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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


O HOMEM SOLITÁRIO
O HOMEM SOLITÁRIO

 

 

                                                                                                                                   

 

 

 

 

Os índios das grandes planícies Norte-americanas, os adoradores do Sol, os povos hidatsa, mandan e aríkara, nos falam nas suas lendas, como teve inicio a criação do mundo com o relato do nascimento da ave com plumagem negra... Dentre as águas que cobriam a terra surgiu uma ave de plumagem negra e, quando lhe perguntamos qual era seu alimento, nos respondeu que os grãos de areia eram sua comida diária.

Então, aquele que tinha por nome Grande Criador procurou o chamado Homem Solitário e juntos amontoaram uma grande quantidade de areia até que se formou a Terra. Depois, modelaram as montanhas, escavaram as depressões, aplainaram os vales, alisaram as extensas planícies e soltaram os animais para que vivessem em liberdade e procriassem.

O dia e a noite se sucediam, passavam as estações... e chegou um tempo em que o Homem Solitário decidiu que a Terra devia estar habitada não só por animais, senão também por homens e mulheres e, sem muito pensar, criou a humanidade e sentiu-se feliz porque agora tinha por companheiros os homens e mulheres que habitavam a Terra.

Homem Solitário desejava tanto compartilhar sua vida com os humanos, aconselhá-los e leva-los pelo bom caminho que, apenas teve tempo, pensou em qual seria a melhor maneira de ficar para sempre na Terra. Assim pois, transformou-se numa espiga de milho. Apenas havia passado duas luas quando uma jovem menina da tribo dos mandanf que saiu bem cedo da sua aldeia, viu a espiga de milho junto ao caminho e a comeu.

Agora, Homem Solitário já tinha uma mãe que não só o criaria e cuidaria, como velaria por ele em todo momento. Desta forma, Homem Solitário cresceu são e forte de corpo, e limpo de mente e alma, pois sua mãe lhe tinha inculcado toda a bondade da Terra e quando já tinham passado várias luas, e se fez adulto, consultou os bruxos da tribo, se encomendou ao Primeiro Espírito e, depois de construir uma barca de madeira de salgueiro, saiu do seu território e percorreu as aldeia e os povoados... e todos os homens e mulheres acudiam a ribeira do rio para escutar suas sábias e bondosas palavras:

 

O sol é nosso pai e a Terra nossa Mãe.

Os animais, os pássaros e as arvores são nossos irmãos.

Os rios, as fontes e os mares são nossos amigos.

Devemos respeitar o Sol, a Terra, os animais, os pássaros, as arvores, os rios, as fontes e os mares...

Respeitai a todas as criaturas e o Primeiro Espírito não sofrerá dano.

 

Assim falou Homem Solitário, em todo momento e em todos os lugares que visitou durante sua estadia entre os humanos e até que chegou a hora de abandonar a Terra porque, depois de muitas luas, ficou velho e, cumprida sua missão, reuniu todos os habitantes da aldeia e, em sua presença, marcou o cedro que se erguia até o céu... pintou seu tronco de vermelho e traçou os símbolos protetores para que os homens e mulheres não se sentissem nunca desamparados.

Por fim, Homem Solitário praticou o rito da adoração ao Sol e, após invocar o Primeiro Espírito, na presença de todos os habitantes da aldeia, e dado que jã tinha conhecido o mel da vida e gozado da companhia dos humanos, abandonou este mundo sem reclamação nem temor algum: o prazer e o contentamento do Homem Solitário foi viver junto aos humanos.

Os animais e espíritos benignos, assim como os heróis e semideuses, formam parte das lendas das tribos dos guerreiros iroqueses, que nos falam de como o Deus do Trovão e o Vento do Oeste uniram suas forças para lutar contra os gigantes de pedra. Assim mesmo, as lendas dos índios algonquínos refletem a riqueza ancestral e mitológica deste povo formado por centenas de tribos, dispersas através dos extensos territórios das Montanhas Rochosas e do Oceano Atlântico.

As lendas dos algonquinos aludem a um deus astuto, com uma espécie de dupla personalidade, já que tem um irmão gémeo que atua de forma maliciosa. Deste modo, os algonquinos advertem da presença de duas forças contrapostas, o bem e o mal. O deus Gluskap é a reencarnação do bem, enquanto que Malsum é a personificação do mal.

Para demonstrar aos humanos sua bondade, Gluskap fez, primeiro, o Sol e a Lua, e depois, após entregar aos homens e mulheres a terra fértil e próspera, criou toda classe de vida, começando pelos animais e peixes. Mas, o invejoso e malvado Malsum enchia a terra de obstáculos, levantando enormes montanhas com altos cumes e punha sobre os campos e bosques toda classe de alimária e feras selvagens. O objetivo de Malsum não era só impedir que os homens e mulheres fossem felizes nesta Terra, senão que, também, desejava eliminar seu irmão, o deus do bem, Gluskap. Assim pois, Maísum, servindo-se das más artes de um bruxo, averiguou de que forma poderia rnatar seu irmão.

Como Gluskap era o deus do bem, nao tinha nenhum ponto fraco no seu corpo, pelo que Malsum, na presença do malvado bruxo, invocou os espíritos do mal e, através de um ritual que durou mais de três luas, conseguiu saber a maneira de acabar com seu irmão. Assim, acompanhado do traiçoeiro bruxo, Malsum esperou até que seu irmão dormisse e, tão logo Gluskap entrou num profundo sonho, tocou seu corpo com uma pena de coruja ao mesmo tempo em que o sacudia com um ramo de brotos de juncos.

Mas, de nada serviram as depravadas tentativas de Malsum, nem os conjuros do bruxo, já que Gluskap despertou do sonho igual, como em todas as manhãs, só lembrando que havia tido um pesadelo. Passou o tempo e Gluskap descobriu que seu malvado irmão queria assassinar-lhe, de maneira que, um dia, o esperou no coração do bosque e o golpeou com a raiz de um helecho, já que era a forma de eliminar o mal, até que Malsum foi reduzido e o mal vencido para sempre.

 

 

                      

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