Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites
RÍTMO NOTURNO
Ele esperou seu renascimento por séculos. Poderá convencê-la de que o ame outra vez?
Uma história das Sereias.
Há muito tempo atrás, Valentine teve tudo: Poder, riqueza, amor e felicidade. Mas então a tragédia o atacou. Durante os séculos, obstinado pela profecia que seu amor renasceria, mas quando encontra Lisette, ela já não é sua esposa, já não é seu amor. Já não recorda sua vida junto a ele.
Depois de ver Valentine apenas uma vez, Lisa não pôde esquecer a impressão persistente que ele deixou, os estranhos sentimentos que a comovem. Ele lhe dá dois presentes: um colar, e um apaixonado sonho que desperta sua memória. Mas são essas recordações nas que pode confiar?
Depois de tudo, Lisa não é a mulher que foi uma vez. E Valentine já não é humano.
Um movimento repentino o despertou. Um cotovelo encontrou suas costelas e as mechas de uma grossa trança fizeram cócegas em seu nariz. Valentine sorriu, com os olhos ainda fechados. Seu braço se apertou ao redor da leve forma que se encontrava contra seus quadris, atraindo-a mais perto.
-Tem problema para dormir? Tenho a cura para esse mal.
A cura da que falava estava grossa e pulsando. Sobressaia quando uma coxa nua roçou contra ele, como se estivesse impaciente por oferecer-se.
Uma risada musical lhe respondeu.
-Pergunto-me qual de nós tem o mal. Parece que sofre de um grande inchaço esta noite.
Uma mão se estendeu por seu peito enquanto a outra se fechava ao redor de seu pênis em um agarre atrevido. Valentine o sentiu crescendo mais grosso em sua mão, inchando-se com luxúria e a necessidade que nunca dormia completamente e despertava facilmente com o mais ligeiro toque. Se fosse honesto, necessitava pouco para excitar a besta adormecida dentro dele. O aroma de seu perfume, o som de suas saias murmurando quando ela se movia a simples visão dela.
O gesto mais inocente que ela fazia o excitava, e quando deliberadamente o inflamava, movendo sua língua ao longo de seu lábio inferior quando sabia que a estava olhando, ou se deitasse para exibir-se para ele, com os olhos cheios de malícia e audácia, provavelmente se encontrava com as saias levantadas e as pernas separadas a qualquer hora do dia e em qualquer lugar.
-Um grande mal, - Valentine estava de acordo solenemente-. Você me atormenta todo o dia e toda a noite, me despertas de um profundo sonho porque queres mais de mim. Nunca estou a salvo de seus pedidos.
Deixou escapar um sopro suave.
-Foi você que se balançou nesta cama como uma besta. Estava tendo o sonho mais maravilhoso. -Sua mão se escorregava em uma lenta carícia, acima e abaixo em toda sua longitude, enquanto falava.
-Um sonho melhor que isto? -Perguntou Valentine.
-Nada é melhor que isto.
Deslizou-se em cima dele, com a pele lisa e quente, as coxas abertas para ele, para alcançar seus lábios com seu beijo. A fome saltou como uma chama e gemeu através dele. O aroma de seu desejo lhe disse que estava excitada e ansiosa, aumentou os batimentos cardíacos, sangue fresco palpitando através de suas veias justo debaixo da superfície da delicada pele. Suas presas se alargaram enquanto seu pênis pulsava tudo nele disposto a tomar tudo dela.
A campainha soou outra vez. Mais insistentemente desta vez.
Queria rugir de raiva enquanto a lembrança da obsessiva imagem diminuía gradualmente, o passado destroçado pela intromissão do presente.
Valentine estava com um humor do cão. Isto não era novidade. Seu humor tinha estado negro durante décadas, mas era pior hoje. Na noite do Halloween seu amigo e sócio, Romney, tinha ido reclamar à mulher que amava. Valentine soube que o esforço teve êxito, porque o ruído de dois pares de passos entrando na cobertura que funcionava como escritório da empresa de software VR S. A. assim como também de domicílio dos donos nas últimas horas da noite, justo antes do amanhecer.
Tinha caído em seu sonho de dia com a recordação do que tinha perdido em sua mente. Havia despertado sozinho e frustrado. E agora havia alguém na porta. Um desconhecido.
A interrupção não era bem vinda. Tinha fome e queria alimentar-se, não brincar de ser humano para proteger a outro. Mas parecia que não tinha alternativa. Seu amigo e sócio estava apaixonado, algo que Valentine não invejava em Rom particularmente, mas não queria ser testemunha, conhecia muito bem as distrações que o amor apresentava Val não esperava que Rom ou sua senhora se movessem tão cedo de noite. O que deixava a ele encarregado de atender a porta.
Abriu-a com um grunhido preparado, que morreu em sua garganta quando uma mulher a atravessou como se esperasse ser bem-vinda e quase se chocou contra ele.
-Meghan? -A desconhecida conseguiu parar repentinamente a colisão e cravou os olhos nele, os olhos cor avelã se abriram com a surpresa. -Olá.
Val olhou fixamente trás dela durante um longo momento antes de falar. O que viu era impossível de acreditar para a mente do homem que uma vez tinha sido. E, entretanto havia passado cada dia desde que tinha escutado a profecia da cigana esperando e rezando pelo impossível. Agora aqui ante ele estava ela. Hoje, no Samhain, os mortos tinham retornado.
-Lisette.
-Lisa, - corrigiu-lhe.
Ele deu um passo à frente e moveu uma mão até lhe tocar o cabelo e lhe colocar umas de suas mechas atrás da orelha. Era a mesma cor marrom que recordava a mesma textura sedosa. Mas o estilo, isso era novo.
-Cortaste-te o cabelo.
Olhou-o de maneira estranha.
-Não, sempre o levei curto. E ainda assim às vezes é bastante incomodo.
Ele encolheu os ombros.
-Deixe-o crescer e eu o trançarei para você.
Tinha desfrutado tanto ambos essa vez. Ela tinha se sentado entre suas pernas ao final do dia para descansar sobre seu peito enquanto escovava através da cortina de seu cabelo, lhe dando massagem no couro cabeludo, logo retorceu seu cabelo ao redor de seu punho com uma intimidade que o conduziria a mais.
A mulher quem agora se chamava a si mesma de Lisa soprou.
-O que é isto, um galanteio? Não saio com Góticos.
-Você não gosta de minhas roupas? -Val estava inclinado para ela e lhe dedicou um olhar ardente. -podem-se eliminar.
-Pensei que havia dito que não gostava das mulheres, - ouviu a Meghan dizer lá detrás.
-Não gosta, mas parece que a esta sim. -Respondeu Rom. - Esta deve ser interessante.
Val os ignorou. Prestava atenção somente na mulher e a devorava com os olhos. Tinha passado tanto tempo e estava tão faminto de vê-la, de ouvir o som de sua voz e sentir o abraço de seu corpo.
-É falta de educação olhar fixamente. -Lisa deu um passo ao redor dele e fixou sua atenção na mulher de Romney. -Olá, Meghan. Os homens da mudança não estarão aqui até o fim de semana com suas coisas, assim é que vim ver se necessitava algo enquanto isso.
A ruiva que se apoiava em Romney riu.
-Quer dizer que você veio revisar a razão da mudança.
-Isso, também. -Sorriu Lisa abertamente, não estou chateada por ter sido descoberta.
-Bem, conhece o Romney. E já conheceste a Valentine.
Val observou como ela saudava seu amigo, logo se voltava para ele.
-Valentine. Romney. Interessantes nomes. É isso o que significa VR Inc.?
-Sim, - respondeu Val-. Nós fazemos programas personalizados de software.
- Vocês são programadores? - Piscando ela -. Não parecem programadores.
-E o que parecemos? -Interrogou-a Val, perguntando-se como o veria ela agora. Não era o homem que tinha sido uma vez. Os anos o tinham trocado.
-Bem. -encolheu-se de ombros e estendeu as mãos. -A maioria dos fanáticos do computador não se parece com as estrelas de cinema, para começar.
Ela o via como uma estrela de cinema e não como um monstro. Isso prometia. Ainda que Val soubesse que podia facilmente alterar sua mente, fazê-la ver ou não nada que não escolhesse. Não queria interferir com suas percepções. Queria que ela o visse, lhe recordasse.
-Não acredito que estes caras são normais, - disse-lhe Meghan, e logo separou Lisa da conversa, dando a Valentine a oportunidade de estudá-la enquanto sua atenção estava enfocada em outro lugar.
Diferente, e, entretanto, a mesma. A energia em seus movimentos, como se seu corpo fosse um recipiente muito pequeno para tanto espírito. Sempre tinha sido assim, o tamborilar dos pés até em repouso, como se alguma parte dela sempre escutasse um ritmo longínquo e tivesse querido dançar ao som dele. Não tinha sido uma companheira tranqüila na cama. Deslizava-se e rodava e se deixava cair pesadamente e se aconchegava, despertando-o repetidamente. E uma vez acordado, Val freqüentemente lhe tinha dado outra saída para sua necessidade de mover-se, movendo-se como um compasso com ela, a um ritmo que ambos conheciam muito bem e que pertenciam só a eles.
Sentia saudades de ver seu cabelo estirado sobre o travesseiro quando ele o liberava de sua trança. Sentia saudades de sua voz pronunciando seu nome. Sentia saudades de seu aroma. Sentia saudades da luz em seus olhos e o sorriso que sempre tinha sido só para ele, como um segredo que compartilharam sempre.
E agora ela estava de volta. Quase ao seu alcance. Mas já não era seu amor ou sua esposa. A necessidade de cruzar esse abismo, para tocá-la, fazê-la sua outra vez por dentro e por fora gritou nele.
Val tinha melhor critério que atuar impulsivamente, precipitando-se. Era muito poderoso e sua necessidade muito grande. Tinha que moderar isso com cautela, controlar-se. Se a pressionava, podia correr tão longe que nunca mais chegasse a encontrá-la. Era uma oportunidade que lhe havia sido dada. Não podia esperar outra oportunidade, outra vida para conquistá-la.
Assim é que manteve o controle, prestando atenção à maneira que tinha de parar-se e de mover-se, sua maneira de falar e o que lhe dizia com sua postura da mulher que era agora. Deixou-a partir embora o impulso de detê-la era quase maior do que podia resistir. Não a estava perdendo. A conversa lhe disse que a mulher de Romney sabia onde encontrá-la e que agora sabia muito mais dela do que sabia ele. Assim é que aprenderia. E logo a perseguiria e Lisette outra vez seria dele.
Tinha que acreditar que seria sua outra vez com o tempo. O fracasso era impensável.
Depois que ela partiu, Val seguiu Meghan à cozinha.
-Me diga como conquista-la.
Meghan serviu o café que tinha feito para Lisa em uma xícara, tomou um gole, fez uma careta e o colocou de novo na bancada.
-Ufa. Qual é o problema com isto?
Valentine inspecionou o conteúdo da xícara.
-Está muito forte.
-Fiz da maneira que sempre o faço. -Franziu o cenho, perplexa.
Como lhe recordar com tato que já não era humana?
-As coisas mudam.
-Isso é verdade. Esta fábula de vampiros está cheia de surpresas. -Meghan renunciou ao café e apoiou o quadril no gabinete enquanto considerava tudo-. Suponho que você acredita que Lisa é a reencarnação de sua esposa morta. Rom me disse que a andava procurando. Como a conquistou na primeira vez?
Não só acreditava, sabia que ao certo no, mas profundo de seu ser. Mas Valentine deixou passar aquilo e respondeu à pergunta.
-Eu era um aristocrata e ela a filha de um vizinho de boa família. Vi-a. A quis. Disse a meu pai que arrumasse o casamento e logo ela foi minha.
Meghan lhe arqueou uma sobrancelha.
-Estupendo. Isso foi difícil. O que aconteceu depois do casamento?
-Ela me adorava. -A lembrança o invadiu e a dupla emoção de amor e perda o rasgou em dois. - A Cobri de jóias e atenções.
-E sexo, - adivinhou Meghan.
-E sexo, - concordou Val.
-O que aconteceu?
-Ficou grávida no quinto ano de nosso matrimônio. -Val contemplou fixamente o espaço, vivendo o passado e não o presente. -Tinha deveres na corte. Fui atendê-los e a deixei em casa. Isso pode soar negligente, mas as viagens então não eram para nada como as de agora. Era perigoso e extenuante e não quis submetê-la a essa dura experiência em sua condição. Queria-a segura e cômoda e rodeada pela família e os servos. Deveria ter estado em casa muito antes do previsto.
-Mas? - Apressou-o Meghan, com tom suave.
-Mas algo saiu errado. O menino chegou muito cedo e perdi os dois.
- É provável que tivesse acontecido antes se a tivesse levado contigo.
-Sei disso. -As mãos de Val se apertaram em punhos e se forçou por relaxar-se, abrindo-as. -Mas não estive com ela. Deveria ter estado com ela.
-Não pôde lhe dizer adeus.
- Não queria lhe dizer adeus. -A velha cólera nunca tinha morrido e se elevava nele outra vez. -Queria que retornasse. Ainda quero que retorne. Depois que recebi a notícia de sua morte, uma cigana veio a mim. Disse-me que minha esposa voltaria a renascer que seu amor me seria devolvido em Esmeralda City.
-Assim é por isso que você está em Seattle.
-Sim, depois que foi fundada e escutasse seu nome. Parecia o lugar mais provável, e não tinha muitos dias ensolarados. Assim é que Romney e eu viemos para cá. - Val colocou as mãos nos bolsos dianteiros de suas calças jeans e olhou severamente para o chão. -Deveria ter ido com ele a todos essas tuas apresentações. A teria visto antes.
O conhecimento de que sua Lisette era agora Lisa Atkins da banda As Sereias com sede em Seattle, na qual Meghan tocava o baixo, e que tinha estado tão perto dele nos últimos anos o fazia querer dar um murro contra uma parede. Tinha estado debaixo de seu nariz e não tinha procurado no lugar correto. Mas como podia supor que ela se converteu em baterista de um grupo de rock? Adaptava-se a sua energia e ao seu vigor. Só que nunca lhe tinha ocorrido procurar em público.
Ela tinha ganhado um lugar, pois neste momento, tinha fama e fortuna, encontrou amigos. Estava sã e feliz. Mas sozinha. Tinha notado o brilho de desejo em seus olhos quando viu a forma em que Meghan e Rom se mantinham unidos, o vínculo entre eles era quase palpável. Tinha tudo o que poderia querer ou necessitar, com uma exceção. Tinha conhecido o amor uma vez. E em alguma parte dentro dela, necessitava ele acreditar, que sua lembrança permanecia. A mulher que tinha conhecido nunca teria estado contente sem uma paixão que se correspondesse com a dela e um amor digno de seu coração.
Meghan interrompeu seus pensamentos.
-E em alguma parte por aí decidiu te converter em um vampiro assim você não morreria antes de encontrá-la de novo.
-Não queria esquecê-la. -Val caminhou ao redor da cozinha, muito inquieto para permanecer em um só lugar, depois de décadas e décadas de necessidade enchendo-o. -Ela merecia ser recordada. O que teria acontecido se ela morresse e nascesse e a deixasse escapar de mim porque já não a conhecia mais? Pior ainda, o que teria acontecido se nunca tivéssemos nos encontrados de novo porque esqueceu onde me procurar? Encontrei a um vampiro e vi minha oportunidade. Era o mesmo vampiro que converteu a Romney.
-Assim que vocês fizeram um vinculo masculino dos não mortos e aqui estão.
Isto o resumia bastante bem. Val esperou a que Meghan lhe dissesse o que queria saber enquanto caminhava pra lá e para cá pelo apartamento.
-Não conheço a Lisa tanto como ao resto da banda, - disse ela-. Juntou-se a nós quando nossa baterista se aposentou e anunciamos testes. Todas nos demos conta de que ela era única. Leva o ritmo no sangue e nos ossos e se encaixou conosco imediatamente. Há química na banda, uma mescla de personalidades e estilos. Não adianta ser bastante bom e nem bastante dedicado como músico. Se alguém se diferencia muito, há também muito conflito e isso interrompe o trabalho. Se alguém se misturar muito, então não acrescenta essa dimensão adicional a tudo.
Meghan recolheu de novo sua xícara de café abandonada e tomou um gole cautelosamente, fez outra careta.
-Juro. Vai me levar tempo para me acostumar a isto. -Deu um profundo olhar ao Valentine. -Tenho que te perguntar uma coisa. Cinco anos de vida de casados seguidos de umas centenas de anos de ausência, como pode estar seguro de não estar idealizando as coisas? Talvez o passado te pareça mais cor de rosa do que realmente foi. Olha a Lisa e, no entanto vê a esposa a que amou faz muitos séculos e quer o que estava acostumado a ter. Mas o que estava acostumado a ter se foi e Lisa é humana. Você não o é.
-Dou-me conta disso. -Valentine deixou de andar pela cozinha e parou junto a Meghan. Tirou-lhe a xícara da mão, desfez-se da metade do conteúdo na pia e a completou com água antes de dar-lhe de novo. -Prova-o agora.
Provou cautelosamente e logo sorriu.
-Ouça. Isto esta melhor.
Valentine moveu a cabeça e seguiu caminhado.
-Era algum de nós perfeito? Não. Foi nosso casamento perfeito? Não. Foi à melhor coisa que experimentei em minha vida e mais à frente? Sim. Sei o valor do que tivemos. Sei que o amor é também muito estranho. E sei que é a única coisa que faz que o batimento do coração do mundo siga.
-Bem. Isso é poético. E convincente. -Meghan deixou a xícara outra vez e começou a segui-lo. -Me estas enjoando assim vou caminhar contigo. -Realmente não acredito que necessite conselho sobre o namoro moderno. Lisa pode dirigir-se e pode decidir como te manipular. Darei-te sua direção e número de telefone, não porque não possa descobrir por você mesmo onde vive. Se ela quer ter um encontro sexual contigo em seu caixão, quem sou eu para objetar? Se por acaso serve de algo, desejar-te-ei boa sorte. Mas se a machuca, então afiarei uma estaca com seu nome nela.
-Muito bem.
Valentine memorizou o endereço e o número de telefone, tirou um estojo de sua caixa forte, e saiu para a noite. Não era muito cedo para começar. Se alguma lembrança do passado dormia profundamente dentro de sua mente ou de seu coração, tinha a intenção de despertá-lo.
Lisa cantarolava em voz baixa enquanto batia um compasso musical com o cabo de sua escova de cabelo, temporariamente distraída da tarefa de escovar pelo complexo ritmo que tinha estado praticando anteriormente essa tarde quando ligou para Meghan. A última composição de Lorelei tinha um contagioso ritmo e uma melodia ainda mais com uma estrutura rítmica que desafiava suas habilidades. Lisa queria ensaiá-la com Meghan no baixo, só elas duas, mas Meghan se mudou com seu namorado. Isto teria que esperar agora a seguinte sessão prevista de prática.
Passou-se a escova pelo cabelo com um movimento indiferente, pensando na vida amorosa de Meghan e no homem que tinha paquerado tão escandalosamente ela. Vestido teatralmente de negro com o cabelo comprido mesclado de ouro, âmbar e prata e os atraentes olhos azuis, parecia como um homem que se sentiria mais a vontade com músicos de rock que com programadores. Especialmente com esse nome.
-Valentine. -pronunciou Lisa em voz alta o nome e passou as cerdas através de seu cabelo outra vez. Logo deixou a escova com um golpe sobre o suporte da pia do banheiro, impaciente consigo mesma. Um tipo que se veste a sua maneira como se estivesse em comemoração ao Bauhaus oferecendo-se para trançar seu cabelo e de repente começa a te inquietar com isso, imaginando mais disso. Imaginando essas mãos passando sinuosamente através de seu cabelo, fazendo nós intrincados. Atirando de seu couro cabeludo, provocando que um formigamento percorra sua coluna vertebral, e logo retorcendo em um punho o comprimento do cabelo para arrastar sua boca até encontrar-se com a sua...
É hora de acabar com este estado de ânimo e fazer algo construtivo. Seu cabelo estava bem. Sua vida estava bem. De acordo, que suas amigas estavam comprometidas e estabelecidas no tipo de vida doméstica que devia ser ilegal em alguns estados do sul enquanto ela se mantinha sem compromissos, mas essa era sua escolha.
Estava ocupada, isso era tudo. Tinha uma carreira exigente que requeria viagens e horas malucas. Seu calendário não lhe deixava muito tempo até a data. Não era nada. Tinha muito tempo para encontrar ao homem adequado e talvez explorar um pouco esta fantasia de escovar o cabelo. Se quisesse uma massagem ou uma provocação erótica nas raízes de seu cabelo com as suaves cerdas em lugares sensíveis, então poderia encontrar a um homem que estivesse disposto a isso.
Lisa se encontrou olhando especulativamente a escova e foi quando soube que era hora de sair de casa outra vez. Ir a qualquer parte, em qualquer lugar. Rápido. Antes de ficar procurando na Internet sites com fetiches de escovas de cabelo.
Era um bom plano, mas quando abriu a porta encontrou Valentine nas escadas, quase parecia inevitável.
-Temos que deixar de nos encontrar assim, - disse ela.
-Poderíamos tentá-lo nus, - ofereceu Valentine.
-Nu estaria melhor que com essa roupa, mas não acredito nisso. -Lisa estava ali na porta, com a mão na maçaneta, duvidando entre seguir adiante ou retroceder.
-Vais convidar-me a entrar?
-Não me decidi. -Lisa estudou seu rosto durante um minuto, logo olhou mais para baixo ao estojo que trazia em suas mãos. A forma, tamanho e o veludo exterior lhe disseram que continha uma jóia. -O que é isso?
-Um presente para ti. -Sorriu-lhe e Lisa ficou sem respiração pela forma em que se transformou o rosto de intimidante a tão erótico que deveria vir com uma etiqueta de advertência. -Estou-te cortejando. Um homem que corteja a uma mulher lhe trazendo presentes. É tradicional.
-Me cortejando. -Lisa sentiu seus dedos golpeando na porta e se esforçou para parar. -Por quê?
-Porque te quero. -Sustentou a caixa, sacudindo-a brandamente. -Quer isto?
-Sim. -Sua boca se curvou num sorriso por decisão própria e desdobrou uma mão. -Sou uma mercenária.
-Não, não o é. Mas você gosta das coisas bonitas.
Valentine colocou o estojo em sua mão e fechou os dedos ao redor dela. Sentiu a mão quente e o tato de seus dedos nus contra os seus e fez que sentisse de algum jeito mais intimidade do que merecia tão inocente contato.
- Me Convidará a entrar agora?
-Ainda não. -Lisa afastou a mão, trazendo a caixa para seu peito. -Como chegou até a porta principal? Há uma portaria.
-Meghan.
-OH.
Ficou investigando seus olhos, e logo não pôde afastar o olhar. Não queria afastar o olhar. Gostava de olhá-lo, gostava do calor que sentia propagar-se por seu corpo, gostava da forma em que tudo a seu redor se desvanecia na distância. O batimento de seu coração pareceu-lhe aumentar lhe enchendo os ouvidos com o correr de seu próprio sangue.
-Abre-o. -Sua voz se deslizou sobre sua pele como uma carícia e Lisa se encontrou obedecendo. Seus dedos estavam torpes enquanto o abria. A luz apanhou o brilho das pérolas.
-OH, - disse outra vez. Era lindo. E ela o queria. Lisa tocou o fio uma vez, logo o levantou da caixa para admirar o tamanho.
Valentine o tomou e deixou que as pontas de seus dedos manipulassem a abertura do colar de pérolas.
-Me permita.
Abaixou a cabeça enquanto ele enrolava o colar ao redor de sua garganta e deixava o resto cair até a cintura.
-É muito antigo, não? -Lisa perguntou.
-Sim. O broche foi reparado e foi consertado. Não terá que preocupar-se que quebre.
O colar parecia velho. E algo mais. Sentiu como se levasse sua história no brilho das pérolas, a lembrança de alguém que tinha usado freqüentemente somente o colar sobre a pele.
-Por que me dá isto?
-Porque é teu. -Valentine baixou a cabeça e roçou com os lábios sua testa. -Não acredita que deveria tê-lo?
Lisa fechou os olhos e se viu a si mesmo deitada em uma piscina acetinada de marfim, usando nada mais que o colar. Uma imagem bonita, mas seu cabelo era muito comprido. Chegava-lhe até os quadris, e sempre o tinha cortado quando começava a encostar-se a seus ombros.
Abriu os olhos e negou com a cabeça, tratando de clarear a mente.
-Acredita que deveria aceitar a jóia de um homem estranho? Não. Vou lhe devolver isso Outra vez, não.
Deveria, sabia disso. Mas ela queria conservá-lo. Queria levá-lo.
- Me pediria isso agora, Lisa? - A pergunta foi murmurada contra a curva de sua bochecha enquanto lhe dava outro beijo ali.
Ela não conhecia este homem. Talvez Meghan sim, talvez confiasse nele, mas Lisa não tinha nenhuma razão.
-Ainda não.
-Então, me convide a seus sonhos.
Valentine beijou o canto de sua boca, um pequeno contato, mas a fez tremer.
-Bem. -Isso era o bastante seguro para estar de acordo. Os sonhos não eram reais.
-Te considere convidado.
-Faço-o. -endireitou-se e a olhou fixamente durante um longo minuto.
-Dorme bem.
Tocou as pérolas na base de sua garganta e logo se foi. Lisa piscou e esfregou os olhos, tratando de averiguar como se moveu tão rápido ou que truque de luz fazia parecer que a noite o tinha tragado.
Se ainda não estivesse segurando o estojo da jóia e levando o colar, Lisa teria encontrado muito fácil acreditar que estava sonhando agora. Talvez sair não era um plano tão bom, depois de tudo. De fato, sentia-se tão sonolenta, que era difícil imaginar que tinha querido sair. Hora de um cochilo, decidiu, e retornou para dentro.
-Vejo que gostou de seu presente.
Sua voz a fez tremer com agradável antecipação. A primeira vez que se encontrou com ele, tudo tinha parecido sedutor. O olhar em seus olhos, o pequeno sorriso que brincava no canto de sua boca, o cabelo claro pelo sol. Sua voz.
Ela deixou que seus olhos se abrissem pela metade e sentiu a boca curvar-se de felicidade e um pouco de sua veia perversa.
-Eu adoro. Você gosta de como fica em mim?
Desesperou-se, exibindo-se a si mesma e ao colar procurando vantagem enquanto jazia nua na cama. Levava o fio de pérolas, sem enrolar, pendurando o suficientemente baixo para que descansasse sobre seu sexo enquanto jazia com um joelho levantado e o outro inclinado de lado.
- Lindo. -A mão posou sobre sua coxa nua e acariciou ligeiramente com as pontas dos dedos seu sexo exposto, quase, mas não tocava completamente a maior parte de sua intimidade. -Devo te ter pintada dessa maneira.
-Seria um escândalo. -Mas a idéia a emocionou.
-Você, meu amor, é um escândalo.
Moveu o dedo sobre a pérola que estava colocada contra a delicada gema de carne entre suas pernas, pressionando agilmente sobre ela.
-Se o sou, a culpa é tua por me corromper. Eu era pura e inocente quando caí em suas mãos. -Deixou sua outra perna descender de modo que suas coxas estavam estendidas e abertas para ele.
-Ah. Isso explica por que não podia esperar para ter algo malvado de mim em nossa noite de núpcias. -Rodou a pérola sobre seus clitóris e logo cobriu seu próprio sexo com a mão.
-É o dever de uma esposa. -Dedicou-lhe um olhar solene. -Não te darei nenhum motivo de queixa por esquivar-me de meus deveres.
-Tenho sorte por ter uma esposa tão obediente. -Ele esmagou a palma da mão em sua carne torcida e ela ofegou pela prazerosa sensação. -Quero que se ponha de joelhos. Dá a volta para mim.
Riu e fez o que lhe pediu, rodando sobre seus joelhos. Enrolou o colar ao redor de sua garganta em tripla volta que caiu sobre seus seios e impacientou-se em posição vertical, girando o rosto para mostrar para ele.
-Possivelmente seria melhor que o levasse assim?
Ele usou os fios para acariciar seus mamilos, fazendo rodar as pérolas sob suas mãos para que massageasse a delicada pele de seus seios, fazendo que os picos se inchassem como casulos tensos de rosa.
-Acredito que é uma malvada licenciosa.
Seus lábios seguiram os arcos de pérolas enroladas sobre as curvas de seus seios, saborearam o vale entre eles, e logo tomou os mamilos em sua boca, chupando e molhando-os com sua língua por turnos até que se sentiu tão malvada e lasciva como ele afirmava que ela seria, dolorida para que a penetrasse.
-Valentine, - murmurou.
-Sim, meu doce? -Levantou a cabeça e beliscou seus mamilos agilmente. A estimulação fez que seu sexo se apertasse entre suas pernas. Estava molhado e ardente, inchado e necessitado.
-Tome!Tome agora!
Empurrou-a sobre as mãos e joelhos e se colocou detrás dela. Suas mãos moldaram suas nádegas, apertou-as, logo lhe deu uma rápida e ardorosa palmada, seguida de uma tenra carícia. Ela sentiu correr o sangue mais rápido entre suas pernas em resposta, seu sexo se inchou mais do que preparado.
-É malvada, mas sei o que fazer com uma criatura tão malvada. Você se ocupará do meu pênis até que suas coxas doam.
Riu nervosamente com a sensual ameaça e logo ficou sem fôlego quando a penetrou.
-Valentine.
-Minha. -Sua voz era um feroz grunhido atrás dela. -É minha somente minha. Sempre e para sempre.
-Sim. - Lhe pertencia. Sabia e o admitia facilmente. Era dele, como ele era dela.
Seu corpo se estirava para recebê-lo, rodeava-o. Retirou-se e voltou a introduzi-lo com golpes duros, agudos, embainhando-o tão completamente que a cabeça de seu pênis sondou a entrada de seu útero. Logo não houve nenhuma palavra, só suspiros, gemidos e ofegos, enquanto a sensação e a emoção a afligia e ela se dissolveu.
Lisa abriu os olhos e sentou-se direito no sofá, onde se enroscou comodamente, muito cansada para ir mais longe, uma vez que entrou de novo na casa.
-Que diabos?
Olhou para baixo e viu o colar ainda ao redor de sua garganta. Não os triplos fios, somente um fio em sua garganta. A maneira em que Valentine o tinha posto sobre ela. Não estava nua e não tinha companhia. Mas o sonho havia parecido tão vivo, tão intenso. Tão real. Como se tivesse estado ali, como se o tivesse feito. Com ele.
Realmente sentiu seu sexo pulsando em reação ao sonho, e soube que ia ter que trocar de calcinha.
Um orgasmo involuntário durante o sonho. Como uma adolescente. Que ridículo! Era muito madura para ter algum tipo de amor adolescente completadas com fantasias. Era adulta. Se queria estar com ele, então tudo o que tinha que fazer era pedi-lo. Ele tinha deixado claro que estava interessado e disponível.
Claramente seu corpo estava interessado e disponível, também. Assim por que não o tinha convidado a entrar? Quanto tempo tinha passado desde que algum homem tinha captado sua atenção? O que estava esperando? Não qualquer homem tinha que ser o homem. Talvez tivesse fantasiado que estavam casados como uma espécie de sinal moral, fazendo que seu ataque inesperado de luxúria fosse mais aceitável. Mas este tipo de pensamento era tão antigo como o fundo com o que ela os tinha imaginado.
Exceto isso não tinha sido uma fantasia puramente sexual. Havia sentido que havia um vínculo entre eles, uma conexão que ia muito além do físico. Havia-se sentido feliz. Segura. Amada. Havia-se sentido confiante e relaxada, como se pudesse confiar em Valentine sob qualquer circunstância, e aquele nível de confiança tinha conduzido à liberdade de desfrutar do físico sem reserva.
Pelo amor de Deus! Tinha fantasiado com ele açoitando-a e tinha sido excitante. Quando tinha experimentado ela alguma vez algo como isso? Em que homem alguma vez tinha confiado o suficiente para jogar a jogos viciosos em vez de deter-se ao básico? Este homem abria suas fantasias, e não só no físico. Isto tinha um componente emocional, junto com o sentido puro da liberdade sexual que lhe fez perguntar-se se tinha feito o correto em aceitar o colar.
Lisa jogou com ele e se reclinou sobre as almofadas do sofá, deliberando consigo mesma. Tira isso e guarda-o? Devolvê-lo? Fingir que não estava tendo estas idéias com Valentine e esperar que se fossem, ou o convidava a próxima vez que ele o pedisse para ver aonde a conduzia isto?
A campainha soou, lhe dizendo que alguém esperava na portaria. O som a fez olhar o relógio. Era somente 10h30min, embora parecesse mais tarde.
Não seria outra vez ele, pensou Lisa, embora torcesse que fosse Valentine com um desejo irracionalmente vivo. Provavelmente só alguém que devia buscar a Paige, que tinha ido a Port Townsend durante alguns dias. Ocorreu-lhe que quatro delas seguiam caminhos separados e uma por uma estavam deixando a casa que compartilhavam As Sereias no Queen Anne Hill. Primeiro Lorelei, logo Meghan. Só estavam Paige e ela agora.
A campainha soou outra vez. Lisa estava, por uma parte, ainda jogando com as pérolas tão distraidamente como tinha estado escovando seu cabelo antes, e se dirigiu ao interfone para averiguar quem estava na portaria.
Quando Valentine lhe respondeu, alo? Sim? Sobe, - Minha palavra favorita. Isso quer dizer em que posso entrar? -Lisa apoiou a testa contra a parede e fechou os olhos.
Um caleidoscópio de imagens encheu sua mente. Valentine vestindo um estranho traje lhe sustentava a mão em uma capela feita de pedras enquanto um homem com túnica cantava sobre eles. Valentine sentando longe dela, no extremo de uma mesa ridiculamente comprida, que estava iluminada só por velas. Valentine apoiando-se em um cotovelo sobre uma cama grande, batendo no espaço vazio ao lado dele num mudo convite. Valentine em sua porta, lhe pedindo que o convidasse a entrar.
Não sabia o que significava isso, mas quis averiguá-lo.
-Sim. Entra.
Lisa pressionou o botão que fez abrir a porta e logo foi abrir a porta principal.
- Sabia que muitas pessoas consideram que hoje é o primeiro dia do ano novo? - Perguntou-lhe Valentine quando cruzou a soleira e entrou com ela.
- Não.
- É verídico. Em primeiro de novembro, o Samhain. Um tempo apropriado para um novo começo.
-É isso o que é isto? -Perguntou Lisa. Encontrou-se com seus olhos e sentiu que todo o resto desaparecia outra vez.
-Isto é o que fazemos. -Inclinou a cabeça para ela, lentamente, lhe dando tempo suficiente para entender que o movimento acabaria em um beijo e afastar-se se não o desejava. Mas ela o queria, tão ferozmente e inesperadamente como tinha querido o colar logo que teve aberto o estojo e o viu. Queria seus lábios nos dela, seu corpo contra o dela, e depois queria muito mais.
Apoiou-se nele enquanto sua boca caiu sobre a sua, levantando suas mãos para descansá-las em seu peito. Para não deixar espaço entre eles, para ter acesso a ele. Suas mãos se apoderaram de sua cintura em um agarre firme que foi também surpreendentemente terno, enquanto a beijava sem a estupidez habitual que vinha com um primeiro beijo.
Sentiu-o conhecido, familiar. Seus lábios se encontraram e se aferraram como se estivessem guiados com essa classe de intuição que vem com a repetição. Lisa sabia a forma de colocar a cabeça para convidá-lo a um beijo mais profundo, como girar-se para ele enquanto a atraía mais perto de maneira que seus corpos se tocassem, unindo-se, em um movimento quase como um baile que ela tinha conhecido uma vez e tinha esquecido.
O calor flamejou e se propagou por suas extremidades enquanto as sacudidas do conhecimento eletrizante chisparam ao longo de suas terminações nervosas. A pressão de suas coxas contra as dele, as mãos em sua cintura, sua boca movendo-se sobre a dela sentindo-a tão boa, tão deliciosa. Lisa deu um pequeno gemido de prazer e lhe curvaram os dedos no suave suéter negro que ele vestia como se lhe convidasse a aproximar-se mais.
Respondeu ao sinal silencioso, guiando-a por seu aperto na cintura e movendo-se com ela até que sentiu as costas contra a parede, seu corpo pressionava com força o seu. Podia sentir sua ereção contra seu estômago e a resposta úmida entre suas coxas. Seu sexo se contraiu de expectativa. Sua língua se enrolou com a dela enquanto ela balançava a pélvis nele, querendo mais.
Valentine rompeu o beijo e levantou a cabeça. Lisa aturdida abriu os olhos e se encontrou com os dele.
-Por que te detém?
-Porque se formos mais à frente, talvez não possa.
Afrouxou as mãos em sua cintura, mas não as tirou.
-Desejo-te, mas estou disposto há esperar mais tempo por ti se for necessário.
-Mais que umas poucas horas depois de me haver visto pela primeira vez?
Lisa tratou de sorrir e se encontrou com o que não podia, porque isso trouxe de volta o sonho e uma série de vívidas imagens, todas de Valentine em diferentes momentos. Como era possível. Não o era? Nunca lhe tinha visto antes desta noite.
-Esperei mais tempo que isso. -Os olhos dele queimando os seus. -Recorda.
A palavra era uma ordem, não só uma continuação da conversa. Recorda. Repercutindo em sua mente, introduzindo-se à força nos limites exteriores de suas lembranças e logo mais longe. Isto abriu algo dentro dela e as emoções saíram precipitadamente. Felicidade, muita felicidade, tão brilhante. Desejo, quente e urgente. O amor fazia que seu coração doesse por sua intensidade. Alegria. Segurança. Paz que se rompeu pela dor. Medo. E logo o frio e uma escura e infinita separação.
Lisa se derrubou sobre ele e sentiu as lágrimas lhe correr pelas bochechas.
-Lisette. -Valentine a levantou entre os braços, cobrindo-a, levou-a até o sofá e se sentou com ela. Retirou as lágrimas de sua bochecha com uma mão. -Nunca tive a intenção de te fazer chorar.
-Isto não tem sentido. -deitou seu rosto em seu ombro, refugiando-se em sua força, seu calor. -Estes sentimentos. Estas imagens em minha cabeça. Diria que começou quando me deu o colar, mas isso não é certo. Começou quando te vi, a primeira vez que me falou. O que acontece?
-Regressão de uma vida passada. -Valentine a abraçou mais perto.
-Isso é ridículo.
-É? -Alisou-lhe para trás o cabelo e murmurou algo em francês. E sem pensar, Lisa lhe respondeu. O som de sua própria voz a comoveu. Essas palavras vinham de sua boca, em uma língua que não conhecia, era impossível.
-Deveria saber que seria um choque para ti. Sinto muito. Não o pensei. -Acariciou seu cabelo, suas costas, confortando-a. - Pensei que recordaria o amor, a felicidade, a risada. Não acreditava que recordasse a forma em que terminou, também.
Lisa se distanciou da tormenta de emoções que não compreendia, em especial da última, apartando-a a força. Quando somente sentiu calma e tranqüilidade, perguntou, - Como acabou?
-Perdi-te. -A voz do Valentine se rompeu e isso invadiu o coração da Lisa em uma dor dilaceradora que ela não esperava. Logo ele respirou profundamente e continuou falando, - perdi-te, mas não acabou ali. Esperei até que te encontrei outra vez. E aqui estamos.
-Onde exatamente é aqui?
-Agora mesmo? Neste sofá. -Valentine trocou de posição como provando as almofadas. -Cômodo, mas não acredito que eu goste de dormir aqui.
-Eu o fiz. -Lisa esfregou sua bochecha no suéter dele. -Tive um sonho muito interessante. Sabe algo a respeito disso?
-Você me convidou a seus sonhos.
-Essa não é exatamente uma resposta.
-Sim. - Valentine trocou de posição e estirou suas pernas sobre o sofá, recostando-se sobre o braço, reclinando-se com ela descansando sobre ele. -Sei o que sonhou depois que te disse que dormisse. Facilitei-te tanto o repouso como o sonho.
-Isso não é possível.
-Talvez não humanamente possível, - esteve de acordo ele.
Lisa considerou as implicações dessa declaração. Logo uniu uns com outros os pedaços e parte do quebra-cabeça tomou uma forma que gerou uma espécie de loucura.
A regressão de uma vida passada poderia ocorrer sob hipnose. Uma ordem hipnótica poderia causar que um sujeito caísse dormido, e possivelmente alguém com outras habilidades mentais avançadas poderia inclusive manipular um sonho. Dizer que alguém tinha estado esperando por aí desde que ocorreu esta vida passada, ainda vivo porque essa pessoa não era humana, a não ser algo mais. Algo com uma duração da vida muito mais longa, que não podia entrar em uma casa sem um convite.
-Possível para um vampiro, - sugeriu ela.
-Sempre foi rápida. -Valentine passou seus dedos através do cabelo dela, brincando com os fios. -Não te levou muito tempo entender tudo isto.
-Acredito que acabo de me acostumar a tratar com coisas impossíveis. -Lisa fechou os olhos e se permitiu desfrutar de estar segura, com sua bochecha descansando na suavidade do suéter, Valentine cavou a parte posterior de sua cabeça em um gesto que era possessivo, protetor e reconfortante tudo junto.
-Ouvi os rumores sobre As Sereias e de sua líder psíquica antes que me unisse à banda. Quando vive dia atrás dia com alguém que vê com uma versão maior da realidade respaldada pelo fato de ter sempre a razão, cedo ou tarde aceita que há mais da vida que o que vê. -ficou calada, e logo, tem também o viking.
-Não é de se estranhar que tanto você como Meghan aceitassem a idéia de que os vampiros existem tão facilmente.
-Assim Romney é um também, - declarou Lisa-. Não estava segura.
Entretanto não a surpreendeu.
-Então as lembranças de uma vida passada não lhe fazem parecer tudo isto inadmissível para ti, verdade?
Lisa explorou com sua mão o peito, sentindo o suave suéter de lã cobrindo os planos duros de seus músculos.
-Não, suponho que a lembrança que tenho da vida num castelo francês em algum momento do passado não parece difícil de acreditar. Só me diga que não foi um conto, porque isso seria muito absurdo.
Valentine riu. -Não lhe direi isso, então.
Lisa gemeu.
-É como uma brincadeira de mau gosto. -Isto aliviou o momento, entretanto, a ajudou a pôr os sentimentos mais incômodos em perspectiva.
-Valentine.
-Sim?
-Como sabe que sou o que quer?
-Além de recordar tudo literalmente como se fosse ontem? -Trocou-a de posição um pouco a um lado e a situou mais perto dele. Suas pernas se enredaram juntas em uma cômoda postura. -Há uma teoria que as almas são um todo antes do nascimento, e logo ficam divididas pela metade. As duas metades nascem e se buscam uma a outra. Quando se encontram de novo, encaixam-se de uma maneira que nada mais pode separá-las. Convertem-se de novo em um conjunto. -Seus lábios tocaram o cabelo na parte superior de sua cabeça. -É minha outra metade. Quando te encontrei, soube.
-Embora reconheça tudo isto, essa foi outra vida. Era uma mulher diferente.
-Não tão diferente. -Seu corpo se balançou com o dela com um intento sensual.
-É ainda minha outra metade. Eu o reconheço inclusive se você não o fizer.
Ela o fazia, não obstante. Tinha-lhe reconhecido desde o começo, de alguma forma. Começando com o estranho humor e sua obsessão com a escova de cabelo que a tinha distraído de sua prática quando nunca nada a distraía. Era uma explicação descabelada, mas uma que explicava os fatos.
Sentiria o mesmo, aqui e agora, lhe amar outra vez? Se havia detido alguma vez realmente? Ou tinha esquecido na superfície enquanto debaixo dela recordava o modo que suas mãos recordavam o que era um compasso e o que fazer com um tambor e um instrumento de percussão sem que seu cérebro tivesse que dirigi-los?
-Me diga algo sobre quem é você agora. -A voz do Valentine ecoou profundamente em seu peito, sob sua bochecha. -me diga como te converteu em uma estrela de rock.
Esse era um terreno mais seguro que pensar no destino e no amor e se poderiam confiar um no outro. Lisa se relaxou um pouco mais aliviada.
- O usual. Consegui uma bateria quando era uma adolescente, e os paus em minhas mãos se sentiam bem. Eu adorei. Aprendi, pratiquei, toquei. Depois da escola secundária fui ao Instituto de Músicos, PIT. Pensava que seria um músico de estudo e fiz um pouco desse trabalho, mas queria interpretar. Queria estar em uma banda. Então, continuei tocando, continuei fazendo apresentações continuei trabalhando. E logo um dia consegui meu golpe de sorte. O teste com As Sereias. Estava preparada para isso. Desejava-o tanto que o podia saborear. E o resto é história.
-Sinto-o bem. Não o esperava, mas é perfeito para ti.
A voz de Valentine era cálida, cheia de orgulho. O tom assim como as palavras disse a ela que ele aprovava sua escolha e entendia o esforço que lhe tinha levado perseguir um sonho.
Até que lhe disse isso, Lisa inclusive não sabia que queria sua aprovação. O quente resplendor de seu interior disse a ela que o fazia que significasse algo para ela saber que ele se orgulhava do que tinha feito de si mesmo nesta vida.
-Obrigado.
-Eu também sou perfeito para ti. -Sua voz estava cheia de brincadeira e de sedutora confiança masculina.
Não pôde evitar sorrir em resposta.
-É? Talvez me devesse mostrar isso.
-Eu adoraria, - disse Valentine. -Mas não neste sofá. Por muito confortável que possa parecer, não é substituto de uma cama.
-Muito bem, - estava Lisa de acordo. As lembranças do passado poderiam ser nebulosas e incompletas, mas estava bastante segura de que o sofá nunca se ajustaria à classe de atividade que Valentine preferia.
Ele se sentou logo a cobriu contra seu peito como se não fora mais difícil que sustentar um gato. Mais forte que um humano, Lisa se precaveu. As diferenças nele não estavam limitadas à hipnose e os truques da mente.
-Isto é de certo modo excitante, - informou-lhe-. Um vampiro grande e forte me usando para ter sexo selvagem.
-Creio que você gostará de meu estilo.
Ela acreditava assim, também. O calor e a consciência que flamejou por cada ponto de contato com seu corpo lhe disseram que a química física entre eles estava fora de controle. Tinha-a seduzido com um beijo. Com um olhar. Tinha-lhe proporcionado um sonho erótico como jogo prévio ao coito, e tinha sido muito eficaz. Fazer o amor com um não morto obviamente tinha algumas possibilidades interessantes se ele podia fazer coisas como essa.
-Esse sonho, realmente fomos nós naquele tempo, não é assim? - Perguntou Lisa enquanto ele seguia o caminho que assinalava ela com a mão.
-Sim. A primeira vez que te dei o colar. -Valentine conseguiu chegar a sua cama e a posou em cima dela. -Uma de minhas lembranças favoritas. -Seguiu-a abaixo se colocando sobre a parte superior dela, imobilizando-a debaixo dele.
-Posso ver por que.
Sua boca se secou e seu corpo se converteu em líquido enquanto estava debaixo dele. Sentia-o tão quente, tão bom. Suas pernas afastavam as suas e ela se moveu até que os quadris dele foram cobertos por sua pélvis e pelas coxas abertas. O peso era tanto uma provocação como uma promessa enquanto ele descansasse ali.
-Levas muita roupa.
-Posso mudar isso. -Valentine mordiscou seu lábio inferior, logo se levantou e se despiu até a cintura.
Lisa lhe olhou com os olhos meio fechados, desfrutando do jogo de luz indireta do vestíbulo sobre seu corpo. Seus músculos estavam bem definidos desde seus largos ombros até seu esculpido abdômen. Seu olhar fixo descendeu até suas mãos situadas sobre a cremalheira de suas calças jeans. Seu fôlego se entupiu enquanto esperava a que ele a baixasse e lhe mostrasse o resto.
Abriu a cremalheira, moveu os jeans até os quadris, chutou longe os sapatos e ficou nu frente a ela.
-Melhor?
OH, sim. Valentine estava obviamente preparado para a ação, seu pênis grosso se destacava plenamente para ela. Lambeu-se os lábios e teve um desejo repentino de lhe lamber como a um sorvete.
-Melhor, - esteve de acordo. A palavra saiu baixa e rouca.
-Agora você é a que leva muita roupa.
Tinha razão nisso. Ela estava muito acalorada e suas roupas eram muitas apertadas, muitas estreitas. Arrancou-se a camisa, logo as calças, lutou por livrar-se de seu sutiã e das calcinhas com mãos impaciente e as jogou longe. Lisa vacilou, e seguidamente se tirou o colar, também. Logo se inclinou mais para posar as pérolas sobre o criado mudo, onde não era provável que recebesse algum golpe.
Sentiu afundar o colchão quando Valentine nu se uniu a ela, um segundo antes que suas mãos se fechassem sobre sua cintura e aproximou suas costas contra ele. Seu peito fez suporte para que ela se apoiasse enquanto se ajoelhavam juntos na cama, suas mãos se moveram por cima de sua cintura até as costelas para cavar seus peitos. Sentiam-os inchados, doloridos por seu toque, os mamilos formaram dois brotos duros. Lisa deixou escapar um gemido enquanto ele apertava e sovava sua suave carne. Sua cabeça caiu para trás contra seu ombro e ele acariciou com o nariz seu pescoço enquanto atirava de seus mamilos, a estimulação conjunta fez que seu sexo se contraísse com força.
Uma mão se moveu para baixo para cavar seu sexo e Lisa se arqueou com seu agarre em uma suplica silenciosa por mais. Sua palma a pressionou, mas não o suficiente para lhe dar alivio ou para aplicar a pressão onde a requeria. Enquanto ele brincava com seus mamilos com uma mão, apertava-a entre as pernas com a outra, logo acariciou habilmente com um dedo ao longo de seus inchados lábios inferior antes de encontrar o botão de seus clitóris. Deu-lhe voltas, logo lhe deu um tapinha nele enquanto foi a toda pressa ao longo da curva de seu pescoço em uma série de dentadas provocadoras. Seus dentes roçaram a carne sensível que estava exposta a ele, fazendo que se estremecesse. Podia sentir seu pênis, duro e quente, pressionando a fenda de seu ânus. Sentia muito, mas não o suficientemente.
-Valentine, - disse entrecortadamente.
-Hmmm? -Mergulhou um dedo nela e Lisa gemeu outra vez. - Quer algo, meu doce?
Queria algo, sem dúvida alguma. Seu corpo estava apertado e preparado e ele a estava matando pouco a pouco. Frustrada, balançou-se em sua mão, conduzindo seu dedo mais profundamente. Ele deslizou um segundo dedo unindo-se ao primeiro, logo os retorceu dentro dela, encontrando um ponto escondido que a fez ofegar.
-Valentine. Já!
Soltou uma risada baixa enquanto jogava com ela, deslizando seus dedos dentro e fora em um ritmo preguiçoso que era muito lento. Quando os retirou, ela quis gritar em sinal de protesto. Antes que pudesse fazê-lo, empurro-a sobre suas mãos e joelhos. Sentiu a cabeça de seu pênis empurrar contra seu sexo. - É isto o que quer?
-Sim.
Empurrou para trás seus quadris enquanto ele empurrava para frente, perfurando-a, enchendo-a, até que esteve totalmente dentro e ela pôde sentir a cabeça de seu pênis no fundo do seu útero. Sentia-se quase insuportavelmente bem. Estava tão excitada pela pressão ali, tão profundo dentro dela, que lhe provocou um tremor involuntário de contrações em seus músculos vaginais e soube que o orgasmo não estava muito longe.
- Me ame.
-Com muito prazer.
Manteve seus quadris num apertão firme e usou o agarre para reforçar seus impulsos. Ele se conduziu nela, duro, rápido, profundamente. Com cada movimento os tremores continuaram, até que ela se balanço no fio da liberação. E logo ultrapassou o bordo, lhe levando a ele com ela. O conjunto de sensações de seu pênis pulsando e quente, o líquido de seu orgasmo enquanto ele se vinha profundamente dentro dela e a empurrou mais à frente, extraindo seu prazer. Quando se derrubaram juntos sobre a cama, o sexo dela ainda se estremecia com os tremores secundários.
Quando ele se retirou, Lisa fez um som parecido a um protesto.
-Eu não terminei com isso.
-Bom, porque não acabei contigo. -Valentine ficou de barriga para cima e puxou ela para seus braços. - Tenho um montão de tempo perdido para recuperar.
-Tempo perdido, meu rabo! -Deslizou uma perna sobre a sua e moveu uma mão por seu peito. -Provavelmente você passou os últimos séculos aperfeiçoando sua técnica.
-Está oferecendo seu rabo? Que interessante. - bateu numa nádega nua e deu um apertão experimental. -Eu não me negaria.
Lisa pensou em ser tomada desse modo e se sentiu curiosamente interessada. Logo pensou nele tomando-a por trás enquanto seus dedos lhe davam prazer pela frente e se sentiu muito mais que curiosa. A ponta do dedo acariciou seu ânus e a sensação conseguiu surpreendê-la agradavelmente.
-Temos que fazê-lo mais tarde.
Então ela negou com a cabeça.
-Desviou-me do tema de propósito?
-Sim. -A ponta do dedo explorou na delicada malha. -Esta funcionando?
-Já retornarei sobre isso. - Lisa fechou os olhos e rebolou para fazer-se mais acessíveis enquanto o fazia coisas indecentes que fez flamejar seu corpo com deleite. - Provavelmente é melhor que não falemos disso, de todos os modos. Não estou segura de que queira saber com quantas mulheres transaste ao longo dos anos.
-Nenhuma, desde que te conheci.
Isso fez que os olhos lhe abrissem assombrados.
-Por quê?
-Tem que perguntá-lo? -Puxou-a para cima dele, para abraçá-la estreitamente. -Não fui celibatário antes de te conhecer. Sei a diferença entre o sexo por sexo, e o sexo que significa mais. Algo menos teria sido... menos.
-Meu deus, isso é romântico. -comoveu-se e sabia que acontecesse o que acontecesse, e independentemente dos problemas que apresentava uma relação entre um vampiro e um humano e se alguma vez compartilhou todas as lembranças do passado que eram tão claras para ele, lhe amar estava enraizado nela. Já fora uma lembrança da carne ou do coração, conhecia-o em algum nível profundo.
-Isto é para sempre, sabe, - disse-lhe ela.
-Não tinha a intenção de deixar que te escapasse. -Beijou-lhe a parte superior de sua cabeça. -Como são de escuras as cortinas aqui dentro?
-Escuras, - disse-lhe Lisa-. E baixou as persianas. Normalmente não vou à cama antes de 03h00min AM assim é que preciso bloquear a luz de fora.
-Bem!
Transcorreu muito tempo antes que qualquer deles falasse outra vez.
Seis meses mais tarde
-Estive pensando, - disse Lisa.
-Sonhas perigoso. Sei que tipo de idéias tem. - Valentine lhe dedicou um sorriso conhecedor enquanto puxava dela para sentá-la entre suas coxas.
-Sim, e me dá a maioria delas. -Suspirou de prazer quando ele começou a escovar seu cabelo. Quem sabia que algo tão simples poderia ser tão bom?
-Me diga o que estiveste pensando nesta ocasião.
-Estas relações de diferentes espécies não são realmente as melhores em longo prazo.
A escova se parou bruscamente.
-Ah sim! -A voz de Valentine soou como se fosse cristal moído.
-Sim. Quero dizer, tem a imortalidade inteira para continuar, exceto um acidente com uma estaca ou um pouco de água benta. E eu sou mortal. Também viajo muito e sabe quão perigoso são estes dias com maníacos seqüestrando aviões. -Lisa se girou ao redor para lhe olhar. -Assim é que decidi que isto não vai ser bom. Vais ter que me converter em um dos não mortos, também.
-Entendo. -Valentine estudou sua cara durante um minuto. -Realmente pensaste nisto?
-Sim. - Tinha-lhe dado voltas a um montão de pensamentos enquanto o tempo passava e entendeu como de importante era Valentine para ela e quanto significa ela para ele. Tinha discutido as mudanças com Meghan. Ela sabia o que deixava e o que ganharia. -Sei no que me coloco e não vou lamentá-lo mais tarde. Dir-te-ei o que lamentaria; se algum estúpido acidente terminasse com isto e te deixasse sozinho outra vez. Não pode me dizer que não pensaste nisso.
-Isso passou por minha mente.
-Assim é que, me dê o beijo de Drácula e nós viveremos felizmente para sempre.
Lisa se recostou contra ele e esperou que continuasse escovando seu cabelo. Ele o fez, com golpes lentos, sensuais que massagearam seu couro cabeludo e a relaxou completamente. Quando terminou, deixou a um lado a escova e ajustou sua cabeça para um lado de modo que deixou ao descoberto seu pescoço exposto como um convite.
-Felizes para sempre. Eu gosto como isso sonha.
Logo tomou o que lhe tinha devotado ela e lhe deu um beijo imortal.
Charlene Teglia
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