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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


PRIME MINISTER / Ainsley Booth & Sadie Haller
PRIME MINISTER / Ainsley Booth & Sadie Haller

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Gavin:

Ellie Montague é inteligente, sensível e tão linda, que dói olhar para ela. Ela também é uma estagiária no meu escritório. O gabinete do Primeiro Ministro do Canadá.
Este sou eu. O PM.
Ela me chama assim porque quando me chama de Senhor, eu fico duro, e ela fica nervosa. E, enquanto ela for estagiária, eu não posso torcer minhas mãos em seu cabelo loiro escuro, e mostrar-lhe o que mais eu gostaria que ela fizesse com essa boca rosa bonita.

Ellie:
O quanto eu gosto do PM varia em uma base diária. Ele é intenso, controlador, e um perfeccionista em todos os sentidos, e ele exige o mesmo de sua equipe.
Como eu quero que ele nunca oscile.
Há algo sobre ele que me atrai profundamente, e me faz desejar que apenas uma vez, ele cruze a linha em uma sessão de trabalho até tarde da noite. Eu levaria esse segredo para o túmulo, se isso significasse que eu teria um gosto da besta mal contida dentro dele.

 

 

 

 

 

 

Capítulo 1

Ellie

A única coisa pior do que estar atrasada para o seu primeiro dia de trabalho, é quando o seu primeiro dia de trabalho fica nos edifícios do Parlamento, e seu novo chefe é o Primeiro Ministro.

Por quem você tem uma paixão secreta, exceto que isso não precisa ser um segredo, porque ele é único e quente, e todas as outras mulheres no país também têm uma queda por ele.

Você poderia usar um cartaz que diz: Eu quero comer o PM, e ninguém nem perceberia, porque ele seria apenas uma variação sobre o mesmo tema.

Claro, isso deve ser um segredo, porque eu estarei trabalhando para ele.

Com ele.

Sob ele.

Pare com isso, Ellie.

É apenas um estágio de três meses, e tecnicamente há um vice-diretor de comunicações, e um chefe de pessoal entre nós na cadeia de comando. Mas meus mamilos não entendem isso, e eles estão muito animados em trabalhar tão perto de Gavin.

Sr. Strong.

Qualquer outra mulher heterossexual, homossexual, ou qualquer uma no meio da Escala de Kinsey1, teria uma queda por esse homem. É por isso que eu deveria ter chegado mais cedo ao trabalho, e também é por isso que eu estou atrasada.

Eu deveria ter me focado em fazer uma boa impressão.

Em vez disso, eu mudei de roupa três vezes, e escolhi saltos que tornaram impossível para eu me apressar, quando percebi o quanto estava atrasada.

Eu cheguei às portas da frente às 07h59min pelo relógio no meu celular. Mas é claro que havia uma fila de segurança para passar...

—Srta. Montague?

Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Grossa com humor, quente e áspera o suficiente para falar aos trabalhadores do aço e agricultores, e que era a voz de molhar calcinha do novo Primeiro Ministro da nossa nação.

Eu conheço essa voz.

Até este momento, eu não tinha ideia de que ele poderia me conhecer.

Então eu olhei para ele em silêncio.

Este não era o meu melhor momento.

—Senhor. —Eu finalmente balbuciei.

As mulheres atrás de mim na fila riram.

Esse é o efeito que este homem tem sobre as pessoas. Estou agora oficialmente bloqueando a fila de segurança para entrar no prédio, e ninguém se importa porque Gavin Strong, o Honorável Primeiro Ministro do Canadá, está piscando seus olhos azuis bebê para todos em um raio de trinta metros. Ele já fez isso antes, parar e conversar com sua equipe enquanto entrava, mas ainda estou confusa. Eu não achei que falaria com ele, e definitivamente não antes do meu primeiro dia ainda nem ter começado.

—Vamos entrar?

—Sim, claro. —Eu puxei a minha carteira. —Vejo você lá.

Ele segurou o meu olhar por um momento, provavelmente um ou dois segundos, mas era o tipo de segundo que se estendia. Tempo suficiente para ser significativo para mim, mas não para ele.

E então ele girou, agitando as mãos para as pessoas na minha frente. Dando as boas vindas ao trabalho a todos hoje.

Quem faz isso?

Gavin Strong. Advogado da União, ativista da comunidade, voluntário da Habitação para a Humanidade. O homem mais agradável em todo o país, possivelmente, o mais inteligente também, embora ele goste de jogar um pouco.

Cercado por especialistas, diz ele.

É aí que eu entro.

Não sou uma especialista, mas estou chegando lá. Bacharel em Estudos da Mulher e da Sociologia. Mestrado em Estudos da Mulher. Um ano em meu doutorado, que é vagamente uma graduação em negócios, mas especificamente uma especialidade em comunicações.

E eu consegui um dos novos estágios com o governo federal. Somos chamados de Escritório de Mudança Cultural. Eu consegui uma licença de três meses de ausência dos meus estudos para fazer este trabalho.

Para trabalhar com o Primeiro-ministro.

E não tem nem três minutos que comecei, e já tenho a minha calcinha molhada.

Fan-porra-tástico.

*****

Levou cinco horas para que a minha paixão morresse uma morte miserável.

Gavin pode ser quente e inteligente, mas ele também é um perfeccionista, e ele espera isso do seu pessoal. O que é bom para mim, porque eu não o irritei ainda, mas na hora do almoço, testemunhei o suficiente para saber que, se eu não bloqueasse a minha libido, e fizesse o meu melhor trabalho, seria chamada para me explicar.

O confronto que teve no meio da manhã com seu Chefe de Gabinete, Stew Rochard, meu chefe, sobre captação de recursos e lobistas, deixou todo o escritório em pânico, porque temos um evento privado em cinco semanas, que pode precisar ser cancelado, se o PM decidir adotar uma linha dura com os influenciadores.

Foi assim que eu decidi como preciso pensar sobre Gavin. O PM. O Primeiro Ministro.

Eu não vou perceber o quão bom ele fica em um terno, ou como suas poderosas coxas são delineadas cada vez que ele se senta. O terno representa a posição. Exige o meu respeito, nada mais.

Em vez de levar-me para o almoço no meu primeiro dia, Stew me deu metade do seu sanduíche de presunto e queijo suíço que sua esposa fez, tirou duas latas de Coca Diet de uma caixa que mantém sob sua mesa, e me deu a tarefa de descobrir como transformar um jantar de $ 5.000 por cabeça, em algo que não vai ofender tanto o nosso patrão.

Pelo fato de eu ser uma aberração para esses tipos de problemas, isso me fez feliz. Um bom almoço provavelmente não seria nada, além de uma pequena conversa, e eu sou meio estranha quando se trata disso. Eu deveria ter perguntado a Stew sobre sua esposa e filhos quando ele me deu o sanduíche, mas eu já estava debruçada sobre o arquivo da arrecadação de recursos, a história dele, o anfitrião, a crítica sobre os outros eventos que levaram ao decreto do PM duas horas mais cedo, de que não estaríamos nos bolsos dos ricos.

—Um problema com ele dizendo isso uma e outra vez, é que ele é rico, também. —Eu aponto enquanto lambo a mostarda dos meus dedos. —E todo mundo sabe disso. Não me entenda mal, a maioria das pessoas gosta disso sobre ele. Mas ele é quase como um de nós, trazendo sanduíches de casa.

Stew bufa. —Não deixe que ele te ouça dizer isso.

—Ele é um homem do povo em muitas outras maneiras. Ele sabe o quanto um pedaço de pão custa, e isso é tudo que importa. Mas ele também está confortável com esses doadores, certo? E se essa não fosse uma festa de arrecadação de fundos? E se fosse... Como um pontapé inicial para um desafio comunitário?

—Continue falando. —Ele enfiou a mão em seu saco de almoço. —Bolacha com pepitas de chocolate?

Eu balancei minha cabeça. —Mas eu vou tomar outra Coca se você tiver uma.

—Ele não deve se fechar para os líderes empresariais. Ele precisa ficar ligado a eles, e mostrar-lhes quem é o chefe. Os canadenses só querem saber que ele não está em seus bolsos. Eles ficarão felizes se ele puder virar o jogo, e faze-los dobrarem-se à sua vontade.

—Merda. —Ele balançou para trás em sua cadeira, e empurrou o resto do seu biscoito na boca. —Isso é bom.

A verdade é, não era uma ideia nova. Era uma crítica que eu escrevi seis meses antes para uma aula, como uma resposta a um estudo de caso hipotético, e que era estranhamente similar. Tive sorte no meu primeiro dia, mas eu sou inteligente o suficiente para fingir que minha sorte é realmente talento.

—Obrigada.

—Isso vai precisar de algum trabalho. Você precisará apresentar isso com as repercussões previstas em todas as direções.

—Claro. — Eu fiz isso na escola antes, também. Se eu tiver tempo, vou entrar em contato com alguns dos meus professores e pedir a eles que...

—Eu quero que você fale disso amanhã na reunião da manhã.

Oh droga. Então, não há tempo. —Amanhã. Certo.

—Isso é um problema?

—Não.

Stew abre a boca, talvez para me avisar sobre o que o PM espera, ou talvez questionar o quanto estou certa, eu não sei, porque antes que ele possa dizer qualquer coisa, entra um furação de 1,90 m de altura usando um terno e mostrando indignação.

—Este relatório do Ministério do Meio Ambiente é uma grande merda, Stewart. —O PM rosna enquanto invade o escritório.

Stew não perde tempo. —Eu estou em uma reunião, Gavin.

O olhar do PM oscila em torno de onde estou sentada. —Srta. Montague. Será que você poderia esperar lá fora?

Minha reação imediata é sim, claro. Mas essa é a resposta errada.

Essa é a mulher dentro de mim fazendo o que um homem pediu a ela, porque ele não quer que ela se sinta desconfortável.

Sério? Foda-se o resultado. —Eu prefiro ficar.

Ele me dá um olhar duro, ilegível.

—Senhor. —Acrescento, engolindo em seco. —Eu prefiro ficar, senhor.

Seus olhos piscam com surpresa e raiva, e as palmas das minhas mãos começam a suar.

—Por que... Eu sou o barômetro, certo? Sem mim, você estará falando em uma câmara de eco. Isso é o que você disse no seu anúncio sobre esses estágios.

Eu me viro para o meu patrão. —Eu não achei que seu escritório fosse uma câmara de eco, é claro, Stew.

Gavin ri, um som inesperado depois de um dia além de tenso. —Não, Stew não tem nenhum problema em me dizer quando estou errado.

Eu respiro profundamente. —Nem eu terei. Senhor.

Ele me dá outro olhar longo, este mais complicado, mas tão difícil quanto de ler.

Finalmente ele concorda. —Mas pare de me chamar de senhor. Esse é o nome do meu pai.

O nome de seu pai é Vince, mas eu entendi o ponto. —OK. Então, que parte do relatório é uma grande merda?

Ele ri e se vira para Stew. —Esta pode ficar.


Capítulo 2

Gavin


Por volta das dez horas da manhã, o meu dia tinha completamente descarrilado - não era uma situação incomum. Por duas vezes a minha assistente, Beth, calmamente sugeriu que mudássemos a nossa hora de chegada prevista ao City Farm Camp2. Haveria uma conferência de imprensa às cinco e meia, após as crianças terem deixado a escola. Eu só precisava estar lá com uma hora de antecedência para dar um passeio, e tirar uma foto publicitária com algumas das crianças.

Mas eu estou apenas há três meses no meu primeiro mandato como PM. Eu não estou interessado em fazer o mínimo necessário. Eu já ouvi coisas incríveis sobre este programa, e nós temos um plano para expandir os créditos fiscais e subsídios para fazer isso em todo o país.

Eu não vou falar sobre isso, sem realmente passar algum tempo real com as crianças e os conselheiros.

Além disso, são cavalos e ovelhas e galinhas. O amor não é sobre isso? É certamente mais divertido do que um relatório ambiental de merda que perde completamente o alvo...

Eu me cortei. Eu não vou me preocupar com isso. A deliciosa Ellie Montague vai analisar esse relatório, e dizer-me todas as maneiras que nós podemos torná-lo nulo e sem efeito, e justificar gastar o dinheiro em um novo.

Eu preciso ter Política Substancial Fodida tatuada na testa de todos os vice-ministros, de forma clara.

Acabei de terminar a conversa mais intelectualmente estimulante que tive em semanas no escritório de Stew, com Ellie... Ellie, eu não consigo tirá-la da minha mente.

Território perigoso, digo a mim mesmo. Eu não escuto. Há algo sobre ela que me excita de uma forma há muito tempo adormecida.

—Já são duas horas. —Beth diz enquanto caminha para o meu escritório. Ela vai tentar novamente reorganizar o meu dia.

—Você não teve a chance de retornar essas quatro chamadas ainda. —Ela diz suavemente, deslizando uma folha de chamadas na parte superior do relatório que eu estava prestes a abrir. Seu tempo de leitura acabou. Sua mensagem é clara.

Dou-lhe um olhar de lado e ela apenas sorri docemente para mim.

Beth. Ela é como a irmã que eu já tenho. Entre ela e Pia, minha irmã real, eu não tenho qualquer folga. Então, Beth é como a irmã mais nova que eu nunca tive, e quando ela não está chutando minha bunda sobre o maldito cronograma, eu gosto muito dela. Mesmo as partes mandonas.

Ela se encaixou surpreendentemente bem em sua nova função. Eu a contratei no meu primeiro dia na cidade como um PM, há dois anos, e todo mundo disse que ela era muito jovem e inexperiente para ser a assistente executiva de um líder nacional. Todo mundo estava errado. Ela é minha arma secreta para manter o esquema apertado todos os dias, exceto hoje.

Hoje, eu vou acampar, ela gostando ou não.

Ela não gosta.

Ah bem.

Eu pego a folha de chamadas e aceno para ela. —Tem certeza de que não quer vir comigo?

Ela me dá um olhar assustado. —Para limpar celeiros?

—Sim.

—Não. Faça essas chamadas ou eu venho encontrá-lo mais tarde! Lembre-se de que eu posso ver quem você chama em seu telefone celular.

Sim. É por isso que eu tenho dois telefones. O telefone oficial do Primeiro Ministro do Canadá, e o telefone pré-pago que eu uso para chamar meu melhor amigo, Max, quando tudo isso chega a ser um pouco surreal.

Quando eu sentei na parte de trás do meu carro de luxo blindado, pensei que essa poderia ser uma das vezes que eu ligaria para ele. Mas eu tinha quatro telefonemas para fazer, em uma trajetória de trinta minutos para o Museu de Agricultura, e eu tinha que fazer um pouco mais de pesquisas sobre certa candidata a doutorado também.

Ellie Montague.

Eu tento dizer a mim mesmo que meu interesse é puramente profissional. Ela é inteligente e capaz, e ela é somente um empréstimo para nós por três meses da Universidade de Ottawa. Se ela impressionou Stew em seu primeiro dia de trabalho, precisamos aumentar suas responsabilidades enquanto ela está aqui.

Mas primeiro, os telefonemas.

*****

O campo é de fato mais divertido do que ler relatórios ou até mesmo brigar com Stew.

Encontro-me perguntando se Ellie gosta de animais, e empurro esse pensamento para longe tão rápido quanto ele aparece na minha cabeça.

A descoberta mais surpreendente sobre o acampamento que fiz esta tarde é a diferença que a experiência faz para as crianças que estão lutando na escola. Então, depois que eu passei quase três horas sendo ensinado por crianças a cuidar dos animais e gerenciar outras tarefas agrícolas, eu fiquei um pouco chateado quando a primeira pergunta que recebo da imprensa é sobre o quanto minha camisa custou, porque agora está manchada com lama.

—Terei sorte se isso for lama. Tenho certeza de que consegui isso quando estávamos limpando as baias dos cavalos. —Digo a Rick Stupes, um repórter da CAN News, que está sempre me fazendo parecer como um Riquinho. Eu não respondi ao resto de sua pergunta, porque é estúpido.

Ele tenta novamente. —Quando sua equipe fez essa sessão de fotos, ela o aconselhou a usar qualquer coisa diferente?

Sério, qual era o problema desse cara? Sou um pouco mais bonito do que o último cara da GQ3.

Ok, não, eu sou mil vezes mais bonito do que o último cara da GQ.

Eu dou um chute atrás do pódio. —Eu estive usando estas botas desde que saí de casa às 5:30hs desta manhã, porque eu não sou uma criança, e eu sei como me vestir de forma adequada. Numa nota à parte, elas são as botas com as quais eu subi o Golden Ears4 depois que ganhei a eleição mais recente. —Tome isso, Rick. —Ninguém teve que me lembrar de colocá-las. Vir ao City Farm Camp foi o destaque de uma semana difícil, algo que eu fiquei realmente ansioso para fazer, e se eu não tivesse um dia inteiro de trabalho amanhã, eu estaria de volta em um piscar de olhos.

A próxima pergunta é semelhante a essa. Dentro da minha cabeça, eu chamo o corpo de imprensa de todos os tipos de nomes, mas temos praticado isso uma e outra vez. Minha propensão natural em chamar as pessoas de estúpidas está bem, e verdadeiramente enterrada em mim agora. Ou pelo menos não tão internamente.

Eu sorrio e dou uma resposta curta. Continuo respondendo até que a quinta questão chega ao coração do anúncio que acabei de fazer, sobre o financiamento para tais atividades que necessitam ter uma abordagem de dois punhos, porque nem todos os pais podem esperar por um crédito fiscal para justificar a despesa inicial.

E, às vezes, essas são as crianças que precisam de experiência de aprendizagem alternativa a mais.

Eu suavemente reiterei o que o diretor do acampamento já disse, sobre como a prática sobre os cuidados de animais instila empatia e compaixão que traduz bem a volta à interação humana.

Eu sei que assim que terminar o discurso, com um sorriso encantador extra para o repórter que fez a pergunta certa, esse clipe vai correr no noticiário.

Nem sempre conseguimos nos expressar tão bem, mas quando o fazemos, faz o resto valer a pena.


Capítulo 3

Ellie


Eu não deixei o trabalho até depois das oito. Eu só consegui ir tão longe quanto esse restaurante de sushi, que ficava a três quarteirões de distância, onde a minha companheira de quarto, Sasha, estava esperando por mim.

—Tão ruim assim? —Ela pergunta, sinalizando à garçonete. —Nós vamos precisar de saquê.

—Sem saquê. Chá verde. E então eu vou para a última aula de yoga da noite.

—Ai credo.

—Eu não vou fazer você vir comigo.

Sasha é uma corredora. Tensa, controlada... Ela é praticamente alérgica a encontrar um lugar de descanso e apenas respirar.

Eu? Sou apática, ansiosa, e uma preocupada crônica. Eu mantenho tudo sob controle, fazendo yoga cinco dias por semana.

Não normalmente tão tarde da noite, mas Olá mundo real. Eu tenho sido estragada por ser uma aluna universitária. É um trabalho duro, mas eu posso principalmente fazer isso em meu próprio horário.

Não mais.

Eu tenho que estar de volta ao trabalho às seis e meia, amanhã de manhã. E dizer ao PM que ele está errado às sete. Então, provavelmente, brigar com as pessoas durante todo o dia, enquanto eu as convenço de que estou certa. Se eu não me centrar, e ter uma boa noite de sono, isso não vai correr bem.


Capítulo 4

Gavin


A primeira coisa que noto, quando minha equipe sênior entra em meu escritório para a nossa reunião diária as sete, é Ellie Montague. Isso não me surpreende, porque eu não tenho sido capaz de parar de pensar nela desde ontem. Ela parece cansada, e minha imaginação sai em busca de uma explicação provável. A maioria delas envolve ela sendo mantida a noite toda por um homem, confirmando que seu tipo era comprovadamente problemático. Ela não parece ser o tipo que iria atrás do musculoso estudioso com mais bolas do que cérebros, mas eu fui surpreendido mais do que algumas vezes, pelo que pode deixar uma mulher molhada e carente.

Eu a vi a partir do canto do meu olho, enquanto Stew palestrava à minha equipe - sua equipe - sobre o que aconteceu durante a noite, quais seriam as nossas prioridades para o dia, e uma série de outras coisas que ele não precisava que eu ouvisse. O que é bom, porque eu estou muito ocupado catalogando todas as formas com que ela me fascina. O que eu noto mais é a inquietação de Ellie. Ela continua a travar-se, e eu acho que é difícil não sorrir.

Ela suaviza a frente de sua saia com a mão, e deixa para trás um longo traço ligeiramente mais escuro no tecido cáqui. As palmas das mãos estão suando. Ela está nervosa. Eu mal tenho tempo de perguntar o porquê, pois Stew a convida a falar.

Sua cabeça levanta ao som de seu nome, e nossos olhares bloqueiam por um momento, então ela deixa cair seus olhos cinzentos claros no fichário que ela está segurando em suas mãos trêmulas. Estou feliz que eu estou sentado, porque eu tenho certeza de que acenar com um furioso tesão em torno da sala, não está na agenda da reunião.

Eu vejo seus lábios enquanto eles formam as palavras que eu realmente não estou ouvindo, porque eu estou ocupado imaginando como seria a sensação deles no meu pau.

Eu deveria estar prestando mais atenção ao que ela está dizendo, mas eu já sei que eu vou concordar com qualquer plano que esteja expondo.

Ela não estaria falando agora, se Stew já não tivesse feito as suas recomendações sobre como manter esses jantares de frango emborrachado escandalosamente caros, que se supõe fazerem com que essas festas de angariação de fundos, tornem-se oportunidades para as grandes empresas, para comprar algum tempo privado com o primeiro ministro. Pagar para jogar, eles chamam.

Confiante de que este pequeno embaraço já foi resolvido, eu volto à minha fantasia. Algo que eu não deveria estar fazendo por tantas razões, além de que ela é jovem o suficiente para ser minha sobrinha.

Mas eu não posso me conter.

Ela está de costas, caída sobre minha mesa, com a cabeça inclinada para trás ao longo de uma borda, com as pernas balançando sobre a outra.

Eu abaixo minha calça, livrando minha ereção de um longo sofrimento.

—Abra. —Eu exijo.

Seus lábios se abrem, e eu os encontro com a ponta do meu pau, até que eles estão brilhantes com o pré-gozo. Eu quero ser grosseiro, fazer com que ela me leve até o fim, mas por alguma razão desconhecida, eu me seguro. Sua língua faz redemoinhos ao redor da cabeça enquanto eu deslizo.

A visão do meu fluido espalhado em seus lábios me faz querer marcar seus outros lugares. Os seios dela, costas, seu traseiro.

Enquanto eu deslizo mais longe em sua boca quente, ansiosa, eu tomo suas mãos, entrelaçando nossos dedos. Eu os seguro contra a superfície da mesa, e me inclino para frente, parando logo acima de seu monte de cachos vermelhos macios. Na minha fantasia, eles são um pouco mais escuros do que as ondas loiras escuras que eu a vi torcendo nos dedos mais de uma vez.

Ela é etérea e brilhante. Travessa e totalmente cativante. —Abra suas pernas.

Eu deslizo mais e com golpes superficiais porque eu movo minha cabeça mais abaixo para que eu possa fazer cócegas em seu clitóris com minha língua. Ela se contorce e eu paro.

—Não se mova.

Curioso para ver o quanto ela pode tomar, eu empurro meu pau até que ele quase toca o fundo da sua garganta. Sua barriga dá uma pequena guinada, mas ela me engole contra ela. Sua boca é quente, úmida e apertada em torno de mim, e eu quero que ela tome ainda mais, mas eu não vou forçá-la. Não na primeira vez.

—Boa menina. Eu digo. Porque ela é. Retomo minhas estocadas rasas em sua boca e me abaixo de novo para festejar em sua vagina.

Desta vez, ela fica perfeitamente imóvel enquanto eu chupo e lambo seu clitóris. Eu pego o cerne firme entre meus lábios e puxo gentilmente. Ela se esforça para ficar quieta, e eu recebo uma emoção com sua obediência.

Enquanto eu sou consumido por sua buceta deliciosa, ela está trabalhando no meu pau. Mesmo com a posição da cabeça restringindo seu movimento, ela faz um excelente trabalho em me dar toda a sucção e atrito que eu preciso para chegar onde eu quero ir. Ela deve gozar primeiro, mas sua boca é inacreditável. Perturbadora.

Foda-se, eu quero estocar contra ela e gozar, mas eu não posso.

Eu me concentro mais no meu objetivo. Ela começa a gemer e...

Os lábios de Ellie param de se mover, e eu sou puxado de volta à realidade. Não que tivesse ido mais longe. Eu posso ter tido fantasias descontroladamente inapropriadas sobre a estagiária do meu Chefe de Equipe muito-muito-jovem-para-mim, mas eu estava presente o suficiente para não me fazer de tolo completo.

—Obrigado por sua apresentação, Ellie. Vou levá-la em consideração.

Stew me dá um aceno. Aquele que diz que eu terei algumas explicações a dar. E eu tenho que pensar em algo rapidamente, porque tenho certeza de que não vou lhe dizer a verdadeira razão para a minha mente não estar onde deveria.

—Todos, Ok, eu acho que é tudo por hoje. —Stew gesticula em direção à porta, mas não sai com o resto do grupo.

Eu vejo quando Ellie sai. Droga, essa saia fica bem nela de frente, mas abraça sua bunda perfeitamente, e a visão traseira é espetacular.

A última pessoa sai da sala antes de Stew fechar a porta.

Há apenas dois homens em todo o mundo que me conhecem por quem eu realmente sou. Quem me vê nessa reunião e sabe onde minha mente realmente estava. Um deles está com segurança do outro lado do país vivendo sua própria vida.

O outro está em pé na minha frente, tentando o seu melhor para manter a minha vida nos eixos.

Stew balança a cabeça. —Que porra deu em você?

Eu não pensei rápido o suficiente, mas estava salvo de ter que dar uma desculpa por sua ira, porque ele já veio para cima de mim com a intenção de apontar o quão idiota eu acabei de ser.

—Essa menina trabalhou a noite toda porque ontem na hora do almoço eu disse a ela para ter essa apresentação pronta para a reunião desta manhã. O mínimo que poderia ter feito, porra, seu pedaço de merda irreverente, era ouvir a sua proposta. Em vez disso, você enfiou sua cabeça em sua bunda, pensando em só Deus sabe o quê, e eu não quero saber.

Eu estremeci. —Eu fui tão óbvio?

—Só para mim. Você tem que pensar em uma nova frase para quando você voltar mentalmente para essas reuniões, porque não vai demorar muito para que os outros descubram que “eu vou levá-la em consideração”, significa que meu cérebro tinha assuntos mais importantes do que essas tolices que você está tentando vender.

—Tolices?

—Gavin, foi sua primeira reunião. Ela estava nervosa, e você foi incrivelmente rude. E esse não é você.

—Você está certo. Eu deveria pedir desculpas.

—Nah, ela estava muito nervosa para notar que estava sendo uma idiota. Acho que você vai fazer mais mal do que bem, chamando a atenção para isso.

—Você tem certeza?

—Você está disposto a aceitar cegamente as minhas recomendações quando se trata de como lidamos com este negócio de angariação de fundos, mas em algo tão trivial como isso, você questiona minha sabedoria?

—Porra, Stew. Como eu mesmo cheguei aqui? Dois anos atrás, eu estava feliz em atacar empregadores de merda por maltratar seus trabalhadores, e agora eu estou assumindo a porra do país.

—Não por muito tempo se você não mantiver a cabeça no jogo. E se tivesse sido uma coletiva de imprensa em vez de sua reunião matinal?

Ele está certo e eu sei disso. —Ponto aceito. Agora, você não tem trabalho a fazer?

Stew me lança o dedo médio e sai pela porta.

Eu me inclino para trás em minha cadeira e coloco meus pés na minha mesa, cruzando-os na altura dos tornozelos. A mesma mesa que eu tinha acabado de... Porra. Eu preciso transar. Este período de seca está fodendo completamente com meu julgamento.

E eu preciso parar de pensar sobre o traseiro de Ellie Montague. Sua boca. O quão rosada sua buceta estará quando ela estiver molhada e inchada para mim.

Acima de tudo, eu preciso parar de achá-la tão cativante.


Capítulo 5

Ellie


No sábado, eu estou totalmente pronta para o fim de semana.

Exceto que Stew me manda e-mails às seis da manhã, e eu acabo trabalhando até meio-dia. Há algumas pessoas no escritório, mas todo mundo está de cabeça baixa em seu próprio trabalho. Eu entrei e saí em cinco horas, e eu ainda tenho dois dias de tempo livre para desfrutar.

Ok, então eu tenho um dia e meio. Talvez um dia e um quarto, porque há alguma leitura séria que eu preciso fazer amanhã à noite para estar pronta para segunda-feira de manhã.

Mas um dia de folga ainda soa celestial. Yoga, almoço, deitar no sofá como um vegetal, e assistir algo no Netflix. Eu posso espremer tudo isso em um dia e um quarto. Talvez o almoço possa ser algo entregue e facilmente consumido enquanto estou deitada no sofá.

Eu verifico a programação do estúdio de yoga. Meu professor favorito tem uma aula às três hoje, e outra às sete amanhã de manhã. Isso não vai acontecer, então tem que ser esta tarde.

Eu tiro minhas roupas de trabalho e coloco uma calça de yoga vermelha, um top com tiras trançadas coloridas, e uma camiseta preta esvoaçante que cai em um ombro, e mostra o tecido preto e vermelho torcido do top. Vou retirá-la quando eu começar a yoga, mas eu não sou assim tão confiante com meu corpo, para que eu vá a pé para o estúdio em um top que qualquer pessoa fora dele possa ver como um sutiã.

Eu estou no meio do caminho quando meu telefone dá um ping novamente.

Eu estremeço enquanto verifico.

Outro e-mail de Stew. Aparentemente, ter sorte e ser útil na primeira semana tem consequências.

Nenhuma boa ação fica impune. Ou... Eu estou estabelecendo uma reputação em uma cidade onde eu quero ter uma carreira longa e produtiva. Eu respiro profundamente. O relatório ambiental sobre o gasoduto deve ser lido a partir de uma perspectiva de emprego de jovens. Posso ter alguns pensamentos para ele na segunda-feira?

Eu posso, e eu quero, mas preciso do relatório, que não pode ser transmitido por via eletrônica ainda. Porcaria.

Tanto para a yoga. Olho para o relógio na tela do meu telefone. Duas e quinze.

Um guincho suave de freios de ônibus atrás de mim torna a decisão fácil. É uma viagem rápida até a rua. Eu posso chegar ao escritório, obter o relatório, e voltar aqui a tempo para a aula. Eu giro e aceno o meu passe de ônibus para o motorista.

Doze minutos depois, eu estou correndo pelos guardas de segurança, que riem de mim porque eu já estive lá uma vez e é sábado e... ha ha ha, não é engraçado.

Nova garota está tentando fazer uma boa impressão, ok?

No andar de cima, quase todo mundo se foi. Entro no escritório que eu compartilho com um par de outros funcionários juniores, e agarro o relatório confidencial do armário trancado debaixo da minha mesa. A capa é dura, no entanto, e eu preciso dele enrolado para se encaixar no meu saco da esteira de yoga.

A cópia de Stew tem uma capa flexível. Eu entro em seu escritório, mas não consigo encontrar a sua cópia em qualquer lugar. Frustrada, eu verifico meu telefone. Eu não vou conseguir fazer essa aula de yoga. Talvez eu vá à das quatro, mesmo que o instrutor seja obcecado demais com o som de sua própria voz para que seja verdadeiramente Zen.

Então eu ligo para o meu patrão. —Stew, eu estou de pé em seu escritório. Onde posso encontrar a sua cópia do relatório ambiental?

—O que há de errado com a sua cópia?

Não vai caber no meu saco da esteira de yoga provavelmente não seja a resposta certa. Mas é a única que eu tenho, então eu lhe digo a verdade.

Ele leva um tempo para parar de rir, então eu inclino-me sobre a mesa e considero apenas tirar um cochilo ali assim, curvada por cima.

Uma vez que ele para de rir e me diz onde encontrá-lo em sua estante, eu digo um agradecimento abafado e desligo o telefone.

Eu não me levanto imediatamente.

Tem sido uma longa semana.

Eu gemo e murmuro para mim mesma: — Eu poderia ficar aqui por um tempo.

—Estamos fazendo você trabalhar tão duro, Srta. Montague? —Uma voz pergunta da porta. A voz rica, quente, com uma borda áspera agora familiar nela.

O PM.

E eu estou esparramada sobre a mesa do meu chefe em calça de yoga e um sutiã esportivo. Tipo vestindo uma camiseta. Mas quando você está na frente do líder da nação, esse tipo conta?

Não, não, não.

—Senhor. —Eu suspiro, empurrando-me na posição vertical, de repente, ciente de que minha bunda estava no ar.

—Eu achei que tinha lhe dito para não me chamar assim. —Diz ele.

Eu giro ao redor e ele está olhando para o chão, e, em seguida, as prateleiras e, finalmente, o seu olhar se instala em um ponto atrás do meu ombro.

Isso é estranho, porque ele é normalmente do tipo que faz contato olho-no-olho, de cara. E isso me deixa constrangida, sabendo que ele também estava ciente de que minha bunda estava no ar, e agora está atrás de mim, mas o resto de mim ainda está vestido com roupas de yoga.

E, normalmente, isso não é um grande negócio. Eu não pensei duas vezes em passar assim na frente dos guardas de segurança, por exemplo.

Mas depois de uma semana tentando não estar ciente do PM como um homem, e ao mesmo tempo sendo um pouco dolorosamente consciente de que ele é um homem, com os olhos, e...

Tudo isso.

Suspiro.

Ele não é a pessoa a quem eu quero estar de pé na frente com uma calça de yoga apertada.

Não estou nem mesmo vestindo roupas íntimas sob ela, e eu juro que ele tem visão de raio-X do Super-Homem agora, porque é por isso que ele não está olhando para mim. Porque ele já viu sob minha roupa, e oh Deus, eu preciso trabalhar para ele por mais dois meses e três semanas.

Com ele.

Eu realmente preciso parar de fazer esse comentário dentro da minha cabeça. Um dia desses, vou dizer isso em voz alta, e todo mundo vai saber que eu estou pensando sobre o quão grande ele é, e quão pesado ele seria em cima de mim.

Enquanto tudo isso está tumultuando minha cabeça, e ele está esperando por mim para dizer alguma coisa, sem olhar para mim, considero que me esconder atrás da cadeira de Stew para remover a roupa inadequada, não é o caso. Mas em algum momento ele vai esperar que eu deixe este escritório, então eu apenas fico onde estou, de repente, me sentindo muito, muito nua.

Nua e começando a ficar vermelha.

—Me desculpe. Eu estava aqui para... —Algo que eu não me lembro. Felizmente, o PM não tem esse problema.

—O relatório ambiental. Eu ouvi. Stew mantém o seu na estante. —Ele limpa a garganta e aponta atrás de mim. —Lá.

—Certo. —Eu me viro e olho para a segunda prateleira.

—Na de cima, eu acho.

Eu fico na ponta dos pés, porque eu sou baixa e Stew não é. Sim, eu não posso alcançar.

—Aqui. —Gavin diz, e ele está bem atrás de mim agora. Meu pulso está martelando em meu pescoço. Eu posso ouvi-lo em meus ouvidos. Ele pode ouvir também? É alto como meus pensamentos lascivos. O braço do paletó roça em minha pele nua quando sua mão alcança a minha facilmente, passando por ela e agarrando a pilha de relatórios confidenciais quase idênticas.

Quantos daqueles o meu patrão recebe em uma semana? Eu só tenho um único para ler. De repente, meu choramingo sobre a minha carga de trabalho parece não ter perspectiva.

Viro-me e pressiono as costas contra a estante enquanto ele revira a pilha, para encontrar o que eu preciso.

—Aqui está. —Ele me entrega, e eu o pressiono contra o meu peito enquanto ele se inclina sobre mim para colocar o resto da pilha na estante novamente.

Ele é mais alto de perto. Tenho que jogar a cabeça para trás para olhar para ele. Claro, eu costumo usar saltos altos, e os tênis de lona que uso para yoga tem zero elevação.

—Obrigada, S... —Eu respiro prestes a adicionar senhor, quando eu me calo. Ele ri quando me observa formar o início da palavra e, em seguida, pressiono meus lábios.

—Gavin. Você pode me chamar de Gavin.

—Eu tenho certeza de que não posso. —Eu sorrio, virando a cabeça para o lado em constrangimento.

—Você precisa, porque esta coisa de senhor está matando a ambos, e tem sido apenas uma semana. Ele dá um passo para trás e bate seu dedo indicador em seu lábio inferior. —Vamos praticar.

—Sério?

—Sim, com certeza. Tente... “Hey, Gavin, como foi seu fim de semana?”

—Hey... Gavin. —Isso é estranho. E bom, tipo, mas principalmente estranho e, possivelmente perigoso, porque seus olhos estão muito azuis agora.

Ele ri, seus ombros tremendo silenciosamente com o que eu só posso supor que seja o olhar chocado no meu rosto, mas ele quebra o gelo. Eu ergo meus ombros e dou-lhe um olhar severo. Ele ergue uma sobrancelha e abre sua boca. —Continue.

—Como foi seu fim de semana?

—Ah, você sabe. Tive que trabalhar no sábado.

—Eu também. —Isso está realmente funcionando. É divertido falar com ele como se ele fosse uma pessoa normal, e não alguém que me domina em cada turno. —Bem, parte dele, de qualquer maneira. Eu tentei ir para a yoga.

Seus olhos brilham enquanto ele segue minha liderança. —O que aconteceu?

—Fiquei presa no escritório.

—Que chato.

—Estava tudo bem. Eu quase tirei um mini cochilo na mesa do meu chefe. Mas então eu fui pega pelo seu chefe, o que foi um pouco estranho.

—Soa terrível.

Eu sorrio. —Não foi tão ruim, na verdade.

—Ufa.

Eu aceno o relatório no ar entre nós. —Obrigada, mais uma vez. E eu vou sair do seu caminho agora, para que eu possa continuar com essa coisa de fim de semana mítico.

Ele aponta sua mão galantemente para a porta. —Depois de você.

Ele está de pé na frente do meu tapete de yoga. Eu aponto para ele. —Eu apenas preciso...

Em vez de se mover, ele se abaixa e o pega. Quando ele me entrega, seus dedos roçam os meus, e eu sou lembrada novamente do porque todas se apaixonam por este homem.

Há definitivamente algo sobre ele, um calor que é impossível resistir, mas seguro ao mesmo tempo. É super sexy, e minha respiração gagueja na inspiração.

Seu olhar cai para minha boca, e quando ele olha de volta para os meus olhos, o calor se foi, como se ele estivesse propositadamente trazendo um frio no meu interior, e após a conversa estúpida sobre nomes, eu tenho que dizer que é inesperado.

Isso me lembra de que eu estou mal vestida e superexposta, especialmente quando se trata das minhas reações a ele.

Ele não me quer babando sobre ele.

Ninguém iria querer. Não é profissional. Mas antes que eu possa me desculpar, ele está murmurando uma despedida e indo para o corredor.

Eu sigo devagar, parando na porta, minha mão no interruptor de luz. Eu bato minha cabeça contra a moldura de madeira.

Menina nova fez uma impressão certa.

Só não estou certa de que foi a impressão certa.


Capítulo 6

Gavin


Minhas entranhas torcem enquanto eu volto para o meu escritório. A visão dela inclinada sobre a mesa de Stew naquela calça de yoga me deixou duro, e então a nossa conversa me deixou ainda mais duro. Quem estou enganando? Só de estar com ela no mesmo edifício me deixa duro, porra.

Eu não tenho um osso masoquista no meu corpo, mas havia algo pervertido sobre me inclinar sobre ela e ajudá-la a obter esse relatório.

Eu sei, porra. Eu estou completamente ciente de que era inapropriado e masoquista, já que não podia fazer mais nada, uma vez que eu a tinha pressionada contra a estante.

Mas seu cabelo cheirava a lavanda, e seu pequeno suspiro ofegante era muito viciante para não provocá-la.

Eu estou fora de controle, e só há uma pessoa a quem eu possa recorrer.

Eu verifico o meu relógio e subtraio três horas. Hora do almoço na costa oeste, de modo que Max deve estar livre. E se ele não estiver, quem se importa? Eu sou o PM, e pela primeira vez em nossa vida adulta, eu usaria meu posto nele. Se eu precisasse que um dos médicos mais renomados de Vancouver saísse da cama ou da enfermaria do hospital para lidar com uma crise pessoal, eu conseguiria.

Pego o telefone pré-pago que guardo apenas para ocasiões como esta, e vou até o contato rotulado somente, Hawkeye. Fecho os olhos e imagino Max olhando para o seu display de chamada no outro lado do país. Sou BJ. A referência à M A S * H5 para nossos assuntos secretos, resume nossa relação muito sucintamente. Tenho certeza que ele está rolando seus olhos quando atende no terceiro toque, sabendo que se eu estou chamando sob o radar, esta não é apenas uma visita social.

—Já passava da hora de me ligar. —Diz ele preguiçosamente. —Eu estava começando a pensar que você encontrou um melhor amigo mais brilhante recentemente.

Eu estremeci. —Você sabe como é quando inicia um novo trabalho. Demora um tempo para se adaptar.

—O que eu posso fazer por você? —Esse é o meu melhor amigo ali, em uma única pergunta. Ele é um narcisista, bastardo, egocêntrico, egoísta, mas eu sempre posso contar com ele, sem perguntas.

A visão da bunda perfeitamente espancável de Ellie sobre a mesa de Stew gira em minha mente, e eu repenso minha decisão de discutir o meu problema com Max ao telefone. Eu preciso de espaço.

—Escute, estou indo para casa em algumas horas. —E agora eu tenho que fazer isso ser verdade. —Eu estava esperando que pudéssemos ficar juntos esta noite.

Eu me odeio um pouco por ser impulsivamente frívolo com o jato, mas eu justifico minhas ações. Não é como se eu estivesse tirando um feriado financiado pelo contribuinte à Bahamas. Eu voaria por conta própria onde eu tinha obrigações além daquelas do PM. E se eu pudesse ter alguma ação para tirar a minha mente de Ellie e de toda aquela sua bunda tentadora demais, melhor ainda.

—Pode apostar. Algo de especial que eu deva providenciar? —Típico de Max. Ele me conhece ainda melhor do que Stew. Quero dizer que sim, muito, mas mesmo que eu esteja em um telefone pré-pago, e ambos tenhamos muito cuidado para evitar dizer algo que seja abertamente reconhecido, ainda estou assumindo um risco.

—Eu vou te dar uma ligada quando chegar em casa, para que você possa passar por lá.

—Parece bom.

Eu deslizo o telefone pré-pago na minha pasta, e uso o meu telefone do escritório para chamar Lachlan Ross, o oficial de RCMP6 responsável pela minha segurança.

Se ele está surpreso com a minha súbita decisão de ir para casa, ele não deixa transparecer, e não questiona. Sempre profissional.

Sete horas depois, eu ouço um carro chegar e estacionar na garagem da minha casa em Vancouver. A faixa do estresse apertando meu peito relaxa um pouco.

Não demorou muito para Max passar pela minha segurança. Ele é uma das poucas pessoas na cidade que pode chegar a mim com nada mais do que uma identificação com fotografia.

Ele tem um grande sorriso em seu rosto quando eu abro a porta, e eu suspeito que ele tenha providenciado algo especial de qualquer maneira.

Eu fecho a porta e me volto para ele. —O que é que você fez?

—Relaxe. Você me diz o que está incomodando você, e então vamos falar sobre o que eu posso ou não ter feito.

Meu coração acelera e me sinto um pouco doente. É duro o suficiente reconhecer para mim mesmo todos os sentimentos inapropriados e desejo que tenho para com Ellie. Mas confessá-los a outro ser humano, mesmo que essa pessoa seja o meu melhor amigo no mundo, faz isso se tornar muito real. Mas eu preciso de ajuda, e esclarecer as coisas com Max é a minha única opção.

Eu lidero o caminho para a cozinha e pego para nós duas cervejas na geladeira.

—Há essa menina. —Eu começo.

—Bem, duh. —Eu abro uma e volto para entregá-la a ele. Sua expressão suaviza. —Desculpe. Há essa menina...

Abro a outra cerveja e tomo um longo gole. —Sim. Ela é uma estagiária.

Os olhos de Max se arregalam. —Bom Deus, homem. Será que Bill Clinton não lhe ensinou alguma coisa?

—Eu não toquei nela. —Não fora das minhas fantasias muito vivas, de qualquer maneira.

Max concorda. —Mas você está tendo cada vez mais dificuldades em manter as mãos para si mesmo. —Não é uma pergunta. Como médico e Dom de longa data, Max é um mestre em ler as pessoas. Adicione melhor amigo à mistura e sim, ele me conhece. E me compreende.

—Sim. —Eu confesso. —Não é apenas a sua aparência, embora ela tenha uma bunda que está apenas implorando para ser espancada. Ela tem cérebro e coragem. Muito inteligente e deliciosamente atrevida, e eu amo isso. —Eu tomo outro gole de cerveja. —Mas indo além da coisa do local ser impróprio e romance chefe-subordinada, ela é muito jovem. Eu não deveria estar fantasiando com uma mulher tão jovem que existe na minha vida real.

—Então, você fugiu.

—Sim, eu fugi, porra. Já faz muito tempo desde que transei, e eu estou tão nervoso, preocupado que eu pudesse cometer um erro que não poderia me recuperar. Ela é um escândalo que eu simplesmente não posso me dar ao luxo.

—E você veio curar essa sua perversão em Vancouver?

—Droga, Max, você deveria estar me ajudando, não fazendo eu me sentir pior.

—O que você quer que eu faça?

—Eu não sei. Encontrar-me uma maneira de aliviar a pressão?

—Eu pensei que você pudesse estar procurando algo como isso.

—Eu não estou procurando nada. Estou claramente dizendo que preciso de ajuda.

—Não é como se eu pudesse levá-lo para o clube e encontrar-lhe uma submissa disposta para a noite.

Esta é uma merda que ninguém diz que você terá que aturar quando você entra na política. Não se você quiser ficar livre de chantagem, de qualquer maneira. Mas Max tem um brilho em seus olhos. E ele parece que consegue encontrar muita companhia discreta, disposta.

—O que você está sugerindo? Honestamente, eu estou no jogo para qualquer coisa. —Eu confio nele com a minha vida. E a minha perversão é quase tão preciosa. Ele sabe disso melhor do que eu. Foi ele quem me apresentou a isso em primeiro lugar, quando eu tropecei no BDSM na faculdade, e assustou-me pra caralho.

Seu olhar escurece, como se ele estivesse tentando me alertar. —Eu tenho opções, é claro. Vou ter que pagar caro por elas. Você está...

—Qualquer coisa, Max.

—Então, sim. Eu tenho uma ideia. Mas isso vai demorar alguns dias.

Passamos o resto da noite bebendo muita cerveja e recuperando o atraso. Max até aceitou a minha oferta do quarto de hóspedes em vez de tomar um táxi para casa.

*****

Passei os próximos quatro dias mantendo minha mente longe das minhas necessidades, atirando-me a todo vapor no trabalho em meu escritório eleitoral, mas os problemas estavam acumulando-se em Ottawa, e eu estava correndo contra o tempo.

Stew estava na minha bunda, pelo menos, duas vezes por dia querendo saber quando, exatamente, eu pretendia voltar. E a cada dia ficava mais difícil enrolá-lo.

Estou prestes a comer a ceia quando o telefone toca. Eu verifico o identificador de chamadas. Finalmente.

—Max. E aí? —Eu tento esconder a minha emoção. É por isso que eu não posso ter coisas agradáveis. Eu sou como uma criança numa loja de doces, só que eu sou um homem crescido, e meu melhor amigo está ligando para mim... Definitivamente, não o homem público que todo mundo está procurando para uma nova direção do nosso país.

O que não me impede de ter a conversa que estou prestes a ter. Apenas significa que eu cooptei7 o meu melhor amigo a jogar de espião enquanto conversamos. Lição número um que o RCMP ensinou-me depois que eu fui eleito: você nunca sabe quem está ouvindo.

Max não tem problemas com esse subterfúgio. Ele parece totalmente relaxado, como se este fosse o tipo de conversa de irmãos que nós normalmente temos. —Só quero saber se você está livre para vir até a minha casa amanhã à noite?

—Claro. Que horas?

—Sete.

—Ótimo. Vejo você então.

Graças a Deus que essa merda de espera acabou. Agora eu posso tirar Stew das minhas costas e, depois de amanhã, eu vou ser capaz de tirar o corpo delicioso de Ellie das minhas fantasias. Eu retiro o meu laptop e inicio os preparativos para o meu retorno a Ottawa.

Na parte da manhã, eu estou exausto. Eu tive dificuldades para conseguir dormir. Muito animado sobre o que esta noite traria. Ocupado demais imaginando como ela vai parecer. Como ela vai reagir. Em quão rosada sua bunda vai ficar depois que a minha mão aquecê-la. Será que ela vai engolir meu pau como uma estrela pornô?

Eu passo o resto do dia em reuniões e limpando as pontas soltas no escritório, pensamentos da noite à frente nunca longe da minha mente.

Meses sem sexo, e ainda mais tempo sem qualquer tipo de troca de poder, tem sido duro com o meu bem-estar físico e mental. Se eu quiser alguma chance de permanecer são, eu terei que encontrar uma sub regular em Ottawa, logo. Não sei exatamente como farei esse milagre.

Eu costumava ter uma coisa normal com a minha amiga Andrea aqui em Vancouver. Nenhum de nós estava romanticamente envolvido, por isso éramos sempre bons um com o outro, com o sexo baunilha junto. Isso funcionou bem para nós. Então, as coisas começaram a parecer instáveis para o governo, e por um monte de razões, eu me afastei dela.

Ela era divertida para ir a eventos, e realmente boa na cama, mas ela não era material para esposa. Não o meu material de esposa, de qualquer maneira.

Eu não podia me arriscar com o público e os meios de comunicação por ficar muito ligado a ela. Melhor ser solteiro e perder a eleição, do que correr o risco das pessoas pensarem que eu estou usando-a para ganhos políticos.

Se, ou quando, eu me envolver em outro relacionamento, vai ser o negócio real. Como o que Stew tem com sua esposa. Uma parceria que funciona em todos os níveis. E desde que eu estou tão perto dos meus trinta e nove anos, eu não vou prender a respiração. Melhor que o país me aceite como o líder licenciado que eu provavelmente serei até o fim do meu mandato.

É quase seis na hora que eu chego em casa, e mal tenho tempo suficiente para engolir um pouco de comida, tomar banho e me vestir, antes de eu precisar sair para a casa de Max.

Há restos de pizza na geladeira, e eu pego uma fatia para comer enquanto vou colocar roupas limpas. Eu abro meu armário e retiro meu jeans favorito.

Eu uso terno todos os dias. Quando eu vou fazer uma cena, eu prefiro um tecido que possa ser maleável, mas que ainda carregue certa imagem. Estes são suaves e macios, de anos de desgaste e lavagem. Eu duvido que ainda durem por muito tempo, mas eu preciso estar confortável. Eu abro a próxima gaveta, e procuro até que encontro a camisa certa. Algodão preto, e apertada o suficiente para que o meu peito e bíceps estiquem o tecido, mas não tão apertada que eu pareça estar sendo espremido.

Eu coloco o último pedaço de pizza em minha boca, e verifico a hora a caminho do chuveiro. Foda-se, eu tenho um pouco mais de meia hora para estar na casa de Max, e o trajeto leva pelo menos de quinze minutos. Eu poderia fazê-lo em menos, mas é provavelmente melhor o PM não ser parado por uma infração de trânsito a caminho de um pouco de palmadas e chicotes com uma acompanhante de seu melhor amigo Dom.

Estou fora do chuveiro e vestido com cinco minutos de sobra. Eu coloco uma jaqueta e pego as chaves da minha Tesla8 no caminho para a porta. Eu considero levar o meu saco de “brinquedos” comigo, mas decido que era também um risco desnecessário. Max teria algumas coisas extras na sua casa, que eu poderia usar se quisesse.

Eu fecho a porta atrás de mim e me encontro com o motorista atribuído a mim nesta localidade.

—Vamos, Tim, eu vou dirigir.


Capítulo 7

Ellie


A segunda semana do meu trabalho prova ser mais fácil e mais difícil do que a primeira.

Mais fácil, porque o PM se foi na primeira parte da semana.

Mais difícil, porque ele está na costa oeste, e todos os nossos dias de trabalho ficaram mais longos.

Mais fácil, porque eu não tenho que lidar com o fato de que eu ainda posso sentir o roçar de sua mão contra a minha, quando ele veio por trás de mim para pegar o relatório.

Mais difícil, porque eu encontro-me procurando-o constantemente.

Eu vou para yoga a cada noite, a aula extralonga.

Eu ignoro os sonhos que me acordam no meio da noite. Gavin me segurando contra a estante e me beijando. Tocando-me.

Na sexta-feira, eu fiz zero progresso em não fantasiar sobre ele, mas um progresso fantástico em lançar as bases para Gavin fazer uma declaração importante sobre doação corporativa, no evento de arrecadação previsto para meados de Julho.

É um pouco estranho, porque Stew não quer que eu me meta com os organizadores do evento, que são militantes de partidos políticos. Mas fiquei com a luz verde para trabalhar com o criador dos discursos do PM, Dave, que vem do bloco de escritórios em frente, levando cafés quando nos encontramos, enquanto Stew entra e sai do prédio ao longo da semana.

Nós traçamos uma estratégia de comunicação que suaviza a visão de uma maneira sutil. Eu estou tão feliz sobre isso, e quando Stew me disse na sexta-feira que Gavin gostou do plano, eu sorrio como uma idiota todo o caminho de casa.

Sasha está no sofá quando eu entro. Ela me olha com surpresa. —Será que você foi demitida?

Eu sorrio. —Não.

—Mas é apenas seis horas.

—É o fim da semana, e o PM está voando de volta de Vancouver. Eu tenho uma noite de folga.

Ela bufou. —De quanto tempo é este estágio?

Três meses dolorosamente curtos. —Até o final do verão.

—Ufa. Porque você não pode trabalhar em um emprego para todo o sempre, onde as noites de sexta-feira não são, de fato, noites de folga. —Ela salta e bate palmas. —Vamos. Você parece feliz. E acordada. Vamos celebrar isso com uma bebida.

Eu rapidamente me troco, então, nós andamos pela rua até o restaurante que servia pretzels quentes, e uma bandeja de presunto e salame com picles que era de morrer.

Estávamos quase no fim da nossa primeira rodada de bebidas e a comida tinha acabado de chegar, quando meu telefone vibra. É um e-mail do assistente de Gavin, a todo o grupo PMO9, informando-nos que ele já havia chegado à cidade, mas ele limpou a agenda para o fim de semana, e estaria levando o trabalho até Harrington Lake, a residência de verão ao norte da cidade.

Eu podia sentir meu rosto cair antes de me lembrar de que Sasha estava me observando.

—Más notícias?

—Não. —Eu pego minha bebida. É completamente estúpido que esteja desapontada por não vê-lo amanhã.

É completamente estúpido que eu já estivesse pensando em ir ao trabalho amanhã.

Preciso de mais cerveja.

—O que foi?

—Nada que beber hoje à noite e yoga amanhã não resolverão.

—Você já se empenhou bastante por toda a semana.

—Desde quando você dá tal atenção a quantas vezes eu vou para a yoga?

O meu telefone vibra novamente.

Desta vez, o e-mail é de Gavin, novamente para todo o grupo PMO.

Obrigado por seu trabalho duro esta semana. Vejo todos vocês na segunda-feira.

Ver seu nome na parte inferior da mensagem me fez tremer de dentro para fora. E assim, meu sorriso está de volta.

—Você quer outra bebida?

Eu quero e não quero. —Mais uma. Algo leve.

—Por causa da yoga?

—Não zombe de mim. Eu nunca tiro sarro de você fazer uma longa corrida quando está pensando sobre as coisas.

Ela está me dando aquele olhar. Aquele inteligente, pensando muito. Algo que diz que vê através de mim.

—Então, você acha que vai para a yoga durante toda a semana porque é um alívio do estresse?

Pronto. Eu olho para ela, confusa. —Sim.

—Bem, esse é o seu primeiro erro.

—O que?

Sasha me dá um olhar brando sobre a parte superior de sua cerveja.

—Shavasana10 não ajuda a controlar o tesão.

—Eu não estou com... —Eu coro. —Tesão.

—De quem era o e-mail?

Oh meu Deus, eu estou tão ferrada. —Ninguém.

—Você trabalha para o solteiro mais quente do país, Ellie. Eu não acredito em você. De. Quem. Era. O. E-mail?

—Do PM. —Eu chio, afundando na cabine.

—Não é tesão, minha bunda. Você está pensando nele agora.

Bem, isso não era justo. Eu pensava nele constantemente. —Só porque eu recebi um e-mail dele há três minutos.

—Era sujo?

—Claro que não.

—Quer apostar que era sujo nas entrelinhas?

—Eu aceitaria essa aposta em um segundo. Não há nenhuma chance do PM um dia ter qualquer coisa inapropriada comigo assim.

Ela estreita os olhos para mim. —Interessante.

—Não. Nada é interessante.

—Você não disse que ele não estava atraído por você, que não havia nada lá, que ele está em um relacionamento gay, ou qualquer outra desculpa que você pudesse dar para explicar porque nunca teria qualquer coisa suja entre vocês.

—Você está louca? Eu sou... —Eu abaixo a minha voz. —Eu sou uma estagiária. Ele é o líder do governo. Se, por qualquer outra razão que não a ótica de que isso é horrível, eu tenho certeza de que não sou o tipo dele.

—Porque ruivas bonitas e honestas não são do tipo de ninguém.

—Estou realmente mais para loira.

—Essas também são conhecidas por nunca, nunca chamar qualquer atenção.

—Eu sou estranha.

—É realmente desastrada e adoravelmente nervosa na maior parte do tempo.

—Eu sou... —Eu jogo minhas mãos no ar. —Sasha! Escute-me. Eu sou apenas uma mulher regular. Eu sou alguém que Gavin nunca se interessaria.

—Então por que você fica vermelha cada vez que você lê o seu e-mail?

Porque eu tenho essa reação visceral mais insana por ele. Só até mesmo de ver o seu nome na tela. —Eu sou como qualquer outra pessoa neste país. Eu o acho incrível.

Seu rosto suaviza e ela inclina a cabeça para o lado. —Awww, El. Eu sinto muito. Eu não deveria provocar.

—Está tudo bem. Eu mesma me meti nesta situação.

—E ele é incrível?

—Absolutamente. Ele é um dos caras bons. Ele também é brutal para se trabalhar. —Eu sorrio com tristeza. —Eu acho que ele só dorme quatro horas por noite.

—Então é só uma paixão?

Eu concordo. —Sim. E agora vamos fingir que ele não existe, certo?

Porque ele é exatamente o que este país precisa. E eu quero ajudá-lo de qualquer maneira possível. Babar em cima dele não é propício para isso funcionar.

—Legal. —Ela levanta a mão e acena à garçonete. —Vamos brindar com outra rodada.

*****

Segunda de manhã eu acordo às quatro. Pode ter algo a ver com o fato de que eu fui dormir às nove da noite anterior.

Provavelmente tem muito a ver com o fato de que eu estou tonta com o pensamento de ver Gavin hoje.

É culpa de Sasha. Bem, Sasha e a cerveja precedem igualmente a culpa.

Sexta-feira à noite eu caí na cama, e meus sonhos passaram de impertinentes a algo muito mais perigoso: romântico. Eu nem me lembrei de todos os detalhes quando acordei, mas, todas as manhãs, estou um pouco mais caidinha por ele.

E por todo fim de semana, essa bela sensação calorosa de formigamento me acompanhou por algumas horas de trabalho, uma viagem para o mercado, jantar com amigos, e mais duas noites deliciosas sendo despida e consumida pelo primeiro ministro.

Levanto-me em silêncio e tomo banho, grata que Sasha e eu temos banheiros separados em lados opostos do apartamento.

Eu me visto com cuidado. Saia lápis preta, meu par amado de sapatos Louboutin preto, e a blusa de seda de manga curta verde sálvia que eu comprei na liquidação do Holt Renfrew do ano passado.

É de longe o meu vestuário mais sofisticado. Sexy, profissional, e não deve ser ignorado.

O que você está fazendo, Ellie?

É uma pergunta justa. Eu não tenho um plano, porque o meu coração está batendo tão rápido, que a minha mente não pode obter uma palavra para dizer.

Eu deixo o meu cabelo secar por conta própria, enquanto eu verifico meu e-mail. Doze mensagens para o PMO, e enquanto eu estou em modo de trabalho, eu digito um rápido e-mail “mantendo contato” ao meu conselheiro de PhD, enchendo-o com minhas duas primeiras semanas. Eu acabo a nota com uma pergunta, porque senão ele reconheceria o e-mail como um desabafo, o que realmente era.

O Starbucks não estará aberto por mais uma hora, então eu faço um café para mim, pego minha marmita com o almoço, e saio pela porta. Há um ônibus que passa logo na Bank Street, e eu não vou esperar mais uma hora para chegar ao escritório.

E eu não estou tão louca com meus sentimentos que tenha que pegar um táxi ou ir a pé.

Eu não estou louca.

Eu também não estou sozinha. Há outras pessoas indo ao centro a esta hora. A maioria desce um quarteirão antes de mim, indo para os escritórios em toda a rua dos edifícios do Parlamento.

Estou a uma grande caminhada até o bloco do centro, me perguntando o quanto as minhas emoções estão sendo manipuladas por este lugar. Provavelmente um pouco demais. Eu fico um pouco emotiva cada vez que eu passo pela segurança, e hoje não é diferente.

—Você está aqui cedo, Srta. Montague. —O guarda diz. Ele sabe o meu nome do meu crachá, mas eu me sinto mal por não devolver o reconhecimento.

—Muito trabalho a fazer. —Eu dou-lhe um sorriso rápido, mas meus lábios tremem com o esforço.

Eu pego o elevador, grata tanto pela espera, quanto a lenta subida. Mais alguns momentos no mundo da fantasia.

Eu sei que quando eu vir Gavin, será o mesmo que foi na primeira semana. Aterrorizante. Ok, não exatamente o mesmo. Ou sim, mas de uma forma diferente.

Mas ele não vai me ver. Não como eu o vejo.

O escritório está vazio. Eu entro e ligo o computador. Dave me enviou um rascunho de um discurso, e é bom. Eu sinalizo alguns pontos de linguagem que eu sei que vai deixar Gavin louco, e envio de volta, sugerindo que eu vá ao seu escritório mais tarde para discutir o assunto. Vou precisar de um latte11 de qualquer maneira, o meu café de casa é horrível.

Talvez eu deva roubar uma Coca Diet de Stew. Eu me levanto e agarro meu crachá de acesso com cordão, deslizando-o em volta do meu pescoço, enquanto eu passo pelo corredor. Eu estou ajeitando meu cabelo quando soam os dings do elevador e os passos de Lachlan Ross, chefe de segurança de Gavin. Ele é um oficial do RCMP, eu fiquei sabendo, mas todos da segurança do PM se vestem à paisana.

O próximo a sair é o homem em pessoa, e eu o como com os olhos. O terno de hoje é azul escuro, e a gravata tem listras vermelhas e azuis marinho. A camisa é branca, como sempre. Eu adiciono isso ao catálogo mental de suas roupas na minha cabeça, com uma nota de que ele não parece descansado, após o seu fim de semana no campo.

Nossos olhares se chocam enquanto ele diminui suas longas passadas.

—Gavin. —Eu suspiro. —Bom Dia. Bem vindo de volta.

Algo brilha em seus olhos, e seus lábios apertam. —Srta. Montague.

Sua resposta não poderia ser mais fria, e eu dou um passo para trás em estado de choque, batendo no batente da porta do meu escritório.

De todas as possibilidades fantasiosas de como este momento poderia ser, me esqueci de considerar algo como isso.

Lachlan passa por mim agora, mas há outro membro da equipe de segurança vindo atrás de Gavin. Estou dolorosamente consciente de que não estamos sozinhos.

Isso não me impede de ir à procura de algo mais para encontrar nele, uma explicação talvez.

Há algo duro sobre seu rosto, e me leva um momento para perceber que ele não fez a barba hoje.

Ou ontem, e talvez alguns dias antes disso.

“Você parou de se barbear” é uma coisa estúpida de dizer a alguém que acabou de colocá-la em seu lugar por ser excessivamente familiar.

“Gavin. Você pode me chamar de Gavin.” Para onde diabos foi aquela provocação em seus olhos?

Eu cruzo meus braços e me forço a ser profissional. —Vejo você na reunião.

Ele balança a cabeça bruscamente e move-se para longe de mim, encontrando a sua velocidade sem esforço novamente. Mas quando ele chega à porta de seu escritório, que Lachlan abriu para ele, ele para e olha para mim.

—Na verdade, se você tiver um minuto...

Eu aceno, medo correndo em meu corpo. Só há uma resposta quando você trabalha para o primeiro ministro.

—Sim, claro.


Capítulo 8

Gavin


Eu sou um idiota completo.

Esse é o segundo pensamento que bate no meu cérebro depois que eu saí do elevador.

O primeiro foi, ela está linda. Do tipo, roubou a minha respiração e me bateu na cara com sua beleza. Seu cabelo está solto hoje, ondas douradas longas com toques de cobre polido, aqui e ali, e eu só quero envolver meus punhos nele e esmagar a minha boca contra a dela.

Mas eu voei por todo o país para tirar meu desejo por ela do meu sistema, por isso, mesmo se eu pudesse querê-la, agora eu não merecia.

—Eu te devo desculpas. —Eu digo bruscamente quando ela está na frente da minha mesa. Seus dedos estão bem envolvidos em torno de seu cordão.

Eu quero tomar suas mãos nas minhas e afastar essa preocupação. Que eu causei.

Eu disse a ela para me chamar de Gavin.

Todo mundo me chama.

E então, eu joguei isso de volta em seu rosto.

Ela endurece. —Eu tenho certeza de que você não precisa fazer isso, senhor.

Porra. Lá está. Eu fiz isso para mim? Será que eu a afastei apenas para ouvi-la dizer isso de novo?

—Isso é para eu decidir, Ellie. —Eu bato meus dedos na parte de trás da minha cadeira enquanto eu estou atrás dela. Eu preciso nos colocar de volta aos trilhos. —Stew me disse que você está trabalhando com Dave em nossa equipe de comunicação.

Ela balança a cabeça, o lábio inferior preso entre os dentes. —Eu vou lá assim que ele chegar. Nós teremos um projeto de discurso para você até o final do dia.

—Talvez você devesse trabalhar por lá pelas próximas semanas.

Ela empalidece, e eu me chuto, porque agora eu fiz parecer que ela está sendo movida para fora do escritório, logo depois que eu disse a ela que tinha algo para me desculpar.

O que eu nunca exatamente consegui, pois como posso encontrar as palavras para dizer, me desculpe, eu não posso parar de pensar em te comer nessa mesa? Você não pode.

Esse é o tipo de segredo que você enterra profundamente.

—Olha, você está gastando mais de seu tempo trabalhando com Dave, e vai economizar um monte de tempo, se você não estiver perambulando entre aqui e o PMO.

—Verdade.

Porra, ela ainda parece tão desanimada. Eu não acerto na minha decisão de tirá-la do caminho por um tempo, embora eu tenha me convencido de que meu raciocínio é sólido.

Eu dou o que eu espero ser um sorriso tranquilizador. —Não se preocupe, sua mesa estará te esperando bem onde você a deixou, uma vez que você e Dave tiverem essa estratégia de comunicação pronta.

Ela balança a cabeça. —Mais alguma coisa? —Seus olhos brilham com lágrimas não derramadas.

Eu posso ver que ela precisa escapar e, tanto quanto eu quero puxá-la em meus braços e acalmá-la, eu faço a coisa mais amável. —Não. Nós terminamos.

Ela se vira para sair e eu sou confrontado com sua bunda linda, tudo embrulhado nessa saia preta apertada. Eu procuro as linhas da calcinha. Não há nada além de tecido liso que deixa muito pouco à minha imaginação.

Saber que ela está nua sob essa saia me deixa com água na boca e minha pulsação acelerada. Eu atravesso o escritório e fecho a porta. Preciso de alguns minutos a sós. Eu finjo que é para acalmar o meu furioso tesão, mas na verdade, eu quero entrar um pouco na fantasia. O arranjo de Max não fez nada para conter a minha fome consumidora por Ellie.

Volto para minha mesa e deslizo os dedos ao longo da superfície lisa, imaginando-a se inclinando sobre ela. Porque ela é tão baixa, ela está na ponta dos pés. Sua saia está esticada ainda mais sobre sua bunda, e eu decido deixá-la onde está.

De alguma forma, eu acho a ideia de espancá-la completamente vestida, em meu escritório, mais quente do que o pensamento dela nua.

Eu paro diretamente atrás dela e agarro seus quadris enquanto eu roço minha ereção contra...

Há uma batida na minha porta e a realidade alcança-me muito cedo.

*****

Quase duas horas se passaram quando Stew finalmente sai e vai para o seu próprio escritório.

A maneira que eu deixei as coisas com Ellie ficou me comendo durante toda a manhã, e eu precisava fazer alguma coisa para tentar deixar as coisas mais suaves sem lhe dar a impressão errada.

Após vários minutos repetindo todos os encontros que tivemos, eu venho com a resposta e deixo-a nas mãos muito capazes da minha assistente.

Agora que eu tenho alguns minutos de folga, eu retiro meu telefone pré-pago e disco o número de Max.

—Você tem alguma ideia do caralho de que horas são?

Olho para o meu relógio e estremeço. —Hora de você tirar a sua bunda preguiçosa da cama.

Max só ri. —Fico feliz que o seu voo correu bem, sinto muito que levou três dias para me deixar saber que você chegou em segurança.

—É para isso que serve o noticiário nacional. —As palavras saem da minha boca antes que eu me lembre de por que eu estou falando em um telefone pré-pago.

—Justo. Eu percebi que você deixou meu presente fechado. —Max não tem nenhum problema em falar em código.

Eu sinto uma pontada de culpa por descartar a acompanhante que Max organizou para mim. Não é como se eu pudesse reembolsá-lo pela despesa.

—Sim, acontece que era mais seu estilo do que o meu, mas eu apreciei a intenção.

—Bem, você vai precisar de algo para mantê-lo ativo.

—Se você estivesse aqui, poderíamos encontrar-nos para um jogo de hóquei em algum lugar.

Max ri. —Sério? Dê uma olhada em sua janela. Você acha que vai ser uma opção para você?

—Não saberei se não tentar, não é?

—Mais poder para você. Vejo você em pouco mais de três semanas.

—Eu não sabia que você vinha à cidade.

—Eu disse a essa sua assistente bonita que eu apreciaria qualquer oportunidade de fazer uma visita.

—Não mexa com a minha equipe. E porque na terra você faria uma visita?

—Talvez eu tenha ficado cansado de nunca ter vinte graus negativos no inverno.

—É verão. Está mais para vinte graus positivos.

—É, e um excelente tempo para ir à caça de uma casa.

—Você não se mudaria para cá.

—Eu poderia.

Eu sentia falta de ter meu melhor amigo nas proximidades, e uma pequena bolha de esperança começou a crescer no meu peito, mas eu não posso reconhecer a sua declaração sem ter esta conversa em um lugar mais privado. Eu não posso envolver minha cabeça em torno do fato de que ele realmente atravessaria todo o país, mas também sou a única família que ele tem.

—Escute, eu tenho que correr. Tenho algumas reuniões. Estou ansioso para vê-lo.

Max hesita, depois diz: —Falo com você mais tarde.

Eu desligo e chamo Lachlan em meu escritório.

—Você já esteve em Ottawa por algum tempo, sim?

—Pode-se dizer que sim.

—E se eu precisar de algo um pouco... menos formal, você provavelmente poderia organizá-lo, sim?

Lachlan endurece ligeiramente, mas sua expressão permanece neutra.

—O que exatamente você está procurando?


Capítulo 9

Ellie


Eu não vou mentir. Parecia que Gavin tinha me rejeitado.

Mas tudo o que aconteceu entre nós, pode ser resumido como fantasias delirantes compreensíveis de uma menina com uma paixão por um homem a quem todos tinham também. Nos dias e semanas que se seguiram, a vida continuou e eu consegui levar.

Na maioria das vezes.

Ajudou que dois dias depois que me mudei para o bloco de escritórios do outro lado da rua - onde na verdade eu fui mais produtiva - eu recebi um presente de agradecimento do PM.

Parte de mim queria vê-lo como um pedido de desculpas, embora uma caneca de viagem com a marca do Governo do Canadá, não descongelasse muitos corações. A nota dentro, embora... fez coisas engraçadas no meu peito. Manuscrita em sua própria escrita afiada, que eu já tinha vindo a reconhecer, ele foi curto e direto ao ponto.

Você é uma parte valiosa da minha equipe, Ellie. É minha perda que você esteja apenas a título de empréstimo da universidade. Obrigado por me manter de pé.

~ G

Eu meti o bilhete na minha bolsa e agora uso a caneca todo dia.

Também ajudou que há uma tonelada de trabalho para fazer, e muito disso acontece longe dele, embora sua presença seja sentida em cada projeto. Ele está gerenciando este país com facilidade, ao que parece, mesmo que isso seja uma tarefa assustadora e esmagadora, e ele está fazendo isso em um ritmo exaustivo.

Eu fiz uma rotina que começa com verificar meu e-mail enquanto ainda está escuro lá fora, porque é mais fácil se eu conseguir uma vantagem sobre qualquer coisa que surgir durante a noite.

Meu trabalho parece funcionar em uma base diária. O maior projeto até agora, estava em mudar as regras do evento de arrecadação, que está apenas a uma semana de distância. Passei a maior parte desse tempo nos escritórios do PMO do outro lado da rua, e após a dor de sentir como se eu estivesse exilada, eu percebi que muito do que estava acontecendo lá, eu estava perdendo.

Ao mesmo tempo em que este estágio contribuirá com meus próprios objetivos de carreira, tanto quanto possa por ser um serviço público, eu quero obter o máximo de proveito disso que eu puder.

No entanto, na maioria das vezes, me pedem documentos de posição informal, com uma ou duas páginas no máximo, sem alaridos em qualquer uma das questões. Alguns documentos eu posso antecipar a partir da eleição e dos três primeiros meses do PM no cargo. Outros vêm do nada, como nuvens de tempestade reunindo na escuridão da noite, e desabando no início do dia, fazendo descarrilar o ciclo de notícias.

Estou embalando café e meu almoço no saco marrom, porque invariavelmente, os trinta minutos que levo para sair e pegar alguma coisa, é o mesmo tempo onde todo o inferno desaba, e eu tenho que me atualizar quando volto.

Eu já estou trabalhando na desvantagem de não ser capaz de ler a mente de ninguém. Stew e Gavin só parecem falar em voz alta quando eles estão latindo um para o outro. O resto do tempo eles se comunicam em grunhidos e acenos que eu mal posso seguir, e eles esperam que eu acompanhe.

Quando eu acordo na minha quinta terça-feira de trabalho e pego meu telefone, os olhos ainda embaçados com o sono, estou quase convencida de que eu tenho uma ideia sobre como será o dia de hoje.

Estou, naturalmente, completamente, cheia de merda.

Estamos bem na pausa de verão para a Câmara dos Comuns12, mas o PM planeja que nós comecemos a tratar disso quando a Câmara se reunir após o Dia do Trabalho. Isso é parte da finalidade desses estágios, eu percebi, não apenas certificar-se de que os jovens de todos os setores tenham vozes nos vários departamentos do governo, mas era assim que o governo silenciosamente tinha o retorno dos ouvintes.

Gavin é assustador e inteligente. Eu nunca me meteria com ele. Não tenho certeza de quem ele está mais interessado em ver cair: a Oposição, ou os que duvidam do seu partido.

E Stew lhe dá cobertura. Hoje, isto significa que Gavin enviou um e-mail conciso ao seu Chefe de Gabinete às...

Eu pisco. Jesus. Dez para as quatro da manhã. Meu coração dói por sua privação de sono.

Desde então, tem havido uma corrente de e-mails, a maioria entre Stew e alguém da festa que eu não conheço, e tem sido copiada em toda a troca.

Eu olho para o relógio.

Quinze para as seis.

Isso é um monte de e-mail em uma hora e meia.

Outro e-mail cai na minha caixa de entrada, este do PM, respondendo à cadeia.

Ligue para Ellie e a acorde. Eu preciso de seus pensamentos sobre este assunto no café da manhã.

Sério? Por um lado, eu estou acordada, como eu tenho acordado a esta hora todos os dias desde que eu comecei este trabalho. Eu já respondi a e-mails a esta hora do dia, pelo menos uma dúzia de vezes.

É o cúmulo da arrogância, assumir que ainda estou dormindo.

Claro, eu estou deitada na cama, porque ainda está escuro lá fora. Mas em quarenta minutos, estarei andando até seu escritório, o meu cérebro à sua disposição para o que certamente se transformará em um dia de dez ou doze horas, para que ele possa sugá-lo.

Eu preciso de café. Honestamente, eu posso entender por que algumas pessoas na política usam cocaína. Café mal toca o nível de fadiga que eu estou carregando no momento.

E Gavin Strong levantou às quatro da manhã, para chamar Stew sobre...

Eu rolo de volta para o topo da cadeia de e-mail. Eu não estou acordada o suficiente para isso ainda, mas eu o leio duas vezes.

É denso. Acho que Stew e eu estávamos em loop na conversa depois das primeiras trocas, mas eles estão falando sobre...

Eu dou um pulo na cama, me sentando.

Eles estão falando sobre mudar radicalmente o código tributário.

Porra.

É muito cedo para uma conversa que está muito acima do meu conhecimento.

E Gavin quer os meus pensamentos sobre o quê?

Meu telefone toca. Stew. Eu suspiro e atendo. —Bom dia.

—Você está no seu e-mail?

—Sim. Acabei de ler. Eu estarei lá em quarenta minutos.

—Faça em trinta.

—Stew...

Ele suspira. —Está tudo bem, Ellie. Ele só quer a sua opinião.

—Eu não sei o que eu deveria dizer.

—Diga a ele o que realmente pensa.

Mais fácil falar do que fazer.

Mas, quando eu desligo e saio da cama, um sorriso estúpido espalha-se pelo meu rosto pela primeira vez em dias, talvez semanas. Gavin quer minha opinião.

Isso não deveria me deixar tão feliz quanto deixou. Mas é tudo o que eu verei dele, então eu vou me agarrar a isso com ambos os punhos, sinceramente e ansiosamente.

*****

Eu ando pela principal área de recepção do PMO, e a assistente de Gavin está esperando por mim.

—Stew quer que você se junte a eles no escritório do PM.

Dou-lhe um aceno rápido e digo obrigada, antes de despejar a minha bolsa de mensageiro na minha mesa. Eu coloco meu cordão em volta do meu pescoço. Tornou-se um pequeno item de segurança para mim. Eu descobri que se eu segurá-lo durante as reuniões, meus dedos enrolam em torno do cordão, e eu não tenho que lidar com a minha saia e meu cabelo quase tanto quanto.

Eu estava mortificada quando alguém me perguntou se eu estava nervosa.

Quero dizer, é claro que eu estou. Por todos os meios, eu não deveria estar em qualquer lugar perto do líder do país. Definitivamente não sendo chamada em seu escritório para falar sobre direito tributário.

Claro que, quando eu bater e entrar, verei que não foi por isso que eles me pediram para me juntar a eles.

A verdadeira razão seria ainda pior.

—Graças a Deus você está aqui, Ellie. —Stew diz do canto, onde ele está encostado a uma estante envidraçada. —Temos que resolver o problema do tampão.

Primeiro problema com esta declaração: Stew nunca foi grato por minha súbita aparição antes.

Em segundo lugar, eu não sou uma especialista em tampão. Sim, eu os uso. Não, eu não quero falar sobre isso com qualquer um destes homens.

Minhas bochechas esquentam, e tenho certeza de que elas rapidamente estariam um vermelho ardente, e eu me odeio por essa reação. Porque há uma pequena chance de que este seja um pedido razoável pela minha experiência.

Provavelmente não, mas poderia ser.

—Jesus, Stew, você tem um jeito com as palavras. —Gavin vira de onde ele está em pé na frente da janela, e gesticula para eu sentar. Ele está parecendo muito alto e largo esta manhã. Ele não parece cansado, no mínimo.

Ele parece fantástico. Terno preto hoje. Eu não posso me impedir de perceber, mesmo quando estou mal-humorada. Imagem mental gravada... Camisa branca, gravata vermelha. Clássico. Vai para o banco de memória.

Ele se inclina sobre a mesa. —Você viu os e-mails.

—Eu vi.

—O que você acha?

Este é o momento da verdade, porque eu sou inteligente, mas eu não sou tão inteligente. Não universalmente inteligente quanto Gavin, ou inteligente até os ossos como Stew. Às vezes, a coisa mais corajosa a fazer é ser honesta. —Eu não tenho ideia.

Ele riu, e isso me pega de surpresa, porque já faz um mês desde que eu ouvi esse som.

Tenho saudade. Um calor feliz enche meu peito enquanto seus olhos azuis olham diretamente para mim. Outra coisa que eu senti falta demais.

—Eu não espero que você entenda intuitivamente o lado técnico. —Ele diz. —Eu só preciso saber se estou latindo para a árvore errada.

Eu viro o meu olhar sobre Stew. —Qual é o problema que precisa do tampão? Nós não tributamos os produtos de higiene feminina mais.

O governo anterior tinha sido envergonhado em ação por uma série de petições online, que faziam campanha para remover o imposto sobre vendas sobre o que é, obviamente, uma necessidade. Gavin os apresentou na Câmara dos Comuns.

—Exatamente. Então nós criamos esse precedente, e é nisso que estamos comprometidos. Tributação não deve discriminar ou tirar proveito das necessidades diferentes com base em qualquer...

—Vamos direto ao ponto. —Interrompeu Gavin. —A verdadeira questão é, qual é o próximo problema que não estamos vendo aqui?

—Eu não sei. —Eu dou de ombros. —Eu não saberei até que eu veja a lista de produtos que vão e não vão ser tributados. É disso que você está falando, certo? Você quer mudar esses produtos de consumo pessoal para tributados. Mova mais dos consumíveis diários na coluna de necessidade, como tampões, fraldas e mantimentos.

Gavin estalou os dedos e apontou para Stew. —Viu? Ela entendeu.

Ela realmente não entendeu. Eu arruíno meu cérebro tentando ver a imagem completa. —Mas isso não é tudo o que estavam falando no e-mail. Isso é apenas a ponta do iceberg.

—Sim... — Ele está me olhando atentamente agora, esperando que eu veja.

Veja o que?

—Espere. —Eu giro a cabeça para trás e para frente entre Stew e Gavin, movendo-me cada vez mais perto de sua mesa enquanto eu encaixo as peças do quebra-cabeça. —Você não quer adicionar itens individuais para essa coluna de necessidade. Você quer de alguma forma trabalhar com isso para que nada no supermercado seja tributado. Você deseja remover o imposto sobre vendas completamente a esse nível.

É enorme. Estúpido e caro, mas enorme.

Gavin detém o meu olhar, seus olhos brilhavam com intensidade à medida que ele assentia. —Foi uma ideia lançada por um dos meus assessores de economia.

—Isso é um grande sucesso para o orçamento.

—Maciço.

—Assim, tem que valer a pena.

—E essa é a minha pergunta para você. Vale a pena?

Quero dizer que sim. E uma parte de mim quer dizer que não também, porque eu posso ver os argumentos de ambos os lados. Mas algo que eu aprendi ao longo do último mês, é que meu papel não é dizer sim ou não, mas expressar a perspectiva de quem ainda não tem um assento na mesa. Eu respiro profundamente. —Não agora. Isto não é o que vai fazer a maior diferença na vida das pessoas.

—O imposto sobre vendas é regressivo. Ele não está ensinando. É um debate chamariz.

Eu concordo. —Definitivamente. E depois de um ou dois anos em seu mandato, vai ser uma forte reafirmação de que você está empenhado em aliviar o custo de vida para os canadenses da classe média e baixa. Mas se eu não entender isso imediatamente, nem o eleitor médio entenderá. Não lhes dê uma dor de cabeça em sua primeira sessão cheia do governo.

—E você pensou que não sabia o que me dizer. —Diz ele em voz baixa.

—É isso que você queria ouvir?

—Não. —Mas seus olhos estão sorrindo. Não sua boca. Ela está definida em uma linha firme e isso é ridiculamente quente. —Mas é o que eu precisava ouvir. —Ele se vira e acena para Stew. —Obrigado. Nós terminamos.

Desta vez, essas duas palavras não me viraram do avesso.

Eu volto para minha mesa, e quando sou chamada do outro lado da estrada para uma reunião sobre o evento de arrecadação, estava praticamente saltitando.

Eu posso ver como as pessoas são impulsionadas neste mundo. Voltar para o meio acadêmico até o fim do Verão seria um desafio.


Capítulo 10

Gavin


Uma das primeiras lições imposta a mim pelo oficial de protocolo atribuído à minha transição para a função de Primeiro Ministro, era a importância de presentes oficiais. Eles não podiam exceder uma determinada quantidade de dólar, por exemplo. Quaisquer presentes que recebo em minha função tornam-se realmente propriedade nacional.

Max enviou-me um chicote de couro lindo logo que soube disso, o filho da puta. Eu disse a ele que, um, eu não abria o meu próprio correio mais, e dois, minha assistente certamente já leu Cinquenta Tons de Cinza, por isso, não há como fingir que é algum tipo de parafernália ocidental. Ter uma acusação de assédio feita contra mim na primeira semana de trabalho teria sido estranho.

Ele enviou-lhe o maior e mais ridículo buquê de flores para se desculpar. Agora ela acha que ele é o homem mais engraçado do país, e ela faz malabarismos para encaixar qualquer pedido que ele envie, como um convite para o evento de arrecadação na próxima sexta-feira noite.

Estou noventa por cento emocionado que o meu melhor amigo está considerando uma mudança para a capital. Dez por cento de mim está seriamente preocupado com o impacto que seu estilo de vida terá sobre mim – o eu que agora é o PM, que eu já separei do resto de mim. Mas isso me faz um amigo de merda, então eu enfio essa preocupação no fundo da minha mente.

De qualquer forma, no momento, eu tenho a tarefa muito mais agradável de descobrir como apresentar o presente que eu tinha encomendado para Ellie.

Porque ela é uma estagiária, e não temos oficialmente um relacionamento pessoal, existem regras de protocolo em torno do que é um presente aceitável. Eu posso ter passado por cima de algumas. Eu senti a necessidade de fazer um pouco mais pelas desculpas do que o copo de café.

Se apenas as circunstâncias fossem diferentes. No meu mundo perfeito, eu estaria dando a ela um colar de pérolas. Eu a teria nua diante de mim, para que eu pudesse inspecionar cada polegada sua e, então, colocaria as pérolas no pescoço delicado.

Em vez disso, ela receberá uma bandeira canadense em forma de broche de lapela de dezoito quilates de ouro. Porque nada dirá que eu quero seu corpo, mente e alma, com um símbolo fodido de patriotismo.

E eu odeio admitir isso. Eu quero sua mente e alma tanto quanto eu quero dominar seu corpo. Talvez ainda mais.

Eu isolei outra fantasia. Demorou algumas semanas, mas Lachlan encontrou um jogo de hóquei no domingo de manhã para mim, que ele me assegurou ser privado. É uma coisa de verão, assim como o estágio de Ellie.

Quando setembro chegar, vamos precisar de um novo plano.

Talvez aquele que envolva pérolas.

Por agora, eu tenho que me comportar.

Eu salto da minha cadeira e inclino para fora da porta do meu escritório.

—Beth, Ellie sabe que ela deve participar da arrecadação de fundos?

—Eu acho que não, você quer que eu lhe envie um convite? —Ela segura um envelope pardo. —Eu tenho um extra bem aqui.

Eu alcanço o envelope. —Não, eu vou levá-lo. Eu tenho quinze minutos?

O broche estava queimando um buraco no bolso do casaco por dias, e eu estou grato por uma oportunidade inocente para dá-lo.

Diferente de Stew, Beth me conhece mais do que ninguém na minha equipe. Ao contrário de Stew, ela não sabe o quanto de um bastardo eu sou. E ela é uma romântica obstinada. Seus olhos brilham e eu gemo por dentro.

—Na verdade, eu provavelmente não tenho tempo. —Eu passo longe de sua mesa, de volta para o meu escritório.

—Não realmente. —Seus dedos voam rápido através de seu teclado e então ela sorri para mim. —Você tem trinta minutos.

Lachlan aparece como se conjurado no ar, provavelmente por Beth, e antes que eu possa pensar melhor sobre este plano, nós estamos saindo.

Minha equipe de segurança é realmente bastante leve. Um oficial fica do outro lado da rua diante de nós, então eu tenho dois homens atrás de mim. É preciso uns sólidos quinze minutos, porque eu preciso parar e tirar fotos com dois grupos de turistas no gramado, mas esses tipos de passeios de improviso não são um grande negócio. Eu tenho mais facilidade em comparação com alguns líderes internacionais.

O Bloco Langevin é onde a maior parte da minha equipe trabalha. Alguns dos meus antecessores passaram mais tempo aqui do que eu, e tenho certeza que uma vez que a casa estiver em sessão, eu vou fazer o mesmo. Mas há algo sobre trabalhar nos meus escritórios no Bloco Central, algo que agrada a minha natureza dominante.

Quero que a minha equipe venha a mim. Para eles entenderem o peso da autoridade que eu carrego todos os dias. Que quando eu tomo decisões, às vezes contra o seu conselho, eu faço a partir do assento do poder.

Isso deixou surpresa a maior parte da minha equipe mais nova.

Stew e Beth? Eles não estavam chocados com tudo. Eles sabem que eu sou cruel quando quero alguma coisa. Todo mundo vê um matador de dragões lutando o bom combate.

A verdade sobre aquele cavaleiro de armadura brilhante? Ele não pensa duas vezes antes de arrancar o coração de seus inimigos.

Eu finalmente chego ao escritório de Ellie. Lachlan e o resto da minha equipe de segurança não me seguem para dentro do PMO, então, depois de ter certeza de fazer todo mundo se sentir como se eles tivessem tido uma fatia de minha atenção, ninguém se preocupa com o fato de que eu vim realmente apenas para vê-la.

A porta está aberta, e eu fico lá por um momento, apenas olhando para ela. Ela é tão sexy quando está pensando.

Eu bato na porta e ela olha para cima. —Tem um minuto?

—Absolutamente. —Ela se inclina para trás em sua cadeira.

Eu fecho a porta atrás de mim e caminho até sua mesa, mas permaneço de pé.

—O evento está a um pouco mais de uma semana de distância, e acabou de chegar ao meu conhecimento que você pode não estar ciente de que a sua presença é necessária. — Eu puxo o convite do meu bolso e estendo-o para ela. —Você vai precisar disso.

Seus olhos focam no envelope. —Oh. Nunca me ocorreu que eu seria convidada. Eu sou apenas uma estagiária.

—Na verdade, você tem sido a força motriz por trás de manter este evento de ser um desastre de relações públicas. Você é definitivamente mais do que apenas uma estagiária.

Seu rosto se transforma no rosa mais adorável e, de repente, tudo que eu posso pensar é que tipo de rosa eu posso deixar na sua bunda com a palma da minha mão.

Essa é uma imagem incrivelmente perturbadora, e meu corpo reage instantaneamente a ela, mas eu me forço a ficar sério. —E sobre o assunto do seu desempenho estelar, eu queria presenteá-la com um pequeno símbolo da minha apreciação.

Eu enfio a mão em meu bolso da calça e pego o pequeno broche de ouro. Ele tinha chegado a mim muito bem embalado, mas eu não queria fazê-lo parecer um grande negócio, mais do que era, então eu pensei que era melhor o presente sem a embalagem.

Não posso arriscar tocar sua pele. Minha virilha está ao nível dos seus olhos, e eu já estou lutando contra uma ereção, então eu o coloco suavemente sobre a mesa à sua frente.

Ela pega e estuda-o por um momento, e um pequeno sorriso aparece nos cantos de sua boca. —É adorável. Obrigada.

—De nada. —Eu paro por um momento. Há muito mais que eu quero dizer. Nada disso é apropriado, e a porta de seu escritório ficou fechada por tempo suficiente. —Estou ansioso para vê-la no evento.

Viro-me para sair, mas paro quando ela faz um barulho indeciso, quase um pequeno gemido. É oficial. Tudo entre nós gira na minha mente para o sexo agora. —Sobre isso. Um... Eu vou deixar Beth saber... Quero dizer, é claro que vou tentar estar lá...

Eu giro de volta para ela e me inclino sobre a mesa, meu rosto a polegadas do dela. Porra, ela tem olhos tão bonitos. —O convite é uma formalidade. A sua presença não é opcional. E a resposta correta é sim, senhor.

Sua respiração se torna superficial quando seus lábios fazem um “Oh” silencioso, que ficaria perfeito em torno do meu pau. Eu silencio esse pensamento, lembrando-me de onde estou e com quem estou antes de eu fazer ou dizer algo que nenhum de nós possa se recuperar. Eu tento como o inferno não notar como suas pupilas dilatam e seus lábios apertam, enquanto seu sistema manda sangue para as partes do corpo que ela, de repente, está ciente.

Eu falho espetacularmente.

Eu me endireito e dou um passo para trás e repito. —Estou ansioso para vê-la no evento, Ellie.

Ela balança a cabeça lentamente e me dá a resposta mais perfeita. —Sim, senhor.

*****

São várias reuniões durante todo o dia e eu não chego em casa até bem depois das dez. Estou morrendo de fome, e depois da visita quase desastrosa ao escritório de Ellie esta tarde, eu preciso falar com Max.

Eu tiro os sapatos assim que passo pela porta. Como no escritório do PMO, a minha equipe de segurança fica do outro lado. Mesmo quando eu não estou aqui, 24 Sussex13 é sempre segura e, já que há um sistema de segurança complicado dentro, eu tenho certeza de que tenho relativa privacidade.

Eu lanço o meu paletó e pasta em um sofá no meu caminho para a cozinha. Eu estive pensando na sobra da pizza de ontem à noite e uma cerveja durante todo o dia.

Eu pego a caixa de pizza, juntamente com uma garrafa da minha cerveja favorita da geladeira, e retorno à sala de estar.

Max atende ao primeiro toque. Minha boca está cheia de pizza, mas não importa. Ele só começa a falar.

—Essa assistente sua, cara. Ela é bonita pra caralho. Ela já me colocou em contato com um agente imobiliário, e concordou em vir comigo enquanto eu procuro casas, porque eu vou precisar de uma perspectiva de mulher.

Eu quase sufoco tentando engolir a minha pizza meio mastigada, que eu empurro pela garganta com um gole rápido da minha cerveja. —Eu lhe disse para não dar em cima da minha equipe.

—Oh, eu não estava dando em cima. Ela se ofereceu. Eu aceitei.

Eu tenho uma política de não me intrometer, mas sabendo que Beth e seu namorado tinham se separado recentemente, o entusiasmo descuidado de Max me preocupava em vários níveis.

Ele é muito mais do que apenas um jogador. Ele me faz parecer, com certeza, baunilha.

E não é uma aventura que Beth precisa agora. Ela e seu namorado já viviam juntos quando ela veio trabalhar para mim a mais de dois anos atrás.

Eu não sei o que deu errado. A única razão pela qual eu sei sobre a separação, é porque esse é o tipo de coisa que a minha equipe de segurança me mantém a par, e Lachlan achou que eu deveria saber que ela estava em algum tumulto emocional.

—Eu nunca, nunca interferi em sua vida social, de modo que você precisa entender o quão sério eu estou. Não leve isso adiante. Não lhe dê nenhum sinal misto. Não estou dizendo para não flertar. Apenas certifique-se de que ela não entenda mal. OK?

—Uau, você é um balde de água fria.

—Eu preciso que você confie que há razões e deixe por isso mesmo.

—Entendido. Então, para o que você ligou que não podia esperar até sexta-feira?

E agora eu não estou tão certo de que este seja o momento para discutir a loucura desta tarde. —Nada. Apenas tivemos um longo dia e não sinto vontade de comer a minha pizza sozinho.

—E é por isso que eu estou indo para aí.

Eu fecho os olhos e bato forte minha cabeça contra as almofadas do sofá. Mas eu estou sorrindo enquanto faço isso.


Capítulo 11

Ellie


Eu abro com força a porta do nosso apartamento e aponto para minha companheira de quarto. —Eu preciso de um vestido.

Sasha balança a cabeça como se esta fosse uma maneira completamente normal de iniciar uma conversa. —Começamos com o meu armário, ou direto estourar o limite do cartão de crédito?

E a resposta correta é sim, senhor.

Eu não posso usar um dos vestidos de Sasha. Se o evento for qualquer coisa como eu espero que ele possa ser, eu vou querer colocar esse vestido em um museu do sexo. Além disso, eu acho que isso viola uma série de artigos na lei de companheiras de quarto, por ter relações sexuais com roupas de outra pessoa.

Não que nós teremos relações sexuais. Necessariamente.

Mas...

Eu lambo meus lábios nervosamente enquanto olho para a minha companheira de quarto. Ela sabe sobre minha paixão. Ela sabe que ele enviou-me para longe de seu círculo íntimo e o quanto eu fiquei devastada, e ela sabe sobre a caneca de café.

Eu posso lhe dizer sobre isso?

Em que ponto eu posso começar a confiar que o que estamos fazendo, esta dança lenta de olhares sedutores e palavras, e essa química, realmente vai levar a algum lugar? Depois de sua visita ao meu escritório no Bloco Langevin...

Bem, se isso vai nos levar a algum lugar, então isso pode ser o nosso segredo.

Mas se meu coração for ficar quebrado, eu realmente gostaria que minha companheira de quarto estivesse em guarda com sorvete e Doritos, e uma maratona de filmes do Heath Ledger.

Felizmente, após dois anos, eu não preciso dizer-lhe qualquer coisa. Além disso, tenho a pior cara de pôquer do mundo.

Ela grita. —Você tem um encontro!

Meu rosto contorce. —Não.

—Oh.

—Eu tenho um evento.

—Oh, Ellie. —Ela geme e acena para o quarto dela. —Ok, você pode escolher um vestido do meu armário. E, então, nós precisamos de um longo tempo falando sobre expectativas irrealistas.

Eu a segui, mas meu coração já está decidido por um vestido meu mesmo. E eu estou irracionalmente irritada que ela pense que eu estou delirando sobre Gavin. De maneira nenhuma direi a ela sobre o broche e o que ele disse.

Eu pouso em sua cama, e ela puxa seus três vestidos de cocktail. Dois pretos, um verde escuro. Eles todos ficam bem em mim, embora seus seios sejam maiores do que os meus, mas nenhum deles é sem alças, de modo que provavelmente não é um problema.

—Humm. —Eu digo, e ela revira os olhos.

—Você realmente quer ir às compras?

—Eu... —Eu coro. —Sim.

Ela pisca duas vezes, processando claramente a minha estupidez, depois assente. —OK. Vamos.

E é por isso que somos, não apenas colegas de quarto, mas amigas. Porque mesmo que ela pense que eu sou uma louca, ela vai ter certeza de que eu seja a ruiva mais quente, e mais sexy naquele evento.

Não se preocupem com as compras. Meu cartão de crédito grita enquanto nós vamos direto para Holt Renfrew, a loja de departamentos mais badalada do Canadá, mas eu confio em Sasha.

Uma hora mais tarde, estamos em casa novamente com o vestido. Um longo perfeito sem alças que me abraça como uma luva. Uma abertura no laço de renda preta revela um monte de cetim champanhe por baixo, e junto com meu segundo sapato mais valorizado, o Jimmy Choos, ele vai gritar sexo para Gavin, e parecer perfeitamente profissional para todos os outros.

Eu espero.

Eu experimento o vestido com os sapatos, enquanto Sasha vai receber o entregador com a comida tailandesa para o nosso jantar.

Ela assobia para mim quando eu saio do meu quarto, mostrando-lhe as duas opções de brincos que eu tenho.

—Esquerda ou direita?

Ela me dá um olhar, cuidadosamente me avaliando. —Humm. Os de pingentes são quentes, mas as gotas de pérolas tem mais classe. E eu retiro as palavras que disse anteriormente. Ele vai perder a cabeça quando vê-la nesse vestido.

—É elegante o suficiente?

—Cale-se. Vai tirar essas roupas extravagantes, e coloque seu moletom como uma pessoa normal, e venha comer este alimento.

Eu faço exatamente isso, caio no sofá, assistindo a uma reprise de um reality show de moda que Sasha finge odiar, mas eu já praticamente a perdi para qualquer livro que ela está lendo, de qualquer maneira.

Pergunto-me o que Gavin tem para o jantar. Ele deve comer, mas, novamente, eu assumi que o homem dormia, o que provou ser falso. O que ele pensaria de comida tailandesa no sofá?

Será que ele é um daqueles malucos por treino com o lema: “comida é combustível”? Eu vi os vídeos dele na academia. O país inteiro viu. É uma refrescante mudança de ritmo ter um líder que possa levantar muito peso, e que tem uma boa aparência em um short. E as fotos dele fazendo kickbox... Elas estão salvas em meu telefone.

Eu tento pensar na última vez em que vi o interior de um ginásio. Yoga não conta, e eu também não fiz isso em quase uma semana. Na licenciatura, provavelmente. Sete anos atrás?

—O que você está pensando?

—Malhar.

—Oh! —Seus olhos ficam grandes e esperançosos. Sou tão má. —Quer ir comigo para a academia na parte da manhã?

—Não. —Eu sorrio enquanto rodava outra garfada de macarrão. —Eu só estava pensando... — Gavin. —O PM. Eu acho que ele malha muito.

—Eu li em algum lugar que ele joga hóquei. Eu acho que qualquer malhação que ele faça é em apoio a isso.

—Oh! Eu gosto de hóquei. —Eu arquivo essa pequena informação para pesquisar mais. —Legal.

—Então, isso é um não para a academia?

—Eu tenho que estar no trabalho na primeira hora na parte da manhã.

Gavin dará um discurso no setor de tecnologia amanhã à tarde, que estabelece outro bocado de terreno para o seu grande discurso no evento. É o seu quarto evento como este, e a mídia está começando a pegar as dicas. Stew espera um grande número de chamadas na parte da tarde, o que significa que precisamos ter tudo feito antes do almoço.

Por alguma razão, eu estou ansiosa sobre isso. Sobre amanhã, e o evento. Não por causa de Gavin. Mas outra coisa que eu não consigo apontar o dedo.

Sasha leva os nossos pratos vazios para a cozinha, e eu me estico no sofá, tentando descobrir o que está me incomodando. Alguma coisa não está certa.

Mas eu estou cansada e agradavelmente cheia, e ainda eufórica com a compra do vestido, então digo a mim mesma que eu vou pensar mais nessa preocupação na parte da manhã.

Antes que eu possa me convencer a rastejar para a cama, eu adormeço no sofá. Quando eu acordo no meio da noite, estou coberta por um cobertor, e Sasha enfiou meu telefone ao meu lado.


Capítulo 12

Ellie


Em retrospectiva, eu provavelmente deveria ter visto isso no início da semana. Talvez eu seja muito inocente sobre os hábitos dos políticos.

Talvez eu estivesse imperdoavelmente distraída, após Gavin entregar, em mãos, o convite, se você ainda pode chamá-lo disso, quando a sua presença é necessária.

De qualquer maneira, eu não tinha ideia de que Dave, o escritor dos discursos, seria um total estúpido.

Eu uso outra linguagem mais colorida na manhã seguinte, quando, com bastante tempo para preparar os canais de notícias, antes do encerramento do dia, o discurso de Gavin para o evento na próxima semana é vazado.

Um estúpido movimento sem sentido.

Sim, isso desvia o dia. Como uma nuvem de tempestade que você não vê chegar. Mas uma vez que ela explode, pronto. Todo mundo fica molhado, mas eles secam, e a nuvem se esgota.

Dave acabou de matar a sua carreira por um toque de notoriedade.

Estúpido.

E quando eu tenho esse pensamento, percebo que nas cinco semanas em que eu trabalhei na política, usei a palavra “estúpido” mil vezes mais do que nos últimos sete anos de trabalho acadêmico.

Claro que todo mundo está furioso. Não demorou muito para alguém do TI identificar que Dave era a pessoa que tinha vazado o discurso, e usado uma conta descartável do Gmail, mas não pensou duas vezes sobre o fato de que ele estava usando um computador do governo para fazer isto.

Estúpido total.

Stew o demite, a portas fechadas, mas alto o suficiente para que todos possam ouvir cada última palavra-palavrão reforçada. Então, depois do escritor ser escoltado para fora do prédio pela segurança, o Chefe do Estado Maior passa pelo meu escritório.

Fúria torce suas palavras, e sua breve instrução para mim é tão aguda, que quase salto para fora da minha pele. —Escreva um novo discurso. Isso será falado na frente de uma sala hostil agora. Eu quero vê-lo até o final do dia de amanhã.

OK. Vou apenas fingir que sei como escrever um discurso político. Nada demais. Eu estremeço quando volto para o meu computador.

Sasha me traz o jantar em seu caminho para casa da universidade. Eu fico até as onze, então uso o Uber para ir para casa, e eu estou de volta às seis, de banho tomado, mas é só isso. Sem maquiagem, cabelo torcido em um coque úmido na minha cabeça.

Tento imaginar o que ele precisa dizer sobre doação corporativa que vai ultrapassar suas previsões.

No meio da manhã, alguém da equipe de comunicação me traz café. Eu o faço sentar-se e ouvir o que eu escrevi. Não é ruim, e eles me dão uma boa opinião que me ajuda no meu próximo projeto.

É como escrever um ensaio, só que eu tenho vinte e quatro horas, em vez de quatro semanas. Mas o processo é o mesmo. Escrever, escrever, escrever, quase até o fim e, em seguida, descobrir qual é o verdadeiro ponto. Então volte e reveja.

Estou voando no meio da tarde, grata que eu tinha coisas para jogar no meu saco de almoço que é exigido zero montagem. Maçãs, um bagel, uma barra de chocolate, e metade de um pacote de queijo.

Minha dieta se assemelha à de uma criança de oito anos de idade nos dias de hoje, e eu não me importo.

Se eu puder conseguir isso, vai ser incrível.

Eu finalmente termino às seis. Eu bato enviar no e-mail para Stew antes que eu possa analisar minha decisão.

Novo discurso está anexo. Deixe-me saber o que o PM pensa.

Trinta segundos depois, Stew encaminha para Gavin com cópia para mim.

Você queria ver isso assim que ela terminasse.

Bem, porcaria. Meu coração bate forte no meu peito. Olho para minha caixa de entrada, mas ele não responde imediatamente.

Quando meu estômago ronca, lembrando-me de que o lanche para criança de oito anos de idade que eu trouxe, a muito já fez a digestão, e a propósito, é hora do jantar, eu pego minha bolsa e corro para buscar algum alimento.

E então eu olho de volta à minha mesa, porque eu não vou a lugar nenhum até que ele leia.

Uma hora se arrasta. Eu leio um artigo da revista acadêmica que meu orientador me enviou. Eu mando um e-mail ao coordenador de estudos de pós-graduação sobre um projeto de lei de ensino que eu recebi no início da semana, e que ele deve ter tido um pequeno desconto sobre isso por causa da licença de ausência que tomei para este estágio.

Eu olho para o relógio.

Outra meia hora.

Tique. Taque.

Quando sua resposta aparece, eu estou no meio de assistir vídeos de animais bebê no Youtube, e os registros de e-mail não lidos em negrito atraem meu cérebro antes dos meus olhos.

Não há sensação melhor do que a emoção quente da atenção de um homem pelo qual você tem uma queda. Mesmo se ele for inatingível.

Mesmo se ele for o Primeiro Ministro.

Eu estou quente e fria e toda dolorida, e é apenas um e-mail maldito.

Sem esperança.

Com as mãos tremendo, eu clico sobre a mensagem. Eu já estou sorrindo como uma boba enquanto leio.

Trabalho fantástico. Obrigado. Se você tiver alguns minutos, eu gostaria de discutir alguns pontos.

Eu olho para o cabeçalho do e-mail. Stew não está listado como e-mail com cópia. Minha respiração para na minha garganta.

Claro. Estou no Langevin.

Ele pode sentir o quão ansiosa eu estou? Se sim, isso não o incomoda. Sua resposta é instantânea.

Bom. Eu tenho um telefonema em cinco minutos. Venha depois das nove.

Aqui está a coisa. Eu não sou uma dessas mulheres que carrega um saco de maquiagem. Eu possuo maquiagem, eu gosto, mas está em casa no meu armário. Na minha bolsa, eu tenho um pote de bálsamo labial.

Nada sexy.

Eu ainda coloco um pouco. Melhor que nada. Estou tentada a correr para a farmácia, porque eu tenho trinta minutos, mas não, vou guardar todos os meus planos loucos de me arrumar bem para o evento de arrecadação de fundos na próxima semana.

Eu estou usando uma saia lápis preta básica e uma camisa marfim sem graça. Não há nada que possa ser feito sobre isso.

Eu paro no banheiro e me olho no espelho. Eu puxo as presilhas do meu cabelo, deixando meus cachos caírem livre. Um pouco melhor.

Você é uma idiota. Ele quer falar com você sobre um discurso.

Bem, eu prefiro ser uma idiota cheia de esperança e desejo, do que uma megera cínica em qualquer dia da semana.

Cabelo para baixo, sim.

Eu chego ali alguns minutos mais cedo. Sua porta está fechada, e Beth está em sua mesa, arrumando as coisas para sair.

—Saindo tarde. —Eu digo baixinho, não querendo assustá-la.

Ela olha para mim calmamente. Talvez nada a abale. Ela encolhe os ombros. —Algumas semanas são assim. Ontem foi um pouco difícil, por isso ficamos atualizando as coisas durante todo o dia de hoje.

—Minha companheira de quarto pensa que as horas são loucas.

Ela geme. —Meu namorado também. Ex-namorado, agora.

—Eu sinto muito.

Ela se endireita. —Eu não. Esta é uma oportunidade única na vida. Eu não quero estar com alguém que não entende isso.

—Justo.

Ela pega as chaves de sua mesa e as coloca no bolso externo de sua bolsa, dando à sua mesa uma última olhada. —De qualquer forma, eu estou indo para a Byward para uma bebida. Espero que ele não a mantenha até muito tarde esta noite. Se você quiser se juntar a nós, vamos estar no Clocktower até as onze, pelo menos.

—Nós? —Eu sou uma merda em me socializar, de forma clara.

Ela enumera alguns nomes que eu reconheço.

—OK. Talvez, obrigada.

Ela me dá um sorriso amigável e desaparece quando um oficial de RCMP, que eu não reconheço, toma seu lugar na mesa.

Finalmente Gavin abre a porta. Juro que a temperatura no edifício sobe dez graus, mas o funcionário da segurança não parece notar. Excepcionalmente bom em fingir que nada estranho está acontecendo aqui.

Talvez nada esteja.

A primeira coisa que noto é que está faltando a gravata. E seu botão de cima está desfeito.

Então eu pego o seu olhar de novo e meus passos vacilam. Tem sido uma longa semana, mas eu não estou imaginando a maneira como ele está olhando para mim.

Seja uma profissional, digo a mim mesma. —O discurso está bom para você?

Ele sai do meu caminho enquanto eu passo por ele, em seguida, fecha a porta do escritório atrás de mim. —Está extraordinário, Ellie.

—Obrigada. —Seu louvor desliza através de mim como uma faca quente na manteiga, e eu dou-lhe um sorriso que deve fazer-me parecer como uma groupie.

—Você fez algumas anotações?

—Poucas. —Ele caminha pela sala e pega um maço de papéis. O discurso, eu percebo. —Eu prefiro rabiscar minhas anotações em uma cópia impressa, se você não se importa.

—Não, é claro.

—Você é uma escritora hábil, inteligente. —Ele faz uma pausa enquanto me entrega suas anotações. —Alguns pontos, peço que repita mais. Às vezes você é inteligente demais para o público. Não seja sutil. Estamos fazendo uma grande declaração sobre como o dinheiro flui através do nosso sistema político.

—Notável. —Eu folheio o discurso. Anotações rapidamente rabiscadas decoram as margens. —Eu posso corrigir isso hoje à noite.

Ele me dá um sorriso divertido. —Está certa de que você não é um deles?

—Um dos políticos? —Eu sorrio e sacudo a cabeça. —Só pelo verão.

—E, então, voltará para a escola.

—Sim.

—Você está ansiosa para isso?

Essa foi uma pergunta carregada de propósito? —Eu vou sentir falta disso.

Seus lábios torcem em diversão. —Isso não é uma resposta.

—Desculpe. —Eu sussurro.

—Bem? Você está ansiosa para voltar ao ritmo mais tranquilo da licenciatura?

Lentamente, timidamente, eu aceno.

—Isso não foi tão difícil, foi? —Ele aponta para o discurso. —Você pode fazer essas mudanças amanhã?

—Sim, senhor.

Se eu não estivesse olhando para seu rosto, eu teria perdido sua reação completamente, mas a ligeira mudança em sua mandíbula, à separação de seus lábios enquanto ele controla a sua exalação... E principalmente o brilho momentâneo em seus olhos. Definitivamente a resposta certa.

Ele me observa dobrar o discurso e colocar na minha bolsa, então ele desfaz os dois botões restantes em seu terno e gesticula, para o que eu assumo, ser um armário de bebidas contra a parede. —Gostaria de uma bebida?

Sim. Mas sinto-me obrigada a declinar, mesmo que isso saia fraco e pouco convincente. —Eu deveria voltar.

Prendo a respiração depois de dizer isso, porque sei que não foi a resposta certa.

Seus lábios apertam, mas ele concorda. —Ainda tem alguém lá?

Eu levanto uma sobrancelha. —Você está brincando comigo? Há uma equipe que não vai sair até que receba o aviso de que você deixou o prédio.

Ele abaixa a cabeça. —Eu jurei que não seria esse tipo de chefe.

—Não se sinta mal com isso. É o que eles querem. Cada um deles vive para o momento em que são lançados para a batalha.

—E quanto a você?

—Eu sou uma acadêmica. Eu vivo para estudar pessoas como eles.

Ele bufa um riso silencioso, triste, enquanto abre o armário. —Tem certeza que não posso oferecer-lhe alguma coisa?

—O que você vai tomar?

Ele levanta uma garrafa de Crown Royal14 no ar. —Com gelo.

Eu deveria dizer não. Mas, pela primeira vez desde que eu o conheci, ele parece cansado. E se eu deixar minha imaginação correr solta, como ela quer, ele parece sozinho, também.

—Certo. Um pequeno copo.

Eu olho para as fotos que ele tem que revestem a lareira, enquanto ele derrama nossas bebidas. Um retrato de família. Gavin e um homem moreno que parece vagamente familiar. Gavin e Stew na noite da eleição. Eu coloco o canto do meu lábio entre meus dentes enquanto eu me inclino e olho para seus rostos radiantes.

—Você realmente não esperava que a vitória eleitoral acontecesse, não é? —Eu pergunto quando ele se junta a mim.

Ele faz um barulho evasivo.

—Sinto muito, eu fui rude? —Eu atiro-lhe um rápido olhar por cima do ombro. —Eu acho que você nunca respondeu a essa pergunta.

—É complicado. Eu não quero que ninguém pense que eu não quero estar aqui.

—Eu nunca pensaria isso.

Ele me dá um olhar demorado, e seu olhar normalmente gelado está mais escuro. Obscuro, como um lago sujo. Finalmente, ele leva seu copo até seus lábios. Depois de tomar um gole lento, ele lambe o uísque e olha para a imagem de si mesmo e seu Chefe de Gabinete. —Não. —Ele diz calmamente. —Nós não esperávamos que isso acontecesse.

—Estou feliz que você ganhou.

—Eu também. Os outros caras estariam arruinando este lugar. —Um leve sorriso brinca em seus lábios quando ele olha em direção às cadeiras.

—Vamos sentar. Diga-me como está sendo tudo isso.

Eu me estabeleço na cadeira mais distante de sua mesa, alisando minha saia depois de cruzar as pernas. Eu mantenho meus olhos para baixo, porque eu não quero saber, de qualquer forma, se Gavin está olhando para minhas pernas.

Se ele estiver, isso está se complicando.

Se ele não estiver...

—Ellie.

Eu ainda não olho para cima. —Está indo muito bem.

—O ritmo é demais para você?

—Não, senhor. —Eu olho para cima. —Não é a vida que eu escolheria para mim pelo resto do tempo. Mas como você disse, eu estou feliz que isso aconteceu.

—Foi sua ideia concorrer ao cargo?

Eu balancei minha cabeça. —Meu orientador pensou que seria uma boa oportunidade. Minha pesquisa será mostrada em escolas e creches elementares, e o verão não é um grande momento para começar isso. Então, minhas opções para estes três meses foram... Concorrer a esse cargo, ou trabalhar como uma assistente de pesquisa fazendo revisão de dados.

—Assistente de pesquisa?

Eu concordo. —Eu prometo, você é o tirano mais interessante.

Outra reação ligeira, bem controlada, mas não completamente escondida.

—Esta é uma oportunidade única na vida. —Eu sussurro, ecoando as palavras de Beth. Mas as minhas não saem da mesma forma que as dela.

Seu olhar escurece. —Eu nunca interferiria nisso para você.

Eu franzo a testa. Talvez ele não tenha ouvido a dúvida em minha voz. E eu realmente não tenho ideia do que ele está falando. —Eu estou realmente... O meu tempo aqui tem sido fascinante. Eu aprendi muito, visto muito... Se eu fosse embora amanhã, eu diria que foi uma experiência bem sucedida. Definitivamente.

—Mas você não vai embora amanhã.

—Claro que não. —Eu dou-lhe um sorriso nervoso. —Eu fui convidada a participar de um evento na próxima semana.

Ele toma um gole longo e lento. O uísque deixa seu lábio superior molhado, e o passar de sua língua para limpá-lo envia um fogo direto abaixo ao meu ventre.

—Você é uma grande parte da certeza de que esse evento está alinhado com os meus princípios, Ellie.

—Estarei feliz por estar lá. Eu... —Sabe quando você diz alguma coisa e você pode se ouvir dizendo isso, e você sabe que é uma informação estranha que deveria ter mantido para si mesma? Sim. Isso. —Eu consegui um vestido para ele. Quarta à noite. Antes... Você sabe. Na noite em que eu trabalhei até as onze. Eu fui às compras ontem.

—Ellie.

—Sim?

—Pare.

—OK.

Ele sorri, inesperadamente, e isso acende meu interior. —Um vestido?

Eu coro. —Sim, senhor.

Seus olhos escuros piscam novamente. —Bom.

Hah. Isso foi sujo. Até mesmo eu sei que foi sujo. Eu sabia que algo estava acontecendo. E não há como o PM um dia agir sobre isso.

Eu sou sua estagiária.

Então, se alguém vai fazer alguma coisa... Tem que ser eu, certo?

Qual é o pior que poderia acontecer?

Eu toco meus dedos na cavidade na base do meu pescoço. Seu olhar segue.

Minha bochecha. Ainda comigo.

Meus lábios. Focando agora em apenas um dedo enquanto eu deslizo minha mão na frente do meu rosto e coloco as minhas ondas soltas atrás da minha orelha.

Elas caem livre um segundo depois.

Ele ainda está olhando para a minha boca.

Eu nunca banquei a sedutora antes. Com química suficiente, parece que não é tão difícil depois de tudo. Dou-lhe um leve sorriso e inclino-me para trás na cadeira, cruzando as pernas para o outro lado, enquanto eu alcanço a minha bebida novamente. —Eu nunca fui de tomar uísque, mas esse é excelente.

—Eu sou um cara mais de cerveja. —Diz ele, com os olhos brilhando enquanto ele se inclina para trás em sua cadeira. —Mas eu não tenho trabalhado a coragem de pedir-lhes para instalar um refrigerador de cerveja aqui ainda.

—Ainda?

—Não é da minha natureza privar-me para sempre.

Quando eu encontro a minha voz novamente, é sem fôlego. —Você normalmente consegue o que quer.

—Geralmente.

—O que o impede no resto do tempo?

—O bem maior.

—Ah. —Eu inclino meu copo na boca e termino a minha bebida. Queima ao descer e me enche de calor. Coragem líquida, de fato. Eu descruzo as pernas e me levanto da cadeira. O gelo balança no copo em minha mão enquanto o levo por toda a sala e o coloco na bandeja ao lado da garrafa.

Quando eu me viro, Gavin está de pé também.

Eu pressiono as minhas mãos na minha saia que, de repente, está muito apertada em meus quadris. Eu queria não estar nervosa novamente, mas quando eu me levanto, o ato sedutor some, e agora eu estou aqui, apenas eu novamente.

Jovem, estranha, irreal de muitas maneiras.

Ele não é apenas um cara que eu gosto. Eu não posso convidá-lo para sair para tomar cervejas e deixar meu braço roçar contra o seu. Inclino minha cabeça para o lado e me pergunto se ele quer que eu volte para o meu lugar para uma última bebida.

Nós acabamos de fazer isso. Eu olho ao redor. Há provavelmente câmeras de segurança, de qualquer maneira.

—Não aqui. —Diz ele, com a voz baixa e tensa.

—Eu disse isso em voz alta?

Ele balança a cabeça bruscamente.

Dou um passo mais perto.

Ele não se move.

—Gavin...

O músculo treme em sua mandíbula e mais dois passos eu estou perto o suficiente para tocá-lo. Eu pressiono meus dedos em seu rosto e o sinto tremer. Sua mão se aproxima e os dedos envolvem meu pulso.

Eu prendo a respiração, me preparando para a sua rejeição.

Ela não vem.

Seu aperto intensifica em meu pulso, e ele me puxa para mais perto, e sua outra mão cai na parte baixa das minhas costas enquanto nós olhamos fixamente um para o outro. Estou sem fôlego, e por dentro eu estou gritando para eu beijá-lo agora, mas então ele assume o controle.

Ambas as mãos sobem sobre o meu corpo e dirigem para o meu cabelo, juntando tudo na parte de trás da minha cabeça, enquanto sua boca desliza forte contra a minha. Eu suspiro e torço os dedos na frente de sua camisa, segurando firme enquanto ele abre meus lábios com os seus, e limpa todos os beijos fantasiosos da minha mente.

Isto é muito melhor do que a minha imaginação.

Ele tem um gosto quente e sexy, um homem atado a uísque, e eu me levanto sobre os dedos dos pés, com fome para mais. Suas mãos apertam no meu cabelo e ele diminui a distância.

—Ellie. —Diz ele, os lábios roçando os meus, e eu não sei se é um aviso ou uma súplica.

Eu deslizo as mãos dentro de sua jaqueta, sobre o algodão fino e suave de sua camisa. Ela não faz nada para disfarçar os gomos sólidos dele sob as roupas. Firmes, os músculos que quero sentir em cima de mim, movendo-se contra mim.

Eu raspo os dentes contra a sua mandíbula enquanto eu pressiono forte o meu corpo contra o seu. Ele assobia e muda seu poder sobre mim, me movendo para trás até que minha bunda bate contra sua mesa.

Sem esforço, ele me levanta pelos quadris, e me instala na superfície limpa.

—Essa coisa é uma antiguidade? —Eu pergunto, minha voz tremendo enquanto ele baixa o terno de seus ombros.

—Eu realmente não dou à mínima. —Ele rosna, me enjaulando, enquanto se inclina sobre mim. —Sem mordida.

—Ou o quê? —Eu estalo os dentes na frente dele, e seu rosto inteiro endurece da maneira mais deliciosa.

—Jesus, Ellie, você está brincando com fogo.

—Então, talvez eu queira ficar queimada.


Capítulo 13

Gavin


Ela se inclina para frente e morde o lábio inferior. Minha reação é rápida e instintiva. Uma das minhas mãos está fixando ambos os pulsos atrás dela, enquanto a outra está enfiada em seu cabelo, puxando sua cabeça para trás. Seus lábios estão rosados e inchados do nosso último beijo, e eu esmago a minha boca na dela, forçando-a abrir enquanto minha língua se aprofunda no interior.

Eu meio que esperava que ela lutasse. Em vez disso, ela se inclina e solta um pequeno gemido.

Eu estou pronto.

Eu libero seus pulsos e cabelo, em seguida, passo minhas mãos pelas suas costas até que eu estou segurando sua bunda. Eu a deslizo para fora da mesa e a puxo forte, prendendo minha ereção contra seu ventre macio.

Eu não me canso dela. Eu aperto seus quadris, seu traseiro, sua cintura. Ela é flexível e doce, como um salgueiro, mas com pressão suficiente para atiçar a parte de mim que quer um desafio.

Eu torço seu corpo para longe de mim, uma das mãos perigosamente baixa em sua barriga, a outra em concha em torno de sua garganta enquanto eu continuo a beijá-la. Ela agita sua parte inferior contra o meu pau, enquanto eu engulo seus apelos ofegantes.

Estou tão perdido em seu gosto, que eu não percebo o que estou fazendo, até que eu a tenho curvada sobre minha mesa com uma das mãos na parte inferior das suas costas, e a outra a meio caminho de bater em sua bunda.

Que porra estou fazendo? Com o coração batendo forte, eu congelo por um segundo, em seguida, a solto e a ajudo.

Peço desculpas rapidamente, precisando suavizar isto aqui. —Ellie, eu sinto muito. Isso não deveria ter acontecido. Na verdade, nada do que eu fiz aqui esta noite deveria ter acontecido. Meu comportamento foi inadequado e indesculpável.

Eu não posso acreditar que eu perdi o controle e quase a espanquei.

Meu intestino torce e meus joelhos fraquejam enquanto todas as consequências das minhas ações passam pela minha cabeça.

Provavelmente pela primeira vez na minha vida, eu estou em uma perda completa de palavras sobre como lidar com uma mulher. É a primeira vez desde que eu tive um cargo público que eu quis uma mulher, tanto quanto eu quero Ellie. Não, nada disso. Eu nunca quis ninguém tanto quanto ela.

E eu não posso tê-la.

Ela coloca seus dedos em seus lábios, em seguida, cai o olhar para o chão.

—Não, está tudo bem. Nenhum dano, nenhum problema. Sério. Eu não deveria ter... Eu... Eu deveria ir.

—Ellie, olhe para mim. —Faço uma pausa por um momento, em seguida, uso o polegar e o dedo indicador para levantar delicadamente seu queixo. Ela ainda não faz contato com os olhos, então eu ajusto minha postura até que ela não tenha escolha. —Você não fez nada de errado. Eu acho que deixei claro que eu estou realmente lisonjeado pelo seu interesse, e que isso é mútuo. Mas, nós não somos... Compatíveis, e eu deixei a luxúria cega ficar no caminho do bom senso.

Ela balança a cabeça e se afasta de mim. —Mas eu...

Eu passo os dedos pelo meu cabelo e ando pela sala. —Simplesmente pare. Você não fez nada errado. Absolutamente nada. —Como diabos eu deveria fazê-la acreditar nisso?

—Eu preciso apenas ir.

Eu olho para o relógio. Está tarde. E foda, Max deve chegar em breve.

—Pelo menos me deixe arranjar uma carona segura para casa, para você.

Ela balança a cabeça e eu abro a minha porta. —Tim, estou quase pronto para sair agora. Nós vamos deixar Ellie em sua casa em nosso caminho de casa.

*****

Max está esperando por mim com pizza e cerveja quando eu chego. No entanto, há outra razão pela qual ele é meu melhor amigo. Não importa onde eu penduro meu chapéu, ele não tem nenhum problema em se sentir em casa.

—Achei que você tivesse se esquecido de que eu vinha.

—Dia longo e difícil.

—Você parece mais como se tivesse tido uma noite longa e difícil. Onde você estava?

—No escritório.

—Seu cabelo parece mais como se você tivesse passado as últimas horas rolando na cama.

—Porra.

—Oh inferno. Sente-se, coma uma pizza e beba um pouco de cerveja. Nós temos a noite toda.

—Eu errei regiamente esta noite.

—Eu imaginei isso pelo seu “porra” e sua expressão. Importa-se em explicar?

Eu me importo e não me importo. Eu ainda estou processando, mas a única pessoa que poderia entender e ajudar está sentada aqui no meu sofá. Eu senti falta da possibilidade de ter conversas francas onde eu não preciso me preocupar com alguém escutando.

Eu respiro profundamente. —É Ellie.

Max revira os olhos. —Podemos passar para as coisas que eu já não sei?

Eu posso sentir meu rosto queimar quando me lembro dos detalhes. —O que você não sabe é que eu a beijei e estava a um batimento cardíaco de bater em sua bunda.

—O que fez você parar?

—Uma única célula cerebral funcional que desativou meu cérebro de lagarto. Porra, Max, ela deu o primeiro passo mais doce, e em vez de ser responsável e deixá-la ir, eu agi sobre isso. E para piorar a situação, de alguma forma, ela se sente como se fosse a única que fodeu tudo. Eu preciso corrigir isso, e eu não tenho ideia de como.

—Bem. Essa é uma situação delicada. —Max sorri para mim, em seguida, dá uma mordida enorme em sua pizza.

Externamente, ele está sendo um idiota, mas eu sei que seu grande cérebro está trabalhando, e eu posso me dar ao luxo de ser um pouco paciente.

Tomo um gole da minha cerveja, pego outra fatia de pizza, e espero.

Finalmente, três cervejas e uma caixa vazia de pizza depois, Max fala.

—Bem, meu amigo, você tem uma reflexão séria a fazer.

—Isso é tudo que você tem a dizer? Sério?

—Não, isso foi eu me preparando para o que tenho a dizer. Você quer ouvir ou não?

—Continue.

Max abaixou a cabeça em saudação simulada. —Como eu disse, você tem uma reflexão séria a fazer, porque todas as suas opções têm um lado negativo.

Concordo com a cabeça e espero.

—E antes que você possa até mesmo avaliá-las, existem fatores que você precisa considerar. Você é pervertido. Ela está bem com isso, ou você vai guardar isso na caixinha de brinquedos? Sua coisa com Andrea foi totalmente baunilha. Como essa funcionará para você?

Não funcionará, no mínimo. E não por causa da Andrea ou do sexo baunilha, eu não sou o tipo de cara que precisa ser tudo perversão o tempo todo. Mas essa porta foi mantida firmemente fechada, quando está na minha natureza mantê-la aberta. Às vezes... muitas vezes.

—Você precisa descobrir exatamente quais são seus sentimentos sobre este ponto, em primeiro lugar. Então, você terá algumas opções. —Max levanta um dedo. —Uma opção, é não fazer nada. Fingir que nunca aconteceu, e esperar que ela não o acuse de assédio sexual. —Outro dedo. —Dois, você tem um caso clandestino com uma subordinada, e espera que ninguém descubra. —Um terceiro dedo. —Por último, você a demite e coloca tudo para fora, se mostra para ela.

A verdade é que ele não está me dizendo nada que eu já não sei. Mas depois de passar as últimas semanas agindo irracionalmente, isso ajuda a ter um objetivo a considerar. Eu procuro desesperadamente em meu cérebro por uma quarta opção com nenhuma desvantagem. Claro, tudo o que vem é o único problema que ele não sabe: a idade dela.

Ela é quatorze anos mais jovem do que eu.

Por outro lado, eu memorizei seu aniversário. Ela fará vinte e seis em agosto. Isso não é muito jovem para um homem da minha idade. Mas é muito jovem para um homem na minha posição?

Eu desisti de muitas coisas para obter esta oportunidade de levar meu país. Escondi meus desejos e guardei minhas fantasias.

Mesmo com todas as desvantagens acumulando na coluna dos contras, eu me ressentiria de mim mesmo por desistir de Ellie também.

*****

Na manhã seguinte, eu estou me sentindo um pouco frágil. É um raro sábado de descanso para mim, orquestrado por Beth, que merece um aumento. Pena que seu salário é ditado pelo governo federal, e eu não estou autorizado a dar-lhe presentes caros.

Nós vamos ter que encontrar uma solução alternativa aí.

Eu sou famoso entre a minha equipe por ser um madrugador, mas a verdade é que, em dia de folga, eu gosto de dormir até mais tarde, adicione algumas cervejas demais de ontem à noite, e eu acordo mais cedo do que eu queria hoje.

Max fez arranjos para passar o dia procurando casas com Beth, e isso não vai acontecer sem mim por perto para supervisionar. Eu não consegui extrair uma promessa dele para não mexer com ela. Além disso, estou me sentindo muito fodido com a forma como as coisas ocorreram com Ellie, e a distração me fará bem.

Max já está na cozinha preparando o café da manhã quando eu apareço. Ele parece alegre pra caralho. Deve ser toda essa merda de formação em medicina que faz com que ele nunca precise de uma noite inteira de sono.

—Bom dia. Você está parecendo um pouco cansado, Gav.

—Porra. Eu preciso de café.

—Você não tem que vir com a gente hoje, você sabe.

—Oh, você sabe que eu tenho. Agora pare de falar até que eu tenha, pelo menos, tomado uma xícara de café. Como seu Primeiro Ministro, isso é uma ordem. Eu tenho certeza que há um pedaço de papel em algum lugar dizendo algo como isso.

Max só ri. —Engula isso, princesa. Para o mundo exterior, você é o Primeiro Ministro. Para mim, você sempre será nada mais do que o companheiro de quarto patético com o qual fiquei preso no primeiro ano na UBC.

Eu quero ficar mal-humorado, mas não posso. Estou muito feliz por tê-lo perto.

—Você não tem que comprar uma casa. Você poderia simplesmente viver aqui. É grande demais para mim.

—E como aceitarão a criação de uma masmorra na residência oficial do Primeiro Ministro?

Porque para Max, sado não é opcional.

Ele me pegou. Não é permitido masmorras. Eu puxo a pilha de listas de casas do outro lado da mesa e começo a folhear. Não há tantas quantas eu teria pensado.

—Não há casas geminadas ou condomínios, eu vejo.

—Volte para toda essa coisa de calabouço. Habitações familiares simples fazem bons vizinhos, e as melhores festas BDSM.

Jesus. Eu sei que ele vai ser discreto, e ele é um cidadão privado, por isso não é da conta de ninguém além da sua, e uma festa BDSM é uma porra de uma diversão, mas estou nervoso sobre a exposição potencial. O que me faz um péssimo amigo. Afasto esse pensamento.

—Alguma favorita?

—Sim, há uma perto do Hospital Civic que parece que poderia funcionar.

Eu procuro em meio às fotos até encontrá-la. —Quatro quartos? O que você vai fazer com quatro quartos, porra?

—Festas do pijama?

Balanço a cabeça e sorrio. Ele pode viver em qualquer casa que ele queira, se ela estiver dentro de uma pequena distância da minha.

—A que horas pegaremos Beth?

—Dez. Você realmente poderia ficar aqui e voltar para a cama.

—Nah. Eu já estou bem acordado. —Eu tomo um longo gole do café que Max tinha colocado na minha frente. Eu tinha quase me esquecido do quão bom seu café era. Eu presto mais atenção ao que ele está fazendo e no local da frigideira de waffle no balcão. Minha manhã está definitivamente melhorando.

—Os waffles estarão prontos em alguns minutos. —Ele coloca a garrafa de xarope de bordo sobre a mesa.

—De onde veio isso?

—Beth pediu à sua governanta para fazer uma compra mais completa na mercearia nesta semana, em antecipação à minha chegada. —Ele me dá um sorriso malicioso que enrijece minhas costas. —Eu disse a ela que eu sou um cozinheiro gourmet.

—Eu me rendo.

Ele apenas pisca.

Eu estudo o rótulo. Produto de Quebec. Faz-me lembrar de que ele vai estar aqui durante o inverno, e eu faço uma nota mental para dar-lhe uma festa de boas vindas.

Às seis da tarde, já tínhamos visto cada casa na lista de Max, e a única coisa positiva que posso dizer sobre toda a experiência, é que Beth fez isso perfeitamente.

Eu esperava que isso fosse ajudar a manter minha mente longe de Ellie. Mas não ajudou. Em cada casa que entramos, eu a via dobrada nos balcões, nas paredes e nas portas onde eu a fodia. Os chuveiros que partilharíamos.

Se ela não fosse minha estagiária, e se eu tivesse uma ideia de como abordar uma conversa real, honesta... Se isso não fosse me expor politicamente em uma dúzia de maneiras diferentes... Mas eu a afastei duas vezes.

Eu não terei uma terceira oportunidade.


Capítulo 14

Ellie


Engane-me uma vez, vergonha sua. Engane-me duas vezes...

Não, eu ainda acho que Gavin se envergonhou de novo. E pela primeira vez foi uma pseudo rejeição. Realmente essa não conta.

Esta foi uma rejeição, um encerramento definitivo, mas tudo o que aconteceu antes disso?

Eu só ia beijá-lo.

Agora eu não estou até mesmo certa se eu sei o que é um beijo. Porque o que nós fizemos? Ou o que ele fez para mim? Porque, além do primeiro contato, eu estava quase no controle... Isso era diferente de tudo que já experimentei antes.

Sexta à noite eu fui para casa e me arrastei para a cama.

Sábado fui à yoga, em seguida, deixei Sasha me arrastar para tomar bebidas.

Hoje?

Hoje eu comecei a pensar.

Nós não somos... Compatíveis, e eu deixei a luxúria cega ficar no caminho do bom senso.

Puxei um bloco de notas de uma caixa de blocos não utilizados no meu armário. Este tem flores de cerejeira japonesa na capa. Super bonito. Gavin realmente não merece isso, mas ele tem uma encadernação em espiral e, depois que eu fizer essa lista, posso arrancar a folha, e o bloco está intocado novamente.

Não somos compatíveis, eu escrevo no topo da página.

Então eu desenho um rosto louco ao lado dele.

Diferença de idade, eu escrevo abaixo.

Costa oeste / costa leste?

Experiência...

Eu desenho uma linha preguiçosa sob isso. Tenho vinte e cinco.

Não há nenhuma maneira de que ele pense que eu sou uma virgem, certo?

Mas mesmo se fosse esse o caso...

Eu desenho um círculo em torno do “compatíveis”.

Algo está faltando.

Sasha bate na minha porta e eu enfio o bloco debaixo do meu travesseiro.

—Sim?

Ela coloca a cabeça para dentro. —Café da manhã? Por minha conta?

Eu não deveria tirar proveito, mas Sasha está bem financeiramente. E eu estourei meu cartão de crédito ao comprar o vestido que provavelmente não terá qualquer efeito sobre o PM.

Não. Isso não é verdade.

Eu olho para o vestido, pendurado em um lugar de honra na porta do meu armário.

—Sim... Café da manhã. —Eu pulo da cama. —E talvez possamos ir até a Sephora, e encontrar para mim um novo look de maquiagem para o evento, também.

—Então, isso ainda vai acontecer.

Eu não faço ideia. —Sim, claro.

—Você esteve fora até tarde na sexta-feira à noite.

—Trabalhando.

—Humm.

—Nós vamos para um café da manhã ou teremos um interrogatório?

—Quem disse que não podemos ter as duas coisas?

—Quero um bom café da manhã.

—Quero boas fofocas.

Nós terminamos o café da manhã e nenhuma de nós recebe o que quer.

—Eu não posso acreditar que você realmente não vai me dizer nada. —Ela queixa-se enquanto estamos voltando ao nosso apartamento.

—Não há nada a dizer. —Eu digo mais suavemente do que eu esperava. Mas é verdade. O que aconteceu, ou o que acontece entre Gavin e eu é privado.

Eu não tinha certeza antes, mas eu sei agora.

—Na verdade. —Acrescento, estendendo minhas palavras. —Eu acho que a minha paixão pelo PM acabou.

Sasha bufa.

—Sério. Nós somos... incompatíveis.

—A menos que você esteja em algo realmente pervertido, eu não posso imaginar que você não seja compatível com o Primeiro Ministro quente.

Eu estremeço. —Não o chame assim.

—Independente do quão complicados sejam seus sentimentos sobre o líder da nossa nação, eles não alteram o fato de que ele é muito quente.

—Agora você está apenas tentando me incomodar.

—Ok, eu vou parar. —Eu posso sentir seu olhar queimando dentro de mim à medida que subo as escadas para o nosso apartamento. Mas quando chegamos lá dentro, ela permanece fiel à sua palavra e desaparece em seu quarto.

Eu faço o mesmo, porque, de repente, eu tenho alguma pesquisa para fazer.

Como é que você vai perguntar ao Primeiro Ministro se ele é pervertido? É essa mesmo a palavra certa? O que exatamente você é, senhor?

Se eu ainda tiver uma chance.

E se eu estiver errada? Seria fácil deixar minha imaginação correr para longe de mim aqui.

Eu abro meu computador.

Eu fiz dois anos de Estudos Feministas. Se ele pensa que eu sou uma flor inocente, desconhece o amplo espectro do desejo sexual...

Oh. Rajadas de calor percorrem meu corpo.

Então, “manias incompatíveis”, trazem alguns resultados de pesquisa interessantes. Isso está muito à frente das minhas experiências.

Não posso perguntar a Sasha, onde eu deveria procurar... Mas uma das minhas colegas em Toronto era abertamente pervertida. Eu vou para sua página do Facebook e rolo os posts. Ela tinha postado algo há alguns meses, um encontro de pessoas interessadas em conhecer sobre BDSM e, felizmente, ela é uma daquelas pessoas que só posta mensagens algumas vezes por semana, por isso não levei tanto tempo para encontrar o link.

Eu clico nele.

Aparece um site inteiro com perversão organizada por assunto.

Mas eu preciso de um perfil para ir mais longe. Eu bato meu dedo contra o meu queixo. Essa é uma ideia idiota?

Com os dedos acelerados, eu digito um nome de usuário e uma senha composta que não corresponde a qualquer coisa real em minha vida, e uso um endereço de e-mail descartável. Não seja como Dave, eu digo a mim mesma, e faço uma promessa silenciosa para nunca verificar esse e-mail no trabalho.

Localização... Bem, definitivamente não direi Ottawa.

Eu clico em voltar para a página da minha amiga. Ela abre com seu nome de usuário? Não tive essa sorte. Mas algumas das pessoas que frequentam o encontro, aparentemente, vivem na Antártida.

Eu dou uma risadinha e digito isso no meu.

Então eu clico no local, e ofego. Aparentemente, trinta e sete mil outras pessoas tiveram a mesma ideia.

Pervertidas.

Mas agora eu estou perdida no que procurar. Alguns grupos são sugeridos para mim, com base no breve questionário que preenchi.

Gênero feminino.

Orientação sexual... Hetero. Hetero? Eu quero colocar HETEROFLEXÍVEL, porque eu sou uma expert em Estudo das Mulheres, e foda-se o patriarcado, mas teria que haver um ajuste específico para eu querer ter qualquer tipo de sexo com uma mulher. Talvez se Gavin... Não. Hetero. E, de repente, bastante egoísta, aparentemente. Sem essa de compartilhar Gavin.

Função...

Função. Este menu mostra vinte, trinta... Funções demais para contar, soando muito específicas. Algumas eu conheço. Outras eu posso imaginar. Algumas fazem meus dedos coçarem pelo Google, mas eu desligo o computador em vez disso.

Eu não posso fazer isso. Eu preciso descobrir o papel de Gavin nisso. E só isso vai responder adequadamente a pergunta de um milhão de dólares.

Será que somos realmente incompatíveis?

Ou será que o Primeiro Ministro tem uma perversão secreta que apenas talvez, poderia funcionar para mim também?

Essa questão fica martelando na minha cabeça. Eu limpo a geladeira e faço uma lista de compras. Sasha marcou classes de verão para ser uma TA, então eu saio e estoco tudo o que precisamos para a semana.

E eu ainda estou pensando sobre isso, porque até este fim de semana, perversão sempre foi “a outra” na minha vida. Eu sei disso, é claro. Mudança. Disciplina. Obediência. Submissão. Escravidão. Controle. Troca de poderes. E, em seguida, nos limites da minha consciência, as outras coisas que caem nessa lista de funções aludidas. Interpretação de papéis. Humilhação. Dor.

Depois de encher nossa despensa, eu vou para a yoga e me esforço duramente ao ponto em que meus músculos estão tremendo, e suor está escorrendo pelo meu rosto e deixando minhas mãos lisas.

Esta é a disciplina. Esta é a dor. Controle também. Mas eu nunca quis nada assim na minha vida sexual, eu nunca pensei sobre isso assim, e se você me pedisse para marcar a minha vida sexual em uma escala de um a dez, eu provavelmente daria um cinco.

Quando eu tenho uma, o que eu atualmente não tenho.

Sexo é bom. Eu nunca tive sexo horrível, mas eu nunca tive relações sexuais tão boas que eu quisesse postar sobre isso em uma placa de mensagem, tampouco.

Realmente, a minha parte favorita do sexo é beijar e tocar. Ben, em Toronto, era muito bom em me tocar lá embaixo. Isso teria marcado até um sete, embora eu nunca tenha gozado assim, então talvez ele não fosse muito bom.

Beijar Gavin, porém, foi um dez. Quando ele me virou e roçou sua ereção em mim, apesar de que possa ter sido eu quem roçou nele, isso tinha sido um dez, também.

Tudo, exceto o balde de água gelada, tinha sido super quente.

Portanto, se seus desejos criaram esse nível de calor, eu me dispunha a, pelo menos, tentar algo diferente.

Sou uma pervertida curiosa? Talvez eu seja isso.

Tomo banho no estúdio de yoga, tomando o meu tempo para tirar minhas roupas para que, quando eu entrasse debaixo do jato do chuveiro, eu esteja sozinha com meus pensamentos.

Fazendo uma lista mental de perguntas que tenho, eu decido cavar um pouco mais fundo no site que eu encontrei.

Quando eu chego em casa, Sasha já saiu.

De alguma forma, eu me sinto melhor sobre estar sozinha para minha pesquisa, de qualquer maneira.

Eu faço login novamente e participo de alguns grupos.

Um dos tópicos novos é sobre livros e filmes. Eu sinalizo alguns livros para ler, logo que possível, mas eu preciso de informações mais imediatas. Depois de ler as resenhas de filmes, eu pulo para o YouTube, e confiro alguns trailers e clipes.

Um filme mais antigo de James Spader e Maggie Gyllenhaal, Secretária, me faz suspirar em voz alta.

Eu assisto ao clipe três vezes mais. Um homem em um terno diz à sua secretária para ler uma carta que está digitada, enquanto ela está arqueada sobre a mesa. E, enquanto ela lê, ele a espanca.

Replay15.

Replay.

No momento em que ele para, meus olhos já estão fechados. Meus dedos estão pressionados contra a minha boca quando eu me lembro do nosso beijo. As mãos de Gavin no meu cabelo, a forma como ele se movia contra mim.

A maneira como ele movia em mim.

Como ele me inclinou sobre a mesa.

É isso que seu rosto parecia, essa batalha torcendo o rosto de James Spader, não tenho certeza se ele estava certo ou errado, mas determinado em fazê-lo de qualquer maneira?

Eu rolo para o meu lado, afundando-me na fantasia. Gavin me segurando. Dizendo-me para manter minhas mãos espalmadas sobre a mesa. De pé atrás de mim...

Nós somos incompatíveis.

Humm...

Se ele só quer me bater, não tenho a certeza de que somos. Mas nada é tão simples assim, com certeza. Eu abro os olhos e assisto a outro clipe do filme.

Eu preciso assistir a coisa toda. Graças a Deus pelo iTunes.

Meu estômago ronca, então eu faço um pouco de pipoca antes de dar o play.

Três minutos de filme, e lágrimas silenciosas estão rolando pelo meu rosto. Este não é um filme de pipoca. Eu coloco a tigela de lado e enrolo meus braços em torno das minhas pernas, paralisada pela história que se desdobra na tela, mas preocupada dentro da minha cabeça, porque este é um filme amado por muitos na comunidade BDSM?

É tão triste.

Exceto... A heroína tem uma chama nela. Você pode vê-la, mesmo quando ela deriva, e eu quero que ela encontre seu caminho. Quero isso desesperadamente por ela.

O advogado para quem ela trabalha não é Gavin, isso é certo. Mas se eu apertar os olhos, eu posso ver algumas características semelhantes. Eu arquivo essa informação. Será que ele gosta deste filme? Encontro-me pensando nessa questão mais do que procuro pontos em comum, porque esta é uma história específica sobre duas pessoas danificadas, e isso nós não somos.

Bem, eu não sou.

E tudo o que sei sobre a vida de Gavin, ele não é, tampouco. Exceto que, você nunca conhece alguém por sua biografia pública, não é? E é da natureza humana ter desejos ocultos, passados secretos, e momentos de transformação que nos moldam em formas estranhas.

Quanto mais eu assisto ao filme, menos eu estou olhando para o que Gavin pode gostar, e quanto mais eu vejo, mais me vejo na heroína. Não as partes mais sombrias, mas ela é cativante em sua falta de jeito, e eu não sei que sou agradável, mas sou certamente estranha.

E a maneira como ela se acende ao elogio. Jesus, eu posso sentir meu rosto ruborizar-se. Eu sei que eu faço isso, buscar aprovação e iluminar-me a isso quando a obtenho.

Parece loucura para uma estudante de graduação dizer isso, porque os estudos de doutoramento são notoriamente brutais, e a maioria dos conselheiros lhe diz que você não presta. Mas não os meus conselheiros. Eu escolhi Ottawa e Toronto, antes disso, para os meus estudos, por causa dos membros da faculdade e certa amabilidade que senti neles.

Outro ponto é a minha personalidade, onde sou aberta a dor e pressão, desde que alguém me diga no final que eu fiz um bom trabalho.

Talvez todos os estudantes de graduação sejam submissos. Somos definitivamente masoquistas em um grau ou outro.

E não é realmente isso o que todos somos? Um espectro? Eu sempre achava que eu tinha caído no...

Não diga normal.

Mas eu estou assistindo a um filme em que a heroína usa um arreio.

Eu sempre achei que eu caía no mais convencional extremo do espectro.

Eu não quero usar um arreio.

Isso é um limite rígido.

Mas talvez tudo o que eu fiz antes não seja a soma total de tudo o que eu gostaria de fazer, com a pessoa certa.

Antes de Gavin, eu tive uma vida de namoro totalmente normal.

Não coloque a carroça na frente dos bois. Você e Gavin não tem uma vida amorosa ainda. Ainda. Nós vamos. Tenho oitenta e três por cento de certeza desse fato.

Eu tive dois namorados na escola. Um em cada faculdade, até que ele me traiu no final do segundo ano. Eu namorei casualmente até a escola de formação, em seguida, namorei um cara, Ben, mais sério por cerca de seis meses, mas era mais uma coisa sem graça de ambas as nossas partes, e acabamos as coisas amigavelmente.

Nenhum deles jamais me virou e me inclinou sobre uma mesa, ou qualquer outra coisa para me espancar.

O mais próximo que eu já cheguei a este sentimento de algo bizarro foi um flerte muito inocente que eu tive em meu quarto ano de graduação, com um dos meus professores de sociologia. Eu era a melhor aluna em seu seminário, sempre ficava até mais tarde depois de ele continuar a falar, e algumas vezes ele me levava de volta para o meu apartamento.

Nós nunca cruzamos a linha de professor/estudante, mas eu queria, desesperadamente, e parecia esta atração que tenho por Gavin. Quente e secreta. Mais significativa, emocionalmente, do que os relacionamentos mais convencionais que tive.

Só que agora eu estou cinco anos mais velha, e espero, mais sábia, pelo menos quando se trata de quem eu sou e o que eu quero.

Quem eu quero. A verdadeira medida de querer alguém não é tendo-os: é perdê-los ou sentir falta de tê-los realmente.

Esse professor? Eu não posso sequer lembrar seu nome. Deixei Montreal nesse verão, e fui como uma mochileira para a Alemanha sem outro pensamento.

Em seis semanas, eu estaria voltando para um escritório a dez quadras de Gavin, e eu já estava dolorida com a distância.

Eu me enrolo em uma bola apertada, e vejo o resto do filme. Fica escuro em algumas partes, e eu dou uma olhada de lado, mal-humorada para o meu laptop. Certamente esta não é a melhor maneira de aprender sobre BDSM.

Não é exatamente como ele foi indicado no site.

Não, mas é o que eu queria.

Ah bem. Se a vida não fosse um pouco difícil, não seria interessante.

Eu faço uma pesquisa do filme Secretária no site de fetiche. Toneladas de comentários e tópicos. Algumas críticas, muito amor, especialmente em um par de cenas, incluindo a que eu assisti no clipe inicial, a que me deixou viciada no filme.

Humm.

Gavin sempre reagiu bem às saias lápis. Vou usar uma amanhã.

Mas quando eu olho em meu armário, as únicas blusas são aquelas que ele já viu antes, e nenhuma delas é nem remotamente parecida com a que Maggie Gyllenhaal veste no filme. Eu tenho a mesma probabilidade de usar um blazer sobre uma blusa, e não gritar submissa, no mínimo.

Eu cuidadosamente penduro minha saia sobre as costas da minha cadeira e coloco meus Louboutins abaixo dela.

—Ei, Ellie? — Sasha chama.

Eu a encontro fora do meu quarto. —Você voltou.

—Eu voltei.

—Bom.

—Tudo bem?

—Sim.

—Você está estranha.

—Eu estou apenas tentando encontrar algo para vestir amanhã.

—Quer invadir o meu armário? —Ela tenta espreitar em torno de mim.

Será que eu fechei a minha tela do laptop? Melhor entrar em seu quarto, apenas no caso. —Sim, eu aceito.

—Que tipo de roupa você está procurando? —Ela abre a porta do armário, e dá um passo para trás. Nosso apartamento é bom o suficiente em geral, mas o quarto de Sasha é incrível, e a melhor parte é o closet.

Isso é porque ele foi muito bem elaborado. Ele tem uma janela e tudo. Mas quem elabora um quarto de vestir? Isso é estranho. E uma vez que as roupas de Sasha ocupam um monte de espaço, e seu computador é um laptop que se encaixa em sua bolsa...

Decisão fácil.

—Apenas uma blusa. —Murmuro, procurando algo branco, talvez. Clássico.

—Eu só tenho quatro delas, e eu usei todas elas um bom número de vezes.

—Bem, pegue o que quiser. Eu vou fazer chá. —Ela desaparece, e eu começo a mover os cabides para baixo da haste. Não, não, não...

Meu Deus.

Na minha frente está uma cópia muito perto da blusa preta e branca da Secretária. Eu não posso não usá-la, certo?

É de seda. Parece cara. Eu procuro a etiqueta. Moschino. Eu não quero nem pensar sobre o quanto esta blusa custou.

Eu vou ter muito, muito cuidado com ela, digo a mim mesma.

E com as mãos tremendo, eu tiro o cabide do rack.

Esta é a coisa perfeita para vestir amanhã. Eu só preciso esperar por uma oportunidade. E se ela chegar, quando ela chegar, por causa do poder do pensamento positivo e todas essas coisas, eu vou fazer o meu melhor para ver se talvez eu possa inspirar alguma ação com o PM.


Capítulo 15

Gavin


Nós chegamos à pista vinte minutos antes do nosso jogo, e Tim nos leva pelo prédio onde está um dos dois vestiários designados para o nosso aluguel de pista. Na lousa digital diz PRIVADO. Todos os outros slots do dia têm um nome da equipe ou o último nome ligado, mas ainda é muito discreto. Estou ficando animado.

Lachlan já está lá, e tendo em conta que todos os caras que estarão jogando conosco foram cuidadosamente examinados de antemão, nós entramos imediatamente.

Lachlan levanta a mão e acena para nós nos juntarmos a ele. —Max, Gavin, estou contente que vocês puderam se juntar a nós.

A atividade pára, mas não por muito tempo. Aparentemente, esses caras estão mais interessados em estar sobre o gelo, do que tirar selfies com o PM. Na verdade, estou aliviado. Eu realmente precisava que esse fosse um lugar onde eu foaaw apenas Gavin. Então eu percebo que Lachlan já tinha imaginado isso.

Enquanto Max e eu estamos nos preparando, Lachlan começa a colocar nomes aos rostos. —Tate, nosso centro, e Derek, que joga pela direita. Você vai conhecer o nosso goleiro sobre o gelo, Corinne. Eu jogo na esquerda e deixo-lhe com dois novatos na defesa. Não foda tudo.

Eu sorrio. Sim. Simplesmente Gavin.

Apesar do fato de que Tate é o próprio Tate Nilsson, capitão dos Ottawa Senators, o jogo é jogado exatamente na minha velocidade: um pouco áspero, um pouco rápido, e as regras são realmente apenas sugestões.

Como um monte de jogos para adultos acontecendo em todo o país, não temos árbitros. Não há tal coisa como uma penalidade, mas todo mundo quer ir para o trabalho amanhã com todos os seus dentes.

Eu tenho um final fácil no gelo durante a primeira metade do jogo. Esta não é uma coisa ruim. Tem sido meses desde que eu estive em um patins, um par de anos desde que eu joguei de forma consistente. Max joga uma vez por semana em casa, e até ele está suando na pausa do intervalo.

Então, Tate sai para entrar um dos jogadores substitutos à espera em nosso banco, um amigo dele que, obviamente, não gosta de sua cerveja mais do que seu tempo no gelo, e meu jogo fica um inferno de muito mais difícil.

De repente, a outra equipe está constantemente em nossa zona defensiva, e eu mal recupero o fôlego antes que eu esteja me apressando para bloquear outro ataque à nossa rede. Com cada explosão de atividade, cada queimadura dos meus músculos envolvidos apenas para fazer isso, impedi-lo, tirar o disco, as minhas preocupações sobre Ellie e nosso beijo são empurradas mais e mais da minha mente.

Uma hora mais tarde, estou cansado, suado, e pronto para uma sesta.

A preocupação com Ellie bate de volta como uma vingança, mas isso é de se esperar. Eu não posso me esconder no gelo para sempre.

De volta ao nosso vestiário, eu agradeço aos jogadores ao sair.

—A qualquer hora. —Tate disse, apertando a minha mão. —Eu teria feito isso de qualquer maneira por você, é claro, mas Lachlan tem sido um bom amigo para mim desde que entrei para os Senators.

Meu chefe da segurança agradece a ele com um sorriso fácil. —Eu me orgulho de me certificar de que as pessoas sejam cuidadas.

—Hah. Certo. Você é o cara faz-tudo para um monte de coisas que são difíceis de encontrar.

Lachlan dá-lhe um olhar estranho. —E eu vou jogar com algum meio talento decente durante o verão, então isso funciona muito bem. —Ele vira a sua atenção para mim. —Tim está lá fora. Eu vou trazer os carros até a parte de trás, uma vez que existem mais pessoas no edifício agora do que quando chegamos.

Agradeço a ele e começo a arrumar a minha bolsa. Quando termino, olho para Max, que ainda está vestindo uma toalha. Exibicionista fodido.

—Então, o que mais Lachlan pode conseguir com as pessoas? —Max arqueia as sobrancelhas enquanto ele inclina o braço contra a parede ao lado de Tate.

—Eu gosto de pessoas engenhosas. E eu tenho um monte de... interesses difíceis de acomodar.

Eu gemo. —Max. Limites.

Ele joga as meias malcheirosas em mim. —Você não é divertido.

—Sim, eu sei. É como jogar hóquei com seu pai.

Max se volta para Tate. —Talvez um dia volte para jogar com vocês, sem esse aqui, e você pode me dar todos os podres de Lachlan.

—Saia. —Eu ordeno, e a gente se despede enquanto Tate se inclina para trás contra a parede de tijolos pintados do vestiário, ainda rindo.

Nós não podemos falar sobre o que Max pegou no carro, e quando chegamos ao outro lado da cidade na 24 Sussex, Stew está me esperando, temos um telefonema agendado com o Premier de Saskatchewan.

*****

Segunda de manhã eu chego ao escritório para encontrar Stew movendo Ellie de volta para sua mesa no Bloco Central.

—Ela descobriu o que deixa você animado. —Ele me diz quando eu pergunto a ele sobre a mudança. —Ela é a melhor opção, uma vez que está fazendo seu discurso, e ela parece entendê-lo melhor do que ninguém.

Eu não estou feliz com tudo isso. Eu passei a maior parte do fim de semana com uma obsessão sobre os acontecimentos de sexta-feira à noite e o que eu preciso fazer sobre isso. Eu estou apoiando-me na opção de não fazer nada. Acho que meus sentimentos por ela vão além de luxúria, e estão bem no caminho para... outra coisa. Eu preciso controlar isso, porque a forma como as coisas estão indo, eu estou na estrada do suicídio político.

Eu pego a versão mais recente do meu discurso do evento da minha mesa e começo a ler. Droga, Ellie é realmente boa nisso. Se ao menos eu não tivesse uma ereção implacável por ela, eu consideraria seriamente em contratá-la como minha escritora de discursos. Eu brinco brevemente com a ideia de fazer isso de qualquer maneira, mas a rejeito pela noção ridícula que é.

Não que ela queira. Ela deixou bem claro na sexta-feira à noite que ela está ansiosa para retornar à sua pesquisa na universidade em setembro.

Vou sentir falta dela, mas é o melhor. Mais seis semanas, e então isso será apenas eu cobiçando uma ex-estagiária.

Eu estremeço. A ótica disso não é a das melhores.

Eu estou quase terminando de ler quando há uma batida na minha porta. Eu olho para cima e vejo Ellie. Ela está usando uma saia lápis preta com uma fenda na frente, e blusa branca com pequenos pontos pretos. Tem uma gola alta e mangas compridas. Um nódulo se forma em minha garganta e meu pau fica grosso e pesado. Foi há alguns anos, mas eu nunca vou esquecer Maggie Gyllenhaal no filme Secretária.

Ellie usa essa roupa ainda melhor, e estou certo de que é uma coisa deliberada que ela está fazendo, porque é diferente de tudo o que ela já usou antes.

É a última coisa que eu esperava ver hoje, ou nunca, e isso me excita em uma dúzia de maneiras impróprias.

A pequena atrevida está fazendo um cosplay 16 de um filme de BDSM. No meu escritório.

E eu tenho essa vontade de recriar uma cena ou duas.

Ela entra e fecha a porta atrás dela. Porra.

—Eu estava me perguntando se você já teve a oportunidade de passar por cima do discurso para que eu possa começar a trabalhar nas mudanças. —Diz ela, com os olhos arregalados e inocentes.

Sim. Ela descobriu o que me deixa animado muito bem.

Volto meu olhar para os papéis em minhas mãos. —Estou quase terminando. Apenas mais algumas páginas.

—Devo esperar, Senhor?

Eu faço questão de não reagir, mesmo que eu possa praticamente ouvir o S maiúsculo. —Sim, sim. Sente-se, eu só preciso de um minuto ou dois.

Eu não olho para cima. Eu não posso. Eu preciso focar no caminho a seguir. Fingir que nunca aconteceu sexta-feira, e me lembrar de que não somos compatíveis.

Eu a vejo do canto do meu olho, enquanto ela afunda graciosamente sobre a cadeira na minha frente e coloca as mãos, com as palmas para cima, nos joelhos. Em seguida, ela abaixa a cabeça.

Porra. É como se ela tivesse passado todo o fim de semana estudando A Única Maneira: Regras para Submissas.

Eu me esforço para ler a última linha do discurso, porque eu sou uma combinação de divertido, lisonjeado, e horrorizado com o comportamento dela. É tudo o que posso fazer para ignorá-la. Porque, não ser capaz de esclarecer o que essa Dominância e Submissão significam para mim, é como ser forçado a sentar e assistir minha casa queimar.

A Secretária é realmente quente, no entanto.

Eu acelero nos parágrafos finais tão rápido quanto eu posso, porque se alguém entrar em meu escritório, eu não tenho certeza se ela ajustaria sua pose para algo mais apropriado.

—Não há muita coisa que precisa mudar. —Eu não olho para cima enquanto eu deslizo os papéis sobre a mesa. —Você fez um grande trabalho, e eu aprecio todo seu trabalho duro. Depois de terminar as revisões, você pode enviá-lo para Stew para aprovação.

Eu imediatamente pego alguma correspondência aleatória da minha mesa e finjo lê-la, esperando que ela reconheça que foi dispensada.

—Oh... Sim... Ok. Quero dizer, sim, senhor. —Ela está nervosa e esse “s” não foi mais o maiúsculo. Ela pega o discurso e sai silenciosamente do meu escritório, fechando a porta atrás dela.

Sinto-me culpado por fazê-la duvidar de si mesma, mas eu preciso focar no bem maior. Agora, eu já não estou certo do que isso seja.

Eu me enterro no trabalho, mas esse Senhor com S maiúsculo continua a saltar dentro da minha cabeça como um pinball, e grandes letras vermelhas continuam a piscar INCLINAR. Ela está me tirando do sério.

Eu não a vejo novamente até à tarde, quando eu encontro com ela e Stew para finalizar meu discurso para sexta-feira à noite.

Ela está de novo me chamando de Gavin, e eu odeio isso. Eu também odeio que ela não tenha mais aquele pequeno brilho em seus lindos olhos cinzentos. É como se ela tivesse ficado sem energia.

Meu peito dói e culpa rói minhas entranhas.

Independentemente de saber se ela está realmente interessada em explorar o lado mais sombrio dos meus desejos ou só curiosa, ela tinha tomado uma grande chance hoje de manhã.

Eu a ignorei totalmente. E não suavemente, e não apenas uma vez.

Ellie é muito corajosa, e eu tenho que fazer algo para tornar isso direito.

Agir com pressa, se arrepender por toda vida. Sim, soa muito certo. Estou tão torcido em nós quando se trata de Ellie, que não consigo agir racionalmente.

Quando eu chego em casa, Max está sentado na sala de estar com papéis espalhados por toda a mesa de café.

—Parece que você teve um dia difícil. Sente-se, eu vou te pegar uma cerveja.

Eu jogo minhas coisas na cadeira mais próxima e caio no sofá. Eu pego uma das folhas e leio as anotações que ele está fazendo.

Ele volta e me entrega uma cerveja. Eu seguro o papel na minha mão.

—Este?

Ele olha para ele e assente. —Sim. Aquela que gritou para eu comprar no minuto em que chegamos lá, mas eu não queria ser precipitado. É uma grande quantia.

—Quando você colocará sua oferta?

—Já coloquei.

—Então por que você ainda está comparando casas?

—Porque se essa não passar, eu preciso de um plano de segurança.

—Você realmente vai dar esse passo, então?

—Eu realmente vou. Agora, o que está acontecendo? Você se parece com alguém acabou de ter seu chicote favorito ateado fogo.

Eu não posso dizer para Max o que Ellie fez esta manhã. Mesmo que ele seja meu melhor amigo no mundo, isso é privado. Mas eu preciso de conselhos. Eu bato meus dedos na garrafa de cerveja que estou segurando enquanto eu penso sobre o que quero dizer.

—É Ellie.

Ele me dá um sorriso triste, mas não diz nada. Sou grato. Eu não estou aqui para comentários atrevidos agora.

—Algo aconteceu hoje e eu não lidei bem com isso.

Max se desloca até a borda do seu assento e inclina para frente um pouco.

—O que você fez?

—Sem detalhes. Tudo o que posso dizer é que, quando se trata de Ellie, eu não estou no controle de mim mesmo. Eu continuo a cometer erros e tratá-la mal. Eu ajo antes de pensar. E isso está nos prejudicando. —Eu tomo um longo gole da minha cerveja. O líquido frio acalma a garganta dolorida. —Tomei uma decisão e, em seguida, uma coisa aconteceu e me fez questionar isso. Mas minha reação foi imediata, e inteiramente baseada em minha decisão original, sem levar em consideração os desenvolvimentos... Mais recentes.

—Parece-me que você tem muito mais a pensar. Não há vergonha em mudar sua posição quando algo não está funcionando para você.

Balançando a cabeça, eu tiro meus sapatos, então me inclino para trás na cadeira. —O que tem para o jantar?

—Eu não sei. O que você vai fazer?

*****

Naquela noite, eu deito na cama repassando os eventos da manhã. Pesquisando cada detalhe das pistas enquanto eu tento encontrar a verdadeira explicação para suas ações.

Ela estava sinceramente tentando me dizer que ela está interessada em mais de um gostinho? Como é que eu vou ser capaz de dizer isso?

Eu aprofundo ainda mais naquela sexta-feira à noite, quando eu a tinha inclinada sobre minha mesa...

E eu sou um idiota.

Eu estava tão envolvido em minha própria mentira esta manhã, que não me ocorreu que, dizer-lhe que não éramos compatíveis, juntamente com o meu comportamento, eu sem querer a mandei direto para a internet, onde nenhuma quantidade de imagens de sexo poderia afastar o que ela tinha visto atrás daquelas portas. Isso a aterrorizou.

E se não aterrorizou?

Eu percebo que a escolha que eu tinha feito para sair da situação que eu encontrei-me com Ellie era muito covarde. Era hora de colocar minha calça de homem.

Na manhã seguinte, eu convoco Ellie ao meu escritório. Vejo que ela está de volta ao seu guarda-roupa regular. Eu percebo que a sua escolha de roupas não é tão diferente do que ela tinha usado no dia anterior, exceto que, de alguma forma, isso está de modo vago que eu não posso apontar. Eu sou um homem quando se trata de moda feminina.

—Você queria me ver?

—Entre e feche a porta, por favor. —Eu uso a minha voz de Dom. Um pouco baixa, e muito mais dominante.

Eu assisto sua garganta subir e descer enquanto ela engole. Seus saltos clicam, e ela começa a travessar a sala.

—Eu fiz alguma coisa errada, Gavin?

—Senhor. Eu fiz alguma coisa errada, Senhor?

Ela engole novamente.

—Eu fiz alguma coisa errada... Senhor?

—Na verdade sim, Srta. Montague.

Seus olhos alargam, e ela brinca com seu cabelo. Sim, eu estou tão afetado.

Eu arranco uma página do seu discurso. —Há um erro de digitação. —Eu aponto para o local que eu circulei em vermelho. Foda-se, tinha me levado uma eternidade para encontrar um. Havia um ponto onde eu pensei que poderia ter uma vírgula. Mas ela teve todo esse esforço ontem. Devo-lhe pelo menos o dobro em troca, e esta é a opção mais segura para o meio do dia de trabalho. —Faça isso novamente.

—Sim, senhor. —Ela mantém uma cara séria, mas o brilho está de volta em seus olhos, e não há nenhuma falta no S maiúsculo.

Um peso sai do meu peito. Quero chegar mais à frente da minha mesa e puxá-la para um beijo longo e com fome. Ela toca os lábios, como se ela soubesse o que acabou de passar pela minha cabeça.

—Eu quero a cópia corrigida na minha mesa na primeira hora na parte da manhã. Agora, você pode ir.

—Sim, senhor.

Há uma falha em seus passos enquanto ela deixa a sala, o que me deixa sorrindo como um tolo. Eu só tenho alguns minutos para domar minha ereção antes da minha primeira reunião, então eu deslizo minha alegria de lado, e concentro-me nas más notícias relatadas que o meu ministro das Finanças quer discutir.

Na manhã seguinte, eu me encontro com Ellie logo cedo. Ela tentou uma segunda opinião, e acrescentou um novo erro de digitação. Ela parece estar sob a impressão equivocada de que eu pretendo seguir esse roteiro bizarro de outra pessoa.

A única razão pela qual eu aceitei esse personagem da Secretária ontem, foi para que ela entendesse que estamos na mesma biblioteca. Nós apenas não estamos no mesmo livro. Ainda.

Eu puxo o marcador amarelo da minha gaveta, desenho uma linha através do seu erro de digitação recentemente acrescentado, e deslizo-o sobre a mesa para ela.

—Quando nos encontrarmos amanhã, espero um ensaio de três páginas sobre por que é inaceitável adicionar propositadamente erros de digitação ao meu discurso. Isso é tudo, Srta. Montague.

Ela quer discutir. Eu posso ver isso. Mas ela se vira e me dá a resposta que desejo. —Sim, senhor.

Eu pego o relatório de finanças de ontem. Nada como uma previsão negativa de entorpecimento mental para matar uma ereção perfeitamente boa.

Na quinta de manhã, ela sorri largamente enquanto me entrega seu ensaio. Eu o folheio em primeiro lugar, e estou muito feliz de ver que ela tem uma noção básica sobre onde ela errou ontem. Eu volto para a primeira página para lê-lo mais profundamente, e ela começa a afundar em uma cadeira. —Não, eu prefiro você de pé, hoje. Nessa janela, olhando para fora.

Posso ter cometido um erro tático. É difícil me concentrar em dar ao seu ensaio uma leitura minuciosa, quando seu rabo perfeitamente delicioso zomba de mim bem na minha frente. Eu faço um grande esforço. Se há um erro aqui, eu não posso encontrá-lo. Hora de sua recompensa.

Levanto-me da minha cadeira e movo até parar atrás dela, não muito perto, mas meu corpo ainda sabe quão suave ela é, e estou dolorido para pressionar contra ela. Eu não cedo a isso. Em vez disso, eu trago meus lábios perto de sua orelha.

—Excelente trabalho, Fadinha. Tire o dia de folga amanhã e tenha um bom dia relaxante, assim você estará bem descansada para o evento e tudo o que isso implica.


Capítulo 16

Ellie


Quando Sasha acorda e eu ainda estou no apartamento na sexta-feira de manhã, e ela pergunta se eu fui demitida.

—Não! Eu trabalhei até tarde ontem e... Eu tenho o dia de folga.

—Dia de SPA! —Para uma acadêmica tensa, Sasha realmente gosta de ir ao SPA. Ela já está ao telefone. Ela tem dois de seus lugares favoritos na discagem rápida. —O que você quer fazer?

—Humm... manicure?

Ela sacode o dedo indicador para o meu rosto. —E suas sobrancelhas, certo?

—Certo.

Em seguida, ela aponta para a minha virilha. —Cera?

—O que? Não. —Eu me cubro no meio das pernas. Um privilégio de ser uma ruiva, eu não tenho uma tonelada de cabelo entre as minhas pernas, e o que eu tenho é tipo bonito. Isso fica aqui.

Tomo banho e raspo minhas pernas antes de ir, e quando chegamos lá, Sasha me surpreende por ter marcado o meu cabelo também.

—Você é a maior companheira de quarto do mundo. —Eu digo a ela enquanto nós saboreamos um chá de menta na sala de espera.

—Importa-se de me recompensar com alguma fofoca do Parlamento?

—Eu realmente não posso dizer-lhe sobre coisas políticas...

—Quero dizer, fofoca do PM.

—Então não.

—Será que ele gostou da blusa que você me pediu?

De alguma forma eu consegui não corar. —Eu não me lembro se o vi naquele dia.

—Mentirosa.

Sim. —Você terminou com o seu compromisso?

Ela aceita a mudança de assunto. —De fato, eu terminei. Eu vou para a casa esta noite, na verdade.

—Eu sabia disso?

—Eu mencionei isso. Você estava distraída.

—E agora eu sou a pior companheira de quarto de sempre.

—Só se eu quisesse que você viesse comigo, mas eu não quero, porque o cunhado do meu irmão está chegando, e eu vou a um encontro duplo.

O irmão de Sasha é dois anos mais velho do que nós, e já está em seu segundo casamento. —Aproveite enquanto ainda pode.

Ela sorri. —É por isso que eu te amo, Ellie. Você é doce como pode ser, mas no fundo você tem uma vantagem em você.

—Eu?

—Você não poderia ser minha melhor amiga se você não tivesse.

Nossa conversa é interrompida pela chegada dos esteticistas, e lá vamos nós nos embelezar. Eu, para o PM, Sasha para um fim de semana sujo afastado na casa de campo.

*****

Oito horas depois meu rosto dói de tanto sorrir. O local não está tão hostil quanto se esperava. O discurso vazado baixou as expectativas, por isso, quando ele se inclina contra o pódio e diz aos participantes ricos que eles podem fazer melhor... Bem, quem poderia argumentar contra isso?

Eu mexo minha boca junto enquanto ele fala o discurso que eu tinha escrito. Ele improvisa em algumas partes deixando-o melhor, é claro, em tempo real, enquanto fala, mas a mensagem-chave, agora eu tenho permanentemente gravada na minha alma. O respeito e reconhecimento estão no mesmo fôlego enquanto ele os leva a fazer mais.

—O próprio fato de que vocês estão aqui... —Diz ele, abrindo os braços, sua voz soando forte enquanto ele sorri para a multidão. —Isso diz muito para mim. Isso diz que vocês entendem que há uma necessidade de mudança. A necessidade de fazer melhor. É hora de um novo modelo de parcerias público-privadas no Canadá, e espero que os líderes da indústria nesta sala sejam campeões de inovação...

Deus, eu adoro a forma como ele faz uma pausa aqui, no meio da frase, fazendo contato visual com mais pessoas do que você pensaria possível, aqueles olhos azuis gelados silenciosamente ganhando sua promessa de que sim, é claro que eles defenderão qualquer coisa que ele queira.

—... Patrocinando projetos comunitários que fazem a diferença, ao mesmo nível que vocês patrocinam partidos políticos. Eu não só acredito que vocês podem fazer isso, mas vou me ater a uma expectativa de que vocês farão isso. Alguns de vocês podem estar acostumados a um modelo mais antigo de fazer as coisas. A compra de um bilhete para um jantar para apertar minha mão e sussurrar algo no meu ouvido...

Ele balança a cabeça e eu juro, eu posso ter um pequeno orgasmo se ele morder o lábio.

Ele sorri, suavizando o espaço para o que vem a seguir. Então, seu rosto fica sério e ele rola seu lábio inferior entre os dentes.

Eu morro.

—Você quer me impressionar? Melhor ainda, você quer impressionar a força coletiva da Câmara dos Comuns? Faça algo incrível para a sua comunidade. Lidere a inovação e dê um retorno às pessoas que trabalham para você, que vivem ao seu redor, e que apoiam a sua empresa. Faça isso, e você será ouvido por toda a nação.

E agora minhas mãos doíam tanto quanto meu rosto, porque todo mundo está de pé, e eu estou aplaudindo como uma louca junto com eles. Levou um minuto, mas algumas pessoas nas mesas se levantaram e, em seguida, todas as outras se juntaram a elas.

A pressão de um grupo é um poderoso motivador. Stew me ensinou isso. Eu olho em todo o salão, procurando pelo meu patrão. Ele me gesticula ao longe, e eu vou até ele através da multidão barulhenta. Metade dela está a caminho do bar. A outra metade está aglomerada ao redor do PM, e ele vai dar-lhes a cada um, um sorriso caloroso e um aperto de mão rápido, mas nada mais. Não essa noite.

—O discurso foi fantástico, Ellie. Bem feito. —Stew levanta seu copo enquanto brinda com o meu.

Beth o vê brindando comigo e se desculpa por sua conversa, se juntando a nós, assim que Lachlan se materializa ao lado de Stew e sussurra em seu ouvido.

Meu chefe acena, então aponta o dedo para Beth e eu. —Vamos. O PM quer uma palavra em particular.

Meu coração se agita como uma marionete no meu peito, enquanto seguimos o segurança de volta ao hotel, através de um corredor, depois outro. Nós paramos na frente de uma sala privada, guardada por outro membro da equipe de segurança.

Lachlan puxa a chave do quarto e nos deixa entrar.

Gavin está de pé na janela, de costas para nós. Ele se vira.

Ele tem uma bebida em uma mão e a outra está no bolso, abrindo seu terno desse lado.

Não olhe assim para o chefe do seu chefe.

Não olhe assim para o Primeiro Ministro.

Muito tarde.

É sua própria culpa, eu choramingo silenciosamente. Ele parece bom o suficiente para comer. Terno preto, camisa branca, gravata preta. Forte e elegante como uma pantera.

E nos preparamos para isso por toda a semana.

Então porque é que Stew e Beth estão aqui? Talvez eu tenha lido todas as pistas errado.

Precisamos de um sinal mais claro. Como, algemas destacadas na Torre da Paz ou algo assim. Mas sutil.

Claramente foi por isso que ele me ignorou na semana passada. Eu não tenho a menor ideia de como ser astuta sobre isso.

Felizmente, Beth empurra uma taça de champanhe na minha mão. Eu não tinha me permitido beber antes de agora, estando nervosa demais, mas agora eu tomo um gole, e é agradável.

Tomo outro e sinto-me relaxar.

Então eu seguro a taça na frente do meu rosto, porque não há um limite para o quão relaxada eu possa estar, e a qualquer segundo, Stew ou Beth ou Lachlan vai notar como eu continuo olhando para Gavin nesse terno.

Mas não é culpa minha.

Essa ação é...

—Você disse algo, Ellie? — Stew se vira na minha direção.

Eu balanço minha cabeça como uma louca. —Não.

Gavin levanta uma sobrancelha para mim, mas o resto do seu rosto não se move. Ele é realmente bom em fingir ou não estamos na mesma página. Meu peito vibra com o nervoso, mas eu não me deixarei duvidar de que isso significa algo mais para nós dois.

Pegando a última taça, ele a levanta no ar. —Para o meu pessoal. —Diz ele em voz baixa, tomando seu tempo para fazer contato visual com todos na sala.

—Obrigado por me ajudarem a plantar a nossa política de uma forma clara e convincente. Colocaremos uma base sólida em uma sessão de queda do Parlamento.

—Você é a pessoa que os impressionou esta noite. —Stew sorri e olha para mim. —Com as palavras de Ellie.

Gavin já estava olhando para mim, mas seus olhos escureceram.

—Definitivamente.

Beth diz algumas coisas agradáveis sobre o que ela observou do fundo da sala, em seguida, somos interrompidos por uma batida na porta.

O guarda enfia a cabeça dentro. —Max Donovan quer saber se Beth gostaria de ter uma última dança antes de ele terminar a noite.

Gavin geme e ergue a mão livre em uma aceno. —Mande-o entrar.

Beth balança a cabeça. —Não, eu vou embora. Porque sim, eu gostaria de uma dança. —Ela pisca para mim e se dirige para a porta.

Max Donovan. O homem de cabelo escuro na imagem da prateleira de Gavin. O nome casa com o rosto, e eu percebo que o melhor amigo de Gavin, é uma ex-estrela infantil de programa de televisão, que se aposentou de Hollywood aos dezoito anos para voltar para o Canadá. Lembro-me vagamente de que ele foi para a escola de medicina e é médico em Vancouver agora.

Ele estava aqui esta noite?

—Estou indo também. Preciso fazer algumas bajulações. —Stew diz, olhando para Gavin. —Você já terminou?

—Eu acho que é o melhor. Não é possível fazer uma grande declaração sobre a separação da indústria e o ramo executivo do governo e, em seguida, massagear ombros na mesma noite. —Ele olha de mim para seu chefe da segurança sempre presente. —Lachlan, você vai dar a Srta. Montague uma carona para casa?

Minha respiração trava na minha garganta enquanto Lachlan acena.

—Claro. Eu só vou mandar outro membro da equipe de segurança me cobrir. Dê-me cinco minutos.

Stew aperta meu antebraço em seu caminho para a saída, dando-me um último aceno de aprovação pelo evento de hoje à noite. Eu quero me deleitar com o sucesso, mas ainda mais do que isso, eu quero ficar sozinha com Gavin por um minuto.

Ouço os cliques da porta fechando suavemente atrás de nós, e eu olho por cima do ombro, certificando-me de que Stew e Lachlan já foram.

Quando eu volto para enfrentar Gavin, ele está mais perto.

Muito mais perto.

Meus dedos coçam para alcançar e agarrar as lapelas de seu terno.

Em vez disso, eu flexiono os dedos e os mexo ao meu lado. —Casa?

—A minha casa.

Deixo escapar uma risada nervosa. —Você é bom nessa coisa de fingir.

Ele me dá um olhar compreensivo que derrete meu interior. —Sim.

—Bom. Eu não sou.

—Vou manter isso em mente.

—O que estamos fazendo?

—O que você quiser.

—Eu quero o que você quer.

—Sabe o que você está pedindo?

Eu balanço minha cabeça. —Na verdade não. Mas eu não sou completamente inocente. Será que precisamos de um contrato, ou qualquer coisa?

—Um contrato?

—Eu tenho feito algumas pesquisas.

Ele sorri, com uma ondulação lenta, divertida de seus lábios. —Você tem?

—Eu sei sobre palavras de segurança e limites rígidos.

—Humm. —Ele se inclina, seus lábios roçando minha bochecha antes dele sussurrar em meu ouvido. —Você quer uma palavra de segurança, Ellie?

Meus mamilos querem. Não que eles um dia a usariam. —Eu não sei se precisamos de uma.

—Não. E eu paro instantaneamente. A menos que você me peça para não parar.

—Parar é bom. Mas eu não vou dizer isso.

—Vamos ver sobre isso. —Ele afasta meu cabelo para fora do caminho quando ele se aproxima da curva do meu ouvido. Sua respiração é tentadoramente quente. Lenta. Controlada.

Em comparação, o meu peito está subindo e descendo como um carro a meio caminho de uma montanha-russa fora dos trilhos.

Eu sorvo uma respiração superficial. —Não precisamos falar sobre limites?

Ele roça a borda da minha orelha com os dentes. —Eu não vou fazer qualquer coisa que se aproxime de um limite esta noite. Você precisa entrar no carro e ir para a minha casa. Quando você chegar lá, precisa tirar esse vestido. Tire sua calcinha. Eu quero que você espere por mim, nua. Isso me agradaria imensamente, Ellie.

Oh.

—Você quer me agradar?

—Sim, senhor.

—Bom. Agora vá com Lachlan, Fadinha.

*****

Lachlan, aparentemente, sabe que a casa não significa o meu apartamento.

Ele também não mostra que esta é uma grande coisa, quando na verdade é o maior negócio de sempre.

É uma curta distância do Chateau Laurier da 24 Sussex. Nós passamos silenciosamente através dos portões, e ele estaciona à direita na entrada principal, em seguida, dá a volta para abrir minha porta.

—Por aqui, Srta. Montague. —Ele me guia para a porta da frente, onde digita um código em um teclado. Há uma luz acesa no corredor, e ele acende outras enquanto me leva para uma sala de estar privada. Há uma janela, com cortinas pesadas. É bem decorada com antiguidades, mas tudo grita NÃO TOQUE. É como um museu.

—Vou esperar aqui? —Eu pergunto, minha voz tremendo.

O segurança me dá um sorriso suave que suaviza sua expressão normalmente séria. Ele tem, provavelmente, a mesma idade que Gavin, talvez um pouco mais velho. —Você pode esperar onde quer que você queira. O PM quer que você sinta-se confortável. —Ele hesita, depois acrescenta: — Não há mais ninguém na casa. Há alguns oficiais de RCMP de guarda do lado de fora, e o sistema de alarme está armado. A única outra pessoa que vai entrar na casa esta noite é o PM.

—Oh! Obrigada.

Ele dá um passo para trás, em seguida, para. —A sua privacidade será respeitada tanto quanto a do PM. Você tem a minha palavra sobre isso.

Dou-lhe um sorriso trêmulo. —Obrigada, Lachlan.

—Não é necessário agradecer. Boa noite, Srta. Montague.

—Boa noite.

Eu fico completamente imóvel enquanto o ouço sair. Eu tenho que me esforçar para ouvir o sinal sonoro dele deixando a casa. Outro sinal sonoro me diz que ele já rearmou o sistema de segurança.

Nua.

Gavin quer que eu espere por ele nua.

Eu alcanço minhas costas e puxo meu zíper. Meus dedos deslizam primeiro, mas eu respiro fundo e dou de ombros. Eu tremo enquanto abro o zíper, libertando-me do cetim e renda do vestido confortável. Eu não estou usando um sutiã, e os meus seios parecem incrivelmente sensíveis de encontro com o ar.

Eu estico cuidadosamente o vestido sobre uma poltrona no canto. Minha calcinha precisa sair também. Deixo meus sapatos? Ele não especificou. Mas eu me sinto como uma personagem de pornô falso tentando puxar minha calcinha pelos meus calcanhares, então eu a chuto longe.

E uma vez que tirei tudo, uma vez que eu estou completamente nua, eu percebo que não vou colocar nada de volta.

Ele me quer nua. Aqui estou eu. Pequena e leve, nervosa e insegura. Pronta e completamente excitada também.

Desejo ensopa entre minhas coxas. De jeito nenhum eu posso me sentar em uma antiguidade. Eu olho ao redor da sala. Eu poderia ficar ao lado da cadeira, uma das mãos casualmente caída sobre ela. Ou contra o espelho. Apenas no meio da sala, cobrindo-me como a Vênus de Botticelli?

—Você quer me agradar?

—Sim, senhor.

Calor percorre meu corpo enquanto eu olho para o chão. Talvez eu deva...

Eu estou a meio caminho de me ajoelhar, depois me endireito novamente. Oh Deus. Estou tremendo agora. Eu deveria ter pedido a ele uma instrução mais específica, de forma clara.

Pior submissa de sempre.

Tanto para a minha pesquisa.

Mas ajoelhar parece ser padrão. Pelo menos no Tumblr17.

Eu engulo e caio de joelhos, abrindo as minhas pernas um pouco para eu ficar confortável.

Eu solto meu cabelo para que ele caia pelas minhas costas e levanto o queixo. Sim, estou nervosa. Eu nunca fiz nada como isso antes.

Mas, quando um sinal sonoro fraco me diz que Gavin chegou, todos os meus medos são afastados pela pura corrida de antecipação que roda através de mim.

Eu sou dele.


Capítulo 17

Gavin


Ela está exatamente como Lachlan disse que a deixou. Exceto nua.

A visão dela é como querosene sendo despejado no fogo que nós estivemos alimentando durante toda a semana.

Eu desfaço os botões do meu terno e o tiro, deixando-o na cadeira perto da porta. Eu flexiono meus bíceps e solto meus ombros enquanto eu olho para ela, e tento descobrir o caminho certo para fazer isso.

Ela está ajoelhada em algum tipo de representação que eu só posso imaginar que veio direto da internet. Suas pernas estão abertas, e suas mãos estão cruzadas na parte baixa das costas, forçando os seios a ficarem empinados e se destacarem. Minha boca enche d´água em antecipação.

Eu afrouxo a gravata e desfaço o meu botão de cima enquanto me aproximo dela. Ela não move um músculo.

—Você é uma boa menina, Fadinha. —Eu me inclino e gentilmente acaricio seu cabelo. —Mas não é onde você pertence. Me dê sua mão.

Ela balança um pouco enquanto eu a ajudo a levantar do chão, então eu envolvo meus braços em torno dela até que ela esteja firme, em seguida, coloco meu dedo sob seu queixo e seu levanto o rosto para ela olhar para mim.

—Nós não tivemos a oportunidade de conversar ainda. —Eu digo enquanto esfrego meu polegar contra seu lábio inferior. Ela ainda está firme, e sua obediência natural me emociona. —Então nós vamos fazer isso agora.

Ela pisca lentamente, uma carranca delicada junta suas sobrancelhas.

—Conversar?

Eu pressiono o polegar um pouco mais forte, mantendo os lábios entreabertos após a pergunta. Meu primeiro instinto é deslizar mais e fazê-la chupá-lo. Mostrar a ela o que ela estando de joelhos me faz ansiar. A sua boca. Meu pau.

Mas há tempo para isso mais tarde, e eu devo à minha fadinha um beijo.

Curvando minha mão em torno da volta de seu pescoço, eu a seguro no lugar enquanto eu me forço a permanecer no controle. Apenas um beijo.

—Tem sido muito tempo. —Murmuro enquanto eu me inclino sobre ela, roçando os nossos rostos. Meu nariz contra seu nariz, minha testa contra a dela. Meus lábios apenas em cima dos dela, saboreando a sensação de sua respiração contra a minha boca.

—Uma semana.

—Longa demais.

—Gavin...

E é isso. Isso é o que me quebra. Meu nome em seus lábios. O resto me excita, mas talvez eu precisasse saber que ela realmente me quer. Apenas Gavin. Com todas as minhas limitações e perversões sujas.

Eu esmago minha boca contra a dela. Ela pega meu rosto e eu pego seus pulsos.

Uma coisa de cada vez.

Puxo suas mãos para trás das suas costas e circundo os dois pulsos com uma das mãos.

Meus outros dedos coçam para explorar seu corpo e descobrir onde está o limite de seu prazer, mas por enquanto, eu me satisfaço reunindo seu cabelo em um rabo de cavalo solto, mantendo-a imóvel enquanto eu faço amor com a sua boca.

Lentamente. Docemente.

Às vezes, esse é o meu tipo favorito de crueldade.

Mas nós devemos conversar. Com um grunhido torturado, eu a solto e a levo a uma grande poltrona confortável, onde eu me sento puxando-a para o meu colo. Ela enterra a cabeça na dobra do meu pescoço e eu coloco um braço ao redor dela enquanto acaricio seu cabelo com a outra mão.

—Ellie, eu deveria ter sido mais aberto com você sobre quem eu sou. Eu aprecio toda a pesquisa que você fez para descobrir o que me faz vibrar. E eu tenho que lhe dizer, essa coisa toda da Secretária? Deixou-me boquiaberto. Porra. Mas eu vou deixar isso em segredo. Quando se trata de BDSM, eu não sou realmente tão complicado.

Ela choraminga e tenta enterrar o rosto no meu peito.

—Nada disso. —Eu digo. —Funcionou para chamar minha atenção.

—Eu me sinto ridícula. Envergonhada.

—Você não fez nada ridículo. Você tentou me agradar. Você me agradou de uma forma inesperada. É minha culpa por não antecipar o seu entusiasmo, e dar-lhe algum sentido. Minha única desculpa, e isso é uma merda, é a negação. Eu estava em negação sobre como me sinto, eu estava em negação sobre o que você poderia aguentar. A verdade é que eu fui um covarde. Eu estava com muito medo de me abrir para a rejeição.

—E agora?

Agora eu sei que ela me quer. —Agora, eu ainda estou com medo. Mas otimista.

—Eu também.

Parte de mim só quer apenas sentar lá e abraçar seu corpo quente, nu. O resto de mim quer jogar. Mas há mais para discutir. E depois de sua admissão sobre se sentir ridícula e envergonhada, eu preciso andar com muito cuidado.

—Então, Secretária? O que a fez pensar nisso?

Sério, a minha coisa favorita sobre Ellie é a sua honestidade. Quando é uma pergunta direta, ela sempre responde, e totalmente. Ela é a pessoa menos política que já conheci a esse respeito. Eu posso senti-la tensa, mas ela não hesita em me dizer a verdade. —Um monte de sentimentos misturados. Foi diferente do que eu esperava. Mas havia partes que eram muito excitantes.

Promissor. —Como o quê?

—Quando ela está lendo a carta dobrada sobre a mesa enquanto ele a espanca.

Promissor, de fato. —E o segundo erro de digitação que você adicionou ao meu discurso? Foi você pedindo uma palmada?

Ela sorri e levanta uma sobrancelha, uma expressão incomum para ela, mas eu acho que ela está um pouco presunçosa sobre isso. —Talvez.

É adorável, é claro, mas eu não posso deixá-la ir longe com isso. —A comunicação é fundamental, aqui, Ellie. “Talvez” não se encaixa aqui.

—Eu não sei. Mas eu quero descobrir.

Agora estamos chegando a algum lugar. —Isso funciona. O que mais você achou excitante?

—Quando ela recebe elogios por fazer as coisas certas.

—Você gostou quando eu chamei-lhe de boa garota?

Ela acena com a cabeça para cima e para baixo.

—Eu preciso de palavras, Fadinha.

—Sim, senhor.

Meu pau contrai, ansioso. Eu o ignoro e a beijo na cabeça. —Muito bem. O que você não achou excitante?

—Eu não gostei que ela não compreendesse totalmente o que era que eles estavam fazendo em primeiro lugar. Mas não é como se fosse um relacionamento saudável no início, era?

—Não. —Eu esfrego meus lábios contra sua têmpora. —E isso é uma diferença fundamental entre BDSM no cinema, na literatura e na vida real. Embora todo mundo seja diferente, é claro.

—E você? Essa coisa do arreio é limite rígido total para mim.

Eu sorrio. —Justo. Sem Pony Play. —Eu a provoco. — Eu posso viver sem ele.

—Pony Play18? Isso é o que é chamado? Eu tenho certeza de que vi isso em algum lugar durante a minha pesquisa. Talvez...

—Estou brincando. —Eu a cortei. Jesus, ela está tão séria que dói. Aposto que ela pensou sobre isso de todos os ângulos, de modo que ela tivesse certeza de que não soasse como um julgamento. —Pony Play não é meu estilo. Volte ao tópico, Srta. Montague, ou não vamos descobrir se você gosta de ser espancada, e isso seria uma decepção para nós dois.

—Qual é a sua preferência?

—Eu tenho muitas. Dominação e submissão. Power Exchange19, até certo ponto, mas eu fico ajoelhado somente se há um boquete envolvido e eu não respondo ao Mestre. Estranhamente, Senhor nunca teve sentido para mim, até que eu conheci você. Eu gosto, Fadinha. Muito. É um presente que você me dá, e que eu valorizo.

Ela sorri em meu pescoço. Eu sinto os lábios ondularem, e eu faço uma nota mental de que ela gosta de elogios.

Meu pau está latejando agora, mas eu preciso passar por isso. Listar tudo que eu possa pensar, que eu possa sentir sua resposta dentro do círculo dos meus braços. —Bondage20 leve. Impact Play21. Principalmente, eu gosto de espancar com a mão nua, mas eu gosto de jogar com chicote e palmatórias de vez em quando. Eu não gosto de punição, embora. Então, se você está procurando uma surra, você não vai obtê-la através da adição de erros de digitação em meus discursos.

—Sinto muito, senhor.

—Nada para se desculpar, Fadinha. Você estava testando as coisas, e no seu conjunto, você fez um bom trabalho em me provocar. Eu acho que é hora de ver o que é provocar você. —Eu solto o meu domínio sobre ela. —Levante-se.

Ela desce do meu colo, e por um momento eu considero tê-la deitada nas minhas coxas para que eu possa espancá-la aqui. Mas uma vez que eu comece, eu não vou querer ir para outro lugar. Além disso, meu estoque recém-adquirido de preservativos está no meu quarto. Rapaz, eu devo ao grande Max por cuidar das aquisições sensíveis para mim.

—Traga suas roupas com você.

Ela me segue ao andar de cima para o meu quarto. Eu decorei-o do meu próprio bolso, e por decoração, quero dizer que eu comprei uma cama de dossel impressionante e algumas cadeiras confortáveis. A cama tem a altura perfeita para tantas coisas, nenhuma das quais foram testadas antes desta noite.

As cadeiras virão a calhar para nós em algum momento no futuro, também.

Eu não tinha ideia de que projetei meu quarto para foder Ellie Montague, mas agora que ela está de pé no meio dele, eu nunca vou querer que ela saia.

—Coloque suas roupas na cadeira, em seguida, se incline sobre a extremidade da cama.

—Sim, senhor. —Ela passeia em todo o quarto como se ela possuísse o lugar. Sem vergonha sobre esse belo corpo dela.

Ela coloca seu vestido sobre o encosto da cadeira e define cuidadosamente os sapatos debaixo do assento. Vejo-a posicionar-se na cama, enquanto eu removo minha camisa e gravata. Eu opto por deixar minha calça por agora. Quero mantê-la em uma ligeira desvantagem.

—Sua palavra de segurança é PARE, ou NÃO, ou qualquer outra coisa que soe, ou até mesmo pareça que você não esteja se divertindo. Compreende?

—Sim, senhor.

Não me deixe ferrar isso.

Eu fico atrás dela. Perto, mas não a toco. Como eu tinha feito ontem, quando ela estava olhando para fora da janela. Meu coração está acelerado quando eu me abaixo e acaricio a pele cremosa de seu traseiro. Primeiro um lado da nádega, depois o outro.

Dou um passo para trás, e ligeiramente para o lado, assim tenho mais espaço para trabalhar. Eu puxo minha mão para trás, e dou um tapa firme em um lado da nádega. Forte o suficiente para ela sentir uma pequena ardência. Ela solta um pequeno grito, então um gemido quando eu esfrego círculos sobre o local. Eu faço o mesmo com a outra nádega. Sem grito desta vez, apenas um gemido baixo, enquanto seus quadris moem contra o colchão.

Ela tem a mais bela bunda. E agora está marcada com a impressão da minha mão.

Eu esfrego sua nádega direita e abaixo em sua coxa, em seguida, deslizo de volta entre as pernas, meus dedos passando ao longo de sua abertura. Apenas um sussurro de um toque, mas ela abre as pernas. Ansiosa novamente. Foda-me, ela é perfeita.

—Fique quieta. —Eu aconselho, tocando o lado de fora de suas coxas firmemente. —Mantenha sua posição e eu vou recompensá-la.

Um aceno áspero da cabeça acompanha um pedido de desculpas resmungado, e eu inclino-me sobre ela, beijando seu ombro enquanto reúno o cabelo novamente, torcendo as mechas lisas sedosas juntas.

Eu quero que ela trance seu cabelo uma noite para que eu possa puxar a pesada trança enquanto eu treino sua garganta. Eu adiciono isso à lista crescente de cenas específicas que eu nos imagino desfrutando juntos.

—Você é linda. —Murmuro enquanto dou outra série de tapas preguiçosos na sua parte traseira. —Sua bunda está ficando no tom mais bonito de rosa.

Um gemido. Seus punhos espremem contra a colcha, não em reação à palmada, mas às minhas palavras.

—Você gosta disso? —Eu esfrego minha ereção através da minha calça social enquanto espero sua resposta. —Fadinha?

Ela sussurra alguma coisa.

Eu faço uma nova marca em sua parte inferior, mais forte dessa vez. —Eu não posso ouvi-la.

—Sim. —Ela suspira. —Por favor...

Outro mergulho dos meus dedos em suas dobras, e minha mão está coberta com os sucos de sua buceta.

—Você está encharcada. —Eu digo, e minha voz é áspera. Meus músculos travam, enquanto eu levanto minha mão e dou uma nova rodada de palmadas contra seu traseiro quente. Cada uma faz seus quadris arquearem com o calor.

—Você está inclinada sobre minha cama, toda molhada, porque eu estou espancando você. E você gosta disso.

Outro sussurro.

Meu pau pulsa enquanto eu me inclino sobre ela. —O que é que foi isso?

—Eu amo isso. —Diz ela com mais clareza. Há excitação em sua voz. Eu provoquei-lhe isso. Ela me provoca com tanta força para mostrar a ela o que eu gosto. Será que ela é naturalmente uma submissa?

Minha menina suja.

—Bom. —Minha voz é áspera, crua. A parte primal de mim que anseia por isso está assumindo, alimentada por seu aroma e seus sons.

Eu esperei tempo suficiente por um gostinho.

Eu viro-a de costas e caio de joelhos enquanto eu me perco em sua perfeição. Eu não tinha dúvida de que ela era uma ruiva bonita da cabeça aos pés, mas me agrada enormemente que ela não tem feito nada para esconder isso.

Eu a quero aberta largamente, e amarrar suas pernas nos pilares da minha cama. Eu resolvo cobrir o máximo de pele pálida cremosa de suas coxas que eu posso com as minhas mãos, pressionando suas pernas mais abertas.

Ela é perfeita.

Eu posso sentir seus olhos em mim, enquanto eu mergulho minha cabeça e coloco a minha língua em suas dobras, pela primeira vez.

Ela está inchada e rosa, escorregadia e deliciosa. Eu absorvo a prova do quanto ela gostou das minhas marcas na bunda dela, em seguida, me ajusto para mostrar-lhe que isso também pode ser sobre submissão.

O orgasmo ainda pertence a mim, embora eu não vá dizer isso esta noite. Ela pode gozar sempre que ela quiser, tantas vezes quanto ela quiser. Vou habituá-la ao fato de que eu quero o controle.

Quando eu acabar de mostrar-lhe o quão bom isso pode ser, e qual é a recompensa para ela, vai ser algo que ela me dará livremente.

Ou não. Mando esse pensamento para longe. Ela é natural. Ela é minha. Nós vamos encontrar lugares onde os nossos fetiches se cruzam e começar dali.

Eu chupo mais forte em sua carne, fazendo-a ofegar. Ela inunda meus dedos também. Eu enfio dentro dela, um dedo primeiro, depois dois. Eu quero dar-lhe três e esticá-la ao ponto de dor, mas haverá tempo para isso amanhã.

E ainda há muito do seu corpo para eu explorar. Eu dou ao clitóris um último beijo, prometendo voltar, então eu lambo um caminho pelo seu corpo.

—Brinque com você mesma, Fadinha. —Eu deito ao lado dela para que eu possa assistir.

Sua respiração é superficial e fraca enquanto ela desliza sua mão para baixo em sua barriga trêmula.

—Espere.

Ela pára imediatamente. Porra, eu amo essa resposta. Como é instantânea e sem dúvida. Deixa-me duro. Faz-me querer subir em cima dela e levá-la sem mais um segundo de espera.

—Lentamente.

—Sim, senhor.

Eu a beijo, porque eu não posso me segurar. Porque ela tem gosto de framboesas, sol quente e fresco em um jardim. Por causa dos sons que ela faz quando eu ponho a minha língua contra ela. Porque eu preciso estar dentro dela e eu preciso esperar, e a tensão está me matando.

Eu me afasto dela o tempo suficiente para ficar de pé ao lado da cama e tirar minha calça. Observá-la brincar com os dedos ao redor do seu clitóris é um bônus doce. —É disso que você gosta?

Ela cora enquanto balança a cabeça. —Sim.

—Você sempre coloca os dedos dentro de si mesma?

Ela balança a cabeça. —Não, senhor.

—Por que não? —Eu estou nu, e agora eu chego mais perto, inclinando-me contra as pilastras da cama. A visão é hipnótica.

—Não é o mesmo.

—Como?

—Como eu imaginava que seus dedos fariam.

Aquela pequena admissão, seu pensamento sobre mim dedilhando nela, me faz saltar sobre a cama. Meus dedos estão dentro dela antes da minha boca travar contra a dela. Ela ainda está esfregando seu clitóris enquanto eu transo nela com dois dedos. Eu preciso abrandar e conhecer seu corpo, mas ela me deixa louco. Talvez, uma vez que reivindique cada última polegada sua, terei mais controle sobre essa necessidade furiosa de possuí-la.

—Como isso?

—Sim.

—Você já pensou sobre isso?

—Sim.

—E é tão bom quanto você imaginou?

Ela suspira e revira os quadris ao meu toque. —Muito melhor.

Ela vai gozar. Eu quero isso. Eu quero sentir seu espasmo em torno dos meus dedos. Eu quero sentir o seu gozo em toda a minha mão.

Mas eu tinha um plano.

Que diabos aconteceu com o meu plano?

Ellie aconteceu.

Linda, sensível, ansiosa como o inferno. Ellie.

—Devagar. —Eu digo, me recompondo. Eu tiro meus dedos de seu canal confortável e ela protesta. —Shhh. Confie em mim.

Ela aperta os lábios e assente.

Eu chupo os dedos na minha boca, apreciando o gosto dela. Nunca o suficiente. Novo plano. Vou descobrir o quanto ela gosta que brinque com seu mamilo, então eu vou comê-la até que ela goze no meu rosto.

Meus dedos estão ainda úmidos e pegajosos, então eu pinto os mamilos com eles, me inclino sobre ela e chupo, até que ela está ofegante, e seus picos estão inchados e duros. Ela é a imagem perfeita de uma mulher devassa, excitada e louca por mais.

Eu belisco e puxo um mamilo enquanto chupo o outro. Paro. Repito. Eu me impeço de testar seus limites, e me digo que é porque eu quero ir devagar com ela.

Não quero assustá-la.

Mas não há nada sobre esta mulher que diz que ela está com medo.

Ela está se contorcendo, e se acalma quando se lembra da minha ordem. Ela está tentando ser boa.

Eu a recompenso voltando para entre suas coxas e chupo forte seu clitóris em minha boca.

Suas coxas tremem e ela grita meu nome. Dou-lhe os meus dedos, e em dois golpes, sinto seu clímax começar, um aperto em seu interior, que faz o meu pau vibrar contra o colchão. Ele sabe o que está perdendo, mas vamos fazê-la ter isso tudo de novo em breve.

E de novo.

Uma e outra vez.

Porque quando Ellie goza, é lindo, porra.

Ela está tremendo quando eu pego um preservativo e me encaixo entre suas pernas.

Sem segredos. Sem regras feitas ou limites artificiais.

Eu quero dizer sem limites, mas porra, eu ainda estou preocupado que eu vou assustá-la.

Mas enquanto eu afundo nela, enquanto ela envolve as pernas ao redor de mim e me recebe em seu corpo, nada disso importa. Eu estou me afogando em seus olhos bonitos, e sendo salvo pelo toque de clarim do meu nome em seus lábios, sem fôlego e suplicantes.

Perdido e encontrado, nadando em um oceano de sexo e desejo. Nossas mãos torcem juntas enquanto eu me afundo dentro dela. Suas pernas estão me puxando para ela e ela sussurra. —Mais fundo.

Mais forte.

Mais rápido.

Um milhão de emoções rolam pelo seu rosto enquanto eu faço tudo isso e muito mais. Mais devagar. Bombeio golpes pequenos, curtos, cruéis, dando-lhe apenas a ponta do meu pau. Ela está tão molhada, mas é uma provocação maldita, porque eu acho que vou deslizar para dentro, mas cada vez, ela está apertada. Toda vez, eu a estico e ela grita.

E ainda quer mais profundo.

Eu coloco uma de suas pernas um pouco mais elevada, descendo seu corpo para dar-lhe um golpe onde eu bati em sua bunda antes.

—Gavin...

Sim. Meu nome, uma e outra vez. Eu quero ouvi-la gritá-lo enquanto eu gozo profundamente dentro dela. —Isso é apenas o começo. —Eu sussurro enquanto pressiono dentro dela, segurando-a. — Eu nunca quero parar de te comer.

—Sim. —Ela suspira, os olhos brilhantes e seus lábios molhados.

Eu a espanco novamente e sua respiração trava. —Assim?

—Adoro isso.

—Vai gozar para mim?

—Sim.

—Sim, o que?

—Sim, senhor.

—Goze para mim, Ellie. —Tapa. —Dê isso para mim.

Ela envolve seus braços em volta do meu pescoço enquanto eu transo com ela mais rápido, agora forte e profundo, e na próxima batida da palma da minha mão contra sua pele, ela aperta em volta de mim. Desta vez seu clímax é a onda de choque de uma explosão, e eu estou preso nela.

Eu grito o nome dela enquanto eu empurro para dentro, enterrando meu pênis profundamente em sua vagina. Minha. Gozo forte e rápido, e a escuridão nubla os cantos da minha visão.

Afogando.

Quebrando em um milhão de pedaços.

Não é uma metáfora do mundo para o que Ellie fez para mim.

Depois de me livrar do preservativo, eu a rolo de lado, me aproximando por trás enquanto ela suspira e se aconchega a mim. Ela está em êxtase, e eu estou... Desarrumado. Mas, da melhor maneira. Eu seguro seu seio de forma possessiva e enterro meu rosto em seu cabelo.

Isso foi muito mais do que eu esperava. E nós mal arranhamos a superfície do que eu quero dela. O que eu quero dar a ela.

Minha Fadinha.

Eu fecho meus olhos, odiando a inundação de pensamentos que estão tentando competir entre si neste momento. Eles não podem ter-me ainda. Eu ainda sou dela agora. Eu vou segurá-la até que ela adormeça. Ela quase não precisa de cuidados posteriores depois do que fizemos, mas enquanto nós não fizemos uma cena, e a empurrei para o subespaço, nós fizemos alguma coisa.

Intensa de uma maneira diferente.

Se eu estou atordoado, talvez ela esteja também. Mas ela está dizimada, e é nosso primeiro encontro, então eu mal posso virá-la e dizer: —Então, ei, isso foi uma loucura e talvez você tenha achado isso... legal?

Não legal.

Eu sorrio. Não, quando se trata de Ellie, eu não jogo nada. Eu sou um idiota apaixonado clássico. E isso provavelmente vai ser a minha ruína, mas eu não me importo. Esperei quase quarenta anos para encontrá-la, e agora que ela está na minha cama, eu não a deixarei sair.


Capítulo 18

Ellie


Eu acordei na cama de Gavin. É cedo, embora eu não veja um relógio em qualquer lugar e só Deus sabe onde meu telefone está. Eu não trouxe minha bolsa para cima comigo ontem à noite.

Rolo e olho para o Primeiro Ministro.

Meu amante.

Puta merda.

Ontem à noite não foi tudo o que eu esperava que seria. Foi apenas... Real e natural. E quente. Muito, muito quente.

Eu pressiono minhas coxas juntas. Por tudo que eu sei, ele tem um dia cheio de funções oficiais hoje. Mas Deus, eu quero fazer isso novamente.

Ele está dormindo. Ele nem sequer se move quando eu toco seu rosto. Sua barba arranha minhas pontas dos dedos, provocando arrepios na minha espinha, e até mesmo quando os tremores deliciosamente perversos do sentimento ondulam sob a minha parte inferior e entre as minhas pernas, eu puxo minha mão para trás.

O desejo de molestá-lo é forte, mas eu preciso me lavar primeiro. Eu deslizo de debaixo do lençol incrivelmente macio e alcanço minhas roupas.

Oh Deus!

Não, eu não posso usar o meu vestido. Eu não posso usá-lo para descer e descobrir se ele tem uma máquina de café que eu possa usar, muito menos sair da casa.

E como diabos eu chego à minha casa, de qualquer maneira?

“Estagiária faz a Caminhada da Vergonha na 24 Sussex. Mais como às 11hs.“

Ontem à noite, éramos as únicas pessoas na casa. Isso ainda é verdade? Eu poderia ir ao banheiro nua, mas a “Equipe descobre estagiária nua passeando na 24 Sussex” é outra manchete que eu gostaria de evitar.

A camisa de Gavin está na cadeira ao lado do meu vestido. Eu a coloco, sorrindo quando o aroma fraco de seu perfume me envolve. Então eu vou na ponta dos pés para o corredor, prestando atenção a qualquer indício de que estou prestes a encontrar alguém que não está me esperando.

Eu encontro um banheiro primeiro, em seguida, dou alguns passos hesitantes para descer a escada em curva.

—Bom Dia. Posso ajudá-la de alguma forma? —Lachlan aparece na base da escada e eu pressiono a camisa de Gavin forte contra o meu corpo.

—Oi.

Ele me dá um aceno amigável e gesticula para o corredor. —Eu fiz o café do Primeiro Ministro.

—Isso é uma parte normal dos seus deveres?

Ele ri. —Não. Eu não estou aqui normalmente no seu dia de folga. Eu que quis um pouco. Eu estava apenas sendo educado ao dizer que era para ele.

Eu movo meu pé para ir mais para baixo na escada, mas eu não estou vestida o suficiente para esta conversa. —Seria uma terrível imposição, se eu lhe pedisse para levar café lá para cima?

—Nem um pouco. —Ele faz uma pausa e olha para as minhas pernas, mas não de uma forma assustadora. Ele mantém seu olhar em meus tornozelos. —Eu poderia talvez ajudar a recuperar algumas de suas roupas para você?

Conversas surreais que eu nunca pensei que teria. —Umm... O quão... Privada é a entrada de pessoas aqui durante o dia?

—Razoavelmente privada.

—Eu...

Atrás de mim, Gavin pigarreia. —Bom Dia.

Viro-me tanto quanto eu posso, sem deixar Lachlan ter uma visão da minha bunda. Por mais que eu quisesse Gavin quando acordei, meu coração se confunde ainda mais quando eu o vejo parado no patamar em nada além de um short de algodão cinza escuro, com as mãos nos quadris, e um sorriso divertido torce seus lábios de uma forma que aumenta minha temperatura interna.

—Onde está sua bolsa? —Ele me pergunta em voz baixa.

—Eu acho que está lá embaixo.

Ele balança a cabeça, em seguida, levanta a voz e dirige suas próximas palavras a Lachlan. —Encontre a bolsa da Srta. Montague. As chaves estão dentro dela. Vá para o apartamento dela e busque algumas roupas. —Ele olha para mim. —Quaisquer instruções específicas para ele? Armário de roupa? Cômoda?

Minhas bochechas queimam.

Gavin sorri. —Qualquer gaveta que ele deva evitar?

A de cima. —Eu tenho coisas de yoga no fundo da gaveta. Calças e um top seriam ótimos. E as sandálias estão no fundo do armário.

Ele olha por cima de mim novamente. —Entendeu? —Lachlan deve ter assentido. —Obrigado. E nós vamos buscar o nosso próprio café. Fique fora da minha cozinha hoje.

Uma risada baixa me diz que Lachlan não se ofendeu.

Quando o som de seus passos desaparece, Gavin estende a mão e eu corro de volta para ele.

—Eu não gostei de acordar sozinho, Fadinha.

—Eu tive que fazer xixi.

—E falou com o meu chefe de segurança?

—Isso foi um acidente.

—Você está nua.

—Eu estou coberta.

—Mal. Você está discutindo comigo? —Meus olhos devem ter se arregalado, porque ele ri. —Eu te disse, eu não estou interessado em punição. Se você quer ser uma fedelha, você precisa me dizer, então eu saberei o que estamos jogando.

Fedelha. Eu penso nisso por um momento. Não, eu não quero incitá-lo... Muito.

—Você não gosta de acordar sozinho?

—Não foi isso o que eu disse. —Ele sussurra, roçando sua boca contra a minha. Menta fresca. Alguém escovou os dentes antes de vir me encontrar e me mandar voltar para a cama. —Eu acordo sozinho todos os dias. Hoje eu queria deslizar para dentro de você enquanto eu ainda estivesse meio adormecido. Fazer você gozar diante dos meus olhos que nem estavam abertos ainda. Eu queria sentir seus mamilos ficarem duros contra as minhas mãos, e afundar meus dentes na nuca, no seu pescoço, enquanto você se aproxima do orgasmo número dois.

—Uau. —Eu deslizo as mãos sobre os grumos duros de seu peito enquanto ele desfaz os botões de sua camisa. Meu pulso acelera quando as pontas dos dedos, não tão acidentalmente, roçam a curva do meu peito. —Eu realmente perdi isso.

—Temos todo o dia para que você possa fazer isso para mim.

—Nós temos?

—Você tem outros planos?

—Não.

—Então nós temos o dia todo. —A tensão aperta no canto de seus olhos. —Eu não vou ser capaz de dar-lhe um monte de dias como o de hoje, mas eu quero começar isso direito.

Isso? O que é isso, exatamente? Mas eu não vou perguntar isso agora, porque ele está acabando com a fileira de botões, e seus dedos me encontraram lisa e pronta para ele.

—Volte para a cama, Srta. Montague.

Deus, eu amo essa mudança em sua voz.

—Sim, senhor.

Ele me pega e me leva para a cama, onde ele me põe nela e estende-se em cima de mim, pesado e duro.

Muito duro.

Eu o puxo por sua cintura. Eu o quero dentro de mim, agora.

Ele agarra minhas mãos e as segura acima da minha cabeça. —Paciência.

—Eu não tenho nenhuma.

Ele sorri e fica de joelhos entre as minhas coxas. Ele arrasta um dedo pelo meu tronco, em seguida, volta novamente, circulando primeiro um mamilo, depois o outro. —O que você pensa sobre a noite passada?

Ele não para de me tocar. Como é que eu vou responder a essa pergunta quando eu quero que ele me belisque agora? Isso é o que ele vai fazer, certo?

Eu amei isso na noite passada.

Mas desde que eu não respondo, ele franze a testa e levanta sua mão.

Sério?

Eu lambo meus lábios e forço meus pensamentos a trabalharem. —Foi maravilhoso. —Eu hesito, e ele não perde isso.

—Mas?

—Não. Sem desculpas. Foi perfeito para a nossa primeira vez.

—Fadinha, isso funciona melhor se você não oscila assim. —Ele me toca de novo, o polegar e o indicador de cada lado do meu mamilo já duro. —O que mais você achou?

—Belisque-me. —Eu sussurro.

—Por favor?

—Belisque-me, por favor. Senhor.

Seus olhos piscam enquanto ele aperta os dedos firmemente, derramando calor direto no meu ventre. Eu gemo e ele abaixa a cabeça, sugando o pico em sua boca.

—Os dentes, por favor. —Eu sussurro.

Ele me morde delicadamente e chupa, puxando meu peito enquanto ele sobe acima de mim. —Tão educada. —Ele murmura. Sua boca está molhada, e eu quero tocá-la, mas ele ainda está prendendo-me. —Tão educada, e ainda uma menina tão má.

—O quê? —Eu luto contra o seu aperto. —Eu não sou!

—Você não respondeu a minha pergunta.

—Você está me distraindo.

—Foco, Fadinha. Espere até que eu lhe peça para não gozar enquanto eu tiver trabalhando em você com um vibrador. Você precisa aprender a controlar seu desejo.

Isso soa horrível. E surpreendente. —Por que você faria isso?

—Porque eu vou gostar muito. —Ele sorri, feroz agora, e eu me contorço com a ideia de ele gostar tanto desse controle. E ainda assim, ele me empurra para mais longe. —O que mais você pensa sobre a noite passada?

—Ela foi...

—Maravilhosa. —Agora ele está apenas zombando de mim.

Eu luto novamente, e seu aperto intensifica nos meus pulsos. E minha buceta incha. Como se eu pudesse literalmente sentir-me sendo fodida por ele. Que diabos? —Sim. Foi fantástica. Mas eu pensei que seria mais como isso.

Ele está respirando com dificuldade agora. Nós dois estamos. Ele puxa um pacote de preservativos de debaixo de seu travesseiro, e o balança na frente do meu rosto. —Segure isso.

Minhas mãos estão presas à cama. Como...? Oh. Engolindo em seco, eu abro minha boca, e ele o abaixa apenas o suficiente para que eu possa morder suavemente.

Ele se eleva acima de mim, então me vira.

—Humm. —Eu gemo com o preservativo na boca, mas eu levanto meus quadris no ar ao mesmo tempo.

Eu não tenho nenhuma vergonha quando se trata de pedir o que eu quero.

Ele não vai dar para mim. Em vez de me espancar novamente, ele pressiona todo o seu corpo em cima do meu. —Fique quieta, e nós daremos uma boa utilização a esse preservativo. Mova-se, e eu vou leva-la lá para baixo para tomar café da manhã.

Isso não soa tão ruim, mas eu não posso dizer nada, então eu apenas aceno.

—E não vou deixá-la gozar até muito, muito mais tarde esta noite.

Meu aceno fica mais intenso. Eu não vou a lugar nenhum.

Ele ri na minha orelha e é um som tão sujo. Eu tremo quando ele sai da cama. Não demora muito para ele voltar, e a cama afunda um pouco sob seu peso enquanto ele sobe em cima de mim novamente.

Escarranchando em mim neste momento. Ele cuidadosamente reúne meu cabelo e tira-o das minhas costas, então ele toma meus braços, um de cada vez, e move-os de cima da minha cabeça para trás, nas minhas costas.

Em seguida, ele os amarra juntos. Algo como lenço de seda envolve meus braços enquanto ele une meus pulsos. —Minha gravata da noite passada fica melhor em você do que em mim. —Diz ele rispidamente.

Oh Deus. Fiquei ali, braços unidos, de bruços, e por uma fração de segundo, eu me pergunto o que diabos estou fazendo. Então ele está me guiando de joelhos, levantando-me na posição vertical. Ele se move para minha frente e qualquer dúvida voa para longe rapidamente quanto seu olhar encontra o meu e bloqueia tudo.

Ele me senta em meus calcanhares, a minha postura não tão diferente de quando ele me encontrou na sala de estar na noite passada. Mas desta vez, eu estou ajoelhada entre suas pernas sobre a cama, não a seus pés. E eu posso ver o seu plano, ele quer que eu monte nele.

Ele toma o preservativo da minha boca, então se inclina para trás contra a cabeceira e abre-o, embainhando-se lentamente enquanto olha para mim. Seu pau é grosso e duro, a cabeça vermelha escurece quando ele aperta com cada movimento.

Ele coloca o preservativo, por isso não é como se ele só fosse se masturbar enquanto olha para mim, certo?

Mas a pergunta... Ahhh. Ele cutuca em mim. Eu o quero mais porque eu me pergunto se talvez eu não vá conseguir levá-lo. Eu o quero com uma intensidade, um desejo que é mais doce do que a dúvida.

Deixo escapar um suspiro quando ele chega a mim. Ele coloca uma mão no meu quadril, a outra em torno da minha caixa torácica, mantendo-me firme porque eu não posso fazer isso sozinha.

—Isso é mais como o que você esperava?

—Sim. —Eu suspiro.

Ele envolve seus braços em volta de mim, segurando meus pulsos amarrados em suas mãos enquanto ele puxa-me contra seu corpo. Estou tão molhada, que seu pênis desliza facilmente entre nós. —Você pode aguentar mais?

Meu pulso acelera. —Sim.

—Você quer mais?

—Sim. Oh, sim.

—Você se lembra de quando eu te disse ontem à noite do que eu gosto? Eu quero que você faça uma lista similar. Coisas que você gostaria de tentar.

—Eu quero tentar tudo o que você quiser. —Eu pareço muito ansiosa? Isso é possível?

—Isso é bom. —Diz ele, apertando a minha bunda com força suficiente para me fazer guinchar enquanto ele me levanta de joelhos.

Eu movo meus quadris, com fome para que ele esteja dentro de mim novamente.

—Mas... —Ele acalma meu corpo enquanto eu afundo em cima dele.

Eu grito e ele agarra meu cabelo, enrolando-o em torno de seu punho. Uma das mãos está na minha bunda, a outra emaranhada no meu cabelo, e minhas mãos estão atadas atrás das costas. Certamente isso é a perfeição. Como ele pode, eventualmente, querer corrigir qualquer coisa sobre isso? Eu só quero fazer uma pausa do mundo, e que ele me leve, uma e outra vez.

—Mas o quê?

Eu ofego.

—Mas às vezes eu quero saber o que você quer. Às vezes eu quero tornar suas fantasias em realidade também.

Eu não sabia que tinha alguma fantasia antes de conhecê-lo. —Eu quero isso. Eu quero você, e eu quero isso forte.

Ele me puxa para baixo em cima dele, seu comprimento inteiro enchendo-me de forma que rouba minha respiração. —Forte?

—Mais forte.

—Oh, mulher má. —Ele flexiona seus quadris, arrastando seu pênis para fora de mim, em seguida, empurrando para dentro novamente. Esta sempre foi a minha posição favorita, mas Gavin a levou a um nível totalmente novo, mantendo-me um pouco fora de equilíbrio enquanto ele fode em mim lentamente. Seus olhos brilham. Leve-o. Leve-o com força. E eu faço isso, deixando meu corpo ir suavemente enquanto ele me segura em seu colo. Eu estou totalmente impotente - seu brinquedo.

Uma vez que ele encontra um ritmo que funciona, empurrando seus quadris para cima, e puxando-os de volta – sua boca fica ocupada novamente. Ele lambe e suga meu pescoço e em toda a minha clavícula, puxando mais forte quando atinge um ponto que vai estar escondido quando estiver vestida.

Marque-me. Eu suspiro quando ele solta minha carne com um pop molhado.

—Linda. —Ele inala enquanto se move em mim, e os meus seios estão em seu rosto. —Tão lindos.

Eles são pequenos. Eu gosto que eu não precise de um sutiã na maior parte do tempo, e posso facilmente encontrar um quando eu quero - para fins de moda. Eu não gosto que no passado, eles pareciam para mim que... Não eram suficientes.

Eu odiava que me deixei pensar nisso por um segundo sequer. A pior feminista.

Mas com Gavin, espero que ele queira a mim, no entanto, eu sou um pacote completo, e ele prova que isso é verdade, uma e outra vez. Como agora, quando ele começa a sussurrar todas as coisas que ele ama sobre os meus seios.

—Estas sardas aqui... —Ele lambe um círculo logo acima do meu mamilo direito. Dentro de mim, seu pau flexiona e eu ofego. —Sinta o que suas sardas fazem em mim, Fadinha?

—Sim.

—Um dia desses, vou cobrir essa sardas com o meu gozo. Pintá-las com a evidência de quão duro você me deixa.

—Ahhh... —A imagem dele masturbando no meu peito me deixa louca. Eu tento mover minhas pernas para que eu possa ficar em um melhor ângulo na cama, para montá-lo mais forte, e me fazer gozar.

Gavin está a um passo à frente de mim. —Não faça isso, Fadinha.

Eu paro imediatamente, minhas coxas tremendo com a necessidade de gozar. —Por favor.

Ele espera.

—Por favor, senhor. Eu quero montar em você mais forte.

—Não. Você quer gozar. Você quer forçá-lo. Você quer que isso acabe.

—Não... —Eu fecho meus olhos e tremo contra seus braços.

Ele me recompensa com um duro impulso que me faz gritar seu nome. Seu pau atinge o meu colo do útero, e entra em atrito com o meu ponto G no caminho de volta para a saída. Como é que ele tem esse grau de impulso?

—Eu quero que você goze também. Eu quero a sua buceta apertada, e lindamente cremosa em cima de mim, uma vez que nós dois tivermos nossa cota de prazer e dor. A menos que, você quer começar a gozar agora, e não parar até que eu termine?

Eu tremo e gemo, porque a fala compreensível está além de mim agora.

—Sim. —Diz ele gentilmente. Claramente um sinal de que ele está prestes a fazer algo louco. Ele puxa minhas mãos e a corda se solta. —Monte em mim, Ellie.

Ele esfrega meus pulsos enquanto coloca minhas mãos entre nós. O tom mudou, e eu me preocupo por um segundo que eu quebrei um feitiço. Mas “Gavin” tem tanta intenção de me foder quanto “Senhor”. Eu coloco minhas mãos em seus ombros e fico de joelhos, esfregando o meu mamilo contra sua boca no caminho para cima. Ele o capta no caminho para baixo.

Eu deslizo meus dedos pelo seu cabelo, agarrando um punhado enquanto desço novamente. Monto forte contra ele, meu clitóris nunca perdendo contato com seu corpo. Seu pênis está no ângulo perfeito para bater no meu ponto G, e eu dou alguns passes lentos e longos, para frente e para trás. Ele morde o meu mamilo e eu estou quase lá. Eu bombeio meus quadris forte e rápido, enquanto ele suga e morde meus mamilos.

Eu puxo sua cabeça para trás, pelo cabelo, e tomo sua boca em um beijo ganancioso. Estou tão perto.

Ele empurra os quadris para cima tão forte, encontrando-me a cada impulso, e quando ele aperta o meu mamilo, meu universo explode. Ele mergulha profundamente mais uma vez, e eu posso senti-lo pulsar dentro de mim quando ele goza.

Eu sou uma boneca de pano desossada enquanto ele gentilmente me tira dele e me estabelece na cama.

—Foi tudo bem? —Ele sorri para mim. —Isso foi maravilhoso.

Eu coro em sua provocação ecoada das minhas palavras anteriores.

—Cale-se.

Ele beija meu nariz. —Foi perfeito.

—Eu ainda estou aprendendo.

Seu rosto fica sério. —Ellie, eu não preciso que você aprenda alguma coisa. Desculpe-me eu ter dito que nós não éramos compatíveis. Obviamente, isso não é verdade. Você é perfeita exatamente como você é. E você está interessada em deixar-me jogar, dando-me o controle... Isso é a cereja no topo. Eu não quero que você se preocupe com isso novamente.

*****

Nós finalmente chegamos à cozinha depois de um banho agradável, onde Gavin lavou meu cabelo e me segurou em seus braços. Nunca antes um amante se importou tanto comigo, fisicamente. Claro, nunca antes eu teria descrito nenhum dos meus namorados como um amante.

A cozinha é de arregalar os olhos. —Oh, uau. —Eu digo, enquanto eu observo os armários e eletrodomésticos antigos e utensílios de aço inox de primeira geração. O resto da casa tem um apelo antigo. É apenas... Feio.

Ele sorri enquanto abre a geladeira e pega ovos, salsichas, tomates e cogumelos. —Deve haver pão na caixa de pão atrás de você.

Viro-me e investigo. Há, realmente, um bom pão. Cozinha feia, comida fina. Equilíbrio decente. —Quem faz as suas compras?

—Eu tenho uma empregada que vem algumas vezes por semana. Ela é parte da equipe do governador-geral. Não faz sentido eu ter todo um pessoal doméstico quando sou só... Eu... E eu como principalmente pizza e bebo cerveja.

Dou ao seu magnífico corpo um olhar incrédulo. —Pizza?

—Com lotes de legumes. —Ele me dá um sorriso de menino que se transforma em um sujo-como-pecado, e nada-inocente. —E eu me certifico de malhar bem isso.

Uma pontada inesperada de ciúmes me atinge. —Quantas vezes você faz isso?

Ele congela. —Não. —Ele balança a cabeça. —Isso foi só conversa suja. Eu não faço isso, Ellie. Não com qualquer outra pessoa. Não, só você.

Borboletas levantam voo na minha barriga. Eu sorrio. —OK.

—Venha aqui. —Ele deixa de lado a comida e dá um tapinha no balcão. Eu lentamente deslizo na frente dele e ele me levanta, então eu estou sentada na borda. Isso nos coloca ao nível dos olhos, e eu me inclino para beijá-lo.

Ele me permite, separando os lábios e lentamente degustando os meus. Eu deslizo minha língua contra a dele, convidando-o a jogar.

Ele toma o convite. Ele explora cada polegada da minha boca, aprendendo o que me faz gemer, e aperta minhas pernas em volta dele. Seu beijo embaralha as células do meu cérebro e me deixa fraca nos joelhos, e quando ele me deixa ir à tona para respirar, eu não consigo lembrar o que levou a isso em primeiro lugar.

Ele consegue, é claro. Sr. Sempre-no-Controle.

—Eu acho que tecnicamente esse ainda é nosso primeiro encontro. —Diz ele, passando os dedos ao longo da minha mandíbula, antes de estabelecer a palma da mão contra o lado do meu pescoço. O calor de seu toque desliza sob a minha pele e se instala nos nervos que eu não estava nem mesmo ciente de que estavam tilintando. —Mas nós temos circulado em torno disso durante semanas, e minha posição implica alguns desafios interessantes quando se trata de namoro.

Ah. Foi bom mencionar isso. —Estamos namorando?

Ele sorri suavemente, mas seus olhos estão um pouco tensos. —Se você estiver disposta.

—Oh, Gavin. —Estendo a mão para ele, tocando seu peito, ombros, e não é suficiente até que minhas mãos estão cobrindo seu rosto. —Sim, estou disposta. Eu só não sabia se isso era... Possível. Ou desejado. Ou alguma coisa. Eu estou tropeçando um pouco aqui.

—Eu também. —Seus lábios se apertam. —Não podemos nos encontrar publicamente por um tempo. E eu odeio dizer isso, porque isso soa sórdido, mas...

—Não, a imprensa é horrível.

—Mas quando você voltar para a sua pesquisa...?

Eu me inclino e o beijo suavemente. —Eu não me importo de mantê-lo só para mim pelo tempo que puder. Eu vou tomar cuidado. Eu não disse a ninguém. Nem mesmo à minha companheira de quarto, embora ela saiba que eu tenho uma queda por você.

Ele fica rosa. O PM. Eu não acredito no quão adorável isso é. —Sério?

—Sim.

Ele limpa a garganta. —A paixão é mútua.

—Oh, bom. Eu me preocupei por um minuto. —Eu pisco, porque uma coisa que eu não estou preocupada é com o quanto ele me quer. Gavin me faz sentir como a pessoa mais desejada, preciosa em todo o mundo.

Ele acaricia meu rosto tão suavemente que me faz querer chorar, seus olhos dois lagos azuis claros enquanto ele procura alguma coisa em meu rosto. Eu acho que ele encontra porque ele sorri e dá um passo atrás. —Agora... Café da manhã?


Capítulo 19

Ellie


A definição de “tirar um dia de folga do trabalho” de Gavin significa apenas passar duas horas no final da manhã lendo documentos informativos. Eu não me importo, porque eu passei a maior parte desse tempo enrolada em seu colo, lendo o seu livro favorito do ano - o último suspense pomposo sobre agentes de Operações Especiais e uma arma farmacológica que está transformando as pessoas em zumbis.

Agora é meu livro favorito, também, embora pudesse ter usado uma heroína fodona. Antes que eu possa apontar isso, ele diz a mesma coisa de uma maneira distraída que me diz que ele realmente quis dizer isso, e eu beijo seu pescoço.

Vai ser muito difícil não me apaixonar por esse cara. Não tenho certeza se vou até mesmo tentar me impedir.

O almoço é uma deliciosa salada Cobb22 - aparentemente Gavin faz bacon melhor do que qualquer outro Primeiro Ministro na história do país, ou então ele afirma. Estou de acordo com ele, é muito bom. Eu corto presunto, queijo, tomate cereja e ovos cozidos. Os ovos já estavam cozidos e descascados, também, o que é meio injusto.

—Quantas pessoas têm a sorte de ter ovos perfeitamente cozidos em sua geladeira? — Eu aponto para ele do outro lado da cozinha. —Você não apenas tem uma empregada em tempo parcial. Alguém está lhe estragando.

—Eu não peço por eles!

—Mas você gosta disso?

—Claro que sim. — Uma sugestão de rubor atinge o topo de suas maçãs do rosto. —E eu vou ter a certeza de deixar uma nota de agradecimento na bandeja na segunda-feira.

—Isso é melhor.

Eu não quero pensar muito sobre qualquer coisa doméstica no nosso primeiro encontro, mas ele me dá um olhar engraçado que faz meu estômago dar cambalhotas. Isto está se transformando em uma maratona de festa do pijama dupla ultra doméstica.

Passamos a tarde nadando na piscina privada. É em um prédio separado, acessível através de um túnel no subsolo. Eu sinto que estou sendo tratada como um segredo de estado estranho. Então, acabamos de volta na biblioteca, onde estou encolhida junto a ele, lendo. É quando Gavin me informa que eu vou ficar mais uma noite, mas ele tem que sair na primeira hora na parte da manhã.

—Eu posso ir para casa esta noite. —Eu sussurro, salpicando seu rosto com beijos. Eu largo meu livro e monto nele. Eu amo esta grande cadeira de couro lateral. Há algo seriamente sujo sobre isso, que foi construído para o sexo.

Ou talvez fosse apenas nós. Gavin me acaricia com as mãos para cima e para baixo nas minhas coxas nuas. Eu ainda estou vestindo a camisa e nada mais.

—Tente passar pelos oficiais de RCMP estacionados lá fora. —Ele rosna.

—Acha que eles me algemariam se eu tentasse escapar? — Eu suspiro enquanto ele puxa minhas mãos atrás das costas. Isso é tudo o que preciso, e eu estou moendo contra sua ereção através de sua calça. —Tire isso. —Eu ofego, de repente, quente e desesperada por ele novamente.

—Os preservativos estão lá em cima.

—Eu serei boa. Eu só quero esfregar contra ele.

—Jesus. —Mas ele faz o que eu peço, liberando minhas mãos para que ele possa desfazer a braguilha de sua calça jeans e tirar seu pau já duro. Eu vejo-o masturbar-se por um minuto, em seguida, empurrar a calça jeans mais abaixo em seus quadris, abrindo espaço para eu chegar mais perto.

Eu mordo meu lábio enquanto encaixo meu sexo contra o comprimento dele. Estou tomando a pílula. Eu confio nele. Mas é nosso primeiro encontro. E ele comprou todos os preservativos do andar de cima, de modo que ser seguro é importante para ele, e eu adoro isso...

—Fadinha... — Um aviso. Como se pudesse ler meus pensamentos.

—Eu só estou brincando um pouco.

—Ok. — Ele levanta a minha camisa e segura minha bunda, então acaricia minhas costas sob o algodão fino. —Mas eu vou estar mais satisfeito se você se lembrar de controlar-se.

Um tremor dilacera meu corpo. —Eu vou.

—Boa menina.

Eu mexo meus quadris enquanto ele me toca, delicadamente no início, então, quando minha barriga torce e meu desejo começa a ficar maior, ele desliza a camisa dos meus ombros e começa a trabalhar nos meus seios.

Trabalho é exatamente a palavra para isso. É metódico e preciso, e incrivelmente quente. Ele me aquece acariciando e apertando a minha carne, seus olhos passando rapidamente pelo meu rosto, em seguida, de volta para os meus seios. Observando e aprendendo o que eu gosto. Não demorou muito até que ele está beliscando meus mamilos ao ponto de desconforto e, em seguida, forçando um pouco mais, fazendo-me guinchar.

—Você pode aguentar. —Diz ele com confiança. E eu acredito nele.

Sua ereção pulsa entre as minhas pernas e agrada-me tanto que isso o excita. Eu quero esfregar contra ele como uma gata, exceto em uma maneira suja, humana.

—Você quer gozar assim?

Concordo com a cabeça através da minha neblina cheia de luxúria.

—Você é a mulher mais sexy, Ellie. Deus... —Sua foz falha e ele puxa meu rosto para ele, beijando-me enquanto eu balanço meu clitóris com mais força contra seu pênis, pegando apenas no ângulo certo que parece “Oh Meu Deus”, tão bom. —Eu quero fazer tantas coisas para você.

—Sim. —Eu gemo, mantendo-me deste lado do ponto de não retorno. Ele não quer que eu goze, eu não gozo. Eu poderia morrer, mas eu não gozo. —Conte-me.

—Mais tarde.

Eu choramingo e ele morde meu lábio inferior. A sensação quente de sua respiração contra minha boca me faz derreter.

—Agora. —Ele sussurra. —Eu quero que você goze no meu pau. E então eu quero que você use seus sucos para me masturbar. Eu quero gozar em todo o seu estômago, Fadinha. E quando eu fizer isso, você vai esfregá-lo em sua pele e usar a minha marca pelo resto da noite.

—Isso é tão sujo. — Eu tento sorrir, mas estou perto agora, tão perto, e tudo o que sou é um feixe de nervos entre minhas pernas, esfregando contra o homem dos meus sonhos. É demais, e quando ele sussurra novamente para que eu goze, eu gozo, em um deslumbrante orgasmo, vertiginoso, que começa em meu núcleo e irradia através de todo o meu corpo.

Até meus dedos formigam, mas lembro-me do que ele quer. Mesmo enquanto os tremores me atingem, eu estou movendo de volta para que eu possa envolver meus dedos ao redor de seu pênis.

Ele está tão molhado do meu gozo que ele geme com o meu toque. —Eu estou perto, também.

—Bom. —Eu respiro. —Eu quero sentir o seu gozo. Eu quero tocá-lo e saboreá-lo. Eu quero que você goze em cima de mim.

—Você é uma pessoa suja. —Ele sorri, deixando cair a cabeça para trás contra a cadeira. Eu me inclino e beijo seu pescoço. Sua ereção fica presa entre nossos corpos e eu o acaricio no espaço confortável, esfregando a coroa molhada contra a minha barriga.

Ele resmunga, um som curto, áspero que me enche de orgulho, e suas mãos apertam e soltam em meus quadris. —Mais rápido. Pode ser um pouco forte.

—Esse é o seu trabalho.

—Jesus... — Com um grito, ele goza em cima de mim, e eu começo rindo. Eu não posso me segurar. É quente e pegajoso. —Não ria, Fadinha.

—Desculpe. —Eu digo docemente. Eu não puxo a minha mão ou qualquer coisa, então isso é alguma coisa. Além disso... eu gosto. E eu tenho certeza de que ele sabe disso. Eu gosto de tudo a que ele me apresentou, incluindo as mãos sujas de gozo.

Ele bufa.

Eu espero quando ele dá algumas respirações profundas, então, quando ele abre os olhos, eu faço exatamente o que ele pediu, e esfrego sua marca na minha pele. Ele observa, paralisado, e quando eu termino, nós rolamos no chão e damos uns amassos por mais tempo do que eu pensava ser possível, para dois adultos que tinham tido sexo uma dúzia de vezes já nas últimas dezoito horas.

E eu estou apenas exagerando um pouco.

*****

Aparentemente, “usá-lo durante toda a noite” traduziu-se a trinta minutos, porque acabamos de tomar outro banho juntos, e eu, na verdade, coloquei a roupa pela primeira vez desde sexta-feira à noite.

Essa é a única razão pela qual um argumento sobre qual seria o pedido para o jantar não se transformou em relações sexuais contra a parede, não que eu teria me queixado se isso acontecesse.

—Galinha e cebolas caramelizadas é o meu atual favorito.

Ele me dá um olhar chocado.

—O que?

—Isso não é pizza.

—Como é? — Eu grito quando ele avança em mim e me joga contra a parede. Estou sem fôlego no momento em que ele me prende ali, um de seus braços apoiados ao lado da minha cabeça, o outro enrolado em torno dos meus quadris. —É delicioso.

—Você é deliciosa. Mas isso não é pizza.

—O que você vai pedir?

—Toda pizza deve ter pepperoni sobre ela, a menos que você seja vegetariana. Então, você está autorizada a substituir por cogumelos ou fatias de tomate.

—É isso aí? Pepperoni?

—Não, isso é o começo. A base. Depois, você pode empilhar cogumelos, pimentão verde, linguiça, cebola, não caramelizada. Isso é fraco. Cebolas vermelhas. Oliveiras são boas.

—Oh meu Deus. — Eu lambo meus lábios. Eu não devia ser ativada por um desacordo sobre o que colocar na pizza, mas eu sou. —Você é um esnobe.

—Eu não sou.

Eu aceno, vendo-o tão claramente agora. —Todo homem tem sua rotina. Isso não é uma rotina. Você é realmente um cara de cerveja e pizza.

—Claro que sou.

Eu ri. —Você é tão perfeito que dói.

—Dificilmente. Eu tenho uma mulher bonita e eu estou discutindo com ela sobre pepperoni. Se isso não é uma falha de personalidade trágica, eu não sei o que é.

—Eu gosto de discutir com você.

—Talvez depois de pizza e cerveja possamos debater iniciativas de energia natural e se devemos ou não eliminar o Senado.

—Sério, me leve agora.

—Não é possível. — Ele me beija suavemente, em seguida, um pouco mais profundo, e quando seu primeiro beijo envia um chiado de energia da cabeça aos pés, eu faço um pequeno som que ele corretamente interpreta como um apelo para mais. Mas isso é tudo que eu vejo. —Precisamos pedir pizza. Duas pizzas.

—Eu posso lidar com pepperoni. Se você lidar com as azeitonas pretas, eu acho.

—Dessa forma eu posso ter sobras amanhã, enquanto eu estou preparando o discurso.

—Se apenas os eleitores pudessem vê-lo agora.

—Pare de fazer-me corar.

Eu ainda estou rindo quando ele pega o telefone e disca um número que está claramente memorizado. Ele ordena duas pizzas, acrescentando tomates secos e azeitonas pretas ao meu. Ele pisca para mim quando eu levanto as sobrancelhas.

—O que? Acho que posso engolir as cebolas caramelizadas se houver outros sabores ao seu redor.

—Você é um homem fascinante, Sr. Strong.

Ele apenas sorri.

—E você realmente solicita entrega como todos os outros?

—Eu sou como qualquer outra pessoa.

—Bem...

—Não que essa pizzaria seja examinada ou algo assim. Lachlan me deu um número que eu posso chamar, e eles fazem a checagem no portão. Eles se certificam que eu receba pizza e não algo estranho. Eu preciso de um pouco de normalidade e eles fazem isso acontecer.

Há algo nisso que faz meu coração doer, e eu fico na ponta dos pés para lhe dar um beijo. Então eu volto para o meu livro enquanto esperamos a pizza. Ele vai dar um telefonema no andar de cima, em seguida, atende a porta quando a pizza chega.

—Aqui está a sua pizza. —Eu ouço de onde estou, fora da vista. —São trinta dólares.

—Obrigado, cara. Fique com o troco.

Eu o sigo até a cozinha, onde nós colocamos a nossa pizza nos pratos e ele pega uma fatia da minha, porque mesmo com nossas opiniões, esse ainda é um jogo de experimentar, e ele me oferece uma cerveja. —Ou nós poderíamos abrir uma garrafa de vinho. —Acrescenta quando eu não respondo com rapidez suficiente.

Eu pisco, surpresa. —Você gosta de vinho?

—Sim.

Eu procuro em seu rosto por sinais de que ele está mentindo, e também sendo educado.

Ele ri. —Eu prefiro o tinto, mas bebo o branco. Champanhe é apenas para ocasiões especiais, brindes, e beber no corpo de uma mulher bonita.

—Faz isso muitas vezes?

—Não recentemente.

Eu sorrio. —Cerveja é bom.

—Isso foi algum tipo de teste?

Agora é a minha vez de rir. —Não. Às vezes você apenas trabalha a uma velocidade mais rápida do que eu. Eu ainda estava pensando se eu queria ou não.

Ele estende a garrafa de cerveja, mas não a solta quando eu a alcanço.

—Realmente, não recentemente.

—Eu... — Meu pulso salta uma batida. —Tem sido um tempo para mim, também.

—Eu não quero que haja qualquer outra pessoa, qualquer uma.

Eu concordo. —Só nós.

—É pesado demais para o nosso primeiro encontro?

Não, não muito pesado. —Você acabou de me comprar pizza. Talvez este seja o lugar onde o segundo encontro é iniciado.

Ele me dá um sorriso torto que enruga os cantos dos olhos. —Quando se trata de você, eu vou ser muito possessivo. Aviso justo.

—O mesmo. — Eu coloco a minha língua para fora. —Aviso justo de volta.

Ele me permite pegar a cerveja e deixamos essa conversa na cozinha.

Depois de assistir TV enquanto comemos pizza, ele abre as portas em um gabinete construído nas estantes, revelando um tesouro de jogos de tabuleiro. —Qual é o seu favorito? Monopólio? Detetive? Palavras Cruzadas? Jogo de Dados?

O antigo Detetive me tenta, mas eu quero jogar Palavras Cruzadas com o homem mais inteligente com quem eu já dormi.

Acontece que ele é um trapaceiro.

—Pare com isso. —Eu protesto, apontando para mais um S que ele colocou no tabuleiro. —Quantos desse você tem?

Ele dá de ombros e o usa, não só transformando o meu HOOK em HOOKS para fazer uma piada sobre como o S é chamado de gancho no Scrabble, por isso é tão importante, mas, em seguida, ele também constrói STAINER para baixo do S, usando todas as suas fichas.

—Eu te odeio.

—Isso não é um bom sinal no final do nosso segundo encontro. — Ele pisca, e é quando eu percebo que, brincadeiras de lado, ódio é exatamente o oposto do que está correndo através do meu corpo.

Trapaceando no Scrabble e tudo, o que eu sinto por Gavin está rapidamente mudando para algo muito mais grave.

—Não. —Eu digo fracamente. —Você está indo muito bem, pode ter certeza.


Capítulo 20

Gavin


Foi um fim de semana tão perfeito e eu estou preso em um avião a caminho de uma cúpula sobre mudança climática em Amsterdã, em vez de estar com a minha doce Ellie.

Eu cruzo as pernas e me movo um pouco de lado para esconder minha ereção inconveniente. Eu não posso sequer pensar no nome dela sem ver seu corpo bonito, nua, caída sobre o fim da minha cama, sua bunda rosada pela minha mão.

Eu volto minha atenção para o discurso que eu estou destinado a dar na quarta-feira. Está bom, mas está faltando alguma coisa. Faço uma nota para pedir a Stew e Ellie fazerem algo com ele.

Se Ellie e eu vamos manter as coisas entre nós escondidas, é melhor manter as coisas absolutamente profissionais no trabalho. E isso significa não pular elos na cadeia de comando.

De acordo com meu relógio, ainda há mais seis horas intermináveis até aterrissarmos. Eu preciso me preparar para esta cúpula e eu faço um acordo comigo mesmo. Se eu repassar todo o meu material de informação no voo, eu posso chamar Ellie assim que eu chegar à minha suíte no hotel.

Assim que estou sozinho, bem, tão sozinho quanto eu posso estar quando eu tenho Lachlan acampado na sala, eu puxo o meu telefone pré-pago. O número de Ellie já está programado em meus contatos. Eu toco no número de Lee23 - não, eu não pude resistir a me referir à Secretária – e espero. Até o quarto toque, estou mentalmente formulando a mensagem que vou deixar.

—Alô?

—Trata-se de um momento ruim?

—Não, claro que não. Como tem sido o teu dia?

—Tedioso. O seu?

—O mesmo.

—Talvez um pouco de yoga possa ajudar.

—Alguma recomendação?

Claro que sim, eu fiz um monte de pesquisa sobre yoga depois que eu descobri o quanto ela faz. —Uma ou duas.

—Como o quê?

—Oh... Posição de Vaca, Locust24, torção deitada... — Eu sorrio com o pensamento da posição Locust. Bondage mental no seu melhor.

—Humm. Muito ruim, mas a yoga vai ter que esperar até eu chegar em casa do trabalho. —Sua voz é leve e provocante.

—Basta lembrar o que eu disse sobre o controle de sua luz interior. —Advirto.

—Namaste25.

Eu só quero falar com ela por horas, mas eu sei que ela está no escritório. E já estamos nos arriscando. A diferença de fuso é quase tão insuportável quanto estar longe dela. Sexta-feira à noite não pode chegar logo.

—Eu deveria deixá-la voltar para o que eu interrompi. Chame ou mande mensagem a qualquer momento se você precisar de mim.

—Eu vou.

Nós desligamos e volto o telefone para minha pasta. Então, penso melhor e o movo para a mesa de cabeceira. Eu não quero perder a chamada caso ela precise de mim.

Eu deito na cama e repito a nossa conversa na minha cabeça. Minha mão desliza para baixo na frente da minha calça e eu descanso minha mão na base do meu pau enquanto meus dedos provocam as minhas bolas. Eu quero gozar, mas não sem ela.

Nisso, o meu autocontrole é sólido. Só porque ela tem que esperar até sexta-feira à noite para ter um alívio não significa que eu precise. Mas eu vou. Mesmo se eu gozasse, eu sei em meu coração que seria nada mais do que liberação, não a felicidade que altera a mente que eu só pareço encontrar quando estou com Ellie.

Fui atingido pela descoberta de que Ellie parece ter uma coisa para BDSM. Eu paro de acariciar minhas bolas e começo a pensar. Então eu alcanço meu telefone e começo a digitar imediatamente.

BJ: Tenha um bom dia. Certifique-se de ter esse documento apresentado a tempo e não se esqueça de sua maçã.

Estou tentado enviar o texto do jeito certo, para quando ela estiver acordando, mas quero fazer isso pelos próximos dias, então eu programo para que ele chegue a tempo de acordá-la para o trabalho. Convenientemente, isso deve chegar bem na minha pausa para o almoço de amanhã.

*****

Eu não sou tão grosseiro quanto o texto, enquanto eu estou em reuniões, mas eu não vou passar por cima de aproveitar cada pequena oportunidade que tenho para fazer do meu jeito.

Estou na reunião que não termina, quando eu sinto o telefone vibrar no meu bolso. Deveríamos ter pausado para o almoço, mas um idiota sugeriu pedirmos comida e continuar.

Muitos participantes concordaram e agora em vez de ler e responder a um texto da minha namorada – eu deixo isso rolar em minha mente por um minuto, porque eu amo a maneira como isso soa – estou preso em uma sala cheia de imbecis, incapazes de compreender uma leitura básica e necessitem que cada porra no relatório que estamos discutindo seja explicado como se eles fossem fodidas crianças.

Provavelmente estou sendo irracional, mas eu nunca fui um Primeiro Ministro com uma namorada antes, e minha tolerância para qualquer coisa que não envolva minha namorada, de preferência nua, se foi completamente.

Previsivelmente, a reunião termina, e eu só tenho cinco minutos para chegar à próxima, sem tomar meu café. A única coisa a meu favor é que o lavabo e a sala da minha próxima reunião são próximos um do outro.

Lachlan está esperando na porta para me acompanhar. Mesmo que o local seja seguro, ninguém vai arriscar.

A próxima reunião felizmente é um pouco mais curta do que o previsto e eu tenho uma meia hora extra para terminar as coisas antes que eu precise me vestir para o jantar.

Eu quero ler o texto de Ellie na hora em que eu estiver sozinho no meu quarto, mas eu tenho responsabilidades, então ao invés de verificar as mensagens no meu celular oficial, abro meu e-mail com sua apresentação, e chamo Stew para uma reunião.

Meu tempo é finalmente meu, pouco antes das seis, o que me deixa uma hora antes de eu ter que sair para o jantar.

Eu puxo o telefone do meu bolso e toco no meu código.

Lee: trabalho atrasado e é dia de banana.

Ela quer brincar. Uma mistura de alegria e alívio me atinge. Leva-me um minuto para digitar uma resposta com a qual eu esteja confortável.

BJ: Pelo que me lembro, trabalhos atrasados vêm com penalidades.

O meu telefone vibra segundos depois que eu clico em enviar.

Lee: Eu posso aguentar uma palmada.

Porra. Eu tirei a sorte grande com esta mulher. Inteligente, espirituosa, e adora uma boa palmada. Eu gostaria de poder simplesmente pular no avião e ir para casa dela, ou, no mínimo, ligar e ouvir sua voz. Mas o dever me chama. Eu componho um último texto.

BJ: Discutiremos mais tarde.

Eu toco em enviar e vou para o chuveiro. A água quente ajuda a soltar-me. Estive tenso a maior parte do dia. Além de uma ensaboada rápida, eu ignoro a ereção que esteve mais acesa do que apagada durante todo o dia. Tenho planos para a minha próxima carga de gozo, e não é em algum ralo de chuveiro holandês.

Eu resisto à tentação e adio a verificação de uma resposta até que eu estou pronto para ir. Claro, há um texto.

Lee: OK

Perfeito. Eu checo se o telefone está configurado para vibrar e o coloco no bolso do casaco.

Demora um tempo para obter todas as minhas atribuições resolvidas quando volto do jantar. Estou consciente da minha necessidade de me apressar, por isso sou extremamente cuidadoso, o que significa que tudo isso leva mais tempo do que o necessário.

Finalmente, meu tempo é meu, e enquanto eu sei que Ellie tecnicamente está em seu horário de trabalho, ela trabalha muito mais do que ela é paga e tem direito a alguns minutos de tempo pessoal para falar com seu namorado Primeiro Ministro. É um termo juvenil, mas na verdade, o único que se encaixa, por agora.

Ela atende ao segundo toque.

—Oi.

—Oi. Como foi o yoga ontem?

—Disciplinado.

Com essa palavra, meu pau imediatamente muda de “educadamente me lembrar de sua presença” para “chutar e gritar por atenção. —Bom de se ouvir. E como estava a banana?

—Boa e firme. Muito saborosa e escorregadia.

Eu quase engasgo com minha saliva. Esta não é uma conversa que eu sou capaz de ter em código.

Ellie ri e tem pena de mim. —Como está indo?

—Indo. A pose de Lotus colocou minha mente um pouco no lugar.

—Eu vou fazer um pouco disso agora.

Eu não sei se ela quis dizer isso como yoga mesmo ou se ela está me provocando sobre sexo novamente. E eu não posso perguntar, então eu vou ter que ir dormir com essa pergunta torturante saltando em torno na minha cabeça.

*****

No dia seguinte, eu tenho que dar o meu discurso. Felizmente, Ellie deu-lhe um polimento completo e deixou-o mais como - eu. Há bastante da minha filosofia pessoal lá para me impedir de me sentir como um hipócrita sem contradizer a posição oficial sobre a mudança climática.

Eu agendo seu texto matinal antes de sair.

BJ: Tenha um bom dia. Tenha cuidado para não atravessar fora da faixa.

Lee: E se eu estiver com pressa e não houver tráfego?

BJ: Você nunca sabe quando um policial pode multá-la.

Lee: Eu acho que é melhor eu deixar o meu cartão de saída de cadeia acessível.

Porra. Eu posso apenas imaginar o que ela quis dizer com isso, e com certeza como a merda quero descobrir se eu estou certo. Agora eu sei exatamente que papéis ela estará jogando na sexta-feira à noite quando eu voltar à Ottawa. Eu só preciso encontrar a oportunidade e palavras certas para trazer o assunto com Lachlan.

Eu decido chamar Ellie imediatamente porque eu quero ouvir sua voz antes de eu fazer qualquer outra coisa relacionada com o trabalho. Eu fui bom esta viagem inteira e pela primeira vez, vou colocar minhas necessidades em primeiro lugar.

—Oi. — Apenas um toque desta vez. Eu incho ao saber que ela estava esperando por mim.

—Ei. Como está indo?

—Foi mais um dia livre da polícia.

Como é que eu tive essa porra de sorte? —Sim, bem, eu já ouvi que sextas-feiras podem ser assassinas quando se trata de ser preso.

—Eu aprecio a dica. Você tem algum conselho, que eu devesse saber se eu me encontrar metida em uma... encrenca?

—Caso você esteja em uma encrenca, não coloque qualquer resistência. E tome cuidado especial para evitar qualquer coisa que possa fazê-lo prendê-la por obstrução.

—Eu vou ter tudo isso em mente. Obrigada.

—Fico feliz em ajudar. Eu preciso voltar ao trabalho. Eu vou pegá-la mais tarde.

—Até mais.

Eu desligo e começo a trabalhar na montanha de e-mails que se acumularam ao longo do dia.

*****

Quinta-feira é mais um longo dia de reuniões pontuado por uma breve onda de textos. Personagem é definitivamente uma coisa para ela, mas, aparentemente, ela não é muito de desempenhar o papel de uma empregada. Eu estou bem com isso.

BJ: Tenha um bom dia. Não se esqueça da poeira debaixo da mesa.

Lee: Eu não tiro poeira. Nem limpo janelas.

BJ: Entendo. O que você faz?

Lee: Contrato alguém

BJ: Faz sentido. Cuidado com a polícia.

Lee: Não se preocupe, eu vou estar totalmente preparada.

No momento em que estou pronto para terminar a noite, eu estou exausto demais para falar ao telefone com Ellie. Eu queria não estar, mas eu sou realista e sei que é assim que as coisas serão às vezes. Eu tenho uma última reunião no café da manhã antes de voar de volta para Ottawa. Eu envio-lhe um texto final antes de dormir.

BJ: Número da sorte é sete. Esteja preparada.

O emoticon da carinha feliz que recebo em resposta me diz que ela entende alto e claro que eu estou dizendo a ela que eu vou vê-la às sete quando chegar em casa.

*****

Sexta-feira, após um longo e tedioso voo, preenchido com muitas pessoas conversando alto, estou finalmente de volta em solo canadense e ainda não tive essa conversa com Lachlan.

Tempo e oportunidade estão se esgotando, então, no carro a caminho de casa para o aeroporto, eu finalmente abordo o assunto.

—Lachlan, posso pedir um favor bastante delicado?

—Claro.

Fico feliz que ele está dirigindo e não é realmente capaz de olhar para mim. —Qualquer chance de eu poder ser capaz de pegar emprestado o seu uniforme de gala hoje à noite?

Eu estava errado. Ele me dá um longo e duro olhar no espelho retrovisor e eu tento não estremecer.

—OK. Mas apenas com a condição de que não haverá qualquer tipo de evidência quando você enviá-lo para a limpeza.

Recebo a mensagem alta e clara. Sem fluidos corporais. —Sem problemas. Obrigado.

Após um longo silêncio, Lachlan pigarreia. —Se você precisar de qualquer outra coisa...

—Algo mais?

—Sim.

—Você não terminou a frase por uma razão?

—Só se você precisar de... qualquer outra coisa.

—Santo Deus. Estamos falando em código?

—Bem... — Outra longa pausa. —Dizer de cara ao seu chefe que você é pervertido e têm recursos é um pouco complicado. Então sim. Código.

—Ah.

Ele me olha no espelho. —Será que eu descaracterizei a situação?

—Não, não totalmente.

—OK. Então... qualquer outra coisa.

—Não, não. Eu acho que é isso. Por agora.

Eu pondero essa revelação sobre o meu chefe de segurança por um tempo.

—Lachlan, a equipe de hóquei?

—Sim.

—Todos eles?

Ele me lança um sorriso. —Os do nosso lado.

E agora tudo faz sentido. Toda a equipe é pervertida, o que significa que Lachlan tem os contatos.

—Eu suponho que você sabia sobre minhas... uh... preferências?

—E o Dr. Donovan. Tinha que haver certa quantidade de... investigação quando se torna Primeiro Ministro.

—Sim, acho que tinha. Quem mais sabe?

—Eu e os membros regulares da sua equipe de segurança. CSIS. Suponho que aqueles em nosso time de hóquei podem ter assumido. Mas vazar o que eles suspeitam ser verdade só iria colocar os holofotes sobre suas próprias atividades.

—Entendo. Assim, o risco de essa informação sair é mínima? —Eu posso cuidar de mim mesmo. Assim como Max. A minha única preocupação é com Ellie.

—Eu diria que sim.

Estou aliviado. Como isso não me ocorreu, que eu, juntamente com as pessoas mais próximas a mim, não iria ser cuidadosamente examinado em busca de vulnerabilidades?

Nós dois permanecemos em silêncio até que chegamos em casa. Lachlan me dá uma mão com minha bagagem para a casa. Ellie deve chegar às sete e ainda tenho coisas para organizar.

—Eu vou pegar esse uniforme para você. Eu não estou brincando sobre certificar-se de que não haja nada nele que possa delatar qualquer um de nós.

Eu concordo. —Impecável ou eu vou queimá-lo e pagar um novo.

—Impecável é a sua única opção, senhor.

—Entendido. E obrigado.


Capítulo 21

Gavin


Mandei Lachlan “trazer Ellie para dentro”. Porra, isso me excita. Ele não vai realmente algemá-la, mas eu imagino isso e é bom o suficiente.

Quando Ellie entra pela porta, ela está olhando para Lachlan, estranhamente. —Onde foi o seu senso de humor. —Ela brinca, nenhum indício de que eu estou em pé nas sombras do corredor central.

—Por aqui, senhorita. O oficial não demorará muito tempo.

—O ofi... — Ela engasga, baixo e sexy e chega mais perto de Lachlan. Porra, não. Mas também, merda, talvez sim.

Não.

Deus. Eu só vou assistir por mais um minuto. Ela é tão bonita.

—Você pode me dar alguma pista a respeito de porque eu fui trazida até aqui? Estou tão nervosa. —Ela suspira. Meu pau palpita, e a calça do uniforme não me dá a restrição confortável habitual do jeans ou calça do terno.

Meu pau gosta da liberdade. Eu não sei como me sinto sobre isso, mas vou jogar com um personagem com Ellie cem por cento.

Mas tem sido uma semana desde que eu a segurei, e Lachlan precisa sair. Agora.

Dou um passo à vista e ela sorri para mim. Insolente. Bom, eu gostaria de jogar com uma pirralha agora. —Obrigado, Lachlan. Isso é tudo.

Ele sai sem dizer uma palavra e eu vou em sua direção. —Contra a parede, braços e pernas abertas.

—Estou em apuros ofic... Senhor?

Não perco a mudança na inflexão. Deixa-me mais duro do que eu pensava ser possível. Eu quero estar dentro dela. Eu quero transar com ela tão forte que o seu cheiro ficará impresso permanentemente na minha pele. Eu enterro essa necessidade profundamente e dou-lhe o personagem que eu planejei.

—Depende.

—De que?

—Do que você está escondendo sob sua saia.

—Eu não estou escondendo nada, eu juro. —Antecipação ofegante decora cada palavra.

—Bem, eu preciso verificar. Cuidado nunca é demais.

Eu corro minhas mãos até suas coxas e sobre seu traseiro, deslizando a saia para cima com elas. Enrolo o tecido em sua cintura para mantê-lo fora do meu caminho.

Ela não está usando calcinha, assim como eu esperava. —Parece que você está dizendo a verdade, mas é melhor eu ter certeza. — Eu puxo um pequeno saco plástico contendo luvas de borracha e uma pequena garrafa de lubrificante do meu bolso. Eu tinha prometido “impecável” a Lachlan e eu sou um homem de palavra.

Eu coloco uma luva, e dou a ela uma leve puxada no pulso para dar ênfase, em seguida, cubro três dedos e meu polegar com lubrificante. Ela não precisa disso, ela está muito molhada. Posso ver sua buceta brilhando. Mas eu quero manter minhas opções abertas.

Eu deslizo dois dedos dentro e os estimulo algumas vezes, em seguida, adiciono um terceiro. Eu posso senti-la apertando-os, e eu quero tão desesperadamente substituí-los com o meu pau. Ela é apertada. Calorosa e acolhedora.

Minha voz está ficando tensa. Eu estou ficando tenso. —Nada não autorizado aqui. Ainda há mais um ponto que eu deveria tentar, no entanto. —Eu deslizo os dedos para fora de sua buceta e passo através do vinco de seu traseiro antes de eu pressionar suavemente meu dedo médio contra seu pequeno buraco. Nenhuma palavra é necessária. Nós não falamos sobre este limite.

Ela empurra de volta contra mim e a ponta empurra passando o anel de seu músculo. Eu não me aventuro a ir muito longe, apenas a primeira junta do dedo. Sua reação é promissora e eu guardo isso para outra vez. —Nada aqui também. Eu acho que posso ter que fazer uma pesquisa mais aprofundada.

Eu retiro o dedo de sua bunda e removo cuidadosamente a luva e a jogo na pequena lata de lixo no canto.

—Vire-se.

Ela vira e eu tomo sua boca em um beijo profundo, selvagem, passando minha língua ao redor e dentro de sua boca. Eu a liberto e nós dois estamos respirando com dificuldade. —Não, não há nada lá que não deveria estar, também. Eu acho que deveria apertá-la de qualquer maneira.

Eu estou lutando para acompanhar o jogo. Tudo que eu quero é libertar a minha ereção e levá-la com força contra a parede.

Eu passo minhas mãos sob a blusa e descubro que ela não está usando um sutiã. Ela levou a coisa toda de nenhuma obstrução a sério. Eu seguro seus seios, em seguida, belisco seus mamilos com crescente pressão.

Ela me olha, a boca aberta, os lábios molhados. Uma oferta. Um convite imundo. Ela entra no jogo quando passa as pontas dos dedos sobre os lábios, chupando-os por um segundo antes de deixa-los ir com um POP que faz minhas bolas apertarem. —Mas eu tenho um cartão de saída livre da cadeia, ofi... Senhor.

Sou totalmente corrupto. Vou deixá-la se livrar com um aviso verbal – depois que ela pagar o preço. —Eu ainda vou ter que levá-la para a delegacia.

Eu pego a mão dela e a levo até as escadas para o meu quarto. Aponto para uma cadeira. —Tire a roupa e espere por mim lá. — Ela lentamente levanta a parte superior de sua blusa sobre a cabeça, em seguida, joga na parte de trás da cadeira. Ela abaixa sua saia e a adiciona à pilha. E lá está ela, de pé diante de mim, nua, exceto pelo par de saltos muito sexy. Meu lado pervertido quer soltar o pássaro da prisão. Ela me lança um sorriso largo e senta-se na cadeira, os joelhos juntos, dedos em sua boca. Ela observa enquanto eu removo cuidadosamente o uniforme de Lachlan. Faço uma nota mental para obter um para mim. Eu posso ver isso se tornando um jogo frequente, e eu gostaria de ter muito mais liberdade para jogar.

—Então, que cartão é esse de saída livre da cadeia? —Pergunto quando eu finalmente estou nu, com o uniforme de Lachlan fora do caminho do mal. O que eu estava pensando ao pedir isso a ele, porra? Tem sido mais incômodo do que realmente vale.

Eu ando até ela e ela escorrega de joelhos na minha frente. —Está bem aqui na minha boca. —Diz ela enquanto toma conta do meu pau em fúria.

Não tenho certeza se vou ser capaz de durar.

Vê-la de joelhos com o meu pênis em sua mão enquanto ela sorri para mim, o brilho nos seus belos olhos cinzentos testa meu controle ao limite e, eu não gozo desde domingo de manhã.

Sua língua sai e ela lambe uma gota de pré-gozo que sai na ponta. Meu pau flexiona, e eu quero meter as mãos em seu cabelo e me enterrar no fundo de sua boca.

Em vez disso, estou perfeitamente imóvel, deixando-a estar no comando. Ela dá uma longa e lenta lambida, da raiz à ponta como se fosse uma porra de um pirulito, e ela está me matando. Uma morte doce.

Quando ela finalmente me leva em sua boca, ela faz redemoinhos com sua língua ao redor da cabeça, então suga delicadamente.

Eu não aguento mais e eu não quero gozar em sua boca. Desta vez, eu quero estar enterrado profundamente dentro dela. Eu acaricio sua nádega.

—Cama, agora. Tire os sapatos.

Ela caminha até o outro lado do quarto e eu a sigo. Eu pego um preservativo na mesa de cabeceira e o coloco antes de me juntar a ela na cama.

—Ellie... —Eu enfio meus dedos em seu cabelo e gentilmente beijo seus lábios, provocando-os a abrir com a minha língua. Eu escorrego dois, depois três dedos dentro de sua buceta novamente, desta vez saboreando a sensação dela contra a minha pele nua. Ela está mais do que pronta para mim. Rolando em cima dela, eu me posiciono entre as pernas e pressiono lentamente em seu corpo doce. Meu cérebro está gritando para segurá-la e levá-la forte e rápido. Mas eu não vou. Eu senti muito a falta dela, e meu coração precisa de lento e suave.

Ela envolve seus braços e pernas em volta de mim. Eu puxo minha cabeça para trás e olho profundamente em seus olhos. Estou tão perdido. Eu não sei como cheguei aqui, e eu não tenho interesse em encontrar o meu caminho de volta para onde quer que eu estive.

Meu pau está até o punho, e eu roço contra o seu clitóris antes de me afastar. Ajusto meu ângulo um pouco, e dou-lhe algumas estocadas rasas e rápidas antes de deslizar em casa novamente.

Ela inclina seus quadris um pouco, e quando eu puxo para trás, eu deslizo minha mão entre nós. —É isso aí, pegue o que você precisa e goze quando estiver pronta.

Eu ainda fico dentro dela enquanto ela entra em atrito com meus dedos. Ela fica frenética, e logo eu sinto seus músculos agarrando meu pau. Eu não posso segurar por mais tempo. Eu a beijo forte e jogo o quadril para frente. Minha língua e pau empurram juntos, até que finalmente, eu me solto. Eletricidade percorre minha espinha enquanto eu fodo com ela, empurrando contra esse ponto dentro dela que a faz gritar. Eu engulo cada um desses gritos enquanto ela endurece impotente debaixo de mim, pegando minha força bruta e implorando por mais. Minhas bolas apertam mais, desesperadas para gozar dentro dela, e assim que ela explode, eu gozo profundo.

As pernas de Ellie envolvem em torno de mim, me segurando perto. Eu preciso lidar com o preservativo que provavelmente está transbordando com o acúmulo de uma semana de gozo, mas ela e eu queremos a mesma coisa. Um minuto onde nós estamos conectados. Nada mais.

Eu começo a me mover, mas ela me segura mais forte. —Ainda não.

—Deus, Ellie. —Eu sussurro, beijando-a com força. —Senti sua falta.

Lá está. A verdade, em voz alta. Uma semana longe dela, e eu sou uma bagunça sem esperança. Eu nunca senti isso tão fortemente sobre uma mulher, não depois de uma semana, ou um mês, ou toda a duração de um relacionamento.

—Eu senti sua falta também. —Diz ela docemente, correndo os dedos pelo meu cabelo. —Mas que maneira de nos reconectarmos, hein?

Eu sorrio. E assim, ela me solta. Eu deslizo para fora dela e me livro do preservativo. E que maneira, realmente.


Capítulo 22

Ellie


Sasha foi para a cabana novamente para o fim de semana, então eu não precisava me preocupar com o fato de que pelo segundo fim de semana consecutivo, passei um dia inteiro vestindo nada além de uma das camisas do PM.

Estamos fazendo essa coisa estranha em que alternamos luxúria e algo que se aproxima de uma relação totalmente normal. Ontem à noite começou como um fetiche, mas ficou emocional muito rápido. Até mesmo mais rápido do que na semana passada, e eu me preocupo com a velocidade em que estamos correndo para algo grande e sério.

Mas, então, tivemos uma leve brincadeira pela manhã juntos, e essa coisinha desaparece.

Agora estou descansando na cama de Gavin, esperando ele terminar uma reunião no andar de baixo. Eu amo o sigilo de estar aqui em cima, nua, exceto por sua camisa, e ele estar lá embaixo no comando do país por meio de reuniões em sua biblioteca, com um especialista em ciência ambiental, o governador do Banco do Canadá, e dois caras, os quais ele não me disse nada sobre eles.

CSIS, provavelmente. Meu namorado está reunido com espiões agora.

Enquanto eu sou sua amante, mantida trancada em seu quarto.

Bem, não trancada. A porta está realmente aberta. Isso soa muito mais sórdido do que realmente é, eu tenho que terminar de ler aquele livro que comecei na semana passada, e então começar a fazer a lista de coisas sujas que eu gostaria de fazer com Gavin.

No começo, eu pensei em escrever uma lista real, mas quando eu coloquei a caneta no papel, comecei a pirar. E se a governanta de Gavin fizesse aquele truque de esfregar um lápis sobre a página em branco para descobrir o que tinha sido escrito na folha anterior a ela?

Ninguém precisa saber que alguém no quarto de Gavin quer ser amarrado à cama, mesmo que, qualquer uma com metade de uma libido ficaria naquele lindo dossel e teria exatamente o mesmo pensamento.

Então, em vez disso, faço a lista no meu telefone. Não o telefone pré-pago que Gavin me deu, mas meu telefone regular, que é de forma alguma, relacionado com o que o PM me deu.

Eu digito amarrada à cama, mas eu não sei de nada específico. Então eu vou para o Tumblr e procuro fotos de bondage.

E é quando Gavin termina sua reunião.

Eu estou olhando fixamente para o meu telefone, e talvez me contorcendo um pouco, quando ele limpa a garganta. Eu empurro meu olhar para cima e o encontro encostado ao batente da porta, com as mãos nos bolsos. Ele está vestindo calça jeans e uma camisa social, e os pés descalços.

Ele está totalmente, completamente “fodível”.

—O que você está fazendo?

—Ahhh... — Eu sorrio. —Oi.

—Você está toda ruborizada. —Diz ele lentamente enquanto caminha ao redor da cama.

Eu tenho muito tempo para fechar a guia na tela do meu telefone. Eu não fecho.

—Mova-se para frente. Deixe-me sentar atrás de você.

Eu me levanto de joelhos e enquanto Gavin se instala contra a cabeceira, ele aproveita a oportunidade para me despir de sua camisa.

Agora eu estou nua enquanto ele me puxa contra seu peito. Estou nua, ele não está, e ele acabou de me pegar olhando pornografia.

—Mostre-me, Fadinha.

Calor corre através do meu peito enquanto eu levanto o meu telefone, mostrando-lhe a mulher deitada de bruços sobre uma cama, suas pernas abertas e amarradas nos cantos da cama.

—Você gosta disso?

Eu concordo. —Eu estou fazendo essa lista que falamos. De coisas que eu gostaria de tentar.

—Você ficaria tão bonita amarrada a esta cama. —Diz ele bruscamente, suas mãos se estabelecendo, quentes e pesadas sobre os meus ombros. —O que mais você olhou?

—Eu acabei de começar. E algumas dessas fotos são intensas.

Ele ri. —Sim. Há uma perversão para todos, mas elas não são todas para mim.

—O que é para você? — Eu olho de lado para ele. —Que tipo de pornografia você gosta?

Ele hesita por um minuto. Essa é uma pergunta capciosa, provavelmente. Como a que ele me fez na semana passada, se eu estava o testando sobre outras mulheres. Eu não estava antes, e não estou agora.

—Eu gosto de GIFs. —Eu sussurro. —Clips de vídeo não inteiros, apenas uma ação repetida uma e outra vez. De alguma forma é mais quente.

Sua mandíbula flexiona. O mesmo acontece com o seu pau. Eu posso sentir isso mesmo através de seu jeans. —Mostre-me.

Eu rolo na tela e paro em um GIF que eu tinha visto. —Assim.

Ele exala, uma corrente de ar desliza sob a minha pele e lambe-me de dentro para fora.

Eu clico no blog que originalmente postou esse. Sorte grande. Gavin se move e suas mãos deslizam no meu torso enquanto eu rolo lentamente. Palmada. Bondage leve. Todas as imagens em preto e branco, imagens estáticas e GIFs em movimento. Sexy e elegante. E quem precisa de uma lista quando você pode simplesmente apontar para ele e dizer: —Sim, uau.

—Você gosta disso?

Eu concordo. —E... isso. — A mão de um homem está em volta do pescoço de uma mulher. Mais carícia do que aperto. Seu polegar esfrega para frente e para trás ao longo de sua mandíbula. Gavin leva a minha sugestão e me prende com os dedos.

Eu tremo.

—Eu não olho pornografia há... anos. —Diz ele, a voz baixa na minha orelha. —E não porque eu não goste.

Minhas pálpebras fecham enquanto ele acaricia minha garganta. Eu engulo contra o seu toque. —Preocupado que alguém possa hackear sua internet?

—E o meu telefone... — Ele para enquanto esfrega a outra mão contra a minha barriga.

Estou tão escorregadia entre as minhas pernas. Eu quero que ele me toque lá. Eu quero que ele me solte, e eu sei que ele não vai fazer isso ainda. Não, a menos que eu o deixe louco. —Mas você tem o meu telefone agora. Privilégios de ser um cidadão comum. Poderíamos assistir o que quisermos.

—Eu gosto de observar você.

Eu penso sobre as fantasias que ele me provocava com as mensagens de texto na semana passada. —E quanto a algumas meninas impertinentes na escola? Uma empregada francesa?

Ele ri, então, geme. Como se ele quisesse compartilhar algo comigo, mas tentando ser bom.

Porra. Eu quero que ele seja ruim. —Vamos. —Eu peço, arqueando as costas. Eu posso praticamente sentir seu olhar sobre os pontos duros dos meus mamilos prementes no ar. —Diga-me o que colocar na linha de busca. Mostre-me algo sujo que você não pode assistir mais, porque você é o Primeiro Ministro.

—Sexo a três. —Ele rosna. —Dois homens. Uma mulher. Submissa.

Ele segura meus seios enquanto eu digito isso. Há um monte de resultados. Ele faz barulhos desdenhosos sobre os dois primeiros, mas o terceiro faz com que ele dê um grunhido.

Eu gosto do grunhido.

Eu clico no GIF e encho a tela com um ciclo interminável de uma mulher em lingerie, de joelhos, balançando para frente e para trás entre dois homens. No fundo obscuro, um terceiro homem está assistindo.

—Oh... — Eu suspiro.

Seus dedos apertam minha carne. Eu me empurro contra ele. Sim. Toque-me.

Eu quero tocá-lo, também, mas eu preciso de ambas as mãos para segurar o telefone, sem deixá-lo cair.

—Esse terceiro indivíduo deveria estar debaixo dela, mordendo seus mamilos. —Diz ele no meu ouvido enquanto ele me aperta, imitando qual seria a sensação. —Cada polegada sua é forçada ao limite.

—Essa é a sua fantasia? — Não duas mulheres e um homem?

Mesmo quando se fala de sexo, ele dá à questão séria consideração.

—Não exatamente. Eu gosto de orquestrar o prazer de uma mulher. Dando-lhe a libertação que ela procura. O poder disso me excita.

—Mas você não iria... usar a palavra fantasia...? — Eu estou respirando tão forte que eu mal posso falar, e me pergunto se talvez ele possa me fazer gozar apenas roçando seus polegares em meus mamilos.

—Minhas fantasias agora a envolvem. E os meus dias de partilha acabaram. Faça outra pesquisa. —Ele desliza mais abaixo através dos meus cachos, e xinga quando me encontra encharcada. —Suja... menina suja.

—Isso é o que você quer que eu procure?

—Não. — Ele me acaricia levemente na parte interna da coxa. —Digite anal...

—Não! — Eu rio nervosamente.

—Ok. — Ele espera um momento. —Então, o que você quer assistir?

Deus. Eu não tenho ideia, e meu protesto instintivo não se desvaneceu.

—Ok, anal o quê?

—Bem, anal por si só é provavelmente um termo decente. Jogo anal, sexo anal... —Sua voz se aprofunda. —Penetração de punho anal.

Meus olhos estão como pires e minha voz guincha um pouco enquanto eu veto a última. Tenho certeza de que ele está brincando, mas apenas no caso...

—Limite rígido.

—Mas não os dois primeiros?

Eu coro. —Não. Você já sabe disso.

—Eu sei. É por isso que eu sugeri. —Ele desliza os dedos pelo minha umidade mais uma vez, em seguida, leva a mão à boca e chupa-os.

Será que ele entendeu o quão quente eu acho que é isso? É ridículo o que esse ato faz em meu interior.

Ele afasta meu cabelo do meu ombro, colocando-o atrás da minha orelha. Sua mão permanece lá por um minuto enquanto ele traça a borda da minha orelha com o dedo. —Quero ver o quão molhada você fica vendo alguém enfiar um grande pau duro em uma bunda.

Eu choramingo e solto o telefone, girando em seus braços. Meu pulso está batendo em meus ouvidos enquanto eu me atrapalho com os botões da sua camisa. Ele puxa um preservativo e um pacote de lubrificante do bolso.

Eu rasco a embalagem do preservativo e o coloco quando ele abaixa a calça, então eu afundo em seu comprimento. Eu não estou completamente pronta ainda, mas eu preciso, preciso dele, e vale a pena a dor que me estica ao redor de sua ereção.

—Você quer que eu te amarre e te foda forte? — Ele está me tocando em todos os lugares enquanto fala. Sinto um aperto forte em minha bunda enquanto ele me puxa para baixo e uma provocação leve contra meu mamilo enquanto ele acaricia o meu corpo para segurar meu pescoço novamente.

Eu aperto em torno dele enquanto ele pressiona contra a minha garganta.

—Nós não vamos muito longe ao fazer esta lista, Fadinha.

—Sinto muito, senhor. — Eu não sinto. Isto é uma loucura.

—Você sente? Eu acho que você queria ser fodida e você está recebendo isso.

—Ahhh. —Eu suspiro, sorrindo enquanto ele bombeia em mim novamente.

—E você está dando isso para mim.

—Sim, eu estou. — Ele abre o lubrificante e lambuza dois de seus dedos. Meus olhos arregalaram-se e ele sorri. —E você pode ter mais.

Ele começa com um, penetrando em mim por trás, e minhas coxas tremem enquanto eu luto contra o impulso de saltar para longe de seu toque. Seu pênis incha dentro de mim. Ele adora que eu o leve ao limite, eu já aprendi isso, mas a coisa de trio me fez pensar.

Isso também me excitou. Eu roço contra ele enquanto ele lentamente me fode com seu dedo dentro e fora, apenas até a junta de novo, me preparando para a invasão.

—Você não quer mais partilhar? —Pergunto, apoiando minhas mãos na cabeceira de cada lado dele. Ele aperta seu rosto no meu pescoço e me esfrega com o seu segundo dedo em vez de responder.

De jeito nenhum isso vai caber.

—Shhh, Fadinha. Você pode aguentar.

Eu não posso. Estou inquieta, dolorida e Deus, eu só quero transar com ele. E descobrir mais sobre como ele costumava compartilhar as mulheres com dezenas de homens sem rosto. Ou alguma coisa.

—Boa menina. —Ele rosna, sua voz à beira de perder o controle.

—Empurre para trás em meus dedos. Sim. Porra, isso é tão incrivelmente sexy.

Eu faço um choramingo indecifrável quando ele encontra um novo ritmo, bombeando dentro e fora de mim ao mesmo tempo das investidas lentas de seus dedos.

—Eu vou te beijar agora, Fadinha. E você vai gozar com meus dedos em sua bunda, meu pau em sua buceta, e minha língua em sua boca. Você é minha em todos os sentidos.

—Sim... — Eu respiro, nossos rostos perto o suficiente para que ele pareça todo embaçado. Ou talvez seja porque eu esteja tão perdida nas sensações que os meus outros sentidos foram resumidos à necessidade.

—Diga. — Sua mão livre agarra meu cabelo.

—Sim, senhor. Sou sua. Em tudo...

Ele trava sua boca contra a minha e eu gozo forte e rápido, o clímax espalhando pelo meu corpo inteiro. Enquanto os tremores me atingem, ele desliza para fora de mim, me segurando forte em primeiro lugar.

Então ele me curva de lado, ainda mole e desossada, e desaparece por um momento. Eu ouço a pia, então mais água corrente. Quando volta, ele paira sobre mim por um segundo antes de seus braços me segurarem. —Banho. —Ele diz simplesmente.

Ele me coloca na banheira, em seguida, desaparece novamente. Desta vez, ele leva mais tempo, e quando retorna, é com suprimentos. Uma garrafa de vinho, algumas frutas. Queijo, carne e biscoitos.

Ele me seca e nós nos sentamos juntos em uma de suas grandes poltronas. Ele adora me segurar em seu colo enquanto me alimenta, e eu adoro deixá-lo fazer isso. Uma vez que eu estou cheia, ele entrelaça os dedos e me dá um olhar sério. —O que você achou disso?

—Observar os GIFs juntos?

Ele balança a cabeça. —Isso. O resto.

—Eu gostei de tudo. Você é incrível. Você sabe exatamente o que fazer com o meu corpo.

—Eu gostaria de fazer mais. — Ele procura meu rosto. Ele não vai encontrar nenhuma preocupação lá.

—Sim, por favor. — Eu sorrio. —Eu confio em você.

—A sua bunda não está muito dolorida?

—Nem um pouco. — Dois dedos não foi tão ruim.

Ele aperta minha bunda. —Pronta para mais lá?

—Talvez. — Eu lambo meus lábios. —Você é todo preparado, não é? Pacotes individuais de lubrificante? Chique.

—Max fez todas as minhas compras em antecipação à nossa primeira noite. Ele passou um pouco dos limites.

—Feliz que seu melhor amigo está perto de novo?

—Fazia um tempo.

—Você continua mencionando isso.

—Eu vou parar.

Eu beijo seu pescoço. —Você não precisa ser outra coisa senão o seu verdadeiro eu comigo, Gavin. Suas preferências, sua história, suas... horas de trabalho. Isso tudo é uma parte de você. E eu... —Eu paro. —Eu estou toda dentro. Se você quiser que eu esteja.

—Eu quero.

—Mas...

—Sem mas.

—Me ouça.

Ele me dá um olhar mal-humorado. Ele realmente não gosta de não estar no comando de uma conversa.

—Aqui está a coisa. — Eu suavizo a minha voz, tanto quanto possível, e estico o meu corpo contra o dele. —O patrão do meu patrão estava ausente na semana passada. Agora ele está de volta, e eu só tenho este trabalho por mais cinco semanas. Eu quero dar tudo de mim.

—Nós podemos manter tudo profissional. Isto não tem nada a ver conosco.

—Claro que tem. É por isso que você resistiu.

—Isso foi antes.

—Deixe-me apenas terminar. Você é insanamente ocupado. Você sempre será. Assim, encontrar tempo vai ser um desafio. Eu estou bem com isso. Porque no final do verão, minha agenda vai ficar mais leve. Eu vou ter um monte de trabalho a fazer, mas posso fazê-lo na maior parte em meu próprio horário.

—O que você está dizendo?

—Só... vamos levar isso devagar. Lentamente. Sério. —Eu o beijo levemente, meus lábios roçando contra os seus. —Mas lento. Sem expectativas sobre o tempo e disponibilidade.

Seu rosto fica tenso, mas ele deixa-me continuar a falar. E talvez seja por isso que eu paro, até o silêncio pairar entre nós.

—Era isso, realmente. Eu só quero que você saiba que eu sou fácil. —Eu não quis dizer isso, mas ainda me faz rir. Eu ainda estou rindo quando ele me dá um olhar que eu não posso analisar. —O que?

—Nada é fácil sobre você, Fadinha. Eu digo isso na melhor maneira possível. Tudo sobre você é diferente para mim.

—Eu diria a mesma coisa sobre você, mas isso não é uma surpresa. Eu não tenho muita experiência. —E você é bastante singular, mas eu não adiciono essa parte.

—Você não precisa se preocupar com a minha história. —Diz ele com uma careta.

—Eu não diria que eu estou preocupada. Mais... curiosa.

—Sério?

Eu concordo. —Eu quero saber mais sobre a coisa toda de trio.

—Isso foi só... — Ele respira profundamente. —Ok, aqui é onde eu me sinto um pouco em terreno instável. Quero dizer que era apenas preferência, mas eu não quero mentir para você. Por isso era uma preferência e um reflexo de algumas coisas que eu fiz no passado.

Eu me contorço em seu colo. —Me diga mais.

—Não.

—Por favor? Satisfaça minha curiosidade com uma cereja no topo?

—Você não vai esquecer isso, não é?

—Eu vou, se você me disser para esquecer.

Seus olhos amolecem. —Não. Não me importo de sua curiosidade. Vamos para a cama.

Ele me levanta, em seguida, me leva para a cama. Enquanto eu estava na banheira, ele trocou os lençóis e voltou os cobertores, e nós deslizamos sob as cobertas juntos.

Eu me enrolo contra ele, nós dois nus, e ele brinca com o meu cabelo enquanto fala.

—No meu primeiro trio, eu fui o terceiro. Eu era um jovem rapaz, novo nesse fetiche, e eu fui para um clube de sexo, onde eles encorajam o ménage para qualquer... novato. É uma coisa de segurança, principalmente. Você não quer que ninguém fique muito em uma sala e acabe ferindo uma sub. Então, eu estava emparelhado com este casal que estava compartilhando. Ele me ensinou como usar com segurança os brinquedos de impacto em sua esposa. Quando eu terminei de trabalhar nela, ele transou com ela. E depois da primeira vez, ele me envolveu. Para segurá-la para ele, esse tipo de coisa.

—Quantos anos você tinha?

—Vinte, vinte e um? Ainda na graduação. Max tinha me apresentado a esse cenário, mas nós tínhamos gostos diferentes.

—Alguma vez você compartilhou com ele?

Gavin ri. —Não. Nós dois somos muito dominantes. E ele é como meu irmão. Eu o vi fazendo sexo com alguém, mas eu não tive nenhum desejo de ser uma parte disso.

—Então, é mais do que apenas... Alguma vez você já... com uma cara?

—Eu nunca tive relações sexuais com um cara. Eu não gosto dessa forma. Mas se você está fazendo a coisa certa, existe toque e você se sente bem, não importa quem é. Max não está na lista de pessoas que eu quero que toque meu pau. Muito estranho.

—Que pena. Ele é fofo.

—Eu vou matá-lo se ele te tocar.

Eu rio suavemente e passo minha mão para cima e para baixo nos músculos rígidos de seu abdômen. —É meio estranho você já ter tido todas estas experiências e eu não. Mas eu não sinto como se aqui, e agora, fôssemos todos tão diferentes.

—Não somos. Eu só tenho mais experiência em dizer o que eu quero e como eu quero. Mas com você, eu sinto que é tudo novo outra vez. —Uma impossível inundação de calor me percorre com suas palavras, e eu me movo para mais perto. Seus olhos são como piscinas brilhantes, intermináveis, que eu quero ficar perdida neles para sempre enquanto ele continua falando. —Você me desafia e me força, Fadinha. Eu gosto disso. Muito.

—Eu gosto disso, também. — Eu hesito. —Mas, enquanto estivermos juntos, eu nunca irei a um clube de sexo, sabe? Não que eu queira fazer isso, exatamente, mas eu não quero ter esses “ses”, tampouco.

—Eu abri seus olhos para todos os tipos de perversão e eu não sou mais suficiente? — Ele está brincando, mas não inteiramente.

Eu realmente cutuquei sua ferida. —Não! De modo nenhum. Você é... você seria o suficiente para uma vida inteira, Gavin.

—Mas? — Agora, a pontada mal-humorada está de volta. Homens. Tão sensíveis.

—Sem mas desta vez. Você é o suficiente. Vamos fingir que eu não disse nada.

—Não é assim que funciona, Fadinha.

—Então você não pode se sentir ofendido quando eu tentar falar sobre isso, senhor.

Ele está em silêncio por um minuto. —Ok. —Ele finalmente diz. —Isso é justo. Peço desculpas. Então, o que a minha pequena taradinha quer explorar?

—Taradinha?

—Uma menina que gosta de perversão. — Ele sorri. —Uma mulher segundo o meu coração.

—Eu sou isso. —Eu digo baixinho. Eu te amo. Se eu pudesse dizer isso em voz alta, provavelmente aliviaria um monte de suas dúvidas, mas mesmo que o meu coração esteja explodindo com isso, minha cabeça diz que é muito cedo. Então, eu me concentro em terreno mais seguro. —O que você estava descrevendo. O trio. Você ditaria o que as pessoas fariam comigo. Ser... totalmente tomada. Eu não estou dizendo que, de repente eu quero um trio, mas...

—Eu quero eliminar essa palavra de seu vocabulário.

—Oh.

—Não há nada de errado em querer um trio. —Certo. Eu sei disso, intelectualmente. Mas eu ainda me sinto como se eu devesse me sentir culpada por isso. Mesmo quando eu não me sinto. Digo-lhe tanto, e ele me olha com um olhar curioso no rosto. —Há outras maneiras de satisfazer uma fantasia. Vendo pornô juntos, por exemplo. Temos que ter esse pequeno voyeurismo sem arriscar a exposição pública de ir a um clube de sexo. Existem brinquedos que podemos usar para... totalmente levá-la, como você disse.

Eu tremo só de pensar nisso.

—E se você quiser...

Eu prendo a respiração. Eu quero que ele termine a frase?

Ele olha para mim por um longo momento antes de continuar. —Eu te daria qualquer coisa que você quisesse, Fadinha. Há sempre uma maneira de fazê-lo funcionar.

—Como? — A minha falta de ar me denuncia, e ele me dá um olhar compreensivo.

—Você me deixe preocupar com isso. — Ele me puxa para perto e beija minha testa, um gesto terno que realmente me excita. Ele me excita. Eu sou a garota mais sortuda do mundo. —Ainda estamos tentando descobrir o que é isso entre nós, Ellie. Mas seja o que for, é especial para mim, e eu vou cuidar disso. Eu vou cuidar bem de você. Eu prometo.

—Eu sei disso. Sem reservas.

Ele me dá um olhar demorado e calculado que fazem meus dedos enrolarem. —Então você quer ser tomada, não é?

—A culpa é sua. —Eu sussurro, deslizando para a fantasia. —Você me deu um gostinho...

—Dê a uma menina uma polegada... —Ele rosna.

Eu coro. —E agora eu estarei fantasiando sobre a tomada de uma milha. Talvez. Sim.

—E se nós fizermos essa coisa de incluir outra pessoa... Eu ainda estaria no controle. Orquestrando o seu prazer. Você entende isso, certo?

—Perfeitamente. Eu nunca iria querer fazer isso com mais ninguém.

—Bom. Pegue seu telefone. Mostre-me o que você gosta. Talvez eu possa encontrar uma maneira de recriar isso de outra maneira.


Capítulo 23

Gavin


Eu acordei com a minha mão enrolada possessivamente em torno do peito de Ellie, e meu pau semiduro, esfregando contra seu traseiro.

Quando o meu alarme toca, eu o desligo. Eu não preciso fazer flexões esta manhã. Eu tive uma abundância de exercícios na noite passada, e se eu conseguir me afastar de Ellie, eu vou tentar ir ao hóquei novamente hoje.

—Bom dia. —Diz ela, e a rouquidão suave, sonolenta em sua voz, muda meu pau de interessado para exigente.

Pego um preservativo. Sexo ao acordar é uma tradição impressionante do caralho.

Depois que ela goza duas vezes, ambas com sua buceta ordenhando meu pau por tudo que vale a pena, nós tomamos banho juntos, e isso é apenas bom demais.

Eu não contei a ela sobre o hóquei ainda. Ou eu vou ter uma oportunidade ou eu não vou. E eu sou recompensado por minha paciência quando, depois de se secar, ela puxa uma roupa de yoga de sua bolsa.

—Depois da noite passada, eu preciso fazer um bom alongamento. —Diz ela enquanto passa por mim. —Portanto, uma vez que tomarmos um café da manhã, eu poderia ir à yoga.

—Isso é parte desse plano lento de levar as coisas? — Porque eu quero convidá-la para voltar para cá depois, mas eu não quero forçá-la.

Ela levanta um ombro delicado. Meu olhar cai sobre um trio de sardas que decora sua pele nua lá, e coloco meus braços ao redor da cintura dela, segurando-a com força para que eu possa beijá-la.

—Volte para cá, uma vez que você terminar.

—Ok. —Ela sussurra.

—Eu tenho uma coisa a fazer, também, por isso vou deixá-la e buscá-la.

Ela se vira em meus braços. —O que você vai fazer?

É muito difícil segurá-la em meus braços e apenas ter uma conversa. Eu quero me perder em sua boca, mas eu me contento com um leve beijo, antes de eu contar a ela sobre a nova equipe. —Quando eu estava tentando não querer você tanto, tentando e não conseguindo, eu pedi a Lachlan para me encontrar um jogo de hóquei.

—Para assistir?

—Para jogar. Uma equipe casual, mas organizada o suficiente para que os participantes possam ser rastreados. Eu perdi na semana passada porque eu tinha que me preparar para a cúpula.

—Você joga hóquei?

—Costumava jogar todas as semanas. Agora eu não sei qual é a frequência que costumo jogar, mas há um grupo de rapazes que Lachlan conhece, e... é divertido.

—E a perfeição não para.

Ela falou isso levianamente, como um elogio, mas é bem perto da coisa toda de pedestal que me deixa desconfortável. Eu minimizo isso. —Eu amo hóquei.

—Isso é porque você tem xarope de bordo em suas veias. — Ela me dá um olhar divertido. —Posso te ver jogar algum dia?

—Você quer?

—Claro.

—Certo. Mas eu preciso avisá-la que Tate Nilsson joga no meu time, e se você babar sobre ele, eu vou ficar todo ciumento, e vou bater no meu peito como um homem das cavernas.

—O capitão dos Ottawa Senators joga no seu time de hóquei?

—Há algumas vantagens em ser o Primeiro Ministro.

—Não brinca.

*****

Hoje eu vejo os meus companheiros de equipe através de uma nova perspectiva. Claro, uma vez que você está olhando para isso, os sinais estão lá. Tate é tão alfa que dói, mas ele é um rebelde. Nenhuma das regras de Max sobre Dominante é ligada a ele. Ele é mais como eu, e só quer estar no comando. Excita-se com material extra sujo.

E Lachlan... Eu penso em quantas vezes Tate disse que meu chefe de segurança é o cara faz-tudo para arrumar as coisas.

Porra. Lachlan provavelmente gasta o seu tempo livre sendo um monitor em um clube de BDSM local. Ele tem exatamente a personalidade certa para servir como o DM, desarmar e calmar, mas com uma autoridade natural que as pessoas não podem deixar de respeitar.

E gosto.

Ellie gosta de Lachlan, por exemplo.

Meu pau está tão ocupado pensando sobre esse pequeno pingue e pongue na minha cabeça - Lachlan, Ellie... Ellie e Lachlan. O quanto eu confio nele, e talvez só nele, pelo menos a este respeito.

Estou pensando tanto que perco uma reviravolta na extremidade da pista e, de repente, um dos atacantes do outro time está correndo na pista em direção à nossa rede.

Eu patino atrás dele tão rápido quanto eu posso, apressando para chegar entre ele e Corinne no gol. Eu não estou indo rápido o suficiente para interceptar, mas ele vira para o lado, e isso é o suficiente para que, quando ele dispara, eu consiga uma vantagem sobre ele, e atiro o disco para o canto.

—Sortudo. —Tate grita comigo enquanto eu movo o disco com meu bastão e o passo para trás da rede para o nosso outro defensor.

Às vezes, esse é o meu nome do meio.

—Voltem! — Eu grito e eles saem do caminho enquanto os seus alas direitos voltam para suas posições, caindo à esquerda antes de girar em direção às placas, e receberem o disco de volta até o local no gelo onde ele pertence.

Eu mantenho minha mente no jogo pelo resto do nosso tempo no gelo, mas a centelha da ideia que eu tive lá fora, não quer me deixar sozinho.

Assim que Lachlan e eu estamos no carro e as portas estão fechadas, eu começo a falar. Eu preciso aproveitar a privacidade absoluta antes que eu perca a coragem. —Então... O que você acha de Ellie?

—Ela é adorável. —Nem quente, bonita, sexy, linda, fodível. Ele me dá uma resposta cuidadosa, diplomática.

Jesus. Como diabos eu deveria pedir ao meu chefe de segurança para me ajudar a foder a minha namorada?

Eu tento de novo. —Você acha que ela é... atraente?

—Onde é que isto vai chegar? Porque, eu estou certo de que você não está à procura de aprovação.

—Podemos falar em hipóteses por um momento?

—O que for preciso.

—Ok, se alguém que você conhece que tem uma namorada que está mostrando um pouco interesse em... um conjunto extra de mãos, entre outras coisas no quarto, e talvez tenha sugerido que ela possa gostar de um segundo conjunto de tudo para estar com você...

—E você está perguntando se o meu nível de excentricidade se estende a trios envolvendo mais de um pau.

—Sim, eu acho que é mais ou menos para onde isso vai.

—Mais ou menos? Você está brincando comigo? Isso não é algum jogo inofensivo. Pode haver sérias repercussões nesse tipo de atividade.

—Eu estou bem ciente. Não é minha primeira vez.

—Talvez não, mas desta vez, isso envolveria alguém que você gosta.

Eu deixo isso afundar por um minuto. —Verdade. Mas parte de me preocupar com ela, é cumprir o maior número de suas fantasias tanto quanto eu sou capaz.

—Nem todas as fantasias são destinadas a tornar-se realidade.

—Você está dizendo que não?

—Eu estou dizendo que teria de ter regras no jogo.

—Claro. Em primeiro lugar, a sua buceta está fora dos limites. Ela é minha.

—Justo. Segunda, nenhum beijo na boca.

—Definitivamente sem beijo na boca. E quanto a sua bunda?

—Minha também.

—Peitos?

—Eles são seus para fazer o que quer que ela permita.

—Você tem certeza sobre isso?

Não realmente, mas como Dan Savage diria, eu sou bom, dando, e jogando. —Vamos pegar Ellie e levá-la para casa.

—Bem, isso se intensificou rapidamente. —Lachlan disse em voz baixa.

Sim. Eu não posso explicar o tambor urgente batendo dentro de mim, mas isso é uma coisa de agora ou nunca, e eu não quero nunca dizer nunca para Ellie.


Capítulo 24

Ellie


Os jogos de hóquei de Gavin são no Sensplex, nos subúrbios, então eu tenho tempo depois da minha aula de yoga para tomar um longo banho quente e olhar as vitrines das lojas. Quando seu carro para, eu vou até ele.

Lachlan mal consegue chegar a tempo de abrir a porta para mim.

—Está com pressa? —Ele pergunta, seus olhos persistente no meu rosto enquanto espera pela minha resposta.

Eu sorrio. —Quieto. Segredo, lembra?

—De fato.

—Você está trabalhando sem parar nos últimos tempos. —Eu digo enquanto ele abre a porta e gesticula para eu entrar.

—Eu não chamaria de trabalho hoje, Senhora Montague.

Esquisito.

Gavin chega a mim e me puxa rapidamente enquanto Lachlan fecha a porta atrás de nós. Estamos sozinhos por um segundo e sua boca cobre a minha, seus dedos traçando a forma do meu rosto enquanto ele me dá um beijo ardente de Olá.

—Bom jogo? —Pergunto sem fôlego quando Lachlan toma seu lugar no banco do motorista novamente.

Gavin assente. —Sim. Como foi a sua yoga?

—Prática. —Eu uno meus dedos nos dele e me inclino para trás contra o assento. Ele se inclina em mim e pega meu cinto de segurança. Eu poderia fazer isso sozinha, mas de alguma forma ele deixa esse ato mais excitante.

Lachlan está olhando no espelho retrovisor enquanto Gavin puxa o cinto em meu torso, roçando em mim antes que ele passe a mão de volta até a parte que atravessa meu peito. Ele estabelece a lona entre os meus seios.

—O que você está fazendo? —Eu sussurro.

Ele sorri. —Lachlan está assistindo?

Eu olho para frente novamente. Nossos olhares se encontram no espelho e Lachlan pisca.

—Você sabe que ele está. —Eu sussurro para Gavin.

—Bom. Vamos nos divertir.

Diversão. Esse é um termo carregado.

Eu quero dizer-lhe que isto é um erro. Ele está me interpretando mal ou eu só falei sobre isso ontem à noite, mas sob o meu top fino, meus mamilos estão duros, e o pensamento do chefe de segurança de Gavin nos observando fazer alguma coisa, qualquer coisa... me excita.

Não há nada de errado com isso.

Dúvida guerreia com desejo, com fome enquanto eu procuro no rosto de Gavin por essa garantia. Mas isso realmente tem que vir de dentro de mim. Minhas mãos estão escorregadias de suor, e eu as pressiono na saia que eu coloquei depois do meu banho.

Fácil acesso para Gavin.

Agora, a maneira como seus dedos estão circulando no meu joelho e na minha coxa, eu estou percebendo o erro no meu julgamento.

Muito fácil.

Estou muito fácil.

Deus, eu vou deixá-lo me tocar e Lachlan vai assistir, e sim, isso está me deixando molhada.

Estou encharcada.

Essa calcinha está acabada.

Eu sou fácil e uma mentirosa.

—Divertir? —Pergunto com uma exalação rápida, virando o rosto para Gavin.

—Nós temos algumas regras básicas. —Diz ele, mas não em voz baixa. Ele não está escondendo essa conversa de Lachlan.

Eles têm regras básicas. Para mim. O nós nessa frase é meu namorado e seu oficial de segurança.

—Vocês? — Eu arqueio minhas sobrancelhas, mas eu não vou brincar com ninguém neste carro. Meus mamilos estão duros, minha calcinha está encharcada, e eu tenho certeza que ambos podem sentir minha excitação. Minhas bochechas vermelhas estão traindo totalmente meu elevado questionamento deste plano.

—Você se lembra de suas palavras de segurança, Fadinha.

Eu aceno com a cabeça. —Você está no comando?

—Sempre.

—Então eu sou sua, senhor.

Sua palma desliza até minha coxa enquanto seus lábios acariciam a curva exterior do meu ouvido. —Acha que pode gozar no momento em que chegar em casa?

Estamos a apenas duas quadras de distância. —Ahhh...

—Imagine as mãos de Lachlan em seus seios enquanto eu lambo sua buceta. Seu pênis deslizando em sua boca enquanto eu te fodo por trás, apenas como aquele vídeo que assistimos na noite passada.

Minhas pálpebras fecham enquanto ele esfrega o polegar sobre meu clitóris através da minha calcinha.

O carro desacelera até parar.

Meus olhos se abrem e eu vejo que estamos parando nos portões da 24 Sussex.

Gavin puxa minha calcinha para baixo dos meus quadris. Meu olhar voa para o espelho retrovisor, preocupada com a condução de Lachlan.

Estou decepcionada? Eu não tenho nenhum tempo para processar isso antes de Gavin colocar minha saia de volta no lugar. Em seguida, ele roça a boca contra a minha orelha. —Acabou o tempo, Fadinha. Agora você terá que esperar.

Lachlan abafa um riso em seu assento da frente – ele tinha prestado atenção em tudo, mesmo enquanto ele estava estacionando o carro - e Gavin pega a minha mão, beijando os nós dos dedos, enquanto eu olho feio para ele.

—Eu sinto muito. Não houve tempo suficiente. —Seus olhos brilham com malícia, no entanto. Ele não queria dizer isso. Ele poderia me fazer gozar em dez segundos, se quisesse.

Ele aperta minha mão em sua ereção, e eu acaricio o comprimento dele. Ele está duro. Ele quer isso tanto quanto eu.

Dou-lhe um olhar sedutor por debaixo dos meus cílios. —Talvez eu devesse torturá-lo quando chegarmos lá dentro.

—Por favor, faça.

Ele me segura perto enquanto Lachlan nos deixa entrar e desliga o alarme.

Então Gavin leva-nos lá em cima. Não para seu quarto, mas na outra extremidade do segundo andar, para um quarto em que eu nunca estive antes.

É um espaço projetado para entreter, com sofás e cadeiras em todas as paredes, mesmo em frente das estantes que revestem uma extremidade, e ao redor da lareira na outra.

A 24 Sussex já viu este tipo de entretenimento antes?

Provavelmente. Minha visão do mundo está rapidamente se transformando.

Lachlan senta-se em uma cadeira larga. Gavin me aponta para um sofá na parede oposta, mas permanece em pé. Ele olha de volta para o nosso convidado. —Bebida? — Lachlan dá-lhe um olhar questionador e Gavin revira os olhos.

—Uma bebida. Para ser social. Nós todos sabemos os limites aqui.

—Claro, eu vou tomar uma cerveja.

—Fadinha?

—Cerveja parece ótimo. Mas eu posso pegá-la.

—Fique, por favor. — Ele se inclina e me beija de forma áspera e possessiva em toda a minha boca, que deixa meus lábios formigando. —Volto logo. E enquanto eu estiver fora, quero que você mantenha suas coxas abertas. Apenas o suficiente para dar água na boca de Lachlan, fazendo-o se perguntar o que está sob a sua saia.

—Gavin... — Eu toco sua bochecha.

Seu olhar é tranquilo. —Sim, Fadinha?

Talvez se ele tivesse usado o meu nome, eu teria o questionado aqui. Ele está louco? Mas tudo sobre nós é uma loucura. Então, eu apenas sorrio e digo: —Volte depressa.

—Isto ainda é você e eu. — Ele esfrega o polegar contra o canto da minha boca e eu o lambo. Ele geme. —O jogo de Lachlan é ser um par extra de mãos para me ajudar a surpreendê-la. Isso é tudo.

Eu o vejo sair. Ele colocou um jeans e uma camiseta após o jogo, e ambos couberam-lhe como uma luva. A visão dele saindo do quarto é muito perturbadora.

Leva-me um minuto para voltar minha atenção para o outro homem no quarto. Quando eu olho para ele, Lachlan está apenas me observando.

—O que?

—O PM colocou sua confiança em mim com isso, e eu nunca vou trair isso, Ellie.

—Obrigada. — Eu torço meus dedos juntos. —Você já fez isso antes?

Ele se inclina para trás em sua cadeira. —Eu já fiz.

—Isso é bom.

Ele sorri. —Espero que seja. Vou fazer o meu melhor.

Antes que eu possa responder, Gavin está de volta. Ele entrega à Lachlan uma das três garrafas de cerveja que ele está carregando, então vem até mim e me dá um beijo antes de pressionar minha própria cerveja na minha mão.

—Falaram sobre alguma coisa interessante enquanto eu estive fora? — Ele pisca para mim enquanto anda em direção à lareira.

Nós tínhamos um triângulo acontecendo agora, e a eletricidade vibrava entre nós. Principalmente entre Gavin e eu, eu o quero de volta aqui, ao meu lado. Estou sempre ávida por ele.

E ele quer que eu seja paciente.

Para tirar essa antecipação e deixar fermentar algo que eu nunca tinha experimentado antes.

—Lachlan apenas me disse que ele já fez isso antes, também. — Eu tomo um gole de cerveja, grata pelo líquido frio e amargo deslizando pela minha garganta antes de eu olhar para trás, para o oficial de RCMP. —Eu estou supondo que Gavin disse que este é o meu primeiro trio.

—E provavelmente o seu último. —Diz Gavin. —Então, eu quero tornar isso bom. — Eu ainda estou um pouco surpresa, mas ele configurou isso. E a protuberância em sua calça jeans diz que ele gosta.

Tomo outro gole de cerveja, observando-o sobre a garrafa. —Não tenho dúvida de que você vai.

—Talvez não seja exatamente um trio. —Lachlan diz, colocando para baixo sua cerveja. Eu não acho que ele a tocou. —Pense nisso mais como um dois-quatro. Dois indivíduos, quatro mãos. Duplique o seu prazer.

—Mas não pode ser tudo sobre mim. —Eu digo, fechando um pouco minhas pernas.

Gavin dá uma olhada em minhas coxas e eu as abro novamente. Boa menina, ele gesticula com a boca. O calor sobe em espiral até o interior do meu torso.

—Por que você não me diz às regras que ambos concordaram, então? Tocar é permitido?

Lachlan desliza sua atenção pelo meu corpo. —Eu não posso tocar. Mas eu posso olhar para tudo o que quiser.

—Mostre-lhe mais, se você quiser. —Gavin diz suavemente a partir de onde ele está encostado na estante. —Você é linda. Eu quero que você se sinta adorada. Mas sua buceta é minha.

Eu coro. Ele hesita, e eu preencho o resto com um palpite. —Lachlan recebe a metade de cima?

Ambos dão risada e eu relaxo.

Gavin assente. —E vamos manter isso leve. Vou dar-lhe o que quiser, Fadinha. Mas nós podemos precisar ser criativos na forma como algumas coisas acontecem.

—Minha boca?

Ele sorri. —Nós podemos colocar isso em bom uso. Se você quiser. Mas não beije Lachlan. Isso é meu, também.

Dou-lhe um olhar de surpresa e ele só dá de ombros, sem falsa modéstia. Eu não me importo. Eu estou um pouco estarrecida que isso vai acontecer de qualquer maneira.

—Chega de conversa. Mostre a Lachlan o que você está escondendo sob sua saia.

Minhas coxas ficam tensas e eu enrolo meus dedos no tecido da minha saia. Uma polegada ou duas e ele será capaz de ver tudo de mim.

Ele será capaz de ver tudo de mim em breve.

Eu respiro fundo e subo a bainha até meus quadris. Gavin geme, e eu olho para ele. Sua ereção está maior agora, pressionando contra a frente de seu jeans, e minha boca enche d´água.

—Quer um gostinho?

Eu levanto meus olhos até encontrar os seus e aceno.

—De mim? — Sempre. —Ou de Lachlan?

Uma inundação de umidade faz com que minhas pernas tremam. —Sim, senhor. Vocês dois.

—Ao mesmo tempo? — Ele levanta uma sobrancelha e eu coro.

—Se você quiser.

—Eu quero. — Ele esfrega o queixo. —Mas Lachlan é nosso convidado. Por que você não vai lá e agradece a ele por jogar com a gente?

Dou um último gole de cerveja e fico de pé, minha saia balançando para cobrir minhas coxas novamente.

Talvez eles dois esperem que eu caia de joelhos quando eu parar na frente de Lachlan, mas não é isso que eu quero fazer primeiro.

E se isso é tudo sobre mim... Eu quero provocar o meu namorado um pouco. —Você fica com a metade superior? —Pergunto a Lachlan enquanto eu seguro a barra da minha camisa.

Ele balança a cabeça lentamente.

Eu chego e passo a mão pelo seu cabelo, em seguida, por sua bochecha. Eu posso praticamente ouvir Gavin vibrando do outro lado da sala. Chegue mais perto. Leve-me.

—Sem beijo. —Lachlan me lembra baixinho.

—Essa é sua regra ou a dele? —Eu sussurro.

—Estamos de acordo sobre isso. — Ele me dá um sorriso fácil. —Mas estou feliz em prendê-la em meus braços. Colocar minha boca sobre os mamilos que mantêm me provocando de dentro de sua camisa.

—Quer que eu tire?

Ele olha para o seu patrão.

Eu não. Eu quero, mas eu vou passar a maior parte desta tarde assistindo Gavin ter certeza de que eu não vá longe demais. Algumas coisas precisam ficar bem porque eu disse que está tudo bem.

—Sim. Tire sua camisa. —Sua voz fica um pouco rouca, e eu gosto disso.

Eu mordo meu lábio e levanto uma perna, roçando meu joelho contra o seu enquanto eu me inclino. Eu hesito por um segundo, em seguida, chego ao sofá ao lado de seu quadril. Estou montando em uma de suas coxas agora.

Ele é diferente de Gavin. Mais descontraído, um tipo de personalidade totalmente diferente. Mas de perto, há semelhanças também, especialmente em sua aparência, que eu nunca percebi antes. Seu cabelo castanho tem menos dourado. Seus olhos azuis não são tão claros.

Ele não faz meu coração disparar.

Esse poder pertence exclusivamente ao homem do outro lado da sala.

Mas ele é bem parecido, e tipo, contra a minha coxa, eu posso sentir o início de uma ereção. Mais uma vez, nada como a de Gavin - e isso é bom. Eu cruzo meus braços entre nós e agarro a barra da minha camisa, puxando-a para cima do meu corpo.

Lachlan geme baixinho quando eu coloco as minhas mãos em seus ombros e levanto a minha outra perna para estar completamente montada em seu corpo agora. Debaixo da minha saia estou nua, mas suas mãos ficam em cima do tecido. Ele toca meu quadril, minha cintura, em seguida, afaga meus lados nus. Para cima e para baixo. Mais perto dos meus seios em cada passagem.

—Ellie... — Gavin adverte atrás de mim. Ele está mais perto de nós agora.

Eu olho para ele. Ele está no meio do quarto. —Quando você disse para agradecê-lo, você tinha algo específico em mente... senhor?

Ele ri. —De joelhos.

—Sem dança do colo?

Ele me dá o seu severo olhar de Dom e eu chio. É uma dramatização de certa forma, porque isso não somos realmente nós, mas eu acho que funciona para Lachlan. Mas ser pego entre um Dom e sua sub, pode ser apenas um lugar feliz para Lachlan pela forma como o seu pau está inchado debaixo de mim.

Eu me viro em cima dele, pressionando para trás contra o peito de Lachlan enquanto eu pouso em seu colo e dou a Gavin o show que eu acho que ele está esperando de sua namorada, de topless nos braços de outro homem. Mas um homem que trabalha para ele. Um homem que vai me segurar, talvez até me cobrir com a boca sob as ordens de seu chefe...

—Você quer que eu dê a Lachlan um boquete? — Eu digo com um suspiro. Eu aperto as coxas de Lachlan, ao mesmo tempo. Ele toma a dica e começa a acariciar meu corpo novamente, indo em torno dos meus seios, mas não os toca ainda.

De repente eu percebo, que ele não vai fazer isso sem uma ordem expressa.

—Você disse que queria... — Ele para e coloca as mãos nos quadris. —Não seja rude, Fadinha.

Mexo-me mais uma vez, lentamente desta vez. Lachlan pega o tecido da minha saia e a segura enquanto eu afundo de joelhos, me descobrindo por trás para Gavin.

Eu olho para ele. Nosso co-conspirador neste jogo de fantasia.

Seu olhar é quente, mas não predatório. Ele é um homem, e eu sou uma mulher de joelhos para ele, por isso há uma química básica acontecendo, mas ele não é ameaça para Gavin.

Isso é uma coisa deliberada que ele está fazendo? Garantir que Gavin saiba que ele é o alfa?

—Obrigada, Lachlan. —Eu digo, enquanto eu esfrego minha mão contra a frente de seu jeans. Eu recebo um impulso ansioso em resposta. Ele é grosso e está ficando mais espesso. Isso é promissor. Eu abro o botão da calça jeans e baixo o zíper. Ele está usando uma cueca boxer branca por baixo. —Você esqueceu a sua roupa de couro preta pervertida.

Aparentemente brincar é uma maneira de eu lidar por estar nervosa agora. É melhor do que o meu habitual silêncio constrangedor. Olhe-me crescer como indivíduo.

—Esta foi uma mudança inesperada nos acontecimentos. — Seus lábios dão um sorriso.

Atrás de mim, Gavin pigarreia.

Lachlan me dá um olhar que diz “você está com problemas”, que me faz mexer a minha bunda. Gavin não mordeu a isca, então eu me inclino e beijo a ereção de Lachlan através do tecido. Ele cheira limpo, a chuveiro, e totalmente masculino debaixo dele.

Eu passo meus dedos sob o elástico, em seguida, bato meus cílios para ele.

—Eu tirei a minha camisa. Você deve tirar a sua, também.

Gavin não cairia nesse truque. Eu não posso flertar para tê-lo fazendo qualquer coisa. Ele está sempre no comando.

Lachlan está ansioso para agradar, no entanto.

Eu sorrio. Isto vai ser divertido. Ele tira a camisa e eu tomo um segundo para admirar os duros planos de seu peito, e a deliciosa linha de cabelo crespo descendo do centro de seu torso antes de eu segui-la sob o elástico, e envolver minha mão ao redor de seu pênis nu.

Ele empurra ao meu toque, e eu o acaricio com firmeza. Ele não deixa escapar o pré-gozo tão facilmente quanto Gavin deixa, então, depois de dar uma rápida olhada por cima do ombro para garantir que isso ainda é legal, eu abaixo a cabeça e deslizo a minha língua ao longo de sua fenda.

Fascinante. Eu não deveria estar pensando muito nisso, mas ele não é Gavin, para que eu possa ter um pouco de distância aqui. Eu nunca provei dois paus em tal proximidade antes. E se eu jogar minhas cartas bem, talvez em um minuto começarei a prová-los ao mesmo tempo.

E Lachlan tem um gosto bom. Sua cabeça larga desliza em minha boca. Ele resmunga quando eu engulo, também.

Fascinante.

Eu levo o meu tempo e dou-lhe toda atenção, raspando as unhas para cima e para baixo em suas coxas cobertas de jeans com uma das mãos, enquanto eu lentamente passo a minha língua nele. Eu deixo isso ficar um pouco desleixado, enchendo a sala silenciosa com o barulho da minha mão molhada e o engolir da minha boca.

Sinto a mão de Gavin perto na parte de trás da minha cabeça, antes dele reunir meu cabelo e retardar meus movimentos. —Boa menina. —Ele me elogia, e eu subo em cima de Lachlan, depois me viro para Gavin enquanto Lachlan me coloca de joelhos.

Gavin já está abrindo o zíper. —Segure seus seios. —Diz ele. —Ela gosta de mais do que um beliscão, mas você vai querer aquecê-la primeiro.

Ele desliza seu pênis na minha boca, mais profundo e mais forte do que eu levei Lachlan. E eu posso sentir o gosto dele já derramando seu pré-gozo na minha língua.

Sim. Ele bombeia dentro e fora de mim enquanto Lachlan me segura forte, não me deixando perseguir Gavin enquanto ele se afasta. Mas ele volta, cada vez mais e mais rápido, até que ele goza na minha garganta com mais força do que eu esperava.

Eu engulo cada gota, em seguida, lambo os lábios quando ele sai da minha boca.

Suavemente, ele sorri para mim, ao mesmo tempo em que ele pega minha mão. —Levante-se, Fadinha. Hora de você ficar toda nua.

As pernas de Lachlan se abrem em ambos os lados das minhas por estar prensado entre Gavin e o sofá. Minha saia tem um elástico na cintura, e Gavin a deixa cair no chão rapidamente, espalmando minha bunda enquanto ele me puxa contra ele e me beija profundamente.

Entre nossos corpos, eu posso senti-lo engrossando novamente.

—Hora de levar esta festa para a cama, onde eu posso amarrá-la. —Ele rosna.

Sua cama? Com Lachlan? —Você tem certeza?

Ele me vira em seus braços, seu pau balançando pesado e orgulhoso contra a minha bunda. —Claro que sim. Quanto mais mãos, melhor para o que eu tenho em mente.

Eu rio quando ele me leva para a suíte master, mas o meu riso alegre vira suspiros ansiosos quando ele me coloca na cama. Ele me cobre com seu corpo. Ele ainda está vestido, exceto o jeans que está com o zíper aberto e seu pênis está pulsando contra o meu sexo.

—Aqui está o que vamos fazer, Fadinha. — Ele afasta uma mecha de cabelo do meu rosto quando olha para mim. —Você queria que eu te amarrasse à cama.

—Sim...

Ele sorri com o quão ansiosa eu estou. —Então, Lachlan vai colocar algumas restrições em você agora.

Eu suspiro enquanto eu sinto um segundo par de mãos na minha coxa esquerda, mas o toque é rápido e eficiente, e substituído por algo macio acima do meu joelho. Gavin está me beijando, então não posso ver onde Lachlan foi, mas, em seguida, ele repete a ação do outro lado. Desta vez, há um puxão suave, também.

—Você vai ter que se mover. —Lachlan diz para Gavin, diversão clara em sua voz.

Gavin apenas pisca para mim enquanto ele pula da cama e leva sua ereção para longe. Ele tem a energia de um garoto de vinte anos de idade, cheio de Red Bull. Eu não registro imediatamente o fato de que “as restrições” que ele mencionou estão em minhas pernas, obviamente, mas elas também estão ligadas aos pilares da cama.

Minha boca cai aberta.

Eu não sei o que eu estava esperando. Talvez corda em torno dos meus tornozelos ou algo assim. Mas quando eles apertarem estas cordas, isso vai separar as minhas pernas. Tipo, mais ainda. A menos que ele queira que eu dobre as pernas, o que seria... revelador.

Eu acho que esse é o ponto.

—Uh... caras?

Enquanto isso, eles estão ali de pé discutindo sua obra. Eu me movo um pouco mais perto do pé da cama. Talvez eles vão fazer isso em meus braços em seguida.

—Qual é o próximo passo?

Gavin apenas sorri.

Lachlan balança a cabeça e move-se para trás de mim. —O próximo passo... —Diz ele, enquanto sobe na cama. —... é que eu vou te segurar enquanto o Primeiro Ministro fode você, sua espertinha.

Eu rio porque é demais. Mas ele não está brincando. Ele desliza seu corpo grande em torno de mim, surpreendentemente suave e ágil, enquanto ele se posiciona, em seguida, ele coloca as mãos sob minhas pernas e... me dobra. Em um V. Gavin aperta a primeira corda, depois a outra, e para trás, até que eu estou amarrada forte entre os postes da cama e bem na beira da cama.

Se Lachlan não estivesse atrás de mim, eu cairia.

Claro, se Lachlan não estivesse atrás de mim, eu estaria deitada para evitar cair da cama. Eu sou inteligente assim.

Gavin retira suas roupas e anda até nós, um espécime perfeito de testosterona e masculinidade. Ele dá um passo direto para o meu corpo.

Oh. Eu entendi. Minha respiração trava na minha garganta enquanto ele passa a ponta dos dedos pelo meu torso, sobre as dobras da minha barriga - esta não é uma posição lisonjeira em minha opinião, mas a partir da ereção atrás de mim e aquela balançando na minha frente, eu não acho que eles concordam - e, finalmente, na umidade entre as minhas pernas.

As mãos de Lachlan deslizam sobre meus seios novamente, seus dedos indo mais rápido para os meus mamilos desta vez. Eu lamento um pouco quando ele descobre esse limite do prazer e da dor. Ele não conhece o meu corpo como Gavin, mas ele descobre isso rapidamente, e enquanto Gavin desliza um terceiro dedo dentro de mim e balança seu polegar contra o meu clitóris, eu caio literalmente em um orgasmo inesperado.

Minhas pernas puxam com força contra as restrições, tencionando o velcro, e Lachlan aumenta seu aperto em mim enquanto eu me contorço em seus braços.

Gavin não para. Ele cai de joelhos e me mantém aberta para que ele possa lamber-me, suavemente, mas por completo, até que eu imagino que ele sugou até a última gota do meu gozo.

Quando ele se ergue de novo, ele coloca uma camisinha e entra contra mim, forte. Lachlan não se move.

Gavin esfrega a cabeça grossa de seu pênis através das minhas dobras inchadas. Eu quero balançar com ele, mas não posso me mover. Eu tento, e Lachlan só me prende mais forte.

—Tão bonita assim. —Gavin diz, sua voz cheia de luxúria. —Amarrada e presa para mim.

Eu lamento que ele me entre, apenas com a ponta, mas todas as terminações nervosas estão disparando enquanto ele bombeia seus quadris, trabalhando o seu caminho para dentro. Seu terceiro impulso parece como se ele estivesse no fundo do poço, mas quando eu olho para baixo, ele não está enterrado dentro de mim.

—Você é muito grande. —Eu sussurro, o que é ridículo. Ele é grande e ele me enche da maneira mais deliciosa, mas não é muito. Ele é perfeito para mim.

—É só essa posição, Fadinha. — Ele passa as mãos pelas costas das minhas coxas. —Shhh. Boa menina.

Eu não sei o que ele está falando. Eu não estou fazendo nada. Mas, quando sua mão aperta minha bunda e ajusta minha posição, ele empurra um pouco mais e eu grito, porque Oh meu Deus, ele encontrou o botão mágico.

—Mais uma vez. —Eu imploro, e ele empurra nesse mesmo ponto que pulsa em meu corpo, dentro e fora, dentro e fora. Cada vez, peço-lhe para voltar para dentro de mim, e ele volta.

Uma e outra vez, até que um calor começa a construir dentro de mim. Um calor impaciente, consumidor. Eu mordo meu lábio e Gavin diz para Lachlan.

—Dê-lhe algo para chupar. Os dedos.

Atrás de mim, ele muda sua posição um pouco para que ele possa manter um braço em volta do meu tronco. Sua outra mão acaricia meu pescoço e, em seguida, ele esfrega o dedo médio contra o meu lábio inferior. Eu lambo, de forma gananciosa, vigorosa e enlouquecedora. Sim, eu quero os dedos de Lachlan na minha boca. Eu quero o pau de Gavin na minha buceta e...

Oh.

Oh, ele é mágico. Gavin desloca uma das mãos e um dedo encontra meu orifício traseiro.

Isso está rapidamente se tornando a minha coisa favorita, e eu não penso mesmo se eu estou envergonhada com mais essa descoberta.

Dentro e fora. Aqui e ali, e ali embaixo. Empurrando e bombeando, me enchendo, até que o fogo dentro é um inferno, e eu nem sequer penso que há um fim a isso, eu não posso ver como eu vou gozar assim, é intenso demais também...

—Eu seguro você. —Gavin diz, e eu estou caindo, em um espiral para o espaço, mas ele está me segurando, e isso é bom, porque sua boca está na minha e Lachlan está se movendo.

—Não vá. —Eu choramingo. Eu preciso agradecer-lhe novamente.

Estendo a mão para ele, e ele segura a minha mão enquanto Gavin me beija, longo e lento, me colocando de volta contra a cama. Lachlan tira as restrições das minhas pernas, e então Gavin está em cima de mim novamente.

—Você está bem?

—Eu estou bem. — Eu dou-lhe um sorriso trêmulo. —O que aconteceu?

—Você desmaiou. Acontece às vezes.

—Eu perdi essa parte da apresentação de segurança aérea. —Murmuro, fechando os olhos novamente.

Gavin diz a Lachlan para ir buscar-me um pouco de suco.

—Minha cerveja seria ótimo. —Acrescento, mas eu não acho que eles estão ouvindo.

Eu me aconchego no peito de Gavin, e ele acaricia minhas costas e meu cabelo. Leva-me um minuto para perceber que ele está segurando um pedaço de chocolate para mim. —Isso é melhor do que sua cerveja. —Diz ele, e eu abro a boca para ele. Ele o coloca em minha língua e eu fecho meus olhos, saboreando-o.

No silêncio, Gavin murmura para mim coisas agradáveis sobre o quão quente eu estava, o quão bonita eu sou, e eu lentamente me acalmo.

Lachlan traz uma bandeja inteira com lanche que eu não estou interessada, mas eu pego sua mão e o puxo para a cama com a gente.

—Então, isso foi um dois-quatro.

Gavin ri e beija meu ombro. —Pelo visto.

—E eu sou uma taradinha.

O rosto de Lachlan é inestimável quando digo isso. Ele fica ainda melhor quando Gavin sabiamente confirma. —Você definitivamente é.

—Nós precisamos de nosso próprio dicionário. —Medito, e isso é provavelmente a corrida louca de endorfina falando, mas eu gosto do som disso.

Lachlan engasga com uma tosse. —Como é?

—Você pode imaginar isso publicado? — Eu digo alegremente.

—Bestseller, garantido. Especialmente com um prefácio do Primeiro Ministro.

Gavin apenas ri e me puxa contra ele novamente, segurando-me até que eu paro de ser boba, e então ele me diz que devemos tomar banho.

Eu inclino minha cabeça em direção à Lachlan. —Você quer se juntar a nós?

O pobre rapaz nem sequer ficou completamente nu. Ou gozou. Mas ele apenas balança a cabeça. —Vocês podem ir em frente sem mim.

Eu viro de volta para Gavin e deslizo os braços em volta do seu pescoço.

—Sim senhor. Tempo para me deixar completamente limpa.


Capítulo 25

Gavin


Nosso quarto está vazio no momento em que Ellie e eu terminamos nosso banho e estou aliviado. Compartilhar Ellie não combinou muito bem comigo. Mas eu aceito isso, eu tinha concordado com isso. Eu poderia ter negado a ela, mas isso não era o correto. Era algo que eu tinha experimentado, e quem era eu para recusar sua fantasia por causa dos meus próprios sentimentos egoístas?

Nós dois nos vestimos, porque tanto quanto eu gostaria que ela ficasse, Ellie não pode ficar até domingo à noite.

Apenas um dos muitos inconvenientes de um caso clandestino pervertido no local de trabalho com seu subordinado.

—Lachlan vai te levar para casa, Fadinha. — Isso me deixa desconfortável, mas é a única opção realista. Eu deveria ter dado a esse negócio de trio mais atenção.

Seu largo sorriso me dá um vislumbre de esperança de que ela está lidando com isso melhor do que eu. —Sim, eu acho que um táxi pode não ser uma escolha sábia.

Nós descemos para o térreo e comemos alguma coisa enquanto esperamos Lachlan.

Quando ele aparece, é como se nada tivesse acontecido. Como se ele não soubesse como Ellie soa quando ela goza.

E eu sei que é realmente como é para ele, porque foi assim para mim no passado. Apenas uma transa entre amigos, o que não significa nada, uma vez que terminamos.

Eu compartilhei mulheres.

Eu fui o terceiro.

Eu nunca compartilhei uma mulher que possui um pedaço da minha alma, no entanto. E eu acho que precisou partilhar Ellie para me mostrar o quão estúpido eu fui.

Ela não tem ideia. Ela me beija e vai embora, como foi embora nossa tarde de algumas horas de transas perversas.

Bem, é claro que ela foi. Isso é o que eu disse a ela, uma e outra vez.

*****

Mais tarde naquela noite, eu fui incapaz de dormir. Minha cama parecia vazia, errada, quando ela não estava nela, e achei isso preocupante. Eu não deveria estar tão dependente. Talvez ela esteja certa, e devêssemos retardar as coisas.

O trio pesa em minha mente também. Teria sido melhor com alguém mais incomum às nossas vidas. Eu não posso exatamente solicitar um novo chefe de segurança, porque eu estou lamentando minha decisão de trazê-lo como um terceiro. Foi uma escolha de proximidade pobre da minha parte. Ele não está distante o suficiente para permitir-nos – a mim – espaço para processar isso, e não perto o suficiente quando processar não é necessário.

Meu alarme me acorda às quatro, e eu estou uma bagunça. Eu não tenho nenhuma ideia de quando eu finalmente caí no sono, mas eu ainda estava acordado às 01h43min da manhã. Eu tropeço para fora da cama e vou para a cozinha em busca de café.

Lachlan já está lá, sentado à mesa. Ele toma um gole da caneca na mão, em seguida, coloca-a sobre a mesa. —Você parece uma merda. Há café no pote.

—Sim, bem que você não está parecendo tão bom também. Você dormiu um pouco?

—Um pouco. Isso normalmente é pior do que nada.

Eu pego uma caneca do armário e despejo para mim um pouco de café antes de me juntar a ele na mesa.

—Nós estamos bem?

—Nós ficaremos.

—Como ela estava no trajeto para casa?

—Quieta. Nós dois estávamos.

Eu deveria ter ligado para ela. Ou mandado uma mensagem. Mas o que eu deveria dizer? Nos esquivarmos de conversas, porque eles podem estar ouvindo está se tornando mais e mais frustrante. —Mas ela parecia bem?

—Isso não é porra do ensino médio. Você quer uma resposta, vá à fonte.

—Sinto muito, Lachlan. Por tudo. Eu coloquei a nós todos em uma posição realmente estranha, e foi irresponsável da minha parte.

—Éramos todos adultos responsáveis participando de uma atividade mutuamente agradável. Precisamos entender isso e seguir em frente. Desperdiçar tempo em arrependimentos faz mais mal do que bem.

—Isso vindo do homem que teve uma noite agitada de sono.

—Quem disse que minha falta de sono foi de arrependimento?

—Não foi?

—Não. Eu diria que foi mais por... reflexão.

—E...?

—E o que? Você quer saber onde eu estou? Eu ainda estou descobrindo. Mas eu sei que posso manter minha vida profissional completamente separada da minha vida sexual. —Ele me dá um olhar aguçado e eu o entendo.

Mas isso não para de me incomodar. —Se você quiser tirar o dia de folga, eu tenho certeza que alguém pode alternar turnos com você.

—Você vai tirar o dia de folga? Ellie também?

—Não.

—Então por que eu deveria?

Para me dar algum espaço, porra. Mas ele está certo, e eu tenho que reconhecer isso. —Ponto justo.

—Olha, eu entendo que você precisa ordenar seus sentimentos sobre tudo isso, mas eu não vou fazer alterações em sua rotina de proteção só porque você está sofrendo algum desconforto emocional.

—Eu não estava pedindo a você para fazer isso. Eu apenas pensei...

—Você achou que se aproveitaria da minha noite de merda de sono, e a usaria como uma desculpa para criar alguma distância. Se você quer distância, então solicite um novo chefe de segurança. Caso contrário, confie em mim para fazer o meu trabalho.

—Droga, Lachlan, eu preciso... — Eu arrasto os dedos pelo meu cabelo.

—A maior parte do seu dia já está acontecendo em seu escritório. Peça a Beth para reorganizar sua agenda para que você não tenha que ir a qualquer lugar. Isso vai me manter fora do seu caminho por todo o dia.

Eu relaxo um pouco. Eu estou fazendo disso mais do que precisava ser.

*****

Pouco depois das duas horas naquela tarde, eu me contenho em chamar Ellie e ordenar-lhe para vir ao meu escritório. Mesmo que eu tenha feito isso entre cada reunião que tive até agora. Eu também evitei três de suas chamadas na minha linha do escritório. Eu não tenho ideia se ela está acostumada a nossos telefones pré-pagos, porque eu deixei o meu em casa, então eu não seria tentado. Sou grato que ela não veio ao meu escritório, porque não há opção de envio de correio de voz para isso.

Estou sendo um covarde, eu sei. Mas eu não sei outra forma de retardar as coisas. Quando ouço a sua voz, eu a quero ali comigo. E quando ela está comigo, eu quero tocar e beijá-la. Em toda parte. Não há lento e fácil quando estamos juntos. É tudo ou nada.

Ellie entra em meu escritório na terça-feira à tarde e fecha a porta.

—Você decidiu que estávamos, de fato, levando as coisas devagar e com calma?

—Eu não sei o que dizer.

—Oh corta essa, Gavin. Todo o fim de semana você não me deu descanso, entre outras coisas, e não conseguia o suficiente. Em seguida, na segunda-feira é como se você não tivesse tempo para mim. Nem um “eu estou ocupado sendo o Primeiro Ministro”, ou “eu fiz um grande erro”.

—Ellie, eu tenho muita coisa acontecendo...

—É por causa do trio, não é? — Seu rosto contorce. —Eu deixei Lachlan me tocar e agora você não quer nada comigo, porque eu estou...

Oh merda. Meu primeiro pensamento é que ela está sofrendo de culpa e eu não fiz nada para minimizar isso. E talvez ela esteja se culpando de certa forma, mas há algo mais acontecendo.

—Chega. Não tem nada a ver com o que passou este fim de semana. Isso foi consensual, e você estava linda. —E eu nunca vou deixá-la saber que me fez sentir desconfortável. —Eu fiz algumas reflexões. Você estava certa. Eu corri riscos que nenhum de nós pode pagar, e decidi que era melhor retardar as coisas. —Não é exatamente o melhor, mas é tudo que podemos fazer. Eu odeio isso, mas não temos tempo para chegar a isso agora.

—Você decidiu? Sério? Você? Na última vez que verifiquei, havia dois de nós envolvidos, então onde você começou a tomar decisões sobre nosso relacionamento sem mim? Depois que você ficou todo magoado quando eu disse exatamente a mesma coisa?

Exatamente. Ela foi a única que originalmente veio com essa de levar as coisas devagar e fácil. Eu não disse isso, apesar de tudo. Porque eu sou responsável pelo meu próprio comportamento, e eu nunca vou virar nada de volta contra ela para obter a vantagem.

E porque eu estou com tanto medo disso, estou totalmente fodido. Eu movo em direção a ela e ela se afasta. Não é bom. —Eu sinto muito. Eu tinha planejado falar sobre isso com você esta noite...

Ela me corta. —Muito conveniente do caralho. Você sabe o que? Foda-se. Eu não preciso disso.

—Ellie, eu... — Ela abre a minha porta e eu corro atrás dela enquanto ela sai como uma tempestade do meu escritório.

Eu não posso impedi-la, e quando eu chego ao escritório externo, Beth está olhando para Lachlan, mágoa escrita em todo o seu rosto enquanto ela pega sua bolsa de sua mesa. Viro a cabeça. A pele de Lachlan está vermelha brilhante, e ele parece pronto para explodir.

Ele levanta de sua cadeira e aponta para o meu escritório.


Capítulo 26

Ellie


Você sabe que atingiu um ponto baixo quando você se esconde em uma cabine do banheiro.

Eu não posso ir para a minha mesa, porque eu compartilho esse espaço com os outros funcionários juniores. Eu não quero sair do edifício, até mesmo ir para o Bloco Langevin, porque isso seria muito parecido com um acesso de raiva.

Nós não somos crianças.

Podemos estar agindo como elas, mas no fundo, nós somos adultos e nós vamos resolver isso.

Até eu descobrir como isso poderia acontecer, eu vou me esconder.

A porta do banheiro guincha quando alguém entra, e eu silenciosamente gemo. A única coisa pior do que ser uma covarde é ser uma covarde pega escondendo-se em um banheiro.

Mas quem quer que tenha entrado, não usa a cabine ao meu lado. Ela só liga a torneira por um minuto, em seguida, fecha e suspira.

Então, ela funga.

Droga. Ninguém precisa ouvir a sua tristeza.

—Recomponha-se, Beth. —Ela murmura, e meus olhos se alargam. —Ele não vale a pena.

Beth? Meu estômago faz uma cambalhota. Oh Deus.

Oh meu Deus.

Eu abro a porta e ela gira.

—Você não pode dizer nada... — Eu falo enquanto ela engasga.

—Eu não sabia que você estava aqui. —Diz ela, ao mesmo tempo.

—Eu sinto muito. Eu estava me escondendo. Eu sinto muito. Eu sinto muito. Por favor, não diga nada. Eu não sabia... Achei que sua relação era estritamente profissional.

—É. — Ela limpa o nariz. —Não se preocupe com isso.

Mas eu me preocupo, porque a única coisa pior do que as últimas notícias sobre o PM e sua estagiária é um triângulo amoroso sórdido entre o PM, a sua estagiária e sua secretária. —Eu não sei o que dizer. Eu... ninguém sabe. O Stew não sabe. Quer dizer, Lachlan sabe, obviamente, mas só aconteceu...

—Pare. Eu não quero todos os detalhes do que você fez.

Minhas bochechas estão em chamas. —Eu não ia dar detalhes.

—Eu nunca pensei que Lachlan... —Ela trava.

Eu pisco. —Lachlan?

Ela faz uma careta. —Sim. Estúpido, certo?

—Não, não realmente. — Alívio corre através de mim, rápido e doce. Oh, Lachlan. Oh, pelo amor de Deus, Lachlan, seu idiota. E também, ainda é merda dupla, ou qualquer coisa, mas isso é corrigível. —Não é estúpido, no mínimo, Beth. Eu pensei que você estava falando sobre Gavin.

Ela me dá um olhar alarmado. —Gavin. Oh. Não.

—Certo. — Porque cobiçar o PM... Agora isso seria estúpido. Suspiro. —Eu não sei o que você ouviu, mas eu acho que você pode ter a ideia errada sobre o que aconteceu.

Seu olhar se desloca com cautela e eu quero dar-lhe um abraço, mas agora não é o momento para assumir quaisquer liberdades com relação à amizade e limites.

—Gavin e eu... É complicado. Mas somos só nós dois.

—Eu ouvi você. —Diz ela calmamente. —Não minta para mim.

—Você ouviu palavras aquecidas no meio de uma briga. E isso foi tão pouco profissional de mim, eu não posso nem começar a pedir desculpas. Eu sinto muito. Ninguém sabe. É estúpido, nós dois sabemos disso. Mas você tem que saber que estamos lutando contra isso. Nós ainda estamos, por isso, a briga.

—Longe de mim lhe dar conselhos sobre relacionamentos, mas um trio com seu chefe de segurança não é uma ótima maneira de começar um relacionamento.

Sem brincadeiras. O piso pode abrir e me engolir agora, por favor. Mas isso não acontecerá, e mesmo que ela me odeie, eu preciso esclarecer isso. —Não foi realmente um trio. Provavelmente foi estúpido e uma má ideia, com certeza, mas não foi o que você está pensando.

—Você não precisa, nem quer saber, o que eu estou pensando. — Ela faz uma careta. —Eu pensei que Lachlan fosse certinho. Eu pensei que ele fosse muito antiquado para ter um romance no escritório.

—Isso é algo que você provavelmente deve conversar com ele diretamente. Mas... —Como é que eu atravesso esta linha sem trair qualquer um deles? Eles são meninos grandes. Eles podem lidar com Beth tendo um pouco de conhecimento. —Beth, eu vou te dizer uma coisa que precisa ficar entre nós. Eu estou confiando em você aqui, porque eu sei que Gavin confia em você. OK?

Seus lábios esticam, mas ela balança a cabeça. —Eu nunca o trairia. Faça o que fizer em privado, é problema dele.

Se apenas o resto do mundo tivesse esse entendimento. —Gavin é mais experiente do que eu sou, e eu me empolguei. Lachlan tem experiência semelhante. Gavin confia nele, também. Então ele pediu a Lachlan para ajudá-lo a definir alguma coisa. O que fizemos não foi para seu prazer.

—Isso não vai fazer o encontro menos escandaloso do que foi. —Ela murmura, mas seus ombros relaxam.

—Eu sei. Mas agora, eu não me importo com um escândalo público. Eu me preocupo com o fato de que ferimos seus sentimentos.

—Não tenho nenhuma reclamação sobre ele. —Ela sussurra. Mas ela quer, e oh, eu sei que dói.

Ela me dá um sorriso triste que não chega a qualquer lugar perto de seus olhos, em seguida, pressiona as mãos enquanto ela olha para trás no espelho. Uma máscara profissional desliza de volta no lugar enquanto ela endireita os ombros. —Bem, é melhor voltarmos.

No interior, eu tremo com alívio. Ela não vai me convidar para bebidas novamente ou a qualquer momento em breve, mas ela não vai compartilhar o que ouviu, também.

Eu espero mais um minuto depois que ela sai, e então eu saio. Quando eu chego à minha mesa, há uma atualização de e-mail de Lachlan, enviado para toda a equipe PMO, que Gavin deixou o prédio pelo resto do dia.

*****

Quarta-feira eu trabalho no Bloco Langevin.

Quinta-feira eu trabalho no Bloco Central e consigo passar pela reunião das sete horas sem olhar para Gavin diretamente no rosto.

Estou aliviada quando a clínica de saúde de estudante me chama ao meio-dia, e me diz que posso buscar os resultados do meu exame físico. Eu fui na semana passada, enquanto Gavin estava na Europa, pensando que talvez pudéssemos acabar com os preservativos.

Hah. Agora eu gostaria de poder considerar seriamente deixá-lo saber.

O amor é terrível.

Mas uma vez que passarmos por isso, o que quer que isso seja, abandonar os preservativos será uma surpresa divertida para ele.

Eu coloco minha cabeça no escritório de Stew para lhe dizer que eu tenho uma consulta médica. Ele me dá um aceno distraído enquanto está ao telefone, então deixo sua secretária saber ao invés dele e saio.

Enquanto eu estou no campus, eu paro para conversar com meu orientador sobre o curso que vou ensinar no outono, e uma conferência que ele quer que eu participe em setembro. Então eu me deparo com Sasha e nós saboreamos um café, por isso é quase cinco horas quando eu estou de volta no escritório, com o jantar para viagem na mão.

Eu poderia ter tirado o resto da tarde, mas as minhas notas de síntese não serão escritas sozinhas, e o relatório que estou lendo é fascinante. Então eu começo, e a próxima coisa que eu sei é que está ficando escuro lá fora.

Pessoas saem, e eu tento dizer a mim mesma que eu deveria fazer o mesmo, mas a verdade é que eu não quero ir para casa.

Quando o último dos funcionários subalternos com quem eu compartilho meu espaço na folha de pagamento sai, eu dou um olhar indiferente em direção a minha bolsa, em seguida, abro outro relatório.

O rangido suave das portas do elevador se abrindo chama a minha atenção um pouco mais tarde. É seguido por passos que eu posso ouvir, porque, de repente, todo o andar está em silêncio, e eu encontro-me prendendo a respiração.

Uma conversa mole acontece entre pessoas, então, nada.

Olho para o relatório que eu deveria estar resumindo uma resposta, e digo-me que não é ele. E se for, eu não quero que ele saiba que estou aqui.

Eu sou uma mentirosa.

Minha mesa está a meio caminho do escritório, a uma boa distância da porta. Duas outras mesas agora estão vazias, e quando ele aparece na porta, à distância entre nós de alguma forma faz com que o momento torne-se mais íntimo.

Estamos sozinhos. Meu pulso acelera.

—Você desapareceu esta tarde. —Diz ele em voz baixa depois de olhar por cima do ombro.

—Eu tinha uma consulta médica.

Ele aproxima-se, deixando a porta aberta atrás dele. —O que está errado?

—Nada. — Eu me afasto da minha mesa e cruzo as pernas. Seu olhar acompanha o movimento. Eu sou uma mentirosa total. A saia que estou usando, e os saltos “foda-me”... pelo menos parte de mim queria que ele viesse me encontrar. —Foi apenas um retorno.

—Por qual razão?

Mas não tudo em mim está pronto para perdoar e esquecer. —Talvez isso não seja da sua conta. —Eu rosno.

Um músculo se contorce em sua mandíbula. —É assim que vai ser?

Não. Eu odeio brigar com ele. Eu suspiro. —Eu fiz um check-up completo na semana passada. Físico. Exames de sangue. —Tudo limpo.

Ele balança a cabeça, sua mandíbula apertando enquanto seus olhos focam em mim. —E você buscou os resultados hoje.

—Sim.

Ele lentamente desabotoa o terno, enquanto olha direto em minha alma.

—Meu escritório. Agora.

—Gavin!

—Não, Fadinha. Quando eu disser meu escritório, agora, a resposta é?

—Sim, senhor. — A parte racional do meu cérebro está gritando agora. Sério? Nós não vamos conversar sobre isso como adultos? Mas meu interior submisso apenas soltou a respiração que estava segurando por uns três dias, e então eu não reclamo.

Eu me levanto.

—Boa menina. — Ele dá um passo mais perto. Seus olhos estão brilhando.

—Você precisa ver o meu último exame físico? Eu tenho certeza que está no registro aqui em algum lugar.

Eu balanço minha cabeça.

—Então é melhor você mover-se rapidamente.

Eu passo por ele e corro pelo corredor.

Lachlan está de pé no elevador, de costas para nós e, de repente, eu percebo que todos do escritório já foram embora.

Oh! Merda!

A porta do escritório de Gavin está aberta e eu ando em linha reta.

Ele segue, fechando a porta com um clique sinistro. Meus mamilos amam esse clique.

—Curve-se sobre a mesa. —Diz ele. O farfalhar de tecido me diz que ele está tirando o paletó.

—Gavin...

—Diga para parar ou não, ou dobre seu traseiro sobre minha mesa.

Eu ando para frente com as pernas trêmulas, dolorosamente, deliciosamente consciente do tecido da minha saia contra as minhas pernas, a umidade já molhando a parte interna das minhas coxas, e seu olhar, quente nas minhas costas. Coloco as palmas das mãos contra a borda da mesa, me inclino para frente lentamente e controladamente, até que eu estou dobrada em noventa graus e minha bunda está esticada pelos limites da minha saia. Meus saltos saem do chão quando eu me inclino, e eu ignoro o estiramento na parte inferior dos meus pés enquanto eu fico na ponta dos pés.

—Oh, Ellie, o que você faz comigo... — Ele anda para frente, empurrando-me na mesa.

Eu ainda me mantenho quieta.

Ele agarra meu cabelo e vira minha cabeça, pressionando minha bochecha contra a mesa. Eu chupo uma respiração instável enquanto ele dobra-se sobre o meu lado direito, quente e pesado, e morde meu ouvido. —Quando você ia me dizer que nós não precisávamos usar preservativos?

—Quando estivéssemos realmente falando um com o outro.

—Nós estamos falando agora.

—Será que isso conta como falar? Porque eu tenho algumas coisas a dizer...

Sua mão pousa forte na minha nádega esquerda. Eu suspiro e dou outra respiração profunda enquanto ele suaviza com a palma da mão sobre o mesmo local. —Muito tarde.

Outro golpe contra a minha parte inferior faz meu sangue ferver, e eu pressiono o meu corpo contra a mesa, tentando manter o controle. Meus seios doem e minhas coxas querem abrir mais. Eu mordo meu lábio para não implorar por mais.

—A última vez em que esteve aqui, Ellie, você foi muito rude para mim.

—Sinto muito. —Eu ofego.

—E agora esta noite você me diz algo que faz com que seja muito difícil levar isso de forma... —Tapa. —Lenta. —Tapa. —E fácil.

—Ahhh!

—Então o que devo fazer com você, Fadinha? O que irá corrigir este mau comportamento? —Ele puxa a minha saia, mostrando minha calcinha de algodão branca básica. Eu quase morro de vergonha quando me lembro de colocá-la nesta manhã.

Seus dedos traçam ao longo do cós. Ele a abaixa. Mas não tira completamente. Ele só me toca, delicadamente, todo o caminho em toda a minha parte inferior das costas.

Tapa.

Eu choro de novo e minhas pernas, agora livres, se afastam enquanto eu pressiono meus dedos contra a mesa, mostrando-me descaradamente para ele.

—Cinquenta e quatro horas desde que você saiu do meu escritório, Fadinha.

Posso ver onde ele está indo com isso. Minhas coxas apertam. Não, não, não...

—Você pode aguentar muitos golpes?

—Sim, senhor. — O quê? Quem disse isso?

Ele está traçando uma das pernas agora, o dedo deslizando pelo elástico e na minha nádega enquanto ele segue a linha curva mais perto de onde minhas pernas se encontram. —Boa menina.

E assim, estou ansiosa e flexível de novo, ficando mais molhada a cada segundo.

Ele tira os dedos da minha pele antes de ele chegar ao meu sexo inchado, e colocar uma série de golpes suaves na minha bunda. Nenhum deles machuca, e no décimo, estou tremendo.

Eu estou quente e pronta para mais. —Por favor... — Eu gemo. —Mais forte.

Ele aperta a mão entre minhas omoplatas, acalmando meu corpo.

—Aguente mais quarenta, Fadinha. Você não os quer mais forte ainda.

Sim, eu quero. Mas eu engulo a lamentação, porque eu não quero falar.

Ele puxa minha calcinha entre as minhas nádegas, puxando o tecido forte contra o meu clitóris, e expondo mais carne, ao mesmo tempo. —Você é forte e valente, porém, quer mais.

Ele dá um tapa na minha pele nua, onde já está quente, e eu tenho certeza que muito rosa, e os próximos cinco golpes são mais nítidos.

—Uou! —Eu suspiro, mas a queixa se transforma em um gemido quando ele enfia a mão entre minhas pernas e empurra seus dedos com força sobre minha buceta, mantendo-os lá enquanto ele dá a atenção ao meu clitóris, que tem estado dolorido por isso desde que ele entrou em meu escritório.

Mesmo através da minha calcinha, eu sei que ele pode dizer o quão molhada eu estou, e ele está respirando forte enquanto se afasta.

—Trinta e cinco. —Ele resmunga. —Trinta e quatro... — Cada pancada atinge um lugar diferente. Algumas são mais suaves e outras ardem, mas depois cada uma traz calor dentro de mim, cada vez maior e mais brilhante do que a última.

Quando ele chega às dez últimas, ele cai de joelhos atrás de mim e puxa minha calcinha pelas minhas coxas. Meus sapatos escorregam dos meus pés enquanto ele descarta a minha roupa interior, e os dedos dos pés mal tocam o chão sem eles.

Gavin não me dá uma chance de encontrar o equilíbrio novamente antes dele se inclinar e lamber a frente da minha boceta molhada, rodando a ponta da sua língua em volta do meu clitóris duas vezes antes de sugá-lo em sua boca. O chupão doce é quase mais do que posso suportar.

—Ahhh! — Eu grito, tão perto de gozar, mas eu não posso, não posso, não posso...

Então sua boca se foi. Desorientada, eu luto para recuperar o fôlego.

—É tão bom, minha Fadinha. —Diz ele enquanto beija a parte de trás da minha coxa tremendo, logo abaixo da primeira de suas muitas marcas que começam bem no topo da minha perna e sobem por todo o meu traseiro.

—Obrigado por controlar-se.

Um tremor me dilacera em seu elogio, e eu sorrio para mim mesma.

—Dez mais, baby. Então você pode gozar.

Seus dedos trilham sobre a minha pele sensível, em seguida, se afastam por apenas um segundo antes de bater rapidamente de volta. Apenas uma batida, mas é esmagadora agora. Dez.

A nove é mais forte, mas a oito é suave.

Sete me faz gritar e seis e cinco acontecem juntas.

Estou esperando a quatro, e é como se a contagem regressiva tivesse uma linha direta com o meu clitóris. Três, duas.

A última é forte o suficiente para fazer meus olhos encherem d´água, mas, em seguida, os dedos estão dentro de mim, enrolando contra o meu ponto G, e prazer me atinge, impulsionado pela dor e a queimadura, atingindo um novo patamar, inacreditável.

Gozo forte, apertando seus dedos, e ele me acaricia através do orgasmo até que eu estou temporariamente saciada.

Quando eu termino de tremer, ele me levanta e desabotoa minha blusa enquanto eu estou desossada, sua boneca para fazer o que ele deseja. Minha saia junta-se à minha blusa e calcinha no chão, mas ele me deixa em meu sutiã enquanto ele me vira.

Seus olhos vagueiam sobre mim, com fome, como se ele não tivesse me visto nua em anos em vez de apenas quatro dias.

Mas a última vez que fui fodida na frente dele, não estávamos sozinhos. E parece que ele não esperaria uma vida inteira para recuperar o que é seu. De repente, eu sinto que tenho muito mais a me desculpar do que uma simples birra.

—Gavin. —Eu começo, mas o olhar em seu rosto me faz parar e tentar novamente. —Senhor?

—Sim, Fadinha?

Eu cuidadosamente me levanto da mesa, apoiando apenas o suficiente para manter o equilíbrio na minha parte inferior tão sensível.

Bom. Eu mereço que doa.

Eu abro minhas pernas e corro minhas mãos para cima no interior das minhas coxas, apenas evitando o meu núcleo ainda inchado. —Eu deveria ter dito mais cedo que eu fui ver um médico.

Ele dá um passo mais perto, seus dedos correndo o caminho que eu tinha acabado de trilhar. —Você deveria.

—O que você teria feito? —Pergunto, sem fôlego.

—O que eu vou fazer agora. — Ele contorna minha buceta e passa os nós dos dedos pela minha barriga. Quando ele atinge o meu sutiã, ele conecta os dedos no tecido de malha elástica e descobre meus seios tanto quanto eles permitem, deixando meus mamilos para fora em uma plataforma improvisada.

—E isso é...?

—O que você quer que eu diga, Fadinha? — Ele aperta a minha nuca, usando seu polegar contra o meu queixo. Ele aperta meu mamilo, e ele chega tão perto que minha visão fica borrada. Eu tento me afastar, mas ele não me deixa. Seu poder sobre mim é forte ao ponto de dor, enquanto sua respiração contra mim é crua e áspera. —Você quer que eu diga que quero reivindicar você?

—Sim. —Eu sussurro.

—Então me diga isso. Não brinque.

—Eu quero você tenha de volta o que é seu. —Eu digo, minha voz embargada. —De uma forma que ninguém mais tem. Só você e eu, pele com pele.

—Ah, Ellie. — Ele esmaga a boca na minha e eu puxo sua gravata. Eu preciso sentir seus músculos sob meus dedos sem nada no meio.

Ele interrompe o beijo e tira sua camisa.

Eu estendo a mão para tocar sua pele enquanto ele tira seus sapatos. Seus músculos estão duros contra os meus dedos, inflexíveis enquanto ele se despe em movimentos rápidos e eficientes. Ele nunca está fora do alcance e da maneira como ele está agindo esta noite, eu acho que não posso ter outra chance de tocá-lo novamente até que ele deixe a sua marca em mim. Então eu acaricio seus braços e peito, memorizando esse momento com as minhas mãos, tanto quanto meus olhos.

Depois que ele está completamente nu, ele abre minhas pernas e move-se entre elas.

A ponta do seu pênis arrasta através das minhas pregas, passando sobre o meu clitóris até que ele é pressionado contra a minha entrada.

Meu coração está batendo a mil por hora. Eu nunca fodi sem preservativo antes, e há algo básico e primal sobre a visão de sua ereção deslizando contra o meu sexo, esticando minha buceta aberta, sem qualquer barreira entre nós. Apenas Gavin recebe essa parte de mim.

Agarrando meus quadris em suas mãos, ele aperta com força. Enquanto ele se inclina, tocando suavemente seus lábios nos meus, o olhar fixo no meu rosto, ele mexe os quadris para frente e enterra-se tão completamente, que eu acho que isso poderia ser permanente.

—Minha. —Ele rosna.

Ele me beija novamente, desta vez mais insistente enquanto sua língua provoca meus lábios abertos e gira em torno na minha boca.

Seus quadris puxam para trás até que ele mal está dentro de mim, então ele empurra de novo, esticando-me até ao limite. Ele me fode com todo o seu corpo, o seu osso púbico encontra o meu clitóris com cada estalar de seus quadris, as coxas abrindo minhas pernas, certificando que eu tome cada última polegada dele.

E eu ainda quero mais.

Deixo escapar um lamento quando ele solta meus quadris e retira-se do meu corpo.

—Não se preocupe Fadinha, não estamos perto de terminar. Mas eu não posso ser tão rude com você quanto eu gostaria, enquanto você está nessa mesa dura.

Rude. A palavra envia um tremor violento através de mim, um tremor de querer o que eu nunca senti antes. Sim. Use-me. Sou sua.

Ele me pega de sua mesa e me leva através da sala para o sofá de couro preto. —Depois da minha mesa, esta é a peça de mobiliário onde eu mais queria transar com você.

Eu gemo no couro frio contra a minha pele quando ele começa a me organizar como a sua própria boneca de foda pessoal. Isso é o que eu sou. Meu pé direito está no chão. A perna esquerda ao longo do encosto do sofá. Minha cabeça apoiada no braço.

Ele sobe no sofá, pairando sobre mim, e reposiciona minha perna esquerda para cima do seu ombro. —Certifique-se de continuar fazendo yoga, Fadinha. Eu adoro ter uma garota flexível.

Ele segura meus pulsos acima da minha cabeça, se apoia à mesa ao lado, em seguida, mergulha em mim, atingindo um ponto muito mais profundo do que antes. Esta posição continua me fixando para baixo, e eu não posso nem mesmo roçar o meu clitóris contra ele.

Meu prazer está completamente à sua mercê. E eu estou tão bem com isso. Pior feminista. O que aconteceu em ser responsável por seu próprio orgasmo? Gavin: o homem que me faz gozar mais forte do que já consegui sozinha, não importa quão poderoso seja o vibrador.

Ele arrasta seu pênis para fora e força-o para dentro, novamente e novamente. O sofá move um pouco com cada impulso, e assim, quando eu estou prestes a pedir-lhe para me deixar gozar, há um baque fortíssimo atrás de mim.

Em vez de abrandar ou parar, ele acelera, me fodendo mais forte. Como se ele não desse a mínima que está literalmente destruindo o ambiente que nos rodeia. Como se nada mais importasse além de estar dentro de mim, mais profundo e mais forte do que qualquer outra pessoa. —Vamos, Fadinha, ou você vai ter que esperar até que eu esteja me sentindo benevolente.

Suas palavras me enviam em um espiral fora de controle. Eu sou como um dos cães de Pavlov, exceto em vez de salivar com o som de um sino, eu estou condicionada a gozar quando ele manda. Sua promessa sombria de retenção na fonte, a menos que eu goze agora, funciona como um encanto, e a bobina do desejo que esteve enrolada apertada dentro de mim explode. Mais rápido, mais rápido, mais alto, mais alto, eu rotaciono, até que eu não sei qual caminho é para cima e não há maneira de evitar a queda.

Eu ainda estou tendo espasmos em torno dele enquanto ele bombeia seus quadris duas últimas vezes, aos solavancos, agora, antes dele congelar acima de mim, todos os seus músculos travados enquanto ele goza profundamente dentro do meu corpo, me marcando como sua.

Leva-me um minuto para voltar à realidade. Eu não quero deixar este momento ir, a maneira como ele está olhando para mim. Então eu me lembro do baque, e pânico começa a construir no meu peito. —O que nós quebramos?

—Um abajur. —Seu peito ainda está subindo e descendo, e ele está coberto por um leve brilho de suor. Eu quero lambê-lo por toda parte.

Não. Concentre-se, Ellie. —Nós precisamos nos levantar. Certamente alguém ouviu isso e virá verificar.

—Não se preocupe. — Sua voz é áspera e baixa, bêbada do sexo como se nós não tivéssemos que nos preocupar com o mundo. —Ninguém vai aparecer para verificar qualquer coisa. Agora, vamos limpar você.

Não me importa o que ele pensa. Isso foi um estrondo e mesmo se Lachlan não viesse por aquela porta, alguém lá embaixo pode ter ouvido e virá procurar.

Gavin ser pego com a calça arriada com uma estagiária seria suicídio político.

—Eu preciso ir. — Eu o empurro para ele me deixar sair.

Ele acaricia meu rosto e eu só quero ficar lá e deixá-lo fazer isso a noite toda. —Ellie, está tudo bem.

—Não. Não está. Gavin, deixe-me levantar. Agora.

Seu olhar bloqueia com o meu por um momento, então ele balança a cabeça e se desloca para fora do sofá.

Eu não posso respirar e eu preciso sair. Eu tropeço em todo o espaço para pegar as minhas roupas.

—Ellie...

Eu não respondo. Eu coloco minha calcinha e saia. Eu deixo o sutiã, dobrando-o como uma pequena bola. Vou enfiá-lo na minha bolsa quando eu voltar para a minha mesa. Gavin tenta me ajudar enquanto eu me atrapalho com os botões da minha blusa. Eu dou de ombros. —Não se preocupe comigo, apenas arrume tudo.

—Ellie, calma. Precisamos conversar sobre isso.

Suas palavras têm o efeito oposto. Meu coração está batendo a mil por hora enquanto eu deslizo meus pés em meus sapatos. Eu termino com o último botão da minha blusa, minhas mãos tremendo e suando enquanto aliso o tecido.

—Não. Eu preciso sair daqui agora. E eu sugiro que você pegue suas roupas rapidamente.

Minha voz acelera enquanto eu solto a última frase. Então eu abro a porta apenas o suficiente para passar por ela, com cuidado para não olhar para onde eu sei que Lachlan está de pé perto dos elevadores. Corro para a minha mesa, pego minha bolsa, em seguida, faço a minha fuga rápida pelas escadas.

*****

Eu acabei de acordar às quatro da manhã. Apesar de acordar ser um termo generoso para ainda estar acordada após uma noite entrando e saindo de quase consciência, esbarrando na preocupação e pânico cada vez que meus olhos se fecham por mais de um segundo.

Cada músculo do meu corpo dói.

Eu me sinto como um fracasso. A noite passada, é a prova de que a nossa relação tem prejudicado o meu profissionalismo e o seu também. Isso é sobre ele, tanto quanto é sobre mim.

Nós dois fodemos tudo, regiamente.

Mas o estágio foi sempre temporário para mim. Eu sou a única que pode ir embora e ninguém vai notar.

Ninguém, exceto Gavin.

Eu tomo banho e me visto. Passo pela rotina que eu vim a amar e odiar, tudo ao mesmo tempo. Normalmente eu embalo um almoço, mas eu não vou estar lá por muito tempo. Só o meu café em uma caneca de viagem esta manhã, mesmo que pareça como ácido de bateria no meu estômago.

Eu vou para o Bloco Langevin. Eu não posso sequer olhar em frente.

Eu o amo. E, se continuar assim, vou destruir sua carreira antes que ele receba uma chance de lutar.

Eu faço login na rede interna e abro um e-mail para Stew.

Se eu fui espancada por sair de seu escritório, o que ele vai fazer quando descobrir que eu me demiti?


Capítulo 27

Gavin


Na manhã seguinte, Ellie está visivelmente ausente, pelo que constatei. Ela deveria estar lá, ela foi incluída na lista de convite da reunião na minha agenda. Eu sei disso porque eu verifiquei. Estou chateado, mas eu não posso sair até a reunião acabar. Ainda bem que faltam apenas quinze minutos. Eu não posso aguentar tanto tempo.

Eu sei que algo está muito errado. Durante toda a reunião, Stew olha em todos os lugares, mas não para mim.

No momento em que o último funcionário sai da sala, eu estou no modo pânico. Meu coração está acelerado e minha cabeça parece tonta.

—Onde está Ellie?

—Ela saiu.

—O que quer dizer com ela saiu?

—Demitiu-se. Ela não trabalha mais para mim. —Ele está furioso, e não tenta esconder isso.

Porra! Posso perguntar por que, mas provavelmente é a pergunta mais estúpida. —Por que ela iria sair?

—Sério? Nós vamos entrar nesse assunto?

—Pelo amor de Deus, Stew. Por quê?

—Bem, ela disseme que era porque algo aconteceu, e ela teve que voltar para a universidade mais cedo.

—Isso é treta.

—Sim, eu sei. Então, você pode me dizer o que diabos está acontecendo.

Está me matando que custou a Ellie seu estágio, e eu preciso encontrar uma maneira de corrigir isso. Esclarecer as coisas com Stew é o primeiro passo.

—Eu estou namorando Ellie Montague.

—Jesus.

—Obrigado, eu estou feliz que você está feliz, que eu finalmente encontrei alguém especial.

—É por isso que ela saiu.

—Provavelmente.

—Jesus.

—Você já disse isso.

—Ok, então ela não saiu, exatamente. Ela foi terminar o estágio na universidade. Não, eu não estou feliz com isso porque ela é inteligente, e tivemos a sorte de tê-la por dois meses antes de a luxúria levar a melhor sobre você.

Ele deveria ser grato que há uma mesa entre nós. —Não é bem assim.

—Dá um tempo, Gavin. Você acha que eu sou tão cego...

—Não. É. Bem. Assim.

Ele mastiga o lábio inferior em vez de responder.

Eu não quero ter que explicar nada para ele, mas eu confio nele mesmo ele sendo insensível. E, a fim de chegar à frente da história que será inevitável, ele precisa saber a verdade.

—Não que isso seja da sua conta, mas a luxúria levou a melhor sobre mim em seu primeiro dia de trabalho. E desde que eu levei seis semanas para pensar sobre isso, tentar falar para fugir disso, e fazer tudo em meu poder para afastá-la, eu também descobri nesse tempo que eu a amo.

Silêncio enche a sala quando as palavras saem de mim. Stew olha para mim chocado. Eu conheço o sentimento. Essa é a primeira vez que eu admiti o quão sério meus sentimentos são, até mesmo para mim.

E eu disse isso para Stew, em vez de Ellie.

Ferrei minha vida.

Felizmente, Stew desloca as engrenagens muito rápido. —Portanto, este não é um processo esperando para acontecer?

—A partir de Ellie? Não.

—De qualquer outra pessoa?

—É seu trabalho preocupar-se com isso. Eu estou dando-lhe a autorização para que você possa criar uma mensagem para quando o nosso relacionamento tornar-se informação pública.

—E quando será isso? Você está pensando em fugir para Niágara Falls?

—Nós não falamos sobre casamento, ainda.

—Espero que não.

—Eu posso levar isso um pouco devagar. Prepare as coisas, no entanto, porque eu não vou negar o que sinto por ela, se me perguntarem. Eu nunca vou mentir sobre ela, Stew.

—Seus princípios são irritantes às vezes.

No início da tarde, em vez de resolver as coisas com a mulher que eu amo, sim, meu coração pula uma batida cada vez que eu admito isso, estou em um avião indo para casa em Vancouver para fazer um monte de anúncios. E, pela primeira vez desde que me tornei Primeiro Ministro, estou ressentido quanto a cumprir meus deveres oficiais.

Pelo menos eu vou passar algum tempo com Max neste fim de semana. Ele deve aparecer na minha casa para pizza e cerveja às sete. Em seguida, passar a noite ouvindo meu conflito.

Enquanto isso, as coisas ainda estão um pouco tensas entre Lachlan e eu. Eu não tinha ideia de que ele e Beth vinham flertando. Se eu soubesse, com certeza não o teria envolvido em meu jogo bizarro.

Eu gasto o voo repassando meus discursos. Eu realmente vou sentir falta da sintonia fina de Ellie.

Quando desembarco em Vancouver, eu decido dirigir o carro de volta para minha casa. Eu quero falar com Lachlan, e eu acho que eu estarei mais focado se estiver atrás do volante.

—Por que você não me disse que tinha uma coisa pela Beth?

—Com todo o respeito, não é da sua conta.

—É da minha conta. Tire todas as capacidades profissionais aqui por um momento, e ainda é da minha conta. Quando eu lhe pedi para participar com Ellie e eu, eu estava sob a impressão de que estava livre de... complicações.

—Eu estava. Eu estou solteiro. Não namoro. Inferno, eu nem sequer tenho qualquer amigos com benefícios.

—O que é Beth, então?

—Não é da sua conta. — Sua mandíbula está travada, e os seus olhos dizem não vá lá.

—Ok, vamos trazer o profissional de volta para isso. O meu chefe de segurança tem algum tipo de interesse em minha assistente, no entanto, ele participa de um trio com seu chefe e a namorada de seu chefe, que também acontece de ser uma estagiária. Viu onde isso vai dar?

—Como eu disse naquela noite, não tenho tempo a desperdiçar com arrependimentos.

—Portanto, não há arrependimento?

—Não exatamente. Estou chegando a um acordo com a minha escolha, e como isso afeta aqueles ao meu redor. E eu vou ser honesto, se eu tivesse uma segunda chance? Não tenho certeza de que não tomaria a mesma decisão.

Estou surpreso. Lachlan tinha que ter visto o mesmo olhar ferido no rosto de Beth no outro dia como eu vi. Pergunto-me se ele está mesmo ciente de que ela tem uma queda por ele.

—E agora?

—Nós seguimos em frente.

Concordo com ele e ofereço uma bandeira branca. —Max está chegando hoje à noite com pizza e cerveja. Você gostaria de se juntar a nós?

Ele hesita por um momento. —Sim, sobre a pizza, mas ainda estou tecnicamente de plantão, então eu vou pular a cerveja.

—Excelente. Que tipo de pizza você quer?

—Sou amante de carne.

—Por que não estou surpreso? Vou ligar para Max quando chegarmos em casa.

Max chega pouco depois das sete, carregando três pizzas grandes e meio pacote de cerveja.

—Sério? Apenas seis garrafas de cerveja?

—É só você e eu bebendo, e eu sei que você tem que trabalhar amanhã.

Eu suspiro e lidero o caminho para a sala de estar.

Max senta-se e começa a lidar com as caixas de pizza. —Ei Lachlan, contra o meu melhor julgamento profissional, eu tenho o seu entupidor de artérias aqui mesmo.

Lachlan sorri largamente quando ele abre a caixa e tira um pedaço grande pegajoso de pizza, usando os dedos para cortar os filetes de queijo derretido e adicioná-los ao topo. —Só o que eu preciso, queijo, e lotes de carne. — Dobrando a fatia, ele dá uma mordida enorme. Queijo escorre pelo seu queixo, e ele usa o seu polegar para limpá-lo.

Eu não sei se fico com nojo ou impressionado. —Você é um porco total.

Ele se vira para mim enquanto termina de mastigar.

—Quer que eu te dê um garfo e faca, Primeiro Ministro?

—Foda-se, Lachlan. — E aí, estamos bem.

Enquanto isso, Max foi sentar-se em sua cadeira rindo enquanto consumia sua cerveja e pizza.

—Max, você sabia que a nossa equipe de hóquei toda é pervertida? —Esta é a primeira oportunidade que tive de mencionar qualquer coisa desde que eu descobri, porque isso não é algo que eu quisesse ouvir em um telefone celular.

—Oh, sério? — Ele olha para Lachlan, que balança a cabeça enquanto continua a encher o seu rosto como se fosse a sua primeira refeição em uma semana. —Eu acabei de ficar mais animado sobre minha mudança. Conte-me tudo sobre a cena de perversão de Ottawa. Há alguns clubes decentes?

Lachlan engole seu bocado e segue com um gole de Coca-Cola. —Há clubes, mas o acesso não é restrito o suficiente para garantir a privacidade. Portanto, não é o que eu consideraria apropriado para alto perfil, e não se engane, como amigo mais próximo do Primeiro Ministro, e um solteirão, você está definitivamente no mais alto perfil. Ocasionalmente, há festas privadas. Mas elas são muito seletas e não acontecem muitas vezes.

—Então, como você consegue essas reuniões pervertidas de alto perfil?

—Conexões, principalmente. Amigo-de-um-amigo, esse tipo de coisas.

—Ou um time de hóquei.

—Sim. Isso ou aquilo.

—Mas não tem nenhuma masmorra secreta nas entranhas do edifício do Parlamento, onde todos os políticos excêntricos se reúnem para deixar os seus fetiches saírem?

—Receio que não.

Eu tenho uma visão desse episódio em West Wing, onde Leo descobre que há uma reunião dos alcoólicos anônimos para os políticos e administradores proeminentes. A ideia de Anônimos Pervertidos do Parlamento me faz rir, mas eu seguro minha alegria. Eu quero ver como essa conversa se desenrola.

—Então... Se eu construir um calabouço em minha nova casa e conhecer as pessoas certas...

—Você provavelmente vai tornar-se muito popular em certos círculos de Ottawa.

—Eu conheço as pessoas certas?

Lachlan bufa. —Você joga hóquei com um número suficiente deles. Você é importante.

Eu estou tocado que Lachlan confie tanto em Max e em mim o suficiente, para nos trazer ao seu mundo privado. Max, em particular, era um desconhecido relativo, mesmo que tivesse sido tão completamente controlado, sem esqueletos em seu armário.

Considerando que foi tecnicamente uma viagem de negócios, acabou por ser um fim de semana normal. Essa foi a única coisa que fez estar longe de Ellie remotamente suportável.

Lachlan e eu estamos no carro em nosso caminho para a casa na 24 Sussex, quando eu mudo de ideia e lhe dou um destino diferente.


Capítulo 28

Ellie


Quando cheguei em casa ontem de manhã, peguei o telefone pré-pago da minha bolsa, desliguei-o, e o coloquei na primeira gaveta da minha cômoda. Então eu coloquei meu pijama.

Agora é domingo à tarde e ainda estou vestindo-o.

Sasha me deu um amplo espaço todo fim de semana. Eu disse a ela que as horas foram muitas, que o estágio tinha ido muito além do escopo original da posição - um doloroso eufemismo - e que eu decidi voltar para a universidade. Vou completar as revisões dos documentos de lá, e submetê-los a Stew eletronicamente.

Como se os dez blocos e uma ponte que separam a universidade do Parlamento pudessem, de alguma forma, proteger Gavin contra o risco que representam.

Nós não duraríamos um mês. Deus, até mesmo isso não é tempo suficiente. Se qualquer um de nós tivesse qualquer força de vontade, andaríamos para longe um do outro e voltaríamos a ligar em um ano. Dois anos. Quando o fato de que eu sou uma estagiária em seu escritório, não seja nada além de uma notícia excitante do passado.

A verdade é que eu não tenho um plano aqui. Tenho certeza de que um dia eu vou acordar e encontrar meu prédio cercado pela imprensa, e isso vai ser humilhante.

Isso pode até mesmo destruir a minha carreira. Quem quer contratar uma professora de Estudos da Mulher, que dormia com o líder do país, enquanto era estagiária em seu escritório? É o pior tipo de clichê. O chefe e a secretária. Ele é basicamente o CEO de uma nação inteira. E eu coloquei uma saia lápis e me inclinei sobre a mesa.

Pior de tudo, eu amei cada segundo sujo disso. Eu não mudaria uma única coisa sobre este verão. Eu nunca vou me arrepender do nosso caso secreto, mesmo que se torne minha vergonha pública.

Eu me levanto e abro a primeira gaveta da minha cômoda.

Então eu me forço a ir tomar um banho e fingir por mais uma hora ou duas que eu posso fazer isso.

*****

Depois do meu banho, eu vasculho a geladeira à procura de algo saudável para comer.

Eu retiro tudo para talvez fazer uma salada, mesmo que essa salada não tenha qualquer alface fresca, e seja servida com pacotes de tortilhas cobertas de queijo.

Sim, eu estou fazendo nachos para jantar, e eu não vou me sentir mal por isso, nem por um segundo.

Além disso, nossa alface está parecendo um pouco murcha.

—Sasha?

Ela coloca a cabeça para fora de seu quarto. —Sim?

—Você quer nachos?

—Para o jantar?

—Isso é um não?

—Só porque Kyle vai estar aqui a qualquer minuto. — Ela está saindo com um amigo e não um encontro, ela jura de pé junto, exceto que ela está se preparando a uma hora, por isso é totalmente um encontro.

—Você está perdendo. —Eu grito para ela enquanto ela desaparece, provavelmente para trocar sua roupa novamente.

Eu estou picando salsa em uma bacia quando uma batida soa na porta.

—Ellie?

Eu rolo meus olhos. —Sim, eu vou deixá-lo entrar.

Eu caminho até a porta de entrada, lambendo a salsa do meu polegar enquanto eu abro a porta.

Não é um cara chamado Kyle que está de pé na porta.

É Lachlan. E atrás dele está Gavin, mãos enfiadas nos bolsos. Sua mandíbula está travada e coberta por uma barba de alguns dias.

Ele parece cansado. E determinado. Seus olhos estão brilhantes e concentrados em mim. Meu coração dá uma guinada em direção a ele, e apenas salta para fora do meu peito e rola através do tapete desbotado para esfregar contra sua perna.

Coração estúpido.

—Não. —Eu digo com firmeza. —Vá embora.

Lachlan apenas levanta uma sobrancelha para mim e eu suspiro.

—Tudo bem, entre, verifique o lugar. Eu tenho sutiãs pendurados no banheiro, aviso justo.

Ele sorri para mim enquanto move-se pelo apartamento. Gavin ultrapassa o limite da porta, direto na minha bolha, e eu fecho a porta atrás dele.

Eu quero tocá-lo tanto que dói. Eu aperto minhas mãos ao meu lado em vez disso e olho para ele, minha voz conseguindo ficar um sussurro mais alto.

—Você não deveria estar aqui.

—Eu ainda não consigo ficar longe. — Sua voz não é brava. Ela escorre uma dor que é familiar demais.

Eu tento novamente convocar a indiferença insensível. —Você realmente me interrompeu em um ponto muito ocupado da minha noite. Eu estou fazendo nachos.

Ele me dá um sorriso esperançoso. —Azeitonas pretas?

Eu sou um caso perdido. —E frango.

—Delicioso.

Eu balanço minha cabeça, mas agora a minha voz é suave e suplicante.

—Você não pode estar aqui.

—Você desistiu.

—Eu vou terminar oficialmente o meu estágio na universidade.

—Não é o tipo de coisa que eu preciso assinar?

—Você vai se opor a isso? — Eu rosno. —Eu tive que sair do meu emprego por causa de você.

—Você não tem que fazer nada. E você disse que está terminando-o na universidade.

—Isso não é a mesma experiência.

—Então você deveria ter me dito o que você estava pensando em fazer, e eu daria minha opinião.

—E é exatamente por isso que eu não o fiz. Não temos quaisquer limites, Gavin. Nós precisamos de limites. Distância. Restrição.

—Eu não vou pedir desculpas por te querer. Eu precisei de você desde o momento em que coloquei os olhos em você, então eu diria que a minha contenção é muito admirável.

Meu coração pula na minha garganta, mas eu ainda não estou preparada para aceitar tudo o que vem, e admitir que ele está certo, então eu sussurro.

—Você não precisa de mim.

—Eu preciso. Você é minha, Fadinha.

Atrás de mim, Sasha suspira, e do outro lado da sala, Lachlan geme. Eu aceno minha mão a ambos. —Sasha, este é Gavin. Qualquer coisa que ele diz é uma mentira e também ultrassecreto.

—Prazer em conhecê-lo. —Ela sussurra.

Sasha pode ter uma queda, também. É uma epidemia nacional. Não posso culpar ninguém por isso.

Atrás de Gavin, alguém bate na porta. Eu rolo meus olhos. Meu apartamento é subitamente uma central de visitantes. Eu agarro a mão de Gavin e o puxo para a cozinha, que é aberta para a sala de estar.

Eu aponto para o forno. —Lachlan, eu tenho nachos lá, você pode retirá-los?

—Claro. —Ele diz, e eu juro que ele está tentando não rir.

Isso não é engraçado.

Eu estou com raiva de Gavin. Com raiva de mim, também. Mas isso não faz nada para mitigar os fatos duelando, que eu estou animada e assustada por ter que arrastá-lo para o meu quarto.

Eu estou apenas o escondendo, é claro. Porque ele veio para falar, e Sasha tem um amigo que não precisa vê-lo aqui.

—Eles sairão em breve. —Eu sussurro, enquanto fecho a porta. —Nós vamos só...

A boca de Gavin cai sobre a minha, sua língua empurrando em minha boca, ao mesmo tempo em que puxa para baixo o cós da minha calça de moletom para que ele possa bater na minha bunda.

Não. Sim. Não. Isto é... Oh Deus!

Isso é insuportavelmente bom. Ele está amassando a minha pele, forte, e eu estou choramingando contra sua boca enquanto ele me apalpa.

—Pare!

Ele congela.

Eu coloco minhas mãos na frente de sua camisa e bato minha cabeça contra seu peito.

Com um suspiro pesado, ele beija o topo da minha cabeça.

—Eu não posso ser o seu caso sórdido. —Murmuro em sua camisa.

—Então nós temos um problema. Porque três dias longe de você, três dias de não saber o que diabos está acontecendo com a gente... esse é o meu limite.

—Ele arrasta uma respiração irregular enquanto me deixa cair contra a parede.

—Nós não podemos fazer isso.

—Nós vamos ser discretos. — Ele balança a cabeça quando eu abro minha boca para protestar. —E depois de um período razoável de tempo, vamos começar a namorar.

—Nós não estávamos sendo discreto o suficiente quando eu era uma estagiária em seu escritório. Sem ofensa, mas eu não acho que qualquer um de nós é capaz de discrição quando se trata um do outro.

—Então começamos a namorar mais cedo do que mais tarde. Eu já pedi a Stew para pensar em como falar à imprensa. Você é uma candidata ao doutorado na universidade. Vamos encontrar alguma outra linguagem para descrever a sua consultoria no PMO.

—Foi um programa formal de estágio.

—Isso vai ser notícia de um dia, nada mais. Nós vamos gerenciar isso.

Agora é a minha vez de balançar a cabeça. —E o que isso parece? Como isso não termina comigo sendo uma piada?

—Eu não ligo.

Claro que ele não liga. Ele vai ser o pisca-pisca, a máquina de sexo que pegou uma estagiária.

Eu sou a jovem pervertida que não poderia manter sua calcinha no lugar.

—Lachlan está do lado de fora da porta do meu quarto agora?

—Ele vai esperar na cozinha até sua companheira de quarto sair.

—Isso é sutil.

—É por isso que você precisa vir comigo, Fadinha. — Sua voz se torna rouca e ele segura meu rosto.

Pressiono minha bochecha na palma da sua mão, o alívio dolorido correndo através de mim com o seu toque. Por que isso me faz sentir tão bem quando eu sei que deveria ser errado?

Eu não posso continuar me esgueirando com você. Está na ponta da minha língua, e eu não posso dizer isso.

Eu sou fraca.

Eu pedi por isso. Não há como nos manter separados, e vamos continuar juntos até que tudo desmorone.

Ele geme novamente, e eu fecho os olhos e o puxo para mim. Porra. Nós vamos ser adultos no período da manhã.

Seu nariz colide contra o meu e eu inclino para o outro lado. Nossas bocas deslizam uma contra a outra. Molhada, hálito quente. Necessidade vertiginosa e fome perigosa. Um beijo silencioso que dura para sempre, e quando nos separamos, eu quero mais.

Eu sempre quero mais.

Nunca será o suficiente.

Sua mão me empurra com força contra a parede enquanto ele se afasta de mim. —Droga.

—O que?

—Não era assim que deveria ser.

Eu sorrio fracamente. —É assim que sempre vai ser com a gente.

—Eu sei. Mas isso tem que mudar.

Agora ele entendeu. Decepção quente e espinhosa surge através de mim.

—Certo.

Sua mandíbula trava mais uma vez, da mesma forma que estava quando eu abri a porta da frente.

Certo. Ele veio aqui para dizer mais alguma coisa e eu joguei ele fora da pista. Claro que eu fiz isso.

—Ellie...

—Está tudo bem, Gavin. — Eu posso rastejar de volta para os meus pijamas por mais três dias. Nada demais.

Ele balança a cabeça. —Deixe-me tentar de novo. Você está certa. Eu não posso ser visto tendo um encontro sexual no apartamento de uma estagiária. E eu não posso pedir-lhe para esgueirar-se na 24 Sussex por mais tempo. Não é justo para você. Então só há uma coisa a fazer.

Eu franzo a testa. Não estou entendendo.

Ele estende a mão e segura minha bochecha. —Ellie, eu te amo.

—Oh, Gavin...

—Me deixe terminar.

—Mas eu...

—Eu te amo, e preciso de você, e quero levá-la para sair em um encontro. — Seus olhos iluminam-se, e seu rosto suaviza enquanto ele olha para mim. —Um real, neste momento. Um primeiro encontro oficial. E eu não quero que seja um segredo.

Minha cabeça está girando. —Eu também te amo. —Eu sussurro. É o mínimo que posso dizer. —Mas o que dizer?

E sobre tudo? A ética e o partido, a mídia e o escrutínio?

—Nada mais importa. — Ele acaricia meu rosto. —Você é minha. E nós vamos lidar com o resto juntos.


Capítulo 29

Gavin


Eu não acho que já estive tão grato por Lachlan como estou agora. Ele puxou todos os tipos de cordas, e marcou um número de distrações para a imprensa, de modo que Ellie e eu pudéssemos ter o nosso primeiro encontro em paz.

Lachlan nos leva para a casa de Ellie com dez minutos de sobra. Minhas mãos estão suando e meu pulso está irregular. Eu não tenho nenhuma ideia de onde esse nervoso veio. Não é como se este fosse o meu primeiro encontro de sempre. Exceto que é. É o meu primeiro encontro de sempre com Ellie. Pode até ser o meu primeiro encontro de sempre com alguém com quem eu já tive sexo bizarro. E é definitivamente meu primeiro encontro de sempre com alguém que eu realmente gosto.

Sasha atende a porta e diz: — Sente-se. Ela vai estar aqui em poucos minutos. —Então, desaparece no corredor.

Eu não quero me sentar. Eu quero invadir essa porra de corredor até o quarto de Ellie, e arrastá-la para a cama para que eu possa fazer todas as coisas ruins que a fazem sentir bem. Mas eu me comporto. Porque eu fiz tudo isso antes, e eu preciso fazer as pazes com ela. Ellie merece ser cortejada adequadamente, e ter romance junto com todo o material sujo, pervertido.

Gostaria de saber se ela está tão ansiosa quanto eu estou. Presumo que a resposta é sim, quando ela entra na sala cinco minutos mais cedo, parecendo absolutamente linda em uma calça capri preta, e uma camiseta verde de seda, que faz com que seus olhos cinzentos se destaquem.

—Isto funciona? —Ela pergunta baixinho, procurando o meu rosto. Eu tinha dado a ela vagas instruções, que sairíamos para jantar, mas ela deveria se vestir confortavelmente. E eu não preciso soletrar, pois ambos sabemos que a nossa fotografia pode ser tirada esta noite.

—Você está perfeita. — Minha voz é rouca e eu não me importo.

Eu queria levá-la em um piquenique, mas o detalhe da segurança necessária teria atraído muita atenção. Em vez disso, vamos a um pequeno bistrô agradável em Quebec ao lado do rio Ottawa.

Eu atravesso a sala para encontrá-la. Tomando suas mãos nas minhas, eu beijo seu rosto e começo a levá-la para fora da sala.

—Não tão rápido. —Sasha diz, com os braços cruzados. —Quais são suas intenções para com a minha melhor amiga?

Ellie faz um aceno de cabeça lento e revira os olhos. —Você não pode estar falando sério?

—Você cale-se. Isso é entre mim e Sr. Primeiro Ministro. —Jesus, a maneira como ela diz isso soa como um insulto.

—Minhas intenções são as de fazer o que estiver dentro do meu poder para fazê-la feliz.

—Claro, até a próxima brilhante e nova estagiária com o equipamento certo aparecer em seu escritório.

Agora, eu estou pensando que prefiro ter um pai irado acenando um calibre doze na minha cara do que a língua afiada da companheira de quarto de Ellie.

E o sorriso incontido de Lachlan está apenas fazendo isso pior. Eu preciso acabar com isso.

—Eu entendo que você está preocupada, isso é justo e razoável. Mas a única pessoa a quem eu preciso provar alguma coisa é Ellie. E isso começa aqui e agora.

Sasha faz uma pausa por um momento, os ombros cedem um pouco. Resignada. —Veja o que você faz. — A ameaça poderia ser deixada, mas não há dúvida de que há uma ou outra coisa ali.

À medida que caminhamos para fora da casa, Ellie me puxa para perto e sussurra: — Eu sinto muito.

—Não sinta. Ela está preocupada com você. E eu respeito isso.

O bistrô é só atravessar a ponte de Portage, na Rue Laval. Trinta minutos de carro com Ellie é uma deliciosa tortura. Eu estou duro como uma rocha, e Ellie mantém serpenteando a mão na minha coxa.

Eu tomo as duas mãos na minha. Elas são quentes e suaves. Eu amo essas mãos, mas elas precisam ficar bem longe do meu pau esta noite. — Chega, Fadinha. Este é o nosso primeiro encontro, então precisamos agir de forma convincente.

—Você realmente vai nos segurar a isso?

—Absolutamente. Eu quero que haja mais do que apenas sexo entre nós. Não me interprete mal, eu quero lotes e lotes de sexo atrevido, sujo e alucinante entre nós. Mas os relacionamentos não podem sobreviver só com isso.

—Mas e se eu for uma mulher que gosta de sexo no primeiro encontro?

—Eu acho que você vai ter que esperar. O mesmo que eu.

—Você está realmente sério sobre isso?

Eu concordo. —Eu estou.

—Uau. Eu pensei que este fosse outro jogo.

—Eu disse isso na semana passada, sem jogos.

Quando chegamos ao restaurante, Tim está lá esperando com uma vaga de estacionamento bem na frente. Ele e Lachlan nos acompanham, e estamos satisfeitos com o proprietário, que nos leva até um canto sossegado.

Tim inclina-se e sussurra em meu ouvido. —Esse cara é incrível. Ele reorganizou o assento para permitir que você e Ellie tivessem espaço extra e privacidade dos outros clientes, e ainda lugares em uma mesa perto o suficiente para manter a segurança.

—Bom saber. Vou me certificar de chegar a uma forma adequada de agradecer-lhe.

O próprio proprietário nos espera, enchendo os nossos copos de água enquanto nos explica os especiais do dia. Então, ele nos deixa sozinhos por alguns minutos.

—Este lugar é bom. —Diz Ellie.

—Eu descobri quando me tornei PM, de repente, o centro das atenções. Atravesse o rio e ninguém se importa.

—Inteligente. — Ela toma um gole de água e eu só a observo, porque eu posso. Eu não sei quantos desses momentos nós vamos chegar a ter antes de todo o país estar assistindo. Quero saborear a experiência de cortejar Ellie Montague por tanto tempo quanto puder.

—Você é de Montreal, certo?

Ela balança a cabeça. —Nascida e criada.

—Você sente falta? Montreal é uma cidade incrível. Eu fiz um semestre fora da cidade no ensino médio. Extensão da língua, porque não tinha Francês ainda na Columbia Britânica26.

—Não? — Ela me dá um olhar chocado. Esta pode ser a primeira vez desde que nos conhecemos, que estou muito consciente dos quatorze anos entre nós.

Eu ri. —Quando eu era criança, o valor de uma educação bilíngue não era tão amplamente compreendido como é hoje.

—E ainda assim você é fluente. Isso é incrível.

—Ajudou que a minha mãe sabe francês. Ela foi uma das pioneiras na costa oeste, e que forçou a inclusão do francês para estar disponível através da rede pública de ensino.

—Seus pais desistiram da política.

—Agora eles passam a maior parte do seu tempo em um lugar nas montanhas, e limitam a sua politicagem às chamadas de telefone.

—Conveniente ter uma linha direta com o PM. — Ela sorri. —Sua mãe deve gostar de sua iniciativa Crianças em Primeiro Lugar.

—Ela acha que não vai longe o suficiente. — Ela não está errada, e eu tenho planos. Digo a Ellie alguns deles, e ela ouve com mais atenção do que qualquer um dos meus conselheiros.

—Foi intenso crescer sendo filho de Vince e Barbara Strong?

Eu balanço minha cabeça. —Eu acho que mais para a minha irmã, Pia. Ela é a mais velha, e ela fez bem na escola, mas fora do portão... por isso eles empilharam tutores sobre ela. Eu tive alguns deles, quando eu mostrei uma aptidão para línguas, mas ela tinha um tutor para absolutamente tudo. Matemática e música e ciência. Foi intenso.

—Eu vi sua palestra TED27 no ano passado. Foi fabuloso.

Essa é minha irmã. —Eu sempre digo que ela é a única que deveria ter ido para a política.

Ellie ri. —Isso parece ser a última coisa que ela gostaria.

—De fato. Ela é mais parecida com você. — Pia é uma cientista e escritora. Ela tinha uma palestra TED sobre sexismo na ciência que se tornou viral no ano passado, logo depois do lançamento de um livro de não-ficção, que ela escreveu sobre o mesmo tema. —Eu recebo telefonemas dela também.

—Eu aposto.

—Eu a apoio, você sabe. E a minha mãe também. Elas são mulheres incríveis.

Desta vez, sua risada é mais longa, mais baixa, e totalmente contagiante.

—Você não precisa me impressionar, Gavin. Você já fez isso antes.

—Então eu não preciso fingir que sei qual vinho vai com o que no menu?

Ela balança a cabeça lentamente, com os olhos colados no meu rosto.

—De modo nenhum.

Nós pedimos a comida. Não sou consciente do que é, mas é saboroso e Ellie gosta. Isso é tudo que importa. Ela balança os pés debaixo da mesa na primeira mordida de seus ravióli de abóbora e meu pau treme. Esses sons só devem ser feitos na privacidade do meu quarto.

Mas então ela sorri para mim de novo, seus olhos brilhando, e acho que ela deve fazer esses sons e me dar esse olhar, onde e quando ela quiser.

—Como está a sua comida?

Não faço ideia. —Está boa.

—Você quase não a tocou.

—Estava te observando.

Ela revira os olhos. —Você vai ficar com fome mais tarde.

—Eles fazem uma marmita muito agradável aqui.

—Você realmente gosta de sobras, não é?

—Eu gosto. — Eu dou uma mordida no meu bife e penso sobre isso. Não é como se eu não tivesse tido muito enquanto crescia. Mas meus pais estavam constantemente em movimento. —Às vezes minha mãe trazia um pouco de seu jantar de um evento, e eu me sentava no banco na cozinha e o comia, porque era sempre melhor do que o que quer que a babá tivesse feito para nós, e ela me dizia sobre a importância do que eles foram apoiar. Eu aprendi muito sobre essas sobras. E eu também aprendi que a maioria dos jantares de trabalho, é mais sobre o trabalho do que o jantar real.

—Fascinante.

—Como foi a sua infância?

—O completo oposto disso. — Ela empurra o prato para frente um pouco e esfrega os dedos contra a borda da mesa. Eu estico minha mão através da toalha de mesa e ofereço meus dedos para ela segurar em seu lugar. Seu sorriso fica um pouco maior. Ela relaxa de volta contra sua cadeira enquanto continua.

—Minha mãe fazia o jantar todas as noites às 05:30. A única desculpa pela falta dele era se eu não estava na cidade. Ela odiava minhas aulas à noite na graduação, porque elas não se encaixam em seu paradigma suburbano.

—Quantas vezes você vai para casa visitar?

—Algumas vezes por ano. Eu amo meus pais, mas não somos muito próximos. Eu tenho uma irmã mais velha, também, e ela forneceu-lhes dois netos adoráveis. Eles mal sentem minha falta.

—Tenho certeza que isso não é verdade. — Eu sinto falta dela agora porque ela não está no meu colo. —Sobrinha? Sobrinho?

—Um de cada. Um menino de seis anos de idade, Robert, e uma menina de três anos de idade, Amie. —Ela pronuncia isso com a pronúncia francesa.

—Eles não são anglófonos28 também?

—Não, minha irmã casou com um homem do campo de Quebec, embora vivam em Montreal agora. As crianças vão ser bilíngues, é claro, mas eles estão sendo ensinados em francês.

—Bom que eu sou fluente, então.

—Você quer se encontrar com a minha sobrinha e sobrinho? — Ela pisca para mim com surpresa.

—Eu quero conhecer toda a sua família. E apresentá-la a minha, é claro. Eles vão te adorar.

Suas bochechas mancham de rosa, e ela toma um gole de vinho. Eu posso ver sua mente zumbindo. Ela sabe mais sobre a minha família do que eu da dela. Minha árvore genealógica inteira está detalhada na Wikipédia. —Pia é intimidante.

—Ajuda se eu lhe disser que ela constantemente se preocupa que é uma péssima mãe?

—Não! — Mas ela sorri. —Seus filhos são mais velhos, certo?

Eu não vi a armadilha até que eu estava caindo nela. Eu respondo com cuidado. —O mais novo, Jamie, tem... treze? Quatorze talvez. Eu sou um tio terrível, claramente.

Seu cérebro ainda está zumbindo. Droga. —Então, os mais velhos estão mais perto da minha idade.

Eu acho que Sabrina é, provavelmente, seis meses mais jovem do que Ellie. —Sim, algo assim.

—E você acha que sua família vai me adorar? — Ela estremece. —Talvez possamos adiar as apresentações formais por um tempo.

—Minha sobrinha é uma Rhodes Scholar29, e eu era praticamente uma criança quando ela nasceu, então não acho que eles vão chegar à mesma conclusão maliciosa que você chegou em sua cabeça, Fadinha.

A mancha cor de rosa cresce e ela toma mais um gole de vinho. —Talvez.

—Nós somos mais como irmãos.

—Tenho certeza de que sua irmã, a feminista porta-bandeira, vai vê-lo apenas como o que é. — A testa de Ellie enruga.

—Se ela não gostar, ela vai falar comigo e eu vou colocá-la em seu lugar.

—Será que Pia aceitaria bem uma explicação machista?

Hah. —Não, ponto justo. Mas ela tem mais entendimento do que você pensa. Pia foi mãe muito jovem.

—Podíamos parar de falar sobre isso um pouco.

Eu não vou parar até que ela esteja rindo e divertindo-se novamente.

—Além disso, eu sou terrivelmente imaturo.

Ela revira os olhos. —Você não é.

—Eu sou. Seis semanas atrás, eu estava na minha reunião matinal com o meu pessoal, e esta estagiária estava falando sobre o que eu tenho certeza de que foi realmente uma ótima ideia, e tudo que eu conseguia pensar era em deixá-la nua e inclinada na minha mesa.

Sua boca cai aberta em indignação, mas seus olhos estão brilhando.

—Você não ouviu qualquer coisa que eu disse?

—Você estava nervosa. Foi irresistível.

—Eu faço muito isso.

—Eu sei. Eu passo muito tempo com um pau duro em torno de você.

Seu cabelo cai em torno de seu rosto como uma cortina enquanto ela abaixa a cabeça, e eu estou prestes a mudar de assunto quando ela diz: — Foi melhor que eu resolvi voltar para a universidade.

—Não.

—Sim.

—Nós poderíamos nos controlar. —Eu digo com firmeza. —Mas...

—Nós não queremos. —Diz ela, terminando meu pensamento. —Eu não quero, de qualquer maneira.

—Eu estive esperando por você por um longo tempo, Ellie. Eu poderia esperar mais tempo.

—Isso soa terrível. Esperar mais tempo, quero dizer. —Sua língua espreita para fora no canto de sua boca enquanto ela faz uma pausa por alguns segundos.

—O resto me fez derreter.

—Bom. Esse é o meu objetivo hoje à noite.

Nós terminamos de comer, então, embalamos o resto em sacos de viagem, e seguimos para o carro à espera. Nenhum dos clientes do bistrô nos dá sequer um segundo olhar, e à medida que contemplamos a cidade no banco de trás do carro, penso que isso realmente pode funcionar.

Ellie entrelaça seus dedos nos meus quando começamos a viagem de volta. Vejo-a em silêncio por um minuto antes de perguntar: —Você está pronta para ser oficialmente a namorada do PM, e tudo o que isso implica?

—Você está me dando uma alternativa?

—Na verdade não.

Um sorriso aparece em seu rosto. —Sim, eu estou pronta. Eu realmente não tenho outra escolha, e não porque você é mandão, mas porque eu tentei, Gavin. Eu tentei salvá-lo de mim, e talvez a mim de você um pouco demais, mas eu não quero ser um mártir. Quero estar com você, qualquer que seja o custo.

Alarme cresce dentro de mim enquanto as palavras derramam como água descendo de uma cachoeira de uma montanha na primavera. Escorregadia e rápida. Perigosa, também. —O que quer dizer, salvar-me de você?

Ela dá de ombros. —Eu sou um risco.

Jesus, não. —É isso que você acha? Ellie, você é uma das pessoas mais inteligentes que eu já conheci. Realizada e amável, engraçada e sexy como o inferno. Haverá uma tempestade de interesse em você uma vez que a nossa relação for a público. E os canadenses vão te amar tanto quanto eu.

—Bem, isso é provavelmente um exagero, mas não é isso que quero dizer. Sim, eu me preocupo em ser chamada de nomes e ter minha identidade reduzida a uma mulher que teve relações sexuais com um líder poderoso. Mas estou mais preocupada com o seu mandato. Eu não quero que o fato de você estar com uma estagiária, vá inviabilizar a sessão de outono do Parlamento. As votações, a iniciativa: Crianças em Primeiro Lugar... Toda a plataforma vai sofrer se o governo precisar ficar na defensiva.

—Oh, minha pequena sabichona da política. — Eu entrelaço meus dedos em torno dos dela e aperto. —Eu pareço alguém que vai ficar na defensiva?

Ela cora, e com o sol fazendo o cabelo dela brilhar pela janela do carro, ela parece um anjo inocente. Quando se trata de jogo de política, ela é.

Eu não sou.

Sabichões se preocupam com a política. Especialista, como eu, são obcecados em como ter essa política feita. O jogo, os jogadores, a manipulação. É por isso que os advogados são excelentes políticos e vão longe demais, por que o público acaba por nos odiar. Eu nunca quero violar a confiança de alguém em mim, mas eu vou fazer o que tenho que fazer para me certificar de que a coisa certa aconteça no final do dia.

—De qualquer forma, chega de preocupação por esta noite. Eu só perguntei por que nós vamos esperar até que esteja escuro para nos juntarmos à multidão, mas há uma chance de que podemos ser vistos.

—A multidão... — Ela gira a cabeça ao redor, voltando sua atenção para onde estamos indo. Nós estamos a um quarteirão de distância agora, e compreensão aparece em seu rosto. —The Sound and Light Show30? Nós vamos terminar o nosso primeiro encontro no gramado em frente dos edifícios do Parlamento?

Eu sorrio para ela. —A melhor defesa é um bom ataque.


Capítulo 30

Ellie


Nós desembarcamos em frente ao Bloco Central, mas nós não subimos para o escritório de Gavin. O sol está se pondo rapidamente, e há uma pequena bagagem esperando por nós, então nós apenas esperamos.

A equipe de segurança nos dá bastante privacidade, e podemos continuar falando sobre família e trabalho, até Gavin lembrar que nós só falamos sobre família e trabalho.

—Desesperadamente desinteressante, não é? — Eu sussurro quando ele me puxa para seu lado.

Ele beija minha testa. —Qual foi o último filme que você foi ver?

Não me lembro. —Talvez Star Wars.

—Eu também.

—Talvez eu devesse levá-lo ao cinema. Esgueirar em um ou algo assim.

—Ter encontros comigo não é tão complicado. A parte mais difícil será eu encontrar o tempo que você merece.

—Oh, isso não é... Eu vou estar ocupada também. Eu tenho uma conferência em setembro, outra em novembro. Eu não vou reclamar sobre o seu tempo.

—Você poderia, se você quisesse. Fazer um pouco de birra em meu escritório tarde da noite...

Desejo me inunda. —Você está procurando uma desculpa para me punir, senhor?

—Não essa noite. Mas logo. E eu não preciso de uma desculpa...

—E não é punição. Eu sei.

—Insolente?

Eu sorrio maliciosamente. —Você já me disse que você não vai fazer nada para mim esta noite.

—Eu tenho uma boa memória. — Ele pisca e olha para a porta, onde um guarda está gesticulando. —Essa é a nossa dica.

Ele pega a bolsa e entrelaça seus dedos nos meus, me levando para o gramado. Nós passamos ao redor da multidão, um pouco mais atrás, e nós paramos ao lado de dois homens de terno sentados em cadeiras no gramado.

Eu tento não rir enquanto Tim e Lachlan se levantam de forma sincronizada, dobram as suas cadeiras, e saem do nosso caminho, deixando um espaço perfeito para Gavin espalhar um cobertor para nós.

—Isso não foi muito sutil. —Eu sorrio enquanto ele me instala em frente a ele, entre as pernas dobradas.

Ele envolve seus braços em volta da minha cintura e define o queixo no meu ombro. —Eu não estou tentando ser sutil. Eu estou cortejando você.

Um prazer escaldante toma conta de mim com suas palavras. —Estou sendo bastante cortejada.

—E a visão de dois homens em ternos carregando suas cadeiras de gramado para longe é muito mais interessante do que um casal em um encontro, certo? — Ele beija a curva do meu ouvido. —Viu? Ninguém está nos observando agora.

E ele está certo. Agora que o show começou, somos totalmente anônimos. Eu relaxo contra o seu sólido peito largo, e deixo-me curtir ser envolta em seus braços, cercada por seu cheiro. Pelo menos por esta noite, eu sou apenas uma menina em um encontro com um cara que realmente gosta dela.

Pelos próximos trinta minutos, a história do nosso país é mostrada em um show espetacular de luzes, que usa o Parlamento como uma tela de cinema. O edifício acrescenta textura e uma emoção inesperada à exibição, e nós dois estamos completamente absorvidos. Quando o hino nacional começa a tocar no final, nós estamos juntos, e quando as últimas notas desaparecem com os aplausos da multidão, Gavin agarra o cobertor e pega a minha mão.

Lachlan nos espera a alguns pés de distância, e nos aponta para o carro. Nove minutos depois, nós estamos parando no meu apartamento, e eu ainda estou sorrindo.

—Obrigada. —Eu começo, e Gavin me silencia com um toque de seus dedos contra a minha boca.

—Andar de cima. Eu vou te acompanhar.

—Ok. —Murmuro contra seus dedos.

Ele sorri.

Lachlan vai primeiro, e quando chegamos ao meu andar, ele volta ao andar de baixo, deixando-nos sozinhos.

—Eu tive um encontro maravilhoso. —Eu digo, olhando para ele, tentando vê-lo como um primeiro encontro real. Imagino se ele vai ou não me dar um beijo de boa noite. Eu tenho expectativas, tudo bem, mas elas são mais sobre quanto tempo vai demorar até o nosso segundo encontro, o terceiro, o décimo, e quando ele vai me amarrar à cama novamente.

Mas este homem na minha frente também é agradável. Ele tira meu fôlego, mesmo que ele seja um estranho, um encontro às cegas, ou um cara do trabalho. Ele é alto e bonito, atento e inteligente. Ele gosta de sua mãe e sua irmã, e se preocupa apaixonadamente sobre o seu trabalho, e isso é bastante intenso.

Este é um lado dele que eu realmente não conseguia ver quando eu estava trabalhando com Stew. Eu estava muito perto. Eu o vi de um ângulo diferente, então eu vi o lutador, o tigre enjaulado. O segredo, as necessidades enterradas de um homem público.

Isso foi quente pra caralho.

Isso é outra coisa. Alguma coisa infinitamente mais perigosa do que os riscos de um assunto proibido.

Eu já o amo. Então porque é que a ideia de Gavin ser um cara do tipo para sempre é tão assustadora?

Porque você é tão simples comparada a ele. Sua irmã é famosa por mérito próprio. Sua mãe mudou um sistema educacional inteiro. Sua sobrinha é uma Rhodes Scholar.

E eu sou uma entusiasta de yoga que não pode nem cozinhar.

De repente, eu preciso de um abraço muito desesperadamente. Gavin está bem na minha frente, chegando mais perto, e eu fecho a lacuna, pressionando-me contra seu corpo.

—Ei. —Diz ele gentilmente.

—Um encontro realmente maravilhoso. —Repito.

—Ellie.

Eu não me movo.

—Fadinha. — Sua voz se aprofunda e eu dou um passo para trás como se tivesse sido eletrocutada por uma corrente elétrica suave. Uma que tem uma ligação direta com minhas zonas erógenas. Ele me dá um olhar quente, mas firme.

—Aonde você foi agora?

—Eu só percebi que isso foi diferente. Um pouco esmagador.

—Mais do que o que?

—Do que antes.

—Encontro é mais assustador do que... — Ele abaixa a voz e se inclina, apoiando-me contra a minha porta do apartamento. —Transas pervertidas?

Eu lambo meus lábios. —Talvez sim.

—Por quê?

Porque quando se trata de sexo, eu não duvido do meu apelo. —Você está em um nível totalmente diferente. —Eu sussurro. —Esta não é uma conversa que eu esperava, eu acho.

—Ah, que seja. — Ele me dá um sorriso torto. —Mas não é onde eu quero sua cabeça em nosso primeiro encontro. Porque você é tudo que eu quero. Nunca duvide disso. Essa besteira que sua companheira de quarto disse... Eu nunca tive um caso no local de trabalho antes, e nunca terei novamente. Foi inteiramente acidental que você fosse minha estagiária. Foi você. Sua inteligência e sua doçura, e sim, a sua beleza. Estou cativado, Ellie.

—Mas eu sou só eu e você é... perfeito.

—Alguma vez você pensou que talvez eu seja apenas perfeito para você? — Ele exala e entrelaça os dedos nos meus. —Eu faço um bom trabalho em ser um personagem, Ellie. Mas eu sou apenas um cara normal, com fraquezas e falhas. Você viu mais disso do que ninguém. Eu não sei nem mesmo se eu sou perfeito para você. Preocupa-me que eu seja muito velho, um risco muito grande e muito ocupado.

—Não. — Eu pressiono a mão contra seu peito e os músculos flexionam sob o meu toque. Então, eu não sou a única que está se sentindo insegura. —Nós somos um par, não somos?

Ele balança a cabeça e, em seguida, seu rosto muda novamente. Determinação é incrivelmente sexy. Minha respiração cai em um ritmo acelerado, antecipatório. —Eu gostaria de vê-la novamente, Ellie.

Isso deveria soar formal e rígido. Em vez disso, é sexy, cheio de intenções.

—Sim. Absolutamente.

—Almoço amanhã.

—Você não vai à Washington amanhã?

—Na parte da tarde. — Ele tira uma mecha do meu cabelo do meu rosto.

—Você quer vir comigo?

Eu sorrio. —Isso seria uso inadequado de um avião do governo.

—Será de qualquer maneira. Eu poderia conseguir que o Banco do Canadá pague pelo seu bilhete.

—Você faria isso? — Um sentimento oscilante de loucura toma conta do meu corpo inteiro.

Ele enrola a mão no meu cabelo. —Eu faria por você.

Agora seu rosto está sobre o meu, e ele está me segurando ainda com meu cabelo em volta do seu punho, e eu o quero tanto que dói. A dor física intensifica quando ele roça seus lábios contra os meus.

—Até amanhã, então. —Ele murmura, e a dor se transforma em dor real.

—Você pode esperar tanto tempo, não pode, Fadinha?

—Sim. —Eu suspiro. Eu realmente preciso obter o controle das minhas cordas vocais, elas não sabem o que estão falando. Mas quando eu digo isso, eu acredito nisso. A dor interior é como a queimadura dele me espancando. Uma vez que eu sei que ficar afastada dele não é uma opção, e que isso não pode ser substituído por algo mais doce e mais fácil, eu percebo que quero mais. Eu quero me inclinar na rigidez do seu desejo por mim.

—Boa menina. — Ele puxa meu lábio inferior em sua boca, afundando seus dentes em minha carne até que eu suspiro, então ele cobre minha boca com a sua e eu estou perdida. Sua língua é lisa e inteligente enquanto ele desliza para dentro. Calor corre através de mim, uma corrente de pensamentos sujos. Sua exploração diminui, transforma em lazer, enquanto ele tem um gosto de cada polegada da minha boca. Eu fico na ponta dos pés, querendo fazer o mesmo com ele, mas ele puxa meu cabelo.

Fique quieta, o comando é claro.

Minhas coxas começam a tremer. Meus seios estão inchados, e se ele esfregar o polegar sobre meus mamilos, eu acho que provavelmente entro em combustão espontânea.

Este é um terrível modo de ser deixada, mas isso é exatamente o que ele vai fazer.

Ele começa a se afastar, sua boca persistente na minha mesmo enquanto seu corpo se desloca para longe de mim. Quando nossos lábios finalmente se separam, ele roça o polegar sobre meu lábio inferior. Abro um pouco mais, e ele geme.

Ele mergulha a ponta em minha boca, apenas o suficiente para a minha língua tocá-lo, então ele dá um grande passo para trás.

Olho para sua ereção e mordo o lábio em uma tentativa falha de conter a minha alegria.

Ele esfrega o queixo enquanto ri. —OK. Boa noite, Ellie.

—Boa noite, Gavin.

—Até amanhã.

—Bons sonhos. —Eu digo suavemente.

Seu olhar está grudado no meu quando ele concorda. —Definitivamente.


Capítulo 31

Gavin


Eu não lhe disse para não tocar-se, principalmente porque não há nenhuma chance de eu me abster. Quando chego em casa, eu me masturbo no chuveiro, me lembrando de seu cabelo enrolado em torno dos meus dedos me levando ao limite.

Eu estou duro de novo quando vou para a cama. Eu a quero me esperando aqui quando eu voltar de Washington.

Quatro horas e meia mais tarde, o meu alarme dispara. Eu pulo da cama antes do meu eu preguiçoso interior ter a oportunidade de sugerir o contrário, e faço 10 minutos de exercícios de alta intensidade, que tanto me acorda, quanto justifica a pizza fria que eu comi no café da manhã.

Eu peço a Tim para fazer um tour através das terras de Rideau Hall, do outro lado da estrada, para que eu possa twittar uma foto dos primeiros raios do nascer do sol sobre a residência oficial do Governador Geral.

@therealgavinstrong Manhã bonita para estar a serviço de Sua Majestade Real. Para o trabalho. #morningperson #atleasttoday Na reunião das sete horas, #morningperson está bombando. Coisas assim tem zero a ver com o trabalho de dirigir o país, mas torna o novo diretor de comunicações feliz.

Após o desastre do nosso escritor de discursos vazando do evento, Stew silenciosamente muda o diretor de comunicações para outra função, e contrata alguém da Columbia Britânica, Caroline Miller. Ela e seu marido têm uma empresa de relações públicas em Vancouver, e ela nos prometeu seis meses de seu tempo, mas isso é tudo que eu preciso.

Caroline está me esperando diante da minha mesa quando eu entro.

—Você gostou disso?

—Eu amei. Podemos ter um minuto antes da reunião?

Eu nego com a minha cabeça. A reunião não pode atrasar, por qualquer motivo. —Mas você pode ter cinco depois.

—Combinado.

Stew nos faz começar trinta segundos mais cedo, e nós terminamos com quarenta e cinco segundos de sobra. É por isso que ele é meu Chefe de Gabinete.

—Obrigado a todos. —Eu digo, de pé, quando eles começam a sair.

Stew olha para Caroline, que permanece sentada. Eu dou de ombros. Ele pode ficar se ele quiser. Ele fecha a porta e começa a andar para trás e para frente.

Eu sorrio. —Deus, você é uma porra de um pessimista.

Caroline mantém um rosto neutro. —Ele está assim por causa de um rumor sobre você em um encontro na noite passada?

—Provavelmente. — Bem, isso não demorou muito. —Será que eles têm o nome dela?

—Não. Eu acho que é realmente rumor por agora. Há um vídeo Snapchat de você segurando a mão de alguém e carregando um cobertor. E tem poucos segundos de duração. Qualquer chance de que isso seja a verdadeira razão pela qual eu fui contratada?

—Sim. Toda chance.

—Quem é ela?

Stew não me deixa responder. —Ela é uma candidata a PhD da escola de negócios da Universidade de Ottawa. Eles se conheceram no início deste verão, através do trabalho.

O rosto de Caroline não muda. —Aqui?

Eu concordo.

—Qual é a coisa mais importante que eu preciso saber sobre o seu relacionamento?

—Eu a amo.

—OK. Stew pode me contar sobre o resto?

—Sim, mas eu quero ver qualquer coisa e tudo o que será redigido sobre este assunto. Nada sai deste escritório sobre o tema Ellie sem ter sido aprovado por mim primeiro.

—Não há problema. —Ela se levanta e me dá um aceno. —Ele é inteligente por fazer isso agora, antes que a casa esteja em sessão.

Dou-lhe outro aceno conciso e eles saem. Eu tenho dois minutos antes de Beth entrar com o próximo assunto da minha agenda. Passei cada segundo disso me perguntando se Caroline está certa, sobre eu decidir mostrar Ellie agora porque é politicamente vantajoso acontecer este escândalo mais cedo do que mais tarde.


Capítulo 32

Ellie


O nosso segundo encontro começa como nosso primeiro terminou, com um beijo que me deixa distraída além da medida.

Gavin me pega na universidade. Recebo uma única batida na porta em advertência antes que ele entre em meu escritório, feche e tranque a porta. Com dois passos ele me deixa apoiada contra a minha mesa, com as mãos no meu cabelo e seus lábios abrindo os meus.

—Eu ia encontrar você lá embaixo. —Eu digo, minha voz falhando enquanto eu tento pensar em outra coisa que não tirá-lo de seu terno azul-marinho. Minhas mãos não estão cooperando.

—Eu estive com fome de você desde que fui embora na noite passada, e esta é a nossa única chance de ficarmos sozinhos hoje.

Eu deveria ter aceitado sua oferta de voar com ele para Washington.

—Vamos enviar sua equipe de segurança até o refeitório para comerem sanduíches e ficarem lá até que você tenha que ir. Eu nunca usei a tranca na minha porta. Essa seria uma excelente oportunidade para usá-la.

—Uma trava virgem. —Diz ele, gemendo enquanto levanta as mãos dos meus quadris e tenta recuar.

Eu não vou permitir isso. Eu pego suas mãos e as deslizo em minhas coxas.

—E eu estou usando meias hoje.

—Você está me matando. — Ele me beija novamente. Cruel e possessivo. Deus, eu o amo. Eu estou loucamente apaixonada por ele.

—Sem calcinha hoje, também. — Eu estou mentindo. Eu vim com ela para trabalhar. Eu apenas a tirei há dez minutos.

—Porra, Fadinha. — Ele me levanta e me empurra de volta na minha mesa. —Pés para cima.

Eu subo meus calcanhares e dobro as pernas, descansando minhas solas cobertas de seda à beira da minha mesa. O vestido que estou usando hoje tem uma saia cheia, rodada, e cai longe do meu corpo, não deixando nada escondido de seu olhar faminto. —Eu quero você dentro de mim. —Eu sussurro. —Cada minuto de cada dia.

Ele balança a cabeça. —Eu disse só beijos nos primeiros encontros.

—Eu sei que você disse...

Ele se inclina sobre mim, apoiando as mãos sobre a mesa de cada lado dos meus quadris. —Mas?

Mas nada. —Você está certo. Eu sinto muito.

—Então, qual é a regra?

—Só beijos.

—Isso é um problema?

Eu balanço minha cabeça. —Eu adoro beijar você.

Ele sorri. —Boa menina. Eu adoro beijar você também, Fadinha. —Ele se afasta novamente. Ele tira a gravata, em seguida, ajusta sua ereção antes de suavemente cair de joelhos. —Em toda parte.

Calor dispara através de mim quando sua cabeça obscurece minha visão entre as minhas coxas. Eu sinto sua respiração seguinte na minha coxa, então a provocação de sua língua ao longo da minha fenda. Como se nós tivéssemos todo o tempo do mundo em vez de apenas uma hora, e Oh, meu Deus, todas as coisas que eu quero fazer com ele. Se ele deixasse. Ele não vai.

Sua próxima lambida é mais lenta, mais suja, sua língua é larga e plana, e eu quero me atirar da minha mesa ao prazer. Ele é tão incrivelmente bom nisso que eu quero chorar e gritar e chutar meus pés. Em vez disso, eu pressiono meus saltos com mais força contra a mesa e engulo um gemido. Meus lábios apertam, meus olhos fecham, eu me entrego a ele. Meu corpo é provocado e devorado, aceso e incendiado do jeito que ele quer.

Devorada.

Essa é a palavra certa para como ele vem em mim, mas é suave ao mesmo tempo. Faminto e insistente, um desmantelamento suave, mas completo. Ele está em toda parte, lambendo e chupando, seus dedos me abrindo para que ele possa explorar cada última polegada da minha carne com a língua e, às vezes, cuidadosamente com os dentes.

Consumida.

Essa é outra boa palavra para o que eu sinto quando ele puxa meu clitóris em sua boca e chupa até que eu gozo em um estremecimento, choramingando na forma mais feliz.

Meus olhos ainda estão fechados quando eu sinto a cabeça inchada de seu pênis esfregando contra a minha entrada.

Eu mordo meu lábio mais forte para não gemer com o quanto é bom esse esfrega, esfrega, oh Deus, e pergunto: — E sobre apenas beijar?

—Regras são estúpidas. — Ele empurra dentro de mim e fica lá enquanto ele pressiona a testa contra a minha. É uma sensação incrível, melhor do que eu imaginava. —Eu vou sentir sua falta esta noite. Eu quero você na minha cama amanhã quando eu voltar.

—OK.

—Vai ser tarde.

—Eu estarei lá.

Ele puxa os quadris para trás, em seguida, empurra para frente novamente, atingindo o ponto doce no primeiro impulso. —Eu posso gozar? Isso pode ser confuso para o nosso encontro de almoço.

Ele não pode estar seriamente pensando ainda sobre alimento. Eu o beijo sem fôlego. —Eu tenho lenços, vai ficar tudo bem. — Eu lambo o lábio inferior com a ponta da minha língua. —Você tem meu gosto.

—Então eu tenho gosto maravilhoso.

Eu suspiro enquanto ele fode em mim mais forte, suas mãos apertando em meus quadris.

—Quer gozar? Goze no meu pau, querida. Deixe-me sentir essa doce buceta apertar em volta de mim e eu vou te encher com o meu gozo.

Essas palavras não deveriam funcionar em mim assim como elas fazem, mas eu sou tão suja quanto ele é, porque sim, eu quero isso. Eu quero tudo, e eu quero agora, se ele simplesmente continuar assim. —Sim, bem aí.

Ele mantém-se enterrado dentro de mim. —Aqui?

Eu empurro meus quadris e jogo a cabeça para trás. —Sim.

Seus quadris bombeiam, mal se movendo, mas fazem todo o trabalho pesado, tanto quanto o meu ponto G está em causa.

Estou sussurrando-gritando seu nome agora, Gavin sim Gavin sim Gavin sim, e eu tenho certeza de que estou sendo silenciosa, mas ele dobra-se sobre mim de novo, desta vez sussurrando que eu preciso ficar quieta. Eu estou, eu acho. E no silêncio ele faz isso novamente.

—Shhh. Seja uma boa menina e goze para mim.

Eu explodo. Ele me segue no orgasmo, me fodendo com seus últimos golpes desesperados, então ele geme enquanto derrama seu gozo dentro de mim.

Bagunçado. Perfeito.

—Shhh. —Digo enquanto ele enterra o rosto no meu pescoço.

Ele ri.

—Eu sei que nós podemos passar um dia sem sexo. —Diz ele, poucos minutos depois de eu passar a ele um lenço umedecido do meu estoque de emergência da minha gaveta. Ele foi usado anteriormente para apagar evidências de mim devorando um donut no meu horário de expediente, e para limpar a sujeira que faço em meu antebraço ao limpar quadro branco quando eu tenho alguma palestra em meu local de trabalho.

Eu dou de ombros, também eufórica de dois orgasmos para me preocupar com o fato de que estamos claramente viciados em sexo. —Bem, isso é mais do que algumas pessoas fazem.

—Você é sem vergonha.

—Você me fez assim. Eu costumava ser uma boa menina.

—Isso não é uma queixa, eu lhe garanto. E você ainda é uma menina muito boa.

—Quanto tempo nós temos agora?

—Uma hora. Que tal irmos para o refeitório?

—Isso não é exatamente discreto.

—Sim. — Ele me dá um olhar estranho. —Sobre isso.

—Gavin...

—Alguém fez um vídeo nosso ontem à noite no show de som e luz.

Meu estômago dá uma guinada. —Oh!

—Sou só eu. O vídeo mostra o seu braço, a parte de trás de sua cabeça, e está escuro, então agora é só uma fofoca, o PM foi a um encontro.

—Por agora.

—Eu não vou esconder você.

Eu franzo a testa. Não, ele não vai. Agora, ele impiedosamente não está me escondendo, e eu aponto isso. Ele tem a decência de parecer um pouco envergonhado, embora eu não ache que, por um segundo, ele esteja me usando.

—Isso porque ainda temos quatro semanas até o Plenário voltar, e você está esperando que isso não seja exposto até setembro?

—Isso é o que a nossa nova diretora de comunicação sugeriu esta manhã. — Seu rosto aperta. —Não era o meu pensamento deliberado, não.

Mas é conveniente. Eu suspiro. —É melhor não ser só sobre sexo.

Seus olhos incendeiam. —Não. Nunca. Isso foi porque eu não posso manter minhas mãos longe de você.

Eu suspiro. —OK. Vamos almoçar e ter a nossa foto tirada.

—Bem assim?

—Eu acho que o nosso segundo encontro é um pouco cedo para eu me transformar em uma megera. Vou guardar isso para o quinto encontro. Mas quando você voltar de Washington, eu quero conhecer essa diretora de comunicações. Se vamos fazer isso, eu não quero ficar no escuro.

Gavin é o melhor. Após o almoço, onde ele rapidamente cumprimentou as pessoas em torno da cafeteria e depois nós fomos deixados praticamente sozinhos, ele liga para Stew e diz que eu gostaria de me reunir com Caroline Miller. A nova diretora de comunicação, ele murmura. Faço uma nota mental para entrar no Google e ter certeza de que ela não é quente ou a tal.

Embora Beth seja quente e a tal, eu não estou com ciúmes dela, e nem mesmo por um nano-segundo eu pensei que talvez ela pudesse dar em cima dele. Mas ela tem uma relação de irmã com Gavin, como se ela preferisse arrancar seus olhos a vê-lo nu. Ela pode ser a única pessoa no país, de modo que a torna especial.

Sim, eu fui louca de pensar que ela tinha uma queda por ele.

Eu deveria comprar flores para Beth.

Depois eu procuro no Google esta pessoa, Caroline, e tenho uma conversa comigo mesma, porque loucura não é legal.

—Perfeito. Vou deixá-la saber. —Ele desliga. —Amanhã, quatro horas, no escritório de Stew.

—Isso não vai ser um pouco estranho?

—Você quer esperar até que eu esteja de volta?

Nós realmente não temos esse tipo de tempo. —Não, está tudo bem.

Ele me dá um beijo rápido e entra no carro.

Eu estou de pé na calçada, me perguntando quantas horas me resta antes que eu esteja cercada por fotógrafos e repórteres jogando perguntas em mim sobre o assédio sexual no local de trabalho.


Capítulo 33

Gavin


Do momento em que eu desço do avião, até a hora em que bato na minha cama do quarto de hotel depois da meia-noite, meu dia é um trabalho sem pausa. Eu consigo dormir até seis, o que deve parecer um luxo, mas eu acordo às 5:30hs com um tesão que não para.

Eu olho meu telefone pré-pago, devorando os textos de Ellie sobre yoga como se eles fossem pornografia.

É muito cedo para chamá-la, e ela não tem tanta prática quanto Max no cuidado do duplo sentido de um telefone pré-pago. Eu a acordaria e ela ficaria sem fôlego e meio adormecida, e ela diria o meu nome...

É isso. Apenas de imaginar meu nome em sua voz sonolenta, sexy, eu gozo em todo o meu estômago.

Adolescente fodido.

Eu me limpo com uma toalha do banheiro, em seguida, vou para um treino rápido, mas doloroso.

Tempo para me adequar.

Rick Stupes tentou entrar no elevador comigo ontem à noite. Mas ele deu de cara com o peito de Lachlan, e Caroline já me deu uma atualização de Ottawa de que a CAN News solicitou uma entrevista cara-a-cara, e eu não tenho um grande motivo para dizer que não, que não seja “eu não gosto do cara”.

—Eu não tenho tempo na viagem. —Eu digo.

—Não, claro que não. Quando você voltar.

—Certo.

—Mas eles querem algumas imagens de você na Embaixada.

—Bem. Mas alguém tem que estar em todas as filmagens comigo, por isso temos que conversar. Eu não posso simplesmente ignorar as questões do cara enquanto a câmera está me seguindo.

Nós resolvemos fazer as filmagens do meu almoço de trabalho com o Embaixador e alguns cumprimentos com convidados americanos no jardim.

Eu arrumo minha mala. Terno de ontem, o meu livro para o avião, minhas notas informativas. Normalmente eu coloco o meu telefone pré-pago em minha bagagem de mão, também, mas hoje eu o quero comigo. Os textos doces de Ellie ao lado do meu coração.

Eu sou um caso perdido para ela, e não estou constrangido.

Eu nunca pensei que seria um daqueles lunáticos sentimentais que guarda cada pequeno momento do namoro. Ok, eu não sou assim tão ruim, mas Max vai me perturbar por causa disso. E eu vou deixá-lo, porque, aparentemente, o amor faz coisas malucas para o seu limiar de humilhação.

A manhã passa rápido, e o almoço é produtivo. Eu gosto do embaixador dos Estados Unidos. Ele foi nomeado pelo último PM, mas nossas filosofias se alinham, e estou confiante de que ele vai continuar a representar o nosso governo muito bem, e defender as questões mais importantes para os canadenses.

Após o almoço, tenho um encontro com os empresários que têm investimentos significativos que atravessam a fronteira em uma base regular. O comércio é a principal razão para esta viagem, e tenho a intenção de promover um excelente relacionamento com todos os envolvidos, não importa como nossas crenças pessoais e políticas possam estar em desacordo.

Estou no meio de uma conversa com um negociante de importação / exportação de Montana quando meu bolso começa a tocar.

—Desculpe-me. —Murmuro, tirando meu telefone enquanto Jann Arden canta “Could Be Your Girl31”... Um toque que eu nunca pensei que alguém ouviria.

Tanto quanto eu odeio enviar Ellie ao correio de voz, não há nenhuma maneira de eu poder atender a esse telefonema diante da câmera.

Eu volto à nossa discussão do Acordo Norte-Americano de Livre Comércio, acenando sem me comprometer enquanto eu silenciosamente grito inferno não. Tudo o que eu realmente quero fazer é dizer ao cara para parar de pensar nesse brinquedo novo que ele quer financiar nas costas das pessoas comuns, em seguida, me trancar em uma sala e ter sexo por telefone com a minha namorada.

E minha cabeça está girando enquanto eu tento descobrir quem ouviu o telefone tocar e pegou minha escolha de toques para Ellie. Eu chamo a atenção de Lachlan e ele dá um leve aceno de cabeça para os lados. Eu deslizo mais o meu olhar, e minha barriga bate no chão, quando vejo que Ricks Stupes e seu operador de câmera estão dentro da distância de ouvirem.

Estou regiamente fodido pelos dois. Meu desejo egoísta de manter alguma aparência de Ellie comigo colocou em risco a sua privacidade, e agora eu vou ter que mudar o meu pessoal de comunicação para controle de danos.


Capítulo 34

Ellie


Eu não deveria ter chamado Gavin. Eu estou me chutando enquanto vou até o Bloco Central e fico na fila de segurança de visitante, assim como eu fiz no primeiro dia em que nos conhecemos.

Lachlan me mandou uma mensagem alguns minutos depois.

L: BJ está ocupado. Vai ligar em breve.

Agora eu estou tentando adivinhar essa coisa toda. Esta reunião poderia esperar até que ele estivesse de volta.

Nós poderíamos simplesmente conversar sob a privacidade da 24 Sussex. Ninguém precisa saber que eu estou namorando o PM.

Exceto que, enquanto eu seguro minha bolsa para inspeção de conteúdo, o meu telefone vibra novamente. Desta vez é o próprio Gavin.

BJ: Então, meu telefone saiu na filmagem. Eu disselhe que o meu toque para você está definido com uma música de Jann Arden?

Eu acho que nós não estamos falando em código mais.

Lee: Oh, meu!

BJ: Sim.

Lee: Desculpe.

BJ: A culpa é minha. Devo ter mudado acidentalmente o toque esta manhã. Você precisa de algo?

Lee: Não realmente. E acabei de chegar... para onde eu tenho que ir. Seu escritório.

BJ: Notável. Ligo para você em breve.

É estranho voltar para Bloco Central com o crachá de visitante em volta do meu pescoço.

Ainda mais estranho quando eu topo com Beth, mas ela me dá um sorriso, e sussurra que Caroline está esperando por mim no escritório de Stew, e Stew está prestes a ter um enfarte genuíno.

Por um lado, isso é seriamente digno de um rolar de olhos.

Por outro lado, Stew tendo um ataque, é algo que eu posso totalmente lidar.

Eu respiro fundo e bato na porta do meu antigo patrão.

*****

Caroline Miller é feliz no casamento, e muito inteligente. Eu gosto dela principalmente pela última razão, mas a primeira é boa também.

Eu também estou muito aliviada em descobrir que ela não parece se importar, no mínimo, que eu fui brevemente uma estagiária neste escritório. Uma mulher a menos, quinze milhões faltando.

Ela fez um trabalho magistral em elaborar uma narrativa que destaca a minha educação, e enquadra o estágio mais como uma oportunidade única do que uma situação verdadeira de emprego.

É setenta e três por cento mentira, mas eu não me importo, porque soa plausível, especialmente vindo de uma mulher. E é algo que eu posso repetir, uma e outra vez.

—Obrigada. —Eu digo, sentindo-me cheia de gratidão.

Ela me dá um sorriso livre de besteira. —De nada, mas não assuma que isso acontecerá tão facilmente.

—Não, eu sei que provavelmente não acontecerá. Mas eu não conseguia encontrar as palavras da maneira que você fez. Porque... —Eu paro. Stew não precisa saber que muito da minha racionalização sobre meu relacionamento com Gavin está suja em seu núcleo.

É uma coisa boa.

Ele olha para mim como ele nunca olhou para ninguém.

Eu acho que eu poderia acreditar “almas gêmeas” agora.

Não, eu não posso dizer nada disso.

—Porque eu estou muito próxima a ele. —Digo em vez disso, e isso é verdade, também.

—Você precisa preparar-se para mentiras. —Diz ela, olhando para trás e para frente entre mim e Stew. —Vocês todos precisam. Isso pode ser usado como cobertura para uma campanha de difamação. A chave é nunca vacilar da narrativa principal e permanecer na mensagem. Isso vale para perguntas sobre o seu relacionamento, juntamente com perguntas sobre o emprego breve de Ellie aqui, e qualquer política que fica conectada a Gavin... sendo humano.

Isso não é como seus adversários políticos verão isso. Mas é a verdade, e eu estou feliz que ela entendeu. —OK.

—Ainda estamos pensando em não dizer nada até que sejamos solicitados a título definitivo, mas desde que vocês estão saindo juntos em público, eu esperaria a história a vir à tona - e seu nome estar lá – até o fim da semana. Então, se há alguém na universidade que você quer avisar, ou uma colega de quarto para se preparar...

—Obrigada. Minha companheira de quarto já sabe, e tem experiência em manter a cabeça baixa.

—Oh?

—Seu pai fabrica peças do carro. Automotiva Brewster? —O pai de Sasha é um magnata de um negócio legítimo. Ele sempre queria que ela se juntasse ao negócio da família. Ela tem seu MBA, mas em vez de ir trabalhar com ele, ela se candidatou para o seu doutoramento em vez disso. Tenho certeza de que, quando ela terminar esse grau, ela vai encontrar um pós-doutorado no outro lado do planeta.

Dizer ao seu pai que ela não quer ter nada a ver com o negócio da família seria mais fácil, mas ele é o único homem que Sasha tem dificuldades em protestar ou desapontar.

—Parece bom. Mas deixe-me saber se você tiver quaisquer problemas. Há um limite para o que eu posso fazer a partir desta posição, mas Gavin vai contratar uma empresa de relações públicas privada, se necessário.

Eu balanço minha cabeça. Isso é meio louco. —Nós vamos gerenciar muito bem.

Stew move a conversa para as considerações mais políticas, o que eu estou interessada, mas não me afetam diretamente mais, por isso, quando Beth bate na porta e pergunta se ela pode me levar, eu saio com ela.

—Há uma chamada para você no escritório de Gavin. —Diz ela enquanto ela me leva para lá.

Sério? Eu estou sorrindo apesar de tudo. Isso só pode ser uma pessoa. Ela me deixa entrar e me aponta para a mesa.

Eu observo que o abajur está ausente da mesa ao lado do sofá, e minhas bochechas ficam vermelhas enquanto ela fecha a porta, deixando-me sozinha.

Eu pego o telefone. —Olá?

—Fadinha. —Gavin diz calorosamente em meu ouvido. —Estou retornando sua chamada.

—Não é para isso que serve um dos dois telefones na minha bolsa?

—Eu estou na embaixada canadense em Washington. Eu poderia muito bem aproveitar a linha segura.

—OK. Eu não tenho nenhum segredo de Estado, apesar de tudo.

—Você sabe alguns. — Sua voz fica baixa. Reconheço esse tom.

—Não. Nós não vamos fazer sexo por telefone, enquanto eu estou em seu escritório e você está em uma embaixada, e eu não acho que linha segura significa que a CSIS não está escutando.

—Eles realmente não estão ouvindo. O que você está vestindo?

Eu abaixo a minha voz, porque dois podem jogar este jogo. —Um saco de pano.

—Escolha ousada. Tire.

—Ohh, é tão áspero na minha pele.

Seu riso é alto. —E por baixo, está um collant preto de corpo inteiro?

—Como você sabia?

—Mágica.

—Tem certeza de que você não está me assistindo? Onde estão as câmeras?

—Eu lhe disse. Não há câmeras em meu escritório.

—Isso é um alívio. Notei que o abajur está desaparecido.

—Eu me livrei dele.

—Sem coração. O que é que o abajur fez para você?

—Assustou a mulher que eu amo.

—Ah, mas eu voltei para você.

—Então, você voltou. — Ele limpa a garganta. —Eu tenho que ir. Eu estou sendo convocado.

—Te amo. Me acorde hoje à noite.

—Você pode contar com isso.

Beth me pára no meu caminho, segurando minha mão. —Gavin providenciou um carro para buscá-la às oito.

Ah não. —Ele não pode fazer isso.

Ela encolhe os ombros. —E ainda assim ele fez.

—Cancele isso. Eu vou encontrar meu próprio jeito.

—Ellie, não é assim que as coisas funcionam. Meu chefe me diz que um carro foi providenciado, eu passo a mensagem. Eu não cancelo o carro.

Seu telefone toca e ela se vira de volta para sua mesa.

Oh, não, não. Eu não quero ter essa conversa com Stew. Mas eu junto minhas coisas e marcho de volta ao seu escritório. Caroline já foi.

O RCMP não pode ser motorista da namorada do PM em todos os lugares. Gavin, provavelmente, vai pirar sobre eu tomar o ônibus para a 24 Sussex, mas um táxi seria muito óbvio.

Então eu sento na frente da mesa de Stew e começo o que prova ser uma conversa terrivelmente estranha. —Então, eu preciso dizer-lhe uma coisa e não quero que você pire, porque não há uma solução fácil.

Ele geme. —Eu tenho medo de dizer isso, mas o que é?

—Gavin providenciou um carro para me pegar esta noite e me levar para a sua residência. —Stew geme novamente, mas eu continuo porque eu não preciso dele para me ensinar sobre o que eu já sei. —Isso, naturalmente, não pode acontecer.

—Certo. Então, basta dizer-lhe que você não estará esperando por ele quando ele chegar.

Eu rolo meus olhos. É claro que eu estarei esperando por ele. Eu só vou chegar lá sozinha. —Eu ainda vou lá, Stew. Só que vou de ônibus. Você pode me colocar na lista de visitantes aprovados?

Ele xinga. —Tenho de certeza que você já está nela, mas sim, eu vou verificar.

—Obrigada.

—Ônibus?

—É como eu me locomovo.

—Bem, quando isso explodir em nossos rostos, pelo menos, agradaremos os ambientalistas.

—Ainda bem que poderia ser de alguma utilidade.

—Vamos fingir que nós nunca tivemos essa conversa.

—Combinado.


Capítulo 35

Gavin


Eu estou assustado sobre o incidente do toque do telefone e preciso ter alguma perspectiva, então eu pego o pré-pago e chamo Max.

Ele responde ao segundo toque. —Você não deveria estar fazendo negociações com algum grande chefe agora?

—Merda! — Não é a resposta mais enigmática.

—Oh, isso parece sério. E aí?

—Tenho certeza de que será nacional, pela manhã.

—O que será? Você pode ser mais específico?

Oh puta merda, isso vai estar em todos os lugares na parte da manhã, de qualquer maneira, então por que me preocupar? —Deixei o toque ligado do meu telefone especial, e Ellie ligou.

—Você quer dizer que nada embaraçoso foi ouvido?

—Eu não sabia, mas o meu toque pode me causar um pouco de desconforto.

—Foi Fuck the Pain Away, de Peaches?

Só Max iria direto para lá. Isso explica tantas coisas.

—Não. Jann Arden, com Could I Be Your Girl.

—Bem, pelo menos era uma convenção.

O fato de que era uma convenção deixa tudo bem? Certo. —Acabei complicando tudo.

—Com...?

—Isso não era exatamente o plano.

—Isso é a vida.

—Isso é tudo que você tem? Eu chamo você para desabafar e você me diz que tenho que aguentar isso?

—Enquanto isso, eu tenho uma criança chegando em cinco minutos que pode não ter o seu quarto aniversário.

Ponto aceito. Olho para o relógio. Eu interrompi Max no meio de sua tarde na clínica no Hospital do BC Children. Talvez eu seja o idiota, afinal. —Perspectiva alcançada.

—É por isso que você me chamou. Vejo você em um mês.

—Mal posso esperar. — Eu desligo o telefone e olho para ele. Sim, eu realmente não posso esperar, na verdade. Max é um conselheiro único na minha vida, sem abrandar as coisas, sem tretas. Eu sempre posso contar com ele para dar-me conselhos.

Agora eu preciso impressionar o líder do mundo.

*****

Quando eu volto para o hotel a partir de um evento na Casa Branca tarde naquela noite, Tim me impede que eu entre no elevador para ir à minha suíte.

—Você tem um visitante que precisa ver em primeiro lugar.

—Quem?

Ele me dá um olhar impassível que diz que ele está apenas cumprindo ordens de seu chefe. —Lachlan acaba de me dizer que você precisa ir para uma sala de conferências em primeiro lugar.

Besteira. Ele sabe mais do que está me dizendo. —Quem? —Pergunto mais insistentemente.

Ele me aponta para um quarto marcado como particular. —Um repórter.

Eu endureço. A última pessoa que eu estou esperando é Rick Stupes. Fizemos um acordo e tudo.

—Boa tarde, Rick. —Eu digo baixinho enquanto dou a Lachlan um olhar de “que porra é essa”.

—Ellie Montague. —Diz ele, me cortando.

—O que tem ela?

—Você tem qualquer comentário sobre a notícia de última hora que você teve um caso com uma estagiária que desde então deixou seu escritório?

Dez, nove, oito... Lachlan teria o revistado. Esse teria sido o negócio. Ele entrou para me ver, mas ele não está usando um fio. Claro, você nunca pode estar muito certo sobre essas coisas, então a minha resposta não pode ser meu punho através de seu rosto, não importa o quanto eu quero que seja.

Pego o telefone, o meu telefone oficial do PM, e disco para Caroline. Meus dentes estão cerrados tão forte que, quando ela responde, minha mandíbula estala quando eu começo a falar. —Peça entrevista da CAN News. Provocadores não recebem qualquer atenção por parte deste governo. E configure uma entrevista ao vivo com o maior número de outras estações que queiram. Cada uma delas tem três minutos do meu tempo amanhã, ao vivo no ar em seus programas matinais.

—Provocadores?— Ela limpa a garganta. —Claro. Considere isso feito.

Eu desligo o telefone e o lanço sobre a mesa. Então eu tiro meu terno e afrouxo a gravata.

Rick desloca sem descanso em seus pés. É evidente que esta não é a forma como ele pensou que isso aconteceria.

A melhor defesa é um bom ataque. Eu cruzo meus braços e zombo dele.

—Eu não serei ameaçado. Faça o que quiser, mas na parte da manhã seus concorrentes estarão recebendo uma entrevista exclusiva que fará com que a sua história pareça com algo que o National Enquirer teria vergonha de imprimir. Dê o fora.

—Isso vai ficar registrado?

—Foda-se, Rick. E pense com cuidado na forma como você trata Ellie. Você não quer acabar no lado errado da história.

—Isso é uma ameaça? — Gotas de suor aparecem em sua testa, apenas um ponto aqui e ali, mas ele está muito nervoso. Bom.

Eu chego mais perto, alcançando-o na porta. —Quando eu ameaçá-lo, seu pequeno merdinha, não será em um quarto de hotel privado. Vai ser em rede nacional. Será só sintonizar em qualquer estação que não seja a sua na parte da manhã para ouvir.

Seu rosto está corado com a frustração, e ele claramente quer dizer outra coisa, mas eu terminei de falar. Eu me afasto e ele abre a porta, correndo para longe como um rato assustado.

—Isso não correu como eu planejei. —Lachlan diz, e eu não acredito nele por um segundo.

—Não?

Ele dá de ombros. —Eu achei que você acabaria com ele.

—Eu queria.

—Ser um adulto às vezes é um saco.

—Diga-me sobre isso. — Eu suspiro. —Vou pegar minha bolsa e vamos para o aeroporto.

Eu tenho uma mulher doce para me enrolar. E na parte da manhã... bem, vamos preocupar com isso na parte da manhã.


Capítulo 36

Ellie


Eu estive à deriva dentro e fora do estado de sono semiconsciente durante horas, por isso, quando o colchão afunda sob seu peso, eu imediatamente viro e o alcanço no escuro.

Ele está nu. Meus dedos acariciam sua pele quente, descendo até a ereção que eu sei que está lá. Porque sempre está quando estamos juntos.

Ele agarra meus pulsos, prendendo-os em cima da minha cabeça enquanto invade a minha boca com sua língua insistente. Eu me abro para ele em todos os sentidos, flexível e macia ainda do sono, mas essa não é a única razão. Existe uma tensão que exala dele. Ele precisa de mim agora, e ele pode ter-me.

Ele pode tomar qualquer coisa que ele queira.

Mas, mesmo com o aperto nos meus pulsos, enquanto seu corpo se flexiona em cima de mim, ele ainda é gentil enquanto sobe entre as minhas pernas, separando-as com os joelhos. Eu estou lisa e pronta para o seu pau deslizar profundamente, enchendo-me completamente.

Duro e grosso, ele me estende até o ponto de dor. Eu tento balançar meus quadris para me ajustar, mas ele já está arrastando seu pênis para fora de mim de novo, e suas mãos movem, me pressionando mais contra a cama. Fique quieta, ele está me dizendo. Tome isso. Ele empurra seus quadris forte e rápido, os lábios devoram-me, e tudo o que posso fazer é ficar ali. Mas está tudo bem. Eu estou dando-lhe exatamente o que ele precisa.

É áspero e rápido, um turbilhão de calor e movimento. Ele está maior e mais pesado no escuro. Seu toque é grosseiro – um aperto forte em meu seio, e um contra o meu quadril. Cada flexão do seu corpo me move mais perto da cabeceira da cama enquanto ele fode em mim, roçando sua pélvis contra o meu clitóris.

Eu não digo nada, mas nós dois estamos respirando com dificuldade, com sons instáveis, desesperados, na calada da noite. Ele está tremendo agora, e eu conheço esse sentimento. Por dentro, eu estou tão perto. Eu quero lutar, mas eu sei que vai ser melhor se eu simplesmente desistir.

E isso aí. Ele não dura muito mais tempo, seus últimos impulsos são selvagens e desesperados, mas mesmo em sua necessidade, ele garante que eu goze antes que ele se deixe ir.

Eu não estava esperando um belo orgasmo esta noite. Eu não estava esperando nada parecido com isso, e eu não sei por que, mas as endorfinas estão correndo através de mim e eu estou tão cansada, não consigo manter meus olhos abertos. Gavin coloca o seu peso em cima de mim novamente e salpica meu rosto com beijos suaves e acaricia meu pescoço.

Eu me sinto como uma leoa após o acasalamento, e eu sou grata que já não precisamos de preservativos, porque eles impedem esse momento após o sexo.

Eventualmente, ele sai de mim e se desloca para o lado antes de me puxar contra seu peito. Ele se aconchega atrás de mim, envolve seus braços em volta de mim e me abraça forte contra seu corpo.

Agora posso dormir.


Capítulo 37

Ellie


Gavin se levanta às cinco. Ele sussurra para eu voltar a dormir e eu faço isso, porque juro, que só dormi a uma hora atrás.

Quando eu acordo pela segunda vez, há uma nota sobre o travesseiro que diz que ele me deixou um café da manhã, uma caneca de café e um muffin, e que se eu estiver acordada as oito, que eu deveria ligar a TV.

Leva-me um minuto para encontrar o controle remoto para a pequena tela plana montada na parede oposta. Eu nunca notei isso antes.

Quando eu ligo, ela já está no canal de um noticiário da manhã. A âncora está fazendo um resumo das manchetes do dia.

Eu escolho o muffin enquanto acordo lentamente. Eu estou pensando em tomar um banho rápido enquanto espero por tudo o que eu tenho que ver na TV quando meu telefone toca. É Sasha.

—Ei. —Eu respondo.

—O que está acontecendo? — Ela está sem fôlego. —Eu recebi um e-mail com um alerta de notícias de última hora, que o PM dará uma entrevista em meia hora, abordando questões sobre sua vida pessoal.

—Não faço ideia. —Eu sussurro, com os olhos enormes, enquanto eu assisto a mesma manchete de repente rolando na parte inferior da tela.

—Ele não lhe disse que faria isso?

Não, ele não disse. Eu não sei como me sinto sobre isso.

—Nós não nos falamos ontem à noite. Ele voltou no meio da noite, e saiu antes que eu estivesse acordada.

—Ele não a acordou?

Ele acordou. Só que não para conversar. Eu pressiono minhas coxas juntas. —Era muito tarde.

—O que ele vai dizer?

Eu respiro fundo. Então, isso está realmente acontecendo.

—Eu acho que ele vai dizer que está em um relacionamento, e vai apontar repetidamente que não é novidade até que eles acreditem nele. — Algo deve ter acontecido. Eu penso na noite anterior e na urgência com que ele me fodeu.

—Será que ele vai citar você?

—Eu não sei. Talvez.

—Você contou para seus pais?

Não. —Você acha que eu deveria chamá-los?

—Eu acho que sua mãe vê as notícias todas as manhãs.

Ela está certa. Eu gemo. —Tenho que ir.

Olho para o relógio. São sete e meia. Meu pai não saiu para o trabalho ainda. Eles podem estar na cozinha tomando café da manhã, ou eles podem ter acordado agora e estão lendo o jornal, enquanto terminam o seu café.

Minha mãe atende no segundo toque. —Alô?

—Bom dia, mamãe.

—Ellie!— Ela faz um som agradável. —Oh, é bom ouvir você, querida.

Oh, Mama. Apenas espere. Eu estremeço enquanto seguro o telefone com mais força em minha orelha.

—Como está o papai?

—Ele está bem. Apenas se preparando para o trabalho.

—Bom.

—Aconteceu alguma coisa?

—Bem não. Nada está errado. Eu só tenho uma notícia.

—O que é? — Eu posso dizer que ela foi se sentar. Na cozinha, talvez? Tento imaginá-la. Organizada e limpa. Tudo em seu lugar e como deve ser.

Eu sou assim um tanto ímpar em nossa família. Selvagem e livre, e agora a ponto de causar um tumulto no cenário nacional.

—Estou saindo com alguém. E é sério.

—Oh! Você... —Ela para. —Você está grávida?

Oh Deus. —Não. Eu não estou grávida, mãe.

—OK. Bom. Embora, você sabe, você não está ficando mais jovem. Mas o faça se casar com você em primeiro lugar.

—Sim, nós não estamos assim tão sérios, ainda.

—Bem, isso é interessante de qualquer maneira. Quando é que vamos chegar a conhecê-lo?

Um riso histérico sai da minha garganta. —Você já o conhece, na verdade.

Minha mãe não atualiza o Facebook muito frequentemente. Eu acho que a foto dela e minha na reunião do pai de Gavin na campanha é a foto mais recente.

—Ele é alguém da escola?

Eu olho para a TV. A âncora está agora anunciando a entrevista. —Você está assistindo ao noticiário da manhã?

—Está na sala.

—Coloque no canal da CTN.

—Por quê?

—Apenas faça isso. Vou ficar no telefone.

Ela chama o meu pai, e eu ouço a troca de canais da TV. Meu pai murmura algo sobre Gavin parecer... eu não tenho certeza. Bonito demais para esta hora da manhã, talvez. Ele nunca foi um fã tanto quanto minha mãe, embora ambos tenham votado nele.

—Mama, talvez seja hora do papai ir ao trabalho.

—Não é hora de ele ir ainda, querida.

Mate-me agora. —Certo.

—Então, o que estamos esperando? O Primeiro Ministro está lá agora.

Eu sei. Ele parece pomposo, o músculo em sua mandíbula pulsa enquanto ele ajusta o fone de ouvido para que ele possa ouvir o entrevistador.

—É ele.

—É ele quem?

—É com ele que eu estou namorando.

O silêncio é a única resposta da outra extremidade da linha. Eu gostaria que minha mãe dissesse alguma coisa. Ao vivo, pela TV na parede de Gavin e por telefone a partir da sala de estar dos meus pais em Montreal, eu ouço o repórter encerrar a introdução e arremessar uma primeira pergunta leve.

—Sr. Strong, você estava em Washington ontem falando de acordos comerciais. Você falou publicamente antes sobre a necessidade de desfazer um monte de ofertas mal feitas que foram negociadas pelo seu predecessor. Teve algum progresso nessa promessa ontem?

No meu ouvido, a minha mãe limpa a garganta. —Ellie?

Minha mãe odeia mentira, acima de tudo. Embora talvez ela só pense que eu estou delirante, não mentindo. Eu não respondo. Minha atenção está bloqueada enquanto Gavin desvia sua atenção para a câmera, respondendo à pergunta com maestria. Isso foi o combinado - ele começaria falando de comércio em primeiro lugar. Em seguida, a próxima questão seria...

—E nós soubemos que você recebeu um telefonema ontem no meio de uma reunião?

Ele abre um sorriso rápido. —Meu telefone tocou. Eu não fui capaz de atender a chamada, por causa dessa reunião.

—Seu tom de toque chamou muita atenção. Os repórteres que acompanharam sua campanha, e os que trabalham com você no escritório nunca ouviram Jann Arden sair do seu telefone antes.

—Ela é um tesouro nacional.

—De fato ela é. Mas juntamente com os relatórios de que você foi visto em um encontro no início desta semana, duvidamos que quem chamou realmente foi a Srta. Arden...

—Isso é uma grande suposição. —Diz ele com uma risada.

—O fato é que você é um bom partido, e as pessoas querem saber, Sr. Strong, quem é a sortuda?

É uma pergunta leve. Eu me pergunto o que mais ele teve que trocar para obter isso assim, e meu peito aperta de preocupação. Quanto estou custando-lhe?

—Em um mundo ideal, eu não teria que responder a essa pergunta. Vamos ser honestos aqui, para uma segunda-feira, esta é uma boa fofoca, nada mais. Mas sim, eu estou em um relacionamento. É novo e está ficando sério. Também é privado. Eu acho que a maioria dos canadenses pode entender que eu não sou o homem mais fácil de ter um encontro, e seria ótimo se eu fosse autorizado a seguir o meu caminho para impressionar a mulher em meus próprios termos.

—Quando vamos chegar a conhecê-la?

—Quando ela estiver pronta. Ela é uma cidadã privada, e espero que todos continuem a respeitar esse fato.

—Como vocês se conheceram? — Esta pergunta é menos suave. Isto é o que eles recebem.

Ele não vacila. —Ela é uma candidata a PhD em uma das universidades aqui em Ottawa. Nós nos conhecemos através do trabalho.

—Ela trabalhou em seu escritório?

—Resumidamente. Ela é uma mulher incrivelmente brilhante, e eu tive a sorte de me beneficiar com sua entrada em uma série de questões por um curto período de tempo, ela trabalhou com o meu chefe de gabinete.

Eu solto um suspiro que eu não tinha percebido que estava segurando. No meu ouvido, eu ouço meu pai falando sobre ir para o trabalho. Minha mãe, como eu, ainda está totalmente silenciosa.

O entrevistador termina a entrevista com uma última pergunta sobre o comércio, em seguida, eles cortaram para um comercial.

—O Primeiro Ministro? — Minha mãe suspira em meu ouvido.

—Sim. Sim. —Eu repito, porque minha mãe odeia respostas casuais.

—O Primeiro Ministro o quê? —Meu pai pergunta, e eu bato meu crânio para trás contra a cabeceira da cama.

—É o novo namorado de Ellie.

Eu posso ver isso agora. A testa de meu pai franzindo enquanto ele move a cabeça para trás e para frente entre minha mãe e a TV, enquanto lentamente processa o que acabou de ver.

—Ellie é uma mulher incrivelmente brilhante?

—Sério? —Exclamo, e me sento. —Isso é o que ele ouviu disso tudo? Eu tenho um mestrado. Estou na ABD32 no meu PhD e...

—Querida, você sabe que nós não sabemos o que essas letras significam.

—Tudo, menos dissertação. Sério, Mama, nós tivemos essa conversa.

—Eu não consigo me lembrar dessas coisas. Bem, eu espero que você não se machuque.

E é por isso que eu não vou para casa com mais frequência. Estou acostumada com ela não prestando atenção ao que digo, mas ainda dói um pouco. Eu enterro isso bem no fundo. —Obrigada.

—Ele é um bom partido. —Acrescenta ela, tentando suavizar sua resposta, mas essa não é realmente a abordagem certa.

Eu suspiro. —Diga ao papai que ele tenha um bom dia de trabalho.

—Será que vamos vê-la na TV mais tarde hoje?

Não se eu puder evitar. —Eu amo vocês.

*****

Eu ligo para Sasha depois que eu termino em pânico, e nós concordamos que eu posso legitimamente evitar o campus durante pelo menos um dia. Eu não tenho nenhum horário marcado neste momento, então ela nem sequer precisa colocar uma nota na minha porta. Isso é bom, porque a última coisa que eu quero, são imagens de vídeo sobre a notícia na minha porta do escritório, com uma nota postada, praticamente gritando que eu estou me escondendo.

Porque eu totalmente estou, mas prefiro me esconder em segredo.

Lachlan aparece no meio da manhã e me pergunta se eu quero voltar para o meu apartamento. Ele afirma que pode me tirar da 24 Sussex, sem que ninguém perceba, e eu nem sequer tenho que entrar no porta-malas de um carro. Mas eu vou ter que voltar mais cedo ou mais tarde, porque se eu não fizer isso, Gavin virá para o meu apartamento e isso não pode acontecer. A rapidinha do Primeiro Ministro, o título gritaria. Não, não, não.

Então eu vou ficar. Em vez disso, peço à Sasha para embalar para mim uma mochila maior e pegar um pouco do meu trabalho do meu escritório, e ela se encontra com Lachlan a poucos quarteirões do nosso apartamento. O trabalho de espionagem é extravagante, eu a provoco, mas funciona.

Realmente, esconder-me na 24 Sussex não é tão ruim. E parece que ninguém está ciente de que eu estou me escondendo na residência do Primeiro Ministro, o que é ainda melhor.

Eu paro na cozinha e descubro que Gavin tem os ingredientes para o sanduíche mais épico de sempre. Eu faço um pra mim para o almoço, em seguida, mando um texto para ele com uma foto dele.

BJ: Eu quero um para o jantar.

Lee: Awww, a primeira refeição que eu farei para você.

BJ: Você me fez nachos.

Lee: Não, eu fiz nachos para mim, e você veio sem ser convidado e o comeu. Não é a mesma coisa. Este sanduíche será feito com amor.

BJ: E os nachos foram...

Lee: Feito com lágrimas de tristeza.

BJ: LOL

Lee: As minhas lágrimas de tristeza não são engraçadas.

BJ: Claro.

Lee: Sem sanduíche para você.

BJ: Vamos ver.

Lee: Eu estou me segurando forte nisso.

BJ: Claro.

Lee: Pare com isso.

BJ: O quê? Eu não estou fazendo nada.

Lee: Você não tem trabalho a fazer?

BJ: Estou fazendo agora. Multitarefa.

Lee: Eu te amo. Você pode ter um sanduíche.

Até o final do dia, a mídia tinha o meu nome e os detalhes do estágio, mas não muito mais. Eles não tinham nenhuma foto minha ou de Sasha, ou até mesmo do nosso apartamento. Algumas fotos legais estão nas minhas páginas de mídia social, mas aquelas são principalmente bloqueadas graças ao meu tempo de ensino como estudante de graduação, de modo que essas tiradas são as que eu pretendo colocar para o consumo público de qualquer maneira. O resto da minha biografia muito discutida, está no meu currículo escolar que eles devem ter tirado da minha página web da universidade muito escassa.

Quando Gavin chega, estou na sala de estar, e a TV está ligada, mas eu o ignoro porque estou trabalhando. Meu laptop está aberto, e eu estou cercada por uma pilha de revistas de um lado, e um par de relatórios confidenciais que estou resumindo para Stew, no outro.

—Nós provavelmente devemos parar de usar você para esses documentos estratégicos. —Diz ele da porta.

Eu olho para ele, depois de volta para o relatório na minha mão. —O que? Não, eu adoro fazer isso. E se, ou quando me perguntarem sobre o que eu fiz por você, eu quero dizer que foi mais do que buscar o seu café.

—Alguma vez você buscou o meu café?

—Não.

—Então...

—Eu gosto disso. —Eu digo novamente, segurando o relatório contra o meu peito. —Não os leve para longe de mim.

Ele aproxima-se e se inclina, beijando-me levemente antes puxar meu cabelo um pouco, não tão levemente. —OK.

—Eu vou fazer para você aquele sanduíche em um minuto.

—Eu vou tomar um banho e me trocar. Termine seu trabalho. Ou eu posso fazer o meu próprio sanduíche.

—Esta pode ser a primeira e única vez que eu vou me oferecer para cozinhar para você.

Ele mal pôde suprimir o seu sorriso. —Cozinhar?

Eu ri. —Preparar alguma coisa.

—Eu deveria ter trancado você em minha torre dourada mais cedo. —Ele murmura, então xinga quando eu faço uma careta. —Não, desculpe, essa foi a coisa errada a dizer.

—Está tudo bem. — Eu mudo minhas feições para algo mais como compreensão. —Podemos brincar de princesa raptada outro dia. Vou recuperar o meu senso de humor sobre isso em breve.

—É apenas por pouco tempo. E eu vou contratar uma segurança privada para você se você quiser voltar para o seu apartamento e para a universidade. Nós podemos fazer isso acontecer amanhã. Basta dizer a palavra.

—Não a RCMP.

Ele balança a cabeça. —Não. Segurança privada, paga do meu próprio bolso.

—Eu não posso deixar você...

—Você pode, e você vai, Fadinha.

Seu tom de voz funciona no que suas palavras não o fizeram. —OK.

—Como é?

Eu sorrio. —Sim, senhor.

—Você é minha para proteger, Ellie. Nunca se esqueça disso.

—Eu não vou. — Eu respiro fundo. —Eu gostaria de ir ao campus na próxima segunda-feira. Tenho uma reunião com o meu orientador. Mas eu não preciso ir a qualquer lugar antes disso.

—Nós vamos ter certeza de que isso aconteça. E até lá, você pode andar por aqui vestindo nada além das minhas camisas. Ou apenas... Nada. Isso me agradaria imensamente.

Eu deixo de lado o meu trabalho e me levanto, e cuidadosamente tiro a camisa dele. Minhas mãos deslizam por baixo do algodão, tocando-o por nenhuma outra razão do que sentir o calor de sua pele, o que me traz alegria. Músculos rígidos, peito duro, pele macia no meio... Eu descubro tudo. Então, eu calmamente me dispo para ele, tirando o meu top e calça de yoga. Ele me observa atentamente enquanto eu pego sua camisa e coloco o algodão macio que cheira como ele.

—Agora eu posso te fazer esse sanduíche. —Eu sussurro, e ele me pega. Minhas pernas envolvem em torno de sua cintura, e ele me beija avidamente.

—Depois. —Diz ele.

—Mais tarde?

—Muito mais tarde.


Capítulo 38

Gavin


O aniversário de Ellie começa comigo no outro lado do país, encerrando uma conferência de três dias através das províncias de Prairie, falando sobre o comércio deste lado da fronteira. Mas, ao meio-dia eu estou voando por todo o país para vê-la, e eu não posso esperar.

Na semana passada, ela estava totalmente bem por manter-se escondida.

Esta semana ela está enlouquecendo, e eu não posso culpá-la. Sua primeira aparição com seus seguranças particulares foi muito bem. Mas quando ela tentou ir para a yoga no dia seguinte, dois fotógrafos bloquearam sua entrada para o estúdio, até que o proprietário saiu e a escoltou para dentro.

Eu perdi minha cabeça mais de uma vez, e Lachlan teve que ficar entre mim e o ônibus da imprensa no nosso evento.

—Isso será esquecido. —Insistiu ele, e ele estava certo.

Eu odeio admitir isso. Eu realmente queria arrebentar algumas cabeças naquele dia, mas os culpados não estavam naquele ônibus. Estavam a três províncias de distância, e perder minha calma só faria a história maior, não a ajudaria a desaparecer.

Então, ela estava de volta passando a maior parte de seu tempo na 24 Sussex, apesar de que, desta vez, as pessoas sabem que é onde ela está, deixando assim tudo mais difícil.

Mas não impossível, e esta noite eu vou levá-la para uma festa de aniversário privada. Sua companheira de quarto concordou em ir às compras para comprar um vestido de aniversário surpresa para Ellie - tendo Beth como a minha representante, porque, apesar de oficialmente não ter medo de nada, eu ainda tenho um pouco de medo de Sasha.

Beth está me esperando no aeroporto quando nós aterrissamos. A primeira coisa que ela me entrega, uma vez que estamos dirigindo para o Parlamento, é uma pilha de cartas para assinar. A próxima coisa é uma caixa de veludo longa, fina. —Isso chegou para você enquanto você estava fora.

Graças a Deus pelo transporte noturno e as compras online. —Obrigado. E os outros presentes?

—Há um vestido e sapatos em uma caixa que Sasha mandou no porta-malas. E o grande presente está no Parlamento. Você quer buscá-lo?

Eu olho para Lachlan, que está cuidadosamente olhando para frente.

—Você acha que eles vão me deixar passar lá?

Ela responde friamente. —É aniversário dela. Se eles não o fizerem, não há esperança para eles.

—Eu posso ouvir você. —Lachlan diz rispidamente do banco da frente.

Eu sorrio. Claro, eu estou na posição presunçosa de estar muito apaixonado, e estes dois ainda estão circulando entre eles como idiotas, então eu só estou sendo cruel, mas que seja. É o aniversário da minha namorada e eu estou prestes a estragá-la. —Então, isso é um sim?

Ele suspira. —Certo. Você pode levar o presente de Ellie para a 24 Sussex.

*****

Eu só queria ir para o escritório por alguns minutos, mas isso nunca é como acontece, por isso já são cinco horas quando eu chego em casa. Cedo de qualquer maneira, exceto que eu não vi Ellie por alguns dias, e é seu aniversário, e eu sei que ela está esperando por mim.

Eu a encontro no meu quarto, fresca do banho e envolta em uma toalha. Eu lanço os presentes na cama e envolvo meus braços em torno dela por trás.

—Senti sua falta. —Eu sussurro enquanto beijo seu pescoço. —Você está usando maquiagem que eu vou estragar se você me beijar corretamente?

Ela balança a cabeça e eu seguro a parte de trás do seu pescoço enquanto derramo o quanto eu senti falta dela em um beijo quente após o outro. Ela tem gosto de sol e frutas, a mulher mais doce que eu já beijei, e leva toda a minha força de vontade para não puxar a toalha e cair de joelhos.

Mais tarde. Há tempo para eu lamber até a última polegada sua mais tarde. Talvez enquanto ela estiver amarrada à minha cama e me implorando por mais um orgasmo.

—Acabe de se aprontar. —Eu sussurro contra seus lábios quando a solto.

—Eu não tenho certeza do que vestir. —Ela sussurra de volta. —Eu não tenho qualquer vestido agradável aqui, e Sasha estava ocupada demais para se encontrar com Lachlan.

Eu sorrio. —Ela estava muito ocupada executando uma missão para mim, pegando o seu primeiro presente.

—O quê? — Ela pressiona as mãos contra o peito e me empurra levemente para fora do caminho. Faço um gesto em direção à cama. Três presentes.

Eu nunca quis encher uma mulher com presentes, tanto quanto eu quero estragar Ellie. Mas eu me contive e comprei presentes práticos – se nós pensarmos na definição literal de prático, ignorando que um deles é um colar de pérolas. Principalmente prático.

Ela levanta a tampa da caixa maior e suspira. Eu tinha dado à Sasha algumas diretrizes. Tomara que caia, como o vestido que ela usou no evento. Verde ou azul, para contrastar com sua cor perfeitamente. E nada muito duro.

O que Ellie levanta da caixa coincide com o que eu vi na minha mente quase exatamente - e a única coisa diferente é ainda melhor do que eu imaginava. Meu pau empurra contra o zíper quando ela deixa a toalha cair e desliza seu corpo nu nas camadas etéreas de chiffon. Não é sem alças, exatamente. A camada superior de um tecido sobre os seios que desliza sobre os ombros, torcendo por trás dela antes de cair por cima da saia. Mas é transparente, também, uma ilusão de pele que eu posso ver, mas não posso tocar, e é perfeito.

—Abra o próximo. —Eu digo. Ela alcança a caixa de joias e eu chego atrás dela. Seu zíper está parcialmente fechado, e eu termino de fechar, esfregando os dedos ao longo de sua espinha enquanto faço isso.

Ela treme, e seus dedos fazem uma pausa na caixa ainda fechada. —Você está me mimando.

Ela deixou o cabelo solto hoje à noite, suas ondas derramando pelas costas. Eu as reúno em meu punho e movo o longo cabelo macio para um lado, para que eu possa pressionar minha boca na pele nua de seu pescoço antes de responder. —Sim. E você vai aceitar todos os meus presentes. Entendeu? É seu aniversário e eu te amo. Deixe-me fazer isso.

Ela respira fundo e abre a tampa, revelando o colar. —Oh, Gavin... — Ela levanta-o do estojo de veludo e exala. —É impressionante. Isto é...

Eu a corto. —O único fim para essa frase que eu quero ouvir é lindo. Lindo, assim como eu, também seria aceitável.

Ela sorri. —Bem. Isso é lindo assim como você.

Eu sorrio baixinho. —Mimada.

—Coloque-o em mim?

—O prazer é meu. — Nossos dedos se enroscam mais do que o necessário, enquanto eu tomo dela as duas extremidades do colar. Nunca me cansarei de tocá-la, de forma nenhuma. Ele se encaixa perfeitamente nela, caindo logo abaixo de sua clavícula, e eu rastreio todo o comprimento dele com o meu dedo. —Mais um presente, Fadinha.

Ela me dá um olhar chocado. Sim, sobre este último presente, não haverá debate. Sim, senhor, é a única resposta que eu quero ouvir dela quando perguntar se ela entende por que estou dando a ela.

Esta caixa é enganosamente pequena. Ela levanta a tampa de papelão branca lisa e depois fica parada, completamente imóvel.

Eu espero por um protesto, mas não vem.

—Ellie? — Eu a viro de modo que ela esteja de frente para mim, mas a cabeça ainda está curvada. Ela está olhando para o conjunto de chaves do carro aninhado no algodão branco.

—Por quê? —Ela pergunta, com a voz ofegante e cheia de emoção.

—Porque eu quero que você seja capaz de ir a qualquer lugar, a qualquer hora, e o fato de que, você simplesmente pare de pegar ônibus, é tudo para mim. — Eu gentilmente levanto seu queixo para que ela possa ver o meu rosto e eu possa ver o dela. —Porque eu amo você. E eu quero que você esteja segura e se sinta segura em todos os momentos.

Ela pisca para mim, os olhos brilhantes com lágrimas não derramadas. —É muito.

Não é o suficiente. —Tem vidros escuros e Bluetooth. Você pode chamar Lachlan com o apertar de um botão.

Ela franze a testa. —Você conseguiu para mim o Batmóvel?

—Infelizmente, não. — Não é nem mesmo o Lexus que eu queria para ela. Sasha convenceu Beth de que eu deveria ir para algo mais intermediário.

—É feito no Canadá?

Deus, essa mulher. Eu não poderia amá-la mais do que já amo. —Sim. Primeira coisa que pensei.

Ela faz essa coisa toda de processar a informação na minha frente enquanto mordisca seu lábio inferior, e me olha tão intensamente, que eu quero dizer-lhe que não é grande coisa, mas é, para ela, e por essa razão, é para mim.

Eu quero cuidar dela em uma escala épica. Mas ela tem que ficar bem com isso também.

Quando ela sorri e gira as chaves em torno de seu dedo indicador, eu sei que eu fiz bem. Ela joga os braços em volta do meu pescoço. —Eu te amo. —Diz ela no meu ouvido, e aquelas três palavras pequenas fazem meu coração explodir. —Melhor aniversário de todos.

—Ele está apenas começando. — Eu a aperto contra mim. —Eu vou tomar uma ducha rápida, então nós iremos jantar.

—Que horas?

—Eles estão nos esperando as sete, mas isso pode ser um pouco flexível.

Eu a beijo mais uma vez, depois a deixo de frente para a penteadeira, onde eu a encontrei quando cheguei. —Termine de se arrumar.

—Eu não vou demorar muito. Um pouco de maquiagem e eu provavelmente deveria colocar alguma roupa íntima.

Eu limpo minha garganta. —Não, isso não será necessário.

—Oh, vamos lá... realmente? Em público?

Eu pego sua mão e a puxo de volta contra o meu corpo. —Quem disse algo sobre sair em público?

*****

Uma vez que eu tomo banho e coloco um terno limpo, nós descemos. Ellie gasta um pouco de tempo para conhecer o seu novo SUV compacto, que ela já está chamando de Gladys, então eu a faço entrar na parte de trás do meu carro oficial.

—Eu não posso dirigir para o meu jantar de aniversário?

—Claro que você poderia. Mas eu solicitei uma garrafa de champanhe que está esperando por nós no gelo, então você teria que deixar Gladys para trás no final da noite.

Ela engasga. —Ah não!

—Exatamente.

Ela se instala na dobra do meu braço e suspira feliz. —Então, para onde estamos indo?

Eu apenas sorrio para ela. Não vai demorar muito.

Lachlan vira à esquerda para fora do portão, e segue a rua ao longo do rio até chegarmos ao nosso destino. Ellie pisca, surpresa. —Museu da Aviação e Espaço?

Dou-lhe um largo sorriso e saio do carro. Ela espera por mim para abrir a porta, em seguida, pisca para mim.

Eu ofereço-lhe meu braço e ela revira os olhos antes de deslizar os dedos pelos meus, o que é ainda melhor. Dar e receber. Essa é à base do nosso relacionamento.

De mãos dadas, nós caminhamos para a porta. Eu não sei se ela notou que o estacionamento estava vazio, mas ela definitivamente percebe que estamos sozinhos quando damos um passo para dentro.

—O que você fez? —Ela diz baixinho, os olhos arregalados.

—Por aqui. — Eu a guio passando pelo avião no lobby, e pelo salão principal da exposição, um espaço enorme cheio de aeronaves de todos os pontos da história moderna.

Seus saltos clicam no chão e ecoam no espaço de grandes dimensões, mas quando nós paramos perto do Avro 683 Lancaster X, o quarteto de cordas começa a tocar de Strauss, de Emperor Waltz.

Ellie retarda seus passos quando ela vê a mesa para dois, montada no meio da sala de exposições, um balde de gelo em cima dela com uma garrafa de champanhe esperando para nós. —Oh, Gavin.

Ela se vira em um círculo, surpresa estampada em seu rosto lindo, e eu quero levá-la aqui. Contra a lateral de um avião de caça. Tomá-la como minha, uma e outra vez, rodeada pela história.

Enfio as mãos nos bolsos em vez disso. —Feliz aniversário, Fadinha.

—Isso é loucura. — Mas ela diz suavemente, de forma agradável, e quando ela gira novamente mais rápido desta vez, eu a pego em meus braços e começamos a dançar.

Não é da minha natureza dançar, realmente. Eu sei como, eu torno isso aceitável - não é tão diferente do hóquei, eu suponho. Mas, até este momento, eu não teria dito que eu tinha natureza romântica.

Mas segurando Ellie perto, movendo os quadris contra os dela enquanto ela segura meu olhar, os lábios entreabertos e os olhos brilhantes... Eu quero fazer isso para sempre. Ela relaxa em meu abraço, deixando-me leva-la com facilidade, e eu nos giro ao redor lentamente, minhas pernas no ritmo da música. Dou um passo largo, e a puxo de volta. Viro. Quadris juntos. E, novamente mais, porque é melhor do que qualquer coisa a ver com a música. Outro passo, outra passada de sua barriga contra a minha ereção grossa. Porra. Ela suspira e eu aperto os braços em volta dela.

Minha Ellie. Minha Fadinha.

—Vamos fazer um brinde ao seu vigésimo sexto aniversário? —Eu pergunto quando a canção desvanece, com minha voz rouca.

Ela balança a cabeça e os músicos começam outra música, desta vez mais silenciosa. Eu sirvo para nós um copo de vinho espumante, enquanto o garçom aparece do meio de uma das dezenas de aviões que nos rodeiam.

—O jantar será servido em poucos minutos. Sintam-se livres para explorar a galeria, ou fiquem à vontade.

Ellie já está caminhando para um helicóptero. Eu sorrio enquanto a sigo, mas enquanto seus olhos estão no Boeing Vertol na frente de nós, meus olhos estão sobre seu traseiro. É a vista mais espetacular do local.

Além disso, eu já tive um tour pessoal da coleção pelo diretor do museu, quando me mudei para Ottawa. Ele é um velho amigo da família.

—Você quer experimentar os simuladores de voo? —Pergunto quando eu paro bem atrás dela.

Ela me olha por cima do ombro. —Nós podemos fazer isso?

Oh. Podemos sempre.

O jantar espera mais trinta minutos por nós, e quando finalmente sentamos na nossa mesa, nós dois estamos um pouco bobos. Estou tão orgulhoso de mim por preparar este presente de aniversário.

O que torna ainda mais decepcionante quando meu telefone toca no meio da nossa refeição. Apenas um número de telefone está definido para tocar agora, e eu preciso atender. Eu beijo a mão de Ellie e me afasto da mesa.

—Sinto muito. —Diz Stew, e ele soa sentido mesmo. O dever me chama.

—Houve um atentado na Embaixada do Sudão. Nenhuma fatalidade ainda, mas...

—Eu estarei lá. — Dirijo-me de volta para Ellie e ela já está andando na minha direção, sua cara séria. —Algo aconteceu. —Eu digo a ela, mas eu não preciso. Ela sabe, e ela entende, porque ela é perfeita.

—Claro. Diga-me o que seria mais útil. Devo ir com você?

À nossa frente, Tim entra em vista e gesticula para nós o seguirmos. Meu carro já está esperando, mas outro está se aproximando rapidamente em frente ao estacionamento. Reconheço o SUV que o guarda-costas privado de Ellie está usando, e dou um pequeno agradecimento à Lachlan por cuidar dela e garantir que ela não seja exposta ao público.

—Não espere por mim. —Digo a ela enquanto ela aperta minha mão.

Ela balança a cabeça. —Eu não vou. Mas me acorde quando você voltar.

Eu sou tão abençoado que ela entende. E se eu acordá-la, vai ser para lhe dar um último presente de aniversário. Talvez apenas atrasado, a essa altura.


Capítulo 39

Ellie


É quase meia-noite, quatro horas após Gavin ser arrastado. Uma hora depois que nós estávamos dançando como amantes despreocupados, ele fez uma declaração concisa contra a violência e o terrorismo nos degraus da Casa dos Comuns.

Agora estou enrolada em sua cama, vestindo uma de suas camisetas, e eu olho para a tela da televisão com horror. Eu sabia que devia ser algo sério, mas uma série de bombas em um número de embaixadas dos países do G7... Houve um deliberado ataque terrorista orquestrado. Centenas de sudaneses locais, e dezenas de funcionários internacionais foram feridos. Há mortes, mas não na embaixada canadense.

Este é o primeiro ataque militar do mandato de Gavin, então ele precisa fazer uma declaração forte, mas ele correu contra a loucura irracional do governo anterior. Isto é um teste. O país inteiro vai assistir, julgar como ele lida com isso, avaliando-o contra os seus aliados da OTAN.

Como acadêmica, minhas áreas de interesse caem dentro da política interna, mas como cidadã, minhas esperanças e medos não param na fronteira.

Acabou de amanhecer no Sudão. Isso vai atingir os céus do Reino Unido em breve, aonde o Primeiro Ministro britânico vai certamente clamar por sangue. E na tela da televisão na minha frente, o Primeiro Ministro australiano acaba de prometer forças terrestres, se necessário.

Os franceses e os russos estão dentro. Os alemães são até agora os únicos pedindo calma. Eu só posso imaginar as chamadas de telefone dentro e fora de Washington agora, e como um novo líder com pouca história com o presidente dos Estados Unidos, Gavin está jogando em desvantagem.

Não vou dormir esta noite.

Eu sei que é ridículo. Não há nada que eu possa fazer. Sem chance de ele estar de volta, e eu não posso ir até ele.

Então eu configuro a máquina de café com um filtro e grão moído na hora e água, apenas no caso. Eu olho na geladeira. Ele não tem nenhuma sobra, então eu peço uma pizza.

Ou, pelo menos, tento pedir uma pizza. Eu disco o número que Lachlan deu para Gavin, que também está marcado no telefone da cozinha.

Parecia simples quando Gavin fez isso, mas ele deve ter um código mágico ou algo assim, porque eu recebo um retorno sobre como não é legal fazer brincadeira ordenando pizzas da 24 Sussex. Eu faço o meu melhor para ser educada, e depois de explicar pela terceira vez que sim, eu realmente estou chamando de onde eu estou dizendo que estou chamando, e eles poderiam verificar com o guarda de segurança se eles realmente não acreditam em mim, então, eles aceitam o meu pedido.

Estou um pouco surpresa quando, quarenta minutos depois, o carro de entrega realmente aparece. E então o guarda no portão não quer deixá-lo entrar, provando que nenhuma boa ação fica impune. Eu saio e aceno, e só depois é que o guarda o deixa passar, olhando desconfiado enquanto eu pago ao motorista.

É um guarda que eu não tinha visto antes, mas ele sabe quem eu sou.

—Sinto muito, senhora Montague. Eu tinha certeza de que era um truque para entrar. Eu não achei que...

—Está tudo bem. Eu apenas pensei... O PM gosta de pizza. E no caso de ele chegar em casa hoje à noite. Você sabe?

—Isso é uma boa ideia.

—Obrigada.

Dizemos um boa noite um pouco sem graça antes de eu voltar para dentro. Eu carrego a pizza para a cozinha, onde eu como uma fatia durante a leitura de notícias no meu telefone. Não há atualizações, realmente, mas há muita conversa no Twitter que faz minha cabeça girar.

Eu coloco o resto da pizza na geladeira e escrevo uma nota grande na frente.

Pizza dentro da geladeira! Carregada com amor. E pepperoni. Ewww.

Eu desenho um coração debaixo disso, e lentamente subo a escada em curva até o segundo andar. Leva-me muito tempo para adormecer e acordar antes do amanhecer.

A cama ao meu lado ainda está vazia, e quando eu volto minha atenção turva para a TV que eu deixei ligada durante a noite, não há ainda nenhuma atualização real.


Capítulo 40

Gavin


Quando eu estava em Washington, eu tive o mais breve dos encontros com o Presidente. Sua filha estava doente, e eu vou voltar novamente em um mês para uma visita de liderança mais focada, por isso não parece ser um grande negócio no momento, que o nosso planejado cara-a-cara tinha se transformado em um período de cinco minutos de aperto de mão e foto rápida.

Depois de uma noite de espera em uma fila para falar com o cara, e depois de falar, o que foi bom, mas curto, o presidente russo ligou para ele e eu fui dispensado por essa chamada. Eu entendi isso.

Mas é frustrante quando eu achei que nós poderíamos estar alinhados em como lidar com esta situação, e eu passei a maior parte da noite sentado em minhas mãos. Figurativamente, é claro. Eu realmente passei a maior parte da noite arrancando minha gravata, chutando as coisas, e gritando com Stew.

—Precisamos de uma declaração de ação pela manhã. —Diz ele, pela terceira vez.

—Eu não vou dizer algo que vamos voltar atrás. E eu não vou dizer algo que não vai longe o suficiente se eu decidir ferrar tudo ainda mais.

—Não podemos comprometer muito. O nosso orçamento de defesa está em ruínas.

Isso só me faz arrancar a minha gravata novamente. —Quando é que o ministro da Defesa aterrissa?

—Mais duas horas.

Meu gabinete é tão novo que dói. Eu escolhi meus ministros com cuidado, e todos eles têm experiência relevante, mas governar é uma etapa, e esta noite essa etapa é um barril de pólvora.

—Quando ele aterrissar...

—Ele vem até aqui.

—E o Chefe da Defesa? — Eu perguntei isso uma meia dúzia de vezes. Stew fecha a cara para mim, porque eu sei que o general Finnette estava à uma hora de distância a meia hora atrás, e eu posso fazer matemática.

—A trinta minutos da cidade. Você pode falar com ele ao telefone novamente, mas não vai fazer nenhum bem. Ele tem que parar no QG do Departamento Nacional de Defesa e obter as opções dos analistas. Ele estará aqui o mais rápido possível.

E por aí vai. As seis, nós tínhamos uma ideia do que podíamos fazer, não muito. Podíamos contribuir com aviões para uma campanha de bombardeio que não funcionaria. Podíamos mandar nossas forças especiais para treinar as forças de paz africanas. E nós podíamos autorizar imediatamente o orçamento e encontrar uma maneira de financiar qualquer outra coisa... se quiséssemos.

Eu não quero, e não é porque eu sou um pacifista.

No momento, estou me sentindo absolutamente assassino. Mas essa é a batalha do terrorismo. Isso não aconteceu às portas de uma embaixada ou de seis embaixadas. Aconteceu nos corações dos líderes que sentem essa ferida como se estivesse em sua própria pele, e retaliam.

Esses terroristas querem nossa retaliação. Ela contribuirá para o caos que os torna mais fortes.

Eu não os quero mais fortes. Eu os quero sufocados, apagados da existência. Eles são covardes, monstros patéticos.

E eu não tenho ideia de como nós devemos lidar com isso.

Beth pisa no meu escritório e entrega a Stew uma nova folha de chamada. Ela veio para trabalhar na noite passada e, como todos, tem estado aqui desde então. Em algum momento, nós vamos precisar de uma equipe de apoio da equipe do PMO para dar a esses caras uma pausa.

—O Primeiro Ministro britânico. —Diz Stew. —Em dez minutos. E então o presidente americano depois disso.

Graças a Cristo. —OK. Posso ter a sala para estas chamadas, por favor?

Eu relaxo meus ombros quando todos saem. Eu aceno para Stew que ele deve ficar, então eu recoloco minha gravata.

Quando eu aceito a chamada do Reino Unido, eu o faço de pé, os ombros para trás, e os meus melhores ouvidos escutando. A única maneira que eu vou convencer alguém que hoje não é um bom dia para declarar uma nova guerra será encontrando a parte de seu argumento que faz com que esse ponto seja meu.


Capítulo 41

Ellie


Eu pego Gladys para seu trajeto inaugural no meio da manhã. Estou me sentindo inquieta, e eu preciso sair da mansão para divagar. E com o país inteiro assistindo e esperando por notícias sobre o que os líderes do G7 vão fazer, ninguém está prestando atenção em mim dirigindo meu novo brilhante RAV4 para fora dos portões da 24 Sussex, para a universidade.

Acho Sasha em seu escritório.

—Quem é você, pessoa estranha que eu não tenho visto em dias? — Ela se levanta e me dá um abraço. —Eu estou supondo que seu aniversário foi interrompido?

—Um pouco. Está tudo bem, é claro. —Eu aceno minha mão sem rumo no ar. —Obrigada pela ajuda que deu a ele. Menina esperta.

—Só fiz o meu melhor trabalho de amiga.

—Eu sei que você não tem certeza sobre Gavin...

—Não. Está tudo bem. Quer dizer, eu não acho que haja um homem bom o suficiente para você, mas ele realmente parece se preocupar com você.

—O sentimento é mútuo.

Ela me dá um olhar cuidadoso. —Você se assustou sobre o que está acontecendo?

Concordo com a cabeça, desesperada para falar sobre isso. —Realmente assustada. Demais, considerando que ele está seguro e eu sei que ele vai tomar as decisões corretas.

Ela aperta os lábios. Nós nem sempre partilhamos a mesma política, e eu não tenho certeza se estamos de acordo sobre o que Gavin deve fazer hoje. Mas em vez de ir lá, ela vira a conversa para o nosso próprio trabalho, enchendo-me com as fofocas do departamento que eu perdi na minha ausência, e então nós vamos buscar café, e durante uma hora, a minha vida é quase normal.

*****

Quando eu volto para a 24 Sussex, Gavin já retornou. Ele está no banho, e eu tiro minhas próprias roupas e me junto a ele. Ele me segura por um minuto, então eu o viro e, lentamente, esfrego suas costas com uma bucha.

—Obrigado pela pizza. —Diz ele enquanto se inclina contra o azulejo, deixando a água bater contra seus músculos.

—Eu pensei... apenas no caso de você ter uma pausa...

—Estava perfeita. — Ele suspira. —Eu só estou aqui porque a pressão da água no Parlamento é brutal. Mas eu preciso voltar. Eu tenho uma reunião política em uma hora e, em seguida, eu vou fazer um anúncio esta noite.

Eu não pergunto a ele o que é. Se ele quiser o meu conselho, ele vai pedir. E agora, ele precisa de alguns minutos de silêncio.

—Eu dirigi Gladys hoje. —Eu digo-lhe enquanto nos vestimos novamente.

—Percebi. Será que você aproveitou sua liberdade?

—Muito.

—Bom. — Ele me beija, forte e rápido, então apenas me olha enquanto puxa meu cabelo. —Bom. —Diz ele de novo, e meu coração dói por ele. —Mas fique segura, ok?

—Eu vou. Ninguém sequer reparou em mim hoje. Eu só fui para o campus.

Ele balança a cabeça. —Sim.

Estou confusa por um minuto, em seguida, entendo tudo. —Eu estava sendo seguida?

—Você tem uma equipe de segurança, Fadinha.

—Eu pensei que você me deu o carro porque eles eram motoristas de luxo!

—Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Hoje não é o dia para lhe dizer que ele não precisa continuar a pagar por um guarda-costas para mim, então eu deixo o assunto. —Eles foram bons. Eu não tinha ideia.

—É assim que deve ser.

—Mas eu vou manter isso em mente, se eu estiver tentando planejar para você alguma surpresa. — Eu dou a minha língua para ele, mas depois ele me puxa contra ele, e eu suspiro quanto sua palma da mão cai bem na minha parte inferior. —Oh.

—Não se esgueire, Fadinha.

—Ou haverá consequências?

Ele sorri. —Ou não haverá consequências.

—Eu vou ficar bem.

—E então você será recompensada. — Ele me dá um último beijo, então xinga. —Tenho que ir. Estarei de volta tarde esta noite.

—Eu te amo. — Eu o sigo ao descer as escadas e para o corredor central.

Ele pega sua mala e me dá um rápido aceno por cima do ombro enquanto se dirige para a porta da frente.

—Eu acredito em você. —Eu digo no silêncio. Eu deveria ter dito isso mais cedo.

*****

Mas Gavin não precisa ouvir isso, ele sabe. Eu vejo no noticiário quando ele sai da sala de reuniões, e o seu partido segue atrás dele. Ele parece duro e no comando, e quando o noticiário pausa para o anúncio do presidente americano, eu sei que vai ser uma boa notícia.

—Esta manhã, um grupo de elite de agentes americanos capturaram dois membros-chave da liderança da organização terrorista responsável pelos atentados de ontem à noite. Eles serão transportados para Haia nos próximos dias. Esta não foi a única resposta aos eventos devastadores das últimas vinte e quatro horas, e garanto a vocês, não vai ser a nossa última.

—Nós não invadiremos um país estrangeiro para descontar a nossa raiva, no entanto. Vamos trabalhar mais e mais de forma inteligente com nossos aliados para sufocar aqueles que desejam mergulhar neste mundo da anarquia. Vamos encontrá-los em cada canto possível. Mas não vamos ceder às suas tentativas de nos engajar em todas as guerras jogadas em cima de uma população civil inocente.

—Eu passei a maior parte do último dia e a noite anterior ao telefone com os meus homólogos no Canadá e na Alemanha. Logo vocês ouvirão isso do Primeiro Ministro Strong e do Chanceler Wagner, e eles vão reiterar nossa afirmação comum. Terrorismo é crime, e deve ser punido nos níveis mais altos, e é aí que a nossa resposta será focada. Estes são bandidos comuns, bandidos mesquinhos. Eles não nos controlam. É hora de estabelecer a lei, e vamos fazer isso de uma forma que melhor protege os cidadãos do mundo.

Estou atordoada. Impressionada. E chorando.

Eu enxugo minhas lágrimas, mas elas deslizam pelo meu rosto enquanto os canais de notícias Canadenses param para o discurso de Gavin. Ele cobre uma grande parte do mesmo terreno, e, em seguida, acrescenta: —Os canadenses estão divididos sobre a melhor maneira de combater o terrorismo. Eu entendo isso. Nos próximos meses, vamos ter um diálogo nacional sobre o medo e agressão. Vou trazer especialistas para ajudar todos nós a entender a melhor maneira de manter-nos seguros. Mas os agressores não vão nos forçar a nada. E isso pode soar juvenil para alguns de vocês, mas essa é a forma que eles estão usando para nos encurralar. Eu não tenho medo de pedir ao nosso Parlamento para usar a força quando a força é necessária. Hoje à noite, eu anuncio o financiamento de uma nova força-tarefa especial de resposta rápida...

Eu perco o resto de seu discurso, porque o meu rosto está molhado, e meu coração está acelerado, mas entendi a essência dele.

Meu namorado é um super-herói, e acho que ele acabou de salvar o dia para todo o planeta.


Capítulo 42

Ellie


A vida retorna ao normal. As últimas semanas do verão passaram com jantares simples, sexo incrível e muito trabalho para nós dois. Gavin preparando-se para sua primeira sessão plena do Parlamento Europeu como PM, e há uma nova energia inquieta irradiando dele em todos os momentos, mas ele bloqueia isso quando estamos juntos. Eu gasto mais noites na 24 Sussex, mas eu ignoro a pequena voz dentro de mim que começou a perguntar o que exatamente estamos fazendo.

Nós estamos felizes. Isso é tudo que importa.

O feriado do Dia do Trabalho é a última chance que Gavin tem para jogar hóquei por um tempo, porque Tate está em pré-temporada, com menos tempo para jogar por diversão, e a equipe será dissolvida até o próximo verão após este jogo.

Claro, ele poderia jogar hóquei com outra pessoa. O fato de que o PM está jogando em uma liga montada, o faz receber uma série de novidades, e no último jogo, havia algumas pessoas que tinham escapado para assistir.

—Você tem muitas fãs. —Eu o provoco quando ele fica pronto. Eu vim para o Sensplex vê-lo jogar, e as mulheres em todo o caminho estão me dando olhares de reprovação.

Ele me dá um sorriso preguiçoso, sexy, que me deixa instantaneamente molhada. —Elas são apenas fãs. Provavelmente estão aqui mais por Tate do que por mim.

Não. Não parece isso do meu ponto de vista. —Fãs do tipo super ansiosas que querem foder com você.

Ele pisca e checa seu bastão uma última vez. —A única fã para quem eu tenho olhos é você, Fadinha.

—Não me distraia do meu discurso.

—OK. Não falo mais.

—Elas estão se anunciando praticamente como parceiras de procriação.

—Procriação?

—Não zombe de mim. Elas são... taradas.

Ele bufa. —Eu tenho que ficar sobre o gelo.

—Não fique muito perto delas quando fizer sua patinação encantadora.

—Das taradas?

—Sim. É disso que estou chamando-as agora.

—Então, o que isso faz de você?

—Espere, eu retiro o que disse. Elas são fãs ansiosas. Nome chato. Pfff. Eu sou a tarada.

—A mais especial de todas as líderes de torcida do lado da pista.

—Exatamente.

—Humm. Eu gosto do som disso.

Eu sorrio durante todo seu jogo, o que é ainda mais divertido de assistir do que eu esperava. Gavin é bom. Isso não me surpreende, mas ainda é emocionante vê-lo ser incrível em mais uma coisa.

Em momentos como este, é difícil lembrar que ele é mortal. Sei que ele é um pouco contra sobre ser colocado em um pedestal, mas ele faz isso ser tão fácil.

Torço por ele até ficar rouca, e quando ele sai do gelo, eu me jogo contra ele e o beijo sem sentido.

—Eu estou todo suado. —Diz ele em voz baixa, e eu faço um som rosnado.

—Sério? Você gosta disso?

Eu. Amo. Isso.

Virei assistir ao hóquei com mais frequência.

Ao deixarmos a pista, Tate provoca Gavin sobre constantemente me beijar.

Gavin puxa-me de novo e coloca um beijinho relativamente casto em meus lábios. —Quando se trata de Ellie, um beijo nunca é suficiente. —Diz ele com uma risada.

E isso é quando percebemos um câmera man. Há um cinegrafista e um repórter aqui de uma estação de notícias, e parece que eles estão se preparando para entrar ao vivo com algo não relacionado a nós, mas a câmera está em cima do ombro do rapaz, e apontada em nossa direção.

Gavin fica tenso, e eu pressiono minha mão contra seu peito. —Está tudo bem. —Eu sussurro. —Isso foi bastante inofensivo.

Seus músculos ondulam sob o meu toque, mas ele balança a cabeça e nos vira, para que suas costas fiquem de frente para a câmera e eu estou na frente dele.

—Vejo vocês mais tarde! —Ele fala enquanto nos move em direção ao carro. Lachlan está com a porta aberta, e eu pulo para dentro e deslizo para o canto, de modo que Gavin possa se juntar a mim.

Ele xinga à medida que nos afastamos, então se vira para mim. —Eu sinto muito.

Eu dou de ombros. Eu estive esperando por algo assim, e no grande esquema das coisas, não é nada demais. Eu digo-lhe isso e ele se acalma, mas ele ainda está incomodado.

*****

É claro que o comentário de Tate torna-se manchete no dia seguinte, e nós acordamos com Um beijo nunca é suficiente na primeira página do Ottawa Spectator. Eu convenço Gavin de que devemos ir para a casa de campo por um dia, e ignorar tudo enquanto isso é esquecido durante o fim de semana com o feriado, mas na terça-feira, no primeiro dia de volta ao trabalho e escola, ainda é notícias para a maioria dos canadenses.

CAN News gasta uns sólidos dez minutos sobre isso em seu programa matinal, o que é ridículo.

Eu estou na universidade, assistindo Gavin numa conferência de imprensa no meu laptop, quando ele finalmente congela.

A conferência de imprensa é para ser sobre o apoio federal para o financiamento provincial de vacinas infantis.

Rick Stupes levanta-se, e pergunta se Gavin estar envolvido em um novo relacionamento, vai interferir com o seu trabalho.

Minha caneca de café cai dura na minha mesa enquanto minha boca se abre. Ele não acabou de dizer isso. Ele não só...

—Oh meu Deus!—Sasha grita, correndo para o meu escritório.

—Você está assistindo? — Eu pergunto a ela. Eu mantenho meus olhos colados na tela. Gavin apenas ignora a pergunta e move-se para o próximo repórter.

—Eu estava no Twitter e vi alguém mencionar isso. — Ela se inclina sobre meu ombro. —Foi isso? Será que eles vão passar de novo?

—Não sei.

De repente Stupes levanta-se, interrompendo seu colega de forma rude, e pergunta: — Isso quer dizer que nem sempre a beija duas vezes?

Eu acho que Gavin teria ignorado novamente se as pessoas não tivessem rido disso. Mas houve uma onda fraca de burburinho que rolou por pelo menos algumas das pessoas presentes, e eu posso ver que isso o incomodou. Porque não é engraçado, é ridículo e sem fundamento. Gavin é um trabalhador muito esforçado, e nosso relacionamento nunca teve impacto em seu trabalho.

Não muito. Exceto pelo abajur. E eu o distraí em algumas reuniões. Mas, em geral, é uma pergunta estúpida.

Gavin espera até que o salão fica em silêncio. Todo mundo percebeu que ele vai responder, mas quando ele abre a boca, é pura perfeição, e um tapa na cara completo. —Isso significa, Rick, que temos um problema sério com doenças infantis evitável neste país, e é isso que eu quero que você me pergunte.

O repórter bufa e endireita seus ombros. —Vamos perguntar aos peritos médicos sobre isso. Mas já que nós temos você aqui, e todo mundo quer saber...

Gavin não tem tempo para essa merda. —Eu não sou médico, mas posso dizer-lhe que as vacinas salvam vidas, e quando deixamos de proteger a população, há consequências devastadoras. Eu sei disso porque eu fui a um programa de intercâmbio de estudantes na Rússia em 1997. E a primeira pergunta no formulário de inscrição era: Você está vacinado contra a difteria? Eu vou te dizer, nada coloca a importância da vacinação em perspectiva, como ser dito que você está caminhando para promover um surto. —Meu coração salta uma batida quando Sasha bate atrás de mim. —Nosso objetivo é que nenhuma comunidade canadense deva enfrentar uma epidemia evitável. Nosso padrão deve ser que nenhum pai canadense tenha que receber uma ligação para manter seu filho em casa da escola, ou evitar o parque porque não sabe se é seguro. E essas são as perguntas que eu vou aceitar hoje, Rick.

Câmeras disparam flashs enquanto o salão fica em silêncio por um minuto, então alguém bate palmas, e todos os outros se juntam. A conferência de imprensa continua, e Sasha suspira.

—OK. Eu não vou mais suspeitar dele. Ele é perfeito.

Ele está bem próximo disso.

—Sim. Esse é meu homem.


Capítulo 43

Ellie


Durante todo o verão, eu não podia esperar para voltar para a minha pesquisa e ensino. Só tinha mais uma classe para eu confirmar essa decisão.

Uma das desvantagens de ser uma estudante de graduação na escola de negócio, é que você tem que ensinar... estudantes de negócios. Alguns deles são incríveis. Todos eles são espertos.

Mas existem alguns idiotas completos. Crianças mimadas, que eu gostaria de ter um de seus cartões de crédito por apenas algumas semanas, e fazê-los viver na rua para que eles pudessem começar a saber dar valor às coisas.

E desde que eu não sou uma professora, mas uma instrutora que está aprendendo sobre ensinar como parte dos meus estudos de pós-graduação... Eu não posso nem mesmo ser uma cadela sobre isso com o meu orientador, porque é pouco profissional. E eu realmente não posso reclamar para Sasha também, porque ela é meio estranha. Ela era aquela garota com muitos recursos, e ela fica um pouco sentida sobre esse assunto.

Então eu vou para a aula de yoga avançado após o trabalho, e tento resolver isso lá, mas eu ainda estou no limite quando eu saio do estúdio e começo a descer a Bank Street. Meu humor não melhora quando Gavin me liga e diz que o seu jantar/reunião foi cancelado.

O convite está aberto, mas eu não tenho certeza se vou ser uma boa companhia esta noite. —Talvez mais tarde? Eu preciso ir para casa e relaxar um pouco.

—Vire-se, Fadinha. — Eu faço uma lenta meia-volta, sabendo que estou prestes a ver um carro blindado grande, preto, atrás de mim. Ele abaixa a janela de trás. —Teve um dia ruim?

—Algo assim. — Eu abro a porta traseira e me junto a ele. Tim está dirigindo esta noite, e eu dou-lhe um pequeno aceno. —Ei.

Ele balança a cabeça. —Srta. Montague.

Eu viro minha atenção para Gavin. —Será que você considerou que eu poderia querer ir para casa?

Ele se inclina para frente. —Tim, nós vamos para o apartamento de Ellie.

Eu balanço minha cabeça. —Não, 24 Sussex está bem.

—Mas você disse...

—Eu... Não importa. — Eu engulo minha frustração. Não é sua culpa que não podemos simplesmente voltar para o meu apartamento, e eu não vou fazer um grande negócio sobre isso. —Sua casa é melhor.

Ele puxa minha mão na sua, estabelecendo-a em sua coxa enquanto esfrega para cima e para baixo no meu braço, o polegar pressionando em meus músculos. Subindo até o antebraço. E de volta para os meus dedos. Ele aperta e torce a carne aqui e ali, e a tensão começa a aliviar. Eu fecho meus olhos e suspiro.

—Você quer que nós a deixemos em seu apartamento?

Eu considero isso. Temos complicações à nossa frente, com trabalho e horários cruzados a cada duas semanas. Em um mês, eu vou me arrepender de não gastar tanto tempo quanto possível com ele. —Não.

—Quando voltarmos para a minha casa, vamos fazer algo sobre o seu estado de espírito.

Eu dou de ombros. —OK.

Mas realmente não há nada a ser feito sobre isso. Eu tenho oito meses de ensino para sobreviver, além de uma agenda de pesquisa pesada, e eu estou namorando o homem mais intenso, e o compartilhando com um país inteiro. Haverá dias onde eu vou querer fazer beicinho por um tempo.

Quando chegamos, Gavin mantém segurando meu pulso, firmando com os dedos.

—Você está com fome?

Eu faço uma careta, tentando me lembrar da última vez em que eu comi.

—Talvez?

Ele suspira e me leva para a cozinha, onde ele me coloca contra o balcão, me beija rapidamente, em seguida, começa a puxar coisas da geladeira. Manjericão e tomates, uma fatia de queijo branco, e um pacote de massas frescas.

—Você vai cozinhar? — Dois meses do nosso relacionamento e este é um rumo estranho.

—Você me fez um sanduíche uma vez. Isso parece ser uma reviravolta justa.

—Você tem comida de verdade.

—E você está super estressada esta noite. — Ele me dá um olhar divertido. —Fique quieta e deixe-me cozinhar para você.

—Eu só estou curiosa...

Ele bate o pacote de massas contra o balcão. —Ok, o jantar pode esperar.

Meu rosto fica vermelho quando eu percebo que cruzei a linha de malcriada para rude. —Eu sinto muito. Eu disse que estava de mau humor, e... Sim. Eu vou ficar quieta.

Seus olhos piscam enquanto ele contorna a ilha e agarra a minha mão.

—Vamos.

Ele está movendo-se tão rápido, que parece que estar me rebocando para a biblioteca. Ele senta-se na cadeira, e me movo para sentar em seu colo, mas ele põe a mão no meu quadril, parando o meu movimento. —Basta ficar de pé por um minuto, Fadinha. Vamos nos concentrar no que está errado antes de você enrolar-se no meu colo e eu me distrair com o quão bom é sentir o seu cheiro.

Eu me mexo sem descanso na frente dele. —É só trabalho.

—Já que sou seu namorado, eu gostaria de saber sobre isso.

—É sério, não é nada demais.

Ele bufa um suspiro frustrado. Essa foi a coisa errada a dizer.

Eu recuo. —Quero dizer, é apenas uma coisa pequena. Uma dificuldade em passar o tempo com certo tipo de aluno. Isso é tudo. É na maior parte, apenas algo que eu preciso lidar com a minha própria cabeça.

—Mas você fica bastante estressada.

Vou ter que fazer um trabalho melhor em esconder isso no futuro, porque ele não precisa se preocupar comigo. —Eu acho que nós já passamos muito tempo falando sobre os meus alunos e seus grandes egos. Talvez eu precise de algo mais intenso do que a yoga para tirar isso do meu sistema.

—Talvez você precise de uma boa palmada. — Ele diz isso tão levemente que eu quase passo por cima da conversa, apenas para tropeçar e cair em cima dele.

Minha boca cai aberta assim que eu olho para ele, e o clima entre nós muda. Mais intenso da sua parte. E algo que parece ser muito bom da minha parte. Calmo. Dócil. Um lugar onde eu poderia esquecer sobre qualquer drama de trabalho. Eu lambo meus lábios enquanto eu olho para ele de novo, vendo não apenas o olhar em seu rosto, mas toda a sua linguagem corporal.

—Senhor?

Seu pau está grosso, e estica o tecido elegante da calça do terno. Como é que ninguém mais viu o homem delicioso e pervertido que ele é? E quanta sorte eu tenho desse homem ser todo meu?

—Você quer me espancar? — Só isso? Não no calor do momento, mas... proposto calmamente, como uma alternativa igual a ele alimentar-me com o jantar?

Eu acho que não é muito diferente olhando de frente para seu parceiro, e sugerir subir para ter relações sexuais, mas... é totalmente diferente de alguma forma.

Por toda a minha mente aberta, eu ainda me sinto como uma novata pervertida. E às vezes uma pequena fraude, como se eu realmente fosse baunilha, e Gavin fosse perceber isso a qualquer momento.

Mas isso não parece errado ou estranho. Apenas inesperado. E bom. Tão bom.

—Eu quero que você relaxe, por isso, depois que eu fizer o jantar, você vai ser uma boa menina e chupar o meu pau como uma boa e pequena Fadinha. Por isso, eu acho que você precisa de uma surra.

—Para relaxar. — Eu digo com incredulidade, porque, sério? Mas eu já estou molhada e dolorida da promessa de sua mão na minha bunda. Sim. Muito melhor do que yoga.

—Para relaxar, te deixar centrada. Aliviada. —Ele toma uma das minhas mãos e me guia para o seu lado esquerdo, em seguida, me dobra sobre seu colo, cuidadosamente me arrumando. A sua calma é um ardil total, porque seu pênis está duro contra minha barriga, e suas mãos são grandes e fortes, e ele está se esforçando para não usá-las para rasgar minhas roupas.

Isso parece tão convencido, mas é a verdade. Somos loucos um pelo outro. E talvez apenas loucos. Mas uma coisinha insistente dizendo que eu sou o suficiente, está gritando mais alto que sim, eu sou exatamente o que Gavin quer.

Sua mão esfrega contra a curva da minha bunda, através da calça que eu tinha usado para o trabalho hoje.

Isto é realmente apenas espancar.

Não uma punição, exatamente...

Não, não é uma punição, também. Menina má, trazendo trabalho para casa quando o Senhor quer um boquete. Minha buceta dói, de repente, com esse pensamento.

O primeiro golpe é forte o suficiente para eu arregalar os olhos. —Ahhh. —Eu digo, não exatamente gritando.

—Conte-me sobre a melhor parte do seu dia. — Ele diz calmamente, enquanto ainda estamos na cozinha e ele está à espera da água ferver.

—Uhhh... — Outro golpe, e o som trava na minha garganta. Eu tenciono minhas coxas contra suas pernas, e ele estica o pé de lado, me desequilibrando.

—Não fique tensa. Eu não estou fazendo isso para te machucar - muito. Seu dia?

—Agora?

—Sim, agora. — Tapa. —Você não pode pensar sobre as partes ruins. Eu quero que você me diga... — Tapa. Ele esfrega a palma da mão sobre esse ponto, suavizando o calor. —Sobre o que foi incrível.

Eu penso sobre a minha palestra. Não, antes, quando recebi o e-mail do presidente da conferência sobre o cartaz que vou apresentar no Colorado. —Fui convidada para falar na frente de toda a conferência sobre o meu projeto.

Gavin faz um som impressionado enquanto ele desliza a mão entre minhas pernas. Uma recompensa suja para um pensamento positivo, eu gosto de como sua mente funciona.

Mas eu gasto muito tempo pensando sobre que plano bom é este, e não falo o suficiente, porque ele puxa sua mão para trás e me bate mais duas vezes.

Uma onda de calor me inunda, começando na minha bunda virada para cima, e derramando em cada polegada do meu corpo.

—É uma apresentação curta, mas é uma honra para alguém no meu nível.

—Eu digo rapidamente, para que ele não pense que eu estou minimizando isso. —E isso deve ajudar a mover o projeto mais perto da publicação, ou levar a futuras colaborações com alguns dos acadêmicos presentes.

—Você não me contou sobre isso mais cedo.

—Escapou da minha mente.

—Você deixa os alunos não apenas assumirem o seu dia, mas consumirem suas boas notícias também.

—Eu sei.

—Não faça isso de novo.

—Eu não vou.

—Boa menina. — Ele se move debaixo de mim, seu membro mais duro do que antes, e quando ele me bate de novo, ele é lento e preguiçoso. Mais quente, e sua mão passa mais tempo aliviando a dor e esfregando entre as pernas do que distribuindo meu castigo. Menina má. Boa menina. Virei menina, definitivamente.

Eu passo minha mão para cima e para baixo em sua panturrilha enquanto eu relaxo ainda mais, a força de seus músculos contraídos é um delicioso contraste com o sentimento desossado do meu corpo agora. Minha cabeça está descansando na borda do assento largo, virada para a porta da biblioteca, mas eu lentamente viro o rosto para ele, querendo mostrar a ele o quanto estou feliz. Relaxada, centrada, exatamente como prometido.

Ele está olhando para mim com luxúria mal-contida estampada por todo o rosto. Mais até do que eu esperava, e sua reação me tira o fôlego.

—Obrigada, senhor. —Eu digo com um sussurro, e ele se move mais rápido do que eu posso processar o que ele está fazendo, me puxando para cima em seu colo. Suas mãos enrolam no meu cabelo enquanto ele me beija. Seus dentes puxam meu lábio inferior, sua língua invade minha boca. Menina má. Boa menina.

Minha blusa cai longe do meu corpo.

Uma de suas mãos segura um dos meus seios, seu polegar rolando sobre meu mamilo. Eu arqueio meu corpo ao seu toque. Mais, eu quero mais.

Ele levanta-me em seus braços, seu grande corpo flexiona enquanto ele me leva até uma sala e me coloca em sua mesa.

Nós fodemos naquela cadeira algumas vezes, mas nunca nesta mesa.

Há uma lista delas. Todas as suas mesas. —Quantos escritórios você tem?

—O quê? — Ele desabotoa minha calça e a abaixa, revelando a pele nua da parte de baixo da minha barriga e a calcinha de algodão preta sumária. Ela está encharcada, e suas pálpebras estão pesadas enquanto ele olha de volta para o meu rosto por um segundo antes de enterrar seu rosto lá.

—Lembre-me de perguntar-lhe mais tarde... — Eu suspiro. Ondas intensas quebram em cima de mim enquanto sua língua provoca meu clitóris através do tecido, lambendo, acariciando a crista da minha protuberância inchada, em seguida, girando e fazendo tudo novamente.

—Mais. —Eu imploro, e ele abaixa o tecido pelos meus quadris, prendendo minhas pernas juntas, mas descobrindo o topo da minha fenda. Sua língua desliza através dos meus cachos e brinca comigo de novo, de forma diferente desta vez. Apenas levemente. Eu bato minhas mãos sobre a mesa em frustração. —Mais...

Ele olha para mim, os lábios inchados e vermelhos, e pergunta com voz rouca: — O que você disse?

—Por favor, senhor... — Minha voz falha, e ele tira minha calça e calcinha, finalmente, abrindo as minhas pernas para que ele possa tocar e lamber e chupar minha buceta.

Eu me desfaço rapidamente, derrotada por sua língua malvada, e então ele está dentro de mim, cheio e grosso. Ele se move lentamente no início, impulsos possessivos que me lembram de que eu sou sua, por dentro e por fora, e quando eu termino de tremer e começo a balançar contra ele, ele pega seu ritmo. Ele puxa meu quadril para a borda da mesa e martela seu pau em mim, seu ritmo alucinante agora enquanto ele me vê me contorcer mais.

—Aperte as pernas em volta de mim. —Ele ordena, com sua voz dura e rouca. Eu aperto-o com minhas coxas, e ele move uma de suas mãos na minha barriga, acariciando acima do meu monte, então desce. Ele cobre meus cachos com a mão, o polegar pressionando por cima do meu clitóris enquanto as pontas dos dedos pressionam a carne trêmula do meu abdômen inferior. —Goze pra mim. Deixe-me senti-la, Fadinha.

—Ahhh... — Eu jogo minha cabeça para trás e fecho os olhos. Tão perto, mas eu já gozei uma vez, e desta vez é mais difícil de chegar lá.

Ele fica mais lento, deixando seu pênis dentro de mim mais tempo, mas ao mesmo tempo o polegar se move mais rápido, acariciando meu clitóris, para trás e para frente.

—Sim, assim, não pare. — Eu estou balbuciando agora.

—Você tem a boceta mais bonita. —Ele rosna. —Eu quero você o tempo todo, Ellie. Eu quero estar dentro de você. Eu quero te lamber. Eu quero segurar sua vagina e senti-la apertar em torno de mim. Meus dedos. Meu pau. Minha língua. Tão linda.

A conversa suja envia-me em uma queda livre fora de controle. Ele continua falando, palavras isoladas, grunhidas entre empurrões enquanto ele me segue no clímax. —Minha. Porra. Tão apertada. Deus. Ellie, sim.

Ele se mantém dentro de mim, tão profundo que minhas pernas estão abertas em seu limite, então ele lentamente se afasta. Mas não completamente. Mesmo que nós dois gozamos, ele ainda está olhando para mim como se ele pudesse gozar novamente.

Ele desliza para dentro, de qualquer jeito agora, e eu choramingo porque estou muito sensível.

—Shhh. —Ele sussurra. —Só mais um minuto. Apenas deixe-me senti-la assim. Cheia do meu gozo.

Eu suspiro e movo meus quadris, querendo entrar novamente naquela imagem única, imunda. Um tremor secundário ondula pelo meu corpo e ele geme, enterrando-se uma última vez antes de se afastar.

Ele nos limpa rapidamente, então me puxa para cima da mesa e me segura em seus braços. —Chuveiro, e então o jantar, então nós vamos fazer isso de novo.

Quem sou eu para discutir com um plano tão obviamente inteligente?


Capítulo 44

Gavin


Eu venho me esquivando das chamadas da minha irmã Pia há semanas. Nós conversamos, mas sempre quando eu estou a caminho de uma reunião. Isso é uma escolha deliberada da minha parte, porque eu não estou pronto para seu conselho sobre a minha vida amorosa. Política, absolutamente. Estando ou não lidando com uma relação adequada... .

As chamadas da minha mãe, no entanto, eu não posso me esquivar. E ela esperou muito tempo, por isso, quando Beth a adiciona em minha folha de chamada, a visão de seu nome me enche de culpa.

—Vamos fazer essa por último. —Eu digo, e quando Beth estreita os olhos para mim, eu rapidamente acrescento: — Então, eu não estou com o tempo contado. Vamos fazê-las bem antes do almoço.

As reuniões da manhã são todas produtivas, então meu nível de rosnar está a um mínimo quando eu sento atrás da minha mesa. Eu faço as outras chamadas que preciso fazer rapidamente, então disco o número da cabana na montanha.

Ela responde ao terceiro toque, o riso em sua voz. —Alô?

—Ei, mãe. — É como se eu tivesse dezenove anos novamente e ligando para ela da universidade.

—Gavin! Faz um bom tempo.

—Eu sinto muito.

—Não, você não sente. — Ela ri. —Você tem estado ocupado.

—Eu tenho.

—E você está vendo essa mulher jovem...

—Eu estou. Ellie. —Acrescento, o que é desnecessário, porque o país inteiro sabe o nome dela. Tenho certeza de que minha mãe tem um dossiê completo sobre ela.

—Quando é que vamos encontrar Ellie?

O mais cedo possível e talvez nunca mais. O pensamento de apresentá-la a minha família me enche de orgulho ridículo. Eles vão amá-la. Mas eu também quero mantê-la só para mim. —No dia de Ação de Graças, talvez. Natal, com certeza.

—Então, é sério.

—Muito.

—Interessante.

—Ela é incrível, mãe. Inteligente e amável. Você vai amá-la.

—Eu tenho certeza que vou. — Ela espera um momento, então suspira.

—Poderia ter sido um grande escândalo, Gavin.

—Eu sei.

—Você tem sorte que não foi.

—Você teve alguma coisa a ver com isso? — Há certas áreas onde minha mãe e minha irmã detêm mais poder do que eu. Grupos de mulheres, alguns bolsões da mídia. É uma razão que eu não liguei para qualquer uma delas quando as notícias do relacionamento vieram à tona. Eu não quero isso na minha ficha. PM Strong corre para sua mãe querendo aprovação.

Ela ri. —Oh, Gavin. Você é tão cínico. Você acha que as pessoas não olham para ela e entendem por que você está tão apaixonado?

Eu sou um cínico. Eu honestamente não acho que a força dos meus sentimentos foi o suficiente para uma justificativa do nosso relacionamento. O fato de que minha mãe pensa assim, desliza sobre mim como um bálsamo que eu não sabia que precisava. —Obrigado.

—Ação de Graças, Gavin. Não nos faça esperar até o Natal. Podemos ir para Ottawa.

—Vou ver o que podemos fazer.

—Eu posso coordenar com Beth.

Eu franzo a testa. Não é o trabalho de Beth organizar um jantar em família, além de preparar um cardápio. —Eu dou conta disso.

—Ela não vai se importar.

—Mas eu sim. E eu gostaria de discutir o assunto com Ellie em primeiro lugar. Ela pode convidar seus pais e ter preferências próprias, lembre-se disso.

—Ah sim. Claro. E se ela quiser entrar em contato comigo...

—Uma coisa de cada vez?

—Certo. — Ela liga uma torneira no fundo. —Eu vou deixar você voltar para o seu dia, querido. Este foi um bom bate-papo.

—Eu te amo, mãe.

—Eu também te amo. Diga a Ellie que eu mal posso esperar para conhecê-la. E que eu não mordo.

Eu desligo, e trinta segundos depois, Beth bate à porta com o meu almoço e dois memorandos sobre violações dos direitos humanos nos campos de refugiados. De volta ao trabalho.


Capítulo 45

Ellie


Uma semana depois de Gavin me contar sobre o telefonema de sua mãe, eu estou sentada fora do seu escritório com sushi e dois chás verdes gelados extragrandes.

Beth sorri para mim por trás de sua mesa. —Ele não vai demorar muito.

Eu não me importo de esperar. Eu não tenho quaisquer outros planos entre agora e quando ele terminar o trabalho no final do dia. Eu tive um dia inesperado, porque meu prédio na universidade teve um acidente na caldeira. Eu nem sequer sabia que edifícios ainda utilizavam caldeiras para aquecimento, e mesmo que seja meados de setembro, ainda é quente, e há um lindo sentimento de fim de verão do lado de fora, de modo que ninguém está se queixando de ser expulso de nossos escritórios.

Gavin voou para casa em Vancouver por alguns dias antes de ir para a Ásia para uma missão comercial de cinco dias. Se a agenda permanecesse como planejado, ele voltaria cinco horas depois de eu voar para o Colorado para uma conferência. Vai ser quase duas semanas até que nos veremos outra vez, e uma vez que a nossa relação se tornou pública, não há tal coisa como sexo por mensagem de texto, nem mesmo por código. Nós temos esta noite e parte de amanhã juntos, e é isso. Podemos ter alguns telefonemas breves se os deuses do fuso horário cooperarem.

Então, quando ele me pediu para trazer o almoço, eu saltei na oportunidade de ter um pouco mais de tempo de qualidade, mesmo que isso significasse ficar perigosamente perto do corpo de imprensa de Ottawa.

Eu ainda estou esperando a imprensa esquecer sobre nosso namoro. Talvez não, mas isso seria muito bom para ser verdade.

A porta se abre e lá está ele. Terno escuro, camisa azul clara, gravata cinza hoje. Seu cabelo está parecendo estranhamente amarrotado, e os meus dedos coçam para alisá-lo. Ou talvez bagunçar ainda mais. Alternando entre as opções, isso soa como um plano perfeito.

Eu vou fazer isso enquanto ele come.

—Ellie. —Diz ele, sua voz rica e quente, e só para mim no meio de um dia ocupado.

Eu me levanto e dou-lhe um sorriso largo enquanto levanto o saco de almoço no ar. —Entrega.

—O que você trouxe?

—Sushi. — Eu entrego a ele a bandeja com os nossos chás verde gelado e passo por ele, perto o suficiente para respirar seu perfume sutil no meu caminho.

—Delicioso.

Sim, sim, ele é.

Esta é a minha segunda vez em seu escritório desde que fui fodida em seu sofá, mas eu ainda me sinto, de repente, superaquecida, enquanto as paredes estão dizendo que sabem o que fizemos aqui.

Mas eu também sinto um pouco tonta, pois eu sei o que eu fiz aqui.

É por isso que eu precisava sair. Porque ele me deixa imprudente e louca.

Ele fecha a porta atrás de mim enquanto eu coloco o sushi em sua mesa. Eu me viro apenas a tempo de vê-lo trancar a fechadura.

Oh. Olá, Primeiro Ministro.

Ele sorri para mim, preguiçoso e confiante, como se ele soubesse que pode me fazer o que quiser, mesmo que sua assistente esteja do outro lado da porta.

Você vai ter que ficar quieta, Srta. Montague.

Vou fazer o meu melhor, Senhor.

Haverá consequências se você não...

—O que você está pensando? — Ele pára na minha frente e desfaz o paletó.

Eu desço meu olhar para a ereção crescente pressionando contra a frente da calça do terno. —Exatamente o que você pode imaginar que eu estou pensando.

—No meio do dia? — Sua voz é cheia de censura, e eu me viro, rosto em chamas.

—Claro que não. Isso tornaria...

Ele me puxa contra ele. —Totalmente inadequado.

—Sim. — Eu balanço para trás contra ele, sem vergonha do meu desejo por ele. —Nós estivemos aqui antes. Isso não terminou bem.

—Você não trabalha mais aqui, Srta. Montague.

Eu lambo meus lábios. —Talvez eu queira o meu emprego de volta. Talvez eu fizesse qualquer coisa que você queira que eu faça para que isso aconteça.

Ele geme e aperta meu quadril, minha cintura, me pressionando contra sua mesa antes de me dar uma lenta, e provocante palmada na minha bunda.

Em seguida, ele caminha ao redor da mesa e instala-se em sua cadeira.

—Almoço?

Eu faço beicinho. —Isso foi cruel.

—Eu estou com fome. — Mas seus olhos estão brilhantes, e as pálpebras pesadas. Eu posso lê-lo como um livro. Ele não quer cruzar a linha.

E ele quer atravessá-la tanto que dói.

Eu me afasto da sua mesa e me sento lentamente na cadeira em frente a ele. Cada polegada da secretária certinha.

—Rolo de salmão?

—Por favor. — Seus lábios abrem quando ele me observa colocar no prato algumas porções de sushi para ele, então para mim.

—Então, a caldeira estragou, hein?

Eu concordo. —Tarde livre. Êêê!

—O que mais você vai fazer hoje?

—Sasha quer ir às compras.

—Divertido.

Eu faço um ruído evasivo. —Talvez divertido. Talvez desgastante. Poderia ser de qualquer maneira. Este é definitivamente o destaque do meu dia.

—Do meu também.

Nós terminamos de comer enquanto conversamos sobre nossas próximas viagens, então ele gesticula para eu rodear a mesa. —Vem cá, Fadinha.

Eu dou a volta até ele, meu coração batendo forte no meu peito, o baque nervoso reverberando em minha garganta e meus braços.

Ele se levanta e puxa-me em seus braços. —Vou ter saudades suas.

—O mesmo. —Eu sussurro, pressionando para cima os dedos dos pés enquanto ele me beija suavemente, depois mais forte quando ele me move para trás, me empurrando contra as persianas de madeira decorativas que cobrem as janelas atrás de sua mesa.

—O que eu vou fazer com você? —Ele pergunta quando nos separamos. Ele esfrega os dedos contra a minha bochecha, ao longo da minha mandíbula, e eu jogo a cabeça para trás, dando-lhe acesso gratuito ao meu pescoço e ao V da gola da minha blusa.

—Qualquer coisa que você quiser.

—As duas últimas vezes que fizemos as coisas aqui, você saiu correndo num acesso de raiva.

—A primeira vez eu me fartei. A segunda vez... Eu estava com medo.

—E agora?

—Agora eu não sinto medo, isso é certo.

—O que você quer fazer? — Seus olhos são tão brilhantes de perto, eles tiram meu fôlego.

Essa é uma pergunta muito boa. Eu chego entre nós e encontro o duro comprimento de seu pênis lutando contra sua calça. Eu seguro a espessura rígida e fecho os dedos em torno dela. O peso sólido dele na minha mão me deixa molhada. —Eu quero isso. —Eu sussurro.

—É seu.

—Na minha boca?

Seus olhos brilham. —Você primeiro.

—Temos tempo para isso?

—Ellie.

—O que?

—Nós sempre temos tempo para você gozar.

Oh. Boa resposta. Eu me contorço enquanto ele levanta minha saia e puxa minha calcinha de lado.

Ele brinca com minha fenda com uma das mãos enquanto acaricia meu pescoço com a outra. —Tão molhada para mim, Fadinha. Menina suja.

—Eu estava pensando em chupar você.

—Bom. Eu quero a sua boca em mim. Leve-me tão profundo quanto possa e engula todo o meu gozo.

Eu choramingo, já excitada.

—Olhe para você. Clitóris duro, implorando para ser espancado. Pequena buceta molhada, desesperada por um dedo.

—Ou dois...

—Ou três? — Ele corre a boca ao longo da minha mandíbula, seus lábios encontrando minha orelha. —Você vai gozar na minha mão para que eu possa lamber enquanto você fica de joelhos para mim, Fadinha?

—Sim, senhor. — Eu torço meus quadris, acolhendo os dedos dentro de mim.

—Bom... — Ele afunda seus dentes em minha orelha enquanto ele rola o polegar sobre meu clitóris. Contorço-me contra a sua mão. Ele faz isso de novo e minhas coxas começam a tremer. Ele exala contra o meu pescoço, raspando os dentes contra a pele, então me lambe.

Longo. Lento. Totalmente sujo.

Gozo forte, minhas coxas travando seus dedos dentro da minha buceta, enquanto eu roço o meu clitóris contra o seu polegar. Eu fodo sua mão como se fosse meu próprio brinquedo sexual pessoal, e quando eu cedo de volta contra as persianas, ele faz exatamente o que prometeu que iria fazer.

Ele desliza os dedos para fora de mim e começa a lambê-los.

Minhas pernas não estão fazendo um grande trabalho em manter-me de pé de qualquer maneira, então eu afundo até os joelhos e luto com seu cinto e seu zíper, até que seu pênis está em minhas mãos, na boca, e o som tranquilo de seus gemidos enche o espaço em torno de mim.

Seu perfume enche meus sentidos, e eu avidamente o saboreio todo, puxando-o mais profundo em minha boca. Ele termina o trabalho de baixar o zíper e tirar o cinto do caminho, então se inclina sobre mim, flexionando os quadris enquanto eu me abro para ele.

—Ellie. Olhe para você. Sim, me engula. Oh, querida, você é tão boa nisso.

Eu olho para ele e tento me ver através de seus olhos. Lábios esticados, as faces coradas, saia ainda agrupada em torno dos meus quadris. Eu sou sua menina suja, e eu gosto.

Ele resmunga e coloca a mão em cima da minha cabeça. Seus quadris empurram para frente, e eu respiro pelo nariz quando meus lábios o levam quase todo o caminho até onde meus dedos circundam a base de seu pênis.

Seus olhos estão fechados agora, mas ele abaixa a mão livre e acaricia meu rosto. —Leve-me mais profundo.

Eu me afasto novamente, alisando-o, em seguida, respiro profundamente e o deslizo tão profundo quanto ele pode ir. A cabeça do seu pau encosta na parte de trás da minha garganta e meu estômago torce, mas então eu engulo e está tudo bem.

Eu não posso respirar, realmente, mas é bom, porque ele é grosso e quente na minha boca, e eu não me canso de seu gosto na minha língua, com a mão no meu cabelo, pressionando contra a parte de trás da minha cabeça.

Ele se afasta e eu inalo, então fode novamente, usando minha boca agora à vontade, e eu engulo com cada empurrão. Sim, dá-me, sim, sim...

—Merda. —Ele rosna, batendo a mão contra a parede quebrando uma parte da persiana quando o primeiro jato de gozo atinge toda a minha língua. Eu deslizo para frente, enterrando meu nariz contra o seu abdome tenso enquanto eu engulo o resto, tão puro quanto pode ser.

Não podemos fazer uma bagunça assim, porque eu tenho certeza de que nós simplesmente sempre danificaremos algo mais em busca da nossa química depravada.

Uma vez que ele termina, eu olho para cima. Uma dessas persianas de madeira tem um par de fissuras, aproximadamente da mesma largura da mão do Primeiro Ministro. —Ah não...

Gavin apenas sorri para mim. É claro que ele não se importa. Ele acabou de ter o boquete mais sujo do mundo. —Não se preocupe com isso.

—Nós realmente não podemos fazer isso novamente. Da próxima vez, pode ser algo insubstituível.

—Oh, Jesus. — Ele exala, seu suspiro se transformando em uma risada enquanto ele mexe na ripa mais danificada. —Bem, pelo menos isso pode ser reparado.

—O que você vai colocar na ordem de serviço?

—Definitivamente não “danos causados pela reação significativa do PM ao boquete de sua namorada”.

—Não. Definitivamente não. —Eu pisco enquanto estendo minha mão, e ele me ajuda a levantar.

—Você meio que quer que eu pare com isso, não é?

—Bem, a reação significativa... isso é algo para eu me orgulhar.

—Eu não vou compartilhar seus talentos a esse respeito com ninguém. Mas você deve estar orgulhosa. Você tem uma boca talentosa, uma língua ímpia e uma mente suja que me mantém de pé.

—De pé e batendo o punho contra as persianas. — Eu dou-lhe um olhar de olhos arregalados quando um pensamento me ocorre. —Acha que nós somos os primeiros a ter esse sexo urgente neste escritório?

—Eu não quero pensar sobre a vida sexual dos meus antecessores neste escritório.

—Eu quero.

—Essa é a minha menina suja. Vem cá, Fadinha. —Ele senta-se na cadeira e dá um tapinha em suas coxas.

Eu rastejo em seu colo e ele me beija suavemente, profundamente, saboreando meus lábios e língua.

Ele geme e enterra o rosto no meu cabelo quando finalmente fala. —Eu preciso voltar ao trabalho.

—Obrigada pelo almoço. —Eu sussurro.

—Você que me trouxe... ahh. — Ele limpa a garganta. —De nada.

—Um pouco de memória para nos manter quente, enquanto estamos viajando.

—E quando você estiver de volta, podemos começar a contagem regressiva para o dia de Ação de Graças e nosso encontro com meus pais. — Seus braços apertam em torno de mim. —Ou nós poderíamos fugir para Bora Bora.

—Isso é um plano. — Eu deslizo para fora de seu colo e toco meus dedos sobre os lábios. —Vou deixá-lo com seu trabalho.

—Amo você. — Ele sorri para mim quando me puxa mais perto de sua mesa novamente. —Eu estarei em casa às sete.


Capítulo 46

Gavin


O tempo todo em que eu estive no Japão, eu tinha essa esperança de que, de alguma forma, eu seria capaz de pousar em Toronto e surpreender Ellie em sua parada ali a caminho de Denver. Estamos em dois barcos atravessando a noite, ou, neste caso, dois aviões não completamente atravessando à tarde, porque eu estou preso em Vancouver.

Nós desembarcamos aqui para pegar o meu ministro da Defesa, mas quando os pilotos passaram pela lista de verificação pré-vôo, a luz de advertência não apagava.

Portanto, agora estamos na sala de espera da Primeira Classe no aeroporto de Vancouver, esperando meu avião ser consertado, e Ellie está decolando de Ottawa para Toronto, onde ficará por duas horas antes de voar para Denver para sua conferência.

Eu envio-lhe um texto que ela vai receber quando aterrissar.

BJ: Te amo. Arrase na conferência. Você é a especialista em comportamento social mais inteligente em todo o mundo.

É meloso, mas seja o que for, é a verdade de como a vejo.

*****

Quatro dias mais tarde, estou mais animado do que uma criança numa loja de doces, porque Ellie está voltando para casa. Ela teve uma conferência incrível, e quando eu falei com ela esta manhã, enquanto ela estava embarcando em seu voo no Colorado para voltar para casa, ela estava excitada com todos os seus planos e novos contatos.

Ontem, eu fui escolher um anel solitário de diamante. O bom senso me diz que eu deveria esperar um pouco antes de eu pedir-lhe para casar comigo. O bom senso pode se foder.

Eu a amo, mais e mais a cada dia. Ela me traz alegria, e eu quero fazê-la minha esposa. Desde que ela não ache que eu estou totalmente insano em agir assim tão rapidamente, nós podemos dizer às nossas famílias no Ação de Graças.

Enfio a cabeça para fora da porta do meu escritório. Eu estive saltando dentro e fora toda a manhã enquanto as coisas chegavam para mim, então Beth nem sequer olha para cima neste momento.

—Eu disselhe que eu estou esperando um pacote chegar?

Ela revira os olhos para mim. —Você quer dizer o pedido secreto não tão sutil de uma loja de jóias?

—Sim.

—Sim, você me disse ontem, quando você foi para a missão secreta que você estaria recebendo algo “mais cedo ou mais tarde". Entre aspas. E mencionou esta manhã quando chegou.

—Bom.

—Stew passou pelo corredor, para sua informação.

—Em sua forma habitual, ou de uma forma estranha?

—Tipo de uma forma estranha.

Eu vou nessa direção e encontro o meu Chefe de Gabinete furiosamente teclando em seu telefone, com o rosto vermelho tomate.

—Tudo bem? — Eu pergunto a ele.

Ele não responde.

—Stew?

Ele xinga e sacode a cabeça. —Gavin. Sim. Preciso de um minuto em privado com você.

Eu aponto para o meu escritório. Tão logo a porta se fecha, Stew olha para mim e diz: — Há um vídeo seu.

—Será que alguém me pegou jogando lixo no chão? Tenho certeza de que foi um acidente.

—Gavin. — Ele falou meu nome asperamente e eu me viro bruscamente.

—Há uma fita de sexo.

Sinto o sangue bombear nos meus ouvidos. Olho para ele, a raiva dispara todas as terminações nervosas dos meus braços. Minhas mãos se fecham em punhos enquanto eu processo o que ele acabou de dizer. —Como no inferno...

Nós fomos sempre tão cuidadosos. Não existem câmeras em minha residência ou escritório.

Eu levanto minha mão e aponto meu dedo indicador para Stew. —Quem tem? Eu o quero preso. —Ele não pisca, e eu ouço-me cada vez mais alto. —Esta é uma invasão de privacidade.

—Não é você e Ellie. — Ele estende seu telefone. —Eu não sei quem vazou, mas isso estará nos canais de notícias em dez minutos.

—O que?

—O vídeo. É você. Mas não é Ellie.


Capítulo 47

Ellie


Eu desço do avião em Toronto e vou para a área de espera para aguardar meu voo para Ottawa. Que estava lotado, e assim está o corredor. Eu não posso até mesmo chegar até a parede e puxar o meu telefone, não que eu realmente tenha tempo para isso de qualquer maneira. Meu tempo de conexão foi reduzido para pouco menos de uma hora esta manhã, então eu preciso me apressar.

Eu convenci Gavin de que eu não precisava de um guarda-costas para esta viagem, por isso estou sozinha, o que é bem legal. Fora de Ottawa, eu ainda me sinto anônima em sua maior parte, e na conferência no Colorado, eu era apenas Ellie. Acadêmicos não dão importância sobre com quem eu estou namorando.

A fila do Starbucks é incrivelmente longa, então eu continuo andando e cruzo o piso principal para descobrir em que porta irei embarcar. A tela continua passando os voos muito rápido, e eu faço uma volta completa lentamente, à procura de outra tela com os voos, quando uma quase tão grande muda de um comercial para o alerta de notícias de última hora.

É um vídeo de Gavin, e no começo eu não sei o que eu estou olhando, porque é ele, obviamente, mas ele é jovem. E... está nu.

Bem, não nu. Ele está vestindo calça jeans, mas ela está desabotoada, e a câmera está instável, por isso parece que ele está nu.

Pânico gelado desliza do meu peito e em volta do meu pescoço. E atinge meu rosto.

Meu namorado está fazendo sexo na TV. Meu namorado Primeiro Ministro está...

Essa é uma fita de sexo.

E Gavin está segurando o que parece ser um chicote. Minha garganta está seca, de repente, e eu começo a tossir, mas não consigo parar de olhar para a tela.

Gavin sorri para a sua parceira sexual segurando a câmera, aquele sorriso que é meu, e murmura as palavras “você gosta disso, menina má”?

Eu conheço essas palavras. Não é exatamente as mesmas, não nessa ordem, mas o sentimento é igual. Eu conheço a forma como sua boca se move quando ele está excitado.

Claro, meu cérebro está agora processando isso - sorriso, menina má, sorriso, menina má - até mesmo quando eu afasto olhando para a tela de grandes dimensões.

Alguém nas proximidades me reconhece? Oh, Deus, eu preciso me esconder. Eu coloco meus óculos de sol e giro em círculo novamente. Onde no inferno posso me esconder?

Eu preciso entrar em um avião em uma hora.

Quanto eu tenho de crédito no meu cartão? Eu faço alguns cálculos mentais e volto a caminhar rapidamente até o hall principal de embarque. Logo eu vejo outra lista de portões, e o meu está lá na frente. Eu estou correndo em frente por pura adrenalina agora, e eu não tenho certeza se o que estou prestes a dizer faz algum sentido, mas eu marcho até a funcionária da companhia aérea na mesa e bato minha bolsa no balcão.

—Há espaço em classe executiva? —Eu digo, minha voz tremendo um pouco. —Primeira classe?

Classe de namorada envergonhada? Isso existe? Eu vou entregar até meu último centavo da minha conta bancária, se isso existir.

—Sinto muito, esse voo é... — Ela faz uma pausa quando eu tiro meus óculos de sol. Então ela olha para o passaporte que estou empurrando debaixo de seu nariz. —Srta. Montague. Verei o que posso fazer.

Deus. A simpatia em sua voz me faz querer vomitar. Eu fui a última pessoa no país a ver a estreia do meu namorado no cinema pornô?

—Obrigada. —Eu rosno, porque eu ainda estou pensando sobre aparências.

Fodam-se as aparências.

Eu fico lá, recusando-me a virar e fazer contato visual com alguém na sala, e ela clica em seu teclado.

Clique.

Clique, clique. —Humm. — Clique. —Você não tem qualquer bagagem despachada?

—Não.

Clique.

O tempo todo eu estou morrendo por dentro. A sensação de pânico se transformou em raiva em brasa. É bom que eu esteja prestes a entrar em um avião com uma garrafa de qualquer álcool que tenham a bordo, porque se eu estivesse sozinha agora, eu estaria no telefone com Gavin, dizendo coisas que eu sei que vou me arrepender uma vez que o choque passar.

Acontece que eu não lido bem com ciúme.

Não estou particularmente orgulhosa desta descoberta.

O meu telefone vibra na minha bolsa. Talvez tivesse vibrado antes e eu não percebi. Mas agora ele não está parando. Eu não sei se é uma chamada ou mensagens de texto, mas não há uma chance no inferno de eu verificar isso agora.

A única coisa que me mantém de cair no chão chorando é o medo de eu desabar. Qualquer menção de Gavin ou a fita ou o que diabos está acontecendo, vai me desintegrar por dentro.

—Sim, temos um novo assento para você, Srta. Montague. Vou cancelar o antigo cartão de embarque... —Ela pega o cartão de onde eu coloquei no meu passaporte. —E aqui está a sua nova informação de embarque. Você pode esperar na sala de espera da Primeira Classe ali. —Ela faz uma pausa. —Há uma sala privada lá se você precisar fazer quaisquer chamadas de telefone.

Fantástico, porra.

Eu faço a minha melhor cara de rainha do gelo enquanto vou para a sala, e eu juro que aquela garota está enviando mensagens para sua amiga, porque uma mulher sai e segura à porta para mim, e aqui dentro está quieto e eu estou, para todos os efeitos, sozinha.

As lágrimas já estão caindo.

É coisa antiga, digo a mim mesma. Ele era muito mais novo no vídeo. Eu não sei quanto anos, mas... esse não é o meu Gavin.

Ele deve estar fora de si de raiva agora. Onde ele está? Ele está cercado pela imprensa? Preciso ligar para ele.

Digo a mim mesma para puxar o telefone da minha bolsa, mas fica onde está, porque eu estou congelada como uma estátua.

Imprensa.

Eu não posso pegar um avião para Ottawa, porque eu não posso descer de um avião em Ottawa. Hoje não.

Eu me viro e me movo tão rápido quanto é humanamente possível para o hall principal novamente. Eu empurro as portas de segurança e saio na frente do aeroporto. Mantenha-se em movimento, digo a mim mesma. Vai! Vai! Vai.

Eu chamo um táxi.

—Aonde você quer ir hoje, minha senhora? —O taxista pergunta enquanto eu enfio minha mala antes de mim no banco de trás.

Essa é uma pergunta muito boa. —Há um Shopping Center próximo, certo?

—Sim, senhora. Yorkdale.

—Sim. Leve-me lá.

Pego meu telefone enquanto ele se afasta do meio-fio. Há chamadas não atendidas de Sasha, minha mãe, por Deus, não... Gavin, Stew, do número do Parlamento, o que eu suponho ser de Beth, e Lachlan.

Tento mandar um texto para Sasha, mas eu continuo apagando o que eu escrevo.

Ela já me enviou três na última hora, todos curtos.

S: Ligue para mim quando você descer em Toronto

S: Você está bem?

S: Deixe-me saber o que você precisa

Eu fico olhando para elas e faço mais uma tentativa de uma resposta. Quando eu paro, pontos começam a dançar em seu lado da tela.

S: Eu posso vê-la digitando

S: Onde você está?

O táxi pára em frente ao shopping e eu tiro uma nota de vinte. —Fique com o troco. —Eu digo enquanto eu pulo para fora do táxi, minha bagagem de mão fortemente segura contra o meu peito.

Eu passo pela porta principal e viro na primeira loja de roupa que vejo.

—Eu preciso de um blazer preto. —Eu digo à funcionária, e ela pega dois e me mostra o provador. Eu espero ela ir embora antes de eu afundar no chão e apertar o botão de chamada na tela.

Sasha pega no primeiro toque. —O que você precisa que eu faça?


Capítulo 48

Gavin


—O que quer dizer com ela não entrou no avião?

Lachlan se mantém firme na minha frente. Decisão perigosa, do jeito que eu estou me sentindo agora. —Ela atualizou seu bilhete no portão, e depois desapareceu da sala de espera.

—Então ela está em algum lugar em Toronto.

—Sim.

—Encontre-a.

—Que motivos exatamente você está sugerindo que nós usemos para pedir recursos da polícia para encontrar sua namorada?

—Você não precisa de motivos, porra. — Eu olho para a porta fechada atrás dele e abaixo minha voz. —Como um amigo, Lachlan. Faça isso por mim. Porra, faça por Ellie. Vá encontrar sua companheira de quarto. Sasha tem recursos. Se Ellie está se escondendo, é com a sua ajuda.

—Talvez você devesse deixar que ela tenha algum espaço.

Minha pele arrepia e meu estômago revira com o pensamento de Ellie precisando de espaço, mesmo que eu saiba que essa é uma sugestão razoável. Eu não sou um homem razoável quando se trata dela. —Encontre-a. Descubra se ela está bem. —Minha garganta engrossa. —Então vamos nos preocupar com o que fazer a seguir.

Ele balança a cabeça. —Eu imediatamente aumentei sua equipe de segurança. Stew tem um relatório detalhado sobre os limites de suas atividades pelos próximos dias...

—Eu não preciso de um lembrete de que eu não vou a lugar nenhum.

—Tem certeza que não?

Eu conheço as regras. Estou pensando seriamente em quebrá-las.

—Encontre-a e verifique se ela está segura. Faça isso e eu não vou a lugar nenhum por enquanto.

—Esta é apenas uma notícia embaraçosa. Isso será esquecido.

—Para mim, será esquecido. Para Ellie... —Porra, eu quero vomitar. Estamos sozinhos no meu escritório, mas enquanto nós conversamos, Beth ouve um monte por aquela porta. Eu abaixo a minha voz novamente. —O vídeo foi feito quando eu estava na universidade. Foi um período em minha vida quando eu estava descobrindo muito sobre BDSM e tentando coisas diferentes.

—Ah. O chicote? É com isso que você está preocupado?

Eu balanço minha cabeça. —Não apenas isso, mas sim, eu nunca usei todos os brinquedos de impacto com Ellie. Mas isso não é comigo. Não significa que eu não seja um bastardo sujo, mas... as pessoas vão pensar que eu batia nela.

—Você bateu.

Eu cerro os punhos. —Não gostei disso.

—Isso não é um julgamento, não é?

—Porra.

—Desculpa.

—Não, não é um julgamento. E se Ellie queria esse tipo de liberação, eu daria a ela. Eu gosto disso. Mas agora as pessoas vão sempre se perguntar se eu usei um chicote nela, e não é nem mesmo verdade.

Ele balança a cabeça lentamente. —Eu vou encontrá-la. Nós vamos levá-la para sua residência em breve. Nós vamos tentar fazer isso de uma forma que proteja sua privacidade, mas as pessoas vão saber que você está lá. Mas é mais seguro do que aqui.

—Tudo bem. — Eu respiro fundo. Não é bom. Nada disso é bom e assim que Caroline e Stew entrarem, vamos começar a planejar uma queda sistemática de quem fez isto para mim.

Isso não vai acabar bem para eles.

Eu vou ficar bem.

E Ellie?

Porra.

Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Porque não há nenhuma tática de braço-forte, sem apelo encantador, nenhuma técnica de debate persuasivo eficaz o suficiente para superar um coração partido.

Se isso a tiver machucado, eu vou fazer qualquer coisa e tudo ao meu alcance para corrigir. Eu só não sei se vai ser suficiente.

E se ela não puder lidar com isso?

E se for demais para ela?

*****

Caroline e Stew têm trabalhado em uma declaração por mais de uma hora, enquanto eu assino cartas aos canadenses, porque eu não vou parar de trabalhar por causa dessa fuga estúpida.

O diretor de notícias da CAN News se recusa a dizer de onde tiraram o vídeo. Eu sei quem é a mulher, é claro, uma namorada de quando eu estava na faculdade de direito. Mas eu não acho que ela foi a pessoa que compartilhou isso, e eu não me sinto bem com o RCMP caindo sobre ela. A última vez que ouvi, ela estava casada e tinha um par de crianças.

Eu não preciso levá-la para baixo comigo.

Não que eu esteja caindo.

Babacas. Isso é lascivo e patético. Essa estação de notícias inteira deve ter sua licença revogada.

Caroline me assegura que a resposta imediata no Twitter é uma aversão à exibição do vídeo, mas o Twitter recebe várias respostas. Nós não sabemos o que a média canadense está pensando até chegarmos a uma sondagem.

Eu sempre soube que eu poderia cair do pedestal. Eu nunca quis estar nele em primeiro lugar, embora eu soubesse que usei isso a meu favor na eleição.

Talvez isso seja o karma. Vingança por fingir ser alguém que não sou.

—Temos um projeto de declaração para você. —Diz Stew, chamando a minha atenção para o grupo nervoso andando lentamente para minha biblioteca de casa.

Eu estendo minha mão.

Ele não me entrega. —Nós temos outra opção...

Eu estalo os dedos. Não temos tempo para esta merda.

A afirmação é curta. Mas é inaceitável. —Isso soa como um pedido de desculpas.

—Bem...

—Eu não vou pedir desculpas! — Eu amasso o papel em uma bola e o deixo no chão. —Mostre-me o outro.

É ainda pior.

—Isso não vai funcionar. Vou escrever um por minha conta.

—O tempo é a essência. —Diz Caroline.

Stew acrescenta: — Você precisa assumir o controle da história antes que fique fora de controle.

Eu bato minha mão na minha mesa. —Mas você quer que eu comente sobre meu próprio comportamento, em vez do fato de a chamada organização de notícias, se virar para os truques de tabloide fodidos?

—Essa é a abordagem a seguir. Você quer ir por esse ângulo?

Eu não tenho ideia do caralho. —Eu não vou dizer nada até que eu saiba onde Ellie está, fui claro?

—Eu estou aqui.


Capítulo 49

Ellie


O motorista de Sasha me trouxe para a 24 Sussex no final do dia. Ela queria esconder-me em sua casa de campo, mas eu não poderia ficar mais um minuto sem ver Gavin.

Havia uma multidão de imprensa do lado de fora dos portões, e eu resisti a cada impulso do meu corpo para escapulir para o meu apartamento.

Eu estou envergonhada, ciumenta e até mesmo um pouco irritada, mas ninguém precisa saber disso. E apesar de todos esses sentimentos, eu sei que ele não fez nada de errado, e certamente não merece ter sua vida privada colocada sob uma lupa.

Ninguém vai publicar uma história amanhã onde eu me encolhia e cobria meu rosto quando chegava. Eu não vou dar-lhes o meu embaraço e deixá-los descaracterizá-lo como julgamento.

Eu espero o motorista abrir a porta, então eu saio e casualmente caminho até o porta-malas do sedan com ele, conversando e rindo.

O tempo todo, a imprensa está gritando meu nome do portão. Eles realmente não podem me ver, mas eu posso ouvi-los claro como o dia.

—Srta.Montague! Algumas perguntas!

—Será que você sabia sobre a fita?

—Você conhece a mulher envolvida?

Será que o Primeiro Ministro sempre a chamou de menina má? Eu posso sentir o rubor subindo pelo meu peito, mesmo que ninguém esteja realmente expressando essa pergunta. Eles estão apenas gritando sobre isso.

Eu não viro naquela direção. Em vez disso, eu aperto a mão do motorista e levo minha mala até a porta da frente da residência oficial do Primeiro Ministro do Canadá, onde eu pertenço.

Não tenho a certeza do que fazer.

A pequena biblioteca de Gavin está cheia de funcionários do PMO. Eu os assisto das sombras antes de entrar na sala e falar. —Eu estou aqui.

No primeiro tique do músculo da bochecha de Gavin, todos eles se levantam como um só, e em silêncio saem. Um deles fecha a porta atrás de mim, e nós estamos sozinhos.

Ele parece assombrado. Ele está com as mangas da camisa arregaçadas e a gravata solta no pescoço, o botão superior desfeito por trás dela.

—Ellie... — Sua voz quebra e eu me perco.

Lanço-me através da sala e em seus braços. Lágrimas deslizam pelo meu rosto enquanto ele me envolve em um abraço de aço, tão forte que doeria se eu não precisasse me sentir segura agora.

—Eu sinto muito. Eu sinto muito... —Ele sussurra em meu cabelo, uma e outra vez até que as palavras somem.

Eu balanço minha cabeça. Eu não quero falar sobre o vídeo no momento. Eu só quero abraçá-lo.

—Você está bem? — Ele se afasta um pouco e toca meu rosto, cobrindo-o com uma das mãos enquanto ele move meu cabelo do meu rosto com a outra. Seus dedos são suaves, mas seu olhar queima em minha pele. —A imprensa te encontrou?

—Só nos portões.

—Deus. — Ele me puxa de novo contra seu peito. —Ellie.

Nós ficamos lá, por um longo tempo e não é tempo suficiente. —Você não fez uma declaração ainda.

—Continuamos andando em círculos sobre o que deveria ser. Eu não quero dizer nada.

—Então, não diga. — Eu beijo seu pescoço, queixo, dou beijinhos de leve enquanto eu o puxo para baixo para o meu nível e pressiono minha testa contra a dele. —É o que é, e isso vai desaparecer com o tempo.

—Foi há muito tempo. Você tem que saber disso.

Eu sei. Eu concordo. —Você não precisa...

—Eu preciso. — Há uma batida na porta e ele xinga. —Mais dois minutos!

—Você quer que eu vá?

Seu domínio sobre mim me aperta. —Nunca. Ouça. Juro a você, eu tinha esquecido tudo sobre esse vídeo. Havia alguns deles, nenhum deles mais sujo do que isso... Foi uma coisa com a minha namorada na época. Ela os excluía depois.

Inquietação toma conta de mim, torcendo minhas entranhas e meu coração. —Eu não quero saber.

Outra batida, e desta vez ele diz porra mais alto, seguido por um suspiro.

—Entre.

É um grupo menor do pessoal do PMO que vem, liderado por Stew e Caroline. Para seu crédito, ambos me olham nos olhos e me dão um sorriso.

—Outra notícia interrompeu o ciclo de notícias. —Diz Stew.

—Encontraram um grande escândalo sobre outros caras.

—Eu não vou me rebaixar a esse nível.

—Não tropece em seus princípios. —Murmura Stew quando Caroline fica entre eles.

—Nós não podemos apenas alegremente seguir em frente como se nada tivesse mudado. —Diz ela.

O que mudou exatamente? Eu seguro minha língua, porque eu não estou aqui como uma funcionária. Eu sou a namorada, a cara-metade ligada emocionalmente. Eu sou a mulher que precisa ficar ao lado dele enquanto ele faz uma conferência de imprensa e mostra que alguém ainda o ama.

É claro que eu ainda o amo. E eu o amo por causa de seus princípios.

—Certo. —Diz Stew.

—Certo? —Pergunto. Aparentemente eu não posso segurar minha língua. Estou surpresa que eu soei mais confiante do que eu me sinto, mas minha voz é segura e sólida, então eu continuo. —Talvez Gavin não devesse falar nada. Não é algo para se desculpar. É uma violação terrível da privacidade de duas pessoas, isso tem zero influência sobre sua capacidade de liderar o governo, e não é notícia.

—Isso soa muito bem na teoria. —Stew diz, sua franqueza característica martelando na minha muito delicada compreensão sobre uma esperança superfina de que esse plano fosse funcionar. —Mas isso é notícia, então... Ele precisa resolver isso.

—E o que ele deveria dizer? Sim, eu fiz sexo? Eu sou um homem adulto? Todo mundo nesta sala tem relações sexuais, também, e não é notícia.

Stew dá de ombros. —Ninguém mais nesta sala toma as decisões que ele toma.

Gavin me solta e empurra sua mesa para trás. Um estalo preenche o silêncio, e eu percebo que ele está esmagando sua cadeira entre a mesa e a parede. Sua cadeira, agora está quebrada. Ele está furioso, e isso não é novo.

—É isso aí. Acabamos com esta conversa por agora.

—Não é isso. — Eu me viro e fico na frente dele, e o resto da sala desaparece. Somos apenas nós dois, e é uma porcaria que estamos fazendo isso na frente de sua equipe, mas isso é o que é amar o PM. Zero privacidade e brigas avaliadas por três níveis de especialistas em comunicação. — Não há nada de errado em dizer que você é humano, Gavin. Mas se esconder não é a resposta.

—Eu não estava me escondendo. Eu estava esperando por você.

—E agora eu estou aqui.

—Nós precisamos conversar.

—Nós vamos. Mas vamos tirar isso do caminho para que eles possam começar a suavizar a mídia para a nossa resposta.

—Nossa resposta? — A surpresa e alívio por todo seu rosto me batem no peito.

Eu estendo minha mão, apertando os dedos em torno dos seus quando ele a segura. —Sim.

—Sinto muito sobre isso.

—Você precisa dizer isso ao seu país.

—Não é da conta deles.

—Diga a eles que você sente muito que a sua namorada teve que ver um vídeo de quinze anos atrás. Diga-lhes que você está envergonhado. Diga-lhes que não é algo que você pensou desde que estava na faculdade de direito, e mesmo que você se lembrasse dele, você ainda teria concorrido. Porque ter um esqueleto embaraçoso em seu armário não é nada. Somos todos humanos. Todos nós cometemos erros. Mas se você não disser, aí sim, terá repercussões. Então você estará sendo deliberadamente obtuso. Você pode ser honesto que isto lhe deixou mais cínico sobre privacidade. Mais preocupado com o compartilhamento digital de conteúdo pessoal.

Ele cerra os dentes, seu queixo flexiona enquanto ele procura o meu rosto. —OK.

—OK?

Ele balança a cabeça. —Eu vou dizer isso. — Ele vira a sua atenção para Stew. —Isso funciona para você?

Meu ex-chefe concorda. —Cada palavra.

—Então, saiam e deixem-nos em paz.


Capítulo 50

Ellie


Eles não apenas deixaram a biblioteca. Ouço Stew reunir todos e eles desocupam a casa. Em algum momento, Stew estará de volta para nos contar os detalhes do plano da conferência de imprensa, mas por agora, nós estamos sozinhos.

Exceto pelo oficial de RCMP de pé na porta da frente.

Gavin me pára quando chegamos ao corredor central, prestes a ir para cima, e ele aponta para o segurança dentro do foyer. —Você pode esperar lá fora.

—Sim, senhor.

Ele leva o seu tempo andando de volta para mim enquanto eu espero por ele na escada. Seu rosto está torcido de preocupação, e de repente, ocorre-me - por que eu não pensei nisso antes, eu não sei - que este pode não ser o fim disso.

—O que foi? — Eu pergunto, com minha voz vacilante na quietude tranquila desta casa grande demais, intensa demais.

Ele colide contra mim, suas mãos deslizando em meu cabelo, enquanto seus lábios abrem os meus. Seu beijo é uma marca ardente. Minha.

Eu me apego a ele, e ele me ergue, segurando-me firmemente contra a sua frente. Eu envolvo minhas pernas em volta de sua cintura enquanto ele sobe para o segundo andar, e não me coloca para baixo até que estamos em seu quarto. Ele me coloca na frente de uma cadeira, não na cama, e eu afundo nela.

Ele puxa uma poltrona e a coloca em frente à outra cadeira, e senta-se bem na minha frente, suas pernas abertas, nossos joelhos tocando. —Eu preciso te contar uma coisa. Eu deveria ter dito meses atrás.

—O quê? — Eu não tenho certeza quanto mais eu posso tomar. Não. Isso não é verdade. Eu sou forte o suficiente para resistir a qualquer tempestade. Mas eu não quero. Sozinha não. Não quando a tempestade está vindo do homem que eu vim a contar como o meu refúgio.

—Na semana depois que você começou aqui... depois daquele dia no escritório de Stew, eu voei para Vancouver. Max arranjou uma mulher para mim.

—Ele olha diretamente para mim, inabalável, o que eu tenho certeza de que não é uma boa reação. Medo gelado está deslizando através de mim novamente.

Sério? O que diabos você estava pensando? Mas eu não digo isso, eu não digo nada, porque ele claramente não terminou. Leva até a última gota da minha força de vontade para permanecer em silêncio.

—Ela estava em sua casa. Ele não. E no final, nem eu. Eu dirigi para lá, e continuei dirigindo. Fiz Tim dirigir bastante naquela noite. E então eu voei de volta até aqui. Voei de volta para você, mesmo que eu não pudesse tê-la. Mas é possível que em algum momento, isso virá a público. Eu queria que você ouvisse isso de mim. Se eu tivesse pensado por um segundo, nada disso teria acontecido, eu teria dito a você primeiro. Sobre o vídeo... sobre tudo.

—O que mais? — Minha voz é fraca e fria. —Vamos colocar tudo sobre a mesa. Nós nunca falamos sobre o nosso passado, porque eu pensei que era isso o que era - passado. Mas eu não acho que é assim que funciona para mim. Eu não acho que tenho o luxo de realmente apenas seguir em frente com minha vida, porque cada polegada de sua vida vai ser mostrada. Passado, presente, futuro. Certo? Então o que mais eu vou saber?

Ele nem sequer pisca. —Eu estava em um relacionamento casual com uma mulher há dois anos, que terminou em janeiro. Eu acredito que nós terminamos em termos amistosos. Durante esse tempo eu fui fiel a ela, mas nossos encontros eram... esporádicos. É possível que ela possa levantar questões sobre isso agora, dada a intensidade do meu relacionamento com você, e o que havia no vídeo.

Eu procuro as palavras certas e tropeço. —Esporádicos? Como se fosse casual?

—Sim, casual, e estritamente baunilha. — Ele empalidece. —Eu a namorei, porque isso parecia seguro. Apropriado para alguém com aspirações políticas. Eu a usei, de certa forma, o que não me fez sentir bem.

—Não, eu imagino que ela esteja se sentindo bastante horrível agora, sabendo que há um lado completamente diferente de seu ex que ela nunca viu. — Eu sei o que significava ele não se sentir bem com isso, mas ele não é o único afetado por tudo isso, e eu não me permiti chatear hoje. Alguma coisa eu tenho que dar a ele e, aparentemente, é a minha paciência. — Quantas submissas você teve?

—Não foi nada disso. Aquela mulher no vídeo não era uma sub, exatamente.

—Quem é ela?

—O nome dela é Valentine DeMasco - ou era. Ela é casada, e agora eu não sei se ela mudou de sobrenome. Eu a vi brevemente em um evento de dez anos de formatura da nossa classe há cinco anos. Ela é uma advogada em Vancouver, e mãe de dois filhos. Nós namoramos por seis meses na escola de direito. —Ele hesita por um segundo antes de acrescentar: — Ela tinha um lado exibicionista nela. Nós nos gravamos às vezes. Nós sempre excluímos depois. Esse vídeo talvez ela tenha mantido, pois não mostrou qualquer sexo? Eu não sei.

—Você falou com ela hoje?

Ele balança a cabeça. —Não. Não há nenhuma identificação dela nele, e eu estou supondo que não foi ela quem vazou. Talvez ele tenha acabado on-line de alguma forma, e um repórter tropeçou nele. Talvez alguém estivesse com ele por um tempo. —Ele dá de ombros. —Mas eu não vou dar a ninguém a sua identidade se eu puder poupá-la da humilhação.

—Você acabou de me dizer.

—Porque você é... — Sua testa enruga. —Claro que eu disse a você.

—É claro?

Ele pega minhas mãos, os dedos quentes e fortes envolvendo em torno dos meus. —Sim.

—Você não respondeu a minha pergunta. — De repente, tem uma grande importância que eu saiba sua história.

—Submissas? Nada como isso. Sem relacionamentos.

Puxo minhas mãos do seu alcance. —Agora parece que você está evitando a questão.

—Eu não estou. Não é uma pergunta que tem uma resposta direta e fácil.

—Quantas subs, Gavin? Quantas mulheres você espancou e chamou de menina má? Quantas mulheres conhecem seu lado excêntrico e podem dizer que o Primeiro Ministro deu-lhes algumas marcas? —Eu estou ficando ferida, enterrando-me na cadeira, mas eu não deveria ter que soletrar esse último ponto, pelo amor de Cristo.

Ele tem a decência de, pelo menos, parecer um pouco embaraçado.

—Elas eram em sua maioria mulheres em clubes.

—Clubes de sexo.

—Eles são privados.

—Privados como a fita de sexo ou o trio com sua estagiária e seu chefe de segurança?

Sua mandíbula aperta. —Você está transformando isso em uma briga?

—Não. — Sim. Talvez. Eu não sei. —Você é tão confiante de que nada está errado, mas então eu tenho que vê-lo segurando um chicote, enorme, no meio do Aeroporto de Pearson. Você pode ver onde eu estou brigando com a coisa toda de privado?

—E isto é embaraçoso para mim, também.

—Eu sei.

—Isso é realmente sobre o que, Fadinha?— Ele cai de joelhos na minha frente, empurrando a poltrona para fora do seu caminho. Ele é grande e quente contra as minhas pernas, e eu só quero me dobrar sobre ele e nunca o deixar.

Eu resolvo passar minhas mãos pelo seu cabelo, então eu traço os contornos de seu rosto com as pontas dos dedos. —Ainda há tanta coisa que eu não sei sobre isso, não é?

—Não. — Ele balança a cabeça. —Eu tenho trinta e nove anos. Eu tive uma quantidade razoável de sexo seguro com parceiras consensuais. Algumas delas queriam um pouco de dor com o seu prazer. Às vezes eu queria dar isso a elas. É isso aí. Eu nem sequer tinha minhas próprias calças de couro, Fadinha. Eu não sou diferente do homem que estava com você duas semanas atrás.

Quando eu era a única de joelhos, sugando-o em seu escritório no Bloco Central. Minha voz falha quando eu exprimo o que realmente está segurando meu coração. —Eu sou o suficiente?

Ele geme e aperta os braços em volta da minha cintura. —Você é tudo.

—Eu não sou, no entanto. Você já fez coisas que nunca iremos fazer juntos, e eu sabia disso antes, mas agora que eu já vi isso com meus próprios olhos, eu não posso desfazer isso.

—Não, Ellie... não. Não é assim para mim.

—Você me fez fazer uma lista de tudo o que eu queria fazer, Gavin. — Minha voz oscila, e eu percebo que estou chorando. Quando as lágrimas começaram a cair? Eu não posso nem senti-las, estou tão entorpecida.

—Mas eu não sei sua lista.

—Eu não tenho uma.

—Você quer me chicotear?

—Eu estou aqui, de joelhos, dizendo que você é meu tudo.

—Eu sei que você me ama. Isso não responde a pergunta.

—Eu... experimentei atos específicos, assim como uma aula de yoga e Pilates, caminhada e esqui alpino. Não é o esporte que importa. Não se trata de satisfazer uma perversão específica, Ellie, é sobre encontrar a mulher que me dá vontade de satisfazer suas fantasias.

—Eu não tenho fantasias.

—Claro que você tem. Ser um personagem e ser amarrada. Palmada. —Ele se senta de novo e envolve minhas mãos nas suas, apertando seu poder sobre mim, então eu não posso me afastar enquanto ele me puxa para mais perto, me movendo para a borda da cadeira. Sua voz é baixa, áspera, e íntima, mas ainda rouca. —Você é uma submissa natural, morrendo de vontade de ter algo em todos os seus buracos.

Eu estremeço ao ouvir as palavras grosseiras, mas é verdade. Meu corpo reage à memória de cada um desses atos de uma forma primitiva.

—Minha fantasia é simplesmente estar no controle. Fazer tudo isso para você. Empurrá-la para o limite de seus limites, para que você possa sentir tudo. Mas eu não sou um sádico. Eu não quero feri-la, e não, eu não vou nunca querer chicoteá-la. Meu braço está mais do que um pouco fora de prática.

—Você já fez isso antes?

—Sim. Lembra que eu disse a você sobre o casal que me orientou no começo da minha exploração?

Lembro-me agora. Brinquedos de impacto, ele tinha dito. —Brinquedos.

Seu aperto intensifica. —Esse é o termo.

—Para chicotes? — Isso é real?

—E açoite, cordas, pás, bastões, chicotes... — Eu não sei por que eu estou sem palavras, mas eu estou, e ele para. —Demais?

—Dia longo. — Isso é um eufemismo sério.

Ele suspira e me puxa para perto. —Podemos deitar um pouco?

—Sim. — Eu caio contra ele. —Definitivamente sim.


Capítulo 51

Gavin


Deitar um pouco se transforma em Ellie adormecendo, enterrada profundamente em meu peito.

Isso significa que ela está dormindo com um anjo quando Stew retorna, o que é melhor. Desço tempo suficiente para confirmar que nós vamos fazer uma conferência de imprensa em conjunto na tarde seguinte, então eu volto para nossa cama e me enrolo em torno dela novamente.

Nós sempre dormimos nus.

Hoje à noite não, e isso é uma coisa pequena que parece tão enorme que meu peito dói.

Eu adormeço após a luz exterior dar lugar à escuridão, e eu estou desorientado quando acordo com um sobressalto, os restos de um pesadelo ruim zumbido nos meus ouvidos.

O relógio de cabeceira me diz que são três da manhã. Eu sinto que eu quase não dormi nada. Ellie está enrolada como uma bola, ainda de frente para mim, mas seus joelhos estão puxados para cima e suas mãos estão fechadas em punhos. Eu passo minha mão sobre seu braço, seu lado, seu quadril. Eu quero puxá-la contra mim de novo, tão forte que ela cole ao meu corpo, mas eu não quero acordá-la.

Vai demorar muito para consertar as coisas.

Para corrigir isso.

E não é, provavelmente, a última vez que vou enfrentar um desafio como este, embora eu esteja confiante de que ela conhece todos os esqueletos no meu armário, e quando eu não estiver cheio de raiva, eu possa ver que não são tantos.

Eu não fiz nada de errado.

Eu nem sequer fiz algo errado quando se trata de Ellie, embora esta seja uma lição para que eu seja mais aberto e transparente com ela.

Mas ainda assim, estamos sendo sacudidos por ondas causadas por outros, e isso é assustador.

Fiquei ali, tocando-a suavemente, olhando para ela, até o amanhecer.

Quando ela suspira e desenrola seu corpo, finalmente relaxo depois de horas sendo torturado, e durmo novamente, com Ellie caída sobre o lado esquerdo do meu corpo.


Capítulo 52

Ellie


Eu acordo de manhã e Gavin está do meu lado.

—Café da manhã? —Ele pergunta baixinho enquanto tira uma mecha de cabelo do meu rosto.

Devo parecer uma bagunça total. —Banho primeiro?

—Certo.

—Você quer se juntar a mim?

—Sempre.

Ele mantém suas mãos sobre mim, de uma forma ou de outra até que estamos no banheiro, então ele lentamente, reverentemente, retira minhas roupas com as quais adormeci na noite anterior. Eu me atrapalho com suas roupas, mas ele faz a maior parte do trabalho, também, e quando o chuveiro está quente, ele me guia sob o spray e me lava de todas as maneiras, até que eu estou limpa demais.

Enquanto ele lava o resto do sabão, ele começa a falar de novo, como se ainda estivéssemos tendo a conversa do dia anterior.

—Eu nunca quis isso, você sabe. Enquanto crescia, eu sempre pensei que seria Pia quem iria seguir os passos dos meus pais. Mesmo quando eu concorri para o cargo pela primeira vez... Eu não achei que fosse ganhar. Eu nunca pensei que me tornaria o líder de fato de uma nação, e acabaria aqui dois anos mais tarde.

Eu pisco através do vapor para ele. Quer dizer, eu sabia um pouco dessa história, mas não toda, e isso me parte o coração. —Gavin... você quer isso agora, certo?

Porque se não quiser, a vida é curta demais para esta merda.

Ele me dá um olhar torturado que diz tudo. —Com todo o meu coração. — E a quase qualquer preço. Ele começa a falar novamente e eu não preciso ouvir mais nada. Eu pressiono contra ele, silenciando-o com um beijo de boca aberta e molhada.

—Ok. —Eu sussurro enquanto eu beijo sua mandíbula. Seu pescoço. Eu pressiono o meu rosto em sua pele molhada e aceno. —Então eu quero isso para você também. E nós vamos sobreviver a isso.

Seus braços apertam em torno de mim e nós estamos sob a água até que ela começa a ficar fria.

Quando saímos, ele me envolve em seu robe antes de enrolar uma toalha em torno de sua cintura. Meus olhos caem sobre o tecido lá, e no que está escondido abaixo. No cume do músculo e da borda escura de pêlos pubianos.

—O que você quer comer?

Você é provavelmente uma resposta inadequada no momento. Mas de repente eu o quero. —Eu não estou com fome.

—Tem certeza? — Ele limpa a garganta. —Olhe para mim.

Eu olho para ele.

—Com fome para algo mais, Fadinha?

Eu alcanço um frasco de hidratante que eu deixei aqui e passo o creme sobre o meu rosto, em vez de responder. Eu não quero mentir para ele, mas sexo agora poderia levar-nos para longe do assunto.

—Pode ser bom para nos reconectarmos. —Diz ele em voz baixa, aproximando-se. Ele coloca o lábio inferior entre os dentes enquanto puxa o cinto do meu roupão de banho. —Se você quiser.

É o melhor convite de sexo baunilha que ele já me deu.

Eu inclino minha cabeça para o lado, tentando decifrar como me sinto sobre isso. —É isso que você quer?

Ele me puxa para mais perto. Um pouco mais forte. Um pouco menos baunilha. —Eu quero que você saiba que eu sou seu em todos os sentidos. Eu quero que você saiba que você é meu tudo. Eu vou continuar dizendo isso até que você acredite em seu coração, que eu faria qualquer coisa por você.

—E se eu surtar? Começar a chorar porque eu não posso tirar essa imagem de você com outra pessoa da minha cabeça?

—Então nós vamos fazer tudo o que precisamos fazer para substituir essas imagens por outras que não a façam chorar.

—Eu não sei...

—Eu sei. — Suas mãos estão fechadas em punhos no veludo do roupão agora, e sua expressão é feroz. —Deixa eu te amar, Ellie.

Concordo com a cabeça uma vez.

Ele exala e abre o roupão, deixando-o cair em volta dos meus pés. —Vire-se, Fadinha.

Eu me viro para o espelho e ele chega atrás de mim para pegar o meu pente. Eu assisto, de olhos arregalados, enquanto cuidadosamente ele desembaraça meu cabelo, começando na parte inferior, em seguida, penteando mais e mais do mesmo, até que ele está começando no meu couro cabeludo e, lentamente, deslizando os dentes do pente através dos meus cabelos até as pontas no meio das minhas costas .

É um ato simples. Do tipo carinhoso, e não abertamente sexual. Mas com cada passada, os meus seios ficam pesados e meus mamilos enrugam. Arrepios percorrem minha pele, atingindo todo o meu torso. Gavin me acaricia aqui e ali com as pontas dos dedos.

Cada carícia é uma promessa. Aqui, vou te beijar. Aqui, vou te lamber. Aqui, eu vou te amar.

Ele está me olhando no espelho enquanto reúne meu cabelo, em primeiro lugar tudo em uma única mecha, em seguida, ele começa a dividi-lo entre as mãos. Nossos olhares ficam travados um no outro, enquanto ele trança os fios. Puxa, passa por cima, e volta. Próxima mecha de cabelo, de volta para o outro lado. Cada movimento arrepia minha espinha e me faz ficar um pouco mais excitada.

Há uma presilha de cabelo ao lado do meu hidratante e ele pega, mas não a usa para prender o fim da trança.

Ao contrário, ele curva a trança por cima do meu ombro. —Eu nunca tive coisas de mulher no meu banheiro assim. — Ele abre a presilha e desliza a mão no meu peito, até que ela está paralela aos meus mamilos, entre os meus seios. —Um dia, eu deveria ver que tipo de diversão eu posso ter com isso.

Ele abre e fecha a presilha com um estalo e eu pulo com o som nítido.

A explosão de adrenalina aumenta minha fome, mas me deixa cem por cento pronta para qualquer coisa. —Sim, senhor.

Suas mãos caem para meus quadris, e ele me puxa de volta contra ele. Pele quente e músculo duro. O roçar suave de sua ereção coberta pela toalha contra a curva da minha bunda. Ele abaixa a boca ao meu ouvido.

—Qualquer coisa na sua cabeça que você não quer que exista agora, Fadinha?

Eu balanço minha cabeça. Só ele. Somente nós. —Não, senhor.

Ele corrige minha trança e finaliza com a presilha. Isso não vai segurar, mas não importa.

Nada importa além dele me virando e me içando sobre o balcão. Seus quadris entre minhas coxas. Sua boca na minha, seus lábios e língua. A raspagem forte de seus dentes contra o meu lábio inferior, meu pescoço.

O espelho frio contra as minhas costas.

Suas mãos nas minhas, me pressionando mais forte contra o vidro, e depois me liberando com um gemido quando os nossos beijos ficam desesperados e necessitados. Ele traz as minhas mãos para a sua toalha e eu a arranco, então circulo seu pênis com os dedos.

Ele pulsa no meu punho, quente e duro.

—Não aqui. —Ele rosna enquanto eu esfrego a coroa grossa de sua ereção contra o meu sexo. —Na nossa cama.

Essas duas palavras enviam calor em linha reta em minha barriga. Nossa.

Nós caímos juntos entre os cobertores, membros entrelaçados antes de estarmos ainda totalmente na horizontal. Nossa respiração desacelera, sincroniza, enquanto Gavin fica entre as minhas pernas, abrindo-as ainda mais. Eu envolvo meus braços ao redor de seus ombros, querendo tanto contato entre nós quanto possível, enquanto ele coloca seu pênis contra a minha entrada e lentamente entra em mim.

Temos isso. Ninguém pode tirar isso de nós. Ele me observa com tanto cuidado enquanto eu estico ao redor de seu pênis. Enquanto eu mexo meus quadris para levá-lo ainda mais profundamente.

Meus braços caem para trás contra a cama quando ele surge em cima de mim novamente, e ele me segue para baixo, suas mãos encontrando as minhas e segurando forte enquanto ele faz amor comigo.

Ele é quente e forte acima de mim, flexionando seus músculos e rolando enquanto encontra todos os lugares que fazem a minha respiração engatar, e minha barriga torcer em nós. Eu coloco minhas pernas mais elevadas em torno de seu torso, querendo mais do que isso, sim, bem aí, e ele lê meu corpo e mente.

Isto é perfeito, eu acho. Lá fora, o mundo ainda gira, e amanhã eu vou ficar louca novamente. Mas não por causa dele. Por ele. Com ele.

Mas nós vamos ficar juntos porque temos esta verdade entre nós. Isso é o amor, e sempre será.


Capítulo 53

Gavin


A conferência de imprensa não vai tão bem. Eu vejo a hostilidade em alguns dos rostos dos repórteres, e Ellie está nervosa, mas nós sobrevivemos e Caroline está entusiasmada com a resposta viral ao nosso desconforto.

—As pessoas realmente se identificam com o quão doloroso isso foi para ambos. —Diz ela, e eu tento não moer os dentes.

—A outra coisa que as pessoas estão respondendo bem, é ao rumor de que seus pais estão vindo para Ottawa para encontrá-la na Ação de Graças.

—Sim.

—Nós gostaríamos das fotos.

—Não.

—Por que não?

Porque eu acho que seu pai me odeia e isso vai ser estranho. —É um evento familiar privado.

—Que tal uma entrevista com os dois, preparando-se para o seu primeiro jantar com a família? Isso é algo que várias pessoas podem se identificar.

Eu começo a fazer um comentário espertinho sobre ser um pouco velho para isso, mas eu paro porque Ellie não é e, francamente, tão constrangedor quanto isso é, esta é a minha primeira vez tendo um jantar de família com uma namorada séria. Apontar minha idade não vai ajudar a situação.

—Vou perguntar a ela.

—Ela já disse que vai ficar bem.

—Você perguntou a ela?

—Na verdade, o repórter perguntou e Ellie transmitiu para mim.

Eu estou fora da minha cadeira e gritando antes que eu possa me controlar. —Os repórteres não podem entrar em contato com ela!

Caroline apenas revira os olhos. —Ela é uma mulher adulta, Gavin, e uma profissional. Ela sabe como lidar com contatos desse tipo. É um efeito colateral de ter uma posição pública com um endereço de e-mail público. Não é grande coisa.

É um grande negócio. —Eu vou falar sobre isso na entrevista esta tarde.

—Esse é um bom uso de sua plataforma nacional.

—Obrigado. —Eu digo, ignorando seu sarcasmo. —Algo mais?

—Não agora. Tenha um bom “Grupo de Perguntas”.

Eu pretendo. A Casa está de volta em sessão e meu governo, verde e jovem como é, está detonando e ganhando nomes. Nós vamos errar ao longo do caminho, mas desde que seu líder passou o verão fodendo repetidamente como um adolescente maldito, e ainda conseguiu sair disso focado em política e governança, eles podem e vão sobreviver aos seus próprios solavancos, também.

*****

Três dias mais tarde, eu estou varrendo as folhas no quintal da 24 Sussex para uma sessão de fotos. Longe da câmera, Max está rindo de mim e ao meu lado, Ellie está mal conseguindo mudar seu olhar divertido em algo mais agradável.

—Eu estou usando exatamente a roupa errada para isso. —Eu rosno.

Ela pega uma folha do meu suéter de cashmere e assente. —Sim. Você totalmente está. —Ela olha de soslaio para o fotógrafo e lhe dá um sorriso tão perfeito, que eu sei que o que ela está prestes a pedir será concedido. —Podemos ter cinco minutos para uma troca de roupa rápida?

—Definitivamente. — Ele sorri de volta. —Você sabe o que é melhor, Srta. Montague.

Eu espero até que nós estamos dentro para salientar que é rude dele flertar com Ellie na minha frente.

—Ele não estava flertando. —Ela diz com uma risada enquanto abre minha cômoda. —Aqui, use esta camisa Henley. E por baixo dela... esta preta.

—Posso colocar um jeans?

Ela me dá um olhar cuidadoso. —Certo. Mas então eu provavelmente deva fazer o mesmo, certo?

Nossas roupas cuidadosamente coordenadas caem no chão e colocamos roupas normais. Jeans mais escuro para mim, para ela mais leve e camisa de algodão.

—Isso pode ser muito casual. —Diz ela, verificando sua vestimenta no espelho. —Mas somos nós, e é real, e isso é tudo que importa.

Palavras mais verdadeiras nunca foram ditas. Pego minha gravata, agora descartada e a dobro, usando isso como uma desculpa para ir para o meu quarto de vestir novamente.

Quando eu volto para o nosso quarto, ela está estendendo a mão para mim. —Pronto?

—Definitivamente. —Eu digo, pegando sua mão. Mas em vez de segui-la para descer as escadas, eu a seguro firme e afundo um joelho. Meu coração está acelerado, de nervos e emoção. Eu respiro fundo e aperto sua mão. —Eu estive esperando o momento certo para fazer isso, Ellie Montague. Pensei em uma dúzia de ideias diferentes, todas sofisticadas e elaboradas. Mas você está certa. Isso somos nós. Isso é real. E eu não serei sempre capaz de ser esse cara para você. Jeans e uma camiseta. Varrer folhas e ser bobo. Mas eu quero ser, sempre que puder, pelo resto da minha vida.

Ela está olhando para mim, com os olhos arregalados e um sorriso surpreso explodindo em seu rosto. —Gavin...

—Antes, eu não era um homem completo. Eu tinha todas essas partes diferentes, e eu não poderia imaginar como elas se alinhariam. Eu as coloquei juntas como eu poderia, e fingi que era assim que deveria ser. —Eu viro sua mão e cubro sua palma com minha outra mão, pressionando o anel entre os nossos dedos. —Acontece que eu precisava de suas peças também. Para concluir meu quebra-cabeça e preencher as lacunas no meio também.

Seus olhos estão brilhantes com lágrimas não derramadas. Ela nunca esteve mais bonita, mas eu poderia me arrepender por fazê-la chorar no meio de uma sessão de fotos. Valeria a pena se ela disser que sim.

—E como um quebra-cabeça, eu sei que não é preciso muito para fazer essas peças se separarem em peças individuais. Trabalho, história, imprensa e família... há coisas que nos desafiam. Quero colar nossas peças. Para sempre.

—Eu deslizo minha mão para fora do caminho, deixando o solitário em sua palma. —Ellie, quer se casar comigo?

—Sim. —Ela sussurra enquanto algumas das lágrimas deslizam livremente de seus olhos e rolam para baixo em suas bochechas. —Eu vou me casar com você num piscar de olhos.

Suas mãos ainda estão tremendo, enquanto me levanto para ficar com ela, então eu a ajudo a colocar o anel antes de pegá-la e beijá-la sem sentido.

Nós estamos mais do que alguns minutos atrasados para a sessão de fotos, mas quando chegamos lá, suas bochechas estão rosadas, e seus olhos estão tão brilhantes quanto o diamante que ela agora usa em seu dedo anelar.


Capítulo 54

Max


Gavin convida-me a ir à 24 Sussex no Ação de Graças. Não por piedade, desde que eu estou sozinho em uma nova cidade. Não. Meu melhor amigo, Primeiro Ministro do país, precisa de cobertura no caso de seu futuro sogro fazer uma cena.

Aparentemente, o pai de Ellie não tem a amabilidade de sua filha ao ser arrastado pela mídia, embora ela pareça ter isolado isso muito bem.

Eu sou um bom amigo. Eu vou, é claro.

Ajuda que o banquete festivo será servido por um dos melhores restaurantes da cidade, e eu realmente gosto de peru.

Além disso, Gavin e seu sobrinho são geralmente bons para um jogo de futebol, e estou me sentindo inquieto, um fato que Ellie capta imediatamente.

—Como está o novo trabalho, Max? —Ela pergunta enquanto me entrega uma cerveja.

—Ótimo.

—E a casa?

É grande e vazia e até agora eu tive zero sexo nela. —É ótima.

—Na minha experiência, quando as coisas são realmente ótimas, as pessoas tendem a elaborar respostas sobre novos empregos e novas casas.

Eu pisco para ela. —Talvez, na minha experiência, respostas curtas tendem a deixar belas mulheres curiosas.

Ela revira os olhos, imune ao meu charme. —Tudo está realmente bem? Nós não vimos você muito desde que se mudou para cá.

Tudo está bem. Eu estou apenas obcecado por uma mulher que eu não consigo encontrar. —Eu realmente me joguei no trabalho. Eu ainda estou fazendo alguma consultoria em casos em Vancouver, além de construir uma base de pacientes no hospital daqui.

—Um viciado em trabalho, assim como Gavin. — Ela aperta meu braço.

—Mas você vai participar da equipe de hóquei no inverno?

Eu concordo. Sem Tate até o próximo verão, porque ele está capitaneando uma verdadeira equipe NHL, mas Lachlan encontrou-nos mais algumas pessoas para preencher uma equipe da liga da cerveja.

—Vou ter que levar Sasha para assistir alguns jogos. — O olhar malicioso no rosto significa que ela está tentando se fazer de cupido.

Com Sasha? Eu rio em voz alta. —A sua companheira de quarto é linda, inteligente e engraçada, mas ela não é meu tipo.

—Qual é o seu tipo?

Cabelo preto brilhante, mamas que saltam como loucas, quadris que eu ainda posso sentir nas palmas das minhas mãos três meses depois. Pele cremosa que marca como um sonho. —Eu prefiro minhas mulheres um pouco mais complacentes do que Sasha.

Ellie faz um murmúrio de entendimento. —Sim. Ela não é isso.

—De modo nenhum. Ela faria um excelente Domme33.

Ela sacode a cabeça para mim, os olhos arregalados. —Você acha? Não. Sério?

Não, não realmente. Eu não sei se Sasha gosta disso, mas se ela gosta, ela provavelmente não é uma sub.

Mas mesmo o esforço de tentar descobrir de que maneira alguém se curva não me atrai. Assim que Ellie se afasta, tendo o seu primeiro jantar e movendo-se como a anfitriã natural, que ela está provando ser escolhendo a empresa que fez o buffet, eu posso ouvi-la rindo de mim. Deixo meus pensamentos deslizarem de volta para Violet e aquela noite em Julho.

Violet.

Talvez esse não seja nem mesmo o nome dela. Afinal, eu achava que ela era uma acompanhante que eu tinha contratado e que tinha acabado por ser... Não era exatamente verdade.

Depois do jantar, eu passeio pela marquise, olhando para o escuro, sozinho com meus pensamentos. Eu não tenho muito tempo com eles antes de Gavin aparecer e me entregar uma cerveja.

—Você tem estado muito quieto. O que está acontecendo?

—Ainda lidando com as consequências da mudança. Sem muita energia sobrando para conversa fiada.

Gavin me dá aquele olhar duro seu. —Essa resposta pode colar com Ellie, mas eu te conheço muito tempo para comprar tal desculpa. É uma mulher, não é?

—Não há nenhuma mulher. — Não mais. Onde diabos ela está?

—Você e esses limites rígidos malditos seus. Você pode pensar que eles estão protegendo o seu coração, mas eles não estão. Eles estão morrendo de fome.

—Você está delirantemente apaixonado, e estou muito feliz por você. Verdadeiramente. Mas não vá pregando o seu felizes para sempre em mim.

—Porque eu nunca poderei ter o que ele tem com Ellie, não importa o quanto eu queira.

—Justo. Estou cansado te dizer isso. Eu ainda não estou fora de perigo com o pai de Ellie, e eu preciso de você ao meu lado. Ele quer jogar poker.

Isso é claramente uma armadilha. —Não se preocupe, eu te protejo.

*****

No dia seguinte eu encerro meu turno no hospital uma hora mais cedo do que o habitual, porque eu preciso ir para o centro e me reunir com os meus novos advogados.

Ninguém me disse quanto trabalho administrativo estava associado com mudança de cidades. Agora eu estou praticando a medicina sob uma faculdade diferente da dos Médicos e Cirurgiões, por isso de vez em quando eu preciso consultar um advogado para questões relacionadas com a minha prática médica, mais eu sou antiquado - gosto realmente de sentar-me frente a frente com as pessoas que gerenciam o meu dinheiro e empresas.

Deixei Hollywood aos dezesseis como um adolescente relativamente rico, e ao longo dos últimos vinte anos, eu transformei essas economias em um conjunto significativo de explorações diversificadas.

Então, sim, eu preciso conhecer os meus novos advogados.

Plural, porque enquanto há um parceiro que vai levar todo o crédito pelo trabalho, há também associados que fazem as coisas práticas reais, e essas são as pessoas que eu quero olhar nos olhos. Eu quero que eles saibam que eu não estou aqui para ser enganado.

Os escritórios da Katz & Novak são fora da Sparks Street, e eu faço uma nota mental para arranjar tempo para ir e flertar com a assistente de Gavin, Beth, na próxima vez em que eu estiver por aqui. Como Ellie, ela está seguramente fora dos limites e, portanto, a mulher perfeita para mim.

É difícil ser um libertino incorrigível e um sádico incondicional ao mesmo tempo. Eu aprendi há muito tempo que os dois desejos tem de ser satisfeitos de formas muito diferentes.

Paquera desavergonhada é para as mulheres como Beth. Linda, inteligente e totalmente desinteressada em nada além de um duplo sentido e agora cada vez mais.

Palavras de segurança e limites rígidos cuidadosamente negociados, são para mulheres contratadas. Igualmente belas, inteligentes e cuidadosamente analisadas pela única senhora de alto preço no país em quem confio os meus detalhes de cartão de crédito.

E então vem Violet.

Uma e outra vez que ela veio para mim. Mesmo quando as lágrimas escorriam pelo seu rosto, ela deu outro orgasmo para mim. Deixou-me foder com sua mente da forma mais bonita.

E quando acabou, e eu embalei-a em meus braços, ela se espreguiçou e ronronou como um gatinho satisfeito.

Violet.

Eu estou a uma semana de contratar um investigador particular para encontrá-la, mas “nos conhecemos em um bar Chateau Laurier em julho, e ela pagou em dinheiro pela bebida” não é muito para seguir.

Além disso, o pensamento de envolver mais alguém na caça da minha mulher mistério, coloca um gosto amargo na minha boca.

Violet é o meu segredo, e eu me sinto estranhamente protetor com ela.

Tento afastar a escuridão que desce quando eu penso sobre ela, e aperto o botão do elevador para o quarto andar. É uma boa subida, e as portas se abrem para uma empresa de advocacia de alto luxo, especializada em corporações médicas com participações significativas. Uma loja de conveniência para médicos, um colega no hospital a chama.

Eles também são altamente recomendados pela empresa que eu utilizava em Vancouver.

Eu dou o meu nome para a recepcionista, e menos de um minuto depois, William Novak está se apresentando a mim. Ele me dá a lengalenga esperada sobre como vai supervisionar todo o meu trabalho legal, além de manter meu faturamento, blá blá blá... e me diz que falarei com uma associada de vez em quando.

Como se eu não soubesse o que fazer.

—Eu vou chamá-la agora. — Ele abre um sorriso branco demais e gesticula para a sala de reuniões. —Donna vai lhe levar uma bebida lá dentro. Scotch? Café?

—Água está bem. — Eu ajusto minha gravata, então desabotoo meu terno, adiando isso enquanto eu enfio as mãos nos bolsos da minha calça. A sala de reuniões está no centro do andar, cercada por todos os lados por corredores. Uma configuração interessante. Sem privacidade, para que qualquer pessoa aqui se sinta como estivessem em exibição. Em um aquário.

Faço uma nota mental disso. Se algum dia eu precisar ser deposto por um caso, eu vou fazer isso no hospital ou no tribunal.

—Aqui está o nosso cliente. —William diz atrás de mim.

Eu me viro enquanto ele me apresenta à sua associada.

—Violet Roberts, este é...

—Max Donovan. —Ela suspira. Seus olhos de safira estão arregalados.

—Você dois se conhecem? — O advogado mais velho pergunta, franzindo a testa para mim.

Sim, eu acho, mas ela é mais rápida.

—Não. — Sua mandíbula endurece enquanto seus olhos se estreitam.

—Eu não tive o prazer.

Oh, mas minha gatinha teve o prazer.

Mesmo quando ela bate os arquivos de sua mão na mesa de reuniões entre nós, eu já estou pensando em como eu poderia puni-la por essa mentira.

 

 

                                                   Ainsley Booth & Sadie Haller         

 

 

 

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