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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


O FOGO DA PAIXÃO / Brenda Jackson
O FOGO DA PAIXÃO / Brenda Jackson

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblio VT

 

 

 

Sempre havia desejado provar o que é ser selvagem e imprudente. E Olívia Jeffries consegue sua oportunidade quando conhece um bonito desconhecido em um baile de máscaras. A atração é imediata, a faísca volátil. Porém, mais tarde descobre que sue novo amante não é outro que Reginald Westmoreland, o mais odiado rival de seu pai. Jura resistir a ele, mas Reggie era implacável em sua persuasão. Faria o que fosse, incluindo recorrer à chantagem, para conseguir que Olívia voltasse a sua cama. Falando de dormir com o inimigo.

 

 

 

  

                                             Capítulo 1

Tinha que haver outra forma de diversão para uma mulher, pensou Olívia Jeffries, enquanto observava os assistentes para o baile de máscaras dos bombeiros, um evento de caridade realizado no centro de Atlanta. Já estava preparada para uma noite maçante.

Não que tivesse sido tão ruim, se não tivesse chegado de Paris no dia anterior, depois de ter sido chamada por seu pai. Isto queria dizer que tinha que deixar tudo, incluindo os planos de ir até o Vale do Sena para terminar o quadro que tinha começado vários meses antes.  

Voltar a Atlanta a havia obrigado a deixar seu trabalho como restauradora no O Louvre, mas quando Orin Jeffries chamou, ela não duvidou em deixar tudo. Depois de tudo, ele era o melhor pai do mundo. Ele havia querido que ela voltasse para casa depois de apresentar-se como candidato em um cargo publico, dizendo que era importante que estivesse ali, não só durante toda a sua arrecadação de fundos, mas sim durante toda sua campanha.  

Ia ter vários eventos ao que teria que assistir e preferia que não o acompanhasse nenhuma mulher de forma regular, pois não queria que nenhuma de suas amigas fizesse uma idéia errada.

Olívia só podia mover a cabeça e sorrir. Seu pai, divorciado, havia abandonado o casamento fazia alguns anos. Realmente, ela duvidava que ele tivesse se permitido algumas vezes aparecer em primeiro plano. Tinha certas ocasiões, porém nunca tinha levado a sério nenhuma mulher, o qual achava chato. Com seus cinqüenta e seis anos, Orin Jeffries tinha sem dúvida um bom físico. Sua ex-mulher, a mãe de Olívia só biológica, havia deixado um gosto amargo em Orin. Um gosto que vinte e quatro anos não haviam podido apagar.  

Seus irmãos maiores, Duan, de trinta e seis anos, e Terrence, de trinta e quatro, tinham o mesmo bom aspecto de seu pai. E como no caso de seu pai, o matrimônio era a ultima coisa que tinham em mente. De certa forma, ela também seguia os passos de seu pai. Encontrar um marido era a última coisa que pensava.

Estão aí os três Jeffries solteiros, pelo menos por um momento, pensava Olívia. Havia pouca gente no baile que parecia se divertir, e muitos, como ela, olhavam seus relógios perguntando-se quando seria o momento correto para ir embora.

Quem tivesse tido a idéia de que todos usassem máscaras, estava louco. Fazia se sentir como se fosse parte do grupo de Lone Ranger. E já que todo o dinheiro arrecadado esta noite ia ser destinado a uma nova ala do hospital infantil, alem da máscara, todo mundo deveria levar uma etiqueta onde estava escrito o nome de algum personagem infantil, ou um desenho animado conhecido. Que criativo.

Ao menos a comida estava boa. As primeiras palavras do seu pai quando a recebeu no dia anterior no aeroporto foi:

-Está muito magra

Penso que o menos que podia fazer era passear envolta do Buffet para conseguir comer alguma coisa. Esperava poder ir embora há pouco tempo.

Reginald Westmoreland olhava aquela mulher como cruzava a sala para chegar à mesa do Buffet. A tinha olhado por mais de vinte minutos, esmagando o cérebro para encontrar quem era. Com ou sem máscara, reconhecia a maioria das mulheres que estavam no baile. Conhecia quase todo mundo, por que durante anos havia se dedicado à biologia. Em outras palavras, o primeiro que olhava em uma mulher eram seus lábios.

Podia reconhecer uma mulher somente por seus lábios, sem olhar nenhuma outra parte de seu rosto. As maiorias das pessoas não estariam de acordo, porém não havia dois pares de lábios iguais. Seus irmãos e seus primos não tinham acreditado e o colocaram a prova, e tinha demonstrado rapidamente que tinha razão. Considerado uma benção ou uma maldição, a realidade era que ele tinha esse dom.

E tinha mais coisas além dos seus lábios que chamaram sua atenção, como a sua altura. Media pelo menos 1, 80, e também ficou impressionado pela forma de seu elegante vestido preto, com as bordas prateadas, a forma em que o pano se adaptava a suas curvas. Havia se dado conta que alguns homens a cercavam, mas não tinha dançado com nenhum deles. Realmente, parecia que estava rechaçando a todos. Reginald cheirava era um desafio.

-Então, como está à campanha, Reggie?

Reginald era conhecido por toda a sua família como Reggie, se virou para olhar seu irmão mais velho, um advogado especializado em divorcio especial, Jared Westmoreland. Justo na semana anterior Jared havia saído no noticiário nacional devido a uma grande indenização que havia ganhado em favor de um conhecido ator de Hollywood.

- Começa oficialmente na segunda. Porém, agora que Jeffries tem decidido lançar seu chapéu ao ring, as coisas estavam mais interessantes – disse, referindo-se ao homem, maior que ele, que seria seu adversário – Com Brent, tenho um bom gerente para a campanha, mas sinto que ainda pode ser uma competição muito igualada. Jeffries é muito conhecido e querido.

-Bom, se necessita de ajuda deixe-me saber, apesar de não estar seguro do tempo que tenho disponível, agora que Dana esta grávida.

Reggie colocou os olhos em branco. Só fazia um mês que Jared havia descoberto que ia ser pai – Dana está esperando um menino Jared, não você.  

-Eu sei, mas sou eu que fico doente pelas manhãs e quem tem enjôos. Nunca havia gostado de picles, mas agora.

Reggie não podia evitar rir através de seu copo de vinho – Parece um problema pessoal – Neste momento, sua atenção se desviou do que Jared estava dizendo. Em seu lugar, seu olhar se fixou no outro lado da sala, na mulher que estava vendo se sentar em uma mesa. Não havia visto nenhum homem ao lado dela, portanto, devia ter ido sozinha à festa.

-Hum, me pergunto quem será – disse.

Jared seguiu o olhar de Reggiee disse entre risadas

-O que acontece? Não reconhece seus lábios?

Reggie desviou seu olhar para seu irmão e franziu a testa.

-Não, é nova.

Definitivamente, nunca a havia visto, seus lábios não a delatavam.

-Então suponho que a única coisa que tem que fazer e ir ate lá e se apresentar.

Reggie sorriu travesso – Eu sei que não dizem que você é o advogado mais inteligente por nada.

-Não sabe que sentar sozinha em uma festa não e bom para você?

Olívia virou sua cabeça ao ouvir uma voz masculina rouca e profunda, para encontrar um homem alto e atraente de pé atrás dela. Como todos os outros, usava uma máscara, porém mesmo com a metade de sua face coberta, sabia que devia ser extremamente bonito. Sob a luz fraca, seus olhos de artista podiam capturar todos os seus incríveis recursos, que estavam a sua vista.

Em primeiro lugar, estava sua pele, perfeitamente lisa e de um tom que recordava ao de um rico e escuro xarope de bordo. Depois estava o ângulo de sua mandíbula que alojava um par de lábios sexys. Os mesmos que ofereciam um lento sorriso. Ao que parecia, havia se dado conta que o estava observando.

-Nesse caso, suponho que deve me acompanhar – respondeu ela, tentando lembrar a última vez que havia sido tão atrevida com um homem e decidindo mais rápido que nunca. Porém a forma em que ela estava se desenvolvendo a noite, teria que buscar suas próprias emoções. E aquele momento era tão bom como qualquer outro para começar. Talvez fosse o fato de que a festa fosse tão implacavelmente chata que fez que fosse em busca de algo selvagem e imprudente. Os outros homens que a haviam cercado não haviam despertado sua curiosidade. Não tinha desejado conhecer melhor, mas aquele homem era diferente.

-Não me importa em fazer – disse ele, deslizando com facilidade na cadeira ao lado dela, enquanto seus olhos seguiam cravados nela. O nariz dela recebeu imediatamente a essência de sua colônia. Cara. Olhou rapidamente para sua mão direita. Sem Anel. Seu olhar voltou automaticamente ao seu rosto. Bonito, agora estava sorrindo sério e mostrando seus bonitos dentes brancos.

-Está divertido – disse ela, tomando um gole de seu ponche, mas desejando ter algo mais forte.

Quem fosse ele, era alguém a quem valia a pena conhecer, mesmo que ela fosse voltar para Paris em poucos meses. Isso o fazia mais plausível, havia demorado dois anos para conseguir trabalhar em tempo integral no O Louvre, e o trabalho duro somente tinha começado. Uma vez que voltasse, teria que trabalhar muitas horas, com pouco tempo para terminar seus quadros. Por isso havia trazido seus quadros a Atlanta com ela. Tinha a determinação de encontrar algo que valeria a pena pintar, enquanto estivesse ali. O homem que se sentava a seu lado seria um tema perfeito.      

-Lisonjeado mais que divertido – disse ele, com sua voz veio e a tocou, apesar de suas palavras apenas se fixarem em sua mente, por que também estava ocupada observando a forma com que movia sua boca, sensualmente devagar.

Não podia evitar se perguntar quem era, havia estado fora de Atlanta durante muito tempo. Depois da escola, havia freqüentado a escola Pratt em Nova York para depois terminar sua pós-graduação na escola de Artes de Boston. Então havia mudado para Paris, após rejeitar um trabalho como profissional turística, um nome mais bonito para guia turístico.

Devia ter a idade de seu irmão Terrence, ou um ano a menos talvez. Perguntava-se se diria seu nome verdadeiro, o se manteria fiel às regras e julgaria esse estúpido jogo que os coordenadores do baile haviam inventado. Sua etiqueta dizia Jack Sprat. Não era de estranhar que estivesse em tão boa forma, pensou ela. Mesmo com smoking que usava, podia ver seus ombros amplos e musculosos. Definitivamente sem gordura.

-Então Jack – disse ela, sorrindo da mesma forma em que ele sorria para ela – que faz um homem tão amável como você em uma festa chata como esta?

Ele riu entre os dentes e esse som colocou sua pele arrepiada – Espera para começar a nos divertimos – olhou a sua etiqueta – Mulher Maravilha.

O sorriso que havia tocado os extremos de sua boca se ampliou. Ele gostou – Bom, acredite-me quando digo que é um milagre que você esteja aqui. Gostaria de estar em outro lugar, porém prometi a pessoa que pagou por este ingresso que viria aqui. E como todo isso é para caridade e por uma boa causa, decidi marcar presença.

-Me alegra que o tenha feito.

E Reggie se alegrava, havia pensando que tinha um lindo par de lábios desde longe, porém agora tinha a oportunidade de olhar atentamente. Eram lábios que nunca esqueceria, eram exuberantes, proporcionais, e tinham faíscas brilhantes em suas comissuras. Estavam cobertos por um suave brilho labial, era perfeito. Qualquer cor teria prejudicado a sua elegante estrutura.

-Já dissemos nossos nomes, é um prazer te conhecer Jack – disse ela, dando a mão.

Ele sorriu – Igualmente, Maravilha.

No momento em que suas mãos se tocaram, ele notou e supôs que ela também o tinha notado. Seus dedos tremeram nos dele, e por alguma razão, ele não pode soltar sua mão. Isso o colocou nervoso nenhuma mulher havia tido antes esse efeito nele, não em seus trinta e dois anos.

-É de Atlanta?

A voz de Olívia era suave e cheia de encanto sereno, reclamou sua atenção.  

-Sim, nasci e cresci aqui – disse ele soltando a sua mão com má vontade – E você?

-Também – disse olhando – o como se pudesse ver através da máscara – Por que não nos conhecemos antes?

Ele sorriu – Como sabe que não nos conhecemos?

Seu riso chegou com facilidade – Acredita-me, lembraria se assim fosse, você é o tipo de homem que uma mulher dificilmente pode esquecer.

-Hey, essa frase é minha, me roubou ela – brincou ele.

-Devolvo se me tirar daqui

Ele não disse nada durante um minuto, enquanto estava sentado estudando o seu rosto, e depois perguntou – Está segura de que quer vir comigo?

Ela sorriu de novo – Está seguro de que quer me levar com você? – ela desafiou

Reggie não pode evitar rir alto, tão alto que quando olhou o outro lado da sala, seu olhar cruzou com o do seu irmão Jared, ergueu uma sobrancelha. Tinha cinco irmãos no total. Jared e ele eram os únicos que ainda viviam em Atlanta. Também tinha muitos primos na cidade. Parecia que os Westmoreland estavam em todas as partes, porém Jared e ele eram os únicos que estavam ali essa noite. Os demais tinham outros compromissos ou estavam viajando para algum lugar.

Em parte, Reggie agradecia por isso. Era o mais jovem dos Westmoreland de Atlanta, e seus irmãos e primos ainda o consideravam o bebê da família, apesar de medir dois metros e fosse o mais alto deles.

-Sim, te levaria em um segundo, levaria você aonde quisesse ir.  

Ela assentiu educamente, porém ele sabia que estava pensando, tentando imaginar uma maneira para ir com ele sem correr nenhum risco. Uma mulher não podia ser também confiante nos tempos atuais, e ele a entendia.

-Tenho uma idéia – disse ele finamente, depois de um tempo que ela não havia respondido.

-Qual?

Colocou a mão no bolso de sua jaqueta e tirou um telefone móvel – Envia uma mensagem a alguém em que confia e diga que guarde o meu numero. Diga que telefonará quando amanhecer. Quando telefonar, poderá apagar o número.

Olívia pensou no que ele havia sugerido e se perguntou a quem poderia telefonar. As amigas que tinha quando vivia em Atlanta já não estavam por ali. Obviamente, não podia escrever para seu pai, assim pensou em seus irmãos. Duan estava fora da cidade neste momento, já que seu trabalho como investigador privado o havia levado fora do país, e Terrence estava vivendo em os Cayos de Florida. Seus irmãos e ela eram unidos, porém era Terrence quem normalmente sacava as coisas. Duan gostava de fazer papel de irmão maior, faria perguntas, Terrence faria perguntas também, mas seria menos severo.

Talvez fosse a mente tão inquisitiva de Duan que a fazia manter tão fiel as normas. Tinha que vir todos os anos em que trabalhava como patrulheiro e depois como detetive para o departamento de polícia de Atlanta. Terrence, um ex-jogador profissional dos Miami Dolphins, sabia como se divertir. Era o único Jeffries solteiro e em movimento. Possuía um agradável clube em os Cayos da Flórida que fazia honra a vida noturna.

Sua aposta mais segura seria telefonar para Terrence.

-Está bem – disse pegando o telefone enviou uma mensagem rápida a Terrence, pedindo para apagar o número do telefone quando tivesse notícias dela pela manhã, devolveu o telefone a ele.

-Se sente melhor? – perguntou ele

Seus olhares se encontraram – Sim

-Bom, quer ir a algum lugar em particular?

O lugar mais seguro seria sua casa, pensou Olívia, porém não podia fazer isso. Seu pai estava em casa, repassando seu discurso que faria na segunda em um almoço – Não, mas levo um tempo sem ir a Stone Mountain.

Ele sorriu – Então vamos a Stone Mountain.

-E devemos ir em carros separados – disse ela rapidamente. Começou a se sentir nervosa por que nunca havia feito nada como aquilo antes. Em que estava pensando? Obteve a resposta rápida quando seus olhares se cruzaram. Estava pensando em como seria estar em seus braços, esfregar suas mãos em sua mandíbula forte e angulosa, provar estes lábios tão beijáveis e aspirar mais de sua essência masculina.

-Está bem – disse ele num tom ronco – você guia e eu te sigo.        

E manteremos as máscaras usadas e usaremos estes nomes – disse ela sinalando a sua etiqueta.

A estudou com intensidade antes de concordar – Está bem

Deixou ir um momento silencioso. Seu pai era muito conhecido na cidade, e com as eleições eram daqui a alguns meses, não queria fazer nada que comprometesse suas possíveis chances de ganhar. Nada como ter seu nome manchado por algum escândalo nos jornais. Os escândalos eram difíceis de limpar e ela não queria fazer nada que pudesse abrir uma coluna de fofoca nos jornais de Atlanta.

-Esta bem, vamos – disse ela colocando-se de pé. Esperava não estar cometendo um erro, porém quando ele encostou nela acidentalmente, enquanto se dirigiam para a saída, ela teve o pressentimento de que qualquer coisa que acontecesse aquela noite entre eles seria unicamente linda.    

Reggie, como regra, não tinha problemas em uma única noite. De todas as formas, ia fazer uma exceção àquela noite com aquela mulher. O carro que ia seguindo era alugado, assim que aquilo não lhe dava nenhuma pista sobre sua identidade. Tudo o que sabia que ela era alguém que queria desfrutar aquela noite, e ele ia se assegurar de não decepcioná-la.

Ela havia indicado que queria ir a algum lugar na Stone Mountain e se dirigia nessa direção. Ele se perguntava se iriam diretamente a algum lugar onde poderiam estar sozinhos, ou se parariam para tomar alguma coisa em um clube. Sim queria dar uma volta pela cidade, havia numerosos clubes noturnos para escolher, por isso suporia retirar as máscaras e ele teria o pressentimento de que por essa razão ela queria que estivessem sozinhos. Por quê? Seria tão conhecida na cidade como ele era? Ao menos a partir de segunda, o seria. Brent Fairgate, o gerente de sua campanha e quem o tinha levado a apresentar-se como senador, havia colocado fotos publicitárias dele em qualquer espaço livre de Atlanta.

Voltando sua atenção ao carro que tinha na frente, freou quando chegaram a um semáforo. Justo neste momento seu telefone tocou, o tirou do bolso – Alô?

-Onde está?

Deu uma risada breve – Não se preocupe comigo Jared. De todas as formas, te peço desculpas não por não dizer que estava indo.

-A mulher com quem estava também não esta aqui. É uma coincidência?

Reggie balançou a cabeça rindo – Não sei me diga você.

Houve uma pausa do outro lado da linha – Está seguro do que está fazendo, Reggie?

-Positivo, e não me dê um sermão, por favor.

-Como quiser – respondeu seu irmão bruscamente. E depois a chamada foi cortada.

O tráfico começou a se mover de novo e Reggie não pôde evitar pensar em como mudaria sua vida quando começasse a campanha. Teria que dar discursos, conceder entrevistas, aparecer na televisão, beijar bebês e assim sucessivamente. Seria o primeiro Westmoreland a se dedicar à política e para ele, a decisão havia sido fácil. Porém Atlanta estava crescendo a passos gigantes, e queria dar algo à cidade que tanto lhe havia dado.

Diferente de seus irmãos que haviam abandonado a cidade para ir à universidade, ele havia estado lá e havia ida a Morehouse. E nunca tinha se arrependido. Sorriu, pensando nos bons tempos que eram aqueles em que tinha terminado a universidade, e uns anos depois, quando abriu sua própria empresa. Naquele tempo sua melhor amiga era sua prima Delaney. Somente levavam alguns meses, mas sempre estavam perto. Realmente, foi ele quem ajudou Delaney a enganar seus cinco irmãos super protetores depois de terminar a escola de medicina quando necessitava de um tempo sozinha. Ele a havia deixado usar sua cabana nas montanhas para descansar e relaxar sem dizer a Thorn, Stone, Chase e Storm onde estava. Por sorte ele, seus primos não haviam quebrado seus ossos, como haviam ameaçado fazer quando descobriram sua participação. O bom era que Delaney havia conhecido a seu xeique do deserto e se apaixonaram em sua cabana.

A atenção de Reggie voltou para o carro que tinha na sua frente, quando a Mulher Maravilha colocou o cartão para entrar no estacionamento do luxuoso Hotel Saxon. Sorriu. Gostava dos seus gostos, mas se dando conta que estavam de máscaras, se pergunto como ia funcionar aquilo. Então teve uma idéia e imediatamente pegou seu telefone móvel do bolso da sua jaqueta e pressionou vários números.

-Alo?

Reggie pode ouvir os bebês chorando no fundo – Sou eu Reggie, que está fazendo com minhas sobrinhas e meu sobrinho?

Ouviu a risada de seu irmão Quade – É a hora do banho e ninguém quer se jogar na água esta noite. O que aconteceu? E entendo que as felicitações estão em ordem. Mamãe me disse que você tinha decidido se apresentar como senador. Boa sorte.

-Obrigado – e depois sem perder um segundo disse – necessito de um favor Quade.

-Que tipo de favor?

-Necessito de um quarto privado no Hotel Saxon aqui em Atlanta esta noite e sei que Dominic Saxon é seu cunhado.

-E?

-Consiga-me o quanto antes possível. E necessito que mantenha em segredo e me cubra.

Houve uma pausa do outro lado da linha – Está seguro Reggie?

Sacudiu a cabeça, era a mesma pergunta que havia feito Jared pouco antes – Sim Quade, estou seguro. E não espero nenhum sermão da sua parte, considerando como e quando se concebeu meus sobrinhos.

-Vá ao inferno, Reggie.

Sorriu. – Na frente dos meninos não, Quade. Irei ao inferno, mas só depois de passar uma noite no céu. Assim que fizer esse favor. Estarei em dívida com você. Apresento-me para voar em um dia e me fazer de canguru.

-Maldição deve ser alguma mulher.

Reggie pensou em seus lábios que queria provar desesperadamente

-Sim, é uma mulher.

-Vou ver o que posso fazer – e a chamada foi cortada

Sorrindo e se sentindo bastante seguro de que Quade viria em seu socorro, observou como a Mulher Maravilha estacionava, e depois deslizou o seu carro para um estacionamento adjacente. Ela desligou o motor, ele saiu do carro e olhou ao redor, assegurando de que não houvesse muita gente perto. Havia estacionado em um lugar bastante vazio e estava grato.

Quando chegou ao seu lado no carro, ela baixou a janela e apareceu vermelha. – Perdão suponho que não tenho pensando suficiente.

Ele se inclinou e se apoiou no carro, apoiando seus braços na marca da janela. Ouvia e se via bem, seu olhar passou de seus olhos a seus lábios e de novo a seus olhos, não podia esperar para provar seus lábios.

-Não se preocupe. Essa noite acabará como queremos – disse com certeza em sua voz e pensando que se Quade não fizesse o favor, era provável que o matasse. Ao ver sua expressão confusa, disse – Fiz um telefonema, somente será um momento. Receberei a chamada quando tudo estiver pronto.

Olívia olhou ao homem que a olhava e tratou de ignorar a friagem em seu estomago. Não podia evitar perguntar-se quem era ele e que tipo de pessoas conhecia. Tinha que ser muito importante se podia conseguir um quarto no Saxon a partir do estacionamento. Teriam que se registrar como de costume?

Uma parte de sua mente gritava, dizendo que o que planejava fazer era absurdo e irresponsável. Nenhuma boa menina, nenhuma que tivesse sido criada para ser uma boa senhorita, pensaria em ter uma louca noite com um desconhecido.      

Mas a outra parte do seu cérebro, a que estava desafiando, era igualmente selvagem e imprudente, insistiu em continuar. Continua Libby. Divirta-se, viva um pouco, não tem estado envolvida seriamente com nenhum homem nos últimos dois anos. Tem estado também muito ocupada, merece um pouco de diversão. Que dano vai te fazer sempre que tome todas as precauções para se assegurar de estar segura?

E no momento estava segura. Terrence teria o numero do telefone desse homem, e o hotel era muito respeitável. E era um que ela tinha escolhido e não ele, Mas tinha que admitir que se sentia um pouco tonta com o efeito de levar mascaras. Pelo menos havia tirado sua etiqueta.

-Então Mulher Maravilhosa, qual é sua cor favorita?

Não pode evitar sorrir. Evidentemente havia sentido a tensão e estava tentando suavizá-la – Lavanda e a tua?

-Cor carne

Ela colocou uma cara travessa – A cor carne não é uma cor.

-Depende de quem a use – disse ele suavemente, e então seus olhos foram aos seus lábios. Ela sentiu a intensidade de seu olhar como se fosse uma suave carícia. De repente sentiu a necessidade de umedecer seus lábios com a língua.

-Gostaria que não tivesse feito isso – sussurrou ele com a voz rouca, apoiando seu corpo no ponto em que uma maior proporção seu rosto estava dentro da janela, a alguns centímetros do rosto dela.

Um suspiro escapou de seus lábios – Que? – perguntou ela com a voz tensa

-Ter provado seus lábios, isso é o que quero fazer, morro por fazê-lo.

-O que te impede?

Reggie pensou que se alguma vez havia ouvido um desafio, aquele era um. Decidiu seguir com o jogo, apoiou seu corpo mais perto. Ela estava inclinando a cabeça em direção ao seu rosto quando de repente tocou seu telefone.

Maldição. Saiu de má vontade e retirou o telefone de sua jaqueta

Olívia teve um tempo para respirar profundamente e depois escutou a conversa telefônica.

-Sim? – disse ele ao telefone

Ela viu um imenso sorriso iluminar o rosto, e ao mesmo tempo, sentiu um calor intenso na junção de suas coxas.

-Obrigado, meu, te devo uma – disse ele. Então ela o olhou assim que desligava o telefone e o colocava em seu bolso. A olhou – Está bem, Mulher Maravilha, Tudo está pronto. Estamos no andar dezesseis, quarto mil seiscentos e trinta e dois. Preparada?

Ela exalou lentamente. Uma parte dela queria dizer que não, que não estava preparada. Queria saber como havia preparado tudo desde que estacionara. Outra parte queria saber como era capaz de fazê-la sentir coisas que nenhum homem a havia feito sentir antes. Como era capaz de fazer correr riscos quando era a pessoa menos impulsiva do mundo? Ao menos havia estado contra os riscos logo que o havia visto na festa essa noite.

Seus olhares se encontraram, e ela supôs que aquilo seria tudo. Uma vez que saísse do carro e caminhasse rumo ao hotel junto com ele, sua noite juntos havia começado. Era isso o que queria realmente? Ele a estava observando e seu olhar parecia estar fazendo essa mesma pergunta.

Respirou profundamente, assentiu e disse – Sim, estou preparada.

Ele abriu a porta do carro – Você vai primeiro e te sigo em cinco minutos. Deve usar um dos elevadores a direita da recepção.

-De acordo.

Ele observou como colocava sua bolsa no ombro antes de começar a caminhar. Ele sorriu enquanto ela cruzava com graça o estacionamento dirigindo-se a entrada do hotel. Não podia evitar admirar a forma que se via debaixo de seu vestido, se movia sedoso ao redor de suas pernas cada vez que fazia um movimento. E tinha as pernas para ele. Pernas largas, bem proporcionais que podia imaginar ao redor dele, o aceitando dentro do seu corpo durante o calor da paixão.

Estava tão imerso em seus pensamentos que quando de repente ela deixou de andar, seu coração quase deixou de bater. Havia mudado de opinião? Um momento mais tarde respirou aliviado quando se deu conta que havia parado para retirar a máscara. Se perguntou se correria o risco de virar-se e permitir ver seu rosto, revelando sua identidade voluntariamente.

Obteve a sua resposta quando ela continuou caminhando sem olhar para trás. Tinha o pressentimento de que assim mesmo se desenrolaria o resto da noite. Não compartilhariam nem seus nomes, nem suas identidades. Somente a paixão.

Ele ia respeitar seus desejos, e quando se reunissem no quarto do hotel, sua máscara estaria também em seu lugar.

Não havia dúvida de que aquela era uma noite que sempre recordaria.

  

                                               Capítulo 2

Olívia agradeceu que ninguém estivesse prestando atenção quando caminhou pelo imenso hall do Saxon. Sempre havia sonhado em passar uma noite naquele que era um dos hotéis mais elegantes construídos. Era mais extravagante e estiloso do que tinha esperado. Somente tinha alguns Saxons espalhados pelo país, nas cidades principais e tinha a reputação de ter um serviço de muita qualidade.

Quando entrou no elevador apertou o andar dezesseis, não podia evitar fazer perguntas sobre o homem que estava atrás daquela máscara e as relações que tinha. As reservas eram difíceis de conseguir, por que tinha que fazer com antecedência, ás vezes ate mesmo um ano antes.

Saiu do elevador e caminhou pelo espaçoso hall, estudou a decoração. Tudo tinha um toque de elegância e classe. Com seus olhos de artista, absorveu cada pequeno detalhe, não somente o luxuoso carpete, mas sim também os lindos quadros emoldurados que decoravam a parede. Apostaria seu salário de um mês do O Louvre que eram Audubon originais. Dedicou tanto tempo e atenção aos corredores, que custava imaginar como seriam os quartos.  

Perguntava-se o que Jack Sprat pensaria de seu gosto, já que ela que os havia levado ali. É claro que ela pagaria a conta, já que tinha sido a sua idéia. Com ou sem relações esse lugar fora ela quem tinha elegido e não ele, assim era mais do que justo. O ultimo que queria era parecer uma mulher descontrolada e mantida.

Momento depois se encontrou na frente do quarto 1632. Não tinha levado chave assim pensou que a porta estava aberta, somente tinha uma maneira de saber. Girou a maçaneta e sorriu quando abriu a porta sem problemas. Fechou a porta rapidamente e olhou ao redor, abrindo os olhos mais ainda surpresa. Era uma suíte presidencial. Não esperava algo assim, não estava nem segura se poderia pagar. Havia imaginado uma suíte normal, embora claro, estava dentro do seu orçamento.

Tinha um bom salário e Paris a encantava, mas queria voltar aos Estados Unidos algum dia. Planejava abrir uma galeria de artes em alguns anos e isso requeria dinheiro. Cada centavo que ganhava ia para sua popança especial. Seu pai e seus irmãos haviam prometido investir na empresa, mas sentia que era sua responsabilidade fornecer o maior capital para sua galeria. Esse pequeno aposento ia lhe passar a maior fatura. Teria que usar sua poupança especial para pagar a suíte. Perguntava-se se por uma noite somente com um desconhecido podia valer esse sacrifício.

Cruzou o quarto e percebeu um impressionante móvel. Já havia estado em hotéis agradáveis antes, mas havia algo no Saxon que era deslumbrante. Além disso, do elegante luxo que estava rodeada, estava também um serviço personalizado, a excelente culinária e outras comodidades, das que tinha ouvido falar, mas nunca tinha provado.  

Caminhou desde a sala até o quarto, seu olhar passou de um sofá de dois lugares até a cama. A cama era enorme e majestosa, a colcha era suave ao toque. Parecia que de verdade poderia se perder debaixo dela. As colchas e as cortinas eram de um vermelho elegante e uma rosa se encontrava no meio da cama. Muito romântico.

O banheiro era igualmente impressionante, com uma grande banheira jacuzzi que descansava no centro do piso, rodeada por uma vaidade em cada parede do tipo que nunca tinha visto em um hotel. Tudo era deles. O banheiro era amplo e espaçoso.

Nervosa saiu do banheiro, voltou ao quarto e sentou na borda da cama.

Quando cresceu, as pessoas somente diziam que era mimada e consentia com tudo, de certa forma ela foi mesmo. Ser a única menina em sua casa tinha suas vantagens, Tinha só três anos quando sua mãe deixou seu pai, envolvendo-se com um homem casado e não destruindo uma, mas sim duas famílias. Sempre admiraria seu pai por ter feito todo o necessário para manter a família unida. Trabalhou muitas e intensas horas como advogado corporativo e sendo assim teve tempo para assistir aos recitais de piano e as partidas de futebol com seus irmãos. Em um ano mesmo foi eleito como presidente da associação de pais. Não havia sido fácil, mas todo mundo teve que trabalhar e ajudar. E tinha que admitir agora que seus irmãos haviam facilitado as coisas para ela.

Ir embora de casa para ir a faculdade tinha sido bom. Contra os desejos do seu pai e de seus irmãos, havia buscado a vida na universidade, rejeitando o dinheiro que enviavam. Necessitava ver o mundo real, era nadar ou afogar-se tentando.

Aprendeu a nadar.

Levantou o olhar. O mais provável era que Jack Sprat estivesse para chegar, assim que era o momento de colocar-se nervosa. Tinha se sentindo atraída por ele na festa e ele por ela. Estavam ali por que ambos queriam uma noite juntos. Por que pensava em deixar tudo de repente? Por que tinha malditas borboletas no estomago? E que acontecia com a sua pele arrepiada dos braços?    

Colocou-se de pé e começou a caminhar. Ele estaria ali a qualquer momento, assim que parou colocou de novo a máscara. Uma parte se sentia idiota, mas a outra se sentia misteriosa.

Olívia olhou seu relógio outra vez. Sentiu seu corpo se aquecia somente de pensar no que estava a ponto de acontecer. Dizer que estava fascinada por um completo estranho era subestimar. Se alguém dissesse que depois de quarenta e oito horas depois de voltar a Atlanta, ela, Olívia Jeffries, estaria envolvida em um romance em parte alguma, haveria acreditado. Normalmente era bastante conservadora, mas não essa noite.

Tomou ar quando acreditou ouvir passos no corredor. Um calafrio de antecipação percorreu sua coluna, e supôs que em um minuto ele estaria ali.

Reggie avançou pelo corredor, absorvido nos seus pensamentos. Algumas pessoas tinham romances casuais para passar o tempo, ou para se sentirem desejados. Ele não era nem um, nem outro, por alguma razão sabia que a mulher que o esperava no quarto também não era assim. Tinha que admitir que havia tido alguns desafios uma noite, nos tempos de Morehouse, quando não se preocupava com nada que não fosse estudar, tirar seu título e se estabelecer. Mas agora era um profissional possuía uma muito prestigiada empresa e como candidato político, escolhia com cuidado suas acompanhantes. Não havia tido nenhuma relação duradoura desde um pouco depois da faculdade – e aquele desastroso tempo com Kayla Martin alguns anos antes, que preferia esquecer. Estava muito apegado a relações a curto prazo.

Sua família o recordava constantemente que era o último Westmoreland solteiro que vivia em Atlanta, mas se sentia bem com isso. Se assentar e casar eram coisas mais afastadas de sua mente. Estava orgulhoso de que não fosse uma condição a tratar em sua campanha, e que seu adversário, Orin Jeffries, levava muito tempo divorciado, e pelo que tinha ouvido, não tinha planos de voltar a se casar.

Por fim, chegou em frente ao quarto 1632. Somente parou por um segundo, foi abrir a porta e depois parou, se dando conta da mascara, olhou novamente o corredor para se assegurar que estava vazio, tirou a máscara de seu bolso e a colocou. Depois de respirar fundo, abriu a porta.

No momento que abriu a porta, seus olhos, a parte dele que Olívia podia ver atrás da máscara, se encontraram com seus olhos. Os sentiu possessivos, como se estivessem marcando propriedade sobre ela, quando não havia forma de fazer. Não conhecia sua verdadeira identidade. Não sabia nada dela além de sua necessidade tão fundamental quanto a sua necessidade por ela. Era algo tangível e ela podia sentir – lá em seus dedos dos pés.

Havia algo na forma que entrou no quarto, sem tirar os olhos dela, enquanto fechava a porta atrás dele. E depois dando uma rápida olhada no quarto. Sem trocar uma palavra entre eles, atravessou o quarto tão rápido e a tomou nos braços.

A beijou.

Não havia nada que ganhar com conversas, e os dois sabiam. No momento em que sua boca tocou a dela, suavemente primeiro, antes de devorar como uma fome que ela sentiu em seu ventre, gemeu em silêncio aceitando a ele e uma noite juntos.

Isso era uma química sensual em sua potência máxima. Ele era todo paixão e ela correspondia da mesma forma. O beijo, não com a mesma técnica e experiência que ele a beijava, mas com uma fome que necessitava acalmar, satisfazer e explorar.

O beijo se intensificou e os dois sabiam que não bastaria para sufocar o desejo que estava libertando-se entre eles. As sensações se propagavam através dela, infiltrando-se profundamente em seus ossos e seus sentidos. Os impulsos que havia tratado de controlar desesperadamente ameaçavam consumi-la

Ele separou sua boca de má vontade e ela o observou com um sorriso em seus lábios.

-Esta noite tudo é valido – sussurrou ele suavemente contra seus lábios úmidos – Nem em meus sonhos mais selvagens havia imaginado isso.  

Eu também, pensou Olívia. As máscaras eram uma tortura, mas tinham um profundo propósito. Igual seus nomes falsos. Com eles, eram livres para fazer o que quisessem sem inibições ou futuras conseqüências. Se seus caminhos se cruzassem depois dessa noite, não se reconheceriam, não haveria recriminações, nem arrependimentos. O que passasse no quarto esta noite, ficaria ali.

O olhar de Reggie estudou Olívia, enquanto lutava para recuperar sua respiração, ao mesmo tempo seus sentidos. Beijá-la, saborear seus lábios havia sido como uma obsessão desde que colocou os olhos nela. A forma, a textura e o contorno de seus lábios o provocaram. Alguns homens pensavam na textura e no tamanho dos seus seios, outros no traseiro. Ele era um homem de lábios. A plenitude de um par, cobertos ou não com batom, podia induzi-lo a um estado de excitação. Somente pensar em todas as coisas que podia fazer com eles, bastava para levá-lo ao limite.

E depois, perdendo o controle, se inclinou e a beijou novamente, e enquanto sua língua dominava e fazia estragos nela, sentiu que se desesperava, relaxando em seus braços. Rodiou seu pescoço com seus braços, enquanto suas curvas femininas se esforçavam por pressionar-se contra ele, fundindo os dois. Encaixavam-se perfeitamente, naturalmente. Não havia nada como ter suas suaves curvas de mulher e seus lindos lábios ao alcance de sua mão, pensou.

A mão com que rodiava sua cintura a estreitou e sentiu a curva de suas costas através do vestido que usava. Um firme, mas suave traseiro. Necessitava tirar-lhe o vestido.

Separando sua boca, a tomou em seus braços. O seu grito de surpresa, com um rápido olhar, encontrou seus olhos, olhando-o através da mascara, e depois seus lábios desenharam um sorriso. Igual aos dela. E sem nada mais que decidir, caminhou rumo ao quarto.

Em vez de deixá-la sobre a cama, a sujeitou com firmeza em seus braços e sentou com ela no sofá, ajeitando-a em seus braços. Ela respirou profundamente e se agarrou na jaqueta dela.

Ele sorriu – Confie em mim. Não vou te deixar cair – ela afrouxou sua mão e continuou olhando seus olhos, estudando seus gestos tão intensamente que ele não pode evitar perguntar – Gosta da parte que vê?

Ela sorriu – Sim, tem uma mandíbula muito angulosa, reflete a força e a honestidade. Também fala de determinação.

Ele ergueu uma sobrancelha, perguntando-se como a Mulher Maravilha podia dizer aquelas coisas dele somente em estudar sua mandíbula. Deixou de perguntar-se quando ela se aproximou e seu dedo delineou a mesma mandíbula que tanto parecia a fascinar.

-E rígida, mas arrogante. Firme, mas dominante – então sorriu – mas sim, vejo algumas linhas de arrogância – disse ela tocando o centro de seu queixo.

Tinha sentado com ela nos braços, em vez de deixá-la na cama, para não precipitar as coisas com ela, dando tempo para que pudesse se recompor. Não queria precipitar sua aventura. Por alguma razão, queria mais, sentia que merecia mais. Nunca havia estado a favor de uma conversa curta, mas imaginou que podia tentar uma vez. Agora seu toque estava fazendo impossível não tocá-la. Não despi-la e dar o prazer que ambos queriam. Então se deu conta de que a razão por que estava com ela não tinha nada a ver com luxúria. Havia passado meses antes sem uma mulher esquentando sua cama. O que o levava mais eram seus atrativos, sua atração sexual e seu desejo de se unir a ela de forma íntima, somente com ela.

Colocou-se de pé, enquanto a estreitava em seus braços e caminhou rumo à cama a deixando gentilmente no centro dela, lhe entregou a rosa e depois deu um passo para trás, para que ela fosse o centro de sua visão. Queria a visão completa dela.  

Seu cabelo, grande até os ombros, estavam enrolados em torno de seu rosto, ao menos a parte de seu rosto que conseguia ver. Seu vestido havia subido quando a havia deixado na cama. Tinha que saber que estava deslocado e que havia uma grande parte de seu corpo amostra, mas não fez nenhum movimento para baixar e ele não tinha nenhuma intenção de sugerir isso. Assim que a olhou, viu a firmeza de suas coxas e joelhos bem formados. E não pode evitar se dar conta de como a dianteira de seu vestido era de um corte baixo, mostrando a parte superior dos seios firmes e cheios. Era um homem de lábios primeiros e depois de seios. A ele no que dizia respeito tinha conseguido um ótimo prêmio.

Olívia se perguntou quanto tempo ficaria olhando-a, mas uma parte dela reafirmou que ele gostava do que via. Nenhum homem havia levado tempo a analisando dessa forma. Talvez ela também tivesse feito por merecer seu tempo. Colocou a rosa de lado e tirou seus sapatos antes de deslizar seus pés fora deles. Lançou um e depois o outro. Os agarrou perfeitamente, e em vez de deixá-los cair no chão, os lançou no sofá que haviam ocupado anteriormente.

Agora era o momento de tirar o resto. Já que nunca usava calcinha sobre a meia, seria mais fácil. Em vez de tirar as meias em ultimo lugar, decidiu que seria o primeiro. Ele não esperava e a idéia de pegá-lo desprevenido removeu algo dentro dela. Com seus olhos sobre ela, levantando ligeiramente seu traseiro da cama para deslizar as meias, oferecendo deliberadamente uma rápida imagem, para deixá-lo saber que quando as tirasse não haveria mais nada que a cobrisse. Depois de tirá-las, as enrolou e lançou para ele. Igual com seus sapatos, as pegou perfeitamente, e depois, enquanto a olhava, pegou a bola de nylon e levou ao nariz, aspirando sua essência antes de introduzir no bolso de sua jaqueta.      

Seu olhar havia seguido suas mãos, e agora voltou ao rosto. Viu o resplendor de seu nariz e o endurecimento dos seus punhos, viu algo mais. Algo que havia percebido antes, quando havia atravessado o quarto rumo a ela, mas não havia aumentado de tamanho. Sua ereção. Não havia duvida de que, despido e bem mostrado, envergonharia David de Miguel Anjos. Seu olho artístico podia mesmo distinguir sua forma através da calça. Era imenso, totalmente desenvolvido, grande e grosso. E naquele momento totalmente desperto. Era evidente pela forma em que seu pênis empurrava a braguilha de sua calça.

Mudou de postura. Evidentemente, havia visto aonde havia dirigido o olhar dela, e ela viu seus dedos se dirigirem ao zíper da calça e abaixou lentamente. Somente pode olhar quando, inclinou-se para trás para tirar os sapatos e as meias, tirou as calças, deixando a metade inferior do seu corpo à mostra, somente com uma provocante cueca preta. Ela sabia que era sob medida. Sua forma, seu ajuste e o seu suporte diziam tudo. O homem tinha coxas firmes, fortes e musculosas. Não necessitava ver seu traseiro para saber que provavelmente seriam tão firmes como o resto do seu corpo. Não necessitava pergunta se fazia exercício frequentemente. Seu estado físico dizia tudo.

E estava provocante ali de pé, com a jaqueta do smoking e uma camisa branca por cima e uma cueca provocante cobrindo sua parte inferior. Imaginou que havia decidido tirar a roupa da mesma parte da sua anatomia, que havia feito ela. Os dois estavam sem roupa da cintura para baixo.

Segurou a respiração, literalmente deixando de respirar, quando suas mãos foram para a barra de sua cueca. E enquanto o olhar dela estava grudado a ele, baixou sua cueca lentamente por suas pernas.

Demônios.

O homem, afortunadamente, não hesitou em mostrar seu corpo, e estava agradecida por isso, por que o que seus olhavam estavam vendo merecia uma punição. Ele era uma obra de arte. E quando centrou em sua figura, ele tirou o resto de sua roupa. Ela não se deu conta disto, no momento que ele parou na frente dela nu em toda a sua forma.

Seu olhar percorreu toda a longitude de seu corpo uma vez, duas vezes, em um total de três vezes, antes de voltar ao seu rosto. Era um homem nu, mascarado e queria que passasse como tal.. Capturaria em um segundo cada um de seus detalhes. Era puramente cem por cento masculino.

-Sua vez de tirar o resto da roupa, Maravilha.

Suas palavras, profundas e roucas, flutuaram no quarto, carregada de sexualidade.

Retirou o olhar de seu grosso membro e a levou ao seu rosto enquanto que, de joelhos, chegou as suas costas e desatou o fecho de seu vestido antes de tirá-lo pela cabeça. Era simples, estava nua, já que não usava sutiã.

Então ele viu tudo. E tal como havia feito ela antes, o olhar dele se dirigiu para a sua parte mais baixa, entre a junção de suas coxas. De repente, ela se sentiu incomodada. Perguntou-se o que estava pensando ele. Mantinha seu corpo em boa forma e sua depilação era evidente.  

Encontrou seu olhar quando voltou a olhar seu rosto. Sorriu – Pronto terminei.

-Não carinho – disse ele com uma voz firme e tensa – nem sequer temos começado.

Reggie respirou profundamente, querendo dizer tudo o que havia dito. Nunca em sua vida havia estado tão excitado e quente com uma mulher. Nunca havia querido comê-la viva. E no que se referia a ele, não havia tempo suficiente esta noite para fazer tudo o que queria fazer. Assim não podia desperdiçá-la, mas primeiro.

-Tem alguma coisa que não goste de fazer? – sentiu a necessidade de perguntar

Sentiu como levantou o olhar num momento, e depois disse com a voz suave – Sim, não gosto da dominação.

Ele riu – Então ainda bem que deixei as algemas em casa – e como viu seus olhos abrir, sorriu e disse – Olhe, somente estou brincando, estaria louco se te algemasse, por que prefiro que as coloque em torno de mim.  

No que se referia a Olívia, era um convite perfeito. Deslizou até a borda da cama e como sua mão em seu peito. Sorriu quando ouviu sua respiração pesada. Estava fascinada pela a forma que seus músculos se flexionaram embaixo de suas mãos e pela pele quente embaixo de seus dedos.

-Gosta de tortura? – perguntou com a voz rouca, em um tom tenso.

-Por quê? Se sente torturado? – perguntou inocentemente, espalhando sua mão rumo abaixo de seu estomago.

-Sim – sua resposta foi curta e precisa. Sua respiração soava entrecortada.

-Mas não viu nada, Jack Sprat.

E então sua mão se dirigiu a parte do corpo dele que a havia fascinado desde o momento em que a via. Era longa, grossa e por essa noite era sua. Sua mão se fechou, se contraiu e fechou de novo, gostando da sensação de sujeitá-lo, e acariciá-lo.

Respirando com toda a sua capacidade, Reggie não podia lidar com o que sua mulher misteriosa estava fazendo e se separou, alcançando suas calças para retirar a camisinha do bolso. Rasgou o pacote com os dentes e colocou a camisinha.

A observou tombada na cama, sorrindo para ele, completamente consciente do estado que o havia deixado. Moveu-se tão rapidamente que a pegou desprevenida, e depois estava com ela na cama, colocando-a embaixo dele, tomando a sua boca prisioneira imediatamente, devorando-a como se quisesse devorar a ela. Quando se separou se moveu rumo aos seios, tomando seus mamilos na sua boca, fazendo todo o tipo de coisa com sua língua, logo que ela gritou. Ela lhe rogou que parasse, por que não podia mais.

Mas ele não havia terminado com ela. Queria provar que ela não era a única com mãos que podiam torturar, usou seu joelho para separar as pernas. Depois se colocou entre elas, determinado a colocar sua ereção no lugar que deveria estar.

Havia muito mais que queria fazer – devorar seus seios, lamber toda sua pele – mas nesse momento, o que tinha que fazer antes que sua mente explodisse tinha necessidade de estar dentro dela.

Separou sua boca de seus seios, e respirou profundamente, a olhou, determinado a ver o que podia de seus olhos através da mascara – É uma loucura – disse quase se asfixiando para respirar e controlar suas palavras.

-Pode ser – disse ela, com igual falta de ar – mas é a melhor loucura que tenho vivido. Não pare agora.

A olhou – Está certa disso?

Ela o olhou - Positivo

E com seus olhos fixos, entrou nela.

Sentiu ligeiros espasmos antes de chegar ao fundo, e quando seus músculos interiores o apertaram assim preso no fundo dela. Estava estreita, mas podia sentir como se abria para ele, como uma flor – Isso, relaxa, deixa se levar e me deixe entrar – disse ele.

Como se seu corpo dirigisse ele, continuou a se abrir, ajustando-se, ate que se encaixaram perfeitamente e se curvou ao seu redor como uma luva. Nesse momento, enterrado profundamente dentro dela, somente tinha que provar seus lábios outra vez.. Inclinou-se em sua frente, tomou sua boca e começou a tragar cada profundo e dilacerante o gemido dela.

E então começou a se mover dentro e fora dela, empurrando, depois se retirando, repetindo esse processo uma e outra vez, tocando em cada empurrada com precisão sua zona erógena. Tomou seus lábios e ela deixou fortemente sua marca em seus ombros, gritando a cada golpe dele.

Foi nesse momento quando ele sentiu seu corpo explodir. Então as sensações que a rodeavam, também chegaram ate ele. Jogou sua cabeça para trás, e sentiu os músculos do pescoço tensos, e tomou ar, sentindo suas essência que levava no ar.

Os calafrios o aprisionaram e fechou os olhos com força, quando seu corpo explodiu. Seu orgasmo chegou com a força igual de um maremoto, e continuou empurrando dentro dela, enquanto seus gemidos se mesclavam com os gritos de prazer dela. Com seus corpos completamente enlaçados, suas mentes igualmente conectadas, abandonaram a Terra juntos e se elevaram as nuvens, enquanto um puro prazer os consumia.

-Tenho que ir – disse ela suavemente

Reggie girou a cabeça sobre o travesseiro e olhou a Maravilha. Duvidava poder se mover. Dificilmente podia respirar. Era quase de manhã. Haviam feito amor toda a noite, assim que haviam terminado uma sessão, queriam começar rapidamente outra.

Sabia que tinha que ir, e ele também. Mas não queria que sua única noite juntos acabasse – Sabe que não há nenhuma razão pela a qual não podemos.

Ela se voltou rapidamente rumo a ele e colocou um dedo sobre seus lábios – Sim há. Não pode dizer minha identidade real, Poderia ferir alguém.

Ele franziu o cenho. Não levava anel no dedo, assim havia assumido que não estava casada. E sim

Como se ela tivesse lido sua mente, disse – Não tenho marido, nem sequer tenho um namorado.

-Então quem? – perguntou rapidamente, tentando entender por que não podiam por fim as mascaras. Provavelmente ele teria mais que perder do que ela, por que sua campanha para senador começaria oficialmente segunda.

-Não posso dizer isto tem que ser um adeus.

Antes que suas palavras houvessem saído completamente de sua boca, ele a agarrou e a tomou em seus braços, sabendo que seria a ultima vez que beijaria seus lábios que o havia encantado.

Momentos depois soltou sua boca, renunciando a dizer adeus. Ela escapou de seus braços e começou a se vestir de novo. Ele a observava fazer, se esquentando novamente.

-Vou tirar dinheiro do caixa para pagar o quarto – informou ela

Ele franziu o cenho – Não, não vai fazer isso.

-Devo fazer, foi minha idéia vir aqui – disse ela.

-Não me importa, me ocupei de tudo, assim que não aceitariam o dinheiro na recepção. A ultima noite e por minha conta, e não me arrependo um minuto sequer do que passei com você.

Olívia deslizou para dentro do sapato e o olhou do outro lado do quarto. Estava deitado na cama, em cima da colcha. Nu. Tremendamente masculino – Eu também não me arrependo de nada – disse ela, sentindo verdade em cada palavra. Sentia a tentação de fazer o que ele queria – cruzar o quarto, tirar a mascara tirar a sua também – mas não podia. Não podia nem sequer confiar em si mesma para lhe dar um beijo de despedida. Tinha que ficar claro para os dois que era separação – Está certo de que não quer que pague o quarto? – perguntou

-Sim estou certo.

-Pelo menos me deixe te dar algo

-Não – disse ele rejeitando a idéia.

Não sabia quanto tempo se passou, enquanto olhavam um ao outro, mas sabia que tinha que ir – Tenho que ir agora – disse convencida disso.

Ele se moveu para pegar a rosa e a ofereceu. Ela encurtou a distancia que os separava para pegá-la – Ao menos me deixe acompanhar você até a porta – disse.

Ela sacudiu a cabeça – Não, sairei sozinha.

E rapidamente saiu do dormitório.

Reggie se levantou da cama quando ouviu o som da porta fechando-se. Se sentou na borda da cama, sentindo de repente uma sensação perdida que o tocou no mais profundo de sua alma, sem entender como era possível tal coisa.

Colocou-se de pé para se vestir, e tirou a máscara. Havia cumprido a regra. Levando a mão rumo a sua camisa e a sua gravata, viu algo brilhando sobre o tapete. O alcançou e o recolheu. Era um pingente de diamante que ela levava.

Tomou o pingente na palma da mão, Supôs neste momento que devia percorrer Atlanta de norte a sul para encontrar sua Mulher Maravilha.

A encontraria e a faria sua.

 

                                                                       Capítulo 3

-Então Libby, como foi a festa?

Olívia havia estado perdia em suas recordações sobre a noite anterior, não havia se dado conta de que seu pai estava de pé nas escadas. O olhou e sorriu – Foi simplesmente estupendo – Não necessitava saber que não estava falando da festa e sim de uma festa íntima que aconteceu no hotel Saxon, com o homem misterioso

Foi justo antes das seis quando chegou à casa de seu pai, sabendo que se levantava cedo. Havia subido as escadas e tomado banho. Também telefonou para Terrence, deixando uma mensagem em seu telefone para que apagasse a mensagem que ela havia mandando na noite anterior. Então deitou na cama, no momento que sua cabeça tocou o travesseiro, ouviu seu pai se mover.

Dormiu melhor que em muitos anos. Havia levantado com fome, e a ultima pessoa que esperava encontrar ao chegar nas escadas para ir na cozinha, era seu pai. Normalmente, ia à missa de domingo, ia ao clube de campo de golfe para jogar com seus amigos. Assim por que estava em casa?

Orin encontrou com sua filha no final da escada e lhe deu um abraço – Estou orgulhoso de que tenha se divertido. Sinto-me mal por não ter podido ir com você, mas tinha que escrever o discurso.

O olhou e, não pela primeira vez, pensou que tinha uma boa imagem, e estava orgulhosa de que se cuida comendo corretamente e sendo ativo – Não se preocupa pai

Não queria que ele perguntasse mais detalhes sobre a festa, por isso fez uma pergunta rápida – Por que está em casa e não no campo de golfe?

Ele sorriu enquanto agarrava seu braço e a levava a cozinha – Cathy me ameaçou com horríveis conseqüências se fosse hoje, antes que tivesse a oportunidade de vir e repassar o discurso.

Olivia sorriu, mas não disse nada naquele momento. Cathy Bristol levava ao menos quinze anos trabalhando como secretária de seu pai, e Olivia não podia evitar se perguntar quando seu pai ia se dar conta de que a mulher estava apaixonada por ele. Olívia o tinha imaginado quando era adolescente e quando se tornou maior perguntou aos seus irmãos. Igual ao seu pai não haviam se dado conta. Mas ao menos Duan e Terrence haviam aberto os olhos enquanto seu pai não fazia. Cathy era uma viúva de quarenta e oito anos que havia perdido seu marido uns dezoito anos antes, quando morreu em um acidente de carro, deixando-a com dois filhos pequenos.

-Então quando vem Cathy? Tenho vontade de vê-la

Seu pai sorriu – Ao meio dia, a convidei para comer aqui, antes de colocá-la para trabalhar.

-Repassar seu discurso?

-Sim – disse ele quando chegaram à cozinha e sentou-se à mesa – Consegue editar bem as coisas e dar sua opinião. Como este é meu primeiro discurso quero impressionar aos que ouvirem. Vai ser um desses debates em que todos os candidatos falam.

Olívia assentiu quando tirava uma maçã da fruteira e se sentava na frente dele.

Orin franziu o cenho – Não será só isso que vai tomar de café da manhã?

-Acredito que sim – disse ela antes de morder a maçã

-Está muito magra – assinalou – deveria comer mais.

Olívia somente podia sorrir, Não havia maneira de que dizer a seu pai que havia comido bastante essa noite. Depois de fazer amor várias vezes, haviam pedido algo ao serviço de quarto e haviam comigo até encher o estômago e voltaram para cama para fazer amor mais vezes

Tentando mudar de assunto disse: - Então diga-me algo sobre esse homem que se atreve a competir contra meu pai.

Orin se endireitou na cadeira – É um desses Westmoreland. Uma família conhecida em Atlanta. É jovem, tem trinta anos, e tem uma empresa de contabilidade.

Olívia assentiu. Ela recordou o nome e não se equivocara, Duan e Terrence haviam ido ao colégio com alguns deles. Era uma grande família – Então, qual é o seu programa? Em que se diferencia?

-Em muitos assuntos estamos de acordo. Nosso maior desacordo é se a Geórgia pode financiar outra faculdade pública. Ele acredita que sim, e eu não. Temos várias faculdades estupendas nesta área. Por que íamos necessitar outra?

Olivia não pode evitar sorrir, por que seu pai não tinha nenhuma experiência em política. Realmente, seus irmãos e ela tinham se surpreendido quando disse que ia se apresentar as eleições. A única razão que lhes ocorria era que seu bom amigo e companheiro de golfe, o senador Albert Reed, ia se retirar e queria alguém que conhecesse e pudesse influenciar para substituí-lo. Não que seu pai fosse fácil de influenciar, mas era conhecido por reder-se diante um bom argumento, sem entender completamente o transtorno

-E o jovem Westmoreland se apóia em seu sobrenome, já que há varias celebridades em sua família. Um de seus primos e corredor de moto e o outro é um escritor.

E teu filho é um conhecido ex-jogador de futebol da liga nacional, quis dizer ela. A quem havia sido mencionado por aparecer com uma mulher fácil. Assim era igualmente ruim.

Olivia não disse nada, mas escutou, enquanto dava outra mordida na maçã. Ao menos tratava de escutar. Mais de uma vez sua mente deu um giro rápido e seus pensamentos se encontraram à deriva de lembranças que se perdiam no ar, do homem alto, moreno e lindo que havia conhecido e com quem havia passado uma noite maravilhosa. Podia recordar vivamente seus beijos e o método lento, extremamente minucioso que havia sido cada vez que havia tomado sua com a dele, devorando seus lábios, com selvageria, sem pressa e distração

E tinha vezes que sua boca a havia tocado por todas as partes, acendendo-a desde a nuca ate a espinha dorsal, por todo o corpo, saboreando seus mamilos e fazendo que se desse conta de sua paixão oculta – paixão que ele havia conseguido trazer para fora dela.

O único mal da noite anterior era que tinha perdido seu pingente de diamantes que tinha comprado um ano antes de ir a Paris. Os pingentes eram um presente que havia feito quando conseguiu o trabalho de seus sonhos. Ficaria feliz que o devolvessem, mas sabia que isso não ia acontecer, teria que ser a primeira a admitir que pela noite que passou nos braços de seu fugaz amante, valia a pena perder.

O som da porta chamou sua atenção e a trouxe de volta ao presente.

-Deve ser Cathy – disse Orin. Levantou-se rapidamente da mesa e se dirigiu a porta.

Olívia estudou seu pai e somente pode agitar a cabeça. Sentia-se tremendamente emocionado com a chegada de Cathy. Olivia não podia evitar se perguntar se seu pai havia aberto por fim os olhos e havia visto que o café cheirava sem ser consciente que havia estado aspirando ao aroma. Havia passado tempo suficiente com seus irmãos para saber que quando se trata de assuntos do coração eram bastante lentos.

Girou no seu assento quando ouviu uma voz feminina, a voz de Cathy. Olívia sorriu quando viu a mulher que acreditava que seria boa para seu pai e se perguntou outra vez por que seu pai não havia pedido que fosse sua acompanhante para algumas de suas funções. Cathy era muito linda, Olivia pensou, enquanto os olhava a caminhar rumo à cozinha, se completavam muito bem.

Brent agitou sua mão na frente do rosto de Reggie – Ouve-me, está com a gente ou está em alguma parte de Lalandia?

Reggie dispensou e seu olhar centrou-se no homem que estava na frente dele, antes de ir a mulher estava junto dele, Pam Wells. Brent havia contratado Pam como conselheira de estratégias.

-Desculpe-me – disse já que não tinha sentido negar que não estava entendendo – Minha mente foi a outro lugar por um momento – De nenhuma maneira diria a Brent que estava relembrando os momentos da noite anterior. Brent era a pessoa mais centrada que Reggie conhecia. Reggie sabia que Brent queria que ele estivesse igualmente centrado.

-Esta bem, vamos repassar o plano de amanhã – disse Brent entregando-lhe uma cardeneta cheia de papeis – O almoço no Centro de Cívico, e tanto Jeffries como você vai falar. A ordem de quem fala primeiro é decidida lançando uma moeda. O discurso está dividido por partes. Só assegura-se de usar seu carisma. Jeffries fará o mesmo. Sem ser direto e dizer, tem que fazer que todos te vejam como uma voz de mudança. Tem que mostrar a Jeffries como mais do mesmo, alguém que representa o status quo.

-Esta bem. Diga-me alguma informação pessoal sobre Jeffries, além de que é o pai do Santo Terror.

Ao princípio de sua carreira como jogador, Terrence Jeffries havia sido apelidado o Santo Terror pelos esportistas. Reggie havia entendido que Terrence era agora um conhecido homem de negócios que vivia em os Cayos de Flórida.

Reggie assentiu – Isso é tudo? Dois filhos?

Pam moveu a cabeça – Também tem uma filha, a mais jovem. Tem vinte e sete anos, uma artista que vive em Paris. Acredito que voltou para casa para a campanha.

Reggie ergueu uma sobrancelha – Por quê?

Pam sorriu – Para se fazer de acompanhante do pai em todas as arrecadações de fundos a que tem que aparecer. Pelo que entendo. Não tem saído com ninguém desde que sua mulher se foi o abandonando.

Reggie franziu o cenho – E quando foi isso?

Faz vinte e poucos anos. Criou seus filhos como pai solteiro – disse Pam

Reggie assentiu admirando imediatamente esse homem por tomar este trabalho. Ele tinha a sorte de ter seus pais ainda em vida e casados, não podia imaginar- se sem eles de outra maneira. Havia ouvido a seus primos e irmãos falar de como difícil era ser pai, assim admirava qualquer pessoa que o tenha feito sozinha.

-Como sabe Orin Jeffries, é um advogado corporativo nas indústrias Nettleton. Tem mais de trinta anos trabalhando para eles. E tem quase vinte e cinco anos mais que você. Provavelmente alegará a diferença de idade e o grau de experiência – adiantou Brent

Reggie sorriu – Estou certo que o fará.

-Quer revisar seu discurso de amanhã? – perguntou Brent.

Reggie cruzou seu olhar com o do amigo – Não, ainda não o escrevi – A preocupação refletiu no rosto de Brent e não pela a primeira vez, Reggie pensou que seu amigo se preocupava demais.

-Mas pensei que ia fazer ontem, quando voltasse do baile de máscaras dos bombeiros – disse Brent.

Reggie suspirou. De nenhuma maneira ia dizer que não voltou para casa desde o baile ate essa manha, por que havia feito uma pequena parada no hotel Saxon. Realmente, havia sido mais que uma pequena parada. A palavra rápida não descrevia nada o que ele e a Mulher Maravilha tinham feito durante a noite. Não havia ter pressa.

Antes que Brent pudesse lhe dar uma bronca Reggie disse – Farei os dois se vão. Se quiser passar depois e revisá-lo é livre para fazê-lo.

Um olhar severo apareceu no rosto de Brent – Não acredito que o faça.

Reggie colocou os olhos em branco – Não volte antes das seis da tarde.

Brent ergueu uma sobrancelha – Por quê?

-Por que necessito dormir

Brent riu – Nunca perde de dormir  

Determinado a não explicar nada, Reggie disse: - Eu sei, mas necessito de uma.

Quando Pam e Brent se foram, Reggie telefonou aos seus pais, Normalmente aos domingos ia jantar, e não queria que sua mãe se preocupasse quando não aparecesse.

Depois de convencer a Sarah Westmoreland de que não tinha nenhuma gripe e somente necessitava descansar, era esperto para terminar o telefonema, mas ela retornou o telefonema, mais tempo do que ele havia previsto para lhe dar uma receita de uma sopa...como se fosse tomar o tempo de prepará-la. Não e que ela pensasse que ia fazer, só esperava que tivesse alguma amiga disponível para fazer.

Ele não pôde evitar sorrir, enquanto subia as escadas de seu dormitório. O sonho de sua mãe era viver para ver seus seis filhos casados e ela e seu pai rodeados de netos. Uma luta contra câncer de mama vários anos antes havia dado mais determinação para ver cada um de seus filhos felizmente casados.

Seu sonho havia se cumprido – quase, o recente anúncio de Jared, que ele e sua mulher Dana, iam ser pais no outono significando que todos os filhos de James e Sarah Westmoreland – com exceção dele – estavam casados e tinham filhos ou estavam esperando. Quade havia impressionado todo mundo com seus trigêmeos. Mas os partos múltiplos eram comum nos Westmoreland.

Quando chegou ao seu quarto, começou a tirar a roupa, recordando quando havia ficando nu para uma pessoa na noite anterior. Havia se dado conta de que os olhos da Mulher Maravilha se haviam dirigido a ele, enquanto estava tirando cada peça de roupa... igual seus olhos tinham olhado a ela.

Enquanto deslizava entre os lençóis, se prometeu que quando se levantasse, haveria esquecido essas lembranças e voltaria a concentra-se no presente outra vez. Nessa manhã havia pensando em buscar a Mulher Misteriosa, e, todavia pensava fazê-lo, mas por Brent e o pessoal de sua campanha, devia concentrar todo seu tempo e energia em ganhar as eleições.

Mais ainda assim...

Pensou no pingente solitário que tinha na gaveta da sua penteadeira. A caminho da oficina, havia parado na joalheria favorita de Jared, a joalheria Garbella, para ver se podia dizer algo sobre o pingente, como quem o havia desenhado e provavelmente quem o tinha comprado. Comprovar algo assim não devia leva muito tempo e não o faria perder a concentração.

Enquanto sentia que ia dormir, sua mente foi inundada de mais lembranças. Perguntava-se quanto poderia durar essa fascinação, essa vertiginosa, dilacerante obsessão com a mulher misteriosa.

Olívia se sentou em uma cadeira no outro extremo da sala, seu olho observador se dirigiu a seu pai e Cathy. Tentando não rir quando viu como se olhavam um ao outro, quando o outro não estava olhando, lhes estavam custando, mas por uma parte, estava orgulhosa. Mais cedo ou mais tarde, seu pai se daria conta de que Cathy era o melhor que havia acontecido. Incluindo então, depois de trabalhar como sua secretária durante quinze anos, sua relação era ainda profissional. Sabia que com o tempo mudaria, faria o que pudesse para ajudar.

-Papai?

Orin levantou os olhos de sua cadeira atrás da mesa e a olhou. Cathy estava de pé ao lado dele. Suas cabeças estavam juntas enquanto Cathy criticava o discurso – Sim carinho.

-Por que me pediu para te acompanhar nas arrecadações de fundos quando tem a Cathy aqui mesmo?

Como se tivessem se dado conta, Cathy ficou vermelha, e seu pai abriu a boca como se estivesse surpreendido dela perguntar isso. Antes que pudesse a fechar para responder, Cathy falou, balbuciando sua explicação.

-Não, não há maneira que Orin faça isso, sou sua secretária.

Olivia sorriu – Oh – o que estava tentando dizer era que secretaria ou não, Cathy também é mulher da qual seu pai não podia tirar os olhos. Não podia esperar para falar com Duan e Terrence.

Depois, por sorte o destino, como se estivesse predestinado, o seu celular tocou, quando se levantou e tirou do bolso traseiro da sua calça jeans, viu que era um telefonema de Terrence.

Como sabia que era melhor telefonar em particular disse – Perdão, um momento enquanto atendo o telefone – saiu rapidamente da cozinha e fechou a porta de atrás dela.

-Sim Terrence?

-Que demônios acontece com você Libby? Por que me mandou aquela mensagem de um numero desconhecido e depois me mandou outra mensagem esta manhã dizendo para apagar o número.

Olívia lambeu o lábio nervosa. Terrence faria perguntas, mas se desse uma razão com créditos, a deixaria ir, enquanto que Duan seguiria fazendo perguntas

-Ontem fui a uma festa de caridade e conheci um homem, Me pediu que o seguisse a um bar em Stone Mountain, e fui, mas pensei que devia tomar precauções.

-Essa foi uma boa idéia. Garota esperta. Como era o bar?

-Um, bom, mas não comparei com o Hurricane – disse sabendo que ele gostaria de ouvir que o bar que tinha em os Cayos estava no topo de sua lista.

-Você é mais esperta do que eu pensava. E papai como está? Não abandonou a carreira de senador ainda?

Olívia sorriu. Terrence e Duan haviam apostado que mais cedo ou mais tarde, quando Orin provasse a política realmente, a deixaria. No princípio havia estado de acordo com eles, mas agora não estava segura – Não sei Terrence. Acredito que chegará ate o fim com isso.

-Um isso é interessante. Ainda acredito que Reed convenceu a papai para que se apresentar-se em seu próprio beneficio. Vou telefonar para Duan, talvez tenhamos que falar com papai disso.

-Chegará tarde. O primeiro debate é hoje, e já vai fazer um discurso. Tem trabalhado durante dois dias. O único bom disso tudo e que Cathy e ele estão trabalhando juntos.

-Libby sempre trabalham juntos, é sua secretária.

-Sim, mas estão trabalhando juntos, de maneira diferente, em assuntos que não são as indústrias Nettleton, realmente, está aqui agora.

Pode ouvir que seu irmão ria – Segue querendo ser cupido de verdade?

-Posso, já que estou aqui e não tenho nada melhor para fazer – pensou em Jack Sprat. Havia estado tentando desenhar uns esboços e fazer alguns esboços para passar o tempo. Havia pensando em pintar a seu homem misterioso com a máscara e depois jogar para ver se conseguia um esboço de como imaginava que seria sem a máscara. Tinha se desiludido de fazer

-Bom, irei em algumas semanas, assim que não se coloque em problemas logo então, boa menina.

Ela riu – Não posso prometer nada, mas tentarei

 

                                                   Capítulo 4

Brent tinha aprovado seu discurso, pelo Reggie estava seguro que se sairia bem. Caminhou em torno da recepção do almoço, cumprimentando a todo que já haviam chegado ao debate. Aquele seria o primeiro de vários eventos idealizados para dar as pessoas oportunidade de conhecer cada candidato. Havia conhecido Orin Jeffries quando chegou ali e pensou que o homem era um tipo agradável.

Vários membros de sua família estavam ali, igual seus vários amigos. Eram pessoas que acreditavam nele, o apoiavam e contavam com ele para fazer algumas mudanças na política atual.

Uma carreira política era a última coisa que havia passado por sua cabeça, nunca havia sido um desejo do seu coração, até recentemente. Havia se indignado diante da negativa dos senadores atuais de reconhecer que o estado necessitava de mais uma faculdade. Mais e mais jovens estavam decidindo iniciar cursos superiores, e o baixo preço da faculdade pública em consideração a particular era um fator determinante. Já era difícil para eles conseguirem o dinheiro que necessitavam, mas quando eram rejeitados pela superlotação das universidades, era algo inaceitável. Todo aquele que quisesse uma educação superior devia tem uma. Geórgia necessitava de outra universidade pública, e estava disposto a lutar por isto.

A Faculdade de Geórgia era uma faculdade pública mais antiga do estado, tinha sido fundada pela Assembléia Geral e Geórgia quase dois séculos antes. Igual naquele tempo se necessitava oportunidades para educação, então também se necessitava agora. Realmente, havia doado o terreno dez anos antes. Agora uns legisladores estavam tentando acabar com a outra para se apropriar do terreno para construir uma área recreativa – um parque, principalmente composto por um campo de golfe.

Olhou seu relógio. Em menos de dez minutos, seria servida a comida, depois da metade do almoço, cada candidato teria a oportunidade de falar. Havia ao todo oito candidatos.

Decidiu que devia desviar sua atenção por um momento e pensou na visita que fez esta manha na joalheria Garbella. O senhor Garbella disse que o pingente era uma fina peça de artesanato. Os diamantes eram reais e de boa qualidade. Duvidou que a peça tivesse sido comprada neste país. Pensou na forma como estavam colocados só diamantes e falou que eram europeus. O senhor Garbella continuou dizendo que esse par devia ter custado muito dinheiro. Depois de visitar o joalheiro, Reggie estava mais determinado do que nunca a encontrar a Mulher Maravilha e devolver o pingente perdido.

Quade e seu primo Cole, que haviam saído recentemente – Quade de um trabalho de alta segurança para o governo e Cole era guarda florestal do Texas – haviam unido forças para começar uma rede de companhias de segurança, algumas das quais incluía investigação particular. Perguntava-se se estariam interessados aceitá-lo como primeiro cliente.

Olhou seu relógio outra vez antes de olhar para o outro lado da sala, cruzar seu olhar com o de Brent. Tinha dez minutos para dar uma volta e depois todo mundo se sentaria para comer. Odiava admitir, mas estava em sua área. Talvez uma carreira política não fosse para ele, depois de tudo.

Olívia esperou que faltasse somente um momento para começar o almoço para fazer sua entrada e se unir ao seu pai. De acordo com o gestor da campanha, Marc Norris, sua entrada era parte de uma estratégia coordenada. Queria que ela entra-se na sala e monopoliza-se a atenção de um lado da sala, enquanto seu pai monopolizava o outro. Sutil, mas consciencioso.  

Quando mencionou sua estratégia essa manhã, enquanto se unia a Olívia e seu pai para tomar café, a incomodou que aquele homem não tinha nenhum senso comum. Evidentemente, Norris duvidava que ela pudesse se conter durante nenhuma discussão, mas para não causar problemas, havia decidido guardar suas opiniões para ela.

Viu que se interessavam por ela desde o momento que entrou na sala. Muita gente sabia que Orin Jeffries tinha uma filha, mas muitos haviam ouvido sobre seus dois irmãos famosos que faziam sombra em sua mente. Praticamente todo o país conhecia o Santo Terror, tanto se gostava ou não de futebol. Desde que se retirou do futebol Terrence era conhecido por seu trabalho em várias organizações de caridade. Também falou um conhecido programa de rádio, Falando de Esporte, do sul da Florida, que podia se dedicar a organização no próximo ano. Duan havia aparecido nos titulares nacionais vários anos antes, quando seu trabalho secreto como detetive havia desmascarado um casal que tentava trazer o crime organizado para a Geórgia.

Mas não a incomodou que no mínimo as explorações de seus irmãos houvessem feito as pessoas não ouvissem sobre ela. Ainda mais, levava quatro anos fora do país, voltando somente para visitas ocasionais, principalmente nas férias.

Começou a se mover, apresentando-se como a filha de Orin Jeffries, e um susto quando viu a surpresa e depois no reconhecimento em muitos rostos. Acidentes deste tipo estavam acontecendo todo o tempo.

-Olívia, que bom te ver novamente. Tem passado muito tempo desde que estivesse aqui, mas me recordo de você. Deve estar muito orgulhosa de seu pai e de seus irmãos.

-Sim, estou senhora Hancok, como está Beau? Tenho entendido que está muito bem. Deve estar orgulhosa dele.

Viu como iluminava os olhos da mulher, assim que começou a falar de seu filho. Era uma mãe muito orgulhosa. Olívia conhecia Beau desde a escola. Ao menos que tivesse mudado com os anos, Beau era um completo idiota. Pensava que era um presente de toda menina da escola Collinshill.

Olhou o relógio. Tinha dez minutos antes que todos se sentassem para comer. Havia telefonado ao hotel Saxon com a esperança de que alguém da arrumação tivesse encontrado seu pingente de diamantes e tivesse devolvido. Não havia sido o caso. Uma parte dela estava decepcionada de que não fosse assim.

Ainda faltava passar por uma parte da sala. A senhora Hancock, relatando as explorações de Beau, havia tomado boa parte do seu tempo. Agora estava caminhando entra as pessoas e falando com todo mundo, como tinha sugerido Norris.

-Esta fazendo um trabalho maravilhoso manipulando a atenção – sussurrou o senador Reed. O homem mais velho havia aparecido de repente ao seu lado.

Forçou um sorriso. Por alguma razão, nunca tinha gostado dele – Obrigada

Já tinha conhecido vários candidatos desde que entrou na sala, mas faltava por conhecer o homem que competia com seu pai, Reggie Westmoreland.

Segundo avançava entre as pessoas se dirigindo a parte em que Reggie Westmoreland estava roçando seus ombros com a multidão, sua curiosidade pelo o homem que competia contra seu pai não pode evitar de aumentar. Começou a perguntar ao senador Reed por ele, mais mudou de opinião. A opinião do senador não era a mais valiosa.

-Está muito linda, Olívia.

Olhou o senador, que parecia ter a determinação de permanecer ao seu lado. Era vários anos mais velho que seu pai, e por alguma razão, sempre a havia feito se sentir incomodada.

-Obrigada senador, se posso dizer que você também esta bonito. Coisa que era certa. Igual a seu pai, se via muito bem sua idade, mas o senador Reed sempre tinha o ar esnobe, como se esperasse um pouco mais dos outros.

-Foi minha idéia que seu pai te chamasse – quando ela deixou de caminhar o olhou com uma sobrancelha levantada, adiantou: - Estava em um dilema e pensou que trazer você para casa como sua acompanhante era a resposta perfeita.

Tinha um espelho, e trazê-la para casa não havia sido uma resposta perfeita. O dilema podia ter levado seu pai a pedir Cathy que o acompanhasse a algumas dessas funções. Por não dizer como haveriam acontecido as coisas se o senador não houvesse se intrometido.

Ia abrir a boca para dizer ao senador Reed que seu pai era suficientemente maior para pensar por si mesmo, quando, de repente, sem razão alguma, respirou rapidamente. Olhou um pouco mais a sua frente, um pouco mais de um metro dela, de frente, estava um homem de costas.

O primeiro que se destacou foi sua altura, era mais alto que o homem com quem estava falando, havia algo em sua altura em particular a forma que sua cabeça se movia, enquanto escutava um dos homens que conversava que a deixou encantada.

Usava um traje, ela somente podia admirar como lhe caia. A altura de seus ombros e sua cintura enviou uma sensação de familiaridade. Parou de andar momentaneamente e recompôs sem entender o que acontecia.

-Algo errado, Olívia?

Olhou o senador Reed e viu preocupação em seus olhos. Sabia que não podia dizer o que estava pensando. Não podia comunicar suas suspeitas a ninguém.

Necessitava ir a outro lugar para se recompor, considerando a grande possibilidade de que o homem parado não muito longe deles era Jack Sprat. O que estava tão metida em suas lembranças daquela noite assumia rapidamente qualquer homem dessa altura, com ombros largos, era seu homem misterioso?

-Olívia?

Em vez de dizer nada, passou seu olhar ao senador para aquele homem, que, todavia estava de costas. Foi nesse momento que ele girou rápido eu seu olhar pousou nela. Em um segundo, tomou ar enquanto examinava seu rosto, e seu olhar se concentrou na mandíbula firme de forma angular. Seu olho de artista também se fixou em outras coisas, havia coisas que outros provavelmente não notaram – a completa simetria do seu rosto, que era evidente com ou sem máscara, a forma de sua cabeça e o alinhamento de suas orelhas, e suas bochechas. Eram coisas que reconhecia.

Coisas que recordava.

E supôs, sem dúvida, que estava diante do homem com quem havia passado a noite de sábado. O homem cujo corpo havia dado horas e horas imensuráveis de prazer. Ao que parecia impossível – já que estavam de máscaras todo o tempo – tinha a sensação de que ele a olhava com a mesma intensidade que ela a ele, como se a tivesse reconhecido também.

-Olívia?

Rompeu o contato visual com o desconhecido para olhar o senador. O homem estava começando a incomodá-la, mas no momento era a pessoa que podia dizer o que necessitava saber – Senador Reed, esse homem ali, aquele que está nos olhando. Quem é?

O senador seguiu o olhar e franziu o cenho – Tinha que conhecê-lo de todas as formas. Esse homem senhorita, é o nosso inimigo

Engoliu a saliva antes de dizer – O inimigo?

-Sim o inimigo, esse homem que enfrenta seu pai pelo o posto de senador.

A cabeça de Olívia começou a dar voltas antes que o senador pudesse dizer mais.

-Esse querida – disse o senador – é Reggie Westmoreland.

Era ela.

Reggie sabia com a respiração rápida. Seus lábios a delatavam, não sabia que parte delatava ele, mas sabia que enquanto estava de pé, olhando-se um ao outro, eram tão conhecidos como outras duas pessoas qualquer.

Era raro. Havia estado ali com Brent e seu irmão Jared, seus primos Dare e Thorn, e a mulher de Torn, Tara. Havia estado escutando Thorn, um corredor e fabricante nacional de motos que estava lhes contando um pedido que havia recebido para construir uma moto para o ator Matt Damon. Então, de repente, sentiu uma estranha sensação, seguida por uma agitação em seu estomago.

Havia virado e olhado diretamente para o seu rosto. Sua Mulher Maravilha.

Não podia reconhecer nenhuma característica facial, mas seus lábios eram um presente mortífero. Descaradamente sensuais, os havia beijado, lambido, chupado e provado até satisfazer seus desejos. Conhecia sua forma, sua textura e qual a parte deles eram sensíveis que quando tinha tocado, ela tinha gemido.

Estava completamente impressionante em sua elegante saia e blusa que usava. A roupa completava a figura. Mesmo que não tivessem se conhecido, faria o possível para que fosse resolvido. Fora do seu campo de visão, vários homens a olhavam e entendeu por que. Era preciosa.

Perdeu o controle e seus pés começaram a ir rumo a ela.

-Reggie, o que esta fazendo? – perguntou Brent

Não respondeu, por que sinceramente não sabia o que dizer. Continuou caminhado até que parou em frente ao senador e a mulher. O senador o olhou, e franziu o cenho. A mulher não sabia como não olhar para ele. Estava em transe, igual a ele.

Sua voz disse: - Bom tarde, senador Reed. E um prazer vê-lo de novo.

Era mentira se deu conta de que o senador sabia, mas não se importou. Certificando-se, obrigava ao senador os apresentar, e se necessitava mentir, o faria.

-Westmoreland, vejo que decidiu vir por ela – contestou o senador.

Reggie dirigiu um sorriso que não chegou aos olhos – É claro – Então voltou a olhar a mulher de novo. O senador seria totalmente maluco se não os apresentasse, se havia algo que Reggie sabia sobre ele, era que guardava muito bem as formas.

-Deixe-me te apresentar a Olívia Jeffries. Olívia, este e Reggie Westmoreland – disse o senador

Quando mencionou seu nome, a mente de Reggie começou a da voltas – Jeffries? – respondeu

-Sim – disse o senador com um grande e pretensioso sorriso – Jeffries. E a filha de Orin Jeffries, que veio de Paris e ficará aqui enquanto dure a campanha.

Reggie assentiu sem tirar os olhos de Olívia. Então lhe deu a mão – Olívia, é um prazer conhecer você. Estou certo de que seu pai estará contente que esteja em casa.

-Obrigada – respondeu Olivia

Os dois sentiram quando suas mãos tocaram, e os dois sabiam. Eram as mesmas sensações que os havia levado a abandonar a festa de sábado a noite para ir a outro lugar sozinhos, com o único propósito de se conectar intimamente. Reggie abriu a boca para dizer algo e então uma voz no microfone o parou.

-Todo mundo deve tomar seus lugares para que se possa servir a comida. O número de sua mesa está em seu bilhete.

-Muito prazer conhecê-lo senhor Westmoreland – disse Olívia, sem saber que dizer neste momento.

Sinceramente ela pensava que não o veria outra vez, nem nesse dia, nem nunca. Agora que o conhecia seu problema – era filha do homem que competia contra ele politicamente – esperava aceitar o inevitável. Nada havia mudado. Mesmo com sua identidade descoberta, não podia haver nunca mais nada entre eles, esquecer o que aconteceu sábado à noite.

-Muito prazer conhecer você também, senhorita Jeffries – disse Reggie, então fez algo comum entre os franceses mais raro entre os americanos. Inclinou-se ligeiramente, tomou sua mão e a levou a seus lábios, a beijou antes de dar meia volta e ir para sua mesa.

 

                                                   Capítulo 5

Olivia se deu conta que cada vez que levava o garfo na boca, seu olhar desviava automaticamente para a mesa contínua, em que estava sentado Reggie Westmoreland. E cada vez, inequivocamente, seus olhares se encontravam.

Depois de ter lhes apresentado pediu desculpas ao senador, sorrindo, dizendo que tinha que ir ao serviço. Uma vez ali havia respirado profundamente. Era uma sorte que não havia desmaiado. Com a máscara colocada, Reggie Westmoreland era bonito. Sem a máscara, lhe tirou o ar. Enquanto estava na frente dele, havia tido que guardar suas emoções e sensações que fluíam nela.

Seus olhos eram muito escuros, quase como chocolate, e sua forma que tinha estado escondido no sábado à noite, era cor de amêndoa, embaixo das sobrancelhas densas. Havia necessitado todo o seu poder para relaxar seus músculos. Quando havia tomado sua mão e beijado a palma antes de ir, pensou que ia desmaiar ali mesmo.

-Libby, esta bem? Quase não tocou na comida – disse seu pai, interrompendo seus pensamentos.

O olhou e sorriu – Sim papai estou bem

-Westmoreland é a causa – disse o senador Reed – o encontrou justo antes de se sentar. Havia dado dor no estômago.

Seu pai franziu o cenho – Foi mal-educado com você, carinho? – perguntou profundamente preocupado.

Ia abrir a boca para assegurar seu pai que Reggie não havia sido mal-educado quando o senador disse: - Foi um aproveitador com ela, Orin

Ignorou o comentário, pensando que não sabia nem a metade do assunto, em vez disso, respondeu a seu pai – Não, não foi mal-educado papai. Mesmo assim, somente nos falamos brevemente, acredito que tenha sido muito amável – sorriu – mais bem encantador.

-O inimigo nunca é amável e nem encantador, Olívia, Recorda-se – disse o senador falando com ela como se fosse uma menina – recomendo que durante a campanha, fique longe dele.

Ia falar novamente e dizer ao senador que não se importava nenhum pouco o que lhe recomendasse, quando falou seu pai.

-Não tem com o que se preocupar Libby, é uma mulher esperta. Nunca se juntaria com pessoas como Westmoreland.

Gente como Westmoreland? Havia algo de Reggie que seu pai e o senador sabiam que ela não? Perguntou-se. Dava por certo que seria assim, já que havia chegado ao país na sexta. Mas ainda assim, sentia desgosto na voz de seu pai e considerou a razão dele. Era somente por causa da campanha ou havia mais? Marc Norris era a única pessoa mais que havia na mesa e não estava dizendo nada. Mas Norris não parecia alguém que gostasse de fofoca. Não o conhecia bem. Realmente, o havia conhecido na sexta de tarde.

-Bom, se não o conhecesse bem, pensaria que Olívia e Westmoreland se conheciam antes – disse o senador Reed

A palavra do senador quase a fez soltar o grafo. Tinha que segurá-lo com força. Pensou em Reggie. Havia sido tão obvia sua reação em frente ao outro?

Houve um silencio na conversa, e supôs por esse momento de silêncio que eles esperavam que respondesse. Assim o disse – Então é bom que me conheça melhor, não acha senador?

Disse essas palavras tão docemente que não havia maneira de nada determinar se estava sendo sincera ou sarcástica. Antes que pudesse continuar a conversa, um dos promotores do evento se levantou e foi ao pódio anunciar que os discursos iam começar.

-Esta bem, Reggie, o que acontece com você e essa mulher da outra mesa? Essa que não tira os olhos de cima – disse Brent em um sussurro se aproximando de Reggie.

Reggie ergueu uma sobrancelha – Que te faz pensar que aconteceu algo?

Brent riu – Tenho olhos. Vejo. Sabe que é a filha de Jeffries Orin.

Reggie se arrumou na cadeira. Não podia um lanche mais, ainda não havia comido muito. Assim tentava recuperar do efeito de que ele e sua mulher misteriosa se tiveram conhecido finalmente – Sim, o senador nos apresentou. De má vontade adiantou. Não muito contente fazê-lo – disse Reggie

-Imagino, provavelmente a quer para ele – quando Reggie o olhou de surpresa, Brent explicou – Reed gosta das jovenzinhas. Uma vez saiu com alguém de sua empresa. Havia tentando sair com ela várias vezes e terminou deixando o trabalho quando o homem não a deixava em paz. Esse homem leva a relação sexual a um novo nível.

A mandíbula de Reggie ficou tensa. O pensamento de que o senador poderia estar remotamente interessado em Olívia, lhe ferveu o sangue – Mas é amigo do seu pai.

-E isso significa alguma coisa? – se opôs Brent tratando de manter a voz baixa – Suponho que significaria algo para um homem de honra, mas Brent não e honrável. Não ha lei de máximas legislaturas aqui, assim que uma pergunta por que não se apresenta novamente. Dizem os rumores que deram a opção entre deixar e ter seu caso – ou seja, com mulheres com o dobro de sua idade – nos jornais. Suponho que como assim está casado e sua mulher é mais rica que ele, ainda esta presa a cama, ele não queria isso.

Reggie moveu a cabeça – Bom não deveria se preocupar com Olívia Jeffries.

-Isso por quê?

Reggie não disse nada por medo de dizer demais. Ao final não teve que responder por que era sua vez de falar.

-Fez um bom discurso papai. Tem feito um bom trabalho – disse Olívia uma vez para seu pai assim que chegaram em casa.

-Sim, mas Westmoreland também – disse Orin dirigindo-se a cozinha – Tem tentando que me vissem como alguém que não apóia a educação superior.

-Mas somente por que está contra qualquer lei para construir outra faculdade pública – lhe recordou.

-Temo suficientes faculdades Libby.

Decidiu mudar de assunto já que não estava de acordo com seu pai nesse assunto. O último que queria era começar uma discussão sobre Reggie Westmoreland e seu discurso. Durante o almoço, havia chegado à conclusão que nem seu pai e nem senador queriam se ver envolvidos na competição

Olhou o relógio – Acho que vou mudar de roupa e ir ao parque e pintar um pouco

-Sim deve fazê-lo enquanto ainda tem luz do sol. Pega meu carro se quiser, não tenho mais que usá-lo hoje. Esse carro alugado que tem é muito pequeno – disse Orin, tirando a gravata e se dirigindo as escadas.

Ela sabia que estava decepcionado de alguma maneira pelo modo que tinha se desenrolado o almoço. Evidentemente, havia assumido que o havia feito acreditar, que conseguir o cargo de senador seria uma brisa. O havia sido provavelmente se Reggie Westmoreland não houvesse decidido lançar seu chapéu ao ringue na ultima hora.

Tinha que admitir que ainda que o discurso de seu pai tivesse sido bom, o de Reggie havia sido melhor. Em vez de falar de generalidades, se concentrou em um assunto especifico, havia sido um discurso eloqüente. Parecia que ao mover os olhares pela a sala enquanto falava seus olhos a buscavam. Cada vez que o havia feito, ela o havia olhado, havia sentido que podia ver um desejo oculto no mais profundo dele. Sentou-se ali com seus mamilos duros empurrando o tecido de sua blusa todo o tempo.

Tudo o que teve que fazer era estudar os lábios para recordar como esses lábios haviam deixado marcas em seu corpo, como com sua língua, havia passado por seus seios, chupando-os, sugando-os e mordiscando.

Quando o almoço havia acabado, em vez de perder o tempo, havia tirado seu pai dali, com a necessidade de evitar encontrar outra vez com Reggie. Não tinha sido capaz de manejar a situação, se não o havia feito, somente teria aumentado as suspeitas do senador Reed. Por alguma razão, esse homem estava seguindo os seus passos.

Olívia havia mudado de roupa e estava olhando sua bolsa de arte para colocá-la no ombro quando ouviu o som de seu celular. Não reconheceu o numero, mas atendeu a chamada.

-Alô?

-Vamos nos encontrar em algum lugar  

Sentiu perdendo a força nos seus joelhos ao ouvir aquela voz rouca e profunda. Não tinha por que perguntar, mas o faria de todas as maneiras – Quem é?

-Reggie Westmoreland, Mulher Maravilha.  

Olívia estacionou na praça do parque de Chase’s Place, perguntando-se pela milésima vez como havia deixado que Reggie Westmoreland encontra-se com ela ali. O restaurante, disse ele, era fechado nas segundas, mas como conhecia ao dono, não havia nenhum problema em que se encontrassem em particular.

Quando disse que não queria que a viessem se encontrando com ele, ele disse que estacionasse atrás do edifício. Odiava a idéia de que tudo fosse tão secreto, mas sabia que era o melhor.

De todas as possibilidades que havia, por que havia tido que ter essa bagunça – de noite ou de qualquer outro tipo – com o homem ao que seu pai não suportava nesse momento?

Seguindo as instruções de Reggie, conduziu rumo à parte traseira e estacionou ao lado de um agradável Mercedes prateado, o mesmo que conduzia Reggie no sábado de noite. Depois de sair e olhar a hora em seu relógio, caminhou rumo a porta traseira do restaurante. Que se abriu imediatamente. Um homem quase tão alto como Reggie e igualmente bonito abriu a porta e sorriu antes de se mover para deixá-la passar.

-Olívia? – perguntou, sem deixar de sorrir, enquanto fechava a porta.

Estava tão ocupado estudando o rosto, vendo como era parecido ele e Reggie, quase pulou quando mencionou seu nome. Igual a Reggie era muito bonito, mas viu um anel em seu dedo – Sim? – disse finalmente

-Sou Chase Westmoreland – disse estendendo a mão- Reggie já esta aqui esperando você no escritório – vou te levar até ele.

-Obrigada – e então, ficou curiosa e perguntou – e um dos irmãos de Reggie?

A risada do homem flutuou no ar enquanto a conduzia no corredor – Não Reggie tem cinco irmãos, mas não sou um deles, sou seu primo.

-Oh. Se parecem muito um com o outro – destacou ela.

-Sim todos os Westmoreland se parecem.

Depois de caminhar por um longo corredor, pararam em frente a uma porta fechada – Reggie está aqui – disse Chase fazendo uma cara travessa – Um prazer te conhecer.

Olívia sorriu – O prazer foi meu Chase – e então se foi. Ela se firmou rumo à porta fechada e respirou fundo antes de girar a maçaneta.    

Reggie se colocou de pé quando ouviu vozes do outro lado da porta. Aquele era o único lugar que lhe ocorreu que podiam se ver sem medo de que um repórter ou que alguém invadisse sua intimidade. A campanha política havia começado oficialmente esse dia, todos os participantes queriam se inteirar dos assuntos dos outros.

Havia dito a Brent que queria uma campanha centrada unicamente nos assuntos a tratar. Não gostava de jogo sujo. Acreditava que os eleitores deviam conhecer os candidatos, conhecer sua postura frente aos assuntos e decidir então quem oferecia mais do que eles queriam. Se quisessem alguém distinto, então ele era o homem, e se estavam acostumados ao dia a dia sem mudar de Reed havia imposto durante os quatro últimos anos, então deviam votar em Jeffries, já que era o clone de Reed.

E quando a porta se abriu, seu coração começou a bater de forma selvagem em seu peito, quando Olívia entrou no escritório, seus olhares se encontraram, necessitou toda sua força para não cruzar e a tomar em seus braços e provar esses lábios que tanto havia desfrutado algumas noites antes.

Em de vez de entrar mais no escritório, ela fechou a porta atrás dela e se apoiou na mesma, o olhando. Esperando. As mãos dele se fecharam ao seu lado. Sorriu e disse – Mulher Maravilha – Não era uma pergunta, era uma afirmação. Sabia quem era.

As borboletas no estômago de Olívia se intensificaram e se expandiram em todas as direções. Enquanto olhava o outro lado do escritório um homem extremamente atraente, não podia evitar elevar a pergunta que havia estado em sua mente desde que se conheceram antes, no almoço – Como me reconheceu? – perguntou em um tom de voz suave.

Ele sorriu, ela sentiu que o coração parava. Sentiu como se esquentasse todo o corpo – Seus lábios a delataram. Os reconheci. Reconheceria seus lábios em qualquer parte – disse ele. Sua voz era profunda e gutural.

Olivia franziu o cenho, aquilo era raro, mas tinha sentido, ao menos para ele, por que havia podido reconhecê-la

-E você? Também em reconheceu, como? – lhe perguntou.  

-Sou artista, ao menos em meu tempo livre. Estudo os rostos, analiso cada detalhe. Assim usava uma máscara e não podia ver a parte superior do seu rosto, me fixei nas partes que podia ver – decidiu não dizer que não era somente seu rosto. Havia sido a altura o primeiro que chamou sua atenção e a forma como movia sua cabeça, e a altura dos ombros. Se tivesse que encontrar as palavras para descrevê-lo, os demais atrativos seriam: alto, moreno....Westmoreland.

-Suponho que nós dois podemos ver coisas em que os demais não se fixaram – disse ele

-Sim, suponho que sim – concordou ela

O escritório ficou em silencio e ela pode senti-lo. A mesma química sexual que havia arrebatado eles naquela noite, que havia anulado seus sentidos rumo a ele a ponto de não querer fazer nada mais que ir a algum lugar onde podiam estar sozinhos, era visível.

-Venha comigo, por favor, prometo não morder.

Suas palavras romperam seus pensamentos, e não pode evitar sorrir. Estava a ponto de dizer que sim, a havia mordido e tinha muitas marcas da paixão em seu corpo que o provavam. De todas as formas, pelo brilho dos seus olhos, sabia que havia se dado conta do seu deslize. Seus olhos se escureceram, e ela sentiu aumentando a temperatura de todas as partes de seu corpo com aquele olhar.

Respirou profundamente antes de se separar da porta. Olhou um pouco ao redor. O escritório parecia uma sala de jogos. Tinha um sofá de dois lugares, uma mesa de cartas, um frigobar e uma televisão.

-Aqui é onde meus irmãos e meu primos vêem jogar cartas de vez em quando – disse Reggie rompendo seus pensamentos – Só iam a casa um dos outros, mas quando de casaram e começaram a ter filhos, não podiam se expressar quando queriam quando perdiam. Assim decidiram encontrar um lugar que podiam falar alto e claro.  

Ela assentiu e recordou como eram as coisas quando seus irmãos jogavam poker com seus amigos. Algumas palavras queimavam seus ouvidos. Então cruzou o escritório para se sentar no sofá.

Ele ficou de pé a olhando, fazendo-a se sentir incomodada. Ela limpou sua garganta. – Queria me ver – disse ela recordando por que estava ali.

Ele sorriu – Sim, já sabe por quê?

-Sim – disse ela agüentando seu olhar – Não e muito difícil saber que agora que sabe que meu pai é contra quem vai competir vários meses, teremos que chegar a um acordo. Quero que façamos como se sábado não tivesse existido e nos não tivéssemos nos conhecido.

Continuou a olhando intensamente – E isso que pensa?

Ela piscou – Sim claro. Nestas circunstancias não há maneira que podem nos ver juntos ou deixar ninguém saber.

-Não vejo por que não. Estou numa competição com seu pai, não com você, assim isso não deveria importar.

Olívia sentiu como seu coração batia forte no peito – Mas a mim sim importa. Orin Jeffries é meu pai e ele e o pessoal de sua campanha o consideram o inimigo – ela disse sinceramente, ainda que não quisesse dizer isso.

Reggie agitou a cabeça – E uma pena que o vê assim. Não sou o inimigo. Sou seu adversário para o senado. Não e nada pessoal e não esperava que o levasse assim.

Olivia não sabia o que dizer. Sabia que o senador Reed, quem parecia determinar como devia levar seu pai à campanha, podia ser impiedoso às vezes. Havia ouvido as conversas que tiveram na mesa durante o almoço. Sabia que aquele homem não pensava deixar que aquela campanha fosse limpa, e isso a incomodava por que seu pai não deveria se meter em algo manipulador e secreto.

-Sinto muito, mas seria pessoal. Não estou de acordo, mas política é política – se ouviu dizer sabendo que não era uma desculpa aceitável – Se me envolvesse com você de alguma forma, seria traição aos olhos do meu pai. As coisas são muito complicadas.

-Somente se deixarmos que saibam. Continuo pensando que podemos sair de vez em quando, isso não envolve seu pai, somente eu e você

Ela sacudiu a cabeça e se colocou de pé. Era o momento de ir embora. Não devia ter vindo – Tenho que ir

-Mas acaba de chegar – disse ele suavemente com uma voz sexy que alterava seu sistema nervoso

-Eu sei, mas foi um erro ter vindo – disse ela

-Então por que fez? – perguntou suavemente.

Seus olhares se encontraram e ela supôs que diria a verdade – Sentia que devia vir. A noite de sábado foi a primeira desse gênero para mim. Nunca havia saído de uma festa com um desconhecido, e nunca havia tido um caso de uma noite. Mas o fiz com você por que senti que havia uma química entre a gente. Uma das razões pela qual tenho vindo hoje e por que queria ver se essa química era real ou uma idéia da minha imaginação.

—Eu sinto, porém seria pessoal. No estou de acordo, porém política é a política. —se vou decidir, sabendo que não era uma desculpa aceitável. —Se me envolvesse contigo de alguma maneira, seria traição aos olhos de meu pai. As coisas são muito complicadas.

-Qual é a conclusão? – perguntou a olhando

Ela não duvidou ao responder – É real.

-Tem medo?

-Não tenho medo, mas confusão. Como tenho dito, nunca havia respondido assim a um homem.

-E qual e a outra razão para ter vindo?

-Não tiramos as máscaras e necessitava saber como me tinha reconhecido hoje. Tenho conseguido as respostas para minhas perguntas, agora devo ir.

-E o que acontece comigo? Não esta interessada em saber por que queria te ver de novo? Por que te pedi que viesse? – A estava olhando intensamente, seu olhar parecia tocá-la.

-Por que queria me ver? - perguntou

Ele cruzou lentamente o escritório para ficar ao seu lado, o pulso dela começou rapidamente a acelerar, sentiu o calor entre as coxas conseqüência de sua proximidade – Seus lábios tem sido uma razão

-Meus lábios? – perguntou ela, erguendo uma sobrancelha. Parecia que estava concentrado em seu rosto, mas se deu conta de que estava concentrado em sua boca.

-Os proclamei como meus aquela noite – disse ele com um sussurro rouco – Somente necessitava saber se continua sendo.

E antes que pudesse pegar ar, a pegou em seus braços e capturou sua boca com a sua.

Ainda eram seus.

Era o que precisava saber. Era a verdadeira razão pela a qual havia respirado desde sábado, pensou Reggie, enquanto devorava a boca de Olívia. As lembranças que o haviam consumido durante as ultimas quarenta e oito horas não pareciam em nada com a realidade. Ela correspondia ao beijo, tragando sua boca tão gulosamente como ele tragava a dela. As máscaras se haviam ido, mas a paixão não.

Não havia esperado que o fogo começasse rapidamente, mas já estavam praticamente ardendo fora de controle. O corpo dela se apertava completamente contra o dele, podia sentir cada centímetro do calor nele. Duro. Excitado. Ele sabia que tinha que se separar de sua boca para tomar ar, mas não podia. Havia pensado em beijá-la, sonhado com o beijo, desde a manhã em que tinha ido embora. Sua língua se enredava na dela, e parecia não era o suficiente.

Ao momento, sabia quando ela desejou se retirar, e a separou, mas não sem antes contornar seus lábios com a ponta de sua língua enquanto reafirmava o efeito estimulante que havia tido o beijo dele.

-Tenho que ir embora de verdade – Suas palavras estavam sem muita convicção, e ele não pode evitar se dar conta de que havia rodeado seu pescoço com seus braços e não havia soltado ainda. Também se deu conta que sua boca estava alguns centímetros da dele e não havia se afastado.

-Quero saber de você. Não vou te perguntar nada sobre seu pai e nem de sua campanha, somente de você

-O que teria de bom, Reggie? – perguntou ela, chamando-o pelo seu nome pela primeira vez. Esse sim saindo de seus lábios produziu uma friagem na boca do estômago dele.

-Acredito que acalmaria nossa curiosidade e nos ajudaria a entender por que nos sentimos tão atraídos de maneira rápida e profunda – respondeu – Por que a química entre nós é tão forte.

Olívia afastou os braços de seu pescoço, pensando no que ele estava propondo não era uma boa idéia, beijar muito menos era. Mas também não queria ir, e tinha que admitir que se perguntava por que havia sucumbido a ele tão rapidamente e facilmente. Mas não precisa ser engenheiro para imaginar as razões. Ele era um homem tremendamente atrativo, algo que ela havia visto atrás da máscara. Seu encontro aquela noite não havia sido egoísta e nem arrogante. Ela havia sabido de alguma maneira que ele era alguém com quem podia se divertir, cuja companhia desfrutaria

O havia constatado da forma mais íntima.

-Nos falaremos? – perguntou assegurando de que se entendiam.        

-Sim, mas somente de nós, assim não sentirá que esta traindo seu pai.

Ela respirou profundamente – Ainda assim sentiria – admitiu abertamente

Ele não disse nada por um momento – Deixe-me lhe perguntar algo – Quando ela assentiu perguntou – Se houvéssemos nos conhecido um ao outro e não fosse adversário político do seu pai, teria algum problema de sair comigo?

Ela sabia a resposta a essa pergunta, já que seu pai nunca havia sido o tipo que interroga as aventuras de seus filhos, sempre havia aceitado seu critério nesse aspecto. Seus irmãos haviam sido outro assunto, especialmente Duan – Não, acredito que não haveria nenhum problema – disse sinceramente.

-E bom saber, por isso deveríamos aceitar a premissa de que a campanha não afetara nossa relação – Sua voz e seu sorriso comunicavam que acreditava sinceramente no que dizia.

-E como não nos afetará? – perguntou ela, desejando que as coisas fossem mais fáceis.

-Por que não deixaremos que o faça – respondeu – Primeiro, temos que reconhecer que temos uma relação Olívia.

Ela sacudiu a cabeça – Não posso fazer isso, por que não temos nenhuma relação. Somente dormimos juntos aquela noite.

-Não foi mais do que isso, pode ser um caso de uma noite, mas minha intenção nunca foi não encontrar você depois de deixar o Saxon no domingo pela manhã. Realmente, leve isto a uma joalheria esta manhã para ver se sabiam aonde haviam sido comprada – disse tirando o pingente do seu bolso – Não levou muito tempo, mas eventualmente, teria encontrado você, mesmo se tivesse que rodar toda a cidade para conseguir – disse ele entregando o pingente.

Ela o olhou e o estudou, recordando quando o havia comprado. Foi quando conseguiu seu primeiro trabalho no O Louvre. Esses diamantes haviam custado mais que seu primeiro pagamento, mas havia sido sua maneira de celebrar.

-Obrigada por devolvê-lo – Colocou o pingente em um bolso de suas calças e voltou a olhá-lo – Então do que quer falar?

-Quero saber tudo de você. Jantando, aqui, somente nós dois.

Ela mordeu o lábio e se deu conta imediatamente de como o olhar dele havia se fixado nos seus lábios – E promete não me beijar? De verdade?

Ele riu – Não a menos que você o inicie, se o fizer não te rejeitarei.

Não pode evitar sorrir diante disso – Tinha dito um jantar, mas o restaurante não está aberto hoje

-Não, mas Chase fará uma exceção para nós dois, jantará comigo para que possamos falar e nos conhecer?

Era plenamente consciente de que se seu pai suspeitasse que estava ali, passando o tempo com Reggie, pensaria que era desleal, mas ela sabia que não era. Se em algum momento Reggie falasse de seu pai, tentando tirar-lhe alguma informação sobre ele, iria embora, mas agora devia a si mesma alguma mudança que a fizesse feliz, sempre que não tivera nada. Se Duan ou Terrence tivessem em uma situação similar, não teria havido maneira de que seu pai lhes pedisse que deixasse de ver essa pessoa. Ela não seria uma exceção.

Olívia sabia que Reggie esperava sua resposta – E nosso tempo junto ficará em segredo?

Ele sorriu – Sim, como tenho te dito, isso é entre você e eu, e não com a campanha. No que me diz respeito, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

-Então jantarei com você – disse ela respirando longa e profundamente.

 

                                                 Capítulo 6

-Sei que sua cor favorita e lavanda, mas diga-me algo mais sobre Olivia Jefries, e antes que pergunte quero saber tudo – disse Reggie enquanto se sentava à mesa, enquanto Olívia estava sentada a sua frente, no sofá, com seus pés dobrados embaixo dela. Os dois estavam tomando vinho e tratando de reavivar a zona de conforto entre eles.

Chase havia sido bom o bastante, ao anotar os pedidos e indicar que lhes serviria no jantar em pouco tempo. Havia dado um cardápio de vinhos, dois copos, uma toalha e talheres. Juntos os dois tinham colocado a mesa.

Reggie perguntava se estar ali com ele recordaria a ela as coisas tão intimas que haviam sucedido entre os dois sábado à noite, haviam jantado juntos e então voltaram a fazer amor varias horas, ate o ponto de estarem esfomeados.

-Sou a caçula da família – disse ela sorrindo – Tenho dois irmãos mais velhos.

-Sei que o Santo Terror é um deles – disse Reggie, colocando uma cara travessa – Foi à escola com um dos meus irmãos e dois primos. Realmente, meu irmão Quade estava em sua equipe de futebol na escola. Entendo que o Santo Terror amadureceu com os anos.

Olívia riu – Depende do que entende por maduro. Meus dois irmãos tendem a me super proteger às vezes, mas Duan e pior que Terrence, já que e o mais velho. Duan tem trinta e seis anos e Terrence trinta e quatro

-E você tem? – perguntou sabendo que muitas mulheres não gostavam de dizer a sua idade

-Tenho vinte e sete e você?

-Trinta e dois

Reggie tomou um gole do vinho e perguntou – E Duan a quem mandou a mensagem no sábado?

-Está brincando? – disse ela rindo – Duan teria pegado o primeiro vôo aqui e não haveria apagado o seu numero. Teria te investigado a fundo, tem muitos amigos no mundo judicial. Era detetive. Agora tem uma companhia particular de investigação. Mandei a mensagem para Terrence, posso o manejar melhor que a Duan.

Reggie assentiu – Por que uma mulher tão linda como você está vivendo tão longe de casa, em Paris?

Ela sorriu – Trabalhando, sempre quis trabalhar em um museu de Louvre em Paris, e me contrataram como guia turística nada mais agradável. Tive que começar desde baixo, mas não me importaria se isso era o que tinha que fazer para trabalhar como restauradora. Levei quase quatro anos, mas finalmente consegui. Tenho quase um ano sendo restauradora.

-Parabéns – dizendo a verdade

-Obrigada

-E pensa se estabelecer permanentemente em Paris – ele perguntou, vendo como ela tomava um gole de vinho. Gostava de como seus lábios se curvavam em torno do copo. Havia se dado conta disso no sábado à noite, e o havia esquentado, tanto como agora

-Eu amo viver em Paris. Tenho saudades de casa às vezes, mas logo venho nas férias. Meus irmãos e eu sempre viemos para casa no Natal. Mas meu sonho é voltar para casa em alguns anos, quando tiver conseguido dinheiro o suficiente para abrir uma galeria de artes – sorriu com nostalgia.

Ele assentiu – Assim que durante esses anos, somente tem vindo nas férias?

-Sim

Perguntou-se se teria algo a ver com o fato de que sua mãe os houvesse abandonado uns dias antes do Natal, segundo Brent. Reggie não podia imaginar o transtorno que havia sido o Natal para eles – E quanto tempo pensa em ficar dessa vez?

No princípio não disse nada, ficou olhando seu copo fixamente e finalmente disse – Ate que terminem as eleições.

Levantou seu olhar e encontrou como dele, ele respirou profundamente e disse – Isso não importa agora lembra? – a recordou gentilmente

-Sim- disse ela suavemente – Lembro – Mudou de posição em seu assento – Então, fale-me agora de Reggie Westmoreland.

Tomou outro gole de vinho e se inclinou um pouco para frente, colocando seus braços em suas coxas – Sou o filho mais jovem dos meus pais. Os partos múltiplos são comuns em minha família. Meu pai tem um gêmeo, meu tio John e minha tia Evelyn têm cinco filhos e uma filha

-Chase é um deles? – interrompeu ela.    

Sorriu – Sim e Chase são gêmeos, Storm que é bombeiro. Assim que em ordem de nascimento, meus primos são Dare, que é xerife no College Park, Thorn, que é um corredor e fabricante de motos, Stone, que é escritor de novelas de aventura, com o pseudônimo de Rock Manson, os gêmeos Chase e Storm e por fim Delaney, a única mulher. Delaney e eu temos a mesma idade e somos muito unidos.

-Já ouvi falar de Thorn, e claro, tenho lido varias novelas de Rock Manson, me lembro de ter lido faz vários anos algo sobre sua prima Delaney e como se casou com um xeique. É genial.

-Sim todos pensamos que é, ainda devo dizer que seus irmãos não estavam muito contentes ao principio, especialmente já que tinha que deixar o país e ir viver no Oriente Médio. Mas seu marido, Jamal, e muito simpático e todos esperamos as viagens de Delaney para casa. Todos meus primos são casados e com filhos.  

-E seus irmãos? Tenho entendido que tem vários, tem gêmeos também desse lado? – perguntou

-Sim, meu irmão mais velho Jared, é um advogado especializado em divórcios aqui na cidade, Spencer vive na Califórnia e é assessor financeiro da família. Durango vive em Montana e guarda florestal, quer sair para participar mais em seu negócio de criar cavalos. Depois estão os gêmeos Ian e Quade. Ian tem varias empresas de segurança pelo país. Quade e sua mulher têm trigêmeos, vivem na Carolina, ainda tem outra casa em Jamaica.

-Wow, não brincou quando disse que os partos múltiplos são comuns em sua família. São casados seus irmãos?

-Sim e são muito contentes, sou o único Westmoreland solteiro em Atlanta. Meu pai tem um irmão, meu tio Corey, que vive em Montana. Tem trigêmeos também, Casey, Clint e Cole também são casados os três.

Nesse momento, chamaram na porta e segundo depois entrou Chase com a comida.

-Tudo cheira delicioso – disse Olívia levando-se para ajudar a colocar os pratos

Chase sorriu – Espero que desfrute – disse deixando-os sozinho de novo

Uma vez que se sentaram à mesa, Reggie a olhou e sorriu – Estou contente que tenha ficado.

Olivia lhe devolveu o sorriso.

Durante o jantar Olivia estava tão imersa em Reggie que somente podia olhá-lo fixamente e escutar tudo o que dizia. Falou de outra família de Westmorelands que viviam no Colorado e que seu pai havia descoberto revisando a história da família um ano antes. Havia uma reunião familiar esse mesmo mês onde os Westmoreland de Atlanta e os de Denver se encontrariam pela primeira vez. Soava emocionante, especialmente para alguém cuja família se limitava a dois irmãos e um pai. Todos os seus avós haviam falecido e seus pais eram filhos únicos.

-Quer tomar uma sobremesa? – perguntou ele

A pergunta de Reggie pediu sua atenção e sorriu. Ele havia se contido e ainda assim a atração que compartilhavam estava presente, flutuando descaradamente entre eles, haviam sido capazes de dominar enquanto trocavam informações. Uma parte de Olívia não estava segura do por que haviam decidido passar um tempo juntos quando sabia que não teriam nada, mas o haviam feito. Outra vez, o desejo de estar junto, ainda somente de respirar o mesmo ar e compartilhar uma conversa, os havia levado a desviar o que outros em torno deles, acreditavam que deviam fazer.

-Não obrigada, tenho que ir, disse ao meu pai que ia ao parque pintar.

-Estou contente que tenha aceitado vir aqui e me desculpo se a coloquei em uma situação embaraçosa.

-Não o fez – disse ela – disse ao meu pai que ia ao parque antes que me telefonasse, tão somente e não falei das mudanças de planos, por que estava descansando.

-O haveria feito de outra forma? – perguntou

Sabia que tinha que ser honesta e disse: - Não, me haveria proibido e essa e a razão pela que por mais que tenha desfrutado jantado e conversado com você, Reggie, não podemos repetir. Espero que entenda.

Ele encontrou seu olhar – Não, não entendo, por que como te disse antes, Olívia, a campanha não tem nada a ver com a nossa relação.

-A imprensa não veria dessa forma, e passariam um dia inteiro falando da nossa relação. Me nego a me esconder para te ver – se colocou de pé – tenho que ir

Reggie também se levantou. Sabia que não podia detê-la por mais tempo, mas estava determinado mais do que nunca a vê-la de novo, e passar um tempo com ela. Não queria ter que se esconder também. Tinha que haver outra forma, e estava determinado a encontrá-la – Desfrutei muito o tempo com você, Olívia.    

Deu-lhe a mão – Eu também, Obrigada.

Reggie tomou sua mão, e sentiu o calor no momento em que se tocaram e supôs que ela também sentiu. Seus dedos se sujeitaram e os dois foram conscientes das sensações que fluíam entre eles. Não era a primeira vez que isso acontecia. Acontecia sempre que tinham algum contato.

Ela foi a primeira a retirar a mão – Obrigada de novo por me devolver meu pingente.

—De nada.

Olivia se voltou e caminhou ate a porta. Antes de abri-la olhou por cima de seu ombro e viu se olhar imóvel, decifrando o intenso desejo em seus olhos. Ainda sentia o calor de seu toque em sua mão

Queria voltar com ele, colocar seus braços em cima de seus ombros, mas sabia que não podia. Não se arrependia do tempo que haviam estado juntos, nem a noite de sábado, mas era suficientemente realista para saber que enquanto Reggie Westmoreland fosse o adversário de seu pai, seu pai não aceitaria que saísse com ele. Assim que partisse, teria profundas lembranças do tempo que haviam passado juntos, mas teria que sobreviver com ele durante a campanha e depois quando voltasse a Paris.

-Olívia?

Já havia aberto a porta para ir embora quando o ouviu chamar, tragou a saliva, parou e se virou – Sim?

-Aconteça o que acontecer sempre será a minha Mulher Maravilha.

Ela sentiu a tensão em sua garganta e as lágrimas nublaram a sua visão, e você Reggie Westmoreland, sempre será o homem que quis ter a oportunidade de conhecer melhor, pensou ela.

Sustentaram o olhar um por longo tempo, e então ela se virou, saiu do restaurante e fechou a porta atrás dela.

Olivia se surpreendeu ao ver que se pai havia ido dormir quando ela voltou para casa. Em algum momento, havia descido e havia aberto uma lata de sopa de verduras, que havia deixado esquentando para ela. Uma parte dela se sentiu mal por enganá-lo, havia estado tomando um delicioso jantar no Chase’s Place enquanto que seu pai havia estada em casa, jantando sozinho.

Deu-se conta rapidamente que não havia jantado sozinho, quando viu que tinha dois de tudo na frigideira e batom na borda de uma das xícaras de café. Sorriu, O batom era do tom que somente Cathy usava o que queria dizer que era possível que a secretaria de seu pai, estivera o acompanhando no jantar.

Subiu as escadas e quando estava a ponto de tirar a roupa para tomar um banho, seu celular tocou.

-Alô?

-Olá Libby, ouvi dizer que está em casa.

-Duan? Onde está? Como está?

Ouviu a profunda risada de seu irmão – Segue fazendo um monte de perguntas. Estou bem. Como vai todo por aí?

-Um mais ou menos. Papai fez hoje seu primeiro discurso, e acredito que foi genial, mas acredita que seu adversário foi melhor.

-O achou melhor?

Sua pergunta a zangou. Por que Duan estava perguntando aquilo? – Digamos que os dois se saíram muito bem, mas Westmoreland se concentrou em um assunto, enquanto que papai falou superficialmente, como somente faz o senador Reed.

-A política de sempre – disse Duan – diga a papai que não sei nada de política, mas acredito que as pessoas queiram idéias novas e inovadoras. Com o senador Reed junto, papai não pode representar a mudança.

Olívia assentiu. Estava contente de não ser a única pessoa na família que pensasse isso.

Duan seguiu – É uma pena que compita com Reggie Westmoreland. Tenho ouvido que é um homem simpático. Seu primo Dare e o xerife do College Park trabalhei com Dare e gostei. A maioria dos Westmoreland que conheço é boa gente.

-Papai acredita que é o inimigo – disse Olívia

-Sinto muito que papai pense isso. Esperava que esta pudesse ser uma campanha limpa. Aposto que seja senador Reed que quer jogar sujo.

Podia ouvir o desgosto na voz de seu irmão – Então, virá para casa no sábado quem vem para um churrasco? – perguntou. Em duas semanas haveria um churrasco ao ar livre no estádio de Atlanta para que as pessoas fossem e conhecessem seus candidatos. Seu pai havia pedido a ela e seus irmãos que aparecessem ao evento para que a família Jeffries se mostrasse unida.

-Sim, estou em Detroit, mas espero ter tudo resolvido para ir.

-Bem – esperava ver prontos seus irmãos – se cuida Duan.

-Farei.  

Depois de deixar Chase’s Place, Reggie decidiu parar para visitar seus pais. Sempre admirara seus pais, e a força de seu casamento. Toda a família conhecia a história de como James e Sarah Westmoreland se conheceram e como havia sido amor à primeira vista. Não podia evitar rir quando pensava nisso.

Sua mãe e sua tia Evelyn eram melhores amigas desde pequenas e as duas nasceram e cresceram em Birmingham, Alabama depois se graduaram na escola, Evelyn havia ido a Atlanta passar o verão com sua tia. Durante a visita a cidade, havia ido ao pinique paroquial e havia conhecido John Westmoreland. Havia sido amor à primeira vista e não querendo perder tempo, fugiram juntos na semana seguinte.

Evelyn telefonou a Sarah para contar as novidades, e como sua mãe era uma pessoa centrada, Sarah não pode aceitar que alguém pudesse se apaixonar à primeira vista, assim que Sarah foi a Atlanta fazer entrar um pouco de razão em Evelyn, quando conheceu o gêmeo de John, James, e se apaixonou à primeira vista por ele. Duas semanas mais tarde James e Sarah estavam casados.

Havia passado quase quarenta anos e o casamento de seus pais seguia sendo muito forte. Sua mãe havia lutado contra o câncer vários anos antes, quando lhe diagnosticou um tumor no seio. Mas afortunadamente, agora tudo ia bem, ainda seguia fazendo revisões anuais. Sua mãe era uma mulher forte e determinada que tinha o amor e a admiração de sua família.

Ainda Reggie sabia que o desejo de sua mãe era ver o último filho felizmente casado, e ele não tinha pressa. Tinha um bom trabalho como contador, com uma clientela muito prestigiada e em alguns meses, saberia se seu futuro incluía a política.

Seus pensamentos então passaram para Olívia Jeffries, havia desfrutado o tempo que haviam passado juntos aquela noite. Na cama o fora dela, e gostava de estar com ela, o incomodava que tivesse rejeitado vê-lo mais vezes, por causa de seu pai. O ultimo que necessitava era deixar que alguém ou algo se interpusesse no que podia ser uma relação promissora. Entendia que fosse embora do país e voltasse a Paris quando as eleições acabassem, mas o sábado e essa mesma noite haviam demonstrado que estavam bem juntos. Havia desfrutado estar sentado no acolhedor escritório do Chase’s Place com ela, enquanto faziam mais que ter uma conversa.    

Havia gostado de estudá-la enquanto falava ver como se moviam seus lábios e a cada palavra que pronunciava. Usava o mesmo perfume que no sábado, havia sido difícil se sentar na frente dela sabendo que havia provado cada centímetro de sua pele, que havia estado dentro dela lhe dando prazer.

Quando chegou a garagem de seus pais, sabia que não haveria maneira de que pudesse se afastar voluntariamente de Olívia. Não gostava de pensar em se ver às escondidas para que seu pai não se interasse de nada, mas naquele momento não lhe importava. O importava era que queria voltar a vê-la e faria o que fosse incluindo chantageá-la para que isso acontecesse.

 

                                                         Capítulo 7

-Vi que tinha convidados ontem, papai.

Olívia viu como seu pai ficava vermelho do outro lado da mesa e pensou que era lindo vê-lo ficar com vergonha.

-Ah sim, Cathy passou aqui e a convidei para jantar.

-Oh, e por que veio? Está escrevendo outro discurso?

-Não, não – disse seu pai rapidamente – Pensou que estava de mau humor depois do almoço e queria me animar. Passou pela padaria trouxe minha torta favorita. Foi um detalhe.

-Acredito Cathy é uma boa pessoa, gosto dela.

Seu pai ergueu uma sobrancelha – De verdade?

Olívia o olhou. Sabia que sua resposta era importante para ele – Sim, sempre gostei. Durante anos pensei que não é somente uma boa secretária, mas uma boa pessoa também. Quando era mais jovem e tinha problemas de garotas, em um segundo chamava a Cathy.

Seu pai a olhou surpreso – Fazia isso?

-Sim, vamos papai, tinha que saber que era difícil para mim ser a única mulher na casa, e não podia falar com você, com Duan ou com Terrence sobre tudo.

-Não, suponho que não. Estou contente de que estivesse com você – disse seu pai

-Sim e estou contente de que esteja agora com você, papai.

Olívia viu que seu pai ficou mais vermelho – Tudo o que há entre mim e Cathy é estritamente profissional.

Viu-se obrigada a ocultar um sorriso por trás do copo do café que levou aos lábios – Claro papai, não estava insinuando nada.

Meia hora depois que seu pai tinha ido trabalhar, Olívia decidiu se vestir e ir ao parque pintar como havia planejado fazer no dia anterior. Estava a ponto de subir as escadas quando seu telefone tocou. Por alguma razão, supôs quem telefonava sem olhar na tela. Seu coração parou antes de atender a chamada – Alô.

-Olívia, por favor, se encontre comigo.

Fechou os olhos e respirou profundamente enquanto a voz sensual de Reggie flutuava na frente dela – Reggie pensei que havíamos decidido não nos ver mais.

-Também pensei isso, mas ontem à noite não consegui dormir. Não podia deixar de pensar em você, quero te ver Olívia. Quero estar com você. Encontre-se comigo ao meio dia. No hotel Saxon, no mesmo quarto.

Sua mente encheu de repente de lembranças de tudo o que tinha passado naquele quarto. Ele não havia sido o único que não havia conseguido dormir à noite. Seu corpo não havia conseguido descansar. Quente. Havia sonhado várias vezes com ele, e naquele momento havia se sentado na borda da cama, o que pareceu horas, para se recuperar das agradáveis lembranças que se precipitaram sobre ela, interrompendo seu sonho e provocando uma necessidade que não havia sentido nunca, até conhecer Reggie.

-Vem, Olívia? Por favor.  

Sua voz era profunda, tranqüila, persuasiva. Seu som corria por sua pele como se fosse um creme quente, e não podia evitá-lo, por que dentro dela queria estar com ele igual ele com ela.

Necessitava vê-lo, conhecer, entender e explorar a tensão que havia entre eles. Era somente algo sexual? Apesar de sua decisão de não estar próxima dele, sabia que tinha que estar com ele, ainda que somente fosse uma vez. As lembranças que estavam reunindo tinham que ser suficiente para mantê-la pelo resto de sua visita.

-Sim – disse ela finalmente – Nos veremos ao meio dia.

Reggie caminhava pelo quarto do hotel, olhando o relógio a cada momento. Faltavam alguns minutos para o meio dia. Havia tido uma coletiva de imprensa de novo, mas havia evitado um grupo de repórteres que o bombardearam quando acabou a coletiva. Nem havia feito caso ao rumor que se havia entendido rápido de que sua empresa de contabilidade, que tinha uns cem empregados, estava falindo e que ia demitir vários empregados.

Era uma mentira que podia desmentir facilmente, mas não antes que se produzisse um grande alvoroço na empresa, havia passado parte da manha acalmando os medos dos empregados. Não tinha pensado duas vezes de onde tinha vindo a notícia, o que o enfureceu mais que um demônio. Nunca havia suspeitado de Orin Jeffries permiti-se que o pessoal de sua campanha fosse tão baixo.

Por um momento pensou que teria que cancelar o encontro com Olívia, mas uma parte dele se negava a fazer. Ela havia aceitado se encontrar com ele, e ele havia feito o que fizesse para estar ali. Agora não podia evitar se perguntar se viria. E se tivesse mudado de idéia? E se?

Nesse momento a porta se abriu e Olívia entrou. Parecia que seu coração havia deixado de bater. Deu-se conta como estava linda com aquelas calças pretas justas, e sua blusa de linho azul celeste.

Fechou a porta atrás de si e se apoiou nela, sem dizer nada, mas explorando o olhar com a mesma intensidade que ele. Ele teve que admitir que ainda se sentia atraído pelo os lábios, todo seu corpo captou sua atenção. Era o tipo de mulher que chamava atenção, e como no baile de máscaras, e na noite anterior, a faria dele. Completamente.

Além de olhar de cima a abaixo, ele tentava decifrá-la, mas não podia. A química sexual havia chegado ao máximo no momento que ela entrou no quarto. Era inevitável entre eles. Mas, o que acontecia com ela? Perguntou-se ele. Havia dito no dia anterior que não queria ter nada com ele. Mas quando a havia telefonado e havia desafiado sua vontade pedindo que viesse até o hotel, havia aceitado.

O que esperava dele? O que ele esperava dela?

Ele sabia o que queria, mas querer e esperar são coisas opostas. Por momento, estava contente somente com ela ali, em seu quarto de hotel, sozinha com ele. Havia ido passar o tempo com ele ou para bater em seu rosto pelo atrevimento de telefonar e pedir que o encontrasse? Estava determinado a averiguar.

-Olá Olívia

-Reggie – e então sim seu olhar fixo no dele, se afastou da porta e caminhou rumo a ele.

Seu coração voltou a bater outra vez, somente quando ela parou ao seu lado permitindo que seu olhar posasse no decote de sua blusa. Baixo demais, aberto, mostrando o agradável volume de seus seios. Eram seios que já havia provado antes e que morria para provar de novo. De forma nada surpreendente, algo se revirou dentro dele, seu coração começou a bater mais rápido e ele respirou profundamente tratando de acalmá-lo.

Limpou a garganta – Pedi comida – se ouviu dizer e viu como ela olhava atrás dele a mesa posta para dois – Vou telefonar para que tragam a comida, que estamos prontos para comer – disse e respirou de forma entrecortada.

Ela alcançou seu pescoço e passou suas mãos atrás dele – Tem fome agora Reggie? – perguntou com a voz muito mais baixa do que ele recordava.

Ele engoliu a saliva rapidamente. Sentir os dedos dela na sua pele era uma tortura – E como você quiser, já que é minha convidada.

O sorriso dela se expandiu – Nesse caso podemos esperar. Prefiro fazer isso agora – e então se colocou na ponta dos pés e o beijou.

Nesse momento todo o controle dele se perdeu, e a pegou nos braços sem interromper o beijo. Queria ir diretamente para o quarto, mas nesse momento a única coisa que podia fazer era saboreá-la em seus braços, sem estar seguro se voltaria a ter uma oportunidade dessas. Tentou fazer daquele dia, igual ao de sábado que havia sido sua noite.

Caminhou ao hotel, Brent havia querido saber aonde ia. Havia dito a seu amigo que somente queria que lhe incomodassem se fosse uma emergência. Sabia que Brent queria mais informações, mas não daria nenhuma. O que fizesse em seu tempo livre era seu problema e essa comida era seu tempo livre. Estava se satisfazendo com o que mais gostava. A boca de Olívia.

Não estava seguro do que havia mudado desde o dia anterior, quando havia permanecido inflexível sobre estar com ele, mas estava contente que o houvesse feito. Era tudo o que um homem poderia querer.

Finalmente separou sua boca. Então ela acariciou sua orelha com a boca. A ponta de sua língua uma trilha em sua orelha, e então sussurrou – Quero fazer amor com você outra vez.

Antes que pudesse terminar de falar, ele se dirigiu ao quarto, deixando de lado a mesa posta. Ela riu quando ele a deixou suavemente na cama e depois ele capturou sua risada com a boca, quando se uniu rapidamente com ela. Então tudo voltou a começar. O calor que os queimava. Não tinham nem um momento a perder, e os dois sabiam. Deitaram-se na cama vestidos e suas bocas se uniram de forma mais intima, suas línguas se batiam em duelo, enredaram e se juntaram. Ela não agüentou ficar quieta. Moveu-se por todas as partes e então a colocou entre suas coxas, estava selvagem, enérgica e lasciva, ele a amava.      

Ela se separou de sua boca e seus olhares se encontraram seus corações palpitando no quarto – Faça amor comigo Reggie. Agora – disse

Não teve que dizer duas vezes. Ele saiu da cama e tirou a roupa rapidamente, tratando de não arrancar os botões de sua camisa pela pressa. E então quando estava completamente nu, exceto pela a camisinha que havia tomado tempo para colocar, foi para ela, a aproximou dele para tira-lhe a blusa e o sutiã antes de agarrar seus sapatos, calças e a calcinha.

Quando baixou os dois últimos pelas suas pernas, revelando a exuberância de sua feminilidade, supôs que tinha que voltar a prover nesse momento. Lançou a roupa para um lado e sujeitou seu traseiro, enquanto baixava sua boca rumo a ela, beijando de forma íntima com uma fome e avidez que a fizeram tombar e gemer incoerentemente, mas ele não a soltou. Sua língua queria reencontrar o sabor que havia provado no sábado, e queria se acabar nele. O corpo dela respondia, gerando a doçura que ele queria, a saboreou sem piedade.

Sentiu como as mãos dela sujeitavam sua cabeça como mantendo sua boca naquele lugar, mas não tinha problema, Não ia a nenhuma parte ate que tivesse o suficiente e isso não seria breve. Demonstrou imergindo sua língua no mais profundo dela, absorvendo sua umidade e sensualidade, que havia produzido em abundância somente para ele.

Reggie se separou finalmente e lambeu os lábios enquanto seus olhos viajavam por todo o seu corpo, parando a cada centímetro, em cada curva, a textura de sua pele e a plenitude de seus seios, que pareciam ser feitos para sua boca.

Apoiando-se mais para cima, levou seus lábios contra um dos mamilos tensos, gostou do som da respiração rápida que apareceu na garganta dela. Continuou provando seus mamilos, encontrando-os tentadoramente quentes, os dois.

-Entre, por favor.

O gemido de tortura de Olívia fez com que Reggie colocasse seu corpo na frente ao dele. Quando seu quente membro estava na entrada de sua femilinidade, seus olhares se encontraram e então, com um grunhido de fome, entrou até o mais profundo dela.

Olivia fechou os olhos quando o prazer a sacudiu. O que tinha ao estar com Reggie lhe fazia sentir tanta alegria, tanto prazer e um êxtase cegante? Sentiu como separava suas pernas e as colocou em torno de sua cintura, enquanto empurrava dentro dela com lentidão e precisão. Tudo o que se referia a ele a afetava de uma maneira elementar, e não podia sufocar seus gemidos, enquanto a consumia uma maré de paixão. Era ele o único que a fazia sentir-se assim, não somente tomada, mas sim possuída. E ele estava fazendo amor sem restrições, com uma necessidade voraz que consumia os dois. Cada vez que os fortes músculos de seu estomago se pressionavam nos dela, sujeitando-a debaixo dele, tombava totalmente.

E então ocorreu um orgasmo. Nunca havia sentido nada tão profundo. Gritou seu nome, e ele usou sua língua, seus lábios e sua boca para absorver seus gritos de prazer, seus gemidos de paixão. Em vez de deixá-la continuou empurrando mais profundamente.

O fogo se espalhou e o queimou no centro de seu corpo, quando ma explosão ocorreu pela segunda vez, ele estava ali, e ela sentiu como seu membro se expandia antes de explodir em liberdade. Enquanto a paixão a levava as águas mais profundas e sensuais gritou seu nome mais uma vez, antes de sentir como se jogava no mar de êxtase.

Apoiado em seu cotovelo, Reggie olhou Olívia. A metade do dia, havia estado dormindo. Ele sorriu, entendendo por que. Não havia tido piedade em levar os dois através das horas e mais horas de puro prazer. Em alguma parte sua mente ouviu seu telefone, mas nesse momento preferiu ignorar. Sua atenção, sua concentração total, estava na criatura mais bela que havia colocado seus olhos.

Olhou o relógio na mesa. Estavam a duas horas no quarto – duas horas sem parar de fazer amor, nas que ele havia voltado a ficar excitado sem sequer sair dela. Haviam começado outro assalto de amor, justo ao terminar o primeiro. Nunca havia acontecido nada parecido. Estava completamente obcecado com aquela mulher.

Podia recordar vivamente o primeiro momento em que a viu no baile de máscaras dos bombeiros. Havia sabido naquele momento, como sabia agora que ela teria que ser sua. Naquele momento não sabia a profundidade com que o faria. Agora sabia.

E também entendeu por que seus irmãos e primos pareciam tão felizes, tão deliciosamente satisfeitos. Havia sido capazes de encontrar a pessoa que sabiam que era sua alma gêmea. A pergunta agora era. Como ia convencer Olívia de que ela era a sua? Especialmente tendo em conta o fato de que tinham que se esconder para se verem.

Queria apresentar sua família. Queria que conhecesse sua mãe e as mulheres de seus irmãos e primos. Queria levá-la na reunião que teriam os Westmoreland no Texas no final do mês que vem. Queria levá-la a uma das competições de moto de Thorn. Havia tantas coisas que queria compartilhar com ela, mas a mais importante de todas era a sua vida.

Não havia necessidade de dizer a ela que a amava, por que não entenderia que os Westmoreland sempre reconheciam seu par quando o vinham. Ainda, pensou, com um sorriso, tinha que admitir que alguns de seus irmãos e primos não queriam aceitar ao principio. Mas ao final o haviam feito. O amor havia anulado seus sentidos da mesma forma. E o amor havia feito o mesmo com ele. O havia atacado como uma tonelada de tijolos na noite de sábado, e como seus pais, havia se apaixonado à primeira vista.

Ela estava com as defesas baixas, mas ele não se surpreenderia se voltassem a estar juntos antes que se fosse do hotel. Não importava. Não ia deixar que negasse o que tinham o direito de ter. Ela ainda não sabia, mas com o tempo o faria. Não importava qual fosse a situação entre seu pai e ele, a campanha não tinha nada a ver com eles dois.

Notou como piscava antes de abrir os olhos e depois o olhou fixamente. Tinha que ter fome, ele a alimentaria e depois fariam amor outra vez.  

Era isso que pensava. De repente ela levantou seu corpo e empurrou contra a colcha para montá-lo, colocando seus joelhos ao lado de seu traseiro para deixá-lo imóvel. Inclinou sua cabeça rumo a ele e o olhou. Sorriu. Ele sentiu os feitos desse sorriso como um soco no estomago, e seu membro ficou duro, totalmente ereto.

-Pensei que teria fome – lhe disse colocando a palma de sua mão na nuca

-E tenho – sussurrou ela, explorado o seu olhar – De você.

Ele tirou a mão de sua cabeça para roçar os lábios com os seus – E eu de você

Quando soltou a boca, ela o olhou com confusão nos olhos – Que está fazendo, Reggie Westmoreland? Como tem a habilidade de me fazer sentir selvagem e imprudente? De fazer sucumbir à tentação?

Um forte desejo o fez sentir calafrios por todo o seu corpo – Teria que perguntar o mesmo a você, Olívia Jeffries.

Então ela baixou sobre ele, supôs que estava bem que já se houvesse colocado uma nova camisinha, por que não havia outra maneira de que a parasse quando o levasse a loucura. Ele supôs pelo seu olhar que estava cheia de orgulho. O queria e o teria.

Então começou a se mover, devagar primeiro e depois com desespero que lançou fogo por todos os lados, e o fez sentir como se a cabeça de seu membro fosse explodir. Mas seguiu movendo-se, movendo seus dois seios frente ao seu rosto com cada movimento.

Ele se ergueu e tomou um, o levou a sua boca e ela jogou sua cabeça para trás, enquanto seguia cavalgando de uma forma como nunca o haviam cavalgado antes. Ela tinha força nos músculos, em seu traseiro e seus músculos mais internos, a estava usando para fazê-lo estremecer.

Como revanche, ele cobriu de beijos seus seios, usando seus lábios e língua para levá-la ao mesmo abismo que ele estava a ponto de cair. E quando ele explodiu se saciou até que quase saíram da cama, mas então os músculos dela o imobilizaram. Seu corpo estava bloqueado embaixo dela, e se perguntou se seriam capazes de se separar quando chegasse o momento. Nesse momento não lhe importava, se não podia. Amaria estar dentro dela para sempre, no lugar que um dia plantaria sua semente para conceber seu filho.

Aquele pensamento desencadeou outra explosão, e se atou a sanidade quando Olívia deslizou sobre ele. Seus músculos interiores o abrasavam com força, e tomou o que pode dele. Sentiu como seus pulmões estavam a ponto de entrar em colapso quando tentou não gritar. Enterrou seu rosto no seu decote, encontrou um refúgio entre seus seios. Supôs desde aquele momento que acontece o que acontecesse, um dia a teria totalmente, completamente, e irrevogavelmente sua.

-Ao final não temos comido nada – disse Olívia enquanto voltava a colocar suas calças.

-Não, e devo desculpas por isso – disse Reggie, subindo suas calças, deixou de fazer o que estava fazendo e a olhou, viu como lutava com os botões de sua blusa.

-Vem aqui Olívia

Ela o olhou e sorriu antes de cruzar o quarto – Não sei por que coloquei uma com tanto botões. Como se não soubesse que íamos removê-los.

Ele não disse nada enquanto abotoava sua blusa, Tinha razão, tinha muitos botões. Não havia sido tão ruim se sua atenção não tivesse desviado a seu sutiã cor de carne – Teu sutiã é da minha cor favorita – disse ele rindo.

-Imaginei isso quando o coloquei – disse entre risadas – Tinha razão. A cor carne é uma cor.  

-Se está com fome, podemos ainda...

-Não, Tenho me dado conta de que o telefone tocou várias vezes. Tem que voltar ao trabalho

Ele riu – Viu que hora é Olivia? O dia quase acabou. Levamos cinco horas aqui, são mais de cinco horas – a realidade não lhe importava – Já esta – disse levando suas mãos aos lados para evitar a tentação de fazer algo, como tomá-la em seus braços e beijá-la.

-Obrigada, agora tenho que saber algo – disse olhando – o

-Que?

-Tem ações aqui?

Ele voltou a sorrir – Gostaria, mas não tenho.

-Então, que relação tem? – perguntou ela, enquanto seus gestos mostravam que estava disposta a saber.

-Meu irmão Quade. Dominic Saxon é seu cunhado. Os dois acabam de ser pais. Quade tem trigêmeos – um filho e duas filhas, a mulher de Dominic, Tayler, deu à luz a seu filho faz alguns meses.

-Oh, imagino que estão orgulhosos.

Reggie sorriu – Com certeza estão.

Ele colocou a camisa, enquanto ela terminou de se maquiar na penteadeira. Ainda sabia que ela provavelmente resistiria, decidiu continuar e disse: - Reservei o quarto para sábado à noite Olívia.

Olívia encontrou seu olhar através do espelho antes de se virar lentamente e olhá-lo fixamente. Acabava de fazer um convite, um que ela queria aceitar, continuou olhando seus olhos escuros e então passou a estudar seu rosto. Havia alguma coisa, algo que não podia decifrar em seus olhos e em seu rosto.

-Vir aqui hoje foi arriscado Reggie – disse suavemente

-Eu sei – foi sua resposta – Mas tinha que te ver

-E eu tinha que estar com você – disse ela com honestidade

Perguntou-se tarde demais, por que havia admitido aquilo, mas muito dentro dela sabia que era a razão. Queria que ele soubesse que queria estar ali, e que tempo juntos havia sido especial.

Reggie cruzou o quarto rumo a ela, e sem lhe dar a oportunidade de dar o primeiro passo, ela alcançou sua boca. E ele a beijou com uma doçura que lutou para manter.

Quando deixou sua boca, a olhou – Está certa de que foi o suficiente?

Ela mordeu os lábios – Por agora – então sorriu – Terei o resto no sábado.

Ele ergueu uma sobrancelha com esperança – Virás?

Sorriu – Sim, virei.

Ainda sabia que necessitava terminar de se vestir e ir embora, se aproximou dela, a pegou pela cintura e a tomou em seus braços com doçura, deleitando-se com a forma que seu corpo se grudava ao dele, perfeitamente sincronizado. Então baixou sua boca rumo a dela buscando um beijo que o manteria vivo ate sábado, quando voltariam a se ver mais uma vez.

 

                                   Capítulo 8

-Cathy te telefonará mais tarde, Libby.

Olívia levantou a vista de sua tigela de cereais e olhou seu pai interrogando – Para que?

-Para programar todas essas arrecadações de fundos que tenho que ir nas próximas semanas, começando por sábado.

Olívia entrou em pânico – Espero que não nesse sábado à noite

Seu pai levantou uma sobrancelha – Não, é sábado ao meio dia na casa de Darwin e sua esposa.

Ela assentiu. Darwin e Terrence haviam jogado juntos nos Miami Dophins. No ano anterior Darwin, que, como Terrence, se havia retirado da liga nacional, se mudou para Atlanta depois aceitar o posto como treinador dos Falcons.

-E por que se preocupa com sábado à noite? Tem algum plano? – perguntou Orin

Olívia engoliu a saliva. Odiava mentir para seu pai, mas não podia dizer a verdade. A competição política o havia deixado muito pouco razoável, especialmente no que dizia respeito à Reggie. Estava convencida de que a única razão pela qual não o aceitava a Reggie era por que estava competindo para senador. De todas as formas queria penas que como havia dito Reggie, a eleição não tinha nada a ver com o que acontecia entre eles.

Encontrou o olhar do pai – Sim tenho planos, encontrei um amigo na festa de sábado e voltaremos a nos ver nesse sábado – Ao menos não era uma completa mentira.

O rosto de seu pai se suavizou – Está bem, me senti mal de fazer você deixar sua vida em Paris e vir aqui e ser minha acompanhante a esses eventos. Fico contente de que tem encontrado como passar o tempo.

Se soubesse o quanto tinha se divertido graças a Reggie, pensou ela.

Os dois continuaram comendo e a cozinha ficou em silêncio. Havia algo que ela tinha que perguntar algo que necessitava saber de verdade. Alguma coisa que a havia incomodado desde que havia ouvido no dia anterior.

Olhou seu pai. Estava lendo um jornal e estava passando as páginas. Não gostava de interrompê-lo, mas tinha que fazer. – Papai, quero lhe perguntar uma coisa.

-Claro carinho – disse Orin, levantando o olhar para encontrar com o dela, deixando o jornal de lado – o que aconteceu?

-Reggie Westmoreland – disse ela enquanto a mandíbula de seu pai ficava tensa.

-O que aconteceu com ele Libby?

-Autorizou a alguns dos membros de sua campanha a lançar um falso rumor sobre falência e demissão de sua empresa?

Ele franziu o cenho – Claro que não, por que acredita que faríamos algo assim?

-Para desmerecê-lo

Suas feições ficaram mais tensas – E acredita que eu faria algo assim ou permitiria a algum dos membros de minha campanha que o fizesse?

-Não quero acreditar, mas não sou ingênua. Sei como pode ser jogo sujo, papai.

Orin encostou-se a seu assento – E você está indo com Reggie Westmoreland? – perguntou

Ela respirou profundamente – Não papai, não vou com ninguém. Essas táticas podem se voltar contra você, assim me preocupo com você.

O que não disse era que estava segura de que Reggie conhecia o boato, que havia circulado no dia anterior, mas não mencionou com ela. Ainda que houvesse estado desgostoso por isso, Reggie havia se concentrado nela e havia comprido a palavra de não mesclar sua competição com seu pai, com a sua relação com ela.

Agora era sua vez de estudar as feições de seu pai, pode ver que ele estava pensando. Estava tão separado da equipe de sua campanha que não sabia o que acontecia? Não sabia do que eram capazes?

-Tenho uma reunião com a equipe esta manha, se descobrir que alguém está relacionado com essa história, será despedido.

Esteve a ponto de perguntar se aquilo incluía o senador Reed. Pressentia que ele estava por trás do boato – Obriga papai, Acredito que é o que te convém a longo prazo.

-Onde estava ontem Reggie? Tentei falar com você toda à tarde – disse Brent olhando – o do outro lado da mesa de café. Estavam sentados no Chase’s Place, onde haviam se encontrado para tomar café.

Reggie deu de ombros – Estava ocupado, aconteceu alguma coisa que não pode resolver?

-Claro que não – disse deixando seu copo de café e seus olhos azuis estudaram Reggie com intensidade – Mas havia estado bem se tivesse atendido. Alguém do Neewsweek telefonou para escrever um artigo sobre você. Não é uma revista local Reg. Estamos falando do Neewsweek. Sabe quanto tempo tenho tentado conseguir uma circulação nacional.

Sim Reggie sabia, e sentia mal por ele. Mas aquele momento somente havia podido pensar um tempo interrupto com Olivia – Sinto muito, Brent.

-Estava se encontrando com ela, verdade?

Reggie ergueu uma sobrancelha e encontrou com o olhar de Brent – Depende de a quem está se referindo

-A filha de Orin Jeffries

Reggie se encostou a sua cadeira. Brent e ele levavam muitos anos sendo amigos, desde que se formaram na escola. Depois de ir para a faculdade em Yale, Brent havia trabalhado durante vários anos em Boston antes de se mudar para Atlanta vários anos antes para cuidar de seus pais. Alguns meses depois, Reggie havia sido o padrinho de casamento dele.

No que dizia respeito à Reggie, tirando seus irmãos e primos, não havia um homem em que ele confiasse mais. Seus olhares se cruzaram – Sim estou me encontrando com ela

Brent respirou fundo – Acredita que isso é sensato?

Reggie riu – Considerando o fato de que penso em me casar com ela depois das eleições, sim acredito que é sensato.

Brent abriu a boca – Se casar – então olhou ao seu redor esperando que ninguém tivesse ouvido, depois se voltou, tirou um cabelo que havia caído no rosto – Reggie conheceu essa mulher na segunda no almoço

-Não – disse Reggie sorrindo, enquanto retirava seu café – Realmente, nos conhecemos antes.

Brent ergueu uma sobrancelha – Quando?

-No sábado no baile de máscaras.

-No sábado?

-Sim – respondeu Reggie

-Isso não foi nem uma semana. Está me dizendo que decidiu que queria se casar com ela quando a viu em uma festa?

-Algo assim. Naquele momento não sabia quem era. Descobri na segunda, no almoço, quando ela descobriu quem era eu – Reggie somente podia sorrir. Brent o olhava fixamente como se houvesse perdido a cabeça – Acredite meu amigo, não perdi a cabeça, somente o coração.

Brent bebeu um gole do suco de laranja. Sua expressão refletia que queria que fosse uma vodka – Entende as implicações do que faz? Olha – disse enfatizando cada palavra – Seu pai é seu adversário ao cargo de senador.

-O sabemos. Ainda assim, temos decidido que não tem nada a ver com o que se passa com a gente – disse Reggie.

-A quer? – perguntou Brent incrédulo.

-Com toda a minha alma – respondeu Reggie sinceramente

Havia pensando muito neles essa naquela noite. Honestamente, não havia podido pensar em outra coisa. Ainda que parecesse uma loucura, sim tinha se apaixonado por ela. Nunca havia se apaixonado, tinha sido contra o casamento, especialmente já que seus familiares nos últimos sete anos – começando por Delaney – haviam começado a cair no casamento como mariposas. Somente sabia que não se estabeleceria até que chegasse a mulher certa. Já que sua carreira e sua decisão de entrar para a política, não havia esperado que acontecesse aquilo. Pensava que teria pelo menos trinta e muitos anos quando se casasse, mesmo sabendo que sua mãe queria de outra maneira.

   -E ela sente o mesmo?

A pergunta de Brent invadiu os pensamentos de Reggie – Não estou certo. Nunca a perguntei. Realmente, ainda não compartilhei meus sentimentos com ela. Será melhor esperar até depois da campanha.

Brent tomou outro gole do suco de laranja – Reggie, juro que me provocará um ataque no coração.

Reggie sorriu – Não e a minha intenção. Estou certo de que se recorda de quando conheceu Melody. Que me diz? Reivindicou que havia se apaixonado imediatamente.

-Eu disse, mas seu pai não era meu adversário político – contra atacou Brent.

-Não deveria importar nos propusemos que não afetará nossa relação. Assim que desejo sorte.

Brent não pode evitar sorrir – Olhe meu amigo, o que precisa é de rezas, e eu serei o primeiro a rezar por você.

Olívia saiu do elevador e olhou ao seu redor. Com o passar dos anos, a empresa de seu pai, não havia mudado muito. Os móveis seguiam colocados da mesma forma. Recordava-se de ir ali depois do colégio quando era menina e se sentar no sofá para ver televisão – somente depois de fazer seus deveres. Duan e Terrence tinham atividades extra escolar e em vez de deixar que fosse para casa sozinha, seu pai havia contratado um carro particular para pegá-la na escola e levá-la ali.

-Libby, que alegria te ver. Não esperava que viesse me ver.

Olivia não pode evitar devolver o sorriso a Cathy – Não importa, queria sair de casa de todas as formas.

Aquilo era verdade, havia tentado pintar, mas o único que vinha a sua mente era Reggie, e não podia se arriscar que seu pai encontra-se camisinhas em sua casa. Acomodou-se em uma cadeira junto à escrivaninha de Cathy.

-Se queria ver seu pai chegou tarde, saiu, acredito que tem ido à sede de sua campanha – disse Cathy com expressão preocupada – tem estado falando com toda a equipe de sua campanha e não estava contente. Suspeita que algum lançou uma falsa informação sobre o Westmoreland ontem. Agora disse os jornais que seu pai joga sujo.

Olívia suspirou, havia suspeitado que isso aconteceria – Bom, estou contente de que meu pai tem solucionado. Se não, se haveria voltado ainda mais contra quem seja o responsável.

-Concordo

Olívia gostava de Cathy, era atraente, responsável e Olívia sabia que seu pai estava profundamente interessado nela. Ao menos seu pai começava a se dar conta de que Cathy era uma mulher, ainda avançava lento demais para o gosto de Olívia – Bom como pode ver, trouxe minha agenda – disse a Cathy – Papai quer que aponte todas as flechas nos eventos da campanha. Assim não entendo por que não pediu a você que o acompanhasse.

Cathy ficou vermelha – Seu pai nunca faria isso. Sou sua secretária.

Olívia pousou seus olhos em branco – Não é somente sua secretária, Cathy. É sua mão direita em muitos sentidos, e estou seguro de que o sabe. Francamente, estou preocupada com ele e pelas eleições. Ás vezes acredito que quer ser senador e outras vezes não estou certa. O que acha?

Cathy duvidou em responder e Olivia supôs que era por que pensava que dizer algo negativo sobre Orin ou sua campanha consideraria desleal – Acredito que se dependesse do seu pai, não teria se apresentado – disse Cathy com dúvida.

-Então, por que o fez?

-Por que o senador Reed o convenceu.

Olívia moveu a cabeça sem compreender nada – Meu pai é um homem adulto que pode tomar suas próprias decisões. Por que ia o senador Reed convencê-lo? Não tem sentido. Não tem uma história nem tem sido amigos durante os anos. Tenho entendido que se conheceram jogando golfe fazia alguns anos.

Cathy moveu a cabeça – Não sua relação vem muito antes disso.

Olivia piscou surpreendida. Pressentia que Cathy sabia muito mais que isso. Definitivamente mais do que seus irmãos e ela sabiam – Então, qual é a sua relação?

Olivia notou como Cathy ficou nervosa e mordeu os lábios – Não estou certa de que seja meu papel dizer, Libby – disse.  

Olívia sabia que se Cathy não lhe proporcionasse a informação, nunca a conseguiria. Decidiu ir a até o fim e disse em uma voz baixa – Sei que ama meu pai, Cathy – A mulher a olhou surpreendida e Olívia lhe disse em uma voz ainda mais baixa – Espero que meu pai se dê conta do quanto é preciosa, não somente como empregada, sim como mulher. Mas estou preocupada se está acontecendo algo que meus irmãos e eu não estaríamos de acordo, e se é esse o caso, necessito saber o que é.

Cathy a olhou fixamente por um longo tempo – Teu pai sente que está em dívida com o senador Reed.

Olivia ergueu uma sobrancelha – Por que sente isso?

Cathy não disse nada por um tempo – Pela tua mãe – disse ela

Olívia sentiu sua cabeça dar voltas – Que tem a ver minha mãe com isso? Meus irmãos e eu não temos sabido dela em vinte anos, meu pai sim? Estão em contato?

-Não, não é isso que estou dizendo.

Com um olhar desesperado, Olívia tomou a mão de Cathy – Diga-me Cathy, tem que me dizer o que está acontecendo e que tem a ver minha mãe com isso.

-Alguns anos, sua mãe fugiu com outro homem, um homem casado – disse Cathy.

Olívia assentiu, conhecia essa história. Apesar de ter somente três anos então, anos depois ouviu seus avós sussurrar coisas cobre sua mãe – E?

-A mulher desse homem iria ter um filho.

-Sim isso também sei – disse Olivia – E também sei que a mulher estava tão desgostosa com o que aconteceu que ela e seu filho se mudaram.

-Sim, mas o que não sabe e que alguns anos depois, a mulher se matou. Não pode superar a separação com seu marido.

Olívia ficou sem ar. Cathy tinha razão, não sabia isso. – Que espantoso

Cathy assentiu triste – Sim, foi. O que é pior, quando decidiu parar o carro e esperar o trem , seu filho estava no carro, morreram os dois.

Olívia não pode evitar que as lágrimas saíssem de seus olhos, já era bastante horrível que a atitude de sua mãe havia destroçado uma família, mas também havia provocado que uma mulher tirasse sua vida e de seu filho.

-Não queria dizer – disse Cathy suavemente, entregou um lenço a Olívia.

Olívia enxugou as lágrimas – Me alegro que o tenha feito, mas que tem a ver tudo isso com o senador Reed?

Então foi que Cathy tomou a mão de Olívia – A mulher que se matou era sua irmã, Libby, seu pai se sente responsável pelo o que aconteceu a ela e sua filha, como conseqüência do que fez sua mãe.

 

O primeiro que fez Olívia ao chegar em casa foi pegar o seu bloco de desenho e suas tintas, determinada a ir ao parque, pintar sempre havia acalmado sua mente, e agora precisava mais do que nunca.

Havia voltado para casa depois da conversa com Cathy. Ao contrario de ir atrás de seu pai e chorar em seus braços. Não era justo que se sentisse responsável por o que havia feito sua mãe há mais de vinte anos, o que afinal havia conduzido a uma tragédia. E sim o senador Reed estava jogando com a consciência de seu pai a propósito, que tinha que parar.

Uma vez no parque, encontrou várias cenas em que podia se concentrar e tentou fazer vários esboços, mas sua concentração se desvaneceu. Uma parte dela queria telefonar para seus irmãos e contar o que tinha descoberto, mas resistiu. Chegariam à cidade em uma semana, e então os diria. Saberiam como controlar a situação. Amava seu pai e se de verdade queria a política e se converter em senador, o apoiaria, mas se dirigia a ele somente por um sentimento de culpa, então não estaria de acordo.

Pela primeira vez em anos, pensou na mulher que havia lhe dado à luz. A mulher que os havia abandonado a ela, seu pai e seus irmãos sem olhar para trás. Quando Duan era grande o bastante, havia tentado encontrá-la, para satisfazer sua curiosidade de saber por que o instinto maternal de Susan Jeffries nunca a havia feito manter contato com seus três filhos depois de abandoná-los. Em vez de encontrar uma mulher arrependida, encontrou uma egoísta que havia se casado quatro vezes e não havia tido mais filhos. Havia ido pelo caminho fácil e era a amante de um piloto de corridas, buscando ao parecer o marido número cinco. Havia passado seis anos desde aquilo. Não sabiam por que agora seria um problema.

Quanto mais Olívia pensava em sua mãe, mas se deprimia, e se deu conta de que nem sequer pintar podia acalmar sua mente. Era raro que seus dias mais felizes fossem os que havia passado com Reggie. Não somente compartilhando sua cama, mas compartilhando um pouco de si mesma de uma forma e nunca havia compartilhado com nenhum homem. Falavam entre uma e outra vez quando faziam amor, se sentia tão bem com ele.

A risada de uma menina captou sua atenção e olhou ao outro lado do brinquedo para ver uma mãe com sua filha, que parecia ter uns três anos, a mesma idade que tinha ela quando sua mãe a abandonou. A mulher parecia se divertir e a exuberância no rosto da menina lhe disse que a menina também se divertia. Isso era o que faziam as mães, faziam sorrir seus filhos e não os entristeciam pela vida.

Consciente que estava voltando a pensar na pobre desculpa de sua mãe passou a pensar em Reggie. Queria vê-lo nesse momento, que a abraçasse e a beijasse. Era difícil acreditar que fazia menos de uma semana que se conheciam, mas esse tempo haviam compartilhado muito.

Meia hora mais tarde seguia sentada no banco da praça, pensando em Reggie. Havia passado a maior parte do dia anterior juntos. Queria vê-la outra vez hoje? Se encontraria com ela assim que telefonasse, somente para abraçá-la sem fazer mais anda?

Olívia engoliu a saliva. Somente havia uma forma de saber, tirou seu celular do bolso e discou seu número.

Alô Reggie Westmoreland falando.

O som de sua voz sexy ressoou nela – Ola, Sou eu Olívia, não queria te telefonar, mas não podia telefonar para mais ninguém.

-O que aconteceu?

Saiu uma lágrima de seus olhos – Nada realmente, somente preciso que me abracem.

-Onde está?

-Em um parque, vim pintar e.

-Como se chama o parque?

-Parque Ciprés.

-Sei onde é, vou para aí.

-Não é um lugar publico, tem algum lugar que podemos nos ver? – perguntou.

Houve uma pausa e então disse – Sim, realmente, minha prima Delaney e seu marido Jamal têm uma casa a várias milhas daí. É na avenida Commonwealth. Plaza de Delaney.

-Uma casa somente para ela? – perguntou Olívia.

-Jamal foi o primeiro inquilino e decidiu comprar as demais para que Delaney, e os meninos pudessem ter privacidade quando viessem. Tenho uma chave para comprovar como vão as coisas quando eles não estão aqui. Vá para lá carinho. Estarei te esperando.

Olívia reconheceu o carro de Reggie estacionado diante de um grande grupo de edifícios elegantes, todos os chalés, em torno de dez, em uma urbanização preciosa.

Caminhou rumo ao edifício central e seu pulso aumentou a casa passo que dava. Quando chegou à porta, olhou ao redor. Foi bater na porta, mas antes que seus dedos pudessem tocá-la a porta se abriu e Reggie estava ali, tomou sua mão com a dele e a atraiu gentilmente para dentro antes de fechar a porta atrás dela.

Olívia o olhou e ele a tomou em seus braços, rodeou sua cintura com seus braços e apertou o rosto dela contra seu peito.

Ela respirou profundamente. Cheirava a homem, uma essência robusta e agradável que a fez estremecer. Isso era o que precisava. Estar em seus braços, enquanto ia rumo ali, continuou pensando em como se sentia em seus braços. Sua vida estava em desordem, e ele era uma força sólida em seu mundo confuso.

De repente sentiu como a pegava nos braços e ela rodeou seu pescoço com seus braços – Onde está me levando? – perguntou quando ele começou a andar.

-Aqui, ao sofá, para poder abraçar-te como quero e poder me dizer o que te incomoda.

Olívia juntou seus lábios, sem estar certa de que poderia fazer isso sem envolver seu pai, isso não seria bom. Ele não precisava saber que seu pai havia se apresentado a senador por que o senador Reed, o homem com que se sentia em dívida, lhe havia animado a fazê-lo, e no fundo seu pai não queria.

Reggie a aconchegou em seus braços quando se sentou no sofá e girou seu corpo para que pudesse olhá-lo – O que aconteceu Olívia? O que fez você me telefonar?

Ela pensou e decidiu contar parte do que a incomodava, mas não tudo – Estava no parque e vi uma mãe com sua filha. A menina tinha mais ou menos a minha idade, quando minha mãe nos abandonou. Vê-las me fez dar conta de como foi fácil para minha mãe ir embora sem olhar para trás.

-E nunca tentou encontrá-los? – perguntou Reggie, acariciando suavemente sua bochecha com a ponta de seu dedo.

Olívia negou com a cabeça – Não, nunca tentou.

Reggie apertou seu abraço, e ela sentiu seu calor. Não estava segura de quanto tempo passou até que levantou o olhar e o olhou. Ele a olhou e estudou seu rosto – Está bem? – perguntou suavemente.

Ela assentiu – Agora sim, mas tenho que ir, meu pai vai ficar preocupado por que está ficando tarde.

Ele se levantou com ela nos braços e a deixou cair até seus pés tocassem o chão. Por um longo tempo ficou ali o olhando, dando-se conta de que não haviam se beijado ainda. Ele devia ler pensamento por que baixou sua boca rumo a ela. Ela esticou o pescoço para encontrar a boca dele, e suspirou profundamente quando seus labiops se encontraram.

A língua dele entrou em sua boca em um segundo, movendo-se em círculos antes de enredar-se com a dela, possuindo-a totalmente. Ela rodeou seu pescoço com seus braços e gemeu quando ele aprofundou o beijo. As sensações a fizeram vibrar e sentiu um calafrio por todo seu corpo.

Momentos mais tarde, terminou o beijo, arquejando. Ninguém podia beijar como Reggie Westmoreland. Estava totalmente convencida, tinham que parar um momento para recuperar o ar. De certa maneira, o fez sentir bem saber que estava tão afetado como ela pelo beijo.

-Quer conhecer a casa antes de ir? – perguntou Reggie com voz de brincadeira, tomando sua mão na dele.

Olívia olhou ao redor, aquele lugar era precioso, com seu grande salão luxuosamente decorado em cor pêssego e creme, sua imensa sala de jantar, sua cozinha e escada de caracol, perfeito para um rei, pelo menos o que havia lido o xeique Jamal Ari Yasir herdaria esse titulo.

-Sim, gostaria de vê-la.

Reggie mostrou a ela, e ela ficou totalmente impressionada pelo luxuoso banheiro e quartos, e quando fizeram um turnê em um dos quartos de convidados, com uma grande cama, ele não tentou levá-la até ela. Em vez disso a olhou – No sábado será nossa noite. Hoje somente precisa da minha companhia – ele sussurrou.

Suas palavras a acalmaram apaziguaram sua mente e a fizeram se sentir especial, principalmente por que ela o havia telefonado e ele a havia acudido - Obrigada por vir Reggie.

Ele a olhou e se aproximou mais dela – Sempre virei quando me chamar, Olívia.

Seus olhares se encontraram e ela pensou que era estranho que dissesse isso, não tinham um futuro juntos, em dois meses ela voltaria para Paris.

-Vamos, deixe-me acompanhá-la até o carro – disse Reggie com a voz rouca, enquanto colocava suas mãos nos ombros dela.

Olívia se arrepiou que seu tempo com Reggie fosse acabar e apreciou que estivesse estado ali quando ela havia precisado, isso significava muito.  

 

                                                   Capítulo 9

Na semana seguinte Olívia esteve muito ocupada assistindo a vários eventos com seu pai. Decidiu não falar com seu pai à conversa que havia tido com Cathy. Em vez disso, falaria com seus irmãos para conhecer suas opiniões quando chegassem no final de semana.

Tinha que recuperar o ar cada vez que pensava no tempo que ela e Reggie tinham passado juntos, especialmente o sábado à noite. Na quarta ele telefonou para convidá-la para tomar algo no Chase’s Place. Ali conheceu Jessica, a mulher de Chase, que estava esperando o primeiro filho do casal. Jessica, que tinha uma doceria, a havia convidado para comer uns deliciosos brownies. Olívia se perguntava que lhes havia dito Reggie a Chase e Jessica sobre sua relação, se sabiam que era a filha de seu adversário político.

Olívia não havia podido evitar se dar conta os últimos dias de que seu pai estava emocionado pelo fim de semana seguinte. Seus três filhos estariam em casa para acudir um imenso churrasco que assistiriam todos os candidatos no sábado à tarde.

Essa noite ia a outro evento político com seu pai. Todos os candidatos estariam lá. Reggie e ela fariam como se quase não se conhecessem, haviam falado disso na quarta, e ela sabia que ele não estava contente com essa idéia, mas havia prometido respeitar seus desejos. A ela também não gostava ter que se esconderem para se verem, mas dadas às circunstâncias, era algo que tinham que fazer.

Sorriu e continuou se vestindo, pensando em que se esconder para se verem tinha suas vantagens, fazia que apreciassem o tempo que passavam juntos, e sempre encontravam formas de aproveitar. Seria duro vê-lo no dia seguinte e não poder chamá-lo como seu. Uma parte dela sentia que era seu, cada vez que estavam juntos. Ele usava sua boca para deixar sua marca nela, e ela fazia o mesmo com ele.

Tentou não pensar no dia que a campanha eleitoral acabasse e ela voltasse a Paris, havia pensando inclusive em telefonar ao Louvre para perguntar se podiam prolongar suas férias em algumas semanas a mais, queria estar com ele abertamente depois das eleições, não queria pensar em como se sentiriam seu pai e ele, um para o outro, então dependendo quem tivesse ganhado.

Olhou seu relógio, tinha que andar de pressa por que a última coisa que queria fazer era chegar tarde no seu pai, embora tivesse visto Reggie no dia anterior, tinha vontade de vê-lo.

Reggie fez uso de toda a sua paciência quando olhou a entrada do salão. Havia passado grande parte do dia pensando em Olívia e não podia esperar para vê-la, na noite anterior não tinha perdido tempo e havia telefonado para perguntar se podiam se ver, não gostava de ter que se esconder e sua paciência estava se esgotando, não estava certo se podia agüentar isso outro mês. Como seus irmãos chegariam à cidade esse final de semana, ela lhe disse que não seria prudente escapar para vê-lo no Saxon, no sábado à noite, depois do churrasco. O fato de que Duan e Terrence Jeffries fossem estar na cidade até quarta feira que bem, queria dizer que seu tempo com Olívia não existiria.

-Como está essa noite, Westmoreland?

Reggie se voltou e viu o senador Reed, o homem ao que não se interessava em ver – Bem senador e você? – perguntou, mas por educação que por interesse.

-Genial, acredito que entre Jeffries e você, estariam muito apertadas às coisas.

Reggie queria dizer que essa visão não coincidia com a ultima pesquisa, que indicava que ele levava vantagem substancial, mas se absteve de dizer – Acredita nisso? – disse

-Sim, mas tudo se baseará na experiência.

Reggie sorriu

-E ao candidato que aprovo – acrescentou o senador

O que o senador não acrescentou, segundo Reggie, foi que não apoiava a ele, não era uma surpresa, o homem já havia apoiado a Orin Jeffries e trabalhava na sua campanha – Sinto que pense isso, senador, já que estou igualmente certo que nem quero, e nem preciso da sua aprovação.

-Estou igualmente triste que pense isso, por que lhe demonstrarei que não tem razão, estarei contente e vê-lo perder – então saiu.

-O que aconteceu? – perguntou Brent quando se encontrou com ele.

-O senador queria me convencer da importância da sua aprovação.

Brent bufou – disse a ele onde podia meter sua aprovação?

Reggie riu – Não com essas palavras, mas acredito que fez uma idéia.

Brent viu que o senador estava agora falando com um rico industrial – Há algo nesse homem que me irrita.

-A mim também – disse Reggie, estava a ponto de levar seu copo à boca, quando olhou a entrada da sala no momento exato que Olívia e seu pai entraram. Ela lhe sustentou o olhar, e a rajada de desejo que atravessou seu corpo o fez querer mandar ao inferno a discrição, cruzar a sala e tomá-la em seus braços, mas sabia que não podia fazer isso.

Brent que estava ao lado de Reggie, seguiu seu olhar – Tenho que lembrá-lo que deve ser cuidadoso? Nunca se sabe quem está olhando, não confio em Reed, ainda que apóie Jeffries, não confio nele.

O olhar de Reggie continuou fixo em Olívia por um minuto a mais, até que ela olhou para o outro lado.

O senador Albert Reed franziu o cenho enquanto via a interação entre Olívia e Reggie. Tinha o pressentimento que havia algo entre eles, mas não tinha provas. Não gostava disso, havia sugerido que Orin mandasse chamar sua filha coma baixa desculpa que seria sua acompanhante, mas a verdade e que a queria para ele.

Havia descoberto que as mulheres de sua idade desfrutavam com os homens mais velhos, especialmente se estes gastavam dinheiro com elas, com sua mulher presa a cama, sentia necessidade que somente uma mulher jovem poderia saciar.

Quando viu todas as fotos de Olívia que Orin tinha na parede de seu escritório, decidiu que queria convertê-la em sua próxima amante, levá-la para cama seria o final perfeito para sua vingança contra os Jeffries, pelo o que a raposa da mulher de Orin havia feito. Orin se sentia culpado, e no que dizia respeito ao senador, a culpa estava justificada, tinha que haver sabido controlar a sua mulher infiel.  

Tomou um gole de sua bebida, enquanto continuava olhando como Olívia e Reggie se olhavam um ao outro, um interessante, era o momento de agir, imediatamente.

-Estou certa de que a Inglaterra é preciosa nesta época do ano.

Olívia assentiu enquanto que Marie Patterson falava e falava ao grupo de quatro mulheres sobre seu sonho de passar um mês na Inglaterra. Então Olívia tomou um gole de sua bebida e olhou ao outro lado da sala, buscando com o olhar um homem em particular, quando o encontrou, sustentou o olhar.

Conhecia esse olhar, se tivessem sozinhos, teria atravessado a sala até ele, o rodeando o pescoço com seus braços, enquanto ele rodeava sua cintura com as suas mãos, a havia se aproximado dele e teria apertado seu corpo duro e musculoso contra ela até que sua ereção grande e dura estivesse unida à união de seus músculos.

-E que tal Paris, Sta. Jeffries? Tenho entendido que mora um tempo lá, é bom o clima?

Olívia voltou sua atenção à senhora Patterson quando esta disse seu nome, tomou um gole rápido de vinho para refrescar seu interior antes de responder – Sim, o clima de Paris é agradável.

Quando a conversa passou dela ao último modelo feminino, o olhar de Olívia voltou a Reggie, estava falando com um grupo de homens, todos tinham o aspecto que distinguia os Westmoreland assim assumiu que seriam seus familiares – primos ou irmãos.

Estava a ponto de voltar sua atenção ao grupo de mulheres quando o senador Reed estava de pé do outro lado da habitação, lhe sustentando o olhar, a estava olhando, por alguma razão a forma como a olhava fez se sentir incomodada e rompeu o contato visual rapidamente.

Reggie havia suportado a festa todo o tempo que havia podido e estava contente de que Brent tivesse falado que podia ir, se dirigiu à porta, não sem antes encontrar Olívia, sorriu quando ela assentiu, sabia que havia interpretado a mensagem.

Estava a cinco minutos no carro, quando ela telefonou – Onde está, carinho? – lhe perguntou imediatamente.

-No corredor, estou sozinha, mas pode chegar alguém a qualquer momento, queria que te telefonasse.

-Sim – disse com a voz rouca – Quero você.

A profundidade de suas palavras quase a fez gemer, se voltou para comprovar que não havia ninguém no corredor – Quero você também – sussurrou em seu celular.

Houve uma pausa e então ele disse – Se encontra comigo, essa noite, no nosso lugar.

Olivia respirou profundamente, encontrar-se com ele mais tarde não seria um problema por que seu pai estaria dormindo profundamente. Sabia que seria a última vez juntos por um tempo, seus irmãos chegariam no dia seguinte, podia enganar seu pai, mas seus irmãos eram diferentes – Está bem, estarei lá, mais tarde.

Então desligou o telefone.

-Esta se divertiu esta noite, Libby?

Olivia olhou seu pai, enquanto subiam junto às escadas – Sim, passei um bom tempo, a comida estava muito boa.

Orin não pode evitar sorrir - Sim, estava boa, e estou orgulhoso de ver que comeu para variar.

Quando chegaram ao final ele lhe deu um beijo no rosto – Boa noite, carinho, estou cansado, assim vou dormir e você?

-Um, pode ser que vou pintar um pouco, boa noite, durma profundamente papai.

Ele riu – O farei

Quando Olívia entrou em seu quarto, fechou a porta, tirou a roupa ansiosa para ir ao hotel Saxon, para encontrar com Reggie, foi ao armário e elegeu um vestido o agradaria ir sem sutiã essa noite, em uns minutos, já estava colocando um par de sandálias e pegando sua bolsa, abriu a porta e deslizou para fora do quarto, e em vários segundos havia descido as escadas e estava fora da cama.

Não podia esperar para ver Reggie.

Reggie se colocou de pé quando a porta do quarto do hotel se abriu e Olívia entrou sem dizer nada, lançou sua bolsa no sofá e atravessou o quarto até chegar nele, quando a alcançou ele a tomou em seus braços levantando-a do chão.

Outras noites haviam marcado sua propriedade por todo o seu corpo, mas essa noite queria reclamar sua boca, seus lábios e sua língua reservando-os para ele, na festa haviam estado tão próximos e às vezes tão longe que a havia desejado com uma força que o fez tombar.

Separou sua boca, se dirigiu ao quarto quando ela começou a seu mover em seus braços – Não, aqui, façamos amor aqui.

Quando a deixou no chão, ela se concentrou em sua roupa, tirou a camiseta e enquanto beijava seu peito avidamente, ele estava tentado a dizer que fosse mais devagar para garanti-la que teriam toda a noite, mas sabia que não era assim, ela teria que ir antes do amanhecer.

Suas mãos foram à braguilha de sua calça e a olhou enquanto baixava a cueca antes de introduzir sua mão e tomá-lo, jogou a cabeça para trás deixando sair um gemido gutural enquanto as sensações surgiam em espiral dentro dele, fazendo que quase teve que ajoelhar, ele teve que tomar ar.

   -Quero isso Reggie – disse ela enquanto sujeitava seu membro.

- E eu quero dá-lo – conseguiu dizer, movendo devagar rumo a parede.

Quando já não podia ir mais, baixou o zíper do vestido e sorriu ao ver que não usava sutiã, seus seios estavam desnudos diante de seus olhos, lambeu os lábios – Usa algo debaixo do vestido? – perguntou enquanto sua boca se dirigia aos seus seios.

-Não

-Bom

Ele subiu a saia do vestido e colocou sua mão na feminilidade dela – Quero isso.

Dando um passo para trás, tirou o vestido deixando cair no chão, seu olhar percorreu seu corpo nu de cima a baixo – Precioso.

Então tirou a roupa, tirando uma camisinha de sua carteira a colocou, então a tomou pela cintura – Poe sua cintura ao redor de mim, Olívia. Vamos nos unir estreitamente para que você tenha o que quer e eu o que necessito.  

Como suas pernas estiveram em torno de sua cintura e seu membro foi direto ao ponto, inclinou seu traseiro no ângulo para enterrar-se profundamente dentro dela, ela arqueou suas costas contra a parede e o corpo dele permaneceu ali, juntos, uma união perfeita, rodeados de silêncio e os dois renunciavam a se mover.

O fogo ardia dentro dele e sentiu fora de controle, mas renunciou a se mover, em vez disso, sustentou o olhar dela, querendo que visse o que havia em seus olhos, era algo que não podia controlar mais, porém primeiro queria ver se ela podia ler em seu olhar.

Olívia sustentou o olhar de Reggie, viu desejo, calor e anseio, o sentiu profundamente dentro deles, mas seu olhar se manteve imóvel, em transe, e supôs nesse momento por que voltava a vê-lo, por que queria estar com ele quando sabia que não devia.

O amava.

O resultado de fazê-lo reconhecido foi instantâneo, seu corpo estremeceu, como resposta se deu conta de que Reggie não afastou seu olhar e então disse em uma voz rouca e profunda.

-Eu te amo

Ela soltou imediatamente um profundo suspiro enquanto colocava seus braços em torno de seu pescoço e disse – Eu também te amo.

Os lábios de Reggie formaram um sorriso antes de ir para atrás e mergulhar sua boca na dela, enquanto seu corpo começava a se mover, lentamente primeiro, depois rápido, dentro e fora dela, com fortes investidas, estremecendo-os de paixão, excitando-os e levando-os a um abismo de intenso êxtase, uma e outra, e fez amor com a mulher que amava e capturou seus gemidos de prazer com sua boca, e quando ela explodiu em seus braços, ele seguiu no abismo, supôs que não havia terminado com ela.

Tão somente tinham começado.  

Ele reforçou seu abraço e com as pernas bambas, se dirigiu ao quarto, para eles, o tempo era limitado essa noite, sua paixão estava fora de controle, mas momentos antes haviam confessado seu amor e quando caíram juntos sobre a cama, supôs que essa noite era somente o começo.

-Acorda carinho. É hora de ir.

Olívia levantou a vista e olhou Reggie, estava de pé ao seu lado, completamente vestido – Que horas são? – ela perguntou sonolenta, obrigando-se a sentar.

-Quase quatro da manha, tenho que te levar em casa – disse

Ela assentiu, ainda que houvessem chegado em carros separados, ele costumava segui-la até sua casa para ver que entrava sem perigo, espreguiçando-se ela foi rapidamente ao banheiro e quando voltou ele estava sentado na cama

Oferece sua mão – Vem aqui, carinho

E ela o fez se aproximou dele e ele a sentou em seu colo e a beijou tão profundamente e exaustivamente que somente podia se acomodar e desfrutar, quando separou sua boca dela, olhou seus lábios.

-Tem uns lábios muito bonitos – sussurrou suavemente

-Obrigada

Seu olhar então foi aos seus olhos – E de verdade o que disse antes, Olívia. Te Amo.

Ela assentiu – Eu também queria dizer o que disse te amo – não disse mais nada durante um minuto e depois acrescentou – Não é uma loucura?

-Não realmente, meu pai conheceu a minha mãe e se casaram em duas semanas, o mesmo aconteceu com meus tios. Os Westmoreland sentem o amor à primeira vista – parou um segundo – Isso muda tudo.

Ela ergueu uma sobrancelha – O que quer dizer?

-Não mais se esconder.

Perguntou-se por que pensava isso – Não Reggie, não muda nada – se soltou de seus braços e começou a se vestir.

-Olívia?

Ela se voltou – Meu pai segue competindo com você e as eleições não terminam ate o final do mês que vem e

-Quer que continuemos a nos esconder até então? – perguntou incrédulo Como ela não respondeu disse: - Quero que conheça minha família, quero que venha a reunião familiar de Texas em algumas semanas, quero que esteja ao meu lado e

-Tenho que pensar no meu pai, não quer nós dois juntos – disse

-Te disse no princípio que isso não tem nada a ver com seu pai, é adulta, não deveria precisar da permissão de seu pai para me ver.

-Não tem a ver com permissão, tem a ver com estar aqui, Reggie. Devo muito a meu pai, e me nego a mostrar nosso caso diante dele – persistiu

-E me nego a me esconder para te ver, isso e pedir muito Olívia, te amo e quero que estejamos juntos.

-Mas estamos juntos Reggie.

Houve um momento de silêncio e então ele disse – Sim de portas fechadas, mas quero mais que isso, quero te levar para jantar, quero que me vejam com você, quero fazer todas as coisas que os casais fazem juntos quando estão apaixonados.

Olívia suspirou – Então terá que esperar até depois das eleições

Olharam-se um ao outro durante um bom tempo, então Reggie disse tranquilamente – Quando estiver pronta para não deixar que nada se interponha em nossa relação, em nosso amor, me avise, Olívia

Então deu a volta e saiu do quarto. Quando fechou a porta atrás dele, Olívia se jogou na cama e começou a chorar.

 

Olívia saiu devagar do hotel Saxon com dor no coração, havia dito a um homem que o amava e o havia perdido no mesmo dia, havia saído do quarto chorando e agora se sentia pior do que nunca.

Atravessou o parque e parou de andar quando viu Reggie apoiado em seu carro, o olhou, estudou seus gestos, sem querer se iludir, respirou fundo e colocou um pé na frente do outro ate que parou na frente dele

Ficaram se olhando, olhando nos olhos por um momento, e então ele a tomou nos braços e a beijou. Um tempo depois ele se afastou e pôs seu rosto de frente com ela – Te Amo, e te quero comigo, ao ar livre, não se escondendo, Olívia. Mas se esta é a única maneira em que a posso ter agora, então é um preço a pagar.

Olívia sentiu como se caísse um grande peso dela, mas sabia que era à custa de Reggie, merecia uma mulher ao seu lado, uma com que pudesse jantar, que pudesse conhecer sua mãe e a convidasse a sua casa.

Apoiando-se mais estreita, apertou os braços em cima do coração, sabia que esse homem teria seu coração para sempre.

 

                                                        Capítulo 10

-Tem estado muito calada, Libby, não esta contente em nos ver?

Olívia olhou a Duan e forçou um sorriso – Sim, tinha muitas saudades

-E nós de você – disse Terrence sentando-se à mesa com eles – Então por que não esta tão alegre como sempre estes últimos dias?

Ela suspirou, pensou que não podia dizer a seus irmãos o que a incomodava, mas podia contar o que havia dito Cathy – Estou bem, somente um pouco triste, mas passará – disse.

Seus irmãos haviam chegado no dia anterior ao churrasco que fazia essa noite, não era um evento ao que quisesse ir, por que sabia que Reggie estaria ali, seria difícil vê-lo e não querer estar com ele.

-Há algo que tenho que dizer enquanto papai está na sede do partido, Cathy me disse algo, e explica por que papai se apresentou como senador

Duan ergueu uma sobrancelha – Por quê?

Então contou a seus irmãos tudo o que Cathy havia contado a ela, viu como a mandíbula de Duan ficava tensa várias vezes

-Sabia que havia algo no senador Reed que não gostava – disse Duan  

-Digo o mesmo – disse Terrence, seus olhos se haviam escurecido e ela entendeu por que os jornais haviam apoiado o Santo Terror quando jogava profissionalmente futebol.

-Acredito que deveríamos falar com papai para assegurar de que tem entrado na política pela razão correta – disse Duan – se for pela certa apoiamos, mas senão, terá que reconhecer tudo antes de seguir adiante.

Olívia assentiu – Estou de acordo

-Em que estão de acordo vocês três?

Olívia, Duan e Terrence levantaram a vista, seu pai havia entrado na cozinha e o senador Reed vinha com ele, Olívia olhou seus irmãos – Nada que não possamos deixar para depois, papai – disse ela rapidamente, então olhou ao senador, quem o olhar foi estranho – Bom dia senador.

Tinha o olhar presumido quando respondeu – Bom dia Olívia – então olhou seus irmãos – Duan, Terrence

Eles assentiram ligeiramente

Seu pai estudou seus irmãos e ela, então tirou um envelope de seu bolso – Pode me explicar isso Olívia? – perguntou lançando várias fotografias em cima da mesa.

Olívia as tomou e as estudou, eram várias fotos dela, na que saia nos braços de Reggie na noite anterior no estacionamento do hotel Saxon, em algumas saíam se beijando – Quem tirou essas fotos? – perguntou olhando seu pai

Foi o senador quem respondeu – Pensamos ter sido o próprio Westmoreland, parece que nessa aventura você estava mais envolvida que ele, consegui essas fotos antes que os jornais as publicassem

Olívia olhou outra vez as fotos, e quando Duan esticou as mãos para pegá-las, ela as deu. A cozinha ficou em silencio enquanto Duan olhava as fotos e as passava a Terrence.

-Tem uma aventura com o Westmoreland, Libby? Sabendo que é meu adversário na campanha ao senado? – perguntou Orin, somo se aquela possibilidade lhe fizesse se sentir insultado

Olívia levantou o queixo, não querendo dizer uma mentira – Sim, Reggie e nos conhecemos no baile de máscaras dos bombeiros fazem duas semanas, era uma festa de máscaras, assim não sabíamos quem era o outro.

-O que aconteceu quando descobriu? – perguntou seu pai tranquilamente

Ela respirou fundo – Quando descobrimos, já não importava, o nosso relacionamento não tinha a ver com a campanha – disse

O senador Reed riu – Estou certo de que ele te convenceu disso, é evidente que queria se divertir com seu pai e você, menos mal que intervi no momento certo.

Olívia olhou com raiva aquele homem – Quer que meus irmãos e meu pai pensem o pior de Reggie – disse cortante – Bom, não importa, por que eu não acredito.

-E não que acredita Libby? – perguntou Duan, colocando-se ao seu lado

Ela olhou seu irmão maior – Não acredito que Reggie tenha a ver com tudo isso – olhou seu pai – e isso me faz perguntar de quem é a culpa.

Nesse momento soou a campainha – Eu vou – disse Terrence, saindo da cozinha, não sem antes tocar o ombro de sua irmã, fazendo ver que tinha seu apoio.

-Se não acredita que Westmoreland enviou as fotos, Libby, então quem o tem feito? – perguntou Orin a sua filha

-Isso que gostaria de saber – disse uma voz masculina atrás deles.

Olívia se voltou, Terrence havia levado Reggie à cozinha

Orin franziu o cenho – Westmoreland, que faz aqui?

Reggie olhou Orin – Alguém pensou que era importante que chegasse isso na primeira hora da manhã - disse lançando as mesmas fotos que Olívia acabava de ver na mesa da cozinha – Imaginei que alguém esta tentando colocar-nos, Olívia e eu, um contra o outro.

Reggie olhou a Olívia, Não tenho nada a ver com essas fotos, Olívia

-Sei que não – disse ela suavemente

-Os demais, não são tão crédulos – disse o senador Reed

Duan deu um passo adiante – Perdoa-me senador, mas que faz aqui? O que acontece com essa família não lhe interessa.

O homem se surpreendeu com as palavras de Duan – Se não fosse por mim, essas fotos estariam publicadas em todos os jornais, salvei seu pai da vergonha de que toda a cidade soubesse que sua filha tinha um caso amoroso.

Terrence sorriu enquanto se colocava ao lado de Duan – Se refere a uma filha adulta, de verdade?

-Está tendo um caso com ele – disse o senador Reed, com a voz levantada, apontando para Reggie.

-E isso lhe importa? – espetou Olivia

-Me importa por que fiz seu pai trazê-la para mim – espetou ele a ela, a cozinha ficou em silêncio e o senador se deu conta o que havia falado, cinco pares de olhos o olhavam fixamente – O que queria dizer e...

-Sabemos perfeitamente o que queria dizer – Orin disse com a voz desgostosa vendo as coisas claras agora – e para deixar as coisas claras, não pedi a minha filha que viesse por você, a única razão pelo que fiz vir foi para que fosse me acompanhar na campanha

Ao ver que havia perdido sua credibilidade com Orin, disse: Vamos Orin, sabe as besteiras que digo às vezes, além disso, por que está bravo comigo? Ela é que está saindo com o adversário nas suas costas, não se lembra da sua ex-mulher?

Antes que pudessem sequer piscar, Orin golpeou o senador, quase o fez cair sobre os joelhos – Levanta e vem aqui, não voltará nunca mais, não é bem vindo em minha casa – disse agüentando sua raiva

O senador se colocou de pé – Bem, mas esqueça meu apoio – disse alterando saindo rumo à porta

-Não necessito – continuou Orin – vou deixar a campanha

Quando a porta se fechou, Olívia se aproximou de seu pai – Papai vai deixar pelo que ele fez? – perguntou suavemente

Orin tirou um cabelo do rosto – Não carinho, seu velho pai se deu conta de que não é feito para se dedicar à política, Al me havia convencido de que ser senador era o que precisava, mas não era o que realmente queria, nunca coloquei meu coração nisso.

Olhou as fotos que estavam sob a mesa da cozinha e depois olhou para Reggie – Espero pelo seu bem que cuide de minha filha, Westmoreland.

Reggie sorriu e se colocou junto a Olívia – O farei, estou apaixonado por ela senhor – disse

O rosto de Orin se suavizou ate converte-se em um sorriso de satisfação – E pela maneira que te defendeu antes, somente pode supor que ela também esta apaixonada por você.

-Estou – afirmou Olivia

-Bem – então Orin olhou a seus filhos – parece que nossa família vai crescer que acham?

Duan riu – Ele a quer, ela o quer, me parece bem

Terrence sorriu – Enquanto não decidam se casar antes do churrasco de amanhã, pensava em buscar umas mulheres solteiras ali.

Orin pôs os olhos em branco e moveu a cabeça, então deu a mão a Reggie – Bem vindo a família filho – disse.

O churrasco foi muito especial, Orin anunciou que renunciava ao senado, e deu seu apoio a Reggie, depois anunciou que haveria casamento entre Jeffries e Westmoreland logo.

Com Olívia ao seu lado Reggie a apresentou a todos os Westmoreland que estavam ali

-Quantos primos tem? – perguntou um tempo depois.

Ele sorriu – Bastante, espera a reunião com a família de Denver em algumas semanas.

-Conhece a todos? – perguntou com curiosidade

-Não, mas tenho vontade de conhecer

Olivia assentiu, ela também. Reggie e ela haviam decidido que ela se mudaria para os Estados Unidos e haviam fixado o casamento para o mês depois das eleições, era verdadeiramente feliz

Reggie tomou sua mão enquanto caminhavam pela festa, cumprimentavam a todo mundo. Ela sorriu, pensando que gostava da idéia de se converte na mulher de um senador.

-Sabe no que estou pensando? – sussurrou Reggie quando estavam sozinhos

Ela o olhou – Não no que pensa?

Ele sorriu – Acredito que deveríamos ir ao hotel Saxon para celebrar, o que acha?

Ela riu – Acredito Reggie, que é um romântico

Ele a tomou em seus braços – Sim sou romântico por que tenho uma boa professora – e selou suas palavras com um beijo.

 

                                                           Epílogo

No mês seguinte, em uma igreja cheia de familiares e amigos, o recém eleito senador Reginald Westmoreland e Olívia Marie Jeffries trocavam votos e se convertiam em marido e mulher. Reggie pensou que Olívia era a noiva mais linda que havia visto. Sua mãe estava chorando, o ultimo Westmoreland de Atlanta havia se casado.

Na recepção, quando tiveram seu momento de falar, Reggie pode passar tempo outra vez com seus novos primos, os Westmoreland de Denver. Tudo o mundo havia conhecido e se haviam familiarizado com os demais na reunião familiar. Passaram um bom tempo, era bom saber que havia mais Westmoreland, todos queriam passar mais tempo juntos, conhecendo-se e reunindo-se a cada ano.

-Não posso acreditar como se parecem os homens Westmoreland – disse Olívia olhando os cinco primos de Reggie de Denver – Jason, Zane, Dillon e os gêmeos, Adrian e Aidan. Eram somente cinco de todos os primos de Colorado, e haviam caído bem imediatamente, incluindo a uma mulher de sua idade.

Olívia havia gostado da reunião familiar e estava começando a conhecer a família de Reggie. Haviam a aceitado com os braços abertos, se sentia afortunada de ser parte do clã Westmoreland..

Mais tarde, Reggie a fez sua esposa no casamento, haviam voado ao Caribe justo depois da recepção para passar uma semana no hotel Saxon que se acabava de construir em Santo Tomas.

-Isso carinho, é para você – disse Reggie dando-lhe um envelope fechado. Acabavam de desfrutar de um jantar na intimidade do seu quarto.

-Obrigada – disse, abrindo o envelope, tinha uma chave, então viu o cartão, conteve o ar e olhou para Reggie enquanto as lágrimas escorriam – Não posso acreditar.

-Acredite querida, me disse uma vez o que queria, e como seu marido, quero lhe dar. Faz anos comprei esse edifício e quando meu sócio e eu deixamos o negócio, me encontrei com ele. Acredito que será perfeito para a sua galeria de arte, está bem situado.

Ela se levantou do lugar, deu a volta na mesa para agradecer Reggie como devia, ele tomou em seu colo e a beijou com paixão a que estavam acostumados.

-Obrigada – disse com lágrimas nos olhos – Te Amo

-Eu também te amo, minha Mulher Maravilha  

Reggie a pegou em seus braços e quando ela se inclinou para tomar sua boca com a dela, ele estremeceu com a necessidade que corria através dele, essa era uma lua-de-mel, estavam no hotel Saxon, e estavam nos braços um do outro.

A vida era maravilhosa.  

 

                                                                  Brenda Jackson

 

 

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