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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


PRAZERES PERVERSOS / Lora Leigh
PRAZERES PERVERSOS / Lora Leigh

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

PRAZERES PERVERSOS  

 

 

Jaci Wright passou sete anos fugindo de Cameron Falladay. O temor ao desejo que ele desperta e saber que tipo de relação deseja manter com ela a impulsionam a fugir, a procurar uma vida que a faz viajar por todo mundo e a afastar-se dele. Dele e de seu irmão gêmeo.

Mas agora, o círculo parece fechar-se e um novo emprego coloca Jaci na mansão Sinclair, com Cameron e seu irmão Chase. E Cam está farto de esperar por ela.

Já é bastante duro conseguir aceitar uma relação com Cam, sabendo o que ele quer, mas ter que aceitar que o irmão de seu amante também a toque a deixa cheia de temor. Rumores, falatórios e partes de histórias de suculentos segredos enchem a sociedade em que ela freqüenta agora. Poderá encarar ao mundo sabendo que é a amante de ambos os homens, ou suas dúvidas e temores destruirão sua oportunidade de ser feliz para sempre?

 

Seu pai havia dito que ela se mantivesse afastada dele. Que ele era uma má influência. Que os gêmeos Falladay eram rapazes com os quais as moças direitas não andavam.

Ela era uma boa garota, mas não acreditava que Cam Falladay fosse um menino ruim. Ele estava sofrendo, e ela não podia vê-lo sofrer.

Ela tinha treze anos, e os meninos começavam a paquerá-la. Gostava de ser paquerada, mas não gostava como eles atuavam, sem palavras. Cam tinha dezoito anos, um homem, mas às vezes ela só queria abraçá-lo, porque jurava que ele podia estar sofrendo.

Ele nunca demonstrou ou falou sobre isso. Ao contrário de outros meninos, Cam nunca comentou com ninguém sobre seu sofrimento. E tampouco flertava com ela. Quando a via, somente conversava, e quando os meninos maiores a incomodavam, sempre parecia estar ali. Aqueles olhos verdes claros se cravavam nos outros meninos de uma forma que sempre a fez tremer de medo. E evidentemente, fazia os meninos tremerem também, porque corriam e nunca mais a incomodavam.

Procurava sair com Cam Falladay em cada oportunidade que tinha, apesar da advertência de seu pai. Mas agora, parecia que ele a estava procurando para sair.

Ela inclinou a cabeça para um lado, escovando seu longo cabelo castanho avermelhado enquanto olhava à velha caminhonete enferrujada que ele dirigia. E o viu estacionar na estrada que tinha ao redor da fazenda de seu pai, longe da casa e em uma zona onde o gado ainda não tinha sido levado.

Estava sentado ali em silêncio, simplesmente olhando o pára-brisa quando ela parou seu cavalo e lentamente desmontou.

- Fique, Critter. - Ela acariciou a crina do cavalo, prendeu as rédeas em torno de um galho de uma árvore próxima e se foi em direção à caminhonete.

Ele não podia imaginar que ela viria ali. Seu pai quase nunca permitia que ela cavalgasse longe de casa.

Ela viu quando ele moveu o braço levantando uma garrafa aos lábios, e se contraiu de dor. Era whisky.

E era muito cedo para estar bebendo.

Andou até o lado do passageiro e soube o momento em que ele se deu conta de sua presença. Não, ele não tinha vindo procurar companhia, porque todo seu corpo parecia tenso.

- Vá embora, menina. - Sua voz tinha um tom duro, como se estivesse rosnando quando ela abriu a porta lentamente e entrou no veículo.

Ele estava tão triste. Parecia muito só naquele momento. Com seu denso cabelo negro emoldurando seu rosto selvagem e aqueles olhos verdes claros brilhando com emoções que fizeram doer o seu peito, embora ela não soubesse quais eram.

Estava sentado rígido, com o braço esquerdo ao seu lado para baixo, contra a porta da caminhonete e sua outra mão sustentando aquela garrafa de uísque.

- Este não é um bom lugar para você estar agora. - E ergueu a garrafa de novo.

Seu pai a tinha avisado para sempre ter cuidado quando um homem estava bebendo. Mas Cam quebrou seu coração. Sua expressão estava destroçada, como quando tinha estado no enterro de seus pais, há três anos atrás.

Ela se aproximou e agarrou seu pulso, sentindo o calor de sua pele enquanto ele ficava tenso.

- Não, Cam. - ela sussurrou - Está se machucando desta maneira.

- E daí? - Seu olhar a alfinetava agora, e ela teve que forçar-se para não ter medo dele.

Olhava-o desesperadamente, ferida, sofrendo com ele.

- Espere por mim, Cam. Crescerei e afastarei de você todas as coisas ruins. - Ela não sabia de onde vieram as palavras, ou as lágrimas que encheram seus olhos. Ela só sabia que o estava perdendo. Bem ali, o estava perdendo para sempre, e isso a estava aterrorizando.

Seu olhar piscou com agonia.

- Maldita seja, Jaci. Você é só uma criança. Não sabe de que, diabos, está falando.

- E você é só meu amigo. - sussurrou. - Quem vai espantar os meninos maiores quando eles me incomodarem se não esperar por mim? Se me deixar, não terei nenhum príncipe encantado.

Ela tentou sorrir, mas queria chorar.

Ele sacudiu a cabeça e olhou para o pára-brisa novamente.

- Os príncipes encantados são de mentira. - finalmente murmurou. - Invenção dos contos de fadas. Será melhor que procure um homem de verdade.

- Eles são aborrecidos. - Tentou sorrir, mas seu rosto estava tão quieto, tão afetado pela dor, que ela não podia encontrar algo para fazê-lo sorrir.

- Eles são seguros. - Sua voz se ecoou com uma solidão que de repente a assustou. Assustou-se, não dele, mas por ele.

- Vai embora, não é? - Uma lágrima caiu de seus olhos. - E nunca mais o verei novamente.

Ela não sabia por que era tão importante que Cam não fosse. Sabia que ele podia trabalhar possivelmente em qualquer lugar que quisesse neste condado empoeirado onde viviam. Mas ela não queria perdê-lo. Ainda não.

- Talvez. - Finalmente, limpou a garganta. - Talvez vá só por um tempo.

Sua voz era fraca e cheia de dor. Ela queria aliviar a dor dele, e não sabia como.

- Eu sou sua amiga, Cam. - ela disse ferozmente – E esperarei que você volte. Não sou como Laida Jones, sempre querendo te agarrar e espantar seus amigos. Quero que você tenha muitos amigos. E sempre estarei aqui quando voltar. – Ele virou-se e olhou para ela novamente, com os olhos penetrando seu interior.

- O que quer de mim, pequena Jaci Wright? - Sua voz era dura, igual à que seu pai tinha quando ela dizia algo que ele não gostava.

Sua mão apertou seu pulso, depois o empurrou enquanto o olhava confusa.

- Não quero nada de você, Cam. Só quero vê-lo sorrir. E não quero que vá embora.

- Por quê? - Sua voz era baixa - Por que se importa tanto?

- Porque é meu amigo, e porque amo você. Te amo mais que qualquer coisa, Cameron Falladay. Te amo o suficiente para saber que se você for embora, um dia destes vou te encontrar. E quando o fizer, mostrarei à você o que significa realmente uma amizade.

E ele era seu amigo. Um amigo que nunca quis perder.

Ele a olhou assombrado e ela se deu conta da maneira selvagem com que tinha falado. Igual a sua mãe quando dizia a seu pai o muito que o amava. Às vezes, Jaci os escutava falar de noite, quando não deveria. E a voz de sua mamãe soava igual.

Então Cam sacudiu a cabeça.

- É perigosa. - suspirou.

Seus olhos se arregalaram.

- Atira Cam, então não seremos melhores amigos. Porque isso é o que meu pai diz sobre você.

Cam olhou quando Jaci Wright montou seu cavalo de volta para casa, e ele suspirou ruidosamente. Os dedos de sua mão esquerda ainda estavam apertados em torno da pistola, com uma única bala dentro só esperando para ser liberada.

Ele a levantou e olhou. Era a arma de serviço de seu pai. A pistola militar que tinha utilizado antes de sua morte.

Uma bala. Mas ele só tinha necessidade de uma.

Olhou de volta onde Jaci tinha montado. Garota de merda. Ela era mais selvagem que o vento. Seu pai não tinha mais esperança de conseguir cuidar dela mantendo-a longe dos problemas.

De alguma maneira, não compreendia como, tinha recaído sobre ele a responsabilidade de manter os idiotas bastardos da cidade longe dela. Os meninos que eram muito velhos para ela, e seguramente com a idade suficiente para saber melhor como enganar um bebê. Mas ela tinha razão. Quem os espantaria se ele fosse embora?

Ele largou a pistola com raiva e agarrou o whisky.

Se ele era, fodidamente, fraco para pegar a saída mais fácil, então, sairia da forma mais difícil. Filho da puta. A maneira difícil era uma merda, também.

 

               Oito anos depois

 

Era a festa Bad Boy do ano, que se realizava fora da pequena cidade de Oklahoma, Jaci Wright estava excitada. A música estava alta com palpitantes pulsações pelo ar da noite. Uma fogueira queimava no meio da clareira, enormes autos-falantes estavam localizados na parte traseira de uma caminhonete, um rock batendo pesado através deles enquanto a cerveja e moonshine circulavam livremente.

Os corpos dançavam com abandono, os gritos de alegria e berros podiam ser ouvidos através da clareira enquanto o aroma da madeira queimada enchia seu nariz.

Era o primeiro ano que participava e não porque não tivesse tentado infiltrar-se ao longo dos anos. Mas porque infelizmente, Cameron geralmente estava lá e conseguia tirá-la nos primeiros minutos de festa. Cameron poderia estar lá agora, mas sua desculpa para tirá-la da festa não podia mais ser usada.

Ela inclinou-se sobre a traseira da caminhonete com sua cerveja na mão, e olhou as brincadeiras dos participantes. O primeiro arrepio tênue de entrega estava no ar, a universidade iniciaria seu primeiro semestre na próxima semana, e a festa anual para celebrar o final do verão estava sendo realizada com uma excitação desesperada e deslumbrante da multidão pelas férias que estavam para terminar. Muitos dos que estavam lá tinham comparecido durante anos e ninguém queria perder isto.

Ela deixou seu olhar vagar pela multidão mais uma vez, procurando a alta e perigosa figura de seu carrasco. Cameron esteve tirando-a desta festa desde que tinha dezesseis anos, quando ela tinha tentado participar pela primeira vez. Ele sempre estava lá.

No centro da clareira os corpos giravam, homens e mulheres, dançando. Se perguntou se Cameron dançava quando estava lá. Com sua altura, seu corpo duro e musculoso, e seu bonito modo de mover-se, ele seria uma fantasia sexual feita realidade. Mas ela duvidava dele. Cameron não era o tipo de homem que agitava seu sapato para a multidão.

Ela sorriu quando levantou a cerveja a seus lábios, com a intenção de tomar o primeiro gole do líquido frio e amargo. Esteve adiando o tempo como pôde.

Enquanto tocava seus lábios, uma mão forte e calejada vinda de trás, apoderou-se da garrafa, e a tirou. Ela mal pôde saboreá-la nos seus lábios, mal sentiu a sensação gelada do líquido. Mas atrás dela, o calor do homem ardeu em suas costas.

—Seu pai ficaria desgostoso se a visse aqui.

O medo surgiu em seu estômago com o som da severa voz em seu ouvido, o toque de uma de suas mãos cobrindo o seu quadril e a sensação de estar cercada pelo calor.

Ele tirou a garrafa de sua mão e a deu a outra mulher que passava ao lado deles. A loira deu um sorriso e uma piscadela, enquanto pegava e continuava com seu companheiro.

—Isso foi muito grosseiro. - disse a ele.

Ela não virou, não se forçou à virar. Pela primeira vez em todos os anos. Ela sempre foi a brincadeira e a tentação de Cameron Falladay e finalmente ele a estava tocando. O peito dele pressionava seus ombros, sua mão agarrava seu quadril e o braço estava apoiado na lateral da caminhonete ao seu lado. Sentia-se rodeada por ele. Ardia por ele. Sentia-se pecaminosamente ciente da dura pressão de seu quadril contra suas costas e da ereção debaixo de seu jeans.

—Isso foi bom senso. —Falou com a voz quente em seu ouvido e ela sentiu acelerar seu pulso com um fogo que percorreu suas terminações nervosas— Não deveria estar aqui.

—Sou maior de idade agora. — Lembrou-o, de repente sentindo-se mais feminina do que se sentiu em toda sua vida.

—À três meses? —O toque da pele áspera de seu rosto contra seu ouvido quase a fez desfazer-se.

Ela estava respirando com dificuldade e rápido, e ele sabia. Mas ela não podia se controlar. Seu coração estava disparado no peito, sentia as coxas úmidas, seu clitóris estava inchado e seus mamilos duros. Ela podia sentir cada centímetro de seu corpo preparando-se para ele.

—Três meses, três anos... —ela deu de ombros com uma tentativa de risada. —Importa?

Enquanto ela falava, ele levantou o braço com um sinal. Em segundos, a vibrante música pesada foi retirada para ser substituído por uma melodia mais lenta, mais suave.

Já era tarde, portanto era normal. A música se tornou mais sexy, vibrando com sexo e excitação ao invés de antecipação.

—Dança comigo.

Jaci ficou rígida, em estado de choque, quando a mão de Cam apertou seu quadril e a guiou em direção às sombras na frente da caminhonete, que tinha sido virado para o anfiteatro da festa.

Ela virou-se em seus braços, apertando suas mãos contra a camiseta escura enquanto ele a olhava fixamente, seu peito largo refugiando-a e esquentando-a quando seus braços a rodearam.

—Cam. — o assombro enchia sua voz. Ela esteve desejando ardentemente por isso durante muitos anos. Estar abraçada contra seu grande corpo, seus braços ao seu redor.

Sentia a carícia de sua bochecha contra a parte superior de sua cabeça, o deslizamento de suas calças contra suas coxas nuas abaixo da barra de sua saia curta.

Ele não vestia jeans. Usava calça de camuflagem que normalmente usava quando saía ou retornava ao trabalho. Quanto tempo esteve em casa? Não podia ter sido muito tempo. Será que tinha saído do trabalho e ido diretamente para lá por causa dela? Só por causa dela?

—Não deveria estar aqui, querida. —Deslizou suas mãos sobre suas costas. Acima. Abaixo. Logo, deslizou sua mão debaixo da parte inferior de sua camisa e tocou sua carne nua.

OH, Deus! Suas mãos eram grandes e calejadas, mornas, incrivelmente excitantes. Podia sentir o arrepio na espinha explorada com o seu toque, quebrando o controle que se prometeu que teria. Com seus vinte e seis anos, Cam estava a um mundo a frente dela com sua experiência. Um guerreiro, um conquistador de rosto sombrio e com aqueles olhos verdes claros.

—Onde deveria estar? —Ela levantou sua cabeça e ele aprisionou seu olhar. Balançando com a música, ele se esfregava contra ela.

—Segura. -respondeu.

—Em casa, brincando com minhas bonecas? —sugeriu docemente— Esses dias ficaram para trás, Cam.

Sua expressão era faminta. Ela zombava dele, embora o conhecesse bem. Inclinou seus quadris para ele, então, teve dificuldade para respirar quando ele deslizou suas mãos em seu traseiro, apertou a arredondada carne e a puxou para ele.

—Cam? —Suas unhas arranharam seus ombros quando a sua dura ereção pressionou firme contra a sensível carne entre suas coxas.

—Pode ir pra minha casa comigo, ou posso te levar de volta pra casa de seus pais. — disse em tom áspero — Então?

Seus lábios se abriram enquanto ela lutava por respirar, por dar sentido a esta brusca mudança no homem com quem ela esteve flertando de brincadeira durante tantos anos.

—A festa...

—Não vai ficar aqui. — encostou-a na parte dianteira da caminhonete, levantando-a até que esteve encostado totalmente contra ela, com suas mãos deslizando debaixo da saia para encontrar a carne nua, que a calcinha fio dental que estava usando, deixava de fora.

Não, ela não ia ficar ali. Ela olhou seus olhos, com o instinto feminino enfrentando a necessidade e o medo, teve dificuldade para respirar através das sensações que a percorriam.

A festa era um catalisador, nada mais. Sempre tinha sido, desde aquela primeira festa, quando tinha dezesseis anos. Tinha uma fisionomia misteriosa quando saiu das sombras, agarrou seu pulso, e a separou do parceiro com o qual tinha vindo.

Ele ia levá-la pra sua casa esta noite. Esta noite, a possuiria em sua casa. Desde que tinha treze anos e o encontrou na caminhonete na parte de trás da terra de seu pai, Cam foi seu protetor de forma que nunca tinha sido antes.

Ele arrastou-a para sua caminhonete, abriu a porta de passageiro, levantou-a para colocá-la no assento. Antes que pudesse se mexer, uma mão escorregou em seu cabelo, a outra firmou-se em seu quadril, e estava olhando-a. Olhava fixamente para ela, a tensão crescendo até que Jaci sentiu como se ele fosse comê-la viva.

—Minha casa ou a de seus pais? —sua voz era dura e exigente.

Não houve perguntas do por quê.

—A sua. —tinha esperado muito tempo, fantasiado durante muitos anos.

Logo que respondeu seus lábios cobriram os dela com um beijo possessivo e exigente. Ele não fez nenhuma concessão, sem desculpas. Sua língua acariciava sua boca empurrando-a, naqueles segundos aprendeu mais a respeito de um beijo do que o que tinha aprendido em toda sua vida.

Aprendeu que um beijo pode queimar do topo de sua cabeça até os dedos de seus pés. Que podia golpear em seu útero, agitando-o e liberando dentro dela uma fome que não sabia que tinha.

Seus braços envoltos ao redor de seus ombros, a cabeça inclinada para ele, chorosas exclamações deixavam seus lábios quando ele os queimava, chupava-os e pressionava contra eles uma vez mais.

Beijava-a como se estivesse morrendo por seu sabor e só por ela. Beijava-a com uma experiência, um conhecimento de mundos fora dos dela. Quando se afastou, ela o olhava, aturdida, desconcertada e querendo muito mais.

—Sabe o que significa vir para casa comigo? — perguntou-lhe então — Tudo o que significa?

Ela assentiu. OH sim, ela sabia o que significaria. Ela não estaria deitada em sua cama sozinha. Ela estaria em sua cama, debaixo de seu corpo duro.

—Tudo, Jaci? —Os dedos emaranharam seu cabelo quando ele a atraiu mais perto, suas coxas abrindo as dela, até que a dura prova de sua excitação pressionou o montículo entre suas pernas.

—Tudo. — ela suspirou.

Ele poderia tê-la aqui, aqui mesmo no assento dianteiro de sua caminhonete, se isso fosse o que queria. Fosse o que fosse que ele quisesse. Ela estava morrendo por mais, preparando-se para isso.

—Não deveria ter vindo aqui esta noite. — seus dedos acariciaram seu rosto, sua expressão sombria — Qualquer noite, mas não esta.

—Mas eu sabia que você estaria aqui esta noite. — respondeu — Vim por você, Cam. Sempre venho por sua causa.

Ele fez uma careta, uma dura flexão de sua expressão, enquanto suas mãos se deslizaram em suas coxas, curvadas sobre a carne nua e seus quadris pressionavam mais contra ela.

Jaci sentiu suas pestanas baixarem, uma debilidade sexual a enchia, bombeando através dela. Um drogado conhecimento do fato de que era mais homem do que ela podia lidar, mas o único homem que queria.

—Entre logo antes que eu acabe a fodendo aqui! — Ele a soltou e a fez escorregar no assento de couro e fechou a porta.

Não dirigiu tranquilamente na volta para casa que dividia com seu irmão no outro lado da cidade. Pegou a estrada com uma velocidade que deveria ter sido imprudente, mas ela se sentia calma.

Ele dirigiu o veículo da mesma forma que tinha dirigido mais cedo. Com confiança e determinação, levou a caminhonete para dentro da garagem onde freou e desligou o motor.

Ele não daria à ela uma chance para mudar de idéia. Deu a volta, abriu sua porta, e ele afastou um pouco, mas logo se aproximou novamente levantando-a contra seu corpo duro de forma que seus dedos dos pés mal tocavam o chão e seus lábios lhe roubaram um beijo e todos os seus sentidos.

Seus lábios devoravam os dela, sua língua escorregava para dentro lambendo-a e acariciando-a, enquanto ela se esticava para conseguir aproximar-se mais. Envolvendo seus braços ao redor de seu pescoço, agarrou-se firme, perdida em um mar de sensações tão incríveis que não queria emergir.

Seus sentidos foram jogados no meio da luxúria queimando, deixando os dois fora de controle, mas havia mais, pensou. Havia toda uma vida de espera, de saber que isto aconteceria. Anos se guardando para esta noite, para este único homem.

Um braço passava ao redor de suas costas enquanto o outro se apoderava de seu traseiro, pressionando-a contra ele enquanto caminhava, tropeçando um pouco para a porta que conduzia à casa. Seus olhos estavam fechados e desesperados gemidos de prazer ecoavam em sua garganta.

Sua mão apertou sobre seu traseiro quando ele a escorou contra uma parede. Ela nem sequer sabia em que cômodo tinham entrado.

—Tire isto. —Ele puxou a camiseta dela sobre sua cabeça, tirando-a, jogou-a atrás dele, e um segundo mais tarde estava deitando-a de costas em um amplo sofá de couro enquanto se ajoelhava no chão a seu lado.

Ela não estava de sutiã. Deliberadamente não tinha usado um sutiã, e agora, quando Cam olhava para baixo, olhava para ela, com aqueles brilhantes olhos verdes claros concentrados sobre os inchados e duros montículos de seus seios, estava exultante de não havê-lo feito.

Seus mamilos estavam duros. Doloridos com a necessidade de seu toque, o roçar de sua língua, de seus lábios.

—Você é linda! —disse simplesmente, com sua voz muito rouca e sensual, aumentando a fome que ela sentia na parte baixa do ventre, causando uma violenta reação.

—Nunca terei o suficiente de você. — falou enquanto sua mão enorme acariciava seu seio. — Nunca.

Em segundos, seus lábios cobriram seu mamilo, sugando-o fundo dentro de sua boca, enquanto ela arqueava as costas e um grito escapava de seus lábios.

Ela era apenas consciente de sua outra mão enfiada no elástico de sua saia curta, puxando-a sobre seus quadris. A saia negra era incrivelmente curta, a calcinha que usava era muito pequena, quase não cobria nada.

Mas este era Cam. E ela não tinha nenhuma vergonha com ele.

Ela se retorcia sob sua boca, sua língua golpeando sobre seu mamilo, esfolando-o com o calor enquanto ela chutava a saia de seus tornozelos e sua grande mão pressionava entre as coxas.

Seus dedos empurraram debaixo de suas calcinhas, encontrando-a quente e úmida, quando um grito saiu de seus lábios e seus dedos se agarraram aos seus cabelos. A ponta de um dedo esfregava na entrada de seu corpo, extraindo mais da sedosa umidade. Jaci sentiu como se estivesse se queimando de dentro para fora, perdida em um redemoinho e lutando para encontrar seu caminho.

—Se agarre em mim, bebê. — sussurrou, como se ele soubesse, como se a entendesse— Só se agarre em mim. Está tudo bem.

Mas não estava bem. Tinha esperado muito tempo, tinha-o necessitado muito.

Suas mãos abriram sua camisa até que a arrancou de seus ombros. Seus dedos da outra mão continuavam esfregando brandamente, massageando as inchadas dobras da sua buceta.

Ela pressionava sobre seu peito enquanto lutava por respirar, os dedos procurando seu cinto, o zíper de suas calças.

Um minuto mais tarde, sua dura e impressionante ereção estava livre.

Ele se ajoelhou ao lado do sofá, seus dedos fazendo coisas eróticas, perversas entre as suas coxas, e tudo o que ela podia fazer era olhar a dura e inchada cabeça de seu membro.

Era escura, palpitante, o grande eixo robusto tremia sob seus dedos quando ela os curvou em torno dele. Não poderia. Havia muita carne ali.

—Jaci. — ele grunhiu seu nome, um som brusco e espesso, quando ela levantou seu olhar e pôs um beijo em sua coxa.

—Sonhei com isto. —E assim era. Intermináveis noites de sonhos.

—Tudo isso, Jaci? —lhe perguntou então— Tudo?

—Tudo. — ela levantou a cabeça e lambeu a cabeça escura de seu membro, o tormentoso sabor do macho e a escura luxúria reunida em sua língua, enquanto gemeu com o conhecimento de que ele queria dela. Cam a queria.

—Algo igual a isto? —Sua mão agarrou o cabelo dela, prendendo sua cabeça, contra seus quadris empurrando a enorme ereção mais profundamente — Abre sua boca, neném. Assim... Devagar.... Me chupa todo.

Devagar e fácil. Ela deixou sua língua passar pela cabeça, sentindo suas mãos apertarem em seu cabelo, enquanto ele enchia sua boca com a carne dura.

Jaci não podia deixar de gemer. Olhava-o, com suas pestanas pesadas, o calor consumindo-a, quando ela começou a percorrer a delicada cabeça, chupando e lambendo. Revivendo todas as fantasias que tinha tecido em sua cabeça para quando estivesse com Cam.

Enquanto ela o percorria sentiu sua calcinha deslizar por suas pernas. Sentiu sua mão separando suas coxas. Sua língua lambendo a úmida carne de sua buceta, deslizando-se através da estreita fenda, rodeando seu clitóris.

Ela o olhou. Tinha uma mão enterrada em seu cabelo, a outra sobre seu membro guiando-o dentro e fora de sua boca.

E entre as coxas…

Um gemido escapou dela, quando o conhecimento lentamente a penetrou, como sem dúvida aquela língua penetrava sua buceta, calejadas mãos de homem abriam mais suas coxas.

Ela tentou retirar-se, mas seus dedos a apertaram.

Ela gritou, olhando Cam surpreendida, quando seus olhos se abriram, suas pupilas de repente flamejaram com algo similar à agonia que retorcia suas feições.

Seu membro escorregou de seus lábios e sua cabeça se elevou, olhando para baixo para ver seu gêmeo, Chase, levantar a cabeça de entre suas coxas.

Seus lábios manchados com seus sucos. Seus olhos, muito iguais aos de Cam, suas feições idênticas, de repente fechadas com o choque e o conhecimento.

—Cam? —Sua voz era dura, poderosa— Ela sabia que isto aconteceria. Certo?

Jaci sacudiu sua cabeça, estremecendo, dividida entre pedir para que parassem, ou implorar para que terminassem. Uma montanha russa de sensações a estavam rasgando. Seus sentidos estavam vivos com muitos impulsos, muito prazer, e muita consciência.

Mas não se tratava somente de Cam.

Tudo. Ela queria tudo. E então ela lembrou. Como um golpe de água fria, ela lembrou dos rumores, dos dois irmãos compartilhando suas amantes, então não era apenas um rumor. Era verdade.

—Isto é tudo. — sussurrou Cam, tocando sua bochecha, ela olhou para ele e viu seus olhos atormentados, sombrios— Eu pensei que soubesse, Jaci. Pensei que estava avisada do que significava tudo.

Cam a avisou. Tudo, significava entregar-se à ele e à Chase. Um amigo avisou-a sobre isso e ela ignorou. Ela tinha negado dizendo que isso era mentira e inveja que sentiam dele. Mas era verdade.

—Merda, Cam! — Chase estava parado, sacudindo sua camiseta e empurrando-a para as mãos de seu irmão.

Sacudindo a cabeça, Cam lentamente passou seus braços para dentro da camisa, enquanto ela o olhava, tentando entender o que ela queria, o que eles queriam.

Quando ele arrumou a camisa dela, ela sussurrou miseravelmente,

—Sou virgem, Cam.

Ela tinha se guardado para ele. Durante toda a vida sempre soube disso. Não havia ninguém mais para ela, exceto Cameron Falladay.

Ele se congelou enquanto arregalava os olhos com seus dedos nos botões de sua camisa.

—O que disse?

—Sou virgem.

Enquanto Chase dava voltas pela sala, Cam suspirou pesadamente.

—Vou levá-la para sua casa agora, Jaci.

—Esperei por você. — sussurrou ela. — Só por você.

Segurou seu rosto em suas mãos e logo a olhou, a dor e as sombras redemoinhando nos olhos.

—Vou levá-la para sua casa. Mantenha-se afastada das festas, porque não estarei aí de novo, e ninguém vai tentar te proteger, querida. Irão machucá-la. E como Deus é minha testemunha, matarei ao homem que se atrever a te causar dano.

Ela sacudiu a cabeça, confusa, dolorida, a incerteza do que tinha permitido se deslizava através de seus dedos.

—Espera —ela segurou seu pulso quando ele empurrou sua ereção para dentro de suas calças e puxou o zíper— Cam, me diga por que. Por que isto?

Ia chorar. Não queria chorar. Queria Cam, desejava o calor, a perversa intensidade, e uma parte dela queria conhecer tudo o que era agora. Aquela parte a aterrorizava.

—Pensei que sabia. — disse uma vez mais, sua voz suave, cheia de pesar.

—Deus Jaci, pensei que soubesse o que queria. Vamos. — ele deslizou sua saia sobre suas pernas, logo a parou sobre seus pés e a colocou ao redor de seus quadris, enquanto se ajoelhava diante dela.

—Cam?

Estava muito silencioso, um ar de dor em torno dele, quando lentamente apoiou seu rosto contra seu estômago. E Jaci sentiu a primeira lágrima cair. Ela não sabia o que tinha perdido esta noite, e de repente, estava aterrorizada por perguntar, deixando-a assombrada.

—Vá pra casa, Jaci. Para o nosso bem, por minha prudência, volte para casa.

 

Às vezes a vida se fechava em um círculo, tanto se uma mulher o queria como se não. Era inevitável. E a vida definitivamente tinha fechado o círculo de Jaci Wright.

A festa era diferente. A fofoqueira multidão política, não era nada em comparação à multidão carregada de álcool que tinha povoado a última festa de onde um dos gêmeos Falladay a tinham afastado.

Agora, ela não era uma jovem adolescente. Era uma mulher madura, com mais complexos que um armário e muito mais razões para correr tão forte e tão rápido, longe deles, como teve por volta de sete anos.

Mas esta vez, sabia que não correria.

—É, definitivamente, uma festa que sua mãe aprovaria. —Chase Falladay se aproximou dela a grandes passos. Ela sempre tinha sido capaz de distinguir aos irmãos Falladay. Chase estava vestido com um traje de noite, seu espesso cabelo negro escovado para trás, afastado de suas fortes feições, seus olhos verde claros olhando-a com um toque de risada enquanto um sorriso curvava seus sensuais e atraentes lábios.

A pele bronzeada pelo sol estava lisa e plana sobre seu rosto, exatamente como esteve há sete anos.

Havia linhas de risada nas esquinas de seus olhos, mas esses olhos que hipnotizavam pareciam mais escurecidos agora. Enfeitiçavam. E ainda se parecia muito ao Cameron, o único homem que perseguia seus sonhos e seus pensamentos, inclusive quando não deveria fazê-lo.

—Sim, mamãe aprovaria esta festa. — murmurou ela, olhando ao redor por um segundo antes de que seu olhar recaísse de novo nele.

Estava tão bonito como sempre. Tão audaz como Cam e tão fora de sua liga. Enquanto o observava, sentiu voltar o passado sobre ela. O rosto que a olhava fixo era o correto, mas o homem não.

—Imaginei que a encontraria aqui. —Ela deixou que um sorriso curvasse seus lábios antes de levantar a taça de champanhe e beber o espumoso líquido. Deveria sentir-se incomodada e vacilante, mas não. Estava mais curiosa do que deveria.

—Hmm. Providência talvez? —Ele levantou uma sobrancelha escura e se recostou contra a parede ao seu lado, empurrou uma mão no bolso de sua calça, enquanto que a outra sustentou sua taça de champanhe com negligência.

—Eu deveria te resgatar desta festa, como Cam fez na última?

A menção daquela última festa, a fria noite de outono, o calor do corpo masculino quente, e tudo o que tinha acontecido desde que se afastou dele e de Cam, dispararam-se através dela. O calor sussurrou sobre sua suave pele, mas não era vergonha.

—Courtney poderia nos matar. — sussurrou ela como se temesse que suas palavras pudessem chegar nos ouvidos de seus anfitriões— Tive que prometer que me misturaria com outros convidados, sob a ameaça de graves conseqüências.

Courtney era sua melhor amiga. Ela, junto com o Sebastián Do Lorents, tinham salvado a vida de Jaci em uma rua escura da Inglaterra, anos atrás, quando um assaltante decidiu ficar violento.

Courtney e Sebastián estavam aqui agora, no Squire Point, Virginia. Courtney tinha se casado com um empresário americano e Sebastián estava trabalhando para ele. Como faria logo Jaci.

—Estou seguro de que Courtney entenderia. — murmurou ele provocativamente— E se não, Ian terá que explicar-lhe. Ele parece ter algum pequeno controle sobre ela.

Havia uma sugestão de risada em sua voz. Sexy. Confidencial.

—Chase Falladay. — ela sacudiu a cabeça, ainda aturdida de estar de pé ali, falando com ele como se os anos nunca tivessem os separado— O que está fazendo aqui?

Inclinou-se para frente várias polegadas.

—Não acreditaria, se dissesse.

Estava mais perto agora. Tão perto que poderia tocá-lo, com somente um ligeiro movimento.

Ela sacudiu a cabeça, obrigando-se a sorrir enquanto olhava à multidão uma vez mais.

O destino estava definitivamente sendo inconstante neste momento. Não só eram suas duas maiores dores de cabeça nesta festa, mas também o gêmeo idêntico de sua maior tortura. Agora, o que significava isso em sua vida? Sonhava com Cam, mas aqui estava Chase. E possivelmente, como ele sugeriu, foi um sinal da providência Divina, um sinal, o destino dando risada de seu tolo traseiro e mostrando a Jaci quão volúvel poderia ser.

—Não sei. — respondeu finalmente quando se voltou de novo para ele — Sou conhecida por ser ingênua às vezes. Me conte sua história e, então, decidirei se acredito ou não.

Gostava de acreditar que era muito menos ingênua que o tinha sido antigamente. Que tinha visto o mundo; em algumas ocasiões, tinha visto mais do que gostaria. E tinha aprendido lições que nunca imaginou enfrentar.

Seus olhos brilhavam com a risada.

—Não quero a fazer ruborizar. Escutei que isso é descortês.

Atraente, encantador. Era diabolicamente divertido, e a risada era tão difícil de conter como o tinha sido sete anos atrás.

Chase sempre tinha sido o palhaço, Cam o mais sério. A inteligência escura de Cam e sua quase perigosa sexualidade tinham aproximado as mulheres como moscas ao mel, tal como o tinha feito com Jaci.

—Como se isso fosse detê-lo. —Ela teve que esforçar-se para não rir, mas era difícil. Chase sempre soube a maneira de fazê-la rir— Você desfruta disto. Faz rir a todos, enquanto que Cam se assegurava de zangá-los. — ela olhou a seu redor uma vez mais, seu coração golpeando duro com antecipação — Onde está Cam?

Surpreendentemente, ela se encontrou recordando o calor daquela longínqua noite. O beijo de Cam roubando sua mente, e logo mais tarde, sua voz rompendo seu coração com o conhecimento de que não seria seu único amante.

Durante todos esses anos se perguntou se tinha cometido um engano em afastar-se dele nessa noite. Se tivesse ficado, muitas coisas teriam mudado. E talvez não tivesse passado sete anos desejando saber.

—Cam está pelos arredores. — sua voz se suavizou, uma cadência escura e gentil quando se voltou de novo para ela — Ele gostará de ter ver de novo. Passou muito tempo.

Muito tempo. Um tempo muito longo. E, entretanto, não o suficientemente longo. Porque ainda sentia o calor em seu ventre, enquanto ameaçava converter-se em fogo. Uma reação que só Cam, ou o pensamento nele, podia causar em seu interior.

E pesar. Sempre havia pesar.

Mais audacioso que descarado, forte, musculoso, maior que a vida. Isso era o que sempre Cam tinha sido para ela. Até a noite em que se deu conta de quão audacioso podia ser.

Chase, entretanto, tinha sido seu amigo. Inclusive depois, durante suas raras visitas a casa, esteve ali. Ainda flertavam. Provocou e riu dela quando se viram, mas aquela faísca, aquela chama oculta nunca tinha sido a mesma com Chase.

—É, muito tempo. — assentiu ela.

Sentia incerteza agora. Podia sentir o aumento da tensão nervosa em seu interior.

Cam estava aqui, e também estava Chase. Muito tinha mudado e, entretanto, não tinha sido tanto. Mas ela recordava claramente a advertência de Cam. Ele mataria por ela. Não era um homem que fizesse falsas promessas. E nunca esquecia uma promessa. Era uma coisa perigosa para uma mulher que sabia que seu passado estava perto de apanhá-la.

Agora ia ter que encontrar uma maneira de resistir as suas próprias fantasias, assim como de manter aos homens, a um braço de distância, porque a promessa que Cam lhe fez ainda tinha o poder de aterrorizá-la. Deus a ajude, aos Roberts, e ao Cam, se ele alguma vez soubesse o que realmente ocorreu essa noite. O sangue se derramaria, e a mera idéia daquilo lhe dava pesadelos. Ele tinha jurado que mataria a qualquer homem que a machucasse, e mantinha suas promessas.

Isto lhe tinha impedido de ficar em contato com Cam, de correr para ele, durante anos. O conhecimento de que sabia que ele mataria por ela, o olhar em seus olhos essa noite, a intensidade primitiva, o poder escuro, assegurou-lhe que ele não estava brincando.

Ela tinha conhecido a Cam e a Chase durante muitos anos, inclusive antes dessa noite. Ela sabia que ambos eram do tipo de homens que outros reconheciam que deviam comportar-se com cautela.

Ela tragou nervosamente e sentiu a vibração de pânico em seu estômago quando seu olhar passeou pela habitação. Escondeu-se nas sombras da habitação durante toda a noite, com a esperança de evitar aos Roberts. Agora sabia que ia ter que conseguir sair dali.

—Não posso acreditar que esteja nervosa por estar perto de mim, Jaci. — Chase inclinou a cabeça uma fração enquanto a olhava fixamente.

—Quem disse que estou nervosa? — Estava-o. Ela o aceitava. Mas não por causa do passado.

Aqueles lábios atraentes se curvaram de novo.

—Courtney tem um excepcional jardim lá fora. — estendeu sua mão para as portas que se abriam entre as duas alas da casa — Você gostaria de sair comigo?

—Courtney sentirá minha falta. — lhe deu um amável sorriso enquanto tratava de planejar o melhor caminho para sair do salão de baile, para chamar um táxi e poder retornar ao seu hotel — Me ameaçou Chase. Tenho que me misturar entre as pessoas.

—Ela sobreviverá da mesma forma que você.

Inalou ruidosamente quando ele a agarrou com sua mão livre e a arrastou do salão de baile para as portas abertas.

Ian Sinclair e sua esposa, Courtney, tinham uma casa excepcional. A mansão principal, construída uma centena de anos atrás, era enorme. Mais tarde se adicionaram duas alas a cada lado da casa principal, criando um jardim interior privado e oculto.

O anoitecer estava caindo quando Chase a levou para fora, onde a música era mais moderada, mais romântica. As inquietantes teclas do piano sussurravam através do ar enquanto Chase a levava mais longe, para as sombras do jardim fracamente iluminado.

Ela não esperava vê-lo aqui. Sabia que ele e Cameron viviam em Alexandria, uma zona residencial do Squire Point, mas não tinha pensado que o veria aqui, na casa dos Sinclair.

Tinha pensado que podia ter este trabalho, fazer o trabalho comprometido, e talvez, antes de ir, faria uma chamada a seu velho amigo.

Seus lábios se curvaram com o pensamento. Mentiu então e estava mentindo a si mesma agora. Estava morrendo por ver Cam de novo. Morrendo por uma oportunidade mais de saborear seus beijos, de sentir seu toque. Para ver se algo tinha mudado, se a possessividade tinha aumentado e se talvez houvesse resolvido essa necessidade de compartilhar com seu gêmeo. E se ele não tinha mudado, perguntava-se se talvez ela tivesse eliminado seu temor a isso. Porque as fantasias que a tinham açoitado através dos anos quase a tinham levado à loucura. Sonhos escuros e desejos ímpios tinham sido instalados nela nessa noite. Escapar deles não era uma opção.

Sabendo que ia ter que evitar aos gêmeos Falladay até que o trabalho tivesse terminado, e que os Roberts certamente interfeririam em qualquer tipo de relação que desenvolvesse, estava trocando rapidamente seus planos. Se Cam e Chase eram amigos próximos dos Sinclair, então o potencial para o desastre tinha crescido exponencialmente. Ela mataria a Courtney por não lhe advertir que eles eram tão próximos.

Enquanto passeavam pelos largos e lajeados corredores que se teciam e ramificavam para a escuridão, Chase a aproximou de seu lado, sua mão assentada sobre a parte baixa de suas costas, enquanto caminhavam para as sombras mais espessas.

Outros convidados não tinham vagado tão longe ainda. Havia um leve toque de campainha perto de uma fonte. Os pássaros noturnos cantavam suas canções e os grilos chiavam felizes. Se fechasse os olhos quase podia sentir esse calor da noite do verão de sete anos antes, e quase podia fingir que Chase era Cam.

— Está me trazendo para os jardins, em uma tentativa de me seduzir, Chase? —Brincou com um sorriso, a gravidade de sua pergunta escondida debaixo do sutil tom de sua risada.

Tinha esquecido quão divertido podia ser paquerar e gracejar com Chase, o que sentia era como estar com um homem que uma parte dela confiava instintivamente, em vez de desconfiar.

Com os anos tinha aprendido a não confiar em ninguém, especialmente nos homens de boa aparência. E que, freqüentemente pensava com uma vergonha incrível. Uma mulher de sua idade deveria ter tido mais aventuras que as que ela teve através dos anos.

Sua risada acariciou seus sentidos.

—Quero a abraçar como um velho amigo nada mais. — lhe prometeu— Maldição, Jaci, quando se tornou tão desconfiada?

—Quando se trata de você e de seu irmão? Há sete anos. —Ela o olhou, com divertida acusação — Não tem idade suficiente para ter esquecido, não é certo?

Ela não o tinha esquecido nem um momento, e sabia que Chase, nunca a deixaria esconder-se disso, se pensasse por um momento que o estava tentando. Melhor tirá-lo ao ar livre agora. E ela não poderia resisti-lo de todos os modos. Vendo-o, sabendo que Cam estava perto, as necessidades estavam aumentando em seu interior com toda a promessa escura dos sonhos que a tinham açoitado.

—Agora está sendo ambígua. — lhe deu um olhar zombador antes de guiá-la a um balanço coberto de videiras debaixo de uma grande pracinha para que se sentasse — Aqui estamos. Podemos nos sentar aqui e falar.

Jaci se sentou cuidadosamente descendo o tecido de seu vestido negro de noite sobre as coxas enquanto Chase se sentava junto a ela.

O vestido, que a havia feito sentir tão atraente quando o pôs, agora parecia muito sexy e muito revelador. A fez sentir-se muito feminina. As finas alças que o seguravam sobre seus seios. Talvez devesse ter colocado um sutiã. A abertura do flanco subia por sua coxa. Mostrava uma indecente quantidade de perna.

Chase soltou uma risada de novo.

Ela levantou seu olhar e um sorriso brincava em seus lábios, enquanto ele a olhava sabendo.

—Você e Cam sempre me põem muito nervosa. — admitiu com uma risada suave — Às vezes me esqueço disso.

Tinha sentido saudades dos gêmeos desde que deixou a cidade poucas semanas depois da noite da festa. Tinha aceitado uma oferta para frequentar uma escola de desenho na Califórnia e se dirigiu para lá tão rápido como pôde. E a cada dia em que ela planejava a viagem, teve que lutar consigo mesma para evitar ir até Cam, para tentar aceitar uma oferta que sabia que não poderia dirigir. Só para estar em seus braços. Para sentir seu beijo de novo. Para ver o que ela estava perdendo.

—Sentimos saudades suas. — estendeu seu braço atrás dela, seus dedos brincando com os fios do cabelo que escapavam ao decorativo broche que o segurava na parte de trás.

Sentimos saudades. Não eu. Jaci capturou rapidamente esse dado em sua cabeça e a agachou, esperando ocultar sua resposta a essa declaração enquanto inalava um lento e profundo fôlego.

—Fugiu de nós, Jaci.

Jaci tragou brandamente, sua cabeça se sacudiu quando ele endureceu seu tom.

—Não havia nada do que fugir. — disse ela com voz firme e constante.

A sombria iluminação da paisagem deu a sua expressão um molde mais escuro, mais perigoso. Seus olhos brilhavam na pouca luz, perfurando os seus.

Seus dedos se detiveram na nuca onde esteve brincando com o cabelo que escapava do broche. Sua expressão se voltou intensa, decidida.

Ele assentiu lentamente.

—Suponho que tem razão. Não havia nada do que fugir. —Seus lábios sorriram humoristicamente.

—Ainda sentimos saudades como o inferno. A vida não é a mesmo sem sua risada.

Para ela não tinha sido o mesmo sem eles, tão pouco. Tinha sido sua amiga, quando as outras mulheres eram não mais que novidades, sabia isso. Até que uma noite destruiu aquela amizade. Nunca tinha olhado ao Chase igual depois disso, e nunca tinha visto a Cam de novo.

Seus pensamentos sobre Cam mantinham seus nervos ardendo, alvoroçados com o temor e a necessidade. Observava as sombras vigiando por ele, observava ansiosa para vê-lo aparecer. E a fome de vê-lo estava crescendo dentro dela em quentes ondas.

—Preciso voltar para dentro. — se levantou, seus dedos apertados sobre a pequena bolsa que pendurava de seu ombro — É quase a hora das bruxas para mim. Tenho que me levantar cedo amanhã. —Precisava afastar-se dele, para pensar. Tinha sido malditamente longo o tempo, desde que tinha visto a Chase ou Cam, muito tempo desde que se permitiu pensar nos gêmeos Falladay, seja em separado ou juntos.

—Me deixe a levar de volta ao seu hotel, ou está ficando aqui? —Disse assinalando a mansão.

—Estou em um hotel. Mas vou estar bem.

—Poderíamos falar, só falar Jaci, prometo-lhe isso. —Ele sorriu. O encanto e a sensualidade que eram uma parte dele a envolveram e respirou para aproximar-se, para deixar-se seduzir.

—Não sei.

—Só nós dois.

Disse-o tão facilmente, com apenas um toque de diversão, uma promessa de sensualidade. Havia uma sombra de brincadeira em seu tom, um reconhecimento de sua indecisão e das razões.

Jaci olhou ao seu redor a espessa folhagem do jardim, o aroma do verão, o mormaço envolvendo-se ao redor dela, o aroma do homem metendo-se dentro dela. E ela se debilitava. Não era Cam, mas sabia dela. Ele não a trairia ou machucaria deliberadamente. E ela estava cansada, cansada de estar sozinha e desejando coisas que não podia ter. Cansada de sonhar com um homem e lamentando uma noite.

Por último, assentiu. Um lento, vacilante movimento, uma parte dela resistindo, a outra parte estendendo a mão para ele.

Seu sorriso era lento, confiante, e por um momento Jaci se perguntou se de algum jeito tinha dado um passo para algo que não tinha possibilidade de dirigir.

—Não pode mudar de opinião. — Agarrou sua mão e a guiou com o passar do atalho.

Ao invés de levá-la de volta ao salão de baile, guiou-a a uma porta de vidro que se abria à ala privada da casa.

—Preciso dizer para a Courtney que vou embora. — disse, enquanto caminhava através do pequeno vestíbulo, da cozinha e a sala de jantar, antes de entrar no vestíbulo.

—Matthew a informará. — Guiou-a à porta para onde o mordomo caminhava da pequena sala que conectava com a ala privada, assim como com a mansão principal.

—Sr. Falladay. Srta. Wright. — Matthew sacudiu a cabeça educadamente.

—Matthew, por favor, diga ao Sr. e a Sra. Sinclair que fomos embora. Diga ao Ian que o contatarei amanhã a respeito das pastas.

—É obvio, Sr. Falladay. — Matthew respondeu impassível — Vou informar-lhes imediatamente.

Deu um passo adiante e abriu a porta para eles, seus olhos marrons piscando com curiosidade quando passaram frente a ele.

Matthew era o flagelo da vida de Courtney, e o baluarte do clube só para homens, propriedade de Ian Sinclair, e que Courtney não tinha sido permitida a entrar. E que Jaci tinha sido contratada para redesenhar, junto com a ala privada e a mansão principal. A casa Sinclair seria anexada ao clube. Quando Ian e Courtney tivessem se mudado à nova casa que estavam construindo fora da vista do clube, no outro lado do estado.

—Courtney vai esfolar-nos. — advertiu isso ela enquanto levantava seu vestido e caminhava pelos ladrilhos de pedra do caminho.

—Prometo a proteger. —Ele sorriu sobre seu ombro, com um olhar malvado.

—Mas, quem protegerá a você? — ria, lhe permitindo aproximá-la à beira do meio-fio quando as luzes de um veículo se aproximaram.

—Serviço rápido. — murmurou ela, quando o Jaguar parou diante deles e o encarregado do serviço de estacionamento saltou do carro.

—Matthew é um homem muito eficiente.

Abriu a porta e a ajudou a sentar-se no assento do passageiro antes de mover-se ao redor da frente do carro.

Jaci o olhava passar. Sem pressa. Caminhava com passos enérgicos, com coordenada potência. Um lobo em elegante lã de ovelha pensou com um sorriso. E ele resplandecia elegância.

Um segundo mais tarde, estava sentado no assento do condutor, fechando a porta, acelerando longe das luzes da mansão.

—Onde estava Cam esta noite? — voltou-se a olhar seu perfil, não podia esquecer que Cam estava naquela festa. Poderia tê-lo visto. Ao menos a distância. Talvez falado com ele. Virou-se e lhe deu uma rápida olhada.

—Estava procurando ao Ian quando o vi. Agora, eles estarão provavelmente muito envolvidos em uma discussão de negócios.

Teria mudado muito durante os últimos sete anos? Apesar das palavras de Chase, talvez Cam tivesse esquecido à pequena virgem imatura que tinha ousado enganá-lo, e logo fugiu da verdade que não quis enfrentar.

—Nem sequer quis parar e me dizer olá? —Não queria admitir que lhe doía, que sabia que ela estava ali e não tinha parado para falar com ela.

—Eu fugi com você. —Não houve sorriso esta vez.

Sua mandíbula parecia apertada, uma suave sensação de tensão invadiu o interior do carro.

Jaci voltou a cabeça e olhou através do para-brisa de novo. Haviam tantas perguntas que assolavam dentro dela, tantas emoções. Sentia-se desequilibrada, o encontro com Chase, não estava preparada, não o esperava.

—Courtney estava animada pelo projeto de desenho que Ian aprovou. — ele falou no silêncio — Com certeza que a teve dois meses lhe falando desses planos. Queria unir a mansão ao clube, mas eu não acredito que estivesse seguro de permitir a uma mulher fazer o desenho.

Ela sorriu ante isso. Ian tinha posto em dúvida sua aptidão, não só seus créditos os quais sabia, que ele tinha checado, mas também suas idéias a respeito das propriedades da dominação masculina.

—Assim que você e Cam sabiam que eu ia vir? —voltou-se para ele quando o pensamento a golpeou.

—Fizemos a investigação sobre você antes que Courtney tivesse luz verde para a contratar.

Os lábios de Jaci se separaram surpreendidos antes que os apertasse com irritação.

—Estou surpreendida de que Ian me passasse, então. — E agora não estava surpreendida de que Cam não quisesse vê-la.

Chase se manteve em silêncio durante compridos momentos depois disso.

—Se Cam e eu não a conhecêssemos, provavelmente não a aprovaria. — revelou — Fomos o fator decisivo.

Voltou-se então para ele, a ira transpassando o escudo que tinha aprendido a manter entre ela e o mundo.

Um engano acidental, um trabalho que nunca deveria ter tido, e que quase tinha destruído sua carreira. As repercussões eram como ecos, nunca se foram, inclusive cinco anos depois.

—Quer me dizer o que aconteceu entre você e o congressista Roberts? — perguntou, seu tom mais duro agora, passando da curiosidade à demanda.

Odiava ser emboscada, e de repente era como se sentia.

—Não, não. E se esta é a razão pela qual insistiu em me levar ao meu hotel, então deveria ter ficado onde estava. Talvez devesse ter permitido que Ian Sinclair formasse sua própria idéia a respeito de mim. Não necessito sua ajuda.

—Continua sendo tão malditamente teimosa como sempre. — grunhiu — Era uma pergunta lógica, Jaci. Algo aconteceu, ou eles não a teriam escolhido como branco tão seriamente.

—Então me diga, Sr. Investigador, —sua voz se quebrou — que respostas não tem? Por que não me diz o que ocorreu com o congressista Roberts?

Ela conhecia os rumores que os Roberts tinham espalhado.

—Espera. —Ela elevou sua mão antes que ele pudesse falar — Pensando-o melhor, me deixe adivinhar. Fui apanhada tentando roubar uma grande quantidade de dinheiro em efetivo que o congressista Roberts mantinha na escrivaninha de seu escritório privado. Quando me apanharam, pela bondade de seus corações, só me despediram do trabalho para o que me contrataram e me enviaram por meu caminho, em lugar de chamar à polícia. Não me saí bem?

Lhe disparou uma breve olhada.

—Houve rumores de um romance com o congressista, também. — afirmou.

OH, sim, tinha esquecido isso.

Jaci apoiou seu cotovelo na porta, pressionou seus dedos sobre a ponta de seu nariz e respirou profundamente. Durante cinco anos teve que lidar com isto.

Tinha levado anos para conseguir economizar o dinheiro para financiar seu sonho de estabelecer-se em uma cidade e abrir sua própria loja de desenho, tudo porque um malicioso e corrupto casal não sabia como manter seus trapos sujos na lavanderia.

—Então, por que responder por mim? Assim poderia me interrogar? —Lhe dirigiu um olhar feroz.

—Não é uma ladra.

—Mas eu poderia muito bem ser uma pequena trapaceira destruidora de lares para enganchar a um congressista? — debochou.

—Ou Annalee Roberts poderia ser fiel a sua forma de ser, e tratar de destruir a alguém que conseguiu ficar em seu caminho, ou que conhece algo que a aterroriza que outros saibam deles. —sugeriu — O que aconteceu, Jaci?

—Estou fora. — ela chiou seus dentes quando ele a acompanhou à entrada do hotel onde Ian Sinclair a tinha instalado — E agora vou para o meu quarto, sozinha. Obrigada pela carona.

A porta se abriu brandamente, o porteiro lhe estendeu sua mão quando saiu do veículo e se dirigiu à entrada.

Estava furiosa e sabia que não tinha direito a está-lo. Ela sabia ao vir aqui, que isto aconteceria e que não tinha escapado do passado, uma vez que pisasse no território dos Roberts.

Haviam rumores de que o congressista Roberts estava fazendo campanha para substituir ao seu sogro no Senado. Tinha muito o que perder, e que ela soubesse, só uma pessoa conhecia seus pequenos segredos sujos. Segredos que ela desejava não conhecer.

—Caralho, Jaci. Espera. — Chase a apanhou no vestíbulo, envolveu os dedos ao redor de seu braço, parando-a quando se dirigia aos elevadores.

—Me fale.

—Já terminei de falar com você. — lhe disse — É tão arrogante como Cam, e não estou com humor para negociar com isto. Volte para sua casa, Chase. Encontre uma mulherzinha bonita que possa suportar a você e ao seu irmão e diabos, me deixe sozinha.

—Merda, não quer Cam fazendo estas perguntas. — lhe advertiu, com sua voz escura — E ele as perguntará, Jaci. Ele não é o homem que deixou para trás em Oklahoma. E acredite em mim, não esqueceu essa promessa que te fez na noite que a levou para casa. Recorda-a? — Sua voz ficou áspera, quando Jaci se deu conta do espetáculo estranho que estavam dando ao pessoal do hotel e os hóspedes que vagavam pelo vestíbulo.

—Não sei...

—Ele disse que mataria a qualquer homem que se atrevesse a te machucar. —Sua voz era suave, de advertência — Acredita que estava brincando? Acredita por um momento que se esqueceu dessa promessa? Me diga Jaci, quer ser a causa da morte do congressista Roberts?

 

Cameron Falladay parou no pátio de pedra fora do salão de baile, apoiou seu corpo contra a parede de tijolo, um copo na mão, a cabeça baixa. Sua cabeça cheia com o rosto de uma mulher e a lembrança de um beijo que tinha queimado sua alma.

Sua. Jaci.

Apertou seus dentes e lutou contra a necessidade de abandonar a festa, para correr ao seu quarto antes que Chase pudesse tocá-la, antes que seu irmão pudesse ter à mulher que o tinha atormentado durante muito tempo.

Queria afundar-se em seu interior com uma fome que tinha endurecido seus músculos até o ponto que doíam.

Seu membro era ferro duro, palpitando brutalmente de necessidade.

O que o havia possuído para negar-se a ir com ela? Sabia que caso ele não fizesse, Chase o faria, e nesse momento, parecia a melhor solução. Tinham sido sete longos anos desde que havia tocado à mulher que atormentava quase todos os malditos sonhos que teve desde que partiu da pequena cidade do Oklahoma onde viviam.

O primeiro murro de necessidade que o tinha golpeado no instante que a viu nesta noite quase tinha roubado seu fôlego. Parou ali, olhando-a, a forma em que o vestido caía, despindo as costas, girando sensualmente por cima de seu arredondado traseiro.

Era suficiente para pôr um homem sobre seus joelhos e adorar essa arredondada carne e tudo por cima e por baixo dele.

Em vez de ir até ela, tinha deixado a Chase, porque não confiava em seu controle. Ele não confiava em sua capacidade para não exigir coisas que sabia que ela não podia dar.

Mas deixando-a ir com seu irmão, o irmão com quem compartilhava suas mulheres, tocando-a, estava desfiando seu controle.

Ninguém havia nunca provado seu controle como Jaci. Inclusive sete anos atrás, uma oferta virgem de vinte e um anos com estrelas em seus olhos, tinha-o provado. Ela o fez desejar esquecer as regras que tinham definido sua vida. O fez desejar que fosse algo ou alguém diferente de quem era.

—Ouça Cam, onde está esse seu irmão? — A falsa jovialidade na voz do congressista Roberts pôs Cam tenso, levantando sua cabeça quando olhou fixamente ao pequeno homem, com mal refreada violência em seu coração.

Onde ele parou estava em penumbra, mais escura que a zona ao seu redor, ocultando a ira que prometeu a si mesmo e a Ian controlar cuidadosamente.

Mas não era fácil. Roberts era um verme, e era o verme que tinha atormentado Jaci durante cinco anos.

O relatório da investigação que eles tinham extraído em conjunto sobre ela durante os últimos meses tinha enfurecido a ele e a Chase. Chase era mais sutil; as finanças dos Roberts seriam um livro aberto para eles à larga, assim como para os federais. Embora Cam não se estendesse em sutilezas. Queria chocar seu punho contra a cara do bastardo.

—Congressista. — ele arrastou as palavras brandamente — Estou seguro que Chase está em alguma parte dos arredores.

O cabelo castanho escuro cortado em camadas para emoldurar o rosto do congressista, dava-lhe uma honesta aparência. A falsa sinceridade em seu olhar sempre tinha adoecido a Cam, mas agora se sentia quase violento.

—Vi-o com a Srta. Wright mais cedo. — Aqueles olhos piscavam com preocupação — Eu estava esperando apanhá-lo antes que saísse com ela.

—Ele saiu com ela? — Cam arrastou as palavras, sua mão apertando sua bebida enquanto pensava em todas as razões pelas quais era uma má idéia reorganizar a cara deste homem.

—Espero que não. — Roberts suspirou — A Srta. Wright é uma desenhista de interiores perfeitamente aceitável, mas um homem na posição de Chase deve ser cuidadoso de sua reputação.

—E como ela pode danificá-la. — se matasse ao Roberts, poderia ocultar o corpo perfeitamente. As Forças Especiais lhe tinham ensinado como. Mas nunca poderia ocultar o fato de que o havia feito ao Chase. E Chase só o lançaria ao inferno por isso.

—Certas mulheres sempre conseguem fazê-lo. — suspirou o congressista — Ah bom, estou seguro de que é bem consciente de seu passado. Ser um investigador vem muito bem a calhar. — brincou, sua risada tão falsa como tinha sido sua preocupação.

—É claro que sim.

Roberts esclareceu sua garganta.

—É lamentável que a Srta. Wright às vezes se permita esquecer seu lugar. Algumas mulheres, —deu de ombros filosoficamente, sem idéia de quão perto da morte estava indo — algumas mulheres nem sempre estão dispostas a trabalhar corretamente pelo que querem.

Cam sentia sua mão fechar-se em um punho.

—Como trabalhou pelo que ela queria, então?

Se o bastardo dissesse as palavras, estava morto. Tão frio e morto como qualquer inimigo que Cam tinha eliminado com os militares. Tudo o que tinha que fazer era dizer as palavras, e se prometeu, que a morte do bastardo seria brutal. Sangrenta.

Roberts sacudiu a cabeça e suspirou quase causando pesar. Quase.

—Não sou um homem de contar intrigas. — disse finalmente — Diga ao Chase que seja cuidadoso. Odiaria ver um amigo ferido.

Richard Roberts voltou sobre seus calcanhares e empurrou suas mãos nos bolsos de suas calças afastando-se, sua cabeça baixa, como se estivesse se sentindo mal pelo Chase.

O mentiroso, corrupto filho da puta. Esse bastardo e sua esposa haviam feito a vida de Jaci um inferno por cinco anos, e nem sequer uma vez, ela tinha pedido ajuda a ninguém. Não houve uma vez em que se queixasse ou tratasse de defender-se. Ela tinha mantido seu silêncio, tentando de desviar sua crueldade tanto quanto foi possível.

Sozinha.

Empurrou os dedos de uma mão através de seu cabelo e exalou um fôlego duro e fortemente controlado. Não ia seguir ao congressista Roberts e golpear seu cérebro até convertê-lo em uma sangrenta polpa. Cam não diria que a venenosa mulher com quem Roberts se casou era uma má desculpa para um humano.

E ele não iria, por Deus, destruir o duro trabalho que Jaci fazia mantendo sua reputação intacta. Mas lhe pertenceria. A ele, assim como a Chase. Tinha escapado durante sete anos, e agora, a fuga tinha terminado.

Não tinha idéia do que realmente tinha acontecido entre o congressista, sua esposa e Jaci. Inclusive Courtney Sinclair, a amiga de Jaci, não sabia o que tinha feito com que os Roberts a escolhessem como objetivo. Jaci simplesmente não tinha falado.

Entretanto, os Roberts haviam falado.

Recordava a respeito dela. Jaci não ia com intrigas ou contando histórias. Se lhe dissessem algo, ficava com ela. E nunca tinha sido a classe de mulher que explorava a outros para sua proteção. O que quer que fosse que os Roberts lhe tenham feito, fez com que se retraísse dentro de si mesma, para conter a natureza de fogo que ele sempre tinha vislumbrado.

Ele olhou para a porta que Roberts tinha usado para voltar para casa. Era uma das portas laterais. O congressista era conhecido por retirar-se ao escritório com sua melhor bebida, em vez de unir-se às festas dos Sinclair por muito tempo.

Ian o permitiu, embora Cam soubesse que não gostasse especialmente.

Cam pensava em todas as maneiras em que poderia ferir o outro homem sem deixar uma marca. Quão facilmente poderia lhe advertir que Jaci estava fora de seus limites. Que seu nome nunca sairia de novo de seus lábios.

Ele deu um passo para a porta, quando Ian Sinclair saiu ao pátio. O outro homem o olhou suspeitamente, seus olhos verdes escuros brilhando com o conhecimento, enquanto tirava um charuto do interior de seu terno e sorria a Cam.

—Estes estão sugando as partes. — disse Ian quando Cam se retirava, inclinou-se contra a parede uma vez mais, e levantou as sobrancelhas intrigado.

—Teria que fazê-lo em pedaços. — murmurou ele com um sorriso apertado.

Ian riu antes de estender um charuto a Cam. Tomou um enquanto Ian acendia o seu.

Segundos mais tarde, o doce aroma do tabaco importado enchia o ar, e Ian se inclinava contra a balaustrada de pedra do pátio.

—Uma mulher pode danificar a mente de um homem às vezes, Cam. — Ele suspirou — Fazê-lo repensar coisas.

—Não me olhe, Ian.

Ian esteve fazendo pequenos comentários desde que se inteirou que Cam tinha uma debilidade, e essa debilidade era uma mulher. Por alguma razão, o outro homem parecia surpreso de que Cam se preocupasse de algum jeito.

—A Srta. Wright deixou a festa com Chase faz um momento. — disse Ian — Sabia?

—Sei. — Cam deu de ombros. Chase conhecia os limites, sempre os tinha conhecido, onde Jaci estivesse envolta.

Ian o olhou por outro comprido momento antes de olhar para o jardim.

—Às vezes um homem pode aceitar a necessidade de compartilhar o prazer de sua mulher. Compartilhar seu coração é outra coisa. Eles podem estar separados.

—Vamos cortar a merda. — disse a seu empregador friamente — Eu não digo como levar seu matrimônio, ou seu negócio. Pare de me dar conselhos aqui, se não se importar.

Ele não o necessitava. Jaci lhe pertencia e Chase sabia. Mas seu punho fechado ao seu lado e a necessidade de abandonar a festa, e ir depressa ao seu hotel, estava quase comendo-o vivo.

—De acordo. — Ian suspirou — Entretanto, mantenha-se afastado de Roberts Cam, até que haja prova do que pensa que ele pôde ter feito. Não posso aceitar a violência se não houver razão para isso. Em caso contrário, fique longe.

—Estou bem longe. — se burlou Cam.

Não necessitava provas, não mais do que necessitava a prova da inocência de Jaci ou sua culpabilidade. Entendia o mundo. Às vezes uma mulher encontra problemas que não deveria. Mas Roberts a tinha ameaçado, e isso não era aceitável.

Ele olhou a noite uma vez mais, um brilho ameaçando em seus olhos. A investigação que haviam feito sobre ela tinha sido malditamente incompleta por sete anos da vida de uma mulher.

Havia rumores, aqui e lá, de amantes, mas nenhum desses rumores foi confirmado. Durante sete anos, Jaci tinha movido seu traseiro fora de sua profissão, mas ela não tinha se empenhado muito em fazer amigos ou em desenvolver relações.

Independentemente do que tinha ocorrido com Roberts, tinha ocorrido cinco anos atrás. Depois disso, inclusive o menor esforço tinha sido para encher sua vida apenas com trabalho.

Não ia a festas, salvo por motivos de negócios. Ela era conhecida por sua moderação e frio propósito, sua teimosia e determinação. Era aberta em seu trabalho de desenho, mas rara vez discutia problemas pessoais com seus clientes. Tinha apenas uns poucos amigos, e tirar informação de dois deles tinha sido como lhes tirar os dentes.

Courtney Sinclair e o gerente do clube de homens de Ian, Sebastián Do Lorents, tinham sido menos que comunicativos sobre algo que pudessem saber sobre ela. Tal fidelidade não era comum, especialmente na sociedade em que viviam.

—O que vai fazer? — perguntou finalmente Ian.

—Sobre o que? —Cam se voltou para ele.

Ian sacudiu a cabeça.

—Se ela for desenhar o clube, então vai ter que entender as regras sob as quais está trabalhando. Espero que tome cuidado nisto.

—É seu clube. — grunhiu Cam.

—E sua mulher. Pense nisso antes que saia amanhã. Então decidiremos se este trabalho é realmente dela ou não. Prefiro perder o depósito que lhe paguei que a reputação que minha esposa está construindo nesta comunidade, Cam. Entende as regras e conhece a mulher. Tome cuidado. E Deus queira que você e Chase conheçam esta mulher para responder por ela com tanta veemência quanto estão fazendo. Odiaria que qualquer um dos dois esteja equivocado.

Jaci fechou fortemente a porta do quarto do hotel atrás dela antes de atirar sua carteira de noite ao sofá no salão e arrancou o broche de prata da parte de atrás de seu cabelo.

Enquanto largas e espessas mechas caíram a suas costas, uma onda de ira a rasgou. Um segundo depois o broche do cabelo era arremessado pelo ar para golpear nas espessas cortinas que cobriam as portas da varanda.

—Merda! — O feroz grunhido que deixou seus lábios a surpreendeu, enquanto se esforçava por evitar as lágrimas.

Ele não pôde sequer dizer olá. Não pôde desfazer-se de sua discussão de negócios para sequer lhe deixar saber que estava ali. Não, ele tinha enviado Chase em seu lugar.

Cam não poderia ter esquecido a ameaça que havia feito há muito tempo. Ela fez uma respiração forte e controlada. Foi há sete anos, e quando se aproximam das mulheres que desejavam sexualmente, os homens podiam dizer muitas coisas.

Sabia isso. E a advertência de Chase só tinha sido isso. A advertência de um homem que a desejava sexualmente, e que queria respostas para as suas perguntas, nada mais.

Mas ele tinha agido como se acreditasse nela, sussurrou uma pequena voz dentro de sua cabeça. Tinha lhe perguntado o que haviam feito Richard e Annalee a ela, não o que ela fez. Ninguém mais tinha perguntado isso.

Ela sacudiu a cabeça, chutando a sandália enquanto descia o zíper da parte de atrás de seu vestido de noite, e caminhava para o dormitório.

Puxou as alças dos seus ombros e deixou a seda deslizar-se por seu corpo, deixando-a vestida apenas com sua calcinha e as meias de seda negras até a coxa.

Jogou o vestido sobre uma cadeira, agarrou seu roupão e o envolveu em torno de seu corpo.

Ela não precisava desta dor de cabeça. Ia fazer tudo o que pudesse para manter seu julgamento e para fazer com que o congressista e sua esposa a atacassem abertamente.

Estavam apavorados com ela. Inclusive cinco anos depois, morriam de medo de que a verdade viesse à tona cada vez que a viam. Teria sido divertido se não destroçassem continuamente partes de sua vida junto com isso.

Jaci olhou ao redor do quarto do hotel.

Estava sozinha. Ela não deveria estar. Nos últimos anos, a dor em seu interior tinha aumentado em tais proporções que era quase físico. Doía-lhe ser tocada, ao fechar seus olhos quando um amante a tocava, ela podia fingir que era Cameron Falladay.

Deveria ter sido tão fácil aceitar o convite nos olhos de Chase esta noite. Poderia ter vindo até aqui, poderia tê-lo tocado, ser tocada, e fingir que era Cam.

Ela sacudiu a cabeça. Estava perdendo sua prudência, evidentemente. Chase nunca lhe teria permitido chegar tão longe, e sabia. Assim como soube antes que deixasse a cidade sete anos antes.

Empurrou seus dedos através de seu cabelo, logo deixou sua mão descer por seu pescoço, quase tremendo com a lembrança dos dedos de Cam ali.

Outros homens a haviam tocado ao longo dos anos. Levianamente. Tinham-na beijado, abraçado; mas essa dor que corroia seu interior nunca se foi. Não mais que a desconfiança.

Ela estava disposta a pôr suas economias de toda a vida no fato de que muito provavelmente fosse a única virgem de vinte e oito anos de existência, da nação.

Deteve-se no espelho de corpo inteiro do quarto e se olhou fixamente. Seu nariz era reto, sobrancelhas arqueadas. Seus olhos ligeiramente caídos, seus lábios um pouco exuberantes. Seus seios não eram pequenos, mas não eram muito grandes. Eram proporcionais ao seu corpo. Ela era magra, estava em forma. Seu cabelo castanho avermelhado até os ombros era um bonito contraste com seus olhos verde salpicados de marrom e azul.

Não era feia. Jaci não considerava a si mesma bonita, e sim intermediária. Não havia razão para estar passando sua vida sozinha.

Eram seus próprios medos. E o simples fato de que ela estava ainda, inclusive agora, esperando por Cam.

 

Chase estava esperando no vestíbulo do hotel quando Cam transpassou a entrada. O traje negro que seu irmão usava não fez nada para aliviar a aura de poder e perigo que o rodeava. A cruel cicatriz que roçava o lado esquerdo de sua face sem dúvida ajudava à impressão, mas era o gelo verde de seus olhos, os lábios sem sorriso, a expressão que parecia esculpida a partir de experiências que sugeriam o inferno, que o fazia parecer, ainda mais perigoso, pelo que era.

Cam era seu irmão, seu gêmeo. E às vezes Chase se perguntava, se ele sabia quem ou o que era seu irmão. Definitivamente não sabia o que tinha criado o escuro rosto que se aproximava a longos passos para ele.

—Ela não vai apreciar uma visita tardia. — disse a seu irmão quando se dirigiram para o elevador.

—Problema dela. — grunhiu Cam — Roberts me abordou na festa. O maldito bastardo. Deveria estar no cinema em vez do congresso. Sua habilidade em atuar ganha pela merda da sua capacidade para ajudar a dirigir este maldito país.

Chase se contraiu de dor. Cam estava puto. Isso nunca era boa coisa.

—Pegar Jaci de surpresa não vai ajudar. — lhe aconselhou quando as portas do elevador se fecharam atrás deles — Ela é um pequeno demônio quando seu temperamento está acordado, sabe tão bem quanto eu.

E era fogo líquido quando outras partes dela estavam excitadas. Chase podia ainda degustar o xarope doce que tinha fluido de seu corpo, inclusive sete anos depois. E sabia que Cam nunca o tinha esquecido.

—Quero olhos sobre ela vinte e quatro horas do dia. — ordenou Cam — Se Roberts pensar sequer contatá-la, quero saber sobre isso

—Cam, não pode controlar sua vida aqui. — A porta do elevador se abriu.

Quando eles saíram, seu irmão se dirigiu a ele. O gelo verde em seu olhar piscava com uma chama oculta.

A intensidade da cor não era menor a quaisquer que fossem as emoções ou lembranças com que ele lutava. A cor era selvagem, vívida, chocando a Chase como as emoções que pareciam formar redemoinhos bem sob a superfície.

—Não tenho intenção de controlar sua vida. — afirmou Cam — Vou ser a sua vida, Chase. Há uma diferença.

Por um segundo, Chase parou surpreso, olhando as costas de seu irmão enquanto ele caminhava rapidamente pelo corredor à suíte que Ian tinha reservado para a desenhista de interiores.

Cameron nunca tinha reclamado a nada nem a ninguém para ele. Não desde que tinham perdido a seus pais, desde que suas vidas foram ao inferno debaixo do menos que gentil cuidado de sua tia materna à tenra idade de treze anos. Mas agora, estava reclamando a Jaci.

O ouvir reclamar algo, ou alguém agora, foi quase suficiente para lhe fazer perder aquela retorcida expressão de necessidade sobre o rosto de Cam quando se afastou.

Diabos, Jaci não precisava ver Cam assim. Chase não precisava ver Cam assim. Transbordante de fogo e luxúria, e uma necessidade que Chase nunca teria imaginado, enchendo o seu irmão.

—Cam caramba. — murmurou, movendo-se rapidamente atrás dele — Acredita que é um movimento prudente agora?

Cam parou diante da porta do quarto de hotel e olhou a seu irmão com impaciência.

—O que é tão imprudente a respeito disso? —Tinha esperado sete anos para que ela crescesse, para encontrá-los, e agora Chase queria esperar?

—Ela não está exatamente estendendo um convite para ambos. — seu irmão riu — Inclusive disse que deveríamos encontrar a alguém com quem jogar nossos jogos.

— Você a zangou. — Ele levantou sua mão para bater na porta.

—E não vai zangá-la ainda mais? — perguntou Chase, sua voz cheia de uma incredulidade que não tinha sentido para Cam.

Dirigiu-se de novo a seu irmão, olhando-o.

—Olhe, eu te permiti falar com ela em primeiro lugar, permiti-lhe trazê-la ao seu hotel, e olhe onde estamos. Nunca soube como dirigi-la, e não pretendo que o faça. Ela o pisoteia.

Era certo. Chase nunca tinha sido capaz de lhe dizer não. Cam, em troca, pôde e poderia, se isso significasse protegê-la.

—Sim, mas se sente, fodidamente, bem quando Jaci o pisoteia, homem. — Ele sorriu, a diversão transformando sua expressão e enchendo seus olhos com uma alegria que, frequentemente, fazia Cam parecer mais estranho que nunca.

Seu irmão tinha mantido esse sentido de diversão e prazeres travessos, enquanto que esse sentido tinha sido separado de Cam, separando-se como carne dos ossos.

Cam ignorou os protestos e a risada, voltou-se para a porta, e golpeou contra ela imperiosamente.

Permanecer longe dela na festa tinha sido um ato de esforço sobre-humano. Ainda não podia acreditar que tinha conseguido. Esse vestido negro de bruxa, aberto até a coxa, o fogo em seu cabelo castanho avermelhado, a expressão de busca em suas feições de fada enquanto olhava fixo ao redor da sala, como se procurasse a alguém. Queria pensar que ela estava procurando a ele, porque estaria maldito se tinha olhos para alguém mais que para ela.

Um segundo mais tarde a porta se abriu. Seus olhos encontraram os dela, e ele soube nesse momento que o passado se desvaneceu entre eles, sete anos que nunca existiram, e era a noite em que a havia trazido para seu lar, depois da festa. Seus olhos olhando-o fixamente naqueles momentos finais de conhecimento, confusão, paixão e luxúria, e o medo de uma jovem mulher.

Não havia medo em seus olhos agora. Havia excitação. Pôde vê-la nela. Na forma em que se inclinou contra a porta, olhou aos dois, e sacudiu a cabeça como se duvidasse, agora que o momento estava aqui, sobre o que se supunha a fazer.

Cam cruzou os braços sobre seu peito, consciente de Chase balançando-se sobre seus calcanhares ao seu lado, um sorriso diabólico em seu rosto quando Jaci o olhou.

—A que devo a honra desta pequena visita? — Rouca e doce, sua voz prometeu prazeres que torturavam suas mais vívidas fantasias, acordado e dormindo.

Ela estava vestida com nada mais que um comprido e sedoso penhoar. Teve que apertar seus dedos dentro em um punho para evitar tirar-lhe e despi-la, justo ali na porta.

—Realmente quer falar disso no corredor? — perguntou.

Ela o olhou e ao Chase de novo. Algo que fez Chase, o maldito maníaco, teve seus lábios tremendo com diversão.

Virou-se a tempo de flagrar seu irmão abaixando sua cabeça e esfregando sua mão ao redor da parte posterior de seu pescoço. Chase não precisava fazê-la malditamente rir. Tudo o que tinha que fazer era sua parte. Estar aqui, ajudar ao Cam a manter sua distância emocional, enquanto, eles a voltavam louca de prazer.

—Bem. — Ela respirou lentamente antes de mover-se e abrir a porta por completo — Entrem, estava, justamente, tomando uma taça de vinho e pensando em idiotas. Você encaixaria perfeitamente, Cam.

Maldição, não tinha mudado tanto como tinha temido.

Entraram na espaçosa sala de estar, enquanto ela deslizava com todos aqueles agraciados movimentos que as mulheres fazem quando caminham de um lado a outro. Mas ela o fez melhor que qualquer outra mulher que tivesse conhecido.

—A suíte é bonita. — comentou Chase, limpando sua garganta enquanto olhava a Cam e a Jaci.

Ela levantou suas sobrancelhas surpresa.

—Tem muito bom gosto, Chase. Sempre disse isso sobre você.

—A maioria das mulheres. — Sua presunção ia pôr nervoso ao Cam a qualquer momento.

Jogou em seu irmão um duro olhar de advertência e só recebeu uma risada em troca.

Jaci recolheu seu vinho enquanto se sentava no canto do sofá e os olhava fixo. Ela sabia. Ele olhou seus olhos, viu a piscada de seu olhar, e soube que ela sabia exatamente por que estava ali.

Estava-o comendo vivo. Durante anos, a lembrança daquela única noite tinha sido como um lento câncer, destruindo sua mente. Havia fodido a outras mulheres. Tinha-as tomado, tinha dançado com elas, teve pouca conversação. Mas Jaci sempre esteve ali. Sua risada, seu sorriso, o calor de seus beijos, o choque em seus olhos quando se deu conta de que Chase era o homem entre suas pernas, lambendo com ambicioso abandono enquanto Cam enchia sua boca com seu membro.

Aquela lembrança tinha o poder de destruir seu autocontrole em qualquer momento que aparecia.

—E o que diz a respeito de mim? — Cam não pôde evitar a pergunta. Por um momento, só um momento, comeram-no os ciúmes. Ele não precisava de Chase flertando com ela, lhe mostrando tudo o que Cam não era.

Ela se dirigiu a ele, e o que brilhava em seus olhos acalmaram o ciúme, a ameaçadora ira.

—Que você é o idiota. — assinalou com zombadora convicção.

E pela primeira vez, Cam quase sorriu. Porque não quis dizer isso. Pôde ver o fino tremor em suas mãos quando atraiu o copo de vinho aos seus lábios. O palpitar de seu pulso pulsando fora de controle contra seu pescoço. E aquele rubor. O golpe de cor em seu rosto, que indicava excitação, antecipação e curiosidade.

—Sempre disse isso sobre ele, também. — lhe assegurou Chase caminhando para o bar do outro lado da habitação, para servir um uísque — Eu sabia que era uma menina inteligente, Jaci.

Cam encolheu os ombros dentro de seu terno e se arrancou a gravata. Seus olhos nunca o deixaram. Apertava seus dedos ao redor do copo de vinho e sua língua acariciava seus lábios nervosamente.

—O que aconteceu a sedução? —perguntou finalmente, quando escutou o palavrão murmurado de Chase do outro lado da habitação.

—Sabia que estávamos aqui em Alexandria? — Cam lhe perguntou então.

—Sabia.

—Sabia que trabalhamos para o Ian?

Ela inalou torpemente.

—Não até esta noite.

—Tem idéia do muito que a desejo, Jaci?

Estava se queimando vivo por ela. Seu membro estava tão duro, que se perguntou se poderia sobreviver sem fodê-la neste momento, ou se poderia viver outra noite de masturbação e de necessidade do contato de seu corpo, tanto que a necessidade era quase violenta.

—Como já disse o que aconteceu com a sedução?

—É algo no que ele nunca foi bom. — Chase lhe respondeu então — Se não se lembra, eu sou o bom tipo, ele é o companheiro.

Ela olhou ao Chase antes de voltar lentamente seu olhar ao Cam.

—Nunca foi o companheiro.

A satisfação surgiu dentro dele. Todo mundo sabia que Chase era o único com o papel de simpático e encantador.

Convencia às mulheres que necessitavam a ambos os irmãos de uma vez, enquanto Cam observava, esperava, e se unia a seus prazeres, logo as deixava com as manobras simpáticas de Chase, uma vez que o jogo na cama estivesse terminado.

—Assim, aparece em meu quarto de hotel e me imagina deitada aberta a mercê de suas paixões?

Ela arqueou uma sobrancelha maliciosamente, mas seus olhos verdes e marrons, com toques de azul, estavam obscurecidos com o pensamento.

—Chase a pode seduzir, se isso for o que necessita em primeiro lugar. —Teve que apertar os dentes com o pensamento de esperar. Ele precisava estar dentro dela. Agora. Fodê-la profunda e sedutoramente.

—E o que fará enquanto me seduz?

Seus mamilos estavam duros. Pressionavam contra o material de seda de seu penhoar, firmes picos de excitação.

—Olhar. —Sua voz soava mais forte, mais gutural que o que nunca se ouviu — E me voltarei louco por você. Recordarei a visão da cabeça de meu membro enterrada entre seus doces lábios, e o prazer em seu rosto enquanto meu irmão lambia a nata mais doce no mundo. E me voltarei louco, porque nesse exato instante, nada no mundo é tão importante como me enterrar dentro de você.

Seu rosto se ruborizava enquanto ele falava. O pulso a um lado de sua garganta subiu de ritmo e seus olhos se alargaram, quase aturdidos, quase seduzidos.

—Mas tem que ser com ambos?

Tinha que ser. Não podia aceitá-lo de nenhuma outra maneira. Com qualquer outra mulher, teria estado condenado se lhe importava; de qualquer maneira que a fodesse estava bem. Mas com esta mulher? Esta mulher tinha o poder de destruí-lo, e sabia. Tinha que ser com ambos de uma vez, porque era a única forma de reclamá-la e ainda manter algo de si mesmo.

—Jaci. — Não havia maneira de explicá-lo, mas muitas que desejava lhe demonstrar— Isto te dará mais prazer do que possa imaginar. Juro-lhe isso.

Não era suficiente. Não era suficiente para qualquer mulher, e ele sabia. Chase lhe tinha advertido meses antes que não seria suficiente para ela agora, mais do que tinha sido antes.

—Passaram sete anos desde que o vi, Cam. — sussurrou ela então, levantando-se enquanto sua expressão se voltava de repente sombria — Não somos as mesmas pessoas de antes. Não pode esperar que salte à cama com você.

Tinha esperado isso. Sabia que para ela isto não era fácil, não era o tipo de mulher que tinha relações sexuais sem compromisso. Mas ele não era qualquer homem, tampouco. E sete anos eram sete anos muito compridos, com esta necessidade pulsando dentro dele.

—Então me deixe que faça a prova de deslizar completamente meus dedos. — afirmou enquanto se movia para ela, vendo-a ficar rígida, vendo seus olhos dilatar-se e obscurecer-se — É minha Jaci. Se olhe. Ainda me deseja, tão malditamente, como eu a desejo. E desta vez não a permitirei escapar de mim.

—Cam. — A voz de Chase era um protesto longínquo.

—Tudo o que tem que fazer é dizer que não. — lhe disse, suas mãos acariciavam seu rosto, sentindo o calor e a seda de sua pele enquanto apoiava seu corpo contra o seu — Só diz não, e eu paro.

Separou seus lábios e ele os cobriu. Imaginava que ela estava separando-os por seus beijos, mais que para sussurrar aquela odiosa palavra, e no momento, fundiu-se com ele.

Cam sentia sua luxúria voar para suas bolas quando seus lábios se abriram. Ela tremia, como quando era virgem, sete anos antes, esperava com antecipação quando o olhava fixo nos olhos e espremia seus lábios com seu beijo.

Não a devorava, embora Deus soubesse que ele queria. Necessitava. Ele deixou sua língua lamber sobre seus lábios enquanto seus braços a rodeavam, colando-a a ele. Tocou-a como necessitava.

Não havia nada comprado com os lábios de Jaci. Ela beijava como uma desenfreada. Como se fosse viciada em seus beijos, ao golpe de sua língua. Tomou a sua como uma mulher a beira do desespero. E adorou.

Primeiro voltou a viver debaixo de seus lábios, era como uma degustação de fogo e chuva. Levantou suas mãos a seus ombros, suas pequenas unhas pressionaram na malha de sua camisa, tremendo em seus braços.

Tinha tremido como a última vez. Parte pelo temor e parte pela emocionante excitação. A intensidade perversa queimava dentro dela enquanto se elevava contra ele, forçando-o a mais. Sabendo que ele tinha mais para lhe dar.

E ele tinha muito mais. Baixou suas mãos por suas costas, apoderou-se de seu doce traseiro, e a levantou ao berço de suas coxas.

Estaria condenado se lhe dava uma oportunidade de dizer não. Já o doce sabor dela estava penetrando seus sentidos, queimando completamente seu sistema nervoso.

Estava se queimando por ela, acordando agora a todos os matizes de seus gemidos sob seus lábios. À sensação da curva de seu traseiro, ao toque de sua coxa contra a sua.

E Chase movendo-se atrás dela.

Ele podia sentir a seu irmão vindo a ela enquanto ele saboreava seu sabor, seu tato.

Podia sentir a incerteza de seu irmão. O vínculo de gêmeos que uma vez tinham compartilhado esteve ausente por mais de vinte anos. E isso foi culpa dela. Mas ainda podia sentir a incerteza de Chase e em algumas ocasiões seus pesadelos.

Não havia pesadelos agora. Ele não ia permiti-los para qualquer um deles.

Agora, só havia prazer.

—Não diga não. — levantou seus lábios dos dela, seguindo o rastro por seu queixo. Ela inclinou para trás sua cabeça quando ele desceu por seu pescoço — Simplesmente sente. Vamos lhe seduzir juntos. Sete anos. Sete anos de merda, Jaci, e morro por você agora.

Era um desejo. Um vício. Como se sua mente e seu corpo tivessem reconhecido a falta de um componente para sua vida. Jaci estava faltando. E a necessitava neste momento, dolorido com o desespero de um drogado.

Atrás dela, Chase pressionava mais perto, deslizando suas mãos ao cinto da bata, desfazendo o nó e soltando-o.

—Não, significa não. — Chase lhe sussurrou em seu ouvido, e Cam o odiava por inspirá-la inclusive a considerar dizer aquela odiosa palavra.

—O que consigo com não? — sua cabeça caiu para trás até que descansou no ombro de Chase e Cam olhou, seus corpos enlaçados firme, seu membro palpitando em agonia enquanto a seda da bata se abria, revelando seios perfeitos, doces e escuros mamilos, e mais abaixo, entre as coxas magras e deliciosas, um pequeno triângulo de cachos de puro fogo.

Antes que seu irmão pudesse convencê-la a dizer não, Cam a estava degustando. Estava lambendo-a.

Estava curvado, pulverizando beijos ao longo de seu torso, de seu pequeno ventre, caindo de joelhos enquanto uma mão se cavava no interior de suas coxas e levantava sua perna sobre seu ombro.

As mãos de Cam estavam tremendo, agora. Inferno, suas mãos não tinham tremido desde os quinze anos de idade. Mas estava tremendo agora, enquanto separava suas dobras orvalhadas de doce xarope que ocultavam a deliciosa carne.

—Cam. — Sua voz era incerta, um pouco atordoada.

Ele olhou do doce tesouro para vê-la escorada contra o peito de Chase, as mãos de seu irmão provando seus seios e seus lábios em seu ombro.

—É tão fácil. — sussurrou ele — Só sente o prazer. Isso é tudo, Jaci. Deixe-me te amar. Me deixe a amar da única maneira que posso.

Quanto tinha revelado naquelas singelas palavras? Jaci sentiu um soluço alojar-se em sua garganta, sentiu a dolorosa e repentina necessidade de conhecer Cam, exatamente, como era neste momento. Tomar o que queria lhe dar.

—Está bem. — Chase sussurrou em sua orelha, uma suave carícia de fôlego mal escutada — É só Cam, Jaci. Prometo-lhe isso. É só Cam te amando.

Ela tremia, fechou seus olhos, escutando em sua voz algo que precisava saber. Seu coração sempre tinha pertencido ao Cam, não o podia compartilhar. Não podia imaginar-se abrindo parte dele para outro homem.

Então não podia imaginar-se nunca refletindo sobre um pensamento são de novo. Ela retrocedeu quando a sensação cortou sua respiração desde seus pulmões e o prazer se voltou um chicote de intensidade que ameaçava romper.

Sentia Cam lambê-la. Sua língua pressionava na estreita racha de sua vagina, lambia e fazia círculos no clitóris, e a teve gritando na forte onda de sensações que a rasgavam.

Recordava a Chase lambendo-a ali. Recordava sua língua, suave a saboreando. Cam saboreava, mas ele tomava e dava com uma força que a deixava estremecendo-se. Devorava como um homem faminto pelo sabor. E, a sua vez, levava vacilação e dúvida a sua mente.

Ela sempre se perguntou o que a tinha afastado. Agora o estava averiguando. Isto. A boca faminta de Cam aprofundando em sua vagina, seu corpo dobrado, até que pôde trabalhar a língua na estreita abertura de sua vagina, conduzindo-a com duros e destrutivos impulsos.

—OH, Deus! — Suas mãos estavam entrelaçadas em seu cabelo, sua cabeça pressionando no ombro de Chase enquanto os dedos dele puxavam seus mamilos. Atormentadores golpes de prazer e dor corriam das duras pontas até seu útero, combinando com os dedos de fogo e a quente sensação rasgando sua vagina.

Ela mesma se levantou contra eles, seus quadris retorcendo-se contra o agarre que Cam tinha sobre ela, tentando trabalhar mais profundo naquela golpeada e quente carne dentro dela.

Estava lambendo seu interior.

Estava lambendo-a. E Chase, diabólico e perverso Chase, com hábeis dedos estava provando por trás, um dedo da mão entrando, penetrando-a facilmente enquanto ela se esticava, precisava gozar. O empurrava com tanta doçura que os movimentos estavam quase perdidos em meio da violência do prazer da maldita língua de Cam.

—Não posso... — Sua cabeça golpeou sobre o ombro de Chase.

—Tão fácil carinho. — sussurrou Chase, sua voz áspera e cheia de fome — Só toma o prazer.

Seu dedo escorregou livre, fora, e logo lentamente empurrou de novo. Mas desta vez, era mais selvagem, mais quente. Não um dedo, e sim dois, pulsando dentro dela, facilitando dentro do canal, provando enquanto Cam a lambia e devorava.

Sentia prazer e golpes de prazer-dor. Sentia a sensação de dedos de fogo percorrendo seu corpo, e perdeu seu fôlego quando os dedos de Chase se afundaram dentro dela lenta e facilmente.

—Cam. Oh, Deus. É muito. — Ela estava lutando para manter sua prudência. Só um pouco de prudência era tudo o que estava pedindo para não perder-se. Só um pouco.

Mas não estava acontecendo. Sua língua empurrava duro e profundo, retirava-se e logo empurrava com força dentro uma vez mais, estava perto de seu orgasmo. Os dedos de Chase deslizavam livres, pressionavam descarados, o agarre sobre ela mais apertado, trabalhava dentro de seu traseiro com o mais suave movimento, experiente, conhecedor.

Ele sabia como fazer isto. Este não era um homem tão somente para a viagem. Ele sabia que, diabos, estava fazendo e como fazê-lo. Como rebater a cada toque, cada golpe que Cam dava e como mesclar o prazer e a dor até que não havia pensamentos, nenhum pensamento de dúvida em seu interior?

—Tenho-a. A sustentarei, Jaci. — Chase mordiscou seu ombro, sua voz grossa agora, a sensação de seu membro queimando em sua parte baixa das costas.

Estavam nus? Ela olhou piscando ao Cam para ver sua camisa ir-se, como suas calças. Uma mão agarrada ao seu quadril, a outra a seu membro. E isto era muito perverso. A vista disto, era muito para suportar. Nesse momento, ela reconheceu, a prudência estava indo longe.

 

Ela gozou em sua boca. Cam sentiu sua buceta crispar-se, convulsionar e, continuando, mais de sua doce nata suave e quente escorregou em sua língua e lhe deu outro vício. Algo mais sobre ela para desejar. O sabor do seu orgasmo, como o néctar, sutil e cremoso, destruindo seus sentidos.

Tinha sido condenado se ele ia gozar em sua própria mão desta vez. Não ia fode-la de pé, como se isto fosse tudo o que necessitasse dela. Não o era. Não, de maneira nenhuma.

Ele levantou a perna de seu ombro, consciente de que Chase retirou lentamente os dedos desse doce traseiro.

Ela estava fraca entre eles, olhando-o de novo com algo parecido ao choque.

—Vem aqui, neném. — Ela era dele.

Levantou-a em seus braços e caminhou para a porta aberta do dormitório.

A cama estava atrás, mas Chase entrou na frente deles, arrumou a cama, e pôs o tubo de lubrificação que Cam tinha entregado antes, na mesa ao lado da cama.

Diabos sim, veio preparado. Ele queria tudo dela. Esta noite, ela seria fodida de formas, que não podia ter imaginado.

Recostando-a na cama, Cam desceu sobre ela, tomando outro dos quentes e destrutivos beijos dela.

A sensação disto se afundou nele. Seus braços envolvendo seu pescoço enquanto ele se moveu até que deitou entre suas coxas, uma perna situada em cima da sua, abrindo-a, revelando-a ao homem atrás dela.

Queria que isto fosse fácil para ela. Esta primeira vez com ambos. Ele queria o grau máximo de prazer para ela.

Jaci os sentiu, quase como se Chase fosse uma extensão de Cam, movendo-se a seu redor. O peito de Cam contra sua mão enquanto ele a beijava, seu cabelo em seus dedos, enquanto ela lutava por algo para conservar.

E atrás dela estava Chase.

Ela gemeu contra o beijo de Cam, quando sentiu as mãos calosas e duras separar as bochechas de seu traseiro e um segundo depois, a língua de Chase.

Ele a lambeu desde sua vagina à entrada de seu traseiro. Passando sua língua sobre a tirante e apertada entrada, logo pressionava contra ela.

Sua perna estava levantada contra a coxa de Cam, seu membro pressionava em seu ventre enquanto a sustentava.

Ela gritou em seu beijo, mordiscando seus lábios. O prazer selvagem e furioso se rasgou através de seu corpo e a levou sobre a língua invasora.

Ela necessitava. OH Deus, ela não podia acreditar que necessitava isto. Não isto. Não algo selvagem e profundo que o estreito canal que nunca conheceria o toque. Que nunca poderia ter a largura da espessura do membro de um homem.

—Fácil. — grunhiu Cam contra seus lábios — Me olhe, Jaci. Só me olhe, neném.

Ela obrigou a seus olhos a abrir-se.

—Cam. —Ela estava assustada, impressionada. Estava se queimando por dentro e não sabia como retirar-se, como controlar a intensidade do prazer.

Atrás dela, Chase levou sua língua dentro de seu traseiro abrindo-o enquanto Cam impulsionava os dedos em sua umedecida buceta. Suas unhas se cravaram nos ombros de Cam e ela não podia ajudar a empurrar de novo, levantando a perna, abrindo-se.

—Não pare. — Estava parando. Chase estava se retirando enquanto Cam sustentava sua cabeça no lugar permitindo voltar-se ao Chase — Não deixe que pare.

Ele estava debaixo dela, como colher ao seu redor quando eles moveram suas pernas, pressionando suas costas, e ela sentiu a cabeça do duro membro de Chase contra essa pequena abertura.

Ela lutou por respirar, para pensar. Tinha pensado sobre isto ela?

—OH, Deus. OH, Deus, Cam. — ela gritou para ele enquanto sentia a lenta, muito suave penetração — Ajude-me, Cam.

Seus lábios cobriram os dela de novo. Seus dedos deslizavam nas banhadas dobras de sua vagina, e uma mão dura, que não sabia de quem era, levantou sua perna mais alto.

Chase trabalhou sua ereção dentro dela lentamente. Pressionando, penetrando, logo retirando-se, fodendo-a em medidos golpes lentos até que gritava em abandono contra os lábios de Cam, e sentia o impulso firme que alojou a grossa e pesada longitude de carne em seu interior.

—Malditamente perfeito. — grunhiu Chase — Tão doce e firme. Estreita como um sonho.

Os lábios de Cam abandonaram os dela. Atrás, agasalhado em seu interior até o talo, muito cômodo nas profundidades de seu traseiro, Chase se deslocou, arrancando um gemido dela quando girava brandamente, sua perna levantada, deixando a dolorida carne de sua buceta vulnerável.

—Me agarre, bebê. — Cam se colocou ao seu lado, pressionando mais perto, e colocando a cabeça de seu membro em sua buceta.

Jaci o olhava em estado de choque. Ela não sabia o que tinha esperado, mas não isto, ainda não. Ela deveria lhe dizer que não teve outro homem? Os brinquedos não contavam? Tinham contado quando tomou sua virgindade, com eles, supunha-se.

Então não pôde pensar mais. Estava empurrando, queimando-a, estendendo-a, fazendo-a encaixar em torno do membro de Chase, mais apertada, quase dolorosamente mais apertada.

—Jaci, maldito paraíso. — ele grunhiu, olhando seus olhos, sustentando seu olhar enquanto ela o olhava com olhos dilatados e obscurecidos enquanto a tomava — Muito doce.

Ele gemeu, seus quadris se deslocaram, retirando-se antes de pressionar para frente de novo.

Parecia interminável. Tendo-o em incrementos lentos, ouvindo os gemidos de Chase em seu ouvido quando Cam golpeava dentro dela, retirava-se, golpeava um pouco mais profundo.

Cada medido impulso intensificava o prazer-dor e a lançava mais alto dentro da voragem de agônico êxtase.

Não havia uma clara linha divisória entre as sensações. Não havia forma de diferenciar.

Surgiu a meio caminho e ela se sentia desentranhar. Apertados espasmos agitavam através de seu corpo quando gozou, as unhas cavadas em seus ombros enquanto escutou a ambos amaldiçoar.

Chase estocava atrás dela, cravando seu membro mais profundo dentro de seu traseiro. Cam empurrava na frente, seu membro entrando na apertada carne de sua buceta e empurrando mais profundo. Lançando-a mais alto.

—Fique quieta. — As mãos de Cam sustentavam seus quadris quando se deu conta de que estava retorcendo-se, sacudindo-se, tentando forçá-lo a tomá-la.

—Não. —Ela ofegou com a força do prazer correndo dentro agora — Agora. Faça. Tome agora.

—Jaci, por favor, Deus. — grunhiu Cam, seus quadris quietos enquanto ela se ondulava entre eles — Só um minuto bebê. Fácil. Tomarei fácil.

Seus olhos abertos queimavam. O suor corria em riachos por seu rosto. Ela podia sentir o suor de seu próprio corpo, e o de Chase quando ele mordeu seu ombro de novo e grunhiu asperamente.

—Agora.

Seus olhos se entrecerraram.

—Foda-me agora, me ajude, ou o farei pagar por isso. Juro-o. Caralho. Sempre faz isto. Sempre me faz esperar.

Ela gritou. Ampliando seus olhos, faíscas estalavam diante de seus olhos e ouviu um grito masculino rasgado.

Chase ou Cam, ela não estava segura.

—Mais. — Ela estava chorando, mendigando. Não tinha tudo dele ainda. Ela não se queimava o suficiente ainda.

Eles trocaram de novo, empurrando-a mais perto do peito do Chase enquanto ele se dobrava. Chase estava quase sobre suas costas agora, debaixo dela, sua perna estendida sobre suas coxas enquanto Cam vinha sobre ela, apoiando seu cotovelo na cama, agarrou seu quadril e se moveu. Duro. Rápido.

Seus olhos voaram abertos, olhando-o. Eles estavam vivos agora, selvagens, quentes e profundos.

—Você gosta? —Sua voz era áspera, exigente.

—Mais. — Ela estava gritando, rogando, olhando fixo dentro do vivido verde de seus olhos, mergulhando neles, imaginando que o sentia em sua alma, inclusive quando o sentia em seu corpo.

Empurrou contra ela. Um lamento passou por seus lábios enquanto ele pressionava mais profundo, empurrando e golpeando duramente seus quadris, com um grito estrangulado e um impulso, ela o sentiu. Sentiu tudo dele, estirando-a, queimando-a.

E estava gozando de novo. Estava apenas ligeiramente consciente da difícil e coordenada condução de golpes dentro de seu corpo agora. Chase e Cam se moviam como uma unidade, tomando um quando o outro se retirava, dando um quando o outro retrocedia. Dentro e fora, acariciando e empurrando, queimando e estendendo quando seu orgasmo fundiu sua mente.

Seus olhos bloqueados em Cam. Olhava-a, sua expressão deformada, ouviu Chase grunhir atrás dela seu orgasmo. Mas dentro de sua buceta sentia o gozo de Cam. Sentiu os quentes jorros de sua semente, o palpitar de seu membro, a carne sacudindo-a enquanto ela se dissolveu outra e outra vez, olhando-o, sentindo-o, e perguntando quanto dela ele possuía agora.

Cam tomou o que tinha sido previamente responsabilidade de Chase com suas amantes, e limpou o suor e o sexo do depravado corpo de Jaci.

Ela murmurou, sonolenta, um par de vezes, mas dormiu novamente, enquanto ele agasalhava as mantas a seu redor e a olhava em silêncio.

—Não usou uma camisinha. — A voz de Chase era de desaprovação e mesclada com ira — Que diabos passou, Cam, para esquecer algo tão malditamente importante?

Seu olhar queimava enquanto respondia, com ira e irritação.

—Estou limpo, Chase. Nós dois estamos. E ela está também. — Ela estava protegida. A investigação que havia feito sobre ela por causa do clube tinha conseguido todo tipo de informação interessante. Ainda, havia muitas perguntas, e insuficientes respostas, mas não havia chance de qualquer risco, para qualquer um deles. Ela estava tomando pílula para controle da natalidade, não houve informe de amantes recentes. O risco era mínimo.

—Esse não é o maldito ponto. — Chase grunhiu — Filho da puta, às vezes, acredito que perdeu sua maldita mente.

Ele empurrou seus dedos através de seu cabelo, a satisfação empurrando para a beira do esgotamento e o fazendo sentir mais cansado do que esteve nas noites passadas.

—Possivelmente a tenho. — Por último, deu de ombros — Cuida-a esta noite. Diga a ela que a verei quando chegar a casa dos Sinclair amanhã.

Chase o olhou com total incredulidade.

—Está brincando? Caralho Cam, não pode simplesmente deixá-la ou algo parecido. Não é um dos pequenos brinquedos para você foder e largar. Ela vai chutar seu traseiro.

Sim, ela o faria. Ela ia estar mais raivosa que o diabo.

—Cam, isto a machucará. É isso o que realmente quer? — Chase perguntou, quando Cam voltou a cabeça da sala de estar.

Parou, seus dentes apertados. Não podia machucá-la. Estando longe dela, poderia tratar com isso.

—Dormirei no sofá. —Sacudiu a cabeça, mas não se voltou para seu irmão ou para a visão da mulher que atormentava seu coração.

Pela primeira vez, o pensamento de Chase acariciando seus braços e reconfortando as suas amantes depois do sexo o incomodou. Assim como o pensamento dele limpando o doce corpo de Jaci depois, lhe tinha incomodado.

E não podia evitá-lo. Andou até a sala e tirou suas calças antes de sentar-se no sofá e inclinar sua cabeça contra o respaldo.

Ali, olhava ao teto, mas viu as sombras do passado e não podia voltar para aquele dormitório.

A luz da outra habitação piscava e ouviu o silencioso som da voz de Chase reconfortando-a enquanto se encontrava naquela cama de casal com ela.

Nunca tinha lamentado não compartilhar a cama com uma amante, até esta noite.

Olhou o sofá e exalou cansativamente antes de estender-se. Ao menos era o suficientemente largo, o suficientemente cômodo. Pela quantidade de dinheiro que Ian estava pagando por esta suíte, seguro como o inferno que teria que ser.

Mas, de todos os anos estendidos atrás dele, de todas as amantes que tinha conhecido, nenhuma se comparava com Jaci ou com a intensidade do prazer e a satisfação que sentia agora.

Tinha esquecido a maldita camisinha. Não tinha justificativa, e tinha que consertar isso. Mas, Deus, que tinha sido bom. Tão quente e apertado, sua buceta flexionando e ordenhando seu membro até que se derramou em seu interior.

Nunca havia feito isso. Nunca. Inclusive com a primeira mulher que tinha transado, negou-se a fazê-lo desprotegido. E agora, com Jaci, não teve o suficiente juízo para lembrar, de colocar o preservativo, porque não tinha desejado aquele plástico entre eles.

Enquanto olhava para o teto, admitiu para si mesmo que já havia muitas barreiras entre eles para suportar mais aquela.

Aquele único prazer, a diferença de tudo que ele tinha conhecido em sua vida, era um ao qual nunca queria renunciar.

 

Jaci chegou à mansão Sinclair às dez em ponto da manhã seguinte, segundo as informações de Courtney, tão furiosa com Chase e Cam que mal podia respirar. Cam esteve notavelmente ausente quando ela despertou. Podia ser que também tivesse estado sozinha na cama, porque Chase estava em um lado enquanto ela dormia no outro. E Cam? O bastardo. Tinha dormido no sofá. Como se dormir com ela de algum jeito fosse sujo.

Deveria tê-lo conhecido melhor. Sete anos separada deles, e Cam não era exatamente o mesmo.

A cicatriz sobre seu rosto, embora não o desfigurasse, tinha sido o resultado de algo violento e doloroso. Ele tinha mudado. Era mais difícil, mais exigente. E, desgraçadamente, aquilo não fez uma maldita diferença para evitá-lo.

Portanto agora, na manhã seguinte, era com um gosto ruim na boca e na memória dos homens, deixando-a quando ela pediu-lhes para fazê-lo antes de tomar banho, só era mais chato. O fato de que tinha saído do hotel sem café só agravava sua primeira hora da manhã.

O café estava esperando no solárium, assim como a delicada confeitaria do café da manhã.

Courtney estava sentada na mesa redonda, a luz do sol caindo ao redor de seu comprido cabelo castanho, sem maquiagem, ela não o necessitava e estava ainda envolta em uma saída de banho. Parecia um sonho, um gato preguiçoso tirando uma longa sesta. O qual não surpreenderia a Jaci. Courtney tinha sido conhecida por suas tardes de sestas antes de casar-se com Ian Sinclair.

—O café tem cafeína e os bolos são para morrer. — A outra mulher reprimiu um bocejo e piscou voltando-se para Jaci — A odeio por parecer tão bela a esta hora.

Sim, realmente formosa, Jaci pensou com um bufo interior. Cobrir as sombras sob seus olhos e suas pálidas feições enquanto tentava parecer natural não tinha sido fácil. Especialmente tentando fazê-lo enquanto se cruzava com os gêmeos Falladay.

—Courtney, o sol esteve sempre. — assinalou Jaci finalmente enquanto se sentava em frente a sua amiga e provava a deliciosa cerveja servida por um jovem criado para ela.

—Hum. Bem isso é certo. Mas não consigo dormir bem até depois que amanheceu. — Um sorriso curvou seus lábios, satisfeita e cheia de feminino prazer, era toda a chave que Jaci necessitava.

—A festa durou muito, verdade? — Ela pretendia desentender-se, porque realmente não queria ruborizar-se e dar a Courtney uma razão para suspeitar que ela teve sua própria festa noturna tardia, uma que se prometeu que não se repetirá.

—Bom, Ian tem muito a ver com isso. — lhe informou Courtney — Me recompensa por me comportar adequadamente nestas funções. Já sabe, quando tenho que permitir às piranhas como os Roberts sob meu teto.

A voz de Courtney vibrava com asco. Ela sabia dos problemas que teve com os Roberts vários anos antes, durante sua amizade na Inglaterra. Os pais de Courtney tinham contratado Jaci, para redesenhar uma casa de hóspedes, e, também, tinham sido informados dos rumores depois de contratá-la.

Entretanto, Marguerite e Dane Mattlaw tinham deixado de lado a fofoca e deram as boas-vindas a Jaci na sua família.

Sua aceitação e amizade significaram mais para Jaci do que o que ela jamais tinha sido capaz de expressar. Mas agora, como Jaci tinha temido, sua amizade causaria a Courtney vários problemas.

—Adverti-lhe isso. — Jaci apertou seus lábios com a lembrança dos problemas que os Roberts poderiam causar, e deslocado sua atenção de sua fúria com Cam — Não vão parar até que eu vá embora.

—Por que não chuta seu traseiro? — Sugeriu Courtney com um sorriso claramente sanguinário — Puxe seu cabelo e a faça gastar sua fortuna em outro ortodontista, empurrando seus dentes muito brilhantes à garganta. Estaria feliz por você. Estou segura de que posso encontrar o traje adequado para a ocasião.

Jaci teve que sufocar sua risada. Ela tinha medo que Courtney fosse muito séria. Esta era depois de tudo, a mulher que tinha machucado ao assaltante, ela e Sebastián tinha salvado Jaci na Inglaterra. Eles não a conheciam. Tinham ouvido os gritos quando saíam do clube e tinham estado ali, correram a seu resgate.

—Está bem, Courtney.

Courtney franziu o cenho.

—Isto só funciona com Ian, minha querida. Ele tem a recompensa adequada para este tipo de abstinência. Você não.

Jaci sacudiu a cabeça.

—Esta é minha batalha, amiga. O que fizeram depois que fui?

Os lábios do Courtney se afinaram.

Jaci podia sentir seu estômago apertando-se. Sempre faziam algo.

—Não mais do que sempre fazem. Fizeram suas pequenas insinuações desagradáveis como em qualquer festa em que você aparece e sorriram com suas conhecidas caretas superiores. Ian tinha que deixar o Cameron limpar o pó do chão com o bastardo do Richard, como queria fazer.

Jaci respirou ruidosamente.

—Do que fala?

—Ian saiu exatamente quando seu apetitoso investigador Cameron estava preparando-se para seguir ao congressista Roberts ao estúdio. — Courtney sorriu — Ele dissuadiu ao Cameron, é obvio. —sua amiga fechou a cara — Eu não teria tido nem um pouco de preocupação ajudando ao suculento investigador a ocultar o corpo depois de que o matasse, e informei ao Ian disto com todas as letras.

—E nessas palavras exatas. —Ian entrou em passos longos na habitação enquanto olhava a sua esposa com um olhar zombador — Carinho, apetitoso não é uma palavra que deveria estar anexada a meu investigador, sabe.

Courtney sorriu docemente, seus olhos marrons brilhando com amor.

—Não sou cega.

—Sinto muito, Ian. — Jaci exalou ruidosamente — Adverti Courtney sobre isso, quando ofereceu o trabalho.

—Entretanto, você não se recusou a trabalhar. — assinalou.

—Se tiver que recusar todos os postos de trabalho que poderiam me causar problemas, deixaria o trabalho. — ela o olhava friamente — Lhe dei mais que o aviso padrão que dou a qualquer outra pessoa, uma vez que estão associados com os Roberts.

Ian colocou seu próprio café, logo se moveu até a mesa e se sentou perto de sua esposa, olhando Jaci, com seu olhar ardiloso, vigilante.

Vestido com calça negra e uma camisa de seda branca, seu cabelo escuro atirado atrás de seu rosto para a nuca, Ian Sinclair parecia a força dominante mais finamente afiada que ela conhecia.

—Um pouco mais que uma explicação teria sido bom. — sugeriu — É difícil desviar os problemas que eles podem ocasionar sem informação, Jaci.

Bom, essa foi uma das mais singulares tentativas de obter uma explicação, disse-se Jaci.

—Eu não necessito de ninguém para resolver meus problemas. — ela apoiou a xícara sobre a mesa e o olhou aos olhos.

Não era fácil. O olhar de Ian podia ser brutalmente penetrante.

—Parece-me que o faz. — afirmou — Quantos empregos você perdeu este ano por causa deles?

—É por isso que seu depósito é não reembolsável. — Seu sorriso era todo dentes. Não é a primeira vez que estava nesta posição. Não seria a última — Quer que vá, Sr. Sinclair?

Ele apenas a olhava em silêncio, enquanto Courtney o olhava furiosa. Em lugar de causar à sua amiga mais problemas, Jaci decidiu, nesse momento, que deixar este trabalho poderia não ser uma má idéia.

E depois da noite anterior, ela duvidava do cuidado de Chase ou Cam.

Jaci se levantou lentamente, a dor pesava em seu peito, embora mantivesse seu rosto sereno. Independentemente do que tinha ocorrido na noite anterior, não deveria ter sido agradável. Os Roberts, normalmente, atacavam com táticas de guerrilha, mas se Cam tinha enfrentado ao Richard… seu coração deu uma dura, brutal porrada. Se Cam o tinha enfrentado, poderia ter sido pior do que podia imaginar. Não era estranho que ele estivesse tão puto quando chegou ao hotel, ou que não tivesse sido capaz de dormir com ela.

A dor que isto causava era brutal, pisoteando sua alma com pás de aço.

—Ian. — Havia um fio de aço na voz de Courtney, embora seu marido só lhe desse uma cautelosa olhada.

—Courtney, seu marido tem uma empresa para considerar. — assinalou Jaci brandamente— Juro, isto não é um problema.

Poderia ser muito bem sua quebra.

—Posso ir agora, Sr. Sinclair. Como já disse antes, entendo sua posição.

—Eu lhe pedi para ir, Srta. Wright? — exigiu arrogantemente — Acredito que pedi uma explicação em troca.

—E lhe darei a mesma resposta que dei a todos os que pediram essa explicação. No que o acontecido, afeta à forma em que faço meu trabalho? Eu não lhe devo explicações. Tudo o que devo é a opção de rescindir o contrato.

—Sem o depósito? — respondeu friamente.

—Ian, pare. — murmurou Courtney.

Jaci sacudiu a cabeça. Que demônios lhe passava? Por maior que fosse o depósito, eventualmente, não faria uma maldita coisa para deter a queda de sua carreira. Uma vez que tomassem conhecimento de que Ian Sinclair a tinha demitido, ela nunca conseguiria outro emprego que pagasse bem.

—Você terá seu depósito dentro de uma semana, menos os gastos de minha viagem. — ela levantou sua maleta de couro do piso e se voltou, caminhando rapidamente para a porta.

Tinha que piscar evitando suas lágrimas, sua raiva. Isso a estava queimando agora.

—Jaci, espera. — Courtney chamou brandamente, mas sem convicção, como se estivesse duvidando. Todos duvidavam.

Com a cabeça baixa, ela caminhou à porta, e logo golpeou contra uma forma completamente imóvel, impossivelmente dura.

Mãos duras a pararam, apoderou-se de seu braço, agarrou-a mais firme em lugar de empurrá-la a distância, enquanto ela elevava a cabeça e seus lábios se abriram em um grito de ira, talvez de esperança. Até que vislumbrou o gelo em seus olhos, a dura expressão, o fato de que o Cam que tinha conhecido, não existia mais, era só seu corpo. O homem interior tinha mudado.

—Sinto muito. — ela tentou retroceder, para arrancar de si mesma o contato de seu corpo, a tentação, o pesar — Não olhava aonde ia.

—Eu sei. — não a deixava ir.

Permitiu-se apoiar-se nele. Assim como lhe tinha permitido ter seu clímax uma e outra vez, antes de esconder a cauda e correr. Bom, agora podia ver enquanto ela se afastava. Mudou completamente.

—Bom, você é apenas um dos vigilantes. — sua voz estava tremendo enquanto se soltava de seu agarre— Se me perdoa, estava saindo.

—Não, ela não vai.

Sua cabeça se voltou para Ian em estado de choque, apesar de que era consciente dos dedos de Cam curvados ao redor de seu braço novamente.

—Independentemente dos jogos que esteja jogando, não estou envolvida. — disse, com voz fria — Eu não necessito deste maldito trabalho o suficiente para jogá-los.

—Jaci, por favor. — Courtney se aproximou, sua expressão preocupada, enquanto olhava fixamente a Cameron — Há coisas envolvidas das quais talvez não seja consciente.

—Então continuarei desconhecendo. — Ela puxou seu braço, e logo se voltou para Cam quando se negou a liberá-la — Solte meu braço, Cameron Falladay. Nego-me a jogar seus jogos.

Seus lábios apertados. A cicatriz ao lado de seu rosto, roçando sobre sua bochecha, branqueada quando ele a olhava.

—Já perdeu essa opção, então vamos jogar com algumas mudanças. — sugeriu.

Ele a soltou quando ela puxou seu braço. Jaci vislumbrou a surpresa em seu rosto, quando o esfregou e caminhou com passos majestosos através da sala de jantar à sala mais à frente do vestíbulo.

Presa neste trabalho. Entre os Roberts e sua própria debilidade quando Cam estava envolvido, a potencial destruição era muito maior que os efeitos da quebra.

—Srta. Wright. — o mordomo, Mathew, veio do pequeno escritório entre a mansão principal e a ala residencial, sua expressão interrogante — Posso lhe ajudar?

—Necessito um táxi. — disse tentando curvar seus lábios em um sorriso amável, enquanto apertava os dentes— Esperarei lá fora.

Com um olhar surpreendido sobre seu ombro, girou-se para ela.

—É possível que demore mais de meia hora para chegar. — lhe advertiu— Talvez possa esperar aqui dentro.

—Esperarei lá fora.

Caminhou para as portas, só para frear bruscamente quando um braço forte se curvou ao redor de sua cintura, levantou-a do piso, e começou a levá-la para as escadas.

—Esqueça do táxi, Mathew. — ordenou Cam, sua voz fria.

—Deixe-me ir, ou farei com que o prendam por sequestro.

—Pare de me ameaçar, ou a porei sobre meus joelhos e a castigarei. —grunhiu ele enquanto subia as escadas e se dirigia à sala de trás— Vamos conversar.

—Não quero falar com você. —Sua voz tremia de ira e dor— E você e Ian Sinclair podem enfiar este trabalho no… omph. — seu braço apertou ao seu redor só o suficiente para calá-la e deixá-la frustrada, furiosa.

—Não conseguirá me desobedecer, Jaci. — disse ele enquanto caminhava através da sala.

—Que tal homicídio? —Ela chutou suas pernas, só para escutar sua risada quando seus esbeltos saltos se chocaram com um par de duras botas.

Era quase risível. Ela tinha despertado com um entusiasmo que não teve em anos, e agora aqui, a beira da falência e sendo levada através da mansão Sinclair como um cachorrinho com mau comportamento, por um homem que não podia inclusive ter a consideração de ficar em sua cama depois de fodê-la até deixá-la meio morta.

Seu braço flexionado debaixo de suas mãos e o controlado movimento contra suas costas, a asseguravam que seu peso apenas se notava, e que suas lutas não o afetavam em nada.

—Aqui vamos. — Entrando em um ensolarado escritório, fechando e bloqueando a porta atrás deles, logo a sentou— Não se incomode tentando escapar. A porta não se abre sem o código adequado.

Seu olhar voou à porta. Ali, no painel lateral, estava o bloqueio de segurança. Odiava-o. Odiava-se porque ela queria ficar, apesar de querer correr.

—Isto é para crianças. — lhe informou ela, enquanto endireitou a camiseta de verão que usava sobre a banda de sua saia— Me transportar como um maldito saco de batatas. Onde, diabos, consegue seus nervos?

—Em uma caixa de Cracker Jack. —Caminhou através da sala. Estava vestido com calças jeans e uma camisa branca de algodão, seu cabelo negro solto ao redor de seu rosto, esfregando seu pescoço e emoldurando seu rosto escuro enquanto a olhava.

—Agora, o que você diz sobre isso?

Jaci cruzou os braços sobre seu peito e o olhou furiosa enquanto ele apoiava uma perna na no canto da escrivaninha, na beira, e a olhava friamente.

—Então. Roberts? —ele arqueou uma sobrancelha.

Ela rodou seus olhos e sacudiu sua cabeça.

—Vou começar a fazer com que as pessoas me paguem cada vez que me façam essa pergunta. —grunhiu — E já não precisaria trabalhar.

Sua expressão não trocou.

Não havia nada do amante da noite anterior em seu rosto. Este homem era diferente, quase podia pensar, que a paixão e a luxúria que tinham compartilhado nunca teve lugar. E se perguntava se seu coração podia romper-se mais do que tinha rompido sete anos atrás?

—Segundo o congressista, tentou roubar cinquenta mil da escrivaninha do escritório em sua casa. Quando foi capturada, tentou lhe seduzir. Sua esposa andava por aí e a jogou fora da casa.

Em realidade, tinha caminhado entre o congressista, sua esposa, e seu secretário, enquanto os três estavam envoltos em alguns jogos sexuais muito desagradáveis. Couro negro, acessórios, e Rick Roberts em uma muito comprometedora posição.

E tinham acreditado que ela se somaria! Não, eles não só o tinham acreditado, tinham tentado obrigá-la a somar-se. Jaci se manteve em silêncio, olhando-o, negando-se a dizer uma maldita palavra. Ela não se atreveu. Podia sentir a fúria pulsando dentro dele, a ira queimando através de seu sistema enquanto sua essência feminina estremecia de temor, porque o olhar nos olhos de Cam era mortal.

Courtney lhe tinha advertido que Cam foi depois pelo sangue de Richard Roberts. Não podia dormir com ela, mas poderia utilizá-la como uma desculpa para algo sangrento. Só um homem pode compreender a outro, decidiu.

—Estou pedindo sua versão da história, Jaci. — disse.

Tinha caminhado sobre o drama sexual e quase tinha sido violentada. Durante anos depois disso, os Roberts haviam mentido, criando intrigas e conspirado para destruí-la por isso.

—Não há meu lado da história. — respondeu ela finalmente. Tinha aprendido isso desde o começo. Os Roberts tinham golpeado em primeiro lugar e golpeado duro. Tudo o que houvesse dito ou feito teria repreendido como uma mentira.

—Recorda a noite em que lhe disse que mataria por você? —perguntou-lhe ele, sua voz tão perigosamente suave que era quase aterrador.

—Ele não me fez mal. — disse brandamente— E depois da última noite, não tem direito a estas perguntas.

—Então, como o chama, se destruindo sua reputação não está ferida? —Sua cabeça inclinada para um lado, a luz do sol entrando através das janelas atrás dele, acariciando o cabelo tão negro como um corvo que emoldurava suas selvagens feições— E carinho, odeio dizer isso, mas ontem à noite só tive a certeza de que esse bode tem que enfrentar-se comigo. Ninguém golpeia o que me pertence.

Ele era irritante, nada mais.

—Agora, realmente preciso sair. — disse furiosa, antes de ter que brigar por algo mais, tinha que sair dali. — Pertencer a você? Uma merda. Porque, acredite, te pertencer realmente me tornaria uma homicida neste momento.

O olhar que lhe dirigiu estava cheio de irritação.

—É tão teimosa como sempre.

—E você igualmente arrogante.

Ele grunhiu com isso.

—Ian não a despediu.

—Soava-me como um convite a caminhar. —Ela inclinou seu quadril e o olhou ferozmente.

—Era um convite a aceitar uma mão. —Ele suspirou— Nós podemos te ajudar com os Roberts, se puder explicar a situação.

Ela o olhava em silêncio. OH sim, ela só ia explicar— todo o sórdido episódio e vê-lo estripar ao congressista. Sentia-o, mas a idéia de sangue derramado só a punha doente. Poderiam ter sido sete anos antes, mas Cam era o tipo de homem que nunca esquecia uma promessa. Ou uma advertência.

Ele sacudiu a cabeça em silêncio.

—Este trabalho impõe absolutamente alguns segredos que devem ser privados. — finalmente declarou— É seu se o quiser, mas só depois de compreender exatamente o que acontece aqui.

Ele se levantou da mesa e se colocou atrás dela.

Levantando uma pasta, deslizou-a através da mesa de trabalho.

—Lê estes papéis, assine-os, então falaremos.

Ela o olhava em silêncio, dolorida. Onde estava o homem que a tinha beijado? Que se tinha ajoelhado diante dela e dado o maior prazer que tinha conhecido em sua vida?

Caminhou lentamente à mesa de trabalho, recolheu a pasta e a abriu. À medida que lia, ela sacudia a cabeça confusa.

—Um acordo de confidencialidade?

Tipo isso.

Cameron assentiu.

—Antes de assinar, quero que saiba isto: O que você está enfrentando, se fala, não será uma batalha nos tribunais ou uma pena na prisão. É o inferno, pior que os Roberts, que você nunca poderia imaginar te visitando. Você, sua família, cada amigo que tem ou poderia fazer em sua vida, estará sujeito aos mesmos demônios. As pessoas que estará vendo a cara são advogados, médicos, senadores, e o pessoal militar. São membros das organizações que executam tudo, da Nasa até o sistema de amparo social e mais à frente, em todas as nações do mundo.

Ela levantou seu olhar lentamente.

—É isto uma ameaça de algum tipo, Cam?

—É uma promessa.

Inclinou a cabeça friamente.

—Não há segredos de estados, não há ameaças nacionais implicadas, mas os membros do clube são de todos os setores estatais, federais, e de empresas privadas. Há aproximadamente quinhentos membros até a data, embora só uma pequena percentagem está aqui em um momento dado. Pode ver em qualquer momento aos membros. É nosso trabalho assegurar sua intimidade, assim como sua segurança aqui dentro da mansão.

Suas sobrancelhas levantadas. O acordo era que ela entendia as consequências da divulgação de qualquer informação sobre o clube e seus membros, e que as repercussões seriam muito duras.

Seu entendimento era que tinha a opção de ir, ou aceitar a posição, com plena compreensão de fortes repercussões. Na declaração, assinaria que ela entendia que a informação não era ilegal, nem participava de qualquer informação de estado ou de interesse nacional.

—Se não é ilegal, então o que é?

—Assina a documentação. —Ele apontou para o arquivo— Ainda pode sair uma vez que se firme, mas o trabalho não é seu até que haja uma compreensão completa da confidencialidade necessária, e o castigo inerente a rompê-la.

Era bastante simples. Claramente. Deixou o arquivo no escritório, aceitou a caneta, e assinou rapidamente, antes de empurrá-lo de novo a ele.

—Agora, o que é tão malditamente importante a respeito de seu precioso clube?

—É um clube para homens que compartilham a suas mulheres. Suas esposas e amantes. Um espaço seguro, um grupo protegido de homens para escolher o terceiro em suas camas, e para garantir o segredo disso. O clube é um clube de ménage, Jaci, e existe há dois séculos sem detecção. Agora, está tomando o posto de trabalho ou saindo?

Ela o olhava com incredulidade.

—Está mentindo. — Ela não podia chegar a qualquer outra resposta. A idéia de que um, desses clubes, pudessem existir sem que os jornais e as intrigas dos pasquins conseguissem apanhá-los era absurda.

Senadores e a Nasa? Advogados, médicos e pessoal militar? Mais de quinhentos membros e ninguém, filtrou esta informação? Especialmente suas esposas. As mulheres falavam, ela sabia que falavam. Elas fofocavam como o inferno, e para algumas, seus temas favoritos de fofocas eram sua vida sexual, casadas ou solteiras.

—Logo descobrirá. — ele deu de ombros quando tomou o arquivo e o guardou em sua escrivaninha— Não há jogos sexuais feitos no próprio clube. É só isso, um clube, um lugar de encontro, e para muitos, dos membros estrangeiros, muito mais conveniente que um hotel, e muito mais seguro. Dentro de sua posição, entrará em contato com os membros dentro e fora do clube. Não fazemos nada para pôr em risco o conhecimento dos membros, já que muitos têm cargos sensíveis. Eles foram informados do trabalho que estará fazendo e verá algum deles aqui, mas não o mencionará fora do clube. Nem a outros membros ou qualquer outra pessoa. Se fala não posso a proteger, nem pode Ian e Courtney Sinclair.

Era ótimo que ela soubesse como manter a boca fechada.

—Enquanto não me incomodem, não os incomodarei. — respondeu encolhendo os ombros— Mas se eu fosse você, começaria limpando um amplo caminho em torno de mim, porque você e eu, Cam, vamos as vias de fato.

Ele a olhava, escuro, perigoso. Sua expressão era faminta, intensa.

—Eu nunca prejudicaria um cabelo de sua cabeça. — disse— E não há volta atrás, Jaci. A noite passada assegurou isto.

—Nem sequer pôde dormir comigo. — sussurrou ela furiosamente— Despertei sozinha, Cam, enquanto dormia no maldito sofá. Não ocorrerá de novo. — Sua mão se movia furiosamente pelo ar.

Ele se inclinou em sua cadeira e olhou como parava ante ele. A sensação de seus olhos acariciando sobre ela fez com que seu sangue corresse através de suas veias, e não só por causa da ira.

O efeito que teve nela não tinha diminuído. Talvez tivesse crescido ainda mais, porque podia sentir a intenção atrás desse olhar, podia quase sentir sua possessividade da noite anterior, inclusive agora.

—Ainda estou muito duro por você, mal posso caminhar.

As palavras lhe roubaram a força de suas pernas. Apoiou-se na beira da mesa e o olhou enquanto lutava por normalizar sua respiração.

Não podia regular nada. Podia sentir seus seios pesados, e sabia que ele podia ver seu efeito sobre ela.

—Bom, não é tão mau. — cuspiu Jaci amargamente— Olhe, não acredito nos três golpes. Tanto quanto eu sei um golpe e você se foi. Muito ruim, odeio tudo de você, Cam.

Seus lábios separados, suas pestanas baixas enquanto a olhava. Podia sentir a intenção atrás do olhar, e o aviso dos efeitos que aqueles lábios tinham sobre ela. E logo ele sorriu.

—Vou açoitar seu traseiro até que goze. Então doce Jaci, vou saborear-te toda. — prometeu, essa promessa enviou uma chuva de calor explorando através da problemática carne entre suas pernas.

Sentiu a umidade aumentando, seus clitóris inchando-se, inclusive seus mamilos estavam tão sensíveis que mal podiam suportar o sutiã de renda que os cobria.

—Não me faça isto. — sussurrou ela, finalmente, liberando o agarre da escrivaninha e voltando-se — Não pode tolerar nem compartilhar a cama comigo, e eu não posso tratar com isso. Se você alguma vez se preocupou comigo, permaneça longe agora, antes que realmente me faça mal. Por favor, desbloqueie a maldita porta e me deixe sair daqui.

Tocou debaixo da mesa de trabalho, e um segundo depois, o som da fechadura abrindo-se ecoou através da habitação. Sua expressão não tinha trocado, em todo caso, seu olhar era mais escuro, mais quente. Não havia nada frio agora em seu rosto. Era quente com sensual promessa masculina e escura demanda.

Ela levantou sua maleta de onde tinha caído no chão e caminhou rapidamente à porta sobre suas trementes pernas.

—Diga a Courtney que estarei de volta amanhã. —Ela não se voltou enquanto abria a porta destrancada— Adeus Cam.

Deixou o escritório, e segundos mais tarde abandonou a casa. A limusine de Ian a estava esperando lá fora, o condutor lhe abrindo a porta com instruções de levá-la a seu hotel. Era melhor que um táxi.

Entrou no luxuoso veículo e exalou um suspiro tremente de alívio quando a porta se fechou atrás dela. Segundos mais tarde, dirigia-se ao seu hotel, sozinha.

Tão só como tinha estado, e odiando-o mais que nunca o tinha odiado.

—Já sabe, acredito que é o bastardo mais tolo que já vi. —Chase saiu atrás de Cam, olhando a limusine, quando passavam através dos portões, deixando o imóvel dos Sinclair e falando da formosa Jaci Wright.

Chase tinha escutado sua conversa. Era seu trabalho as gravar em cds e assegurar os discos na sala de gravações.

Sem engano, duvidava que qualquer um dos dois fosse consciente do que o disco revelava. Um macho e uma fêmea, cada um comendo ao outro com os olhos, a fome e o tortura refletidos em seus olhares.

Suas expressões tinham mostrado uma variedade de emoções. Altiva frieza, fria arrogância, irritação, excitação e pura raiva. Foi divertido de ver, mas os olhos não tinham trocado.

—Não pedi sua opinião. — murmurou Cam. Chase quase riu da irritação na voz de seu irmão. Havia algumas coisas que nunca mais podiam se dizer de Cam, mas do momento em que eles, pela primeira vez, tinham iniciado o expediente de Jaci, Cam tinha fervido com possessiva fúria de macho.

—A pior coisa que podemos fazer é deixá-la sozinha. —Chase bateu sobre seus calcanhares e viu como a limusine se perdia de vista— Já que está decidido a se frear como sempre o faz, pensei que, talvez poderia continuar com a sedução eu mesmo. Obviamente não tem nenhuma pista.

Cam sentia areia em seus dentes com o pensamento. A expressão de Jaci quando entendeu que se fechou de repente dentro dele, tinha-lhe atravessado a alma como uma flecha. Seus olhos amplos, tão inocentes, tão cheios de dor, como eles tinham estado sete anos atrás, tinham voltado para ele por um momento de descuido. Excitação, dor e a memória do prazer que os tinha vinculado a noite anterior refletidos neles.

—Deixe-a ir por esta noite. — ordenou a seu irmão, um desconhecido pico de possessividade ressoando através dele.

—Às mulheres como Jaci não lhes deve dar muito tempo para pensar. —lhe respondeu Chase— Elas conseguem bizarras idéias, em princípio pensando na proteção de seus corações, e para finalizar, correm. Ela está pronta para correr.

—Ela não vai a nenhuma parte. —Ele iria vê-la.

—Não sei, Cam…

—Vou cuidar disso. — ele não precisava de Chase. Jaci era sua luta e só dele.

—Assim como o fez em Oklahoma? Ou então com fez ontem a noite e esta manhã? —questionou com divertida condescendência em sua voz.

—Disse que ia cuidar disso. — Cam se voltou para seu irmão, apenas restringindo a ira queimando dentro dele.

Chase sorriu de novo. Cam podia ver sua diversão, o fato que sua ira não o incomodava. Não incomodavam muitas coisas a Chase. Ele funcionava com qualquer vida que lhe tocasse, e o fazia com o brilho daquele conhecido sorriso, exatamente o que estava irritando a Cam agora.

—Possivelmente isso é do que tenho medo, irmãozinho, a forma que cuida das coisas. —Chase soltou uma risada— Mas vou deixar-lhe aborrecê-la primeiro. Deixe-a bem zangada, ok? Talvez ela seja receptiva a mim da próxima vez que me ofereça levá-la para casa.

Aquilo realmente não deveria tê-lo zangado, mas o fez. Cam se voltou rapidamente, seus olhos entrecerrados sobre o meio-fio, enquanto, Chase se dirigia de novo à mansão. Seu irmão falava a sério, e Cam sabia.

Faz sete anos, tinha querido a Jaci com a mesma fome que Cam. Entretanto, Chase não tinha conhecido as mesmas emoções, as emoções que Cam ainda tentava ocultar.

Era a Cam a quem ela tinha querido. E ele a tinha querido com uma força que não tinha conhecido antes ou depois, uma força que desatou todos os possessivos e dominantes rasgos que nunca teve problema de ocultar antes.

—Mathew?

—Sim, Sr. Falladay? —Mathew caminhou do interior da casa.

—Tem a um dos meninos para trazer a Harley? E por favor, diga ao Sr. Sinclair que voltarei na manhã.

—Sim, Sr. Falladay.

Alguns minutos depois, um dos rapazes de Ian, empregados para manter espaçoso e sob controle os terrenos trouxe a Harley da parte da trás da garagem com um amplo sorriso.

—Aqui está, senhor. —Parou a moto com reverência e desceu dela— Ela estava toda cheia de gás e outras coisas. Ocupei-me dela esta manhã quando chegou.

A perversa, negra e personalizada Harley era o orgulho e a alegria de cada trabalhador de manutenção da mansão.

Era realmente necessário obter a sua, para manter a raia a luxúria.

—Obrigado, Danny. — respondeu montando escarranchado sobre o assento, agarrou o cabo e acelerou o potente motor.

Segundos mais tarde, estava conduzindo com excesso de velocidade para a Alexandria e a mulher que pensava tinha chegado longe.

  

Jaci entrou em sua habitação com um suspiro de alívio, chutou seus sapatos, e olhou ao redor do elegante salão do hotel.

O sempre presente vaso de flores sobre o escritório. Frescas, é obvio. O mini-bar estava completamente abastecido, a geladeira cheia com uma variedade de guloseimas, todos os gastos por conta de Ian Sinclair, parte de seu pagamento pelo desenho interior da mansão que ele já não chamaria lar, mas sim seria entregue a seu clube.

Bom Senhor, não tinha escutado nunca um sopro de rumor vinculado a ele. Bom, talvez um sopro, vários anos atrás, por uma esposa envolvida em um desagradável divórcio, mas se tinha silenciado rapidamente. Agora ela sabia por que. Se tinha a metade do poder que Cam a tinha advertido, então era o exército. Legendário. Provavelmente perigoso.

Deveria chamar a Ian Sinclair agora e dizer obrigada, mas não obrigada, lhe devolver seu depósito, e voltar para Oklahoma para lamber suas feridas e encontrar outra carreira.

Ela caminhou para o bar. Era só um pouco depois de meio-dia, mas o copo de vinho era muito necessário. Algo para tranquilizar seus nervos e lhe dar a oportunidade de pensar. Ela realmente necessitava uma oportunidade para considerar isto.

Não era de estranhar que Cam e Chase estivessem aqui. Tendo em conta seus gostos sexuais, eles provavelmente não se manteriam fora. Provou o vinho antes de aconchegar-se na esquina do fofo e confortável sofá, onde tentou considerar suas opções. Mas tudo o que podia ver era o rosto de Cam. Seus olhos. A cruel cicatriz que danificava um lado de seu rosto.

O que lhe tinha acontecido? Sabia que eles ocasionalmente se mantiveram em contato com seus pais, certamente lhe haveriam dito se tivessem sabido que Cam tinha sido ferido.

Ou não lhe haviam dito? Seu pai estava esperando quando Cam a trouxe para casa aquela noite, sete anos antes. Tinha olhado seu rosto e a camisa de homem que ela usava, e soube. Não havia dito uma palavra. Tinha envolvido seus braços ao redor dela e acariciado suas costas, e logo a deixou escapar, como ela o tinha necessitado.

Talvez eles não lhe houvessem dito se Cam tinha sido ferido, porque ela teria ido a ele se o tivesse sabido. Cobriu seu rosto com uma mão e exalou cansada. Ela não teria sido capaz de parar. Não importa onde ele estivesse, teria tratado de chegar a ele.

Estava tão fraca no que ele estivesse envolvido agora como esteve há sete anos. A fez desejar coisas que sabia que não podia ter e nem aceitar.

O som de seu telefone celular a tirou de seus pensamentos. Puxando do cós de sua saia, olhou a tela, suspirou de novo, e o levou ao seu ouvido, enquanto respondia a chamada.

—Sim, Courtney? —deveria ter sabido que a outra mulher ligaria. Jaci estava muito agradecida de que Courtney não tivesse vindo até o hotel.

—Está chateada? —perguntou sua amiga cuidadosamente.

Estava chateada?

—Não com você. —Ian compartilhava a sua esposa? Se ele era o proprietário do clube, então não compartilharia os mesmos escuros desejos? Como Courtney dirigia isso?

—Cam disse que você não partiria. Isso significa que estará de volta amanhã?

—Aí estarei. — não soube até aquele segundo, que iria. Não soube a louca que estava, até que essas palavras deslizaram de seus lábios.

—Tomaremos café em meu salão. — lhe disse Courtney brandamente— Podemos conversar.

—Temos que conversar Courtney? —perguntou-lhe brandamente. Neste ponto, não queria falar disso. Se ela falava disso, então tinha que reconhecê-lo.

—Só sobre temas que deseje discutir. — disse Courtney, mas Jaci podia ouvir a pergunta em sua voz.

—Isso funciona para mim, então. — disse a sua amiga alegremente— Nos vemos por volta das dez.

—Jaci, não julgue duramente as coisas que não entende muito. — lhe advertiu Courtney brandamente— Por favor.

Jaci sacudiu a cabeça.

—Eu não julgo a todos, Courtney. Conhece-me melhor que isso. Exceto aos arrogantes, homens superiores. — disse como uma ocorrência tardia— Mas percebi que não os julguei com suficiente dureza.

Courtney viu uma luz, sorriu aliviada.

—Excelente. Terei café esperando e farei com que o cozinheiro nos prepare um pequeno lanche.

Cortando a chamada, Jaci se levantou, terminou o vinho, e se dirigiu à entrada do dormitório.

Quando chegou à porta do dormitório, ouviu a porta da sala abrir-se.

Girando, retornou à sala e olhou surpreendida ao homem que fechava a porta atrás dele, seu olhar no dela, sua expressão dura e fria.

Cam.

—Por que não estou surpreendida? —Ela não o estava. De algum jeito, sabia que ele a seguiria.

Olhou seu marcado rosto, olhos verdes gelo, e sentia a mesma opressão no peito que havia sentido antes. A magra cicatriz branca parecia dolorosa, inquietante.

—Temos que conversar.

—Não veio aqui para falar, Cam. — uma amarga risada escapou de seus lábios— Estou surpreendida de que não tenha trazido Chase com você.

Seus lábios contraídos, seus olhos perdendo seu gélido olhar durante o tempo suficiente para piscar com um aumento de ira. Bem, deixa-o estar zangado! Ela estava zangada também. Não lhe tinha perguntado a respeito de seu maldito clube, não tinha querido saber. E se não tinham a intenção de colocá-la dentro de seus pequenos e sujos jogos, então poderiam, certamente, fazer com que ela não soubesse mais do que sabia quando ela foi contratada para o trabalho.

—Chase está a caminho. — disse encolhendo os ombros, olhando-a atentamente.

—Você, arrogante burro. — ela grunhiu— Me faz só desejar o golpear.

—Não deveria se frear, Jaci, só diga o que há em sua mente. — disse maliciosamente quando passou ao interior da sala.

—OH, acaba de desaparecer. — murmurou ela— Não estou a fim de discutir hoje com vocês.

—Porque a excito? —deteve-se diante dela, olhando-a com intensidade, enquanto ela se negava a retirar-se— Ou porque a machuquei esta manhã? Não quis fazê-lo.

E ele ainda tentava dizer aquilo sinceramente.

—Devido a me incomodar. — disse a ele— E não tem nada a ver com ontem à noite. Ontem à noite foi um engano, e não repito os enganos cometidos. Falou-me como se tivesse me atirado às ruas e tivesse que me ameaçar para ganhar meu silêncio. —Ela sacudiu sua cabeça, infeliz— Deveria me deixar ir. Teria sido mais fácil para os dois.

—Sete anos é muito tempo. — lhe disse enquanto ela girava e se deixava cair no sofá, as pernas curvadas debaixo— Muito tempo para desejar a uma mulher da maneira que desejo a você, carinho. Eu não disse que isto seria fácil. Mas vamos resolvê-lo.

—Não há nada que resolver. — olhava furiosa.

—Não há? —Perguntou, sentando-se na cadeira ao lado do sofá e olhando-a com intensidade— Não confia em mim, Jaci, ou teria me dito o que necessitava saber de Roberts.

Seus lábios se retorceram maliciosamente.

—Portanto, tem que ser como você quer, contra a privacidade? Se houvesse feito seu trabalho corretamente teria sabido que não levo histórias, Cam. Então, por que não discutimos sobre você por um tempo? Despreza a cada mulher que fode da forma em que ontem à noite me desprezou, ou sou simplesmente uma exceção?

—Se houvesse feito bem meu trabalho, teria conseguido identificar a qualquer velho amante também. — afirmou— Mas aqueles não foram localizados, em qualquer caso. E eu não a desprezei.

Seria malditamente difícil identificar um vibrador. Ela manteve seus lábios firmemente fechados, seu olhar fixo no dele.

Estaria surpreso de saber que nunca teve relações sexuais com um homem ou uma mulher? Havia aquela pequena questão de confiança e a consciência de quão facilmente podia sentir-se traída, alcançado em sua suja cabeça muito frequentemente.

Ele assentiu lentamente.

—Vamos fazê-lo a sua maneira, por agora, mas meu tempo virá.

Por que essa declaração enviou um impulso irregular de calor através dela, não tinha explicação.

—Você mudou. — disse ela finalmente— Está mais difícil, Cam. Mais frio.

—Ainda sou o mesmo homem que mataria por você. —lhe disse.

Jaci tragou apertadamente. Estava completamente sério.

—Muito bem. Farei uma lista para você. —Por último, deu de ombros, optando por não acreditar nessa declaração— Me dê uns poucos dias. Pode me tomar um tempo recordar a cada filho da puta que me incomodou. Mas o que fará quando encontrar seu nome na lista?

Ela teria que sentir-se assediada. Em lugar disso, sabia instintivamente o que ele queria dizer. Consciente como estava agora desse conhecimento era quase aterrador. Cam a protegeria, e, a sua maneira, estava lhe assegurando isso. Inclusive agora, tantos anos depois de que ele havia feito a promessa, ainda a mantinha. E ela não tinha dúvidas que o disse a sério.

—Não vou encontrar meu nome nessa lista. — Seus lábios se curvaram em um frio sorriso— E temo que se o fizer, teria que ignorá-lo. Não faria nada para a machucar, Jaci. Você sabe. Eu posso te açoitar o traseiro por ser tão teimosa, mas não a machucaria.

—É esta uma nova técnica de sedução? Segue ameaçando me bater Cam, e vou preocupar- me.

Ele riu antes de inclinar-se para frente, os cotovelos descansando sobre seus joelhos enquanto suas mãos apertavam.

—Precisamos falar a respeito das coisas entre nós. —Seu olhar era intenso e sombrio.

—Não, não temos. — estava perfeitamente satisfeita de só permanecer furiosa com ele por um tempo mais comprido— A menos que me explique por que não pôde dormir comigo.

Ele olhava por entre suas espessas e exuberantes pestanas negras, seu rosto bronzeado aparentemente malvado, com essa cicatriz atravessando-a. Enquanto ela o olhava, aquela dor se expandia dentro dela, enchia seu peito, e logo ia mais profundo. O que tinha acontecido ao seu cavalheiro negro, que tinha marcado seu corpo, e o fez pouco disposto a compartilhar algo tão simples como uma cama com uma mulher?

Essa era uma pequena intimidade, realmente, no total das coisas. Mas, quando o olhava, podia sentir um conhecimento, uma certeza que o Cam que ela conhecia ainda estava ali em alguma parte. E se perguntava, por que diabos, se sentia tão obrigada a chegar a ele.

—O que aconteceu? —finalmente sussurrou— Como foi ferido?

Ela precisava saber.

—A cicatriz afeta o que há entre nós? —perguntou, olhando-a atentamente.

—Não há nenhum nós. — recordou a ele, ignorando seu apertado coração— Não dorme comigo, não faz nada mais comigo. Ponto.

Seus lábios se curvaram maliciosamente quando levantou sua mão, dois dedos cuidadosamente percorreram a cicatriz.

—Minha última missão no serviço foi ruim. — finalmente disse— Fomos vítimas de uma emboscada no Afeganistão e levados presos, por uns dias, antes de escapar. Meu peito é bastante danificado, muito, assim como minhas costas. Não é uma visão bonita.

Conteve sua respiração.

—Esteve gravemente ferido? —O terror a sacudiu.

—Quase morto. — deu de ombros como se não importasse— Os médicos ficaram francamente surpreendidos quando sobrevivi.

Ela quase o tinha perdido. Olhava-o, sua respiração violenta, a certeza de que havia quase abandonado este mundo golpeando dentro dela.

        —Estou bem, Jaci. —Estava olhando-a muito de perto, seus olhos tinham perdido a frieza, em troca pareciam precavidos, enquanto ela alcançava o vinho, acabava-o e, logo, deixava o copo na mesa.

—Você o está agora. — ela não soube. Centrou-se em sua própria vida durante todos esses anos, negando-se a contatá-lo, inclusive para comprovar como estava. Estava no exército e sabia, a chance de perigo, em seu caso em particular, era alta. Por que não lhe ocorreu que Cam pudesse ser ferido?

—Estou-o agora. — ele a estava olhando com aquela estranha expressão de um homem refletindo sobre um quebra-cabeça— Por que é importante?

Ela o olhou surpresa.

—Não sabia. — sacudiu a cabeça enquanto sentia a dor de não saber ou de não estar aí quando a tinha necessitado. Tinha-lhe prometido protegê-la sete anos antes, e sabia que se ele soubesse a verdade sobre os Roberts, certamente faria com que nem Richard e nem Annalee prejudicassem sua vida de novo. Entretanto, ela não pôde comunicar-se com ele, inclusive, para assegurar-se que estava bem.

—Te teria importado saber? —Sua expressão se voltou cínica e fria— Chase estava lá. Eu estive na Alemanha me recuperando por vários meses. Não estava sozinho.

—Mas eu não sabia. — disse de novo— Teria estado lá.

Seus olhos se entrecerraram.

—Não necessito palavras bonitas, carinho. Sobrevivi. Isso era tudo o que importava.

Sim, tinha sobrevivido, e de algum jeito, em algum lugar, tinha se tornado frio e duro, por isso se perguntava se Cam estava tão fascinado com sua existência.

E se o fez ou não, ela precisava conhecer o dano feito. Precisava conhecer o que tinha acontecido com o homem que tinha idolatrado, a magnitude de sua dor, quanto mal tinha marcado o inimigo em seu precioso corpo.

Não era a cicatriz o que a incomodava, era a dor. A cicatriz em sua bochecha lhe fez parecer mais perverso, libertino e perigoso. Mas a idéia da dor que deve ter sentido viajou através de sua mente e a empurrou, atormentou-a, levou-a a ver quão mal tinha sido.

—Quero ver. — se moveu do sofá enquanto o olhava, surpreendeu-se quando ela separou seus joelhos e se ajoelhou entre eles, seus dedos indo aos botões de sua camisa.

A expressão gelada com que tinha chegado foi-se, ao fim. Mas Jaci não sabia o que pensar a respeito da ligeiramente estranha expressão de homem confuso em seus olhos quando a olhava.

—O que quer ver?

—Quão mal foi o dano. — lhe sussurrou— Preciso ver Cam.

Cameron olhava sua cabeça ligeiramente inclinada, seus braços descansando cuidadosamente aos lados da cadeira, quando os magros e elegantes dedos de Jaci tremeram sobre os botões de sua camisa e começou a desabotoá-los.

Com qualquer outra mulher, a teria empurrado e saído. Não podia tolerar o pesar, ou o horrível desgosto que, frequentemente, enchiam seus olhos. Mas esta não era qualquer outra mulher, tratava-se de Jaci. E ele sabia por experiência como se preocupou quando era mais jovem, temendo por ele quando sabia que estava em uma missão.

E precisava saber agora, se as cicatrizes e o dano superficial feito ao seu corpo, iam desgostá-la. Não teve oportunidade de pagar por sua atenção na noite anterior. Ele e Chase a tinham afligido inclusive antes que tirassem suas camisas. E ela estava exausta, dormindo aconchegada no momento em que se afastou da cama.

—Tirar minha camiseta poderia ter outras consequências, carinho. —lhe advertiu, quando seus dedos desceram pela camisa, separando o tecido enquanto ela se movia docemente.

Levantou seu olhar a ele enquanto o último botão era desprendido e apartou as beiras com a mão. Então baixou os olhos e viu crescer sua palidez. Viu as lágrimas que encheram seus incomuns olhos, o tremor de seus lábios seus dedos quando sussurravam sobre a pior das cicatrizações.

Tinha recebido duas balas, e o bode empunhava a faca quando estava sangrando de morte no terreno, havia não só talhado seu rosto, mas também seu peito e a parte superior dos braços, antes que Cam pudesse usar a arma que tinha em sua mão.

Essa noite tinha sido o inferno na terra. A metade de sua equipe se perdeu na emboscada. Cam esteve seguro que morreria antes que a equipe de resgate o encontrasse. Mãos de seda retiravam brandamente o tecido de sua camisa sobre seus ombros trazendo-o de seus pensamentos. O fino algodão escorregou sobre seus músculos, revelando claramente o dano, quando o pequeno duende de cabelo castanho avermelhado deixou cair uma só lágrima.

—Ei, sem lágrimas. —Ele franziu o cenho, limpando a lágrima de seu rosto— Foi há muito tempo, neném. Mal recordo.

Ela sacudiu a cabeça, o suave outono de fogo escuro sussurrando em sua bochecha quando seus lábios tremeram de novo e seus dedos, como um sopro de ardente sensação, percorreram as cicatrizes.

Não eram tão maus como o tinham sido, mas ainda eram bastante horríveis. Profundas garras tinham marcado sua carne para sempre. Teve uma baita sorte de que o inimigo tivesse pobres objetivos essa noite. A bala havia feito o pior dano, tão perto de seu coração que só um fôlego mais perto e não teria havido salvação para ele. Os Anjos devem ter estado velando por ele, porque a bala tinha cravado um pulmão, perdido cada coisa vital, e atravessado por suas costas. Mas ele tinha sobrevivido.

—Teria ido se tivesse sabido. — outra lágrima caiu enquanto Cam a olhava confuso.

Chase tinha ido a ele, mas não houve ninguém mais a quem chamar, ninguém mais para fazer com que ele não ficasse por semanas no escuro terreno de sua própria mente.

—Por que? —perguntou olhando sua expressão cuidadosamente.

Ele a queria então. Ele mal recordava nada daqueles meses infestados de loucura, exceto a dor e sua necessidade de Jaci. E mais tarde, lutou com seu temor de que a cicatrização a desgostasse.

As mulheres eram criaturas estranhas às vezes, ele o tinha aprendido. As brutais marca ao longo de seu peito e costas não eram uma bonita visão. E as mulheres gostavam das coisas bonitas.

Não houve desgosto nos olhos de Jaci, entretanto. Só era horror daquela dor que ele havia sentido, não a imperfeição física que atualmente levava.

—Por que? — A incredulidade enchia seus olhos, enquanto os levantava para ele. —Porque eu teria te cuidado, Cam. Eu não teria o deixado sozinho.

—Chase estava lá.

Quem mais se supunha ia estar ali?

Ela sacudiu a cabeça, seus lábios pressionados juntos ainda tremendo. Queria baixar a cabeça e beijá-los, roubar a triste curva deles e enchê-la com fome, em lugar de dor.

—Teria estado ali, também. O tempo que fosse.

Por alguma razão, acreditava-lhe. Ou talvez só quisesse lhe acreditar.

—Teria estado ali para isso, mas não pôde ficar na noite que a trouxe para casa, da festa?

O fogo cintilou em seus olhos por um segundo.

—Uma coisa não tem nada a ver com a outra. —ela se quebrou— Não seja idiota.

Agora, era sua Jaci. Selvagem, confrontadora, gritando seus pensamentos, como devia ser.

—É uma pergunta lógica. Por que teria voado meio mundo de distância para estar comigo enquanto eu estava morrendo, mas se negou a compartilhar minha cama?

—A sua e a de Chase. Só tinha vinte e um anos. — sussurrou—. OH, se cale! Estava começando a gostar de novo.

Ela estava de joelhos entre suas coxas, seus seios generosos roçando contra a parte inferior de seu ventre, enquanto o arreganhava, e Cam não podia deixar de sorrir. Quanto tempo tinha passado desde que uma mulher havia feito mais que fechar os olhos por desgosto ante as cicatrizes e sussurrar tópicos que não quis escutar?

—Deixou de gostar de mim, Jaci? —lhe perguntou então, levantando a mão de novo para retirar o cabelo de sua face, enquanto seus dedos sentiam as rugosas cicatrizes que cobriam seu peito.

Seu impertinente nariz se crispou irritado quando seus olhos marrons, salpicados de azul e verde, observavam-no com um olhar mais escuro que o seu.

—Está me incomodando.

Ele riu disso. A espetada de acusação esteve ausente, e em seu lugar, ouviu aquele toque de carinho que precisava escutar.

—Como estou te incomodando? Porque quero a encher de prazer, mas não posso tolerar uma cama? Então, sim, tenho que reconhecer a derrota aí. Imagino que provavelmente terei que te manter incomodada.

Seus lábios, quase, contraíram-se. Ele a agarrou, puxando as esquinas daquelas curvas luxuriosas antes que ela as estabilizasse firmemente.

—Por que não pode tolerar uma cama? —finalmente perguntou— Desejas todos os meus segredos Cam, mas está me dando tão pouco para me manter com você.

—Estou dando tudo o que posso agora. — disse— E isso, Jaci, é mais do que nunca fui capaz de dar a qualquer outra pessoa em minha vida.

Ela poderia dar um passo de cada vez? Poderia aceitar ser empurrada mais perto dele, enquanto ele se manteve sempre distante, e ainda evitar que sua alma fosse marcada?

O som de um golpe na porta fez com que sua cabeça se movesse bruscamente.

—É Chase. — ele disse seus dedos em seu cabelo.

—Não necessitamos de Chase. —sussurrou ela— Por que ele está aqui, Cam?

Um segundo mais tarde a porta se abriu e Chase entrou no interior da habitação, seu olhar encontrando-os imediatamente, sua expressão sóbria, concentrada, quando olhou Jaci.

Seja qual fosse a razão, não era a primeira vez, e era uma necessidade, ao menos para Cam. Ela o olhou uma vez mais, sentindo seus dedos acariciarem seu queixo enquanto seu olhar se obscurecia dolorosamente.

Não era algo que ele simplesmente quisesse. Ele não a teria sem isso. Podia vê-lo em seu rosto, em seus olhos, e ela o necessitava. Necessitava-o até que não pudesse respirar devido à necessidade. E não podia negar a quentura por Chase golpeando-a também.

Cam olhava quando ela baixou sua cabeça, seus lábios pressionavam contra seu peito. Ali, onde a bala tinha entrado em seu corpo, seus lábios suaves queimando sua carne e enviando duros pregos de pura luxúria quente diretamente a seus, já, apertados testículos.

Olhou sua cabeça dobrada, sentindo seus lábios em sua pele, e não queria nada mais que enterrar-se tão profundamente dentro dela que ia perder-se. E por um batimento do coração, um segundo cheio de dor, desejava não ter chamado Chase. Podia senti-lo na habitação agora, sua preocupação competindo com sua própria excitação. Cam fez retroceder a necessidade possessiva. Ele não podia permiti-la agora. Cam podia tê-lo feito sem o conhecimento de que seu irmão se preocupava com ele, por ele, ou as necessidades que açoitavam ao redor deles nesse momento. Mas Cam não podia fazê-lo sem o equilíbrio, não agora. O conhecimento de que enquanto a compartilhava, ela não era totalmente dele. E se ela não era totalmente dele, então também não poderia se totalmente tirada dele. Tinha que haver isso, só por agora.

Ele não pôde obrigar as suas mãos a permanecerem sobre os braços da cadeira, não importava quão duro apertava seus dedos neles.

Tinha que tocar seu cabelo. Tinha que enterrar seus dedos na massa quente e fazer certamente com que ela não parasse, porque esses doces lábios estavam lavando a tortura das cicatrizes, que foram causadas pelas lembranças da noite em que elas tinham sido infligidas.

Ela o estava tocando sem coação, sem sedução. Amando-o com seus lábios e sua suave respiração.

E se deu conta em um só momento de iluminação que sabia que não poderia ter sobrevivido muito mais tempo sem ela.

 

Sua carne debaixo de seus lábios era como uma superfície acetinada de ferro. Seu peito era duro, musculoso, flexível sob seus lábios enquanto sentia suas mãos enterradas em seu cabelo.

E, OH! Ele era delicioso. Como o sol, o calor vertendo-se nela, o fresco aroma masculino afligindo-a. Não podia deixar de saboreá-lo. Como uma viciada, não podia forçar a seus lábios a deixar sua droga preferida. Necessitava mais.

E Cam estava totalmente de acordo com sua necessidade de comê-lo, se o duro agarre de suas mãos em seus cabelos e a forte respiração, que fazia seu peito subir e descer rapidamente eram algum indício. Ele estava se oferecendo como seu banquete, e estava evidentemente muito agradado com cada bocado que ela tirava de seus duros músculos.

Suas mãos pressionavam contra a parte baixa do peito, seus lábios percorriam sobre todas e cada uma das cicatrizes, e quando chegou a mais miserável das grossas linhas de cor mais clara, saboreou-a.

Sua língua aparecia de seus lábios, lambendo-o. E não podia deixar de lambê-lo. O sabor de sua carne contra sua língua era ainda mais rico e mais quente do que tinha sido contra seus lábios.

Seus dedos apertados em seu cabelo. Um prazer para acrescentar ao quente prazer de seu sabor. Seu duro corpo flexionado, uma mão sobre seu cabelo puxando-o mais perto, a outra forçou sua cabeça para trás, e seus lábios tragando seu grunhido, até que o sabor de seu beijo se afundou em seus sentidos. A sensação dele lavou sua mente. Seus lábios eram como veludo áspero, quente e excitante. Raspavam sobre os seus, acariciavam e enviavam fragmentos de fome ao seu interior.

Quando pensava que podia perder o suave roce de seus lábios contra ela, que morreria por causa da necessidade de que lhe desse um maior, mais profundo e mais forte.

Suas mãos obstinadas à parte de atrás de sua cabeça quando a atirou de volta, abraçou-a, e a devorou. Com os lábios, os dentes, e a língua, ele mordiscava, lambia e, logo, inclinava seus lábios sobre os dela, entregue totalmente ao seu beijo.

Sensações de prazer, fome e necessidade, sussurravam através de seu sistema, atacando terminações nervosas, penetrando mais profundo na pele, fazendo-a muito sensível. Podia sentir cada sopro de ar contra sua carne, cada toque de suas mãos, pela sensação particular de seu beijo. Sua língua acariciando-a, seus lábios deslocando-se sobre os dela, seu gemido mesclando-se com o sussurro de desejo que saiu de seus lábios.

Suas mãos estavam imobilizando-a. Se ela só pudesse manter seus lábios nos seus, afastando a realidade um pouco mais, então poderia encontrar uma maneira de ser forte de novo.

Porque estava definitivamente fraca agora. Perdida em seu toque, fundindo-se contra seu peito e arqueando-se mais perto dele. Mas nada disto importava. Seu beijo alimentando sua fome interior.

—Deus, Jaci! —Deslocou seus lábios sobre os ela.

Estava indignada de que tivesse parado. Desesperada, a necessidade cega a enchia, afligindo-a.

—Não pare. —Ela percorreu, avarenta, seu cabelo com suas mãos, arrastando os lábios de Cam sobre os seus— Só por uns poucos minutos. Me deixe o sentir apenas por uns poucos minutos mais.

Ele murmurou um masculino gemido e a beijou novamente. Beijos famintos. Beijos que deixavam sua pele dentro daquele mundo de prazer, uma vez mais, um mundo onde os braços fortes de Cam a rodeavam, sustentavam-na, estreitavam-na segura.

Foi só ligeiramente consciente de suas costas encontrando o sofá e Cam abatendo-se sobre ela. Estava rodeando-a. Seus poderosos braços estavam refugiando-a, seus beijos afastando seu temor e desconfiança, e enchendo-a com sua fome, sua necessidade.

Ela deixou deslizar suas mãos desde seu cabelo a seus ombros, empurrando freneticamente a camisa em sua busca de tocar sua carne.

Seu joelho se deslizou entre suas coxas, pressionando na sensível carne de sua vagina coberta de seda, e enviou garras de desejo escavando em seu ventre.

—Mais devagar, Jaci. —Obrigou a seus lábios a afastar-se dos dela uma vez mais, descendo sobre sua mandíbula, e fazendo pouco caso de seu grito de perda— Fácil. Me deixe a tocar, carinho.

Jaci arqueava seus lábios, a cabeça retorcendo-se quando eles escorregaram a seu pescoço, seus quadris se levantaram contra a pressão de sua coxa, quando seus dentes rasparam seu pescoço.

—Eu adoro seu sabor. — grunhiu Cam enquanto lhe tirava a camisa, capturando as curvas de seus seios em seus lábios.

Ele os devorava subindo e descendo pelos montículos, seus lábios e língua jogando contra eles, enquanto ela tentava aproximar-se, tentava obrigar a sua cabeça a descer mais.

—Doce Jaci.

Ela não sabia onde estava Chase. Pensava que o sentia ao final do sofá atrás de sua cabeça, mas não podia arrastar seus sentidos fora de Cam o tempo suficiente para estar segura.

Os botões da blusa foram desprendidos quando ele empurrou as pontas, rompendo-os e ela não disse nada. Podia destroçar a blusa se quisesse.

Ele descobriu seu sutiã, delicada renda cor nata, a seu olhar, e sem perder um segundo o fechamento frontal foi liberado e baixou sua cabeça.

—Cam. — ela gritou.

Seus lábios cobriram a dura e sensível ponta de seu mamilo, metendo-o em sua boca. Ali, lambeu-o e o lavou, sua língua tamborilava contra e seus dentes raspando contra ele.

O líquido prazer queimava sob sua carne, enquanto sua cabeça golpeava contra as almofadas do sofá. Ela necessitava mais dele. Mais de seu toque.

—Não posso respirar. — ofegou Jaci, entretanto, arqueava-se mais perto.

—Eu tampouco. —Grunhiu Cam em resposta, para passar à outra ponta— Eu… maldição.

Outro grito rasgou seus lábios quando ele tomou o outro mamilo na boca e lhe deu o mesmo prazer áspero. Ele chupava com fome renovada. Lavava a ponta com sua língua, então o apanhou entre seus dentes fortes, preocupado com sua rugosidade, amamentando-se novamente até que ela estava retorcendo-se debaixo dele.

Sua saia passando por suas coxas, empurrando-a por seus quadris, mãos calosas, enquanto sua blusa ondulava a seu redor.

—Quero tudo de você. —Ele mordiscava a curva de seu peito— Quero tudo agora, Jaci.

Deus sim. Necessitava tudo. Necessitava-o, até sentir como se estivesse rasgando as costuras com a força dessa necessidade.

—Sim. — ela tentou arrastar seus lábios mais perto— Não se detenha. Ainda não. Por favor, Cam, ainda não.

Estava esmigalhado. Cam podia sentir cada célula de seu corpo gritando que a tomasse. Mas nada importava só afundar-se nela.

Ele olhou para trás para ver Chase tirando sua camisa, sua calça. Às vezes, Chase só olhava, e estava ok, porque Cam não podia tirar sua atenção da mulher em seus braços, e estaria maldito se pudesse retirar-se deste enorme momento de prazer. Neste momento, enquanto ela estava em seus braços, ele precisa saber que a tinha. Completamente. Tudo dela.

Deus, não queria perdê-la de novo. E sabia que não seria capaz de negar a necessidade de, finalmente, fodê-la sozinho.

Queria-a assim, em seus braços. Ela arqueada contra o joelho que tinha plantado entre suas coxas, esfregando-se contra ele como um pequeno gatinho necessitado. E até o momento haviam ignorado ao Chase.

Retirou seus lábios de seu peito e chiou os dentes contra a fome quente que o atravessava.

Sua mão deslizou pelo peito descendo por seu ventre e sobre a saia que se acumulou em seus quadris, desceu até sua virilha, debaixo do elástico de sua calcinha de renda.

Cam levantou a cabeça e a olhou, tragando asperamente enquanto ela lutava por recordar que não a ia tomar sem sua aceitação de que pertencia a ele.

Seu rosto era selvagem pelo prazer. Selvagem em si mesmo. Seu cabelo rodeava suas feições. Seus olhos se obscureceram até que o verde era musgo, as bolinhas de cor marrom e azul, como um fogo oculto dentro deles.

—Me toque. — sussurrou Jeci, quando ele chegou ao final de sua coxa, justamente o suficiente para ter seus dedos ao lado do paraíso.

Sentia o suor ao longo de seu corpo quando suas unhas beliscaram seus ombros e deixou que sua cabeça se inclinasse para trás com um excesso de prazer. Suas coxas mais abertas, permitindo a seus dedos facilmente entrar nas úmidas dobras da carne entre as pernas.

Carne doce, tenra, aberta para ele, a quente umidade de sua resposta estendida sobre seus dedos. Seguiu mais abaixo, lutando por manter seu controle, até que não pôde ajudar a si mesmo. Não podia frear a necessidade. Atravessou-a com um só dedo, surpreso de quão quente e apertada que sua vagina esperava por ele, e logo avançou mais profundo em seu interior.

Ela se arqueou contra Cam, os músculos apertando seu dedo, rodeando-o com o suave e quente xarope e a carne acetinada. Bombeava nela, olhando-a tomá-lo, a preciosa carne rosada e os cachos castanhos separados, úmidos e acolhedores.

Inferno estava quente. Quente e retorcendo-se em seus braços, chegando pela frágil penetração, enquanto seus gritos rogavam por mais. E ele não estava menos desesperado. Seu membro estava rígido debaixo de suas calças, totalmente duro, doendo por ser engolido por sua buceta apertada.

—Cam. —Sua voz era rica, rouca— OH, Deus.

Uma onda de branca e quente luxúria teve uma de suas mãos indo ao cinto apertado em sua cintura, enquanto a outra, contrária a abandonar a nata quente de seu corpo, continuava acariciando e adulava mais o doce xarope.

Ele não ia ser capaz de manter seu controle neste momento. Seria mais duro do que gostaria de ser.

Mais duro. Comendo-a, merda. Ele tinha nascido para este momento.

Nascido para arder no fogo que acendeu em seu interior.

Ela se estendia debaixo dele, seus braços para cima, as mãos segurando os braços atrás de sua cabeça enquanto tentava aproximar-se mais. Seus dedos deslizaram mais profundos e recuaram. Perfurando-a quando seus quadris baixavam, fundiu-se quase livre quando ela se levantou.

Com seu corpo, com cada movimento sensual, ela o estava engolindo, cavalgando seu dedo com tal voluptuoso prazer que seu membro ameaçava explodir antes que a penetrasse.

Ele quebrou a fivela do cinto liberando-o, deslizou seu dedo pra fora dela, apesar de seu rouco grito de protesto, tentando liberar sua ereção, quando a campainha estridente de seu telefone celular encheu a sala.

—Não. — Jaci o alcançou por ele, seus olhos queimando fixos, com a mesma necessidade rompendo através dele— Não responda.

Soou de novo, o imperioso chamado o fez grunhir com impaciência enquanto o tirava dentro do estojo agarrado à cintura de suas calças.

—O que?

Jaci olhou o gesto que esticava a expressão do Cam. O sangue trovejava através de seu corpo, a urgente necessidade a queimava de dentro para fora. Entretanto, a pausa era uma sorte, deu-se conta de repente.

Ela tinha perdido sua mente. Ela tinha que tê-la. O cuidadoso controle que tinha conseguido através dos anos, a rédea que tinha posto a sua sensualidade e sua necessidade de ser segura, deslizou-se com o Cam.

Escapou com o homem mais perigoso que podia ter imaginado. Ele não revelaria seus segredos, não a trairia, mas poderia destruí-la.

Virou-se para tirar seu corpo sobre o dele, ignorando o endurecimento de sua mão sobre seu quadril, empurrando-a fora de seu agarre, enquanto a olhava com aquele olhar de falcão.

Ela se levantou rapidamente do sofá, ignorando a ambos os homens agora, colocando sua camiseta e endireitando a saia, enquanto caminhava apressadamente ao dormitório. Fechou e trancou a fechadura da porta cuidadosamente atrás dela.

Sua camisa estava arruinada. Os botões faltavam, era uma lágrima em seus ombros. A arrancou de seu corpo e a jogou através do quarto antes de tirar um suave e cômodo pulôver de seu armário, junto com um par de calças jeans.

Quando terminou de vestir-se, escutou um golpe suave na porta do quarto.

—Não me faça romper a fechadura, Jaci. — lhe advertiu Cam.

Que não lhe faça romper a fechadura? Era tão arrogante, tão seguro de si mesmo. Tão seguro de si mesmo que transpirava por todos os poros de seu corpo e a fazia querer gritar de indignação, porque não podia encontrar aquela confiança, não podia falsificar sequer uma quarta parte dessa segurança em si mesma quando o tinha ao redor.

Ela girou a fechadura e abriu a porta de um puxão.

De pé ante eles, isso era tudo o que podia fazer para frear o calafrio que fazia tremer seu corpo pelo olhar de Cam. Seu olhar escorregou sobre seu corpo, o gesto zombador em seus lábios inflamados.

Seus lábios se viam igual? Inchados, avermelhados e famintos?

—Temos que voltar para o escritório. — disse a ela— A verei pela manhã.

Uma mão segurou seu pescoço, seu dominante agarre, desafiando-a a soltar-se enquanto sua cabeça baixava e depositava um rápido e duro beijo em seus lábios.

—O que foi isso? —atirou-se para trás, mas só depois que ele a liberou.

—Isso foi um desses pequenos beijos de adeus que os amantes compartilham. — disse sensualmente— Certamente o reconheceu.

Ela teria tido que ter um primeiro amante.

—Nós não somos apaixonados. — lhe disse através de seus dentes apertados.

Com isso sorriu. Uma lenta, sexy curva de seus lábios, cheia de promessas.

—É obvio que o somos, carinho. Você o disse não pode voltar agora. A única pergunta nesta relação é quando vamos seguir adiante.

—Não há o “seguir adiante”. — ela havia feito um grave engano tático com ele, e sabia. Tinha tomado o controle do primeiro momento, e não o estava deixando ir— Decidi que suficiente é suficiente. É mais que evidente que não posso te dirigir, por não falar dos dois. — agitou sua mão para o silêncio, divertindo a Chase.

A diversão brilhava em seus olhos.

—Já nos tem.

Jaci se voltou incrédula, e teve que admitir a tentação percorrendo a divertida paixão, a arrogância em seus olhos.

—Não pôde dirigi-lo há sete anos. Então era muito jovem, e eu sabia. Não é muito jovem para entendê-lo agora, Jaci.

—Não. Agora estou com idade suficiente para conhecer um desastre caminhando quando o vejo. —disse, com voz mordaz— E isto é o que você e Chase são no coração de qualquer mulher, Cameron Falladay. Um desastre caminhando.

Ele sorria o profundo tremor de diversão acariciando seus sentidos, apesar de sua determinação de manter-se firme.

Cam se inclinou mais perto, e em lugar de retirar-se, sentiu-se congelada ante ele, olhando-o, hipnotizada pelo fogo nos olhos verde claros.

—Muito, muito prazer. — sussurrou— Recorda quão bom foi ontem de noite, Jaci. Quão quente e doce, e tão bom que pensei que fosse morrer disso.

Podia sentir o chiado em seus seios, a necessidade daquele prazer umedecendo a carne entre as coxas. Perigoso. O potencial de destruição está aumentando diariamente.

—Tem que ir, lembra? —obrigou-se a afastar-se dele, mas não pôde obrigar-se a afastar as imagens que assolavam através de sua mente, ou o fogo que construiu em seu sob ventre.

Só o pensamento da última noite. O pensamento de ser lasciva, sexual, de tomar todo o prazer que sempre tinha sonhado e sabendo que estava segura com ele, era uma tentação que encontrava difícil de negar, agora que a tinha experimentado.

—A veremos. — murmurou, retrocedendo para voltar para a sala de estar.

—Você verá. —informou, bastante satisfeita pela força em sua voz. Ela não soava como se estivesse esperta para admitir e apresentar-se propensa ante os irmãos Falladay, enquanto eles a cobriam de nada, exceto luxúria.

Sorriu ante sua declaração. Aquele sexy sorriso. A forma de seu lábio inferior um pouco mais cheio a tentava a prová-lo, e a forma em que seus olhos a inspiravam a ser má, era uma potente combinação.

—Verei-a pela manhã. —voltou-se e se dirigiu à porta— Vou te buscar a caminho do escritório e te levar pra casa amanhã a noite. Se necessitar algo ou se tiver que ir à cidade em qualquer momento, Chase ou eu a levaremos.

—Por que? —Aturdida, seguiu-o— Posso alugar um carro. —Alugaria um carro. Ela não precisava passar mais tempo com os gêmeos Falladay que o que ela tinha que estar. Aquilo era uma receita garantida para levá-la mais longe, em sua resistência.

—Por que alugar um carro? Passo por aqui diariamente em meu caminho a casa e escritório de Ian. O hotel cobra um preço escandaloso de estacionamento, por isso seria inconveniente.

—Então conseguirei um táxi.

Ele se manteve em silêncio durante compridos momentos, só olhando-a, aqueles olhos perfurando em seu interior.

—Não me empurre mulher. — disse brandamente— Estou caminhando, porque entendo que a empurrar muito rápido agora mesmo não é uma boa idéia. Mas não vou renunciar às poucas possibilidades que terei para a conhecer outra vez. E eu não atirarei ao lixo.

—Teria que mudar em primeiro lugar, Cam, e ambos sabemos que não pode fazer isso. — o acusou, ouvindo a rugosidade em sua própria voz, o temor nela.

Era débil, muito fraca para passar mais tempo em sua companhia que o que ela tinha obrigação.

—Entretanto, deseja vê-lo. —seus poderosos ombros levantados em um encolhimento descuidado— Mas não deseja brigar muito duro agora. Meu autocontrole não está em seu melhor estado quando você está por perto. Nunca o esteve. E se empurrar na hora da verdade, ambos sabemos que a luxúria vai ganhar. Assim não tente à besta hoje.

Por um segundo, a selvageria de sua determinação segurou suas palavras. E não era o temor o que provocou isto. Era a incrível necessidade de fazer tal e como ele o tinha advertido não fazer. Para tentar à luxúria assolando em sua expressão.

—Verei-a as nove da manhã. —Seus dedos roçaram sua bochecha, a incrível delicadeza naquele toque em contradição com a batalha que viu em seus olhos. Porque queria tentá-lo também. Queria empurrá-lo e ver quão quentes se queimariam os dois, e ela sabia.

Infelizmente, o pó radiativo ia ser destrutivo.

Antes que ela pudesse argumentar, destravou a fechadura, abriu a porta de um puxão, e enquanto os olhava, ele e Chase deixaram a suíte, fechando a porta atrás deles, bloqueando a vista da pior tentação que tinha conhecido em sua vida.

Cameron Falladay tinha o poder de fazê-la esquecer quem era e as lições que tinha aprendido ao longo dos anos. Aquilo era perigoso. Era perigoso para seu coração e sua alma, e ela teve que obrigar-se a recordar isso.

Às nove em ponto da manhã seguinte chegou muito rápido, para o gosto de Jaci. Passou a noite dando voltas, girando na cama, com as visões de Cam e Chase a infernizando através de seus sonhos. Ambos os gêmeos cheios com fome, tocando-a, aliviando-a em um abraço daquele temor que a atravessava, porque atrás deles, podia sentir Richard e a Annalee olhando e esperando.

Não é que e preocupasse um caralho que os dois soubessem, disse-se repetidamente depois que despertou. Desgraçadamente para eles, uma promíscua reputação não destruiria sua carreira. Isso poderia gerar obstáculos ao menos neste ponto, porque estava finalmente estabelecendo-se. Não dava uma maldição sobre a intriga, ela o tinha aprendido desde o começo. Mas eles eram uma ameaça.

Podia senti-lo em seus sonhos. Estavam esperando, olhando, decididos a destruí-la. Ela não tinha nem idéia de como uma relação com Chase e Cam poderia afetar ao congressista e sua esposa. Segundo Courtney, Ian detestava ao congressista, apesar de que havia uma ligeira relação de amizade com o sogro de Richard, o senador.

Sonhos só eram isso, disse-se finalmente, enquanto dava os últimos retoques a sua maquiagem e cabelo, antes de acabar a última xícara de café da cafeteira que tinha pedido ao serviço de quarto, junto com seu café da manhã.

Às nove em ponto um golpe soou na porta da suíte do hotel.

Respirou rapidamente, passou seus dedos através de seu cabelo solto, empurrando-o atrás de seu rosto, então caminhou à porta e comprovou para estar segura que era Cam antes de abri-la.

Vestiu-se com uma justa saia negra que terminava bem em cima de seus joelhos. O traje negro se adaptava a sua figura e lhe dava um aspecto estritamente profissional que era ligeiramente suavizado por um pulôver de malha de seda cinza, que levava com ele.

Os sapatos lhe davam maior altura, pondo sua cabeça em sua garganta em lugar de seu peito. Mas ainda assim, ele se destacava em altura sobre ela, ainda a rodeava.

—Só preciso pegar minha bolsa e maleta. —voltou-se para fazer justamente isso, quando se encontrou oscilando ao redor, pressionada contra a parede, quando ele chutou a porta para fechá-la e seus lábios cobriram o dela.

OH, homem. Esta era a forma em que uma garota precisava despertar na manhã. O café podia ir-se ao diabo.

Seus lábios separaram os dela rapidamente, sua língua lambendo-os antes de devorá-los com sua língua, lançando-a no abismo das sensações que ela tinha jurado evitar.

Seus braços estavam ao redor de seu pescoço, seus dedos enterrados em seu espesso cabelo negro para aproximá-lo mais, para reter o calor de seu beijo e a exuberante e selvagem fome dele, por só um segundo. Só outro segundo, logo ela se obrigaria a retirar-se.

—Maldição. —atirou-se atrás, olhando-a, seu olhar encapotado, enquanto ela se forçava a abrir os olhos. Isso é melhor que o café, a primeira hora da manhã.

Ele refletia seus próprios pensamentos.

Suas mãos se moveram do agarre que tinha sobre sua cabeça, brandamente pelas costas a seus quadris, enquanto um lento, preguiçoso sorriso dançava em seus lábios.

Aquele conhecedor sorriso explodiu com força em sua coluna vertebral. Ficou rígida e se afastou rapidamente dele.

—Isso é totalmente injusto. — lhe informou quando pegou sua carteira e sua bolsa de couro sobre a mesa dentro do quarto.

—O que foi injusto sobre isto? —A risada se persistiu em sua voz— Pensei que era malditamente quente.

—Guerra de guerrilhas. — murmurou ela— Isso é o que é.

Riu ante isso, quando ela voltou-se.

—Carinho, a guerra de guerrilhas está em te conseguir na cama, nua e fodendo-a cegamente antes que saiba o que a golpeia. Estou te dando um aviso justo.

Do que era aquilo que o chamou? Advertência razoável? Em sua opinião, deveria repensar essa descrição. Era guerra de guerrilhas. A única diferença era que ela reconheceu a sutil guerra que tinha lugar entre eles.

—Eu estou te dando um aviso justo, você está escolhendo à garota errada. — lhe informou quando saiu da sala.

—Hmm. — cantarolou seu desacordo, em lugar de discutir com ela, quando caminharam para os elevadores.

Uma vez dentro, depois que as postas se fecharam, a mão sobre sua cintura se moveu mais abaixo.

Jaci ampliou os olhos.

—Pare com isto! —vaiou-lhe, então vaiou a si mesma mentalmente quando sentiu seu traseiro apertar-se de prazer.

Ela era consciente das câmeras no elevador. O olho visor atrás da lente não podia detectar que seus dedos se moveram para a fenda entre as coxas, onde jogavam com golpes destrutivos.

Estava incrivelmente úmida. Mais úmida que estava quando ele a segurou contra a parede momentos atrás.

—Acredita que podem ver o rubor da excitação em seu rosto? —Ele se dobrou mais perto, seus lábios em seu ouvido, enquanto ela se mantinha rigidamente junto a ele— E seus mamilos estão duros, Jaci. Me pergunto se o pessoal da segurança olhando está conseguindo acender-se como eu.

Ela se salvou de ter que formar uma resposta pela luz sonora de advertência que o elevador estava chegando a uma parada. Um segundo depois, a mão de Cam estava uma vez mais na parte inferior das costas.

Ele a guiou fora do elevador, e Jaci lutou por dominar sua respiração, por reter seu ofego. Sempre teve a capacidade de lhe fazer isso, sua respiração muito difícil, sua imaginação muito intensa.

Especialmente depois dos sonhos da última noite e a noite anterior em seus braços e nos de Chase.

—Não tem nenhuma pergunta sobre o clube. — afirmou, quando se dirigiam do hotel vários minutos mais tarde, à mansão Sinclair— A maioria das mulheres estariam cheias de perguntas.

—É um clube de homens, e está cheio de pervertidos. Que mais terá para saber? —perguntou maliciosamente, reconhecendo quão sentenciosa ela soava e neste ponto não a preocupava.

Ela estava malditamente curiosa pelo clube, entretanto, e não queria está-lo. Tinha aprendido fazia tempo que sua curiosidade podia ser perigosa. Tinha sido sua curiosidade que a tinha metido em problemas na mansão dos Roberts. Ela não ia cometer esse engano em qualquer outro lugar.

Cam riu entre dentes com sua resposta.

—Como define a um pervertido, Jaci? Qualquer pessoa que não faz um correto missionário, ou existem outras variações?

—Sexo aceitável é plausível. — disse com cuidado, olhando para a frente enquanto Cam conduzia.

—Sexo aceitável? Que diabos é o sexo aceitável? —Ele mudou a velocidade, e seu corpo se esticou e moveu quando pisou na embreagem e moveu a alavanca de marcha, e o Jaguar manobrou através do tráfego pesado da cidade.

—Detenha a luxúria para mim, enquanto eu dirijo. — ele arrastava as palavras— Me responda Jaci, o que é sexo aceitável?

—Eu não estou luxuriosa por você enquanto conduz. E você é um homem. Os homens sabem o que é o sexo aceitável.

—Mas acaba de me chamar de pervertido. — assinalou, sua voz vibrava de diversão— Como saberei que é o sexo aceitável?

—Alguma vez teve relações sexuais sem o Chase? —voltou-se para olhá-lo, afastando seu cabelo de seu rosto, enquanto ele trocava a velocidade de novo e acelerou atravessando o escasso tráfego.

—Frequentemente. — O sorriso que dançava em seus lábios a enfureceu.

—Tem relações sexuais com Chase? —explodiu. Ela estava doente das perguntas que assolavam em seu interior, a necessidade de saber, só para compreender.

Ele a olhou furioso, as sensibilidades masculinas ofendidas enchiam sua expressão.

—Maldição, Jaci, está tentando me fazer perder meu café da manhã aqui?

—É uma pergunta razoável Cam. —assinalou acaloradamente— Me dê uma razão, só uma maldita razão de porque você teria considerado desejar outro homem para ter sexo com sua amante, de qualquer maneira, permitindo-o só enquanto está ali? Como pode se justificar, e muito menos as suas amantes? Como pode justificar isso a qualquer mulher que cuide de você?

O silêncio encheu o veículo. Houve só o poderoso zumbido do motor, o som das marchas trocando.

—Tem que haver uma razão do por que? —finalmente perguntou sua voz escura e perigosa— Não negue que desfrutou. Que esteve pedindo a gritos por mais, Jaci.

—Esse não é o ponto. Sempre há uma razão do por que. —Com o Cam e Chase, não havia outra opção.

Tudo o que eles faziam tinha uma razão. Eles estavam controlando, determinando, exigindo. Não fariam algo tão escuro como compartilhar as suas amantes, sem uma razão.

—E como imagina que tenha que ser essa razão?

—Porque, desde que tinha dezesseis anos até que cumpri vinte e um, você e Chase me protegeram. De uma maneira ou outra. Tiravam-me das festas, os traseiros maus da cidade ficaram longe de mim, e não importa o que fizesse, sabia que esteve ali antes de mim. Foi possessivo, Cam. Se não cuidava de quem me tocava, então você não teria estado.

—Sou ainda possessivo com você. —Surpreendeu-a com sua declaração— Quero matar a qualquer homem que eu não escolha para te tocar.

Seus lábios se abriram com surpresa. Jaci não podia fazer nada mais que olhá-lo com incredulidade, enquanto viajavam ao Squire Point.

—Não disse o que eu penso que disse.

Ela esteve em silêncio durante compridos momentos, a mandíbula de Cam estava apertada hermeticamente, suas fossas nasais queimavam.

—O disse. —As marchas trocaram suaves e sem problemas, mas podia sentir a moderação em cada movimento que fez. Ela vibrava no interior do veículo, rodeando-os igual a um manto de asfixia.

Jaci inalava lentamente, profundamente. Um fino fio de tensão começou a apertar através de seu corpo, corria através de suas veias. Voltando-se, ela olhou pelo pará-brisa, uma vez mais, suas mãos agarrando a bolsa em seu colo hermeticamente.

—Não é importante. — sussurrou finalmente, quando ele parava na parte frontal da mansão Sinclair.

—Me olhe, Jaci.

Ela sacudiu a cabeça.

—Me olhe caralho. — sua voz trovejava com comando.

Ela voltou lentamente a cabeça, vendo seus olhos, mais escuros, mais brilhante que antes.

—Quando tinha vinte e um anos, eu a queria, até que isso se converteu em um fogo em meu ventre. Esperar até que tivesse a idade suficiente para entender o que queria de você foi um inferno. Sete anos só fizeram com que queime pior, e compartilhar uma noite não aliviou o fogo. Você sabe o que quero de você. Você sabe o que necessito Jaci. É sua escolha. Mas se não o deseja, então ao diabo fique longe de mim. Mantenha-se longe, muito longe de mim. E farei malditamente seguro que permaneça longe de Chase.

Seu coração saltou a sua garganta.

—É assim ou de nenhuma outra maneira? —Sentia-se asfixiada pelo conhecimento.

—Não posso mudar quem sou. —Suas mãos apertadas, rodeando seu pescoço, agarrando-a— E não posso deixá-la ir agora.

—Não vou mudar quem sou.

—Então permaneça longe de mim. Saia quando me vir chegando. Vire-se e corra se Chase vier em seu caminho. Me escute. — Sua voz resultou dura, brutal, quando seus lábios se abriram e a ira queimava dentro dela — Posso te seduzir. Sabe que posso. Sei que posso. Se não desejar ao homem em que me converti, então mantém o maldito inferno longe de mim.

—Tenha o controle de não se aproximar, então. — lhe espetou, tentando soltar-se de seu agarre.

—Não entende que para nós faz muito tempo que o controle não existe? —Puxou-a para ele, seus lábios quase tocando os dela, quase provando-os. — Ambos sabemos que não há uma possibilidade no inferno para isso.

 

Permanecer o inferno longe dele? Correr se ela o visse? Correr se visse a Chase? Estava achando que ela era responsável por tudo isto? Quando, diabos, tinha acontecido isto? Em algum lugar, de algum jeito, Cam tinha chegado com a ilusão de que era uma idiota, e não estava desfrutando das consequências.

Tudo o que fez foi correr durante os últimos sete anos, disse a si mesma. Aquela pequena investigação que ele havia feito sobre ela, evidentemente tinha-o levado a acreditar que fugia dos problemas ao invés de ocupar-se deles.

E não a tinha acusado Chase disso também? Estava cansada disto.

Jaci caminhou com passos majestosos dentro da mansão Sinclair, jogando a Cam um olhar enquanto ele seguia sentado no carro, seu olhar inclusive acariciando-a à distância.

—Odeio aos homens. — murmurou ela, antes de girar e encontrar-se cara a cara com um sorriso de Chase.

Exalando charme. Malvado, selvagem, a diversão cintilando em seu olhar e em seu muito formoso rosto, enquanto se inclinava contra o marco da porta, olhando-a.

—Me perdoe se caminho ao invés de correr. — disse ela com doçura completamente falsa, a mão apertada ao redor do cabo de sua maleta em um agarre mortal.

Isto era o que ela tinha que tratar de averiguar dos homens, ou destes homens em particular. Advertências e escuros rugidos, e uma completa incapacidade para lhe dar uma só resposta.

A sobrancelha de Chase se levantou, embora não tenha perdido seu sorriso. Caso se lembrasse de Chase corretamente, tomava um montão fazê-lo perder seu sorriso.

—Quando quis vê-la correr, coisa bonita? — endireitou-se do marco e deixou cair seus braços de seu peito, olhando-a com a sempre presente diversão— Fica linda como o inferno quando está zangada com Cam, mas eu prefiro ver um sorriso em seu rosto.

—Morda-me. — respondeu.

Seus dentes brancos brilharam em um sorriso de lobo.

—Pensei que o fiz a outra noite.

O contraste entre Cam e Chase acabaria voltando-a louca. Era como tratar com os opostos de uma moeda. Noite e dia. Cam era escuro, proibido, a dominação que era tanto uma parte dele brilhando em seus olhos e em sua expressão. Jaci tinha a sensação que quando se tratava de Chase, uma mulher ficaria cambaleando-se, quando finalmente mostrasse aquele escuro núcleo interno que mantinha oculto.

—É uma boa coisa que eu seja uma razoável e paciente mulher. — lhe disse quando se dirigiu até as escadas— Caso contrário, eu poderia ter que matá-los.

Ouviu sua risada atrás dela antes que ele se afastasse, e embora sua presença se fosse, podia ainda sentir os efeitos dele. Ou era o efeito com que Cam a tinha deixado?

Malditos esses dois. Ela não necessita isto em sua vida agora mesmo. Dois homens para fazer frente em lugar de um. A maioria das mulheres tinham sorte e não sabem. Só tinham que fazer frente a um homem em um momento, mas não, Jaci Wright simplesmente não podia fazê-lo da maneira fácil, podia? Tinha que ir e conseguir envolver-se com um homem que pensava que deveriam ser capazes de compartilhar todas as coisas, coisas sobre ela que ele deveria querer manter para si mesmo.

Caminhando com o passar do corredor, girou na esquina da ala residencial da casa e caminhou para a suíte de Courtney e Ian. Quando se aproximou da porta, esta se abriu e um estranho saiu do interior.

Sorridente, alto, muito bonito, e tão escuro como o pecado. Ela tinha visto sua imagem mil vezes nas revistas de fofocas, e teve o prazer de conhecer sua irmã no ano anterior em Londres.

Khalid o` Hamid Mustafa. O filho bastardo de um príncipe do Oriente Médio.

Ele girou e parou, seu olhar passando lentamente sobre ela, escuros olhos negros ricos de perversas e carnais luzes escorregavam sobre seu corpo antes de parar em seus olhos.

—Ah, tanta beleza e fogo! —Ele sorriu. Uma devastadora curva de seus lábios. Infelizmente, o sorriso a deixou fria e tinha pouco efeito na fascinante magia que Cam tinha deixado pulsando dentro de seu corpo.

O espesso cabelo negro atirado sobre a nuca, preso ali. Ao que parecia, o suficientemente comprido para cair muito por debaixo de seus ombros. Estava vestido com calça cinza escura e uma camisa de seda branca desabotoada na garganta. Seus olhos olhavam com perverso e pecador encanto, e com prazeres que uma mulher só podia imaginar.

Jaci parou a vários pés de distância dele, seus lábios tremendo quando viu a tênue semelhança entre ele e a jovem a que se havia aficionado tanto o ano passado.

—Sr. Mustafá. — ela o saudou, restringindo seu sorriso.

Ele piscou surpreso.

—Encontramo-nos? Engraçado, eu pensei que teria recordado uma reunião com tal deliciosa beleza.

—Conheci sua irmã, Paige. — lhe informou— Ela me advertiu de me manter a uma ampla distância de você.

Sua expressão estalou com carinho e diversão.

—As mulheres valentes raramente tomam tais advertências, coração. — lhe disse, o débil acento estrangeiro de sua voz tão sexy como seus olhos. E isso a zangava, porque ela deveria ter desmaiado a seus pés, justo como Paige lhe tinha advertido não fazer. Infelizmente, não havia um só desmaio em seu interior, porque não se podia comparar com Cam.

—Valentia não implica necessariamente provar frutas proibidas. — lhe advertiu, divertida por ele, em vez de ofendida ou ultrajada.

—Paige goza alertando a todas as belas mulheres em meu contrário. —Ele grunhiu de novo, seus sensuais lábios curvados para mostrar fortes e brancos dentes— Mas te prometo que não estou minimamente proibido. Pode provar de mim tudo o que queira.

Havia um incontido deleite em seus olhos, o olhar de um homem que gozava da caça tanto como gozava da captura.

—Acredito que vou passar. — declinou sua muito encantadora oferta com um amplo sorriso— Tão encantadora como a oferta soa, estou realmente muito ocupada estes dias, e odiaria ser incapaz de lhe dar toda a atenção que estou segura que merece.

Riu disso, logo inclinou a cabeça e a olhou por compridos e avaliadores momentos.

—Deve ser a encantadora desenhista de interiores, a Srta. Wright. Courtney esteve me contando muito sobre você. Disse que tinha um formoso e temível engenho. Vejo que era certo.

—Não sei quão temível é, mas é engenho de todos os modos. —Ela estendeu sua mão— Foi interessante conhecê-lo. Embora tem que estar seguro de lhe dizer que não violenta mulheres a primeira vista.

Sua mão envolveu a dela antes de puxá-la para ele. Sem equilíbrio, aterrissou contra seu peito para encontrar-se destinatária de um rápido e sorridente beijo no canto de seus lábios, antes que fosse cuidadosamente afastada dele.

—Não, minha reputação está agora de novo intacta e você poderá informar a Paige que a violei depois de tudo.

—Você é terrível. —Ela riu.

—Ele está também em perigo de extinção se não tirar as malditas mãos de você, agora.

Jaci girou, choque, ira e uma mescla de emoções bombardeando em sua cabeça com a visão de Cam de pé na entrada da sala, sua expressão selvagem, os olhos entrecerrados e perigosos.

Atrás dele, Chase estava olhando curiosamente, seu olhar mais interessado que zangado. Cam, em troca, parecia zangado.

Ele entrou no corredor quando a porta da suíte do Ian e Courtney se abriu e Ian saiu.

A tensão apertava em torno dela, apanhada entre os quatro homens, consciente de Courtney olhando da porta, todos os olhos sobre ela.

De repente, decidiu que preferia a cara dos Roberts em um mau dia que a confusão que podia sentir crescendo no corredor.

—Courtney, disse-me que teria café. — se voltou para sua amiga desesperadamente.

Courtney jogou uma olhada a Cam quando se deteve atrás de Jaci, levantou suas sobrancelhas e o olhou atentamente.

—Jaci posso ir por algo melhor. Tenho uísque. E pelo aspecto das coisas aqui, provavelmente o vamos necessitar.

Ela saiu do quarto, enganchou o pulso de Jaci, e a puxou para o interior antes de golpear a porta atrás delas.

Ambas as mulheres se inclinaram contra o painel e soltaram duras respirações.

—Conseguindo vida interessante? —perguntou-lhe sua amiga quando ela olhava reto ao elegante salão.

—OH sim. —Ela assentiu, sentindo o tremor nas pernas, o calor na parte baixa de seu estômago— É assim muito frequentemente por aqui?

—Não, enquanto Ian e eu estávamos brigando e nos incomodando durante nosso noivado. —respondeu, antes de voltar-se a olhá-la.

Jaci podia sentir o olhar de sua amiga, fazendo uma careta pela pergunta que viria.

—Sabe? —Courtney disse finalmente— Cameron Falladay é positivamente delicioso quando está sendo possessivo.

Delicioso não era a palavra que utilizaria para descrevê-lo. Mas não havia dúvida que aqueles poucos segundos a tinham enchido com tal aumento de luxúria que a tinha deixado agitada.

—Ele vai conduzir-me à bebida. — murmurou Jaci.

—Não cabe dúvida que provavelmente o faça. — acordou Courtney.

Ambas escutavam com expectativa, mas podiam ouvir um pouco mais que o murmúrio das vozes fora.

—Ian arbitrará. — prometeu Courtney, mas não houve muita convicção em sua voz.

Jaci girou lentamente para ela, derrubando a raiva que estava de Cam à outra mulher.

—Culpo-se por isso. —declarou— Nem sequer me avisou que estavam aqui.

Ao que Courtney grunhiu.

—Eu não, certo? Terei ao Ian me dando palmadas mais tarde. Mas admite-o, Jaci, sua vida era terrivelmente aborrecida.

Ela estava começando a perguntar-se, entretanto, se estar aborrecida não seria conveniente.

  

Cam golpeou a porta de seu escritório com um rápido movimento de seu pulso e apertou os dentes de fúria.

Cinco minutos. Ela esteve fora de sua vista cinco fodidos minutos, e o que tinha acontecido? Aquele bastardo do Khalid, tinha posto suas mãos sobre ela, seus lábios sobre ela.

Seus punhos se apertaram e a necessidade de golpear algo quase fora de seu controle. A necessidade de golpear aquele filho da puta do Oriente Médio. Vê-lo tocando a sua mulher o estava deixando louco.

Golpeie a parede de novo, e Ian vai nos fazer pagar pelas reparações. lhe advertiu Chase enquanto Cam sentia seus dedos curvados no punho.

Já havia feito um buraco na parede este ano. Um dia depois que o relatório final sobre Jaci foi concluído, e teve tempo de pensar nisso, tempo de deixar a fúria cozinhando em seu interior.

—Fora daqui, Chase! — Não podia fazer frente à divertida condescendência de seu gêmeo hoje. Acabaria golpeando a Chase, e o problema com Chase era que, invariavelmente o golpe voltava. Não tinham tido uma briga em anos, e suas costelas estavam agradecidas por isso.

—Vamos, Cam, é uma linda e vibrante mulher. Todo homem que encontre vai se perguntar se ela será tão quente na cama como se vê, e uns poucos vão tentar averiguá-lo. Nada se pode fazer a respeito.

Seus dedos se curvaram em punhos de novo. A fúria bombeava nele, estava quente, ardendo de ciúmes. Nunca tinha sido ciumento com outra mulher. Nunca tinha desejado golpear a qualquer homem que se atrevesse tão só a olhar a ninguém, mas a Jaci.

Ela não tinha idéia de como era possessivo com ela. Não tinha idéia de como o pensamento dela com outros homens o tinha torturado ao longo dos anos. E Deus não o queira nunca reuni-lo com um antigo amante, porque Cam não estava seguro se poderia manter seu controle.

—Vamos, Cam, Khalid paquera com todas as mulheres, sabe. O filho da puta vive e respira seu estilo de vida playboy só para zangar a seu pai. Não pode tomá-lo a sério.

—Ele a toca de novo, e arrancarei suas mãos fora. — grunhiu, girando para enfrentar a diversão nos olhos de seu irmão.

Mas não viu a diversão. Viu a mesma escuridão em seu irmão que montava sua própria alma. Eram como espelho, imagens entre si de muitas maneiras.

—Deus, isto é uma confusão. — mordeu as palavras, afastando-se.

Por que o faz, Cam? Um homem tão possessivo como você nunca compartilharia seu amor sem uma razão.

A pergunta de Jaci arrasando sua mente com a força de uma lâmina, destroçando sua consciência. E ainda, não tinha sido capaz de explicá-lo. Não tinha sido capaz de pôr em palavras aquela entristecedora e escura necessidade que continuamente os empurrava a ele e seu irmão.

Todos os homens do clube Sinclair tinham motivos variados para compartilhar. Alguns por prazer, alguns por emoção, alguns por amparo a eles mesmos ou outros. Alguns simplesmente porque gozavam.

Cam e Chase, por que eles compartilhavam era um atoleiro de muitas diferentes e impossíveis razões. O vínculo de gêmeos, de saber cada um os pontos fortes do outro, cada ponto fraco do outro, de entender o prazer que podiam dar e o prazer que receberiam.

Eles podiam tomar a uma mulher juntos por lugares que não podiam tomá-la sozinhos. Dar um prazer que as levava até o ponto onde elas não podiam encontrar o fôlego para gritar, e só podiam mendigar por mais.

Cam podia frear a glória no poder do prazer que eles geravam em uma mulher. Olhar seus olhos vidrados, sentir mais que seu próprio prazer. Podia sentir o prazer dela. E podia manter sua distância, podia manter seu controle e a capacidade para deter a dor. E os pesadelos.

E queria aquele prazer para Jaci, frequentemente. Ele a queria aturdida, molhada e tremendo entre eles, retorcendo-se em meio de uma fome tão intensa que não sabia quem era, ou onde estava, só que necessitava mais. Assim como ela esteve a outra noite. A viciadora necessidade de tê-la de novo estava crescendo, construindo-se em seu ventre, até que se perguntou quanto tempo poderia manter-se afastado.

Precisava lhe dar isso. Rastelava por debaixo de sua carne, conduzia garras de agonizante excitação através de seu testículo, e seu membro estava mais duro do que já esteve alguma vez em sua vida.

—Terá que esclarecer as coisas com ela. — disse Chase atrás dele— Não vai manter seu coração se não lhe der o seu em troca, homem.

Cam sacudiu a cabeça.

—Como explicar o impossível, Chase? Inferno, às vezes, inclusive, não posso explicar isso a mim mesmo.

Tomou suas amantes, muitas vezes sozinho. Não requereu a presença de Chase todo o tempo, mas às vezes, às vezes a escuridão das necessidades sexuais dentro dele o exigia. Como se houvesse um núcleo interior em si mesmo, lívido, com uma fome, uma necessidade que devia saciar só em determinadas formas. E com Jaci, não se atrevia a tomá-la sozinho. Não haveria nenhuma possibilidade de manter sequer uma aparência de distância com ela.

—A ajudaria entender. — disse Chase — Não pode se esconder dela e esperar que ela lhe dê tudo. Inferno, é bastante mau que se esconda de mim.

—Explicando não ajudaria. —apertou suas mãos, lutou por tirar a crescente fúria— É como uma droga agora. Sabe tão bem como eu. Vendo o prazer, sentindo-o.

Sacudiu sua cabeça com desesperança.

—Então, vai perdê-la para homens iguais a Khalid? —Chase arrastou as palavras— Astúcia, Cam.

—Falarei com o Khalid. —Respirou ruidosamente— Ele permanecerá afastado dela.

Ele era consciente da incredulidade na expressão de Chase.

—Estamos falando do mesmo Khalid? —Perguntou seu irmão— O mesmo que a despia com seus olhos no corredor, Cam?

—Não me empurre Chase. — acautelou grunhindo.

Chase tomou suas mãos tranquilizadoramente.

—Bem. Estou fora disto. Só reflete sobre a ajuda que lhe dei, quando souber que ele a tomou e a tenha destruído.

—Ela é muito esperta para se apaixonar por ele. —Cam sacudiu a cabeça. Tinha que acreditar nisso.

—Ela está sozinha. — disse Chase então, sua voz suave, de advertência— Recorda isso, Cam. Está sozinha e perdendo o mesmo homem pela segunda vez pela mesma razão. Esteve sozinha por um comprido tempo. Ela não vai ficar sozinha.

Não, e ela tinha todo o direito a não ter que estar sozinha.

Cam sacudiu a cabeça, lutando contra seus desejos, lutando contra si mesmo. Ela merecia o amor que pensava que chegaria. Monogamo, possessivo, amor puro. Ela não merecia exatamente o contrário ao ideal que apreciava tanto.

—Sabe Cam, não estou apaixonado por ela. — disse Chase então— Eu não a amo, não como você.

Cam esfregou a parte de trás de seu pescoço, sentindo um alívio tão intenso que era quase uma debilidade. Poderia compartilhar seu corpo com Chase, mas a idéia de compartilhar suas emoções, seu coração, o propósito de seus toques e o amor em seus olhares…

—Cam, é isto pior que perdê-la?

Passeou como um animal enjaulado pela sala, suas mãos caindo de seu pescoço enquanto caminhava até a janela e olhava a manhã brilhantemente ensolarada.

Sete anos. Tinha esperado, fantasiado. Tinha sonhado com ela.

—Pensarei em algo. —E ele o faria. Agora, estava permitindo a ambos a distância que necessitavam, mas não duraria muito.

—Evidentemente. Mandou-a correr quando nos visse chegar. — disse Chase— Por que fazer isso? Por que não lhe mostrar o homem que é, em vez de exigir que se dê sem compreender o que faz, o que você gosta? Porra, irmão, espera muito dessa mulher, não?

—Dela. — sussurrou, olhando através das altas janelas como Courtney e Jaci se moviam pelos jardins entre as duas alas da casa— Dela, espero tudo. E não acredito que esteja tão aterrorizada de nós.

 

Cam a encontrou no jardim uma hora mais tarde, havia tristeza em seu rosto enquanto esboçava sobre sua caderneta eletrônica que utilizava para desenhos e notas. Mordiscava, sem perceber, seu lábio, e fez com que seus lábios formigassem com o pensamento de ter seus pequenos dentes mordiscando-o.

Parou e a olhou por compridos momentos, consciente da crescente fome construindo dentro dele. Linda… logo, não ia importar se Chase estava ao redor ou não, ia tomá-la em cada oportunidade que tivesse.

Estava quente por ela. Aquela coisa viciadora de novo. Uma merda se ele sabia como romper este vício, entretanto, não queria rompê-lo.

—Tem um minuto?

—Provavelmente. —Ela digitou alguns comandos sobre a caderneta e ele a viu obscurecer e apagar-se, então a guardou no estojo que levava sobre seu ombro.

—Vamos até o escritório. —Moveu suas mãos para ela como um convite— Pode ver a equipe que temos ali, e me ajudar a decidir qual habitação tentar convencer a Ian que necessitamos para um novo escritório.

—Necessita um novo escritório? —Jaci tomou a mão e se deixou guiar pelo do caminho de pedras.

—Um escritório maior, de todos os modos. — lhe sorriu. Inferno se necessitava outro escritório. Necessitava algum tempo com ela. Precisava cheirar seu aroma, sentir seu calor, e precisava fazê-lo sem distrações. O escritório era sua única oportunidade, a menos que quisesse deslizar-se em sua habitação do hotel de novo.

Queria-a até que seus dentes chiavam. Mas estava percebendo que queria algo mais que sexo com ela. Queria rir com ela. Queria falar com ela. Queria-a em sua vida e em sua casa, porque estava condenado, se estivesse satisfeito com o acordo como estava.

Ela estava continuamente afastando-se dele, e ele teve o suficiente disso.

—Então Ian não quer que tenha um escritório maior? —Houve um toque de conhecido calor em sua voz, restos de sua anterior cautela.

—Duvido que realmente me dê um. — estava sorrindo— Só quero uma desculpa para passar algum tempo com você.

Ele a olhou, e viu a quase tímida surpresa em sua expressão quando o olhou. Aquele olhar tinha seu membro endurecimento até o ponto da dor.

—Não necessita uma desculpa. — disse Jaci esclarecendo sua garganta, quando entrava na casa, e se dirigia através da sala para os escritórios— Tudo o que tinha que fazer era fazer-me saber.

   —Segue correndo Jaci. — disse brandamente.

—Disse-me que corresse. —Sua voz era reflexiva agora— Qual é o ponto em correr, Cam? Eu nunca poderia me manter afastada de você.

Ele a puxou para dentro de seu escritório, bateu a porta atrás deles, jogou chave, e empurrou-a contra a parede.

Suas mãos emolduraram seu rosto, como se sua admissão tivesse quebrado algum fio de controle segurando-o de volta, e seus lábios baixaram de repente sobre os dela.

Reagiu no último segundo, suavizado a possessividade do beijo, e grunhiu com o bem-vindo calor de seus lábios. Desenfreada. Assim era como se encontrava. Sua língua se reuniu com a dele, e suas mãos puxaram sua camisa, tirando-a de seu jeans para permitir que as unhas raspassem contra o arbusto de pelo que crescia sobre seu peito.

—Está me matando. — grunhiu contra seus lábios— Morro por você, Jaci.

Suas mãos estavam puxando sua saia. Queria tocá-la. Queria sentir o doce calor entre as coxas, quente e úmido, atraindo-o.

—Queria falar. — agora estava ofegando. Ela estava doce e quente, e ele podia sentir a necessidade em seu corpo, com tanta claridade como o escutava em sua voz.

—Estou falando. — estava mordiscando seus lábios, amando a sensação deles.

—Sério?

—Estou te dizendo quão quente estou. — seus lábios deslizavam por seu pescoço e nem sequer fizeram uma pausa para perguntar-se por que, diabos, estava falando — Te dizendo quão duro quero te pegar.

—Aqui estão as ameaças de novo. — Ela gemeu, um rico e suave som que fazia seu membro sacudir-se de antecipação.

—Uma promessa. — o pensamento de açoitá-la. Deus, suas mãos ardiam por sentir as suaves e arredondadas curvas de seu traseiro debaixo de sua mão, quando deixasse cair pesadas carícias contra sua carne. Vendo-os avermelhar, sentindo-a arder.

E ela arderia. O prazer-dor dele e Chase, ambos tomando-a na outra noite, havia a deixado louca por mais. Seus olhos tinham estado selvagens para ele, sua voz doendo com a fome disso. E quando ele se afundou na ultra-ajustada e quente vagina apertada, quase se tinha deslocado com ela.

Ele mordiscava seus lábios de novo, tamborilava-os com sua língua, enquanto ela se levantava contra ele, tentando capturar seus lábios para o beijo que ele sabia, ambos necessitavam. Enquanto ele atormentava a deliciosa curva de seus lábios, escorregou suas mãos sobre seu traseiro, puxando sua saia mais para cima para chegar aos delicados globos.

Ele gemeu ao sentir a pele nua. Ela usava um fio dental, e sabia que a parte da renda não ocultava nada da vista da sedosa carne.

Levantou sua cabeça, respirou rudemente, apertou seu traseiro, e lutou por agarrá-lo. Ele não podia tomá-la aqui, não podia tomá-la sozinho. Não ainda. Não até dirigir estas malditas emoções que estavam ameaçando liberarem-se.

Onde merda estava Chase quando uma pessoa o necessitava?

—Cam... —a voz de Jaci era faminta agora, seus olhos brilhantes, voltando-se quentes com a necessidade— O que está esperando?

Ela desabotoou os botões de sua camisa, tentando não arrancá-los de suas costuras, mas deslizando-os pelos buracos rapidamente, com cuidado. Seus lábios estavam contra seu pescoço, quente, exigente.

Tinha que haver uma forma, uma forma de tomá-la sozinho, para deslizar-se no sedoso apertão de sua vagina e encontrar o prazer que o esperava ali.

—Maldição, queima-me vivo. —Ele baixou sua cabeça e lambeu sua clavícula degustando seu pescoço, enquanto saboreava o tato de seu traseiro em suas mãos.

—Isto é bom. — gemeu Jaci— Me queima, também.

Ele apertou seus dentes enquanto lutava para deter-se agora. Ele não ia tomá-la contra a parede.

—Venha aqui. — antes que pudesse protestar, elevou-a em seus braços e a levou ao sofá.

O escritório era grande, os centros de trabalho dele e Chase separados por um assento e um centro de reunião no meio. E foi onde a levou. Com seus lábios famintos sobre os dela, sua língua acariciando, lambendo, envolvendo-se em torno dela, sentou-se no sofá antes de levantar a cabeça.

—Venha aqui. — a levantou até que suas costas ficaram contra ele, então, com a mão empurrou seus ombros sobre as almofadas.

—O que está fazendo? —Houve um toque de algo em sua voz agora, incerteza, e um vacilante temor do desconhecido.

—Eu disse que ia te açoitar. — Cam sorriu quando ela tentou elevar-se do sofá— Fique quieta, carinho. Prometo-te que doerá e será muito bom.

—Dor muito boa? Está louco? —Houve um toque de risada agora. Gostava daquela risada em sua voz, aquele pequeno jogo lhe indicava seu sentido de aventura.

Entretanto, estava maldito se podia lhe responder. Ela estava de joelhos diante dele quando se ajoelhou atrás dela, as cremosas bochechas de seu traseiro apareceram entre o enrugado material de sua saia escura. E era um lindo traseiro.

Percorreu suas curvas com sua mão, gemendo com a necessidade de senti-lo ao redor de seu membro, ordenhando-o.

—Não usou camisinha a outra noite. — lhe disse ela, sua voz rouca.

Ela não gozou, mas quase.

—Sabia disso. Ainda bem que estou protegida. — houve ligeiro estalo em sua voz.

—Eu sabia que estava protegida. — Ele baixou sua cabeça e pôs seus lábios sobre suas costas miúdas, sentindo o pequeno estremecimento que correu por ela— Os registros médicos foram parte da investigação. Utiliza-se para regular o ciclo menstrual.

Estava irritando-a com seu conhecimento sobre ela. Necessitava respostas.

—Invasão de privacidade. —Ela estremeceu quando ele cavou com sua mão a quente carne entre suas coxas.

Ela se incomodaria mais tarde, adivinhou, mas por agora… por agora, o efeito que tinha sobre ele era o mesmo para ela. Necessitava o prazer. Sofria por isso.

—Não está preocupada com nada, exceto o controle de natalidade? —Ele mordiscava o redondo soco de seu traseiro enquanto massageava as sedosas dobras de sua vagina com a palma de sua mão.

—Com você? —gemeu quando ele encontrou seu inchado clitóris e o esfregou lentamente— Deus, Cam, não acredita que sei que você jamais faria algo para me prejudicar?

Agora, Cam se acalmou. Seus olhos se centraram na pequena parte de material que dividia seu traseiro, mas algo em seu peito explodiu fora de controle.

Confiança. Ele ouviu isso em sua voz, sentia-o agora em seu corpo, tal e como o tinha sentido a outra noite. Confiava nele, inclusive agora, sete anos mais tarde, para protegê-la.

Ele suavizou sua mão sobre seu traseiro, colocando-a em posição, seus quadris ligeiramente elevados, sua cabeça virada onde ele podia ver seu perfil. Seu rosto estava úmido com o suor, os olhos fechados, sua expressão atravessada com prazer, enquanto ele seguia esfregando contra a seda de sua tanga.

Levantou e baixou sua mão contra seu traseiro. As fortes carícias a tinham sacudindo, sua cabeça tentando levantar-se.

—Não se mova. — sua mão entre seus ombros, baixando-a, pressionando-a contra o sofá.

—Deus, Cam. — sua voz era mais um gemido que um protesto, quando sua mão aterrissou de novo e ele viu a cremosa carne ruborizar-se.

Era formoso. Ela era linda, levantada para ele, suas pernas estendendo-se mais longe, sua roupa em desordem.

—Vou fazer-te queimar, neném. — lhe prometeu, trocando, acomodando suas pernas até que descansaram entre suas coxas enquanto ele se ajoelhou atrás dela.

Apoiou seu pé no chão, o joelho do outro lado das pernas, e levantou seus quadris mais acima, antes de lhe dar outra quente carícia.

Não foi realmente uma bofetada. Mas bem, foi uma série de acaloradas carícias contra a carne ofertada, uma e outra vez, esquentando sua pele, despertando as terminações nervosas e a sensibilizando até o ponto que o prazer e a dor combinados se converteram em êxtase.

Com cada carícia sua excitação cresceu. Podia senti-la retorcer-se contra sua mão cavada em sua vagina, empurrando seus clitóris contra sua palma, a tira de sua tanga molhada.

Queria ver seus olhos, mas não se atreveu. Não agora, não sozinho. Não podia olhar em sua alma sem o amortecimento de uma terceira pessoa ao lado dele, para distanciá-lo de lhe entregar sua própria alma.

Não importa o muito que o necessitava. Havia muitos segredos. Muita escuridão dentro dele.

—Se solte Jaci! —Cantarolou, inclinado para baixo para acariciar a carne ruborizada com seus lábios, para lambê-la com a calidez de sua língua— Relaxe para mim.

—Relaxar? — Estava ofegando, empurrando contra sua mão, seus sucos saturando a tanga em sua virilha— Está me matando e quer que relaxe?

—Mas se sente bem. — sorriu Cam, sabendo que ela estava amando isto. Jaci era aventureira. Ofegante de amor perverso, não importa quanto poderia negá-lo.

—Não está bem. — disse ela, gemendo.

—Está segura? —Ele levantou a cabeça e deixou cair a mão de novo— Está segura que você não gosta, bebê?

—Não disse que eu não gostava. — disse entre ofegantes respirações— OH, Deus, Cam. Isto está me matando.

Ele a acariciava de novo. Pesadas carícias queimando sua alma enquanto elas queimavam através de sua carne.

Porque estava dando-se a ele. Sem perguntas. Sem disputa. Entregando-se, quando ele queria nada mais que fazer o mesmo, e dar tudo o que ele era para ela.

Sua cabeça se levantou enquanto a fechadura da porta se abria, e ele se sentiu agradecido com Deus, quando Chase entrou na sala. Sua expressão era pesada, sombria, mas seus olhos estavam brilhantes de luxúria quando seu olhar pousou sobre a cena no meio do escritório.

A cabeça de Jaci se elevou e sentiu à luxúria crescer ainda mais. Sua respiração voltando-se mais pesada, e ele jurou que sua buceta ficou mais úmida contra a calcinha quando Chase começou a afrouxar os botões de sua camisa.

—Ao inferno por um tempo para você, por ter chutado aquela coisa do vínculo entre gêmeos. —grunhiu seu irmão, surpreendendo-o — Vamos ter que discutir isto, Cam.

Discutir o que? Não havia vínculo entre gêmeos. Ele o tinha destruído havia muito tempo, inclusive para considerá-lo agora.

—Cam. — a voz de Jaci era como um fio, desigual.

—Lembra-se quão doce e quente foi a outra noite? —disse apartando a tanga e pressionando dois dedos em seu interior, trabalhando no interior do apertado calor, negando-se a lhe dar a oportunidade de negar o que sabia que ambos desejavam. O que ele necessitava.

Acariciou a delicada malha, enquanto a recostou sobre as costas, levantando as pernas e as arrumando, lhe permitindo olhar dentro de seus olhos. Por último, para deixá-lo afundar-se dentro dela.

Passando sua mão, separou seus dedos dentro de sua buceta, cavando-a enquanto acariciava, roçando pequenos lugares de prazer até que estava retorcendo-se sob suas carícias, ansiosa pelo que lhe daria.

Chase se mudou ao sofá, nu agora, e começou a despi-la. A blusa foi eliminada rapidamente, a saia desfeita, mas Cam não podia obrigar-se a mover os dedos das apertadas profundidades de sua buceta.

Observava, entretanto. Observava seu rosto quando a cabeça de Chase baixou, sustentando seus olhos quando os lábios de seu irmão abrangeram o repleto bico de seu seio.

Seus olhos se vidraram mais. Aturdida como estava, seus olhos permaneceram encerrados nos seus. Estava estremecendo debaixo dele, tão perto. Podia sentir quão perto estava ela.

Puxando, rapidamente tirou a saia e as calcinhas e, logo, quase rasgou sua roupa na sua pressa por tê-la.

Observava os lábios de Chase lamber os perfeitos mamilos vermelhos de Jaci antes de mover-se para baixo por seu corpo, saboreando em sua carne, lhe causando sacudidas, tremendo de prazer.

Entretanto, seus olhos ficaram em Cam. O que via ela, perguntava-se, quando o olhava assim? E queria saber?

Ela tinha que olhar seus olhos. Eram selvagens e ferozes, e só quando a tocava, só quando sua paixão rugiu fora de controle ela viu o que precisava ver.

Que Cam lhe pertencia. Em seus olhos, ela o viu. Quando ele a olhava, tocava-a, sentia-a. Ela podia sentir a Cam. Ela sempre o teve. Podia olhar em seus olhos e ver a sombria dor, o pesar, a fome e um homem lutando contra qualquer segredo que escondia. E tudo isso a tocava. Ela viu as sombras crescendo em seus olhos, viu a necessidade cada vez maior.

Escondeu-se dela, até agora. Até que ela se deixou voar sob seu tato e o prazer que ele queria lhe dar, que precisava lhe dar, pela razão que fosse.

Olhava enquanto arqueava seus quadris para a boca de Chase, sentindo seus lábios, sua língua, enterrada entre suas coxas, e respondeu com um grunhido de luxúria.

Os olhos de Cam queimavam quando seu olhar piscou ante a visão, seus dedos acariciando seu membro nu.

De joelhos ao seu lado, tocou seu rosto, seus lábios, a ponta de seus dedos numa suave, tenra carícia.

—Sente-se bem?

—Não. — ofegou, sacudindo sua cabeça— Isto está me matando.

Matando-a de prazer. Ela se sentia como uma chama dentro de um incêndio de proporções desesperadoras, sem nenhuma esperança de ser extinto.

Ele sorriu com uma expressão dura, apertada curva de seus lábios, enquanto lutava por manter-se. Ela não queria que ele mantivesse o controle.

Levantando-se pela metade, se inclinou para frente, de repente baixando sua língua sobre a cabeça de seu membro.

Tocá-lo era imprescindível. Ela o olhava enquanto colocava a crista inteira em sua boca e se perdeu nele. Quando o prazer queimava este calor, este brilho, não sabia quais mãos o estavam fazendo, só as sensações rasgando-a.

Sentiu os dedos acariciando dentro de sua buceta e pressionando em sua parte traseira. Sempre suave, brincando em seu interior, preparando-a e alargando-a. Cada penetração em seu traseiro era outra capa de lubrificação, fazendo-a umedecer, fazendo-a desejar, doendo.

Ela transferiu a dor para a necessidade que tinha de Cam. Envolveu sua boca ao redor da cabeça de seu membro, conduzindo-o profundamente dentro de sua boca e chupou com ambicioso abandono. Percorrendo a carne rígida, ouvindo seus gemidos, vendo a selvageria intensificar em seus olhos.

—Não posso esperar mais. — sua voz estava rasgada com desespero quando se atirou para trás, ignorando seu pranto de protesto.

Então Chase se retirou. Abandonando-a. Liberando-a do perverso toque de seus lábios e língua ao redor de seus clitóris inchado.

Ela não podia lidar com o abandono. Ela o necessitava agora. Ela precisava sentir a Cam, necessitava o malvado e selvagem desespero que enchia cada toque que lhe dava.

Segundos depois a estava tocando, puxando-a para ele, enquanto se estirava no sofá e a arrastava sobre ele. Uma piscada mais tarde, estava cheia dele.

Manter seus olhos abertos era quase impossível. Sustentar seu olhar, vendo a sombra de dor, a necessidade que nunca parecia morrer, quebrou-a em partes, quando o prazer que lhe dava ameaçou explodir através dela.

Enterrado completamente em seu interior, sustentava-a ainda. Duras mãos em seus quadris, amarrando-a a ele, enquanto Chase pressionava baixando-a ao peito do Cam, forçando-a a romper seu contato visual.

—Fale comigo. — gemeu Jaci, necessitando uma conexão com ele, um centro, como o prazer enquanto a rasgava e açoitava sua mente.

—Digo como é de sexy? Quanto eu gosto? —grunhiu, quando Chase se posicionou atrás dela.

Gemeu ao sentir a grande cabeça de seu membro afundando-se contra ela.

—Vai queimar. —sussurrou— Mas você gosta que queime, não, carinho?

Ela gostava, amava. Tremia enquanto o sentia penetrar, sentia Chase trabalhando sua ereção lentamente em seu interior, queimando-a, enquanto Cam enchia as apertadas profundidades de sua buceta.

Ela estava queimando por dentro. Queimando-se por fora.

—Eu adoro escutar os gritos. —Cam sustentou sua cabeça sobre seu ombro com uma mão, enquanto as mãos de Chase se apoderaram de seus quadris agora— Sinto seu corpo ajustar-se e tornar-se mais quente. É como uma droga, Jaci. Não posso ter suficiente dela.

Estava quase gritando agora. A intensidade da lacrimogênea sensação através dela, estava-a matando. Como se supunha sobreviver a isto?

O calor queimando ao longo de cada terminação nervosa que desgastava e aquelas que se fechavam ao redor da ereção de Cam.

Com cada centímetro que introduziam em seu corpo, ela se tornava mais selvagem.

A voz de Cam em seu ouvido cresceu áspera.

—Tão apertada… doce… Ah, Jaci, esta é meu bebê. Toma tudo.

E então se voltou peralta.

—Chase parece que está morrendo por você. — sussurrou em seu ouvido— É tão apertada Jaci, tão quente, isto nos queima também. — ele gemeu e a carne dentro de sua vagina tremeu quando Chase foi mais profundo— Caralho, sim, eu gosto disto, neném.

Jaci gritava e os homens se somaram a ela enquanto Chase fervia em seu interior, suas mãos apertando sobre seus quadris, tomando-a completamente, quando ela começou a estremecer-se, a corcovear pelo êxtase, a agonia.

—Caralho. Fique quieta. —A mão do Chase aterrissou em seu traseiro, mas a ligeira queimadura não era suficiente. Ela necessitava tudo. Cam estava sussurrando em seu ouvido, frases sujas, a emoção enchendo sua voz. O mais alto de seu prazer era senti-lo dentro de sua alma. Ela afundou a si mesma no membro de Cam, e logo empurrou as costas contra Chase e gritou quando sua mão aterrissou em seu traseiro uma e outra vez, e o prazer rasgou através dela.

E rasgou através deles. Eles estavam afundados dentro dela agora, duros e profundos, rasgadas maldições saíam dos lábios de Chase.

—Eu te amo, Jaci. —A voz de Cam era rica com desespero, com prazer, com dor— Deus, sim. Foda-me. Me leve carinho. Tome tudo de mim.

Tudo deles. Ela explodiu ao redor dele, agarrando-o, dissolvendo-se, seus dentes mordendo no duro músculo de seu peito enquanto ele se sentia um idiota, gritando seu nome antes que os duros jorros de esperma explodissem dentro dela e a empurrassem mais longe na vertiginosa voragem.

Prazer, dor, êxtase e agonia, e Cam sussurrando, sempre sussurrando.

—Deus, sim, me ame, carinho. Me ame.

Atrás dela, Chase se sacudiu e estremeceu. Segurou seu membro dentro dela enquanto se conduziu profundo, silencioso, bombeando seu gozo no preservativo que levava.

Jaci se derrubou debaixo deles, sua respiração agitada, sua mente virou mingau enquanto seu corpo continuava sacudido, pequenas réplicas de prazer ainda correndo através dela.

Era quase inconsciente de Chase movendo-se. Cam não se moveu. Ficou debaixo dela, seus braços apertados ao seu redor, sua cabeça enterrada em seu pescoço, enquanto a sustentou.

Ela precisava dele sustentando-a. Era correto agora. Esta vez, não podia deixá-la ir. Se a deixasse imediatamente, ela quebraria. E se ela quebrasse que Deus ajudasse seu coração.

  

Chase se limpou no banheiro anexo, e se vestiu, apoiando suas mãos sobre o lavabo e baixando sua cabeça, olhando sem ver dentro do lavabo.

Ele ainda podia senti-lo. Seja qual for o “que” lhe tinha obrigado a procurar Cam. Não podia com isso.

Os ecos do vínculo entre gêmeos que tinham se formado no ventre materno reverberavam dentro dele, o vínculo que tinha sido quebrado por volta de seus quinze anos.

Ainda não sabia o que quase tinha quebrado ao seu irmão nessa época então. Às vezes, pergunta-se se alguma vez saberia. Mas se o que agora sentia fosse alguma indicação, Deus lhe ajudasse, mas esmigalharia quem quer que tivesse causado isso.

A sombria e escura dor que palpitava dentro de sua mente não tinha uma razão. Era a dor de Cam; ele soube imediatamente quando havia sentido redemoinhando através dele. Igual aos pesadelos que tiveram o costume de compartilhar quando eram meninos. Era igual a isso. Eles não conheciam o pesadelo, só o medo. Esse era seu vínculo.

Sempre sabiam quando o outro estava em perigo, quando o outro temia. E os medos de Cam agora eram como um escuro, uma afiada adaga rasgando sua alma.

Jaci não era a causa, mas ela e o que quer que fosse que Cam sentia por ela, era o catalisador. Fossem quais fossem as emoções com as que ele lutava por manter dentro de si mesmo, estavam se liberando.

Mas temia o que isso faria a ela agora.

Sacudindo a cabeça, moveu-se de novo à outra habitação, apoiando-se contra a parede enquanto olhava a seu irmão lhe sussurrar.

Jaci estava sorrindo agora. Uma suave risada, seus olhos fechados, enquanto Cam se sentava nu no sofá, acariciando suas costas.

—É melhor se vestir. Courtney a está esperando. —anunciou Chase— Ela quer falar a respeito daquela festa pela qual estava obrigando a todos.

—Nada de festas. — Jaci jogou uma olhada antes de bocejar sobre o ombro dele.

Cam beijou a parte superior de sua cabeça quando Chase lhe jogou um pano úmido e, logo, uma toalha seca.

O fato de que todo seu corpo avermelhava com vergonha quando a limpava não era comentado. Ela ter permitido isso era uma prova de que, assim como Chase, ela tinha um instinto sobre Cam. Ele precisava fazê-lo por ela. Assim como precisava ajudá-la a vestir-se antes dele se vestir.

—Os convites já saíram. — lhe disse Cam enquanto colocava seus jeans e deixava Jaci preocupada com seu cabelo — O Baile Brockheim é importante para a Courtney. Ela a quer ali.

—Muito mau. — Jaci franziu o cenho com o anúncio— Conheço os Brockheims. Seus eventos são fodidamente ricos para que minha conta bancária pague um vestido. Trabalharei nos planos da casa.

—Tome cuidado.

Ela se virou para Cam enquanto colocava a camisa, abotoava-a e a enfiava dentro de suas calças jeans.

—Perdão? —Perguntou-lhe, segurando seu temperamento agora.

Isto não era justo. Primeiro eles a levavam a loucura, tomando-a no meio do dia, e agora a estavam levando a outro tipo de loucura. Os gêmeos Falladay fariam com que perdesse o cabelo.

—O vestido está sendo entregue em seu hotel. Será a beleza da noite. E você vai.

—Não nessa vida. —Ela parou perto de Cam, tentando ignorar a diversão de Chase.

A sobrancelha de Cam se levantou a diversão faiscando em seus olhos. Estava amando sua irritação e isso só a incomodava mais.

—Pode caminhar para o baile ou eu posso a carregar. —Ele deu de ombros— É sua escolha.

—Realmente eu não gosto de você. — ela lhe disse, sabendo que não era verdade, assim como sabia que não tinha sentido algum para ela assistir a esse maldito baile.

Ele sorriu.

—Não, simplesmente não me quer para matar a Richard Roberts, quando ele te atacar nessa festa. —Inclinou sua cabeça, e seus olhos se voltaram duros— Ele vai aprender Jaci, não importa onde, que ninguém toca o que me pertence, seja física ou verbalmente. Não pode deter isso.

   Seus lábios se separaram quando lutou por ar.

—Posso cuidar dos Roberts. Não preciso de você lutando esta batalha.

—Então deveria ter cuidado deles antes. — lhe disse com firmeza— Agora é minha batalha.

—Com que direito? —Jaci estava quase gritando. Teria gritado, se sua voz não estivesse rouca de seus anteriores gritos.

—Pelo fato de que é minha. —Não gritou sua voz não era fria. Uma simples declaração, enquanto tocava seu rosto brandamente com os calosos dedos— Toda minha.

—E acredita que essa é razão suficiente para me ordenar a ir a esta maldita festa?

—Não. Para te dizer. Vai a esta maldita festa comigo. Depois dessa festa, ninguém duvidará quem está diante de você. Nem os Roberts e nem qualquer outra pessoa.

Seus olhos se esgotaram.

—Veremos. — girou e caminhou para a porta, puxou um par de vezes o trinco, logo se voltou para ele furiosa.

Viu o olhar que lançava ao seu irmão, quando Chase ativou o controle eletrônico e a porta desbloqueou.

Ela grunhiu a ambos e, logo deu um puxão à porta e caminhou através da casa aonde suspeitava que Courtney estaria. E, é obvio, Cam a estava seguindo. Isso só a inquietava ainda mais.

O solárium era uma pequena sala de café da manhã situado ao lado da sala de jantar. A luz do dia fluía através da envidraçada habitação, recobrindo Courtney com o calor e a luz. Jaci teve que sorrir. Essa era Courtney.

Deixava seu rastro sem importar onde estava.

Ela estava com seu marido, rindo com ele, no canto da habitação. Sua expressão estava cheia de amor, com brincadeiras, sensual conhecimento, enquanto que Ian estava escuro com desejo.

Jaci parou de repente, abaixando sua cabeça com o conhecimento deslizando por sua mente de novo de que Ian era uma parte desse clube. Que evidentemente compartilhava a sua esposa com outros homens. Que ele estava ali, que olhava, e permitia que fosse tocada por outro homem.

Jaci estava repentinamente mais confusa que nunca esteve, porque ela conhecia Courtney, conhecia as tendências possessivas da outra mulher. Courtney não compartilhava bem. Como diabos a tinha convencido Ian, de que ele compartilhar sua mulher com outro homem seria bom?

—Ali está. — condimentada com seu espanhol nativo, a voz de Courtney era suave e exótica— Juro, que se não deixar de usar os trajes de negócios, vou gritar, Jaci. Use calças jeans em troca. — riu, e logo houve uma pausa, enquanto ela inspecionava a expressão de Jaci— Presumo que Cam tenha te informado do baile desta noite.

Os dentes de Jaci estalaram, as palavras de Courtney foram ignoradas, quando outro pensamento golpeou sua mente. Havia Cam estado na cama de Courtney? Havia Ian compartilhado a sua mulher com o Cam e Chase? De repente, teve que forçar sua ira a retroceder, porque Courtney sabia que ela tinha conhecido Cam durante anos, sabia o que significava para Jaci.

Certamente não teria pensado que isso estaria bem, para levá-lo a sua cama com seu marido.

Não podia dirigir isto. Podia sentir seu coração agitado, sentir o suor caindo por suas costas e a repentina força da ira crescendo dentro dela, quando olhava para Courtney.

Jaci a olhava furiosa. Ela se sentia como declarando sua propriedade, ou algo assim, tal e como Cam fazia.

Não tinha direito. Mas o fez. E o pensamento de que Courtney tocaria em Cam por qualquer motivo, em qualquer momento, em um modo sexual a estava deixando louca.

—Ian, Cam, acredito que Jaci e eu nos retiraremos à sala por um momento. Uns poucos goles e um pouco de papo de garotas, vocês sabem. — se separou de seu marido, seu cabelo comprido flutuando em torno dela, um jeans ajustado e uma camiseta de seda abraçando seu corpo.

Courtney era linda, sexy, atraente e ela sabia. Tinha ao seu marido na palma de sua mão, se o olhar em seu rosto fosse algum indício. Teve ao Cam tão facilmente?

Jaci se voltou e o olhou, vendo só a diversão, o carinho, mas nenhuma das luxúrias quentes que viu em seu olhar quando ele a olhava. Quando a olhou, havia preocupação, um pingo de confusão masculina.

Os homens sempre estavam confusos quando não se saíam com a sua.

—Venha amiga. —Courtney acariciou seu ombro quando se voltou para ela— Tenho vinho e doces. Eles ficam magníficos juntos.

—Eles vão diretamente para os nossos quadris. — murmurou Jaci, quando se afastou de Cam e lhe disparou um duro olhar.

Melhor não tivesse sabido que tinha dormido com Courtney.

Ele sorriu em resposta, um reconhecimento masculino de sua ira, mas com uma total falta de preocupação.

Definitivamente ela ia parar de sonhar com ele.

Cam girou e viu como Jaci e Courtney, abandonavam a sala. Esperou até que elas desapareceram da vista antes de contrair-se de dor ou permitir uma amostra de preocupação refletida em sua expressão.

Ian estava olhando a porta cuidadosamente.

—Me diga Cam, explicou algum dos conceitos do clube a nossa encantadora desenhista? —perguntou com o ar de um homem que já conhecia a resposta.

—Mantive-o simples. —Talvez muito simples, porque era evidente pelo olhar em sua cara que Jaci estava suspeitando que talvez, Cam tenha compartilhado a cama de Courtney e Ian também.

Ian sacudiu a cabeça.

—Sabe que Courtney vai dizer-lhe tudo.

—Melhor Courtney que eu. — grunhiu— Alguma vez tentou explicar algo a uma mulher que simplesmente não estava disposta a aceitar?

Cam tinha a sensação de que Jaci não entenderia completamente os conceitos do clube. Não era o que ela esperava, e seguro como o inferno não era o que queria acreditar.

Ian riu ante sua pergunta.

—Só cada vez que tento explicar a Courtney por que não lhe permito entrar no clube. Vamos esperar que sua amiga não seja tão teimosa. — Ian bateu no ombro enquanto se transladava através da porta— Venha ao meu escritório, há algumas coisas que necessito que veja.

Caminharam do solárium até o escritório de Ian. Os escritórios estavam localizados mais afastados da ala residencial, os fazendo menos acessíveis para hóspedes ou membros, especialmente membros bisbilhoteiros, tais como Richard Roberts.

O congressista Roberts era um espinho no traseiro para Ian, e isso esteve tornando-se mais irritante durante o ano passado.

Sua esposa tinha apanhado o vento das últimas fofocas do clube chamado “Trojans” e tinha gasto uma grande quantidade de esforço tentando localizar o clube e os membros. Evidentemente, considerava-o seu dever cívico revelar tal depravação.

Até o momento, qualquer suspeita para Ian e o pouco conhecido clube Sinclair tinha sido desviada, mas em várias ocasiões a segurança de Ian tinha capturado o congressista tentando deslizar-se na zona com uma desculpa ou outra.

Assim como Annalee Roberts tinha tentado sutilmente interrogar Courtney e várias outras esposas dos membros susseios. Felizmente, as intrigas que tinham florescido vários anos antes sossegaram, eventualmente, afogadas. A esposa do membro que tinha revelado o conhecimento disso tinha aprendido exatamente o que era perder, e em vez de arriscar seu lugar na sociedade, simplesmente tinha se divorciado de seu marido.

Uma vez que Cam e Chase tinham concluído a investigação do incidente, a participação da pessoa tinha sido revogada e seu depósito de segurança anual executado. Teve sorte que ainda tinha seu trabalho e bom nome. O homem tinha sido um bastardo.

—Roberts está fazendo ondas de novo. — anunciou Ian, quando fechou a porta do escritório atrás deles— Vários membros do clube me contataram esta manhã com a informação de que está tentando expulsar à Srta. Wright das festas, às quais, Courtney a tem convidado. Está mais perto de averiguar que, diabos, está acontecendo aí?

A irritação que ecoou na voz do Ian, brilhava em seus olhos.

Cam gesticulou ante a pergunta.

—Ela não está falando, mas o advirto que não o fará. Ninguém está falando, um ou outro. Evidentemente, ela escolheu sabiamente os seus amigos, ou, como suspeito, não disse a ninguém o que aconteceu.

—Por que? Seu silêncio indica culpabilidade, Cam. Ela tem uma excelente reputação de trabalho, mas o rumor de uma tentativa de roubo e o assunto do adultério está fazendo a uns poucos membros ficarem nervosos.

Cam deu de ombros.

—Eles aprovaram o projeto, assim como a desenhista. Não lhes permita queixar-se.

Tinham toda a informação sobre as insinuações e acusações antes de contratá-la. Ficar nervosos agora não é aceitável.

Ian formou um cenho.

—Estamos falando dos mesmos membros aqui, verdade? Só porque eles assinaram não significa que não vão se irritar. Alguns desses homens se preocupam mais que mulheres.

Os lábios de Cam se curvaram com a acusação.

—Roberts conseguiu deter algum dos convites? —perguntou Cam.

—Não, ainda. — Ian se moveu através da habitação, seu magro e musculoso corpo tenso com irritação. Transladou-se atrás sua mesa e desabou na cadeira de couro atrás dela, voltou-se ardendo vivamente para o Cam— Este Roberts está me zangando, Cam. Quero saber por que a Srta. Wright foi o branco, assim podemos fazer os movimentos para defender sua posição. Courtney está preocupada, e quando está preocupada não dorme bem.

O que significava que Ian não dormia bem. Cam restringiu seu sorriso.

—Estou trabalhando nisso, Ian. Obtendo informação sem sua ajuda, não é fácil. O congressista e sua esposa protegem sua própria intimidade rigorosamente. Até agora, tudo o que temos são umas poucas insinuações de jogos sujos, mas não há relatórios definitivos.

Ian se recostou para trás cuidadosamente, um cotovelo descansando sobre o braço de sua cadeira enquanto arranhava sua bochecha.

—Que tipo de jogos sujos?

Cam sacudiu a cabeça.

—Estamos trabalhando nisso, Ian.

Precisavam dessa informação. O congressista Roberts tinha escolhido como alvo a Ian quase um ano antes, quando sua solicitação de admissão no clube dos homens Sinclair tinha sido rechaçada.

O clube era conhecido em um pequeno círculo de homens. Não estava oculto e eles não tratam em completo segredo, exceto a razão para isso. O que significa que havia uma grande quantidade de solicitações rechaçadas por uma razão ou outra. E muito ressentimento.

—Poderíamos pôr seu nome ante o Comitê Judicial. — sugeriu Cam, não pela primeira vez.

O comitê judicial do clube era uma mesa de doze membros que decidia se alguém dentro ou fora do clube requeria medidas punitivas. Essas medidas punitivas poderiam destruir um negócio, um indivíduo, ou um grupo. A força combinada dos membros do clube quase sempre seguia as decisões do Comitê.

—Não ainda. — Ian sacudiu a cabeça— Prefiro que só usemos o comitê quando o segredo dos integrantes ou nossas cartas estão em perigo Cam, sabe disso.

—Eles podem voltar-se perigosos se Roberts e sua esposa continuam com isto. — assinalou Cam.

Ian se endireitou e se inclinou para a frente, em sua cadeira.

—Quero provar. —afirmou— Quero saber por que escolheram à Srta. Wright como objetivo. Logo pode ir ao comitê. Ela é sua mulher, já declarou na proposta de seu trabalho aqui, na defesa das acusações formuladas contra ela. Assumiu a responsabilidade por ela. Descubra por que sua reputação está sendo escolhida como branco, e podemos levar isso ao comitê. Do contrário, estamos com SOL .

Isso só o descrevia.

—Consegue fazer com que Courtney te diga algo que não quer que saiba? —perguntou-lhe.

Ian sorriu.

—Tenho minhas formas de conhecer seus segredos, Cam. Descubra o que é que funciona com a Srta. Wright. Se ela te pertencer, então podemos defendê-la e nos ocupar da ameaça que representa Roberts ao mesmo tempo. O clube tem suas normas, seus controles e balanços, por uma razão. Descubra o que ela fez, então podemos neutralizar sua ameaça para o clube antes que seja válida.

E isso era imperativo. Parte do trabalho de Cam e Chase era identificar as ameaças antes que se convertam em um problema e encontrar a forma para neutralizá-los antes que o comitê se veja envolvido, porque, caso fossem envolvidos, então as medidas punitivas poderiam afetar a mais que a pessoa que ameaçava o clube. Como Cam havia dito a Jaci, podia afetar a cada relação, cada amigo, cada área da vida de uma pessoa. O comitê nem sempre mostrava misericórdia.

—É uma questão de confiança, Cam. — disse Ian finalmente, sua expressão escura quando se inclinou em sua cadeira— Não confia em você.

Cam o olhou por muito tempo, em silêncio.

—Que diabos quer dizer, com que não confia em mim? Eu mataria por ela, e sabe.

Isso tinha zero sentido. Jaci sabia que a protegeria contra tudo, não sabia?

—Isso o diz você. Passaram sete anos desde que a viu pela última vez. Sete anos é muito tempo. Um montão de danos e, às vezes um montão de dor. Ela não vai te dar o que necessitamos sem confiança.

Cam esfregou a nuca, gesticulando duramente.

—Não há nenhuma razão para que ela não confie em mim.

Ian sacudiu a cabeça, um sorriso curvando seus lábios.

—Me deixe adivinhar, foi atrás dela da mesma maneira que vai atrás de tudo. Direto. Até o ponto. Indicando suas demandas e esperando que se renda a elas.

—Não sou tão mau.

—Pior. —Ian riu— Fala com seu irmão, Cam, ele sabe como fazer com que uma mulher dê o que necessita. Talvez devesse aprender.

—Não tive problemas para conseguir de Jaci. — grunhiu aborrecido— Que diabos está pensando?

Com isso, Ian sacudiu sua cabeça lentamente.

—Conseguir o corpo da mulher e conseguir seu coração, são duas coisas diferentes. E ganhar sua confiança é outro problema. Você, meu amigo, está a ponto de aprendê-lo da maneira difícil.

E se a expressão de Ian era qualquer indicação, esperava desfrutar como o demônio presenciá-lo.

 

—Está zangada. — Courtney liderava o caminho para o grande salão de sua suíte e olhava a sua amiga sobre o ombro, enquanto Jaci fechava a porta cuidadosamente atrás delas.

Jaci se virou e olhou como Courtney pegava uma garrafa de vinho do mini-bar, junto com dois copos.

—Ian a compartilhou com Cam?

As palavras saíram de sua boca antes que pudesse detê-las. Jaci apertou seus dentes, embora tivesse ido por elas. Não ia pedir desculpas pela pergunta. Assim cruzou os braços sobre seus seios e olhou firmemente a sua amiga.

Courtney encarou-a de volta.

—Realmente, Jaci, acredita que eu teria permitido algo como isso? Soube desde o começo que Cam é teu. Eu nunca ultrapassaria os limites. Não importa quão delicioso seja. — pestanejou descaradamente.

E Courtney não iria mentir para ela sobre isso. Jaci sabia que sua amiga, apesar de sua atitude, frequentemente, irrefletida tinha um traço de honestidade inabalável. Poderia falar a respeito de um tema, poderia mentir descaradamente para os seus inimigos, mas com uma amiga, era escrupulosamente honesta.

—Vamos, vamos descansar um pouco. — ordenou a Courtney, sua voz firme, quando se deixou cair no sofá, com os copos e o vinho na mão— Te explicarei todas as complexas pequenas regras do mundo que encontrou de repente. É realmente único e muito interessante.

Jaci se sentou, aceitou o vinho, e olhou para Courtney com cautela.

—De verdade quero escutar isto?

—É obvio que sim. —Courtney riu— Só imagine, Jaci, um grupo de homens cujo principal objetivo, cujos únicos pensamentos não são só o prazer, mas sim o amparo de suas mulheres. Em troca do maior dos prazeres que uma mulher pode receber, ao permitir a seus maridos, seus amantes, um único desejo sexual, saibam ou não, elas adquiriram o amparo de centenas de pessoas. É realmente muito impressionante, não te parece?

—É realmente muito exagerado.

—Mas não é assim, Jaci. Têm regras. Regras claras. E romper com essas regras o leva a rápidas e decisivas ações punitivas. Completa fidelidade, só para começar. Os homens compartilham as suas mulheres, mas as mulheres nunca têm medo de compartilhar seus amantes ou maridos, no tempo que elas estão com eles. O abuso conjugal não está permitido, e Deus não o queira, se um dos membros abusasse de seu filho. Eles protegem o que é deles e castigam aos próprios, e a principal razão da existência do clube é esse amparo. Para prover uma base de homens de confiança, apenas homens que compartilham as mesmas necessidades, que entendam o código do clube formado em respeito. Uma base de amparo para eles e suas mulheres. Um lugar para reunir-se com aqueles que entendem, e em quem se pode confiar. O clube existiu sem ser detectado por duzentos anos devido ao código, e pela segurança que eles mesmos promulgam. Para nosso bem. Realmente não é tão mau, ser reclamada por um membro do clube.

—Não vou ser reclamada.

—Mas minha querida, Cam já tomou conta disso. Já, os membros estão em contato com Ian, os sussurros da campanha dos Roberts está gerando preocupação neles. Estão preparados para atuar em seu favor, para te proteger e proteger ao Cameron. É muito tarde para preocupar-se de ser reclamada Jaci. Essa reclamação é o que permitiu ao Ian conseguir que fizesse o trabalho, apesar das acusações que os Roberts fizeram contra você.

Jaci levantou o copo de vinho a seus lábios e bebeu antes de estendê-lo para preenchê-lo. Ela não se incomodou em responder até que tinha bebido aquele outro também.

Talvez necessitasse algo mais forte que o vinho.

—Courtney considerou que talvez este código que pensa reger o clube não seja mais que uma ilusão finamente velada? Onde está a honra, quando um homem espera que sua mulher tome a outro homem em sua cama? —Mas ela sabia melhor, ela conhecia a fome de Cam, e tentar entender o que o levou a isso estava deixando-a louca, entretanto.

Courtney se acomodou mais profundamente no canto do sofá e colocou suas pernas debaixo dela.

—Há honra em um prazer tão extremo, tão consumidor que uma mulher fica tão completamente saciada que mal pode mover-se. Ian escolheu muito cuidadosamente ao nosso terceiro, Jaci. Um homem que sabia que estava sem risco para os vínculos emocionais que compartilhamos, um que sabia que me protegeria e nada aconteceria quando ele não estivesse ao redor.

—E quando esse terceiro decide encontrar sua própria esposa ou amante? —Perguntou com incredulidade— Então o que, Courtney?

—Então Ian e eu decidiremos se outro terceiro é necessário ou não. — Courtney bebeu de seu vinho. Jaci bebeu outro meio copo.

—O… — ela agitou sua mão quando avermelhou de vergonha— É bissexual?

Os olhos de Courtney se arredondaram antes que uma explosão de risada escapasse dela.

—Acredita que Ian seja bissexual, Jaci?

Não, ela teve que admitir que não.

—Deus, vou perder minha mente neste trabalho. — sacudiu a cabeça e tomou o copo de vinho— Poderia ter me avisado. Odeio-te por não me avisar, Courtney. Vou odiá -la para sempre por não me avisar. —É obvio, ela realmente não... Talvez.

—OH, realmente? Teria me acreditado? —Courtney afastou a acusação.

Jaci teve que admitir que teria sido difícil de engolir, mas teria acreditado.

—Deveria me ter me advertido. —disse de novo— Não sabe ao que estou enfrentando aqui, Courtney. Tratar com os Roberts será bastante mau, mas agora Cam está decidido a obter respostas. Lutar contra eles vai ser o inferno.

—Por que não diz a Cam a verdade? Vamos, Jaci, deixa que a proteja! Deixe que o clube a proteja. Esta é a razão pelo qual se criou, por que ainda prospera. Sua reputação é irrepreensível, no que a eles concerne. Mas não podem te proteger sem saber do que lhe estão protegendo.

Jaci sacudiu a cabeça. Ela desejava poder contar a Courtney. Às vezes a necessidade de compartilhar o horror daquela noite era como um ácido dentro de sua alma. E a única pessoa que sabia não podia permitir-se estar associada a Jaci. Se o fizesse, então o plano que elas tinham idealizado juntas nunca funcionaria.

—Por que mantém seus segredos, Jaci? —perguntou Courtney brandamente, referindo-se aos Roberts.

Jaci exalado abruptamente.

—Até onde posso confiar em você, Courtney?

Courtney a olhou, a compaixão enchia seus olhos. Ela suspirou fortemente.

—Não me diga o que ocorreu, ou terei que dizer a Ian. Não posso lhe ocultar isto, porque estou obrigada por normas do clube tanto como ele. Mas qualquer outra coisa fica entre nós.

—Quem conhece ao Cam, inclusive anos atrás, sabia que ele sempre manteve sua palavra. Se esta era uma promessa ou uma ameaça.

—Sua fama segue em pé, então. —Courtney assentiu.

—Ele jurou que mataria a qualquer homem que me fizesse mal. — sussurrou ela— Ele fez uma advertência e um voto, Courtney. E não haverá nada que possa fazer para detê-lo se decidir que é merecido. Não vou ser responsável por isso. Esta não é sua luta.

—Alguma vez contou a alguém o que aconteceu? —ela perguntou.

A risada de Jaci era amarga.

—No primeiro mês, alguém a quem considerava que fosse um amigo esteve muito perto de conhecê-lo. Descobri que era muito amigo dos Roberts. E acreditava em tudo o que se disse a respeito de mim. —Ela deu de ombros— Me golpearam com a adaga. Suas mentiras chegaram antes que pudesse dizer a verdade. Agora me veria como uma mentirosa, cobrindo meu próprio traseiro, e Cam faria algo incrivelmente masculino e incrivelmente estúpido pela promessa que fez. Não vou permitir isso.

—E sua necessidade de te compartilhar com Chase? —Perguntou Courtney— Isso não é pelo que está lutando contra uma relação com ele, Jaci?

Ela sacudiu a cabeça.

—Vim aqui decidida a fazer este trabalho, para enfrentar aos Roberts e ganhar. Então ia procurar ao Cam. Mas não posso fazer frente a ambas as questões de uma vez. Não tratarei com ele. Depois que o trabalho esteja terminado, depois que os Roberts se dêem conta de que pegar a mim é um esforço inútil, talvez então possa ver para onde isto pode ir.

Courtney sacudiu a cabeça.

—Cam não esperará Jaci.

Ela terminou seu vinho e apoiou o copo sobre a mesa antes de voltar-se para sua amiga.

—Ele não tem escolha.

E a isso, Courtney sorriu. Um lento, divertido e simpático sorriso.

—Acredito que vai aprender minha amiga, que é você quem não terá escolha. Uma vez que um membro do clube escolha a sua mulher, rara vez retrocede sobre sua eleição. Ian tem conhecimento de só um, em toda a história do clube que fez assim, e te juro, ele lamentou isso cada segundo de sua vida. Cam não esperará. E não penso que o deseje. —Os olhos de sua amiga piscaram— E alguns homens têm algumas interessantes maneiras de assegurar-se de que a palavra nunca passe pelos lábios da dama de novo.

Ela não ia perguntar. Ela não ia perguntar. Ela não quis saber quais modos eram, ou por que Courtney parecia tão deliciosamente perdida no pensamento sobre eles.

—Como soube que este trabalho ia deixar-me louca? —inclinou-se para frente, levantou sua taça e sustentou o olhar de Courtney, uma vez mais. Um intercâmbio. Só um pouco mais de falsa coragem— Em qualquer momento próximo me voltarei louca, todos estamos loucos.

—Sei. —Courtney sorriu com presumida satisfação— Por isso estou tão divertida de estar perto.

—É possível que necessitemos outra garrafa depois desse comentário.

Courtney riu brandamente.

—Assim, estará na festa desta noite? —perguntou, colocando para Jaci outra pequena medida do vinho.

Nesse momento, Jaci sorriu. Esta vez foi seu sorriso que causou preocupação na piscada dos olhos do Courtney.

—Estarei ali. —assinalou.

—Com o Cam?

—Só se chegar ao mesmo tempo. —Ela brindou à saúde de sua amiga com sua taça— E eu não apostaria sobre o que acontecerá, Courtney. Realmente não.

Podia ser que não tivesse outra opção que assistir à festa, mas Cam ia perceber que ela não cumpria todas as ordens muito bem. Se ele a tinha reclamado, bem, poderia aprender o que significava exatamente reclamá-la.

Um de seus maiores temores era ser esmagada por seu domínio e sua sexualidade. Ela sempre tinha temido que não pudesse lhe fazer frente, não pudesse negar-se. Ia ter que provar a si mesma e a ele que podia. E ela ia ter que fazê-lo ao mesmo tempo em que lutava contra seu inimigo.

Porra, por que não tinha chamado a Cam para começar cinco anos antes e deixá-lo limpar o piso com os Roberts e com o que tinham feito? Nesse momento, Cam poderia ter se limitado a derrotar os demônios do outro homem, em lugar de matá-lo.

Mas tinha medo, muito medo, que depois de todo este tempo, depois de tudo o que eles haviam feito para tentar destruí-la, Cam se conformasse apenas matando-o.

  

Conseguir o corpo da mulher e conseguir seu coração são duas coisas diferentes. E ganhar sua confiança é completamente outro problema.

Cam não era exatamente inepto quando se tratava de mulheres, mas durante anos, ganhar sua confiança não tinha sido uma de suas principais preocupações. Ao menos, não mais do que tinha tomado para chegar a suas camas. Isto era um tipo de confiança totalmente diferente, e sabia.

E ele não tinha a plena confiança de Jaci.

Era uma descoberta surpreendente, o conhecimento que a mulher que tinha reclamado como própria não confiava nele o suficiente para lhe permitir protegê-la.

Ele riu ante a idéia enquanto empurrava a Harley na garagem subterrânea do depósito reciclado que ele e Chase tinham comprado bem depois de aceitar a oferta de Ian Sinclair cinco anos antes.

Dois armazéns, cavernosos e abertos, nos que ele e seu irmão tinham trabalhado em seu tempo livre durante anos, convertendo-os em um espaço habitável. As habitações abertas e espaçosas, as altas janelas atraíram sua necessidade de liberdade.

Depois da emboscada no Afeganistão, Cam necessitava espaço, habitações para vagar e para sarar, depois que os militares haviam o trazido de volta.

Inclusive pior que a necessidade de espaço nesse momento tinha sido a necessidade de contato. Foi então que aprendeu como melindrosas podiam ser as mulheres. Ele e Chase sempre se interessaram por mulheres, tinha sido um choque olhar-se no espelho e dar-se conta do dano que haviam feito ao seu corpo, mas ainda mais surpreendente tinham sido as reações dos outros. Todas, da fascinação ao asco completo. E tinha encontrado, só porque uma mulher queria viver um pouco no lado selvagem, não significava que ela tivesse que apreciar o corpo que a empurrava dentro dos escuros excessos que habitavam esse lado de sua sexualidade.

Entretanto, Jaci lhe havia tocado brandamente, com tristeza. E quando o fez, a necessidade de tê-la sem Chase tinha aumentado dentro dele.

Seu corpo se apertava com as imagens disto, enquanto caminhava rapidamente pelas escadas até o primeiro nível da casa. Ali, parou primeiro no refrigerador e a cerveja fria esperando dentro, abriu-a, jogou a tampa no lixo, logo inclinou a cerveja para seus lábios.

Um comprido e frio gole, depois, inclinou-se contra o balcão e olhou ao redor da habitação aberta. Havia um banheiro fechado, ducha e jacuzzi no jardim do outro lado da enorme sala. Um lado da parede era de vidro espesso e sombreado.

Havia cozinha e ilha de trabalho onde estava, no interior da entrada, a habitação se estendia em uma sala de estar com sofás em compartimentos, cadeiras densamente acolchoadas e uma ampla tela de televisão. Havia uma mesa de bilhar e várias máquinas velhas de pinball atrás. Rodeado de telas de cinema, estava o dormitório de Cam.

A cama king-size e harmoniosos móveis sem terminar enchiam esse canto do quarto.

Acima estava a sala de pesos, o escritório, e o dormitório e banheiro de Chase, assim como uma pequena cozinha. Já que Chase lhe tinha explicado, que às vezes um homem só queria um sanduíche sem andar penosamente pelas escadas.

   E, às vezes, necessitava de sua mulher sozinho. Às vezes desejava tomar Jaci sozinho.

Chase não sofreu a escuridão tão frequentemente como Cam o fez. Às vezes Cam se perguntava se seu gêmeo não poderia viver feliz sem compartilhar outra mulher.

Diabos, Cam sabia que podia viver sem isso. Fez-o. Frequentemente. Mas às vezes, as lembranças amontoadas dentro dele, quebravam-no, e a necessidade se convertia em uma dilaceradora e brutal fome que só aumentava mais se a ignorasse.

Chase entendeu aquela fome. Não pôde compreender como Cam tinha chegado a isso, mas conhecia a fome.

Esfregou as cicatrizes no peito. As cicatrizes não eram só das balas ou das facas utilizadas durante o ataque. Havia cicatrizes que tinha adquirido a partir dos três dias que tinha passado como prisioneiro do pequeno grupo de terroristas que tinha capturado a ele e a sua equipe.

Entretanto, essa agonia foi uma brincadeira, comprada com outras lembranças. A dor física era muito mais fácil de esquecer que as lembranças quebradas dos três anos de viver no inferno depois de que seus pais tinham morrido e sua tia tinha ficado para cuidá-los.

Seus dedos apertados ao redor da garrafa enquanto aguentava a urgência de lançá-la através da sala. Diabos, só porque teria tido que limpá-lo. E há muito tempo estava cansado da limpeza da sujeira que sua ira tinha ocasionado.

Relaxou seus dedos lentamente, inalou profundamente, e se forçou a recordar o fresco e limpo aroma do corpo do Jaci, mais que o fodido aroma do perfume de rosa, sexo viciado e licor.

Terminou a cerveja, soprou fortemente e, logo caminhou ao telefone sem fio no centro da ilha.

Tirou o telefone da base, fez uma chamada rápida à exclusiva boutique a várias ruas do hotel.

Falando com o proprietário, fez seu pedido, com o tamanho de Jaci e a cor que queria, e autorizou a transação do cartão de crédito. Sra. Lisette Miles, a proprietária da boutique, estava extasiada com a venda, e certamente mais que feliz de entregar a compra à Srta. Wright em seu hotel.

Com esse feito, permitiu que um pequeno sorriso curvasse seus lábios e foi rapidamente à ducha. Esta noite trataria de ganhar sua confiança. Ganhar sua confiança não podia ser tão malditamente duro. Diabos, ela o conhecia, sabia que mataria por ela, sabia que ele faria tudo para protegê-la.

Deus ajudasse qualquer um que tratasse de feri-la, porque certamente faria com que pagassem por isso.

Manteve-se à margem de sua vida durante sete anos, porque sabia que não estava preparada para ele. Que não estava preparado para ela. Que Jaci viria a ele quando estivesse preparada. Isso foi o que disse a si mesmo durante anos. Certamente havia feito saber a seus pais onde estava, soube onde ela estava trabalhando em um dado momento, e que podia encontrá-lo se ela o necessitava.

Ele não era um stalker . Ele não estava obcecado. Ele só sabia a quem pertencia seu coração, tal como se deu conta de que nunca poderia ter o que necessitava dela. A parte mais difícil era o medo que não pudesse ser o que ela necessitava. Uma parte dele se deu conta que, aceitava-o. Nunca poderia ser o homem que ela necessitava, mas não podia afastar-se agora.

Poderia ter vivido sem ela, estava vivendo sem ela, até que chegou aqui, a seu território. Ela tinha ido até ele.

Tirou suas roupas e entrou na ducha, seus dentes apertados enquanto brigava contra a dominação que assolava dentro dele.

Tinha estado bem sem ela, mas ia viver melhor com ela, e a partir desta noite, Jaci aprenderia isso.

Ia lutar com ele, podia senti-lo, e era mais excitante do que podia descrever. Ela o desafiaria, colocaria-o de cabeça para baixo e o faria trabalhar pelo que queria.

Quando foi a última vez que teve que trabalhar por uma maldita coisa, outra que não fosse para obter a informação que desenterraram ele e Chase durante as investigações? Às vezes isso era trabalho, mas as mulheres nunca tinham sido trabalho. Se uma não está interessada, então poderia encontrar outra que estivesse. Não grande coisa, porque nenhuma delas era Jaci.

Agora, era Jaci.

Lavou seu cabelo rapidamente antes de ensaboar seu corpo, fazendo caretas quando se ensaboou e enxaguou a grossa longitude de seu membro e pensou em Jaci. Ficava duro sempre que pensava em Jaci.

Sua vida esteve cheia de solidão, sabia isso do relatório de investigação. Seus amantes foram evidentemente, poucos e longínquos, porque não os pôde encontrar. Não fazia amigos com facilidade, e os amigos que havia feito eram intensamente leais.

Embora, uma mulher tão ardente, formosa e apaixonada, como Jaci necessitasse mais que uns poucos amigos de larga distância. Ela necessitava um homem. Um amante ao qual não pudesse pisar, um que a desafiasse, que fizesse seu sangue arder. Um que possa tomar toda aquela inquietante e quente paixão em seu interior e devolvê-la aumentada em dez.

Era o homem que não só a domesticaria, mas também a saciaria. A faria queimar uma e outra vez, e apagaria as chamas com seu tato, seu beijo. Sua posse.

Ian tinha razão. Jaci não ia lhe dar tudo sem conseguir nada mais dele. Tinha a esperança que o faria, tinha-a esperado. Ele deveria tê-la conhecido melhor. Sete anos não ia debilitar a uma mulher que tinha sido forte, inclusive aos vinte e um. O suficientemente forte para afastar-se de algo que ele sabia que tinha querido sob a sola de seus pés.

Ela era aventureira. Era uma mulher que nunca pertenceria a um homem fraco. E Cam definitivamente não era.

Diabos, havia mais fantasmas dentro dele que um castelo encantado, e sabia malditamente bem, havia partes dele que nunca poderia estar inteira de novo. Essa seria a batalha. Conseguir sua confiança nele, lhe pertencer, enquanto guardava seus segredos para si mesmo.

Porque os segredos poderiam destruí-lo.

Entretanto, os segredos não tinham nada a ver com a sedução. Não tinham nada a ver com tomar Jaci.

A antecipação queimava dentro dele com o pensamento dela e a sedução por vir. Nunca teve que esforçar-se para seduzir, mas Jaci era definitivamente digna de esforço. Ela era o melhor de tudo, mesmo sua própria compulsão a não dar nunca a uma mulher seu gozo sem camisinha.

Em toda sua vida sexual, nunca havia, nem uma vez, fodido a uma mulher sem camisinha. Evidentemente, com Jaci era uma exceção não ser cuidadoso, nem igualmente minucioso. A exigência não era o final disto. Era mais que exigente, e ele sabia. Tinha-o tomado, uma parte dela confiou nele, deu-se conta. Nunca lhe teria permitido tomá-la desprotegido se não confiasse. Portanto, não era só uma questão de confiança. O que significa que tinha que descobrir exatamente o que era.

 

Jaci conteve seu sorriso quando entrou na mansão Brockheim. Tinha redesenhado uma cabana de férias para os Brockheims em Aspen, dois anos antes. Os Brockheims tinham decidido deixar o trabalho só para Jaci em lugar de fiscalizá-lo. Margaret Brockheim se preocupou por deixar seu marido com ela, depois de inteirar-se dos rumores sobre a tendência de Jaci a romper lares. Sua filha, Moriah, tinha estado na cabana, sem o conhecimento de seus pais, enquanto Jaci trabalhava.

Moriah não sabia que Jaci estava para chegar naquele fim de semana. Ela estava se escondendo, sofrendo enquanto Jaci tinha estado ali e tinham encontrado um vínculo em seu ódio aos Roberts. Isso, e um plano.

Os Brockheims tinham dinheiro, moral e rancores velhos. Tinham setenta anos, consideravam-se atuais e modernos, e desfrutavam de sua vida social ao máximo.

Como Courtney tinha conseguido um convite para esta festa para Jaci, não sabia, mas quando viu seus amigos no salão de baile, teve que admitir que não a surpreendeu.

Courtney estava vestida com um ajustado vestido de seda cor safira. Seu cabelo recolhido em cima de sua cabeça, largas mechas caindo do topo até ondear sobre os ombros.

Ao seu lado, Ian e Chase estavam vestidos com smokings, luzindo decididamente bonitos e poderosos, enquanto que Khalid, parado perto, conversava com outro convidado.

Enquanto Jaci cruzava o salão de baile, o vestido de noite cor vermelha escura que usava roçava sobre os dedos dos pés e dos caros sapatos que tinham sido entregues com ele. Teve que admiti-lo, Cam tinha um excelente gosto em roupa feminina. Inclusive as calcinhas de renda e ligas eram de seda, e encaixavam perfeitamente. Sentia-se igual a uma amante cuidadosamente mimada, e sabia que era a impressão que dava essa noite.

—OH, está em muitos problemas. —Courtney ria quando Jaci se aproximava seus olhos marrons perversamente divertidos e repreendendo— Cam chamou duas vezes do hotel. Ele jura que está escondida em seu quarto.

Ela era consciente de Chase tirando seu telefone celular de seu bolso e pondo-o em seu ouvido.

—Traidor. — o acusou em voz baixa.

Estava chamando Cam, e ela sabia. Lealdade de irmão, sem dúvida. Enquanto informava ao Cam que ela estava na festa, teve uma sensação de que Chase estava antecipando com veemência os foguetes.

—É uma mulher perigosa. — disse a ela, seus lábios crispados pela sua audácia, enquanto guardava o telefone celular de novo no bolso interior de sua jaqueta— Ele não está contente com você agora.

—Não estive contente com ele durante todo o dia. — respondeu encolhendo seus ombros nus, consciente do olhar de Chase deslizando-se sobre os arredondados topos de seus seios, revelados pelo ajustado desenho do vestido.

Suas costas estavam descobertas até a parte superior de seus quadris, onde a saia caía brandamente sobre suas curvas, ajustada e quase reveladora. Era um dos mais deliciosos vestidos que ela tinha usado. Era definitivamente um dos mais caros.

—Você gostaria de dançar antes que ele chegue? —convidou-a Chase, olhando à pista de baile onde a banda tinha reunido a vários casais para desfrutar da lenta e romântica música.

Ela sorriu, enquanto sacudiu sua cabeça.

—Acredito que vou esperar.

—Pode ser que não tenha a oportunidade de dançar mais tarde. —Courtney riu ligeiramente— Cam vai fazer tudo para afirmar a maravilhosa dominação masculina que estou segura que possui.

Ela falou com voz o suficientemente baixa como para que suas palavras não chegassem mais longe que Jaci, mas sua risada conseguiu vários olhares de admiração masculina.

—Então só terei que fazer tudo para afirmar minha própria dominação. — lhe informou Jaci.

Era valente. Era corajosa. Ela poderia estar contra os Roberts e poderia estar contra Cam. Tudo estava na apropriada aparência de fortaleza, decidiu. Ela era toda aparência. Tinha levado a aparência da despreocupação e a moderação durante quase sete anos. Definitivamente cinco anos, da noite que os Roberts quase a tinham destruído.

Falando de seus demônios, ela teve um vislumbre de Annalee Roberts com o canto do olho. A expressão falsamente preocupada da mulher enquanto falava com Margaret Brockheim era uma advertência em si mesmo.

Ela conhecia a rotina. Tinha sido convidada para abandonar mais que uma festa por causa dos Roberts. Era uma das razões pela qual resistiu vir a esta festa.

—O resto de nós deveria tomar notas. — zombou Chase distraindo-a— Acredito que nunca ninguém tenha desafiado ao Cam tão abertamente. Ele poderia entrar em choque.

Jaci rodou seus olhos.

—Acredito que Cam é um pouco mais resistente que isso.

—Não sei. —ele refletiu— O senso de humor desse moço não foi adequado durante um tempo, mas estava finalizando. Poderia causar um retrocesso.

Os lábios de Jaci se franziram quando forçou um sorriso. Ela olhava para Margaret Brockheim, viu o cenho que franzia enquanto Annalee se movia para se juntar a outra de suas cupinchas. A expressão da mulher de idade a preocupava agora, sua cara coberta de rugas quando se dirigiu a seu marido e filha.

—Me perdoe um momento. — disse Jaci ao Chase quando se voltou e caminhou a curta distância para os Brockheims.

Tinha esperado isto. Sabia que Annalee se apressaria a tentar forçar aos Brockheims para que a convidassem a ir-se. E Annalee tinha total confiança em sua capacidade de assustar Moriah e obrigá-la a estar de seu lado. OH, como os poderosos cairiam logo, pensou Jaci.

—Moriah. Sr. e Sra. Brockheim. Espero que estejam desfrutando da cabana. — Ela estendeu sua mão, vendo a surpresa em seus rostos, a piscada de indecisão antes que Margaret Brockheim tomasse sua mão, embora fracamente.

O apertão de mão do Sr. Brockheim foi firme, e Moriah segurava um gesto de ira. Seus olhos avelãs estavam ardendo com ira, embora suas feições, sua expressão, eram perfeitamente compostas.

—Estamos encantados de que pudesse fazê-lo, a Srta. Wright. —Harold Brockheim assentiu rigidamente, seu olhar piscando sobre sua cabeça— E a cabana está maravilhosa, como sempre. Estivemos justo ali o mês passado.

—Papai ama o deck. — Moriah adicionou brandamente, sua perfeita compostura— Especialmente o cinzeiro oculto que incorporou para seus puros. Mamãe não o chateia muito agora.

Harold Brockheim estava desfrutando de seus puros no deck, sua filha havia dito a Jaci, que tinha sido a causa de várias discussões entre o casal. A incorporação do oculto nicho de fumante tinha sido bastante fácil.

—A cabana está maravilhosa, Srta. Wright. —Margaret sorriu rigidamente.

—Tem uma amizade estreita dos Sinclairs, então? E dos gêmeos Falladay? —Moriah deu um passo ao redor de seus pais, o suave e rico material de seu vestido de noite girando a seu redor.

Seus pais a olhavam preocupados, intercambiando olhadas, quando a indecisão parecia sombrear seus olhos. Eles não queriam a reputação perfeita de sua filha manchada. Moriah era sua única filha, seu orgulho e alegria, pelo que Jaci entendia.

—Courtney e eu fomos amigas durante anos, e conheço Chase e Cam toda minha vida. —revelou Jaci.

Agora o olhar de Moriah pareceu curioso, sua cabeça inclinada a um lado, enquanto a suave queda do negro cabelo escorregou sobre seu ombro pálido. Mas Jaci podia ver a ira em seu interior, um ódio, um brilho de desespero que sabia que era causada pelos Roberts.

—Chase e Cam são bons homens. — disse Harold, como se alguém se atrevesse a refutar a afirmação.

—São muito bons. — Jaci sorriu em troca— E estavam muito determinados em que eu viesse a sua festa. Espero que o convite de última hora não cause nenhum problema.

—OH querida, é obvio que não. — Margaret sorriu nervosa— Courtney é uma encantadora jovem mulher, e Ian é quase da família. Conhecia muito bem a seus pais. Estamos muito contentes que pudesse vir.

A mentira social foi suave e gentil, mas o olhar de Margaret estava inquieto. Esta era sua festa, um evento social que poderia ser arruinado, se as pessoas equivocadas fossem ofendidas.

—Srta. Wright estava indo à mesa do bufê para pegar um pequeno lanche quando chegou. —Moriah sorriu— Gostaria de ir comigo? —Um gracioso gesto de sua mão para a sala de bufê foi seguido de um sorriso nervoso.

—É obvio. —disse Jaci— Eu adoraria.

Podia sentir os olhos de Chase fuzilando-a enquanto caminhavam juntas. Mas eram os Brockheims quem a incomodava mais. Eles não queriam sua filha em sua companhia. Queriam-na a seu lado, não sendo agradável com o problema da semana, no que dizia respeito as fofocas.

Infelizmente para eles, Moriah tinha seu próprio programa. Especialmente quando os Roberts estavam envolvidos.

—Richard está voltando-se cada vez mais medroso, e difundindo intrigas sobre você, mais que nunca. —Moriah baixou sua cabeça enquanto falava, pretendendo checar sua bolsa por um segundo quando se moviam através da multidão— Golpearão logo, Jaci.

—E quando o fizerem, estaremos preparadas para eles. —Jaci deu de ombros.

—Annalee mandou minha mãe a mandar embora. — um broto de cólera acendeu o marrom profundo do olhar de Moriah— Como se alguém pudesse ordenar a minha mãe a fazer algo. Mas a perturbou, e papai não está satisfeito com isso.

—Sinto muito, Moriah. — disse Jaci brandamente quando entraram na sala de bufê— Odeio ser a causa de qualquer problema para sua família.

—Como se meus pais não tivessem tratado antes ao de seu tipo. —A voz de Moriah tomou um decidido estalo enquanto Jaci a levava a um deserto canto da habitação— E estou cansada de esperar. Deveríamos dar o primeiro passo. Isto tem que acabar.

—Suficiente Moriah. —Jaci olhou ao redor, assegurando-se que ninguém podia ouvir sua conversa— Temos que ter primeiro as provas. Até que obtenhamos isso, então não temos nada contra eles.

Os lábios de Moriah se apertaram de raiva, e ficou de costas à habitação para assegurar-se que não se pudesse ver a emoção em seu rosto.

Moriah Brockheim era uma mulher completamente diferente quando não haviam regras sociais em envolvidas. Ela ria e brincava, era propensa a beber muito vinho com os amigos, e sabia como manter seus segredos, porque tinha poucos próprios.

—Eles não são tão cuidadosos, nem são tão inteligentes como estavam acostumados a ser. — disse Moriah enquanto se voltava para Jaci e deixavam a sala de bufê— Vamos, vamos ao escritório de papai. Ele tem um maravilhoso brandy ali. Acredito que poderia nos servir um gole.

O escritório era isolado, privado. Moriah ingressou o código de bloqueio, e logo abriu a porta e conduziu Jaci para dentro e bloqueando atrás delas.

—Odeio estas festas. — disse Moriah, quando acendeu um abajur e caminhou através da habitação, seu vestido movendo-se com um suave sussurro contra o piso de madeira— Papai sempre se preocupa quando me recuso a participar.

Foi até o bar, colocou o conhaque, e logo entregou um copo para Jaci.

—As histórias de Annalee foram trocando com os anos. — disse então— A mulher está, evidentemente, as perdendo. Esta noite enfureceu meu pai quando exigiu que você fosse retirada da festa. Ao que parece, adicionou ao roubo do dinheiro e a sedução a seu marido, que tentou seduzi-la também. —A careta, de enfurecido desgosto de Moriah, era dolorosa de ver— Como se essa puta precisasse ser seduzida.

Moriah era uma amiga secreta, uma que Jaci sabia que ninguém suspeitava que possuísse. A experiência de Moriah com os Roberts foi mais à frente que a de Jaci, e as cicatrizes disso eram mais profundas. Nenhuma delas podia pôr em perigo aos Roberts sabendo quão estreita realmente era sua associação.

—Moriah, deveria ter dito a seus pais a verdade agora. — disse Jaci.

Moriah inalou ante isso.

—Papai os mataria. Mamãe choraria durante meses, e o escândalo seria horrível. Mas quero vê-los destruídos, Jaci. Quero isso com uma ansiedade que me mantém acordada de noite.

Seus punhos estavam apertados ao seu lado antes que levantasse a taça de brandy e bebesse o licor.

Tossiu depois que passou, sua cara avermelhada, e um segundo mais tarde, parecia ter o controle que necessitava para respirar cansada.

—Disse ao Cameron o que aconteceu? — perguntou, segundos depois.

Jaci sacudiu a cabeça.

—Saberá quando Cam saiba, todo mundo saberá.

—Terá que fazer algo a respeito dessa puta logo. —disse Moriah— Ela não parará.

—Você o disse, termina aqui.

Ela e Moriah tinham se falado várias vezes depois que ela tinha chegado a Alexandria, embora não se atrevessem a se encontrarem fora do âmbito social que frequentavam em comum.

—Papai, é obvio, debaterá tudo isto detalhadamente depois da festa. —O sorriso de Moriah era apertado e difícil— Mamãe se sente mal com as ordens de Annalee. Pude ver o medo de Annalee em seus olhos esta noite. Ou talvez só quisesse vê-lo. A farei saber o que dizem. Papai não tolerará tal comportamento em sua casa.

—Moriah, incomodaram-lhe outra vez? —perguntou preocupada. Tinham aterrorizado Moriah anos antes, deixando-a com cicatrizes que Jaci temia nunca poderiam curar-se.

—Eles sabem melhor. — grunhiu Moriah, seus lábios apertados quando a raiva interior queimava na superfície— A única coisa que me mantém em silêncio é o fato de que destruiria a meus pais. Culpariam-se pelo que houve, e não posso suportar isso. — sacudiu a cabeça, enquanto apoiava o copo de brandy cuidadosamente sobre o bar.

Quando se voltou para Jaci, havia um brilho de lágrimas em seus olhos.

—Ainda tem pesadelos, Jaci?

Jaci assentiu lentamente.

—Sim.

—Vejo-os e fico doente. —Moriah exalou bruscamente— Às vezes me pergunto se nunca esquecerei.

—Não esquecerá, —disse Jaci— mas está sobrevivendo, Moriah. Isso é tudo o que qualquer um de nós pode fazer.

Moriah soprou ruidosamente e assentiu de novo.

—Muito bem, melhor que retornemos. Chamarei-a esta noite e te direi o que diz meu pai. Possivelmente de algum jeito, juntas podemos encontrar uma maneira de neutralizar a esses monstros.

Monstros eram exatamente o que eram. Enquanto Moriah se adiantava para lhes permitir voltar para a festa, separadas, Jaci sentiu seu peito apertar-se ante a dor da outra garota.

Uma coisa era tentar atacar a uma mulher madura e forçá-la a ingressar nos jogos obscenos que os Roberts jogavam. Mas também tinham tentado forçar a uma menina a isso. Moriah tinha só quinze anos quando seus pais a enviaram para passar o verão com os Roberts quando viajaram ao estrangeiro para atender os negócios que Harold Brockheim tinha.

Durante esse verão, Annalee Roberts quase tinha quebrado a jovem, aterrorizou-a até o ponto que, uma vez devolvida a seus pais, ela nunca falou disso. E nunca o tinha esquecido.

Não a tinham estuprado, e até o dia de hoje, Jaci não sabia o que os tinha detido. Mas a tinham atormentado. Torturado. A espancavam pelas menores infrações. Humilhando-a, baixando sua auto-estima. Ameaçando a ela e a seus pais, permitiram-lhe ver coisas que nunca deveria ter visto e ouvir as coisas que a marcaram, onde sua própria sexualidade estava envolvida.

As semanas que ela e Jaci tinham passado na cabana de seus pais em Colorado tinham sido esclarecedoras para ela, assim como para Jaci. Ela era a única pessoa a quem Jaci tinha revelado a verdade, sabia que Moriah nunca revelaria aqueles segredos.

Agora ambas estavam decididas a defender-se. A mulher mais jovem era a única verdadeira aliada que Jaci tinha. Ela seria a única pessoa que poderia lhe ajudar quando esse enfrentamento chegasse.

Quando entrou no salão de baile, fez uma lenta parada na grande porta dupla que tinha sido aberta para comunicar a sala de bufê com o salão de baile.

Ela podia sentir Cam. Ele estava ali, seu olhar deslizando sobre ela, tocando-a.

Levava o vestido que ele tinha comprado, os sapatos, as calcinhas, e as meias, e poderia sentir reclamando-a como sua propriedade.

Um segundo depois, seu olhar passeou através da habitação, cruzou-se com o dele, e poderia ter jurado que o baile sumiu, quando o olhou. Estavam só eles dois.

Que interessante. Ela tinha ouvido falar dos fenômenos, tinham ouvido os outros falarem dele. Como o mundo e sua visão se reduzem a uma pessoa, um acontecimento, um momento no tempo? E assim foi como aconteceu.

A cicatriz no lado do rosto estava branca, indicando sua ira. Sua expressão era chocante, seu espesso cabelo negro estava puxado para sua nuca, e a roupa de noite não fez nada para ocultar o poderoso corpo debaixo.

Era um homem com sua principal intenção, dominante, e preparado para tomar o que lhe pertencia. Esta noite, teria-a. Podia senti-lo. O conhecimento estava precipitando através de suas veias, esquentando-a, sensibilizando-a, lhe fazendo saber de todas as maneiras que ela era uma mulher. E ele era o homem que a teria.

Tinha a esperança de fazer frente a este momento mais tarde, depois que tivesse se ocupado dos Roberts, depois de haver-se demonstrado que não era débil, que podia lutar contra eles em seu próprio território.

O conhecimento que tinha reunido dos Roberts, quando era jovem, tinha-a açoitado por cinco anos. Ela tinha sido fraca, muito fraca para saber deles antes que a tivessem golpeado, muito fraca para lhes voltar as costas. Não era fraca agora, disse-se. Ela tinha aprendido a enfrentar o mundo.

Mas não tinha aprendido a dirigir a Cam ou o desejo que ele causava queimando em seu interior. Ela não tinha aprendido como dirigir o conhecimento disso, com muito pouco esforço de sua parte, estava apaixonando-se com uma intensidade que tinha o poder de destruí-la. Do momento em que o tinha visto, quando não tinha sido mais que uma jovem adolescente, algo dentro dela sabia que ele era importante para ela. E isso não tinha mudado.

Os Roberts tinham sido uma desculpa, quando tratava de estabelecer laços íntimos. Em um deslumbrante momento de iluminação, ela compreendeu isso agora. Negou-se a ir a Cam, tinha necessitado uma desculpa, uma razão para não permitir que outro homem a tocasse, tomasse. Porque não podia esquecê-lo. Não podia tirá-lo de sua mente ou seu coração, e cada homem que tinha encontrado o comparava com ele, e eles tinham ficado muito abaixo da marca.

Quão imatura tinha sido, pensou, quando ele começou a mover-se pela habitação? Quão estúpida? Quanto tempo tinha perdido para vir a ele. Porque ela tinha medo. Porque sabia que teria que confrontar partes de si mesma que não estava segura de querer confrontar. Partes que sabia, Cam a forçaria a enfrentar agora.

Lidar com os Roberts, assim como o que sabia se desenvolveria, entre ela e Cam iriam requerer movimentos mais cuidadosos. Cam não era o tipo de homem que a deixaria dirigi-lo com seu próprio critério se soubesse o que estava acontecendo. Teria que olhar por si mesmo, mas ainda mais, teria que manter vigilância mais estreita a respeito do que os Roberts estavam fazendo.

Tinha trabalhado durante cinco anos para obter o poder para lhes fazer frente em seu próprio território. Tudo o que necessitava agora era um plano. Moriah ajudaria a conseguir isso, embora fosse levar tempo. E com o Cam ao redor, o tempo não era algo que teria.

Parou em seu lugar, tomou uma lenta e profunda respiração, deixou que seu sorriso tocasse seus lábios quando Cam parou a um sopro dela.

Seu olhar percorrendo-a, a força dele acendendo chamas mais quentes em seu interior, mais altas.

—Boa noite, Cam. — o saudou brandamente, consciente dos outros a seu redor olhando-os curiosamente.

Seu olhar escorregou desde seus seios a seus olhos.

—Está se divertindo? —Perguntou a ela, a doçura de sua voz enviando um ponto de inflamação de advertência por sua coluna vertebral.

—Na verdade, sim. —Ela apertou os dedos sobre a pequena bolsa de noite que sustentava. Os nervos soavam através de seu sistema, a consciência primitiva gritava através de sua mente— Você está?

Ele se inclinou mais perto, um sorriso escuro curvava seus lábios.

—Ainda não. Mas estarei antes de terminar a noite.

—Srta. Wright. Olá, Cam. Que bom vê-lo aqui.

O feitiço que tinha tecido ao redor deles se dissipou com o som da voz retumbando a seu lado.

Cam se afastou, enquanto Jaci se encolhia, girando ao casal que estava ao seu lado.

Reconheceu-os: Brian e Lenore Zimmer. Brian era alto e calvo, seu cabelo marrom penteado conservadoramente para trás e os lados, a parte superior brilhando sem reparo. Brian e sua esposa eram advogados de uma das maiores empresas de Alexandria. Eram classe alta, sangue azul, e Lenore tinha compartilhado habitações com Annalee na universidade.

—Olá Brian, Lenore. —Cam se posicionou ao seu lado, sua mão apoiada nas costas, um movimento que proclamou sua possessividade, assim como sua proteção.

—Brian, Lenore. — Jaci manteve inclusive seu sorriso, cortês.

—Moriah diz que fez um maravilhoso trabalho na cabana de seus pais. — disse Lenore, sua cultivada voz suave e perfeitamente modulada— Brian e eu estávamos interessados em debater um projeto com você, uma vez que tenha finalizado na mansão Sinclair.

Interessante.

Os Zimmers eram quase tão poderosos como os Roberts na área da Alexandria-DC, e se eles não, então, o pai de Brian Zimmer definitivamente o era.

—Estarei encantada de falar com vocês a respeito disso, Lenore. — respondeu cortesmente, abriu sua bolsa e retirou um cartão de negócio— Entre em contato comigo quando tiver uma oportunidade, e podemos combinar um momento para conversar.

Os traços aristocráticos de Lenore ligeiramente relaxados e seu sorriso se voltaram menos educados e um pouco mais quentes.

—Courtney está delirante com os desenhos que mostrou até agora da mansão. — disse — Disse, entretanto, que não tinha intenções de permanecer em Alexandria uma vez que termine com a casa Sinclair.

—Sério? —Perguntou Jaci— Não tomei nenhuma decisão considerando projetos na área, mas sou uma mulher de negócios, Lenore, como estou segura que você entende. Meus planos, frequentemente, dependem dos projetos disponíveis em uma zona.

Ela era consciente de Cam e Brian Zimmer falando tranquilamente a um lado. O olhar se cruzou com o de seu marido. Voltou-se ligeiramente, o brilhante azul, matizado de fumaça de seu vestido de noite obscurecendo seus olhos cinza.

—Queria estar segura de te capturar antes que outros pudessem organizar encontros com você. — Ela baixou sua cabeça e olhou de novo Jaci através de suas pestanas— Estou segura que é consciente que há outros que estejam desejosos de te ver abandonar a cidade tão rapidamente como é possível.

As sobrancelhas de Jaci se arquearam curiosamente.

—Algumas pessoas terão que viver incomodadas, então.

Os lábios do Lenore sorriram com diversão, antes de suavizar sua expressão uma vez mais.

—Estou desejosa de discutir o projeto com você, então. —Lenore assentiu com firmeza, o elegante cabelo escuro movendo-se ao redor de seu rosto, enquanto um sorriso curvava seus lábios. Voltou-se para seu marido.

—Está preparado, Brian?

Ele franziu o cenho, embora seus olhos marrom avelã brilhassem com humor.

—Mas Lenore, ela não veio a mim ainda. Temos que sair antes que tenha a oportunidade?

Jaci congelou, e logo Brian piscou em estado de choque, quando Cam parecia grunhir a seu lado.

—Brian, é um mau momento para suas piadas. — lhe advertiu Cam.

—O pegue, Cam! Só está piorando. — Lenore estava obviamente ocultando sua risada— Não posso fazê-lo em público, de todos os modos.

—Brian, vou te pegar no ring de novo, e vou te machucar. — lhe advertiu Cam, embora escondesse a diversão em sua voz.

Jaci o olhou, viu a risada escondida em seu olhar, apesar de sua fria expressão.

—Porra, vocês dois não me deixam ter nenhuma diversão. —Brian deu de ombros e deu uma piscada a Jaci— Talvez você possa ensiná-lo como desfrutar mais a vida.

—Está olhando a garota equivocada. — lhe respondeu— Sou eu quem está esperando que me ensine um pouco de diversão.

Cam ficou tenso ao seu lado, as óbvias vibrações sexuais crescendo entre eles eram de uma grossura suficiente para cortar com uma faca. Ela não podia empurrar Cam, não podia afastá-lo, deixou-o confuso. Não tomaria muito tempo, assegurou a si mesma. Ela e Moriah teriam as coisas prontas em breve. Só terei que empurrar Richard e a Annalee um pouco mais longe. Justo o suficiente para que fossem o suficientemente estúpidos para contatá-la, para ela não dizer a coisa errada. Só o suficiente para combatê-los e neutralizá-los.

Ela olhou ao redor do salão de baile quando Brian e Cam retornaram à discussão de negócios, seu olhar encontrando-se com o de Annalee Roberts.

O cabelo negro até os ombros emoldurava o rosto de porcelana e seu comprido e magro pescoço. Esta noite estava vestida de suave seda cor nata. Diabos, parecia quase virginal. Seus olhos azuis estavam cheios de fúria, embora, entrecerrados, brilhando com raiva, enquanto, seus lábios vermelho rubi se afinavam com desgosto.

Ela poderia estar vestida quase com a cor da pureza agora mesmo, mas Jaci sabia o que parecia em couro negro e com um chicote na mão. A cicatriz ao longo do quadril de Jaci eram evidências que à mulher gostava de usar o chicote e amava deixar duradouros avisos de seu sadismo.

Jaci ignorou os nervos em seu estômago, deixou um sorriso tocar seus lábios quando aceitou uma taça de champanhe do garçon e a levantou em um brinde sutil à outra mulher.

Logo se voltou para Cam, deliberadamente assegurando a Annalee o pouco que significava sua raiva.

OH sim, ela só precisava empurrá-la um pouco mais longe.

 

—Quer me dizer que, demônios, foi fazer na festa dos Brockheim?

Cam fechou de um golpe a porta do quarto do hotel horas depois, quando Jaci lançava sua bolsa sobre a mesa no interior do quarto, e se voltou para enfrentar a ele e a Chase.

Chase esteve inquietantemente em silêncio durante a volta da festa, sua expressão escura e fechada, seus olhos vendo, seguindo as expressões de Jaci e Cam constantemente. Fazia Cam se sentir um maldito inseto sob um microscópio.

Até que Cam olhou Jaci. Quando o fez, pôde ver o desafio em sua expressão, mas havia algo mais em seu rosto que quase o aterrorizava. Como se o véu de calma indiferença que esteve ali antes tivesse sido eliminado por alguma força desconhecida. Ela o enfrentava agora, nenhuma das sombras que uma vez tinha escondido a ele estava em seu lugar.

—Eu não fiz nada. — estendeu seus braços, chamando a atenção sobre as deliciosas curvas.

Cam lhe deu um olhar. Deixou-a piscar sobre aquele vestido vermelho escuro, olhava-a de lado com esses incríveis olhos, como ele sabia que Chase a estava observando, luxuriosos por ela. Esse desafio só alimentava o desejo. O desejo, por sua vez, era alimentado pelo conhecimento que ela era sua. Sua por Deus, e ela não seguiria no que quer que fosse que estivesse acontecendo entre ela e os Roberts.

—Você se encontra em algo. — grunhiu enquanto tirava o terno com um encolhimento dos ombros e ia para sala, consciente de Chase cruzando seus braços sobre seu peito e olhando a ambos cuidadosamente.

Ela olhou a ambos com cautela. Ele podia vê-la pensando, calculando suas probabilidades de eliminar as suspeitas.

—Desafiou Annalee nessa festa, Jaci. Eu não sou um idiota. Vi aquele olhar que lhe deu.

E não foi o único. Brian Zimmer a tinha visto, e havia lhe dado o que pensar. Como um dos assessores jurídicos do clube, Brian tinha continuado com a investigação da vingança dos Roberts contra Jaci, assim como dos informes que ainda continuavam chegando sobre a mesma.

Ela tinha se reunido com uma grande quantidade de pessoas através dos anos, tinha que haver alguém a quem tivesse revelado a verdade.

Um amigo, um amante que não tinham encontrado ainda, alguém com quem tinha falado em um momento de debilidade.

Não foi Courtney, o que surpreendeu a Cam. Jaci era mais próxima de Courtney que o que tinha sido com seus amigos de infância em Oklahoma.

—Annalee estava tentando que me jogassem da festa. — tirou seus sapatos, revelando as meias de seda fumê que cobriam seus pés— Estava simplesmente reconhecendo o fato de que tinha ganho esta rodada, não há nada mais. Harold e Margaret Brockheim não me colocaram para fora. Não seria aceitável, depois de me convidar.

Isso era o suficiente certo.

—Não fez alguns desenhos para eles faz uns anos? —perguntou Chase.

Ela sorriu.

—Uma cabana no Colorado. Eles não estavam ali. Não acredito que Margaret me confiasse seu marido. Sou uma desmancha lares, recorda?

Os dentes de Cam se apertaram por sua zombadora réplica. Maldita ela, ele não necessitava de um aviso dos danos que os Roberts tinham tentado lhe causar. Estava disposto a matá-los, por isso.

—Está me empurrando. Nunca em minha vida, matei a um homem sem motivo, Jaci, mas se sigo vendo o dano que Richard Roberts e sua esposa lhe estão causando, então poderia romper essa pequena regra.

Um traço de pânico explodiu em seus olhos, fez que ganhasse um olhar de suspeita. Por que demônios ela cuidaria que sua ira caísse sobre Richard Roberts?

—Annalee é uma cadela. Isso não é nenhuma razão para matar ao Richard. Além disso, nenhum deles vale a pena o esforço ou o custo de uma bala. E antes de começar a ameaçar a outros, considera como me afeta cada vez que me deixa em minha cama, sozinha.

Seus olhos se reduziram enquanto ela se voltava e se afastava dele, a seda de sua bata roçando contra a seda que cobria suas pernas.

—Essa cama não nos define. — disse um momento depois.

—Será muito em breve. — A seda de suas meias raspava contra de seu vestido, quando girou.

Ele tinha comprado meias na altura das coxas cor fumê. Seda. Fumaça e fogo eram as imagens que tinha em sua mente, e essa era a imagem que seus olhos encontraram quando a viu na festa. Jaci era puramente teimosa. Sabia. Chase sabia. E Cam estava decidido a encontrar um jeito de contornar isso.

Cam teve que forçar-se a não ir atrás dela, empurrá-la contra a parede, e penetrar tão forte e profundo dentro dela quanto fosse possível. Tinha-a desejado, até que foi como um fogo em suas bolas; mas vê-la esta noite, ver a confiança e determinação em seus olhos quando a vislumbrou no salão de baile, o desafio que tinha lançado silenciosamente a Annalee e dado a ele também, isso foi como o que estava sentido ao ver a mulher agora. A fome que se rasgou em seus intestinos era quase dolorosa em sua intensidade.

Olhou ao Chase e reconheceu o fato de que ela podia ser o suficientemente forte para desafiá-lo completamente.

Esta era a mulher que sempre tinha intuído em seu interior. A mulher que podia afastar-se dele.

Olhou de novo a Chase, vendo a luxúria, a óbvia antecipação. Seu irmão brigaria merda, Cam escolheu esta batalha, que ele e Jaci pareciam estar tendo agora. Ia ter que ser mais tarde, porque nem em sonho poderia pensar com essa necessidade de afundar-se em seu interior.

Tragou apertadamente, seus dedos indo aos botões de sua camisa enquanto olhava seus ágeis dedos agarrar a lingueta do zíper na parte baixa de suas costas.

O cômodo material se abriu, revelando a linha de seda da tanga que tinha comprado para ela.

Sentiu a boca secando, logo em seguida se enchendo de água, quando ela se dirigiu a ele, fez um pequeno encolhimento de ombros, e deixou que o vestido deslizasse por seu corpo até que se enrugou a seus pés.

Rasgou a camisa de seus ombros, indo a passos longos através da habitação, puxando-a para seus braços. Ele escutou seu grito quando seus lábios cobriram os dela, e logo que restringiu um primitivo grunhido.

Ela se reuniu com ele, fome por fome, necessidade por necessidade. Seus lábios abertos, a língua entrelaçada com a sua. Magros, sedosos dedos puxaram seu cabelo, empurrava, sacudia-se livre a escura atadura que o cobria.

Suas mãos estavam em seu traseiro, agarrando os arredondados globos e levantando-a para ele. Largas pernas envoltas ao redor de seus quadris, as quentes dobras de sua vagina esquentavam seu membro, inclusive através das capas de roupa, deixou-o tremendo de prazer. Manteve-a em seu agarre, tomando seus lábios com os seus, apertando-a a ele com seu ombro contra a parede.

—Porra, não caia. — grunhiu Chase. De algum jeito seu irmão tinha conseguido chegar na frente deles.

Merda. Controle. Onde, diabos, estava seu controle? Ele ia açoitar esse bonito traseiro por ser tão atrevida.

Ia ensinar-lhe a seguir seu exemplo. Mas diabos, tinha que liberar seus lábios para isso. Tinha que desenlaçar suas largas pernas de sua cintura, e não estava disposto a fazê-lo.

Quase não podia parar para separar seus lábios o tempo suficiente para provar seu queixo, o pescoço, enquanto lutava para chegar ao dormitório. Não ia fodê-la no maldito sofá.

Ela se moveu. As pernas mais apertadas em torno de sua cintura, girando, o calor rastelava todo seu membro, e se encontrou plenamente com seu traseiro sobre o sofá.

Bom, ele podia fazer isto aqui.

Apoderou-se de seu traseiro, movendo-a contra seu membro, seus lábios correram sobre a parte superior de seus inchados seios. Ela tinha o melhor açúcar, doce e lickable . Fodidamente viciante.

Quando se levantou contra ele, suas pernas movendo-se escarranchadas nele, seus doces mamilos exatamente sob seus lábios.

Frutos maduros. Estavam apertados e duros, tentando-o a provar, a saborear. Como, diabos, se supunha que um homem resista a essa tentação? Uma tentação que se negou por tanto tempo.

Mais de sete anos. Muito antes que completasse vinte e um. Tinha-a notado quando ela era doce e tenra com dezesseis anos, e sabia que ia ser dele. Ele não tinha mais de vinte e um ou vinte e dois. Tinha sido um homem durante anos por então. Um soldado em movimento nas Forças Especiais.

Ele pensou que sabia o que queria, pensou que sabia como era a vida.

Quão fodidamente equivocado tinha estado?

Isto era do que a vida se tratava. Esta mulher em seus braços, este fogo dentro dele, a diferença de qualquer fogo que tinha conhecido em sua vida.

—Na cama. — grunhiu, embora não pudesse resistir aos mamilos. Lambia-os, aspirava em sua boca, e não podia se mover do sofá.

Atrás dela, Chase girou sua cabeça a um lado e baixou sua boca à dela enquanto Cam devorava seus seios.

Iam fodê-la. Bem aqui. Agora. Aquietariam esse desafiante fogo assolando seu interior, logo tentaria raciocinar a verdade dela. Possivelmente.

Ela era fogo queimando-o, e ele sabia que estava perdido. Neste momento. Desta vez ia ser duro e rápido, sabia, sabiam que ali não estavam lutando. Tinha esperado muito tempo este momento. Este momento… este tempo, foderiam no maldito sofá.

Levantou-a e a apoiou sobre o sofá enquanto Chase a liberava, vendo como ela se estendeu debaixo de Cam, seus enfeitiçados olhos brilhavam com paixão, com luxúria, seu rosto avermelhado, seus seios inchados, aumentando e soltando sua respiração rapidamente. Ao lado do sofá, Chase estava se despindo rapidamente, sua expressão era uma máscara de desejo e interesse, quando olhava a batalha entre Cam e Jaci.

Cam tirou seu cinto, o zíper de suas calças.

Ele demorou o tempo suficiente, só o suficiente para arrancar suas calças e roupa interior, e observou que Chase fazia o mesmo, então, de joelhos ao lado do sofá, ele abriu as pernas de Jaci, abriu-as bem amplamente, e correu seus dedos sobre a umidade da seda, a seda úmida que cobria as suaves dobras de sua buceta.

Ia fodê-la duro e fundo. Mas primeiro ia degustá-la uma vez mais. Ia embriagado beber da paixão que fluía dela, da doçura e do selvagem sabor picante de sua luxúria.

Jaci olhou para baixo, para o seu corpo, vendo o brilho de suor em seus seios, em seu estômago, sobre a testa de Cam enquanto ele tocava o pano de seda que cobria a carne dolorida de seu sexo.

Onde tinha deixado sua grande bravata que a tinha superado quando ela entrou no quarto de hotel com Cam e Chase, a dominação selvagem e claramente a luxúria eram evidentes em seus olhares. Era como se seu bom senso, tivesse decidido ir de férias e deixar só os seus hormônios de guarda dos bastiões da auto-preservação.

E não eram os melhores guardiões. Diabos, não estavam saltando acima e abaixo, queimando dentro de suas veias e mendigando por mais.

—Estava acostumada a sonhar com isto. — sussurrou ela. Essa sedutora voz de sereia não podia ser sua— Com nada mais que um vibrador ou meus próprios dedos para me satisfazer, pensava nisto.

A lassidão varria sobre ela, uma intensa fraqueza sexual que fundia dentro de sua vagina, preparando-a, e a deixava sacudindo-se de necessidade.

Sua respiração ficou presa quando Cam levantou seu olhar ao dela. Fogo verde brilhava em seus olhos, a luxúria e a força masculina, enviando uma onda de temor tropeçando dentro dela.

—Não está sonhando agora. — assegurou a ela.

Seus dedos se apoderaram do pano da tanga e puxou. Com facilidade, a fina seda se rasgou e foi atirada ao chão com descuido.

Jaci se arqueou involuntariamente, um grito saindo de sua garganta enquanto ele a pressionava para separar suas pernas muito mais e sua cabeça baixava aos escuros cachos, castanho avermelhado.

—Destroçou minha calcinha. — exalou ruidosamente.

—Ainda tem meias. —Suas mãos deslizavam suaves pela seda cobrindo suas pernas, enquanto seu fôlego sussurrava sobre seus úmidos cachos, justo quando Chase se ajoelhou ao lado do sofá, o contato de seus lábios sobre seu ombro nu lhe causando um grito de prazer. A grande atração sexual, o erotismo do momento, era suficiente para deixar a qualquer mulher sem fôlego.

Em uma rajada de valentia, de hormônios, ou pura loucura, deixou que os dedos de uma mão passeassem por seu seio até a parte superior do peito. E eles olharam. Os olhos de Cam pareciam brilhar.

—Se toque. — sussurrou sua voz, como veludo negro— Me mostre como sonhou comigo, carinho.

Ela mesma se tocou, e era mais sexualmente perverso do que tinha sido alguma vez. Deixou seus dedos abrirem as inchadas dobras, acariciar ao redor de seu inchado clitóris, e sentiu o fogo correr através de seu ventre, enquanto eles olhavam.

Isto era mais quente que qualquer fantasia, qualquer sonho que tivesse conjurado.

—Está molhada, para nós, Jaci. — grunhiu, enquanto ela separava mais suas dobras e corria a ponta de seu dedo ao longo da empapada fenda— Doce e úmido. Sustente aberto carinho. Me permita saborear todo essa açúcar.

O som que saiu de seus lábios não podia ser seu gemido. Esse grito selvagem de necessidade que ecoou na habitação quando a língua de Cam deu leves golpes sobre seu clitóris e, logo, lambeu todo o vale, não poderia ter sido dele.

—Necessito-o, Cam. —Ela se arqueou, cravando o calcanhar de um pé sobre o sofá, o outro no chão, e se levantou seus lábios, a sua língua.

Cam. Finalmente estava aqui, mais quente que seu sonho mais selvagem, seus lábios e a língua, tomando-a, lhe roubando seus sentidos com beijos depois de beijo, enquanto ela se derretia debaixo dele. E Chase, seus lábios de pluma sobre um mamilo, sua língua lambia, e um segundo depois estava chorando em quente necessidade quando os lábios cobriram a ponta e a chupou dentro de sua boca.

Com cada toque de suas línguas, cada risco, cada masculino gemido contra sua carne, Jaci sentia que voava mais alto. Ela se esqueceu de manter-se aberta, Cam o estava fazendo por ela. Uma mão escorregou em seu cabelo para agarrá-lo a ela enquanto curvava o outro braço ao redor do pescoço de Chase para mantê-lo em seu lugar também.

Era delicioso. Seus lábios entre as coxas, Chase chupando seu mamilo e ainda não era suficiente.

Jogou sua cabeça para trás, sacudiu seus quadris debaixo de suas carícias, e quebrados lamentos rasgaram sua garganta.

—Mais. — seu débil grito era desesperado— Cam. Por favor.

O prazer estava lacrimejando sobre ela, rastelando sobre suas terminações nervosas, movendo-se duro. Lábios e línguas propagavam o fogo através dela, notava seu clitóris firme e duro, e causava impulsos a sua vagina, apertada com a necessidade.

Cada músculo estava duro. OH Deus, choramingou, ela necessitava mais. Estava tão perto e, entretanto, o prazer que ela sempre tinha sonhado estava tão malditamente longe.

—OH, sim! —Estava mais perto. Mais perto, podia sentir os dedos de Cam inundados dentro dela, pressionando nas torturadas profundidades de sua vagina, acariciando e cuidando enquanto sua língua lambia seus clitóris, seus lábios o beijavam com suave pressão.

Enquanto ele beijou e acariciou, sentiu outro dedo aliviando mais abaixo, jogando, acariciando, cuidando.

—Aqui tem carinho. — cantarolou ele em voz baixa, quando ela se retorceu embaixo dele, a sensação de seu dedo em seu interior, outro pressionando, acariciando seu traseiro. Preparando-a.

Era tão bom. Nunca havia sentido algo como isto, nunca conheceu tal prazer como o que sentia com Cam.

Empurrou seu clitóris dentro do calor de sua boca, amamentava-o com firmeza, acariciava-o com sua língua, e a enviou gritando a um orgasmo.

Jaci se levantou com a violência do prazer, deixou que a consumisse, deixou que o quente prazer a queimasse até as lágrimas com um grito de êxtase.

Crescia e crescia em seu interior, percorrendo-a em uma sucessão de explosões até os ossos, que a teve gritando seu nome em desespero. E Cam não teve misericórdia. No segundo em que a intensidade do prazer começou a decair, a violência dos estremecimentos começaram a ceder, Cam se moveu sobre ela.

Jaci se obrigou a abrir seus olhos, obrigou-se a focar-se nos olhos dele, enquanto lutava por levar oxigênio aos seus pulmões.

—Aqui, carinho. —Sua expressão era firme, com selvagem luxúria, enquanto ao seu lado, Chase se colocava um preservativo sobre a impressionante longitude e grossura de sua ereção.

—Outro destes me matará. — gemeu ela, suas mãos movendo-se nos duros músculos abdominais de Cam, sentindo-os flexíveis e ondulando-se sob seu tato.

—Cuidarei da sua respiração, querida. — A voz de Cam era áspera, ralado com necessidade, enquanto se abatia sobre ela, um cotovelo assegurando seu peso, enquanto usava a outra mão para guiar a cabeça de seu membro ao seu lugar— Só se segure em mim, Jaci. Mantenha-se apertada a mim.

Seus dedos apertaram seus ombros, levantou suas pernas quando ele passou debaixo dela, então suas pestanas ondearam no mais delicioso prazer.

—Me olhe, Jaci. — ordenou Cam rudemente— Me olhe, me deixe ver seus olhos.

Obrigou-se a levantar as pestanas, reuniu-se com seu olhar, e as sensações causaram inundações nela.

O tato de seu membro trabalhando dentro dela era o êxtase, o prazer e a dor combinados, quando os delicados músculos se estiravam para dar capacidade a sua longitude.

Ela não tinha tomado nada maior que seu confiável vibrador, e não tinha previsto a necessidade de um mais grosso que o que tinha. Mas Cam era muito mais amplo, mais duro, e muito mais quente.

—Assim. —Colocou sua cabeça contra as almofadas do sofá— Assim, Cam.

Ele pressionou mais profundo, estirando-a, queimando-a.

—Mais tarde, surrarei-a por me fazer enlouquecer. — lhe jurou.

Por alguma razão, ela não estava nem um pouco medrosa.

—Muito bem. Bem. Mais tarde. — ofegou levantando a cabeça, beijou seu ombro— Mais tarde. —Logo, mordeu-o.

O prazer era quente, enlevado. Ela se esqueceu onde estava Chase. Não lhe importava. Tinha a Cam agora, e isso era incrível. Era brutal e selvagem. Quando afundou seus dentes em seu ombro, escutou seu rasgado grito e sentiu seus músculos contraírem-se. Um segundo depois, moveu-se. Levantou-a, puxando-a contra seu peito enquanto se apoiava de costas, apoiando-a sobre ele quando sentiu Chase atrás dela.

Seus olhos entrecerrados nos dele. Sempre fixos. Necessitava esta conexão com ele para aceitar a relação com Chase. Precisava sustentar-se nele, em algum lugar mais profundo de sua alma, enquanto sentia Chase preparando-a. Sentia seus dedos abrindo-a, estirando-a. Sentiu a cremosidade da lubrificação, e tortuosos minutos mais tarde, sentiu a grande cabeça de seu membro pressionando contra o seu traseiro.

Não podia gritar, só gemeu o nome de Cam, apertou-se a ele mais estreitamente, mordiscando-o de novo, e sentiu o impulso definitivo dentro de seu traseiro que alojava toda a longitude do membro de Chase dentro dela.

Mal houve tempo suficiente para umas poucas respirações, antes que se movessem de novo. Profundos e duros impulsos perfurando em seu interior uma e outra vez, acariciando terminações nervosas que só se manifestou por seus toques, enviavam chamas líquidas dentro dela, e a enviou a uma erótica explosão, um milhão de brilhantes pontos de luz.

Sentiu Cam sacudir-se, estremecer-se, sentiu sua liberação dentro dela. Escutou-o grunhir seu nome em seu ouvido, sentiu seus lábios, seus ásperos beijos em seu ombro, quando Chase se sacudiu e estremeceu, seu membro palpitando em seu interior.

Cam a possuía, coração e alma. Havia prazer no toque dos dois irmãos, mas no toque do Cam, em suas mãos, em seus beijos, havia muito mais que prazer. E instintivamente ela sabia, para ele isto era muito mais que só o prazer de compartilhá-la. No momento, era algo mais que uma necessidade. Era uma defesa.

Em um sussurro de conhecimento, sabia que uma parte de Cam, a parte que mantinha tão estreitamente guardada, via isto como uma defesa. Se a compartilhava, se deixava a seu irmão tê-la também, então de certo modo, estava mantendo uma parte de si mesmo segura. Não havia oportunidade de liberação embora ele estivesse tão estreitamente vinculado. E nesse momento, ela jurou que algum dia encontraria o que escondia, e o eliminaria de seu coração. Porque era dele, e Por Deus, ela merecia ser dele também.

—Não me deixe Cam. — sussurrou ela— Não desta vez.

Logo que pôde conseguir respirar, maldição, logo que pôde encontrar seu cérebro sacudido, Cam conseguiu soltar Jaci do abraço de Chase levando-a ao dormitório.

Ela sussurrou em protesto quando seu membro liberou seu corpo, seus dedos apertados em seus ombros, deslizou-se e caiu nos braços de Chase, enquanto Cam se levantava lentamente e a elevava dos braços de seu irmão.

—Não a deixe Cam. —ordenou Chase— Não faça isso.

Ela se abraçou contra ele, confiando, esgotada, quando um amargo sorriso puxou seus lábios e ele a levou a cama.

Empurrando as mantas para trás, apoiou-a na cama antes de tirar cuidadosamente suas meias e cobri-la. Parou ali, negando-se a arrastar-se dentro dessa cama grande com ela para lhe permitir curvar-se contra ele. Era um risco que não podia correr. Não agora, ainda não. Escutou a porta da frente do quarto fechar-se, quando Chase se foi. Ele lutou.

Agachando-se, retirou seu cabelo de sua bochecha, logo deu um beijo em sua testa, antes de endireitar-se e olhar a cama grande uma vez mais. Desejava permanecer ali, até doía dentro dele. Entretanto, o medo das emoções atacava muito profundamente.

Sacudindo a cabeça, abandonou o quarto, apagando as luzes atrás dele e uma vez mais entrou no salão. Largos minutos mais tarde, vestido e preparado para sair, sentou-se no sofá, escreveu uma nota curta, e logo recolheu seu terno e saiu do quarto do hotel. Odiando isto, odiando-se por sua incapacidade de responder ante essa necessidade.

Quando saiu do hotel, sentiu a culpabilidade que pressionava no peito, e calculava o risco que tinha tomado ao afastar-se dela. As mulheres gostavam de serem abraçadas por seus amantes, e ele sabia que ela o considerava seu amante, e as incomodava como o inferno quando um homem as deixava antes que elas despertassem. Mas conhecia a Jaci. Se tivesse despertado com ela, o teria interrogado. Esses olhos muitos perceptivos teriam visto muito neste momento, coisas que não podia arriscar. Além disso, tinha trabalho para fazer. Os relatórios preliminares tinham chegado da Inglaterra sobre a investigação dos vínculos de Jaci com os Roberts e precisava conseguir algo sobre isto. Tinha que averiguar que, diabos, tinha ocorrido, porque tinha uma sensação de que Jaci estava muito mais à frente que só colocado seu nariz no congressista e sua esposa.

Cam era muito consciente dos sombrios rumores que circularam sobre o congressista e sua esposa e os jogos que jogaram com sua secretária. Não tinha havido rumores de que esses jogos tenham ido com qualquer outra mais longe, mas Jaci tinha estado na mansão Roberts durante uma semana, depois que a tinham contratado para redesenhar a disposição da mansão.

Foi nesse momento que os Roberts a tinham escolhido como branco.

Algo aconteceu durante essa semana. Ele sabia, podia senti-lo, algo que a ameaçava.

Cam podia sentir os cabelos da nuca arrepiarem, quando pensava nos Roberts e Jaci juntos na casa durante uma semana. Algo primitivo despertava nele só com o pensamento disso, uma ira que ameaçava queimando com raiva destrutiva.

Richard Roberts e Annalee guardaram sua roupa suja cuidadosamente oculta, mas Cam sabia o que eram. Tinha conhecido outros como eles, tinha experimentado a depravação que era uma parte deles. E jurou que se descobrisse que aquela depravação havia tocado Jaci, então Richard Roberts e sua esposa arderiam.

  

Jaci escutou a porta do quarto do hotel fechar-se e abriu seus olhos lentamente. Ela podia sentir a ira começando a construir-se em seu interior. Não queria admitir que ele a abandonava. Que ele só acabaria de colocá-la em sua cama e logo sairia.

Havia uma parte de si mesma que lhe recordava que ao menos a tinha levado a cama. Ela tinha escutado queixa em sua cidade natal de que se levantava, vestia-se, e saía depois de jogar uma manta em cima delas.

Comentava-se que Chase era o mais considerado. Era o que abraçava, acariciava. Era o que ficava na noite e ia na manhã seguinte com um beijo e doces palavras. Esta noite, nenhum deles ficou.

Então, por que tinha se fixado em Cam?

Rodou, retirou a manta, abandonou a cama. Retornando à sala, caminhou até onde estava caída a bata e a recolheu, suas mãos suavizando as rugas quando seu olhar pousou na mesa de café e na pequena nota que ele tinha deixado.

Deteve-se e só a olhou. Tinha-lhe deixado uma nota? Não podia despertá-la e explicar por que estava indo, mas tinha lhe deixado uma nota.

Caminhou até a mesa, recolheu-a, e leu. Seus lábios se apertaram e a indignação tremeu através de seu corpo.

Estava dormindo tão bem, não queria despertá-la. Fui para casa para comprovar algumas coisas, tomar banho e me trocar. Pegarei-a às nove. Cam.

  1. Meu Deus. Era o mesmo que uma mentira. Tinha escrito a nota como se saísse na madrugada, em vez de minutos depois do mais incrível orgasmo de sua vida.

—Filho da puta! —Ela fez uma bola com a nota e a jogou no sofá com um furioso giro de seu pulso.

Logo, em um arranque de raiva, recolheu-a, engomou-a, abriu sua maleta e a empurrou para dentro furiosa.

—Está morto, Cameron Falladay. — grunhiu, agitada pela raiva, parou nua, seu corpo ainda sensibilizado por seu toque e satisfeito por sua posse— Está tão fodidamente morto.

Jaci pegou seu telefone celular e marcou a golpes o número de Courtney. Era tarde. Muito tarde para estar chamando, mas estava se queimando por dentro, furiosa.

—Jaci? —O tom de Courtney era preocupado, e ligeiramente sonolento, quando perguntou— O que aconteceu?

Jaci olhou o relógio. Era depois da uma da manhã.

—Sinto muito. —Segurou suas lágrimas de irritação. Dolorosas lágrimas— É muito tarde para ligar.

—Não, não desligue. Só um segundo.

Houve um murmúrio, o som da voz do Ian no fundo, e logo silêncio.

—Abandonou-a, não? — replicou momentos mais tarde Courtney, seu tom irritado agora— Ouvi rumores que ele faz estas coisas, mas nunca acreditei que seria tão louco para fazê-lo com você.

Jaci sacudiu a cabeça. Não deveria ter ligado. Empurrou seus dedos através de seu cabelo, gesticulando com a desconhecida necessidade de falar.

—Não sei o que fazer. — finalmente sussurrou, sabendo que não havia ninguém mais com quem pudesse falar, ninguém poderia chegar inclusive a estar perto da compreensão deste problema— A partilha. —Ela sacudiu a cabeça outra vez— O prazer é incrível, Courtney. Mas necessito mais.

—Somos mulheres. —Courtney suspirou— A necessidade de sermos sustentadas é tão forte como a necessidade de sermos possuídas.

Jaci se mudou de novo à cama, atirou o edredom ao redor dela, e olhou na escuridão.

—Eu não deveria ter vindo aqui. — disse então— Eu deveria ter aprendido minha lição quando tinha vinte e um anos. Cam não quer ser um amante, Courtney. Quando vou aceitar isso?

—Jaci, querida, Cam já é seu amante. — disse Courtney— A possessividade queima em seus olhos. A necessidade de mais resolverá isto. Só tem que apertar o botão correto dentro dele.

—Ele tem botões? —inalou— Não os encontrei.

E então, ouviu o som de uma pequena risada diabólica. Homens adultos deviam sucumbir com esse som. Era suave e doce, cheio de conhecimentos e com malvado certeiro propósito.

—Ah, minha amiga! —disse então— Te informarei a respeito dos botões que estes homens possuem. —sua voz baixou— Tome nota, agora, carinho porque confie em mim, existem botões e, em seguida, existem botões. E para este homem, que sei que nunca olhou a uma mulher como a olha, durante o tempo que o conheço, haverão muitos, muitos botões.

Jaci respirou ruidosamente.

—Jogos. —sussurrou— Odeio jogar.

—Não são jogos, Jaci. —Quase podia ver a tristeza de Courtney— Isto não é um jogo. É uma guerra, minha amiga. E deve aprender as regras ou ele caminhará em cima de seu coração e sangrará até a morte. Conhece seu amante, sabe o que necessita. Brigue por isso, Jaci. Lute por seu amor.

O acento estrangeiro da voz de sua amiga aliviava, suavizava.

—Não se preocupe. —Courtney riu então— Tenho a intenção de te ajudar nisto.

E esta vez, foi Jaci quem se acovardou.

 

Aqui estava o problema, envolver-se com um homem que uma mulher pensava que conhecia. Haviam todas essas emaranhadas lembranças, momentos onde havia ternura, momentos onde havia ira. A lembrança da adrenalina correndo nas primeiras etapas da atração. A lembrança do homem, que havia sempre sido escuro, mas que a tinha olhado de uma forma que não tinha olhado a outras mulheres. Ainda pensava que não tinha sido plenamente uma mulher. E a lembrança dos “botões” de Cam.

E ali estava a lembrança das vezes em que tinha estado tão zangada com ele, que ela poderia tê-lo chutado. Cada vez que a havia arrastado de uma festa, cada vez que ela tinha conhecido um selvagem moço e ele o tinha advertido especialmente a afastar-se dela. Maldição dele, cada vez que a tinha examinado com esses olhos de completa promessa silenciosa que um dia lhe pertenceria.

E ali estava a lembrança de alguns “botões”. Certos modos de garantir a atenção de Cam, de cravar nos instintos masculinos que tinha intuído que ele tinha. Forma de fazer-se notar, que viesse a ela, que a desejasse. Quando tinha vinte e um, nessa festa da qual a havia arrastado, ela tinha se dado conta então de como a presença de outros homens ao seu redor o punham nervoso.

Desafiando-o fez obscurecer seus olhos. Desafiando-o fez sua expressão flexível com o que havia então intuído, e agora sabia ser fome. As pequenas coisas que tinha esquecido ao longo dos anos voltavam através de suas lembranças.

Courtney estava certa. Esta era uma guerra. Uma guerra muito sutil. E se ela queria arrancar Cam de qualquer demônio que o perseguisse, então iria combater fogo com fogo.

Instintivo fogo. Feminino fogo. O tipo de fogo que ela sabia que o fazia arder com a possessividade e a fome.

Enquanto se vestia na manhã seguinte, deixou a lembrança daqueles tempos escorregando sobre ela. Rindo com ele, burlando-o, fazendo um jogo de desenhar um sorriso nele. Era fácil fazer Chase sorrir, era um brincalhão e amava rir. Pelo menos o tinha sido. Era mais velho agora, mais maduro, mas aquela perversa diversão ainda espreitava em seus olhos. Ainda que a possessividade pudesse encher seu olhar.

Mas Cam era escuro, ainda menos propenso a rir que o que tinha sido sete anos antes.

Como ocorre em todas as cidades pequenas, ali tinha havido rumores dos gêmeos Falladay, inclusive antes que tivessem alcançado a maturidade. Com a morte de seus pais em uma idade jovem, tinham sido recolhidos por uma tia solteira de fora da cidade.

O dia que fizeram dezoito anos, a tia tinha sido escoltada para fora da casa pelo oficial local. Houve rumores que tinha abusado dos meninos, mas não se verificaram. Cam tinha se unido aos militares, diretamente saído da escola secundária, e Chase tinha ido à universidade.

Eles tinham se separado, e Jaci nunca tinha entendido por que. Quando apertou o cinto amarelo brilhante sobre seu jeans e colocou a camiseta negra bordada sobre seu estômago, uma tristeza empurrou suas sobrancelhas.

Ninguém tinha esperado separar aos gêmeos, mas todos tinham concordado que havia um coração mais escuro e perigoso em Cam que o que havia em Chase, um que esperavam que os militares diluíssem. Pareceu, entretanto, que independentemente do que tinha ocorrido ali, só tinha aumentado a escuridão. Não a violência; Jaci não pensava que tinha sido, nunca verdadeira violência o que levava dentro. Mas havia um coração de duro e frio aço. Podia ser violento sob as circunstâncias adequadas.

Não. Não violento. A violência era incontrolada. Não, Cam seria mortal quando o provocassem. Frio. Duro.

Sem piedade.

Olhando no espelho de corpo inteiro, Jaci admitiu que aquele coração duro sempre a assinalou. O aço, a determinação, o perigo que formava redemoinhos em seus olhos. Era o último menino mau, e a atraía como nenhum outro homem o havia feito.

Sacudindo a cabeça, prendeu seu relógio negro e prata em seu pulso, arrastou brandamente suas mãos sobre seu jeans negro, e sorriu com dura determinação.

Cam evidentemente tinha chegado à conclusão, junto com outros, que era uma marca fácil. Que suas costas, se fez para apoiar. Richard e Annalee tinham chegado longe com isso, simplesmente porque não sabia como proteger a si mesma, e mais tarde não tinha querido envolver Cam, devido à promessa que lhe fez. Deus não permitisse matar a qualquer um deles, porque os quereria sofrendo. Ela os queria permanecendo acordados de noite e preocupados, queria-os vendo-a e, em vez de encontrar alguma maneira de triturar sua reputação, queria-os correndo em sentido contrário.

Tinha trabalhado para esse dia, deixando que eles acreditassem que tinham ganho, que estava assustada, que podia ser manipulada. Tinha trabalhado a situação até que soube que sua guarda se reduziu o suficiente, só o suficiente para lhe permitir a oportunidade que tinha encontrado com Moriah.

Foi o destino que tinha decidido, na noite em que se inteirou de que Moriah tinha sofrido em suas mãos. Só o destino teria reunido a ambas, tinha lhes dado a sensação de confiança uma na outra para revelar os segredos que guardavam, e foi o destino que as tinha posto aqui na Virgínia, junto com os Roberts.

Assim como o destino tinha colocado Cam aqui ao mesmo tempo. Nada podia ser fácil quando se tratava desta situação.

Respirando ruidosamente, sentou-se em uma cadeira e colocou as botas de couro, amarrando rapidamente, antes de parar e verificar a hora.

Dez minutos.

OH sim, ela definitivamente estaria esperando-o.

Agarrou sua bolsa e sua maleta, e logo deixou o quarto do hotel e entrou no elevador. Era uma rápida viagem ao vestíbulo, onde caminhou a uma das colunas elevando-se da planta baixa ao segundo piso. Inclinou-se contra uma delas, segurou seu sorriso, e viu quando Cam empurrava as portas. Não a tinha reconhecido ainda, sua expressão não era tão controlada como estava segura ele queria que fosse, viu o ponto de preocupação franzindo suas sobrancelhas.

Sua expressão se ajustava ao céu tormentoso e nublado, fora do hotel.

Ela apertou seus lábios e segurou seu sorriso ante aquela expressão. OH, ele sabia que tinha feito merda. Ela podia vê-lo em seu rosto.

Quando finalmente seu olhar encontrou o dela, parou, quase detendo-se, seu olhar piscando, antes de limpá-lo e mostrar nada mais que superior confiança masculina e dominante afirmação.

Jaci quase riu. Deus, ele poderia voltá-la mais louca que qualquer um que tivesse conhecido em sua vida. Como diabos ele pensou que ia afastar-se furtivamente dela a noite passada?

Caminhou até ela, seu braço se apoiou sobre a coluna, inclinou-se sobre seu ombro e baixou a cabeça. No último segundo, beijou-lhe a bochecha em lugar de seus lábios. Não por sua intenção, mas sim porque ela tinha previsto o que vinha, porque conhecia Cam. Um beijo a debilitaria, e ele sabia. Ela não ia deixá-lo debilitá-la.

—Está chuvoso hoje. — o olhou, mantendo sua expressão clara, mantendo todos os indicadores de sua ira enterrados sob um brilhante sorriso— Aposto que Courtney está se lamentando esta manhã. Ela odeia a chuva.

Seu olhar vacilou novamente quando se endireitou.

—Está preparada? —Grunhiu todas as palavras— Teria ido até seu quarto. Não tem que me encontrar no vestíbulo.

OH, ela apostava que o faria. E ela apostava que ele haveria imediatamente tratado de seduzi-la para assegurar-se que esquecesse a noite anterior. Não havia esquecimento. A próxima vez que ele conseguisse chegar a sua cama, ia conhecer as regras. Não teria saídas furtivas cinco minutos mais tarde. Ela não tinha esperado todos estes anos por seu primeiro amante, só para que lhe arruinasse a experiência atuando como um asno.

—Não me preocupa te esperar. —Lhe sorriu, dando às palavras só o suficiente sentido para que soubesse que o preferia desta maneira— A que hora foi? —perguntou quando caminharam através das portas debaixo da abrigada entrada do automóvel, que estava esperando.

Não escutou sua resposta, era um murmúrio, murmurou, enquanto a ajudou a entrar no carro e fechou a porta atrás dela.

Estava começando a recordar todas as pequenas manias dos homens que a haviam feito enlouquecer. Poderia não ter tido relações sexuais nos últimos sete anos, mas teve suficientes homens tentando deitar-se com ela, atualmente punha tempo e esforço nisso, para averiguar alguns dos piores hábitos que tinham. Esses murmúrios, imprecisas tentativas de resposta era um deles. Ao menos não lhe estava mentindo.

A viagem à mansão não foi muito melhor. Ela podia senti-lo tentando adivinhar em que momento se deu conta que tinha abandonado sua habitação. Não cabia dúvida que já tinha adivinhado. Cam não era nenhum manequim. E agora estava tentando antecipar quão zangada estava e a melhor maneira de acalmar sua ira.

Mantenha-se adivinhando, bebê, pensou com um sorriso interior. Poderia lhe fazer bem. Eventualmente.

 

Depois de chegar à mansão Sinclair com uma caladora chuva, Cam olhou como Matthew parava na entrada, um grande guarda-chuva sustentado sobre sua cabeça enquanto ajudava Jaci a sair do automóvel.

—Verei-o mais tarde. —Lhe deu um brilhante sorriso que não fez nada para enganá-lo.

Conhecia as mulheres, e sabia que ela estava puta.

Maldição. Ele pôs em marcha o automóvel e rodeou a casa até uma zona de estacionamento coberto e se encontrou cara a cara com seu irmão.

Chase estava inclinado contra a lateral de seu próprio veículo, olhando-o com um sorriso quando Cam saiu do Jaguar.

—Por que desse sorriso de idiota? —Grunhiu Cam. Era um sorriso familiar, um que lhe assegurou que em algum lugar, de algum jeito, Cam tinha conseguido diverti-lo.

Chase sacudiu a cabeça.

—Me pergunto às vezes sobre você, irmão. Como pode dirigir para merda, totalmente, o projeto de toda uma vida?

Cam se deteve na capota de seu próprio automóvel e olhou a seu irmão.

—Que merda fiz até este momento? —Quase sorriu. No que Chase estava pensando, invariavelmente estava fodido. Aquele complexo de grande irmão estava sempre em consideração.

—Ian acaba de chamar. Diz que Courtney está rindo frente a seu traseiro, depois de uma chamada de Jaci, na primeira hora da manhã. Parece que alguém saiu cinco minutos depois de um orgasmo que, evidentemente, registrava na escala Richter. — Chase estava, evidentemente, tendo problemas para controlar sua diversão— Ian está indo, também, pelo mesmo caminho. Mal podia me dizer o que escutou por causa das suas risadas. Que, demônios, fez? Saiu logo depois que eu o fizesse?

—Me alegro que esteja tão, fodidamente, divertido. — se quebrou Cam, passando dos carros rumo à casa. Ele e Jaci iam ter um bate-papo sobre o que ela discutia com Courtney. Tudo o que Courtney sabia, Ian conseguia descobri-lo. É obvio, isto funcionava à inversa, e essa parte o sorvia, também.

—Cam, homem, não fuja depois da inscrição na escala Richter. Não sabe melhor que isso? Pensava que você ao menos ficaria quando fui.

Cam apertou seus dentes e tentou desfazer-se da ira que podia sentir crescendo dentro dele. Houve silêncio atrás dele quando caminhou para a porta.

—Quando vai dizer-me o que aconteceu, Cam?

A pergunta de Chase o deteve. Não era a primeira vez que seu irmão lhe tinha perguntado por aquela questão. Não seria a última.

—Não aconteceu nada. —Era sua resposta padrão.

Ele não teve a resposta padrão. Antes que pudesse antecipar o movimento de Chase, seu irmão se deu volta para lhe fazer frente, sua irritação era clara em seu rosto agora.

Não houve diversão, a risada não estava à espreita nos olhos de seu irmão. Pela primeira vez desde que eram meninos, Cam podia sentir a ira de seu irmão dirigida para ele.

—Quão estúpido pensa que sou? —Chase mordeu as palavras— Acredita que não soube sempre que algo aconteceu? Inclusive quando éramos meninos, sabia. Me diga que diabos era.

—Não aconteceu nada, Chase. —Ele estava mentindo através de seus dentes, como sempre.

Chase era o maior dos gêmeos; sempre se havia sentido responsável por Cam, sempre tentou vigiá-lo.

Seu irmão nunca perdoaria a si mesmo se soubesse. Inclusive então, com todos os anos passados, isso teria destruído a Chase ainda mais do que tinha destruído a Cam.

Os olhos de Chase brilhavam, sua expressão furiosa, seu rosto escuro atravessado com linhas de dor.

—Odeio quando você mente para mim. Odeio ainda mais te ver estragando sua fodida vida com a única mulher que sempre significou uma fodida coisa para você. Valerá a pena perdê-la, Cam?

—Não vou perdê-la. —Não importava como, ele teria Jaci. Não importa o que aconteceu. Ela não tinha que conhecer a verdade.

Chase se afastou, arrastando os dedos de uma mão enquanto grunhiu.

—Caralho, Cam. Que diabos está fazendo a si mesmo?

Cam podia sentir os fios desse gêmeo vínculo psíquico puxando entre eles. Podia sentir a frustração de seu irmão, sua preocupação, assim como ele sabia que Chase não podia sentir as emoções mais escuras que Cam se assegurou que permanecessem cuidadosamente enterradas.

Tinha aprendido com os anos, quando a escuridão era como um amargo ácido comendo sua alma, que podia compartilhar uma amante com Chase, dele ou de seu irmão, e que poderia liberar a escuridão e ainda permanecer encerrada.

Essa era a razão pela qual se afastou de Jaci tão rapidamente. Podia sentir a escuridão crescendo dentro dele, aquela necessidade comendo suas vísceras, e sabia que tinha que afastar-se dela. Da necessidade de lhe dar tudo. De explicar. De pertencer.

—Pare de se preocupar, Chase. —Deu de ombros, sabendo que não era suficiente, sabendo que não fez nada para aliviar a preocupação de seu irmão.

—Sim, isso foi o que disse quando se juntou com os fodidos militares. — grunhiu Chase — Dezoito anos. Não podia esperar dois anos, podia Cam? Teve que ir. Que, diabos, conseguiu com isso? Uma licença médica e um obrigado, mas o sinto, não podemos pagar por seu sacrifício?

—Os militares não me fizeram isto, Chase. — Cam mordeu as palavras.

—Não, fizeram pior. — replicou Chase — Cam, me escute homem, está fodendo com a Jaci. Exatamente como o fez em Oklahoma. Se não puder me dizer o que aconteceu, então é bom que diga a ela. Porque eu estou dizendo, vai afastá-la de novo.

—Ela não está se afastando. —Ele a deteria. Não tinha que lhe dizer a verdade. Poderia sustentá-la sem isso. Faria uma realidade disso.

—Se ela se afastar, isso é tudo. — lhe informou seu irmão, sua voz firme e forte— Entende isso, Cam? Se a empurrar fora assim como me empurrou, e ninguém mais que pode cuidar de você, então tive suficiente. Se não puder confiar em mim com a verdade, então caralho, para que diabos somos irmãos?

—Chantagem, Chase? —Cam cruzou os braços sobre seu peito e olhou com o cenho franzido a Chase.

—Vá a merda, Cam. —A expressão de Chase era firme, frustrada. Cam podia ver o conflito que assolava dentro dele. Diabos, podia senti-lo e não havia maneira de evitá-lo.

—Chase, mano, está levando isto fora de proporção. — disse ele levemente— Jaci vai estar bem.

—Deixou-a poucos minutos após tomá-la na última noite. Inferno, eu mal tinha saído. — se queixou— Confia em mim, ela não está bem. E, por Deus, nem eu. Estou farto disto. Não pode confiar nela nem sequer o suficiente para dormir com ela. Não confia em mim o suficiente para me dizer qual é o maldito problema, mas espera que nós apenas o aceitemos.

—Me aceite. — As palavras o quebraram.

Cam não sabia quem era o mais surpreso. Chase pela demanda, ou ele mesmo devido à veemência dele.

—Filho da puta, tem que ter as explicações de cada maldita coisa? —Amaldiçoou Cam— Que diabos está te incomodando tanto? Que não fiquei com ela ontem à noite? Ou que não conhece cada maldita área de minha vida? Questiono-te quando não compartilha uma mulher comigo? O persigo e interrogo quando não permanece toda a noite com uma?

—Não sou o bastardo dormindo no sofá depois de foder a uma mulher em sua casa, — sustentou Chase furiosamente— mas sou o que pode sentir o que está dentro de você, o comendo vivo. E o que quer que seja, Cam, isto a está afastando. Acredite quando te digo isto. Se não lhe disser por que precisa compartilhá-la, por que a fome está te rasgando, então ela vai te mandar se foder.

—Não, na realidade, lhe dirá que ele pode fazer sem foder-se. Ao menos, por mim.

Ambos giraram. Um estremecimento quebrou através de Cam ante a vista de Jaci, seu quadril inclinado, o braço apoiado na porta aberta, a expressão firme.

   Inalou lentamente, seus dentes apertados, lutando contra a quente fome dentro dele. Podia vê-la, aturdida, gritando de prazer, apanhada entre ele e Chase, queimando-se com eles enquanto ele soltava a intensidade rasgando através dele.

—Merda, Cam. — Chase murmurou.

Havia suficiente daquele vínculo de gêmeos para que Chase pudesse sentir o eco dessa necessidade. Cam estava tremendo com as vibrações da fome. E, filho da puta, de possessividade.

—Que diabos está fazendo aqui? —Cam sacudiu a cabeça.

—Não imagina?

Em qualquer outro momento teria deixado as reclamações de Chase de lado, em lugar de discutir sobre elas. O tempo que deixou a seu irmão estripá-lo com esse argumento, Jaci tinha que aparecer.

Vestida naquelas calças jeans justas, com aquela camiseta que mostrava seu ventre entre a beira da camisa e a cintura de seu jeans. A roupa era cômoda, selvagem, perversa. Não eram as roupas de negócio que andou usando, estava condenadamente seguro. Ia matar a Courtney por exigir que Jaci usasse jeans. Deveria ser ilegal para ela usar jeans, maldição.

—Esqueci minha maleta no automóvel. —Ela andou sem pressa da porta, com feminina graça e a indignação crescia com cada passo, enquanto ela passava a seu lado— Me alegro que tenha acontecido. Então, nos diga Cam, exatamente por que era tão importante que se afastasse de mim a noite passada?

—Deixei-te uma nota.

Golpeou o desbloqueio automático em seu chaveiro, quando ela se apoderou da maçaneta da porta, lhe permitindo abri-la.

—É obvio que sim. — disse doce e perigosamente.

Ela se dobrou para recuperar a maleta, ele sentia um fino fio de suor cobrindo sua testa ante a visão de seu arredondado, pequeno traseiro levantado, antes que se endireitasse, com a maleta na mão, e golpeasse a porta para fechá-la.

Ela se dirigiu a eles, e ele sabia o que via: ele e Chase ambos olhando, suas malditas línguas pendurando de luxúria.

—As respostas seriam boas, Cam. — disse enquanto se afastava, sem pressa, aquele andar sexy como o inferno causando água em sua boca com a lembrança do gosto de sua carne.

—Sim, as respostas seriam muito boas. — murmurou Chase.

—Vocês dois estão na árvore errada. —Ele riu com a ocasional negação que deveria ter utilizado anteriormente.

—O único problema que tenho é que estou cheio de tesão. Não é grande coisa.

Jaci e Chase riram.

—Me avise quando estiver preparado para falar. —Deteve-se e olhou a ambos sobre seu ombro— Talvez então esteja disposta a discutir suas relações sexuais e meus próprios pequenos desejos anormais. Nunca sabe tudo o que podemos te ensinar que não havemos feito ainda.

Com isso, voltou-se e caminhou de novo à casa, fechando a porta atrás dela e desaparecendo da vista. Cam encontrou suas costas golpeada contra o flanco do Hummer de Ian, seu irmão de cara com ele.

A luxúria e a irritação queimavam nos olhos de seu irmão.

—Melhor começar a falar. — lhe grunhiu— Porque sabe o que ela acaba de fazer?

OH sim, ele sabia, e seu membro estava duro como uma pedra. Não importa quantas vezes a teve. Ela ainda podia lhe fazer isto.

—Ela só nos desafiou, Cam. E não sei sobre você, mas a idéia de desejos anormais dançando através de sua mente está me conduzindo a uma maldita loucura. Agora, arruma-o.

Com isso, Chase, também se afastou, deixando Cam olhando a porta, seus lábios curvando-se em um pequeno sorriso de incredulidade. Maldição se ela não avivava aquele fogo dentro dele mais alto e mais quente.

A necessidade de tê-la de novo estava aumentando dentro dele. A escura fome, aquela necessidade de seu impulso, como do seu próprio, estava fabricando dentro dele um sombrio e furioso incêndio. Podia senti-lo construir-se, a necessidade de liberar, de deixar livre toda a fome que manteve fortemente restringida, esmigalhando seu controle.

Deus, que confusão. Tinha se escorado naquela muleta, de quando ele e Chase tinham experimentado compartilhar uma mulher. A escuridão em sua alma, a amargura fermentando, foi aliviada vendo o prazer, sendo capaz de ver como a mulher recebia prazer, na construção dele, empurrando seus próprios limites, assim como os dela.

E o compartilhar lhe proporcionava o luxo da distância.

O que quebrou, no entanto, foi o núcleo dessa necessidade que estava oculto na enroscada, demente perversidade da mulher que os tinha excitado.

Eles não tinham desejos sexuais. Não realmente. Tinha sabido disso, inclusive então. Mas os horríveis anos que tinha passado em silêncio tinham criado algo dentro dele que não podia explicar, e a única vez que podia liberá-lo estava nos quentes, selvagens ménages, tinha crescido até depender disso.

Como trovões e relâmpagos se estrelavam no céu, Cam jurou que o sentiu pendurando dentro de sua alma, porque Chase tinha razão: Ela tinha desafiado a ambos, fez uma oferta que não teria mais opção que dispensar. Não carregaria a alma de seu irmão com a verdade, e seguro como o inferno que não carregaria Jaci com isso. Só teria que convencê-la a revelar aqueles anormais desejos.

Sorriu ante a idéia, a antecipação crescendo dentro dele. Ela tinha lançado o desafio, agora teria que levá-la até o mesmo. A seu modo. Com todos os seus segredos intactos. Porque não sabia se poderia sobreviver à revelação daqueles segredos.

 

Chase parou na cozinha, olhando a zona de estacionamento, vendo como seu irmão empurrava seus dedos através de seu cabelo, sacudia sua cabeça, e caminhava para casa.

—O que aconteceu, Cam? —perguntou brandamente, conhecendo que não faria nenhum bem perguntar a seu irmão aquela questão. Tinha perguntado esta questão desde a primeira noite em que Cam tinha desaparecido de seus dormitórios, exatamente depois dos quinze anos.

Tinham sido grandes para sua idade, bem desenvolvidos, quase homens, fisicamente, mas perdidos, inseguros, inclusive para sua idade. A morte de seus pais no ano anterior os tinha sacudido. A chegada da cadela do inferno, a irmã mais velha de sua mãe, Davinda, quase os tinha destruído.

Independentemente do que tinha ocorrido tinha girado em torno dela.

Algumas noites, nunca eram previsíveis; Chase despertava e ia comprovar seu irmão, e Cam simplesmente não estava. Davinda nunca parecia ter as respostas de onde estava, mas ela sempre sabia.

Chase o tinha visto em seus olhos, ela sempre sabia. E com cada ano transcorrido, o moço que era seu irmão tinha mudado. O dia em que completou dezoito anos, Cam desapareceu da escola e se apresentou no local do Departamento de Polícia. Chase nunca soube o que havia dito ao Xerife Pontes, mas nessa noite o xerife chegou, levou a cadela para outra habitação, e logo esperou em silêncio na sala enquanto ela empacotava suas coisas e deixava suas vidas para sempre.

Ele tinha revisado sua bagagem antes que ela se fosse. Sua carteira. Assegurou-se de que se fora sem nada mais que seus pertences. Quando estava saindo, aplaudiu a Cam no ombro, murmurou uma desculpa, e se foi.

Cam nunca disse a Chase o que aconteceu. Quatro meses mais tarde, ingressou no exército e se foi. Dez anos mais tarde, tinha sido capturado e, logo quase morto durante uma emboscada que se produziu depois que ele e sua equipe escaparam de seus captores. O homem que tinha retornado cinco anos antes tinha mudado até o ponto em que Chase às vezes se perguntava inclusive quem era Cam.

As únicas vezes que sentia como se seu irmão estivesse vivo por dentro eram as vezes que compartilhavam as suas amantes. Cam era diferente então. Aquele pedregoso e escuro controle se afrouxava, e a fome dentro dele lhe dava liberdade, em pequena medida.

Bom, o que estava acostumado a ser uma pequena medida. Desde que Jaci se afastou de suas vidas, Chase tinha se aproximado, mas nunca se inteirou do que tinha transformado ao moço tão severamente, o que tinha criado o homem em que Cam se transformou.

Com Jaci, a fome estava mais próxima da superfície, e pela primeira vez desde que tinham quinze anos, Chase tinha começado a vislumbrar os pesadelos noturnos de seu irmão.

Tinham iniciado há muito tempo, quando ainda eram meninos, a sensação de cada pesadelo do outro. Não seus sonhos, suas fantasias ou seus temores, somente seus pesadelos. E os pesadelos que Chase tinha começado a sentir estavam enviando calafrios por sua espinha dorsal.

Deus ajudasse a Davinda Morris, porque se ela ainda estivesse viva, Chase sabia que teria que procurá-la e matá-la. Independentemente do que havia feito ao Cam, o tinha levado perto da destruição. E agora isso estava para destruir a última oportunidade de Cam com Jaci.

Chase soube, ainda sete anos antes, que Jaci era a debilidade de Cam. Ele o havia sentido cada vez que Cam tinha visto Jaci, falado com ela, escutado sua risada.

Não era apenas sexual, e sim um conhecimento emocional. Tinha a sensação de que a escuridão dentro de seu irmão se aliviava e se suavizava devido a Jaci.

Enquanto estava ali, olhando a sombria chuva que açoitava a manhã, se perguntou se alguma vez seu irmão liberaria o ferrolho que tinha sobre seus segredos, porque tinha a sensação que viu algo em Jaci que Cam se negou a ver. Ela nunca permitiria o que Cam necessitava pelo motivo de prazer somente. Para Jaci, isso seria sempre emocional, e sempre estaria vinculada a Cam e sua confiança nele. Sem essa confiança, ela nunca o permitiria.

—Tentou comprovar o passado de sua tia? —Ian entrou a passos longos na sala, sua voz tranquila. Ele conhecia Chase e Cam muito bem, tinha visto Cam em meio da escuridão, para saber o que estava passando. Era um problema que afetava a ambos.

—Só ao redor de cada ano. —Chase suspirou— Ele não está falando, e evidentemente não estou olhando nos lugares corretos.

Cruzou os braços e se inclinou contra a parede ao lado da larga e alta janela que olhava para a zona do estacionamento coberto.

—Investiguei os clubes de sexo, todos, sobre e embaixo da terra. Estive na investigação de cada depravado sexual conhecido. Tive investigadores trabalhando no passado de Davinda assim como no de seus amigos. —Nada. Nem registros, nem indícios de abuso. Está me faltando algo, Ian. Simplesmente não posso imaginar o que.

Anos antes, tinha imaginado que foi abuso sexual, mas nos anos desde que seu irmão se somou aos militares, ou depois, nunca tinha encontrado prova disso.

Ian se moveu pela habitação e puxou uma cadeira da mesa. As luzes estavam apagadas, a habitação estava em sombras, iluminada de vez em quando com os dentados brilhos dos raios.

Cavalgando a cadeira, Ian olhou quando Chase se voltou para olhá-lo.

—Se ela se afastar dele, perderei o meu irmão para sempre. — disse — Isto vem acontecendo há mais de um ano. Eu posso sentir. Ele irá embora, para unir-se a um grupo paramilitar privado, e a próxima coisa que sei, é que o estarei enterrando. Ele estava falando a respeito disso no ano passado. Insinuações aqui e lá. —Ele deu de ombros— Os militares quase destruíram o que ficava de sua compaixão. O assassinato. Vendo o inferno em cada uma das outras nações que pôde visitar, — sacudiu sua cabeça enquanto exalava cansado— está frio por dentro, Ian. Quase gelo puro.

—Um homem não pode sujeitar sua sobrevivência a uma mulher, Chase. — disse Ian compassivamente— Acredito que está equivocado sobre ele. É mais forte que isso.

—Ele é muito forte, caralho. — Chase esfregou o queixo cansado— Esse é o problema. Muito controlado. Muito secreto. Também decidido a assegurar que não me culpe mesmo pelo que lhe ocorreu. O que lhe faz pensar que ocultando isto muda alguma coisa? Ainda assim me culpo.

Era o mais velho por minutos, mas era seu trabalho proteger a seu irmão.

—Ele não é um menino, e tampouco você o é. —lhe disse Ian— E Jaci não é sua salvadora. Se o gelo está começando a derreter, então isso sairá à luz de todos os modos. E acredito que sairá. Cam estava inquieto antes que Courtney mencionasse seu nome. Precisava compartilhar mais frequentemente, meditava mais frequentemente. Acredito que Jaci estando aqui só o empurrará a isso mais rapidamente.

—Se a deixasse. — disse Chase com incerteza— E se ele não fizer?

—Então não há maneira que possa arrumá-lo. — assinalou Ian— É um homem, Chase, não um menino. Não pode lhe obrigar a fazer algo que se nega a fazer. Tudo o que podemos fazer é estar aqui, se precisar conversar. Mas meu palpite é que talvez nunca saiba. Há coisas que um homem não pode compartilhar com outro homem, inclusive seu irmão. Mas talvez, se Jaci tiver que ter respostas para aceitá-lo, então lhe dirá. Possivelmente se possa curar com ela. Isso é tudo o que podemos pedir.

A isso, Chase sacudiu a cabeça. Não havia muito mais que pudesse dizer.

—Às vezes um homem tem muita responsabilidade sobre seus ombros, Chase. —Ian se levantou antes de continuar. Empurrou suas mãos nos bolsos de suas calças e olhou ao Chase pessimista— Acredito que você e Cam fazem isto com muita frequência. Lhe dê uma oportunidade de terminar este trabalho. —Então sorriu— Ele poderia ser melhor nisto do que acredita.

—Ele é meu irmão. Tenho que me preocupar. — grunhiu Chase— Malditos segredos.

—Uh-huh suponho que é por que lhe disse por que precisa compartilhar também. — perguntou Ian.

Chase entrecerrou os olhos, uma súbita suspeita deixando-o rígido.

—De que fala?

Ian sorriu.

—Parece que Cam não é o único com segredos, Chase. E talvez sinta isso.

Com isso, Ian se voltou e saiu da habitação, deixando Chase com seus pensamentos e suas preocupações.

O que podia haver acontecido a seu irmão? Não houve provas de abuso sexual que pudesse encontrar.

Os pedófilos que havia em sua zona no momento não tinham tido conhecimento de Cam, fora o fato de que o tinham visto na cidade.

Chase franziu o cenho com isso. Ele sabia, sabia em sua alma, isso era abuso sexual, mas os parâmetros dos abusos que conhecia não eram exatamente corretos. Estavam fora. Só uma pequena coisa não estava correta sobre isto.

E em todos estes anos nunca tinha averiguado o que era aquela pequena coisa, e tinha a sensação que poderia não sabê-lo nunca. Mas, como havia dito Ian, não deteve a culpa. Algo quase tinha destruído a seu irmão, e Chase não pôde detê-lo. Era uma culpa que levaria pelo resto de sua vida.

—Que, diabos, passou Cam? —Suspirou de novo— Filho da puta, o que ela te fez?

 

Chase não ia deixar passar, e Cam sabia. Uma parte dele sempre soube que seu irmão suspeitava, ao menos em parte do que aconteceu, mas, diabos, inclusive seu irmão não pôde ter adivinhado a verdade. A verdade era tão fodidamente retorcida, tão incrivelmente depravada, que às vezes pergunta a veracidade disto a si mesmo.

Sacudindo a cabeça horas depois, ignorou as queixas de Chase por trás sobre os relâmpagos e a merda da recepção de Internet. A chuva sempre parecia afetar tanto a recepção por satélite como por cabo. Nenhuma era perfeita ainda, inclusive com a ex-equipe de peritos do governo de primeira categoria de Ian a bordo. Os dias de tormenta fechada, ainda chegavam atrasadas, era o suficientemente lenta para fazer amaldiçoar até a um santo.

O suficientemente lenta para deixar tempo a um homem para pensar, e Cam estava pensando sobremaneira. Courtney e Jaci estavam na seção do clube da mansão, sob a supervisão de Ian. Jaci necessitava esboço, medições, uma sensação das habitações, havia dito Ian.

As mãos de Cam ardiam por senti-la de novo. Ele deseja ocultá-la em uma dessas habitações, puxar esses malditos jeans fora de seu traseiro, dobrá-la e tomá-la enquanto se agarrava pelas redondas curvas de seu traseiro.

Sacudiu a cabeça e deu murros no comando de busca de novo antes de sentar-se em sua cadeira e esperar. Levantou seu olhar aos monitores de segurança alinhados ao longo de seu escritório.

A segurança estava instalada em seu escritório e no de Chase, assim como no de Ian e da sala central de segurança, para permitir múltiplos acessos de vigilância. Ian acreditava na cópia de segurança.

Enquanto ele olhava a habitação principal, as portas duplas se abriram e Ian entrou seguido de Courtney e Jaci. Courtney, como sempre, era como uma criança no Natal, em cada oportunidade que conseguia entrar no clube.

Foi imediatamente à mesa onde Khalid estava terminando seu café da manhã. Tinha passado a noite em uma das suítes do clube, em vez de voltar para o apartamento de cobertura onde sua família se encontrava de visita.

Seu sorriso era fácil e familiar, quando Courtney conversou a distância. Desde que Khalid era o terceiro de Ian, frequentemente era objeto de muitas das piadas e travessuras de Courtney. E parecia amar cada minuto disso. Outros homens poderiam ter estado ciumentos, mas Ian só sabia o que os outros viam: a completa devoção de Courtney a seu marido.

Era propensa a paquerar, mas ligeiramente. Burlava-se, mas só com os que ela conhecia e eram menos propensos a tomá-la a sério, e era descaradamente consciente de seu próprio poder sobre o sexo oposto. Mas era um poder que nunca utilizava, exceto no mais lúdico dos modos. E era um poder que esquecia por completo, sempre que chegava seu marido. O amor que Courtney sentia por Ian acendia cada parte dela.

Enquanto Courtney e Khalid brincavam, Cam viu como Ian indicava as câmaras de segurança, que estavam habilmente ocultas ao longo das paredes, atrás de decorativos vidros infilmados.

Eles se voltaram uns poucos momentos mais tarde, e um silencioso assobio franziu seus lábios ante a vista do bem formado traseiro de Jaci.

Um segundo mais tarde, estava de pé, deixando o escritório e dirigindo-se ao clube, a indignação e a ira queimando através dele. Tinha apanhado os olhares dos poucos membros no renovado salão de baile.

Filhos da puta estavam todos olhando seu traseiro como se fosse só uma questão de tempo antes que tivessem a permissão para tocar.

Não ia acontecer. Amaldiçoando suas ocultas desculpas, se alguma vez surgisse a necessidade de um terceiro que não fosse Chase, poderia apostar que não ia ser nenhum dos três que estavam devorando com os olhos a parte traseira de Jaci agora. Duvidava que ele fosse capaz de deixá-los respirar o mesmo ar que ela, sem que a ira o queimasse durante meses.

Era dele. Até que se desse conta e até que ele soubesse que não ia se afastar dele outra vez, então podia enfrentar-se com isto. As regras do clube eram as regras do clube. Estavam proibidos de pôr uma mão sobre ela depois que a tinha declarado como sua mulher. Teria que assegurar-se de que qualquer um deles que o tentasse, fosse expulso do clube tão rápido que faria girar sua cabeça. Inferno, chutaria ele mesmo, seus tristes traseiros.

A possessividade rasgava através dele, uma neblina avermelhada tampando sua visão. Algo primitivo, tão instintivo que não podia lutar contra isso, crescendo dentro dele desde aquela primeira noite que ele e Chase a haviam tocado. Uma necessidade, uma fome quente por aventurar uma reclamação sobre ela que nunca tinha aventurado sobre outra mulher. Uma fome por tê-la, por saber, que era dele. Só fodidamente dele.

Podia compartilhá-la. Precisava compartilhá-la a um nível que sabia não ter nada a ver com as emoções que Jaci sempre tinha despertado nele. Essa tentação para sentir era a base do compartilhar. Mas a necessidade, a fome, estava empurrando cada promessa que se havia feito quando ela estava envolvida.

Permitir a seu irmão tocá-la era uma coisa. Mas outro homem? De maneira nenhuma no inferno, não podia imaginar isso acontecendo. Não podia imaginar-se nunca permitindo a outro homem tocar o que lhe pertencia. E Jaci lhe pertencia.

Minutos mais tarde, entrou na habitação, jogando seu escuro cenho sobre os hóspedes dali antes de passar a Ian e Jaci. O sorriso de Ian era quase muito perverso, e o olhar surpreendido de Jaci estava cheio de sua recordada ira, e fome.

—Não terminou ainda aqui? —Se não a tocasse, não a recordasse a quem pertencia, então ia explodir.

Estava construindo nele. Maldita ela, podia sentir a escuridão construindo-se, a fome desfiando seu controle, e sabia que não seria por muito mais tempo. Tinha que tê-la.

—A verdade é que não. — respondeu maliciosamente Jaci— Necessitava algo?

OH, não tinha idéia do muito que necessitava.

—Na verdade, sim. — se apoderou de seu braço, cuidando de manter um suave, mas firme apertão— Precisamos conversar.

—Sério? —perguntou brandamente.

—Cam, ela é minha até as cinco em ponto. —Courtney estava de repente, junto a eles e seus lábios apertados, seus olhos marrons brilhando com determinação— Tire suas mãos de minha desenhista de interiores, até que tenha terminado o dia.

—Courtney, carinho, merece um descanso de vez em quando. —Ian esclareceu sua garganta, que não era mais que uma tentativa de ocultar sua risada, e Cam sabia.

—Então ela pode tomar café comigo, em vez de correr com ele. — decidiu Courtney— Volta a trabalhar. —Ela agitou sua mão para ele— Não tem assuntos que investigar? Estou segura que os tem. Ian está sempre atento para manter a você e a Chase ocupados. Agora, vá se ocupar.

Liberou a Jaci lentamente.

—Courtney, só tomará uns poucos minutos. — ele chiava seus dentes.

—Então pode esperar até esta tarde. — decidiu, antes de voltar-se para Jaci— A testosterona está ficando muito densa aqui. Eu digo que voltemos para minha suíte. Disse que tinha idéias que queria discutir, então, a melhor maneira de fazê-lo é enquanto toma um descanso. Venha agora. Discutiremos sobre as idéias. —Ela agarrou a mão de Jaci como uma mãe preocupada e a tirou da habitação— Pode jogar com o Cam mais tarde.

   —Courtney… — grunhiu Cam.

—Faz algo com ele Ian. — interrompeu ela por sobre seu ombro, enquanto Jaci mantinha sua cabeça cuidadosamente evitando-o e caminhava para a porta com Courtney.

Elas saíram da habitação, dobraram no canto, e desapareceram da vista.

—Caralho! Maldição Cam acredito que deveria ter o advertido a respeito de Jaci falando sobre você quando a deixou de noite. —Ian sorriu— Courtney pode ser mais infernal que o que Jaci é.

Cam sacudiu, seus lábios apertados ante as surpreendidas olhadas nos rostos dos homens na habitação.

—Obrigado Ian, — grunhiu baixo— por informar a todos os outros sobre as minhas deficiências.

Khalid riu ante isso.

—Ian, meu amigo, se Courtney conhecer suas debilidades, pode acreditar que o resto de nós o fará também. Ela acredita que a única maneira de nos dissuadir para atuar em nossas deficiências masculinas é ser conscientes que, no caso de descobri-la, outros saibam também. Ela é pior que minha mãe.

—Inclusive minha mãe não era tão pentelha quanto Courtney. — grunhiu outro membro— Ela disse para a coisinha doce com a qual eu estava falando no baile dos Brockheim que deveria considerar outra companhia para sua próxima festa, tendo em conta meu costume de chegar tarde a tudo, exceto ao jantar.

—Sim, e disse a meu pai sobre a multa por excesso de velocidade que tive a semana passada. Tem alguma idéia de quanto tempo faz que ninguém se atreve a fazer isso? —Este membro era o filho de um alto magistrado.

Cam sorriu com simpatia. O único segredo que estava seguro, estava naqueles poucos que ela se inteirou no mesmo clube. Se ela se inteirava de algo fora do clube, então o considerava jogo limpo.

—É parte do clube, é parte da dor. —Ian suspirou— Olha-o desta forma: se não gostasse e não te conhecesse tão bem, não daria um caralho.

—Sim, recorde-me isso a próxima vez que Sua Senhoria for me dar lições por umas poucas horas. — disse o filho do juiz, mas a risada tingia sua voz.

—Vou estar seguro de lhe recordar uma vez mais que não deveria colocar a seus amigos em problemas. —Ian sorriu— Mas não prometo que isso ajudará.

Todos riram, exceto Cam. Com um gesto firme, saiu da sala, e se dirigiu de novo a seu escritório. Sem dúvida, Chase tinha visto toda a discussão nos monitores de segurança. Justo o que ele necessitava: uma maldita conspiração entre seu irmão e amigos. A este ritmo, estaria balbuciando como um idiota em uma semana.

  

—Sabe que ele vai ficar contra nós nisto. — Jaci informou a Courtney, quando entraram na sala de estar, exatamente quando Matthew chegava com o café fresco, que parecia saber que ela pediria.

Jaci tinha observado que as coisas pareciam acontecer ao redor de Courtney. Havia coisas que não tinha que pedir. Só se materializavam, como se mesmo o fato de que ela as desejasse fosse suficiente.

—Obrigado, Matthew. —Courtney olhou a bandeja e se sentou a mesa com receio— Não é descafeinado, certo?

Matthew a olhou por debaixo de seu imperioso nariz, sua expressão contrariada.

—Não me atreveria a lhe servir nada mais que café real. — lhe informou, antes de girar e sair da habitação.

Courtney riu enquanto tirava seu cabelo do ombro e olhava a bandeja.

—Como se ele não tentasse sempre empurrar aquela coisa falsa em mim. Como se eu não pudesse conhecer a diferença.

Jaci olhava curiosa a sua amiga.

—O que a deixou tão alterada?

—Cameron Falladay. —Courtney mordiscou as palavras— É consciente do por que tinha a intenção de te afastar do trabalho, não? —Seu acento se espessava com ira— Tinha toda a intenção de tratar de te seduzir, minha amiga.

Os lábios de Jaci se curvaram em uma careta.

—Tentar, é a palavra correta aqui, Courtney. Não estou com ânimo para ser seduzida.

—Quem tem que estar com ânimo? —Os olhos marrons de Courtney giraram expressivamente— O homem é como um vulcão preparado para explodir. Confie em mim, quando Ian está igual, não importa o quanto estou de irritada com ele, seduz-me. É impossível de resistir. —Ela agitou sua mão para enfatizar— Então te salvei.

Courtney foi até a bandeja, serviu duas xícaras de café e tomou logo um primeiro gole da sua.

Jaci aceitou a sua antes de enroscar-se no canto do sofá e ver como Courtney ia para o mesmo no outro extremo. Possivelmente ela realmente não deveria ter chamado Courtney ontem a noite.

—Isto é mais que Cam, — declarou Jaci— o que te chateou realmente? Eu sou a única que deveria estar alterada com Cam.

—Como se o estivesse? —Courtney suspirou— Como pode não está-lo? Ouvi a dor em sua voz no telefone, Jaci. Se Ian me fizesse algo tão imperdoável, teria rompido um de seus ossos.

Courtney sempre estava ameaçando com o dano físico, entretanto, Jaci sabia que nunca tinha tentado seguir com uma das ameaças.

Mas tinha razão, quando tinha ligado para a Courtney, estava ferida e confusa. Ainda o estava. O que não significa que não pudesse ser seduzida.

—Diz que faz isto frequentemente? —Ela não podia deixar a questão. Estava rasgando sua mente. Estava se perguntando, era só ela? Ou era o normal?

Courtney suspirou.

—Sim, Cam parece ter um maldito hábito com suas amantes. Pelo menos o pouco que soube dele, ele as deixa. Nunca passa a noite. Ele sempre se vai quando sua parte na diversão termina. Embora pelo geral, Chase está ali para acalmar qualquer pluma agitada.

Ao menos não se tratava somente dela, embora não estivesse segura de quanto mais fácil isso fazia as coisas, saber que Cam nunca dormiu com uma amante. Era assustador, saber que era um costume, e não só com ela, e que ela não era diferente de qualquer outra mulher anterior.

—É um homem difícil. Até Chase o admite. —Courtney deu de ombros.

Um homem difícil nem sequer se aproximava da descrição.

—Não deveria ter te chamado e incomodado, Courtney. — disse Jaci finalmente— Nem sequer sei por que o fiz.

Porque ela estava furiosa. Tinha sido ferida.

—OH, ele sobreviverá a minha ira. — indicou com uma careta— Talvez inclusive lhe dê algo para pensar. É um pouco confiante demais às vezes, não está de acordo?

Jaci só podia agitar sua cabeça. Diabos, se soubesse da última noite. Ela sabia que não poderia dirigir outra noite de sentimentos depois de ter sido lançada fora.

—Vou ter Matthew esperando na limusine para te levar de volta ao seu hotel, enquanto Cam está, sem dúvida, ocupado. —disse Courtney— Está esgotada. Descansa. Não pense neste irritante homem. Iremos jantar, se o desejar. O hotel tem um maravilhoso restaurante.

Os raios flamejavam para fora de novo, e os trovões retumbavam. Jaci quase podia sentir a chuva que caía em um constante aguaceiro, e queria nada mais que enroscar-se na cama e dormir por umas poucas horas.

—Talvez essa seja a melhor idéia. —Ela suspirou, apoiando sua xícara e ficando de pé— Te verei então esta noite.

Recolheu sua maleta e as notas que tinha deixado ali antes, e se encaminhou para a porta.

—Matthew terá a limusine esperando lá atrás. — prometeu Courtney— Ele te encontrará lá embaixo e te levará.

—Obrigada, Courtney. —Jaci deu a sua amiga um sorriso cansado— E não seja muito dura com Cam, tenho a sensação que há mais nisto que só uma necessidade de dormir sozinho.

—É obvio. — disse Courtney— Entretanto, confie em mim, amiga, ele está insanamente louco por você. Pode te revelar a verdade, ou sofrer as consequências.

Ela assentiu como se fosse inteiramente sua decisão.

Com um movimento rápido e um agitar de sua cabeça, Jaci abandonou a suíte e se dirigiu para baixo. Não ia correr para Cam, e não estava segura se estava agradecida ou se lamentava.

Depois da noite anterior, suas emoções estavam tão rasgadas em relação a ele que mal podia dar sentido a elas agora. Quanto mais pensava nisso, mais lhe doía. Quanto mais lhe doía, mais se zangava com si mesma e com Cam.

Como prometeu, Matthew estava esperando lá embaixo. Ele a levou a porta traseira onde a limusine esperava sob a zona de estacionamento protegida.

O chofer estava ao seu lado e abriu a porta enquanto ela se aproximava. Estava na metade do caminho para o carro antes que o fato de que Cam estava ali fosse completamente registrado. Ele a puxou o resto do caminho antes que ela pudesse fazer mais que chiar um protesto.

—Tsk tsk. Joga limpo. —Agarrou-a pela cintura e a puxou para seu colo, enquanto ela se moveu para empurrar a porta aberta uma vez mais.

—Joga limpo, o meu traseiro. —balançou-se em seu contrário até que a liberou, mas era muito tarde, a limusine estava saindo de sua praça de estacionamento e percorrendo o meio-fio.

—Eu poderia jogar realmente limpo com seu traseiro, carinho. Me dê a oportunidade. —As palavras eram uma brincadeira, mas sua expressão, quando ela o olhou, era mortalmente séria.

—OH, eu aposto que você poderia. —Ela se mudou para o assento em frente a ele e o olhou furiosa— Pena que não vai acontecer.

Ele suspirou ruidosamente.

—Deveria ter te acordado antes de ir. Peço desculpas.

Jaci o olhou com cautela.

—Eu não exigi uma desculpa.

—Então o que é que está exigindo, Jaci? —Perguntou tão seriamente, que por um momento esteve surpreendida.

—Sabe, se tiver que responder aquela pergunta, então temos um problema grave para começar. Vamos simplesmente deixá-lo, Cam. Vou voltar ao hotel e dormir um pouco. Podemos discutir isto mais tarde.

Ela olhava para fora da limusine, à chuva e o vento, sentindo a fúria dos raios e a chocante força dos trovões dentro dela.

Teve que dobrar seus dedos em punhos para não tocá-lo, teve que obrigar-se a manter os músculos em seu lugar sem enroscar-se em seu colo.

—Não está voltando para seu hotel. — disse finalmente.

Jaci o olhou de novo com incredulidade.

—Perdão?

Franziu o cenho.

—Vamos discutir isto, Jaci. Estou te levando a minha casa, onde podemos fazê-lo em paz. Courtney não se atreveria a vir à carga sobre nós ali. Embora ela não tivesse um maldito problema de fazê-lo no hotel.

A arrogância reforçava seus traços quando a olhou, afinando seus lábios e voltando seus olhos a verde fogo.

—Alguma vez ouviu falar do termo “sequestro”? —perguntou docemente.

Inclinou-se para frente lentamente.

—Não é como isto. Diga “não”. Isso é tudo o que tem que dizer, a algo que estou fazendo no momento, e voltará para seu hotel e não a incomodarei. Só uma palavra: Não.

—E se o faço? —perguntou-lhe ela— Me diga, Cam, bancará o macho ferido, uma vez que faça isso?

—Não significa não. — grunhiu ele— Não há repercussões. Eu não a incomodarei de novo, a menos que explicitamente me solicite algo. Deixaria-a sozinha.

—Portanto, se eu disser que não vou ao seu apartamento, então, as coisas são assim? Aceito tudo, ou não aceito nada? Agora, por que faz esta pequena regra para me irritar um pouco mais? Sabe de uma coisa? Dane-se, Cam. Bem… — A palavra estava formando-se em seus lábios, disposta a sair deles, quando seus dedos os tocaram, detendo a palavra.

—Há regras. — disse brandamente.

—Regras para que, Cam? Para estar com você? Sinto muito, nunca fui boa para todos aqueles pequenos detalhes idiotas. Engole suas regras, também.

—Há regras para o estilo de vida que vivo, nem tanto para você, mas para mim mesmo. — revelou— Meu controle é instável agora, carinho. Quero você, tanto que isto está me comendo vivo, mas estou tentando fazê-lo a sua maneira. Vamos conversar. Faremos este trabalho.

Ela sacudiu sua cabeça lentamente.

—Acredita que vamos continuar nesta relação sem confiança, Cam?

Ela viu a sutil careta de dor em sua expressão.

—Que confiança? —finalmente perguntou— Olhe, não pode prestar atenção a cada coisa que Chase faça soar sobre tudo.

—Não, tem razão. — sussurrou ela— Mas posso prestar atenção às sombras que vejo em seus olhos. Você acredita que sou mais uma, do que deve ser uma longa fila de estúpidas idiotas habitando sua cama? Acredita que estarei satisfeita com apenas a metade de você?

—É mais do que alguém já teve. — disse a ela— E isso pode ser que seja, Jaci, tudo o que tenho para dar.

 

            A chuva estava caindo quando a limusine entrou na pequena garagem subterrânea do armazém reformado.

Cam abriu a porta e saiu, logo estendeu sua mão para ela.

—Vai se afastar de mim de novo, Jaci? —Perguntou-lhe.

Ela deveria, sabia que deveria. Em troca, deixou-lhe agarrar seus dedos e tirá-la do carro.

—Isto não quer dizer que estou de acordo com algo. — lhe informou quando a limusine se afastou.

—Entendo isso. —Ele dobrou seus dedos ao redor dela e a levou até a grande escada que levava ao próximo piso— Precisa descansar. Temos que falar. Pode descansar aqui, e logo poderemos falar.

Como se isto fosse realmente o que aconteceria, pensou em silêncio, bufando incrédula. Ambos estavam fodidamente acesos, e era uma maravilha que não entrassem em combustão. Não havia nenhuma possibilidade de que fosse dormir, com ele tão perto dela. Tão perto, entretanto, tão malditamente longe.

Quando lhe disse que a metade dele mesmo era tudo o que tinha para dar, ela não teve uma resposta para ele. Que, diabos, se supunha que dissesse? Que não era o suficientemente bom para ela? Ela tinha prometido a si mesma que se tivesse uma oportunidade, lutaria por ele. Que não correria como a pequena menina assustada que tinha sido antes. Prometeu a si mesma que trataria não só a sua maneira, mas à maneira dele também.

Mas dar-se conta que o homem que tinha esperado durante todos estes anos não estava disposto a dar o suficiente, inclusive para dormir com ela, deixou-lhe uma sensação estranha, despojada.

Quando entrou no primeiro piso, Jaci olhou ao redor da aberta e arejada disposição do reformado armazém e sentiu algo apertar-se dentro dela.

—Este é seu piso? —Perguntou, olhando para as escadas— Chase está acima?

Ele parou ao seu lado e olhou ao redor da sala também, antes de voltar-se a ela com uma pequena piscada.

A garganta de Jaci se apertou. Estava muito deserto. Não havia nada mais, exceto o mínimo mobiliário. Nem quadros ou artigos pessoais, nem pequenas lembranças. Era um lugar, não era um lar nem tampouco tinha uma sensação de vida. Querido Deus, quando ela olhou ao seu redor se deu conta que, de algum jeito, isto era o que sempre tinha visto dentro de Cam. Um homem que se negava a deixar-se pertencer.

Ele limpou sua garganta, de pé a seu lado.

—Aqui tem um pouco de pó às vezes.

Cam olhava ao redor do apartamento, perguntando o que tinha posto aquele olhar da mais absoluta tristeza em seu rosto. Diabos, vinha limpando o lugar semanalmente, não era como se o lugar pudesse estar imundo, exceto pelo pouco de pó. Bom, na realidade, não pôde ver o pó, mas sabia que seu pessoal de limpeza era um pouco relaxado, quando se tratava de poeira.

—Um pouco de pó. — sussurrou ela ligeiramente quando apoiou sua maleta e sua bolsa na ampla mesa ao lado dela e olhava ao redor de novo.

Isto ia muito além de um pouco de pó, pensou Jaci com tristeza. Estava vazio. Quase sem alma. E Cam não estava sem alma. Ela o olhou enquanto ele observava a sala de novo, e viu a aresta de completa solidão que parecia rodeá-lo.

Estava ali sete anos antes, aquela distância que forçava entre ele e o mundo. Era mais evidente aqui, entretanto, neste lugar que ele chamava de lar. A completa crueldade disto era dilaceradora.

—O que tem de errado com isto? —De repente grunhiu— O lugar está limpo. Não sou exatamente um vagabundo.

—Não, não é um vagabundo. — disse tristemente— Está muito bem organizada, Cam.

—Sim, bom, o asseio é uma virtude. — continuou enquanto se dirigia para a cozinha— Tem fome? Posso ter um pouco de congelado. —Ele puxou a porta da geladeira abrindo-a e olhou dentro antes de sacudir uma cerveja fria, logo a fechou de um golpe de novo.

—Vou adivinhar, a única coisa que tem em seu refrigerador é cerveja. — aventurou ela— Atualmente vive aqui? —Ela olhou ao seu ao redor de novo.

—Cada dia. — quase grunhiu.

—Sério? Aposto que o piso de Chase se vê totalmente diferente.

—Chase é um vagabundo. —Estava olhando-a ferozmente agora— Um maldito ninho de ratos. Ele tem que ter cada fodido momento e presentes que lhe deram. Eles forram as porras das paredes.

Cam golpeou a cerveja sobre o balcão e moveu suas mãos sobre o mármore cinza de cima.

—Tem algum problema com o lugar onde vivo Jaci?

—Nenhum absolutamente. —Ela deu de ombros— Mas acredito que prefiro uma clínica. Seria menos estéril.

A surpresa se registrou em seu rosto, quando ela passou através da grande entrada a um conjunto de altas portas de vidro que conduziam a um balcão aberto.

—Que, diabos, significa isso?

Ela abriu as portas e respirou o aroma da chuva. Os trovões e relâmpagos estavam distantes, mas a chuva continuava empapando o mundo exterior. As nuvens eram baixas e pesadas, a névoa se levantava em brumosas capas, dando à terra uma aparência de outro mundo e uma sensação de que eles eram os únicos habitantes em um mundo místico.

Jaci geralmente amava a chuva e a névoa, mas hoje parecia enfatizar a completa esterilidade da vida de Cam. Havia-o feito deliberadamente? Ou era em realidade tanto uma parte dele que nem sequer se dava conta?

—O apartamento não é estéril. —Moveu-se atrás dela, o calor de seu corpo difundindo-se ao longo de suas costas quando suas mãos tomaram seus quadris com um firme e quase desesperado agarre.

—Sim, ele é. — disse ela— E me perguntou se não é deliberado.

Ela olhou sobre seu ombro sua fechada expressão, os crus e gelados olhos verdes, antes de voltar para a chuva. A umidade enchia seu rosto frio, convidando, inundando-a, dentro de uma quase primitiva tira de consciência disso.

A chuva limpava e desencardia, e sempre tinha sido uma fonte de paz para ela.

—Quanto tempo tem desde que brincou na chuva pela última vez? —perguntou, sorrindo quando o vento levou uma cortina de umidade contra eles.

A hipnotizava. Vê-la ali, uma pícara brincadeira em seus olhos, com uma pitada de tristeza ainda brilhando. Como iria resistir a isso?

Cam esteve em silencio por compridos momentos antes de responder finalmente.

—Muito tempo para recordar.

Não olhou seu rosto. Teve medo de chorar, se o fizesse. Ela pôde ouvir a solidão em sua voz, sentir a masculina confusão causada por sua expressão.

Tomou uma profunda respiração e tragou apertadamente antes de virar a cabeça e olhá-lo fixamente, vendo todas as coisas que tinha escutado em sua voz.

—Vamos nos molhar e nos liberarmos. —sussurrou ela— Vamos, Cam, brinca na chuva comigo.

—Apanhará um resfriado de morte. —Ele olhava a chuva com ceticismo.

—Então pode me alimentar com sopa de frango caseira. — agarrou sua mão e o levou com ela.

A chuva estava impregnando, caindo em uma cortina que os empapou em segundos. Corria em riachos sobre o cabelo e o rosto de Jaci. Difundindo-se amplamente sobre os braços, ela levantou o rosto e girou em um círculo, fechando seus olhos enquanto a chuva do verão se derramava sobre ela.

Quando baixou a cabeça e abriu seus olhos, viu Cam, sua cabeça levantada, seus olhos fechados. Sua camisa e calças empapadas e parecia primitivo. Muito homem. Muito intenso.

Quando seus olhos se abriram e a olhou, ela viu um núcleo de necessidade dentro, perguntava-se se inclusive ele sabia que possuía.

—Dança comigo. — sussurrou Jaci. A necessidade de sentir seus braços ao redor a estava voltando louca.

—Não há música. —Tentou sorrir, mas ela pôde ver a borda de quente dominação dentro dele. Ele queria muito mais que dançar.

—Então faremos nossa própria música. —foi para os seus braços, sentindo-os rodeá-la e colocou seus braços ao redor de seu pescoço— Nunca quis fazer sua própria música, Cam?

A chuva corria por seu cabelo e rosto em grossos rios, destacando o claro crescimento da barba que sombreava seu rosto.

O gelo nos olhos estava descongelando-se, sendo substituído por desejo, por um toque de emoção que colocou seu coração às carreiras.

—Estamos fazendo música agora? — perguntou sua voz áspera de excitação.

Dentro das calças empapadas, seu membro vibrava duro e insistente, quando suas mãos escorregaram pela prega de sua camisa ao longo de seu estômago, para assim poder tocar suas costas nuas. No mesmo momento, ela se deu conta de Chase olhando da porta, seu olhar pesado, evidentemente excitado, mas não fez nada para unir-se a eles. Rezava que não fizesse.

—Não o sente? —sussurrou ela, seus dedos em movimento sobre os botões de sua camisa.

Desejava ver seu peito nu, a chuva correndo através do arbusto de cabelo escuro, empapando os marcados músculos de seu corpo.

Aos poucos minutos tinha aberto a camisa e a empurrava fora de seus ombros. Ainda, Chase olhava. Isso se acrescentou ao erotismo, fez-a sentir-se mais malvada, mais sexy.

—Sabe o que está fazendo? —Perguntou a ela, sua voz áspera, sua expressão fechada com luxúria— Vou acabar fodendo-a sobre o maldito balcão Jaci.

—Menos mal que tem muitas árvores por aqui, então. —Lhe sorriu antes de olhar ao redor do terreno do armazém. Enorme, imponentes carvalhos cresciam altos e cheios, resguardando o aberto balcão.

Uma mão se levantou desde sua cintura a sua bochecha, e retrocedeu dançando até a parede de tijolo, seu duro corpo protegendo-a da força da chuva. Ela se esqueceu de Chase, esqueceu-se de tudo, exceto do prazer que a estava queimando por dentro.

A outra mão escorregou ao redor, esmagando a parte baixa de seu ventre, e pressionando fortemente contra ela quando sua cabeça baixou.

O sabor da chuva e seu beijo eram intoxicantes. Cam estava seguro que nunca tinha conhecido nada, nenhuma mulher, que tivesse sabido tão bem como Jaci. Sua língua golpeou forte sobre seus lábios, recolhendo as gotas de chuva que se aferravam a eles, antes que tomasse a curva de seu lábio inferior entre os dentes e mordiscasse eroticamente.

Ela se sacudiu contra ele em resposta, sua respiração voltando-se dura e rápida agora, seu corpo esquentando-se, apesar da água vertendo sobre ela.

Seu corpo curvado contra o dele, a parte baixa de seu ventre acolchoando a palpitante ereção sob sua calça, seus seios pressionavam em seu peito nu.

O afresco de chuva não fez nada para aplacar o fogo dentro dele. Ela era como uma droga em seu sistema agora, e se perguntava como diabos sobreviveria se não a convencesse de atá-la a ele.

—Isto é tão bom. — ofegou Jaci, quando seus lábios foram dos dela à curva de seu queixo e desceram por seu pescoço— Sentindo-se assim, Cam, por cima de tudo. Como a chuva.

Ele fez uma careta quando enterrou sua cara em seu pescoço. Indo lento e fácil quando ela o estava matando. Seu controle estava fodidamente destroçado, era tudo o que podia fazer para forçar-se a conter-se.

Deslizou a palma de sua mão mais abaixo em seu ventre, a ponta de seus dedos pressionando contra o montículo entre as coxas, rodando, acariciando a carne bem em cima de seu clitóris, através de seu jeans.

Queria essas malditas calças fora dela.

—Tenho que te sentir. — grunhiu. As palavras eram ásperas, sua voz gutural, uma indicação de sua perda de controle.

Maldição, nunca teve problemas para controlar-se com uma mulher. Nunca conheceu uma vez que não pudesse controlar o prazer, fazê-la gritar antes que chegasse ao ponto em que tinha que enterrar-se dentro dela. Até agora.

Ele se apoderou da prega de sua camisa e a subiu por seu corpo. Quando se inclinou de novo, viu como levantava graciosamente seus braços, o aderente material descobrindo sua carne para revelar o paraíso debaixo.

Lançando a camiseta a um lado, deu leves golpes ao fecho de seu sutiã e o retirou longe dos inchados montículos de seus seios.

Sua boca se fez água com a visão de seus firmes e duros pequenos mamilos. Estavam ruborizados com um vermelho rubi, franzidos, e pareciam mendigar por sua boca.

Baixou a cabeça enquanto sentia suas mãos sobre seus ombros, as unhas rastelando sua carne.

Deveria levá-la ao interior. Diabos, ele sabia que deveria levá-la para dentro, fora da chuva, mas não podia obrigar-se a fazê-lo. Ela foi feita para a carícia das gotas de chuva, da água correndo ao longo de sua carne, molhando-a enquanto ardia por ele.

Retirando suas mãos, atacou o cinto amarelo brilhante que o tinha burlado todo o dia. Apertava-lhe seus magros quadris, desviava os olhos ao balanço de seu traseiro. Ele o soltou rapidamente, antes de desprender a fivela de metal e o zíper. Em questão de segundos seus dedos estavam empurrando no mormaço de sua vagina, penetrando o apertado tecido, conseguindo um grito rasgado de ambos.

—Isso não é justo. — ofegou Jaci, suas costas arqueadas enquanto seu rosto avermelhava de prazer.

Amava olhar seu rosto. Vendo o prazer cobrindo-a quando seus incríveis olhos se voltavam aturdidos com o excesso de sensações.

Ela rastelava os dentes sobre a curva superior de seu peito enquanto baixava uma mão a suas calças.

Liberou o cinto e o zíper das calças rapidamente, deixando o material a um lado para liberar a pesada longitude de seu membro.

Estava morrendo por ela.

—Ainda não. —Suas unhas arranhavam seus ombros enquanto seus lábios se mudavam para o seu pescoço— Desta vez conseguirei ter diversão.

—Caralho, Jaci, meu controle está fodido. —Gemeu ele quando seus lábios passearam de seu pescoço até seu ombro, e logo ao seu peito.

Estava descendo, aquele incrível corpo girando e flexionando-se em seus braços, enquanto seus lábios seguiam os atalhos de água fluindo por seu peito.

Não podia sentir a chuva agora. Tudo o que sentia era o calor, a carícia de seus dedos e seus lábios contra seu peito, seu abdômen. Sua pequena língua ágil inundada dentro de seu umbigo, logo lambeu e acariciou mais abaixo. Lentamente, muito fodidamente lento.

—Sonhei com isto. —Ela estava de joelhos diante dele, uma mão sustentando suas bolas, a outra agarrando a dura longitude de seu membro.

—Jaci. Bebê, isto é perigoso. —Tentou manter sua voz cheia de advertência, mas era mais desesperada, mais dura, mais faminta que jamais poderia recordar.

Então ela se inclinou para frente e lambeu a escura e inchada cabeça.

A sensação da fria chuva, sua língua quente, seus sedosos dedos acariciando-o, até que jogou sua cabeça para trás e sentiu o estrangulado gemido que rasgou sua garganta.

Como se aquele som fosse tudo o que necessitava, sua líquida e quente boca aprisionou a inchada cabeça e começou a amamentar-se no vibrante calor com destrutivo prazer.

Antes que Cam pudesse deter o impulso, suas mãos estavam enterradas em seu abundante cabelo, agarrando as sedosas mechas, enquanto empurrava, movendo-a, enquanto seus quadris continuavam fodendo seus lábios e o prazer o alagava.

Diabos. Ele a olhou, vendo a pesada carne venosa brilhar quando ela a acariciava, viu como sua boca o acariciava e teve que lutar com a necessidade de gozar.

Podia sentir os perversos rastros da sensação apertando suas bolas e viajando por sua coluna vertebral. A parte posterior de sua cabeça sentiu um formigamento, e escuros e desesperados impulsos começaram a queimar dentro de seu cérebro.

Ele estava olhando-a mamá-lo, diabos o amava com sua boca. Podia sentir a diferença. Nenhuma outra mulher o havia tocado assim. Nunca tinha sido tocado da forma com que Jaci o tocava. A expressão em seu rosto, o modo que tocava, não havia nada mais em seu interior, exceto a necessidade de dar prazer. A necessidade de fazê-lo sentir.

Ele viu seu rosto, viu o aturdido prazer nela. Não havia nada depravado, não havia segundas intenções, não havia nada em seu rosto, exceto prazer. Precisamente isso. Ela o desfrutava.

Sentia-se hipnotizado por seu rosto, e quando abriu os olhos, as orbitas verde amorronadas o olhavam com fome desesperada. Ele perdeu.

Em toda sua vida, Cam nunca tinha perdido o controle de seus orgasmos. O controle sempre estava ali por uma razão ou outra. Mas quando Jaci o olhou, seus olhos obscurecidos, dilatados com fome, a boca mamando-o com perversa inocência, sua expressão ruborizada e cheia de necessidade, não pôde se frear.

Tentou puxar para trás. Ele puxou com uma mão seu cabelo, apoderou-se da haste rígida e pulsante de seu membro e tentou tirá-lo de sua boca.

Sua mão apertou mais firmemente suas bolas, e a outra o envolveu, e seu gemido de necessidade se agitou sobre a torcida cabeça quando o primeiro jorro desesperado de esperma se disparou da ponta.

Um grunhido rasgou sua garganta quando ela o engoliu. Sua boca se voltou mais quente, mais suave. Ela o sugava conseguindo mais e mais dele, até que esteve estremecendo-se em reação, seus joelhos debilitando-se enquanto enchia sua boca com seu gozo.

E ainda necessitava mais dela. Não podia acreditar o quão rígido, quão duro ainda estava. Não podia acreditar a fome fluindo dentro dele, quando puxou seus pés e empurrou os jeans para baixo por suas pernas, empurrando-a sobre a empapada almofadinha do solárium atrás dela.

Sabia que Chase estava olhando. Isso era o suficiente desta vez. Estava ali, centrado nele, sustentando-o. Ele desejava. Havia muitas emoções rompendo através dele, diabos, não podia dizer nada mais, se o ajudava ou não. Tudo o que sabia era este momento, só ele e Jaci. A necessidade disto o estava matando.

Desamarrar e eliminar suas botas tomou só segundos. Os jeans e as calcinhas molhadas foram despojados de suas pernas, e teve só um breve momento para dar graças a Deus que o corrimão de privacidade em torno do deck era o suficientemente alto para ocultar o que estava passando atrás dele.

Arrancou seus próprios sapatos, retirou suas calças de suas pernas, e logo se ajoelhou, empurrando as mãos debaixo de seu traseiro e a aproximou de sua boca.

As pernas dobradas sobre seus ombros quando enterrou seus lábios no xarope quente de sua buceta. Ele lambeu e acariciou, franziu seus lábios e beijou o broto de seu clitóris até que se retorceu em sua amarração.

Jaci estava alagada em sensualidade, em uma completa e sensual sobrecarga. Arqueava-se à boca devoradora de Cam, retorcia-se contra ele, logo gritou quando sentiu seus dedos penetrando-a deliciosamente.

Voltando o rosto na saturada almofadinha, só lutou por respirar. O prazer estava rasgando através dele, queimando através de suas terminações nervosas. A chuva fria e as enlouquecedoras sensações quentes, tanto que seu sistema estava rapidamente aproximando-se à sobrecarga e sabia. Muito prazer. Muita fome.

—É tão deliciosa como os doces. — grunhiu contra sua carne, as palavras ásperas, atormentadas com luxúria masculina.

—Não posso aguentar muito mais. — ofegou Jaci, empurrando-se contra ele, puxando, desesperando-se por sua liberação.

Ela podia sentir sua vagina flexionando-se, ordenhando seus dedos. Contrações involuntárias rasgaram através de seu ventre, agitando através de seu núcleo, e enviou seus sucos derramados em seus dedos. E ele utilizou a sedosa resposta, os sucos derramados por ela, e estirou sua mão atrás: protegendo sua tenra carne da chuva, lentamente a lubrificava e facilitava a entrada em seu traseiro, atravessou-o com seus dedos, estendendo-o como fez com seu sexo.

A cabeça de Jaci se movia violentamente sobre os almofadões enquanto suas mãos se escondiam em seu cabelo e estremecia com desespero. Seus lábios a acariciavam, sua língua a lambia.

Ela podia sentir as chamas de necessidade queimando em seu traseiro enquanto ele facilitava a oferta de carne ali. Ele a penetrou primeiro com um dedo, logo dois, alargando-a, e enviando a seus sentidos ondas de prazer e dor.

Podia sentir sua própria resposta crescendo em seu interior, um escuro núcleo de angustiosa necessidade que havia sentido apenas nos braços de Cam.

—Você adora isto. —Sua voz fluía sobre ela como a chuva, como seus próprios desejos escuros. Porque não tinha que perguntar do que estava falando, ela sabia. A imagem tinha golpeado sua cabeça no momento que seus dedos haviam atravessado seu traseiro.

—Me diga que você gosta.

Sua cabeça se sacudiu. Os olhos verdes queimavam com fome, com escuros e malvados desejos, com tortura. A agonia de fome que só tinha visto nele antes estava queimando-a agora. Sua expressão era selvagem, com uma luxúria que não estava fazendo nada por ocultar.

A chuva tinha diminuído, mas a água ainda caía sobre sua cabeça e seu rosto em riachos. Os duros contornos estavam grosseiramente definidos agora, seus olhos reduzidos e brilhantes com um esfomeado desejo.

—Eu adoro. — disse ela, gemendo.

—Preciso de você. — grunhiu Cam, seus dedos empurrando mais profundo atrás enquanto seu polegar perfurava sua vagina e a enviava arqueando-se a um delicioso prazer.

Ela manteve seu olhar, sua visão obscurecendo-se enquanto as sensações começavam a empilhar uma em cima das outras. Pontos luminosos de necessidade cravavam através de seu sistema e a deixaram sacudindo-se em seu agarre.

—O que necessita de mim, Cam?

—Tudo de você. —Seus dedos deslizaram livres, separando suas coxas, abatendo-se sobre ela, bloqueando a chuva com seu amplo corpo, enquanto sua ereção empurrava dentro da desesperada entrada de sua vagina.

Jaci deslizou suas mãos em seus ombros, acariciando, e logo arranhando em agonizante prazer quando começou a mover-se dentro dela.

—Toma tudo de mim, então. —Ela se arqueou mais perto, as pernas levantadas, envolvendo sua cintura enquanto o apertava contra ela.

Seus olhos se estreitaram ainda mais.

—É minha.

—Então prova, Cam. Demonstra-o, maldito seja. Tome.

Queria muito mais que simplesmente tomá-la. Ela sabia, podia vê-lo construindo-se em sua expressão, na batalha pelo controle em seus olhos. Olhava-o, sentia-o, perder esse controle.

Jaci se arqueou, retorceu-se, sentiu o duro impulso que enterrava a longitude de seu membro dentro dela, estirando-a, queimando-a, tomando-a com um desespero que sacudiu sua alma.

Os duros golpes disparavam o prazer e a dor que rasgou anteriores noções preconcebidas de prazer. Açoitava-a através de sua mente, a deixando cambaleante e a quebrou através de seus sentidos, a deixando lutar pelo fôlego para gritar.

Sentia as sensações aumentando, construindo-se. Cada duro impulso, quando se conduzia dentro dela, empurrava-a mais alto. Suas unhas morderam seus ombros, suas pernas o apertaram mais estreitamente rodeando seus quadris, e um segundo depois se dissolveu ao redor dele.

—Merda. Merda. Não. —Ele estava sacudindo-se em cima dela, derramando-se nela, e aqueles enfeitiçados, formosos olhos dele ardiam. Com posse. Com amor.

 

Cam entrou na casa, puxando Jace atrás dele, antes de deixá-la na sala e dirigir-se ao banheiro buscar toalhas. Chase tinha desaparecido. Ela não sabia quando se foi, ou quanto tempo ficou.

Segundos depois Cam estava envolvendo, o felpudo e absorvente material, ao redor de seu corpo úmido, logo secou a si mesmo e envolveu a toalha comodamente ao redor de sua cintura.

Cam a olhava, horrorizado por sua perda de controle, pela grande inconsciência do que tinha feito. Ou do que quase fez. O que tinha desejado fazer, com uma fome que até agora levava picos de necessidade diretamente através de suas bolas.

Diabos, ainda a desejava. Ele sempre a desejaria.

—Ao menos não esperou até que estivesse adormecida para se afastar. — disse secamente, quando colocou a toalha sobre seu corpo nu.

Lhe disparou um olhar feroz antes de caminhar majestosamente até o refrigerador e pegar uma cerveja. Seu controle estava ainda disparado. Ele apertou seus dentes e lutou por manter os poucos fios que ainda ficavam.

—Não force Jaci. — lhe disse finalmente, torcendo a tampa da garrafa antes de levá-la a sua boca.

Seus braços estavam cruzados sobre seus seios, seu quadril inclinado, sua expressão furiosa como qualquer ruiva zangada. Se ele fosse um homem inteligente, teria se aterrorizado em vez de se acender.

—Não force. —repetiu maliciosamente Jaci— Desculpe Cam, mas não acredita que não posso ver o que há dentro de você agora? O que há dentro de você cada vez que nós três acabamos juntos?

Ouvir as palavras transpassarem seus lábios era suficiente para fazer ferver seu sangue com essa necessidade. Podia vê-la, ruborizada, gritando, afogando-se no prazer.

—Esperava algo diferente? —Grunhiu em resposta— Sabia o que queria fazer sete anos antes, e sabia o que viria quando convidou Chase e a mim ao seu quarto de hotel. —Ele caminhava com passos majestosos para ela— Veio aqui, veio a Alexandria, consciente de que estava aqui. Sabia no que estava se colocando. Sabia que não sairia daqui sem isto.

Ela sorriu lentamente, um sorriso conhecedor, que o fez apertar os dentes com desejo.

—OH, eu sabia. —Ela deu de ombros, e isso o enfureceu— Assim como sei, porra, que sou só uma a mais, na longa fila de mascotes que você e Chase compartilham.

—Pedi para que seja uma mascote? —grunhiu Cam, continuando o avanço para ela, vendo como ela retrocedia, até que a teve contra a parede, até que tudo o que podia pensar era em tomá-la de novo, inundar-se dentro dela, amarrá-la a ele, e senti-la quente e apertada, nua e tão hábil, tão doce, como sentia cada ondulação daquela pequena buceta apertada— Lhe adverti isso, Jaci. —a agarrou— Te adverti que era minha.

—E o que significa ser sua? —Sua voz era firme, zangada— E por que o intercâmbio? Por que o quer?

—E por que você o quer, Jaci? —perguntou.

Ela congelou com a pergunta. Seus lábios separados, seu coração agitado em seu peito, enquanto expulsava um emocionado fôlego.

—Ama-o. —inclinou-se mais perto, baixando sua voz, seu corpo apertando— Quase tanto como eu o faço. Me diga Jaci, por que vejo a mesma necessidade em seus olhos?

Dominação e arrogância enchiam sua expressão e seus olhos. Era primitivo, e ele sabia, ela deveria ter sabido que havia pouco que pudesse lhe esconder. Tinha a experiência que ela não tinha.

Ele conhecia as mulheres, conhecia a luxúria, e conhecia o desejo. E a conhecia.

—Desfruto-o. —admitiu— Às vezes, sim, imploro-o. Mas pelo amor de Deus Cam, necessito mais que um trio quando me fode. Necessito mais que isso para você, para nós. —O dano e a necessidade brotavam em seu interior, quebrou em seu coração e a teve estremecendo com o esforço de ocultá-lo— Necessito mais de uma relação que um homem que não pode suportar gastar mais de cinco condenados minutos a sós comigo. Que esqueça de dormir comigo. Porra, Cameron. Necessito que me sustente. Necessito que me necessite, não a mim e a seu irmão.

Ela empurrou seu peito, a raiva crescendo por dentro de novo. Não, não era raiva, era medo. Que diabos a fez pensar que podia vir aqui e não arriscar cada parte de quem e o que era?

Prometeu-se a última vez que a deixou sozinha que não seria seduzida como ele queria, sem apropriar-se de seu coração também. E o caralho, se o estava dirigindo desse modo.

Surpreendentemente, deixou-a ir. Podia sentir seus olhos em suas costas quando ela apertou a toalha e caminhou para longe dele. Mas ele não teve uma resposta para ela, e realmente não tinha esperado uma.

—O que de bom me faz para o amar? —Finalmente lhe perguntou quando se voltou para ele— Vai nos destruir. Porque não serei honesta comigo e não posso te confiar tudo, Cam, sem o mesmo em troca.

—Bem. —grunhiu— Começa me dizendo o que aconteceu com os Roberts. Quer confiança, Jaci. Devolva-a.

Ela o olhou, desejando com toda sua alma que pudesse lhe dizer, que pudesse confiar nele de não manter sua promessa de matar a qualquer homem que a machuque. E talvez ele não pudesse, mas ela conhecia Cam, ele derramaria sangue, e não era sangue o que necessitava para destruir aqueles dois.

—Confia você primeiro não? —Ela sorriu tristemente— Não funciona dessa maneira.

Ela voltou para o terraço. A chuva tinha diminuído a uma garoa, a suave brisa que soparava estava refrescante. Recolheu suas roupas, e retornou à sala.

—Onde está sua secadora?

Seu olhar varrendo sobre ela, e sobre as roupas.

—O fato é que a mudança não é fácil, carinho.

—A conversa está finalizada. — respondeu ela.

Um segundo depois estava de novo contra a parede, olhando seu rosto enfurecido. A toalha estava caída no chão, e Cam estava sustentando-a no lugar.

Não dolorosamente, com cuidado, enquanto a contemplava com cenho franzido.

—Não vai sair daqui. — grunhiu— Quando disse que é minha não estava brincando. O caralho que vou permitir que vá tão facilmente de novo.

—Isto significa que vai dormir comigo esta noite, Cam? —Ela pressionou suas mãos contra o peito plano, e sabia a resposta quando sentiu a covardia que percorreu seus músculos— Não pode fazê-lo, verdade? Bom, adivinha o que? Não posso deixar que me deixe me sentindo como algo que comprou para a noite.

Ele a liberou lentamente, mas ela viu a luta em seus olhos, em sua expressão. Permitir ir-se era igualmente duro para ele, como o estava sendo para ela afastar-se.

—Preciso secar minha roupa. — disse a ele, forçando-se a conter as lágrimas.

Como pôde ter deixado que isto acontecesse? Não teve dano suficiente com os anos? Perdas suficientes?

Ela cerrou seus dentes e respirou apertadamente enquanto o olhava pegar a roupa úmida do piso e afastar-se para o que, obviamente, era um banheiro anexo no outro extremo da cavernosa habitação.

Minutos mais tarde retornou, vestido e lhe trazendo uma camiseta.

—Ponha isto. —Sua voz ainda era firme, selvagem.

Jaci o olhou miseravelmente dolorida, por coisas que não tiveram nem sequer um nome. Olhou o aberto apartamento, vendo tão vazio e se perguntou o que a fez pensar que Cam poderia deixá-la encher qualquer parte de sua vida.

Deus, já não tinha vinte e um anos. Deveria ter parado de sonhar com contos de fadas há muito tempo.

O coração de Cam estava tão vazio como seu apartamento, e sabia que não poderia sobreviver amando-o sem nada em troca. Ela necessita seu amor tão desesperadamente como precisava amá-lo.

Pressionando seus lábios juntos para frear a dor, terminou de secar-se, e passou a camiseta sobre sua cabeça. Obviamente era dele, ou possivelmente de Chase. Apesar, que duvidava que em seu atual estado de ânimo, desse-lhe uma das camisas de Chase para usar.

—Quero que traga suas coisas do hotel. —Sua voz era tensa, como se soubesse que a solicitação que estava fazendo era ridícula.

Jaci só o olhou em silêncio por um comprido momento antes de olhar o apartamento estéril.

—Não.

—Olhe você não gosta deste lugar? Faça com ele o caralho que deseje. — disse, agitando sua mão violentamente para assinalar a grande área— Não a quero nesse hotel. Quero-a aqui. Comigo.

—E onde dormirá?

Ele exalou um duro e profundo fôlego.

—Não durmo na cama. Uso o sofá, de todos os modos.

—Não estou procurando um companheiro de quarto, Cam.

Ela viu sua mandíbula apertar-se espasmodicamente e sentiu dor em seu coração com o repentino flash de dor que viu em seus olhos.

Ele olhava ao redor do apartamento como procurando respostas, procurando desesperadamente o argumento que a sacudiria.

—Olhe, podemos tentá-lo por um tempo. —Flexionou seus ombros como sentindo um peso que de repente se deu conta que transportava— Que demônios vai doer, Jaci? Quer estar aqui, sabe isso. Isto não é algo que um de nós possa deixar agora.

—Você parece ser bastante bom em deixá-lo. — afirmou— O que vai acontecer, Cam? Você e Chase me têm, mas daria a Chase permissão para envolver seus braços ao redor de mim e me sustentar a noite, enquanto se deita com solitário esplendor naquele grande sofá? —Respondeu agitando sua mão para o sofá— Alguma vez se cansa da solidão? Nunca desejou ser o suficientemente valente para abraçar a sua amante em seus próprios braços?

—Não até você. —Sua voz ecoou em desespero— Não até você, Jaci. E tem mais de mim que qualquer outra mulher poderia ter.

Cam viu as emoções piscarem sobre o rosto de Jaci e sentiu os fragmentos de seu coração gretados, quebrados.

Ela não se incomodou em ocultar suas emoções. Elas estavam ali para que ele visse, e ele odiava ver a dor em seus olhos. Odiava-o ainda mais, porque ele tinha posto a dor ali.

Seu olhar piscou sobre o sofá. O amplo marco, as firmes almofadas, a peça de mobiliário tinha sido comprada unicamente devido a sua capacidade para dormir. Porque, desde sua adolescência, não podia malditamente suportar dormir em uma cama por mais de umas poucas horas de uma vez.

Podia recordar a sensação de sua carne arrastando, despertando com a sensação de mãos tocando-o, uma voz exigente demandando-o. A última vez que tinha acontecido, quase a tinha matado.

Flexionou suas mãos. Ele podia recordar ainda a sensação de seu pescoço em seu punho, a carne branda, os largos olhos marrons arregalados cheios de terror, como carne seca e velha apertada debaixo dos dedos.

Deus, odiava aquela puta. Ela e suas amigas do caralho, e o inferno que tinha vivido durante cinco fodidos anos antes que encontrasse a coragem para sair disso. Até que encontrou uma maneira de sair e ainda manter o pouco orgulho que ficava.

Não tinha idéia do que o manteve de pé, do que manteve seus ombros retos. Foi a única mulher com a qual queria mais que um simples desejo de sexo passageiro. A mulher que tinha enchido sua imaginação, as peças de seu coração, e sua fome, por tantos anos.

Frequentemente ele se perguntou, por que esta mulher? Tinha tentado entender por que se aproximou dela quando outros não o fizeram. Por que queria ser diferente para ela, por que precisava lhe dar partes de si mesmo que pensava que estivessem mortas há muito tempo?

Ali estava, sua camiseta pendurando perto de seus joelhos, seu cabelo úmido despenteado e caindo ao redor de seu rosto e ombros, nua vulnerabilidade brilhando em seus olhos. E ela necessitava mais do que ele podia dar. Ele sabia que necessitava mais do que ele podia dar, mas não podia deixá-la ir, já não podia arriscá-la encontrando isso em outro lugar.

—Teve sete anos para encontrar a alguém mais. —disse a ela— Te deixei sozinha. Não vim te buscar quando a necessidade de fazer isso me comeu vivo, Jaci. Dei-te sete anos para encontrar um homem que a merecesse, e não o fez. Agora está aqui, e não vou te deixar ir. Se isso significar a destruição do que fica de mim, ainda assim não deixarei que se afaste.

—E se isso significa destruir o que fica de mim? —perguntou então, seus lábios tremendo quando seus olhos pareciam muito grandes, muito cheios de dor para seu pálido rosto.

Cavou sua mão ao redor de seu pescoço, levantando seu rosto para ele. A dor de seus olhos quase o quebrou. Ele não podia deixá-la conhecer a verdade, não podia deixar que sua ira e amargura se derramassem sobre ela. Deus o ajude, machucá-la mais só poderia destruí-lo.

—Não quero deixá-la ir. — repetiu, dando-se conta de que se ela decidisse afastar-se, ele não podia fazer mais para detê-la do que tinha feito sete anos atrás— Senti saudades sua, Jaci. Sofri por você. Merecemos ver onde isso pode nos levar.

—E se eu aumentar a atenção de Chase como o faço por você? Então o que? Espero e vejo como se vai com outra mulher? Não seria isso só pedir mais dor?

Cam balançou a cabeça com isso. Ele sabia melhor.

—Não vai acontecer. Isto é por prazer, para nós. Chase gosta de você como uma amiga, exatamente como você sempre gostará dele. Mas nada, nenhum outro homem, vai encher-te como eu o faço.

Tinha que ser assim, porque sabia que nenhuma outra mulher podia enchê-lo como Jaci o fazia. Apesar do curto tempo que ela estava aqui, havia enchido partes dele que não sabia que tinham estado vazias, que havia só esperado por ela.

—Necessito mais. — sussurrou ela quando sua cabeça baixou, quando seus lábios tocaram, acariciaram os seus— Isto não está funcionando da forma em que o necessito.

—Poderíamos tentá-lo. —Ele pôs sua testa contra a dela, olhando-a, ocultando a dor.

Jaci fechou seus olhos e suspirou. Ela ia fazer isto. Moraria com o Cam e Chase. Ela não ia se afastar de Cam de novo. Houve muita dor a primeira vez e a tinha açoitado por muito maldito tempo.

Era o suficientemente inteligente para dar-se conta de algumas coisas, não importa quão duro lutou contra elas, estavam destinadas a ser. Este sentimento, esta necessidade que os atava, era muito forte, e estava cansada de lutar contra si mesma.

Seus lábios acariciavam os dela, suas espessas pestanas baixaram quando ele fechou seus incríveis olhos.

—Vamos fazer amor. — sussurrou Cam. Ele queimava em seus lábios, um pequeno prazer-dor que lhe recordava a escuridão que tinha visto em seus olhos antes— Me deixe tê-la.

Suas mãos escorregaram desde sua camiseta, que cobria seu peito a seus ombros, e ao úmido cabelo que caía por seu pescoço.

—Destruirá-me. — disse Jaci suspirando.

—Eu te amo.

Seu coração se acelerou. Sentia-o como se uma pequena explosão o tivesse expulsado de seu interior, alagando-a com emoção, enviando-o palpitando através de suas veias quando seu fôlego se entupiu com a intensidade disto.

OH Deus, como necessitava seu amor. Mas estava terrivelmente assustada de que fosse físico, em vez de emocional, o que Cam estava associando com a palavra.

O que fosse, ela não era suficientemente forte para resistir a ele.

Seus braços se arrastaram ao redor de seu pescoço enquanto seus lábios acariciavam os seus, agora pacientes, profundos, possessivos beijos que a faziam levantar-se na ponta dos pés e esfregar-se contra ele.

Até que escutou a porta da frente fechar-se de repente, Jaci sabia quem era. Ela podia sentir o olhar de Chase viajando sobre suas pernas nuas enquanto Cam as separava. Ele a olhou, e ela viu a fome que enriquecia os seus olhos.

Maldito seja. A fez sofrer por isso, a fez recordar como era, e queria gritar com o conhecimento da maior quantidade de prazer, quando ambos ganhavam a partir disto, tanto que eles estavam excitados por isso, embora fosse uma forma de distanciar-se dela.

—Isto é o que quer? —perguntou ela brandamente.

Ele a observou, seu olhar procurando, obscurecendo-se, cheio de excitação.

—Necessito-o quase tanto como te necessito.

Jaci se perguntou se ele o necessitava para permitir-se tê-la. Qualquer que fosse a razão, era o prazer, uma liberação, uma certeza que ela podia ser tão selvagem, e tempestuosa como quisesse ser, e ele conhecia nada mais que prazer. Ela não sabia nada, exceto o prazer.

Quando ela se voltou, Chase viu a raposa que era e se perguntou se Cam tinha uma idéia de quão facilmente ela ia virar sua vida ao avesso. Ele estava ali pelo que ela estava fazendo ao Cam. Porque podia sentir aquele vínculo psíquico de gêmeos chutando-o quando o controle estrito de Cam estava sendo provado por esta mulher.

Aproximou-se, apesar de saber que não devia. Se ficasse longe, Cam romperia mais rápido o controle, e Chase saberia os segredos que seu irmão escondia. Mas havia uma parte dele que sabia agora, que este momento, era um mau momento para isso. Se forçasse Cam, nunca se perdoaria, e Cam não o perdoaria também.

—O par de vocês me assombra. — sussurrou Jaci com um feminino sorriso de conhecimento e diversão— Muito arrogantes e teimosos. Muitos calados e seguros.

Ela enviou a Cam um olhar desde sob suas pestanas, e Chase sentiu seu próprio corpo apertar-se. Era uma arma muito sedutora que estava utilizando nesta pequena escaramuça, e ele podia senti-lo. Olhou a Cam e viu o conhecido traço nos lábios de seu irmão quando tirou sua camisa, ainda olhando a Jaci.

—E pode arrumar isto para nós? —Chase foi o único que o pediu enquanto tirava sua camiseta sobre sua cabeça e a jogava no chão.

—Tenho a intenção de arrumá-lo para um de vocês pelo menos. —Ela deu um golpezinho ao Chase com outro olhar e, continuando, lentamente, sensualmente, apoderou-se da prega da camiseta que levava e a passou sobre sua cabeça.

Luxúria, doçura. Pele cremosa, seios altos, exuberantes e mamilos que paravam demandantes enquanto se moveu para ele.

Ele olhou a Cam, viu seu irmão olhando-a enquanto se despia, o desejo e a fome aumentando em sua expressão quando ela se encaminhou para Chase.

—Alguma vez você fez com uma mulher tão bem? —perguntou, enquanto apoiava sua mão contra o peito nu do Chase.

A calidez de sua palma deslizando-se por seu peito, ao longo de seus apertados músculos, como resposta enquanto tirou seus sapatos e terminou de tirar suas calças, depois de tirar a camisinha que tinha guardado nela. Maldição estava duro. Cam não se encontrava em melhor forma se sua expressão era indicativo de algo.

Atormentada necessidade, pesadelos. As sombras da mesma correram através da mente de Chase um segundo antes de sentir a selvagem, quente e úmida boca de Jaci que rodeava a cabeça de seu membro.

—Caralho! —Uma mão se enfiou em seu cabelo, enquanto sustentava o enorme membro na outra com um agarre desesperado.

Cameron tomou um tubo de lubrificante da mesa ao lado do sofá e caminhou para eles, seus olhos nos de Jaci, fixos em seu pequeno traseiro. Inclinou-se contra o balcão da cozinha, de algum jeito sabendo que esta experiência seria diferente das demais. Estava na expressão de Cam, em seus olhos, quando ele olhava o insolente traseiro de sua amante.

Chase cerrou os dentes quando sua boca o chupou, girou-o, criando uma fricção contra a sensível cabeça, que fez com que suas bolas apertassem. Aprisionou os dedos em seu cabelo, puxou sua cabeça, obrigando-a a baixar e subir sua boca enquanto fodia aqueles doces lábios.

—Sabe o que ele vai fazer. — lhe grunhiu— O pôs muito fácil, Jaci.

—Se cale, Chase. —A voz de Cam era dura, dura pela excitação, seu olhar brilhava quando sua mão acariciou brandamente seu traseiro, sua mão grande e escura contra a cremosa carne de Jaci.

Chase sentia suas mãos abraçarem suas bolas, sua língua acariciando a sensível parte debaixo de seu membro enquanto as acaloradas e eróticas sensações começaram a percorrer sua coluna vertebral. Ele a deixou tomá-lo, porque maldição se não se sentia bem. E aqui, com isto, podia esquecer seus próprios demônios.

Então o prazer se foi. Chase abriu seus olhos, vendo como Jaci escorregava entre eles, um zombador sorriso em seus lábios enquanto os olhava, retornando a sala de estar.

Eles a seguiram, atraídos por uma fome dilaceradora. Cameron, atraído pela perversa e terrestre sensualidade que enchia seus olhos. Ela aceitou suas necessidades, seus desejos. Ele podia vê-lo em seu rosto, em sua expressão, senti-lo no calor de seu corpo quando a tocava.

   Aproximando-se dela deteve-se, quando colocou sua mão contra seu peito.

—Ainda não. — Coquete, sedutora, suas pestanas açoitavam os olhos quando Chase se aproximou.

—Como o inferno. — Cam grunhiu.

—Como o inferno. — repetiu Jaci— Olhe. Quer ver seu prazer, Cam? Observar o prazer que posso lhe dar.

—Ele te dá prazer. —Ele estava se alterando, a dominação e a fome competindo dentro dele.

—Isto me dará prazer. — ela provocou-lhe em troca antes de girar para Chase.

Cam olhou, desfrutando da audácia que pôde ver em seus olhos, reconhecendo sua necessidade, só desta vez, de controlar alguma parte do jogo amoroso que lhe exigia. Ele deixou a seu capricho os lábios quando ela o olhou empurrando Chase sobre o sofá.

—Ela não é exatamente submissa, Cam. — assinalou Chase, a diversão enroscando-se com a excitação em sua voz.

—Ainda não. — murmurou Cam, olhando como Jaci se aproximava, enganchando o tubo de lubrificante em sua mão, deu as costas a seu amante que a observava com luxúria quente. Só luxúria. Não havia emoção.

Seu coração era dele, mas seu corpo… OH, o prazer que ele sabia que ela obtinha desta particular liberdade.

Viu como retornou a Chase, colocando a cabeça de seu membro dentro de sua boca enquanto deixava o tubo a seu lado. Trabalhou suas mãos sobre o grosso eixo, acariciando e bombeando enquanto os quadris do Chase se levantavam para ela. Suas mãos enterradas em seu cabelo, sua cabeça inclinada para trás de prazer. E a expressão de Jaci se tingiu com a sua própria. Sua liberdade.

Quando se agachou para seu irmão, Cameron caminhou para ela. Sua mão acariciou seu traseiro, alcançou entre suas coxas, e tocou as quentes e úmidas dobras. Seu clitóris estava inchado, palpitante contra a ponta de seu dedo quando fez círculos.

Ela se sacudiu, a umidade entre suas pernas aumentando enquanto ela gemia ao redor da ereção de Chase. Cam se aproximou e curvou-se, seus lábios movendo-se sobre os arredondados globos de seu traseiro quando escorregou o tubo de lubrificante do sofá e o abriu lentamente.

Ele a olhava com fome sensual. Separou as curvas de seu traseiro, vislumbrou a pequena entrada e sentiu o peito apertado enquanto a fome endurecia seus músculos e acelerava seu coração.

Olhou enquanto a preparava, tão excitado agora como esteve antes na chuva. Lubrificando seus dedos começou a trabalhar em seu interior, facilitando a entrada antes de retirar e adicionar um segundo dedo, um terceiro. Olhava a penetração, seu membro tão duro, tão desesperado por sentir o calor dela que estava perto de perder seu agarre sobre o último fio de controle que possuía.

Puxando os dedos para trás, moveu-se para tomá-la, mas estancou ao ouvi-la.

—Não. —Jaci levantou a cabeça e o olhou.

Cam parou, o peito elevando-se e caindo duramente, o negro cabelo sobre seu rosto, a pista de uma sombra de barba obscurecendo suas selvagens feições.

—Como eu quiser. – sussurrou.

Ele fez careta. Ela viu como sua mandíbula se apertava quando se moveu, pegou o lubrificante e colocou uma grossa quantidade sobre a palma de sua mão. Ainda olhando Cam, ela acariciou sua palma para baixo e ao redor do membro de Chase. Ela podia sentir Chase apertar-se, a tensão no ar ao redor deles quase febril com a luxúria agora.

Isto era o que queria? Ela poderia ter seu prazer nele, devolvia-o, e o desfrutava. Mas ele ia vê-la fazê-lo. Ele não estava se escondendo dela. Ele não a foderia por trás enquanto suas defesas estavam mais baixas do que nunca tinham estado.

—Jaci. Isto não é tão fácil como pensa que é. — lhe disse quando ela se virou cavalgando os quadris de Chase enquanto ele embainhava sua ereção com um preservativo, suas costas para ele, uma mão sustentando-se localizada sobre a parte posterior do sofá enquanto ela mesma baixou.

—Então me ajude. — Estava respirando com dificuldade, a necessidade queimando como um inferno dentro dela, flagelando-a— Sempre soube o que queria Cam. Acredita que não jogo? Que os vibradores que me ajudaram a manter minha prudência não são divertidos? —Ela exalou então.

A cabeça do membro se escondia contra seu traseiro enquanto suas mãos se moviam para os seus quadris, enquanto ele se retorcia contra ela. O calor arpoava através de seu traseiro, sacudindo a sua coluna vertebral.

—Igual a isto, neném. —Sua voz era suave, rouca.

Suas mãos se apoderaram das coxas, empurrando-os para frente quando as mãos de Chase sustentaram sua cintura, assegurando-a, atirando-a para trás até que seu membro estava posicionado em um ângulo, pressionando nela, a grossa cabeça começou a forçar dentro dela.

Ela olhava a Cam enquanto ele olhava a posse. Sentia-se abrindo-se, escutava seus próprios gritos, mas não podia tirar seus olhos de seu rosto. Gostava de vê-la tomar a seu irmão. Seu olhar se levantou dela então, seus dedos movendo-se em sua vagina, separando as dobras, acariciando seus clitóris quando seus quadris começaram a mover-se, para tomar Chase mais profundo dentro dela.

Ela moveu seus quadris para frente e para trás, fodendo a si mesma quando Cam se moveu até que esteve entre suas coxas abertas, olhando, acariciando sua vagina, até que, com um forte e desesperado grito, sentiu a longitude completa do membro do Chase deslizar dentro dela.

Retorcia-se agora, a cabeça inclinada para trás, vendo o rosto de Cam quando se moveu para ela.

—Tem tudo dele. — soprou duramente— Profundo e grosso dentro de você, Jaci. Esta posição te faz mais fechada, sabia amor?

Ela sacudiu a cabeça. Ela não sabia. Sabia que estava morrendo, lutando por respirar, por dar sentido às sensações rasgando através dele.

Logo houve mais sensações. Mais prazer. Mais calor. O membro de Cam pressionando dentro das saturadas e lisas profundidades de sua vagina. Um pouco cada vez. Trabalhando a pesada carne dentro da sua enquanto sua expressão se fazia mais fechada, enquanto o suor corria por seu rosto, seu pescoço.

Sua mão se apoderou de seus quadris quando Chase a apoiou de costas, mantendo-a no lugar quando se curvou para trás. Ela podia sentir seu membro palpitando dentro de seu traseiro. Um intruso grosso, de ferro duro estendendo a malha sensível enquanto o membro do Cam alargava sua buceta.

O calor a chamuscava. Um quente e elétrico êxtase começou a percorrer seu corpo, quando viu o Cam sacudir duramente sua cabeça, lutando por manter seu controle.

—Eu te amo. —sussurrou ela – Eu quero você dentro de mim. Eu amo como você me fode.

Seus quadris puxavam duramente, enterrando-se mais apertado em seu interior. Ele a olhava, seus olhos travados nos dela enquanto lambia seus lábios secos rapidamente. Um gemido escapou dela. O prazer estava rasgando-a enquanto Cam trabalhava sua ereção dentro dela.

—Foda-me duro, Cam.

Sacudiu a cabeça.

—Vou te machucar. —Sua mandíbula estava firme pelo esforço— Para isto, Jaci.

Ela se apertou ao redor da carne enchendo sua vagina, tomando só a metade de sua longitude e necessitando mais.

—Faze-o mais rápido, então. — lhe sussurrou, sentindo os músculos estremecer-se ao redor de sua carne— É muito lento.

Tentou mover-se, de soltar-se de seu agarre e forçá-lo mais profundo. Entretanto, dois pares de mãos a sustentaram em seu lugar, obrigaram-na a aceitar só o que eles davam. Mas podia ver a magra fronteira do controle do Cam. Tomaria muito pouco rompê-la. E ela a queria quebrada.

Estava respirando com dificuldade e era duro falar.

—A primeira vez. — exalou ela. Cam se aquietou— A primeira vez. Estava lá.

Ele sacudiu a cabeça.

—Você estava lá, Cam. Eu, meu vibrador, e você. Gritei seu nome.

—OH, Deus! —Seus quadris puxaram.

—Fodia a mim mesma e gritava por você.

—Jaci. —Ele respirou seu nome violentamente.

—E o necessitava. Necessito-o agora, Cam.

Ele deu outra dura sacudida a sua cabeça.

—Foda-me. – ela gritou — Me leve, porra. Pare de me torturar. Foda-me.

Atirou-se para trás, pressionado, mais duro, mais profundo.

Jaci cravou as unhas em seus ombros e estremeceu. Os tremores estavam percorrendo-a, podia sentir seu orgasmo, justo ali, tão perto, quase suficiente.

—Me faça queimar.

Sua cabeça se sacudiu de novo.

—Me faça gritar, Cam. Eu o desafio.

Chase gemia embaixo dela, conduzia seu membro mais profundamente, retirando preciosas polegadas e empalando-a com um rápido e duro golpe. O prazer fez seu olhar vidrado, seus lábios separar-se em suspenso prazer.

Cam o perdeu então. Viu a neblina de êxtase obscurecer seu rosto quando Chase perdeu a paciência e começou a fode-la. Curtos, apertados golpes em seu traseiro que apertavam ainda mais sua vagina. E o extremo do prazer em seu rosto quebrou o último fio de controle que Cam possuia.

Suas mãos fecharam sobre seus quadris mais apertadamente e se agitou em seu interior. Rápidos e duros golpes bombeando-a enquanto uma agonia de prazer apertava ao redor de seu membro. Podia sentir seus sucos escorrendo em volta de seu membro, enquanto seus músculos apertavam ao redor dele.

Ele o enterrou até o punho, uma e outra vez. Cada desesperada investida dentro dela disparava prazer à base de seu crânio, até que se perguntou se poderia sobreviver. Tinha-a possuído uma vez hoje, e ainda assim a estava fodendo como se fosse a primeira vez. Movendo-se furiosamente entre as coxas, enterrando-se duro e profundo, e sentindo-a derreter a seu redor quando seu orgasmo começou a romper nela.

E o levou. Ele escutou seu grito, ouviu o de Chase, e sentiu o violento e puxador prazer de sua liberação acelerando dentro dela, possuindo-a, marcando-a. Pertencendo a ela.

Doce misericórdia, estava morrendo em seu interior.

Correndo-se até que esteve seguro que a parte superior de sua cabeça tinha explodido junto com a semente liberada de seu membro. E ainda estava empurrando, fodendo, vertendo-se dentro e perdendo partes de si mesmo nela.

Estava perdido por ela. Era só questão de tempo e sabia. Só uma questão de tempo antes que ela soubesse tudo, cada segredo, cada vergonha. E ele se agarraria a ela por tanto tempo como pudesse. Devido só a isto, só Jaci, importava.

 

Na tarde seguinte, Jaci embalou suas malas em seu hotel e esperou Cam e Chase pegá-la e levá-la ao seu apartamento. Tinha adiado a mudança para ter um tempo para pensar, para determinar suas próprias prioridades. Não ia negar o que significava Cam para ela por mais tempo ou o muito que queria que ele a quisesse, mas inclusive depois de uma noite e quase todo um dia de infrutífera busca na alma, ainda não podia decidir se o risco era pior que as lembranças que ela guardava, caso as coisas não funcionassem.

E a situação com os Roberts nem sequer estava perto de ser resolvida. Eles não haviam contactado a ela nem a Moriah, e Jaci estava começando a perguntar-se se isso era outro plano que ia ver desintegrar-se ao seu redor. Porque com certeza não conseguiria que as coisas funcionassem se Cam estivesse envolvido.

Enquanto colocava as malas ao lado da porta, ouviu a fechadura abrir-se. Cam tinha uma chave adicional. A porta se abriu e ele passou ao interior, sua expressão tranquila e satisfeita.

Courtney tinha se surpreendido ao saber que se mudaria para casa de Cam e Chase. Segundo ela, eles nunca tinham convidado a uma mulher para ficar com eles, nem sequer por um fim de semana. E quando Jaci tinha tentado fixar um prazo de tempo, Cam se negou a discuti-lo.

—É isto tudo? —Ele recolheu uma das malas e várias bolsas de roupa, antes de entregá-las a Chase, logo pegou as outras duas malas e várias bolsas de roupa.

Jaci recolheu sua bolsa, sua carteira de viagem, e a maleta de seu notebook, e deu um último olhar ao redor do quarto.

—Isso é tudo.

—Caramba, não viaja com pouca coisa, não é carinho? —Chase sorriu enquanto ela os seguia ao corredor.

—Para vários meses de estadia? —Ela rodou seus olhos— Eu gosto da roupa limpa, Chase, e a possibilidade de usar mais do que uns poucos conjuntos. Courtney me disse que me planejasse para seis meses. Se o desenho da mansão for aceito, então ela quer que comece na casa também.

E parecia que poderia recolher um pouco mais de trabalho na área de Alexandria. Ela teve várias chamadas de potenciais clientes que tinha encontrado na festa dos Brockheim. Estava esperando reunir-se com eles logo e discutir os detalhes. Não lhe importaria ficar durante um tempo. As coisas funcionando ou não com Cam, tinha amigos aqui. Seria um bom lugar para estabelecer-se por um tempo, possivelmente para construir uma base de clientes suficientes para fazer realidade seu sonho de seu próprio escritório.

Entraram no elevador com Cam estranhamente silencioso. A viagem até o estacionamento foi mais que rápida, em questão de minutos eles estavam guardando sua bagagem na parte posterior do Jaguar e no jipe de Chase.

Talvez o melhor fosse que não se desse mais tempo para considerar este movimento, pensou. Com o fim de semana começando, podia ter seu tempo para instalar-se no apartamento, e talvez para serenar-se com Cam. Para tratar de dar sentido à fascinação que ele sempre teve por ela.

Sempre.

—Lamentando-o? —perguntou quando fechou a porta atrás dele e arrancou o motor.

—Eu raramente faço coisas que acredito que lamentarei. — lhe disse enquanto passava suas mãos por suas coxas vestidas em um jeans— Talvez seja você que o lamente?

—Aprendi a não lamentar o que não posso mudar. —Moveu o carro e conduziu pela garagem subterrânea.

—É mais afortunado que o resto de nós, os mortais, então. — respondeu Jaci.

Ele trocou de marcha, enquanto seu pé pisava na embreagem, os músculos de seu braço flexionando e apertando quando moveu a alavanca de marchas. Maldição, por que vê-lo trocar de velocidade sempre a punha quente?

—Eu sou sortudo? —Finalmente perguntou— Pensei que fosse inteligente. Aprendi faz muito tempo quão inútil pode ser um lamento.

Havia escuridão em seu tom, não ira, mas uma escura consciência que a fez dar-se conta que a fome estava crescendo dentro dele.

Ela olhou seu rosto, vendo os duros ângulos, o endurecimento de sua mandíbula, e sentiu aquele mesmo controle em seu interior que quando ele tinha falado sobre o dia antes de começar a descobrir mais.

Era como se a perversidade fosse se construindo dentro dela de uma vez, um núcleo oculto e perverso em seu interior. Ela queria ser selvagem com ele. Bem aqui, justo agora. Ela queria ser perversa, úmida, e sedutora, e queria vê-lo perdido em seu interior. Assim como esteve no dia anterior no terraço.

—Quanto tempo tem desde que teve sexo sem camisinha? —A suspeita estava rasgando-a, porque conhecia Cam. Ela conhecia seu controle.

—Até você, nunca o esqueci. — disse rigidamente controlado, a fome palpitando em sua voz.

Era isto o que realmente queria? Jaci o olhou, dando-se conta da ira que pulsava sob a superfície.

—Então, quando Chase e você compartilham suas mulheres? É mais cuidadoso, Cam?

Ele a olhou, suas pupilas ardendo, o verde de seus olhos obscurecidos.

—Sempre fui cuidadoso, até agora. Com você, não o serei.

Os lábios de Jaci se separaram surpreendidos, em estado de choque.

—Perdeu sua cabeça?

—Estou lhe avisando. —Ele olhava para frente agora— Nunca tive uma mulher sem camisinha, Jaci. Nunca reclamei a outra mulher. Estou reclamando a você.

—E se eu não estivesse protegida? —perguntou.

Deu-lhe um olhar zombador.

—Realizei a investigação sobre você, carinho. Sei que está.

Bem, encarregou-se disso.

—E isto é tudo sua decisão? Não acredito Cam. —Ela sacudiu a cabeça furiosamente— Que diabos te dá o direito de pensar que pode fazer essa escolha por mim?

—O fato de que eu tenha perdido minha fodida mente por você. — disse, obviamente, não satisfeito com isso— Pelo amor de Deus, acredita que não me dava conta então, que diabos, estava passando? Não tenho nenhum tipo de controle com você sozinho, Jaci. Não há uma oportunidade no inferno de que terei algum, uma vez que as coisas fiquem selvagens.

Uma vez que as coisas fiquem mais selvagens. Uma vez que ele e Chase começassem a tocá-la de novo, uma vez que eles estivessem tomando-a de novo.

Não gostava de admiti-lo, não gostava da perda de controle. Cam fez a mudança com um brutal movimento de seu pulso, fazendo caretas, antes de recuar e respirar pesadamente.

—Sinto muito. —mordiscou suas palavras, agitando sua cabeça com os sentimentos aos que não podia dar sentido— Estou tentando ser tão honesto como posso com você. E juro por Deus, isto é mais do que nenhuma outra mulher jamais teve.

—Então suponho que deva estar agradecida? —replicou bruscamente, ele realmente não a culpou por estar com raiva— Você sabe, há uma diferença entre ser curiosa a respeito deste estilo de vida que adotou para si mesmo, e permitir a você e a Chase assumirem cada parte de mim. Eu não te pertenço. O que significa que encontre um melhor controle, porque até que averigüemos, onde diabos vai esta relação, não jogarei sem camisinha.

Quase sorriu.

—Sem luvas, sem amor? —bufou Cam.

Apanhou o pequeno tic de seus lábios, a forma de seu delicado nariz freando o repentino impulso de diversão.

—Se essa for a maneira em que quer vê-lo. —Finalmente, deu de ombros.

—Quero que a dispa Jaci. — lhe disse brandamente. Queria-o com um desespero que não podia controlar. Era primitivo. Esmagador.

—E quero tudo de você, Cam. —Ela virou sua cabeça, olhando-o com determinação— Não só seu corpo, não só sua posse. Estou arriscando tudo o que estou disposta a arriscar com você neste momento. — Necessitava-o ali. Se ela não necessitava nada mais que isso.

Cam se concentrou no caminho enquanto lutava consigo mesmo. O passado era como um espelho quebrado dentro dele, refletido em quebradas lembranças.

A dor, a humilhação, toda a fúria que se podia utilizar tão facilmente. A humilhação deu-se conta, tinha sido a parte mais difícil. Como podia dizer ao seu irmão, ou a mulher que possuía parte de sua alma, a que ele nem sabia possuir, que tinha sido uma maldita puta de sua velha tia e suas depravadas amigas?

Era repugnante. Mas Davinda tinha sido inteligente, soube exatamente como agarrá-lo, como forçá-lo no que ela queria que ele fizesse.

Aos quinze anos já tinha quase o tamanho de um homem. E tão fácil de trabalhar. Incerto, perdido sem os pais que o tinham mimado e protegido a ele e seu gêmeo, sua tia tinha necessitado muito pouco para dirigi-lo. Uma pequena soda enriquecida e esteve quase inconsciente. Logo veio a dor. As fotos. Sua carta contra um homem jovem cujo sentido de orgulho era tão fácil de quebrar.

Fazia algo para evitar que Davinda mostrasse essas fotos, a Chase ou a qualquer um. E o fez. Fazia coisas que faziam rebaixar sua pele, com o pensamento delas, até que encontrou uma forma de fazer pedaços à cadela. Até que teve o que necessitava para assegurar-se de que ela se fosse, que tinha as fotos, e que a herança que teve para administrar até que ele e Chase tivessem vinte e um anos nunca fosse para suas mãos.

Passou sua mão sobre seu rosto com um cansaço que não tinha conhecido em anos. Esta foi uma das razões pela qual a tinha deixado fugir sete anos atrás. Tinham estado em sua cidade natal e uma parte dele esteve aterrorizada por aquelas que o tinham comprado, as poucas que ainda estavam vivas, falassem.

Queria rir ante o pensamento agora. Estava seguro de que algumas dessas velhas putas tinham tido ataques de puro temor depois que Davinda foi expulsa. Tinham medo que fosse matá-las, tal como tinha ameaçado que faria.

E Deus lhe ajude, às vezes quase acreditava que o faria. Tinha quase estrangulado a última para morrer. Dias antes, tinha completado dezoito. A maliciosa cadela tinha pensado que ia obrigá-lo a passar a noite com ela. Ele o faria, ou Davinda mostraria as fotos a seu irmão.

Antes de dar-se conta do que estava fazendo teve suas mãos ao redor de sua garganta, seus dedos apertando, e algo dentro dele tinha sido de pedra e gelada frieza. Não esteve consciente, só uma necessidade de matar. Era uma necessidade que tinha afastado desde essa noite. E a recordou. Recordou aquela necessidade com tanta força como nunca o tinha permitido para passar a noite na cama de qualquer mulher.

—Cam? —A voz de Jaci o trouxe das coisas que ele jurou que não se deixaria recordar. Como lhe havia dito anteriormente, lamentar não mudaria nada. Lamentar o passado e o que tinha criado dentro dele era inútil. Entretanto, tinha-lhe mentido, muito, porque a maioria do tempo que passou com ela, lamentou coisas que nunca acreditou que faria.

Não aquele intercâmbio. Deus, o intercâmbio era puro, fodidamente prazeroso, não podia ajudar nisso. O pensamento de vê-la, vê-la imersa nisso, punha-o mais duro que o inferno.

Mas outras coisas, outras partes de si mesmo. Essas que lamentava.

—Sim? —finalmente respondeu, dando-se conta que sua voz era mais áspera do que gostaria, mais dura.

—Como iniciou o intercâmbio?

Voltou-se, olhando-a com surpresa.

—O que?

—Compartilhar sua mulher com seu irmão. Como começou?

Sorriu então. Porque a lembrança era uma das melhores. Chase tinha pensado que seu irmão virgem de dezoito anos precisava experimentar sobre os pássaros e as abelhas. E Chase tinha uma namorada, uma pequena mestiça bonita de fora da cidade, tinha sido tão selvagem como o vento, com uma pequena tentadora fantasia de fazê-lo com gêmeos.

—Como uma provocação. — disse ele finalmente, impressionando-a com um sorriso, enquanto aquela lembrança ajudou a enterrar aos outras— Chase desafiou.

—Isso não explica por que segue fazendo. —assinalou— O que tem a ver com…?

Quando eles entraram na garagem debaixo do apartamento se voltou e a olhou.

—Porque ele me salvou essa noite. — finalmente lhe respondeu— Ele viu o animal espreitando dentro de mim, a escuridão e a incapacidade de controlar tudo o que levou. Ele o viu, e me mostrou a saída disso.

—Como explicar por que a erva é verde ou o céu é azul? Simplesmente porque é a cor que é. O nome dado à mesma. É a cor que se criou para ser. Assim como eu sou o homem que nasceu para ser. Nem mais. Nem menos.

—Ou o homem ao qual fizeram algo mais? —perguntou brandamente.

Então ele deu de ombros.

—Quem, demônios, sabe neste momento, Jaci? Mas o pode desculpar de qualquer forma que deseje. É extremamente poderoso e fodidamente prazeroso. E ambos sabemos.

—Tudo o que sei é que quero me apropriar inteiramente de você, assim como deseja se apropriar de mim. —Lhe surpreendeu com a resposta, enviando um raio de luxúria disparando a suas bolas, e teve que apertar as mãos ao redor do volante enquanto ela abria a porta e saía do carro.

—E se te dissesse que já te pertenço? —perguntou a ela.

Voltou-se com um pequeno sorriso triste.

—O chamaria de mentiroso. —disse— Não tenho o suficiente de você, Cam. O que faria com que rompesse esta pequena quase relação que temos aqui. Porque o dia virá quando o pouco que tenho não for o suficiente. O que fará então?

—Tudo o que puder para mudar seu pensamento. — lhe disse, consciente da arrogância que se refletia em seu tom.

Podia-se pensar que era arrogante até que o inferno congelasse, mas ele não ia perde-la. Qualquer coisa que pudesse, faria-o. Ele só não podia dizer-lhe. Não seria capaz de suportar o desgosto que veria em seus olhos, se o fizesse.

Ele a amava. Não o estava combatendo, não tinha idéia de se o que viu em seus olhos era realmente o amor ou simplesmente suas próprias ilusões. Inferno, tinha-a amado sete anos atrás. Isso quase o tinha destruído quando se afastou do que era, sem ter em conta as necessidades que o golpeavam. Mas tinha entendido. Tinha-a deixado ir. E a fome por ela só tinha crescido.

E Cam sabia, não ia desaparecer.

Chase olhava a Cam e Jaci quando saíram silenciosos do Jaguar. Podia sentir a tensão, quando se aproximaram, a bagagem de Jaci em suas mãos, enquanto olhava como Cam tirava suas valises da parte de trás do carro.

Durante anos tinha lutado por sentir algo através daqueles vínculos que uma vez tinham compartilhado muito tempo atrás.

Chase recordava quando deixou de senti-lo. Quando começou a sentir como se o irmão que tinha conhecido desde a concepção tivesse morrido. Até que eles tinham descoberto que Jaci estava chegando à mansão, que a falta de um vínculo só tinha piorado nos últimos anos.

Agora desejava que pudesse dar sentido ao que sentiu. A guarda de Cam estava baixando; o que havia feito para bloquear seus pesadelos e os ecos das emoções, que foi junto com aquele vínculo de gêmeos, estava debilitado.

Podia dar graças a Jaci por isso, e sabia. Quando ele viu seu irmão escolta-la até a escada para a planta baixa do armazém convertido em apartamento, soube que os sentimentos de Cam tinham começado.

Cam sempre teve um ponto fraco por Jaci, inclusive antes que tivesse começado a desejá-la. Ela tinha sido uma linda pirralha pequena, uma menina que perseguia Cam cada vez que o via.

Agora que o pensava, Jaci tinha começado a persegui-lo depois de um tempo em que Cam tinha começado a afastar-se de todos os outros. Só depois que ele fez quinze anos. Com seus enormes olhos e seu amplo sorriso, tinha rondado Cam. E ela o tinha reconhecido, inclusive quando estava com Chase; Jaci sempre tinha sido capaz de diferenciá-los.

—Não posso acreditar que estou fazendo isto. —Jaci estava rindo com Cam, quando entraram na planta baixa do apartamento— Vocês são conscientes não é certo, que me trazendo aqui é como dar a um artista uma tela em branco, ou a um escritor uma página em branco?

—Eu já lhe disse, faça o que queira com ele. —A voz de Cam era paciente e sincera, surpreendendo a Chase. Nada do que havia feito nos últimos anos tinha convencido Cam de pôr ao menos um quadro. Tudo que tinha comprado para o apartamento de Cam sempre acabava em seu próprio apartamento, deixado ali pelo Cam enquanto não estava olhando.

Sacudiu a cabeça quando caminhou através da grande sala aberta ao dormitório, e pôs a bagagem de Jaci sobre a cama do Cam.

Se ela pensava que o apartamento era estéril, só podia imaginar o que pensaria do dormitório. Cam não tinha nem sequer uma maldita colcha na cama. Havia um lençol e umas almofadas atiradas na cabeceira. Chase sabia que era um fato que seu irmão dormisse no sofá com nada mais que uma manta leve como casaco.

O grande sofá tinha sido comprado com o dormir em mente, Cam lhe havia dito uma vez. Por alguma razão, seu irmão odiava as camas. Outra das anomalias que tinha começado em sua adolescência.

Jaci olhou ao redor do dormitório. A cama era plana. O cofre de madeira e a cômoda simples. Havia um armário a um lado, aberto e vazio.

Sentia vontade de chorar. Não havia nada no apartamento de Cam que o declarasse como dele. E aqui, no dormitório, a única habitação que a maioria das pessoas marcavam como própria, mais que nenhuma outra, era mais estéril que o resto do apartamento.

—Pode fazer o que quiser com ele. —Cam esclareceu sua garganta atrás dela, olhando ao redor do quarto e vendo o que ela viu. Crueldade. Vazio brutal.

Infernos, deveria ter comprado ao menos um edredom para a cama, pelas aparências, nada mais.

—Inclusive pode fazer grandes luxos e essas coisas. —Ele empurrou as mãos nos bolsos e a olhou rígido.

Ele olhou a Chase. Seu irmão sacudiu a cabeça e voltou sobre seus calcanhares, saindo do quarto. Filho da puta. Cerrava os dentes e reteve a ira nascendo dentro dele. Então não gostava dos dormitórios. Portanto, maldição, o que?

—Diabos, não é uma grande coisa. —finalmente se queixou— Eu não gosto das camas, por que me importaria com o caralho do quarto?

—Tem razão. —voltou-se para enfrentá-lo, um sorriso brilhante curvando seus lábios, embora seus olhos estivessem sombrios— Não é uma grande coisa. Como disse, um tecido em branco. Tenho as mãos livres para todo o lugar, não é?

—Todo o lugar. —Ele deu de ombros facilmente.

—Pagará por isso. — lhe disse quando tomou a primeira das bolsas de vestir e caminhou até a entrada aberta do armário— Ouvi que Ian te paga um salário assassino, por isso deveria estar em condições de pagar.

É obvio que podia. Não tinha muitos vícios. O Jaguar era seu maior gasto. Eles tinham comprado o armazém barato, com o dinheiro da venda de sua casa em Oklahoma e algumas economias que tinham. Ele não se preocupava com o maldito dinheiro, tampouco.

—Vou assegura-me que tenha um cartão de crédito. — prometeu.

Poderia ser bom. Ela provavelmente escolheria tapetes e essas coisas. Tecidos luxuosos para o dormitório. Talvez algumas flores em vasos para pô-los em alguma parte. Podia dirigir isto. Era coisa de mulher. As mulheres gostavam dos materiais luxuosos.

Estava aqui, isso era o que importava. Isso era tudo o que importava. Ele podia dirigir qualquer outra coisa.

 

Cam parou na cozinha, as mãos apoiadas sobre o bar, sua cabeça baixa enquanto lutava com a necessidade de ir até Jaci. Podia ouvir o sussurro de seus movimentos através do cavernoso apartamento. Podia cheirá-la.

Quase podia sentir seu calor. E o necessitava.

Levantou a cabeça e olhou para Chase, que estava parado nas portas do balcão, olhando para fora a grande cobertura de árvores que separava o edifício da rua.

Poderiam ir até ela, tomá-la agora. Fazê-la gritar de prazer. E isso era o que precisava fazer.

Chase estava tão excitado como Cameron; tê-la agora seria um prazer enorme.

Exceto, pela repentina necessidade de algo mais que estava nascendo em seu interior como uma escura e sombria onda. Estava cheio de emoção. Era perigoso. Sabia que era fodidamente perigoso, porque estando com Jaci, sozinhos, abriria as partes dele que não tinha permitido liberar por vinte anos.

Essa era a razão para o intercâmbio dela. A necessidade de frear as emoções que o rasgavam, as necessidades que o enchiam assim como os demônios que se negavam a descansar. Tinha freado cada emoção que pôde encontrar durante muitos anos. Jaci ameaçava isso.

E agora, uma fome desconhecida ameaçava a distância que necessitava entre eles. Uma desesperada necessidade de reclamá-la, de marcá-la, de lhe mostrar que ela era dele. Compartilhava seu corpo, seu prazer, porque era tão malditamente bom, malditamente quente que sabia que deixá-la ir totalmente nunca poderia acontecer.

Mas no momento que entrou em seu apartamento, como sua mulher, algo tinha se liberado dentro dele e não o podia frear.

Enquanto olhava a Chase, seu irmão se voltou, sua expressão sombria, reflexiva.

—Eu vou lá em cima. — anunciou de repente.

Cam se esticou, a fome apertando através dele.

—Por quanto tempo? —A questão deslizou livre, e Cam gesticulou por quanto estava revelando.

Os lábios de Chase se curvaram conhecedores.

—O tempo que precisar Cam. — disse, deslocou-se através da sala para as escadas— Quanto tempo precisar.

Cameron estava ainda, em silêncio, olhando Chase que desapareceu pela escada e a porta do piso de cima se fechou brandamente. Suspirou com dureza. Estava escorregando. Seu cuidadoso controle sobre o vínculo de gêmeos que tinham compartilhado uma vez. Perder o controle disso era perigoso. Porque às vezes, Cam tinha pesadelos, e naqueles pesadelos o passado o torturava. Era o pesadelo que ele e Chase uma vez tinham sido capaz de compartilhar com tanta facilidade.

Ele não tinha que dormir com Jaci para tomá-la sozinho, recordou-se. Se ele dormia no sofá, então normalmente não despertava com os pesadelos. Na medida em que não dormisse em uma cama, não sonhava com seus dedos envoltos ao redor de um pescoço velho enquanto o assassinato enchia sua alma.

Se não dormisse com Jaci, então não havia risco. Ela não saberia, e Chase não saberia.

E podia tê-la, tomar à mulher que seu coração reclamava enquanto precisava tê-la. E isso era exatamente o que ia fazer. Ele se moveu do canto e se dirigiu através do apartamento. À mulher. A sua mulher.

Jaci não levou muito tempo para colocar a roupa no armário vazio, na penteadeira e na cômoda. Havia inclusive muito espaço sobrando. Nenhuma das roupas de Cam estava presente. O dormitório estava tão nu como o resto do apartamento, talvez mais.

Não havia nem sequer uma manta, não havia capas nos travesseiros, só um lençol, branco, sem estampas e bastante barato.

A cama era só uma estrutura de metal. Poderia haver um dormitório mais estéril que este? Poderia a vida de qualquer homem ser mais estéril que a de Cam?

Guardou as malas na parte superior do armário, logo se voltou e esfregou suas mãos lentamente. Isto não era para o que ela veio aqui, exatamente. Ao menos não ainda. Teve a intenção de abordar Cam mais tarde, mas agora trabalharia, também. Tinha planejado isto por um tempo, ela sabia o que fazer, ela sabia como fazê-lo. Só teria que desviar Cam um pouco até que neutralizasse aos Roberts. Uma vez que terminasse com isso, então poderia concentrar-se em fazer a vida de Cam um pouco menos fria.

Quando saiu do armário, encontrou-se cara a cara com ele. Mais exatamente, com seu peito nu.

Amplo e musculoso, tão horrivelmente marcado, uma representação das cicatrizes que estavam dentro de sua alma também.

—Preciso de você.

Sim, ela podia ver que a necessitava. Ela podia ver a fome em seus olhos, a escuridão. Viu coisas que não desejava admitir, e ou suspeitar. O que lhe tinha ocorrido quando esteve no exército?

Que coisas horríveis lhe tinham feito?

Ela se aproximou e tocou as cicatrizes de seu peito, as pontas de seus dedos viajavam sobre as bordas levantadas enquanto elevava seus olhos aos dele.

Aquela escuridão que sempre tinha sentido dentro dele estava crescendo. Talvez, um núcleo sexual. Uma fome e uma necessidade que eram mais escuras, mais profundas, que qualquer uma que tinha visto antes dentro dele.

—Só... — sussurrou ela, vendo, sentindo, aquela necessidade de mais.

Sua mão se cavou em seu pescoço, os dedos curvados em volta dele, firme e amplo, quente.

Baixou sua cabeça, seus dentes fortes capturando seu lábio inferior, puxando-o enquanto sua língua o acariciava.

—Só nós. —Sua voz era escura, perigosa.

—Onde?

Ele pôs seus dedos contra seus lábios.

—Ele não está aqui. Não pode ouvir nada lá de cima. Prometo-o.

—O que ouviria? —perguntou quando ele retrocedeu, agarrando sua mão e lhe assinalando a cama.

—Tire a roupa, Jaci.

Estava de pé ao lado da cama nua, olhando-o quando suas mãos se moveram ao seu cinto.

Vestia só suas calças, jeans escuros que modelavam suas coxas e cavavam a ereção ressaltando debaixo deles.

Afrouxou o cinto e, continuando, desprendeu o fecho.

—Está perdendo tempo. — lhe disse em voz baixa.

Sim, estava-o.

Ela se apoderou da prega de sua camisa, e o suave e escuro material deslizou sobre sua cabeça e caiu ao chão.

Suas mãos foram ao seu jeans enquanto tirava seus pés das sandálias que usava.

—Deixe a calcinha. —lhe disse, quando seus dedos se engancharam na cintura brandamente elastizada de seus jeans e se moveu para deslizá-los por seus quadris.

Deixou a calcinha. O jeans caíu por seus quadris e empurrando-o lentamente por suas pernas, enquanto ele eliminou os seu, até que estava nu, e ela parou em frente a ele em nada mais que um fio dental de seda vermelha.

—Sabia que era um fio dental.

Ela parou enquanto ele começou a deslocar-se ao seu redor, agarrando seu membro com os dedos de uma mão, massageando a inchada cabeça lentamente.

—Como soube? —Ela tragou brandamente enquanto sentia sua mão livre rodeando uma de suas nádegas.

—A calça jeans era agradável e cômoda. —Ele esfregou na parte inferior de seu traseiro antes que seus dedos se movessem debaixo da fina tira entre as bochechas— Não havia marcas de calcinha.

—OH. — estava respirando ruidosamente, sua carne tão sensibilizada agora que jurou que podia sentir o sopro de ar do ar condicionado contra ela e a sensação da respiração de Cam na parte de trás de seu pescoço. Era muito sensual, tão intenso, que podia sentir seu corpo esquentando-se, preparando-se, cada vez mais úmida e selvagem para ele.

—Como aconteceu isto?

Ela congelou quando seus dedos acariciaram uma de suas próprias cicatrizes. Ela sabia o que parecia, o que era. Uma curva perfeita sobre seu quadril, magra e profunda.

—Importa? —Ela tremeu sob seus dedos, e logo se sacudiu quando ele se ajoelhou atrás dela— O que está fazendo?

—Beijou minhas cicatrizes, não?

—OH, Deus. Cam. —Seus lábios percorriam como plumas sobre a marca, logo sua língua.

—Alguém usou um chicote com você, Jaci. —Suas mãos emolduraram seus quadris, apertando seus dedos sobre elas— Realmente quer me dizer quem fez isto.

Ela sacudiu a cabeça.

—Não há nada o que contar.

—Está me dizendo que isto não é uma marca de chicote? —Seus dentes rastelavam sobre ela.

Ela sacudiu a cabeça quando tentou levar ar em seus pulmões.

—Estou dizendo que não importa.

Ela quase caiu no chão enquanto sentia seus dentes rastelarem através dela. O prazer era simplesmente destrutivo.

Não deveria ter sido assim. Deveria ter matado o desejo, o pensamento dessa marca, a idéia de como a tinha recebido. Mas não era a cicatriz ou as lembranças que a debilitaram. Era seu tato, as sombras em sua voz, o grunhido, a afinação primitiva de seu tom.

—Necessito mais que poucos toques suaves esta noite. —Ele pôs sua bochecha contra seu quadril, ainda de joelhos, suas mãos sustentando-a, enquanto lutava contra os tremores percorrendo-a.

—O que necessita?

—Preciso a fazer gritar, Jaci.

—Eu sempre grito com você. — sua voz estava tremendo. Ela podia sentir uma intensidade nele, aquele percorrido quente e a chamejante de necessidade que guardava tão cuidadosamente controlada.

—Mas há outras formas de gritar, carinho. —levantou-se, sua mão acariciando seu traseiro, uma vez mais.

Um segundo mais tarde uma leviana e quente palmada, correu nua por seu traseiro.

—Cam! —Ela puxou para frente, um suave grito deixando seus lábios quando aquele calor se espalhou de seu traseiro até seu clitóris.

Qão raro isto era? Não deveria ter sido erótico. Não deveria ter estado tingido com calor e prazer.

—Isso é um bom começo. — sua voz era mais dura, mais audaz. Mais dominante.

—O que está fazendo?

—A permitindo me conhecer. —Seus lábios pressionados contra seu ombro.

—Sério? —Ela exalou bruscamente— Por que tenho a sensação de que isto poderia não ser algo que um ou outro de nós esteja preparados, Cam?

Sua risada era áspera, o escuro som contra seu pescoço um segundo antes que seus dentes raspassem ali.

—Há prazer. O prazer é suave, gentil, erótico. —Ele acariciou seu traseiro de novo. Ao menos aquela suave carícia tinha retido seu fôlego, um sussurro de um gemido saindo de sua garganta.

—Então, —ele continuou— há prazer que queima. Esse cavalga uma linha tão perto da dor que as sensações se abrem, as terminações nervosas queimam com a sensação, e quando chega... — a bofetada em seu traseiro foi mais dura, mais quente, e enviava impulsos de prazer prendendo fogo dentro de sua vagina— Quando chega Jaci, está mendigando pelo orgasmo. Gritando por ele. Tão desesperada por aquela pequena morte que está implorando por mais e mais, até que vem tão duro, tão profundo, que jura que morreu.

Sua mão curvada ao redor de seu pescoço de novo, dobrando sua cabeça para ele quando seus lábios tocaram os dela.

—Esta noite, vai jurar que morreu em meus braços.

Havia algo em seu olhar que a capturou. Um pouco primitivo e tão feroz que roubou seu fôlego.

—Não significa que “não”. — lhe disse ele— Se disser não, vou parar o que for que a faça sentir-se incomodada. Entretanto, se assegure Jaci, que a faz sentir-se incomodada. Se assegure que não é só o temor ao desconhecido que a faz dizê-lo. Porque se disser não, nós não o tentaremos de novo. Não lhe pedirei isso de novo.

Ele a empurrou à cama, passando ao seu lado enquanto ela se estendia sobre seu estômago, aquele temor do desconhecido aumentando já dentro dela.

—Por que estamos fazendo isto agora? —sussurrou ela.

—Porque é a única alternativa ao compartilhar que tenho. —Ele se agachou sobre ela, seus lábios acariciando o oco de seu ouvido enquanto sua mão viajava por suas costas— Porque estou ardendo por dentro, Jaci. Ardendo por te ouvir gritar para mim, para ver seus olhos vidrados e seu corpo estremecido. Porque é uma fome que não posso controlar.

—O que vai fazer?

Deslizou sua mão sobre seu traseiro de novo, logo se levantou.

—Tudo.

Sua mão aterrissou sobre seu traseiro de novo, uma suave palmada, escassamente mais que uma espetada ou uma pesada carícia.

Jaci sacudiu seus quadris arqueando-se quando exalou em um duro fôlego.

—Queima um pouco mais cada vez. —Sua mão aterrissou de novo, mas acrescentado à queimadura estava a sensação de seus lábios e dentes em seu ombro, em uma carícia que o prazer pareceu amplificado por aquelas leves queimaduras em seu traseiro.

Prazer e dor.

Seus dedos enroscados no lençol debaixo dela enquanto lutava por manter dentro de suas sensações. Podia sentir a antecipação enroscada em seu interior agora, aquela força escura de excitação começando a agitar em seu útero.

Suas coxas separadas quando sua mão deslizou entre elas. Enquanto ele empurrou a parte posterior de seu joelho, ela levantou ligeiramente até que seu traseiro esteve elevado.

—Quero-a aqui. —Seus dedos deslizaram debaixo da tira elástica que percorria entre as bochechas de seu traseiro, e a grossa almofadinha de seu dedo pressionava contra a apertada entrada— Bem aqui. Quero sentir quão quente é seu traseiro, Jaci. Quero a sentir tomando, te ouvir mendigando por mais. —Sua voz era suave, uma controlada demanda, enquanto seus olhos se ampliavam.

Ela não estava dizendo não. Ela não podia. Podia recordar a sensação de seus dedos dentro dela, o prazer e a dor, e necessitava mais.

—Dor e prazer. —Beijou a parte de atrás de seu pescoço— Mas o primeiro é o primeiro. Dê a volta para mim, bebê. Me deixe estar preparado, então, vamos voar juntos.

Voar juntos?

Ela deu volta, já ardendo, enquanto se estirava na cama ante ele, suas coxas deslocando-se, abrindo-se quando sua mão acariciou uma perna para baixo, as ajudando a separar-se.

Cam se ajoelhou na cama ante ela, a dura longitude de seu membro se sobressaindo de seu corpo, tentando-a.

Sua boca fez água por degustá-lo uma vez mais, o desejo aumentou em seu interior como uma conflagração que aniquilou seu controle.

Ela lambeu seus lábios e viu com pesar quando veio sobre ela, aquela rígida longitude de carne dura desaparecendo por um segundo, enquanto que seus lábios se situavam sobre os dela.

Que beijo. O beijo de Cameron. Queimava dentro de sua alma.

Levantou seus braços da cama e envolveu seus ombros, suas palmas e as pontas de seus dedos sentindo sua carne, os músculos fortes e duros debaixo da pele. Quente e vibrante, e neste momento, dele.

—Eu adoro seus doces lábios. — murmurou Cam contra eles, antes de lambê-los— Me Olhe, Jaci. Me deixe ver seus olhos enquanto se queima.

Teve que forçar as suas pestanas a abrirem-se, e quando o fez, um choroso suspiro quebrou desde sua garganta.

Sua expressão estava cheia de atormentada necessidade, com um desejo, uma fome, uma ardente chama de desespero que perfurou sua alma.

—Ali vai. — cantarolou— Justo como isto, Jaci. Me deixe te ver. Me deixe ver o que necessita de mim.

Precisava ver seus olhos. Precisava vê-la, para ver o fino limite de agonizante prazer quando começou a varrer sobre ela.

Aqui pôde esquecer o que tinha sido uma vez. Em seus braços, do primeiro toque, o primeiro beijo, era puro prazer, nada mais. Só Jaci ardendo com ele, necessitando-o, em vez de simplesmente desejando-o. Puro desespero em vez de pura luxúria depravada. Ela sofria pelo prazer que pudesse lhe dar, e ele queria lhe dar tanto.

Aprisionando seus olhos, deixou seus lábios sobre os dela, sua língua tamborilando-os, varrendo dentro para enredar-se com os dela em um beijo que o endureceu, forçando a fome selvagem.

Lhe fez isso. Ela o voltou louco. Pô-lo tão desesperado por empurrá-la, por fazê-la selvagem, que o consumiu como uma sensual enfermidade.

—Venha aqui. —Levantou seus lábios, logo tirou seus braços ao redor de seu pescoço, estendendo-os por cima de sua cabeça— Assim.

—Mas quero te tocar. — sua voz era espessa, ofegante.

Cam sorriu, ouvindo a necessidade reunindo-se em seu interior.

—Mais tarde. Esta vez, é só para você, carinho. Só sente. Me deixe te amar Jaci. Só isto. Me olhe, me sinta.

Ela o olhava.

Seus lábios se colocaram sobre os dela em um beijo que comeu com sua sensualidade. Ela se estendeu embaixo dele, um esmigalhado gemido saindo de seus lábios quando seus mamilos roçaram contra seu peito.

Cam emoldurava seu rosto com suas mãos, acariciando seu queixo e desceu por seu pescoço beijando com uma fome feroz que se refletia no verde fogo de seus olhos. Lábios, dente e língua, ele a devorava até que esteve tremendo contra ele, elevando-se por mais, levantando seu corpo a ele enquanto desesperados gemidos de prazer ecoavam em sua garganta.

Quando ela esteve segura que a necessidade não podia aumentar mais ainda, seus lábios escorregaram dos dela, roçando como uma pluma seu pescoço, beijando seu ombro enquanto que seu pescoço se arqueava e suas pestanas se fechavam.

—Me olhe Jaci. Me olhe. —A fome convertendo em grunhido sua voz.

Suas pestanas se levantaram, baixando sua cabeça novamente enquanto seu ofego se voltou baixo, cheio de gritos de prazer.

—Tão bonita. — sussurrou, tocando sua bochecha quando seus lábios oscilaram sobre um mamilo— Seus olhos, Jaci. Posso ver diretamente em sua alma. Ver o prazer construindo-se dentro de você. Quero ver isso, neném.

Mal podia vê-lo. Estava aturdida pelo prazer até o ponto que teve que obrigar-se a não fechar seus olhos, a centrar-se em seu rosto.

Que não fez nada para ajudar a seu autocontrole. Seu escuro rosto estava avermelhado, a cor de seus olhos obscurecendo enquanto sua cabeça baixava. Seu olhar fixo no dela quando seus lábios cobriram seu mamilo e o conduziu dentro de sua boca.

Seu grito esmigalhado, sacudindo-a. Ela fechou seus punhos no lençol, puxando quando sua mão deslizou descendo para seu ventre, acariciando e tocando enquanto se amamentava dela.

As sensações estavam construindo-se em seu interior. Uma em cima da outra, cada toque fazendo cada fragmento de prazer maior, mais profundo. Abrindo sua alma atrás de seu toque, apesar de sua promessa de mantê-la na parte mais profunda dela.

Mas ele a está tomando, superando, afligindo-a. Quando ela olhou em seus olhos, pôde senti-lo em seu interior.

Seus lábios passaram de um mamilo ao outro, a palma da mão provando o montículo enquanto sua outra mão escorregava entre as coxas, seus dedos como plumas sobre os cachos ali.

—Quero que se depile aqui. — disse a ela, as palavras mal sendo registradas— Prometa isso, Jaci. Quero sua bonita carne nua para mim. Nada entre você e meu toque.

—Sim. —Era só apenas consciente do que estava acordando, pela necessidade de senti-lo, pele sobre pele, em cada parte de seu corpo.

Seu sorriso era apertado, triunfal, quando lambeu seu mamilo, logo baixou.

Seus beijos eram como toques de fogo, pontos laser de explosão, cascatas de desejo que envolvia sua mente e seus sentidos.

—Preciso te tocar. — gritou ela quando seus lábios viajaram por seu estômago, suas mãos pressionando suas coxas apartando-as mais longe.

—Ainda não. — soprou contra sua carne— Fique assim, Jaci.

Seu fôlego sussurrou sobre seus saturados cachos entre as coxas enquanto ela se arqueava e lutava por respirar. OH Deus, não podia dirigir isto. Era muito.

Podia sentir o suor acumulando-se em seu corpo, o calor enchendo-a até o ponto de esperar ver as chamas em qualquer segundo.

—Se prepare. —Seus dedos separaram os inchados lábios entre suas coxas— Agora que esquenta, Jaci.

Não era quente ainda? Ela estava morrendo.

Ela o olhou, ampliando seus olhos quando ele chegou ao lado do colchão e levantou vários artigos que não tinha visto sobre a cama.

—Cam. —Ela escutou as dúvidas em sua própria voz.

—Não significa que “não”. — lhe disse novamente, fazendo uma pausa—Se assegure antes de dizer não, Jaci.

Ela lambeu seus lábios, capturando a curva inferior entre seus dentes enquanto ele apoiava os artigos entre as coxas.

—Passo a passo. —prometeu— Um prazer de cada vez. Prometo-lhe isso. Lento e fácil.

Baixou sua cabeça e sua língua tamborilou através dos sucos, de sua alagada abertura, trabalhando ao redor de seu clitóris quando seus sentidos explodiram.

Jaci sentiu arquear seus quadris involuntariamente, sentiu o prazer varrendo-a em quentes e cegantes ondas. O som de seu murmúrio de aprovação contra o broto inchado era quase muito prazer. Suas pestanas ondeavam, quase fechando-se, antes de forçar-se a abri-las uma vez mais, fechando seu olhar com o dele.

—Boa garota. — sussurrou, e emitiu um suave, sugado beijo para o broto atormentado, ela tremia e se sacudia com a sensação.

Era interminável. O prazer aumentava e aumentava em seu interior. Sua língua lambeu e acariciou, dois dedos deslizaram dentro da úmida entrada de sua vagina, onde esticou-a, acariciou-a, e a tinha arqueando-se por mais.

Seu orgasmo estava fora de seu alcance. Tormentoso, queimando. Construiu-se em seu interior sem nenhuma esperança de facilidade. Ele lentamente foi puxado para trás.

—Não pare. —Sua voz tremia tão dura como seu corpo— Por favor, Cam.

—Vire-se para mim. — a mão cavava seus quadris e a levantou.

—Ainda não. — gritou ela— Não pare ainda, Cam.

Ele sorriu. Calor, luxúria, desejo e fome estavam refletidos na curva de seus lábios. A aprovação brilhando em seus olhos, mas não afetou-o.

—Não terminamos ainda, carinho. Só um pouco mais. Só um pouco mais de prazer.

—Vai me torturar. — gemeu, mas não podia queixar-se muito, porque era diferente de tudo o que tivesse conhecido antes, algo que jamais pôde ter imaginado.

Doce céu, o prazer era incrível. Estava ardendo através dela, brilhantes raios de sensação muito quente, tão incrivelmente profunda, que se perguntava se sobreviveria. E ele disse que havia mais?

 

Cam olhou seus olhos pelo maior tempo possível. Aquelas brilhantes profundidades verdes salpicadas de azul, não realmente avelãs, as cores muito intensas por isso, enquanto eles ficavam vidrados, crescendo, hipnotizados com o prazer.

Ela estava sensual, aventureira, mais que o que ela, inclusive se suspeitava. Ele o viu em seus olhos, e quando se apoiou sobre seu estômago, viu-o nas trementes curvas de seu traseiro.

Ela sabia o que ia acontecer. Sabia o que ele necessitava. Ao menos parte disso.

Havia um ponto no qual uma mulher entregava tudo a seu amante, fisicamente, mentalmente, quando dava o controle, confiando que a segurava para proteger seu prazer, para arrastá-la dentro do âmbito final do prazer.

Nesse ponto, seu corpo pertencia à mão que brindava aquele prazer, e seu corpo estava disposto a dar cada medida de sensualidade e rendição ao toque correto.

Ele suavizou sua mão sobre seu traseiro. Suave, carne arredondada tremente e tensa, e sorriu apertadamente. Ela estava quase ali, não muito, mas perto.

Retirou o fio dental, vendo como suas coxas e nádegas se apertavam, levantavam-se para ele, e logo desciam para o colchão. Uma vez ali, ela girou de novo, pressionou mais profundo, procurando a suficiente fricção para aliviar a dor em seus clitóris.

Sua mão aterrissou em seu traseiro, a carne ruborizando-se brandamente enquanto ela ofegou e se imobilizou.

—Relaxe. — murmurou Cam.

—Relaxar? —O lamento em sua palavra estava cheio de necessidade.

—Precisa relaxar para isto. —Sua mão baixou de novo, entregando uma pequena carícia queimando o seu traseiro, e esta vez, ela se levantou.

Movendo-se a seu lado, deixou seus lábios viajarem por sua coluna vertebral. Por cada beijo ao longo da sedosa carne, a mão aterrizava sobre seu traseiro. As delicadas, ardentes palmadas a tiveram gemendo em questão de segundos, elevando, alcançando, as novas sensações flagelando dentro dela enquanto rogava por mais.

Sua voz era aturdida, quase incoerente. Sacudiu seu corpo e tremeu, os músculos de seu traseiro relaxando; e quando seus lábios alcançaram a entrada das covinhas, a fenda de suas nádegas se separaram facilmente debaixo de seus dedos.

Beijou cada bochecha, e logo beijou no interior da fenda. Um segundo mais tarde, sua língua raspava ao redor da franzida entrada, um estremecedor grito quebrou em seus lábios.

Ele estava queimando com ela agora. Podia sentir a ponta de seu controle desfiando quando levantou seus quadris, girou e relaxou sua cabeça debaixo dela antes de puxá-la para ele.

Precisava disso. Necessitava-o para lhe demonstrar o que significava para ele. A necessidade disto o atormentava.

Afundou seus lábios nos perfumados e doces sucos. Seu grito encheu seus ouvidos, quando ele lambeu o derrame de doçura que lubrificava seus dedos, e logo encontrou aquela pequena entrada, uma vez mais. Os brinquedos. O jogo. Mantendo-a sexualmente fora de equilíbrio ajudava à pequena distância que necessitava agora.

Os olhos de Jaci flamejavam aumentados e cegos, enlevados, o quente prazer alagando seus sentidos, quando sentiu o suave deslizamento dos dedos em seu traseiro, seus lábios em seu sexo.

Ela tentou de girar em sua amarração, para aproximar-se, mas seu braço apertava ao redor de seus quadris, sustentando-a em seu lugar.

Deslizou o dedo mais profundo, retirou-se, logo se uniu a outro e entraram.

Ela gritou pelas sensações. Sem dúvida, não poderia suportá-lo. Era muito. Muito prazer, muito calor. Podia sentir as pequenas explosões açoitando através de seus sentidos, sua mente, seu corpo. As terminações nervosas estavam explodindo de prazer, queimando.

Suas unhas escavavam na cama, quebrados gritos saíam de seus lábios enquanto sua língua fazia círculos em seus clitóris, metia-o em sua boca, e a trouxe perto. OH, Deus, tão perto. Estava tão perto da explosão, procurando um prazer que ela sabia que por certo a destruiria, rasgaria sua alma, deixando-a perdida e pedindo por mais. Sempre necessitaria mais agora, sempre mendigaria por isso.

Assim como estava mendigando agora, sua voz rasgada, enquanto ele a estirava onde ela nunca tinha sido verdadeiramente estirada antes. Preparando-a para uma posse de algo mais que só seu corpo.

—Agora! —Ele puxou entre as coxas, ignorando suas tentativas de gritar, de protestar pelo vazio palpitante e enfermo de sua vagina, a torturante agonia de seu clitóris.

—Não pare.

—Nunca. —Sua voz era rasgada enquanto seus dedos a aliviavam, logo retornavam. Retiravam-se, retornavam novamente.

Lubrificando-a mais, alargando-a mais. Criando uma necessidade por dentro que repentinamente ela temeu que destruísse sua mente.

—Cam. Por favor. —Cravou sua cabeça ao colchão, suas unhas agarravam o lençol, finalmente tirando-a do colchão quando o sentiu aproximar-se, suas duras coxas escovavam contra as suas quando a cabeça de seu membro escorregou contra a preparada entrada.

—Fácil. — cantarolou Cam.

Sentiu o frio extremo do curvado vibrador contra a entrada de sua vagina. Entrou lentamente, penetrando-a enquanto ela se retorcia e tratava de tomar mais.

Necessitava isto. Necessitava-o tão desesperadamente que estava morrendo dentro por isso.

—Formoso. —Ele suspirou atrás dela quando o vibrador calçou em seu interior, o extremo curvado pressionando contra seu clitóris, a suave vibração fazendo pedaços o conjunto de seus nervos.

—Agarra-o para mim. —Ele puxou seu braço, capturou sua mão, logo a guiou debaixo dela— Agarra-o bem aí, carinho.

Seus dedos curvados contra ele, sustentando-o em seu lugar. Estava longe de lhe negar algo neste momento.

Então o sentiu, duro, grosso, muito quente. A cabeça de seu membro pressionado contra a entrada de seu traseiro, separando-a, enviando explosões de chamas, queimando, rasgando-a. Era prazer e dor, agonia e êxtase e ela estava morrendo por mais.

—Cam! —Tentou gritar seu nome, mas não pôde encontrar o fôlego para gritar.

—Deveria parar Jaci? —Sua voz era rasgada, grunhindo.

—Não! Não pare. Por favor. OH Deus, Cam. Isto me mata!

Tentou empurrar, tentou tomar mais. Uma dura risada soou atrás dela, e se introduziu mais profundamente. Estrelas explodiram atrás de suas apertadas pálpebras, seu corpo se manteve firme, seus sucos se derramavam pelas coxas.

—Tudo de mim, carinho. —Seu áspero gemido acariciou através dela enquanto ele se retirou, logo empurrou mais para dentro dela.

Retirando-se, logo penetrando mais fundo.

—Minha. —A forte declaração de posse tinha apertado seu ventre, mais sucos derramando-se ao redor da intrusão da suave vibração do brinquedo erótico.

Cada lento avanço dentro de seu traseiro apertava ainda mais sua buceta, enchia-a mais. As terminações nervosas se fizeram mais sensíveis, eletrificadas, desesperadas pela liberação.

Ela estava chorando agora. Podia sentir as lágrimas quando se mesclavam com o suor de seu rosto, a necessidade rasgando em seu interior até que esteve segura de que não sobreviveria.

—Tranquila, bebê. Doce amor. Tão apertado, doce e quente. —Sua mão aterrissou em seu traseiro de novo, e quase explodiu— Tão bonita. Assim fodendo.

Retirava-se e depois cravava dentro, mais profundo, tomando tudo dela enquanto ela tomava tudo dele. Sentia suas bolas, apertadas e quentes, pressionando contra ela, sentia seu membro, muito grosso, chamuscando, apanhado dentro.

Estava respirando ruidosamente atrás dela. Seu fôlego serrando dentro e fora de seu peito, de repente, suas mãos apertaram seus quadris. Cam podia ouvir seus gritos, as palavras sujas, os motivos. Podia ouvir a entrega em cada grito quebrado e o sentiu enquanto seu traseiro se flexionava ao redor de seu membro. Ele poderia fazer isto. Tomá-la assim. Encontrar a distância para não olhar em seus olhos.

A vibração do curvado vibrador ecoou através da magra membrana que separava sua vagina de seu traseiro, a sensação adicionada enviava pontas agudas de agonizante fome através de suas veias.

Deus, queria ver seu rosto. Seus olhos. Ele queria estar debaixo dela, olhando-a, enchendo seu apertado sexo enquanto Chase tomava por atrás. A última entrega, e o estava negando. Precisava lhe dar isso. Ela o necessitava ou ele poderia perdê-la para sempre.

Ele apertou seus dentes e lutou para tomá-la depravado. Retirou-se, logo se introduziu outra vez nela. Sacudiu a cabeça, sentiu o suor rodar sobre seus ombros, peito e abdômen. Sentiu-a mais apertada, resistindo a intrusão enquanto ela as arrumou para retroceder, para forçar seu membro mais profundo. E ele sentiu romper seu controle. Sentiu cada coisa dentro dele fluir dentro dela, e graças a Deus não podia ver seu rosto.

Ela se retorcia debaixo dele, fodendo com cada golpe e demandando mais. Era selvagem em seus braços, seu cabelo castanho avermelhado flamejando sobre seus ombros, a cabeça elevada enquanto ela se levantava diante dele, movendo-se a seu redor, rogando por mais.

Pressionou seus ombros para o colchão com força com a palma da mão por debaixo de seu pescoço, apoderou-se de seus quadris com uma mão, e começou a empurrar fortemente em seu interior.

Seu traseiro se agitava e apertava ao seu redor. Seus gritos enchiam sua cabeça. Ele estava a segundos, Deus querido, só a segundos do êxtase.

Jaci lutava com o agarre que Cam tinha sobre ela, sentindo o prazer e a dor queimando-a e envolvendo-a enquanto ele a fodia com fluídos e duros golpes. O vibrador sacudia seu interior, curvando-se ao longo de sua vagina, e apertava seu clitóris, levando fragmentos de sensação através de seu ventre.

Cada forte impulso era agonia e êxtase. Cada um empurrava mais alto, queimando mais intensamente, mais profundo. Ela gritou seu nome, sentiu a mão aterrissar dura sobre seu traseiro pela última vez e, continuando, ela explodiu.

Jaci não podia respirar. Seus olhos esforçando-se por abrir-se, aturdidos, desfocados, esticou seu corpo, mais apertado, então um grito rasgado saiu de sua garganta, enquanto tudo se desembaraçava em seu interior com furioso, ardente arrebatamento. As explosões estalaram em seu clitóris, sua vagina, seu útero. Apertando, convulsionado, ela se sacudiu, logo gritou novamente quando ele se impulsionou dentro dela uma última vez antes de lhe dar seu próprio gozo.

E nesse orgasmo, enterrou-o tão profundo, enviando espessos e quentes jorros de seu esperma dentro dela, levando-a para mais alto. Era mais que o prazer físico, mais que perversa intensidade. Era a posse. Uma posse que desafiou limites, de qualquer prazer ou dor, finalmente explodiu dentro de sua alma e a deixou sacudida e repleta, debaixo dele.

Jaci se derrubou na cama enquanto Cam estremecia atrás dela, seu peito pressionava duro às suas costas, seus lábios em sua orelha e sua voz sussurrando, cantarolando e passando.

Ela não sabia o que estava dizendo, não podia dar sentido às quebradas palavras, mas não importava. Estava à deriva sobre nuvens de pura saciedade agora, aturdida, hipnotizada pelas sequelas de sua posse, quando ele lentamente se liberou e se derrubou na cama a seu lado.

Soltou o breve fechamento do vibrador que sustentava, quando ele lentamente o retirou e desligou. Ouviu um ruído surdo, uma gaveta fechada, e logo ele a estava puxando a seus braços, rodeando-a com sua calidez.

Ela não deseja mover-se. Queria ir à deriva para sempre, tão repleta que ainda sua alma dormitava, saciada pelo excesso de prazer. Não para sempre. Ou ao menos por um par de horas.

Ela queria permanecer envolta na intimidade de estar sozinha com ele.

Não sabia quanto tempo tinham permanecidos abraçados, o esgotamento envolvendo-os juntos. Mas soube quando se moveu. Cautelosamente, cuidadosamente, ele desenredou seu corpo do dela, rodou a um flanco da cama, e se sentou.

Ela ficou quieta, rezando, desejando a esperança que ia voltar para seu lado, que ia sustentá-la só um pouco mais, dormindo com ela, limpar os restos finais do que lhe havia feito dentro antes de retirar-se.

Finalmente, largos momentos mais tarde, ela o escutou exalar ruidosamente, logo o sentiu levantar-se da cama.

Maldito. A dor se vertia através dela quando sentiu o lençol se cair sobre ela lentamente, então escutou como pegou sua roupa e abandonou o quarto.

Estaria fora, ela se disse. Ele não a abandonaria sozinha, não depois do prazer que lhe deu recentemente, a posse da profundidade da alma que tirou dela. Ele não a abandonaria. Mas ele o fez.

Ela esperou, escutando com atenção e, finalmente, ouviu o silencioso zumbido da televisão, a porta da geladeira fechando-se na cozinha.

Abriu seus olhos e rodou sobre a cama lentamente, de repente tão só, que mal podia suportar a sensação que penetrava através dela.

Levantando-se da cama, colocou uma túnica e logo recolheu um par de suaves calças de algodão e uma camisa de dormir, antes de sair do quarto.

De pé na entrada, ela olhou através das abertas habitações ao homem que acabava de amá-la como nenhum outro homem teve a oportunidade. No tempo que tinha passado com ela nessa cama, tinha marcado seu corpo e seu espírito, reclamando seu coração, e a deixou palpitando de gozo. E agora ele estava rompendo seu coração.

Sentado no genuflexório , uma cerveja sobre a mesa diante dele, a televisão em tom monótono enquanto ele se inclinava para frente, seus cotovelos apoiados sobre seus joelhos, o cenho pesado marcando seu rosto.

Parecia tão solitário como ela se sentia, e igualmente muito sozinho. Igual a um homem que enfrentou uma batalha e saiu perdendo.

Avançando para o salão, viu quando sua cabeça se levantou e seu olhar chamejante quando ele a viu. Seus olhos estavam cheios de sombras, atormentados.

—Vou tomar uma ducha antes de preparar o jantar. Você gostaria de se juntar a mim?

Ela o pegou de surpresa. Ele piscou, sua boca aberta como se quisesse dizer algo, antes de pressioná-los juntos fortemente e lhe dar um forte grunhido.

—Cam.

Ele levantou da cadeira.

—Posso entender que tenha uma aversão às camas, mas a próxima vez que me deixar assim, sem me deixar saber, sem um toque ou uma palavra, então, sairei desta relação. Entendeu?

Seus olhos se reduziram sobre ela.

—Machuca-me. — continuou— Segue me machucando, e o que quer que seja que está crescendo entre nós se voltará amargo. Esta é a única advertência que vai conseguir.

Apertou sua mandíbula antes de assentir de novo, a dominação e a arrogância em guerra com a provocação que ela estava pondo a ele e as demandas que estava fazendo.

—Te ferir não é o que quero. — disse finalmente.

—Então, não faça isso de novo. — sussurrou ela— Por nosso bem.

Ela olhou seu rosto enquanto ele caminhava até ela, sua expressão pesada, o flash de dor em seus olhos.

Então, seus braços estavam ao seu redor, muito apertados, seu corpo tenso quando a sustentou contra ele.

—Nunca mais. — prometeu, embora sua mandíbula se endurecesse enquanto a pressionava contra a parte superior de sua cabeça, e ela podia sentir a raiva, deve tê-lo zangado.

Apertou-se a ele e fechou hermeticamente seus olhos, perguntando-se como diabos ia sobreviver à dor, que estava vendo aumentar dentro dele. Seja o que fosse, o que haviam feito nessa habitação não o tinha aliviado.

O desenfreio ainda estava ali, o quente desespero, e as inquietantes sombras que não tinham explicação.

Ela o amava, mas estava começando a perguntar-se se o amor ia ser suficiente.

 

Na noite seguinte, Jaci se jogou na cama recém feita, incômoda, fria e sozinha. O silêncio enchia o apartamento, à exceção do suave zumbido da televisão.

Cam a tinha beijado na testa e lhe havia dito boa noite. E logo a tinha abandonado, saindo do dormitório para a sala de estar e ao vazio frio do apartamento.

Por que? Por que ele não poderia dormir com ela?

Ela se deitou sobre suas costas olhando para o forro do teto. Não tinha esperado isto quando se mudou para casa dele, este sentimento de união, e ainda a solidão. Esta era a segunda noite que a tinha tomado como um homem selvagem, empurrando-a, empurrando-os, e abandonando-os agitados com as sequelas.

E era a segunda vez que a tinha abandonado para enfrentar a noite sozinha.

Bom, muito malditamente mau, porque ela tinha enfrentado, muitas noites sozinha. Muitas noites onde o tinha necessitado mais perto dela e se negava permitir-se outras opções. Muitas noites nas quais se perguntou o que lhe permitiu escapar de seus dedos. Assim, a luta ia ser mais difícil que o que ela tinha imaginado que seria. Só teria que adaptar-se.

Levantou-se da cama de novo, foi ao living, e olhou a Cam enquanto jazia imóvel, silencioso e acordado, no grande sofá seccional.

A curta curva do amortecido mobiliário estava vazia, assim se enroscou ali, seus pés pregados contra ele enquanto apoiou o outro na estreita tira da parte posterior do sofá e o puxou ao seu redor.

Separou suas pernas o suficiente para atrair mais calor a seus pés, então a televisão se desligou.

O silêncio se estendeu entre eles, mas era um quente silêncio, um que se sentia confortável, que a envolvia e enviava uma onda de alívio balançando-a.

—Boa noite, Cam. — sussurrou.

—Boa noite, carinho.

Virou-se ao seu lado, encostou suas costas mais perto do sofá, e fechou os olhos. Em poucos minutos, o sono a superou, como não tinha conseguido na fria cama.

Cam soube o momento em que ela dormiu e jazeu tranquilo e em silêncio, esperando a sensação de asfixia enchê-lo. Não tinha dormido com uma mulher desde a sua adolescência, desde que estava obrigado a permanecer nas camas daquelas velhas cadelas até o amanhecer.

Raramente estava dormindo, é claro, não, apenas uma vez tinha adormecido

Sua pele se arrastou com a sensação de seus corpos nus cobrindo suas costas, suas mãos medindo-o, inclusive em seus sonhos.

Em vez da necessidade de levantar-se e encontrar outro lugar onde dormir, um lugar sozinho, Cam encontrou, em troca, uma paz incerta. Os pés de Jaci colocados contra a parte inferior de suas pernas, frágeis, suaves e quentes. Podia ver seu rosto de onde jazia, agora sua expressão serena, como não esteve quando ele a comprovou a noite anterior.

Estava cômoda e cálida, e perto dele.

Curvou seus lábios ante a idéia disso, e no frágil desfrute que estava encontrando com seus pés movendo-se e pressionando mais perto dele.

Eles tinham estado frios, quando pela primeira vez se deitou e os meteu na seção curva do sofá. O frio se converteu rapidamente em calor, e quando ela adormeceu seus pequenos e agraciados pés se dobraram embora de alegria, antes de relaxar uma vez mais.

E agora, em lugar de perguntar-se quanto tempo teria que estar ali antes que pudesse abandoná-la sem machucá-la, em troca se encontrou sonolento à deriva.

Não tinha dormido uma merda a noite anterior, e tinha temido que esta noite não seria melhor. Agora o afogou um bocejo, deixou seus olhos fechar-se, e se encontrou à deriva para dormir com uma velocidade e alegria que não tinha conhecido desde que era um menino.

Jaci murmurou em seu sonho, ele se sentiu flutuando, e sorriu com o som. Podia conseguir acostumar-se a isto, pensou. Podia conseguir acostumar-se muito a isto.

 

—Acredito que é excepcionalmente injusto que lhe estejam dando a liberdade de vagar pelo clube, quando tenho que mendigar por meses só para beber uma taça no bar. — Courtney reclamou vários dias mais tarde, quando caminhava com Jaci pelo clube.

Jaci tirou outra foto com a câmera digital que utilizava antes de voltar a olhar por cima de seu ombro a sua amiga.

Os olhos de Courtney estavam cheios de diversão, embora sua expressão fosse menos satisfeita.

—Não cabe dúvida que causa tantos problemas aqui como o faz em qualquer outro lugar. —a acusou Jaci— Onde está a fascinação nisso? —Ela deixou a câmera pendurada da correia cruzada por debaixo de seus seios, enquanto tomou algumas notas sobre o notepad que levava com ela.

—Me diga as possibilidades que vê, Jaci. —A voz do Courtney estava escandalizada— É uma aventura.

—É um lugar cheio de homens. — disse Jaci levantando a câmara e fez zoom a moldura do forro do teto.

—O ginásio é suarento e fedorento. A biblioteca é escura e sombria, e o salão dispõe de um bar e uma mesa de bilhar. Me dê uma pausa. Isto está tão orientado para o homem, que quase se afoga com a testosterona.

Ela podia sentir Courtney atrás dela, quase ver a expressão indignada no rosto de sua amiga.

—E eles não nos querem aqui. —Havia uma queixa na voz de Courtney— Eles estão decididos a nos tirar de suas pequenas conversas e de suas conspirações. É totalmente injusto.

—Hmm. Talvez devêssemos convidá-los para irem ao spa conosco. —sugeriu Jaci— Ver o que pensam sobre a sobrecarga de estrogênios.

Diferentemente de Courtney, Jaci não tinha nenhum interesse no clube ou nos homens que se reuniam ali. Ela não queria conhecer suas identidades, e com certeza não queria ser uma parte de suas conversas.

—Você está sendo uma grande amiga hoje. —Courtney suspirou, embora Jaci tenha escutado a diversão em sua voz. —Não tem curiosidade por eles? Às vezes, acredito que se pudesse ser invisível, então poderia andar entre eles, talvez encontrar as respostas que procuro sobre o que faz a estes homens tão diferentes de outros. O pouco que sei dos membros que estão aqui, é que são diferentes dos outros homens. Isso me fascina, me pergunto o que criou estes homens, o que os faz como são.

—Perguntou ao Ian? —perguntou, embora o único membro que a fascinava fosse Cam.

—As respostas só me enfureceriam. —Ela rodou seus olhos expressivamente— Ele é um homem. Descobri que o idioma dos homens e o das mulheres nem sempre são compatíveis.

—Deus, que não seja verdade.

—Possivelmente os homens sejam apenas aliens. — Jaci sugeriu, pensando em Cam.

Durante o fim de semana, estar com ele tinha parecido tão natural, tão fácil. Não tinha imaginado que aquele salão no grande apartamento com ele poderia ser algo, exceto cansativo. Não tinha vivido com ninguém, desde que tinha saído da casa de seus pais.

Mas ela também se deu conta que havia muito a respeito dele que não conhecia, e que não compreendia. Chase era mais fácil de ler. Cam escondia muito mais de si mesmo. Ela estava aprendendo que havia muito sobre ele que não sabia.

Entretanto, estava fazendo exatamente como lhe tinha pedido uma vez que ele não fizesse. Estava seduzindo-a a sua maneira, não só entrando em seu coração, mas também rodeando-o, atravessando-o e vinculando-a a ele de uma maneira que não tinha imaginado que pudesse estar vinculada.

E ao mesmo tempo, isso a preocupava. O núcleo de escuridão sexual nele estava crescendo. Apesar do excesso das relações sexuais do fim de semana, nunca parecia perder a selvagem e desesperada fome dentro dele. E ela estava terrivelmente atemorizada em conhecer a única coisa que o aliviaria.

Depois de terminar as fotos e notas, e a caminhada pelas habitações do clube, retornou à mansão principal com Courtney andando atrás dela. Jaci não podia ajudar, exceto perguntar pela origem da fome a Cam, e se estava cometendo um engano empurrando por mais antes de saciar a necessidade que o atormentava.

Havia algo que a advertiu, que o atormentava e não seria revelado com facilidade. Era uma parte dele que a preocupava, inclusive antes que ela abandonasse Oklahoma.

Aquele pensamento a motivou a parar enquanto entrava no escritório que Ian lhe tinha atribuído. Ela tinha conhecido Cam antes que se juntasse aos militares. É certo, tinha sido muito jovem então para entender muito sobre a seriedade dos gêmeos Falladay. Eram cinco anos mais velhos que ela. Eles não tinham sequer ido a mesma escola, mas as vezes seu pai contratava os meninos para ajudarem na pequena fazenda.

E ela sempre tinha pensado num jogo, numa provocação, cada vez que o via, para desenhar um sorriso em seus lábios, em seus envelhecidos olhos verde claros.

Caminhou até à mesa de trabalho, descarregou as imagens, e franziu o cenho com essas lembranças.

Cam tinha entrado para o exército quando ela era ainda uma menina, mas cada vez que voltou de férias para casa, havia dado um jeito para controlá-la; conseguia estar em qualquer lugar que ela estava, e sempre tinha deixado o que ela estava fazendo para fazer sorrir a Cam.

O que aconteceu tinha ocorrido ali em Oklahoma?

Ela lambeu seus lábios nervosamente. O melhor amigo de seu pai, o Xerife Bridges, fez um à parte quando ela fez dezesseis anos para adverti-la a respeito de Cam. Era uma advertência que lhe tinha informado que não necessitava.

Xerife Brigdes estava aposentado agora, mas ainda era um amigo próximo, dela, assim como de seu pai. Mas lhe diria o que ela precisava saber?

Ela tirou seu telefone celular do clipe de sua cintura e o pôs a seu lado sobre a mesa, olhando-o. Ela queria saber?

—Você é uma mulher com muito em sua mente.

Levantou a cabeça e olhou a Chase. Ele tampouco sabia o que tinha acontecido ao seu irmão.

A discussão que tinha vislumbrado na semana anterior confirmava que ele estava tão na escuridão quanto ela, quando se tratava de Cam.

—Bastante. — admitiu finalmente, vendo como entrava em passos longos na habitação e fechava a porta atrás dele.

Inclinou-se contra o pesado painel de madeira, um ameaçador aspecto refletido em seu rosto quando a olhou. Seu olhar se dirigiu ao telefone celular, e logo retornou ao seu rosto.

—Realizei mais de uma dúzia de investigações em nosso passado. — disse tranquilamente— Pessoalmente interroguei a todos os que pude pensar, nessa maldita cidade, cada pedófilo e cada sujo molestador filho da puta que pude pôr em julgamento, e não sei nada mais agora que quando éramos meninos, quando sumiu de casa.

Ela olhou o telefone de novo. Alguém tinha direito de roubar os segredos que ele estava lutando tão ferozmente para ocultar?

—Você gosta de dormir no sofá, Jaci? —Perguntou-lhe então, sua voz forte, cheia de ira— Você gosta de não ter nada exceto seus pés seguros entre os dele, em vez de seus braços ao redor de você?

—Basta, Chase! —Ela saltou da cadeira e empurrou seus dedos através de seu cabelo, lutando com seus próprios temores e a necessidade de ter Cam segurando-a através da noite.

—Sabe por que compartilha a sua mulher?

Ela o olhou, seu peito dolorido enquanto seu coração apertava pela dor em seu rosto. Ela sacudiu a cabeça lentamente. Não tinha direito de dar respostas ao Chase que Cam não teria. Mas, Deus, o amava. Ela queria saber por que seu amante se feriu tão desesperadamente que não conseguia nem compartilhar a cama com ela.

—Ele as compartilha porque não pode sustentá-las. Porque ele não pode resignar-se a lhes dar mais que o prazer de seu corpo. É meu trabalho as sustentar através da noite, enquanto ele se encontra em um sofá para dormir. —exalou— É isso o que quer? Quer que te sustente enquanto ele dorme nesse maldito sofá?

—Se eu quisesse isso, então teria ido a sua cama, em vez do maldito sofá que compartilho com ele. — lhe replicou— Pelo amor de Deus, Chase, o que quer de mim? Ele não me disse nada, e se houvesse dito, acredita que eu poderia te dizer? Acredita que o trairia assim?

Ela empurrou seus dedos através de seu cabelo de novo, e desta vez apertou as mechas furiosamente quando se separou dele.

Parecia tão igual a Cam. Não havia cicatrizes, as sombras que o perseguiam não eram as mesmas, mas em sua expressão, em seus olhos, podia ver sua dor e sua preocupação.

—Quando tínhamos quinze anos, começou a desaparecer na noite. — disse Chase— Até esse verão, eu sempre pude senti-lo, sabia quando estava sofrendo, quando tinha pesadelos. Sempre compartilhamos nossos pesadelos, Jaci. Depois disso, era como se meu irmão, meu gêmeo, com quem tinha compartilhado o espaço da concepção, estivesse morto. Ele caminhava e falava, mas não podia senti-lo. Não podia falar com ele. Por Deus, não pude chegar a ele. Agora estou pedindo sua ajuda.

Sua ajuda? Jaci o olhou incrédula, perguntando-se como, diabos, se supunha que o ajudasse, quando ela não podia nem ajudar a si mesma quando Cam estava envolvido.

—Está me pedindo que o traia. —Ela baixou suas mãos de seu cabelo e o olhou miseravelmente—. Inclusive, se eu soubesse algo, Chase, como poderia me pedir para fazer isso?

—Porque ele é meu irmão e eu preciso saber a qual maldito matar pelo que lhe aconteceu.

Seus lábios se separaram enquanto lutava para arrastar o ar. Ele não estava brincando. Assim como Cam não estava brincando sete anos antes, quando ele ameaçou matar por ela.

—Você e Cam parecem ter este costume a respeito de matar às pessoas. —exclamou— Me diga, Chase, onde ocultam todos os corpos?

A careta de desgosto que retorceu seu rosto teria sido divertida, se a conversa fosse uma diferente. Soprou rudemente, obviamente chiando seus dentes, quando ela cruzou seus braços sobre seus seios e o olhou, o pesar construindo-se em seu interior.

Podia ver o medo nos olhos de seu irmão, e odiava saber que esse medo era pelo homem que amava.

—Cam ainda está vivo. — finalmente sussurrou— Independente do que lhe aconteceu, sobreviveu.

—Chama a isso de sobreviver? —Endireitou-se da porta e lhe disparou um olhar furioso, logo caminhou ao outro lado da habitação antes voltar-se para ela— É o que o chama?

—Ele caminha, fala, sorri, e ele ri. — sussurrou ela— Ele está lutando contra seus demônios da única maneira que sabe. E ele está tentando me amar. Tenho direito a pedir algo mais?

Ela o tinha deixado. Deu-se conta que ela se afastou de qualquer direito que tivesse para chamar os demônios de Cam seus próprios demônios, mas que não se deteve de fazê-lo, e não se deteve pela dor, pela perda que sentiu dentro de Cam. E Chase.

—É isso suficiente para você? —Apoiou suas mãos em seus quadris e parecia familiar.

Não, não era suficiente para ela, mas era isso ou o abandonar. E ela não ia a nenhuma parte. Ainda não. Não enquanto Cam pudesse tolerá-la entre seus pés.

—Por agora. — lhe respondeu finalmente.

—Nem sequer vai lutar por ele, não é? —Chase sacudiu sua cabeça como se estivesse incrédulo.

—Chase, o que acredita que estou fazendo agora? —Ela moveu suas mãos para fora, antes de deixá-las cair para os lados— Acredita que eu gostei dele ter me abandonando cinco minutos depois que pensou que eu estivesse dormindo? Acredita que eu gosto de ver a fome que está construindo-se dentro dele, sabendo o que quer e o que necessita, e não poder dar-lhe? Acredita que eu gosto de ver sua dor?

—Então faça alguma coisa, Jaci.

—Como o que? —Ela quase gritou as palavras— Que diabos quer queeu faça? Machucá-lo mais? Chantageá-lo? “Sinto muito, Cam, mas conte-me seus segredos ou ficará sem mim?” Maldição, Chase, que diabos quer de mim?

—Quero que lute por ele neste momento. — Estava de repente diante dela, suas mãos segurando seus ombros enquanto lhe dava uma pequena sacudida, surpreendendo-a com a profundidade de sua ira— Caralho, pare de deixar o filho da puta pegar o caminho mais fácil, assim como fez a última vez. Se for lhe deixar sair com essa machista, boca fechada de merda, então é possível que também acabe da mesma maneira que chegou aqui.

Afastou-se, dando passos longos ao outro lado da sala, logo se voltou, os olhos brilhando acusadores quando a porta do escritório se abriu de repente.

Jaci piscou quando o painel golpeou contra a parede e Cam entrou. A fúria delineando cada duro e forte contorno de seu rosto quando seu olhar encontrou e se cravou em Chase.

—Cam. —moveu-se a ele.

—Fique! —Seu dedo apunhalou em sua direção, assinalando-a com um abrupto grito, que a paralisou em seus pés enquanto os dois irmãos se enfrentavam.

Ambos estavam furiosos. Ela viu seus corpos tensos, viu como se olhavam furiosos um ao outro.

—Esqueceu as câmaras no escritório, Chase? —perguntou-lhe Cam, sua voz sedosa, perigosa, quando olhou para o vidro escurecido dos monitores de segurança.

Chase sorriu, todo dentes, todo fúria.

—Não me esqueci, irmãozinho. Assim como não esqueci que se supõe que estivesse em uma reunião com Ian, não espiando a sua noiva.

—Jaci, está pronta para ir? —Cam tirou seu olhar de seu irmão apenas enquanto lhe dirigiu a pergunta, voltando a olhá-lo em seguida.

—Os dois aqui sozinhos? —Ela não era estúpida— Não acredito Cam.

—Pegue o que precisa e nós sairemos juntos então. Agora. —Sua voz cresceu mais escura, mais suave.

Jaci quase estremeceu com a fúria que podia sentir na quietude do tom.

Ela não foi a única que o olhou com receio. Ela viu a expressão de Chase. Estava estudando o seu irmão como um cientista estudaria um curioso espécime. Desconhecido. Potencialmente mortal. Houve quase um cálculo em seu olhar, como se estivesse avaliando sobre empurrar Cam a esse ponto, e agora estava se perguntando como empurrá-lo mais.

Ela estava aterrorizada de ver se ele poderia fazê-lo.

Caminhou rapidamente de volta a sua mesa, empurrou seu telefone dentro de sua bolsa, e o agarrou. Ela não estava autorizada a levar o desenho ou as imagens com ela.

—A este ritmo, nunca vou terminar este trabalho. — murmurou— Tenho que trabalhar em algum momento, sabiam? Não só quando suas testosteronas permitirem.

Ela jogou sua bolsa sobre seu ombro e se moveu do escritório. Caminhou a passos longos para o Cam, apoiou sua mão sobre seu braço e o olhou nos olhos.

—Vai brigar, ou o que? Não que uma grande quantidade de testosterona e sangue faria algo para me desviar do correto agora. Realmente não. Mas, toda essa postura tem que ser para algo, não é?

Por último, seu olhar escorregou de Chase e Jaci encontrou seus joelhos debilitados. Ela queria ir ao chão e choramingar, gritar pela sombria tristeza, a agonia e a raiva que viu em seus olhos.

Ela sentia seu fôlego preso em sua garganta, e teve que tranquilizar à força a seus trementes lábios. Como suportava o que fosse que lhe causava esses estragos em seu interior? Como conteve a dor, o desespero que ela podia ver rasgando-o?

Ele retornou ao Chase.

—Se vir novamente o que vi no monitor, manterei-o a distância. — disse a seu irmão— E certamente farei com que nunca mais respire o ar que ela respira.

Os lábios de Chase se curvaram com sarcástica cólera.

—Agora? E me diga irmão, quem a compartilhará com você? —Ele olhou Jaci de novo— Não acredito que ela vá permitir que qualquer homem tome esse formoso traseiro dela, só porque é o que você necessita.

Jaci empalideceu ante a escuridão em sua voz. A fúria correu sobre ela.

—Basta! —Sua voz falhou com a repentina tensa calma da sala. Suas unhas cravaram no braço de Cam enquanto ele se esticou para afastá-la— O primeiro de vocês a levantar o punho ao outro se entenderá comigo.

Eles voltaram o poder misturado de seus furiosos olhares sobre ela.

—Digo-o a sério, Cameron Falladay. —Ela olhava seus olhos, a retorcida dor, a raiva, o evidente desgosto que ameaçaria a qualquer um deles— E você, —se voltou para o Chase— se quiser brigar com seu irmão, o caralho que me utilizará para fazê-lo.

—E ele não a usa? —grunhiu furiosamente— Vamos, Jaci, cheguemos um acordo aqui. O que é, se não estar te utilizando para esquecer algo que não quer recordar? Penar que não é trabalho, não é, Cam?

Com isso, Jaci soltou seu aperto em Cam. Ela olhou de um irmão ao outro e se deu conta que estava só jogando lenha ao fogo e Chase estava tentando alimentá-lo.

—Quando vocês dois terminarem de atuar como meninos, poderiam deixar-me saber? Estarei lá em cima com a Courtney e uma garrafa de vinho. —Informou a Cam.

Ele agarrou seu braço, detendo-a antes que pudesse se mover uma polegada.

—Não, estará comigo. Chase pode jogar seus jogos com alguém mais.

Virou-se e puxou-a para fora da sala.

—Fugindo, Cam? —Chase debochou— Por que isso não me surpreende?

Cam parou na porta enquanto Jaci olhou e enxergou o pesar, a perda que cintilava em seu rosto.

—Não deveria te surpreender em nada mesmo. —disse finalmente, sua voz sombria— Depois de tudo, acredito que consegui ser fodidamente bom nisso nos últimos anos. Quase tão bom quanto você o conseguiu.

 

Jaci conseguiu manter a calma, apenas, enquanto Cam dirigiu de volta ao apartamento. Manteve seus lábios firmemente pressionados juntos e se advertiu repetidamente que isto não era nenhum de seus negócios. Ainda não. Não até que sua relação com Cam fosse mais estável. Ela não tinha direito a realizar determinadas exigências, recordou a si mesma. Não tinha direito de lhe dizer que idiotas inaceitáveis eles estavam sendo.

E talvez esse foi o ponto onde perdeu o controle do temperamento que ela jurou que não perderia.

Porque esse era seu negócio.

Parecia como se tivesse esperado toda sua vida para estar com um homem. Ela mesma tinha se aproximado dele, tinha lutado suas batalhas por sua conta, e ainda estava fazendo assim. E ela ainda conseguia encontrar uma forma de amar. Cam se negava a arriscar-se mais longe, inclusive por seu próprio irmão. Se ele não arriscaria seu amor fraternal, que diabos a fazia pensar que ia arriscar seu amor por ela?

—Esta situação entre Chase e eu não tem nada a ver com você. —Cam finalmente falou, enquanto conduzia seu corpo rígido, feito um cabo com a tensão— Isto não ocorrerá de novo, prometo-lhe isso.

—Então é uma promessa que romperá. — disse obrigada, olhando pela janela do Jaguar— Ele é seu irmão, fará o que for necessário para descobrir o que aconteceu.

Podia sentir a tensão engrossar no carro.

—Não aconteceu nada. —Duro, frio, sua voz tinha a dentada do inverno, congelando até o osso.

Então, ela se voltou para ele. Lentamente. Este último fio da ira estava desfiando e Deus sabia, que não queria perder seu controle sobre isto.

—Não pode convencer uma criança de cinco anos disto, então não minta para mim.

Suas mãos se apertaram sobre o volante e a alavanca de mudança, seus nódulos ficaram brancos devido à força.

—Isto não é nenhum de seus negócios. — disse tranquilamente quando manteve seus lábios fechados e se separou dele outra vez.

Ela não podia suportar ver aquela dilaceradora tristeza em seu rosto. Estava ferido por dentro e às vezes ela se perguntava se não fez com que a dor piorasse. Porque o que fosse que o atacava estava comendo dentro dele agora, fazendo-o pedaços, e ela podia vê-lo, senti-lo.

—Tenho que discordar de você, Cam. Ele é seu irmão, seu gêmeo.

—Isso não o faz meu dono. — estalou— Eu tive que lidar com minha vida e meus próprios enganos, e vai ter que viver com o fato de que não precisa conhecer cada canto de minha vida.

Voltou-se para ele, aquela dor cheia de raiva edificando-se dentro dela, enquanto o via apertar sua mandíbula furioso.

—Não, ele só tem que ver este demônio dentro de você lhe rasgando em agonia, cada vez que olhe seus olhos. Me desculpe Cam, mas isso o faz seu negócio. Dele e meu. Porque independentemente de te rasgar, isso vai nos separar.

Ele a olhou com incredulidade antes de voltar seus olhos à estrada, logo fez a mudança de marcha com mão dura.

—Ninguém pediu para se masturbar. — mordeu as palavras.

—Não, mas me pediu que — lhe recordou, quase sem voz— durma na parte inferior desse sofá, em vez de abraçada a você, e o aceito, porque ao menos estou com você. E sigo rezando para que a necessidade que vejo e sinto queimar dentro de você se alivie, mas nunca o faz.

—Filha da puta! Eu não sou um menino, Jaci. —Lhe jogou um confuso e incrédulo olhar — Ok, odeio as camas! Sei de homens que tem medo de sapos. Que diabos, importa?

—Se não importa, por que está tão zangado? —Jaci lhe disparou de volta— Pelo amor de Deus, Cam, algo aconteceu! Chase sabe. Eu sei. Não te parece que nos dói mais ter que adivinhá-lo continuamente?

—Adivinhá-lo não te machucará nem de perto o que me machucaria se conhecesse a verdade. —O carro chiou dentro da garagem subterrânea, os pneumáticos bloqueados, o veículo deslizando-se até que se sacudiu com a parada. Seu punho golpeou o volante— Esquece esta porra.

Cam saiu do carro fechando com um golpe enquanto Jaci o seguiu mais lentamente, vendo como ia e vinha ao redor do automóvel por compridos minutos antes que exalasse ruidosamente e se inclinasse contra a lateral do carro.

—Não posso esquecer. — ela finalmente sussurrou, movendo-se com o passar do carro, sua mão percorrendo sobre o capô.

Cam passou sua mão pelo seu rosto e segurou as maldições que rondavam em seus lábios. Malditos os dois.

Chase por esperar até que ele estivesse fraco, quando sua necessidade por Jaci o estava deixando louco, para começar a escavar. E Jaci… A olhou, seu rosto pálido e seus olhos preocupados. Maldição por ser a única mulher da qual não poderia afastar-se.

—Não posso. — ela sussurrou.

—Por que? Pelo amor de Deus não lhe diz respeito e nem a afeta, Jaci.

Ela sorriu um triste e amargo sorriso que arrancou fragmentos de seu coração. Um brutal aviso que ela podia afetá-lo como nenhuma outra mulher podia.

—Mas o faz. — disse brandamente— Te amo, Cam. E não posso entender nem aceitar as coisas que quer de mim, não isto. Não sem a verdade entre nós.

—E é tão honesta comigo? O que há a respeito de sua honestidade Jaci? Você e o congressista Roberts?

Ela sacudiu a cabeça.

—Richard e Annalee não têm nada a ver conosco. Tenho que parar sobre meus próprios pés, Cam, e isso é o que estou fazendo com eles. É assim simples. Qualquer que seja o que está acontecendo dentro de você nos afeta, entretanto. Nos afeta porque guarda isso, sempre há algo entre nós.

—Isso não nos afeta, e não há nada entre nós exceto muita roupa.

Ela o olhou em silêncio durante compridos momentos, obrigando-o a girar a cabeça para olhá-la, para ocultar o grunhido de raiva ante a dor em seus olhos.

—Nem sequer me abraça, Cam. — disse então— Me deixa tão rápido como pode, e o mais perto que termino é mantendo meus pés quentes na noite naquele maldito sofá. Dá-se conta disso? Dá-se conta de que, a menos que esteja me fodendo, seus braços não estão ao meu redor? Mantém-se tão distante de mim que dói. E eu o permito. Porque te deixar agora me machucaria mais.

—Eu te abraço. —Ele o fazia. Seus braços estavam sempre doloridos por envolvê-la, sempre estava obrigando-se a resistir, a retroceder, porque não queria sufocá-la com essa necessidade, com essa entristecedora necessidade de puxá-la para ele e nunca deixá-la ir. Para resguardá-la. Para protegê-la. Para fazer verdade que nada nem ninguém pudesse nunca feri-la de novo.

—Quando me abraça? —Um brilho de umidade enchia seus olhos— A não ser durante as relações sexuais, Cam, quando me abraça?

Sua cabeça se sacudiu instintivamente em um movimento negativo. Isso não era certo. Tão forte como ele queria abraçá-la, tanto como ele sofria por abraçá-la, ela tinha razão. Não a tinha abraçado.

—Te abraçar é tudo no que penso às vezes. — admitiu, sua voz rouca— O evito Jaci, porque não quero te sustentar muito forte. Não quero te assustar antes de sequer te ter, meu amor.

Ele empurrou seus dedos através de seu cabelo e gesticulou ante a impossibilidade do que estava tentando fazer.

A fina linha em que estava caminhando.

Virou-se e retornou ao Jaguar, assegurando suas mãos sobre o capô antes de voltar-se para ela. Ela o olhou, como sempre o fazia, seus olhos rompendo seu coração, tão cheia de vida, com uma pureza de espírito, que às vezes o aterrorizava.

—Amo-te, também. —Viu o choque que encheu seu rosto— Sempre te amei, Jaci. E sempre te deixei ir quando o necessitava, porque sempre temi te sustentar muito apertada. Se te abraçar tão apertado, se me envolver ao seu redor da maneira em que eu quero, então poderia ir para sempre. E o que eu faria se você se for para sempre?

Ela deu um passo a frente e, logo, deteve-se. Olhava-o quando uma só lágrima caiu de seus olhos, e lhe doeu que a tivesse causado. Teria matado a qualquer outro homem que a fizesse chorar, mas como se castigar por isso?

—Por que? — ela sussurrou sua voz baixa e áspera com emoção. — Por que pensaria isso, Cam? Quero te abraçar, tão frequentemente quanto posso. Quero que te envolva ao redor de mim o máximo que possa admiti-lo enquanto durmo. Quero cada lembrança com a qual possamos encher nossas vidas, de modo que se você se fosse, ou se alguma vez se afastasse, ou Deus não o queira, algo te aconteça, então, vou ter algo de nós para me agarrar.

Apertou sua mandíbula e se separou dela novamente. Recordou sendo um menino, tão jovem, tão decidido a desfrutar de cada lembrança que fez. Logo recordou a destruição. Seus pais mortos, o pai que tinha sido tão forte, tão cheio de risadas. Sua pequena mãe, sempre abraçando e sempre amando. Uma mulher muito diferente de sua irmã. Davinda quase o tinha destruído. Em certo modo, tinha-o destruído.

Inalou brutalmente e sacudiu a cabeça. Jaci não precisava conhecer o horror do qual tinha padecido.

Tampouco Chase. Era bastante mau que ele o conhecesse e que ele o recordasse.

—Preciso de tempo. — dirigiu-se a ela, endurecendo-se contra a necessidade de lhe dar todas e cada uma das coisas que desejava.

—Teve sete anos. — afirmou.

—E se necessitar de mais sete? —Ele a olhava agora. Maldição se ia derramar sua vergonha sobre ela. Padecê-lo tinha sido bastante mau. Ir ao Xerife Brigdes tinha esmigalhado uma parte de sua alma livre de seu corpo. Ele sempre, sempre recordaria a vergonha de dizer ao outro homem o que tinha acontecido e por que ele precisava conseguir que aquela cadela fosse para longe dele e de Chase.

O xerife, apesar de suas tentativas de conseguir que Cam apresentasse provas, havia, entretanto, parecido entender aquela raiva e vergonha. Tinha obtido as fotos, os negativos. Fez certamente com que Davinda abandonasse a casa com nada, exceto a roupa sobre suas costas, e a havia feito deixar a cidade. E que tinha utilizado suas conexões para bloquear cada investigação que Chase tinha tentado nos últimos anos para saber o que tinha acontecido ao seu irmão.

Os lábios de Jaci se separaram, mas logo a ira transformou seu rosto, e o olhou com todo o fogo e a paixão que ele sempre tinha amado dela.

—Não posso fazê-lo falar. –-ela retrucou— Mas eu serei amaldiçoada se gostar de seu silêncio. E o advirto agora, Cam, esta besteira machista que está atirando, não só em mim, mas também em seu irmão, vai ficar realmente velha.

—Besteira para você. —lhe grunhiu— Isso não é besteira para mim, Jaci. E me acredite, o que quer saber, não tem nada a ver, com o que temos juntos.

—Ai é onde está equivocado. — lhe gritou a fúria acesa em seu interior, e embora ele soubesse que a resposta era totalmente inadequada para a situação, colocou-o tão duro como o inferno— Tem tudo a ver conosco, Cam. E tudo a ver com o desenvolvimento de uma relação entre nós.

—Se for verdade, então pode me dizer a respeito dos Roberts. —exigiu— Pode me dizer onde conseguiu essa maldita cicatriz de chicote.

Seu sorriso era puro sarcasmo.

—Está se repetindo, Cam.

—Bem, então vamos repetir isto.

A discussão, a ira, a luxúria pura que lhe inspirava em seu interior se moveram através dele como um maremoto. Nunca havia se sentido tão quente, tão necessitado do toque de uma mulher.

Antes que pudesse mover-se para escapar dele, seu braço rodeou sua cintura e um segundo mais tarde estava colocando-a sobre o capô do Jaguar e dobrando-se sobre ela.

Deus, ela estava destinada a ser tocada, a ser tomada com fome luxuriosa como a tomou. E ela o estava tomando. Suas mãos assegurando-se sobre seu pescoço, trazia a cabeça para ela, e antes que pudesse evitá-la ou beijá-la, seus dentes mordiscaram, com bastante força, seu lábio inferior.

Cam empurrou, seus olhos fixos sobre ela, seus lábios retrocedendo enquanto ele lutou para respirar através da luxúria e do gosto de sangue.

—Mordeu-me, Jaci. —O sangue estava de repente trovejando através de suas veias, enchendo seu membro até que esteve seguro de que a dura longitude ia rasgar suas calças jeans.

—Me permita te beijar melhor. —Sua voz estava enfeitiçada, rouca, mesclada com ira e excitação enquanto seus dedos se enroscavam em seu cabelo, e o puxou de novo para ela— A menos que esteja assustado.

Ele separou suas pernas sem piedade quando seus lábios se inclinaram sobre ela. Apertando-se contra ela, pressionando seu membro na dobra de suas coxas e se esfregando contra ela, sentindo seu calor inclusive através das capas de roupa entre eles.

—Vou fodê-la. Aqui. Agora. —Empurrou-a para trás, ignorando suas mãos em seu cabelo durante o tempo suficiente para puxar sua camisa sobre seu peito— Me deixe tirar-lhe isso ou a rasgarei.

O sangue correndo por suas veias era como lava, queimando-o, abrasando suas terminações nervosas, enquanto ela entrecerrava seus olhos e sua expressão se convertia em sedutora, desafiante. E empurrou seus lábios para ela de novo.

 

Ele mal foi consciente de ter rasgado o delicado tecido. Ele não tinha idéia de quantos pedaços ficavam da blusa, tudo o que sabia era que o leve algodão já não a cobria, já não escondia seu corpo dele.

Não perguntou pela delicada renda de seu sutiã. Empurrou as taças debaixo de seus inchados seios e passou a mão pela carne quente. Seus dedos apertaram seus mamilos. Os pequenos mamilos doces e apertados se endureciam e se apertavam ainda mais quando seus lábios consumiram os dela.

Estava em chamas por ela, não havia dúvida. Inferno, sempre esteve quente por ela. Sempre houve algo em Jaci que desafiava sua determinação de permanecer frio e distante.

Ela podia romper suas defesas como nenhuma outra mulher, deixando-o quente e ansioso. Como estava agora.

Rasgou o zíper de suas calças jeans, afrouxando-os antes de empurrar sua mão debaixo do material e encontrar o doce, brandamente sedoso e úmido calor entre suas coxas.

Aqui é onde ele desejava estar. Precisava estar dentro dela. Precisava perder-se dentro dela, porque era o único lugar que fez com que as atormentadas lembranças não o consumissem.

Jaci lutava pelo mesmo contato, o beijo, o grande prazer que ela sentiu quando ele investiu dentro das profundidades de seu corpo. Trabalhou dois dedos em seu interior, bombeando dentro de sua vagina, e a deixou ofegando, cambaleante de prazer enquanto se arqueava em seus braços.

Ela lutou para afrouxar sua calça, rasgando-a, empurrando-a até que teve a grossa e dura longitude de seu membro na mão.

Ele estava quente, palpitante e grosso. Pesadas veias vibravam contra sua palma e podia sentir a sedosa umidade na ponta.

—Arranque essa maldita calça. —Puxou para trás, empurrando o jeans. quase arrancando quando ela empurrou suas sandálias para fora de seus pés.

Ajeitou-a para fazê-la rodar sobre seu estômago, seus lábios curvados em uma apertada e dura careta de dolorosa luxúria, quando ela se debruçou sobre o capô, uma mão chegando a ele, agarrando seu quadril e puxando-o para ela.

Não havia perigo de ser visto na garagem, mas a maldade do ato, o grande desespero do homem atrás dela, golpeou através de seus sentidos, aumentando seu prazer.

Deus, desejava isso. Desejava-o profundamente em seu interior, para que nunca pudesse esquecer, o que sentia ao ser tomada por ele. Queria devorá-lo, queria sua posse. Ela queria toda aquela poderosa e escura paixão centrada ao seu redor, dentro dela.

Debaixo dela a quente calidez do capô do automóvel acariciava seus mamilos, atrás, a grossa e quente pressão da cabeça de seu membro sondava sua entrada.

Jaci reteve sua respiração e se arqueou para ele com um grito. Seu duro peito a pressionava contra o carro enquanto suas pernas empurravam abrindo mais as dela, e um segundo depois um duro e forte impulso o enviou arpoando dentro das famintas profundidades de seu corpo.

Ele se tranquilizou quando esteve agasalhado em seu interior. Suas calosas mãos a sustentavam no lugar enquanto controlava seus movimentos e seus dentes mordiscavam seu ombro nu.

Ela notou que, de algum jeito, ele tinha conseguido colocar uma camisinha. Como conseguiu o domínio para fazê-lo, ela não podia imaginar, pois podia sentir o incontrolável desejo assolando ao redor deles.

—Está apertada e quente ao meu redor. — grunhiu contra seu pescoço— Estar dentro de você é como estar me queimando vivo de prazer.

Suas unhas arranhavam o capô do carro, enquanto ela tentava agarrar algo. Moveu-se atrás dela, esfregando-se de encontro a ela, acariciava seu interior quando sentiu um grito dilacerador saindo de seus lábios.

Não havia prazer que pudesse comparar-se a este. Nada, Jaci sabia, podia enchê-la, física e emocionalmente, como Cam a enchia.

—Estou te abraçando agora. —Seus braços estavam debaixo dela, suas mãos cavavam seus sensíveis seios, seus dedos agarravam seus mamilos e enviavam flechas de sensações disparadas a seu útero— É assim que quero te abraçar, Jaci. Tão perto de mim, tão apertada, você é uma parte de mim.

Ela virou a cabeça até que sua bochecha se apoiou contra o capô do veículo, ofegando por respirar e lutando por agarrar-se a um arremedo de sanidade, enquanto seu corpo se sacudia debaixo dele.

—Sente quão apertado te abraço? —Ele se flexionava em seu interior quando seus lábios passeavam em seu ouvido— Assim é como quero te abraçar. Me envolver ao seu redor até que não saiba onde você termina e eu começo.

Estava envolto ao redor dela, seus braços abraçando-a, suas poderosas coxas e pernas rodeando as dela, sua cabeça em seu pescoço. Rodeando-a com o prazer, enchendo-a com ele.

A involuntária contração de sua vagina ao redor da grossa intrusão de seu membro, e os sutis golpes de seu membro profundamente dentro dela, arrancaram um gemido de sua garganta.

O palpitar e a carícia da grossa cabeça de seu membro dentro dela estava conduzindo-a à loucura. Ela queria os duros golpes, as furiosas estocadas. Essa suave carícia em seu interior, onde estava mais sensível, estava voltando-a louca.

—Eu adoro como me abraça aqui. —Ele mordiscava sua orelha, meteu-o em sua boca, e acariciou a pequena curva.

Jaci o olhou, aturdida de prazer, os olhos bloqueados com os dele quando sua cabeça se apoiou junto à sua, seus lábios tocaram os dela.

—Está me torturando. — exclamou, sem fôlego, lutando para mover-se, forçando-o a lhe dar aquele último golpe de sensação necessário para lançá-la sobre o final.

—Estou te amando. —Ele agarrou seu lábio inferior antes que pudesse responder, mordiscou-o, lambeu-o.

O verde gelo de seus olhos era fogo agora, queimando com prazer, com fome.

—Então faça-o. —Ela sussurrou quando ele alcançou seu lábio e o lambeu outra vez— Me foda, Cam.

—Suave e fácil? —Ele girou, puxou para trás, e logo deslizou dentro dela com tal destrutiva facilidade que queria gritar com a força do êxtase que ricocheteou em seu interior.

—Ou duro e rápido?

Sustentou seus quadris e golpeou em seu interior. Suas costas arqueadas, submetida, ela gritava seu nome e um segundo antes que as chamas a consumissem, ele se deteve.

Ele parou. Apenas acalmou seu interior e fez aquela carícia que a deixou tão louca. Ah Deus, se não se movesse, se não estocasse em seu interior, ia morrer! Ela podia sentir-se sacudindo de dentro para fora. Queimando, flamejando. Estava tão se desesperada pelo orgasmo que ela arranhou o capô do carro de novo.

—Fácil carinho. —Suas mãos apanharam as dela, as sustentando quietas— Vamos jogar um pouco. Ver o que você gosta. Ver quanto você gosta. —Ele se puxou para trás e golpeou em seu interior. Uma vez. Só uma vez.

—Não. OH, Deus! Maldito, Cam! —Ela lutou por empurrar contra ele, para encontrar o incrível, maravilhoso prazer de segundos antes.

—Ahh, o meu bebê gosta de duro e rápido. —cantarolou— Tudo o que queira Jaci. Tudo o que tem que fazer é me dizer isso.

—Rápido. Rápido. —Ela queria gritar as palavras— Caralho, Cam, foda-me. Duro. Rápido.

Sustentou suas mãos. Seus lábios tocavam o dela. E seus quadris se moviam. Duro. Rápido. Estocava em seu interior, enviando prazer que gritava através de suas terminações nervosas e o orgasmo pelo qual tão desesperadamente ela lutou, explodiu através de seus sentidos.

Uma onda de enlouquecedor prazer varreu através dela, apertando-a, liberando e explodindo de novo em um furioso varrido de êxtase.

Ela era consciente dele estremecendo-se atrás. A sensação de sua ereção vibrando, seu orgasmo varrendo sobre ele. E, por um segundo, odiou essa maldita camisinha. Ela queria senti-lo explodindo dentro dela. Senti-lo tomando-a, marcando-a como nunca tinha tomado a outra mulher.

Mas ainda mais, necessitava que a abraçasse.

 

Ele a levou para o banho, e debaixo do chuveiro de água quente, a abraçou, amando-a lento e fácil. E sentiu algo romper dentro dele.

Tinha sonhado com esta mulher. Ela o abraçava durante toda a noite da única forma em que havia lhe permitido. Ela tocava seu corpo, mas era mais que isso, tocava sua alma.

Assim como o fez há muitos anos. Ela não era mais que uma menina quando o encontrou, e ele estava quebrado. Mas havia algo a respeito dela. “Me espere, Cameron. Vou crescer e vou fazer que todas as coisas más se afastem.”

Ele apertou seus dentes para conter a emoção que se estendeu através dele. Porque ela tinha levado as coisas más o suficientemente longe para que ele tivesse encontrado a força e a coragem para fazer o que tinha que fazer.

—Você faz com que todas as coisas más se afastem. — sussurrou em seu cabelo molhado quando a abraçou.

A água caía sobre eles, lavando seu cabelo, ao longo de suas mãos quando ele acariciava suas costas nuas, derramando-se sobre o chão por debaixo. Abraçava-a da forma que ele queria abraçá-la, sempre. Toda. Como um escudo protetor entre ela e qualquer ameaça.

Ele sentiu seu sorriso contra seu peito, uma curva agridoce de seus lábios que o fez beijar a parte superior de sua cabeça, enquanto apertava os olhos fechados em sua agonia.

—O grande irmão mau Falladay. — ela sussurrou contra seu peito— Todo mundo pensava que devia ter medo de você.

Eles tinham tido boas razões para ter medo dele. Tinha vivido no inferno e tentou tirá-lo sobre qualquer punho desejoso que enfrentasse a ele.

—Não me assustava. Não podia permanecer longe de você. —Ela suspirou— É como uma droga. Uma amostra de você, Cam, e tudo o que faço é ansiar por mais.

—Permaneceu longe sete anos. —Ela tinha se afastado e ele o tinha permitido. Porque tinha necessitado a distância, precisava reter os segredos que ele sabia que ela exigiria.

Ela levantou a cabeça de seu peito quando sua mão tocou sua bochecha.

—Isso foi só pelo esforço monumental.

Ele a conhecia, conhecia que a variedade de olhares de seus olhos, suas expressões, sua tenacidade e suas lealdades.

—Afastou-se porque tinha medo, mas não estava assustada pelo que queria de você, entretanto.

Eles iam terminar isto, agora. Ela poderia protestar até que o inferno congelasse, mas os Roberts eram uma ameaça para ela e essa ameaça não ia continuar. Ela não tinha que lhe dizer o que eles lhe tinham feito, sua imaginação era o suficientemente boa. Isso era tudo o que necessitava.

Ela se afastou dele e saiu da água. Puxou uma toalha do gancho da parede e se secou rapidamente, negando-se a olhá-lo.

O desafio deliberado era como um fósforo no pavio. Podia sentir a onda de dominação queimando-o agora. Tinha perdido o controle desta situação e desta relação, e já era hora voltá-lo atrás. Se não, então todo o controle ia estar perdido, e maldição se permitia que acontecesse.

—Como sabe que não estou assustada do que quer? —Ela deu de ombros, enquanto secava seu cabelo, lhe ocultando sua expressão— Sabe, nem todos os dias um homem quer te compartilhar com seu irmão.

Só de ouvir as palavras de sua boca, fez seu membro contrair bruscamente de antecipação.

Ele não esqueceu essa necessidade, ao contrário, sabia que era a razão pela qual as lembranças estavam rasgando-o com brutal precisão ultimamente. Os sonhos, as necessidades, eles desgastavam seu controle e debilitavam as barreiras que havia entre ele e o mundo.

—Também não é todos os dias que tem gêmeo como um amante, entretanto. —disse a ela.

Ela riu com isso, como ele sabia que o faria. Cam sentiu um sorriso curvar seus lábios, sentiu uma parte de seu coração aliviar-se com o som.

—Conheci a um montão de gêmeos, Cam. — lhe informou— Você e Chase são os únicos que compartilham suas amantes. Não é exatamente natural.

Ele puxou a toalha de seu cabelo e inclinou sua cabeça para roubar um beijo antes de usá-la para secar-se e lhe sorriu impenitentemente.

—Talvez sejamos especiais. — estalou.

—Talvez esteja muito decidido a me ter só a sua própria maneira. —Ela se afastou dele, seus dedos percorrendo através de seu cabelo molhado até curvá-lo ao redor de sua cabeça em suaves ondas úmidas.

—Determinação é meu segundo nome.

—Não, não é. É James. —riu da porta— Sei, porque perguntei a Chase anos atrás.

Ela saiu às carreiras da porta quando ele jogou a toalha como se pensasse apanhá-la. Sua risada correu através de sua corrente sanguínea tão quente e excitante, como fazia com seu toque.

Fechou os olhos, satisfeito. Ela estava aqui com ele. As coisas poderiam não ser tão fáceis como ele gostaria que fossem, como ela queria que fosse, mas ia funcionar. Tinha que se assegurar de que funcionassem, porque enquanto ela estivesse com ele, ele não retornaria aos dias tristes e vazios que tinha conhecido antes que ela chegasse a sua vida.

Enquanto caminhava pelo corredor até o closet que aguardava sua roupa, a escutou dizer que Chase estava ali. Ele sorriu à ira em sua voz. Evidentemente, Chase tinha chegado quando ela estava correndo nua dele.

Vestindo-se rapidamente, deixou o banheiro e olhou para o quarto onde a luz permanecia no closet do outro lado do dormitório. Que tempo uma mulher levava para escolher um traje para usar em casa?

—Ian ligou quando eu estava a caminho de casa. —Chase estava tirando uma cerveja da geladeira quando Cam se aproximou.

Agarrou a garrafa que seu irmão lhe lançou e a abriu. Levantou-a aos seus lábios, Cam o olhava, vendo o cuidadoso controle, a irritação que Chase não se incomodou em ocultar.

Estava ainda irritado pela discussão no escritório, e Cam sabia. Chase não deixava passar as coisas com facilidade, e vinha sondando Cam por mais de um ano, decidido a descobrir o que tinha ocorrido em sua juventude.

—O que quer Ian?

—Teve um visitante depois que fôssemos. —Chase deu de ombros antes de levantar sua própria cerveja e tomar um comprido gole.

—Quem era o visitante, Chase? —finalmente perguntou paciente. Chase podia ser um bastardo, quando estava irritado.

Os lábios de Chase aplanados quando olhou para o quarto.

—Era Roberts. Parece que o filho da puta acha que Ian deveria despedir Jaci em troca da modificação naquela lei de divisão em zonas, que Ian solicitou em uma de suas propriedades. Sua mulher parece ter certa influência em um dos membros do conselho de divisão em zonas.

Cam terminou sua cerveja antes de atirá-la na lata do lixo ao lado da ilha da cozinha.

—O que lhe disse Ian?

—Mandou-o se foder. — grunhiu Chase— Mas o bastardo cometeu o erro de aborrecer a Courtney antes que Matthew pudesse comunicar a Ian que ele estava ali. Evidentemente, Courtney estava chingando em espanhol quando Ian chegou ao vestíbulo.

Cam gesticulou.

—Isto pode ficar feio.

—Sebastián estava lá durante a reunião com Ian. Roberts realizou uma verificação de antecedentes sobre ele, e fez algumas sutis ameaças, evidentemente, onde Do Lorents está envolvido. Sabia que a Espanha tem uma máfia? Parece que Sebastián acha que Roberts poderia encaixar perfeitamente com eles.

—Cada país tem uma máfia. — disse Cam, quando empurrou, com frustração, seus dedos através de seu cabelo— Então, qual é a impressão de Ian a respeito?

—Os Roberts têm medo. — disse Chase— Eles não podem utilizar intrigas para livrarem-se dela, porque, evidentemente, ninguém deu a mínima para as merdas que falaram este mês.

Cam jogou uma olhada para o dormitório.

—Chegaram os relatórios finais sobre os Roberts? —Perguntou a Chase. Chase sacudiu a cabeça.

—Quase todos. Não temos nenhuma prova dos rumores que ouvimos a respeito de alguns de seus jogos. Sua secretária não está falando, mas é um pouco arrogante, para sua posição. Os empregados não estão tempo integral na mansão ou no apartamento de cobertura, assim não fomos capazes de conseguir toda a informação ali.

Cam esfregou seu queixo, seus olhos reduzindo-se quando deixou dar voltas ao problema em sua mente. Qualquer um guiado pelo medo tinha uma fraqueza, ele sabia isso. Não havia nenhum jeito de deixar tudo tranquilo, a menos que derramasse sangue. E mesmo assim haviam riscos envolvidos.

—Voltemos por mais. — disse finalmente, tranquilamente— Tiveram convidados noturnos antes; comprovaremos seus antecedentes, veremos se têm algum fantasma em seus armários. Se não conseguirmos algum lixo sobre os Roberts com a investigação que fizemos sobre eles, então a encontraremos aí.

Chase sacudiu a cabeça.

—Fiz isso. Umas poucas festas caseiras, alguns amigos íntimos que saíram completamente limpos. Os Roberts, estão fodidamente limpos, isso está me fazendo adoecer. Inclusive mantém amigos adolescentes durante o verão ou em feriados, para lhes permitir uma aprendizagem com Richard. Para acompanharem a rotina do congressista.

Cam sentiu um calafrio percorrer sua coluna vertebral. Cresceu ainda, baixou a cabeça, os olhos queimando sobre o ladrilho do piso. Isso foi tudo. Era o que estavam deixando passar.

—Moriah Brockheim permaneceu várias semanas com eles, não é certo? — ele, refletiu enquanto se afastava de seu irmão, pensando.

—Sim? Moriah está limpa, Cam. Eu mesmo a investiguei.

Voltou-se para Chase, e seus olhos se entrecerraram sobre seu irmão.

—Faça-o de novo. Quando estava procurando por Jaci na festa ela estava entrando furtivamente no escritório privado de Brockheim, e Moriah não estava no bufê ou no salão de baile.

Ele esfregou a parte de atrás de seu pescoço e olhou para o dormitório de novo.

—Estão tramando algo.

Com certeza estavam. Infelizmente sua cabeça esteve tão cheia de necessidade e lembranças de uma ruiva, teimosa, que acabou cometendo o erro de deixar essa informação passar.

—Moriah está limpa, Cam. — Chase sustentou uma vez mais, sua voz impaciente— Diabos, ela é malditamente tenaz, mal nos cumprimenta com um aceno de cabeça, por causa de nossas reputações.

—Então, por que ela estava encontrando-se com Jaci em segredo? —Perguntou-lhe Cam— E por que Moriah tornou-se um contato de Jaci? Jaci passou um mês em sua cabana, supostamente sozinha, e não tinha nenhum outro contato com os Brockheim. Entretanto, sua familiaridade com Moriah é o suficientemente próxima para que a garota a encontrasse no escritório privado de seu pai? Isso não faz sentido para mim.

Os lábios de Chase se franziram pensativamente quando seus olhos se estreitaram, logo assentiu lentamente.

—Vou cuidar pessoalmente disso. — lhe disse— Até lá, precisamos encontrar uma maneira de combater Richard e Annalee.

Cam sacudiu a cabeça de novo.

—Eles estão assustados, e não chegaram a nenhuma parte com Ian e Courtney. Virão atrás de Jaci agora.

No minuto em que disse as palavras outros detalhes se juntaram, encaixaram em seu lugar e ele se sentiu apertado por uma raiva violenta.

Os acidentes: um assalto na Inglaterra, os freios defeituosos na Itália, e uma tentativa de invasão a um quarto de hotel em Nova Iorque. Muitas coincidências e supostos acidentes.

—Preciso das investigações sobre aqueles acidentes de novo. — disse, fazendo com que Chase o olhasse com nascente compreensão— Os relatórios completos, incluindo os relatos de testemunhas oculares. Falar com o Sebastián e Courtney sobre o assalto. Eles estavam ali.

—Acredita que estão tentando matá-la? —Chase perguntou cuidadosamente— Diabos, fariam um trabalho melhor que isto, Cam. Têm o dinheiro e provavelmente as melhores conexões.

—Também todos sabem que há ressentimento entre eles. — Cam lhe recordou— Jaci está jogando serena. Sua reputação é de pureza, honestidade e moderada elegância. Nem sequer há rumores de um amante. Venceu-os com seu silêncio, e ela sabe algo. Certamente é uma coisa grande. Mas algo de que não tem nenhuma prova. Não podiam destruir sua reputação, então estão tentando tirá-la.

—Eles utilizariam a alguém que conhecem e confiam. — disse Chase— Alguém que seja cuidadoso, e tenha a certeza que não será capturado, caso seja, não diga que os Roberts estão envolvidos.

Cam assentiu lentamente, mas a raiva estava crescendo dentro dele. Estava tenso, rígido com a necessidade de matar. Tinha tentado deixar o assassino enterrado, quando se afastou das Forças Especiais. Prometeu-se que não daria lugar a essa escuridão dentro dele nunca mais de novo.

—Precisamos cobri-la, então. —A voz de Chase era firme, sua expressão selvagem— Ela não é exatamente previsível quando decide que quer fazer algo.

Tinha um péssimo hábito de pegar emprestado o automóvel de Courtney ou Ian e dirigir-se às lojas da cidade, ou a outros escritórios para consultar a parceiros de negócios sobre específicas áreas de desenho. Mantê-la sobre custódia era difícil.

—Vou informar a Ian.

Chase foi o primeiro a olhar para o dormitório.

—Mantenhamos Courtney na escuridão. —advertiu Cam, abrindo cuidadosamente seus punhos quando ouviu Jaci movendo-se ao redor do dormitório— Mantenhamos isto tranquilo até que possamos conseguir algo. E consigamos à garota Brockheim. Há algo ali, eu simplesmente não sei o que ainda.

Podia senti-lo agora. As peças começaram a encaixar e a vida de Jaci começou a passar diante de seus olhos, deu-se conta do que não quis saber, que ela esteve em problemas e não tinha ido até ele.

Maldição, ela sabia que a protegeria. Ela sabia que morreria antes de permitir que alguém a machucasse.

E ela não tinha ido a ele, não tinha solicitado sua ajuda. Isso não ocorreria novamente. Ia atá-la tão perto, tão apertada ao seu lado, que não poderia respirar sem sua ajuda.

—Os dois olham de maneira muito séria. —Jaci caminhou para sala aberta com um balanço deliberadamente provocador, seu tom divertido, seus olhos cheios de calor quando se aproximou do Cam— O que vamos jantar? Tenho fome.

Ela chegou e beijou Cam rapidamente na bochecha, antes de olhar, carrancuda, entre ele e Chase.

—Nada de brigas esta noite, vocês dois. Uma ao dia é suficiente.

—Ele as começa. — lhe recordou Cam, mais para distrair sua pequena mente muito perspicaz que por qualquer outra razão.

—Não deixe que a engane. —disse Chase— Escolheu ao irmão errado, Jaci. É como um urso com uma ferida na pata, tentando ocultar a ferida.

Não era mais que a verdade, mas desta vez não era importante.

—Que tal um jantar no Carlyle's? —Cam sugeriu— Eu, você e Chase. Nenhum de nós tem que cozinhar jantares de TV ou cereais. Fazemos grandes delivery, entretanto.

Ela pensou nisso, quando tirou uma garrafa de água da geladeira e se voltou para eles.

Jaci viu a surpresa que Chase rapidamente tentou ocultar, e imaginou que talvez não fosse a reação que tinha esperado de Cam, depois de seu deliberado golpe sobre a ferida na pata. Era uma pequena surpresa para Jaci também. Cam era usualmente mais conflitivo, menos disposto a permitir que seu irmão tivesse a última palavra em qualquer discussão.

—Carlyle’s parece ótimo. — assentiu— Acredita que Ian e Courtney aceitariam nos encontrar lá? Tenho algumas idéias que me ocorreram enquanto estava me vestindo. Eu gostaria de discutir com ela.

—Tenho medo de vocês duas no mesmo lugar. Isso é como pôr uma ordem de problemas, muito mais que só desejá-la. — admitiu Chase, sua voz divertida, embora Cam visse o frio e firme propósito nos olhos de seu irmão quando o olhou.

Jaci era um pedaço de seu passado, seu passado comum. Chase cuidava dela, queria-a, mas ambos sabiam a quem pertencia. Nesse único momento, com um olhar compartilhado, Cam podia sentir a determinação de seu irmão a protegê-la também.

—Gatos medrosos. — os acusou com uma risada, quando Chase se virou para ela— Somos só mulheres. O que poderia acontecer?

—Um montão de confusão e dores de cabeça? —Chase sugeriu ligeiramente enquanto a empurrava contra seu flanco para um rápido beijo em sua testa. – Mas tudo bem, afinal somos homens de verdade. Nós adoramos o perigo. Não adoramos Cam?

Cam sentiu mais que raiva queimando-o agora. Jaci não era consciente disso, mas no momento em que Chase a tinha puxado para os seus braços ela se abrandou, ajustando-se a ele por um só segundo, antes de enrijecer e sair de seus braços.

—É obvio que Cam ama o perigo. — ela informou a ambos, seu sorriso um pouco nervoso agora— Ele sempre está tentando de me zangar. Isso o demonstra.

Ela não estava zangada, estava excitada. Cam a olhava cuidadosamente, consciente do conhecimento em seus olhos, conhecendo sua própria excitação, tão bem como a sua.

Chase riu com a declaração.

—Ligarei para reservar, e falarei com Ian e Courtney antes de tomar banho. Encontrarei-os aqui em uma hora.

Antes de dirigir-se às escadas, Chase deixou seu persistente olhar nela. Um olhar acalorado e intenso lhe assegurando exatamente o que sua mente estava imaginando.

Então ela surpreendeu a ambos. Deliberadamente provocadora, divertida, e um pouco brincalhona, ela franziu seus lábios em um beijo silencioso, antes de girar e afastar-se rapidamente de Cam com uma risada.

—Se for ao Carlyle's, preciso de um vestido e maquiagem. — lhes informou— Anda logo, Chase, o tempo está correndo. Estarei pronta em uma hora. —Ela se virou, olhou a ambos, e disse:— E, rapazes, tenho fome.

 

Chase sabia exatamente por que Cam tinha escolhido o Carlyle’S. Invariavelmente, se os Roberts estavam na cidade e não haviam festas esperando, eles ostentavam a corte no restaurante do tio materno de Annalee.

Ele conteve sua preocupação depois de conversar com Ian, mas teve que admitir que a volta da temeridade de Cam estava começando a preocupá-lo.

Não tinha sido assim em anos. Desde sua volta dos militares, e quando começaram a compartilhar suas amantes. Como se ele necessitasse uma saída, algo para derramar dentro todas essas trevas. E os perversos jogos que jogavam com suas mulheres haviam provido essa saída.

Jaci, doce, inocente Jaci, estava amarrada no jogo, e estava empurrando Cam. Chase podia senti-lo.

Mas não podia culpá-la, tampouco. Ela não era uma mulher que ia para cama com um homem com facilidade, Então ceder ante os desejos mais extremos de Cam seria mais difícil para ela.

Estava lutando contra sua curiosidade, também. Ele e Cam podiam vê-lo, senti-lo. Ela estava lutando por Cam, e embora Chase lhe desse um A pelo esforço, não teve grandes esperanças que seu irmão voluntariamente dissesse a um deles o que tinha acontecido anos atrás. Quando entraram no Carlyle's com Chase diante deles, Jaci no centro e Cam as suas costas notou os conhecedores olhares que receberam.

O clube de Ian era seguro, mas havia uns poucos membros que eram conhecidos por sua participação. Não muitos deles, só uns poucos, aquilo que por vontade serviam de fachada para o clube e afastavam a atenção dos membros casados.

Os antepassados do Ian tinham conhecido as intrigas e a sociedade. Tinham aprendido que a maneira mais eficaz da clandestinidade era uma atitude clara. Dar à ávida piranha algo no que fechar-se e outros poderiam passar desapercebidos.

Cam e Chase não tinham problemas com outros sabendo quem e o que eram a um ponto. Eram membros do clube de Ian, mas eram também membros de vários clubes de homens que eram tão sérios e fechados como qualquer outro criado. Clubes apoiados sobre a riqueza ou posição, e uma clientela que se beneficiava de determinadas áreas, de que eles alimentavam. Nenhum destes clubes se apoiava na sexualidade. Ele e Cam evitavam os clubes apoiados no sexo como uma praga. Eram contraproducentes e davam um maldito trabalho.

—Ian, Courtney. —Chase assentiu para eles enquanto o garçom lhes mostrava a mesa privada que Chase tinha reservado.

—E eu que pensei que a noite seria aborrecida. —O sorriso de Courtney era largo quando olhou através da habitação onde Richard e Annalee Roberts estavam atualmente ostentando a corte no centro de uma larga mesa.

—Prometeu-me ser boazinha, Courtney. — Ian a olhou pela canto de seus olhos, mas Chase viu a cuidadosa ira depositada ali.

Não estava satisfeito com a informação que Chase lhe tinha passado, e Chase sabia que agora estaria trabalhando para assegurar isso, não importaria qual fosse a relação de Jaci com o Cam, os Roberts nunca a tocariam de novo.

Ian não necessitava provas, tudo o que precisa era sua própria certeza com a qual ir à comissão punitiva.

Ele e Cam necessitavam mais, entretanto. Proteger Jaci não só dos Roberts, mas também de si mesma. Porque ele estava malditamente convencido que Cam tinha razão: Jaci estava tentando cuidar de tudo isto por sua conta.

Ele olhou ao Cam e, logo a Ian. Esse olhar compartilhado lhe assegurou que eles estavam de acordo. Era tempo de neutralizar aos bastardos. Ninguém, mas ninguém mesmo, atacava um dos empregados de Ian, e especialmente uma empregada mulher. Eram uma família. Estavam sob seu cuidado. Sob todos os seus cuidados.

Jaci viu o olhar compartilhado entre os três homens, e jogou uma olhada a Courtney. Ela estava olhando aos Roberts, seu olhar piscando para eles a cada poucos segundos antes de murmurar uma maldição em espanhol sob seu fôlego.

—O que aconteceu? —Jaci manteve sua voz baixa, mas sentiu Cam tenso na cadeira ao seu lado, justo quando Chase se sentava no outro lado.

Ela viu o olhar de Courtney piscando sobre os dois quando Ian a olhou com diversão.

Os lábios de Courtney apertados juntos quando o garçom colocou a água e Ian ordenava vinho. Quando ele se retirou, inclinou-se mais perto de Jaci e sussurrou.

—De quem foi a idéia do Carlyle's?

Jaci assinalou ao Cam com uma sutil mudança de seu dedo.

—Me lembre de te fazer pagar por isso. —Courtney o olhou.

—Estou boiando no assunto. —Jaci sorriu— Que, diabos, está acontecendo?

—O bastardo se atreveu a ameaçar Ian e Sebastián. — disse Courtney irritada, ignorando o olhar de advertência de Ian— Chase deveria ter te dito isso. Estou segura que Ian o informou.

Seu tom era mais grosso e seus olhos brilhavam com ira.

—Às vezes são negligentes para me dizerem coisas. — Jaci lhe disse calmadamente— Discutirei isso com eles mais tarde.

Courtney sorriu ante isso, o brilho em seus olhos trocando a um de imensa satisfação, enquanto olhava aos gêmeos.

—Vejo que não encontraram ainda o lado errado de seu sapato, isso até o momento.

Jaci só sorriu, mantendo cuidadosamente seu olhar entre Chase e Cam quando o garçom voltou com o vinho.

Ela ruminava sobre suas evidentes maquinações. A pura arrogância em trazê-la aqui só a incomodava como o demônio e, ela admitiu, preocupava-a profundamente. Cam se tinha mostrado disposto a deixar o tema dos Roberts mais cedo, exatamente como ela o tinha desejado. Necessitado. E Richard tinha destruído isso.

Ameaçar o Sebastián não era uma boa idéia, e era óbvio que tinha zangado à mulher errada quando irritou Courtney. Jaci conhecia Courtney. O ardente temperamento poderia tornar-se brutalmente frio e vingativo.

Eram Cam e Chase que lhe preocupava agora. Eram… furtivos. Perigosos. Ela pôde ver e sentir neles agora, o que não havia visto e sentido mais cedo essa noite. Não havia observado. Cam era perito em ocultar sua irritação quando necessitava. Isso o fazia mais perigoso, e tinha a sensação que poderia fazê-lo mais desumano.

Tudo o que necessitava agora era isso, Cam em um humor desumano enquanto Richard e Annalee estavam na mesma habitação.

Ela bebeu seu vinho enquanto esperavam a comida, conversando com Courtney e Ian, e fazendo o melhor que podia para ignorar Cam e Chase. Era difícil, porque ambos insistiam em flertar com ela.

Depois do jantar, a pista de baile do outro lado da sala obscureceu e as inquietantes melodias da banda sussurraram ao redor deles.

Chase se inclinou para perto.

—Dança comigo? —perguntou.

Ela respirou ante o pensamento. Não tinha nenhum desejo de dançar com nenhum deles. Queria sair dali tão rápido quanto fosse possível, antes que anos de planejamento fossem destruídos.

Sabia o que tinha que fazer para arrancar as garras dos Roberts, e foi um azar que Cam e Chase tivessem que estar aqui na Virgínia, ao mesmo tempo. Ela tinha que ter prestado atenção ao aviso de avanço que fizeram nas ultimas semanas, pensou furiosamente.

—Pode dançar comigo ou pode dançar com o Cam. — disse então. — E ambos sabemos como Cam se transforma quando tem perguntas, não amor? Estará num inferno muito melhor comigo.

Ela o olhou furiosamente, ele agarrou sua mão e a puxou para fora da mesa. Para não causar uma cena em público, não teve outra escolha além de segui-lo.

—Isto se chama à força. — assinalou, cuidando de manter sua voz baixa, quando a puxou contra seu peito e segurou sua mão com a dele.

Ele grunhiu ante a acusação.

—Chama-se a melhor parte da coragem. —argumentou— Cada vez está ficando mais tenso pela situação. Melhor lhe dar algo a centrar-se por um tempo, alguma coisa além de Richard Roberts.

E estava centrado nela. Podia sentir seus olhos acariciando-a, e quando capturou uma visão disso, deu para ver sua expressão golpeando com uma sutil sensualidade. Ele não tinha nenhum problema em vê-la nos braços de seu irmão, isso era uma certeza. E o aceitou para ela. Resultou-lhe suficiente para que deixasse seu corpo depravado, deixasse-a dar-se a ele.

Sentiu sua ereção pressionando contra a suave seda que cobria seu ventre.

Moviam-se pelo salão e ela olhava ao Cam. Ele a olhava, as sombras movendo-se ao redor dele, intensificando a fome nos olhos.

—Ele a olha como um lobo a sua companheira. —Chase murmurou em seu ouvido— Ele sempre o fez, Jaci. Desde que tinha dezesseis anos e arrastou seu traseiro fora daquela primeira festa. Sabia que cada vez que sua licença estava acabando ele sempre me fazia jurar te proteger?

Ela sacudiu a cabeça. Não podia afastar seu olhar de Cam. Ela não queria. Aqui, podia sentir o duro corpo de Chase contra o seu, sua excitação esquentando o ar ao redor dela, e as necessidades de Cam alcançando-os.

Enquanto Cam olhava, a música trocou. A suave e lenta melodia se converteu em mais rápida, quase latina, uma sexual combinação de música enchia o ar.

E ele sabia o que estava por vir. Apertou seus dentes, seu corpo tenso enquanto Chase puxava Jaci para seus braços e a balançava em um sensual ritmo de roce de quadris. Um baile simples, mas sexual, sexy. Voltou-a para ele, contra ele. Seus quadris balançando-se, esfregando-se nos de Chase e Cam sentia endurecer seu membro em suas calças.

Chase amava a dança latina, e Cam sabia que Jaci adorava dançar. Sua expressão se tornou sensualmente distante. Seu olhar se fixava no dele sempre que era possível, seu corpo se movia e ela provocava.

Ela estava provocando Chase. E também a ele.

Jaci sentiu o sangue golpeando em suas veias quando as mãos do Chase escorregaram por seus lados e para cima. A ponta de seus dedos, escovavam as arredondadas curvas de seus seios e logo se deslizavam a seus quadris, girando-a, capturando-a. Ele a empurrou para um lado, para o outro, seu ventre esfregava na sua ereção com cada balanço de seus quadris. Ele levantou seus braços com os dele, girando-a de novo, trazendo-a de volta a seu peito e lhe fazendo algumas provocações.

Ela esfregava seu traseiro contra ele, olhava a Cam, e lhe permitia olhar, conhecer seu prazer. Com cada olhar, com cada movimento de seus quadris lhe dava uma sensual visão dos prazeres que eles compartilhavam, lhe permitindo ver seu prazer, deixando-o vivenciá-lo.

Seu olhar nunca deixou o dela, sua expressão nunca fraquejou em sua demanda sensual e sexual.

Quando Chase a girou de novo, enlaçou seus braços ao redor de seu pescoço, a música trocou uma vez mais, mais lenta, um sussurro de sexo e um batimento de luxúria. Moveu-se contra ele, para frente, para trás. Quando olhava em seus olhos, viu os de Cam. Quando enterrou suas mãos, em seu suave cabelo negro, era o do Cam. Ela tocava a Cam, e desejava esse tão sexy, tão escuro irmão dele.

—Sabe o que está fazendo? —Seus lábios murmuraram enquanto a olhava— Cam vai estar louco por você, Jaci.

—Isso é o que estamos fazendo. — admitiu, olhando sobre seu ombro, vendo o sombrio rosto de Cam, seus olhos, brilhantes e iluminados com fome malvada.

—Não é a forma de obter o que está procurando. —Suas pestanas ondeavam quando seus lábios tocavam seu pescoço. O prazer era uma cascata de cores atrás de suas pestanas fechadas, era uma dor, uma necessidade, era o pensamento de um homem e seu toque, e o conhecimento de que outro homem podia estimular seu prazer também.

Quando olhou de novo para Cam, o viu em movimento, caminhando a passos longos para eles, sua expressão escura, proibida, atada com luxúria e com necessidade.

Chase parou, deu-lhe um sorriso zombador, e Cam tomou-a em seus braços. Suas mãos se apoderaram de seus quadris quando o ritmo da música se voltou mais lento, mais sensual. Era como fazer o amor em público. Era como tocar e ser tocado, finalmente tinha uma parte dele, só para ela.

Ele olhava em seus olhos, abraçava-a, seduzindo, balançando-se com a música, e Jaci se sentiu ardente por ele.

—Eu te amo, Cam.

Sua expressão mais hermética, os olhos obscurecidos.

—Eu te amo, Jaci. —Puxou-a mais perto, apoiando sua cabeça sobre seu peito, amarrando-a, movendo-se com ela— Te amo.

 

Assim que retornaram à mesa, Jaci e Courtney fugiram para o banheiro das mulheres. Ela não ignorava o fato de que Cam as seguiu até entrarem no banheiro. Estava vigiando-a, protegendo-a. Foram-se todos os seus planos ao inferno, e ela sabia.

Fazendo uso das instalações, Jaci e Courtney retocaram a maquiagem, esperaram e observaram até que um dos poucos compartimentos ocupados na habitação se desocupasse.

—Que diabos, está acontecendo, Courtney? —sussurrou quando a última mulher empurrava a pesada porta de carvalho.

—Não sei Ian não me diz tudo. —Ela gesticulou— Tudo o que sei é que Chase ligou, e logo Ian se retirou a seu escritório sem mim. Nega-se a me dizer o que conversaram, mas está muito preocupado. Suponho que tenha algo a ver com esses, detestáveis, Roberts.

Courtney inclinou seu quadril contra o mostrador. A seda de cor vermelha profunda radiante, e as rendas do vestido que usava combinavam com sua pele morena e seu cabelo comprido. Ela resplandecia tão malvada e selvagem como era, até que olhou Jaci aos olhos de novo.

—Jaci, algo não anda bem em toda esta situação. — sussurrou Courtney— O que está fazendo, não pode fazê-lo sozinha. Cam simplesmente não vai permitir. —Ela não tinha uma opção exceto fazê-lo sozinha.

Sacudindo a cabeça, verificou sua aparência uma vez mais, suas mãos baixaram brandamente pelo pequeno vestido negro que vestia, e pensava no homem esperando do lado de fora por ela.

—Eles estavam agindo estranhamente depois que Chase chegou em casa. —admitiu— Pensei que fossem brigar, de novo.

—Eles sempre brigam. —Courtney agitou seu braço com um golpezinho rápido de seus dedos— Chase sempre empurra Cam por respostas e Cam sempre o zanga por negar-se. Isto é normal, por isso Ian diz. Mas está um pouco mais agora, Jaci. Sobre tudo esta noite. A atitude de Cam me faz recordar as histórias que Ian me contou, que Chase relatou a ele, de quando Cam estava nos militares. Era implacável. Ele tem esse olhar em seus olhos esta noite.

Sim tinha. junto com a fome estava a enorme ira que tinha visto só uma vez ou duas vezes, e foi suficiente. Era selvagem, e sempre dirigida para a mesa dos Roberts.

Não podia ter descoberto a verdade daquela noite. Os Roberts e seus polidos e porcos secretários certamente não teriam contado, e ela sabia que Moriah nunca o diria. Não havia uma pessoa que conhecesse, nenhuma outra via para que Cam e Chase soubessem a verdade. E se eles soubessem, não estariam vigiando-a como cães de guarda, teriam levado os Roberts à parte.

—Maldição, Courtney preciso saber o que acontece! —sussurrou ferozmente— Tenho meus próprios planos, minha própria forma de tratar com isto. Mas tenho que fazê-lo direito.

—Boa sorte. — disse Courtney, com uma careta de irritação— Estes homens, uma vez que se juntam, não me dizem nada. Ian é o pior. É pior que um molusco. Nega-se a abrir a boca e me dizer as coisas que desejo saber.

Jaci quase riu disso, quase, porque agora mesmo, o silêncio de Ian estava tornando mais difícil ela cuidar das suas próprias coisas. Ela tinha que saber o que Cam sabia.

—Se ouvir algo, você me conta? —Jaci lhe perguntou.

—É obvio, sem importar os desejos de Ian. —Courtney acordou— Mas me escute bem, amiga, ele não dirá nada.

—Mas algo que te diga é jogo limpo? —Jaci suspirou.

Courtney mordiscou seu lábio, indecisa, logo exalou ásperamente.

—Sua dor me incomoda muito, Jaci. Devido a isso, compartilharia o que me diga Ian. E ambas sabemos, se for suficientemente grave, dirá a Cam e Chase, independentemente de meus desejos. São homens. —Ela deu de ombros como se isso explicasse tudo— E ele acredita que esta situação é perigosa para você. Você é uma amiga, mas ainda mais, é como família, por causa de Cam. Ian acredita que é seu dever ser protetor.

—Ser homem não é uma boa desculpa.

Quando as palavras saíram de seus lábios a porta abriu e várias mulheres entraram rindo, conversando sobre a comida e a banda.

Mordendo uma maldição, Jaci comprovou rapidamente sua maquiagem, logo ela e Courtney se encaminharam ao grande salão.

Cam, Chase, e Ian. Os três esperavam firmemente, suas expressões tão pacientes como só homens que estavam esperando mulheres poderiam ser.

—Agora, por que os homens que têm muito em comum para conversar, esperam a duas mulheres fora do banheiro das damas? —Courtney sorriu a seu marido, sacudindo sua cabeça com exasperação— Está sendo mau com estes rapazes, Ian.

A mão de Cam se apoiou sobre a parte baixa das costas de Jaci quando se moveu para ela, guiando-a através do restaurante para a saída. Passaram pela mesa dos Roberts. Capturando o olhar surpreendido de Annalee, Jaci teve a única oportunidade que ia encontrar para apertar o laço ao redor do pescoço de seu inimigo.

Ela sorriu, maligna um sorriso satisfeito que assegurou a Annalee que tinha encontrado a maneira de vencê-la.

Assegurou-se que o sorriso fosse completamente confidencial e finalizou com conhecimento. E Annalee o leu corretamente como ela queria. À medida que passava, viu o pequeno estremecimento de medo no rosto da outra mulher e se forçou a não voltar e lhe dar nada mais.

Teve que ser sutil. Teve que jogar as poucas possibilidades que tinha corretamente. Ela e Moriah o tinham planejado; provocariam a queda de Annalee.

A cicatriz em seu quadril parecia arder enquanto saía do restaurante, o chicote tinha cortado profundamente sua carne e quase permitiu a Richard apanhá-la essa noite. Annalee sabia o que estava fazendo com essa arma. O som do chicote estalava em seus pesadelos, nunca falhava para despertar Jaci dentro de uma onda de medo e suor.

Tinham estado tão seguros que cairia direito em seus pequenos jogos, recordou Jaci, quando Cam a ajudou a entrar na limusine Sinclair e ficou atrás dela. Que coisa no mundo havia feito Annalee pensar por um segundo que Jaci aceitaria um papel em seus jogos sujos? Ainda não tinha sentido, inclusive anos mais tarde.

Durante cinco anos, Jaci tinha tentado descobrir por que Richard e Annalee alguma vez conceberam a idéia de que se uniria. E tinham acreditado tão seguros que ela era sua para a adoção.

Deixou a conversação entre os homens à deriva em torno dela, mas foi muito consciente do momento em que o braço do Cam escorregou ao redor dela e a aproximou dele. Fez com comodidade, facilmente, quase como se estivesse pensando nisso enquanto escutava o que Ian lhe dizia. Algo sobre leis de zonificação e controle dos problemas.

Ela teve que admitir, que estava prestando muito menos atenção agora que antes. Enquanto ele falava, sua mão jogava em seu quadril, acariciando-a através de seu vestido, as pontas de seus dedos movendo-se em pequenos círculos que eram destrutivos para seus pensamentos.

Não havia pensamentos quando Cam a estava tocando. Era como um piloto automático golpeando o cérebro, e seus hormônios tomavam o controle de seu corpo.

Ela queria apoiar-se nele, senti-lo contra ela e em cima dela. Não podia ter suficiente dele. Não importava quão frequentemente a tomasse, ou quão saciada a deixava. Sempre queria mais.

A limusine entrou no estacionamento subterrâneo debaixo do lar de Cam e Chase. Depois de haver estacionando o carro, o condutor saltou e abriu a porta de trás.

Jaci disse boa noite a Courtney e a Ian, logo, uma vez mais caminhou entre Chase e Cam, enquanto se afastava do veículo.

Isso era estranho. Faziam isso durante toda a noite, mantendo-a segura entre eles.

—Vocês dois querem me dizer o que está acontecendo? —perguntou quando Chase bloqueou a porta atrás deles e conectou a segurança.

—Com o que? —perguntou Cam inocentemente.

—Com toda a coisa mantenha-Jaci-entre-nós. —Ela fez sinais com a mão para eles para destacar exatamente como haviam feito isso ao longo da noite.

Um sorriso curvou seus lábios, sexy, e sensualmente diabólico.

—Não posso acreditar que teve que perguntar isso. — adicionou Chase com uma risada.

Um rubor cobriu suas bochechas, esquentando seu rosto.

—Chase, você é um sofrimento. — disse a ele, movendo-se através da casa.

—Devidamente observado. — respondeu Cam— Por que não vai para cama, Jaci. Chase e eu temos algumas coisas que temos que estudar para Ian esta noite, poderia me demorar um pouco.

Deteve-se em seu caminho para o quarto. Tinha visões de roupa confortável em sua mente, e talvez um par de horas em frente ao televisor com o Cam. Desfrutava dessas horas que passavam juntos e ela as perderia esta noite. Havia algo em sua voz que a advertiu, uma vaga suspeita que não fosse totalmente honesto com ela.

Ela se virou e o olhou em silêncio, deixando seu olhar tocar em ambos os homens, comparando suas expressões. Teve que reprimir o calafrio que tinha rasgado sobre ela. Viam-se perigosos. E eram homens impacientes por desfazer-se da pequena mulher, para fazer o que quer que fosse que eles tinham que fazer.

Queria rodar seus olhos a eles.

—Vá jogar! —Agitou sua mão sobre seu ombro, enquanto se dirigiu ao dormitório— Terei a diversão toda aqui sozinha. Sou boa nisso.

Eles a olharam até que desapareceu no dormitório, podia sentir seus olhos sobre ela, acariciando-a, a intensidade e a impaciência masculina redemoinhando no ar para envolver-se ao seu redor.

—Vai levar-me a beber. — murmurou Cam, uma vez que Jaci desapareceu ao redor dos pesados biombos que rodeavam o dormitório.

—Está te tirando o juízo. —Chase lhe aplaudiu no ombro quando se dirigiu para as escadas— Vá, vejamos se algum de meus contatos fizeram algum progresso nas últimas horas. Estou farto de tratar com esses dois.

Esses dois. Os Roberts. Se Chase pensava que estava doente de tratar com essa merda, então ele deveria estar sentado no lugar de Cam, esperando outro sapato para cair. Houve momentos em que podia olhar Jaci e ver sua mente trabalhando. Quase podia senti-la maquinando para enfrentar ela mesma ao congressista e a sua esposa, e não podia permitir isso. Havia algo a respeito dos Roberts que desdobrava cada instinto de alerta que possuía. Ele só não conseguia descobrir do que se tratava.

Os rumores eram que jogavam BDSM com seu secretário. Mas esses rumores eram infundamentados, e não mais que pequenos cochichos entre risadinhas sufocadas ditos por umas poucas mulheres durante seus pequenos bate-papos femininos, nas festas.

Quando ele seguiu Chase até as escadas de seus escritórios, teve que lutar para reter o impulso de voltar lá embaixo e exigir as respostas dela. Não que essa exigência fosse adiantar uma merda com Jaci. Ela o olhava com esse temperamento de ruiva em seus olhos e esse obstinado queixo levantado. E então o punha louco com uns poucos comentários fodidos e suas declarações que ele desse tanto como exigia.

Não podia assustá-la lhe dizendo a verdade, e certamente não podia seduzi-lo como pretexto. Por alguma razão, esses jogos só cheiravam a jogo sujo com ele. Não queria jogos entre eles, queria confiança. E sabia que era a essência de toda a questão. Porque Jaci queria o mesmo dele.

—Pus os arquivos justo antes de sair. — disse Chase, enquanto se sentaram em seus computadores.

—Inglaterra, Itália, e Nova Iorque. Também encontrei outra referência em Cancún. Ela estava ali de férias. Voltou mais cedo quando seu pai adoeceu, faz um ano e meio atrás. A noite que partiu, houve um atentado em outra turista. Cabelo castanho avermelhado, perto do edifício de Jaci. — se deteve na imagem da turista.

Ela tinha semelhança a Jaci na escuridão.

—Perdemos isto na primeira investigação. Só estávamos procurando por ela, antes que em qualquer evento estranho ocorrido em torno.

—Conseguiu identificar um suspeito? —Cam olhava a foto da turista que quase tinha morrido durante suas férias, simplesmente porque se parecia com Jaci.

—Nada nem ninguém. —Chase sacudiu a cabeça ante a questão— Se tiver razão em que haja uma conexão com Moriah, então o único momento que poderia ter ocorrido foi o tempo que esteve na cabana dos Brockheim. Moriah estava supostamente de férias no sul da França, mas não há registros dela, existente ou em qualquer outro lugar.

Cam respirava profundamente.

—O que tem que a ver Moriah com isto?

Chase bufou.

—Cúmplice. Independentemente de Jaci, provavelmente Moriah considerou que o mais certo e apropriado era estar ali ao lado dela.

Cam não tinha dúvida.

—A mulher precisa estar presa para sua própria segurança. — Cam grunhiu— Filha da puta, ela sabe que eles a escolheram como alvo e mesmo assim não me deixa ajudá-la. Mulher teimosa do caralho.

—Parece surpreso. —A brincadeira na voz de Chase o contraiu de dor— Diabos, Cam, sabia quão teimosa era quando não era mais que uma menina. O que de diferente teria ela agora?

—O bom senso?

—OH. Tinha um pouco disso, então? Quando?

Cam teve que soltar uma risada. Quando se aproximava dele, nunca tinha demonstrado bom senso. Do momento em que tinha treze até agora, atraíam um ao outro, como abelhas ao mel. E teve que admitir, tinha o mel mais doce que já havia provado.

—Ela era virgem. — disse a seu irmão. A verdade disso ainda o enchia com uma calidez que deixava sem sentido a tudo.

O silêncio se reuniu com sua declaração. Quando se voltou para olhar a seu irmão, foi ver a mesma excitação primitiva em seu rosto que tinha alagado a Cam no instante que se deu conta.

—Porra. — finalmente soprou asperamente— Maldição.

Chase esfregou a parte de atrás de seu pescoço e se afastou, sacudindo sua cabeça. Cam sabia o que seu irmão estava sentindo. Essa sensação de masculina fascinação, o conhecimento que sua sensualidade era deles para moldar e ensinar.

Era uma sensação embriagadora para um homem ter a uma mulher tão apaixonada como Jaci, uma cujos prazeres sensuais estavam despertando sob seu tato.

Ele estava encantado. O prazer o levou a ver a fascinação em seu rosto, o aturdido fogo em seus olhos, a comoção e a surpresa, a aventura que lhe produziu cada toque, cada beijo. Deixou-o dolorido por lhe mostrar mais, por lhe ensinar todas as formas de sensualidade e desejo que ele conhecia.

—Temos que cuidar dos Roberts. —A voz de Chase estava áspera pela excitação— Conseguir sua confiança enquanto oculta todos esses malditos segredos dela não vai ser fácil. —Havia uma ponta de raiva no tom de seu irmão.

Tinha a sensação de que não ia ser possível absolutamente. Enquanto extraía os arquivos que tinha transferido ao computador durante todo o processo de investigação, concentrou-se em encontrar uma fraqueza para investigar nos Roberts.

Esta situação teria que ser cuidada, teria que resolvê-la agora. Estava cansado de esperar, e por Deus, estava doente com esse estremecimento de medo que capturava nos olhos dela de vez em quando.

Jaci tinha que estar segura. Não importava do que. Ele só rezou para que isso não significasse ter que revelar tudo a respeito de si mesmo para obrigá-la a revelar sua verdade.

Um copo de vinho e um velho filme. Jaci bebeu o vinho, enquanto deixava o zumbido do filme de fundo.

Estava, deitada, no que tinha reclamado como sua seção do comprido sofá, o cenho franzido enquanto olhava furiosa de novo às escadas que conduziam ao apartamento de Chase.

Que demônios estavam fazendo ali?

Cam não levava trabalho para casa pelas tardes desde que se mudou. E não teve a impressão que fosse algo normal, tampouco.

Girou o vinho no copo, olhando o líquido claro, enquanto tentava dar sentido a esta relação. A relação e ao homem.

Cam tinha tomado seu coração para sempre, às vezes se perguntava se houve algum momento em que Cam não tivesse feito parte dele.

Espere por mim, Cam. Crescerei e afastarei todas as coisas más. Havia dito no dia em que o encontrou sozinho na caminhonete, e algo em seu rosto a tinha advertido que estava a ponto de perdê-lo para sempre. Inclusive ali, aos treze anos, tinha reconhecido essa alma profundamente dolorida dentro dele. Uma vergonha, uma fúria que devorava sua alma.

Mantenha-se afastada desses rapazes Falladay, Jaci, seu pai a tinha advertido quando cresceu. Os jogos que eles jogam não são para os gostos de uma garota decente. E esse Cameron, é um perigo para si mesmo, e mais ainda para uma pequena moça como você.

Quantas vezes seu pai lhe tinha dado similares advertências? E logo ali tinha estado Tim Brigdes, o oficial, um amigo próximo de seu pai. Ela bebeu o vinho, recordando a noite que o oficial tinha vindo com seu pai e desapareceram na oficina dele para conversar. Jaci tinha ouvido mencionar o nome de Cam e esteve aterrorizada. Seu nome, e outra coisa que não teve sentido para ela no momento.

Algo sobre as drogas e o orgulho de Cam.

O oficial Brigdes tinha mencionado Davinda Morris, a tia de Cam, e seu tom esteve coberto com desgosto e ira para a mulher, mas não para Cam.

O que lhe tinha acontecido? Ela sabia que o que estava começando a suspeitar a aterrorizava. Cam era um homem com uma milha de comprimento no rasgo de seu orgulho. Inclusive tantos anos atrás, teria lutado ante a menor calúnia a esse orgulho.

Havia Davinda abusado dele? De que outra maneira uma mulher como Davinda seria capaz de abusar ou incomodá-lo, a menos que o drogasse? E que teria destruído a Cam. Ele nunca teria querido que ninguém soubesse.

Aos quinze, o orgulho de um jovem homem era muito frágil de todos os modos, só está se definindo. Ele acabava de perder os seus pais, Chase era tão selvagem como o vento e fez seu duelo de outras maneiras e Davinda Morris podia facilmente ter aproveitado sua sexualidade em desenvolvimento.

Por que não se deu conta até agora? Tinha suspeitas que a escuridão dentro dele começou na tropa, agora suspeitava que se desenvolveu muito antes disso.

Não, ela sabia que tinha. Tinha chamado a ela como uma moça, a extraiu, feze-o mais perigoso, mais emocionante que um rapaz de sua mesma idade. Cam foi o príncipe sombrio, o sensual, o perigoso menino mau e o desenfreio que ela manteve escondido, sempre soube disso.

Os calafrios estavam percorrendo seu corpo, premonições de conhecimentos correndo através dela, enquanto se sacudia desde seus pés, ignorando o vinho que derramava sobre sua mão. Terminou a quarta última parte do copo em um único gole e reprimiu um grito de raiva.

Ela sabia o que aconteceu. Cam era tão completamente seguro de si mesmo, tão dominante e feroz, e ele tinha sido assim quando era jovem também.

OH, Deus, o inferno que tinha passado!

O copo de vinho fez ruído sobre a mesa, quando tentou apoiá-lo, enquanto lutava para deter suas lágrimas. Se descesse e visse seu mal-estar, iria querer saber por que. E não podia deixar saber o que suspeitava. Tinha lutado tão duro para ocultá-lo, para preservar sua própria sensação de força.

Ela cobriu seus lábios com os trementes dedos e inalou asperamente. Poderia estar equivocada, mas sabia que não estava. E sabia que a única maneira de saber com certeza era ligando para Tim Brigdes ou para seu pai e exigir sabê-lo.

Ela não podia ligar daqui. Havia também uma grande possibilidade de que Cam chegasse durante a conversação.

Ligaria amanhã, enquanto estava encerrada em seu escritório, e descobriria o que seu pai lhe havia ocultado.

E não havia dúvida de que ele o tinha escondido. Tinha-lhe advertido a afastar-se de Cam tão frequentemente como suspeitava que o estava olhando, ou que esteve em contato com ele. Tinha sido firme, exigente. Tinha que afastar-se de Cameron Falladay, porque os homens como esse só podiam destruir a uma mulher.

O conhecimento da verdade que seu pai sabia, e que Cam nunca desejaria que ela soubesse, destruiria a Cam. Isso teria que mudar então, e estava aterrorizada agora. Algumas cicatrizes nunca saravam, e ela sabia das cicatrizes que foram tão profundas que era algo que sempre despida a um homem até o osso.

Estava tão imersa em seus pensamentos, tão rasgada pela dor atravessando em seu interior nesse momento, que o som de seu telefone celular quase a fez saltar de sua pele.

Pegou-o da mesa de café, abriu-o rapidamente e o levou ao seu ouvido.

—Jaci Wright. —Ela inalou devagar quando respondeu.

—Jaci, sou Moriah. —A outra garota soava com pânico, aterrorizada— Annalee ligou.

Jaci se acalmou, seus olhos indo rapidamente às escadas.

—O que quer?

—Ela nos viu conversando na festa. — Moriah sussurrou atemorizada.

—Sabíamos que o faria. —Jaci manteve sua voz baixa, tranquila— Te ameaçou?

—Ela quer que se encontre comigo amanhã a noite em um hotel do centro. Tenho que te dizer que há alguns clientes que estarão ali só umas poucas horas e que você tem que estar lá para encontrá-los. Ela e Richard estarão ali também.

Jaci inalou profundamente. Não havia uma oportunidade no inferno.

—Ligue para ela, Moriah. Diga que não me encontro com futuros clientes assim. Em vez disso, me reúno com eles em seus apartamentos. Temos o controle. Sabe como configurar a câmera de vídeo, e pode fazê-lo com antecipação. Eles sabem que está assustada, não vão suspeitar do que estamos fazendo.

—O que acontecerá se negarem? —A voz de Moriah se sacudiu com medo.

—Então não haverá reunião. —disse Jaci pacientemente— Se acalme Moriah. Estamos juntas nisto. Diga que estou paranóica, acreditarão nisso. Todo mundo sabe que sempre me encontro com potenciais clientes em ambientes seguros. Agora, chama-os e lhes diga que concordei em encontrar com eles em um restaurante ou outra área pública. Quando se negarem, sugira seu apartamento. Aja como se estivesse tentando ajudar. —Jaci podia sentir as palmas de suas mãos suando agora— Leve-os onde os necessitamos e eu me ocuparei do resto.

Moriah entendia de eletrônica. Sabia como configurar a câmera de vídeo que elas tinham comprado e como fazer corretamente que ambos os som e vídeo cobrissem toda a habitação quando Jaci se reunisse com Richard e Annalee.

Podia escutar à outra moça respirando severamente, pensando, tentando acalmar-se. Os Roberts tinham o poder de fazer Moriah perder toda a calma ou confiança.

—Podemos fazê-lo. — disse finalmente Moriah. – Isto funcionará, não é, Jaci?

—Vai funcionar perfeitamente. — Jaci lhe prometeu— Vamos gravá-los admitindo o que têm feito. Pessoas como, Richard e Annalee, amam vangloriar-se quando têm a vantagem. Olhe que inteligentes que somos. Olhe quão bons somos. Richard especialmente. Ele não pode resisti-lo. Usaremos isso contra eles agora.

Estavam unidas. Ela se ocuparia dos Roberts, então poderia concentrar-se em Cam e nesta relação. Sabia o que ele necessitava, e de certo modo, agora entendia por que. Depois que falasse com seu pai, ela teria os detalhes que necessitava e, então, poderia fazer funcionar esta relação.

—O que fará com os gêmeos? —Perguntou Moriah— Como vai afastar-se deles?

—Pedirei emprestado o carro de Courtney para uma reunião. Diga aos Roberts que estarei levando um amigo se for um encontro noturno. —Não havia nenhuma chance de que Cam a deixasse sozinha a noite, se ele tivesse apenas a mais leve suspeita. E a tinha— Diga que o melhor momento é um encontro à tarde. Às três seria perfeito. Joga com eles, Moriah. Diga que não pode me fazer suspeitar, e que me exigindo algo mais o faria. Joga com sua paranóia.

—Jaci, e se não acreditarem em mim? —A respiração de Moriah era rápida e dura, sua voz só um fantasma choroso, quando Jaci não teria esperado isso dela.

Tinham planejado esse dia durante muito tempo.

—Eles acreditarão se fizer como eu lhe disse. —disse com firmeza— Não vamos frustrar-nos agora, Moriah. Se formos deter suas ameaças e mentiras, então vamos detê-los aqui, ou nunca o faremos. É isso o que quer?

—Vou enlouquecer se não se detiverem. —sussurrou lacrimejando— São o diabo Jaci.

—Lembre-se disto enquanto estiver falando com eles. Diga que só posso me encontrar com eles às três e só em um lugar seguro. Sugira seu apartamento, e esta noite programe a câmera de vídeo.

—Bem. —Moriah exalou asperamente—. Bom, posso fazer isso. Você te ocupará do resto, não?

—Vou ocupar-me do resto, Moriah. Tudo funcionará. Verá. Me ligue e me deixe saber o que disseram.

Ela desligou momentos mais tarde. Tinha dado alguns avisos muito firmes a Moriah para respirar e parar o pânico. Jaci olhou o telefone quando o deixou de novo na mesa.

Moriah raramente tinha mostrado para Jaci este lado dela. A confiança normalmente brotava dos poros da moça, até que Annalee tinha pedido sua ajuda.

Mas Moriah tinha sido molestada pelos Roberts, enquanto que Jaci não. Jaci tinha sido aterrorizada e sua reputação danificada por um tempo, mas apenas incomodavam e obscureciam as relações que ela tentava fazer, na verdade não tinham conseguido marcá-la mentalmente.

Só fisicamente.

Esfregou a cicatriz de seu quadril e suspirou com a lembrança dessa noite. Annalee vestida de couro, uma cinta com pênis de borracha balançando na frente do seu corpo, enquanto o seu secretário e Roberts se ajoelhavam aos pés dela.

Seria divertido se não tivesse sido tão malditamente aterrador.

Uma coisa era certa, não podia viver aqui em Alexandria, não podia proteger Cam, se não fizesse algo sobre os Roberts. E o tempo era agora.

 

Estava deitada em seu extremo do sofá, o cenho franzido enquanto olhava o canal de notícias. Só ela mesma e para assistir as notícias para dormir, pensou Cam com uma silenciosa risada.

Então ele viu seu lábio inferior tremendo. Viu o brilho das lágrimas em suas pestanas. Então, notou outras coisas: a ponta de seu nariz estava vermelho e seu rosto pálido. Ele a tinha visto chorar uma só vez, fazia muito tempo. Se ele recordava, Charlie Mack tinha tentado executar Chase na rua. Cam tinha se tornado o próprio diabo para cima dele, mas Charlie lhe tinha dado alguns duros golpes. Quando Jaci viu o sangue no rosto de Cam, tinha chorado. E seu pai a havia arrastado para longe, ameaçador, furioso.

—Jaci. —Ele se ajoelhou ao lado do sofá e tocou seu rosto quando tentou se esquivar.

O brilho das lágrimas eram sulcos em seu rosto e sentiu seu coração encolher-se dentro de seu peito.

Jaci não podia chorar. Deus o ajudasse, mas não podia tolerar isso.

—Carinho? —Lutou por manter sua voz baixa, reconfortante, quando tudo o que queria fazer era uivar de raiva ante a dor em seu rosto— Carinho, o que está errado?

—Estou bem. —Sua voz era mais zangada que dolorida— Sou só uma mulher tola. TPM. Mau humor. O que seja.

Ela limpou seu rosto e olhou seu peito, ele a olhava, tentando imaginar, o por que disso. Jaci não chorava. E ele tinha a sensação de que quando efeitos da TPM se mostrassem, então não teria dúvida do que era, o que não era o caso agora.

—Eu não gosto quando mente para mim. —disse gentilmente, empurrando para trás o cabelo de seu rosto para revelar seu perfil— Por que não me diz porque está chorando?

Ele não suportaria. Arrumaria-o. Não importava o que fosse, ele afastaria a dor ou faria o melhor que pudesse. Se não pudesse, bem, só tinha que matar a qualquer um que lhe houvesse feito isso.

—Não foi honesto comigo. Por que tenho que ser honesta com você? —Suas palavras pareciam ressoar em sua cabeça. Ele sabia do que estava falando, e não pôde enfrentá-lo. Ainda não. Não agora.

—Não menti. —Olhava-a cuidadosamente— Vamos, neném, isto não é sobre nós. Acaba de chutar meu traseiro. Me diga por que está chorando.

Ela estava chorando porque o momento que tinha permanecido ali sem ele, deu-se conta de quão forte era seu amante. Não arrumava desculpas para os enganos, diabos, nunca admitiu todos os enganos que ela conhecia. Tinha sido tão forte. De algum jeito, tinha conseguido deter a destruição de Davinda e tinha mantido sua honra e sua força. Tanto como ele desejava compartilhá-la com Chase, tanto como ele o necessitava, ainda recuava, ainda lhe dava o espaço que necessitava para tomar a decisão ela mesma.

Era um bom homem, embora sua infância deva ter sido um pesadelo.

—Preciso parar seu sofrimento, Cam. —Ela se endireitou até que pôde descansar contra o respaldo do sofá, até que pôde olhar em seus sombrios olhos verdes.

—Jaci. —Seus lábios se curvaram tristemente— Não estou sofrendo, bebê. A menos que o tesão conte claro, parece que não posso me controlar ao seu lado. E negociei muito cedo com isso.

Ela sacudiu a cabeça ante isso, alcançou e tocou a barbuda face. A escura sombra da barba lhe dava um aspecto libertino e destacava seus olhos. Tão verdes claros, que podia perder-se neles, hipnotizada por eles.

—Posso tê-lo no sofá, Cam? —Ela escorregou suas pernas ao redor até que ficaram fora de suas poderosas coxas enquanto ele a enfrentava. Suas mãos se dirigiram ao botão de suas calças jeans, ao zíper— Bem aqui, onde dorme?

A surpresa se refletia em seu olhar enquanto um sexy sorriso curvava seus lábios.

—Carinho, pode ter-me onde quiser. De todos os modos, que me queira.

A excitação fatiou a dor. Os olhos de Cam esclareceram, voltaram-se brincalhões, enquanto sua expressão se fez mais pesada pela sensualidade e as sombras se dissiparam.

Depois de afrouxar suas calças, ela moveu suas mãos aos botões de sua camisa.

—Está usando muita roupa, Cam.

As roupas foram arrancadas com rapidez. Cam se inclinou para frente e tomou seus lábios em um duro e feroz beijo enquanto ele a despojava das suas. Logo levantou seus lábios e seus braços subiram para que pudesse tirar sua camiseta, deixando-a quase nua ante ele.

Um segundo mais tarde ela estava nua, o biquíni de claro algodão atirado no chão enquanto ele abria suas coxas, logo se apoderou de seu traseiro e a arrastou até a beira do sofá.

Ela o esperava para tomá-la. Para penetrar completamente dentro dela, selvagem e profundo, entretanto, ele baixou mais, dobrou sua cabeça, e deixou sua língua circular a repleta protuberância de seu clitóris.

A cabeça de Jaci caiu contra o sofá, suas mãos enredando-se em seu cabelo quando o prazer começou a difundir-se por ela.

Amava isto. Amava a sensação de seus lábios e sua língua acariciando-a ali. A forma em que lambeu e cantarolou sua aprovação contra a delicada carne. O modo em que baixava a cabeça e sua língua tamborilava ao redor da apertada entrada de seu sexo.

Não podia parar seus gemidos. Filtravam-se através da sala, ecoando ao seu redor. Ela abriu suas coxas mais longe e se levantou para ele, gemendo quando dois dedos começaram a trabalhar em seu interior.

—Cam. — ela sussurrou seu nome, olhando-o, aturdida pelo gozo do ato que viu em seus olhos— É muito bom. Eu adoro sua boca. Suas mãos. —Seu tato. Ela o amava. Amou-o até romper seu coração pela dor e as cicatrizes que ele conduzia.

Deixou-a ver como sua língua lambia sobre seu clitóris de novo. Seus dedos movendo-se dentro dela, empurrando lento e fácil, estendendo-a enquanto seus sucos os manchavam, voltando a entrada sedosa e quente.

Logo franziu seus lábios, e lhe beijou a pequena ponta, levando-a mais alto.

—Me toque mais. — Jaci se levantou mais perto, sentindo uma necessidade crescendo em seu interior a que não podia dar sentido. Estava-a queimando, encerrada dentro de uma parte de sua alma que não sabia que existia. Ela o necessitava mais duro, mais profundo, mais forte como nunca antes o tinha necessitado. Precisava-o fundo em seu interior, precisava desaparecer dentro dele.

Beijou seu clitóris de novo, tomando-o na boca quando outro grito rasgou seus lábios e tentou empurrá-lo mais perto, tentou forçar seus dedos mais profundos.

Era muito lento, muito fácil. Necessitava maior sensação, e ele estava deliberadamente retendo-a.

—Vai sobre isto de maneira errada, Jaci.

Ela congelou quando a voz de Chase soou em seu ouvido. Seus olhos se forçaram a abrir-se para olhar a Cam, para ver a excitação queimando intensamente, tão profunda, que perguntou-se se as chamas estavam cobrindo-os.

E ela quase gozou. Seu útero tinha espasmos e sentia os músculos apertando ao redor dos dedos de Cam.

Suas pestanas se fecharam, e Cam escolheu o momento para tamborilar seu clitóris com sua língua de novo, para flexionar dentro dela. A necessidade, brutal e forte, quebrou através dela, e gemeu pela força. Queria-o assim? Queria cruzar uma linha que sabia que nunca poderia voltar?

—Não há pressão. — Chase sussurrou enquanto Cam chupava seu clitóris agora, tamborilando com sua língua, seus dedos movendo-se mais profundo, mais forte em seu interior— Não há necessidade de preocupar-se, bebê. É tudo para você. —Deslizou seus lábios sobre seu pescoço— Só você, Jaci. Seu prazer. Sua necessidade.

Só seu prazer. Sua necessidade. Era a respeito de muito mais, e ela sabia, sentia-o.

Obrigou-se a abrir os olhos, obrigou-se a olhar Cam enquanto ele a olhava.

O prazer estava intensificando-se em sua expressão, em seus olhos. Como se só em ver seu prazer ampliasse o dele. Ver seu irmão tocando-a, seus dentes rastelando sobre seu pescoço, empurrava sua própria excitação mais acima.

Retirou os dedos de sua vagina, logo um segundo depois empurrou para frente, forçando sua abertura, sobressaltando suas terminações nervosas com um prazer que quase a enviou gritando ao orgasmo.

As mãos do Chase se moveram ao longo de seus lados e se curvaram debaixo de seus braços, tomando seus seios em suas grandes palmas, seus dedos agarrando seus mamilos e trabalhando-os asperamente.

OH, ela precisava disso. Exatamente aquela ponta de dor e de agonia. O prazer intensificando-se em seu interior queimava tão brilhante que o suor começou a manchar sua pele.

—Cam, por favor. — ela gritou sem ar, sentindo a liberação só a um sopro de distância.

Seu olhar estava cheio de fome, mas nada agora, nada de prazer. Não havia sombras, não havia dor.

Jaci se retorcia de seu agarre, arqueava seus seios para as mãos de Chase. Ela colocou os dedos de uma de suas mãos encerradas em seu cabelo, enquanto curvava o outro braço por atrás e se apoderou do cabelo de Chase.

O seu era mais grosso que o de Cam, só um pouco. Ele queimava seu ouvido, quando puxou sua cabeça e pressionou mais perto da boca de Cam.

Eles a estavam destruindo. Isto ia além do prazer, além do êxtase. Era perverso e ousado, e ela não podia ajudar apenas abandonar-se a eles.

—Não. Não, Cam. —Tentou sacudir a mão atrás de Chase, só para que ele a segurasse, mantendo-a por cima de sua cabeça, enquanto Cam se afastou da úmida e quente carne de sua vagina— Não se detenha.

Ignorou seu grito. Em troca levantou-a, eles a levantaram, até que estava estendida sobre suas costas no sofá e Chase aproximou-se.

Ele não estava nu. Vestia só um par de jeans postos apressadamente, o botão desprendido, sua ereção pressionando firme e dura contra o zíper.

—Olhe. —Agora Cam a agarrava, seu braço debaixo de seus ombros, seus lábios deslocando-se aos seus enquanto eles se abriam para protestar— Me olhe. Sinta o que estou fazendo. Olhe Jaci. Sinta.

Ela o olhava. Obrigou os seus olhos a permanecerem abertos, a permanecerem sobre ele, enquanto seus lábios se localizaram sobre ela, e a língua de Chase de repente afundou profundamente na úmida caverna de seu sexo.

Ela gritou na boca do Cam. Era muito erótico, muito sensual. A sensação dos lábios do Cam tomando-a, a língua de seu irmão fodendo-a.

As unhas se cravaram nos ombros do Cam enquanto seus lábios escorregavam sobre o dela. Seus dentes mordiscavam seu queixo, seu pescoço. Enquanto ela se retorcia por conta dos serviços de Chase entre suas coxas, suas costas arqueada, seus seios levantados, quando gritou pela posse de Cam de um firme e violentamente sensível mamilo.

Enquanto Cam desenhava seu mamilo com a boca, rastelou-o com seus dentes, e logo o chupou duro e profundo no interior de sua boca, ela se sentia explodir.

Os lábios do Chase e sua língua a empurravam ainda mais sobre o limite. Mãos vagavam sobre seu corpo, ásperas e dominantes, acariciando e apertando, enquanto ela se sentia derreter de dentro para fora.

Era como uma fraqueza. Como descosturar-se, sem esperança de algum dia juntar-se de novo.

Então Chase foi para seu lado, os seus lábios baixando sobre seu peito e seu membro livre de suas calças enquanto ele acariciava a si mesmo.

OH, Deus, era tão sexy. Tão quente. Vendo sua grande mão bronzeada, seus dedos rodeando sobre sua ereção, acariciando a brilhante carne.

—Estou morrendo. —Ela olhava a Cam enquanto ele levantava seu traseiro até que descansou em suas coxas e seu membro empurrou em sua vagina.

—Está me matando. —Sua cabeça se inclinou quando as palavras se converteram em um grito.

Cam pressionou para dentro, empurrando duro e profundo antes de agachar-se sobre ela, empurrando seus braços debaixo de seus ombros e levantando-a contra seu peito, antes de endireitar-se e recostar-se sobre suas costas, virando-a sobre ele.

Suas coxas se apoderaram de seus quadris enquanto seu membro se afundou dentro dela. Atrás dela, sentiu Chase preparando-a. Sentiu a lubrificação, o toque de suas mãos, e logo a lenta e fácil entrada em seu traseiro.

Era tão quente, tão brutalmente sexy como antes. Mas ao olhar nos olhos de Cam, sabia que era mais. Neste momento, tão quente como era e tão prazeroso como era, era só o toque de Cam, sua necessidade e sua fome, ao que seu corpo estava respondendo.

Suas mãos se apoderaram de seus quadris enquanto se moveu debaixo dela, e Chase se moveu sobre ela. Duro e profundo, empurrando em seu interior com rápidos e duros golpes, fodendo-a.

Um grito estrangulado encheu sua garganta. Sentia-os empurrando mais duro, acariciando, acariciando-a com um nível de prazer que a enviou em espiral ao êxtase. Ouviu um grunhido masculino de prazer, Chase ou Cam, não estava segura. Ela não sabia. Não lhe importava.

—Jaci. Bebê. —Cam. Sua voz estava combinada com a luxúria e o prazer— Aqui tem, carinho. Tão fodidamente sexy. Tão quente e doce.

Estava golpeando em seu interior, sua voz firme e gemendo. Não havia dúvida que ele desejava. Não havia dúvida que ele precisava. Mas não havia duvida em sua mente agora, tampouco. Ela era tão selvagem e perversa como sempre tinha temido que seria em seus braços.

Sentia os quentes, jorros da liberação de Cam derramando-se dentro dela, embora fosse apenas consciente de Chase liberando-se também.

—Ah, caralho! —Cam a abraçou, atirando-se contra ela, tremendo contra ela— Deus, Jaci. Merda! —Ele estremeceu novamente, mais forte, derramando-se em seu interior de novo, logo tremia contra ela— Ah, bebê. Minha malvada, selvagem e pequena Jaci.

Estava perdida no prazer. Não havia outra maneira de descrevê-lo. Perdida, à deriva e serena. Cam a abraçava enquanto rodava a seu lado, sua respiração difícil, ofegante e irregular contra seu pescoço, os braços apertados ao redor dela, sustentando-a segura.

  

Cam estava quase dormido antes que se desse conta. À deriva em alegre sonolência, seus braços bloqueados ao redor da forma adormecida de Jaci, suas pernas encerradas na dela, abraçando-a estreita e apertada contra ele.

Diabos, não queria despertar pensou sonolentamente. Era agradável aqui. Malditamente bonito. Estava doce e quente contra seu peito, sua mão suave por debaixo de sua face, curvada contra ele como um gatinho.

Acariciou seu cabelo, embora fracamente, porque ele jurou que ela tinha ordenhado a força dele com a mesma disposição que tinha ordenhado seu sêmen.

Sua liberação quase o tinha destruído. Ele não se surpreenderia ao dar-se conta que havia torcido os músculos, porque cada músculo em seu corpo se apertou até o ponto de ruptura.

Queria estar aqui um pouco mais. Nunca havia feito isso, deu-se conta, curvar a uma mulher em seus braços e só descansar com ela. Nunca tinha sustentado a uma mulher. Ele tinha sido sustentado por elas, pelos monstros a quem não importava o que lhe estavam fazendo, mas ele nunca tinha sustentado.

Ele sustentava agora, e se deu conta que estava sustentando-a como se estivesse aterrorizado que alguém tentasse tirar-lhe.

A informação que ele tinha encontrado anteriormente franziu sua fronte. Aterrorizava-o, a idéia que alguns idiotas estavam por aí tentando matá-la. Porque só um idiota teria fracassado tanto tempo. E ali estava a parte do terror. Estava agradecido a Deus de que era um idiota. Mas ainda os idiotas têm sorte eventualmente.

Ele puxou o lençol sobre eles enquanto deixou a informação filtrar através de sua mente, deixando-o à deriva com a curiosa alegria que encontrava aqui. Com ela.

Talvez fosse só a cama, pensou. Porque aqui, nesse sofá, um pouco mais amplo que a maioria, só se sentia bem.

Uma coisa era segura, ia ter que fazer algo a respeito de Richard Roberts. Havia um senador na comissão punitiva do clube. Roberts era uma ameaça para Jaci, e ela lhe pertencia. Ele podia solicitar a Ian ter a comissão reunida para tomar medidas contra os Roberts. Isso seria mais fácil que matar ao bastardo.

Não é que lhe importasse matá-lo, mas ele conhecia Jaci. Ela simplesmente se zangaria sobre o sangue, e talvez não lhe permitisse sustentá-la assim de novo.

E gostava de sustentá-la assim.

Sorriu curioso com os sentimentos que se estenderam sobre ele, fez-o perguntar-se pelas longas e solitárias noites que lhe tinha permitido dormir no final do sofá, ao invés daqui, em seus braços. Porque ali era onde ela pertencia.

Beijou sua testa, a parte superior de sua cabeça, e fechou os olhos. Terei que prová-lo, só por um momento. Ordenar suas emoções e sua pequena fobia enquanto ia à deriva nesta preguiçosa alegria.

Uma coisa era fodidamente certa: não ia deixá-la ir. E não ia deixá-la chorar por ele nunca mais. Havia algo que tinha que fazer. Diabos, podia ter algo que explicasse esta escuridão, enquanto escondia a verdade. Ele só tinha que pensar a respeito disso, isso era tudo. Então Jaci e Chase estariam razoavelmente satisfeitos e podia manter a vergonhosa verdade para si mesmo. Para ele, tudo o que importava era reconfortá-la. Não podia tê-la chorando por ele, nunca mais. Diabos, tinha sobrevivido. Havia algumas questões sem importância, mas não tinha se mostrado tão mal.

Tinha sido suficientemente bom para amar a Jaci, e isso era tudo o que lhe importava.

E ela o amava.

Sorriu ante a idéia disto, cobriu-a mais perto, e deslizou na cálida escuridão que o rodeava.

—Te amo. — murmurou contra o cabelo.

Maldição, entretanto, a visão de Chase tocando-a, o prazer queimando em seu interior. A prudência tinha sido arremessada ao diabo pela janela, e ali não tinha ficado nada, exceto a fome. Uma fome que foi mais profunda, mais além que a mera luxúria.

Amanhã a noite, disse a si mesmo, teria rosas e velas, velas por toda parte. Teria que desfazer-se de Chase, nem que tivesse que golpeá-lo e enfiá-lo na mala de seu carro, e então tinha que dizer a ela. Enquanto olhava seus olhos, enquanto tocava seus lábios. Tinha que lhe dizer. Ele a amava.

  

Chase olhava o casal entrelaçado e exalou em silêncio de onde parou, bem debaixo da entrada de seu apartamento. Podia vê-los, curvados juntos como duas metades de um quebra-cabeça e Cam estava dormindo.

Pela primeira vez que Chase pudesse recordar, havia alegria no rosto de seu irmão. Durante tanto tempo, inclusive em sonhos, Cam tinha aspecto ameaçador ou franzia o cenho. Não descansava tranquilo a maioria das noites, e nunca, nunca tinha dormido com uma mulher, que Chase soubesse.

Sabia que Jaci afetaria Cam, sabia que trazê-la aqui romperia algumas das defesas que Cam tinha levantado e fortalecido nos últimos anos.

Seus lábios se curvaram enquanto sentia um eco do vínculo dos gêmeos. A paz que fluía ao longo desse vínculo apanhou seu coração facilmente. Não havia nenhuma outra palavra para isso. Preocupou-se com Cam durante tanto maldito tempo. Vê-lo assim, vê-lo envolto ao redor de Jaci, tranquilizou-o.

O consolo começou a desenvolver-se dentro dele. Cada noite que o tinha comprovado, cada vez que os tinha visto dormir nos extremos opostos desse maldito sofá, tinha querido romper algo. Sobre tudo, o pescoço de Davinda Morris, porque ele sabia que ela estava envolvida em tudo o que quase tinha quebrado Cam. Era extremamente ruim que a fodida bruxa estivesse morta.

Sacudindo a cabeça, voltou-se e subiu pelas escadas ao seu escritório. Ainda tinha informação para extrair dos Roberts e, a diferença de seu irmão, sua paixão estava longe de esgotar-se na noite. Mas então, nunca o estava. Às vezes se perguntava se alguma vez o estaria.

Ele tirou uma cerveja da geladeira e voltou a trabalhar se não contente, pelo menos respirando mais tranquilo. Cam poderia não estar dormindo em uma cama, mas estava dormindo com Jaci. Era um passo importante, e Chase sabia.

Agora só tinha que descobrir o resto desse pequeno mistério.

Primeiro o primeiro.

—Vamos, agora. — sussurrou, quando começou a procurar através dos arquivos que tinha desenterrado— Mostre-me o que passei por cima. Só um pouco mais aqui…

 

Estava quase terminado. Jaci podia sentir a antecipação, o sentido da emoção, e a ponta de satisfação agitando em seu interior por conta do dia seguinte. O relógio parecia avançar a passo de tartaruga, marcando os segundos antes da reunião com os Roberts.

Moriah tinha chamado ao menos uma meia dúzia de vezes. Apesar da outra garota não ser histérica, ela estava até desequilibrada e assustada.

Jaci sentia uma grande quantidade de emoções, mas não havia medo. Talvez por essa razão, a estranha sensação de inquietação empurrava em seu cérebro. Deveria sentir medo?

Ela sacudiu a cabeça ante o pensamento enquanto pretendia trabalhar. O único temor que tinha era o temor de fracassar, e neste ponto, o fracasso não era uma opção. Ela não podia falhar, porque havia muito que montar sobre isso. Tinha que limpar os Roberts de sua vida e então poderia esperar uma vida com Cam.

A idéia disso trouxe o início de um sorriso a seus lábios enquanto verificava seu relógio de novo. Ela necessitava essa oportunidade com Cam. Especialmente depois da última noite.

Tinha dormido com ela. Pela primeira vez, tinha dormido com ela. Bom, pode ter sido no sofá em vez de em uma cama, mas poderia viver com isso. Devido à sensação de alegria, a completa satisfação que a encheu quando despertou, seus braços cômodos e seguros ao seu redor enquanto ele dormia, havia trazido lágrimas a seus olhos.

Não podia perder isso. Ela não podia permitir que Richard e Annalee o destruíssem.

Mas, realmente Cam mataria Richard? A questão passava por sua mente enquanto se moveu da mesa e ia e vinha à janela atrás dele.

Cinco anos atrás, essa pergunta teria resultado em um terminante sim. Nesse momento, Cam haveria facilmente matado ao Richard Roberts pelo terror que ela tinha experimentado desde aquela noite. Pelo menos, pensava agora, ele teria feito Richard desejar estar morto.

Desejar que ele estivesse morto estava bem.

Ela cruzou seus braços sobre seus seios e olhou a beleza do jardim de Courtney iluminado pelo sol. Jaci tinha passado tantos anos bloqueada dentro de Cam que tinha conhecido há sete anos atrás que não fez concessões pelo homem que era agora.

Estava controlado, às vezes mais. Estava moderado e tranquilo. Ela não tinha nenhuma dúvida que mataria se tivesse que fazê-lo, mas estava começando a dar-se conta que não mataria por um capricho, do contrário Richard já estaria morto.

Ela empurrou seus dedos através de seus cabelos e exalou asperamente. Deus, tinha sido uma idiota, e não se deu conta porque quanto mais se aproximava dele, enquanto o homem que ele era agora se manifestava, soube que Cam nunca se perderia até esse ponto.

Havia-se dito em todos estes anos que estava protegendo-o, quando a verdade era que esteve protegendo a si mesma. Porque sabia que sua própria independência era muito frágil, muito pouco sólida até o momento. Teria sido tão fácil apoiar-se nele, depender dele, e não podia permitir-se fazer isso então. Cam a teria arrasado com o tempo.

Não a curvava agora. Agora, a fazia querer enroscar-se em seus braços, a fazia desejar estar envolvida por ele, abraçada a ele.

Diria-lhe a verdade depois desta reunião. Ainda precisava fazer isto ela mesma. Precisava saber que podia cuidar de si mesma, que podia defender-se. De outra maneira, nunca estaria segura que podia estar junto a ele em vez de atrás dele.

Cam era um homem forte. Não só fisicamente, mas também psicologicamente. Estava endurecido, e era um maldito bom homem.

Os homens bons eram poucos e espaçados, e o melhor deles a tinha abraçado toda a noite como nunca tinha abraçado a outra mulher.

Ela lambeu seus lábios nervosamente, rezando para que se mantivesse o resto da tarde. Cam e Chase estavam, no geral, ocupados durante a primeira parte do dia investigando aos possíveis membros do clube, e reunindo-se com Ian e o chefe de segurança.

Ela tinha as chaves de um dos carros da propriedade, um pequeno BMW esportivo esperando sob o toldo do estacionamento. E a reunião estava combinada e confirmada.

Cinco anos. Levara cinco anos para chegar aqui, para reivindicar-se por uma noite de mal julgamento, e talvez para descobrir por que. Por que ela?

Essa pergunta a atormentava. Os Roberts eram expressamente exigentes a respeito de com quem jogavam seus jogos. Não eram tão estúpidos para permitir que sua roupa suja se agitasse nos ares públicos. Então, por que decidiram dar uma oportunidade a uma desenhista de interiores que mal conheciam?

Essa pergunta rondava no ar desde aquela noite, porque simplesmente não tinha sentido.

Empurrou seus dedos através de seu cabelo, logo se esfregou seus braços, tentando afugentar os calafrios de seu corpo. Era a reação normal. Uma advertência ou uma premonição? Sempre teve a sensação que as perguntas sem respostas eram as mais perigosas quando os Roberts estavam envolvidos.

Seu telefone celular tocou, tirando-a de seus pensamentos. O tirou da capa presa ao seu lado e verificou o número.

—Está tudo bem? —perguntou.

Moriah estava cada vez mais nervosa pela hora.

—Tudo está funcionando.

As sobrancelhas de Jaci se levantaram por seu tom tranquilo. Moriah esteve em pânico desde a noite anterior, agora, a não ser por um ligeiro e nervoso tremor em sua voz, estava tranquila, estável.

   —Ligaram?

—Annalee acaba de ligar para assegurar-se de que vai estar aqui. Vou deixar o apartamento depois que chegue. Vou sair pela porta de trás e me assegurarei que tudo esteja indo sem problemas.

Jaci assentiu lentamente, verificou seu relógio de novo.

—Irei mais cedo. Não quero dar a Cam uma oportunidade para sair de suas reuniões antes do tempo.

—Não pode aparecer mais cedo. — sussurrou Moriah— Vão suspeitar.

Jaci assentiu com isso.

—Dirigirei em círculo por um tempo. Estarei na hora, Moriah. Assegure-se de que tudo esteja correto da sua parte, e eu farei o resto.

—Sim, fará-o. —Moriah parecia respirar duramente— Vou ligar para Annalee e lhe deixar saber que tudo está preparado para funcionar. Ela e Robert estarão aqui um pouco mais cedo. Conheço-os. —O silêncio encheu a linha.

—É quase o fim, Moriah. —prometeu.

—Sim, é. —A satisfação enchia a voz de Moriah agora— É definitivamente quase o fim.

Jaci desligou, pegou sua carteira e suas chaves, e caminhou rapidamente de seu escritório à ala residencial e saiu pela porta traseira à zona de estacionamento.

O BMW estava estacionado justo onde Matthew lhe tinha prometido que estaria esperando-a.

Cinco anos de evitar as ameaças dos Roberts, suas mentiras destrutivas, e a frustração de não ser capaz de lutar, estava terminado. Em poucas horas, ela e Moriah teriam o que necessitavam para obrigar os Roberts a retroceder, a finalizar a sutil e destrutiva guerra que estavam liberando.

E ela teria feito por sua conta, sem ajuda. Teria se protegido, teria se assegurado. Era importante, saber que podia fazer o que tinha que fazer sozinha, se fosse necessário.

Sem dúvida, Cam teria um ataque quando descobrisse o que esteve fazendo, o que tinha ocorrido, e o que havia feito para detê-lo. Ele se enfureceria e provavelmente terminasse golpeando Richard a próxima vez que o visse.

Jaci podia tolerá-lo golpeando Richard, decidiu com um sorriso. Torceria por ele. Diabos, ela ajudaria-o.

Quando saiu do imóvel Sinclair, respirou com um grande suspiro de alívio e se dirigiu ao apartamento de Moriah no outro lado da cidade.

Estava quase terminado. Ela deveria estar aliviada. Em vez disso, parecia não poder deixar para trás a pesada sensação de temor crescendo dentro de seu intestino. Estava preparando o fim disto por muito tempo. Tinha lutado por isso durante muito tempo. Agora que o final estava tão perto, parecia não poder convencer-se que ia funcionar.

Tinha-o planejado meticulosamente. Fez todo o trabalho preparatório, ela mesma tinha retrocedido, mantendo seu silêncio quando queria nada mais que informar ao mundo da depravação desses dois, cada vez que eles ou um de seus amigos a golpeavam.

Ela não era uma mulher de sentar-se e aceitar tudo o que alguém queria para burlar-se. Fazendo-o assim, tinha esmigalhado seu orgulho mais de uma vez. Mas tinha um plano. Um plano que tinha concebido no momento que se deu conta que os Roberts, quase tinham conseguido destruir sua reputação.

Podia ter dito a Cam. Provavelmente deveria ter dito a Cam. Mas ela o conhecia. Teria insistido em dirigi-lo a sua maneira e terminá-lo. Teria esmurrado o diabo fora de Richard e provavelmente aterrorizado Annalee. Ele teria tido a satisfação, Jaci não. E ela a necessitava.

Tirou seu telefone celular do clipe de seus jeans e o desligou antes de pô-lo em sua bolsa.

Antes que entrasse no apartamento de Moriah, tinha que ajustá-lo para gravar. Uma cópia de segurança. Assegurada, no caso de dar errado.

Ela confiava absolutamente em Moriah, mas a outra garota era muito nervosa, muito frágil. Sempre cabia a possibilidade que pudesse ter problemas na gravadora de vídeo, ou que os Roberts fossem o suficientemente inteligentes para encontrá-la.

A cópia de segurança era sempre um bom plano, seu pai lhe havia dito uma vez. E sobre sua mesa estava a carta que tinha deixado a Cam bem antes de sair.

Por que diabos a tinha escrito não podia imaginá-lo. Ela foi obrigada a deixar algo, entretanto. Para demonstrar que confiava nele? Não estava segura.

Apertou o volante, lentamente, e se obrigou a retroceder daquela beira de pânico. Isto ia funcionar. Não tinha mais remédio exceto fazê-lo funcionar.

   Cam investiu em seu escritório e enfrentou a seu irmão com uma ponta de irritação. Chase tinha pedido que abandonasse a entrevista programada que ele e Ian tinham com a primeira linha da comissão de castigo do clube.

Inclusive Ian não tinha conhecimento exato de quais membros da comissão estavam. Cada três anos, os membros escolhiam um fiscal para a comissão, assim como um defensor de ofício. Esses dois investigariam as cargas e levariam suas conclusões à comissão.

Estava neutralizando aos Roberts de uma maneira ou outra. Teria sido condenado, depois da última noite, se permitisse que outra coisa impedisse sua vida com Jaci. Tinha cuidado das ameaças dos Roberts a sua reputação, então trataria, Deus o ajude, trataria de ser honesto com ela. Tanto como pudesse ser.

Perdê-la não era uma opção. Algo dentro dele se soltava um pouco mais cada dia desde que ela estava de volta em sua vida. Havia uma sensação de novidade, de vida agora, e não ia perder isso.

E se isso significava a participação do clube, então era o que diabos faria. Não podia matar a um congressista, não importa quanto o queria, além disso, isso era garantia de incomodar Jaci.

—Que, diabos, está acontecendo? Estivemos trabalhando durante horas para conseguir esta reunião com o Obermeyer, e você cancela no último minuto?

—Isto é o que, diabos, está acontecendo.

Os papéis caíram da impressora enquanto Chase trouxe uma pequena pilha da bandeja e os golpeou sobre a mesa.

—Estava olhando no maldito lugar equivocado, Cam. Filho da puta, estou fodido.

Cam tomou o maço de papéis, deu a seu irmão um largo e duro olhar, e começou a examinar neles. À medida que lia, sentiu seu sangue gelar-se em suas veias.

Inglaterra, Itália, Nova Iorque e Cancún. Nos quatro lugares, e uma pessoa tinha estado ali cada vez.

Alguém que Jaci não deveria ter conhecido, inclusive no momento.

—Por que? —perguntou.

—Essa era a parte difícil. — Chase sacudiu a cabeça, preocupado — Passei a noite anterior e a maioria do dia de hoje tentando imaginar aquele único pretexto. Finalmente encontrei uma origem, no entanto. Um ex-amante. É tudo por causa de Annalee. Um amor por Annalee. E Jaci de alguma maneira tinha ameaçado aos Roberts o suficiente para desencadear nela uma necessidade psicótica de defender à esposa do congressista.

Cam olhou a informação a pôs sobre a mesa, e apoiou sua mão ao lado enquanto usava a outra para passar cada página.

   Isto explicava as tentativas incompetentes para ferir Jaci, para matá-la. Não havia força aqui, nenhuma experiência; só havia emoção e medo.

—Perdi-o. —A voz de Chase estava cheia de asco— Olhava direito sobre a mesma merda.

—Não é o único. —Cam podia sentir a raiva gelada dentro dele agora— Fui sobre a mesma informação, Chase. Perdi-o, também.

Esta área em particular tinha estado com Chase. A divisão de investigação, os anos requeridos, para saber sobre qualquer pessoa, exigiu que eles dividissem certas partes. Esta não tinha sido responsabilidade de Cam, mas apesar de tudo tinha ido sobre ela, revisou-a. Diabos, tinha-a revisado em dobro. E ele tinha perdido isto.

—E agora o que? —Chase se moveu atrás dele, sua voz dura, furiosa.

Chase estava queimando com a ira, Cam estava congelado com ela. Não podia permitir-se arder completamente agora. Ele arderia depois que falasse com Jaci, depois de imaginar o melhor curso de ação a tomar para protegê-la.

Porque não havia nenhuma dúvida, iam ter problemas aqui.

—O relatório do psiquiatra está ali, também. — revelou Chase— Eu poderia ter tido que fazer um pequeno corte para obter isso. Não é bonito, Cam.

Não, não o era. Ele o encontrou inclusive enquanto Chase falava, e as atas das reuniões enviavam carreiras geladas descendo por sua coluna vertebral. Estava seguro que o psiquiatra tinha sentido o mesmo frio, se seus comentários eram algum indício.

Não era bonito para ninguém. Era uma vida de pequenos ódios, de incertezas, temores e paranoia. Era uma mente que de algum jeito tinha perdido sua compreensão sobre a realidade, até que uma pessoa tinha encontrado um modo para chegar dentro dos temores e conectar com ele.

Uma mão suave. Uma mulher que tinha mostrado compaixão, simpatia, e, curiosamente suficiente, carinho.

Embora fosse incrivelmente difícil para Cam encontrar provas de carinho dentro de Annalee Roberts, ainda, por todas as anotações, tinham sido seus esforços que tinham acalmado os crescentes e erráticos impulsos psicóticos que se haviam mostrado.

Virou-se e olhou a Chase, vendo o grande pesar em sua expressão, a dor que o conhecimento trouxe.

—O Comitê tem que saber a respeito disto. — afirmou— É um risco para o clube, Chase. Não podemos permiti-lo.

O olhar de Chase brilhava com os demônios. Não eram tão sombrios como Cam sabia que eram frequentemente os seus. Chase tinha demônios que caminhavam com ele, teve-os durante anos, e ardiam em seus olhos agora.

—Pelo menos não será a comissão de castigo. —Chase suspirou— Acredita que ainda há suficiente prudência ali para entender o castigo? —Sua mão assinalou o disforme— Deus, Cam. Como alguém se move no mundo sem que eles mesmos se afundem? Sem ao menos despertar suspeitas?

Cam sacudiu a cabeça. Não podia imaginá-lo. Uma combinação de drogas e temor, ele sabia, poderia fazer coisas assombrosas. E chegar a pensar nisso, as aparições públicas foram poucas. E, ele supôs, só durante os momentos mais lúcidos.

—Jaci não sabia. — disse finalmente— Ela não tem nem idéia de quem esteve tentando matá-la.

—Não é de se estranhar, caralho. — grunhiu Chase— Com as torpes tentativas, que pareciam nada mais que acidente.

—Ela é teimosa, não estúpida. —Cam sacudiu a cabeça tristemente, sabendo como isto ia machucar a Jaci— Se ela pensasse que sua vida estava em perigo, teria vindo a mim.

Ele sabia isso agora. Ela tinha esperado até que pensou que era o suficientemente forte para estar com ele, para parar-se sobre seus próprios pés. Mas era o suficientemente inteligente para saber que não estava em condições de proteger a si mesma contra um assassino psicótico.

—A reputação de Annalee é tudo para ela. —Chase suspirou— Nada mais importa. Estar acreditando ser puta é uma força para ela. Ninguém vê o outro lado. Ela golpeia a potenciais inimigos primeiro. Está protegendo essa reputação. Protegendo sua vida pública.

Cam sacudiu a cabeça com isso.

—Jaci vai ter que ver isto. —E ele odiava isto. Contar a ela, ver sua dor, a desilusão em seus olhos, ia matá-lo.

—Courtney está bem. — Chase lhe advertiu— Ambas estão em perigo aqui, Cam. A lealdade de Courtney é tão feroz como a de Jaci. Ela terá que ver a prova disto. É um inferno de confusão Cam. —disse— Não estou com vontade de levar isto a Jaci. Ou a Courtney. Vai romper seus corações.

—Mas vai salvar suas vidas. —Cam se voltou para ele, aquele gelo endurecido dentro dele— Levemos isto a Ian. Vou procurar Jaci e conseguir que esteja disposta a ir para casa. Não quero lhe dizer isto aqui.

Lar. Era um lar agora. Não era só a casa ou o apartamento. Era um lar com Jaci ali.

Diabos, tinha planos esta noite. Velas e música suave. Uma cama de rosas e Jaci doce e quente. Ele não tinha imaginado traição e lágrimas na equação.

Moveu-se do escritório, esfregando seu queixo enquanto tratava de controlar a raiva. Mataria por ela, mas estava seguro como o diabo preferir não ter que lutar com a desordem nesta situação. Matando a alguém que mal podia distinguir a fantasia da realidade, inclusive com a ajuda das drogas, não seria uma experiência agradável.

Richard Roberts, sim, ele tinha uma surra próxima. Não havia dúvida disso. Cam teve a oportunidade de ler os informes nas anotações do psiquiatra, do que supostamente havia ocorrido na noite em que Jaci tinha abandonado a mansão dos Roberts, aquela noite anos antes.

A certeza dos Roberts que ela gostaria de ser um brinquedo. Qual foi o comentário? Estavam só tentando amá-la. Queriam amá-la e ela só queria correr e machucá-los. Como uma criança.

Diabos.

Desceu as escadas antes de se virar e dirigir-se à sala e aos escritórios. Quando voltou para a sala bem iluminada, encontrou Matthew saindo de seu próprio escritório.

—Olá, Cameron. — Mathew o saudou com seu tom preciso e formal— Pensei que fosse se reuniu com a Srta. Wright para o almoço.

Cam vacilou.

—Estou me dirigindo a seu escritório agora.

Mathew vacilou.

—Miss Wright já deixou suas obrigações. Saiu no BMW há aproximadamente trinta minutos.

Cam não esperou para lhe perguntar. Foi rapidamente até a porta de seu escritório e a abriu de um puxão, entrando a passos longos, seu olhar deslocando-se ao redor da habitação. Não teria que sair sem dizer a ele. Ela sabia que tinham planos esta noite. Ela tinha saído esta tarde sem lhe dizer quando retornaria.

Seu olhar varreu sobre o escritório, seus olhos capturando a nota deixada ali. Caminhou até ela, atirou o papel para cima, e o leu enquanto o terror puro começava a correr através dele.

Não. Ah, Caralho! Não. Ele não a perderia. Não podia.

—Chase. — Ele correu à sala, consciente de sua voz elevada, tremores de puro terror nela, e o som dos pés correndo escada acima.

Ele entrou no vestíbulo quando Chase e Ian desceram depressa pelas escadas e Courtney vacilava na porta da formal sala de estar.

—Ela se foi!

—Tinha um almoço. — objetou Matthew.

—Ela está reunida com a Moriah e os Roberts. — Seu olhar conectou com o de Chase enquanto lhe entregou o papel.

Estou cuidando desta situação com os Roberts hoje, Cam. Estarei na casa de Moriah Brockheim me reunindo com eles. Não se preocupe. Nós dois sabemos que eles não são perigosos, só irritantes. Vou explicar-te tudo esta noite.

A nota trazia puro terror, e a raiva queimava através do gelo agora.

—Moriah estará lá. Qual é o grande pacto secreto, Cam? —Courtney se quebrou— Jaci é uma grande garota. Deixe-a negociar com isto.

Cam a olhava com incredulidade antes que ele e Chase subissem correndo as escadas. Correram a seus escritórios.

Armas. Precisavam de armas.

As capas de ombros rapidamente estiveram atadas ao redor de seus torsos, as Glocks empurradas dentro das capas debaixo de seus braços. Outra de substituição atada em seus tornozelos.

—Matthew, chame o detetive Allen do PD de Alexandria, e lhe peça que se encontre conosco no apartamento de Moriah Brockheim em Alexandria. Diga-lhe que chegue em silêncio, temos uma situação perigosa.

—Cam, porra. —Ian amaldiçoou enquanto se armava também— Que caralho está acontecendo?

—Te explicaremos no caminho. —dirigiram-se correndo para fora do escritório e Cam começou a rezar. Rezava para chegar ali a tempo. Para que Jaci estivesse segura. Para que pudesse controlar a raiva que estava construindo-se dentro dele, o suficiente para tirá-la, para protegê-la, sem derramamento desnecessário de sangue.

Era dele. E ninguém, mas ninguém ameaçava o que era dele. Nenhum homem, mulher, ou lunático.

 

Jaci passou suas mãos brandamente pelo ajustado jeans que usava quando chegou à porta do apartamento de Moriah e soprou asperamente um fôlego, dizendo-se uma vez mais que estava quase terminado. Terminaria isto aqui, com a admissão dos Roberts do que tinha acontecido na noite que fugiu de sua casa, e a usaria para assegurar-se que nenhum deles a acossasse de novo.

Ela não necessitava que sua relação com Cam escurecesse por isso, e não ia tê-la escurecida. Pararia-se em seus próprios pés, cuidaria de si mesma, e poria fim a isto agora.

Com uma forte cabeceada ante a idéia, levantou sua mão e apertou a campainha com a ponta de seu dedo.

O apartamento de luxo de Moriah era no segundo piso. O apartamento dava para um pequeno parque adornado de flores.

Um segundo depois pôde ouvir a fechadura sendo destrancada e Moriah abriu a porta. Jaci deixou atrás seu pessimismo. Vestida com um bonito vestido de veraneio branco e ouro, parecia jovem e doce, com seu cabelo até os ombros emoldurando seu rosto.

Jaci entrou decidida no apartamento de Moriah, olhando aos olhos da moça e vendo o frio e a dureza resolvidos ali.

—Estão no escritório. —Sua voz era débil, rouca, embora emocionada.

Havia algo de errado com seu comportamento, embora houvesse um brilho frio e duro em seus olhos, que Jaci não tinha esperado.

Jaci assentiu, apertou sua bolsa, e seguiu Moriah através do apartamento até o escritório. Havia uma porta traseira através do corredor, na cozinha. Conduzia a um balcão de ferro e a uma escada de incêndios para o beco. No caso de que Annalee houvesse trazido seu maravilhoso pequeno chicote de mão com ela.

Jaci respirou profundamente quando Moriah se dirigiu à cozinha e entrou decidida no escritório.

Annalee estava tão formosa como sempre. O comprido cabelo negro que fluía até a metade de suas costas, sobrancelhas graciosamente arqueadas e olhos azuis. Ela era magra, mas não fraca. O vestido de suave seda pêssego pálida que usava enfatizava a tonalidade dourada de sua pele. Também a fez parecer quase inocente. Muito longe do couro negro, salto alto, e o chicote que tinha usado naquela noite faz muito tempo.

Em contraste, Richard parecia uma pessoa segura, à margem. Quase aristocrático. A aristocracia estava desvirtuada pelo indício de nervosismo em seus olhos e o brilho do suor sobre sua testa.

—Margie não está aqui? —Jaci olhou a seu redor, perguntando-se onde estava espreitando sua secretária. A única quem tinha brilhado com suor e sexo essa noite, seus olhos escuros selvagens com a luxúria.

—Margie não é necessária aqui. —Annalee se apoiava contra a escrivaninha a um lado do escritório, suas mãos sobre a tampa de nogueira atrás dela— Não tem sentido alterá-la. Margie às vezes pode ser delicada.

Margie era tão delicada como uma barracuda, mas Jaci entendeu a dureza da mulher enquanto pensava a respeito da experiência de Moriah com os Roberts.

—Sim, isso acontece quando se junta com a cabeça de uma criança. — Jaci quis gritar— Diga-me, Annalee, você escolheu a Margie quando era uma adolescente, também?

Annalee piscou surpreendida.

—Sinto muito, Jaci, mas não o faço com adolescentes. — se mofou— É estranho, não esperava que recorresse à mentira, depois de todos estes anos.

Jaci riu com isso.

—Não ousaria tentar lutar contra você nesses terrenos, Annalee. Posso acessar à realidade que é de longe a melhor mentirosa aqui. Então eu vou ficar com a verdade. E se os adolescentes não são seu estilo, então como explica a Moriah?

Annalee olhou ao Richard com uma expressão de confusão. Esse olhar fez afundar seu estômago.

Algo estava errado, já que era genuína confusão, ou eles tinham que saber que estavam sendo gravados. Havia Moriah entregado o jogo de algum jeito?

—Moriah é uma adulta, Jaci, e uma ótima amiga de Annalee. Há uma grande diferença entre uma amiga e uma amante. — disse finalmente Richard— E não estamos aqui para discutir os por que e os por onde de nossas vidas pessoais. Se for por isso que marcou esta reunião, então todos nós estamos perdendo o tempo.

Por que ela tinha marcado à reunião?

—O que? —Ela olhava a ambos, confusa agora— Não chamei uma maldita coisa.

—Olhe Jaci. —A delicada voz de Annalee fluía sobre seu protesto— Lamento que tivéssemos que tomar medidas necessárias para garantir que nada do que dissesse em nosso contrário jamais fosse considerado. Posso entender que isso foi frustrante para você através dos anos. Mas certamente sempre colaboramos para elogiar suas habilidades para o desenho, para enviar clientes em sua direção. Há regras para a pequena disputa em que estamos envolvidos. Regras que todos nós tivemos que acatar.

Aquele brilho de pesar tinha que ser uma mentira, pensou Jaci quando viu a emoção movendo-se através dos olhos de Annalee. Quem diabos eram estas pessoas, e que ocorreu ao Richard e Annalee Roberts?

—Vocês dois são insanos. —Sacudiu a cabeça ante a visão ante ela— Desculpe-me, Annalee, vem dizendo a todos nestes anos que te roubei, que era uma destruidora de lar, mas diz que o lamenta? Por que não acredito nisso?

Richard exalou fortemente.

—Porque não entende o mundo no qual está entrando. — lhe disse com impaciência— Aceitamos a responsabilidade da situação.

Agora bem, não era isso o importante?

—Tentou me estuparar Richard. Você, sua esposa e sua demente pequena secretária. — Jaci se quebrou, sua voz cheia de fúria— Me desculpe, mas isso é um pouco mais grave do que obviamente deseja aceitar.

Sentiu como se ela tivesse caído na zona de penumbra, e não gostou. Tinha vindo aqui com várias certezas, começando que já era hora para terminar esta disputa, como a chamaram.

Richard gesticulou firmemente com sua declaração.

—Interpretou mal essa noite.

—Não interpretei mal essa maldita cicatriz sobre meu quadril pelo chicote de sua esposa. — ela mordeu as palavras— Pelo amor de Deus, que diabos é isto?

—Olhe. —Annalee elevou sua mão para acalmar a crescente animosidade entre todos eles agora. Mas não havia tranquilidade. Jaci tinha passado anos zangada e anos lutando contra suas mentiras— Somos conscientes de sua associação com Cameron, seu irmão e seu empregador Ian Sinclair detém tudo o que ainda pudemos fazer para sossegar sua vingança contra nós. Já recebemos a primeira advertência. Eu imaginei que desejasse discutir os termos da trégua.

Jaci os olhou fixamente em silêncio. Ela esfregou a parte de atrás de sua cabeça, pensando na duvidosa advertência ali, enquanto para um rápido movimento com sua cabeça.

Algo não estava certo aqui, e não tinha sentido. Ela nunca tinha imaginado, não em todos estes anos, que esta reunião aconteceria a cabo com tal civilidade e racionalidade. Diabos, queria gritar, xingar e arremessar coisas. E eles estavam sendo amáveis?

Ela olhou ao redor da sala antes de sacudir sua cabeça e voltar para a conversação.

—Que advertências? —perguntou finalmente.

Então Annalee sorriu. Uma suave curva de seus lábios, não um sorriso afetado ou uma brincadeira, a não ser simplesmente um reconhecimento da incredulidade de Jaci.

—Como já disse, há certas normas quando se move na sociedade. Uma dessas normas, uma vez que sua relação com Cam se consolidou, é que seu poder aqui tem o potencial para emparelhar com o nosso. Não terá que ocultar isso, aprenderá-o com o tempo. O poder de Courtney Sinclair já deixa atrás o meu. A posição de Richard como congressista só nos dá uma ligeira vantagem. Devido a isto, agora estamos dispostos a escutar suas perguntas e pôr fim a nossas mútuas vinganças. A intriga poderia machucar a ambos se continuar, Jaci, e poderia machucar aos gêmeos Falladay também. Assim vamos pôr fim a isto agora.

—Minha Pergunta? Bem. Por que? Por que não o fez do começo? Que diabos te fez pensar que fosse jogar esses jogos com você?

Esquecendo a confusão, conseguiria as respostas em primeiro lugar. Queria saber por que ela teve que lutar com este casal durante tantos anos, e logo eles passariam a algumas outras perguntas.

Annalee suspirou e olhou fixo ao chão por um instante antes de levantar sua cabeça e olhá-la.

—Isso, querida, foi sua culpa. Se não tivesse pertencido a um gigolô e a um homem conhecido por seu estilo de vida ménage, então eu nunca o teria considerado.

Jaci congelou. Podia sentir seu coração pulsando lentamente, o medo golpeando dentro de sua mente. Sentiu-se débil, rota e não queria escutar o que se temia estava vindo.

—Você está mentindo! —Ela arrojou a acusação contra eles— E vocês não têm idéia de que diabos cairá sobre os dois por isso.

—Cameron Falladay, com todo seu poder nesta cidade, ainda é um produto de suas desagradáveis raízes. —Richard suspirou com pesar— Temos a prova, Jaci. Ser um homem-prostituta à idade de quinze não é algo para estar orgulhoso, mas passou por cima disso. O compartilhar com seu irmão, e sua quase associação de toda a vida com eles, levaram-nos a conclusão errônea de que você estaria de acordo com nosso estilo de vida também. Nós pedimos perdão por isso.

Chase se deteve ainda fora do escritório, cada osso, cada músculo de seu corpo endurecendo enquanto ouvia a declaração de Richard Roberts. Sentiu um uivo de raiva, sentiu a agônica queimadura através de seu corpo enquanto aquele vínculo entre gêmeos se abriu sozinho o suficiente para dar uma olhada à alma de seu irmão.

Só somou a sua própria raiva, a dor que fatiava seus intestinos e abria sua alma para revelar o cru e dolorido núcleo de agonia.

Jogou seu olhar para Cam, onde ele parou no outro lado da porta. Seu irmão estava olhando o escritório, sua expressão congelada, mas seus olhos enfurecidos. Chase podia ver a raiva, e podia ver a dor.

Como tinha permitido que isto acontecesse a seu irmãozinho? Cam tinha sido sua responsabilidade, seu irmão, teria deixado tudo no mundo para guardá-lo deste momento. E ele tinha permitido que isso acontecesse.

Viu Cam sacudir sua cabeça. Um rápido e pequeno puxão enquanto piscava, uma traiçoeira piscada de crua agonia enquanto a verdade era revelada à mulher que seu irmão amava mais que à vida.

—Você está mentindo. — Jaci queria gritar as palavras, mas mal podia dirigir um sussurro, enquanto obrigou as palavras a transpassarem seus lábios— Cam nunca vendeu a si mesmo. Ele nunca faria nada parecido com isso. Nem antes e nem agora. —Por um momento, algo assim como compaixão brilhou nos olhos de Richard, e se dirigiu a sua esposa.

Este não era o casal que conhecia. Fria, dura, toda distancia gelada e repugnância superior. Tinham que ser monstros. Pura maldade. Só monstros poderiam estar de pé e mentir desta maneira com tão convincente compaixão. Eles não podiam ser reais. Isto tinha que ser um jogo que estava sendo jogado para a câmara.

—Não, na realidade, sua tia foi a cafetina. —Annalee deu de ombros, uma simpática piscada em seus olhos enquanto continuava o relato de seu marido— Tenho tudo no relatório de investigação que havíamos feito quando foi trabalhar para nós. Richard, Margie, e eu estávamos muito atraídos por você, Jaci. Pareceu-nos que teria entrado em nosso círculo de amigos por causa da informação que encontramos sobre você, Cameron e Chase. Mas uma vez que o engano se cometeu, vimo-nos obrigados a controlar qualquer dano que poderia ter causado à carreira política de Richard e meu próprio lugar na sociedade.

Jaci precisava sentar-se, mas não havia lugar, não havia modo de que pudesse sentar-se e ainda permanecer forte ante eles. Entretanto, a angústia estava rasgando-a. Cam tinha lutado para ocultar seu passado, e estes dois o tinham conhecido todo o tempo. Tinham-no conhecido e o tinham utilizado para machucá-la.

—Jaci. —Annalee sacudiu sua cabeça brandamente— Se fôssemos os monstros que você acredita então, teríamos utilizado essa informação, em vez de controlar qualquer represália que poderia tomar. Não somos totalmente insensíveis, simplesmente um pouco egoístas, eu temo.

—Não sou um idiota, Jaci. — disse Richard então— Cameron Falladay não teria nenhum problema em matar a um homem que ameaçou seu lugar no mundo, ou a sua mulher. Assumimos que chamou a esta reunião para discutir suas exigências.

Ela estava em choque. A incredulidade e a dor estavam açoitando-a. Isto explicava muitas coisas, mas acima de tudo, explicava a negativa de Cam para discutir a dor em seu passado. Quinze anos. Uma idade vulnerável de todos os modos, e tinha sido explorado em uma das piores maneiras. Explorado e quase destruído.

—Não chamei a esta reunião. —Finalmente ela sacudiu a cabeça, desconfiando, cheia de dor.

OH, Deus, Cam. Ela queria balançar-se de agonia. Ela queria ir correndo a ele, abraçá-lo, gritar de raiva por algo tão vil que puderam fazer com ele.

—O que quer dizer, com não chamou a esta reunião? —Annalee se endireitou e olhou ao Robert— Nós não a chamamos.

—Não, eu a chamei.

Jaci se virou e olhou para Moriah em estado de choque. Não era a Moriah que a chocava tanto, mas a arma em sua mão e o ódio em seus olhos enquanto olhavam ferozmente para Jaci.

—Moriah? —A voz de Annalee estranhamente suave, apesar da confusão e o medo nela. Havia verdadeiro afeto, verdadeiro cuidado em seu tom— Carinho, o que está fazendo?

—Chamei a esta reunião. —Lentamente Moriah enroscou um silenciador no final da pistola quando Jaci retrocedeu, sacudindo sua cabeça, lutando para dar sentido ao que estava acontecendo— Verá, Annalee, não posso deixá-la contar a esse desagradável Cameron o que ocorreu nessa noite. E ela o fará. Sei que vai dizer no momento que se vá daqui, não importa o que acordem. Disse-me que o faria. Ele poderia te machucar. Não posso permitir que seja ferida.

Os lábios de Jaci se separaram quando lutou para respirar. Isto não podia estar acontecendo. Não tinha sentido. Os Roberts a tinham aterrorizado, brutalmente quando menina, não tinham?

—Moriah? —Jaci lutava por acreditar no que estava vendo. Moriah, seu rosto pálido, seus olhos brilhando com loucura enquanto sorria com calma.

—Adverti-lhe isso, Annalee. — disse Richard então, sua voz endurecendo-se.

—Sim, advertiu-a não? —Moriah gritou então, a arma girando e centrando-se sobre o Richard— Tentou voltá-la contra mim todo o tempo, não, Richard? A pobre menina louca. Queria que me deixasse sozinha. Não quis que fôssemos felizes.

—Pelo amor de Deus. — murmurou Richard, seu rosto contraído agora com incredulidade— Baixe a arma, Moriah.

Cam se colocou em posição na porta atrás de Moriah. Deslizar-se dentro da casa pela afastada porta não tinha sido fácil. O apartamento estava distribuído em uma série de corredores curtos, e vários se cruzavam com outro.

Agarrou sua arma da coxa enquanto conseguia uma posição com uma clara visão da jovem mulher. O relatório do psiquiatra era correto; Moriah Brockheim não estava completamente sã. Podia-o ouvir em sua voz agora.

Não podia deixar de pensar a respeito da informação que seu irmão tinha escutado. Ian e o detetive estavam na posição de retaguarda agora, e alcançando a porta. Tinha que abatê-la antes que eles entrassem, antes que escutassem também.

—Moriah, querida, por favor, baixa a arma. —A voz do Annalee era suave, tão gentil como Jaci poderia imaginar que o seria— Podemos falar disso, querida. Jaci é muito razoável, e você sabe quão agradável verdadeiramente sou. Uma vez que ela veja isto, não dirá uma palavra. Podemos convencê-la.

Houve dor e desespero na voz de Annalee, tristeza em seu rosto e em seus olhos. Realmente cuidava de Moriah. Cuidava dela. Não como um brinquedo, mas sim como uma menina, como a pequena menina que algumas vezes Jaci tinha vislumbrado na outra mulher.

—Podemos? —Moriah sussurrou esperançada quando se voltou para Annalee— Lhes dirá, Anna? Dirá-lhes que eu te pertenço? Meu pai sustenta a briga comigo. E esse estúpido psiquiatra não escutará.

—Você sabe que o farei, carinho. — prometeu Annalee, a sinceridade tão densa como o medo em seus olhos agora, quando estendeu seus braços para Moriah— Venha aqui, bebê. Deixe a tia Anna fazer todo o melhor. Iremos tomar chocolate e falar com Jaci sobre isto, sim?

Cam deixou seus olhos piscarem sobre a habitação, e um segundo antes que Richard se movesse, ele sabia o que ia acontecer.

Os músculos do congressista se agruparam e saltou para pegar a pistola.

O suave pop da arma enviou Richard ao chão, sua mão apoiada sobre seu peito enquanto um esmalte cor vermelha se derramava sobre seus dedos.

Annalee gritou e Moriah se dirigiu a Jaci quando Cam saltou. Ele golpeou Moriah para um lado, agarrou a Jaci, e rodou com ela, ignorando seu grito, empurrando-a atrás da escrivaninha.

—Muito amparo. — Moriah se mofou quando recuperou sua posição, voltando a arma sobre ele— É um gigolô. Um homem-prostituta. Sua tia te vendeu para foder velhas mulheres e o permitiu. Acredita que vou deixar separar Anna de mim? É obsceno e brutal e suponho que Chase merece um irmão melhor que você. Sempre o mereceu. —Ela gritou as palavras, levantando a arma enquanto Cam a olhava horrorizado.

Ele tinha sua pistola em sua mão, olhando-a, vendo a jovem mulher a qual seu irmão tinha sido tão aficionado ao longo dos anos. A mulher, tão frágil, quase rota, seus maníacos olhos quando seu dedo apertava sobre o gatilho.

Baixou a arma para disparar. Era um risco. Louca, estava fodidamente louca, e sabia que lutaria até a morte para puxar esse gatilho.

Enquanto Cam apontava, alguém disparou. Ele viu em estado de choque o pulcro e pequeno buraco escuro no meio de sua fronte, a quase pacífica expressão que veio a sua cara antes que desabasse lentamente, graciosamente no tapete embaixo dela. O precioso vestido branco e dourado que usava fluía sobre suas pernas nuas, seu cabelo como plumas sobre seu pálido rosto, e o aroma da morte e os soluços reservados de Annalee encheram o ar.

O Detetive Allen estava gritando no rádio por reforços e os paramédicos que já estavam chegando, enquanto ele e Ian se apressavam dentro da habitação. O congressista estava ofegando por ar, e atrás de Cam, Jaci tinha sua testa contra suas costas. Sentiu-a tremendo, um suave soluço murmurado com seus lábios quando ele se voltou e olhou a Chase.

Seu irmão baixou lentamente sua arma antes de voltar-se para Cam, os olhos escuros, a fúria ardendo quente e brilhante dentro dele. E sentiu a seu irmão então. Sentiu esse vínculo estreitado quando a ira de seu gêmeo se voltou sobre ele.

—Seu disparo foi mau, Chase. —O Detetive Allen, era gordo, respirando pesado, sacudiu a cabeça entrando a passos longos na habitação, seu triste olhar de cor marrom escura com simpatia enquanto olhava ao redor da sala.

—Não, não foi, Carl. — disse Chase monotonamente.

—Confie em mim. —A voz do Carl endurecida— Meu disparo a alcançou. O seu foi mau.

Cam se levantou do chão, puxando Jaci com ele, olhando a seu irmão em estado de choque enquanto Chase se movia para ele.

—Mantenham suas malditas bocas fechadas, ambos. — Chase vaiou para Cam e Jaci— Os Roberts podem se proteger eles mesmos. Nosso passado fica no maldito passado. Entendem-me?

Cam sacudiu sua cabeça lentamente, enquanto olhava a expressão destruída de seu irmão.

—O que fez Chase?

Em si mesmo. Podia vê-lo em seu irmão, agora, a angústia, a dor. Tinha matado Moriah Brockheim.

Ele teve escolha. Cam teria tomado a bala e rezado pelo melhor, antes de matar a uma mulher que sabia que seu irmão sentia afeto.

—Mostrei-lhe misericórdia. — Chase mordeu as palavras, sua voz gelada— Inicia o rogo por você mais tarde.

Jaci se moveu em torno de Cam quando o detetive caminhou até ele, seu corpo inteiro sacudindo-se, enquanto se aproximava através da sala até Annalee Roberts, onde ela se ajoelhava em silêncio ao lado de Moriah.

Chase estava junto a Richard, aplicando uma compressa sobre a ferida, enquanto esperavam aos paramédicos.

—A bala foi desviada pelas costelas. Costela quebrada. — Chase estava balbuciando quando Cam capturou o braço de Jaci, puxando-a para ele.

—Não. —Ela sacudiu sua cabeça, sua voz rouca quando o olhou— Tenho que fazer algo.

Seus olhos eram de gelo. Tinham sido de gelo, frios, sem emoção, do momento em que os tinha visto quando se lançou dentro da habitação.

Ele assentiu bruscamente e a deixou afastar-se lentamente na sala.

—Ela não é uma m-má garota. — sussurrou Annalee quebrada— Ela é como um b-bebê. I-inclusive então, ela era tão frágil. —Alisava o comprido e sedoso cabelo do rosto de Moriah— Sua mãe é minha meio-irmã. Margaret é uma boa mulher. Isto a quebrará.

Os ombros de Annalee estavam pesados quando Jaci lentamente, hesitantemente, envolveu seus braços ao seu redor. Surpreendentemente, Annalee a deixou confortá-la, e Jaci não poderia explicar por que tentou, ou por que a outra mulher lhe preocuparia. Mas quando ela soluçou nos braços de Jaci, teve que admitir que parte disso era sua própria culpa. Tinha que ter a culpa disso. Deveria ter dito a Cam tudo. Ela deveria ter parado em seu território, lhe permitir ajudar.

—Todos os segredos estão a salvo aqui. —Annalee levantou seu rosto, de algum jeito suas feições mais suaves, moviam-se vulneráveis como elas nunca tinham sido— Não importa o que acontecer, não sofrerá mais por nossas mãos. —voltou-se para Moriah e convulsionou em soluços de novo— Isto foi minha culpa. Doce, Deus. Tudo minha culpa. —Ela se inclinou sobre a moça depois, afastando-se dos braços de Jaci enquanto abraçava Moriah e soluçava com angústia.

—Vamos. —Cam se ajoelhou ao seu lado, olhando às outras duas mulheres com aqueles frios olhos seus— Temos que sair daqui. O Detetive Allen falará com o Roberts antes que cheguem os jornalistas. Não precisamos estar aqui.

Ela sacudiu a cabeça quando ele a parou sobre seus pés.

—Mas seus pais...

—Não precisam saber que estava aqui. Agora, Jaci. Vamos agora.

Ele a puxou e moveu-se rapidamente para a porta do apartamento.

Chase estava esperando lá fora e lhe deu uma abrupta piscada enquanto eles iam até a porta.

—Desce pelas escadas da parte de trás. Matthew os está esperando na porta. Consigam como o diabo sair daqui.

Jaci se moveu em piloto automático. Podia sentir as lágrimas ainda correndo desde seus olhos, seu corpo estremecendo-se em estado de choque, incredulidade, e tantos medos.

Ela parecia não poder compreender tudo o que tinha ouvido e tudo o que tinha visto. Tinha passado tão rápido.

Ainda estava passando muito rápido. O braço de Cam ao redor de sua cintura, puxando ela escada abaixo para a entrada traseira e a limusine esperando pacientemente no beco.

Matthew estava afastando do edifício inclusive antes que Cam fechasse a porta atrás de si. Sentou-se no assento e o olhou de perto. Seu rosto ainda estava duro. Seus olhos ainda gelados.

Jaci envolveu seus braços ao redor de seu estômago e se inclinou ligeiramente para frente, os soluços fazendo-a pedaços. Ela não o podia dirigir. Não podia imaginar-se sendo a mesma de novo, e o terror não diminuía.

—Venha aqui, neném. —A voz do Cam era suave, mas só levemente.

Seus braços a envolveram e a levaram para seu colo, rodeando-a com sua calidez, prendendo-a no amparo de seus braços.

E tudo o que podia fazer era chorar mais forte. Ela queria lhe dizer quão arrependida estava, como nunca soube que Moriah era a sobrinha de Annalee. Ninguém que tivesse conhecido parecia tê-lo sabido. Ela não tinha ouvido nem sequer um sopro dessa informação. Ela não sabia.

—Não podia tê-lo sabido. —Ele suspirou contra seu cabelo, ela se deu conta que devia ter estado soluçando seus pensamentos— Muito pouca gente sabia, Jaci. Meia irmãs. Não é informação que qualquer família converse.

Há muitos segredos neste mundo. Muitos fantasmas em muitos armários, e agora uma jovem mulher está morta, e ela poderia dizer, nesses poucos minutos desesperados, que o mundo de Cam tinha mudado para sempre também.

—Não sei o que fazer. —gritou, seus dedos golpeando como punhos em sua camisa, enquanto pressionava a cabeça mais estreita sobre seu peito— OH, Deus, Cam, não sei o que fazer.

—Não faça nada. —Beijou sua testa e a abraçou mais apertadamente— Não faça nada Jaci, só me deixe te abraçar. Por agora, só me deixe te abraçar.

 

Chase entrou no escritório e viu como o congressista Roberts era carregado em uma maca e os investigadores se moviam ao redor da sala, assegurando-a.

Estava seguro que todos os rastros de Cam, Jaci e Ian tinham sido apagados do apartamento. Ele e Carl Allen se asseguraram disso. E se algo aparece? Bom, só desapareceria tão facilmente. Allen era um membro do clube, e neste caso, ao menos, era um caso dos antigos rapazes do clube. Não exatamente legal, mas não havia nenhuma razão para complicar a situação com as mentiras e meias verdades que tinham para contar.

—Moriah nunca foi estável. — Annalee disse ao outro investigador de onde se sentou no sofá baixo do outro lado da habitação— Ela culpava Richard porque não a deixou mudar-se para nossa casa. Era muito depende de mim. —O rosto de Annalee se retorceu com a angústia quanto mais lágrimas caíam de seus olhos inchados— Era como minha filha. Eu a amava.

Chase passou sua mão sobre seu rosto e voltou a o olhar para o que não quis ver.

Moriah.

Seus pais tinham escondido muito bem seus problemas mentais. Seu psiquiatra, as drogas, a estreita marca que tinham mantido sobre ela, mantendo a verdade cuidadosamente oculta. Formosa, como uma fada, Moriah.

Caminhou para ela, sentou-se sobre seus calcanhares, e olhou seu pacífico rosto. Parecia como se estivesse dormindo, à exceção da ferida no centro de sua testa.

Sua bala tinha acertado. A de Carl não o fez. Sua vida se extinguiu antes que sua loucura pudesse destruir a qualquer outra pessoa, e estava decidida a destruir a Cameron, simplesmente porque ele protegia Jaci. E Cam a teria deixado, por causa de Chase.

Ele havia sentido isso. Rasgadas emoções que seu gêmeo tinha sentido nesse momento. Tinham estado em seu rosto, entrelaçaram-se através de seu vínculo. Ele teria aceitado uma bala, em lugar de ver Chase perder a alguém que lhe interessava.

Teve interesse por ela.

Ele retirou um chumaço de cabelo de seus lábios e sentiu seu coração oprimir-se, mais do que recordava, de seus dedos puxando esse gatilho. A diferença de Cam, não tinha duvidado.

—Sinto muito. — sussurrou, olhando em suas feições de pulso enquanto tentava evitar a culpa e a ira— Quanto o sinto, Moriah.

Apertou seus lábios, quando a perna das calças de Carl se fez visível.

—O investigador está terminando com a Sra. Roberts. Ela quer falar com você antes que vá ao hospital para estar com seu marido. Está na cozinha te esperando.

Carl retornou quando Chase se levantou lentamente.

—Sabia a respeito de seus problemas? —perguntou ao outro homem enquanto inclinava a cabeça para Moriah.

Carl suspirou profundamente.

—Tive que cobrir vários incidentes por ela. Seu pai é um antigo amigo do colégio do chefe. Não o diz quando isso acontece. Além disso, era uma boa moça quando não estava louca.

Sim, quando não estava louca.

Sacudindo a cabeça, Chase caminhou através do apartamento e à ensolarada cozinha.

Annalee Roberts estava sentada na mesa da cozinha. Seu rosto arrasado por suas lágrimas e sua dor. Nunca tinha gostado dela, mas por certo agora sentia pena como o diabo por ela.

—Obrigado por vir, Chase. —Sua voz era áspera, rouca por suas lágrimas— Imagino que você e Cam escutaram tudo o que aconteceu.

Ele assentiu bruscamente. Não queria pensar nisso agora. Não podia. Se ia manter-se dentro de seu controle e deter o estrangulamento de seu irmãozinho, então tinha que esquecer, ao menos por um momento, a informação que tinha descoberto.

Annalee assentiu lentamente.

—Moriah está em paz agora. —Ela tragou hermeticamente— Seus pais temeram um episódio como este há anos. É a razão pela qual tomei cuidado de mantê-los longe dela tanto como foi possível. Estava se voltando muito possessiva comigo. —Seu rosto se retorceu de dor.

—Ela sabia dessa noite com Jaci. Você lhe disse? —Ele tinha que saber onde colocar a culpa.

Tinha que encontrar algum lugar para isso, para ser capaz de lhe fazer frente.

Mas Annalee sacudiu sua cabeça lentamente.

—Eu nunca lhe teria contado. Ela não era o suficientemente forte para dirigi-lo. Até hoje, eu não era consciente que ela sabia das razões da animosidade entre Jaci e eu. Quando ligou, disse que Jaci lhe tinha falado, e desejava reunir-se conosco. —Ela sacudiu sua cabeça, enquanto pressionava seus dedos em seus lábios— Uma vez que chegamos se enfureceu. Disse que soube todo o tempo. Que tinha escutado a Margie e a mim discutindo sobre isso anos antes. E que nós tínhamos que dar um jeito nisto desta vez ou ela o faria. Doce Deus, disse para Jaci que tínhamos abusado dela. —Annalee se quebrou de novo.

Recostou a cabeça sobre a mesa, soluçando lastimosamente enquanto Chase se aproximava e ficava em cócoras ao lado de sua cadeira.

—Ela não estava sã. —disse brandamente— Não pode se culpar.

Ela sacudiu a cabeça no berço de seus braços.

—Eu me culpo. Sempre o farei. Tentei tantas vezes ajudá-la, amá-la, porque ela era como uma filha própria. — levantou a cabeça e o olhou desesperadamente— Não posso ter filhos, portanto, amava a Moriah como minha própria filha. E tentei tão duro fazer o que era melhor. Tudo o que fiz foi destruí-la.

Ele sacudiu a cabeça e se levantou uma vez mais.

—Sua loucura a destruiu, Annalee, não você. Seca seu rosto e vá com seu marido. Pode ajudá-lo agora. Moriah está em paz. Não tem que ajudá-la por mais tempo.

Afastou-se dela. Tinha que fazê-lo. Podia sentir a raiva e a dor crescendo dentro dele, a pura, maldita fúria, uma lança vermelho vivo atacando seu cérebro, quando pensava nos anos que seu irmão lhe tinha mentido.

Mentido para ele. Em sua cara uma e outra vez mentiu-lhe.

Deixou o apartamento, sentindo algo parecido a fúria pura, gelada e sangrenta queimando seu interior.

Quinze anos. Aquela demente puta de sua tia tinha vendido o seu irmão para suas depravadas amigas, de algum jeito o tinha obrigado a lhe permitir prostitui-lo para ter sexo. E nenhuma vez, em nenhum momento tinha vindo a Chase. Não tinha pedido sua ajuda. Nunca lhe tinha pedido a fodida ajuda.

Retirou-se do apartamento e andou com passos majestosos para o carro que tinha deixado atrás. Tentou dizer-se que seu irmão era um adulto. Ele não poderia só golpear a merda fora dele por ser um fodido bastardo, e não pedir ajuda. Poderia?

Fechou de um golpe a porta e olhou através do para-brisa. Que merda. Diabos sim, podia golpear a merda para fora dele e isso era exatamente o que faria.

 

Jaci se obrigou a deixar de chorar antes que chegassem ao lar de Cam e Chase. Secou o rosto, permaneceu nos braços de Cam, e se negou a falar sobre seus pensamentos.

Quando a limusine entrou na garagem, deixou-o elevá-la do carro, segura em seus braços, e o deixou levá-la até seu apartamento. Ela não queria deixá-lo ir. Ela estava aterrada de que se o fizesse, então ele nunca a abraçaria de novo.

Sustentou a porta aberta enquanto ela manteve seu rosto enterrado em seu ombro. Sentia-se fraca. Sentia como se devesse estar sobre seus próprios pés, em vez de dependendo dele, mas não podia. Não podia deixá-lo ir. Tinha que abraçá-lo.

E ele não pareceu disposto a deixá-la ir. Caminhou ao apartamento, a porta se fechou brandamente atrás deles enquanto se aproximavam do sofá.

—Aqui. —Colocou-a no sofá, mas ela não o deixou ir. Ela não podia.

—Está bem. Não vou longe. Prometo-lhe isso. —Ela liberou seus braços por atrás de seu pescoço, empurrou-se para trás e se afastou. Estava tremendo.

O gelo estava ainda em seus olhos, apesar do tom suave de sua voz, e a vista disso teve um calafrio percorrendo até sua coluna vertebral.

Jaci não pode tirar seus olhos dele. Olhava-o miseravelmente quando se moveu da sala à cozinha, abriu o armário, e arrastou lentamente uma quinta parte de uísque e dois copos.

Quando retornou, sentou-se a seu lado, colocou uma pequena quantidade em um copo, e o entregou.

Quando se dirigiu ao próximo copo, pareceu lhe dar um segundo pensamento, então agarrou a garrafa e a aproximou de seus lábios.

Nem sequer fez careta. Logo baixou a garrafa e a manteve livremente entre as coxas.

—Não o vi beber uísque desde que estive aqui. — sussurrou ela, sua voz em carne crua.

Ela só o tinha visto beber cerveja, e raras vezes as terminava.

Levantou a garrafa, levantou-a de novo, e tomou um comprido trago antes de baixá-la e olhar pensativamente a etiqueta.

—Eu estava acostumado a beber muito disto. —Por último, deu de ombros— Algumas vezes bebi muito disto.

Ela leu nas entrelinhas com facilidade. Tinha sido tão selvagem quando era um homem jovem, tão cheio de amargura e ódio, e uísque.

Ela apoiou o copo cuidadosamente sobre a mesa ante eles, e olhou o líquido âmbar nele. Não queria a bebida. Ela não queria entorpecer a dor assolando através dela, ou as náuseas que turvavam em seu estômago.

Ele tinha vivido sua vida, sobreviveu, e agora estava obrigado a revelá-la. Ela não ia entorpecer suas próprias emoções, não ia embotar o amor e o doloroso pesar que sentia por ele.

Tomou outro comprido trago, e logo apoiou a garrafa sobre a mesa.

—O uísque deixou de funcionar faz muito tempo. — disse finalmente— Quando me dei conta que ia tomar algo mais forte para entorpecer a dor surda, recolhi uma pistola, subi a minha caminhonete, e conduzi ao lugar mais abandonado que pude encontrar no momento.

Seu coração saltou de sua garganta.

—O dia que estava no caminho atrás da fazenda. — sussurrou ela.

Ele assentiu lentamente, seus lábios seguiram.

—Tinha o suficiente. Suficiente doentia vergonha, suficiente golpes de minha cabeça contra uma parede, tentando ocultar o que estava acontecendo e tratar de encontrar uma saída ao mesmo tempo.

Ela não podia chorar de novo. Ainda não. Deixaria de falar se ela o fizesse e precisava saber, compreender.

—Então apareceu. —estendeu-se e acariciou a escura etiqueta da garrafa de uísque com o dorso de um dedo— E ali estava esse inocente rostinho e esses preciosos olhos. E me disse que afastaria a dor. Quase acreditei que poderia. —Ele sacudiu a cabeça com o pensamento— Era somente uma menina, mas a única pessoa nessa maldita cidade, que parecia acreditar em mim, além de Chase. E diabos, tudo o que queria eram respostas. Respostas que não pude me dar.

Ele puxou sua mão para trás e a passou sobre seu rosto antes de deixá-la pendurar entre seus joelhos separados.

—Ele te amava, —sussurrou Jaci— assim como eu.

Ele levantou a cabeça e olhou a habitação, sua expressão tão distante, seus olhos tão frios que queria gritar com ele. Queria lhe bater. Queria enfurecê-lo por conduzir isto sozinho por um maldito comprido tempo.

—Fui ao xerife no dia seguinte. — disse finalmente— Jaci quase matei uma dessas velhas putas. Elas insistiram em passar a noite, atiradas contra mim. Uma noite, fiz uma grande confusão. Eu cochilei. E a senti me tocar. A seguinte coisa que senti era minha mão ao redor de sua garganta.

Olhou para baixo à mão que apertava lentamente, logo sacudiu a cabeça fortemente de novo.

Jaci teve que reter um grito de dor. Dezoito anos. Tinha apenas dezoito anos. Muito jovem para enfrentar semelhante violência dentro dele.

—De todos os modos, — ele exalou rudemente— fui ao oficial Brigdes. Contei o que aconteceu. —Ele se esticou até a garrafa, inclinou-a e consumiu uma quantidade que fez Jaci cobrir sua boca de novo para deter um pranto torturado.

Quando apoiou a garrafa de novo, golpeou-a sobre a mesa.

—Imediatamente depois minha tia chegou à casa, drogou-me com alguma merda. Isso desordenou minha cabeça. Pôs-me quente como o diabo. Não importava o que ela me fizesse. E gostava de jogar com aqueles brinquedos de adultos que tinha. Ela empurrou a muitos deles como pôde dentro de mim e tirou fotografias disso. Suficientes fotografias, por trás, que parecia que estava desfrutando como o inferno disso.

Jaci ia vomitar. Teve que reter à força o reflexo das náuseas quando pensava no horror, na humilhação que deve ter sentido.

—E depois fiz o trato. — continuou— Eu tinha que fazer o que ela dissesse, quando o dissesse, ou se asseguraria que Chase tivesse as fotos. Chase e cada amigo que tinha. Imagina, ela não estava nas fotos. E quem acreditaria que a doce Davinda Morris fazia algo tão vil? —Sua risada era amarga, furiosa— A maldita puta.

Sua alma estava retorcendo-se dentro dela, chiando de dor, enquanto de algum jeito permaneceu em silêncio. Controlando-se para conter seus gritos de agonia.

—Fui ao oficial e lhe fiz jurar sobre a tumba de papai manter o segredo que estava a ponto de lhe dizer. Ele e papai eram amigos. —Deu de ombros uma vez mais, sua voz quase monótona, fria e carente de emoções— Disse o que acontecia. Veio à casa, encontrou as fotos e a obrigou a ir-se. Mas tive que lhe dizer o que aconteceu. —Sua mandíbula se contraiu— Tive que me sentar diante de um homem que amava a meu pai como a um irmão, e lhe dizer o que permiti que acontecesse. E vi o pesar em seus olhos. O pesar e a vergonha. E jurei que nunca veria isso nos olhos de outra alma vivente de novo. —Ele se dirigiu a ela, olhou-a.

—Eu fui uma prostituta, Jaci. Durante três anos. Agora, sente-se melhor sabendo?

As lágrimas se deslizavam de seus olhos.

—Amo você, Cam. Amo você não importa nada. Eu não me compadeço, e não sinto vergonha. Sobreviveu. —Sua voz se quebrou quando ela se aproximou para tocá-lo. Sua forte mandíbula, seus olhos de gelo— Me esperou. —Ela tinha rezado para que o fizesse.

Uma careta retorceu seu rosto quando se afastou dela novamente, e alcançou o uísque uma vez mais.

—Não necessita uísque. —Ela esbofeteou sua mão— Tem que se embebedar para fazê-lo mais fácil de enfrentar, Cam?

—Me embebedar? —Ele a golpeou com um duro olhar— Esta merda não faz nada para que minha mente esqueça a questão que me fode. — grunhiu, mostrando essa ponta de fúria de novo— Eu fodia, Jaci. Deixei-a me usar, e era um maldito bom chico-mudo para detê-lo. E muito malditamente fraco para matar a essa puta.

—Tente muito malditamente cheio de falso orgulho para viver! —A voz de Chase estava louca de ira, e ecoou através do repentino silêncio do apartamento enquanto Jaci e Cam pararam de um salto e se voltaram para ele.

Jaci soube que ele tinha ouvido tudo, enquanto Cam olhava as chaves nas mãos de seu irmão antes de levantar o olhar de fogo ardente dos olhos de Chase.

—Encontre outra entrada. — disse friamente Cam— Estou de saco cheio de você entrar furtivamente nesta casa e colocar seu nariz na porra dos meus assuntos.

A testosterona e a fúria enchiam o ar agora. Jaci viu a metamorfose quando Cam e Chase olharam um ao outro, com a animosidade, a ira, a dor e algum tipo de motor necessário para romper coisas que parecia impulsionar seus corpos.

Ela tinha ouvido sobre as brigas que estes dois tinham quando eram rapazes. Não tinha sido um acontecimento incomum ver seus rostos com hematomas ou ouvir que eles tinham brigado entre si, em vez de com outros.

—Cam. —Ela tocou seu braço calidamente, sentindo os músculos apertados e a vibrante fúria.

Não estava zangado com Chase, não realmente. Estava zangado com ele mesmo, com Davinda e com o orgulho que era uma grande parte dele. A culpa e a dor o tinham consumido durante tantos anos, e agora isso estava descoberto, podia sentir a briga abrasando entre os dois homens.

—Se afaste dele Jaci. —grunhiu Chase— Não quer estar entre os dois nesse exato momento.

—E não quero uma briga, tampouco. —ela quis mordê-lo— Sente-se e discute isto.

O olhar de Cam oscilou para ela, sua expressão cheia de incredulidade e assombro.

—Discutir o que? —disse— O bastardo espião parece que não pode manter o nariz em seus próprios assuntos. Vou quebrar a sua cara. – Dirigiu-se a Chase, com um sorriso duro e zombador em seu rosto enquanto apertava os punhos a seus flancos.

—Vocês dois não vão brigar.

—O caralho que não. — Cam a levantou e a afastou.

O sorriso em seu rosto era duro, mas algo em seus olhos apanhou os seus. Um esforço por levantar o gelo, uma resolução.

Uma parte dele contente com a oportunidade de utilizar seus punhos para tirar a ira de dentro.

Deus, os homens eram tão idiotas às vezes.

—Chase. —Ela se virou desesperadamente— Agora não é o momento de brigar. Isto está errado.

—Não, isso não está errado. — grunhiu— Errado esteve quando manteve sua boca fechada e não me deixou ajudá-lo. Errado esteve me abandonando e bloqueando nosso vínculo que eu necessitava naquele momento. Merda, Jaci. Errado esteve quando ignorou o assunto que tinha um maldito irmão. — A última frase foi um grito de guerra, enquanto se lançaram um ao outro.

Os punhos, de aço e cheios de masculina raiva, golpeavam. A cabeça de Chase foi para trás com o primeiro golpe de Cam; Cam tropeçou depois de um golpe particularmente brutal em suas costelas.

E eles estavam fora de si, brigando. Os bancos altos do bar golpeavam no chão e escorregavam no piso de madeira quando lutaram na ilha da cozinha e Jaci gritou quando o seguinte golpe de Chase jogou Cam no chão.

OH Deus, vão matar um ao outro. Com olhos aumentados e em estado de choque, olhava-os brigar enquanto se aproximava da mesa e agarrou o copo de uísque que Cam tinha lhe servido mais cedo.

Tomou um gole e engasgou em reação. Isso lhe provocou perder vários segundos do sangue e as maldições voando ao redor da sala.

—Filho da puta! —Chase amaldiçoou depois que Cam aterrissou outro golpe em seu queixo— Devo te matar por isso.

—Sim, por te proteger? —A voz de Cam era selvagem quando esquivou um golpe no queixo, mas foi por um fio muito lento para esquivar o punho a seu duro abdômen.

—Não precisava da maldita proteção. —Chase saltou para ele e os punhos estavam voando de novo.

Jaci se contraiu de dor e gritou, logo tomou a garrafa de uísque e seguiu o exemplo mais cedo de Cam. Levantou-a em seus lábios e bebeu diretamente da garrafa.

Tinha que haver uma maneira de deter isto. Iam matar um ao outro. Cam já tinha arrancado a camisa de Chase, e a sua própria pendurava em farrapos. Ambos os lábios estavam sangrando, e oh menino, iam ter alguns hematomas depois.

Quando o punho do Chase acertou o rosto de Cam de novo, ela teve o suficiente. Isto era ridículo, decidiu quando o uísque começou a esquentar seu estômago e estudou como pôr fim ao horror de ver esses dois brigando.

Tinha que haver uma maneira de detê-lo. Antes que matassem um ao outro, de preferência.

Mas uma pequena parte dela que o uísque tinha liberado teve que admitir que era, fodidamente, sexy e quase erótico, vê-los brigar. Eram poderosos, musculosos. O suor brilhava sobre seus grandes peitos e umedecia os cabelos do peito. O sangue manchava seus rostos e seus olhos estavam acesos, com selvagem prazer. Estavam desfrutando da briga.

Havia algo que desfrutariam mais, entretanto.

Ela tomou outro gole de uísque. Muito. Ofegou e se engasgou enquanto baixava, as lágrimas chegando a seus olhos enquanto brigava por capturar seu fôlego.

Muito bem, essa bebida machucava. Como, diabos, Cam fazia isto?

Chase conseguiu lançar Cam contra uma das vigas de aço duras centradas ao redor da sala, e nesse momento ela teve suficiente.

Golpeou o uísque na mesa e se moveu ao outro lado do sofá. A inquietante idéia circulando por sua cabeça nunca funcionaria se não pudessem vê-la com claridade.

Ela tirou primeiro os sapatos e os empurrou a um lado. Alcançou o botão de sua calça, logo deslizou o zíper para baixo, contraindo-se de dor novamente quando Cam golpeou seu punho no queixo de Chase, atirando a cabeça de seu irmão para trás.

Ela ia matá-los.

Deslizou a calça jeans para baixo de suas pernas, logo arrancou a elegante camiseta que vestia. Agora não levava nada, exceto a calcinha branca de renda e o fino sutiã que colocou nessa mesma manhã.

Estava desabotoando-o, quando de repente um tenso silêncio envolveu a sala.

Jaci ocultou seu sorriso e seus olhos sobre o pequeno broche entre seus seios. Ela o liberou lentamente, logo retirou as taças longe de seus seios antes de jogar a renda de seda no chão.

Tinha sua atenção. Era total, indivisível, dois pares de olhos masculinos enfocados sobre ela, devorando-a.

Correu suas mãos até seu estômago, logo cavou suas mãos sobre os montículos, seus dedos correndo sobre seus rígidos mamilos, antes de levantar a cabeça e olhá-los permitindo que a luxúria, o desejo e o puro amor, que sentia por Cam, se visse em seu rosto.

Eles estavam machucados e sangrentos, arrancando fora suas botas.

Ela baixou suas mãos, acariciando como plumas sua carne, desceu até a cintura de sua calcinha, onde enganchou seus dedos debaixo do elástico e da renda e os levou lentamente para baixo por suas coxas.

Ela a chutou quando as botas golpearam o chão e suas mãos foram aos fechamentos de suas calças jeans.

Seus rostos manchados de sangue. Cam tinha um corte no ombro, o peito de Chase estava manchado com sangue. Eles pareciam guerreiros, como meninos maus procurando problemas, e os efeitos da briga tiveram seu sangue bombeando e a fome derramando através de suas veias.

Conquistadores. Podiam considerar esta briga um empate, e a vencedora era Jaci. Dois vencedores e a fantasia de toda uma vida.

—Gostariam de tomar banho primeiro?

Cam andou majestosamente para ela.

—Hmm. Talvez não. —A respiração estava voltando-se difícil.

Não estavam concentrados em golpear aos demônios de cada um, agora estavam concentrados nela. Toda essa testosterona e a necessidade de ação, formando redemoinhos no ar e ao redor dela, deixou-a ofegante com o conhecimento do que podia vir. Ela podia vê-lo nos olhos de Cam, isto não seria um ménage. Nos olhos de Chase, viu o conhecimento disso, enquanto começou a mover-se às escadas. E talvez houvesse mesmo um tom de alívio misturado com lamento.

—Não posso acreditar que você fez isso. —Cam não estava pensando agora, podia senti-lo. O ar cheio de testosterona, a luxúria exalando de seus poros, enquanto a puxava para seus braços e, em vez de mover-se ao sofá, dirigiu-se ao dormitório.

Quando a lançou à cama, ela não teve tempo de ricochetear antes que rasgasse sua roupa.

Em uns segundos a estava cobrindo, abriu suas pernas de um empurrão, e a encheu.

Sozinho. Olhando seus olhos, as tristes sombras que uma vez encheram seu olhar se atenuaram, e agora, a fome desesperada enchia seus olhos. Emoção. Satisfação e luxúria.

—Te amo. — sussurrou Jaci, emoldurando seu rosto com suas mãos e olhando-o fixo enquanto sentia seu membro flexionar-se em seu interior— Com tudo o que sou Cameron Falladay, te amo.

Ele gesticulou, e quando enterrou a cabeça contra seu ombro, ela o empurrou para trás.

—Me olhe, —ela quase soluçou— assim como eu te olho. Cada segundo, cada emoção. Assim, Cam. Só nós.

—Só nós. — grunhiu, movendo-se contra ela lentamente, seu membro saindo, em seguida trabalhando em seu interior, enchendo-a, estirando-a, tomando-a com algo mais que a luxúria que se elevava entre eles.

—É sempre uma parte de mim. — ela gemeu, olhando fixamente seus olhos, sentindo essa emoção rabiando através dele, vendo como sua expressão se estreitava, seus olhos obscurecendo-se.

—Sempre foi uma parte de mim. — disse a ela então, incrementando seus golpes, o prazer florescendo, endurecendo-se, levando-os mais alto agora, pelo que tinham ido antes.

O perverso erotismo dos ménages era agradável, mas isto, esta profunda intensidade, a sensação dele tocando-a, suas mãos acariciando-a… baixou sua cabeça, seus lábios inundando-se nos dela, seu olhar sonolento, pálpebras pesadas, enquanto segurava os dela. Isto era o que devia ser. Isto era o que ela necessitava.

Cada golpe se voltou mais duro, mais rápido, até que ele levantou suas pernas, empurrou-as para trás, e empurrou dentro dela. E ainda a olhava. E a abraçava.

—Amo você. —Seu rosto contorcido quando a sentiu apertar-se, sentiu sua liberação aproximando-se— Sempre, Jaci. Sempre te amei, caralho.

Mais duro, mais profundo, voando em seu interior, até que Jaci sentiu não só as erupções físicas de liberação rasgar através dela, mas também a emocional. Como se suas almas se fundissem. Como se tivessem se estabelecido um dentro do outro ainda mais firme que antes.

Cam empurrou dentro dela repetidamente, gemendo seu nome, repetindo-o como um talismã, até que, com um último e duro golpe, enterrou toda a longitude dentro das apertadas profundidades de seu corpo e a encheu. Sua semente disparou em seu interior, mas seus olhos nunca deixaram os dela, e ela viu a breve umidade de seu olhar, a emoção que rasgou através deles.

Em seus braços, sempre estaria segura. Como nos dela, ele estaria.

Quando acabou, quando o último estremecimento ecoou através dela, não se moveu da cama, ele não a abandonou para ir ao sofá. Puxou-a para os seus braços, arrastou a manta ao redor deles, e, esgotado, abraçou-a até que seus olhos se fecharam, os dela se fecharam, e dormiram juntos.

 

Cam estava dormindo na cama, curvado em torno dela, sua respiração pesada em seu ouvido, seu coração pulsando contra suas costas. O sol estava justo entrando às escondidas através das persianas levantadas da alta janela atrás da cama.

Lanças de luz banhavam a habitação. E Cam tinha dormido com ela.

Voltou lentamente a cabeça para olhá-lo. No sonho, suas feições estavam mais relaxadas, mas ainda resistentes e duras.

Sorrindo, saiu da cama, retendo uma contração de dor entre suas coxas. Não a tinha tomado só uma vez durante a noite, e sim em várias ocasiões. Ela se deteve a um lado da cama, voltou-se a olhá-lo, o amor brotando dela, umedecendo seus olhos, e agradecendo a Deus que o tinha encontrado de novo.

Era arrogante e exigente, dominante e muito seguro de suas próprias decisões, ela estava segura que às vezes, a voltaria completamente louca.

Mas era dele.

Colocando seu robe, atou-o na cintura, decidida a não despertá-lo. Se havia uma coisa que sabia, era que Cam nem sempre dormia bem. Não havia uma possibilidade que fosse despertá-lo.

Movendo-se em silêncio pelo quarto, foi ao banheiro, tomou banho e escovou seus dentes em tempo recorde, logo tirando uma das camisetas de Cam do roupeiro, vagabundeou pela habitação principal.

Estava quase na ilha da cozinha quando viu Chase. Ele estava sentado no sofá silenciosamente, vestido só com a calça jeans, com sua cabeça encurvada, suas mãos cobrindo seu rosto.

Seus ombros estavam abatidos, seu cabelo despenteado, e se via como um homem preparado para romper-se com o peso sobre seus ombros.

Ela se aproximou em silêncio ao redor do sofá, seu olhar capturando o uísque que ainda estava sobre a mesa, diretamente em frente a Chase.

Baixou suas mãos de seu rosto e olhou a garrafa também.

—Ele não bebia uísque diretamente desde que tinha dezoito anos. — disse Chase— E não tive um irmão desde os quinze anos.

Jaci se sentou no extremo do sofá.

—Ele foi sempre seu irmão. — disse, mantendo sua voz baixa— Ele é só Cam. Tem que aceitar isso, Chase. Ele pensa que tem que proteger a todos.

Ele exalou rudemente.

—A teria matado se o tivesse sabido.

Sim, o teria feito. E eles teriam pagado de uma maneira que Cam não podia aceitar.

—Ele sabia disso. — sussurrou Jaci.

Chase passou sua mão cansativamente sobre a grossa barba da noite e exalou. O som era áspero e pesado com dor.

—Era meu trabalho protegê-lo.

Jaci sacudiu a cabeça.

—Faria o mesmo, Chase. Teria protegido a ele e a seu orgulho com a mesma ferocidade. Não despreze os sacrifícios que fez. Sobreviveu. Fez uma escolha de homem quando ele não era mais que um menino, e não vou tomar isso dele. Não vou deixar que os despreze.

—Ela quase o matou. —Sua voz era rouca, com lágrimas que sabia que ele não derramaria aqui— Ela matou a uma parte dele.

—Chase, sobreviveu. — repetiu — Ele é forte e honorável. Ele é seu irmão e meu amante, e morreria por qualquer um de nós. Sabe como somos afortunados por tê-lo? Só do modo que é?

Ela sabia. Ela tinha conhecido homens que tinham vidas encantadoras. Homens que nunca tinham sofrido, nunca tinham conhecido a dor, e não estavam nem perto de ser tão decentes e honoráveis como seu Cam.

Os ombros de Chase se encurvaram enquanto apoiava seu cotovelo sobre seu joelho, seu queixo em sua mão, e olhava fixamente a garrafa de uísque de novo.

—Quero um gole, e é tão mau que não possa tomá-lo. — suspirou— Tenho uma regra. Nunca antes da noite. Tenho-a por uma razão.

Mudou-se um pouco mais perto dele, sentindo seu coração romper-se por ele. Ela sabia que tinha essa regra por uma razão.

Porque para Cam e Chase, o uísque tinha sido uma muleta desde muito jovens.

—Matei a Moriah. — disse então— Doce Moriah. —Uma amarga gargalhada saiu de sua boca— Deus, tinha enganado a todos nós, não?

E ela tinha quebrado o coração de Chase com a decisão que teve que tomar.

—Não havia nada mais que poderia ter feito. Ela teria matado Cam, por você a teria deixado, Chase. Não teria puxado esse gatilho, porque essa arma não estava destinada a você ou a mim. E você se interessava por ela. Ele sabia isso.

—Sim. — disse brandamente— Eu me preocupava com ela.

E não podia ajudar a si mesmo. Ela se aproximou dele, pôs sua cabeça sobre seu ombro, e envolveu seus braços ao redor dele. Depois de um breve início de surpresa, seus braços vieram ao redor dela e seu corpo duro se estremeceu quando enterrou sua cabeça no pescoço de Jaci.

Sentou-se ali com ela por compridos momentos, balançando-a, talvez porque não podia balançar a si mesmo.

Por último, separou-se e a afastou dele, seus dedos tocando sua face brandamente antes de respirar pesadamente.

—Cam dormiu na cama. — disse então, sua voz rasgada.

Ela deixou um sorriso atirar de seus lábios.

—Sim, Cam dormiu na cama.

Ele assentiu, um movimento lento e pesado, antes de parar.

—Vou tomar banho. Tenho que embalar isto, me reunir com Ian e os Brockheim. —Ele sacudiu sua cabeça— Filho da puta, espero que este dia termine logo.

Ela viu como caminhava do sofá às escadas. Não olhou para trás, mas não tinha que fazê-lo. Ela podia ver a tristeza, a dor dentro dele, e sofreu por causa disso.

Cam e Chase. Eram tão fortes, tão decentes e partes deles estavam marcadas para sempre por causa das ações de outros.

Sacudindo a cabeça, voltou-se e se encaminhou à habitação, voltou para seu amante. Estava dormindo nessa grande cama sem ela, e ela precisava estar com ele.

Quando entrou na habitação, viu que não estava dormido absolutamente.

Seu grande corpo estava convexo no centro da cama, o lençol cobrindo nada mais que seus quadris enquanto seus poderosos braços estavam dobrados debaixo de sua cabeça, e olhava fixo o teto com o cenho franzido.

Jaci tirou a camiseta e se arrastou para cima da cama, dobrando as pernas a um lado quando se inclinou contra seu peito, seus olhos fixos nele.

—A cama é cômoda. —Sua voz era suave e reflexiva.

—É mais cômoda com você nela. — ela admitiu, vendo-o fechar-se, vendo a tristeza em seus olhos.

—Chase está ferido. —Ele suspirou.

—Chase vai estar bem.

Ele assentiu a isso, logo voltou sua cabeça a ela, um braço passando por debaixo de sua cabeça para tocar sua bochecha com a mão.

—Não teve as rosas e as velas. — disse. Sua voz era pesarosa, mas seus olhos estavam cheios com amor.

Esse amor se inflou em seu interior. Seu Cam. Seu guerreiro. Ela o tinha aqui onde o necessitava e não ia deixá-lo ir.

—Tenho algo melhor. —Ela sorriu— Tenho a meu homem.

Seus dedos se enroscaram no cabelo, apertou e arrastou até que seus lábios tocaram os seus e ele sorriu. Um sexy e perverso sorriso que refletia em seu coração e em seu ventre.

—Sempre teve ao homem. — grunhiu, antes de retorcer-se e empurrá-la sobre suas costas elevando-se sobre ela, rodeando-a com calidez, afundando seu olhar no dela, enchendo-a com seu amor— Doce Jaci, não sabe? Sempre teve a este homem.

                                                                                Lora Leigh  

 

                      

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