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Series & Trilogias Literarias
Tanya se sentou na cadeira com as mãos unidas. Na frente dela, sua melhor amiga e excolega de quarto estava sentada na mesma posição, com medo em seus olhos. Com sangue escorrendo da cabeça, Vadim Volkov estava caído contra a parede ao lado delas.
“Ele está morto?”, perguntou Alana em voz baixa.
Esticando o pescoço, Tanya olhou criticamente para o belo homem. Lentamente, seu peito subia e descia a cada respiração. “Não, ele só está apagado.” Ela virou e olhou para a amiga.
“Bem, agora que estamos sozinhas, parece que temos bastante tempo para botar a conversa em dia.”
Alana olhou para baixo. “Tanya, eu sinto muito.”
"Sente muito?" Tanya riu amargamente. “Você arrumou as malas e partiu sem avisar apenas alguns dias depois de chegar em casa machucada e sangrando. Você realmente acha que eu não iria atrás de você? Nós nos conhecemos há anos, e eu teria apostado minha vida que você não iria simplesmente embora sem ao menos deixar um bilhete”.
“Eu sei. E se a situação fosse diferente, eu teria deixado um bilhete. Mas Tanya, a vida de Vadim estava em jogo. E eu o amo.” Ela olhou com olhos suplicantes. “Eu nunca poderia pedir o seu perdão, mas me diga que você entende.”
“Diga-me o que aconteceu”, disse Tanya teimosamente. Parte dela entendeu o que Alana tinha passado, mas ela não estava pronta para deixar o assunto de lado ainda.
“Eu descobri que Vadim fazia parte da máfia russa, e eu o deixei. Você sabe o que eu penso sobre as drogas, e ele estava vendendo no clube. Ele me disse que ele estava tentando sair. Sabe o Danny? Danny não é realmente um gerente. Quer dizer, ele é, mas no que ele realmente estava trabalhando era criar uma identidade falsa convincente para Vadim para que ele pudesse começar uma nova vida. Mas Stephen, dono de um clube rival, queria o território de Vadim. É quase irônico. Se tivesse esperado apenas mais alguns meses, ele teria conseguido isso. Em vez disso, ele me sequestrou na esperança de conseguir que Vadim cooperasse. Vadim tinha provas de que Stephen tinha matado seu próprio pai, e Stephen as queria de volta.” Alana respirou fundo.
“Mas Vadim havia procurado a polícia. Eles mataram Stephen para me resgatar”.
“A polícia?” Tanya revirou os olhos. “Não me admira que eles não tenham sido muito úteis quando eu estava procurando por você.”
“Vadim estava deixando a cidade. Ele precisava ter ido embora antes que os homens de seu pai chegassem para resolver o incidente. Eu não tinha muito tempo para decidir. Deus, Tanya, o fato de eu não ter lhe avisado está me matando. Mas eu sabia que você entenderia.”
“Sim”, Tanya assentiu. “E se eu soubesse o que estava acontecendo, eu teria entendido. Mas eu não sabia. Então eu fui à sua procura, e agora aqui estamos nós. Prestes a morrer.”
Alana bufou. “Você não parece tão em pânico quanto deveria estar.”
“Eu não estou.” Tanya respirou fundo. “Ele vai nos salvar. Ele tem que nos salvar.” Ela fechou os olhos. Ela não estava errada sobre ele, estava? Tinha que haver algo. Ela tinha visto isso em seus olhos. Mas ele mentiu e manipulou muito bem.
Ela estaria disposta a arriscar sua vida por ele?
Especialmente depois que ela disse aquelas coisas para ele e foi embora?
“E como exatamente você chegou aqui?” Alana perguntou suavemente.
Tanya respirou fundo e contou sua história.
Capítulo 1
Um mês antes
Ele a observou durante vários dias. Suas fotos não lhe faziam justiça. Seu cabelo loiro caía em ondas até abaixo do ombro e sua pele era lisa e macia. Aqueles olhos azuis estavam sempre cheios de preocupação, e ele sentiu um instinto estranho de abraçá-la e dizer a ela que tudo ficaria bem.
Mas isso não era possível. Não ficaria bem. O mais provável era que ele teria que matá0la. Porque é isso o que ele fazia. Quando a família mandava fazer algo, não se questionava.
E quando eles diziam para matar, o mesmo acontecia.
Por enquanto, ele não via nenhuma razão para matá-la. E enquanto dirigia passando pelo seu aparamento mais uma vez, ele não conseguiu ver o outro carro estacionado por lá. Havia muitos carros parados por lá. O estacionamento ficava sempre cheio, então ele não estranhou ter visto o mesmo carro várias vezes.
Ele não viu a pessoa curvado no assento com o binóculo.
Ele não sabia que eles também estavam seguindo ordens. E que aquelas ordens eram para obter respostas a qualquer custo.
* * *
Alana tinha ido embora há três semanas. A polícia não estava fazendo nada. Afinal, Alana era uma adulta que tinha claramente arrumado as malas antes de sair. Era óbvio que ela havia fugido com alguém. E uma vez que Vadim havia sumido também, só restava a ideia de que os dois haviam fugido.
Mas Tanya não conseguia deixar de achar que alguma coisa estava errada. Ela conhecia sua melhor amiga por um longo tempo, e Alana não era impulsiva. Ela não era secreta. Tanya não tinha dúvida de que Alana estava apaixonada por Vadim, mas algo havia acontecido para fazer sua amiga fazer a mala e desaparecer. E não era só porque ela queria um novo começo. Isso sem falar que os carros de ambos haviam sido encontrados na cidade. E quem deixaria seus carros para trás, a menos que não quisessem ser encontrados?
Ela passeou em sua sala de estar com o telefone na orelha. “OK, mas eu não acho que você está me entendendo. Sim, eu entendo que Alana obviamente saiu de livre e espontânea vontade. Mas isso não significa que não há algo de errado. Um dos homens mais ricos da cidade também sumiu. Você não está preocupado com isso?”
“Senhorita Lawson, eu entendo que você esteja preocupada com a sua amiga, mas a menos que você tenha provas concretas de que Alana Jameson está em perigo, não há realmente nada que possamos fazer. Mudar-se não é um crime. Agora, para a sua própria segurança, eu lhe imploro para deixar isso pra lá.” A voz do oficial na outra extremidade estava calma, mas havia também um tom de dureza.
“O que quer dizer com minha própria segurança? Se não há nada para me preocupar, então a minha segurança não deve ser um problema”, ela retrucou. “O que você não está me dizendo?”
“Eu entendo que você esteja chateada, senhorita Lawson. Eu só não quero que você faça algo do qual se arrependa. Você frequentará a escola de culinária no próximo semestre, correto? Não é fácil entrar na Gregson Culinary School. Siga meu conselho. Concentre-se em você, e você ficará bem.”
Houve um clique definitivo quando ele desligou, e ela olhou para o telefone. “Como é que ele sabe sobre o curso?”
Ela desligou o telefone e mordeu o lábio inferior. Com um suspiro, ela se jogou no sofá e pegou o seu bloco de anotações. Havia várias anotações e rabiscos nele. Por exemplo, ela conhecia todas as peças de roupa que Alana possuía, e quando ela observou seu closet, viu que a amiga havia simplesmente pego algumas roupas de forma aleatória. Havia moletons, camisetas, calças jeans, shorts, jaquetas e chinelos desaparecidos. Obviamente, não havia um destino específico em mente.
Havia uma peça-chave de joia que estava desaparecida. Alana nunca teria ido embora sem o pequeno pingente de diamante que ganhou de presente de sua mãe. Ela sabia que se ele não estivesse lá, Alana não planejaria voltar. Embora Alana nunca o usasse e alegasse que aquilo não significava nada para ela, Tanya sabia que guardaria aquilo até o dia em que morresse.
E então havia o seu comportamento durante os dias que antecederam o seu desaparecimento. Ela havia apanhado. Muito feio. Tanya pensou que Vadim havia batido nela, mas Alana disse que teve um acidente de carro no trabalho. Alana nunca teria encoberto Vadim se ele estivesse batendo nela, por isso Tanya acreditava que não era ele, mas sabia muito bem que aqueles machucados não tinham sido feitos em um acidente de carro. Isso sem mencionar que Alana não havia saído do apartamento. Ela mal tinha deixado seu quarto. E quanto mais Tanya perguntava sobre tudo aquilo, mais raiva Alana sentia.
“O que aconteceu com você?”, ela sussurrou.
Ela tinha verificado as contas de rede social de Alana religiosamente. Alana nunca postava nada. Seu celular estava ainda no apartamento, e Tanya havia fuçado nele um milhão de vezes. Não havia mensagens de texto ou e-mails para explicar suas ações ou comportamento.
Não era normal para Alana esconder segredos de Tanya. Algo estava errado. Alana estava em perigo. No fundo, Tanya sabia, mas ela não era uma investigadora. Ela não conseguia sequer começar a descobrir como encontrá-la. Ela tinha ido ao clube e falado com seus colegas de
trabalho. Eles estavam tão confusos quanto sobre o desaparecimento de seu chefe. Ela conversou com os velhos amigos de Alana na escola. Nenhum deles tinha ouvido falar dela.
Alguém tinha que saber de alguma coisa.
Verificando sua lista de nomes novamente, ela fez uma pausa na parte inferior. Havia um gerente do clube do qual Alana sempre falava. Ele era mais próximo de Vadim. Qual era o seu nome?
David? Daniel? Danny.
Animada, ela se levantou. Danny. Alana sempre falava como Danny chamava Vadim pelo seu primeiro nome e às vezes o repreendia. Ele pode ser a chave. Sem pensar duas vezes, ela agarrou suas chaves e dirigiu até o Clube Seven.
Ainda era cedo, e o clube estava fechado. Sentindo-se um pouco estúpida, ela se apoiou contra a porta. Ela estava tão animada sobre a possibilidade de falar com alguém novo que ela ainda não tinha pensado sobre o horário. O clube ainda ficaria fechado por horas.
Em frustração, lágrimas se reuniram em seus olhos. “Idiota”, ela murmurou. Parte dela estava com raiva. Se ao menos Alana tivesse contado a ela o que estava acontecendo, ela não estaria naquela confusão agora. Tanya e Alana sempre descobriam uma maneira de resolver os seus problemas juntas. Mas Alana a havia deixado de fora, e Tanya claramente não era inteligente o suficiente para encontrar sua amiga.
“Senhorita? Você está bem?”
Envergonhada, Tanya enxugou as lágrimas. “Eu estou bem”, ela murmurou. Ela fungou e olhou para o homem diante dela.
Baixo. Magro. Pálido. Seus olhos se arregalaram. “Você é o Danny. Oh meu Deus, você é o Danny!”, ela gritou novamente.
Havia uma faísca de reconhecimento em seus olhos, e ele olhou nervosamente para os lados. Finalmente, seus olhos subiram, e ela seguiu seu olhar até ver uma câmera de segurança. “Você deve ser Elaina”, disse ele suavemente. “Eu pensei que a nossa entrevista só seria daqui a uma hora. Fico feliz de ver o seu entusiasmo”, disse ele em uma voz neutra. Ela havia percebido o mesmo tom na voz do policial no telefone, e se endireitou.
“É difícil encontrar um bom trabalho nos dias de hoje”, ela gaguejou.
Ele pareceu sorrir de alívio. “Verdade. E você realmente tem um grande timing. Tem algumas coisas que eu preciso levar para o clube. Você pode me dar uma mão?”
Ou ele era um excelente ator ou realmente precisava de ajuda. Não importava. Ela aproveitaria qualquer desculpa como motivo para falar com ele. “Certo!”
Seguindo-o para dentro do estacionamento, ela observou que não havia outros carros ao redor. De repente, ela ficou paranoica. E se Danny tivesse sido o motivo pelo qual os dois haviam fugido? Não haveria ninguém para ouvi-la gritar. Ele pode ser pequeno e magro, mas isso não significa que ele não estava carregando uma arma.
“Eu esqueci o seu nome, mas se você está procurando pela Alana, você precisa parar”, disse ele enquanto ele se virou. Eles haviam chegado ao seu carro e estavam em segurança, fora da visão das câmeras. “Ela foi embora por vontade própria.”
“Eu sei. Eu já entendi isso. Mas algo aconteceu com ela antes de ir embora, e eu tenho medo que ela esteja em apuros. Ela não teria ido embora sem deixar um bilhete a menos que algo estivesse errado. A polícia não vai investigar. Por favor me ajude, eu só preciso de algumas respostas.”
“Qual é o seu nome?”, ele perguntou finalmente.
“Tanya Lawson. Alana é minha colega de quarto e minha melhor amiga há anos. Eu a
conheço. Eu sei que algo está errado.”
“Senhorita Lawson, para a sua própria segurança, você precisa deixar isso pra lá.”
Estreitando os olhos, ela olhou para ele. “Você não é a primeira pessoa a dizer isso para mim hoje. O que diabos está acontecendo? Porque a minha segurança estaria em risco?”
Ele suspirou e olhou em volta. “Senhorita Lawson, tudo o que posso dizer é que Alana fez sua escolha de forma consciente. Se você a conhece, então você sabe que ela não tomaria uma decisão precipitada. Isso não quer dizer que ela não esteja em perigo, mas acredite em mim quando eu lhe digo que se você ir atrás dela só piorará a situação da sua amiga.”
Tanya o encarou. Foi a melhor informação que ela tinha recebido até então, mas isso ainda não respondia suas perguntas. Só confirmava o seu medo. “Eu não teria que ir procurá-la se eu soubesse onde ela está”, ela disse suavemente.
Os olhos de Danny de repente focaram em algo atrás dela. Quando ele falou, sua voz foi grave e áspera. “Senhorita Lawson, presumo que você não consiga pagar seu aluguel sem ela. Faça um favor a si mesma e se mude de lá. Vá para outro lugar usando um nome diferente, use apenas dinheiro, mantenha sua cabeça baixa. E por favor deixe isso pra lá”.
Assustada, Tanya virou a cabeça e enxergou um carro de cor escura passando lentamente pelo clube. “Danny?”, ela perguntou em voz baixa. “O que diabos está acontecendo?”
“Confie em mim. Melhor você não saber.”
* * *
Andrei Volkov assistiu da janela enquanto a bela loira olhava por trás do próprio ombro com nervosismo. Ele a estava observando há vários dias, e só agora, enquanto estava com o gerente do clube, que ela o havia visto.
“Precisa ser agora”, ele disse suavemente. Mesmo que tivesse vivido mais anos nos EUA do que na Rússia, seu sotaque ainda era pesado.
O motorista não acelerou ao contornar o quarteirão. “Você quer levá-la agora?”, ele perguntou.
Andrei sacudiu a cabeça. “Não. Ela não vai chegar muito longe se correr, e essa é a primeira oportunidade que tivemos para falar com o gerente. Continue dirigindo. Eu não quero ter público quando falar com ele.”
Pegando o seu telefone, ele ligou para o seu chefe. “Tio”.
“Você tem algo para mim?”, disse seu tio com uma voz sombria. Mesmo através do telefone, Gregory Volkov era aterrorizante.
“Eu segui a garota por vários dias. Está claro que ela não tem ideia de onde está sua amiga. Estou prestes a me concentrar no gerente agora.”
“Se ela não tiver nenhuma informação, use-a para enviar uma mensagem”, Gregory rosnou.
“Eu não sei com que grupo ou gangue essa Alana está, mas quero deixar claro que ela não pode atacar sem consequências”
Andrei congelou. “Você quer que eu mate a Tanya Lawson?” Aquilo não era parte do plano. Não era para ser nada além de uma missão de busca e resgate. Gregory Volkov acreditava que seu filho tinha sido influenciado, sequestrado ou morto por um grupo rival usando Alana como isca. Mas, até agora, não havia nenhuma evidência disso. “Eu não tenho nenhuma prova de que ela esteja envolvida”.
“E se ela estiver envolvida, não haveria prova alguma também, não é? E mesmo se ela não estiver, isso tornaria a mensagem muito mais pungente. Eu quero o meu filho, Andrei. Você vai fazer o que for preciso para trazê-lo de volta. Você entendeu?”
“Sim, senhor”, disse ele suavemente. Não houve despedida formal. Ouve um clique do outro lado da linha e Andrei franziu a testa.
Eles já tinham voltado ao clube. Sentindo-se frustrado, Andrei bateu seu punho contra o assento. “Algum problema, senhor Volkov?”, disse o motorista friamente.
O motorista era apenas leal a Gregory. Qualquer sinal de hesitação por parte de Andrei chegaria em seu tio. Ele não sabia por que estava tão contrariado em seguir as ordens a respeito de Tanya Lawson. Em qualquer outro caso, ele ficaria feliz em seguir as ordens em um piscar de olhos. A quantidade de sangue em suas mãos não o fazia perde o sono durante a noite. Mas, por alguma razão, aquilo era diferente.
Ela fazia isso ser diferente.
“Não há problema”, disse Andrei em tom neutro. “Só mais um beco sem saída. Espere por mim aqui. Não vou demorar.”
Ele saiu e bateu a porta, caminhando em direção ao clube. Retirando sua arma, ele estava pronto para arrombar a porta com tiros, mas ela se abriu de repente. “Não há necessidade para isso”, disse o gerente em tom alegre. “Comprar uma nova porta não está exatamente no meu orçamento deste mês. Danny Sylvester ao seu dispor. Como posso ajudá-lo?”
Andrei olhou para o homem e por trás dele. O clube parecia estar vazio. “Onde estão os guardas?”, ele resmungou.
“Se você está se referindo aos nossos seguranças, eles não estão devem chegar até as seis”. O gerente disse de forma neutra. “Se você está procurando um emprego, eu ficaria mais do que de pegar uma ficha de inscrição para você. Nós não estamos contratando seguranças no momento, mas eu posso guardar sua candidatura no caso de abrir uma vaga.”
“Chega de besteira”, Andrei rosnou. Ele mostrou sua arma para indicar que Danny devesse
abrir caminho e entrou no clube. Ninguém saltou sobre ele, o que não faria diferença. Andrei nunca errava um tiro.
O gerente fechou a porta atrás dele. “Você deseja reservar uma festa particular?”
“Eu disse chega de besteira. Onde está Vadim?”
O pequeno homem acenou com a cabeça. “Ah. Sim. O evasivo Vadim Volkov. Acredite em mim, se eu soubesse, eu diria a você. Se ele não aparecer nos próximos meses, eu estarei sem o meu emprego. E eu gosto desse trabalho. Ele paga bem.” Ele olhou para a arma. “Embora tenha o seu lado desagradável”.
Andrei relaxou sua postura, mas manteve a arma apontada para Danny. “Eu pesquisei todo o seu passado. Tudo foi verificado. Na verdade, foi quase fácil demais encontrar informações sobre você”.
Danny deu a ele um olhar confuso. “Sinto muito que minha vida seja um livro aberto. Eu não tenho arma alguma. Sinta-se à vontade para baixar a sua. Olhando para você, acredito que você poderia me esmagar como um inseto sem precisa de arma alguma”.
Aquela parte era verdade. Andrei não confiava em Danny nem um pouco, mas ele guardou a arma. “Dizem que você visitou Vadim em sua casa. Sobre o que vocês dois conversaram?”
“E por que eu deveria dar informações pessoais sobre Vadim para você? Eu nem sequer o conheço.”
“Vamos apenas dizer que sua família está muito interessada em seu paradeiro. Eu ficaria mais do que feliz em pegar minha arma novamente se isso fosse ajudar”.
Danny se sentou na cadeira no escritório e encolheu os ombros. “Não será necessário. Nós conversamos sobre trabalho, principalmente. Vadim estava sempre focado neste clube. Ele queria garantir que as coisas corressem bem, e isso significava que eu tivesse que trabalhar praticamente
todas as horas do dia.”
“Seu registro é limpo, então como exatamente você conseguiu o trabalho de gerente de um negócio como esse? Eu sei que você está ciente dos lucros secundários desse clube”.
Danny encolheu os ombros novamente. “Eu realmente não sabia sobre isso até ter estado aqui por anos. Eu não comecei como o gerente. Eu percebi os lucros secundários ao mesmo tempo que minhas dividas estavam se acumulando. Vadim me ofereceu para ajudá-lo por um ótimo salário. Eu tinha as habilidades administrativas que ele precisava. Tudo deu certo, e, com o tempo, nós nos tornamos quase amigos. O que é irônico, considerando que ele me deixou pra trás, limpando a sua bagunça”.
Andrei ergueu a cabeça. Tudo que Danny disse se encaixava perfeitamente com o que Andrei sabia. E normalmente isso era bom sinal, mas Andrei ainda tinha um pressentimento de que Danny estava mentindo. “Você não parece muito preocupado com um homem estranho e armado questionando você”, disse ele com calma. “Isso me faz pensar que você se sente confortável em situações como essa.”
“Ah, eu sou muito bom em não esquentar a cabeça. Eu acho que é por isso que Vadim gostava tanto de mim. Além disso, vocês dois tem traços faciais parecidos, sem mencionar o forte sotaque russo. Tenho certeza de que você é um membro de sua família. Vadim era um pouco cabeça quente. Ele gostava de brandir uma arma e fazer ameaças, então eu acho que eu estou acostumado a isso.” Danny olhou para ele. “Mas me surpreende que sua família não saiba onde ele está. Houve boatos, e eu pensei que o seu desaparecimento estava relacionado com a própria família.”
Andrei ignorou a pergunta subentendida. “Qual a ligação de Alana Jameson com Vadim?”
“Ah. Essa é uma pergunta interessante. Eu sei que ele gostava dela. Eu acredito que eles eram íntimos, mas eu nunca os vi juntos fora do clube. Presumi que o seu desaparecimento estava
ligado ao dela, mas eu imaginei que Vadim não precisasse sequestrar para ficar com alguém”, Danny abriu um sorriso malicioso. “Ele tinha várias mulheres em sua cama. Às vezes, ao mesmo tempo.”
“Por que você supôs que ele a sequestrou?”
“Eu não acho isso. Eu estou apenas reagindo aos rumores. A verdade é que eu não conhecia Alana muito bem. Ela era nova no trabalho, mas se saía bem. Ela me pareceu uma mulher lógica que não ceder a impulsos ou tentações com facilidade. Acho que é difícil acreditar que ela teria fugido com ele, como a polícia está insinuando.”
“Você já teve a sensação de que ela estava escondendo algo? Talvez ela tenha se encontrado com alguém no trabalho ou feito algum telefonema suspeito. Ela parecia ter alguma habilidade especial?”
As sobrancelhas de Danny se ergueram. “Habilidade? Eu não tenho certeza do que você quer dizer com isso, mas não. Alana parecia normal e transparente. Acho que a única coisa que ela estava escondendo era o seu caso.”
Andrei cerrou os dentes. Nada do que Danny disse fazia. Se Alana estivesse apaixonada por Vadim, o suficiente para fugir com ele, deveria ter havido algum sinal. Por outro lado, se Alana estivesse envolvida com um grupo que sequestrou Vadim, também haveria algum sinal. Em vez disso, se Danny estivesse dizendo a verdade, o desaparecimento de Alana não era nada além de uma coincidência.
Mas Andrei não acreditava em coincidências.
“Poucos dias antes de seu desaparecimento, Vadim estava tendo problemas com um distribuidor rival. Ele apareceu morto. Você sabe alguma coisa sobre isso?”
“Eu sei que envolveu muitos tiros. Eu tenho sido questionado pela polícia, e parece que eles
não têm pistas. Isso é tudo que eu sei. O outro clube está prestes a ser fechado e isso dobrará os negócios aqui. Parece estranho que Vadim iria embora bem quando as coisas estão prestes a decolar”.
Os olhos de Andrei se estreitaram. “Você estava falando com Tanya Lawson esta manhã. O que ela queria?”
“Sua colega de quarto desapareceu. O que você acha que ela quer?”, disse Danny, abrindo os braços. “Eu disse a ela para deixar isso pra lá.”
“E pareceu a você que ela deixaria isso pra lá?”, Andrei murmurou.
“As mulheres podem ser obstinados, mas tenho a sensação de que ela não vai chegar muito longe. Eu não acho que ela é uma ameaça para alguém.”
Andrei sorriu maliciosamente e tirou sua arma. “Essa é uma declaração interessante. Por que você acha que eu iria considerá-la uma ameaça?”
Mais uma vez, Danny não se abalou com a arma. “Você está agitando uma arma para mim e tentando encontrar respostas. Ela provavelmente seria o próximo passo, e eu não acho que ela tenha ideia do que esteja acontecendo nesse clube. Se ela tivesse, ela não teria vindo aqui sozinha ou desarmada”.
“Você parece deduzir muita coisa, senhor Sylvester.”
“Como eu já disse, eu não sou idiota. Se você acha que Tanya Lawson que está envolvida, você está errado. E se você a envolver, você provavelmente estaria colocando uma pessoa inocente em risco. Você se sente confortável fazendo isso?”
Normalmente, Andrei não teria sequer piscado. Aqueles eram os tipos de coisas que ele fazia o tempo todo. Mas, daquela vez, ele hesitou. E Danny continuou. “Ela está se preparando para entrar numa escola de culinária no próximo semestre. Ela é uma mulher brilhante e talentosa, e tem
um futuro brilhante pela frente. Seu único crime é que ela está preocupada com sua amiga desaparecida. Ela não é uma ameaça para você.”
“Você parece muito protetor com ela, senhor Sylvester. Você está em um relacionamento com ela?”
Danny franziu a testa. “Eu só a vi algumas vezes.”
Andrei baixou a arma mais uma vez. “Mantenha o clube funcionando, senhor Sylvester. E se eu fosse você, andaria armado”.
Ele enfiou a arma nas calças, e, pela primeira vez, Danny pareceu realmente surpreso. “Eu já a avisei, ela o verá chegando.”
“Eu a estou observando por algum tempo. Eu não estou muito preocupado com a possibilidade de que ela fuja de mim.”
Danny respirou fundo. “Eu a estive observando também. E a menos que você dirija um sedan dourado, você não é o único que está de olho nela.”
Assustado, Andrei olhou para ele. “Eu não vi mais ninguém a observando”, disse ele bruscamente.
“Isso é porque você não estava prestando atenção nisso. Eu estava. Você dirige em frente ao seu apartamento em três carros diferentes, três vezes por dia. Ontem você a seguiu até a delegacia. Mas você só usa carros de luxo. O outro carro é muito mais antigo e fácil de passar despercebido. Ele tem monitorado seus movimentos por dias já. Se ela tentar fugir, eles a pegarão”.
Aquele homem pequeno não era tão inútil quanto parecia. “E por que ela iria fugir?”
“Eu disse a ela para fazer isso. Achei que você fosse a maior ameaça”.
“E agora?”
“Eu ainda acho que você é a maior ameaça. Mas eu não acho que você vai matá-la de imediato.”
“E por que isso?”
“Porque eu ainda estou vivo.”
Andrei cerrou os dentes mais uma vez. Será que ele estaria ficando fraco? Depois de um momento, ele finalmente se virou e saiu. E disse a si mesmo que seria mais útil se Tanya permanecesse viva.
E se ele não agisse rápido o bastante, ela seria morta.
Capítulo 2
O medo tomou conta de Tanya quando ela entrou no apartamento. Imediatamente, ela pegou uma mochila e começou a enchê-la de coisas. O aviso de Danny ainda ecoava em sua mente, e pela primeira vez desde que Alana tinha desaparecido, ela se sentiu realmente com assustada.
Depois de encher a mochila com o essencial, ela parou na frente de sua estante. Em uma das prateleiras, estava a sua fotografia favorita de Alana. Foi tirada no primeiro ano da faculdade, e pela primeira vez em muito tempo, Alana finalmente parecia feliz. Seus sorrisos e sua empolgação eram genuínos. Tanya tinha seus braços envoltos em torno dela, e lembrou que se sentia muito orgulhosa de sua amiga. Contra todas as probabilidades, elas ficariam bem. Ela ficaria bem.
“No que você me meteu?”, Tanya sussurrou. Balançando a cabeça, ela se dirigiu até a porta e a abriu.
Um homem grande, que ocupava toda a entrada, olhou para ela. Com um grito, Tanya tropeçou para trás. O homem passava tranquilamente de 1,80, com músculos salientes e olhos aterrorizantes. Eles não eram nada além de piscinas escuras, cheias de nada. Sem simpatia. Sem cordialidade. Sem curiosidade.
“Quem é você?”, disse ela em voz baixa. Ele não disse nada enquanto entrava em sua casa.
“Ei”, disse ela de repente. “Você não pode entrar aqui”. Ela pegou o abajur sobre a mesa lateral e tentou golpeá-lo com ele.
Ele o tirou facilmente de suas mãos e a empurrou para o chão. Um segundo homem o seguiu, e facilmente a empurrou para o chão. Um segundo homem o seguiu, bateu a porta e se posicionou na frente dela, olhando para Tanya. “Fique de olho nela”, o careca murmurou.
Tanya se levantou. “Quem é você?”, disse ela, também em voz baixa.
Ambos a ignoraram, e o primeiro começou a revistar o lugar. Ela observou que as fotos dela e de Alana chegaram a cair no chão. Ele rasgou os livros das prateleiras e suas almofadas foram lançadas ao ar. Quando ele tinha acabado na sala de estar, começou a fazer o mesmo nos quartos. Ela ouviu os móveis caindo no chão, eu era feito com a sala de estar, eu comecei nos quartos. Ela ouviu mobiliário cair no chão, e quanto mais ele procurava, mais furioso parecia ficar. Finalmente, ele voltou para a sala de estar e a derrubou no chão novamente. “Onde ela está?”, ele berrou.
“Eu não sei!”, ela respondeu, com medo. Ele afastou sua mão e a golpeou no queixo. Doeu, e ela sentiu que as lágrimas brotaram em seus olhos. “Eu não estou mentindo. Eu também não consigo encontrá-la. Estou preocupada”.
“Você deve estar”, disse ele com a voz mais calma. “Porque se você não souber onde ela está, você não é mais útil para mim.”
O terror tomou conta dela quando ele a empurrou para o chão novamente. Ele tirou uma arma e calmamente apontou para ela. “Última vez. Onde ela está”?
“Eu não sei. E se eu soubesse, com certeza não diria a você”. Ela fechou os olhos e virou o rosto de lado. Quando o tiro soou, ela pulou e gritou, mas a bala não a atingiu. Em pânico, ela abriu os olhos e viu o homem que estava de guarda na porta cair. O sangue escorria de sua cabeça. Outro estranho entrou em seu apartamento, e o primeiro correu rapidamente em direção aos quartos. Ela não sabia que alguém tão grande poderia se mover tão rápido. O novo estranho xingou e correu atrás dele.
Com sotaque russo. E ela viu uma oportunidade de escapar, correndo até sua mochila, mas antes que ela pudesse chegar na porta, uma mão agarrou o seu braço. “Ele escapou. Se você sair daqui, ele vai matar você”.
Ela virou-se para trás e olhou bem para ele. Ele era deslumbrante. Não havia nenhuma
dúvida sobre isso. Ela identificou as mesmas feições de Vadim. O mesmo cabelo escuro e barba por fazer. Os olhos do homem eram de um verde brilhante, e ele olhou para ela também, ela podia ver a crueldade nele. Mas também havia algo mais. “E o que você vai fazer comigo?”, ela sussurrou.
Qualquer suavidade que ela tinha conseguido identificar em seu rosto tinha desaparecido instantaneamente. “Vou usá-la para atrair sua amiga. E se ela não vier até você, eu vou te matar”.
Os olhos dela se arregalaram conforme ele apontou a arma em sua direção. “Vejo que você já fez as malas. Excelente. Você vai sair calmamente do apartamento e entrar no banco de trás do carro preto estacionado aqui na frente. Se você gritar, tentar fugir ou se comunicar com alguém, eu vou atirar em você e atirar em quem mais aparecer. Você entendeu?”
Corajosamente, ela assentiu. Ele soltou seu braço e guardou a arma no bolso. “Vamos. Agora”.
Olhando para o homem morto, ela engoliu seco. Quando ela cautelosamente tentou dar um passo sobre ele, ela tropeçou e se apoiou na porta. Em pânico, ela lançou um olhar por cima do ombro, mas ele não pegou sua arma. Em vez disso, sinalizou com a cabeça, impacientemente. Tanya abriu a porta. Estacionado fora do apartamento, estava o mesmo carro que ela tinha visto passar pelo clube. Outro homem vestido com um terno estava casualmente encostado na porta do motorista. Também tinha as mãos no bolso.
Ela viu o contorno da arma e tentou não desmaiar.
Não havia uma única alma na calçada ou passando pela rua. Ela esperava mais do que qualquer coisa que alguém a visse entrar no carro, mas a sorte não estava do seu lado. O motorista abriu a porta, e Tanya entrou. Quando a porta se fechou, ela percebeu que o outro homem não tinha entrado com ela.
Ansiosamente, ela olhou para fora da janela. Alguns minutos se passaram antes que ele saísse de seu apartamento. Casualmente, ele olhou para os lados e seguiu em direção ao carro, abrindo a porta de trás.
"A equipe de limpeza deve chegar em breve”, ele disse ao motorista. “O morto tem a tatuagem dos Sousa.”
“O que é a tatuagem dos Sousa?”, perguntou Tanya sem pensar. Seu captor virou a cabeça e lhe deu um olhar frio.
“Quanto menos perguntas você fizer, maiores serão suas chances de sobrevivência”, disse ele finalmente.
“Como se você fosse simplesmente me deixar ir embora”, ela murmurou. Seu queixo latejava, e ela passava a mão por ele com cuidado.
“Se Jameson vier até você, você pode sobrevier. Ele bateu em você?”
“O quê?”
“O homem que revistou seu apartamento”, o estranho disse, impaciente. “Ele bateu em você?”
“Ele tentou me matar”, Tanya disparou. “O que te interessa se ele me bateu?”
O estranho apenas sorriu para ela. “E eu salvei sua vida. Eu acho que eu poderia receber algum respeito por isso.”
Será que ele estava brincando? Uma estranha explosão de riso surgiu dentro dela. “Ah, isso é bom. Você acha que porque me salvou eu vou lhe contar tudo o que eu sei. Já ouviu falar de trocar seis por meia dúzia?”
Ele se inclinou para trás e se ajeitou no assento. Casualmente, ele rolou a manga da camisa para cima, e ela podia ver as tatuagens que cobriam o seu braço. “Eu ouvi o que você disse a ele.
Embora sua lealdade com sua amiga seja louvável, é provável que isso acabe causando a sua morte”.
Tanya encolheu os ombros. Se ele conseguia agir casualmente em relação a isso, ela também conseguiria. “Eu não estava mentindo. Eu não sei onde ela estava. Eu estivesse procurando por ela, mas não cheguei a lugar algum”. Ela respirou fundo. “Você e Vadim são parecidos, poderiam ser irmãos”.
“Primos, na verdade. Mas Vadim era como um irmão mais velho para mim, e eu pretendo encontrá-lo. Se você ou sua colega de quarto estiverem trabalhando para os Sousa, e se vocês o mataram, eu tenho a intenção de me vingar de vocês, um a um”.
Um arrepio de horror correu por sua espinha. “Qual é o seu nome?”, disse ela suavemente.
“Andrei Volkov.”
O fato de ele não se preocupar em dizer isso a ela não lhe pareceu nada bom. “Bem, senhor Volkov, eu posso garantir que eu nunca ouvi o nome Sousa antes, e Alana ama Vadim. Ela nunca o machucaria.”
Andrei virou o rosto. “Sim. E, aparentemente, Vadim a amava. Mas isso só significa que a senhorita Alana Jameson é boa no que faz. Vadim não abandonaria sua família.”
“Nem mesmo por amor?”, Tanya sussurrou.
Andrei se virou e olhou para ela. “Senhorita Lawson, aplaudo a sua natureza romântica. É difícil manter um ponto de vista otimista em tempos de cinismo exaustivo. Mas eu garanto a você que eu passei pelo mesmo treinamento de Vadim. Não há espaço para o amor em nós”.
Sua voz era fria e vazia de qualquer tristeza ou arrependimento. Tanya se acomodou no carro e olhou pela janela. Ela não sabia se ele estava dizendo a verdade sobre Vadim, mas ele certamente acreditava naquilo.
Ela precisava escapar ou morrer tentando.
* * *
“Eu acredito que tenha lhe dito para usá-la para enviar uma mensagem. Isso geralmente não envolve um sequestro”, disse Gregory calmamente pelo telefone. “Andrei, o que você está fazendo?”
Andrei olhou para Tanya conforme ela se sentava cuidadosamente na cama do hotel. Obviamente, o motorista o havia entregado. Ou Gregory tinha espiões.
E isso não seria incomum. “Houve um contratempo no plano”, disse ele, passando tranquilidade.
“Os Sousa não são um contratempo”, seu tio disparou. “Eles são um pequeno incômodo.”
Ah. Eu sabia sobre os Sousa. É evidente que o motorista o havia dedurado. Isso perturbou Andrei, mas ele teria que lidar com aquilo mais tarde. “Ainda assim, eu vi uma oportunidade, e aproveitei. A mulher é fortemente leal com a senhorita Jameson. Ela preferiria morrer do que dizer onde ela está. É provável que a senhorita Jameson sinta o mesmo em relação a ela. Se ela souber que sua amiga está em perigo, é provável que ela saia do esconderijo para tentar resgatá-la.”
Houve silêncio do outro lado da linha. “E se você estiver errado?”
“Então eu volto para o nosso plano original.”
“Tudo bem. Aproveite esse tempo para conseguir tirar dela cada gota de informação. Não importa como. Eu quero meu filho de volta para casa”.
Andrei fez uma pausa. “Eu tinha pensado que o Sousa estava envolvido, mas se ele também a estava perseguindo, ele não deve estar envolvido”.
“Eu tenho muitos inimigos, Andrei. Você sabe. Sousa é apenas um. Mas eles estão tentando
ganhar algo com esse desaparecimento, e você não deve deixar que isso aconteça.” A ligação terminou e Andrei guardou o telefone de volta em seu bolso.
Ele não mencionou sua desconfiança para seu tio. Se Alana Jameson trabalhasse para os Sousa e ela tivesse sido desonesta com eles, isso explicaria por que os Sousa estariam atrás deles.
“Quem é Sousa?”
Andrei ergueu os olhos rapidamente. Tanya olhava para ele do outro lado do quarto de hotel. “O que eu disse sobre você fazer perguntas?”, disse ele rispidamente.
“Eu acho que nós dois sabemos que não há como eu sobreviver a isso. Você parece pensar que Alana Isso é algum tipo de agente ou gangster, e ela não é. Então isso significa que você tem que me matar. Então realmente não importa para você se você me contar.”
“Então por que você se importa em saber?”
“Se isso não for nada mais do que os dois fugindo para ficarem juntos e você perceber que ela não está envolvida em seu mundo violento, então você pode deixá-la em paz. E eu posso te ajudar.”
Ou ela era muito boa ou era muito ingênua. De qualquer forma, Andrei não tinha nada a perder. “Os Sousa são uma família criminosa de Nova York. Nós não apenas estamos mantendo o nosso território, estamos também expandindo. Os Sousa têm sorte que meu tio ainda os deixe vivos. Eles não são nada”.
“O nada quase me matou hoje”, Tanya disparou. “Por que eles estão atrás de Alana?”
“Você é quem tem que me dizer”.
“Alana não trabalha para eles. Confie em mim, nós nunca ficamos longe uma da outra. Não há nenhuma maneira de Alana trabalhar para qualquer tipo de organização. Ela nunca sequer
esteve em Nova York. Eles não estão atrás dela. Eles estão atrás de Vadim. Talvez ele estivesse
enganando vocês”.
Andrei bufou. “Vadim nunca trairia sua família.”
“Se você o conhece tão bem, então onde ele iria se estivesse fugindo? Ele prefere um clima frio? Um clima mais quente? Cidade ou campo?”
“Ele faria o oposto do que eu pensaria”, Andrei disparou.
“Então isso facilitaria as coisas também. Pegue tudo o que ele gosta e siga na direção oposta”. Ela olhou para ele. “Alana gosta de clima quente. Ela prefere o campo, mas é bonita demais para se esconder em um lugar assim. As pessoas notariam. Ela iria para um lugar onde ela se misturaria com mais facilidade. Onde há muita gente bonita”.
Andrei cerrou os dentes. “Você está insinuando que eu não conheço o meu primo. Você não está errada. Nós estivemos longe por muito tempo, mas simplesmente porque eu não conheço seus lugares favoritos, isso não significa que eu acredite que ele esteja fugindo de mim”.
Tanya deu um sorriso triste. “Mas se você não o conhece desde o começo da vida adulta, então você não tem ideia do que ele esteja pensando. Ele não está traindo de você por estar fugindo”.
“Na minha família, as duas coisas significam o mesmo”, disse Andrei teimosamente. “E Vadim sabe disso.”
“Talvez seja por isso que não pode ser encontrado. Ele não quer ser encontrado.” Ela se virou e olhou para fora da janela. “Então o que você faria se o encontrasse? O arrastaria de volta para a família, onde ele seria executado?”
“Ele é o herdeiro. Ele seria perdoado.”
Ela nem sequer se virou. “Certo. Porque seu tio deve ser muito indulgente mesmo”.
Andrei não conseguiu conter o sorriso. Talvez aquela bela mulher não era tão ingênua quanto pareceu a princípio.
Ela saiu da janela e se esticou na cama. Quando ela fez isso, sua camiseta subiu apenas alguns centímetros, e ele conseguiu ver um pouco de sua pele. Algo dentro dele despertou. Ela parecia alheia à sua reação e levou a mão ao seu queixo machucado. Uma estranha raiva primitiva havia tomado conta dele quando ele assistiu pela janela aquele homem do Sousa bater em seu rosto. Quando ele o encontrasse, ele acabaria com ele.
Não seria por Vadim ou por seu tio. Seria por Tanya.
E quando chegar a hora de você acabar com ela, pedacinho por pedacinho, zombou uma voz dentro dele. O que vai fazer?
Seu trabalho. Nada poderia impedi-lo de fazer o seu trabalho. Nada, nem mesmo sal beleza ou como ele reagia a ela, nada poderia atravessar toda aquela casca grossa que ele tinha. Ele era um soldado russo. Não havia espaço para cordialidade ou fraqueza em sua vida.
Quanto mais cedo ele se livrasse dela, mais fácil seria para ele.
Capítulo 3
Tanya nunca tinha estado em um bom hotel antes. Ela tinha saído com um advogado por um tempo, mas ele sempre tinha sido pão-duro. Ela abriu os dedos sobre os lençóis feitos de cetim branco e tentou não se deleitar com o luxo que estava debaixo de sua pele. Sua vida tinha tomado um rumo interessante no último dia. Não só Alana estava desaparecida, mas ela agora mesma agora era uma prisioneira em um hotel cinco estrelas, com o homem mais sexy que ela já tinha visto.
Ela não sabia se ficava aterrorizada ou excitada.
“Por quanto tempo ficaremos aqui?”, disse ela com a voz baixa.
Andrei atravessou o quarto e olhou para fora da janela. “Até que eu tenha algum outro lugar para ir”, respondeu ele no mesmo tom.
“Até o seu tio mafioso dizer a você que precisamos ir para outro lugar?”, indagou ela, revirando os olhos. “Fala sério, Andrei! Eu sei que você quer encontrar Vadim e nós não os encontraremos trancados aqui neste hotel incrível”.
“Incrível?” Ele se virou e levantou uma das sobrancelhas. “Estou feliz que você esteja se acostumando com o ambiente”.
“Não estou me acostumando. Estou simplesmente sendo descritiva”, retrucou. “Além disso, isso não é o mais importante.”
Ele andou até a cama até ficar bem em frente a ela. Ela ergueu o queixo para olhar nos olhos dele, e ela ficou repetindo a si mesma que ela não seria intimidada por ele. Um sorriso lento cruzou o rosto dele quando ele se inclinou. A respiração dela ficou persa na garganta enquanto ele chegava mais perto. Parte dela queria se aproximar e correr os dedos ao longo de sua nuca e
queixo, mas a lógica foi mais forte. Em vez disso, ela estendeu os braços até alcançar o peito dele e o empurrou.
“O que você pensa que está fazendo?” A voz dele estava mais forte do que ela teria gostado, e preferiu não responder.
Ele estalou a língua contra os dentes e colocou as mãos debaixo do travesseiro. O coração dela se acelerou quando ele pegou sua lixa de unha. “Você achou que eu não tinha visto que você se armou?”, ele perguntou com um risinho. Ficando em pé, ele examinou o objeto metálico. “E o que você espera fazer com isso? Me apunhalar?”
“Apunhalar você?” Ela piscou os olhos. “Eu só queria manter minhas unhas do jeito que eu gosto. É preciso estar bonita para o seu sequestrador”.
“Não importa. Você não conseguiria usá-la de forma violenta mesmo. Não se esqueça de que a tenho observado por vários dias. Você captura aranhas e as solta, em vez de pilar nelas. Você nunca esfaquearia alguém”.
“Se as circunstâncias pedissem por isso, eu conseguiria”, ela respondeu. Mas ele não estava errado. Ela realmente não tinha estômago para machucar alguém, e esse pensamento quando esticou o braço para pegar a lixa de unha de volta.
Ele jogou a lixa dentro de sua bolsa. Ela levantou as sobrancelhas em surpresa. Parte dela tinha certeza que ele a jogaria fora. Ela então pensou que ele realmente achava que ela não a usaria.
“Eu vou pedir o jantar”, disse então Andrei. “O que você quer?”
“Champanhe e caviar”, ela retrucou.
Eu sorri e saiu do quarto indo até a sala de estar. Agora que ela estava sozinha, ela pensou desesperadamente em deixar a lixa de unha perto dela novamente. Ou qualquer outro objeto que
poderia servir como arma. Mas do que adiantaria? Ela tinha a sensação de que não faria diferença. Especialmente se aqueles Sousa ainda estivessem atrás dela.
Em vez disso, ela se levantou e se espreguiçou. Ela ainda podia lembrar da forma que aquele homem a havia batido, e ela se sentia suja. “Posso tomar um banho?”, ela perguntou, colocando a cabeça para fora do quarto.
Ele estava no telefone, com o cardápio aberto em sua frente. Depois de um momento, ele assentiu. Aliviada, ela foi até o banheiro e trancou a porta. Tirando suas roupas, ela ficou sob a água quente e tentou se imaginar lavando cada lembrança dolorosa daquele dia. À medida que a água atingia seu queixo, mais ele doía. Mas ela levou a mão sobre ele mesmo assim.
Lágrimas ameaçavam cair. O que ela estava pensando? Ela não tinha nada a ver com aquela situação. Tudo o que ela queria fazer era trabalhar como chef em um bom restaurante, sair para beber com alguns bons amigos e voltar para casa e encontrar um homem bom. Ela não era um detetive. Ela não queria aventuras. O que a fez pensar que ela poderia encontrar e resgatar Alana?
Fungando, ela enxugou as lágrimas e endireitou os ombros. Não importava o que ela achava que podia fazer. O importava que ela estava em uma posição que a possibilitaria encontrar Alana. E ela tinha que aproveitar isso ao máximo.
De repente, uma sombra surgiu atrás dela. Gritando, Tanya imediatamente se cobriu com as próprias mãos e espiou para fora da cortina. Andrei se encostou contra o balcão com um olhar entretido no rosto. “Sem portas trancadas”.
“O que você quer dizer com sem portas fechadas? Eu estou tomando banho. Eu gostaria de fazer isso em paz”, ela resmungou. Quanto será que ele podia enxergar através da cortina branca?
“Como você pode ver, portas trancadas não me impedem de nada. Mas elas me atrasam, e estamos em uma situação onde tudo o que pode me atrasar é ruim. Então nada de portas trancadas”.
“Tudo bem”, ela respondeu. “Nada de portas trancadas. Mas um pouco de privacidade seria bom.”
Os olhos dele percorreram a cortina do chuveiro, e ela estremeceu. O que ela faria se ele rasgasse a cortina e entrasse no chuveiro com ela? Certamente iria lutar. Ele era seu captor, e não havia como se sentir atraída por ele.
Ela não iria deixá-lo tocar sem corpo de jeito nenhum, nem descobrir o que a fazia estremecer de desejo.
Por um momento, ele voltou a parecer perigoso, quando seus olhos se encontraram com os dela. Certa de que ele conseguiria ler sua mente, ela entrou em pânico. “Pra fora”, ela exigiu.
“A comida chegará em breve”, disse ele por fim, desencostando do balcão. Ela conseguiu ver as linhas de sua mandíbula tensionando quando ele cerrou os dentes, se virou e saiu do banheiro. Felizmente, ele fechou a porta atrás de si.
Chocada com a própria reação, ela se apoiou contra a parede do chuveiro. O que havia de errado com ela? Ali estava ela, à mercê do homem mais perigoso que ela já conheceu, caçada por outros homens perigosos, em busca de sua amiga desaparecida, e ainda assim ela se sentia sexualmente atraída por Andrei Volkov.
Com base em toda a humidade que havia entre suas pernas, que nada tinha a ver com a água do chuveiro, ela claramente se sentia muito mais do que sexualmente atraída por ele.
* * *
Andrei abriu a porta para o nervoso atendente do hotel e deu a ele uma gorjeta generosa
pelo carrinho com a refeição que ele trouxe para dentro do quarto. A água do chuveiro tinha sido desligada poucos minutos depois que ele saiu do banheiro, e ele tentou evitar que sua imaginação voasse solta. Ele não conseguiu ver muita coisa através da cortina do chuveiro, mas foi o suficiente para deixar seus hormônios a mil. Mesmo agora, ele se imaginava enxugando aquelas longas pernas. Imaginava como seus seios ficariam enquanto ela secava o cabelo, e como o seu torso longilíneo se moveria enquanto ela se alongava.
Depois de anos de treinamento, ele não conseguia acreditar que ele já estava ficando excitado pela mulher que ele deveria estar usando para encontrar Vadim.
Uma coisa era certa. Quando ele encontrasse Vadim, ele o mataria, por forçá-lo a estar naquela situação. Aquilo era culpa dele.
Tudo aquilo.
“A comida está aqui”, ele gritou rispidamente.
“Eu não estou com fome”, ela murmurou através da porta, e ele fechou a cara.
“Se você não sair e comer, vou entrar aí e arrastá-la para fora. Você tem exatamente um minuto para se vestir e se juntar a mim”, ele respondeu. Ela forçou sua paciência além dos limites, e depois de um minuto e meio, ela finalmente apareceu.
Seu longo cabelo loiro e molhado estava preso com um prendedor, e ela havia tirado toda a maquiagem. Ela não era menos bonita sem ela, e isso o deixou ainda mais irritado. Um hematoma estava se formando ao longo de seu queixo, e ele não pôde deixar de notar que seus olhos estavam inchados e vermelhos. Ela tinha chorado.
Desafiadoramente, ela se sentou na cadeira. Ele empurrou um prato em sua frente e abriu a tampa que protegia a comida. Um sorriso finalmente apareceu em seu rosto e ele colocou uma taça de champanhe em sua frente e a serviu. “Caviar e champanhe? Mesmo?”, disse ela secamente.
Andrei encolheu os ombros. “Foi o que você pediu.”
Revirando os olhos, ela afastou o prato. “Quanto dinheiro você tem?”, murmurou ela, enojada.
Ele sorriu e removeu o prato. Substituiu por outro, com um cheeseburguer e batatas fritas. Os olhos dela se iluminaram de vontade. “O suficiente”, disse ele suavemente.
Tanya levou uma batata frita até a boca. “Obrigada”, disse ela rigidamente.
“Não posso deixá-la morrer de fome antes de conseguir o que quero, não é mesmo?”, disse ele casualmente, enquanto começava a comer o seu bife.
“E quanto tempo isso levará?”
Ele encolheu os ombros. “Estou esperando notícias de algumas fontes. Até lá, ficaremos esperando”.
“E quando você receber notícias de suas fontes?”
“Então nós iremos para onde as informações nos levarem. E não pararemos até que eu encontre Vadim. E se eu descobrir que ele está morto, não pararemos até que eu consiga a minha vingança.”
Tanya revirou os olhos. “Alana não é uma assassina. Ela é formada em administração e trabalha como gerente de bar. Eu estive com ela a minha vida inteira. Ela não é uma assassina.”
“E talvez você a esteja protegendo”, disse ele com tranquilidade.
“Convenhamos. Se eu fosse uma assassina, eu não estaria me armando com uma lixa de unha”, Tanya disparou antes de dar uma mordida no seu sanduíche. Depois de um momento, ela engoliu e o encarou. “Você estaria morto agora, porque eu seria uma assassina incrível”.
“E assassinos incríveis sabem quando esconder seus segredos”, ele disse suavemente.
Ela suspirou, claramente frustrada com ele. “Conte-me sobre sua família”, disse ela enquanto mastigava uma batata frita.
“Partilhar os meus segredos com você? Acho que não”.
“Então sobre o que exatamente vamos conversar?”, ela resmungou.
Conversar? Por que ela sentiria a necessidade de conversar? Ela era uma prisioneira, e ele claramente precisava firmar seu domínio sobre ela. “Sem conversa. Coma a sua refeição em silêncio”.
“Sem conversa?”
“Qual parte disso você não entendeu?”, disse ele com frieza. “Seu único propósito é atrair Alana Jameson. E você não precisa conversar para isso. Portanto, ou você mantém a boca fechada ou eu vou ter que amordaçá-la.”
Os olhos dela se arregalaram de surpresa, e ela corou. Ele sentiu uma pontada de culpa ao vê-la olhando para a comida. Ele estava sendo excessivamente duro, mas de alguma forma, nas últimas horas, ele tinha perdido o controle da situação. E aquilo era inaceitável.
Ela permaneceu em silêncio durante o restante da refeição. Ao invés de continuar a desfrutar de sua comida, ela ficava apenas dando umas beliscadas. Finalmente, ele não conseguiu mais aguentar aquele seu humor e retirou os pratos. Depois de ter afastado a bandeja de comida, ele se virou para olhá-la, mas ela já havia ido para o quarto. Andrei pensou em ir atrás dela e lembrá-la que ela não poderia sair sem sua permissão, mas deixou pra lá.
Seu telefone tocou. Andrei tinha enviado o motorista para investigar o clube, e esperava receber uma boa notícia. “Diga-me você tem algo para mim”, atendeu ele.
“Nada mais do que um grupo de festeiros bêbados”, o homem respondeu friamente. “Eu falei com os seguranças. Eles são todos homens do Gregory, e não viram nada fora do comum.
Nada que sugira que Alana fosse mais do que uma empregada e uma amante, e nada que sugira que Vadim tenha sido sequestrado. A menos que alguém esteja mentindo, eu estou inclinado a reportar que Vadim foi embora por vontade própria”.
Andrei ficou furioso. “Não faça nada disso. As palavras deles não provam nada. Se Alana for tão boa quanto eu acho que ela é, eles não teriam visto nada. Você não reportará nada a Gregory, entendeu?”
Houve um momento de silêncio do outro lado da linha. “Você está se aproximando demais da situação. Eles deveriam ter enviado outra pessoa”, disse ele finalmente.
“Eles me enviaram porque eu sou o melhor. Se eu tiver provas de que Vadim seja um desertor, então darei um jeito nisso. Mas eu não vou delatar o meu primo até que eu tenha provas concretas. Eu fui claro?”
“Claríssimo”.
Andrei apertou a mandíbula. O motorista era um recruta novo. Andrei não conseguia nem lembrar de seu nome, mas estava claro que ele era ambicioso.
“Continue de olho no clube. Depois que todo mundo deixar o edifício, entre e me conte tudo o que encontrar. Os guardas têm ordens estritas para lhe dar acesso a todos os arquivos”. Andrei deu uma olhada no quarto. “Pensando bem, mande um dos homens até mim. Vou deixá-lo cuidando de Tanya e me juntar a você nessa busca. “Se Vadim guardar algum material no escritório, ele não gostaria que o motorista tivesse acesso”.
O homem concordou, e o telefone ficou mudo. Andrei tinha instintos excepcionalmente bons, e havia algo que o incomodava naquele motorista. Até agora ele tinha feito tudo o que Andrei exigiu dele, mas ultimamente ele estava ficando cada vez mais beligerante. Ele parecia convencido de que Vadim era um traidor.
É claro que ele gostaria que Vadim fosse um traidor. Então haveria uma abertura de vagas, e aquele que tivesse desvendado tudo isso conseguiria uma promoção impressionante.
E Andrei não podia negar que tudo aquilo seria muito bom. Mas ele ainda não estava prestes a desistir de Vadim. Mesmo que os sinais fossem óbvios.
Ele entrou no quarto e encontrou Tanya procurando por algo em sua mochila. Ele já a havia revistado e não tinha encontrado nada perigoso, então não estava muito preocupado. Ainda assim, ele inclinou a cabeça com curiosidade. “O que você está procurando?”
Ela levantou a cabeça e olhou para ele em silêncio.
“Você deve falar quando eu lhe fizer uma pergunta”, disse ele com a voz grave.
“Eu não sabia se tinha autorização para falar”, zombou ela. “Eu agradeço que você esteja me dando essa oportunidade de me expressar. Estou procurando um pijama”.
“Pijama?”, ele riu. “Você foi sequestrada. Está preocupada com a roupa com a qual vai dormir?”
“Eu não arrumei minhas coisas sabendo que seria sequestrada”, ela disparou. “E nós estamos em um hotel cinco estrelas, então me perdoe se eu ainda estou tentando ser civilizada”.
Ele deu de ombros. “É bom que você esteja indo para a cama. Eu vou sair em breve por algumas horas e haverá um guarda na porta. Ele será instruído a não falar com você. Ir para a cama é a sua melhor opção”.
Os olhos dela se encheram de pânico. “Você vai me deixar com outra pessoa?”, perguntou ela com a voz baixa.
“Que bom. Fico feliz que você fique preocupada. É bom ficar. Estou pegando leve com você porque você me diverte. Tenha certeza, ele não agirá da mesma forma. Fique no quarto e não
interaja com ele de forma alguma”.
“E quando você vai voltar?”
“Não devo precisar mais do que algumas horas para encontrar o que estou procurando”, disse ele suavemente. O medo na voz dela o estava afetando. “Fique aqui e fique quieta. Você ficará bem”.
Ela assentiu, e ele fechou a porta gentilmente sair. Poucos minutos depois, o guarda chegou. Ele cumprimentou Andrei com a cabeça, sinalizando que estava em posição de obediência.
“Ela é mal-humorada, mas eu acredito que ela não fará nenhuma besteira. Eu não estou completamente convencida de que ela não está trabalhando com a Alana, então fique de olho na porta. Ela não sairá do quarto. Se ela tentar algo, você deve interferir, mas caso nada extremo seja necessário, eu gostaria de voltar e encontrá-la viva”.
“Entendido”, disse o guarda.
Andrei lançou mais um olhar para a porta do quarto antes de sair. Usando o carro que o guarda dirigiu para chegar até lá, ele foi até o Clube Seven. O motorista estava escorado contra o carro que eles vinham usando.
“Há câmeras de vigilância no estacionamento”, Andrei enfatizou. O homem parecia não se importar com aquilo.
Ele deu de ombros. “Eu não estou preocupado. Afinal, esse território é nosso”.
“Sim, mas há pessoas que trabalham aqui que não fazem parte do nosso território. E quanto menos sujeira fizermos, menos teremos que limpar”.
“Nós podemos excluir as imagens quando estivermos lá dentro”, disse o motorista em tom de tédio.
“Estou impedindo você de alguma coisa?”, Andrei rosnou. “Por que você está tão impaciente?”
O motorista abriu a sua boca antes voltar a fechá-la, inclinando a cabeça. “Desculpe”, murmurou. Ele deve ter percebido que Andrei estava nervoso.
“Tudo bem. A chave?”
Andrei pegou a chave e entrou no prédio. A partir de então, o motorista desativou o alarme na parede. “Você vai para o escritório do gerente. Eu vou para o escritório de Vadim”, ordenou.
O motorista hesitou, mas agiu de acordo com as ordens.
A maior parte da papelada no escritório era previsível. Inventário. Inventário falso. Lista da distribuição dos clientes. Escala e horário de trabalho. Depósitos. Tudo estava em ordem. Na verdade, tudo estava mais do que em ordem. A escala era feita com meses de antecedência e os comprovantes de depósitos já estavam assinados. Se Gregory não tivesse mandado alguém investigar a morte da concorrência, eles não teriam ficado sabendo do desaparecimento de Vadim.
Uma sensação ruim pairou sobre ele. Aquilo não poderia ser bom. Ou Danny e Vadim tinham uma excelente equipe ou Vadim tinha planejado sair da máfia e estava dando a si mesmo algum tempo de vantagem.
“Andrei”, o motorista chamou. “Eu encontrei algo.”
Então ele guardou os documentos incriminadores em uma pasta e guardou dentro do casaco. Cautelosamente, ele foi ao encontro do homem no outro escritório. “O que foi?”, disse ele, esperando fervorosamente que não fosse nenhuma prova de que Vadim tinha feito alguma operação que seguiria sem ele durante meses.
Ele estava errado. “Escute isso.” O motorista ligou o computador e abriu algumas gravações de voz. Andrei sentiu um aperto no peito quando ouviu a voz de Vadim sair pelas caixas de som.
“Não se preocupe, pai. Está tudo sob controle”.
O motorista se inclinou e digitou algumas palavras na área de pesquisa, e a mesma frase de Vadim se repetiu. Dessa vez sem entonação, mas ainda estava bom. “Para que ele gravou algumas frases-chave e quase todas as palavras do dicionário. Isso deve ter levado meses”, o motorista murmurou. “Isso não é prova suficiente de que Vadim estava fugindo?”
“Nós não sabemos como ele pretendia usar isso. Nós nem sequer sabemos se Vadim estava envolvido na gravação. Talvez isso foi feito contra a sua vontade”, ele rebateu.
O motorista ficou boquiaberto. “Você não vai ser satisfeito a menos que Vadim esteja em sua frente dizendo que fugiu, não é? O que você pretende fazer? Carregar aquela garota por aí para sempre e dizer a Gregory que você ainda não tem certeza?”
“Qual é o seu problema com a garota?”, rosnou Andrei. “Eu preciso dela para o meu plano.”
“Não há nenhum plano, Andrei. Não há assassino. Aquela menina é um peso morto, e quando você se der conta disso, melhor as coisas ficarão para você. Livre-se dela hoje à noite e apresente a evidência para o seu tio quando voltarmos. Você será o herdeiro”.
Andrei não queria ser o herdeiro. Ele estava mais do que feliz em deixar Vadim tomar as rédeas. “Continue procurando”, rebateu. “Nós não terminamos ainda”.
Ele deixou o motorista e voltou para o outro escritório. Foi só quando ele ouviu a porta bater que percebeu que o motorista havia saído. Em pânico, ele correu para fora para e encontrou o motorista arrancando o carro. “Droga”, resmungou ele enquanto procurava por seu telefone.
Ele não estava lá.
E nem as suas chaves.
O filho da puta deve ter pego dele no escritório. Xingando ainda mais, ele arrombou um
carro estacionado e fez uma ligação direta. Como ele mesmo havia dito para a Tanya, portas
trancadas o deixavam mais lento.
Ele não precisaria roubar suas chaves e telefone se estivesse voltando para Nova York. Então isso significava que ele estava indo para o hotel.
Matar Tanya seria um bônus em seu currículo.
Focado e com raiva, Andrei agarrou o volante e olhou para a escuridão à sua frente enquanto dirigia como um louco em direção ao hotel.
Capítulo 4
Tanya tentou ignorar o fato de que havia um homem estranho do lado de fora do seu quarto. Não que Andrei não fosse um homem estranho, mas pelo menos ela sabia o seu nome. Aquele homem ali fora sem dúvida era tão mortal quanto, e ela duvidava que ele estaria inclinado a salvar sua vida.
Ela puxou os lençóis até a altura do pescoço e tentou dormir. Ela deveria estar esgotada, mas todos os acontecimentos do dia fizeram com que a adrenalina ainda estivesse correndo em suas veias. Ela estava a mil, e qualquer ruído a fazia saltar.
Então, quando ela ouviu uma batida na porta, ela ficou tensa. E então ouviu uma voz familiar falando com o guarda ali fora.
O motorista. Ela realmente precisava aprender seu nome.
Mas por que ele estava de volta e não Andrei? Ela se arrastou até a porta e tentou ouvir, mas eles estavam discutindo em russo, e ela não tinha ideia do que estavam falando.
Mas ambos estavam nervosos.
“Vamos esperar pelo Volkov”, o guarda disse finalmente.
“Não”, disse o motorista com uma voz fria. “Nós a levaremos daqui agora”.
De repente, ela ouviu um estrondo. Aterrorizada, ela pegou sua mochila e se escondeu no banheiro. A única arma que ela tinha em sua era a sua lixa de unha, o que dificilmente iria funcionar. Ainda assim, ela jogou a mochila no chuveiro, trancou a porta e ficou procurando por ela freneticamente. Colocando a lixa de unha no bolso, retirou a tampa de cerâmica da caixa de descarga e subiu no balcão do banheiro.
Através das portas, ela conseguia ouvir o som abafado da luta contínua entre os dois. Será que eles tinham silenciadores em suas armas? Ela suou frio só de pensar naquilo.
Tudo ficou em silêncio, e ela ignorou as dores musculares nos braços e segurou sua arma de cerâmica no alto. E quando um corpo entrou correndo, derrubando a porta o banheiro, ela a arremessou com força.
O motorista gritou e caiu no chão. A arma saiu voando através do azulejo, e quando ele tentou ir atrás dela, ela bateu nele novamente. Finalmente, ele ficou imóvel.
“Tática interessante.”
Assustada, Tanya tentou usar sua arma novamente, mas Andrei estava preparado e agarrou seu braço. “Calma. Sou eu”.
“É você?”, ela bufou. Rangendo os dentes, ela mergulhou em direção à arma, ainda sobre os azulejos, e quando ela se virou, Andrei tinha a sua própria arma apontando para ela. “Você vai me matar quando tudo isso acabar”.
“Esse era o plano”, disse ele calmamente. “Mas os planos mudam.”
Tanya não sabia nada sobre armas. Ela nem sequer sabia se estava com a trava de segurança, mas não baixou as mãos. “E seus planos mudaram?”
“Eu não acho que Vadim foi forçado a ir embora. Eu acho que ele saiu por conta própria.”
Um alívio tomou conta dela. “Então você não acha que Alana seja uma assassina?”
“Não.” Ele apertou a mandíbula novamente. “Mas isso não significa que eu não pretenda usá-la para chegar até ele. Vadim é o herdeiro de Gregory. Sem ele, eu vou ser escalado para assumir, e eu não quero isso. Vou fazer um acordo com você”.
Ela ergueu a cabeça. “Estou ouvindo”.
“Você vai seguirá comigo sob o pretexto de que ser minha refém para atrair Vadim e Alana. Eu falarei com Vadim e prometer manter suas férias em segredo com a condição de que ele volte para a sua família. Você e Alana serão levadas de volta e em segurança para a sua casa”.
“E se eu não concordar com isso?”
“Eu vou atirar em você”.
Tanya franziu a testa. “Eu estou apontando uma arma para você. Eu não acho que você simplesmente atirará em mim”.
“Com base em sua mira, você vai errar. Por pouco. Aposto que você nunca disparou uma arma antes, e isso já vai fazê-la hesitar. Eu não vou ter nenhum problema em puxar o gatilho antes de você. Essa é uma boa oferta, senhorita Lawson. Você quer que sua amiga de volta, e eu quero o meu primo de volta. Por que você está lutando comigo sobre isso?”
“Se Alana foi embora com ele é porque o ama. Eu não quero estragar as coisas para ela”, sussurrou.
Andrei deu de ombros. “O amor é superestimado. Ela vai encontrar outra pessoa. Você está disposta a arriscar sua vida pela felicidade de sua amiga?”
Soltando um palavrão, ela abaixou a arma. Se ele baixasse a guarda, talvez ela pudesse fugir. Ele sorriu e puxou o gatilho.
Aquilo não fez muito barulho, mas Tanya gritou mesmo assim. A bala enterrou-se no corpo do motorista, e o sangue começou a escorrer de seu peito. “Por que você fez isso?”, ela perguntou, em choque.
“Ele sabe que Vadim fugiu. Eu não posso permitir que ele conte isso a Gregory. Vamos. Temos que sair agora”.
Mas ela não conseguia se mover. Ela só conseguia olhar para o corpo morto ao seu lado. Ela o deixou inconsciente, e agora ele estava morto. Ela fez parte de um assassinato.
Ela fez com que ele fosse morto. E ela nem sequer sabia p seu nome.
“Você só se defendeu”, ela repetiu várias vezes com a voz fraca. Por alguma razão, ela não conseguia superar aquilo.
“Tanya,”, ele resmungou, impaciente. Quando ela não se moveu, ele passou por cima do corpo e a levantou. Pegando sua mochila de dentro do chuveiro, ele a arrastou para fora do banheiro. Quando pegou suas próprias coisas, ele parou somente tempo o suficiente para tirar a arma do guarda.
O quarto estava todo bagunçado. Os móveis tinham sido arrastados e tirados do lugar, havia sangue por toda a parte. Ela olhou boquiaberta par a cena. Havia muito sangue.
O guarda estava morto. Ela também não sabia o seu nome. “Eu vou vomitar”, ela murmurou, enquanto levou uma das mãos até a barriga.
“Depois”, disse ele ao agarrar seu cotovelo. Ela cambaleou atrás dele quando ele a puxou para um dos elevadores. “Respire”, ele ordenou.
Automaticamente, ela inalou. Mas aquilo não fez as imagens sumirem de sua cabeça. Ela carregou visões de sangue e morte durante o resto da noite.
* * *
Enquanto dirigia, ele olhou para ela. Parecia que ela estava caída sobre o banco da frente e dormindo, mas seus olhos estavam abertos. E distantes. Andrei imaginou que fosse sua primeira vez vendo um cadáver.
Ele, por outro lado, tinha praticamente crescido com imagens como aquela. Para ele, era um
modo de vida. Quando ele fez dez anos, ele começou a sair para passeios com seu pai. Quando
ele tinha doze anos, ele matou pela primeira vez. Ele não conseguia se lembrar da última vez que algo o havia chocado.
E ele não tinha palavras para confortá-la.
Puxando o seu telefone, ele manteve os olhos na estrada enquanto discava. “São quatro horas da manhã”, seu tio resmungou. “É melhor que isso seja bom.”
“Nós tivemos um confronto”, disse ele calmamente. “O motorista e um dos guardas do Clube Seven estão mortos. Estamos na estrada”.
“A garota ainda está viva?”
“Sim.”
“Que bom. Para onde você está indo?”
“Eu ainda não sei ao certo. Eu consegui algumas informações no clube. Eu preciso dar uma olhada em tudo isso”. Ele olhou para Tanya. “E depois vou interrogar a mulher”.
“Isso foi coisa dos homens do Sousa?”
“Parece que sim”, ele mentiu.
Gregory resmungou. “Mantenha-me informado. Porra, e não me ligue tão cedo”.
Ele desligou o telefone e olhou para Tanya novamente. Ela tinha virado a cabeça e olhava para ele. “Você tem ferramentas especiais para usar para me interrogar?”, disse ela com uma voz fraca.
“Não seja ridícula”, ele murmurou. “Eu não vou interrogá-la. Mas precisamos manter as aparências”.
“Quantas pessoas você matou?” Ele ficou inquieto ao ignorar a pergunta, e ela bufou. Foi o primeiro sinal de emoção que ela tinha dado desde que eles saíram. “Você nem mesmo sabe, não é?”
“Estilo de vida diferente”, disse ele enquanto estendeu a mão e ligou o rádio. Ela percebeu que ele fugia do assunto e se voltou para a janela. Ele não sabe quantas pessoas matou. Mas era melhor assim, porque ela nunca o perdoaria se chegasse a saber o número.
Andrei nem mesmo sabia ao certo por que aquilo importava.
Ele dirigiu até um hotel do outro lado da cidade. Não chegava nem perto do qual eles haviam saído, mas tinha um fácil acesso tanto na parte da frente quanto na parte de trás, e isso era algo muito mais valioso naquele momento. Ele costumava ficar em hotéis de luxo e também em lugares que cobravam por hora. Isso fazia pouca diferença para ele.
Enfiando a mão em sua mala, ele puxou um par de algemas. Ela nem sequer olhou para ele quando ele a algemou na porta. “Vou conseguir um quarto para nós. Não se preocupe. Voltarei em breve.
“Claro.”
O gerente estava assistindo televisão e mal olhou para cima quando Andrei pediu por um quarto. “Duas camas de casal, por favor.”
“Eu não tenho nenhum com camas de casal”, o gerente disse ao olhar para cima. "Percevejos. Tivemos que queimar a maioria deles. Posso dar a você dois quartos lado a lado pelo mesmo preço.”
Andrei franziu a testa. “Um quarto.”
“Pelo mesmo preço, cara. Sem nenhum custo.”
“Um. Quarto.”, Andrei repetiu. Ele não conseguiria vigiar ou proteger Tanya se ela estivesse em outro quarto. O gerente deu de ombros.
“Faça como quiser. Quantas noites?”
“Duas, embora talvez precisemos ficar mais tempo”.
“Nós não temos muito movimento por aqui. Então tudo bem.” Ele pegou o dinheiro de Andrei e lhe entregou a chave. “Aproveite sua estadia. Gelo, bebida e máquinas de venda automática ficam nas duas pontas.”
Andrei pegou a chave e acenou com a cabeça. Tanya ainda estava algemada no carro. “Eu sinto muito por isso”, ele murmurou enquanto a soltava.
“Você matou um homem hoje. Eu pensei que me algemar seria a menor de suas preocupações”, disse ela, entorpecida por toda a situação. Andrei ignorou e pegou suas coisas. Uma vez no quarto, ela foi até o banheiro.
“Eu vou tomar um banho”, ela anunciou.
Ele franziu a testa. “Você já tomou banho hoje à noite.”
“Ter ficado perto de um homem morto fez eu me sentir suja”.
Andrei começou a se irritar. “Ele teria matado você”.
"Sim, e eu o derrubei. Ele estava inconsciente no chão. Ele não estava machucando ninguém.”
“Ele teria ido direto até o meu tio e anunciado que Vadim é um traidor. Você sabe o que eles fazem com os traidores na minha família? Eles não apenas o matam, eles matam todas as pessoas que eles mama. Uma vez que eles encontrassem sua amiga, ela não teria chance alguma. É isso o que você quer?”
Ele viu que as lágrimas tomaram conta de seus olhos. “O que eu quero é ir para casa e
preparar o jantar para a minha amiga e eu. Eu quero voltar no tempo e dizer a ela para não fazer isso. Eu só quero ficar segura.” Virando o rosto, ela entrou no banheiro e fechou a porta.
Andrei sentiu sua raiva indo embora. Ela estava passando por algo difícil. E ele não a entendia. Não de verdade. Ele tinha tido amigos e família, mas foi ensinado a manter todos a certa distância. Ele não devia se aproximar de ninguém. Vadim provavelmente era a única pessoa de quem Andrei realmente se sentia próximo. Então ele não podia continuar a ficar bravo com o estado emocional de Tanya. Aquilo não fazia parte de seu estilo de vida. Ela ainda estava se adaptando.
Ele instalou uma câmara escondida para observar a porta e depois instalou outra na janela do bainheiro. Ela nem sequer gritou com ele por entrar lá enquanto ela tomava banho. Ele não tinha certeza de que ela sabia que ele estava lá. Ele podia ouvir seu pranto.
Uma vez que as câmeras foram instaladas e ligadas ao seu telefone, ele deitou na cama. Quando ela saiu, estava vestida com uma blusa sem manga e uma calça de flanela. Seu cabelo estava, mais uma vez, todo molhado, mas ela estava incrível. Ele teve um súbito desejo de inclinar a cabeça dela para o lado e correr os lábios pelo seu pescoço.
“Eu tenho um sono leve”, ele a alertou. “Então você pode permanecer solta, desde que você não tente escapar. Se você sair deste quarto enquanto eu estou dormindo, eu não só vou pegar você, mas vou mantê-la algemada pelo resto do tempo em que ficarmos juntos. Você me entendeu?”
Ela olhou para a cama. “Eu tenho que dormir ao seu lado?”
Andrei se virou. “Por mim, você pode até dormir no chão. Mas você precisa dormir. Eu vou ter que acordar daqui a algumas horas.”
Depois de alguns minutos, ele a ouviu cambaleando pelo chão. A cama desceu um pouco, e
ele não conseguiu não sorrir na escuridão. Quando ele não sentiu mais nenhum movimento, ele
espiou atrás dele. Ela estava deitada o mais longe possível. Se ela se afastasse mais, cairia da cama.
“Andrei?”
Foi a primeira vez que ela o chamou pelo seu primeiro nome. “Hm?”, ele resmungou.
“O que você faz quando você não está fazendo seus negócios de família?”
“Eu nunca deixo de fazer os negócios de família”, ele murmurou. “Durma”. Era o hábito que o fazia dormir tão rapidamente. Ele aprendeu desde cedo a dormir sempre que podia, e estar próximo de uma bela mulher era o máximo que ele poderia fazer.
Ele sonhou com ela.
* * *
Alguém a estava tocando. Tanya soltou um pequeno gemido quando a mão percorreu seu corpo. Ela deslizou sobre seus seios e até sua barriga. Ela entrou debaixo de sua blusa e acariciou levemente a sua pele. Ela foi ficando cada vez mais molhada e abriu as pernas para permitir o acesso à mão, e a mão obedeceu. Movendo-se sobre sua calça, ela a agarrou. Um polegar acariciou sua vagina, e ela ergueu o quadril.
“Mais”, ela murmurou quando abriu os olhos. Ela virou a cabeça e viu Andrei abrindo os olhos. Ambos congelaram. “O que você está fazendo?”, ela chiou.
Ele sorriu preguiçosamente. “Aparentemente, eu estou me divertindo no meu sonho. O que foi que você gemeu? Mais?”
“Tire sua mão”, disse ela com os dentes cerrados. Em vez de fazer o que ela pediu, ele a acariciou com o polegar novamente. Ela respirou fundo e se afastou. Fora da cama e em
segurança, ela arrumou sua roupa e olhou para ele.
“Me desculpe”, disse ele com uma pequena risada, também se levantando. “Não é sempre que eu acordo com lado de uma mulher excitada”.
“Eu não estava excitada”, ela mentiu.
“Seus mamilos sugerem o contrário”, disse ele secamente.
Ela se cobriu com as mãos e correu para o banheiro. Acendendo a luz, ela levou um susto ao se ver o espelho. Sua pele estava corada e seus mamilos estavam praticamente abrindo buracos através do tecido de sua blusa. Ela jogou um pouco de água fria no rosto e sacudiu a cabeça.
“Pare com isso”, ela murmurou. "Ele é um assassino. Você não dorme com assassinos!”
Mas ela estaria mentindo se não admitisse que partes de seus sonhos eram uma estranha mistura de erótico com horror. Sangue e sexo.
Perfeito.
Quando ela pensou que se recompôs, ela abriu a porta. Ele estava acordado e fazendo café. “Eu preciso de um banho”, ele murmurou enquanto corria as mãos sobre o queixo.
Ele iria ignorar aquilo. E isso era ótimo. Agilmente, ela se afastou dele e nem sequer olhou para ele enquanto ele fechou a porta. Enquanto ele estava ocupado, ela rapidamente se vestiu e se serviu de uma xícara de café. Andando de braços cruzados em volta do quarto, ela olhou para a pasta de papéis sobre a mesa. Curiosa, ela os vasculhou.
Andrei saiu do banheiro todo molhado. Uma toalha estava pendurada em seu quadril e ela podia ver que seu corpo estava cheio de cicatrizes e tatuagens. “Jesus”, disse ela, quando viu uma cicatriz particularmente desagradável que descia pela lateral de seu corpo.
Ele sorriu. “As cicatrizes ou o meu abdome?”
Seu tanquinho era impressionante, mas ela revirou os olhos. “As cicatrizes”.
“Uma lâmina muito cega. Felizmente, não foi muito profundo, mas nunca curou muito bem. “A toalha caiu enquanto ele vasculhou em sua mala, e ela deu um pulo e se virou.
“Como se você nunca tivesse visto um homem nu antes”, disse ele com uma risada. “Pode continuar olhando”.
Em vez disso, ela tentou focar nos papéis em sua frente. Finalmente, ela prestou atenção no que estava olhando e franziu testa. “Esta é uma lista de inventário, mas o Clube Seven não tem esses itens. Se tem, estão em um cardápio secreto”.
“É uma lista de distribuição de drogas”, explicou Andrei. "Itens falsos são usados como apelidos para as drogas. Isso ajuda a manter o controle do que está vendendo e o que não está”.
“Isso faz sentido”, ela murmurou enquanto seguia para a próxima folha. Era um recibo de uma loja de joias. “Anéis de diamante também são um código?”
A cabeça dele surgiu. “Normalmente não. Deixe-me ver isso.” Ele tirou o papel de suas mãos, e ela olhou para ele, irritada.
“Falar por favor ajuda”, ela murmurou.
“Isso parece legítimo”, disse ele enquanto largou o papel na frente dela.
“Espera, então ele realmente comprou um anel de diamante, certo?” Um sorriso se espalhou por seu rosto. “Ele pediu Alana em casamento. Oh, meu Deus, eu gostaria de poder ter estado lá. Sinceramente, nunca pensei que um homem conseguiria isso. Eu me pergunto que tipo de casamento ela quer”.
“Foco”, ele rosnou. “Não haverá casamento.”
O coração de Tanya se apertou. “Certo. Porque Vadim tem que voltar.”
Andrei levantou a cabeça e olhou para ela. “Espera. Será que ela se casaria sem você?”
Tanya encolheu os ombros. “Eu não sei. Normalmente eu diria que não, mas nessa situação? Ela pode não ter escolha.”
“O seu celular. Cadê?”
“Meu telefone? Ele está no apartamento. Eu não consegui pegá-lo antes de você me arrastar para fora”.
Andrei sacudiu a cabeça. “Não importa. Ela provavelmente não iria telefonar. Você tem um endereço de e-mail?”
“Claro que eu tenho um endereço de e-mail. Você precisa dele?”
“Será que ela sabe disso?”
Tanya olhou para ele. “Ela sabe, mas nós não costumamos trocar e-mails. Nós nos telefonamos ou mandamos mensagem de texto. Muito, na verdade. Às vezes a gente se comunica pelo Facebook, quando estamos com preguiça de sair dos nossos quartos”.
“Isso é ridículo”, ele comentou. “De qualquer forma, isso não importa. Vadim não iria deixá-la telefonar, mas ele pode deixá-la enviar um e-mail para você. “Ele empurrou seu telefone em direção a ela. “Verifique seu e-mail. E não faça mais nada.”
Tanya abriu o navegador no telefone e foi para o seu e-mail. Demorou algumas vezes para que ela se lembrasse da senha. Depois de um minuto, ela sacudiu a cabeça. “Só tem lixo eletrônico.”
“Abra mesmo assim. Ela pode ter escrito algo para que parecesse lixo eletrônico.”
“Você está brincando comigo? Eu recebo centenas de e-mails por dia que vão parar no lixo eletrônico. “Andrei pediu o telefone, e ela o trouxe para perto de sim. “Está bem. Eu procuro”.
Franzindo a testa, ela começou a percorrer os e-mails. Havia mensagens sobre como se livrar de seus empréstimos estudantis, baixar o valor do seguro do carro, ganhar cupons de desconto e um para conhecer as meninas quentes da região. Ela continuou a abrir cada um até que uma frase de assunto em particular chamou sua atenção.
“Ganhe uma viagem completa para Paris com passagens aéreas, refeições, hotéis e mais”, ela leu em voz baixa.
Andrei a observou. “É ela?”
“Nós sempre falamos sobre ir para Paris para que eu pudesse experimentar a verdadeira culinária francesa. Eu adoro chocolate e doces, mas eu me dou melhor como chef do que como confeiteira. Esse é um dos meus sonhos. “Ela respirou fundo e abriu o e-mail. Sentando sobre a cama, ela leu em voz alta. “Alguma vez você já sonhou em ver as luzes da Torre Eiffel da janela do seu hotel e passear pelos cafés de Paris pela manhã? Ganhe hoje uma viagem gratuita para você e seu melhor amigo! Quando nada faz sentido em sua vida, confie que tudo ficará bem. Você tomará vinho e dançará sob as estrelas que brilham como anéis de diamante. É a vida que você sempre quis, e ela pode ser sua se você se cadastrar hoje.”
Tanya engoliu seco. “Ela está me dizendo que ela está bem. Ela está feliz.” Ela olhou para cima, em direção a Andrei. “Se nós os encontramos, você irá separá-los. Vadim faz parte da sua família. Você não quer que ele seja feliz?”
Ele olhou para ela com dureza. “Você esquece, senhorita Lawson, de que nós não somos os únicos procurando por eles. E se os encontrarem primeiro, eles vão mata-los. Então o que é mais importante para você? A vida ou a felicidade de sua amiga?”
“Nunca há um meio termo para você, não é?”, ela suspirou. “Você acha que eles estão em Paris?"
“Não. Isso seria muito óbvio.” Ele pegou um notebook de suas coisas e o abriu. “Eu copiei os arquivos das câmeras de segurança durante o último dia de Alana por lá”.
Ele se sentou à mesa, e ela se inclinou sobre ele. Ele tinha um cheiro incrível, e ainda havia alguma umidade na curva de seu pescoço. Ela tinha um louco desejo de chegar mais perto e lambê-lo. Em vez disso, ela tentou focar no vídeo quando ele surgiu. “Não tem som”, ela murmurou, enquanto observava Alana entrar no escritório seguida por Danny.
“Não, mas eu consigo fazer leitura labial”, disse ele suavemente. “Ele está dizendo a ela para entrar em contato com o detetive.” Ele franziu a testa em frustração. “Ele sabe que a câmara o está observando. Ele está escondendo o cartão de propósito. Droga, eu sei que ele está envolvido.” Ele fechou o computador e rosnou. “Nós vamos ter que ir atrás dele”.
“Para que você possa torturá-lo?” Tanya revirou os olhos. “Pelo que sabemos, ele está, na verdade, anotando as informações de contato do detetive.”
“Ele não está.” Andrei se inclinou para trás e ficou batendo com o dedo sobre o braço da cadeira. “Há algo que eu não sei. Algo que não consigo enxergar”.
“Nós não vamos torturar o gerente do clube”, Tanya disparou. “Volte o vídeo, vamos assistir novamente”.
Andrei fez o que ela disse e eles assistiram novamente com atenção. De repente, ela estendeu o braço e clicou em pausar. “Ali.” Ela apontou para o reflexo no monitor do computador.
“Você consegue dar um zoom na imagem?”
“Tanya, este não é um computador de alta tecnologia. Não, eu não consigo dar um zoom”.
Ela deu de ombros. “Não importa. Eu consigo entender um nome. West Side Hotel. Não é este hotel?”
Andrei se virou e olhou para ela. “Você é incrível.” Antes que ela pudesse reagir, ele ergueu
a cabeça e a beijou.
Foi um beijo rápido antes que ele se afastasse e olhasse para ela. Lentamente, ele retomou a posição e a beijou novamente. Dessa vez, o beijo foi lento e quente. Tanya caiu em seu feitiço e chegou até a passar os dedos por seus cabelos. Ela abriu os lábios e sentiu sua língua entrando na boca.
Ela gemeu.
Andrei foi para trás e se endireitou. “Vamos falar com o gerente do hotel e fazê-lo recuperar a memória. Talvez ele possa nos dar mais informações.”
Ligeiramente perturbada por seu beijo, e alarmada, ela agarrou seu braço. “Espere, nós vamos apenas falar com ele, certo? Não vamos torturá-lo”.
“Se ele não me der razão para isso”.
“Andrei, ele não faz parte da máfia. Ele é um trabalhador comum. Ele não vai resistir. Talvez eu deva falar com ele primeiro”.
Ele olhou para ela desconfiado. “Se você pensar em tentar usá-lo para ir embora, você vai se arrepender.”
“Você vai ter que confiar em mim”, disse ela com um sorriso. “Só um minuto”. Ela entrou no banheiro e colocou um pouco de maquiagem. Então ela pegou seu batom vermelho escuro. O que ela só usava à noite. Depois de um momento, ela ajeitou o cabelo e abriu a porta. “Eu não nenhuma roupa para combinar com isso agora, mas acho que consigo tirar alguma informação dele”.
Seus olhos a percorriam avidamente. “Você conseguirá”, disse ele com a voz tensa.
Observando sua expressão, ela não conseguiu não sorrir. Foi bom saber que ela tinha algum
poder sobre ele. “OK, eu posso estar bonita, mas só vai dar certo se eu souber o que perguntar”.
Andrei sorriu e passou a ela algumas perguntas. Respirando fundo, ela tentou parecer casual enquanto caminhava até o escritório do gerente. Ele era alguns anos mais velho que ela. Vestida com roupas amarrotadas, ele estava esfregando os olhos enquanto olhava para a máquina de café em funcionamento. Então ele não tinha tomado café ainda. Isso seria mais fácil do que ela pensava.
“Oi! Eu gostaria de fazer algumas perguntas”, disse ela enquanto se inclinou sobre o balcão. Os olhos dele foram direto para a sua blusa, e ela lutou para não revirar os olhos. Quando aquilo terminasse, ela precisaria de outro banho. Na verdade, quando tudo aquilo terminasse, ela provavelmente precisaria tomar mil banhos.
“Como posso ajudá-la?”, ele murmurou. “Eu posso conseguir um quarto para nós. Quer dizer, para você. Conseguir um quarto para você”.
“Eu não preciso de um quarto. Eu só preciso de algumas informações. Três semanas atrás, um russo alto alugou um quarto com você. Ele tinha uma mulher bonita com ele. Você se lembra disso?”
O homem franziu a testa. “Eu não deveria dar informações sobre os clientes. Você é da polícia?”
Tanya olhou para o nome em seu crachá. “Eu ficaria mais do que feliz em ser da polícia, se você preferir assim, David.”
Os olhos de David se arregalaram. “Certo, bem, se você for da polícia, eu ficaria mais do que feliz em falar com você. Um homem grande apareceu, ele tinha um sotaque americano. Mas quando ele falava ao telefone, ele falava em russo. E ele apareceu sozinho, mas não saiu sozinho. E o quarto estava destruído quando eles foram embora. Eles devem ter se divertido muito”.
Tanya lutou para não olhar para ele com desgosto. “Por quanto tempo eles ficam?”
“Só por uma noite. Eles já tinham saído quando eu cheguei aqui. As chaves já estavam no lugar”.
“Alguém esteve no quarto em que eles ficaram?”
David assentiu. “Sim. É o melhor quarto, então eu o alugo com frequência. Colocamos um carpete novo recentemente”.
De repente, a porta se abriu, e Andrei invadiu o lugar. “O que você está fazendo?”, ela protestou. “Estou cuidando disso”.
Andrei rosnou e agarrou David. Tanto ele quanto Tanya gritaram enquanto Andrei o arrastou sobre o balcão. “Pare! Nós tínhamos um acordo”, ela gritou.
“Nós tínhamos”, ele murmurou. “Até que eu encontrei a câmera no quarto. Ou melhor, as câmeras. Uma no quarto e outra no banheiro.”
Tanya engasgou e deu um passo para trás. “O quê?”
David colocou as mãos para o alto. “É para fins de segurança!”, ele protestou. Andrei colocou sua cabeça contra a mesa e David gemeu.
“Para onde vão as imagens?” David não disse nada, e Andrei o puxou pela camisa e apertou a corrente que ele usava em torno de sua garganta.
“Computador”, disse ele com dificuldade. “Para o computador”.
Andrei acenou para o computador, e Tanya deu a volta para ligá-lo. David sacudiu a cabeça. “Computador pessoal. Mochila”, ele engasgou.
Por um momento, Tanya olhou para ele. “Se é para fins de segurança, por que vão para o seu computador pessoal?”
“Mais tarde”, Andrei resmungou. Ela se abaixou sob o balcão e pegou a mochila de David.
Verificando que o computador estava lá, ela sinalizou com a cabeça”.
“Eu já o peguei. Por favor, solte-o. Ele é nojento e pervertido, mas não vale a pena matá-lo. Por favor.”
Andrei olhou para ela antes de soltar David. “Se alguém vier me procurar e se você falar alguma coisa sobre mim ou sobre a minha acompanhante, eu vou voltar aqui e matar você. Entendeu?”
David concordou e deslizou para o chão. “Seu verme”, Tanya murmurou, enquanto se apressou para seguir atrás de Andrei. “Eu não recebi a informação que você queria, mas eu sei que estamos no quarto onde eles estavam. David me disse que eles trocaram o carpete a pouco tempo, e, confie em mim, a maioria dos hotéis como este não tem um carpete limpo como o do nosso quarto”.
“Tanya, temos algo melhor do que essa resposta. Temos as gravações.”
Claro. Por que ela não tinha pensado nisso? Ela puxou o computador fora da mochila e a abriu. Depois de alguns cliques no computador, ela encontrou o arquivo. “Câmeras de segurança do hotel”, ela murmurou. “Ele não é muito bom em esconder as coisas”.
Ela abriu o arquivo. Os vídeos estavam ordenados por data e quarto. “Organizado, não é, David?” Abrindo os arquivos, ela viu um da noite anterior. Eles eram o único quarto ocupado. Ela o abriu e gritou. Era ela, nua no chuveiro. “Esse cara é nojento!”.
Ela sentiu Andrei olhar sobre ela. Em pânico, ela fechou o computador. “Espaço”, ela gritou.
“Eu preciso de espaço.”
Andrei riu e andou para trás. “Desculpa.”
Rosnando, ela abriu o computador de volta e saiu do vídeo. “OK, Alana desapareceu... neste dia.” Ela se abriu a pasta. “Achei.” Ela se recostou e assistiu ao vídeo.
Andrei voltou atrás dela novamente, e eles assistiram enquanto Vadim caminhou pelo quarto. Depois de alguns minutos, ele abriu a porta. “Alana”, Tanya disse suavemente. Ela ainda conseguia ver os hematomas em Alana, mas havia algo mais em seu rosto.
Raiva. Desespero. Amor.
Ela observou enquanto eles trocavam palavras, e em seguida a cena ficou mais quente. Muito mais. Quando as roupas foram tiradas e Alana foi pressionada contra a parede, Tanya acelerou o vídeo. “Eu não acho que esta parte é necessária”, disse ela enquanto limpava a garganta.
Concordando, Andrei não disse nada. Quando a manhã veio e Vadim e Alana estavam vestidos, Tanya apertou o play. “Não há som. Você consegue ler seus lábios?”
Ele se inclinou para frente e se concentrou. Ela não disse nada enquanto ele tentava entender algo, mas ela podia ver os músculos de sua mandíbula se apertando. Ela observou suas narinas enquanto ele respirava fundo. Finalmente, ele se virou e sorriu. “O que você acha de Las Vegas?”
Capítulo 5
Andrei olhou para o rosto dela pressionado contra a janela do táxi. Ele lutou contra a vontade de sorrir. Nada comparável com Nova York, mas Las Vegas era impressionante. Ele tinha estado lá algumas vezes, mas ela nunca tinha visto o lugar. E ele nunca teve o entusiasmo dela ali.
“Eu preciso me preocupar com uma fuga sua?”, ele brincou.
“Se você me der algum dinheiro, você precisa”, disse ela sem fôlego. “Eu adoraria jogar um pouco. Um pouco de sorte e eu conseguiria pagar os meus empréstimos estudantis e os de Alana!”
Por um momento, ele só conseguiu olhar para ela. Ela realmente amava Alana. Toda vez que ela falava de seu futuro, sua amiga era incluída. E pelas palavras que ele tinha visto Alana dizer no quarto do hotel, ela sentia o mesmo por Tanya.
“Eu te amo, Vadim. E eu vou a qualquer lugar com você, mas você tem que me prometer que quando for seguro, eu posso me encontrar com a Tanya. Ela é minha melhor amiga. Eu nunca fiz nada sem ela”.
Ele suspirou. O amor entre Vadim e Alana era claro. Ele nunca tinha imaginado que Vadim fosse capaz de sentir nada perto do que ele viu no vídeo. E o amor que ela sentia por Tanya era claro. E era esse amor que Tanya estava questionando agora.
Por um estranho momento, Andrei queria lhe dar o conforto de saber que Alana nunca tinha parado de pensar nela.
“Ou você iria perder todo o meu dinheiro”, ele resmungou em vez disso. “Tenha em mente que estamos aqui para encontrar Vadim. Nós não estamos aqui para jogar.”
Tanya se acomodou. “Está certo. Eu esqueci. Você não fazer qualquer coisa que não seja por sua família. Nós estamos em Las Vegas. Relaxe um pouco.”
Andrei se virou para ela e sorriu. “Bem, eu vou ter que levá-la às compras.”
Seus olhos se iluminaram. “Às compras? Por quê?”
“Eu tenho um disfarce para manter em Las Vegas. E isso significa que você também.” Andrei levantou a cabeça e olhou para ela. “Eu acho que você vai ficar deslumbrante de vermelho.”
Ele podia jurar que a viu corar quando virou o rosto.
Ela também ficaria bem tirando a roupa vermelha. E ele tinha planos para ela naquela noite.
* * *
Tanya passou a mão sobre o vestido ousado que ela usava. O decote mergulhava abaixo dos seus seios e o vestido se agarrava a cada curva que possuía. “Eu não posso usar isso”, ela disso enquanto se olhava no espelho. Andrei queria que ela desempenhasse o papel de sua amante, mas não havia nenhuma maneira dela conseguir vestir aquilo.
A mulher que normalmente usaria aquele vestido seria confiante e sexy. E Tanya era uma cozinheira de restaurante. Aquilo não era sexy. E os últimos três namorados que ela teve terminaram com ela. Portanto, ela não estava nada confiante.
Ainda assim, ela pegou o modelador de cachos e começou a arrumar o cabelo. Andrei conseguiu achar um vestido que combinasse perfeitamente com o batom, e ela tinha a sensação de que ele tinha feito isso de propósito. Ela não podia deixar de sorrir enquanto se arrumava.
O fato de que ele a beijou foi o suficiente para fazê-la se sentir sexy e confiante.
“OK, mais uma vez”, ela disse ao próprio reflexo. “Seu nome é Lisa Banks, e você é uma garçonete. O homem com quem você está é Tony Anderson, e ele é podre de rico. Ele também é um analista.” Ela fez uma careta. “Quem é que acredita que um homem musculoso é um analista?”
Houve uma batida na porta do banheiro. “Você está falando consigo mesma aí dentro?”,
perguntou Andrei.
“Praticando”, ela riu. “Apenas praticando.”
“Você não vai sair daí?”
Ela olhou para si mesma uma última vez. Se ela soubesse que ia ter que usar um vestido como aquele, ela teria trazido todos os seus cremes. Ela tinha sorte que a maquiagem era boa o suficiente para esconder o hematoma em seu queixo. E ela tinha uma marca de sol.
Lisa Banks nunca teria uma marca de sol.
“Andrei, você precisa me dar outra coisa”, ela disse ao abrir a porta. “Eu nunca vou conseguir combinar com esse vestido”.
A boca dele se abriu, e ele respirou fundo. “Porra. Tanya.” Ele limpou a garganta. “Você está bem assim.”
“Bem?” Ela olhou para baixo. “Olha, talvez você não precise de mim. Eu posso ficar aqui. Eu prometo que não vou sair do quarto. Eu não quero estragar tudo para você.”
Seus olhos passaram sobre ele. Ele estava vestido com um smoking que escondia cada tatuagem em seu corpo. Seus olhos chegaram até o seu pescoço. Ela esticou a mão e passou o dedo sobre ele. “Maquiagem?”
“Analistas não têm tatuagens no pescoço”, disse ele enquanto a puxou mais para perto. “E você vai vir comigo porque você está incrível”. Ele passou o dedo sobre seu rosto. “Não se preocupe. Eu não vou deixar que nada aconteça com você”.
Ela fechou os olhos e se deleitou com seu toque. “Andrei?”, ela perguntou em voz baixa, mas não sabia o que ela estava pedindo. Não importava. Ele se inclinou mais perto e roçou os lábios nos dela.
“A Lisa Banks não gostaria de ter seu batom borrado”, ele sussurrou ao se afastar.
Ela revirou os olhos. “Lisa Banks não parece ser muito divertida. OK. Qual é o plano?”
"Temos um contato aqui em Las Vegas que nos fornece informações de clientes que apostam alto. Alguns deles devem dinheiro para o Gregory, então ficamos de olho no quanto eles ganham. Eu não sei o que Vadim estaria fazendo aqui, mas se ele veio para cá, Vlad deve saber”.
“Vlad sabe que você é o Andrei? Então por que o disfarce?”
Andrei sorriu. “Só porque o nome dele é Vlad não significa que ele seja russo. Vlad só me conhece como Tony. Eu não falo diretamente com Vlad. Eu fico de olho nele”.
“Você não acabará com seu disfarce de Tony se falar com ele?”, ela sussurrou.
“Eu gostaria de não estragar o meu disfarce. Afinal, Vlad fala diretamente com Gregory, e ele não sabe que eu estou em Las Vegas. Então é aí que você entra”.
Seu coração acelerou. “O quê?”
“Eu a conduzirei até lá.” Ele estendeu o braço. “Senhorita Banks?”
“Senhor Anderson”, disse ela nervosamente enquanto tomava seu braço. Juntos, eles caminharam até a limusine que estava esperando por eles. O motorista levantou a divisória e Andrei se virou e levou uma das mãos até a alça de seu vestido.
“Lisa Banks não é apenas uma garçonete. Ela está atrás de dinheiro e busca mais do que o pobre e velho Tony Anderson aqui pode oferecer. Então, Lisa faz perguntas a Vlad sobre Vadim, demostrando interesse por ele. Especialmente porque ela os viu juntos há alguns meses. Entendido?”
“A Lisa é intimidadora?”, ela perguntou franzindo a testa.
“Não. Lisa é sedutora. O sexo é uma arma, minha querida. Nunca se esqueça disso.” Ele olhou para fora da janela. “Chegamos.”
Tanya sentiu um embrulho no estômago. Ela tentou entrar na personagem da sexy Lisa Banks ao sair da limusine, mas se sentiu como uma criança brincando de desfile de moda. Felizmente, Andrei fez bem seu papel, e foi fácil seguir seus comandos. Quando eles entraram no cassino, ele começou a distribuir dinheiro como se fossem alguns trocados.
Muito dinheiro.
Ela tentou parecer entediada, mas por dentro estava em choque. Andrei era realmente rico daquele jeito? Ela pensou que ele estava brincando quando pediu caviar e champanhe, mas aquilo era muito dinheiro.
Ela ia conversar com ele sobre o hotel cinco estrelas onde eles haviam ficado. “Anderson! Bem-vindo de volta!”, homens lhe davam tapinhas nas costas e olhavam para ela lascivamente, e as mulheres estufavam o peito e olhavam para ela com ódio. Tony Anderson tinha uma boa reputação.
E Andrei certamente tinha a aparência que combinava com aquela reputação.
Ele se inclinou e sussurrou em seu ouvido. “Olhe para a esquerda. O homem sentado no bar é o Vlad. O segundo da esquerda para a direita. Eu quero que você tropece nele, peça desculpas e o reconheça como o homem que estava com Vadim”.
Seu coração pulava dentro do peito enquanto ela lentamente virou a cabeça. Respirando fundo, ela beijou Andrei na bochecha e atravessou o lugar no meio da multidão. Enquanto caminhava para mais e mais longe de Andrei, pensou que poderia tentar fugir dele. Naquela multidão, com tanta coisa acontecendo, levaria um tempo até ele encontrá-la. Talvez depois que ela conseguisse as informações que precisava, ela poderia ir atrás de Alana sozinha e avisá-la sobre o que estava acontecendo.
Ela virou seu tornozelo assim que chegou por trás dele e tropeçou. “Oh!”, ela exclamou, ao bater na mesa. Fiel à sua própria falta de jeito, ela deu um jeito de também fazê-lo bater contra a
madeira. “Eu sinto muitíssimo!”
Ele estendeu a mão para firmá-la. Seus olhos se arregalaram quando ele olhou para ela, e ela sorriu ao inclinar a cabeça para cima. “Você está bem?”
“Sim”, ele gaguejou, rapidamente tirando as mãos dela e arrumando seus óculos. Seu sotaque era totalmente americano, e era fácil ver por que ele ficava de olho em quem apostava alto. Vlad parecia poder se camuflar em uma parede, se quisesse. Completamente imperceptível. Isso fazia parecer o próximo passo mais difícil ainda.
“Você parece familiar. Eu o conheço?”
Chocado por ter sido lembrado, principalmente por uma mulher vestindo algo tão revelador, Vlad cambaleou para trás. “Familiar?”, ele perguntou como se nunca tinha ouvido a palavra antes.
Ela sentou o lugar vazio ao lado dele e esfregou a mão no próprio tornozelo. Aquela parte não era atuação. De alguma forma, a queda falsa fez com que ela se machucasse de verdade.
“Eu sou Lisa Banks. Eu juro que já o vi antes”.
“Vlad. E, acredite, eu me lembraria de você”, disse ele enquanto seus olhos a analisavam.
Tanya estalou os dedos. “Vlad. Você não parece russo. Ah, é isso! Você estava com aquele homem delicioso há alguns meses. Qual era o nome dele? Ele tinha um sotaque russo muito sexy. Vincent? Vadim.”
“Meus pais tiveram essa ideia do nome do nada. Você conhece Vadim?”
Depois daquele vídeo, ela conhecia muito mais sobre Vadim do que gostaria. “Não, mas eu certamente gostaria de saber mais sobre ele. O que você poderia me dizer?”
Vlad olhou para os lados com nervosismo. “Ah, você parece uma boa garota. Eu não acho que você queira se misturar de Vadim. Além disso, da última vez que o vi, ele parecia muito
apaixonado”.
Bingo. Vlad tinha visto Vadim nas últimas semanas. Como se sabendo que tinha dado informações demais, ele recuou. “Eu acho que vou jogar dados. Com licença”, disse ele ao se levantar.
Droga. Se ela não conseguir a informação de que eles precisavam, Andrei teria que fazer isso da maneira mais difícil. E isso não só arruinaria o seu disfarce, mas também significaria causar dor para aquele pobre coitado. Ela estendeu a mão e agarrou o seu braço. “Eu nunca deixo uma mulher ficar no meu caminho”. Levantando-se da cadeira, ela se inclinou na direção dele, até que ele caiu sentado sobre o seu assento novamente, e ela tirou alguns fiapos de seu paletó. “Por que você não me dizer onde eu posso encontrar Vadim? Estou um pouco entediada hoje à noite”.
Vlad ficou vermelho. “Vadim não está mais na cidade. Ele esteve aqui apenas por um dia ou dois, eu acho que ele disse algo sobre o Colorado. Eu ficaria mais que feliz em entretê-la se você está procurando algo para fazer.”
Ela ignorou a última sugestão enquanto arrastou um dedo pelos botões de sua camisa.
“Colorado? Mas lá é tão frio.”
“Boulder é ótima nesta época do ano.”
Bingo. Pouco antes de seus dedos descerem mais, ela sentiu algo envolvendo a sua cintura.
“Querida. O que você está fazendo?”, rosnou Andrei.
Os olhos de Vlad se arregalaram de medo, e Tanya se afastou. “Tony. Eu estou apenas ajudando este belo homem a arrumar sua gravata. Ela ficou um pouco desalinhada depois que eu tropecei sobre ele.” Ela sorriu e estendeu a mão para arrumar a gravata.
“Que bom. Eu odiaria pensar que você está à procura de formas diferentes de entretenimento.”
Tanya revirou os olhos para Vlad e se virou. “Você é tudo que eu preciso”, disse ela. Completamente tomada por sua personagem, ela puxou Andrei e o beijou com força. Enquanto sua língua entrou na boca dele, ela sentiu suas mãos percorrendo por suas costas e sobre as curvas de seu bumbum. Ele a apertou contra ele, e ela podia sentir o volume de sua calça aumentando.
Percebendo que eles estavam em público, ela se afastou. “Você estragou o meu batom”, ela fez um beicinho enquanto o afastou de perto dela.
Ele colocou a mão na parte de baixo de suas das costas e praticamente a carregou para fora do cassino. “Seu dinheiro”, ela murmurou quando ele parou na frente do lugar, mas ele continuou caminhando.
“Eu não dou a mínima para o dinheiro.” A limusine apareceu, e antes que Tanya pudesse se situar, Andrei a puxou em seu colo. Suas mãos percorreram por suas pernas e puxaram o tecido vermelho do vestido para cima. “Então, Lisa, o que você descobriu?”
Era apenas uma encenação. Talvez Andrei precisasse fazer isso por causa do motorista. Ela não sabia, e, honestamente, ela não se importava. Ela só conseguia prestar atenção naquelas mãos subindo por suas coxas cada vez mais. Quando chegou até a parte úmida, ele parou, e seus olhos se arregalaram.
“A calcinha estava marcando muito o vestido”, disse ela com uma voz rouca. Deus, ele não iria parar agora, iria? Não havia nada que impedisse que ele deslizasse seus dedos para dentro dela. Então por que ele não fazia isso?
Com um grunhido, ele estendeu a mão e capturou seus lábios novamente. Seus joelhos se separaram, e ele deslizou um dedo dentro dela e pressionou o polegar contra o seu clitóris endurecido. Ela gemeu e levantou o quadril, buscando o seu toque. Ela precisava que ele fizesse aquilo mais forte. Ela precisava que ele fizesse aquilo mais rápido.
Em vez disso, ele não moveu mais os dedos. Seus olhos se arregalaram e ela olhou para ele.
“O que você está fazendo?”
“Eu estou esperando você me responder”, disse ele com um sorriso.
“E o sexo é uma arma?”, ela franziu a testa e lentamente fechou suas pernas. “Você vai ter que fazer melhor do que isso se você quiser alguma resposta minha”, ela o provocou.
Ele bufou, mas não se mexeu. Em vez disso, ele ficou botando e tirando o dedo de dentro dela lentamente. Era o menor dos moimentos, mas estava causando coisas incríveis em seu corpo.
“Se você esperar até o hotel, eu prometo que vou pegar bem mais pesado”, ele sussurrou enquanto lambia o lóbulo de sua orelha. “Melhor me contar agora.”
Andrei pressionou com mais força em seu clitóris, e ela ficou sem ar. “Eu consigo aguentar o que você quiser”, ela murmurou enquanto seu clímax ia se aproximando. Deus, ele foi mal estava fazendo algo, e ela já estava prestes a explodir. Sorrindo como se estivesse percebendo, ele abrandou seus movimentos. Ela cerrou os dentes para não o xingar, e a limusine finalmente parou.
Tirando sua mão de lá, ele lentamente baixou o seu vestido. O motorista levou um tempo para abrir a porta, e quando ele a abriu, ela estava em seu próprio assento de forma apropriada.
Com exceção de suas bochechas coradas.
Andrei não a tocou quando eles entraram no hotel. No elevador, ele se apoiou no canto oposto e sorriu para ela com conhecimento de causa. Ela fervia em silêncio.
Abrindo a porta como um cavalheiro, ele a conduziu para dentro, mas ela não o olhou nos olhos. Se era assim que ele jogava, ela não queria ter nada a ver com isso.
De repente, ele agarrou seus braços e a girou. Ela gritou quando as algemas a prenderam, com seus braços para trás. “Andrei!”
Com um toque mais delicado, ele a conduziu gentilmente até a cama. “Eu avisei”, disse ele com a voz grave. Esta é a sua última chance, Tanya. Diga-me o que Vlad contou a você”.
Ainda jogando, mas Tanya tinha certeza de que ela não tinha nada a temer de Andrei. Em vez disso, ela ergueu o queixo. “Vem com tudo. Lisa pode ficar com medo de ter seu batom borrado, mas eu não”.
Rosnando, ele a empurrou para a cama e se inclinou sobre ela. Puxando a parte superior de seu vestido para o lado, ele libertou um dos seus seios. Imediatamente, ele esfregou o mamilo com o polegar. Várias vezes. Seus mamilos sempre tinham sido sensíveis, e agora eles estavam na beira da dor, conforme ele o beliscava e acariciava. Quando ela gemeu, ele se inclinou e o lambeu.
“Você vai ter que fazer melhor que isso”, ela gemeu quando ele parou. Os olhos dele se escureceram com o desejo conforme ele puxou a outra parte de seu vestido de lado e se deliciou com o outro mamilo. A cabeça dela caiu para trás, e o desconforto de ter as mãos atadas desapareceu. Só existiam aquelas outras sensações.
“Diga-me o que você descobriu”, ele murmurou enquanto deslizava a mão sobre o seu vestido. “E eu te darei tudo o que você quiser”.
Seu dedo deslizou para dentro dela, e ela tentou se concentrar no que ele estava dizendo.
“Isso inclui me deixar ir embora?”, disse ela, com dificuldade.
Fazendo uma pausa, ele se aproximou e apertou os lábios contra o seu pescoço. “Você pode sair por aquela quando você quiser, e eu não a impedirei. Vai. Tente fugir. Você não fará isso. E você sabe por quê?”
Ela prendeu a respiração quando olhou para ele. Seus olhos eram duros, mas sua voz estava suave, e seus dedos nunca pararam. “Você quer isso demais. Você gosta de aventura. De adrenalina. Do perigo.”
Antes que ela pudesse refutá-lo, ele pressionou com força contra seu clitóris, e ela gritou quando seu orgasmo tomou conta de seu corpo. Gemendo e se debatendo, ela se desfez em seus braços.
Mas manteve o seu segredo.
Conforme ele foi tirando a roupa, parecia que ele nem sequer se preocupava com o que ela descobriu. Seus olhos nunca deixaram os dela quando sua camisa e depois sua calça foram jogadas no chão. Ela engasgou ao ver ele daquele jeito, e desejou colocar as mãos sobre seu corpo. “Tire as algemas de mim”, disse ela.
“Não até que eu conseguir o que eu quero”, ele rosnou.
“Por favor. Eu preciso tocar em você”, ela implorou. Um gemido saiu da garganta dele enquanto ele procurava a chave no bolso e se inclinava sobre ela. Ela rolou para que ele pudesse soltá-la, mas quando as algemas caíram ele se deitou sobre ela, mantendo-a de barriga para baixo, e tirando sua roupa por inteiro.
“Tão linda”, ele sussurrou enquanto passou a língua por suas costas. Ela gemeu quando seus dedos passaram por suas bochechas, e ela já estava molhada novamente e pronta para a próxima quando ergueu o quadril contra ele.
Empurrando o corpo para cima, ela se girou debaixo dele e envolveu o seu pênis em suas mãos. Ele era mais grosso e comprido do que qualquer outro que ela tinha sentido antes, e precisava sentir aquilo dentro dela. Ele gemeu e fechou os olhos enquanto ela o acariciava, e ela ficou impressionada com a sua resistência.
Quanto tempo será que ele aguentaria dentro dela? Quantas vezes ele a faria gozar?
“Vire de costas”, ele sussurrou. Ela o soltou e se acomodou nos travesseiros. Ele se posicionou entre as suas pernas e se inclinou sobre ela. “Eu tenho pensado sobre este momento desde que eu
a vi pela primeira vez. Você não tem ideia do que eu fantasiava”.
Tanya levantou o quadril para se esfregar contra ele, e ele gemeu. “Você não precisa fantasiar mais. Eu estou bem aqui”.
Sem muito aviso, ele abriu seus lábios vaginais e mergulhou dentro dela. Um grito de prazer ficou preso na garganta de Tanya quando ele mal fez uma pausa. Ele se esticou e a encheu, e quando ele conseguiu ir o mais fundo que conseguiu, ele foi para trás e entrou novamente.
“Porra”, ele sussurrou. “Você é tão apertada.”
“Não pare”, ela implorou. O sexo nunca foi tão bom assim antes. Ela nunca tinha sentido aquilo antes. Ele a acariciou com desejo e continuou a martelar dentro dela. Conforme outro orgasmo se aproximava, ela torceu seu quadril e se movia ritmada debaixo dele. Ela envolveu suas pernas ao redor de seu corpo, Como outro orgasmo construída, ela torceu e balançou sob ele. Envolvendo suas pernas em torno dele, ela levantou o seu corpo mais e mais para que ele entrasse nela o máximo possível.
Ela queria mais.
“Vire”, ela murmurou.
Ele os virou. Ela agarrou a cabeceira da cama enquanto montou sobre ele, ele agarrou seu quadril, e conforme ela cavalgava, ele chegou a lugares que ninguém nunca a havia tocado antes. E quando ela desabou em torno dele, ele a segurou e a forçou a seguir. Ela o cavalgou até gozar e continuou. As pernas dela gritavam por misericórdia, mas o prazer era bom demais. Viciante.
“Andrei. Me coma, Andrei”, ela gemeu quando seu corpo foi ficando cada vez mais suado. As mãos dele a agarraram com tanta forma enquanto ele a comia que ela sabia que ele iria deixar hematomas, mas aquilo não importava. De repente, os gemidos dele se juntaram aos dela, e quando o corpo dela finalmente foi ficando mais rígido e o maior orgasmo de sua vida aconteceu,
ele gritou e derramou o seu gozo dentro dela.
Exausta e trêmula, ela caiu sobre dele. Nunca em sua vida ela tinha experimentado algo parecido com aquilo.
“Boulder”, ela murmurou ao fechar os olhos. “Ele está em Boulder, Colorado.”
Ele passou os braços em volta dela, e ela adormeceu com ele ainda dentro dela.
Capítulo 6
Ele estava no chuveiro quando ela acordou. Tanya se esticou sobre a cama e tentou descobrir o que diabos tinha acontecido na noite anterior. Não que ela não soubesse que aquilo estava próximo de acontecer. Suas brincadeiras sexuais vinham acontecendo desde o momento em que ele pôs as mãos sobre ela, e para ser sincera, ela sabia que o sexo com Andrei tinha sido inevitável. Ela o desejava demais.
E, aparentemente, ele sentia o mesmo.
Mas Tanya era romântica por natureza. Ela não dormia com homens que não gostasse. E ela não poderia gostar de Andrei. Aquilo não era mais do que uma versão bizarra da síndrome de Estocolmo.
Satisfeita com essa explicação, ela deslizou para fora da cama e procurou suas roupas. Quando ela viu o vestido vermelho jogado no chão, seus punhos ficaram cerrados. Quem era aquela da noite anterior? Aquela mulher seduzindo para tirar informações dos homens? Aquilo não era ela. Ela não fazia coisas assim.
E o que diabos ela deveria fazer agora?
A água parou e ela se apressou para encontrar algo para vestir antes que ele saísse do chuveiro. Quando ele surgiu, ela ainda estava lutando para colocar as pernas na calça jeans, e ela caiu, vestindo apenas o seu sutiã.
Vestido apenas com a toalha em volta do quadril, ele esfregou uma toalha de rosto sobre seus cabelos e olhou para ela. “Algum problema?”, disse ele com um sorriso lento.
“Não”, disse ela apressadamente. “Nenhum problema. Só perdi o equilíbrio”.
“Joelho fraco é um sinal de bom sexo”, disse ele com uma risada.
Ela ficou vermelha e sacudiu a cabeça. “Não. Não, eu só tropecei na minha calça. Foi só isso. Nenhum joelho fraco envolvido.”
“Então você está negando que a noite passada foi boa?”
A noite passada foi a melhor que ela já teve, mas ela não estava prestes a dizer isso a ele.
“A noite passada foi boa. Mas não é como eu costumo agir.”
Andrei revirou os olhos. “Por favor, não me venha com o discurso de que você não costuma fazer essas coisas. Ambos queríamos, e foi mais do que bom”.
“Eu não costumo fazer coisas assim”, disse ela. Ela ficou horrorizada ao descobrir que lágrimas brotaram dos seus olhos. “E eu não dou a mínima para o que você pensa sobre isso. Eu não sou essa vagabunda que se veste de vermelho e se disfarça em cassinos. Eu sou uma cozinheira de uma rede de restaurantes, e tudo o que eu quero é encontrar a minha amiga e me tornar uma chef. Mas você está me transformando nessa mulher que se prostitui para a máfia russa.”
Ele olhou para ela com frieza, e ela congelou. O que aconteceu com o clima amigável? Ligeiramente apavorada e humilhada, ela correu para o banheiro e trancou a porta.
Ela jogou um pouco de água fria no rosto e começou a escovar os dentes. Quando ela viu seu reflexo no espelho, ela franziu a testa. A pessoa olha para ela não parecia alguém que sentai vergonha. Em vez disso, ela estava radiante. É evidente que o sexo tinha feito maravilhas em sua pele.
“Tanya”, disse Andrei ao bater na porta.
“Eu estou escovando meus dentes”, ela murmurou com a boca cheia de creme dental.
Ela o escutou andar de um lado para o outro na frente da porta até finalmente sair. Aparentemente, ele tinha mudado de ideia sobre o que iria falar. E isso foi bom. Ele realmente não
tinha que se desculpar. Ela tinha feito tudo o que ele pediu sem nem mesmo o questionar, e o que aconteceu na noite anterior foi algo que ela queria mais do que tudo.
Tanya só podia culpar a si mesma.
Depois de terminar sua rotina matinal, ela endireitou os ombros e marchou de volta para o quarto. “Então qual é o plano?”, ela perguntou enquanto vestia sua blusa. Ele olhou para ela com cuidado, mas ela evitou o seu olhar. “Eu suponho que nós estejamos indo para Boulder agora”.
“Eu tenho um contato em Boulder”, disse Andrei.
“É claro que você tem”, Tanya murmurou. “Existe algum lugar onde você não tenha contatos?”
“Existem muitos. Mas se Vadim foi para Boulder, é porque ele precisava de algo. E, em geral, tudo o que ele precisa pode ser encontrado em nossos pontos estratégicos. Colorado é um ótimo lugar para a venda de cocaína. Temos vários homens lá.”
“Então do que ele precisa?”
Andrei encolheu os ombros. “Essa é uma excelente pergunta. A essa altura, eu tenho certeza que ele tem identidades falsas, e Vadim tem bilhões de dólares. Claro, tudo inacessível, a menos que ele saque dinheiro.” Andrei parou de repente. “É isso.”
“É isso o quê?”
"Você não pode transportar cerca muito dinheiro com você. Chama a atenção. Então ele está guardando em lugares diferentes para que ele possa acessá-lo quando precisar”.
Tanya franziu o nariz. “Como enterrando nas montanhas?”
“É um pouco mais sofisticado do que isso”, disse ele com uma boa risada. “Estamos falando de diamantes e outros objetos de valor que podem ser armazenados em cofres de banco. Propriedades lucrativas compradas com um nome falso e que podem ser facilmente vendidas.
Quando ele precisa do dinheiro, ele vende.”
“Mas isso significaria que ele está sempre viajando.”
“Se Vadim quer ficar fora do radar de Gregory, ele precisa estar sempre viajando. As pessoas têm dinheiro escondido em todo o mundo. Eles mantêm com eles o suficiente para durar um ano, e quando acabar, eles seguem para o próximo alvo”.
Tanya não conseguia imaginar Alana concordando em viajar por todo o mundo daquele jeito, mas ela também não via Alana como alguém que largaria tudo para fugir com um membro da máfia russa.
Julgando pelo vídeo que ela assistiu, ela fez sua escolha.
“Tanya”, Andrei disse suavemente. “Se você quer ir embora, tudo o que você tem a fazer é sair. Eu não vou impedi-la”.
“Você já disse isso”, disse ela amargamente. “Você está certo de que eu estou viciada neste estilo de vida, e que eu não vou ir embora”.
“Eu estava errado.”
Ela olhou fixamente para ele. “Eu não tenho certeza de que você estava. Mas eu não vou embora até encontrá-la. Então vamos lá.”
* * *
Cinco horas depois de iniciarem a viagem de carro, ela estava dormindo. Andrei olhou para sua forma adormecida e franziu a testa. Ele não sabia o que esperar daquela manhã, mas lágrimas e raiva não estavam na lista.
Ela foi a única mulher com quem ele já esteve que chorou depois.
Claro, ele escolhia mulheres que saberiam não se apegar a ele. Andrei não queria nada
além de gastar um pouco de energia. Ele nunca procurou por um relacionamento ou um caso a longo prazo. Ele saiu mais de uma vez com algumas mulheres, mas ele principalmente só as pegava por uma noite, e sempre ia embora pela manhã.
Mais do que desejo o atraiu para Tanya. Por mais que ele odiasse admitir, ele estava sentindo algo. Ele ficava incomodado de vê-la machucada ou ferida. Ele ficava incomodado com o seu choro. E ele ficou encantando em segurá-la quando ela gozou.
Mas aquilo não duraria para sempre. Ela não era o tipo de garota que iria segui-lo por aí. E Gregory nunca iria concordar com isso. Os homens de Gregory não se casam sem a permissão de Gregory. Era como as coisas funcionavam.
E que tipo de vida ele poderia dar a uma mulher como Tanya? Ele desaparecia durante meses fazendo o trabalho sujo de Gregory. Ele voltava com sangue nas mãos. Seus filhos estariam comprometidos com Gregory. Cresceriam dentro do círculo íntimo de Gregory, Andrei tinha visto como eram as coisas para as mulheres. Elas podiam até ter fome de poder no início, mas assim que tinham filhos, muitas vezes tentavam fugir.
Elas nunca conseguiam ir muito longe.
A estrada tinha sido estado vazia por quilômetros, mas quando o sol bateu em seu espelho retrovisor, ele franziu a testa. Na estrada plana, ele podia ver outro carro dirigindo quase a um quilômetro atrás dele.
A distância perfeita para seguir alguém.
Mas ele estava sendo paranoico. Como alguém saberia que eles estavam em Vegas? Ele não tinha nenhuma razão para suspeitar que Gregory ou Sousa tinha enviado homens atrás dele. Então ele relaxou, mas ficou de olho no carro mesmo assim. Quando a estrada plana finalmente começou a subir, ele acelerou até a subida e desceu com tudo. Quando o carro preto chegou no topo,
também acelerou.
O coração de Andrei disparou. Eles o estavam seguindo.
O carro preto deve ter percebido que foi visto e reduziu a velocidade. Ele continuava vindo, e embora Andrei já estivesse correndo a bem mais do que 160 por hora, ele não poderia ir muito mais rápido. Quando eles atingiram um pequeno desnível na pista e o carro saiu do chão, Tanya acordou.
“Andrei”, ela engasgou. “Desacelere. O que você está fazendo?”
“Nós estamos sendo seguidos”, disse ele severamente. “Mantenha sua cabeça para baixo e se segurar.”
Ela empalideceu e agarrou a maçaneta da porta, mas não disse mais nada. O carro preto chegou cada vez mais perto, até que Andrei finalmente conseguiu ver o motorista. Ele não reconheceu o homem atrás do volante.
“Sousa”, ele murmurou. Tinha que ser um de seus homens. “Como eles nos encontraram?”, ele rosnou.
O outro carro os tocou levemente, mas era só o que era preciso fazer. Com o impulso para a frente, Andrei perdeu o controle da direção e o carro praticamente saiu da estrada. Agarrando o volante, ele o trouxe de volta para a pista, mas o carro preto já estava ao lado deles.
“Abaixe-se”, ele gritou quando viu a arma. Conforme a bala estilhaçou as janelas, ele empurrou Tanya para baixo e a protegeu com o próprio corpo. O carro rugiu quando ele saiu da estrada em direção à fina barreira de árvores ao lado deles. Ele a puxou para perto pouco antes do carro bater em uma árvore e os airbags saltaram para fora.
Ela gritou, mas ele já estava tirando o cinto de segurança e sacando a arma. Sangue escorria de sua cabeça. “Fique aqui”, ele murmurou enquanto subia para o banco traseiro. A
janela estava quebrada, e ele rapidamente saiu por ela.
“Como assim ficar aqui?”, ela disparou, mas fez o que lhe foi dito. Andrei se agachou atrás do carro e foi para trás da árvore. Ele viu quando três homens saíram do carro preto e se moveram lentamente em direção ao local do acidente, com armas nas mãos.
O motorista sem dúvida ainda estava no carro. Ele mirou de seu esconderijo e esperou.
“A garota está inconsciente”, um homem murmurou. “Nós a levamos ou a matamos?”
“Onde está o homem do Volkov?”
“Ele não está aqui.”
‘Leve-a.”
Assim que eles se aproximaram da porta do carro, Andrei disparou os dois primeiros tiros, atingindo o motorista do carro. Quando os três homens se virou, ele atingiu dois deles com facilidade.
O último homem se escondeu atrás do carro onde Andrei não conseguiria acertá-lo. Três balas acertaram a árvore, e Andrei foi forçado a se mover de seu esconderijo. Quando ele saltou e rolou, o terceiro deu a volta no carro e apontou a arma.
Andrei atirou. O homem gemeu e caiu. “Tanya,” Andrei gritou ao se aproximar do carro. Ela estava escondida debaixo do banco. “Eles disseram que você estava inconsciente.”
“Eu não queria exatamente que eles me perguntassem para onde você tinha ido”, ela retrucou, enquanto lutava para sair pela janela. “Quem eram eles?”
Andrei se inclinou para vasculhar os bolsos dos homens mortos. “Os homens do Sousa, sem dúvida. Eu não sei de quem eles pegaram essa informação, mas eles sabiam que nós estávamos em Las Vegas. A questão é se eles sabiam se a gente estava indo para Boulder ou se ele estavam
apenas nos seguindo”.
“Isso importa?”, ela perguntou freneticamente. “Nós ainda precisamos ir, não é mesmo?”
“Sim”, disse ele severamente. “Precisamos.” Um sorriso perverso atravessou seu rosto. “E nós usaremos suas rodas para isso”.
Capítulo 7
“Você ainda está sangrando. Andrei, você precisa ver um médico”, disse Tanya enquanto limpava seu ferimento. Ele a verificou para ter certeza de que ela não estava ferida. Em seguida, ele quebrou o sistema de rastreamento GPS do carro e o jogou fora. Ele continuou a sangrar no corte da cabeça, e não importava quantas vezes ela tentasse parar o sangramento, ele continuava.
Ela se esticou sobre o painel para pressionar a toalha sobre ele novamente. “A toalha está ficando encharcada. Precisamos parar”.
“Nós já perdemos muito tempo”, ele disse ao sacudir a cabeça. “Estou bem.”
“Você não está bem”, disse ela ao levantar a voz. “Andrei Volkov, pare o carro na farmácia mas próxima ou então, que Deus me ajude, eu vou deixar você inconsciente e tratar eu mesma da ferida”.
“Estou dirigindo. Se você me fizer desmaiar, nós vamos bater”, disse ele suavemente.
“Andrei!”
“Tudo bem”, ele resmungou. “Tudo bem.” Ele viu uma farmácia à esquerda e estacionou.
“Pegue o que você precisa. Não demore muito”, disse ele enquanto pegou algum dinheiro. Tanya pegou o dinheiro e olhou para ele.
“Teimoso de...”, ela não terminou a frase ao bater a porta. Suas mãos ainda estavam tremendo quando ela caminhou até a loja. Pegando um pouco de álcool, gaze, esparadrapo e curativos, ela tentou ignorar as imagens que se repetiam em sua mente.
A arma apontada para ela. Os homens caindo como moscas conforme Andrei os acertava um a um. Um homem assim, um homem que matava quatro homens num piscar de olhos, era o mais frio possível. Então por que ela não parava de desejar que ele sentisse algo por ela?
Qualquer coisa.
Depois de pagar por suas compras, ela voltou o mais rápido possível para o carro. Ele já estava de volta na estrada quando ela tirou os itens de primeiros socorros para fora da sacola.
“Você não podia esperar até eu fazer isso?”, ela murmurou, enquanto se inclinava para limpar o machucado com gaze.
“Como eu já disse, nós perdemos muito tempo”, ele retrucou.
Tanya revirou os olhos e limpou o ferimento. Uma vez que ela tinha removido o excesso de sangue, ela usou o álcool para desinfetá-lo. Ele nem sequer estremeceu com o ardor. “A maioria dos homens são uns bebezões para essas coisas”, ela murmurou.
“Você cuida de homens com frequência?”, disse ele.
“Alguns ex-namorados", admitiu ela, corando. “Mas nunca enquanto eles estavam dirigindo.”
“Eu estou feliz por ser o primeiro”, disse ele com uma voz divertida.
Ela o ignorou. “Você está com algum zumbido no ouvido? Com a visão embaçada? Você se lembra do que comeu ontem à noite?”
“Não, não, eu queria comer você ontem à noite, mas nós não chegamos a fazer nada. Ai!”
Ela sabia muito bem que aquilo não o machucou, mas ela pressionou o ferimento um pouco mais do que precisava. Quando ela o enfaixou, ela se acomodou em seu assento e colocou o cinto de segurança. “Eu também comprei aspirina. Nós estaremos doloridos amanhã. E, ao contrário de você, eu não tolero muito a dor”.
Ele não respondeu com uma observação insolente, e ela suspirou. Ela estava ficando cansada daqueles momentos estranhamente silenciosos.
“Para onde estamos indo?”, ela perguntou finalmente, quando não aguentou mais.
“Estou à procura de um contato, mas vamos verificar alguns lugares. Ele se veste como um morador de rua e anda por aí. Nós já passamos por dois de seus pontos. Tenho a sensação de que ele está na Pearl Street.”
“Belo nome. Espera, ele se veste como um morador de rua? E pega esmolas das pessoas? Vocês não o pagam?”
“Ah, ele é bem de vida. E sim, ele também aceita esmolas das pessoas”.
“Isso é terrível. Por que vocês permitem isso? Há pessoas desabrigadas de verdade que precisam de dinheiro!”
Andrei manteve os olhos focados na estrada. “Sim. Há. E Sergei conhece a maioria deles. No final do dia, ele distribui sua nova riqueza e mais um pouco aos sem teto de verdade”.
Tanya se sentiu envergonhada. “Isso é bom”, disse ela finalmente.
“Nós fazemos coisas ruins, Tanya. Mas não somos todos homens maus.”
Ajudar os desabrigados era algo bom, mas não limpava suas mãos sujas de sangue. Mas ela não iria comentar isso. Agora não era o melhor momento para se começar uma briga. “Obrigada por me salvar. Mais uma vez”, disse ela.
Ele não disse nada em resposta, estacionou o carro e soltou o cinto de segurança. “Não há como andar de carro na Pearl Street, então vamos ter que caminhar”.
Tanya o seguiu até a rua e ficou maravilhada com sua beleza. Estátuas de bronze alinhadas na calçada e lindos quadros pendurados em carrinhos. Ela desejava simplesmente sentar em um daqueles bancos e ler ou observar as pessoas passando.
Se ele notou seu desejo, ele não deixou transparecer. Em vez disso, ele agarrou seu cotovelo.
“Ali está ele. Fique aqui. Eu não quero que ele saiba que estávamos juntos. E quando eu sair,
esperar vinte segundos e depois me siga até o carro. Não se preocupe. Eu vou ficar de olho em
você o tempo todo”.
Tanya assentiu e sentou no banco. Ela desejava ter um livro ou algo com o que se ocupar, mas havia um grupo de crianças brincando em uma grande caixa de areia, e ela passou o tempo as observando.
Será que os pais não iriam pirar se soubessem o que estava acontecendo bem ao lado de seus filhos?
Se ela conseguisse sair viva dessa, nunca olharia para o mundo da mesma forma novamente.
* * *
Andrei depositou algumas moedas, bem como uma medalha feita metade de ouro e metade de prata na mão do homem. Sergei olhou para cima e fez uma careta. As poucas vezes que ele e Sergei haviam se encontrado, Sergei não saiu feliz.
“Vá embora”, ele resmungou.
Andrei o ignorou. “Você viu algo de interessante ultimamente?”, ele perguntou em voz baixa. Nem todo mundo sabia que Vadim estava desaparecido, e Andrei não queria sair por aí espalhando essa informação. Mas, se mais alguém sabia, era Sergei. Ele tinha sido próximo da mãe de Vadim. Andrei tinha a sensação de que Sergei nunca perdoou totalmente Gregory pelo que ele fez com ela.
"Certo. Há um homem que vem aqui algumas vezes por semana vestido com penas. Tem pessoas minúsculas que conseguem se espremer dentro de caixas. E há um homem russo correndo atrás do próprio rabo”, disse Sergei com um sorriso.
Respirando fundo, Andrei tentou não bater em Sergei. O homem às vezes conseguia ser insuportável. “E esse homem russo tem algum familiar que pode ter passado por aqui?”, disse ele
com os dentes cerrados.
“Talvez. O que isso tem a ver com você?”
“Tem um pai muito preocupado atrás dele.”
Sergei deu de ombros. “O homem é um adulto. Ninguém precisa se preocupar com ele.”
Andrei se inclinou e olhou para o homem mais velho. “Eu sei que ele escolheu sair, Sergei. E eu sei que você sabe que ele fez isso. Gregory vai perdoá-lo se ele voltar, mas se ele não fizer isso, Gregory poderá matá-lo.”
“Você subestima o seu primo”, Sergei disse suavemente. “E eu não estou interessado no que poderia acontecer. Estou interessado na loira linda que você trouxe com você. Ela não parece ser uma refém.”
“Ela é uma refém”, Andrei disparou. “Eu estou tentando atrair a mulher de Vadim”.
“Linda mulher aquela Alana. E tão agradável. E tão apaixonada”. Seus olhos passaram por Andrei e pararam em Tanya. “Ela realmente parece próxima de você. A maioria dos reféns fugiriam se ficassem sozinhos. Mas ela simplesmente fica sentada esperando por você pacientemente. Veja, ela está nos observando agora. Céus, há preocupação em seus olhos?” Sergei sorriu. “Será que é amor em seus olhos?”
A raiva surgiu através dele quando Andrei agarrou a gola de Sergei e o empurrou contra a parede. “Não ouse olhar para ela”.
Consciente de que outras pessoas estavam olhando para ele, ele soltou Sergei e alinhou sua roupa. “Onde Vadim está?”
“Eu vou te dizer para onde ele estava indo, mas eu não sei onde ele está agora. E eu não estou dizendo a você porque eu tenho medo de você ou porque eu quero que você o leve de
volta. Eu estou dizendo a você porque você pode aprender uma ou duas coisas com ele.” Sergei
para os lados casualmente antes de voltar sua atenção sobre ele. “Ele estará vendendo algumas peças bonitas em uma galeria de arte esta noite. Ele estava aqui para a organização, mas eu não sei se ele estará no evento”.
“Como você sabe? Ele precisou de você para algo?”
Sergei sorriu. “Ele precisava algo de mim que não tinha nada a ver com arte”.
Andrei estreitou os olhos. “O que ele precisou de você?”
“Alianças de casamento”.
Capítulo 8
Casado. Andrei não conseguia acreditar. Vadim estava realmente pretendendo se casar com aquela mulher. O que diabos ele deveria fazer com essa informação?
Frustrado, ele deixou Tanya no hotel e foi procurar algo apropriado para eles vestirem à noite. Ela insistiu em comprar o seu vestido sozinha, mas ele não queria vê-la agora. Na verdade, era mais complicado que isso. Ele não queria constantemente ser lembrado dela. Do gosto de sua pele. Da forma como ela servia perfeitamente para ele.
O jeito que ela beijava.
Soltando palavrões, ele parou na rua e se apoiou contra a parede. Vadim não era o tipo de homem que se casava. Andrei sempre buscou orientações de seu primo mais velho, e agora que Vadim era o traidor da família, ele não sabia o que fazer. Vadim estava deixando a máfia. Vadim estava apaixonado e prestes a se casar.
Andrei queria dizer que ele não conseguia sequer imaginar aquilo, mas a verdade era que ele conseguia. Ele viu coisas na Tanya que ele não queria ver. Ele gostava de coisas em Tanya que ele não queria gostar.
E mais do que apenas seu corpo reagia a ela.
Irritado, ele a tirou de seus pensamentos e continuou caminhando em direção à loja. Ele iria encontrar com Vadim naquela noite, e ele sabia exatamente o que diria a ele.
Andrei lhe diria que ele era um idiota. Ele estava deixando uma mulher o amolecer. Ele precisava deixá-la e voltar para o Gregory. E talvez então Andrei deixaria Tanya.
Lembrando-se da reação de Tanya ao vestido vermelho, ele escolheu algo mais conservador. O vestido preto ainda abraçava suas curvas, e a fenda era perigosamente alta, mas não era
muito decotado nos seios e cobria a maior parte das costas. Ela ainda ficaria sexy nele, mas havia
menos chance de ter uma taque de pânico ao usá-lo.
Comprando seu terno, ele agarrou as sacolas de roupa e caminhou de volta para o hotel. Quando chegou lá, o quarto estava vazio.
“Tanya!” Ele deixou cair as roupas e correu para o banheiro. Ele também estava vazio. O pânico tomou conta dele quando ele voltou para o corredor e desceu as escadas. Os homens de Sousa a haviam encontrado. Diabo, talvez Gregory teria mandado homens atrás deles. De qualquer forma, ela havia sumido.
Talvez ela saiu por conta própria, uma voz zombou dentro de sua cabeça. Não havia nenhuma maneira dela deixá-lo, havia?
A triste verdade era que ele teria preferido isso do que ela estar ferida ou até mesmo morta. Ele procurou pelo lobby e pelas áreas circundantes, mas não havia sinal dela. Com o coração acelerado, ele subiu correndo as escadas outra vez em busca de pistas.
Quando ele abriu a porta, ela gritou. Ela estava sentada na cama coberta nas Doritos, que tinham voado quando ela pulou de susto. “Andrei, você está tentando me causar um ataque cardíaco?”, ela perguntou.
“Onde diabos você foi?”, ele a interrogou.
“No segundo andar”, disse ela, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. “Nós não comemos desde a noite passada. Eu precisava de um lance. E eles têm uma máquina com lanches e doces lá em baixo”.
“Você saiu para comprar salgadinho? Você não deveria sair deste quarto. Eu lhe dei ordens específicas”.
“Ordens?” Ela franziu a testa e se levantou da cama. “Você não disse nada disso. Eu
saberia se você tivesse me dado ordens”.
“Isso estava implícito”, disse ele com os dentes cerrados.
“Implícito?”, ela retrucou. "Você me disse que eu poderia ir para onde eu quisesse. Eu não sabia que isso significava qualquer lugar exceto o segundo andar para pegar um maldito lanche!”
Estreitando os olhos, ele se aproximou dela. “Você poderia ter nos colocado em risco”.
“Você saiu do hotel. Eu mal saí da porra do elevador. Por que tudo isso, Andrei? Hã? Você não está gritando comigo por causa de Doritos, então o que está realmente incomodando? Sergei disse alguma coisa para você? Você finalmente percebeu que Vadim pode não voltar com você?”
“Cuidado”, disse ele lentamente.
“Por que é tão importante encontrá-lo para você? Ele é seu primo. Você não quer que ele seja feliz?”, ela provocou.
“Cale a boca, Tanya. Eu estou lhe avisando.”
“Você fica incomodado porque ele tem uma vida e você não?”
“Sim”, Andrei rugiu. “Não somos criados para nos apaixonarmos e fugir com mulheres. Se ele não voltar, o que isso vai significar para mim?”
O queixo dela caiu e ela olhou para ele. “Andrei, vocês dois não são a mesma pessoa. Mas isso não significa que você não possa sair também”.
“Eu nunca deixaria a minha família”, ele chiou.
“Nem mesmo por amor?”, ela perguntou em tom suave.
O clima ficou pesado quando ele percebeu o que ela estava perguntando. “Eu vou sair para esfriar a minha cabeça”, disse ele. “Quando eu voltar, espero que você esteja vestida e
pronta para sair.”
“Andrei, espere.”
Ele se voltou para ela. “Isso não é amor, Tanya. Isso é uma tarefa. A noite passada não foi nada além de sexo. Sexo incrível, e acredite em mim, gata, eu adoraria comer você outra vez, mas nunca será mais do que isso. Pare de me olhar como um cachorro perdido. É assim que as coisas são.”
Andrei virou, pegou seu terno do chão, e bateu a porta ao sair. Já no corredor, ele se apoiou contra a porta e respirou fundo. Aquilo deveria ter feito ele se sentir melhor. Deveria ter melhorado a situação e deixar claro para ela como ele realmente se sentia.
Então por que parecia que ele tinha acabado de despedaçar o seu próprio coração?
* * *
Tanya olhou para a porta. Deus. Ela o amava, e ele tinha acabado de atropelá-la. Inferno, ele pisoteou, chutou e dilacerou seu coração até que não sobrasse nada além de pó. Ela nunca sentiu tanta dor. Ela nunca se sentiu tão despedaçada antes.
Ela o amava, e ele nunca sentiria o mesmo por ela.
“Você não vai chorar”, ela disse a si mesma. “Você não vai chorar. Você ficará de braços dados com ele hoje à noite e não sentirá nada. Você encontrará Alana e vai convencê-la de que essa família não é nada além de um bando de criminosos sem coração. Não há possibilidade de final feliz.”
Lentamente, ela atravessou o quarto e se abaixou para pegar o vestido. Lentamente, ela o tirou da embalagem e olhou para ele.
Preto. Sexy. Conservador. Ele deve ter prestado atenção no que ela disse, porque ela teria
escolhido um vestido como aquele. Nele, ela conseguiria se sentir confiante e linda.
Pelo menos é o que aconteceria se o homem que estaria ao seu lado não tivesse destruído toda a sua autoestima.
Ele estava um pouco amarrotado por ter ficado no chão, então ela ligou a água quente do chuveiro e o pendurou por lá para deixar o vapor dar um jeito nisso. A partir de então, começou a organizar suas coisas espalhadas pelo quarto do hotel. Depois daquela noite, encontrando Alana ou não, ela deixaria Andrei. Ela poderia não ter os contatos que ele tinha, e sem ele talvez nunca encontrasse a sua melhor amiga, mas ela não conseguiria mais ficar ao lado dele. Ela já estava sendo assombrada pelo modo como se sentia nos braços dele. Ela sempre seria assombrada pela sensação de seus beijos e de senti-lo dentro dela.
Aquilo era algo que ela nunca conseguiria superar.
Ela guardou alguns itens nos bolsos de sua calça jeans e jogou o resto deles dentro da bolsa. Ao pegar sua maquiagem, ela ouviu a porta se abrindo. “Você não deve estar esperando que eu já esteja vestida”, disparou ela ao se virar.
Não era Andrei.
Em vez disso, o homem que havia arrombado o quarto entrou com mais três homens. E todos estavam armados. “Eu acho que essa roupa já está ótima”, disse ele com um sorriso.
“Andrei estará de volta a qualquer minuto”, Tanya disse lentamente enquanto se endireitava.
“Nós o vimos sair, e dois dos nossos homens o estão seguindo. Mesmo se nós não o capturarmos, acredite em mim, ele não chegará aqui a tempo de salvá-la.” Ele levantou a arma e a apontou em sua direção. “Você pode vir comigo agora, ou eu posso atirar em você e arrastá-la para fora daqui”.
“Isso levará um bom tempo”, disse Tanya, nervosa. “Estamos no quarto andar. Alguém vai
perceber um rastro de sangue e uma mulher gritando”.
“O gerente e os funcionários do hotel já foram pagos. Eu não acho que isso seria um problema.”
“E os clientes?”, ela questionou rapidamente. “Outros hóspedes no hotel chamarão a polícia”.
Ele sorriu. “É só eu pagar para eles também. Mas seria melhor se você viesse de bom grado”.
Tanya bufou. “E por que eu faria isso?”
O homem guardou a arma e pegou seu telefone. Tanya sentiu uma pontada de medo quando ele se aproximou. Era o vídeo de Alana amarrada a uma cadeira. E alguém estava segurando uma arma apontada para sua cabeça. “Porque se você não fizer isso, você pode assistir sua amiga morrer. De forma horrível.”
Ele deu um passo para o lado, e Tanya caminhou com as pernas bambas até o elevador. Parecia que ela ia mesmo se encontrar com Alana naquela noite.
Capítulo 9
“Viu só?”, Tanya murmurou enquanto ela lutava com os laços em torno de seu pulso. “Isso é tudo culpa sua.”
“Minha culpa? Se você não tivesse ido à minha procura, nada disso teria acontecido com você. Você não recebeu meu e-mail?”, Alana disparou.
Tanya ficou de queixo caído. “Ah. Certo. O e-mail que foi para a minha pasta de lixo eletrônico e parecia uma mensagem de spam? Certo. Eu o li depois que Andrei pediu para eu verificar. E, gostemos ou não, eu estaria aqui se estivesse procurando por você ou não. Como eu disse, eles achavam que nós éramos assassinas trabalhando juntas.” Seus ombros caíram quando ela olhou para os hematomas no rosto de sua amiga. “E você estaria aqui mesmo assim.”
“Pelo menos estamos juntas”, disse Alana com um sorriso corajoso.
“Claro”, disse Tanya com um sorriso. “Fico feliz em morrer com você.”
A porta se abriu com um estrondo. “Conversa demais. Calem a boca”, o homem rosnou. Tanya engasgou quando ele apareceu.
“Você! Mas você está morto!”
O motorista se inclinou e sorriu para ela. “Roupa à prova de balas é uma coisa maravilhosa. Como você pode ver, não estou morto. Ainda assim, tenho uma cicatriz desagradável.”
Alana franziu a testa. “Quem é você? Eu nunca o vi antes.”
O motorista fez um gesto para Tanya. “Vamos lá. Conte para a sua amiga quem sou eu.”
“Hum.” Tanya fez uma careta. Agora provavelmente não era o melhor momento para admitir que ela não sabia seu nome. “Esse é o motorista que apareceu com Andrei no meu apartamento.”
Alana bufou, e o motorista se virou para ela com raiva. “Você nem ao menos sabe o meu nome? É Brutus!”
“Você nunca pensou que eu fosse boa o suficiente para se apresentar. É muito mais culpa sua do que minha”, disse Tanya defensivamente. Brutus ergueu a mão e bateu em seu rosto.
Bem no queixo. “Toda vez é assim”, ela gemeu. “Porra.”
“Ei! Não toque nela!” Alana gritou, mas Brutus não prestou qualquer atenção a ela.
“Você me bateu na cabeça com um pedaço do vaso sanitário”, ele disparou. “A única razão pela qual você ainda está respirando é para que eu possa ter a prova. E quando tudo isto terminar, eu terei grande prazer em torturá-la”. Ele se endireitou e gritou qualquer coisa em Russo. Tanya engasgou quando outro homem entrou no ambiente.
Era um homem do Sousa. “Você está trabalhando com eles?”, ela murmurou em desgosto. “E a lealdade?”
“Lealdade?” Brutus zombou. “Quando eu disse a Gregory que Vadim tinha fugido, ele ordenou que me matassem por blasfêmia. Os homens Volkov são muitas vezes cegos em relação ao que está bem debaixo de seu nariz. Assim, com o apoio dos Sousa, eu tenho provas. Mas eu não dou mais a mínima para essa família. Com os Sousa, eu subirei de cargo e serei indispensável”.
“Você tem Vadim. O que diabos você está esperando?”, Tanya indagou.
“Você acha que eu sou idiota? Andrei está solto por aí, e ele tem o hábito de ressuscitar dos mortos.”
“Olha quem está falando”, Alana murmurou. Só então, Vadim começou a gemer e se mexer.
Um sorriso perigoso cruzou o rosto de Brutus. “Excelente. Ele está acordando. Agora a diversão pode realmente começar.”
“Andrei não virá atrás de nós”, Tanya disse de repente. “Ele encontrou provas de que Vadim está morto. Ele está voltando para Nova York.”
Brutus levantou a cabeça. “É isso mesmo? É melhor que isso não seja verdade, porque se ele não aparecer nas próximas três horas, você estará morta. E não será uma morte rápida. Será o tipo de morte que levará dias”. Ele puxou uma faca e correu a lâmina pela garganta de Tanya.
“Na verdade, talvez eu devesse começar agora. Dizem que não há nada como o tempo presente”.
“Deixe-a em paz”, disse Vadim com dificuldade. “Sou eu quem você quer.”
Brutus fez uma pausa, e Tanya virou a cabeça. Vadim tinha os olhos abertos, e ele olhava fixamente para o homem. Não havia um traço de medo ou pânico em sua voz.
Assim como acontecia com Andrei.
Brutus zombou. "Bem, se estamos sendo técnicos, é o seu pai quem eu quero. Mas ele não está aqui, não é mesmo? Já que você é um desertor, você pouco importa para mim. Assim que o seu querido pai encarar a verdade, você não será mais o seu herdeiro. Mas eliminando você e Andrei do caminho, Gregory Volkov ficará bastante vulnerável, você não acha?”
“Haverá outros", disse Vadim dando de ombros. “Andrei e eu podemos ser seus familiares mais próximos, mas isso não significa que Gregory não nos substituirá facilmente. Para o meu pai, a família é muito mais do que a ligação de sangue”.
Enquanto Vadim e Brutus continuaram a discutir, Tanya percebeu que havia algo desconfortável no lugar onde ela estava sentada. Após um momento balançando o corpo, ela percebeu que ela estava sentada sobre algo.
A lixa de unha ainda estava em seu bolso de trás.
Ela endureceu o rosto para esconder sua surpresa quando e começou a puxá-la para fora. Alana lhe deu um olhar confuso, e ela fez um sinal de advertência com a cabeça. E quando Brutus
se virou para falar com ela, Alana o distraiu.
“E você acha que Sousa vai tratá-lo de forma diferente de Gregory? Eles são todos iguais, e você está enganando a si mesmo se pensa diferente”, ela zombou.
A lixa de unha finalmente saiu, e ela começou a raspá-la contra as cordas. Quando ficou claro que levaria uma eternidade para cortá-las, ela começou a empurrar o nó para soltá-lo. Logo, a corda se soltou e ela escorregou uma mão para fora.
Ela estava livre. E agora? Brutus tinha uma faca e o homem dos Sousa tinha uma arma. Quais eram as chances de que eles desviariam o olhar enquanto ela libertasse Vadim e Alana e eles fugissem?
Ela tinha certeza de que o percentual seria zero.
“Chega de conversa fiada”, Brutus rosnou. Seu telefone tocou e ele se endireitou para o atender. Um sorriso iluminou seu rosto. “Andrei Volkov. Exatamente com quem ele queria conversar”.
Tanya congelou. Se Andrei veio resgatá-la, ele, sem dúvidas estaria a caminho de uma armadilha. Mas que esperança que eles tinham se ele não viesse?
Ele empurrou o telefone em seu rosto. “Fale”, disse ele asperamente.
Ela olhou para ele. “Andrei, isso é uma armadilha. Nós vamos encontrar uma outra forma. Nós vamos…”
Com um tapa, a mão de Brutus voou em seu rosto enquanto ele pegou o telefone. “Você tem uma hora. E então eu começar a matá-los um por um. Você gostaria que eu começasse com o seu primo ou sua namorada?” Ele guardou o telefone e virou os olhos para Tanya. “E que outra opção você tem?”
“Esta.” Ela pegou sua lixa de unha e se lançou sobre ele. Quando enterrou a lixa de unha em
seu ombro, ela tomou sua faca e o girou. “Se você atirar, eu vou cortar sua garganta”, disse ela
para o outro cara.
Ele apontou a arma para Alana e sorriu. “Tudo bem. Ele é um peso morto de qualquer forma.” Ele disparou a arma, e o queixo de Tanya caiu quando Alana se jogou para o lado. Tanya não parou para se perguntar como Alana tinha se soltado. Ela empurrou Brutus para o lado e jogou todo o seu peso contra o homem dos Sousa. Ele disparou outro tiro, mas não acertou em ninguém, e Tanya o esfaqueou na perna com a faca. Ele resmungou e ela o empurrou contra a parede e bateu o seu braço contra ela até que a arma caísse. Tanya a pegou e entregou a faca para Alana. Ela pegou a faca e foi libertar Vadim. Tanya se virou e apontou a arma para Brutus.
Vadim olhou para elas. “Uau. Lembrem-me de não provocar o pior de vocês”, ele murmurou.
“Quantos homens estão lá fora?”, ela perguntou para Brutus. Ele olhou para ela, e ela estreitou os olhos. “Quantos. Homens”, ela disse de forma sucinta.
“Nenhum.”
Tanya se virou quando ouviu a voz de Andrei e sorriu. “O quê?”
Andrei inspecionou o ambiente. Seus olhos pousaram em Alana, que ainda estava soltando Vadim. “E você está amarrado, primo?”
Vadim sorriu. “Fazer o quê? Essas mulheres foram muito mais letais do que eu”.
Andrei grunhiu e se aproximou para tirar cuidadosamente a arma dela. “Eu a segui assim que eles a levaram. Eu não consegui suportar a ideia da nossa briga, eu precisava me desculpar. Eu só estava esperando para ver o que ele queria”. Ele inclinou a cabeça. Essa é a sua lixa de unha?”
Tanya soltou uma risada aliviada. “Você disse estava curioso para ver o que eu poderia fazer com ela. Eu não furei um olho com ela, mas ainda assim consegui o que queria.”
Vadim se levantou e cuidadosamente colocou Alana atrás de si ao olhar para o seu primo. “E então, Andrei. O que faremos agora?”
* * *
Andrei entrou em contato com a polícia local e deixou de fora as partes em que Vadim e Alana estavam envolvidos. Brutus continuou gritando que ele tinha informações para Gregory, mas ninguém o ouvia. Ele respirou fundo e deu o telefonema.
“O que diabos está acontecendo?”, Gregory rosnou. “Meu telefone não para de tocar”.
“O motorista que você me enviou, Brutus, conseguiu sobreviver ao ataque no hotel. Ele se virou contra nós e ficou do lado dos Sousa. Ele pensou que se ele encontrasse Vadim, ele seria promovido por eliminar a concorrência. Ele sequestrou Tanya pensando que ela ainda tinha alguma informação, e eu fui forçado a retaliar para recuperá-la.”
“E você encontrou alguma informação sobre Vadim?”
Andrei se virou e viu seu primo beijando a sua namorada. Em sua mente, ele viu novamente o vídeo da câmera de segurança do hotel. Ele não tinha contado para Tanya o que ele realmente viu Vadim dizer a ela.
“Eu daria a minha vida por você, mas eu não posso lhe pedir para fazer o mesmo. Por favor, fique. Se eu sei que você está segura, se eu sei que você está feliz, eu também fico feliz. Isso é tudo o que eu preciso de você, meu amor.”
“Eu não tenho informação alguma sobre Vadim.”
“Andrei, eu já estou farto disso. Você tem a garota em sua mira. Torture-a até conseguir tirar informações dela. Faça o que for preciso para devolver o meu filho!”, gritou Gregory.
Ele agarrou o telefone com força. “Tanya não está trabalhando para os Sousa. Ela é apenas
uma cozinheira. E ela morreu no ataque”.
“Então você perdeu todas as nossas pistas! Volte para Nova York. Agora.”
“Sim, senhor.” Ele desligou o telefone.
“Você não me entregou.”
Andrei virou e olhou para o seu primo. “Não. Eu não fiz isso.”
"Por quê?"
Ele passou as mãos pelo cabelo e olhou para ele. “Não sei ao certo. Eu sempre pensei que a família fosse tudo. Sempre que alguém mencionava que você poderia ter nos abandonado, eu não conseguia sequer começar a compreender isso. Você? Nos desertar? Você me ensinou tudo o que eu sabia sobre essa vida. O que seria capaz de fazer você sair?”
Vadim sorriu. “Eu não te ensinei tudo. Há apenas uma diferença de três anos entre nós, e vamos ser honestos. Você me ultrapassou logo no início. Eu tinha planejado sair muito antes de ter conhecido Alana, mas por causa dela, eu tive que adiantar as coisas. Eu a amo. Eu a pedi em casamento”.
“Parabéns.” Ele respirou fundo e tentou descobrir uma maneira de sair daquela situação embaraçosa. "Bem, eu acho que preciso ir. Eu acho que vou dirigir até Nova York. Isso me dará um tempo para pensar”.
“Sério? Você está indo? Há espaço para mais dois em nossa jornada, Andrei. Tudo o que eu fiz até então foi passar o tempo até conseguir sair do país. Nós partiremos na semana que vem”.
“Dois mais?” Ele olhou para Vadim. “Eu sou grande, mas você não precisa me contar como dois.”
Revirando os olhos, Vadim sacudiu a cabeça. “Não foi isso o que eu quis dize. E você sabe
bem disso”.
“Eu sei”, Andrei disse suavemente. “Ela não quer ter nada a ver comigo.”
“E você iria embora antes de ter certeza disso? Isso é coisa de covarde”. Vadim disse enquanto se virou. “Você é muitas coisas, Andrei. Mas covarde não é uma elas”.
Ele deixou Andrei em pé no estacionamento, com as chaves na mão. Andrei cerrou os dentes e abriu a porta do carro. Enquanto olhava para o banco do motorista, ele descobriu o que faria.
Batendo a porta, ele seguiu em direção ao hotel. Ele não dava a mínima se ela queria vê-lo ou não. Ele tinha algo a dizer.
Ele subiu correndo pelas escadas. E quando ele bateu com o punho na porta, as paredes tremeram. Enquanto ouvia os passos dela do outro lado, ele apoiou o antebraço no batente da porta. “Abra, Tanya. Nós precisamos conversar.”
Ela abriu a porta e olhou para ele. “Andrei, você quase derrubou a porta. O que há de errado?”
“Por onde eu começo?”, Ele perguntou suavemente enquanto entrava no quarto. Você deveria ser uma assassina perigosa, mas pareceu não ser nada violenta. Mas quando passei a lhe conhecer, você usou sua sexualidade para conseguir informações, soltou suas próprias amarras, esfaqueou um homem e a pontou a arma para outro.”
Seus olhos se arregalaram quando ela olhou para ele. “Sinto muito? Andrei, você não está pensando que eu menti para você, está?”
“No que eu deveria acreditar? Você e Alana estavam livres, e Vadim ainda estava amarrado. Como é que isso aconteceu?”
“Vadim ainda estava se recuperando de um ferimento na cabeça. Eu tinha uma lixa de unha,
e Vadim aparentemente faz Alana usar uma pulseira que esconde algum tipo de canivete. É
realmente muito legal, e eu vou pedir a ele para conseguir uma assim para mim.”
O ciúme tomou conta dele. “Ah. Então agora você quer que Vadim lhe dê uma joia? Como é fácil para você mudar de lado”.
Boquiaberta, ela foi para a frente e bateu com a mão em seu peito. “O que diabos deu em você? Eu não estou mudando de lado. Eu só gostei da maldita pulseira”.
Agarrando o seu braço, ele a empurrou contra a parede. “O que diabos deu em mim? Você se afastou de mim”, ele chiou.
“Você estava sendo um idiota”, ela murmurou. “Assim como você está agora!”
Enquanto ela lutava contra ele, ele não evitar ceder ao próprio instinto. Ele se inclinou e a beijou com força, esmagando-a contra a parede. Quando ele finalmente a soltou, ela olhou para ele arfando o peito. “Qual é o objetivo disso, Andrei? Você está indo embora em breve. Inferno, eu pensei até que você já tivesse ido”.
As palavras estavam na ponta da língua, mas ele simplesmente não conseguiu falar nada. Em vez disso, ele puxou a blusa dela para cima e esparramou os dedos por sua barriga. “Eu não vou embora até eu fazer você lembrar de quem eu sou e o que eu posso fazer com você”, ele sussurrou.
Ele sentiu os músculos dela ficarem tensos e saltarem sob seu toque, e ele sorriu maliciosamente enquanto suas mãos iam subindo. Quando elas passaram por seu sutiã, ela olhou em seus olhos e levantou a cabeça. “Andrei”, disse ela com a voz ofegante. “Eu não acho–”
“Não ache”, ele rosnou ao tirar a própria camiseta. “Apenas sinta.” Ele pressionou os lábios contra a lateral de seu pescoço e ela gemeu. Ela o assombrava em seus sonhos, e as memórias de
seus gemidos e sussurros o perseguiam onde quer que ele fosse. Suspiros suaves. Gritos descontrolados. Ele só queria saber dela, e se ele fosse embora agora, ele nunca a teria novamente.
E isso simplesmente não era uma opção para ele.
Puxando-a ligeiramente da parede, ele soltou seu sutiã. Ela o deixou deslizar até o chão sem falar nada, ele esfregou seus dedos em seus lugares mais sensíveis. Tanya arqueou com o seu toque e deu um pequeno grito, e aquilo o enlouqueceu. Tudo o que aquela mulher fazia o deixava louco.
“Você me tira do sério e agora você vai pagar por isso”, ele rosnou e a empurrou com força contra a parede. Ele não queria machucá-la. Ele foi cuidadoso com os machucados que ela tinha e atencioso quando ela franziu a testa, mas havia um lado selvagem dentro dele que exigia ser libertado. E quanto mais excitado ele ficava, mais aquilo tomava conta dele.
Carne. Quente e úmida.
De joelhos, ele beliscou sua pele. Ela deslizou os dedos em seus cabelos e tentou o fazer parar, mas não havia como. Quando ele puxou as calças dela para baixo, ele imediatamente puxou sua calcinha de lado e enfiou um dedo dentro dela.
“Deus”, ela gemeu com a invasão. Ela já estava pegando fogo e pronta para ele, mas ele queria que ela implorasse por isso. Ele queria que ela achasse que morreria sem ele.
Porque era assim que ele se sentia.
Logo a calcinha dela foi tirada também, e ele enganchou um dos seus joelhos sobre seu ombro. Atacando o seu clitóris, ele usou os dentes e a língua até que ela começou a deslizar pela parede. Quando seu orgasmo finalmente aconteceu, Andrei a puxou sobre o carpete para que ela não mais ficasse encostada contra a parede e pressionou o seu corpo contra o dela.
“Diga-me o que você quer”, ele murmurou enquanto roçava o pau contra sua vagina. Ela ergueu o pescoço e gemeu, mas não disse nada.
Em vez disso, ela levantou o quadril e tentou fazer com que ele entrasse nela, mas ele foi para trás. “Andrei, por favor”, ela choramingou.
“Eu disse para me dizer o que você quer”, ele murmurou novamente.
“Me coma”, ela exigiu, enquanto batia a mão em seu ombro. Ela envolveu suas pernas em torno dele e levantou o quadril, mas ele simplesmente foi para trás e levantou os dois do chão. Ele a puxou até que ele ficasse sentado no chão e encostado na cama, e ela montada em cima dele.
Claramente pensando que estava no controle, ela deslizou para trás e caiu de boca. Ele fechou os olhos e deixou cair as mãos enquanto permitia que sua boca e língua deslizarem por ele. Nesse momento, ele se sentiu mais próximo do paraíso do que nunca. Ela era mais do que talentosa, e logo ele estava forçando o seu quadril e pedindo mais, mas não era o suficiente dar para ela o que ela queria.
Puxando-a para cima, ele a trouxe em seus braços novamente, e ela tentou se abaixar novamente. Parado, ele a segurou, e ela bateu em seu ombro novamente em frustração. “Andrei, por favor, eu preciso de você”, ela gemeu.
“Diga-me o que você quer”, ele exigiu novamente.
“Eu te disse! Eu quero que você me coma!”, ela gritou.
“Quando?”, ele perguntou. Ele precisava muito ouvi-la falar aquilo.
“Agora. Para sempre”, ela gemeu. Ele finalmente ouviu o que queria ouvir, e ele entrou nela com tudo. Ambos gemeram quando ele fez isso. De todas as mulheres com quem ele esteve, ninguém se encaixava tão perfeitamente como ela. Confortável e quente como uma luva, e seus músculos se apertavam ao redor dele nos momentos certos.
Ela estava tendo o que queria, e se transformou em um animal selvagem em seus braços. Ela rebolava e se mexia, mordia e arranhava, e ambos lutavam pelo controle, mas ninguém saía daquele encaixe. Ele permitiu a ela uma descarga de adrenalina e energia que tinha se acumulado dentro dela ao longo dos últimos dias. Ele deixou que ela o usasse, e depois de um tempo de pele batendo contra pele e de gemidos altos, ele sabia que ela estava quase lá.
E ele também.
Quando ele usou a mão para pressionar contra o seu clitóris, ela jogou a cabeça para trás, gritou e derreteu. Explodindo dentro dela, ele gritou seu nome enquanto ele também liberou finalmente tudo o que acumulava.
E em algum momento em meio ao seu orgasmo, ele sabia que iria tê-la para sempre.
Exausto, ele a abraçou. Seu corpo ainda tremia contra ele, e ele deslizou seus dedos para cima e para baixo sobre sua pele macia. “Eu te amo, Tanya”, ele finalmente sussurrou. “E eu não poderia ir embora sem você saber disso.”
Tanya se levantou e olhou para ele. “E todas as outras coisas?”, perguntou ela com uma sobrancelha levantada.
Ele sorriu e a virou. “Só detalhes.” Ela estremeceu quando ele prendeu suas mãos sobre a cama e lambeu seu pescoço. Finalmente, ele se afastou e sorriu para ela. “O sexo é incrível, mas não é isso o que me traz de volta a você. Em todos os meus anos pensando que Nova York e meu tio fossem a minha família, eu nunca senti o tipo de amor e de paz que vem de você. Quando estou em seus braços, eu estou em casa.”
“Eu também te amo, Andrei. Mas é difícil dizer isso quando eu sei que você está indo embora.”
“E se eu não for?”
Ele viu a esperança tomar conta dos olhos dela. “O que você quer dizer com isso?”, ela perguntou lentamente. Sempre cuidadosa. Sempre cautelosa. Ele esperava que um dia ela não precisasse mais agir assim.
“Vadim me ofereceu uma saída. Ele está viajando em breve. Saindo do país. E ele quer que a gente vá com ele. Não é a vida que eu imaginaria para você, Tanya. Você teria que mudar o seu nome e sempre estar atenta a tudo.”
“Mas nós estaríamos juntos?”, ela sussurrou. Ele assentiu e soltou os seus braços. Ela passou os dedos sobre sua pele. “Eu não me importo, Andrei. Eu faria praticamente qualquer coisa para ficar com você. Para estar com você”.
Alívio e paz tomaram conta dele. Ele estendeu a mão e pressionou seus lábios contra os dela com ternura. Lentamente, ele levou uma mão em direção ao corpo de Tanya e a pousou em seu quadril. Quando ele levantou sua perna, seus dedos passeavam por suas nádegas. “Qualquer coisa?”, disse ele, provocando.
Os olhos dela se arregalaram quando ela percebeu o que ele pretendia fazer. “Andrei”, ela riu e lhe deu um pequeno empurrão. Quando seus dedos entraram dentro dela, sua voz ficou mais alta. “Andrei, oh, Deus!”, ela gritou.
E logo ele se sentiria em casa novamente.
Capítulo 10
Tanya olhou para Alana. O vestido branco translúcido combinava perfeitamente com a sua pele, e seus cabelos desciam em cachos elegantes em sua nuca. Ela parecia leve e feliz. O vestido era sem alças e curvava em seu quadril antes de descer até o chão. A longa fenda subia sobre sua perna revelando partes de seu sapato branco de salto alto.
“Você está absolutamente incrível”, Tanya suspirou.
Alana agarrou seus ombros e a virou para que ela ficasse de frente para o espelho. “Você está absolutamente incrível”, enfatizando com um sorriso.
O cabelo loiro de Tanya estava ondulado e arrumado para o lado. Ela escolheu um vestido marfim que não ficasse tão gritante contra a sua pele, e o tecido de seu vestido ficava preso atrás de sua nuca e descia em decote V sobre seu peito. Ele também se curvava ao redor do quadril até se alargar em estilo sereia. Na parte de trás, ele era todo aberto, começando na parte inferior das costas.
“Andrei ficará babando quando te ver”, Alana murmurou.
“Sabe, nós sempre falamos sobre nos casarmos juntas, mas eu não achava que a gente fosse realmente fazer isso. Quer dizer, eu sempre pensei que eu me casaria primeiro e que você seria a minha dama de honra. E então, quando você finalmente encontrasse um cara legal, eu te acompanharia até o altar e seria a sua dama de honra também”, Tanya brincou.
“Por que você seria a primeira a se casar?”, disse Alana, rindo.
“Porque eu dizia sim a qualquer homem que me chamasse para sair, e você dizia não a qualquer homem que a chamasse para sair”, Tanya a lembrou.
“É verdade”, Alana admitiu. “Eu aposto que você não pensou que nos casaríamos em Paris.”
Tanya sorriu de forma sonhadora. “Paris”. Há poucos dias ela estava devorando éclairs. Era incrível que seu vestido ainda servisse. “Também não achei que nos casaríamos com nomes falsos”. Ela fez uma careta. “Eu ainda não consigo acreditar que Danny é o cérebro por trás de tudo isso.”
“Eu não acredito que havia uma câmera no quarto de hotel”, Alana estremeceu. “Eu não consigo mais ficar em quarto algum antes de verificá-lo completamente. Você tem ideia do que fizemos no quarto?”
“Sim”, disse Tanya secamente. “Eu assisti. Eu sei exatamente o que você fez naquele quarto. E, menina, vou te falar, eu não tinha ideia de que você conseguia se curvar daquela forma”.
Alana franziu e levantou os braços. “Credo. Podemos não falar desse seu voyeurismo, por favor?”
"Sim, é excêntrico demais para mim. Além disso, este é o dia dos nossos casamentos. E nós estamos vestidas de branco. Então provavelmente deveríamos agir de forma mais adequada”.
Alana sorriu maliciosamente. “Pelo que ouvi, vermelho combina melhor com você!”
Tanya abriu a boca para lhe dar uma boa resposta. Mas as portas se abriram. “Senhoritas, está na hora”, disse o cerimonialista do casamento.
As mulheres se abraçaram, e Tanya olhou nos olhos de Alana. “Eu estou tão feliz por ter ido em sua busca. Eu não só recuperei minha melhor amiga, mas encontrei o amor da minha vida”.
“Você merece”, Alana sussurrou.
Com nada além de amor e emoção em seus olhos, Alana e Tanya caminharam de mãos dadas, prontas para se juntarem a seus homens no altar e começarem sua nova vida juntos.
* * *
Gregory Volkov se sentou atrás de sua escrivaninha e tamborilou com os dedos sobre a madeira. Seus olhos estavam fixos na parede, e sua mente vagava. Trinta anos atrás, Gregory tinha encontrado o que ele achava ser a mulher que fosse passar o resto de sua vida com ele, mas quando ela lhe deu um filho, ela se transformou em algo totalmente diferente. Ela já não apoiava o seu papel na organização. E quando eles se mudaram da Rússia para Nova York, ela tentou fugir com Vadim várias vezes.
Quando Vadim tinha dez anos, Anna Volkov morreu em um acidente de carro. Até hoje, Gregory se perguntava se ela tinha feito aquilo de propósito.
E Vadim tinha desaparecido. Seu único filho. O herdeiro da organização. Aquilo estava parecendo cada vez menos uma ação de Sousa e cada vez mais uma escolha pessoa que Vadim havia feito.
“Senhor?”
Gregory se endireitou e girou sua cadeira. “Você não sabe bater?”, ele chiou.
Os olhos do homem se arregalaram e ele cambaleou para trás. “Eu sinto muito, senhor Volkov. Eu bati. Várias vezes. Como você não respondeu, eu fiquei preocupado.”
Gregory revirou os olhos e acenou com as mãos. “O que você quer?”
“Perdoe-me, senhor Volkov”, o homem tremia. “Mas parece que seu sobrinho não apareceu em nenhum de seus pontos estratégicos”.
Estufando o peito, Gregory cerrou os dentes. “O quê?”
O homem baixou a cabeça. Obviamente, ele estava em uma situação difícil. “Ninguém conseguiu entrar em contato com Andrei Volkov, senhor. Ele parece ter desaparecido.”
“Quem está sabendo disso?”, Gregory rosnou.
“N-n-não muitos, senhor”, o homem gaguejou. “David, Isaac, e eu. Nós não alarmamos ninguém.”
“Que bom. E que continue assim. Mande chamar Mikhail e Stepan.”
Seus olhos se arregalaram. “Mikhail e Stepan? Tem certeza de que é a melhor opção?”
“Se eu não achasse que é, eu não estaria chamando por eles”, Gregory resmungou. Faça o que eu mandei, e lembre-se, o único homem capaz de guardar um segredo é um homem morto. Não me dê motivo algum para recorrer a isso”.
O homem assentiu e saiu correndo. Gregory bateu com o punho contra a mesa. Primeiro Vadim, e agora Andrei. Ele apostaria sua vida que ambos eram leais a ele, mas agora? Agora ele não tinha mais certeza. Primeiro ele precisava controlar os danos.
E então ele iria se vingar.
Fim!
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A Refém do Chefão da Máfia Russa
(Série A Família de Criminosos Mikail)
Por: Leona Lee
A Refém do Chefão da Máfia Russa
(Série A Família de Criminosos Mikail)
Por: Leona Lee
Todos os Direitos Reservados. Copyright 2014 Leona Lee
Observação: Se você ainda não as conhece, leia também minhas outras 2 séries russas!
Capítulo 1
Olivia reaplicou a maquiagem e admirou-se no espelho. Ao passar a mão nos cabelos negros, grossos e cacheados, surpreendeu-se quando viu um homem entrar no banheiro feminino. Antes que ela tivesse a chance de perguntar o que fazia lá dentro, ele a envolveu com um dos braços e utilizou a outra mão para cobrir a boca da jovem com um pano.
Mesmo com a boca tapada, Olivia gritou e balançou as pernas descontroladamente para acertálo, mas o homem simplesmente a levantou do chão, o que fez com que ela chutasse o ar. Sentiu que enfraquecia, pois sua visão tornou-se embaçada. O pânico a invadiu, mas ela fez uma última tentativa de libertar-se antes de tudo escurecer.
Duas horas antes…
“Olivia, por favor, diz que você não vai vestir isso para ir à boate”, exigiu sua amiga Tanya, que a observava da cabeça aos pés, com desânimo.
“O que há de errado?”
“Nada, se você estiver indo a um funeral”, respondeu Tanya. As outras amigas riram.
“Não está tão ruim!” Olivia olhou-se no espelho. Estava mesmo ruim. Ela só sabia vestir-se de forma conservadora. Afinal, era filha de um político.
“Você deve ter alguma coisa”, comentou Tanya ao seguir Olivia de volta para o quarto.
“Eu não sirvo para boates”. Olivia jogou-se na cama.
“Que absurdo. Só precisamos tirá-la de sua zona de conforto.” Tanya foi até o guarda-roupas de Olivia e, após abri-lo, começou a tirar várias peças de roupa. Murmurava comentários recorrentes e torcia o nariz de desgosto. “Muito senhora. Muito pano. Época errada. Precisa ser queimado.”
Depois de esvaziar rapidamente o guarda-roupas, uma desanimada Tanya olhou para a amiga.
“Diz que você tem alguma coisa aproveitável.” Olivia negou com a cabeça e recebeu um olhar de decepção.
Olivia precisava mudar de assunto. “Não consigo acreditar que finalmente nos formamos”, disse languidamente, recostando-se. Ela havia acabado de obter seu Mestrado em Pedagogia.
“É, nem eu. Parecia que não iríamos terminar nunca. Espere aí…” Tanya equilibrou o corpo em um pé só e inclinou-se até o fundo do guarda-roupas. Retirou um vestido que ainda estava com a capa, abriu o zíper e fez surgir um traje de festas vermelho. “Você tem um vestido destes e nunca usou?”
Olivia levantou a cabeça e olhou para Tanya. Examinou o vestido com frente única e comprimento até o meio das coxas que a amiga segurava. “Ah, esse vestido”, murmurou, antes de baixar a cabeça novamente. Tanya levantou as sobrancelhas perfeitamente desenhadas.
“Não acredito que você tem um vestido assim.”
“Minha tia Carla comprou para mim, mas é promíscuo demais.”
Tanya riu. “Não é não.” Jogou o vestido na cama. “Está decidido, você vai vestir este.”
“Vermelho é uma cor muito forte.” Olivia não se sentia confiante o suficiente para usar vermelho. Ela simplesmente não era tão ousada.
“Vai ficar bem em você”, disse Tanya, com uma piscadinha. “Agora, anda logo e vai trocar de roupa.”
Olivia levantou-se lentamente e pegou o vestido. Segurou a peça contra seu corpo e olhou-se no espelho. Por que não?
Depois de vestir, ajustou a parte em torno da nuca e franziu as sobrancelhas em frente ao espelho. Suspirou e deslizou as mãos por baixo da saia para tirar a calcinha, antes de remover o sutiã. Balançou a cabeça com irritação e olhou-se mais uma vez, enquanto virava lentamente de um lado para o outro.
O vestido aderiu a todas as suas curvas, nos lugares certos do corpo. Mas será que seria possível usá-lo sem roupas íntimas? Após abrir a cômoda e separar algumas peças, ela percebeu que nada poderia ser usado sob a roupa; o tecido era simplesmente justo demais.
“Olivia! Anda logo!”, gritou Tanya do outro quarto.
Olivia puxou o vestido para baixo e observou seus pés. Com um suspiro, chutou os calçados discretos que usava e pegou a caixa de sapatos guardada na prateleira superior. Após abri-la, analisou as sandálias de tiras que sua tia havia comprado para combinar com o vestido. Resolveu calçá-las e cambaleou em cima de desconhecidos saltos altos.
Olivia respirou fundo. Eu vou conseguir!
“Onde você estava escondendo essas curvas?”, provocou Tanya quando Olivia reapareceu no quarto. As outras amigas soltaram risadinhas.
“Você está linda”, disse Tracy. Melanie soltou um assobio.
“Sério? Não está mostrando demais?” Olivia moveu-se desconfortavelmente. As outras meninas viraram os olhares para ela.
“Não!”, responderam juntas.
Sem dar tempo para Olivia mudar de ideia, Tanya rapidamente entrelaçou seu braço ao da amiga e a acompanhou até a porta.
Olivia estava nervosa e animada por sair com as amigas. Até agora, durante toda sua vida, sempre escolhera uma rotina segura. Preferia ficar em casa e estudar em vez de ir à boate com elas. Mas esta noite era diferente. Ela havia terminado o mestrado e estava determinada a comemorar sua formatura. Uma vez na vida, ia divertir-se. O único problema era que não sabia como.
Depois de fingir que conhecia alguns famosos, Tanya conseguiu colocar seus nomes na lista de convidados da melhor boate de Nova Iorque – a Deranged. Aberto há apenas algumas semanas, este era o melhor lugar para encontrar todas as maiores celebridades, do Upper East Side ao Battery Park. Olivia entrou cautelosamente e analisou a decoração industrial da parte interna.
O garçom conduziu as meninas até a área VIP, no mezanino, e todas aglomeraram-se no corrimão para observar os muitos corpos balançando e girando no ritmo das batidas. As luzes piscavam e dançavam pela boate, iluminando o público; as luzes negras emprestavam um brilho misterioso.
Olivia olhou para a pista de dança, no andar de baixo, e desejou que não fosse tão desengonçada - se isto fosse possível. Ela era uma dançarina terrível; pelo menos, acreditava nisso,
embora nunca tivesse arriscado nenhuma tentativa de dançar em outro lugar que não fosse na frente do espelho de seu quarto.
Depois que todas acomodaram-se na mesa reservada, Tracy pediu uma rodada de bebidas enquanto as meninas olhavam animadamente ao redor. Quando o garçom retornou com os pedidos, ela os distribuiu e as amigas fizeram um brinde à formatura.
Olivia examinou o pequeno copo com líquido amarelado. Ela não era muito de beber e somente havia experimentado vinhos e champanhes caros nas festas de políticos, das quais seus pais a forçavam a participar.
“No três”, disse Tracy. “Um, dois, três!”
Olivia tomou um gole, fez uma careta e observou as amigas virarem as bebidas rapidamente. Todas a olharam, pois esperavam que ela fizesse o mesmo. A jovem prendeu a respiração, abriu a boca, virou o copo e, quando sentiu o calor da tequila descer pela garganta, torceu para não engasgar. Olivia sacudiu a cabeça, abriu os olhos e percebeu os olhares de aprovação do grupo.
Quando menos esperava, mais duas rodadas chegaram à mesa e as meninas brindaram.
Tanya levantou-se e agarrou sua mão. “Vamos, hora de ir para a pista de dança”, disse, mas Olivia a afastou.
“Acho que vou ficar por aqui.” Olivia secou as palmas das mãos suadas em um guardanapo.
“Ah, não vai não”, repreendeu Melanie. As amigas a colocaram em pé e a arrastaram até as escadas.
“Vamos, vai ser divertido,” chamou Tracy, e todas desceram as escadas.
“Você já me viu dançar, não é?”
Tanya riu. “Ninguém vai ver, lá é muito escuro. Vamos, viva um pouco.”
Com um consentimento duvidoso, Olivia juntou-se às amigas na pista de dança e tentou imitar seus movimentos. A música era contagiante e logo ela viu-se balançando no ritmo da batida. Fechou os olhos e deixou-se levar. Apesar do álcool não a tornar corajosa, ela divertia-se ao jogar os cachos negros de um lado para o outro.
Um homem pálido e alto, totalmente vestido de preto, aproximou-se e a chamou para dançar. Olivia deu uma risadinha e recusou com a cabeça. Ela nem mesmo saberia como dançar com ele. O rapaz permaneceu próximo e esperou que a jovem mudasse de ideia, até que Tanya a afastou dele.
“Ele é meio assustador”, advertiu Tanya. Olivia concordou com a cabeça.
Elas deslocaram para outra parte da pista de dança e continuaram a diversão. Em um intervalo, todas voltaram ao mezanino, mas Olivia recuou.
“Eu já volto”, falou ao apontar para o banheiro. Durante a espera, continuou a bater o pé no ritmo da música. A fila diminuía gradualmente. Quando chegou sua vez, Olivia entrou e surpreendeu-se ao ver que o banheiro estava relativamente vazio. Enquanto lavava as mãos, a última mulher saiu para voltar à boate e ela ficou sozinha.
Ela escovou os cabelos antes de retocar o gloss labial. Ao observar-se no espelho, ficou impressionada com a jovem mulher refletida.
Então é assim que eu fico quando me divirto, pensou. Ao ouvir a porta abrir, Olivia levantou o olhar e ficou surpresa quando um homem entrou no banheiro. Ela o observou e percebeu que era a mesma pessoa que a havia chamado para dançar mais cedo.
Antes que Olivia pudesse dizer qualquer coisa, ele a agarrou e cobriu sua boca com alguma coisa, Apesar da luta da jovem para fugir, o homem era muito mais forte e levantou facilmente seu pequeno corpo. Inutilmente, ela tentou chutá-lo, o que fez com que ele a segurasse no ar. Olivia levantou a mão e conseguiu arranhar a nuca do homem que, em vez de soltá-la, apertou ainda mais sua boca. Com o pânico instaurado, a visão da jovem começou a ficar embaçada e suas pernas baixaram lentamente. Antes de desmaiar, ela teve certeza de que alguma coisa estava gravemente errada.
Capítulo 2
Mesmo antes de abrir os olhos, Olivia percebeu que estava dentro de algum tipo de veículo motorizado. Ela piscou lentamente e viu um teto desconhecido. Ao ouvir o som de vozes masculinas, levantou-se até conseguir ficar sentada; seu estômago revirou imediatamente, o que a fez gemer.
Quanto será que eu bebi na noite passada?
Olivia percebeu que diversas pessoas a observavam. Quando levantou a mão para esfregar os olhos, notou que seus punhos estavam acorrentados e ficou confusa. Contorceu o braço, seguiu o comprimento da corrente e viu que estava presa a um banco baixo.
“Onde estou?”
“Samolet”, uma resposta surgiu.
“O quê?”
“Avião.”
Olivia fechou os olhos e desejou com fervor que tudo fosse apenas alguma piada de mau gosto ou um pesadelo muito ruim, decorrente do álcool. Quando os abriu novamente, examinou o local com interesse e percebeu que estava em algum tipo de avião cargueiro. Todos os outros passageiros eram homens e estavam vestidos com a mesma roupa preta.
“Finalmente você acordou.” Ela viu um homem alto caminhando em sua direção. Após reconhecê-lo como o mesmo que estava na boate, tentou afastar-se.
“Você! Quem é você? O que quer de mim?”
A resposta foi uma risada. Olivia franziu as sobrancelhas. “Por que você não responde?”, disparou, frustrada. “Para onde está me levando?” Ela entrou em pânico quando tentou levantar-se e percebeu que não conseguiria.
“Rússia”, respondeu simplesmente o homem parado a sua frente. Pelo sorriso afetado em seu rosto, Olivia percebeu que ele divertia-se.
“O quê?” Olivia começou a lutar contra as correntes para tentar libertar-se, mas era inútil. Estavam muito apertadas. Ela soltou um grito de frustração e, apesar de estar desarmada, o homem deu um tapa em seu rosto que a jogou no chão. Isso fez com que a jovem batesse a cabeça contra a parede.
“Fique quieta!”, gritou. Ele entregou-lhe um exemplar da edição do dia do USA Today. “Segure isto”, ordenou. Olivia pegou o jornal. O homem deu um passo para trás e tirou sua foto, antes de tomar o exemplar de volta.
Olivia passou a mão na parte de trás da cabeça. “Por que você está fazendo isto comigo?” Ela sentiu lágrimas jorrando de seus olhos e as secou.
“Você saberá quando chegar.” O homem afastou-se e foi conversar calmamente com alguns de seus companheiros. Todos olharam para Olivia e riram.
Olivia envolveu os braços em torno do corpo e desejou estar vestida de forma mais conservadora. Esfregou os membros arrepiados e sentiu-se muito só ao olhar para os homens. Queria que Tanya estivesse lá. Ela era muito corajosa e definitivamente administraria a situação melhor. Olivia
imaginou o que teria acontecido com as meninas e se elas estavam bem. Será que ficaram preocupadas?
Horas depois, Olivia sentiu que o avião começava a descer e logo ouviu o ruído do trem de pouso. O cargueiro aterrissou com um forte solavanco e taxiou por algum tempo, até finalmente parar. O homem da boate caminhou em direção a ela, que o olhou com medo. Depois de soltar as correntes, ele agarrou o cotovelo da jovem, colocou-a de pé e ambos foram em direção à rampa preparada na parte de trás do avião. Enquanto tropeçava ao lado dele, Olivia não teve a oportunidade de olhar ao redor, pois foi rapidamente colocada no banco traseiro de um carro.
Ninguém havia se preocupado em vendá-la durante o percurso e, embora tenha ficado surpresa, não era tão estranho. Afinal, ela estava em um país totalmente diferente, onde não sabia falar o idioma e nem se localizar. A viagem durou algum tempo. Apesar de Olivia ter tentado rastrear para onde estavam indo, todas as placas da estrada estavam escritas em cirílico e a paisagem não tinha nada além de neve. Ela levou um susto quando o motorista fez uma curva e começou a subir uma estrada sinuosa.
Uma imensa propriedade, diferente de tudo que já havia visto, surgiu pela janela. Depois que o veículo foi estacionado, o sequestrador abriu a porta e não fez questão de esperar que ela tentasse sair do carro; ao contrário, agarrou seu braço e arrastou-a para fora. Olivia ainda usava o vestido e os saltos altos, e seu tornozelo torceu dolorosamente quanto tentou ficar de pé. Sem parar para ver se ela estava bem, o homem caminhou rápido em direção à casa fortemente vigiada.
Depois de entrar, Olivia foi arrastada por um longo corredor. Enquanto isso, tentou assimilar o ambiente em que estava e surpreendeu-se ao ver a opulência da casa. Tudo era imenso, desde o teto arqueado até as enormes pinturas de retratos, alinhadas ao longo das paredes como se
formassem uma fila em uma recepção.
Depois de descer uma escadaria em espiral, o sequestrador parou em frente a uma enorme porta. Antes de entrar e localizar o interruptor, o homem empurrou Olivia para dentro do quarto. Ela piscou e olhou ao redor. O cômodo era grande e não continha nada além de uma cama.
Olivia esfregou os braços e contraiu-se ao sentir dor no local onde o homem havia deixado as marcas de seus dedos. Ao ouvir o quarto ser fechado e trancado, virou-se imediatamente, correu em direção à porta e começou a bater.
“Espere!”, gritou. “Volte! Você não pode me deixar aqui!”, berrou, mas o homem não retornou. Ela continuou a bater até ficar cansada demais para levantar os braços. Deslizou até o chão e recostou-se contra a porta. Observou sua cela de prisioneira. O desespero a invadiu. Deitou a cabeça nos joelhos e começou a chorar.
Olivia foi vencida pela exaustão e forçou-se a ficar de pé. Desconcertada, foi até a cama e sentou-se. Mesmo naquela posição, sentiu que poderia dormir. Antes que realmente caísse no sono, ouviu alguém abrir a porta. A jovem ficou de pé rapidamente. Um homem diferente entrou no quarto – ele não estava entre os sequestradores.
Olivia o viu entrar no quarto com passos largos, sem se preocupar em fechar a porta atrás dele. Ele era mais alto do que os outros sequestradores, o que dizia muito, e sua presença era intimidante. As pernas da jovem esbarraram-se no colchão e ela caiu sentada na cama. O homem tinha cabelos escuros curtos, que formavam cachos na nuca. Sobrancelhas escuras moldavam seu rosto e a barba áspera parecia não ser feita há dois dias. Ele a examinou de cima a baixo com olhos cinzentos e penetrantes, que davam arrepios na espinha. Olivia envolveu os braços em torno do corpo e o encarou.
“Quem é você?” O homem deu um passo para trás e bateu a imensa porta. O estrondo fez Olivia saltar de medo. Ela tinha perfeita consciência de sua enorme figura – parecia uma montanha. Destrui-la seria uma tarefa fácil para ele.
“Sergei.” Sua voz era tão profunda que parecia vibrar por toda a espinha. Olivia fechou os olhos ao ouvir a resposta.
“O que você quer de mim?”
“De você? Nada. De seu pai, dois milhões de dólares.”
Olivia arregalou os olhos. Então este era o motivo. Dinheiro!
Ela passou a mão pelos cabelos. “Meus pais não têm todo esse dinheiro.”
“Eles têm sim.” Ele deslizou as mãos para dentro dos bolsos e estudou-a lentamente.
“Parece que você tem muito dinheiro. Para que precisa de mais? Por que especificamente do meu pai? Por que me trazer de avião até a Rússia?”
“Você faz muitas perguntas.”
Ela franziu as sobrancelhas. É claro que fazia muitas perguntas. Quem nessa situação não as faria? Sergei suspirou.
“Seu pai fez algumas escolhas ruins e irritou as pessoas erradas. É hora dele aprender uma lição”, disse calmamente. Durante a explicação, Olivia percebeu que ele falava muito bem, com sotaque
não tão forte quanto o de seu sequestrador.
“Então isso tem a ver com algo que meu pai fez e não tanto com dinheiro?”
“Exatamente.”
“Não entendo por que eu tenho que pagar pelas decisões dele.”
“Essa é a única maneira de chamar sua atenção.” Sergei abriu a porta.
“Espere, onde você vai?” Ela não havia terminado a conversa. Ainda existiam perguntas que precisavam ser respondidas.
“Tenho outros assuntos para resolver. Você deve estar cansada, descanse.” Ele indicou a cama com a cabeça e fechou a porta.
“Sergei, espere!” Olivia gritou, correu até a porta e começou a bater, mas ele não voltou, nem respondeu. Ela chutou a porta e soltou um palavrão entre os dentes.
Bella Rose
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