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Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites
OS DEZ AMIGOS
Era uma vez um dedo
tão pequenininho
que se chamava Mínimo.
Ele tinha quatro irmãozinhos
que se chamavam: Anular
Médio, Indicador
e Polegar.
O Mínimo era muito brincalhão
—um dedo muito levado e
vivia se metendo
onde não era chamado.
Um dia, ele teve uma grande idéia:
-Vamos brincar de teatrinho?
E falou, pra completar:
-Eu vou ser o Anãozinho!
-Deixem que eu seja o Rei!
gritou o Anular,
cheio dos anéis de ouro
que ele adorava usar!
-Pois eu vou ser um guerreiro!
falou o Médio,
botando um dedal na cabeça
pra fingir de capacete.
-Pois eu vou ser
o guia da floresta!
falou o Indicador
que sabia mostrar os caminhos.
-Pois, muito bem — falou,
com voz grossa, o Polegar-
eu vou ser o vilão.
E engrossando mais a voz:
-Podem me chamar de Dedão!
E, dito isto, prendeu
os quatro amiguinhos
no fundo da mão:
-Quero ver vocês saírem
desta prisão!
Foi aí que ele ouviu uma ordem:
-Pare!
Solte seus amigos!
Em mão fechada,
eles podem morrer sufocados!
-Quem são vocês?
perguntou o Polegar,
fazendo voz de vilão.
-Nós somos os dedos
da outra mão!
-Meu nome é Mindinho!
falou o menor de todos.
-E eu sou Seu-Vizinho!
falou o vizinho do Mindinho.
-Eu sou o Pai-de-Todos!
falou o grandão
que ficava bem no meio
da outra mão.
-Eu sou o Fura-Bolos!
falou o que tinha cara
de provador de doces
e de furador de bolos.
-E eu sou o Mata-Piolhos!
falou o que tinha
nome, voz e carinha
de vilão.
-Muito prazer!
disseram todos
logo, logo se enturmando
cada um se perguntando:
Nós vamos brincar de quê?
-Vamos brincar de massinha?
-Vamos tocar um piano!
-Vamos brincar de inventar!
Todos tinham mil idéias
e falavam sem parar.
Mas, o maioral da turma
falou mais alto que todos
que o ouviram com atenção:
-Nós somos todos os dedos
de cada uma das mãos. Então!
Por que ficar preocupados
em saber do quê brincar?
É só parar pra pensar:
nós todos juntos, juntinhos,
do maior ao mais miúdo...
..podemos brincar de tudo!
Ziraldo
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