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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


PECADOS DA CARNE / J. C. Wilder
PECADOS DA CARNE / J. C. Wilder

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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O Vampiro Alexandre Saint-Juste, diretor do Conselho de Anciões, derrotou seus inimigos Cass e Mikhail, dois rebeldes que queriam dominar o mundo sobrenatural. Seus dois inimigos mortais desaparecem sem deixar rastro, levando um valioso livro que Alexandre quer de volta. Não tem tempo para fazer algo mais que capturar os dois vampiros e recuperar o livro, mas os pensamentos de Sunni se mantêm metendo-se em sua mente.
Sunni é uma jovem vampira que amou Alexandre desde que salvou sua vida faz décadas. Vê o homem sério, reservado e frequentemente fria pessoa que aparenta. Está decidida a demonstrar que pode ajudá-lo.
Cass retorna querendo co-governar o conselho com ele uma vez mais. Quando chegar o momento de fazer o anúncio, Sunni ficará entre Alexandre e uma injeção letal.
Comentário da Revisora Tessy: Mais uma Historia muito linda! Um mocinho sombrio cheio de culpas passadas e uma mocinha forte de cheia de vida, lutando juntos para fazer seu mundo escuro mais claro para todos. Não deixem de ler!
Comentário da Revisora Dani A.: Uma leitura simpática, para uma tarde ociosa.

 

 

 

Capítulo 1
Não ela, por favor, deixa que seja a alguém mais, exceto ela.
Alexandre Saint-Juste, vampiro e cabeça do Conselho de Anciões, levantou a vista da foto do cadáver queimado que estava estudando para ver uma figura vacilante na porta. Ela era um pouco mais que uma sombra
de luz tênue, mas ele sabia que era ela. O aroma suave a cítrico de seu perfume a delatava.
Sunni.
Ele fechou seus cansados olhos. Ele tinha captado. Como um ancião, era quase impossível para outro vampiro pegá-lo sigilosamente de surpresa. Ele tinha treinado para ser consciente de seu entorno em todo
momento e esse talento tinha salvado a vida numerosas ocasiões. Mas ele se pressionou muito ultimamente e se não tomasse com mais cuidado a próxima vez poderia ser a última.
Ele esfregou a testa. Talvez ela iria quando abrisse os olhos? Esse poderia ser seu desejo. Ele poderia ter tanta sorte? Deixou cair sua mão e abriu os olhos.
Maldição, ela ainda estava flutuando na porta.
Interiormente gemeu. Nesse momento tinha as mãos cheias e o último precisava era a esta caprichosa, pequena, cabeça oca vampira.
À medida que ela entrava na sala, ele deixou cair a foto com as outras dispersas na parte superior de sua mesa. Conhecendo Sunni, não terminaria nenhum trabalho até que pudesse tirar a pequena intrometida
de sua casa. Fez uma nota mental para despedir de seu mordomo, Nelson, que obviamente a tinha deixado passar pela porta principal. Ele caía com qualquer cara bonita.
— O que posso fazer por você, Sunni?
— Muito em realidade. A pergunta é, fará-o? — Ela sorriu enquanto avançava, com os pés calçados com sandálias sem fazer som no grosso tapete — Mas hoje te farei um favor.
A boca dele se secou, enquanto ela caminhava perto. Sunni era pequena, pouco mais de 1,52 e parecia uma jovem Mia Farrow, com seu cabelo curto, loiro e sedoso, com olhos de gazela marrons e com traços
delicados. Vestida com uma simples camisa transparente amarela, recortada sobre um Top de biquíni combinando, estava nua da parte inferior de sua camisa à cintura de sua saia.
Pendurada baixo de seus magros quadris, a saia de algodão parecia que tinha ficado enrugada no fundo de uma gaveta durante semanas. O material de cores do arco íris formava redemoinhos ao redor de suas
magras pernas, brevemente destacando cada deliciosa polegada dela enquanto caminhava. Pequena podia ser, mas estava esquisitamente formada desde seu claro cabelo à ponta das unhas dos pés pintados como
pétalas de cor rosa. Maldição, era formosa.
Alexandre engoliu com força contra o desconhecido assalto de luxúria, seus dedos dos pés se dobraram em seus sapatos Baco Bucci. Sobressaltado ele deu um passo atrás e se sentou duro na cadeira de sua
mesa.
Ele devia estar mais cansado do que pensava.
Pintada com um claro brilho, um sorriso encantador se desenhou na boca de Sunni como se pudesse ler os lascivos pensamentos dançando através de sua mente.
Seu olhar passou de sua boca para descer por seus seios e se deixou cair até seus quadris, que se balançavam provocativamente com seu fácil caminhar. O ar da sala pareceu de repente não ser suficiente.
Que diabos estava errado com ele?
Nunca tinha tido essa reação com uma mulher como esta, e certamente não com uma mulher como Sunni. Era deliciosa... Não, não “irritante” essa era a palavra. Irritante e desesperadora. Resumia à pequena
vampira. Ele estendeu a mão para afrouxar sua gravata. Sua reação a ela era simplesmente uma combinação de necessidade de alimento e falta de descanso. Sim, isso era tudo. Umas poucas horas de sono e uma
ronda rápida poria seu mundo direito uma vez mais.
Lutando por uma atitude fresca, ele fez uma expressão de aborrecimento em seu rosto quando forçou seu olhar a sustentar o dela uma vez mais.
— Que espécie de favor seria esse? — Perguntou ele.
— Jennifer enviou isto a você — De trás da volumosa saia, tirou um de envelope de tamanho médio —Sabia que me dirigia aqui e me perguntou se podia dar isso
Alexandre amaldiçoou em silencio a sua velha amiga enquanto tomava o que oferecia. Jennifer sabia que Sunni o incomodava como o inferno em um bom dia, o que definitivamente não era certo. Os olhos dela
brilharam com secreta diversão enquanto chegava ao beira da mesa e se inclinava, oferecendo uma visão de seu decote enquanto entregava o envelope a ele.
— Obrigado — Ele tomou e obrigou a seu olhar a afastar-se de sua escura fenda. Esteve esperando esta informação, desde que recebeu notícias de sua chegada. Tratou de ignorar à criatura deliciosa diante
dele quando abriu o envelope e tirou uma folha de papel dobrada e várias fotos. Um rápido olhar disse que as fotos não eram de muita qualidade. Embora difusas e confusas, reconheceu as feições de Casio
peã, a mulher que tinha traído o Conselho de Anciões ao lado dos vampiros de Mikhail em uma tentativa por derrocar o governo de Alexandre.
A dor sempre presente na parte posterior de seu pescoço esteve ali uma vez mais, enquanto olhava o impreciso rosto de sua uma vez co-conselheira e amante. Com as feições distintivas de ascendência do Meio
Oriente, Cass era inteligente e carismática, uma excelente conversadora e assombrosamente bela.
Seu cabelo grosso e escuro se amontoava em sua cabeça com uns risos pequenos que permitiam escapar alguns cachos contra sua esbelta garganta. Com profundos olhos castanhos emoldurados por pestanas de fuligem
e uma figura com curvas geralmente coberta pela mais fina seda, era uma mulher muito deliciosa de ver e uma antiga vampira que temer.
Também era ardilosa e intrigante como só uma mulher poderia ser. Maldita fosse a negra alma dela.
Ele pôs a foto no envelope de novo e procurou nas demais. Todas eram ou de Cass ou do revenant imortal Miles. Como uma das criações de Mikhail, havia-se comentado que ele tinha estado viajado com Cass
no último mês ou assim, agindo como seu ajudante pessoal. Era inteligente e desumano, um adversário de que teria que cuidar-se. Também era o guardião do diário de Elisabeth, um tomo procurado por todos
no mundo sobrenatural.
Passou pelas fotos uma vez mais, tendo em conta que todas elas que se tomaram em Viena. Nada novo. Ela tinha estado tranquila as últimas semanas, enquanto que Miles se viu em várias partes da Áustria e
as montanhas dos Cárpatos.
Deixou cair as fotos em seu colo e abriu a nota para analisar seu conteúdo. Val e Shai atualmente estavam em Viena atrás da pista de Cass. Segundo a nota rabiscada apressadamente, ambos tinham perdido
Cass e Miles fazia uns dias. Ele franziu o cenho. Esses dois poderiam estar em qualquer parte do mundo dentro em vinte e quatro horas.
— Maldição — Murmurou ele.
— Problemas? — Uma doce voz soou em seu ouvido.
A cabeça de Alexandre se levantou e se surpreendeu de encontrar a seu lado de pé Sunni. Seu perfume brincava em seu nariz, enviando uma onda de calor a seu eixo a través de seu corpo. O calor de sua pele
se irradiava contra seu braço enquanto ela se aproximava.
Ela tinha se alimentado recentemente, dando a característica a sua pele de ruborizada e o calor de um ser humano vivo. Ela lambeu os lábios e ele sentiu sua presença sensual como nunca antes. Seu fôlego
ficou apanhado em sua garganta enquanto ela se movia, com seu fôlego suave em sua bochecha.
Ela ia dar um beijo!
Ele se afastou e depois se congelou quando ela se aproximou, os anéis de prata de seus dedos brilharam enquanto ela os punha em seu colo.
OH, não.
A última coisa que ele queria que ela visse era a evidência de sua excitação. Se alguma vez descobrisse o muito que sua presença o afetava fisicamente, nunca se desfaria dela.
Então se deu conta que ela só queria alcançar as fotos de seu colo.
Meio aliviado, meio decepcionado, agarrou-a pelo pulso. Empurrando-a longe, ele a manobrou com cuidado contra a mesa, longe das fotos e de seu colo.
— Não há problema que não possa dirigir — Suas palavras saíram mais bruscamente do que ele tinha planejado.
Ela pôs suas mãos na beira da mesa e, para sua surpresa, sentou-se na superfície polida.
— Sua reação certamente indica que há um problema — O olhar dela cor verde suave se fixou em seu rosto como se metesse em sua memória.
— Engana-se.
Preocupado por sua cercania, reuniu as fotos e se dispôs a levantar-se. Ela cruzou as pernas e ouviu o suave tinido dos sinos. Ele olhou para baixo e alcançou a ver seus magros tornozelos, apenas visíveis
sob a barra da saia. Com uma tornozeleira dourada finamente lavrada com uma fileira de sinos pequenos estava ao redor de um deles.
Uma onda de desejo o invadiu, deixando-o tão tonto que teve que afastar o olhar. Não se atreveu a mover-se, sobre tudo porque sua ereção diria a ela exatamente que efeito tinha sobre ele. Apanhado por
seus rebeldes impulsos, deixou cair as fotos em seu colo, esperando que fossem suficientes para tampar a traição de seu corpo.
— Mmm — Ela começou a mover a perna, o som dos sinos o fez apertar os dentes — Suponho que porque era de Val a notícia se trata de Cass?
Alexander franziu o cenho, irritado com ela e com ele. Moveu-se, tentando aliviar a dor de sua virilha.
— O que sabe você da situação?
Ela encolheu os ombros.
— Provavelmente mais que qualquer espectador. Mikhail invocou a Lei dos Sete e te desafiou diante o Conselho. Para ajudar a sua causa, aliou às pessoas que eram sua mão direita, os vampiros Edward e Cass,
por isso desocuparam dois postos no Conselho. A oferta de Mikhail por sua posição se viu frustrada quando se encontrou com o Mac... Um druida com muito talento pelo que entendo.
Ela se inclinou para frente e baixou a voz.
— Se comenta que Mikhail foi cegado em batalha. Desde que perderam, Edward, Cass e Mikhail estiveram fugindo os últimos quinze meses. A maior parte do mundo sobrenatural os está procurando, mas você está
decidido a encontrá-los primeiro.
— Para um espectador parece estar muito bem informada.
Sunni se endireitou e deu um sorriso brilhante.
— O que posso dizer? — Ela encolheu os ombros — Estou atenta e presto atenção.
— Assim parece. Entretanto, a única coisa que esqueceu mencionar é que Edward está morto, assassinado no outono passado.
A expressão dela se voltou pensativa.
— Eu não tinha ouvido isso. Então agora está procurando os outros dois?
Cass, Mikhail, Miles, o diário, e algumas centenas de seus seguidores, mas não era de sua incumbência.
Ele assentiu.
— Algo como isso.
— Pode ser que seja capaz de te dar uma mão com isto.
— Seriamente? — Ele engoliu uma risada, lutando por manter seu nível de tom. Não podia imaginar nada nela pudesse ajudar a ele — Como é isso?
— Bom, em caso de que não tenha se dado conta, sou uma mulher — Ela se inclinou e ele captou outra baforada de seu perfume — Pode ser que seja capaz de te dar uma certa informação valiosa sobre o que Cass
fará e a aonde irá.
Alexandre não pôde conter seu bufo de risada e o cobriu com uma tosse enquanto seus olhos se estreitavam perigosamente. Ele clareou garganta.
— Obrigado pelo amável oferecimento, Sunni. Sem dúvida o terei em conta se chegar a requerer seu… Talento particular...
Um olhar ferido estava nos olhos dela, recuou, deixando cair seu olhar.
Maldição, por que sinto como se acabo de chutar um cachorrinho?
— Sunni…
— Eu o vi — Ela assinalou a fotografia superior de seu colo.
Ele olhou para baixo e viu que estava apontando a uma foto clara de Miles.
— Onde o viu?
— Aqui em Nova Orleans.
Afogou o impulso de gemer. Isso era simplesmente genial. Ela estava tão decidida a ajudá-lo que estava vendo coisas. Não havia maneira de que Miles ou Cass estivessem em sua cidade. Como presas, seria
muito perigoso para eles. Eles sabiam que ele estava atrás deles.
Ele olhou para cima.
— Sunni…
— Foi faz uns dias, suponho — Ela franziu o cenho — Não recordo com certeza. Talvez três dias? Fui recolher um pouco de alfena e roupa e estava parado junto à fonte do Plaza Jackson.
O olhar dele se voltou para a foto uma vez mais. Sunni poderia estar certa? Estaria Miles aqui, em Nova Orleans? Ele a levantou e debaixo dela havia uma foto imprecisa de Cass e ali, a seu lado nas sombras
no palácio Grassi, estava a figura descomunal de Miles. Ele a volteou para olhar a data. Nove dias antes, estiveram todos juntos em Veneza. Ele procurou em todas as fotos para ver a data. Nenhuma das outras
os mostrava juntos, só essa. Seguiriam juntos?
Olhou a Sunni e levantou a foto mais clara de Miles.
— Está segura de que era ele?
Ela assentiu com expressão séria.
— Sim. Não me enganei… É enorme.
— Havia alguém com ele?
— Não que eu o visse. Era tarde e a rua não estava muito concorrida. Estava de pé junto à fonte, olhando a seu redor como se estivesse esperando a alguém. Eu só me dei conta porque é um revenant — Ela
sorriu — Sou melhor captando-os.
As chances eram, que se Sunni estava certa se Miles estivesse aqui, então Cass estava com ele. Mas por que teriam vindo a Nova Orleans? Ambos sabiam que ele e vários outros anciões viviam aqui e ao redor
da cidade. Sem dúvida sabiam que estavam sendo perseguidos. O Conselho tinha girado uma sentença de morte pela traição de Cass.
Por agora, Miles não tinha sentenças sobre ele, mas suas transgressões aumentavam com cada dia que passava. O que poderiam esperar obter mediante sua introdução em sua cidade?
— Quem é ele? — Sunni arrancou a foto de Miles de seu alcance.
— Um velho conhecido — Ele recuperou a foto antes que ela pudesse conseguir dar uma boa olhada.
Ela tomou a seguinte, uma em primeiro plano de Cass tomada vários dias antes de a foto com Miles.
— Quantos anos tem?
Alexandre recuperou a segunda foto e abriu a gaveta da mesa central.
— Não é muito velho — Recolheu tudo, todas as fotos, a carta e a documentação que tinha estado examinando antes de sua chegada, meteu-a na gaveta e depois a fechou, a salvo de seus olhos curiosos.
— Há algo mais que necessite? — Levantou-se da cadeira.
— Ele está misturado com Mikhail e Cass?
Ela se moveu da mesa, com sua saia acariciando suas calças. De pé tão perto dele, foi uma vez mais assaltado pelo calor de sua pele e o aroma delicado de seu perfume. Ele apertou os dentes em sinal de
frustração. Ela era enlouquecedora. Tinha tido muitas vezes que restringir a si mesmo de alimentá-la. Fixou-se nela como um homem em uma mulher formosa em várias ocasiões, depois ela estragava a ilusão
por abrir a boca e irritá-lo como o inferno. A parte lógica de seu cérebro sabia que Sunni nunca poderia mantê-lo satisfeito como casal e uma relação com ela se voltaria um desastre para os dois.
Seu trabalho como ancião e chefe do Conselho era olhar pela saúde e o bem-estar de todos os seres sobrenaturais. Independentemente de como se sentia, não queria Sunni em qualquer lugar perto dele quando
o açougue começasse. Ele faria tudo em seu alcance por evitar a iminente batalha, mas era inevitável. Cass e sua índole se encarregariam disso.
Seu implacável caráter suprimiu seus caprichosos desejos. Seu posto o requeria.
— Não, não está misturado com eles — Moveu-se a seu redor.
— Então por que está em uma foto com ela? — Ela deu um passo em seu caminho. Seu olhar era direto, pôs suas mãos sobre seu peito para evitar sua fuga — Está mentindo.
Ele agarrou seus pulso com as mãos. Um choque irradiou através de suas palmas com a sensação de sua pele contra a sua.
— Isto pode ser uma grande surpresa para você, Sunni, mas não é teu assunto. — Ele tirou com suavidade suas mãos e a empurrou de novo antes de dar um passo.
— É de minha incumbência se tratar do Conselho — Ela se moveu para interceptá-lo, cruzando os braços sobre seu peito — Sou um vampiro e o Conselho supõe-se que representa a todos os habitantes das Sombras.
Se este homem for procurado pelo Conselho então, como cidadã, tenho direito a saber.
Ele lutou contra o desejo de revirar seus olhos. Ela era, sem lugar a dúvidas, a mulher mais exasperante com a que tinha estado.
— Em primeiro lugar, não é uma pessoa procurada e temos pouco interesse nele, só em Cass. Em segundo lugar, não fica grande parte do Conselho neste momento. Só Fane e eu ficamos.
— Diz-se que Val sairá em defesa de Cass e pediu Quinn assumir o cargo vago pela morte de Bliss.
Maldição, Quem a estava informando?
— Essa é uma possibilidade, mas até o momento, não há nada decidido.
— Alexandre…
Ele levantou a mão para deter sua maré de palavras. Sua paciência tinha chegado ao final e já era hora de tirar com luvas de seda à pequena loira irritante.
— Olhe, agradeço seu interesse, mas agora tenho as mãos cheias com esta e outras questões. Tudo está sob controle e não há nada do que você tenha que preocupar-se.
— Não há nada que possa preocupar minha cabecinha, isso é o que você quer dizer? — Os olhos dela se entrecerraram enquanto colocava suas mãos nos quadris — Só quero ajudar, assim por que não me deixa?
Poderia ser capaz de encontrar a esse homem. Em realidade, sou muito sigilosa e.
Ela se moveu para trás e seu pé ficou apanhado na barra de sua saia, o que a fez tropeçar. Começou a agitar os braços, deu um grasnido e chegou à mesa para deter sua queda. Antes que pudesse pensá-lo,
a mão de Alexandre saiu disparada e agarrou seu braço, puxando-a em posição vertical. O calor de sua pele chamuscou sua palma enquanto uma sacudida de consciência se disparava em seu braço. Picado, ele
a soltou e deu um passo atrás.
— Já o vejo. Graciosa, também — Ele estremeceu por dentro com seu tom sarcástico. Que diabos acontecia com ele? Ele nunca cedia a suas emoções, especialmente quanto a seus cidadãos se referia.
A expressão dela se tornou irritada.
— Foi um acidente e pôde ter acontecido a qualquer.
— Qualquer pessoa com uma saia que é muito longa, Quer dizer? — Maldição, aí vou de novo.
Ela pôs os punhos pequenos em seus quadris e inclinou a cabeça para um lado.
— Desde quando é policial de moda? Provavelmente possui vinte trajes, todos da mesma cor e estilo. Negros — Ela soprou — Isso é original.
Ele deu um suspiro exasperado.
— Olhe, agradeço que tenha trazido o envelope — Ele a conduziu para a porta, resistente a tocá-la, mas desesperado por afastar-se dela antes que fizesse algo imperdoável, como beijá-la. Ou estrangulá-la.
Ambas eram possíveis nesse momento.
— Tenho que te pedir que vá. Tenho muitos temas que preciso atender a toda pressa depois e realmente não necessito nenhuma ajuda neste momento. Se o fizer, sem dúvida me porei em contato com você.
Ela deu um passo ao lado, com sua expressão a distância. O calor e o fogo que tinham habitado seus olhos enquanto tinha entrado na sala eram agora mais que uma lembrança. Seu olhar frio deu calafrios a
sua pele gelada.
— É obvio que sim. Enquanto que a tarefa requeira, como dizê-lo “meu talento especial”, acredito? — Ela deu a volta para sair da biblioteca — Não me vigie, Alexandre. Não sou uma menina e sou totalmente
capaz de me cuidar de mim mesma.
— Sunni — A seguiu enquanto entrava no corredor.
Ela não fez conta. Abrindo a porta de entrada, fugiu na noite de Nova Orleans em uma rajada de cor e sinos. A porta se fechou atrás dela.
Ele deixou cair a cabeça, fixando seu olhar na ponta de seus lustrados sapatos.
O silêncio o rodeou, quebrado só pelo tique taque do relógio de pêndulo do canto da sala.
Maldição.
Capítulo 2
— Não está funcionando — Sunni tirou a língua pela comissura de sua boca enquanto completava um agradável percurso pelo pescoço do pavão. O tubo de hena se moveu ao longo da pele de Malve em um processo
lento, em um arco prático, deixando a massa espessa para marcar no caminho. A tatuagem mehndi[1] foi tomando forma, o pavão chamaria a atenção quando estivesse completo. Só o bico e as plumas da cauda
ficavam por terminar. Ela trocou sua posição e começou a delinear o bico — O que acha que devo fazer?
— Seduzi-lo…
A mão de Sunni se sacudiu. Um som de irritação escapou enquanto o movimento inesperado deixo uma mancha de henna no lugar errado. O bico agora tinha um ponto definitivo no centro. Genial um pavão com uma
fenda no bico adornaria a sua amiga. Ajustando o tubo, em uma pequena mesa, tomou um pedaço de algodão para corrigir o bico deixando-o cair na alfena antes que pudesse manchar a pele de Maeve.
— Alexandre não me parece como um homem que possa ser seduzido —Sua amiga, Jennifer Beaumont, deitada de barriga para baixo em uma poltrona de massagem acolchoada a uns metros de distância. A alfena marcava
seu ombro esquerdo em um padrão de sol e lua.
— É um homem, não? — Maeve perguntou — Se tiver o equipamento necessário e com apropriada persuasão sexual, pode ser seduzido.
— OH, estou segura de que tem equipamento essencial. É simplesmente muito... Formal. O perfeito cavalheiro, como você possivelmente diria — Jennifer sacudiu a cabeça quando alcanço sua taça de vinho —
Conheço-o há anos e nunca o vi inclusive olhar uma mulher.
— Talvez seja gay — Ofereceu Maeve. Sunni se pôs a rir.
— Não é gay, só é reservado — Ela recuou para inspecionar seu trabalho limpo. Parecia muito melhor, como um bico real.
— Muito reservado — Jennifer esteve de acordo.
— É gay — Maeve alcançou sua taça de vinho.
— Deixa de se mover — Sunni deu um golpe em seu ombro com um dedo — Não é gay. Talvez seja tímido?
— Oh! Nossa, provavelmente, seja tímido — Jennifer assentiu. Maeve emitiu um bífido de incredulidade.
Sunni deixou cair o algodão a uma lata de lixo e se inclinou sobre sua amiga pelas costas uma vez mais. Recolhendo o tubo, continuou com o toque final no bico e no pescoço.
— Faz uns trinta anos houve rumores dele com uma mulher — Refletiu
Jennifer.
— Com quem? — Perguntou Maeve.
— Não vai acreditar isto, mas foi com a Casio peã…
Sunni afogou um gemido enquanto abria o bico uma vez mais. Uma irritação passou através dela. A próxima vez, não falaria durante o trabalho.
— Sério? — Maeve pôs-se a rir — Não conheço o Alexandre absolutamente, mas é um casal pouco provável, se me perguntar isso.
— Para mim também. Mac o mencionou uma vez que tinham durado pouco e tinham terminado de forma amistosa. Romperam quando ele subiu ao Conselho. Conhecendo o Alexandre, certamente decidiu que não era apropriado
ter sexo com um membro do conselho.
Sunni apertou os dentes enquanto o ciúmes queimavam debaixo da pele. Se Jennifer estava correta e Alexandre tinha tido um romance à margem da lei, essa era uma razão mais para odiar à encantadora Cass.
— Sigo pensando Sunni que precisa tentar seduzi-lo — Disse Maeve.
— Em realidade nunca tentei seduzir a um homem.
— Esse é o problema. Tem que aprender como fazê-lo, minha querida — Jennifer tomou a garrafa de vinho.
— É mais fácil dizê-lo que fazê-lo — Sunni encolheu os ombros — Nunca fui o tipo de mulher sedutora.
Maeve negou.
— É uma mulher. Pode aprender.
— Bom, não o obtive ainda. Cresci no século XX. As mulheres estranha vez votavam e muito menos seduziam aos homens.
— Quando chegou a ser um vampiro? — Jennifer voltou a encher seu copo e depois o de Maeve.
— No ano de mil novecentos e trinta e oito, tinha vinte e cinco anos. Maeve soprou.
— Vinte e cinco anos e era virgem?
— Eram outros tempos.
— Brinca — O tom de Maeve era irônico — O que ocorreu com os anos sessenta? Não aprendeu a dirigir aos homens na era do amor livre?
— Bom, não. Era a época do amor livre, mas não estava muito livre nele. — Sunni jogou o cone de henna vazio no lixo e tomou um novo. Recortando a ponta com um pequeno par de tesouras, começou a detalhar
outra pluma — Simplesmente não parecia... Bem, suponho. Queria algo mais que a emoção do acoplamento.
Maeve moveu a cabeça, com sua cara com incredulidade.
— Quer dizer que nunca teve sexo?
— Maldição, Maeve — Sunni se aproximou e empurrou a sua amiga de novo a sua posição anterior — continua se movendo e o pavão se verá como uma galinha depenada — Ela tomou outro pedaço de algodão para reparar
a pluma danificada.
— Teve-o? — Jennifer a pressionou.
— Eu nunca disse isso — Ela deixou cair o algodão no cesto de papéis e tomou outro — Não sou virgem. Como poderia ter permanecido casta há mais de sessenta anos?
— Não muito fácil — Maeve arrastou as palavras.
— Está bem Sun — Jennifer colocou seu copo sobre a mesa de fornecimentos mehndi — O que quer conseguir com esta sedução?
Incômoda, Sunni encolheu os ombros. Mal podia recordar um momento em que não tivesse estado apaixonada por Alexandre. Desde dia que se haviam conhecido em 1947 quando ele a tinha resgatado de uma morte
horrível pelo sol, tinha estado loucamente apaixonada por ele.
Ela franziu o cenho. Definitivamente havia algo patético em estar apaixonada pelo mesmo homem por muitos anos e nunca ter feito um movimento. Ele mal sabia que existia, e era sua própria culpa. Tinha sido
em grande parte por ser uma covarde e não ter feito nenhum movimento. Até agora.
Ela descartou o algodão e se endireitou. Tinha chegado o momento para que ela reunisse coragem e tentasse com ele de uma vez por todas.
Respirou fundo falou rapidamente.
— Quero uma relação com o Alexandre ou exorcizá-lo de minha vida para sempre.
— Uma relação? — Maeve perguntou — Quer uma relação com ele?
— O que tem de mau nisso? Você está em uma neste momento — Jennifer sorriu — Quinn domesticou sem dúvida a ira da mulher que estava dentro de você, querida.
Maeve suspirou, com seu tom de sonho.
— E depois algo mais.
— Voltemos para problema de Sunni — Jennifer a olhou — Conhece o Alexandre, terá que ser sutil.
— continuo pensando que é gay — Se queixou Maeve.
Jennifer não fez conta.
— Terá que tomá-lo por um assalto. Seduzi-lo, mas o fazer pensar que foi ideia dele. Um assalto sutil, mas implacável a seus sentidos.
Sunni mordeu os lábios enquanto contemplava a ideia. Poderia seduzir Alexandre?
Não em um milhão de anos... Ela negou.
— Não soa como algo que eu possa fazer.
— Se quiser algo com a suficiente força — Disse Jennifer — Então fará tudo para consegui-lo.
— Trata de aparecer nua. Isso parece funcionar na maioria dos homens — Disse Maeve — Depois disso, o de entrar em sua cama será a parte mais fácil.
— Não sei como — Se lamentou Sunni, tentando não bater com o pé — Eu acabo de dizer garotas minha educação nesse campo.
— Isso é um eufemismo se alguma vez ouvi um — Disse Maeve.
— Não está ajudando — Disse Jennifer. Maeve revirou os olhos.
— Temos que chegar a um plano — A expressão de Jennifer se voltou pensativa — Vamos pensar nisto. O que atrairia um homem como Alexandre de uma mulher? Qual seria o valor potencial de uma parceira?
— Bom, se tinha uma relação com Cass, joguemos uma olhada a ela. Exceto pelo mau julgamento e a inclinação pela traição, que qualidades positivas possui? — Disse Maeve.
— É formosa — Sunni tomou o tubo de henna e se voltou para aplicar a si mesmo e completar o pavão.
— Muito. Mas você também é — Jennifer olhou a curta cabeleira loira de Sunni. — É como a luz enquanto ela é escuridão.
— Cass é muito formosa. Fina — Maeve estendeu sua mão e contou enquanto falava — E Inteligente.
— Também é nossa Sunni. Apesar que ela tenta ocultar-se em livros grandes — Jennifer assentiu para o magro volume de Rimbaud meio escondido debaixo de uma toalha — Não posso imaginar por que faz isso.
Sunni agachou a cabeça. Como quando era menina, sua mãe tinha dado a ideia de que aos homens não gostava das mulheres inteligentes. Embora sabia que não era certo, os hábitos arraigados eram difíceis de
deixar de lado.
— Ele me parece uma pessoa que aprecia a sutileza de uma mulher —Ofereceu Maeve.
Jennifer assentiu.
— Isso é quase o último que sou — Sunni recuou para admirar sua obra. Uma pluma mais e teria terminado.
— Teremos que trabalhar nisso — Disse Jennifer.
—Não, não temos que trabalhar em nada — Ela assinalou a coluna da pluma elegantemente, seguindo a coluna vertebral de Maeve.
Em circunstâncias normais não gostava de nada mais que perder-se em um desenho Mehndi. Os padrões tradicionais da Índia eram seus favoritos, mas gostava da mão livre de desenho que seus clientes frequentemente
solicitavam. Por desgraça, com suas duas amigas na loja e a espiral descendente de sua última conversa, não havia maneira em que pudesse perder-se na criação de seu desenho neste momento.
— Já o tenho — Jennifer se sentou balançando as pernas magras ao lado de a mesa.
— O que? — Maeve levantou a cabeça, obrigando Sunni a empurrá-la para baixo uma vez mais.
— Terá que fazer-se indispensável. Alexandre valora os objetivos, a lógica e a inteligência por cima de todo o resto, inclusive da beleza. É um homem de ciência. Esse é o idioma que fala.
Um tremor de emoção se acendeu no estômago de Sunni. Esse poderia muito bem ser a resposta a seu dilema. Sim podia fazer-se indispensável para Alexandre, talvez então a olhasse como algo mais que a uma
mulher tola, com mais cabelo que sentido. Sabia que era inteligente, mas agora tinha que fazer que ele notasse esse fato.
Ela assentiu.
— É possível que esteja em algo… Maeve negou.
— Não estou de acordo. Sunni definitivamente não é uma mulher de ciência. É mais como uma garota de natureza. Sem ânimo de ofender, minha querida, mas não pensa antes de falar e nunca olha antes de saltar…
Ferida, Sunni se endireitou.
— Isso não é certo — Atirou o cone no cesto de papéis — Penso antes de falar. Simplesmente opto por não censurar a mim mesma.
— O que dá às pessoas a impressão de que é um pouco frívola... — Respondeu Maeve — Acaba de ilustrar meu ponto.
— Sim, bom... Há pessoa que não sabe como divertir-se — Sunni se separou da mesa de massagem, com o pavão completo — Agora não se mova. Tem que permitir que isto se seque antes de que se levante.
Maeve levantou a cabeça.
— Quanto tempo tenho que estar aqui?
— Pelo menos três horas.
— Tenho que ir ao banheiro — Se queixou.
Sunni lançou um olhar apontando à taça e à garrafa de vinho quase vazia.
— Devia ter pensado nisso antes de beber todo o vinho. Além disso, isso é o que te passa por me chamar frívola — Ela sorriu enquanto Jennifer e Maeve explodiam em gargalhadas quando seu cenho se aprofundou.
A vingança era doce, de fato.
A noite de Nova Orleans o rodeou como uma manta úmida.
Alexandre aspirou o ar denso, perfumado com o mar e o golpe de humanidade no Bourbon Street.
Os vestidos brilhantes das multidões se moviam ao longo da legendária rua, que se tinha bebido furacões e que tinha participado da mistura eclética da música, que brotava dos clubes noturnos dispersos
ao longo da avenida.
O Mardi Grass[2].
Não havia nada igual no mundo. Bêbados dançando nas ruas, com as mulheres piscando seus seios em fileiras de contas baratas. Eram baratas, de mau gosto e de más maneiras.
Era bom estar em casa.
Se moveu pela rua, entretecendo-se entre os grupos de turistas desconcertados que assistiam às festas e às bebedeiras. Normalmente encontrava um lugar para observar, sem ser visto. Nada o intrigava mais
que a humanidade e se considerava um estudioso de tais criaturas. Como um vampiro de centenas de anos, mal recordava como se sentia ser mortal. Algumas lembranças estavam apanhadas em sua mente, como o
calor do sol em sua pele, como a sensação de comer mantimentos, dos efeitos embriagadores de uma garrafa de bom merlot.
Mas agora isso era tudo o que eram, meras sombras em sua memória.
Mediante o estudo da humanidade, entretanto, mantinha um tênue controle sobre seu sentido de si mesmo.
Entretanto, esta noite não tinha tempo para ficar.
Saiu à rua para evitar a um par de bêbados que se cambaleavam pela calçada.
Dando um passo atrás no caminho, continuou, fazendo pouco caso das vitrines de cores brilhantes e da música estridente. Mulheres mal vestidas dançavam nas janelas de uma discoteca, tratando de atrair aos
homens para entrar, e apenas deu uma olhada.
Raphael o estava esperando e Alexandre só podia esperar que o jovem vampiro tivesse a informação que tinha estado procurando. Nas últimas vinte e quatro horas, duas mortes inquietantes tinham ocorrido
na cidade. Ambos os vampiros, cada um menor de quinze anos vampíricos, tinham sido encontrados mortos, com seus corpos carbonizados mais à frente reconhecimento. Até o momento, nada tinha surgido quanto
à causa de sua morte. Tinham sido assassinatos? Ou suicídio? Ou Algo mais?
Alexandre reprimiu sua frustração pelo pouco que sabia da situação. Jovens vampiros de ruas se mostravam resistentes a dar informação a um ancião como ele e essa era a informação que necessitava para chegar
ao fundo da situação. Sem Raphael, ele sabia que seria entrar em situação às cegas. O jovem vampiro podia reunir informação que alguns outros não podiam apesar de ter vivido em Nova Orleans toda sua vida
de vampiro. Certamente, podia obter informação que Alexandre não podia.
Uma sensação peculiar, não muito diferente a de uma corrente baixa tensão, ondulou através de sua pele, que o fez deter-se. Levantou a cabeça e procurou na zona com seus sentidos de vampiro. O ruído da
Rua Bourbon desapareceu um segundo plano enquanto se concentrava.
Outro vampiro estava perto.
Um pedestre desventurado se chocou contra ele por trás e Alexandre nem se alterou.
O homem cambaleou a seu redor, murmurando em voz baixa com voz arrastando as palavras enquanto continuava pela rua.
Alexandre procurou na zona para localizar a localização do vampiro, com seu olhar detendo-se em uma iluminada loja na rua. As letras negras douradas estavam rabiscadas na parte dianteira:
S S Desenhos
Artistas da tatuagem e Mehndi.
O vampiro se encontrava dentro.
Entrou na estreita rua, congestionada e se dirigiu à loja. Olhando através da janela, procurando na sala, com os olhos reduzindo-se à medida que ele encontrava-a.
Sunni.
Olhou pela janela outra vez e tomou nota das letras menores, Sunni e Sasha, proprietárias e deusas residentes.
Ele franziu o cenho e voltou sua atenção às ocupantes da pequena sala. Sunni usava outra saia de aspecto desarrumado, desta vez com a clara cor rosa formando redemoinhos com nervuras de cor cinza. Um Top
combinando de cinza completava seu conjunto. Estava sentada na borda de uma mesa de massagem, balançando seus pés descalços enquanto falava com um homem enorme, tatuado, sentado no que parecia uma cadeira
de dentista. Outra mulher estava junto a ele, com uma tatuagem centrada em seu ombro direito.
Os cabelos dourados de Sunni brilhavam com a luz e ela fez um gesto com as mãos enquanto falava, com expressão animada, com seus olhos faiscantes. Suas unhas estavam pintadas de cor rosa. Seus dedos estavam
nus de seus anéis salvo um no dedo indicador esquerdo, a joia era de cor vermelha sangue.
O cliente, um homem de grande tamanho sorriu e disse algo que causou que Sunni gritasse de risada, com todo seu corpo vibrando de alegria.
Os sons agudos de sua alegria chegaram a seus ouvidos através do vidro. Viu como ela inclinava a cabeça para trás, expondo sua garganta suave a seu olhar antes de dobrar-se. Uma das primeiras coisas que
tinha visto em Sunni era sua propensão à risada. Ela estava quase sempre alegre e ria com todo o corpo atravessando-a. Não havia passado muito tempo com ela, mas tinha perdido a conta do número de momentos
em que a via encurvada de alegria.
Viu como ela se sentava em posição vertical, com seus olhos dançando. Ela umedeceu os lábios e ele apertou sua virilha. Perguntou-se se teria limites na cama.
Abaixo, moço.
Irritado, separou-se da janela e continuou pela rua, com sua pernada larga enquanto chocava com os ombros dos bêbados em seu caminho.
O que tinha ela? Sunni não era nada do que procurava em uma mulher. Era loira e ele gostava do cabelo escuro. Era pequena e ele preferia as mulheres altas, esculturais. Não parecia ser terrivelmente brilhante;
ele admirava a inteligência. Tinha o costume de rir enlouquecedoramente de tudo, inclusive de si mesma. Para ela, tudo era divertido. Era estranho que a tivesse visto completamente séria. E o mais irritante
de tudo, nunca se acalmava. Inclusive suas joias eram ruidosas.
Ultimamente tinha estado pensando em ter outro namorico. Havia passado nisso comprido tempo. Haviam passado muitos anos desde seu enlace malogrado com Cass. Ele apertou a boca. Isso se tinha convertido
sem dúvida em um grande engano, devido a ela o tinha traído da pior maneira possível. Ela sabia muito a respeito dele e quase tinha conseguido sua queda e a do Conselho. Nunca voltaria a abrir seu coração
e o que era mais importante sua mente a outra mulher.
Inclusive se decidia que era hora de procurar uma companheira, não seria uma vampira e certamente não seria Sunni, inclusive se ela fosse a última pessoa no planeta. Era proprietária da metade da sala
de tatuagens pelo amor do céu. Por não mencionar o fato de que nunca ia vestida corretamente. Para ele, parecia como se seu mantra fosse a de entre menos roupa, melhor.
Não era que importasse seu traje do ponto de vista masculino. Como homem sem dúvida apreciava a visão de suas pernas, da carne cremosa de seu estômago, do oco da sombra entre seus seios. Entretanto, não
considerava a possibilidade de uma relação com uma mulher que evitava os sapatos, como ela obviamente fazia.
Por outra parte, era tão sexy como nenhuma outra mulher que tinha conhecido em sua vida. Com cada movimento fazendo alusão a sua sensualidade primitiva. Se comportava na cama como o fazia quando punha-se
a rir, com um prazer descarado, seria uma força em ter em conta. As imagens de seu corpo esbelto, nu em seus braços, encheram sua mente. Uma rajada de luxúria o fez cambalear e deter-se por completo.
Ele piscou, olhando a seu redor como se tivesse despertado de um sonho profundo. Onde diabos estava? Deu a volta ao redor e ficou atônito ante os sinais da rua. Maldição, havia passado por dois blocos.
Irritado, começou a retornar por onde tinha vindo. Tinha estado tão absorto em seus pensamentos sobre Sunni que Cass poderia ter caminhado atrás dele e o teria podido tirar da cabeça sem que ele estivesse
consciente de sua presença.
Decididamente, empurrou todos os pensamentos de sua irritante pequena loira fora de sua mente. Ela não era mais que um problema e tinha bastante destes como estava. Os vampiros estavam morrendo em circunstâncias
misteriosas e ele tinha que descobrir por que, antes que houvesse mais vítimas.
Chegou à rua em que precisava dar volta e imediatamente sentiu a outro vampiro na cercania.
O pulso era fraco como de um sobrenatural muito jovem. Tinha que ser Raphael. Agora não era o momento para refletir sobre uma relação física com uma mulher, tinha deixá-la sozinha. Ele tinha obrigações.
Capítulo 3
Que demônios estava fazendo?
Sunni se agachou atrás de um grupo de jovens quando viu chegar Alexandre a uma parada no centro da calçada. Olhou ao seu redor como se estivesse confuso. Sua expressão se voltou irritada quando deu a volta
e continuou de novo pelo caminho que tinha transitado momentos antes. Teria perdido seu destino? Como se não houvesse estando prestando atenção.
Esquivando-o atrás de sua coberta de um ébrio, ela se aproximou até a rua em uma tentativa por manter-se diante dele, não querendo que permitisse vê-la se podia evitá-lo. Se ele a apanhasse, sua irritação
não teria fim.
Ela entrou em uma porta embutida, com seus braceletes dourados fazendo um timbre suave e musical, enquanto se golpeavam entre si. Segurando com sua mão a joalheria, ela apareceu pela esquina para ver aonde
estava ele.
Alexandre continuou em sua direção, com sua expressão distante enquanto se movia sem esforço através da multidão.
Isto não tinha mérito, dado que milhares de pessoas enchiam as ruas estreitas. Enquanto se aproximava, ela conteve sua respiração e se encolheu na porta, com a esperança de evadir antes que ele a detectasse.
Ele entrou em sua linha de visão, ou o fez sua manga, quando se deteve olhar pela rua da intercessão, a um escasso metro de seu esconderijo. Depois de uma leve vacilação, ele se moveu fora de sua vista
pela rua a sua esquerda.
Respirando fundo, Sunni saiu da porta. O que estava fazendo ele na Rua Bourbon? Pelo geral se pegava à multidão da Rua St. Charles em advindas que estivessem cheias de elegantes mansões e onde beber publicamente
era mal visto. A vida na Rua Bourbon era baixa, às vezes sinistra, e uma festa sempre estava em progresso.
O lugar perfeito para ela.
Ela sorriu enquanto se aventurava pela rua estreita na busca de Alexandre, deixando atrás as brilhantes luz. Movendo-se com cautela, dirigiu-se a uma esquina de tijolos, com os sentidos alerta por algum
perigo e localizando o homem que estava seguindo.
Embora cheia de lixo pela última festa e alguns casais, procurando provas na intimidade por portas, ela sorteou seu caminho ao redor dos obstáculos da rua, sem perder de vista a sua presa. Seus olhos se
reduziram quando sentiu o pulso de outro sobrenatural, um jovem vampiro para ser exata.
Concentrando-se, procurou na zona. A uns cem metros adiante, uma rua com um beco sem saída em uma piscina débil de luz por um abajur fluorescente. A lâmpada piscou como se fossa acender. No resplendor
fantasmal havia um homem magro. Parecia estar esperando a alguém.
À medida que se aproximava, ela viu seu rosto e imediatamente o reconheceu. Raphael.
O jovem vampiro estava curvado contra a parede de tijolo antigo com a cabeça encurvada, com a postura demonstrando que tinha sido surpreendido pela aparição do Chefe do Conselho de Anciões. Vestido com
calças jeans azuis e uma camisa apertada de morte, com o cabelo loiro recolhido em um grande elegante rabo de cavalo. Seus traços eram agudos, enquanto seu olhar se movia de lado a lado, em desacordo com
sua postura descuidada.
Sendo o ser social que ela era, Sunni tinha se encontrado com Raphael em várias ocasiões. Ele era relativamente jovem, um vampiro ao redor de trinta anos, e era conhecido por seu amor pela música jamaicana
e por sua maneira relaxada. Também era bem sabido que quando se necessitava informação, ele era o homem que a tinha. Sua aparência de moço de boa conduta enganava a muitos e em consequência, poucos duvidavam
falar diante dele.
Alexandre entrou na luz débil, assentindo com a cabeça a Raphael. O vampiro jovem falou mas ela não pôde escutar, já que estava muito longe. Raios, precisava estar mais perto.
Não digam nada divertido sem mim, meninos!
Mantendo suas costas com a parede, ela correu para sua direita. Seus braceletes soaram e ela fez uma careta, uma vez mais envolvendo seus dedos ao redor delas para silenciá-las. Agachou-se atrás de um
contêiner de lixo, ficando de cócoras para inclinar-se para frente, concentrando-se no que estavam dizendo.
— Não ouvi nada a respeito das mortes — A voz de Raphael tinha um claro sotaque de Nova Jersey — Não há rumores, nada de nada.
Alexandre assentiu.
— Mantenha os ouvidos bem abertos. Alguém em alguma parte tem que saber o que está acontecendo.
Raphael olhou de lado ao lado uma vez mais antes de empurrar-se fora da parede. Inclinou-se para Alexandre e falou baixo, como se temesse ser escutado.
— Diz-se que está procurando a alguém.
— Pode ser que esteja…
— E possa que disponha de informação para você a respeito de um vampiro chamado Casiopea e um certo livro em sua posse…
— E eu poderia ter uma recompensa — O tom de Alexandre era seco — Dependendo do certeiro, é obvio.
— OH — Raphael sorriu — Deseja pagar por isso. A senhora foi vista aqui, mas se diz que fica em algum lugar ao norte da cidade. Viaja com um imortal e que ninguém sabe quem é. Ele fica no bairro e não
está em nada bom. Ouvi que esteve adquirindo fornecimentos médicos, seringas, solução salina e narcóticos fortes. Ouvi que está preparando-se para algo grande e que te implica.
— Não me disse nada novo — Alexandre parecia aborrecido — Já tinha recebido essa informação ontem à noite. O único elemento importante que me transmitiu são as atividades extracurriculares do imortal.
A informação tem certa quantidade de valor.
— Isso é tudo o que tenho por agora — Raphael assentiu — Conseguirei mais. Alexandre colocou a mão em sua jaqueta e tirou um maço grande de notas. Pegou vários e os entregou a sua companhia.
Raphael os olhou antes de voltar seu olhar a seu benfeitor.
— Espera, poderia ter outra coisa.
Alexandre se moveu, dando as costas a Sunni, bloqueando o outro vampiro de sua linha de visão.
Ela se retorceu. Maldição. Agora não podia ver suas expressões.
— O que contam é…
Ela estava sendo observada.
A cabeça dela se levantou enquanto sua atenção passava aos dois homens à entrada do beco da Rua Bourbon. Contra luzes brilhantes e os farristas, ela viu uma descomunal e grande figura na rua. Seus olhos
se entrecerraram, enquanto o recém-chegado lentamente recuava até a luz e ela reconheceu o imortal das fotos.
Ela lançou um olhar a Alexandre depois a devolveu a tempo para ver o revenant voltar-se e sair de sua vista.
E agora o que?
Olhou de novo por volta dos dois homens, mas pareciam alheios à presença do imortal, já que ainda estavam enfrascados em sua conversa. Se ela chamasse sua atenção, Alexandre saberia que tinha estado seguindo-o.
Ela mordeu o lábio. Se o fazia, ele nunca a deixaria viver em paz por isso.
Ela se moveu de seu esconderijo e correu para a Rua Bourbon. Tinha que agir com rapidez, já que não tomaria muito tempo perder-se na multidão.
Na rua abundava um caleidoscópio de humanidade vestida em diversas formas. Amaldiçoou à multidão com seu movimento lento enquanto se apressava sobre a calçada, vislumbrando só o homem que seguia. Uma grande
multidão excitada saiu de um clube popular noturno, detendo-a a ela de seu caminho. Em questão de segundos ele foi tragado pela multidão.
— Raios…
Um homem bêbado a empurrou a um lado. Olhando a sua redor ela viu um pôster com uma base larga. Agarrando por mastro, ela ganhou um metro de altura. Fazendo pouco caso dos gritos de uns poucos observadores
ébrios, procurou na multidão.
O olhar dela se fixou na cabeça cor marrom escura do revenant enquanto se movia constantemente através da multidão para a Esplanada.
Peguei-o!
Ela saltou do cabide e se foi, lançando-se através da multidão antes de chegar ao destino, uma mão cálida se enroscou ao redor de seu braço. Ela cambaleou para trás a um peito quente, muito humano. Deu
volta a sua cabeça para ver um estudante universitário intoxicado vestido com uma camiseta da universidade e com aroma de licor sorrindo.
— Hey neném, aonde vai tão rápido? Por que não fica e se une à festa de meus amigos e de mim aqui?
Sunni olhou a seu redor aos outros vestidos de maneira similar antes de baixar o olhar para olhar deliberadamente sua mão em seu braço.
— É assim como lida com as mulheres? — Ela se afastou e se voltou para ele, cruzando seus braços sobre o peito — Me diga, garanhão, Realmente funciona esta técnica?
Ele soltou uma gargalhada e estendeu os braços como se fosse dar um abraço.
— As mulheres me amam, neném. Sou um inferno de amante e te farei te gozar um montão de vezes — Ele tomou sua braguilha e a esfregou sugestivamente enquanto seus amigos gritaram sua aprovação.
Ela revirou os olhos.
— Isso poderia funcionar com uma animadora bêbada possivelmente — Ela deu a volta e se deslizou através da multidão.
— Espera — Ele a agarrou pelo ombro e puxou-a seu redor para que se enfrentasse a ele.
Mostrando os dentes, ela girou.
— Recue, filho de puta — Grunhiu ela. Ela teve a grande satisfação de ver seus olhos ampliar-se quando viu seus pronunciados caninos. Seu copo de plástico cheio de licor golpeou a calçada, salpicando suas
calças jeans quando tropeçou com seus amigos. A umidade se difundiu através de sua virilha e ela pôs-se a rir. Com certeza que ele não estaria tão orgulhoso de seu equipamento agora.
— Amigo, ela necessita um dentista desesperadamente — Um de seus amigos disse em voz baixa.
Ela negou e se afastou, movendo-se com facilidade em torno dos mortais. Normalmente gostava do bulício do carnaval, mas agora se conformaria com menos bêbados tolos nas ruas.
Ao entrar na relativa tranquilidade da porta de uma loja, subiu um degrau para ter uma melhor visão da área. Depois de uma análise rápida, deu-se conta que sua presa não estava à vista.
Maldição.
Seguiu para a Esplanada, procurando nos rostos que passavam. Talvez poderia apanhá-lo em uma avenida com menos gente.
Ela tinha subido apenas cinco degraus quando uma mão fria se envolveu ao redor de seu braço e quase a elevou de seus pés. Um grito ficou apanhado em sua garganta enquanto outra mão tampou a boca e alguém
a levou a escuridão. Sua respiração se precipitou a seus pulmões enquanto se estrelava contra um muro de tijolo, com a cabeça dando um golpe seco.
Ela piscou e olhou o frio olhar azul do imortal, que tinha sido uma vez sua presa e que agora era seu captor. Com seu corpo maciço pulsando sobre ela, ele a mantinha em seu lugar contra a parede.
— Olá, pequena vampiro.
Um calafrio percorreu a coluna à visão de seu fabricado e neutro sorriso e seu inexpressivo olhar. Ele estava tentando assustá-la com sua só presença e força. Não se dava conta que os vampiros eram muito
mais fortes que os revenants ou os humanos?
Não havia nada que odiasse mais que um valentão, e este homem, sem dúvida, era um valentão. Ela se inclinou para ele e para sua surpresa ele não se moveu. Os olhos dela se abriram mais e o tentou de novo.
Nada. Ele não se moveu uma polegada.
Ela era um vampiro pequeno e um relativamente jovem, mas nunca tinha tido problemas relacionados com mortais ou imortais de qualquer tamanho.
Até agora.
— Surpreende-se que seja tão forte como você? — Ele tirou a mão da boca, mas seu controle não se afrouxou nem um pouco. A maldade radiava desta criatura e ela resistiu a tentação de encolher-se a sua marca
particular de trevas.
— Só um pouco — Admitiu ela.
— Por que me segue?
— Por que vai atrás do Alexandre?
— Ah— Ele assentiu — É uma delas — Ele se moveu um passo atrás meio deixando um certo espaço, com sua outra mão ficando em seu lugar no braço.
— Uma de quem?
— Da legião sem sentido de mulheres que se sentem atraídas por Alexandre e que fariam tudo por ele. Parece uma força tranquila e sua aparência agradável atraiu a muitos seguidores, por não mencionar o
manto de poder que leva tão precariamente — Um sorriso estranho, sem sentido de humor se curvou em boca dele — Esse fato por si só atrai às mulheres a ele em massa.
Uma faísca de ciúmes se acendeu diante a ideia do Alexandre com outras mulheres.
— Eu não sou uma delas — Ela murmurou. Ele riu entre dentes.
— A negação é um mau hábito, minha querida.
— Por que o seguiu? — Ela perguntou de novo fazendo pouco caso de seu comentário.
— Por que me segue?
— Devido a você estava seguindo a ele.
— Como você também.
Sunni permaneceu em silêncio. De maneira nenhuma ia admitir o apesar de que tinha sido muito evidente. Uma coisa era ser capturada e outra confessar.
Ele encolheu os ombros como se sua falta de resposta dissesse o que já ele sabia.
— Não me importa o que faça. Digo isso agora não me siga de novo. A próxima vez que te apanhe, não serei tão agradável.
Ela deu um pulo quando ele passou um dedo por sua bochecha detendo-se no canto de sua boca. A escuridão que rodeava a este homem era maior, ameaçava alagando-a, afogando-a com sua corrupção. Ela estremeceu.
Jovem como era ela se encontrou com o mal antes. A maldade humana era familiar, mas isto era diferente. Era mais escuro, mais profundo e mais antigo. Nunca havia sentido nada igual.
— Dê aos anciões uma mensagem de minha parte — O fôlego dele era quente contra sua bochecha — Uma praga foi lançada entre seu povo e com ele vem um grito de ordem. Um novo líder se levantará e tudo estará
como deve ser. Lembrara-se de dizer isso, querida?
Sem palavras, ela assentiu. Sua carne picava enquanto a sensação do mal se movia debaixo de sua pele, ameaçando impregnando-se nela. Ela tragou tratando de manter a calma em seu estômago revolto.
— Bem — Ele pôs sua mão sobre sua testa e uma energia estranha invadiu seu corpo. Seus músculos se voltaram moles enquanto sua visão se atenuava. Quis correr, mas seus músculos se negaram a responder a
demanda urgente de sua mente.
O que ele estava fazendo ele?
Ao reunir suas escassas forças ela se concentrou para seu interior enroscando-se ao redor de sua garganta. Dentro de sua mente, ela começou a gritar.
Alexandre, me ajude.
Mal sentiu sua cabeça explodir contra a parede quando a escuridão caiu.
Alexandre, me ajude.
Ele ouviu um alto com um grito dilacerador abrindo caminho através da mente dele.
Que diabos?
Uma grande quantidade de pessoas fluíam a seu redor na calçada, poucos davam um segundo olhar a seu passo sobre seus próprios assuntos. Ele levantou a cabeça para cheirar o ar. Fracamente, precaveu-se
da presença de outro vampiro na vizinhança e não era Raphael. Sunni.
O pânico explodiu em seu sistema enquanto se voltava para determinar sua posição. Ali, justo ao leste dele. Empurrando pedestres desventurados aos lados, correu, com o coração palpitando em seus ouvidos.
Enquanto corria, viu Miles saindo de um beco a uma quadra. O revenant subiu pela calçada e se ajustou a jaqueta de linho folgada. Seu olhar se encontrou com o do Alexandre e deu um meio sorriso. Com uma
leve inclinação de cabeça, o imortal reconheceu sua presença antes de afastar-se.
A necessidade de segui-lo atravessou Alexandre quando chegou ao beco. Primeiro o dever. Tinha que assegurar-se que Sunni não tinha sofrido nenhum dano. A escuridão no beco era completa, sem luzes iluminando
o estreito espaço. Com seus sentidos realçados apareceu à escuridão para ver uma forma humana deitada na calçada. Ele se aproximou com seu peito contraindo-se ao reconhecer Sunni. Ela estava deitava para
um lado, sua mão fora como se pedisse ajuda em seu sono antinatural.
Ele se deixou cair de cócoras a seu lado, explorando-a em busca de sinais de alguma lesão evidente. Ao não encontrar nenhuma, chegou a seu ombro e a rodou sobre suas costas antes de levantá-la no braços
para embalá-la. Sua cabeça pendurou para trás e ele moveu o braço para apoiá-lo e poder ver seu rosto.
Não podia estar morta ou nunca teria sido capaz de encontrá-la. Deu um tapinha na bochecha, mas não voltou em si.
— OH, Sunni — Ele deixou baixar sua cabeça pondo um ligeiro beijo em sua testa. Seu perfume cítrico se formou redemoinhos ao redor de sua cabeça e por um instante se sentiu tonto — Acorda — Sussurrou contra
sua pele.
Ela gemeu e ele se retirou a tempo para ver que ela levantava as pálpebras, depois os abriu. A expressão dela era desfocada, confusa. Piscou várias vezes cada vez mais alerta com cada movimento.
— Está ferida?
— O que aconteceu? — A voz dela era rouca.
— Me diga você.
Ela lutou por ficar em posição vertical, gemendo enquanto voltava a cabeça. Ele a ajudou a sentar-se, apoiando-a contra sua perna.
Ela se sentia delicada contra sua mão, os ossos finos sob sua pele. Ele sabia muito bem a incrível força de um vampiro, inclusive para alguém tão jovem como ela. Em seu caso, entretanto, o tamanho de seu
corpo sempre seria um prejuízo para sua segurança física. Inclusive se ela chegava à idade de um ancião, não seria rival para um macho de trezentos anos de tamanho médio. Era muito pequena.
Os lábios dele se voltaram firmes. Ela necessitava que alguém a cuidasse ou seria vítima de qualquer sobrenatural que quisesse vitima-la. Os habitantes das Sombras estavam vivendo tempos perigosos. Silenciosamente
amaldiçoou a Mikhail ao ver a última vítima franzir o cenho.
— O que aconteceu?
Ela levantou uma mão a sua testa, com o cenho franzido curvando sua boca.
— Estava caminhando... — Os olhos dela se abriram e deixou cair sua mão — Era ele, o imortal…
— Vi-o sair. Está bem para se sentar uns momentos a sós?
Ela assentiu, com um movimento cauteloso como se tivesse dor.
— Voltarei.
Ele se levantou e saiu correndo à Rua Bourbon. Olhou na direção aonde Miles se dirigiu. Como se nada, a multidão tinha aumentado nos últimos minutos. Correu pela rua, empurrando farristas a seu passo enquanto
procurava com seus sentidos vampiro ao revenant. A aglomeração da gente o fazia difícil e depois de várias quadras desacelerou e admitiu a derrota. Havia muitos preternaturais na multidão e seria impossível
encontrar a Miles só com seus sentidos.
Derrotado, Alexandre voltou sobre seus passos. O que estariam fazendo Miles e Cass em Nova Orleans? Se ele fosse Cass, seria o último lugar no mundo em que trataria de ocultar-se. Tinham que saber que
cedo ou tarde se toparia com um deles. Tinha vivido aqui desde fazia muitos anos, conhecia todos os cantos da cidade. Muito pouco escapava a sua atenção.
Voltou para beco e fez um segundo registro de Sunni que já não estava onde ele a tinha deixado.
— Sun?
— Estou aqui — Ela saiu das sombras — Encontrou-o?
Ele entrecerrou os olhos enquanto avaliava seu estado físico. Uma mancha de sujeira em um maçã do rosto e outro em sua camiseta eram a única prova externa de seu inesperado encontro.
— Não, desapareceu na multidão — A ira se acendeu em suas vísceras. Teve sorte, ela poderia ter sido assassinada.
Miles não teria pensado duas vezes antes de separar sua cabeça de seu formoso pescoço.
Seus movimentos eram cautelosos enquanto envolvia seus braços ao redor de sua cintura.
— Sinto muito…
— Deve senti-lo. — A fúria vibrou por todo seu corpo e ele lutou por controlá-la.
— Miles…
Ela se iluminou.
— Seu nome é Miles? Ele não fez conta.
— Ele não teria se aproximado de você sem uma razão. Ele não teria te encontrado na multidão. Assim não é como funciona. O que fez?
Ela elevou o queixo.
— Eu o estava seguindo.
— Que o estava…— Ele mordeu o fluxo de palavras iradas. Gritando não obteria nada. Tomou várias respirações para acalmar-se antes de falar — O que acha que estava fazendo? — Agradava ouvir que sua voz
soava tranquila.
— Tentava te ajudar.
— Bom, a próxima vez, não o faça. Miles é perigoso e imprevisível e teria te matado sem pensá-lo duas vezes. Com Mikhail como seu professor, tem poderes que só pode sonhar.
Ela levantou a cabeça e seu sorriso era débil.
— Já me dei conta.
— O que acha que poderia obter?
Ela inclinou a cabeça, com sua expressão girando especulativamente.
— Vi-o de pé fora de minha loja.
Alexandre ficou tenso, consternado. Só havia ficado ali uns segundos. Não tinha dado nenhuma indicação de que tinha sido consciente de sua presença.
— Pensei que talvez queria algo — Disse ela.
— Vi a janela e tive curiosidade.
Ela deu um passo adiante, sua expressão relaxada.
— De verdade?
Ele se amaldiçoou Interiormente. Quão último precisava era animá-la.
— Não podia imaginar a um par de mulheres sendo proprietárias de um salão de tatuagens... Parece tão pouco comum — Ele resistiu ao som de suas palavras.
Faziam-no parecer um presumido.
A expressão dela se congelou quando a luz morreu em seus olhos.
— Sim, bom — Seu tom foi frio — É como a criação de arte em vida. Nosso trabalho em realidade vive e respira. Tem vida. Tão diferente de você e eu…
Ele lutou contra o desejo de sorrir.
— Essa é uma maneira de vê-lo.
— Assim é exatamente como nos vemos — Ela franziu o cenho, levantando a mão como implorando sua compreensão — Alexandre, eu só estava tentando te ajudar…
Ele a cortou.
— Não necessito sua ajuda, Sunni. É necessário ter em conta que estes são tempos perigosos e o mundo não é o lugar seguro que estava acostumado a ser. É frágil e está à mercê de qualquer que deseje vitima-la
— Sustentou a mão enquanto ela se arrepiava — Estará de baixa até que isto se resolveu. Isso significa que não seguirá a ninguém e não mais “me ajudar”. Entende?
— Eu posso te ajudar, embora… — Ela se aproximou mais.
— Sunni — Ele lutou por conter sua impaciência, mas tinha chegado ao final — Olhe, não queria abordar este tema, mas não me deu outra opção. Sei que pensa que está apaixonada por mim, mas não está. É hora
de pôr esse amor final. Eu não sou o homem que acha que sou.
Com cada palavra as costas dele ficava mais rígida até que temeu que pudesse romper-se. A expressão dela se fez distante e seu olhar frio.
— Ele me deu uma mensagem para você.
— O que é?
— Disse que uma praga foi jogada em seu povo e que com ela virá um grito de ordem. Um novo líder se levantará e tudo estará como deve ser.
Uma sensação de afundamento o golpeou no estômago. Estavam começando de novo e desta vez mais inocentes morreriam.
— Sabe a que se referia? — Perguntou ela.
— Nada de que tenha que preocupar-se.
Os lábios dela se apertaram e se moveu ao redor dele com sua rigidez e rígida. Estava zangada com ele. Bem. Enquanto ela ficasse longe dele e da tempestade que estava gerando em Nova Orleans, estaria a
salvo.
— Quero que fique fora disto.
Ela se voltou com os olhos impessoais enquanto o inclinava e teve a impressão de que ela o tinha apanhado. Por uma fração de segundo lamentou suas precipitadas palavras sobre seus sentimentos para ele.
Já sentia falta do calor de seu sorriso.
— Para futuras referências, minha vida pessoal e meus sentimentos não são de sua incumbência. Tentarei me manter afastada de agora em diante — Fez uma pausa para recuperar o fôlego — Tem razão, Alexandre,
não é o homem que pensei que fosse.
Com isso ela deu a volta e se meteu na multidão, deixando-o com o gosto amargo de algo parecido a um lamento.
Eu menti.
As lágrimas picaram Sunni enquanto se instalava na cama do sótão em cima da loja. Doía todo o corpo da cabeça aos pés, mas sabia que a dor desapareceria quando se levantasse de noite. O mesmo não podia
dizer da dor em seu coração. Tinha a sensação de que persistiria durante anos, não só umas horas. Deu um suspiro aquoso enquanto se aconchegava a um lado, a seda e o veludo em sua cama se sentia confortável
e familiar contra sua pele.
Se nada mais, ele tinha razão em uma coisa. Ela estava apaixonada por ele. Tinha estado apaixonada por ele por anos e nunca tinha amado a ninguém mais. Nunca tinha querido. Ela o tinha sabido pouco depois
de conhecer-se que ele era o homem para ela. Tinha-a salvado da morte e a tinha sustentado em seus braços até que ela tinha despertado de seu sono escuro. Quando tinha aberto os olhos e tinha visto sua
face escura sobre a dela, nunca tinha visto tal preocupação e desejo, ao menos não quando um homem a olhava a ela.
No momento em que ele se deu conta que ela se despertou, era como se uma máscara tivesse caído e tivesse afastado Alexandre. Ele a tinha castigado pelos perigos de afastar-se muito dá guarida ao amanhecer.
Então a tinha acompanhado a sua casa e a tinha deixado com sua formal despedida e ela recordada a força de seu abraço.
Ela fechou os olhos, com a lembrança sustentando-a ainda. Através dos anos encontrou-se com ele numerosas vezes. Algumas tinham sido intencionadas enquanto outras eram estritamente por acidente. Cada vez
se tinham mantido distantes, como se nunca houvessem passado essa noite fazia muito tempo em braços do outro. Mas isso não a deteve de recordá-lo o suficientemente bem por ambos.
Então esta noite tinha sido quase como uma repetição de faz sessenta anos. Tinha-a sustentado em seus braços uma vez mais, só que desta vez a tinha beijado. Na testa, pelo menos. Mas isso não fazia nenhuma
diferença, um beijo era um beijo.
Ela esfregou brandamente onde sua boca a havia tocado em sua pele enquanto um calafrio de prazer a percorria.
Depois ele se envergonhou e a tinha castigado antes de romper seu coração. Ela deixou cair sua mão enquanto as lágrimas a ameaçavam uma vez mais.
Maldito fosse.
Embora ele queria admiti-lo ou não, necessitava sua ajuda com Cass. Embora ela não o tinha demonstrado a ele entretanto, ela era uma sócia valiosa quando o subterfúgio se necessitava. Ela poderia ser engenhosa
e útil.
Agora ela tinha que convencê-lo disso. Um estremecimento delicioso a percorreu enquanto puxava os lençóis cobrindo-a, metendo-se neles até o queixo.
Ele tinha se equivocado em outra coisa. Ele era o homem que ela pensava que era sem importar o muito que se negasse. Era amável, generoso e heroico, embora um pouco formal, mas isso se somava a seu magnetismo.
De alguma forma, o fazia desejá-lo mais. Ela via através da fachada que mostrava ao mundo. Ali estava o homem do que se apaixonou, não o Conselheiro ancião que todo mundo conhecia.
O esgotamento a reclamou enquanto o sol se elevava e sua própria escuridão puxava ela. O sono desceu tão silenciosamente como um sopro.
Capítulo 4
Isto se estava pondo velho.
A meia-noite passava enquanto Alexandre caminhava pela Rua Bourbon, uma vez mais em busca de Raphael. Baixas nuvens cinza penduravam do céu e uma luz de chuva brumosa lhe tocava a cara. A diferença de
ontem de noite, as ruas albergavam menos pessoas ao longo da avenida. A persistente chuva parecia ter umedecido o entusiasmo do Mardi Gras. Muitas das lojas estavam fechadas, mas os clubes noturnos estavam
cheios enquanto os farristas tratavam de evitar o tempo mediante a adoção de festas no interior. A julgar pela música a todo volume e o rugido de vozes humanas, a noite seria um êxito financeiro para os
empresários com sorte.
Ele não pôde resistir dar uma olhada na loja de Sunni enquanto passava. Esteve meio aliviado ao vê-la iluminado por só uma luz dourada e com o anúncio de FECHADO pendurado em um lugar destacado na janela.
Inclusive a pequena vampiro e sua companheira tinham tomado a noite livre.
Ele continuou seu caminho, sem sentir a chuva que molhava sua roupa. Tinha negócios que atender e só desejava poder exorcizar Sunni de sua mente de uma vez por todas. Ela o distraía de seu dever.
A energia de outro vampiro arrepiou sua pele enquanto se aproximava do ponto de encontro. Meteu-se no beco, com o olhar fixo na porta isolada onde Raphael o esperava. O vampiro estava nos limites do espaço,
abrigado da chuva por um balcão de aspecto desmantelado. Seus movimentos eram rápidos e bruscos como se tivesse muita energia para permanecer quieto. Curioso. Raphael nunca tinha dado a impressão de ser
alguém que fosse excessivamente físico. No passado, tinha sido muito tranquilo até o ponto onde Alexandre tinha querido sacudi-lo e assegurar-se de que estivesse acordado. Não recordava tê-lo visto tão
animado antes.
— Tem algo para mim?
Raphael se sacudiu e deu a volta, com suas presas fora e com uma expressão de pânico. Quando reconheceu Alexandre relaxou e escondeu suas presas enquanto uma expressão tímida cruzava seu rosto.
Ele estava um pouco nervoso esta noite. Interessante.
— Tenho uma mensagem para você — Raphael parecia estar sem fôlego.
— Diga — Alexandre o olhou enquanto o vampiro movia os pés. Tremiam as mãos e um brilho de suor tingido de sangue estava em sua face. A transpiração não era completamente desconhecida para um vampiro,
sobre tudo no mais quente dos climas úmidos, como uma selva tropical ou os pântanos. Sem embargo em todos seus anos, nunca tinha visto suar a um vampiro como Raphael, não em fevereiro nem em Louisiana.
— Ela quer reunir-se com você — Ele se apoiou contra o edifício durante uns segundos antes de afastar-se da parede para dançar de um lado a outro —Casiopea pediu um encontro no Jackson Square em duas noites
a partir de agora a 01 a.m.
Algo não estava bem. A energia de Raphael era muita, muita. A energia de um vampiro era de baixa tensão, fria e azul com muito poucas flutuações. A energia de Raphael parecia vir em ondas, igual a seus
movimentos nervosos. Seus movimentos se fizeram mais irregulares, sentindo-se mais fortes e imprevisíveis. Durante os poucos momentos em que se acalmou, tinha caído a um nível apenas perceptível.
— Ela indicou por que desejava reunir-se comigo?
— Não, não disse nada mais — O vampiro continuou seu tremor estranho no duvidoso santuário do balcão.
— Sente-se bem?
Raphael deu um sorriso pálido.
— Acredito que tenho um pouco de sangue mau ou algo assim. Sinto-me um pouco fraco.
Alexandre assentiu. Isso era muito mais comum. Com as novas enfermidades, as drogas e os vícios em humanos, os vampiros eram mais suscetíveis às “enfermidades” por assim dizê-lo. Se um vampiro se alimentava
de um bêbado com um alto conteúdo de álcool, o vampiro sentiria os mesmos efeitos que o humano. É obvio, não durava tanto graças a suas faculdades incríveis de restauração. Mas isso explicava a incapacidade
de Raphael para permanecer imóvel.
Ele tinha se alimentado, obviamente de um humano que tinha tomado algum tipo de anfetaminas ou de cocaína e agora estava sentindo os efeitos da droga, junto com os ataques que acompanhava a uma alimentação
normal.
— Obrigado pela mensagem. Agora, vá e se alimente, desta vez em um humano limpo e trata de descansar um pouco. Para amanhã se sentirá como você mesmo — Alexandre entregou um pequeno rolo de notas como
pagamento por seus serviços.
Uma expressão de alívio cruzou o rosto de Raphael, ao aceitar o dinheiro.
— Obrigado. Manterei os ouvidos abertos por mais notícias — Sua expressão se voltou grave e seus movimentos calmos — Diz-se que algo mau está a ponto de acontecer. Essa é uma das razões pelas que muitos
estão deixando Nova Orleans — Ele estremeceu e se esfregou os braços — Inclusive a energia da cidade trocou. Pode senti-la?
Ele negou.
— A maioria dos que ficam atrás são muito jovens para senti-lo.
— Incluído você?
Ele sorriu.
— Irei dentro de pouco — Ele levantou o maço de notas — Só necessitava algo para meu escapamento — Guardou o dinheiro e saiu à rua — Obrigado por sua generosidade, posso ir com estilo. Recolherei a minha
mulher e serei um pouco mais que uma lembrança dentro de vinte e quatro horas.
— Aonde irá?
— Estou pensando em São Francisco, talvez. Estou cansado da umidade. Há vezes que temo que terei mofo.
Assobiando uma melodia fora de tom, o vampiro se foi pelo beco, voltando-se para a esquerda na Rua Bourbon e saiu de sua vista.
Alexandre o seguiu mais devagar com a mente dando voltas às possibilidades. Então Cass queria vê-lo, não é? Era possível que ela queria render-se? Não, ela não. Cass não se renderia a menos que sua vida
estivesse em perigo. Em todo caso, daria outro golpe a seu governo. Isso seria mais seu estilo.
A chuva aumentou a constante enquanto caminhava e amaldiçoou em silêncio. A esse ritmo, estaria empapado em questão de minutos. Estava tão preocupado ultimamente. Não podia recordar a última vez que tinha
omitido levar um guarda-chuva quando o prognóstico havia dito que haveria chuva.
Tudo era culpa dela.
Não, não pensaria nela. O momento chegaria logo e faria frente a Sunni. Agora não era o momento.
Ele levantou a cabeça com a chuva torrencial no rosto voltado para cima. Tirando o cabelo de seus olhos se encontrou olhando o sinal luminoso do Chat Noir, um lugar sobrenatural bom para passar o momento.
Normalmente desprezava esses lugares, mas ao menos se secaria até que a chuva diminuíra e pudesse ir-se a casa sem afogar-se.
Sob o balcão de ferro forjado estava o refúgio da entrada, um vampiro jovem macho abriu a porta de entrada flanqueado por um pequeno grupo de mulheres jovens ligeiras de roupa. À medida que seus olhares
se encontravam, o jovem limitou-se a assentir em reconhecimento e fez um gesto ao Alexandre para que entrasse.
O clube era pequeno e estava repleto de parede a parede com humanos e preternaturais por igual. O aroma de álcool, mantimentos fritos e a humanos quentes se formava redemoinhos ao redor de sua cabeça enquanto
se abria caminho através da multidão.
A iluminação era baixa e rica música de jazz em vivo. Acima ventiladores de teto agitavam o ar espesso enquanto ele se aproximava da barra.
— Elegante te encontrar aqui.
Ele olhou para espiar uma face familiar. Damien St. James estava a cargo do bar. Um vampiro de quase 700 anos, Sinjin, como chamavam era um velho conhecido e muito respeitado. A última vez que Alexandre
o tinha visto tinha sido quase quatro meses quando tinham enterrado a quão imortal foi uma vez seu amor e também co-conselheira de Alexandre, Bliss, para descansar nas terras altas da Escócia. A morte
dela tinha sido outra em uma longa lista de assassinatos sem sentido por um dos seguidores de Mikhail.
Seus olhares se encontraram e a expressão de Sinjin se tornou solene em lembrança de sua última reunião. Movendo-se atrás do bar, recuperou uma toalha branca que jogou no Alexandre.
— Está gotejando meu chão — Assinalou um tamborete vazio do bar —Veem e se una a mim.
Alexandre olhou ao chão úmido e sorriu.
— E o que — Ele se sentou e secou com uma toalha o excesso de umidade de seu cabelo e roupa — O que está fazendo aqui?
— Trabalhando. Comprei este lugar faz uns meses. Entrei para vê-lo e basicamente nunca fui.
— Não me disse que estava na cidade Entregou a toalha úmida de novo a seu amigo.
— Esteve muito ocupado — Sinjin atirou o pano em um pequeno recipiente antes de tomar uma limpa — Escutei por Val faz uns dias e me contou que não tinha chegado a nada. Que tinha perdido o rastro.
— Chamei-o ontem à noite formalmente para pedir que tomasse uma posição aberta no conselho. Por sorte para nós aceitou.
Sinjin assentiu.
— É uma boa notícia.
— Quanto a Miles e Cass, eles surgiram aqui.
— Em N’awlins? Alexandre assentiu.
— Cass me mandou a dizer que quer encontrar-se comigo manhã.
— Acha que é seguro?
— O suficientemente a salvo. Ela não tentaria me matar sem público. Conhecendo-a como o faço, ela quereria a todo mundo para presenciar o dia em que ela e Mikhail encabeçassem o Conselho, eu em particular.
Sinjin tomou um copo e o poliu.
— Acha que ainda estão trabalhando juntos?
— Não ouvi dizer o contrário.
— Agora que ele está ferido, Mikhail é mais perigoso que nunca — Deixou o copo e agarrou outro — Quero saber se necessitar respaldo, eu estaria feliz de ir com você.
Alexandre encontrou o olhar de seu amigo.
— Obrigado, mas acredito que tem bastante em seu prato como está.
A expressão de Sinjin se congelou e depois se voltou distante, quase perdido. Suas mãos se acalmaram.
— Não posso evitá-lo, sinto falta dela todos os dias.
— Eu também.
— Estivemos separados durante muitos anos antes de sua morte. Eu tinha aprendido a viver sem ela, mas agora sinto como que perdi parte de minha alma.
Eles ficaram em silencio por um momento, dois homens compartilhando a perda de um ser querido e de uma colega muito respeitada.
O assassinato de Bliss tinha sido um golpe devastador para a comunidade sobrenatural em conjunto. Ela tinha sido uma parte vital do vínculo entre os pre-naturais e as bruxas, um grupo que se negava rotundamente
a formar parte do Conselho. Sua voz tinha sido uma voz estranha no momento de agitação e todos os que tinham tido a sorte de conhecê-la e amá-la sentiam profundamente sua ausência.
Alexandre clareou a garganta.
— Como chegou a ser dono de um bar?
— Em dezembro vim a Nova Orleans a me perder e em troca, encontrei um negócio — Um sorriso rompeu o rosto de Sinjin e baixou o copo — Eu adoro, amo-o.
— Retornará a Escócia? Ele negou.
— Não posso te mentir, sim sinto falta das terras altas. Estão em meu coração e alma, são o sangue de minhas veias, mas não retornarei, não por muito tempo. Lily interveio como historiadora e está fazendo
cargo dos registros — Ele sorriu.
— Ela inclusive falou que pô-los no computador — Seu sorriso desapareceu.
— Por agora, só tenho que viver o dia a dia. Como ela me disse antes de ir-se, a única responsabilidade que tenho é respirar, todo o resto é secundário.
— Soa como um bom conselho.
O olhar de Sinjin se voltou afiada enquanto uma morena impressionante cambaleava até o bar. Mal encerrada em um minúsculo vestido de cor Borgonha, deu a Alexandre um sorriso sonolento antes de apoiar-se
na madeira polida, com seus peitos ameaçando derramando-se de seu sutiã pelo esforço.
Seu olhar se pegou a Sinjin e se lambeu os lábios enquanto baixava seu copo.
— Shug, posso ter outro?
Seu sotaque era mel puro sulista e seu corpo, a julgar pelas curvas deliciosas esboçadas por seu escasso vestido, seria ilegal em alguns estados. Ela subiu à banqueta ao lado de Alexandre, o que permitiu
pendurar uma perna pela borda. Sua saia se elevou mais acima mostrando suas coxas de forma perfeita.
— É um prazer — Sinjin encheu seu copo com um líquido amarelo e vários avarentos antes de pô-lo no balcão diante ela.
— Bom, certamente poderia ser — Sua voz se reduziu — Seu prazer, quero dizer. Um lento sorriso tocou a boca de Sinjin enquanto se inclinava para diante para agarrar sua bebida, um movimento totalmente
desnecessário enquanto o cristal estava a tão solo uma polegada de distância. Seus olhares se encontraram quando ela tomou um pequeno gole de sua bebida. Ela estremeceu delicadamente e depois o deixou;
com um bico suave curvando sua boca.
— Não é muito doce — Suspirou ela — Pode fazê-lo. Mais doce?
Alexandre lutou com o impulso de soprar de risada. As mulheres Humanas eram tão óbvias.
Sinjin se inclinou para frente, a uma mera polegadas de sua boca com os olhos pesados.
— Acredito que posso fazê-lo.
— Eu esperava que sim — Ela se aproximou ainda mais a só centímetros para chegar a boca enquanto ele chegava ao copo para arrumar a bebida dela.
Ela suspirou e se recostou. Com seus olhos escuros fixos nas costas de Sinjin enquanto se umedecia os lábios uma vez mais.
Alexandre podia cheirar sua excitação, o almiscarado aroma de sua pele. Por uma fração de segundo se encontrou pensando em outra mulher, uma pequena loira que preferia o aroma dos cítricos e que usava
frouxos objetos de vestir.
— Tenta este — Sinjin retornou com a taça — Acredito que você gostará de muito mais.
— OH, estou segura que o farei — Ela se inclinou sobre o balcão e desta vez seu destino não foi a bebida. Mãos com unhas vermelhas se fecharam ao redor da abertura da camisa de Sinjin e ela o atraiu para
ela.
— Hey agora — Ele fez malabares com a bebida, baixando-a e derramando umas gotas no carvalho brilhante.
A mulher pôs seus lábios nos dele e o beijou por tudo o que ela valia a pena. Com a boca aberta, o comeu como se morresse de fome. Por sua parte, Sinjin não parecia muito envergonhado quando o retornava.
De uma mesa de trás deles vieram gritos de alegria das damas reunidas ao redor.
— Boa garota, mostra como se faz.
— O coma vivo, Moniz.
— Ele é tão bonito.
— Eu serei a seguinte.
— Esquenta-o por mim, meu doce.
Alexandre sempre tinha encontrado as demonstrações públicas de afeto desconcertantes, era uma contradição já que vivia em Nova Orleans, uma cidade conhecida por seus vícios. Não era dizer que não desfrutasse
deles de vez em quando, mas não em um espaço público. Ele se voltou deixando Sinjin e sua nova amiga para explorar o interior do clube.
A zona mais próxima ao bar estava ocupada com pequenas mesas cheias de pessoas agrupadas em torno delas. As velas piscavam em pequenos suportes coloridos enquanto copos de coquetel competiam pelo espaço.
Várias garçonetes navegavam pela sala cheia de gente com facilidade, enquanto entregavam bebidas e esvaziavam cinzeiros.
No outro extremo da sala estava o cenário no que uma mulher de negro com pele clara estava cantando a todo pulmão canção clássica, “Summer time” dando seu corpo e alma na peça. Diante dela havia uma grande
área de dança cheia de gente retorcendo-se pelo calor sensual da balada. Ao redor da pista de dança havia um grande número de mesas pequenas como as que estavam perto do bar.
Moni se topou com Alexandre, o olhar dela apanhado em Sinjin enquanto se deslizava do banco. Tinha os lábios vermelhos por seu quente beijo enquanto recuperava sua bebida, com seus olhos lançando promessas
que esperava que Sinjin aceitasse. Uma sorriso descarado curvou sua boca enquanto se voltava para avançar de novo a sua mesa.
— É um trabalho duro — Alexandre se voltou para seu amigo — Acha que pode dirigi-lo?
— Por que, será voluntário para me dar uma mão?
Alexandre lançou um olhar à mulher, com seu olhar persistente em seu traseiro bem redondo.
— Tentador — Ele se voltou para olhar a Sinjin — Mas não acredito.
— Ela me agarrou, não ao contrário.
— Eu não te vi tentando combatê-la.
— O homem tem que fazer o que tem que fazer — Sinjin encolheu os ombros e tomou a toalha.
— Tem razão nisso.
— Posso te conseguir um gole? Vê-se um pouco desanimado.
— Tem algo?
— É obvio. Este é um ponto quente entre pré-maturas e temos algo para o paladar de todos, inclusive os mais exigentes — Sinjin sorriu — E tenho algo que acredito que poderia utilizar neste momento.
Ele atirou a toalha ao bar antes de afastar-se. Retirou uma chave de prata de seu bolso, abriu um pequeno armário para revelar uma jarra térmica negra sentada em um aquecedor de café. Retirou a jarra enquanto
recolhia um copo pequeno negro do tamanho de uma xícara de café, mas sem asas. Serviu uma pequena quantidade de líquido no copo com cuidado antes de fechar a parte posterior da jarra. Dando-se volta, pôs
o copo de diante do Alexandre.
— O que é?
— Algo que necessita, meu amigo — Com isso se moveu para baixo do balcão para voltar a encher a bebida de outro usuário.
Alexandre agarrou o copo e deu uma tentativa cheirada. Era sangue, com o calor do líquido irradiando através da cerâmica para acariciar sua mão. Cheirou-o outra vez, e se deu conta que carecia da espiga
quente do sangue fresca. Olhou o copo. Este sangue era mais escuro, quase da idade de um homem lobo troca formas... Para ser exatos.
Ele se sentiu aturdido. Onde tinha adquirido Sinjin sangue de troca-formas? A maioria dos lobos evitavam ser utilizados por um jantar de vampiro. Nos últimos duzentos anos, tinham chegado a estar tão distantes
que se viam estranha vez em companhia de outro sobrenatural, certamente não um vampiro.
Ele o aspirou uma vez mais, desta vez detectando outro aroma mais débil, como de uma flor que não podia determinar. Fechou os olhos enquanto seus sentidos surgiam em alerta máxima. Se fosse humano, sua
boca estaria fazendo água. Haviam passado centenas de anos desde que tinha provado por última vez a cobiçado sangue de um homem lobo.
À medida que a cantora ficava a interpretar uma comovedora canção de “Mack The CNIF” abriu seus olhos e tomou um tentativo sorvo. O sabor rodou por sua língua, não picando-a a diferença do bom uísque.
Engoliu, resistindo o impulso de tossir. Era quente, picante, quase sensual em sabor e quis mais.
Enquanto tomava outro sorvo, a pressa que acompanhava uma alimentação correu por seu corpo, com seus sentidos nítidos enquanto sua carne se esquentava. Inclusive sem olhar, soube que estava perdendo o
pálido de sua pele pelo sangue que estava trabalhando sua magia escura.
Fechou os olhos saboreando a sensação de abraçar seu lado escuro. A transformação era diferente de qualquer outra sensação na terra, não muito a diferença da edição física do sexo. Por outra parte, a comida
e o sexo eram afins entre si na psique humana. Os humanos não poderiam sobreviver sem um equilíbrio entre ambos. Nem os vampiros poderiam. Não por muito tempo de todos modos.
À exceção dele.
Sua experiência tinha ensinado a viver sem intimidade física e o tinha feito com bastante facilidade como muitos, muitos anos. Bem versado na traição do sexo frágil, não tinha intenções de ir ali outra
vez.
Sufocou uma risada sem alegria enquanto tomava outro gole do sangue. Este baixou suave, seduzindo-o com seu calor. Abriu os olhos e ficou vendo o líquido escuro do copo. OH, tinham havido mulheres em sua
vida, em realidade muito poucas. A maioria tinham sido sem nome, sem rosto, criaturas que tinha apagado quando tinha sido vulnerável a seus encantos. Mas foi durante esse tempo que tinha feito um de seus
mais graves erros e a vida se perdeu. Graças a sua debilidade pelos pecados da carne e a traição de uma mulher.
Não tinha havido outras mulheres depois dela, mas não por muitos anos. Suas aventuras eram relações emocionais que eram só físicas. É obvio, sua mulher tinha que ter o necessário elemento intelectual.
Uma mulher devia ser uma boa conversadora com o fim de que interessasse a ele.
Então tinha chegado Cass.
Ele tomou outro gole, desfrutando do assalto agora familiar que se estendeu através dele enquanto o líquido fazia seu trabalho. Cass tinha sido uma excelente conversadora e tinha tido o tipo de mente que
ele admirava.
Inteligente, rápida e sem emoções.
Então ela tinha mostrado seu outro lado, o lado dela que tinha tentado derrocar o Conselho. Infernos se queria a posição de cabeça, por que não a tinha pedido? Quem sabe? Poderia ter dado sem lutar.
Não, não o faria.
Ele soltou um bufido.
A música trocou a uma interpretação comovedora de “Inesquecível”. Fechou os olhos, perdendo-se no luxurioso tom da cantora e na sensação claramente sensual do bombeamento do sangue por suas veias. Inundando-se
nas notas, o ruído dos mortais a seu redor desapareceu em um rugido débil enquanto ele ia à deriva na música.
— Quer outro?
Os olhos dele se abriram para encontrar Sinjin sorrindo com um olhar de cumplicidade.
— Acredito… — Olhou o copo surpreendeu ao ver que estava vazio. O que havia acontecido?
— Já o trago — Sinjin tomou o copo e o trouxe um momento depois recheado.
— Obrigado.
— Acredito que pode querer dar a volta e ver o cenário para este próximo número — Sinjin assentiu para o outro extremo da sala — Tenho a sensação de que pode se interessar.
Alexandre se voltou na cadeira enquanto a cantora tirava o microfone do suporte.
— Eu gostaria de apresentar uma amiga minha que cantará uma canção muito especial para nós esta noite. Vamos dar um quente aplauso a minha querida amiga, Sunni…
O público aplaudiu e tomou seus assentos enquanto o pianista tocava as primeiras notas do “Peel Me A Grape”.
Seu estômago se reduziu enquanto ela entrava no centro de atenção, com um tímido sorriso em seu rosto. A parte superior de sua roupa cor rosa claro acariciava suas curvas esbeltas e deixava seus ombros
nus. Desta vez, a saia longa tinha desaparecido, substituída por uma curta e negra que mostrava muita perna. Seu olhar voou por suas extremidades bem tonificadas. Quem teria pensado que uma mulher pequena
teria pernas tão espetaculares?
Ela cantou a canção, com movimentos sensuais, com voz rouca e cheia de promessas. Moveu-se do cenário, abrindo-se caminho através das mesas enquanto seduzia e cativava o público com sua voz, com uma combinação
sedutora de inocência e picardia. Ele se sentiu encantado enquanto ela caminhava de uma mesa a outra, detendo-se por um momento para jogar com um indivíduo selecionado, fazendo que a desejasse enquanto
cantava. Mais de um homem se levantou antes de que ela se afastasse ao próximo homem enlouquecendo-o com seu sorriso suave e letras sensuais.
Maldição, esta mulher tenta deixa-lo louco?
Sua excitação ficava quente e grossa enquanto a via tecer um feitiço sobre a audiência. Inclusive as mulheres estavam cativadas. Ele clareou garganta. Ela era encantadora e nesse momento, ele a desejava
como nunca tinha desejado a outra mulher em sua vida. Moveu-se, tentando aliviar a dor da luxúria insatisfeita enquanto sua repentina excitação se forçava contra seu fechamento.
Maldição, o que havia de errado com nele?
Ele tomou o copo e bebeu o resto de seu conteúdo, vendo Sunni enquanto continuava tecendo seu feitiço sensual. Baixou o copo e se deslizou fora do assento enquanto ela se sentava no colo de um ansioso
jovem. Os braços do homem se detiveram em sua cintura enquanto ela cantava, com seus dedos correram através de seu cabelo loiro até o final. Uma onda de ciúmes se apressou de Alexandre, lhe deixando ver
vermelho, literalmente.
— Quem é ali?
Alguém o agarrou por braço, detendo-o em seco. Alexandre olhou a Sinjin Que sorriu. Deu ao amigo um olhar antes de baixar o olhar a seu agarre.
— Importa-se? — Disse ele.
— Não acredito que deva fazê-lo até que ela termine.
— Vê o que está fazendo?
— Vi-a fazê-lo cem vezes. É muito talentosa, não é?
— Ela o faz muito?
— Todo o tempo. Os clientes a amam.
Alexandre olhou a tempo para ver Sunni pôr um beijo na testa do homem que se levantava de seu colo.
— Já veremos isso.
Capítulo 5
O aplauso foi ensurdecedor enquanto ela realizava uma profunda reverência, que Sunni tinha praticado durante horas em casa para assegurar-se de aterrissar no cenário em uma pilha indigna. Suas bochechas
estavam acesas de prazer, ela se levantou e jogou o microfone a cantora que seguia.
Helene fez o polegar para cima.
— Precisa fazer isso mais frequentemente — Gritou por cima do estrondo.
— Acredito que o farei.
Ela saltou do cenário e voltou a agitar seu agradecimento com uma mão. Emoldurada em uma suave luz azul, uma versão sexy de “At Last” irrompeu, com Helene à cabeça.
Movendo a cabeça para trás, Sunni cedeu à alegria em seu coração enquanto uma risada saía de sua boca. Adorava cantar diante um público agradecido. Toda sua vida, tinha amado cantar. Só nos últimos meses
se atreveu a enfrentar os focos do Chat Noir. Não tinha oportunidade de atuar muito frequentemente, mas quando o fazia, abraçava-se a cada minuto dele.
Ela deu a volta para sair da pista e se chocou com alguém, que a fez parar em seco.
Levando sua cabeça para trás, encontrou-se com o olhar escuro de Alexandre e se deu conta imediatamente que não parecia muito contente. Seu coração deu um pequeno e estranho puxão. Recordando sua última
conversa, ela não estava muito feliz de vê-lo tampouco.
— Desculpa — Ela quis passar a seu redor. Ele a deteve tomando seu pulso.
— Não.
Ela deu um puxão experimental a este, mas seu controle era inflexível.
— Deixe-me ir.
— Você vem comigo.
— Desculpa?
— Já me ouviu.
Ela puxou mais duro desta vez, mas ele se negou a deixá-la em liberdade. Em troca, a levou para a borda da pista de dança, empurrando às pessoas com cada passo.
Que demônios ele se acredita que está fazendo?
Ele a moveu a um lado abrindo caminho através das mesas para um canto escuro. Ele se deteve quando viu que um casal já ocupava o lugar afastado que tinha estado procurando. Ela o escutou murmurar algo
em voz baixa.
— Sabe aonde vai? — Perguntou ela com doçura.
— Não.
— Posso vê-lo.
Ela viu ele franzir o cenho incomum quando se voltou e puxou-a em direção aos banheiros. A porta estava oculta discretamente atrás de uma fileira de palmeiras ao redor das quais se agrupavam um pequeno
grupo de mulheres. Logo que ele viu o óbvio rotulo do banheiro de damas, Alexandre se dirigiu ao dos homens.
Sunni resistiu quando ele empurrou a porta abrindo-a.
— OH, não, não vou entrar aí — Ela tentou deter seus pés e tentou liberar seu braço.
Ele deu um puxão não tão suave empurrando-a através da porta.
— Sim, fará-o — Ele deu um passo ao lado enquanto ela o golpeava ao passar, depois, fechou a porta antes de libertá-la.
— Hey! — Ela deu a volta e pôs as mãos em seus quadris — O que acha que está fazendo?
— É curioso, eu ia fazer a mesma pergunta — Ele cruzou os braços sobre seu peito.
— Do que está falando?
— Aí — Ele sacudiu a cabeça para indicar a sala principal. — O que te parece que estava fazendo aí?
— Cantando?
— É isso o que chama quando desfila ao redor como uma rameira? — O volume de sua voz crescia com cada palavra — Sentando-se no colo de um desconhecido não é cantar. É paquerar. Não, é pior que isso. É...
É... Imoral
— Q..q..o que? E quem acha que é para me questionar o que devo fazer? Quem te deu o direito de me julgar?
— Sou o chefe do Conselho e tenho todo o direito…
— Está louco.
— Sou o que?
— O Conselho não tem direito a governar nossas vidas dia a dia — Ela se aproximou — Além disso, disse-o antes, já não é a cabeça nada agora mesmo. O Conselho se compõe atualmente de você e Fayne, e os
dois não podem fazer nada neste momento.
— Val se uniu ao Conselho.
Ela piscou depois franziu o cenho.
— Deixa de trocar de tema — Ela cravou o dedo no peito enquanto falava — Por certo, não pode me dizer o que fazer, sobre tudo não sobre minha vida pessoal.
Ele se moveu um passo a seu redor quando frustrou a saída apoiando-se contra a porta, bloqueando seu caminho.
— Não terminamos.
— Eu não tenho nada mais que te dizer…
Ela gritou quando ele a agarrava pelos ombros puxando-a a seus braços. Um calafrio percorreu a coluna enquanto seus seios ficavam esmagados contra seu peito. O calor de sua pele invadiu o seu, o aroma
de homem quente e chuva alagou seus sentidos.
— Quem disse algo a respeito de falar? — Murmurou ele enquanto sua cabeça se aproximava.
OH, não... Vai me dar um beijo!
— Não quer fazer isto — Vaiou ela, com a boca dele a centímetros da dela.
— Como o inferno que não quero.
Os lábios dele roçaram os seus e uma sacudida de desejo atravessou seu corpo. Os dedos dela se fecharam em sua úmida camisa com seu olhar fixo na boca.
— Não tem direito — Sussurrou ela. Seu fôlego se misturou com o dela e uma estranha sensação de tontura passou sobre ela — Não pediu minha permissão.
— Tenho todo o direito. Eu sou o homem que está a ponto de converter-se em seu amante.
Ela piscou.
— O que acaba de dizer?
— Já me ouviu.
Bom, que me condenem...
A ira se acendeu em seu peito e ela apertou os dentes. Era um maldito louco se acreditava que ela cairia em seus braços depois da forma em que a tinha tratado. Ela empurrou seu peito.
— Está louco. O que esteve bebendo? Seu apertão se fez mais forte.
— Nada fora do comum.
— O que acontece se não quero toma-lo como meu amante? — Espetou ela.
— O que acontece se não me importa o que queira?
— Forçara-me? — Ela o olhou. Algo definitivamente não estava bem aqui — em que se meteu?
— Talvez esteja voltando uma nova página? — A cabeça dele se inundou. Ela se apertou a ele.
— O que acontece se me importa um cominho sua nova página?
— Eu…
As palavras dela ficaram tragadas enquanto ele se equilibrava, capturando sua boca em um beijo que foi sensual e possessivo ao mesmo tempo. Ela aspirou o aroma que era exclusivo de Alexandre, picante e
sutil, enquanto dada atenção a sua boca. Um gemido escapou de sua garganta, sem prévio aviso, quando seu beijo se voltou suave e a insistiu a abrir-se para ele.
Este era o Alexandre com o que tinha sonhado...
Os lábios dela se separaram e se inclinou para ele. Seus braceletes soaram enquanto ela colocava suas mãos ao redor da parte posterior de seu pescoço, elevando-se sobre os dedos de seus pés, alinhando
seu corpo com o seu. Deleitando-se com a sensação dele, ela abriu sua boca mais, com sua língua enredando-se na dele enquanto se inclinava a seu calor e a sua força. Uma sensação de calor se difundiu através
de seu corpo enquanto a longitude dura de sua ereção pressionava seu estômago.
Ele rompeu o beijo, para levantar a cabeça muito ligeiramente. Vagamente ela notou que suas pupilas se ampliaram, com sua respiração severa. Ele afrouxou o controle sobre seus ombros, deslizando suas mãos
a seus cotovelos e até acima outra vez. Um estremecimento passou por cima de sua pele. Quem teria pensado que os braços poderiam ser uma zona erógena?
— É isso um crucifixo em seu bolso ou está contente de me ver? — Ela sussurrou. Para sua surpresa, ele riu entre dentes.
— É muito... — A expressão dele se tornou grave quando passou seu dedo pela curva de sua bochecha — É tão formosa — Suspirou.
Ela ficou sem fôlego quando envolveu seus braços ao redor de sua cintura e levantou-a. Ela torceu as pernas em torno dele à medida que avançava com outro beijo. Maravilhou-se de quão bem encaixavam; o
bordo duro de seu desejo se pressionava insistentemente contra o vértice de suas coxas. O sabor dele rodou por sua língua enquanto se abria para ele. Ela enredou seus dedos em seu cabelo enquanto comiam
um a outro com suas bocas. Cada toque era mais delicioso que o anterior.
Com dedos ágeis puxou os botões de sua camisa, desejosa de expor sua pele.
Ele gemeu quando ela encontrou seu mamilo. Ela o acariciou com as unhas em cima de seu casulo endurecido e ele se lançou contra sua boca enquanto seus gemidos se convertiam em um som frenético de fome.
Seu agarre apertou quando ele se voltou, pressionando suas costas contra a porta. Ela dobrou suas pernas ao redor de sua cintura enquanto ele a pressionava. Umas poucas capas de escassas de roupa separavam
sua ereção quente entre suas coxas. A tensão se acumulava enquanto ela grunhia desesperada por aliviar a dor crescia.
Fortes dedos acariciaram o interior de sua coxa antes de tirar sua saia do caminho. Ela rompeu o beijo ao sentir o sinuoso caminho de seus dedos contra a tanga de seda umedecida.
— Cristo, mulher, o que tem posto? — Grunhiu. Sunni riu brandamente.
— O menos possível.
— Amém.
Ela riu de novo antes de mover a cabeça por outro beijo. Seus dedos fortes violavam o tecido e se metiam em seu núcleo úmido, provocando um afogado grito de assombro enquanto seu dedo polegar roçava seu
molho protegido de nervos. Ela flexionou suas coxas, com um lento movimento ascendente e descendente contra ele. Cada risco sensual aumentava a tensão em suas pernas, com a urgência montando seu baixo
ventre.
Ela rompeu o beijo e fechou os olhos, concentrando-se na voragem que ele criava com seus impulsos magistrais. Em questão de segundos ela alcançou seu ponto máximo, com luzes douradas com faíscas contra
suas pálpebras enquanto esmagava seus gritos com o dorso da mão.
Tremendo, ela deixou cair a cabeça em seu ombro, com seu fôlego fazendo estragos em seus pulmões. Vagamente, na borda da consciência, ouviu um sinistro rangido. Levantou a cabeça.
— Ouviu isso?
Alexandre chupava o lóbulo de sua orelha, fazendo que seus olhos retrocedessem em sua cabeça.
— Ouvir, o que?
Ele esfregava sua excitação contra ela.
— E-e- esse rangido — Ofegou ela.
Ele soltou seu lóbulo para morder sua garganta.
— Não — Ele a apertou de novo, provocando um suspiro nela. Sem lugar a dúvidas, pensou enquanto arqueava as costas para melhor fricção, ele a tinha em seu Movimento. Ela apertou sua cintura enquanto aumentava
seus movimentos curtos e rítmicos. O desejo subia em uma espiral mais alta, com seu pico fazendo-se eco.
Outro rangido se escutou no ar, este muito mais forte que o anterior e o mundo de Sunni se inclinou. Em um momento, ela estava segura em seus braços, com as costas contra a porta, e ao seguinte caía.
Com um ruído surdo, ela caiu mal de costas, Alexandre na parte superior dela. Ela piscou enquanto seus olhos se centravam nas pessoas que se apinhava em torno deles, alguns preocupados, alguns com risadinhas
sobre sua delicada posição.
Alexandre foi o primeiro em recuperar-se, em seus pés lutando cuidadosamente para não expô-la mais do necessário. Puxou-a pela mão e atirou dela até deixá-la em uma posição erguida e a libertou imediatamente.
Ela se cambaleou por um segundo, vendo os destroços que tinham causado.
A porta do banheiro de homens agora se encontrava no corredor, com a madeira fraturada por seu peso combinado com a pressão dele contra ela. Os parafusos velhos, incapazes de suportar o abuso, tinham cedido
a seu passo.
Ela esmagou o impulso de rir.
— Acha que Sinjin se zangará? — Ela levantou o olhar para sustentar o de Alexandre.
Uh OH...
Atrás tinha ficado o apaixonado amante de momentos antes, em seu lugar estava a estoica cabeça do Conselheiro. Com um frio olhar a olhou de pés à cabeça.
— Está ferida?
Ela negou, com seu coração afundando-se.
— Farei as reparações da porta com Sinjin assim não se preocupe por isso — Ele endireitou o destroçado pescoço da camisa — Se não estar lesada, então dou boa noite.
Com isso, deu meia volta e a deixou, com os ombros a um lado a multidão como se não estivesse ali. Ela deu uma olhada ao marco quebrado onde agora faltava uma porta e mordeu o lábio.
Demônios...
Capítulo 6
Ela é perigosa.
Alexandre lançou sua pluma de Mont. Blanc à mesa em sinal de frustração. Recostando para trás, passou uma mão sobre seus cansados olhos. Manter-se afastado de Sunni seria o melhor. Sua fascinação fora
de lugar por ela só o conduziria à ruína. Franziu o cenho diante a ideia da porta quebrada e o final público deles fazendo amor no Chat Noir.
Nunca em sua vida tinha estado tão envergonhado.
Quantas vezes tinha observado o poder destrutivo das mulheres? Entretanto, quantas vezes tinha arriscado tudo e se entregou aos pecados da carne? Não tinha nada contra do sexo, agora pelo menos, mas a
perda de controle era do que se tratava. Ele não estava em condições de deixar-se distrair por uma mulher. Não podia dar o luxo de voltar a cometer o engano do passado.
Amava Nova Orleans, mas talvez o melhor seria ir-se depois de que terminar com Cass. Talvez uma mudança de cenário faria algum bem. Uns anos na Europa era o que necessitava.
Necessito-a.
Ele deixou cair sua cabeça contra a cadeira e gemeu de frustração. Desejava Sunni mais do que havia alguma vez desejado a nenhuma mulher em sua vida. O que tinha ela? Era tudo o que evitava. Não era uma
grande conversadora, nunca tinha falado com ela por um comprido período de tempo.
Era pequena… E construída como um sonho. Ela tinha uma pomposa… OH, que boca.
Uma rajada de luxúria correu por seu corpo, tão poderosa que quis aconchegar-se e abraçar-se. Soprou com desgosto. Estava se comportando como um colegial sem instrução e tinha que deter-se. Agora.
Ficou de pé tão rápido que por uma fração de segundo ficou tonto. Talvez um banho seria o que necessitava para limpar sua cabeça? Dirigiu-se para a porta, mas o telefone soou. Tomou o aparelho e antes
de poder ladrar uma saudação a pessoa que chamava falou.
— Temos problemas…
— Sinjin?
— Sim. Necessito que venha. Há algo com o que necessito que lute.
O intestino do Alexandre se apertou. A urgência na voz de Sinjin era inconfundível.
— Vou para lá.
Sunni viu o homem enquanto espreitava a sua próxima vítima. Através de olhos entrecerrados, apanhou-o pondo Rohypnol na bebida do encontro dele. Em uma ação rápida, a mulher estaria inconsciente em poucos
minutos depois de tê-lo ingerido. Nesse momento, estaria completamente a sua mercê. Ele era suave e estava em controle. Fazia isto antes.
Muito poucas coisas na vida levantavam sua fúria como violadores e pedófilos. Desde que tinha se convertido em vampiro, Sunni se negava a alimentar-se dos inocentes no mundo. Percorrendo o bar cheio de
fumaça desde sua tranquila mesa no canto, passou automaticamente pelo que se considerava gente normal passando um bom tempo. Sua atenção se centrou nos que tinha aprendido a espreitar e dos que se alimentava
com facilidade, com gosto. Violadores. Pedófilos. As escorias do mundo.
Estranha vez ela os matava. Talvez fosse do idealismo de Polyana dentro dela, mas realmente acreditava que a maioria da gente podia ser redimida. Não havia ninguém sem ao menos uma graça salvadora e os
enganos do passado podiam ser tratados e curados. O futuro não tinha limites.
Ela se levantou de seu assento na sombra, deixando sua bebida não desejada sem tocar. Caminhou através do bar muito consciente de quão olhadas a seguiam. Sentou-se no assento vazio ao lado de sua vítima,
seus nódulos deliberadamente roçaram sua taça, derrubando-a e espalhando o conteúdo poluído através do bar.
— Hey! — O homem lançou um olhar de desgosto.
Sunni ativou seu encanto e deu a sua seguinte comida um sorriso ganhador.
— Olá.
A expressão dele se voltou de irritada a interesse.
— Olá a você — Como se fosse despi-la, olhou o corpo — O que faz uma garota bonita como você em um lugar como este?
Ela lutou para não revirar os olhos. Realmente acha que é original, com essa linha? Ela passou a ponta de seus dedos por sua clavícula exposta.
— Procurando um pouco de diversão.
Ele sorriu e não foi agradável.
— Ah, sim — Estendeu a mão e passou o dedo por seu braço, por pouco chegando a seu seio. Ele franziu o cenho — Tem frio?
Sua pele estava fria porque a ela não se alimentou em mais de vinte e quatro horas. Sunni manteve sua expressão inocente e assentiu.
— Não acha que faz frio aqui?
Ele encolheu os ombros, obviamente não interessado na temperatura da sala. Ele se inclinou mais de perto, com seu fôlego quente e cheirando a Jack Daniels.
— Em realidade, estou-me pondo quente.
— Sério? Com certeza que seu sangue está realmente quente.
— Quente como a que jamais verá, neném.
Ela sorriu e injetou uma nota sensual em sua voz.
— Estive te observando.
Ele riu entre dentes.
— Ah, sim? E você gosta do que vê?
Raios.
— OH, sim — Ela se deslizou fora do banco, permitindo que sua saia subisse, expondo uma boa parte de suas coxas — É exatamente o que estive procurando esta noite.
— E isso seria?
Podia cheirar sua excitação. O desejo radiado em ondas por sua pele que cheirava a loção pós-barba barata, grossa e enjoativa. Lutou contra a tentação de afastar-se disso.
— A um homem de verdade
Ela chegou até ele, com suas mãos acariciando a parte dianteira de sua camisa. Seguindo a linha de seus botões no pescoço a abriu, deixando correr as pontas de seus dedos sobre sua pele quente, onde ela
se alimentaria dentro de pouco. Ele estremeceu sob seu ligeiro tato.
— Eu sou seu homem — Sua voz foi tremula e tensa.
Ela baixou o olhar para seu colo congestionado. OH sim, tudo estava preparado.
— Vamos então.
Sunni se voltou com ele para a porta principal. Sem olhar para trás para ver se seguia-a. Ela sabia que ele o fazia enquanto ouvia sua respiração. Podia sentir o calor de sua pele. Ela saiu pela porta
lateral e de noite de Nova Orleans. Essa era uma seção mais sórdida da cidade, um setor perigoso, onde aos turistas se advertia que se mantiveram afastados, exceto à luz do dia. Inclusive então poderiam
estar pondo suas vidas em suas próprias mãos e com frequência o faziam.
O Drunken Sailor era um conhecido refúgio e sabia exatamente aonde levá-lo. Girando à esquerda, caminhou pelo centro do beco, com o olhar de sua vítima perto por trás. Poucas pessoas frequentavam essa
parte da cidade a menos que fosse para meios infames e os que o faziam desapareciam a um segundo plano à medida que se aproximavam. Sunni observou a presença de alguns preternaturales na zona e levou o
homem a um de seus pontos favoritos.
Ela notou com certo alívio que os outros vampiros eram educados e se afastavam dela. A alimentação era intensamente privada para alguns, incluída ela mesma e preferia não temer testemunhas.
— Aonde vamos, neném? A seu lugar?
À sombra da escuridão, ela cedeu a seu desejo de rodar seus olhos.
Realmente pensava isso de “neném” era um método preferido para fazer frente a uma mulher? Funcionava?
— OH, não, não vamos a minha casa.
Ela pôs sua mão sobre seu peito e o empurrou para um portal escuro escondido na intercessão. De sua posição, ela podia ver para ambas as ruas. Ninguém poderia aproximar-se sigilosamente desde esse ponto.
Sua vítima pôs-se a rir.
— O que te passa, neném, não pode esperar para pôr suas mãos em cima? — Ele agarrou a mão nela, envolvendo suas mãos ao redor de seus braços, atirando dela contra ele.
Sunni fez a um lado seu colarinho, evitando sua boca enquanto ele tratava de beijá-la. Seus lábios tocaram sua pele, reduzindo-se a zero no lugar onde tinha seu pulso.
Ele se engasgou enquanto seus dentes rompiam sua pele e uma onda de sangue quente encheu sua boca. Sua garganta vibrou debaixo de sua boca enquanto suas mãos se convulsionavam em seus braços antes de cair
a pendurar inertes aos lados.
Ela fechou os olhos enquanto se alimentava, recordando seus dias como humano e como era ser alimentado. Era quente e sensual, não doloroso absolutamente. Nesse ponto, as endorfinas teriam alagado seu sistema
antes de trocar ao êxtase correndo por sua pele, cada vez mais forte à medida que se alimentava, como a sensação de um orgasmo iminente. O endurecimento de seus nervos se fez maior, concentrando-se em
um pequeno ponto sensibilizando em seu corpo.
Mas ela não queria que ele o desfrutasse. Ela queria que tivesse medo. Ela queria ensinar o preço de atacar a mulheres inocentes que davam sua confiança. Ela queria que fosse vítima como a mulher que ele
tinha selecionado no bar, a que ela tinha salvado.
Convocando sua capacidade de vampiro, invadiu sua mente com imagens que garantiam que o caçaria o resto de sua vida. Imagens de seu corpo sendo violado como tinha violado a suas vítimas. Seu corpo, quebrado
e sangrando, com sua alma devastada. Suaves gemidos de medo soaram enquanto ela drenava sua capacidade de defender-se.
Ele se debilitou quando terminou. Seu corpo se afundou frente à porta. Ela o deixou em liberdade e ele se deslizou em um montículo no chão. Seu olhar estava fixo a dela, com o horror gravado em suas escuras
profundidades. Ele mudaria para sempre.
Sunni se deixou cair de cócoras, com a face perto dele, assegurando-se de que a visse com claridade ante que seus olhos se fechassem e fosse superado pela necessidade de dormir. A alimentação de um humano
requeria sempre uma sesta para eles depois, enquanto que os deixava fortalecidos.
— Agora sabe o que é estar indefeso, ser vítima de um canalha como você — Sussurrou ela. Seus olhos caíram e ela negou, obrigando a seus olhos a abrir-se — Me escute bem, mortal. Nunca mais será capaz
de ver uma mulher como uma vítima potencial e não voltará a viver este momento. Este é o ponto no tempo em que faz recontagem do engano de seu caminho. Se tentar tomar outra vítima, virei por você e, a
próxima vez me assegurarei que não sobreviva. Eu pessoalmente acompanhá-lo-ei ao inferno.
Um gorgogeo aquoso soou enquanto ele fechava seus olhos, agora inconsciente.
Sunni o empurrou ao canto mais afastado da porta antes de levantar-se. Tinha completo seu propósito e desfez a Nova Orleans de outro louco. Daqui em adiante, este homem seria um acovardado, um cidadão
respeitoso da lei.
Ainda teria o desejo de violar. De fato, provavelmente sonharia com ela para o resto de sua vida. Entretanto, tinha visto que ele nunca mais pudesse levar a cabo seus malvados planos.
Ela sorriu enquanto entrava no beco. Separando todos os pensamentos em sua vítima a suas costas, perguntou-se onde estaria Alexandre e como poderia atormentá-lo de novo.
— Este não está tão mal como o último — O tom de Sinjin era manso.
Alexandre se agachou ao vampiro morto, sem poder acreditar no que via. Em todos seus anos, tinha visto vários vampiros que tinham morrido por luz solar, mas nunca em meio da noite. Simplesmente, não era
cientificamente possível.
O desafortunado estava deitado na metade de um velho armazém, com seu corpo queimado até as cinzas. Perto de sua enrugada mão havia uma perfeita rosa branca, com as pétalas ilesas e ainda úmidas pelo orvalho.
O aroma da carne queimada era espesso no ar, misturando-se com o som do pranto incontrolável da fêmea do vampiro que o tinha encontrado.
— Quem era? — Alexandre perguntou.
— Philippe Desjardins, um vampiro de vinte e poucos anos — Sinjin assinalou a mulher — Ela disse que deviam reunir-se e ir caçar na noite. Quando não se apresentou, ela veio a buscá-lo e se encontrou com
isto.
— Ela disse algo mais?
— Só que tinha estado agindo de maneira estranha nos últimos dois ou três dias.
Alexandre se economizou um olhar à mulher traumatizada que estava perto da porta, com seu olhar fixo nos quase queimados restos de seu noivo. Deu a volta, incapaz de suportar sua dor.
— Estranho como?
— Inquieto, como se não pudesse estar quieto. Seguia dizendo que algo grande viria e que seria uma parte integral do mesmo.
— Tem alguma pista, alguma ideia do que estava falando?
— Não.
— Inimigos?
Sinjin negou.
— Ela está tão perplexa como nós. Philippe tinha entrado no bar em várias ocasiões e de acordo com o que ouvi, era um vampiro médio. Nunca propôs-se fazer-se de um nome como alguns quando os converteram
pela primeira vez. Não se sentia como se tivesse algo que demonstrar e até faz uma semana, vivia uma existência bastante simples.
— O que mudou?
— Ela disse que de repente chegou a casa com um punhado de dinheiro e uma história de algo grande. Enquanto a semana progredia, voltou-se mais nervoso e se queixou de cansaço e também de que seu peito
estava em chamas. Ela disse que agia como se tivesse bebido um pouco de sangue poluído, mas nunca se recuperou como a maioria o faria. De fato, parecia piorar cada dia. Interessante.
— Ela pensava que não estava se alimentando adequadamente e tratou de falar com ele sobre isso. Philippe descartou suas preocupações.
Alexandre estudou o cadáver.
— É uma pena por ele — Levantou a cabeça e seu olhar se reuniu com a de Sinjin — Envia-a a sua casa e que alguém fique com ela por um tempo. Que não fale com ninguém disto.
Sinjin assentiu e se afastou para fazer frente à fêmea.
Com a cabeça para baixo, Alexandre deu a volta ao encolhido cadáver, estudando-o desde todos os ângulos. Philippe DesJardins estava em posição reta sobre suas costas, com a perna esquerda enganchada atrás
de seu joelho direito. Suas mãos estavam fechadas em punhos, com um braço a um lado, e a outra dobrada até o cotovelo. A rosa estava a meras polegadas de seu punho e ombro.
Tinha a face queimada mais à frente do reconhecimento, com a boca aberta como se tivesse gritado em seu caminho para a morte. Em algum momento, seu torso tinha sido envolto em chamas. Tudo, da cintura
para abaixo não tinha sido tocado por o fogo, e apenas se chamuscou.
Havia duas coisas que saltavam ao Alexandre. Que Philippe estivesse enrugado, como se os líquidos em seu corpo se evaporaram, deixando seu corpo retorcido e frágil como madeira à deriva. Mas o elemento
mais peculiar era oco em seu peito onde deveria estar seu coração. Alexandre se inclinou para estudar a aberração. Ele poderia facilmente ter encaixado seu punho e algo mais na cavidade natural. Não de
tudo redonda, mas não oblonga tampouco. O buraco estava limpo como se tivesse sido cauterizado cirurgicamente. As bordas da ferida tinham sido chamuscados cuidadosa e ordenadamente. A través do buraco,
vislumbrava-se o sujo piso de cimento, só um pouco queimado. Não havia nada de natural nesta morte. Visualmente, o corpo do Philippe parecia um queimado pelo sol, com algumas exceções. Pelo geral, quando
um vampiro morria por luz solar, só a zona exposta estava reduzida a cinzas. Neste caso, não o estava. Seu braço estendido não tinha sofrido danos. O outro braço, dobrado pelo cotovelo, era o mais próximo
ao dano mais importante, mesmo assim estava só com sua pele enegrecida, mas intacta. A julgar pelo padrão da queimadura, tinha estado de pé, com as chamas aumentando a seu rosto com o fim de que se danificasse.
A cara estava irreconhecível, mas o crânio estava intacto. Não tinha sido reduzido a cinzas, o que supunha que o fogo nessa zona não tinha sido tão quente como o tinha sido em seu peito.
Ele engoliu.
O vampiro tinha sido assassinado por algo que tinham posto no peito e só o peito… Tinha contido o fogo. Tinha estado de pé em posição vertical, fazendo que as chamas destruíssem seu rosto, antes de cair
no chão. O fogo o tinha queimado o suficiente para evaporar a maior parte dos líquidos corporais.
Ele negou. Devia ser condenadamente quase impossível para um vampiro morrer dessa maneira, por um mortal pelo menos. Um mortal não seria capaz de dirigir a um vampiro…
— O que está acontecendo?
Capítulo 7
— Está morto.
Cass franziu o cenho diante a interrupção, depois as palavras dele se afundaram em sua mente.
— Já está? — Ela pôs a pluma abaixo.
— Ele durou mais tempo que o último.
Miles deixou cair várias fotos no escritório frente a ela. Fascinada, Cass as recolheu e as folheou para ver o desgraçado vampiro em diferentes etapas de destruição. Enquanto se sentia decepcionada com
o resultado, não gostava da cara que tinha mostrado Philippe, com a boca aberta enquanto gritava, enquanto era consumido pelas chamas. À medida que via as imagens, podia ver seu bonito rosto derretendo-se.
Ela enrugou o nariz, depois baixou as fotos.
— O outro só durou vinte horas mais ou menos. Tinha esperado muito mais com este — Alcançou um caderno pequeno de couro. Abrindo-o, estudou a escritura de uma página com data de dois dias antes — Este
só durou trinta e duas horas e meia.
— Melhorou a fórmula.
Ausente, ela assentiu.
— Estou me aproximando, mas ainda estou decepcionada — Passou um pouco mais as páginas, chegando à data de hoje — Como está nosso seguinte objetivo?
— Tremulo, mas mantendo-se.
— Já passaram quase quarenta e oito horas desde que o administramos. Até aqui tudo bem — Ela fechou o livro — Pergunto-me por que este durou tão mais que o querido Philippe.
— Pela idade?
— Hm, poderia ser. Também poderia estar relacionado com seu mestre. Este tem um amo muito mais forte do que Philippe tinha — Ela tomou a pluma e pôs uma nota para si mesma — Vá e mantenha uma estreita
vigilância sobre ele. Quero ver, como vai nas seguintes dez horas mais ou menos.
— Fá-lo-ei.
— Espera — Ela levantou a vista, amaldiçoando-se interiormente enquanto fazia a pergunta que tinha querido evitar — Alguma noticia sobre o Alexandre?
O olhar de Miles foi escuro enquanto assentia muito ligeiramente.
— Ele estará em sua reunião.
Uma onda de triunfo se apoderou dela. Finalmente, o passo dois estava completado.
— Obrigado, pode ir agora.
Ele se arqueou até a metade de seu corpo antes de sair da sala.
Ela sorriu para se própria. Talvez agora Alexandre finalmente estaria sobre seus pés. Amanhã traria muitas coisas a um primeiro plano e ela faria ao Velho uma oferta que não poderia recusar.
Deixou cair a pluma e tomou uma pequena caixa de madeira do canto de sua mesa e a abriu. Comodamente em um forro de veludo azul profundo estava a mesma coisa que a metade do mundo sobrenatural estava procurando.
O diário de Elsabeth, da primeira esposa de Mikhail. Esse pequeno livro poderia significar o fim do mundo sobrenatural em sua forma atual e isso era exatamente com o que ela estava contando.
Passou através das muito gastas páginas que estavam desaparecendo. É obvio, teria sido muito mais conveniente para ela, se Elsabeth tivesse escrito os detalhes em uma ordem lógica. Ela não tinha cotado
muitas coisas no tomo. Cass revirou os olhos. Não importava, tinha chegado à essência do que necessitava e seus experimentos estavam progredindo muito bem.
Alexandre cometeria o engano de recusá-la, ele e seus companheiros pagariam muito caro esse fato e não havia nada que eles pudessem fazer a respeito.
De qualquer maneira, ela seria a vencedora.
Sunni estremeceu diante o pensamento desse pobre e torturado vampiro morto no chão do armazém. Tinha tomado uma meia hora e litros de água fervendo eliminar o fedor de carne queimada de sua pele e cabelo.
Sua roupa era uma perda no que a ela concernia, o aroma nunca sairia. Ela não podia tirar a visão de seu destruído rosto de sua mente. Tocou a bochecha, para assegurar a si mesma que tinha deixado a cena
horripilante ilesa.
Enquanto vivesse, nunca esqueceria os olhos dessa criatura atormentada. Queimar-se tinha que ser a pior forma em que um vampiro podia morrer.
— Deixa-o ir, Sunni.
Alexandre estava na soleira de sua loja, com sua expressão estoica. Ela o tinha deixado no armazém mais de duas horas antes, com a promessa dele que a alcançaria quando terminasse.
— Não posso — Ela baixou o olhar ao chão — Não posso tirá-lo de minha mente. Fecho os olhos e ainda está ali — Ela levantou a cabeça, com seus olhos encontrando os dele — Quem era?
Ele hesitou.
— Maldição, essa visão me perseguirá o resto de minha vida — Ela girou longe dele, ocupando-se em reordenar a pilha de pastas que continham amostras de seu trabalho e o de Sasha. Não precisavam ser reorganizados
outra vez, mas necessitava desesperadamente algo no que concentrar-se ou começaria a gritar e nunca deixaria de fazê-lo — O menos que poderia fazer quer dizer me seu nome.
— Seu nome era Philippe Desjardins — Ela ouviu fechar a porta— De acordo com sua noiva, era um músico de ruas que gostava de aproveitar do ataque dos viciados quando recebia seu sangue poluído.
A voz dele era lisa, sem emoções e ela se voltou para ver o esgotamento escrito em seu rosto.
— Receber sangue poluído não causa que os vampiros estejam a ponto de explodir em chamas.
— Tem razão — Ele olhou para outro lado.
— A luz do sol — Sussurrou ela — Só a luz do sol pode causar esse tipo de morte, ou a água benta se se ingerir de algum jeito — Ela estremeceu — Se um vampiro esteve inconsciente, eles puderam fazer fogo
e queimá-lo vivo. Eu escutei histórias sobre vampiros antigos queimados vivos enquanto dormiam durante o dia. É um dos perigos de criar uma guarida dentro dos limites de uma estrutura feita pelo homem.
Alexandre não respondeu.
— Não acha que algum deles o tenha matado, verdade?
— Ainda estamos investigando neste momento.
Ela revirou os olhos. Havia momentos em que falar com ele era como tratar de manter uma conversa com o tronco de árvore.
— Bom, só adivinhada o que poderia ter sido.
— Eu não gosto de especular sobre isto — Ele cruzou os braços sobre seu peito.
— Pelo amor de Deus — Ela fechou os últimos duas pastas na mesa com um estrépito — O que acontece com você? Sempre tem que ser tão condenadamente perfeito? — Ela se voltou para ele — Notícias de última
hora, te permite um engano de vez em quando. Pode fazer uma conjetura. Ninguém espera que seja perfeito em todo momento do cada dia. Quando uma notícia como esta sai, gera uma onda de choque através de
toda a comunidade. Os vampiros se assustam, eu estou assustada. O que dirá quando vierem a você?
— É por isso que precisa deixar Nova Orleans. Agora, esta noite.
Ela se moveu até deter-se aturdida.
— O que disse?
— Que tem que ir.
— Não.
Um brilho de chateio cruzou pelo rosto dele antes de desaparecer.
— Sim.
— Esta é minha casa e não sairei dela. Vai pedir a todos os vampiros da cidade que empacotem e se vão?
— Os mais inteligentes já se foram.
— Ah, sim? — Ela pôs suas mãos em seus quadris — Sabe o que? Posso cuidar de mim mesma e estive fazendo-o há muitos anos.
— Como aquela vez em São Francisco?
Ela franziu o cenho.
— Cometi um erro e, sim, quase me custa a vida. Tive a sorte de que estivesse ali para me ajudar. Entretanto, um cavalheiro não teria tirado isso a colação.
Ele deu uma risada desagradável.
— Finalmente, deu-se conta — Ele se aproximou dela — Quero que empacote e vá esta noite.
— Não — Ela se manteve firme enquanto ele se abatia sobre ela — Não é possível que vá.
— Eu sou a cabeça de…
— Ora! — Ela se afastou, detendo-se só quando ele a agarrou pelos ombros, obrigando-a a olhá-lo uma vez mais. Ela ficou sem fôlego enquanto olhava seus olhos. Escuros e atormentados, não estavam tão tranquilos
como tinha dado a entender.
— Alguma vez me escutará?
— Sempre escuto meu coração...
— Sunni — Seu tom foi um meio gemido, meio grunhido.
Chegando acima, segurou seus dedos nas lapelas de sua jaqueta de seda, puxando ele para ela, encantada quando viu o brilho de desejo acender-se em seus olhos. Ele a desejava, não importava o muito que
tratasse de lutar contra ela. Uma emoção de posse correu por seu espinho.
— Me beije — Sussurrou ela.
— Não — Ele tomou suas mãos, mas ela as apertou.
— Por favor?
A cabeça dele baixou, como se ele não tivesse controle sobre sua própria reação para ela. Seu fôlego se misturou com o seu, aprofundando a sensualidade primitiva que se vertia sobre sua pele como ouro
fundido. As mãos dela deixaram seu controle sobre sua jaqueta para enrolar-se ao redor da parte de trás de seu pescoço.
— Maldição, não te desejo — Grunhiu ele.
— Sim, faz.
Ela se estirou à ponta dos dedos dos pés para acariciar seus lábios através dos dele. Uma vez. Duas vezes. Um som escapou dele e eles se juntaram.
Suas línguas se enredaram enquanto ele chupava sua boca. Ele a apoiou contra a bancada, com seus braços rodeando sua cintura, elevando-a. Ela separou as coxas, gemendo enquanto ele se apoiava nela. Ela
arqueou seus quadris contra o núcleo de seu desejo. Ela sentia o crescimento de um desejo enterrado no profundo de sua alma e não poderia deixá-lo ainda se sua vida dependesse disso.
Ela moveu um dedo de seu cabelo e puxou dele liberando-o permitindo que as ondas escuras escapassem de seu confinamento.
Enredando os dedos em seus cabelos livres, ela puxou sua cabeça a uma posição mais gratificante enquanto seu toque se voltava mais suave.
Ela não pôde resistir chegar a suas costas, afundando os dedos em seu firme, sedosa carne coberta. Ela estendeu suas coxas mais, movendo os quadris para trocar seu ângulo um pouco.
OH, sim.
Ele a penetrou com sua língua de novo. Tinha encontrado seu ponto doce.
— Por favor — Sussurrou ela — Me toque.
Ele moveu sua mão pela face interna de sua coxa debaixo de sua saia. Seus dedos fortes e calosos se moveram junto a suas umedecidas calcinhas para acariciar sua carne excitada. Um gemido saiu de seus lábios
enquanto dois dedos se deslizaram em sua inchada vagina para sondar suas profundidades aveludadas. Um dedo acariciou seus clitóris, provocando um suspiro enquanto uma corrente de desejo ziguezagueava através
de seu abdômen fazendo-a dobrar os dedos de seus pés. Ela se tirou as sandálias e caíram ao chão com um estrépito.
Ele trabalhou sua carne em uma forma absurda, com cada movimento concentrado no centro de seu desejo até que ela sacudiu seus quadris e se apertou a seu ao redor. A explosão de luz atrás de suas pálpebras
se produziu enquanto sua liberação varria por seu corpo.
À medida que seu estremecimento diminuía, ele tirou sua mão. Ela gemeu pelo toque de seus dedos contra sua inchada carne. Gentilmente o reacomodou a saia, antes de afastar-se.
O olhar dela se fixou na construção maciça que levantava suas calças. Um desejo curvava através de seu corpo e ela se aproximou dele, surpreendida quando sua mão o impediu. Ela encontrou seu olhar.
— Não podemos fazer isto — A voz dele era remota, em desacordo com a febre que ainda ardia em seus olhos.
Ela forçou um sorriso apesar de que tinha vontades de chorar.
— Acredito que acabo de fazê-lo — Quando ia admitir o que deveriam estar juntos?
— Foi um erro — Ele recuou para a porta — Quero que deixe a cidade, Sunni —Ele chegou ao cabo e abriu a porta, fazendo uma pausa para tirar o seguro do interior — Estará mais segura longe daqui, longe
de mim. Não quero te machucar — Sem esperar uma resposta, ele se foi fechando a porta atrás dele.
Ela desceu da bancada, com seu corpo satisfeito, mas com sua alma pesada. Não havia maneira de que pudesse ir-se, não agora, quando ele a necessitava mais.
Aproximava-se o amanhecer.
Alexandre olhou pela janela de sua biblioteca, viu como o céu se voltava cor rosa. Indo de um escuro framboesa a um pêssego sublime, o amanhecer era seu momento favorito do dia. Durante centenas de anos
tinha estado preso às trevas, mas agora que tinha envelhecido o suficiente para permitir-se uma quantidade limitada de luz solar, nunca perdia a oportunidade de desfrutá-lo. Senhor, estava cansado.
Levantou uma mão a sua testa e tomou uma baforada da essência difícil de alcançar. Fechou os olhos e inalou a fragrância dela que ainda se agarrava a sua pele.
Sunni.
Ela era um perigo para ele e para ela mesma também e ela não tinha o sentido comum para se dar conta disso. O que ia fazer com ela? Ela se negava a deixar Nova Orleans e era uma distração grave. Não era
seguro para ela ficar.
E ele a desejava.
Imagens dela montada em sua mão, seus suaves gritos enquanto chegava ao topo, invadiram sua mente. A lembrança do calor de sua pele contra a sua era tão forte como o tinha sido muitas horas antes, quando
a tinha deixado sozinha na loja.
Só faria mal. Não era o homem que ela acreditava que era. Só teria que perguntar aos Albigenses da aldeia onde se levantou. Não era como se algum deles tivesse sobrevivido. Um eixo de dor se lançou a seu
peito diante a ideia de seus companheiros assassinados. Haviam passado 800 anos do massacre em Albi na França, e ele, tinha sido o único sobrevivente.
E tinha sido sua culpa.
Após, havia passado muitas horas contemplando a noite. Os giros do destino tinham conspirado para pô-lo nesse tempo e lugar e não queria evitar seu dever por uma só mulher. Tinha-o feito uma vez antes,
não o faria outra vez.
Muitas vidas dependiam dele.
Capítulo 8
Sunni saiu ao balcão em cima de sua loja, observando o movimento da multidão de cores ao longo da Rua Bourbon. O Mardi Gras se aproximava de seu fim e o ar estava carregado de umidade. A temperatura tinha
chegado a quarenta graus com uma umidade igual durante o dia. Tampouco tinha diminuído com o sol.
Havia uma tensão desconhecida, ameaçadora no ar. Percorreu seu redor, mas não viu nada fora de lugar. Os mortais na rua não pareciam senti-lo ao passar suas noites bebendo Furacões, dançando na rua e recolhendo
estranhos para uma acoplada rápida e emocionante. O sexo estava a seu redor.
Talvez esse fosse o problema. Desde ontem de noite nos braços de Alexandre, ela não podia tirar de sua mente a ele em sua cama. Com seu toque, tinha despertado à mulher adormecida dentro dela e queria
mais... Muito mais.
Ela levantou a barra de sua blusa de algodão longe de sua pele superaquecida, abanando-se ligeiramente. Os Vampiros, em geral, não reagiam ao calor ou ao frio, mas esta noite, ela estava em chamas.
Um sorriso curvou sua boca enquanto um comichão de antecipação passava por cima de sua pele. Iria vê-lo esta noite? Se ela tinha algo que dizer a respeito, sim, faria-o. Entre mais cedo melhor.
Um movimento fraco de fresca energia se moveu através de sua pele, fazendo-a deixar cair a barra da camisa. Um revenant estava perto.
Sunni voltou a cabeça lentamente, examinando a multidão uma vez mais. Franziu o cenho. Havia sem dúvida, um revenant perto. Mas, com o tamanho da multidão, poderia estar em qualquer lugar.
Ela se inclinou para ver melhor e seu fôlego saía de sua garganta enquanto via Miles. Ele estava de pé em frente da rua, olhando para ela com uma expressão espectadora em seu rosto. Ela recuou, sobressaltada.
Quanto tempo tinha estado ali? O que queria?
Ela se inclinou uma vez mais, com seu olhar no seu. Um lento sorriso curvou sua boca antes de voltar-se para caminhar pela rua com um ritmo pausado. Ela se inclinou mais para frente, não querendo perde-lo
de vista, mas tinha que localizar o Alexandre com rapidez.
Miles se deteve na esquina do clube novo de reggae e olhou para trás, com seu olhar reunindo-se com a dela uma vez mais.
Deu uma leve inclinação de cabeça antes de passar ao redor da esquina para desaparecer de sua vista. Ele estava em algo...
Sunni se precipitou à casa e tomou seu telefone celular enquanto corria para a porta. Com o coração golpeando-a, marcou o número da casa do Alexandre. O zumbido irritante de um sinal de ocupado soou forte
em sua orelha. Demônios!
Não conhecia o homem sobre chamada em espera? O poderia chamar telepaticamente, mas em realidade não era uma emergência e esperava que não escalasse a isso.
Ela fechou o telefone enquanto corria pelas escadas que conduziam à loja. Por agora, ela seguiria a Miles, depois informaria Alexandre. Não era como se o revenant teria a oportunidade de machuca-la. Ela
tinha aprendido sua lição. Não permitia aproximar o suficiente para tocá-la.
Sasha tinha a alguém na cadeira de tatuagens enquanto Sunni passava, lançando a sua sócia só um movimento de mão. O ar úmido a envolveu enquanto saía de a loja.
Esquivando o tráfico a pé, obstruindo a rua, chegou à esquina onde Miles tinha desaparecido momentos antes.
Ela conhecia as ruas de Nova Orleans como a palma de sua mão. Sem medo, deu a volta à esquina para seguir a sua presa. As pequenas lojas se alinhavam na rua, mas ela não deu nenhuma olhar enquanto manobrava
ao redor dos pequenos grupos de compradores das janelas.
Ela viu Miles de novo e aumentou seu ritmo. Queria estar atrás dele, mas não queria tomar a chance de perdê-lo tampouco. À medida que avançava, ela via breves brilhos dele. Só os suficientes para assegurar-se
que ainda estava atrás dele.
Com cada quadra, o estrondo do Mardi Gras desaparecia e as lojas se faziam mais velhas, mais esotéricas. Aqui e lá, os manequins estavam vazios desde fazia muito tempo, com as janelas em branco carregadas
de pó, olhando-a como olhos sem alma. Ela se estremeceu.
Ele se deteve no centro da rua a meia quadra de distância. Seu olhar estava fixo em um pequeno cartaz que pendurava sobre a porta de uma loja. Sem prévio aviso, ele se voltou a olhá-la, com seu olhar centrado
nela. Ele sorriu e, com uma leve inclinação de cabeça, deu meia volta e entrou na loja.
Ele sabia que ela o seguia. Ele queria que ela o fizesse.
Sunni estremeceu quando tirou o telefone do bolso e tratou de ligar a Alexandre uma vez mais, com o insistente zumbido que a fez franzir o cenho. Amaldiçoando em silêncio, colocou-o de novo em seu bolso
e se encaminhou por volta de Miles, detendo-se só quando chegou à loja.
Como tantas outras na zona, as janelas estavam às escuras, com a área cheia de pó. Sobre a porta pendurava um cartaz gradado, com as letras douradas desgastadas que diziam:
Cecilia Mambo
Poções de amor, encantos, curas e malefícios
Feitas a pedido. Estabelecida 1904.
Nova Orleans estava cheio de enganadores que diziam que tinham o poder de obter uma mudança de vida comprando uma bolsa fedorenta cheia de ossos de frango secos, ervas picantes e um punhado pequeno de
cabelo de cabra. Enquanto que o vodu era uma religião popular clandestina no sul supersticioso, a maioria dos que se proclamavam só era por dinheiro na opinião de Sunni.
Vacilante, ela subiu usada escada, tomando cuidado de evitar os pequenos montões de charutos, doces e moedas deixados como agradecimento a vodu Mambo. Cecilia Mambo devia estar fazendo algo correto de
acordo com o montão de produtos que tinham deixado para ela.
Sunni passou pela porta aberta e entrou. Por uma fração de segundo, a loja pareceu vazia, com uma grossa camada de pó recobrindo todo. Só uns únicos rastros revelavam que alguém tinha estado ali recentemente.
Ela piscou e de repente a sala se alagou de luz.
Que diab...
Era como se alguém tivesse levantado um interruptor e a loja tivesse ganhado vida. A loja era pequena, a metade do tamanho de seu próprio negócio. As estantes se alinhavam nas três paredes da sala e no
centro da parede do fundo havia uma porta aberta coberta com ramos pendentes de contas de madeira formando uma cortina. Balançava-se como se alguém acabasse de transpassá-la, com seu estalo oco recordando
a Sunni o som de ossos secos. Um aroma estranho, como de café velho e algo floral formava redemoinhos a seu redor, fazendo-a sentir vertigem com sua fragrância.
—A quem busca? — Os tons suaves de uma mulher soaram, surpreendendo-a.
Ela voltou a cabeça para ver uma mulher sentada junto a uma pequena mesa com uma variedade de garrafas e bolsas dispersas na superfície. Era pequena e delicada, com sua pele marrom claro. Era jovem, talvez
em seus vinte anos, e seu cabelo estava escondido debaixo de um turbante de cores brilhantes. Seu vestido era branco e de gaze, cobrindo-a do pescoço até os dedos dos pés. Seu olhar direto fazia contato
com seus líquidos olhos escuros.
— A um homem — Respondeu Sunni. A testa da mulher se arqueou.
— Muitas mulheres vêm em busca de homens.
— Eu procuro um sozinho.
Um sorriso suave curvou sua boca.
— É inteligente.
— Não, procuro o homem que entrou aqui faz tão somente uns segundos.
O sorriso da mulher desapareceu enquanto selecionava um quadrado de seda vermelha e o estendeu sobre a mesa.
— Entendo — Ela tomou um recipiente pequeno e extraiu um raminho seco — Pensei que talvez tinha visto a pessoa que te necessita mais — Ela deixou cair o raminho no centro do material.
Sunni piscou, tentando concentrar-se no que estava dizendo. O perfume da loja estava fazendo-a sentir tonta.
— De quem está falando?
A mulher procurou sobre a mesa até que encontrou uma bolsa de ossos pequenos. Deixando cair um em um moedor, começou a moer o osso com a mão do moedor. Então levantou a cabeça, com seu olhar escuro e penetrante.
— Sabe de quem falo, do vampiro.
Ela gelou. Os mortais quase nunca sabiam que era um vampiro. Suas mentes não permitiam reconhecer a verdade, inclusive nas estranhas ocasiões em que ela os dizia. Em vários casos, tinha conhecido um mortal
com o dom do reconhecimento e ao parecer esta mulher era uma deles. As pessoas com essa habilidade a faziam sentir claramente incômoda, como se a desconhecida pudesse ver muito dentro de sua pele.
— Quem é você? — Sunni perguntou.
— Sou Cecilia e este é meu lugar — Acrescentou outro osso agora em mistura feita pó.
— E eu sou Sunni. Estou em busca do homem que acaba de entrar aqui — Ela fez um gesto por volta dos a cortina agora quieta — Passou por ali?
Cecilia assentiu, com seu olhar solene.
— Ele não é o que busca, ele não é seu destino — Escolheu mechas de cabelo de um frasco pequeno e os acrescentou à pilha cada vez maior no cetim vermelho —Deve saber que ele será instrumento da destruição
de muitos.
Sunni não acreditava no vodu Jumbo Jumbo, mas havia algo na voz da mulher que enviou um calafrio de apreensão por suas costas. Haveria algo que Alexandre teria esquecido dizer a ela sobre Miles? Deveria
voltar e encontrar Sinjin ou Alexandre?
Ele escaparia.
E Alexandre o perderia. Maldição. Deu a volta e se dirigiu à porta coberta de conchas, com suas sandálias quase não fazendo som no poeirento chão de madeira velha.
— Espera, vampiro, necessitará isto — Ela se voltou para ver a Cecilia atando um nó na parte superior da bolsa vermelha pequena e pondo um cordão negro.
— Ajudará-a em sua viagem. Terá que manter isto com você até que a escuridão tenha passado.
Sunni se encolheu diante a ideia de pôr a bolsa perto de sua pele, depois de ter visto o que a mulher tinha posto dentro dele.
— Não, obrigado — Ela separou as conchas e se meteu na parte traseira.
— É seu funeral — Cantou a mulher em tom monótono — E vestirei de vermelho nele. Ah, vampiro, não confie em ninguém...
Sunni deixou as contas cair em seu lugar, sua estranha madeira dura soou na quietude. A pequena sala estava cheia a transbordar de caixas com pó, algumas fechadas, algumas abertas e derramando seu conteúdo
macabro no chão. Passando em cima do que parecia uma sacola de pés de frango seco, dirigiu-se à porta traseira aberta e depois a outro beco.
Seus sentidos ficaram em alerta, quando saiu da loja. O fedor de mantimentos em putrefação se formou redemoinhos a seu redor, esclarecendo o turvado de seus sentidos. O que fosse que Cecilia tinha tido
ali, Sunni não queria experimentá-lo de novo.
— Bem-vinda, Sunni. Estou tão contente que me pudesse participar.
Apanhada...
Ela se voltou para ver Miles. Estava de pé nas sombras, apoiado no edifício ao lado oposto do beco. Ele se moveu longe da parede e entrou na tênue luz da porta de Cecilia.
— Um convite teria sido agradável. Pelo menos então teria sabido como vestir —Ela fez um gesto a sua saia de gaze transparente e a seu Top — Temo que estou muito vestida — Ela assentiu para os escombros
no beco.
O sorriso dele foi frio, com seu olhar neutro.
— Fará o que tenho em mente.
— E isso seria?
— Tenho algo para que faça.
— O que é?
Ele extraiu um pequeno envelope de seu bolso.
— Tem que entregar isto a Alexandre. É muito importante e sei que posso confiar em você para levar sem lê-lo.
— Tenho uma notícia para você. Há um invento moderno chamado correio ao que pode pagar para entregar coisas. Se isso não for o suficientemente rápido, há um algo chamado fax.
Ele fez caso omisso de seu sarcasmo.
— O mundo sobrenatural se encontra em alvoroço e não estamos seguros em quem podemos confiar. Há inimigos a nosso redor.
Um calafrio de emoção correu através dela.
— Quais somos nós?
— Casiopea e eu.
Nossa! Ela estava na cidade. Agora, a descobrir sua guarida.
— O que está ela fazendo aqui?
— Ela veio à cidade com o fim de discutir termos com o chefe do Conselho — Ele meneou o envelope — Isso é do que se trata esta missiva. Ela está organizando uma reunião com ele — Ofereceu o envelope de
novo — Aqui está a chave para um futuro pacífico para os que vivem nas sombras.
O olhar dela se fixou no envelope branco. Finalmente, poderia provar a Alexandre que era útil e que podia cuidar de si mesma. Ela se moveu à oferta. Miles o arrebatou, deixando-o fora de seu alcance.
— Recorda, não confie em ninguém. O futuro dos preternaturais depende de você.
Ela franziu o cenho, Não era isso o que Cecilia havia dito? Enquanto estendia o envelope, ela uma vez mais, moveu-se para frente para tomá-lo.
Enquanto seus dedos roçavam o pesado pergaminho, algo se moveu na escuridão atrás dela. Antes que ela fizesse um som, fortes braços tomaram ao redor do torso, segurando seu braço a seu lado. Outra figura
saiu sobre ela e agarrou seu outro braço. Apanhada, Sunni grunhiu a seus captores, consternada ao descobrir que era sustentada por dois vampiros masculinos, muito maiores que ela.
Como tinham conseguido aproximar-se sigilosamente a ela assim? Lutou só para descobrir que não podia mover-se absolutamente. Estava bem e verdadeiramente presa.
Miles enrugou o envelope e o deixou cair, com um sorriso afiado curvando sua boca.
— Agora, agora, não te adverti que não confiasse em ninguém? — Ele negou enquanto retirava uma pequena bolsa de couro de seu outro bolso — Eu estava incluído nisso, é obvio.
— O que quer? — Espetou ela com o medo ameaçando afogá-la.
— Bom, vejamos, eu já sou imortal, por isso não necessitamos disso. Sou rico além de meus sonhos mais selvagens, por isso não necessito dinheiro — Ele levantou a mão e deu um passo para ela, passando um
dedo por sua bochecha — Entretanto, necessito-a.
A repulsão se arrastou ao longo de sua pele ao pensar em que este homem a tocasse.
— Não em sua vida.
Ele riu e se afastou para abrir a bolsa.
— Não se preocupe, pequena vampira, não te tocarei — Ele tirou um pequeno frasco e uma agulha hipodérmica — Saber que Alexandre esteve ali antes que eu seria suficiente para esfriar meu desejo.
Os olhos de Sunni viram a líquida cor laranja brilhante da garrafa.
— O que é isso?
— Só um pouco de algo para você, querida — Ele encheu a hipodérmica, com o líquido brilhando enquanto se iluminava de dentro.
— Acredito que o desfrutará. Sei que sem lugar a dúvidas que Alexandre o fará — Ele devolveu o frasco à bolsa antes de retorná-la a seu bolso.
Sunni lutou a sério à medida que ele avançava para ela, com o pânico abrasando sua pele.
— Não se atreva — Ela mostrou os dentes.
— Mantenha-a quieta — Ordenou ele a seus captores — Não quero que esta criatura me morda.
Ela se moveu enquanto Miles se aproximava. Com uma sacudida de vitória, seu pé alcançou sua canela. Causou prazer quando ele fez uma careta.
— Maldita! Deitem-na no chão — Espetou ele.
Ela gritou enquanto os dois vampiros a atiravam no chão. O maior a imobilizou montando-se sobre suas costas enquanto o outro movia reto seu braço direito de seu corpo. Ela gritou enquanto se inclinava
para ela, afundando seu joelho em seu ombro, mantendo-a imóvel.
Ela viu com horror como Miles se aproximava uma vez mais, com a agulha brilhando à luz da noite em silêncio. Ele se agachou e ela gritou enquanto ele afundava a agulha em sua carne exposta. Ela se esticou
contra suas mãos enquanto Miles empurrava o êmbolo pondo o líquido em sua veia.
Um som encheu seus ouvidos e imediatamente seu corpo se voltou em fúria quente. O fogo se moveu por suas veias, imobilizando-a. Vagamente, deu-se conta que tiravam as mãos e sua visão vacilou enquanto
lentamente ela rodava sobre suas costas. Seus três captores estavam sobre ela, vendo como tentava de ordenar a seus músculos que se movessem, para sair correndo.
Miles colocou a mão no bolso e tirou a bolsa de couro uma vez mais.
Não mais, não mais...
A agonia se sentia como garras em sua pele enquanto o líquido vil comia sua carne. Sentia-se como se se estivesse dissolvendo. O que era o que tinha injetado? Lutou por respirar, com seu peito em se contraindo
como se não pudesse tomar todo o ar. Seus olhos revoaram fechando-se.
Tenho que me levantar...
Ela se obrigou a abrir os olhos. Os homens se foram e Cecilia se inclinou sobre ela. O rosto da mulher estava preocupado, em sua mão tinha algo, a bolsa vermelha que tinha dado antes a Sunni. Seus lábios
se moveram e suas palavras soaram ocas como se estivesse a grande distancia.
— Eu disse isso. Precisa manter isto com você, pequeno vampiro. Isto te manterá a salvo.
Umas mãos quentes colocaram a bolsa ao redor de seu pescoço, com seu peso estranhamente reconfortante, enquanto se estabelecia entre seus seios.
— Vamos, se levante agora.
Cecilia Mambo ajudou Sunni a se levantar, ela cambaleou, tonta e doente do estômago. Ela se inclinou contra o edifício e tratou de dizer um agradecimento, mas seus lábios se negavam a mover-se. Cada nervo
gritava enquanto ela tentava falar mas nada saía.
— Agora vá a ele, pequena — Cecilia sussurrou — Ele te salvará.
— N-não posso... M-m-me mover.
Cecilia passou a mão sobre os olhos de Sunni, fechando-os.
— Não é necessário.
Em sua mente, ela alcançou Alexandre...
— Apanhei-a…
Cass levantou a vista das notas de sua investigação para sorrir a Miles.
— Maravilhoso — Ela se inclinou para frente — Fez-a sofrer muito? Ele encolheu os ombros.
— Não mais que aos outros. Caiu mais rápido e perdeu o conhecimento em dois minutos. É forte para sua idade. Estará de pé uma hora ou menos.
— Excelente — Cass folheou umas quantas páginas do livro para tomar notas enquanto Miles continuava subministrando detalhes.
Sujeito 01-105, mulher vampiro, um metro sessenta e aproximadamente 46 quilo e meio. Era uma pessoa sã de 25 anos humanos e foi vampiro durante aproximadamente sessenta anos. Não se conhece que tenha sobressalentes
poderes. Dose recebida às 10:20 PM. Recebeu lote 4-A, 20 dC por via intravenosa. Perdeu a conscientiza dentro dos 2 minutos e se espera que recupere seu equilíbrio dentro de uma hora. O assistente monitorará
seu progresso.
Cass recuou, satisfeita com o trabalho da noite. Era a sétima e com sorte a que com mais êxito que tinha feito, Alexandre tinha confirmado que reunira-se com ela amanhã e ela estava a caminho de ter sua
vingança.
Com Sunni fora da foto, Alexandre estaria comendo de sua mão. Ela se incomodou com o pensamento da vampiro loira fraca que tinha seu ex-amante. Alexandre era excelente na cama embora nem tanto fora dela.
Estava bem com ela já que considerava as emoções uma carga complicada quando se tratava do sexo.
Ela se levantou e deixou cair a pluma sobre o caderno. Era o momento de alimentar-se. Logo, Alexandre seria seu uma vez mais e tudo seria como deveria ser. Cantarolando uma canção em voz baixa, Cass se
dedicou à preparação da caça.
Capítulo 9
Era bom que ela amasse nadar, decidiu Sunni. Sentia-se como se estivesse sob a água. Flutuava pela rua, mal sentindo o pavimento debaixo de seus sapatos enquanto caminhava. Na Rua Bourbon havia gente indo
e vindo a sua redor enquanto ela avançava, com sua risada afogada. Ela riu enquanto olhava a sua amada cidade através de novos olhos. Sentia-se como se o mundo fosse mais brilhante, mais emocionante, mais...
Tudo.
Um jovem a agarrou pelo pulso e deu um líquido e cheiroso beijo na bochecha.
— Deus, é formosa. Casaria-se comigo?
Ela inclinou a cabeça para trás e riu de pura alegria.
— OH, não posso me casar com você hoje, não é meu tipo e tenho um encontro muito importante.
— Pôr-me-ei de joelhos e te rogarei. Afastando-se, deu um sorriso coquete.
— Acredito que eu desfrutaria mais do que nunca saberia, entretanto, devo declinar — Ela se moveu de novo através da multidão, fazendo pouco caso de suas súplicas para que ela voltasse.
As luzes de cores brilhantes a janela de uma loja chamou sua atenção e ela desviou-se para ali, pressionando-se perto como o faria um menino em uma colorida exibição de brinquedos. As luzes de Natal iluminavam
a cristaleira, entrelaçadas como lenços de seda, joias chamativas e pinturas corporais. Ela piscou várias vezes, com as luzes girando ao redor começando a dar dor de cabeça.
Interessante. Aos vampiros doía a cabeça? Sem dúvida nunca tinha tido um em todos seus anos. De fato, não recordava ter se sentido assim antes em sua vida. Ela se separou da janela enquanto se esfregava
entre os olhos para aliviar a familiar tensão.
Agora, aonde ia?
Desconcertada, apoiou-se em um poste de luz para evitar girar. Estava no outro extremo da Rua Bourbon muito longe de sua loja. Como tinha chegado a parar aí? Franziu o cenho, incapaz de recordar nada da
escuridão e agora.
Olhou a seu redor com uma crescente inquietação. As luzes brilhantes e os pedestres se viam mais sinistros agora. Esfregou-se o lugar tenso entre seus olhos enquanto o pânico se elevava nela. O que estava
fazendo aqui? Olhou as palmas de suas mãos e seus olhos se abriram. Estavam sujas como se tivesse estado brincando com a imundície da rua.
O que havia acontecido?
Ela se moveu fora de seu santuário. Com o coração palpitando cambaleou pela rua, empurrando os transeuntes até que se precipitou pelo primeiro beco disponível que atravessou. Suas sandálias golpeavam o
pavimento enquanto corria para o Dauphine. Ela se lançou à ocupada rua, fazendo caso omisso dos apitos a todo volume enquanto corria.
Continuou sua viagem correndo até que chegou a seguinte intercessão, onde se viu obrigada a fazer uma pausa, permitindo que um carro passasse antes de correr cada vez mais ao norte.
Seu fôlego em seu peito finalmente desacelerou. Aonde ia? Desde onde tinha estado correndo? Deu uma olhada atrás dela. A teriam estado seguindo? O bulício da Rua Bourbon se encontrava a várias quadras
atrás dela e por fim estava a salvo.
A salvo do que?
Ela olhou as raspadas palmas das mãos. O pânico a alagou. Não podia recordar o que tinha acontecido. Vagas imagens se materializavam: uma jovem negra, uma agulha, um estranho vampiro...
Miles.
Ela se endireitou, precisando encontrar Alexandre. A cabeça dava voltas, saiu à rua, diretamente no caminho de um caminhão. Como em câmara lenta, voltou-se para ver o caminhão aproximando-se.
Isso ia doer...
Com o coração na garganta, Alexandre a agarrou por atrás e Sunni foi arrancada da rua. Seu braço rodeou sua cintura enquanto tomava o peso de sua queda, grunhindo enquanto o cotovelo dela se afundava em
seu estômago. O condutor gritou grosserias a sua direção enquanto corria com um chiado de pneus. Por um segundo, saboreou o peso sólido de seu corpo apoiado sobre o dele, as costas dela e ele de frente.
— Alexandre? — Sua voz era tremula.
— Maldita — Ele a empurro a um lado, deixando-a na calçada antes de ficar de sobre seus pés — Não me escutou gritando seu nome? Por que não me respondeu? — Então viu sua cara.
Uma pequena quantidade de terra marcava a curva de sua bochecha esquerda e sua garganta. Seu vestido leve estava sujo, como se tivesse caído em algo que não queria nomear. Seu vestido estava esmigalhado
no ombro esquerdo, deixando ao descoberto a curva de sua pele cor creme, que também estava empanada por sujeira.
— O que aconteceu?
— É você — Suspirou ela. Um sorriso de perfeição curvou sua boca e seu peito se apertou. Inclusive suja e desalinhada, era uma beleza à vista — Sabia que te encontraria — Estendeu a mão, em silêncio pedindo
que a ajudasse a levantar-se.
— Está ferida? — Agarrou suas mãos e puxou-a a uma posição vertical, vendo a careta de dor que cruzou seu rosto. O voltou as mãos para ver a sujeira e os arranhões que marcavam sua palmas.
— Estou bem agora — Ela se inclinou para ele.
— Caiu? — Ele inspecionou sua cabeça e seu sedoso cabelo por qualquer sinal de dano.
— Não, não caí — Sua voz não era segura.
Alexandre olhou fixamente sua face. Via-se bem, mas não estava agindo normal. Por outra parte, O que era normal em Sunni? Ela era a pessoa mais estranha que tinha conhecido em sua vida.
— Está segura de que não está ferida? — Ele a soltou e se afastou dela.
— OH sim, só sou formosa — Ela se inclinou de novo, o que o obrigou a intervir e apanhá-la antes que ela chegasse a seu rosto. Com suas mãos fechadas ao redor de seus braços, deu outro sorriso — Estou
perfeitamente agora — Ela lambeu os lábios — Podemos ir a sua casa?
— Por que a minha casa?
Ela deu um sorriso sonolento enquanto se inclinava para ele, acomodando-se contra seu peito.
— Estou muito cansada e a minha está muito longe.
Teria se alimentado com sangue poluído? Era apenas a meia-noite, por o que não havia nenhuma razão para que ela estivesse cansada tão cedo. Se se tivesse alimentado de sangue poluído, alimento fresco era
o que necessitava e ela poderia chegar à casa dele. Que dano poderia fazer que ele a levasse ali? Pelo menos não teria que preocupar-se com ela, sempre e quando ela estivesse segura sob seu teto.
A deseja mais que sob seu teto. Quê-la debaixo de você também. Ele se tragou um gemido pela poderosa imagem.
— Vamos — Soltou, apanhando seu pulso para arrastá-la por suas costas. Levou-a pela rua aonde tinha deixado seu automóvel estacionado em fila dupla para consternação dos outros condutores. Quando tinha
visto Sunni, todos os pensamentos racionais tinham fugido e tinha saltado de seu carro, quase antes de que se deteve por completo.
Ela tropeçou atrás dele.
— Vamos a casa?
— Vamos a minha casa, sim.
— OH, que surpresa — Ela riu e depois se chocou com ele quando ele se deteve para abrir a porta do passageiro para ela — Bonito carro — Ela deslizou no couro suave do assento.
Ele não respondeu enquanto fechava a porta e dava a volta ao veículo para entrar ao lado do condutor. Sunni cantarolava desafinada enquanto ele conduzia pelo bairro até sua isolada casa.
— Tenho muito calor — Se queixou ela.
Ele lançou um olhar de soslaio. Estava estranhamente quente e úmido para esta época do ano, mas estranha vez os vampiros notavam o calor. Ela tinha apanhado algo que definitivamente que não ia com ela.
— Alimentou-se esta noite, Sunni?
Ela se inclinou para diante para jogar com o rádio, com um cenho franzido curvando sua boca.
— Acredito que sim.
— Acredita?
Ela sintonizou uma estação de blues antes de sentar-se de novo.
— foi uma looonga noite, amigo.
— Sim — Murmurou ele.
O caminho a sua casa se completou sem incidentes chegando à casa para estacionar-se em seu lugar habitual, bem escondido da rua. Ele se apressou ao redor para ajudar a sua inesperada hóspede, surpreendendo-a
quando ele abriu a porta e ela caiu sobre suas costas.
Ele se agachou junto a ela.
— O que está fazendo?
— Alguém moveu o chão — Ela soltou um bufido. Seus olhos se abriram, olhando atrás dele — OH, olhe as estrelas.
Ele deu um rápido olhar ao céu escurecido.
— Sim, ainda estão ali.
— E algo mais. Trata-se de algo, não? Só brilhando ali por milhões e milhões de anos. Dia após dia — Seu olhar mudou, reunindo-se com o seu — É obvio, não é tão impressionante como quando vejo seus olhos.
— Bom, é hora de levantar-se — Ele a agarrou pelos pulsos e a arrastou a seus pés, com seu corpo apoiado nele quando tentou ficar de pé em posição vertical. Parecia incapaz de ficar de pé por conta dela.
Dando-se por vencido, levantou-a em seus braços, fazendo pouco caso de seu grito de alegria enquanto a levava pela porta de atrás.
A casa estava tão quieta como o tinha estado quando ele se foi apenas uma hora antes. Seu revenant, Nelson, tinha saído essa noite e eles estavam sozinhos.
— Aonde vamos?
Ele tentou ignorar o pacote delicioso em seus braços enquanto caminhava pelas escadas de serviço, mas ela abraçou seu peito e seus braços se entrelaçaram ao redor de seu pescoço, com seus dedos enredando-se
em seu cabelo. Em questão de segundos, soltou o cabelo de sua amarração enquanto passava seus dedos através dele.
— Deixa de fazer isso — Disse ele.
— Eu gosto de seu cabelo — Sussurrou ela.
Ele sentiu um jorro de prazer não desejado por suas palavras, entrou no banheiro e a depositou no vaso fechado. Tinha que afastar-se dela e rápido.
— Pode se limpar? — Manteve seu tom deliberadamente distante.
— Seria mais fácil se me ajudasse.
Ele ignorou os cantos de sereia de sua voz enquanto se inclinava sobre a enorme banheira e abria os grifos com um giro de seu pulso.
— Vou conseguir umas toalhas e há várias espumas e aromas — Ele se voltou a tempo para ver o Sunni lançar uma pequena bolsa vermelha no lavabo antes de lutar para tirar-se sua roupa feita farrapos.
A boca dele se secou ao ver a pele pálida. Seus seios eram pequenos e de forma perfeita, seus mamilos de cor coral contra a flor e creme de sua pele. Uma rajada de luxúria o golpeou debaixo de seu cinto
e teve que afastar-se. Abriu a porta do armário da roupa de cama, sentindo a antiga maçaneta ceder a sua mão. Tinha-a quebrado.
Que diabos acontecia com ele? Era só uma mulher, pelo amor de Deus. Tinha estado com muitas mulheres por anos e as tinha arrumado para manter-se bem. Certamente, não recordava ter quebrado uma porta por
uma antes. Deixou cair a maçaneta prejudicada na plataforma, depois tomou duas toalhas do armário e as deixou cair no bordo da banheira.
— Estarei fora se por acaso necessita algo — Fechou a mão sobre o pomo da porta que conduzia ao corredor.
— Você gostaria de lavar minhas costas?
Ele apertou os dentes ao sair, fechando a porta atrás dele com segurança. Apoiando-se na polida madeira, tomou uma respiração profunda e lentamente a soltou. Havia papéis esperando por ele, incluindo o
relatório do forense sobre Dê Jardins Philippe.
Atrás da porta, Sunni estalou em uma risada do mais sensual.
— Me corte uma uva.
A necessidade de abrir a porta foi entristecedora. Apertou os dentes em sinal de frustração, pela primeira vez odiava a carga que estava sobre seus ombros. Que demônios estava fazendo aí acima?
Alexandre deu um olhar de chateação ao teto, destinado a ir ao banheiro justo em cima dele. Havia passado mais de uma hora desde que a tinha deixado ali. À parte de ter escutado o fechamento da água, não
tinha ouvido nada. Nem um som.
Olhou os papéis sobre sua mesa. Talvez devesse comprovar se estava bem? Não, ela estava bem por sua conta.
E se se tinha afogado?
Os vampiros não se podem afogar.
E se ela saísse gravemente ferida e não podia chamá-lo? Não era provável...
Com um grunhido, empurrou sua cadeira da mesa e se levantou, deixando seu escritório. Independentemente do que poderia ter acontecido a Sunni na comodidade de seu banheiro, ele não conseguiria fazer nada
de trabalho enquanto ela estivesse em sua casa. Possivelmente tinha que levantá-la em braços e levá-la a casa?
Esse era o problema. Uma vez que ele a levasse a sua casa, então poderia voltar ao trabalho. Tinha muito que fazer antes de reunir-se com Cass.
Ele subiu correndo as escadas e caminhou pelo corredor, consternado ao ver que a porta do banheiro estava fechada ainda. Vacilante, levantou uma mão e bateu ligeiramente.
— Sunni?
Silêncio.
Voltou a bater, desta vez mais forte.
— Sunni, Está bem?
Ouviu o ruído da água e um som débil que poderia ter sido um ronco. Tomando a maçaneta deu volta. O aroma de espuma de banho floral assaltou seu nariz ao entrar, abrindo seus olhos enquanto via a destruição
de seu uma vez banheiro imaculado.
A fusão de borbulhas cobria a metade do chão dos antigos ladrilhos, como se o banho tivesse ultrapassado. Mais borbulhas estavam amontoadas na própria banheira, algumas se agarravam à parede onde se estavam
dissolvendo quanto mais salpicavam as janelas com manchas brancas. Certamente parecia como se ela tivesse tido um grande banho. Cauteloso para evitar escorregar, avançou para a transbordante banheira.
As borbulhas aumentavam por cima do bordo pelo menos um pé em torres cambaleantes de branco como se se tratasse de um místico castelo com torres e muralhas. E no centro estava a princesa.
Sunni estava profundamente adormecida, flutuando no centro dessa criação, com a cabeça coroada por uma delicada tiara de borbulhas. Enquanto dormia, seu corpo se balançava na água, muito ligeiramente,
o que permitia uma visão de seus deliciosos mamilos enquanto as borbulhas se separavam para revelá-la antes de fechar-se uma vez mais, como se protegessem a sua ama de olhares indiscretos.
Seu corpo se apertou. Talvez não a levaria a sua casa imediatamente...
— Sunni, acorda.
Ela não se moveu.
— Sunni — Falou mais alto esta vez.
Os lábios dela se moveram enquanto um som suave escapava, mas não despertou.
Ele estendeu a mão, aprofundando nas borbulhas a seu ombro.
— Acorda
Suas pálpebras revoaram, então se abriram e ele deixou cair a cabeça em suas profundidades marrons. Ela piscou e um sorriso sonolento curvou sua boca. Levantou o braço como se fosse chegar a ele e tomou
a mão, obrigando-o a sentar-se em posição vertical.
— É hora de sair dali.
— Não se unirá comigo?
— Não — Ele deu a volta para tomar toalhas secas e as deixou cair na parte superior do vaso fechado — Vou deixar as aqui — Ele a olhou — Acha que pode sair da banheira por si mesma?
Ela sorriu e, para assombro dele, ela se levantou de seu domínio de borbulhas. A água e a espuma se escorreram por seu corpo, destacando seu surpreendente e exuberante figura com manchas de cor branca.
Seu corpo era tudo o que um homem poderia desejar, forte, elegante, suave, mas resistente. Tão pequeno, Sunni media só um pouco mais de 1,52 de altura de pura perfeição.
A boca dele se secou quando ela saiu da banheira, com seus movimentos seguros de si mesmo. Chegou a seu redor, com seus mamilos tensos só a centímetros de seu peito enquanto selecionava uma toalha. Ele
tentou apartar o olhar, mas seus olhos estavam pegos a ela, com o batimento do coração insistente de seu pênis mais à frente, pelas eventuais demanda de sua lógica memória. Seus joelhos se debilitaram
enquanto ela se moveu ao lavatório, onde mostrou uma parte de seu traseiro perfeitamente arredondado.
Abrindo a água, molhou o tecido e começou a tirar a espuma de seu corpo. Primeiro seus braços. Levantando uma mão sobre sua cabeça, passou o pano úmido pelo interior de seu braço, depois pelo exterior
antes de voltar a atenção a seu braço oposto. No espelho, seus seios se balançavam com seus movimentos, seus mamilos de coral alerta, como se mendigassem por sua atenção.
Depois ela limpou seus seios, tendo muito cuidado com o que suas sugestões despertavam, correndo o tecido uma vez, duas vezes, depois uma terceira vez, sobre cada um.
Ele lambeu os lábios, imaginando o sabor de sua carne perolada em sua boca.
Ela arrastou o tecido sobre seu estômago, eliminando o último de borbulhas e ele vislumbrou uma intrincada tatuagem Mehndi que rodeava seu umbigo. Seu pênis deu uma estocada selvagem por libertar-se. O
que tinha essa tatuagem que o excitava? Em seu mundo, as garotas boas não caíam neste tipo de comportamento...
Ela levantou o pé e o colocou na cômoda fechada antes de agachar-se. A curva suave de sua coluna ficou em relevo enquanto se acariciava uma perna, depois a outra.
A respiração dele soou áspera enquanto ela punha seu pé no chão. Abrindo as coxas, movendo o tecido entre eles, com um som suave escapando de seus lábios enquanto se esfregava, uma, duas, três vezes...
Depois uma quarta. Seus movimentos eram lentos e metódicos. Ele lambeu os lábios, o olhar dele se encontrou com a ela, surpreendida de vê-lo no espelho.
O controle dele se rompeu e chegou a ela, girando-a para enfrentar-se a ele.
— Maldição, Sunni.
Ele saqueou sua boca, gemendo enquanto seu gosto se disparava através de seu sistema. Suas línguas se enredaram enquanto ela aspirava, com um gemido dilacerador surpreendendo-o quando ela mordeu seu lábio
inferior. Seus mamilos cravaram seu peito enquanto ele comia sua boca.
O coração dele se deixou cair a seus joelhos enquanto ela se interpunha entre suas pernas, com seus dedos inundando-se na frente de suas calças e libertando sua ereção. Suas mãos eram doces, enquanto se
fechavam a seu redor, com uma massagem a sua rígida longitude enquanto que a outra acariciava suas bolas, dando um suave apertão.
Ele rompeu o beijo, com um gemido escapando enquanto a acariciava, com seus quadris involuntariamente sacudindo-se. Seu toque provocou uma sacudida nas costas e seus joelhos bambearam. Não ia durar muito
se mantinha esta deliciosa tortura.
— Tenho que estar dentro de você — Grunhiu ele — Agora.
Sunni deu um passo atrás, com seus olhos escuros de desejo. Em silêncio, ela tomou sua mão e o levou ao quarto. Na sala ela hesitou, como se não estivesse segura de que direção tomar. Ele a agarrou pelos
ombros e assinalou uma porta aberta, dando a bem-vinda a seu quarto. Deslizando suas mãos por sua cintura, guiou-a a sua cama.
Ele deu um passo entre suas coxas enquanto ela se recostava contra o cetim fresco de cobertor. Ela levantou um de seus joelhos, com sua pele de seda acariciando seu quadril.
— Veem dentro de mim — Ela arqueou os quadris como se se oferecesse.
Ele era ambicioso, mas sabia que, se ele tomasse agora, terminaria em questão de minutos. Ele estava muito perto. Ele seguiu, com seu pênis acariciando o cabelo loiro em seu ápice de suas coxas. Ela fez
um pequeno ruído com a parte posterior de sua garganta enquanto se levantava para ele. Ele a interceptou, passando a mão sobre o ventre, com seus dedos acariciando seus cachos antes de mover-se a seu interior.
Ela estava molhada por ele.
Seus dentes se reuniram com um golpe seco enquanto seu calor úmido se vertia sobre sua pele. Seu polegar roçou seus clitóris, e ela arqueou as costas e gritou. Seu pênis se lançou para frente, e soube
que era inútil, que não queria tomar outro fôlego sem antes ter tomado ela.
Ele tirou a camisa e a jogou em um lado. Encontrou sua entrada e se manteve ali até que ela o olhou. Seus olhares se encontraram e ele empurrou para frente, enterrando sua longitude em seu calor úmido.
Por um segundo temeu perder-se imediatamente. Havia passado muito tempo da última vez que tinha tido uma liberação e, com seu primeiro impulso, estava preparado para terminar. Lutou por controlar-se, gemendo
enquanto Sunni se movia, fechando suas coxas para atraí-lo mais profundo.
Sua entrada ondulou em pequenas contrações, como se ela também estivesse perto de cair no abismo. Como se não podia conter-se mais. Ele se inclinou para frente e apoiou seu torso em seus braços, e começou
a empurrar.
Lentamente a princípio, depois cada vez com maior força.
Ele foi vagamente consciente da cabeceira mogno maciça golpeando a parede, mas não importava. Suas mãos se dobraram sobre os ombros dele enquanto seu ritmo crescia, com a pressão zumbindo através de seu
corpo.
Seus dedos magros acariciaram seu pescoço e ele soube que ela queria provar o sangue que corria por ele. Nunca tinha permitido a outra mulher beber dele durante o sexo, porque era muito íntimo, muito emocional.
Entretanto, encontrou-se relaxando-se, permitindo que seu peito descansasse contra o dela, tremendo enquanto sua boca quente roçava sua pele. Colocou a cabeça, enquanto ele também encontrava o lugar onde
o pulso dela corria frenético.
Ao uníssono, seus dentes romperam a pele, permitindo que umas poucas gotas dela entrassem em sua boca. Isso foi tudo o que fez. O regozijo gritou através dele enquanto em questão de segundos, Sunni se
convulsionou a seu redor, ordenhando-o com seu orgasmo. Uma sensação crua se derramou sobre sua pele enquanto seus corpos se juntavam, insistindo-o a reunir-se com ela. A realidade desapareceu enquanto
gozava, gemendo enquanto ele desprezava a evidência de seu desejo em seu calor. Uma e outra vez gozou, com seu corpo exigindo a cada segundo de prazer que podia alcançar.
Finalmente drenado, sua boca se moveu de seu pescoço, com seus olhos fechados, com sua mente intumescida pelo prazer. Reunindo o último de suas forças, rodou a um lado, levando-a com ele. Acariciando seu
peito, fechou os olhos e deixou que sua mente relaxasse-se, pela primeira vez em muito comprido tempo.
A pele dela estava quente, quase absurdamente.
Alexandre acariciou a longa linha de seu lado, desfrutando do suave calor de sua pele. Sunni dormia nua, estendida nas enrugadas mantas de sua cama. Sua pele era clara contra a extensão cor marrom escura
e não pôde evitar a sensação de o correto dela em sua cama.
Seu olhar passou por seu torso, descansando sobre seus mamilos. Agora suaves, dormiam, igual a seu amante.
Movendo-se mais, roçou com um dedo uma ponta, uma, dois, sentindo que se endureciam debaixo de seu toque. Inclusive em sonhos respondia. Incapaz de resistir, brincou com a ponta crescente com sua língua,
pondo-o em sua excitação plena. Mamando-o, apoiou-se nela, tomando a outra entre dois dedos para que não sentisse-se abandonado.
Ela despertou com um suspiro, com suas pestanas revoando enquanto seus olhos se abriam. Ela chegou a ele, enredando seus dedos em seu cabelo enquanto ele se dada um festim com sua carne.
— Olá — Sussurrou ela. Ele a soltou.
— Olá.
Ele beijou um caminho por seu ventre, tendo muito cuidado de morder as bordas do desenho Mehndi que rodeava seu umbigo antes de continuar para o sul. Ela separou as coxas por sua insistência e ele foi
gratificado ao ver que ela já estava excitada.
Sua pele estava úmida enquanto deslizava seus dedos dentro dela. Seus quadris rodaram enquanto ele acariciava o centro de seu desejo antes de inundar sua cabeça para prová-la. Ela estava suave e cálida
contra sua língua, entretanto, como um bolo de doce enquanto ele lambia sua carne. Seus gritos se elevaram quando ela subiu a cúpula. Suas mãos apertaram seu agarre em seu cabelo, mas não prestou atenção,
sua concentração se centrava em seu prazer. Atraiu seus clitóris a sua boca, chupando-o tudo para que valesse a pena. Seus gritos se fizeram mais frenéticos até que gozou contra ele.
Seu fôlego fazia estragos em seus pulmões, ele se levantou de sua posição em cócoras e entrou nela com um impulso rápido. Ela se enroscou a seu redor, com suas coxas chegando a abraçá-lo enquanto ele os
levava em uma viagem, desta vez, juntos.
Uma hora mais tarde, ele se moveu. Com certo regozijo viu que Sunni dormia, com suas extremidades pesadas contra as suas.
Seu braço passava em cima dele como se ela não pudesse suportar deixá-lo ir, inclusive em seu sonho.
Ela era insaciável.
Ele sorriu. Por outra parte, ele também o tinha sido.
Ele tirou do braço com suavidade, tirando-o de cima. Seu olhar seguiu acariciando sua agraciada pele antes de deter-se em algo incomum. Um pequeno hematoma na delicada pele dentro de seu cotovelo. O que
tinha feito para ter conseguido isso?
Ele se inclinou mais perto. Não era um golpe, mas sim parecia uma marca de agulha.
O que haveria Sunni estado fazendo com uma agulha? Os vampiros não as necessitavam, embora às vezes optavam por uma transfusão em lugar de alimentar-se. Uma opção popular para os vegetarianos entre eles.
Ele franziu o cenho quando pôs seu braço a seu lado. Seria Sunni vegetariana? Tinha estado sem dúvida suficientemente desejosa de saboreá-lo, o que dizia que não era o caso….
O telefone interrompeu seus pensamentos. Tomou o fone e escutou:
— Temos outro corpo.
Quarenta e cinco minutos mais tarde, Alexandre estava agachado sobre os carbonizados, enrugados restos de uma jovem mulher. Sua face estava intacta, perfeita, com o cabelo queimado uma vez dourado, enquanto
seus braços e pernas estavam estendidos em ângulos difíceis por seu torso prejudicado. O ponto de ignição parecia ser a área onde seu coração deveria ter estado. Igual a Phillipe, um grande buraco tinha
queimado através de seu peito e viu o danificado tapete debaixo dela. A diferença de Phillipe, entretanto, esta mulher não estava tão enrugada, com mais líquidos corporais nesse momento.
O aroma de carne queimada era abundante no ar junto com o som surdo de soluços do corredor.
A cena se estava convertendo em algo muito familiar.
— Chamava-se Raquel Goodkind — Sinjin caiu de cócoras a seu lado — Sua amiga a encontrou.
— Ela está no passadiço?
Ele assentiu.
— Acredito que temos que falar com sua amiga.
Ambos os homens se levantaram e saíram da sala. Uma mulher esbelta jovem estava de pé no corredor apoiada contra a parede, soluçando com os punhos apertados. Alexandre a olhou criticamente. Era uma jovem
vampira de provavelmente não mais de vinte e cinco anos. Aproximou-se dela, tocando-a no braço para chamar sua atenção.
— Senhorita.
Ela sacudiu as mãos longe de seus olhos e levantou o olhar aquoso à sua. Esfregou a mão sobre suas bochechas úmidas.
— Martha — Balbuciou — Meu nome é Marta.
— E eu sou Alexandre — Deu um suave sorriso — Martha, sei que está triste. Recebeu um bom choque — Ele puxou pelo braço, levou-a a um pequeno cofre e a acomodou no mesmo — Tenho algumas perguntas que preciso
te fazer.
Ela fungou.
— Está bem.
— Que idade tinha sua amiga, em anos vampiro?
— Uns trinta.
— Muito bem — Ele se agachou junto a ela — Tinha estado agido diferente ultimamente?
Ela encolheu os ombros, baixando o olhar a suas tremulas mãos em seu colo.
— Bom, não realmente. Quero dizer, disse que tinha conhecido a alguém que ia mudar sua vida.
Uma sacudida de antecipação se disparou através dele.
— Disse-te quem era?
— Não.
— Onde conheceu essa pessoa?
— Na Rua Bourbon. Tinha ido alimentar se... Bem, para jantar e retornou um dia a semana passada me falando dele. Disse que a faria mais forte que nunca.
— Ela explicou a que se referia com isso?
Ela encolheu os ombros, claramente incômoda.
— Em realidade não. Supus que era um vampiro mais velho — Uma rajada de cor disparou sob sua pele e se reuniu com seu olhar — Igual a você talvez. Ouvi que se um vampiro mais velho se alimentar de uma
menor, pode aumentar suas capacidades.
Ele assentiu.
— É certo. Alguma vez ela mencionou participar de um ritual?
Ela negou.
— Só o assumi que era um vampiro mais antigo. Quero dizer, como mais um vampiro menor ganharia mais força?
Em efeito.
— Tinha estado agindo diferente fisicamente?
Ela franziu o cenho.
— Bom, parecia ansiosa — Encolheu os ombros, baixando o olhar a suas mãos uma vez mais — Rachel era sempre amável, imagino. Nos últimos dias parecia mais... Bom, mais hiper-ansiosa
— Como?
— Conheço-a há dez anos e nunca podia manter-se sentada. Sempre estava em movimento, tinha vários projetos de uma vez. Nos últimos dias, ela estava... Maníaca. Estimulada em seu discurso... Inclusive em
sonhos. Pelo geral mantinha um horário de sono normal, mas o trocou e dormia uma hora mais ou menos antes do entardecer. Não saía nem nada, mas não era habitual. Estava morta para o mundo até do entardecer.
De fato, era incomum. Os vampiros jovens não podiam resistir a tentação de dormir quando o sol começava a subir. Atirava de seus membros como um peso de chumbo, incitando a à segurança da escuridão até
que, uma vez mais, o sol ficava e era seguro sair a jogar.
Um aquoso som de Martha o trouxe de volta à presente.
— Pareceu-te deprimida?
Ela negou.
— Não, parecia entusiasmada ganhando mais poder, mas nunca me disse como o estava fazendo. Cada vez que o mencionava, ela o ignorava e me dizia que tudo seria revelado no momento — Ela deu um sorriso fraco
— A Rachel adorava agir misteriosamente — Sua expressão se tornou triste — Parece que seu tempo só se acabou.
Alexandre deu um reconfortante apertão no braço.
— Isso é tudo por agora — Ela se levantou e se meio afastou com medo a chorar uma vez mais — Obrigado por sua ajuda.
Sinjin dirigiu um olhar agudo a ele enquanto se movia para ajudar a jovem a ficar de pé.
— Sim, obrigado, Martha. Sei que isto foi uma surpresa para você, mas tem feito todo o possível por ajudá-la, por agora.
Martha deu a Sinjin um fraco sorriso.
— Foi uma boa amiga. Descobriram o que acontecer? Tenho sua promessa?
Ele assentiu e colocou um braço por seus ombros para guiá-la para a porta enquanto Alexandre se afastava. Ele voltou a entrar na sala, com seu olhar fixo nos restos da vampira morta. O que era isto com
todas estas mortes?
Tinha sido assassinato? Se era assim, como o estavam fazendo? O conceito de combustão espontânea humana não era estranho, mas toda a evidência do caso era um engano humano em lugar de alguém simplesmente
estalando em chamas.
Teria sido Suicídio?
De acordo com a Marta, Raquel era uma mulher feliz com muito provir. O que outra coisa poderia ser a não ser assassinato? Agora tinha quatro vampiros mortos em suas mãos, cada um aparecia ter morrido da
mesma maneira.
A única diferença era que o dano era menor em cada vítima. O primeiro, ainda sem nome, tinha estado completamente incinerado, enquanto que o segundo tinha perdido a maior parte do torso. O torso de Philippe
tinha tido graves queimaduras no lado esquerdo, enquanto os danos de Rachel se limitavam a uma área quadrada de seis polegadas onde seu coração devia ter estado.
O enigma ainda permanecia. Qual era a causa dos falecimentos? ...
— Homem, inteirei-me que estava…
Alexandre se girou à intrusão de uma voz. Raphael estava na porta, com uma expressão de horror e fascinação no rosto.
— Isto é asqueroso. O que aconteceu ela?
Mentalmente, Alexandre se repreendeu por permitir que outro vampiro entrasse às escondidas para sua surpresa. Um engano como este poderia matá-lo.
Ele se moveu, bloqueando a linha de visão de Raphael.
— O que posso fazer por você?
— Ela me pediu que te desse isto — Estendeu um envelope magro e Alexandre não pôde evitar ver a mão tremula do vampiro.
Alcançou a oferta, com o calor da mão do outro homem acariciando sua pele enquanto tomou.
— Sente-se bem?
O vampiro jovem esboçou um sorriso nervoso enquanto se movia de novo a porta, com movimentos nervosos.
— Justo como a chuva — Disse ele — Acredito que tenho um pouco de sangue ruim. Sabe quão difícil é encontrar uma comida sã, graças às novas enfermidades do sangue e drogas. Estou pensando em sair de Nova
Orleans a um lugar mais saudável — Deu uma risada exuberante — Que tal Aspem? Talvez Seattle? — Ele deu a volta e se dirigiu para as escadas, gesticulando grosseiramente enquanto caminhava — Sei, Sedona.
O sangue não pode estar magra devido à altitude, mas sem dúvida seria saudável.
Alexandre sacudiu a cabeça e abriu o envelope, extraindo uma folha fina de papel com os ganchos de ferro distintivos de Cass.
Vemo-nos a 01 a.m. da manhã de noite no Jackson Square.
Estarei te esperando junto à fonte. C
Ele olhou o corpo carbonizado. Poderiam estas mortes estar conectadas a Cass de algum jeito? Possivelmente, mas pouco provável.
Olhou seu relógio. Eram apenas as 05 a.m. Havia tempo de sobra para chegar a casa e comprovar Sunni.
Ele franziu o cenho. A marca da agulha em seu braço o tinha um pouco mais que interessado.
Capítulo 10
A noite era elétrica.
Sunni saltou pela rua para a casa de Alexandre, com a energia zumbindo em suas veias. Não sabia se era pela alimentação ou por ter feito amor com o Alexandre ontem à noite, mas o que fosse, esperava que
nunca se detivera. Tinha sido realmente um dia de novas revelações. Essa tarde, tinha despertado uma hora antes do entardecer. Ela deu uma risadinha encantada. Esperava ser capaz de fazer isso por várias
centenas de anos. A alimentação de Alexandre durante o encontro sexual deve ter dado esse dom e ela estava emocionada.
Ela sabia que ele era capaz de suportar quantidades limitadas de sol devido a sua idade. OH, como desejava sentir o calor do sol sobre sua pele uma vez mais. Inclusive sonhava com ele regularmente. Quando
tinha despertado esta noite, ele já tinha desaparecido, deixando seu lado da cama fria.
Ela estremeceu ao pensar em seu toque magistral. Ela não sabia quando ele tinha voltado para a cama por última vez ontem à noite, mas tinha uma vaga impressão de dormir em seus braços. Uma rajada de antecipação
se disparou através dela.
Com um pouco de sorte, voltaria a fazê-lo.
Ela deu a volta na esquina e correu para sua casa, arrastando-se e detendo-se quando viu as portas do caminho de acesso abertas. Ele estava em casa.
Um sorriso tolo curvou sua boca enquanto punha-se a correr pelo atalho de cascalho. Envolto em árvores, a propriedade de Alexandre tinha uma quantidade surpreendente de terra tendo em conta que estava
no centro da cidade. A casa era a típica de Nova Orleans: De dois níveis, perfeitamente quadrada, com balcões de ferro forjado e uma grande variedade de portas e janelas que davam acesso ao exterior.
A paisagem era deliciosa, mas não prestou nenhuma atenção enquanto se impulsionava para ela e se dirigia à porta dianteira. Transpassando-a moveu os braços e saudou a sala vazia.
— Meu doce, estou em casa.
Ouviu uma maldição e passos murmurando enquanto se aproximava e ela fez um amplo sorriso em seu rosto enquanto entrava na sala. Maldição, era bonito. As calças negras cobriam suas magníficas pernas, seus
sapatos eram um par de brilhantes Cole Haan. Uma camisa de seda branca estava meio desabotoada, revelando seu peito forte ligeiramente cobertos de cabelo escuro. Por uma vez, tinha o cabelo revolto, que
se encrespa sobre seus ombros. Sua expressão era escura e quente.
— Onde esteve? — Sua voz baixa acendeu um calafrio ao longo de seus nervos.
Ela se apoiou contra a porta frente a ele.
— Tive que parar na loja, fazer algumas mudanças nos livros.
— Temos que falar.
— Pensei que estávamos fazendo-o — Ela sorriu.
— Não sou o homem que acha que sou.
Ela piscou.
Nossa, ele estava sério... Ela assentiu.
— Está bem — Ela se separou da parede e se moveu a uma pequena cadeira Chippendale no canto — Do que você gostaria de falar? — Sentou-se e cruzou as pernas.
Ele franziu o cenho e olhou para outro lado, arrastando sua mão por seu cabelo como se não soubesse por onde começar...
Estou-o pondo nervoso...
— Sunni, não sabe muito a respeito de mim.
— Sei o suficiente.
— Não, não sabe — Seu tom era firme — Olha-me como uma espécie de herói e não o sou. Salvei sua vida faz tantos anos, porque estava no lugar correto, em o momento adequado — Ele começou a caminhar.
— Sim, estava-o — Ela deu uma piscada alentadora — Por isso, sempre te estive agradecida.
— Estar agradecida não é igual a amar, Sunni.
Ela revirou os olhos.
— Sou muito consciente disso
— Não posso viver de acordo a suas expectativas.
Ela franziu o cenho.
— Alexandre, não tenho expectativas sobre você.
— Dá-se conta de que centenas de pessoas perderam a vida por mim?
Ela piscou. A que estava fazendo alusão? Algo obviamente, incomodava-o e precisava falá-lo.
Inclinou-se para frente.
— Estou escutando.
Ele se deteve e se sentou nos degraus, com sua expressão indecifrável mente cansada.
— Quando estava crescendo, pertenci a uma seita religiosa chamada os albigenses. Estávamos em desacordo com a Igreja Católica e formamos nossas próprias crenças. A base era que ao abster do prazer físico
e os bens materiais, obtínhamos a absolvição. Há dois tipos de seguidores, perfeccionistas e crentes. Os perfeccionistas estavam obrigados a renunciar posses materiais, junto com a carne, o leite, o queijo,
os ovos e todas as relações sexuais. Depois de ter me ensinado que o corpo humano foi criado pelo diabo e só a alma era boa, eu cresci ignorando as tentações da carne.
Sunni franziu o cenho. Soava extremo a ela, mas não fez nenhum comentário.
— Depois do assassinato de Peter de Castelnau, o enviado do Vaticano, o Papa Inocencio III ordenou o extermínio da seita. Sabíamos que vinham por nós e todos os dias púnhamos mirantes ao redor da cidade.
Precisávamos ser avisados previamente para que todos estivéssemos seguros se o exército Montfort chegava por nós logo. Eu tinha vinte e seis anos e estava estacionado no norte, e estava decidido a cumprir
com meu dever. Mas, também nesse momento, estava questionando tudo o que tinha acreditado. Tinha alcançado quase o nível de um “perfeito” mas não me sentia comigo o que deveria sentir. Algo faltava, e
depois chegou Ariana.
Sunni engoliu, sem saber se queria que continuasse, mas não o interrompeu.
— Era formosa e, apesar de que sabia que estava mal, eu a queria. Segui dizendo a mim mesmo que podia convertê-la do caminho da ruína e ensinar a felicidade de ser perfeito. Olhando para trás, agora sei
que a desejava mais do que alguma vez tinha desejado nada em minha vida.
Ela não queria ouvir sua confissão. Uma sensação de mal-estar invadiu como um oco em seu estômago.
— Queria saber o que se sentia ao fazer amor com uma mulher apesar de que estava proibido — Ele passou os dedos por seu cabelo uma vez mais, com sua expressão perdida — Permiti me afastar de meu posto
e ir profundamente no bosque. — Ele ficou em silêncio — Ariana era uma crente, mas era propensa à tentação.
Os crentes não tinham as mesmas normas rigorosas que os Perfeitos tinham. Era um fato que em algum momento, eles também deviam abandonar o consumo de animais e as tentações da carne ou nunca obteriam a
absolvição. Em consequência, vi como meu dever afastá-la da tentação. Mas, em vez de redimi-la eu a ela, ela quase me destruiu. Em vez de mostrar Jesus e sua iluminação, apresentei aos prazeres proibidos
do rico vinho e os pecados da carne. Uma vez que me tocou, foi tudo. Nós…— Ele engoliu —…Tivemos sexo três vezes essa tarde.
E com cada ato, minha confusão crescia. Como podia algo tão bem ser um pecado?
— Assim agarrou até os miolos — Disse ela.
Ele deu uma risada curta, asfixiada, com uma expressão triste.
— Sim, agarrei até a tampa dos miolos. Como tinha vagado pelo bosque sozinho, vi meu futuro com a seita. Eles eram tudo com o que contava, eram minha família. Mas agora que tinha provado o pecado, queria
mais, assim decidi sair. Não podia permanecer com eles quando meu coração já não estava de acordo com seus ensinos. Entretanto, nunca tive a oportunidade de falar com eles. Quando retornei depois, o povo
tinha sido destruído, e os edifícios estavam em chamas diante meus olhos.
Ela engoliu seco.
— E as pessoas?
— Mortas todas, todos mortos. Perfeitos e Crentes por igual, como gado sacrificado. As mulheres e os meninos tinham sido jogados em poços de água suja com carne podre. Os homens tinham sido alinhados e
assassinados, um por um, seus corpos cravados à terra com grandes espadas, seus olhos e línguas cortadas e queimadas. O que esses animais não tinham tomado tinha sido sacrificado e tinham arrasado com
a cidade. Passei dias cavando um buraco comum em que enterrar aos homens. Enchi os poços em vez de tentar recuperar às mulheres e os meninos. Neguei-me os mantimentos e bebida e orei durante horas. E,
pela primeira vez em minha vida, não ouvi nada. Não houve resposta. Não houve resposta. Era como se Deus estivesse me castigando por meu encontro com Ariana matando a minha família e me deixando sofrer
sozinho.
E ele ia viver com isso pelo resto de sua vida. A dor atravessou o corpo de Sunni e fechou os olhos sob o peso do mesmo.
— Não posso te salvar, Sunni. E não posso salvar os habitantes das Sombras.
Ela abriu os olhos, com seu olhar fixo no homem diante dela.
— Não tem que me salvar, Alexandre. Eu não preciso ser salva — Ela se levantou — Quanto aos preternaturais, terá que fazer o melhor que possa e é tudo o que qualquer pode pedir.
Ele levantou a cabeça.
— E se morrerem?
— Então morrerão sabendo que deu tudo por eles... Por nós.
Ele negou.
— Não posso viver com isso outra vez.
— Pode e quer — Ela se aproximou, deixando cair no chão entre seus joelhos abertos — Mas não falhará desta vez.
A expressão dele se voltou incrédula.
— Mas te disse…
Tomou a mão e girou sua palma para cima, dando um beijo no centro. Sentiu o tremor que correu através de seu braço.
— Cometeu um erro, um grave erro. Os humanos cometem erros, Alexandre. Não são perfeitos — Ele fez um ruído incrédulo e ela seguiu adiante. Tinha que escutá-la e chegar a seu coração — Não é perfeito.
Se tivesse sabido o que ia acontecer, Teria deixado seu posto?
— Não.
— Tomou uma decisão. Tenha sido boa ou má, tomou essa decisão e teve que viver com as consequências durante centenas de anos. Até quando te golpeará mais com isto?
Ele ficou em silêncio.
— Deixa-o ir e salva o que possa. Agora tem a oportunidade de fazer as pazes salvando aos habitantes das sombras. O destino de nosso mundo pendura das mãos de uns poucos, e você é um deles.
Ele a olhou doído.
— Tenho fé em você — Ela se inclinou para frente, movendo a cara diretamente a sua linha de visão — Temos fé em você e no Conselho.
Ela ficou de pé, a escassos centímetros dele, ainda protegida entre seus joelhos.
— Se pode aceitar esse homem, a esse imperfeito homem, veem mim. Se não pode...
Ela se moveu a seu redor e subiu as escadas, com seu coração pulsando com cada passo. Mais que tudo, ela queria voltar, arrastar-se a seu colo e abraçá-lo até que seu medo diminuísse. Mas sabia que não
aceitaria um não como uma resposta. Já seja que o admitisse ou não, ela o conhecia bem.
A cama estava em desordem quando ela entrou. Fazendo uma pausa para estirar os lençóis e as cobertas, o aroma de sua vida sexual se elevou para tentar seus sentidos. O coração deu um tombo, a casa estava
em silêncio e em espera a seu redor. Dando as costas à cama, parou para abrir as portas francesas que conduziam ao terraço. A noite úmida de Nova Orleans a irrompeu no quarto.
— Sou um homem imperfeito.
Ela se acalmou enquanto suas palavras se vertiam sobre sua pele. Fechou os olhos agradecendo em silencio antes de voltar-se para ficar de frente a ele.
— E eu sou uma mulher imperfeita.
— Antes de ir mais longe, precisa saber que haverá momentos nos que te decepcionarei.
Em silêncio, ela assentiu.
— Vezes nas que te farei mal, embora eu não queira…
Ela assentiu uma vez mais, com o coração em sua garganta enquanto ele relaxava visivelmente. Parecia esgotado e doía, queria que a tomasse nos braços, mas não se moveu.
— Não sei se posso fazê-lo — Ele agitou a mão e ela não esteve segura de si se referia a eles ou a situação com o Conselho. Qualquer dos dois, sabia que podia, ele era homem que ela acreditava que era.
— Pode fazê-lo. Pode ganhar desta vez. Só tem que acreditar em si mesmo como o fazemos nós — Deu um sorriso amável — Acredito surpreenderá a si mesmo — Ela levantou a mão, ligeiramente passando um dedo
com no biselado bordo de uma pequena mesa que estava junto a ela — Tem... Fome? — Ela se moveu, o que permitiu à tira de sua camisa cair de um ombro. Ela levantou o olhar, encontrando o torturado dele.
— Sim — Sussurrou ele.
Ela se moveu para ele, mantendo seu ritmo pausado e sensual.
— Do que tem fome? — Ela arrastou um dedo pela borda de renda de sua camisa, mal tocando sua pele.
Ele lambeu os lábios e não respondeu, com seu olhar fixo em sua mão.
— Prefere comer? — Ela passou o dedo ao longo de sua garganta, como se queria chamar sua atenção à zona onde seu pulso pulsava por ele — Ou me prefere nua em sua cama? — Ela se deteve uma mera polegada
frente a ele, com seu corpo relativamente zumbindo de desejo. Agora que o tinha saboreado era viciada nele.
— Já me alimentei — Sua voz era rouca. Sunni sorriu e se afastou em direção à cama.
— Acredito que essa é a resposta a minha pergunta — Ela acrescentou um pouco de “veem aqui” dobrando seu pé enquanto se movia, mas a ponta de seu pé ficou apanhado na barra de sua saia e tropeçou. Mandando
suas mãos para frente, ela esteve a ponto de cair sobre sua face, mas em seu lugar aterrissou na frente de cedro aos pés da cama. Ela se dobrou e se sentou com um sorriso triste —Isso acontece por ter
querido ser uma mulher fatal.
Alexandre se moveu dentro do quarto e tomou sua mão para puxá-la para cima, com seu sorriso voltando-se um pouco triste.
— O que vou fazer com você?
Ela enlaçou seus braços ao redor de seu pescoço e se inclinou para ele, saboreando-o seu comprido, duro e quente ser em seu contrário.
— Vai fazer amor de todos os modos? — Perguntou ela com esperança.
— É obvio.
Antes que ela pudesse mover-se, ele se inclinou e a levantou em seus braços.
— Por que, Rhett — Sussurrou ela com um sotaque adocicado — Não soube se importava?
Ele deu um tapinha suave na parte traseira.
— Se comporte senhora Scarlet ou terminará em problemas graves.
— Promete-me isso? — Ronronou ela.
— OH, sim.
Ele a depositou na beira da cama e ela ficou de joelhos. Ela alcançou e enredou seus dedos em seu cabelo enquanto jogava a cabeça para trás, perdendo-se em seus olhos meia-noite. Havia tal paixão e dor
no mais íntimo dessas safiras.
Nunca tinha conhecido um homem de ferro, entretanto em posse de um coração tão generoso e que fosse tão completamente inconsciente dele. Isso, ela podia ensinar.
— Deixa-me sem fôlego — Sussurrou ela.
A expressão dele se voltou sobressaltada.
— Você me dá fôlego — Ele levantou a mão, encontrando os ossos de sua bochecha, depois para baixo por sua mandíbula como se queria memorizar cada centímetro de sua face. Ela fechou os olhos, deleitando-se
com a sensação das pontas de seus dedos através de sua pele. Ela inclinou a cabeça para trás enquanto ele acariciava a pele sensível de sua garganta e sua clavícula. Cada movimento era tão delicado como
o beijo de uma mariposa.
— É tão quente — Sussurrou ele.
Ela abriu os olhos levantando a cabeça.
— Você me faz entrar em calor.
Ela abriu os botões da camisa dele fazendo o trabalho por debaixo deles. Então passou seus dedos sobre os esculpidos músculos de seu peito, com seus dedos acariciando seus mamilos planos e provocando um
suave assobio.
As mãos dele se dirigiram a sua cintura para puxar a barra de sua camisa. Em silêncio, ela levantou os braços, o que permitiu tirar o material de seu corpo sem resistência. A bolsa vermelha pendurava entre
seus seios e o sentiu estranhamente quente enquanto ela a passava descuidadamente por cima do ombro. Ele suspirou enquanto o ar da noite úmida tocava a pele para seguir com o calor de sua boca. Ela se
recostou para trás enquanto ele se alimentava de seus seios, primeiro de um, depois do outro.
Ela fez um som de desencanto quando ele se deteve, com a cabeça chegando a apanhar sua boca. Apanhada mais perto com o contato com seu peito, ela mordeu seu boca, com seus mamilos recebendo sua própria
tortura com seu cabelo hirsuto.
Seu beijo foi lento, sensual, um baile de sedução em vez de necessitado a devorá-la. Suas línguas se enredaram enquanto suas mãos se moviam, acariciando a pele exposta enquanto procurava expor mais. Suas
mãos se inundaram na cintura de suas calças enquanto os deslizava até suas nádegas, esfregando-se contra sua ereção.
Ela não poderia esperar mais.
Ela o pôs em liberdade, com as mãos acariciando sua grande longitude ereta enquanto mordiscava o lábio inferior. As mãos dele empurraram sua saia para baixo, obrigando-a a deixá-lo em liberdade enquanto
a tirava.
Suavemente, ele a pôs sobre suas costas, com suas coxas abertas enquanto se movia com facilidade entre elas, se detendo só para tirar as calças. Seu olhar em seu rosto tinha intenção, ela se deu conta
que neste momento não se tratava de sexo, tratava-se de uma vinculação. A reverência alagou-a apertando a garganta. Chegando a ele, tomou sua mão acariciando seu eixo, enquanto olhava assombrada como se
alargava.
Guiando-o, ela o levou a sua entrada, mostrando o caminho a casa. Ele entrou com um suave impulso, com seus membros enredando-se enquanto se moviam juntos. Ela fechou seus olhos com sua concentração unicamente
no homem e na maré de sensações que estava gerando com cada movimento. Sua tensão era uma acumulação lenta, relaxada e segura.
Ele cantarolou com deleite enquanto acariciava a parte posterior de suas panturrilhas com seus pés. Ela sorriu, arqueando seu corpo para levá-lo mais profundo.
Então algo úmido golpeou sua testa e atirou-a de sua elevação. Ela piscou, com os olhos apoiados na face de seu amante. Ele estava chorando. Com os olhos fechados, Alexandre se moveu dentro dela, com uma
sonhadora expressão em seu rosto enquanto as lágrimas se filtravam debaixo de suas pálpebras.
A garganta dela se voltou um nó enquanto levava sua mão a seu próprio rosto, enxugando as lágrimas. Levando a mão a sua boca provando o sal e o sangue de sua dor, com seus olhos irritados.
Em momentos, ele gozou difundindo calor ao longo de seu ventre antes de relaxar-se, com os braços detendo-se contra ela.
Ela guiou a cabeça dele para um beijo que era de uma vez absolvição e aceitação, com seu coração cheio.
A contra gosto, Alexandre se retirou da cama, deixando Sunni profundamente adormecida. Deitada sobre suas costas, com seu braço estendido, e seus olhos centraram-se em seu pequeno hematoma.
Ainda estava ali.
Estranho, deveria ter se curado para agora já que os vampiros eram conhecidos por sua capacidade de curar-se a si mesmos. A menos que fosse um novo?
Sunni não seria ela mesma se se injetasse com algo, não é?
O olhou o relógio, com a tentação de despertá-la. Maldição, eram as doze e meia e só tinha meia hora para vestir-se e encontrar-se com Cass. Lançando um último olhar a sua amante, fez nota de falar com
ela sobre isso quando estivesse de volta.
Capítulo 11
Ela estava tão formosa como a recordava.
Cass estava recortada contra a baía, com a lua em seu cabelo dourado escuro com reflexos prateados. Seu perfil estava esculpido como um camafeu. Vestida com um traje de calça de seda cor creme com uma
simples corrente de ouro sobre seu pescoço, parecia a esposa de um médico próspero, mais adequada para o clube de jardinagem local ou da PTA que estar de pé no Jackson Square a 01 a.m.
Ela deu a volta enquanto ele se aproximava.
— Olá Alexandre — Deu um pequeno sorriso — É bom vê-lo.
— Cass…
O sorriso dela desapareceu.
— Senti sua falta.
Ele não comprou o que ela estava tentando mostrar.
— Devia ter pensado nisso antes de me enganar…
Um brilho de irritação cruzou seu rosto antes que ela o ocultasse. Era uma mestre do engano e mandava em suas expressões e emoções como uma diretora de uma sinfônica. Ele não estava impressionado.
— Cometi alguns erros — Estendeu a mão, com sua palma para cima — Vim te pedir perdão.
— E?
Ela o olhou perplexo.
— E o que?
— Que mais quer?
— Não há nada mais.
— Cass, você e eu nos conhecemos mais muitos anos, assim não acredito que possa me enganar. Sei que não faz nada a menos que haja algo para você. Deixa de me fazer perder o tempo e chega ao ponto.
Um sorriso afiado curvou sua boca e sua atitude total caiu como as folhas do outono com uma brisa. Deu outra pequena risada.
— Ainda é rápido, pelo que vejo. Tenho uma proposta para você, Alexandre. Que tal governar os preternaturais comigo a seu lado uma vez mais?
Nem em toda sua vida.
— Já sou o chefe do Conselho. Para que te necessito?
— Pelo poder. A única coisa que o Conselho não tem é um exército permanente. É possível que tenham feito as leis, mas não podem as aplicar bem.
— Não temos nenhuma necessidade de “aplica-la” já têm tido alguns problemas com os anos. Sim, alguns saíram da linha e se voltaram delinquentes, mas foram tratados com suficiente efetividade — Ele sacudiu
a cabeça — Não temos necessidade de um exército. Todos eles se dão conta de que sem algum tipo de lei todo se perderia, assim que se governam muito bem.
— Não o suficientemente bem ou Mikhail nunca teria feito uma emboscada — Zombou ela — Ele quase teve êxito. Se tivesse tido um exército próprio, não seria nada mais que uma lembrança agora.
Ele cruzou os braços sobre seu peito. O que ela dizia era verdade. Se o exército de Mikhail não se dispersou à primeiro sinal de confrontação, ele e Fayne estariam mortos desde fazia muito tempo e Mikhail
teria o controle do Conselho. Estremeceu ao pensar nos estragos que seu inimigo demente poderia ter causado destruindo inocentes.
— E você pode me dar esse exército?
— Posso de fato, porque tenho o diário de Elsabeth.
O diário.
Ele obrigou a seus braços a relaxar-se e deslizou as mãos em seus bolsos fingindo indiferença.
— O que contém o diário?
— Muitas coisas, muitas, uma das quais é um soro para criar melhor guerreiro-vampiro — Ela encolheu os ombros — É obvio, ainda estamos trabalhando nele já que não aperfeiçoamos a fórmula. Tivemos alguns
êxitos e alguns fracassos.
Ele ficou quieto, com a tensão arrastando-se debaixo da pele. Lutou por manter a calma em sua voz.
— O que faz o soro?
— Aumenta as habilidades naturais de um vampiro. Rouba o desejo de pensar por si mesmos e evoluem em uma máquina de matar — Ela encolheu os ombros — Havemos encontrado que sempre e quando se satisfaçam
suas necessidades, são nossos para mandar sobre eles.
O estômago dele se afundou.
— Como aumentam sua capacidade?
— Não estou segura de como funciona, mas até agora tomamos a vampiros relativamente jovens e tivemos êxito fazendo crescer suas capacidades. Fizemo-los mais fortes, mais duros — Cass começou a caminhar
com movimentos emocionados enquanto falava — Tomamos a uns poucos vampiros de uns trinta anos, demos o soro e dentro de vinte e quatro horas haviam duplicado sua força física, suas habilidades psíquicas
e requeriam de menos horas de sono. Um par de ensaios mais e terei o poder de criar um fornecimento ilimitado de guerreiros sob nossas ordens.
— Como administra o soro?
Ela agitou a mão.
— Uma pequena injeção, não é grande coisa.
Uma sensação de temor se expandiu em seu estômago.
— Não é grande coisa? — Perguntou ele.
Ela se voltou para ele, com expressão desgostada.
— Ah, sim. Qual é o preço de alguns vampiros jovens quando temos algo realmente grande na lista? O mundo está cheio de desgraçados mortais que podem transformar-se a vontade, realmente não é grande coisa.
— Você disse que teve alguns fracassos. Que tipo de fracassos?
Um sorriso ardiloso curvou sua boca.
— Parece ser que subministrando a errônea percentagem de dose, os vampiros em realidade se consomem. O soro parece envelhecer o sujeito, embora melhora suas habilidades. Alguns de nossos experimentos anteriores,
literalmente pegaram fogo…
As imagens de corpos carbonizados encheram sua mente, seguidos pelo som sobrenatural dos soluços de Martha com o coração quebrado sobre o corpo de sua amiga, Rachel. Ele mordeu a língua, com o sabor de
sangue em sua boca enquanto o pânico ameaçava tragando-o. Sem dar-se conta, Cass continuou.
— Progredimos, entretanto. Contamos com um sujeito que durou quase quatro dias e que ainda se vê forte — Uma calma fria entrou em seus olhos — Também temos outro com o que temos muitas esperanças. Um jovem
vampiro de sessenta anos que parece será o que nos mostre o caminho.
— Está louca — Ele disse as palavras com os dentes apertados — Não pode jogar com a vida das pessoas assim…
— É obvio que posso — Riu ela — Quem vai me deter?
— Eu o farei.
— Não, porque tenho algo que necessita.
— E isso seria?
— O antídoto para o soro — Ela tomou um vidro fino adornado com uma tampa de prata unido a uma corrente ao redor de seu pescoço. O líquido rosa brilhava em a misteriosa escuridão. Ela o agitou no ar —
Do que outra forma poderá salvar a sua pequena noiva se não ter isto?
Sunni.
Alexandre se congelou com uma sensação de fatalidade no estômago. Tinha estado certo. O hematoma e a marca da agulha. Ela tinha sido injetada. A ira surgiu nele e se esforçou por manter sua expressão de
calma. Deixar Cass ver sua ira não salvaria ao Sunni.
— O que quer de mim?
— A você a meu lado para reatar a liderança do Conselho juntos — Ela sorriu enquanto se movia em torno dele, com os calcanhares fazendo um clique agudo no pavimento — Com você a meu lado, obterei a legitimidade
necessária para recuperar meu assento.
— Isso é tudo?
— Ah, e desejo você, em minha cama — Ela pôs-se a rir — O que te falta de experiência, compensa-o com resistência — Lançou um olhar zombador — Deve ser um subproduto por todos esses anos de celibato.
— Bem. Agora me dê o antídoto.
— Ah, ah, ah. Não terminei ainda — Cass reteve a garrafa — Primeiro, faz o anúncio formal. Uma vez recuperado meu assento, então pode ter o antídoto.
— O que me impede de acabar com você e tirar isso — Ele se aproximou satisfeito de vê-la dar um passo para trás.
— Miles — Ela inclinou a cabeça para a esquerda e o revenant saiu das sombras. Em sua mão sustentava uma automática de calibre 45 apontando o peito do Alexandre. Embora em realidade as armas não podiam
matá-lo, sem dúvida o deteriam o tempo suficiente para que ela escapasse.
Estava apanhado... Por agora.
Cass sorriu triunfalmente.
— Amanhã, à meia-noite. Podemos usar o clube de Sinjin para fazer o anúncio — Ela deu a volta, assinalando a Miles que a seguisse — Até então, amante.
A risada dela encheu o ar úmido enquanto se afastava.
Alexandre ficou olhando a escura baía, com ira, frustração e terror em seu revolto estômago. Sunni estava em jogo. Maldição, por que não a tinha obrigado a ir-se de Nova Orleans antes?
Não pode salvar a todos.
Não, mas seria melhor que encontrasse a maneira de salvá-la. Agora que a tinha encontrado, não poderia suportar perdê-la. Um toque soou fraco em seu bolso. Irritado, agarrou o telefone celular.
— Saint-Juste — Ele grunhiu.
— Temos outro — Disse Sinjin.
O coração de Alexandre caiu. Não Sunni. Não ainda...
Sinjin continuou:
— Um homem — Ele deu o endereço e Alexandre apenas o ouviu.
Graças aos deuses.
Ele jogou para trás a consciência.
— Pode repetir o endereço?
Sinjin o fez uma vez mais e Alexandre se deu conta que não estava longe de onde estava.
— Estarei ali em dez minutos.
Orando em silêncio, desligou e meteu o telefone no bolso. Tinha menos de vinte e quatro horas para elaborar um plano para salvar à mulher que amava e o mundo sobrenatural como agora o conhecia.
Capítulo 12
Sunni enredou os dedos no colar, girando a corda ao redor só para libertá-la antes de girá-la de novo. Estaria o diabo nessa loja? Caminhou rapidamente pelo beco, com os nervos de ponta enquanto lançava
rápidos olhares às escuras cristaleiras.
Onde estava a loja Mambo de Cecile?
Sua mão se apertou ao redor da bolsa, com seu conteúdo golpeando-se um contra o outro e o aroma de romeiro triturado jogando com seu nariz. Algo estava mau, muito mal, ela o sentia.
Não só não podia encontrar a loja, não podia dormir. Seu corpo se negava a descansar e se sentia como se estivesse saltando de sua pele. Quando tinha despertado, Alexandre tinha ido e ela ficou só para
constatar que agora era fisicamente duas vezes mais forte do que tinha sido fazia uns dias. Tinha descido pelas escadas exteriores e, ao chegar à parte inferior, tinha tratado de balançar-se sobre a balaustrada
só para ter o ferro forjado dobrar-se debaixo de sua mão como se fosse manteiga fundida.
Seu coração pulsava com força em seu peito, enquanto uma sensação de pânico ameaçava afundando-a. O que estava acontecendo? Estaria relacionado com a noite em que Miles a tinha levado a beco?
A parte interna de seu cotovelo começou a picar e ela se arranhou distraidamente, a vez que continuava seu caminho em ziguezague pela rua. Ainda não podia recordar todo o acontecido essa noite. Mas sabia
que com certeza que necessitava de Cecile Mambo, a sacerdotisa vodu poderia ajudar a pôr as peças do quebra-cabeças em ordem. Até então, seguiria procurando.
— Seu nome é Luke Sanderson.
Alexandre se deixou cair de cócoras sobre o corpo do vampiro. Luke jazia de barriga para baixo no chão com um buraco do tamanho de um punho nas costas, mais ou menos na mesma zona de seu coração. As bordas
estavam chamuscados perfeitamente, sua carne incinerada. O chão debaixo dele estava queimado e negro, com sua caixa torácica intacta.
— Quem era?
— Um João ninguém local. Era novo na cidade.
Alexandre fez uma oração em silencio pela alma do vampiro morto antes de levantar-se até a face dar Sinjin.
— Descobrir esta noite o que está acontecendo — Contou a Sinjin sobre sua reunião com Cass e seu ultimato.
— Sunni? — A voz de Sinjin tremeu.
Ele assentiu em silêncio.
— Ela foi alvo graças a sua relação comigo.
Os olhos de Sinjin se estreitaram, mas não disse nada.
— Cass quer uma espécie de reunião do conselho amanhã em seu clube. Quer anunciar nossa união. Depois me dará o antídoto para Sunni.
— Você acredita?
— Não. Acredito que quer que Sunni mora. Quer me fazer mal — Ele passou a mão pelo cabelo com frustração — O problema é que Cass tem o diário, e assume que tanto o soro como as receitas dos antídotos estão
contidas nele. Eu goste ou não, ela tem todas as cartas neste momento.
— Não pode simplesmente deixar Sunni morrer — Disse Sinjin. Alexandre olhou a seu amigo.
— Não tenho nenhuma intenção de deixar que aconteça nada a ela, maldição. Temos que saber o que há nesse soro e, para isso necessitamos o sangue de Sunni e um laboratório com tecnologia qualificada para
analisar os resultados.
— Não temos essa espécie de tempo. Temos menos de vinte e quatro horas para chegar a uma solução ou Cass ganhará. Não só Sunni perderá, mas também o mundo como agora a conhecemos deixará de existir.
Alexandre deixou cair a cabeça, o peso da responsabilidade sobre seus ombros era muito pesada e, por uma fração de segundo, uma sensação de pânico o invadiu. Respirou fundo e as palavras de Sunni soaram
em sua mente.
“Pode fazê-lo, pode ganhar desta vez. Só tem que acreditar nisso.”
Ele tomou uma respiração funda e depois a soltou, o pânico desapareceu lentamente. Ela tinha razão, ganharia desta vez, não tinha outra opção.
— Fui Que… E? — Sunni se sentou dura na beira de uma pequena mesa, golpeando uma variedade de tatuagens desenhadas atirando-os no chão.
— Foi injetada com um soro com a intenção de aumentar seus poderes, para te converter em um guerreiro.
Ela estremeceu quando passou as mãos por seus braços. Sua pele se sentia estranhamente quente, muito quente tendo em conta que não tinha comido hoje, e em seu interior se sentia nervosa. Imagens passavam
diante de seus olhos, de um beco, da face de Miles inclinado sobre ela. Do brilho de uma luz, de uma agulha fina enquanto ele a rondava de perto. Ela estremeceu de novo.
— Pensei que tinha sido um mau sonho — Sussurrou ela. Esfregando o lugar no interior de seu braço enquanto um lento picar começava por debaixo de sua pele.
— Sunni…
Ela levantou a mão para deter o fluxo de palavras.
— Por que eu? — Ela levantou o olhar para o homem que amava — Por que me escolheram?
— Por mim. Ela deseja vingar-se de mim, fazendo me dançar a seu ritmo —Alexandre apoiou-se na cadeira de tatuagens com uma expressão de esgotamento. Com linhas finas em sua boca enquanto passava a mão
por seu cabelo uma vez mais.
— O que vou fazer? — Ela ficou consternada para ouvir o bamboleio de sua voz assim que clareou a garganta — O que vamos fazer?
— Não sei ainda. Por agora, ela tem todas as cartas. Sinjin está procurando seu esconderijo. Temos a esperança de chegar a ela através de Miles.
— Vou morrer?
Ele se empurrou fora da cadeira, avançando a ela.
— Não. Tentaremos uma transfusão. Se te desfizer do sangue poluído, podemos esperar reverter alguns dos efeitos do soro.
O pânico roído dentro do peito dela.
— Isso me parece um terrível pesadelo.
— Por agora, não sabemos que mais podemos tentar — A frustração e a ira estavam em suas palavras.
Sunni fechou os olhos, murchando-se lentamente enquanto o sol começava a subir inexoravelmente. Não podia resistir a tentação da escuridão chamando-a a sua guarida. O esgotamento puxada dela e cambaleou
em sua precária posição.
Alexandre chegou a seu lado e envolveu seus braços ao redor dela, puxando-a a seus braços. Ela suspirou e esfregou sua face contra sua camisa, saboreando o aroma familiar de sua pele, seus reconfortantes
batimentos do coração em sua orelha. Ela poderia estar uma eternidade em seus braços e agora, em questão de horas, poderia perder tudo.
— Justo quando acabo de te encontrar — Sussurrou ela contra seu peito — Não deixe que ganhe. Não deixe que nos separe agora. Necessito que seja meu herói uma vez mais...
O agarre de Alexandre se apertou enquanto se deslizava em seu escuro sono, com seu corpo inerte em seus braços. Ao redor das bordas das persianas escuras estreitas franjas de luz se filtravam, anunciando
a saída do sol. Pela primeira vez em sua vida amaldiçoou a manhã seguinte. O tempo escapava e com ele a vida de Sunni.
— Está feito — Com sua maleta em uma mão, Sasha saiu do santuário interior onde Sunni agora dormia.
Alexandre olhou à ruiva Fey. Quem teria pensado que a tatuada e perfurada jovem era uma estudante de medicina da Universidade de Tulane?
— Drenei-a depois dei quase cinco litros de sangue O negativo. Segue adormecida. Poderá dormir até que fique o sol?
Alexandre assentiu.
— Ela deverá fazê-lo. Em anos vampiro, Sunni é jovem e seus biorritmos estão ainda ligados ao sol.
Sasha negou.
— É tão incrível. Quer dizer, Sunni me disse que era um vampiro. Inclusive me mostrou isso quando não acreditei. Só que nunca me ocorreu que seu mundo pudesse ter tanta agitação e destruição. Quero dizer
vocês têm tudo.
— Como é isso?
— Tem vida imortal. É, literalmente uma testemunha da história que se desenvolve. Não é genial? — Seus olhos brilhavam de emoção.
— É verdade. Também somos presas daqueles que desejam tomar vantagem de nossos poderes. Perdemos a nossos seres queridos quando envelhecem e morrem, enquanto nós seguimos sendo jovens. Estamos sujeitos
a longos anos, só com a existência na escuridão e nos alimentando do sangue da vida de outros — Ele sacudiu a cabeça enquanto a luz de seus olhos se nublava — O lado da imortalidade é interessante, mas
os inconvenientes são abundantes também. Não temos o bolo e nos podemos comer isso tampouco. Basta olhar a sua amiga. Ela poderia perder sua vida devido à avareza e à corrupção de outro.
Sua expressão se fez solene.
— Entendo o que diz. Ser vampiro ou humano tem seus bons aspectos, mas ambos têm muitas deficiências — Ela pôs sua mão sobre os braços dele cruzados.
O calor de seu tato se estendeu ao longo de sua pele, como a humanidade mesma que a rodeava. Seus claros olhos verdes se encontraram com os sua com expressão séria.
— Cuida dela, Sunni é muito querida para mim.
Ela o surpreendeu mais, quando o acariciou com um rápido beijo na bochecha antes de sair da sala. Sua pele estremeceu com o calor desse extraordinário ser humano.
Ele se aproximou da porta que conduzia à guarida de Sunni. Seu olhar percorreu seu quarto, iluminada por uma só vela.
Tapetes persas cobriam o chão, as paredes estavam pintadas de uma cor clara que se podia distinguir à luz das velas. Prateleiras cobriam um extremo da sala, abarrotados de livros de bolso feitos farrapos,
tomos de livros de capa dura e vestidos de couro. Uma cadeira cômoda estava frente às prateleiras junto a uma mesinha com um floreiro com rosas amarelas. Ele agarrou um livro de bolso com um sorriso quando
viu do que se tratava “Orgulho e Prejuízo”.
Havia muito mais de Sunni que o que se via. Ele deu uma olhada aos títulos dos livros colocados sobre as prateleiras. Suas sobrancelhas se arquearam à visão de um livro bem manuseado por seu poeta francês
favorito. Deu uma olhada a seguinte coluna ao lado repleto de filosofia alemã do misticismo oriental e de arte impressionista. Ele sorriu quando viu uma novela romântica localizada entre a arte “O Arte
da guerra”.
Ele voltou a olhar à mulher adormecida na cama do outro lado da sala. Tinha-a julgado mau.
Tinha estado tão apanhado pelo que ele pensava que era uma cabeça oca, sem nada que tinha deixado de ver quem era ela realmente. Sua roupa, seu entusiasmo por a vida e como ganhava a vida o tinham enganado.
Tinha julgado mal seu espírito e tinha preferido ver seu exterior em vez de cavar no interior da verdadeira mulher.
Aproximou-se da cama. Adormecida se via frágil com a pele pálida como o inverno contra os lençóis cor creme. Ela era incrível e ele estava loucamente apaixonado por ela.
Humilhado, ele ligeiramente acariciou sua bochecha, sua pele estava fria ao tato. Aliviado, o esgotamento puxou seus olhos e ele temeu ir a sua casa vazia. Vazia porque ela não estaria ali.
Necessitava um par de horas de fechar os olhos e depois se sentiria tão bem como a chuva, capaz de confrontar o que ia estar em frente ele. Tirou os sapatos e se estirou a seu lado, sem tocá-la, entretanto,
experimentando a tranquilidade de sua presença enquanto fechava os olhos.
— Está segura de que quer fazer isto?
Cass ignorou Miles enquanto enchia a seringa com soro de um lote anterior.
— Estou cuidando meu traseiro. Se Alexandre me trair, o Mato — Ela deixou a garrafa e cobriu a agulha — Dá isto a Gerard e diga que injete em Alexandre a minha ordem.
Miles estava claramente relutante enquanto se aproximava da seringa.
— Está segura que o antídoto funciona?
— OH, sim, funciona, mas nunca o necessitaremos — Ela sorriu enquanto os dedos de Miles se enroscavam ao redor do tubo. Ela não o deixava ir, o que fez Miles levantar o olhar para ela — Será melhor que
não me falhe.
Capítulo 13
O Chat Noir estava cheio até o batente com todo tipo de sobrenaturais imagináveis. Sunni se alegrou de que muitos habitantes das Sombras houvessem deixado Nova Orleans ou ela não teria cabido no edifício.
Ela tomou nota com interesse que vários homens lobo tinham feito ato de presença. Três homens, vestidos de couro e parecido a ciclistas se mantinham perto da porta com seus olhares de alerta observando
os acontecimentos.
Através da sala havia um grupo de homens gato, assobiando e lançando olhadas inquietas aos lobos que pareciam alheios à agitação o que sua presença tinha criado.
Ela esfregou o estômago sentindo náuseas, estava terrivelmente nervosa. Envolveu uma mão tremula no colar com a sensação surpreendente que se verteu do amuleto que era o que a tinha despertado uma hora
antes. Sentia como se uma corrente de baixa tensão corresse por seu braço insistindo-a a mover-se. Quanto mais perto ficava do Chat Noir, mais forte a sensação era, quase como se o colar a insistisse para
frente, para algo que a esperava. Sem questionar a sensação, abriu caminho entre a multidão em busca de caras conhecidas. Assentiu a algumas pessoas que conhecia, mas que não paravam de falar. Depois,
uma face em particular chamou sua atenção, detendo nela seus passos.
Uma bruxa? Aqui?
Quinn Montgomery estava sentado perto do cenário, com seus dedos entrelaçados da mão de uma mulher que estava sentada a seu lado. Maeve. Sunni sorriu quando viu a ruiva. Fazia uns meses, tinham estado
envolta na última comoção no mundo sobrenatural. Quinn era o filho de Mortinha, uma das mais poderosas bruxas que caminhava sobre a terra. Depois que Maeve havia cometido o engano de acreditar nas desastrosas
mentiras de Mortianna, a bruxa tinha tratado de usar Maeve para substituir a sua filha morta e sem sabê-lo tinha dado os maiores poderes que uma bruxa podia esperar possuir.
Se o que Sunni tinha escutado era certo, então estava de pé na mesma sala com a bruxa mais poderosa do planeta e não se referia a Quinn. Mas Maeve era reticente a falar de suas experiências e Sunni não
a tinha pressionado para obter informação.
Alexandre entrou no cenário tomando consciência de todos na sala. Seu coração se inchou enquanto o via cruzar o cenário com cada centímetro vestido do Armani vendo-se seguro de si mesmo. Seu olhar percorreu
a multidão acalmando os espectadores, antes que se reunisse com o seu. Ela sorriu, tratando de pôr todo seu amor e orgulho em seu sorriso.
Ele deu um passo ao cenário na sala principal cumprimentando a gente enquanto aproximava-se.
— Não deveria estar aqui — A expressão dele era remota.
Ela elevou o queixo.
— Bom, estou e não irei.
Ele tinha a boca apertada.
— Espero que tenha o bom sentido de uma rápida retirada quando as coisas fiquem feias.
— Não vou ser tratada como uma menina, Alexandre — Replicou ela — Sou uma mulher que pode cuidar de si mesma.
— Mmm — Ele agarro seu braço e a conduziu à mesa de Quinn — Mantenha um olho nela Está bem? — Ele empurrou uma cadeira vazia — Ela tem a crença equivocada de que pode ajudar.
Ela se levantou da cadeira.
— Posso fazê-lo.
— Sente-se — Ele a empurrou para baixo inclinando-se sobre ela para evitar que se levantasse — Fica — Grunhiu ele — Tenho suficiente sem ter que me preocupar com você — Ele deu um rápido e duro beijo na
boca antes de afastar-se.
Sunni começou a levantar-se, mas se deteve quando uma mão em seu braço a conteve. Ela se voltou para grunhir a Quinn e ele pareceu imperturbável quando mostrou seus dentes.
— Tem suficientes preocupações sem que você o distraia — Disse ele.
Ela tirou a mão e se voltou, dando tanto a ele como a Maeve as costas. Franziu o cenho à figura do Alexandre enquanto se afastava.
Maldito tolo!
— Boa noite.
Seu amante estava no centro da pista de dança, dando as costas ao cenário. As luzes principais se incrementaram pelo que não era necessário concentrar-se para vê-lo com claridade.
— Convoquei a esta reunião para discutir os últimos acontecimentos que todos vocês devem estar conscientes que afetam a nosso mundo — Ele fez uma pausa explorando a audiência para garantir a atenção de
todos.
— Primeiro, eu gostaria de reconhecer a alguém que não necessita apresentação. Apresento a Casiopea — À medida que ele falava, Cass parou no cenário e os sussurros correram entre a multidão.
Vestida com um traje negro de Chanel e um colar de pérolas grosso, era a imagem do decoro virginal. Sussurros se levantaram à medida que ela avançava ao cenário com um sorriso benigno curvando sua boca
enquanto seus olhos se mantinham escuros e frescos.
Atrás dela havia seis homens vampiros enormes, nenhum que Sunni reconheceu. Miles fechava a marcha. Seu olhar vigilante percorria a multidão enquanto sua amante se aproximava de Alexandre. Com muita dificuldade
Sunni se salvou de seu olhar.
A irritação ganhou à vida com seu reconhecimento. O homem infernal tinha tentado matá-la só dois dias atrás. Ele pelo menos deveria reconhecer sua presença.
— Estou seguro de que todo mundo tem curiosidade por saber por que os reuni aqui esta noite — A multidão se acalmou enquanto Alexandre continuava.
— Como muitos de vocês sabem, houve uma tentativa de tomar meu governo por parte de Mikhail e seus seguidores — Ele olhou a Cass — Esse desafio custou vidas e foi derrotado sumariamente. Nesse momento,
ordens de execução a morte foram publicadas para Mikhail, Casiopea, Edward e seus seguidores. Edward agora está morto.
Mais rumores fluíram através da multidão.
— Durante os últimos meses, estivemos procurando os outros quando Cass aproximou-se de mim faz uns dias — Ele se moveu para o cenário enquanto falava —Sua proposta é unir forças, ela e eu no Conselho,
como o fizemos uma vez antes. Entretanto, desta vez traz um exército com ela.
Mais vozes, esta vez mais fortes.
Sunni olhou a Cass para ver um sorriso beatífico em seu rosto enquanto olhava ao redor da sala a todos.
— Por que necessitamos um exército?
— Quem seria esse exército?
— Boas perguntas, as quais serão respondidas em breve — Interrompeu Alexandre, uma vez mais, trazendo silêncio à multidão — Como alguns de vocês ouviram falar, houve uma onda de misteriosas mortes de vampiros
em Nova Orleans. Essas mortes variam muito pouco. As vítimas morreram por fogo, mas não foram apanhadas pela luz do sol nem colocaram fogo neles. Parecia como uma combustão espontânea e em certo modo é
certo. Seus corações se acenderam em seus peitos, matando-os.
Sussurros correram uma vez mais e ele não fez nenhuma tentativa para silenciá-los desta vez. Sunni observou com certa satisfação que Cass começava a parecer irritada enquanto olhava de Alexandre a Miles.
— O que causou essas mortes? — Alguém gritou do fundo da sala.
Ele sorriu.
— Estava esperando que alguém fizesse essa mesma pergunta. Um soro introduzido em sua corrente sanguínea causou as mortes. O propósito desse soro era aumentar os poderes de um vampiro. Uma das vítimas
tinha trinta anos, tinha poderes de uns duzentos anos.
Murmúrios de inquietação se uniram aos murmúrios.
Cass deu um passo adiante.
— Realmente não vejo o que estes desafortunados incidentes têm que ver com…
— Qual é propósito desse experimento? — Disse uma moça.
— Criar um exército de vampiros que governem o mundo subterrâneo. O desejo de criar um exército sem sentido despojado de sua vontade e vítimas de seus maiores poderes. Podem ser utilizados para fazer cumprir
a vontade desta pessoa sobre a de todos nós.
O volume se fez mais forte e Sunni viu Sinjin movendo-se entre a multidão para Alexandre.
— Quem fez isso? Quem é responsável por essa coisa desprezível? — Uma voz aguda se elevou em cima da multidão.
Cass deu um passo atrás e grunhiu algo a Alexandre enquanto Miles se movia à porta traseira do cenário. Ela se voltou para sair quando Alexandre pôs sua mão ao redor de seu pulso. Ele saltou do cenário
à pista de dança junto a ele. Ela cambaleou enquanto arranhava seu punho, cortando-o com sangue em sulcos de sua mão, entretanto ele não se alterou.
— Posso apresentar a…
Alguém gritou e se separou da multidão. Sunni se voltou para ver alguém arrastando para Alexandre e Cass. Os olhos dela se abriram enquanto reconhecia Raphael. Seu andar era estranho, irregular, enquanto
arrastava os pés para eles.
— Assassina — Sussurrou ele.
Sua pele era cinza, manchada de suor sanguinolento. Sacudia-se a cada passo enquanto se aproximava. Depois levantou o braço e assinalou ao Cass.
— Matou-me — Denunciou — Matou os outros — Tomou uma respiração profunda que foi ruidosa, como o estertor de um homem velho com enfisema — Devem matá-la.
Os olhos dele ficaram em branco e cambaleou. Apertou a mão sobre a área de seu coração enquanto um sopro de fumaça aparecia entre seus dedos e desabava. Sunni correu a seu lado, fazendo pouco caso da boca
aberta dos observadores enquanto o punha de costas.
Em questão de segundos, as chamas se dispararam de seu peito, o que a obrigou a afastar-se. O aroma de carne queimada impregnava o ar e o fogo queimando um buraco onde seu coração deveu ter estado. Então,
milagrosamente extinguiu a si mesmo.
E Raphael estava morto. Só assim.
Consternada, Sunni colocou sua mão sobre seu coração. Morreria da mesma maneira? A transfusão de sangue tinha diminuído seus sintomas, mas alguns permaneciam. Existiria um antídoto?
Seu estômago deu volta e olhou a Alexandre. Ele estava olhando a Raphael, com expressão triste.
Discretamente, Cass levou seu olhar a um de seus vampiros e deu uma piscada sutil. Sunni viu como se aproximava de seu distraído amante. Colocando a mão em seu bolso, o valentão tirou uma seringa.
Um grito ficou apanhado em sua garganta enquanto se precipitava pela sala. O vampiro elevou a mão para colocar a agulha em Alexandre enquanto ela jogava-se entre eles. Mal sentiu a coceira do aço, mas
viu que os olhos do vampiro se ampliavam ao dar-se conta de seu engano. Mas já era muito tarde, ela tinha tomado o veneno.
Alexandre gritou seu nome enquanto seus joelhos cediam e caía, o clube se voltou uma erupção de caos. Os homens lobo saltaram no cenário com uns poucos homens gato unindo-se os em um batimento do coração
de coração mais tarde, e o som da batalha rugiu por cima de tudo.
Sunni viu Maeve tentando abrir-se caminho para ela. Um corpo voou fora do cenário bloqueando seu progresso enquanto um vampiro morto aterrissava a seus pés sem garganta.
A gente estava lutando na porta principal, enquanto outros se afastavam da aglomeração, reticentes para ver o espetáculo, mas sem estar dispostos a prestar sua ajuda. Sinjin e Quinn se precipitaram ao
cenário gritando o nome de Miles. Sunni dobrou a cabeça enquanto tirava a seringa de seu ombro para deixá-la cair ao chão. Voltou-se de costas a tempo para ver o Alexandre lutando com Cass.
Com a mão livre dele, agarrou a vampiro na parte posterior do pescoço, obrigando-a a ajoelhar-se. Depois, Alexandre levantou a cabeça e assentiu a Maeve. Claramente afetada ela olhou a Sunni quem fracamente
a saudou para demonstrar que estava bem.
Maeve assentiu e se uniu Alexandre, que ainda lutava com Cass. Ele tinha soltado seu pulso, mas conservava o agarre por seu pescoço, mantendo-a no chão em uma posição incômoda encurvada. Ela se sacudia
tratando de agarrar algo mais exceto os braços de Alexandre que a mantivera fora de seu alcance.
Uma moça se moveu perto, para chegar a algo ao redor do pescoço da vampiro. Sasha! O que estava fazendo sua sócia aqui? Sylver captou a luz enquanto agarrava o pendente e quebrava a corrente, causando
que Cass se sacudisse. Sasha dedicou um sorriso triunfal enquanto embolsava o pendente e se fundia de novo na frenética multidão.
Cass conseguiu levantar a cabeça o suficiente para olhar Alexandre, com seus dentes ao descoberto.
— Destrui-lo-ei.
Ele deu uma risada zombadora com olhos duros.
— Eu adoro a provocação.
Maeve chegou ao lado dele com expressão séria até que ele assentiu. Sunni se obrigou a levantar-se, apoiando as costas contra o cenário incapaz de dirigir-se exceto simplesmente sentando-se a olhar. Os
sons da batalha desapareceram com um ruído surdo, pesado na cena enquanto Maeve circulava ao mesmo tempo. Retirou uma bolsa pequena procurou no interior seu conteúdo. Enquanto caminhava, falava em voz
baixa com palavras em um idioma estrangeiro.
Os preternaturais ficaram quietos enquanto a tensão na sala crescia. As mãos de Sunni se curvaram ao redor do colar em seu pescoço, a bolsa familiar na palma de sua mão.
Quando Maeve assentiu, Alexandre se separou de Cass. De joelhos a vampiro ficou imóvel pelo feitiço de Maeve. Só seus olhos escuros com sanha envenenada seguiam Alexandre.
O lobo desceu do cenário com seus movimentos elegantes e sigilosos. Um deles, alto e loiro se agachou ao lado dela.
— Está ferida?
Ela negou.
— Não acredito.
Ele deu um sorriso tranquilizador e a levantou da beira do cenário. Ela cambaleou e ele se sentou a seu lado para que não caísse. Ela estava agradecida por seu apoio.
Alexandre a olhou enquanto se afastava de Cass. Fez um gesto débil de um sorriso, que ele retornou. Sinjin e Quinn retornaram pela porta principal com suas expressões problemáticas. Quinn negou a Alexandre
e com a boca formou a palavra “Não” enquanto Sinjin se aproximava de Sunni.
Ele se deixou cair a seu lado e deu um forte beijo na têmpora.
— Tola — Sussurrou ele. Deixando cair um braço por seus ombros e deu um abraço asfixiante. — Alguma vez aprenderá a pensar antes de saltar?
— Não — Murmurou ela contra sua camisa.
— Estava preocupado de como fazer isto esta noite — Alexandre estava falando com a inquieta multidão — O plano de Cass era anunciar uma união entre ela e eu como sempre foi seu maior desejo, liderar o
Conselho de Anciões. Como a maioria de vocês sabem se uniu a Mikhail para derrocar o Conselho. Quando essa tentativa falhou, podem ver como arrastou seu caminho de volta a sua antiga posição de poder.
O olhar dele percorreu a multidão, chegando a Sunni apenas um momento antes de continuar.
— Injetou a um vampiro com o soro faz dois dias, com a esperança de me chantagear para anunciar nossa união. Mas esse plano fracassou quando, com a ajuda de um humano tentamos uma transfusão de sangue
completo para atrasar, possivelmente reverter alguns dos efeitos. É obvio, agora que temos o antídoto nunca voltará a ter reféns com suas ameaças.
Alexandre se voltou para Cass.
— Faz sete meses, decretei que seria condenada a morte por sua traição à pátria e ao Conselho. Suas ações nas últimas semanas não têm feito mais que reforçar o fato de que é um perigo para os habitantes
das Sombras e para nossa forma de vida. Causou a morte de incontáveis inocentes e mas isso, embora o tempo tenha passado de sua sentença se levará a cabo.
Finalmente, ele pode pôr a seus demônios a descansar e reafirmar sua posição como Chefe do Conselho.
Uma jovem e esbelta mulher apareceu levando uma espada. A luz se refletiu na lamina mortal enquanto ela a oferecia ao Alexandre.
Ele a aceitou e Sunni captou o aroma do medo em Cass, enquanto ele se aproximava dela.
— Por ordem do Conselho, executo sua sentença a morte — Disse Alexandre — Tem algumas últimas palavras?
— Isto não terminou.
— Ah, ao menos está terminado para você.
— Vá ao inferno — Cuspiu ela.
— Você primeiro. Aí estou te enviando onde nunca mais fará mal a outro inocente. Na morte, pode encontrar a paz que nunca teve em sua vida. — Ele levantou a espada.
— Pare.
Um murmúrio passou pela multidão enquanto uma figura vestida de branco se aproximava. Os olhos de Sunni se abriram quando viu Cecile Mambo. Sua pele parecia café com leite contra o branco cegador de seu
vestido. Seus escuros olhos estavam fixos no Cass com expressão triunfante.
— Ela é minha — A sacerdotisa arrancou o olhar do vampiro — Sou Cecile
Mambo…
Alexandre baixou a espada.
— Conheço-a?
Ela pôs-se a rir, aplaudindo com suas mãos como se suas palavras não fossem mais que o que tinha esperado.
— Não, homem branco, não me conhece porque habitei em Nova Orleans muito antes que você pusesse um pé nos Estados Unidos. Quão único terá que saber é que ajudei a sua mulher em sua viagem com o colar que
agora ela o tem tão querido.
Sunni se obrigou a soltar o saquinho quando Alexandre a olhou. Cecile Mambo assentiu para o Cass.
— Ela e eu temos um comprido passado — Sorriu e desta vez não foi agradável — Lembra-se de mim, não é, minha linda?
A vampiro em cativeiro não se moveu, ficando muda, mas seus olhos revelavam seu terror. Débeis sons emanaram de sua garganta.
Cecile olhou a seu redor, com seu olhar centrado em Maeve.
— Bruxa, peço-te sua liberação…
Maeve levantou a testa e olhou ao Alexandre, quem assentiu imperceptivelmente. Maeve deu um passo para frente e murmurou algumas palavras, depois levantou as mãos em um gesto como se rompesse um ramo seguido
de um movimento de carícia. Cass desabou para frente com as mãos amortecendo sua queda. O feitiço se quebrado.
Cecile Mambo falou.
— Faz muitos anos, destruiu minha família, e Para que? Pelo amor de um homem que te traiu. Quando Robert descobriu como mataram a minha família se suicidou. Quando descobri que seu corpo pendurava no defumadouro,
com a garganta coberta de mordidas e seu corpo perto de ter sido drenado de sangue, jurei que teria minha vingança sobre você.
— Puta Vodu — Cass ficou de joelhos — Não terá nada de mim…
Cecile fez uma boneca de pano com um volumoso vestido. Sunni viu um arbusto de cabelo escuro na cabeça da boneca enquanto Cecile começava a circular diante Cass, agitando a boneca sobre a cabeça da vampiro.
Ela murmurou sob sua respiração e os ocupantes da sala se retiraram, dando abundância de espaço a Vodu Mambo na sala.
Alexandre deu um passo atrás enquanto ela se aproximava. Cass assobiou e se levantou para chegar a Cecile.
— Não tem poder sobre mim. Destrui-la-ei…
Cecile jogou a boneca de pano nela, mas Cass a apanhou com um olhar de triunfo em seu rosto.
— Vê? Sua boneca de pano não tem nenhum poder absolutamente — Ela jogou os braços como se queria deixa-la de lado, entretanto, a boneca ficou onde estava, a salvo em sua mão. Ela olhou a criação com expressão
preocupada. Com sua mão livre, agarrou sua cabeça e tentou puxá-la.
Sua expressão se voltou horrorizada ao dar-se conta que suas duas mãos estavam apanhadas agora.
— O que tem feito?
Cecile sorriu.
— Nada. Não tenho poder sobre você, Recorda? — Ela levantou a mão como se fosse soprar um beijo e a boneca explodiu em chamas.
Sunni se encolheu, alcançando uma vez mais seu colar enquanto as chamas corriam ao longo dos braços de Cass, que ficou envolta em questão de segundos. As chamas carbonizavam sua pele e lambiam seu cabelo
enquanto o aroma de carne queimada enchia o clube.
A maioria dos vampiros tinham fugido do bar optando pela úmida noite de Nova Orleans em vez de ser testemunhas do desaparecimento de um dos seus apesar de que era má.
Um grito sobrenatural surgiu de sua ardente boca enquanto ela caía no chão. Em momentos, o fogo morreu, deixando só seus ossos calcinados e cinzas. O crânio cambaleou-se no piso polido, com um som oco
enquanto o estômago de Sunni revolvia-se.
— Parece — Pronunciou Cecile, voltando sua atenção a Alexandre — A maldição se quebrou e livrei a seu mundo dela. Haverá mais, mas sabe disso, não é? Conhece que mais farão fila para tomar o que é legitimamente
seu por direito de nascimento, ambos por sua vocação e amor — Ela sorriu e jogou a cabeça para assinalar Sunni — Vale a pena, homem branco, e ela te ama.
Sunni sentia seu olhar nela, mas não podia afastar os olhos de Cecile.
— Como tem feito?
A sacerdotisa fez gestos afastando suas palavras enquanto se aproximava.
— Filha da luz, tenha paciência com este — Ela assentiu a Alexandre — Ele te ama, entretanto ainda não se acha digno. Ora! Homem estúpido — Ela pôs as mãos sob o queixo de Sunni e deu um beijo entre as
sobrancelhas — Você, minha filha, está mais abençoada do que nunca saberá.
Uma cálida brisa se moveu através de sua pele e Cecile desapareceu, deixando só um aroma de ervas. Sunni libertou seu controle do colar para puxar o cordão em seu pescoço. A seda se abriu, dispersando
seu conteúdo de pó no chão fazendo saber que seu poder se gastou.
Epílogo
Ela amava esse lugar.
A loja estava impecável limpa, provavelmente pela primeira vez desde a morte de Cecile muitos anos antes. Pôs a vassoura contra a parede fixando-se nas paredes recém pintadas de verde claro e o brilho
dos pisos polidos. A energia era boa aí e com o que tinha em mente melhoraria. E sabia em seu coração que Cecile Mambo estaria feliz com seus planos.
— Miles escapou com o diário.
Sunni se voltou a ver seu amante de pé na porta que conduzia à rua com sua expressão triste.
— Sinto muito. Sei o muito que o necessitava.
Ele entrou com a mandíbula apertada, a única expressão exterior de sua frustração.
— Isso poderia significar que o diário ditará o final de todos nós.
Ela assentiu.
— Talvez…
— E estive a ponto de arruiná-lo.
— Mas não o fez.
— Fiz — Sua voz aumentou seu volume — Doze pessoas morreram. Você poderia ter sido outra.
Sunni deu um passo ao lado dele.
— Mas não o fez. O antídoto está funcionando. Sinto-me bem.
Ele ficou olhando às cegas pela janela frontal.
— Houve muitas vezes em que quis me afastar do Conselho. Me...
— Mas não o fará.
— Igual ao inferno não o farei.
Ela sorriu e tocou o braço o que o obrigou a olhar seu rosto.
— Não, não. É o que é, Alexandre um líder. Os habitantes das Sombras necessitamos um líder forte e essa pessoa é você. Nunca poderia se afastar enquanto o necessitemos.
Ele fez um som depreciativo.
— E eu te necessito.
Seu olhar se reuniu com o dela.
— Não me importa o que disse Cecile Mambo — Sua voz era rouca — Não te mereço.
Ela sorriu e se estirou de pontas para envolver seus braços ao redor de seu pescoço.
— Isso poderia ser, mas eu sim te mereço e decidi te manter.
Ele pôs seus lábios sobre os dela.
— Vamos para casa.
— Parece-me bem.
Uniram suas mãos e caminharam para a porta.
— O que vais fazer com o edifício?
Ela se deteve na porta, explorando a alegre sala antes de fixar seu olhar em uma pintura ao óleo que se encontrava no fundo. Uma pequena placa de bronze dizia:
Cecile Mambo 1884 – 1930
Seu sorriso foi satisfeito consigo mesma.
— OH, isso me recorda — Cruzou a sala procurando em seu bolso. Debaixo do retrato em uma pequena prateleira de madeira de carvalho que sustentava uma vela de oração de sete dias que ainda ardia. Tirou
uma moeda de ouro de seu bolso e a colocou na prateleira ao lado da vela. Uma oferenda de agradecimento a Cecile Mambo.
OH, sim, ela estaria agradecida na verdade.
Sunni deu meia volta e se dirigiu à porta.
— Estou pensando em abrir outra loja. Isto poderia abranger a meditação transcendental, o Reiki, o Kempo e algumas outras coisas. Talvez possa convertê-lo no centro da metafísica do Sul.
Alexandre alternou algo entre risada e gemido enquanto fechava a porta guardando seus segredos em seu interior.

 

 

                                                    J.C. Wilder         

 

 

 

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