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Hollie Pembroke apertou suas costas contra a parede e prendeu a respiração. O cheiro de óleo e escapamento deixavam o ar da garagem pesado. Do lado de fora, ela podia ouvir o barulho de cascalho enquanto o guarda caminhava pela última parte de seu circuito em torno da propriedade. Ela olhou para o relógio. Ela ainda tinha algumas horas até que o seu turno no clube começasse, mas começar a trabalhar no horário era complicado desde que seu pai a havia proibido. Se ela perdesse aquela oportunidade, ela teria que esperar o guarda dar toda a volta. Assim que ela atravessasse a porta à sua direita, ela teria trinta minutos para escapar. Suor escorria entre seus seios. Era uma noite quente de setembro e a umidade era sufocante. Hollie tentou não respirar. Por que parecia que o cara estava demorando tanto para passar por lá? A ansiedade a deixou inquieta. Agachando-se lentamente, Hollie se inclinou para fora o máximo que achou que podia. Ela já não podia identificar som de passos lá fora. O cara não poderia ter simplesmente desaparecido. Ela colocou as mãos no chão, com o cascalho raspando em suas palmas enquanto ela tentava desesperadamente ver o que tinha acontecido do outro lado da parede. O baixo ruído de vozes fluiu em direção a ela na brisa noturna. O quê? O cara estava se encontrando com um amigo lá fora ou algo assim? Aquilo não era como um escritório onde ele poderia estar perto do bebedouro batendo um papo com um colega de trabalho. Os guardas nunca ficavam por aí conversando. Respirando fundo, ela aguçou os ouvidos para ouvir o que estava sendo dito. O primeiro guarda estava fumando. Ela podia sentir o cheiro. Ele tossiu um pouco antes de falar. "Então você tem certeza de que a menina saiu da casa?"
"O cara novo a viu fugir por uma janela", o segundo cara respondeu.
Merda.
A esse ritmo, ela teria um esquadrão inteiro de capangas de seu pai esperando por ela no clube. Não há sentindo em tentar fugir agora. Ela teria que voltar para casa e esperar por algumas horas. Ótimo. Como se sua vida não pudesse ser mais inconveniente, agora ela estava presa tentando volta para um lugar do qual ela tinha acabado de fugir. Perfeito. Hollie se sentou sobre os calcanhares e mediu a distância de sua posição atual até o outro lado da garagem. Aquela era a saída mais próxima na direção de seu quarto. Mantendo-se agachada, ela atravessou o chão de cimento. Infelizmente, o movimento estranho de seus braços fez com que um cotovelo pegasse no cabo de alguma ferramenta elétrica que estava na bancada. Ela caiu no chão atrás dela, assustando-a e quase certamente alertando todos que estavam dentro de um raio de 100 metros de onde ela estava. Um grito surgiu enquanto os dois guardas do lado de fora entraram em modo de alerta total. Hollie desistiu e saiu correndo. Ela não se preocupou em olhar para trás, correndo pela outra porta e deixando-a bater atrás dela. Um espaço aberto surgiu diante dela, do outro lado da porta. O luar era derramado pelo vasto gramado. Quando ela foi seguir para outra direção ela contornou as árvores alinhadas para se esconder. Agora, a única coisa que importava era ser rápida. Não havia nenhuma possibilidade de passar por aquele lugar sem ser vista. Um coro de gritos e apitos surgiu da guarita dos seguranças na frente da propriedade de seu pai e o sentinela se posicionou no telhado. Hollie não diminuiu o ritmo. Escolhendo um ponto entre os arbustos, ela correu o mais rápido que suas pernas conseguiam. Seus tênis escorregaram um pouco na grama úmida. Assim que ela chegou à beira da grama, ela tropeçou e deslizou de cabeça nos arbustos.
Sujeira e folhas pulverizaram o rosto de Hollie enquanto ela abriu espaço através das plantas. Ela mordeu o lábio tentando permanecer em silêncio. Um galho arranhou uma longa linha pelo seu braço e seus longos cabelos escuros ficaram presos na confusão. Seu ombro a impediu de seguir através dos arbustos. Ele ficou comprimido contra a casa e ela ficou presa. Ela não conseguiu sufocar um pequeno som de aflição quando um choque de dor passou por seu braço. Obrigando-se a ficar parada, Hollie tentou ouvir qualquer aproximação de alguém que pudesse ter vindo para investigar o seu progresso gracioso pelo terreno. Vários minutos de silêncio a convenceram de que estava sozinha. Rolar para o lado, Hollie esfregou seu ombro até o ardor diminuir. Às vezes, sua vida era simplesmente ridícula de tantas maneiras que ela perdia as contas. Será que qualquer outra garota de 23 anos de idade mulher nos Estados Unidos tinha que se esgueirar para fora de sua própria casa apenas para ir trabalhar? Era ridículo! Hollie parou bem embaixo da janela da biblioteca e olhou para cima. Para seu alívio, ela conseguia ver que ainda estava entreaberta. Ela espiou lentamente por entre os arbustos antes de ficar de pé. Escalar sobre o parapeito da janela fez com que seu ombro latejasse. O choque inesperado de desconforto a fez raspar a barriga. Fantástico. Porque uma marca vermelha gigante através de sua barriga seria super sexy. Hollie caiu no chão dentro da biblioteca e ficou ali por um minuto, respirando como um maratonista. Ela estava realmente ficando velha demais para aquela porcaria. Levantando-se, ela deu três passos quando alguém a agarrou por trás. Ela lutou ferozmente, mas seu agressor envolveu seu corpo em enormes braços e a apertou até que ela pensou que pudesse desmaiar. Uma de suas mãos cobriu sua boca e a outra ficou espalmada sobre sua barriga. Ela era totalmente impotente contra ele, com as suas costas pressionadas firmemente contra seu peito. Hollie lutou contra o pânico e se forçou a ficar parada. Não havia sentido algum em lutar. Ela foi pega. Sim. Ela precisava esperar até que o momento perfeito chegasse. Talvez se ela
relaxasse, ele iria baixar a guarda e ela conseguiria escapar.
"Muito bom", ele sussurrou em seu ouvido. "Não tem sentido algum lutar, malenkaya." Sua voz era grave e rouca. O som fez seus mamilos enrijecerem contra sua camiseta. A resposta traiçoeira a deixou confusa. Ela estava aprisionada, ainda que brevemente, e ela não deveria estar pensando no quão quente e forte era a sensação daquele homem contra ela. Os pelos em sua pele eram ásperos contra a dela. Ele tinha um cheiro exótico, como fumaça de charuto e vodka. Quem diabos é essa pessoa? A biblioteca estava escura. Algumas barras de luz se infiltravam pelas janelas, mas elas mal traziam luz suficiente sobre as prateleiras para ver os livros. Sua mesa de leitura estava encostada no canto como um animal à espera da primavera. Os tapetes grossos amorteciam os sons de movimento, mas ele não parecia fazer nenhum ruído de qualquer maneira. Era como se ele fosse um fantasma de algum tipo. Não havia nenhuma maneira de ver seu captor. Ele tinha vindo das sombras profundas e era lá onde ele a mantinha. Hollie conhecia cada última um dos caras da segurança de seu pai. Nenhum deles tinha mais de 1,80 de altura e era forte daquele jeito. Até os músculos daquele cara pareciam ter seus próprios músculos e cada centímetro daquela rigidez deliciosa estava colada contra suas costas. Um calor queimava entre as suas pernas. Ela apertou uma coxa contra a outra para aliviar a tensão em suas partes íntimas que aumentava. Ele era tão forte. Isso deveria tê-la assustado, mas em vez disso era quase erótico.
"Eu vou soltá-la e você vai ficar em silêncio. Sim?"
Sua exigência arrepiou os pelos de sua nuca. Sua resposta instintiva foi discutir. Ela não gostava de receber ordens. Hollie Pembroke não aceitava brincadeiras de ninguém. Ela conseguia se virar em sua vida social e também em suas aulas de defesa pessoal. Era algo que aquele cara iria acabar sabendo em apenas um minuto. Hollie pretendia fazer isso logo que conseguisse se recompor e lembrar do que precisava fazer para derrubar um oponente. Ou assim que ela
conseguisse voltar a pensar novamente.
"Quem é você?", ela finalmente conseguiu perguntar.
"O homem que sabia que você fugiu e que sabia exatamente quando estaria de volta."
"Papo furado", ela retrucou. Ninguém a tinha seguido quando ela deixou a casa. Ela teria percebido isso.
"Ah, malenkaya, temperamental."
"Do que você está me chamando?", ela perguntou. Infelizmente sua exigência foi enfraquecida pelo estado ofegante de voz, que traia o fato de que havia algo incrivelmente sexy naquela palavra quando saía da boca dele.
"Malenkaya?" Sua risada grave fez sua barriga se escolher de desejo. "Suponho que a tradução seria algo próximo de doce menina."
Hollie curvou os lábios com desdém. "Eu não sou a doce menina de ninguém."
"Acredite, eu posso ver isso." Ele riu. O idiota era irritante.
Ela cutucou seu peito com um dedo. "Chega. Cansei da sua atitude. Vou fazer com que você seja demitido".
"Você acha que tem esse poder?" Ele parecia estar brincando com ela. Que tipo de empregado faz esse tipo de coisa?
Espera aí. Uma breve sensação de pânico a encheu de pavor. Talvez aquele cara na verdade não trabalhasse para seu pai. Talvez ele fosse um verdadeiro intruso. Ela lançou um olhar em torno da biblioteca escurecida, à procura de algum tipo de arma. Sua atenção pousou em um enorme castiçal de estanho.
Avançando nessa direção, ela tentou mantê-lo distraído. "Você não pertence a esta casa. Por que você está aqui?"
"Você tem certeza disso?" Ele parecia entretido. "Seu pai lhe disse isso talvez?"
"O que você sabe sobre o meu pai?" Seus dedos roçaram o castiçal. Ela apertou sua mão em torno dele.
"Eu sei que ele ficaria puto da cara se descobrisse que sua menina me atingiu na cabeça com um de seus castiçais antigos." Mesmo na escuridão, ela podia notar que ele estava quase rindo dela. A excitação se dissipou e a irritação ardia em brasa no coração de Hollie. Ela estava tão cansada de homens que pensavam que sabiam tudo. Seu pai agia dessa maneira constantemente e tinha feito isso desde que ela era uma criança. O seu pai sempre estava certo. Depois seus professores. Agora aquele cara que ela não conhecia. Fodam-se. Todos. Eles. Ela pegou o castiçal e o balançou no alto. Ele podia saber o que ela pretendia fazer, mas isso não significa que ela não poderia conseguir acertá-lo uma ou duas vezes antes que ele conseguisse tomar sua arma. O impacto do castiçal batendo na mão dele quase desequilibrou Hollie. A sensação do choque viajou por todo o seu braço até seu ombro ferido. Ela gritou, deixando cair o castiçal. Ele o pegou. Girando-o sem esforço em uma das mãos, ele o colocou de volta sobre a mesa lateral.
"Chega?", ele perguntou.
Hollie apertou os dentes em agitação. "Oh, já chega." Sem dizer outra palavra, ela saiu da biblioteca em busca de seu pai. Ele pelo menos lhe devia uma explicação. Mesmo que isso significasse que ela não conseguiria mais sair de casa para trabalhar aquela noite, ela queria saber com quem diabos ela estava tendo que lidar.
Capítulo Dois
Hollie deixou-se cair em uma cadeira estofada de couro e esperou que a lição de moral começasse. Não era como se ela não tivesse tido ampla prática ao longo dos anos de com fingindo ouvir os "discursos" de seu pai. Ela tinha 23 anos de idade e ele ainda a tratava como uma adolescente errante. Era ridículo. Sim. Ele era um congressista norte-americano. Por que isso a obrigava a viver dentro de uma bolha ela nunca entenderia. A porta pesada de madeira para o escritório de seu pai foi aberta. Alistair Pembroke entrou e fechou-a atrás dele. "Posso te trazer alguma coisa? Uma água? Café, talvez?"
"Minha liberdade?", ela sugeriu, com seu tom de voz cheio de sarcasmo. Ele suspirou. Abaixando-se lentamente em sua cadeira de escritório, ele passou a mão pelo rosto. Seu paletó normalmente impecável estava amarrotado e ele tinha tirado a gravata. Na verdade, ele parecia mais desgrenhado do que ela conseguia se lembrar de vê-lo em anos. O brilho amarelo da lâmpada da luminária de mesa mostrava alguns fios cinza em seu cabelo escuro e lançava em seu rosto em sombras enrugadas. Quando ele tinha ficado tão velho?
"Hollie", começou ele.
Ela revirou os olhos. "Pai."
"Quer parar de agir como uma adolescente?", ele disparou.
"Farei isso quando você parar de me tratar como uma."
"Oh, me desculpe. Você prefere que eu consiga um emprego em um clube de striptease em vez disso? "Hollie lhe deu um olhar de canto de olho. "Porque eu realmente não gosto de fazer strip-tease, mas eu poderia decidir por isso para agradá-lo."
Seu pai se manteve sob controle com visível esforço. "Eu lhe arranjei um emprego."
"Eu não vou trabalhar para o seu parceiro de golfe só para ele ficar olhando para os meus seios." Hollie bufou. "Você acha que aquele clube é ruim? Seus amigos são pervertidos".
"Você não vai trabalhar lá."
"Eu tenho 23, pai. Você não pode me impedir. "Ela começou a se levantar. Ele rapidamente se levantou. "Sente a sua bunda de volta na cadeira e não se mova ou eu vou cortar sua mesada tão rápido que seus cartões de crédito irão derreter." Ela odiava aquela ameaça. Ela tinha ficado desgastada ao longo dos anos. Sim. Ele a bancava. Principalmente porque ele nunca a deixaria trabalhar em qualquer lugar o tempo suficiente para se sustentar. Ela suspeitava que ele fazia isso de propósito. Os Pembroke não têm empregos como as pessoas comuns. Eles eram especiais. Eles tinham fundos fiduciários e se casavam com outras famílias com fundos fiduciários para que ninguém tivesse que trabalhar para viver. Era repugnante.
"Foi o que eu pensei." Seu sorriso a fez querer socá-lo. "Você sabe que eu estou certo, Hollie.
Não tenho nenhum problema com você viver a sua vida. Eu só quero o melhor para você."
"De acordo com o plano dos Pembroke para o sucesso, você quer dizer." Hollie estava meio tentada a se levantar e sair. Ela poderia lhe dizer para pegar todo o seu dinheiro e enfiar no próprio rabo. Só que ela realmente precisava saber quem era o cara na biblioteca e ia exigir uma explicação de seu bom e velho pai.
"Em seus passeios a casas noturnas locais e sua em propensão para vagar pelos guetos você está se colocando constantemente em perigo. Eu quero que você fique segura", disse ele enfaticamente. Ele se moveu em direção à porta, abrindo-a e apontando para alguém do lado de fora. "É por isso que eu contratei para você um guarda-costas, para garantir que suas más decisões não tenham consequências fatais. Eu acho que vocês dois já se conheceram."
Hollie ficou atordoada e em silêncio. Guarda-costas? Que tipo de pomposo imbecil contratava um guarda-costas para sua filha adulta, quando o único perigo que ela já enfrentou foi a possibilidade de ter que pagar uma conta? O que o cara iria fazer? Bater no cobrador antes da data de vencimento? A porta do escritório se abriu e um homem entrou. O cérebro de Hollie congelou. Aquele
cara era um guarda-costas? Aquele era o cara que tinha acabado de enfrentá-la na biblioteca, no escuro? Ele parecia mais perigoso do que qualquer criminoso que ela poderia ter imaginado. Alto, moreno e lindo eram adjetivos que combinavam com aquele homem. Mas o que ela não conseguia descrever era a vibração inconfundível que emanava dele saindo pelos poros. Sua tez morena o fazia parecer quase como um pirata. Tudo o que ele precisava era de um brinco e de um gancho no lugar de uma das mãos. Ele se portava como um predador, como se estivesse constantemente à procura de presas ou à espera de que outro caçador viesse atacá-lo. Seu corpo atlético estava cheio de massa muscular magra visível sob sua calça social preta e sua camisa da mesma cor. Os antebraços ficavam marcados e suas mãos eram enormes. Hollie imaginou que ele tivesse pelo menos 1,88 ou 190 de altura. Sua cabeça seria mal alcança seu peito. O que ela deveria fazer? Esconder-se em seus bolsos?
"Yuri Bazanov, esta é minha filha Hollie Pembroke." Seu pai sorriu como se estivesse lhe fazendo um favor enorme.
"Hollie", Yuri murmurou.
Havia um forte sotaque de algum tipo revestindo sua voz. Tinha sido mais forte antes, como se ele estivesse fazendo um esforço para encobri-lo agora. Se o nome dele sugerisse algo, o sotaque provavelmente era do Leste Europeu. Por que seu pai contrataria um provável estrangeiro como guarda-costas para sua filha? E ele pensou que seu trabalho em um clube seria ruim para a sua imagem? Sério?
"Então", Hollie disse levemente. "Yuri, é?"
Seus olhos escuros brilharam de diversão. "Yuri".
"Certo, Yuri." Ela lhe deu um sorriso adocicado. "Meu pai lhe contratou para ser minha babá?"
"É o que parece."
OK. Ele estava emitindo uma vibração perigosa que arrepiou os pelos de sua nuca, mas ele
também tinha um humor seco que não parecia corresponder. Mas. Que. Inferno? Hollie quase se beliscou para se certificar de que não tinha dormido em sua cadeira. Certamente ela iria acordar e descobrir que ela tinha desmaiado no clube e estava deitada no meio do chão com uma concussão ou algo assim. Seu pai estava sorrindo. Aparentemente, ele simplesmente pensava que tudo aquilo estava indo muito bem. "Yuri estará com você toda vez que você sair desta casa. Você entendeu?"
"Você está falando sério." Hollie já estava criando possíveis planos para se livrar do pobre homem. Ela estava aprendendo detalhes de segurança desde a escola primária. Um cara seria moleza, até mesmo um que se escondia em uma biblioteca para esperar que mulheres inocentes rastejassem através da janela. Antes ela não estava preparada, mas agora ela está.
"Estou falando muito sério." Alistair Pembroke estava usando a expressão séria que ele guardava para ocasiões políticas especiais. "Como você deveria estar."
Yuri inclinou a cabeça, observando uma série de emoções atravessarem o rosto de Hollie Pembroke antes que ela cuidadosamente escondesse tudo atrás de uma cara sem expressão. A jovem provavelmente era uma ótima jogadora, mas Yuri era ainda melhor.
Pembroke não estava brincando quando disse que sua filha era linda. Ela tinha os olhos verdes e o cabelo escuro de seu pai. Hollie tinha apenas 1,68, mas seu corpo curvilíneo e suas pernas longas era exatamente o que Yuri procurava em uma mulher. Ela tinha mais músculos do que convenção moderna normalmente aprovava, mas lhe convinha. Ela era forte e teimosa, e seu sarcasmo espirituoso o deixava com vontade de provoca-la para ver o tipo de reação que conseguiria.
Agora ela estava dando a seu pai um olhar avaliatório muito completo. Yuri se perguntou o que ela iria aprontar. Pembroke era muito bom em esconder suas emoções, mas ele estava cansado e estressado. Yuri o conhecia tempo suficiente para que ele conseguisse facilmente dizer que seu amigo estava perto do fim de sua resistência. Era possível que Hollie perceberia o mesmo.
"Por que agora?" Hollie perguntou em voz baixa. "Sempre cuidamos de todos os detalhes de
segurança ao longo dos anos, mas essa é a primeira vez que você designou uma babá especial para mim." Ela lançou um olhar na direção de Yuri. "Sem ofensas." Yuri levantou uma sobrancelha. Suas desculpas o machucavam mais do que seus insultos. Ele se perguntou há quanto tempo ela estava usando seu estilo de conversa sagaz para manter as pessoas a uma distância segura. Se sua atitude era do mesmo jeito, isso parecia ser uma ferramenta bastante eficaz para ela.
"Você sabe por quê", Pembroke rebateu.
Ela revirou os olhos. "Você está falando sobre aquele incidente no centro, perto do Centro para Jovens?"
"Alguém lhe assaltou à mão armada e roubou sua bolsa, Hollie. Isso não é um incidente." O tom de Pembroke ficou mais áspero com a emoção reprimida.
"Isso acontece o tempo todo naqueles bairros." Ela olhou para ele. "Você deveria estar representando essas pessoas. Você deve saber o quão desesperadas elas são. Aconteceu e eu superei".
Seu pai passou uma mão pelo cabelo já bagunçado. "Olha, eu recebi algumas ameaças recentemente."
"Não é isso o que geralmente acontece com essa" — ela acenou com a mão com desdém para indicar seu cargo — "coisa de servidão pública?"
Yuri quase riu. Quando Pembroke tinha chamado ele da primeira vez e pediu para ele assumir o cargo, a reação de Yuri tinha sido a mesma. As ameaças eram uma parte conhecida e aceita de qualquer trabalho em uma posição pública no governo. Considerando que Yuri tinha começado sua carreira envolvendo política russa e traição, aqueles americanos eram bastante inofensivos, até onde ele podia ver. Ainda assim, Yuri devia um favor a Pembroke.
"Essas foram mais do que apenas ameaças aleatórias como geralmente vemos." Pembroke pegou uma caneta, finalmente cedendo à inquietação. "Especialmente seu nome apareceu, Hollie. E com a sua insistência em frequentar lugares como aquele clube e o Centro para Jovens, você é um
alvo fácil."
Seu olhar se estreitou e Yuri foi atraído pela intensidade de seus olhos verdes. Ela colocou uma mecha solta de seu cabelo longo e castanho atrás de uma orelha. A cor brilhava ricamente com a pouca luz do escritório. Ele se perguntou se ele seria tão macio quanto aparentava. Sua pele tinha sido macia contra a sua quando ele a segurou na biblioteca. Um arrepio atravessou sua mão direita e ele a apertou em um punho fechado para recuperar seu controle rígido. Ele precisava parar de pensar no que havia acontecido.
"Eu tenho uma solução para esse problema", Hollie disse solenemente.
Pembroke não parecia convencido. "É mesmo?"
"Eu vou me mudar hoje à noite", ela sugeriu. "Eu vou encontrar meu próprio canto, continuar com o meu trabalho no clube e pagar minhas próprias contas. Vou me retirar completamente da sua casa e da sua vida e o problema vai desaparecer. Tenho certeza disso."
"Hollie, não seja ridícula." Pembroke resmungou baixo.
Ela se endireitou. "O que foi? Eu não consegui entendê-lo."
"Eu disse que isso não seria um problema se você simplesmente tivesse se casado com Joseph como pretendia." Pembroke colocou a caneta sobre sua mesa e pegou seu smartphone.
"Claro." Hollie ficou de pé. "Porque me acorrentar naquele idiota pomposo teria me mantido muito bem presa pelo resto da minha vida. Assim como minha irmã", Hollie rosnou. "É nisso que você realmente queria chegar, certo pai?"
Pembroke lançou um olhar na direção de Yuri. "Não vamos fazer isso agora. Tudo bem?" Seu telefone começou a fazer um barulho atroz que Yuri pensou ser algum tipo de toque. Pembroke olhou para a tela. "Quero que vocês dois se conheçam melhor. Eu preciso atender a essa ligação."
Hollie esperou até que a porta se fechasse atrás de seu pai. Então ela se virou e o analisou de forma muito óbvia e condescendente. Se ele já não tivesse notado algumas coisas sobre ela, isso o teria irritado. Essa mulher sabia como usar bem uma máscara. Yuri podia respeitar isso. Obviamente havia
uma quantidade incrível de história entre ela e seu pai. Sua mãe faleceu quando ela tinha apenas 10 anos, e era claro que ela não era próxima de sua irmã. Aparentemente, havia um pouco mais naquela história do que ele estava ciente. Não que a rivalidade entre irmãos fosse algo novo. Yuri nunca tinha reclamado do fato de ser irmão único. Isso tornava a vida muito mais simples. Hollie caminhou até ele. Ele observou o balanço de seu quadril e admirou a maneira atlética com que ela se movia. Ficar de olho nela não seria nenhuma dificuldade. O mais difícil ser manter suas mãos longe dela. Ele precisava se concentrar em se manter vivo e não se distrair com um corpinho bonito vestindo um suéter com gola V e uma calça jeans apertada. Não que ele estivesse prestando alguma atenção nisso. De pé bem diante dele, ela jogou a cabeça para trás e o cutucou bem no esterno. "Escuta aqui, Boris." Boris? Ele quase riu alto.
"Vamos acertar as coisas." Seu tom era cheio de atitude. Ele achava isso fascinante. "Eu abomino babás. Eu lidei com elas durante toda a minha vida".
"Vou manter isso em mente." Ele manteve um tom baixo, recusando deixar com que ela o atingisse. Era óbvio que ela estava tentando forçá-lo a algum tipo de reação. Ele só não tinha certeza de qual era seu jogo ainda.
Seus olhos verdes brilharam. "E nada de besteiras machistas. Eu posso cuidar de mim mesma."
"Devidamente anotado."
Sim. Ele tinha acabado de deixá-la muito frustrada. O que ela esperava? Um show de machismo ou uma bronca de algum tipo? Interessante.
"Já que eu estou dentro de casa, os seus serviços não são necessários." Ela acenou com a mão e caminhou em direção à porta. "Considere-se dispensado."
Yuri assentiu com a cabeça e a deixou sair. Quando ele estava sozinho dentro do escritório de Pembroke, Yuri foi até a janela. Tudo estava escuro e silencioso lá fora. A propriedade dos
Pembroke definitivamente ficava longe do tumulto. No brilho luminoso das luzes de segurança da extremidade da propriedade, ele podia ver dois seguranças que patrulhavam seu perímetro. Para qualquer outra pessoa poderia parecer que o Pembroke estava ficando um pouco paranoico. Mas Yuri sabia que não era assim. O homem tinha boas razões para ser cauteloso. Infelizmente nenhuma quantidade de cuidados com a segurança poderia proteger Hollie Pembroke de si mesma.
Capítulo Três
Hollie agarrou a borda da balaustrada até que a pedra bruta esfolou as palmas das mãos. Inclinando-se para fora, ela se perguntou se uma queda de uma varanda do terceiro andar iria matá-la ou quebrar suas pernas. Ela particularmente não queria morrer, mas ela precisava de uma nova maneira de entrar e sair da casa. Ela estava contemplando o uso de uma escada de incêndio ou lençóis quando avistou Yuri nas sombras da casa de hóspedes a menos de 90 quilômetros de distância. Os pelos de sua nuca arrepiaram e ela tremeu um pouco. Algo dentro dela dizia que ela deveria colocar aquele cara no seu espelho retrovisor e nunca olhar para trás. Então por que ela o achava tão fascinante? Uma leve brisa bagunçou seu cabelo solto. Hollie o reuniu e o torceu em um grande coque para mantê-lo fora do caminho. Ela sabia que era provavelmente idiota ficar ali sem vestir nada além de uma calça de pijama e uma camiseta baby doll. Se alguém realmente quisesse matá-la, ela estava fazendo de si mesma um alvo fácil para um atirador de elite com um rifle e uma boa mira telescópica. Yuri saiu das sombras para uma poça de luar. Hollie prendeu a respiração. Seu coração estava batendo e as palmas de suas mãos suavam. O cara poderia não ter personalidade, mas ele era mais do que sexy. Havia algo sobre ele que a fazia se sentir totalmente feminina. Ela tinha a sensação de que não havia necessidade de ser impotente no que dizia respeito a ele, e ainda assim o protecionismo que ela sentia dele a manteria segura. O contraste era inebriante. E também irritante. Ela parou de babar em Yuri e olhou em direção ao limite da propriedade de seu pai. Havia uma luz acesa na guarita. Ela tinha planejado fugir aquela noite, mas aparentemente aquele incidente do assalto deixou todo mundo em alerta máximo. Claro que ela tinha ficado assustada. Hollie inclusive tinha certeza de que conhecia o assaltante. Um dos jovens com quem ela trabalhava
no Centro para Jovens tinha um irmão mais velho que há muito tempo tinha escolhido trilhar um
caminho difícil. Ele estava viciado em drogas e desesperado. Isso não o tornava uma ameaça letal. Ela deu a ele o que ele queria e ele a deixou ilesa. Na opinião de Hollie isso significava que ele precisava de ajuda, não de uma ida para a cadeia. Ela deveria estar no trabalho em uma hora. Hollie não gostava da possibilidade de ter que dizer ao seu chefe que ela não poderia ir porque seu pai a tinha havia deixado trancada. Era humilhante para explicar às pessoas que ela não tinha permissão para tomar suas próprias escolhas. Uma prisão era sempre uma prisão, mesmo quando o lugar era uma prisão em forma de mansão. Yuri tinha ido de volta para dentro da pousada. Ela podia ver luzes acesas no interior da cozinha. Hollie se perguntou por que seu pai o havia colocado ali. A maioria dos caras da segurança vinham e iam embora, dependendo de quando eles estavam no turno. O seu pai estava com tanto medo que decidiu que ela precisava de um cão de guarda 24 horas por dia? O que havia acontecido era assalto em um bairro perigoso, não um ataque terrorista. Hollie voltou para seu quarto. Ela olhou para o relógio. Se ela quisesse chegar ao trabalho a tempo, ela precisava encontrar uma maneira de sair da propriedade, de preferência sem tornálo para trabalhar em tempo, ela precisava encontrar uma maneira fora da propriedade, de preferência s em um desfile. Ela colocou uma calça jeans preta e a camiseta vermelho sangue usava por todos os atendentes de bar no Shelter. Ela amava seu trabalho no badalado clube com temática gótica. Era muito diferente dos bares sem graça que seu pai aprovava. Ela estava muito entediada com o estilo de vida aprovado pelos Pembroke. Festas de jardim, bailes de debutante e jantares beneficentes podiam ser importantes para seu pai, mas tudo aquilo era tão falso! Hollie queria algo real. Ela queria ir para a pista, dançarinos pingando suor, couro preto e um toque de perigo. Sua mente voltou para as suas primeiras impressões de Yuri. Aquele homem usava o perigo como seu próprio perfume. Ela se perguntou qual seria a sua história. Tinha que haver uma história.
Ele tinha a aparência de um herói trágico de algum romance gótico. Ela meio que esperava que ela fosse como um Van Helsing e uma vida secreta lutando contra zumbis ou algo assim. Ela sorriu com virada fantasiosa de seus pensamentos. Ele provavelmente era sem graça. Sem dúvida ele cultivava esse ar de bad boy para se mostrar mais misterioso e conseguir algum crédito no mercado de guarda-costas. Naquela noite ela escaparia dele e faria um enorme buraco em seu ego.
***
Yuri expirou lentamente, observando a forma sombria fluir em silêncio em torno do perímetro da propriedade. Ele não tinha dúvida de quem ou o que era aquela sombra. Na verdade, ele estava bastante impressionado com as habilidades secretas de Hollie. Se ele não tivesse sentido a necessidade de sair pela porta dos fundos da casa de hóspedes para tomar um pouco de ar, ele nunca teria sabido o que ela estava fazendo.
Não era como se Yuri já não tivesse experiência com isso antes. Pembroke tinha avisado Yuri que sua filha tinha uma tendência para atividades noturnas e para fugir da propriedade. Yuri não se preocupou em lembrar seu pai de que nenhuma pessoa normal consideraria que uma mulher de 23 de idade "fugisse" da própria casa. Essa linha de raciocínio não seria boa bom com Pembroke.
Ele estava obcecado com a segurança de sua filha e convencido de que ela era um alvo potencial.
Hollie deslizou em direção à entrada dos fundos da propriedade. Yuri já tinha visto aquela saída. Não era protegida por guardas porque o portão de quase 3 metros de altura era inacessível pela rua. Havia câmeras de segurança na guarita com uma visão clara da área, mas até onde Yuri sabia não havia um caminho para pedestres.
Curioso, ele decidiu seguir. Sua arma ainda estava lá dentro, mas ele sentia que não ia precisar dela. Além disso, se ele desse a Hollie uma vantagem ela provavelmente teria chegado na rua antes que ele pudesse seguir a trilha novamente.
O ar da noite era frio contra seu rosto. Ele se moveu o mais silenciosamente possível através das árvores agrupadas na parte de trás da propriedade dos Pembroke. Isso lhe deu outra dose
de respeito pelas habilidades de Hollie quando ele percebeu que ela havia conseguido seguir quase que completamente silenciosa, apesar das folhas portas e das pinhas pelo chão. Ele tinha que escolher cada passo com cuidado. Escondendo-se nas sombras profundas abaixo de uma grande pinheiro, Yuri esperou para ver o que Hollie faria. Ela se aproximou do lado esquerdo do portão traseiro. Ele não tinha certeza se soltava um palavrão ou se ria quando percebeu que por algum acaso da construção, havia um vão ligeiramente maior entre a dobradiça e o pilar do portão. Hollie já estava começando a se espremer por entre ele quando Yuri percebeu que ela estava prestes a ficar além de seu alcance. Ele pisou de propósito em um galho, apreciando o estalo satisfatório. Ela engasgou e pulou de volta para dentro da propriedade. Olhando desvairadamente para todos os lados, seu olhar pareceu parar sobre ele.
"Você!", ela rosnou. "O que você está fazendo aqui?"
"Meu trabalho?", ele sugeriu.
Ela não gostou nada daquela resposta. O que ele podia ver de sua expressão através do luar filtrado pelas árvores era que ela estava verdadeiramente irritada. "Volte para a casa. Eu não preciso de uma babá hoje à noite. Eu só estou indo trabalhar."
"Eu acredito que ‘sempre que você deixar a propriedade’ inclui saídas pelo portão traseiro."
Yuri se aproximou da cerca. "Aonde você estava indo? A estrada principal fica a mais de cinco quilômetros."
Ela apertou os lábios e ele lutou contra um sorriso. Aparentemente, ela não ia cometer um deslize e contar algo sobre seu plano. Ele podia respeitar isso. Ele teria ficado desapontado se ela tivesse desistido de seus segredos sem lutar.
Ele se aproximou. Era muito escuro para ver os detalhes de sua expressão e ele sentiu um desejo inexplicável de acabar com a distância entre eles. Algo sobre aquela mulher o atraia. Yuri não conseguiria ter dito o que era, mas ela despertava seus instintos de proteção de uma forma muito mais forte do que um trabalho de guarda-costas padrão nunca teria feito.
"Sério," ela disse com seriedade. "Eu preciso ir trabalhar. Você tem que perceber o quão ridículo é o meu pai para tentar me impedir de manter um emprego normal. Eu não sou uma adolescente. Eu sou uma mulher adulta."
"Verdade". Ele esperou para ouvir o que mais ela iria revelar. Ela acabou com os dois últimos passos entre eles e ele conseguiu captar seu perfume no ar. Um aroma de baunilha e mulher se misturavam com algo mais selvagem que apelava aos seus sentidos em um nível primitivo. O pau de Yuri começou a endurecer atrás da braguilha de sua calça jeans. Ele resistiu ao desejo de levar a mão até lá e se ajeitar. Ele nunca tinha experimentado aquele tipo de atração bruta e instantânea. Era tão fascinante quanto perigoso.
"Você vai me ajudar, Yuri?", perguntou ela.
O timbre grave de sua voz quase desfez sua determinação. Ele entendia por que ela queria sair sozinha? Sim. Ele entendia. Yuri conseguia simpatizar com a necessidade urgente por liberdade. No entanto, ele tinha um trabalho a fazer. E honestamente ele não se encontrava tão acesso àquela tarefa como achou que seria. Não era nada ruim a ideia de acompanhar ou seguir Hollie Pembroke. Ela não era nada como a menina mimada que ele esperava que fosse.
"Yuri?", ela murmurou. "Por favor?"
"Eu entendo o que você quer." Ele procurou as palavras que ele precisava e não conseguiu.
Ele desejou que ela falasse russo. Ele podia ser fluente em inglês, mas faltavam a ele as nuances da língua necessárias para se expressar plenamente. Não que ele tivesse fosse um cara sensível que precisasse fazer isso sempre.
Seus lábios se apertaram. "Mas?"
"Seu pai me contratou para um trabalho." Ele levantou a mão para deter as palavras que ele sentir que se reuniam em seus lábios. "Se você quer ir trabalhar, eu não vou impedi-la."
"Obrigada!" Sua expressão se abriu e ele ficou quase cego pela visão de seu sorriso.
"Mas eu vou segui-la."
Como ele esperava, ela voltou para sua cara fechada. Seus olhos se estreitaram. "Você vai
me seguir? E fazer o quê?"
"Você trabalha em um clube, certo?" Yuri deu de ombros. "Acho que vou a uma festa." Ela inclinou a cabeça, a suspeita pairava em cada linha de seu corpo. "Então você não vai ficar me rondando?"
"Não rondando. Sou perfeitamente capaz de ficar de olho em você sem ser invasivo." Ele considerou isso um pouco mais e estava convencido de que chegou à solução correta. "Eu ainda vou estar cumprindo minha promessa a seu pai, e você será capaz de trabalhar sem interferência."
"OK." Ela estendeu a mão direita. "Eu estou disposta a tentar."
Ele pegou sua mão e quase gemeu com a eletricidade que atravessou o seu braço com o contato. Era como se houvesse um campo de energia de proporções épicas entre eles. Ele nunca tinha experimentado nada parecido. O prazer era tão intenso que seu pênis pulsava em resposta.
Hollie retirou a mão, com os olhos enormes. "Isso foi estranho."
"Eletricidade estática", ele murmurou.
Eles se viraram para caminhar de volta para a casa, mas Yuri tinha a sensação de que nenhum deles acreditava ser um simples choque estático. Havia algo mais debaixo da superfície e ele estaria mentindo se dissesse que não estava ansioso para descobrir o que era.
Capítulo Quatro
Hollie puxou uma última cerveja e a colocou na bandeja. Ela empurrou a bandeja ao longo do bar em direção ao garçom. "Aqui está."
"Obrigado, Hol." Devon lhe deu um grande sorriso antes de passar a enorme bandeja para cima de seu ombro e a carregar através do salão lotado. A única coisa que Hollie poderia dizer sobre o trabalho na Shelter era que nunca era chato. Nunca. O clube de temática gótica ficava cheio até o teto em todas as noites com clientes que se vestiam em suas melhores roupas de couro preto com acessórios cromados, e chegavam prontos para a festa. As gorjetas foram fantásticas, e Hollie gostava de seus colegas de trabalho. Em resumo, era um trabalho legal e ela adorava. E a melhor parte de tudo é que ninguém liga para quem é meu pai. Com um sobrenome como Pembroke, a maioria das pessoas esperava que ela fosse uma esnobe. Ali na Shelter ninguém sabia quem era o congressista Pembroke e eles certamente não dava a mínima sobre o seu fundo fiduciário. Ela era apenas Hollie. A única coisa que importava era o quão rápido ela conseguia preparar bebidas. Carmen se apoiou contra o balcão, empurrando uma ficha para Hollie. "Duas margaritas e quatro doses da melhor vodka, por favor?"
"Claro, querida. Dê-me dois segundos." Hollie terminou o pedido atual e então começou o de Carmen.
Pelo canto do olho, ela podia ver o perfil familiar de Yuri sentado na outra extremidade do bar. Fiel à sua palavra, ele tinha mantido distância suficiente para lhe dar o espaço necessário para fazer seu trabalho. Ela nunca tinha sido tão grata em sua vida, embora ela nunca lhe diria isso. Assim como ela não nunca iria dizer que a presença dele a fazia se sentir um pouco melhor naquele lugar. Mesmo se as ameaças de seu pai fossem besteira, já haviam dito tanto a ela que
ela precisava se cuidar que uma parte de seu cérebro começou a acreditar nisso.
"Aquele cara ficou olhando para você a noite toda", Carmen comentou. Hollie soltou as doses na bandeja de Carmen. "Qual cara?"
"Aquele lá." Carmen apontou um dedo na direção de Yuri.
"Aquele cara lá na ponta?" Hollie se perguntou como evitar que isso se tornasse estranho.
"Na verdade, eu o conheço. Ele provavelmente está apenas me assistindo trabalhar porque está entediado. Vou ir para casa de carona com ele."
"Realmente", O tom de Carmen era abertamente especulativo. "Ele é gostoso. Quando você se cansar dele, mande-o para mim."
Hollie começou a rir. "Eu farei isso. Eu prometo."
Carmen pegou o resto de suas bebidas e seguiu em direção às mesas. Hollie tentou mas não conseguiu imaginar Yuri saindo com alguém como a Carmen, ou com qualquer outra pessoa que fosse. Ele era muito sério. Ela estava pensando se estava virando um desafio para ela conseguir alguma reação dele. Ele certamente não reagia a nada.
Um homem alto e excessivamente musculoso vestindo uma calça de couro preta e uma blusa de tela transparente colocou as mãos sobre o bar. "Ei, docinho, você pode me dar uma garrafa de cerveja? Serve qualquer importada. " "Claro." Algo em seu tom foi imediatamente broxante.
Há muito tempo ela deixou de se preocupar em dispensar clientes que agiam de forma pomposa ou mandona. O clube tinha muito movimento e muitos clientes regulares com quem se preocupar. Desde que os funcionários fossem educados, os proprietários não pediam para que eles se esforçassem muito para serem legais com pessoas que não merecessem.
Aquele cara não merecia merda nenhuma. Seu comportamento sugeria que ele pensava em si mesmo como o melhor partido da cidade. Hollie se perguntou quanto tempo levaria para ele perceber que ele estava completamente errado. Ele pegou a cerveja que ela lhe entregou. "Obrigado, docinho."
"Não tem problema." Hollie voltou para a fila de fichas que esperava na bancada.
"Você trabalha aqui há muito tempo?", ele perguntou. Hollie não se preocupou em olhar para cima. Normalmente, se ela não lhes desse nenhuma atenção especial, caras como aquele iam embora. "Um tempo."
"A que horas você sai do trabalho?"
OK, aquilo já era óbvio demais. Hollie olhou para o cara e tentou avaliar se o homem tinha alguma dificuldade cognitiva ou algo do tipo, ou se era apenas um idiota. Ela supôs que algumas mulheres pudessem achar o seu tipo ou o seu ego inflado atraente. Não deu muito certo com ela.
Na verdade, ela estava pronta para vê-lo ir embora.
"A menos que você queira pedir outra coisa, você precisa liberar o bar", Hollie disse a ele sem rodeios.
"Eu gostaria de pedir você." Ele lambeu os lábios, um gesto que ela achou revoltante.
Ela lhe deu seu olhar mais fulminante. "É mesmo?"
"Vamos lá, docinho. Você sabe que você quer." Ele ergueu as sobrancelhas.
"Esse comportamento geralmente funciona para você?" Hollie perguntou com uma risada.
"Sério você está agindo como um estudante do ensino médio."
Sua expressão se tornou amarga. "Sabe, você precisa ser um pouco mais agradável. Você está no setor de serviços, vadia. É hora de fornecer seu serviço. Entende o que eu quero dizer?"
Com o canto do olho, ela viu Yuri se levantar. Ótimo. Seu cão de guarda estava prestes a se meter na situação e torná-la cem vezes pior. Ela precisava lidar com aquilo imediatamente.
"Ei, Chase!" Ela gritou para ser ouvida acima do barulho dentro do clube.
Um segurança negro robusto caminhava próximo de seu posto próximo aos banheiros. "Sim, Hol?"
"Esse cara estava de saída", disse ela docemente. "Você pode ajudá-lo a encontrar a porta?" Hollie viu Yuri se acomodar na baqueta que ele estava ocupando na maior parte daquelas
três horas. Ele parecia perfeitamente calmo. Interessante. Então ele estava meio que disposto a deixá-la cuidar de si mesma. Aquilo tinha tudo para dar certo.
"Muito bem, cara", o segurança disse pausadamente. "Você ouviu a senhorita. Você precisa ir andando". O cara da blusa de tela transparente começou a soltar palavrões em duas línguas e rosnar insultos ininteligíveis para ela, Chase, e praticamente todos na Shelter quando ele foi arrastado. Pela cara de Chase, parecia que o cara não estava elogiando. Hollie sempre o via como um urso. Ele demorava muito para ficar bravo, mas quando alguém o tirava do sério as coisas terminavam muito mal. Era um fato que aquele cara provavelmente estava prestes a descobrir em primeira mão. Não é problema meu. Yuri observou o progresso do segurança por todo o clube enquanto ele arrastava o cliente rebelde até a saída. Aquilo parecia bastante normal, mas o instinto de Yuri dizia outra coisa. Havia algo quase que calculado na maneira com que o homem tinha perseguido a atenção de Hollie. O estranho poderia ter falhado em ganhar a resposta que ele queria, ou ele poderia simplesmente estar à espera de uma oportunidade melhor. A situação merecia sua atenção, mas Yuri estava tendo dificuldade em se concentrar algo que não fosse o modo como Hollie se movia atrás do bar. Ela tinha as mãos mais sexy do que qualquer mulher que ele já tinha visto. Ele a assistiu cortar habilmente seus limões. Então ela virava a faca e a soltava casualmente. A maneira como ela agia era confiante. Ele não podia deixar de imaginar como seria sentir esse toque em sua pele. Hollie olhou para o outro atendente de bar. "Ei, Joe, eu preciso ir ao banheiro. Tudo certo?"
“Claro.” Joe lhe lançou um sorriso. “Eu tomo conta.”
Yuri se mexeu em seu assento, preparando-se para seguir Hollie. Ele não precisava olhar para saber que ela vinha em sua direção. Ele conseguia identificar o seu perfume dentre todos os outros cheiros no clube. Ela era muito diferente e por alguma razão isso aguçava seus sentidos.
Ela colocou a mão em seu ombro. "Nem sequer pense em me seguir até o banheiro.
"Eu deveria pelo menos entrar e verificar se está limpo", ele ressaltou.
"Limpo? Sério? "Ela apoiou ambas as mãos no quadril e olhou para ele. "É um banheiro em um clube. É claro que não está limpo. Há provavelmente uma centena de mulheres lá dentro retocando a maquiagem ou choramingando e reclamando sobre algum cara que as dispensou".
A cena ela descreveu era quase horrível demais para se contemplar. Yuri sentiu seu estômago embrulhar com o pensamento de entrar em um lugar como esse e checar potenciais ameaças. Considerando a forma como as mulheres agiam unidas, qualquer um que entrasse lá seria visto como um assaltante em potencial. Talvez Hollie tivesse razão sobre isso.
Ela riu, com o som que produziu ficando mais alto que o barulho do clube. "Olha, que tal você apenas ficar de olho daqui? As portas ficam a cerca de cinco metros de distância. Se eu não sair em quinze minutos você pode vir com sua arma na mão."
Ele arqueou um lábio, o mais próximo de uma risada que ele daria a ela. "Deixe-me ver o seu celular."
"Por quê?" Ela o entregou a contragosto. "Por favor, não instale algum dispositivo de rastreamento bizarro em meu telefone."
"Dispositivo de rastreamento?" Ele não se preocupou em esconder o que ele pensava daquilo. "Como se eu precisar de um." Ele digitou um longo conjunto de números. "Esse é o meu número de telefone. Me ligue ou me mande uma mensagem se você tiver algum problema e eu não estiver perto o suficiente para ver o que está acontecendo. " "Oh." Ela apertou os lábios, parecendo quase surpresa. "Essa é uma boa ideia, na verdade."
"Sim, eu tenho algumas de vez em quando", ele brincou.
Seus olhos verdes brilhavam com o humor. "Puxa, eu pensei que você só socasse tudo."
Ela deu um pequeno empurrão em seu ombro e caminhou em direção ao banheiro, ainda rindo. Aquela visão era uma boa distração. Seu bumbum redondo tinha o tamanho perfeito para suas mãos. A forma como seu quadril balançava colocava ideias eróticas em sua cabeça. Ele
imaginou como seria tê-la em seu colo, cavalgando-o com a cabeça jogada para trás, seu cabelo solto sobre as costas nuas e seu quadril balançando enquanto ela dava prazer a ambos. Yuri sacudiu a cabeça. Aqueles pensamentos não o estavam ajudando a trabalhar de forma eficiente. Meia dúzia de pessoas determinadas a fazer um estrago poderiam ter escapado para o banheiro enquanto ele estava ocupado pensando com seu pau. Ele precisava manter a cabeça limpa. Assim como aquele pensamento entrou em sua mente, ele viu o admirador de Hollie surgir através da multidão de frequentadores do clube e seguir ao longo do corredor escuro em torno dos banheiros. É hora de partir para o trabalho.
Capítulo Cinco
Yuri ficou de olho no admirador de Hollie enquanto fingia estar totalmente focado na porta para o banheiro masculino. O corredor onde os banheiros estavam localizados era típico de muitos clubes — o que significa ser mal iluminado, muito pouco espaço, e uma alcova quase que completamente escura onde já havia existido uma fileira de telefones públicos. Com todos carregando seus celulares, o espaço para telefones públicos tinha agora se tornou um esconderijo conveniente para aquele estranho indivíduo em sua calça de couro e camisa de tela transparente. Yuri passou casualmente pela alcova como se estivesse indo para o banheiro masculino na outra extremidade do corredor. No último segundo, ele mergulhou na escuridão.
"Ei!" O estranho tentou se contorcer e se livrar das mãos de Yuri. "Qual é o seu problema?"
"O meu problema?" Yuri fez um ‘tsc’. "Eu não sou o único esperando no escuro para tentar agarrar uma mulher."
"O quê?" O homem se empurrou com mais força contra o peito de Yuri. "Você é louco. Eu só vim até aqui para fumar um cigarro".
"Você quer fumar?" Yuri pegou o maço do bolso da blusa do estrangeiro. "Eu ficarei feliz em atear fogo em você."
"OK, você precisa sair." Algo no comportamento do estranho mudou. Ele já não tinha o jeito de um cliente trapalhão e trapalhão e muito ansioso. Havia algo a mais em seu jeito que não havia antes. "Você está indo longe demais, filho."
"Eu não sou seu filho", Yuri disparou. Ele esmagou os cigarros com a mão e os deixou cair no chão.
O ataque não foi inesperado, mas Yuri ficou surpreso com a habilidade de seu oponente. O gancho com a mão esquerda quase roçou o seu queixo. Yuri se jogou para trás, cuidadosamente se mantendo equilibrado. Quando o estranho se jogou contra o tronco de Yuri, ele grunhiu e se
deixou ser empurrado contra a parede. Apoiando seu peso contra os blocos de concreto, Yuri se
virou de lado. Ele passou o braço em volta do pescoço do desconhecido e conseguiu aplicar uma gravata firme. Uma onda de socos atacou o abdome de Yuri quanto seu oponente se esforçava para fazer Yuri soltar seu pescoço. Mudando de lado, Yuri deixou o ímpeto do combate batê-lo de volta para a parede. Dessa vez, ele empurrou a cabeça do estranho na parede. O crânio do rapaz fez contato com um estalo satisfatório. Os socos pararam e Yuri conseguia notar que o homem estava lutando para se manter consciente. Arremessando o cara no chão, Yuri caiu e colocou um joelho no peito de seu oponente.
"Quem te enviou?" Yuri exigiu.
O homem tossiu, virando a cabeça para cuspir um bocado de sangue no chão de cimento. "Você está completamente louco."
"Não brinque comigo." Yuri colocou um pouco mais de pressão sobre as costelas do homem.
"Você estava observando Hollie Pembroke. Ela é o seu alvo. Quem mandou você fazer isso? " "Ninguém!" O estranho disse ofegante. "Eu só queria transar. Eu juro. Ela é gostosa. Você a viu. Eu não sabia que ela era sua, cara."
Yuri xingou em russo. Ele sabia que o desgraçado estava mentindo. Ele podia parecer um brutamontes comum, mas ele lutava como alguém com treinamento. Yuri teve que perguntar a si mesmo o quanto ele precisava de informações. Aplicando pressão nas costelas do homem, Yuri sabia que ele faria o que fosse preciso para manter Hollie segura. "Pare. De. Mentir. Para. Mim."
O cheiro de Hollie anunciou sua presença antes de Yuri ouvir sua voz. "Meu Deus! Yuri! Pare!
Você não pode simplesmente atacar os clientes".
"Ele não é um cliente." Yuri nem sequer olhou para cima.
Ela fez um som estridente de indignação. "Sim, ele é! Ele é o cara que Chase expulsou antes.
Por favor, pare. Você vai me causar problemas!" Pela primeira vez em sua vida adulta, os desejos de Yuri estavam em oposição um ao outro.
A fim de fazer o seu trabalho e manter Hollie segura, ele precisava tirar as informações que pudesse daquele imbecil. No entanto, Hollie estava lhe pedindo para fazer algo. Uma parte dele queria responder a ela, dar a ela quisesse. Ainda assim, tudo aquilo era manter Hollie segura. Não fazê-la feliz. Rangendo os dentes, Yuri se preparou para enfrentar uma nuvem de ira que certamente seria destinada a ele.
"Volte para o trabalho", Yuri lhe disse tentando manter a calma. "Deixa eu cuidar disso."
"Perfeito", ela retrucou. "Logo agora que eu estava pensando que você poderia ser tolerável, você prova que não é. Meu turno acaba em 10 minutos. Você pode encontrar o seu próprio caminho para casa. Eu não vou para casa de carro com você de jeito nenhum."
Hollie se afastou num acesso de raiva e o estranho começou a rir. Aquilo o fez tossir novamente, mas ele não parecia se importar. Yuri empurrou o incidente com Hollie para o fundo de sua mente. Mantê-la segura era mais importante do que mantê-la feliz.
"Agora", Yuri disse suavemente. "Você vai me dizer tudo o que eu quero saber."
"Vai se foder." O estranho lutou, tentando remover o joelho de Yuri. Um pouco mais de pressão e ambos ouviram um estalo em suas costelas. O homem gemeu de dor. "Está bem! Eu não sei o nome do cara, OK? Ele era alto, e ele tinha um sotaque estranho. Tipo o seu."
"Onde você o conheceu?" A lista de suspeitos de Yuri ficou mais curta.
"Eu estava do lado de fora do hospital para veteranos. Ele me disse que precisava de alguém com o meu tipo de treinamento para um trabalho." O cara gemeu novamente. "Saia das minhas costelas, seu filho da puta! Eu disse o que você queria saber."
Yuri precisava de uma maneira de obter um vislumbre daquele homem alto. "Você vai encontrá-lo novamente para receber o pagamento?"
"Não. Vai ser uma transferência bancária. "
"Viva ou morta?"
"Eu não ia matá-la!" A repugnância na voz do estranho era real. "Eu só devia assustá-la um pouco."
"Que pena para você", Yuri disse abruptamente. Acertando o estranho no rosto com um soco, ele o fez desmaiar com apenas um golpe. Com ele apagado, Yuri se levantou. Ele precisava voltar para a propriedade e se certificar de que Hollie não entraria em nenhuma outra confusão.
***
Hollie nunca tinha ficado tão brava em sua vida. Ela passou um trabalhão explicando ao seu gerente por que ele não poderia chamar a polícia por causa de dois caras brigando perto dos banheiros. Aquilo não só envolveu uma enorme quantidade súplicas, Hollie teve que admitir que ela tinha um guarda-costas que a acompanhava em seu trabalho. O gerente não ficou exatamente entusiasmado com essa notícia.
Batendo a porta de trás com tanta força que chegou a ouvir as janelas tremerem, Hollie entrou na cozinha. Ela ficou ainda mais irritada ao ver Yuri sentado calmamente na bancada com uma xícara de café ao lado de seu cotovelo. Ele estava jogando palavras cruzadas.
Palavras cruzadas? Sério?
Escancarando a porta da geladeira, ela pegou um refrigerante e o abriu. Ela tomou um longo gole. Bolhas de gás fizeram cócegas em seu nariz e garganta. A sensação normalmente teria a feito rir, mas no momento ela estava muito irritada, até mesmo para aquilo. Ela caminhou até o lado oposto da bancada e colocou a lata de refrigerante sobre o mármore cinza.
"Há quanto tempo você está aqui?", ela perguntou, irritado.
Nenhuma resposta.
Hollie teve que reconhecer. Yuri era a pessoa mais audaciosa que ela já havia conhecido. Ele parecia não ter vergonha. Ela o pegou batendo em um cara aleatório em seu trabalho, e ele não deu a mínima. Que tipo de sociopata ele era por conseguir fazer algo assim? Pior, o que isso dizia sobre ela que ainda assim o achava atraente? Aquilo era loucura!
"Yuri". Ele nem sequer tirou os olhos de seu jogo. O ultraje a deixou quase tonta. Ela tirou o livro de palavras cruzadas debaixo de seu nariz. "Ei! Estou falando com você!"
"E?"
Quem diabos aquele cara pensava que era? Hollie sentiu seu rosto ficar quente com o aumento de fluxo de sangue. "Você trabalha para mim, entendeu?"
"Na verdade, eu trabalho para o seu pai." Seu tom de voz e expressão eram totalmente racionais. Era como se nada do que tinha acontecido o havia afetado.
"Não. Quando você é o meu guarda-costas, você trabalha para mim." Ela lançou seu livro de palavras cruzadas sobre a bancada, mirando nele e acertando em seu peito.
Ele se levantou da bancava, desdobrando seu corpo e levantando-se como se tivesse todo o tempo do mundo. Hollie tentou não ser tão afetada por ele, mas tudo sobre ele apelava a ela em algum nível primitivo que ela não conseguia entender. Ele era uma máquina brutal. Seus braços eram envolvidos por músculos e seu rosto era áspero e masculino. Aquilo era um homem de verdade, não um totem de papelão ou um cara que vivia na academia.
Quando ele deu a volta no balcão e diminuiu a distância entre eles, Hollie teve que se forçar a se manter firme. Ela não queria que ele pensasse que ela estava com medo. No entanto, quando ela olhou para cima para encontrar seu olhar escuro e insondável, ela percebeu que o seu cheiro enfumaçado a afetava profundamente. O calor saía dele em ondas. Ela brilhava contra sua pele e enviava um choque direto para o seu âmago.
Era uma agonia ficar parada. Ela queria se contorcer. Ela queria se envolver em torno dele e ver se seus lábios tinham um gosto tão bom quanto parecia. Será que ele era másculo assim debaixo dos lençóis? Um homem como aquele saberia exatamente como fazê-la se sentir como uma mulher.
Seu peito se moveu quando ele tomou fôlego para falar. "Aquele homem estava perseguindo você, Hollie".
"Como você sabe?"
"Ele me disse."
Ela fez uma careta. "Depois de você espancá-lo?"
"Ele recebeu muito bem para isso." Yuri obviamente não tinha remorso. "Eu fiz o que
precisava fazer para protegê-la."
Aquelas palavras lhe deram uma emoção inacreditável. Aquele homem forte estava disposto a fazer sangrar em seu nome. Era bárbaro. Também era excitante. Ela respirou profundamente, sem perceber até que aconteceu que eles estavam tão perto que as pontas de seus seios suavemente roçaram seu abdome. O ruído grave que escapou da garganta dele fez com que seu útero se contraísse de vontade. Seus mamilos estavam duros e latejantes. O peso em seus seios a fez morder o lábio para sufocar um gemido. Havia algo de básico e animalesco sobre ele. Ela estava com muita raiva, mas de alguma forma aquilo tinha se transformado em outra coisa. Seus instintos tomaram conta e ela jogou os braços em volta de seu pescoço. O mundo pareceu parar quando seus lábios se encontraram. Hollie poderia ter sido quem deu o primeiro passo, mas Yuri foi tudo menos passivo. Ele assumiu o controle absoluto do momento e não voltou atrás. Seus lábios se apertaram contra os dela com uma intensidade bruta que intensificou todos os sentidos em seu corpo. Sua pele se arrepiava onde quer que ele a tocasse. O sabor dele encheu sua boca e ela gemeu para implorar por mais. Os braços dele envolviam firmemente seu corpo, puxando o seu calor em direção a ele. Ela podia sentir sua ereção entre eles. A cabeça de seu pênis cutucava sua barriga como se tivesse vida própria. Ela se contorceu contra ele, encontrando sua língua com a dele até que não houvesse nem começo e nem fim. Quando eles finalmente se separaram, Hollie tropeçou para trás. A realidade a atropelou como um trem enorme. Com um olhar ela conseguiu ver que ele tinha tido o mesmo pensamento. Vergonha, medo, ela não sabia o que sentia. O que quer que fosse, era coisa demais.
"Isso nunca pode acontecer novamente", ela engasgou.
Ele não falou, dando-lhe apenas concordando rigidamente com a cabeça antes de sair da cozinha sem olhar para trás. Hollie passou a ponta do dedo em seus lábios. Eles estavam quentes e inchados, formigando e sensíveis ao toque. Aquilo não poderia acontecer novamente, mas isso não
a impediu de desejar Yuri.
Capítulo Seis
Hollie trotou escada abaixo e cruzou a sala ornamentado indo em direção à parte traseira da casa de seu pai. Ela ainda não tinha alcançado a porta traseira quando um guarda se materializou aparentemente do nada. Será que esses caras não têm nada melhor para fazer com seu tempo? Ele levantou uma mão. "Desculpe-me, senhorita Pembroke, mas você não está autorizada a sair de casa." Ao longo dos anos, ela começou a se perguntar se todos aqueles seguranças compravam na mesma loja. Como se talvez houvesse uma loja de roupas para segurança em algum lugar cheio de calças cargo pretas, camisetas pretas e coturnos. Seria a loja mais chata na Virgínia. Ela estufou as bochechas e depois exalou um suspiro gigante. "Olha, eu vou para o quarto de Yuri. Ele está na casa de hóspedes. Você sabe" — ela fez um gesto vago em direção ao lado norte da propriedade — " aquela casinha isolada à beira da piscina? Tenho certeza que você a notou em algum momento quando estava fazendo ronda na propriedade de meu pai, supostamente fazendo o seu trabalho." OK, então ela tinha sido um pouco sarcástica, mas ela estava realmente ficando cansada de viver naquele aquário. O guarda deu dois passos em direção à porta da frente e a abriu. Ele saiu e fez um gesto que ela seguiu. Ele colocou um dedo no pequeno intercomunicador Bluetooth em seu ouvido. "Estou acompanhando a senhorita Pembroke até os aposentos de Yuri. Por favor, diga para ele nos encontrar."
"O quê?" Hollie resmungou. "Sério? Você tem que dizer a ele que estou indo lá fora?"
"Algum problema, senhorita Pembroke?" O guarda deu a ela o que quase poderia ser chamado de um sorriso sarcástico.
"Não. Está tudo bem. Podemos ir agora? "Hollie disse irritada. Não. Não estava tudo bem. Eu nem tenho certeza por que estou indo lá e agora você foi lá e me anunciou! Não ter privacidade era uma droga. Hollie pensou sobre isso enquanto seguia o capitão Maravilha descendo os degraus da frente e ao redor da casa até onde Yuri estava. Eles estavam na metade do caminho quando ela notou uma sombra enorme encostada na varanda da frente da casa de hóspedes. Ela pareceu se desprender do corrimão enquanto eles se aproximavam. Seu coração começou a bater quando ela reconheceu o perfil distinto de Yuri. Ninguém mais tinha uma aparência como aquela. Em uma sala cheia de caras que tentavam manter a forma, Yuri se destacaria naturalmente e nem pareceria se esforçar para ficar daquele jeito. Seu acompanhante parou de andar a cerca de 10 metros de Yuri. "Eu estou passando ela para você."
"OK." Seu tom era grave.
Ocorreu-lhe então que o capitão Maravilha na verdade tinha um pouco de medo de Yuri. Que interessante. Hollie já estava pensando em uma dúzia de maneiras que ela poderia usar para explorar essa fraqueza em particular quando seu guarda-costas pessoal a agarrou pelo braço e começou a arrastá-la para seus "aposentos".
"Ei!" Ela tentou, sem sucesso, livrar seu braço de suas mãos. "Mas que diabos? Isso não é necessário. Eu vim até aqui de boa-fé. Eu só queria... hum." Sim, ela realmente não sabia por que estava ali fora.
Ele resmungou algo que parecia russo antes de mudar para o inglês. "Você vem até aqui e arrisca a sua vida sem saber por quê? Como isso não é tolice?"
"Como eu estou arriscando a minha vida?" Ela usou sua pausa momentânea para se afastar.
Pisando em sua varanda, ela cruzou os braços sobre o peito e olhou para ele. "Não há perigo aqui. Eu não sei o que eu preciso fazer para você entender isso. Você está entrando na paranoia do meu pai. Só isso." Algo em sua expressão pestanejou. Ela tinha a nítida sensação de que ele sabia muito mais
do que estava dizendo. Aquilo não parecia bom. Suas feições eram escondidas pela escuridão, mas ela podia senti-lo muito claramente. O beijo que eles haviam dado surgiu em sua mente.
"Por que você me beijou?", perguntou ela.
"Você me beijou." Ele se aproximou dela lentamente, como um predador sobre sua presa. "É por isso que você veio aqui? Para fazer essa pergunta como uma menininha boba?"
Ela não era uma menininha boba há muito tempo. No entanto, havia um toque de verdade em suas palavras. Especialmente nos últimos dias, ela começou a agir como uma menininha novamente. Era impossível não fazer isso com as medidas de proteção opressivas de seu pai.
"Eu posso ter começado o beijo", ela admitiu. "Mas você o continuou. Por quê?"
Uma alcova em uma extremidade da varanda levava para a parte traseira da piscina, e a treliça estava coberta de videiras frondosas. Hollie se moveu para a escuridão profunda, onde olhos curiosos não poderiam ver ou ouvir sua conversa.
Ele a seguiu. Ela podia senti-lo atrás dela. O calor dele era intoxicante. Era como se sua pele estivesse em chamas. Ela desejava esticar o braço e tocá-lo, mas queria uma resposta.
Houve uma onda de palavrões em russo e, em seguida, Yuri a puxou com força para os seus braços. O toque foi excitante, não só porque era proibido, mas porque ninguém jamais ousou tocar Hollie Pembroke daquela forma antes. Ele era bruto e rústico e ela queria mais.
Seus braços a envolveram com tanta força que ela mal conseguia respirar. Seu peito era duro contra o dela, seus mamilos se incharam e se firmaram em cada ponto de contato. Sua pele ardia debaixo de suas calças e sua blusa de pijama. Ela queria estar mais perto dele, o mais perto possível.
Quando seus lábios tocaram os dela não havia mais hesitação. O beijo foi brutal. Ele a possuiu completamente. Os dedos de Hollie se emaranharam em sua camisa, em busca de algo para ancorá-la na terra. Ela mal conseguia respirar. Seu gosto a consumia. Ele moveu sua boca sobre a dela novamente. Ela se contorcia em seus braços, querendo estar mais perto, querendo estar nua lá com ele.
Ele se afastou apenas o suficiente para tirar sua camisa sobre sua cabeça. A brisa fresca da noite roçou sua pele quente e ela estremeceu. Em seguida, ele pressionou as palmas das mãos contra as suas costas e ela esqueceu de todo o resto. A maneira como ele a acariciou apenas alimentou a necessidade reprimida dentro de seu corpo. A carne macia entre suas pernas ficou inchada e escorregadia. Yuri empurrou seu joelho entre os dela e ela gemeu de alívio quando o contato aliviou um pouco a pressão. Ela revirou o quadril, roçando seu sexo contra ele e umedecendo suas calças de pijama. O algodão atritou contra as dobras delicadas de sua vagina. Ainda assim, ela queria mais. Yuri estava perdendo a cabeça. Ele deveria estar fazendo qualquer outra coisa, menos aquilo. No entanto, quando ele tinha Hollie em seus braços, ele não conseguia pensar em nada além de mergulhar seu pau dentro dela mais e mais até encontrar o doce prazer que desejava. Ela era muito quente. E não apenas com o calor físico de suas partes íntimas coladas contra suas coxas, mas a forma como ela se movia e os sons que produzia. Ele a desejava muito. O suficiente para estar prestes a tomar uma decisão da qual ele não poderia voltar atrás. Ele estendeu os braços por trás dela e abriu o fecho de seu sutiã. Seus seios saltaram em suas mãos. Segurando-os, ele os reuniu. Eles eram lindos. Ele não conseguia enxergar seus detalhes na escuridão, mas a perfeição cremosa de sua pele era melhor do que ele tinha imaginado. A escuridão ampliava seus outros sentidos. Ele respirou profundamente para saborear seu perfume feminino. A sua impetuosidade familiar agora estava tingida com excitação. Quando ele abaixou a cabeça e tomou um mamilo na boca, ele gemeu diante do sabor de sua pele. Ela era salgada e mulher, e ele queria mais. Ele usou sua língua em ambos os mamilos. Provocando-os e deixando-os duros, ele os mordiscou até ela gritar. Quando ela passou os dedos em seu cabelo para puxá-lo mais perto, ele respondeu fazendo uma forte e ousada sucção. Ela apenas jogou a cabeça para trás e gemeu por mais. Seu pênis estava pulsando por trás da braguilha de sua calça jeans. Ele queria Hollie agora
sem preâmbulos ou desculpas. Ele não estava com vontade de seduzir ou ser romântico. E sua parceira não estava qualquer inclinação para diminuir o ritmo. O fato de que ela iria deixá-lo têla ali mesmo sob a treliça na escuridão o excitava mais do que qualquer outra coisa. Colocando a mão sobre sua barriga, Yuri deslizou os dedos sob o cós elástico de suas calças de pijama. Ele pegou a faixa de pelos ásperos cobrindo suas partes íntimas e a esfregou contra ele. Puxando levemente esses seus pelos, ele a posicionou mais confortavelmente contra ele. A primeira pressão de seus dedos em sua abertura quente era o paraíso. Ela estava tão molhada. O som dele a acariciando encheu o espaço próximo à sua volta. Seus pequenos gemidos ficaram mais febris e ela arqueou as costas, suas unhas cavando em seus braços. Ele encontrou a protuberância de seu clitóris e começou a esfregá-lo em círculos. Ela tentou falar, mas seus lábios não formavam palavras. Yuri a fez perder a cabeça. Ele podia sentir a tensão tencionando seus músculos. Sua respiração estava irregular e ele sabia que ela estava perto de seu primeiro orgasmo. Ele chegou com força. Yuri reprimiu um gemido de desejo quando sentiu sua vagina tremendo contra sua mão. Um jorro de líquidos embebeu a palma de sua mão. Ele então tirou a mão para fora da calça e a lambeu toda. Seu gosto era a perfeição absoluta.
"Oh Deus", ela choramingou. "Você acabou de...? Por favor. Yuri, me coma, por favor?" A súplica acabou com ele. Ele sabia que não deveria. Ele sabia que deveria interromper aquilo, mas não havia como parar o que estava acontecendo entre eles. Ele a virou com força, empurrando-a contra o parapeito da varanda. Ela se preparou, mesmo enquanto ele ainda desabotoava a calça jeans.
"Sim", ela sussurrou. "Bem assim. É!"
Ele botou seu pênis para fora. A pele estava tão tensa que a sensação de sua mão era quase dolorosa. O pijama dela facilmente, mostrando seu belo traseiro e removendo o último obstáculo entre eles. Yuri correu as mãos sobre suas nádegas macias antes de mergulhar entre elas. Ela empinou
a bunda lhe dando as boas-vindas. Encaixar a cabeça de seu pau em sua entrada foi quase uma tortura. Ele podia sentir o quão incrivelmente apertada ela era. A cabeça arredondada de seu pênis deslizou um pouquinho para dentro de seu corpo e ela gritou. Estendendo um braço em direção ao seu quadril, ele encontrou seu clitóris com os dedos e começou a provocá-la um pouco. A estimulação ajudou ela a se soltar mais. Seus músculos relaxaram o suficiente para ele entrar profundamente em seu corpo. Ele sentiu suas bolas saltarem levemente contra seu corpo e lutou para não perder o controle. Se ele transasse com ela do jeito que ele queria, ele iria rasgá-la em duas. Lentamente. Ele repetiu a palavra mais e mais, estabelecendo um ritmo e permitindo que seu quadril o seguisse. O deslizar de seu pênis para dentro e para fora era delicioso. A fricção aumentou ao longo de seu membro e o calor se acumulou na base de sua espinha.
"Yuri!" Sua voz chamou seu nome pouco antes de seu segundo orgasmo. As contrações ondulantes de seus músculos internos eram sensacionais. Ele ficou prado para desfrutar da sensação, mas ela começou a se empurrar contra ele, como se ela lhe pedisse sem palavras para se manter em movimento. Ela era exigente até nisso, e ainda assim ele nunca iria querer lhe negar aquilo. O corpo dela chamava o seu. Ele adorava a sensação de seus fluidos cremosos em seu pau e o cheiro dela em suas narinas. Ela tinha sido feita para ele, desenhada para que ele a fodesse.
"Mais forte, por favor?", ela implorou.
As palavras o levaram ao limite. Ele saiu quase que totalmente de dentro dela e em seguida voltou com tudo. O som de sua pele contra a dela era lindo. Ele tirou e fez isso de novo, e de novo, até que ele estava empurrando tão forte e rápido que seu próprio clímax estava chegando.
Ele encontrou seu clitóris mais uma vez. Ele queria senti-la enlouquecendo ao redor de seu membro quando ele chegasse ao prazer. Quando ele sentiu que ela estava começando a tremer, ele entrou com tudo e liberou. Ela derreteu em torno dele enquanto ele se liberava dentro dela.
Entrando o máximo que podia, Yuri ficou profundamente dentro dela enquanto lhe deu até a última gota. O suor escorria pelo seu rosto e costas, se acumulando na base de sua coluna e pingando sobre a madeira debaixo de seus pés. Sair de dentro do corpo de Hollie era quase uma agonia. A realidade do que ele tinha acabado de fazer era ainda maior. Ele puxou seu pijama sobre seu traseiro nu.
"Volte para a casa." Tirando sua blusa e sutiã do chão, ele entregou a ela. Ela não disse nada e de alguma forma aquilo foi pior. Ele mal podia ver o detalhe de seus olhos verdes arregalados na escuridão. Ainda assim, ele não precisava de luz para ver a acusação em seu rosto.
Capítulo Sete
Hollie se rolou e se espreguiçou. Seu corpo estava agradavelmente dolorido, mas seu coração parecia ter levado uma surra. Ninguém gostava de ser rejeitado. Aquilo não era novidade para ninguém. Aparentemente, ser rejeitada por Yuri causou a ela um caso monstruoso de arrependimento no dia seguinte. No que ela estava pensando? No minuto em que saiu lá fora ela sabia o que pretendia fazer. Não era como se tivesse sido uma surpresa. Sua vida já estava tão confusa. Ela não tinha espaço para um guarda-costas russo e carrancudo. Sentada na cama, ela olhou para a bela manhã de céu azul. Só havia uma coisa a fazer. Ela tinha de esquecer que aquilo aconteceu e se certificar de que aquele assunto estava encerrado. Um formigamento entre suas pernas a fez apertar suas coxas. OK, talvez esquecer o melhor sexo de sua vida ia ser mais complicado do que parecia. Hollie jogou as pernas para o lado da cama e se levantou. Ela se dirigiu até o banheiro, esfregando o sono dos seus olhos. Uma rápida olhada no espelho surgiu que ela precisava de muita água quente e bastante trabalho para ficar apresentável. Aparentemente ser fodida enquanto inclinava sobre uma grade da varanda fazia uma menina parecer desgrenhada de manhã. Ela teve que rir da situação. O que a tinha possuído para fazer algo assim? Seus amantes foram poucos e bem intervalados, e eles nunca tinha sido nada parecidos com Yuri. A única palavra que lhe veio à mente era bruto, ou talvez obstinado. Ele tomou para si o que queria. Foi emocionante. Hollie se inclinou para a frente e olhou criticamente para o seu reflexo. Ela questionou tudo. Ela tinha passado tantos anos tentando ser a filha que seu pai queria que fosse que ela havia se limitado. Seu pai queria que ela fosse mais como sua irmã, mas Hollie estava começando a
acreditar que isso era impossível. Lilli era uma menina certinha. Hollie estava constantemente se
metendo em encrencas. Ou, pelo menos de acordo com seu pai, ela estava sempre em apuros. Como dormir com o meu guarda-costas. Isso contaria como estar em apuros. Argh! Ela só queria uma ducha e um feitiço para se esquecer das últimas 24 horas. Uma batida na porta de seu quarto fez Hollie congelar. Ninguém nunca a incomodava ali. Ela não conseguia se lembrar da última vez que o pai dela tinha subido até o seu quarto. Pegando o seu roupão, ela o amarrou firmemente em torno de seu corpo nu e se dirigiu até a porta. Ela sabia antes de vê-lo que era Yuri quem estava do outro lado. Algo em sua energia corporal lhe dizia quando ele estava próximo. Se ela não pensasse diferente, acharia que sua energia respondia à dele, independentemente do que seu cérebro dizia que era certo ou errado. Reunindo a compostura, Hollie fez o possível para ficar indiferente. "O que você quer?"
"Eu quero pedir desculpas."
Ele era tão lindo. A visão dele momentaneamente a distraiu. Ele já havia tomado banho pelo ondular de seus cabelos úmidos em suas têmporas. Suas bochechas e queixo tinham sido recém barbeados. O tom moreno e azeitonado de sua pele era ainda mais atraente daquele jeito. Ela desejava deixar que seus dedos roçassem seu rosto. Ela queria tocar seus lábios e sentir o quanto eles eram firmes.
A memória de seus beijos voltou correndo e Hollie não conseguia recuperar o fôlego. Ele era um amante habilidoso. Não havia como negar isso. Também não tinha nada a ver com a quantidade de prazer ele havia dado a ela. Yuri era um mestre porque sua personalidade dominante exigia nada menos que isso. Seu toque a fez desejar coisas que ela nunca quis antes.
Ele a levou para um lugar escuro e ela adorou cada segundo.
Mas não era por isso que ele estava aqui. Ela tentou processar o que ele tinha acabado de dizer. "Você quer se desculpar."
"Sim." Seu olhar escuro procurou seu rosto. "Eu não tinha o direito de tratá-la da maneira que eu fiz. Foi um abuso de poder e isso não vai acontecer novamente ".
"É mesmo?", ela murmurou. Seu cérebro estava dividindo em 100 direções diferentes. Então ele pensou em evitar outro encontro? OK. Hollie conseguia evitar as coisas como ninguém. "Do que você está falando?" Sua expressão mudou rapidamente, com a cabeça inclinada para um lado e a boca apertada. "Eu estou falando sobre a noite passada." Ela franziu a testa. "Você se refere à quando você bateu naquele cliente no meu local de trabalho? Sim, eu concordo. Isso nunca deve acontecer novamente. E se isso acontecer eu vou chamar a polícia e você vai ter que lidar com as consequências do seu comportamento psicótico." Hollie conseguiu ver quando suas palavras o atingiram. Sua mandíbula endureceu a ferro.
"Eu faço o meu trabalho como eu achar melhor. Se isso significa que você sente a necessidade de chamar a polícia e envolvê-los nos negócios do seu pai, isso é entre vocês dois". Oh, aquele foi um golpe baixo! "Você é muito idiota."
"Meu objetivo é satisfazer meu cliente." Ele baixou o queixo e se virou para ir embora.
Hollie odiou a ideia de que ele sairia por cima da situação. Ele não só ia tentar fingir que nada tinha acontecido entre os dois, mas ele estava tentando fazer com que ela se sentisse como uma garotinha. Ninguém podia fazer isso e sair ileso.
"Só para você saber." Hollie lutou para manter seu tom blasé. "Da próxima vez que você quiser ‘satisfazer’, você poderia se esforçar um pouco mais.
Yuri ardeu com a necessidade de se virar e mostrar para ela exatamente o que acontecia quando ele se esforçava mais. Ela estava fodendo com a cabeça dele. Ele sabia disso. Ela sabia disso. Mas se eles iam entrar naquele jogo, os dois teriam que ser claros a respeito dos limites. Ele não podia tocá-la nunca mais. Isso colocaria tudo em risco.
Ele nunca havia ficado tão distraído. Seus sonhos não eram nada além de fazer amor com Hollie. Ele tinha explorado seu corpo com a língua. Ela lhe pediu para colocar seu pênis dentro de seu corpo. Ele tinha conhecido a sensação de ter seu pau em sua boca e suas bolas em suas mãos. Ele tinha aberto suas pernas e a dominado como um animal várias e várias vezes. Ele tinha
acordado suado e embolado nos lençóis como um adolescente em seu primeiro sonho erótico. Aquilo era inaceitável. Yuri desceu as escadas dois degraus de cada vez, atingindo a entrada de mármore e seguindo em direção à porta da frente. Ele estava pensando e tentando descobrir por que Hollie o intrigava tanto quando Alistair Pembroke apareceu em uma das portas.
"Venha conversas comigo ", Alistair disse friamente. Em vez do escritório, Yuri seguiu Pembroke até a sala de jantar. Um verdadeiro buffet estava colocado sobre o aparador. Pembroke começou a encher um prato com ovos, linguiça, biscoitos e mingau como se aquela manhã fosse como qualquer outra. Yuri começou a se perguntar exatamente o que estava acontecendo. Ele tinha feito a suposição de que de alguma forma o homem mais velho tinha descoberto sobre Yuri e Hollie. Agora Yuri não tinha tanta certeza.
"Você quer café da manhã?" Pembroke fez um gesto em direção à comida. "Tem bastante coisa."
"Obrigado", Yuri murmurou.
De canto de olho, Yuri continuou a observar os movimentos sem pressa de Pembroke. Ele não parecia um homem que tinha qualquer preocupação. Os dois se sentaram lado a lado na mesa de jantar e Pembroke pegou um garfo.
"Está com fome?" Pembroke olhou para o parto cheio de Yuri.
Yuri deu de ombros. "Eu nunca sei quando eu vou ter a chance de comer, então eu aproveito quando posso."
"Nós dois nos conhecemos a bastante tempo", disse Pembroke em russo. "E eu sei que eu não tenho que explicar os detalhes de por que eu quis você para este trabalho."
"Não" Yuri enfiou comida em sua boca, certo de que aquela conversa estava tomando um rumo obscuro.
"Então quando um dos meus agentes de segurança vem até mim e diz que ele tem uma suspeita de que minha filha tem uma 'queda' por você, eu sou obrigado a me preocupar."
Pembroke pegou sua xícara de café e tomou um gole hesitante. "Acredite em mim. Eu sei como Hollie é. Ela é promíscua e exigente. Eu não consigo sequer começar a imaginar quantos amantes ela já teve ou as coisas que ela já fez." Ele esfregou brevemente uma mão pelo rosto. "Eu estou lhe pedindo para preservar o que resta da virtude da minha filha." A virtude da sua filha? Yuri quase riu alto. Não porque Hollie era uma santa ou uma pecadora, mas porque ele estava começando a entender o quão pouco Pembroke sabia sobre ela. Yuri poderia atestar o fato de que Hollie Pembroke não tinha muita experiência com homens. Isso tinha sido óbvio para ele desde o início. Ela não era inocente, mas ela estava longe de ser a mulher do mundo que Pembroke estava descrevendo.
"Eu não tenho nenhuma intenção de tomar a virtude da sua filha", Yuri garantiu a seu velho amigo. "Eu sou uma novidade para ela. Nada mais. A paixão vai desaparecer, e as coisas vão voltar a ser como eram."
"E o homem que você interrogou ontem à noite?" A voz de Pembroke ficou tensa. "Você descobriu que o contratou?"
"Ele era um americano contratado por um homem com um sotaque parecido com o meu." Yuri riu disso. Americanos e seu fascínio com sotaques era sempre divertido. "Ele não sabia o seu nome e o dinheiro seria pago por transferência bancária."
"Então alguém que sabe o que está fazendo", disse Pembroke, tenso. "Isso não parece bom."
"Vou ligar para algumas pessoas e dar uma investigada." Yuri pensou em Kirill. Seu velho amigo iria querer saber se Yuri estava vivo ou morto. "Nós vamos encontrar esse homem e quem está por trás dele."
"Você acha que há mais?" Pembroke apertou as mãos em sua xícara de café, como se buscando conforto no calor da porcelana.
"Meus instintos me dizem que ainda não sabemos de tudo." Yuri pensou nos longos anos que ele e Pembroke tinha navegado pela escuridão das redes de inteligência internacionais. "Nós temos tempo."
"Não". O punho de Pembroke bateu sobre a mesa com uma força quase excessiva. Os talheres e a porcelana tremeram em uma cascata de ruídos. "Quero isso resolvido agora."
"Paciência," Yuri o alertou.
Pembroke deu a Yuri um olhar de advertência. "E autocontrole. Eu não estou brincando sobre a minha filha".
"Eu não brinco." Yuri ouviu um pequeno ruído do lado de fora da sala. Alguém estava escutando. Quem?
"Hollie é uma tempestade de más escolhas, Yuri. Por favor, não deixe que ela lhe atraia para a sua teia. Às vezes eu acho que ela vive a sua vida sem pensar mais do que nos próximos 15 minutos."
"Muito difícil pensar em qualquer coisa mais à frente quando você manter a coleira tão apertada, você não acha?" Yuri levantou uma sobrancelha para o amigo.
"Não me venha com essa besteira. Algum dia, quando você tiver uma filha, você poderá entender. Até então eu estou pedindo para você manter suas mãos longe da minha." Os olhos de Pembroke ficaram febris e brilhantes e seu rosto estava corado. O estresse obviamente estava cobrando seu preço.
Yuri suspirou. Como exatamente ele prometeu aquilo sem cumprir? "Eu não tenho nenhuma intenção ou objetivo em relação à sua filha, Alistair. Eu juro. Embora eu ache que você deveria repensar a sua opinião sobre ela e suas escolhas. Não é fácil viver" — ele não conseguia pensar nas palavras que ele queria em inglês, então ele mudou para russo — "Ela viveu a vida dela debaixo de seu nariz. Descobrir sua própria identidade é difícil quando você está tão contra deixar isso acontecer. " Pembroke levantou-se, sinalizando que a conversa tinha acabado. "Vou manter isso em mente."
Capítulo Oito
Hollie apertou as costas contra a parede e tentou conter as lágrimas. Ela sempre soube que seu pai não a aprovava. Aquilo não era exatamente um segredo da família Pembroke. Mas ouvi-lo questionar abertamente suas decisões e sua moral na frente de Yuri foi além de horrível. O som de passos a fez enxugar os olhos e respirar profundamente para recuperar o controle. Não seria bom que um dos funcionários de seu pai a visse chorar. Então ela identificou o perfume masculino familiar que pertencia a Yuri. Pior ainda. Não havia como se sentir mais humilhada na frente de um cara que tinha acabado de rejeitá-la. Ele entrou na despensa de luz opaca que ficava ao lado da sala de jantar. A sua presença parecia encher o espaço e sugar todo o oxigênio do ar. Algo sobre ele era simplesmente maior que a vida e ela odiava o fato de estar tão atraída por ele.
"Quanto você ouviu?", ele perguntou em voz baixa.
"O suficiente."
Seu suspiro a surpreendeu. Ela não teria esperado que ele demonstrasse tanta emoção.
Então ele pegou um molho de chaves do bolso. "Vamos dar uma volta. Acho que sair da propriedade por um tempo vai ajudar."
A oferta foi além de sedutora. Hollie quase nunca podia deixar a propriedade sem o pai.
Além de suas idas para o trabalho, muitas vezes ela se sentia como um animal encurralado. Às vezes, ela simplesmente queria sair. Então mesmo que ela soubesse que essa era uma má ideia, ela não conseguiu resistir à oferta.
"OK", ela concordou.
Havia algo de empoderador em sair pela porta afora sem ser interrompida ou questionada.
Os dois guardas que estavam na entrada simplesmente cumprimentaram Yuri com a cabeça e recuaram. Sem o interrogatório de costume, ela realmente se sentia como um adulto normal, um
adulto que poderia ir e vir quando quisesse.
Estava quente lá fora. O céu estava azul e o ar do outono estava fresco e puro. Hollie sentiu seu humor melhorar quase que imediatamente. Então ela viu o veículo estacionado na parte inferior das escadas e ela não podia deixar de rir em voz alta.
"Isso é o que você dirige?" Ela colocou uma mão em seu quadril e olhou para ele como se o estivesse vendo pela primeira vez. Se um carro dizia muito sobre o proprietário, aquele gritava. A velha Blazer estava pintada de preto e tão levantada do chão que Hollie precisaria de uma escada para subir. Havia uma barra de luz na parte superior e uma grade na parte da frente que a dava uma aparência agressiva.
"O quê?" Yuri levantou uma sobrancelha. "Você é boa demais para andar na minha caminhonete?"
"Eu não tenho certeza se eu realmente consigo entrar em sua caminhonete, então talvez." Ela não podia deixar de sorrir para ele.
Ele deu de ombros. "Então eu acho que você vai ficar aqui. Divirta-se."
O grito de indignação fingido que saiu de sua boca surpreendeu a ela tanto quanto ele.
Hollie bateu as mãos sobre a boca. Desde quando ela simplesmente deixava todos os seus pensamentos e emoções fluírem assim? Ela estava agindo como uma adolescente de gracejos com aquele cara.
Ele não se ofereceu para ajudá-la. Hollie o observou ir direto para a porta do lado do motorista e entrar. Isso fez com que ela tivesse que subir por conta própria. Por que parecia como se ela estivesse tomando uma decisão importante ali? Ela poderia tanto sair andando quanto entrar no veículo. Não havia nenhuma regra que dizia que ela tinha que andar junto com Yuri. No entanto, ela queria simplesmente deixar tudo aquilo para trás um pouco.
Com isso em mente, ela abriu a porta do lado do passageiro e olhou para o interior preto da Blazer. Parecia surpreendentemente bom para um veículo tão velho. Ela pôs o joelho sobre ele e começou o processo de tentar sentar no assento. Era estranhamente gratificante. Dos joelhos para
os pés e, em seguida, subir até o banco e percebendo que a sensação de sentar ali no alto era muito boa.
"OK, isso é muito legal", ela admitiu.
Ele riu. Não apenas seu riso silencioso de sempre. Yuri soltou uma gargalhada que ecoou ao redor da caminhonete e a fez sorrir. Olhando para o lado, ela prendeu a respiração ao vê-lo. Ele era muito sexy. E não importava o que os dois haviam concordado sobre a noite passada ter sido um "erro", ela o queria novamente.
O motor roncou e eles deixaram a propriedade de seu pai como se estivessem sendo perseguidos pelos cães do inferno. Com as janelas abertas, a brisa fluía pelo cabelo de Hollie e chicoteava contra seu rosto. Ela estava amando cada minuto.
Ele parecia saber para onde estavam indo. Eles não passaram muito tempo na estrada principal. As folhas estavam apenas começando a mudar e as colinas estavam pontilhadas de amarelo e laranja. Ele dobrou em uma estrada lateral que apareceu do nada. A pista de terra os conduziu entre duas pastagens com vacas e cavalos. Eles atravessam uma poça, e a água espirrou ao redor da caminhonete e até mesmo respingou água barrenta em Hollie. Ela se sentiu mais viva do que nunca antes em sua vida.
Yuri finalmente parou em uma clareira que parecia tão distante da civilização que saído do planeta. O barulho do motor passou a ser apenas um zumbido e então ele virou a chave e o desligou.
"O que vamos fazer?" Seu coração já estava acelerado. Por que ele iria trazê-la naquele lugar?
Ele olhou através do para-brisa respingado de lama. "Eu venho aqui algumas vezes para pensar."
"Quem é o dono desse lugar?", perguntou ela.
Ele ou não sabia ou não se importava, porque não respondeu. Algo sobre sua expressão sugeriu que seus pensamentos estavam correndo a um milhão de quilômetros de distância. Hollie
mordeu o lábio. Ela estava muito nervosa. Uma parte dela esperava totalmente que ela seria rejeitada. A outra parte não se importava. Deslizando mais perto de Yuri no banco, ela ficou de joelhos. Ele franziu a testa. "O que você está fazendo?"
"Isso."
Ela o beijou com toda a frustração reprimida dentro de seu coração e alma. Ciente do quão brutos e exigentes seus beijos tinham sido na noite anterior, ela não se conteve. Hollie apertou seus lábios contra os dele e grudou suas boas. Deslizando a língua ao longo de seus lábios, ela gemeu quando ele os separou.
Explorar sua boca estava delicioso. Seu sabor era selvagem e perigoso. Sua língua se esfregou contra a dela e ela podia sentir as pontas de seus dentes. As mãos dela se moviam inquietas sobre seu corpo. Ela trançou os dedos em seu cabelo e raspou seu couro cabeludo suavemente com as unhas.
O cérebro de Yuri parou de funcionar conforme a neblina do desejo deixou tudo turvo, incluindo seu julgamento. Ele nunca quis nada tanto assim em sua vida. Hollie era mais do que ele poderia ter imaginado encontrar em uma mulher. Agora ela estava o seduzindo, assumindo a liderança e exigindo o que ela queria. Como ele poderia lhe negar isso?
Suas mãos se moviam de seu cabelo ao seu peito. Suas unhas rasparam o algodão de sua camisa, e ela encontrou a bainha, tirando-a na mesma hora. Ele gemeu ao sentir seus dedos sobre seu peito. Ela lhe arranhou com força suficiente para deixar marcas. Ele não se importava.
Mantendo suas mãos quietas exigiu esforço. Yuri queria ver aonde aquilo ia parar. Ele ia deixar Hollie ficar no comando, só daquela vez.
"Eu vou te foder", ela rosnou. "E você não vai me dizer que não podemos."
"Não", ele concordou.
Indo um pouco para trás, ela rapidamente se livrou de sua calça jeans. Então ela montou sobre ele, espremendo-se entre seu peito e o volante. A sensação dela se esfregando contra suas
partes íntimas com nada além de sua calcinha e a calça dele os separando era uma tortura. As mãos dela agarraram suas bochechas. Ela beijou seu rosto, seus lábios e seu pescoço. Seu desespero óbvio o fez desejá-la mais. Ele a beijou de volta com a mesma medida, usando a língua para seduzi-la também. Seu pênis já tinha inchado ao máximo. Era quase doloroso estar debaixo dela enquanto ela esfregava seu calor sobre o tecido que cobria sua ereção. Seu sangue bombeava em seu membro e ele pensou que poderia explodir com a vontade de gozar.
"Por favor", ela murmurou. "Estou sofrendo, Yuri."
"Do que você precisa?"
Ela fez um barulho estridente de excitação. "Seu pau dentro da minha boceta".
"Então tome-o. Coloque-me dentro de seu corpo."
"Eu não tenho certeza se consigo tirar minha calcinha." Ela se encolheu um pouco.
Ele alcançou entre eles e rasgou as estreitas faixas de tecido que mantinham sua calcinha sobre seu quadril. "Pronto. Problema resolvido."
Sua risada mal-intencionada arrepiou os pelos da nuca de Yuri. Ela mordeu o próprio lábio inferior. "Abra sua calça."
Ele fez o que ela pediu, surpreso ao perceber que suas mãos tremiam de antecipação.
Quando ela tomou seu pênis em sua mão, ele estremeceu. A primeira roçada de sua cabeça contra sua entrada foi o paraíso. Ela estava quente e apertada. Seus músculos internos se relaxaram e em seguida cercaram seu pênis, criando uma deliciosa fricção.
Quando ela começou a se mover, ele desistiu da batalha de manter suas mãos fora da brincadeira. Ele passou os braços ao redor de sua estrutura flexível e a ajudou a montar em seu pau. O movimento para frente e para trás de seu quadril empurrou sua cabeça contra um delicioso ponto profundamente dentro de seu corpo. O calor era incrível. Um fogo líquido se reuniu na base de sua espinha e ele pensou que suas pernas pudessem ficar doentes com a estimulação intensa. Cada movimento esfregava seu clitóris contra o púbis de Yuri e contra os pelos ásperos da
base de seu pênis. Ele adorava senti-la. Ela gritava com cada movimento. Com a cabeça jogada para trás, ela transou com ele sem pretensão. Foi tão honesto quando lindo. Quando ele sentiu seus músculos se tencionaram, ele sabia que ela estava prestes ao clímax. Ele a puxou para mais perto e a ajudou a montá-lo mais profundamente quando ela se desfez em volta dele. Era como se ela tivesse derretido. Seus músculos internos tremeram e estremeceram com o orgasmo. Seus movimentos se tornaram convulsivos quando ela perdeu a capacidade de manter seu ritmo. Yuri sentiu seu próprio clímax se aproximando rapidamente. Suas bolas se apertaram entre as próprias pernas e ele rosnou uma série de palavrões em russo conforme foi perdendo completamente o controle. Ele sentiu os dedos em seus cabelos, puxando e se enroscando quando ela o beijou enquanto ele gozava. Eles eram como animais, impulsionados por nada mais além da necessidade primitiva de acasalar. Quando a tempestade diminuiu, Hollie encostou o rosto em seu ombro e suspirou. "Isso foi incrível. E se você tentar dizer o contrário eu vou te bater." Ele riu. "Eu não tentaria argumentar contra essa avaliação."
"Avaliação?", ela brincou. "Quem fala assim?"
"Você fala russo?" Ele não podia resistir à vontade de passar as pontas dos dedos sobre a pele perfeita de suas costas.
"Não."
"Então você vai ter que se contentar com a palavra avaliação."
Ele não podia ver o que ela estava fazendo, mas o leve toque dos lábios passeando pela pele sobre seu músculo peitoral o estava deixando louco de tesão. De repente, ela levantou a cabeça para olhá-lo diretamente nos olhos. "É de lá que você é?"
"Kiev", ele disse a ela com uma aspereza desnecessária. Ele não queria falar do passado.
Ela não precisava saber nada sobre ele.
Hollie pareceu não ficar incomodada por seu tom. "Diga alguma coisa em russo."
Ele pensou por um momento, imaginando o que deveria dizer. Parecia bobo lhe desejar bom dia ou boa tarde, ou boa sorte ou boa saúde. Não. Havia outras coisas que ele queria dizer.
"Algum dia, as coisas serão mais fáceis entre você e seu pai. Algum dia, você vai entender o que em seu passado o fez querer te proteger tanto".
"Isso é tão legal", ela murmurou.
Ele lhe deu um leve aperto. "Isso significa que você não me odeia?"
"Agora não", ela admitiu. "Mas eu tenho certeza que você vai fazer alguma coisa para me irritar antes de amanhã."
Capítulo Nove
Hollie olhou para o bar no que parecia ser a milionésima vez naquela noite. Pela primeira vez desde sempre, ela tinha sido capaz de trabalhar um turno completo. Ela tinha saído de casa a tempo, em seu próprio carro, e não tinha sequer se sentido mal por Yuri tê-la seguido em sua caminhonete. Ele era muito diferente de qualquer uma das dezenas de guarda-costas que entrado e saído de sua vida. Ela não se sentia sufocada por ele. Na verdade, era exatamente o oposto. Ter Yuri por perto a fazia se sentir segura e protegida. Ela até mesmo poderia ir mais longe ainda e dizer que se sentia normal.
"Sua sombra parece estar se comportando bem esta noite." Seu chefe Ricardo parou perto da caixa registradora para pegar os recibos da última hora. Ela balançou a cabeça afirmativamente. "Eu tive uma conversa com ele sobre seus instintos superprotetores."
"Que bom." Ricardo assistiu várias mulheres se aproximarem de Yuri sem resultado. Ricardo balançou a cabeça. "Toda aquela atenção feminina e interesse zero. Dá quase para pensar que o cara é gay."
"Não é gay", ela disse rapidamente. Aparentemente, ela tinha respondido muito rapidamente, porque Ricardo estava dando a ela um olhar engraçado. "O quê? O homem está trabalhando. É um pouco injusto questionar sua sexualidade só porque ele está realmente fazendo o seu trabalho."
"Suponho que sim." Ricardo limpou a garganta. "Mas eu tenho olhos."
“O que você quer dizer?”
"Eu vi você observá-lo pelas últimas duas horas e meia." Ricardo fechou a caixa registradora com um tinido. "Você olha para ele como se você quisesse desembrulhar o pacote."
"Ele é bonito." Não havia nenhum ponto em fingir o contrário. "Claro que eu aproveito a oportunidade para dar uma olhada. Mas também sei quando algo vai ser mais um pé no saco do que algo que valha a pena. " "Então lembre-se disso, hein?" Ricardo se dirigiu para a próxima caixa registradora e Hollie foi deixada para refletir sobre seus próprios pensamentos em relação ao assunto.
"Com licença?" Um homem alto e cadavericamente magro apoiou a barriga contra o bar.
"Gostaria de uma vodka."
"Claro." Hollie limpou as mãos em uma toalha e pegou copo de dose. "Que tipo?"
"Stolichnaya." O sotaque russo do homem era inconfundível. Especialmente depois de ter estado muito perto de Yuri nos últimos dias.
Hollie serviu sua bebida e deixou a garrafa no balcão. O homem virou o copo e bateu a mão contra a madeira, pedindo outro. Ela o obrigou, notando a partir do canto do olho que Yuri estava brevemente absorvida em alguma coisa acontecendo no canto oposto do clube. Por acaso ou era algo planejado?
"Você conhece o Yuri?" O russo perguntou rispidamente.
O ritmo cardíaco de Hollie acelerou até que ela podia sentir seu pulso batendo em seu pescoço. "Perdão?"
"Yuri?" O russo disse novamente. "Você o conhece? Ou eu acho que eu deveria dizer que você acha que o conhece?"
"Por quê?" Hollie exigiu. "O que você sabe sobre isso?"
Sua risada ofegante era assustadora ao extremo. "Você acha que o conhece. Você acha que também conhece o seu pai. Mas não. Você não sabe de nada."
OK, Hollie estava começando a pensar esse cara estava alterado. Talvez ele tivesse bebido antes de entrar no lugar. Às vezes com bêbados inveterados era difícil dizer se eles estavam alterados ou apenas eram idiotas.
"Você quer saber sobre Yuri?" O homem apertou os lábios. O efeito sobre o seu rosto fino
era quase grotesco. "Vá atrás de informações. Procure sobre Yuri Denisovich". O homem arqueou as sobrancelhas. O que causou um grande impacto já que elas eram 10 vezes maiores do que deveriam ser para o seu rosto. "Sério, busque no Google." Ela quase riu na cara dele. Ao ouvir aquele homem estranho dizendo a ela para procurar no Google um nome falso a fim de encontrar informações sobre seu Yuri, aquilo era além de insano. O que ela realmente queria saber era de qual hospital psiquiátrico aquele cara tinha fugido.
"Senhor, você está bem?", ela perguntou delicadamente. Não seria bom ser maldosa com uma pessoa louca.
"Você acha que eu estou brincando." O cara foi de divertido a assustador em dois segundos.
Ele se inclinou para frente. "Yuri Denisovich é um assassino cruel, o líder de uma das famílias criminosas russas mais bem conectadas em seu país. Seu Yuri pode matar um homem com as próprias mãos e sem derrubar uma gota de suor. Pense nisso na próxima vez que você confiar nele sobre sua vida." O estranho ainda deu uma última cartada. "Ele matou meu irmão. Eu devo saber do que estou falando. Não é mesmo?"
"Como?" Hollie conseguiu forçar uma palavra entre os lábios dormentes.
Os lábios do estranho foram puxados para trás em um sorriso que era mais como uma careta. "Yuri furou seus olhos, em seguida cortou sua língua e foi tirando pedaços dele até que meu irmão sangrou até a morte deitado no chão."
O estômago de Hollie embrulhou e ela engoliu a vontade de vomitar. "Por que ele faria uma coisa dessas?"
"Meu irmão mentiu para Yuri." O homem sacudiu a cabeça. "Yuri. Ele foi tolo. Agora? Agora eu acerto as contas."
"Por que você está me contando isso?" Hollie sentiu que lágrimas se formavam e lutou para manter a compostura.
"Você precisa saber." O tom do homem era decisivo. "Nós não queremos machucá-la. Yuri? Nós o matamos."
"Saia." Ela tirou a garrafa de vodka do bar e espantou o estranho. "As bebidas são por conta da casa, mas você precisa sair." Ela levantou a mão para sinalizar para Chase, mas o estranho sacudiu a cabeça.
"Não. Eu vou." Ele se virou e escapuliu sem olhar para trás. Hollie o observou se misturar na multidão do clube lotado e se perguntou se ele era louco ou sabia do que estava falando. Havia um monte de coisas sobre a presença de Yuri em sua vida que não fazia sentido. Mas um chefe do crime russo? Sério? Yuri não sabia o que tinha acontecido; só que alguma coisa tinha definitivamente mudado as coisas entre ele e Hollie. Por um momento, ele pensou ter visto um fantasma do seu passado na pista de dança. Ele havia ficado totalmente ocupado pela possibilidade por apenas alguns minutos. No entanto, quando ele se virou para verificar Hollie, ela estava de pé atrás do bar pálida e com os lábios franzidos. Circulando pelo lugar, ele parou bem na frente dela. "Posso beber alguma coisa?", ele perguntou.
"O que você vai querer?" Ela inclinou a cabeça para ele. "Sabe, eu nem sei a resposta para isso."
Ele não teve resposta. Na verdade, ele não estava nem mesmo certo da direção para onde aquela conversa estava indo. Não parecia ter importado para ela até agora o fato de ela não saber quase nada sobre seu passado. Hollie era um daqueles raros indivíduos que tinham aprendido a viver o momento presente. Isso poderia ser um dom e uma maldição. Para Yuri isso tornou as coisas muito mais fáceis. Ele tinha um sentimento angustiante de que as coisas estavam prestes a mudar.
"O que você bebe?", ela perguntou suavemente.
“Agora?” Ele ergueu uma das sobrancelhas. “Uma club soda.”
"E quando você não está trabalhando?"
"Vodka, pura", ele disse a ela.
Ela virou um copo na posição vertical sobre o bar e o encheu com gelo e club soda. Em seguida, ela o bateu sobre o balcão diante dele. "O que há com russos e vodka?" Ele encolheu os ombros. Era definitivamente mais um estereótipo, mas um pouco preciso.
"Pode ser uma coisa regional", ele sugeriu. "Eu simplesmente gosto de como ela queima."
"É como beber álcool de cozinha", ela concordou.
Ele sorriu, sentindo-se um pouco melhor e ainda assim tendo a sensação de que algo estava errado. "Você está bem?", ele finalmente perguntou.
"Não. Na verdade, não."
"Diga-me o que eu posso fazer para ajudar."
Ela olhou para ele de uma forma que o fez perceber que ele realmente se lamentar pela oferta. Hollie passeou com a unha sobre um defeito na parte superior da madeira. "Você disse que você é de Kiev."
"Sim."
"Você tem família lá?"
É. Aquilo era ruim. Yuri amaldiçoou o que a havia deixado interessada em suas origens naquele momento. Ele teve que formular cuidadosamente uma resposta aceitável. "Não mais. Não."
"Como você ganha a vida?"
Ele tentou fazer uma leitura sobre o que estava motivando aquele interesse súbito e não chegou em nada. "Eu vim para os EUA quando eu era muito jovem. Eu trabalho no ramo de segurança desde que eu me lembro. "Foi uma declaração tão cheia de suposições e insinuações que ele mal podia discernir a verdade a si mesmo.
"Sinto muito", disse ela de repente. Inclinando-se para frente, ela olhou para ele com aqueles olhos verdes brilhantes. "É só que eu dormi com você e eu não sei nada sobre você. É algo assustador de se pensar, sabe?"
O frio em sua barriga aliviou pelo menos um pouco. Aquelas eram preocupações normais e saudáveis que ela estava expressando. Qualquer mulher em sua posição estaria pensando algo na
mesma linha. Ele vasculhou em seu cérebro, tentando chegar a qualquer coisa que ele pudesse dizer para ajudar a deixá-la tranquila.
"Quando eu era apenas um menino, nós éramos muito pobres." Yuri lembrou do edifício residencial na cidade. Ele e seus pais se empilhavam uns nos outros tentando se manterem aquecidos. "Minha mãe costumava costurar nossas velhas meias e fazer soldados de brinquedo para mim." O rosto de Hollie se suavizou. "Isso é tão bonito. Aposto que ela o amava muito".
"A cada inverno, quando ficava muito frio e precisávamos de todas as meias para mantermos nossos pés aquecidos, minha mãe e eu desmanchávamos meus soldados de meia e inventávamos histórias sobre eles agora estarem de" — ele lutou para encontrar uma palavra em inglês — "licença. Nós lhe dávamos nomes e conversávamos sobre eles durante todo o inverno, como se fossem amigos que voltariam de seu tempo de licença."
"Yuri", ela sussurrou. "Eu mal posso imaginar você quando garoto."
"Eu era o mesmo." Ele piscou para ela. "Apenas menor."
Ela riu, com os olhos brilhando e sua voz soando como o canto de um anjo. Ele tinha o pensamento estranho de querer ouvir esse som todos os dias para o resto de sua vida. Ela era luz e calor em um mundo que sempre tinha sido frio e escuro. Não cabia a Yuri ter um presente tão precioso por muito tempo. Ele era um homem das sombras. Algum dia ela iria descobrir isso e ele nunca seria capaz de olhar em seus olhos novamente.
"Eu gostaria de te conhecido naquela época", disse ela melancolicamente. "Eu teria gostado de conhecer sua mãe."
Ele não tinha resposta para aquilo. Ele não poderia ter dito o que sua mãe pensaria de uma americana que tinha crescido com todas as vantagens. O abismo entre as suas experiências era enorme. Às vezes Yuri olhava em volta para as pessoas no clube que agia como se as únicas coisas importantes na vida envolviam diversão. Eles buscavam o seu próprio prazer, sem pensar no que isso poderia custar àqueles que os rodeavam.
Hollie era diferente. Talvez fosse isso que o atraiu para ela. Ela entendia que em certo nível a liberdade estava longe de ser gratuita, e que a independência muitas vezes vinha com um custo que não poderia ser pesado ou medido.
"Yuri, no que você está pensando?", ela perguntou em voz baixa. Incapaz de resistir, ele segurou seu rosto macio na palma da mão. Esfregando suavemente a ponta de seu polegar em seu lábio inferior, ele lhe deu um sorriso. "Você é uma pessoa incomparável, Hollie. Nunca pense de outra forma. Não importa o que os outros lhe digam. " "Obrigada", ela sussurrou.
Capítulo Dez
Hollie abriu seu notebook e o esperou sair do modo de espera. Seu estômago estava embrulhado e ela continuou dizendo a si mesma que tudo aquilo era uma grande bobagem. O louco russo provavelmente estava bêbado. Nada do que ele havia dito fazia sentido. Seu pai tinha contratado Yuri para ser seu guarda-costas. Por que ele teria feito isso se o cara fosse um senhor do crime russo? Que sentido isso faria? Ela rapidamente escreveu o nome no campo de busca. YURI DENISOVICH. Nem sequer soava como uma pessoa real. Clicando na tecla ENTER, ela esperou para que os resultados aparecessem. A quantidade imediata de informações a pegou de surpresa. Ela esperava as coisas habituais de redes sociais; talvez algumas notícias locais. Em vez disso, ela encontrou mais de cem mil resultados, a maioria deles de grandes sites de notícia. Ela clicou no primeiro resultado e prendeu o fôlego em antecipação. As informações eram de certa forma inconsistentes. Yuri Denisovich era realmente um chefe do crime russo. Ele estava ligado à família criminosa Belikov. Algumas histórias diziam que ele era responsável por centenas de assassinatos, outros diziam que ele era na verdade um agente duplo que trabalhava para a KGB. Hollie se sentou em sua escrivaninha até que o céu da meia-noite se transformou em lavanda e o amanhecer começou a surgir. Havia poucas fotografias daquele Yuri. Ele aparentemente era muito hábil em evitar os holofotes, provavelmente uma boa característica para um rei do crime. Na verdade, as informações em si eram imprecisas. Havia especulação sobre o seu envolvimento com vários governos. Ele foi declarado um sádico sociopata em um segundo e, em seguida pintado como um personagem saído de Robin Hood no próximo. Sentado em sua cadeira, Hollie puxou os pés sobre sua cadeira e colocou os braços em volta dos joelhos. O que ela realmente precisava se perguntar era se algo daquilo importava. O Yuri
que ela conhecia não era aquele assassino estranho procurado em meia dúzia de países europeus.
Ele era um cara misterioso, mas ela podia contar com ele sempre que precisasse. Ele nunca tinha dado qualquer razão para ela não confiar nele. Hollie se levantou de seu assento e puxou uma coberta de sua cama. Envolvendo-a em torno de seus ombros, ela abriu a porta francesa e saiu para a varanda. O ar frio da manhã lançava frescor contra suas bochechas. Ela adorava aquela sensação. Isso a fez se sentir viva. Tal como ontem, quando ela tinha feito amor com Yuri no banco da frente de sua caminhonete. Não havia muito daquilo em sua vida. Tudo era muito planejado e controlado. Sem espontaneidade não havia surpresas ou momentos espontâneos, nada que não fosse planejado. Ela olhou em direção à casa de hóspedes, onde Yuri estava alojado. Ele estaria dormindo? Será que ele estava deitado de barriga para baixo ou sobre as coisas? Que tipo de ruídos ele produzia? Ele roncava? Até mesmo especular sobre aquelas coisas era emocionante. Hollie nunca tinha pensado muito sobre como seria compartilhar sua vida com alguém. Seu pai era tão superprotetor que parecia improvável que ela jamais teria a chance de sair, se apaixonar e se casar como uma pessoa normal. Que garota gostaria que um pai avaliasse um pretendente em potencial como se fosse um candidato para trabalhar para a CIA? Todo o mistério iria embora da relação se começasse assim. Seu pai tinha tentado fazer isso vez. Hollie não conseguia se lembrar há quanto tempo — talvez seis ou sete anos. Ela se queixou que nunca tinha ido a um encontro, então seu pai a tinha presenciado com uma lista e homens aceitáveis com quem ele lhe ajudaria a conseguir encontros. Aquilo não só tinha sido humilhante, mas também tinha sido forçado demais. Talvez fosse por isso que ela estivesse tão disposta a desviar o olhar quando se tratava do passado de Yuri. Aquilo era uma relação real. Não saber tudo sobre alguém antes de começar e aprender conforme as coisas iam acontecendo. Hollie queria isso. Ela queria a imprevisibilidade e a incerteza misturadas com a ideia de que aquela pessoa estava interessada nela por muitas das
mesmas razões. Se Yuri desejava Hollie, ela queria que fosse porque ele estava atraído por ela, sua personalidade, seus interesses e as coisas que eram exclusivas em Hollie e faziam dela um indivíduo. Ela estava cansada de homens sendo ditos para gostarem dela ou pensarem que por estarem com ela ganhariam pontos com seu pai. Hollie não era sua irmã. Ela nunca entraria em um casamento politicamente vantajoso ou faria esse tipo de jogo. Não. Aparentemente ela ia sair com um suposto mafioso russo que poderia ou não ser um assassino. Porque ele não só é divertido, ele é muito gostoso e totalmente sexy. Algo brilhou na madrugada. Havia uma minúscula luz nas sombras profundas que cercavam a casa de hóspedes sob a treliça. Ocorreu a Hollie que, independentemente de ele ser um mafioso ou um guarda-costas, Yuri provavelmente não dormia muito. Bastou um momento para ela decidir que estava indo até lá. Ela sabia que provavelmente não era algo sábio a se fazer. Seu pai provavelmente teria um ataque quando descobrisse. Aquilo simplesmente não importava. Mantendo o cobertor enrolado em volta dos ombros, Hollie seguiu seu caminho para fora de sua suíte e seguiu para o andar debaixo e em direção à porta dos fundos. Um guarda surgiu na escuridão, bloqueando seu caminho.
"Eu preciso aflar com Yuri."
Houve um momento de indecisão no rosto do homem, mas no final ele se afastou. Hollie podia senti-lo olhando para ela enquanto ela seguiu seu caminho através da varanda, seguindo para a piscina e até a casa de hóspedes. Pela primeira vez, aquilo não a incomodou. Quanto mais tempo ela passava sob o olhar atento de Yuri, menos ela se sentiu sufocada.
Hollie sabia que não era apropriado para ela estar ali fora em seu pijama com nada além de uma coberta para protegê-la. Ela simplesmente não se importava. Ela queria estar com Yuri. O desejo a fazia se sentir corajosa e ousada. Era uma sensação inebriante que ela nunca queria deixar de ir.
Yuri viu chegar o momento em que ela saiu de casa. Ele deveria tê-la encontrado no meio do caminho e a mandado de volta para o seu quarto. Na verdade, ele deveria ter interrompido a relação física entre ele e Hollie antes que as coisas tivessem chegado àquele ponto. Ele não tinha nenhuma intenção e envolvê-la no desastre que era a sua vida. Ele concordou em ser seu guardacostas como um favor a seu pai. Qualquer coisa além disso era uma traição àquela amizade, isso sem mencionar o perigo que ele colocava sobre Hollie.
"Eu avistei uma luz", ela lhe disse suavemente. Ela deveria estar se referindo ao isqueiro que ele tinha usado para o seu cigarro. Ele não fumava muito, mas às vezes isso o ajudava a pensar. Depois de duas ou três tragas, ele o havia jogado fora. Agora, o cheiro persistente de seu fumo se misturava com o perfume feminino característico de Hollie.
"Eu sei que essa coisa entre nós dois não é exatamente uma escolha sábia." Ela fez um gesto apontando para os dois. "Mas eu sinto que eu realmente não me importo."
"Por quê?" Ele tinha suas próprias noções, mas ele queria saber o que iria fazê-la jogar a precaução ao vento.
"Eu não tenho certeza se consigo colocar isso em palavras", ela disse suavemente.
Yuri descansou as mãos no corrimão. O ar da manhã era doce e fresco, como um novo começo. Aquilo lhe deu a ilusão de um novo começo e colocou pensamentos impossíveis em sua cabeça. Se durasse mais tempo ele iria começar a acreditar que era possível ter uma nova página em branco e uma segunda chance.
O riso grave de Hollie lhe deu arrepios. "Você faz eu me sentir viva. Fazia tanto tempo que eu realmente tinha esquecido como era sentir esperança e expectativa. Quando eu estou com você, eu sinto ambas as coisas."
Esperança. Aquilo definitivamente era algo que Yuri nunca tinha sido acusado de inspirar.
Medo? Sim. Nojo? Sim. Felicidade e otimismo não estavam dentro de seu conjunto de habilidades. No entanto, aquela mulher o fazia se sentir quase que normal. Como se ele tivesse o direito a um
futuro.
Hollie se aproximou por trás dele. Ela passou os braços sobre sua cintura e apertou o rosto em suas costas. A sensação profunda de calor e conforto que ele sentiu de algo tão simples era surpreendente. Ele podia sentir a plenitude da sua bochecha contra sua espinha. O topo de sua cabeça mal alcançava seus ombros. Ela era pequena e preciosa e ele nunca tinha sentido um desejo tão forte de proteger ambos. Ele daria sua vida por ela. Era simples assim. Yuri colocou os braços para trás e envolveu um braço em torno de seu corpo. Ele puxou-a para a frente dele e cedeu ao desejo de envolver seus braços em torno dela. Ela sentia que seu abraço era perfeito, como se ela tivesse sido feita para estar lá. O senso de coisa certa era quase assustador em sua intensidade.
"Yuri?" Ela ergueu o rosto, olhando para ele.
Ele só podia enxergar alguns dos detalhes de sua expressão. A perfeição do arco de suas sobrancelhas delicadas, seu nariz adorável e queixo obstinado e os lábios carnudos que se encaixavam tão bem com os dele.
"Beije-me", ela disse a ele. "Mostre-me que você entende o que eu estou sentindo."
Ele poderia ter negado. As palavras estavam na ponta de sua língua. Mas ele nunca poderia machucá-la daquela forma. Então ele abaixou a boca em direção à dela. Dessa vez, o beijo foi lento e sensual. Ele queria não ter pressa e saborear o gosto e a sensação daquela mulher em seus braços.
Ela respondeu com entusiasmo usando seus lábios e língua. Seus dedos tocaram a parte de trás do pescoço dele enquanto mordiscava o lábio inferior de Yuri com os dentes. Ele se recusou a deixá-la assumir o controle. Aquele não era o momento de deixar as coisas avançarem ainda mais.
Yuri queria ser suave e disposto. Ele queria a sensação de aceitação gentil e não do abandono selvagem. Ele recuava e então avançava, preguiçosamente raspando os dele aos dela antes de partir
para o pescoço e dar um beijo ou dois em sua mandíbula. Seus pequenos ruídos quase o levavam ao limite da razão. Ela era tão tentadora e tão obviamente disposta. Ela pressionou seu corpo contra o dele, esfregando-se contra o seu quadril como se ela precisasse daquele atrito para sobreviver. Yuri trouxe Hollie para mais perto de seu corpo. Ele segurou sua bunda deliciosa em suas mãos e a segurou com firmeza. O calor de suas partes íntimas contra o seu pênis era quase mais do que ele conseguiria aguentar. Quando ela começou a ondular contra ele, ele a ajudou a encontrar um ritmo. Ele podia sentir seu calor úmido através das camadas de tecido separando seus corpos. Empurrando mais forte contra ela, ele sentiu Hollie fazendo uma força contrária. Os dois estavam unidos naquela dança. Ele queria dar a ela o que ela precisava, mas antes ele queria ouvir as palavras de seus lábios.
"Diga-me", ele murmurou. "O que você quer?"
"Faça-me gozar, Yuri", ela implorou. "Por favor? Eu preciso disso."
Ele cutucou o joelho entre as suas coxas e a puxou com força contra ele. Seu fino pijama já estava molhado com sua cremosidade. Ele estremeceu de desejo. Observando seu rosto enquanto ele a ajudava a cavalgá-lo foi uma tortura quase insuportável. Seu olhar de desespero desapareceu enquanto ela se movia mais e mais contra ele. O êxtase tomou conta de sua expressão e ela arqueou as costas, deixando que ele segurasse seu peso em seu antebraço enquanto ela gozava lentamente, e então aquilo superou tudo o resto.
"Oh Deus, Yuri!"
O som de seu nome em seus lábios fez seu pau pulsar com o desejo de estar dentro dela.
Mas não agora. Aquele momento era dela. Ela havia lhe dado sua confiança. Ele queria agradá-la em troca. A honestidade em si valia mais do que qualquer outra coisa.
Com a cabeça jogada para trás, Hollie foi a mais bela visão que ele já tinha visto. Aquela era sua mulher, independentemente das consequências. Ele pretendia aproveitar cada momento. E
ele iria proteger o que era seu, até de si mesmo.
Capítulo Onze
Pela primeira vez em anos, Hollie se preparou para um evento para arrecadação de fundos políticos com ansiedade. Ela olhou para o espelho de sua escrivaninha e dar os últimos retoques em sua maquiagem. Ela estava vestida para matar. Um curto vestido preto, sandália de salto com tiras, um decote profundo à mostra e o olhar de autossatisfação de alguém que poderia ter relações sexuais incríveis sempre que quisesse. Com um último lançar de seu cabelo, Hollie pegou sua bolsa e saiu do quarto. Oficialmente, ela era o "par" de seu pai. Extraoficialmente, ela sabia que Yuri iria com eles. Ela esperava conseguir dar uma escapada para pelo menos uma dança, se não para algo um pouco mais emocionante.
"Você está fabulosa, Hollie," seu pai disse calorosamente. Ele se inclinou para dar um beijo em sua bochecha. "Talvez nós teremos a oportunidade de conversar com o senador Dorian e seu filho esta noite." Hollie lançou um olhar de canto de olho na direção de Yuri para ver como ele iria receber a notícia de que seu pai estava tentando exibi-la como uma mercadoria à venda. Exteriormente, Yuri parecia despreocupado com o comentário. Sob a superfície, ela podia ver que a história era outra. A mandíbula de Yuri foi cerrada. Seus músculos das bochechas saltaram como se ele estivesse rangendo os dentes. Ele parecia tenso.
"O filho do senador Dorian é um idiota", Hollie disse com desdém. "Eu falarei com ele se você quiser, mas eu não vou fizer que ele é um possível pretendente."
Yuri relaxou apenas um pouco. Agora seu pai estava tenso. A careta em seu rosto deixava isso claro. Ele resmungou um pouco quando a tomou pelo braço e a conduziu até o carro. Yuri os seguiu, aparentemente com a intenção de dirigir. Eles seguiram até o evento em silêncio. Hollie podia sentir a pressão de tudo o que seu pai
queria lhe dizer. Ela ficou brava com o fato de que ou ele não tinha coragem de dizer o que era,
ou por saber que não deveria. Por que ele simplesmente não a deixava viver sua própria vida?
"Hollie." Ele finalmente falou assim eles estavam parando em frente à tenda onde estavam os manobristas do estacionamento. "Eu sei que você quer seguir sua própria vida. Eu só estou tentando lhe ajudar a fazer isso."
"Em vez de me deixar fazer isso sozinha?", perguntou ela. "Sim, eu sei disso."
"As escolhas que você fez", disse ele com tristeza. "Você tem que admitir que elas não foram as melhores."
"Eu admito isso. Nós cometemos erros na vida, porque nós estamos aprendendo, pai." Ela zombou ele. "Você está tentando me dizer que você nunca cometeu um erro?"
"Claro que sim, é por isso que eu quero o melhor para você." Ele estava realmente falando o que estava engastado naquele momento.
Ela abriu a porta do carro e saiu. Inclinando-se, ela fez uma careta para seu pai. "Eu não posso aprender com os seus erros, pai. Isso não estaria certo."
Hollie caminhou em direção à porta da frente do local histórico onde a arrecadação de fundos estava sendo realizada. A torre do relógio era enorme e impressionante, mas Hollie sabia que também era tão vazia quanto as pessoas que estavam se movendo para dentro dela. A camada superior da sociedade se misturava e confraternizava com champanhe e patês. Cheques eram preenchidos e acordos eram tratados. Tudo o que Hollie odiava sobre aquele estilo de vida.
Ela sentiu a presença de Yuri antes de ele se apresentar. Ele gentilmente colocou a mão no meio de suas costas. O ponto de contato queimou sua pele. Era difícil demais não se virar, colocar as mãos em seu cabelo e envolver sua língua na dele.
"Venha comigo", disse ele elegantemente.
Ele a levou em direção a um conjunto de escadas. Ela não hesitou em segui-lo. Um senso de antecipação a deixou quase tonta. As pessoas tediosas que povoavam o salão com suas que povoam a sala com seus assuntos e seus egos inflados não significavam nada. Não agora. Hollie
seguiu pisando cuidadosamente com seus saltos e se perguntou o que ia acontecer. Ela seguiu Yuri através de uma passarela estreita que atravessou a borda do espaço aberto na torre do relógio. Quando eles chegaram a uma porta, ele parou e deu-lhe um sorriso travesso por cima do ombro.
"Você realmente consegue abrir fechaduras?", ela sussurrou. Ele respondeu quando a tranca finalmente cedeu e a porta se abriu. "Como você pode ver." Eles invadiram uma sala dominada pela face branca do relógio da torre. Ela era clara, arejada e talvez um pouco empoeirada. Ela deu uma volta, espantada que ele sabia o que havia lá.
"Como?", perguntou ela.
Ele encolheu os ombros. "Eu sempre exploro um local antes de um trabalho de proteção."
Sempre preparado, é claro. Ela deveria saber. Aquilo na verdade não importava. Havia apenas uma coisa que ela queria agora e era Yuri.
Hollie o agarrou pela frente de sua camisa e ficou na ponta dos pés para beijá-lo. Sua resposta foi automática e gratificante. Ele passou os braços em volta dela e levou sua boca até a dela com vontade. Lábios e línguas se entrelaçavam enquanto os dois duelavam pelo domínio. Não era uma competição. Yuri inclinou-a sobre o braço e tomou posse absoluta de sua boca.
Cada nervo do corpo de Hollie estava em chamas. Um jorro de fluido cremoso entre as suas pernas a fez se contorcer com a necessidade de ser tocada. A pressão era quase insuportável.
Ainda assim, ele a beijou, seus lábios arrastando um caminho pelo seu pescoço, sobre os ombros nus e sua clavícula. Ele chupou sua pele e até mesmo a mordeu delicadamente.
Ela sentiu a haste dura de seu pênis onde ele o pressionava contra sua coxa. Com uma das mãos, ela o segurou através do material de sua calça. Ele gemeu e empurrou o quadril em direção ao contato. Hollie amou saber que ela o afetava daquela maneira.
YURI não podia acreditar que ele tinha tirado Hollie do evento de arrecadação de fundos de seu pai para que eles pudessem fazer amor na torre do relógio. Era uma loucura. Mas também
era imperativo. Ao ouvir seu pai casualmente tentar arrumá-la para outro homem tinha dado origem a algo obscuro e possessivo dentro de Yuri. Ele faria com que ela pertencesse a ele mais e mais até que não haveria nenhuma dúvida de quem era aquela mulher. Ele alcançou debaixo do vestido e segurou sua linda bunda. Cavando os dedos em sua carne tensionada, ele se deliciava com a maneira como ela arqueava as costas e o trazia para dentro dela. Ele encontrou o pedaço de tecido entre suas nádegas que servia como roupa íntima. Dando-lhe um puxão, ele descobriu que poderia fazê-la se contorcer ainda mais.
"Yuri, me coma. Por favor? "Ela estava segurando uma haste metálica, parte dos relógios se ele não estava enganado. Empurrando os dedos entre suas nádegas tensionadas, ele descobriu sua boceta molhada. Ela engasgou, tremendo contra ele e agarrando a haste metálica com tanta força que as articulações de seus dedos ficaram brancas. Ele gostou da sensação de sua umidade em seus dedos. Ele continuou acariciando, brincando e provocando seu clitóris até que ela deu um grito e gozou para ele.
"Linda." Ele se inclinou e lhe beijou o ombro. "E agora eu vou foder sua boceta."
"Sim!"
Ele livrou o pau de sua calça e moveu as pernas dela para alargar sua postura. Puxando a calcinha fora de seu caminho, ele deslizou a cabeça de seu pênis através de suas dobrinhas molhadas. Ele quase perdeu o controle ali mesmo. Ela era incrivelmente quente e apertada. Ele empurrou contra sua entrada, afundando seu membro em seu corpo pedacinho a pedacinho até que seu bumbum delicioso ficasse pressionado contra seu abdome.
"Agora," ele disse a ela. "Eu vou te foder com tanta força que você nunca vai ter dúvida sobre a quem você pertence."
"Eu sou sua", ela lhe prometeu. "Somente sua."
Yuri recuou apenas o suficiente para entrar no calor de Hollie. Era tão bom. O atrito estimulou cada nervo de seu membro, com suas bolas tremendo ao se esfregarem contra a maciez
da pele dela. Ele apoiou os pés contra o chão e envolveu um braço em volta de sua cintura. Segurando-a ainda mais perto, ele inclinou seu quadril para uma penetração mais profunda. Seus gemidos baixos lhe disseram o que ele precisava saber. Ela estava chegando lá. Ele sentiu cada tremor de seus músculos internos contra seu pênis. A sensação era tudo o que ele precisava e muito mais. E quando seu próprio clímax começou a se acumular na base de sua espinha, ele saboreou a queimação de prazer que finalmente lhe atingiu. Hollie agarrou a haste metálica com as duas mãos. "Yuri, não pare. Estou gozando!" Ele fez uma pausa, deixando seu pênis escorregar para fora de seu corpo em um movimento longo antes de empurrar de volta o mais fundo que conseguia. Ela estremeceu ao redor dele, seus músculos convulsionaram e apertando o seu eixo até que ele já não podia conter seu próprio prazer. Yuri não conseguia manter os olhos abertos. Cada músculo em seu corpo ficou tenso quando ele derramou seu gozo no corpo quente de Hollie. Ele grudou contra ela, abraçando-a e tentando não ceder à vontade de entrar em colapso. E quando a última gota tinha deixado seu corpo, ele beijou seu ombro com ternura.
"Eu acho que não consigo me mover", disse ela com um gemido. "Se eu soltar, vou cair no chão." Ele riu e mexeu o braço. "Eu seguro você." Ela se levantou e o pau dele deslizou para fora de seu corpo. Um pequeno tremor o pegou de surpresa. Ninguém jamais o afetava como Hollie. Ela era diferente em muitas maneiras.
"Nós temos que voltar para a festa", ela gemeu. "Meu cabelo está bagunçado?"
Ele a olhou. "Você realmente acha que você deve perguntar isso a mim?"
"Bem pensado."
Ela alisou o vestido para baixo, sobre as coxas. Seu cabelo escuro estava ligeiramente despenteado, mas seus olhos verdes brilhavam de excitação. Ela parecia bom o suficiente para comer algo. Na verdade, ele estava quase certo de que ele teria que afastar possíveis
admiradores quando eles voltassem para a festa. O pensamento lhe deixou mal-humorado. Fechando a braguilha, ele a pegou pelo braço.
"Vamos."
"Acha que vão ter sentido nossa falta?"
"Eu não tenho certeza que isso seja importante." Yuri pensou em quão irritado seu pai ficaria se descobrisse que os dois estavam transando.
Ele a levou de volta do jeito que veio, trancando a porta da sala da torre e atravessando a passarela. A festa estava a todo vapor lá embaixo. E o som forte atravessava a torre, a ponto de não se poder ouvir muita coisa.
"Oh merda", ela murmurou.
Yuri levantou uma sobrancelha em dúvida.
Ela apontou para o chão. "Meu pai está realmente conversando com o senador Dorian e seu filho imbecil."
"Ah." Yuri encontrou os homens em questão e bufou. "Você está certa. Ele é um idiota."
Ela sufocou um riso com as mãos. "Basta ficar ao meu lado, por favor."
"E o quê? Parecer assustador?"
"Definitivamente." Ela desceu as escadas decidida.
Yuri seguiu o progresso de Hollie em direção a seu pai, um nó de tensão apertou seu intestino. Quando Pembroke avistou Yuri, seus olhos brilhavam em sinal de advertência. Yuri o ignorou. Aquele não era o momento.
O jovem que Yuri acreditou ser o filho de Dorian se esgueirou ao lado de Hollie. "Hollie, é tão bom ver você."
"Olá, Franklin", ela disse com educação forçada.
Franklin lançou um olhar de lado para Yuri. Já se sentindo mal-humorado, Yuri olhou para o rapaz até que ele desviar o olhar. Foi curiosamente satisfatório. A interação foi mais um incidente que provou que Yuri perdia a cabeça quando o assunto era Hollie. Ele estava agindo de uma
forma que não faria nada bem para nenhum deles. Ela não era dele. Não importa o quanto ele quisesse que fosse o contrário. Yuri deveria encorajá-la a conhecer jovens como esse tal de Franklin. Como se esse palerma conseguiria ser bom o suficiente para a minha Hollie.
Capítulo Doze
Yuri estava de mau humor, não havia dúvidas sobre isso. Eles haviam chegado em casa após o baile de arrecadação de fundos há várias horas. Ainda assim, ele não conseguia tirar o pensamento de Hollie e Franklin de sua mente. Não que Franklin Dorian fosse o homem ideal para Hollie. Aquele fracote definitivamente não era o tipo de homem capaz de lidar com Hollie. Mas tinha de haver um homem em algum lugar que seria um bom partido para ela. Ele fechou o punho e bateu no saco de pancada várias e várias vezes até que as articulações de seus dedos ficassem latejando. Estava quase escuro dentro da casa de hóspedes que servia de seus aposentos na propriedade Pembroke. Isso não importava para ele. Ele poderia encher aquele saco de porrada com ou sem luz. Ele abraçou o saco, descansando por um momento e tentando decidir se ele queria ver Hollie ou não. Ele não estava colocando os dois em meio a muita tortura desnecessária? Ele não podia oferecer a ela um futuro. Ela apareceu na porta. "Por que você não me respondeu?" Não havia nada que ele quisesse dizer em voz alta, então ele permaneceu em silêncio. Não era difícil adivinhar que o seu silêncio a estava irritando. Suas narinas delicadas ardiam e sua linguagem corporal passou de descontraída para irritadiça. Ela colocou as mãos no quadril e o encarou como se ela pretendesse lhe dizer algumas verdades.
"Eu não estou em horário de trabalho", Yuri disse a ela repentinamente. A declaração parecia ter tirado o vento de seu barco. Ela se aproximou, franzindo a testa para ele. "Eu não estou aqui porque você trabalha para meu pai. Eu estou aqui porque eu queria vê-lo."
"Para quê?"
"Para quê?" Sua testa se enrugou em confusão. "Eu não sei, talvez porque eu goste de
passar meu tempo com você. Você me faz rir. Embora no momento eu não esteja achando graça
em nada disso. Eu gostaria que você me dissesse o que há de errado. Yuri deixou a saco e caminhou até uma pequena mesa onde tinha deixado uma garrafa de água. Ele esvaziou a maior parte do líquido em um só gole. Ele tirou as luvas sem dedos que protegiam suas mãos enquanto ele estava treinando com o saco.
"Eu não sabia que você lutava boxe." Ela olhou em volta para o espaço de treino que ele montou na casa de hóspedes de seu pai. "Mas suponho que você precise manter a forma." Ele odiava aquele sentimento dentro de si. Era de indecisão. Principalmente porque ele sabia o que queria, mas também sabia que estava fora de seu alcance. Ela inclinou a cabeça para um lado, uma mecha de seu cabelo sedoso caiu por cima do ombro para se apoiar contra a curva de seu seio. "É sobre Franklin Dorian, não é?" Não havia nenhum ponto em responder. Ocorreu a Yuri que assim como ele parecia ser capaz de ler e compreender Hollie, ela era igualmente hábil em ler e compreender o que se passava com ele. Esse pensamento era ligeiramente alarmante. Yuri não deixava as pessoas se aproximarem assim dele. Nunca.
"Yuri, eu não estou interessada em Franklin." Ela hesitantemente estendeu a mão para tocar seu braço. "Você não pode me dizer que não viu isso hoje mais cedo."
Ele disse palavrões em russo, lamentando sua situação pela primeira vez em sua vida. "Mas você deveria estar interessada em Franklin, Hollie. Ou se não ele — porque ele definitivamente é um imbecil — você deveria estar tentando encontrar um homem da sua idade para ficar com você."
"Como você pode dizer isso?" A voz dela era apertada. "Você está me dizendo que você quer começar a escolher com quem eu saio? Você está maluco? Que tipo de mulher eu seria se eu concordasse em sair com um homem sabendo que eu passaria a noite toda pensando em outra pessoa? Foi muito lisonjeador ouvi-la dizer algo assim, mas isso também o alarmou. Ele nunca teve a
intenção de ficar apegado ou fazê-la ficar apegada. Deveria ter sido apenas algo físico. Agora era mais do que isso. E se ele pudesse ser honesto consigo mesmo por trinta segundos, ele teria que admitir que tinha sido assim desde a primeira vez que ele tocou em Hollie. Não era possível tocála, dar-lhe prazer e ver a honestidade irrestrita de sua reação sem ficar apegado. Yuri respirou fundo. Mesmo se ele destruísse tudo o que ela sentia por ele, ele precisava libertá-la. "O que aconteceu entre nós dois foi apenas sexo, Hollie. Não há futuro nisso. Eu não sou esse tipo de homem e você não vai me mudar e me tornar um".
"Só sexo." Os olhos dela se fecharam brevemente. "Você realmente quer que eu acredite que você nunca sentiu nada além de prazer? Como se nós dois estivéssemos usando um ao outro ou algo assim?"
"Eu não posso falar por você, só por mim."
Ela cruzou os braços sobre o peito. "Eu não acredito em você."
"Isso não muda a verdade."
Sua expressão mudou e Yuri sentiu um desconforto no estômago. Ele esperava raiva ou negação.
Hollie franziu os lábios. "Você está fazendo isso por causa daquela coisa toda sobre você ser Yuri Denisovich, da família criminosa Belikov?"
Yuri esqueceu brevemente como respirar. De todas as coisas que ele esperava que ela dissesse, aquela era absolutamente a última coisa que ele teria previsto. Ela obviamente não sabia muito, mas sabia os nomes. E Belikov? Onde ela tinha ouvido esse nome?
"Eu não ligo para as suas ligações com a máfia russa, Yuri. Isso não importa." Ela colocou os braços ao redor de sua cintura e o abraçou.
Quem havia lhe dado aquelas informações? Yuri estava começando a perceber que havia muitas perguntas e poucas respostas. Hollie pensou que sabia a verdade, mas ela não tinha ideia do que estava realmente acontecendo ou quantas áreas de sua vida isso afetava. Hollie não tinha exatamente a intenção de derrubar uma bomba sobre Yuri daquela forma,
mas ele tinha agido como um idiota. Ela só queria que ele soubesse que ela sabia, e que aquilo não importava. Aparentemente seu plano tinha saído um pouco pela culatra.
"Onde você ouviu esses nomes?" Sua exigência silenciosa enviou um arrepio para a sua espinha.
"Um cara veio até o clube uma noite dessas." Ela se lembrou do cara russo alto e magro que parecia que tinha saído de um campo de concentração. "Ele me disse que eu não o conhecia e que eu também não conhecia meu pai. Ele disse que seu nome era na verdade Yuri Denisovich e que você era um assassino." Seu estômago embrulhou quando ela pensou sobre os crimes hediondos que o homem tinha acusado Yuri de cometer. "Ele descreveu algumas cenas muito fortes que aparentemente você fez com seu irmão."
"Vitali", Yuri rosnou. "Você está me dizendo que Pyotr Ivanovich entrou no clube em uma dessas noites?"
"Você estava lá." Ela estava começando a se sentir um pouco desconfortável. "Ele não ficou lá por muito tempo. Você estava olhando para algo do outro lado do bar enquanto ele estava lá".
"Descreva-o." O sotaque de Yuri foi ficando mais e mais pesado conforme sua agitação aumentava.
"Alto e magro, tão magro que parecia esquelético. Rosto pontudo, cavanhaque esquisito." Ela fez uma careta. "Sabe, se eu tivesse de escolher alguém para interpretar Rasputin em um filme, aquele cara estaria no topo da lista."
"Rasputin?" Ele soltou uma risada, embora ela pudesse notar que ele ainda estava de mau humor.
"Sim. Ele simplesmente tinha uma vibe realmente assustadora. E eu juro que ele estava bêbado quando entrou. O cara não fazia sentido. Ele continuou mencionando você e meu pai, assassinato e vingança. Era como um filme ruim."
"Seu nome é Pyotr Ivanovich." Yuri xingou em russo. "E se ele sabe onde estou e que você está envolvida comigo, não é seguro para você ficar perto de mim."
"Espere um segundo." Uma sensação estranha surgiu em sua barriga. "Você realmente é esse Yuri?" Ele assentiu. O mundo de Hollie começou a girar sobre seu próprio eixo. Antes ela não conseguia decidir se acreditava nisso ou não. Uma parte dela provavelmente tinha porque ela não estava realmente surpresa. No entanto, ela queria tanto acreditar no contrário.
"Eu li sobre ele—você na internet." Hollie não conseguia imaginar que Yuri, seu Yuri, era um assassino tão brutal. "Você realmente matou todas aquelas pessoas como eles dizem que você fez?"
"Eu não sou um homem bom, se é isso o que você está perguntando."
Hollie se virou e foi até a janela. "Eu não sei o que estou perguntando. Eu não entendo nada sobre isso."
"E você nem precisa."
"Mas por que meu pai lhe pediu para ser meu guarda-costas se você é um assassino?" Hollie teve um pensamento horrível. "Espera aí. Meu pai está envolvido nisso? Eu sei que ele era um diplomata na Rússia antes de eu nascer. É isso o que está acontecendo aqui?"
Ele resmungou alguma coisa em russo. "Eu não posso lhe contar os detalhes. Tudo o que eu posso dizer é que seu pai ajudou o meu país e o seu. E sim. Eu sou Yuri Denisovich. E eu matei muitos dos homens que dizem que matei, e muitos outros não. É assim que funciona quando você se torna um criminoso."
"Você não é um criminoso." As lágrimas foram inesperadas. Ela não queria chorar. Não sobre aquilo e certamente não sobre ele. "Eu não te amaria assim se você fosse um criminoso. Meu coração saberia."
"Hollie", ele gemeu. "Você nunca deveria ter se apaixonado por mim. Esse não era o plano."
"Então você deve ter sido mais idiota." Hollie estava rindo e chorando e tentando descobrir o que aquele sentimento terrível em sua barriga significava. "Então meu pai é um criminoso também?
Ou você era o Robin Hood russo como aquela matéria dizia?"
"Robin Hood russo?" Sua surpresa foi verdadeira. "Eu não fiz tanto para ser chamado disso."
"Como você chamaria então? Porque eu estou cansada de saber da opinião de todo mundo."
Ele colocou as mãos sobre a própria cabeça e andou para trás e para frente. Seu peito estava nu e a luz que entrava pela janela o pintou de tons sombrios de cinza. Ele era um homem bonito e enigmático, mas ela nunca acreditaria que ele era um assassino de sangue frio.
"Quando eu era jovem e ainda estava tentando mostrar quem eu era, eu fiz muitas coisas muito desprezíveis. Eu assassinava quando e onde me mandavam. Eu trabalhei para um homem chamado Belikov. Ele era uma pessoa cruel que só pensava em dinheiro e poder. Ele me ensinou muitas coisas."
"O que aconteceu com ele?"
"Eventualmente eu o matei." Yuri suspirou. "É assim que essas coisas funcionam. Eu o matei e tomei seu lugar. Uma vez que eu estava no comando, eu me tornei consciente de muitas coisas acontecendo na organização que me incomodaram. Eu me determinei a mudá-las e encontrei resistência".
"Vitali Ivanovich", Hollie adivinhou.
"Exatamente." Yuri sacudiu a cabeça. "Vitali foi o início do meu fim, ou o fim de Yuri Denisovich pelo menos. Eu conheci o seu pai e ele me pediu para ajudá-lo em uma investigação de uma organização política corrupta em Kiev. Isso foi há muitos, muitos anos atrás."
"Por onde você andava?"
"Estava fugindo". Ele encolheu os ombros. "Então seu pai ligou e me pediu para ajudá-lo a proteger sua filha. Ele acredita que alguns dos inimigos que fizemos há muitos anos atrás estão de volta."
"Como esse Pyotr?" Hollie estava realmente se esforçando para entender aquilo. Foi como um tapa na cara ao ouvir que seu pai tinha sido envolvido com algo que se igualava a uma
espionagem em outro continente. Ele era o seu pai. Não é um superespião.
"Pyotr é problema meu." Yuri olhou para o relógio na parede. "E com quem pretendo lidar hoje à noite."
"Hoje à noite?" O estômago de Hollie embrulhou de vez. "Não. Você não pode."
Ele franziu a testa. "Sim. Eu posso. E eu devo. Se Pyotr falou com você, isso significa que ele sabe que estamos ligados. Isso a coloca em perigo e eu não vou permitir que isso aconteça."
E lá vinha isso mais uma vez. Hollie não passava de uma menina deixada para trás enquanto os adultos tinham que cuidar dos negócios, porque ela não era capaz de resolver as coisas ela mesma. Sem dizer mais nenhuma palavra para Yuri, ela se virou e saiu da casa de hóspedes. Se ele queria correr o risco de ser morto por causa de algo estúpido que tinha acontecido há anos atrás, aquilo era escolha dele.
Capítulo Treze
Yuri fez uma pausa logo depois de entrar pela porta do clube para dar uma conferida no lugar. A sala enfumaçada tinha um bar em uma extremidade e um palco em outra. Uma mulher sussurrava no microfone sobre amantes e inimigos enquanto os homens fechavam negócios obscuros nas mesas. Era um lugar que ele costumava frequentar, mas não mais. Kirill estava sentado à sua mesa de sempre. Yuri não tinha visto seu amigo há meses. Kirill era magro e atlético em vez de musculoso. Ele tinha cerca de 1,80 de altura e as pessoas achavam que ele era uma ameaça menor por causa disso. Eles estavam enganados. Kirill olhou para cima quando Yuri se sentou à mesa. Sua expressão não mudou. "Como se costuma dizer, quem é vivo sempre aparece", disse ele em russo.
"Você também andava sumido." Yuri respondeu em russo. Embora naquele lugar não se podia dizer quantos falantes nativos estavam por lá.
"O que o traz aqui?" Kirill deu uma longa tragada em cigarro. "A última coisa que ouvi foi que você estava tentando fingir que estava morto."
"Se estou aqui é porque estou vivo." Yuri serviu a si mesmo uma dose de vodca da garrafa sobre a mesa.
Kirill sorriu. "E o que o trouxe aqui?"
"Você viu Pyotr por aí ultimamente?" Yuri manteve a voz casual.
"Aquele imbecil?" Kirill cuspiu. "Por que ele iria mostrar a cara aqui? Depois do que Vitali fez? Seria melhor para Pyotr voltar para Kiev."
Yuri não fez comentários. Ele teria concordado com a avaliação de Kirill. No entanto, o homem que Hollie tinha descrito não poderia ser outra pessoa. Pyotr era um personagem bastante distinto.
"Seu amigo congressista está em uma situação delicada ultimamente." O tom de Kirill era
cheio de insinuações e especulações. Ele queria que Yuri o questionasse.
"Por que você diz isso?"
"Porque tem havido ameaças contra ele." Kirill acenou com a mão para indicar a sala.
"Outro dia, eu ouvi duas pessoas falando sobre o que vocês dois fizeram em Kiev."
"É mesmo?" Yuri estava começando a ficar com uma sensação estranha no estômago. "E o que foi que você disse?"
"Eu disse Yuri Denisovich está morto."
"Mas?" Yuri o cutucou.
Três homens se esgueiraram para fora de um corredor escuro. Yuri ia partir para a ação, mas Kirill agarrou sua mão. "Não. Você não entende. Eles não querem você. Eles querem o seu camarada americano. Se você desistir dele e de sua filha, Pyotr vai deixá-lo em paz."
"Eu pensei que Pyotr não era nada além de um merda que deveria voltar para Kiev?" Yuri zombou. Um dos homens atrás dele tinha colocado as mãos nos ombros de Yuri, impedindo-o de se levantar.
Pyotr emergiu de uma sombra e ficou ao lado de Yuri. "Que garoto tolo. Como você acha que vai ganhar dessa vez? Hein?"
"Você come, Pyotr?" Yuri provocou. "Porque de onde eu estou parece que você não faz uma refeição a meses. Eu estaria disposto a lhe comprar um prato de algo quente. Talvez seja por isso que você está tão irritado. "De repente, Yuri se lembrou do que Hollie tinha dito sobre Pyotr e Rasputin. Ele começou a rir e uma vez que ele começou, ele não conseguia parar.
"Qual é o seu problema?", Pyotr exigiu de Kirill.
Kirill deu de ombros. "Ele sempre foi um pouco louco. Todos sabem disso."
De canto do olho, Yuri podia ver Kirill se arrumar na cadeira como se estivesse se preparando para saltar. Era possível que Kirill tinha armado para cima dele.
No entanto, era mais provável que Pyotr já estivesse lhe esperando e Kirill estava tentando dar a Yuri uma chance maior. Naquela altura, ele estava disposto a confiar.
"Pare de rir!" Pyotr rosnou. Ele ergueu a mão para dar um tapa em Yuri, mas isso foi quando Yuri saltou. As mãos sobre os ombros de Yuri tinham ficado mais leves com tanto riso e conversa acontecendo. Ficou fácil o suficiente para saltar para fora de sua cadeira. Ele girou o braço e acertou seu captor na têmpora. O cara tropeçou e caiu. Yuri fez com que ele ficasse por lá mesmo, colocando a bota sobre sua barriga. Um segundo homem correu para ajudar, mas Kirill entrou na briga. Yuri então se ocupou do bandido número três. Eles trocaram socos, alguns ganchos, um belo soco no estômago do homem, e, em seguida, Yuri cortou a garganta do homem. O bandido ofegante agarrou seu pescoço enquanto lutava para respirar. Yuri abriu a boca para dizer algo para Kirill quando sentiu a faca entrar em suas costas. Houve uma dor ardente em sua barriga conforme a lâmina entrou em seu corpo entre suas costelas e foi puxada para fora. Ele se virou, puxando a faca da mão de seu atacante e percebendo que Pyotr o havia esfaqueado. O clube tinha entrado em erupção em torno deles. Não era o tipo de lugar que geralmente chamava a polícia, mas os outros clientes ou assistiam ou iam embora dependendo do interesse que eles tinham no caso. Yuri teria desejado por menos audiência, mas ele podia sentir seu sangue escorrendo para fora de seu corpo e Pyotr parecia estar tateando por uma arma.
"Você sente falta de seu irmão?" Yuri perguntou ao homem alto, agarrando-o pelo pescoço e torcendo seu rosto fino para dentro de uma gravata. Pyotr não falou. Ele se contorceu. Não havia nada de lutador no homem e nunca houve. Ele era um fanático que causava confusão e guardava rancores. Ele tinha sido uma pedra no caminho de Yuri há mais de uma década. Se Pyotr ficasse, Hollie nunca estaria segura. Aquilo foi o que o ajudou a decidir. Enquanto Pyotr arranhava os braços de Yuri e se engasgava em uma sequência de palavrões, Yuri torceu seu braço e facilmente quebrou o pescoço magro do homem. Uma vez que Pyotr parou de se mover, Yuri deixou seu cadáver cair.
O ambiente estava começando a girar. Yuri percebeu que todo o seu lado esquerdo estava encharcado de sangue. Ele não queria morrer. Não agora. Ele tinha descoberto quem estava atrás de Hollie. Ele queria dizer a ela que agora ela estava segura.
"Yuri?"
A voz de Kirill parecia vir da outra extremidade de um túnel. Yuri viu as bordas de sua visão se escurecerem enquanto ele perdia a consciência.
***
Hollie bateu a porta do carro e correu para as portas de correr da UTI o mais rápido que suas pernas permitiam. Seu coração pulava em seu peito e ela não conseguia recuperar o fôlego.
Fazia apenas meia hora desde que ela tinha recebido uma mensagem de texto bizarra do telefone de Yuri dizendo que ele tinha sido esfaqueado e estava no hospital.
Assim que ela o encontrou, ela ia gritar "eu avisei", com o máximo de seu fôlego, várias e várias vezes. Ou assim seria assim que ela tivesse certeza de que ele estava a salvo.
Ela atravessou correndo a recepção do hospital e parou no balcão da recepção. A enfermeira de plantão estava no telefone. Hollie tentou chamar sua atenção, mas a mulher parecia fingir que não via Hollie parada lá. Pior, a metade da conversa que podia ser ouvida não tinha nada a ver com um paciente. A enfermeira estava rindo e cobrindo o telefone com a mão enquanto falava.
"Ei!" Hollie bateu a mão contra o balcão. "Posso conseguir algumas informações, por favor?"
A enfermeira fez uma careta. "Em um momento. Estou no telefone."
"Eu não dou a mínima para quais são seus planos para o fim de semana", Hollie disse friamente. "Mas se você não desligar o telefone e me disser o que eu quero saber, eu vou me certificar de que você precise reservar algum tempo para procurar um novo emprego. Entendido?"
Uma risada grave a fez se virar. Havia um homem em pé a poucos metros de distância da recepção. A maneira como ele se encostava contra a parede sugeria que ele tinha todo o tempo do mundo. Seu cabelo escuro estava bagunçado e seus olhos eram tão escuros que pareciam
negros. Ele era magro, mas com uma camada de músculo que sugeria que sua vida não era fácil.
"O quê?" Hollie disparou. "Você acha algo engraçado?" O homem ergueu um canto de sua boca em um sorriso torto. "Você deve ser Hollie".
"Por que você diz isso?"
Seu sorriso era duas vezes mais detestável que o de Yuri, se é que aquilo era possível. Ele se afastou da parede. "Vamos, eu vou levá-la para ver Yuri."
Era tentador simplesmente sair correndo atrás do homem, mas Hollie não havia nascido ontem. "Como eu posso saber que você está falando a verdade?"
"Eu sou a pessoa que lhe enviou a mensagem de texto do telefone de Yuri. Meu nome é Kirill.
"Ele se virou para caminhar até o corredor, mas Hollie não havia acabado.
"E se você roubou seu telefone, ou você é a pessoa que o colocou no hospital? Como eu sei que isso não é uma armadilha ou algo assim?", ela perguntou.
Kirill soltou um palavrão em russo. "Ele certamente lhe passou o seu talento para pensar de forma paranoica."
As palavras fizeram Hollie pausar. Ela mordeu sua cutícula. Eles estavam em um hospital.
Enquanto ela não deixasse o local, ela deveria estar segura — teoricamente.
"Olha." O tom de Kirill era o de um homem tentando ser razoável. "Se você quiser ver Yuri, é para lá que eu estou indo e você está convidada a acompanhar. Se você acha que eu não sou confiável, você pode ficar aqui. Não faz diferença para mim."
Kirill já estava saindo quando Hollie se decidiu. O desejo de se certificar de que Yuri estava a salvo superou todas as outras questões. Ela não podia perdê-lo. Não agora. Ela tinha acabado de encontrá-lo.
"Espere!", ela gritou atrás de Kirill.
Ele nem sequer se virou, parando apenas tempo suficiente para ela o alcançar. Eles viraram para um lado até em um lance de escadas. No final do lado corredor, Kirill entrou em um quarto. Kirill falou em russo, e houve resposta. Hollie não conseguia entender as palavras, mas a voz
era de Yuri. Ela desviou de Kirill e tirou a cortina de seu caminho. Yuri estava deitado em uma cama de hospital parecendo cansado e um pouco pálido.
"Oh, você está bem", foi a única coisa Hollie conseguiu dizer. Sua sensação de alívio era tão profunda que ela sentiu que lágrimas a pressionavam. Yuri estendeu a mão. "Malenkaya, eu não estou pronto para morrer ainda."
"Quando recebi sua mensagem de texto, pensei que algo muito ruim tinha acontecido." Hollie entrelaçou os dedos com os dele. A sensação de calma imediata que ela obteve com o contato mesmo que mínimo ajudou a tensão começa a escorrer para fora seu corpo. "Eu lhe disse para não ir hoje esta noite."
Sua risada grave lhe provocou uma emoção. Se ela ainda podia fazê-lo rir, ele realmente ia sobreviver. Ele a puxou para mais perto de sua cama. "Se eu não tivesse ido, você não seria capaz de estar aqui e falar que tinha razão. Por que eu iria lhe negar isso?"
"Você é um tolo", ela murmurou.
Ele nem sequer se incomodou em responder. Provavelmente porque ambos sabiam que ela realmente não queria dizer isso. Hollie se sentou na beira da cama e olhou para ele. Ele estava nu da cintura para cima. Havia uma atadura em torno de suas costelas e parecia como se houvesse realmente sangue em seu lado esquerdo.
"O que aconteceu?", ela sussurrou. "Quem fez isso com você?"
Houve passos no corredor. Eles pararam na porta. Hollie levou um minuto para perceber que Kirill havia retornado para a entrada do quarto depois de ter certeza que ela estava ao lado da cabeceira de Yuri. Ele estava guardando a porta?
Palavras concisas foram trocadas em russo, e então alguém entrou. Hollie olhou bem a tempo de ver a expressão tempestuosa de seu pai. Ela ainda não tinha pensado em chamá-lo e lhe contar para onde estava indo. Ela simplesmente disse aos guardas que ia se encontrar com Yuri e deixou a propriedade.
"Eu gostaria de uma explicação, por favor?" A carranca de seu pai não teve efeito sobre
Hollie. Não mais.
Capítulo Quatorze
Yuri ficou feliz por ter recusado a oferta do médico de analgésicos. Ele iria precisar de seu juízo para sair daquele confronto intacto. Yuri não podia culpar o congressista por sua resposta nada feliz à cena a qual ele tinha acabado de entrar.
"E então?" Pembroke provocou. "Eu acredito que eu lhe disse de forma inequívoca para ficar longe da minha filha, Yuri."
"Pai", começou Hollie.
Pembroke ergueu uma mão. "Fique fora disso, Hollie. Se você pudesse ser confiada para tomar uma decisão decente, nada disso teria acontecido."
Yuri chiou de raiva. A expressão beligerante de Hollie não conseguia esconder a sua mágoa.
Não de Yuri. Como Pembroke poderia ser tão cego quando se tratava de sua filha? Yuri apontou para Pembroke. "Não fale com ela desse jeito."
"Eu falo com ela da forma que eu quiser. Ela é minha filha." Pembroke pegou seu telefone.
"Eu estou chamando um carro para levá-la para casa agora."
"Não" Yuri não se preocupou em esconder o comando em seu tom. "Ela fica comigo."
"Você acha que pode mantê-la segura?" Pembroke apontou descontroladamente para o quarto de hospital. "Olhe ao seu redor, Denisovich. Você trouxe uma guerra para a minha casa."
"Esta?" Yuri rosnou. "Esta era a sua guerra. Este era Pyotr Ivanovich. Ele estava seguindo Hollie tentando chegar a nós dois."
"O quê?" O rosto de Pembroke se empalideceu. "Onde está Pyotr?"
"Morto." Yuri gostei do olhar de surpresa no rosto de Pembroke. Mas Yuri não tinha acabado. "Eu o matei essa noite. Ele estava dizendo absurdos sobre se vingar da morte de Vitali".
"Pyotr está morto." Pembroke pareceu se encolher diante de seus olhos. Ao lado dele, Yuri podia sentir a frustração de Hollie. Ela estava atingindo o seu limite. Ele
sabia que ela era uma mulher curiosa e que não seria capaz de aguentar muito mais tempo sem a
verdade.
"Hollie, vá para casa", seu pai ordenou em voz baixa.
"Não." Não havia nenhuma petulância em sua voz. Ela soou como a mulher adulta que realmente era. "Eu mereço saber o que está acontecendo. Yuri me disse que Pyotr Ivanovich foi o homem que falou comigo no clube em outra noite. Agora eu descobri que Yuri o matou por causa de alguma vingança estranha que ele tinha contra o meu pai?" Ela colocou as mãos no quadril e encarou seu pai. "Eu quero saber o que aconteceu e eu não vou embora até conhecer a verdade."
Yuri podia dizer pela expressão do outro homem que ele tinha a intenção de soltar algumas meias-verdades e pronto. Mas não dessa vez. Pembroke tinha fingindo que nada tinha acontecido há anos. O tempo para isso havia acabado.
"Pai?" Hollie disse suplicante. "Por favor, conte para mim."
"Ele não vai." Yuri pegou sua mão e a levou aos lábios. Ele beijou a palma da mão, apreciando a suavidade de sua pele. "Seu pai acredita que ele está protegendo você. Eu não concordo."
"Yuri", Pembroke disse com a voz rouca. "Por favor, não."
"Quando seu pai era um diplomata em Kiev, a sua irmã morou lá com ele por um tempo curto." Yuri notou a expressão de choque de Hollie. "Ele nunca lhe disse contou isso, não é?"
"Não."
"Isso é porque sua irmã tinha apenas 12 anos." Yuri conseguia lembrar daquele tempo como se tivesse acontecido há poucos dias. "O irmão de Pyotr, Vitali, tinha uma propensão para garotas jovens. Ele havia sequestrado muitas em Kiev e as vendia no mercado negro em todo o mundo."
Surgiu uma frase obscura em russo vinda de Kirill na porta. Yuri respondeu algo a ele antes de continuar. "Kirill quer ter certeza de que você sabe que nós não fizemos nada disso. Nós éramos maus. Sim. Nós nunca vendemos pessoas. Armas. Bebidas. Roupas jeans. Sim. Nunca pessoas." Yuri voltou a pensar sobre aquele tempo na Rússia. Ele tinha sido o pior tipo de bandido.
Lidar com Vitali Ivanovich e depois Pembroke o mudou para sempre.
"Vitali levou minha irmã", Hollie adivinhou. "Você ajudou meu pai. Estou certa?"
"Sim."
Hollie se virou para seu pai. "É por isso que você é tão protetor comigo."
Pembroke estendeu sua mão e, em seguida, a deixou cair quando ela não fazer nenhum movimento para pegá-la. "Sim."
"Você não pode me guardar dentro de uma caixa." A expressão de Hollie estava atormentada. "Sinto muito pelo que aconteceu, mas eu amo Yuri. E eu vou ficar com ele."
"Seu desgraçado", Pembroke rosnou para Yuri. "Você me prometeu."
"Na verdade, eu nunca fiz isso." Yuri riu. "Eu disse que iria deixar sua virtude intacta, e eu fiz isso." Ele tocou a bochecha de Hollie. "Ela é uma das mulheres mais virtuosas que eu conheço."
"Isso é besteira e você sabe disso!" Pembroke se endireitou. "Hollie, afaste-se desse desgraçado e vá para casa como eu lhe disse para fazer."
"Que parte de eu ser mulher adulta você não entendeu, pai?" As sobrancelhas delicadas de Hollie se ergueram. "Eu não sou mais uma criança. Eu ficarei com Yuri. Ou você fica de acordo ou pode cair fora para sempre. E honestamente, depois de tudo o que aconteceu, eu acho que eu precisaria de um tempo afastada."
Pembroke tomou fôlego para falar, mas não teve a chance de fazer isso. Da porta, Kirill deu um assobio baixo. "Temos companhia. Meninos de azul".
"Eles precisam falar com a polícia sobre o incidente envolvendo facas e armas de fogo", Hollie disse a ele, tensa. "Você chamou a polícia quando isso aconteceu?"
Yuri bufou. A mulher sabia que ele era um ex-mafioso russo e ainda queria saber se ele ligou par a polícia depois de cometer um assassinato. Se ela não fosse tão adoravelmente disposta a acreditar no melhor sobre ele, ele iria achar que ela era ingênua.
O coração de Hollie quase parou quando ouviu a ordem dos policiais para que Kirill se abaixasse. Três oficiais irromperam na sala. O da frente nem sequer se preocupou em esconder
seu sorriso de autossatisfação. Todos os três estavam armados com armas e algemas. Era como uma cena de um filme ruim.
"Yuri Bazanov, você tem o direito de permanecer em silêncio." O policial disparou como se fosse listar todos os seus direitos em uma só tomada de fôlego. Hollie apertou os dedos de Yuri tão firmemente quanto ousou. Ela não podia acreditar que aquele era o fim para eles dois. Desistir não era de sua natureza e ela não tinha a intenção de começar a ser assim agora.
"Você precisa sair", disse o oficial encarregado. "Este homem está ferido. Você não consegue ver isso? " O oficial, cujo crachá dizia BATES, obviamente não se importava. "Checamos com o médico antes de virmos para cá, senhorita. Ele está pronto para ser liberado. Temos ordens para buscá-lo e trazê-lo até a delegacia."
"Não" Hollie sacudiu a cabeça. Seu peito ficou apertado e uma sensação de pânico começou a tomar conta. "Eu não vou deixar você levá-lo."
"Senhorita, com todo o respeito, seu namorado há quebrou o pescoço de um cara com as próprias mãos." O oficial estava olhando para ela como se ela fosse uma pessoa que precisava de uma avaliação mental. "Entendemos que o outro homem o esfaqueou pelas costas. Há uma testemunha ocular. Reunimos todas as provas, mas até o promotor decidir se prestará queixas, ele vem conosco."
"Papai, faça alguma coisa." Hollie olhou para seu pai, mas ele estava com o rosto fechado.
"Senhorita, você vai ter que sair." Bates tomou seu braço e começou a puxá-la para longe de Yuri.
"Yuri", ela implorou.
Sua expressão sombria não era encorajadora. Ele estendeu os braços e ela escondeu o rosto contra o seu peito, com cuidado para evitar o ferimento. Era cedo demais. Ela não podia perdê-lo agora. Não assim. Ela tinha encontrado a sua verdadeira identidade. Certamente os
policiais encontrariam também. Eles iriam prendê-lo para sempre. Ou pior, eles poderiam enviá-lo de volta para Kiev.
"Vá com seu pai, malenkaya." Yuri segurou-a delicadamente, como se ele estivesse com medo de que ela pudesse quebrar. "Não importa o que aconteça. Você estará segura agora."
"Eu não estou segura a menos que eu esteja com você", ela argumentou.
"Hollie", disse ele com firmeza. "Vá. Por favor."
Ela inalou um suspiro profundo e trêmulo. Aproximando-se dele, ela colocou os lábios em seu ouvido. "Eu te amo", ela sussurrou.
Ele congelou quando ela disse isso, mas ela não podia ficar mais tempo sem perder completamente a compostura. Sem ligar se seu pai a seguiria ou apodreceria no inferno, ela deixou o quarto do hospital.
Kirill começou a segui-la, mas a polícia o segurou. Bates sorriu. "Eu não sei aonde você pensa que está indo, amigo. Você vem com a gente. Nossa testemunha diz que você estava lá também."
"Que testemunha tagarela você tem", Kirill comentou. "Eu gostaria de saber quem pagou quem."
O possível significado por trás do comentário não atingiu Hollie até que ela chegou ao estacionamento. Quem pagou quem? Certamente Kirill não estava insinuando que o próprio pai de Hollie tinha algo a ver com os policiais aparecerem lá, certo?
Uma limusine preta com vidros escuros estacionou em frente ao hospital. Era o mesmo tipo de limusine que a havia prendido durante grande parte da sua vida desde a infância. O tipo que vinha com vidro à prova de balas e seguranças que tiravam sua liberdade.
Seu pai falou por trás dela e abriu a porta. "Entre, Hollie".
"Não."
"Hollie, não seja ridícula." Ele esfregou a mão pelo rosto. Ele estava parecendo mais exausto do que ela jamais tinha visto.
"Me diga uma coisa, pai", ela começou suavemente. "Você ligou para a polícia a respeito de
Yuri e Kirill?"
"Isso importa? Eles são criminosos que merecem pagar o preço pelo que fizeram." Ela pensou no sorriso de Yuri e na maneira como ele tocou seu rosto. Ele tinha lhe mostrado tantas coisas, como no dia em que ele a tinha levado para um passeio em sua caminhonete. Eles fizeram amor em pleno dia no banco da frente de sua caminhonete, como se não houvesse mais nada no mundo além dos dois. Era realmente o suficiente. Ele era o suficiente para fazê-la feliz. E era o tipo de felicidade pelo qual era ansiava por toda a sua vida.
"Ele não é um criminoso", Hollie argumentou. "E eu acho que você sabe disso. Você pode ter vergonha do que você fez na Rússia. Eu não sei. Talvez você esteja envergonhado por causa do que você pediu para o Yuri para fazer por você. Agora ele fez outra coisa para mantê-lo seguro.
Para me manter segura, e você vai deixar ele pagar por isso." Hollie deixou seu pai ver cada gota de ódio que ela sentia por ele naquele momento. "Você é um covarde. E eu nunca irei com você."
Ela se virou e foi embora. Ela viu a caminhonete de Yuri e seguiu naquela direção. Ela não tinha as chaves e talvez não conseguiria fazer aquela lata velha dar a partida, mas era dele e naquele momento ela precisava daquilo mais do que tudo.
"Hollie, espere!" Seu pai a agarrou pelo braço.
Ela se afastou e continuou andando.
"Hollie, eu sinto muito." Seu tom era sincero.
Ela suspirou e fez uma pausa, virando-se para encará-lo. "Você ligou para a polícia?"
"Não. Mas eu suspeito que foi dos homens de Pyotr. Havia quatro homens envolvidos, incluindo Pyotr. Se qualquer um de seus homens sobreviveu, ele estaria disposto a dizer qualquer coisa para tirar Yuri de sua cola."
"Você pode dar um jeito nisso?", ela perguntou. Naquela altura, era a única coisa que importava para ela.
"Vou precisar mexer alguns pauzinhos", ele admitiu. Hollie não se moveu. "Então mexa-os." Ela tinha cansado de ser amável.
Seu pai inclinou a cabeça para um lado, olhando-a com franca curiosidade. "Você realmente o ama, não é?"
"Sim. Mais do que qualquer coisa. "Hollie engoliu o nó na garganta. "Ele faz eu me sentir viva. Ele me ensinou muito sobre simplesmente viver o momento e ser feliz com quem e o que eu sou. Ele me entende, pai." Seu pai soltou uma respiração longa, lenta. "Se eu libertá-lo, você vai seguir com ele para o seu próximo local?"
"Local?" Ela perguntou o que aquilo significava.
"Yuri tem estado sob proteção por ser testemunha durante anos, Hollie", explicou o pai. "Eu só o trouxe até aqui porque eu sabia que ele entenderia o que estava acontecendo. Eu precisava de alguém com conhecimento íntimo do submundo russo. Agora ele vai seguir para um novo lugar e começar uma nova vida. É realmente o tipo de existência que você quer?"
"Então vamos para casa e eu vou fazer alguns telefonemas." Seu pai fez um gesto de volta à limusine.
"E Kirill?", ela perguntou, desconfiada.
"Ele também", disse o pai sem nenhum aborrecimento. "O que é mais um bandido russo em minha consciência?"
Hollie mordeu o lábio inferior. Ela queria acreditar que seu pai faria isso. Ela não gostava de estar em desacordo com ele, mas ela estava cansada de ele tratá-la como uma criança. Quando tudo isso acabasse, ela sabia que tinha de fazer as pazes com ele.
Capítulo Quinze
Hollie pisou no acelerador da caminhonete até o chão e atravessou a poça de lama. A água formou um arco alto em torno do veículo, pulverizando o para-brisa e deixando resíduos de sujeira no capô e nas laterais. Quando ela chegou ao outro lado, ela sentiu os pneus girarem e, em seguida, pegarem no cascalho para puxá-la de volta para a estrada. Um céu azul brilhante do Colorado proporcionava o cenário perfeito para um passeio pelo interior. As árvores estavam ficando em tons de amarelo e laranja, com as folhas caindo no chão e criando um cobertor sobre a estrada de terra. Hollie dirigiu pelo caminho agora familiar, até que ela chegasse a um beco sem saída. Pisando no freio, ela segurou firme no volante para evitar que a caminhonete deslizasse para fora do mirante. Fazia dois meses desde aquele dia no hospital. O pai de Hollie a tinha enviado para a casa de sua irmã nos confins do Colorado e lhe disse para esperar. Seu coração lhe dizia que Yuri estava por vir. No escuro da noite, sua mente às vezes se perguntava se aquilo realmente iria acontecer. A mão dela seguiu até a pequena saliência abaixo do umbigo, que estava crescendo a cada dia. Às vezes coisas inesperadas acontecem na vida. Por enquanto Yuri estava longe, mas a criança que ela carregava era um pequeno pedaço dele que estaria com ela para sempre. Ela deixou a caminhonete parada enquanto ela olhava para fora através da paisagem montanhosa intocada. Não era Virginia, mas estava crescendo sobre ela. O grande pedaço de terra de sua irmã ficava ao norte de Colorado Springs. Hollie passou a mão sobre a roda da caminhonete de Yuri. Às vezes ela sentia como se fosse a única coisa que lhe restava dele. Dando a volta para sair da clareira, ela seguiu montanha abaixo. Era quase hora do almoço e Lilli estaria de volta do trabalho. Hollie fez a última curva, com a caminhonete saltando um pouco quando atingiu uma área difícil do cascalho. Ela roncou o motor e seguiu a estrada de acesso restrito até que ela pudesse ver a cumeeira da casa de sua irmã acima das árvores.
A primeira coisa que notou quando ela fez a última curva foi o carro preto estacionado em frente à casa. Não havia nenhuma dúvida em sua mente que ele de que era um dos veículos de seu pai. O pé de Hollie saiu do acelerador, com seu coração trovejando no peito. Depois de tanto tempo, ela quase desistiu de seu pai manter sua palavra. A porta da frente se abriu e Lilli apareceu na varanda. Ela deu a Hollie um pequeno aceno e sinalizou para ela entrar. Saber sobre o passado de Lilli tinha mudado a maneira como Hollie via a sua irmã. Além disso, era difícil odiar uma mulher que estava passando por um divórcio feio porque se casou com um homem a quem seu pai amava mais do que ela. Hollie estacionou a caminhonete, sentindo como se estivesse navegando em um sonho. Ela estava esperando por aquele momento há meses, mas agora que ele estava aqui, ela se sentia estranha. Tinha havido tão pouco tempo no quarto do hospital. Ela disse a Yuri que ela o amava. Ela exigiu que eles tivessem uma vida juntos, mas ela nunca tinha questionado sua opinião sobre o assunto. Agora ela estava grávida e não tinha ideia de como dizer a ele. E se ele não me quiser? A visão de Hollie saindo de sua caminhonete era a coisa mais linda que Yuri tinha visto desde que ela saiu de seu quarto de hospital. Ela parecia bem, confiante, mesmo enquanto ela caminhava em direção à varanda até sua irmã. O desejo de estar com ela era esmagador. Antes que ele soubesse o que estava fazendo, sua mão estava na maçaneta da porta.
"Onde você pensa que está indo?" Pembroke disparou. "Nós temos algumas coisas para resolver antes de você botar as mãos em minha filha." Yuri esperou. Ele tinha um respeito relutante pelo congressista àquela altura. O homem tinha feito o que ele disse que faria, embora Yuri suspeitasse que era por amor a Hollie e não por ele mesmo. Não tinha sido fácil contornar toda a burocracia das agências policiais locais para conseguir uma nova identidade a partir do programa de proteção a testemunhas. A partir do banco da frente, Kirill rosnou. "Trata-se de mais um de seus sermões, Pembroke?
Porque meu cérebro está muito cheio deles para absorver ainda mais um."
"Você, cale a boca", Pembroke ordenou. "Eu não tenho ideia por que Hollie exigiu que você viesse junto, mas você está aqui." Yuri entendeu perfeitamente. Sua Hollie tinha um coração mole e um desejo de fazer algo de bom para quem tinha feito algo por ela. Em sua mente, Kirill havia ajudado Yuri a chegar ao hospital. Ela queria salvar seu amigo. Esse era apenas mais um dos milhões de razões que ele a amava tanto. Pembroke suspirou, trazendo sua expressão sob controle. "Vocês dois tem alguns acres de terra e uma casa não muito longe daqui." Kirill se virou para olhar. "Ei, eu não quero compartilhar um lugar com os recém-casados. Eu nunca vou conseguir dormir."
"Há uma casa de chacareiro na propriedade", explicou Pembroke. "É lá que você vai ficar."
"Então, eu vou ficar por conta de Yuri, hein?", Disse Kirill com uma risada.
Yuri pegou o maço de papéis que Pembroke o entregou. "São os passaportes habituais, contas bancárias e tudo mais que você precisa para fazer parte da vida local. Há um bar na cidade, um lugar simples que também faz algumas atividades turísticas."
"Nós vamos cuidar de um bar?" Yuri podia apreciar a ironia disso.
Kirill bufou. "Não é como se você não tivesse muita experiência com isso."
"Só mais uma coisa." Pembroke passou a mão pelo cabelo. "Por favor, cuide da minha menina, Yuri. Não parta o seu coração."
"Eu não conseguiria partir seu coração nem se eu quisesse", Yuri disse honestamente. "Seria como rasgar a mim mesmo em dois."
Ele e Pembroke olhou para as mulheres esperando na varanda. Hollie estava tão incrível. Ela também parecia impaciente. Pembroke apontou para a porta. "Vá em frente. Eu acho que ela está ficando cansada de esperar." Yuri abriu a porta e pisou sobre o cascalho. A pele sobre suas costelas ardeu um pouco. Ele
ainda estava se curando, mas não teve nenhum dano duradouro. Dessa vez. Ele estava esperando se livrar daquela vida de uma vez por todas. Ele tinha um motivo melhor para viver. Ele encontrou seu olhar e esperou, perguntando-se como ela iria recebê-lo. Ele não tinha sido autorizado a lhe enviar uma mensagem ou falar com ela. Eles não estavam juntos desde aquele dia no quarto do hospital onde tanta coisa tinha acontecido. Tudo tinha sido tão rápido, sem tempo para explicar ou processar a situação. Será que ela o responsabilizava pela vida que ele tinha levado? Aquilo afetava o que ela sentia por ele? Em seguida, ela estava correndo. Pulando para fora da varanda, ela acabou com a distância entre eles e se jogou em seus braços. Yuri a pegou e a segurou perto de seu coração. Foi tão bom tê-la em seus braços. Era como se tudo dentro dele estava ansiando por aquele momento. O cheiro dela, o calor de sua pele e as curvas de familiares de seu corpo eram exatamente o que ele precisava. Ela o completava. Ele acariciou o seu cabelo e colocou seu rosto contra o topo de sua cabeça. "Eles não nos deixavam telefonar."
"Eu sei", ela disse simplesmente. "Lilli me disse."
"Você está diferente", observou Yuri.
Ela estava, mas não de uma forma ruim. Antes, havia hesitação em seus modos. Aquilo tinha ido embora. Aquela era uma mulher confiante, que sabia o que queria. Ele estava orgulhoso dela.
Ela se afastou e olhou para o seu rosto. "Eu ainda sou toda sua."
"Eu te amo", ele disse a ela. "Eu não disse isso antes, mas eu deveria ter dito."
"Ah, Yuri." Ela sorriu para ele. "Eu sei disso em meu coração e eu também te amo. Eu sempre vou amar."
Ele sorriu para ela. "Nós deveríamos dar uma olhada em nossa nova casa. Não é muito longe daqui."
"Por que a pressa?" Ela levantou uma sobrancelha.
Não havia necessidade de responder a ela com palavras. Yuri baixou a boca em direção à dela e reivindicou seus lábios com um beijo. O gosto dela era exatamente como ele se lembrava. Tudo nela era entusiasmado e apaixonado, e ela era toda sua. Ela passou os braços em volta de seu pescoço e ficou na ponta dos pés. O comprimento do seu corpo foi pressionado contra o dele e o pau de Yuri se ergueu imediatamente para a ocasião. Fazia muito tempo desde que ele tinha estado dentro dela. Ela fez um pequeno ruído em sua garganta que lhe disse que ela também estava cansada de esperar.
"Cof cof." Kirill limpou a garganta. "Não querendo interromper, mas uma exibição pública em frente ao pai da mulher é provavelmente de mau gosto. Você não acha?" Yuri sentiu Hollie se endurecer contra ele. Ela virou a cabeça, mantendo-se no círculo dos braços de Yuri. Pembroke não tinha dito se tinha falado com sua filha. A julgar pela óbvia confusão de Hollie, pai e filha não tinham tido muito contato.
"Olá, Hollie," Pembroke disse gentilmente. "Eu mantive minha promessa exatamente como disse que faria."
"Obrigada." Hollie o cumprimentou com um aceno de cabeça.
Pembroke se movia desconfortavelmente. "Vocês dois devem ficar seguros aqui."
"Isso é a única coisa que importa para você?", perguntou Hollie.
Yuri se perguntou se Pembroke iria tentar ajudar a filha a entender ou minimizar suas preocupações da maneira como ele fez durante toda a sua vida. O parlamentar deu um pequeno suspiro. "Eu quase perdi Lilli em Kiev." Ele olhou para sua filha mais velha. Sua expressão inflexível não era encorajadora. "Depois disso? Sim. Segurança se tornou a minha obsessão."
"Você nos sufocou", Hollie disse a ele. "A única coisa que queria era seu amor, e foi a única coisa que você nunca parecia poder oferecer."
"Eu errei ao me manter afastado de vocês." A mão de Pembroke cerrou o punho. "Eu estava com medo." Ele olhou para Lilli e, em seguida, seu olhar voltou para Hollie. "Eu estava com medo de perder as duas. Fiquei apavorado quando Lilli foi levada bem debaixo do meu nariz. Isso fez eu
me sentir menos homem, como se eu não pudesse nem mesmo proteger a minha própria filha." Yuri sentiu Hollie se suavizando na forma como seu corpo respondia. Dando um beijo em sua bochecha, ele sussurrou em seu ouvido. "Perdoe-o, malenkaya. Ele mesmo já causou o próprio sofrimento por tempo demais." Ela se virou para olhar para ele. "Você vai perdoá-lo?"
"Sim." Ele beijou a ponta de seu nariz. "Eu já perdoei." Hollie abraçou Yuri firmemente antes de ir até seu pai. Ela colocou os braços ao redor de sua cintura. Ele parecia estranhamente desconfortável e ficou ainda mais quando Lilli se juntou a eles. Kirill cutucou Yuri. "Parece que o velho está perdoado."
"Até que ele a machuque novamente", Yuri murmurou.
"Eu estou contigo, você sabe." Kirill cruzou os braços sobre o peito. "Eu sempre estive."
"Eu sei." Yuri olhou para a mulher que havia se tornado toda a sua vida. "E agora eu tenho algo que vale a pena proteger."
Hollie se afastou de seu pai e voltou para o lado de Yuri. Lilli e Pembroke se dirigiram para a casa. Kirill seguiu junto, deixando Hollie e Yuri felizmente a sós durante aquele momento.
Hollie se aconchegou e exalou um suspiro do que ele esperava que fosse contentamento.
"Me leve para casa, Yuri. Há tanta coisa que preciso lhe contar."
Algo em sua voz o intrigou. Ele colocou o polegar sob o queixo. "Você pode me contar qualquer coisa."
Um sorriso surgiu no canto de sua boca. Em seguida, ela tomou sua mão e a colocou em seu ventre. "Vamos apenas dizer que é uma coisa boa que teremos um lar juntos."
O choque lhe rendeu momentaneamente e o deixou mudo. Seu significado era claro. Hollie estava grávida. A surpresa foi substituída pela emoção que tomou conta. Uma esperança em relação ao futuro encheu Yuri de alegria. Ele pressionou suavemente sua barriga e acenou com a cabeça. "Você está dizendo o que eu acho que você está dizendo?"
"Eu estou dizendo que devemos conhecer nosso novo lar." Seus olhos verdes brilharam.
"Afinal de contas, nosso bebê vai precisar de um lugar quentinho e confortável para dormir quando ele ou ela chegar."
"É uma menina", Yuri decidiu. Ele não conseguia imaginar nada melhor do que uma pequena cópia de Hollie correndo e brincando por aí.
"Suponho que vamos ter que esperar para ver. Enquanto isso, por favor me leve para casa." Ela levantou as chaves do carro, deixando-as penduradas em seu dedo indicador. "Se você pedir educadamente, talvez eu até deixe você dirigir."
Ele riu. Aquela mulher era tudo o que ele poderia ter desejado em sua vida. Ele tinha sido contratado para protegê-la, mas, em vez disso, ela o salvou. Agora ele tinha um novo começo e uma nova chance de viver uma vida digna com uma família que ele nunca poderia ter imaginado merecer.
CONTINUA!
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Capítulo Um
O cheiro de suor e absinto pesava no ar. Música alta saía das caixas de som. O volume era tão alto que as paredes do velho edifício de tijolo vibravam no ritmo da batida. Luzes estroboscópicas coloridas eram projetadas sobre os dançarinos, criando padrões de sombra e movimento que enganavam os olhos. Katya Orlov estremecia de emoção. Aquilo era o que ela estava buscando quando foi para Moscou para o casamento de seu primo. Presenciar Anna e Dmitry juntando as escovas de dentes tinha sido divertido, mas mergulhar no que seu tio Ivan chamava de "cena Eurotrash" era o verdadeiro objetivo de Katya. Ninguém parecia se importar se ela estava enturmada ou não. Simplesmente por estar lá, ela se tornou parte da multidão. Sua pele ardia enquanto ela jogava a cabeça para trás e girava sobre as pontas dos pés de seus saltos de 12 centímetros. O decote de seu vestido mal disfarçava seus seios volumosos, e eles ameaçavam se libertar, e seu shorts abraçava suas coxas e bumbum, dando-lhe liberdade suficiente para se mover. Katya não se importava. Ela desejava aquele tipo de liberdade mais do que qualquer outra coisa. Mãos tocaram seus quadris. Ela se virou e encontrou um estranho com olhos risonhos. Ele a puxou para mais perto, e ela foi. Ele a girou em torno de seu próprio corpo e sua pele nua se empolgou com a sensação daquelas mãos sobre sua barriga. Seus lábios roçaram seu pescoço. Katya fechou os olhos. Naquele momento não importava que ela fosse filha da família criminosa Orlov. Ninguém naquele clube se importava que sua prima Anna tinha acabado de se casar com o filho da família criminosa Alkaev, ou que um idiota chamado Aloysha havia assassinado os sogros de Anna e tomado conta de seu negócio. Pessoalmente, Katya achava que Anna estivesse feliz. Todo mundo odeia os sogros, certo? Agora Anna não teria que se preocupar com eles.
Bem, exceto por Sascha.
Katya focou em seu parceiro de dança misterioso. Ela observou a maneira como seu corpo magro se movia com a música e tentou não pensar nos músculos e olhar raso e escuro de Sascha Alkaev. Ele poderia não ser tão encorpado como seu primo Dmitry, mas a graça indomável de Sascha e sua bunda maravilhosamente arredondada eram definitivamente atraentes. Com seu cabelo escuro despenteado enrolando em torno de suas orelhas e sua pele morena, ele era incrivelmente sexy. Argh! Eu odeio Sascha. Eu odeio. Sascha tinha sido encarregado de "cuidar" de Katya quando Anna e Dmitry saíram em sua lua de mel prolongada. O tio Ivan esperava que se Anna e Dmitry desaparecessem por um tempo, Aloysha os esqueceria. Katya achava que seu tio estava se iludindo. Nenhum bandido russo como Aloysha iria esquecer Dmitry. O cara tinha quase matado Aloysha e tinha conseguido fazê-lo de bobo durante o processo. Não vou pensar nisso. Não vou pensar nisso. Katya balançou os quadris e deu a seu parceiro um sorriso tímido. O cara era bonito o suficiente. Talvez ele estivesse disposto a deixá-la ficar em sua casa por alguns dias. O tio Ivan estava programado para voar de volta para Chicago mais cedo naquela manhã. Katya deveria ter ido com ele. Mas ela não queria deixar Moscou. Certamente não para voltar para Chicago, onde ela era uma dor de cabeça para todo mundo e ninguém se importava com ela. Ninguém lá se importava que a música e a dança fossem as paixões de Katya. Agora que Anna tinha ido embora, não havia nada para Katya nos EUA. Moscou parecia um lugar tão bom quanto qualquer outro para uma vida nova. Talvez ali ela pudesse encontrar um estúdio e recomeçar como uma pianista ou dançarina. Girando sobre um dedo do pé, Katya se virou e se posicionou de costas para o parceiro. Ele se aproximou. Seus corpos friccionaram, e a sensação sexy a empolgou. Às vezes, parecia uma eternidade desde a última vez que ela tinha transado. Naquela noite ela só queria encontrar um
alívio rápido e esquecer sua vida real.
A música mudou de ritmo. A velocidade aumentou, e Katya seguiu com ele. Seu parceiro colocou os braços em volta dela e a puxou para perto. Ele tinha um cheiro estranho. Não desagradável, mas diferente de qualquer coisa que ela já tinha experimentado. Ele deslizou sua perna entre seus joelhos, e de repente ela se sentiu presa. Ele agarrou seus pulsos e puxou suas mãos atrás das costas. Ela não podia se mover. Seus olhos se abriram, e ela se contorceu para tentar se afastar dele.
"Ei!", gritou ela. "Solte!"
Seu sorriso não sugeriu que ele se importasse com o que ela queria. Ela percebeu que tinha falado em inglês. Ela tentou o pedido novamente, dessa vez em russo. O idiota sacudiu a cabeça.
Katya estava ficando nervosa. A sensação era desagradável, e isso a irritou. Se algum idiota pensava que fosse mandar nela, ele precisava pensar duas vezes.
Katya se torceu para o lado. Ela ergueu as mãos, virou-as para fora, e depois girou seus pulsos enquanto baixou os braços. O movimento efetivamente a libertou do homem, mas isso também o deixou furioso.
Ele começou a rosnar para ela em uma linguagem que Katya não entendia. Tcheco talvez, ou croata, mas definitivamente não inglês, russo ou ucraniano. Katya recuou, com a intenção de desaparecer na multidão. Seu coração batia contra as costelas, e a adrenalina tomou conta de sua corrente sanguínea. Era hora de ir embora.
Então ela seu perseguidor disse duas palavras que ela reconheceu: "Vadia Orloy!" Ele franziu os lábios e avançou em direção a ela, agarrando seu braço. Ela correu para longe e se misturou à multidão.
Ele a conhecia? Merda. Merda. Merda! Katya disparou no meio da multidão de dançarinos.
As pessoas resmungavam e a xingavam quando ela pisou em seus pés e acotovelou suas costelas pelo caminho. Ela não se importava em ser educada. Ela precisava fugir. Agora. Esquivando-se, ela tentou dar uma olhada atrás dela para ver se seu perseguidor ainda
estava lá. As luzes estroboscópicas que pareciam empolgantes apenas alguns minutos atrás agora a impediam de enxergar bem qualquer coisa. O mundo parecia estar girando, inundado de cores piscando. Pior, o calor da multidão a estava deixando tonta. Katya procurou uma placa de saída, seguindo naquela direção. Ela tinha que sair do clube. Ela não tinha ideia de como isso aconteceu, mas ficou assustada com o fato de que um cara estranho que pareceu ter se aproximado dela de forma aleatória na verdade a conhecia. Alguém o teria enviado? E quem teria feito aquilo? Ela era inútil. Eles poderiam perguntar a qualquer um de seus parentes Orlov. Katya era a ovelha negra que todo mundo tentava enviar para o abate. SASCHA ODIAVA CLUBES quase mais do que ele odiava dançar, reuniões sociais, e lidar com pessoas ricas e mimadas que não conseguiam seguir ordens. Ele olhou para a pista do lugar e se perguntou como conseguiria encontrar Katya naquela confusão. Provavelmente seria mais eficaz esperar lá fora e a flagrar quando ela tentasse sair, provavelmente na companhia de algum babaca. Um tumulto chamou sua atenção. Ele ficou em uma plataforma perto do bar principal. A posição lhe permitiu olhar sobre a pista de dança principal, um mar de corpos humanos se contorcendo. Daquele ponto de vista, Sascha podia ver um homem que usava seu corpo para fazer abrir caminho através dos dançarinos. Seu progresso lhe rendeu muita raiva daqueles ao seu redor. No entanto, quando alguém tentou empurrá-lo para trás, o homem agarrou um braço, o torceu, e atirou a pessoa de lado como se fosse um boneco de pano. Esse cara estava se movendo com um propósito, e o instinto de Sascha disse a ele que Katya estava envolvida. Problemas sempre perseguiam aquela mulher.
"Aí está você", Sascha murmurou para si mesmo. Katya estava seguindo o mais rápido que podia, enquanto se inclinava em um ângulo estranho para se manter fora de vista. Ela alcançou uma saída e tentou abrir a porta, mas seu perseguidor tinha chegado em sua presa.
Droga.
Sascha rapidamente avaliou o ambiente, tentando encontrar o melhor caminho. Passar pelo meio seria inútil. Ele precisava chegar do outro lado rapidamente, sem encontrar muita dificuldade. Olhando por cima dele, ele viu uma passarela. Ele a seguiu com seu olhar encontrando as escadas que levavam até lá. Infelizmente, um segurança gigantesco descansava contra a grade. Obviamente os clientes do clube não deveriam ir até lá. Sascha não tinha tempo de obedecer aquele homem. Ele precisava se mover rapidamente. Avançando energicamente em direção ao segurança, Sascha percebeu o exato momento em que o cara o viu chegar. O segurança se endireitou e se apoiou sobre os pés afastados. Sascha nem sequer tentou dizer algo. Ele aumentou o ritmo e se concentrou para sua única chance conseguir passar. O grandalhão russo levantou a mão. "Essas escadas são apenas para os funcionários."
"Obrigado por esclarecer isso", Sascha respondeu, logo antes de golpear a lateral de sua mão no pescoço grosso do homem.
O segurança ficou sufocado e caiu sobre um joelho. Sascha agarrou o corrimão e saltou sobre o seu adversário. Suas botas produziram um som metálico quando ele atingiu a passarela.
Acelerando o ritmo, Sascha atravessou o clube.
Daquele ponto de vista vantajoso, ele conseguiu ver Katya enfrentando seu agressor. Ela parecia estar fazendo uma tentativa de conversar para se livrar do que estava acontecendo.
Dmitry tinha dito a Sascha que havia uma possibilidade de reação de Aloysha ou alguém zangado com a família Orlov. Sascha não tinha levado aquilo a sério. Agora ele não tinha tanta certeza.
Como ele poderia saber se aquilo era uma briga de amantes ou uma tentativa real de ferir Katya, a fim de chegar até sua família?
Agarrando as grades de ambos os lados da passarela estreita, Sascha seguiu seu caminho até o nível do chão do outro lado do clube. Ele não viu outro segurança. Com sorte, eles
provavelmente estariam todos do outro lado do clube ajudando seu companheiro caído. As botas de Sascha bateram contra o chão de cimento, e ele levou um momento para se recompor. Katya estava apoiada contra a saída, que parecia estar presa com uma corrente e um cadeado. Totalmente inadequado caso houvesse um incêndio.
"Eu não sei o que você quer, mas eu tenho dinheiro. Vou pagar para você me deixar em paz. "Katya estendeu as mãos, como se ela realmente pensasse que pudesse repelir um avanço indesejado. Seu agressor parecia estar brincando com ela. Ele deu um sorriso repugnantemente arrogante e chegou mais perto, como um gato brincando com um rato que pretendia comer. Por mais que Sascha achasse Katya irritante, ele não acreditava que ela merecia aquele tipo de tratamento.
"Ei!" Sascha disparou. "Eu sugiro que você saia e não volte mais."
O homem se endireitou, olhando Sascha cautelosamente. "É melhor você ficar fora disso, Alkaev. Você não tem ninguém mais para lhe dar apoio".
"Você realmente acredita que eu preciso de alguém para me dar apoio?" Sascha achou essa declaração engraçada. "Eu vivi sem os Alkaev durante quase toda a minha vida. Eu acho que eu consigo me virar sozinho."
"Você diz isso agora." O estranho começou a recuar lentamente. "Você não vai estar tão confiante quando Aloysha terminar o que começou."
OK. Agora Sascha realmente queria trocar algumas palavras com aquele idiota. O que aquilo queria dizer? Será que Aloysha pretende ir atrás de Dmitry e Anna? Ele estava ali para ir atrás de Sascha? E por que Aloysha estaria interessado neles? A rede Alkaev inteira pertencia a Aloysha agora. Sascha tinha suas dúvidas de que Dmitry ainda queria algo do império de seu pai morto. Era mais provável Dmitry ser legal como os Orlov naquele momento.
"Diga-me o que você quer dizer com isso", Sascha exigiu. O homem sorriu. "Que tal eu apenas lhe dizer que Aloysha e Peter enviaram seus
cumprimentos."
"Quem é Peter?" Sascha queria saber. "Você é Peter?" O homem apenas sorriu. "Vejo vocês em breve." Sascha grunhiu em frustração enquanto o homem possivelmente chamado Peter simplesmente sumiu na multidão de dançarinos da pista principal. Não havia motivo algum para ir atrás dele agora. Especialmente com Katya parecendo estar prestes a entrar em colapso ali mesmo no chão. Ela estava tremendo muito. Sascha precisava levá-la para casa e ter certeza de que ela ficasse segura. Em seguida, ele precisava descobrir qual seria o próximo voo de volta para os EUA e mandá-la de volta para lá.
Capítulo Dois
Ter sido resgatada por Sascha Alkaev era algo que Katya preferiria esquecer. Como ela poderia ter deixado isso acontecer? Não só foi embaraçoso, mas também não ajudou em nada na ideia da capacidade de ser independente que ela estava querendo passar. Não. Katya teve de sair parecendo uma donzela em perigo. Droga! O sol tinha acabado de atingir a linha do horizonte quando Sascha estacionou seu BMW preto em seu compartimento minúsculo na frente de sua casa. Katya tinha conseguido evitar a conversa durante todo o caminho para casa. Não que isso tivesse sido um grande feito, considerando que ela podia sentir a hostilidade saindo de Sascha em ondas tão grandes que poderiam ter inundado o carro em segundos. Sim. Ele estava irritado. Bem, e daí? Katya também estava irritada. Ela tinha ido ao clube para ficar longe de Sascha, seu tio e qualquer outra pessoa que queria dizer a ela o que fazer. Não era como se ela tivesse precisado de sua ajuda com aquele tal Peter. Katya estava confiante de que ela teria dado um jeito na situação uma hora ou outra.
"Entre em casa e fique no seu quarto até que eu lhe diga para sair." O tom de Sascha era grave e duro. Katya saiu do carro e deixar a porta se fechar. "Você sabe que eu não gosto desse tom. Você poderia pelo menos ser educado."
"Não. Eu não poderia." Sascha fechou a porta do motorista e olhou para ela sobre o carro rebaixado. "Seu tio foi embora em um voo de volta para Chicago a cerca de 24 horas atrás, e você deveria estar com ele. Você não se importa que ele possa estar preocupado com você? " Ela bufou. "Obviamente não o suficiente para ficar e procurar por mim."
"Ele tinha negócios que não podiam esperar." Sascha parecia estar respirando
profundamente. Aparentemente o cara tinha um temperamento desagradável. Não era de
surpreender. Parecia que ele estava pronto para explodir. "Eu me ofereci para ajudar como uma cortesia para o meu primo, e Ivan me pediu para encontrá-la. Eu fiz. Agora eu vou deixá-lo saber que ele pode colocar você no próximo voo para casa. " "Eu não vou para casa." Katya fez todos os esforços para manter a sua expressão perfeitamente calma. Já era hora das pessoas perceberem que ela não poderia ser simplesmente empurrada de um lado para o outro. Voltando-se para a casa, Katya fez seu caminho até a parte de dentro. Ela gostaria de poder dizer que ela odiava o lugar. Mas aquilo não era verdade. A casa de Sascha era confortável, com o tipo de mobiliário convidativo em noites frias, para se aconchegar com um livro. Os quartos também eram agradáveis. O lugar tinha feito Katya se sentir em casa desde a primeira vez que entrou no lugar. Então ela subiu as escadas, dois degraus de cada vez, indo para o seu quarto no segundo andar. A janela tinha vista para o jardim traseiro. Naquele momento ele estava cheio de árvores frondosas e flores. Katya tinha até mesmo flagrado Sascha lá atrás regando os arbustos e outras plantas várias vezes na semana que ela havia ficado ali. Ele não era nada parecido com ela o esperava que fosse à primeira vista. Era fascinante. Só que ela realmente não queria ficar fascinada por ele; ela queria odiá-lo. Katya olhou para seu próprio reflexo no espelho sobre a cômoda. Ela estava pálida e abatida. Por mais que ela odiasse admitir isso, a experiência com Peter no clube a havia abalado. Ela escapou um milhão de vezes quando ela estava em Chicago, mas ela nunca tinha tido alguém realmente tentando machucá-la. Ela não podia sequer ter a certeza do que Peter queria. Toda a porcaria que Peter tinha dito a Sascha antes de ir embora não tinha feito qualquer sentido. Ele trabalha para Aloysha? E por que um bandido russo se preocuparia com Katya? Seu tio provavelmente o pagaria para se livrar dela. Ela puxou o vestido sobre a cabeça e atirou-o sobre a pilha desordenada de sua mala no
canto do quarto. Buscando em outra mala cheia até a metade, ela tirou uma calça jeans e um suéter. Se fosse entrar em apuros, ela poderia pelo menos estar confortável enquanto levasse xingões. Aqui na Rússia, mesmo a estação quente era consideravelmente mais fria do que em Chicago. Isso significava que seus suéteres favoritos e botas eram sempre apropriados. Uma situação excelente para Katya. Sascha bateu à porta do quarto. "Seu tio reservou para você uma passagem de volta para Chicago. Nós devemos seguir para o aeroporto em breve para você chegar a tempo".
"Que parte da frase Eu não vou voltar para Chicago você não entendeu?" Ela fez uma careta, porque ele não podia vê-la. Ele suspirou profundamente. "Olha, o que você fizer uma vez estiver de volta em Chicago não é da minha conta. Até lá, eu vou seguir as ordens de seu tio."
"Uau. Eu não tinha ideia que era um pau mandado assim." Katya olhou para seu reflexo no espelho. Se Sascha decidisse enviá-la de volta, não havia nada que ela pudesse fazer sobre isso.
Isso era tão injusto! "Você sabe que eu tenho 24 anos, certo? Eu sou adulta. Eu não tenho que fazer o que meu tio manda."
"Sim." Sascha não parecia convencido. "Então você tem seu próprio dinheiro para conseguir um lugar para morar e pagar suas próprias contas?"
"Sim, claro." Ela tentou infundir seu tom com total confiança, mesmo que a isso não fosse inteiramente verdade.
Katya teria seu próprio dinheiro, se alguém tivesse lhe permitido arrumar um emprego e seguir seu próprio caminho. Ela tinha até mesmo considerado se sentar em uma esquina com seu violão e tocar para conseguir algum dinheiro. Por enquanto, ela só tinha a mesada de seu tio. Seu pai tinha desistido dela há anos. Era como se toda a família tivesse decidido que eles realmente não queriam nada com ela, mas não queriam também libertá-la, para que ela não projetasse neles sua imagem ruim. Por mais que Sascha odiasse admitir isso, ele sentia mais do que uma pontada de simpatia
pela situação de Katya. Ele também não queria se meter nos negócios da família Alkaev. Então ele não o fez. Sua mãe o tinha encorajado a perseguir outros interesses. Ele tinha começado a sua licenciatura em finanças e matemática e tinha conseguido um emprego em uma grande empresa internacional. Ele trabalhou gradualmente até a cobiçada posição de analista. Isso lhe proporcionou muito dinheiro e flexibilidade. Ele poderia trabalhar de qualquer lugar. Independência foi o que ele desejou durante toda a sua vida. Obviamente Katya compartilhava seu amor em fazer as coisas de seu próprio jeito. Por outro lado, Sascha não podia ser o responsável por Katya ali em Moscou. A mulher era um desastre ambulante. Ela tinha estado na cidade por menos de uma semana, e ela já tinha começado em meia dúzia de problemas envolvendo clubes homens que achavam que podiam ser dar bem. Ela não parecia entender o que significava estar ligada à família Orlov. Em Moscou, ela tinha um alvo gigante estampado em suas costas. E isso sempre seria assim. Nesse meio tempo, ela o havia frustrado bastante. Ele apertou os lábios e decidiu jogar duro. "Olha, se você quiser ficar aqui em Moscou, eu não posso obrigar você a ir embora. Mas você precisa fazer suas malas e ir para um hotel." Houve uma longa considerável. "O quê?"
"Você me ouviu." Ele se perguntou se ela poderia notar que ele estava mentindo. "Sua presença aqui já está trazendo problemas. Considerando a confusão com os Alkaev, cada bandido em Moscou está procurando uma maneira de cutucar o Orlov e entrar na disputa também. Tê-la em minha casa é como agitar uma bandeira vermelha na frente de um touro. Então, pegue suas coisas e saia." Aquilo tinha sido um pouco duro, mas Sascha estava esperando que ela mudasse de ideia e fosse para casa, então o que isso importava? A porta do quarto rangeu ao abrir. Katya estava diante dela, vestida com uma roupa casual. Sascha desejou pela milionésima vez que ela fosse pelo menos um pouco menos atraente. Seu cabelo era longo e de cor castanho escuro. Ela o havia prendido em um rabo de cavalo que estava pendurado sobre o ombro. Ela brincava com a mão com uma mexa de cabelo solto, um
gesto totalmente e incrivelmente excitante. Seu corpo era magro, com quadris estreitos e seios fartos. O jeans que ela usava abraçava cada curva e acentuava sua constituição atlética com perfeição. Ela era provavelmente a mulher mais atraente que Sascha tinha visto em anos. Ainda assim, ela era para ele um problema vestido de jeans apertados e um suéter justo, e ele realmente não podia se dar ao luxo de ceder à sua libido naquele momento.
"Então você realmente não vai me fazer ir para o aeroporto?" As sobrancelhas de Katya se arquearam, duas linhas pequenas sobre sua pele delicada. Droga. Sascha percebeu que ele realmente não tinha pensado direito. Talvez o primeiro passo deveria ter sido colocar ela dentro do carro. Depois disso, ele poderia dar a notícia sobre o aeroporto. "Apenas pegue suas coisas e vamos colocar tudo no carro."
"Não. Eu quero a sua palavra. " Seu olhar escuro se estreitou de desconfiança. "Eu sei como isso funciona."
"Você e eu sabemos que se eu deixá-la em um hotel, você não tem como pagar por nada quando seu tio deixar de lhe mandar dinheiro." Sascha realmente esperava que ela fosse sensata.
"Por favor, não se envergonhe."
"Me envergonhar!" Ela colocou as mãos nos quadris, obviamente ofendida.
Sascha repreendeu a si mesmo por não ter pensado sobre isso. Honestamente, ele estava tendo dificuldade em pensar sobre qualquer coisa. Seu temperamento fazia seus olhos brilharem e suas bochechas corarem. Ela ficava muitos sexy quando estava com raiva – que situação! Katya estava furiosa com ele, e ele não conseguia pensar em nada além de como seria bom transar com ela.
"Envergonhar não é a palavra certa." Sascha suspirou em frustração. "Olha, eu sei como é ter uma família mandando em você o tempo todo. Eu te entendo. OK? Mas você não pode simplesmente se virar em Moscou por conta própria. Não é seguro."
"E desde quando isso te importa?" Ela mirou em seu rosto e o encarou. Sascha queria tanto envolvê-la em seus braços que ele teve que apertar as mãos ao lado
do corpo para mantê-los no lugar. Ela cheirava a baunilha e especiarias. Será que ela sempre cheirava tão bem? Ele não conseguia se lembrar. Na verdade, Sascha realmente não conseguia fazer seu cérebro trabalhar direito. Havia um constante traço de fantasia em sua cabeça que envolvia toma Katya em seus braços e beijá-la para distraí-la. Isso certamente funcionaria. Ela podia parar de pensar em ir para o aeroporto, e ele conseguiria se livrar daquele louco desejo de transar com ela.
"No que você está pensando?" Katya exigiu de repente.
"Nada, por quê?" Ele limpou a garganta, ficando claramente desconfortável. "Eu provavelmente estou tentando suprimir o desejo de estrangulá-la."
Ela bufou. "A não ser que você ache que eu gosto de asfixia autoerótica."
"O quê?" Será que ele a ouviu corretamente?
Katya revirou os olhos expressivamente. "Eu não estou dizendo que gosto, seu bobo. Eca! A ideia de alguém me asfixiar enquanto transamos não é nada atraente." Seu olhar se estreitou.
"Mas a ideia de transar com você me agrada muito."
"O quê?"
Ela se aproximou tanto que ele conseguia sentir o seu calor através do tecido de sua camiseta. "Se você parar de me despir com os olhos, eu ficaria feliz em lhe mostrar como sou realmente para você poder comparar com a sua imaginação." Seus lábios rasparam em seu queixo. "O que você acha?"
Capítulo Três
Katya reconheceu no segundo em que Sascha perdeu seu autocontrole. Ele quase pulou para a frente em sua ânsia. Envolvendo os braços em torno dela, ele pressionou seus lábios contra os dela. O beijo foi faminto e carnal. Ela sentiu o sabor do café doce misturado com vodka que ele havia tomado mais cedo e também de sua masculinidade. Ela deveria tê-lo detido. Sascha Alkaev era o último homem na terra com quem ela deveria se envolver. Infelizmente, ela o queria tanto que ela não pensou em mais nada. Eles atravessaram a porta do quarto com as línguas em chamas. Katya sentiu que nenhum deles queria perder o controle da situação. Ela atravessou seus dedos por seu cabelo curto e marcou seu couro cabeludo com as unhas. Sentir sua pele foi extraordinário. E quando ele agarrou a bainha de seu suéter e praticamente o arrancou, ela recepcionou a atenção. Sascha abaixou a cabeça e beijou seus seios acima da altura do sutiã. Katya o puxou mais para perto, puxando seus cabelos com desespero. Ele chupou sua pele. A sensação enviou um arrepio de excitação direto para suas partes íntimas. Ela se encolheu, as dobras de sua vagina foram ficando mais inchadas e molhadas. Será que ela já tinha ficado tão excitada assim antes? Quando ele estendeu as mãos e desabotoou seu sutiã, Katya quase gemeu com o alívio. Seus seios ficaram livres. Sascha os pegou em suas mãos aproximando-os e lambendo suas aréolas até que seus mamilos se enrugaram. A sensação era quase tão poderosa para fazê-la gozar ali mesmo. Ela agarrou seus ombros e o puxou para a cama, querendo mais. Sascha tirou sua camiseta sobre a cabeça e jogou-a de lado. Ele apoiou Katya em direção ao colchão. Empurrando-a para baixo, ele pressionou o calor do seu corpo contra o dela, cobrindo seu pescoço com beijos. Mordiscando a pele na base do seu ombro, ele então usou a língua para ajudar a aliviar a leve dor. Katya ondulava debaixo dele. Ela o queria tanto que mal conseguia pensar direito.
Atrapalhado com o botão de sua calça jeans, Sascha começou a descer suas calças por suas pernas. Ela se arqueou para ajudá-lo. As pontas dos dedos dele passearam por sua barriga, e ela respirou fundo. Então ele apoiou as mãos ao lado de seu corpo e começou a beijar até o abdome. Katya torceu os dedos contra os lençóis e tentou não implorar. Afinal, ela ainda tinha um pouco de orgulho. Sascha traçou com a língua uma linha através de sua barriga, um pouco acima do cós da calcinha. Katya prendeu a respiração. Ela podia contar nos dedos de uma única mão os números de amantes que a haviam feito sexo oral nela. Sua respiração se tornou irregular com a antecipação. Então Sascha puxou sua calcinha por suas pernas e a tirou. Ele deslizou as palmas de suas mãos dos pés até suas coxas. Incapaz de resistir à tentação de assistir, Katya se apoiou nos cotovelos e olhou para Sascha. Ele estava deitado de barriga para baixo entre suas pernas. Ele soprou levemente sobre a curta faixa de pelos que cobriam sua vagina. Ela estremeceu de prazer. Ele acariciou seus lábios vaginais inchados com os polegares. Gentilmente mantendo suas pernas abertas, ele usou a língua em suas dobras úmidas. O prazer explodiu através do corpo de Katya. O primeiro clímax foi quase instantâneo. Suas costas se inclinaram, e ela praticamente se levantou da cama enquanto seu corpo convulsionava. A satisfação rolava por suas veias, mas Sascha continuou em seu clitóris e na entrada de sua vagina. As sensações inebriantes a enviaram em direção a um segundo pico. Fechando os olhos, Katya se entregou e deixou pra lá suas inibições. Sascha deslizou um dedo longo dentro de sua vagina, acariciando seus músculos internos. Quando ele enganchou o dedo contra a parede do músculo assim que entrou em seu corpo, ela pensou que poderia morrer com a intensidade. Ela cerrou os punhos quando estrelas explodiram por trás das pálpebras. Aquela era uma bela experiência que ela nunca poderia ter previsto, e ele não tinha nem mesmo colocado seu pênis dentro dela ainda. Empurrando todo o seu rosto contra sua vagina, Sascha gentilmente puxou seu inchado
clitóris entre os lábios e chupou levemente. O forte prazer tomou conta de Katya até que ela não pudesse ficar em silêncio por mais tempo. Seus gemidos agudos ecoaram pelas paredes do quarto. Uma vez que tudo aquilo ia aumentando, ela descobriu que não conseguiria ficar em silêncio. Ela não conseguia formar frases e as palavras que ela conseguia falar eram confusas. Havia muitos sim, alguns gritos com o nome de Sascha, e muitas palavras lhe ordenando para não parar. E quando ela chegou no ápice de um orgasmo de fazer a terra tremer, Katya gemeu até quase perder a voz. Ela estava quase no fim da sua resistência, mas queria muito mais.
"Sascha!", ela engasgou. "Eu preciso de você dentro de mim. Por favor, não me faça esperar mais." Katya levantou a cabeça, percebendo que havia algo distintamente pregador no sorriso de Sascha. Então ele começou a tirar as calças, e ela não conseguia se concentrar em nada além dele. Ele era tão bonito como ela havia imaginado. Seu torso era rasgado de músculos. Braços poderosos e ombros largos emolduravam seu peito. Um caminho de pelos escuros começavam logo abaixo do umbigo e mergulhavam abaixo de sua cintura. Sua pele era de um marrom dourado quente, e ela desejava saboreá-lo para conferir se era tão doce quanto parecia. Ele desabotoou a calça e a baixou até o final. Seu pênis saltou para fora, recostando contra sua barriga e deixando uma mancha de líquido transparente sobre sua pele. Katya automaticamente lambeu os lábios, desejando que houvesse mais tempo ou mais algo com aquele homem. Por que parecia que eles estavam correndo contra algum relógio imaginário? Certamente uma vida não era o suficiente para fazer se livrar do desejo por Sascha Alkaev. Sascha olhou para Katya. Seu gosto permanecia em seus lábios. Ele nunca tinha conhecido uma mulher tão ardente. Os sons que ela fez arrepiou sua espinha e o deixou em seu ponto de ebulição. Ele a queria tanto que tinha medo que gozaria assim que a penetrasse. Ele a montou lentamente, a fim de saborear a sensação de sua pele nua próxima dele. Tudo nela era macio. Ele se aninhou entre suas pernas. A ponta do seu pênis sondou sua abertura, mas
ele não seguiu em frente. Ainda não. Ele queria aproveitar a antecipação por mais tempo. Katya não ia esperaria. Ela enrolou as pernas em volta de sua cintura e tentou atraí-lo para mais perto. Sascha sorriu para ela. Sua natureza bastante mandona parecia quase lúdica e agradável naquele cenário. Olhando em direção ao seu rosto, ele viu sua expressão mudar enquanto deixava seu pau atravessar sua vagina molhada. Ele sentiu a ponta do seu pênis fazer contato com a protuberância dura de seu clitóris. Ela estremeceu e gemeu e sua vagina flexionou contra o seu membro. Aquilo já era demais. Ele precisava estar dentro daquela mulher agora. Usando uma mão para guiar seu pênis, Sascha encaixou a cabeça contra a entrada da vagina de Katya e seguiu para dentro dela com um movimento de quadril. Ela suspirou de prazer óbvio. O abraço apertado de seu canal molhado era quase demais para ele. Sascha foi tentado a seguir em uma sequência frenética de movimentos, mas aquilo era tão bom que ele queria que durasse. Ele se forçou a manter movimentos longos, sem pressa. Ele apertou seu quadril contra ela até que seu clitóris estava esfregando contra a base de seu pênis com cada movimento. Ela agarrou seus ombros. Unhas cravadas em sua pele, ela gemeu e engasgou de tanto desejo.
"Sascha!" Sua voz ressoou com seu nome. "Eu vou gozar. Por favor, não pare." Seus músculos internos estremeceram uma vez e, em seguida, eles simplesmente derreteram em torno dele. O calor era incrível. Sascha fechou os olhos e deixou o prazer tomar conta dele. Nenhuma mulher foi tão boa assim. Ela era intoxicante e, como qualquer droga, ele estava rapidamente ficando viciado. O calor acumulou na base de sua espinha. Sascha apoiou seu peso em seus antebraços e se inclinou em direção aos lábios de Katya em um beijo ardente. Ela enfiou a língua em sua boca. Ele se perguntou se ela conseguiria provar seu próprio mel. O pensamento era insuportavelmente excitante. Ele podia sentir seu orgasmo se aproximando. Ele estava a segundos de perder o controle. A antecipação de explodir dentro daquele corpo maravilhoso era mais do que ele podia
resistir.
Sascha envolveu em seus braços em torno de Katya e aprofundou o beijo. Ele empurrou seu pênis tão profundamente quanto conseguiu. Ela envolveu suas pernas ao redor de sua cintura como se para provocá-lo a continuar. A tensão tomou conta e Sascha não conseguia segurar por mais tempo. Penetrando-a até que suas bolas batiam contra seu corpo, ele ejaculou em um fluxo quente que o deixou fraco sem forças com a liberação. Era quase como se ele tivesse desmaiado. Ele conseguiu rolar para o lado de modo a não esmagar a pobre Katya com seu peso morto. Ela deu um pequeno suspiro e virou de lado. Enterrando seu rosto contra seu peito, ela parecia contente em descansar por um momento. Ele não tinha nenhuma noção de tempo. Embora ele achasse que era uma aposta bastante segura que tinham conseguido perder o segundo voo de Katya para ir embora de Moscou. Eu deveria estar mais decepcionado com isso. O pensamento veio do nada e não queria ir embora. O que ele estava pensando quando se permitiu se envolver na teia de situações loucas de Katya? Ele não deveria ter feito isso! Ela já estava enrascada de qualquer maneira, por causa de Dmitry. Sascha tinha sido confiado para cuidar de Katya. Isso não deveria ter incluído uma sessão de sexo intenso.
"Você está pensando demais", Katya murmurou. "Eu consigo até sentir você lamentando o que aconteceu."
Sascha bufou. Ele poderia fingir e fazer de conta que não tinha se arrependido do que tinha acontecido entre os dois. Mas isso teria sido uma mentira. Ele acariciou o topo de sua cabeça sedosa. "A única coisa que eu lamento é que você está indo embora e é improvável que a gente consiga fazer isso de novo."
Ela riu. O som alegre fez com que ele se sentisse 10 vezes mais leve. "Então a resposta é simples. Não me faça ir embora."
"Você não está segura aqui, Katya," ele rosnou. "Não é que eu queira que você vá embora. É que eu quero você longe desses bandidos que parecem determinados a usá-la como isca e um
jogo idiota para ver quem é o maior mafioso".
"Isso é ridículo." Ela bocejou. "Eu sou inútil nesse jogo. Ninguém me quer. Na verdade, se alguém me usar como refém, meu tio Ivan provavelmente vai pagá-los para se livrar de mim."
"Não diga isso."
"É verdade", ela argumentou. "Você não viu a forma como o meu tio me olha? Eu o deixo irritado apenas por existir. Se meu pai não fosse seu irmão favorito, meu bom tio Ivan teria se livrado de mim anos atrás."
"Você é uma mulher adulta." Sascha se perguntou por que ela não tinha simplesmente ido embora por conta própria se era realmente assim que ela se sentia. "Você pode ir embora."
"Você acha que eu não tentei?", ela perguntou amargamente. "Meu tio me presenteou com duas opções. Ficar sob o seu teto e cumprir todas as suas regras idiotas, ou casar com um cara que ele aprova e que vai me deixar viver sob seu teto e as suas regras. " O estômago de Sascha embrulhou com a ideia de Katya se casar com algum imbecil escolhido por Ivan Orlov. Sem dúvida, o homem tinha os melhores interesses da sobrinha no coração. Mas também era provável que Ivan estivesse protegendo o próprio rabo. Se ele considerasse Katya um problema, isso o deixaria muito nervoso. Essa foi uma das razões para Sascha ter se esforçado tanto para ter se separado da rede de Alkaev. Ninguém diria a Sascha o que ele podia e não podia fazer.
"Acho que é melhor a gente ir." Ela o cutucou no peito. "Você pode me levar para o hotel.
Não para o aeroporto."
Sascha suspirou. Às vezes era horrível fazer a "coisa certa".
Capítulo Quatro
Katya não era uma idiota. Ela percebeu imediatamente que eles estavam indo para o aeroporto e não para um hotel. Sascha não parecia se sentir culpado, mas a maneira como ele se recusava a olhá-la nos olhos disse a ela muita coisa. Ela desejou conseguir ficar brava com ele pelo que ele estava fazendo, mas ela não conseguia. Era engraçado, porque por mais que Katya desejasse que Sascha a deixasse sozinha para seguir sua vida, ela entendeu por que ele não conseguia. O cara estava entre a cruz e a espada. E também era difícil ficar zangada com o cara que tinha acabado de usar sua língua para lhe dar orgasmos múltiplos. O pensamento a fez estremecer. Ela poderia pensar que o que aconteceu entre ela e Sascha foi apenas sexo, mas isso era mentira. Sim. Ela gostava de estar com ele. Ele não só era incrivelmente bonito e sexy. Ele era divertido quando não agia como um idiota arrogante. Katya soltou um suspiro gigante. "Acho que essa história de hotel era apenas um truque para me botar dentro do carro. Não me surpreende".
"Olha, Katya, eu sinto muito." Ele não olhou para ela e o aperto de sua mandíbula fez ela entender tudo. Ele apertou os lábios e fez um barulho frustrado. "Passei anos fora dos negócios dos Alkaev. Eu não vou me meter com os Orlov. Nem mesmo quando o meu primo está ligado oficialmente à sua família agora".
"Tudo bem." Ela olhou para fora da janela, observando enquanto eles se aproximavam a boca negra de um túnel. "Eu entendo."
"Você entende." Ele não parecia convencido.
"Sim." Ela lutou para encontrar as palavras certas. "Se eu pudesse ficar livre de tudo isso, eu faria isso num piscar de olhos. E eu não consigo imaginar a situação de colocar essa liberdade em risco por nada."
Ele olhou para ela, com seus olhos escuros cheios de pesar. "O que você quer fazer?"
"Na verdade, eu quero estudar música." Katya deu uma risada. Aquilo parecia tão bobo.
"Gosto de tocar piano e violão. E eu amo dançar. Fiz aula de balé durante anos, mas eu gosto mais de dança moderna. Moscou tem uma história muito rica em artes, sabe? Eu simplesmente pensei que em um lugar como esse eu pudesse encontrar uma forma de ir em busca do que eu sempre quis".
E ... Ele não disse nada. Na verdade, era como se ela não tivesse acabado de abrir seu coração. Esse idiota. Sério, que tipo de cara deixa um momento assim passar sem responder nada?
Katya estava tentando preparar um fora apropriado e contundente quando percebeu que Sascha tinha ficado incrivelmente tenso. Ele estava segurando forte no volante e olhando repetidamente para o espelho retrovisor.
“O que foi?” Katya exigiu.
Sascha sussurrou um xingamento em russo. "Nós temos um amigo. Dois, na verdade. Embora eu não saiba dizer se eles estão juntos nisso ou não."
"Você quer dizer que estamos sendo seguidos?" Seu coração disparou.
"Da".
"Você tem certeza? Porque isso é coisa de filme, não de vida real." Seu cérebro se recusava a acreditar que havia algo de errado. Tinha carros por toda a rua. Sascha provavelmente estava apenas paranoico.
Ele murmurou algo que ela não conseguia entender e, em seguida, olhou para ela. "Lá vem eles."
"O quê?" Ela foi se virar, mas algo bateu no carro preto com tanta força que ela foi arremessada para frente. "Puta merda! O que foi isso?"
Sascha reduziu a marcha e desviou em torno de um outro carro. Houve uma grande rotatória à frente deles. Ele não a respondeu, e Katya percebi que ela deveria deixá-lo se concentrar porque ele estava próximo do triplo da velocidade permitida. Sascha puxou o volante e seguiu por um caminho sinuoso através dos outros carros na
rotatória. O estômago de Katya virou de cabeça para baixo. Ele os manteve na rotatória, acelerando a uma velocidade insana. Katya podia ver agora dois carros atrás deles, tentando manter o ritmo. Um deles era um Mercedes preto, o outro um SUV azul. Conforme Sascha dirigiu em torno da rotatória pela terceira vez, ela cobriu a boca e tentou não vomitar.
"O que você está fazendo?", ela resmungou.
"Tentando fazê-los se perguntar a mesma coisa!"
Quando Sascha finalmente tomou uma saída, era para voltar pelo caminho por onde vieram.
Ele pegou a estrada a uma velocidade furiosa. Edifícios chicoteavam em ambos os lados de seu carro. Katya observou brevemente os três veículos com excesso de velocidade no vidro das lojas da cidade. As ruas em Moscou eram muito estreitas e criadas em um padrão quase circular.
A Mercedes cutucou seu parachoque traseiro. Katya começou a negociar silenciosamente com Deus, prometendo voltar para Chicago se eles conseguissem se livrar dos psicopatas que os perseguiam.
"Relaxe", Sascha disse calmamente. "Eu tenho tudo sob controle."
De uma vez só, ele pisou no freio com tudo. A extremidade traseira do seu carro levantou enquanto a parte dianteira mergulhou em direção ao chão, com os rotores lutando para segurar o movimento. Atrás deles, Katya ouviu um grito quando o motorista do Mercedes reflexivamente desviou para evitar bater neles. O motorista perdeu o controle e bateu na SUV. O veículo azul disparou à frente do incidente, mas a Mercedes subiu sobre duas rodas e capotou.
O barulho de metal sendo destruído foi ensurdecedor. Katya se agarrou ao próprio cinto de segurança enquanto Sascha abruptamente virou seu carro na direção oposta e bateu o pé no pedal do acelerador. Eles correram para longe da Mercedes capotada. Katya aguçou os olhos até que a pequena nuvem de fumaça saindo do carro preto não fosse mais visível.
"Nós ainda não estamos fora de perigo", Sascha avisou. "Temos de ir para algum lugar seguro."
"Onde?"
Sascha grunhiu e desejou que pudesse lhe dizer que poderia levá-la para algum lugar onde ela estaria a salvo de quem os perseguiam. Ele não podia. Inferno, ele não podia nem mesmo lhe dizer quem queria lhes fazer mal. Eles estavam sendo perseguidos porque alguém os queria vivos? Ou era algo pior do que isso? Sascha nunca se sentiu tão inútil.
"Eu conheço um lugar", disse ele lentamente. "Eu tenho um amigo na polícia. Talvez possamos ver o que ele sabe e conseguir algum tempo de vantagem".
"Ótimo." Katya assentiu. "Ele mora perto?"
"Por quê?"
"Porque eu acho que nós precisamos nos livrar desse estúpido SUV, antes de ir para esse lugar." Ela olhou apreensiva sobre o próprio ombro. "Falando nisso, podemos sair daqui?"
Sascha olhou pelo retrovisor. "Merda. Segure firme."
O SUV azul estava seguindo em direção a eles em um ritmo frenético. Sascha observou pelo retrovisor enquanto o veículo atravessou uma esquina repleta de mesas de café. A cena idílica foi destruída conforme as cadeiras e mesas voaram em todas as direções e as pessoas saíam correndo.
Sascha chicoteou a roda e entrou em um beco à sua direita. Eles passaram raspando em uma caçamba de lixo e fez uma curva acentuada à esquerda no final. A pista estreita os levou de volta para a rua principal. Sascha seguiu direto por entre os prédios. Atrás dele, ele podia ver dois pontos de luz conforme o SUV os perseguia.
Eles seguiram através de outro cruzamento, desviando centímetros de outros carros. Sascha não diminuiu, em vez disso pisou no acelerador. Ele precisava aumentar a distância para fazer o outro motorista descuidar mais.
Outro cruzamento, esse acompanhado por buzinas enquanto eles desviavam de outro veículo.
Em seguida, eles desceram um declive e atravessaram uma última intersecção. Um caminhão de lixo pairava à sua esquerda. Katya gritou, mas eles conseguiram desviar. O SUV não. Houve um estrondo terrível quando o veículo azul surgiu no cruzamento e seguiu diretamente para a lateral
do caminhão de lixo. O ruído de pneus e o estouro da batida abafou todos os outros sons. O instinto exigia que Sascha parasse e verificasse para ver se seus perseguidores não os seguiam mais. Mas eles precisavam fazer cada segundo valer.
"Meu Deus", Katya sussurrou. "Você acha que eles estão mortos?" Era extremamente provável, considerando o quão rápido eles estavam indo no momento do impacto, mas não havia nenhum sentido em fazer Katya se sentir pior. Então Sascha encolheu os ombros. "É difícil dizer, mas precisamos sair daqui, independentemente de qualquer coisa."
"Você está certo." Sua garganta se moveu delicadamente enquanto ela engoliu o que ele suspeitava ser um choro.
Sascha virou o carro em direção à casa de Mikhail não muito longe de seu posto oficial perto da Praça Vermelha. Os dois tinham sido amigos por longos anos, muito antes de Mikhail ter entrado para a polícia de Moscou. Mikhail sabia sobre as conexões familiares de Sascha. No entanto, ele nunca julgado Sascha por associação. Ele esperava que Mikhail fosse capaz de ajudálos de alguma forma.
A atmosfera no carro estava tensa. Sascha não conseguia imaginar quando os dois conseguiriam ter uma oportunidade para processar tudo o que tinha acontecido. Parecia que havia passado muito tempo desde que eles tinham discutido se ele a levaria ou não para o aeroporto.
Agora eles estavam tentando descobrir quem os havia perseguido e por que eles estavam fazendo isso. A pequena discussão sobre Katya ter ou não dinheiro para pagar por seu próprio quarto de hotel parecia sem importância.
Sascha guiou o carro até o beco atrás do prédio de Mikhail. Seu amigo morava em um apartamento no quarto andar. Normalmente Sascha estacionaria na rua em frente. Hoje, ele não tinha nenhum desejo de anunciar seu paradeiro. Entrando em uma vaca da garagem subterrânea, ele desligou o motor.
"É aqui que seu amigo vive?" O tom de Katya tinha um toque de pânico. Sascha manteve seu comportamento calmo e deliberado. Ele saiu do carro, esperando por
Katya fazer o mesmo. Ela o encontrou atrás do carro. Ela estava tão nervosa que mal conseguia ficar parada.
"Vai dar tudo certo." Sascha gentilmente puxou-a em seus braços e envolveu-a com o que ele esperava que fosse um abraço seguro. "Nós vamos descobrir o que está acontecendo. Nós vamos descobrir quem está nos perseguindo e por quê. Quando Mikhail nos ajudar a descobrir, ele pode ajudá-la a sair do país, e então você estará segura. " "Eu não quero deixar o país." Ela esfregou seu peito. "Eu só quero ficar aqui... com você." Ele não sabia como responder a isso. Algo dentro dele se animou com o pensamento de passar não só mais tempo com Katya, mas todo o seu tempo. Sim. Ela era um pé no saco. Mas ela também era decidida e sexy. Havia muito mais nela do que um rosto bonito e uma facilidade de atrair confusão. Antes que ele pudesse tomar fôlego, Katya ficou na ponta dos pés para beijar seus lábios. Começou timidamente, mas quase imediatamente seu movimento esquentou. Sascha envolveu os braços em volta dela e puxou-a tão perto de seu corpo quanto possível. Inclinando a cabeça, ele aprofundou o beijo. Ele deslizou a língua entre os lábios e explorou sua boca, enquanto saboreava seu gosto. Seus pequenos ruídos agudos o deixavam louco de desejo. Como é que a única mulher que ele devia evitar o deixava em chamas daquele jeito?
Capítulo Cinco
"Que diabos você está fazendo aqui?" Mikhail agarrou o braço de Sascha e o arrastou para dentro do apartamento. Sascha levantou uma sobrancelha enquanto seu amigo percorreu o corredor vazio porta afora como se estivesse procurando inimigos à espreita nas sombras.
"Que bela recepção", Sascha comentou ironicamente. Mikhail olhou para Katya com curiosidade. "Quem é sua amiga?" Tudo estava na ponta da língua de Sascha para contar a Mikhail. Ele poderia explicar a seu amigo sobre Dmitry e do casamento de Anna, como o Alkaev tinham se juntado aos Orlov depois que o golpe de Aloysha havia deixado Nicolai Alkaev morto no chão de sua mansão. Mas algo sobre o comportamento de Mikhail fez Sascha agir com cautela. Sascha colocou um braço em volta de Katya. "Katie é um estudante de música americana aqui em Moscou. A pobre menina ficou completamente envolvida no que está acontecendo com meu primo e sua família." Sascha torceu para que Katya acompanhasse sua história. Para a sua sorte, foi exatamente o que ela fez.
"Foi uma loucura!", disse Katya a Mikhail. "Havia pessoas nos perseguindo pelas ruas. Nada do que eu esperava que acontecesse em minha vinda para Moscou!"
Mikhail riu, o som áspero era estranhamente incongruente com a expressão intensa em seu rosto. "Parece que você teve um passeio radical aqui em nossa bela cidade."
"Nossa, sim!" Katya olhava para Mikhail com um olhar ingênuo e sedutor. Sascha teve que lutar contra o impulso de bater em seu próprio amigo. Ela estava definitivamente levando o seu papel a sério, apesar do fato de não terem combinado nada. Seus instintos eram incrivelmente bons.
"Mikhail, eu preciso da sua ajuda." Sascha engoliu suas dúvidas. Ele e Mikhail tinham sido amigos por muito tempo. Certamente isso contaria para alguma coisa.
"Katie". Mikhail pegou sua mão e beijou sua mão. "Você pode nos dar licença por um momento? Por favor, sinta-se em casa."
"Obrigada! Eu com certeza preciso de um bom descanso. "Katya foi direto para a sala de Mikhail e se acomodou em seu sofá estofado. Sascha se encolheu quando Mikhail o agarrou pelo braço e o arrastou para o quarto. Fechando a porta atrás dele, Mikhail olhou para Sascha. "Por que você veio aqui? Você tem alguma ideia do problema que isso me causa?"
"Não, não tenho." Sascha franziu a testa. "Então você poderia explicar o que está acontecendo, isso seria mais útil."
"Aloysha ordenou que o matassem, e também Dmitry e sua nova esposa", disse Mikhail de forma direta.
"Com que objetivo?" Sascha franziu a testa. "Dmitry e eu não temos qualquer interesse em seguir os passos de Nicolai. Por nós, Aloysha pode tomar conta de tudo à vontade."
"Mas nem todo mundo se sente assim", Mikhail argumentou. "Você não vê? Dmitry poderia reunir os homens de seu pai e tentar derrubar Aloysha".
"Mas por quê?" Sascha bufou. "Meu primo jurou sua lealdade ao Orlov quando se casou com Anna."
"Por enquanto", disse Mikhail. Ele mandava mensagens de texto rapidamente para alguém em seu telefone. Um sentimento profundo e perturbador deixou Sascha tenso. O olhar misterioso de Mikhail pousou em Sascha. "Você sabe o que eu nunca entendi?"
"Tenho a sensação de que você está prestes a me contar."
"Você nunca considerou a sua ligação com os Alkaev como uma vantagem." Mikhail parecia indignado. "Todo esse poder em suas mãos e você resmungando e resmungando sobre isso como se fosse uma maldição!"
"Às vezes, ter ligações familiares na máfia russa não é tão legal quanto parece, Mikhail." Sascha disse cuidadosamente. "Meu tio era um homem duro que se importava muito pouco com
qualquer coisa que não trouxesse dinheiro para a família."
"Então você virou as costas para ele e suas raízes porque o idiota do seu primo começou a pensar com seu pênis e não com o cérebro", Mikhail zombou. "Isso só torna você mais idiota do que Dmitry." Aquele não era um resumo completamente correto da situação, mas no momento não havia necessidade de esclarecer Mikhail. Sascha respirou fundo e se preparou para o pior. "Mikhail, o que está acontecendo aqui?"
"Todos esses anos e você nunca percebeu que eu estava trabalhando para o seu tio." Mikhail sacudiu a cabeça. "Patético."
"Você." Sascha mal podia acreditar no que estava ouvindo. "O que você estava fazendo por Nicolai? Você está com a polícia, Mikhail. Você está me dizendo que todos esses anos você foi um policial corrupto? " A expressão "policial corrupto" não era exatamente apropriada, já que eles estavam falando sobre a polícia de Moscou e não sobre um drama policial americano. As coisas eram diferentes na Rússia. Com a divisão de serviços especiais a cargo de quase tudo, policiais cotidianos como Mikhail raramente tinha chances de progresso ou elogios, a menos que eles avançassem de alguma outra forma.
"Eu não diria que eu sou um policial corrupto." O bufar de Mikhail disse a Sascha tudo o que ele precisava saber. "Eu sou simplesmente o tipo de homem que sabe onde estão as oportunidades de verdade."
Nicolai Alkaev tinha espiões em quase todas as agências governamentais russas simplesmente porque isso tornava seus negócios mais fáceis. Aparentemente, Sascha tinha ignorado completamente o fato de que seu amigo tinha trabalhado para o seu tio desde o início.
"Então todas as promoções que você obteve ao longo dos anos?" Sascha sacudiu a cabeça, enojado pelo que ele, pessoalmente, via como uma falha de caráter. "Você nunca parou para pensar se isso não seria um conflito de interesses?"
"Até agora, nunca foi." Mikhail deu de ombros.
"Até agora?" Sascha murmurou. Houve uma batida na porta da frente. Sascha congelou, sua mente estava tentando juntar as peças de tudo o que aconteceu desde a morte de Nicolai algumas semanas antes. Ele balançou a cabeça para o amigo. "Você está trabalhando para Aloysha agora."
"Alguém tem que pagar as contas", Mikhail disse com tranquilidade. "Você entende, é claro. É Dmitry quem Aloysha realmente quer, por uma infinidade de razões. Eu acredito que você seja capaz de adivinhar algumas delas."
"E você acha que me prendendo vai conseguir atrair meu primo de volta a Moscou." Sascha odiou a si mesmo pelo papel de tolo que estava fazendo. Ele deveria ter colocado Katya no avião de volta para Chicago. Se Sascha tivesse sorte, Mikhail não perceberia que aquela era Katya. Ela poderia ser apenas uma estudante de música americana em Moscou. Nada além disso. Se fosse assim, ela estaria a salvo.
Katya congelou diante do som de alguém batendo na porta do apartamento. Seu primeiro instinto foi sair correndo, mas ela não sabia onde Sascha estava. Ela não podia deixá-lo. Mesmo se soubesse para onde iria, ela se recusava a deixá-lo para trás. Ele teria um plano. A última coisa que havia feito foi atribuir a ela a identidade de Katie, estudante de música. Ela certamente poderia agir de acordo.
De repente, Mikhail entrou na sala, arrastando Sascha atrás dele, com um par de algemas envolvendo seus pulsos. Graças a Deus, Katie teria provavelmente ficado chocada por aquela situação, porque não havia nenhuma maneira de Katya conseguir fingir que não estava afetada com aquela cena.
"O que você está fazendo?", perguntou Katya, com sua voz estridente e em pânico.
Mikhail deu um sorriso. "Nada que você precise se preocupar, querida. Por mais que eu o ame, por mais que nós tenhamos um passado de amizade, a verdade é que Sascha é um criminoso".
"O que? Por quê? "Katya colocou as mãos sobre a boca, tentando abafar o grito que queria sair. Mikhail entregaria Sascha às autoridades? Ou havia algo além disso?
"Isso realmente não importa, não é mesmo?" Mikhail murmurou. "Ele é um criminoso, e nós temos muito pouca tolerância com esse tipo de coisa aqui em Moscou." Sascha olhou para Mikhail. "Então talvez eu devesse simplesmente desaparecer. Eu ficaria feliz em me retirar da equação inteiramente, você sabe."
"Desaparecer, Sascha? Você realmente pensou que seria tão fácil? "O sorriso de Mikhail era gelado. "Meu diretor deseja ter uma palavra com você antes de você... partir."
Katya não teve problemas para interpretar o modo como a voz de Mikhail enfatizou aquela palavra. Depois de tudo o que já tinha acontecido desde que ela tinha vindo a Moscou, era impossível não perceber a verdadeira intensão de Mikhail. Quem Mikhail tinha chamado pretendia matar Sascha. Talvez ele fosse obrigado a fazer aquilo. Ah, como ela desejava ter um momento para conversar com Sascha! A partir daquele ponto, eles só poderiam improvisar. Como diabos ela deveria saber que papel assumir?
"Que bom então." O olhar de Sascha preguiçosamente percorria o corpo de Katya. "Eu acho que você pode enviá-la de volta para casa, já que parece que eu não vou precisar de companhia alguma." Suas palavras eram enganosas. Katya sabia que ele estava tentando influenciar Mikhail sem ser óbvio. Mas aquele lembro da elite de Moscou era muito experiente para isso.
"Não sei, Sascha." O olhar de Mikhail se voltou para a direção de Katya. "Eu acho que seria justo fazer companhia para Katie. Isso parece bom para você?" Ele abordou a questão diretamente para Katya. Katie? Levou uma fração de segundo para ela lembrar que agora era Katie Alguma Coisa. Ela olhou de Mikhail para Sascha como se ela estivesse incerta do que exatamente estava acontecendo. "Eu pensei que Sascha ia me mostrar os pontos turísticos. Ele me prometeu." Ela fingiu
fazer beicinho. "Eu não fiz muita coisa além de estudar desde que cheguei em Moscou."
"Sascha precisa se encontrar com algumas pessoas que estão muito interessadas nele", disse Mikhail suavemente.
"Ah! Bem, acho que negócios são negócios. "Katya disparou um sorriso sedutor para Mikhail.
Flertar era a arma mais efetiva – e óbvia – de uma mulher. "Mas eu gostaria de ver alguns dos pontos turísticos enquanto estiver aqui. Eu sonhei em vir para Moscou por quase toda a minha vida".
"É mesmo?" O sorriso de Mikhail era tão falso quando lisonjeiro. "Bem, então está resolvido.
Quem melhor para lhe mostrar a beleza da nossa cidade do que um nativo? " "Isso seria ótimo! Muito obrigada." Katya sorriu para Mikhail antes de se voltar para Sascha.
Ela estendeu o braço e colocou a mão em seu antebraço. Ela desejou que ele pudesse notar que ela poderia cuidar de si mesma. Ambos tinham um papel a desempenhar se quisessem sair dessa vivos. "Tudo bem por você, Sascha? Eu encontro você mais tarde. Quer dizer, você e Mikhail são velhos amigos, certo? Eu tenho certeza de que estarei segura com ele."
O braço sob a mão de Katya estava parado. Mas ela podia sentir as emoções fervendo dentro de Sascha. Improvisar obviamente não era o seu forte, mas era o dela. Katya havia tido que tomar decisões de última hora desde que ela tinha aprendido a falar. Ela certamente poderia ser flexível, especialmente se isso significasse que ela poderia enrolar Mikhail antes que ele descobrisse que Katie, a estudante de música, era na verdade a sobrinha rebelde de Ivan Orlov.
Em seguida, havia toda aquela situação de ter de encontrar Sascha em algum lugar em uma cidade estranha e tentar resolver o motivo de suas respectivas famílias quererem vê-los mortos – ou algo assim.
Sascha simplesmente assentiu. Era horrível. Eles não podiam dizer o que precisava ser dito.
Tudo tinha que estar fora de foco e nas entrelinhas. Katya se tornou totalmente consciente de que ela estava sozinha em um país estrangeiro e a única pessoa que tinha a seu lado tinha acabado de ser marcado para morrer. Ela não podia deixar que isso acontecesse.
"Fique com Mikhail então", Sascha disse a ela. "Eu a encontrarei mais tarde." A combinação de suas palavras e o olhar em seus olhos lhe diziam que ele não se entregaria fácil. E quando tudo aquilo terminasse, eles se encontrariam. Ela tentou mostrar a ele que compreendeu.
“Que seja”, ela respondeu encolhendo os ombros e abrindo um sorriso. Segundos depois, meia dúzia de homens armados irromperam pela entrada e arrastaram Sascha porta afora.
Capítulo Seis
"Então, Katie, de que lugar dos EUA você é?", perguntou Mikhail. Eles estavam em alta velocidade em seu Audi preto, em uma rua estreita distante do apartamento de Mikhail. Ele ainda não tinha dito onde a estava levando. Katya tinha o pensamento estranho de que agora teria sido um bom momento para aparecer um daqueles carros que tinham seguido ela e Sascha anteriormente e criarem uma distração. Katya lutou para deixar para trás tudo o que havia acontecido. Não era hora de se distrair. Ela precisava manter o foco. Todo aquele papo sobre ser capaz de cuidar de si mesma e não precisar de seu tio para resolver seus problemas e mantê-la em segurança era mais importante agora do que nunca.
"Eu sou de Saint Louis." Ela escolheu uma cidade não muito longe de Chicago e sobre a qual ela realmente conhecia alguns detalhes. Dizer a Mikhail que ela era de Chicago o faria pensar nos Orlov. E isso não podia acontecer. "Você já foi para os Estados Unidos, Mikhail?"
"Não." A expressão dele ficou mal-humorada. "Eu nunca viajei muito."
"Eu também nunca viajei muito até ter vindo para cá." Ela tentou criar um terreno comum.
Toda essa situação de fingir ser outra pessoa era um pé no saco.
"Sério?" Ele sorriu, e parecia mais genuíno do que sedutor dessa vez. "Por que escolher Moscou?"
"Sério? Você sabe que o Conservatório de Moscou fica aqui, certo? "Katya não esperava que toda aquela pesquisa que tinha feito enquanto se preparava para " fugir" de seu tio no casamento de Anna fosse acabar sendo tão útil. Pelo menos Sascha teve a prudência de usar a ideia de estudante de música como um guia de como ela deveria agir.
"Suponho que para um músico, o Conservatório de Moscou seria um grande atrativo." Ele olhou para ela e levantou uma sobrancelha. "Como é que você fala russo tão bem para uma
americana que está há pouco tempo em nosso país?"
Merda! Até aquele momento, ela não tinha percebido que eles estavam realmente conversando em russo. Já que russo era a única língua falada dentro da família Orlov, era algo natural para Katya usá-lo. Rápido, rápido! Ela encolheu os ombros. "Sabe, eu sempre tive um verdadeiro dom para línguas. Ler música é muito como falar uma língua estrangeira. E eu tive sorte que a minha escola tinha um professor russo realmente incrível. Muitas pessoas falam o idioma por lá. Claro que ainda assim foi um choque vir para cá e ouvir nativos de verdade utilizando o idioma." Ela esperava que Mikhail não soubesse quase nada sobre o sistema escolar público americano, porque aquilo era uma grande mentira. Ele se inclinou para ela com uma expressão de conspiração em seu rosto. "Bem, ninguém jamais saberia que você não é uma nativa." Se apenas seu riso não soasse tão desconfortável quanto lhe parecia. Desse jeito, ele iria descobrir o que estava acontecendo em menos de 10 minutos.
"Sabe, eu conheci o seu amigo Sascha enquanto estávamos na escola", Mikhail disse, pensativo. "Ele estava sempre metido em confusão." O escárnio na voz de Mikhail foi o suficiente para lhe dar arrepios. Era óbvio que a aversão entre os dois era muito mais profunda do que estar em lados opostos deste pequeno problema com Aloysha e o Alkaev.
"Ora essa." Ela tocou o braço de Mikhail, ganhando um sorriso. "Ele foi bom o suficiente para me dar um lugar para ficar por um tempo."
"E eu ouso dizer que isso era tudo o que você queria?"
História para despistar, história para despistar e rápido! "Eu estava esperando para vir para exterior e estudar música por quase toda a minha vida." Ela disse a ele, tentando fazer parecer que ela estava lhe confiando um segredo profundo. "E meu curso estava só na metade quando minha companheira de quarto decidiu se casar." Bem, pelo menos parte disso era verdade. "Então
eu meio que perdi o meu lugar para morar." Estranho, mas era praticamente a forma como Katya se sentia a respeito de Anna decidir se casar com Dmitry. Mikhail bufou. "Você deveria ser mais cuidadosa com suas companhias."
"Eu consegui até agora, não foi?" Ela ofereceu um sorriso deslumbrante e bastante ousado. O sorriso que ela guardava para caras interessantes quando ela estava tentando algo com eles.
"Ele a usou, garota tolinha."
Seu tom era leve. Como se ele estivesse falando com uma vadia tola. Perfeito. Pelo menos ela o estava conduzindo na direção certa. Katya lhe deu um olhar sedutor. "Me usou?"
"Ele não passa de um criminoso. Sascha é um assassino da máfia russa. Ele provavelmente teria se livrado de você assim que surgisse sua próxima missão".
Katya não precisou fingir o choque que marcava seu rosto. Muitas coisas estavam disputando a atenção em seu cérebro. Ela ficou momentaneamente paralisada. Sascha não era um assassino.
Dmitry? Sim. Mas Sascha era tão determinado que tinha se mantido à parte dos negócios dos Alkaev. Por que Mikhail pensaria o contrário? E o mais importante, quem estava certo e quem estava errado?
Mikhail estendeu a mão para tocar na sua. "Eu posso ver que eu lhe assustei, podre garota.
Não se preocupe. Sascha não vai mais incomodá-la. E ficarei feliz em mostrar a você os pontos turísticos enquanto você estiver aqui."
"Verdade?" Sua voz era fraca.
Por que ele estava lhe dizendo isso? Havia tantas respostas possíveis a essa pergunta, ela não poderia decidir sobre apenas uma possibilidade. E para onde eles estavam indo? Uma parte dela se perguntou se ela ia acabar presa em uma cela junto à Sascha. Fim de jogo. Ela tinha acabado de ser testada ao máximo tentando fingir indiferença. Ela precisava de um plano.
"Aliás, arranjei um hotel para você. Quando você descansar um pouco, eu vou manter a minha promessa e lhe mostrar Moscou. Está bom assim?" Katya analisou sua expressão à meia luz com muito cuidado. Quem ela teria que ser para
agradá-lo ao máximo? Será que ele estava em busca de algo fácil? Ou era mais algo mais como uma menina tímida, mas ardente? Ele obviamente gostava de fazer o papel de mocinho fingindo ser um cara mau. Isso fazia sentido pelo jeito que ele a estava tratando. Por ela tudo bem. Essa ideia de protetor poderia vir a calhar quando ela estivesse entre a vida e a morte.
***
"Devemos começar com o Kremlin e a Praça Vermelha", disse Mikhail a Katya na manhã seguinte ao durante um café da manhã de doces e suco no restaurante do hotel. "Porque é onde todo mundo começa quando vem a Moscou."
"Uau! Eu mal posso acreditar que finalmente vou ver tudo isso pessoalmente!"
Engraçado, mas Katya realmente não teve que sua empolgação. Por mais que ela se preocupasse com Sascha, ela sonhava em viajar o mundo. Mas era uma droga que finalmente quando ela teve a oportunidade, isso foi manchado por algo que possivelmente estaria acontecendo em outra parte da cidade.
Concentre-se, Katya! Ela lançou a Mikhail um sorriso cativante. "Então, é aqui onde você trabalha?"
"No Kremlin?"
"Sim." Katya tentou não deixar muito óbvio que ela estava forçando para obter informações.
Sascha provavelmente estava escondido em algum lugar no prédio de Mikhail, certo? Era o lugar mais óbvio para começar a procurar.
Mikhail sacudiu a cabeça. "Não, eu tenho um escritório em um prédio do governo perto da Praça Vermelha, com o restante dos serviços da polícia russa."
Katya rapidamente deu outra mordida para que ela não tivesse que dizer mais alguma coisa imediatamente. Aquilo estava começando a ficar super constrangedor.
"Então você é uma música?"
Ela assentiu com a cabeça e engoliu. "Sim, eu toco piano e violão, e eu danço."
"Então vou levá-la para os museus Glinka e Chaliapin." A pompa da sua declaração quase a
fez rir.
"Oh, isso seria maravilhoso." Ela não podia esconder seu entusiasmo. "Feodor Chaliapin era amigo de Rachmaninoff! E seu Bechstein não está lá em exposição?" Um relaxamento pouco perceptível varreu Mikhail. Ele obviamente tinha suas dúvidas sobre a identidade de Katya até que ela deu uma de super nerd para ele. Felizmente, ela tinha pesquisado tudo isso na internet antes de chegar em Moscou. Ela apenas esperava nunca precisar dessas informações daquela forma peculiar. Eles terminaram o café da manhã e saíram para o Audi preto de Mikhail. Ele abriu a porta como um perfeito cavalheiro, e ela sentiu um peso estranho ao deslizar no assento de couro. Sascha poderia estar morrendo. Ele poderia estar preso em um buraco em algum lugar. E ela estava indo passear com alguém que obviamente tinha problemas mal resolvidos desde a infância que eles viveram juntos.
"Hoje você não me perguntou sobre Sascha", Mikhail disse enquanto tirava o carro do estacionamento do hotel.
"Hã?" Ela fingiu estar momentaneamente confusa. "Você disse que ele era um criminoso. Eu pensei que seria melhor deixar ele pra lá".
Katya estava orgulhosa de si mesma. Ela até conseguiu soltar aquela frase de forma inexpressiva. Dentro dela, tudo estava confuso. Ela queria agarrar o pescoço de Mikhail e exigir que ele dissesse a ela onde estava Sascha. Ela queria desesperadamente ter certeza de que ele estava bem, mas ir em busca de informações agora provavelmente acabaria com seu disfarce.
Mikhail olhou para ela, estreitou o olhar desconfiado. "Ele está preso com a polícia até que o diretor decida sobre sua punição".
OK, aquilo tinha sido fácil demais. E decidir sua punição? A mente de Katya passou por meia dúzia de cenários possíveis até que escolheu a que fez mais sentido. Aloysha ainda precisava de Sascha para atrair Dmitry.
Katya engoliu sua ansiedade e tentou ver isso como algo positivo. Se Aloysha estivesse usando Sascha como isca de uma armadilha, ele não ousaria machucá-lo. Ainda. Ela voltou para o momento presente e tentou se concentrar em onde eles estavam indo. Uma dessas excursões poderia lhe dar informações que poderiam ajudá-la a chegar até Sascha. O Kremlin. Era um dos edifícios mais fascinantes do mundo, e um dos mais belos. Tinha sido a casa de czares e príncipes e agora era a sede do governo russo moderno. Era surrealista para Katya estar na Praça Vermelha e ver as coisas como a Catedral de São Basílio. Ela tinha ouvido falar sobre esses lugares por sua família e por outros homens que tinham vindo da Rússia para trabalhar para os Orlov. Katya nunca tinha considerado que ela poderia realmente vê-los pessoalmente. Mikhail não era ruim quando se tratava de um guia turístico. Ele sabia cada detalhe da história, e sua posição poderia levá-lo a lugares que a maioria dos turistas não podia ir. Mas ela se sentia uma traidora por estar vendo aquelas coisas com Mikhail como sua companhia. E o papel que ela estava desempenhando não a fazia se sentir melhor. À medida que o dia passava e eles seguiram para os museus Chaliapin e Glinka, Mikhail começou a invadir seu espaço pessoal. Katya cerrou os dentes e ofereceu um sorriso doce quando ele segurou a mão dela. Ela permitiu alguns beijos recatados e fingiu acreditar em cada palavra sua. Mas isso se tornou mais difícil quando suas mãos começaram a se aventurar em outros lugares de seu corpo.
"Oh. Meu Deus! Esse é o Bechstein de Feodor Chaliapin!", disse ela com admiração quando eles entraram na sala de exposição.
"Você gostaria de tocá-lo?"
Katya quase se esqueceu de tudo. Sua situação precária, as mentiras de Mikhail e o cativeiro de Sascha deslizaram para o fundo de sua mente. "Certamente não, eu quero dizer, eles não podem deixar os turistas tocá-lo. Isso seria... sacrilégio!"
"Você pode tocá-lo se quiser."
O cérebro de Katya estava sobrecarregado quando se aproximou do antigo piano de cauda. As teclas de marfim eram lindas. Inicialmente ela ficou chocada inicialmente que a tampa estava aberta e as teclas estavam visíveis. Agora ela sabia o motivo. Mikhail tinha usado seus contatos. Seus dedos tocaram as teclas, gentilmente tocando trechos de "Flight of the Bumblebee" de Rimsky-Korsakov. O sorriso em seu rosto deve ter tocado Mikhail de alguma forma, porque foi quando ele começou a realmente dar em ciam dela.
"Qual é a sensação?"
"Como estar tocando um instrumento que foi tocado por um homem que tocou Mephistopheles na versão original de Fausto", disse ela com reverência.
"Vem, ainda há o museu Glinka para ver. Eles têm mais de 1.500 instrumentos diferentes em exposição."
Katya seguiu, reticente em deixar o belo Bechstein para trás. Ela desejou que aquela pudesse ser sua vida real. Ela queria ser uma turista visitando os pontos turísticos ou uma estudante de música em um passeio de campo para ver de perto partes incríveis da história. Ela sempre tinha sonhado com independência de sua situação familiar rígida, mas ela nunca tinha percebido que isso poderia vir com um custo muito alto.
Eles saíram do museu. Mikhail pegou em sua mão e puxou seu corpo contra o seu de lado enquanto caminhavam. Seu braço era incrivelmente pesado sobre os ombros. Ela se sentia sufocada e em pânico, mas ela conseguiu evitar sair de perto dele.
"Você é tão bonita", Mikhail murmurou em russo.
Katya não conseguia pensar em uma resposta que não fosse acabar com tudo, então ela apenas sorriu. Ela estava começando a pensar que não conseguiria mais lidar com aquela situação.
Capítulo Sete
Sascha andava de um lado para o outro em sua pequena cela. Ele não tinha como saber o que estava acontecendo com Katya. Ela era uma mulher habilidosa com uma mente incrível, mas ele tinha um mau pressentimento de que as intenções de Mikhail eram as piores. Agarrando as barras, Sascha apertou os lábios e tentou controlar sua raiva. Ele tinha ido até Mikhail porque ele pensou que eles fossem amigos. Há quanto tempo Mikhail vinha trabalhando para Nicolai Alkaev antes de se vender para Aloysha? Era nojento pensar que Mikhail pudesse ter informado sobre as atividades de Sascha a seu tio durante todos aqueles anos. Às vezes Sascha se perguntava se realmente existiam coisas como privacidade ou autonomia. Certamente não existia quando ele vivia em um mundo habitado pela mafiya.
"Olá, Sascha." Aloysha entrou no escritório logo em frente à cela de Sascha. "Você está confortável? Eles estão te tratando bem. Sim? " "O que você quer?" Sascha perguntou secamente. Ele não estava disposto a brincar.
"Na verdade, eu quero o seu primo Dmitry." Aloysha tirou um fiapo da manga de sua camisa. "Ele me fez de bobo naquele dia. Eu perdi o respeito de meus homens e isso eu não posso permitir."
"Ele está permitindo que você mantenha sua parte", Sascha apontou. "Você não deveria simplesmente ficar feliz com isso e esquecer o resto?"
"Esquecer?" Aloysha bufou. "Você esqueceu rápido como é fazer parte de uma família."
"Considerando que você matou a maioria dos meus, suponho que fosse inevitável." Sascha se perguntou qual seria o propósito real de Aloysha. Certamente ele não tinha ido até ali para trocarem farpas. Sascha se inclinou preguiçosamente sobre as barras da cela. "Por que você não vai direto ao ponto?"
"Eu quero que você ligue para o seu primo e diga que ele precisa voltar para casa."
Aloysha abriu um sorriso que expôs uma quantidade anormal de dentes. "Não diga nada do meu
envolvimento. Basta trazê-lo a Moscou e trazer sua linda noiva com ele".
"Por que eu faria isso?" Sascha bufou. "Nós dois sabemos que você pretende assassiná-lo no momento em que ele botar os pés em Moscou novamente."
"Sim, mas você certamente você não quer prejudicar aquela gracinha com a qual você está envolvido se você não fizer o que eu digo." A voz de Aloysha assumiu um tom inconfundível. "Você sabe, aquela com quem Mikhail está passeando. Um telefonema meu e ele vai cortar sua garganta tão rapidamente que ela não vai nem mesmo perceber. Então eu vou trazer seu cadáver aqui para compartilhar a cela com você."
"É?" O cérebro de Sascha estava girando. "Mas assim que você a matar, você não terá mais nada com o que me pressionar." Ele sabia que estava jogando um jogo perigoso, mas as suas opções eram poucas e distantes entre si. "Traga-a aqui e me deixe ver pessoalmente que ela está ilesa. Então conversaremos."
"Você a quer aqui?" Alyosha parecia nitidamente irritado. "Tudo bem. Mas você deve tomar cuidado com o que deseja." Sua boca se curvou em um sorriso cruel. "Os resultados podem não ser conforme o esperado."
***
O museu Glinka era incrível. Katya meio que esqueceu de si mesma e baixou a guarda por um tempo enquanto ela e Mikhail exploravam a coleção internacional de instrumentos. Era difícil não relaxar. Mikhail estava se comportando, sem tocá-la a maior parte do tempo. E ele estava tão ansioso quanto ela para descobrir qual era a utilidade dos instrumentos. Ele até mesmo sofria com a inclinação de Katya para ler quase todas as placas informativas sobre a vida de importantes compositores russos.
"Posso te beijar, Katie?"
A pergunta veio depois de um ataque de riso que eles tiveram sobre um instrumento de sopro com formato estranho. Eles acabaram próximos um do outro, com o nariz dele quase tocando
o dela, compartilhando a respiração. Quando ela percebeu que inadvertidamente criou um clima com sua piada, já era tarde demais.
"Você não tem me beijado durante o dia todo?" Ela perguntou, sem fôlego.
"Não, aqueles não foram beijos."
"Não foram?"
"Isso é."
Ele se inclinou e cobriu sua boca com a dele. Ela ficou chocada por ele ser um bom beijador, mas ainda faltava algo significativo. Mikhail não era Sascha. Ela não sentia nenhuma sensação tomando conta de seu corpo. Sua alma não gritava e estendia a mão para ele. Sim, Mikhail provavelmente era um bom amante. Mas não, ele não era para ela. E ela teria muita dificuldade para fazê-lo entender isso.
Ele levantou sua mão em direção aos seus lábios e beijou seus dedos. "Há uma festa hoje à noite. Eu gostaria que você fosse comigo."
"Como um encontro?"
Ele riu. "Sim, exatamente dessa forma."
"Eu não tenho nada para vestir."
"Isso não é problema. Vou mandar entregar roupas adequadas em seu quarto."
"Como você sabe que tamanho eu uso?"
O sorriso lascivo que ele lançou sobre seu corpo respondeu à pergunta perfeitamente. O cara havia despido Katya com os olhos durante todo o dia.
Eles estavam voltando para o carro quando uma pergunta a atingiu com força. "Afinal, onde é essa festa?"
"Em um dos grandes salões do Kremlin."
Katya começou a pensar em um plano.
***
Katya ficou olhando seu reflexo no espelho de seu quarto de hotel. Vestido? Aquilo não era
um vestido. Era uma faixa com um pouco mais de tecido costurado a ela! Ela sempre tinha ouvido a frase: "Toda garota precisa de um vestido ", mas ela nunca pensou sobre quão curto provavelmente o vestido seria. OK, ia quase até o chão e Mikhail tinha enviado saltos incríveis para combinar. O decote deixava metade de seus seios expostos. Entre eles e as alças que eram amarradas atrás do pescoço, usar um sutiã era impossível. Então, ela apenas cobriu seus seios da melhor maneira possível e rezou para não precisar correr. Não é que as roupas normais de festa de Katya já não exibissem boa parte de seu corpo, aquilo era diferente. Algo sobre Mikhail fazia ela sentir como se precisasse de uma armadura corporal. Não a tanga preta e a meia calça sexy que Mikhail tinha enviado junto com o vestido. Era óbvio que ele pensava que se daria bem naquela noite. Katya só podia esperar que estaria bem longe até lá, com Sascha ao seu lado. Ela teria que espionar durante a festa. A única maneira de fazer isso seria com as chaves de Mikhail. De acordo com o folheto que ela tinha pego antes, o edifício em que Mikhail trabalhava ficava quase ao lado do Kremlin. Isso significava que ela ia precisar de um motivo para desaparecer com as chaves, entrar em seu escritório, e então encontrar Sascha e ir embora.
"Eu estou tão ferrada", ela gemeu. "Decisões, decisões e eu vou ter que improvisar isso sozinha." Mas ela sabia que não poderia ficar perto de Mikhail por mais tempo. Ele já tinha lhe dado vinho, jantar e ele estaria pronto para o próximo item da lista até o final da noite. O pensamento de Mikhail tocando em seu corpo, a invadindo... a fez querer vomitar. Katya estava feliz em ter combinado de encontrar Mikhail na recepção do hotel. Ela não achava que ela deveria arriscar estar com Mikhail onde houvesse uma cama. Felizmente ela não teria muito o que esperar. Ela ainda não tinha tido a oportunidade de pedir uma bebida antes de Mikhail aparecer vestindo um terno escuro de aparência cara. Quanto mais tempo Katya passava com Mikhail, mais ela suspeitava que ele estava com ciúmes de Sascha mais do que qualquer outra coisa. Como Mikhail deve ter odiado o fato de que Sascha tinha
virado as costas para todo o dinheiro dos Alkaev para seguir o seu próprio caminho no mundo. A inveja é uma das motivações mais poderosas do planeta. Havia muito pouca conversa no carro. Katya estava começando a se sentir desconfortável. Por que parecia que havia outro motivo para aquele encontro de improvisação? Ela deixou o silêncio pairar entre eles até que eles chegassem até o manobrista do estacionamento do lado de fora do Kremlin. Um jovem de uniforme ajudou Katya a sair do Audi de Mikhail, e ela esperou que seu par oferecesse o braço para escoltá-la para dentro. A expressão no rosto dele era asquerosa. O que ele estava escondendo? Seu estômago embrulhou quando ela considerou a ideia de que eles haviam assassinado Sascha. Não. Eles precisam dele. Dmitry ainda está vivo. Anna está viva. Sascha está vivo. Eu saberia. Dentro do meu coração eu saberia se ele estivesse morto. Ela tinha que acreditar que Sascha estava a salvo. Isso a deixou sem escolha além de entrar em uma conversa boba. Ela olhou para Mikhail e ofereceu um sorriso gracioso. "Então, que tipo de festa é essa?" Mikhail colocou sua mão sobre seu braço enquanto subiam os degraus até a entrada de salão. "É uma noite anual de agradecimento pela aplicação da lei local."
"OK, então é como um baile de gala policial, hein?", ela comentou. "Nós temos isso onde eu moro também."
"Hoje à noite, eu vou ter a mulher mais bonita em toda a Rússia ao meu lado."
Ela corou. O cara estava realmente sendo direto, direto demais. Especialmente considerando que ele tinha estado em silêncio total a menos de cinco minutos atrás. Ela estava começando a perceber que algo estava errado, mas ela conseguia identificar o que era.
A primeira metade da noite foi um tanto agradável. Mikhail lhe mostrou alguns dos ambientes dentro do Kremlin e a apresentou a várias pessoas cujos nomes ela nunca iria lembrar. As pessoas estavam conversando em russo, ucraniano, tcheco, alemão, francês, sueco e
provavelmente um milhar de outros dialetos que ela não conseguia entender. Eles até mesmo dançaram várias vezes e Mikhail conseguiu não agarrar sua bunda na frente de todo o governo. Quando estavam saindo da pista de dança, ele se inclinou para sussurrar em seu ouvido. "Eu gostaria de lhe mostrar o meu escritório, Katie."
"Não tenho que ter permissão da segurança ou algo assim?" OK, aquilo tinha sido um pouco fácil demais. Ótimo para o seu plano de roubar suas chaves e fingir uma necessidade de ir ao banheiro feminino.
"Não é necessário ter permissão hoje à noite. Eu serei o seu acompanhante."
Ela olhou ao redor. A segurança não era só forte naquela festa. Ela era a festa. O resto da cidade deveria estar desprotegido. E em um lugar como aquele onde muitos dos oficiais estavam presentes, não haveria guardas em qualquer outro lugar, a menos que fosse absolutamente necessário.
Seus instintos soaram um alarme dentro de sua cabeça. Algo muito ruim estava prestes a acontecer. Ela simplesmente não conseguia saber o quê.
"Então, onde fica seu escritório?" Katya perguntou com leveza, tentando disfarçar seu desconforto.
"Por aqui, meu docinho."
Meu docinho? Argh!
Katya deixou de lado sua aversão por apelidinhos e olhou para ele, flertando. Ela o seguiu obedientemente pelo longo corredor até um pátio incrivelmente belo. Luzes coloridas criavam um ambiente suave que teria sido o paraíso para um par real de dois pombinhos. A música da festa fluía por trás deles.
Pelo menos havia luz e som até que eles atingissem a porta de seu edifício. A estrutura diante deles provavelmente era à prova de som. Ele parecia frio e impessoal.
"Este é o lugar onde o Serviço Secreto tem a sua sede", ele explicou. Ela sentiu um desejo insano de sussurrar, provavelmente porque ela não queria perturbar
aqueles zumbis. "Eles vivem aqui?"
"Não." Ele colocou a mão sobre a dela, como se estivesse tentando tranquilizá-la, mas ele falhou miseravelmente. "Embora no passado tenhamos vivido em quarteis como militares, agora temos nossas próprias casas na cidade. Apenas os nossos escritórios estão aqui agora." Katya começou a tremer. Ela tentou evitar. Ela queria que ele pensasse que ela estava bem com tudo aquilo. Mas anos e anos vivendo à margem de uma das grandes famílias criminosas como os Orlov lhe ensinaram coisas demais. Ela estava em apuros.
Capítulo Oito
Mikhail parou abruptamente em um corredor no piso térreo. Instantaneamente as costas de Katya estavam contra a parede e sua boca estava sobre a dela. Ela reprimiu sua primeira reação, que era uma joelhada em suas genitais e sair correndo desesperadamente. Em vez disso, ela se forçou a agir como ele esperava que agisse, envolvendo os braços em volta do pescoço e fingindo gostar de tudo aquilo. Eles se beijaram assim por talvez quatro ou cinco minutos antes de ele começar a ficar mais ousado. Seus lábios deslizaram por seu pescoço e suas mãos entraram sob o vestido. Ele agarrou a parte de trás de sua coxa e puxou sua perna sobre a dele. As coisas foram rapidamente se tornando mais e mais quentes e saindo do controle de Katya. Ela teve que engolir um grito.
“Nós podemos terminar isso em meu escritório”, ele rosnou. “E ele pode assistir.” Katya congelou instantaneamente, quase acabando totalmente seu disfarce. Tudo fazia sentido! Sascha estava do outro lado da porta! Ela tinha percebido que Mikhail tinha algum tipo de ressentimento a respeito de Sascha. Ele tinha falado sobre Sascha não ser nada além de uma criança mimada. Como Sascha tinha sido sempre um encrenqueiro. As palavras cortantes entre eles sobre terem frequentado a escola juntos, a fixação de Mikhail em dizer a ela o que aconteceria com Sascha. E especialmente o fato de que Mikhail ainda não tinha parecia ter descoberto que "Katie" era na verdade Katya Orlov. Mikhail estava tão obcecado com aquela vingança em relação a Sascha que ele estava cego para todo o resto. Sim, mas Aloysha não sabe quem eu sou? Esse pequeno detalhe teria que esperar. Mikhail destrancou a porta e ela se abriu para revelar uma sala de tamanho decente. Parecia um pouco como um escritório de xerife em um filme
de velho oeste. Havia duas mesas de um lado, e uma cela do outro. Dentro da cela estava Sascha,
olhando para eles com olhos obscuros e que não revelavam nada. Sascha estava em pé, com os cotovelos apoiados nas barras de sua cela, seu belo rosto ainda mais rígido que o habitual e totalmente ilegível. Seu cabelo estava bagunçado, como se ele tivesse corrido os dedos repetidamente por ele. Suas roupas estavam amarrotadas por terem sido usadas durante dois dias. Mas ele estava vivo, e seus olhos estavam expressivos.
"Como você pode ver, Sascha, sua putinha está ilesa", disse Mikhail em gírias russas. "Agora. Se você se recusar a pegar o telefone e deixar a mensagem que Aloysha pediu, isso vai mudar."
"Acho que eu gostaria de ir para casa agora", disse Katya a Mikhail, tentando descobrir uma maneira de libertar Sascha. "E de que mensagem você está falando?"
Mikhail se virou, com um sorriso traiçoeiro. "Tudo ficará bem, meu docinho. Assim que Sascha fizer o que ele prometeu. Ou suponho que não ficará bem quando eu te foder bem aqui na frente dele."
Isso finalmente tirou uma resposta de Sascha. Um músculo em sua mandíbula saltou quando ele apertou os dentes. Curiosamente, mesmo naquelas circunstâncias, aquela minúscula prova de que ele se importava reforçou a confiança de Katya o suficiente para ela fazer algo realmente estúpido.
Mikhail a empurrou em direção à sua mesa. Suas mãos grandes varreram tudo o que havia sobre ela. Sabendo que estava tanto desequilibrado quanto distraído, Katya o empurrou para trás, com força.
Ele não estava esperando por aquilo. Então ela continuou empurrando. Empurrando com toda a sua força, até que suas costas estivessem pressionadas contra as barras da cela de Sascha.
Ela segurou firme e esperou. Em seguida, os braços fortes de Sascha envolveram o pescoço de Mikhail.
"As chaves, Mikhail, onde estão suas malditas chaves?", Katya exigiu.
"Sua puta!" Mikhail rosnou. "Quem você pensa que é?"
Katya se viu morrendo de vontade de dizer a ele exatamente quem ela era, mas isso poderia ser pouco prudente. Mikhail provavelmente ainda pensava que iria sair dessa. Ele estava muito errado.
"Diga-me onde estão as chaves agora." Ela se aproximou bem de seu rosto. "Ou eu vou deixá-lo apertar ainda mais." Sentindo-se com pressa e quase em pânico, Katya estendeu a mão, agarrou-o pelas bolas e torceu. Isso pareceu funcionar, porque ele colocou imediatamente a mão no bolso e tirou dele um molho de chaves. Katya as pegou imediatamente. Ela sabia que não havia necessidade de dizer a Sascha para continuar o segurando, porque ele estava fazendo isso. Os únicos sons vindos de Mikhail eram ofegantes e normalmente significavam que alguém estava prestes a desmaiar por falta de ar. E foi o que aconteceu. Foi preciso quatro tentativas para encontrar a chave certa. E então Sascha estava livre, e Katya estava chorando de alívio. Sascha sabia que eles deveriam se apressar para sair do escritório de Mikhail, mas seu corpo e seu coração pediam outra coisa. A porta estava trancada. A ordem de Aloysha para Mikhail tinha sido a utilização de todos os meios necessários para fazer Sascha ligar para Dmitry. Isso significava que ninguém apareceria tão cedo. Katya se apoiou contra seu peito. Ela estava tremendo. Era tão bom segurá-la. Especialmente já que ele estava duvidando que deixaria aquela cela com os próprios pés. Sascha gentilmente acariciou seu cabelo e murmurou palavras suaves em russo. Havia tantas coisas que ele precisava dizer, mas não encontrava as palavras certas.
"Katya", ele sussurrou. "Eu preciso te contar uma coisa."
Ela fungou e se afastou apenas o suficiente para olhar para o seu rosto. Havia lágrimas em seus longos cílios. Seus olhos escuros estavam arregalados de emoção. Da primeira vez que ele pôs os olhos nela, ele pensou que ela não passava de uma criança mimada determinada a criar
problemas e a se comportar de forma imprudente. Agora ele sabia que ela era muito mais do que isso.
"Você me salvou." Ele traçava seu lábio inferior com o polegar. "Você é mais forte do que qualquer um de nós jamais imaginou." Ela balançou a cabeça. "Eu estava tão assustada."
"Isso não a torna menos valente." Ele segurou seu rosto e levemente beijou seus lábios. "Você estava com medo, mas você não se rendeu a ele. Você é uma mulher incrível, e eu te amo."
Ela inalou rapidamente e as sobrancelhas se arquearam em surpresa. "Você me ama?" Ela inclinou a cabeça para um lado, com uma expressão puramente feminina e absolutamente cativante. "Mas eu pensei que você me odiasse."
"Nunca." Sascha riu. "Eu acho até mesmo que Dmitry já imaginava que isso fosse acontecer."
"Tudo bem. Anna me disse antes que ela definitivamente achava que você era uma boa opção, e eu deveria tentar não deixá-lo louco já que tecnicamente era um ótimo partido. "Ela pegou suas mãos e as trouxe até seus lábios. "E eu não tenho certeza de quando isso aconteceu, mas eu também te amo."
O gesto afetuoso foi mais do que Sascha podia resistir. Ele tentou muito não pensar no pior quando esteve preso por Mikhail. Agora ele queria reivindicar a sua mulher da maneira mais primitiva possível.
Sascha beijou Katya avidamente. Ele passou os braços em volta dela e a puxou com força contra o próprio corpo. A sensação de suas curvas contra ele era inebriante. Seu perfume leve e feminino fez seu pau inchar. Em seguida, ela ondulou contra ele, e Sascha precisava tê-la ali mesmo.
Apoiando Katya em direção à mesa, Sascha deslizou a mão na fenda de seu longo vestido.
Ela usava meias que terminaram no meio da coxa e com uma extensão macia de sua pele de fora para ele explorar. Ele levantou o vestido e encontrou o delicado tecido de sua calcinha preta. Ele empurrou sua língua dentro de sua boca, dizendo-lhe sem palavras o que ele pretendia fazer com
a sua vagina.
Katya deslizou os dedos em seus cabelos e o puxou para mais perto. Seus pequenos gemidos desesperados de prazer o deixou louco para ver o quanto ela estava molhada entre as pernas. Ele procurou a lateral de sua calcinha com os dedos e rasgou o tecido. Ela riu quando ele tirou o pedaço de tecido por entre as suas pernas e o jogou para o lado. Então ele a pegou e a colocou sobre a mesa, e não houve mais riso. Seus lábios exploraram sua mandíbula e pescoço. Sascha amava o ritmo frenético de como os dois faziam amor. Sabendo que ela queria tanto quanto ele era mais gratificante do que ele imaginava ser possível. Sascha abriu caminho entre seus joelhos. Ela se inclinou para trás, apoiando o próprio peso em suas mãos. Ele observou seu rosto quando ele usou os dedos para acariciá-la. Ela estava tão molhada. Suas dobras íntimas estavam inchadas e macias. Ele ficou com água na boca, mas aquele não era o momento de prová-la. Ele precisava estar dentro dela agora. Katya pertencia a ele, agora e para sempre. Ele se atrapalhou com o fecho de suas calças. Os lábios dela se curvaram em um sorriso provocador enquanto ela observava suas mãos tremerem de ansiedade. Ele não se importava. Não havia nenhuma vergonha em desejá-la tanto. Seu pênis pulsava quando ele o segurou nas mãos. Era um alívio estar livre do tecido sufocante de suas calças. Sascha manteve o olhar de Katya em seu próprio, enquanto roçava a cabeça de seu pênis através de sua entrada molhada. A deliciosa sensação era quase mais do que ele conseguia suportar.
"Oh", ela suspirou. "Faça isso novamente. Por favor?"
Ele entrou com força, de novo e de novo, até que ele podia sentir a tensão aumentando nos músculos de sua vagina. Ele colocou a ampla cabeça de seu pênis contra seu clitóris. A pressão a fez ofegar. Arremessando a cabeça para trás, ela gritou e culminou em um escorrer fluidos quentes que encharcaram seu pênis.
"Me coma, Sascha", ela implorou. "Eu não consigo esperar mais."
Ele não precisou ouvir duas vezes. Encaixando seu pênis, ele deslizou dentro dela um centímetro de cada vez. Seus músculos internos estavam apertados. Seu calor era delicioso. Ele saboreava as sensações e começou a se mover lentamente para dentro e fora de seu corpo. Agarrando suas coxas, ele aumentou o ritmo. O cheiro e o som de sexo tomaram conta do ambiente. Não existia mais nada para Sascha além da sensação de Katya em seus braços. O calor acumulava na base de sua espinha. Seu clímax começou a surgir. A sensação foi intensificando até que ele sentiu como se ele fosse explodir.
"Katya", ele rosnou. "Eu vou gozar dentro de você. Você é minha. Você entende isso? " "Sim!" Ela cravou as unhas em seus ombros. "Me faça sua. Por favor. Eu quero gozar com você!" Seu corpo amoleceu em torno dele. Sascha gemeu quando percebeu que ela estava prestes a chegar ao orgasmo mais uma vez. Os primeiros tremores de seu clímax o enviaram para o auge do seu. Segurando firmemente ao seu corpo, ele foi com tudo para dentro dela e gozou dentro dela até não sobrar mais nada.
Capítulo Nove
Katya olhou para o corpo de Mikhail. Ele ainda estava respirando. Ela podia ver o seu peito subir e descer ligeiramente. Era tentador pisar sobre ele com os saltos agulha que ele lhe deu. Algumas boas perfurações com aquilo o manteriam fora do caminho por um bom tempo. Sascha tocou seu ombro. "Veja se você consegue encontrar algemas em sua mesa em algum lugar." Era impossível dizer que protocolo deveria ser seguido por pessoas depois de terem declarado o seu amor, transado na mesa do escritório de um inimigo e depois casualmente planejar escapar de um prédio do governo cheio de pessoas que provavelmente tentariam matá-los. Ainda assim, realmente não havia qualquer constrangimento. Katya só queria que tudo aquilo terminasse. Ela queria se aconchegar debaixo das cobertas com Sascha e dormir por uma década. Ela arrancou um par de algemas de gaveta de Mikhail e atirou-a para Sascha. "O que vamos fazer com ele?"
"Nós temos que trazê-lo conosco."
"O quê?" Katya fico de boca aberta com o choque. "Por quê?"
"Eu realmente não sei ao certo." Sascha franziu os lábios em pensamento. "Eu preciso falar com Dmitry. Nós dois estávamos tentando deixar Aloysha em paz na esperança de que ele fizesse o mesmo conosco. Isso não vai funcionar."
"Então, você tem outro plano?" Katya teve que admirar a forma como a mente dele trabalhava. Além disso, todo aquele ar de estar no controle da situação era super sexy.
"Vamos apenas dizer que eu tenho um plano quando se trata de lidar com o meu tio."
Sascha agachou ao lado de Mikhail e o algemou com as mãos atrás das costas, rolando-o rudemente sobre a barriga depois que ele estava preso. "Agora eu acho que com o que eu tenho conseguirei negociar com Aloysha."
"Você acha que ele vai estar interessado em uma proposta?" Tudo o Katya sabia sobre aquele homem até agora não a levava a acreditar que seria tão fácil. Sascha pareceu sombrio. "É isso ou vamos ter que matá-lo." Katya tentou não se fixar em tudo o que poderia acontecer. Se ela pensasse sobre ela e Sascha contra um homem como Aloysha com dezenas de homens à sua disposição, ela enlouqueceria de preocupação.
"Vamos, meu amor." Sascha gentilmente beijou sua testa. "Pegue as chaves de Mikhail e vamos sair daqui." O corredor estava estranhamente silencioso. Melodias suaves e o baixo zumbido de conversa distante vinha da festa que ainda estava a todo vapor no salão. Sascha fez uma pausa na porta, alerta para qualquer movimento. Era como se o edifício estivesse prendendo a respiração. Nada se movia, e não havia nenhum ruído.
"Onde está o carro dele?"
"Ele o deixou no estacionamento com manobrista."
Sascha virou à esquerda e saiu, com o corpo de Mikhail pendurado por cima do ombro, como um boneco de pano. Katya seguiu o mais silenciosamente que pôde, o estalido de seus saltos superando o silêncio.
Sascha parecia saber exatamente para onde estavam indo no labirinto dos escritórios federais. Ele dobrou duas vezes para a esquerda e uma para a direita antes de Katya acabar se sentindo perdida. Mikhail tinha entrado com ela em uma porta e seguido direto para seu escritório.
As cãibras se formavam nos arcos dos seus pés e Sascha já tinha se afastado muito.
"Quase lá", Sascha disse a ela, com a voz áspera pelo peso que ele estava carregando.
Katya começou a se perguntar se eles estavam realmente indo para o carro de Mikhail ou para alguma outra forma de transporte. E isso a fez especular sobre o que eles iam fazer com o carro de Mikhail. Dificilmente poderiam tirar o ticket do bolso de seu paletó e entregá-lo ao funcionário do estacionamento. Mas se eles não levassem seu carro, alguém fatalmente notaria.
Mesmo que Katya não conhecesse os detalhes do plano de Sascha, ela sabia que isso não envolvia alguém tomar conhecimento de que Mikhail era um prisioneiro de guerra em vez de um desaparecido em missão. Eles repentinamente foram parar em um beco. Todo o corpo de Katya saudou o ar fresco após a tensão naquele prédio de escritórios. Ela não parou para se perguntar por que ela se sentia mais segura quando o perigo ainda estava a um passo atrás deles. Ela estava simplesmente contente por deixar um pouco do estresse para trás. Especialmente porque suas câimbras nos pés começaram a diminuir. Sascha fez uma pausa em uma mancha escura de sombra no beco. "Você ainda tem as chaves?" Ela silenciosamente a mostrou em sua mão.
"Abra seu carro."
Havia algo fundamentalmente ridículo sobre atravessar um estacionamento completamente lotado de carros, segurando um chaveiro por cima da cabeça e pressionando o botão mais de mil vezes até que algum farol fosse ligado. Mas esse método eventualmente produziu resultados.
Foi um alívio sentar no banco do passageiro. O carro balançou um pouco quando Sascha tentou colocar Mikhail no porta-malas. Na verdade, isso faria uma boa propaganda do espaço do Audi considerando o tamanho considerável de Mikhail. Ignorando xingamentos murmurados por Sascha, Katya fechou os olhos e deslizou os pés para fora de seus sapatos antes de relaxar no couro macio.
"Confortável?"
Ela abriu um dos olhos. "Esses saltos estavam matando meus pés."
"Que pena."
"Por quê?"
"Acontece que eu realmente gostei dessa roupa." Suas palavras roucas chamaram sua total atenção. Ela abriu os dois olhos para olhar para o
seu perfil enquanto ele ligava o carro e manobrava para fora do estacionamento lotado. Ele estava com um visual duro e desgrenhado, mas era Sascha. Em algum ponto, Katya ia ter de dar uma longa atenção aos sentimentos intensos que ela tinha dentro dela a respeito dele. Afinal de contas, eles estavam longe de se livrar dessa confusão envolvendo Aloysha. Ela deveria estar aterrorizada com a gravidade da situação. Eles estavam contra um chefe do crime com toneladas de recursos à sua disposição. Eles não podiam ir até a polícia. Na verdade, eles tinham o corpo de um policial russo no porta-malas do carro, que era – aliás – roubado. Mas com Sascha ali com ela no carro roubado deixava tudo bem. Katya não podia evitar a sensação de paz que a envolvia, ou a sonolência que se seguiu.
"Katya".
"Mmmhmm."
A risada baixa se tornou parte de seu sonho enquanto seu corpo estava envolto em um par de braços deliciosamente familiares. Ela provavelmente teria acordado naquele momento. Mas por que arruinar um momento tão belo?
Antes que ela percebesse, Sascha estava gentilmente a carregando com os pés descalços para dentro de algum tipo de quarto. O lugar tinha paredes brancas e cortinas de cor verde militar sobre uma janela estreita. Ela estava morta de cansada e havia uma cama. Isso era tudo o que ela queria. Ela conseguiu dar dois passos até a peça solitária de mobiliário, deixou cair o vestido no chão, e se arrastou para a cama.
Em algum lugar atrás dela ela registrou o som de Sascha se despindo. Ele apagou as luzes antes de vir para a cama. Ela sabia disso porque o quarto diante de si se escureceu. Houve um mergulho no colchão fino e um corpo gloriosamente quente deslizou ao lado dela. Ela imediatamente se aproximou.
Dizer que ele lhe causava uma boa sensação era uma subestimação grosseira. Ele tinha ficado só de boxer e, felizmente, com os pés descalços. Foi a coisa mais natural do mundo para ela se encaixar em seu corpo. Cada curva fixada perfeitamente contra ele. Ele passou os braços em
volta dela e jogou uma perna sobre a dela até que ela o estivesse usando como cobertor.
"Katya?" Seu nome foi sussurrado suavemente por seus lábios.
"Hm?"
"De onde você tirou o vestido?"
Sua pergunta puxou a afastou da terra dos sonhos. Seus olhos se abriram na escuridão. Não tinha havido nenhuma censura em sua voz. Nada para fazê-la pensar que ele fosse condená-la se ela tivesse feito a coisa que ela sabia que ele estava pensando sobre. Então ela escolheu suas palavras com cuidado. Ela tinha que fazê-lo entender o quanto ele tinha afetado sua vida.
"Mikhail enviou o vestido para o meu hotel." A se lembrou da lingerie sexy que ela tinha usado. "A lingerie veio com ele."
Ele engoliu seco. O som foi alto no quarto silencioso. O conflito que ele sentia por dentro era praticamente uma coisa tangível entre eles.
"Mikhail me cortejado com muito cuidado, Sascha."
"Qualquer um faria o possível para sobreviver", ele argumentou.
Ele acreditava que ela tinha cedido. Doeu pensar sobre isso. Mas ela não poderia criticar sua lógica. Até que ele aparecer, ela poderia ter se entregado a Mikhail num piscar de olhos, se ela tivesse pensado que era a melhor maneira de ganhar uma vantagem.
Katya se contorceu contra a lateral de Sascha para deitá-lo de costas. Descansando os braços sobre o seu peito, ela apoiou o queixo na mão e olhou para o rosto dele. Ela não conseguia ver muito. A única luz era o que conseguia atravessar as grossas cortinas. Ela conseguia notar que a testa de Sascha estava franzida. Sua boca estava arqueada para baixo e sua mandíbula definida.
Ele ergueu a mão, roçando a bochecha dela com um dedo. "Você é uma mulher bonita, Katya. Eu não consigo imaginar que eu seja o primeiro homem a perceber."
Ela foi para a frente, até que seu rosto estava apenas a um fio de cabelo de distância do dele. Pressionando suavemente os lábios contra as linhas de expressão entre seus olhos, ela os
passou sobre as pálpebras, até a ponta do nariz, e terminou em seus lábios. Embora inflexível em primeiro lugar, uma pequena mordidinha da parte dela foi suficiente para fazê-lo recepcionar seus beijos. Seus lábios se separaram e ela deslizou sua língua dentro de sua boca. Ela preguiçosamente explorou a textura e contorno de sua língua, dentes e lábio inferior. Ele prendeu a respiração.
"Eu costumava pensar que sexo casual fosse exatamente isso", ela lhe disse suavemente. "Eu perdi a conta de quantos homens eu dancei e flertei em clubes. Nós encontrávamos um canto escuro e nos divertíamos um pouco, mas isso nunca significou nada. " O corpo dele ficou rígido abaixo do dela.
"Agora eu não penso assim." Katya desejou que ele entendesse o que ela queria dizer.
"Você mudou a forma como eu me vejo e o que quero em um parceiro. Sexo casual não é o suficiente. Eu quero você ou nada."
Sascha agarrou-a em um abraço feroz, segurando-a perto de seu peito. "Você tem a mim, Katya. Eu juro."
Ela pensou na confusão que ainda estavam tentando resolver. "Você disse que tinha algum tipo de informação que você tinha usado para se manter independente de seu tio de alguma forma." Sascha uma vez lhe disse que ele tinha um diploma de finanças e matemática. "Eu pensei que você tinha se recusado a trabalhar para o seu tio."
"Eu nunca trabalhei para Nicolai." O tom de Sascha era amargo. "Mas assim que eu terminei a faculdade e ele percebeu que seu sobrinho era mais do que capaz de cuidar de suas finanças, ele colocou muita pressão em mim para que eu mudasse de ideia."
Ela cobriu seu rosto e correu a ponta de seu polegar sobre seu lábio inferior. Ela sabia o quão difícil era ser considerado nada mais do que um complemento para os bens da família. Seu tio Ivan a via como moeda de troca para arrumar um bom casamento para seus interesses comerciais. Sascha pegou seu braço e beijou a palma de sua mão. "Então eu usei o acesso que Nicolai
me concedeu a seus arquivos, a fim de compilar uma lista de suas contas financeiras."
"Então, você tem basicamente um esquema de onde está seu dinheiro." A mente de Katya girava com as possibilidades. "E agora essa mesma rede pertence a Aloysha."
"Sim."
Ela pensou sobre os outros jogadores naquele jogo de apostas altas. "Quanto tempo você acha que Mikhail estava trabalhando para Aloysha, contra o seu tio?"
"Deve ter sido após o irmão de Dmitry, Aleksandr, ter sido assassinado", Sascha disse lentamente. "Foi quando Aloysha deixou os Orlov para trabalhar para o Alkaev. Aposto que isso faz menos que um ano".
"Você acha que ele ainda tem alguma lealdade com os Alkaev?"
"Neste momento, a única pessoa a quem Mikhail é leal é ele mesmo." A amargura na voz de Sascha fez o coração dela doer pelo sentimento de traição que ele deve sentir.
"Vocês dois eram realmente próximos na escola?" A única pessoa de quem Katya realmente havia sido próxima era sua prima Anna.
"Lembrando do passado, acho que eu só conseguia ver a amizade, não a inveja que ele sentia."
"Provavelmente porque você não podia entender por que alguém teria inveja sua situação."
Katya pensou sobre as enormes diferenças de personalidade entre Sascha e Mikhail. "Ele é um maluco completo".
"Há uma linha tênue entre lealdade a uma causa e insanidade."
"Você o está defendendo?" Katya bufou. "Ele ainda está vivo?"
"Sim", Sascha fez uma pausa, olhando para ela. "Mas eu o teria matado se ele tivesse me respondido de forma diferente a um tempo atrás."
Isso não deve ser lisonjeiro, mas é. E isso fez Katya se sentir muito confusa. "Onde ele está?"
"Ele está em outra parte do apartamento. Ele ficará inconsciente por horas."
"Como você sabe?"
Sascha riu. Na verdade, ele parecia muito satisfeito consigo mesmo. "Eu lhe dei algo para ajudá-lo a dormir. A dosagem padrão de seu próprio estoque no escritório".
"Oh. E se ele acordar ele se soltará?"
"Eu penso que não." Ele parecia completamente despreocupado.
"Então onde ele está?"
"Ele está algemado ao encanamento."
Katya pensou sobre esse método de contenção. Vilões de filme sempre escapavam disso, não? "Eu acho que ele poderia conseguir se soltar."
Sascha ria como um menino mau. "Sim, mas ele se parece mais um pretzel do que um prisioneiro. Eu ficarei surpreso se ele conseguir se mover amanhã."
"Para onde nós iremos quando isso tudo acabar?" Katya descansou sua bochecha em seu peitoral.
"Em algum lugar quente, com uma praia."
"Por que uma praia?"
Ele acariciou seu cabelo, soprando suavemente contra seu ouvido e fazendo-a tremer.
"Porque eu não posso esperar para comprar biquínis com você."
"E se for uma praia de nudismo?", ela brincou.
"Ainda assim podemos comprar biquínis."
"Só o tempo suficiente para eu ver você tirá-lo."
Parecia um sonho maravilhoso. "Onde é a praia?"
"No Caribe, na Polinésia ou talvez na África, em algum lugar onde possamos nos perder."
Sua voz soava quase desejosa.
"Precisamos de dinheiro para nos perdermos", ela ponderou.
"Eu sei "
Um plano estava começando a tomar forma em sua mente. "Eu acho que sei como nós podemos conseguir algum."
"Não se preocupe, querida, eu pensarei em algo." Ela agarrou seu braço para chamar sua atenção. "Não, é sério, eu tenho um plano. É meio improvável, mas eu acho que pode funcionar." Ele suspirou. Ela podia notar que ele não gostava da ideia de Katya bolando um plano. Ele a conhecia bem o suficiente para saber que qualquer plano que ela formulasse que ele não gostava da ideia de Katya chegando com um plano. Ele conhecia bem o suficiente até agora para saber que qualquer plano que ela formulasse poderia colocá-la em perigo. E ele estava certo.
Capítulo Dez
Sascha olhou no espelho retrovisor pela milionésima vez. Ele ainda tinha dificuldade em acreditar que tinha conseguido sair da cidade sem alguém atrás deles. Tinha sido fácil demais. Talvez fosse sua visão fatalista, mas quando as coisas ficavam fáceis demais ele sentia que isso significava que sua sorte estava prestes a se esgotar.
"Quanto tempo até chegarmos lá?" Katya estava praticamente pulando em seu assento de empolgação. Ele não podia deixar de sorrir para o seu entusiasmo. Aparentemente, a oportunidade de ver sua prima Anna era algo importante em lista de prioridades. Sascha tinha notado a ligação entre as duas mulheres a partir do momento em que Katya havia chegado para o casamento de seus primos.
"Só mais alguns minutos. Dá para ver a pousada daqui. "Sascha apontou para frente.
Eles ainda estavam dirigindo o Audi de Mikhail. Após colocar Mikhail de volta em seu próprio porta-malas, eles partiram para um resort antigo na periferia de Moscou, onde Dmitry e Anna foram ao seu encontro.
"Você acha que fez a coisa certa entrando em contato com eles?" Katya se preocupou. "Eles foram para a lua de mel para ficar longe de tudo isso."
"Nós precisamos de sua ajuda." Sascha já tinha se resignado à ideia de que ele não poderia conseguir resolver isso por conta própria.
Ele guiou o Audi sob o pórtico da antiga e imponente pousada. Levou apenas um momento para desligar o motor e, em seguida, correr para o outro lado do carro para ajudar Katya a sair.
Erguendo sua mão até os próprios lábios, ele beijou seus dedos. O sorriso que ela lhe deu quase o fez se esquecer do encontro com Dmitry e querer logo conseguir um quarto. Katya lançou um olhar sobre o porta-malas do Audi. "Espero que o nosso hóspede
indesejado não faça muito barulho. Isso seria bastante difícil de explicar".
"Ele está preso de forma tão forte que não vai fazer qualquer barulho", disse Sascha com satisfação. "Na verdade, eu acho que respirar é o máximo que ele consegue fazer no momento." Ela ainda estava rindo quando eles entraram pelas portas da frente da pousada. Houve uma breve agitação ao lado esquerdo da entrada. Então Sascha viu uma mulher curvilínea, com cabelos escuros e olhos azuis indo rapidamente em sua direção.
"Katya!" Anna se agitou. Ela puxou sua prima em um abraço e, em segundos, as duas mulheres estavam rindo, chorando e falando a mil quilômetros por minuto. Dmitry Alkaev os abordou em um ritmo mais calmo. "Obviamente elas estão animadas por terem se encontrado novamente."
"O quê? Quer dizer que você não vai me abraçar e chorar sobre meu ombro?", Sascha brincou. Seu forte primo era sempre muito sério. Aparentemente, nem mesmo o casamento poderia curar essa falha. Embora Dmitry parecesse estar mais relaxado do que qualquer outra vez em que se encontrou com Sascha.
"Os Alkaev não choram, ou pelo menos foi isso que o meu pai sempre me disse." Dmitry sorriu. "Não me diga que essa relação estranha que você está tendo com Katya o transformou no tipo de cara que chora em situações melodramáticas".
"Ainda não." Sascha olhou para Katya. "Mas às vezes eu acho que ela está quase lá."
“Sim, eu sei o que você quer dizer." Dmitry apontou para o lounge. "Por que não nos sentamos e bebemos algo enquanto as mulheres colocam o assunto em dia?"
Sascha seguiu seu primo até uma mesa alta. Eles pediram drinques e observaram as garotas conversarem do outro lado do lobby. As mulheres tinham ido a uma pequena área de estar. A conversa parecia ser uma experiência de corpo inteiro, com grandes gestos. Ele sorriu ao ver Katya feliz. Talvez aquela fosse a única coisa que realmente importava. Como eles poderiam sair daquela situação e viver uma vida feliz e sem complicações?
"Eu pensei que Katya não fizesse o seu tipo." Dmitry entregou ao garçom uma gorjeta assim
que as bebidas foram trazidas à mesa. Isso garantiria a sua privacidade.
"Acho que ela não é." Sascha comentou. "É provavelmente por isso que ela é exatamente o que eu preciso na minha vida."
"Acredite em mim", Dmitry disse ironicamente. "Eu entendo completamente."
"É por isso que eu também acredito que você compreende o quão incrivelmente importante é garantir que possamos viver sem a interferência de Aloysha."
"Você não falou muito em sua mensagem." Dmitry tomou um gole de seu coquetel.
De repente, ocorreu a Sascha que Dmitry poderia ter informações que ele não tinha. "Você sabia que Mikhail trabalhava para o seu pai?"
"Eu sabia." Dmitry franziu os lábios. "Me desculpe por nunca ter mencionado isso, mas eu não achei que isso fosse servir para algo."
"Ele agora trabalha para Aloysha. Tenho a sensação de que isso já acontecia algum tempo antes de Nicolai ser morto".
Dmitry soltou um palavrão. “Na verdade, não me surpreende. Aloysha consegue identificar os fracos com uma precisão infalível. Mikhail sempre quis mais do que lhe cabia. Ele desejou dinheiro, glória, poder e até mesmo um lugar na hierarquia da família. Ele nunca pareceu entender que seu único valor estava em sua posição com a polícia".
"Ele nos traiu", Sascha disse em voz baixa.
"Você o matou?"
O tom casual sobre o assunto deixou Sascha arrepiado. Dmitry tinha sido um assassino de sangue frio por anos antes de se aposentar e passar a ser guarda-costas de Anna em tempo integral. Sascha não era assim e nunca tinha sido. Ele poderia matar. Sim. Quando fosse necessário para salvar a si mesmo ou alguém que amava. Matar por dinheiro ou por esporte, ou mesmo para fins preventivos, estava fora de sua zona de conforto.
"Você não o matou", Dmitry adivinhou. "Você pelo menos o escondeu, né?"
"Na verdade, ele está lá fora no porta-malas de seu próprio carro."
"Legal!" Dmitry ergueu o copo para Sascha. "Você aprendeu mais do que eu jamais pensei que teria."
"Eu ainda posso ser capaz de surpreendê-lo." Sascha respirou fundo, sabendo que o plano que ele estava prestes a compartilhar com Dmitry poderia não ser facilmente aceito. "Katya e eu tenho uma ideia de como podemos nos livrar de vez de Aloysha."
"É mesmo?"
Sascha parou de brincar com o próprio copo e tomou um gole. O álcool queimou sua garganta. "Sim, mas isso pode parecer um pouco extremo."
"Por quê?"
"É necessário que façamos uma ligação para a Interpol."
"O quê?" Dmitry soltou o copo sobre a mesa com tanta força que os cubos de gelo se agitaram. "Você acabou de dizer que vamos ligar para a Interpol? Por que exatamente? Você está ciente de que estou em sua lista dos 10 mais procurados, certo?"
"Sim, eu estou ciente disso." Sascha pigarreou desconfortavelmente. "É exatamente por isso que nós achamos que eles vão nos dar ouvidos."
"Você está tentando me usar como isca?"
Sascha teria sido o primeiro a admitir que realmente era o que parecia. Quando Katya tinha proposto a ideia pela primeira vez ele tinha hesitado pelo mesmo motivo. "Isso não é exatamente o que queremos fazer. Sabe, a ideia é fazer uma troca. Fazê-los retirar as acusações contra você em troca de um colapso financeiro completo dos Alkaev."
"Eu sou considerado um assassino em massa", Dmitry disse sarcasticamente. "Você realmente acredita que eles vão simplesmente deixar isso par lá em troca de alguns velhos mafiosos?"
"Exatamente. Considerando o que eu tenho sobre os Alkaev. Sim. Acredito."
"O que você tem?", Dmitry levantou uma sobrancelha.
"Todos os papéis, todos os detalhes financeiros, e os caminhos de todo o dinheiro de cada propriedade, de cada empreendimento e de cada trabalho realizado em três continentes." Havia
muita satisfação em dizer isso.
Dmitry balançou a cabeça uma vez, e depois novamente. "Você realmente tem essas informações?"
"Por que você acha que o seu querido pai me deixou em paz?"
"Seu pilantra." Não havia nada além de admiração em sua fala.
"E então?" Sascha o pressionou. "Você e Anna estão dentro ou não? Precisamos de dinheiro e o anonimato se quisermos conseguir desaparecer. Eu sei que você quer Anna em segurança. Eu quero o mesmo para Katya."
Dmitry olhou através do ambiente. Era óbvio que ele estava olhando para a sua esposa. A expressão suave em seu rosto entregava isso. "Sabe, eu nunca esperava me sentir assim em relação a uma mulher. Quando eu quase a perdi por causa da idiotice do meu pai, eu disse a mim mesmo que eu iria deixar essa vida para trás e nunca mais voltar."
"Não podemos deixar essa vida para trás. Você não pode ignorá-la ou fingir que não aconteceu. Você será sempre um Alkaev. E eu também. O melhor que podemos fazer é mudar as regras desse jogo e fazer com que sejam melhores para nós". Dmitry estendeu a mão em direção ao primo. "Então vamos fazer isso."
Capítulo Onze
"Essa é uma má ideia", Dmitry murmurou.
Katya estava ficando um pouco cansada de suas reclamações. Honestamente, era difícil relacionar aquele reclamão com o assassino frio que Anna e Sascha sempre haviam escrito.
"Tudo vai ficar bem", Sascha disse em tom tranquilizador. "É por isso que você vai estar posicionado."
"Posicionado para quê?" Dmitry disparou. "Ela vai se encontrar com a Interpol em uma maldita cafeteria! Você acha que eles não vão esperar que um atirador de elite esteja em um telhado do outro lado da rua? É uma medida comum."
"É por isso que eles vão acreditar em mim", Katya lembrou. "Veja. Eu não sou uma ameaça.
Eles nem mesmo sabem quem eu sou. Eles só querem saber o que eu sei. E já que eu estou perfeitamente disposta a lhes dizer exatamente o que eu sei, todos ficarão felizes."
Eles estavam estacionados em um beco em frente ao café. Katya deveria se reunir com dois agentes da Interpol em menos de cinco minutos. Ela precisava saber que Dmitry e Sascha estavam seguindo o plano. Eles não podiam se dar ao luxo de alguém desistir naquele momento.
"Então, estamos prontos para fazer isso ou não?" Katya tentou projetar o máximo de confiança possível, embora ela na verdade estivesse muito nervosa. Ela estava prestes a divulgar uma enorme quantidade de informações pessoais para dois estranhos que tinham o poder para prendê-la a qualquer momento.
Sascha pegou sua mão e puxou-a em seus braços. "Sim. Estamos prontos. Eu juro. Basta ter cuidado. Eu não poderia suportar se algo acontecesse com você."
Na ponta dos pés, ela o beijou levemente. "Eu vou ficar bem."
Pelo menos foi o que ela ficou repetindo para si mesma, várias e várias vezes, enquanto atravessava a rua e entrava na pequena cafeteria. Estava quente lá dentro, com um cheiro de pão
fresco e caldo de carne.
Os agentes não eram difíceis de encontrar. Se havia estereótipo de agente da Interpol, aqueles dois homens se encaixavam perfeitamente. Seus ternos estavam um pouco amarrotados como se tivessem viajado com eles durante todo o dia e parte da noite anterior. Seus olhares eram suspeitos e falavam com um leve sotaque britânico. Katya marchou até a mesa e se sentou em uma cadeira de costas para a parede. "Olá, cavalheiros. Acredito que vocês estejam aqui para me ver."
"Katya?", o de cabelo castanho e ralo inclinou a cabeça como se ela não fosse nada como ele esperava.
"Correto." Ela ignorou sua incerteza e seguiu adiante. "E quais são seus nomes?"
"Eu sou o Agente Yates, e este é o agente Baxter."
Yates do cabelo castanho e ralo e Baxter, que mais parecia um professor de ciências, com seus óculos de aros grossos e dentes ruins. Katya se perguntou brevemente por que os homens apontados como líderes do crime como seu tio Ivan ou Nicolai, tio de Sascha, eram sempre bonitos e bem vestidos, enquanto os homens que dedicavam suas vidas para perseguir os chefes criminosos eram geralmente desarrumados e pouco atraentes.
"Você disse que tem algumas informações para nós", Yates se adiantou.
"Eu tenho. E lhes direi o que é." Katya cruzou as mãos sobre a mesa. "Mas depois vocês terão que me dar algumas coisas antes de eu concordar em lhes dar o que eu prometi."
"Então você quer fazer um acordo?"
"Algo do tipo", Katya admitiu. "Não é assim que essas coisas geralmente funcionam?"
Yates olhou para seu parceiro. "Diga-nos o que você acha que tem."
"Estou na posse de uma lista detalhada sobre o dinheiro dos negócios da família Alkaev, relatórios financeiros, informações de contas e trilhas de dinheiro que atravessam quatro continentes." Ela fez uma pausa momentânea. "Um amigo meu é um analista financeiro talentoso que teve acesso irrestrito aos arquivos dos Alkaev."
Baxter finalmente disse: "Isso é muita coisa. Por que devemos acreditar em você?"
"Meu nome é Katya Orlov. Meu pai é o irmão mais novo de Ivan Orlov". Os olhos de Yates brilharam de interesse. "E seu amigo?"
"Sascha Alkaev."
"Os Alkaev não estão mais no controle de suas atividades", Baxter disse maliciosamente.
"Parece que você tem informações antigas."
"Não." Ela não se permitiu ser arrastada para aquela armadilha. Seu tio gostava de fazer isso também. Fazendo-a se sentir como se ela tinha que sempre provar alguma cosia, embora ela tinha todas as cartas na mão. Katya estava cansada de ser tímida. Ela deu a Baxter e Yates um sorriso frio. "Os interesses comerciais de Alkaev foram adquiridos por um homem chamado Aloysha. Ele costumava trabalhar para os Orlov até que ele cair nas boas graças de Nicolai Alkaev. Em seguida, ele assassinou Nicolai e assumiu a família."
Eles olharam um para o outro. Yates limpou a garganta. "E como você sabe disso?"
"Meu primo foi uma testemunha ocular." Katya levantou uma das mãos. "Olha, ou você acredita que eu sou quem eu digo que eu sou, ou podemos simplesmente ir embora e vocês dois podem esquecer sair dessa como heróis."
"Heróis?", Baxter zombou.
"Sim. Quando vocês acabarem com toda a rede dos Alkaev, prenderem Aloysha e comemorarem seu sucesso com seus superiores."
"E o que você quer em troca?" O tom de Yates estava cheio de suspeitas.
Katya teve que agir com cuidado. Aquele era o momento em que ela realmente teria que vender sua ideia. "Eu sei que a Interpol quer prender Dmitry Alkaev, mas eu não tenho certeza se há muito propósito em prender um homem que estava apenas agindo sob as ordens de seu pai.
Dmitry não tem vontade de seguir os passos de seu pai e se aposentou dessa vida. Eu quero que você o deixe em paz por uma chance de conseguir prender o homem responsável por ordenar tudo isso".
"Nicolai morreu a menos de um mês atrás", Baxter ponderou. "Ele não pode ser preso por ordenar nada."
"Não, mas durante último ano foi Aloysha quem comandou pelas costas de Nicolai. Agora que Nicolai está morto, você realmente acha que as coisas vão parar? Não. Aloysha é muito pior do que Nicolai. Nós já vimos o que ele é capaz de fazer. Por que esperar para ele decidir que está cansado de vocês dois bisbilhotando? Ele poderia simplesmente encomendar os assassinatos de vocês e suas famílias".
"E o que nos impediria de simplesmente prendê-la agora?" Yates lançou um olhar ao redor do café. "Você veio sozinha de verdade?"
"Não. Dmitry Alkaev está em um telhado do outro lado da rua." Ela lhes deu o olhar mais firme que conseguiu. Era como ter uma competição de quem conseguia encarar um ao outro por maior tempo, onde o vencedor viveria e o perdedor morreria.
"Que garantias temos de que Alkaev não vai simplesmente começar a matar de novo?"
Baxter perguntou. "Um assassino como esse não para assim de repente."
Katya olhou para Baxter. Ele era um cara que seguia todas as regras policiais à risca. Ele a fez se perguntar de onde ele havia saído. "Diga-me, Baxter, seu pai era um policial?"
"Da inteligência britânica," Baxter disse com orgulho.
"Ele ficou orgulhoso por você entrar para a Interpol?", ela perguntou cuidadosamente.
"Claro. Ele estava determinado que eu devesse trabalhar pela lei para fazer a minha parte."
"Se você quisesse outra carreira, você acha que ele teria sido favorável?" Katya já podia ver onde isso ia parar.
"É difícil dizer", Baxter refletiu. "Por quê?"
"Você precisa pensar em Dmitry como um jovem que teve a carreira escolhida pelo pai. Ele não teve escolha. Ele fez o que lhe foi dito até que ele recebeu a ordem de matar minha prima, Anna. Ele se colocou em risco várias e várias vezes para protegê-la. Agora eles estão casados e
ele seguiu essa vida. Ele nunca quis participar da máfia." A cintilação de empatia por trás do olhar impiedoso de Yates dizia que ela tinha ganhado.
"Então você vai nos ajudar?", perguntou ela.
Yates olhou para Baxter. Ela viu o aceno quase imperceptível e sentiu a tensão começa a deixar seu corpo. Yates exalou lentamente. "Sim. Nós vamos ajudá-la com isso".
***
"Eu não consigo acreditar que você realmente os fez concordar." Sascha rolou Katya de costas e olhou para ela com admiração em seu rosto.
Katya se perguntou como ela poderia fazê-lo entender o quão importante era encontrar uma maneira de sair dessa confusão. "Eu nos quero seguros. Todos nós. E eu não importa o que eu tenha que fazer para que isso aconteça. " "Às vezes eu acho que eu não mereço você." Ele esticou seu corpo sobre o dela até que eles estivessem tão perto que ela não sabia onde ele acabava e ela começava.
"Nunca diga isso, Sascha", ela disse a ele com firmeza. "Você é meu e eu sou sua e nada mais importa."
Ele gemeu, quadril forçando contra o seu corpo. Suas bocas se encontraram numa paixão crescente que tinha a ver com alívio e ao mesmo tempo com desejo. Ele ficou aliviado que anda havia dado errado com a Interpol, e ela ficou aliviada que o plano que parecia tão louco ia acabar funcionando.
As mãos de Katya deslizaram até seu tronco, seus dedos deslizando suavemente através de cada costela e músculo abdominal tensionado antes de encontrar sua cintura. Ela estava nua, e ele ainda estava de cueca. Como ela tinha permitido que isso acontecesse? Ela ficou de joelhos e colocou as mãos em sua barriga. Seus músculos se contraíram reflexivamente enquanto ela gentilmente passou seu cabelo sobre aquele ponto sensível antes de deslizar mais baixo e se livrar de sua roupa íntima. Seu pênis estava duro como pedra, pulsando com a intensidade de sua excitação. Suas mãos
deslizaram inquietas por seu cabelo enquanto ela pegou seu membro com as duas mãos. Quando sua língua roçou sua cabeça, todo o corpo de Sascha ficou rígido.
"Eu preciso de você, Katya." Sua voz era gutural. "Eu não vou aguentar muito tempo assim." Suas palavras atingiram Katya. Nada até agora em seu relacionamento tinha sido seguro. Nunca houve um momento em que eles pudessem deitar por horas explorando um ao outro até chegar ao prazer e começar novamente. Tinha sido urgente e frenético e quase desesperado em sua intensidade. E o fato dela ter rido disso há tempos atrás com Anna sobre "homens rápidos demais" só a fazia perceber o quão pouco ela sabia que um minuto poderia significar.
"Katya."
Ela adorava ouvir sua voz chamando seu nome enquanto ela cobria cada centímetro de seu pênis com a boca. Mas ela saboreou mais ainda quando ele a puxou para devorar sua boca com um beijo.
As mãos de Sascha eram como raios quentes de sol em seu corpo. Quando ele apertou suas coxas com as mãos, tudo dentro dela derreteu com antecipação e vontade.
"Sascha", ela praticamente suspirou.
"Deixe-me senti-la, Katya."
Como ela poderia recusar o desejo em sua voz rouca? Os joelhos dela se abriram para revelar o seu lugar mais sensível a ele. No primeiro toque suave de seus dedos, ela estava encharcada de desejo. O som de sua risada satisfeita fez algo dentro do corpo dela se contorcer.
Suas costas arquearam involuntariamente, empurrando seu quadril convidativamente para ele.
Ele beijou a parte interna de sua coxa uma vez. O calor floresceu sob sua pele com a sensação de sua boca macia. Quando sentiu o leve sopro de sua respiração, ela quase perdeu o controle. Era tanto calor quanto frio, as sensações confundiram seu cérebro, porque os nervos estavam todos ligados a mil ao mesmo tempo. Então sua língua a língua dele fez um longo percurso, percorrendo seu corpo e terminando em seu clitóris. Katya se contorcia na cama, à beira de um orgasmo explosivo. Ela estava praticamente
enlouquecida quando Sascha deu um beijo em cada lado do seu quadril, acariciou seus seios e deslizou seu pênis profundamente dentro dela, com um movimento longo. Poderia ter sido apressado. Os poucos minutos costumeiros já haviam passado há muito tempo, mas ele estava sem pressa. Seu olhar escuro encontrou os dela para criar aquele vínculo estranhamente íntimo entre duas criaturas que compartilhavam o dom de serem capazes de acasalar cara a cara. Então ela entendeu, naquele pequeno quarto, com seu suor temperando o ar, as pernas entrelaçadas, os corpos unidos, o que significava amar alguém. O estranho desejo, a sensação desconcertante de paz, e saber que aquela pessoa era a única no mundo que era só dela. Sascha amava Katya tanto quanto ela o amava. Ela não poderia saber que aquela percepção criou a onda de emoção que a levou ao orgasmo compartilhado mais incrível de sua vida. Mas quando a expressão de Sascha ficou mais intensa, e sua boca cobriu a dela com outro beijo profundamente possessivo, eles gozaram e continuaram gozando até que os dois estivessem fracos demais para qualquer coisa além de dormir.
Capítulo Doze
Sascha olhou para o exterior do restaurante onde deveria se encontrar com Aloysha. O Mamushka’s havia feito parte da família Alkaev por décadas. Agora ele pertencia a Aloysha. Sascha conseguia lembrar de costumar se encontrar com seu pai no Mamushka’s depois da escola. Quando era apenas um garoto, ele tinha lavado pratos para ganhar dinheiro extra. A qualquer hora do dia, havia uma dúzia ou mais dos homens Alkaev dentro do salão ou no restaurante comendo, bebendo e contando histórias. Agora, a maioria daqueles mesmos homens estavam mortos. Ele olhou para o próprio relógio. Logo depois da esquina, Katya estaria se preparando para colocar sua parte do plano em ação. Ele odiava ter que permitir que ela fizesse tanta coisa sozinha. Mas era seu plano e sua escolha assumir o risco, mas isso não o fazia se sentir melhor. Dmitry descansou o ombro contra a parede ao lado de Sascha. "Se você continuar andando assim vai gastar seus sapatos."
"Onde está aquele idioma afinal?" Sascha rosnou. Dmitry bufou. "Você realmente não deveria estar com tanta pressa para atacar um músico."
"Eu não vou assalta-lo. Eu vou suborná-lo." Sascha finalmente viu o homem magro em seus vinte e tantos anos que tocava piano no salão do Mamushka’s. O cara parecia estar meio bêbado, balançando enquanto descia o beco em seu caminho para o trabalho.
"Ou talvez nós vamos assaltá-lo", Sascha refletiu. "Parece que conseguiríamos derrubá-lo com apenas um dedo."
"O quê?" O músico olhou para eles com os olhos turvos. Entre o beco escuro e seu atual estado de embriaguez, ele parecia estar tendo dificuldades para descobrir o que estava acontecendo. Sascha teve pena do pobre rapaz. "Ei, cara, você não parece tão bem." Ele falou em russo
coloquial.
"Foi uma noite longa." O cara bocejou e esfregou sua cabeça. Seu cabelo escuro já estava todo desarrumado. "Mas algumas doses vão me botar de pé."
"Vá para casa", Sascha o encorajou. "Nós cobrimos o seu turno."
"E as minhas gorjetas?" Ele parecia confuso.
Não que isso iria importar depois daquela noite, então qual era o problema de tranquilizar o cara um pouco? "O substituto vai dividir as gorjetas com você."
"Sério?" Ele se animou um pouco. "E eu posso simplesmente ir para casa."
"Claro. Volte para a cama. Você parece estar péssimo." Sascha o virou e lhe deu um empurrãozinho.
"Sim, isso parece uma boa ideia." O homem magro balançou e andou pelo beco de volta pelo caminho no qual ele veio.
"Esse foi um ótimo truque mental que você usou agora." Dmitry observou o homem desaparecer. "Será que eles ensinam isso na escola de finanças? Sabe, esse não é o dinheiro que você está procurando."
"Por quê? Você já reparou que suas contas bancárias estão ficando vazias? "Sascha respondeu. "Não que fosse um grande esforço deixá-lo sem nada. Suas habilidades de contabilidade são deploráveis. Esperamos que Anna seja melhor com esse tipo de coisa."
Dmitry lhe lançou um olhar obsceno. "Eu tenho outras habilidades."
"Esperamos que sim." Sascha deu um tapinha no braço de seu primo. "Porque Alyosha acabou de estacionar na frente do clube."
Eles assistiram o assassino de Nicolai Alkaev sair da parte traseira de seu Mercedes preto.
Quase se poderia esperar ouvir uma fanfarra musical. Foi quase cômico o modo como a figura baixa com jeito de Rasputin caminhou até o meio-fio. Ele abotoou o casaco de seu terno personalizado e olhou em volta, como se esperasse um bando de fotógrafos à sua espera.
"Que idiota", Dmitry resmungou. "Sério. Como foi que meu pai se deixou levar por essa
pose?"
"Nicolai era tão pomposo quanto", Sascha comentou. "Talvez ele via um pouco de si mesmo em Aloysha." Dmitry olhou ao redor. "Tem certeza de que seus agentes da Interpol estão posicionados?"
"Tão certo quanto eu posso ser." Sascha tinha fé em Katya, não na Interpol, mas não havia realmente nenhum ponto em dizer isso a Dmitry.
"E nós vamos simplesmente entrar lá juntos", Dmitry disse, em dúvida. "Tem certeza de que isso é uma boa ideia?"
"Você sabe que você poderia se livrar de cada um seus homens antes que eles pudessem até mesmo pegar uma arma", Sascha o lembrou. "E não pense por um segundo que eu acredito que você esteja desarmado. Eu posso ver uma arma em sua panturrilha e outra em um coldre em suas costas".
"Isso sem falar do punhal entre as minhas omoplatas." Dmitry parecia quase orgulhoso de seu arsenal.
"Agora que esclarecemos isso." Sascha fez um gesto com o braço. "Vamos entrar?"
Dmitry sacudiu a cabeça. "Só para ficar claro, eu ainda acho que a ideia insana de Katya vai matar todos nós."
"É por isso que você escondeu Anna em uma casa segura do outro lado da cidade. Entendi."
Sascha respirou fundo. Aquilo ia funcionar. Tinha que funcionar.
***
Katya tentou não se atrapalhar na cozinha agitada do Mamushka’s quando entrou pela porta de trás do restaurante. Ela deveria parecer fazer parte de lá. Mais ou menos. Uma jovem atormentada em um terno elegante a encontrou no estreito corredor entre a cozinha e o salão de jantar. "Com licença, quem é você?"
"Eu?" Katya tentou não parecer uma estranha no ninho. "Eu sou Ashley."
"Sim, mas o que você está fazendo aqui?"
"Eu realmente sinto muito, mas o seu pianista? Ele teve uma noite longa demais. Quero dizer, ele bebeu demais! Então disse a ele que o substituiria hoje porque não havia como ele conseguir fazer isso, você sabe." Katya divagava intencionalmente. Uma enrolação, mas muito eficaz. "Então isso deveria ajudá-lo, sabe? Porque minha nossa! Ele acabou de vomitar a menos de 20 minutos atrás..."
"Está bem, está bem, eu não preciso de tantos detalhes. Obrigada." Ela agarrou o cotovelo de Katya e a examinou novamente. "Meu nome é Maria. Eu disse a Peter que se isso acontecesse de novo ele seria demitido". Opa! Katya certamente não tinha a intenção de fazer o pobre rapaz ser demitido. Eles só precisavam pegar o seu emprego emprestado por uma noite, não para sempre. Maria já estava empurrando Katya em direção ao lounge. "Será que Peter ao menos disse algo sobre o trabalho? As seleções necessárias já estão no piano. Você tem certeza de que consegue dar conta disso?"
"Claro! Eu posso tocar tudo o que você quiser que eu toque. " "Excelente. Vá aquecer... ou algo do tipo." Maria fez um pequeno som de desgosto. "E se você trabalhar bem hoje à noite, considere-se contratada permanentemente. Contanto que você não apareça bêbada para trabalhar".
Katya nem sabia o que dizer a isso. "Hum, não. Não sou de beber muito."
"Ótimo. Agora vá." Maria virou-se para sair.
"Na verdade, eu preciso me assear um pouco." Katya deu a Maria um olhar de mulher para mulher. "Eu realmente deveria usar o banheiro mais uma vez antes de começar a tocar."
"Sério? Então se apresse." Maria fez uma breve pausa. "O banheiro é logo ali entre a cozinha e as salas de jantar privativa. Mas seja rápida."
Katya não esperava que fosse assim tão fácil conseguir acesso às áreas privativas do Mamushka’s. Aquilo foi um grande bônus. Ela sorriu para Maria. "Muito obrigada, eu logo vou voltar e começar. Eu prometo."
Ela atravessou o grande salão de jantar, tentando não ficar de boca aberta para aquele lugar tão bem decorado. Haveria tempo de sobra para isso mais tarde. Ela precisava fazer sua parte antes de tomar o seu lugar ao piano no salão. E ela tinha tempo limitado para fazer isso antes de Sascha e Dmitry se encontrarem com Aloysha. Katya deslizou ao longo de uma porta com uma placa escrito PRIVATIVO com o ar de alguém que não só sabia onde estava indo, mas sabia que pertencia ao lugar. Essa era a chave de tudo. As pessoas estavam muito ocupadas para prestar atenção em alguém que parecia saber o que estava fazendo. A porta levava a um corredor espaçoso, com portas fechadas em ambos os lados e uma janela no final. Pelas descrições de Dmitry e Sascha, Katya sabia que a quinta porta era na verdade uma entrada traseira. Ela localizou a quarta porta à esquerda e fez uma pausa. Ela tinha certeza de estar sozinha. Teria sido tolice para um bando de mafiosos russos instalar câmeras de segurança para registrar suas idas e vindas. Eles estavam contando com esse fato, e que qualquer um dos caras da segurança de Aloysha provavelmente estariam ocupados com o restaurante lotado aquela noite. Katya tirou uma incrível gazua plástica resistente de seu cabelo e habilmente abriu a porta. Uma vez lá dentro, ela fechou a porta. O ambiente parecia como todos os outros. Mas em pouco tempo, seu futuro inteiro seria decidido ali. Foi um pensamento preocupante. Ela rapidamente puxou de sua bolsa grande o pacote que Sascha tinha dado a ela. Dois revólveres, fita adesiva e um pequeno pacote de explosivos plásticos era tudo o que ela tinha para se certificar de que aquela noite seria um sucesso. Agarrando a primeira arma, ela se arrastou para debaixo da enorme mesa de jantar. Ela era feita de madeira escura antiga. Rezando para ter escolhido o lugar certo, Katya contou cadeiras a partir daquela diretamente na frente da porta. Ela demorou um pouco mais para grudar a arma com fita adesiva debaixo da mesa. Ela não queria que ficasse tão solta a ponto de cair, mas também não queria que Sascha tivesse dificuldades para tirá-la. Uma vez que ela tinha garantido que cada arma
estava em seu local predeterminado, ela voltou sua atenção para os explosivos. Manusear uma bomba definitivamente não estava dentro do que Katya teria chamado sua zona de conforto. Com muito cuidado, ela colocou a pequena caixa de dentro de uma grande cristaleira que exibia imitações de Fabergé e samovares. Se eles fossem causar uma distração, ela certamente precisava ser dramática. Depois de cuidar disso, Katya rapidamente saiu da sala de jantar. No corredor, ela imediatamente ficou cara a cara com Maria.
"O que diabos você estava fazendo lá?" Maria disparou.
"Desculpe!" Katya engoliu seu medo. "Eu pensei que fosse o banheiro." Ela agarrou a maçaneta do banheiro feminino. "Volto em um segundo."
"Argh!" Maria revirou os olhos. "Pensando bem, eu acho que também não quero contratá-la.
O que há de errado com os músicos nos dias de hoje? É como se todos eles fossem uns degenerados".
Uma vez dentro da segurança do banheiro, Katya recostou-se contra a porta. Aquilo tinha sido por muito pouco. Pelo menos ela não contava mais com a vaga de trabalho. O pensamento a fez rir. Como se ela precisasse se preocupar com um trabalho para uma empresa que estava prestes a ser fechada pela Interpol. Talvez ela devesse estar sentindo pena de Maria.
Capítulo Treze
Qualquer um que já esteve em uma situação de alto estresse pode lhe dizer que apagões mentais são provavelmente o pior efeito colateral. Isso acontece com os executivos que estão se preparando para um discurso, os ministros na frente de uma congregação, os políticos em um debate e os músicos na hora de ir para o centro do palco. Geralmente há um catalisador. Algo tão surpreendente que atrai completamente a sua atenção para longe de sua tarefa. Ele quebra o seu foco e o leva para algum lugar que você não deseja ir. Katya sabia que ela não era exceção. Aconteceu exatamente isso quando ela se sentou no piano de cauda. O instrumento estava posicionado em um canto do ambiente. O lugar estava cheio com as vozes conversando baixo e com o tilintar de copos. Ela colocou as mãos sobre as teclas, acariciando-as e tentando deixar a sensação familiar acalmá-la. O barman franziu a testa, suas sobrancelhas se uniram em confusão com a visão de Katya. Ele era um homem alto e magro, com o cabelo louro e sobrancelhas grossas e loucas. Ela estava se perguntando se era relacionado aos Alkaev de alguma forma, ou pelo menos um membro da sua rede, quando ele apontou diretamente para ela.
"Você é uma substituta para o Peter?", ele perguntou em russo.
"Da", ela murmurou, vasculhando a lista de músicas.
O barman bufou. "Eu ficava pensando quando aquele idiota ia ser demitido por aparecer bêbado."
"Isso parece ser o que todo mundo pensa, também", Katya murmurou.
Ela tentou se concentrar. Ela sempre se destacou no piano, muitas vezes praticando por horas quando ela estava de castigo e não podia fazer qualquer outra coisa que lhe interessasse. Então Aloysha escolheu aquele momento para fazer uma aparição na frente do salão de jantar, e tudo o que ela conseguiu fazer foi respirar.
Seus dedos se contraíram; uma resposta à dose enorme de adrenalina que tinha acabado de ser injetada em seu sistema. Sua temperatura subiu até que ela pensou que seu vestido pudesse realmente pegar fogo. Katya não tinha visto Aloysha desde a última vez que ele tinha ido aos Estados Unidos a negócios para seu tio Ivan. Isso parecia eras atrás e ainda assim a sua vaidade não havia mudado. Aloysha estava obviamente tentando se fazer parecer o homem mais importante no ambiente. Seu cabelo estava penteado para trás e ele usava um terno que tinha sido feito sob medida para caber em seu corpo estreito. Ele não tinha muita musculatura. No entanto, ele era convencido, como se achasse que fosse o homem mais perigoso ali. Sua expressão facial imediatamente trouxe a palavra bajulador à mente. Tudo nele sugeria que ele estava lá para ser notado. No entanto, seu verdadeiro propósito em mostrar-se era encontrar uma maneira de matar Sascha e Dmitry e adquirir o que quer que eles pudessem ter que fosse de seu interesse. Eu nunca gostei esse cara, mas agora eu realmente o odeio.
"Ei. Você está bem? Você parece que está nervosa ou algo assim." O barman parecia preocupado. Provavelmente porque ele sabia que se ela ficou tão nervosa que vomitasse por tudo ele é quem ia ter que limpar. Katya olhou para as partituras e só enxergou um monte de manchas de tinta, linhas irregulares e curvas. Aquilo era grego. Não fazia sentido. De repente, agitada, ela olhou para baixo. O teclado era um borrão de preto e branco. O pânico começou a tomar conta. Pelo canto do olho, ela viu barman dar de ombros e voltar a preparar bebidas. O ambiente inteiro parecia estar funcionando normalmente sem ela, o que era bom, porque ela precisava de um momento para se recompor. Ela observou Aloysha escapulir pelo meio do lugar. Ele fez uma pausa para falar com vários clientes diferentes. Ele era como um chacal no Serengeti, circulando as gazelas antes de atacar a mais fraca no grupo. E havia um monte de gazelas para escolher. O ambiente estava cheio de gente, os fregueses andando ao redor do salão em pequenos grupos ou relaxando em mesas
repletas de pratos caros.
Katya não sabia ao certo o que havia tirado ela daquela letargia. Poderia ter sido a ideia de uma vantagem. Porque se ela não saísse daquela situação e começasse a fazer sua parte, Sascha e Dmitry perderiam a deles. Então ela colocou as mãos sobre as teclas e começou a tocar. Não restava mais tanto tempo e logo tudo aquilo acabaria, e o resultado poderia ser qualquer um naquele momento. Aloysha desapareceu na porta marcada com PRIVATIVO, provavelmente indo para a sala de jantar privativa, onde a reunião aconteceria. Katya se obrigou a continuar tocando. A música passava despercebida, como se ela estivesse tocando tudo de cabeça. Em seguida, Sascha e Dmitry entraram no Mamushka’s. Nenhum homem causou qualquer tipo de agitação. Katya não podia deixar de olhar para eles. Eles eram tão semelhantes na aparência com seus cabelos e olhos escuros, mas Dmitry era musculoso e maior de tamanho. Em contraste, os ombros de Sascha eram mais estreitos e ele estava cheio de massa muscular magra. Os dois eram facilmente os homens mais bonitos na sala, mas eles mantiveram em segundo plano e seguiram o seu caminho com cuidado até a reunião. Uma vez que eles tinham desaparecido atrás da porta, Katya sentia como se ela pudesse respirar novamente. Havia apenas mais um grupo de pessoas para aparecer. Ela estendeu a mão e virou a página sobre o suporte das músicas. Os doces tons do piano combinavam perfeitamente com o barulho no ambiente. Ainda assim, ela não teve tempo para se felicitar sobre sua interpretação no papel de uma música paga para tocar porque os agentes Baxter e Yates haviam acabado de entrar. Foi engraçado, porque Katya teria pensado que os dois agentes da Interpol gostariam de não chamar muita atenção. Especialmente em um clube cheio de pessoas leais à família criminosa Alkaev. No entanto, os dois agentes ainda estavam vestidos com ternos amarrotados e mal ajustados, e não tinha escrúpulos em escancarar suas identidades para que todos vissem. Provavelmente foi bom que eles tivessem desaparecido depois da porta quando seguiram para a
reunião porque havia mais do que alguns olhares hostis em sua direção. Todos os personagens tinham chegado. A única coisa que restava era que Katya participasse da festa. Ela parou de tocar e se levantou. O barman a olhou, com as sobrancelhas arqueadas de curiosidade. Katya deu-lhe um sorriso de desculpas. "Desculpe, mas eu tenho que ir para outro lugar."
***
O suor escorria no lábio superior de Katya quando ela abriu a porta. Seguindo por vários metros pelo corredor, ela se agachou atrás de um grande aparador. Afundando em direção ao chão, ela se inclinou o máximo que conseguiu. Aloysha, Dmitry e Sascha, e até mesmo os agentes da Interpol já estavam na sala atrás da porta número quatro.
Trazendo sua saia mais próxima ao seu corpo, ela conseguia se tornar menor e ver um pouco mais enquanto tentava permanecer oculta e ainda conseguir uma vista para o corredor à direita na frente da porta. Aloysha de repente apareceu vindo da direção da saída de emergência do corredor. Ele tinha meia dúzia de capangas com ele. Katya respirou fundo e abaixou de volta para fora de vista. Ela ouviu o som da abertura da porta. Inclinando-se para trás, ela assistiu Aloysha ter uma conversa concisa com os seus homens antes de entrar na sala.
Dois dos homens de Aloysha entraram com ele, deixando mais de quatro do lado de da porta. Foi quando Katya notou que Sascha não tinha realmente entrado lá ainda. Ele estava escondido por trás de um conjunto de vasos com plantas na outra extremidade do corredor. A porta já tinha se fechado e os homens de Aloysha tinham assumido posições de cada lado do corredor antes de notarem Sascha.
Em grupo, eles o cercaram, todo o foco sobre aquele homem que parecia ter surgido do nada. Katya calmamente se levantou e tirou os sapatos.
O maior deles deu um passo ameaçador em direção a Sascha. "Quão estúpido você é você para vir aqui? Você tem sido um covarde durante toda a sua vida. Você realmente acha que vamos deixá-lo sair daqui vivo? "
Assistir Sascha deixou Katya arrepiada. Ele não tinha feito nada ainda, nem mesmo olhado para algum deles. Olhos para baixo, com as mãos descansando calmamente ao lado do corpo, os pés afastados, uma imagem de alerta, porém sem se sentir incomodado. Em seguida, ele levantou seu olhar escuro. O fato de um oponente achar que está em vantagem só porque está em quantidade maior de pessoas sempre a surpreendeu. Era óbvio que aqueles bandidos russos que tinham jurado lealdade a Aloysha pensavam exatamente isso. Eram todos homens grandes, mas Sascha era uma daquelas pessoas que não precisam se preocupar com o tamanho quando se tratava de uma luta. Especialmente já que ele tinha a vantagem da surpresa. Ninguém pensava que o cara das finanças conseguia lutar. Tudo começou com uma arma na mão. Como se o mundo tivesse ficado mais lento, Sascha se esticou e espalmou a arma, facilmente a virando para o seu oponente. A coronha da arma bateu ao lado da cabeça do homem antes que ele caísse no chão. Sem se virar, Sascha pegou aquele à sua esquerda com um soco, agarrando o seu braço e torcendo-o para empurrá-lo à força em direção ao seu próximo adversário.
"Não se mexa ou eu vou atirar em você como o cão que você é", o quarto homem rosnou em russo. Katya não sabia se Sascha sequer havia percebido que ela estava lá. Mas, depois de tudo o que eles tinham passado, ela não estava prestes a deixar que algum marginal fizesse alguns buracos em seu Sascha. Dança para a frente com os pés descalços, ela bateu seus sapatos contra as laterais da cabeça do homem. Os saltos agulha bateram com tudo em suas têmporas pouco antes da arma caiu de sua mão sem vida.
"Nossa, você fica sexy fazendo isso, Katya."
Seu estômago embrulhou quando Sascha rosnou essas palavras. Ele a puxou contra seu corpo e reivindicou sua boca em um beijo quente antes de colocar uma arma em sua mão.
"Pronta?"
"Como nunca." Ela fez uma pausa, seus olhos se encontraram com os dele. "Sascha, eu..." Um sorriso suave puxou os cantos da boca dele. "Eu sei." Ela o beijou de novo, porque ela não conseguia se conter. Ela não tinha certeza se iria viver com o que estava prestes a acontecer. Havia tanta coisa para dizer, mas não há tempo para dizer isso sem fazer as coisas soarem como alguma cena de um filme tosco de ação. Sascha colocou uma mão na porta da sala de jantar e lançou para Katya um olhar de expectativa, uma sobrancelha levantada em questionamento. Ela assentiu e empurrou a porta. Tudo lá dentro parou naquele momento. Eles obviamente estavam discutindo. Baxter estava sentado na ponta da cadeira, com a mão levantada, o dedo apontado para Aloysha. O russo estava sentado, os dedos apertados, lábios desenhados em uma linha firme. Todos os presentes estavam olhando friamente um para o outro.
"Ora, ora", Katya ronronou. "Parece que estamos interrompendo algo."
"Já é hora de você aparecer", Yates disparou. "Você tem algumas explicações a dar."
"Esta é a sua informante americana?", perguntou Aloysha, o examinando mais uma vez.
"Você percebe que ela não é nada mais do que a sobrinha inútil de Ivan Orlov."
Katya cruzou os braços e de braços cruzados bateu o cano de sua arma contra seu braço.
Ela se perguntava se Aloysha se lembraria dela. Aparentemente sim. "Está certo. Você sempre me considerou inútil, não é?”
Houve um ruído em algum lugar debaixo da mesa. Katya considerou que isso significava que Dmitry tinha encontrado a arma que ela havia deixado lá para ele. Sascha se moveu muito lentamente de seu lado, tomando um lugar ao lado de Dmitry. Katya pensou sobre os explosivos que ela colocou no gabinete. Havia tantas coisas que podiam dar errado.
Capítulo Quatorze
"Armas sobre a mesa, por favor", Katya ordenou. Os dois guarda-costas concordaram com relutância. Sascha recolheu suas armas, descarregando todas elas e espalhando as balas pela sala. Ele estava começando a pensar que tinha ficado louco quando concordou em seguir com aquele plano. Que tipo de homem colocaria sua mulher naquele tipo de perigo?
"Quando você ligou, você disse que tinha as informações que eu queria", Aloysha lembrou Sascha. "E isso incluía a prova da morte de Dmitry." Sascha olhou para Dmitry, que estava recostado na cadeira com as mãos escondida debaixo da mesa. "Me desculpe por isso. Eu gostaria de poder dizer que eu simplesmente fiquei confuso com essa coisa de prova de vida ou prova de morte... mas nós dois sabemos que isso não é verdade".
"Sobre que informações ele está falando?" Yates olhou para Katya. "Ele está falando sobre a mesma coisa que você nos ofereceu?"
Katya bufou. "Pare de choramingar, você sabia exatamente o que estava acontecendo."
"Você está presa pelo assassinato de Mikhail Tretiak", Yates disse a ela.
Os olhos de Katya brilharam. "Bem, isso é apenas falta de inteligência de sua parte, agente Yates."
O agente da Interpol balbuciou em silêncio. Sascha teve a sensação de que Katya estava realmente gostando daquilo. Ela certamente parecia ter toda a sala sob controle. Isso por si só foi suficiente para fazê-lo deseja-la ainda mais.
Katya lançou a Yates um olhar entediado. "Mikhail está bem. Ele está um pouco apertado, amarrado e guardado no porta-malas de seu próprio carro para sua proteção. Mas ele está vivo."
"Basta!" Aloysha disparou. "Onde está o arquivo?" Katya balançou a cabeça para ele. "Meu Deus! Tanta manipulação para assumir a família Alkaev e você nem sequer está se divertindo? "Katya foi até a cristaleira e pegou um pen drive.
"Eu acho que é com isso que todo mundo está tão preocupado." Sascha ficou com frio na barriga ao ver o pen drive. Ele ainda podia lembrar do momento em que decidiu que a única maneira de garantir a sua liberdade era encontrar uma forma de chantagear seu tio para deixá-lo em paz. Nunca em suas fantasias mais loucas ele tinha pensado que aquelas informações seriam usadas daquela forma.
"Veja, todo este fiasco deu um trabalho imenso desde o primeiro dia", Katya disse a eles.
"Quer dizer, Aloysha ficou ganancioso e matou seu chefe. Agora ele quer matar Dmitry e Sascha.
Mas eles nem ao menos querem ficar com a estúpida rede dos Alkaev."
"O que você quer dizer com isso?" Yates perguntou com um suspiro irritado.
"Quero dizer que as informações nesse pen drive vão permitir que a Interpol desmonte completamente a rede Alkaev. Cada conta, cada empresa, e cada rastro do dinheiro, tudo está detalhado aqui em forma de um mapa bem organizado."
"Você está me ameaçando?" A voz de Aloysha era suave.
"Isso é o mais engraçado sobre toda essa charada." Katya sorriu para Aloysha. "Eu não preciso. Você pegou algo que não era seu. Agora Interpol vai tirar isso de você."
"Impossível!", Disse Aloysha com um tique nervoso.
Sascha chamou a atenção de Dmitry, lembrando seu primo sem palavras que se Aloysha ficasse nervoso ele tentaria matar todo mundo. Cabia a Dmitry e Sascha manter Katya segura.
"Na verdade, não." Katya argumentou. "Você está aqui. A Interpol está aqui. A evidência que eles querem está aqui. Parece que está tudo certo; você não acha?"
Aloysha xingou em russo. "E você acha que eles não querem prender Dmitry pelos muitos assassinatos que ele cometeu no mundo todo?"
"Você acha que não pensamos nisso?" Katya lançou a ele um olhar fulminante. "Você tem
uma visão limitada, mas isso não significa que todo mundo tenha." Sascha apertou sua mão ao redor da coronha da arma. Aquele era o momento onde todo o plano poderia ir por água abaixo. Fazer ameaças contra um homem da mafiya como Aloysha quando ele estava encurralado era um negócio complicado. Katya continuou com prazer. "Nicolai Alkaev está morto. Aloysha assumiu o controle de algo ilegal que não pertence a ele. O que nós estivemos nos perguntando é por que ninguém fez nada a respeito. Se a Interpol tem procurado uma maneira de derrubar os Alkaev, então por que não seguir o óbvio? Arrastar tudo isso o tribunal ia demorar uma eternidade. Especialmente porque na verdade existe um herdeiro." Dmitry deu um aceno insolente.
"Então talvez Dmitry estivesse disposto a vender o negócio para Aloysha e evitar todo esse problema."
"Você quer dinheiro?" Aloysha guinchou. "Tudo isso é por causa de dinheiro?"
"É claro que queremos dinheiro. E nós queremos que você nos deixe em paz."
"Eu acho isso pode ser providenciado", Aloysha disse rapidamente.
Sascha não se surpreendeu que Aloysha estava disposto a negociar. Eles tinham acabado de entregar para a Interpol a maneira mais óbvia de levar os negócios dos Alkaev para o tribunal durante vários dos anos seguintes. Se aquela fosse uma venda de verdade, haveria um ponto em aberto para negociações.
Aloysha pegou uma maleta e a colocou sobre a mesa. "Eu tenho vinte milhões nesta maleta."
"Espera aí!" Yates olhou como se estivesse prestes a ter um AVC. "Isso deveria acabar em uma prisão."
"Veja bem..." Sascha deu a Yates um sorriso simpático. "Você ainda pode prendê-lo assim que nós saímos. Ninguém o está impedindo."
"E quanto aos arquivos?" Aloysha rosnou. "Me disseram que eu ficaria com os arquivos." Sascha colocou um segundo pen drive sobre a mesa. "Aqui está outra cópia. Agora todos
têm."
Dmitry estava ficando inquieto e foi deixando Sascha ansioso. Seu primo não parava de olhar para a porta como se ele soubesse que algo estava prestes a acontecer. Sascha chamou a atenção de Dmitry, desejando que ele pudesse simplesmente perguntar qual era o problema. Na verdade, porém, eles estavam ficando sem tempo. Eles já tinham estado lá por tempo demais. Katya também pareceu sentir que as coisas estavam chegando ao fim. "Bem, eu acho que isso provavelmente era tudo o que tínhamos para discutir esta noite." Ela pegou a maleta de Aloysha e entregou a ele um envelope. "Aqui está a declaração assinada por Dmitry renunciando seu direto às propriedades dos Alkaev, com exceção de suas próprias contas pessoais, é claro, e dando a você controle de toda a rede." Aloysha pegou o envelope da mesa e o enfiou no bolso de seu paletó. Yates e Baxter estavam olhando um para o outro sem acreditar em como tudo havia fugido de seu controle.
"Vocês podem nos dar licença?" Katya caminhou em direção à porta.
"Não tão rápido!" Yates ficou de pé tão rápido que sua cadeira caiu. Ele puxou uma arma debaixo de seu casaco. "Eu vou prender Dmitry e acusá-lo de assassinato. Esse acordo estava errado desde o início".
"Só que você já entrou com toda a papelada antes de chegar aqui, lembra?" Katya sorriu docemente. "Além disso, tudo o que você precisa está no pen drive. Você só precisa se apressar antes de Aloysha conseguir virar o jogo."
Baxter sacou a arma. "Sua vadia!"
Sascha agarrou o braço de Katya e puxou-a para o seu lado. Ele já estava conduzindo ela até a porta quando Dmitry explodiu as bombas. Uma explosão ensurdecedora tomou conta de todo o ambiente. Os capangas de Aloysha caíram no chão e os agentes da Interpol se abaixaram.
"Vamos!" Dmitry puxou o braço de Sascha e os três saíram do lugar em direção ao corredor.
Katya tinha medo de relaxar. Mesmo quando ela saiu do restaurante escoltada por Sascha e Dmitry, ela continuou esperando que algo acontecesse. Como eles conseguiriam se livrar disso
daquela forma?
"Apenas continue andando." O tom de Sascha era calmante. Ele colocou a mão na parte inferior de suas costas e a fez andar um pouco mais rápido. "Tudo vai ficar bem."
"Eu não vejo ninguém nos seguindo." A voz baixa de Dmitry não fez Katya se sentir melhor.
Eles teriam que continuar fugindo o resto de suas vidas?
"Você conseguiu", Sascha disse a ela.
Dmitry bufou. "Eu tenho que admitir que eu não acreditava que isso ia funcionar."
"É uma manobra clássica." Katya limpou a garganta, tentando encontrar sua voz normal.
"Juntar os lados opostos em uma sala e se certificar de que todos querem a mesma coisa. Então é só garantir que ninguém conseguirá o que quer e que todos estejam convencidos de que outra pessoa conseguiu o que queria".
"Mas aquilo de Dmitry assinar entregando seus direitos dos Alkaev foi brilhante." Sascha colocou o braço em volta dela e beijou sua testa.
Katya fez um pequeno ruído de frustração. "A Interpol ainda poderia tentar confiscar seus bens, Dmitry."
"Eles não serão capazes de encontrá-los pela manhã." A expressão de Dmitry era sombria.
"Anna e eu vamos desaparecer."
"Ah! Com tudo o que aconteceu, eu esqueci completamente do meu tio Ivan!" Um frio na barriga surgiu em Katya. "Ele vai me matar por todo esse drama."
"Eu cuidei disso hoje mais cedo." Sascha parecia bastante casual sobre aquilo. Ivan estava ansioso para se livrar dela? Sascha parecia adivinhar seus pensamentos. "Não se preocupe, querida, eu expliquei o que aconteceu e eu também lhe disse que você iria cuidar de toda a situação praticamente sozinha."
"O quê?" Katya sentiu seu queixo cair de surpresa. "Ele acreditou em você?"
"Sim." Sascha parou ao lado do local onde tinham deixado o Audi preto de Mikhail. "Ele disse para lhe dizer que está impressionado com o seu pensamento rápido e ele apreciou o fato
de você ter cuidado de Dmitry e Anna."
O tio Ivan estava orgulhoso dela? Aquele pensamento era quase demais para ela assimilar. Katya tinha sido a ovelha negra da família Orlov desde quando ela conseguia se lembrar. Saber que seu tio pensava que ela era uma mulher capaz, que conseguia cuidar de si mesma, era incrivelmente gratificante.
"E agora?" Katya não conseguia esconder seu sorriso de satisfação.
Dmitry deu a ela um abraço amigável. "Agora eu vou buscar a minha noiva e nós desaparecemos."
"Eu os verei de novo?" Katya odiava a ideia de nunca mais ver sua prima novamente.
"Sim, você nos verá." Dmitry trocou um olhar com Sascha. "Se cuidem vocês dois."
"Vocês também", Sascha murmurou. Ele apertou a mão de seu primo e, em seguida, Dmitry pareceu desaparecer nas sombras do beco.
"Então", Katya começou lentamente. "O que vamos fazer com Mikhail?"
"Nós vamos soltá-lo." Sascha foi até o porta-malas e apertou um botão no chaveiro para abri-lo. "Acorde, Mikhail."
Dizer que o homem parecia acabado era um grande eufemismo. Katya não tinha ideia de como Sascha tinha lidado com a alimentação de Mikhail ou outras necessidades de higiene pessoal, mas o homem parecia ter vivido em uma caixa de papelão durante dias. Seu terno estava torcido e enrolado em torno de seus braços e pernas. Seu cabelo estava completamente bagunçado, e sua barba cresceu por vários dias, dando uma impressão de desleixo.
"E agora?" Mikhail rosnou. "Você finalmente vai me matar?"
Sascha olhou para o homem que já tinha sido seu amigo. O coração de Katya estava partido por Sascha. Ele realmente tinha acreditado que Mikhail e ele eram amigos. Nunca é fácil de descobrir que alguém que você respeitava não tinha feito nada além de usá-lo.
"Por que eu iria matá-lo, Mikhail?" Sascha perguntou em voz baixa. "Você era meu amigo mais antigo. Eu teria feito qualquer coisa por você".
"Você não passa de um moleque chorão", Mikhail disse ironicamente. "Você não deu valor para o poder que poderia ter alcançado. Em vez disso você escolheu ser medíocre. Você me dá nojo."
"Sinto muito por ouvir isso." Algo na expressão de Sascha o fez parecer bastante esgotado. Katya odiava aquele olhar de derrota no rosto de Sascha. Ela enganchou seu braço no dele e descansou sua bochecha em seu ombro. Então ela deu a Mikhail um olhar de pena. "Eu tenho pena de você, Mikhail. Sascha foi provavelmente o único verdadeiro amigo que você já teve e você jogou essa amizade fora por dinheiro".
"É mesmo?" Mikhail sacudiu a cabeça em desgosto.
"Sim. É." Katya disse as palavras em um tom de voz calmo. "E um dia você vai se arrepender do que você fez, mas será tarde demais."
"Vocês dois me dão nojo", Mikhail cuspiu.
Sascha riu. "O sentimento é inteiramente mútuo hoje em dia. Eu juro." Ele abriu a porta do passageiro para Katya entrar no Audi.
"Ei!" Mikhail resmungou. "Para onde vocês vão levar o meu carro?"
"Para onde eu quiser." Sascha sacudiu a cabeça. "Você vai conseguir encontrá-lo no aeroporto. Até lá, eu sugiro que você evite o Mamushka’s. É bem provável que Aloysha esteja um pouco irritado com você. " Sascha entrou no banco do motorista do Audi e fechou a porta na cara de Mikhail. Ele olhou para Katya e pegou sua mão. Entrelaçando seus dedos aos dela, ele beijou sua mão.
"Eu amo você, Sascha," Katya disse suavemente. "E não importa para onde vamos, desde que possamos estar juntos."
Algo no sorriso de Sascha disse a ela que as coisas estavam começando a ficar interessantes.
Capítulo Quinze
Sascha enterrou os dedos dos pés na areia branca e apreciou o calor tomando conta de seus pés. A espuma branca das ondas ia e vinha em um ritmo quase preguiçoso. Um céu azul brilhante pairava sobre eles, e o sol era uma bola de fogo laranjada. Aquilo era tudo o que ele sempre quis e muito mais. Atrás dele estava a casa de praia, escondida em um bosque de palmeiras ao lado de uma grande formação rochosa. O penhasco rochoso os protegia do vento que muitas vezes acompanhava das chuvas. A casa contava com janelas em todos os lados e um pátio ao ar livre no centro do terreno. Tudo naquele lugar era pacífico. Era exatamente o que Sascha tinha sonhado em ter.
"Ei, você." Katya deslizou as mãos em torno de sua cintura por trás e colocou sua bochecha contra suas costas. "Você está se escondendo aqui?"
"Só pensando."
"Não se lamentando, eu espero." O tom em sua voz sugeriu que ela precisava sem acalmada.
"Sem arrependimentos", disse ele com firmeza.
E Sascha não tinha nenhum arrependimento. Eles tinham estado em Goa durante seis meses.
Antes disso, eles tinham ido a vários ligares, tentando ter certeza de que ninguém os seguiria.
Agora, um ano depois, parecia que ninguém em Moscou se preocupava com Sascha Alkaev ou Katya Orlov. Na verdade, eles não poderiam ter pedido por um melhor resultado.
"Eu nunca poderia me arrepender de ser capaz de passar minha vida com você", ele disse à Katya. "Certamente você não está arrependida de ter vindo comigo, não é?"
"Não. Nunca." Katya mudou de posição para ficar ao lado dele. Ela colocou o braço em volta de sua cintura e se aconchegou nele. "Mas às vezes eu me sinto mal que você tenha tido que
deixar sua carreira pra trás."
"Não é pior do que eu sinto por você nunca ter frequentado uma escola de música." Aquele era um pesar que doía muito em Sascha.
"Não se preocupe com isso", disse ela com leveza. "Eu toco aqui, não toco?"
"Não é a mesma coisa."
Ela olhou através das ondas em direção a pequeno barco no horizonte. Eles o assistiram voltando para a baía. Então ela se virou e olhou para ele com os belos olhos castanhos dos quais ele nunca se cansava. "O que eu percebi é que eu queria frequentar uma escola de música para que eu pudesse provar a todos que eu conseguiria fazer aquilo sozinha. Você me deu a chance de fazer isso sem a escola. A cada dia, você me deixa livra para fazer minhas próprias escolhas. Isso é tudo o que eu preciso."
Sascha gemeu e tomou sua boca em um beijo ardente. Segundo depois, ela estava rindo e o levanto até a água. Ele deixou que ela fizesse isso, agarrando-a assim que as ondas atingiram suas cinturas. Ela envolveu as pernas ao redor de sua cintura e Sascha a beijou mais e mais. Ele adorava a forma com que seus lábios estavam contra os dele, e a ansiedade que ele sentia como resposta.
"Sascha, eu preciso de você dentro de mim. Por favor?" Katya o puxou pela bermuda.
Sua leve saia de algodão já estava flutuando em torno deles, deixando-a nua sob as ondas.
Sascha segurou seu bumbum em suas mãos e puxou-a contra sua cintura. Seu pênis já estava duro com a antecipação do momento em que ele conseguiria entrar nela.
As ondas batiam em seus corpos, levando-os a se moverem com o ritmo do oceano. Ela alcançou seus shorts e puxou seu pênis para fora. Entre suas mãos macias e com a carícia suave das ondas, Sascha não ia aguentar muito.
Katya flutuou na água. Ela abriu as pernas e se abriu para ele. Sascha encaixou a cabeça de seu pau em sua abertura. Puxando-o para mais perto, ela o ajudou a penetrá-la completamente até suas pernas estarem em volta dele e os dois estivessem presos um ao outro.
A sensação era perfeita. Sascha preguiçosamente explorou a boca de Katya com a sua língua conforme deixava o movimento das ondas ditarem suas marteladas dentro dela. Ela agarrou seus cabelos e o beijou como se estivesse sedenta por ele. Ele amava o seu entusiasmo e seu insaciável desejo de estar com ele. Era como se a natureza tivesse criado um para o outro. O clímax de Sascha queimava na base de sua espinha. Ele queria tanto gozar dentro dela, mas ele queria que ela gozasse também. Esticando a mão entre seus corpos, ele encontrou seu clitóris. Esfregando em pequenos círculos, ele esperou a sensação de seus músculos se apertando contra seu pênis. Seus gritos se tornaram agudos, ainda que aquilo mal podia ser ouvido em meio ao barulho das ondas e dos gritos das gaivotas. Finalmente Katya cravou as unhas em seus ombros e jogou a cabeça para trás quando o prazer tomou conta de seu corpo. Seus músculos internos se apertaram contra seu pau e Sascha não conseguia mais se segurar. Ele entrou profundamente dentro dela e sentiu a explosão dentro de seu corpo. Então ele ouviu algo que o fez sorrir e gemer. Uma buzina soou em frente à sua casa. Sua visita tinha chegado. Katya provavelmente deveria sentir vergonha de cumprimentar seus convidados em uma saia de algodão completamente molhada e parecendo super satisfeita. Mas não foi o que ela sentiu. Quando Anna saiu do carro, Katya não conseguia pensar em nada além de dar um abraço apertado em sua prima.
"Eu não posso acredito que você está aqui!" Katya gritou.
"Eu não perderia isso por nada nesse mundo!" Anna apertou Katya firmemente. "Mesmo que Dmitry tenha tentado me segurar em casa."
"Entrem!" Katya pediu para Anna e Dmitry. "Sascha está só trocando de roupa."
Anna olhou a saia molhada de Katya com curiosidade. "Vocês dois foram nadar de roupa?"
"Algo parecido."
Dmitry empalideceu. "Sim, eu poderia ficar sem ouvir qualquer informação sobre a vida
sexual de meu primo."
Sascha apareceu no deck da frente. "Então eu sugiro que você educadamente mude de assunto." Os dois homens se abraçaram. Era bom ver os dois juntos novamente. Eles não tinham se encontrado desde que tinham deixado Moscou há mais de um ano. Era triste o fato de que para viver em paz e ficar longe do radar da Interpol eles não podiam viajar e ver seus amigos, mas a segurança de todos eles era o mais importante.
"Eu vou me trocar", disse Katya para Anna. "Venha comigo."
Anna apontou para o relógio. "Você não tem muito tempo."
Olhando para a estrada, Katya podia ver os outros convidados chegando no caminho de cascalho até sua casa. Anna estava certo. Não havia muito tempo. Ela ansiosamente agarrou a mão de sua prima e a arrastou de volta para o quarto. A sensação era a mesma de quando elas eram pequenas e brincavam se vestir com as coisas da mãe de Anna.
"Você parece feliz", Anna lhe disse quando elas estavam com a porta fechada. "Estou tão feliz que você esteja com Sascha."
"E você?" Katya olhou apontando a barriga de grávida ainda pequena de Anna. "Você pode me dizer quando meu priminho vai nascer?"
Anna corou. "Eu só estou com três meses."
"Eu estou tão animada por você!" Katya abriu um sorriso radiante para a prima. "Algum dia eu acho que gostaria de ter filhos também."
"Algum dia em breve?" Anna brincou.
"Pare de me provocar e me ajude a prender o cabelo, por favor?" Katya implorou.
As duas mulheres trabalharam até que o cabelo de Katya estava bem preso sobre sua cabeça. A luz exterior tinha diminuído gradualmente até que a única luz que entrava através das janelas vinha das tochas que iluminavam todo o exterior da casa.
"Seu vestido é lindo." Anna tocou a seda macia.
"Eu queria algo simples e confortável." Katya deslizou o vestido sobre sua cabeça e deixou o tecido descer em torno de suas pernas. "E pés descalços para essa garota da praia".
"Parece que você realmente entrou no estilo de vida do litoral". Anna olhou em volta para a decoração casual e para os móveis confortáveis. "Eu consigo perceber que vocês dois estão realmente felizes aqui."
"Você se lembra daquela noite em que fomos para o clube e você conheceu viu Dmitry pela primeira vez?", perguntou Katya. "Você pensou que iria acabar assim?"
"Não. Definitivamente não." Anna riu. "Mas eu estou feliz que tudo isso tenha acontecido."
Houve uma breve batida na porta. "Meninas? Vocês estão prontas?"
"Você pode entrar, tio Ivan", Katya o chamou.
Seu tio abriu a porta e então ofereceu um assobio apreciativo. "Como você está linda!"
"Obrigado por me levar até o altar", Katya disse a ele com sinceridade.
"Seu pai teria gostado. Mas você sabe como ele é." A expressão de Ivan disse a ela tudo o que ela precisava saber.
Katya pegou o buquê e tomou o braço de seu tio. "Levei muito tempo para reconhecer o gato de que você sempre me tratou como uma filha, tio. Eu sempre pensei que você fosse pegava muito no meu pé. Agora eu sei que foi porque eu estava te deixando louco sempre correr riscos e tomando decisões idiotas."
"Você sempre me lembrou tanto de mim mesmo, minha querida", Ivan disse calorosamente. "E eu estou tão contente de ver que você encontrou um homem que a valoriza por quem você é."
"Falando nesse homem, eu acho que é melhor irmos andando." Katya respirou fundo e tentou não tremer de ansiedade.
Houve um breve momento de déjà vu quando Katya recordou estar na Catedral de São Basílio, em Moscou, pouco mais de um ano atrás, para testemunhar o casamento de Dmitry e Anna.
Ela tinha sido a dama de honra e Sascha tinha sido o padrinho. Agora seus papéis estavam invertidos. Como a vida às vezes conseguia ser engraçada!
Katya assistiu Anna caminhar até o altar que haviam criado no pátio de sua casa. O trecho de grama foi ladeado com plantas tropicais que enchiam o ar com um perfume delicioso. Os convidados estavam espalhados pelo lugar, embora não havia muitos. Vários membros da família Orlov e algumas pessoas locais que ela e Sascha tinham conhecido em Goa. O padre local estava na extremidade oposta com Sascha e Dmitry ao seu lado. Assim que Katya viu Dmitry, ela sentiu cada pedacinho de seu nervosismo desaparecer. Ele parecia perfeitamente calmo e muito bonito em seu terno preto. Seus lábios estavam curvados em uma sugestão de sorriso como se ele estivesse tentando segurá-lo. Tio Ivan começou a se mover para o corredor, Katya andando calmamente ao seu lado. Ela estava contente seu tio estava no controle do ritmo. Tinha sido Katya por conta própria, ela teria sido correndo pelo corredor na velocidade superior.
"Quem traz esta mulher para o altar?", perguntou o padre. O tio Ivan beijou sua bochecha. "Sua família e eu", disse ele de forma clara. Sascha estendeu a mão, e Ivan colocou as mãos dela nas de Sascha. Um formigamento tomou conta de seu braço e a fez rir. Até mesmo o velho padre estava sorrindo.
"Eu acredito que a versão mais curta serve", Sascha disse ao homem com um sorriso largo.
As sobrancelhas espessas do padre se arquearam. "Você aceita esta mulher como sua legítima esposa?"
"Sim", Sascha disse afetuosamente. "Eu prometo amá-la e cuidá-la para sempre. Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, e para o resto dos meus dias ser fiel a ela. " Suas palavras trouxeram lágrimas aos olhos de Katya. Ela esperava ser capaz de lembrar do que queria dizer.
O padre olhou para Katya. "Você aceita este homem como seu legítimo esposo?"
"Sim", disse Katya, com a voz trêmula. "Eu prometo amá-lo e adorá-lo para sempre. Em momentos bons e ruins, na segurança do lar ou nos perigos da estrada. Eu estarei sempre ao seu lado e serei fiel apenas a ele enquanto eu viver".
Houve risos entre os convidados. Dmitry não se preocupou em esconder sua reação, dando uma grande gargalhada. Mas foi em Sascha que ela prestou mais atenção. Seu sorriso disse a ela tudo o que ela precisava saber.
"Eu vos declaro marido e mulher. Agora vocês podem se beijar para selar a união de seus corações e suas almas". Até mesmo o padre parecia estar prestes a chorar. Katya colocou os braços em volta do pescoço de Sascha e olhou em direção ao seu querido rosto. Em seguida, ele abaixou a cabeça para beijá-la e fazê-la a mulher mais feliz do mundo. A vida nunca seria monótona. Provavelmente nem mesmo seria normal. Mas os dois estariam juntos e isso era tudo o que importava.
Bella Rose
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