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Poesia & Contos Infantis

 

 

 


O KALEVALA
O KALEVALA

 

 

                                                                                                                                   

 

 

 

 

As antigas lendas, reflexo de um mundo entre mágico e real, guardadas como um precioso tesouro na memória das pessoas e que de geração após geração foram transmitindo-se de forma oml através de cânticos, recitações e relatos, nos falavam de Kalevala, terra de heróis, país da bela deusa Ilmatar, a Dama do Ar que posou sobre as águas..., enquanto os tambores mágicos soavam nos campos de gelo e nas colinas brancas de neve, na terra dos agos...Assim, nasce a epopeia, a saga, do povo finés.

Não é permitido aos humanos olhar de frente a formosa Dama do Ar, mas é possível ver a imagem esplendorosa do seu rosto e de seu corpo refletido nos límpido espelhos dos lagos gelados de Carelía, Os primeiros habitantes das terras brancas que chegaram a contemplar semelhante maravilha viram com assombro que um pato punha seus ovos no regaço da deidade das águas e observaram como, ao quebrar-se, as cascas se partiam em pedaços que iam formando o mundo.

De um desses ovos, encubados durante centos de anos, surgiu o primeiro homem, o herói, o velho sábio Vainãmõinen, filho da Dama do Ar, que agora se transformara na Senhora das Águas. A terra se cobre de neblina e permanece na obscuridade porque o carvalho plantado no vale pelos camponeses tem crescido tanto que oculta o sol durante o dia e a lua pela noite.

Então emerge das aguas um génio que, servindo-se de magia, corta com seu afiado machado o tronco da árvore e o derruba. Instantaneamente, a terra se enche de luz e a claridade se estende pelos bosques, os lagos e os mares. O tempo passa, em ocasiões com lentidão, e amiúde com a rapidez com que se sucedem os días, os meses e os anos nesta terra; e Väinämöinen, que, desde que observou a queda do robusto carvalho, começou a interessar-se pela magia, também tem seguido com aproveitamento os ensinamentos dos camponeses, aprendendo a trabalhar a terra, arar, semeá-la e a colher as colheitas.

O enfrentamento com um jovem, que havia descido desde as escuras e frias regiões do norte ate as terras claras e cálidas do sul para demonstrar o poder de sua magia, converte cm herói o poderoso mago Väinämöinen, já que, mediante conjuros e sortilégios, anula a vontade do jovem forasteiro e joga seu corpo no pântano. Mas, quando já estava a ponto de perecer, engolido pelo lodaçal movediçoj o jovem pede clemência e ajuda e oferece em troca a mâo de sua irmã Aimo.

Väinämöinen parte para a região de Pohjola, onde vive a formosa moça, para desposar-se com ela. Mas Aimo não deseja compartilhar sua juventude nem sua beleza com um homem mais velho, mesmo sendo um mago poderoso, e decide fugir e entrar no território dos bosques encantados e dos mares gelados. Mas, Väinämöinen, que se sente atraído pela beleza e pela juventude da moça, corre atrás dela e consegue alcançá-la; porém, nem com toda a energia da sua magia consegue retê-la.

Väinämöinen, o sábio, o mago solitário, segue caminho e penetra nos domínios, no território, da Dama de Pohjola, Mas, antes de chegar à cidade, seu cavalo é jogado ao mar pela força de um conjuro saído da boca do irmão de Àimo, que tenta refazer-se da sua primeira derrota. Uma águia desce do céu com rapidez e evita que o corpo de Väinämöinen se afunde no mar, ao mesmo tempo o translada até Pohjola.

Depois que Louhi, a Dama de Pohjola, lhe cura suas feridas, Väinämöinen quer empreender a viagem de retorno para sua casa. Mas, para que Louhi lhe deixe sair de Pohjola tem que oferecer-lhe um presente de grande valor, Então, Vãinãmõinen açude ao ferreiro Ilmarinen para pedir-lhe que fabrique um Sampo, uma espécie de talismã que proporciona riquezas, prosperidade e felicidade a quem o possuir. O ferreiro aceita corn a condição de que Louhi se case com ele, mas a Dama de Pohjola, uma vez que tem o Sampo em suas mãos, o esconde no interior de uma profunda fenda, aberta numa enorme rocha, e recusa o seu pretendente.

Tempo depois chega a Pohjola o atraente jovem Lemminkäinen que, com suas recitações magicas, encanta a todos os habitantes, exceto a um malvado pastor, e pede a Lohui que lhe conceda a mão de sua filha. A dama de Pohjola consente, mas lhe comunica que anies tem que caçar um alce, domar um potro selvagem que lança fogo pela boca e apanhar o c isne do rio da Morte. Quando Lemminkàinen se dispõe a realizar os três trabalhos aparece o malvado pastor e o mata. Mas a mãe do atraente jovem resgata seu corpo, que jazia nas profundezas do rio da Morte, e mediante sortilégios e magia, lhe devolve a vida.

Entretanto, o sábio Väinämöinem e o ferreiro Ilmarinen tem chegado a Pohjola para pedir, também, a mão da filha de Lohui, que aceita casar-se com o ferreiro Ilmarinen pois, além de já ter forjado um dia o talismã Sampo, havia conseguido arar um campo cheio de cobras, caçar um urso, um lobo e pescar um lúcio. O ferreiro Ilmarinen leva a sua noiva até sua casa, em Kalevala, e convida todos os vizinhos para sua boda. Durante a cerimônia, Väinämöinem canta formosas canções que encerram feitiços para que os recém- casados sejam felizes no seu matrimonio.

Mas, a magia de Väinämöinem não foi suficientemente poderosa a ponto de neutralizar a desgraça que pendia sobre a casa de Ilmarinen, por consequência da qual morreu sua esposa quando ordenhava uma fera do monte, com aparência de vaca, que tinha sido enviada por um criado para vingar-se. Ilmarinen verteu lagrimas de desconsolo pela morte da sua esposa, mas prontamente forjou na sua frágua a figura de uma mulher de ouro com a intenção de dar-lhe vida. Mas, tudo foi em vão, já que esta mulher, mesmo que muito formosa por fora, carecia de sentimentos e de sensibilidade.

Ilmarien, Väinämoinem e Lemminkänien levam o talismã Sampo de Pohjola, mas Lohui os descobre e, transformada em águia gigante, os ataca. O talismã se rompe em pedaços e cai ao mar, e se converte num valioso e oculto tesouro que, com o tempo, fará ricos a todos os finlandeses. Mas Lohui segue encolerizada e envia todo tipo de enfermidades contra os moradores de Kalevala.

Väinämöinem toca com sua cítara mágica uma música encantada e o mal se afasta. A Dama de Pohjola rouba o fogo, envia trevas e oculta o Sol e a Lua, Então, Vãinamõinem recupera uma faísca pelo deus supremo para reavivar o fogo da fragua, de Ilmarinen, que se dispõe a fabricar uma chave mágica para abrir a montanha onde Lohui trancou o Sol e a Lua, mas a deusa libera as duas luminárias e a claridade se estende sobre a terra. Cansado de lutar contra a Dama de Pohjola, Väinämöinem volta a seu lar.

No último canto de Kalevala se fala da donzela Marjatta, quem dá a luz a uma criança sem ter jazido com varão algum, e se diz que essa criança será nomeada rei de Carelia. Então, o ancião, sábio e mago Väinämöinem deixa sua música, seus cantos e sua magia à criança, cujo nascimento lhe resulta prodigioso, e abandona Kalevala. Escrito está que a criança nascida de uma donzela virgem chegará a ser rei de Carelia.

 

 

                      

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