podia tomar, lhe sustentando profundamente antes de retroceder e serpenteando sua língua ao longo da parte oculta da cabeça.
Kei gemeu. Ele tinha estado duro por toda a noite e agora sua boca convidativa era mais do que podia agüentar. A lambida úmida de sua língua, a constante sucção de sua boca reduziu drasticamente o sangue de sua cabeça. Não era seu talento o que o tentava — era seu puro desejo. Ela amava o que fazia e o poder que tinha sobre ele. Deveria tê-lo surpreendido, inclusive assustado, mas ele sabia que estava seguro. Dentro do controle dela, ele estava seguro.
Ele afirmou suas pernas e olhou sua boca rosada deslizar o comprimento de sua ereção. A voz do dragão ressonou em sua cabeça enquanto o saboreava, enquanto ela fixava o olhar para cima e o sorriso de prazer resplandecia em seus olhos. Esta foi a imagem que tinha permitido que ele gozasse na cachoeira na primeira noite – a realidade estava muito além da fantasia.
Seus dedos agarraram suas coxas, minúsculas alfinetadas de sensação enquanto ela incrementava a carícia de seus lábios, movendo-o mais profundo em sua boca.
Ela retrocedeu por um momento. Ele abriu sua boca para grunhir um protesto mas deteve suas palavras.
—Que gosto bom. — Lorran lambeu os lábios. — Eu gosto da sensação de você sobre minha língua.
Ele atirou seus quadris para cima, desesperado por retornar ao calor úmido de sua boca. Não parecia que ele pudesse controlar seus quadris.
Ele gemeu enquanto seus lábios novamente foram se aproximando dele, o sugando profundamente. Os sons de sua boca puxando seu pênis só fizeram a profunda e dolorosa necessidade pior e melhor. E seus gemidos. Ela gemeu como uma mulher presa em seu prazer.
A ascensão de seu orgasmo era afiada. Ele estava para gozar. Ele pensou lhe advertir, lhe dar tempo para se retirar, mas as palavras estavam emaranhadas em sua mente, envoltas ao redor da necessidade de gozar em sua boca e obrigá-la a tomar tudo. Movendo-se sem pensar, ele enterrou seus dedos em seu cabelo e a segurou. Ele se convulsionou enquanto o clímax explodia através dele e ele soltou sua semente em sua boca acolhedora. Sua cabeça caiu para trás contra os travesseiros.
Ela continuou lhe chupando, lhe drenando. Um leve roçar de sua língua fez cócegas na ponta de seu pênis.
Longos momentos passaram antes que seus olhos se abrissem. Enquanto sua respiração voltava para a normalidade, ele se empurrou para cima sobre os cotovelos. Lorran sentou entre suas coxas, o tecido de sua camisola fluindo sobre suas pernas.
Ela sorriu enquanto traçava padrões aleatoriamente através de suas coxas. Como se o sentisse observando-a, ela levantou o olhar. E lambeu seus lábios.


Capítulo 7


Kei olhava Lorran enquanto ela preparava a comida. Ele gostava de olhá-la. Era nestes momentos tranqüilos, depois que a luxúria estivesse satisfeita, que ele era capaz de considerar o futuro. E estava estranhamente contente. Ele morreria. Era uma parte inevitável de seu futuro. Isto lhe deu certa liberdade. Ele tinha trabalhou em seus últimos papéis, deixando instruções para seus irmãos e conselheiros, inclusive uma renda generosa para Lorran. Ela não sabia sobre isto mas merecia a compensação por tudo o que ela tinha feito.
Ela rechaçaria o dinheiro. Ele sabia que ela o faria, mas também sabia que Riker tinha que conseguir que Lorran o aceitasse. Ele havia deixado instruções explícitas à seu irmão para prometer a Lorran o apoio do Reino em seus estudos sobre dragão se aceitasse a renda. Ela aceitaria.
Ele já havia deixado de considerar a escolha de um marido ou amante para tomar seu lugar. O dragão em sua cabeça recusou em permitir que Kei até pensasse nisso. Os gritos dentro de sua mente e entranhas criavam uma dor ao dragão, torturando-o, Kei abandonou a idéia. Embora sentisse que o dragão se desfrutava, Kei confessou no silêncio de sua mente que odiava a idéia de que outro tivesse o carinho de Lorran como ele o tinha feito.
Ele se assombrou de quanto ele a conhecia. Conhecia ela a menos de duas semanas e poderia predizer suas reações. Embora ainda houvesse momentos em que ela lhe surpreendia. Ele a conhecia intimamente. Não só sexualmente. Ele conhecia sua mente.
Eles tinham conversado, quando tudo estava tranqüilo, quando até os desejos do dragão não podiam fazer seu corpo responder. Ele havia lhe contado de sua própria ascensão ao trono, como tinha sido treinado como um guerreiro e que nunca tinha esperado herdar a Monarquia. Seu irmão mais velho deveria ter sucedido seu pai, mas ele tinha escolhido Kei. Ele havia contado sobre Riker e suas esperanças dele como um Rei.
Ela tinha falado de sua infância, de seu casamento e do tempo que ela tinha passado com os dragões. Ela lhe falou sobre sua investigação e a de outros através da terra. E ele podia ver a compaixão que ela tinha pelas criaturas. E pelas suas vítimas. Ela realmente queria encontrar um modo de deter a transição.
Ele tinha perguntado finalmente por que ela havia ficado com Brennek depois da mudança. Ela tinha encolhido de ombros.
—Era meu dever.
—O que?
—Ele sentiu que tinha que provar algo ao mundo. Então quando um dragão se instalou nos escarpados perto de nossas terras, ele decidiu desfazer-se dele, ele mesmo.
—Isso só demonstra que ele era um estúpido e não sei como sua estupidez poderia ser culpa sua. — Ela tinha sorrido tristemente e tinha assentido com a cabeça. Seja lá o que fosse que tinha levado Brennek a lutar contra os dragões — Lorran ainda se culpava.
Seus próprios estudos seguiram, mas eles não estavam mais próximos de retardar a transição do dragão. Depois que Nekane havia se manifestado, Kei havia dito a Lorran sobre todas as mudanças que ele tinha notado em seu corpo e mente. Ela os tinha anotado cuidadosamente no pergaminho. Se aquela informação ajudaria alguém no futuro, ele não sabia. Mas se alguma vez tivesse uma pessoa determinada a encontrar um modo de ajudar tanto os dragões como as vítimas humanas, era Lorran. Ele não duvidou que ela o fizesse finalmente. Era uma mulher forte.
Lorran empurrou seus ombros para trás como se tentasse aliviar um pouco de tensão que sentia ali. Ele tinha oferecido sua ajuda com a comida mas ela tinha sorrido cansada e havia lhe ordenado que se sentasse.
Ela parecia esgotada. Os quatro dias de abstinência durante o tempo de seu período o haviam distraído. E havia uma necessidade desesperada para compensar a perda. Durante dois dias, ele tinha feito pouco para foder sua vagina. Ele não entendia. Não que ele não tivesse gozado durante aqueles dias. Ela lhe tinha feito gozar em suas mãos. E ela o tinha mamado tantas vezes que sua mandíbula ainda tinha que doer.
Seu pênis se levantou. Infernos, ele pensou, tudo sobre Lorran fazia que seu pênis ficasse ereto nestes dias. Ele já não se assombrava, ao contrário, a idéia lhe pareceu divertida. O dragão ficava mais forte mas seu foco permaneceu o mesmo — foder Lorran. Quando os impulsos se faziam diferentes, Kei ao menos sabia tratar com eles.
Era estranho. Ele tinha esperado lutar com freqüência contra o dragão, lutando contra o aspecto do dragão regularmente. Pelo que Lorran lhe disse e o que ele tinha lido em suas anotações, ele deveria lutar pelo controle diariamente. Mas pela razão que fosse, exceto arrebatamentos ocasionais, a besta parecia contente.
Talvez fosse o sexo. Ele considerou a idéia. Talvez fodendo constante satisfizesse o dragão então ele não sentia nenhuma necessidade de precipitar-se. O único tempo que ele tinha tido que esmagar conscientemente o dragão era quando ele tinha sido privado do acesso a vagina de Lorran. Ele teria que sugerir a idéia a Lorran. Talvez eles tivessem encontrado um modo de parar a transição.
Ele rechaçou a idéia quase imediatamente. Lorran havia dito que Brennek tinha gasto seus dias anteriores fodendo com as mulheres do povoado, mas ainda assim fez a transição.
Kei sorriu. Talvez isto só funcionasse com Lorran. Ele pensou em uma vida com Lorran. Eles ririam, lutariam e transariam. Ele estaria morto pelo esgotamento. E Lorran estaria para sempre grávida. O pensamento o deteve. Ela não estava grávida mas ainda havia uma possibilidade.
Ele sentiu o impulso imediato de pôr seu pênis nela e enchê-la com sua semente. Ele teria que fazer uma previsão em suas disposições finais para qualquer criança que pudesse resultar de seu tempo juntos.
—Por que você e Brennek não tiveram uma dúzia de crianças? — perguntou Kei, sua voz rompeu o tranqüilo silêncio. Ele pensou no modo que ela amava foder e não podia entender. Que homem não se viciaria com seu carinho?
Suas costas se endireitaram e ela levantou seus olhos, olhando fixamente para a janela aberta em cima da pia. O ar ao redor deles vibrou com a ansiedade. Kei se inclinou para frente, consciente que ele tinha aberto de algum jeito uma velha ferida.
—Sou estéril — respondeu ela finalmente sem se virar, com uma voz sem emoção. — Brennek e eu tentamos ter crianças durante os cinco primeiros anos de nosso casamento, mas nada resultou disso.
—Talvez fosse problema dele.
Ela negou com a cabeça, agitando seu cabelo através de suas omoplatas.
—Não. Sua amante teve um menino. Mas como sua esposa, eu era incapaz de fazê-lo. — Suas palavras eram suaves, mas havia uma dor subjacente nelas.
A dor abriu seu peito. Antes que ele tivesse uma possibilidade de analisar a estranha emoção, a besta dentro dele gritou. O gemido oco rechaçou o pensamento de Lorran sem uma criança — sem uma criança sua que enchesse seu ventre. A dor de Kei se mesclou com o do dragão. Ele queria vê-la ficar grande com sua semente e saber que ela amaria a criança que crescesse dentro dela.
As emoções do dragão o dominaram, exigindo uma companheira e descendentes, para povoar o mundo.
Kei ficou de pé. A necessidade de se mover o obrigou a cruzar o quarto.
A fúria fervia dentro dele — Nekane era uma criatura de fúria — que vivia pelo instinto e não entendia o controle.
—Tenho que sair.
Ele tinha que escapar dela. Ele tinha que pôr alguma distância entre ela e o dragão antes que a criatura se jogasse em cima dela outra vez. Ele andaria, correria, faria qualquer coisa para queimar a energia que o levava a estar dentro dela. A preenchê-la.
Kei se concentrou em andar até a porta e ao mundo mais à frente. Cada passo requereu toda sua força. O dragão lutou pelo controle de seu corpo. Ele quase suspirou pelo alívio quando alcançou a porta.
—Eu entendo — sussurrou ela enquanto que a porta se fechava atrás dele.

Ela contemplou a porta fechada, assombrada de como olhá-la causava dor. Era fácil de entender. Ela envolveu seus braços ao redor de sua cintura, com lágrimas em seus olhos. Ela tinha falhado com outro homem.
Tudo o que Brennek tinha pedido dela era uma criança e ela tinha sido incapaz de dar-lhe. Ele não tinha tido nenhum herdeiro legítimo e isto o tinha empurrado a demonstrar ao mundo que ele era o dono de seu domínio. E tinha terminado por morrer em uma caverna.
Agora Kei, condenado ao mesmo destino, tinha esperado obviamente um herdeiro.
Ela respirou fundo e limpou as lágrimas justo quando elas corriam por suas bochechas. Ela não gritaria. Ela tinha gritado muitas vezes por sua inabilidade de conceber. Ela nunca o faria outra vez.
Ao menos ela tinha as memórias do carinho de Kei para consolá-la. Ela sempre recordaria a sensação de Kei se movendo em seu corpo, o deslizamento encantador de seu pênis entre suas pernas e o calor de sua boca em sua pele, em seu sexo. Seu corpo começou a lhe doer só com o pensamento.
Ela o afastou. Não pensaria nisso. A vida a tinha ensinado a aceitar o que ela não podia mudar. Ela fez um jantar rápido e o comeu silenciosamente.
Quando Kei voltaria? Ela deixou um prato para que se esquentasse no forno e finalmente se deitou.
Encolheu-se em seu lado e contemplou o fogo se apagando. Havia se acostumado com o corpo de Kei ao lado do dela. Teria que aprender novamente a dormir sem seu peso em sua cama. E sem seu carinho a cada noite para esgotá-la.
Ela usou as lembranças para relaxar seu corpo. Ela o queria. Outra vez. Sempre. Ela deslizou sua mão sob as mantas e começou a se tocar levemente, como se fosse a mão de Kei. As carícias suaves permitiram que ela cochilasse com a cabeça leve. O calor e o fogo a esperaram no sono.
Ele retirou as mantas e estendeu suas pernas.
—Me deixe estar com você, me deixe te encher — sussurrou ele.
—Sim, vem até mim.
Ele subiu na cama e empurrou seu pênis dentro dela sem preliminares. Ela estava molhada e aberta para ele.
Ele gemeu quando se enterrou profundamente.
—É tão gostoso — sussurrou ele. — Sua vagina se agarra em mim, como se nunca quisesse me deixar ir.
Não o faço. Ela guardou as palavras silenciosas, como sempre fazia.
—Você é minha.
—Sim.
Kei olhou sua figura sob as mantas. Ele havia caminhado até a cachoeira, tentando afastar a cólera. Por sua própria perda e a de Lorran. Era ilógico é claro. Ele nunca tinha esperado conseguir uma criança de Lorran. A idéia não tinha vindo a ele até aquela noite, mas uma vez que o pensamento estava ali, tinha sido impossível bani-lo.
Finalmente, ele tinha subido a montanha até o refúgio de Effron. Effron o havia ignorado desta vez.
Kei se sentia atordoado pela solidão e o desespero que emanou do dragão. Era fácil ver como aquelas emoções rapidamente se converteram em raiva contra um mundo que não entendia.
Nekane tinha gritado por Lorran e tinha arrastado Kei para longe, como se ver a vida vazia do outro dragão fosse muito para a besta. A consciência de que Lorran seria capaz de encher o espaço vazio em seu peito se filtrou em seus pensamentos. Onde antes, ele tinha fugido dela, desesperado para demonstrar a si mesmo e ao dragão que ele poderia ser independente — desta vez ele aceitou sua necessidade por dela.
Ele tinha voltado para a cabana. E a encontrou lhe esperando. Ela sonhava. Seu corpo quente cheirava a almíscar. Ela o desejava.
Seu pênis saltou pelo aroma doce de sua vagina molhada. Ela desejava estar cheia. Ele arrancou as mantas. Seus seios formosos estavam sob as mãos delas, seus mamilos apertados entre seus dedos. Ela balançou seus quadris para cima como se estivesse fodendo com algum amante imaginário. Ele se moveu rapidamente. Tinha que encher a necessidade de seu corpo.
Ela despertou quando suas mãos tocaram o interior de suas coxas. Ele contemplou seu sexo molhado, estendendo-se ante ele.
—É minha — sussurrou ele, fazendo eco à voz em sua cabeça. Ele se inclinou e beijou a ponta de sua pequena vagina. Então, devagar a lambeu, necessitando uma amostra de seu gosto para saborear em sua língua.
—Mas, Kei, pensei…
Ele não sabia o que ela ia dizer, mas suas palavras foram transformadas em um grito abafadas e logo um gemido quando ele chupou devagar seu clitóris. Ela estava tão molhada. Ele bebeu ruidosamente todo o suco de sua vagina e a lambeu até obter mais fluido dela. Seus gritos se tornaram súplicas. Ele se deu um banquete com seu sexo, saciando-se e levando-a ao clímax. Ela não se apressou. Em vez disso, passou seu tempo amando-a, despertando-a, devolvendo a ela todo o prazer que ela havia dado a ele. O dragão retumbou contente dentro de sua cabeça.
Então, as imagens que o haviam assaltado em sua cabeça voltaram, ela estava pronta para uma criança. Ele se retirou. Ele tinha que lhe dar sua semente e queria sentir que ela o aceitava. O instinto lhe conduziu para cima. Ele subiu seu corpo e deslizou seu pênis em seu sexo em um movimento fluido.
Ele gemeu quando sua vagina molhada sorveu seu pênis no interior. Ele estava mais à frente do pensamento, mais à frente do comportamento racional. Ele tinha que gozar dentro dela, para enchê-la com sua semente. Ele não tinha nenhum controle, nenhuma restrição. Ele empurrou dentro dela duas vezes, e outra vez, sentindo a ascensão estável de um orgasmo claro e afiado.
Ele a penetrou profundamente e seu mundo explodiu. Ele a inundou com sua semente.
Alguns segundos mais tarde, a força abandonou seu corpo, ele sofreu um colapso em cima dela. Não tinha a energia de se retirar e se manteve nesta posição. Seu pênis ficou sepultado em sua vagina. Ele ia necessitar mais de sua vagina em um momento então preferiu ficar lá dentro.
Lorran se moveu debaixo dele e ele acariciou sua cabeça. Seus olhos estavam nublados pela dor e ele sentiu o impulso repentino de acariciá-la. Ele esfregou seu nariz ao longo de sua bochecha, acalmando-a.
—Não posso te dar um herdeiro, Kei — disse ela depois de um momento.
Ele se inclinou para trás e a contemplou com assombro.
—É isso o que você pensa? — ela se encolheu de ombros mas ele viu através do movimento casual. Esta era a fonte da dor.
— Nunca havia me ocorrido até três horas atrás que você poderia ter ficado grávida. Eu não lhe fodia para ter um herdeiro. Eu lhe fodia porque não posso deixar de fazê-lo.
Ela sorriu e ele sentiu que ela se relaxava debaixo dele.
—Eu tinha notado.
—Não quero me deter — disse ele, sabendo que era uma distinção importante.
Ele se apoiou em seus cotovelos e esfregou seu pênis úmido dentro de sua fenda. A fricção leve imediatamente o devolveu a um estado duro. Lorran ofegou quando ele palpitou profundamente dentro dela. Ele sabia que ela gostava disto, os pulsos curtos que o massageavam dentro de sua vagina indicavam isso.
—Quero me mover dentro desta xoxota apertada até que lhe doa de necessidade — rosnou Kei. Lorran ofegou. — E então te darei o que você pedir.
Ele continuou lhe sussurrando enquanto se balançava dentro dela, enchendo sua mente com sua voz quando ele preencheu seu corpo com seu pênis. Seus olhos ficaram vagos quando ela se perdeu uma vez mais.
Era isso o que ele queria que ela recordasse quando ele se fosse. Ele resistiu a sua própria necessidade de empurrar com força e trabalhou por ela, lhe dando prazer com seu corpo, suas mãos, sua boca e seu pênis até que o sol começou a subir sigilosamente no céu. Então, sua mente perdeu todo sentido para ele e se afundou uma vez mais em sua vagina e outra vez a encheu com sua semente.
Kei rosnou quando se lavou na tina minúscula. Seus joelhos se apertaram contra seu peito e seus ombros eram mais amplos que a borda da pequena tina. Mas era um modo rápido de se assear. Talvez mais tarde ele pudesse convencer Lorran a ir até a cachoeira —desfrutariam dos prazeres da lagoa quente. As visões nebulosas que pareciam caracterizar os pensamentos do dragão, imediatamente formaram quadros de Kei e Lorran, nus nas rochas ao lado da cachoeira. Ela o havia olhado naquela primeira noite. Agora ele poderia apreciar ela totalmente — seus lábios em seu pênis, sua boca bebendo em sua vagina. O dragão se queixou demonstrando sua concordância.
Ele lhe daria o dia para descansar. O protesto de Nekane era um rosnado suave. Kei sacudiu sua cabeça. Era estranho como ele havia se adaptado a voz do dragão. Ele quase esperou mais reações da besta.
Os tons baixos da voz de um homem fora da cabana tiraram Kei de seus pensamentos. Ficou de pé e passou uma toalha ao redor de sua cintura. Era estranho ouvir outro humano.
O único contato com o mundo além da cabana tinham sido as mensagens de Kei ao Castelo.
Ninguém visitava Lorran. O povoado não a aprovava. Ela havia dito que as pessoas no início a tinham ameaçado quando ela se aproximou. Agora, a maioria a ignorava.
Sacudindo seu cabelo úmido sobre seu ombro, Kei andou até a janela e olhou para fora.
Um homem alto, corpulento, com um rosto amistoso e um sorriso aberto escutava atentamente enquanto Lorran falava. O homem estendeu a mão e a acariciou suavemente em um ombro. Então ele falou e Lorran sorriu. Kei não podia ouvir as palavras do homem. Um rugido violento em sua cabeça bloqueou o som.
Kei sentiu que os músculos atrás de seu pescoço começavam a se esticar. Ele fixou a vista em sua mão, olhando-a se apertar e se enroscar até que formou uma garra.
A risada suave de Lorran flutuou através do ar. Ela saudou com a cabeça e olhou o homem voltando para o povoado. Alguns segundos mais tarde, ela entrou.
—Era o Sr. Fiya do armazém. Ele entregava… — ela parou e o olhou. — O que está errado?
—Eu sinto o cheiro dele em você. — Kei não reconheceu sua própria voz. O som era profundo e baixo, como o grunhido de um animal. — Ele te tocou. — Levantou sua cabeça e a contemplou. A névoa escura que ele associava ao dragão não bloqueou sua visão. Somente a intensificou. Tudo nela estava claro. Cada fio do cabelo foi separado e cada aroma catalogado. Cada fôlego que ela tomou foi reunido em seus pulmões. Kei piscou e tentou afastar a névoa.
Estava passando. A besta lutava pelo controle. Um homem havia tocado sua companheira! Ele virou seu pescoço, esticando-o e enroscando-se ao redor, lutando pela dominação final sobre o corpo.
— Ele te tocou — Ele ouviu-se repetindo.
Quando ele disse as palavras, deu um passo para frente — o humano se esforçou por negar cada passo, mas o dragão era muito forte.
Minha. Tocou o que é meu! Além das palavras, Kei sentiu a necessidade feroz do dragão de possuir Lorran. Kei resistiu, opondo-se com toda a força que tinha. E de todos os modos seguiu adiante.
—Ele só tocou meu ombro. — Lorran moveu sua cabeça. E retrocedeu.
Isto explodiu em sua mente — ela retrocedia, fugia dele.
Se afastar? Não! Minha!
Kei sabia que Lorran tinha ouvido o grito mental do dragão quando ela moveu sua cabeça e continuou retrocedendo. Kei olhou o movimento e o dragão gritou. O bramido reverberou pela pequena cabana. Lorran levou as mãos aos ouvidos para bloquear o espantoso ruído.
Kei sentiu que sua consciência se apagava, perdendo até a capacidade de lutar contra a besta.
Ela andou de costas. O movimento lhe pareceu familiar. Só necessitou de um momento para se recordar — era como em seu sonho. Ela estava sendo caçada por um dragão. Espreitada pelo homem que amava.
Toda aparência de humanidade se extinguiu dos olhos negros que a contemplaram. Mas era mais do que apenas os olhos negros o que lhe advertiram que Kei já não estava no comando. As ondas da raiva emanaram de seu corpo. O dragão tinha tomado o controle da mente humana e estava perto de se libertar das restrições físicas humanas. Quando a criatura aparecesse, a casa não seria capaz de contê-la. A incendiaria. Aquela fúria longamente contida explodiria.
Pouco disposta a desviar o olhar, ela andou para trás, e colocou seu pé na barra de seu vestido, caiu com um ruído surdo. Kei ainda avançava.
Lorran subiu para trás em suas mãos e pés, tentando escapar. Seu coração bombeou o sangue irregularmente por suas veias.
—Kei, por favor — disse ela quando pôde juntar bastante ar para falar.
Minha! A palavra entrou em sua mente, mas Kei não a falou.
—Não. — ela moveu sua cabeça.
Minha! A criatura repetiu.
—Não, por favor.
Ele se inclinou e começou a avançar lentamente os poucos metros que o separavam dela. Puxou para cima a lã áspera de seu vestido, expondo suas pernas até suas coxas. Ela se moveu para baixar o tecido mas ele estava ali — suas mãos a alcançaram, agarrando suas coxas e puxando-a para ele.
—Kei, por favor. Não o deixe ganhar. — Chamou-lhe com a esperança que em seu interior o humano que era ainda fosse capaz de reagir.
Ele afastou o olhar de suas pernas. Suas mãos se apertaram em seus joelhos.
—Por favor, Kei, não faça isto.
O medo em sua voz o alcançou profundamente. Isto o impressionou, enviando força ao seu corpo. Ele se voltou, investindo em direção a porta. Ele tinha que se afastar-se. Ele atravessou a porta aberta e tropeçou na porta de madeira. Respirou fundo, tentando afastar o aroma de Lorran de suas narinas. O aroma de seu medo ainda alterava seus sentidos. Ele andou com passo majestoso através da porta e seguiu seu caminho.
Aroma masculino nela!
O grito de Nekane palpitou no cérebro de Kei, tornando quase impossível pensar. A única opção que ele tinha era se mover. Ele saiu correndo, para longe de Lorran, para os bosques. Ele seguiu o atalho estreito até o povoado. O aroma do homem que havia tocado em Lorran foi facilmente reconhecido e ele começou a segui-lo.
A raiva dilaceradora ferveu dentro outra vez. Mate o homem.
Kei se sacudiu se detendo, agarrando uma pequena árvore para impedir de seguir adiante, de caçar o homem que havia se atrevido a tocar em sua mulher!
Ele se obrigou a tomar fôlego lentamente, limpar seu corpo de tudo exceto do aroma do chão e das árvores que ladeavam o caminho. A névoa turvou seus pensamentos, mas Kei seguiu agarrado a árvore. Era a única coisa que o ligava a terra.
Lentamente Kei voltou a tomar tempo para se concentrar. O sol quase havia se ocultado. Ele havia saído há horas. Olhou ao redor e cheirou o ar, odiando o movimento parecido ao de um animal, mas necessitando os sentidos do dragão. O aroma do comerciante havia se desvanecido e não havia nenhum aroma de sangue. Kei olhou para baixo, para suas mãos. Estavam limpas exceto pela seiva da árvore. Então ele não tinha matado o homem.
Nekane se queixou em resposta. A besta não estava feliz. Kei podia sentir o futuro plano do dragão. Quando Nekane finalmente fosse solto das coações do corpo humano, ele voltaria e mataria o comerciante.
Lorran lhe havia dito no princípio que era inseguro para ele voltar para casa porque ele faria mal às pessoas ao redor dele. Agora ele sabia por que. O dragão mantinha a memória e a raiva. Ele voltaria para castigar a qualquer um que o tivesse ofendido.
Mas Kei tinha o controle no momento. O triunfo palpitou por suas veias lhe dando força.
E outra ereção.
Lorran. Ele a desejava. Queria fodê-la, deslizar sua língua em sua vagina. Reclamando-a, então ela nunca pensaria em outro homem.
Sim. Sim. Mais. É Minha.
Mas ele não iria. Kei esmagou a rebelião do dragão. A criatura uivou dentro de sua cabeça novamente.
Agarrando-se ao pouco que restava de sua humanidade, Kei começou a planejar. Já era tempo. Ele tinha que partir.

Lorran se sentou ao lado do fogo, aparentemente lendo, mas Kei sabia que ela tinha estado olhando fixamente sem expressão as páginas. Ela elevou o olhar quando ele entrou, com o medo refletido em seus olhos. Ela o escondeu rapidamente, mas era muito tarde. Ele sabia que estava ali. Ele se preparou para o grito do dragão. A besta rosnou suavemente, mas permaneceu estável.
—Estou indo embora.
—O que? Agora? Está escuro lá fora.
—É o melhor. Eu tenho que partir. Agora.
Ela afastou o livro e ficou de pé, movendo-se rapidamente para ele. Kei retrocedeu.
—Não se aproxime .
—Você não me fará mal, Kei. Eu sei.
Ele assentiu com a cabeça.
—Eu não, mas e ele? — Ele deu um toque ao lado de sua cabeça. — Eu não posso controlá-lo muito mais tempo. Acontecerá finalmente. — Ele se tinha perguntado por que o dragão havia ficado silencioso por tanto tempo, agora, parecia que a besta estava pronta para aparecer. — Tenho que ir para casa. Entregar meus papéis e falar com meus irmãos antes da mudança final.
—Mas…
—Lorran, não o faça. Você fez todo o possível. Espero que o que aprendeu de mim ajudará a outros.
—Deixe eu ir contigo.
—Não o faça. — A olhou com coragem. — Não te sacrificarei do modo que o fez com Cronan. Esta criatura dentro de mim te destruiria.
—Não o vejo como um sacrifício.
Ele sentiu suas palavras em seu peito. Ele poderia tê-la. Ela viria com ele e permaneceria ao seu lado.
—Eu sei o que me vai me acontecer. A vida com esse horror é muito ruim. Te levar ao nível dos infernos me deixaria louco.
Ele esperou, olhando-a até que ela assentira com a cabeça, até que ele estivesse seguro que ela entendia. Se ela se preocupava com ele, ela tinha que deixá-lo ir. Ele não podia fazer que ela passasse sua vida no canto escuro de uma caverna. Só os Deuses sabiam o que o dragão ia fazer a ela.
Ele tinha que partir.
Ele olhou ao redor da cabana. Ele não tinha nada para levar. Nada aqui lhe pertencia.
Exceto ela.
Minha.
Ele ignorou a voz, usando a força introduzida nele desde a infância. Ele podia andar pelo fogo, suportar uma dor inimaginável — ele podia se afastar dela.
Parou na porta sabendo que tinha que dizer alguma coisa.
—Obrigado. Por tudo. — Lorran continuou de pé. Lágrimas apareciam no canto inferior de seus olhos que os faziam brilhar na pálida luz da vela. — Você é uma mulher assombrosa.
E ele andou na noite escura, o dragão gritando em sua cabeça.
Não!

Não!
O gemido de Nekane ressonou pela cabana vazia. Ela olhou a porta atrás dele e sentiu o grito de seu próprio coração em resposta. A compaixão pelo dragão — e pelo homem destinado à morte. As lágrimas se derramaram por suas bochechas. Ela queria correr atrás dele, lhe arrastar, lhe fazer retroceder, lhe suplicar para que ficasse, mas afinal para que?
O dragão aumentava nele.
E Kei sabia.
Ele partia para protegê-la.
—Merda.
Ela poderia ir com ele, mas ele não queria. Sua honra, que era uma das muitas coisas que ela tinha aprendido sobre ele, não o deixaria ficar. Era Nekane. Aquela tarde durante o tempo que o dragão a espreitava através do quarto, assustou-a. Ela tremeu só em recordar. Kei tinha desaparecido completamente.
Ela tinha tido medo, realmente medo da besta dentro dele.
Minha.
Kei o havia dito freqüentemente mas foi só quando o dragão tinha gritado isto, que ela entendeu seu verdadeiro sentido. Ele queria que pertencesse a ele, completamente. Queria consumi-la.
Lorran se afundou no chão e olhou fixamente sem expressão o fogo. A cabana estava consumida em uma sepulcral tranqüilidade. Como ela ia fazer? Como ia aprender a viver sem ele?
Seus piores medos se tornaram realidade. Havia se apaixonado por ele.


Capítulo 8


—Bem, bem, bem. Ele está de volta.
Kei ignorou a saudação zombadora de Kafe. Nekane rosnou silenciosamente na cabeça de Kei. O dragão sentia os sentimentos de Kei por seu irmão pois ele era um bom juiz do caráter. Havia um dia que Kei tinha retornado, mas era a primeira vez que se encontrava com Kafe.
—Você tem que ver que o Tratado da Borda Norte, já está pronto. —Kei pegou o documento de Riker.
O homem jovem saudou com a cabeça. Kei olhou seu irmão durante um momento. Algumas pessoas pensariam que ele era muito jovem para governar, mas Kei conhecia a força de Riker. Como Kei, Riker havia sido treinado como guerreiro. Agora, ele seria o Rei.
Kei lançou um olhar para o papel que segurava em sua mão. Ele sempre tinha suposto que ele teria um filho para lhe ensinar, um filho para criar e treinar como seu sucessor. Ele nunca tinha pensado que ele teria horas, em vez de anos para passar informações importantes. Mas Riker era honesto. Infelizmente, o mesmo não podia ser dito sobre Kafe. Kafe era inteligente, mas cheio de artimanhas. E dez minutos mais velho que Kei.
—O que? Nenhuma saudação para mim? Realmente é grosseiro, Kei. — Kafe passou as pontas de suas unhas pelo colete aveludado que usava. — Ou há algo mais apropriado para lhe chamar agora? Ovo de dragão, talvez?
Kei levantou o olhar e olhou ao espelho de sua imagem. A conexão mística entre gêmeos era lixo, no que se referia a Kei. Ele não se sentia absolutamente vinculado a Kafe, exceto por uma mútua aversão. Naturalmente, Riker havia dito a Kafe sobre o ataque de dragão. Riker não entendia a profundidade do ódio de Kafe por Kei.
Kei fazia todo o possível para proteger seu irmão mais jovem da verdadeira natureza de Kafe. Agora que Riker seria o Rei, teria que adverti-lo. Ele tinha que saber que não podia confiar em Kafe.
—Kafe, o que você deseja? — Kei perguntou, fazendo todo o possível para parecer aborrecido. Isto irritaria Kafe e talvez ele partisse.
—Só o que é o meu por direito.
Kei sabia que Kafe se referia ao Reino. Ele sempre tinha acreditado que ele deveria ter sido escolhido para dirigi-lo. Seu pai tinha tomado outra decisão.
—O Reino irá para meu herdeiro.
—Bem, a menos que você tenha implantado uma semente nas três semanas passadas, parece que serei eu. — Os olhos de Kafe se endureceram. — Você não conseguiu engravidar a nenhuma mulher, não é mesmo? Qual é o nome da vadia que cuidou de sua lamentável vida? A que te devolveu a saúde?
Kei não se recordava de ter feito movimento algum. Mas em um momento estava sobre a mesa e suas mãos ao redor da garganta de Kafe antes que as últimas palavras da frase fossem ditas.
Seus dedos se cravaram na pele quando ele apertou a garganta do delinqüente. Mate-o. Mate.
—Kei, se detenha. O que você está fazendo? — Kei retrocedeu quando Riker agarrou suas mãos e tentou lhe afastar. — Deixe-o ir.
Lutando contra Nekane a cada polegada, Kei obrigou suas mãos a se afrouxarem. Seu gêmeo caiu ao chão, fazendo esforços para respirar, linhas vermelhas apareciam em sua garganta.
Kafe fulminou seu irmão com o olhar.
—Você me atacou por causa de uma mulher? Ela deve ser muito boa… — ele fez uma pausa. Kei elevou seu punho, preparado para romper o aperto de Riker se Kafe dissesse uma palavra desrespeitosa contra Lorran. O dragão se queixou, concordando.
—Enfermeira — Kafe terminou finalmente. Ele ficou de pé e sacudiu sua roupa de couro com dedos delicados. — Eu não sabia que ela significava tanto para você. — O brilho que brilhou em seus olhos preocupou Kei durante um momento, mas o deixou passar. Em alguns dias, nada disto teria importância.
—Não quero que pense nela em absoluto.
Kafe se encolheu de ombros e então estremeceu. Por um momento Kei sentiu pena.
Ele tinha machucado seu irmão. O pescoço de Kafe já estava com hematomas. Mas ele merecia isto e mais.
Como um animal encerrado em uma jaula, Nekane pairava além do mundo físico. Kei respirou fundo. Se tornava mais e mais duro controlá-lo. Demoraria um dia, talvez dois antes que a criatura o dominasse completamente. O dragão grunhiu seu desgosto. O mate. Mata-o.
O dragão gritou em sua cabeça, novamente pedindo Lorran. Ela é minha!
Kei quase não ouviu, e não escutou Kafe dizer adeus. Era duro concentrar-se no meio dos gritos do dragão.
Ele esperou até que Kafe partisse antes de encarar Riker. Ele era jovem para ser coroado, mas Kei sabia que seu irmão era inteligente, valente e tinha consciência. Ele o faria bem.
—A primeira coisa que você tem que fazer quando eu morrer é banir Kafe.
Os olhos de Riker se arregalaram.
—O que?
—Ele te causará problemas. Nosso pai me pediu que o deixasse ficar. Não cometa o mesmo erro. O proscreva. Eu não posso. Você tem que fazê-lo. — Kei se encolheu de ombros, parecendo casual. — Ele tem dinheiro e alugará homens. Você terá a lealdade dos guardas daqui. Use isso.
Riker assentiu com a cabeça. Havia um brilho de culpa nos olhos de seu irmão. Isso era bom. Ele já havia pensado em se desfazer-se de Kafe. Era algo que Kei deveria ter feito há um ano, mas ele tinha feito uma promessa. Riker teria que se ocupar disto. Havia tantas coisas que ele deixaria a cargo de Riker.
Inclusive Lorran. Suas instruções em seus diários eram explícitas. Ele confiava que Riker as levasse a cabo.
Kei limpou sua garganta.
—Certo. Agora, a Borda Norte deve ser contida. A rebelião não é mais que um protesto de camponeses. Envia a alguém...

Lorran saiu a porta e olhou o sol da manhã golpear seus olhos. Ela tinha passado todo o dia de ontem e o dia anterior a esse dentro da cabana soluçando. Seus olhos estavam vermelhos e inchados pelo pranto de dois dias. Com uma respiração tranqüila, ela jogou seus ombros para trás. Ela não gritaria por ele por mais tempo. Ele tinha partido. Por escolha própria.
Mas a verdade se mostrava embora ela tentasse negá-la. Kei tinha partido para protegê-la. Nekane ficava mais forte. Kei perdia o controle. Ela passou pela porta de madeira. Iria à cidade pegar algumas provisões. Seria uma boa desculpa para ouvir a última intriga. Ia estar nos lábios de todo o mundo quando o Rei se convertesse em um dragão.
Uma brisa fria enviou um tremor pelos seus braços. Era cedo. O sol não tinha tido tempo para esquentar a terra. Esperaria até o meio-dia e depois iria. Haveria muito tempo para ouvir o que eles diziam.
Uma bota que aparecia na plataforma de madeira chamou sua atenção. Ela se virou e seu coração parou.
—Kei!— Ela caminhou quatro passos para ele. Quando ela lançou seus braços ao redor de seu pescoço, sentiu que algo estava errado. Ela retrocedeu . — Você não é Kei.
Era a imagem de Kei. Mas as bordas suaves de seu rosto e o brilho cruel em seus olhos eram tão dramaticamente diferentes de Kei que ela se surpreendeu de tê-lo confundido por um momento.
— Quem é você? — Ela tinha uma vaga lembrança das histórias sobre príncipes gêmeos, mas não tinha feito caso dos contos. Ela tinha colocado de lado essa vida há cinco anos quando tinha decidido estudar dragões em vez de voltar para a casa de seu pai.
—Sou Kafe. O irmão de Kei, como você vê. Kei não me mencionou? Que estranho. Ele geralmente não pode dizer bastante sobre mim. — O sorriso lisonjeador fez doer a mandíbula de Lorran. Ela retrocedeu outro passo. — Kei me enviou. Ele está preocupado com você, ele se preocupa que você esteja aqui desprotegida. — Lorran avançou pouco a pouco para trás. Ele a seguiu passando pela porta. — Ele precisa de você. Lamenta admitir isso, mas a quer com ele.
Ela teve que suprimir a dor que suas palavras criavam. Ela não confiava nele. Kei tinha partido para protegê-la. Por que a chamaria?
—Não acredito em você.
—É verdade. Ele sente sua falta.
Seu estômago se contraiu. Ah, como ela queria que isto fosse verdade, mas Kei não a chamaria.
—Penso que você deveria partir.
—Não sem você. — O sorriso encantador desapareceu e uma mesquinhez radiante refletiu em seus olhos.
— Você pode aparecer ante seu querido Kei cheia de contusões, ou não. A opção é sua. — Ele fez uma pausa —. Embora pensando bem —Ele elevou sua mão e a esbofeteou. Lorran caiu na terra, sua bochecha ardendo. — Algumas contusões não seriam tão má idéia — disse Kafe. — Agora, posso me deter, ou posso lhe bater até sangrar. Qualquer coisa satisfará meus objetivos.
Lorran não respondeu. Sua cabeça vibrava pelo golpe. Ela mal notou quando ele a arrastou pelos seus pés e a empurrou para outro soldado. O guerreiro a agarrou contra seu peito e então rapidamente atou suas mãos com uma corda.
Kafe agarrou seu queixo em seus dedos e levantou sua cabeça, inspecionando seu rosto.
— Não me incomodaria em te machucar, me cause qualquer problema e eu te apresento diante de Kei como a uma massa enrugada de carne humana — ela o fulminou com o olhar silenciosamente. Kafe sorriu. — Sim, é quase impossível acreditar que somos irmãos, não é mesmo?


Kei andava com passo majestoso diante da lareira, se virou e repetiu o caminho. A energia correu por seu corpo. A energia de um dragão.
A besta maldita não o deixaria descansar.
Minha.
A voz irritante ressonou pela cabeça de Kei.
Minha! O dragão insistiu.
Ele queria Lorran. Kei apertou suas mãos até que seus nódulos empalidecessem. Ele tinha que lutar contra isto — tinha que lutar contra o impulso de chamar Lorran. Se ele enviasse um mensageiro, ela poderia estar aqui no meio da amanhã. Ela viria se ele a convocasse. Ela era leal e também malditamente carinhosa.
Sim. Minha.
—Não! — Kei esmurrou seu punho contra o suporte da lareira de pedra. A dor fuzilou seu braço, mas ele mal a sentiu. A rocha se rachou sob a força de seu punho. A força do dragão entrava em seu corpo humano, assim com a voz que agora sempre estava em sua cabeça.
—Sua M… Majestade?
Kei se endireitou e se virou para enfrentar a criada. Ele a reconheceu. Ela tinha compartilhado sua cama em algumas ocasiões. Ela tragou convulsivamente e o contemplou com os olhos arregalados.
Foi nisso em que eu me converti. Uma besta que inspira medo a seus próprios criados.
A moça andou com cautela para ele. Ela era linda, alta e magra, com seios cheios que caberiam perfeitamente em suas mãos. Seu vestido de decote baixo, revelando uma fenda profunda. Ela tinha sido uma amante impaciente. Agora ela se assustava dele.
Ele respirou fundo e inalou seu aroma. Ele fez uma pausa e esperou o dragão, esperando o rosnado da luxúria fechar-se de repente em seu corpo.
Nada. Ela era uma bela mulher e ele não sentiu nenhum desejo de fodê-la. Não parecia que o dragão notasse sequer sua presença no quarto.
—O que é isto?
—Pediram-me que entregasse isto a você.
Kei silenciosamente tomou a nota de sua mão trêmulas. Os rabiscos reconhecíveis de Kafe fizeram que os músculos ao longo das costas de Kei se apertassem quase ao ponto de romper-se.
—Obrigado. — Ele a mandou embora, mal notando quando ela partiu, e contemplou a nota.

“Me encontre na Rocha de Turphen. Tenho algo que quer.”

Não estava assinado, mas isto não surpreendeu Kei. O que era o que seu irmão pretendia agora? Uma emboscada?
Isso não importava. Os papéis foram assinados e registrados. Riker era seu herdeiro. E Kafe sabia que Kei estaria morto dentro de alguns dias de qualquer modo.
Kei se moveu rapidamente, juntando sua espada e couros de batalha. Ele não conhecia o plano de Kafe, mas tinha aprendido há muito a não o subestimar.
A Rocha de Turphen tinha sido seu ponto de reunião quando meninos. Ficava a uma curta distância, não muito longe, mas o suficientemente longe dos olhos curiosos do Castelo, não podiam vê-los praticar com espadas de madeira e golpear um ao outro com os pedaços de madeira.
Kei atravessou o bosque sem tentar ocultar sua passagem. Ele se dirigiu para a clareira ao lado da enorme rocha e esperou. Os sentidos do dragão se concentraram em torno do bosque em volta deles. Kei deixou a consciência fluir nele e imediatamente podia ver mais à frente da clareira, recolhendo detalhes minuciosos sobre os homens escondidos no bosque.
Então devia ser uma emboscada. Era quase mais fácil este caminho, Kei decidiu. Ele morreria aqui, como um homem. Em vez de apoiado em uma caverna e caçado como um dragão.
Minha.
Kei ignorou a súplica do dragão. Os gritos da criatura por Lorran se faziam uma parte constante de sua vida.
—Kafe, o que você quer? — Kei chamou.
Kafe saiu das sombras, mas ficou na borda da clareira.
—Ah, não é o que quero. É o que você quer.
—Kafe, não tenho tempo para isto. Tem homens rodeando a clareira — Se ele tivesse querido, ele poderia ter dito a Kafe onde se escondia cada um, mas ele decidiu terminar isto. — Você planeja me matar? Certo, mas não pode fazê-lo sem tanto teatro? — Kei não embainhou sua espada e se preparou para o ataque. Ele não se renderia sem lutar. Isto ia contra sua natureza. — Riker será o Rei não importa como eu morra, e ambos sabemos que esse dia não está longe. Realmente me faz feliz que tenha tomado a iniciativa de fazer isto.
A irritação no rosto de Kafe mereceu cada palavra de brincadeira. Mas então, a satisfação voltou.
—Ah, ainda tenho uma possibilidade de ser o Rei. Em particular quando for banido. Não deveria ser difícil anular sua última vontade. Era de um homem sob a influência de um dragão.
Kei se manteve impassível, não demonstrando medo. Riker era inteligente. Ele seria capaz de lidar com ele.
—Mas, já que você vai me ceder a Monarquia, nós economizemos todos os fastios de uma guerra civil sangrenta.
A confiança de Kafe era inquietante.
—Por que eu lhe cederia isso? — Kei perguntou.
Kafe moveu a cabeça com uma ordem silenciosa para alguém atrás dele. Um guerreiro caminhou para frente. Arrastando Lorran.
—Minha! — Nekane gritou a palavra. Esta ressonou nas árvores e desapareceu na noite.
Kafe se retirou e depois contemplou seu irmão.
—Era a besta? Ela tem uma voz. E realmente a esta quer essa pequena senhora aqui. — Kafe agarrou Lorran pela parte superior de seus braços e a empurrou. Suas mãos estavam amarradas diante dela e tropeçou, caindo contra o peito de Kafe.
Nekane rosnou.
Kei respirou fundo e contemplou Lorran, ignorando seu irmão e a reposicionamento dos homens no bosque.
—Ele machucou você?
Lorran levantou seus olhos e elevou sua cabeça. Uma mordaça bloqueava suas palavras. Uma contusão roxa escura danificava a pele delicada de sua bochecha. Nekane gritou outra vez.
—Ela está bem. — disse Kafe. — Ah, você queria dizer, se a estuprei? Ainda não. Mas suponho que me ocuparei disso. Embora, eu não tenho certeza que eu possa conseguir com uma puta de dragão.
Kei se enrijeceu. Ele foi treinado para pensar durante o caos da guerra, mas os uivos de Nekane encheram sua cabeça, bloqueando a capacidade de planejar. Kei levantou sua espada e avançou.
Uma faca brilhou na mão de Kafe.
—Eu não faria isso. Eu a matarei agora mesmo. Me dê o Reino e deixarei você tê-la. E quando estiver morto, a protegerei. Se não, a entregarei aos meus homens para que a usem a vontade.
—Não!
A mente de Kei se tornou escura. Em um momento cegador antes que todo o pensamento se apagasse, ele sentiu seu corpo explodir.
Estava feito.

Lorran gritou através da mordaça apertada quando o dragão se materializou na pequena clareira. Em um momento Kei estava diante deles, e no seguinte, havia ido. Nekane bramou quando abriu suas asas. Ele era enorme, dominava o espaço aberto com seu corpo comprido e sua poderosa cauda. Suas asas roçaram a copa das árvores. Sua escala de cores que ia do verde ao arroxeado brilhou na luz escura. Sua cabeça enorme se balançou para frente, seus olhos negros procuravam Lorran.
—Matem o dragão — ordenou Kafe dando um passo para trás. O bosque explodiu. Os homens emanaram das árvores e subiram sobre as rochas. As espadas cintilaram na luz da lua e o assobio de flechas encheu o céu da noite.
Kafe empurrou Lorran para um soldado.
—Vigia-a. Quero ver isto. — Ele dobrou seus braços sobre seu peito e olhou quando seus homens começaram a dar golpes no dragão.
Lorran lutou com o guerreiro. Ele apertou suas pulsos em suas fortes mãos, a pressão cresceu quando seus olhos se arregalaram. Nekane se aproximava. Os cortes de espadas em sua pele tinham pouco efeito. As flechas jogadas em sua resistente pele eram como irritações menores. Mas havia tantos deles, muitos homens que lutavam contra o dragão enfurecido.
Uma parede de homens atacou seu lado. Nekane se virou e abriu sua boca. As chamas jogadas através do céu da noite foram seguidas pelos gemidos de dor. Mas, mais homens seguiram, aproximando-se por trás. A criatura se enroscou, tentando de sacudir os soldados.
Os gritos furiosos de Nekane se tornaram de dor quando uma espada rasgou sua resistente pele. Com um giro de sua cauda jogou seu atacante contra os arbustos.
Lorran virou sua cabeça de lado, puxando e deslizando a mordaça para baixo. Ela tinha que chegar até Nekane. Ela tinha que afastá-lo dali. Eles o matariam. Ela sentiu que a mordaça cedia. Cuspiu o tecido que haviam lhe metido na boca.
—Nekane, não! Vá. Escape.
—De modo que a besta tem um nome — zombou Kafe. — Não importa como o chama, é um dragão. Matem-no — ele pediu outra vez.
O homem que segurava Lorran a jogou para trás, a silhueta de Nekane se afundava mais e mais na massa de guerreiros e arqueiros. O sangue emanava de um lado do dragão. Um soldado valente se adiantou e afundou uma flecha em uma ferida aberta de espada.
O grito de Nekane ressoou pelas árvores. Uma flecha perfurou seu pescoço. Ele esticou seu pescoço e bramou. O fogo estalou profundamente dentro de sua garganta.
—Não! — Lorran lutou para chegar até ele. As lágrimas correram por suas bochechas e obstruíram sua garganta. Eles o matavam. — Deixem-no em paz.
—Minha!?
A palavra se distinguiu sobre o clamor das espadas. A dor e a confusão soaram através da voz de Nekane como se ele não compreendesse o que estava acontecendo. Outro guerreiro abriu caminho, ferindo a perna dianteira de Nekane.
O dragão retrocedia, agitando suas asas, jogando os homens contra as árvores.
—Não retrocedam. Até ter matado a criatura.
Os homens continuaram atacando com espadas seguidas de facas. O dragão rugiu. Lorran ofegou enquanto o som penetrava profundamente em sua mente.
Nekane tencionou seus músculos, ficando em cócoras e saltou. Suas pernas o lançaram no ar e as asas potentes o levantaram. As flechas perseguindo-o enquanto escapava. Lorran olhou, rezando por sua segurança quando ele se virou e voou para fora da vista.
—O dragão está vencido! — Kafe levantou sua espada limpa na vitória. — Vamos nos divertir. Daremos um banquete. Banimos o dragão.
—Nós? — Lorran se libertou de seu captor e golpeou com suas mãos atadas o peito de Kafe. O homem se desequilibrou. — Você não fez nada exceto caçá-lo, você é uma doninha. Ele é seu irmão.
O ódio brilhou nos olhos de Kafe.
—Ele é uma besta e se quer ser conhecida como algo mais que a puta de um dragão, fará o que eu te ordenar. — Kafe colocou novamente sua faca em sua vagem. — Eu poderia ter algum uso para você em minha casa. Parece que meu irmão gostava de seus talentos. Interessa-me averiguar que fez a ele que era tão especial. Deve foder incrivelmente.
Os dias sem dormir e a dor de ver a transformação final de Kei romperam o controle de Lorran. Sem pensar, ela balançou suas mãos atadas. Seus nódulos golpearam a boca de Kafe. O sangue emanava de seus lábios partidos.
—Sua cadela! Guardas, peguem-na. Ela atacou o Príncipe herdeiro.
As mãos imediatamente aterrissaram sobre seus braços e ombros. Lorran não lutou. Sua mão palpitava, mas ela se sentiu satisfeita. Kafe levava sua marca.
—Levem-na ao calabouço. Não lhe façam mal. Quero-a limpa e me rogando por sua liberdade.
—Eu morro primeiro.
—Isto sempre é uma opção, sim.

Lorran se sentou na beirada da cama suja. Ela tinha estado ali durante dois dias. Ao menos, foi assim que ela o calculou apoiando-se nas pobres comidas que eles lhe trouxeram.
Ela estava ilesa, só na escuridão quase completa da cela. Ninguém a havia tocado nem falado com ela.
Nekane estava por aí. Em algum lugar.
Sozinho.
As lembranças daquele dia a tinham mantido acordada. A pobre criatura não tinha entendido o que acontecia. Só tinha querido proteger Lorran — alcançar a mulher que ele considerava... sua companheira.
Seu coração balançou.
Poderia ser isto? Ela tinha visto a força de um dragão — e a raiva e o aborrecimento da criatura. Então recordou que Nekane havia se acalmado, relaxando quando havia tocou Kei.
De repente se tornou evidente. Nekane permaneceu calmo, permitindo Kei tomar a iniciativa, enquanto Lorran estava por perto. A salvo. Ela se estremeceu. Ainda podia escutar os gritos de Nekane tentando chegar até ela. Para protegê-la. Ficou de pé e começou a caminhar através da cela. Ela rapidamente repassou as transformações de Nekane. Ele havia se manifestado três vezes — quando ele tinha sido privado do acesso ao sexo de Lorran, quando outro homem a havia tocado, e quando esteve ameaçada.
Supunha-se que os dragões não faziam distinções em sua busca de sexo. Nekane não tinha estado interessado na mulher que Lorran havia trazido do povoado. E se o dragão procurasse muito mais que só uma companheira para o sexo? E se ele procurasse uma companheira? E todas as mulheres eram simplesmente candidatas até que ele encontrasse a correta?
Poderia ser isto?
Nekane era uma criatura obcecada sexualmente, ciumenta, protetora, que a tinha reclamado como sua. Se ela pudesse lhe convencer que estava segura, que não o abandonaria e que o amava, seria possível que ele se retirasse e deixasse Kei retornar?
Ela se recostou contra a parede traseira. E como se supõe que possa convencer um dragão de tudo isto? Ela olhou ao redor da cela. A primeira coisa que faria ao sair do calabouço, seria procurar Nekane.
A luz entrou no quarto em um raio através do chão. Lorran necessitou de um minuto para se dar conta de que a porta tinha sido aberta e os brilhantes lanternas introduzidas nela. Ela piscou e se afastou da luz.
Em vez dos guardas que ela tinha esperado, três senhoras entraram.
—Bom dia, senhora. Viemos para lhe ajudar com seu banho. — O tom da mulher era cortês e humilde. Ao longe se escutavam os grunhidos dos guardas quando ele lhe trouxeram sua comida.
—O que está acontecendo?
—O Príncipe herdeiro, logo será Sua Majestade, pediu-nos para que a ajudássemos com seu banho e para levá-la até ele.
Lorran sentiu que suas bochechas se detinham em um meio sorriso. Kafe tinha descoberto obviamente quem eram seus pais. Ninguém lhe tinha informado que a tinham deserdado quando ela tinha começado o estudo de dragões.
Apesar de que teria gostado de desobedecer Kafe, ela tinha uma melhor possibilidade de ajudar Nekane fora do calabouço.
Lorran seguiu as mulheres para fora da cela silenciosamente agradecendo aos Deuses que obviamente cuidavam dela. Ela só podia esperar que os Deuses fizessem o mesmo com Kei.
Lorran se apressou a tomar o banho. Depois de se vestir com um vestido de seda fino com correntes finas que deixaram seus ombros nus, Lorran foi levada até uma porta grande. Sua escolta fez uma reverência antes de se virar e se afastar.
Isto deveria ser interessante, pensou quando atravessava o Grande Corredor.
Kafe esperava no final, falava com um casal mais velho. Lorran ficou tensa logo que os viu.
Seus pais.
Seus passos reduziram a marcha quando ela chegou no final do quarto. Ela não tinha visto seus pais durante anos. Eles não tinham mudado muito.
—Ah, ali está ela — Kafe a saudou com um sorriso. Segurando sua mão. — Você descansou bem? — Ele disse as palavras claramente, obviamente advertindo-a de se calar sobre o fato de que ela tinha passado os dois dias anteriores em um calabouço.
—Estou bem. Descansei o bastante para retornar para casa. — Se ele não queria que seus pais soubessem que ela tinha sido encarcerada, possivelmente poderia usar isto para sua vantagem. Ela tinha que localizar Nekane. Os princípios de um plano tomavam forma.
—Tolices, querida, seus pais estão aqui. Para celebrar nosso casamento.
Lorran começou a rir. Mas se recuperou o bastante para o contemplar.
—Você está louco?
—Filha, esse não é modo de falar com um Rei. — A voz de correção de seu pai lhe devolveu anos de lembranças, escutando suas conferências sobre o comportamento apropriado de uma princesa. —Eu dei minha aprovação para o matrimônio. Você vai se casar.
—Olá, Pai. Mãe. Lamento que vocês percorressem este longo caminho para nada. — Ela olhou a seus pais. — Sou uma viúva, Pai. Não haverá nenhum casamento entre Kafe e eu. Prefiro morrer. E Pai, ele não é um Rei. Seu irmão é o Rei.
—Não por muito tempo. — Kafe dobrou seus braços sobre seu peito e sorriu fortemente para Lorran —. O conselho de Reis está a caminho. Assim que eles cheguem, Kei e aquela besta que se aninha nele de fato serão declarados proscritos, e tudo o que ele realizou será desfeito. Serei posto em uma lista como o herdeiro de meu pai.
—Lorran, é um bom partido. Será uma Rainha. — A voz suave de sua mãe evocou um novo jogo de emoções. Ela tinha visto sua mãe subordinada a seu pai por toda sua vida. Esperava-se que Lorran seguisse o exemplo de sua mãe durante seu próprio casamento. Mas tinha aprendido à força a ser independente depois que seu marido tivesse sido transformado em um dragão.
—Onde está Riker? — perguntou para Kafe, ignorando sua mãe suplicante. Kei tinha acreditado em seu irmão mais novo. Lorran tinha que falar com ele.
—Ele não está aqui.
—Onde ele está? — perguntou ela outra vez.
—Foi embora. — Ele fez uma pausa e ela viu outra vez que algo excitou a crueldade em seus olhos.
— Para matar o dragão.
Ela de repente se encontrou respirando com força. É claro. Riker tinha sido enviado para matar Nekane. Era o que Kei teria querido.
—Você é um bastardo.
—Eu? — Kafe abriu seus olhos amplos e a olhou com inocência excessiva. — Não sou o que sobe uma montanha para matar meu irmão.
—Em troca lhe rouba o reino.
O rosto de Kafe se endureceu — todo traço de brincadeira se evaporou.
—Não tenho que roubar o que deveria ter sido meu em primeiro lugar. Isto acabará quando o Conselho de Reis chegar em dois dias.
—Tudo bem, até que isto aconteça, ficarei em meu quarto.
Lorran se virou e se afastou.
—Ela voltará — disse seu pai com segurança.
—Terá que fazê-lo — acrescentou Kafe.
Lorran andou pelo vestíbulo e sua confiança se evaporou. Ela não tinha muito tempo. Kafe estava certo. Assim que o Conselho dos Reis chegasse e declarasse Kei um proscrito, tudo pertenceria a Kafe. Riker seria banido e ela teria que se casar-se com Kafe.
Apesar de suas palavras fortes, o casamento com Kafe era definitivamente uma possibilidade. Não necessitaria muito. Inclusive ela não teria que concordar com isso. Kafe poderia declará-la simplesmente sua esposa pelo Direito do Rei.
Ela continuou caminhando, andando até que se encontrou no jardim. Além da parede, o bosque se estendia por milhas. Onde Nekane teria ido? Sua fuga teria sido rastreada. Um dragão ferido, que grita não teria passado despercebido.
Se Riker tinha ido para matar Nekane, certamente ela poderia encontrá-lo.
Tinha que tentar. Ver se eles poderiam fazer o impossível e fazer que o dragão soltasse sua presa.


Capítulo 9


Achar o dragão resultou ridiculamente simples. Os aldeãos tinham traçado progresso de Nekane. Eles a olharam com desconfiança e em seguida emitiram advertências extremas sobre o apetite dos dragões.
—Eu ficarei bem — respondeu ela, enquanto seguia a direção que eles haviam indicado e ignorando seu conselho. O sol da tarde era duro quando ela terminou a subida da montanha. Nekane tinha escolhido uma caverna por perto. Ela havia dito a Kei que os dragões eram perigosos em seus territórios. Este dragão obviamente não era diferente.
Ela só esperou chegar a tempo. O cavalo de Riker esperava em uma pequena clareira aproximadamente a seis metros da abertura da caverna.
—Riker?
—Lorran! — Riker se virou, em seus couros de batalha. — O que você faz aqui?
—Riker, você não pode fazer isto. — Ela não percebeu o quão perto ela estava das lágrimas até o ver disposto a matar Nekane.
—Lorran, volte. Você não quer estar aqui para ver isto. — Ela não se moveu. — Kei não ia querer você aqui.
Ela viu a tristeza em seus olhos e teve que falar.
—Ele é seu irmão.
—Ele é um dragão. — A voz de Riker era fria e dura. Ela sabia que Kei o havia ensinado a separar suas emoções, esmagá-las quando um trabalho tinha que ser feito.
—Eu posso trazê-lo de volta.
Riker fez uma pausa durante um momento então moveu a cabeça, como se tivesse medo de acreditar em suas palavras.
—Ninguém foi capaz de inverter o processo. Não, uma vez que a transição foi completada. — A resignação em sua voz tirou a força do corpo de Lorran. E se ela estivesse equivocada? E se Kei havia ido para sempre? — E me deixe te dizer que há um dragão crescido lá.
Lorran olhou para a caverna. Kei estava ali, encerrado dentro de um dragão furioso. E ela tinha que tirá-lo. Ou tinha que tentar.
—Riker....
—Gastei horas hoje, chamando por Kei, tentando o recuperar. Não há nenhum modo de que ele possa deixar ao dragão.
Ela assentiu com a cabeça.
—Não, ele não pode.
—Então tenho que fazer isto. — Ele colocou sua mão no punho de sua espada. Ele parecia tão jovem, tão valente. E tão infeliz. Ele sabia o que estava fazendo, matando seu próprio irmão — mas ele também sabia que não tinha nenhuma opção. — Kei não queria viver assim.
Lorran teve que se esforçar para não assentir. Riker estava certo. Kei preferiria morrer a passar sua vida na forma de um dragão, mas se ela pudesse o trazer de volta...
—Me deixe tentar.
—Você não me escutou? — Riker tomou seus ombros em suas mãos e a sacudiu frustrado, a tensão finalmente rompia sua expressão estóica.
—Sim. Kei não pode derrotar o dragão. Nenhum humano pode. Mas e se o dragão retroceder?
—Como?
Lorran moveu a cabeça. Ela não podia lhe dizer que ela planejava seduzir um dragão.
—Me dê um dia. Que dano isso pode causar?
—A você. Aquela besta te matará.
—Nekane não me fará mal.
—Você já o encontrou?
—Sim, e penso que posso trazer Kei de volta. Me deixe tentar antes que você faça isto. — Ela agitou sua mão para sua espada.
— Kafe chamou o Conselho. — Riker tinha que saber o que isto significava. Todas as decisões de Kei desde a mordida seriam revertidas. — Eles estarão aqui amanhã à tarde. Me dê esse dia. Se Kei não retornar até a saída do sol, você pode fazer o que deve.
Durante um momento, Riker pareceu que se negaria, mas então ela viu uma luz tênue de esperança — o irmão dentro do guerreiro.
Ele assentiu com a cabeça bruscamente.
—Tem até a saída do sol e depois eu entro lá.
—Obrigado.
Ela tinha uma possibilidade. O dragão apareceu quando sua companheira foi ameaçada. Agora, ela só tinha que convencer a um dragão que ela não lhe abandonaria.
Ela recordou a dor e a traição que ela tinha visto nos olhos de Nekane quando ela tinha retrocedido ante ele na cabana. Ele tinha visto seu medo.
Minha.
A voz que tinha gritado não tinha sido a de uma criatura madura. Apesar de seu tamanho, o dragão era um menino. E ele não entendia, não podia entender por que sua companheira o havia rechaçado.
—Eu irei contigo. — Riker atou seus couros de batalha.
—Você não pode. Fique aqui. Não s aproxime da caverna. Ele o sentirá e isto poderia arruinar tudo o que eu fizer. Eu estarei de volta até a saída do sol amanhã.
—Lorran...
—Tenho que fazê-lo.
—Kei vai se zangar comigo se alguma coisa acontecer a você —advertiu Riker. — Por favor tenta se manter viva.
Ele soou definitivamente como o irmão mais jovem.
—Farei todo o possível — disse Lorran com um meio sorriso quando começou a curta subida colina acima.
A entrada da caverna plana. A luz enfraqueceu assim que atravessou a entrada. Nessa escuridão permanente estava o homem que ela amava. E o dragão que o consumiu.
Ela alisou suas mãos na frente de seu vestido. Ela tomou vários fôlegos profundos. Permaneceria tranqüila. Nekane sentiria seu medo.
Ele não te fará mal. Ele não te fará mal.
Ela repetiu a frase várias vezes antes de encontrar a coragem para entrar. Apesar de suas palavras corajosas a Riker, este ainda era um dragão zangado e ferido ao qual ela confrontava.
Ela andou na escuridão. A luz se filtrou pelos cristais da parede longínqua. Depois de alguns momentos, seus olhos se ajustaram à pouca luz. E o viu.
Ele estava sentado no canto, seu corpo enorme pressionado contra a rocha áspera. Seu pescoço comprido estava curvado ao redor, enterrando a cabeça sob a asa contra a parede. Os filetes de sangue danificaram as escamas verdes e roxas que cobriam as feridas que tinha recebido tentando se aproximar dela.
Lentamente, enquanto ela andava na direção dele, com dificuldade ele moveu sua grande cabeça na direção dela. Ele se moveu arduamente, como se cada movimento fosse uma luta. O brilho em seus olhos era sombrio, de dor ou morte, ela não sabia. Ou talvez fosse só solidão.
—Lorran. — Seu nome era um mero sussurro na enorme caverna. A boca do dragão não foi desenhada para dizer palavras humanas. Ela olhou fixamente nos grandes olhos negros e um brilho humano brilhou neles. Este era Kei que tentava lutar para se livrar do dragão. —Saia. Vá embora. — As palavras eram apenas audíveis. Kei a protegia.
Mas ela não estava ali para falar com Kei.
—Nekane — ela o chamou. A luz humana desapareceu e o dragão estava de volta. Ela caminhou para frente, sem se deter quando estava ao seu alcance. Se o que acreditava era verdade, tinha que conseguir que Nekane confiasse nela, que acreditasse nela. E para fazer isto, ela teve que confiar nele.
Aqueles que sofreram a mordida de um dragão conheciam só um modo de derrotar a besta. A prática comum sempre tinha sido que o humano tinha que esmagar o dragão de dentro para ser mais forte que a besta. Ela tinha visto o poder do dragão. Nenhum humano podia competir com isto. Inclusive Kei, com toda sua força, não podia dominar o dragão.
Ela tinha que convencer Nekane de que ele estava seguro.
A enorme cabeça do dragão se balançou para frente, para mais perto, as narinas cheiravam o ar. Ela moveu seus dedos para relaxar a tensão que se alojou em suas mãos.
Minha.
O som era uma mescla de tristeza e resignação.
—Sim — respondeu ela.
Sua cabeça se moveu de lado, como se ele não tivesse certeza de tê-la escutado.
Minha, repetiu ele, um pouco mais alto.
—Sim — respondeu ela novamente.
Ele se adiantou, levantando o focinho algumas polegadas na direção dela. Ele começou em seus pés e subiu por seu corpo, inalando seu aroma.
Algum homem tocou em você?
A voz profunda rosnou com fúria.
Ela necessitou de um momento para se lembrar. Riker havia segurado seus ombros.
—Sim, mas ele pensou que estava me protegendo. — Nekane inclinou sua cabeça. — Ele não queria que você me fizesse mal.
Minha. Eu nunca te machucaria.
—Eu sei.
Ele abaixou seu nariz até o centro dela e suavemente deu um toque contra a borda inferior de seu estômago.
Minha.
—Sim. — ela o diria tantas vezes como fosse necessário, até que ele acreditasse nela.
Ela era dele. Sua companheira. Estando ali de pé, com sua voz em sua cabeça, e seu fôlego em seu corpo, ela entendeu que tudo era verdade. Ela lhe pertencia e ela só tinha que demonstrar isso. Assim como pertencia a Kei, ela igualmente pertencia a este dragão.
Ela deslizou sua mão por debaixo das finas correntes que sustentava o vestido em seus ombros e as empurrou para o lado. O tecido deslizou para baixo por seu corpo, deslizando-se através de sua pele e expondo-a ao seu olhar fixo. O dragão era uma criatura sexual. Ela tinha que lhe mostrar que ela não o temia.
Nekane dirigiu seu nariz através de seu corpo.
Minha. A reclamação já não era desesperada. Ele pareceu crédulo, contente. Sedutor.
—Sim. — O desejo aliviou seu medo.
A língua de Nekane saiu de sua boca, longa e fina. Ele traçou uma linha ao longo da curva de seu seio. O toque suave e vibrante enviou ondas de prazer por seu corpo. Ela se endireitou. Nekane levantou sua cabeça. A dor nua ardeu nas profundidades de seus olhos negros. Se ela viu em seus olhos ou só sentiu em seu corpo, ela não sabia, mas sabia exatamente o que ele sentia, conhecia seu medo. Sabia que ele esperava que ela saísse correndo.
—Isso fez cócegas. — Ela colocou sua mão em cima de seu nariz, acariciando a pele suave entre seus olhos. Um pouco do medo se aliviou e ele começou uma viagem lenta ao longo de seu corpo com sua língua.
A ponta de sua língua serpenteava pelo bico de seu seio. O mamilo franzido quase dolorosamente pela áspera carícia. Lorran ofegou. Nekane repetiu a carícia. Sua língua longa deu voltas sobre seu mamilo, até que este estivesse ereto, tenso pedindo mais. Era diferente da sucção da boca de Kei, mas igual de sedutor. Ela tinha pensado em resistir ao toque do dragão — para devolvê-lo na forma de Kei — mas a pressão exuberante de sua língua em sua pele a fez reter a respiração.
Ela não sabia quanto tempo ele lambeu sua pele. Ela só sabia que a umidade gotejou entre suas pernas, que fluía de sua vagina quando ele se deteve. Como se estivesse satisfeito pelo gosto e a forma de seus seios, ele se moveu para frente, abaixando sua cabeça até que sua língua tocasse seu estômago. Então mais abaixo ainda. Sua língua se deslizou para baixo de seu corpo, provando cada polegada de sua carne. Então ele estava ali, quente e úmido entre suas pernas.
Minha.
Ela seguiu seu mantra.
—Sim.
Sua língua lambeu ao longo de sua fenda, colhendo os sucos que gotejavam de seu sexo ensopado. Quando ele arrastou sua língua, ele pressionou contra seus clitóris, enviando um ponto de prazer por seu estômago.
Nekane levantou seus olhos.
Xoxota saborosa. Quero mais.
Lorran assentiu com a cabeça, pensamentos altruístas se desvaneciam enquanto ele seguia lambendo sua vagina. Ela estendeu suas pernas, que se abriam para ele. Um estrondo baixo de prazer vibrou por seu peito quando ele bebeu com lambidas entre suas pernas. A ponta de sua língua formou redemoinhos ao redor de seus clitóris. Seus joelhos se debilitaram quando as ondas começaram a romper-se de seu centro. Ela se apoiou na cabeça de Nekane, usando sua força para se manter reta. Sua língua desceu por sua fenda e se meteu em sua xoxota molhada.
O grito de Lorran ecoou nas paredes. Era muito delicioso. O longo comprimento se esticou dentro dela, mais fino, mas mais ágil que um pênis. Ele estalou a ponta de sua língua, alcançando mais profundo, fazendo cócegas nas suas paredes interiores. O orgasmo a golpeou duro e rápido. Lorran se ouviu gritar e suas pernas desmoronaram. Ela caiu no chão de pedra, aterrissando sobre seu traseiro, com as pernas estendidas. Ela olhou atordoada o espaço vazio diante dela. A língua de Nekane se deslizou de seu interior por sua coxa lambendo a umidade que escapou de sua vagina. Ele rosnou suavemente, mas ela sabia que ele não a ameaçava. Era um som de satisfação.
Ela ofegava enquanto tentava se manter consciente. Nekane a empurrou para trás com seu focinho. Perdida nos desejos de seu corpo e nas necessidades do dragão, ela retrocedeu e preparou suas pernas, abrindo-se para ele, sabendo que ele queria mais.
Nekane esfregou sua língua ao longo de sua vagina, uma lambida longa e lenta que pareceu despertar cada nervo em seu corpo. Lorran tragou ar. Ele seguiu provando-a, lambendo sua carne. Então ele estendeu seus sucos com sua língua ao longo dos lábios externos de sua vagina, massageando a passagem até que lhe pediu que a deixasse gozar.
Os estrondos de prazer do dragão se mesclaram com seus próprios gemidos.
Lorran se enroscou sobre o chão de pedra, simultaneamente procurando mais e tentando evitar a intensidade. A pressão construiu a culminação prometedora, mas até estava fora de seu alcance. A língua de Nekane a penetrou profundamente enviando espirais do calor por seu coração. Ela pressionou seus quadris para cima, tentando forçar o toque que traria seu clímax. Ele conduziu sua língua, entrando e saindo de seu sexo. Lorran, desesperava-se por algo para segurá-la à terra, agarrou a pedra debaixo dela quando as carícias contínuas a lançaram a outro clímax.
Nua, estendida aberta ante ele, Lorran caiu, seus braços perderam toda a força. Ele levantou sua cabeça e era como se estivesse rindo dela.
Mais.
Antes que ela pudesse responder, antes que ela pudesse pensar se queria dizer não, lhe pedir um descanso, ele abaixou sua cabeça e voltou a atormentar sua vagina. Lorran deixou cair sua cabeça no chão de pedra e se rendeu ao toque de Nekane.
A única constante em seu mundo era o movimento implacável da língua de Nekane, dentro de seu sexo, fora, através de sua pele, até que seu corpo inteiro se estremecia com o toque mais leve.
O clímax seguinte a golpeou, sossegando suas súplicas. Ela não podia tomar mais. Nekane exalou seu fôlego quente contra sua pele muito sensível e um gemido escapou.
A língua talentosa de Nekane rodeou seu umbigo.
—Por favor — sussurrou ela. Seu corpo estava satisfeito mas o espaço vazio em seus braços a recordou de sua missão. Ela tinha que sentir Kei dentro dela, em cima dela, preenchendo-a. — Eu preciso de Kei. — Nekane moveu sua cabeça e inclinando-a de lado como se tentasse entender. — Eu preciso de Kei. Dentro de mim. Por favor.
Ama Kei?
—Sim.
Nos amas?
—Sim — gritou ela, olhando fixamente em seus olhos. — Aos dois. —Ela entendeu que era verdade. Ela podia amar o dragão. Ele era uma parte do homem que amava. Não havia nenhum modo de separar as duas criaturas.
Como se o mundo fosse feito de ilusão, em um instante onde o corpo enorme de um dragão havia estado de pé, estava Kei ao menos fisicamente. Nekane a contemplou através dos olhos humanos. Ele tinha permitido que o corpo de Kei voltasse assim ele podia amá-la, mas ele não confiava bastante para deixar o controle.
Ele caiu na terra, cobrindo seu corpo nu. A dureza de seu pênis pressionou contra seus clitóris como se procurasse sua casa. Sua boca cobriu a dela, nublando qualquer pensamento.
Este era o homem que ela amava — o homem e o dragão, atados juntos. O poder do dragão e o desespero brilharam em seus olhos. Ele queria que ela o amasse. Como o homem tinha amado seu corpo.
—Minha.
Desta vez, as palavras foram soltas pelos lábios de Kei.
—Sim.
Seu corpo estava preparado e aberto. Ele se deslizou com força nela. Lorran ofegou e pressionou seus ombros contra o chão de pedra, sentindo o pênis dele profundamente dentro dela.
—Minha! — Nekane e Kei gritaram a palavra juntos.
—Sim.
Então todos eles perderam a capacidade de falar. A necessidade os envolveu. Cada impulso dentro dela enviava uma rajada de novas emoções, novas sensações por seu corpo.
Ela não encontraria o gozo em breve. Nekane era finalmente capaz de fodê-la, amá-la com seu corpo. Ela sabia que ele não pararia até que ele tivesse tido sua parte.
Ele rosnou suavemente e começou a empurrar de novo. Lorran relaxou contra a terra deixando que Nekane possuísse seu corpo. A pressão cresceu em cada investida de seu pênis. Cada impulso o levou mais duro em seu corpo como se ele quisesse se tornar uma parte dela. Lorran lançou um grito. Ele era tão grosso, tão cheio dentro dela, mas de todos os modos não era o bastante. Seu clímax se abatia fora de seu alcance. Ela apertou com força, o conduzindo para dentro dela com renovada dureza.
—Nekane! — Seu grito se uniu aos seus grunhidos no ar livre. Ela resistiu e permitiu o orgasmo brilhar por seu corpo esgotado. Momentos mais tarde, ela se deu conta que ele mantinha o pênis ainda dentro dela. Ela levantou seus olhos e Kei a olhou fixamente.
—Lorran.
—Kei? — Ela o agarrou pelos ombros.
—Eu preciso de você — ele disse através de seus dentes fortemente apertados. Ele mal estava no controle. Ele saiu até que só a ponta de seu pênis permaneceu dentro dela fazendo uma pausa, olhando para baixo a conexão de seus dois corpos — sua dura ereção, a suave xoxota molhada dela, aberta para ele. Ele se adiantou, ainda olhando a imagem de seu pênis dentro dela. Ele pressionou contra seus clitóris já sensível e Lorran não pôde conter seu grito abafado de prazer e dor.
Ele a olhou, o verde dos olhos de Kei desvanecido, substituídos pelo negro de Nekane. E ele começou a se mover.
Ela não sabia quem a fodia — Nekane ou Kei. Kei começava com os impulsos longos, lentos em seu corpo. Ele freqüentemente tinha feito amor com ela na cabana, torturando-a, lhe negando um toque que traria sua satisfação. Então Nekane assumia o controle se chocando com força em sua vagina. Seus gritos se fizeram uma mescla de seus nomes, suas súplicas alternativamente ignoradas e aplacadas por seus amantes. Seu corpo estava além de seu controle, que simplesmente reagia sem pensar ao toque das duas criaturas dentro do corpo de Kei.
Até que tudo o que ficou foi sua voz gritando seus nomes.

Kei abaixou o olhar para uma exausta Lorran. Ela tinha conseguido. Nekane tinha ido; satisfeito, desvaneceu-se em segundo plano. Mas a necessidade de Kei de reclamar sua mulher, permanecia. Tinham-na usado até o limite de suas forças, mas ele a necessitava. Uma vez mais, necessitava-a. Necessitava que seus olhos o olhassem, necessitava que sua boca pronunciasse seu nome.
Os olhos de Lorran se abriram, piscando. Ela elevou o olhar.
—Kei?
—Ele já te possuiu, agora é minha vez.
Os cantos de seus lábios se elevaram em um sorriso e ela se retorceu, posicionando-se para a penetração de seu membro. Nekane retumbava na cabeça de Kei, mas o dragão permaneceu atrás, ronronando satisfeito enquanto Kei preenchia a vagina de Lorran. Ele manteve fixamente seu olhar até que esteve totalmente encravado em sua vagina. Ela se esticou para cima e retirou o longo cabelo do rosto dele. Kei moveu seus quadris, acomodando-se entre suas pernas.
Suas pálpebras começaram a entrecerrar-se. Ele era lento, sabendo que devia estar dolorida pelas horas que tinham passado dentro dela. De todos os modos, ela sorriu, o sorriso satisfeito de uma mulher bem amada.
—Hmmm, Kei. — Ela se lambeu os lábios. — Bem-vindo novamente.
—Minha — repetiu ele, o grito do dragão. Lorran assentiu e suspirou quando ele se afundou nela outra vez.
—Sim.
Foi um ato de amor longo e lento, com apenas o impulso necessário para sentir-se, para ser parte um do outro, seu clímax aproximando-se em um fluxo crescente. O orgasmo revoou entre eles, ressonando entre seus corpos, vibrando até que cada um se abriu ao outro. Lorran gemeu e sentiu que Kei a inundava novamente com seu sêmen.
Estava completa. Em seu lar.

Havia terminado. Lorran se sentou escarranchado sobre o colo de Kei, seu membro semiereto ainda sepultado dentro dela. Ela se apoiou sobre seu peito, sua cabeça descansando contra seu ombro. O esgotamento drenou toda a força de seu corpo e todo pensamento de sua mente. Não tinha nem idéia de quanto tempo tinha passado desde que ela tinha entrado na caverna. Horas, dias, poderiam ter passado meses. Não lhe importava. Tinha Kei de volta. A vaga lembrança da iminente volta de Riker tratou de aparecer mas se desvaneceu em um nada. Ela tinha Kei. Nada mais importava.
Não tinha a menor intenção de se afastar, de separar seu bem amado corpo do corpo masculino. Lorran depositou um leve beijo no pescoço de Kei. Estava esgotada, mas tinha que sentir seu contato. Seu sabor era familiar, um vício do qual ela nunca se recuperaria. Ante o leve toque de sua boca, seu membro começou a crescer. Ela mudou de posição, e encontrou energia para elevar a cabeça.
Ele não fez nenhuma tentativa de fazer amor com ela, satisfeito tendo-a com ele, estando dentro de seu corpo, reclamando-a como totalmente sua. Ele sabia. Mesmo que no momento o dragão tivesse desaparecido, Kei o humano sabia que Nekane tinha reclamado Lorran como dele. Ela não poderia escapar.
Mas embora o dragão a tivesse tomado como seu par, Kei sabia que ela era muito mais. E tinha que lhe oferecer a possibilidade de escolha. Nekane se queixou. Kei o ignorou.
—O que está errado? — Ela se ergueu e o olhou nos olhos. Kei se comoveu pelo que viu ali — lealdade, compromisso, talvez até amor. Mas ela entenderia o que havia feito? O dragão agora supunha que ela lhe pertencia.
—Você sabe o que fez ao vir aqui? — Ela piscou ante a aspereza de sua pergunta. Abriu a boca para falar. Kei olhou para outra parte. Sacudiu sua cabeça e olhou fixamente a escuridão. A aceitação de Lorran lhe tinha dado forças. Poderia manter Nekane na linha um pouco mais. — Eu posso senti-lo. Ele está aguardando para voltar. Só de pensar em sua partida, ele avança lentamente dentro de mim e…
—Eu não vou abandonar você.
—Se ficar comigo, ficará presa a um homem que passará toda sua vida lutando contra um dragão. — Nekane rosnou em protesto, mas Kei seguiu adiante, desejando tão desesperadamente o que ela havia lhe oferecido que sabia que uma vez que o aceitasse, deixá-la ir o mataria. Se ela partisse agora, havia uma possibilidade, uma pequena possibilidade de que ele pudesse sobreviver. Nekane rosnou seu desacordo e ameaçou assumir o comando. Kei o empurrou para trás. Nekane poderia convencê-la a ficar — Kei sabia — mas em algum lugar ainda humano em seu interior, Kei queria que ela ficasse por algo mais que a lealdade a uma criatura desesperada por seu amor. E por algo mais que sexo. Ele queria seu amor. Ela poderia ser o par de Nekane, mas seria a esposa de Kei.
—Serei banido imediatamente e logo virá uma interminável fila de assassinos de dragão. Cada Reino dos Sete tem leis de banir os dragões e promover sua destruição.
—Mudaremos as leis. — Um sorriso sonhador curvou seus lábios como se o pensamento fosse muito bom para permanecer oculto. — E se não, ficaremos nesta caverna e viveremos e faremos amor e estaremos em paz.
Kei não queria submetê-la à aquela vida novamente. Era a vida que ela tinha tido com seu primeiro marido — mas nunca havia tido paz. Não queria isso para ela.
—Passaria por isso outra vez?
—Para estar contigo, sim.
—Por que? — Ele tinha que fazer essa pergunta, ainda que soubesse que lamentaria a resposta.
—Porque eu te amo.
O fôlego se congelou em seus pulmões, petrificando seu corpo durante um momento. Ela o havia dito. E o tinha querido dizer. Podia senti-lo. Os instintos do dragão davam mais poder a seus sentidos. O batimento de seu coração era tão estável como se a admissão não fosse mais estressante que cozinhar uma refeição.
Mas sua mente humana não podia aceitar.
—A mim ou a Nekane? — Kei tinha estado ali quando Nekane fazia amor com Lorran com sua língua. Ele a tinha visto se retorcer no chão, deleitando-se com a desvairada língua que o dragão lhe tinha dado. Era estranho sentir ciúmes de uma criatura que habitava seu corpo.
Lorran inclinou sua cabeça para um lado e sorriu.
—Eu amo os dois.
Não era o que ele queria ouvir.
—Nunca serei normal. Você vai estar atada a mim para sempre.
—Já estou.
Ele continuou como se ela não tivesse falado.
—Não posso suportar o pensamento de te perder de vista. Ele está lutando contra mim agora. Deseja te possuir. Você nunca seria livre.
Lorran sorriu.
—Não desejo isso.
Um golpezinho metálico nas paredes da caverna deteve suas palavras.
—Lorran! Lorran! Você está bem? Você está viva? O Conselho chegou.
Ela levantou a cabeça.
—Temos que ir — ela anunciou.
Os dedos de Kei agarraram seus quadris, a impedindo de se mover.
—O que?
—O Conselho dos Reis está aqui. Para investigar o rumor de que você retornou. — Ela ficou de joelhos. Ele a sustentou durante um momento. Lorran o olhou nos olhos. O negro resplendor da presença de Nekane lhe devolveu o olhar.
—Você vai me abandonar? — As ásperas palavras saíram da boca de Kei, mas provinham claramente de Nekane.
—Não — ela o tranqüilizou rapidamente. — Não te abandonarei, mas necessito de Kei aqui para convencer os outros. Eu ficarei aqui mesmo. Nunca te abandonarei.
Com suas palavras, desvaneceu-se a escuridão dos olhos de Kei e o verde resplandecente retornou.
Era parecido a falar com um menino. Um menino no corpo de um dragão. Com o desejo sexual de um touro no cio. Não podia deixar de sorrir. Ia ter uma vida interessante. O pensamento não a assustou tanto como provavelmente deveria. Ainda segurando sua mão, insegura de quanto Nekane teria entendido, ela puxou Kei para pô-lo de pé.
—Temos que…
—Lorran? — Riker entrou na caverna, a navalha nua de sua espada brilhava. A surpresa e o prazer substituíram a preocupação e tensão em seu rosto.
— Kei? Diabos, você voltou a ser você mesmo. — apressou-se a avançar atravessando o chão de pedra. Kei retrocedeu, puxando Lorran com ele. Empurrou Lorran para trás de suas costas e mostrou os dentes para seu irmão. Riker se deteve.
— Kei? O que é o que…
Lorran se libertou do braço que Kei agarrava e deslizou para frente, interpondo-se entre Kei e Riker. Pousou sua mão no peito de Kei, acalmando a besta assustada que havia lá dentro.
—Está tudo bem, Nekane. Riker não me fará mal.
—Tocou em você?
Ela seguiu o escuro olhar de Nekane fixo em Riker. Voltou-se e assentiu.
—Sim, ele foi o homem que me tocou, mas nunca me faria mal.
Riker observou a troca de palavras.
—O que está acontecendo? — perguntou.
Lorran não o olhou — conservou sua atenção concentrada em Kei.
—Está tudo bem, Riker. É que Nekane não te conhece. Ele se comportará bem. Não é mesmo, Nekane? — Ela respirou profundamente e continuou deslizando suas mãos sobre o peito de Kei. — Ajudaria se você guardasse a espada. — Houve silêncio durante um momento e depois o ruído de uma lâmina que volta para sua vagem. — Olhe, Nekane, ele está aqui para nos ajudar. — Ela acariciou os músculos apertados durante alguns momentos mais antes de sentir que a tensão começava a se desvanecer.
E os olhos de Kei voltaram para seu verde natural. Mas não estava completamente tranqüilo. Ela podia ler isso em seu corpo. Algo mais estava errado.
—O que acontece? — perguntou ela.
Kei levantou uma sobrancelha.
—Está nua e meu irmão pôde ter uma vista muito completa de seu traseiro encantador.
Lorran sentiu que suas bochechas se ruborizavam. Havia se acostumado a estar nua perto de Kei. Seu vestido estava em um monte enrugado a pouca distância. Aproximou-se para pegá-lo. Kei esticou a mão e capturou seu pulso. A rapidez de seu aperto lhe disse que Nekane estava se esforçando para conservá-la por perto.
Ela sorriu com gentileza enquanto o olhava.
—Vai levar algum tempo para nos acostumarmos a isto.
Kei contemplou sua mão durante um momento como se não a reconhecesse. Para um homem que estava acostumado a mandar, a falta de controle era insuportável. Lorran virou seu pulso até que sua mãos se encontraram, conectando-os. Ela o sustentou até que ele elevou a vista. Sorriu-lhe, lhe fazendo saber que ela estava bem. Então conduziu Kei até onde estava seu vestido.
Voltou as costas para Riker, recolheu sua roupa enrugada e soltou a mão de Kei para deslizar o vestido por sobre sua cabeça. Inclusive aquela distância era muita. Enquanto ela levantava seus braços, ele se colocou atrás dela e deslizou suas mãos ao redor de seu corpo até que repousaram no peso quente de seus seios. Seus mamilos tinham sido amados com força e durante muito tempo por Kei e Nekane. Suspirou ante a suave carícia.
Lorran se apoiou contra ele. Kei massageou aqueles deliciosos seios que tinha desfrutado tão freqüentemente e gozou de seus suaves suspiros.
—Riker está aqui — sussurrou ela.
Maldição, havia se esquecido de seu irmão. Agora que o dragão parecia menos preocupado pela presença de Riker, tinha voltado para seus pensamentos favoritos: fazer amor com Lorran. Kei sacudiu a cabeça para clarear suas idéias. Por mais que adorasse a possibilidade, tinha que ser capaz de se concentrar em outras questões.
—Mas mais tarde, quando tudo isto tenha ficado para trás... — Lorran se virou para encará-lo, sua voz carregada de promessas e luxúria. — Espero que me possua, que me agarre uma e outra vez até que ambos estejamos esgotados.
Sentiu que seus olhos se abriam surpresos. Lorran, usando a palavra agarrar com tanta naturalidade? Definitivamente, ele era uma má influência para ela. Sorriu e finalmente tirou as mãos por debaixo de seu vestido, deixando que a leve saia caísse e a cobrisse.
—Confia em mim, eu farei — prometeu ele. Tomou sua mão outra vez e encarou seu irmão.
Os desconfiados olhos de Riker foram como uma faca em seu coração.
—Kei? É realmente você?
—Parte do tempo — respondeu francamente ele.
—O que está acontecendo?
—É um pouco difícil de explicar.
—Bem, comece pelo modo que você conseguiu vencer o dragão.
—Não o fiz. Ele ainda está aqui. — Kei deu um golpezinho sobre seu peito. — Mas parece estar desejando desvanecer-se durante um tempo. —Ele reforçou seu aperto sobre a mão de Lorran. — Enquanto Lorran permanecer por perto.
—O que acontece se ela partir?
—Partir?! — A palavra irrompeu da garganta de Kei, mas não era a voz de Kei.
—Não, não. — Lorran se apressou a dar segurança ao ainda assustado dragão. — Não vou partir. Não abandonarei você. — se virou e encarou Riker. — Até que Kei consiga um pouco mais de controle, devemos continuar dando a Nekane a segurança de que não o abandonarei. Não necessitamos que faça outra aparição tão cedo.
—Sobre tudo não agora — concordou Riker. — O Conselho está aqui.
—Desceremos da montanha.
—Não, o Conselho está aqui. Estavam alcançando o último penhasco quando entrei.


Capítulo 10


—Acho que vou precisar de algumas roupas — disse Kei voltando a se comportar como um Rei. Ele poderia ter um dragão vivendo em sua mente, mas ainda era um soberano. Seguiria governando o melhor que sabia até que não fosse mais capaz.
O ruído metálico dos sinos das mulas e o ruído de passos, ressonaram através da pedra. Eles estavam ali. Alguns momentos mais tarde, vestido em couro de batalha, Kei respirou profundamente e se dispôs a confrontar o Conselho dos Reis. Como chefe de um dos Sete Reino, Kei era um membro do Conselho.
O Conselho tinha sido criado durante o reinado do pai de Kei, para acabar com as constantes guerras fronteiriças entre os Reino. Tinha tido êxito, e só havia pequenas escaramuças. Mas a força do Conselho dependia da força de seus membros e se os outros membros do Conselho decidiam que um Rei não era o bastante forte, o tirariam. Pelo bem de seu Reino, Kei sairia da caverna como um Rei.
Fechou seus olhos e se concentrou no dragão, chamando-o por seu nome pela primeira vez.
Nekane. Nekane, eu necessito de sua ajuda. Tenho que falar com...
Lorran começou a ir até a saída.
Minha, está partindo?!
Não, ela ficará conosco. Só... ele não sabia o que ele pedia ao dragão. Fique em silêncio e não apareça, não parecia apropriado. Fique tranqüilo. Tranqüilo. Não parecia o bastante. Eu protegerei Lorran, assegurou à Nekane. Ela ficará perto.
O dragão se queixou, mas não se moveu para assumir o controle. Kei quase podia ver a besta ficando de cara amarrada.
Mas ao menos estava tranqüilo. Kei tomou a mão de Lorran, assegurando-se de mantê-la por perto. De momento, Nekane estava tranqüilo, mas Kei não sabia se poderia controlá-lo se o dragão pensasse que Lorran estava em perigo. As lembranças daqueles momentos, antes que Nekane tivesse aparecido em forma corpórea, estavam gravados na mente de Kei. O único pensamento de Nekane havia sido salvar Lorran,proteger seu par.
Isto fez que a criatura fosse mais fácil de entender.
Kei, Lorran e Riker saíram da caverna, par a luz do sol. Um pequeno grupo de cavalheiros, uma mulher, e aproximadamente uma dúzia de pesados guardas armados estavam esperando. Alguns soldados seguravam as espadas em alto ou apontavam com os arcos.
—Estou sob ataque? — perguntou Kei, enchendo sua voz de brincadeira e desprezo. Olhou fixamente para seu irmão. O olhar surpreendido do rosto de Kafe, quando Kei saiu, era bastante para fazer alguém sorrir. Exceto Nekane. A imagem nítida de Lorran presa à ponta da navalha, entrou na mente de Kei. Mostrou-lhe os dentes e soltou um rosnado baixo. O roçar dos dedos de Lorran no dorso de sua mão, trouxe-o de volta. Olhou para baixo e encontrou seu olhar fixo. O amor e o apoio eram tão evidentes, que tanto ele, como o dragão, reconheceram-nos.
Nekane voltou para trás e Kei relaxou. Ele tinha que controlar esta reunião. Enviou um aviso mental ao dragão que resmungava, para que ficasse tranqüilo. Lorran não ia a nenhuma parte. Para reforçar o pensamento, trouxe-a para diante se si.
—Irmão, acredito que ainda se considera traição atacar o Rei — sua voz era tranqüila, com apenas a correta quantidade de arrogância. Pressionou seus quadris contra Lorran e a sentiu movendo-se para acomodar sua crescente ereção. Inclusive com o Conselho dos Reis ante ele, o corpo de Kei estava impaciente pelo de Lorran.
—Você já não é Rei — zombou Kafe. O desespero gretou sua voz ao dizer a última palavra.
O rei Evelant deu um passo para frente. Embora não havia nenhum líder oficial do Conselho, Evelant tomava o comando mais freqüentemente que outros.
—Há rumores de que você foi mordido por um dragão e completou a transição final.
—Bem — disse Kei, envolvendo seu braço ao redor da cintura de Lorran e sustentando-a apertadamente contra seu peito nu. — Tive que pensar em alguma história para dizer ao mundo enquanto cortejava a minha esposa, não é mesmo?
—Sua esposa?! — a solitária mulher da multidão, gritou a pergunta.
Kei se dobrou e sussurrou no ouvido de Lorran.
—Quem é esta?
—Minha mãe — respondeu ela, mal movendo seus lábios.
—Vocês tem uma relação próxima? — perguntou ele.
—Não muito.
—Isso provavelmente é bom — ele se endireitou e chamou através da clareira. —Sim, senhora, minha esposa. Pode referir-se a ela como Sua Majestade e aceito gentilmente todas suas felicitações.
—Me diga que realmente você não se casou com ele — perguntou um homem pequeno, com uma cabeça bastante grande. Tinha que ser o pai de Lorran. — Está decidida a fazer que nossa família seja submetida ao desprezo. Estaremos arruinados uma vez que o mundo saiba que você se casou com um dragão.
Evelant deu um passo para frente, ignorando a interrupção. Era um dos muitos motivos pelos quais Kei gostava que Evelant tomasse o comando. Era bastante diplomático para deixar as pessoas falarem, mas seguia concentrado em sua tarefa. Neste caso, procurava a verdade.
—Temos testemunhas que dizem que você fez a transição final em um dragão — disse ele a última palavra com desdém. Evelant, como outros, odiava e temia as bestas. Ele confiava em guerreiros como Kei para desfazer-se deles, mas abandonava aqueles que eram mordidos.
Nekane retumbou. Kei dobrou sua cabeça e beijou o pescoço de Lorran, atrás de seu ouvido. Tomou um fôlego profundo, inalando seu aroma, para manter a calma do dragão.
Kei levantou o olhar e sorriu.
—As testemunhas eram membros da guarda de meu irmão? —esquadrinhou a saliência de pedra. — Não vejo aqui nenhum sinal de algum dragão. — Kei contemplou os outros seis membros do Conselho dos Reis, quase provocando-os a lhe contradizer. Pareceram um pouco menos assustados e um pouco menos seguros. — Lorde Kafe fez outra de suas brincadeiras. Parto para ter uma lua-de-mel e de repente sou um dragão.
—Passa a lua-de-mel em uma caverna? — a incredulidade de Evelant era óbvia, mas Kei tinha quase certeza que nenhum deles teria a coragem de lhe acusar diretamente.
—Queríamos ficar sozinhos. Pensei que estaria fora do alcance para a maioria das pessoas. Obviamente, estava equivocado. — ele se inclinou para olhar o rosto de Lorran. — Deveríamos ter subido mais alto.
Ela assentiu, em resposta.
—Mas que droga, ele se converteu em um dragão. Eu vi. — Kafe agitou sua mão para Riker. — Ele veio aqui para matá-lo. Riker sabe a verdade.
Riker alargou seus olhos e olhou fixamente entre seus dois irmãos. Então, encolheu-se de ombros.
—Kafe, não sei do que você está falando — disse Riker. — A mim ele parece normal. — O canto de sua boca se elevou, o epítome do guerreiro arrogante. — Bastante ranzinza, mas Kei é assim.
A raiva irradiava do corpo de Kafe, quando concentrou sua atenção em Lorran. Ela se armou de coragem. Ele obviamente esperava que não fosse uma mentirosa tão consumada, como Riker e Kei.
—Ela também o viu — acusou Kafe, assinalando Lorran. — Ela viu ele se transformar.
Ela sentiu que os dedos de Kei apertavam seus ombros. Sabia que ele mantinha Nekane sob controle.
Ele pediam-lhe que mentisse. A seus pais. Ao Conselho. Ao seu inimigo.
Ela inclinou sua cabeça no que esperou que fosse um olhar de distinguida confusão.
—Não entendo do que você está falando. Só vi o homem que amo.
Evelant relaxou e assentiu. Kafe se virou e o enfrentou.
—Ela está mentindo. Todos estão mentindo. Vi meu irmão se converter em um dragão.
—Nunca ouvi falar que alguém voltasse para a forma humana, depois que tivesse feito a transição final — disse um dos Reis menores.
—Isto é verdade. — Lorran atraiu sua atenção de volta para ela. — Estudei os dragões durante anos, já que meu primeiro marido foi mordido. Há outros que estudam as criaturas, e ninguém foi capaz de inverter uma transição — até agora, acrescentou ela silenciosamente.
A pequena multidão estava dando voltas, claramente inseguros do que fazer depois. Haviam chegado com a intenção de banir um Rei e matar um dragão. O que fazer agora que o dragão havia desaparecido?
—Tenho certeza de que tudo foi só um mal-entendido. — Kei se afastou de Lorran e se adiantou até que estivesse diante de seu gêmeo. Lorran olhou os irmãos e compreendeu que não eram parecidos. Kei tinha um poder que vinha de um lugar localizado profundamente dentro dele — uma força pessoal. Kafe era fraco e usava o poder de seu nascimento para intimidar os outros. —Meu irmão deve ter se confundido por algo que viu. — Kei olhou fixamente nos olhos de Kafe. — Não é verdade, irmão?
Kafe tomou um fôlego brusco e superficial. E Lorran sabia que Nekane olhava fixamente pelos olhos de Kei. Kafe tragou e em seguida assentiu.
—Sim, é verdade. — se virou para o Conselho, afastando o olhar dos olhos de Kei. — Me desculpo por qualquer confusão.
A tensão dos membros do Conselho baixou coletivamente. Era óbvio que Kei queria lutar por seu Reino e ninguém no Conselho queria confrontá-lo.
—Tudo bem, então — disse Evelant — acredito que não há mais nada a dizer. Deveríamos voltar para casa e deixar Rei Kei e sua noiva para que sigam com sua lua-de-mel.
—Mas não podem. Me recuso a permitir que minha filha permaneça casada com ele — anunciou seu pai ao grupo —. Apesar do que foi dito, sabemos a verdade e não casarei minha filha com uma besta.
—Ele não é uma besta. É um homem — respondeu Lorran, enquanto se adiantou e parou ao lado de Kei. Nunca tinha respondido antes a seu pai. Sentiu-se poderosa, enquanto esteve de pé, ao lado de Kei. — É um rei maravilhoso, que se preocupa com sua gente e sua terra. É um guerreiro e um cavalheiro. E é o homem mais fino que conheço.
Seu pai cruzou seus braços e entortou os olhos, enquanto a fulminou com o olhar. Kei teve o repentino impulso de protegê-la da desaprovação de seu pai.
—Quanto tempo ele vai querer você quando descobrir que você não pode lhe dar um herdeiro? Assim é, Sua Majestade, você não a quererá. Ela é estéril.
Lorran ficou tensa nos braços de Kei e foi sua vez de consolá-la. Esfregou seus braços com as mãos e moveu seu duro pênis contra seu traseiro, a avisando silenciosamente que a desejava, sem se importar se ela pudesse lhe dar filhos ou não. Ele lançou um olhar para Riker. Ele permaneceria como seu herdeiro e poderia ser responsável para fazer a seguinte geração.
A névoa agora familiar, o advertiu da presença de Nekane que empurrava os cantos de sua mente. Kei sorriu e teve a satisfação de ver o pai de Lorran voltar atrás.
—Lorran é minha, agora e para sempre. — Kei se afastou, levando Lorran com ele. Ele tinha acabado com esta conversação. Tinha coisas mais importantes a fazer. — Agora, dama e cavalheiros, estão em minha terra. Meu irmão, Riker lhes escoltará para baixo da montanha e fora de minha terra. — Ele olhou para Kafe. — A todos.
Kei não esperou para ver se o obedeciam. Se virou e arrastou Lorran até a cova. Uma vez fora da luz do sol, Kei se girou e ficou diante dela.
Lorran ofegou ante o brilho de seus olhos.
—Realmente você quis dizer aquilo? — ele lhe perguntou.
—O que?
—Tudo o que disse sobre mim.
As palavras pendiam entre eles. Ela tinha uma possibilidade.
A escura luz que brilhava nos olhos de Kei era uma mescla dele e de Nekane. Ambos queriam, ansiavam sua resposta.
—Eu te amo.
—De verdade? Ou só sente pena pelo dragão?
Ela nunca tinha esperado que Kei necessitasse de consolo.
—Eu não tenho pena de Nekane. É uma criatura formosa. — a lembrança lhe trouxe um sorriso sensual. — Com uma língua muito talentosa. Mas — ela parou Kei antes que ele pudesse protestar. — Me apaixonei pelo homem, antes de conhecer o dragão.
—Você nunca será livre — ele a advertiu, ainda se contendo.
—Não quero ser livre. — Ela deixou fluir abertamente todo seu amor em seus olhos. — Eu te amo. Aos dois. Você e Nekane aprenderão a viver juntos —. Ela se aproximou, finalmente segura de seu amor, de sua força. Kei a necessitava e ela os necessitava. Envolveu seus braços ao redor de seu pescoço e sorriu. — E até então, ficarei por perto.

Ela não tinha compreendido a verdade daquelas palavras até duas semanas mais tarde.
Lorran fechou os olhos e deixou que o calor do sol lhe esquentasse a pele. Estava esgotada. Kei e Nekane tinham sido implacáveis, amando-a, montando-a ou lambendo-a em todas as horas. Hoje era o primeiro momento que ela tinha para si. Finalmente, depois de gritar que necessitava de um descanso e um momento a sós, encerrou-se no banheiro, há duas horas. Mais provas de que Kei e Nekane se adaptavam a sua nova situação: nenhum tinha feito mais que um grunhido brincalhão ante sua extensa ausência.
O banheiro estava encantador: esquentado pela quente primavera e colocado em um jardim murado. Entrou em uma tina perfumada, acalmando seu corpo cansado e bem amado, com a água aquecida pela primavera.
Ela se reclinou contra a pedra e deixou que o sol esquentasse seu corpo, sua mente livre da longa lista de deveres que tinha.
Tinham deixado a caverna dois dias depois que o Conselho havia partido, quando Kei estava desesperado por comida que não incluíra frutas. Rapidamente, eles tinham encontrado um guia Espiritual, para que os casasse. Poderia ser o par do dragão, explicou-lhe ele, mas seria sua esposa. E depois, tinham começado o lento processo de assentar sua vida.
Kei tinha demonstrado a todos que ele estava no comando. Nenhum homem tinha tido êxito em controlar um dragão. Muitos descartaram os rumores de que ele havia se transformado.
Lorran estava aprendendo devagar seu trabalho no Castelo e se adaptava outra vez ao protocolo real. Tinham passado trinta anos desde que a mãe de Kei tinha morrido, assim ninguém sabia o que fazer com uma Rainha. Lorran decidiu fazer as coisas a seu próprio modo e rapidamente começou a dirigir o Castelo e a assistir Kei com o manejo diário do Reino.
Era agradável trabalhar junto a Kei e se fazia necessário quando Nekane ou Kei decidiam que necessitavam de um pouco de atenção.
Os dois se adaptavam devagar um ao outro. Ainda havia as batalhas pelo controle. Algumas vezes, Kei tinha perdido. Lorran teve que acalmar Nekane quando isso acontecia. Riu ante as lembranças e deixou seu corpo relaxar. Nekane conteve Kei até que ele a tinha amado longa e profundamente com sua língua.
Quando ela quase estava adormecida, ouviu o suave estalo da porta do dormitório. Ela se sentou.
Kei partia?
Ele ainda não tinha saído sem ela. As emoções eram muito cruas e as reações de Nekane eram muito inseguras. Agora mesmo, os criados se adaptavam a possibilidade de viver com um dragão. Nem Lorran, nem Kei queriam ainda que o conceito se convertesse em realidade.
Então para onde Kei estava indo?
Curiosa, Lorran ficou de pé e colocou um traje de seda sobre seu corpo nu. Uma voz estranha a fez se apressar para a porta.
Uma voz feminina.
A sexualidade dos dragões era conhecida através dos Sete Reino. Fora assim que o mito de sacrificar virgens havia sobrevivido e por que algumas mulheres foram com muito gosto ao altar.
Lorran entreabriu a porta do banheiro e fez uma careta de repugnância. Não era nenhuma virgem que esperava ser sacrificada. Era Mara. Na aprendizagem diária de dirigir o Castelo, Lorran tinha ouvido muito sobre Mara. Foi uma das favoritas de Kei. Gabou-se das horas de fodidas que recebeu de Kei. As histórias ainda circulavam pelas cozinhas, inclusive agora, que o Rei tinha uma esposa.
A mulher estava de pé na entrada, com um jarro de vinho nas mãos. E nos olhos, um olhar de puro sexo. Lorran quis interromper, mas algo a deteve. Talvez fosse a insegurança, talvez a curiosidade de uma esposa. Talvez, queria ver quão longe a necessidade do dragão de ter sexo levaria Kei. O dragão cobiçava Lorran. Mas agora que a tinha, ele poderia desejar outras.
Lorran olhou pela pequena abertura, quando Mara deu um passo e pôs o vinho na mesa.
—Eu me perguntava quando me chamaria, Sua Majestade. — Com um movimento rápido, perito, a criada desatou as correntes de seus ombros e o pesado vestido se deslizou ao chão. Estava nua. Kei também estava nu, como freqüentemente o estava em suas habitações. Como estava de costas, Lorran não podia ver a expressão de Kei, mas não afastava seu olhar das finas curvas da criada. Tudo o que Lorran podia fazer para se conter era cravar as pontas dos dedos no marco da porta e esperar. Mara ficou de joelhos e levou suas mãos até as fortes coxas de Kei.
Os músculos do pescoço de Lorran se apertaram, ao ponto de romper-se. Seu marido não afastava a vista da criada nua. Mara abriu sua boca e se inclinou para frente, movendo-se para mais perto da virilha de Kei.
Kei inclinou sua cabeça e cheirou o ar.
Lorran reconheceu o movimento. Nekane era o responsável. Ele olhou para baixo, para a mulher nua e negou com a cabeça.
—Não é minha.
Mara elevou os olhos com adoração, quando seu cabelo loiro sussurrou através de suas costas nua. Piscou e sorriu docemente.
—Sinto muito, Sua Majestade, não o entendo.
—Não é minha, repetiu Nekane, um pouco mais forte. Onde está minha? Nekane olhou ao redor do quarto, em busca de seu par perdido. O bramido do dragão saiu da boca humana. Lorran abriu a porta e se apressou pelo quarto.
—Estou aqui. Estou aqui.
—Minha? Onde foi?
—Não, só me banhava.
Ele a puxou duro contra seu corpo, quando não reagiu, esquecido completamente da mulher que estava ajoelhada a seus pés. Sua boca se fechou sobre a base do pescoço de Lorran, lambendo e provando sua pele, enquanto que suas mãos se deslizaram para baixo, se fechando em seu traseiro, empurrando sua vagina contra sua crescente ereção. Sua mente estava turvada pelo primeiro beijo, e só teve a suficiente coerência para olhar sobre seu ombro.
—Você pode partir, agora, disse ela para aquela que logo seria uma antiga criada.
Antes que a porta estivesse fechada, Kei já havia lhe tirado o traje e se ajoelhou ante dela, acariciando com o focinho sua fenda molhada.
—Minha, sussurrou ele contra sua pele. Sua língua desceu por entre suas dobras, agradando seu clitóris. Minha.
—Sim, suspirou ela. Ele levantou sua perna e a pôs sobre seu ombro abrindo-a para a profunda penetração de sua língua. Ela ofegou, os leves toques contra suas paredes interiores fizeram que sua vagina se enchesse de suco. Ele seguiu lambendo e bebendo, enchendo-se de seu gosto. Necessitaram-se meros segundos para esquecer a outra mulher. Nekane e Kei obviamente não se lembravam dela. Eles queriam a ela.
Lorran se sustentou no pilar da cama atrás dela, inclinou-se e se instalou para que ele a fodesse com sua longa e doce língua.

—Eua quero ela fora.
Os olhos de Kei se abriram. Lorran interrompia seu sono, mas queria conhecer sua posição. Kei/Nekane a haviam fodido durante horas alternativamente, lambendo-a e fodendo-a até que não pudesse recordar seu próprio nome.
—Hmm?
—Eu quero ela fora daqui — repetiu Lorran.
—A quem?
Kei levantou a cabeça de seu estômago e examinou seus olhos.
—Mara? A mulher que se ajoelhou nua ante você preparada para te atender? Se recorda dela?
—Vagamente — ele beijou seu estômago, em cima do umbigo.
—Não esteve interessado por ela absolutamente? — Lorran se encolheu assim que a pergunta deixou sua boca.
Kei levantou sua cabeça e se sentou ao seu lado. Ela sabia, falava com Nekane. Finalmente, ele moveu a sua cabeça.
—Ela não cheirava bem. — ele sorriu- para ela. — Não cheirava como você. — ele tomou um profundo fôlego e suspirou. Kei ficou atônito e tomou outro profundo fôlego.
—O que acontece? — Lorran se empurrou sobre seus cotovelos e o olhou.
—Você está grávida.
—O que? Isso é impossível. — Seu coração golpeou com força. Kei se retirou e olhou fixamente para janela aberta. Kei? Nunca o havia visto assim. Ele piscou e em seguida moveu sua cabeça.
Finalmente, ele se virou.
—Acho que ele está rindo.
—Nekane?
—Sim. Um dragão. Dando risadas. — Kei elevou os olhos e um momento depois saudou com a cabeça. — Algo sobre ter semente superior.
Lorran tocou seu estômago. Um bebê? Ela ia ter a um bebê? Olhou para seu marido. Seria capaz de lhe dar um herdeiro.
—Espere. Será que vai ser meio dragão?! — gritou ela.

Epílogo

Vinte e dois anos mais tarde

Lorran andou pelo corredor, levando os braços carregados por pacotes e mais pacotes. Com esta viagem final, estava tudo preparado para a décima oitava celebração do aniversário de Kayla. Lorran deu sua pilha a Marso e suspirou. Eles o haviam feito durante outro ano sem...
Os gritos, dispersaram o pensamento justo quando se formava.
Outro ano sem uma crise, suspirou ela, sabendo que isto já não era verdade. Duas jovens criadas correram. Passos correndo soaram através do chão de mármore. Vários conjuntos de passos correram na direção ela. Alguém parou finalmente.
—Sua Majestade, precisam de você.
—Sim, eu já tinha adivinhado isso.
O rugido de Nekane a levou corredor abaixo. Tinham passado anos desde que ele havia assustado os criados. Ela se apressou pela porta do Grande Quarto e se encontrou com seus filhos que esperavam lá dentro, olhando seu marido transformado em dragão, andando para um jovem homem vestido de guerreiro.
Kayla chutou o chão e exigiu que ele se detivesse. O dragão ignorou a ordem e deu outro passo na direção do guerreiro que se agachava.
—O que aconteceu? — perguntou Lorran para seu filho mais velho, Bren.
Ele se apoiou contra a parede.
—Nekane decidiu nos visitar.
—Entendi isto quando ouvi os gritos. Agora, o que causou sua aparição? — como tinha pressentido, Nekane e Kei tinham aprendido a viver juntos. Quando o dragão se tornou mais velho, seu entendimento cresceu e ele já não temia deixar Lorran sair de sua vista. Ela ainda ficava próxima para maior segurança e porque a necessidade era igual para ela como era para Nekane e Kei.
Ela se deu volta para Rainek, seu filho mais novo.
—E então?
Ele se encolheu de ombros.
—Papai entrou e encontrou Miek e Kayla se beijando. Ficou um pouco louco.
—Sabia que isto ia acontecer — disse ela, quando atravessou o quarto.
—Mas, papai, estamos apaixonados! — disse Kayla puxando o antebraço de Nekane. O dragão balançou sua maciça cabeça em volta. Uma incredulidade quase humana marcou seu rosto. Ele lançou uma olhada para a jovem mulher e se voltou para o homem esmagado contra a parede.
—Bem, senhor —protestou o guerreiro. — Não nos amamos realmente. Realmente, realmente não nos conhecemos muito bem.
Lorran os alcançou quando Kayla de repente colocou suas mãos nos quadris.
—O que? Você disse que me amava.
—Bem, com certeza mas... — ele levantou o olhar para o dragão e engoliu. — Mas o que quis dizer foi como a uma irmã. A amo como amo a minha irmã.
—Você não tem irmã — se mofou Kayla.
Nekane riu entre dentes e o som produziu eco no quarto. Miek tremia a cada som.
—Nekane, se detenha — disse Lorran. Andou para frente do guerreiro e fulminou com o olhar os olhos do dragão. — E Kei, sei que você está me escutando. Volte. — Kei também tinha aprendido a ficar presente quando Nekane estava na forma física.
Isto o fazia muito perigoso, o corpo do dragão e a mente de um humano.
—Deixem-no ir. Acredito que ele aprendeu sua lição sobre aproximar-se de nossa jovem filha. — ela se virou-se. — Não é verdade? — Seu sorriso era suave, mas seu tom não era. O homem jovem assentiu com a cabeça. — Acredito que você deveria partir. — Outra vez ele assentiu com a cabeça. E poderia ser melhor se buscasse emprego em outra parte. Ela não tinha tempo para vigiar Nekane e Kei a cada minuto. Logo que ela virasse as costas, encontrariam Miek e voltaria a ameaçá-lo. Era difícil dizer o que poderiam fazer, mas não quis averiguá-lo. Embora tivessem sido capazes de abolir a maior parte das leis que baniam os dragões, ainda existia o preconceito contra os dragões. Eles não tinham que alimentar o fogo. Ainda havia tanto trabalho para fazer.
Usando-a como um escudo, o guerreiro se deslizou ao longo da parede até estar perto da porta. Estremeceu-se quando viu os irmãos de Kayla na porta, esperando com os braços cruzados.
E depois ele se foi.
Lorran se virou para sua filha.
—Vamos falar sobre isto, senhorita.
Kayla se ruborizou, mas assentiu com a cabeça.
—Agora vão, todos vocês. E fechem a porta com chave atrás de vocês.
As ameaças de Nekane podiam ter sido fingidas, mas sua raiva não era. Ele rondou ao redor do quarto, agora diminuto por causa de sua forma enorme.
Seus três filhos tinham uma quantidade igual de sangue de dragão e humano. Nekane estava igual de orgulhoso e frustrado de vê-los crescer como Kei. Pareciam ter três pais... e um deles podia respirar fogo.
Quando a porta se fechou, Lorran andou para frente de Nekane.
—Eu lhe adverti que este dia chegaria.
Muito jovem. Ela é muito jovem — a voz de Nekane se meteu em seus pensamentos.
A enviaremos a um convento — acrescentou Kei mentalmente, juntando-se a conversa.
—Vocês a deixarão crescer e ser uma jovem mulher normal. — Ou ao menos tão normal como uma mulher metade dragão e metade humana poderia ser. Lorran guardou aquele comentário para ela. — Vou falar com ela. Ela só está abrindo um pouco as suas asas.
Melhor que seja só isso o que ela quer abrir.
—Kei...
O que queria que fizéssemos? Deixar que ele a possuísse?
Nekane se sentou em suas ancas. A linha obstinada do queixo do dragão lhe disse que ele e Kei estavam de acordo. Ela não conseguiria atrair nenhum para o seu lado.
—Não, mas…
Então fizemos bem. Está feito. Vamos fazer amor.
Uma coisa sobre Nekane, ele não tinha mudado seu modo de acabar uma discussão. Parecia que o sexo era ainda a força impulsora de sua vida.
—Não acredito...
Não. Discussão acabada. Porta fechada. Vamos fazer amor.
—Kei, eu…
Nekane voltou sua cabeça e a lambeu no pescoço. Seu corpo, acostumado durante vinte e dois anos ao seu toque, derreteu-se. Aquela língua ágil se deslizou para dentro de seu vestido e roçou a cúpula de seus seios, alcançando seus duros mamilos.
—Não acabamos com esta discussão — ela lhe advertiu.
Sim, no momento.
O sedutor sorriso de Kei entrou em sua cabeça junto com o rosnado de Nekane. Os rapazes trabalhavam juntos. Ia ser uma noite longa.
Todos os pensamentos de protesto desapareceram. Ela desabotoou rapidamente seu vestido e ficou de pé ante seu amor, nua e aberta para eles. Lorran se deixou cair ao chão. Nekane empurrou seu amplo nariz contra sua carne umedecida. Seu rouco grunhido retumbou por seu corpo e vibrou em sua vagina. Lorran ofegou pela rápida sacudida do prazer. Sua língua lambeu suas pernas e se inundou em seu sexo, grossa e cheia, quase como um pênis.
Bom, né? Você gosta de minha língua em sua vagina, meu amor? Minha companheira?
—Sim. — Ela não podia parar o gemido da confirmação. Estava aberta para eles. A luz vacilou nos olhos do dragão. Kei e Nekane a amavam. Tinham sido vinte e dois anos e o toque de sua língua, a sensação da ereção de Kei nunca deixavam de excitá-la. Deixou Kei/Nekane prová-la. Sabia por experiência, que a esperavam algumas longas horas.
Meu amor. As palavras sussurradas de Kei flutuaram por sua mente.
Minha. A palavra se filtrada pelos grunhidos contentes de Nekane.
—Sim.

—Não é justo. — Kayla se deixou cair subitamente na escada de pedra, entre seus irmãos. — Cada homem pelo qual me sinto levemente atraída escapa logo que se encontra com papai e se ele não os espantar, Nekane o faz. — Suspirou pesadamente e disse com ênfase dramática. — Vou morrer virgem.
Bren apoiou seu queixo em uma mão e assentiu com a cabeça.
—Conheço o sentimento.
Rainek repetiu o movimento do outro lado.
—Eu, também — ele concordou.
—Vocês?! — Kayla olhou para seus irmãos. — Vocês não podem entender. São homens. Tenho que esperar até que eu casar. Infelizmente, nunca encontrarei ninguém que queira se casar comigo por causa de papai. Quem vai querer lutar contra um dragão por mim? Por causa das restrições da sociedade e de ser a filha de um dragão, nunca terei sexo.
—Uh, Kayla, estamos no mesmo navio que você.
—Só que pior — resmungou Bren.
—Como poderia ser pior?
—Temos o sangue de dragão em nós — explicou Rainek. — Assim como você. Procuramos por nossas companheiras.
—E? — Kayla moveu sua cabeça. — Podem provar até que tenham encontrado seus pares. Mas eu estou sozinha até encontrar um guerreiro disposto a lutar contra um dragão.
Bren suspirou.
—Kayla, o que Rainek tenta te dizer, é... como o dragão está conosco desde o nascimento, já começou a busca por nossa companheira. Não podemos ter sexo até que encontremos a mulher que quer o dragão. —Kayla negou com a cabeça, sem entender ou sem acreditar completamente o que acabava de ouvir.
— Fisicamente não podemos ter sexo até que encontremos nossa companheira. — esclareceu Bren.
—Quer dizer que vocês não podem...? — Bren assentiu com a cabeça. Ela olhou para Rainek. — Você também não?
Ele assentiu.
—Não acontece nada. Parece-se com papai com qualquer mulher além de mamãe. Nenhuma resposta física.
Kayla sorriu e não pôde parar de dar risada que começou sair de sua garganta.
—De algum jeito me sinto melhor sabendo isto.

 

 

                                                                  Tielle St. Clare

 

 

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