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PROFISSÃO DOMINATRIX / Nic Chaud
PROFISSÃO DOMINATRIX / Nic Chaud

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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– Bom dia! Estou procurando uma mulher chamada Rebeca Solimões.

– Você tem hora marcada? – perguntou o homem corpulento, que fazia a guarda do portão.

– Não necessito de hora marcada. Sou o investigador Hugo Veiga, da polícia civil, e tenho um mandado de prisão preventiva para ela.

– Ela está trabalhando com um cliente, mas vou avisar Madame R da sua chegada.

– Eu preciso acompanhá-lo, são normas de conduta policial.

– Está bem, venha comigo. Mas, para evitar constrangimento para o cliente que ela está atendendo, sugiro que espere do lado de fora da sua sala de trabalho.

– Posso fazer isso, mas o que exatamente ela faz?

– Madame Rebeca poderá explicar melhor do que eu. Um momento que vou chamá-la.


O segurança interfona para sua patroa.


– Desculpe a intromissão, mas tem um investigador aqui, dizendo ter um mandado de prisão para a senhora.

– Mande-o esperar, estou quase terminando.


– Ela já vem. Por favor, sente-se, investigador.

– Se ela demorar muito, serei obrigado a invadir a sala.

– Tenho certeza de que isso não será necessário.


Dentro da sala de trabalho...


– Nossa sessão está terminada. Vista-se.

– Mas ainda faltam quinze minutos.

– Se fizer outra reclamação nunca mais lamberá meus pés.

– Isso não, por favor!

– Ajoelhe-se e me peça desculpas.

– Me desculpe, Madame R.

– Vou avaliar seu caso e no mês que vem você será informado se resolvi ou não perdoá-lo. E quero esta sala vazia dentro de dois minutos.

– Sim, Madame.


Sem tempo para trocar suas roupas de trabalho, Rebeca Solimões, também chamada de Madame R por seus clientes, foi ao encontro do investigador, para entender o que estava acontecendo. Que soubesse, não estava infringindo nenhuma lei.

Assim que ela passou pela porta, o investigador Hugo precisou de muito controle para não deixar o queixo cair. Era uma mulher estonteante, entre trinta e quarenta anos, longos cabelos negros, que exalava sensualidade. Ainda mais por estar usando um espartilho de couro negro trançado, que realçava seus seios e uma minissaia justíssima, que revelava suas curvas, além de botas de saltos finos e altos. Só faltava o chicote...


– Eu sou Rebeca Solimões. Em que posso ajudar.

– Sou o investigador Hugo Veiga e tenho um mandado de prisão preventiva para você.

– Posso saber do que estou sendo acusada?

– Você saberá durante o interrogatório. Rebeca Solimões, você está sendo presa preventivamente, para não prejudicar as investigações do caso Gomes Ferreira. Tem o direito de ficar calada, mas tudo o que disser poderá ser usado contra você. Por favor, estenda as mãos.

– Se sente prazer em me algemar, investigador, fique à vontade. Outro dia, quem sabe, possamos inverter esses papéis – Rebeca falou de modo provocativo.

– Por favor, me acompanhe até o carro – foi a resposta do investigador, sem cair na armadilha dela.

– Sua capa, Madame – falou o segurança, estendendo-lhe o agasalho.

– Pode deixar que eu levo – falou o investigador. – Assim que as algemas forem retiradas, e o agasalho revistado, ele será entregue.

– Obrigada, José. Cuide de tudo e ligue para o meu advogado. Peça que me procure na delegacia. Qual delas, investigador Hugo?

– Primeiro Distrito.

– Fique tranquila, Madame. Cuidarei da sua agenda e avisarei o Dr. Paulo para que vá ao seu encontro.


Dentro do carro, Rebeca ficou avaliando o comportamento do investigador. Sabia que ele tinha ficado abalado com sua presença. Talvez pudesse usar isso a seu favor, já que não sabia como tinha sido envolvida no tal caso Gomes Ferreira. Todos os seus clientes tomavam cuidados extremos para não terem seus nomes vinculados aos serviços dela e alguns deles nem revelavam seus verdadeiros nomes, fazendo o pagamento das sessões com bitcoins.

O investigador Hugo Veiga tinha traços fortes e músculos bem trabalhados. Era um belo espécime de homem, para uma mulher que quisesse ser dominada durante o sexo, o que não era o caso dela. Rebeca gostava de ser ela a dominadora, gostava de submeter os homens aos seus caprichos. Gostava tanto que tinha feito disso a sua profissão. Era uma das dominatrixs mais famosas do país e até do exterior. Sua clientela era composta por grandes executivos, donos de bancos, políticos e empresários. Homens que em seu dia a dia trabalhavam em estressantes cargos de comando e de grande responsabilidade, mas que encontravam, nas sessões com Rebeca, alívio e relaxamento.

– Chegamos – avisou o investigador, descendo do carro para ajudar Rebeca sair, já que estava algemada.

– Será que você poderia, por favor, cobrir meu rosto com a capa. Estou vendo que tem muitos repórteres e fotógrafos à espera de notícias, e eu não quero ser acusada pela opinião pública, sem ter a possibilidade de me defender.

– Sem problema – falou Hugo, cobrindo Rebeca.

– Quem está sendo presa, investigador? – gritavam os repórteres. – De que ela é suspeita? Do assassinato do senador Gomes Ferreira?

– Não tenho nada a declarar! – falou o investigador. – Saiam da frente!


Ser escoltada algemada era uma novidade para Rebeca. Uma sensação estranha a invadiu, algo que ainda não estava pronta para analisar. Talvez efeito de ter sido envolvida de maneira errônea em algo grave como um assassinato.

Foi deixada na sala de interrogatório pelo investigador Hugo, que foi para a sala de espelho, onde estava o delegado Douglas.


– Então, o que acha? – perguntou o delegado para Hugo, enquanto ambos observavam o cruzar de pernas da suspeita, parecendo completamente à vontade dentro da sala, apesar de ainda estar com as mãos algemadas.

– Não sei ainda, mas já deu para perceber que usa sedução para lidar com os homens. Ela estava com um cliente quando cheguei para prendê-la, mas não o vi. Talvez tenha saído pelos fundos. Tentei descobrir com o segurança o que ela faz, mas ele não quis revelar. Pelos trajes que ela está vestindo dá para desconfiar, o que a torna ainda mais suspeita. Precisamos obter um mandado de busca e apreensão para a casa dela, que também é seu local de trabalho.

– Vou falar agora mesmo com o juiz, quem sabe consigamos executar a busca ainda hoje. Enquanto isso a interrogue sem piedade, sobre a história que contará. Precisamos de respostas o quanto antes. O senador assassinado era muito influente e a imprensa cairá em cima de nós se não apresentarmos resultados.

– Pode deixar comigo.


Na sala de interrogatório...


– Deixe-me tirar suas algemas – ofereceu Hugo, assim que entrou na sala.

– Tem certeza, posso ser perigosa? – insinuou Rebeca.

– Vou correr o risco.

– Então eu gostaria de saber porque estou presa.

– Como você ouviu os repórteres gritarem, um senador foi morto, o senador Gomes Ferreira, você o conhecia?

– Se você me mostrar uma foto dele eu poderei dizer.

– Nunca o viu na TV? Ele estava sempre nos noticiários.

– Não acompanho noticiários políticos. Muitos dos meus clientes fazem parte deste cenário e tenho que permanecer neutra nessas questões. Todos são bem vindos se precisarem do meu trabalho.

– Qual é exatamente o seu trabalho?

– Sou uma dominatrix, faço o papel de dominante em práticas consensuais de BDSM. Conhece o termo?

– Estou ciente das práticas de Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo.

– Ah, que interessante saber disso – falou Rebeca, descolando o corpo da cadeira e aproximando-se sedutoramente dos braços de Hugo, que estavam apoiados na mesa.

– E o senador Gomes era seu cliente? – Hugo perguntou se afastando.

– Não precisa ter medo de mim, só mordo quando me pedem.

– Responda minha pergunta, por favor – pediu Hugo com firmeza, deixando claro que não se deixaria dominar por ela.

– Meus clientes não se apresentam com seus nomes verdadeiros, portanto sem a foto dele não posso dizer.

– Vou procurar uma para você na internet. Aqui está.

– Sim, ele era meu cliente e esteve comigo ontem mesmo, mas saiu vivo depois do término da sessão. Tenho as filmagens de segurança para provar.

– O delegado está conseguindo um mandado de busca para sua casa. Se a filmagem existir mesmo, será apreendida.

– Mas como o meu envolvimento profissional com o senador foi descoberto? Sempre combino com meus clientes para que deixem seus celulares em casa e venham disfarçados com um chapéu ou boné de abas largas. E de táxi de preferência, sem uso de aplicativos.

– Mas sempre é possível rastrear o dinheiro.

– Eu sou paga em bitcoins. Então como foi que me encontraram?

– Parece que desta vez o senador não tomou os cuidados necessários e veio até sua casa com o próprio carro. No GPS do carro, em que ele foi encontrado morto, estava o seu endereço e em seu bolso um cartão seu.

– Olha, investigador Hugo, eu duvido que isso tenha acontecido. Em primeiro lugar porque eu não tenho cartão de visita. Só atendo novos clientes pela indicação de pessoas conhecidas do ramo. Em segundo lugar, porque o senador era obsessivo com sua imagem e jamais cometeria esse erro. Por isso quero colaborar respondendo a todas as suas perguntas, para que a pessoa que me envolveu nisso seja descoberta. Mas exijo que a privacidade dos meus clientes seja respeitada. O meu advogado deve estar chegando e com certeza já deve ter conversado com algum superior seu sobre o meu caso. Tenho certeza que, se colaborarmos um com o outro, o verdadeiro culpado poderá será encontrado, pois sei de muitas coisas que estavam acontecendo na vida do senador. Mas se não tiver boa vontade comigo,... Melhor nem saber.

– Isto foi uma ameaça?

– Desta vez não estou brincando, investigador. Algumas pessoas muito poderosas fazem parte da minha lista de clientes e, se alguma imagem vazar, tanto eu como você estaremos em sérios apuros. Sugiro irmos até a minha casa e eu lhe mostrarei as imagens da sessão de ontem, na qual o senador me fez revelações que podem ser muito importantes na sua investigação.


Nesse instante alguém bate na porta. Hugo pede licença, deixando Rebeca sozinha.


– Recebi um telefonema do advogado da moça – disse Douglas. Ele está vindo e avisou de antemão que tem uma ordem do Superior Tribunal Federal para que a busca seja suspensa e a moça dominatrix solta. Parece que ela tem amigos no alto escalão.

– Ela está disposta a colaborar e sugeriu irmos até a casa dela, para ver o vídeo da última sessão que teve com o senador. Parece que ele revela coisas importantes. Mas avisou que sua colaboração dependerá do respeito que tivermos em relação à privacidade dos seus outros clientes.

– Talvez seja melhor fazer isso mesmo, pois de outro jeito ficaremos de mãos amarradas.

– Isso foi uma piada, delegado?

– Achei que combinaria bem com a situação – ironizou.


Hugo volta para a sala de interrogatório...


– Olha Rebeca, seu advogado está chegando para soltá-la, mas, se o seu oferecimento estiver de pé, eu gostaria de ir com você até a sua casa e assistir o vídeo da sua sessão com o senador.

– Se você concordar em deixar meu nome fora do inquérito e não fazer uso das imagens da sessão, apenas das informações nela contidas, eu colaboro.

– Que assim seja então, mande seu advogado preparar um documento e enviar por e-mail. Quando o termo chegar, eu e o delegado Douglas assinamos e poderemos ir. Vou deixar que ligue seu advogado e explique a situação.

– Que bom que nos entendemos, porque eu também desejo muito que o culpado, ou culpada, seja encontrado. O senador era um ótimo cliente, eu gostava bastante de trabalhar com ele. Eu fazia o papel de uma psicanalista dominadora e ele estava fazendo grandes progressos emocionais.

– Então quanto antes resolvermos as questões burocráticas melhor. Muitas pistas podem estar sendo apagadas a cada minuto que passa.

– Me passa o telefone.


Depois de tudo acertado e assinado, Hugo levou Rebeca em seu carro até a casa dela. Ele mantinha postura firme, sem ceder aos apelos sexuais embutidos na conversa dela. Mas não podia negar que ela era uma mulher muito atraente e que gostaria de ter a chance de poder dominá-la e fazê-la gostar disso. Fortes desafios sempre despertavam seu tesão.

Ao ver sua patroa dentro do carro, José, o segurança, abriu o portão e veio falar com Rebeca. Ela disse que estava tudo bem e que gostaria de ficar a sós com o investigador dentro da casa. José respondeu que cuidaria para que Madame R não fosse incomodada. Depois de entrarem na casa, Rebeca pediu licença para trocar de roupa e permitiu que Hugo examinasse, enquanto isso, seu local de trabalho.

Rebeca decidiu tomar um banho rápido para aliviar às tensões daquela tarde. Colocou uma roupa confortável e deixou o rosto sem maquiagem. Parte de seu poder como dominatrix advinha das roupas de couro que usava e da maquiagem mais carregada, mas ainda não era a ocasião para iniciar o investigador Hugo nas suas artes de dominação. Precisava que ele confiasse nela e confirmasse suas suspeitas sobre a identidade da pessoa que estava querendo sacaneá-la, jogando-a atrás das grades.


Encontrou Hugo explorando seus equipamentos...


– Parece que você se diverte bastante por aqui – ele disse.

– Não posso negar isso. Gostaria de experimentar? – Rebeca não resistiu e perguntou.

– Viemos aqui para trabalhar. Onde podemos ver o vídeo.

– Me acompanhe, por favor – disse Rebeca, levando-o até uma sala de segurança, onde várias telas exibiam, em tempo real, as imagens das câmeras que estavam sendo gravadas em HD. Dentro da casa também havia câmeras nas portas de entrada e saída e na sala de trabalho.

– Para a minha segurança eu gravo tudo. Meus clientes sabem disso e sabem que depois de uma semana as imagens são automaticamente apagadas. Inclusive isso está no contrato que os faço assinar. Alguns até pedem para levar cópias de suas sessões em pendrive. Ninguém pode me acusar de fazer as gravações sem consentimento.

– OK, então me mostre a sessão de ontem, desde o momento em que o senador chegou ao portão da sua casa.

– Posso fazer melhor do que isso. Tenho câmeras que pegam o movimento das ruas para a direita e para a esquerda, assim poderemos ter uma ideia de qual meio de transporte o senador usou.

– Coloque aí, vamos ver.


Rebeca selecionou a hora aproximada da chegada do senador, na gravação das câmeras da rua, avançando devagar até o momento em que o senador aparece descendo de um táxi, na esquina. Depois de passar pelo portão, Jorge o acompanha até a sala de trabalho e diz para ele esperar que Madame R já viria.

Depois de uns cinco minutos, de pura agonia para o senador, que andava de um lado para outro nervoso, Madame R aparece, poderosa em seus trajes de dominatrix.


– O que está acontecendo aqui, quer gastar o meu tapete andando de um lado para o outro? Não gostei da sua atitude, como punição terá que ficar nu e amarrado, para uma sessão no divã. Entendeu?

– Sim.

– Mais alto, não escutei!

– SIM, MADAME R.

– Muito bem, dispa-se ligeiro, que o tempo está passando. Vou acionar o timer!

Nu em pelo, o senador deitou-se de costas no divã, que possuía braçadeiras de couro com fivelas, nas quais foram presos seus braços e pernas. Com um chicote na mão, Madame R percorreu o interior das pernas dele com a ponta do objeto, circulando os seus genitais, insinuando com isso à possibilidade de chicoteá-lo naquela zona sensível. Um começo de ereção surgiu no senador, com a excitação diante daquela possibilidade.


– Quem te deu permissão para ficar de pau duro? Controle-se! A razão domina o tesão. Entendeu?

– Sim, entendi.

– Então repita “A razão domina o tesão”!

– A razão domina o tesão.

– Mais alto!

– A RAZÃO DOMINA O TESÃO!

– Muito bem. Agora eu vou sentar numa poltrona atrás de você, e você está proibido de me olhar. Se olhar, vou prender sua cabeça, entendeu?

– SIM!

– Me fale o que está acontecendo.

– É a minha mulher. Eu já te disse que sou louco por ela, faço tudo o que ela deseja, dou todos os presentes que ela quer, até deito no chão para ela pisar em cima, mas nada é suficiente para aquela ingrata. Descobri que está me traindo com o meu chefe de gabinete. Peguei os dois transando na minha cama agora pouco, mas não tive coragem de confrontá-los. Escapei sem ser visto e estou me sentindo um zero à esquerda. Mereço levar muitas chicotadas, porque, mesmo sabendo que ela está desviando dinheiro das minhas verbas públicas, com a ajuda daquele desgraçado que eu pensei que era meu amigo, eu ainda a quero.

– Continue.

– Acho que foi tudo um plano dos dois desse o começo. Quando que uma mulher linda, e vinte anos mais jovem do que eu, ia me querer? Eu devia ter desconfiado.

– Por que acha que não que não merece ser desejado por uma mulher mais jovem? Você tem dinheiro e poder, não tem?

– Tenho.

– Você tem um físico bonito, não tem?

– Faço musculação todos os dias para isso.

– Você é inteligente, romântico e cavalheiro, não é?

– Sou.

– Então, por que diabos pensa que não é atraente?

– É, acho que tenho algumas qualidades – ele concluiu, com seu pênis começando a crescer novamente.

– ALGUMAS?

– MUITAS! TENHO MUITAS QUALIDADES! – gritou com o pênis inflando totalmente.

– E vai continuar a ser usado, quando tem condições de encontrar um amor de verdade? Vai continuar correndo o risco de manchar sua carreira pelo roubo desses traidores?

– Não. Eu vou desmascará-los e mandar prendê-los.

– Ou quem sabe só afastá-los de sua vida para evitar escândalos.

– Ou quem sabe isso – ele levantou a cabeça, tentando olhar para ela.

– Não te dei permissão para me olhar. A razão domina o tesão, repita – ela ordenou, enquanto prendia a cabeça dele com uma tira de couro.

– A razão domina o tesão!

– O prazer não me impede de pensar, repita!

– O prazer não me impede de pensar – ele repetiu, sentindo Madame R acariciando seu pênis, para colocá-lo dentro dela. Ela estava sem calcinhas.

– O prazer não me impede de tomar decisões, repita – ela ordenou, enquanto se movimentava para cima e para baixo, sentada sobre ele.

– O prazer não me impede de tomar decisões – ele repetiu, fraquejando um pouco a voz.

– Diga “eu sou poderoso”!

– EU SOU PODEROSO! – quanto mais alto, mais prazer Madame R proporcionava a ele.

– Meu poder está na minha mente! – repita.

– Meu poder está na minha mente! – ela o cavalgava cada vez mais rápido.

– Me deixe te olhar, Madame R. Por favor!

– Vejo tudo em minha mente! Repita!

– Vejo tudo em minha mente! – ele fechou os olhos, visualizando-se preso e ela montada sobre ele, com seus cabelos negros, seus lábios pintados de vermelho e as unhas cravadas machucando sua pele.

– Nada me prende, porque em minha mente eu sou livre! Repita!

– NADA ME PRENDE, PORQUE EM MINHA MENTE EU SOU LIVRE! – e com este brado, ele gozou. Madame R, esperou até a ereção acabar e saiu feliz de cima dele. O resultado da sessão tinha sido ótimo. Gostava do poder positivo que tinha sobre seus clientes.

– Muito bem. Nossa sessão terminou por hoje – ela disse, soltando as tiras para que ele se vestisse. – Espero novidades em nossa próxima sessão – falou assim que ele ficou pronto.

– Madame R, essa sessão abriu minha mente. A partir de hoje, sou um novo homem. Obrigado! – ele a abraçou sem que ela esperasse, ou desse permissão, e saiu pela porta da frente. Horário da saída: 16 horas e 30 minutos.


Com o vídeo parado na saída do senador, Hugo passou a mão nos cabelos, tentando reorganizar seus pensamentos sobre o assassinato do senador, mas também por ter se sentindo excitado ao ver Rebeca atuando como Madame R. Sua presença autoritária e sedutora ao mesmo tempo era impressionante. Despertava ainda mais sua vontade de tentar domá-la e isso teria que ficar para outro dia, porque queria logo investigar os novos suspeitos.


– Vou precisar de uma cópia para mostrar ao delegado. Prometo cuidar para que o vídeo não caia em mãos erradas e devolver assim que possível.

– Vou confiar em você, investigador Hugo. E espero que venha me entregar o pendrive pessoalmente. Ligue para agendar um horário, pois quero estar disponível para receber a entrega em minhas mãos.

– Está bem! Obrigado por sua colaboração!

– Foi um prazer, investigador. Se precisar novamente de mim é só me ligar. Deixei o número anotado na ficha que me fizeram preencher na delegacia.

– Até mais!

– Até mais! – despediu-se Rebeca, imaginando que tipo de trabalho faria com aquele policial. Seria bem delicioso se ele viesse para uma sessão usando um uniforme policial, em vez da calça jeans de todo dia. Só de pensar nisso Rebeca ficou com água na boca e coceira na mão, tamanha a vontade de estalar seu chicote.


Na delegacia, depois de assistir ao vídeo com o delegado Douglas, Hugo indagou:


– Então, delegado, o que acha?

– Tudo indica que ela realmente nos contou a verdade, de que o senador saiu vivo de lá. As marcas que encontramos no corpo dele coincidem com o modo com o qual ele foi atado durante a sessão. Precisamos ver o resultado da autópsia. E o vídeo mostra claramente que ele chegou de táxi, o que reforça ainda mais a teoria de que o carro foi manipulado para parecer ter sido usado durante a tarde, indo para o endereço da dominatrix. Comece a nova linha de investigação partindo daí. Para onde iria o senador, depois da sessão de dominação para elevar sua autoestima? Quem sabe tenha ido confrontar um dos dois envolvidos na traição que vinha enfrentando. Se esse caso não se resolver logo talvez eu mesmo precise de umas sessões iguais a essa.

– Darei o meu melhor nas investigações. Pode contar com isso delegado.

– Obrigado, Hugo.


Na casa de Madame R...


– Deu tudo certo na delegacia, Madame?

– Deu sim, José. Obrigada por ter cuidado de tudo. Vamos torcer para que morte do senador seja esclarecida o quanto antes.

– Foi realmente uma pena o que aconteceu, ele era um homem muito educado.

– Era mesmo.


Sabendo o que devia procurar, não foi muito difícil para Hugo conseguir a autorização de um escuta telefônica. Como nem imaginavam que eram escutados, os suspeitos não tomaram cuidado sobre o que falavam e suas conversas confirmaram o desvio de dinheiro e a traição. Os dois tinham passagens só de ida, compradas para a Suíça.

Presos, acabaram confessando que o senador tinha sido derrubado e sufocado por eles, depois das cinco da tarde, quando ele chegou para confrontá-los sobre o que estavam fazendo. A esposa colocou um travesseiro sobre seu rosto, enquanto o amante o segurava para que não escapasse. Tiveram a ideia de se livrar do corpo, apontando as suspeitas para a dominatrix que ele frequentava.

Por conhecer a agenda do senador, o chefe de gabinete tinha percebido uma rotina suspeita em suas atividades e numa das vezes resolveu segui-lo, para saber aonde ia. Pretendia guardar a informação para chantageá-lo, caso ele descobrisse à traição ou o desvio de dinheiro. Foi o que tentaram, mas o senador não cedeu à chantagem e estava disposto a revelar tudo para a imprensa, mesmo ao preço de manchar sua imagem. Os traidores não tiveram outra alternativa, a não ser matá-lo.

O caso todo foi um escândalo nos noticiários, mas o envolvimento de Rebeca foi abafado. Ter clientes importantes, que não gostariam de ter seus nomes revelados, ajudou muito nesse sentido. Ameaças na prisão também fizeram os suspeitos se calarem. Como prometido, Hugo ligou para agendar a entrega do pendrive. Combinaram para que ele fosse naquela noite mesmo.

José estava no portão quando Hugo chegou.

– Madame o está esperando na sala de trabalho. A porta está aberta.

– Obrigado.


Na sala de trabalho...


– Que bom saber que cumpre suas promessas, investigador Hugo! – disse Rebeca trancando a porta e retirando a chave para colocá-la no meio dos seios, apertados dentro de um espartilho preto com detalhes em vermelho.

– Só vim entregar o pendrive, já estou de saída. Por favor, coloque a chave na porta.

– Qualquer um que agende um horário recebe tratamento completo. Ninguém nunca escapou disso.

– Mas eu só agendei um horário porque me pediu

– Tem certeza que foi essa a razão? Você poderia ter se negado a fazer desta forma, mas não se negou. Você quis vir, admita!

– Me passe à chave.

– Tem medo de lugares fechados, investigador? – ela o provocava, andando sedutoramente ao redor dele.

– Eu não tenho medo de nada. Por favor, não me provoque. Não quero ter que tomar essa chave à força.

– Você adoraria isso, não é mesmo? Mostrar o quanto é forte para mim – deslizou os dedos sobre os bíceps dele.

– Vou repetir uma última vez, me entregue à chave.

– Quem manda nesta sala sou eu e eu estou dizendo que não vou entregar, não enquanto meu trabalho não tiver acabado. E eu estou apenas começando. Não se preocupe que a primeira sessão é oferta da casa.

– Oferta ou não, me passe à chave – ordenou o investigador, prendendo Rebeca de maneira súbita com os braços, quando ela passou quase se roçando nele.

– Não é uma delícia, investigador? Me prender com esses seus braços fortes? – perguntou, conseguindo se livrar com um contragolpe.

– Sou faixa preta em judô, só pra te avisar. Se tentar mais uma vez pegar a chave, vou revidar. Entregarei a chave quando o meu trabalho terminar. Resistir é inútil.

– Rebeca, eu estou ficando cansado dessa sua brincadeira.

– Dentro deste quarto sou chamada de Madame R. Se quer a chave deve começar por aí.

– Muito bem, vamos acabar logo com isso. Madame R, você poderia me entregar a chave?

– Não.

– Entregue! – falou furioso, tentando agarrá-la.

– Eu entrego, com uma condição – explicou, enquanto tirava os sapatos. – Que você lute comigo, sem roupa. Gosto de olhar e tocar num homem pelado. Se conseguir retirar a chave do local onde está, poderá ir.

– Não bato em mulheres.

– Mas eu bato em homens – deu-lhe um golpe com a perna, derrubando-o no chão. Ele reagiu rapidamente, agarrando seu calcanhar. Aproveitou sua falta de equilíbrio para rolar o corpo sobre o dela.

– Você tem certeza que quer brigar? ­ – ele perguntou, cobiçando seus lábios.

– Você tem certeza que não quer apanhar? Eu adoraria usar meu chicote em você – provocou, trocando de posição com ele.

– Madame R, você está presa por agredir um policial – comunicou, saindo de baixo dela e algemando-a.

– Se quiser a chave, vai ter que pegá-la. Você me algemou com as mãos para trás e acho que não ficará bem, em seu relatório, explicar que colocou as mãos no meio dos meus seios. Seria bem mais fácil me deixar terminar meu trabalho.

– E posso saber qual trabalho pretende realizar comigo – Hugo entrou no jogo, sem conseguir evitar o aumento da excitação em seu pênis, que já estava duro fazia tempo.

– Trabalho de modo intuitivo, não posso dizer. Me solte que eu te mostro.

– Me mostre de uma vez, porque eu quero ir embora.

– Teu pau duro me diz que está mentindo – comprovou, passando um dos pés no monte volumoso sob o jeans dele.


Sem se aguentar, Hugo virou Rebeca de costas, apoiando-a sobre uma mesa, depois de jogar ao chão os objetos de tortura que havia em cima.


– Diga que quer que eu te coma! ­– A visão dos braços algemados de Rebeca deixava-o cheio de tesão.

– Quero que me coma, investigador. Quero que me coma com esse seu pau duro.

– Não escutei, mais alto! – ele abaixou as calças justas dela

– QUERO QUE ME COMA COM ESSE SEU PAU DURO!


Hugo abriu o zíper, tirando seu pau para fora, para enfiá-lo até o fundo, depois de ajeitar a posição da bunda dela. Rebeca foi tomada por uma excitação desconhecida. A alternância de papéis mexeu com ela. Sentia o gozo rodeando sua zona erógena, diferente do gozo do poder que sentia sendo uma dominatrix. O prazer físico de ser penetrada naquela posição era indescritível.


– Mete mais forte! Mete pra valer que eu quero sentir dor – ela pedia.

– Não entendi, repita!

– MAIS FORTE! QUERO SENTIR DOR! GOSTO DE PRAZER COM DOR!

– Prazer com dor será. TOMA, TOMA, TOMA...

– Aiiiiiiiiiii, estou gozando, investigador Hugo.

– Ah é, Madame R, pois eu também vou gozar! Toma, ahhhhhhhh...


Ainda dentro dela, Hugo soltou as algemas. Quando sentiu que estava pronto, separou-se.


– Agora só falta que você me dê uma palmada bem forte na bunda. Quero fotografar a marca de sua mão em meu corpo, porque essa foda algemada foi sensacional. Nunca imaginei que sentiria tanto prazer na posição dominada. Obrigada por ter me proporcionado essa experiência, investigador Hugo. Minhas portas e pernas sempre estarão abertas para você. Aqui está a chave.

– Cobrarei esta promessa, Madame R – ele disse, depois de bater com a mão aberta na nádega direita dela. – Quer que eu fotografe para você? – perguntou, vendo a marca de seus dedos aparecerem em tom vermelho sangue, na pele clara dela.

– Por favor, investigador Hugo e envie a foto para mim. Até breve, espero!

– Até breve – ele sorriu ao sair pela porta, com a sensação de ter ganho o jogo.


Se tivesse se virado, veria a satisfação no rosto de Rebeca, por tudo ter acontecido exatamente como tinha planejado. 

 

 

                                                    Nic Chaud         

 

 

 

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