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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


REVELADO / H. M. Ward
REVELADO / H. M. Ward

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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As palavras pairaram no ar antes de cair no chão, como chumbo. Trystan oferece à mulher um sorriso torto quando se afasta de Brie.
— Você está enganado, embora tenha ouvido que sou mais quente que Day Jones. — Ele pisca para o repórter antes de se virar em direção a seu armário. Sua mente está se recuperando de uma milha um minuto. Tudo no que poderia pensar em fazer era negar a coisa toda. Não havia nenhuma maneira deles provarem que ele era Day Jones.
A repórter ficou momentaneamente atordoada, mas Brie riu e pegou seu ombro. — Trystan! Diga-lhe a verdade. Diga a ela que você é Day!
— Eu não sou Day Jones. — Estava usando seu sorriso mais encantador, tentando esconder os nós em seu estômago, que sempre apareciam quando as coisas ficavam insuportáveis e o fazia caminhar para fora. Com charme e vibração suficiente, ninguém via a verdade e o que não era, bem ninguém, apenas Mari. Ele percorreu o salão até ela, mas ela não está à vista.
A risada insana e aguda de Brie como garras felinas percorreram seu braço. — Oh, vamos lá, Trystan. Todos sabem. Não há nenhuma razão para ser tímido sobre isso. Diga a repórter o que você me disse.
Ele lançou a Brie um olhar vazio antes de responder a repórter. — Eu não tenho ideia do que você está falando. Foi um prazer conhecê-la, mas preciso ir para a aula. — Trystan passa pela multidão. As pessoas estão falando em sussurros, tentando descobrir o que está acontecendo. Cerca de metade do grupo acredita nele. Bom. Tucker chama sua atenção do outro lado do corredor. Os braços do professor estão cruzados sobre o peito, enquanto observa a situação se desenrolar. Assim que Trystan começa a sair, Brie pega seu cotovelo.
— Você vai ter que perdoá-lo por isso. Naquele dia, quando ele escreveu essa música Day Jones, Trystan jurou que nunca iria contar a ninguém sobre isso, mas contou para mim. Veja, está bem aqui. —Brie segura um pedaço de papel e acena ao redor.
A repórter pega e olha para a folha. — Esta é sua letra Sr. Scott? — Ela inclina o papel para que ele possa vê-lo, mas já a tinha reconhecido. Era a música que ele escreveu para Mari.
Brie está radiante e ainda presa a seu braço. Ela o solta e dá passos à frente de Trystan, estendendo o papel e entregando-o. — Olhe para a última linha. Essa é a versão original. Ele escreveu isso para mim. — Brie era toda encanto e sorrisos.
Trystan podia ver a avalanche de porcaria sobre ele, mas nada lhe permitirá passar ao seu lado. É tarde demais. O jornal o condenou. Ele poderia negar e dizer que Brie era uma puta mentirosa, mas o que iria fazer? Eles já sabiam. A multidão de alunos e professores aumentava mais. Sentiam isso. A repórter estava falando, mas suas palavras soavam como ruído em seus ouvidos. Um professor começa a caminhar e acena com a cabeça, confirmando que a música no papel é letra de Trystan. Alguém entrega uma guitarra para ele, sem piscar Trystan fica lá. Sua mente está presa, revivendo os piores momentos da sua vida, e percebe que todos vão descobrir. É uma questão de horas antes de desenterrar o relatório da polícia da outra noite. Trystan empurra a guitarra longe e abre seu caminho através da multidão, sem olhar para trás.

 


 


Capítulo Dois
Mari
Eu nunca cai tão forte, tão rápido, antes. Trystan fica tenso ao meu lado quando vê as pessoas ao redor de seu armário. Antes mesmo de chegar ao armário, Trystan fica envolvido na massa dos corpos, os quais estão cheios de emoção. Fico ali por um momento e me sinto mal por ele. Ele vai odiar isso. Eu me pergunto como eles o encontraram, como eles souberam.
Naquele momento, Brie fica entre nós. Ela pega o braço de Trystan e puxa-o para frente. Pouco antes dela fazer isso, olha para mim com um sorriso cortante. Ácido preenche meu estômago. Eu não sei como ela descobriu, mas ela o fez. Eu sinto meus pés deslizando para trás, afastando-se da multidão. De repente, Katie está ao meu lado.
— Puta merda, Trystan é o Day Jones? — Ela está mastigando um chiclete e olhando. Quando não respondo, Katie para de mascar e olha para mim. A sombra azul em suas pálpebras. — O que há com você?
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A multidão parece tê-lo sugado pelo corredor. Eles formam um abismo entre mim e Trystan, um buraco está se expandindo e engolindo-o, e não há nada que eu possa fazer sobre isso. Os olhos de Katie estão do lado do meu rosto. Seu olhar para Trystan e depois de volta para mim. Eu odeio isso. É como se pudesse sentir sua pele se arrepiar mesmo daqui. Eu não vejo Trystan olhar para mim e não há maneira de chegar até ele. Eu me viro para trás e desço a escada com meu coração acelerado como se alguém estivesse tentando me matar. Tocaria o alarme de incêndio se fosse ajudá-lo, mas nada vai ajudá-lo agora. Talvez fosse para ser? Talvez ele precisasse disso?
Os dedos de Katie passam diante de meus olhos. — Olá? Terra para Mari.
Balançando a cabeça para fora do caminho, eu consegui evitar que batesse em minha cabeça novamente. — Pare com isso, Katie. — Eu esbravejo.
—Então deixe- me ver se entendi. Você estava com Trystan esta manhã, antes dele ser emboscado por jornalistas, fazendo Deus sabe o quê no porão. — Ela mostra dois dedos quando diz, agindo como se não fosse grande coisa, mesmo que fosse. Eu sei que ela queria gritar e rir comigo, mas não podíamos, porque então tudo estava desmoronando. Então, a noite anterior não importava, não depois disso. Ela sente minha preocupação o que faz seu humor cair.
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Eu tenho minhas costas contra a parede e sugo um enorme suspiro. Continuo dizendo a mim mesma que isso não é ruim, mas se sente horrível. Eu aceno para Katie.
— Então, você ainda está presa a ele e agora Brie o quer de volta, certo?
— O quê? — Eu olho para ela e tento empurrar para longe a sensação de náuseas que está me fazendo suar. Eu não pensei nisso. É isso que ela vem fazendo esse tempo todo? Como perdi isso? Com a mandíbula aberta, digo. — Você acha que Brie o quer de volta?
Ela sorri para mim e me dá um olhar que diz que eu sou um idiota com clareza. — Sim, para começar, ela é uma prostituta e em segundo lugar, se Trystan é Jones Day, ela vai deixar todo mundo saber que eles estavam juntos. Brie não gosta de ser deixada de lado, não quando algo grande acontece. Trystan foi sua primeira e única relação de longo prazo. Adicione ao fato de que ela é uma devoradora de glória e sim, não há dúvida de que ela está em Trystan.
Ácido está subindo PR minha garganta e não importa o que eu faça, não posso me acalmar. Ninguém sabe sobre Trystan e eu, ninguém percebeu que estamos juntos, e agora ele não está comigo, está com Brie e falando com jornalistas. Eu quero bater minha cabeça nos armários. Minha mente flutua para como as coisas ficarão sem Trystan. Eu sabia que estava por vir no próximo ano, mas não conseguia imaginar até esta segunda. Meu coração palpitava nervoso enquanto percebo o que isso significa, não haveria mais Trystan para
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ensaiar as falas, nada mais de brincadeiras no porão, não haveria mais amizade, não haveria mais nada, Trystan Scott não estaria ali, mas eu sim. O espaço vazio dentro do meu peito se enche de pavor. Eu vou passar o próximo ano esperando me formar, esperando ir para a faculdade, e tentando gerenciar meus pais Craptacular 1 sem ele.
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1 craptacular – ela faz referência à fala de Bart Simpson que
expressa algo espetacularmente ruim.
Desencosto da parede e vou pelo corredor até o escritório com Katie nos meus calcanhares. — Aonde você vai? A aula é agora. — Katie aponta atrás de mim, mas continua me acompanhando para o escritório.
Empurro as portas e ouço o tagarelar de mulheres conversando sobre Trystan, perguntando se o seu menino de ouro é realmente Day Jones. Estão animadas, posso ouvi-lo em suas vozes.
— Aquele garoto precisava pegar uma pausa. — Diz uma mulher. Ela está em pé ao lado da máquina zumbido cópia, correndo planilhas.
Elas olham para cima e me veem no balcão. A secretária não se levanta da sua mesa. — Posso ajudar vocês, meninas?
Katie inclina seu quadril contra o balcão e encolhe os ombros, enquanto ela pega em sua unha pintada de preto.
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Balançando a cabeça, eu digo. — Gostaria da prova para a graduação antecipada. — O pensamento estava pulando na minha cabeça há um tempo, mas era muito covarde para agir sobre isso. Isso significava desafiar meu pai, e eu não acho que tenha espinha dorsal, mas neste momento sim eu tenho. Neste momento, a carta de aceitação na parte inferior da minha gaveta de meias parece uma maneira de escapar e eu pretendia aceitar. O único obstáculo era a prova para a graduação antecipada. Semanas atrás, não sabia quais as chances da escola me formar mais cedo, especialmente porque o Diretor tem a palavra final e o cara era um defensor de regras. Ele provavelmente iria negar, sem sequer olhar para meu formulário.
O queixo de Katie cai e ela olha para o lado do meu rosto. Eu nunca lhe disse o que eu queria, ou que estava pensando sobre isso. A verdade é que sair mais cedo vai sugá-la, mas ficar aqui vai sugar ainda mais. Ela olhar para mim e um chiclete cai de sua boca. — Você não pode se formar mais cedo! Por que você iria querer fazer isso? O último ano está quase aqui, é hora de diversão e você vai me cortar? Com quem é que eu vou sair? Que tal na hora do almoço? Podemos, finalmente, sair para o campus. E o baile Mari? — A postura chocada de Katie dizia tudo. — Como você pode me deixar?
Tentar explicar é difícil, mas meu último ano não será parecido com o dela por causa dos meus pais. — Katie, meu último ano vai ser cheio de aulas avançadas. Isso não vai ser
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divertido, porque os meus pais não me deixam relaxar, então o que estou esperando aqui? Poderia ir assistir às aulas na faculdade.
A secretária procura no armário ao lado de sua mesa, e então se aproxima e me entrega o papel. Ela bate em certas partes, inclusive no prazo. — Já passou querida, mas não custa tentar. Vou adicioná-lo à pilha veja se consegue trazê-lo de volta para mim até o final do dia. — Ela pisca enquanto quando fala. — E se for aceita, você vai para a turma de formandos deste ano. A beca vai custar mais, porque está mais perto, não pode obter um anel de formatura porque é tarde demais, e menos que você já tenha concluído a apresentação para a faculdade não tenho certeza se chegará ao final do ano.
Pegando o papel, eu digo. — Obrigada. — Posso preenchê-lo com Katie queimando buracos na minha cabeça. Depois de anotar o motivo, agradeço a mulher, e saio sem dizer uma palavra. Katie está atrás batendo os pés no chão, muito mais alto do que o habitual. Ela está brava, eu sei que está. — Eu não posso ficar. Não depois disso.
— Mas, por quê? — Ela corre até andar ao meu lado, assim que a campainha toca.
Eu não posso dizer. As palavras estão em minha cabeça, mas não posso forçá-las para fora.
Da mesma forma que ao virar o canto, eu vejo a massa de pessoas que estavam no armário de Trystan, mas ele se
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foi. Os professores estão dizendo a todos para irem para a aula. Isso é quando eu vejo Brie caminhando em direção a mim. Seus livros estão apertados contra o peito e há um sorriso triunfante no rosto. Quando ela passa, diz. — Eu não poderia ter feito isso sem você. Obrigada por deixar essa música onde eu poderia encontrá-la, Virgem.
Endureço quando ela passa. Suas palavras me
atingiram como um fluxo constante de tijolos. Por isso a canção de Trystan estava no chão atrás do balcão. Ela deve ter tirado uma foto na noite passada e a imprimiu. A razão deles saberem que Trystan é Day Jones é por minha causa.
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Capítulo Três
Trystan
Ele empurrou as portas da frente da escola pensando que evitou os repórteres, mas caminha em linha reta entre uma multidão. Awh, que diabos? Como Brie conseguiu sua música e por que está o nome dela no verso e não o de Mari? Estava muito mudo para falar antes, mas agora Trystan estava furioso. Sem dúvida, sabia que isso era culpa de Brie, ela foi a única que chamou a imprensa, e a única que o expôs.
Trystan ficou lá por um segundo antes de voltar para o prédio. Seth abria a porta ao lado dele. — Vamos lá, cara. Vamos dar o fora daqui. — A voz de Seth era profunda e exigente. Era como se ele soubesse que Trystan queria fugir.
— Tucker vai me cortar se eu sair. — Trystan deixou escapar sem pensar.
Seth balançou a cabeça. — De jeito nenhum. Não depois disso. Apareça no jogo hoje à noite e você é ouro. Vamos lá, meu carro está ao lado e aposto que todos estes bichanos estão estacionados na frente. — Seth andava pela calçada e ia
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em direção ao estacionamento dos alunos. Passou pelo buraco na cerca de arame e Trystan o seguiu.
Alguns repórteres estavam atrás deles, mas o cara da câmera não pode segui-lo. O equipamento não passava por cima do muro, então teriam que contornar. No momento em que isso acontecesse, Trystan e Seth estariam longe.
Trystan sentou-se no banco e apertou a mão na testa, protegendo os olhos. Seth ligou o motor e saiu do estacionamento, cortando a estrada movimentada. Seth pisou forte cortando o tráfego para colocar alguma distância entre eles e os jornalistas.
Durante algum tempo, Seth não disse nada, mas então explodiu e depois começou a falar as palavras sem parar. — Como é que não me contou? Vi todas essas pessoas reunidas no corredor esta manhã, não havia nenhuma maneira no inferno de Scott ser esse cara Day Jones, porque eu saberia. Ele teria me contado. Eu sou o melhor amigo do cara e ele não teria mantido isso em segredo, mas o que diabos eu sei? Porque, aparentemente você é todo segredos, Scott. Eu te conheço?
— Você é um idiota se acha que não. — Trystan não soltou a mão da testa. A sensação incômoda aumentou desde que viu a massa de pessoas. Sua mente vagava até Mari. Teria que enviar um texto para ela e verificar se estava bem, assim que consertasse as coisas com Seth.
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— Essa é a única coisa que tem a dizer? Você está de sacanagem? Depois de tudo que passamos você seriamente vai continuar mentindo para mim? — Seth cortou alguém e uma buzina soou por trás deles. Seth mostrou o dedo e acelerou mais.
Trystan olhou para cima. — O que estou mentindo?
— Certo, Scott. Você quer jogar assim? Tudo bem. Eu vou jogar. Conte se você é Day Jones. Conte que não escreveu essa canção para a vadia da Brie. Conte quem você pegou na noite passada. Ou que tal dizer por que diabos alguém viu você na delegacia de polícia. — Seu olhar foi para Trystan afiado como vidro. A tensão em sua mandíbula era suficiente para fazê-lo explodir. — Escolha Scott. Eu sei que você tem feito coisas, e acho que isso é bom, vai me dizer quando a merda bater no ventilador, mas desde que isso aconteceu você ainda não disse duas palavras.
Trystan deixa cair sua mão e olhou para ele. —O que você quer que eu diga Seth? Que eu sou Day Jones? Tudo bem, eu sou. Eu escrevi essa canção para outra pessoa, não para Brie. E nem sei como ela a conseguiu. E sim, estive na delegacia de polícia, e não, não contarei o motivo, porque não é da sua conta.
Seth apertou o volante, fazendo as articulações levantarem-se sob sua pele. — Entendo. Então, onde você estava na noite passada? Diga-me quem você fodeu até de manhã, porque sei que você não estava em casa. Costumava me dizer esse tipo de coisa, você sabe, quando éramos
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amigos. Solte um nome agora ou eu vou jogar sua bunda fora do meu carro...
Não interessava a Seth, mas o cara está queimando tudo e fazendo perguntas. Trystan manteve muitas coisas escondia dele, sim, mas guardava as coisas de todos. Bem, não de todos. Mari sabia. A veia ao lado da cabeça de Seth está prestes a explodir. Está pulsando sob a pele, fazendo Trystan se sentir culpado. Talvez ele fosse um amigo de merda. Então respondeu: — Mari Jennings. — Mas assim que disse seu nome Trystan lamentou.
Seth girou de repente, e fechou a boca. Firmando a mão sobre o volante, fazendo com os pneus gritassem em direção a um estacionamento. Ele pisou no freio e deu uma parada brusca. — Saia do meu carro, mentiroso de merda. Você honestamente acha que acredito nisso? Você nem sequer tentou...
Trystan olha para seu amigo, resistindo ao impulso de revirar os olhos. Seth era tão denso com essas coisas. — Você acha que eu iria mentir e compor para Brie? Você está me dizendo sério que não pode vê-lo? Estou com ela quando não estou com você.
— Você passou a noite na casa de Jenning? Você dormiu com ela?
Trystan acenou com a cabeça lentamente, embora Seth achasse que eles fizeram mais do que dormir. — Sim, sai esta manhã depois que seu pai chegou em casa do trabalho.
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Seth parecia aborrecido e decepcionado. Ele ficou tenso em seu assento e Trystan se preparou para o ataque verbal de seu amigo. — Eu lhe disse para ficar longe dela. Essa família tem dinheiro suficiente para enterrá-lo e não pense que o pai dela não o fará. O cara é...
Esfregando suas mãos sobre o rosto, Trystan gritou de volta: — Eu sei o que ele é, mas vale a pena o risco.
Seth deu uma porcaria de respiração profunda, tentando controlar seu temperamento. Trystan deslizou para baixo em seu assento e olhou fixamente para fora do parabrisa. — Então, Seth finalmente disse: — Tudo muda agora, certo? Você vai assinar com alguma empresa e ficar rico, enquanto eu vou servir quatro anos em algum país do inferno que não posso apontar em um mapa.
Trystan olhou para Seth e seu estômago se afundou. — Você se alistou?
Seth concordou. — Eu assinei na linha. Eles me terão após a graduação.
Horrorizado, Trystan sentou-se direito. — Foda-se, Seth. Diga-me que não! Por que você fez isso?
— Porque pensei que era isso o que você estava fazendo! Pensei que embarcaríamos juntos, mas não há nenhuma maneira no inferno de você fazer isso agora, não com esta oportunidade. Vai ficar rico em uma semana e ter uma cobertura em Manhattan. Pode deixar esta merda para trás e pegar uma garota diferente a cada noite.
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A culpa o estava sufocando com tanta força que mal conseguia falar. Seth se alistou por sua causa. Droga. Não havia nenhuma maneira de desfazer isso. Já foi feito. — Isso é o que você faria.
— Não, tenho três vias diferentes a cada noite. Eu pulei para sua versão do sonho americano. — Seth resolveu voltar para seu assento e inclinou a cabeça para trás. — Então o que acontece agora?
Trystan suspirou e empurrou as mãos por cima de sua cabeça e nas costas do seu pescoço, seus dedos cravando-se dentro do músculo. Cada parte dele queria gritar, mas não podia. — Porra, nenhuma ideia. Mas suponho que todo mundo descobriu o tentei manter escondido, e minha vida se tornará um verdadeiro inferno.
Seth bufou e sorriu para ele. — Só você diria que boceta e dinheiro são o inferno.
— Só você iria dizer sobre essa merda depois do que aconteceu esta semana. A vida é mais do que transar, Seth.
Seth riu uma vez, como se não concordasse em tudo. — Então, derrame, Scott. O que diabos aconteceu?
Trystan coçou o queixo, pensando se deveria ou não contar a Seth. No final, Seth descobriria. Todos iriam, então era melhor dizer agora. Trystan contou a ele sobre seu pai, sobre Mari aparecer e salvar sua vida, e sobre as músicas que escreveu para ela. — Ninguém deveria dar uma merda para o
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vídeo, ninguém deveria saber sobre meu pai, e eu com certeza não queria Mari no meio.
Seth não reagiu a nada que Trystan lhe disse. Por um momento Trystan achou que seu amigo não estava escutando, mas não havia muito a dizer depois de algo assim.
Seth finalmente sorriu para Trystan. — Você quer cortar seu velho?
Trystan sombriamente riu e balança a cabeça. — Não, ele não vale a pena, e não tenho nenhuma intenção de vê-lo novamente. — Nunca mais.
— Certo, então deixe ver se entendi: você é um sem-teto, tipo mais ou menos, pegando uma garota menor de idade, tem um pai que o culpa por sua vida ser uma merda, e uma repórter que quer expor publicamente você. Eu me esqueci de alguma coisa?
Olhando para frente, Trystan acrescentou. — Sim, você esqueceu a ex-namorada vingativa.
— Oh, sim. A vadia. Preciso fazer uma camiseta que diz em letras brilhantes: dez dólares para usá-lo. — Seth riu da própria piada, mas Trystan estava perdido em seus pensamentos. Precisava jogar sua próxima carta, de forma a cortar toda a merda e lhe dar equilíbrio, mas Brie e Mari criaram pontos vulneráveis em seus planos. Ele não conseguia descobrir como chutar Brie e não perder Mari ou como evitar ser descoberto. Droga, se a imprensa descobrir que ele esteve lá na outra noite...
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— Scott? — Seth parecia irritado, como se estivesse tentando falar com Trystan enquanto ele estava perdido em sua própria cabeça. — Há apenas uma maneira de jogar esta mão. Vivê-la. Possuí-la. Confesse, em seguida, o próximo passo é seu. Diga a repórter sobre seu pai, como você trabalhou como um burro para manter a comida na mesa, e sobre Sam dar-lhe um emprego. Isso vai fazer seus fãs te amarem ainda mais.
Trystan estava olhando para as pessoas no
estacionamento e percebeu que esta era uma das últimas vezes em que seria capaz de se mover livremente. Eles sabiam que ele era Day Jones, sua vida iria mudar. Cruzando os braços sobre o peito, Trystan murmurou. — Eu não quero ter fãs.
— Que merda. Lide com isso, Scott. Este é seu bilhete para sair deste buraco do inferno e o trem só saiu de uma maneira. Pegue ou será atropelado. — Seth colocou o carro em marcha e dirigiu até uma lanchonete no centro do shopping center. — Vou pegar um café, sei que você não comeu. Mas, quando ficar rico e famoso espero uma prostituta ou duas para resolver meus problemas.
Trystan riu. — Você faz seus próprios problemas, Seth. Prostitutas não são uma coisa boa para o fator na equação.
Seth piscou um fantasma de um sorriso e acenou com a cabeça. Depois de sair do carro, se inclinou para a janela aberta. — Eu não costumo dizer merdas como esta, mas vou cobrir suas costas, Scott. Qualquer coisa que decidir, eu
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ainda sou seu homem. — Seth soltou um suspiro desconfortável, se afastou e entrou na lanchonete.
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Capítulo Quatro
Mari
Katie dispara uma série de palavrões nas costas de Brie.
— Eu posso ouvir você. — Respondeu Brie, enquanto se afastava.
— Eu sei! Estou falando em voz alta! — Katie estava fervendo. Ela agarrou meu braço e me puxou para as portas laterais. — Não há nenhuma maneira no inferno de aprendermos uma maldita coisa hoje. Vamos. Vamos dar o fora daqui. — Katie empurra as portas de metal e estamos no estacionamento.
— Se meu pai descobrir que eu cabulei...
— Ele não vai, Mari. Quem vai saber agora? Todos os professores estão no corredor zumbindo sobre Trystan. Ninguém vai sentir sua falta. — Seu veneno sobre Brie sumiu assim que saímos. Katie puxou meu braço. — Vamos lá. Vamos caminhar até a lanchonete e comer qualquer coisa. Fome de Katie. — Ela disse que as últimas palavras como Cookie Monster 2.
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Eu não posso evitar, me pergunto o que isso significa para Trystan, mas aposto que ele está com medo. Para alguém brilhando tanto no centro das atenções, ele realmente não gostava de estar nele. A estrada principal não estava muito ocupada no momento. Algumas das vans dos noticiários passaram por nós. Outros ficaram e estavam entrevistando os professores de Trystan. Esta noite, estará em todos os canais. Trystan Scott é Day Jones. Todos eles vão pensar que Trystan escreveu essa música para Brie e eu vou ser deixada de lado.
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2 Cookie Monster - é um Muppet em programa de televisão
infantil Sesame Street. Ele é mais conhecido por seu apetite voraz e suas famosas frases alimentares.
Katie olha para mim. — Você está pensando em
responder qualquer coisa a qualquer momento em breve?
— Desculpe o que você perguntou?
Katie faz um barulho excessivamente dramático e bateu suas botas de combate. Ela está usando uma saia de estampa floral, a bota de cano alto até os joelhos com caveiras do lado, e uma camisa branca rendada com um grande cinto brilhante. Seu cabelo está puxado para trás em um rabo de cavalo e balançando no alto da cabeça. Sinto-me deselegante ao lado dela na minha camisa de flanela e jeans.
— Conte o que está acontecendo ente você e Trystan. — Toda a cor sumiu das minhas bochechas. Eu não pude
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esconder. Fui pega de surpresa e não consegui mascarar minhas emoções e mantê-los fora de meu rosto. — Certo, vamos fingir que eu não vi a sua reação. Vamos usar suas palavras, Mari. Diga-me o que aconteceu. — A maneira como Katie falava parecia que estava se dirigindo a uma criança.
O meu olhar foi para o chão enquanto respondia. — Eu o amo, certo. Ele passou a noite de ontem comigo. Os repórteres não puderam encontrá-lo, porque ele estava comigo.
Katie para, e agarra meu braço. Quando ergo meu rosto seus olhos ainda estão se expandindo em estado de choque.
— Mas que diabos? Você me diz que está com ele e então dormiu com ele? Vocês fizeram sexo? — Ela faz um barulho estridente e gira em um círculo. Parece uma dança da galinha com raiva. — Como você pode não me dizer isso!
— Shhh! — Eu a empurro quando passamos em frente à loja. Há pessoas dentro olhando para nós. — Caramba, você fumou marijuana. E não, senhorita cérebro sujo, não é assim. Ele precisava de um lugar para ficar. Trystan aparece ao longo de um tempo, mas ontem à noite foi a primeira vez que ele ficou.
— E seus pais? O Sr e Sra. Rodup D' Ass não tem problemas com isso?
Sorri timidamente. — Eles não sabem. Trystan estava no armário quando meu pai chegou em casa esta manhã. Eu pensei que íamos ser pegos.
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Katie grita e bate com as mãos sobre a boca. — Cale a boca! Mari Jennings se transformou em uma menina má. Precisamos parar na loja de animais e comprar uma coleira de cachorro grande, o tipo com espinhos. Seu pai iria se cagar quando a visse usando.
Katie me faz sorrir mesmo estando por dentro com um monte de nervos emaranhados. — Eu não posso nem imaginar o que aconteceria em seguida.
— Você deve fazer isso. Eles iriam te dar valor. Faria bem a eles se você fosse toda doida por um tempo.
Coloco as mãos debaixo dos meus braços. —
Provavelmente não é um bom plano. Meu pai iria me processar ou algo assim.
— Deus, seu pai é um idiota. Eu preciso dizer-lhe que da próxima vez quero ver. Tenho certeza que seu pai e o meu pai foram para a faculdade dos idiotas juntos, porque ambos têm essa coisa de bastardos. — Ei, não é o carro do robô do sexo? — Todas as frases de Katie fluíam juntas, mas meu olhar seguiu seu dedo para um grande carro velho saindo do estacionamento quando finalmente estacionou na lanchonete.
Sorri para mim mesma. — É. — Vejo Trystan sentado no banco da frente com o braço sobre o rosto. — Vá comprar algo. Eu preciso falar com Trystan.
— Tudo bem, mas se eu e Seth voltarmos e vocês estiverem dando um amasso, ele provavelmente vai querer
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assistir. Ele é um pervertido. — Katie riu e desapareceu antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.
Vou até o carro e me pergunto o que dizer. Ele deve estar nervoso. Muita coisa aconteceu com ele, muito próximo uma da outra. Andei para o seu lado do carro e bati na janela. —Ei estranho, ou devo chamá-lo de estrela do rock?
Quando Trystan me vê sorri. Ele abre a porta e me puxa para dentro do carro. Eu caio em seu colo e ele agarra-me como se eu fosse uma âncora. —Eu prefiro beijo ninja. Eu sempre vou preferir isso. — Suas mãos envolvem minha cintura e me puxa para um abraço. Estar em seu colo me deixou animada e nervosa ao mesmo tempo, mas suas mãos me fizeram sentir bem, então não me esquivei. Ele beija a minha bochecha levemente e dispara a sensação de uma corrente através das minhas veias e um sorriso suave toca meus lábios.
— Então, vejo que corrompi você. Não é nem mesmo o segundo período e está aula já se foi. — O sorriso no rosto de Trystan era tão bonito que queria me inclinar e lambê-lo. Aquele sorriso arrogante excitava as borboletas no meu estômago.
— Ha! Como se eu pudesse ser tão facilmente
manipulada por você.
— Então, é Katie a força do mal em jogo aqui? Hmmm. Vou ter que estudar seus métodos. — Eu o golpeio precisando que ele fique sério por um momento.
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— Você está bem? — Perguntei. Depois de tudo que aconteceu duvidava. Trystan tentou esconder e agora ele está exposto.
— Claro. Você está aqui agora. Tudo vai ficar bem. — Seu sorriso confiante vacilou e sua voz perdeu a vibração de Trystan Scott.
— Tudo vai ficar bem. Você vai ver.
Ele sorri para mim. — Isso soa melhor quando você diz.
— Porque acredito nisso. Isso pode ser uma coisa boa, Trystan. Nunca terá que se esconder de alguém ou alguma coisa novamente. Você tem que ser corajoso só dessa vez, e tomar qualquer porcaria que vier, mas depois pode viver sua própria vida. Não terá que se alistar. Sua vida é sua agora. — Enquanto eu falo, os dedos de Trystan correm por meu cabelo.
— Eles vão saber que você estava lá. Eles vão saber o que você fez. As pessoas vão falar, eles vão dizer coisas sobre você e eu. E não quero isso. — Seus olhos foram para o painel, como se não pudesse olhar para mim.
Inclinando o queixo para que nossos olhares se encontrassem, eu disse. — São apenas palavras, Trystan. Que digam o que quiserem. Devo-lhe muito...
Seus olhos azuis miraram os meus confusos. — O que você está falando?
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— Eu sou a razão pela qual os repórteres estão lá. Eles descobriram Day por minha causa.
Trystan endureceu e suas mãos caem no assento. — Você disse a eles?
— Não, mas poderia muito bem tê-lo feito. Brie estava no meu quarto, ela encontrou a música e reconheceu a sua caligrafia. Sinto muito. Eu fiz...
Ele me puxa para seu peito e é tudo o que pude fazer para impedir que as lágrimas caíssem. Eu sei que Trystan não queria isso e é minha culpa o que aconteceu. — Shhh, não foi culpa sua. Você não é aquela que os chamou. Por que diabos você estava com Brie, afinal?
— Eu não estava. Fui forçada a pedir desculpas para que o pai dela não processasse meu pai. Minha mãe deixou-a no meu quarto por deus sabe quanto tempo. Brie viu a música.
Trystan me prendeu mais apertado. — Brie é minha culpa, eu...
Naquele momento Seth decidiu se materializar ao lado da janela aberta com Katie em seu rastro. Eles dizem em uníssono. — Brie é uma puta amarga. — Os dois param e esta coisa estranha acontece. Seth olha para o suco em suas mãos com uma expressão estranha no rosto.
Katie boceja para ele como um peixe atracado. — Pare de roubar meus pensamentos, pervertido.
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Seth volta para si mesmo e fala. — Não é como se fosse uma ideia nova G.I. Joe 3.
Trystan gemeu e bateu com a cabeça para trás no assento. — Eu vou pular fora do carro agora, se vocês dois podem brigar o dia todo.
Seth me vê no colo de Trystan. — Ela não vai ficar. Você já pegou o lanche, agora pode sair.
Katie empurra Seth para o lado e desliza para o banco traseiro. — Essa é uma má ideia. Eu não posso voltar para casa e Trystan não vai deixar você falar merda com Mari, de modo que mantenha os seus comentários repugnantes para si mesmo. — Katie abre o saco e mostra para mim. — Bagel?
— Não! Não virá com a gente! — Seth está com a porta está aberta e apontando, como se fôssemos cães.
— Sim, eu não vou embora. — Katie mordeu seu pão. — Vocês têm bacon? Juro por deus, eu cheiro bacon. — Ela levanta o nariz para o ar e cheira.
Todos olham para Seth. Ele passa todo seu peso para o pé e se rende. — Foda-se, sim. Eu tenho bacon e se cair gordura no estofamento, vou lavá-lo com sua bunda. — Ele segura o saco para Katie.
Ela o tira de sua mão. — Sim, eu não gosto disso, mas obrigada pela oferta.
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Trystan surpreso tenta esconder um sorriso, quando Katie inala uma tira de bacon antes de entregar-nos o saco. Ele me pergunta. — Ela é sempre assim?
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3 G.I. Hoe – é uma franquia de filmes, brinquedos, jogos
eletrônicos e música. O brinquedo no Brasil recebeu o nome de Comandos em ação. O objetivo é defender a liberdade humana contra a Organização Cobra, um impiedoso grupo terrorista determinado a dominar o mundo.
— Só quando está usando essas botas. Ela vai toda combate Katie e acha que pode chutar traseiros.
— Ela tem uma bunda grande. — Seth sorri e desliza para dentro do carro.
Katie olha para ele e para a bolsa. — Eu deveria te bater com a minha bolsa.
— O quê? Foi um elogio. — Vejo o sorriso de Seth pelo espelho retrovisor.
— Então, você chupe seus elogios. Porque não pode apenas aprender a ler secretamente como todos os outros? Droga, Seth. — Katie sorri torto e mastiga um pedaço de bacon.
— Quem disse que eu não estava fazendo isso também?
— Seth olha para ela no espelho novamente. Esperei comentários mais pontiagudos de Katie, mas ela apenas come e não se importa com quem está olhando.
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Seth pega seu lanche, desembrulha e dá uma mordida enorme antes de olhar para Trystan. — Para onde vamos, Scott? O próximo passo é seu.
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Capítulo Cinco
Trystan
Mari fica tensa em seu colo assim que Seth e Katie entram no carro. Trystan sabe que ela quer deslizar no assento ao lado dele, mas ainda não está pronto para deixá-la ir. Seus dedos prendem sua cintura estreita enquanto Seth e Katie tentam se castrar verbalmente. A familiaridade deixa sua pulsação furiosa. Mari está em seu colo. Se ele deixar sua mente vagar, vai voltar para seu quarto e repassar as coisas que poderia ter feito com ela na noite anterior, se não tivesse juízo. Dizer-lhe não pareceu a coisa certa na hora, mas agora Trystan estava preocupado por ela escorregar entre seus dedos.
Não havia nenhuma maneira de agarrar Mari, não com o mundo em chamas ao seu redor. Ele não podia nem levar Mari com ele, supondo que assinasse o contrato que eles ofereciam. Mari era menor e estava presa aos pais por mais um ano, enquanto ele fazia o quê? Enquanto ficava famoso e
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ela o esquecia. Não havia nada que Trystan pudesse oferecerlhe, se não acelerasse e mudasse alguma coisa.
A ideia de professar publicamente o que aconteceu em sua casa o deixava doente. Contar sobre isso parecia insuportável, mas era um obstáculo e a recompensa do outro lado valia à pena correr o risco. Trystan não estava acostumado a contar às pessoas os seus segredos, mas supunha que todos no carro sabiam a maior parte deles.
Trystan olhou sobre o assento para Katie. — O que você acha que devo fazer?
Seu queixo caiu e ela piscou repetidamente, batendo os cílios. Katie levou a mão ao coração e deixou cair a cenoura. Sua voz soou com sarcasmo enquanto falava. — Você realmente está me perguntando? Oh, meu deus! Jones Day está me fazendo uma pergunta! — Ela soava como uma fã enlouquecida, e depois riu, caindo de volta no banco e mordendo seu sanduiche. — Sério Scott. Supere-se. O que você acha que vai acontecer se as pessoas souberem?
Trystan percebeu que gostava de Katie mais do que pensou. Ela brigava tanto quanto Seth que mal conseguia dizer duas palavras quando ela estava por perto. Não esperava que ela reagisse dessa maneira, e isso era bom. Mari precisava de amigos assim. Inferno, ele precisava de amigos assim, pensou e sorriu para ela. — Certo, espertinha, tente novamente. O que acontecerá se eu confessar e cantar? O que acontecerá quando eles souberem sem dúvida que eu sou a lenda online?
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Mari cortou Katie. Ela sabia onde isto estava indo e que ele precisava pensar. —Os agentes que tentaram assinar com você apareceram, as gravadoras farão o mesmo...
Seth acrescentou. — Se eles foram para sua casa, porque eles acham que o seu pai não é um idiota...
Mari balança a cabeça e continua. — Então, descobrirão que seu material desapareceu. Seu pai é um selvagem. Ele poderia reivindicar e dizer que você nunca viveu lá, e desde que ele jogou todas as suas coisas fora...
Katie a cortou. — Seu pai jogou fora todas as suas coisas?
Trystan não respondeu. Seth dá a Katie sua versão. — O pai de Trystan é uma merda e abusou dele. Mari quase matou o velho com um tijolo na outra noite, o que deixou Trystan no limite. Ele acha que a imprensa vai descobrir e vai arruinar a vida de Mari.
Mari vira e olha para Trystan quando o queixo de Katie chega ao tapete. — Você está com medo por mim?
Ele balança a cabeça, evitando o olhar dela. — Eu não posso impedi-los de encontrar nada disso.
— Eles não vão encontrar, Trystan. Meus arquivos sumiram, meu pai provavelmente queimou todos eles. Você sabe como ele é. Não queria processar porque não queria deixar uma trilha de papel que poderia voltar e assombrá-lo.
— As palavras custaram a sair para ela conseguiu cuspi-las.
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— E se eles souberem que estivemos juntos na noite passada? — Ele segurou um de seus cachos e colocou atrás da orelha. — Se alguém me viu entrar ou sair, então você ficaria em apuros e eu não quero tornar a sua vida mais difícil do que já é.
— Trystan, não se preocupe comigo. — Sorrindo gentilmente, Mari inclinou seu lindo rosto para o lado. — A pior coisa com o que tinha que me preocupar é Brie, e se isto é o melhor que ela pode fazer, então fico feliz. Vá se encontrar com os engravatados e escolha um. Vai ser bom Trystan, mas tem que querer isso. Tem que ser como quando está no palco. Eles vão te adorar, todos eles e você será impagável, não importa os esqueletos de seu passado. — No momento em que ela parou de falar, Mari inclinou a cabeça contra a sua.
— O próximo passo é deixar o mundo saber que você é Day Jones e que você tem músicas ainda mais impressionantes do que a primeira.
O olhar azul de Trystan travou no dela. Sua mão tocou suas costas com o polegar em círculos lentos. — Eu não posso...
— Não. Meu caminho já está definido. Trystan, não mencionei isso antes, mas me inscrevi em uma faculdade não muito longe daqui. Eles me aceitaram. Na verdade, me ofereceram uma bolsa integral, mensalidade, taxas, alojamento e alimentação, tudo. Não mencionei porque não achei que eu poderia ir até o fim, mas... — Suas palavras sumiram enquanto um sorriso se arrastava por seus lábios.
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Katie interferiu. — Mas ela irá. A senhorita segredos aqui apenas apresentou um pedido de graduação mais cedo. Ela está me deixando de lado.
— Não me diga? — O café da manhã de Seth parou no meio do caminho para sua boca e ele olhou para Mari.
Ela acenou com a cabeça e sorriu. —Sim, eu fiz.
Trystan perguntou. — E seu pai?
Katie foi quem respondeu. Ela estava chupando um pedaço de bacon e tirou-o de sua boca como se fosse um pirulito. —Seu pai vai cagar tijolos...
— Katie. — Mari gritou com ela, mas estava certa.
— O quê? É a verdade. — Ela chupou o bacon e
começou a lutar com o restantes das peças com Seth.
Trystan virou o rosto de Mari em direção ao seu. Havia tantas emoções o inundando que ele não conseguia descobrir o que sentia. — Você realmente vai fazê-lo?
— Eu não sei. Você vai admitir que é Jones Day?
Seus olhos vão para Seth e ele bufa. Trystan disse a seu amigo. — Eu entrei nisso, não foi?
— Sim. Ela brincava com você, garoto amante. — Katie usou o momento para sua vantagem. Ela pega uma mão cheia de bacon antes de Seth poder detê-la e empurrou as fatias em sua boca. —Ah! Sua puta! Você comeu todo o bacon! — A carne gordurosa sai dos lados da boca de Katie.
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Ela sorri e faz ondas nas pontas dos dedos para ele, rindo. — Foda-se. — Seth vira-se e puxa um pedaço entre os lábios e come.
— Você é nojento! — As palavras saem da boca de Katie ilegível quando ela pisca para Seth em estado de choque.
Trystan ri e espreme Mari firmemente. — Sim, ele é. E você Mari Jennings é diabólica. — Ela ri quando Trystan faz cócegas nela. Os pequenos movimentos dos dedos fazem Mari empurrar o banco da frente como um esquilo em uma corda. Ela tenta fazer-lhe cócegas de volta, mas Trystan tem o melhor ângulo. Não há como fugir dele. Katie e Seth estão ocupados dizendo-lhes como repugnantemente bonitinhos eles são, e alguém ameaça jogar suco em Trystan e Mari.
Trystan sorri. — Então, nós dois vamos fazer isso?
Mari sorri para ele. — Aparentemente.
— PSH 4. — Interrompe Katie. — Foi fraco, Mari. Grite mulher!
Mari segura suas mãos e grita. — Vou para a faculdade mais cedo! Wahoo! — Trystan ri e a abraça.
— Wahoo? — Seth faz uma careta. — Não é isso que a raposa diz quando cai de um penhasco?
Katie chuta a parte de trás do seu assento com sua grande bota. —Você é um idiota.
Eles continuam brigando, mas Trystan não se importa. Ele não consegue tirar os olhos de Mari.
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Seth avisa. — Vocês vão babar no couro inteiro. Vou ter que me livrar dela agora. Onde fica sua casa Mari?
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4 PSH – Uma expressão usada para demonstrar um
desinteresse em um determinado assunto.
Antes de Mari se opor, Trystan a desliza para o assento ao lado dele e dá o endereço. Quando Seth para em frente sua casa, Trystan sai primeiro e mantém a porta aberta. Mari desliza para fora e antes de Katie poder rastejar para fora do banco de trás, ele fecha a porta. Inclinando-se pela janela, Trystan informa-lhes. — Vou com Mari. Vejo vocês na escola hoje à noite.
— Mari! Você não pode me deixar com Seth! — Katie coloca o rosto no pequeno espaço entre o cinto de segurança e a janela. Ela estende sua mão. — Salve-me!
Trystan envolve seus braços em volta de Mari e pressiona um beijo em sua bochecha. Seth gira o motor. — Confie em mim Katie, você não quer ir com eles agora. Eles vão ser todo amor e essa merda. Vamos encontrar outra coisa para fazer.
Seth acelera antes que alguém possa responder. Enquanto o carro percorre a rua, Katie se vira e esmaga o rosto contra o vidro de trás e dá-lhes o dedo. Trystan ri e faz ondas para ela. — Ela vai matá-la mais tarde.
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— Eu? Você foi o único que acenou. Ela se lembra de coisas assim.
Trystan mentalmente fez uma nota de nunca irritar Katie novamente. Então vira-se para Mari e segura suas mãos. — Então, s temos um dia inteiro para nós dois. O que devemos fazer? — Se aproximando, ele desliza as mãos em volta de sua cintura e diminuiu o espaço entre eles.
— Eu poderia ter algumas ideias. — Ela parece tímida e depois ri.
Nesse momento, Trystan está tão feliz que seu peito pode entrar em combustão. —Oh? Eu pensei que seus pais estivessem em casa durante o dia?
—Eles normalmente estão, mas hoje há uma reunião e algumas outras coisas. Disseram que não estariam em casa hoje. — Ela imitou a voz de seu pai. — Porque atuar é um desperdício de seu talento.
Trystan inclina-se perto o suficiente para beijá-la. — Então, significa que nós temos até as seis horas, sem a supervisão de seus pais? Esse é um tempo muito longo. — Seus olhos se moveram para os lábios. — Tem alguma ideia?
Sorrindo, ela beijou-o nos lábios, em seguida puxou-o em direção à porta da frente. —Eu pretendo te dar uma surra no Guitar Hero na primeira hora. Seu ego vai ficar tão machucado que você não vai ser capaz de me olhar no olho depois que... — O resto de seus socos verbais se perdeu no
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riso quando Trystan pressionou-a contra a porta da frente e atacou com cócegas.
— Ego ferido, meu traseiro.
— Eu gosto do seu traseiro. — Mari falou, entre acessos de riso. De repente, o corpo de Trystan pressionou o dela. Ele deu um passo mais perto, pressionando as costas contra a porta, antes de beijá-la até que ela se esqueceu de respirar.
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Capítulo Seis
Trystan
A cama era macia e era bom ter Mari contra seu peito. Ela estava deitada de lado, aconchegada a ele em cima do edredom. Eles ficaram assim desde o almoço. Trystan não se lembrava de como eles foram para essa posição. Estavam conversando, sentados lado a lado, e agora ela estava deitada em seus braços. Seu braço na cintura estreita, Trystan estava contente. Não, eram mais que isso. Pela primeira vez em sua vida, ele estava feliz. Podia ver uma saída, um caminho que levava a algo bom, e estava feliz por incluir Mari.
— Então. — Disse Trystan. — Quando você iria me contar sobre a coisa da formatura?
Ela encolheu os ombros. — Eu não sei. Acho que estava guardando para quando você decidisse dizer a todos que você é Day. Já pensou como vai fazer isso?
Eles falaram sobre isso um pouco e decidiram que deveria ser após a peça. Caso contrário, temiam que o elenco
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tivesse trabalhado tão duro para nada. Trystan não queria ofuscá-los, especialmente Mari. Além disso, beijá-la no palco era um momento que ele não queria perder e haviam vários beijos quentes na pequena produção. — Não na verdade. O que você acha que eu devo fazer?
—Hmm, tanto quanto odeio dizer isso, acho que Seth está certo. Você tem que querer. Derramar a coisa toda.
— Como? Eu sei que deveria, mas saber e dizer são duas coisas diferentes. — O cabelo longo está envolto por cima do ombro. Ela se mexeu e olhou para ele.
— E se nós ajudarmos? Eu, Seth e Katie. E se cada um de nós disser algo sobre porque você não iria para frente, para que assim quando você disser que é Day Jones, fizer mais sentido? As pessoas vão se perguntar por que está dizendo isso agora.
— Porque eles me encontraram. Se não soubessem onde eu estava, eu não diria nada. — Trystan rola para o lado e inclinou-se sobre o cotovelo. — Eu não teria arriscado isso. — Ele apontou entre eles. — É muito importante para mim.
Mari sorri de forma feminina, com os olhos tímidos, antes de deslizar para fora da cama. Ela caminha até a cômoda e puxa alguma coisa. Quando volta, senta-se na beirada do colchão, e pega a mão dele. Trystan senta-se quando Mari coloca algo frio na palma da sua mão. Um anel. Um aro de prata grosso com letras estranhas gravadas nele.
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Segurando-o entre o polegar e o indicador, Trystan pergunta.
— O que ele diz?
— É grego antigo. Diz... — Ela cora as bochechas e desvia o olhar.
Quando ela levanta o olhar, Trystan sente a força dela. Começa no centro de seu peito e viaja profundamente em seus ossos. Aqueles olhos, aquele cabelo, e sua voz é um som maravilhoso. Inclinando-se lentamente, Trystan coloca um beijo sobre seus lábios. Ele pode sentir o calor de sua pele, e embora ansiasse tocá-la, ele não o fez. — O que diz Mari?
Os olhos dela se levantam e ela enrijeceu ao ver quão perto ele estava. Se seu coração estivesse batendo como o seu, estava em apuros. Trystan inclina-se e diminuiu o espaço, pressionando os lábios no canto da boca dela. Os cílios escuros de Mari estão pertos e quando ela levanta o olhar novamente, aquelas curvas dos lábios rosa mostram um lindo sorriso tímido.
— Diga- me. — Ele respirou.
— Ele diz: “ A minha alma é a sua alma” significa que você é parte de mim e que a nossa amizade é eterna. — Ela aperta os lábios e acrescenta. — E isso significa que eu te amo. Quando você for famoso e estiver a quilômetros de distância, você pode olhar para ele e lembrar-se de mim.
— Como se eu pudesse esquecer você. — Ele puxa-a contra o peito e diz no ouvido dela. — Eu amo isso.
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— Trystan, eu sei que nossas vidas estão prestes a mudar e quero que faça o que você precisa fazer, para se tornar quem você precisa ser. Mas o pensamento de acordar todas as manhãs e não te ver...
Ele silencia suas preocupações com um beijo, e depois se afasta. Ambas as mãos encontram seu rosto, e escorrega de volta para seu cabelo. — Venha comigo. O que quer que eu faça, onde quer que eu vá, venha comigo, Mari. Você não tem que ficar aqui.
—Tenho dezessete anos, Trystan. Eu não posso...
— Você vai ser capaz de sair para a faculdade.
— Sim, mas não posso viver com um cara. Adicione ao fato de que você é uma estrela do rock e meu pai vai jogar seu traseiro na cadeia por me sequestrar. — Seu olhar escuro cai entre nós e quando ela olha para cima novamente, há dor em seus olhos. — Funciona melhor assim. Você pode vir me ver e eu vou começar a faculdade. Posso ficar com você quando tiver dezoito anos ou ficar aqui e fazer pós-graduação. Nós vamos ter mais opções, então Trystan. Mas agora, nós dois temos que começar novamente. Ambos temos duas novas vidas brilhantes e elas estão indo em direções diferentes. É por isso que eu quero que você tenha o anel. Lembre-se de mim quando as coisas ficarem difíceis, porque elas vão. Sempre estarei lá para você, não importa o que aconteça entre nós. — Suas palavras são como uma estaca em seu coração. Ela está falando sobre eles, como se eles não já estivessem mais juntos, embora eles mal começassem. A
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ideia de perdê-la, de passar sua vida sem ela, era mais devastadora do que qualquer coisa que ele já sentiu. Mas ela estava certa e ele sabia disso. Seu tempo juntos era limitado e ele queria valorizar os poucos momentos que estão juntos.
Eles ficaram assim, abraçados, ao lado da cama de Mari. Ele não podia dizer se por segundo ou horas, mas o puxão dentro do peito era exigente. Tudo dentro dele queria beijá-la sem sentido e segurá-la em seus braços.
De repente, ela se afastou e leva o seu rosto em suas mãos. — Beije- me, Trystan. — Sua voz era suave. Mari não tinha que pedir duas vezes.
Trystan abaixou seus lábios e pressionou suavemente em sua boca. Lutando para manter o controle, ele tinha planos para beijá-la devagar e tomar seu tempo, mas Mari então afundou de volta na cama e puxou Trystan. O beijo ficou quente e ele não pode ter o suficiente. Suas mãos percorrem os lados de seu corpo, agarrando-se com mais força, quando se colocou por cima dela.
O momento era perfeito, e sua cabeça estava cheia dos sons que Mari fazia na parte de trás da garganta e pela forma como as unhas raspavam a parte de trás de seu pescoço. Seu perfume encheu sua cabeça e ele ficou completamente perdido, incapaz de pensar ou se concentrar em qualquer coisa, apenas nela.
Foi por isso que ele não ouviu a porta ou os passos até que fosse tarde demais. A mão estava na parte de trás do
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pescoço e um segundo depois, Trystan foi arrancado de Mari. Ele foi puxado a seus pés e, em seguida, um punho se conectou com seu estômago. O pai de Mari conseguiu manter um controle sobre seu ombro. O homem estava gritando incoerentemente, enquanto tentava dar outro soco, mas Trystan está pronto neste momento. Ele se moveu no último momento. Mari gritou abafando as palavras de raiva de seu pai, quando seu punho se conectou com a parede.
Trystan deu passos para trás, e puxou Mari a seus pés, protegendo-a. Quando seu pai se virou, sua mandíbula ficou rígida e os punhos subiram novamente. Trystan pensou que o homem estava gritando com ele, mas não era. Ele está dando uma chicotada verbal em Mari que era pior do que qualquer coisa que seu pai sempre disse.
Seu pai está rouco, com as costas curvadas, os braços prontos para estrangulá-la. — Eu te dei tudo e é assim que você me retribui? Você faltou à escola para ficar em casa, brincando de casinha com este pedaço de merda! Você é uma vadia! E nenhuma minha filha jamais vai...
Trystan sabia que eu não deveria fazer isso, mas o punho já estava em movimento, fazendo uma linha de abelha direta para a mandíbula do médico. Ao entrar em contato com o homem este cambaleou e as costas bateram na parede. Forte. As molduras de sua mãe nitidamente exibidas caíram no chão e se quebraram.
Vidro quebrado reluziu quando Trystan deu passos para frente, esmagando-os sob sua bota. — Ninguém fala de Mari
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assim. Eu não me importo se você é o pai dela ou se vai me processar. Sua filha te ama, mesmo que você não mereça. Suas palavras foram cruéis e a está destruindo e não vou deixar você fazer isso. Então, volte para a sua torre de marfim e reclame sobre como o mundo não reconhece o quão inteligente você é, assim como não reconhece o que você fez para sua própria filha, você é um patético desperdício de vida.
Trystan estendeu a mão para Mari. Escorre suor de sua testa enquanto ele suga o ar, tentando fazer o ritmo cardíaco voltar ao normal. Cada músculo em seu corpo está tenso, pronto para um ataque que nunca chegou. Em vez disso, o pai de Mari senta-se no chão, olhando. Ele não resiste quando sua filha passa por ele com lágrimas brilhando nas bochechas. O doutor fica lá, rígido, completamente imóvel, como se estivesse em estado de choque. Trystan e Mari saem da casa em silêncio.
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Capítulo Sete
Mari
Não conseguia parar de chorar. O braço de Trystan ficou ao redor de mim enquanto me leva para uma mesa de piquenique e me senta no topo da mesa. Minha mãe me levou para o parque quando eu era uma garotinha. Era a poucos quarteirões da minha casa. As mãos de Trystan ficam nossos meus joelhos enquanto ele tenta olhar para o meu rosto. — Você está bem?
Freneticamente esfregando as lágrimas dos meus olhos, eu olho para ele. — Eu sinto muito, Trystan. Eu não deveria estar em casa. Papai nunca chega em casa. Eu...
— Shhh. — Ele me puxa contra seu peito e mantém-se firme, e acaricia meu cabelo. Eu posso ouvir a batida constante de seu coração e isso me acalma.
Quando finalmente me afasto, me sinto envergonhada. Nós não estávamos fazendo nada, mas isso não era o que parecia. — Sinto muito. — Disse novamente, porque não sabia mais o que dizer.
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— Você não tem nada que se desculpar, Mari. — Sorri fraca e olhei para longe, mas Trystan não me deixou. Ele pegou meu queixo em sua mão e levantou o olhar até que nossos olhos se encontraram. Havia muito carinho naqueles olhos azuis, muito amor. — Ninguém vai te machucar quando eu estiver por perto, certo?
Eu me inclino para ele novamente, segurando firme. — Ninguém nunca falou assim com ele antes, e você gritou e deu-lhe um soco.
Trystan beijou o topo da minha cabeça e descansou o rosto lá. —Me desculpe se deixei as coisas piores. Não podia ficar ali e vê-lo te estraçalhar.
— Ele não se levantou Trystan. Eu esperava que ele fosse lutar, mas ele não o fez. Papai parecia mais chocado do que qualquer coisa. — O olhar no rosto do meu pai quando Trystan me defendeu não era raiva, era outra coisa. Era quase como se ele estivesse chocado por alguém ter a coragem de falar dessa forma com ele. Ninguém nunca respondia meu pai. Ele estava acima de todos no trabalho e em casa. Estava sempre certo, e uma estrela do rock adolescente disse a ele que ele estava errado, e o rebaixou. — Oh, deus. Ele vai me matar depois.
Trystan se afastou e segura meus braços. Ele abaixa-se, então estamos olho a olho. — Então não vá para casa.
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O pensamento traz um sorriso ao meu rosto. Ficar com Trystan. Eu adoraria, mas não posso. — Trystan, eu não posso. Eles vão rasgar a cidade procurando por mim, e dizer coisas terríveis sobre você quando me encontrar.
Seu olhar cai ao chão enquanto suas mãos escorregam para baixo da minha. — Eu não posso deixar você ir lá sozinha. E se nós descobrirmos uma forma de conseguir-lhe um quarto, então você não está comigo?
— Um quarto? — O que ele estava pensando?
Balançando a cabeça, Trystan diz. — Sim, um quarto de hotel. Eu sou o tipo sem-teto e na podemos usar todos os meus pontos regulares por causa da mídia. Especialmente depois de hoje à noite. — Ele pega a minha mão e me puxa para ficar de pé. — Preciso ligar para um daquelas gravadoras sobre. E vou dizer a eles que precisam me dar um lugar para ficar, e vou conseguir um quarto para você, também.
Eu não tinha certeza se deveria fazer isso. Parecia que ele queria que eu fugisse. Era estranho, mas se fosse um ano mais velha, não seria uma fugitiva, eu seria uma mulher inteligente deixando um lar abusivo. Trystan sabia o que está acontecendo na minha mente antes mesmo de eu falar.
O vento pegou meu cabelo e soprou em meu rosto, deixando pequenas mechas presas às minhas lágrimas. Trystan chega para mim e puxa-me a ele por minha cintura, antes de arrumar as mechas. Quando termina, o olhar se
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levanta. A maneira como ele olha faz meu coração disparar. Cada dor, cada pedaço de angústia que eu senti há pouco desaparece até que existe apenas eu e ele. A sensação de formigamento começa em meu peito e desperta as borboletas no meu estômago quando Trystan se inclina e pressiona seus lábios nos meus. Eu nunca vou me cansar de seu beijo, porque não posso acreditar que ele está me beijando. E não é falso, não é de ensaio, e não é parte de um jogo.
Pela primeira vez, eu não me seguro. Confio nele completamente. O beijo muda de alguma forma e se torna mais quente e mais sem fôlego. No momento em que me afasto, todo meu corpo está queimando e eu estou com falta de ar.
Ele inclina a cabeça para frente e descansa contra a minha. A respiração de Trystan está tão forte quanto a minha. Ele ri e sorri para mim. — Eu nunca tive alguém me beijando desse jeito.
—O que você quer dizer?
—Eu não sei. É diferente. Não é apenas um beijo. É como se eu pudesse sentir o quanto você se importa comigo aqui. — Aperta o punho no centro do peito. Trystan toma uma respiração profunda e estremece, como se isso o assustasse. Quando olha para cima, acrescenta. — É como se você fosse uma parte minha e sempre será. É incrível, e totalmente aterrorizante.
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A maneira como ele sorri me enche de alegria. Há vulnerabilidade em seu olhar, como se ele me quisesse para tranquilizá-lo, então eu o faço. — Eu te amo, Trystan. Eu sempre vou te amar. — Eu o puxo contra mim e resisto aos impulsos para continuar a beijá-lo uma vez que temos algumas questões práticas que precisam ser resolvidas rapidamente. — Acho que você está certo sobre chamar alguém, mas acho que deveria ser Tucker.
— Tucker? — Trystan olha para mim como se eu tivesse perdido minha mente.
— Yeah. Você pode confiar nele, certo? O cara esteve olhando por você, não foi? Você deveria deixá-lo falar com a gravadora.
Trystan pensa sobre isso e diz. — Você quer dizer que eu deveria pedir-lhe para ser meu agente? Ele é um professor de inglês, Mari.
— Eu sei. O que significa que ele é mal pago e trabalha muito. Também significa que ele pode ler e analisar o material que faz girar sua cabeça. Seria um grande agente. Tenho certeza que todos querem que assine, mas faz sentido perguntar a Tucker, certo? — Dou-lhe um sorriso torto.
Ele ri e balança a cabeça quando eu lhe entrego meu telefone. — Você sabe, a maioria das pessoas passa a vida tentando fugir de seus professores.
— Sim, mas as pessoas boas são raras. Ele é gente boa.
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— Quem é você? — O sorriso de Trystan é enorme. Ele brinca comigo por mais um segundo e disca. — Aqui vai algo.
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Capítulo Oito
Trystan
Trystan entra na lanchonete com Mari em seu braço. Hoje foi tão estranho. Ele deveria estar na escola. Na verdade, ele deveria estar sentado na sala de aula de Tucker agora, mas eles estão ali neste pequeno café.
Tucker já estava em uma pequena mesa no canto. A camisa branca enrolada até os cotovelos e seu colarinho desabotoado. Há um copo na mão levantado aos seus lábios. Quando Tucker abaixa o copo, os vê e acena. Quando param em frente à mesa, ele pergunta. — Então, é verdade? — Tucker pergunta enquanto enxuga a testa com um lenço. O cara está coberto de suor.
Trystan puxa uma cadeira para Mari e depois se senta ao lado de Tucker. — Sim, é verdade.
Tucker parece divertido. Há um sorriso em seus lábios que evidencia que ele está tentando esconder. — Por que você não quer contar a ninguém?
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— Por causa do meu pai. Eu sei que você sabe. — Trystan acrescenta rapidamente.
— Na verdade, eu não sabia ao certo, Trystan. Se soubesse, teria chamado o serviço social e te puxado para fora de lá. Sinto muito. — Tucker toma uma respiração profunda e se recosta na cadeira. — Então, para o que você precisa de mim?
Trystan olha para Mari. Depois de que tudo falaram, de repente se sentia tímido. Era Tucker, o mesmo homem que o ameaçou com relatório, mas ele também era o mesmo cara que o deixou cochilar no porão da escola.
Mari falou por ele. — Trystan quer assinar um contrato. Vários foram oferecidos, mas ele precisa de alguém para negociar as coisas para ele.
— E você quer que eu faça isso? —A sobrancelhas de lagarta de Tucker rastejaram para cima.
— Sim, eu quero.
— Trystan, eu não sou um agente. Você não deveria...
Trystan cortou-o. — Talvez, mas eu gostaria que você me ajudasse com isso. A coisa é, eu confio em você. Posso dizer-lhe coisas e não vai acabar no jornal, sabe?
— Trystan, há pessoas que seria muito melhor para isso. Eu posso olhar seus contratos, mas não quero seu dinheiro.
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Trystan sorri e bate na mesa entre eles. — É exatamente por isso que eu quero que você faça. — Trystan conta a Tucker sobre aquela noite. Mari interrompe de vez em quando, preenchendo alguma coisa que ele deixou de fora. Quando termina, ele diz. — E nenhum de nós tem gum lugar para dormir esta noite...
Tucker olha para Trystan e depois para Mari. — Por que não? Quer dizer, eu sei o que aconteceu com seu pai Trystan, mas o que aconteceu com você? Por que você não pode ir para casa? — Ele olha para Mari com preocupação.
— Bem, seus pais a negligenciam a maior parte do tempo e quando eles estão realmente perto, eles a atacam. É uma porcaria verbal a maior parte, mas quando seu pai foi atrás dela hoje, eu pensei que ele iria estrangulá-la, então eu, uh, dei um soco nele. — Trystan percebia o quão ruim isso soava. Agora que o momento passou, ao que parecia, como um exagero de sua parte, mas no momento Trystan sentiu a necessidade de defender Mari.
Por um segundo ele imaginou o quanto seu pai estragou sua percepção das coisas. Talvez todos os pais não batessem a merda fora de seus filhos. Talvez eles gritassem, mas as coisas tomaram um rumo quando ele pegou Trystan. Ele não podia se dar ao luxo de adivinhar. Ele fez o que tinha que fazer e faria isso novamente.
Tucker aperta a ponte de seu nariz e os olhos se fecham.
— Você deu um soco no Dr. Jennings?
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— Não faça parecer que sou o cara mau aqui. — Trystan grita, mas Tucker bate a mão na mesa e o corta.
— Trystan, você não é o cara mau, mas você não pode fazer isso. Você tem dezoito anos, é uma agressão. Nós já falamos sobre isso! Você pensou nisso antes de acertá-lo?
— Ele me agarrou e depois foi para Mari. Eu pensei que ele iria machucá-la. Eu... — Sua voz sumiu quando ele olhou para Mari.
Ela pega a mão dele. — Sr. Tucker, eu não gosto de nada disso, mas Trystan não começou.
Tucker olha para ela e suspira. — O que está feito está feito, mas você não pode entrar em Situações como esta. Não é seguro. Mari é menor de idade. Se a polícia aparecer...
—Eu sei. — Disse Trystan rapidamente. — Eles
apareceram na minha casa na outra noite quando as coisas ficaram feias com meu pai. Eu sei o que pode acontecer com Mari. Eles a levam de volta para seu pai e todos nós sabemos onde isso vai dar. — Trystan engole forte e se inclinou para trás, passando as mãos pelos cabelos. — Eu quero ter certeza que ela esteja segura Sr. Tucker. Isso precisa ser parte do negócio.
Tucker olha para cada um deles e balança a cabeça. — Eu não posso fazer isso Trystan. O serviço social não vai intervir se ela não estiver em perigo imediato. O abuso verbal é desaprovado, e ele realmente nunca a tocou. Quando há crianças apanhando até morte, elas simplesmente não têm a
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capacidade de lidar com as coisas e viver como Mari. Mesmo que eu relate negligência, ela tem dezessete anos. Seus pais são ricos. Você vê onde isso vai dar?
— Eu não quero que você ligue para o serviço social. — Mari guinchou, em pânico.
Trystan pega a mão dela, — Nós não vamos. Além disso, não é o que nós precisamos agora.
O Sr. Tucker parece confuso. — Então, o que você quer que eu faça?
— Certificar uma cláusula do contrato com a gravadora. Nós dois precisamos de um teto. No mínimo, eles têm que colocá-la em algum lugar até que possa mover-se para o dormitório no outono.
Tucker pisca e pergunta. —Ela irá para a faculdade no outono?
Mari confiante diz a Tucker seus planos. — Sim, eu me inscrevi em uma pequena faculdade no leste. Eles me aceitaram e me ofereceram uma bolsa integral, mas não posso mudar para o dormitório até agosto.
A testa de Tucker sulca quando ele pensa. Depois de alguns minutos ele aponta para Mari. — Eu posso resolver seu problema. Podemos levá-la para o dormitório agora, em vez de no final do verão. Presumo que os seus pais não aprovam?
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— Eles não sabem. — Mari olha para as mãos enquanto fala, parecendo mais jovem do que é. — Papai me queria em Harvard, buscando algo no campo da medicina. Eu não quero essa vida. Então, eu me inscrevi. Estava pensando em desaparecer uma noite e não dizer-lhes nada.
Tucker fecha os olhos. Quando os abre novamente, ele sorri para ela. Inclinando a cabeça para o lado, ele diz. — Você é uma boa garota com um bom coração e uma mente brilhante. Concordo que deve ir para o dormitório o mais depressa possível, mas precisa dizer a eles. Caso contrário, eles vão pensar que você foi sequestrada ou algo horrível. Presumo que seu pedido de graduação foi apresentado mais cedo? — Ela acena com a cabeça. — Bom, então eu vou ter certeza que vai passar. Quanto a você. — Tucker olha para Tristan enquanto traça o dedo indicador na borda de sua caneca de café. — Eu vou falar com as gravadoras para você e dizer-lhes o que você quer. Podemos ir de lá. Você tem um grande potencial Scott. Eu quero ver você conseguir mais do que ninguém, então me prometa que não vai estragar tudo.
Trystan ri e cruza os braços sobre o peito. — O que faz você pensar que eu quero estragá-lo?
— Há muita pressão com esta vida Trystan. As pessoas vão sempre estar olhando para você, esperando que você desmorone. Você já reparou seus colegas, os outros jovens atores e cantores que saíram? Você receberá um monte pegando esse caminho, mas perderá um monte também. Eu sei o quanto você valoriza a privacidade e ela vai embora.
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Você pertence ao mundo. Não haverá um momento de silêncio durante semanas a fio. Você acha que pode lidar com essa vida? Porque é tão fácil falar de algo para aliviar a tensão e antes que você perceba, você está constantemente bêbado ou drogado.
Os ombros de Trystan ficam tensos como eu e ele disse.
— Eu não bebo ou uso drogas. E nunca vou beber nada. Você pensa de verdade que eu iria tocar essa merda depois de viver com meu pai? Eu tentei... — As palavras não saíram. Elas grudaram em sua garganta como farpas. — Se ela não tivesse entrado... — Ele suga o ar com os olhos muito grande, e o coração batendo muito rápido.
Tucker balançou a mão e o corta. — Eu não acho que você vai fazê-lo de propósito Trystan, mas sim, em algum momento você vai precisar de uma maneira para lidar com as coisas. Você precisa saber o que vai fazer antes que caia em cima de você. A menos que uma pessoa intencionalmente mude o que está fazendo, os filhos tornam-se os pais. O que significa que você vai lidar com o estresse da mesma forma que seu pai fez. Eu sei que está dizendo que você não vai agora, mas se não sabe o que vai fazer, é inevitável. Então nos faça um favor e decida como lidar com a sua vida antes de chegar a esse ponto.
As palavras de Tucker cortaram Trystan e furaram seu coração. Muitos caras se tornam seu pai. Trystan jurou que nunca seria como seu pai, mas não havia nada que impedisse de acontecer. Tucker era a primeira pessoa a dizer que não
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tinha que acontecer e uma maneira de fazer isso parecer tão simples. Decida não beber, decida agora o que vai fazer quando a vida for muito difícil, e Trystan queria pode conseguir qualquer coisa sem ter que afogar seu stress. Trystan odiava seu pai ser uma parte disso. Ele odiava o homem que influenciou sua vida, mas Tucker estava certo.
— Eu vou. — O ar ficou carregado com as coisas que ainda estavam por vir. Havia uma pilha de lama cheia de merda que ele teria que percorrer antes de chegar ao outro lado. Se Tucker não estivesse ali, ele não saberia o que fazer.
Trystan desajeitadamente sorriu para o cara. —Ei, sou péssimo em dizer coisas como essa, mas precisa ser dito. Obrigado. Obrigado por cuidar de mim e lidar com as minhas coisas. Eu praticamente chantageei você este ano. Você deixou a escola no meio do dia para conversar conosco e você sempre faz coisas assim. Você já fez mais do que eu jamais poderia agradecer. Eu conheço um cara bom quando vejo um, e espero poder deixá-lo orgulhoso. Se puder ser metade do homem que você é, isso vai ser incrível.
Mari está sorrindo para Trystan, e se inclina mais perto quando fala. Ela sabe como é difícil para ele dizer coisas como esta. Isso significa que de Trystan estava errado, que alguém se importava com ele todo esse tempo, e que ele não estava sozinho. Trystan não poderia vê-lo antes, mas é claro agora. É engraçado como é fácil de ver após o fato.
Tucker tinha um sorriso estranho no rosto. Balançando a cabeça, ele riu. — Trystan, já estou orgulhoso de você. Este
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sorriso estúpido na minha cara é orgulho. Você é o garoto com a maior porcaria empilhada contra você e chegou ao topo. Finalmente aprendeu o que eu estava tentando ensinálo e não poderia pedir mais.
Tucker levanta-se abruptamente e abraça Trystan quase o derrubando de sua cadeira. — Eu vou te ver antes da peça esta noite e dizer-lhe como foi. E Mari, faça planos para ficar com Katie, no caso de eu não conseguir pegar a chave do dormitório até amanhã. — Ele solta cinquenta dólares sobre a mesa e acrescenta. — Celebrem vocês dois. Pegue um pedaço de bolo para o jantar. Vejo vocês mais tarde.
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Capítulo Nove
Mari
Trystan e eu fomos ao restaurante para jantar. Meus pais não iriam aparecer e duvidava que meu pai estivesse me procurando. Ele iria esperar eu voltar para casa e, em seguida, mastigar-me. Já tinha ligado e deixado uma mensagem na secretária eletrônica dizendo que ficaria com Katie esta noite, por isso não teria que lidar com essa confusão até amanhã, e agora o amanhã parecia tão distante.
Fiquei olhando o menu tempo demais. Trystan estava sentado à minha frente, na pequena cabine. Ele olhou por cima de seu cardápio e em volta. — Aonde você acha que eles foram?
— Quem? A imprensa?
— Sim, eu pensei que seria mais difícil de largar.
Seth apareceu ao meu lado e interrompeu. — Bem, você pode me agradecer por isso. E ela, eu acho. — Ele aponta o polegar para Katie, que está rindo como uma maníaca e de pé ao lado de Seth.
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Trystan desliza para dar espaço a Seth, e eu faço o mesmo. Katie senta-se ao meu lado e está tentando realmente não rir. — Diga a eles o que você fez. — Disse a Seth.
Seth se inclina para trás para dentro da cabine e abre os braços sobre o encosto do banco. Bem, os repórteres estavam pendurados ao redor da escola, esperando você voltar. Então, eu e Katie perguntamos se eles te viram.
Katie não pode se calar. Ela deixa escapar. — Seth deu uma entrevista e falou um monte de coisas. Os repórteres estão na praia de Robert Moses procurando por. Seth disse a eles que você sempre vai lá antes de cair a noite, mas que estaria de volta a tempo para o show. Seu sorriso parecia tão estranho, porque ela está tentando não rir. — Diga a outra, sobre Brie.
— Oh, sim. Eu disse-lhes que a vadia é uma psicopata e que ela não é sua namorada.
— Eles acreditaram em você? — Trystan perguntou, parecendo surpreso.
—Não, claro que não. Eu disse que era seu melhor amigo, mas todo mundo está puxando merda e tentando entrar na câmara. Então lhes disse para confirmar algumas coisas com Brie, que teriam a confirmação. Então, então lhe perguntaram aonde você ia antes de cada apresentação e ela disse que você não vai a lugar nenhum. — Seth estava sorrindo como se ele fosse o cara mais incrível do mundo.
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Katie saltou e terminou a história. — Eles não acreditam que ela está com você! Disseram-lhe para se afastar para que eles pudessem conversar com os amigos reais de Trystan. — Katie gargalhou convulsionando. Seu rosto chegando perigosamente perto de bater na mesa enquanto seu corpo tremia.
Seth chegou para frente de repente, e levantou a mão, colocando-o entre o rosto de Katie e a mesa um pouco antes dela bater. — Cuidado, menina bacon. Você vai bater os poucos miolos que sobraram dessa cabeça bonita.
Os olhos de Trystan se ampliaram e trocaram um olhar silencioso.
Katie olha para a mão de Seth e levanta os olhos lentamente, sorrindo muito forte. — Tentando roubar uma ideia robô sexual?
— Só de você. — Seth e Katie ficaram em seu próprio pequeno mundo. Praticamente Katie desmaiou quando ele disse a última frase.
— Certo, que diabos está acontecendo? — Trystan acotovela Seth na lateral, acrescentando. — Vocês estão nos assustando. O que fizeram o dia todo?
Katie suspira e olha para Seth como se estivesse sido golpeada pelo amor. — Nada. Mexemos com os repórteres, cabulamos a aula, forramos o carro de Brie com papel higiênico, e amarramos pepinos em sua antena.
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— Pepinos? — Trystan e eu perguntamos ao mesmo tempo.
— Sim, porque ela é uma idiota. — Diz Katie.
Seth ri. — Eu não tinha ideia de por que você pegou pepinos.
— É porque a senhora do almoço me deu todo o frasco. Eu não pensei na metáfora até mais tarde. — Ambos começam a rir novamente, e foi como se os alienígenas desceram e arrebataram o cérebro de Katie enquanto estávamos fora.
— Então. — Disse Seth olhando para nós. —
Conseguiram que as coisas dessem certo? O nosso menino vai ser uma estrela do rock? Porque eu quero ficar nos bastidores. Eu vou pegar um marcador escrever VIP e BOCETA no meu.
Katie chutou-o embaixo da mesa. — Você não vai!
Seth ri. — Droga mulher, essas botas machucam pare de me chutar!
— Pare de dizer coisas idiotas!
— Eu só disse isso para irritar você.
— Bem, você vai ter uma bota na sua bunda se você disser isso de novo. — O sorriso de Katie estava de volta. Ela estava flertando com ele.
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— Uh, Trystan... — Eu disse e deslizei para longe dela um pouco. — Eu acho que alguém roubou o cérebro de Katie. Eles devem ter sugado para fora de sua cabeça.
—Sim. — Trystan responde com um sorriso nos lábios.
— Esse olhar confuso em seu rosto diz... ahh! Ela me chutou!
— Olhos de Trystan se ampliaram em estado de choque e ele olha debaixo da mesa e, em seguida, de volta para minha melhor amiga.
Katie cruza os braços sobre o peito e inclina-se para trás na cabine, presunçosamente. — Desculpe, o alien me fez fazer isso. — Ela examina a palma da sua mão, olhando para o esmalte antes de olhar para cima. — O quê?
Todos nós começamos a rir e sentimos como as coisas iriam ficar bem.
?
Quando chegamos à escola, o prédio estava cercado por jornalistas. Trystan para e seu rosto fica branco. Sua mão desliza para fora da mina. Esta será sua vida a partir de agora e tenho certeza que ele está questionando se pode lidar com isso ou não. Seth e Katie param quando percebem que não seguimos.
— Isso não é nada Scott. Podemos passar por eles...
— Ou? — Trystan pergunta enquanto olha para as vans de notícias novamente. Havia mais gente do que antes. Esta manhã era administrável, mas agora havia perto de vinte repórteres diferentes, além de seu pessoal e as câmeras
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estavam por toda parte. Algumas das pessoas da mídia estavam em pé na frente da escola, bloqueando as portas, com microfones nas mãos, prontos para dar o bote quando Trystan chegasse. Isso era um problema já que Trystan não queria fazer o anúncio até depois do teatro.
— Ou podemos abrir a porta do porão. Vamos, Katie. Eu vou distraí-los e vocês se esgueiram. Bata três vezes na porta e espere por ela para abri-lo. Entenderam? — Seth não esperou por uma resposta. Em vez disso, Katie saiu com alguns passos para trás.
Trystan olha para mim. — Então.
— Você não está pronto para isso, está? — Ele pega a minha mão e balança a cabeça.
— Eu não acho que alguém poderia estar pronto para isso. Eu gosto dos holofotes, Mari, mas só quando estou em um palco e todo mundo está muito longe. Não estou acostumado a tê-los na minha cara e entrarem em minha vida pessoal. Eu não gosto disso. — Ele suspira e empurra o cabelo sedoso de seus olhos.
Apertando a mão dele, voltam a lateral do prédio e em direção à escada que leva ao porão. — Eu sei. Gostaria de poder mantê-los longe de você, mas acho que você precisa deles. Eles são os únicos que te darão um contrato e pagarão suas contas, certo? Talvez você pudesse pensar nisso como um show, jogar fora algumas coisas pessoais para que eles
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não cavem por isso. Eu não sou ingênua o suficiente para pensar que vai impedi-los, mas deve atrasá-los, certo?
— Talvez. A verdade é que eu não acho que nasci para isso, Mari. Eu sou um ator. Nunca planejei assinar...
— Mas é exatamente por isso que eles te amam. Trystan, você é real. Você não é alguém que arranhou seu caminho até o topo. Você é o cara apaixonado que escreveu uma canção para uma menina. Você é o cara que queria ficar fora dos holofotes, e é por isso que eles te amam. Você está agindo como uma pessoa normal, e não algum tipo maior da vida de Hollywood. Quando eles olham para você, dá-lhes esperança. Pessoas como você são raras. Lembre-se de quem você é e que você vai ser feliz pelo menos uma vez. Não terá que pedir por comida ou se preocupar sobre onde você irá dormir. — Eu inclino-me em seu braço, quando lhe digo estas coisas. Trystan não tem nenhuma ideia o que as pessoas veem nele. Eu posso ouvi-lo em sua voz.
Trystan para e desliza seus braços em minha cintura, antes de se inclinar e me dar um beijo na testa. Sorrindo, ele pega uma mecha de cabelo na mão e brinca com a onda, envolvendo-o ao redor de seu dedo. — Você tem muita fé em mim.
— Você precisa de pessoas que te amam e acreditam em você, Trystan. Você já teve esse direito básico negado. E a propósito, isso não é fé demais em tudo. Eu sei do que você é capaz, e espero você brilhe e faça o rock de Day Jones melhor do que você já fez. Desejo que você tenha o desempenho de
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uma vida, e vai surpreender a todos nós. Espere e veja. — É difícil dizer coisas assim para alguém, quando isso não era verdade, mas com Trystan não tinha nenhuma falta de palavras. Ele era incrível e todo o mundo estava prestes a saber, que Day Jones empalidecia em comparação com Trystan Scott.
— Mari. — Os lábios de Trystan estavam separados como se ele estivesse procurando as palavras, mas não saiu nada. Ele balançou a cabeça com um sorriso nos lábios disse.
— Eu te amo tanto. Veja. — Ele aponta para o anel que eu dei-lhe. — Eu nunca mais vou tirá-lo. Você é meu tudo, Mari.
— Ele envolve seus braços em volta de mim e me abraça apertado.
A voz de Katie ecoa até nós. — Pare de amasso e coloque seus traseiros aqui antes que alguém os veja!
Trystan segura minha mão e corremos para baixo nas escadas de metal para o porão. Katie puxa a porta e a fecha atrás de nós e olha para cima, sorrindo. — Vocês vão se casar e terem bebês estrelas de rock. — Eu a acotovelo na lateral, mas ela continua rindo de qualquer maneira. — Eles vão ter pequenas guitarras e correntes em suas fraldas!
Horrorizada, eu olho para Trystan imaginando o quanto Katie o assustou. O olhar de terror que estava esperando não está lá quando olho. Em vez disso, Trystan ri com ela e acrescenta. — Não se esqueça do bebê moicano. — Ele olha para mim. — O quê? Você nunca pensou nisso?
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Timidez puxa meu rosto para o chão, como uma âncora para o fundo do oceano. Eu não posso olhar para cima. — Um pouco, mas não tão longe. — Trystan ainda está rindo quando me puxa em direção a ele.
— Sim, eu tenho que salvar Seth, caso contrário, gostaria de ouvir isso. Diga a ele que você quer dois bebês e uma pequena casa no norte do Estado com uma cerca e uma vaca que come seus amores-perfeitos. — Katie foge antes que eu possa matá-la.
Trystan descansa sua testa na minha. — Por que ela sabe de coisas e eu não? E o que tem sobre a vaca?
Encolho os ombros e olho para ele. Meu estômago gira e eu mal posso encontrar minha voz. — A maioria dos caras não quer ouvir isso.
— Desde quando eu sou a maioria dos caras?
— Você nunca foi como a maioria dos caras, mas usou a máscara que me desgastou.
— As máscaras são sexy, não é? — Ele brinca e puxa levemente a cintura da calça. — Mari, eu gostaria de ser o cara a lhe dar a casa, a vaca, e oh meu deus, eu gostaria de fazer bebês com você. Eu tento muito, muito forte...
Meu rosto fica em chamas. Alguém atire em mim! Trystan ri e levanta o queixo quando eu tento desviar o olhar, então bato em seu peito. — Você não pode dizer isso desse jeito!
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— O quê? Fazer bebês é a parte divertida.
— Não te assusta?
— O quê? Querer uma família? Não, isso não me assusta em tudo. Na verdade, eu gosto. Eu quero ser tão insanamente apaixonado por alguém que eu iria ter uma família com ela.
— Sério?
— Sim. — A maneira que ele sorri para mim faz brotar emoção em minhas veias. Começo a rir como uma louca e jogo os braços em volta de seu pescoço, enquanto beijo sua bochecha. — Você é minha para sempre Mari. Bem, supere isso. E vou estar com você a cada segundo que puder. E quando estiver em turnê, você pode encontrar-se comigo durante os intervalos. Ou para um fim de semana. Ou mesmo um dia. Isso vai dar certo.
— Como você sabe?
— Porque isso é amor, e eu nunca vou deixar você ir.
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Capítulo Dez
Trystan
Tucker aguarda até que eles estejam fantasiados com sua maquiagem e antes de terminar puxa Trystan e Mari para o lado. — Não podemos ir para meu escritório, porque os corredores estão cheios de pessoas, então vamos apenas encontrar um canto e eu vou dizer com o que eu fui capaz de trabalhar.
Tucker caminha para o outro lado do palco, e para no canto de trás. Ele verificou a porta lateral para se certificar de que está trancada, em seguida, chega perto deles. Entrega a Trystan um maço de papéis, e diz. — Assim que você disser a última fala da peça de hoje à noite, você se forma. Conversei com o diretor e alguns de seus outros professores para me certificar de que você tinha notas para passar, e eles me disseram que são boas. Então, isso está resolvido. Você não tem que voltar aqui amanhã.
— E quanto à peça? — Pergunta surpreso ao pensar que Tucker iria deixá-lo fora do gancho assim. Além disso,
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Trystan queria fazer todas as três apresentações neste fim de semana.
Tucker balança a cabeça. — Esta é a única noite. Estamos esgotados, como única sala em pé, de modo que o departamento fez mais dinheiro com este show do que costumamos fazer durante todo o ano. Funcionou e a escola recuperou mais do que o custo da produção.
Tucker está segurando um grande envelope na mão, e bate-o levemente contra a palma da mão antes de continuar.
— Ouça, você precisa olhar esses contratos e escolher um. Existem três ofertas aqui por sete dígitos Trystan. Eles querem suas músicas e há planos para shows. Fiz anotações e alterações do que precisava ser mudado, como sua necessidade de alojamento, privacidade...
— Sete dígitos? — Mari suspira e toca os dedos nos lábios.
Tucker sorri. — Sim, a menor oferta é de sete dígitos. Há um aqui por oito anos. Você é um milionário, garoto. — Trystan fica chocado, sem piscar, e incapaz de falar. Tucker dá um tapa nas costas dele e ri. — Você não sabia, não é?
Os ombros de Trystan se arrastam quando seu queixo cai. Sua voz é um grito. — Eu não sabia. Eu pensei que talvez eles me dessem dez mil dólares pela música. — Ele esfrega as mãos sobre seu rosto e para, porque vai manchar seu rosto maquiado. — Puta merda.
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Houve tempos quando a vida sorrateiramente rouboulhe. Foi foda, roubaram tudo, e isso aconteceu tantas vezes. O destino foi cruel, mas isso, ele nunca esperou nada parecido. Cambaleante, Trystan dá um passo para trás e bate na parede. A mão de Mari está em seu ombro. Ela está falando, mas a única coisa ele pode pensar é que não terá que comprar comida perto da validade de Sam novamente.
Seus pensamentos saem de sua boca porque o choque desabilitou o filtro entre a boca e o cérebro. — Eu posso comprar manteiga de amendoim, tanto quanto quiser. — Um sorriso incrédulo se arrasta em seu rosto quando ele olha para eles lentamente, e ri.
Tucker e Mari gargalham com ele. Tucker agarra seu ombro e diz. — Você pode comprar o que quiser Trystan.
— Oh, meu deus... você sabe? — Seus pensamentos saem em declarações irregulares e ficam mais altos. Ele finalmente bate as mãos sobre seus lábios para calar a boca. Ele parece louco. É esse o modo como as pessoas reagem quando ganham na loteria? Trystan ri atrás de sua mão e em seguida, chega para Mari, puxando-a de encontro a seu lado com um sorriso enorme no rosto.
— Eu sei que é muito Trystan. — Tucker continua falando com a voz baixa e rápida como antes. Foi preciso um grande esforço para Trystan ficar parado e ouvir. Parte dele queria correr para cima e para baixo pelos corredores da escola, gritando a plenos pulmões.
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Tucker estala os dedos na frente do rosto de Trystan. — Preste atenção. Eu sei que você está animado, mas há mais. Se você pegar um contrato e assinar esta noite, eles têm um quarto de hotel para você. Pode ficar lá até que possa comprar uma casa com todas as despesas pagas. É parte da exigência para assinar com eles, então todos os contratos têm essa cláusula.
Tucker olha para Mari em seguida. —Eu tenho um quarto de dormitório para você. Tudo está definido e a chave está no escritório imobiliário. Despesas de habitação e alimentação estarão pagos até a escola começar no outono. E, falei com o diretor sobre sua prova para a graduação mais cedo. Foi negado. — Tucker tenta falar, mas o sorriso de Mari cai.
— O quê? Por quê? — Ela dá passos em direção a ele com medo em seus olhos.
— Espere. Não se desespere ainda. Ouça o que eu consegui em primeiro lugar. — Sua voz é suave, como se ele pudesse sentir que Mari estava nervosa. Sua mandíbula estava rígida e seu corpo magro estava praticamente tremendo enquanto ela tentava não mostrar emoção. — Você vai fazer um curso eletivo. Terá aulas de verão oferecido preferencialmente para estudantes do ensino médio no colégio. É de uma semana, o dia todo, todos os dias. Ao terminar cumprirá as exigências do Estado. A escola vai lhe dar uma graduação condicional, e você não vai obter seu certificado até depois de terminar as aulas. A faculdade sabe
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e concordou em esperar sua transcrição final. Tudo já está organizado.
— Eles ofereceram pagar minha hospedagem e
alimentação durante o verão, também? — Tucker acena, mas seus olhos se afastam dela. Mari não percebe, mas Trystan sim. Ela está uma porcaria em uma respiração profunda e pressiona os dedos contra os lábios. — Vou para a faculdade! Trystan, eu vou para a faculdade! — Ela pega as mãos dele e salta para cima e para baixo antes dele puxá-la em seus braços e abraçá-la com força.
Quando Mari se afasta, ela se vira para Tucker e joga os braços em volta dele também. — Muito obrigada. Eu não posso mesmo dizer-lhe o que isso significa para mim. Obrigada! Obrigada! Obrigada! — Sua voz está rouca, e ele pode dizer que ela está tentando não chorar.
Tucker se afasta e sorri amavelmente. — O prazer foi meu, Mari. Agora, vá em frente verificar sua maquiagem mais uma vez. Acho que o batom saiu. — Mari corre, pulando e rindo nos bastidores. Ela está muito feliz e Trystan não se lembra de tê-la visto antes assim.
Quando ela foi embora, ele olha para Tucker. O homem é uma pessoa melhor do que ele tinha pensado originalmente. Tucker esconde sua bondade. Trystan tem a sensação de que Tucker fez mais do que providenciar a faculdade.
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Trystan inclina o ombro contra a parede de concreto e desliza as mãos nos bolsos. Inclinando o queixo para cima, ele diz. — Você pagou por sua habitação, não foi?
Tucker dá-lhe um sorriso torto. Surpreendentemente, ele não negou. — Ela merece, você não acha?
Há pessoas que fazem boas ações em silêncio. Eles vêm e vão como um sussurro, e na maioria das vezes achamos que foi sorte, mas é muito mais do que isso. Tucker não era um homem rico, ele tinha um salário de professor, e pagou uma conta enorme para um estudante. Mari não era sua filha. Ele não lhe devia absolutamente nada, e ainda assim fez isso por ela. Fez Trystan saber exatamente o que Tucker fez por ele, e que gentilezas passaram despercebidas, porque agora ele tinha certeza que houveram muitas.
As palavras bateram na cabeça de Trystan por um momento antes de perguntar. — Sim, mas por que não dizer a ela que você pagou? — Não que ele pensasse que Tucker deveria chamar a atenção para isso, mas queria saber por que o professor fez e não queria crédito por suas ações. O comportamento era tão contraditório a tudo que Trystan tinha experimentado que não consegue entender a situação. O que obrigaria alguém, um conhecido na melhor das hipóteses, agir de forma tão altruísta?
O grande homem não respondeu à primeira vista. Em vez disso, olhou em volta para se certificar de que eles ainda estivessem sozinhos antes de se inclinar para mais perto do ouvido de Trystan. — A propriedade da ação desvaloriza a
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bondade em alguns casos. Vai fazê-la sentir em dívida, e essa não é a razão pela qual foi feito. Bem, não que eu saiba. — Tucker sorriu e admitiu nada e tudo com sua afirmação.
Ter ideais é uma coisa, e agir sobre eles é outra completamente diferente. Trystan sabia que tipo de homem que ele queria ser e viu um reflexo de si mesmo em Tucker. Ou talvez fosse o contrário. Era possível que o jovem professor que já tivesse passado por ele ao longo dos anos.
Tucker ficou quieto por um momento e, em seguida, apontou um pacote para Trystan. — O contrato que eu acho que você vai gostar mais está por cima. Há uma caneta no envelope. Parabéns, Sr. Scott.
Trystan puxou o contrato e verificou. Assim que Tucker começou a sair, Trystan disse. — Não há nada aqui para você. — Não havia nenhuma notação de um percentual de comissão para Tucker. Nenhuma taxa. Nada.
O professor não para, não olha para trás, ou tenta explicar. Ele simplesmente age como se não tivesse ouvido e dirige-se a para a iluminação da gaiola para certificar-se de que todos estavam onde precisavam estar ante da cortina subir. Trystan observa como Tucker desaparece ao virar a esquina. Ele olha para os contratos em mãos e sabe o que fazer.
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Capítulo Onze
Mari
Eu nunca fui ao palco antes de começar a peça. Até agora, era a garota que ficava sentada nas sombras, a pessoa que ninguém sabia que estava lá. Ao intervalo todo mundo saberia meu nome. Eles vão-me ver inundando na luz dourada, de pé no centro do palco com Trystan. Eu sempre pensei que ele tivesse carisma. A maneira como dizia suas falas fazia a noite ser surreal. É como se nós dois fossemos amantes presos em outro tempo, em outra vida.
Existiam mais pessoas na plateia do que eu já vi. Olhei entre as cortinas dos bastidores antes de começar. Agora que as coisas entrassem em andamento, o meu coração batia tão freneticamente. O brilho de uma lente de câmera me chamou a atenção em algum lugar na parte de trás, mas não podia ver além da segunda fila. O resto do público foi engolido pela escuridão, o que era bom, caso contrário, os meus nervos me sufocariam até a morte.
As luzes me impediam de olhar para a plateia. Elas cegavam e cada vez sentia mais a batida do meu coração,
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comecei entrar em pânico, Trystan pareceu sentir isso. Ele tocava meu rosto levemente ou meu pulso, e me puxava de volta para onde éramos apenas nós dois. Quando fazia isso, percebia que poderia continuar assim para sempre. Ele era uma ancora, me estabiliza, e me faz uma pessoa melhor.
Estamos no final do segundo ato, e aquele beijo fumegante está para acontecer. Meu coração bate quando digo as minhas falas. Nunca pensei que eu o beijaria assim na frente de tantas pessoas. Suor escorre pelas minhas costas e não parece com nada que eu já tivesse experimentado antes. Minha cabeça está nas nuvens, e minha mão treme. Trystan estende-se para mim, seus olhos presos nos meus. Palavras fluem suavemente de seus lábios quando se inclina, diminuiu a distância entre nós. Suas mãos seguram meu cabelo e roça sua boca contra a minha. O beijo parece mais verdadeiro, mais intenso do que qualquer coisa antes. Eu suspiro quando ele se afasta, e meus olhos vão para o lado e para o público, quando as luzes ficam negras e a cortina se fecha.
Ela está aqui.
Fico completamente imóvel, mesmo após as fracas luzes do palco azul chegarem quando caminhamos para fora do palco. Temos 15 minutos antes do próximo ato. Trystan sorri. Ele ama muito isso e não quero arruiná-lo, então tento não reagir, mas ele já percebeu.
— O que foi isso?
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— Minha mãe. Ela está lá. — Eu fico olhando para o chão, para a forma como a madeira fica em tons de azul na luz.
— Isso é ruim?
Olhando para ele, eu respondo com sinceridade. — Eu não sei. Eles disseram que não viriam.
— Seu pai disse que não viria. Talvez sua mãe percebeu que ele está agindo como um idiota. Mari, você é excepcional. Está deslumbrando todos lá fora. Ela tinha que ver isso.
Eu sorri para ele, mas era forçado. Vê-la ali me fez questionar a mim mesma. Tudo o que faço é carente em seus olhos e ele vai me esmagar se ela achar que meu desempenho está abaixo da média. — Ela não vê muito quando olha para mim, Trystan. Ela vê que eu não sou o que ela queria, e isso é tudo.
A conversa é interrompida quando somos empurrados para fora do palco, para que a equipe possa mudar o set. Trystan caminha rapidamente comigo em um dos camarins.
— Esquece que ela está aqui. Hoje à noite é um novo começo para nós dois. Tente ser feliz. — Ele se inclina e beija o meu nariz, o que me faz sorrir. É uma coisa tão doce, inocente e gentil que eu não posso deixar de sorrir.
Sugando uma respiração profunda, eu acenei. — Você está certo. Nós dois vamos ter um novo começo depois disso. E, honestamente, estou amando cada segundo. Eles te amam
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Trystan. Você podia ouvir um alfinete cair lá fora, e é por sua causa.
Trystan nunca aceitava bem um elogio. Ele
normalmente costumava fazer algo bobo para desviar ou distrair as pessoas de vê-lo, mas eu sabia. Desta vez, não fez nada. Sua voz era um sussurro. Abaixou seus cílios inferiores se e inclinou para mim, me segurando em seus braços. — Obrigado, Mari. Eu não poderia ter feito isso sem você. — Quando ele se afasta beija meu rosto. — Eu preciso cuidar de algo, certo. Você deve ir pegar uma bebida e retocar a maquiagem antes da cortina se levantar.
— Certo, vou vê-lo daqui a pouco. — Ando nos
bastidores até encontrar a porta lateral que leva ao bebedouro. Empurro a porta e entro no corredor só que está trancado para o público. Ainda assim, algumas pessoas conseguiram entrar nos bastidores, incluindo Brie.
Ela está usando uma saia apertada e caminha até a mim enquanto tomo água. — Não acredito que eles deixaram você ficar no palco. Se não fosse por Trystan, estariam jogando legumes podres em você. — Ela ri e vira a cabeça para trás. Os hematomas sob os olhos estão meio escondidos por maquiagem. Ela deve ter esfregado o rosto e parte do corretivo saiu. Ou isso ou ela esteve chorando.
Eu me endireito e a olho uma vez, e levanto uma sobrancelha. —Eu prefiro ser atingida com frutas podres que ter uma alma podre. Boa sorte com isso. — Minha garganta
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ainda está seca, então curvo minha cabeça para o bebedouro novamente, mas Brie não sai.
— Você acha que é melhor que eu? Por favor! — Ela gargalha e vários pares de olhos se viram em nossa direção. Alguns dos atores estavam esperando para beber água, enquanto outros estavam praticando as suas falas. Eles param tudo o que estão fazendo e assistem. Brie vocifera. — Você é apenas a filha mimada de um homem rico. Nunca vai ser nada na vida, e para Trystan, eu sempre vou ser seu primeiro amor. Eu sempre vou ser a mulher que dormiu com ele primeiro e nada que você possa fazer vai mudar isso. — Suas palavras são ditas em voz alta em um tom cortante, como se ela fosse superior.
Meus braços e músculos ficam tensos com o desejo de socá-la na cara, mas não sou idiota. Além disso, Tucker saiu do seu caminho para mim e não vou entrar em outra briga com ela, assim me endireito, olho diretamente para ela, franzo meus lábios juntos, e vomito. A projeção de água sai e atinge o seu rosto bem antes de eu começar a sufocar. Pelo tempo que ela guincha, me dobro sufocando.
Parece que ela estava na zona de pulverização e o resto do elenco que estava passeando pelo corredor vem para certificar que estou bem. Ninguém percebe Brie, mas eu sim. Há assassinato em seus olhos enquanto ela enxuga a maquiagem borrada. Foi infantil. Talvez. Mas não vou deixar pessoas como ela falarem comigo desse jeito. Brie sai e desaparece no meio da multidão do outro lado da porta.
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Espero que ela vá para casa, mas duvido. Ela provavelmente está esperando para ver o dano que ela pode causar.
Há várias mãos em minhas costas quando eu ouço a voz da minha mãe. — Mari? — Eu olho para cima, horrorizada por ela tentar falar comigo agora.
Seu olhar encontra o meu e nós olhamos uma para a outra. Tudo dentro de mim diz para ir embora, que falar com ela agora não era uma jogada inteligente, mas não podia fugir. Havia algo sobre ela, sobre o olhar em seu rosto, que me atraiu para o corredor. Logo estou de pé na frente dela apenas com os postes de madeira nos separando.
Olhando para ela com um tom severo, eu pergunto. — O que você está fazendo aqui?
Há pessoas ao redor. Muitas vozes falando ao mesmo tempo. Uma câmera empurra para frente e logo vejo um homem. Ele coloca na minha cara e acho que minha mãe vai se afastar, mas ela não o faz. Em vez disso, ela levanta a mão e eu posso ver o que ela está segurando. Uma única rosa vermelha com uma fita branca amarrada ao redor, formando um pequeno laço.
Segurando-a para mim, mamãe oferece a flor. — Você me surpreendeu Mari. Nunca soube que poderia fazer algo assim e vê-la lá em cima no palco... — Seus dedos rapidamente cobriram sua boca enquanto ela engolia um soluço. A rosa permaneceu entre nós, como oferta não aceita. Eu não posso tocá-la. Estou congelada no lugar. Suas
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palavras me atingem como um lençol de água e estou me afogando, morrendo de vontade de ouvir o que ela tem a dizer.
Minha mãe continua. — Eu nunca soube. — Ela olha para a rosa na mão. — E tenho medo que eu venha segurando você. Sinto muito querida.
Concordo com a cabeça lentamente, chocada demais para falar. Quando eu encontro minha voz, eu pergunto: — Onde está meu pai?
A coluna de sua mãe endireita e seus olhos travam com os meus, oferecendo um pedido de desculpas que as palavras não podem expressar. Ela não tem que responder, porque eu sei que não está ali. Remorso enche os olhos, como mais coisas a dizer, mas não ali, não agora.
A rosa começa a cair para o lado, seguro sua mão, chego mais perto me recusando a cometer os mesmos erros que meu pai cometeu durante tanto tempo. O perdão é algo que eu quero, por isso é algo que eu tenho para oferecer, e não há ninguém a quem eu prefiro dar mais que a minha mãe.
— É linda. Obrigada, mãe. — Eu pego a rosa e a abraço rapidamente antes de dizer. — Eu preciso voltar. Falo com você depois. Eu tenho uma notícia muito emocionante. — Escondendo meu rosto, eu me apresso pelo corredor. Lágrimas picam meus olhos quando a esperança enche o meu peito.
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Ela está orgulhosa de mim. Minha mãe está finalmente orgulhosa de mim.
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Capítulo Doze
Trystan
A peça acabou muito rapidamente. Trystan deleita-se em cada momento, o tempo parece que voa, os minutos passam como segundos. Ele viu Mari com sua mãe e um sorriso em seu rosto enquanto ela corria de volta para o palco durante o intervalo. Pelo menos ela tinha uma mãe agora. Passar a vida sozinho era duro e Trystan por si só não desejava a ninguém. Por alguma razão, importava o sangue. Não havia um dia que passasse sem que quisesse que sua mãe aparecesse e dissesse algo assim a ele, mas a mulher era um fantasma — se foi para sempre.
A última fala é dita e algo dentro de seu peito se aperta. Este é o fim de uma vida e início de outra. A maioria das pessoas nunca tinham uma chance como essa, e sabia que deveria se sentir feliz, mas ele vai perder este lugar. Trystan vai perder as tardes com Mari, e deixar Tucker louco em sala de aula. Ele vai perder os corredores e a boca suja de Seth. Se Trystan não fizesse um esforço, sabia que a maioria das pessoas que tanto prezava iriam desaparecer de sua vida.
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A cortina se fechou quando ele ficou lá com Mari em seus braços. Ele a segura e a beija com força, não segurando a emoção. Sem aviso, a cortina abre-se novamente e um único holofote brilha em todo o palco, iluminando seu beijo privado.
O público aplaude freneticamente, de pé tão alto que eles não conseguem ouvir nada. Mari e Trystan se separam. Ela sorri e cobre os lábios com os dedos, tentando esconder uma bela e tímida careta. Trystan a leva para frente em direção à beirada do palco. A luz do ponto segue o par até Trystan parar. Ele levanta suas mãos e ambos cumprimentam o público, fazendo com que todos se animem mais. A chamada do elenco começa e um por um, entra no palco.
No final, o Sr. Tucker é chamado e recebe mais aplausos. Até este momento, tudo é padrão. Agora, Tucker normalmente pegaria um microfone e agradeceria a todos pelo trabalho duro, mas não esta noite. Tucker bate o microfone na mão e limpa à garganta. — Há membros da imprensa aqui esta noite com uma pergunta para um de nossos alunos, e acredito que eu tenho uma resposta para vocês.
Tucker se vira para olhar para trás, Trystan. É isso. Seu coração parece que vai saltar do peito. É uma combinação de medo e excitação. Trystan avança e leva Mari com ele antes de soltar a mão dela depois de alguns passos.
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Trystan bate seu microfone para se certificar de que ainda se sua voz soa em todo o auditório. — Alguns meses atrás eu estava completamente e totalmente apaixonado por uma bela mulher que não sabia como eu me sentia, então eu escrevi uma música para ela. — Trystan alcança Mari e puxaa para ele. — Ela sabe como eu me sinto agora. — Trystan ri levemente quando olha para Mari, e o público ri com ele.
— E antes de amanhã de manhã, todo mundo vai saber tudo sobre mim, então eu poderia muito bem dizer-lhe um pouco sobre quem eu sou. Quando eu era bebê, minha mãe me deixou. Ela partiu o coração do meu pai e por muito tempo ele me culpou. Ele descontou em mim com palavras e punhos. Eu não sou o cara com os pais perfeitos. Eu não tive essa vida. — A garganta de Trystan se aperta quando fala, mas ele empurra. Ele levanta o olhar e olha para os jornalistas e sorri confiante como sempre quando as coisas são difíceis.
— Eu sou o garoto que cabulava as aulas e deixava meus professores loucos. Eu sou o cara que se apaixonou por sua melhor amiga. — Ele olha para Mari e aperta-lhe a mão.
— E sou o cara que escreveu a ela uma canção de amor e colocou na internet. Eu sou o cara que todo mundo tem chamado Day Jones, e meu nome é Trystan Scott.
Seth pisa no palco e empurra uma guitarra nas mãos de Trystan. Sorrindo ele diz. — Mostre a eles. — Antes de recuar para a multidão no palco. Eles olhavam para Trystan com admiração.
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O público vai à loucura quando a guitarra aparece. Mari fica ao lado quando Trystan pega um banquinho de Katie. Ela sorri para ele enquanto se afasta. Os caras da iluminação piscam as luzes do palco, em seguida, desligam. Quando Trystan começa a cantar, aparece uma única luz em suas costas. Ouve-se suspiros e gritos de excitação das pessoas quando percebem quem é realmente Trystan o cara no vídeo.
Trystan continua cantando, perdendo-se na música como ele fez tantas vezes antes. Seu cabelo escuro cobre seus olhos quando ele olha para o chão. A música enche o auditório, deixando a plateia silenciosa. A música enche o ambiente, ressoa em uma suave vibração como uma performance ao vivo pode fazer.
Quando ele termina a música o público em silêncio completo a uma explosão de aplausos. Trystan se levanta e caminha em direção a Seth que lhe entrega os contratos. Trystan levanta a mão para silenciar o público. Há alegria em sua voz quando ele anuncia a sua decisão. — Eu escolhi assinar com uma das gravadoras e aceitar a sua oferta generosa. Sr. Tucker, pode fazer a honra?
Tucker lança-lhe um olhar estranho. Isso não foi o que planejaram. Trystan iria anunciar o que ele decidisse. Tucker avança e pega os papéis. Lendo o contrato, anuncia. — Trystan Scott, anteriormente conhecido como Day Jones, assinou com a Records Harbor House, com a estipulação de que... — Desvanece-se sua voz que faz com que o público fique ainda mais animado. Tucker olha para Trystan e depois
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de volta para o papel, e continua lendo. — Com a condição de que o departamento de teatro da escola receba uma parcela de suas vendas, e que o Sr. Tucker seja seu representante e receba uma comissão padrão como compensação por seu tempo e conhecimento. — Trystan não sabia como Tucker reagiria. Fazendo dessa forma, forçando o cara a dizer que sim, pelo menos era o que ele estava esperando.
Trystan falou, enchendo o silêncio quando Tucker olhou para ele em choque. — Há duas pessoas que fizeram isso possível, Marie Jennings por me inspirar a escrever a música, e o Sr. Tucker, que negociou o contrato. Esse cara tem cuidado de minhas costas durante anos, mesmo que eu não soubesse disso. — O corpo de Trystan pulsava de excitação. Por alguma razão, ele sentia esta parte mais emocionante do que qualquer outra coisa. Ele olha para a multidão, acenando com a cabeça, fazendo um gesto para a multidão se juntar ele. — Vamos lá, Tucker. Diga sim. Você ainda pode ensinar. Há muito mais que eu posso aprender, e prometo que não vou cabular.
A mandíbula de Tucker fica aberta. Várias câmeras mudam em sua direção, à espera de uma resposta, enquanto os aplausos do público para. Um estrondo de riso sai da sua boca antes que ele fale. — Você me surpreende Trystan. Você sempre faz. Sinto-me honrado, além das palavras...
Trystan estende a mão. —Então, vai fazer isso?
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— Pode crer, eu vou fazer isso! — Trystan agarra a mão de Tucker e quase arranca o braço dele quando agita firmemente.
O momento parece durar para sempre, com aplausos intermináveis. Trystan vira-se para Mari e segura sua mão, pressionando um beijo a ela, quando acena para as pessoas cantando seu nome. O som corre sobre ele quando sorri de volta.
Até o dia de hoje eles o chamavam de Day Jones. Ninguém sabia quem ele era, que suportou o inferno para chegar a este ponto. Havia essa versão idealizada da estrela do rock que escreveu a canção de Mari, mas o homem não existia. A vida nos faz o que somos. Crueldade e compaixão nos moldam para o que nos tornamos, e nada é perfeito.
Hoje, a vida fictícia de Day Jones foi destruída, e esta noite o mundo vai conhecê-lo pelo que ele realmente é: Trystan Scott.

 

 

                                                    H. M. Ward         

 

 

 

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