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Series & Trilogias Literarias
Lorde Oryon e Lady Isis da Casa Rigel estão voltando para casa de uma reunião histórica na Assembleia dos Lordes. Seu universo mudou drasticamente nas últimas semanas desde que chegaram a Tornian e ambos estão tentando se ajustar. Oryon ficou maravilhado com o fato de Isis ter florescido. O apoio e o companheirismo das fêmeas da Terra lhe deram uma confiança que nunca percebeu antes. Ela agora o tocava como disse que sempre quis. Descansava com ele todas as noites e exigia desempenhar um papel mais ativo em suas vidas. Para Isis, ela não podia acreditar nas coisas que as fêmeas da Terra consideravam normais, coisas que ela nunca soube ser possíveis. Descansar com um macho. Ir para onde quisessem e conversar com qualquer um. Envolver-se no funcionamento de sua própria casa e depois as coisas incríveis que disseram que machos e fêmeas poderiam fazer juntos... durante a união. A Casa Rigel será virada de cabeça para baixo e nem todos serão receptivos a estas mudanças.
CAPÍTULO UM
Isis observou silenciosamente a abóbada aberta de sua nave espacial, o Hunter, observando como Betelgeuse se aproximava. Deusa, seu planeta era lindo. Uma joia brilhante na escuridão do espaço, orientando-os para casa e ela nunca percebeu isso. Todos esses anos... e nunca viu como seu mundo parecia do espaço. Por quê? Ela sempre quis vê-lo. Pediu a Oryon para que a levasse para esta sala nos primeiros anos depois da sua união, mas algo sempre era mais importante e ela finalmente parou de pedir.
Uma vez por ano, por mais de vinte cinco anos, era autorizada a viajar para Tornian com Oryon e ouvir o primeiro discurso do ano do Imperador aos Senhores. Isso ocorreu no início deste ano com o Imperador Wray apresentando Kim, declarando-a Torniana e tornando-a sua Imperatriz, chocando a todos. A única outra Assembleia que as fêmeas podiam participar era as Cerimônias de União como aquela da qual acabaram de sair.
Desta vez, ela não pediu. Apenas saiu de suas câmaras e abriu a própria cúpula. Vários guerreiros olharam de forma estranha quando ela passou, mas ninguém a impediu. Por que ela não fez isso há anos atrás?
Ao entrar, pegou no bolso o comunicador que a Imperatriz Kim lhe deu e não sabia por que não fez isso antes. Não considerou possível que uma fêmea pudesse ir e vir como quisesse, que ela tivesse o direito de fazê-lo. Sabia melhor agora, graças a ela... e suas amigas.
Ela agora tinha fêmeas que considerava amigas e por causa disso, percebeu que havia muitas coisas das quais tinha direito, como ajudar a governar sua Casa e outras coisas que nunca pensou ser possível... como sentir prazer quando Oryon se unisse a ela.
Ela queria fazer mais do que sentar-se ao lado de Oryon, como ele permitiu pela primeira vez apenas no outro dia. Ela queria ficar ao seu lado e ser uma parte importante de sua vida, suas vidas e ajudá-lo a governar Betelgeuse, não apenas ser a fêmea que lhe deu descendência.
Ele permitiria isso? Ele passou por muitas mudanças em seu relacionamento desde a Cerimônia de União. Eles agora descansavam juntos todas as noites, a noite inteira, se unindo ou não. Eles se beijaram e foi incrível, mas Isis descobriu depois de conversar com Kim e Abby que havia coisas ainda mais incríveis que poderiam fazer juntos. Coisas que Isis queria tentar.
— Isis? — A pergunta tranquila de Oryon a fez se virar para encontrar o único macho que sempre quis, juntando-se a ela na sala.
— Sim? — Ela perguntou.
— Por que está aqui? — Ele questionou. Recebeu dezenas de palavras frenéticas, detalhando cada passo da jornada de sua Senhora. Nenhum deles soube o que fazer quando a viram caminhar pelos corredores sem ele, acenando com a cabeça.
— Você sabia que esta é a primeira vez que vejo Betelgeuse do espaço? — Perguntou, ignorando sua pergunta. Seu olhar voltou ao planeta do outro lado da cúpula.
— O quê? — Oryon olhou para ela e para seu planeta. — Isso não pode ser. Voltamos para casa muitas vezes e...
— E toda vez que pedi que você me trouxesse aqui, outras coisas eram sempre mais importantes.
— Isso não é verdade! — Oryon negou, mas sabia que era verdade. Isis pediu durante os primeiros anos de sua união e ele não a trouxe. — Por que você não disse alguma coisa?
— Teria importado? — Perguntou, já conhecendo a resposta e Oryon flexionou a mandíbula.
Oryon não sabia o que dizer. Sua Isis mudou tanto nas últimas semanas. Seu mundo mudou e ele ainda estava tentando se ajustar. Nunca antes Isis teria ousado se aventurar fora de suas câmaras sozinha. Nunca antes o questionou, não assim. No entanto, nunca antes se sentiu tão... satisfeito. Ele e Isis agora descansavam juntos, todas as noites. Eles compartilhavam beijos, toques especiais e refeições. Por que nunca pensou em fazer isso antes? Porque nunca pensou em permitir isso. As fêmeas Tornianas raramente tinham contato com seus machos fora das uniões e então, apenas para lhe dizer o que queriam para permanecer ou levar quando iam embora para se unir a outro macho. Sim, Isis era diferente, ela realmente conversava com ele sobre sua prole e permitia que ele a tocasse durante as uniões, mas nunca indicou que queria mais.
Agora eles faziam as refeições juntas e ele começou a gostar disso, de como ela perguntava sobre seu dia.
Agora, Isis pressionava seus lábios nos dele naquela coisa maravilhosa chamada de beijo que aprenderam com o Rei Grim e sua Rainha.
Agora, sua Isis descansava com ele, todas as noites. Despertar para encontrá-la em seus braços era... Oryon não tinha certeza do que, mas gostava muito.
Mas foi ela, permitindo que ele a tocasse... sempre que quisesse e que ela devolvesse o toque foi o que mais apreciou. Sentiu-se excitado, mas calmo ao mesmo tempo. Parecia certo, sentia-se natural e sabia que nunca poderia viver sem isso agora. Especialmente não quando tanto em suas vidas mudava. Ynyr, seu terceiro macho foi escolhido pelo próprio Imperador para substituir Bertos como Lorde. Dizer que Oryon ficou chocado, era um eufemismo. Isis sempre lhe disse que Ynyr era especial, que ele era mais do que seu manno acreditava e ela tinha razão.
Ela foi a única em insistir em mandar Ynyr ao Imperador para treinamento especial, para que ele pudesse voltar para Betelgeuse para ajudar Oryon com o treinamento de seus guerreiros. Fazendo da Casa Rigel, um lugar onde todos gostariam de enviar seus jovens para treinamento.
Agora, Ynyr levaria esse treinamento para Etruria, onde precisaria de todas as habilidades que aprendeu para reparar o dano que Bertos e Risa causaram e criaram em sua própria casa.
Ull, seu primeiro macho, estava lutando para chegar a um acordo com tudo o que aconteceu. Ull não foi escolhido na Cerimônia de União e apesar disso ter ferido seu orgulho, poderia superar tudo isso, pois, nenhum macho foi escolhido. Mas então, Ynyr foi nomeado Lorde de uma das casas mais importantes do Império e uma fêmea da Terra o escolheu como seu macho.
Com isso, Ull não estava lidando bem e Oryon sabia que era sua culpa. Ull nunca precisou lutar da mesma forma que Ynyr. Ele nunca realmente entendeu o que não era ser um primeiro macho. Oryon sim, porque ele era o segundo macho de seu manno e sabia que seu lugar era apoiar seu irmão. Não foi até seu vigésimo ano, com a morte de seu irmão em batalha que Oryon se tornou próximo na linha de sucessão.
Ull sempre soube que um dia ele seria o Senhor, por isso, atrairia pelo menos uma fêmea. Nunca duvidou disso, mas agora o fazia.
— Meu Senhor. — Oryon virou-se para encontrar seu Capitão atrás dele. — Estamos nos aproximando de Betelgeuse.
— Eu sei, Shen. — Oryon disse com impaciência, observando enquanto Isis se aproximava da cúpula.
— Eu... sim, meu Senhor. — Shen gaguejou surpreso pela impaciência da voz de seu Senhor. — Mas você supervisiona pessoalmente nossa chegada.
— Não desta vez, Shen, cuide disso em meu lugar.
— Sim, meu Senhor. — Dando a Isis de volta um olhar rápido, Shen curvou-se e saiu da sala.
Oryon esperou até que Shen se afastasse antes de se mover para Isis. Lentamente, ele aproximou-se dela tocando um ponto na cúpula. — É ali que está nossa casa. — Ele disse calmamente, seus lábios tocando a orelha dela enquanto falava.
Isis levantou a mão, cobrindo lentamente os dedos dele com os dela, enquanto ela também tocava sua casa. — Ali? — Ela perguntou suavemente.
— Sim. — Ele disse, curvando os dedos para segurar os dela.
— É lindo. — Ela suspirou, recostando-se contra seu poderoso peito.
— Não tão bonito como você. — Ele disse bruscamente.
Inclinando o rosto para cima, ela viu de perto seus lábios, seu cabelo escuro e o brilho de seus incríveis olhos cinza. — Você acha que eu sou bonita?
— A criatura mais bela que a Deusa já criou. — Ele disse a ela antes de tomar seus lábios em um beijo duro.
Virando, Isis envolveu seus braços ao redor dele, devolvendo o beijo, puxando-o ainda mais perto.
— Deusa, Isis. — Oryon gemeu, suas mãos se movendo para segurar seu traseiro firme, puxando-a contra seu eixo pulsando. Ele não podia acreditar no quão rápido ela o despertava agora. Tudo o que precisava era um toque, um olhar e ele estava pronto para se unir a ela.
— Toque-me Oryon. — Ela implorou, guiando uma de suas mãos a seu peito, apertando-a de maneira encorajadora.
— Sim! — Ele concordou, movendo a mão, puxando a manga de sua cobertura, revelando o glorioso pedaço de carne ao seu olhar. Inclinando-se, ele tomou a ponta dura em sua boca, chupando da forma como descobriu que a deixava selvagem.
Esticando-se nos dedos dos pés, Isis ofereceu-lhe mais. — Mais Oryon. — Ela implorou, sentindo seu canal inundar e apertar com necessidade. Suas uniões anteriores nunca foram como esta. Enquanto se tocavam mais e descansavam juntos, Oryon ainda lhe dava prazer com a boca primeiro. O sexo oral, como ela foi informada por Kim e Abby, deixava seu canal molhado o suficiente para ele entrar nela. Agora, ela sabia que seu canal já estava molhado e queria que ele entrasse, queria saber se poderia sentir prazer enquanto ele estava dentro dela como as fêmeas da Terra podiam.
Levantando a mão, desabotoou a calça, a mão se movendo para agarrar seu eixo duro como uma rocha, liberando-o. Esta era outra coisa que ela sempre quis fazer, mas nunca pensou ser possível, agora faria o que parecia certo, natural com seu macho.
— Isis! — Oryon ofegou, afastando a boca de seu seio em estado de choque. Deusa, ela nunca o tocou assim e seus quadris instintivamente se moveram. Parecia impressionante.
— Eu quero você, Oryon. — Isis disse levantando olhos escuros para o dele, deixando-o ver sua necessidade enquanto ela o apertava. — Agora! Eu preciso de você dentro de mim agora!
A mente de Oryon estava confusa. Esta não era a maneira correta de se unir com sua Isis. Ele precisava agradá-la com a boca primeiro, mas suas mãos não o ouviam. Elas estavam levantando Isis e afastando-se, para encostar suas costas contra a cúpula enquanto ele se posicionava entre suas pernas abertas.
Quando a cabeça maciça de seu pênis cutucou sua entrada, uma gota escorrendo dele o fez parar e um momento de sanidade voltou. — Isis... — Ele começou, mas antes que pudesse dizer mais, as pernas que estavam ao redor de seus quadris se apertaram, empurrando seu pênis para o único lugar que queria, dentro dela.
Ofegando, Oryon bateu uma mão na cúpula. Deusa, ela estava mais gostosa e linda do que nunca antes e não conseguiu evitar se aproximar ainda mais dela.
— Sim, Oryon! — Isis gritou, agarrando seus ombros enquanto seus quadris se moviam contra ele, seu canal já molhado e pulsando. — Mais. — Ela exigiu.
Oryon não conseguia se lembrar de um momento em que se sentiu tão fora de controle, nem mesmo durante sua primeira união quando teve sua primeira vez dentro de uma fêmea. Essa experiência alterou sua vida, tornando-o um macho, mas isso... isso mudava tudo. Sua Isis não estava apenas permitindo que ele aproveitasse seu prazer, ela estava contribuindo para isso, aumentando-o com cada golpe e parecia receber o mesmo prazer em troca.
Com cada golpe profundo e forte, ele jurava que ela ficava mais apertada, pulsando ao redor dele até que de repente ela gritou, suas paredes o apertando dolorosamente. Ele não pode fazer nada além de rugir, enquanto se liberava dentro dela.
Oryon descobriu que suas pernas não eram tão fortes e firmes como pensou, enquanto lutava para manter os dois em posição vertical. Nunca antes ele experimentou algo tão magnífico quanto sentir a liberação de Isis enquanto ele estava dentro dela. Isso deixou sua própria liberação mais poderosa, como se sua alma explodisse e ele soubesse que agora estavam unidos por toda eternidade.
— Meu Senhor! — O som de seus guerreiros se aproximando para ver por que o Senhor rugiu, fez Oryon recuperar sua força rapidamente. Ele separou seus corpos, certificando-se de que Isis estivesse firme em seus pés, antes de colocar seu eixo ainda semiduro de volta em sua calça. Ninguém deveria ver sua Isis assim. Ela era para seus olhos e apenas para ele.
Girando, ele encontrou mais de uma dúzia de guerreiros invadindo a sala de observação, suas bocas estavam abertas enquanto observavam a condição de seu Senhor.
— Por que estão aqui? — Oryon exigiu.
— Meu Senhor, o Guerreiro Shen falou... — Seus olhos foram para o reflexo de Lady Isis na cúpula enquanto ela arrumava sua cobertura, mas não antes de ver a curva firme de seu traseiro. — Nós ouvimos seu rugido e pensamos que estivesse pedindo ajuda.
— Desde quando eu preciso de assistência quando estou com minha Senhora? — Oryon rosnou com raiva. — Saiam! Agora! Ou tudo o que encontrarão será minha espada! — Seus guerreiros tropeçaram para obedecer a seu Senhor, Shen sendo o último a sair.
Oryon esperou até ter certeza de que estavam sozinhos antes de voltar para Isis. Sua respiração quase parou com o que encontrou. Os antebraços de Isis estavam pressionados contra seu peito. Seus punhos cobriam seus lábios, inchados de seus beijos. Seu rosto estava corado e lágrimas escorriam de seus olhos bem fechados. Deusa, o que ele fez? Como ele poderia consertar isso?
Então ela fez algo que ele nunca esperou, abriu os olhos e começou a rir. Uma risada cheia de alegria que fez com que seus olhos cintilassem e um grande sorriso curvou seu rosto.
— Oh Deusa, Oryon! Você viu seus rostos? — Perguntou ofegante, as lágrimas escorrendo por seu rosto. — Eles realmente pensaram... isso... — Ela descobriu que não podia continuar. Deusa, realmente? Eles sabiam que era apenas ela e Oryon na sala. Não havia como ela poder prejudicá-lo!
— Você poderia, sabe. — Ele disse colocando um braço de cada lado dela, colocando-a entre seu corpo duro e a cúpula.
— Poderia? — Ela perguntou ainda rindo, sem perceber falou em voz alta.
— Prejudicar-me. Você é a única que pode. — Seus olhos eram sérios quando encontraram os dela.
— O quê? — Ela sussurrou, seu humor desaparecendo.
— Você Isis, é a minha única fraqueza. Eu sacrificaria tudo por você, até minha honra.
Os olhos de Isis percorreram o rosto que ela amava desde que o viu pela primeira vez aos dezoito anos. Ele era ainda mais bonito para ela agora, porque agora, ela realmente o conhecia e ele era um macho maravilhoso. Ele era seu macho e não queria que sacrificasse nada. Ao aproximar-se, ela gentilmente segurou seu rosto. — Eu nunca pediria isso a você Oryon. Eu te amo muito. Sempre amei. — Ficando nas pontas dos pés ela gentilmente beijou seus lábios.
— E eu te amo Isis. — Ele murmurou contra seus lábios, seu coração inchando com as palavras. — Vamos, vamos para casa. — Empurrando a cúpula, Isis percebeu um sorriso diabólico em seus lábios, um que lhe dizia que estava pensando em algo particularmente impertinente.
— O que você está pensando? — Ela perguntou.
— Estou pensando que precisamos viajar mais, para que eu possa mostrar-lhe Betelgeuse do espaço toda vez que retornamos.
Isis sentiu todo o seu corpo se inclinar em direção ao que Oryon estava insinuando. — Na próxima vez, teremos certeza de fecharmos a porta.
— E trancá-la. — Oryon concordou saindo com ela da sala de observação, sem notar a estrela que brilhou mais por um momento.
CAPÍTULO DOIS
Foi com novos olhos que o olhar de Isis percorreu sua casa, a Casa Rigel. Seu exterior era feito de troncos maciços colhidos séculos antes, que formavam paredes grossas e impenetráveis. Pedras que pareciam sentinelas silenciosas diante de um conjunto de portas enormes. Algum tempo no passado distante, os artesãos esculpiram uma cena de caça intrincada nessas portas, anunciando tudo o que se esperava daqueles que passavam por elas. À medida que as portas se abriam, a imensa lareira acolhia o cansativo caçador e afastava o frio durante a estação fria.
A Casa Rigel não era um lugar magnificamente elegante como a Casa Torino. Era mais simples e confortável, exatamente o que a casa do planeta de um caçador precisava ser. Machos de todo o Império iam ali para aprimorar suas habilidades de caça e rastreamento, para provar que eram dignos de serem chamados de Guerreiros. Através destas portas esculpidas, as gerações dos maiores Guerreiros do Império passaram e isso enchia Isis de orgulho, saber que seu macho era seu Senhor.
Franzindo o cenho, ela olhou para os lugares óbvios da sala e para aqueles que não tão óbvios. Ela conversou muito com Lisa sobre o que fez na casa Luanda e mostrando abertamente o que o Rei Grim lhe deu. Sobre como ela lidou com tudo, porque Isis queria fazer o mesmo ali. Ela queria que a Casa Rigel brilhasse tanto quanto Betelgeuse no espaço e agora percebeu que sabia como fazê-lo.
Este lugar definitivamente precisava de uma fêmea para fazê-lo brilhar. Havia sujeira nos cantos, equipamentos sujos empilhados contra as paredes e as janelas sequer eram limpas. Sua câmara nunca ficaria em tal condição e nem a de Oryon. Então por que não era essa mesma atenção dada para o restante da Casa? Bem, ela se certificaria de que fosse agora.
— Isis? — A pergunta de Oryon a fez olhá-lo. Ela encontrou Oryon junto com todos os machos que retornaram de Tornian observando-a.
— Sim? — Ela perguntou.
— Alguma coisa errada? — Eles estavam passando pela entrada, em direção a sua ala como sempre, quando ela desacelerou e depois parou.
— Claro que não, estava apenas inspecionando a sala, certificando-me de que ela refletisse bem em seu Senhor.
Oryon ergueu uma sobrancelha para as palavras dela, então deixou seu olhar percorrer a sala. Ele não via nada fora do lugar. Guerreiros se reuniam ali depois de treinar ou uma grande caçada, aquecendo-se diante do fogo e contando histórias. Grandes cadeiras e uma mesa foram colocadas antes do fogo por esse motivo. A Casa Rigel não era tão formal como Torino. Não tinha nenhuma extravagância ou seu alto brilho. A Casa Rigel era uma casa de guerreiros. Sua Isis queria que fosse algo mais?
— Não vejo nada fora do lugar. — Disse ele.
— Não, não fora de lugar, simplesmente não tão bem como poderia ser. — Quando Oryon franziu a testa, ela passou o braço através dele e sorriu. — Não se preocupe. Eu falarei com Mestre Kaspar sobre isso mais tarde.
— Você fará o quê? — Oryon perguntou em uma voz enganosamente suave. Ela realmente pensava que ele a deixaria conversar com o Mestre Kaspar?
— Eu disse. — Isis repetiu, olhando-o firme. Ela conhecia aquele tom. Era o único que ele usava quando estava extremamente descontente com um macho. — Que conversaria com o Mestre Kaspar para garantir que esta sala fosse adequadamente limpa no futuro. Não deve haver sujeira nos cantos e as janelas precisam ser limpas.
— Você não conversará com ele. — Grunhiu Oryon.
— Como? — Isis exigiu, afastando a mão de seu braço.
— Eu disse...
— Eu ouvi o que você disse Oryon. — Ela respondeu de forma todos puderam ouvir que ela estava tão irritada quanto ele. Não seria ordenada como se fosse um de seus Guerreiros. Ela era sua Senhora e exigia o mesmo respeito dele que exigia que outros lhe dessem. — Eu simplesmente não acredito que você disse isso. Não para mim.
Com isso ela chocou a todos, pois nenhum deles já ouviu Lady Isis levantar a voz e muito menos vê-la agir assim.
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Oryon observou confuso enquanto Isis se afastava dele. — Sigam-na! — Ele ordenou a dois de seus guerreiros. — Certifiquem-se que ela chegue a nossa ala com segurança.
— Sim, meu Senhor. — Os machos se curvaram e rapidamente foram atrás de Isis.
— Parece que o tempo que ela passou com as fêmeas terrestres a fez esquecer seu lugar. As palavras de Ull fez Oryon olhá-lo, junto com Vali e Zev.
— O lugar dela? — Oryon se virou para seu primeiro macho.
— Sim, ela não pode simplesmente falar com outro macho. Insulta você.
— Como isso me insulta Ull? — Oryon perguntou suavemente.
— Ela pensa se unir a outro macho de sua própria casa. — Ull franziu a testa, parecendo irritado por declarar o óbvio.
— E você acha que é por isso que sua mãe deseja falar com o Mestre Kaspar, para iniciar uma união? — Oryon precisava admitir que está foi sua reação inicial às palavras de Isis. Foi por isso que ele falou com ela daquela forma. Agora ouvindo alguém dizer isso, percebia que era um absurdo.
Sua Isis o amava, o amou desde o início. Ela o escolheu há vinte e cinco anos e com todas as palavras, todas as ações, ela provou que nunca se arrependeu. Nenhuma vez em todos esses anos, olhou para outro macho. Ela recusou todas as ofertas. Não começaria agora.
Ela declarou para todos por que queria conversar com Mestre Kaspar. Ele era o Mestre da Casa Rigel, responsável por assegurar que as operações do dia-a-dia da Casa fossem atendidas. Ela queria mais atenção dada à aparência do Grande Salão, queria que refletisse bem nele. Isso foi o que a Rainha Lisa fez com a Casa Luanda e obviamente, Isis queria fazer o mesmo ali.
— Claro. É a única razão pela qual uma fêmea conversa com um macho. — Continuou Ull.
— Então, foi o que a Imperatriz fez quando se dirigiu à Assembleia? Ela estava procurando por um novo macho para se unir? — Oryon perguntou, sentindo sua raiva retornar. — Foi o que a Rainha Lisa fez quando também falou lá?
— Não, claro que não. — Disse Ull com desdém. — Isso foi diferente. São fêmeas da Terra.
— Então, você está dizendo que nossas fêmeas Tornianas devem ser tratadas de forma diferente das fêmeas da Terra? Que elas não têm o direito de conversar com quem quiserem, sempre que desejarem, sem estarem interessadas em se unir a estes machos?
— Não é nossa cultura. — Disse Ull.
— É a cultua da minha Senhora. — Grunhiu Oryon, dando um passo ameaçador em direção ao primeiro macho. Ele olhou para os outros machos na sala. — E eu não aceitarei que você ou alguém a insulte, dizendo de outra forma.
Oryon girou, descobrindo que precisava sair da sala antes de fazer algo que nunca fez antes, atacar com raiva uma de suas crias.
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Isis não podia acreditar que Oryon falou com ela daquela forma, como se fosse uma jovem recém-unida que precisava ser informada de seu lugar. Ela conhecia seu lugar e já não seria relegada à câmara. Ficaria ao lado de Oryon, ajudando e apoiando-o em sua casa. Pelo menos era onde queria ficar. Talvez Oryon não sentisse o mesmo.
Entrando na câmara de descanso de Oryon, ela bateu a porta na cara dos dois guerreiros que Oryon enviou atrás dela.
Ele achava que ela não sabia o caminho? Bufou enquanto atravessava a sala. Abriu a porta para a escada que levaria a sua câmara. Seu passo hesitou. Olhando para cima, pensou nos quartos superiores que ocuparam todo o segundo andar da ala do Senhor.
Ela passou mais da metade de sua vida nesse quarto, apresentou quatro crias masculinas dignas e aptas, os observou crescer daquelas janelas. E se alguém lhe tivesse perguntado antes dessa viagem se estava feliz naquele quarto, teria dito que sim.
Mas não agora.
Agora sabia que havia muito mais que poderia fazer. Muito mais que ela queria fazer. Não podia voltar para aquele quarto agora. Sentia-se como uma prisão.
Virando, ela olhou ao redor da câmara de repouso de Oryon. Passou por ali muitas vezes no passado, pois era a única maneira de entrar em sua câmara. Uma proteção extra para as fêmeas Tornianas se, de modo que os machos incapazes nunca pudessem alcançá-las. Agora, ela se perguntava se não era apenas outra maneira de controlar uma fêmea.
Ela realmente passou muito pouco tempo nesta sala, com exceção das discussões. Oryon sempre preferia discutir em seus quartos, onde não seriam interrompidos. Quão estranho isso lhe parecia agora, pois poderiam ser interrompidos tão facilmente ali. Agora se perguntava se era para que ninguém soubesse que discutiam.
Ele tinha vergonha dela?
Lentamente, atravessou a sala, entrando no quarto quase vazio. A lareira que sempre brilhou, aquecendo a sala e permitindo que ela visse seu caminho durante suas uniões, agora estava fria. Frente a ela havia um sofá grande que, após uma inspeção mais próxima, parece ter visto dias melhores. Olhando ao redor, percebeu que a maioria dos móveis parecia estar na mesma condição. Tudo exceto a cama. Estava coberta de tecidos ricos, lençóis suaves e travesseiros que uma vez adorou.
Por que o restante foi negligenciado?
Betelgeuse era um planeta próspero. Por que Oryon não usava suas riquezas para seu próprio conforto?
Pensando, ela percebeu que quase toda a Casa Rigel era assim, esparsa e... fria... enquanto seus quartos nunca eram... era sua culpa isso? Oryon de alguma forma esgotou os recursos que Betelgeuse fornecia com ela ali? Ela sempre pensou que ficar significaria exatamente o contrário, sem a necessidade de atrair outra fêmea, a Casa Rigel seria capaz de reter mais de sua riqueza. Estava errada?
O som da abertura da porta a fez se virar. Os machos que serviam sob o mestre Kaspar, atravessaram o limiar, carregando a bagagem de Oryon e ela. Quando a viram, congelaram como se estivessem chocados com sua presença na câmara de descanso de seu Senhor.
Bem, eles terão que se acostumar a isso, Isis pensou, porque era ali que ficaria. — Coloque os dois aqui mesmo. — Ela ordenou apontando para as portas que sabia que levaram ao armário de Oryon.
— O que... — Eles gaguejaram, olhando uns para os outros com óbvia confusão.
— Faça o que Lady Isis diz. — Ordenou Oryon, sua voz profunda aumentando enquanto ele entrava na câmara, seus olhos aborrecidos sobre os machos.
— Sim... sim, meu Senhor. — Disseram eles, movendo-se rapidamente para colocar a bagagem onde Isis indicou antes de saírem rapidamente, enquanto o Senhor e a Senhora olhavam silenciosamente um para o outro.
Oryon lentamente se aproximou de Isis, tentando avaliar seu humor. Ela estava muito irritada quando se afastou dele, mas agora parecia ter se acalmado, voltando para a fêmea calma que conhecia. Pelo menos era assim que parecia.
— Você deseja fazer mais do que apenas descansar na minha Câmara comigo? — Ele perguntou hesitante, sem saber se era o motivo pelo qual deixou seus pertences ali.
— Sim. — Os olhos de Isis procuraram os dele para ver se isso o perturbava. — Bem, se você não se importar. — Ela se viu adicionando.
— Importar? — Oryon estendeu a mão para acariciar sua bochecha com os nós dos dedos. — Não há nada no universo que me agradaria mais do que saber que você esta aqui esperando por mim.
— Eu sempre estive aqui Oryon. — Ela disse a ele. — Mas não quero mais esperar por você, quero ser parte de sua vida.
— Você quer conversar com quem quiser. — Ele suspirou forte, esfregando a testa. — Ir para onde quiser dentro da Casa Rigel.
— E nas terras. — Ela disse com o olhar percorrendo seu rosto de aparência cansada.
— Você sabe que isso causará problemas. — Disse ele, afastando-se para ficar diante de uma janela que dava para o campo de treinamento, que mudou todos esses anos, então Isis podia ver sua prole.
— Por quê? — Ela perguntou ficando atrás dele e colocando uma mão gentil em suas costas.
— Porque os machos pensarão que quer se unir a eles.
— Isso é ridículo. — Isis resmungou com seus olhos indo para o campo escurecendo. — Em todos esses anos nunca considerei outro macho, recusei todas as ofertas. Tenho agora quarenta e três anos de idade e não apresentei descendência por mais de quinze anos. Nenhum macho consideraria se unir a mim, mesmo que eu oferecesse.
— É aí que você está errada, Isis. — Oryon virou-se para olhar para ela, sua mão cobrindo a dela. Ele a colocou sobre o coração dele. — Qualquer macho ficaria orgulhoso de tê-la como sua. Com descendência ou não. Você é linda, gentil, amorosa e quando descobrirem sobre as fêmeas descansando com um macho.
— Você é o único macho com quem quero descansar Oryon, o único macho que eu amo.
— Eu sei disso, mas... você precisa saber que já estão se perguntando, um deles sua própria prole, Ull.
— Ull... — Isis balançou a cabeça triste. — O universo de Ull de repente mudou e ele não está mais seguro de seu lugar nele.
— Seu lugar? Seu lugar está aqui. Em Betelgeuse. — Oryon franziu a testa para ela.
— Você tem certeza? — Ela questionou suavemente. — Eu sei que ele sempre pensou que fosse. Nunca houve dúvida em sua mente de que ele seria o próximo Lorde Rigel. Mas agora seu irmão... seu terceiro irmão, aquele que deveria voltar para Betelgeuse para apoiá-lo, treinar seus futuros guerreiros e ajudar a tornar sua Casa mais forte, foi nomeado Senhor de uma Casa mais poderosa que a sua.
— Nada disso para Ull o impede de um dia se tornar Lorde Rigel. — Respondeu Oryon.
— Não, não, mas como você disse, esse será um dia enquanto hoje Ynyr é Lorde Rigel. Hoje, Ynyr tem uma fêmea, uma fêmea que provavelmente lhe dará uma prole feminina. Abby escolheu Ynyr quando poderia ter escolhido Ull, assim como o Imperador poderia ter escolhido Ull para governar Etruria. Ela não fez e ele também não. Agora, todos estão comparando o que Ull se tornará um dia com o que Ynyr é. Ull, pela primeira vez em sua vida, está sendo visto como o irmão menor e seu orgulho está ferido. — O olhar de Isis foi para o movimento lá fora no campo de treinamento.
— Você realmente acredita nisso?
— Você não? — Ela apontou para a janela para onde Ull, na luz desvanecida, está nu até a cintura e estava atacando uma estação de treino com a espada. A raiva preenchia todos os movimentos.
— Nunca o vi duvidar de si mesmo antes. — Disse Oryon calmamente, observando como grandes pedaços de madeira voavam da estação.
— Ele nunca precisou. É por isso que está lutando tanto agora. Com o tempo, ele lidará com isso e encontrará seu caminho.
— Como você sabe disso? — Oryon afastou o olhar de seu primeiro macho para olhar sua Senhora.
— Porque você é seu manno e ensinou-lhe como ser um macho verdadeiramente apto e digno. Ele encontrará seu caminho, Oryon. Sua honra permitirá que ele não faça nada menos.
— Você é verdadeiramente um presente da Deusa, minha Isis. — Gentilmente ele passou uma mão sobre sua cabeça. — Um, que eu acho que não valorizei o suficiente.
Nas palavras de Oryon, Isis sentiu os olhos encherem de lágrimas. Ela sempre soube que seu macho cuidaria dela. Via isso e cada toque, cada ação, mas ouvi-lo dizer...
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— Meu Senhor. — O Capitão Shen estava parado dentro da entrada da câmara de descanso de seu Senhor.
— O que é, Shen? — Oryon perguntou com impaciência, voltando-se para enfrentar o seu Capitão.
— Os outros chefes estão esperando por você em sua sala de comando. — Shen informou seu Senhor.
Oryon ficou surpreso ao descobrir que esqueceu sobre o encontro que sempre tinha com seus Guerreiros-Chefe ao retornar a Betelgeuse. Eles o informavam sobre o que aconteceu em sua ausência e onde sua atenção precisava ir primeiro. Oryon descobriu que queria sua atenção em sua Isis, mas não podia negligenciar seu dever.
— Diga-lhes que estarei lá em breve.
— Sim, meu Senhor. — Com um leve arco, Shen virou-se e saiu.
— Eu preciso ir, Isis.
— Mas está tarde, Oryon. Não pode esperar até amanhã?
— Não. Eu sempre encontro meus chefes quando retorno. É necessário, especialmente desta vez, quando tanto ocorreu. Eles terão perguntas, perguntas que precisam ser respondidas pelo Senhor para que possam transmitir informações corretas para outras pessoas.
— Informações sobre Bertos e Risa.
— Isso e sobre o que precisam fazer se quiserem se apresentar às fêmeas da Terra. A declaração do Imperador de que podem escolher qualquer macho, deixará todos ansiosos.
— Wray também declarou que agora é responsabilidade de uma Casa garantir que a fêmea fosse bem cuidada e protegida.
— Sim.
— A Casa Rigel será capaz de fazer isso? — Ela perguntou hesitante.
— Claro! Por que você pensaria o contrário? — Oryon franziu a testa para ela.
— É apenas que as demandas que as fêmeas da Terra fazem podem ser um fardo para uma Casa.
— E por isso acha que eu não seria capaz de fornecer adequadamente para você? — Oryon não conseguiu evitar o choque ou a dor de sua voz. — Sempre satisfiz todas as suas necessidades.
— Você e eu sabemos que continuará fazendo-o. Não foi isso que questionei Oryon. — Isis tentou acalmá-lo rapidamente.
— Então, o que está questionando?
— Bem, se a Casa Rigel não terá nenhum problema em apoiar mais fêmeas, por que o Senhor está vivendo em uma câmara que é tão esparsamente decorada como a de um jovem treinando?
— O quê? — Oryon não pode esconder sua confusão.
— Você é meu macho, Oryon. Meu Senhor, no entanto, o único conforto que toma para si mesmo é a cama que compartilha comigo! Por quê? Minha recusa em deixá-lo colocou um fardo tão grande na nossa casa que você nem pode ter o conforto mais básico?
— Isis... — Oryon parou quando percebeu o que estava realmente questionando. Ela pensava que sua casa sofria por causa dela, por causa do que ele lhe deu, quando na verdade, floresceu. Isis nunca fez nenhuma exigência extravagante, como ele ouviu sobre outras fêmeas. Ela tinha travesseiros que gostava, ocasionalmente pedia um tecido caro, mas nada que prejudicasse os recursos da Casa. Ele conhecia machos que demoravam décadas a se recuperar das demandas que uma fêmea fez, enquanto outras nunca o faziam.
— Sim, Oryon? — Isis perguntou com uma voz bamba.
— Não, Isis. — Ele gentilmente puxou-a em seus braços. — Você não o fez. Minhas câmaras são assim por que... — Ele deixou seu olhar percorrer o lugar e encolheu os ombros. — Eu não sei mais nada. Guerreiros não tem conforto, não como as fêmeas. O meu conforto é você. Vê-la. Segurá-la. Unir-me a você. É tudo o que preciso.
— Mas eu quero que tenha mais. Você merece mais, Oryon. Não sabe disso? Você é um macho tão bom, tão apto e digno. Eu sei que muitos o julgam por minha causa, por causa da minha recusa em deixá-lo, incluindo o Imperador.
— Nada disso importa, Isis, porque eu tenho você. Não entende isso? — Ele usou os polegares para limpar as lágrimas de suas bochechas.
— Eles queriam que você me forçasse a sair. — Disse a ele e viu sua surpresa por ela saber. — As fêmeas falam sobre isso, Oryon. Não para mim, mas alto o suficiente para ter certeza de que ouça.
— E isso nunca aconteceu. Você é minha. Minha Isis, meu único conforto. — Apenas o pensamento de outro macho tocá-la assim... sua voz tornou-se um rosnado profundo enquanto falava. — Eu nunca permitiria isso. Eu o mataria primeiro. Você é minha.
— Eu sou. — Isis concordou, esticando-se para beijá-lo.
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Foi mais tarde que Isis olhou com raiva para a porta em que alguém teve a coragem de bater. Oryon partiu para sua reunião e ela estava trabalhando para levar as coisas de sua câmara para a dele. Começou com um tapete que enrolou e arrastou pela escada curva. Agora ele estava orgulhosamente em frente ao fogo que Oryon assegurou que estivesse ardendo antes de partir.
Em seguida, uma pequena mesa, que era a única que podia carregar. Ela colocou-a ao lado da cadeira, onde sabia que Oryon passava muito tempo já que quase tinha a impressão de seu corpo nela. Colocou um cobertor sobre ela para que estivesse lá quando ele precisasse.
Ela estava apenas se preparando para mexer em sua bagagem e pendurar as coberturas ao lado de Oryon, quando a batida a interrompeu.
— O quê? — Abriu a porta apenas para encontrar dois jovens assustados da equipe da cozinha de pé do outro lado.
— Senhora... Lorde Oryon ordenou que a última refeição fosse... trazida para você, minha Senhora. — Um deles gaguejou e corou antes de desviar o olhar.
Olhando para eles, Isis de repente percebeu que deveriam ser novos treinandos, uma vez que pareciam mais novos que Zev. Era uma prática comum acolher novos aprendizes na cozinha para ver como respondiam à pressão da manhã e às longas horas.
Retrocedendo, ela tentou colocar uma expressão serena no rosto. Afinal, ela era sua Senhora e permitiu que eles entrassem na câmara. — Coloque ali. — Ela gesticulou para a mesa baixa entre o sofá e o fogo.
— Sim, minha... minha Senhora. — O macho gaguejou novamente e eles rapidamente levaram as bandejas para dentro.
— Qual o seu nome? — Isis perguntou.
— Minha Senhora? O segundo macho olhou para ela em estado de choque.
— Seus nomes. — Disse ela devagar.
— Hum, eu me chamo Nabil.
— Eu sou Galal. — Disse gaguejando e corando.
— Há quanto tempo vocês estão em Betelgeuse? — Perguntou ela.
— Duas... duas semanas. — Disse Galal.
— Entendo, bem-vindos à Casa Rigel.
— Obrigado, minha senhora! — Disseram juntos.
— A última refeição foi entregue a Lorde Oryon ? — Perguntou ela.
— Não, minha Senhora. — Respondeu Nabil. — O cozinheiro disse que não deveria ser perturbado.
— Isso é ridículo! Já faz horas desde a refeição do meio-dia. Dê-me seu comunicador. — Ela estendeu a mão.
— Eu... o que, minha Senhora? — Nabil perguntou.
— Seu comunicador, eu sei que você tem um. Todos ajudantes da cozinha tem.
— Sim, minha Senhora. — Ao procurar no bolso, Nabil tirou o comunicador e entregou-o cuidadosamente, assegurando-se de não tocá-la.
Isis o pegou e pressionou o único botão. Esperava-se que os novos jovens o carregassem sempre que estivessem à disposição do Guerreiro Lajos, também conhecido como o Cozinheiro.
— O que está levando tanto tempo seus molengas? — A voz irritada de Lajos explodiu no comunicador. — Eu disse para entregarem esta refeição e voltarem rapidamente!
— Eles entregaram minha refeição, obrigada Guerreiro Lajos. — Disse Isis, sua voz calma, evidentemente oposta de Lajos.
— Lady Isis... — O tom e o volume de Lajos imediatamente suavizaram.
— Foi-me dito que a última refeição ainda não foi levada para Lorde Oryon e seus Chefes. — Isis foi direto ao assunto.
— Não, minha Senhora. — Disse Lajos a ela.
— Eu quero que envie agora. — Ela ordenou.
— Sinto muito, mas... — Começou Lajos.
— Não há nada de, mas, Guerreiro Lajos. — A voz de Isis tornou-se tão dura e inflexível como de qualquer Senhor. — Lorde Oryon não comeu desde a refeição do meio-dia no Hunter. Agora é tarde da noite. Envie sanduíches de twrci, rashtar e queijo feitos na região de Mriga.
— Minha Senhora. — Lajos tentou interromper.
— Eu não terminei. Você também enviará uma variedade de frutas e bebidas. O suficiente para todos os guerreiros. Entendeu Lajos?
— Minha Senhora, você não entende. Lorde Oryon não gosta de ser interrompido durante suas reuniões com seus Chefes.
— Você é aquele que não entende, Guerreiro Lajos. Não deixarei meu Senhor fazer isso, não mais. Agora, faça o que pedi ou eu mesma irei até a cozinha e cuidarei disso.
— Eu... sim, minha Senhora. — Disse Lajos adequadamente castigado.
— E Lajos?
— Sim, minha Senhora.
— Quando entregar a refeição certifique-se de deixar seu Senhor saber que foi porque a Senhora lhe pediu que o fizesse.
— Sim, minha Senhora.
Terminando a ligação, Isis entregou de volta o comunicador para Nabil. — Obrigada, Nabil. Agora voltem para a cozinha, pois acredito que o cozinheiro precisará de vocês.
— Sim, minha Senhora. — Eles se curvaram e imediatamente saíram.
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— Então não houve mais problemas com o treinamento na Região de Mriga? — Oryon perguntou lendo um relatório.
— Não, meu Senhor. Uma vez que o problema com o equipamento foi descoberto e corrigido, os ferimentos foram interrompidos. — Informou um de seus Chefes.
— E a investigação sobre como o equipamento defeituoso chegou aconteceu? — Oryon perguntou com sua voz enganosamente suave enquanto olhava para o Chefe Phong, seu Chefe responsável por táticas e rastreamento.
— Sim, meu Senhor. — Afirmou Phong.
Assentindo com a cabeça, Oryon relaxou e recostou-se na cadeira para olhar o Capitão e Leads. Eles eram bons machos, cada um deles. A maioria estava com ele há anos. Ele se perguntou quais iriam querer ir para Luda para ver se poderiam atrair uma fêmea da Terra.
— Agora, perguntas sobre o que ocorreu em Tornian. — Disse ele, porque sabia que todos tinham.
Houve silêncio por vários minutos antes do Guerreiro Eike, Chefe dos treinamentos falar. — É verdade que Lorde Bertos tentou derrubar a Casa Vastari? Que Lorde Reeve o ajudou?
— Sim. Aparentemente, ele e sua fêmea estavam planejando há anos se tornarem Imperador e Imperatriz. Juntos, foram responsáveis pelo ataque contra o Rei Grim e as mortes do Rei Rask, da Imperatriz Adana e do Príncipe Van. Risa também atacou a Imperatriz Kim e tentou matar a Princesa Destiny. Ela feriu gravemente a fêmea da Terra que estava protegendo a Princesa. A fêmea teve uma recuperação completa. — Ele rapidamente os tranquilizou sabendo que ficariam preocupados. Mas Risa morreu durante o confronto com a Rainha Lisa.
Silêncio cumprimentou sua declaração quando os Guerreiros consideraram o que ele dizia. A perda de uma fêmea, qualquer fêmea, significava que algum macho perdeu a chance de receber descendentes dela. Oryon realmente acreditava que a loucura que afetou Risa e seu antepassado, o Imperador Bertos, continuaria afetando qualquer prole futura que ela produzisse.
— Então, espero que Daco leve a todos, pois a Deusa nunca acolherá aqueles tão indignos. — Diz Eike.
Oryon concordou com a cabeça. — Por causa desses atos, o Imperador despojou a Casa Reeve e a Casa Bertos de todo seu poder e nomeou dois novos Lordes. Lorde Callen de Vesta e Lorde Ynyr de Etruria. Ele também atribuiu a cada um de nós a tarefa de apoiá-los enquanto consertam os danos causados e construam Casas respeitáveis. Foi por isso que deixei a metade dos guerreiros conosco em Tornian para ser dividido entre Lorde Callen e Lorde Ynyr. — Oryon viu seus Chefes olharem entre si e disse. — Falem.
— Por que nenhum de nós foi autorizado a ajudar Ynyr... Lorde Ynyr ou Lorde Callen? — Huntley, seu mais novo Chefe perguntou. — Seria uma grande honra para qualquer guerreiro fazer parte da construção de uma nova casa.
— Eu tomei está decisão e não porque penso menos de vocês aqui, mas porque o tempo era essencial. — O olhar de Oryon percorreu todos os seus Chefes. — Lorde Callen partiu para Vesta há três dias com guerreiros do Imperador e de cada Casa. — Oryon olhou a unidade de tempo em seu pulso. — Eles estão chegando a Vesta neste momento. O Imperador passou ao Príncipe Tora, que está treinando em Vesta, o controle da Casa até a chegada de Lorde Callen. E se eu tivesse enviado os guerreiros de Betelgeuse, vocês se atrasariam por dois dias, porque a nave mais rápida estava em Tornian. Não enviei nenhum de vocês para ajudar um dos nossos por outro motivo. Após o ataque, o Imperador imediatamente despachou seus próprios guerreiros especialmente treinados para Etruria para controlar os restantes guerreiros de Bertos até que ele nomeasse seu novo Senhor. Ynyr e sua Senhora chegaram a Etruria há dois dias.
— Senhora? — Todo macho na sala se esticou e se inclinou um pouco mais perto, querendo ouvir cada palavra.
— Sim, uma fêmea da Terra chamada Abby escolheu Ynyr como seu macho. — Oryon não tentou esconder seu orgulho.
— Verdadeiramente?
— Não sabiam disso? — Oryon olhou para os guerreiros com surpresa. — Aconteceu dias atrás.
— Houve rumores de que uma fêmea da Terra se uniu a um macho, meu Senhor, mas não sabíamos a quem ou se fosse mesmo verdade. Nós sabíamos que o Imperador dissolveu a Cerimônia de União, então como uma fêmea poderia se unir a um macho? — Todos olharam para Oryon e esperaram uma explicação.
— Isso é verdade. O imperador acabou com a Cerimônia de União. Então, quando a Rainha Lisa percebeu que uma das fêmeas sob a proteção do Rei desejava se unir a um macho, criaram uma nova cerimônia, que misturou tradições de ambos os mundos. A família do Rei Grim e minha família se encontraram no piso da Assembleia, onde Abby se apresentou a Ynyr.
— Ynyr sabia disso?
— Não, ele não sabia. — Oryon olhou para seus machos e soube que precisava explicar ainda mais e descobrir se eles reagiriam como Ull. — Parece que Ynyr teve... contato com Abby antes da Cerimônia de União.
— O quê? — Todos os machos na sala ficaram de pé.
— Sentem-se! — Oryon ordenou, esperando está reação, porque as ações de Abby e Ynyr quebravam a Lei. Lentamente, os Chefes obedeceram. — Não é como pensam. Ynyr estava caminhando pelo jardim murado da câmara feminina quando ouviu uma fêmea chorando. — Oryon viu vários de seus Chefes franzirem a testa. — Ele sabia que era contra a Lei se aproximar de uma das fêmeas antes da Cerimônia, mas não pode simplesmente se afastar e como havia uma parede entre eles...
— Ele... falou com ela? — Qays, o Chefe de Oryon em treinamento mão-a-mão e o mais silencioso, perguntou suavemente.
— Sim. Ele conseguiu acalmá-la. Ele nunca disse seu nome e ela nunca disse o dela. Eles nunca se viram, mas conversaram através da parede quase diariamente, contando sobre si mesmos, sobre seus mundos. Foi durante esse tempo que Abby desenvolveu sentimentos por ele.
— Mesmo que ela não soubesse quem ele era? O que ele poderia oferecer?
— Parece que as fêmeas da Terra desenvolvem sentimentos por um macho antes de se unir a ele... Elas precisam amar... — O uso de Oryon da palavra antiga chocou muitos. — E se o fizerem, elas permanecerão com este macho,
Silêncio atordoado cumprimentou Oryon.
— Ela ficaria com um macho... como Lady Isis sempre ficou com você? — Eike perguntou, em voz baixa. — Ela seria apenas dele?
Oryon deu a Eike um olhar surpreso ao ouvi-lo. Nunca considerou que um de seus Chefes ou qualquer outro macho Torniano pudesse querer o que ele e Isis tinham. Isso era uma estranheza do universo.
— Há mais. — Disse Oryon. — Já não será forçada uma fêmea a escolher apenas aqueles machos que alcançam um status alto e acumulou o suficiente para apoiá-la. A partir de agora ela pode escolher qualquer macho que ela considere apto e digno.
— Mas meu Senhor, como um macho poderá apoiá-la se ele não tem riqueza, nenhum status? — Exigiu Huntley.
— Agora é responsabilidade do macho, o Senhor da Casa ajudar o macho que a fêmea escolher em sua Casa, que seja devidamente cuidada.
— O Senhor... estaria disposto a nos ajudar? — Huntley perguntou, choque queimando em seu olhar.
— Claro! — Oryon olhou de Huntley para os outros machos, não entendendo por que ficaram tão surpresos. — Vocês são os melhores machos que já tive o privilégio de conhecer. Por que não estaria disposto a ajudá-los a ter uma fêmea?
— Mas Lady Isis...
— Está ansiosa para ter mais fêmeas em Betelgeuse.
— Mas... isso tirará o você que lhe dá.
Antes que Oryon pudesse responder, uma batida soou na porta. Dando à porta um olhar irritado, Oryon, ordenou. — Entre!
Lajos entrou, seguido de vários machos que levavam pratos carregados de comida.
— Qual o significado disso Lajos? — Exigiu Oryon.
— Sinto muito, meu Senhor. — Lajos gesticulou para os machos onde colocar os pratos. — Eu sei que você prefere não ser perturbado quando está com seus Chefes, mas fui convidado a lhe trazer a última refeição.
— Convidado? Por quem? — Oryon levantou-se de sua cadeira. Somente ele poderia dar essa ordem.
— Lady Isis, meu Senhor. — Lajos disse calmamente, sua pele escurecendo em aparente constrangimento quando admitiu que seguiu a ordem de uma fêmea.
— Lady Isis ordenou que você nos trouxesse uma refeição? — Oryon voltou a sentar lentamente.
— Sim, meu Senhor. Ela... — Lajos não conseguiu manter contato visual com o Senhor.
— Ela o que, Lajos? — Oryon perguntou em voz baixa.
— Ela ameaçou ir para a cozinha-se e fazer a refeição se suas ordens não fossem seguidas. — Lajos disse, parecendo envergonhado. — Eu sei que não deveria ter...
— Quando sua Senhora lhe fizer um pedido, deve obedecer, Guerreiro Lajos. — Disse Oryon com voz dura. — Desde que não comprometa sua segurança.
— Sim... sim, meu Senhor. — O olhar de Lajos foi para os outros machos que pareciam igualmente chocados.
— Podem encher seus pratos. — Oryon ordenou a seus Chefes. — Uma vez que comemos, como minha Senhora exigiu, terminarei de explicar sobre como o nosso universo mudou.
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Oryon observou enquanto seus Chefes devoravam a comida que Lajos trouxe. Por que ele sempre insistiu que não comessem até terminar? Agora percebeu que isso poderia fazer com que seus machos se precipitassem na reunião, porque sua fome os distraía de dizer tudo o que deveriam. Como Isis sabia disso?
— Guerreiros, nosso universo mudou drasticamente desde que eu parti para a Cerimônia de União. — Oryon viu vários guerreiros colocar seus pratos à frente. — Continuem comendo, se minha Isis descobrir que vocês deixaram esta reunião com fome, ela terá minha cabeça. — Ele não perdeu os olhares atordoados nos rostos do Guerreiro.
— Vocês acham estranho que eu fale assim, quando antes de partir para a Tornian, eu não o teria feito? — Oryon fez uma pausa tentando organizar seus pensamentos. — Vocês nesta sala estão entre os meus guerreiros mais confiáveis e os considero tão próximos quanto meus irmãos. — Em sua declaração, o peito de todos os machos inchou. — Muitos de vocês, como o Capitão Shen, estão ao meu lado desde que meu manno conheceu a Deusa e sei que tem havido tempos difíceis. Machos menos dignos deixaram a Casa Rigel, optando por servir em outro lugar porque acreditavam que minha... situação refletia mal sobre eles.
— Meu Senhor. — Shen tentou interrompê-lo, mas Oryon acenou com a mão e Shen fechou a boca.
— É verdade, Shen e todos vocês sabem disso. Minha Isis se recusou a me deixar, mesmo depois de me apresentar dois machos aptos. Muitos encontraram falta comigo por não forçá-la a sair. — Oryon deixou seus olhos percorrerem os machos na sala. — Então, ela poderia dar descendência para outros machos, machos que poderiam ser vocês. — O peito de Oryon apertou com o pensamento de um desses machos que ele confiava tocar Isis.
— E de verdade, eu teria me encontrado fortemente pressionado para não matar nenhum macho que tentasse tirar minha Isis de mim antes de ir para Tornian. Agora, matarei qualquer macho pense em levá-la de mim. Ela é minha! — Nenhum macho duvidava da verdade nas palavras de seu Senhor.
Oryon suspirou forte e tentou se acalmar. — O que eu preciso explicar é a razão pela qual minha atitude mudou e espero que entendam como o universo mudou e que a chance de terem uma fêmea também mudou.
— Quando a Imperatriz Kim foi apresentada pela primeira vez à Assembleia, todos nós a descartamos como não sendo uma fêmea digna. Embora ela fosse muito semelhante às nossas fêmeas, ela não era realmente Torniana, mesmo que o Imperador a declarasse assim. Ela era apenas um pequeno ser insignificante para nós... — Oryon viu seus Chefes concordarem. — Até que ela concebeu... então todos nós tomamos conhecimento. Nós tentamos forçá-la a nos dizer onde estava seu planeta para adquirirmos mais como ela e ela recusou. Até se recusou a dizer ao Imperador. Qual fêmea Torniana é corajosa o suficiente para recusar o seu macho? — Oryon perguntou enquanto seus olhos percorriam os machos na sala.
— Meus irmãos, nossas fêmeas nos temem e é culpa nossa, porque não lhes damos o que realmente precisam e não falo sobre as coisas que lhes damos agora. A Imperatriz não teme o Imperador, porque sabe que ele ama e cuida dela tanto quanto ela faz por ele.
— Mas meu Senhor. — Falou Phong. — Elas são fêmeas.
— Sim, com pensamentos, sentimentos e uma mente própria. É o que esquecemos com o medo da extinção. Nossas fêmeas não são reprodutoras, como a Rainha Lisa nos acusou de tratá-las. Nós somos como os Ganglians, que apenas pegam e usam fêmeas para sua própria diversão. Gostaria que todos estivessem lá para testemunhar a Rainha na Cerimônia de União, para ver não apenas como ela se colocou diante de toda a Assembleia, mas como respondeu a qualquer coisa que percebeu como um insulto ao Rei Grim. Ela defendeu Grim apesar de ser atacada sob sua proteção. Ela não vê suas cicatrizes como um sinal de fraqueza, mas sim como um emblema de coragem, acreditando que, se ele foi forte o suficiente para sobreviver a isso, ele sempre será capaz de protegê-la e sua prole. É algo que deveríamos ter percebido.
Oryon olhou para o quadro de seu manno que ainda estava na parede em frente a sua mesa. Ele o manteve lá para lembrá-lo de tudo o que seu manno lhe ensinou sobre ser um macho apto e digno. Nunca Oryon duvidou dos ensinamentos de seu mano... até agora.
— Eu nunca me envergonhei de ser um macho Torniano, até me sentar na Assembleia e ouvir a Rainha Lisa. Ela ficou diante de nós, forte e orgulhosa e obrigou-nos a reconhecer que o que lhes fizemos não era diferente do que os Ganglians fizeram com a Imperatriz. Que o que fizemos com nossas próprias fêmeas fez com que elas acreditassem que seu único valor para nós era como reprodutoras.
— O quê? — Vários machos ficaram de pé, assim como os da Assembleia.
— Sentem-se! — Oryon ordenou e esperou até que o fizessem para continuar. — Ela não estava errada. Não é por isso que tantos desprezaram minha Isis em sua recusa de se deixar usar desse jeito? Desde que saímos daqui, percebi que existe a força do corpo que todos nós temos como um padrão tão alto e então há a força do espírito que parecemos ter esquecido. Dos dois, acredito que a força do espírito é a mais forte. Foi o que permitiu que a Imperatriz sobrevivesse com os Ganglians. Foi o espírito dela, não a força física, que a impediu que a quebrassem. Foi o que permitiu que o Rei Grim sobrevivesse a seu ataque quando a maioria de nós teria desistido. — Ele fez uma pausa, olhando para cada macho. — O que isso diz sobre nós como guerreiros é que preferimos desistir, do que ser julgado com dureza por outros. Que a forma como olhamos importa mais do que nossas ações?
— Isso me envergonha, por nunca termos considerado o que os sequestradores dessas mulheres significavam para elas. Nós pensamos apenas em nossos próprios desejos e necessidades, nunca nas delas. Nós cometemos uma grande injustiça com elas e nossas fêmeas. Não é de admirar que a Deusa tenha nos retido suas bênçãos por tanto tempo.
— Então estamos condenados. — Qays disse e Oryon viu o espírito desses homens aptos e dignos desaparecerem.
— Não. Não estamos condenados. — Disse Oryon. — Não graças às nossas ações e à nossa arrogância, mas porque as mesmas fêmeas, as que julgamos com tanta dureza e as que achamos que poderíamos roubar sem consequências, nos mostraram o caminho de volta às boas graças da Deusa.
— Como? — Perguntou Qays.
— Ao honrá-las. Ao perceber que são verdadeiramente o mais importante em todos os universos conhecidos.
— Nós já sabemos disso. — Disse Huntley.
— Que todas as fêmeas são. — Enfatizou Oryon. — Torniana ou não. Elas têm o direito de se unir a um macho... ou não. Elas têm o direito de escolher o macho que querem, não importa se ele atingiu um status alto ou não.
— Meu Senhor, as outras fêmeas...
Oryon sabia o que Phong queria perguntar. — Estão sob a proteção do Rei Grim em Luda.
— Então os machos de Luda terão as fêmeas. — Huntley disse.
— Não. Eu sei que é o que muitos pensarão, mas o Rei contatou todos os Senhores para que soubessem que foi decidido que, durante os próximos dois meses, nenhum macho poderá se apresentar às fêmeas terrestres, incluindo as suas. As fêmeas compreensivelmente precisam de tempo para se ajustar a tudo. Em dois meses, os machos interessados poderão enviar um pedido para Luda, solicitando permissão para se apresentar às fêmeas. As fêmeas decidirão então quais machos poderão ir a Luda com base nesse pedido. Apenas então um macho será autorizado a ir para Luda.
Um silêncio atordoado caiu sobre a sala quando Oryon terminou de falar e todos perceberam que tinham a chance de ter uma fêmea...
CAPÍTULO TRÊS
Era tarde quando Oryon finalmente voltou para sua câmara. Muito mais tarde do que planejou, mas uma vez que as perguntas começaram, ele soube que precisava ficar e responder.
Entrando em sua câmara de descanso, Oryon encontrou a escuridão, a única luz era proveniente do fogo moribundo que uma vez aqueceu a sala. Seus olhos imediatamente foram para cama e a encontrando vazia, sentiram o coração apertar. Sua Isis não estava lá. Ela ficou irritada por não ter retornado antes? Era algo como qual nunca antes se preocupou, a sua espera.
Cruzando a sala, foi para a escada. Porque se ela estivesse com raiva, apenas teria que superar isso, pois nunca mais descansaria sem ela. Parando no alto da escada, ficou surpreso ao encontrar uma escuridão fria. Sua Isis nunca permitia que sua câmara ficasse fria e ela sempre deixava uma luz baixa.
E se ela não estava ali...
E se não estava em sua cama...
Onde estava?
Voltando pela escada, ele foi para o outro lado e estava pronto para despertar toda a Casa quando um pequeno movimento perto do fogo chamou sua atenção. Silenciosamente, se moveu em direção a ele e sentiu seu coração apertar novamente. Lá estava... sua Isis... enrolada em sua cadeira coberta com uma manta que ele sabia ter vindo de sua câmara, com a cabeça apoiada contra um dos braços da cadeira, os olhos fechados.
Lá estava ela. Seu amor.
Ele deve ter feito um som porque lentamente Isis abriu os olhos e perguntou com voz rouca: — Oryon?
— Estou aqui Isis. — Ele a tranquilizou, movendo-se para agachar-se ao lado da cadeira, passando uma mão suavemente ao longo de sua perna. — Por que você não está na cama, meu amor? — O carinho saiu naturalmente de seus lábios porque sempre foi verdade.
— Eu estava esperando por você. — Ela estendeu a mão para acariciar sua bochecha. — Não queria descansar na nossa cama pela primeira vez sem você.
Suas palavras fizeram o coração de Oryon se apertar e seus olhos se encherem de lágrimas. Isso era algo que eles deveriam ter tido há anos. Por que não o fizeram?
— Oryon? — Isis franziu a testa, vendo seus olhos dele com lágrimas. — O que está errado?
— Nada está errado, minha Isis. Estou muito feliz por você estar aqui e estou questionando, por que me levou tanto tempo para ver que é onde você sempre pertenceu. — Isis recompensou suas palavras inclinando-se para tocar seus lábios em um beijo gentil; um beijo que Oryon aprofundou rapidamente enquanto ele a abraçava.
Ficando de pé, Oryon a levou para a cama.
Isis suspirou na boca de Oryon quando ele a deitou pela primeira vez no centro do que era sua cama. Era isso que ela queria. O que sempre quis.
Ele a colocou no centro da cama, seus grossos cabelos pretos se espalharam ao redor, o contraste perfeito com sua pele rosada e pálida. O amor naqueles olhos escuros olhando para ele o fazia se sentir o homem mais poderoso do universo. Sentado em seus calcanhares, ele deixou seus olhos percorrerem o belo corpo que sempre o despertou. Descobriu que estava vestindo uma cobertura que ele nunca viu antes. Com tiras finas, era sedosa, com triângulos mal cobrindo os seios.
— O que é isso? — Ele perguntou, passando um dedo gentil pela alça fina, acariciando a curva de seu peito.
— É uma cobertura com a qual eu gosto de descansar. — Disse ela.
— Por que nunca vi antes? — Ele perguntou bruscamente.
— Bem. — Disse ela, levantando-se e encorajando o dedo a continuar sua jornada. — Normalmente quando estou aqui é para nos unirmos e estou vestindo uma cobertura de união. Quando você vai à minha câmara, eu uso um manto para me cobrir porque sempre achei que não acharia atraente.
— Você está errada. Eu acho isso muito atraente. — Disse Oryon, inclinando-se para beijar o vale entre seus seios.
— Acha? — Isis perguntou sem fôlego.
— Sim, mas não tão atraente como quando você não usa nada. — Ele murmurou contra sua pele. Movendo as mãos, ele deslizou cuidadosamente as tiras finas, revelando seus lindos seios antes de continuar puxando até que o removesse completamente do corpo e jogando-o sobre o ombro. Agora ela estava nua da forma como ele mais amava.
— Você é uma deusa, Isis. — Ele disse com os dedos indo para sua camisa.
— Aqui, deixe-me ajudá-lo com isso. — Isis disse, levantando-se, despreocupada com sua nudez. Seus dedos substituíram os dele enquanto desabotoava a camisa. Isis tomou seu tempo com a tarefa, deixando seus dedos acariciarem cada centímetro dos músculos, explorando cada fenda que compunha seu enorme peito, antes de descer ao longo de seu abdômen acentuado. Seus dedos pararam na cintura de sua calça. Inclinando-se para frente, colocou um beijo de boca aberta no peito enquanto suas mãos tiravam a camisa.
— Isis... — Grunhiu Oryon.
— Shhh... — Ela sussurrou. — Quero explorar você. — Movendo a língua ao longo do peito, ela gostou de sentir o seu sabor salgado, depois lambeu seu mamilo, observando-o apertar em resposta. Olhando para ele através de seus cílios, continuou moendo a língua quando perguntou: — Você deixará?
— Deusa, sim. — Grunhiu Oryon, sentindo que seu eixo se endurecia ao ver sua boca sobre ele. Amava como ela o lambia, como se fosse seu deleite favorito. Tirando a camisa, ele deixou suas mãos afundarem em seus cabelos. Queria mostrar a ela exatamente onde a queria, mas ela rapidamente se afastou.
— Não. — Ela disse a ele. — Suas mãos ficam aqui. — Ela ordenou suavemente, puxando-as de seus cabelos para pressioná-las em suas coxas grossas.
Ao comando de Isis, os olhos de Oryon se arregalaram. Ele se perguntou de onde esta fêmea ousada veio. Nunca antes sua Isis tomou o controle de sua união, nem mesmo nas últimas semanas, quando seu relacionamento mudou tão drasticamente. Segurando suas coxas, ele não pode deixar de se perguntar o que faria a seguir. Não precisou esperar muito.
Isis não tinha certeza do que a fez pensar que poderia ordenar a Oryon, mas quando obedeceu, o poder que sentiu foi incrível. Ter esse macho grande e poderoso fazendo o que ela dizia... fez com que quisesse ver o quanto ele deixaria que fizesse.
Uma vez que teve certeza de que as mãos de Oryon permaneceriam onde as colocou, Isis recostou-se e deixou seu olhar percorrer o corpo magnífico exibido diante dela. O corpo de Oryon rivalizava com o de um macho com metade de sua idade. Ele não tinha peso extra, como tantos outros machos de sua idade, Senhor ou Guerreiro. Eles deixavam seus corpos se suavizarem à medida que envelheciam, acreditando que não precisavam mais ficar em forma. Não seu Oryon. Ele apreciava seus exercícios diários com seus Guerreiros e mantinha todos os músculos e força de quando se uniram. Isso a fez querer lamber e explorar cada centímetro, cada fenda. Queria experimentar todas aquelas coisas que Abby e Kim contaram.
Será que Oryon permitiria?
Inclinando-se para frente, ela deu a seu outro mamilo a mesma atenção, lambendo e provocando com a língua da maneira como Oryon provocava o seu quando ele a agradava.
— Deusa, Isis. — O corpo inteiro de Oryon tremeu quando sua boca se agarrou a ele. Seus dedos ficaram brancos enquanto agarrava suas coxas para evitar que a jogasse na cama e se unisse a ela. Ele disse que ela poderia explorá-lo, então a deixaria, mesmo que isso significasse se envergonhar como um jovem guerreiro e se derramar em sua calça.
Isis não podia acreditar que ela, uma fêmea, conseguiu fazer tremer esse poderoso macho e uma nova sensação de confiança surgiu, tornando-a mais ousada. Arrastando as unhas ao longo de seu abdômen, ela deslizou as mãos sob a cintura da calça de Oryon e roçou seu eixo, enquanto ele ofegava surpreso.
— Isis! — Os quadris de Oryon avançaram para seu toque.
Isis ergueu os olhos para ele e sussurrou: — Eu quero ver isso.
As mãos de Oryon imediatamente abriram a calça, seu eixo saltando para sua inspeção.
— Deusa, Oryon... — Os olhos de Isis se arregalaram diante da visão, em todos esses anos ela apenas conseguiu vislumbres dessa parte dele. Seu eixo era grande, maior do que imaginou que poderia ser e longo. Como isso se encaixava dentro dela? Hesitante, ela segurou e sentiu sua pele quente, mas muito mais suave do que esperava. Apertando suavemente, percebeu que a suavidade terminava sob sua pele, seu eixo era tão duro como o aço de Tornian. Lentamente, começou a acariciá-lo, achando que seus dedos não podiam abrigá-lo completamente, especialmente em sua base ainda maior.
Enquanto ela acariciava seu eixo, Oryon levantou involuntariamente os joelhos, dando-lhe acesso, pela primeira vez, às bolas pesadas entre suas pernas. O grunhido baixo que saiu da garganta de Oryon enquanto o tocava a fez olhar para ele, vendo seus olhos brilhando.
— Estou machucando-o? — Ela sussurrou.
— Você está me matando. — Oryon disse e imediatamente ela ficou pálida. Ela teria afastado as mãos se ele não tivesse segurado seus pulsos. — Com prazer, Isis. — Ele abaixou a cabeça para que ela pudesse ver a verdade em seus olhos, então levou suas mãos de volta onde estavam. — — Nunca nada se sentiu tão surpreendente como seu toque no meu corpo. Não pare.
— Você tem certeza? — Ela perguntou, a fêmea arrojada e confiante desaparecendo com o pensamento de causar dor.
— Sim Isis, toque-me.
Lentamente, desta vez muito mais delicadamente, Isis deixou que seus dedos explorassem as bolas pesadas, segurando-as suavemente nas mãos e sentindo-as. Deixando uma mão ali, ela moveu a outra ao longo de seu eixo grosso, o polegar deslizando ao longo da veia embaixo, sentindo o pulso.
Alcançando a grande cabeça bulbosa de seu eixo, o polegar lentamente o rodeou antes de deslizar ao longo de sua fenda, capturando as gotas de fluido branco e espesso que começavam a escapar.
Levando o polegar para a boca, ela fechou os olhos quando o sabor forte, doce e levemente salgado de Oryon explodiu pela língua pela primeira vez. Deusa, nada tinha um gosto tão bom para ela. Sem pensar, ela se inclinou e segurou seu eixo, levando-o a sua boca.
A respiração de Oryon o deixou enquanto observava sua Isis. No começo, ele pensou que nada poderia se sentir melhor do que as mãos de Isis explorando seu peito, sua boca provocando seus mamilos. Então, ela colocou as mãos dentro de sua calça, acariciando seu eixo e isso foi melhor. Mas ela não parou aí, segurou suas bolas em suas mãos suaves, fazendo com que ele vazasse e soube que isso era o melhor. Então, a semente que ele tentou tão duro segurar, derramou-se e em vez de ofender-se, ela a capturou, provou e ele soube que nada seria melhor do que isso.
Agora, sua Isis estava fazendo algo que ele nunca ouviu falar de uma fêmea fazendo. Ela estava tomando-o em sua boca e chupando como se sua boca fosse seu canal. Movendo seu eixo dentro e fora de sua boca, ela usava a língua ao redor dele.
Deusa! Nenhum guerreiro poderia suportar tortura tão prazerosa.
— Isis! — Ele rugiu segundos antes de agarrá-la pelos ombros. Afastando-a de seu eixo, ele ignorou seu grito de protesto, jogou-a sobre suas costas no centro da cama e a cobriu.
Isis não podia acreditar no quão incrível isso era. Ela realmente não acreditou em Kim e Abby, que era possível tocar Oryon com a boca da mesma maneira que ele fazia e que gostaria.
Elas estavam certas. Ela gostou. Senti-lo tremer e saber que era por causa do que ela estava fazendo com ele, era um sentimento inacreditável e um que ela nunca queria deixar de sentir. Quando ele a afastou de seu eixo, ela gritou em protesto, apenas para encontrá-lo cortado quando seus lábios cobriram o dela em um beijo profundo e duro, cheio de paixão descontrolada.
Sentindo seu eixo, que apenas segundos atrás estava em sua boca, na entrada de seu corpo, ela o envolveu com os braços e pernas com entusiasmo, dando-lhe as boas-vindas.
No fundo de sua mente, Oryon sabia que precisava recuperar seu controle. Ele não fez nada para agradar suas Isis. Ela lhe deu prazer, no entanto, ali estava ele, a momentos de se unir a ela.
— Por favor, Oryon. Eu preciso de você dentro de mim.
Qualquer possibilidade de recuperar seu controle foi perdida no pedido sussurrado de Isis e ele entrou com um forte impulso.
— Isis!
— Mais Oryon! Mais, Deusa! — Ela não percebeu o quão perto estava de sua liberação, não percebeu que dar prazer a Oryon também poderia trazer seu prazer. Não esqueceria isso no futuro, mas agora, tudo que podia fazer era sentir aquele prazer doce e apertado logo antes que ela estivesse com Oryon profundamente dentro dela.
— Oryon! — Ela gritou com prazer, todo seu corpo se abriu quando a libertação a atingiu.
Sentindo o corpo de sua Isis apertando ao redor dele, ouvindo o seu grito de prazer, Oryon empurrou uma última vez, tão profundamente quanto pode e rugiu sua libertação para ela.
Foi muito mais tarde, enquanto ele estava olhando para o amor de sua vida dormindo em seus braços, que Oryon se perguntou se ousava confessar seus anos de mentiras para ela. Ele a observou florescer essas últimas semanas na presença das fêmeas da Terra. Ela encontrou fêmeas de mentalidade e ideais semelhantes, o que lhe deu uma confiança que nunca percebeu que faltava.
Ele a observou interagir com Abby e viu a alegria em seus olhos por ter outra fêmea na Casa Rigel, mesmo que fosse apenas por meio da união e nenhuma que ela apresentou. O que ela faria se descobrisse que ele preventivamente impediu que tivesse mais prole após Zev? Que ele lhe negou a chance de ter a fêmea que ela desejava ter e dar a ele?
Ainda ficaria com ele?
CAPÍTULO QUATRO
— Vali irá acompanhá-la hoje quando conversar com o Mestre Kaspar. — Disse Oryon a Isis quando terminaram a primeira refeição na manhã seguinte em sua câmara. Inclinando-se em sua cadeira, ele olhou para ela e soube que nunca a viu mais bonita do que ela era neste momento. Ela recém saiu de sua cama, vestindo uma cobertura na cor da Casa e o brilho de sua união ainda estava em suas bochechas.
— Por quê? — Isis perguntou, recostando-se na cadeira e franziu a testa.
— Porque não arriscarei um mal-entendido com o macho enquanto você estiver conversando com ele.
— Oryon... — Isis deu-lhe um olhar exasperado.
— Não me dê esse olhar Isis. Eu sei que a Rainha Lisa percorre livremente a Casa Luanda, mas ela ainda tem Guardas que a acompanham e até você ter uma também, eu ou um de nossa prole irá acompanhá-la.
Isis olhou-o silenciosamente por vários minutos e percebeu que estava certo. Embora muitas coisas mudaram nas últimas semanas, ainda havia muitos riscos para uma fêmea, principalmente por causa de machos incapazes. Ela não acreditava que houvesse algum dentro da Casa Rigel, pois Oryon nunca os toleraria, mas ele ainda se preocuparia e ela queria ajudar a aliviar o peso que ele carregava e não adicionar mais.
— Tudo bem. — Ela disse a ele e sorriu enquanto suas sobrancelhas se erguiam. — Você pensou que eu discutiria.
— Eu... sim. — Ele admitiu.
— Oryon, eu sou uma fêmea Torniana. Eu sei o quão perigoso são os nossos machos, especialmente depois do que aconteceu na Assembleia dos Lordes.
— Eu nunca me perdoarei por deixá-la desprotegida...
— Pare! Eu não estava desprotegida. Você ordenou que Zev ficasse comigo e ele o fez.
— Sim, mas...
— Sem desculpas. Você fez o que sua honra exigiu Oryon. Você, Ull, Vali, Ynyr e o resto da nossa Casa defenderam o Imperador. Nunca testemunhei tal demonstração de habilidade, força e honra contra tantos machos incapazes. A Casa Rigel deveria se sentir orgulhosa, mostrando que o Senhor realmente é um macho digno e apto. Mesmo o Imperador foi obrigado a reconhecer isso.
— O Imperador Wray sempre me mostrou respeito, Isis.
— Talvez, mas não o suficiente e não até mesmo quando o apoiou tão fortemente e isso por minha causa.
— Isis...
— Você sabe que é verdade Oryon. O Imperador disse isso quando dissolveu a Cerimônia de União.
— Talvez, mas não mudaria nada Isis, pois sem você minha vida não teria sentido.
Isis deu um sorriso gentil. — Nem eu, mas nosso universo mudou Oryon. Quando nós saímos daqui, não tinha uma fêmea que pudesse chamar de amiga. Fui forçada a ver minha prole crescer de longe e considerada uma estranheza pelo meu próprio povo. Agora, não apenas tenho amigas, mas uma é a Imperatriz e a outra uma Rainha. Agora posso falar abertamente não apenas com minha prole, mas também com quem preciso. Percebo que levará algum tempo para que alguns aceitem, mas estou certa de que seus machos eventualmente irão.
— Nossos machos, Isis. — Disse Oryon e recompensou suas palavras com um sorriso brilhante.
— Nossos machos. — Ela concordou, então franziu a testa. — O que mais está incomodando?
— O quê? — Oryon olhou para ela em choque. — O que você quer dizer?
— Eu não sei. Parece que algo o está incomodando. O que aconteceu?
Oryon foi salvo de responder por Vali batendo na porta de sua câmara.
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Isis sorriu para Vali enquanto caminhavam pelos corredores ocupados da Casa Rigel. Vali era seu segundo macho, com apenas vinte e quatro anos. Ele não era tão amplamente construído como seu manno e irmãos, mas isso de modo algum significava que era fraco. Ela já tinha visto Vali enfrentar Ull na prática, esta falta de volume era compensava com maior velocidade e agilidade. Vali nunca superou Ull, mas Isis acreditava que era porque ele se recusava a fazê-lo, temendo que outros pudessem então questionar o direito de Ull de ser seu Senhor.
— Como você está lidando com todas essas mudanças, Vali? —Perguntou ela.
— O que você quer dizer? — Vali respondeu, dando um olhar duro a vários machos que os encaravam um pouco mais.
— Bem, Ynyr é agora um Senhor. Ainda não ouvi sua opinião sobre isso.
— Eu sempre apoiarei as decisões do meu Imperador. — Disse ele com firmeza.
Isis não podia acreditar em quão frio e distante estava seu segundo macho. Houve um momento em que ela teria permitido, pensando que não tinha escolha. Não mais. Puxando-o para uma sala lateral, fechou a porta antes de encará-lo.
— Que tipo de resposta é essa? — Ela perguntou com raiva.
— Como? — Vali perguntou, endireitando a altura total.
— Oh não, você não falará comigo neste tom, jovem. Eu sou sua mãe e quando lhe fizer uma pergunta, espero uma resposta verdadeira e nenhuma dessas atitudes de macho Torniano que você acabou de demonstrar. Eu apresentei você neste mundo e posso tirá-lo dele.
Vali não pode fazer nada além de encarar sua mãe em estado de choque. Quem era essa fêmea que ousava falar com ele assim? Que o enfrentava sem medo? Ele não acreditou quando seu manno disse que ela manteve sua prole com ela durante o tempo que pode. Nenhuma fêmea fazia isso, mas Ull disse que ele se lembrava do aroma de ardaighs. Vali não. Por que não tinha nenhuma lembrança desse tempo com ela? E se não aconteceu com ele? E se ela não o manteve como os outros?
— O que o está incomodando, Vali? — Isis perguntou, observando o tom mais escuro nos olhos castanhos de Vali, mesmo que seu corpo estivesse totalmente relaxado, não revelando nenhuma tensão interna.
— Por que você acha que há algo me incomodando? — Ele perguntou.
— Porque quando você está chateado seus olhos escurecem. Isso acontece desde que você foi apresentado. — Isis deu-lhe um pequeno sorriso enquanto pensava. — Lembro-me de estar tão preocupada depois da sua apresentação. Seus olhos eram quase negros, mas parece que ficou irritado ao ser forçado a entrar neste estranho mundo novo. Mas uma vez que você foi coberto e alimentando no meu peito que eles começaram a se transformar no lindo tom marrom de seu manno.
Vali encontrou-se corando com o comentário de sua mãe. Certamente, uma mãe não deveria falar dessas coisas com sua prole. Então o que ela estava dizendo o atingiu.
— Você se lembra de mim? Apresentando-me? — Vali não pode se impedir de perguntar.
— É claro que sim. — Isis franziu o cenho para ele. — Por que você pensaria que não?
— Eu... — Vali corou, sem saber se deveria continuar.
— Vali, por favor... fale livremente.
— Manno nos disse em Tornian que você manteve cada um de nós por um tempo até que as pessoas começassem a fazer perguntas.
— Sim, eu fiz. — Isis concordou com a cabeça.
— Ull lembra-se do cheiro dos ardaighs e sempre que o sente agora, isso o consola.
— Ele disse isso?
— Sim.
— E isso o incomoda. — Isis podia ver que era isso.
— Sim, porque eu não tenho essa lembrança. Manno disse que seu quarto sempre estava cheio de ardaighs e se estão, porque eu não me lembro deles?
— Porque você foi apresentado em uma estação diferente. — Isis percebeu que Vali não entendia. — Ardaighs apenas crescem nos jardins durante os três meses da estação mais calorosa. Ull foi apresentado dois meses antes de florescerem e por algum motivo tivemos uma estação calorosa extremamente longa nesse ano. Os ardaighs floresceram por mais de seis meses. Você foi apresentado assim que os ardaighs terminaram sua última floração. Naquele ano, a estação fria parecia nunca terminar e... bem, não tenho certeza de que tivemos uma estação quente. Foi então que o seu manno decidiu construir uma estufa de plantas. Ele disse que fez isso para que sempre tivéssemos produtos frescos, mas se isso fosse verdade, teria ali algo mais que ardaighs, certo? O seu Senhor fez isso por mim. Então eu poderia tê-las durante todo o ano.
— Como ele mudou o campo de treinamento. — Disse Vali.
— Ele contou sobre isso? — Isis perguntou surpresa.
— Sim.
— Seu Senhor é um macho muito bom, Vali, mas isso não é o que você está perguntando, verdade? Você quer saber por que não tem uma lembrança especial de mim.
— Sim. — Vali respondeu sufocado.
— Posso tocá-lo Vali? — Isis perguntou, aproximando-se dele.
— O quê? — Ele perguntou chocado.
— Embora eu saiba que você é minha prole, é um macho adulto e não tenho o direito de tocá-lo sem sua permissão.
— Por que você quer me tocar?
— Para mostrar que, enquanto Ull se lembra do cheiro dos meus ardaighs, há algo que você teve que ele não.
Assentindo com firmeza, Vali se preparou para não sentir nada, mas no momento em que sentiu os dedos de sua mãe tocarem sua têmpora, sentiu a parte de trás deles tocarem seu rosto a maxilar, sentiu-os voltarem e assim que sentiu isso, foi inundado de lembranças de amor, de segurança e de ser importante.
— Você sempre foi minha descendência mais difícil, Vali. — Isis disse suavemente. — Não porque você era difícil de lidar, mas porque era mais quieto. Nunca gritava quando estava com fome ou quando estava molhado. Apenas olhava para mim com seus belos olhos castanhos e esperava que eu soubesse o que precisava. Isso me deixava louca, até que finalmente percebi que seus olhos escureceriam quando você estava irritado. Depois disso, as coisas ficaram mais fáceis.
— Ninguém nunca notou isso antes.
— Quem você já deixou se aproximar? — Isis perguntou.
Vali de repente percebeu que não deixava ninguém se aproximar e que a testa dela estava em seu ombro enquanto ela continuava acariciando sua bochecha.
— Isso é tudo o que tem incomodado você, meu Vali? — Isis perguntou suavemente.
— Não. — E Vali encontrou-se dizendo-lhe o quão preocupado estava com Ull, com Ynyr e com o Império.
— O que mais o preocupa em Ull?
— Que ele nunca estará a altura de Ynyr. — Vali ergueu a cabeça e Isis viu a escuridão girando em seus olhos.
— É assim que ele vê? — Isis perguntou.
— Sim. Primeiro, o Imperador escolheu Ynyr para Etruria e então Abby escolheu Ynyr por causa disso.
— Não foi por isso que Abby escolheu Ynyr. — Isis corrigiu.
— Eu sei que isso é o que foi dito e depois de conhecer a Abby eu concordo, mas Ull nunca verá isso.
— Porque nossas fêmeas sempre escolhem o macho por seu status e o que ele acumulou para dar a ela. — Disse Isis.
— Sim.
— No entanto, Abby escolheu Ynyr quando ele literalmente não tinha nada para lhe dar, nem mesmo uma capa.
— Isso não durará muito, pois Ynyr é agora o Senhor da casa mais próspera e poderosa do Império.
— Uma casa que está em total desordem.
— É verdade, mas isso também não será por muito tempo, não com Ynyr no comando. — Vali disse com confiança.
— Você tem tanta fé em seu irmão mais novo. — Isis ficou surpresa com o nível de admiração que ouviu na voz de Vali.
— É claro que Ynyr foi concebido para mais do que servir Ull. O único que o impedia era ser... — Vali fechou a boca, quando percebeu o que estava prestes a dizer.
— Um terceiro macho. — Isis terminou para ele. — Minha terceira prole.
— Sinto muito, mãe. Eu não devia ter falado isso.
— Por quê? É verdade. Eu sei que sou um grande fardo não apenas para esta casa, mas também para minha prole. Nunca foi minha intenção quando me recusei a deixar seu manno que vocês sofressem por minhas decisões. Talvez eu estivesse errada.
— Não! — Vali imediatamente negou.
— Vali...
— Você nunca fez com que qualquer um de nós sofresse e nunca foi um fardo. Sim, outros criticam nossa Casa porque você ficou, mas suas opiniões não são importantes.
— Até mesmo a do Imperador?
— Especialmente a dele, especialmente agora, quando percebeu que você estava certa o tempo todo. Você manteve suas crenças e honra mãe, quando ninguém mais a apoiou.
— Eu tinha seu manno. — Isis sussurrou.
— Sim. — Vali concordou com a cabeça. — E vocês dois estão mostrando a todos os machos Tornianos o que eles podem ter... se uma fêmea o escolherem, mesmo uma Torniana.
— Você faz parecer algo ruim.
— E é. — Os olhos de Vali ficaram densamente arredondados enquanto ele a olhava. — Porque é algo que a maioria de nós nunca terá.
— Mas você pode ter uma, Vali. Todos vocês podem.
— Não há fêmeas suficientes, mãe. Mesmo com as da Terra e os novos jovens.
Isis sentiu que seu coração se apertava por sua prole. — Você não acha que alguém escolheria você.
— Eu não acho que tenho o direito de perguntar. Não quando há outros que precisarão mais de descendência.
— Outros como Ull.
— Sim. Ele é um primeiro macho. Um dia será Lorde de Betelgeuse. Ele deve ter uma fêmea para continuar a linhagem da nossa família.
— E sua prole não faria o mesmo?
— Sim, mas apenas pode haver um...
— Você se sacrificaria pelo seu irmão mais velho.
— Pelo meu futuro Senhor.
Isis estendeu a mão e tocou a bochecha de Vali. — Você é um bom macho Vali, digno e apto. Seu irmão tem sorte em tê-lo como seu segundo.
Vali sentiu seu rosto ficar mais escuro com as palavras sinceras de sua mãe.
— Juntos, todos faremos o nosso melhor para ajudar Ull a ver que Ynyr foi escolhido como um Senhor e que Abby o escolheu não pelo que ele tem, mas por sua aptidão como um macho ou futuro Senhor.
— Essa pode ser uma tarefa difícil, mãe.
— Então, comecemos agora, mostrando-lhe a beleza da Casa que ele um dia governará. — Entrelaçando o braço com o de sua prole, eles foram atrás de Kaspar.
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— Você... — Kaspar sentou-se atrás da mesa em seu escritório e olhou para Lady Isis em estado de choque. Porque ela estava se aproximando dele assim? Por que estava falando com ele? Por que Vali permitia isso? — Você o quê?
— Eu disse que queria saber por que os cômodos da Casa Rigel não estão devidamente limpos. — Isis repetiu.
— Eu pessoalmente supervisionei a limpeza de sua câmara, minha Senhora. — Disse Kaspar rigidamente.
— Eu não estava falando sobre esses cômodos, Mestre Kaspar. Estava me referindo ao restante da Casa Rigel. Por que as janelas no hall de entrada estão sujas? Por que os pisos estão sujos? O mobiliário não foi devidamente polido?
— A entrada esta como meu Senhor o deseja. — Respondeu Kaspar com os dentes apertados.
— Você está dizendo que meu Senhor ordenou que deixasse a sujeira no chão? Que as janelas não fossem limpas?
— Claro que não! — Kaspar falou.
— Então, por que estão? — Isis exigiu e Kaspar não pode fazer nada além de olhá-la silenciosamente com olhos ardentes. — Reúna seus machos, Mestre Kaspar. — Ordenou Isis. — E me encontre no hall de entrada. Há trabalho a ser feito e garantirei que ele seja feito corretamente.
— Eu... você... — Kaspar finalmente gaguejou incapaz de acreditar que ela pensava que poderia ordená-lo. — Você precisa levá-la de volta a sua câmara. — Ordenou Kaspar, voltando-se para Vali.
— Lady Isis está aqui com a aprovação e apoio completo de Lorde Oryon, Mestre Kaspar. — Vali disse com uma voz dura e fria, deixando claro para o macho menor quem estava no comando ali. — Ela é a Senhora desta Casa e suas ordens devem ser seguidas. A menos que... — Vali ergueu uma sobrancelha para Kaspar. — Você deseja explicar ao seu Senhor por que desrespeitou sua Senhora... e minha mãe. — Vali terminou com um grunhido.
— Não! Claro que não! — Kaspar imediatamente negou.
— Então reúna seus machos! — Rosnou.
— Sim, claro, Guerreiro Vali. — Kaspar levantou-se de sua mesa para sair, mas as próximas palavras de Vali o pararam.
— Você está saindo sem mostrar seu respeito por sua Senhora?
Voltando, Kaspar encontrou a mão de Vali segurando o punho de sua espada e percebeu a seriedade de sua ofensa. — Perdão. — Ele disse rapidamente, curvando-se para Vali, depois virou para se curvar para Isis pela primeira vez. — Perdão, minha Senhora, reunirei meus machos e a encontrarei na entrada.
— Muito bom Mestre Kaspar. — Isis, embora fosse educada com Kaspar, se certificou que ele soubesse quem estava no comando. — Eu o verei lá em dez minutos.
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— Obrigada pelo seu apoio Vali. — Isis falou calmamente enquanto caminhavam em direção ao hall de entrada que queria limpar.
— Ele não tinha o direito de desrespeitá-la assim. — Vali disse irritado com Kaspar. Quem aquele macho achava que era? — Você é sua Senhora e minha mãe!
— Sim, mas precisamos dar tempo para que todos se ajustem a todas as mudanças, não apenas aqui, mas em todo o Império. Haverá... mal-entendidos.
— Isso não foi um mal-entendido. Isso foi Kaspar totalmente desconsiderando sua posição. Você é Lady Isis da Casa Rigel. Ele é apenas o Mestre nela. Está aqui para fazer o seu trabalho, não questioná-lo. — Vali olhou para a mãe e sorriu. — Eu fiquei impressionado com a forma como você lidou com ele e ainda assim o deixou saber quem estava no comando.
— É algo que meu mano me disse há muitos anos. Ele me disse que ao lidar com machos Tornianos, eu precisaria falar suavemente, mas ter uma mão firme.
— O quê?
A expressão no rosto de Vali fez Isis rir. — Você precisaria conhecê-lo para entender. — Ela olhou para Vali. — Eu queria que você pudesse conhecê-lo.
— Ele morreu pouco depois de você se uniu ao meu manno, não é?
— Sim, pouco depois que apresentei Ull. Houve um acidente em sua loja. Nunca foi totalmente explicado para mim, mas ele estava sozinho e de alguma forma, se feriu tão severamente que morreu antes que um curandeiro pudesse verificá-lo.
— Sua loja? Que tipo de loja? — Vali interrogou.
— Meu manno era um Mestre de Madeira. — Isis disse com orgulho, depois franziu a testa para Vali. — Você não sabia disso?
— Não.
— Ele amava a sensação sob suas mãos, adorava cortá-las e esculpir, polir algo até que ele revelasse o que deveria ser. — Ela parou na entrada do hall de entrada e olhou ao redor da sala escassamente mobiliada. — Eu tenho várias peças em minha câmara. Elas ficariam perfeitas aqui no corredor.
— Você deseja trazer mobiliário feminino para o hall de entrada? — Perguntou Vali incrédulo.
— O que é um mobiliário feminino? — Isis perguntou, tentando não rir de sua expressão horrorizada.
— Eu... bem... pequeno... delicado... frágil...
— É assim que você vê as fêmeas? Mesmo depois da semana passada? — Isis inclinou a cabeça para o lado, dando-lhe um olhar considerável.
— Eu... bem, não, mas o seu mobiliário...
— Acho que você ficará surpreso uma vez que esta sala estiver devidamente limpa. — Isis olhou ao redor da sala suja na qual entraram. — Eu lhe mostrarei minhas peças femininas e então você pode me dizer se nossos machos as acharão confortáveis.
Quando Isis acabou de falar, dez homens entraram na sala. Era óbvio por suas expressões irritadas que eles não estavam felizes por estar ali e Isis sabia exatamente a quem agradecer por isso e ele estava seguindo diretamente atrás deles... Kaspar. Bem, ela não o deixaria controlar suas relações com os machos em sua Casa. Ninguém o faria mais.
— Bom dia, machos. — Isis deu um passo à frente, deixando-os saber que ela estava no comando ali. — Eu sou Lady Isis, como bem sabem. — Ela sorriu para os olhares atordoados que recebeu por falar diretamente com eles. — Como tenho certeza que já ouviram falar, mudanças drásticas ocorreram no nosso Império durante as últimas semanas. Mudanças como uma fêmea conversando com machos com quem ela não deseja se unir. — Ignorando seus suspiros chocados, Isis continuou, certificando-se de que seus olhos se encontrassem cada macho. — Eu ainda não sei todos os seus nomes... mas quero saber. — Ela parou por um momento. — Não, como já indiquei, porque desejo me unir com um de vocês, mas porque vocês pertencem à minha casa. Pertencem à Casa do meu Senhor e ele os escolheu para estarem aqui. Ele acredita que vocês não apenas pertencem aqui, mas que são um trunfo para sua Casa.
Suas palavras tiveram o efeito desejado. Todos os machos levantaram os ombros e incharam os peitos.
Seus olhos se estreitaram para o Mestre Kaspar. — No entanto, esta sala... envergonha o Senhor que mostrou tanta fé em vocês. — Ela viu o choque no rosto de cada macho enquanto seus olhos percorriam freneticamente a sala.
— Betelgeuse é o planeta de caçadores. Nossos machos aprendem a caçar, seguir e treinar aqui e se tornar uns dos guerreiros mais temidos do universo. Isso não é uma coisa fácil de realizar, nem algo que você pode fazer e manter. No entanto, isso não significa que o lugar onde eles descansam depois de uma caçada, o lugar onde eles discutem e aprendem com seus irmãos de armas, também deve estar imundo. Eles merecem melhor do que isso e nós daremos a eles.
— Você. — Isis apontou para um macho aleatório. — Qual é o seu nome?
— Jael... Jael, minha Senhora. — O jovem macho de pele amarela gaguejou.
— É uma honra conhecê-lo, Jael. Agora, diga-me, o que você vê quando olha para está sala?
— Minha Senhora vejo o hall de entrada para a Casa Rigel.
— O que mais, Jael? — Ela viu seus olhos se moverem para Kaspar. — Você está falando comigo, Guerreiro Jael e não com o Mestre Kaspar. Eu estou perguntando sua opinião.
— Eu não sou um Guerreiro, Lady Isis. — Jael disse a ela, inclinando a cabeça com vergonha.
— Você ainda está em treinamento?
— Sim minha Senhora.
— Há quanto tempo você está na Casa Rigel?
— Dois anos, Lady Isis. — Respondeu Jael.
— Então eu diria que você está no seu caminho para provar a si mesmo, Jael, já que aqueles que são indignos são rapidamente eliminados pelo meu Senhor. Agora me diga. — Ela fez um gesto ao redor da sala. — Bem, se está sala refletisse sobre você pessoalmente, o que mudaria?
— Eu, bem, minha Senhora, as janelas. A sujeira sobre elas bloqueia a luz, mas se estivessem limpas...
— Isso deixaria os pisos muito pior.
— Sim, minha Senhora. — Ele disse, abaixando a cabeça como se estivesse esperando ser punido por falar a verdade.
— Você está certo, Jael.
As palavras de Isis fez Jael olhar para ela em estado de choque.
— Jael, eu quero você e três outros para busquem escadas para que as janelas possam ser limpas. O restante de vocês. — Isis virou o olhar para os machos restantes. — Quero que movam este mobiliário para o lado, para que os pisos possam ser devidamente limpos e isso significa o andar inteiro, incluindo todos os cantos. Não haverá terra nesta sala.
O silêncio reinou na sala por vários segundos tensos antes de Jael agarrar os braços dos dois machos ao lado dele e depois de se curvar rapidamente para Isis, eles se dirigiram para pegar as escadas. Outro grupo foi mover os móveis. Enquanto vários ficavam ao lado de Kaspar, sem se moverem.
— Há algum problema, Mestre Kaspar? — Isis perguntou com seus olhos se estreitando sobre os machos imóveis.
— Não, minha Senhora. — Respondeu Kaspar.
— Bom então, já que você esqueceu de trazer os suprimentos de limpeza necessários, por que você e os machos ao seu lado não vão buscá-los? Dessa forma, eles ficarão disponíveis para aqueles que estão fazendo o que eu pedi.
— Sim, minha Senhora. — Disse Kaspar com os dentes apertados, fazendo uma leve reverência e girando para sair rapidamente da sala, seguido por outros três machos.
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Oryon estava escondido nas sombras do corredor superior de frente para o hall de entrada, seu olhar seguindo Kaspar. Ele confiava que Vali garantiria a segurança de sua mãe, mas ainda assim... precisava ter certeza por si mesmo e o corredor privado que ligava a ala do Senhor a seu centro de comando era o local perfeito para observar. O corredor permitia a um Lorde acesso rápido ao seu centro de comando em tempos difíceis. Também permitia que um Senhor visse e ouvisse quem estava em seu corredor sem ser observado. Ao longo dos anos, Oryon descobriu muitas coisas dessa maneira, como a falta de respeito de Kaspar por sua Senhora.
Ele teria que manter um olho no macho, pois enquanto Kaspar estava com a casa Rigel há muitos anos, ele era conhecido por ter um temperamento explosivo e não aceitava bem críticas, especialmente não daqueles que sentia estar por baixo dele.
Oryon o tolerava porque acreditava que Kaspar cuidava bem da Casa Rigel. Agora precisava repensar isso, com Isis apontando coisas que ele não viu antes. Talvez fosse hora de uma mudança.
Ao ver Vali se aproximar, Oryon percebeu que seu segundo macho sabia que ele estava lá o tempo todo. Vali era bom nisso. Ele confiava em seus sentidos. Virando-se, Oryon seguiu para o Centro de Comando, confiando em que Vali tivesse tudo sob controle.
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Kaspar não podia acreditar que deveria seguir ordens de uma fêmea.
Senhora da Casa Rigel ou não.
Ele era o Guerreiro Kaspar, Mestre da Casa Rigel. Ele se certificava do funcionamento da Casa de forma eficiente por anos. Que está fêmea pensasse ter o direito de criticar como ele exercia seus deveres era uma indignação! Ela ordenou que ele pegasse os utensílios de limpeza como se ele fosse um servo...
Lorde Oryon deveria ter se livrado dela anos atrás, depois que ela lhe apresentou um segundo macho. Pois depois disso, não havia motivo para mantê-la. E se ele o tivesse feito, Kaspar poderia ter conseguido garantir uma fêmea própria, mas nenhuma fêmea o consideraria, não importava o que tivesse para oferecer, porque ela estava nesta Casa.
Voltando ao salão, Kaspar forçou uma expressão mais calma o rosto, que aperfeiçoou ao longo dos anos, mascarando sua raiva interior. Ele sabia que chegaria o momento em que esta fêmea pagaria todas as vidas que ela adquiriu.
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Isis sorriu quando seu olhar percorreu o hall de entrada. As janelas agora brilhavam, deixando entrar tanta luz que os cristais de energia colocados em taças ao longo das paredes poderiam ser conservados apenas para uso noturno.
A luz solar de Betelgeuse revelou todos os riscos e cicatrizes deixadas em seus antigos andares por gerações de guerreiros cruzando-o para aquecer-se na lareira recém-limpa. Isis adorava todas as imperfeições, pois mostrava que está sala era usada, não apenas uma decoração.
Virando os olhos para o mobiliário que foi polido, ela franziu a testa. Ela se moveu para a cadeira mais próxima para inspecioná-lo ainda mais.
— Mestre Kaspar! — Isis gritou por cima do ombro. — Venha aqui, por favor. — Enquanto ela acrescentava, por favor, ninguém deveria recusar seu pedido, incluindo Kaspar.
— Sim, minha Senhora? — O prazer na voz de Kaspar soou forçado.
— Por que esse mobiliário está na Casa Rigel? — Perguntou, apontando para a variedade de móveis que acabaram de ser limpos.
— Minha Senhora? — Kaspar deu-lhe um olhar verdadeiramente confuso.
— Este mobiliário não é adhmad sólido. Por quê?
— Claro que sim! — Argumentou Kaspar.
— Não. Não é! — Isis deu-lhe um olhar irritado. E se havia uma coisa que ela sabia era isso. Ela foi ensinada a como reconhecer todas as suas diferentes variedades de madeira, juntamente com os acabamentos. O que ela estava vendo ali era uma madeira de baixa qualidade coberta com um verniz de Dair caro para enganar. — Isto. — Isis tocou um ponto gasto no braço da cadeira, é peine de nossa região sul. Não é usado em móveis como estes, porque são facilmente danificados. Alguém o cobriu com uma fina camada de Dair. — Ela tocou o ponto mais escuro que não estava desgastado. — Para fazer você acreditar que é uma madeira de qualidade sólida.
— Você está errada. — Argumentou Kaspar. — Eu pessoalmente inspecionei cada peça de mobiliário feita para Casa Rigel.
— Bem, você não deve ser o Mestre da Casa Rigel se é facilmente enganado. — Isis respondeu. — Jael vire a cadeira.
Jael prontamente atendeu ao pedido de sua Senhora enquanto os outros observavam silenciosamente.
— Você vê isso? — Isis apontou para parte de baixo de uma das pernas da cadeira e os dois tipos diferentes de adhmad foram facilmente vistos por todos. — Quem fez isso deixou assim, então você saberia que não era sólido. E se tivesse inspecionado como você diz que fez, então saberia que não é Dair maciço. Quero cada peça de mobiliário nesta sala inclinada. — Isis ordenou, olhando para os outros machos. — Eu quero inspecionar cada peça.
— Você está me questionando? — Kaspar não podia acreditar. Ninguém o questionava. — Questionando minhas habilidades? — Ele deu um passo ameaçador em direção a Isis, que rapidamente deu um passo para trás.
— Mais um passo e acabarei com você, Kaspar. — O grunhido baixo de Vali fez todos os machos na sala congelarem.
Os olhos do Mestre Kaspar se abaixaram e um fio de sangue fino correu de seu pescoço enquanto Vali pressionava sua espada contra a garganta de Kaspar.
— Vali. — Isis falou com seu segundo macho com uma voz suave e calma. — Afaste-se.
— Ninguém. — Vali continuou rosnando e pressionando mais forte contra a garganta de Kaspar. — Ameaça minha mãe e vive.
— Vali. Por favor. — Isis tentou novamente, colocando cuidadosamente a mão no braço da espada. Ela nunca viu sua prole tão furiosa. Vali era calmo e firme, mas agora estava vibrando de raiva.
— O que em nome da Deusa está acontecendo? — Oryon exigiu, invadindo o hall de entrada.
Oryon passou a manhã lidando com dezenas de decisões que ficou sem resposta em sua ausência. Algumas eram importantes, como os horários de treinamento e a seleção dos jovens machos que ele gostaria de aceitar para treinar. Eram decisões que somente o Senhor poderia tomar. Outras decisões ele desejava não ter que tomar, como resolver disputas sobre qual fazendeiro forneceria os vegetais deste mês e a qual comerciante eles dariam a honra de substituir a roupa da casa. Quando o meio-dia se aproximou, decidiu que era hora de ver como as coisas estavam indo no hall de entrada. Encontrar Vali com sua espada na garganta de Kaspar não era o que esperava.
— Este macho. — Disse Vali, seus olhos nunca deixaram Kaspar. — Ameaçou minha mãe.
— Ele o quê? — Oryon estava rapidamente ao lado de Isis, segurando seu rosto com as mãos, os olhos procurando os dela. — Isis?
— Estou bem. — Isis disse, colocando uma mão reconfortante sobre a dele.
— O que aconteceu? — Perguntou Oryon.
— O Mestre Kaspar ficou... chateado quando questionei sua capacidade de distinguir mobiliário de qualidade de inferior.
— Móveis? — Os olhos de Oryon foram para todos os móveis inclinados na sala.
— Sim. — Isis disse a ele.
— Você não acha que estas são peças dignas da Casa Rigel? — Ele perguntou, então olhou para Vali. — Abaixe sua espada, Vali. — Quando Vali não obedeceu imediatamente, Oryon grunhiu. — Agora Vali! Eu quero ouvir a resposta do Mestre Kaspar.
Lentamente, Vali abaixou a espada, mas ele não a embainhou.
— Você questionou a habilidade de minha Senhora em julgar os móveis, Mestre Kaspar? — Perguntou Oryon em uma voz enganosamente calma.
— Senhor. — Kaspar gritou, sua mão indo para garganta ferida. — Eu estava apenas tentando explicar a sua Senhora que ela estava enganada. Eu apenas fui em sua direção para apontar o porquê. O Guerreiro Vali reagiu exageradamente ao meu movimento.
— Realmente? — Oryon olhou sua prole, sabendo Vali nunca reagia exageradamente. E se ele sentiu uma ameaça, havia uma.
— Sim, meu Senhor. — Disse Kaspar.
— Você questiona o conhecimento de minha Senhora de mobiliário?
— Meu Senhor, eu sei que não deveria fazê-lo, por causa de sua posição, mas quando se mostrou tão obviamente errada, senti que era necessário corrigi-la. É compreensível, claro, quer dizer, ela é uma fêmea.
Oryon olhou silenciosamente para Kaspar antes de falar. — Você sabia Mestre Kaspar, que o manno da minha Isis era o Mestre da Madeira para as casa de Torino?
— Eu... — O olhar de Kaspar foi para Isis e ele a encontrou olhando para ele, altiva e orgulhosa. — Não, meu Senhor, não sabia.
— Ele era um macho raro, Mestre Geb. Ele acreditava que sua prole feminina deveria ser conhecedora e educada. Ensinou-lhe muitas coisas. Uma delas foi o seu próprio ofício, o de trabalhar com adhmad. — Oryon deixou suas palavras ecoarem antes de voltar para Isis. — Mostre-me o que você descobriu, minha Senhora.
Isis olhou para Oryon por um momento, depois se virou para a peça em questão. — Esta cadeira é feita de peine, uma madeira de baixa qualidade que foi coberta com uma fina camada de Dair. — Ela apontou para as diferentes madeiras enquanto falava. — Eu não acredito que o criador pretendia que alguém acreditasse ser uma madeira sólida. Porque se quisesse, ele colocaria um pedaço da madeira na base de cada perna para que ninguém soubesse.
— No entanto, não fez isso. — Disse Oryon.
— Não, não fez.
— As outras peças? — Oryon deixou seu olhar percorrer a sala.
— Ainda não os inspecionei.
— Por favor, Isis, eu preciso saber com o que estamos lidando.
Inclinando a cabeça, Isis virou-se e começou a inspecionar cada peça do hall de entrada da Casa Rigel. Ela sentiu sua raiva aumentar. Cada peça nesta sala era a mesma que a cadeira... móveis de qualidade inferior. Por quê?
Oryon cruzou os braços sobre o peito e olhou silenciosamente para Kaspar enquanto Isis inspecionava os móveis.
— Meu Senhor. — Começou Kaspar.
— Silêncio! — Ordenou Oryon. — Esperaremos para ouvir o que minha Senhora tem a dizer.
— Mas meu Senhor!
— Você quer encontrar minha espada, Kaspar? — Oryon rosnou segurando o punho de sua espada. — Porque juro a você, derramarei mais sangue do que minha prole fez.
Nas palavras de Oryon, Kaspar enrijeceu, sabendo que quando Lorde Oryon puxava sua espada, ele a usava e Kaspar não estava pronto para encontrar a Deusa neste dia.
Vendo Isis se aproximar, Oryon virou as costas para Kaspar.
— O que você descobriu, minha Isis? — Oryon perguntou com uma voz forte, mas gentil.
— É tudo o mesmo, peine coberto com Dair, mas também encontrei uma marca de artesão.
— Quem?
— Mestre Bardo.
— Bardo?
— Sim. Você o conhece?
— Ele é meu Mestre de Madeira. Kaspar? — Os olhos de Oryon se fixaram o homem que confiava para dirigir sua casa.
— Senhor, não tenho conhecimento de como isso poderia ter acontecido.
— Você não é o Mestre da Casa Rigel? — Exigiu Oryon.
— Sim, meu Senhor.
— Você não está encarregado de encomendar o mobiliário para esta casa?
— Sim, meu Senhor.
— No entanto, reclama não conhecimento sobre isso.
— Não, meu Senhor... quer dizer, sim, meu Senhor. — Kaspar gaguejou. — Não tenho conhecimento.
— Reúna as contas, Mestre Kaspar e me encontre no centro de comando em vinte minutos.
— Sim, meu Senhor. — Girando, Kaspar quase fugiu pelo corredor.
— Tire essa porcaria da minha casa! — Oryon ordenou aos outros machos, que rapidamente se apressaram obedecer ao Senhor. — Vali, escolte sua mãe de volta a sua câmara e permaneça com ela.
— Sim, manno.
— Oryon. — Isis colocou uma mão gentil em seu braço, franzindo a testa.
— Eu quero saber que você está segura enquanto eu resolvo isso, Isis. Algo não está certo.
Isis não tinha certeza do que Oryon estava sentindo, mas confiava nele. — Tudo bem, mas podemos levar alguns jovens conosco? Podemos usar esse tempo para classificar os móveis em minha câmara antiga e ter as peças apropriadas enviadas para a entrada até que as substituições possam ser feitas.
— Isis... — Oryon não podia acreditar no que estava dizendo.
— Acho que o meu manno ficaria extremamente honrado em ter o que ele construiu usado no seu hall de entrada. — Ela olhou ao redor da sala. — Ele costumava me contar histórias sobre as caças aqui quando era um jovem guerreiro. — Movendo-se, ela permitiu sua mão acariciasse a textura sedosa do manto, sabendo que não fez exatamente o mesmo em algum momento no passado. — Como ele gostava de sentar-se diante dessa lareira com o manno do Imperador, antes de ser Imperador e contar suas histórias...
Isis, perdida em suas lembranças, desconhecia o efeito que suas palavras nos outros machos da sala.
— A honra é minha, Isis. — Disse Oryon calmamente. — Seu manno era um homem verdadeiramente apto, digno e talentoso.
— Ele era. — Isis sentiu seus olhos se encherem de lágrimas quando se lembrou de seu manno, lembrando-se de tudo o que ele ensinou e foi sobre muito mais do que móveis. Ele foi o único a dizer que tinha o direito de ficar com apenas um macho, se fosse o que desejava. Disse a ela que apoiaria essa decisão, independentemente da prole que ela apresentasse, se seu macho a fizesse feliz.
A própria mãe de Isis, Nurit, quis ficar com ele, mas quando apresentou Isis, a pressão do manno de Nurit e as promessas do que outros machos ofereciam para compartilhar seu presente com eles, tornaram-se impossíveis e ela partiu. Isis não achava que seu manno realmente se recuperou disso.
Anos depois, quando sua mãe veio ajudar Isis a apresentar Ull, Isis descobriu que ela sempre se arrependeu desta decisão. Isso a mudou, ela não era mais a fêmea gentil sobre a qual sempre ouviu falar, ela se tornou uma fêmea rancorosa e amarga que, depois de cada descendente que Isis apresentou, a encorajou a deixar Oryon. Quando Isis concebeu Zev, ela se recusou a permitir que Oryon entrasse em contato com ela, preferindo ficar sozinha e ter um curandeiro para ajudá-la.
Foi um momento difícil e sua apresentação não foi bem. Por isso que Isis acreditava que nunca seria capaz de conceber novamente, mesmo que ainda era jovem. Não tinha importância para Oryon, mas ela sempre quis dar-lhe uma fêmea.
— Isis... — Oryon estendeu a mão, tocando sua bochecha, quando viu seus olhos se encherem de lágrimas. Ele sabia que ela era próxima de seu manno, mais próxima que qualquer fêmea normalmente era e que ainda o chorava. Era uma homenagem ao macho que Geb foi. Oryon desejava poder dizer o mesmo sobre sua mãe.
Nurit era uma fêmea conivente e ainda surpreendia Oryon que ela pode ter apresentado uma fêmea tão maravilhosa quanto Isis. Toda vez que ele a chamou para ajudar Isis em sua apresentação, Nurit exigia cada vez mais homenagens, sem se preocupar que Isis sofreria sem ela. Ela não gostava que Oryon visitasse Isis depois de conceber, afirmando que era inapropriado. Oryon não se importava com o que Nurit pensava. Isis era sua fêmea. Ela carregava sua prole. Era o que Isis pensava que importava e ela sempre queria vê-lo.
— Sinto muito, deixei minha mente vagar. — Inclinando a cabeça em sua mão, Isis deu-lhe um pequeno sorriso.
— Sobre seu manno.
— Sim, você me conhece bem.
— Eu conheço minha Isis. — Ele deixou seus dedos acariciarem sua seu rosto.
O som de um sino tocando, anunciando que a refeição do meio-dia estava pronta, fez ambos se lembrarem de onde estavam.
— Bem, se concordar, pedirei a Jael e aqueles que o ajudaram com as escadas a irem para nossa ala depois da refeição do meio-dia e assim podem trazer os moveis.
Oryon olhou para Jael enquanto os outros três se aproximavam dele. Reconhecia os jovens e estava bem com isso. — Eles estão bem. Pedirei uma refeição a Lajos para você e Vali.
— E você? — Isis perguntou. — Você também precisa comer.
— Eu irei, depois de lidar com Kaspar.
— Tudo bem. — Isis assentiu. — Eu o vejo mais tarde. — Virando, ela assentiu com a cabeça para Vali e eles saíram do corredor.
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Oryon esperou até que Isis estivesse fora de alcance antes de falar. Seu olhar percorreu cada macho, avaliando-os enquanto seu olhar os mantinha no lugar. — Eu quero que falem sobre o que aconteceu hoje. Porque se descobrir mais tarde que sabiam de algo e ninguém falou, serão tratados com dureza por mim.
Um silêncio absoluto cumprimentou a declaração de Oryon. Todos os machos sabiam que ele os forçaria a sair de sua Casa em desgraça se descobrisse que estavam mentindo para ele.
— Jael. — Oryon voltou os olhos firmes para o jovem macho quando ninguém falou.
Um leve tremor o percorreu visivelmente. — Sim... Sim, meu Senhor.
— Você, Fajr, Abir e Eben comerão primeiro, então, imediatamente, irão para a câmara da minha Senhora onde farão o que ela ordenar. Entenderam?
— Sim, meu Senhor. — Eles disseram como um.
— Então, o que estão fazendo aqui? — Oryon rugiu. — Vão! Todos vocês!
Com suas palavras, eles saíram como um.
CAPÍTULO CINCO
Com o que ele estava vendo, os olhos de Vali se arregalaram em choque. Ele ouviu contos de como a câmara de uma fêmea se pareceria e como estavam cheias de tesouros, camas luxuosas de todos os universos conhecidos. Era por isso que os machos trabalhavam tanto, para que pudessem reunir os itens que precisariam para preencher tais salas, mas isto, era algo que ele nunca poderia ter imaginado.
— Você parece surpreso Vali. — Isis disse calmamente.
— Eu... bem... sim.
— Por quê? — Isis perguntou, olhando ao redor de seu quarto.
— Porque, não é como eu sempre imaginei que seria.
— Não é? Como você imaginou?
— Eu não sei. Cheio... ocupado... transbordando. — Seus olhos continuaram percorrendo a sala. Sim, a sala continha tecidos ricos que os quartos de um macho nunca teriam, mas não eram abundantes como esperava. Sim, havia móveis, mas não eram as peças delicadas como disseram, as peças preferidas de uma fêmea, mas robustas que seguravam confortavelmente um guerreiro Torniano. Seus olhos se concentraram em uma peça específica, ao lado de uma janela.
Isis aproximou-se da cadeira em que os olhos de sua prole pareciam focados: — Você gosta? — Perguntou, passando a mão com carinho pelo encosto alto.
— É uma peça extraordinária. — Disse Vali, sabendo que nunca viu nada parecido. A cadeira era um tamanho incomum, não grande o suficiente para se adequar à forma de um macho Torniano do tamanho de seu manno, mas não do tamanho de sua mãe também. Seu material também não era de um rico tecido - feminino. Em vez disso, estava coberto de liedr bem gasto, a pele de um de seus animais mais temidos. Era algo que ele nunca esperava encontrar em seu quarto. Por que estava ali?
— Venha. Sente-se. — Isis encorajou-o.
— Não! Não posso. — Disse ele.
— Por que não? — Isis perguntou, vendo o desejo em seus olhos. — Esta era a cadeira favorita do meu manno. Ele projetou especificamente para machos altos e bem construídos. Por favor? — Ela perguntou suavemente. — Eu gostaria muito de vê-lo nela.
Vali lentamente sentou-se na cadeira, então se recostou para encontrá-la perfeita. Passando as mãos ao longo dos braços, achou o liedr suave e flexível, dizendo-lhe que estava bem cuidada e costumava ser usada. Ao lado da cadeira havia uma mesa que apenas poderia ter sido feita especificamente para esta cadeira, pois era da altura perfeita. Na mesa, um livro estava aberto, virado para baixo. A cadeira estava de frente para a janela e ele descobriu que tinha a visão perfeita dos campos de prática abaixo. Seu manno tinha razão sobre ela observando-os. Ao levantar os olhos, encontrou sua mãe observando-o com o olhar mais estranho em seus olhos.
— Você parece tão bem sentado aí. — Ela disse calmamente. — Eu nunca percebi isso antes, porque você também é tão parecido com o meu manno.
— Seu manno realmente a fez? — Ele perguntou, seus olhos voltando para cadeira.
— Sim. Ela e a mesa foram as únicas peças que ele fez especificamente para si. Ele sentava nessa cadeira e projetava sua próxima peça ou me segurava quando eu tinha um pesadelo, dizendo que me amava. — Lágrimas encheram os olhos de Isis enquanto ela falava.
— Eu queria poder conhecê-lo. — Vali disse.
— Eu também.
Antes que Vali pudesse falar novamente, o seu comunicador tocou. — Sim?
— Guerreiro Vali, há quatro machos aqui dizendo que devem se apresentar a você. — Informou um dos guardas das portas da ala.
— Sim, envie-os. — Vali levantou-se da cadeira. — Você tem certeza de que deseja mover essas peças para o Hall de entrada? — Vali deixou seus olhos percorrerem novamente a sala, desta vez entendendo facilmente coisas que sua mãe não disse.
— Sim, nossos machos precisam de lugares para se sentar após um longo e difícil dia. As peças do meu manno foram projetadas especificamente para isso.
— Mas o tecido...
— É mais durável do que você pensa e se for danificado, ele pode ser facilmente recuperado. Não se preocupe assim.
— Mas se pegarmos estas peças, este quarto ficará vazio.
— O que está bem, já que eu não estou ficando mais neste quarto.
— Você não está? — Os olhos de Vali se arregalaram.
— Não. Estou agora ficando com meu senhor. — Isis disse-lhe com grande satisfação. — É onde deveria ter ficado o tempo todo.
— Eu... — Antes que Vali pudesse dizer mais, o som de passos hesitantes na escada o impediu. Movendo-se para ficar entre a escada e sua mãe, ele colocou a mão no punho da sua espada, tirando apenas depois que verificou que era apenas os quatro machos que seu manno enviou.
— Olá, Jael. — Isis sorriu enquanto se movia por Vali. — E quem você trouxe?
— Este é Abir, Fajr e Eben, minha Senhora. — Cada macho se curvou para ela quando Jael os apresentou.
— Vocês estão em seu segundo ano de treinamento? — Isis perguntou.
— Sim, minha Senhora. — Disseram-lhe.
— Então, em breve, serão vocês a descasarem neste mobiliário diante do fogo do hall de entrada do seu Senhor.
Vali precisou esconder o sorriso enquanto os peitos dos quatro machos incharam com as palavras de sua mãe. Eles sabiam que apenas nos últimos anos de formação de guerreiros que poderiam sentar-se no hall de entrada. Para sua Senhora dizer tal coisa, significava que ela acreditava neles.
— Agora. — Isis continuou: — Quero tudo nesta sala, com exceção da cadeira e da mesa junto à janela, sejam levadas ao hall de entrada, começando com este sofá. — Ela tocou a peça a qual estava se referindo. — Serão necessários quatro de vocês para levá-lo, pois é de madeira sólida e muito pesada. Tomem seu tempo com isso e se acharem que precisam de mais ajuda, certifiquem-se de obtê-lo. Eu não quero que se machuquem. Vocês são mais importantes do que qualquer peça de mobiliário. — Pegando vários itens, ela se virou e foi colocá-los no manto.
Isis não viu os olhares chocados nos rostos dos jovens, mas Vali sim. Ele sabia que, com estas simples palavras de carinho, sua mãe assegurou a lealdade destes quatro e ela não sabia o quanto isso significava.
— Sim, minha Senhora. — Eles rapidamente disseram e imediatamente obedeceram.
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Oryon levou seu tempo observando as contas diante dele. Foram escritas à mão pelo Mestre Kaspar, afirmando com precisão o que seria feito para a Casa Rigel, talvez muito exigente. Havia duas assinaturas em cada fatura. Mestre Kaspar e Mestre Bardo, juntamente com o que o Mestre Bardo recebeu.
— Como você pode ver meu Senhor, é como eu disse. Móveis Dair sólidos foram pedidos.
— No entanto, isso não é o que foi recebido — Declarou Oryon, recostando-se na cadeira.
— Bem, se é verdade, eu não sabia disso até hoje.
— Se...? — Oryon perguntou a Kaspar.
— Meu Senhor, enquanto o entendo apoiando sua Senhora diante dos jovens treinandos, não é necessário fazê-lo diante de mim.
— Você acha que eu falaria uma mentira... diante dos meus machos... porque minha Senhora estava presente? — A voz de Oryon aumentava de tom em cada palavra.
— Somente para não irritar sua fêmea. Eu sei que ela acredita que está correta.
— Você não ouviu minhas palavras sobre quem é a minha Senhora? Quem seu manno era? — Oryon enfatizou o título de Isis.
— Claro, meu Senhor, mas não é como se o Mestre Geb realmente tivesse ensinado alguma coisa a ela. — As palavras de Kaspar indicavam que o pensamento era ridículo para ele.
— Então você dúvida das minhas palavras. — O tom de Oryon tornou-se letal.
O olhar de Kaspar foi para o rosto de seu Senhor. Ele finalmente percebeu que seu Senhor não estava apenas apoiando sua fêmea para não irritá-la. Ele realmente acreditava nela sobre os móveis. Ela, uma fêmea, abaixo dele, um macho de alto nível, de confiança em sua Casa.
— Eu... meu Senhor... eu nunca...
— No entanto, você acabou de fazê-lo Mestre Kaspar! Ela disse que o mobiliário Dair é inferior e não sólido como essas faturas dizem! Por quê?
— Eu... meu Senhor... eu não sei!
— Eu quero todas as faturas para esta Casa! Cada. Fatura. Entendeu Kaspar?
— Eu... sim, meu Senhor. Mas levará um pouco de tempo para reuni-las.
— Você tem três horas, Kaspar e depois eu o quero de volta aqui.
— Sim, meu Senhor.
— Enquanto estiver fazendo isso, quero verificar os moveis com o Mestre Bardo.
Kaspar empalideceu com as palavras de seu Senhor. — Eu... sim, meu Senhor... três horas. — Girando, Kaspar rapidamente saiu da sala, sua mente correndo. Porque se Oryon conversasse com Bardo, descobriria o engano de Kaspar. O que ele faria? Quando ele correu ao virar o corredor, trombou com Jago.
— Ei! — Jago grunhiu, empurrando Kaspar para longe. — Veja por onde vai! — Jago nunca gostou de Kaspar, mesmo antes de se tornar o Mestre da Casa Rigel. Apesar de terem a mesma idade, Kaspar passou vários anos antes de Jago no treinamento, devido aos seus problemas em Luda e Kaspar nunca o deixou esquecer. Não que Kaspar conhecesse o motivo... ninguém sabia a não ser Lorde Oryon e guardou isso para si mesmo. Era algo que Jago agradecia, mas agora, por causa do que aconteceu em Tornian, todos sabiam e ele estava sendo tratado de maneira diferente. Por isso que ele estava a caminho de falar com o Senhor.
— Você quem precisa olhar por onde você anda! Seu bêbado! — Kaspar disse, apontando para Jago seu passado vergonhoso. Ignorando Jago, Kaspar continuou caminhando.
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Oryon estava reunindo as faturas que Kaspar deixou e estava se levantando para sair quando ouviu uma batida em sua porta.
— Entre! — Ele ordenou e ficou surpreso ao ver Jago.
— Meu Senhor. — O braço de Jago cruzou seu peito, enquanto ele se curvava para o macho que lhe devolveu sua honra.
— Jago, o que posso fazer por você? — Oryon sentou-se novamente.
— Meu Senhor, estou aqui como um macho sóbrio apenas por sua causa. Permitiu-me recuperar minha honra e lidar com meu passado. Eu paguei isso trazendo vergonha para sua casa.
— Jago... — Oryon ficou chocado com a declaração do jovem macho e estava prestes a dizer isso a ele, mas Jago continuou.
— Eu preciso pedir que me liberte do meu voto.
— Por quê? — Oryon perguntou.
— Porque eu não quero trazer mais desonra para sua casa.
— Para onde você vai?
— Eu... eu não sei ainda, mas...
— Não. — Quando Jago abriu a boca para discutir, Oryon ordenou: — Sente-se!
Lentamente, Jago fez o que o Senhor ordenou.
— Agora me diga exatamente o que está acontecendo.
— Meu Senhor, eu lhe disse.
— Isto é por causa do que foi conhecido em Tornian.
— Sim, meu Senhor. — Jago disse calmamente. — Eu não posso mais servir...
— Por quê? — Oryon perguntou. — O que mudou?
— Meu Senhor? — Jago deu-lhe um olhar atordoado.
— O que mudou, Jago? Exceto o fato de que todos agora sabem o que você precisou superar para se tornar um macho digno e honrado que agora é.
— Meu Senhor? — A surpresa surgiu nos olhos de Jago.
— Somente um macho de grande honra e coragem poderia fazer o que você fez na frente da Assembleia, Jago. Em frente ao Imperador. Você ficou de pé e disse a verdade, apesar de refletir mal sobre o macho que era antes. Você mostrou que um macho, um macho Torniano pode mudar, que quem somos não é ditado por quem nós éramos. Tenho orgulho de que seja membro da minha Casa.
— Mas outros...
— É disso que se trata? O que os outros estão pensando e dizendo? Jago, você não pode deixar isso controlá-lo. Porque se eu fizesse isso, não teria quatro machos, de quem tenho muito orgulho. Eu não teria minha Senhora, por quem daria minha vida e não por causa da prole que ela me deu, mas porque me completa de uma maneira que nunca poderei explicar verdadeiramente. Sem ela, eu não sou ninguém.
Choque arregalou os olhos de Jago que se sentou em uma cadeira. — Sua Senhora é uma fêmea extremamente especial, meu Senhor.
— Ela é e agora ela está em sua antiga câmara selecionando móveis para o hall de entrada. Essa conversa está concluída. Você ficará como prometeu. É um trunfo para minha Casa, Guerreiro Jago, não uma responsabilidade e eu quero mantê-lo.
— Obrigado, meu Senhor. — Começando a se levantar, Jago fez uma pausa. — Meu Senhor?
— Sim? — Oryon ficou de pé, juntando as faturas.
— Por que Lady Isis está selecionando móveis para o hall de entrada?
— Porque parece que o Mestre Bardo entregou-nos moveis de qualidade inferior fazendo-se passar por madeira sólida.
— Impossível! — Jago imediatamente negou a possibilidade.
— Como? — Oryon perguntou levantando uma sobrancelha.
— O Mestre Bardo nunca faria tal coisa, meu Senhor. Ele é um homem digno e honrado que se orgulha de seu trabalho.
— No entanto, eu tenho suas faturas em minhas mãos. — Oryon levantou-as. — Assinadas por ele atestando moveis de Dair sólido para minha sala, quando o que foi encontrado é peine coberto com Dair.
— Tudo o que sei é que, se é o que você tem, então é o que foi solicitado ao Mestre Bardo para construir.
— Você tem tanta fé no macho?
— Sim, meu Senhor. — Jago simplesmente disse.
— Então irá me acompanhar enquanto eu o confronto com isso e veremos se sua fé está bem colocada.
— Certamente, meu Senhor.
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A loja do Mestre Bardo ficava próxima a Casa Rigel em um pequeno vale cercado por uma área fortemente florestal. Bardo às vezes trabalhava até a noite e a paisagem impedia que o barulho atrapalhasse, como estava acontecendo agora.
Oryon sabia que Bardo era bem apreciado pelo seu povo, não apenas porque ele era um macho extrovertido, mas também porque era muito talentoso. Seu mobiliário era muito procurado. Foi por isso que Oryon pediu que ele fosse o Mestre da Madeira, assegurando que a Casa Rigel sempre tivesse o melhor. Então ele pensou assim. Agora se perguntava se não foi enganado.
— Mestre Bardo! — Oryon gritou sobre o barulho da serra, quando entrou na oficina de Bardo.
Depois de vários minutos, Bardo parou a serra. — Quem, em nome da Deusa, ousaria gritar com um macho quando ele está usando uma serra? — Bardo girou, pequenos pedaços de adhmad se agarrando aos cabelos grisalhos, revelando sua idade avançada. Ele não pareceu perturbado ao ver Oryon. — Você queria que eu cortasse um braço! Meu Senhor. — Ele falou no final.
Oryon segurou um sorriso ao ver o macho mais velho, que quase não se lembrava de respeito. Era algo que ele sempre gostou nele. Ele via Oryon como apenas outro jovem, um que ele tinha algo para ensinar. O pensamento de que ele o enganou por todos esses anos fez Oryon franzindo a testa.
— Estou aqui para falar sobre o mobiliário no hall de entrada da Casa Rigel.
— Sim? — Bardo bufou, voltando para inspecionar o pedaço de adhmad no qual estava trabalhando antes de ter sido interrompido. — Ainda não posso acreditar que você pediu aquilo. Bem, se ter uma Senhora coloca muita pressão sobre sua Casa, então precisa se livrar dela. O salão de entrada da Casa Rigel, inferno, toda a Casa apenas deve ter o melhor que Betelgeuse tem para oferecer e não peças que apenas fingem isso.
— O quê? — Oryon perguntou em uma voz mortal e silenciosa.
— Você ficou surdo, meu Senhor? Ou é que você simplesmente não gosta de ouvir mais a verdade? — Parece que Bardo passou da fase em que se importava que um Senhor acabasse com sua vida.
— Eu não sou surdo e sempre ouço a verdade, velho macho e é melhor você começar a me dar toda ela. Quero saber por que os móveis no meu salão não são o que foram encomendados!
— Foi exatamente o que foi encomendado, embora quase me recusei a fazê-lo.
— Eu tenho as faturas aqui! — Gritou Oryon, puxando-as de seu bolso interno. — Foram encomendados moveis de qualidade, com madeira sólida!
— Não foi! — Bardo gritou de volta.
Avançando, Bardo pegou os papéis da mão de Oryon mais rápido do que Oryon pensou que pudesse, pois o macho tinha uma lesão na coxa, que sofreu em uma batalha que quase lhe custou a vida. Era por isso que ele não mais tinha o status de guerreiro.
— O que é isso? — Bardo olhou para as páginas.
— São as faturas dos moveis do hall de entrada que você fez.
— Isso é uma mentira! — Girando com sua perna boa, Bardo mancou em direção a seu escritório, murmurando todo o tempo.
Oryon ergueu uma sobrancelha para Jago, que apenas encolheu os ombros e ambos seguiram o macho mais velho. Quando chegaram à pequena sala que parecia ser o escritório de Bardo, eles o encontraram ainda murmurando sobre jovens incompetentes enquanto abria e fechava gavetas de arquivo.
Olhando ao redor da sala, Oryon achou surpreendentemente limpo e organizado. Caminhando até uma mesa de design alta, ele viu que era uma incrível peça de mobiliário ainda em fase de acabamento. Era grande e sólida, mas tinha o belo trabalho de escultura e detalhes que Oryon sabia que Isis iria amar.
— Aqui! — Bardo exclamou triunfante.
Virando, Oryon encontrou Bardo folheando papéis. Puxando um para fora, Bardo empurrou-o para as mãos de seu Senhor. Olhando para baixo, Oryon viu que parecia ser uma fatura idêntica a sua, mas esta declarava a peine coberta de Dair e um preço totalmente diferente. Um que era muito mais baixo do que o Kaspar afirmou ter pago.
Colocando a fatura de Bardo sobre a que Kaspar deu- lhe, Oryon descobriu as assinaturas alinhadas perfeitamente, assim como os números das faturas. Eram apenas as descrições e os montantes, que estavam diferentes. Oryon sentiu sua raiva começar a crescer, mas sabia que precisava se controlar.
Bardo não sentia tal inclinação. — Esse filho de Daco! Eu sabia que deveria ter ido até Rigel para falar sobre o meu desagrado direto para você! — Girando, Bardo perdeu um pouco do equilíbrio. Ele corou como se estivesse envergonhado por sua demonstração de fraqueza.
— Por que não foi? — Oryon perguntou, ignorando o tropeço de Bardo.
— Porque aquele filho de Daco, seu Mestre Kaspar, me informou que ele também tentou fazê-lo mudar o pedido e que você o informou que era o Senhor da Casa Rigel e se alguém questionasse suas decisões, os removeria de Betelgeuse. — O rubor de Bardo escureceu e ele sussurrou tão silenciosamente que Oryon quase não ouviu. — Eu não tenho mais para onde ir.
Oryon sentiu seu estômago apertar-se com as palavras deste macho orgulhoso. Tão orgulhoso que acreditava ser tão pouco valorizado por seu Senhor.
— Eu nunca teria feito isso Mestre Bardo. — Oryon se aproximou e apertou o ombro de Bardo com tranquilidade. — Você serviu não apenas o meu manno, mas eu mesmo, lealmente e bem. Nós não descartamos aqueles que fazem isso. Você sempre terá um lugar na Casa Rigel.
— Obrigado, meu Senhor. — Desta vez, a voz de Bardo manteve o tom respeito sincero pelo seu Senhor.
Acenando com a cabeça, sabendo que Bardo estava desconfortável, Oryon voltou ao assunto em questão. — Quando Kaspar lhe disse isso?
— Já faz mais de cinco anos, meu Senhor. Começando com as mesas para o salão.
Oryon franziu a testa, lembrando-se de como as pernas de várias mesas quebraram, ferindo vários jovens. Kaspar disse a ele que os jovens fizeram movimentos ásperos, fazendo com que as tábuas se rompessem. Agora ele se perguntava se isso realmente aconteceu.
— Você tem uma fatura para cada peça feita?
— Sim, meu Senhor. Eu as pegarei.
— Não há necessidade, Mestre Bardo. — Oryon o parou. — Sua palavra é boa o suficiente para mim. Eu quero que refaça cada peça como deveria ter sido feita. Quero apenas o que tenha a melhor qualidade na minha Casa.
— Sim, meu Senhor. — Bardo inclinou-se para ele. — Meu Senhor...
A hesitação na voz de Bardo fez Oryon olhar duro.
— O que o Mestre Bardo?
— Os outros moveis?
— Serão destruídos.
— Eu...
— O que, Mestre Bardo?
— Meu Senhor, há aqueles que podem usá-los, aqueles que não conseguem comprar um delir sólido.
— Irá remover o emblema da Casa Rigel deles? — Oryon não queria que ninguém pensasse que era algo que a Casa dele descartou.
— É claro, meu Senhor.
— Então eu os enviarei... depois de conversar com o Mestre Kaspar.
— Trate com ele severamente meu Senhor. — Disse Bardo. — E verifique todas as faturas. Porque se ele fez isso comigo, então fez com outros também.
— Eu o farei. Não tenha dúvidas sobre isso. Kaspar selou seu destino com sua desonra.
CAPÍTULO SEIS
Kaspar ficou gelado, olhando ao redor do escritório, tentando decidir o que fazer. Não havia como chegar às faturas de Bardo e mudá-las. Esse macho impróprio mantinha registros imaculados. Quando Lorde Oryon descobrisse seu engano... mesmo que Kaspar fosse capaz de jogar a culpa de outra pessoa, Oryon ainda o culparia por não inspecionar os móveis e então havia a diferença nos custos. Que apenas Kaspar poderia ter feito.
Percebendo que tudo isso voltaria para ele, Kaspar começou a suar. Precisava destruir a evidência de seus crimes, precisava de tempo para fugir antes de ser descoberto. O freneticamente olhava ao redor da sala. Precisava de uma distração.
Movendo-se em direção a um compartimento escondido na parede, rapidamente o abriu, tirando a pesada bolsa de créditos que conseguiu adquirir nos últimos cinco anos. Empurrando-os para outro saco, deixou-o perto da porta, depois voltou e começou a esvaziar seus arquivos, empilhando tudo no centro de sua mesa. Agarrando uma vela acesa, jogou-a na pilha. Na porta, pegou o saco de créditos e esperou tempo suficiente para se certificar de que os papéis pegassem fogo, logo saiu fechando a porta para seus crimes.
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— Direita, Jael. — Isis apontou para o local em frente à lareira onde queria o sofá. Eles finalmente esvaziaram quase todo seu quarto, então ela e Vali estavam agora no hall de entrada, considerando a colocação das peças. Seu pai se orgulharia de ver seu sofá no hall de entrada de Oryon. A vê-lo ali, Isis sentiu seus olhos se encherem de lágrimas e ela não podia acreditar que levou tanto tempo para perceber que este era o lugar onde sempre esteve destinado a ficar, tal como ela deveria permanecer no quarto de Oryon.
— Parece que foi feito especificamente para isso, mãe. — Vali apareceu atrás dela, colocando uma mão gentil em suas costas.
— Sim. — Ela sussurrou. — Ele ficaria tão honrado por tê-lo aqui, sabendo que seria usado não apenas pelos guerreiros da Casa Rigel, mas pelos meus machos.
— Vamos tratá-lo com o respeito que merece.
Isis sorriu para isso. — Você o usará como deveria ser usado, como um lugar confortável para relaxar e quando sua utilidade acabar, outro o substituirá.
— Há coisas que nunca podem ser substituídas, mãe. — Disse Vali suavemente.
— As coisas sempre podem ser substituídas. As pessoas não podem, Vali.
— Minha Senhora. — Jael a chamou. — Onde você gostaria das peças restantes?
O restante da tarde pareceu voar, enquanto o hall de entrada da Casa Rigel se transformava em um lugar onde todos os guerreiros iriam querer relaxar. Olhando ao redor da sala, Vali não podia acreditar na diferença. Apenas ontem, quando ele passou por esse salão, não queria parar, preferindo sua própria câmara. Agora, sabia que ele gostaria de passar tempo ali. Havia tapetes grossos cobrindo o chão de pedra, a luz fluía através de janelas limpas e a sala tinha um calor que não tinha nada a ver com o fogo ardendo. Ele percebeu o cuidado de sua mãe ao colocar cada peça, parecendo saber o que um macho iria querer depois de um duro dia de treinamento. Ele nunca pensou que um toque de uma fêmea pudesse fazer tal diferença.
— Jael, eu sei que está ficando tarde, mas há mais duas peças do meu quarto que gostaria de mudar. Uma cadeira e uma mesa.
— Claro, minha Senhora. — Respondeu Jael. — Onde você gostaria que elas fossem colocadas?
— Mãe... — Vali sabia que ela estava se referindo às peças na frente da janela, as peças personalizadas de seu pai. — Aquelas precisam ficar com você.
Ignorando-o, Isis continuou conversando com Jael. — Você precisará fazer a Vali essa pergunta, porque irá levá-las para sua câmara.
— O quê? — Vali deu a sua mãe um olhar chocado. Por que ela lhe daria peças que eram tão queridas para ela?
— Bem, de toda minha prole, Vali. — Isis lhe deu um olhar suave. — Você é o mais parecido com o meu manno. Tem o coração de um guerreiro e a alma sensível da Deusa. Isso é um dom, não uma fraqueza, como alguns pensariam, pois permite que você veja o que os outros não veem. Você, acima de todos os outros, apreciará o que o meu manno criou e quando tiver a sua prole, será capaz de se sentar lá e contar sobre o manno de sua mãe.
— Você realmente me honra mãe. — A voz de Vali estava tensa com a emoção quando ele cruzou a mão sobre o peito, dando-lhe uma profunda reverência, mostrando-lhe o maior respeito que um macho Tornian poderia a uma fêmea.
— Sempre foi minha honra ter você e seus irmãos como prole. Foi uma das razões pelas quais a Deusa me criou.
— E a outra? — Vali encontrou-se perguntando enquanto se levantava e sua mãe sorria para ele.
— Para amar o seu manno, é claro. Ele é o meu destino.
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— Jago, quando voltarmos para Rigel, quero que você selecione uma dúzia de guerreiros, os mais confiáveis.
As palavras de Oryon surpreenderam Jago enquanto caminhavam de volta para a Casa Rigel. — Meu Senhor? — Perguntou.
— Você tem mais do que provado a si mesmo, confio no seu senso de honra. — Os olhos de Oryon foram para ele. — Sua força interior é impressionante. Todos nós temos coisas das quais se envergonhar. É como lidamos com isso que nos torna os machos que somos. — Naquele momento, Oryon percebeu que precisava confessar a Isis o que ele fez. Porque se não o fizesse, todo o seu futuro juntos seria baseado em uma mentira que poderia destruí-los.
— Meu Senhor? — Perguntou Jago, sem saber onde os pensamentos de seu Senhor foram.
— As coisas mudarão na Casa Rigel, Jago. Minha Isis se envolverá na forma como a nossa Casa é dirigida a partir de agora. Ela terá permissão para se mover livremente pela Casa, mas ela ainda precisará ser protegida e é aí que você entra.
— Eu, meu senhor? — Perguntou Jago.
— Sim. Você será o Capitão da Guarda da minha Senhora. — Disse-lhe Oryon.
— Eu? — Jago parou atordoado ao lado de seu Senhor.
— Você. — Repetiu Oryon, virando-se para olhar para o macho. — Não será uma tarefa fácil a que estou lhe atribuindo. Haverá muitos que criticarão suas ações. Você vai fazer algo que nenhum macho em Betelgeuse já teve e isso inclui-me. Você irá interagir diariamente com uma fêmea com a qual não irá se unir. Precisará entrar em contato com o Guerreiro Agee, o Capitão da Guarda da Rainha Lisa e pedir seu conselho. Ele saberá o que é preciso para proteger uma fêmea exigente e sem dúvida Jago, minha Isis será exigente.
— Eu... meu Senhor... estou honrado.
— Veremos o quão honrado você se sente quando suas ações não forem apenas questionadas por mim, mas por minha prole masculina, que, acredite, o observará de perto.
— Eles terão o direito de me destituírem? — Perguntou Jago.
— Não. Quando se trata da segurança da minha Isis, o único que pode fazê-lo sou eu.
— Nem mesmo Ull? — Jago pressionou, sabendo que como o futuro Senhor, Ull ele teria o direito.
— Nem mesmo Ull. — Respondeu Oryon.
— Então não terei nenhum problema em lidar com eles, meu Senhor.
Oryon sorriu para a confiança de Jago. O macho percorreu um longo caminho desde que se apresentou a Oryon para treinar. Ele agora era um guerreiro que Oryon estava orgulhoso de dizer que era de sua Casa.
— Meu Senhor...
O olhar de repente preocupado no rosto de Jago fez Oryon franzir a testa. — O quê?
— Fumaça. — Jago apontou para trás de Oryon. — Vindo da Casa Rigel!
Girando, Oryon observou a área onde Jago apontou. Lá, apenas a fuga mais fina de fumaça vinha de um lugar do qual nunca deveria vir.
— Isis... — Oryon sussurrou e depois saiu correndo em direção a sua casa.
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Kaspar moveu-se rapidamente pelos corredores da Casa Rigel, balançando a cabeça para aqueles que passavam como se nada estivesse errado. Aqueles que o viram acreditavam que estava indo para sua câmara. Como Mestre da Casa Rigel, ele tinha sua própria câmara no nível superior da ala dos Guerreiros. Mas não iria para lá. Ele não tinha nada lá em que seus créditos não poderiam substituir. Estava realmente indo para porta que dava acesso aos antigos campos de treinamento. E de lá, atravessaria a floresta até chegar a Parmelee, a aldeia mais próxima da Casa Rigel. Lá, ele poderia sair de Betelgeuse.
Ouvindo vozes, Kaspar estava prestes a ignorá-las. Então de repente reconheceu uma como de Vali.
Daco, ele não tinha tempo para lidar com o segundo macho de Oryon. Vali questionaria o que estava fazendo e ele não tinha muito tempo. Logo o incêndio que iniciou seria descoberto.
Escondendo em um canto escuro, Kaspar observou enquanto Vali dirigia quatro dos próprios machos de Kaspar que estavam carregando móveis. Moveis!
A mobília foi o que causou esse problema! Isso e o fato de uma fêmea ter descoberto o que ele estava fazendo com esse mobiliário. E se tivesse tempo, ele a faria pagar por isso.
Esperando até ter certeza de que não seria visto, Kaspar voltou para o outro lado, em direção à ala comum da Casa Rigel, decidindo que usaria a porta na cozinha para escapar. Levaria um pouco mais de tempo para desaparecer, mas ainda conseguiria.
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— O que você está fazendo na minha cozinha? — Lajos exigiu, vendo Kaspar entrar durante o momento mais ocupado do dia. Lajos não gostava de Kaspar. Ele poda dirigir a Casa Rigel, mas ele não dirigia a cozinha. Lajos não permitia que ninguém o perturbasse antes de uma refeição ser servida.
— Estou aqui porque desejo estar! — Kaspar disse, recusando-se a recuar, mesmo agora. Até onde Lagos sabia, Kaspar ainda era o Mestre da Casa Rigel.
— Ninguém interfere na minha cozinha antes de uma refeição! Agora saia! — Lagos apontou para porta.
Como Lagos estava apontando para onde Kaspar queria ir, ele não disse nada, apenas olhou para o macho. Movendo-se em direção à porta, um saco sobre o ombro, pesado com seus créditos adquiridos, ele encontrou um dos jovens da cozinha, derrubando a tigela que ele carregava no chão.
— Galal! — Lajos gritou para o jovem macho.
— Sinto muito, Guerreiro Lajos. Eu não o vi. — Galal gaguejou, caindo de joelhos para limpar a bagunça.
— Você é um macho incapaz! — Kaspar disse para Galal. — Nunca se tornará um guerreiro forte o suficiente para servir esta Casa, se não consegue controlar uma tigela! — Depois de lançar palavras cheias de ódio para Galal, Kaspar saiu pela porta e para liberdade.
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Isis fez um círculo lento na sala que tinha muitas lembranças para ela. Agora estava vazia. Sorrindo, ela se abraçou. Ela fez isso! Realmente fez isso! Foi capaz de se mover além das restrições que uma vez fora colocada sobre ela e ao fazê-lo, descobriu a fêmea que realmente deveria ser.
Não podia esperar para esvaziar o restante deste andar e espalhá-lo por todo Rigel. Vali ficou espantado com o que viu visto apenas nesta sala, o que pensaria quando visse o restante?
Entrando no que foi uma vez sua câmara privada, ela olhou para as coisas lá. A maioria eram itens que Oryon lhe deu, alguns ela gostava... outros... não tanto, mas sempre os aceitou, porque ele pensou em dar a ela. Pegando os que mais gostava, voltou a levá-los para sua nova Casa.
Ela tomou seu tempo selecionando o local perfeito para cada item. Um belo pedaço de vidro estava no peitoril da janela, capturando a luz e enviando fragmentos de cor em toda a sala. Oryon deu-lhe depois da apresentação de Ull.
Outra era uma escultura de pedra de um guerreiro, sua espada levantada, pronta para atacar. Esta era uma peça que Isis nunca gostou. A expressão do guerreiro era muito rígida, também sem emoção. Era como se não incomodasse com a morte. Oryon deu-lhe durante seu primeiro ano ali, um pouco depois da morte de seu manno, tornando-o Senhor.
Seu primeiro instinto foi recusá-lo, deixando-o saber que não era algo que ela gostava. Então, Oryon contou a ela que era dada ao primeiro macho de um Senhor, o futuro Senhor. Foi concebido para lembrar o macho que se ele fosse um Senhor bem sucedido, precisaria manter-se forte e vigilante. O manno de Oryon deu-lhe momentos antes de sua morte, mesmo que seu irmão estivesse morto há anos.
Isis descobriu que não poderia recusar o presente depois disso. Ela sentiu vergonha de admitir que estava aliviada pelo manno de Oryon ter morrido. Nunca gostou do macho. Ele sempre via Oryon como um macho abaixo de seu irmão. Era algo que Isis nunca entendeu, porque seu Oryon era tudo que um Senhor deveria ser e não era nada parecido com aquele frio guerreiro de pedra. Virando-o levemente, Isis sabia exatamente onde queria colocar a última peça.
Entre as duas grandes janelas estava a mesa de Oryon. Era uma mesa, com vários níveis para armazenar coisas. Algumas tinham portas e outras não. Caminhando até ela, deixou seus dedos trilharem a superfície lisa, desfrutando de sua sensação sedosa. Esta era a mesa privada de um Senhor. Havia papéis espalhados por sua ampla superfície, notas sobre horários de treinamento e lembretes de coisas que ele precisava fazer.
A mesa de seu macho era cheia de coisas que precisavam de sua atenção, coisas que ele queria fazer. Isso a fez sorrir para perceber que os dois machos mais importantes de sua vida tinham tanta coisa em comum e ela sequer percebeu isso.
Bem, agora, eles teriam uma coisa mais em comum. Inclinando-se para frente, colocou a antiga escultura da Deusa no topo da mesa de Oryon, centralizando-a para que a Deusa o olhasse amorosamente enquanto estivesse sentado ali.
Na verdade, ela estava olhando para a minúscula prole que segurava em seus braços. O manno de Isis disse a ela como era sua linhagem antes da grande infecção e que acreditava que os machos foram abençoados com descendentes femininas. Seu próprio manno teve uma fêmea depois da apresentação de Geb e enquanto Isis nunca a conheceu, seu mano falava com carinho dela.
Isis rezava todas as noites a esta intrincada escultura. Na primeira vez, ela orou para que a Deusa lhe permitisse dar Oryon prole feminina, algo que em seu coração ainda desejava. Mais tarde, quando a prole com que a Deusa a abençoou cresceu, suas orações mudaram. Começou a orar pela Deusa para fornecer-lhes fêmeas boas.
Curvando a cabeça, Isis agradeceu a Deusa por todas as bênçãos que concedeu aos seus machos e pediu ajuda para Ull encontrar seu caminho. Virando, roçou vários papéis com a manga, espalhando-os pelo chão.
Balançando a cabeça, Isis ficou de joelhos, juntando os papéis. Quando estava prestes a se levantar, viu que um deslizou para baixo da mesa. Rastejando até o final da mesa, ela finalmente alcançou o papel desgarrado e começou a voltar. Isis começou a se levantar e atingiu a parte de trás da cabeça na extremidade da mesa.
— Ouch! — Ela estendeu a mão para esfregar a pequena protuberância que estava se formando. Quando o fez, sua mão bateu em um pequeno frasco que caiu de seu esconderijo para debaixo da mesa. Rolou pelo chão, parando apenas quando encontrou o tapete recém-colocado.
Lentamente, Isis estendeu a mão e deixou cair cegamente os papéis na mesa. Seu olhar nunca deixou o frasco.
O que era aquilo?
Por que Oryon o estava escondendo?
Ainda em suas mãos e joelhos, Isis rastejou cautelosamente em direção ao frasco, como se fosse tão mortal quanto uma fúria selvagem. Ela pegou cuidadosamente entre dois dedos e ouviu um leve chocalho do que estava dentro.
Hesitante, ela torceu a tampa do frasco e colocou tudo o que estava dentro em sua palma. Comprimidos... pequenas pastilhas azuis... ao levantar uma, tocou com a língua dela.
Cohosh Gorm! Uma erva que quando usada em quantidades extremamente pequenas, poderia ajudar em problemas de estômago, em um comprimido como este... a mente de Isis voou. Ela sabia disso por algum motivo... por que... sua mãe... sua mãe lhe disse que cohosh concentrada... os olhos de Isis se arregalaram em choque. Prevenia a concepção!
Por que Oryon tinha aquilo?
Levantando-se, Isis foi descobrir.
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— Use seu comunicador, Jago! — Oryon ordenou sobre seu ombro, seus olhos nunca deixando a fumaça escura. Ele não ouviu nenhum som de alarme e sabia que o fogo ainda não foi descoberto. — Entre em contato com Shen sobre o fogo. Diga-lhe que estamos a caminho e que quero que a Casa inteira fique segura, especialmente Isis. — Oryon não tinha certeza do que estava sentindo, mas algo estava muito errado ali e ele precisava se certificar de que sua Isis estivesse segura.
— Sim, meu Senhor. — Gritou Jago, pegando o comunicador. Ele sempre soube que seu Senhor era um macho apto, mas ele era pelo menos vinte anos mais velho do que Jago e Jago estava tendo problemas para manter-se com ele. Quando Shen respondeu ao chamado de Jago, uma explosão veio da Casa Rigel, quebrando as janelas.
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Kaspar sorriu enquanto subia a colina. Ele conseguiu. Estava livre. Não teria mais que servir um Senhor que permitia que uma fêmea governasse sua Casa. Agora ele poderia atrair uma fêmea. Subindo a colina, ele parou, encontrando o próprio Oryon, seguido de perto por Jago em uma corrida.
Percebendo que ainda não o viram, Kaspar girou e voltou rapidamente para a cozinha da Casa Rigel.
— Eu lhe disse para ficar... — Uma explosão cortou o restante das palavras Lajos, sacudindo as paredes da Casa Rigel. Panelas e pratos tremeram e caíram das prateleiras.
Todos os machos na cozinha congelaram, seus olhos indo para Lajos.
— Assegurem a cozinha! — Lajos ordenou imediatamente. — Desliguem tudo! Cada fogão! Cada forno!
— Mas a refeição... — Alguém ousou dizer.
— Esperará! — Lajos disse com seu olhar indo para o macho estúpido o suficiente para interrogá-lo. Ele olhou de volta para Kaspar, esperando que ele assumisse o controle da situação e não o encontrou.
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— Aqui, Guerreiro Vali? — Jael perguntou olhando para a cadeira.
— Sim. Obrigado. — Caminhando até a cadeira que sua mãe lhe deu, Vali não conseguiu impedir que sua mão percorresse a madeira do encosto.
— É uma cadeira magnífica. — Jael encontrou-se dizendo, então abaixou os olhos quando o olhar de Vali se virou para ele. — Sinto muito, Guerreiro Vali.
— Porque você está se desculpando? Está falando verdade.
— Sim, mas ainda não conquistei o direito de falar com um guerreiro. — Ele disse calmamente.
— Quem disse isso? — Exigiu Vali. Isso estava errado. Enquanto um jovem mostrasse respeito, ele podia falar com quem quisesse.
— Mestre Kaspar. — Admitiu Jael a Vali.
— Ele está errado, Jael. — Vali esperou, mas quando Jael não disse nada e seus olhos se abaixaram, ele percebeu que havia algo de errado ali, muito mais do que pensava. — Olhe para mim Jael!
O olhar de Jael imediatamente foi para Vali.
— Eu não sei o que o Mestre Kaspar ensinou a você, a nenhum de vocês. — Os olhos de Vali foram para os outros três jovens na sala. — Mas você tem o direito de conversar com qualquer macho que desejar, desde que demonstre respeito. Porque de que outra forma poderá aprender com ele?
— Eu... — Jael olhou para seus amigos.
— Fale livremente Jael. — Ordenou Vali.
— O Guerreiro Kaspar assegurou-nos que não nos permitiria continuar com nosso treinamento se não fizéssemos o que ordena. Que Lorde Oryon sempre concorda com suas recomendações.
Vali não podia acreditar que Jael realmente acreditava nisso. — Você realmente acredita em seu Senhor, um macho digno o suficiente para que uma fêmea permaneça com ele toda sua vida, seguiria cegamente as recomendações de qualquer macho?
— Eu... — Os olhos de Jael se arregalaram. — Não, meu... Guerreiro Vali... o meu Senhor nunca faria isso.
— Ótimo, então sabe que você pode falar com guerreiros e eu conversarei com o Guerreiro Kaspar sobre... — Uma explosão abafou o restante das palavras de Vali.
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Isis abriu as portas externas da ala do Senhor, surpreendendo os dois guerreiros que guardavam a porta. Ao abrir a boca para exigir saber onde seu senhor estava escutou uma explosão pela casa.
Isis reconheceu a voz do Capitão de Oryon através do comunicador ordenando que a Casa Rigel fosse assegurada e todos os machos na ala comum lutassem contra o fogo. A estática interrompeu o restante do pedido.
— Vão! — Isis ordenou aos dois, que estavam olhando para cada um em pânico.
— Mas minha Senhora!
— Você ouviu o Capitão. Ele precisa de todos os machos!
— Você ficará desprotegida!
— A Casa Rigel precisa ser protegida enquanto conversamos! Vão! Certifiquem-se de que tenhamos uma casa para assegurar! Eu ficarei bem! — Girando, Isis voltou a entrar na ala do Senhor e fechou a porta.
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Kaspar correu pela cozinha, sem se importar com o que alguém pensava. Porque se Oryon o alcançasse, Kaspar sabia que sua vida terminaria, pois ele não apenas roubou de seu Senhor, mas também atacou a Casa de Oryon, colocando fogo.
Ele precisava fugir, mas como? O pedido de Shen veio do comunicador, exigindo que cada macho respondesse. A ala dos Guerreiros esta ficando vazio, cada macho apressado em obedecer a ordem de Shen. Bem, se ele fosse com eles, aumentaria as suspeitas de cada macho.
E se ficasse na ala Comum, Oryon o encontraria. Isso o deixava apenas com um meio de fuga, a ala do Senhor.
Virando, Kaspar ignorou o jovem macho que derrubou e partiu correndo.
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Oryon explodiu pela porta da cozinha. Ele sabia exatamente onde precisava ir. Ele viu as chamas saírem das janelas do escritório de Kaspar no caminho. O que em nome da Deusa estava acontecendo?
— Lajos! Sua cozinha está segura? — Ele perguntou.
— Sim, meu Senhor! — Lajos rapidamente informou-o. — E eu enviei meus machos para ajudar o Capitão Shen como ordenado.
Assentindo com a cabeça, Oryon saiu da cozinha. Foi para a escada que levava ao segundo andar da ala Comum e do escritório de Kaspar.
Uma fumaça grossa cobria o corredor enquanto Oryon e Jago passavam. Jovens e guerreiros estavam trabalhando juntos contra as chamas que tentavam se apossar da Casa Rigel. Muitos pegaram recipientes com água para conter as chamas, enquanto outros pisavam nas pequenas chamas para abafá-las.
As chamas no corredor foram rapidamente extinguidas, dando-lhes acesso à fonte, o escritório de Kaspar. No interior, o lugar estava totalmente destruído, as chamas alimentadas pela quantidade de adhmad na sala e o ar subindo pelas janelas quebradas. E se não conseguiram controlar o fogo rapidamente, poderia destruir toda essa ala de Rigel.
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Kaspar não podia acreditar na sua sorte. Levou algum tempo, mas conseguiu chegar à ala do Senhor sem ser visto. Mesmo os guerreiros que normalmente guardavam as portas principais foram ajudar a combater o fogo que ele começou. Não planejou a explosão, esqueceu-se do buama que escondeu em um armário. Era normalmente uma substância muito estável, mas quando exposta a altas temperaturas, explodia.
Embora não fosse o que planejou, acabou sendo uma benção da Deusa, pois abriu caminho para sua fuga. Empurrando a porta externa para as câmaras de Oryon, ele entrou. Agora, tudo o que precisava fazer era pular uma das janelas do primeiro andar e poderia desaparecer.
— Oryon? É você?
Ao ouvir a voz da fêmea, Kaspar girou.
CAPÍTULO SETE
Isis estava caminhando de um lado para o outro desde que os guardas a deixaram.
O que estava acontecendo?
O que explodiu?
Alguém se machucou?
Ela deveria descobrir?
Onde estava Oryon?
Ela não conseguia se lembrar da última vez que se sentiu tão perturbada e indecisa. Ela foi às janelas de frente para a ala Comum e viu a fumaça negra que saía de várias janelas e as chamas gananciosas que lambiam o lado de sua casa.
Os machos vinham correndo dos campos de treinamento, muitos correram para a ala para ajudar a apagar as chamas, enquanto outros lutavam do lado de fora, certificando-se que as chamas não se espalhassem para a ala do Senhor.
Ouvindo a porta exterior se abrir, ela saiu de sua câmara de repouso. — Oryon? É você? — Ela perguntou antes de parar abruptamente quando viu quem entrou na câmara. — Kaspar. O que você está fazendo aqui?
Kaspar não podia acreditar. O que ela estava fazendo ali, neste andar? Ela não pertencia ali. Deveria ter deixado a Casa Rigel anos atrás. Porque se o tivesse feito, ele seria capaz de atrair uma fêmea. Tudo o que precisou fazer hoje era culpa dela Ela precisava pagar por isso.
— Kaspar, responda-me, o que você está fazendo aqui? — Isis se recusava a deixar o macho ver que a intimidava. Esta era a sua Casa. Esta era sua Câmara. Ele não tinha o direito de estar ali sem permissão.
Kaspar rosnou e se moveu em direção a ela. Ela realmente pensava que poderia lhe dar ordens? Ele? Ele era o Mestre da Casa Rigel! Ela era apenas uma fêmea que precisava ser ensinada uma lição.
Isis deu um passo assustado ao rosnado de Kaspar. Nenhum macho nunca a ameaçou assim antes. Ninguém nunca se moveu para ela como se quisesse prejudicá-la. E de repente, ela percebeu Kaspar queria machucá-la. Antes que pudesse se virar e correr, ele a agarrou pelos braços, causando hematomas.
— Você acha que pode falar assim comigo? — Ele a sacudiu com força. — Eu sou um Guerreiro Torniano! Eu sou o Mestre da Casa Rigel! Você não é nada além de uma fêmea e uma inferior a mim.
— Inferior? — Isis descobriu que não poderia se encolher diante deste macho, não podia deixar de responder. — Eu dei a meu Senhor quatro machos dignos e aptos!
— Você fêmea estúpida! — Kaspar levantou-a sobre os dedos dos pés enquanto dizia. — Você deveria ter dado essa prole a outros machos, machos como eu! Você é o motivo pelo qual nosso Império está em declínio.
— Não! — Isis respondeu. — É por causa de machos impróprios e indignos como você!
— Sua cadela! — Levantando-a de seus pés, Kaspar jogou-a pelo quarto.
Gritando de dor, Isis bateu na parede e seu mundo ficou negro.
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Demorou algum tempo, mas finalmente conseguiram controlar o fogo, impedindo que ele se espalhasse. Entrando na sala ainda fumegante, Oryon inspecionou o dano e percebeu que a maior parte estava concentrada na mesa onde Kaspar costumava se sentar.
— Isto foi intencionalmente iniciado. — Disse Oryon a ninguém em particular.
— Concordo. — Ull ficou ao lado de seu manno, seu rosto estava cheio de fuligem. — Mas a pergunta é por quê? E quem?
— Kaspar. — Vali grunhiu, ficando ao lado de seu irmão, seus olhos mais escuros. — Por causa do que mamãe descobriu.
— O quê? — Ull olhou para Vali. — Sobre o que você está falando?
— Mamãe descobriu que Kaspar estava permitindo que entregassem mobiliário de qualidade inferior para a Casa Rigel.
— Não permitindo, encomendando. — Disse-lhes Oryon.
— O quê? — Ambos exclamaram.
— Eu conversei com o Mestre Bardo, vi suas faturas e eu acho. — Oryon voltou a olhar para o que restava da mesa de Kaspar. — Que o incêndio foi iniciado com as faturas falsas de Kaspar.
— Esse filho de Daco! — Ull disse.
— Sim e tenho certeza de que isso acontece há muito tempo. — Oryon concordou.
— Ele estava na casa depois da explosão. — Todas as cabeças se voltaram para Zev, cujos olhos normalmente brilhantes estavam incomumente sérios. — Ele passou por mim na cozinha e estava indo para a sua ala.
— Para a minha ala? — Exclamou Oryon.
— Sim, ele estava carregando uma mochila e me derrubou. Achei estranho, mas depois esqueci uma vez que cheguei aqui. Sinto muito, manno.
— Não é sua culpa. Você não sabia. — Oryon tranquilizou-o. — Sua mãe ficará bem. Mahir e Malden estão guardando as portas.
— Mahir e Malden... — Zev franziu a testa para seu manno, seu olhar indo para trás dele. — Eles estão ali mesmo. — Ele apontou.
— O quê? — Oryon girou para encontrar os dois guerreiros de pé junto à janela.
— Mahir! Malden!
O grito de Oryon fez os dois machos saltarem e irem para o lado do Senhor. — Meu Senhor?
— Por quê estão aqui?
— Meu Senhor? — Mahir e Malden o olharam confusos.
— Quem está guardando minha Isis? — Exigiu Oryon.
— Meu Senhor, o Capitão Shen ordenou a todos os machos viessem!
— Exceto aqueles que estavam protegendo minha Isis!
— Meu Senhor, não foram estas ordens a que recebemos e quando Lady Isis ouviu que a Casa estava sendo assegurada, ela nos ordenou vir.
— Oh de todos os... — Oryon cortou as próximas palavras. A sensação de que algo errado retornou com uma vingança. — Shen! Proteja esta área! O restante de vocês. — Ele olhou para sua prole. — Vocês, venham comigo.
— Sim, meu Senhor. — Shen respondeu para o espaço vazio porque os machos da Casa Rigel já haviam saído.
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Oryon empurrou os machos do seu caminho quando saiu pelo corredor. Ele precisava chegar a sua Isis, precisava chegar até ela agora! Precisava se certificar de que estava segura. Kaspar estava disposto a queimar a Casa Rigel para tentar esconder seus crimes. E se Isis ficou entre ele e sua liberdade, não havia como dizer o que aquele macho impróprio poderia fazer com ela.
Oryon levantou a mão enquanto se aproximavam das portas fechadas de sua ala, sinalizando que seus machos desacelerassem. Eles não podiam simplesmente entrar cegamente. Ainda não conheciam a situação. E se Kaspar ainda estivesse lá, poderia prejudicar Isis.
Oryon segurou a maçaneta quando ouviu Isis gritar, seguido pelo som de algo batendo na parede. Sem se importar que sequer tivesse a sua espada, Oryon abriu a porta e entrou.
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Kaspar sorriu quando Isis desmaiou no chão. Agora é assim que você trata uma fêmea. Ele pensou e então olhou ao redor da sala. Ainda tinha tempo. Talvez devesse fazer uso dela antes de partir. Isso mostraria a Lorde Oryon, que realmente era o Guerreiro mais apto. Quando deu um passo em direção a ela, a porta da Câmara se abriu e Oryon entrou.
Com o coração acelerado de medo, Oryon viu Isis caída no chão, inconsciente, com Kaspar avançando sobre ela. A raiva que encheu Oryon ia além de qualquer coisa que já sentiu em sua vida e ele se lançou contra o outro macho.
Kaspar tropeçou de volta sob a furiosa investida do ataque de Oryon. Ele tentou proteger-se dos golpes do macho mais velho, mas para cada um que ele bloqueava mais dois o acertavam, o último deixando Kaspar de joelhos. Olhando para o seu Senhor, Kaspar estava pronto para pedir piedade, mas nunca teve a chance, pois Oryon lhe deu um soco na garganta, esmagando sua traqueia.
Sem emoção, Oryon olhou para o macho a quem acabou de dar um golpe mortal. Kaspar caiu a seus pés, os dedos agarrando seu pescoço, tentando respirar. Seus olhos imploraram a Oryon por uma misericórdia que Oryon nunca daria.
— Manno! — A chamada de Vali fez Oryon virar as costas para o macho moribundo e correr para Isis.
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Isis lutava para encontrar o caminho para fora do nevoeiro que parecia determinado a cegá-la. Em frente, uma leve luz tentava guiá-la, mas a névoa tentava bloqueá-la.
— Continue vindo. — Uma voz melódica encorajou Isis, a surpreendendo. — Venha se quiser a vida pela qual sempre orou.
— O quê? — Isis perguntou com seus olhos procurando a voz, mas via a neblina.
— Depressa. — A voz disse novamente. — Ou perderá tudo.
Isis não sabia sobre o que a voz estava falando, mas sabia que não queria perder aquilo pelo qual lutou tanto. Confiando na voz, ela correu em direção à luz que ficava mais brilhante quanto mais perto chegava. Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, a névoa finalmente a soltou e ela foi cercada por uma luz incrível.
— Levou tempo suficiente, criança. — Disse a voz.
Olhando ao redor, Isis encontrou a fonte da voz. Ficando de joelhos, inclinou a cabeça. — Deusa. — Isis sussurrou reverentemente.
— Levante-se criança. — Disse a Deusa, estendendo a mão para ajudá-la.
Depois de um momento de hesitação, Isis segurou a mão da Deusa e um calor incrível a encheu. Tudo ficou repentinamente nítido e claro, havia cores que ela nunca viu antes e um cheiro diferente, mas todos a confortavam.
— Como você me confortou por muitos anos, foi a única que me deu esperança Isis.
— Esperança? — Isis deu-lhe um olhar confuso.
— Sim, de que o povo Torniano valia a pena salvar.
— Eu... — Isis não sabia o que dizer. O que ela poderia ter feito para chamar a atenção da Deusa?
— Você se recusou a deixar o macho de sua escolha, mesmo que muitos a condenassem por isso. — A Deusa informou.
— Como eu poderia deixá-lo? — Isis perguntou. — Teria me destruído me unir a outro.
— Como fez a sua mãe. — A Deusa a olhou com olhos conhecedores. — Ela tinha sentimentos muito fortes por seu manno e eu tinha esperanças, mas ela se permitiu ser tentada por coisas. — A Deusa disse a palavra coisas como se deixasse um mau gosto em sua boca.
— Seu manno a influenciou muito. — Isis não sabia por que estava defendendo sua mãe, mas sabia, enquanto seu manno nunca a perdoou, ele continuava tendo fortes sentimentos por ela.
— Em beneficio próprio. — Disse a Deusa.
— Ela ganhou algo deixando meu manno?
— É claro. — Os olhos da Deusa suavizaram. — Você não percebeu.
— Não. Minha mãe?
— Apenas descobriu tarde demais. — A Deusa a informou.
— Foi por isso que ela ficou tão amarga. — A mente de Isis voltou para todas as coisas que sua mãe lhe disse. Quão duro ela tentou fazer com que Isis deixasse Oryon.
— Sim. — A Deusa concordou.
— Meu mano sabia?
— Sim.
— Foi por isso que ele disse que me apoiaria se eu quisesse ficar com apenas um macho. — Isis agora tinha uma melhor compreensão de algumas das coisas que seu manno lhe dizia.
— O Guerreiro Geb era um macho verdadeiramente apto e digno.
— Ele era. — Isis concordou, reconhecendo o incrível tributo que a Deusa acabou de conceder a seu manno.
— Você era minha última esperança, Isis. — Disse a Deusa baixinho.
— Eu? — Isis não conseguiu esconder sua surpresa.
— Sim. Porque se você tivesse escolhido outro, se Oryon a forçasse a dar seu dom para outro, então eu abandonaria toda a esperança com relação ao povo Torniano, mas você não fez e ele também não. Por isso, eu permiti que fêmeas compatíveis fossem encontradas.
— Mas... — Isis franziu o cenho para ela.
— Você questiona minha decisão? — A Deusa ergueu uma sobrancelha e a música cessou.
Isis olhou para Deusa. Apenas semanas atrás, ela não teria sido corajosa o suficiente para questionar as ações da Deusa. Agora, por causa do apoio e aceitação que encontrou naquelas que a Deusa chamava de compatíveis, Isis sentia que precisava fazê-lo. — Kim sofreu.
— Foi necessário... — A Deusa começou e ficou chocada quando foi cortada.
— Não! Não era! — Isis apontou o dedo para a Deusa. — Você é uma Deusa! Poderia ter impedido isso! Quando permite algo assim, não é diferente daqueles que ajudaram o Imperador Lucan!
— Como você se atreve! — O universo escureceu com a raiva da Deusa.
— Eu me atrevo porque é verdade! — Isis se recusava a recuar. — Kim não precisava sofrer assim. Quase morrer, para você permitir que fossem encontradas! Você é a Deusa!
Isis não sabia quanto tempo ficou perdida nos olhos da Deusa, poderiam ter sido minutos ou muitos anos, mas pareceu ver toda a criação naqueles olhos cinzas turbulentos. Vida e morte, amor e ódio, tristeza e alegria, bons e maus, todos misturados de maneira que eram quase inseparáveis na forma como tocavam e se misturaram, assim Isis começou a entender. — Você não pode ter um sem o outro... — Isis sussurrou.
— Não. — A Deusa respondeu. — Cada um afeta o outro. O que Lucan fez... outros deveriam ter impedido, mas não o fizeram e minha raiva causou esses efeitos... eu sou responsável.
— Então conserte.
— Não consigo consertar o que causei. Por isso que um Deus ou Deusa deve ter cuidado com as orações que eles respondem. Depende de você, os que prejudicamos, superar o que fiz.
— Como posso fazer isso? — Isis perguntou.
— Você me deu esperança de que uma fêmea Torniana ainda poderia amar um macho Torniano. Oryon me mostrou que um macho Torniano poderia amar uma fêmea Torniana. Por causa de vocês dois, trouxe Kim aqui para descobrir se este Imperador era como Lucan e ele tem mais do que provado que não é. Ao fazê-lo, descobri que há mais machos que podem ser como Oryon e Wray se uma fêmea realmente se importar com eles, se os amar e confiar neles, como antes, antes do que eu fiz com raiva, mudou esse relacionamento para sempre.
Isis olhou para a Deusa e viu o verdadeiro arrependimento em seus olhos. — O que devemos fazer?
— O que você está fazendo. O que tem feito. Fique de pé por aquele que você ama, não importa o que. Haverá tempos difíceis para você, Isis. Daco não desistirá do que ganhou por causa das minhas ações. — A Deusa olhou para as estrelas. — É hora de você ir. Seu macho está ficando muito... impaciente. — Seu olhar voltou para Isis. — Ele a ama muito Isis. Lembre-se disso nas provas que estão por vir e aprenda com os meus erros.
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— Por que ela não acorda? — Oryon exigiu do Curandeiro enquanto olhava para Isis na cama. Ela estava deitada no centro dela, tão imóvel e pálida.
— Eu não sei, meu Senhor. — O Curandeiro franziu a testa enquanto observava sua unidade médica. — Não consigo encontrar nenhuma razão para isso. O golpe na cabeça não foi tão grave.
Não mais capaz de permanecer tão longe de sua Isis, Oryon sentou-se ao lado dela na cama e recostou-se na cabeceira da cama enquanto colocava o braço debaixo dela para puxá-la contra seu peito.
— Meu Senhor, ela não deveria se mexer. — Protestou o curandeiro.
— O que ela não deveria estar é inconsciente! — Oryon grunhiu para o Curandeiro e o olhar que ele lhe deu dizia para não falar novamente.
— Vamos Curandeiro Asa. — O tom de Vali era leve, mas firme, enquanto ele conduzia o curandeiro para fora do quarto. — Meu manno sabe o que minha mãe precisa.
— Acorde Isis. — Sussurrou Oryon, ignorando todos os outros na sala enquanto beijava sua testa. — Acorde para mim, pois a minha vida não tem sentido sem você nela.
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Toda a prole de Oryon observava e ouvia com espanto enquanto seu manno conversava com sua mãe. Todos sabiam que sua relação era incomum e eles eram o produto disso. Eles já os tinham visto juntos, especialmente em Tornian, mas mesmo assim, não entenderam a verdadeira profundidade dos sentimentos de seu manno por sua mãe. Não até que ouviram suas palavras sussurradas e viu as lágrimas que fluíam livremente pelo seu rosto.
Antes disso, era um macho a quem todos procuravam, quem queriam imitar, mas ali ele dizia que sua vida não significava nada sem a fêmea em seus braços. Era verdadeiramente possível? Que uma fêmea pudesse significar tanto para um macho? Isso o enfraquecia? Ou fortalecia?
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Neblina cercou Isis novamente, mas desta vez não havia luz, nem voz. Não espere... havia uma voz, mas não era a Deusa. Quem era?
... minha vida não tem sentido sem você nela...
Ela conhecia aquela voz. Oryon! Sem outro pensamento, ela foi em direção à voz, porque ela sabia sem ele, ela não era nada.
— Oryon...
Todos os machos no quarto congelaram ao ouvir o fraco sussurro de sua mãe, então observaram com espanto quando seus olhos se abriram, procurando imediatamente por seu manno.
— Por que você está chorando, meu amor? — Isis sussurrou se esticando para limpar as lágrimas que não pertenciam ao rosto de seu macho.
— Eu pensei ter perdido você. — Oryon enterrou o rosto no pescoço dela.
— Você nunca poderia me perder. — Ela prometeu acariciando seu rosto. E de repente, percebeu que eles não estavam sozinhos e seu olhar se encontrou com sua prole olhando-os atentamente. Ela percebeu o estado desgrenhado e tudo veio correndo de volta para ela. — Kaspar! O fogo!
— Ambos foram cuidados. Não há nada com o qual você deva se preocupar. — Oryon rapidamente a tranquilizou. — Apenas precisa descansar.
— O fogo acabou? Todo mundo está seguro? — Isis continuou perguntando, seus olhos foram para sua prole, vendo as coberturas cheias de fuligem, procurando por ferimentos.
— Sim, assim como nossa casa e prole. — Oryon sabia que era o seu verdadeiro medo, que algo houvesse acontecido com sua prole. — Descanse Isis, estarei aqui quando você acordar.
Quando sua mão foi sobre o coração de Oryon, ela deixou sua batida constante tranquilizá-la e dormiu.
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Quando Isis acordou, estava sozinha. Levantando, descobriu que já era noite e alguém começou um fogo na lareira. Pode ver bandejas de comida esperando em uma mesa baixa diante do sofá. Tudo parecia quente e convidativo. Mas onde estava Oryon?
— Estou aqui. — A voz firme de Oryon veio da entrada separando a câmara externa da câmara de repouso. Ull precisava de ajuda na coordenação da limpeza e eu não queria incomodá-la. Sinto muito por não estar aqui quando acordou. — Ele rapidamente se moveu para o lado dela, seus olhos procurando o dela ao menor incômodo de dor.
— Estou bem. — Ela o tranquilizou rapidamente, segurando seu braço para que pudesse se levantar mais. — Qual era o problema de Ull?
— Ele estava preocupado com o dano que o incêndio causou na estrutura da ala Comum. — Ele disse distraidamente, mais preocupado em se certificar de que ela estivesse firme em seus pés do que Ull.
— O que você disse a ele para fazer? — Isis perguntou.
— Eu disse a ele para entrar em contato com o Mestre Bardo. Ele poderá orientá-lo sobre o que precisa ser feito e quem está qualificado para fazê-lo.
— Seu Mestre da Madeira?
— Sim.
— Você confia nele? Mesmo depois de fabricar esse mobiliário? — Isis questionou.
— Ele fez o que Kaspar ordenou. Eu também vi as faturas. Seu único pecado é que nunca as verificou comigo. Kaspar assegurou-lhe que eu o removeria da minha Casa. Kaspar culpava você por isso.
— Culpou-me? — Isis olhou para ele chocada.
— Sim, Kaspar disse a Bardo que suas demandas estavam colocando uma pressão sobre os recursos da nossa Casa. Foi por isso que pedi a peine em vez de uma boa madeira.
— E Bardo acreditou nele?
— Infelizmente sim, mas foi corrigido.
— Bom, nenhum macho deveria ter medo de vir falar com você. É um macho apto e digno, Oryon.
— Obrigado, meu amor. Agora venha, você precisa comer. Eu pedi ao cozinheiro algumas coisas para você escolher.
Apenas depois, depois de terem comido que Oryon levantou-se para acender o fogo e Isis estava recostando-se no sofá que sua mão roçou o frasco que colocara no bolso mais cedo.
— Eu quero que Asa a verifique novamente antes de descansarmos, Isis. — Oryon virou as costas para o fogo e encontrou sua Isis olhando para ele com uma expressão peculiar em seu rosto.
— Foi Asa quem lhe deu isso? — Isis levantou o frasco para que ele brilhasse a luz do fogo.
— Deu-me o quê? — Oryon deu um passo mais perto antes de parar bruscamente, empalidecendo. — Onde você conseguiu isso? — Ele sussurrou, sua voz tensa.
— Caiu de debaixo de sua mesa quando coloquei a estátua da Deusa sobre ela. É cohosh gorm. — Os olhos Isis escureceram com a traição quando olhou para ele. — Por quê? — Perguntou ela. — Nós falamos sobre isso depois que Ynyr foi apresentado.
— E então você concebeu Zev! — Disse Oryon com mais força do que pretendia. — Você se recusou a permitir que sua mãe a atendesse e quase a perdi durante sua apresentação! Eu não permitiria que isso acontecesse novamente!
— Isso não é verdade! — Isis levantou-se. — Sim, tive um momento difícil com Zev, mas isso foi culpa minha. Esperei muito para notificar Asa. E se o tivesse deixado ele me examinar enquanto eu estava carregando Zev, como Lisa agora está fazendo com seu curandeiro, então teria sido mais fácil.
— Eu não queria me arriscar! — Oryon recusava-se a recuar.
— Essa não era uma decisão sua! Você sabe que queria dar-lhe mais descendentes.
— E eu queria você! — Oryon passou os dedos irritados pelos cabelos.
— Deusa, Isis, você me deu quatro machos aptos e dignos antes dos trinta anos! Seu corpo estava dizendo para você parar! Não queria ouvi-lo, então fiz o que achei necessário para permanecer comigo!
— Você me deixou pensar que estava em falta com você.
— Eu nunca fiz isso! — Ele negou. — Não por palavras ou obras!
— Eu queria tanto lhe dar uma fêmea... — Isis sussurrou, seus olhos se enchendo de lágrimas.
— E nós dois sabemos o que aconteceria se tivesse. — Oryon disse a ela, recusando-se a ser influenciado por suas lágrimas.
— Eu não teria deixado você Oryon. Ninguém poderia me obrigar a isso.
Oryon moveu-se para sua cadeira, sentando com um suspiro forte, esfregando as mãos sobre o rosto — Eles acabariam levando-a Isis. — Ele levantou olhos cansados para ela. — Eles teriam vindo e levado você.
— Quem? Wray? — Isis se recusava a acreditar.
— Não, não Wray, seu manno, já havia movimentos de descontentamento depois que Vali foi apresentado. E se eu não fosse um Senhor...
— Ele teria me tirado de você? — Isis empalideceu com o pensamento. — Forçando-me a unir com outro?
— Sim. Ele me informou que era apenas por causa da minha posição e apoio continuo que não o fez, mas que, se você me desse uma fêmea, ele seria forçado a fazê-lo.
Isis abaixou-se em frente a Oryon, colocando uma mão gentil no joelho. — Por que você não me disse? — Perguntou ela.
— Porque eu sabia que você estava disposta a assumir o risco. Eu não estava. Precisava de você na minha vida, Isis. Apenas o pensamento de outro macho... — O rosto de Oryon escureceu no pensamento.
— Você ainda assim não deveria ter escondido isso de mim, especialmente com a forma como as coisas mudaram.
— Eu sei. — Ele cobriu sua mão com a dele e apertou. — Percebi isso hoje depois de conversar com Jago.
— Jago? — Isis franziu a testa, perguntando-se o que Jago poderia ter dito a Oryon para que ele lhe dissesse.
— Ele queria ser liberado de seu voto, porque todos agora conhecem as decisões impróprias que tomou no passado.
— Mas ele as superou. Rompeu seu vício em uísque e recuperou sua honra.
Sua defesa dizia a Oryon que ela estava tão orgulhosa de ter Jago em sua Casa como ele estava. — Sim, ele enfrentou-os e seguiu em frente. Foi então que percebi que precisava fazer o mesmo com você. Eu precisava falar sobre o cohosh gorm e esperava que me perdoasse. Irá me perdoar, Isis? Perdoar-me por querer mantê-la segura, por querer mantê-la comigo e sua prole? Pois ficamos perdidos sem você.
Isis olhou profundamente nos olhos de seu macho e viu que ele estava honestamente preocupado que não o perdoasse. Ela pensou no pedido da Deusa, de que Isis precisava aprender com seu erro de julgar com rapidez e então não conseguir corrigi-lo e percebeu que não precisava do conselho da Deusa.
Não havia nada nos universos conhecidos que pudesse fazer com que ela deixasse seu Oryon. Certamente, não um engano que foi cometido com as melhores intenções, mas se certificaria de que nunca mais acontecesse.
— Eu nunca deixaria você, Oryon. Já não provei isso a você? — Quando ela disse isso foi puxada para seus braços: — Eu quero seu voto de que nada assim nunca mais acontecerá novamente. Eu sou sua Senhora e tenho o direito de saber se estou sendo ameaçada, mesmo que seja pelo Imperador.
— Tem meu voto! — Oryon imediatamente declarou.
Isis evitou seu abraço novamente. — E eu quero que você pare de tomar isso.
— O quê? — Os olhos de Oryon se estreitaram.
— Tenho quarenta e três anos de idade, Oryon, as chances de ainda ser capaz de conceber são mínimas. Mas quero saber que, se não o fizer, é porque é a vontade da Deusa, não por causa de uma droga.
Durante vários minutos, Oryon apenas a observou, então estendeu a mão, esperando.
Isis entregou-lhe o frasco.
Oryon levantou-se e depois caminhou até o fogo. Agarrou firmemente o manto com uma mão enquanto a outra segurava o frasco. — Meu voto. — Ele olhou para ela com olhos duros. — Mas exijo seu voto em troca. Que se for a vontade da Deusa que conceba, então verá imediatamente o Curandeiro Asa e a Curandeira Rebecca. Você fará o que eu quiser. Não importa o que! Não posso perdê-la Isis!
Isis abriu a boca para argumentar, então percebeu que não podia. Ela exigiria o mesmo se de alguma forma a situação fosse revertida.
— Meu voto. — Ela cruzou a sala para o lado dele. — E você nunca irá me perder, porque sempre estarei aqui. — Disse ela colocando a mão sobre seu coração.
Cobrindo a mão dela com o dele, Oryon jogou o frasco no fogo e colocou seu futuro nas mãos da Deusa e orou para que ela fosse misericordiosa.
EPÍLOGO
— Você será? — As palavras sussurradas, tão perto de sua orelha, enviaram um arrepio de excitação através da Deusa enquanto os braços de seu companheiro a cercavam, puxando suas costas contra seu peito duro.
— Serei o quê? — Ela perguntou baixinho em seu abraço.
— Misericordiosa. — Beijando seu ombro, ele olhou para o casal que ela estava observando com tanta atenção.
— Eles sempre foram os seus favoritos.
— Sim, eles são e sim, eu serei. Talvez mais do que se espera. — A Deusa sorriu à medida que a ideia crescia. — Oh sim, serei muito misericordiosa.
— Hmm, bem, acho que você deve primeiro mostrar a seu companheiro. Venha descansar comigo, meu amor. — Ele persuadiu e rindo, a Deusa permitiu ser levada.
M. K. Eidem
O melhor da literatura para todos os gostos e idades