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Series & Trilogias Literarias
A batalha não é estranha para o Highlander Campbell Sinclair, então quando ele vê um rapaz sendo atacado por bandidos, ele pula para o combate. Ele não contava em ser esfaqueado.
Grato ao garoto por cuidar dele até recuperar a saúde, Cam se oferece para escoltar Jo com segurança até seu destino. Mas quando ele acidentamente se depara com o moço se banhando no rio, Cam descobre que Jo na verdade é Joan... com as mais pecaminosas curvas.
Joan prometeu à mãe que iria entregar um pergaminho ao clã MacKay. Mas viajar sozinha é perigoso, mesmo disfarçada de menino. Quando um guerreiro escocês oferece ajuda, ela fica mais que aliviada... até que ele a surpreende com vagarosos beijos e carícias que provam que o disfarce dela não o enganou. Enquanto a paixão deles inflama irão os segredos do pergaminho forçar um casamento... e conduzir a um amor que ela nunca conheceu?
Capítulo 1
Cam ouviu o problema na trilha à frente antes mesmo de vê-lo. Os gritos o fizeram instintivamente diminuir o passo de seu cavalo quando contornou a curva, mas quando viu um rapaz sendo segurado pela gola da camisa e espancado por um homem grande como um touro, Cam pegou sua espada e esporeou o cavalo para que se movesse mais rápido. Um segundo depois alcançou o par.
O baque de suas botas batendo no chão fez o assaltante olhar ao redor apenas a tempo de ver o punho da espada de Cam, pouco antes de bater na cabeça do grande idiota. O sujeito desabou como uma pedra, infelizmente caindo sobre o menino e pousando com força suficiente para gerar um gemido de dor no quase inconsciente rapaz.
Estremecendo em simpatia, Campbell usou sua bota para rolar o vilão de cima do rapaz. No momento em que o peso do homem foi removido, o rapaz abriu os olhos inchados e enegrecidos, e os semicerrou incerto.
— Você está seguro. Cam disse e se inclinou para lhe oferecer a mão para levantar.
Em vez de tomá-la, porém, o rapaz olhou além dele, os olhos inchados alargando-se ligeiramente com horror. Cam instintivamente começou a se endireitar, mas um golpe em sua lombar o fez cambalear. Ele conseguiu evitar pisar no rapaz e recuperou o equilíbrio depois de alguns passos, em seguida, virou-se para enfrentar o seu assaltante.
Assaltantes, Cam corrigiu-se sombriamente quando notou os três homens que agora enfrentava. Todos tinham rostos sujos e usavam roupas esfarrapadas. Nenhum deles era tão grande quanto o homem que ele tinha nocauteado, mas também não eram pequenos e cada um tinha uma arma diferente. O careca do lado esquerdo segurava uma clava1, aquele com o longo cabelo escuro na direita segurava uma espada velha e enferrujada, e o ruivo no meio segurava uma faca da qual escorria sangue.
Seu sangue, Cam percebeu quando sentiu um líquido quente escorrendo por suas costas e perna. Ele não tinha sido socado nas costas, tinha sido esfaqueado. Com a boca comprimida, ele levantou a espada, puxou uma pequena lâmina da cintura com a mão esquerda e começou a avançar, sabendo que não teria muito tempo antes da perda de sangue enfraquecê-lo. Tinha que cuidar dos homens antes que isso acontecesse, ou ele e o menino, sem dúvida, seriam encontrados mortos no lado da estrada quando o próximo viajante passasse por ali.
Cam lançou a faca no homem com a lâmina sangrenta primeiro, esperou tempo suficiente para vê-la se enterrar em seu peito, então balançou sua espada para o homem à direita.
Apesar de suas roupas esfarrapadas e condição imunda, o homem manejava sua espada velha e enferrujada melhor do que Cam esperava. Ou talvez ele mesmo já estivesse enfraquecendo, e isso - combinado com a preocupação de ser atacado por trás pelo terceiro homem a qualquer momento - afetava suas habilidades. Seja qual fosse o caso, demorou ao Cam meia dúzia de golpes de espada para seu adversário finalmente cair.
Espantado que ainda não tivesse recebido meia dúzia de golpes na cabeça e nas costas, Cam virou-se para enfrentar o outro homem, só para encontrá-lo no chão. O menino estava em cima dele, com a lâmina sangrenta do homem ruivo na mão.
— Ele ia te atingir. O rapaz disse defensivamente, deixando cair a lâmina quando olhou para cima para ver Cam observando-o.
Abrindo a boca para agradecer o rapaz, Cam deu um passo adiante, mas sua boca fechou quando se viu de repente de joelhos. Ele olhou para baixo confuso quando sua espada em seguida deslizou de seus dedos, e virou os olhos perplexos para o menino. Mas no momento seguinte, encontrou-se plantado no chão e perdendo a consciência.
Joan olhou para o escocês com espanto. Em um minuto ele parecia forte e bem, lutando contra seus agressores, no próximo estava caído de bruços na estrada. Parando para pegar a faca novamente, ela rapidamente a limpou nas costas do homem morto para remover o sangue, e depois enfiou-a no cinto da cintura e passou por cima dele para chegar ao lado de seu salvador.
Seu olhar encontrou imediatamente a mancha escura na parte de trás do seu kilt e não precisou tocá-lo para saber que era sangue. Ele tinha sido esfaqueado, Joan percebeu, surpresa com o quão sério o ferimento era. Ela tinha visto o homem ruivo aproximar-se dele por trás com a faca erguida e assumiu que o tinha esfaqueado, mas quando seu salvador lutou tão eficazmente, pensou que talvez tivesse sido apenas uma ferida insignificante. A quantidade de sangue em suas costas e ensopando seu kilt, das nádegas para baixo, no entanto, sugeria que a ferida era ainda mais feia afinal. De fato, agora ela estava espantada que ele conseguiu lutar.
Suspirando, Joan se sentou sobre os calcanhares e olhou ao redor. Tinha certeza que três dos homens estavam mortos, mas o homem que estava batendo nela quando seu salvador chegou estava apenas inconsciente. Brevemente, ela considerou retificar essa situação, mas Joan era uma curandeira. Matar um homem inconsciente, mesmo aquele que tinha batido nela momentos atrás, ia contra tudo o que acreditava.
Seu olhar deslizou de volta para seu salvador e Joan levantou o plaid para ver a ferida. Ela teve uma visão de sua bunda primeiramente, mas esta não era a primeira vez que atendia um homem ferido e sua formação a refreou, permitindo-lhe ignorar o seu traseiro nu e, em vez disso, focar sua atenção a lombar dele.
— Droga. Murmurou, observando o ferimento irregular. Parecia profundo e desagradável. A faca não tinha entrado e saído imediatamente, mas o Ruivo a tinha torcido, deixando um buraco em vez de um talho na pele. Xingando, Joan ficou de pé e correu para pegar sua bolsa de onde ela tinha deixado cair enquanto o gigante desdentado a agredia. Ela estava mexendo dentro da bolsa quando ele gemeu e se moveu ao lado dela.
Joan enrijeceu, seus olhos voltando-se para o homem. Banguela estava acordando, o que era a última coisa que precisava. Com a boca serrada, ela procurou descontroladamente ao redor até que viu uma rocha de bom tamanho perto. Agarrando-a, se virou para o Banguela quando ele começou a se por de pé e bateu em sua cabeça com uma boa dose de força. Ele caiu no chão com um gemido de dor e ficou imóvel.
Joan olhou-o brevemente, preparada para bater nele novamente se se mexesse. Matar um homem indefeso podia ir contra sua natureza, mas não tinha absolutamente nenhum problema em nocauteá-lo, e esperançosamente com força suficiente isso o deixaria com uma grande dor de cabeça mais tarde. Certamente, Joan sofreria pelo seu ataque por algum tempo. Já estava sofrendo. Banguela ficou furioso quando ela se recusou a desistir da bolsa e descontou aquela fúria nela, esmurrando seu rosto e peito com os punhos enormes. Como resultado, Joan sentia como se o rosto estivesse pegando fogo e ferido em todos os lugares. Não duvidava de que estava inchado e com hematomas no momento. E também estava certa que tinha mais do que um par de costelas quebradas. Se estivesse em pé, em vez de ajoelhada, chutaria Banguela algumas vezes para garantir que ele sofreria tanto quanto ela quando acordasse. No entanto, tinha que cuidar do seu salvador, então Joan largou a rocha e continuou procurando na bolsa até encontrar os itens que precisava e, em seguida, voltou para o lado do escocês.
Apesar da urgência, teve o cuidado de limpar a ferida completamente antes de costurá-la. No momento em que Joan terminou de enfaixá-lo, verificou o Banguela novamente, o homem parecia ainda profundamente inconsciente. Ela considerou dar-lhe outra boa pancada na cabeça para garantir que ficasse assim mais um pouco, mas depois voltou sua atenção para o escocês em vez disso. Colocá-lo no cavalo dele e tirar ambos de lá, e para longe do Banguela, parecia uma boa ideia. Começou tentando levantá-lo, mas o homem era enorme. Depois de um momento para registrar o que tinha à mão, Joan voltou-se para o cavalo de seu salvador. A montaria era uma beleza. Apenas a nobreza possuiria um animal tão fino. Ela murmurou e arrulhou para o cavalo enquanto se aproximava, acariciou seu nariz quando a permitiu se aproximar, e então pegou suas rédeas e o incitou a ficar ao lado do seu dono.
Joan, em seguida, foi até cada um dos agressores mortos e rapidamente removeu suas roupas. Elas não estavam em boa forma, esfarrapadas em alguns lugares e rasgadas em outros. Foi fácil para ela rasgá-las em tiras e rapidamente amarrá-las formando uma corda de pano. Só esperava que o pano aguentasse o peso do escocês.
Banguela estava mexendo-se novamente nesse momento, então Joan parou um momento para bater-lhe na cabeça novamente. Satisfeita que ele estava inconsciente novamente, ela então amarrou a corda improvisada em torno do peito do escocês, sob seus braços. Jogou a extremidade livre sobre a sela da sua montaria antes de rodeá-la para agarrar a corda. Apoiando-se nas pernas, começou a puxar.
O homem era pesado. Joan teve que dobrar os joelhos, literalmente, e se enrolar em uma bola e pendurar todo o seu peso na corda de pano para realizar a tarefa, mas, eventualmente, conseguiu colocar o escocês sobre seu cavalo, braços pendendo de um lado, as pernas do outro.
Suspirando com alívio, Joan largou a corda, então correu para o outro lado do cavalo, buscou por baixo da barriga deste o pano pendurado e rapidamente o amarrou nos tornozelos do escocês. Foi a única coisa em que ela conseguiu pensar para se certificar de que ele não cairia e ela não teria que passar por isso novamente. O homem podia se deslocar e ficar pendurado sob a barriga do animal, mas permaneceria no cavalo. E esperançosamente, com ela montada atrás dele, poderia impedi-lo de se deslocar. Apressando-se para sua bolsa, Joan pegou-a, fechou-a e, em seguida, recolheu as armas que os homens tinham usado.
Subir nas costas do animal era uma provação em si, mas ela eventualmente completou a tarefa. Joan imediatamente tomou as rédeas da montaria, mas depois parou. Ela estava quente e suada, o rosto e cabeça doiam e se sentia até um pouco tonta agora. Ao invés de se arriscar a desmaiar e cair do animal, Joan parou para permitir que seu batimento cardíaco se abrandasse e a cabeça clareasse.
Observou o Banguela o tempo todo, no entanto, temendo que ele se levantasse como um monstro de um pesadelo e os barrasse bem a ponto de escapar. Ele não o fez, entretanto, e ainda estava imóvel na estrada quando ela bateu os calcanhares e incitou o cavalo a se mover. Joan tentou isso três vezes antes de reconhecer que havia algo de errado com o animal... ou que não estava fazendo isso direito. Ela nunca montou um cavalo antes e não tinha ideia do que estava fazendo. Suspirando, desceu do cavalo de novo, foi para frente e tomou as rédeas para guia-lo ao longo do caminho.
Ela não tinha ideia de onde iriam, mas parecia uma boa ideia colocar alguma distância entre este ponto e eles. Ela andaria por uma hora mais ou menos e, em seguida, tentaria encontrar um lugar para parar, um lugar seguro, onde poderiam descansar enquanto ambos se curavam e onde Banguela não os encontraria quando acordasse. Depois disso... bem, ela ficaria com o escocês até que ele estivesse bem o suficiente para cuidar de si mesmo novamente, Joan decidiu. Devia-lhe isso por ter salvado sua vida.
Cam sentiu como se estivesse no inferno. Essa foi a sua primeira coisa que percebeu. Suas costas doíam, sua boca estava tão seca quanto pó, e – percebeu de repente - estava deitado de bruços com sua bunda nua no ar. Que diabos? Ele começou a se mover, com a intenção de virar, mas uma mão pressionou suas costas para baixo, parando-o.
— Não se mova.
Cam olhou cautelosamente por cima do ombro e soltou o fôlego quando reconheceu o menino que tinha salvo na estrada. Na verdade, ele não o reconheceu tanto quanto supôs que era o rapaz pelo seu rosto machucado. O pobre rapaz tinha realmente tomado uma surra. Seu rosto estava quase deformado, estava muito inchado sob o gorro de lã que usava. Cam imaginava que o rapaz estava provavelmente com tanta dor quando ele no momento, se não mais. Estremecendo em simpatia, Cam voltou-se e se deitou reto, apenas para estremecer novamente, desta vez de dor pelo o que fosse que o menino fazia em suas costas.
— Que diabo está fazendo, rapaz?
— Limpando seu ferimento novamente antes de colocar um curativo limpo. A resposta foi um pouco arrastada, sem dúvida por causa do inchaço ao redor da boca do menino.
— Arde como o diabo, eu sei, mas tem que ser feito.
Cam resmungou em resposta, e depois enfiou a mão na boca para não gritar quando algo foi derramado sobre sua ferida que o fez sentir como se a área estivesse pegando fogo.
— Respire! O rapaz sugeriu.
— Você está prendendo a respiração e fica mais fácil se você respira através da dor.
Cam soltou o fôlego que não percebeu estar retendo, e puxou outra profunda golfada de ar que imediatamente soltou. Curiosamente isso realmente ajudou. Não aliviava exatamente a dor, mas de alguma forma a tornava mais suportável. Ele inspirou e expirou profundamente até que a agonia fervente se reduziu a uma dor incômoda.
— Você vai precisar se sentar para eu enfaixa-lo.
Cam tirou o punho de sua boca e se pôs cuidadosamente sobre as mãos e joelhos, e então se sentou sobre as ancas e levantou os braços, ignorando o fato de que estava completamente nu. O rapaz esfregou algo calmante sobre sua ferida, em seguida começou a enrolar o pano em torno de sua cintura, passando a tira de uma mão a outra para envolvê-lo. Deu três voltas antes de enfiar a ponta no lado de Cam.
— Pronto.
Cam olhou para trás para ver o rapaz pondo seus produtos medicinais e ferramentas de volta em uma sacola de pano.
— Você deveria se vestir - O rapaz sugeriu, apontando além dele.
— Está frio hoje.
Cam olhou à frente e notou que na verdade esteve deitado em seu plaid. Agarrando-o, rapidamente o sacudiu e depois o estendeu no chão e começou a dobrá-lo. Seu olhar voltando-se para cima enquanto trabalhava. O sol estava alto no céu, então era cerca de meio-dia. Era final de tarde em sua última lembrança. Obviamente esteve inconsciente por, pelo menos, quase um dia. Ele olhou ao seu redor em seguida, notando que não reconhecia a área.
— Passou quanto tempo desde o ataque? Cam perguntou quando terminava de dobrar o pano. Endireitando-se, viu seu cinto e o agarrou para deslizá-lo sob o pano dobrado. Então se deitou sobre ele. Antes disso, Cam nunca notou quanto movimento fazia para vestir seu plaid, mas com cada mudança de posição disparando um dardo de dor por suas costas, estava consciente agora. Deitar sobre a ferida foi o pior, no entanto.
Cam estava puxando um lado do plaid ao redor de seu corpo quando percebeu que o menino não tinha respondido. Olhando para cima notou que o rapaz estava olhando para sua virilha com olhos arregalados de um fascínio que quase beirava o horror. Com um sorriso curvando sua boca, Cam balançou a cabeça.
— Não se preocupe, você é apenas um adolescente. O seu ficará maior com o tempo.O menino piscou.
— O que vai ficar maior? As palavras morreram em sua garganta enquanto seu olhar voltava à virilha de Cam com compreensão. O menino então corou e virou-se, concentrando-se firmemente na tarefa de rearrumar sua bolsa.
Rindo, Cam terminou de vestir seu plaid e depois ficou de pé cautelosamente.
— Você não disse... Quanto tempo se passou desde o ataque?
— Você esteve inconsciente por três dias. O menino respondeu, fechando sua bolsa e apertando o laço no topo.
— Três dias? Cam perguntou com descrença, e depois fez uma careta.
— E eu não desmaiei.
— Tudo bem, você dormiu por três dias então. — Disse o menino com um encolher de ombros. Depois de um momento, acrescentou com relutância:
— Sua febre subia e baixava a maior parte desse tempo. Ela passou esta manhã.
Cam fez uma careta e olhou ao redor. Eles estavam em uma clareira perto de um rio. Ele não via uma estrada em qualquer lugar.
— Onde estamos?
— Pensei que seria melhor te levar para um lugar seguro para se recuperar. Disse o rapaz em voz baixa e se endireitou com sua bolsa.
— Agora que se recuperou, suponho que vai montar seu cavalo e seguir o seu caminho, então... O rapaz acenou para ele.
— Obrigado por salvar a minha vida. Lamento que se feriu. Tenha uma viagem segura.
As sobrancelhas de Cam voaram para cima enquanto observava o rapaz se mover para sentar em uma pequena pedra à beira do rio. O rapaz realmente esperava que ele pegasse seu cavalo e o deixasse aqui agora que estava de pé. Embora, de pé era uma forma bastante generosa de dizer. Ele podia até estar em pé, mas suas pernas estavam tremendo debaixo dele, e se sentia extremamente fraco. Não estava em condições de viajar ainda, e mesmo se estivesse, dificilmente abandonaria o menino depois que ele passou três dias cuidando dele.
Notando sua espada e faca no chão, Cam se moveu e se curvou para pegá-las, mal se refreando de gemer quando seus pontos puxaram em suas costas. Droga. Talvez ele estivesse feliz de ter dormido estes últimos três dias. Se era assim que se sentia no quarto dia de recuperação, não estava pesaroso de ter perdido os três primeiros.
Endireitando-se com uma careta, ele deslizou sua espada e faca no cinto e, em seguida, sentou-se em uma pedra ao lado do rapaz. Ele olhou fixamente para a água fluindo lentamente e limpou a garganta.
— Agradeço pelos seus cuidados.
— Era o mínimo que eu poderia fazer. O rapaz disse com um encolher de ombros.
— Você se feriu me salvando daqueles ladrões... e eu agradeço por isso.
Cam olhou-o em silêncio, uma sobrancelha levantada. O rapaz era um camponês inglês e, obviamente, pobre, suas roupas surradas e sujas, seu chapéu num estado não muito melhor. Tudo o que parecia ter era uma bolsa de ervas medicinais.
— O que eles estavam tentando roubar?
— Minha bolsa! O menino respondeu, passando os dedos sobre a bolsa que estava no chão entre seus pés.
— Por isso que eles estavam batendo em você? Ele perguntou com descrença, se indagando por que os homens iriam perder tempo batendo em um rapaz tão franzino quando, simplesmente, poderiam ter pego a bolsa e ido embora.
— Não. Eles estavam me batendo porque, primeiro eu não soltei a bolsa até que me forçaram, e depois eu continuei a persegui-los tentando recuperá-la. — O menino admitiu.
— Você arriscou sua vida por um saco de mato? Cam perguntou com descrença.
— Não é mato. Mato não teria salvado sua vida. São ervas! O menino disse rigidamente, e então suspirou, pegou um ramo jogado ao lado de sua pedra e começou a tirar distraidamente os galhos menores.
— Além disso, não era com as ervas que eu me preocupava, mas com um pergaminho que estou incumbido de entregar.
— Um pergaminho? Cam perguntou, curioso.
O garoto balançou a cabeça e começou a cavar a terra na frente da sua bolsa com o galho enquanto dizia:
— Minha mãe me pediu para entregá-lo em seu leito de morte.
— Ah! Cam disse com compreensão.
— Um pedido no leito de morte é difícil de recusar.
— Ou de falhar.O rapaz acrescentou sombriamente.
— Eu tenho que entregar o pergaminho. Minha mãe disse que não descansará tranquila em seu túmulo se eu não entregar.
— Entendo. Cam murmurou, seu respeito pelo o menino aumentando. Ele não tinha apanhado só para salvar algumas pequenas bugigangas, mas para cumprir um pedido de leito de morte. Ele tinha honra, e, obviamente, amava sua mãe. A voz do menino tinha aprofundado várias oitavas quando falou da mulher. Esse pensamento fez Cam perceber que o rapaz ainda tinha uma voz fina, o que significava que ele era ainda mais jovem do que tinha acreditado a princípio.
Seu olhar se voltou para o saco e sacudiu a cabeça. Os ladrões não teriam se interessado no pergaminho ou nas ervas na bolsa do menino. Se apenas a tivesse entregado, eles provavelmente a teriam virado, espalhando o conteúdo no chão e então - não encontrando nada de valor – o deixariam em paz e continuariam no seu caminho. Mas sua recusa em entregar a bolsa, e então sua determinação em recuperá-la, sem dúvida os convenceu que havia o resgate de um rei escondido na pequena sacola.
— Qual é o seu nome, garoto?
— Joan-Joan-as. Respondeu o rapaz.
— Jonas? Perguntou Cam, imaginando se o menino tinha uma gagueira ou algum outro problema de fala. Talvez fosse apenas seu rosto inchado afetando sua fala, ele decidiu.
— A sim. Jonas. O menino murmurou, abaixando a cabeça.
— Bem, Jonas, sou Campbell Sinclair. Cam para meus amigos.
— É um prazer conhecê-lo Campbell Sinclair. Jonas murmurou, abaixando a cabeça novamente.
— Como eu disse, meus amigos me chamam de Cam, e desde que me salvou a vida, eu acho que vou te contar como um deles. Disse com um sorriso.
— Cam. Jonas murmurou, e em seguida limpou a garganta e disse:
— Você pode me chamar de Jo. É como os meus amigos me chamam.
— Jo será então. Cam disse facilmente.
Ficaram em silêncio por um momento e, em seguida, Jo perguntou:
— Não é Campbell um nome de clã?
— Sim. É o clã da minha mãe. Então ela me deu seu sobrenome como primeiro nome. Explicou.
— Oh! Jonas balançou a cabeça e, em seguida, começou a cavar novamente com seu galho.
— Deixe-me ver o pergaminho. Cam disse abruptamente. Quando a cabeça de Jonas levantou rapidamente, os olhos semicerrados, ele sacudiu a cabeça e disse:
— Não vou pegá-lo. Não preciso nem mesmo tocá-lo. Só quero vê-lo.
Jonas hesitou, mas depois colocou a vara de lado e abriu a sua bolsa. Após vasculhá-lo brevemente, tirou um pequeno, porém espesso, pergaminho. Cam podia ver a cera que o selava, mas era apenas uma gota, provavelmente a partir de cera de vela escorrida sobre ele. Não havia marca na certa, no entanto, como teria na mensagem de um nobre. Mas um camponês não teria um anel de família com um brasão para pressionar na cera. Por outro lado, o pergaminho não era algo que usualmente um camponês teria.
— Esconda o pergaminho na sua camisa. Cam disse finalmente.
— O manterá mais seguro, e na próxima vez que alguém tentar roubar sua bolsa, você não arriscará sua vida para mantê-lo.
As sobrancelhas de Jonas levantaram-se, mas então balançou a cabeça e empurrou o pergaminho para dentro da camisa. A camisa pressionava contra o material solto, mas você não o notaria a menos que o estivesse procurando. Satisfeito, Cam assentiu.
— Você está esfregando seu estômago. Está dolorido ou você está com fome? Jonas perguntou de repente.
— Com fome. Cam admitiu com uma careta. Seu estômago parecia completamente vazio. Tinha certeza que se engolisse uma moeda, a ouviriam chocalhar dentro de sua barriga vazia.
Jonas assentiu e se levantou.
— Eu vou caçar um coelho e recolher algumas bagas.
— Eu posso ajudar. Cam disse ficando de pé.
Jonas não o humilhou por apontar que ele estava oscilando como uma árvore jovem numa rigorosa brisa. Ele apenas balançou a cabeça.
— Serei mais rápido sozinho. Além disso, você vai cansar facilmente nos próximos dias. Aproveite para descansar enquanto espera.
Antes mesmo de Cam poder responder, o rapaz escapuliu para longe e desapareceu na floresta. Ele, além disso, deixou sua bolsa para trás. Cam gostaria de pensar que era porque Jonas confiava nele, mas sabia que na verdade o menino agora carregava a única coisa de importante que a bolsa previamente carregava. Ainda assim, as ervas vieram a calhar e poderiam servir de novo, então Cam parou para pegar a bolsa, contraindo a boca por causa da dor que a ação causou. Endireitando-se cuidadosamente, a levou para o lado de sua própria bolsa, e depois se abaixou cautelosamente e deitou-se de lado. Um pouco de descanso parecia uma boa ideia.
JOAN não se surpreendeu quando voltou ao acampamento e encontrou Cam dormindo. Ela tinha visto o suficiente de homens feridos para saber que ele faria muito isso no próximo dia ou dois. Talvez mais. Isso estava bem para ela. Ela não tinha dormido muito nos últimos dois dias enquanto cuidava dele. Não ousara dormir enquanto ele estava febril, e, em vez disso, passou seu tempo encharcando o plaid dele na água fria do rio e então colocando-o sobre ele num esforço de esfriá-lo. Era a única maneira que conhecia de combater a febre. Joan nem mesmo podia estimar quantas vezes se apressou a ir e voltar do rio para o homem inconsciente. Ele esteve tão quente, o pano parecia esquentar e secar em minutos. A única outra coisa que foi capaz de fazer foi gotejar chá de casca de salgueiro por sua garganta, juntamente com outras tinturas que pensou que poderia ajudar... e esperar. Agora que a febre passou entretanto, Joan não tinha que vigiá-lo constantemente. Isso significava que poderia realmente descansar um pouco também.
Assentando-se ao lado do fogo, Joan voltou sua atenção para a limpeza do coelho. Não era a primeira vez que realizava a tarefa, de modo que o processo não demorou muito. Uma vez que terminou, ela montou uma fogueira e, em seguida, encontrou um ramo de bom tamanho e espetou o animal nele. Enquanto o colocava sobre o fogo, Joan não pode deixar de pensar que uma panela viria a calhar. Teria sido melhor para Cam uma sopa do que carne assada, e ela se deparou com algumas cebolas selvagens e cenouras enquanto capturava o coelho. No entanto, não tinha panela, então teriam de se contentar com coelho assado e os vegetais que tinha encontrado, envoltos em folhas grandes e assadas nas brasas quentes.
Suspirando, Joan tirou o chapéu e passou a mão cansada através de seu longo cabelo que caía sobre os ombros. Estava exausta e imunda. Não tomava banho desde que partira para esta viagem, há duas semanas, e ela coçava em todos os lugares. Duas semanas e ela ainda não tinha saído da Inglaterra e entrado na Escócia, pensou com uma sacudida de cabeça. Verdade, sua viagem foi interrompida uma ou duas vezes quando ela parou para ajudar um viajante doente ou ferido, mas ainda assim, esperava estar mais ao norte do que isso até agora.
Suspirando, ela deslizou seu chapéu de volta na cabeça e olhou para Cam. Ele parecia um bom sujeito para um escocês. Ele se incomodou o suficiente para parar e salvá-la de uma situação desagradável. Muitos não teriam. Ele até mesmo a agradeceu por cuidar dele depois, algo que ela não estava acostumada a ouvir da nobreza. Geralmente, os nobres tomavam o que queriam sem pedir licença, ou reagiam a uma bondade como se tivessem direito a isso. Mas ele a agradeceu.
Lembre-se, ele pensava que ela era um menino, Joan lembrou-se. Não sabia se isso fazia diferença ou não. Talvez ele ainda lhe agradeceria se soubesse que era uma mulher. Ela nunca saberia, porque ele nunca saberia que ela era uma garota. Joan tinha dito a verdade quando disse que iria entregar uma mensagem como um pedido do leito de morte de sua mãe. A outra parte do pedido de sua mãe foi a insistência de que ela se vestisse como um menino na viagem. Foi uma ideia inteligente. Depois de tudo o que aconteceu, Joan não achava que teria ido muito longe em sua viagem se a fizesse como ela mesma. Mesmo como um menino tinha encontrado alguns personagens bastante desprezíveis, com más intenções. Ela teve algumas fugas difíceis. Essa última foi a pior, no entanto.
Joan olhou para Cam novamente. Algo que fez muitas vezes ao longo dos últimos dias. Era impossível não olhar; ele era um homem de boa aparência com todo aquele cabelo loiro caindo em torno de seu rosto bonito. E também era bem constituído. O homem tinha músculos de sobra. E seu traseiro? Joan agitou sua cabeça, tentando remover a memória do traseiro do homem. Ela conseguiu evitar olhar para ele nas primeiras vezes que cuidou das suas costas, mas a tentação ou talvez a exaustão a tinham enfraquecido e, recentemente, ela encontrou-se parando para olhar seu traseiro enquanto cuidava de sua ferida... e era um belo traseiro. Tão belo que ela começou a se perguntar se ele tinha uma esposa. Provavelmente tinha... e se não, então definitivamente tinha uma noiva. Coisas como essas eram arranjadas quando o nobre era uma criança.
Joan não sabia por que sequer se incomodou em pensar sobre isso. Um Lord nunca estaria interessado em uma moça de aldeia, pelo menos não para algo mais do que um namorico. E Joan não tinha a intenção de ser o namorico de ninguém. Na verdade, ela não achava que queria ser a esposa de alguém também. A partir do momento em que nasceu sua mãe a tinha levado junto nos partos e curas. A primeira memória de Joan era de um parto que deu errado. A memória não era nada além de um borrão distorcido de sangue e gritos, mas era o suficiente. Desde então ela tinha visto muitos outros exemplos do que acontece quando uma criança nasce. Viu mulheres tão rasgadas abaixo que o seu sangue corria preto. Viu mulheres morrerem com a criança ainda dentro de seus corpos. Também tinha visto tudo entre esses dois extremos quando se tratava de parto e foi o suficiente para afastar dela qualquer desejo de ter crianças saindo de dentro dela.
Nay, as crianças não eram para ela. Joan estava contente em curar os doentes e ser parteira. Não tinha nenhum desejo de vincular-se a outra pessoa e ter filhos. Não importa o quão atraente o traseiro do homem era.
Capítulo 2
— Mmmm... Está bom!
Joan olhou para os lados, para Cam e concordou em silêncio. Eles estavam compartilhando uma pequena tora enquanto comiam o coelho e os vegetais perto do pequeno fogo que tinha construído. A refeição acabou surpreendentemente boa, considerando que ela teve tão pouco com o que trabalhar. Ou talvez esta refeição parecia tão boa porque não tinha comido carne desde que começou esta jornada. Joan não quis chamar a atenção para si mesma, ou tirar tempo se incomodando com uma fogueira enquanto viajava sozinha, então se virou com bagas e quaisquer vegetais selvagens que encontrou. Também embalou dois pães em sua bolsa quando partiu, mas acabou com o último pedaço enquanto cuidava de Cam.
É claro, ele a achou muito boa também. Mas então este era o primeiro bocado de comida que comia em três dias. Isso com certeza influenciava a sua opinião.
— Então, Jo! Cam disse de repente em torno de uma mordida de coelho. — Quantos anos você tem?
— Vinte. Joan respondeu sem pensar, e olhou para cima surpresa quando o escocês começou a rir.
— Desculpe, mas você mal alcança meu peito, seu rosto está sem pêlos, sua voz ainda tem que mudar, e você ainda não desenvolveu um pouco de músculo. Ele balançou a cabeça.
— Se você tem mais do que doze ou treze anos, eu como meu cavalo.
Joan baixou a cabeça e pegou sua carne, mas sua mente estava um pouco confusa. Tinha esquecido, brevemente, que deveria supostamente ser um menino. Esse era um engano perigoso. Não que acreditasse que Cam iria feri-la se soubesse que era uma mulher. Ela tinha salvado sua vida, afinal de contas, e isso depois que ele a salvou. Ele não aparentava ser o tipo que ataca uma mulher viajando sozinha. Além disso, havia pouco que pudesse querer dela. Não tinha dinheiro, e pelo que viu de seu rosto na superfície do rio quando estava lavando o coelho, estava uma bagunça. Joan mal reconheceu a si mesma. Seu rosto estava quase inteiramente inchado. Seus olhos tinham círculos pretos ao redor deles que estavam começando a ficar verde nas bordas conforme os hematomas passavam a desvanecer-se. Seu lábio superior estava inchado e cortado e havia outra contusão em sua mandíbula também. Ela não chegava nem perto de estar atraente o suficiente para fazer com que um homem quisesse atacá-la. Além do mais, ela vestiu este traje para a viagem por um motivo. Era melhor prevenir do que remediar. E não queria que Cam tivesse que comer o cavalo dele.
Esse pensamento a fez sorrir, o que, por sua vez, a fez estremecer quando seu lábio partido se queixou do estiramento.
— Para quem você entregará a carta na Escócia? Cam perguntou de repente.
Joan hesitou em responder. Os escoceses eram bem conhecidos pelas rivalidades entre os clãs. E se os MacKays fossem um inimigo dos Sinclairs, ele tentaria impedi-la de completar a sua incumbência? Ela franziu a testa para a possibilidade.
— Você não vai me contar? Ele perguntou surpreso, quando ela permaneceu em silêncio. Joan deu de ombros.
— O que isso importa para você?
Em vez de responder a isso, ele sugeriu:
— Conte-me sobre sua mãe então.
Suas sobrancelhas levantanram com surpresa.
— Por quê?
— Por que não? Disse Cam encolhendo os ombros.
— Nenhum de nós está em forma para viajar, e não temos nada melhor para fazer do que conversar. Além do mais, estou curioso para saber o tipo de mulher que moveria um rapaz a assumir uma missão como esta. Essa é realmente uma grande missão para um jovem garoto tentar fazer essa jornada a pé e sem dinheiro. Ela devia saber que estava te colocando numa difícil e perigosa missão e, mesmo assim, ela pediu a você de qualquer maneira.
Joan baixou a cabeça novamente. O fato de ser uma mulher tornou a missão ainda mais perigosa do que Cam pensava, e sua mãe estava cônscia disso. Ela repetidamente se preocupou e advertiu-a sobre os muitos e variados perigos. Ela insistiu que tomasse todas as precauções, e se censurou por não ter cuidado do assunto ela mesma enquanto estava saudável o suficiente para fazê-lo. Finalmente, se desculpou com Joan, dizendo-lhe o quanto a amava e que esperava que Joan lembrasse disso e a perdoasse.
Jo pensou sobre isso agora, imaginando, como fez na época, o que tinha no pergaminho que carregava. Também se perguntou quem eram os MacKays e pelo o quê sua mãe possivelmente pensava que precisava de perdão.
— Sua mãe era escocesa? Cam perguntou de repente.
Joan afastou seus pensamentos e balançou a cabeça.
— Inglesa.
— Tem certeza? Perguntou. Talvez a mãe dela fosse escocesa e...
— Não. Joan interrompeu.
— Ela falou muitas vezes dos meus avós. Ambos eram ingleses. Ele era um ferreiro que morreu quando ela era criança, e sua mãe era uma curandeira e parteira como ela foi. Ela treinou minha mãe na cura até que morreu de um problema no pulmão. Assim como minha mãe me treinou até que a doença a levou.
— Ah! Cam murmurou e, quando Joan olhou-o questionando, disse:
— Eu estava imaginando onde você adquiriu seu conhecimento sobre cura. Joan assentiu.
— Eu era seu aprendiz. Ela me ensinou tudo o que sabia.
— Você eram próximos então. Cam murmurou.
— Sim. Joan sussurrou e olhou para o fogo enquanto as lembranças tomavam conta dela. Maggie Chartres foi uma boa mulher, inteligente, hábil e amorosa. Foi a melhor mãe que Joan poderia pedir... e sentia terrivelmente falta dela. Ao perdê-la sentiu como se fosse o fim do mundo. Seus avós já tinham morrido quando Joan nasceu, e sua mãe era a única família que tinha. Agora estava sozinha sem família, sem casa, e sem outro propósito além de completar uma última missão para sua mãe.
— Seu pai poderia ter sido um MacKay? Perguntou Cam.
Joan sorriu fracamente, mas balançou a cabeça.
— Eu acho que não. Ao menos ela nunca disse que ele era. Ele morreu antes de eu nascer. Explicou ela, e acrescentou:
— Pelo que sei ele era um simples cavalariço inglês.
Cam assentiu. Ficaram em silêncio por um momento e, em seguida, ele perguntou:
— Quais são seus planos depois de entregar a mensagem da sua mãe?
Joan sorriu ironicamente, perguntando-se se Cam não tinha o dom de ler a mente dela. Seus pensamentos pareciam estar em sintonia. Suspirando, ela deu de ombros impotente e admitiu:
— Não tenho planos.
— Você vai voltar para sua aldeia? Perguntou Cam.
— Não. Disse ela roucamente
— A casa em que cresci na verdade pertence ao Convento Agostiniano. Minha mãe foi autorizada a viver nela em troca de suas habilidades como curandeira. Ela serviu o mosteiro, a abadia e a aldeia. Agora que ela está morta... Ela balançou a cabeça cansada e ele terminou por ela.
— Eles tomaram a casa de volta.
Ela assentiu com a cabeça.
— Eu esperava continuar o trabalho da mãe na aldeia, na abadia e no mosteiro. Joan não apenas esperou, ela implorou ao Frei Wendell que a permitisse assumir a posição.
— Mas eles disseram não? Cam sugeriu calmamente.
— De acordo com eles, sou muito jovem e preciso de um treinamento maior. — Joan disse amargamente. Disse a eles que ela me ensinou tudo o que sabia, mas ele apenas balançou a cabeça e disse que Deus tinha outros planos para mim e que já havia providenciado um substituto para a minha mãe. Que ele precisaria da cabana para o novo curandeiro. Além disso, eu não tinha uma missão à realizar para a minha mãe?
— Ele sabia sobre a mensagem da sua mãe? Cam perguntou surpreso.
— Sim. Ele a visitou diariamente quando minha mãe adoeceu. Ela encontrou conforto em sua companhia.
Joan sorriu fracamente com a lembrança. Muitas vezes tinha voltado para a cabana para encontrá-los concentrados em uma conversa solene, que terminava no momento em que ela entrava. Parecia quase furtivo para ela. Uma vez, ela voltou mais cedo do que o esperado de uma tarefa e encontrou o homem escrevendo num pergaminho. Ele rapidamente o enrolou e o deslizou em sua manga antes de sair, mas Joan suspeitou que fosse o próprio pergaminho que agora descansava contra seu ventre dentro da camisa. Com uma mão inconscientemente levantando para tocar o pergaminho através do tecido de sua camisa, ela admitiu:
— Eu acho que ele escreveu a mensagem para ela. Mamãe estava fraca demais para escrever no final.
— Sua mãe sabia escrever? Cam não escondeu sua surpresa com a notícia e Joan supôs que não devia se sentir insultada por sua surpresa. Era raro que alguém de fora da nobreza soubesse ler ou escrever.
— Sim, ela foi ensinada por uma das freiras numa abadia que trabalhou antes de eu nascer.
— Ela te ensinou? Ele perguntou, curioso.
Joan apenas balançou a cabeça.
— Essa é uma valiosa habilidade, garoto. Cam disse solenemente.
— Entre esta e suas habilidades de cura não terá qualquer problema em encontrar uma posição uma vez que concluir sua missão.
Joan não fez comentários. O que ele disse poderia ser verdade se fosse um homem como ele pensava que ela fosse. Mas não era e isso tornaria as coisas mais difíceis. Sua mãe apenas se saiu tão bem porque ganhou o favor da abadessa que dirigia a abadia na aldeia onde ela cresceu. Joan pensou que tinha também o carinho e o favor de ambos a abadessa de Wellow Abbey e o Frade no Convento Agostiniano, mas ambos tinham, gentil, mas firmemente recusado-a quando os abordou.
— Talvez esta mensagem que sua mãe deixou é um pedido de uma posição para você. Cam disse, pensativo.
— Ela pode não ter sido escocesa, mas isso não significa que não conheceu escoceses. Talvez, tenha salvo a vida de um escocês e espera que sua gratidão os faça te oferecer uma posição.
Joan franziu a testa para a sugestão, mas balançou a cabeça.
— Eu acho que não. Ela nunca falou de algo assim, ou até mesmo do nome. Na verdade, eu nunca o tinha ouvido antes.
— Que nome?
— Mac... Joan se cortou abruptamente e fez uma careta para ele. Ele quase a enganou para dizer o nome do destinatário da mensagem.
— Por que não quer me dizer o nome deles? Perguntou Cam.
As sobrancelhas de Joan subiram, não pela pergunta, mas de sua expressão quando perguntou. Ele parecia quase suspeito. Ela entendeu o porquê quando ele perguntou:
— Eles são inimigos do meu clã?
— Eu não sei quem os Sinclairs contam como inimigos. Disse a verdade, e, em seguida, admitiu:
— Mas se fossem um inimigo, você tentaria me impedir de entregar a mensagem?
— Não, claro que não. Ele assegurou-lhe e, em seguida, sorriu e admitiu: — Mas não o ajudaria a chegar lá também.
Apesar de si mesma, Joan se encontrou sorrindo com suas palavras, e então fazendo uma careta quando o lábio partido protestou.
— Vamos, diga-me para quem é a mensagem. Cam persuadiu.
— Os Sinclairs não tem muitos inimigos. É mais provável que seja um amigo e então posso pagar sua bondade em salvar minha vida escoltando-o até lá... ou pelo menos parte do caminho se estiver muito longe do meu caminho.
Joan olhou para ele em silêncio. Era orgulhosa demais para pedir ajuda, mas não tão orgulhosa para não aceitar a ajuda oferecida. Certamente faria sua jornada menos perigosa se não estivesse sozinha. Debateu-se brevemente e, em seguida, soltou o fôlego e apenas disse:
— Lord e Lady MacKay.
Os lábios de Cam se abriram num largo sorriso, e ele estendeu a mão para bater-lhe no braço.
— Você está com sorte, rapaz. Os MacKays são amigos dos Sinclairs. Bons amigos. Ele balançou a cabeça e então acrescentou:
— Ainda melhor, eles são nossos vizinhos, então posso escolta-lo todo o caminho até lá no meu caminho para casa.
Joan se endireitou lentamente. Sua batida amigável no braço quase a tinha derrubado do tronco. Conseguindo um pequeno sorriso que não esticava demais o lábio que se curava, ela balançou a cabeça.
— Obrigado.
Eles comeram em silêncio por um minuto, e depois Cam perguntou:
— Então não tem nenhuma família do lado de sua mãe?
Joan sacudiu a cabeça e engoliu a carne que tinha acabado de morder.
— Meu pai morreu antes de eu nascer, meus avós também e não tenho irmãos ou irmãs. Ela olhou para ele com curiosidade
— E você?
— Ambos os pais ainda vivos, dois irmãos, uma irmã e mais tias, tios e primos do que você pode contar. Disse ainda rodeando a cebola que tinha acabado de morder. Ele fez uma careta, em seguida acrescentou:
— Eu tenho família até os cotovelos. Mais do que qualquer um quer ou precisa.
Joan ergueu as sobrancelhas para isso. Ela teria amado ser capaz de reivindicar uma família tão grande. Mas estava sozinha.
— Você não se dá bem com seus parentes?
— Oh sim. Ele assegurou.
— O problema é que meu clã parece pensar que ter o mesmo sangue significa que podem interferir em minha vida a qualquer momento. Isso é o suficiente para enlouquecer um homem, às vezes.
Joan assentiu com uma compreensão que, na verdade, não possuía. Ela nunca teve esse problema.
— Na verdade, essa interferência é a única razão pela qual conhecemos um ou outro. Cam disse de repente, um sorriso irônico nos lábios.
— Como assim?Perguntou Joan.
— Minha família pensa que eu deveria me casar novamente. Acrescentou sombriamente.
— E você não quer? Joan adivinhou.
— Sim. Quero dizer, sim você está certo e não, eu não quero me casar. Ele acrescentou e depois deslocou-se à frente do tronco para que pudesse se sentar no chão e se encostar-se nele. Com os olhos focados nas chamas à frente, ele suspirou e então disse:
— Depois da minha primeira esposa... Ele balançou sua cabeça.
— Eu não quero passar por isso de novo.
— Seu primeiro casamento foi tão ruim? Joan perguntou, tentando entender.
— Não. Ele respondeu de uma vez
— Ela era bonita e inteligente, uma boa mulher, e o casamento não era tão ruim.
Joan ergueu as sobrancelhas.
— Então por que não quer se casar de novo?
A insatisfação atravessou seu rosto, e ele encarou o fogo por tanto tempo que ela pensou que ele não responderia, mas de repente respondeu:
— Nós estávamos casados por um ano. Foi um bom ano. Nós nos demos bem e éramos um bom par. Mas ela ficou grávida, e entrou em trabalho de parto um ano e um dia depois de nos casarmos.
— Ela morreu no parto. Joan adivinhou, entendendo imediatamente.
— Sim. Cam murmurou, sua expressão cheia de pesar.
Joan assentiu em silêncio.
— Ela era tão pequena, e o menino era grande. Disse ele sombriamente, e depois acrescentou:
— A parteira disse que a criança estava de lado.
— A parteira tentou virar-?
— Sim. Ele interrompeu.
— Ela tentou e tentou, mas disse que ele não virava.
Joan não fez comentários. O que poderia dizer? Tinha se deparado com a mesma coisa uma ou duas vezes. Normalmente conseguia virar o bebê, mas às vezes parecia que o bebê ficava preso em algo e - .
— Demorou três dias para ela morrer. Cam disse severamente.
— Por três dias o castelo inteiro a ouviu gritar enquanto lutava para trazer nosso bebê ao mundo. No terceiro dia seus gritos eram tão fracos... Eu sabia que ela estava morrendo. Minha família tentou me manter pra fora, mas invadi o quarto e... — Ele empalideceu, seus olhos fechando. — Havia tanto sangue.
Joan esperou um minuto e, em seguida, perguntou:
— E a criança?
— Nós os enterramos juntos. Disse ele dificultosamente. Ambos olhavam para o fogo agora e então ele se endireitou e disse com firmeza.
— Eu não farei outra mulher passar por isso.
Joan não comentou. Ela entendia. Testemunhar algo assim... bem, a fez decidir não ter filhos. Podia entender o desejo dele de não ver outra mulher passar por isso, como sua primeira esposa passou.
— Minha família está determinada a me ver casado para dar-lhes o herdeiro que querem, no entanto. Ele acrescentou com uma careta.
— Minha mãe, especialmente, está determinada, e uma vez que a neve derreteu, começou a encher a casa Sinclair com qualquer mulher solteira ou viúva que pode encontrar, que achou que poderia me tentar. No fim da primavera eu me deparava com mulheres por todos os cantos. A mulher estava fazendo da minha vida uma miséria. Disse ele com desgosto e sacudiu a cabeça.
— Eu finalmente tive que sair e achar uma batalha para lutar apenas para conseguir uma folga e é nisso que eu estive durante todo o verão. Oferecendo meus serviços àqueles que precisavam de uma mão boa com a espada. Bem, oferecendo a minha espada e a de um par de primos que foram comigo.
— Onde estão os seus primos agora? Perguntou Joan.
— Nós começamos juntos, mas paramos em Nottingham para uma refeição. A garota da taverna era uma coisinha bonita, e muito amigável. Disse ele com um sorriso.
— Eu disse para os meus primos continuarem sem mim e que eu os seguiria mais tarde.
— Entendo. Joan disse e quase estremeceu quando ouviu a desaprovação em sua própria voz. Ela supostamente era um garoto, afinal, e um jovem rapaz provavelmente ouviria com uma satisfação ansiosa, em vez de desaprovação. Mas Cam apenas riu da sua censura.
— Ah, vamos lá, rapaz. Você teria parado também se ela estivesse balançado os seios em seu rosto e caindo no seu colo.
Joan conseguiu dar um sorriso e se limitou a dizer:
— Sim, bem, é uma sorte para mim que ela foi tão amigável e retardou sua viagem, caso contrário eu poderia não ter sobrevivido ao meu encontro com o Banguela e seus amigos.
— Banguela? Cam perguntou confuso.
— O homem grande que estava me batendo quando você chegou. Explicou ela.
— Ah. Cam acenou com a cabeça e depois deu de ombros.
— Eu não vi o rosto dele. Eu o acertei por trás.
— Oh, sim. Ela murmurou, e pôs-se a andar para o rio e se ajoelhou na borda para mergulhar as mãos e retirar a gordura da carne de coelho de suas mãos. Quando Cam se juntou a ela um batimento cardíaco depois, ela perguntou:
— Seus irmãos são mais novos que você?
Cam olhou para ela com surpresa.
— Sim. Como sabia?
Ela encolheu os ombros.
— Se eles fossem mais velhos, seus pais não se preocupariam tanto com herdeiros. Como mais velho, no entanto, você herda a terra e o título... então um herdeiro torna-se mais importante.
— Sim. Ou eu poderia deixar isso para um dos meus irmãos e seus herdeiros. — ressaltou ele, então se endireitou e balançou as mãos, retirando a maior parte da água enquanto reclamava:
— Eu não deveria estar cansado, mas estou.
— Você está convalescendo. Disse calmamente.
— Você vai se cansar facilmente por um tempo.
— Sim, bem, então é melhor eu dormir. Vamos sair amanhã de manhã.
Joan murmurou concordando e observou-o caminhar de volta para a fogueira. Ele desenrolou o plaid no caminho, enrolando-o nele como um cobertor antes de se deitar de lado, em frente ao fogo. A visão a fez desejar ter um plaid próprio. Era o fim do verão, quente durante o dia, mas frio à noite. Seria bom se enrolar no grosso pano de lã para dormir.
Ela se endireitou, sacudindo as próprias mãos, mas depois fez uma careta. Agora que suas mãos estavam limpas, a sujeira em sua pele acima dos pulsos era mais perceptível... e amanhã eles viajariam novamente, apanhando ainda mais poeira e sujeira pelo caminho. Seu olhar deslizou para a água quase sofregamente. Um mergulho rápido seria adorável. O ar noturno estava frio o bastante para que a água do rio parecesse quase quente em comparação quando ela lavou as mãos. Se ela se movesse a uma pequena distância margem acima e fosse rápida...
Joan olhou por cima do ombro em direção a Cam e então começou a mover-se silenciosamente ao longo do rio.
Cam se mexeu insone e abriu os olhos para olhar o fogo. Ele estava cansado, mas, agora que estava deitado, não conseguia dormir. Seu corpo estava exausto, mas sua mente parecia estar repassando sua conversa com Jonas. Ele gostou do rapaz. Ele era inteligente, capaz e corajoso o suficiente para assumir essa tarefa gigantesca sozinho e isso ganhou seu respeito. Cam não oferecia respeito a menos que o ganhassem, e o menino tinha ganho.
Jonas também tinha provado ser honrado. O rapaz poderia ter apenas o deixado caído na estrada. Certamente seria menos trabalhoso. Ele também poderia ter roubado seu cavalo e o pesado saco de moedas que Cam conseguiu durante o verão trabalhando como mercenário. Mas, embora a sela e saco tinham sido removidos de sua montaria, ambos foram colocados ordenadamente nas proximidades, sob uma pilha de mato para escondê-los de qualquer ladrão.
Cam levou um bom tempo caçando para encontrar os itens. Ele, na verdade, começava a temer que o garoto tivesse vendido o primeiro e roubado o segundo quando tropeçou nos itens. Cada uma das moedas ainda estava no saco também. Cam verificou. Um saco de moedas como esse deveria ter sido uma grande tentação. Era mais do que o garoto provavelmente veria em toda sua vida, mas o rapaz não era um ladrão. Ele era também um curandeiro habilidoso. Cam podia atestar isso pelo fato de ainda estar vivo. Ele cautelosamente tocou suas costas mais cedo e notou o tamanho da ferida dele. Isso mais a quantidade de sangue seco que encontrou em suas botas quando tentou calçá-las dizia muito. Seu plaid foi limpo, mas o garoto não pensou em checar dentro de suas botas. Cam as mergulhou no rio com um par de pedras para mantê-las no lugar, esperando que isso removeria o sangue seco.
Essa lembrança fez Cam se sentar. Rangendo os dentes contra a dor que subiu por suas costas, olhou para o rio, as sobrancelhas subindo quando percebeu que Jonas não estava mais na beira do rio. A preocupação repentina de que o garoto pudesse ter caído, fez com que Cam levantasse abruptamente. Ele enrolou seu plaid em torno de sua cintura e estava na beira do rio em um instante. Não havia nenhum sinal dele lá, mas o rio poderia tê-lo levado com a corrente. A corrente não era forte, mas existia.
Xingando, Cam começou a seguir o rio, procurando pela superfície o corpo flutuante do garoto. Tinha andado uns 20 passos2 quando um movimento nas sombras à frente o fez ir devagar e apertar os olhos para ver melhor. Jonas estava à frente, à beira da água. Ele estava despindo-se, obviamente, com a intenção de se banhar.
Cam parou e relaxou, feliz por não tê-lo alertado. O garoto, obviamente, queria privacidade para a tarefa ou não desceria tanto o rio. Cam estava prestes a se virar e dar-lhe essa privacidade quando o menino tirou o chapéu, permitindo que o cabelo longo se soltasse. Suas sobrancelhas levantaram com isso. A maioria dos camponeses mantinha o cabelo curto para não atrapalhar enquanto trabalhavam. Era também um sinal de sua posição. Ter Jonas o cabelo que descia pelas costas quase até o topo de seu traseiro era um pouco surpreendente. Mas essa não foi a única surpresa. O menino puxou a túnica pela cabeça, revelando ataduras envolvendo um bom tanto do seu tórax.
A visão fez Cam cerrar os punhos enquanto Jonas desenrolava as ataduras. Não tinha percebido o quanto o menino foi ferido no ataque. Ali estava ele pensando que a própria ferida era gigantesca e ainda assim o rapaz foi aquele que cuidou dele enquanto ele...
Os pensamentos de Cam morreram abruptamente quando a última das ataduras caiu e dois seios generosos ficaram à vista. Chocado ao extremo, Cam simplesmente ficou ali de boca aberta como um idiota enquanto tentava aceitar o que seus olhos lhe diziam. Jonas, o bom rapaz que gostava e respeitava, era uma garota. Uma bela garota também, ele percebeu, quando ela baixou os calções e começou a entrar na água. Ela tinha uma figura que...
Maldição!
Se virando abruptamente, Cam voltou silenciosamente pelo caminho que veio, sem parar ou mesmo desacelerar até alcançar o lugar em que esteve deitado mais cedo. Puxando o plaid em torno de seus ombros, deitou-se, cobrindo a cabeça e os ombros e, em seguida, fechou firmemente os olhos. No momento em que fez isso, uma imagem de Jonas tirando os calções dele apareceu no interior de suas pálpebras. Dela, Cam se corrigiu. Ela tinha tirado os calções.
Querido Deus, Jonas era uma Josephine... ou talvez uma Joanna, ou algo assim. Ele não tinha ideia de qual era seu nome verdadeiro. Ou quanto devia acreditar do conto que lhe foi contado. Havia realmente uma mensagem para ser entregue? Ele suspeitava que isso era verdade. Ele viu por si mesmo o pergaminho. E sendo um moço ou não, ela ainda estava entregando a mensagem, embora se foi um pedido no leito de morte ou não, não tinha certeza.
Por outro lado, Cam lembrou a si mesmo, ela não tinha roubado seu ouro ou o deixado para morrer na estrada, então ele suspeitava que poderia confiar em sua palavra e que a maior parte do conto era verdade. Na verdade, fazia muito sentido ela viajar como um garoto. Se estivesse vestida como uma mulher, ele não a encontraria sendo assaltada, e sim estuprada. O qual era, sem dúvida, o motivo do disfarce, ele percebeu. Não era seguro para uma moça viajar sozinha.
Uma moça, pensou. Droga. Cam ficou imóvel por um momento, mas depois se recuperou o suficiente do choque para decidir que isso não fazia diferença. Ela tinha salvado sua vida e cuidado dele enquanto estava doente e indefeso. Ela merecia sua ajuda para chegar ao fim de sua jornada, ainda mais agora que ele sabia que Jonas era uma garota.
Quanto ao seu segredo, ele não iria confrontá-la sobre isso, Cam decidiu. Ele ainda gostava da moça. Ela era valente, inteligente e capaz. Levaria-a até os MacKay e lhe permitiria fingir ser um menino no caminho até lá. Mas agora ele estava curioso para ver como ela era, sem todos aqueles hematomas e inchaços. Será que ele pensaria que ela valia a pena, quando estivesse curada?
Cam revirou os olhos para si mesmo. Ela tinha ganhado seu respeito como um menino e deveria receber ao menos o mesmo respeito agora que ele sabia que ela era uma mulher. Sendo esse o caso, pouco importava sua aparência. Ele iria levá-la em segurança para os MacKay e depois continuaria até Sinclair sem divulgar que sabia o seu segredo. A menos, claro, que ela passasse a confiar nele o suficiente para contar-lhe ela mesma, decidiu.
Com a situação resolvida em sua mente, Cam moveu-se para uma posição mais confortável e fechou os olhos para tentar dormir... e novamente não pode alcançar esse estado elusivo. Agora que sabia que Jonas era uma garota, sentiu que deveria estar de guarda enquanto ela tomava banho. Garantindo que ninguém a incomodasse, que não encontrasse dificuldades ou se afogasse, e depois que voltasse em segurança para o acampamento deles.
Não revelar que ele sabia o seu segredo ia ser difícil, Cam percebeu de repente. Ele não a deixaria perambular sozinha na floresta para caçar o jantar se soubesse. Inferno, agora ele estava se sentindo culpado por causa disso. Como o homem, deveria ter caçado ele mesmo o jantar deles.
Oh sim, isso faria a viagem mais difícil.
Um farfalhar o fez abrir os olhos e virar a cabeça para olhar por cima do ombro em direção ao rio a tempo de ver uma forma pequena aparecer. Jonas, ou qual quer que fosse seu nome, estava voltando, percebeu com alívio. Relaxando no casulo que seu plaid oferecia, Cam fechou os olhos para fingir dormir e ouviu quando a menina se aproximou do fogo. Houve algum farfalhar e movimento e depois silêncio.
Vários momentos de silêncio se passaram e, em seguida, Cam abriu os olhos para olhar ao redor. A mulher que havia se apresentado como Jonas tinha escolhido um lugar não muito longe do dele e estava deitada de lado, as mãos cruzadas formando um travesseiro sob sua bochecha. Seus olhos estavam abertos, entretando, e encontrando o olhar dele, ela balançou a cabeça, murmurando:
— Durma bem! E, em seguida, fechou os olhos.
Cam olhou para seu rosto brevemente, mas estava tão disforme da surra que não poderia dizer como ela seria, uma vez curada. Também não poderia dizer qual seria a cor do seu cabelo. Ela usava sua touca de lã puxada sobre a fronte, cobrindo até mesmo suas sobrancelhas. Ele continuou olhando-a por um longo tempo, simplesmente observando as chamas lançando luz e sombra sobre o rosto inchado dela, e, eventualmente, caiu no sono.
Capítulo 3
— Me fale sobre os seus irmãos.
Cam ergueu as sobrancelhas para essa pergunta. Eles estiveram conversando sobre várias coisas desde que saíram àquela manhã, do que gostavam, não gostavam e assim por diante, mas essa era a primeira vez que a conversa tomou um rumo mais pessoal. Cam olhou rapidamente por cima do ombro para onde Jonas estava montado, atrás dele em seu cavalo. Jo, ele corrigiu em sua mente. Simplesmente não parecia certo pensar nela como Jonas agora. Não depois de vê-la nua. Esse pensamento o fez fazer uma careta. A imagem dela nua ao luar o tinha mantido acordado até quase o amanhecer. Parecia que poucos minutos se passaram quando uma combinação de canto dos pássaros e Jo se movendo ao redor o acordou. Agora estava exausto, e mal-humorado, e suas costas doíam a cada passo que o cavalo dava então ele manteve a montaria em um trote lento. Eles estavam se movendo tão devagar que bem poderiam estar a pé, mas pelo menos estavam se movendo.
— Por quê? Ele perguntou finalmente.
— Porque estou curioso. Disse ela, e ele sentiu seu dar de ombros onde a parte dianteira dela pressionava suas costas.
— Além disso, é um jeito de passar o tempo.
Ele supunha que isso era verdade, e possivelmente isso o distrairia de seus pensamentos um tanto ridículos. Ele encontrou seu olhar continuamente se movendo para onde as mãos dela estavam. Ela realmente tinha mãos adoráveis, longos dedos delgados, pele pálida, sem marcas. Se as tivesse notado, poderia não ter se surpreendido tanto pela descoberta de que ela era do sexo feminino. Aquelas eram definitivamente mãos de uma mulher, e uma mulher que não as danificou com trabalho pesado. Sendo uma curandeira, ela não tinha a pele seca, endurecida pelo trabalho e dedos calejados de um camponês comum. De fato, suas mãos poderiam passar como de uma dama.
— Quais são os nomes deles? Jo o encorajou e Cam forçou seu olhar a se afastar das mãos dela novamente.
— Aiden e Douglas. Ele respondeu, olhando o caminho à frente.
— E são ambos mais jovens que você?
— Sim. Douglas é três anos mais novo, ele é o mais velho dos dois.
— E Aiden? Perguntou ela.
— Sete anos mais jovem do que Douglas. Ainda um rapaz, na verdade, embora pense que é um homem aos quinze anos. Cam murmurou secamente.
— E, como todos os jovens, ele acha que sabe tudo e é invencível.
— Claro que acha. Disse ela divertida e, em seguida, perguntou:
— Seus irmãos não foram enviados para treinar nas casas de outros nobres? Eu pensei que isso era comum entre a nobreza.
— Sim, todos nós fomos. O pai insistiu. Mas a mãe não podia suportar que estivéssemos longe por muito tempo, então eu fiquei longe por dois anos, Douglas se foi por dois anos e meio e Aiden por três. Cam murmurou.
— Ficou mais fácil para ela com cada criança. Jo observou.
— Sim. Cam murmurou e, em seguida, sorriu e acrescentou:
— Isso ou eu era o seu favorito, Douglas seu segundo favorito, e Aiden um pé no saco que ela ficou feliz de se livrar.
— Você é terrível. Disse Jo rindo, batendo levemente na barriga dele com uma das mãos que o abraçava ali.
Sua risada definitivamente não era a de um menino. Era fina e tilintava. Ele gostou, pensou Cam, olhando novamente para as mãos espalmadas sobre o seu estômago. Elas repousavam baixo, apenas polegadas acima...
— Suponho que Douglas é seu irmão favorito, então? Perguntou Jo, interrompendo seus pensamentos.
Cam deu de ombros.
— Estamos mais próximos em idade, mas...
— Mas? Ela inquiriu quando ele parou.
— Temos pouco em comum.Ele admitiu baixinho e então explicou:
—Douglas é terrivelmente sério e sombrio o tempo todo, enquanto eu não.
— Hmm... Ela murmurou, se movendo contra as costas dele.
—Geralmente é o contrário. O mais velho é geralmente mais sério e o filho do meio menos sério.
— Sim, era assim enquanto estávamos crescendo. Cam admitiu.
— O que aconteceu? Perguntou Jo.
— Quando isso mudou?
Cam semicerrou os olhos, pensativo, enquanto considerava a pergunta. Ele nunca realmente se incomodou em descobrir isso. Agora fez e não estava certo se gostava da resposta a essa questão, mas ela esperava uma, então, suspirando pesadamente, ele admitiu:
— Depois da morte da minha esposa.
— Ah. Ela murmurou.
— Ah? Perguntou ele, enrijecendo.
— Ah o quê?Ele a sentiu dar de ombros contra suas costas novamente.
— As tragédias geralmente mudam as pessoas.
Cam resmungou, mas sentia-se insatisfeito, tanto com as palavras dela quanto com as conclusões a que tinha acabado de chegar. Enquanto crescia ele sempre levou suas responsabilidades e cargas a sério. Isso foi incucado nele como um dever, então ele foi obediente em tudo, realizando cada tarefa exigida dele... até que sua esposa, Lacey, morreu.
Como ele, Lacey tinha tomado seus deveres a sério e fez tudo o que era esperado dela sem falhar. O casamento deles tinha sido arranjado enquanto ambos ainda usavam fraldas. Quando os pais deles decidiram que era hora do casamento, ambos aceitaram e entraram nisso sem discutir ou reclamar, apesar de serem completos estranhos um para o outro. Lacey obedientemente o acolheu em sua cama, se não ansiosamente, então com calma aceitação. Ela até mesmo engravidou rapidamente, como o esperado e carregou a criança sem se queixar até o dia que isso a matou. E aí foi quando Cam começou a romper os grilhões do dever.
— Como são os seus pais?
Cam espantou seus pensamentos com essa pergunta e considerou como responder.
— Minha mãe ama e ameaça todos nós. Ela é uma boa mulher.
— E seu pai?
— Ele adora minha mãe. Todos nós adoramos. Respondeu Cam e, em seguida, incitou seu cavalo a sair da estrada, e entrar numa trilha mal visível entre as árvores.
— Nós vamos parar? Jo perguntou e ele podia senti-la se mexendo atrás dele, seu peito deslizando contra suas costas enquanto olhava ao redor.
— Sim. Logo estará escuro e eu conheço um bom local para parar fora da estrada. Já acampei lá em outras viagens.
— Oh. Ela disse e relaxou contra ele, suas mãos escorregando um pouco mais abaixo em sua cintura.
Cam sabia que era um movimento inconsciente dela. Ela provavelmente não estava ciente de que suas mãos haviam deslizado um pouco, e certamente não era como se estivessem em um lugar que não deveriam estar. Ele nem estava certo do porquê estava tão consciente da posição deles. Ele gostava da garota, também gostou dela quando pensou que ela fosse um garoto, mas ele não estava atraído por ela. Pelo menos não achava que estava. Verdade que ela cheirava bem, ele gostava da risada dela e apreciava conversar com ela, mas ele nem mesmo sabia como ela era sob todos aqueles machucados, então não podia desejá-la. Podia?
— Isso é lindo. Jo suspirou quando saíram do meio das árvores para uma clareira.
— Sim. Cam concordou mais com apreço do que a admiração que ela estava experimentando. Ele esteve aqui antes, afinal. Mas era realmente um belo local. As árvores tinham sido removidas como se alguém tivesse planejado construir aqui. Na ausência de árvores, um campo de grama e flores silvestres havia crescido na altura dos joelhos, e estava tudo ao lado de uma cachoeira encantadora que o rio criava antes de virar para o sul.
Quando chegaram ao centro da clareira, Cam parou sua montaria e se virou um pouco, ignorando a dor que isso causou, estendeu a mão e o braço para Jo. Ele não teve que dizer uma palavra, ela segurou a mão dele com uma mão, e agarrou o antebraço dele com a outra enquanto descia do cavalo para o chão.
— Obrigado. Ela disse com um aceno de cabeça e, em seguida, virou-se para caminhar em direção à beira da água enquanto ele desmontava.
Uma vez de pé, Cam inclinou a cabeça contra sua montaria e tomou um momento para deixar a dor que a ação causou diminuir. Ele então levou sua montaria a uma árvore na beira da clareira e amarrou as rédeas em um galho antes de pegar a bolsa dele e da Jo. Colocando-as de lado, ele então passou a tirar a sela do animal, e o escovou antes de se voltar para a clareira vazia. Cam franziu o cenho, mas então percebeu que ela provavelmente foi encontrar um lugar isolado para cuidar de necessidades pessoais e relaxar.
Foi um percurso demorado. Poderiam não ter chegado longe por causa da velocidade em que foram forçados a viajar, mas cavalgaram do amanhecer até agora, quase ao anoitecer. Ele precisava tirar água do joelho também. Pegando sua bolsa e a de Jo, ele voltou para o caminho em que vieram. Ele não queria correr o risco de se deparar com Jo e arruinar seu segredo depois de tudo. Além disso, vê-la assim uma vez foi o suficiente. Ele não precisava de outra visão dela nua para mantê-lo acordado.
JOAN se inclinou para frente, respirou fundo e afundou o rosto na água novamente. Ela teria gostado de tomar um banho para lavar a poeira do dia, mas não havia tempo para isso. Além disso, ainda estava claro. Ela não queria ser vista e reconhecida como a mulher que era. A água estava boa, no entanto, e era como um calmante para seu rosto inchado, então quando não conseguia mais reter o fôlego, ela levantava a cabeça, tomava outra respiração e mergulhava a cabeça na água de novo. Joan fez isso mais três vezes antes de se endireitar e sentar sobre os calcanhares para deixar o a água escorrer pelo seu rosto e pescoço.
Tinha sido um bom dia, o melhor desta viagem para ela até agora. Parecia que seu encontro com o Banguela e sua gangue, apesar de doloroso, foi bom para ela. Esse era o primeiro dia que ela não esteve ansiosa e nervosa desde o nascer até o pôr do sol. Viajando sozinha, ela tinha que estar constantemente em guarda. Esse não foi o caso com Cam. Ela foi capaz de relaxar um pouco hoje e apenas aproveitar o cenário e a conversa. A combinação fez a jornada muito mais agradável, e apesar do fato de terem cavalgado devagar e provavelmente não terem chegado muito mais longe do que ela teria se estivesse a pé, pelo menos seus pés e pernas não doíam. E Cam tinha prometido levá-la com segurança até os MacKay então o resto de sua viagem seria mais fácil. No final, o que começou como o pior dos dias quando Banguela e sua gangue a atacou, acabou como um dia sortudo.
Um ruído nos arbustos atrás dela a fez se levantar surpresa e se virar. Sua ação abrupta deve ter assustado o faisão que ela aparentemente ouviu, porque no momento seguinte um faisão saiu de um arbusto próximo e voou para os ramos da árvore mais próxima. A visão fez um sorriso lento esticar-lhe os lábios, e desta vez, a dor era mínima. Seu rosto ainda estava deformado com os inchaços e hematomas, mas estava um pouco melhor do que antes. Pelo menos era o que parecia no reflexo oscilante que viu na água do rio.
Não que realmente importasse neste momento, supôs. Não era como se ela quisesse parecer atraente para o Cam ou algo assim. Afinal de contas, ele pensava que ela era um menino. Além disso, tinha decidido há muito tempo que relacionamentos e homens não eram para ela. Se misturar com eles era perigoso. Ela não desejava morrer no parto como viu acontecer com tantas mulheres. Cada um delas se foi gritando, ou exausta de tanto gritar se vivessem o suficiente para empurrar o bebê para fora. Não. Ela gostava do Cam, era verdade, e sim, ele sem dúvida era muito atraente, mas isso era tudo.
— E você é uma mentirosa. Ela murmurou baixinho. Joan estava mais do que atraída pelo homem. Ela sentou atrás dele sobre o cavalo o dia todo, os braços o envolvendo, seu rosto pressionado contra as costas dele, sentindo o cheiro amadeirado dele, e apreciando a carícia do cabelo dele em sua bochecha quando o vento o soprava em sua direção.
Ela definitivamente estava atraída pelo homem. Começou quando ela cuidou dele aqueles três dias. Embora ele aparentemente não lembrava disso, Cam não esteve incoerente o tempo todo, ao menos ele não esteve inconsciente de qualquer forma. Ele esteve febril, mas conversava mesmo assim e ela o achou divertido e inteligente. Uma opinião que apenas aumentou uma vez que a febre cessou e ele acordou. Suas conversas a noite passada e hoje meramente aumentaram sua simpatia e atração só por ele.
Joan supôs que isso significava que ela tinha sorte que ele pensava que ela era um garoto. Pelo menos desse jeito, ele não estaria interessado em um namorico para passar o tempo. Não que ele provavelmente fosse querer, considerando o quão pouco atraente ela estava agora. Ainda assim, com ambas essas pequenas questões entre eles, ele não estaria interessado e ela não seria tentada a fazer algo estúpido.
Espantando esses pensamentos da sua cabeça, ela se moveu para ficar debaixo da árvore em que o faisão tinha voado. Ele tinha se empoleirado num galho cerca de quinze pés3 acima. Ela o olhou brevemente, imaginando o quão bom ficaria cozido na fogueira. O pensamento fez seu estômago roncar, lembrando-lhe que eles não tinham comido nada além daquele coelho da noite anterior. Joan esfregou seu estômago e, em seguida, procurou ao seu redor por uma pedra de bom tamanho. Encontrando uma que serviria, ela tirou um estilingue do pequeno bolso que tinha costurado dentro da cintura de sua calça.
Joan sempre foi boa com o estilingue. Um talento natural, sua mãe alegava. Ela acertou o pássaro na cabeça com o primeiro tiro e assistiu com satisfação como ele tombou de seu poleiro e caiu. Sua satisfação morreu abruptamente, porém, quando a maldita coisa simplesmente pousou no galho inferior ao que estava antes e ficou ali.
Ela aguardou, esperando que com um pouco de tempo, o peso da ave poderia fazê-la escorregar do galho, mas quando isso não aconteceu, Joan suspirou e se moveu até a árvore para começar a subir. Nunca tendo subido em uma árvore antes, ela ficou surpresa com o quão fácil era. Não pareceu levar muito tempo para subir até que o galho em que o pássaro tinha tombado estivesse no nível do seu peito. Joan esticou a mão até ele, mas obviamente ele estava fora de alcance. Bem fora de seu alcance.
Joan debateu o assunto e, em seguida, subiu até que ficou no galho em que estava a ave. Ela então sentou nele calmamente e segurou o galho com as mãos e firmou os braços. A ação levantou seu traseiro o suficiente para que pudesse, em seguida, se balançar para o lado até seu quadril bater contra seu pulso direito, então ela se baixava e realizava a ação de novo e de novo até que se moveu longe o bastante no galho para alcançar o pássaro.
Sorrindo para o pensamento da refeição que ia fazer para Cam naquela noite, Joan pegou o pássaro e o moveu para ficar entre si e o tronco do galho em que ela estava. Ela, então, começou a voltar pelo caminho em que tinha vindo. Ela estava, talvez, na metade do caminho quando o pássaro que achou que tinha matado provou o contrário e, de repente, se agitou e grasnou ao lado dela. Surpreendida, Joan estremeceu, uma mão escorregando do galho, e então ela estava caindo. Gritando, ela buscou se agarrar em algo para impedi-la de cair, e, em seguida, gritou de novo quando sua cabeça bateu em um galho. Dor irradiou por sua cabeça, e então por seu corpo todo quando ela caiu no chão. Joan gemeu enquanto a escuridão a tomou.
CAM estava andando pela clareira e se preocupando com o que estava mantendo Jo longe por tanto tempo quando a ouviu gritar. Ele girou na direção que pensou ter vindo o som e quando o segundo grito soou, ele estava correndo. O problema era que não tinha ideia de onde ela estava, e após o segundo grito não havia nada para guia-lo à ela. Cam gritou o nome dela várias vezes, mas não obteve resposta, e depois simplesmente teve que procurar no mato e na área ao longo do rio. Ele fez isso de forma rápida e metódica, ciente de que o sol estava se pondo e que tinha que encontrá-la antes de escurecer.
Cam estava procurando pelo que parecia uma eternidade, ficando mais ansioso no momento em que vislumbrou o que parecia com uma pilha de panos debaixo de uma árvore à frente. Com os olhos semicerrados, ele se moveu lentamente em direção a isso, mas, em seguida, começou a correr quando percebeu que era Jo, deitada de costas.
— Jo? Disse ele, caindo de joelhos ao lado dela. Quando ela gemeu e virou a cabeça, um alívio como nunca sentiu antes o percorreu. Os olhos dela ainda estavam fechados, mas ela estava viva pelo menos, e estava se mexendo.
Curvando-se, Cam pegou-a em seus braços e se endireitou. A ação a fez abrir os olhos e ela gemeu de novo e fez uma careta como se a luz a incomodasse.
— Oh, minha cabeça. Ela resmungou, virando-se para pressionar o rosto contra o peito dele.
— O que aconteceu? Cam perguntou, carregando-a de volta rapidamente ao longo do rio em direção à clareira.
— Eu caí da árvore. Ela admitiu suspirando, levantando uma mão fracamente à base do seu crânio. Encolhendo-se com o próprio toque, ela retirou a mão e Cam amaldiçoou quando viu o sangue em seus dedos.
— Que diabo estava fazendo na árvore em primeiro lugar? Ele perguntou bruscamente.
— Tentando pegar um faisão. Ela admitiu, parecendo esgotada. Jo abriu os olhos para lhe dar um sorriso irônico enquanto explicava:
— Eu o nocauteei com o meu estilingue. Pensei que ele estava morto, mas quando comecei a descer da árvore com ele, ele acordou e me assustou. Eu caí... Ela deu de ombros e encostou o rosto em seu peito novamente.
— Desculpe, eu acho que não teremos faisão para o jantar como eu esperava.
— Eu vou buscar o nosso jantar. Você deveria ter deixado isso para mim, para começar.
— Você ainda está convalescendo. Ela começou a dizer e então, de repente, enrijeceu e virou o rosto para o dele, seus olhos arregalando.
— Droga. Me põe no chão. Você não deveria estar me carregando. Vai abrir os seus pontos. Me põe no chão, Cam.
— Meus pontos estão bem. Ele rosnou, apertando seus braços em torno dela e ignorando a dor nas costas.
— Embora não ficarão por muito tempo, se não parar de se contorcer.
Jo ficou parada de uma vez, mas o encarou por sua obstinação. A visão fez Cam sorrir. Ela parecia tão fofa com o rosto todo inchado e amassado assim. Isso o fazia pensar que assim deveriam parecer os pequenos duendes infelizes.
— Do que você está rindo? Ela resmungou, virando o rosto para ver onde eles estavam.
— Você não quer saber, mo-ço. Ele tropeçou com a palavra, mal se impedindo de chamá-la de moça. Ele teria que ser mais cuidadoso com isso, supôs e sacudiu a cabeça quando chegaram à clareira.
— Deixe-me ver as suas costas. Disse Jo quando ele a carregou até a beira do rio e a pôs sentada contra uma pedra lá.
— Ela está bem. Cam garantiu a ela e se virou para ir encontrar as bolsas de ambos. Ele tinha esquecido tudo sobre as malditas coisas quando entrou em pânico ao ouvi-la gritar. Ele deveria tê-las escondido no momento em que as tinha tirado do cavalo, supôs e depois deixou a preocupação de lado. Ele a tinha encontrado, e as bolsas ainda estavam aqui, o que era uma sorte uma vez que precisavam dos produtos medicinais dela.
— Diga-me o que devo fazer. Cam ordenou quando voltou.
— Você deve me mostrar as suas costas. Disse ela impiedosamente.
— Eu quero ver os pontos e garantir que você não rompeu qualquer um deles.
— Eles estão bem. Ele repetiu, deixando cair sua bolsa aos pés dela e pondo sua atenção em abrir a bolsa dela.
— Então me mostre eles. Ela retrucou, e, em seguida, tentou agarrar a própria bolsa, aborrecida.
— Me dê isso.
— Você está sangrando. Ele disse sombriamente e vasculhou rapidamente dentro da bolsa. Infelizmente, ele não sabia uma maldita coisa sobre cura, assim, no final, apenas pegou um pequeno pedaço de linho e então entregou para ela a bolsa e foi até a cachoeira para molhar o pano com a gelada água corrente. Quando voltou, Jo estava vasculhando a bolsa por si mesma, pondo item após item no lugar. Cam ignorou o que ela estava fazendo e se ajoelhou ao lado dela e agarrou sua cabeça.
— Deixe-me ver.
— Eu estou bem. Ela disse cortante, se afastando dele e pondo uma mão sobre o chapéu como se para impedi-lo de tirá-lo. Foi quando Cam lembrou que havia uma longa juda de glorioso cabelo escondido sob o chapéu que ela usava. Se ele tentasse removê-lo, o segredo dela não seria mais um segredo.
Xingando, ele sentou-se sobre os calcanhares e fez uma careta. Deveria deixá-la pensar que ela mantinha o segredo ou cuidar da ferida dela?
— Eu sou a curandeiro. Por que não vai caçar um pouco de jantar para nós enquanto eu cuido disso?
As palavras foram expressas como uma pergunta, mas o tom era definitivamente de uma ordem. Ele havia sido despensado, Cam percebeu, e achou isso divertido, considerando que há poucos momentos ela estava exigindo ver as costas dele para garantir que estava tudo bem. Parecia que tendo que escolher entre garantir que ele não tivesse rompido os pontos e guardar o segredo dela, manter seu segredo vencia.
— Vá em frente, sai daqui. Disse Jo, agitando as mãos como se ele fosse uma mosca irritante que ela tinha que espantar.
Cam hesitou, mas depois acenou com a cabeça e se levantou. Ele a deixaria manter seu segredo por enquanto. Mas ele manteria um olho nela, e se ela mostrasse quaisquer sinais de danos sérios, ele estaria cuidando dela ele mesmo, com segredos ou sem segredos.
— Mas eu quero ver esses pontos quando você voltar. Ela acrescentou inquieta enquanto ele saía da clareira como o ordenado.
Cam apenas grunhiu e continuou até as árvores o rodearem, impedindo-o de ser visto. Ele fez muito barulho enquanto de movia pelos arbustos para garantir que ela o ouviria sair. Mas assim que julgou que já tinha andado longe o bastante para ela achar que ele tinha ido embora, Cam parou e voltou silenciosamente. Ferimentos na cabeça eram um negócio desagradável, imprevisíveis na melhor das hipóteses, e ele estava determinado a ter certeza de que ela estava bem, antes de se permitir deixá-la sozinha pelo tempo que levaria conseguir algo para o jantar.
Alcançando uma árvore na beira da clareira, Cam postou-se atrás dela e se inclinou para o lado para espiar Jo. Sua saída barulhenta, aparentemente, tranquilizou-a, pois ela já estava sem o chapéu. Cam não tinha sido capaz de dizer a cor na noite passada, já que o sol se pôs e tudo estava nas sombras. Agora, ele percebeu que era uma onda de fios de ouro fino.
— Lindo! Ele murmurou, admirando a cor loira até que ele notou a mancha de vermelho escuro, logo acima e atrás da orelha dela. Ele fez uma careta com a visão mesmo quando ela a cobriu com o pano que ele tinha embebido na cachoeira.
Cam assistiu por vários momentos enquanto ela limpava o local e, em seguida, explorava a área cegamente com os dedos. Quando a preocupação em sua expressão cessou e ela se limitou a aplicar um unguento antes de cuidadosamente pôr seu cabelo sob o chapéu, ele relaxou e foi embora. Cam ainda gostaria de ver por si mesmo que a ferida não era feia, mas ele confiava nas habilidades dela. Além disso, ela apenas limpou o sangue uma vez e não precisou fazer isso de novo antes de aplicar o unguento. Isso sugeria que o sangramento havia parado, o que era uma coisa boa.
Olhando ao redor do bosque enquanto se movia silenciosamente por ele, Cam brevemente debateu sobre o que fazer em relação a refeição deles. Ele poderia pegar um coelho, ou caçar aquele faisão que a faz cair da árvore assustada, ou até mesmo pescar um peixe... ou ele poderia ir até a pequena aldeia que sabia que estava perto e trazer uma refeição da taverna de lá. Apesar da taverna ser pequena e não oferecer hospedagem, servia uma das melhores comidas que ele encontrou em suas viagens. Na verdade, apenas o pensamento de sua última refeição lá lhe deu água na boca... e isso o fez decidir. A taverna da aldeia seria, ele decidiu, e virou os pés nessa direção.
Não levaria muito tempo para caminhar até lá e voltar. Seria mais rápido em seu cavalo, é claro, mas ele não tinha pensado nisso enquanto estava na clareira. Encolhendo os ombros, ele pegou o ritmo, e se distraiu imaginando o que a esposa do dono da taverna tinha cozinhado aquele dia.
Capítulo 4
Jo ensopou o linho na água novamente e o pressionou contra a bochecha até que o pano ficou quente por causa de sua pele. Ela então olhou inquietamente ao redor enquanto mergulhava o pano na água do rio outra vez.
Cam parecia estar demorando muito. O sol estava quase completamente abaixo do horizonte, deixando o céu iluminado com um brilho laranja que escurecia para um roxo profundo nas bordas. A noite em breve chegaria e ele ainda não tinha voltado.
Talvez ele estivesse tendo problemas para encontrar algum animal, ela disse para si mesma, retirando o pano da água e pressionando-o novamente contra a bochecha. Ela não tinha nada melhor para fazer enquanto esperava.
A montaria de Cam se moveu onde estava e ela olhou para ele, ficando quieta quando notou que os ouvidos do animal estavam levantados em alerta. O animal tinha ouvido algo, ela percebeu, e começou a esquadrinhar o bosque ao redor da clareira, seus ouvidos se esforçando para capturar qualquer sinal que revelasse que alguém se aproximava. Ainda assim, ela foi pega de surpresa quando Cam subitamente saiu do meio das árvores e atravessou a clareira até ela.
— Eu estava começando a me preocupar. Admitiu ela.
— Não precisava. É que demorou mais tempo do que eu esperava. Cam disse facilmente, deixando cair o saco, que ela não tinha notado que ele carregava, ao lado dela e, em seguida, ajoelhando-se para lavar rapidamente as mãos na água.
— O que é isso? Ela perguntou com curiosidade, olhando o saco com interesse quando um cheiro celestial fluiu dele.
— Abra e veja. Ele sugeriu, se deslocando para se sentar na frente dela, de forma que se encaravam, cruzando as pernas.
Jo nem sequer hesitou. O cheiro proveniente do saco era maravilhoso.
— É por isso que demorei tanto. Cam anunciou quando ela espiou os alimentos dentro do saco.
— A esposa do dono da taverna ainda estava cozinhando o frango quando cheguei lá, mas prometeu demoraria apenas um instante a ficar pronto. Sua ideia de um instante é, aparentemente, muito mais demorada que a minha. Acrescentou secamente.
— Frango. Jo quase gemeu a palavra, mas, em seguida, olhou para ele com surpresa.
— A esposa do dono da taverna?
— Sim. Eu parei aqui muitas vezes e há uma aldeia a uma curta distância daqui com uma taverna que sempre tem comida deliciosa. Ao invés de caçar a nossa refeição, e limpá-la e cozinhá-la, eu pensei em simplesmente comprá-la da esposa do taberneiro e trazê-la aqui. Felizmente, embora estivesse oferecendo guisado aos clientes, ela tinha um frango assado para ela e seu marido que eu fui capaz de convencê-la a me vender. Uma sorte, porque eu não tinha ideia de como trazer guisado até aqui. Teria transbordado do prato antes que chegasse.
— Sim. Jo murmurou, com o rosto praticamente enterrado no saco enquanto examinava o conteúdo; frango assado, pão preto, queijo e duas maçãs maduras. Tudo parecia e cheirava divino.
— Bem, o que estamos esperando? Cam perguntou de repente.
— Estive sentindo o cheiro disso o caminho inteiro de volta da taverna. Tire a comida do saco. Você deve estar com fome. Eu sei que estou morto de fome. Nós não comemos desde a noite passada.
Jo hesitou, e depois pousou o saco de comida para pegar a sua bolsa medicinal. Consciente de que Cam estava olhando para ela com perplexidade, ela rapidamente puxou um pedaço de linho seco e limpo e o estendeu no chão. Só então ela começou a desempacotar a comida da taverna. As tiras de linho poderiam não ser normalmente usadas desse jeito, mas ela não queria pôr a comida no chão e passar a noite toda cuspindo sujeira. Além disso, o linho podia ser lavado depois.
— Como está a sua cabeça? Perguntou Cam, arrancando uma perna do frango e passando para ela.
— Um pouco dolorida, mas bem. Respondeu ela. Ela então tomou a carne oferecida e murmurou:
— Obrigado.
Ela esperou até que Cam arrancou uma perna para ele mesmo também, e a levou a boca, antes de dar sua primeira mordida na carne. No momento que o fez, no entanto, seus olhos fecharam num pequeno gemido de prazer. Ela pensou que o coelho estava bom, mas isso era positivamente o céu. Jo engoliu com um suspiro e abriu os olhos, a perna do frango já subindo para sua boca outra vez. Ela queria ir devagar e saborear, mas não achava que seria capaz. Essa era possivelmente a melhor coisa que ela já provou na vida. A verdade era que, embora a mãe dela tinha sido uma boa curandeira, não foi uma cozinheira tão boa, e Jo aprendeu tudo que sabia de sua mãe. Mesmo que tivessem sido capazes de comprar um frango inteiro para assar, o que não foram, ela nunca poderia fazer uma ave tão úmida ou bem temperada quanto essa. E o pão e queijo eram igualmente bons, ela percebeu quando os provou. Deveria ser uma taverna popular de fato se serviam uma comida tão boa, ela decidiu.
Famintos como estavam, e tão saborosa como estava a comida, não demoraram muito para acabar com o frango. Joan terminou primeiro e se recostou para assistir Cam comer o resto da ave. Não fazia sentido guardar um pouco, a carne apenas estragaria. Esse não era o caso do queijo e do pão, no entanto, então depois de uma mordida ou duas cada um, eles decidiram se concentrar apenas no frango e levar o queijo, o pão e as maçãs com eles para comer no cavalo ao meio-dia do dia seguinte.
— Bem. Cam disse, engolindo o último pedaço de frango.
— Isso valeu a pena a caminhada e a espera.
— Sim. Jo concordou com um pequeno sorriso.
— Obrigado.
— O prazer é meu. Cam disse e então levantou uma sobrancelha quando ela ficou em pé.
— Aonde você vai?
— Lavar a gordura de galinha das minhas mãos e... er... cuidar de outros assuntos. Ela balbuciou, ciente de que um menino teria dito que ele iria dar uma mijada ou outra coisa parecida.
— Como está a sua cabeça. Vai ficar bem por conta própria? Cam perguntou com preocupação.
— Eu estou bem. Assegurou ela.
— Minha cabeça quase não dói mais.
— Hmm... Cam murmurou, e depois deu de ombros e disse:
— Grite se precisar de ajuda.
Jo apenas grunhiu e se dirigiu para o bosque ao redor da clareira. Ela dificilmente precisaria de ajudar para se aliviar. A ferida na sua cabeça não estava tão ruim. O galo era de bom tamanho, mas não alarmantemente grande, e a dor realmente estava diminuindo. Ela suspeitava que tinha sido nocauteada tanto de ter perdido o fôlego quando bateu no chão quanto da pancada na cabeça. De fato, ela não tinha perdido a consciência até pousar na sujeira com tal solavanco.
Um ruído nos arbustos à sua esquerda fez Jo desacelerar e olhar naquela direção, mas estava tão escuro longe da fogueira que ela não podia ver uma maldita coisa. Estava mais claro a noite passada. Não havia lua hoje à noite, ela notou ao olhar para cima. Nem estrelas também e ela se perguntou se o céu noturno não estava cheio de nuvens o bloqueando. Qualquer que fosse o caso, a fez ficar ansiosa para voltar para o acampamento e a fogueira deles, então Jo resolveu logo seus assuntos.
Cam já tinha seu plaid enrolado nele como uma coberta quando ela retornou.
Ele se deitou logo que ela pisou na área iluminada pela fogueira e a ofereceu um “Durma bem”.
— Durma bem. Jo murmurou em troca e estendeu-se no lado oposto da fogueira. Ela estava quase fechando os olhos quando percebeu que tinha esquecido de dar uma olhada nos pontos dele quando ele voltou. Suspirando, ela rapidamente se levantou e se moveu até o lado dele da fogueira. No momento em que ela bloqueou as chamas e lançou sombras sobre ele, Cam abriu os olhos. Ele ergueu as sobrancelhas quando ela parou diante dele.
— Eu preciso verificar seus pontos. Disse ela com firmeza, temendo que ele voltaria a afirmar que estava bem e tentaria recusá-la.
Cam a considerou brevemente, em seguida, deu de ombros e ficou de bruços.
Jo hesitou, mas depois ajoelhou-se ao lado dele e gentilmente puxou o plaid para baixo das costas. Seus olhos se arregalaram um pouco quando percebeu que ele estava sem camisa. Um olhar ao redor a revelou estendida sobre um graveto preso na terra perto da fogueira para secar. Ela estava encharcada. Ou ele a tinha lavado, ou...
— Eu entrei na água para lavar as minhas mãos, escorreguei e fiquei encharcado. Cam disse, divertido com seu próprio acidente.
— Felizmente, uma coisa semelhante aconteceu da última vez que eu parei aqui, então desta vez eu tirei o meu plaid antes de entrar, se não eu estaria deitado aqui nu.
As palavras colocaram uma imagem instantânea em sua mente do corpo dele nu estendido diante dela como um banquete. Uma imagem que rapidamente desapareceu quando ele olhou por cima do ombro para ela e acrescentou:
- Tome cuidado, o fundo do rio é de pedras lisas por um tanto depois da cachoeira, e está coberto de musgo e é escorregadio. Tenha cuidado se você entrar, se não acabará sobre o seu traseiro.
Jo assentiu rapidamente, expirando com alívio quando ele se virou novamente. Balançando a cabeça, ela voltou sua atenção as costas dele outra vez. Ela puxou o pano para baixo apenas o suficiente para revelar seus ombros antes de parar para procurar a camisa dele. A pele exposta cintilava dourada com a luz da fogueira. Ela puxou o plaid mais para baixo, desnudando suas costas e notou como as chamas lançavam sombras dançantes sobre ela, enfatizando os músculos definidos quando ele cruzou os braços sob a cabeça e relaxou.
Cam era um homem bonito, ela admitiu para si mesma com um pequeno suspiro enquanto seu olhar devorava tudo o que tinha revelado. Ela tinha visto isso antes, é claro, mas estava mais preocupada então com salvar a vida dele do que com a bela figura em que ele foi talhado. Agora, no entanto, ela parecia não conseguir parar de encarar todo aquele corpo nu.
— Está bem, não está? Cam disse de repente.
— Eu te disse que estava.
Jo começou a falar, seu olhar automaticamente descendo à ferida na lombar dele. Ela imediatamente franziu o cenho.
— Suas ataduras se foram.
— Elas molharam também. Cam disse, encolhendo os ombros e fazendo os músculos de suas costas se moverem de uma forma quase hipnotizante.
— Elas estão sob minha camisa perto do fogo.
Jo forçou o olhar para longe na direção da camisa. Ela não conseguia ver as bandagens sob a grande camisa, mas não tinha dúvida de que elas estavam lá. Ainda assim, ela continuou a se focar a contar até dez, apenas para se permitir recuperar a compostura. Ela não tinha idéia do porquê a visão de suas costas nuas estavam afetando-a desta forma. Elas eram bonitas e ela tinha o louco desejo de passar as mãos por toda aquela pele dourada. Em vez disso, ela juntou as mãos, mordeu com força o lábio inferior e, em seguida, virou-se, com determinação se focando em sua ferida.
Como ele disse, os pontos estavam bem. Verdadeiramente. O homem devia ter uma constituição saudável, pois estava se curando rapidamente, e ela não podia ver nenhum sinal de rompimento por tê-la carregado. Ainda assim, ela se inclinou para o lado para pegar sua bolsa e abriu-a para tirar um unguento. É melhor prevenir do que remediar, disse a si mesma quando começou a besunta-lo suavemente sobre a ferida. Isso não tinha nada a ver com o seu desejo de tocá-lo, e tudo a ver com a recuperação dele. Realmente.
Revirando os olhos para si mesma, Jo terminou a tarefa, rapidamente puxou o plaid de volta sobre os ombros dele e se levantou.
— Bom? Perguntou Cam, ficando de lado.
— Sim. Está curando bem. Ela balbuciou, virando-se para rodear a fogueira até o local onde ela tinha se deitado primeiro.
— Durma bem.
— Durma bem. Cam respondeu, se enrolando em seu plaid outra vez.
Suspirando, Jo se estendeu de lado e fechou os olhos, mas sua mente estava cheia de momentos daquele dia. Cavalgando com os braços ao redor da cintura de Cam, seu peito pressionado contra as costas dele. Ele carregando-a de volta ao acampamento, seus braços e peito a envolvendo com calor e fazendo-a se sentir pequena e segura. O sorriso de antecipação dele quando a viu abrir o saco que ele trouxe de volta com ele da taverna. Cam deitado seminu diante dela enquanto esfregava pomada em suas costas...
Jo adormeceu com um sorriso no rosto.
Murmurando uma maldição sob sua respiração, Cam se deslocou inquieto e espiou a mulher do outro lado do fogo decadente. Ela dormia como os mortos. Ele, no entanto, estava bem acordado. De novo. Ele teve um diabo de um trabalho para dormir a noite anterior e deveria estar exausto agora... e ele estava, mas isso não fazia diferença. Ele ainda não conseguia dormir. A culpa era de Jo. Só hoje, ela tinha grudado o pequeno corpo dela contra suas costas como uma sanguessuga encima do cavalo dele, as mãos dela só polegadas acima da parte do corpo dele que tinha acordado quando ele acidentalmente a viu de despindo e descobriu que ele era ela. Então ela saiu e se nocauteou, assustando-o como um bobo e forçando-o a carrega-la nos braços, seu pequeno corpo quente embalado contra o dele. E então ela gemeu e suspirou durante toda a refeição como uma mulher reagindo às atenções de um amante. Ela definitivamente tinha esquecido que supostamente era um garoto ali. Nenhum rapaz reagiria daquele jeito a um pedaço de frango.
A pièce de résistance4, no entanto, foi ela esfregando unguento em suas costas. Não foi a primeira vez que ela fez isso, e ela não o fez com qualquer tipo de intenção sexual, mas isso não fez nenhuma diferença. Seu corpo reagiu como se fossem preliminares e agora ele estava bem acordado e dolorido e ela, maldita mulher teimosa que era, não foi afetada absolutamente.
Uma gota fria de líquido atingiu seu nariz e Cam piscou e a afastou com um dedo, seu olhar movendo-se automaticamente para o céu bem quando outra gota atingiu sua testa. Ótimo! Agora iria chover. Ele deveria saber. Nuvens estiveram se ajuntando no céu enquanto ele andava até a aldeia e voltava, e a escuridão quando chegou foi rápida e intensa como era costume quando as nuvens contribuíam para sua chegada.
Mais duas gotas atingiram seu rosto e o olhar de Cam se deslizou para Jo. Enquanto seu plaid era lubrificado no exterior e a água apenas escoaria dele, então tudo o que tinha que fazer era puxá-lo sobre a cabeça para se manter seco, sua companheira de jornada não possuía tal proteção. Ela estaria ensopada em minutos uma vez que começasse a chover. Outra gota, em sua pálpebra dessa vez, o fez se mover e Cam ficou de pé rapidamente e rearranjou seu plaid enquanto contornava a fogueira até o lado de Jo. Ele não a sacudiu para acordá-la ou chamou seu nome, Cam apenas se deitou de lado no chão atrás dela, e jogou o plaid sobre eles para cobrir ambos, então deixou sua mão repousar sobre o quadril dela.
Levou-lhe cerca de um instante para perceber que aquele poderia ser o maior erro que ele já tinha cometido na vida. Jo não acordou, gritando com consternação com a sua atitude. Ela não acordou absolutamente pelo que ele podia dizer, mas ela murmurou sonolentamente e pressionou suas costas mais perto contra ele. Ele não tinha dúvida que ela estava inconscientemente buscando o calor corporal dele, mas ela também estava balançando seu traseiro em sua virilha do modo mais perturbador.
Cam cerrou os dentes e tentou ignorar isso, mas o fato de estarem num casulo formado pelo plaid, deixando-o cercado pelo cheiro dela, não ajudava em nada. Para seu alívio, Jo repente murmurou sonolenta e rolou para longe dele e ficou de bruços. Pelo menos ele estava aliviado até que percebeu que sua mão estava agora descansando sobre o traseiro dela, em vez de seu quadril. Cam fechou os olhos e contou até dez enquanto lutava contra a vontade de apertar a nádega redonda sob seus dedos, então cuidadosamente levantou a mão. Enquanto a colocava sobre o próprio quadil, ele reconheceu que seria uma noite muito longa.
Jo se moveu sonolenta e sorriu para quão aquecida e confortável estava. O pedaço de terra que ela tinha escolhido era um pouco granuloso, mas mais macio do que ela se lembrava dele ser na noite passada quando se deitou. E para variar em vez de acordar com frio e um pouco rígida de dormir no frio, úmido chão, ela estava quente e... se movendo para cima e para baixo, ela percebeu, seus olhos se arregalando abruptamente.
A escuridão a cercava, confundindo-a brevemente, e Jo levantou a cabeça, sentindo algo pressionando contra sua cabeça e ombros quando o fez. Era como se um tipo de material estivesse sobre ela, ela pensou confusa e ficou completamente atordoada com isso. Ela estava também começando a entrar em pânico um pouco, quando o pano que ela sentia foi repentinamente puxado de sua cabeça e ela se encontrou encarando abaixo o... Peito de alguém? Um peito que se movia para cima e para baixo com cada respiração. Ela reconhecia esse peito também, Jo pensou e levantou sua cabeça para se encontrar encarando os olhos abertos de Cam.
Jo abriu a boca, com a intenção de perguntar como diabos ela acabou sobre o peito dele. E como eles acabaram do mesmo lado da fogueira, mas quando ela notou a careta de dor no rosto dele, o que saiu foi um preocupado:
- Suas costas. Quando percebeu que ele estava deitado sobre estas.
Cam reagiu imediatamente, estirando uma mão nas costas dela, pegando a cabeça dela com a outra e abruptamente rolando de modo que ela estava estendida no chão, e ele estava encima dela. Ele rapidamente moveu as mãos então, para permitir que seus cotovelos suportassem o seu peso, e ela esperava, para que o tirassem de cima dela, mas em vez disso a cabeça dele desceu e sua boca cobriu a dela.
Jo estava tão atordoada com a ação que simplesmente permaneceu imóvel por um momento. Esta não foi a primeira vez que ela foi beijada. Um menino da vila ou dois tentaram enquanto ela estava crescendo, mas ela nunca esteve muito impressionada pela atividade. Talvez fosse por causa de quem a beijou, pensou ela agora, porque os beijos que ela tinha recebido no passado parecia desajeitados e desinteressantes e sempre a deixaram querendo limpar a boca com a mão. Este beijo não era assim absolutamente. A boca de Cam era firme quando roçou a dela, e então ele mordeu seu lábio inferior, um rápido, provocador puxão que a fez abrir a boca com a surpresa. No momento em que ela fez isso, a língua dele deslizou em sua boca como um exército invasor, causando caos e iniciando incêndios em vários pontos ao longo de seu corpo.
Jo nunca sentiu nada parecido com isso, e ficou tão estarrecida que levou um momento para perceber que Cam estava beijando-a. Ela... Jo... que ele achava que era um garoto. Seus olhos imediatamente se arregalaram e ela começou a empurrar o peito dele, tentando afastar a boca da dele. Quando escapar de seus beijos empurrando-o não funcionou, ela finalmente virou a cabeça para o lado com determinação. Isso funcionou. Pelo menos interrompeu o beijo. No entanto, desprovido de sua boca, Cam começou a trilhar beijos por seu rosto até a sua orelha.
— Cam, isso é... — Isso era o quê? Ela se perguntou, tentando lembrar o que ela estava prestes a dizer antes que ele começasse a explorar sua orelha, mordiscando-a e beijando-a de uma forma que teve o efeito mais inesperado. Maldição, ela não conseguia se lembrar, mas o que ele estava fazendo era muito maravilhoso. Estava provocando arrepios de excitação a cima e a baixo de seu corpo em ondas de prazer que ela nunca tinha experimentado.
Se a igreja soubesse disso eles sem dúvida estariam em pé de guerra, pensou. Nenhuma sensação tão boa assim poderia ser tolerada pela igreja. Eles tendiam a desaprovar qualquer coisa prazerosa e... Esse pensamento a lembrou do que queria dizer anteriormente, este tipo de coisa definitivamente não era tolerada pela Igreja, não apenas porque eles não estavam casados, mas porque ela era um menino. Pelo menos, ele pensava que ela era um menino. Ela não era, obviamente, mas na mente dele ele estava beijando um garoto, o que era um pouco desconcertante já que ela estava gostando disso, mas sabia que ele era um homem. Ela o tinha visto nu afinal. Quão desapontado ele ficaria quando descobrisse que ela não era um garoto como ele pensava?
Ela mal pensou nisso quando Jo percebeu que Cam esteve gentilmente levantando a túnica dela nas costas, e encontrou as faixas que mantinham seus seios achatados e a ajudava com seu disfarce. Ela esperou que ele perguntasse pra quê elas serviam e se ela tinha quebrado as costelas com a surra que tinha levado, mas, em vez disso, ela sentiu aço frio contra a pele das costas e as faixas repentinamente cederam. Um segundo depois suas mãos se moveram ao redor para apalpar e cobrir os seios doloridos dela para que ele pudesse apertá-los e acariciá-los.
Não tão decepcionado, ela pensou avoada quando ele repentinamente a colocou de costas e levantou a túnica dela enquanto descia por seu corpo para que ele pudesse reclamar um mamilo em sua boca quente.
Por que ele não estava desapontado? Ela se perguntou confusa. Ou, pelo menos, surpreendido? E por que a sensação daquilo era tão malditamente boa?
Jo gemeu quando ele puxou seu mamilo com os lábios, atraindo toda a excitação atualmente percorrendo seu corpo àquela área. Essa excitação apenas aumentou quando ela sentiu o joelho dele se deslizar entre as pernas dela e pressionar o seu núcleo através de seus calções. Então ela quase gemeu de decepção quando Cam repente levantou a cabeça e perguntou:
— Joanne ou Josephine?
— O quê? Ela olhou para ele atônita.
— Seu nome. Ele explicou solenemente.
— Isso tem me deixado louco nos últimos dois dias desde que eu descobri que você não era um menino. Cada nome feminino que eu conseguia pensar que poderia se adequar passou pela minha cabeça, Joan, Joella, Joanna, Jocelyn, Jo...
— Joan. Ela interrompeu e perguntou:
— Você sabia que eu era uma garota? Como...?
— Eu vi você se preparando para tomar banho naquela primeira noite. Explicou ele, deslocando o corpo dela para apoiar o peso do próprio corpo sobre seu lado, deixando as mãos dele livres.
— Você soltou os cabelos, tirou a túnica, e depois desenrolou as faixas e aquelas maravilhas se soltaram e eu sabia que você não poderia ser um garoto. — Baixando a cabeça então ele reivindicou os lábios dela enquanto uma mão se fixava “naquelas maravilhas” para embalá-las e acaricia-las.
Joan gemeu em sua boca nessa combinação, suas costas instintivamente se arqueando para empurrar seu seio mais firmemente em sua carícia. Ela soltou outro gemido, mas desta vez de protesto quando ele mais uma vez interrompeu o beijo e parou de acariciá-la. Jo relutantemente abriu os olhos, esperando uma outra pergunta, mas, em seguida, fechou-os rapidamente e se ergueu ligeiramente, seus braços subindo instintivamente acima de sua cabeça enquanto ele puxava sua túnica de onde ela havia se apinhado acima dos seios e a tirou. Ela começou a baixar os braços então, instintivamente cobrindo os seios, mas Cam segurou seus pulsos antes que suas mãos pudessem terminar a ação, e os pressionou para baixo, no chão, em cada lado da cabeça dela enquanto a beijava novamente. Ele se deslocou para cima dela quando a beijou, não esmagando-a com seu peso, mas levantando um joelho contra ela outra vez e permitindo aos flexíveis pelos de seu peito roçar contra os mamilos sensíveis dela.
Jo arquejava e se contorcia debaixo dele, as pernas se movendo sem descanso antes de fechar em torno de seu joelho e instiga-lo, mesmo enquanto se arqueava para permitir a seus mamilos tocarem a pele dele. Ela também chupou sua língua quando essa penetrou sua boca, querendo mantê-la lá. Ela não tinha idéia se isso era a coisa certa a fazer e não se importava, era bom. Mas ela quase mordeu a língua dele quando uma mão deixou seu peito e se apressou a deslizar dentro da cintura de suas calças até que ele pudesse pôr as mãos em concha no núcleo dela.
Enquanto seu joelho a tinha estimulado ali, elevando sua excitação, a mão dele contra sua pele nua era chocantemente íntimo e Jo ficou imóvel, a incerteza tomando conta dela enquanto o choque permitia a clareza brevemente avisá-la que eles estavam brincando com fogo. Era assim que os bebês eram feitos e ela não tinha vontade de morrer no parto, alguma parte de sua mente a lembrou. Mas então os dedos deles se moveram, um se impulsionando a percorrer sua embaraçosamente úmida carne e Jo arquejou, seus quadris estremecendo com a carícia e sua mente perdendo de vista o aviso que tinha tentado dar.
Com ele tocando-a lá, Jo nem mesmo notou que sua outra mão tinha parado de acariciar seu seio para trabalhar nos calções dela até que ele parou o beijo deles e deixou de acaricia-la. Quando ele ficou de joelhos entre as pernas dela, ela percebeu que seus calções dela tinham sido puxados de seu quadril e estavam a meio caminho do seus joelhos. Mesmo quando ela notou isso, ele segurou suas pernas pelos tornozelos, levantou-as diante dele e rapidamente retirou as calças de couro.
Quando ele as jogou de lado, Jo ficou olhando-as com olhos arregalados e quase tentou pegá-las de volta com a vaga intenção de coloca-las outra vez, mas então Cam abaixou suas pernas uma em cada um dos lados dele novamente. Ela voltou sua atenção para ele bem a tempo de ver seu rosto se enterrar entre suas coxas.
— O qu-ohhhh! Ela clamou quando sua boca assumiu o que seus dedos estavam fazendo momentos antes. Seus lábios, sua língua, até mesmo seus dentes entraram em cena enquanto ele explorava uma parte dela que nenhum homem chegou perto antes, Jo rapidamente se defez. A habilidade de pensar pareceu abandoná-la completamente enquanto as sensações a dominaram e seu corpo inteiro estremeceu sob o ataque. Alguma parte dela estava vagamente consciente de que sua cabeça estava se debatendo, rolando para um lado e para o outro no chão enquanto ela emitida altos, fortes, sons sem sentido e agarrava a cabeça dele.
Quando Cam afastou sua mão suavemente, Jo percebeu que estava puxando o cabelo dele e imediatamente diminuiu seu aperto, não querendo machuca-lo, mas isso era tudo o que ela era capaz de fazer. O homem a estava enlouquecendo com o que estava fazendo. Mas, então, ela sentiu algo pressionando-a que era muito firme para ser a língua dele e ela olhou para baixo confusa para ver que sua cabeça ainda estava enterrada lá e ela ainda podia sentir seus lábios e língua trabalhando, mas agora... Oh, seu dedo, ela pensou vagamente, seus quadris dançando sob a melodia que ele estava tocando enquanto ele empurrava um dedo dentro dela numa velocidade enlouquecedoramente lenta.
Seu quadril se levantou e se empurrou e tentou forçá-lo a penetrá-la, mas ele estava determinado a controlar isso e simplesmente retirou delicamente o dedo antes de deixá-lo deslizar parte do caminho para dentro novamente. Sua língua e os lábios trabalhando loucamente enquanto o fazia, penetrando-a até que ela começou a gemer e lamentar tão alto que ela mesma percebeu isso. Jo mordeu o lábio, então, tentar ficar quieta, mas era impossível. Ela queria gritar com essa necessidade que tomava conta dela, queria clamar, implorar e demandar contanto que ele trouxesse um fim a essa loucura, e que nunca parasse. E então foi como se algo estourasse dentro dela, alguma corda que ela nunca soube que existia, e, estourando-a liberou uma onda de prazer tão forte que ela brevemente oscilou e convulsionou submersa nela. Foi enquanto ela ainda estava convulsionando que Cam deixou o que estava fazendo, levantou-se entre suas pernas, segurou suas coxas e entrou nela.
Os gemidos de prazer de Jo se transformaram num guincho de dor quando ele encontrou e atravessou seu véu de donzela. Sua mãe tinha lhe dito que era diferente para cada mulher, que algumas não sentiam nada mais que uma picada, enquanto outras sentiam como se ele estivesse rasgando uma espessa camada de pele. Para Jo, foi a última opção. Ela definitivamente sentiu mais do que uma picada. Na verdade, ela teria comparado isso com um esfaqueamento. Não que isso já tivesse acontecido com ela, mas se tivesse, essa sensação era o que imaginava que sentiria.
Para seu alívio, Cam parou de se mover quando ela guinchou. Ambos ficaram parados por um momento e então Jo se forçou a abrir os olhos para olhá-lo com incerteza. Ele a encarou de volta brevemente, e então deslocou uma mão da coxa dela para deslizá-la entre eles bem acima de onde se juntavam. Quando ele começou a acariciá-la novamente, ela quase soltou um som exasperado, completamente certa de que ele não seria capaz de suscitar qualquer interesse depois desse arranque de dor. Mas ela mal pensou nisso quando sentiu os primeiros sinais de seu desejo reacender.
Cam ainda não se moveu, permanecendo totalmente cravado nela enquanto pacientemente aplicava-se a excitá-la novamente, e, no final, foi ela quem começou a se mover. Com a dor não esquecida ainda, mas quase, ela passou a se mover contra o mastro dele, os joelhos subindo e pés cavando o chão enquanto ela começava a se impelir em suas carícias, sem querer cavalgando-o enquanto buscava aquela liberação que ele já tinha lhe dado uma vez.
Ele deixou-a fazer como queria por alguns instantes, mas depois Cam deixou de acaricia-la e segurou os quadris dela para controlar seu movimento enquanto passava a se impulsionar dentro e fora dela, dentro e fora. De ínicio Jo estava decepcionada e até mesmo um pouco frustrada, mas depois ele se moveu e mudou o ângulo um pouco para que seu corpo esfregasse contra o núcleo dela e ela fechou as pernas em torno de seus quadris para incitá-lo. Desta vez, quando ela encontrou essa liberação que ansiava ela gritou, Cam gritou junto com ela, suas mãos apertando-a na cintura e segurando-a com força contra seu corpo quando derramou sua semente dentro dela.
Capítulo 5
Joan se endireitou depois de checar o faisão que ela estava assando na fogueira e olhou de relance para o rosto adormecido de Cam pela centésima vez. Ele ainda estava dormindo profundamente e a visão fez a irritação cintilar por ela antes dela se virar para andar até à beira da água e voltar. Ela então fez isso novamente. Jo tinha andando o dia todo, desde que ele fez amor com ela.
Tudo bem, não foi o dia todo, ela reconheceu silenciosamente. Cam tinha desabado ao lado dela depois que ambos gritaram com a liberação. Deitado de lado ao lado dela, ele então jogou uma perna por cima das dela e um braço em cima do seu peito e prontamente adormeceu. Jo, na verdade, dormiu também por um tempo. Ela não pode evitar. Seu corpo estava tremendo e fraco como resultado do que eles fizeram e ela apenas cochilou lá com ele. Ela não achava que tinha dormido por muito tempo, no entanto. O sol ainda estava subindo no céu quando ela acordou um tempo depois.
Jo permaneceu onde ela estava brevemente, ouvindo os batimentos regulares do coração de Cam perto de sua orelha, mas depois deslizou por debaixo dos braços e pernas dele e se levantou. A primeira coisa que fez foi se vestir, e um tanto rápido também. A preocupação de que Cam poderia acordar e vê-la nua a faz se mover com mais velocidade do que graça. Então ela se sentou ao lado dele, repreendendo-se por agir como uma tola. O homem a tinha visto nua, da forma mais íntima, de fato, e ainda assim ela ficaria toda tímida por ele vê-la novamente?
Ela seguiu nessa linha, se repreendendo por deixá-lo fazer o que tinha feito, ou por fazê-lo com ele, já que não foi como se ela não tivesse participado nisso. Joan se lembrou que ela não queria engravidar, e que não tinha o desejo de ser algum namorico para um nobre, e que um namorico era todo o que poderia ser para Cam. Certamente nobres não se casavam com plebeus. Essa deprimente censura tinha tomado algum tempo e a deixou se sentindo vazia. Não que Jo tivesse começado a pensar em casamentos e felizes-para-sempre antes disso. Mesmo assim, a dura e crua verdade era difícil de engolir e, depois depois da incrível paixão que ela experimentou, voltar a Terra tão abruptamente era bem parecido com o que cair da árvore tinha sido. Ela pousou com um feio impacto.
Sentindo-se para baixo e até mesmo um pouco brava nesse momento, Jo saiu dali para procurar frutos silvestres com os quais quebrar o jejum. Apesar da depressão pairando sobre ela, ou talvez por causa dela, ela repentinamente sentia fome. Ela foi com calma, encontrando o suficiente para ambos ela e Cam, no caso que ele estivesse com fome quando acordasse. Foi no seu caminho de volta para o acampamento deles que ela viu o faisão. Mais uma vez, seu estilingue veio a calhar, mas dessa vez ela não precisou perseguir o pássaro em uma árvore. Ele ainda estava no chão quando ela atirou nele. Mas ela quebrou seu pescoço para prevenir no momento que o alcançou, para evitar o que tinha ocorrido na noite anterior.
Cam ainda estava dormindo quando ela retornou ao acampamento, então Jo depenou e limpou o pássaro. Quando ela terminou, Cam ainda dormia sem sinal de agitação, de modo que ela começou outro fogo, e cortou dois grandes galhos em forma de Y para fincar no chão em ambos os lados da fogueira e um terceiro galho reto para espetar o faisão de forma a coloca-lo entre os primeiros dois galhos. Ela esteve comendo os frutos que coletou desde então, enquanto andava e ocasionalmente virava o faisão. O Sol estava agora passado do zénite5 e em sua jornada descendente; os frutos tinham acabado a muito tempo, o faisão estava pronto, o fogo estava morrendo, e Cam ainda dormia.
Suspirando, Jo caminhou até a beira da água novamente, seus olhos vagando até a cachoeira. Ela era linda e a ideia de tirar a roupa e ficar debaixo dela para se lavar a tentava toda vez que a olhava. A única coisa que a impedia era o medo de que Cam acordaria e a veria. Mas ele não mostrava sinais de que isso ocorreria num futuro próximo, o que era um pouco preocupante na verdade. Se não fosse por um ronco ocasional que escapava dele, ela temeria que ele estivesse morto.
Jo não sabia por que ele estava dormindo por tanto tempo, mas então ela não sabia muitas coisas. Por exemplo, como ela acabou sob o plaid dele com ele, dormindo no peito dele? E por que ele não lhe contou que sabia que ela era uma garota e não o rapaz que fingia ser? Ela poderia estar um pouco mais preparada para os avanços dele se soubesse disso. Embora, para ser honesta, ela poderia não estar; a última vez que viu o próprio reflexo ela não estava exatamente atraente então não teria imaginado que ele a desejaria.
Talvez mergulhar seu rosto na água a noite anterior tinha apressado sua recuperação e ela parecia mais com ela mesma novamente, ela pensou repentinamente, e se ajoelhou à beira da água para ver seu reflexo na superfície ondulante. Joan observou uma carranca juntar suas sobrancelhas quando olhou a si mesma. Embora o inchaço tinha diminuído um pouco e os hematomas pareciam mais verdes e amarelo do que pretos agora, ela ainda estava horrível e teve que se perguntar o que o moveu a querer dormir com ela.
Suspirando, Jo se endireitou e ficou de pé. Outro olhar sobre Cam o mostrou ainda dormindo. Ela estava começando a pensar que ele iria dormir direto pelo resto do dia e à noite. O único motivo que conseguia pensar era que ele ainda estava se recuperando. Talvez tivessem exagerado ontem, viajando tanto tempo. Talvez devessem ter esperado um dia a mais para ele se recuperar, ou pelo menos viajar só metade do dia ou algo assim. Ela teria que conversar com ele sobre isso quando ele acordasse, Jo decidiu e olhou a cachoeira novamente.
Ela nunca tinha visto um lugar tão bonito como este, e era improvável que visse novamente a menos que parasse ali na viajem de volta. Mesmo assim era duvidoso que ela encontrasse esse lugar sozinha. Infelizmente, Jo não tinha tomado nota de onde eles saíram da estrada. Então, se ela não se banhasse na cachoeira agora, provavelmente nunca mais teria outra chance.
Olhando por cima do ombro, ela notou que Cam ainda estava dormindo, e então ela começou a se despir. Ela seria rápida, Jo se prometeu.
Cam abriu os olhos para um belo dia ensolarado, se espreguiçou e bocejou e então estremeceu quando os pontos em suas costas repuxaram. Eles fizeram isso uma vez ou duas na noite anterior enquanto ele copulava com Jo, também, lembrou e o pensamento o fez procurar ao lado por ela. Ela não estava mais dormindo ao lado dele... e não estava na clareira, ele notou, depois de se sentar para olhar rapidamente ao redor.
Franzindo o cenho, Cam ficou de pé e passou as mãos pelo seu longo cabelo para tirá-lo dos olhos enquanto buscava ao redor quaisquer pistas de onde Jo tinha ido. O cheiro de carne recém assada atraiu sua atenção para o faisão sobre as brasas arrefescendo na fogueira deles. Isso o fez relaxar um pouco. Só então Cam admitiu para si mesmo que por um segundo, ele temeu que talvez ela tivesse ficado chateada pelo que eles fizeram e tivesse ido embora enquanto ele dormia, partindo a pé sozinha.
Cam fez uma careta com a culpa que repentinamente o envolveu. Ele não a tinha forçada, sabia, mas tinha sido um tanto agressivo aquela manhã. Ele também a surpreendeu meio adormecida e, sem dúvida, completamente despreparada para seus avanços já que ela fingia ser um garoto. Mais importante, ela era completamente inexperiente. Isso rapidamente se tornou óbvio, mesmo antes dele romper seu véu de donzela. De fato, isso quase o fez parar num certo ponto, mas ela tinha um gosto e aparência tão deliciosa, e ela lhe respondia tão bem que ele foi incapaz de se controlar.
Droga, ele pensou, Jo tinha um monte de paixão dentro dela. Ela gemeu, se contorceu, arquejou e gritou como uma coisa selvagem enquanto ele lhe dava prazer, e isso só o fez querer dar-lhe mais prazer, expremer mais gritos e rogos de seus doces lábios. A memória foi o suficiente para deixar Cam duro de novo, e ele olho abaixo para si mesmo, fazendo uma careta quando viu o sangue seco em seu mastro, prova maior da inocência dela.
Não que ele precisasse ver o sangue para acreditar nisso, ele pensou, e decidiu que um mergulho rápido seria bom e depois ele procuraria Jo. Eles precisavam conversar. Ele não sabia o que diria, mas estava bem certo que devia a ela ao menos uma desculpa. Ele não apenas tomou-lhe a inocência, mas foi negligente em se retirar ou fazer qualquer outra coisa para protegê-la de engravidar. Essa última parte era alarmente. Ele gostava da Jo, muito. De fato, ele gostava mais dela depois de conhecê-la esses poucos dias do que gostou de qualquer outra mulher que conheceu, até mesmo sua esposa, com quem ele viveu, dormiu e lidou por um ano. Ele não sabia o porquê. Talvez porque relaxou e conversou com ela como um amigo quando pensou que ela fosse um garoto. Ele nunca conversou tão livremente com uma mulher antes, mas sentia, mesmo agora, que poderia conversar sobre qualquer coisa com Jo.
Independente do motivo, o fato era que Cam gostava dela e não desejava vê-la ficar grande com a criança dele e então morrer gritando enquanto tentava expulsá-lo de seu corpo. Ele devia tê-la deixado em paz, ou falhando nisso, usado uma bexiga de porco. Isso era o que ele esteve fazendo desde que a esposa dele morreu. Ele carregava consigo uma bexiga de porco e quando surgia a necessidade, a amarrava ao redor de seu mastro com um cordão para evitar que sua semente derramasse em uma mulher.
Infelizmente, a bexiga tinha de algum forma rompido enquanto ele estava com a garota da taverna. Cam não estava certo de como isso aconteceu. Ele descobriu isso ao acordar de manhã. Ele tinha uma cabeça dolorida nessa hora, e não ficou muito agradado com a descoberta. Ele esperava por mais do que uma noite nos braços da moça da taverna, mas não iria arriscar sem a bexiga, então ele subiu no cavalo e foi embora, esperando alcançar seus primos no dia seguinte. Em vez disso, deu de cara com Jo e seus agressores. Ele não estava arrependido. Francamente, ele deixaria passar uma dúzia de atraentes garçonetes por uma Jo qualquer dia. Então, no final estava arrependido. Francamente, ele trocaria uma dúzia de garçonetes atraentes por uma Jo qualquer dia. Então, no final, o rompimento da bexiga foi um tanto sortuda, ele pensou com um sorriso. . . Exceto pelo fato de que ele não a tinha para usar com ela, uma parte de sua mente o lembrou, fazendo seu sorriso desaparecer rapidamente.
Suspirando, Cam deixou os pensamentos de lado e se dirigiu para a água para se limpar. Ele estava quase na beira da água quando percebeu que alguém já estava dentro dela. Parando, Cam olhou. Jo estava sob a cachoeira, virada parcialmente longe dele. Seus olhos estavam fechados, a cabeça inclinada para trás, o cabelo parecendo quase vivo enquanto a água escorria por ele, espalhando-o sobre seus ombros e corpo.
Ela era linda, ele reconheceu enquanto seus olhos percorriam suas curvas em plena exibição. Seus mamilos estavam eretos, endurecidos pela água fria, ele notou, e suas mãos deslizavam sobre seu corpo para ajudar a água a limpá-la. Ninfas aquáticas não poderiam ser mais belas do que Jo era para ele naquele momento e Cam ficou parado, simplesmente observando por um momento, vendo com inveja como ela segurava seus seios e os levantava, como se os oferecendo para a água escorrendo sobre ela. Quando os liberou e deslizou uma das mãos para baixo sobre seu estômago em direção ao ápice de suas coxas para limpar lá, Cam não conseguiu aguentar mais e se apressou a entrar na água para cruzá-la até a cachoeira.
A água estava fria, mas não ajudou a esfriar seu ardor. Além disso, seu corpo pareceu se adaptar rapidamente e Cam estava bem confortável na hora que alcançou a cachoeira e subiu nas pedras para se juntar a ela na borda plana em que estava. Com os olhos fechados e o som do baque da água ocultando a aproximação dele, Jo foi pega completamente de surpesa quando ele estendeu a mão e tocou seu ombro. Seus olhos se abriram em um grito de surpresa que terminou em um murmúrio quando ela ingeriu água. Depois ela se virou rápido demais e quase caiu da borda na lagoa abaixo.
Felizmente, Cam agarrou-a pelo braço e puxou-a contra seu peito antes disso acontecer. Ele então moveu ambos para mais perto da pequena parece do escarpado e longe do aguaceiro. Jo abriu os olhos assim que foi capaz e relaxou um pouco quando percebeu que era ele, mas não totalmente. Ele podia ver se formando em seus olhos, e sabia que deveriam conversar, mas ambos estavam nus, ela estava em seus braços, sua ereção se aninhada contra o estômago dela e seus mamilos duros cutucavam o peito dele e tudo o que queria fazer era...
Cam a beijou. Não foi o beijo indagador com que ele começou essa manhã, foi uma dura, faminta reivindicação. Ele queria devorá-la e seu beijo mostrava isso enquanto ele a incitava a separar os lábios e dirigia sua língua para dentro para sequear toda aquela paixão que ele sabia residir nela. Jo não lutou contra ele, de fato ela parecia muito atordoada para reagir absolutamente no princípio, e isso não era bom o bastante para ele. Cam a queria ardente e desejosa dele tanto como ele a desejava. Queria ouvir seus suspiros e gemidos em sua orelha, queria que ela agarrando-o, suas unhas arranhando seus ombros, seu corpo arqueando e empurrando.
Empurrando as costas dela contra a parede do escarpado, ele fixou os pulsos dela na pedra em ambos os lados de sua cabeça e deslizou um joelho entre suas pernas, esfregando-o contra seu núcleo enquanto parava de beijá-la para descer a boca a um seio.
Jo disse algo assim que sua boca ficou livre, mas ele não podia dizer o que era com o som da água corrente tão alto em torno deles. Ignorando o que poderia ter sido tanto um protesto quanto um apelo, ele pegou seu mamilo entre os dentes e fechou os lábios ao redor dele, sugando ansiosamente até que ela parou de tentar libertar as mãos e se arqueou de encontro a carícia. Cam libertou um de seus pulsos então para poder tocá-la entre as pernas e acaricia-la, e para o alívio dele, ela imediatamente agarrou seu ombro com a mão livre ao invés de afastá-lo.
Continuando com suas carícias lá, Cam libertou o mamilo dela e se endireitou para reivindicar sua boca novamente. Desta vez ela o beijou de volta com toda a paixão que lhe mostrou aquela manhã, sua língua encontrando a dele e lutando com ela brevemente, antes de desistir disso para sugá-la quando ele incitou um dedo a adentrar sua calorosa umidade, enquanto continuava a passar seu polegar em torno do cerne de sua excitação. O corpo dela não ficou parado, suas coxas estavam alternadamente apertando o pulso e mão dele como se tentando impedi-lo de removê-los, e as afastando para não restringir o toque dele, enquanto seus quadris se moviam, ansiosamente montando os dedos dele.
Concentrando-se no que estava fazendo, Cam foi pego completamente de surpresa quando ela repentinamente moveu sua própria mão entre eles para envolvê-la em torno de sua ereção. Quebrando o beijo deles com um suspiro, ele jogou a cabeça para trás, cerrando os dentes quando os dedos dela passaram a se mover sobre ele. Seu toque era hesitante, ela obviamente não estava certa do que fazia, e ele fechou a mão livre ao redor da dela, incitando-a a apertar-lhe mais firme, e então imediatamente se arrependeu quando seu pau saltou em suas mãos. Cam quase encontrou a sua liberação nesse momento, e logo o faria se ela continuasse fazendo o que estava fazendo. Para garantir que isso não acontecesse, ele afastou a mão dela e então a segurou pela parte traseira das pernas, espalhando suas coxas enquanto usava seu aperto para levantá-la contra a parede do escarpado.
Jo instintivamente segurou-o pelos ombros e inclinou o tronco para a frente de forma a evitar que raspasse na pedra. O que colocou a cabeça dela perto de sua orelha, o qual foi o único motivo dele ouvi-la gemer quando a deslizou em sua ereção. Cam capturou o último dos gemidos com a boca, beijando-a enquanto começava a se impulsionar dentro e fora dela num ângulo que lhe permitia se esfregar contra o núcleo dela quando se retirava e empurrava de volta para dentro. Os beijos de Jo eram quentes e úmidos em resposta, suas pernas se enrolando em torno dele, cruzadas no tornozelo incitando-o, seus dedos emaranhado-se em seu cabelo e puxando-o quase dolorosamente com exigência enquanto ela buscava essa liberação que agora sabia a esperava.
Isso excitou Cam pra caramba e o fez se dirigir mais duro e rápido dentro dela. Mesmo assim, ele não achava que qualquer um deles estava preparado para a liberação quando ela chegou. Ela os atingiu dura e rápida, explodindo sobre eles como um raio então ele apertou os dedos nos quadris dela e interrompeu o beijo com um grito de triunfo que abafou o próprio grito de Jo.
Quando terminou, Cam acabou envergado contra Jo, prendendo-a à parede do escarpado com seu corpo enquanto repousava sua testa contra a pedra fria do lado da cabeça dela. Ele se sentia fraco como um gatinho, como se cada gota de seu corpo tivesse sido sugada dele. Ele estava até tremendo. Temendo que suas pernas pudessem ceder debaixo deles se permanecesse ali por mais tempo, Cam se afastou de Jo. Ela imediatamente desenrolou suas pernas e as desceu ao chão para sustentar seu próprio peso, mas sua cabeça não se deslocou do ombro dele e seus braços permaneceram abraçando as costas dele. Depois de uma breve hesitação na qual ele debateu se podia dirigir a façanha ou não, Cam pego-a nos braços e virou-se para saltar as pedras grandes que compunham a borda em que estavam. A água à frente da cachoeira lhe alcançava o ombro. Ambos ficaram brevemente submersos quando ele instintivamente dobrou os joelhos para reduzir o impacto do pouso, mas foi muito brevemente. Felizmente, Jo aparentemente estava preparada para isso. Pelo menos ela não saiu reclamando e cuspindo água quando ele se endireitou e a água caiu para o nível do seu ombro.
A água estava suportando um pouco do peso dela agora e Jo estava basicamente flutuando em seus braços, então Cam parou brevemente para permitir que seus músculos recuperassem um pouco de força. Não que ela fosse pesada, mas fraco como estava, estava preocupado em carrega-la para fora da água do contrário.
Quando ele parou, Jo levantou a cabeça em questionamente e Cam não pode resistir abaixar a cabeça para beijá-la novamente. Ele tencionava que fosse meramente um roçar de lábios, mas no momento que sua boca tocou a dela, algo começar a ebulir dentro dele e ele se encontrou aprofundando o beijo. Jo respondeu da mesma forma e isso apenas fez a reacesa paixão despertar completamente entre eles.
O retorno da paixão trouxe a força dele junto, e até mesmo enquanto a beijava, Cam começou a se mover pela água até a margem. No momento que a água diminuiu, deixando-o para suster todo o peso dela, ele não teve problema em carrega-la e num instante a deitava em seu plaid e ficava sobre ela.
Jo recebeu-o de braços abertos, as pernas se espalhando quando ele cutucou-as com um joelho e Cam se colocou entre suas pernas abertas, sua ereção aumentando rapidamente se aninhando contra o calor dela. Ele começou a abaixar a cabeça, tencionando beijá-la novamente, mas notando uma gota de água se agitando no mamilo dela, ele mudou a direção e lambeu a ponta de um rosa profundo em vez disso, capturando a gotinha com a língua. Jo estremeceu e lançou um pequeno suspiro ante a provocadora carícia. Quando ela, em seguida, rodeou a cabeça dele com as mãos, o incitando, ele se deteve para atender o seio mais plenamente, o lambendo e sugando antes de deixa-lo deslizar de sua boca para que pudesse voltar sua atenção para o outro seio também.
Seus quadris estavam balançando entre os dela enquanto o fazia, seu mastro se esfregando contra ela sem penetrar, e Jo estava gemendo e ofegando por sua vez, em resposta. Os sons eram doce música para os ouvidos de Cam. Ele amava ouvi-la rir, mas amava esses sons mais. Eles pareciam alimentar sua alma, assim ele ficou desapontado quando de repente ela pressionou seus ombros, empurrando-o para longe.
Franzindo a testa, ele deixou o que estava fazendo e se afastou, então sentou sobre os calcanhares entre as pernas dela quando ela continuou empurrando.
— O que...? — Ele começou com preocupação, mas parou quando ela se ajoelhou diante dele e passou a explorar seu peito com os dedos e os lábios. Um pequeno sorriso esticou os cantos da boca dele, e ele quase lhe falou gentilmente que isso tinha pouco efeito em um homem e que ela deveria concentrar suas atenções mais abaixo se queria lhe dar prazer, mas ele gostou das mãos dela vagando sobre os músculos de seu peito, apertando e massageando aqui e ali. E quando ela fechou os lábios sobre um de seus mamilos e começou a provocá-lo com os lábios e a língua, ele ficou um tanto chocado de sentir um fio de excitação o apertar por dentro.
Droga, eu gosto disso também, Cam percebeu, os olhos fechando. Ele então ficou tenso, os olhos arregalando quando ela soltou o mamilo e passou a beijá-lo numa trilha descendente por seu peito e estômago. Ele segurou seu cabelo e a parou justo quando ela alcançava sua masculinidade, e Jo olhou para cima, os olhos abertos e feridos e disse:
— Mas eu quero te agradar como fez comigo.
Ele olhou fixamente em seus olhos grandes e suplicantes, olhou de relance para seus carnudos doces lábios à apenas polegadas de distância de seu mastro, e depois soltou seu cabelo e tentou se preparar contra o que viria enquanto os lábios dela se moviam até sua ereção. Tinha estado semi-ereto na água, totalmente ereto quando ele a beijou e acariciou sobre seu plaid, mas agora estava tão grande que a pele estava esticada quase dolorosamente. Essa situação só aumentou quando ela começou a pressionar beijos experimentais na sua carne quente. A mulher não tinha a menor idéia do que estava fazendo, e isso não importava uma maldita coisa. Apenas ver sua boca movendo-se sobre ele era tão malditamente erótico que ele estava tendo problemas em reter a sua liberação. Ele teve que desviar o olhar para evitar isso, mas isso não ajudou muito quando seu olhar se moveu pelas costas dela até as curvas do seu traseiro.
Quando Joan o tomou em sua boca experimentalmente, ele não pode aguentar mais. Cam pôs uma mão em seu cabelo, e a pegou pelo braço com a outra para puxá-la para cima e beijá-la de forma quase punitiva. Quando ela deslizou os braços ao redor de seus ombros e beijou-o apaixonadamente em retorno, ele soltou o braço dela para tocá-la entre as pernas e acariciá-la novamente, desejoso de levá-la ao ponto de ebulição, como ele estava.
Não demorou muito para levá-la lá, dentro de momentos ela estava quebrando o beijo e se deslocando para se escarranchar sobre ele. Cam ajudou a direcioná-la à sua ereção e então segurou os quadris dela para ajudá-la a subir e descer num ritmo agradável para ambos. A posição colocou os seios dela na frente de seu rosto e ele não pôde resistir a pegar um em sua boca e cobrir o outro com uma mão para acariciá-la enquanto ela o montava.
O grito de prazer de Joan quando ela encontrou a liberação pegou Cam um pouco de surpresa, mas a forma como seus músculos se contraíram em torno de seu pau o fez segui-la, seu próprio grito chegando antes do dela ter acabado.
Capítulo 6
Joan soltou um pequeno suspiro de alívio quando encontrou a estrada em que eles estiveram viajando. Ela não tinha estado muito segura que seria capaz de encontrá-la sozinha quando saiu, mas no final não foi tão difícil. Cam obviamente não foi o primeiro a encontrar a cachoeira e havia um estreito caminho através do mato para se seguir.
Partindo na direção em que tinham estado seguindo antes de sair da estrada, ela passou a se mover mais rápido, desejosa de se afastar o máximo possível antes que Cam acordasse. Jo não tinha certeza se isso era mesmo necessário, ele poderia ficar feliz de se livrar da companhia dela quando acordasse. Por outro lado, ele poderia ter planejado se deitar com ela todo o caminho até os MacKays e poderia ficar irritado de perder a oportunidade. Ela simplesmente não sabia. Ela nem mesmo sabia por que ele fez isso a primeira vez, ou a segunda ou a terceira. Seu rosto ainda estava uma confusão horrível, suas roupas eram menos que atrativas, e ela não teve a chance de perguntar para ele. Ela tinha a intenção de falar com ele assim que ele acordasse, mas então ele a surpreendeu debaixo da cachoeira e então começou a beijá-la e. . .
Mordendo o lábio, Jo afastou essas memórias determinadamente de sua mente, temendo que se pensasse muito nisso, viraria e voltaria direto para o acampamento e acordaria Cam para uma quarta vez. O homem era à tentação num plaid. . . e fora dele. Honestamente, ele a fez sentir coisas que nunca antes experimentou. Coisas que nunca sequer imaginou existirem. No momento em que a beijou, ela esqueceu que ele era um nobre e ela uma plebeia. Ela esqueceu que era apenas um namorico para ele, que isso era um pecado. Ela até mesmo esqueceu seus longevos medos do parto quando algo começou a palpitar profundamente dentro dela, e então explodiu numa fome que não seria negada. Ela perdeu todo o bom senso perto do homem.
Por isso que quando ele a puxou para se deitar com ele depois da terceira vez que copularam, ela o esperou dormir e então deslizou do casulo dos seus braços, se vestiu, pegou a própria bolsa e partiu sozinha. Já que não conseguia resistir a tentação que ele oferecia, parecia melhor evitar a tentação completamente.
Suspirando, Joan olhou para o céu, tentando caucular quanto tempo tinha antes do sol se pôr e ela precisar parar de viajar. Não muito, pareceu a resposta, ela decidiu com desgosto quando notou que o sol já estava se aproximando do horizonte. Um hora, talvez menos era seu palpite e isso não podia ser bom. As chances eram que Cam dormiria até escurecer. Pelo menos, era o que esperava, e então ele certamente não sairia esta noite, era outra esperança dela. Ainda assim, mesmo que ela tivesse sorte e ambas as esperanças se cumprissem, ele estaria sem dúvida de pé e na estrada assim que amanhecesse. Mesmo que saíssem ao mesmo tempo, ele estava a cavalo, ela a pé. Ele a alcançaria rapidamente.
Joan mal tinha pensado nisso quando ouviu o estrondo de um cavalo correndo. Não cavalos, cavalo, ela percebeu. Por um momento ela estava tão aterrorizada com a percepção e o medo que pudesse ser Cam que congelou na estrada como um cervo ante indesejados caçadores. Mas então seu cérebro entrou em cena e a mandou correndo para o lado da estrada e os arbustos ali. Ela mergulhou neles sem olhar para trás, então se agachou, tentando se fazer o menor possível então o arbusto a esconderia. Ela sabia que tinha falhado quando o cavalo que se aproximava subitamente diminiu o passo e então parou justo do outro lado dos arbustos.
— Joan?
— Não. Ela instintivamente deixou escapar e, em seguida, poderia ter se chutado. Não? Pelo amor do bom Deus, qual era o problema com ela? Ela deveria ter mantido a boca fechada e esperar que ele seguisse à diante. Certamente ele não a tinha visto? E se tivesse, ele só viu um relance e não poderia ter certeza que era ela. Pelo menos não até que ela disse não, sem sequer tentar disfarçar sua voz.
— Você vai sair? Ou eu devo me juntar a você nos arbustos? Cam perguntou calmamente.
Joan fechou os olhos por um instante e então suspirou e se levantou para fazer cara feia para ele.
— Como você sabia que eu estava aqui?
— Eu te vi correr e se jogar atrás do arbusto. Ele respondeu baixinho.
— Bem, certamente você só teve um vislumbre. Eu poderia ter sido qualquer um. — Ela apontou com irritação.
— Sim. — Ele concedeu.
— Só que seu traseiro estava aparecendo fora do arbusto, e eu reconheceria esse traseiro em qualquer lugar, em quaisquer circunstâncias.
Consciente de que estava corando, Joan fez uma careta para o homem e, em seguida, rodeou o arbusto e caminhou rigidamente até a estrada. Acabando bem na frente dele, ela se virou de costas e passou a andar como se ele não estivesse lá. Mas Cam meramente instou seu cavalo a ficar ao lado dela.
— Vamos lá. Suba aqui comigo. Ele ordenou, abaixando a mão para ela.
Joan balançou a cabeça, recusando-se a fazer mais do que olhar de relance para a mão.
— Não, obrigado. Eu estou bem andando.
— Por quê? Ele perguntou, e ela sabia que ele não queria apenas saber por que ela não subiria no cavalo dele. Ele queria saber por que ela fugiu e o deixou para trás também.
Joan mordeu o lábio, e, em seguida, olhou para ele se desculpando.
— Eu aprecio sua ajuda com o Banguela e seus homens. Obrigado.
— De nada. — Disse ele solenemente.
— E obrigado a você por salvar a minha vida.
Ela meneou a cabeça em reconhecimento a suas palavras e então disse:
— Mas eu acho que é melhor eu viajar sozinha daqui pra frente.
— Eu não posso permitir isso, Joan. Não é seguro para você viajar sozinha.
— É mais seguro que viajar contigo. Ela disse, e então fez uma careta. Ela não tinha a intenção de ser acusatória. Suspirando, ela parou e se virou para olhá-lo, nada surpresa quando ele imediatamente parou seu cavalo.
— Eu-nós não deveríamos ter. . . por que você...? Quer dizer, eu não estou muito atraente neste momento, ainda assim você...
Fazendo uma pausa, ela o encarou impotente. Joan não esperava que isso fosse tão difícil como estava sendo. Ela era uma curandeira, o que significava que ela tinha que discutir coisas muito pessoais com seus clientes. Após anos de treinamento, ela agora podia fazê-lo sem qualquer desconforto ou constrangimento, mas tentar falar com Cam sobre eles fazendo sexo? Bem, ela estava gaguejando, corando e hesitando como. . . bem, como a virgem que ela tinha sido até essa manhã. Querido Deus, pensou de repente. Tinha sido apenas naquela manhã que ela perdeu sua inocência? E ela a perdeu duas vezes mais desde então já?
Bem, tudo bem, ela raciocinou, ela só perdeu a inocência uma vez, mas ele dormiu com ela três vezes. Em um dia. O qual nem tinha acabado ainda, ela pensou com desânimo e depois arfou com surpresa quando Cam subitamente se inclinou para o lado, a pegou por debaixo dos braços e a puxou em seu cavalo diante dele.
— Em primeiro lugar. Disse ele pacientemente enquanto incitava seu cavalo a se mover novamente.
— Você está certa. Nós não deveríamos. Eu deveria ter percebido que você era uma inocente e a deixado em paz. Eu também deveria ter puxado para fora ou usado algo para te proteger de engravidar. Todavia eu não pensei. Eu te queria tanto que não conseguia pensar.Ele se corrigiu e então severamente:
— Quanto a essa bobagem sobre você não ser atraente e porque eu. . . Bem. Ele balançou a cabeça.
— Deveria ser óbvio que eu te acho muito atraente. Tão atraente de fato, que me é difícil manter as mãos longe de você.
Quando Jo se moveu para olhar por cima do ombro para ele com surpresa, ele assentiu solenemente, e acrescentou:
— Mesmo agora, eu estou combatendo o desejo de levantar as mãos só aquele pouquinho necessário para segurar e acariciar seus seios.
Jo olhou abaixo à mão que ele tinha colocado em volta de sua cintura, logo abaixo dos seios. Olhando de volta em seu rosto, ela soltou:
— Eles estão confinados agora. Você não conseguiria sentir qualquer coisa de qualquer maneira.
— Obrigado por me dizer isso. Me ajuda a resistir. Disse ele, seus lábios se contraindo com diversão.
Jo apenas franziu a testa ao ouvir suas palavras e perguntou:
— Mas como você pode me achar atraente? Estou bem longe do meu melhor. Meu rosto está todo inchado e machucado, meu cabelo enfiado debaixo do meu chapéu, e minhas roupas não são exatamente favoráveis.
— Você está brincando, não? Ele perguntou com descrença.
— Mulher, você está usando calções apertados que não fazem nada além de ressaltar o belo traseiro que tem. Quanto ao seu cabelo, embora não possa vê-lo agora, eu já o vi solto e sei que está aí. E seu rosto está melhorando a cada dia.
— Sim, mas...
— Eu gosto de você, Jo. Ele interrompeu calmamente.
— Eu gosto de conversar contigo, e viajar contigo. Eu gosto do jeito que a sua mente pensa, eu gosto da sua risada, e gosto de você como pessoa. Ele deu de ombros, impotente.
— Me faz querer te ouvir rir mais, e descobrir no que está pensando, e me faz querer tirar suas roupas uma a uma e afundar meu pau no seu quente e úmido corpo de novo e de novo e de novo.
Joan olhou para ele com os olhos arregalados, inconscientemente lambendo os lábios enquanto suas palavras rodavam dentro da mente dela, formando imagens que fez borboletas baterem as asas em seu estômago.
— Mas eu sei que não deveria. Ele acrescentou solenemente, levantando a mão para passar um dedo levemente sobre os lábios dela no rastro deixado por sua língua.
— E eu vou tentar me comportar pelo resto da viajem, mas insisto que você viaje comigo. Você salvou a minha vida, moça, e eu não te farei arriscar a sua viajando sozinha porque tem medo de mim.
— Eu não tenho medo de você. Joan admitiu com um suspiro quando virou a cabeça.
— Eu tenho medo de mim mesma. Eu não pareço ser capaz de resistir a você e sei que deveria. Parece melhor evitar a tentação que falhar de novo em resisti-la.
— Bem, eu não ajudei com isso. Mas à partir de agora, vou fazer o meu melhor para manter as minhas mãos para mim mesmo. De acordo? Ele perguntou.
Joan olhou de volta para ele, conseguiu dar um sorriso e assentiu.
— Bom. Ele disse e, em seguida, incitou seu cavalo a sair da estrada.
— Para onde estamos indo agora? Perguntou ela com surpresa.
— De volta ao nosso acampamento. Quando percebi que você tinha ido embora, eu montei e corri atrás de você sem pensar em pegar a minha bolsa ou o faisão.
Com olhos arregalados, Joan olhou em volta, se perguntando como ela poderia não ter percebido que ele tinha voltado pelo caminho que eles vieram, quando ele a tinha posto diante dele. Obviamente, ela tinha estado distraída, Joan pensou, não tão surpresa. O homem tinha um efeito poderoso sobre ela. . . e ela sabia que era tola em ceder e não continuar sozinha, mas ela apenas parecia incapaz de dizer não, descer da montaria dele e ir embora.
Joan mandou esse raciocínio para longe dizendo a si mesma que isso não aconteceria novamente, que agora que eles tinham conversado, iriam resistir a atração que possuíam um pelo outro. Mas ela sabia que era mentira mesmo enquanto pensava nisso. Se Cam a beijasse, ela beijaria de volta, e não havia dúvida em sua mente de onde isso iria daí. Ela também sabia que ele a beijaria eventualmente. Poderia não ser hoje a noite, poderia até mesmo não ser amanhã, mas eventualmente, ele a beijaria e ambos se perderiam novamente. Ela sabia tudo isso, mas era mais fácil mentir para si mesma como ela fez.
— O faisão ainda está aqui.
Jo olhou ao redor enquanto cavalgavam para a clareira e notou o faisão ainda sobre o fogo, assim como o alforje dele ao lado do fogo apagado, mas ela meramente balançou a cabeça e deslizou para fora do cavalo quando ele o parou. Uma vez no chão, ela simplesmente ficou parada ali, sem saber o que fazer. Eles iam ficar, ou só pegar o faisão e a bolsa e partir?
— Nós ficaremos aqui novamente esta noite e sairemos ao amanhecer. — Cam anunciou enquanto desmontava e começava a tirar a sela de sua montaria.
Bem, isso respondia, Jo pensou ironicamente, mas se encontrou encarando Cam enquanto ele trabalhava. Ele não se incomodou com a camisa quando se vestiu para ir atrás dela. De fato, seu plaid estava meramente enrolado na cintura, em vez de posto corretamente. O que deixava seu peito e costas nus e ela parecia incapaz de parar de observar o jogo de músculos em suas costas enquanto ele trabalhava. O homem era um festim para os olhos.
E essa ia ser uma viajem muito longa de fato, ela pensou sombriamente quando seu olhar caiu para as pernas nuas dele abaixo do plaid. Não havia chance dela resistir a ele. Ela poderia muito bem apenas ceder e desfrutar dele enquanto tinha a chance. Joan estava completamente certa que nenhum outro homem iria excitá-la como ele. Cam seria provavelmente o único amante que alguma vez teria, uma estimada memória para aquecê-la em incontáveis noites frias. Ela poderia muito bem fazer tantas memórias quanto possível, ela argumentou.
— Se não parar de me olhar assim, moça, vai acabar desencadeando algo que não quer. Cam advertiu de repente, voltando-se para olhá-la com as mãos nos quadris de uma forma que sugeria que ele estava aborrecido.
— Talvez eu esteja querendo desencadear algo. Joan disse baixinho.
Cam ficou quieto brevemente e então inclinou a cabeça, a confusão estampada em seu rosto.
— Nós não acabamos de concordar que tentaríamos nos comportar?
— Sim. — ela disse, e então deu de ombros, impotente.
— Mas eu não quero. É por isso que eu estava indo embora, porque eu sabia que enquanto estivesse contigo o desejaria. E parece pra mim que é improvável que conseguiremos nos comportar, pelo menos não por mais de um dia ou dois. Então cederiamos, mas teriamos desperdiçado esses dois dias, então por que nos incomodar? Além disso, não é como se você pudesse colocar os ovos de volta na casca uma vez que os quebrou.
— Os ovos? Ele perguntou atônito, e ela esclareceu.
— Minha inocência se foi, e eu não posso tê-la de volta. Nos negar não vai mudar isso. Essa é uma longa jornada e...
Esse foi o quão longe ela chegou antes de Cam fechar a distância entre eles e puxá-la para seus braços. Joan foi de boa vontade com apenas uma pitada de arrependimento e auto-recriminação. Teria muito mais disso no final da jornada, ela estava certa, mas por agora, sua consciência estava contente em esperar.
— Acorde, moça. Estamos na Escócia.
Joan abriu os olhos e espiou sonolentamente ao redor, confusa de ínicio quanto aonde ela estava. Mas então percebeu que estava dormindo no colo de Cam sobre o cavalo. Ela obviamente cochilou, e logo depois que eles partiram, pelo que podia perceber. Ao menos ela não se lembrava de estar acordada por muito tempo depois de terem levantado acampamento e partido. Joan não estava muito surpresa que ela tinha dormido, eles estiveram acordados a maior parte da noite conforme Cam a ensinou muitos modos de encontrar a liberação que ele lhe deu.
— Sinto muito. Ela murmurou, endireitando-se na frente dele.
— Pelo o quê? Ele perguntou com surpresa.
— Por adormecer em cima de você. Explicou Joan.
— Você deve estar cansado também depois da noite passada.
— Eu dormi o dia todo ontem. Cam lembrou-a gentilmente.
— Eu estou bem. E você não tem nada do que se desculpar. Você precisava descansar. De fato, eu só te acordei porque tem uma pousada virando essa curva que eu estava pensando que nós poderíamos parar para a refeição do meio-dia.
— Oh. Joan disse com surpresa e sorriu.
— Isso parece bom.
— Sim. Também achei. — disse ele com diversão e incitou a sua montaria a se mover mais rápido agora que ela estava acordada.
A pousada em que pararam era um pequeno edifício bonito que ficava sozinho ao lado da estrada. Devia haver uma aldeia ou uma cidade por perto, mas Joan não fazia ideia de onde estava. Ela não podia ver nenhum outro edifício ao redor. Cam deixou seu cavalo com um cavalariço que correu a cumprimentá-los, então guiou Joan ao interior. A porta levava a um salão principal de bom tamanho munido com linhas de mesas de cavalete e uma escada que levava ao andar superior, onde, ela estava certa, haveria quartos para alugar. O salão principal estava vazio quando entraram, e Cam estava sentando Joan em um dos bancos que percorriam o comprimento da mesa quando uma porta no fundo da sala se abriu e um homem gorducho com um largo sorriso saiu para se juntar a eles.
— Bom dia, bom dia, senhores, e o que eu posso pegar para vocês neste belo dia? O homem disse alegremente enquanto caminhava ruidosamente até eles.
— Uma cerveja pra mim. Disse Cam.
— E para o rapaz? Perguntou o homem quando ele hesitou e olhou para Joan em questionamento.
— O mesmo. Disse ela, tentando usar uma voz mais profunda do que a dela. Não foi até o homem usou a palavra “menino” que ela se recordou como estava vestida. Engraçado como ela conseguia esquecer isso ao redor de Cam.
— E vão querer algo para comer também? O homem perguntou alegremente.
— Minha esposa fez um guisado de frango muito bom e uma sopa de feijão.
— Isso vai servir. Disse Cam, quando Joan assentiu.
— Dois, por favor.
— Bom, bom. Disse o homem esfregando as mãos.
— Sente-se, meu senhor, e eu vou avisar minha esposa para servir dois pratos, então vou pegar as bebidas.
Concordando, Cam sentou à mesa. Uma vez que o homem se afastou, ele sussurrou:
— Eu continuo esquecendo que você está vestida como um garoto. Realmente, agora que eu sei que você é uma garota fico espantado que já acreditei no contrário, com calções ou sem calções.
Joan sorriu levemente com o elogio e deu de ombros.
— Como minha mãe sempre disse, as pessoas vêem o que esperam ver. Vêem alguém em calções, e a maioria automaticamente me teria como um menino.
— Sim, acho que sim. Cam murmurou, mas sacudiu a cabeça mesmo assim, sugerindo que ele ainda não entendia como todo mundo não a reconhecia prontamente como uma mulher.
O anfitrião retornou com suas bebidas, seguido de perto por uma pequena mulher curvilínea carregando a comida deles. O guisado estava delicioso e farto e depois de comentar sobre quão boa a refeição estava, eles basicamente comeram em um silêncio sociável até que Joan perguntou:
— Quanto tempo você acha que levará para chegarmos nos MacKay?
Cam ficou em silêncio por um momento, e depois deu de ombros levemente.
— Uma semana e meia ou duas semanas.
Sua resposta fez as sobrancelhas dela subirem. Ela esperou que levasse muito tempo caminhando. Eles estavam a cavalo.
— Com nós dois nas costas dele, eu não quero fazer meu cavalo ir muito rápido. Cam explicou e depois sorriu.
— Além disso, por que apressar? Eu não tenho nada pela qual correr pra casa. Ele fez uma pausa e então perguntou:
— Você tem pressa em entregar a mensagem? Ela tem que chegar lá num certo momento?
— Não. Joan admitiu.
— Bom. Ele relaxou e sorriu.
— Então vamos ir com calma e aproveitar a viagem.
Joan assentiu e voltou sua atenção para a comida, mas ela sabia que ele queria aproveitar a viagem em mais de uma maneira. Ela também sabia que aproveitaria da mesma forma, então não se importou. Na verdade, ela estava bem satisfeita por saber que tinha mais uma semana e meia da companhia dele, ou talvez até duas semanas.
— Você pensou no que planeja fazer assim que tiver entregue a mensagem? Cam perguntou de repente e Joan olhou para ele atônita.
Depois de uma pausa, ela balançou a cabeça lentamente.
— Não. Voltar para casa para Grimsby suponho.
— Grimsby, sim, você disse que era de lá. Cam murmurou, seu olhar em sua comida.
Joan não fez comentários. Ela disse a ele que tinha nascido e crescido em Grimsby durante uma de suas conversas anteriores.
— Mas você não tem família lá, tem? Perguntou.
— Não. Ela admitiu.
— Minha mãe era a única família que tinha.
Ele assentiu e, em seguida, respirou fundo e disse:
— Você é uma curandeira talentosa. Essa é uma habilidade valiosa. Talvez você pudesse considerar se instalar em Sinclair e trabalhar lá.
Joan fez uma pausa e levantou a cabeça lentamente para olhar para ele, mas ele estava olhando para a própria comida com uma concentração completamente desnecessária. Evitando seu olhar quando fez a sugestão? Isso significava que ele queria que ela ficasse em Sinclair ou não? Estava ele fazendo a oferta por que sentia pena dela? Ou por que ele não queria que isso. . . o que quer que fosse, acabasse?
Joan não respondeu. Na verdade, a sugestão dele a tinha pego um tanto de surpresa. Ela não esperava isso. Joan nem mesmo tinha considerado que esse relacionamento que eles tinham, qualquer que fosse, poderia continuar além dessa viajem. E ela não estava certa se era uma coisa que o fizesse. Ela não desejava ser a amante dele, então não havia futuro para o que quer eles estivessem compartilhando nesse momento.
— Eu já volto. Cam disse de repente e ela olhou para cima para vê-lo levantar-se da mesa. Joan assentiu e viu quando ele caminhou até o dono da taverna. Sua curiosidade aumentou quando ele colocou a cabeça perto da do outro homem para murmurar numa voz que ela não podia ouvir. Joan, na realidade, se pegou se esforçando para ouvir o que ele estava dizendo, mas era impossível daquela distância. Se forçando a relaxar, ela voltou sua atenção em terminar o resto da sua refeição e estava justamente engolindo o último pedaço quando Cam voltou.
— Se você terminou nós deveríamos ir. Ele disse gentilmente.
Assentindo, Joan ficou de pé e se dirigiu à porta, mas se enrijeceu e olhou nervosamente ao redor quando ele pôs a mão nas costas dela para guia-la. O dono da taverna não estava à vista, no entanto. Ela relaxou lentamente e o permitiu conduzi-la para fora.
— Espere aqui. Vou buscar o cavalo. Cam murmurou quando saíram.
Joan assentiu, e o observou cruzar o pátio até os estábulos ao lado do edifício. Ele foi rápido, parecendo mal ter entrado quando já estava saindo, guiando a sua montaria. Ele mal andou um passos, no entanto, quando o dono da taverna correu até ele com um saco pequeno na mão. Cam pegou o saco e se virou para prendê-lo na sela. Ele então colocou a mão no alforje e retirou algo que se virou para dar ao dono da taverna. A julgar pelo sorriso radiante do homem, ela supôs que eram provavelmente moedas e se perguntou o que Cam comprou enquanto o via acenar ao homem, antes de montar e seguir em frente para apanhá-la.
Joan aceitou a mão que ele ofereceu, e acomodou-se na sela atrás dele quando ele a puxou para cima. Ela não perguntou por que ele a colocou atrás dele. Ela já sabia. O dono da taverna estava observando. Ela supostamente era um menino; dormir aninhada no colo dele não era o lugar habitual onde um menino camponês montaria com um lorde. Então ela simplesmente sentou-se em uma posição confortável e deslizou os braços ao redor da cintura dele.
Eles cavalgaram até o final da tarde antes de Cam encontrar um local para eles acamparem. Outra clareira, mas desta vez sem sequer um rio próximo e muito menos uma cachoeira. Serviria, ela supôs quando Cam a ajudou a descer de sua montaria.
— Eu vou caçar um jantar para nós. Ela anunciou quando Cam desmontou.
— Não há necessidade. Disse ele de uma vez, retirando três sacos presos a cela e pondo-os no chão.
— Eu comprei um pouco de carneiro assado do taberneiro antes de saírmos. Estamos bem para o jantar dessa noite.
Então é isso que ele tinha comprado, Joan pensou com um sorriso. Seria bom não ter que procurar algo para o jantar deles por uma noite. Além disso, carneiro vence coelho qualquer dia. Inclinando-se, pegou o saco menor que tinha visto o dono da taverna dar a Cam e rapidamente o abriu para olhar o interior, se perguntando se o taverneiro tinha incluído pão ou qualquer outra coisa com a refeição. A primeira coisa que viu foi um saco menor sobre a comida. Com as sobrancelhas subindo, ela o retirou e o abriu também, em seguida, derrubou o conteúdo sobre sua mão.
— O que...? — Ela começou com confusão e, em seguida, olhou para cima com surpresa quando Cam de repente estava lá, tomando o item dela.
— Você não deveria ver isso. — disse ele com o que parecia ser embaraço enquanto colocava o item de volta em seu pequeno saco.
— Intestino de porco? — Ela perguntou com diversão.
— Intestino de ovelha. — Cam murmurou e então suspirou e disse: — Eu sei que é um pouco tarde, mas eu pensei que se a gente ainda não te engravidou, então eu deveria usar o intestino e prevenir...
Ele parou quando Jo cobriu a boca dele com a mão. Por um momento ela não falou. Sua consideração a tocou. Isso mostrou pelo menos um pouco de apreciação da parte dele. Embora, para ser justo com o homem, ele tinha sido terrivelmente cuidadoso com ela quase desde o início.
— Obrigado. Disse ela finalmente, afastando a mão de sua boca.
— Mas não há necessidade disso. Eu estive mastigando sementes de praga do diabo todos os dias desde a nossa primeira vez juntos.
— Praga do diabo? Ele perguntou confuso.
— Alguns chamam isso de ninho de pássaro ou cenoura selvagem. Disse Joan, mas ele ainda parecia atônito. Aparentemente, ninguém que ele conhecia tinha usado a semente antes, ou não lhe disseram se o fizeram.
— Ela impede que a semente de um homem enraíze e dê frutos.
— Oh. — Ele murmurou, sobrancelhas subindo.
— Sua mãe. . . ?
— Uma das muitas coisas que ela me ensinou. Joan disse calmamente e, em seguida, entregou-lhe o saco de comida e passou por ele.
— Eu vou pegar lenha para a fogueira.
— Espere. Cam disse de repente, pegando seu braço antes que ela pudesse se afastar. Quando ela parou e virou-se para ele em questionamento, encontrou-o franzindo a testa.
— Isso não é perigoso, é? Eu ouvi falar de mulheres que tomaram coisas assim para esse propósito e morreram, envenenadas pelo o...
— Não. Isso é seguro. — disse ela tranquilizadora.
— As mulheres de que você ouviu falar provavelmente tomaram cicuta ou algo do tipo, o que expulsa um bebê, mas pode matar a mãe também. A praga do diabo não fará isso.
— Oh. . . bom. Ele soltou o fôlego com um suspiro, e depois entregou o saco de comida de novo e disse:
— Dê uma olhada e veja o que temos. Vou buscar a madeira.
Joan automaticamente pegou a bolsa, mas meramente o observou sair, se perguntando por que a conversa pareceu acalmá-los tanto.
O medo fez Joan mastigar as sementes no dia anterior. Ela não tinha pensado nelas até que estava se preparando para deixá-lo para seguir à diante sozinha. De fato, ela nem mesmo considerou o fato de que o que eles fizeram poderia deixa-la grávida até aquele momento. Suas preocupações tinham sido mais sobre o que aconteceu e por quê. Ela tinha começado a se afligir e se preocupar que fosse apenas uma conveniência para ele. Que qualquer mulher que estivesse com ele teria recebido suas atenções. Apesar de suas alegações de que gostava dela, ela não entendia como ele podia querê-la com o rosto inchado e machucado.
Joan tinha esquecido essa preocupação uma vez que ele a tocou e beijou, porém. Ela parecia não conseguir pensar em nada além das sensações que ele lhe causava quando fazia aquilo. Foi só depois, quando ela estava acordada e ele dormindo, que ela admitiu que simplesmente não conseguia resistir ao homem. Um toque e ela estava perdida. Então era melhor viajar sozinha e evitar a tentação que ele oferia completamente. Foi aí quando outras considerações conseguiram surgir em sua mente. . . como o fato de que agora já não era inocente. Isso não incomodou muito Joan. Ela nunca planejou se casar de qualquer forma, então não se preocupou com um futuro desapontamento de um marido com sua falta de pureza. Mas a possibilidade de estar grávida lhe ocorreu então também, e isso a tinha preocupado. Na verdade, a assustou para caramba, e Joan imediatamente vasculhou em sua bolsa medicinal pelas sementes de cenoura selvagem que sabia estarem lá.
Felizmente, tinha um monte delas, esperançosamente o suficiente para durar o resto da viagem, porque tinha certeza que precisaria delas.
Capítulo 7
Joan se aninhou mais contra Cam com um suspiro sonolento e sorriu quando a mão dele imediatamente deslizou por suas costas, massageando-a pelo material de sua túnica. O sorriso se desfez e ela torceu o nariz, porém, quando ele empurrou para baixo de seus ombros o plaid que os encapsulavam, expondo suas cabeças e ombros ao ar frio da manhã.
— Está frio. Ela reclamou com um pequeno tremor, tentando se refugiar mais perto.
— Sim. As noites estão esfriando. O verão está acabando. Ele acrescentou, não parecendo satisfeito.
Joan sorriu para a queixa em sua voz e deu de ombros enquanto dizia filosoficamente:
— Tudo chega ao fim.
Quando Cam ficou imóvel debaixo dela, ela levantou a cabeça para olhá-la em questionamento.
Cam a encarou de volta, sua expressão desanimada.
— Qual o problema? — Perguntou ela.
Ele hesitou, balançou a cabeça, e então de repente deixou escapar:
— Vem para Sinclair comigo depois que entregar a mensagem.
Agora foi a vez de Joan ficar imóvel. Ela o encarou de volta silenciosamente, sua mente repentinamente alvoroçada. Ele tinha mencionado a possibilidade dela trabalhar como uma curandeira em Sinclair na primeira taverna em que pararam na Escócia. Mas isso foi há duas semanas atrás agora e ele não tinha mencionado isso desde então. . . até agora. Embora, desta vez ele não disse nada sobre ela trabalhar.
— Como uma curandeira ou sua amante? Ela perguntou em voz baixa.
— Eu não ligo, só sei que não quero que isso acabe. Ele disse baixinho, acariciando a bochecha dela com os dedos de uma mão
— Eu preciso de você, Joan.
Ela baixou os olhos, infeliz, se perguntando o que esperava que ele dissesse em resposta à sua pergunta. Ela esperava que ele lhe pedisse para ir a Sinclair como sua amante? Como uma curandeira habilidosa que seria valiosa? Ou como uma esposa?
No final, porém, não importava o que ela esperava, Joan supôs. A verdade era, as duas últimas semanas foram as melhores de sua vida. Eles saíam tarde, paravam cedo, viajaram a passo de caracol e fizeram amor em todas as oportunidades, transformando uma viagem que poderia ter sido realizada em três dias com velocidade, em uma semana de orgia de prazer. Não foi apenas o ato de fazer amor que trouxe o prazer; conversar, rir, se banhar, caminhar e até mesmo comer foi prazeroso com esse homem. Nunca houve um tempo na vida de Joan em que ela riu tanto, ou sorriu tão frequentemente. Suas bochechas na verdade doíam ao fim do dia por todas as risadas e sorrisos que tinham numa base diária. Ela não podia imaginar uma vida mais maravilhosa do que uma passada com este homem.
Mas ela não podia tê-lo. Ela era uma plebeia, ele um nobre. O melhor que podia esperar era ser sua amante, vivendo à margem da vida dele, esperando-o vir visitá-la e trazê-la à vida. Joan seria miserável nessa vida, e ainda mais miserável quando ele se cansasse dela e parasse de visitá-la. Então ela sofreria eternamente, vendo-o com outras mulheres. Talvez ele até eventualmente cederia à pressão de seus pais e se casaria de novo, teria filhos, netos. . . Não. Ela simplesmente não podia fazer isto. Ela não se faria passar por isso.
Soltando o fôlego com um pequeno suspiro, Joan encontrou seu olhar e repetiu o que havia dito anteriormente:
— Tudo chega ao fim, Cam.
— Não isso. Disse ele de uma vez.
Joan hesitou, mas depois se levantou de cima dele. Percebendo que o plaid tinha vindo com ela deixando ele em nada além de sua camisa, ela se desembaraçou dele, com a intenção de deixá-lo cair de volta nele, mas ele já estava de pé.
Apanhando-a pelos braços ele a puxou para perto e beijou-a suavemente. Em seguida, ele descansou sua testa na dela e sussurrou:
— Não isso, Joan. Eu não quero que isso acabe.
— Mas eu sim. Disse ela baixinho e ele lançou a cabeça para trás como se ela o tivesse agredido. Joan quase se desculpou e explicou que ela não queria dizer que realmente queria que isso acabasse tanto quanto não queria que isso continuasse e, então, acabasse. Antes que ela pudesse, no entanto, o som de alguém limpando a garganta os distraiu, e os dois viraram a cabeça na direção do som.
Joan olhou atônita para o homem parado na borda da pequena clareira em que eles pararam na noite passada. Tão alto e largo como Cam, mas com cabelos escuros onde ele era loiro e talvez um par de décadas mais velho, o homem os olhou com uma expressão que era parte boas-vindas incerta e parte desconforto.
— Lord MacKay. Cam disse, liberando Joan e virando-se para o homem. — É um prazer te ver de novo.
Os olhos de Joan se arregalaram quando reconheceu o nome do homem que tinha viajado tão longe para ver. Este era o MacKay para quem sua mãe queria que entregasse a mensagem.
— Pra mim também. Disse Ross MacKay, embora Joan não poderia deixar de notar que seus olhos se desviaram para longe deles enquanto falava as palavras.
Cam não pareceu notar, no entanto, e perguntou:
— O que você está fazendo perambulando pela sua floresta à essa hora?
— Os homens na muralha relataram ter visto uma fogueira à noite. Ross disse calmamente.
— Então alguns homens e eu mesmo saímos esta manhã para ver o que isso significava.
Joan olhou bruscamente para Cam. Tinha sido no meio da tarde, quando ele decidiu que eles deveriam parar no dia anterior. Ele deve ter desejado mais uma tarde e noite com ela, percebeu, porque eles deveriam estar bem perto de MacKay para que a pequena fogueira que construíram à noite anterior fosse vista. Perto o bastante para não precisarem parar absolutamente. Ela supôs que deveria estar brava que ele não lhe disse que estavam tão perto e que continuassem, mas não estava.
— Onde estão os seus homens e cavalos? Perguntou Cam.
— Deixamos os cavalos um pouco pra trás e procuramos a pé pelo campo. Eu não queria alertar quaisquer inimigos da nossa chegada. Mas quando vi que era você e o rapaz aqui, eu mandei os homens de volta para buscar nossos cavalos.
O MacKay definitivamente parecia desconfortável quando apontou para Joan. Foi ele chamá-la de rapaz que a lembrou que estava disfarçada como um garoto. Enquanto Cam tinha removido seu plaid para envolver ambos para dormir e estava agora vestindo nada além de uma camisa eu mal cobria suas partes pudendas, ela tinha posto suas roupas antes de ir dormir para ajuda-la a combater a fria noite, incluindo seu chapéu em que seu cabelo estava enfiado debaixo. Ela entendeu o desconforto do homem agora. Ele se deparou com eles se abraçando, e sexo entre homens era considerado um pecado mortal pela igreja, punível com a morte.
Joan tirou o chapéu, deixando seus cabelos loiros escorrerem por sobre seus ombros e costas. Só então Cam disse:
— Ross, esta é Joan. Ela salvou a minha vida quando eu fui esfaqueado por um bandido e cuidou de mim até que eu me recuperei. Quando eu soube que ela estava á caminho de MacKay para entregar uma mensagem para você e sua esposa, eu me ofereci para escoltá-la em segurança até aqui.
— Oh, graças ao inferno por isso. — o MacKay soltou com alívio, sua postura relaxando. Balançando a cabeça, ele admitiu:
— Eu estava preocupando com o que fazer. Eu sei com uma maldita certeza que um dos meus homens iria delatá-lo ao padre para se salvar de um par de Aves Maria e então. . . Ele balançou a cabeça e caminhou para a frente, a mão estendida.
— Vou levar a mensagem e então deixar os dois em paz. Pareceu como se eu estivesse interrompendo algo quando fiz minha presença conhecida.
— Oh. Joan olhou para a mão dele, mas não tirou o pergaminho de onde repousava em sua camisa. Em vez disso, ela disse se desculpando:
— Está endereçado para Lady MacKay. Minha mãe disse que você era bem-vindo para lê-lo também, mas que eu deveria me assegurar que Lady MacKay lesse primeiro.
— Vou garantir que ela receba então. MacKay lhe assegurou, a mão ainda estendida.
Joan hesitou, mas depois sacudiu a cabeça.
— Minha mãe foi muito específica que eu entregasse isso nas mãos de Lady MacKay eu mesma.
Ele começou a franzir a testa para a recusa dela, mas então surpresa atravessou seu rosto enquanto suas palavras pareceram se fixar em sua mente.
— Sua mãe?
— A mensagem é da mãe dela. Ela estava em seu leito de morte quando a deu a Joan. Cam explicou, e depois acrescentou solenemente:
— Esse é um pedido de leito de morte e estou seguro que Joan quer seguir as instruções de sua mãe ao pé da letra e entregar a mensagem a sua esposa pessoalmente.
O MacKay franziu o cenho com isso, e então contraíu os lábios e perguntou:
— Quem é a sua mãe, moça?
— Maggie Chartres. Joan respondeu prontamente.
— Maggie Chartres? Ross repetiu, e era óbvio que ele não reconheceu o nome.
— Ela era uma curandeira. Cam ofereceu para ajudar, mas o homem apenas balançou a cabeça. Nada soava familiar para ele.
— Em Grimsby. Joan acrescentou, esperando que isso pudesse ajudar, mas o homem sacudiu a cabeça novamente e então suspirou.
— Bem, é melhor você voltar ao castelo conosco então, e entregar isso para Annabel e eu juntos, como solicitado. Disse ele solenemente, em seguida olhou para o Cam e provocou:
— Você pode querer vestir seu plaid primeiro, Campbell. As mulheres já ficarão todas animadas com como o encontramos quando os homens começarem a fofocar sobre isso. Não há necessidade de lhes dar uma cena para animá-las mais.
Cam fez uma careta para a provocação e se ajoelhou para pegar e sacudir o seu plaid, em seguida, começar a dobrá-lo. Ele estava quase terminando quando vários homens entraram na clareira com o cavalo do MacKay. Joan estava extremamente contente que se revelou como uma garota quando viu as expressões em seus rostos. Eles obviamente viram o abraço dela e do Cam também e chegaram a todas as conclusões erradas. Suas expressões em descobrir que ela era do sexo feminino variou de alívio à sorrisos lascivos.
Consciente de que estava corando, Joan começou a torcer o chapéu em suas mãos e baixou a cabeça para observar Cam trabalhando.
— Pare de olhar estupidamente e sele o cavalo de Lord Sinclair por ele enquanto ele se veste. MacKay ladrou de repente.
Joan se assustou com a ordem dura, mas assentiu e se virou para correr pela clareira até onde Cam tinha amarrado as rédeas do cavalo em uma árvore, mas o MacKay a agarrou pelo braço quando ela passou, fazendo-a parar quando disse gentilmente:
— Eu estava falando com os meus homens, moça.
— Oh. Ela murmurou, só então notando que dois dos homens tinham desmontado para se apressar a cumprir as ordens de seu Senhor. Um pegou a sela e começou a colocá-la no cavalo, enquanto o outro recolheu a bolsa tanto de Cam quanto a dela e as carregou, esperando para atá-las à sela.
— Maggie Chartres de Grimsby. MacKay murmurou de repente, e Joan olhou para ele, esperançosa. Ela estava bem curiosa para saber como sua mãe conhecia esse poderoso lord e sua esposa, mas ela podia dizer prontamente pela expressão dele que o nome ainda não trouxe nenhuma memória. Encontrando seu olhar, o MacKay a olhou de cima a baixo e perguntou: — Você se parece com ela?
— Eu não acho. Joan disse se desculpando.
— Tem certeza? Ele perguntou, examinando suas características.
— Você me lembra alguém. Ele franziu a testa.
— Isso está se remexendo no fundo da minha mente como um verme, mas não consigo dizer o que é ainda.
Joan franziu a testa, mas disse:
— Minha mãe tinha cabelos escuros e olhos verdes, em vez de meus cabelos loiros e olhos cinzentos, e ninguém nunca disse que nos parecíamos. Eu acho que puxei minha aparência do meu pai.
— Hrrmph. O MacKay murmurou e, em seguida, olhou para Cam enquanto ele se aproximava.
— Vamos? Perguntou Cam, segurando o braço de Joan firmemente e a afastando do MacKay.
Ross MacKay arqueou uma sobrancelha para o que poderia ter sido interpretado como um ato ciumento, mas acenou com a cabeça e se voltou para seu cavalo.
— Vamos embora.
— Sim. Cam murmurou e incitou Joan até seu cavalo. Uma vez lá, ele montou, e depois inclinou-se para pegá-la e levantá-la sobre o animal diante dele. Ele ficou em silêncio o tempo todo. Isso, combinado com a sua rigidez, disse-lhe que ele estava com raiva. Ela suspeitava que era porque ela disse que queria que isso acabasse. Explicar o quê ela quis dizer quando disse isso provavelmente teria diminuído a raiva dele, se não a acabasse por completo, mas ela não fez isso. Parecia melhor para ela que ele estivesse com raiva. Seria mais fácil para ambos. Não teria nenhum rompimento emocional agora. Ele provavelmente a deixaria nas portas da fortaleza e iria para casa prontamente. De fato, ela estava surpresa que ele não tinha simplesmente a entregue para Ross e ido embora já. Especialmente quando ela percebeu o quão perto do castelo MacKay eles tinham acampado. Lhe pareceu que pouco mais que uns poucos momentos se passaram antes deles estarem saindo da floresta para o vale que cobria a pouca distância restante até o muro do castelo.
Terrivelmente ciente do silêncio embasbacado que os guerreiros MacKay estavam fazendo, Joan ficou grata pelo curto percurso. Isso a fez desejar que tivesse tido a chance de se trocar antes de os encontrar. Não que ela tivesse um vestido que pudesse pôr, não mais, mas seus olhares a faziam desejar que tivesse.
E apesar do fato de que Cam estar com raiva facilitaria a separação deles, Joan desejava que ele não estivesse bravo com ela e que pudesse conversar com ele. Embora ele tenha se tornado seu amante, eles começaram como amigos quando ele pensou que ela era um garoto, e ela estava de repente bem nervosa com o que poderia estar na mensagem que sua mãe tinha lhe dado. Uma mensagem que insistiu que Joan entregasse pessoalmente apesar do risco que implicava a jornada. Ela ansiava falar com ele sobre isso, mas não podia. Para fazer isso teria que explicar seu comentário de mais cedo e aliviar a raiva dele, e se fizesse isso. . .
Joan engoliu em seco e olhou para as mãos dele nas rédeas. Se ela explicasse, ele iria com certeza saber o quão importante tinha passado a ser para ela. Saberia o quão tentada estava de ficar com ele, e poderia muito bem usar isso contra ela. Um beijo, uma carícia, e umas poucas palavras doces e ela sabia que acharia difícil não jogar a precaução ao vento e ir para Sinclair com ele. Era algo com que já estava lutando. A única coisa impedindo-a era seu medo do futuro, seu medo de que, apesar de suas precauções, o filho dele se assentaria em sua barriga. E o medo do inevitável dia quando ele se cansaria dela e seguiria em frente.
Uma imagem súbita veio a ela, dela de pé no frio e na neve, uma criança nos braços, vendo Cam beijando e acariciando outra mulher atrás de um estábulo. Quebraria seu coração passar por isso, Joan sabia. Não, ela se assegurou, era melhor tratar o relacionamento deles como um membro infectado e simplesmente cortá-lo agora ao invés de esperar que a podridão se espalhasse para o resto do corpo. Iria doer de qualquer forma, mas dessa forma pelo menos ela poderia manter algum orgulho e talvez um pequeno pedaço de seu coração.
— Deixe o seu cavalo. Os homens cuidarão dele. — o MacKay disse quando eles puxaram as rédeas dos cavalos ante as escadas da fortaleza e desmontaram.
Cam olhou ao redor para acenar para essas palavras. Ele então virou-se, com a intenção de baixar Joan, mas ela já tinha descido do animal sozinha.
Ela não conseguia nem mesmo suportar que ele a tocasse agora? Ele se perguntou amargamente enquanto ela se apressava a seguir Ross pelos degraus até a fortaleza, claramente evitando que ele pegasse seu braço para acompanhá-la. Parecia que agora que ele a tinha trazido em segurança ela se fartou dele. Isso fez Cam se perguntar se ela não o deixou dormir com ela como um meio para simplesmente garantir sua proteção durante a jornada. Certamente, ela deixou claro que não tinha desejo de aprofundar sua relação.
Não isso, Joan. Eu não quero que isso acabe.
Mas eu sim.
Suas palavras e a resposta dela tinha ecoado pela cabeça de Cam repetidamente no curto percurso até a fortaleza. Em sua memória, ele soava como um rapaz apaixonado implorando pela a atenção dela. E ela como uma harpia sem coração, o rejeitando. Ele pensou que pelo menos eram amigos, mas depois de toda as suas conversas, risos, e paixão, ela o recusou definitivamente e sem pensar duas vezes.
Com a boca apertada, Cam os seguiu pelos degraus. Ele realmente queria montar seu cavalo e cavalgar para casa para lamber suas feridas, mas o orgulho não permitiria isso. Ele ficaria para descobrir o que estava na mensagem e, talvez, participar da refeição que sabia que Lady MacKay certamente ofereceria. Então iria para casa como se fosse a coisa mais natural do mundo e ele não estivesse ferido e zangado.
— Não! Jasper, não! Pare! Não... Oh! Me dê isso, seu cão terrível!
Cam olhou ao redor com curiosidade para as chamadas aflitas enquanto seguia Joan e Ross ao interior da fortaleza, seus olhos encontrando Lady MacKay através do grande salão, perseguindo seu cão, Jasper, em torno das cadeiras perto do fogo. Seus olhos se arregalaram ligeiramente, mas, em seguida, ele notou o pano na boca do animal e percebeu o problema bem quando Jasper os viu e correu na direção deles.
Ross inclinou-se para pegar o cão enquanto este investia para a frente, mas o animal foi rápido e o contornou, direto para os braços de Cam.
— Pronto. — ele murmurou, gentilmente puxando o que parecia ser uma camisa da boca do animal, mesmo enquanto lutava para segurar o animal agitado. O cão estava abanando o rabo tão intensamente, que a parte inferior inteira de seu corpo estava balançando de um lado ao outro como uma cobra e era difícil segurá-lo.
— Obrigado, Cam. Disse Annabel com um suspiro exasperado enquanto corria até eles.
— Eu juro que esse cão vai me matar.
Cam sorriu ligeiramente, mas manteve-se sobre um joelho para afagar o cachorro com uma mão enquanto entregava a camisa para Lady MacKay com a outra.
— Quando Jasper começou a roubar roupas? E com que diabo você está alimentando a besta? A última vez que o vi, ele parecia velho e cansado. Agora ele está tão brincalhão quanto um filhote.
— Ele é um filhote. Disse Annabel, aceitando a camisa.
— Perdemos Jasper Segundo no fim do inverno. Explicou Ross.
— Este é Jasper Terceiro. Ele tem cerca de sete meses de idade agora.
— Sim, e ele é tão fã de mastigar roupas quanto Jasper Primeiro foi de queijo. Disse Annabel com irritação.
Cam desviou o olhar de volta para Jasper III, as sobrancelhas subindo. Aos sete meses de idade o filhote ainda estava crescendo, ainda assim ele já era facilmente tão grande quanto Jasper II tinha sido totalmente crescido. O animal ia ser enorme.
— Obrigado por salvar a camisa de Payton. Eu tinha acabado de consertar um rasgo nela quando Jasper decidiu que deveria pegá-la. Annabel disse ironicamente, verificando a camisa agora.
— Felizmente, ele não parece ter feito qualquer dano. . . desta vez.
— O prazer é meu. Cam disse, dando ao cão um último afago e se endireitando.
— É bom te ver, Cam. Disse Annabel.
— Como está a sua mãe?
— Bem, tanto quanto sei. Cam disse com uma careta.
— Oh, sim, você esteve longe durante todo o verão. Annabel recordou, e depois sorriu.
— Ela vai ficar feliz de vê-lo em casa.
— Sem dúvida.Disse ele calmamente.
Annabel assentiu e, em seguida, olhou com curiosidade para Joan, piscando quando ela notou seu cabelo fluindo pelas costas. Sem dúvida, Lady MacKay tinha pensado que ela era um menino à primeira vista, Cam percebeu e dificilmente poderia culpá-la. Embora o cabelo de Joan agora estava solto, não era imediatamente óbvio jogado para trás sobre os ombros como estava. Ela também usava os calções e a túnica que tinha usado quando ele a encontrou pela primeira vez. Qualquer um teria pensado que ela era um homem à primeira vista.
— Esposa, esta é Joan. MacKay disse calmamente.
— Cam a encontrou em seu caminho de casa e quando soube que ela estava vindo aqui para entregar uma mensagem, ele se ofereceu para acompanhá-la.
— Oh, isso foi gentil. Annabel disse, e ofereceu a Joan um sorriso. — Bem, sejam ambos bem-vindos. Devem estar cansados depois da viagem de vocês. Venham se sentar à mesa e eu irei pedir a uma das empregadas para buscar para nós alguns alimentos e bebidas.
— Obrigado. Cam murmurou, e tomou o braço de Joan para orientá-la a seguir Annabel quando Lady MacKay virou-se para conduzi-los pelo grande salão. Sua anfitriã fez uma breve pausa à mesa de cavalete, gesticulando para eles se sentarem, e então se apressou em direção à porta da cozinha.
Ross sacudiu a cabeça enquanto observava Jasper correr atrás dela.
— Esse maldito cachorro a segue para todos os lugares. Disse ele com desgosto, e depois sorriu ironicamente e acrescentou:
— Bem, quando ele não está seguindo Annella.
— Annella? — Joan perguntou curiosa.
— A nossa filha. Explicou Ross.
— Uma delas, de qualquer forma. Temos duas filhas e um filho, Annella, Sabena e Payton. Annella é a nossa filha mais velha, embora seu irmão Payton é três anos mais velho.
— Oh, entendo. Joan murmurou enquanto se sentava à mesa.
— Annella e Annabel mimam o cachorro. Ross acrescentou com um pequeno sorriso.
— Ambas lhes dão pesticos toda hora, mas Annella deixa ele dormir no pé da sua cama, por isso, se ela está por perto, ele a segue. Quando ela não está, ele não saí do lado da minha esposa.
— Ah. Joan murmurou com compreensão.
— Onde estão Annella, Sabena e Payton? Cam perguntou, curioso.
— Payton está no campo de treinamento e eu acredito que suas irmãs estavam indo para o pátio atrás das cozinhas para ver se as maçãs estão prontas para a colheita. Elas colocaram na mente fazer o cozinheiro lhes fazer tortas de maçã.
— Ah. Cam disse com um leve sorriso enquanto se acomodava no banco ao lado de Joan, de modo que ela se sentava entre ele e Ross. Foi então que notou a protuberância do pergaminho que ela tinha mantido escondido em sua túnica durante a maior parte da viagem. A única vez que ela o tirou desde a sua sugestão de que ela o guardasse lá foi quando não estava usando a túnica. Eles sempre tiveram o cuidado de enrolá-lo no pano, todavia, para mantê-lo seguro. . . bem, houve uma ou duas vezes quando eles estiveram um pouco distraídos demais para se preocupar, ele reconheceu, e por um momento ficou inundado em memórias daqueles momentos em que a paixão dominou ambos por completo.
Pelo menos, Cam pensou no momento que ambos estavam dominados completamente pela paixão, mas agora se perguntava se Joan realmente sentiu algo, ou se esteve fingindo prazer para agradá-lo e obter sua ajuda. Para Cam, sua paixão tinha sido totalmente absorvente e viciante. Ele não só queria que continuasse, sentia como se precisasse dela, como se não estaria verdadeiramente vivo sem ela por perto. Ela, aparentemente, não se sentia da mesma maneira, ele pensou sombriamente, e depois olhou em volta para o som da porta da cozinha se abrindo com um rangido. Annabel estava retornando com dois servos em seus calcanhares; um carregava um jarro e canecas, e o outro transportava uma bandeja com pasteizinhos nela.
— Aqui estamos nós. Annabel disse vivamente quando chegou à mesa e acomodou-se no banco ao lado do marido.
Cam sorriu para a mulher. Ele conhecia Lady Annabel pela maior parte de sua vida. Ela tinha, pelo menos, quatro décadas de idade, mas tinha envelhecido bem. Ainda assim, ela tinha envelhecido nos vinte anos desde que a viu pela primeira vez quando menino. Sua figura sempre curvilínea tinha ficado um pouco mais arredondada, seu cabelo escuro estava agora polvilhado levemente com cinza, e seu rosto bonito carregava os traços de rugas de felicidade ao redor dos olhos e da boca. Apesar disso, ele a achava uma mulher bonita, mas então sabia que ela era gentil e carinhosa e, talvez, isso coloria suas percepções.
Seu olhar se deslizou ao lado para Joan e deixou seus olhos vagar sobre seu rosto. Ela tinha se recuperado durante a viagem. O inchaço tinha desaparecido fazia tempo e apenas uma leve sugestão de hematomas permanecia agora. O que restou foi uma mulher tão bonita para ele quanto Lady Annabel. Quando ele a viu, os olhos de Joan estavam tão inchados que pareciam fendas. Agora eles eram grandes e estavam bem abertos, revelando que eram de uma bela cor azul acinzentado. O corte no nariz tinha curado, mas deixou uma pequena cicatriz que iria desaparecer com o tempo, mas era pequena, quase imperceptível para ele, e o corte em seu lábio tinha curado também, deixando uma similar linha débil. Sua boca era bonita mesmo assim, bem formada e cheia o suficiente para que se ele não soubesse a verdade, Cam teria pensado que ela estava ainda um pouco inchada.
— Então! Ross disse, uma vez que os servos terminaram de pôr a comida e bebida diante deles e se dirigiram de volta para a cozinha.
— Joan tem uma mensagem para você.
— Pra mim? Perguntou Lady Annabel com espanto.
— Quem me enviaria uma mensagem?
— A mãe dela. Respondeu Ross.
— Maggie Chartres.
Annabel franziu a testa, mas depois sacudiu a cabeça e disse:
— Eu não conheço esse nome.
Ross assentiu como se esperasse isso e, em seguida, virou-se para olhar para Joan com expectativa.
— A mensagem?
— Oh. Joan murmurou de repente e se levantou.
— Há algo de errado? Ross perguntou, as sobrancelhas subindo.
— Não, eu só. . . Joan corou, sua mão subindo para tocar o pergaminho através de sua camisa. Ela então fez uma careta, balançou a cabeça, passou por cima do banco e se afastou um par de passos.
— Ela o manteve em sua pessoa para mantê-lo seguro durante a viajem. — Cam explicou baixinho quando Lord e Lady MacKay encararam Joan com curiosidade.
— Quando me deparei com ela na estrada, bandidos estavam tentando roubar sua bolsa com a mensagem dentro, então eu sugeri que ela o colocasse na túnica em vez disso.
— Ah. Lady Annabel murmurou com compreensão, enquanto seu marido meramente assentir e relaxou.
Cam olhou novamente para Joan então, notando que ela tinha retirado o pergaminho, mas estava apenas parada ali, o olhando. Depois de uma hesitação, ele se levantou e se moveu para se juntar a ela.
— Há algo de errado?
Joan olhou para cima, um olhar assustado no rosto, quase como se tivesse esquecido que ele estava lá, Cam pensou. Mas depois de um momento, ela balançou a cabeça.
— Não. Eu só . . . minha mãe . . .
Ela abaixou a cabeça para esconder as lágrimas que repentinamente inundaram seus olhos e Cam quase suspirou para si mesmo. Ele estava zangado e magoado nesse momento, mas não podia ficar parado e vê-la sofrer sem tentar consolá-la. Com a boca apertada, ele a puxou contra seu peito para afaga-la nas costas sem jeito.
— Está tudo bem.
— Eu não sei por que estou ficando toda chorosa. Joan fungou contra seu peito.
— Você carregou essa mensagem desde que sua mãe morreu. Ele ressaltou.
— Essa é sua última conexão com ela. É claro que você se sente triste em deixá-la.
— Sim. Joan balbuciou, levantando a mão para limpar as lágrimas do rosto. Ele estava certo, é claro, esta era a última conexão que tinha com sua mãe, e ela estava experimentando um tipo de luto por ter de desistir dela. Mas era mais do que isso. Entregar esta mensagem tinha sido seu único propósito desde a morte de sua mãe. Uma vez que a entregasse, o dever estava cumprido. Ela já não teria um propósito e Joan não tinha idéia de onde iria quando deixasse esse lugar. Frei Wendell havia deixado claro que ela não era necessária em Grimsby. Ela não tinha nenhuma casa para onde ir. Nenhuma família para acolhê-la. E acima de tudo, entregar esta mensagem realmente significava o fim de seu vínculo com Cam também. Ele havia prometido trazê-la em segurança aqui e o tinha feito. Ele poderia ir embora a qualquer momento. Na verdade, ainda estava surpresa que ele já não tivesse ido. Mas uma vez que entregasse o pergaminho isso certamente seria o fim de tudo entre eles.
Tudo isso combinado a fez querer sentar e chorar. Em vez disso, Joan respirou fundo, limpou as lágrimas do rosto de novo e endireitou os ombros. Erguendo o rosto, ela balançou a cabeça solenemente para Cam.
— Obrigado. Por tudo.
Ele abriu a boca para dizer algo, mas então abruptamente a fechou, assentiu com firmeza e fez um gesto para ela liderar o caminho de volta à mesa.
Joan hesitou, querendo dizer algo, qualquer coisa para aliviar sua expressão dura e fazê-lo pelo menos sorrir, se não rir. Mas suspeitava que a única coisa que poderia conseguir isso era concordar em ir para Sinclair com ele e ela não podia fazer isso. Simplesmente não podia, por isso, suspirando, ela balançou a cabeça e virou-se para caminhar de volta para a mesa.
— Obrigado. Annabel murmurou, pegando o pergaminho quando Joan parou atrás dela e o estendeu.
Joan meramente assentiu e voltou para reclamar seu lugar ao lado de Lord MacKay. No momento em que estava sentada, Cam sentou ao seu lado. Ela notou que ele se virou para ver Lady Annabel abrir o pergaminho então. Lord MacKay estava assistindo sua esposa com curiosidade também. Joan apenas pegou sua bebida e tomou um gole. Ela estava curiosa também quanto ao que estava na mensagem, mas não esperava descobrir. Sua própria mãe se recusou a lhe dizer. Por que o faria Lady Annabel?
Uma arfada de Lady Annabel fez Joan baixar sua bebida e olhar para a mulher.
— O que é? Perguntou Ross, a preocupação juntando suas sobrancelhas.
— Maggie Chartres era uma curandeira em Bedfordshire. Ela serviu a aldeia e a Abadia de Elstow. Ela conhecia minha irmã, Kate. Annabel murmurou, seus olhos ainda se movendo rapidamente sobre as palavras escritas no pergaminho.
— Hmm. Ross resmungou, não parecendo feliz com esta notícia. Ele então virou-se para Joan quase acusador. — Você disse que era de Grimsby. Não fez nenhuma menção a Bedfordshire ou a Abadia de Elstow.
— Vivemos em Grimsby a minha vida inteira. — Joan disse impotente. — E minha mãe nunca mencionou Bedfordshire ou a Abadia de Elstow.
Ross fez uma careta, mas olhou de volta para sua esposa quando ela sussurrou:
— Oh, não.
— O que é? — Ele perguntou prontamente, e parecia preparado para qualquer coisa.
— Kate morreu há vinte anos. Annabel sussurrou, ainda lendo.
Para surpresa de Joan, Lord MacKay realmente parecia aliviado com a notícia e disse:
— Bem, pelo menos nós não temos que nos preocupar que ela venha aqui para causar problemas de novo.
Quando Joan instintivamente olhou com os olhos arregalados para Cam, ele inclinou a cabeça para ela e murmurou:
— Ela os roubou e tentou matar Lady Annabel quando ela e Ross eram recém casados.
Joan ficou boquiaberta com esta notícia, mas depois olhou bruscamente para Lady Annabel quando ela engasgou novamente.
— O quê? Lord MacKay perguntou bruscamente e o homem estava apertando as mãos como se lutando contra o desejo de arrebatar a mensagem de sua esposa e lê-la por si mesmo.
— Ela estava grávida quando chegou à abadia. O filho de Grant. — Annabel disse, ainda lendo. — Ela morreu no parto.
Ross MacKay endureceu e, em seguida, virou-se lentamente para olhar para Joan, uma expressão estranha em seu rosto.
Ela se mexeu desconfortavelmente sob o seu olhar, sem saber a razão para isso.
— A abadessa escreveu à mãe e ao pai na época para que eles soubessem, mas eles responderam que a única filha que tinham era eu. Kate estava morta para eles e não seriam sobrecarregados com o peso de seu filho. Annabel continuou sombriamente, raiva passando por seu rosto.
— Bastardos. Ross soltou, ainda encarando Joan.
— Maggie sugeriu a abadessa escrever para mim para me falar sobre a morte da Kate e do bebê, mas a abadessa se recusou. Lady Annabel disse, soando horrorizada enquanto continuava narrando.
— Ela disse que nós tínhamos pago para Kate ser levada embora e dificilmente estaríamos interessados em sua filha. Ela também disse que, embora a abadia tinha recebido um dote para acolher Kate, ela não sentia qualquer responsabilidade para com a filha de Kate e não tinha intenção de criá-la.
— Puta velha. Ross resmungou, ainda olhando para Joan.
— Então, ela a deu a Maggie para levar embora. — Annabel continuou enquanto lia.
— E Maggie. . .
Joan desviou seu olhar do olhar estranho de Lord MacKay e fitou com curiosidade a sua esposa quando ela fez uma pausa. Lady MacKay continuou a ler por um momento e depois baixou o pergaminho e levantou a cabeça para encará-la diretamente.
Foi lorde MacKay que adivinhou:
— E Maggie nomeou o bebê de Joan e o criou como seu.
Capítulo 8
— O quê? — Joan realmente riu com a sugestão, uma curta risada nervosa, mas uma risada mesmo assim. A idéia era apenas tão ridícula. Ela balançou a cabeça.
— Não. Eu sou filha de Maggie Chartres, não dessa Kate. Ela o assegurou.
— Você se lembra que eu disse que você me lembrava alguém, não? Lord MacKay perguntou em voz baixa.
— Bem, eu soube quem, no minuto que a minha esposa mencionou que Kate estava grávida quando foi para à abadia. Você é a cara da sua mãe.
Joan balançou a cabeça em negação, e depois olhou para cima sobressaltada quando Annabel de repente estava atrás dela.
— Meu marido está certo. Você é a imagem espelhada da Kate. A mulher disse solenemente.
Ainda balançando a cabeça, Joan ficou parada para evitar ter de erguer a cabeça para olhar ao redor e se afastou um passo da mulher.
— Minha mãe era Maggie Chartres. Ela me criou.
— Sim, Maggie criou você e te amou como uma filha, mas você nasceu da minha irmã. Annabel disse calmamente.
— Você é filha de Kate com o marido Grant. A minha sobrinha.
— Não. Joan insistiu, afastando-se mais um passo como se a distância fosse fazer de sua negação uma verdade.
— Ela teria me dito.
— Ela não queria te ferir. Annabel disse suavemente.
— Meus pais haviam rejeitado você e ela temia que nós também o faríamos. Ela terminou a carta dizendo que nunca planejou te contar, nunca, mas quando percebeu que estava morrendo e que você ficaria sozinha nesse mundo, ela decidiu te mandar pra nós com essa mensagem. Ela pediu que se nós nos sentíamos como os meus pais e não tivéssemos interesse em reivindicar você, para fazer o favor de simplesmente te mandar seguir seu próprio caminho para que nunca soubesse que não foi desejada.
Joan simplesmente olhou para ela atônita, sua mente lutando para aceitar o que estava sendo dito. Sua mãe não era sua mãe? Ela era a filha da irmã de Lady MacKay, Kate? Uma mulher que tinha, aparentemente, tentado matar a gentil mulher diante dela. Joan virou-se abruptamente para longe em direção as portas da fortaleza.
— Eu devo ir. Eu entreguei a mensagem e deveria deixá-los em paz agora.
— Não. Annabel protestou, pegando sua mão e parando-a.
— Você não pode ir.
Joan se voltou e olhou-a com perplexidade.
— Por quê? Se é verdade que sua irmã era minha mãe, você não pode me querer aqui. Cam disse que ela tentou te matar.
Quando Annabel se voltou de cara feia para Cam com esta notícia, ele fez uma careta de desculpa.
— Desculpa. Eu não sabia que ela era filha dela quando disse isso.
Annabel suspirou e, em seguida, virou-se para Joan e apertou suas mãos suavemente.
— Isso foi há muito tempo atrás, Joan, e sua mãe estava apenas. . . Ela hesitou brevemente e, em seguida, terminou:
— Confusa.
Ross bufou, mas parou abruptamente quando sua esposa olhou para ele e moveu-se para se juntar a eles.
— Eu não diria que sua mãe estava confusa exatamente, mas minha esposa está certa, isso foi há muito tempo. Eu isso não importa de qualquer forma. Nós não a responsabilizamos pelas ações da sua mãe. Você é nossa sobrinha. Família. . . e é bem-vinda aqui.
— Veja! Annabel sorriu para o marido, seu sorriso ainda grande quando se virou para Joan. Apertando as mãos, ela anunciou:
— Você vai ficar aqui. Seus primos ficarão tão felizes de te conhecer e... Ela parou bruscamente, arregalando os olhos.
— Oh céus. Devemos banhá-la e trocá-la antes deles... Parando novamente, ela virou-se para o marido, a boca abrindo.
— Eu vou fazer as empregadas subirem a banheira. Ross disse antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.
— Obrigado, marido. Annabel inclinou-se para beijar a bochecha dele. Tomando o braço de Joan então, ela começou a conduzi-la em direção à escada, acrescentando:
— Faça-os trazê-la para o quarto vazio. Joan pode tê-lo para si mesma.
— É melhor colocá-la no quarto de Sabena por agora. Ross respondeu.
— Cam ficará no quarto vazio.
— Oh. Annabel parou para se voltar e Joan também o fez, tão surpresa com esta notícia quanto a mulher mais velha revelou estar quando disse:
— Eu sinto muito, Cam. Eu não tinha percebido que você ficaria.
— Eu também não tinha percebido quando cheguei. Cam disse baixinho.
— Oh, entendo. Lady Annabel disse, mas sua expressão deixou claro que ela não entendia. Nem Joan. Ela realmente pensou que ele iria sair agora e isso era a última coisa que esperava. Bem, não, não a última coisa, ela reconheceu. A última coisa que poderia ter esperado era descobrir que sua mãe não era sua mãe e ela era uma sobrinha dos MacKays.
Com a mente ainda lutando com essa descoberta, Joan deixou suas preocupações sobre o que Cam ia ou não fazer passar por agora e ouviu quando Lady Annabel anunciou que ela era praticamente do mesmo tamanho que sua filha Annella e poderia emprestar um dos vestidos da menina até que pudessem fazer alguns para si mesma. E embora não pudesse dormir no quarto vazio até que Cam fosse embora, ela poderia se mudar para ele então e seria seu.
Família, vestidos caros, seu próprio quarto. . . era o suficiente para atordoar uma garota, pelo menos uma garota que cresceu em uma cabana que era simplesmente um cômodo com uma lareira no canto, uma mesa velha e frágil, duas cadeiras e espaço para colocar paletes para si mesma e sua mãe à noite. Uma cabana que deixou de ser seu lar quando sua mãe, sua última família sobrevivente, tanto quanto ela sabia, morreu. Até momentos antes Joan esteve sem família, possuindo nada além das roupas em suas costas e as ervas em sua bolsa, e agora. . .
Ela balançou a cabeça com perplexidade, sobrecarregada pelas mudanças ocorrendo tão rapidamente em sua vida.
Cam observou Joan até que ela desapareceu em um dos quartos no patamar superior com Lady Annabel, e, em seguida, virou-se lentamente para encontrar Ross observando-o.
— Você sabe por que está ficando? O homem mais velho perguntou.
— Sim. Cam disse simplesmente.
Lord MacKay levantou a cabeça e olhou para ele com interesse.
— Você não vai protestar que não sabia que ela era minha sobrinha então não deveria arcar com as conseqüências?
— Não. Ele respondeu e deu de ombros.
— Isso pouco importa. Ela é sua sobrinha. Tomei sua inocência, e devo me casar com ela.
Ross relaxou e fez um gesto para a mesa de cavalete.
— Sente-se e beba sua cerveja. Não tenho dúvida que você precisa dela agora. Vou só ordenar o banho para Joan e avisar o cozinheiro para preparar um banquete e depois me junto a você. Poderia me convir uma cerveja ou dez eu mesmo depois das revelações de hoje. Balançando a cabeça, ele virou-se e dirigiu-se para as cozinhas murmurando:
— Kate teve uma filha. Inferno, espero que ela não seja nada parecida com ela.
Cam estremeceu com essas palavras, em seguida, mudou-se para sentar-se à mesa de cavalete novamente. Ele não pegou sua caneca imediatamente, no entanto. Ele estava se sentindo um pouco peculiar no momento e apenas se sentou esperando seu mundo se endireitar. Cam soube no momento em que Ross supôs que Maggie Chartres manteve a filha de Kate, a nomeou Joan, e a criou como sua própria que ele estava certo. Ele também soube naquele momento que teria que se casar com a moça. Como disse, ela era sobrinha do MacKay. Ele tinha tomado sua inocência. Assim sendo, a honra exigia que ele se casasse com ela. Era simples assim.
O que não era tão simples era como se sentia sobre isso.
Na verdade, Cam não tinha certeza de como se sentia. Supôs que deveria estar feliz. Ele queria manter Joan com ele e terem de se casar, certamente, garantiu que isso aconteceria. Por outro lado, ela rejeitou o seu pedido de que viesse a Sinclair com ele, e não apenas recusou, mas quando ele disse que não queria que o que eles tinham acabasse, ela respondeu com: “Mas eu sim”. Embora Cam odiava admitir, mais do que o seu orgulho foi ferido por essas palavras. Ainda assim, agora eles iam se casar.
E como ela se sentiria sobre isso? ele se perguntou. Cam suspeitava que Joan ainda não tinha percebido os planos que seu tio tinha para eles. Ela pareceu tão sobrecarregada por tudo que descobriu que ele duvidava que lhe ocorreria que era experado que eles se casassem até alguém lhe contar. Isso o deixou imaginando como ela reagiria.
Ela poderia ficar satisfeita, reconheceu. Ele era um homem rico, o herdeiro de um poderoso latifundiário escocês. Sua vida seria muito diferente de agora em diante. Ela iria de ser uma camponesa pobre a ter riquezas, servos e, eventualmente, vários castelos...
Sim, ela poderia ficar mais disposta a suportar sua presença com tudo isso a oferecer. Infelizmente, Cam queria que ela o desejasse, não a riqueza e o conforto que poderia lhe dar. No entanto, nenhum deles tinha escolha agora.
— Oh céus. — Lady Annabel suspirou quando ficou atrás para lhe olhar.
Joan olhou para ela incerta. Ela tinha sido banhada, perfumada e vestida, e se sentou imóvel enquanto seu cabelo foi escovado até secar e preso no topo de sua cabeça em um estilo que era malditamente desconfortável. Ela só esperava que a aparência fosse melhor do que a sensação, porque a sensação era de tortura e tudo pareceu demorar uma eternidade. Ela não sabia como Lady Annabel podia suportar todo o espalhafato, muito menos ter o cabelo assim.
— Você parece tanto com a sua mãe. Lady Annabel disse suavemente.
Joan se mexeu desconfortavelmente. Lady Annabel quis dizer sua irmã, Kate, mas embora eles poderiam insistir que essa mulher era sua mãe, em sua mente, Joan sempre seria a filha de Maggie Chartres.
— Eu acho que você pode ser um pouco mais adorável, porém. Annabel disse, pensativa.
— Talvez seja porque você tem uma bondade natural que faltava nela.
Joan piscou surpresa. Ela nunca se considerou adorável, jamais. Mas, à parte disso...
— Eu quase não disse uma palavra desde que você me trouxe até aqui. Como você poderia saber se eu sou bondosa ou não?
— Você tem olhos gentis, querida. Annabel disse gentilmente e, em seguida, sorriu e acrescentou:
— E a carta de Maggie disse que você era. Ela disse que você era inteligente e gentil e valente e que ela sempre esteve muito orgulhosa de você.
As lágrimas nublaram os olhos de Joan com essas palavras e ela se virou, piscando repetidamente para se impedir de chorar. Ela sempre amou e respeitou sua mãe, por isso era bom saber que a mulher pensou bem dela em troca.
— Além disso, ela também disse que você seguiu seus passos e se tornou uma das melhores curandeiras que ela conheceu. Curandeiros tendem a ser gentis por natureza, pelo menos os bons na minha opinião. Annabel anunciou, e então disse, pensativa:
— Você é mais parecida comigo nesse respeito. Sua mãe não tinha nenhuma habilidade nessa área que eu saiba.
— Mas você tem? Joan perguntou com surpresa.
Annabel sorriu e acenou.
— Eu costumava trabalhar nos estábulos na Abadia de Elstow. Irmã Clara estava no comando deles e me ensinou tudo o que sei sobre cura. Trabalhávamos principalmente com animais, mas tratamos as doenças das outras irmãs também e ela me ensinou muito nessa área também. Sua expressão ficou pensativa e ela murmurou:
— Irmã Clara era muito velha, no entanto. A abadessa deve ter trazido Maggie para ajudá-la quando eu saí. . . ou para substituí-la quando ela morreu. Disse ela suavemente e então suspirou e balançou a cabeça como se quisesse remover um pensamento triste.
Joan apenas balançou a cabeça. Enquanto ela ficou em silêncio durante seu banho e a agitação que se seguiu, Lady Annabel tagarelou sobre muitas coisas. Uma dessas coisas foi o fato de que ela tinha crescido na Abadia de Elstow, esperando para se tornar uma freira. O destino podia ser inconstante, no entanto, e as suas circunstâncias mudaram a ponto de acabar casada com Lord MacKay e dando-lhe três filhos em vez disso.
— Venha, devemos descer e... — Lady Annabel parou e se virou na direção da porta com surpresa quando essa de repente se abriu. Duas jovens mulheres irromperam na sala, saias voando, só para pararem num fremir após alguns passos quando elas notaram Joan. Quando elas apenas a encararam de boca aberta, ela se mexeu desconfortavelmente e olhou para Annabel para encontrá-la sorrindo ligeiramente.
— Bem? Disse Lady Annabel com diversão.
— Vocês não vão cumprimentar sua prima?
— Prima! A mais jovem gritou, correndo para abraçar Joan.
— Papai nos disse que tinhámos uma prima, mas mal pudemos acreditar nisso e tivemos que vir te ver por nós mesmas. Nós nunca tivemos uma prima antes, veja. Nós nunca tivemos nenhuma família além da mamãe e do papai e uma a outra. Oh, e Tio Fingal. Acrescentou ela, se afastando para olhá-la enquanto explicava
— Nós tivemos os Tios Ainsley, e Eoghann também, mas ambos estavam muito velhos e morreram. Tio Fingal é velho também, é claro, mas ele ainda trabalha como ferreiro na vila e mãe disse que isso o mantém saudável e forte.
— Pare e respire, Sabena, ou vai desmaiar por falta de ar. Disse a outra garota com exasperação divertida enquanto se movia para frente.
Sabena revirou os olhos, e depois sorriu para Joan e disse:
— Ela está sempre dizendo isso, mas eu nunca desmaiei até agora, nenhuma vez.
— Oh, bem, isso é bom. Joan disse fracamente, seu olhar movendo-se entre as duas. Com cabelos escuros e bochechas rosadas, as duas meninas eram versões de sua mãe em diferentes fases de sua vida. Aos doze anos, Sabena era a mais nova dos filhos de Annabel e Ross, enquanto Annella era a filha do meio, aos dezesseis anos. Outra coisa que Joan aprendeu com o bate-papo feliz de Lady Annabel durante seu banho.
— Esse vestido fica muito melhor em você do que já ficou em mim. Annella comentou, chamando sua atenção e Joan sacudiu a cabeça.
— Não. Tenho certeza de que não fica.Ela disse solenemente.
— Mas obrigado por me deixar emprestá-lo. Vou limpá-lo e devolvê-lo assim que for capaz.
— Você é bem-vinda, mas não precisa devolvê-lo. Realmente fica melhor em você do que em mim. Annella lhe assegurou.
— Obrigado. Joan murmurou auto-conscientemente.
— Bem, suponho que devemos descer ao andar inferior. Annabel disse e, em seguida, sorrindo ironicamente, acrescentou:
— Com a pressa para te trazer aqui para se banhar e trocar, você nunca teve a chance de quebrar o seu jejum.
— Oh, então você não experimentou os pasteizinhos do cozinheiro. Sabena disse emocionada, pegando a mão de Joan.
— Você deve experimentâ-los.
— Não, não deve não. Annella contradisse secamente, e confidenciou:
— Eles são horríveis.
— Sim. — Sabena concordou, virando-se para a irmã — É por isso que ela deve experimentâ-los. Voltando-se para Joan ela acrescentou:
— Não há um pasteleiro pior em toda a Escócia do que o nosso cozinheiro. O Pai assim o disse e ele está sempre certo.
— Sim. Annella concordou.
— Mas ele faz os melhores ensopados e bolos, melhor do que o nosso velho cozinheiro.
— Mas o nosso velho cozinheiro costumava fazer os mais deliciosos pasteizinhos. Disse Sabena em um suspiro e se voltou à Joan para lhe dizer:
— Eu amo pasteizinhos.
— Eu também. Joan admitiu com um sorriso.
— Oh, não! —Disse Sabena com desalento.
— Então, é uma pena que o nosso velho cozinheiro morreu. Ele teria feito maravilhosos pasteizinhos para o seu casamento.
— Casamento? Joan e Annabel perguntaram em uníssono, cada uma soando tão surpresa quanto a outra.
— Sim. — Sabena disse com surpresa.
— Com o Cam.
— Você não acha que as garotas dirão alguma coisa? Cam perguntou de repente. As maçãs estavam maduras para a colheira. Sabena e Annella tinham colhido duas cestas cheias, mas quando as entregaram para o cozinheiro nas cozinhas, elas ouviram por acaso os servos conversando animadamente sobre o casamento e o banquete que estavam para preparar. As garotas saíram correndo das cozinhas completamente entusiasmadas, querendo saber quem essa Joan era com que Cam estava casando e por que ele estava casando aqui em vez de em Sinclair. Então Ross explicou que ela era prima delas. As garotas ficaram tão animadas ao saber que tinham uma prima, que esqueceram as outras perguntas e correram escadas à cima para conhecer Joan.
— Sobre o quê? Perguntou Ross.
— O casamento?
— Sim. Eu prefiro dizer a ela eu mesmo. Cam disse calmamente.
Ross assentiu solenemente, e depois fez uma careta e se levantou.
— É melhor irmos lá pra cima então, antes delas contarem a ela por você.
Levantando abruptamente, Cam o seguiu até as escadas e começou a subir com ele.
Eles estavam quase no topo antes que Cam disse:
— Eu gostaria de falar com ela a sós.
Ross assentiu enquanto começaram a andar ao longo do andar:
— É claro. Se as garotas não tiverem contado a ela, eu vou manda-las para baixo e...
— O quê?
Cam parou e olhou para Ross quando esse grito ecoou.
O MacKay fez uma careta, e então disse em tom de desculpa:
— Eu acho que minhas filhas podem ter dito alguma coisa.
Cam só começou a avançar novamente, movendo-se mais rapidamente neste momento.
— Casar com ele? Veio o próximo grito quando ele se aproximava da porta.
— Não!
— Sim, elas definitivamente disseram alguma coisa. Ross resmungou, pegando o braço dele. Ele esperou até que Cam virou para lhe olhar e então disse:
— E eu acho melhor você esperar lá embaixo enquanto eu falo com a minha sobrinha.
Cam ficou parado, de boca apertada, o grito horrorizado de Joan parecendo ecoar nos seus ouvidos.
— Campbell. — Ross disse com firmeza.
Cam inspirou, sua cabeça levantando, os ombros endireitando, e então assentiu silenciosamente, girou sobre os calcanhares e se dirigiu de volta para baixo. A boa notícia era: ela definitivamente não se casaria com ele por sua riqueza. Aparentemente até isso não era suficientemente atraente para tentá-la.
— Agora, Joan, tenho certeza que as meninas confundiram um pouco as coisas. Annabel disse, uma pequena carranca em seu rosto enquanto tentava acalmá-la.
— Não, Sabena está certa, mãe. Annella disse baixinho.
— Papai disse que Cam e Joan iam se casar. Aqui. Após o meio-dia. O cozinheiro está preparando um banquete enquanto falamos.
— Você deve ter entendido mal, Annella. Annabel disse com firmeza.
— Cam dificilmente se casaria sem seus pais presentes e até um mensageiro chegar a Sinclair. . . Ela balançou a cabeça.
— Não tem como eles conseguirem chegar a tempo.
— Cam disse que não queria seus pais viéssem. Sabena anunciou.
Joan vagamente notou o modo como Annabel franziu a testa para esta notícia, mas estava muito distraída com seus próprios pensamentos para se importar. Cam não queria seus pais em seu casamento? Não que ela fosse se casar com ele, ela se assegurou. Mas se estivessem para se casar, por que ele não gostaria que seus pais viéssem? Ele tinha vergonha dela? Porque ela foi criada como uma componesa?
— Estou certa de que você está enganada. Annabel insistiu.
— Seu pai dificilmente concordaria em casar sua prima com Campbell Sinclair sem ao menos falar comigo primeiro. E com ela, é claro. Ela acrescentou com um sorriso diplomático para Joan.
— Mas ele disse...
— Annella, Sabena, desçam por favor.
Todas as quatro fêmeas olharam na direção da porta com essa ordem em uma voz profunda. Joan fez uma careta quando viu Ross MacKay na porta agora aberta. Seu olhar, em seguida, deslocou-se para suas primas quando Sabena relutantemente soltou sua mão, que ela ainda estava segurando, e seguiu sua irmã obedientemente para fora da sala.
Annabel esperou até que Ross tinha fechado a porta atrás de suas filhas, e em seguida, correu ansiosamente ao outro lado da sala.
— Marido, as meninas disseram que você arranjou para Cam e Joan se casarem.
— Sim. MacKay disse solenemente, apertando a parte superior de seus braços suavemente.
— Lamento não ter falado contigo sobre isso primeiro, esposa. Mas teria feito pouca diferença. Eles têm que casar. Depois do que os homens e eu vimos essa manhã quando os encontramos. . . Ele balançou sua cabeça.
— A honra exige que ele se case com ela.
Joan fez uma careta, consciente de que estava corando. Mas ela protestou:
— Não estávamos fazendo nada. Nós estávamos conversando.
— Cam estava com o traseiro nu e você estava nos braços dele. Ross disse severamente.
— Ele não estava... — Ela começou e depois mudou de direção com seu argumento porque a camisa dele nem sempre cobria seu traseiro inteiro e ele podia muito bem estar com o traseiro nu.
— Nós só estávamos conversando.
— Oh? Perguntou Ross com descrença óbvia.
— Cam concordou que a honra exigia que ele se casasse contigo. Você está dizendo o contrário?
A boca de Joan se estreitou. Ele concordou pelo bem da honra. Isso não era exatamente lisonjeiro.
— Então, se Annabel te examinasse, ela te descobriria ainda uma donzela? — Ele perguntou calmamente.
— Ross. Annabel protestou.
— Ela é nossa responsabilidade agora, esposa. Nós devemos zelar por seu futuro. Disse ele em voz baixa, e, em seguida, apontou:
— Ela poderia estar grávida agora mesmo.
— Não, eu tenho tomado a praga do Diabo para garantir que isso não aconteça. Joan disse rapidamente, e depois soube pela expressão de Annabel que tinha sido a coisa errada a dizer. Ela poderia muito bem ter admitido que entregou a Cam sua inocência. Suspirando, ela balançou a cabeça.
— Isto não tem nada a ver com você. Eu me virei sozinha desde que minha mãe adoeceu e posso continuar a fazer isso. Eu não vou casar com ele. De fato, isso ... ela apontou para o vestido que usava.
— Foi um erro. Vou trocar de volta para minhas próprias roupas e deixá-lo em paz. Você pode fingir que eu nunca vim aqui e te entreguei aquela mensagem.
— Oh, Joan, não, você não pode! Annabel protestou imediatamente, correndo de volta para seu lado.
— Minha esposa está certa. Ross disse severamente.
— Você pode ter se virado sozinha antes disto, moça, mas é só porque não sabíamos sobre você. Agora sabemos. Você é nossa sobrinha e como tal você é nossa responsabilidade. Ele fez uma breve pausa e depois acrescentou:
— E, como seu tio, estou te dizendo, você não vai a lugar nenhum. Você vai ficar aqui e casar com Cam como foi arranjado.
— Mas ele não me quer. Joan protestou imediatamente.
— Será que não? Perguntou Ross, as sobrancelhas subindo.
— E ainda assim ele foi rápido em dizer que deveria se casar contigo quando vocês, mulheres, subiram as escadas.
— Isso é só porque ele sabia que você esperaria isso dele. Argumentou, cansada.
— Ele não tinha nenhuma intenção de se casar comigo antes de descobrir que eu era sua sobrinha.
— Talvez não. Ross disse com um encolher de ombros.
— Mas você é minha sobrinha, e vai se casar porque é a coisa certa a fazer.
O MacKay virou-se e saiu da sala então, deixando Joan o olhando.
— Vai ficar tudo bem. Sua tia disse baixinho, esfregando o braço de Joan suavemente, seu olhar na porta pela qual seu marido saiu, no entanto.
— Como pode? Joan perguntou miseravelmente, e, em seguida, deixou escapar:
— Eu não posso me casar com ele. Eu não vou viver a minha vida com medo.
Annabel voltou-se para ela com surpresa.
— Você tem medo de Cam?
— Sim. Não. Não quero dizer que temo que ele vá me bater ao algo do tipo. Acrescentou rapidamente quando Annabel franziu a testa.
— Então o que você quer dizer? Perguntou sua tia, tentando entender.
Joan tentou encontrar as palavras para explicar, e então finalmente admitiu:
— Quando seu marido veio até nós, Cam tinha acabado de dizer que não queria que o que nós tínhamos acabasse e me pediu para ir para Sinclair com ele depois que eu entregasse a sua mensagem e eu disse não.
— Você não queria ir para Sinclair com ele? Perguntou Annabel com uma careta.
— Oh, sim, eu queria. Joan assegurou.
— Eu queria desesperadamente ir.
Confusão nublou seu rosto.
— Bem então...
— Eu estava com medo. Joan admitiu, infeliz.
— Eu ainda estou. Eu nunca me senti assim. Quanto mais estou com ele, mais quero estar com ele. Sinto-me tão feliz com Cam, não importa o que estamos fazendo. Andando, falando, nos sentando calmamente perto de uma fogueira, e. . . tudo o mais. — ela terminou sem jeito, e então suspirou.
— Eu nunca estive tão feliz como nessas duas últimas semanas. Nunca. Ela admitiu baixinho, e depois acrescentou:
— Mas quando ele me pediu para ir com ele. . . Ela balançou a cabeça.
— Tão feliz como eu fui estas últimas duas semanas, quando ele me pediu para ir com ele, tudo que eu conseguia pensar era o quão miserável eu ficaria quando ele se cansasse de mim como amante e voltasse suas atenções para outra.
— Você o ama. Annabel disse gentilmente.
— Talvez. Joan disse, cansada.
— Você ama. Annabel assegurou.
— Mas você não tem que ter medo mais, Joan. Você não vai para Sinclair como sua amante, mas como sua esposa. Ele não pode te colocar de lado por outra.
— Não. Ela reconheceu.
— Mas ele nunca quis se casar de novo. Ele me disse isso ele mesmo. E agora ele está sendo forçado a isso. Joan sacudiu a cabeça desesperadamente. — Ele vai me odiar por termos de nos casar. E quão terrível você acha que será estar casada com ele, quando ele me odiar?
Annabel suspirou e puxou-a em seus braços para um abraço. Esfregando suas costas, ela disse:
— Eu sei que não parece agora, mas a vida tem uma maneira de dar certo.
— Você está certa, não parece. Joan disse, infeliz.
— Eu senti a mesma coisa quando me disseram que eu estava para me casar com o Ross. Annabel disse solenemente.
— Eu pensei que ele ficaria desapontado comigo como esposa. Eu fui criada para me tornar uma freira. Eu não tive treinamento como uma esposa. Eu não sabia uma única coisa sobre como administrar uma fortaleza ou...
— Querido Deus. Joan gritou, se libertando quando o horror a dominou. — Eu não pensei nisso!
— O quê? — Perguntou Annabel com perplexidade.
— Eu não tenho nenhum treinamento também, mas não apenas sobre como administrar uma fortaleza. Eu fui criada na aldeia. Eu não sei uma única coisa sobre até mesmo como ser uma dama. Não é de admirar que ele não queira seus pais no casamento. Ele está envergonhado de mim e eles ficarão horrorizados no minuto que...
— Tenho certeza que isso não é verdade, Joan. Annabel interrompeu rapidamente, e então acrescentou:
— Além disso, ao contrário de mim, você não está sozinha. Eu não vou te abandonar como minha mãe fez comigo. Eu posso te ensinar tudo o que precisa saber. Tudo ficará bem.
Joan a olhou em silêncio. Ela queria acreditar que tudo ficaria bem, mas em sua experiência, as coisas raramente acabavam bem nesta vida.
Capítulo 9
— Você planeja ficar sentado aqui a noite toda? Ou vai se juntar a sua nova noiva na cama?
Cam desviou a vista para cima da contemplação de sua cerveja com a pergunta de Lord MacKay e soltou um suspiro.
— Suponho que deveria me retirar.
— Tão ansioso. Ross disse secamente e depois sacudiu a cabeça.
— Eu não entendo vocês dois. Vocês pareciam tão aconchegados como poderiam estar na floresta essa manhã, e você admitiu que dormiu com a moça na jornada até aqui. Ainda assim, ambos agora estão agindo como se casar um com o outro fosse o pior castigo disponível.
— Não sou eu que vê isso como uma punição. Cam disse secamente, girando sua caneca sobre a mesa.
— Caso não tenha notado, ela parecia um cordeiro a caminho do matadouro esta tarde durante a cerimônia.
— Sim, ela parecia. — Ross concordou.
— Mas então você parecia tão sombrio como se estivesse em um funeral, então talvez ela estivesse apenas reagindo a isso.
Cam balançou a cabeça, cansado.
— Ela não me quer para marido.
— Hmmm. Ross tomou um gole de sua própria cerveja e depois sacudiu a cabeça.
— Essa é a mesma coisa que ela disse sobre você.
— O quê? Ele se virou para ele com espanto.
— Sim. Ross assentiu.
— Ela disse que você não a queria e estava apenas casando com ela pelo bem da honra.
Cam fez uma careta para esta notícia.
— Bem, então ela é doida. Inferno, quando você nos encontrou na clareira eu tinha acabado de pedir pra ela vir para Sinclair comigo depois que entregasse sua mensagem. . . e ela disse que não queria.
Ross considerou isso, e, em seguida, perguntou:
— Como o quê você a pediu para ir para Sinclair?
— O que você quer dizer? Cam perguntou com uma careta.
— Bem, você planejava se casar com ela? Você a convidou para trabalhar em Sinclair? Ou sugeriu que ela fosse como sua amante?
— Eu . . . Cam parou. Ele nem mesmo considerou o casamento. Ele disse que nunca se casaria novamente com tanta frequência que se tornou uma verdade, embora realmente era o risco de uma esposa no parto que ele não queria. Mas em sua mente isso significava nunca ter uma esposa já que todas as mulheres queriam filhos. Exceto Joan. Ela temia o parto, e como ele, não queria arriscar isso e tinha o conhecimento para evitá-lo. Na verdade, ela seria a esposa perfeita para ele nesse respeito, e ainda assim ele não tinha considerado o casamento. Afinal, ela era uma plebéia e ele um nobre e isso apenas não acontecia. Pelo menos, não com frequência.
— Annabel acha que a moça te ama. Ross anunciou de repente, efetivamente finalizando as ruminações de Cam.
Ele o olhou bruscamente.
— Ela ama? Por quê?
Ross deu de ombros.
— Ela não disse porque achou isso, apenas que achou.
Cam voltou seu olhar para sua caneca de novo, sua mente correndo. Ela o amava? Isso seria... Ele parou seus pensamentos e olhou de volta para Ross.
— Se Lady Annabel está certa, por que Joan se recusou a vir a Sinclair comigo?
— Orgulho? Ross sugeriu e então fez uma careta e deu de ombros.
— Quem pode dizer com as mulheres? Eu tenho estado casado por mais de vinte anos com uma mulher e criei mais duas e tanto quanto amo todas elas, ainda não entendo por que elas fazem o que fazem a maior parte do tempo. Ele tomou um gole de sua cerveja, então acrescentou:
— Na verdade, eu acho que nem mesmo elas sabem por que fazem muito do que fazem. Elas são criaturas muito emocionais, e muitas vezes parece haver pouca lógica em suas decisões até que elas as explicam e então isso geralmente se resume a elas serem compassivas. Pelo menos é assim com a minha Annabel e as meninas.
— Mulheres. Cam suspirou com um leve desgosto.
— Sim, elas podem ser uma provação, Ross concordou e, em seguida, sorriu e acrescentou:
— mas podem ser o paraíso também e eu não desistiria da minha Annabel ou das nossas filhas por todo o ouro na Inglaterra e na Escócia.
Cam sorriu fracamente, sabendo que isso era a verdade absoluta. Ross MacKay amava sua esposa e seus filhos profundamente. E eles, por sua vez, o amavam em retorno. Ele era um homem de sorte. Cam tinha desistido de qualquer esperança de ter isso quando sua primeira esposa morreu, mas se Joan o amava...
— Eu sugiro que você não se preocupe sobre ela dizer que não queria ir para Sinclair. Ross disse calmamente.
— O fato é: vocês estão casados agora. Ela irá, e o que acontece entre vocês daqui pra frente é com vocês dois. Quando Cam meramente assentiu e continuou a encarar sua cerveja, Ross acrescentou:
— No entanto, gostaria de salientar que demorar aqui embaixo em vez de ir se deitar com ela está, sem dúvida, apenas reforçando a crença dela de que você não a quer.
A cabeça de Cam ergueu bruscamente com a sugestão. O homem estava certo, é claro. Ficando em pé, ele disse com determinação:
— Estou subindo.
— Bom. Então minha esposa vai parar de consolá-la e descer. Ross disse secamente, então pegou seu braço quando Cam passou por cima do banco.
— Um momento.
— O quê? — Cam perguntou com um franzir de cenho. Agora que ele decidiu subir, o atraso era um pouco chato.
— Você está satisfeito que ela era inocente na primeira vez que ficaram juntos? Perguntou Ross, os olhos semicerrados.
Cam endureceu.
— Sim. Eu te disse isso a primeira vez que conversamos sobre eu me casar com ela. Ela ainda tinha seu véu de donzela.
Ross assentiu.
— Mas há a questão do lençol como prova.
Com os ombros relaxando, Cam assentiu.
— Vou garantir que haja prova.
— Bom. Ross disse liberando seu braço.
— Te vejo de manhã então.
Cam assentiu e se virou para deixar a mesa, mas parou abruptamente para evitar colidir com Payton, filho de Ross e Annabel. O jovem de dezenove anos estava parado com vários homens atrás dele, um largo sorriso no rosto.
— É hora de te levarmos para cima para a sua noiva. O jovem anunciou.
Cam o olhou fixamente, então voltou-se para olhar Ross de forma a obter ajuda.
— Bem, eu ia te deixar escapar sem essa indignidade. Disse o MacKay com diversão. Levantando-se, acrescentou:
— Mas, que diabos? Eu tive que sofrer isso, então por que não você também?
— Droga! Cam resmungou quando os homens de repente convergiram para ele.
— O que os está atrasando tanto? Annella perguntou com irritação.
— Ele não está vindo. Cam não me quer. Joan disse com tristeza, observando sua prima andar pela sala. Ela estaria de pé andando com ela se não estivesse completamente nua. Elas nem mesmo lhe permitiram uma camisola para dormir, alegando que a cerimônia do leito matrimonial exigia que ela fosse desnudada e posta na cama, e então Cam também o seria. Quem diria que nobres eram tão bárbaros? Joan pensou. Ela nunca dormiu nua em sua vida. . . bem, salvo as poucas vezes que caíu no sono depois de Cam se deitou com ela. Antes disso ela nem mesmo considerou isso. A cabana que ela e sua mãe compartilharam era muito fria à noite uma vez que o fogo se apagava; ela teria congelado até a morte se tivesse dormido nua. Era indecente.
— É claro que ele te quer. Disse Sabena com espanto, correndo para se sentar na cama e reivindicar suas mãos.
— Por que você é bonita, e inteligente e agradável. Como poderia ele não te querer?
Joan sorriu fracamente ao ouvir as palavras da menina e apontou:
— Eu sou bonita o suficiente, mas não linda, e como você saberia que eu sou inteligente ou agradável? Você só me conheceu hoje.
— Sim, mas você é minha prima. Sabena apontou.
— Então eu devo ser agradável e inteligente? Ela perguntou com diversão.
— Sim. Sabena disse simplesmente.
Joan sorriu, mas então suspirou e sacudiu a cabeça.
— Sabena, querida, Lady Annabel disse de repente.
— Eu esqueci de pedir aos servos para trazer vinho, queijo e pão para Joan e Cam. Você poderia...?
— Eu vou pegar, mamãe. Sabena interrompeu, saindo da cama.
— Ela é uma menina tão boa. Disse Annabel com carinho quando a porta se fechou atrás de sua filha mais nova.
— Sim. Joan murmurou.
— Ambas as minhas meninas são. Annabel acrescentou, sorrindo para Annella. A jovem de dezesseis anos sorriu de volta e, em seguida, mudou-se para a cama e se sentou onde Sabena esteve um momento atrás.
— Você não acredita realmente que Cam não te quer, acredita? Perguntou Annella com um franzir de cenho, esfregando a mão fria de Joan entre as suas ambas quentes.
— A Sabena está certa, você é bonita, e realmente parece inteligente e agradável.
Joan fez uma careta.
— Pouco importa se sou agradável ou inteligente. Criada na aldeia como eu fui, eu não sei uma única coisa sobre ser uma dama, muito menos administrar a fortaleza dele ou. . . Tenho certeza que ele teme que vou constrangê-lo na frente de seus pais. . . e eu provavelmente irei.
— Você foi criada numa aldeia? Perguntou Annella com espanto.
Joan piscou, surpresa que a garota não sabia disso, mas depois percebeu que tudo o que Annella e Sabena sabiam era que ela era sua prima e estava se casando com Cam.
— Sim, querida. Annabel disse quando Joan permaneceu em silêncio.
— Sua tia Kate, minha irmã, morreu ao dar à luz a Joan. Felizmente, a parteira, uma curandeira da aldeia, era uma mulher gentil e amorosa que a criou como sua própria.
— Numa aldeia inglesa? Perguntou Annella com consternação.
Joan não poderia dizer o quê horrorizou a menina mais, que ela foi criada numa aldeia, ou em uma inglesa.
— Sim, em Grimsby. Annabel disse calmamente.
— Mas por que ela não foi mandada pra cá? Perguntou Annella, voltando-se para franzir a testa para a mãe.
— Você e o pai deveriam tê-la criado.
— Sim. Annabel concordou.
— Mas nós nem sequer sabíamos que ela existia até hoje.
— Como é que vocês não sabiam que ela...
— Não agora, Annella. Annabel interrompeu baixinho.
— Podemos falar sobre isso mais tarde.
A menina hesitou, obviamente curiosa para ter suas respostas, mas então, de repente, virou-se para Joan e a abraçou.
— Sinto muito.
— Pelo quê? Joan perguntou com espanto, as mãos subindo automaticamente para abraçá-la de volta.
— Você não deveria ter crescido numa aldeia com estranhos. Você deveria ter estado aqui conosco. Nós somos sua família.
— Não há nada sobre o quê você se sentir mal. Disse Joan, abraçando-a com mais sentimento agora.
— Minha mãe era uma boa mulher. Ela me amou e me ensinou muito, e nós acabamos melhor que a maioria. Raramente estávamos sem comida, e geralmente tínhamos lenha para a fogueira. Eu tive sorte. Ela assegurou-lhe, mas por alguma razão suas garantias pareciam entristecer Annella. Podia vê-lo em sua expressão e dizer pelo jeito que seu aperto em sua mão aumentou.
— Nós vamos te ensinar como ser uma dama. Annella anunciou de repente, e então olhou para sua mãe.
— Nós vamos, não vamos?
— Sim, é claro. Disse Annabel, sorrindo com orgulho de sua filha.
Concordando, Annella voltou:
— Eu vou te ensinar a dançar, e tocar, e todas essas coisas, e a mãe pode te ensinar como administrar um castelo e tal. Posso ajudar com isso também, mas ela é melhor nisso, e...
— Eles estão chegando! Sabena gritou, irrompendo na sala com uma bandeja de comida e bebida na mão. Ela correu para a mesa rente ao fogo para colocá-la, acrescentando:
— Os homens estavam levantando Cam em seus ombros para trazê-lo até aqui quando cheguei às escadas.
— Saíam vocês duas, então. Disse Annabel, apressando suas meninas para a porta.
Joan franziu o cenho enquanto observava as meninas saírem da sala. No momento em que sua tia fechou a porta atrás de si e voltou-se, porém, ela perguntou com desânimo:
— Ele não viria por conta própria? Ele estava tão relutante que os homens tiveram que arrastá-lo para cima como um...?
— Isso é parte da cerimônia. Annabel interrompeu suavemente.
— As mulheres levam a noiva pra cima e a colocam na cama, em seguida, os homens carregam o noivo pra cima, o desnudam e o colocam na cama ao seu lado.
— Você quer dizer que um bando de homens virão aqui e...? Suas palavras morreram quando a porta de repente se abriu abruptamente e uma dúzia de soldados MacKay inundaram o quarto, carregando Cam acima da cabeça como um javali selvagem que tinham caçado. Eles obviamente celebraram bem o casamento e estavam bêbados. Eles quase deixaram Cam cair quando começaram a baixá-lo para o chão, e então ela suspeitou que eles acidentalmente o machucaram uma ou duas vezes quando rasgaram suas roupas. . . e isso só poderia ser descrito como rasgá-las. Eles certamente não o despiram com toda a calma e cuidado como sua tia e primas fizeram com ela.
Joan assistiu a coisa toda com algo semelhante a horror. Talvez ela teve uma infância protegida, ou talvez esta era uma tradição escocesa. Ela nunca foi a um casamento na Inglaterra, nem mesmo entre plebeus, então não podia ter certeza que isso não acontecia na Inglaterra também, mas tudo parecia terrivelmente bárbaro para ela.
Felizmente, também era rápido, e Cam estava rapidamente nu e enfiado na cama ao lado dela. Os homens, em seguida, começaram a sair, os risos e piadas obscenas que os tinham acompanhado até a sala desaparecendo à medida que se afastavam pelo corredor.
— Bem, graças a Deus que isso acabou.
Joan olhou para Ross MacKay com esse comentário, notando só então que ele tinha estado entre os homens e não tinha saído, mas ficou ao lado de Annabel, com o braço em volta de sua cintura. O homem . Seu tio, ela se lembrou lhe deu uma piscadela que suspeitava que era para animá-la. Não animou, não mais que o sorriso tranquilizador de Annabel tranquilizou-a, mas ela forçou um sorriso e o casal escapou da sala, silenciosamente fechando a porta atrás deles. Ela e Cam estavam sozinhos.
Joan expirou lentamente e desviou o olhar para as peles e lençóis cobrindo-a, quase temendo olhar para Cam e ver raiva lá. Depois de um momento, ela não podia suportar o silêncio mais. Ela podia na verdade sentir Cam lhe olhando, e não podia suportar isso tão pouco.
— Há vinho e queijo na mesa perto do fogo, se estiver com fome. Ela soltou, desesperada para quebrar o silêncio.
— Eu estou com fome. Cam admitiu.
— Só não por vinho ou queijo.
Joan o olhou com incerteza. Ele não parecia zangado.
— Então o que você prefere ter?
— Você.
— Você me quer? Ela chiou.
— Sim, sua mulher tola. Disse Cam. Estalando a língua com impaciência, ele se sentou ao lado dela na cama.
— Eu não consegui manter minhas mãos longe de você as duas últimas semanas, Joan. Por que seria diferente agora?
— Eu... Você não está bravo que meu tio te fez casar comigo? Joan perguntou, incerta.
— Não. Ele a assegurou solenemente, puxando os lençóis e peles para baixo para revelar seus ombros e seios. Estendendo a mão, ele contornou um globo redondo, permitindo o polegar pinçar gentilmente para trás e para frente sobre o mamilo enquanto disse com uma voz rouca que soava um pouco distraída:
— Além disso, ele não me obrigou a fazer nada. Eu fui aquele que primeiramente disse algo sobre casar contigo.
— Mas só porque descobriu que eu era sobrinha dele. Joan apontou e depois engasgou quando ele, de repente, inclinou-se para fechar os lábios sobre o mamilo com o que esteve brincando. Ele o sugou, sua língua continuando o pinçar que seu polegar esteve fazendo um momento atrás e as mãos de Joan subiram por vontade própria, uma segurando seu ombro, a outra circundando a parte de trás de sua cabeça para estimulá-lo quando seu corpo respondeu a carícia.
Soltando o mamilo que esteve mamando, Cam ergueu a cabeça.
— O que importa? Ele rosnou quando olhou para baixo e jogou os lençóis e peles completamente fora de ambos. Levantando o olhar, ele observou seu rosto enquanto sua mão deslizou descendente por seu corpo.
— Nós estamos casados. Cam rosnou e agarrou seu quadril brevemente, apertando-o. Ele então moveu a mão entre suas coxas, persuadindo-as a se afastarem, antes de finalmente encontrar seu núcleo.
— Você é minha esposa. Ele suspirou, baixando a cabeça para que seu hálito quente roçasse os lábios dela enquanto falava. Seus dedos correram levemente sobre sua quente, molhada carne uma vez, então novamente antes de parar para circundar a protuberância em que o prazer que ele estava aumentando nela parecia centrado.
Joan gemeu e se mexeu inquieta, seu corpo começando a se esticar na direção da liberação que sabia que ele podia lhe dar. Ela estava puxando seu cabelo e ombro, tentando trazê-lo para baixo para um beijo, mas sua boca permaneceu tentadoramente fora de alcance enquanto sussurrava:
— E eu sou seu marido.
— Sim. Ela suspirou, seus quadris se movendo e girando agora sob seu toque.
— Você virá para Sinclair. Cam continuou, aplicando um pouco mais de pressão e Joan começou a torcer a cabeça. Ele a estava enlouquecendo; sua liberação como sua boca estava por pouco fora de alcance e se ele apenas. . . ela parou de cavar suas unhas em seu ombro e alcançou, em vez disso, seu mastro, aliviada por encontrá-lo quente e duro.
Cam enrijeceu ao seu toque, e depois parou abruptamente de acariciá-la e se moveu sobre ela para se estabelecer entre suas pernas.
Joan gemeu de alívio quando ele se dirigiu para dentro dela, mesmo enquanto ele gemia de prazer. Uma vez completamente dentro no entanto, ele parou e a beijou, um quente, molhado, exigente beijo. Então o quebrou e levantou a cabeça quando começou a se mover, puxando-se parcialmente para fora dela novamente.
— Deus. Ele rosnou quando afundou de volta nela.
— Essa sensação é tão malditamente boa, e agora você está vindo para Sinclair e eu posso me afogar nesse prazer todas as noites.
Ele começou a se mover fervorosamente então, seu corpo batendo no dela. Joan se agarrou nele, suas mãos segurando seus ombros enquanto ele dirigia ambos à liberação, mas, pela primeira vez desde a sua primeira vez juntos, ela não estava totalmente comprometida com o que eles estavam fazendo. Uma pequena parte de seu cérebro se manteve separada e se perguntou sobre os dias. Quão agradado ele ficaria em ter uma esposa boa só para a cama?
O pensamento deu voltas e voltas em sua cabeça até que Cam repentinamente arquejou:
— Pare de se preocupar. Surpreendida, Joan se focou em seu rosto bem quando ele reivindicou sua boca novamente. Ele empurrou sua língua em ritmo com seus quadris, mas também alcançou entre eles para acariciá-la novamente e as preocupações de Joan recuaram sob o ataque. Sua paixão rapidamente voltou a esquentar completamente e não demorou muito antes de ambos gritarem de prazer.
Depois, Cam puxou para cima os lençóis e peles quando ficou de lado. Ele então segurou Joan pela cintura e puxou-a para trás contra ele quando ela ficou de lado também. Um segundo depois um pequeno ronco soou em sua orelha e Joan percebeu que ele tinha adormecido. A inveja a tomou. Ela estava ela mesma subitamente totalmente desperta, todo tipo de preocupações se aglomerando em sua mente. A maioria delas sobre quão aborrecido Cam ficaria quando percebesse quão ignorante e despreparada ela era para ser sua esposa. Mas agora também estava se preocupando com o que ele disse. Ele parecia feliz que ela estava vindo para Sinclair porque poderia continuar se deitando com ela, mas era essa a única razão? Não havia mais nada sobre ela que o agradava? E, se não, então como seria sua vida quando ele se aborrecesse dela? Não era melhor ser sua esposa e vê-lo se deitar com outra do que ser sua amante descartada vendo-o seguir em frente. Na verdade, ela pensou repentinamente, ser a esposa era pior. Como uma amante ela poderia simplesmente se afastar e se salvar da dor no coração. Como sua esposa, ela não podia. Seria esperado que ela suportasse, tinha certeza, e Joan não estava certa absolutamente que poderia fazer isso.
— Um problema de cada vez. Ela resmungou baixinho. Annabel e Annella iriam ensiná-la a ser uma esposa. Ela começaria amanhã, Joan decidiu determinadamente, e aprender tudo o que podia antes de partirem para Sinclair. Esse pensamento a fez se perguntar quanto tempo tinha antes de saírem de MacKay. Ninguém tinha dito, mas tinha certeza de que ficariam um par de dias, pelo menos. Afinal, ela tinha acabado de conhecer sua família, acabado de descobrir que eles existiam. Sim, eles certamente ficariam um par de dias ou talvez uma semana antes de viajar para Sinclair, Joan se assegurou quando finalmente caiu no sono.
— Hoje? Joan gritou com alarme, os olhos arregalados em sua tia.
— Eu sei. Eu estava esperando por mais tempo também. Sua tia Annabel disse suavemente, dando leves tapinhas em sua mão que descansava sobre a mesa.
— Mas Cam está preocupado que sua família estará preocupada com ele. Ele disse que originalmente estava viajando com seus primos.
— Ele os enviou na frente. Joan recordou com uma carranca. Ela também lembrou dele dizendo-lhe que fez isso por causa de uma garota de taverna e sentiu uma pontada de ciúme, que era simplesmente ridícula. Eles nem se conheciam ainda.
— Bem, sua tia continuou
—Eu entendi que ele lhes disse que seguiria em dois dias. Mas ele disse que a sua jornada até aqui levou muito mais tempo do que o esperado?
Joan mordeu o lábio e assentiu:
— Ele foi ferido quando me salvou daqueles bandidos na estrada. Dormiu por três dias depois, e então levou duas semanas de viagem para chegar aqui.
— Duas semanas? Perguntou Annabel com surpresa.
— Sim. Nós não viajamos muito rápido. Ela murmurou desconfortavelmente.
Annabel assentiu com compreensão.
— Claro. Ele, sem dúvida, teve de ir devagar enquanto curava de tal ferida.
— Hmm. Joan murmurou, evitando seu olhar. Não foi bem sua necessidade de curar que os desacelerou. Depois de tudo, o homem curou rapidamente uma vez acordado. De fato, após os primeiros dias ele parecia bem como a chuva para ela. Certamente, ele não pareceu ter nenhum problema com. . . er. . . atividades vigorosas.
— Bem, Cam está agora duas semanas atrasado do que era esperado. Ele se preocupa que sua família esteja aflita e teme que eles possam mandar um grupo de busca. Ele pensou que seria melhor apenas levá-la para casa imediatamente e tranquilizar a todos.
— Mas...
— Mãe! O grito de Sabena interrompeu Joan e a fez olhar ao redor enquanto a jovem corria, cabelos negros voando e bochechas se enchendo de cor.
— O cozinheiro acabou de me dizer que está preparando comida para a viagem de Joan e Cam.
— Sim, querida, eu o pedi para preparar. Annabel disse pacientemente. — É um meio dia de viagem para Sinclair e eu pensei que eles poderiam gostar de parar no caminho para um piquenique.
Sabena balançou a cabeça e virou-se para Joan.
— Mas você não pode ir. Acabou de chegar aqui. Nós queremos te conhecer.
— Foi a decisão de Cam, não da Joan. Annabel disse gentilmente.
— Bem, ele pode simplesmente mudar de idéia. Annella anunciou, chegando na mesa.
— Nós deveríamos lhe mostrar como ser uma dama. Nós prometemos.
— Eu sei. Annabel disse, infeliz.
— Mas o que podemos fazer sobre isso? Cam é seu marido agora e ele decidiu que...
— Então eu devo ir com ela. Annella interrompeu com firmeza e quando sua mãe pareceu que estava prestes a protestar, acrescentou com firmeza:
— Papai sempre disse que uma promessa feita é uma promessa cumprida, e nós prometemos que iríamos ajudá-la a aprender a ser uma dama.
Annabel piscou e então um sorriso lento deslizou sobre seus lábios.
— Sim, ele diz isso, não diz?
— Ele faz. Disse Annella, sorrindo agora.
— Oh, eu prometi também. Prometi também. Disse Sabena prontamente — Eu posso ajudar. Por favor, mamãe, posso ir também?
— Sim, você pode. Disse Annabel, dando batidinhas em seu ombro.
— Devemos todos ir. Dessa forma podemos conhecer Joan melhor e manter nossa promessa também.
Joan observava com olhos arregalados como todas elas sorrirram, depois Annella advertiu:
— Papai fará um espetáculo por nós saírmos.
— Então ele pode vir também. Disse ela levemente e levantou-se.
— Vamos, meninas. Temos de arrumar as malas rapidamente se não Cam vai nos deixar para trás.
Assentindo, Annella se virou e deu a Joan um rápido abraço, lhe assegurando:
— Vamos ser rápidas.
— Não o deixe sair sem nós. Sabena acrescentou, abraçando-a depois antes de correr atrás de sua mãe e irmã mais velha.
Joan encarou o trio enquanto elas se apressavam, sentindo-se apenas um pouco atordoada por tudo isso. Uma dama em vez de uma plebéia, casada, e uma tia e primas que estavam dispostas a arriscar a ira do MacKay para ajudá-la. . . e embora não o conhecia bem, Joan suspeitava que a raiva de seu tio podia ser uma coisa de que era melhor ouvir do que sofrer ou, ao menos, ver.
Balançando a cabeça, Joan voltou-se para a mesa e pegou sua taça de sidra. Então era assim que era ter uma família? O pensamento imediatamente a fez sentir-se culpada. Maggie Chartres tinha sido sua família durante vinte anos, na verdade, sua única família. E ela foi uma mulher maravilhosa que teria lutado até a morte pelo seu bem, ela tinha certeza, mas a vida com ela sempre foi calma e tranquila. Mesmo em uma emergência médica sua mãe tinha permanecido impassível. Nunca houve gritos frenéticos, ou turbilhões de atividade, ou mini rebeliões como a sua tia e primas estavam prestes a realizar em seu nome. Isso era diferente. Sua vida agora era diferente de muitas maneiras.
Por exemplo, ontem à noite foi a primeira vez em sua vida que ela dormiu em uma cama em vez de em um palete no chão, ou da fria terra úmida. . . e foi celestial. Foi também a primeira vez que dormiu em um quarto de dormir de verdade. Não num canto da cabana onde havia espaço para seu palete, mas em um quarto que foi realmente criado só com o propósito de dormir e nada mais. Foi a primeira vez que ela acordou no meio da noite para encontrar alguém, especialmente um lindo, viril, homen nu como Cam, levantando-a da cama e carregando-a para um monte de peles no chão, onde um piquenique de vinho, queijo e pão esperava. E foi definitivamente a primeira vez que ela teve um homem ferindo a si mesmo por sua honra.
Seu olhar deslizou para o lençol manchado de sangue pendurado sobre o corrimão do andar superior. Cam tinha cortado sua mão e derramou o sangue no lençol como “prova de sua inocência” na noite passada depois que eles terminaram a comida e o vinho que Sabena tinha buscado para eles mais cedo. Ele fez então amor com ela nas peles diante do fogo arrefecendo. Mais tarde, ele a carregou para a cama e fez amor novamente com ela lá.
Pareceu-lhe que tinham passado a maior parte da noite em busca de prazer, por isso, quando houve uma batida na sua porta de manhã, ela meramente gemeu e tentou se enterrar de volta nos lençóis e peles. Cam a tinha tirado da cama para que sua tia e tio e o padre de MacKay pudessem recolher o lençol manchado de sangue. Joan estava tão exausta, que voltou a dormir imediatamente assim que eles saíram e Cam a colocou de volta na cama entre o lençol superior e as peles.
Ela acordou algum tempo depois para descobrir que ele saíra e a cama estava fria onde ele deveria ter estado. Joan se levantou, se vestiu e desceu às escadas para encontrar somente Lady Annabel na mesa de cavalete esperando por ela. Ela perguntou onde Cam estava e sua tia explicou que ele estava nos estábulos, selando sua montaria. Ela então lhe disse que ele havia decidido que eles deveriam ir embora hoje. O coração de Joan pareceu sair do peito com essa notícia. Ela pensou que tinha tempo, tanto para conhecer sua nova tia e tio e seus filhos, quanto para aprender pelo menos algumas lições necessárias sobre como as damas se comportavam, antes de sair.
Ela não tinha, no entanto. Eles estavam saindo para Sinclair hoje. . . e ela iria conhecer a família de Cam. O pensamento era intimidante. A única coisa impedindo-a de entrar completamente em pânico naquele momento era que sua tia e primas estariam com ela. Ela esperava.
Capítulo 10
— Quão longe estamos de Sinclair agora?
Cam suspirou com aquela pergunta de Sabena. Ela perguntou isso pelo menos vinte vezes desde que eles partiram de MacKay naquela manhã. Ela também tagarelou sem parar o caminho todo. A menina estava enlouquecendo-o.
E como diabos ele acabou sobrecarregado com as mulheres Mackay e um séquito de soldados para esta viagem de qualquer forma? Supostamente era para ser apenas ele e Joan em seu cavalo. Ele tinha planejado uma calma cavalgada para casa, trocando beijos com sua nova noiva, talvez deslizando suas mãos dentro do vestido dela para desfrutar de sua generosidade. Talvez até deslizando uma por debaixo de sua saia a fim de fazê-la gemer e choramingar em seu colo enquanto cavalgavam. Ele encontrava este pensamento estranhamente excitante, embora ele nunca antes teve qualquer desejo de tentar uma coisa dessas em um cavalo. Era mais provável vê-los saltar nas costas do animal do que qualquer outra coisa se ele excitasse muito Joan e ela começasse a se contorcer como sempre fazia quando ele a tocava assim.
Não importou no final porém, porque quando Cam foi selar sua montaria, Ross MacKay saíu para apresentá-lo ao primeiro de muitos presentes: um cavalo para Joan. Ela não precisaria cavalgar com ele. Cam rapidamente ajustou sua fantasia para sugerir que parassem em um bonito vale que sabia estar no caminho de casa. Ele a alimentaria com a comida e bebida que Lady Annabel prometeu que faria seu cozinheiro preparar, e então ele violaria sua esposa no bosque. Talvez até a violaria duas vezes antes de continuar com sua viagem, ele pensou, maravilhado com o fato de que após duas semanas de repetidas escapadas sexuais, ele ainda não tinha o suficiente da mulher. Se qualquer coisa, a queria mais e mais.
Essa última fantasia terminou definitivamente quando ele e Ross voltaram à fortaleza para descobrir que Lady Annabel e suas filhas tencionavam se juntar a ele e Joan na viagem. Elas queriam conhecer Joan, alegaram, e foram bem firmes sobre isso, mas quando Ross começou a protestar contra sua saída, Lady Annabel lhe puxou de lado e sussurrou febrilmente e longamente sobre algo que eventualmente fez o MacKay relutantemente ceder. Cam não tinha idéia do argumento que ela usou para persuadir o marido, mas ele captou a palavra promessa várias vezes e cada vez ele viu o MacKay franzir o cenho e ficar um pouco mais soturno até que ele concordou com a cabeça.
Ross então chamou Cam de lado e perguntou educadamente se sua esposa e filhas poderiam acompanhá-los à casa para que pudessem conversar com Joan e conhecê-la. Ele enviaria homens para escoltá-las pela viagem, e as buscaria ele mesmo em qualquer momento que Cam desejasse.
O que ele poderia dizer? Claro que concordou, e então se resignou a um meio dia de cavalgada com as mulheres tagarelando sem parar, completamente alheias ao fato de tinham arruinado suas esperanças de seduzir sua noiva. Ele se consolou com a reafirmação de que chegariam a Sinclair pouco depois do meio-dia e então ele poderia deixar as mulheres MacKay proseando com sua mãe enquanto ele arrastava Joan para longe para lhe mostrar uma cachoeira não muito distante da fortaleza onde ele então a seduziria.
Enquanto esperou as mulheres terminarem de fazer as malas, Cam se sentou às mesas de cavalete, dando goles numa jarra de cerveja e pensando em todas as coisas que queria fazer com Joan perto da cachoeira.
No entanto, ele eventualmente percebeu que elas estavam demorando uma quantidade exorbitante de tempo para fazer as malas. Ele compreendeu o motivo quando os servos começaram a descer os baús do andar superior. Parecia que elas estavam se mudando em vez de visitando, até Lady Annabel explicar que alguns dos baús continham presentes de casamento para ele e Joan. Roupa de cama e tal, ela disse, sorrindo feliz.
— Tenho certeza que não está muito longe agora. — Joan disse com suavidade, fazendo Cam perceber que não tinha respondido à pergunta de Sabena.
— Ela está certa, é logo depois desta colina. Cam disse agora, seu olhar caindo para a mulher sentada em seu cavalo diante dele. Joan não sabia cavalgar, é claro. Algo que não lhe ocorreu. Ou ao MacKay, obviamente. Então ele teve de levá-la sobre seu cavalo diante dele, no fim das contas. Ele não se importou absolutamente, até a primeira vez que ela se remexeu diante dele, seu pequeno traseiro se esfregando contra sua virilha através de suas roupas. Sabia que ela não estava fazendo isso de propósito, mas a mulher o estava matando. Toda vez que se movia, se esfregava contra ele, despertando a besta sob seu plaid e fazendo-a endurecer, e parecia-lhe que cada vez que a besta sob seu plaid finalmente começava a murchar, ela se remexia mais uma vez, despertando-a novamente.
— Aí está. Lady Annabel disse alegremente, desviando a atenção de Cam do traseiro de sua esposa e sua dolorosa ereção, para o fato de que eles tinham alcançado o topo da colina e agora estavam olhando abaixo o Castelo Sinclair.
— Não é belo, Joan? Sabena perguntou animadamente.
— Eu sempre o achei o castelo mais bonito.
Cam fez uma careta com a descrição. Somente uma mulher chamaria Sinclair de belo e bonito. Era uma maldita obra-prima de fortaleza com uma muralha externa que tinha quinze pés6 de espessura, vinte e cinco pés7 de altura e um grande fosso seco diante dela preenchido com postes de madeira afiadas a fim de desencorajar a aproximação. Dentro havia o pátio externo, separado do próprio castelo por um outro fosso, este cheio de água. Então havia a portaria e torres para proteger o primeiro pátio interno, e então a fortaleza. Havia um segundo pátio interno atrás da fortaleza, é claro.
Sinclair era um grande e bem desenhado castelo, mas não bonito para ele.
— Sim, é belo. Joan concordou com um sussurro desanimado.
Cam olhou para baixo com curiosidade, se perguntando por que ela parecia soar desanimada. Infelizmente, tudo o que podia ver era o topo de sua cabeça, então não podia ter certeza de que não a ouviu mal.
— É grande embora, você não acha? Acrescentou ela fracamente.
Não, ele não tinha ouvido mal. Havia definitivamente desânimo em sua voz.
— Sim, grande e bonito. Sabena concordou enquanto cavalgavam abaixo pelo lado da colina.
— Há algo de errado? Cam murmurou em sua orelha.
Joan imediatamente se retesou diante dele e balançou a cabeça.
— Não. Claro que não. Sinclair é lindo.
Ele estremeceu com a descrição, mas deixou o assunto para lá por agora e concentrou-se em encontrar a trilha descendo a encosta.
Cam não se surpreendeu quando meia dúzia de guerreiros apareceram a cavalo, sobre a ponte na parede externa. Ele esperava isso. Sua comitiva era grande o suficiente para que fosse fácil vê-los quando chegaram ao topo da colina. Bem antes disso, provavelmente, ele pensou quando olhou por cima do ombro para os carroções e soldados atrás deles. Os cavaleiros seriam enviados para fora para descobrir se eram amigos ou inimigos.
Os cavaleiros esperaram até que eles começaram a atravessar a área de sessenta pés8, onde as árvores tinham sido removidas na frente da muralha externa antes de seguirem em frente. Cam continuou em frente, despreocupado. Sem desacelerar até que as duas comitivas alcançaram uma a outra.
— Irmão. Seu irmão mais novo, Douglas, cumprimentou-o solenemente quando puxou as rédeas diante dele.
— Você finalmente decidiu vir pra casa. . . e trouxe convidados. acrescentou, olhos se estreitando em Joan onde ela estava sentada no colo de Cam. Curiosidade passou brevemente por sua expressão e, em seguida, sua atenção voltou-se para os outros membros da comitiva. Suas sobrancelhas se arquearam e respeito preencheu seu rosto quando seu olhar pousou em Lady Annabel. Fazendo uma meia reverência sobre a sela, Douglas murmurou:
— Lady MacKay.
— Boa tarde, Douglas. Ela o cumprimentou com um sorriso.
— Está Lord MacKay aqui também? Ele perguntou, seu olhar passando sobre os soldados os acompanhando.
— Não. Ele não podia vir imediatamente, mas ele virá nos buscar no prazo de uma semana. Annabel respondeu.
— Uma semana? Douglas perguntou com surpresa, os olhos semicerrados se deslocando a Cam com o que ele suspeitava ser desagrado à espreita em suas profundezas.
— Eles são meus convidados. Ele disse simplesmente, e não com total honestidade. Ele não convidou exatamente seus novos parentes a vir para casa com ele, embora ele supôs que deveria ter pensado em fazê-lo. Afinal, eles tinham acabado de conhecer Joan e, sem dúvida, queriam se familiarizar com ela. E ela provavelmente iria querer isso também. Ele deveria ter pensado nisso e o organizado sozinho. Ele também deveria ter pensado em pedir ao MacKay para enviar um mensageiro à frente para avisar sua família que ele chegaria em breve e estava trazendo companhia para que os quartos pudessem ser preparados. Mas com tudo o que aconteceu, Cam nem mesmo o considerou.
— Vou avisar a mãe para se preparar para mais convidados. Douglas rosnou.
— Mais? Perguntou Cam, mas seu irmão já tinha virado seu cavalo e o incitado a se afastar com os outros guerreiros Sinclair seguindo. Franzindo a testa agora, Cam urgiu seu cavalo a seguir em frente novamente, esperando por Deus que sua mãe não tivesse ainda um castelo cheio de mulheres esperando para descer sobre ele no momento em que entrasse. Meu Deus, ela não poderia as ter mantido lá durante todo o verão, poderia?
Conhecendo sua mãe como ele conhecia? Sim, ela poderia, Cam pensou com um suspiro.
Sinclair era enorme e repleto de pessoas se movendo por todos os lados, Joan notou, espantada com isso quando eles atravessaram a ponte levadiça para o pátio exterior. Ela não era a única espantada. Cada pessoa no pátio parecia parar e voltar-se para olhá-los enquanto passavam, e cada par de olhos parecia estar focado nela, no colo de Cam. Pelo menos até que eles passaram, então seus olhares curiosos pareciam notar Lady Annabel, suas filhas e os soldados Mackay e os carroções que se seguiam.
Desconfortável sob todos esses olhares fixos, Joan ficou aliviada de chegar à ponte sobre o fosso interior e cavalgar sob a portaria. Pelo menos até que alcançaram o pátio interior e ela notou quase o mesmo tanto de pessoas nesta área, todas imitando os do pátio externo e parando para se embasbacar com eles também.
— Levante o queixo. Cam murmurou em sua orelha.
— Você é Lady Sinclair agora. Este é o seu povo.
Joan ergueu o queixo, e tentou parecer serena, mas era difícil quando tudo o que queria fazer era rastejar para dentro do plaid de Cam e se esconder. Especialmente quando notou as pessoas saindo da fortaleza e se reunindo nos degraus. Seu olhar foi imediatamente atraído para um casal bem vestido no topo dos degraus. O homem tinha o cabelo grisalho, ao seu lado estava uma alta, mulher de pescoço longo com cerca da idade de Annabel, seu cabelo loiro polvilhado com cinza.
— Seus pais? Ela perguntou em voz baixa.
— Sim.
Cam assentiu e deixou seu olhar vagar sobre as outras pessoas nas escadas, a maioria das quais eram mulheres. Havia um par de mulheres mais velhas entre elas, mas a maioria eram da idade de Joan ou mais novas, e cada uma delas era bonita. Cam disse que só tinha uma irmã e Joan supôs que ela estava entre as pessoas nas escadas, mas suspeitava que o resto não eram suas primas. Pelo menos, não todos elas, ela pensou, e lembrou-se de Cam dizendo que sua mãe tinha enchido o castelo com mulheres solteiras, esperando que ele se casasse com uma delas.
Sua mãe estava prestes a ficar terrivelmente desapontada, Joan pensou com um pequeno suspiro quando Cam parou sua montaria no pé da escada e desmontou, em seguida, estendeu a mão para baixá-la. Quando ele então se virou para ajudar, primeiro, Lady Annabel, em seguida, cada uma de suas filhas, Joan olhou para o rosto inexpressivo de sua sogra de novo.
Sim, ela ficaria decepcionada, Joan pensou novamente, mais sombriamente. Como poderia não ficar? Qualquer uma das lindas mulheres nas escadas seriam, sem dúvida, uma melhor esposa para Cam do que ela. Sem dúvida elas foram todas treinadas no que quer que fosse que fazia de uma mulher uma boa esposa para um nobre lord. Certamente, elas já tinham a conduta e tal dominada, enquanto ela não tinha.
— Coragem. Annabel sussurrou uma vez que estava no chão. Ela também passou o braço em volta de sua cintura e a abraçou rapidamente pelo lado.
Joan conseguiu dar um sorriso para a tia, apreciando o gesto de apoio.
— Tudo ficará bem. Lady Sinclair é gentil. Annella sussurrou encorajadoramente, aparecendo no seu outro lado e pegando sua mão.
— Ela vai gostar de você.
— Vamos, senhoras? Cam murmurou quando terminou de descer Sabena de sua montaria e levou-a para se juntar a eles. Ele franziu a testa brevemente quando percebeu que não havia espaço para ele ao lado de Joan, depois relaxou, deu de ombros de leve e os urgiu a subir as escadas em massa.
— Annabel. Lady Sinclair disse, descendo alguns degraus para cumprimentá-los. Seu anterior rosto inexpressivo deu espaço a um sorriso de saudação que a fez absolutamente bela e muito mais acessível.
— Que surpresa agradável.
— É bom te ver de novo, Bearnas. Annabel sorriu largamente e retirou seu braço da cintura de Joan para tomar as mãos que Lady Sinclair oferecia e então a abraçou em saudação.
— E eu, você. Bearnas Sinclair lhe garantiu e, em seguida, quando se separaram, olhou para Cam e acrescentou:
— Especialmente desde que trouxe meu filho pra casa, pra mim, são e salvo. Eu estava começando a temer que ele tinha sido assaltado por bandidos na estrada.
— Eu fui. Cam disse, subindo para abraçar a mãe enquanto Annabel se movia para o lado no degrau para cumprimentar Lord Sinclair com um abraço também. Parecia que os Sinclairs e MacKays eram amigos íntimos, Joan pensou.
— O quê? Lady Sinclair se afastou do filho com alarme.
— Você está bem?
— Sim, graças a Joan. Cam lhe assegurou e, em seguida, virou-se para lhe estender a mão enquanto acrescentava:
— Ela me salvou a vida. Duas vezes. Primeiro derrubando um dos atacantes por mim, e depois cuidando de mim enquanto eu estava inconsciente e indefeso. Ela me emendou, se não não estaria parado aqui agora.
Forçando um sorriso nervoso enquanto tomava sua mão, Joan subiu um degrau para ficar ao seu lado.
— Bem, é definitivamente um prazer conhecê-la então, querida.
— Lady Sinclair disse solenemente, olhando-a de cima a baixo.
— Joan, não é?
— Sim, mãe. Disse Cam.
— Esta é a sobrinha de Lord e Lady MacKay, Lady Joan Sinclair.
— Sobrinha? Lady Sinclair ecoou e voltou-se para Lady Annabel com surpresa.
— Eu não sabia que você tinha... Ela parou de repente e então se virou lentamente de volta para Joan e Cam, confusão nublando seus olhos.
— Joan Sinclair?
— Sim. Nós nos casamos em MacKay ontem. Ela é minha mulher. Cam anunciou. Um momento de silêncio se passou onde todos pareciam congelados, então uma das mulheres nas escadas fez um som estranho de asfixia e aparentemente desmaiou. Pelo menos, a loira caiu e começou a rolar escadas a baixo. Felizmente, uma versão mais jovem de Cam, seu irmão Aiden, Joan supôs, se moveu para o lado, então ela rolou até seus tornozelos e parou.
— Obrigado, filho. Disse Lady Sinclair em um suspiro enquanto o jovem se inclinava para recolher a infeliz mulher.
— Por favor, leve Lady Murino para dentro.
Joan instintivamente começou a se mover na direção deles, pronta para ajudar a mulher, mas sua tia pegou seu braço e sacudiu a cabeça.
— Eu cuido dela.
Concordando, Joan relutantemente relaxou e permaneceu onde estava, mas teve que lutar contra cada instinto que tinha para fazê-lo.
— Eu pensei que você teria enviado as possíveis noivas para casa agora.
Cam disse secamente enquanto observava seu irmão carrregar a mulher para a fortaleza com Annabel em seus calcanhares.
— Eu estive fora o verão todo, afinal.
— Sim, e eu fiz. Lady Sinclair admitiu em um suspiro quando as portas da fortaleza fecharam.
— E então ela as chamou de volta quando Roderick e Bryson voltaram com a notícia de que você estava à caminho de casa e deveria chegar em um par de dias. Douglas anunciou, atraindo o olhar de Joan em sua direção. O homem era tão sombrio quanto Cam tinha afirmado. Ele também tinha cabelos escuros como o pai, em vez de loiro como sua mãe e os dois irmãos. Ele então acrescentou secamente:
— Isso foi há duas semanas, a propósito.
— Larga o osso, Douglas. Cam já disse que foi assaltado por bandidos e precisou de cuidados. Lord Sinclair admoestou, falando por fim. Movendo sua atenção para Joan então, ele desceu um degrau e a puxou para um abraço, acrescentando:
— Obrigado por salvar o meu garoto, moça. E bem-vinda à família.
— Obrigado. Joan murmurou, conseguindo sorrir de verdade quando ele a soltou e deu um passo atrás.
Lord Sinclair olhou para sua esposa brevemente e seus lábios se curvaram nas bordas quanto ele notou sua expressão. Voltando-se para Joan novamente, ele acrescentou:
— Eu sei que minha esposa te dará boas-vindas também, ela está apenas muito aturdida agora para falar. Estávamos começando a pensar que o moço nunca se casaria de novo. Você deve ser especial para o tentar a voltar para esse estado sagrado.
Joan corou e abaixou a cabeça com vergonha. Ela suspeitava que o homem seria menos receptivo se soubesse as circunstâncias por trás do casamento, mas não tinha intenção de lhe contar quais elas eram.
— Bem, venha, vamos entrar e sair dessas escadas antes que mais alguém tropece nelas. Lord Sinclair disse bruscamente, pegando o braço de Joan para guiá-la ao interior.
Joan foi de bom grado, mas olhou por cima do ombro quando o fez. Sabena e Annella estavam diretamente atrás dela, e Cam estava atrás delas com sua mãe em um braço e uma jovem loira, que parecia muito com sua mãe, no outro braço. Sua irmã, Aileen, Joan supôs. O resto das mulheres seguiram em silêncio, expressões infelizes em seus rostos. Ela não poderia culpá-las. Cam era bonito, inteligente e gentil. Ela supunha que isso o colocava um degrau acima da maioria dos homens lá fora, que ainda não estavam noivos ou casados.
Joan virou o rosto para a frente novamente, mas não podia deixar de se perguntar onde Lady Sinclair encontrou tantas mulheres jovens e bonitas. Casamentos eram arranjados enquanto as crianças nobres ainda usavam fraldas, ou ao menos quando ainda eram jovens. Para estar disponível para se casar, essas mulheres tinham de ser ou viúvas, ou ainda solteiras porque foram azaradas o suficiente para que seus noivos morressem antes de se casar com elas. Ela não teria pensado que haveria tantas mulheres jovens e bonitas disponíveis e perto o bastante para chegar a Sinclair antes deles.
Embora, tinham levado mais de duas semanas para chegar aqui graças à seu namorico, Joan lembrou. Ela supôs que era tempo suficiente para mensageiros serem enviados e mulheres viajarem de tão longe quanto a Inglaterra.
— Então você é sobrinha de Annabel e Ross?
Joan olhou para Lord Sinclair e assentiu para essa pergunta enquanto atravessavam o grande salão, indo para as mesas de cavalete.
— Seu sotaque é inglês, moça. Você foi criada lá? Perguntou o Sinclair.
— Sim. Joan respondeu.
— Bem, não tema. Sinclair disse, dando batidinhas em sua mão que descansava em seu braço.
— Nós usaremos isso contra você.
— Oh. Joan disse atrapalhada, e depois acrescentou incerta:
— Obrigado?
Assentindo, ele a conduziu para a mesa e garantiu que se sentasse, então se sentou ao seu lado antes de olhar ao redor até seu olhar pousar em sua filha.
— Aileen, diga aos servos para trazer cerveja e hidromel para todos, e os avise que temos convidados para o jantar.
— Sim, Papai. A irmã de Cam murmurou e afastou-se para cumprir as ordens de seu pai.
— Então. Lord Sinclair voltou-se para Joan.
— Conte-me sobre sua viagem. Você salvou o meu filho?
— Oh, bem, na verdade, ele me salvou primeiro. Joan disse honestamente.
— Sua comitiva de viagem foi assolada por uma gangue de bandidos. Cam disse, atraindo seu olhar para onde ele estava sentando sua mãe no outro lado de seu pai.
Comitiva de viagem? Joan pensou e o olhou atônita.
— No momento em que cheguei, Joan estava enfrentando quatro deles sozinha. Ele acrescentou, movendo-se para se instalar no espaço vazio ao lado dela, então ela ficou imprensada entre ele e seu pai. Suas primas Sabena e Annella lhe tinham deixado espaço, e Douglas sentou o mais longe de Annella.
— Nocautearam seus soldados, não é? O Sinclair perguntou, não parecendo surpreso. Balançando a cabeça, ele murmurou:
— Ingleses.
— Você interveio, filho? Perguntou sua mãe quando a filha voltou e se sentou ao lado dela.
Cam assentiu.
— Sim. Dificilmente podia deixar uma moça tão valente ser espancada e assaltada por quatro homens grandes. Derrubei três deles, mas fui esfaqueado nas costas fazendo isso. Pensei que com certeza o quarto acabaria comigo, mas Joan pegou uma faca de um dos outros homens e o esfaqueou.
— Moça inteligente. Lord Sinclair elogiou, batendo em seu ombro.
Joan forçou um sorriso, e então olhou para Cam enquanto ele continuava.
— Eu fui derrubado pelas minhas feridas. Dormi três dias. Ela me costurou, me cuidou e me vigiou todo o tempo. Então ela me cuidou até eu melhorar quando acordei. Se não tivesse feito isso, tenho certeza que teria morrido lá, sozinho, no canto da estrada. Ele se virou e sorriu para Joan, sua mão se movendo para cobrir a dela sobre a mesa e a apertar antes de continuar: — Quando soube que ela estava viajando para MacKay, lhe ofereci minha escolta.
— E se apaixonou pelo caminho, então se casou com ela quando chegaram a MacKay.
Joan piscou e olhou para a irmã dele quando ela soltou essas palavras com um suspiro. A jovem sorriu para ela, saiu de seu assento e correu ao redor para abraçá-la por trás.
— Bem-vinda, irmã. Temos sorte de tê-la em nossa família.
— Obrigado. Murmurou Joan, levantando automaticamente a mão para dar um tapinha no braço em volta de seu pescoço, mas seu olhar estava em Cam.
— Minha irmã, Aileen. Cam disse com diversão.
— Isso é tão romântico. Sabena disse agora, atraindo o olhar de Joan para onde sua prima sentou-se com sua irmã do outro lado de Cam.
— Eu não posso acreditar que ninguém nos disse isso até agora.
— Sim. Annella concordou, e, em seguida, sorriu ironicamente e acrescentou:
— Embora, não demos a ninguém a chance. Estávamos tão felizes de saber que tínhamos uma prima e de conhecê-la que corremos a encontrá-la antes do pai poder nos contar, e então houve toda a pressa para organizar o banquete de casamento, e depois o casamento em si... Annella deu de ombros. — Tudo foi um pouco apressado desde que eles chegaram.
— Por que foi tudo tão apressado?
Joan enrijeceu e olhou à mulher que tinha falado, uma das damas que supôs serem possíveis noivas para Cam. Ela era a mais alta das noivas em potencial, com longo cabelo preto, um rosto magro, mas bonito e um profundo decote em seu escuro vestido vermelho. Uma viúva, Joan supôs, com certeza uma mulher inexperiente não mostraria tanta carne.
Tendo ganhado a atenção de todos, a mulher deu de ombros delicadamente.
— Lord e Lady Sinclair não tiveram nem mesmo a chance de participar. Certamente vocês poderiam ter esperado um dia para que eles fossem buscados? Ou poderiam ter realizado o casamento aqui. Afinal, Lady MacKay e suas filhas viajaram até aqui com vocês. Então ninguém perderia o casamento.
— Papai o teria perdido. Sabena interveio.
Ignorando o comentário da garota, a mulher de cabelos escuros levantou as sobrancelhas e perguntou:
— Se a comitiva de viagem de Lady Joan foi morta pelos bandidos, vocês dois viajaram sozinhos o resto do caminho? Sem nem mesmo uma empregada como acompanhante?
A insinuação era impossível de perder. O casamento foi necessário para salvar a reputação de Joan, e ela estava certa, é claro, Joan pensou infeliz inclinando a cabeça.
— É minha culpa nos casarmos tão rapidamente. Cam disse severamente, sua mão se movendo às costas de Joan e a esfregando suavemente — Eu estava ansioso para chegar em casa e reassegurar a todos que eu estava bem, mas queria trazer Joan como minha esposa. Além disso, esse é o meu segundo casamento, então não vi razão para uma grande agitação.
— Sim, mas você viajou sozinho com ela o resto do caminho? A mulher de cabelos negros repetiu insistentemente, aparentemente determinada a forçar a admissão de que esse casamento tinha sido forçado pelas circunstâncias.
— Finola! Lady Sinclair estalou, e Joan supôs que esse era o nome da cadela de cabelos negros, porque ela relutantemente voltou seu olhar para a mãe de Cam, uma sobrancelha arqueando em questionamento. Lady Sinclair olhou para Finola por um minuto inteiro antes de dizer:
— Como as circunstâncias os obrigaram a viajar não importa. Eles estão casados agora, e tanto quanto eu gostaria de estar lá para o casamento, simplesmente estou contente que meu filho encontrou alguém com quem estava disposto a se casar. O bom Deus sabe que eu estava falhando miseravelmente na tarefa, obviamente escolhendo todas as mulheres erradas com que tentá-lo.
Os olhos de Finola se estreitaram para o que poderia ter sido interpretado como um insulto, e então ela sorriu friamente e virou-se para Joan para perguntar:
— Como você estava disponível para casar? Ou estava? Há algum noivo por aí, em algum lugar, que ficará desapontado?
— Não. Joan disse calmamente.
— Eu não tinha...
— Nós ainda não tínhamos tido a oportunidade de arranjar um compromisso para a minha sobrinha. Annabel anunciou, aproximando-se da mesa com Aiden em seus calcanhares. Joan a olhou, notando a raiva em seu rosto, e só podia supor que ela ouviu uma boa parte da conversa enquanto descia.
— O que foi uma boa sorte para o meu filho. Lord Sinclair disse com firmeza, e então se levantou enquanto acrescentava:
— Agora, suspeito que nossos novos hóspedes gostariam de se retirar para descansar após a longa viagem até aqui, e eu sei que a minha esposa tem algumas mensagens para enviar. Ele lançou um olhar para Lady Sinclair que parecia estar cheio de significado enquanto dizia aquilo e ela assentiu, a expressão sombria.
— Enquanto isso, vou falar com meus filhos, então... Ele arqueou as sobrancelhas com expectativa e as todas as mulheres se levantaram. Aiden imediatamente sentou onde sua mãe tinha estado.
— Vou lhes mostrar seus quartos antes de começar com as minhas mensagens. Lady Sinclair anunciou, sorrindo de Joan a sua tia e primas enquanto conduzia as mulheres para longe da mesa. Seu olhar então se deslocou paras as outras mulheres antes de passar para sua filha enquanto sugeria:
— Aileen, talvez você possa levar as outras damas ao solar para relaxar?
— Sim, mãe. A irmã de Cam disse facilmente e se dirigiu às escadas.
A maioria das mulheres sorriu e acenou e correu atrás dela. Finola, no entanto, parou para sorrir com escárnio para Joan antes de seguir as outras em um ritmo muito mais calmo.
Lady Sinclair franzio o cenho atrás da mulher, e então suspirou e forçou um sorriso quando se virou para Joan e sua tia e primas.
— Todos os quartos estão ocupados agora com... Ela acenou vagamente na direção das mulheres desaparecendo pelas escadas.
— Todavia, o quarto de Cam está disponível para vocês se limparem e descançarem nele e, esperançosamente, eu posso ter quartos disponíveis para vocês rapidamente.
— Está tudo bem. Annabel assegurou-lhe, deslizando um braço pelo da outra mulher enquanto começaram a atravessar o grande salão.
— Chegamos inesperadamente assim ficaremos felizes com o que está disponível.
— Abençoada seja, Annabel. Lady Sinclair murmurou quando começaram a subir as escadas.
— E abençoada seja por ter uma sobrinha com quem meu filho estava disposto a se casar. Eu estava começando a pensar que nunca veria o dia em que ele se casaria novamente.
— Isso foi inteiramente crédito da minha irmã. Annabel lhe assegurou.
— Ela é quem nos abençoou com Joan.
— Sim, bem, abençoada seja ela então. Lady Sinclair disse rindo.
— Foi assustador quando sua comitiva foi assaltada por bandidos? Sabena perguntou de repente, enganchando seu braço no de Joan enquanto seguiam as duas mulheres mais velhas.
— Claro que foi. Annella respondeu por ela com um rolar de olhos. Deslizando seu próprio braço pelo braço livre de Joan, ela acrescentou:
— Foi corajoso de você matar o quarto homem. Eu não sei se poderia fazer isso.
— Sim, isso foi muito corajoso. Sabena concordou.
— E que sorte que Cam chegou para te salvar.
Joan apenas balançou a cabeça em concordância. Ela certamente teve sorte que ele apareceu. Joan suspeitava que Banguela a teria espancado até morte se ele não tivesse aparecido.
— Chegamos. Lady Sinclair disse um momento depois quando lhes mostrou o interior do quarto de Cam.
— Como eu disse, se tivermos sorte, pelo menos uma ou duas das garotas irão embora até depois de amanhã agora que Cam não está mais disponível. Pode levar até o final da semana para nos livrarmos do resto, mas pelo menos elas logo estarão longe. Ela parou na porta, e agora sorriu para Joan enquanto passava por ela para adentrar a sala, acrescentando:
— Nós todos estaremos eternamente gratos a você por isso.
— Não está desfrutando da companhia, Bearnas? Annabel perguntou com diversão.
Lady Sinclair bufou com a sugestão.
— Eu costumava pensar que seria legal ter um bando de filhas, uma meia dúzia ou algo assim, mas isso abriu os meus olhos um tanto. É incrível quão horrível podem ser mulheres em bandos. A maioria esteve bem, mas um par delas... Ela balançou a cabeça com desgosto.
— Discutindo, insultando umas as outras, e até mesmo tentando sabotar a outra cortando seus vestidos e tal.
Annabel arqueou uma sobrancelha.
— Finola?
— Até a sua chegada eu teria dito não. Aileen disse que ouviu por acaso Finola insultar uma das garotas e que ela não era tão boa quanto parecia, mas eu não acreditei nela no momento. A mulher agiu tão doce quanto o mel desde que chegou, sempre se oferecendo para me ajudar, e usando lindos e sóbrios vestidos. Então Douglas voltou com a notícia de que Campbell estava trazendo convidados e as mulheres ficaram todas ansiosas. Todas correram para seus quartos para se refrescarem. Meus olhos quase saltaram das órbitas quando Finola desceu naquele vestido que ela está usando. E então o jeito como ela agiu à mesa... Lady Sinclair balançou a cabeça.
— Me faz imaginar como as outras garotas realmente são.
— Hmmm. Lady Annabel murmurou com simpatia, e Lady Sinclair suspirou e deu de ombros.
— Eu deveria ir começar a escrever as minhas mensagens e enviá-las às famílias. Quanto mais cedo elas enviarem comitivas de escolta para recolher suas garotas, mais cedo elas terão ido embora. Ela virou-se para a porta, acrescentando:
— Farei os servos lhe trazerem comida e bebida e água com a qual se lavar.
— Então? Me conte.
Cam ergueu as sobrancelhas ao ouvir as palavras de seu pai, e depois olhou em volta enquanto os servos corriam a sair da cozinha com as bebidas pedidas para todos.
— Deixe um jarro de cerveja e quatro canecas aqui. Lord Sinclair ordenou.
— O resto vai para o quarto de Cam e o solar.
Ele esperou os servos subirem as escadas, e então se virou e examinou seus três filhos antes de fixar seu olhar em Cam.
— A verdade desta vez, rapaz. E toda ela para sabermos com o que estamos lidando. Quem é a garota?
Cam sentou-se ligeiramente para trás e tomou um gole de cerveja, engoliu, depois deu de ombros.
— A maior parte do que disse era a verdade. Joan é sobrinha de Lord e Lady Annabel.
— Impossível. Douglas disse imediatamente.
— Nem Lord MacKay nem sua esposa tinha irmãos.
— Lady Annabel tinha. O pai de Cam disse calmamente.
— Kate, seu nome era se bem me lembro, e ela causou um bando de problemas para aqueles dois no passado.
— Que tipo de problema? Perguntou Aiden.
— A moça foi a originalmente contratada para se casar com o MacKay, mas ela fugiu e se casou com outro. Os pais lhe presentearam com Annabel em seu lugar. Artair Sinclair relatou
— Parece mais sorte do que problemas para mim. Comentou Douglas.
— Lord e Lady MacKay são muito felizes juntos.
— Sim, eles foram desde o início. O pai deles murmurou.
— Mas então a irmã, Kate, apareceu em sua porta chorando, alegando que lamentou sua escolha e tal. Foi tudo frescura. Acrescentou secamente.
— Ela queria tudo para si. Queria o cavalariço escocês com quem se casou e o dinheiro do MacKay também. Ela chorou para entrar no castelo MacKay e para entrar nas boas graças da irmã, então ela e seu homem roubaram o dinheiro e sequestraram Lady Annabel também.
— O que aconteceu? — Perguntou Aiden com fascinação.
— O MacKay os pegou. Recuperou Annabel e o dinheiro, mas o marido foi morto no confronto, e Kate foi enviada à uma abadia inglesa como punição.
— Isso não me parece um castigo muito grande. Douglas murmurou.
— Não? Perguntou Artair Sinclair com diversão.
— Nós tivemos um bando de mulheres aqui em Sinclair esta última semana ou mais. Como te pareceu?
Douglas fez uma careta.
— Tem sido um inferno.
— Sim, bem, se imagine vivendo com centenas delas, e você não pode simplesmente montar seu cavalo e ir embora, nem mesmo por um minuto de descanso.
— Oh, sim, isso é punição, tudo bem. Aiden soltou, obviamente horrorizado com o pensamento. Cam não poderia culpá-lo. Foi um inferno a primeira vez que sua mãe encheu a fortaleza com mulheres. Foi por isso que ele saíu para encontrar trabalho como um mercenário. Era melhor a guerra do que um castelo cheio de mulheres.
— E essa Kate é a mãe de Joan? Perguntou Douglas, franzindo a testa.
Cam assentiu.
— Sim. Ela estava grávida de Joan quando foi para a abadia. Ela morreu lhe dando à luz.
— Quem a criou? Perguntou seu pai de uma vez.
Cam hesitou, mas depois decidiu que não havia motivo para isso e admitiu:
— A abadessa deu Joan a parteira para se livrar dela. A mulher era uma curandeira bem como uma parteira e a criou como sua própria filha, ensinando-lhe tudo o que sabia.
— E agora que a moça está crescida, ela foi procurar por seus parentes ricos? Douglas sugeriu cinicamente.
Cam balançou a cabeça.
— A mulher nunca lhe disse quem ela realmente era. Joan não tinha ideia de que estava relacionada aos MacKays quando a conheci. Ela não soube disso até ontem.
— Então por que ela estava a caminho de MacKay quando você a encontrou? Perguntou Aiden.
Cam suspirou, e explicou rapidamente sobre o pedido de leito de morte e o pergaminho selado. Ele também explicou a verdadeira versão de como encontrou Joan e passou a viajar com ela. Bem, uma versão ligeiramente editada da verdade. Não era da conta deles que ele esteve agindo como um touro excitado as duas últimas semanas. Quando terminou, encarou sua caneca, à espera do pronunciamento de seu pai.
Cam meio que esperava que o homem se afastasse com indignação, chateado que ele tivesse se casado com a filha de um ladrão e seria assassinado e exigisse que ele anulasse o casamento. O que significaria um piedoso argumento porque ele não tinha intenção de fazer isso.
— Então, ela é metade escocesa. Seu pai disse finalmente, e Cam olhou para cima rapidamente com surpresa.
— Sim, suponho que ela é. Disse ele lentamente.
— E ela foi criada por uma curandeira na aldeia, não aquela mulher, Kate, então não será mimada e gananciosa como a mãe. Aiden apontou.
— Ela não é mimada. Cam assegurou.
— Na verdade, ela é inteligente e engraçada e uma curandeira hábil. Ela não tem medo de trabalho duro.
— Ela é corajosa também, saindo sozinha para entregar a mensagem de sua mãe. Douglas decidiu relutantemente.
— Tola, mas corajosa.
— Sim. Cam concordou. Foi tolo/valente, mas tolo. Ela poderia ter morrido. Teria morrido se ele não tivesse topado com ela e seus atacantes quando tinha.
— Foi inteligente dela se vestir como um menino para a viagem. Aiden comentou, em seguida, sorriu e acrescentou:
— Eu gostaria de tê-la visto vestida como um menino.
O comentário fez Douglas se virar para Cam com descrença.
— Como diabos você pôde confundir uma moça por um moço? Mesmo em calças eu saberia que ela era uma mulher à primeira vista. Seus seios são...
— Ela tinha os seios amarrados. Cam resmungou, não gostando de seu irmão mencionar os seios de Joan, e muito menos saber que ele tinha notado suas curvas generosas.
— Oh. Douglas disse, mas depois deu de ombros.
— Ainda assim, há seu rosto. Ela tem um rosto bonito. Nada parecido ao de um menino.
— Seu rosto estava inchado e machucado da surra que o bandido estava dando nela quando eu fui pra cima deles. Cam disse, impaciente.
— Ela ainda tem uma pequena contusão na têmpora perto da orelha.
— Sim, eu notei isso. Douglas murmurou e depois sacudiu a cabeça.
— Faz tempo desde o ataque? Roderick e Bryson estão em casa por mais de duas semanas.
— Duas semanas e quatro dias. Cam disse, rapidamente somando as duas semanas de viagem, os três dias que esteve inconsciente, e depois hoje.
— Duas semanas e quatro dias. Douglas murmurou e balançou a cabeça. — Ela deve ter tomado uma baita de uma surra para ainda ter hematomas após todo esse tempo ter passado.
— Sim. Foi ruim. Disse Cam.
— Seu rosto parecia muito como o Bryson estava depois de Comyn acabou com ele daquela vez que ele o pegou com sua esposa.
— Oh, isso é ruim. Disse Aiden com uma careta.
— Ela deve ter estado com uma dor terrível.
— Sim. Cam concordou e, em seguida, maravilhou-se:
— Ela nunca reclamou, no entanto.
— Bem. Seu pai disse de repente e ficou de pé. Erguendo a caneca, ele a estendeu à sua frente.
— Para a nova esposa de Cam, Lady Joan Sinclair.
Cam deu um suspiro de alívio quando seus irmãos imediatamente se levantaram. Seu pai e irmãos estavam aceitando Joan e o casamento. Tudo ficaria bem então, pensou e também ficou de é para erguer sua caneca.
— Para Joan.Todos disseram juntos.
Todos beberam, em seguida, seu pai lhe deu um tapa nas costas enquanto reclamavam seus assentos e disse:
— Parabéns, filho. Parece que você encontrou para si uma boa mulher. Estou feliz por você.
Cam acenou e sorriu para si mesmo. Ele nunca esperou se casar de novo, mas agora que tinha, não se importava. Ele havia encontrado uma boa mulher. Uma com a qual realmente gostava de se deitar... e aproveitaria se deitar bem ali em celebração da aceitação de sua família, ele decidiu, engolindo o último gole de sua cerveja e batendo a caneca sobre a mesa.
Levantando-se, ele passou por cima do banco, dizendo:
— Bem, eu acho que vou me juntar a minha esposa para descansar. Foi uma longa cavalgada.
— Eu duvido que haverá espaço para você com Lady Annabel e suas garotas na sua cama também. Seu pai disse com diversão.
Cam tinha começado a se afastar da mesa, mas parou com isso e virou-se.
— O que?
— Você não estava escutando sua mãe antes dela levar as senhoras lá para cima? Perguntou Artair Sinclair com um franzir de cenho.
Cam balançou a cabeça lentamente. Não, ele não estava escutando sua mãe, ele estava se preocupando com a vindoura conversa com seu pai.
— Todas essas malditas mulheres que ela trouxe aqui para te tentar estão enchendo todos os quartos vagos. Seu pai explicou.
— Então ela colocou Lady Annabel e suas filhas no seu quarto com Joan.
— Não. Cam suspirou com horror quando seus recém concebidos planos para fornicar com sua esposa morreram rapidamente.
— Sim. Seu pai disse solenemente.
— Temo que elas estarão em seu quarto até que possamos colocar algumas dessas garotas a caminho de casa.
Cam ficou olhando para trás dele com desalento, e então perguntou:
— Mas onde se supõe que eu vou dormir?
— Não se preocupe, irmão. Há espaço em abundância nas barracas. Douglas disse suavemente.
— Sim. Aiden concordou, e explicou:
— É aí onde estivemos dormindo desde que a mãe deu nossos quartos para as mulheres que ela trouxe aqui para você.
— Inferno. Cam murmurou.
— Não se preocupe, rapaz. Disse Artair Sinclair.
— Tenho certeza que sua mãe vai ter as mulheres indo embora logo. Uma semana no máximo.
— Uma semana? Cam ecoou com consternação.
— Bem, com tantas damas, não havia espaço suficiente para suas famílias e soldados ficarem aqui também, então foi acordado que as meninas seriam deixadas aqui sob os cuidados da sua mãe com apenas ela e suas criadas para atuarem como acompanhantes. — Lord Sinclair explicou.
— Sendo esse o caso, para elas irem embora, um mensageiro tem que ser enviado para cada família, e então suas famílias enviarão soldados para recolher as garotas e levá-las para casa.
— Droga. Cam soltou.
— Aqui, garoto, beba outra bebida. Seu pai derramou cerveja fresca em sua caneca vazia e acrescento com diversão:
— Você parece como se precisasse de uma.
Capítulo 11
Joan girou sonolenta de costas, seus olhos se arregalando quando rolou para fora do seu palete para o frio, duro piso de madeira. Por um momento, ela não estava certa de onde estava. O teto acima não era o teto de palha da cabana em que tinha crescido, ou até mesmo os galhos das árvores como foi durante a sua viagem.
Sentando-se, ela olhou por sobre o quarto e então relaxou com um sorriso irônico. Era o quarto de Cam no Castelo Sinclair. Ela tinha dormido em um palete no chão em vez de na cama lotada com sua tia e primas.
Todas suas três parentes protestaram quando ela pediu a um servo por um palete, horrorizadas que ela ao menos considerou isso, mas ela as assegurou que preferia dormir no chão, num palete, de qualquer forma. Era com o que ela estava acostumada afinal, apontou. Além disso, a cama, grande como era, estava um pouco lotada, com as quatro nela. Ela suspeitava que esse foi o único motivo pela qual elas cederam no final, pois estavam pressionadas uma contra a outra sem espaço para se movimentar. Ela estava certa que foi mais confortável com apenas as três nela. Certamente, ela esteve mais confortável em seu palete, embora ela lastimou não chegar a desfrutar do conforto oferecido pela cama.
Empurrando as peles que a mantiveram quente à noite, Joan rapidamente se levantou e olhou para a cama, sobrancelhas subindo quando percebeu que ela estava vazia. Sua tia e primas já tinha acordado para atender o dia, parecia. Ela se perguntou brevemente por que elas não a acordaram, mas então estava grata por isso. Era tarde quando Cam a levou de volta ao quarto a noite passada, lembrou, um sorriso curvando seus lábios com a lembrança.
Seu primeiro dia em Sinclair foi bem. Conhecer a família dele não tinha sido tão ruim quanto temia. Pelo menos eles não gritaram com horror e a expulsaram. Isso foi bom, especialmente considerando o que sua mãe tinha feito, Joan pensou, recordando a conversa que tivera com sua tia após Lady Sinclair as deixar sozinhas no quarto. Ela esperou até que suas primas se deitaram para descansar, mas então se juntou a Annabel onde ela se sentou ao lado da lareira fria e pediu-lhe para lhe contar sobre sua mãe. Sua tia foi gentil, mas o resumo de tudo era que sua mãe foi uma vaca invejosa que tentou roubar sua tia e tio e havia sequestrado tia Annabel com a intenção de matá-la.
Oh, Annabel lhe assegurou que não achava que sua irmã realmente a teria matado, mas Joan estava igualmente certa de que ela teria. Sua verdadeira mãe parecia uma mulher horrível, o que só a fez ainda mais grata que Maggie Chartres foi aquela a criá-la. Ela só desejava que pudesse lhe dizer isso. Havia muitas coisas sobre as quais desejava poder falar com sua mãe, mas isso não era possível.
Suspirando, Joan passou os dedos pelos cabelos em um esforço para ordenar-lhe um pouco, e então escovou suas saias para remover o pior das rugas. Não ajudou muito e ela desejou ter outro vestido para usar, mas essa era a única roupa que tinha disponível no momento. Joan costumava ter dois vestidos em que se trocava. Ela os embalou na sua bolsa quando saíu em sua missão vestida como um menino, mas cortou o primeiro para fazer bandagens para Cam quando o costurou. Ela cortou o segundo para substituir a bandagem ao redor de seus seios após Cam os ter cortado naquele dia perto da cachoeira. Ela agora não tinha vestidos além daquele que usava, e este era, na verdade, de Annella. Apesar de que a garota lhe disse que podia mantê-lo.
Uma boa coisa, Joan decidiu quando notou as manchas de grama na saia. Parecia que Cam causou a ruína de outro vestido, ela pensou, mas não estava terrivelmente chateada. Como ela poderia estar quando foi parte de sua ruína? Após sua conversa, Joan e Annabel se deitaram para descansar um pouco também, que foi quando Joan descobriu que a cama simplesmente não era grande o suficiente para todas elas dormirem confortavelmente. Ela realmente ficou aliviada quando um servo veio informá-las que a refeição da noite estava pronta e que todo mundo estava se reunindo no grande salão. Foi então que Joan pediu que um palete fosse trazido para ela. O servo lhe assegurou que haveria um lá no momento em que se retirasse naquela noite. Sua tia e primas discutiram com ela brevemente, mas apenas brevemente. Ela adivinhou por isso que elas não tinham dormido confortavelmente também.
Cam a cumprimentou com um sorriso quando elas desceram e a conduziu a se sentar ao lado dele. Ele então serviu a si mesmo e ela a partir das bandejas que os servos traziam ao redor. A refeição foi uma animada, um tipo de celebração pelo casamento que os Sinclair tinham perdido. Joan ficou quieta, a timidez e incerteza segurando sua língua enquanto os outros riam e conversavam. Ainda assim, ela gostou de ouvir e rir junto com os outros e parecia que em pouco tempo todo mundo estava se retirando.
Joan corou quando Cam lhe deu um beijou de boa noite na frente de todos. Ele então a abraçou também, o que a pegou de surpresa. Embora estava acostumada a tê-lo segurando-a nos braços enquanto a beijava, ele geralmente não apenas a abraçava. Ela entendeu por que ele o fez quando ele sussurrou ao seu ouvido para encontrá-lo abaixo uma vez que todos estivessem dormindo. Assentindo, ela deslizou de seus braços e obedientemente seguiu sua tia e primas ao quarto dele. Mas ela se preocupou o caminho todo, se perguntando por que ele queria vê-la.
O palete estava esperando como prometido e Joan se deitou quando os outros se retiraram, mas não dormiu. Ela esperou até que achou que estavam dormindo e os ruídos do grande salão pararam, e depois silenciosamente saiu do quarto. Cam estava esperando ao pé das escadas por ela. Pegando-lhe a mão, ele a guiou silenciosamente para as portas das cozinhas, através da sala ainda quente e para fora no pátio atrás dela, onde vegetais e árvores frutíferas cresciam.
Eles caminharam debaixo do luar ao fundo do pátio onde as árvores estavam, e então ele se virou para beijá-la. Foi só quando ele começou a puxar a parte superior de seu vestido, puxando-a para baixo para libertar seus seios que ela percebeu por que ele a trouxe aqui. Relaxando em seu abraço, ela o beijou de volta mais ardentemente.
Estava quase amanhecendo quando ela arrastou-se de volta para o quarto e deslizou sob as peles em seu palete, o que foi, sem dúvida, o porquê ela dormiu tão tarde. Mas ainda não entendia por que sua tia e primas não a acordaram.
Pondo essa preocupação de lado, Joan desceu as escadas. Havia servos no grande salão, mas não viu mais ninguém, e ninguém estava sentado nas mesas de cavalete. Já era tarde o suficiente para todos terem quebrado o jejum e saído, ela supôs com um pequeno suspiro. Ela brevemente debateu sobre ir procurar Lady Annabel e suas primas, mas o ronco de seu estômago a mandou para as cozinhas em vez disso.
Joan esperava deslizar para dentro, pegar uma fruta e deslizar para fora, mas isso não aconteceu. Sua chegada na cozinha trouxe um fim abrupto ao trabalho se passando lá quando cada servo espiou ao redor para ver quem tinha entrado e depois pararam o que estavam fazendo para encará-la.
— Eu apenas pensei em pegar alguma fruta ou algo assim para quebrar o meu jejum. Joan disse incerta, deixando a porta fechar atrás dela.
— Não há necessidade, milady. Jinny vai buscar para você. Um homem que ela presumiu ser o cozinheiro disse. Ele então virou-se para olhar uma pequena, pálida mulher que imediatamente correu para a frente.
— Sim, minha senhora. Por favor, vá se sentar à mesa. Eu levarei comida e bebida para você quebrar seu jejum.
— Ah, mas eu não queria transtornar ninguém. Joan protestou.
— Posso pegar eu mesma. Afinal de contas, sou eu quem dormiu tarde e...
— Não é nenhum transtorno, minha senhora. Disse Jinny, sorrindo enquanto a impelia até a porta.
— Nenhum transtorno absolutamente. Imploro, vá se sentar e logo sairei.
Joan cedeu com um pequeno suspiro e permitiu a mulher lhe conduzir para fora da sala. Ela não estava acostumada a ser servida, e não estava absolutamente confortável com isso. Mas todo mundo nas cozinhas a olharam como se tivesse duas cabeças. Aparentemente, damas não se serviam dessa forma.
Consciente de que Jinny estava observando, ela se moveu para as mesas de cavalete. Ela estava a meio caminho delas antes de ouvir a porta da cozinha fechar. Aparentemente, a mulher queria ter certeza que ela não voltaria antes de realizar sua tarefa.
Joan se sentou à mesa para esperar, seu olhar passeando pelo grande salão. Era uma sala grande e bem cuidada com tapeçarias coloridas, e junco fresco e limpo no chão. Pelo que tinha visto, o Castelo Sinclair era enorme, próspero e bem cuidado. Lady Sinclair comandava os servos de forma tão eficiente quanto imaginou que Lord Sinclair comandava seus guerreiros.
O som da porta da cozinha se abrindo a distraiu e Joan sorriu para Jinny quando a garota saiu correndo com uma bandeja na mão. A empregada se dirigiu primeiro à mesa no final do salão, aquela que ficava um pouco mais acima do que as outras, mas mudou de direção quando notou Joan sentada em uma das mesas laterais inferiores.
— Aqui está, minha senhora. A mulher murmurou, parando ao seu lado. — Os pasteizinhos estão frescos. O cozinheiro tinha acabado de tirá-los antes de você chegar nas cozinhas. E esta sidra é do primeiro lote da temporada e eu te trouxe uma maçã também. Espero que tudo esteja bom.
— É adorável. Joan murmurou.
— Obrigado.
— O prazer é meu, minha senhora. A empregada fez uma reverência, então se virou e correu para longe, desaparecendo de volta nas cozinhas.
Joan começou a comer. Ela tinha terminado talvez metade de sua comida quando uma risada maldosa a fez parar e olhar ao redor para ver Lady Finola se aproximando da direção das escadas.
— Eu mal posso acreditar que ele teve a coragem de te trazer para casa para a família dele. Disse a mulher com cruel diversão e quando Joan a olhou atônita, disse:
— Já não é ruim o suficientemente ser a filha de uma ladra e assassina, mas olhe pra você, sentada nas mesas baixas, seu vestido e rosto sujo, seu cabelo uma bagunça.
Sorrindo com escárnio, Finola apoiou sua mão sobre a mesa para se inclinar diante dela enquanto sibilou:
— Marque as minha palavras, uma vez que ele saciar sua lúxuria por você, ele terá o casamento anulado e te colocará de lado como deveria. Endireitando-se, ela lhe olhou por sob o nariz e acrescentou friamente:
— Você não pertence a esse lugar. Você não é uma dama. Tudo o que fará é envergonhar o nome dos Sinclair.
Movimento atrás e ao lado de Finola chamou sua atenção e Joan notou sua tia se aproximando das escadas enquanto a mulher dizia:
— E ainda assim Lady Sinclair me disse ontem mesmo que está grata que Campbell se casou com Joan e não você, Lady Finola. Então, aparentemente, ela não compartilha a sua opinião.
Joan mordeu o lábio e observou Finola cautelosamente. A mulher tinha se virado à primeira palavra da boca de Lady Annabel então ela não pôde ver seu rosto, mas a mulher estava terrivelmente parada, com as mãos fechadas em punhos. Por um minuto, Joan pensou que ela atacaria Annabel, mas no final ela simplesmente subiu as escadas correndo sem dizer uma palavra.
— Vadia desagradável. Annabel murmurou, observando-a ir.
— Talvez. Joan murmurou, e depois acrescentou com um suspiro:
— Mas ela está certa.
— O que? Sua tia deu um giro para olhá-la com preocupação.
— Não, Joan, ela não está.
— Eu sou a filha de uma ladra e assassina.
— Não, não uma assassina. Annabel protestou imediatamente.
— Ela matou o marido, meu pai. Joan a lembrou. Aquele pedaço de novidade foi bastante chocante quando ela a descobriu. Sua mãe havia agredido o homem com os punhos, ele perdeu o equilíbrio, caiu e quebrou seu pescoço.
— Sim, mas isso foi um acidente. Sua mãe amava seu pai. De verdade, ela amava, Joan. Ela não tinha a intenção de matá-lo.
Joan afastou isso com um dar de ombros.
— Pouco importa. Como disse Finola, não sou uma dama. Não sei uma única coisa sobre ser uma dama. Ela disse que eu estava na mesa baixa, como se fosse uma desgraça, mas eu nem sei o que uma mesa baixa é. Ou por que não devia me sentar nela. Quero dizer, sei que esta mesa é mais baixa do que aquela, mas por que eu não deveria me sentar...
— Os nobres se sentam à mesa alta. Annabel murmurou baixinho.
— Aquela no final que é mais alta que as outras. Os servos e plebeus se sentam nas mesas mais baixas.
— Entendo. Joan disse cansada e se levantou.
— Eu acho que talvez devesse...
— Joan. Lady Annabel disse gentilmente, pegando seu braço quando começou a passar por ela.
— Não deixe o que Finola disse incomodá-la. Há apenas umas poucas coisas que você precisa aprender, e é por isso que Annella e Sabena e eu viémos com você. Nós podemos e irémos te ensinar essas coisas.
— Isso não vai mudar o fato de que eu sou a filha de uma ladra e assassina. Joan apontou infeliz.
— Não, mas então eu sou a irmã de Kate. Devo andar em vergonha por isso? Perguntou ela solenemente.
— Não, claro que não. Disse Joan de uma vez.
— Você foi vítima dela.
— Como você é de certa forma. Lady Annabel disse baixinho.
— Você não a escolheu como mãe, Joan. E ninguém te considera responsável pelas coisas que ela fez. Pelo menos, ninguém que importa.
— Você não sabe disso.Disse Joan imediatamente.
— Pode importar para a mãe e o pai de Cam. Na verdade, eu suspeito que provavelmente iria se eles soubessem.
— Tenho certeza de que eles sabem. Annabel disse rapidamente.
— Como poderiam saber? Cam não pôde nem mesmo lhes dizer a verdade sobre como nos conhecemos. Eu não tinha nenhuma comitiva de viagem.
— Cam teve de dizer isso para o bem das mulheres que estavam aqui de visita. Foi para te proteger, Joan, contra a fofoca incendiária delas. Mas tenho certeza que ele contou a seus pais a verdade depois. De fato, é provavelmente por isso que seu pai queria falar com ele e seus irmãos e nos enviou todas para fora. Ele, sem dúvida, suspeitava que Cam tinha alterado a história um pouco por causa de seus convidados e queria a verdadeira história.
— Joan, Ela continuou suavemente, pegando suas mãos.
— Você é a filha da sua mãe, não a sua mãe. Seu tio e eu não a consideramos responsável pelo que ela fez, e ninguém mais tem esse direito. Ela apertou suas mãos.
— Os pais de Cam são boas pessoas. Tenho certeza que não a responsabilizarão também. Além disso, ela acrescentou, com um sorriso torto, — Lady Sinclair está tão grata que Cam finalmente se casou que eu suspeito que ela vai defender você, não importa do quê.
Joan suspirou e baixou a cabeça, infeliz, esfregando um ponto em suas saias.
— Vamos lhe costurar mais vestidos. Annabel lhe assegurou.
— Enquanto isso, você pode emprestar alguns de Annella. E vamos falar com Lady Sinclair sobre te arranjar uma dama de companhia. Eu mesma teria feito isso antes de saírmos de MacKay, mas com tudo o que aconteceu, não houve tempo. O resto é uma simples questão de te ensinar o que precisa saber.
Joan hesitou.
— Quão rapidamente você pode me ensinar o suficiente para eu não constranger Cam?
— Tão rapidamente quanto possível. Annabel lhe garantiu, e quando Joan ainda hesitou, ela pegou suas mãos novamente e disse:
— Joan, por favor, não deixe Finola corroer sua confiança e estragar a felicidade da qual tem uma chance de ter aqui. É o que ela pretendia fazer. Não lhe permita. Você e Cam podem ter uma boa vida se você apenas confiar em si mesma e dar a isto uma chance. Tudo bem?
Joan assentiu solenemente. Não era como se ela tivesse muita escolha. Ela estava casada agora. Sua única opção além de tentar fugir era tentar fazer funcionar. Ela faria isso primeiro. Ela sempre podia fugir mais tarde, se fosse preciso.
— Bom. Annabel lhe sorriu amplamente.
— Então por que você não leva a sua comida e bebida ao andar de cima. Eu devo falar com as meninas e as enviar para começar suas aulas enquanto eu falo com Lady Sinclair sobre uma dama de companhia para você.
Concordando, Joan pegou a caneca e a comida que a empregada lhe tinha trazido, em seguida, virou-se e correu ao andar superior com eles. Uma vez que alcançou à porta do quarto de Cam, porém, ela parou, franzindo a testa para os itens em suas mãos.
— Deixa-me ajudar.
Joan olhou ao redor rapidamente, arregalando os olhos quando uma pequena ruiva correu em sua direção a partir da escada. Era uma das mulheres que Lady Sinclair trouxe aqui para Cam considerar.
A jovem sorriu para ela quando chegou a seu lado.
— Suas mãos estão um pouco cheias.
— Sim, eu dormi tarde e... Joan deu de ombros, impotente, terrivelmente auto-consciente agora sobre sua roupa e cabelo. Ela mordeu o lábio brevemente, e, em seguida, soltou:
— Eu deveria ter arrumado o meu cabelo e vestido antes de descer, mas eu...
— Mas você perdeu tudo no ataque dos bandidos imagino. — ela supôs com um pequeno franzir de cenho, mas então lhe deu batidinhas no braço e acrescentou brilhantemente: — Mas dara tudo certo. Tenho certeza de que Lady Sinclair vai lhe arrumar uma empregada, e talvez eu e as outras garotas poderíamos ajudar a te costurar novos vestidos. Ela ofereceu.
— Se todas nós trabalharmos nisso, devemos ser capazes de terminar pelo menos um par antes de deixarmos Sinclair.
Os olhos de Joan arregalaram de surpresa com a gentil sugestão.
— Obrigado...
— Garia. — a garota disse quando ela parou, incerta.
— Meu nome é Garia MacCormick.
— Bem, eu te agradeço, Garia. Disse ela calmamente.
— Eu aprecio sua bondade.
Garia deu de ombros.
— Você passou por muita coisa, perdendo seus soldados e servos e todas suas roupas para os bandidos. Se eu puder lhe facilitar um pouco as coisas, fico feliz em fazê-lo. Voltando-se então, ela lhe abriu a porta e a escancarou. — Agora, por que você não vai quebrar seu jejum. Eu vou falar com as garotas sobre costurar alguns vestidos.
— Obrigado. Murmurou Joan novamente quando passou por ela e adentrou o quarto.
— Eu realmente aprecio isso, especialmente desde que você veio aqui na esperança de se casar com Cam e eu meio que arruinei isso para todo mundo.
— O prazer é meu. Garia assegurou-lhe e depois sorriu.
— Eu nunca esperei ganhar Cam de qualquer maneira com todas estas damas encantadoras com as quais competir. Pelo menos desta maneira, terei feito uma amiga, e amigos são muitas vezes mais valiosos do que o ouro, não acha?
— Sim, acho. Joan disse solenemente.Garia assentiu.
— Vou voltar mais tarde e deixá-la saber o que as outras garotas disseram. Ela prometeu, em seguida, fechou a porta, deixando Joan sozinha.
Cam olhou ao redor do grande salão, enquanto corria para dentro, mas além dos servos cuidando dos seus assuntos, o salão estava vazio. Ele esperava isso, no entanto, e continuou às escadas e ao solar, esperando que Joan estivesse lá com as outras damas.
As vozes das mulheres aumentando em discussão o fez desacelerar quando se aproximou, no entanto, e ele parou no salão fora de vista por pouco para escutar quando ouviu seu nome e o de Joan serem mencionados.
— Por que diabos ajudaríamos a costurar vestidos para a pequena camponesa que Campbell trouxe para casa? Isso não nos beneficiará.
Cam não precisava ver quem estava falando para saber que era Finola MacFarland. A viúva esperou herdar a riqueza e castelo de seu bem idoso marido quando ele morresse, mas ele deixou tudo ao filho de seu irmão em vez disso. Só para adicionar insulto à injúria, o MacFarland solicitou que seu testamento fosse lido na frente de todos quando morresse e nele foi listado as muitas infidelidades dela durante o casamento deles como a razão pela qual seu sobrinho ganhou tudo e ela não recebeu nada. Ela foi uma egoísta, moça descuidada antes disso, mas tinha se tornado uma amarga e fria vadia desde então. Sua atitude agora não o surpreendeu nem um pouco.
— A pobre garota perdeu tudo na viagem ao norte graças a esses bandidos. — Alguém argumentou seriamente, e Cam se aproximou para espiar ao redor da porta e dentro do quarto para ver que somente as potenciais noivas estavam presentes e a oradora era uma pequena ruiva que ele não conhecia.
— Além disso, não é como se tivéssemos algo melhor para fazer. Isso ajudaria a passar o tempo até que nossas famílias enviem comitivas de viajem para nós e isso a ajudaria ao mesmo tempo. Ela parece legal e realmente precisa da nossa ajuda.
— Não seja tola, Garia. — Finola estalou com desgosto.
— É claro que ela é legal. É uma plebeia autorizada a se sentar à mesa dos nobres. Ela está tão grata que provavelmente lemberia as suas botas. Mas marque as minhas palavras, ela não vai durar muito. Ela nem mesmo sabe o suficiente para se sentar na mesa baixa. Campbell vai se cansar dela logo e jogá-la de lado.
— Eles estão casados, Finola. Garia disse calmamente.
— Ele não pode jogá-la de lado.
— Sim, ele pode. — Disse Finola soando triunfante.
— Seu pai era um simples cavalariço chefe, sua mãe uma assassina e uma ladra. Tudo o que ele tem que fazer é alegar que não sabia de nada disso e o casamento pode ser anulado.
Cam endureceu e franziu o cenho com as palavras da mulher, se perguntando como ela descobriu sobre a mãe e o pai de Joan. Mas então, o conto foi um assunto de fofocas na época e foi contado ao redor da lareira por muitos anos depois. Ele soube sobre a irmã de Annabel, afinal de contas, assim porque não saberia Finola? Na verdade, muitos conheciam a história e ele não tinha dúvida de que os fofoqueiros trariam a história de volta à vida agora que Joan tinha aparecido e se casou com ele. Ele teria que garantir que ela não ouvisse e não se machucasse por isso, no entanto.
— Tenho certeza que Cam não a jogaria de lado. Garia disse seriamente. — Eles se amam. Você pode perceber pela forma que olham um para o outro.
Cam piscou para isso. Estava Garia vendo amor entre eles? Havia amor entre eles? Ele não tinha certeza sobre seus próprios sentimentos. Ele sabia que não queria perdê-la no fim de sua viagem, que ele queria que o que eles tinham continuasse. Mas Joan não queria, e ainda assim Ross MacKay disse que sua esposa pensava que Joan o amava.
— Amor! Finola cuspiu a palavra como se tivesse um gosto amargo em sua boca.
— O que ele poderia amar sobre ela? Ela é uma plebéia. Sem educação, sem habilidades e com muito pouco com que falar com ele, tenho certeza.
Na verdade, eles convesaram muitas vezes e por muito tempo durante sua jornada até aqui, Cam pensou. Joan poderia não ter sido educada da maneira como uma nobre teria sido, mas era inteligente da mesma forma, e embora ele pensou que ela era um garoto a primeira vez que conversaram, suas conversas continuaram depois que descobriu que ela era uma mulher. Era como passavam o tempo durante a viagem, e perto do fogo à noite enquanto se recuperavam nos braços um do outro, e como quebravam o jejum de manhã. Eles conversaram um bom tanto.
— Não. O que você está vendo nos olhos deles é luxúria, e essa nunca dura muito. Ele vai se cansar dela logo, e então a jogará de lado. Disse Finola com certeza.
— Tudo o que tenho a fazer é esperar a minha hora e esperar por esse dia.
— Bem, vocês pode esperar sua hora tanto quanto quiser. Garia disse calmamente.
— Todavia, eu vou costurar.
— Sim, mas então você iria, é uma tola. Finola disse secamente.
Cam virou-se sobre os calcanhares e se afastou silenciosamente, sem vontade de ouvir mais do veneno da mulher. Infelizmente, havia pouco que pudesse fazer para impedi-la de defender seu absurdo. Ele poderia ter feito sua presença conhecida e silenciá-la por agora, mas no momento em que ele saísse, ela, sem dúvida, começaria de novo. A melhor coisa a fazer era ignorá-la e torcer que seu povo chegasse rapidamente para levá-la embora. Embora, francamente, poderia valer a pena arranjar que meia dúzia de soldados Sinclair a escoltassem para casa agora, pensou, e então olhou por cima do ombro para o som de passos tamborilando rapidamente pelo corredor atrás dele. Cam hesitou, mas então parou quando reconheceu Garia.
— Oh, milorde. Ela lhe sorriu, hesitante, seus passos desacelerando à medida que o alcançou.
— Se está procurando Lady Joan, ela está no seu quarto com sua tia e primas. Eu estava justamente indo nessa direção eu mesma para contar pra ela a boa notícia.
— Boa notícia? Ele perguntou.
— Sim, eu falei com as outras damas, e todas, menos uma, querem ajudar e começar a costurar alguns vestidos para ela enquanto estamos aqui. Disse ela, sorrindo alegremente.
Cam não teve que perguntar quem era que não estava disposta a ajudar.
— Obrigado, Garia. Por defender a minha esposa e convencer as mulheres a ajudarem dessa forma. Eu realmente aprecio isso.
— Oh, não foi nada, milorde. Estou feliz em ajudar a Joan. Ela parece adorável, e eu estou feliz os dois encontraram um ao outro. Assegurou-lhe com um sorriso.
— Agora eu deveria ir contar pra ela a boa notícia e tomar suas medidas para que possamos começar.
— Oh, sim, é claro. Cam murmurou, uma pequena carranca puxando seus lábios.
— Há algo de errado, milorde? Garia perguntou, incerta.
— Não, não. Ele resmungou e depois forçou um sorriso.
— Eu estava indo sair com a Joan e ensiná-la a... Ele parou abruptamente. Ele planejou usar a desculpa de ensiná-la a montar para afastar Joan da fortaleza e ficar sozinho com ela para fornicar um pouco. Mas ele não queria mencionar a aula de equitação de Joan para Garia. Ela iria se perguntar por que uma nobre tinha de ser ensinada a montar. Balançando a cabeça, ele a impeliu a continuar andando e disse ao invés:
— Eu somente iria sugerir uma cavalgada para ela. Mas pode esperar. A medir para os vestidos é mais importante.
— Oh. Garia disse com uma pequena careta enquanto continuavam a descer o corredor.
— Tem certeza? Podemos sempre esperar pra começar e...
— Não.Cam interrompeu rapidamente.
— Ela necessita desesperadamente de vestidos. Eu posso levá-la para uma cavalgada a qualquer hora.
— Tudo bem. Garia murmurou quando pararam na porta.
— Se está certo?
— Sim. Ele disse, e levantou uma mão para bater na porta por ela, apenas para essa fosse aberta antes que ele pudesse.
— Oh! A empregada que abriu a porta sorriu nervosamente dele para Garia.
— Eu estava apenas arrumando o quarto enquanto está vazio.
— Vazio? Perguntou Cam, olhando por sobre ela para ver que o quarto estava realmente vazio.
— Onde está a minha esposa?
— Ela desceu para o pátio com sua tia e primas. Eu acredito que elas iam praticar com arco e flecha. Disse a empregada.
Praticar com arco e flecha? Cam suspeitava que Joan nunca nem mesmo tinha visto um arco antes, mas apenas assentiu.
— Obrigado.
Quando a empregada assentiu e deslizou por eles para ir ao andar de baixo, ele se virou para Garia e sorriu.
— Por que você não volta para o solar? Eu vou achar Joan e enviá-la para vocês, damas.
Concordando, Garia virou-se e se apressou a sair. Cam observou até que ela deslizou para dentro do solar, e, em seguida, desceu as escadas, perguntando-se onde as damas poderiam ter ido para esta prática. Ele duvidou que seria na área de prática com os homens. De fato, ele suspeitava que seria em algum lugar que provavelmente ninguém as veria e percebeu que Joan não sabia a diferença entre a ponta de uma flecha e o penacho.
Capítulo 12
— Agora, mire no alvo, expire e solte. Lady Annabel instruiu.
Assentindo, Joan semicerrou os olhou para o alvo, inspirou profundamente, expirou e soltou a flecha. Ela então vergou com desapontamento quando ela estalou e caiu no chão há apenas alguns passos à sua frente.
— Está tudo bem. Disse sua tia e lhe deu um tapinha no ombro.
— Você só precisa puxar um pouco mais para trás no arco. Venha, tente novamente.
Suspirando, Joan posicionou outra flecha, inspirou fundo, puxou a flecha para trás e a soltou enquanto soltava o fôlego. Desta vez, ela foi muito melhor. A flecha voou alto e longe. Não acertou o alvo, no entanto, em vez disso pousou na terra dez passos para a direita do alvo e poucas polegadas do pé de seu marido que se aproximava.
— Oh, querida. Ela e Annabel suspiraram juntas quando ele parou bruscamente e olhou à flecha.
Joan baixou o arco e mordeu o lábio enquanto observava Cam pegar a flecha e continuar em direção a elas.
— Sinto muito, marido. Eu...
— É minha culpa. Ele interrompeu.
— Sei bem que não se aproxima de um alvo por trás. Eu só não sabia que vocês tinham colocado um alvo com que praticar aqui no fundo do pátio. Ele disse ironicamente.
— Eu deveria saber. A empregada disse que vocês saíram para praticar com arco e flecha afinal, mas isso foi mais de uma hora atrás...
— Você tem nos procurado por uma hora? Perguntou Sabena com os olhos arregalados.
— Sim. Este foi justamente o último lugar que pensei em procurar. Admitiu.
— E quando não as encontrei no campo de treinamento pensei que talvez tivessem mudado de ideia quanto a prática com arco e flecha, mas deveria ter me aproximado mais cuidadosamente de qualquer forma.
— Nós pensamos que era melhor ensiná-la longe dos outros. Lady Annabel disse calmamente.
— E ninguém vem aqui além dos servos.
— Você está certa, é claro. Ele murmurou.
— Não que isso importe, Disse Joan com um suspiro.
— Estivemos aqui fora por mais de uma hora e ainda tenho que acertar o alvo pelo menos uma vez.
— Mas você está melhorando a cada disparo. Sua tia disse encorajadoramente.
— Com suficiente prática você fará bem.
— Temo que a prática terá de esperar por agora. Cam disse com um leve sorriso.
— Garia persuadiu as damas a ajudarem a te costurar novos vestidos e elas precisam de você no salar para tomar suas medidas.
— Oh, isso é maravilhoso! Annella gritou, saltando de onde ela e Sabena estiveram sentadas, costurando enquanto sua mãe tentava ensinar Joan a atirar em linha reta.
— Podemos ter vestidos prontos muito mais rapidamente com a ajuda delas.
— É uma notícia maravilhosa. Lady Annabel concordou, sorrindo ligeiramente.
— E praticamos o suficiente no arco e flecha hoje. Vamos entrar e deixar as damas tomarem suas medidas, então vamos mudar para música ou dança, eu acho.
Joan conseguiu não fazer uma careta com a sugestão. Embora gostasse de Garia, não estava ansiosa para conhecer as outras mulheres, especialmente Finola. Ela também não estava ansiosa para passar para a aula de música ou dança. Joan nunca teve muito tempo para essas atividades enquanto crescia. Ela esteve seguindo sua mãe por aí, aprendendo suas habilidades, então sabia malditamente bem que seria tão ruim nesses passatempos quanto era com o arco e flecha. Na verdade, tudo que as aulas de hoje lhe ensinaram até então foi que ela era, realmente, uma camponesa, um camponesa brincando de ser uma dama.
— Terminou?
Joan olhou para Cam com surpresa e, em seguida, de volta ao seu prato vazio. Ela esteve considerando ter um pouco mais de faisão, mas supôs que poderia passar sem ele. Ela não precisava ganhar peso e não caber nos vestidos que as damas estavam planejando para ela. O pensamento a fez sorrir levemente. Garia, como se provou ser o caso, não era a única das damas que era gentil. Várias delas eram. Claro, algumas não eram também. Finola não era a única com menos do que uma personalidade agradável, mas Joan tinha, em sua maior parte, desfrutado do seu tempo com as mulheres aquela tarde antes de sua tia a afastar para começar com as aulas de dança.
Esse pensamento fez o sorriso de Joan morrer tão rapidamente quanto tinha surgido. Ela não era nem um pouco melhor na dança do que com o arco e flecha. Na verdade, ela pisou no pé de suas primas tantas vezes que não ficaria surpresa se elas se recusassem a ajudar com essas lições no futuro. Joan não se importava se o fizessem. Ela não apreciou as lições. Ela se sentiu desajeitada e atrapalhada e a provação inteira a deixou quente e suada e miserável.
— Joan? Cam cutucou com uma pequena franzir de cenho.
Forçando um sorriso, ela balançou a cabeça e abriu a boca para dizer que sim, ela tinha terminado, mas a fechou com um estalo e olhou ao redor quando Lady Sinclair chamou seu nome.
— Se terminou de comer, querida, eu terei uma palavrinha com você.
Os olhos de Joan se arregalaram e ela olhou para Cam incerta.
— Vá em frente. Disse ele com um suspiro.
— Eu posso esperar.
Assentindo, Joan se levantou e caminhou ao longo da mesa até sua sogra enquanto a mulher ficava de pé.
— Lady Annabel e eu conversamos essa tarde. Lady Sinclair disse, deslizando o braço em volta de Joan para conduzi-la às escadas.
— E ela me lembrou que você está precisando de uma dama de companhia. Então eu pedi a uma das empregadas para nos esperar no quarto de Cam para você ver se pensa que ela servirá.
— Oh. Joan murmurou atônita.
— A garota nunca teve uma posição como dama de companhia como posição principal, mas agiu como uma no passado quando tivemos hóspedes sem suas próprias lhe acompanhando. Elas disseram que ela era surpreendentemente boa. E claro, minha empregada, Edith, e a empregada de Lady Annabel também, ajudarão a treiná-la se você achar que ela servirá depois de ter falado com ela.
— Obrigado. Joan murmurou.
— Isso é muito gentil.
— Nem um pouco, querida. Disse Lady Sinclair.
— Só sinto muito que não tenho uma dama de companhia completamente treinada para lhe oferecer.
— Está tudo bem. Joan disse baixinho, e realmente estava tanto quanto a concernia. O que lhe era mais adequado do que ter uma empregada em treinamento? Afinal, ela era uma dama em treinamento.
Joan ainda estava sorrindo com esse pensamento quando chegaram ao quarto de dormir que estava atualmente compartilhando com sua tia e primas. Como Lady Sinclair prometeu, uma empregada esperava lá por elas, e os olhos de Joan se arregalaram quando a reconheceu. Era a jovem pálida chamada Jinny a quem o cozinheiro ordenou lhe trazer comida com a qual quebrar o jejum essa manhã.
— Vou apenas passear até ao solar para esperar enquanto você conversa com ela. Lady Sinclair anunciou.
— Você pode me encontrar lá quando tiver terminado e me fazer saber se ela servirá ou não.
— Obrigado. Joan murmurou enquanto sua sogra fechava a porta. Voltando-se para a empregada então, Joan conseguiu dar um sorriso, hesitou e então gesticulou para as cadeiras ao lado da lareira.
— Vamos sentar, vamos?
A empregada assentiu, mas lhe esperou liderar o caminho. Uma vez sentadas, elas espiaram uma a outra em silêncio, a empregada esperando com expectativa, e Joan se perguntando o que diabos deveria fazer agora. Finalmente, ela limpou a garganta e perguntou:
— Você gostaria de trabalhar para mim?
— Oh, sim, milady. Jinny respondeu ansiosamente.
— Você gostaria? Joan perguntou, vagamente surpresa com seu entusiasmo.
— Por quê?
— Por quê? Jinny pareceu igualmente surpresa com a pergunta.
— Cada empregada no castelo adoraria ser sua dama de companhia, milady. É uma posição privilegiada. Eu responderia apenas para você. Nunca mais teria que trabalhar naquelas abafadas cozinhas de novo, e o cozinheiro não ousaria me beliscar o traseiro se fosse sua dama de companhia e não apenas uma das garotas da cozinha.
— O cozinheiro te belisca o traseiro? Joan perguntou, franzindo a testa.
— Sim. E pior. Ele é um nojento velho pervertido.... Ela parou abruptamente e cobriu a boca, os olhos arregalados com alarme. Depois de um momento ela baixou a mão e sussurrou:
— Oh, imploro que esqueça que eu disse isso, milady. O cozinheiro é bom. Eu só preferiria trabalhar para você do que trabalhar nas abafadas cozinhas, é tudo. Verdadeiramente.
Joan a olhou solenemente, e depois soltou um suspiro. Não tinha ideia do que mais deveria lhe perguntar. A garota queria trabalhar para ela, então toma-la como dama de companhia não seria o mesmo que tirá-la de um trabalho que preferia. Isso era realmente a única coisa que lhe importava. Ou tinha sido. Agora que ela sabia que estaria ajudando a garota a escapar das atenções lascivas do cozinheiro dos Sinclair. . . bem, isso era bom também. Ela nunca pôde suportar valentões e pessoas que abusavam do poder que tinham.
— Muito bem. Disse Joan, ficando de pé.
— Você é minha nova dama de companhia.
Jinny piscou e se levantou.
— Eu sou?
— Sim.
— Oh. Em vez de parecer agradada, Jinny parecia perturbada com esta notícia.
— Há algo de errado? Joan perguntou com um franzir de cenho.
— Não, não, eu só... Ela deu de ombros, impotente.
— Eu esperava mais perguntas, acho.
— Que tipo de perguntas? — Joan perguntou curiosamente, se perguntando o que deveria ter perguntado.
— Eu não sei. — a garota admitiu ironicamente.
— Apenas mais.
Joan assentiu.
— Bem, se eu pensar em mais algumas questões, as perguntarei à medida que avançamos. Tudo bem?
Jinny assentiu rapidamente.
— Sim, milady.
— Bom. Joan se dirigiu à porta.
— Desculpe-me, milady.
Parando, ela se voltou em questionamento.
— Volto a cozinha para ajudar com a limpeza, ou... Ela olhou em volta incerta, obviamente nada certa do que faria ali.
Joan franziu a testa para a questão e, em seguida, perguntou:
— Onde está a criada de Lady Annabel?
— Ela estava aqui quando cheguei, mas quando expliquei que Lady Sinclair me enviou, ela disse que iria tomar um pouco de ar e nos deixar o quarto para ficarmos sozinhas.
Isso não a surpreendeu. A criada de Annabel era muito boa em julgar quando era necessária e se fazer invisível quando não era.
— Bem então, não, você não deve voltar para a cozinha. Apenas espere aqui até ela voltar e siga a liderança dela sobre o que você deve fazer. Joan sugeriu.
Jinny assentiu, obviamente aliviada se não ser enviada de volta para as cozinhas, mas a parou novamente quando se voltou para a porta.
— Milady?
— Sim? Joan perguntou, voltando-se mais uma vez.
A empregada hesitou, torcendo as mãos enquanto o fazia, então implorou:
— Por favor, não diga ao cozinheiro o que eu disse. Ele tem um certo temperamento e ele realmente não é tão ruim. É somente seu jeito, e pelo menos ele não nos bate.
Joan engoliu a raiva subindo por sua garganta, e assentiu solenemente.
— Eu não vou repetir o que disse.
— Oh, obrigada, milady. Jinny sorriu para ela com alívio.
Gerindo um sorriso, Joan escapou da sala e desceu ao solar para conversar com Lady Sinclair.
— Aí está você. Lady Sinclair disse quando Joan entrou na sala, deixando de lado o material vermelho escuro que esteve examinando.
— Eu estava apenas ansiosa para ver quão longe as garotas foram com seus vestidos. Elas estão se movendo bem rapidamente. Uma coisa boa também. Espero que três ou quatro estarão nos deixando amanhã, e outras três no dia seguinte. Um par ficarão aqui por mais tempo, mas a maioria terá ido dentro dos próximos três dias e teremos que terminar por conta própria. Ela se levantou e sorriu com expectativa.
— Bem? Jinny servirá?
— Sim. Joan disse e sorriu.
— Obrigado, minha senhora.
— Imagine, querida. Lady Sinclair avançou e passou o braço em volta de sua cintura para guiá-la na direção da porta.
— Você tem que ter uma dama de companhia. Além disso, eu deveria estar lhe agradecendo. Eu estava começando a temer que nunca veria netos do meu filho. Agora tenho essa esperança viva dentro de mim novamente.
— Oh. Joan suspirou, culpa imediatamente aumentando dentro dela. Ela ainda tinha medo do parto, e sabia que Cam não tinha vontade de arriscar perder outra mulher nele, então continuou a usar a cenoura selvagem apesar do casamento. O que significava que Lady Sinclair ficaria muito decepcionada quando nenhuma criança fosse produzida pela união.
Cam desacelerou enquanto se aproximava de seu quarto, olhos arregalando com desalento quando ouviu gritos de gatos vindo de dentro. Era o meio da manhã, a refeição do meio-dia não seria por um par de horas ainda, e ele tinha esperado que talvez sua esposa poderia descansar um pouco de suas lições para uma pequena pausa com ele. Os sons vindos de seu quarto, no entanto, sugeriam que ela estava terrivelmente precisando dessas lições.
— Não, não, pare, querida. A voz de Lady Annabel soou, trazendo um fim àos gritos desafinados se passando na sala.
— Ouça a Sabena novamente.
Cam sorriu levemente quando Sabena começou a cantar. A menina tinha a voz de um anjo, ele pensou, quando ela começou a cantar uma doce canção lenta sobre o amor de uma donzela por um bravo guerreiro. Era uma canção bem conhecida, mas Cam só reconheceu isso agora. A versão de Joan tinha sido decididamente irreconhecível.
— Aí está. Lady Annabel disse com satisfação quando a voz de Sabena morreu lentamente.
— Agora você tenta, querida. Mas tente cantar daqui, por seu peito em vez de por seu nariz.
Os gritos de gatos começaram novamente, desta vez em um tom um pouco mais baixo do que o som nasal que tinha saído antes, mas ainda eram uns desafinados gritos de gatos que fizeram Cam estremecer. Cantar, ao que parecia, não era o forte de Joan, pensou, mas então ele não se importava. Ele mesmo não era muito bom cantor, pensou, e levantou a mão para bater...
— Aí está você.
Cam parou sem bater e olhou para o lado com o comentário para ver Aiden se movendo em direção a ele das escadas. Afastando-se da porta, andou para a frente pra encontrá-lo.
— O que foi?
— O pai quer falar contigo. Aiden anunciou.
— Oh. Cam olhou para trás em direção a porta de seu quarto, e então suspirou.
— Onde ele está?
— Lá em baixo, nos estábulos, fazendo dois cavalos serem selados para vocês dois. Aiden respondeu distraidamente, seu olhar mudando dele para a porta do quarto quando a tentativa de cantar de Joan continuou.
Concordando, Cam passou por ele na direção das escadas, mas parou no degrau do topo para olhar para trás. Aiden estava encarando a porta do quarto com uma espécie de horror.
— Você vêm?
— Oh, sim. Aiden virou-se e aproximou-se dele, mas olhou para trás por cima do ombro enquanto vinha, e murmurou:
— Que diabos estão fazendo lá? Esfolando um gato?
Cam apenas balançou a cabeça e começou a descer as escadas. Joan não era tão ruim. Ela era ruim o suficiente, porém, reconheceu e decidiu que era bom ele não se importar se ela poderia cantar ou não.
— Não, querida, pare. Lady Annabel disse, seu sorriso um pouco forçado agora.
Joan parou de cantar imediatamente, e ficou aliviada ao fazê-lo. Suspirando, ela balançou a cabeça.
— Isso é inútil. Eu não posso cantar.
— Isso não é verdade. Disse a tia de imediato.
— Você tem uma voz adorável, você só precisa aprender a não colocar tanta energia em seu canto. Acrescentou ela quase se desculpando.
— Você está berrando ao invés de cantar, querida, e torna-se difícil para você acompanhar o tom.
Joan sacudiu a cabeça, bem certa que nunca poderia cantar tão belamente como Sabena.
— Nos deixe tentar novamente. Desta vez, porém, cante tão suavemente quanto pode. Até mesmo sussurre, e então irémos... Ela parou e olhou para a porta quando uma batida soou.
— Sabena, poderia...? Lady Annabel deixou a pergunta morrer, Sabena já estava a meio caminho da porta.
— Bom dia. Lady Garia disse brilhantemente quando Sabena abriu a porta. Notando Joan, ela sorriu e disse:
— Um dos vestidos está perto de ser terminado e nós pensamos em tê-la experimentando-o antes que terminá-lo.
— Oh, é claro. Joan disse, e levantou-se rapidamente para ir até a porta. Estava mais do que disposta a encerrar suas aulas de canto por agora. De fato, não se importaria de parar todas as lições completamente. Era terrivelmente desanimador provar que não poderia fazer qualquer uma das tarefas que sua tia e primas pareciam pensar que eram tão importantes para uma dama conhecer.
— Eu acho que vai gostar.
Garia disse enquanto a levava rapidamente pelo corredor até o solar.
— Pelo menos espero que goste. Acrescentou com ironia.
— Tenho certeza que vou. Joan lhe assegurou, e realmente acreditava nisso. Ela estava usando outro vestido emprestado de Annella no momento e, embora fosse lindo, ela estava sempre consciente de que era emprestado e tinha que ter cuidado para não manchá-lo. Uma tarefa muito mais difícil do que alguém poderia experar quando seu marido continuava a arrastá-la ao pátio traseiro à noite para rolar na grama. Quando ela e a mãe dele retornaram abaixo a noite anterior, a maioria dos outros estavam justamente subindo para se retirar. Cam a levou de lado para outro beijo de boa noite e abraço, dizendo-lhe para encontrá-lo novamente uma vez que todos estivessem dormindo.
Joan foi avidamente, mas houve um frio no ar na noite passada, e ela esteve tão preocupada com o vestido de Annella... bem, facilitaria as coisas um bom tanto quando algumas das garotas fossem embora e ela e Cam pudessem dividir uma cama novamente.
— O que te parece?
Joan afastou seus pensamentos quando parou na porta do solar e viu o vestido que duas das mulheres estavam estendendo. Era uma obra-prima de vermelho escuro com um decote quadrado e mangas sino. Decorações douradas foram adicionadas sob o busto e na parte superior dos braços.
— Fizemos uma grinalda combinando também. Uma das mulheres anunciou, estendendo uma grinalda de veludo vermelho com o decoração dourada entrecruzada nela na volta inteira e então pendendo nas costas.
— Oh. Joan suspirou. Era realmente um belo vestido. Ela tinha boa mão com a agulha, mas sabia que nunca poderia ter feito ela mesma esta criação maravilhosa.
— O experimente. Garia pediu.
— Assim, podemos ver o que deve ser feito.
Joan avançou e foi imediatamente cercada pelas mulheres, todas primeiro animadamente a despindo, e depois, tão animadamente quanto antes passando o novo vestido por sua cabeça e ajeitando o espartilho antes de todas recuarem para refletir sobre seus esforços.
— Meu Deus. Garia suspirou e o comentário foi seguido por vários murmúrios e suspiros das outras mulheres.
Joan olhou abaixo para si mesma, gentilmente passando as mãos sobre o pano macio. Parecia lindo da sua perspectiva, mas não conseguia ver o quadro inteiro. Ela franziu a testa ligeiramente quando notou que a bainha era extremamente longa, e gentilmente levantou a saia um pouco para que não estivesse arrastando pelo chão.
— Não se preocupe com isso. Disse Garia imediatamente, afastando suas mãos para que soltasse a saía.
— Sabíamos que ainda ficaria muito longo. Finola disse que tinha as mesmas medidas que você no busto e na cintura e se ofereceu para atuar como sua substituta enquanto o fazíamos.
— Ela disse? Joan perguntou com surpresa.
— Sim, ficamos surpreendidas também. Admitiu Garia, mas depois deu de ombros.
— Ainda assim, era tudo o que ela estava disposta a fazer e realmente ajudou. Mas o fizemos à altura dela para obter o efeito completo, planejando fazer a bainha e adicionar a guarnição dourada em baixo quando estivéssemos certas que o resto caberia corretamente.
— E cabe, é perfeito. — Joan olhou para a oradora, reconhecendo-a como a dama que tinha desmaiado nos degraus do dia que eles chegaram. Murine, achava que Lady Sinclair tinha chamado a mulher loira.
— Sim. Disse uma pequena morena. Seus grandes olhos castanhos se moveram sobre os seus esforços de forma crítica e, em seguida, ela sugeriu:
— Mas devíamos alfinetá-lo para fazer a bainha enquanto ela o está usando para ter certeza que está absolutamente perfeito.
Houve murmúrios gerais de acordo por todo o redor e então Garia levantou as sobrancelhas.
— Se importaria de ficar parada aí tempo o bastante para alfinetar a bainha?
Joan abriu a boca para concordar, mas depois hesitou. Sua tia lhe esperava que assistisse suas aulas. Essa foi a razão pela qual sua tia e primas passaram por todo o trabalho de embalar seus pertences e viajar aqui, deixando seu marido e filho para trás. Dificilmente poderia apenas fugir dessas lições e...
— É claro que não.
Joan olhou com surpresa para a porta com esse anúncio e encarou com olhos arregalados para a tia.
— Sério?
— Sim. Lady Annabel disse com um sorriso e depois olhou-a de cima a baixo lentamente e sacudiu a cabeça.
— Você está mais bonita do que eu poderia ter imaginado, Joan. Claro, você deve ajudá-las a terminá-lo. Avançando, ela beijou sua bochecha levemente, e sussurrou:
— Maggie ficaria tão orgulhosa de vê-la assim.
Joan piscou para afastar as lágrimas que essas palavras trouxeram aos seus olhos e abraçou sua tia, que trouxe imediatamente protestos de que ela enrugaria o vestido.
Rindo, Lady Annabel deu um passo para trás, segurando suas mãos para cima como se para defender-se delas.
— Tudo bem então, você meninas vão em frente e começem e eu verei se não posso fazer um dos servos trazer para vocês alguns pasteizinhos e sidra por todo seu trabalho duro.
Joan sorriu enquanto observava sua tia ir embora.
— Oh, querida. Garia disse de repente atrás dela.
— Há algo de errado? — Joan perguntou olhando em volta para a mulher.
— Só temos dois alfinetes sobrando. Garia disse lentamente, olhando para os itens em uma pequena mesa atrás dela.
— O resto parece terem sidos todos usados nos outros dois vestidos que começamos. Ela bateu a mão contra a saia brevemente, em seguida, virou-se e dirigiu-se à porta.
— Tenho certeza que tenho alguns escondidos na minha cesta no meu quarto. Irei buscá-los.
Uma vez que Garia saiu do solar, o clima da sala mudou um pouco, se encheu com um silêncio constrangedor que fez Joan desconfortável. Depois de um momento, ela não aguentou e soltou:
— Muito obrigada a vocês por fazerem isso. Percebo que deve ser... Quero dizer, vocês todas vieram aqui para conhecer Cam com a esperança de... Ela acenou vagamente ao invés de verbalizar que elas vieram esperando se casar com seu marido.
— E então ele apareceu comigo e ainda assim todas... Ela mordeu o lábio um pouco e depois disse sinceramente:
— Foi muito gentil de todas vocês, e realmente aprecio isso.
— De nada. A pequena morena disse solenemente, em seguida, aproximou-se e ofereceu-lhe a mão.
— Eu sou Saidh Buchanan.
— É um prazer conhecê-la. Joan disse sinceramente, aceitando a mão oferecida e apertando-a suavemente.
— Murine Carmichael. A mulher pálida com a tendência a desmaiar se apresentou.
— Edith Drummond. Uma ruiva alta pegou sua mão em seguida.
Ela se apresentaram uma após a outra então, dando-lhe nome após nome até que Joan pensou que sua cabeça ficaria zonza com todos eles. Havia doze mulheres afinal. Seu cérebro conseguiu memorizar os nomes das primeiras quatro mulheres, mas depois disso tudo o que conseguia se lembrar eram os sobrenomes Frasier e Graham, e os primeiros nomes Glenna e Lorna, e não tinha idéia de se esses se juntavam e quem se encaixava com os nomes.
Felizmente, um servo chegou então com os pasteizinhos e a sidra que Lady Annabel prometeu fazerem trazer para cima. As garotas todas correram para pegarem para si uma bebida e escolher um pastelzinho, mas Joan se conteve, temendo deixar cair migalhas ou derramar sidra no novo vestido. Ela estava com sede embora e tentada, mas resistiu.
— Eu os achei! Garia anunciou triunfante quando entrou na sala um momento depois, e depois vendo as garotas acabando de se afastarem da bandeja sobre a mesa, correu para a frente, gritando:
— Ooooh, maravilhoso.
Joan deu um sorriso torto quando a pequena mulher correu para a mesa.
— Por que ainda há duas taças? Perguntou Garia.
— Um desses já foi usado, ou alguém não tomou um pouco?
— Eu não acho que Joan pegou uma bebida. Murine disse, olhando para Joan e voltando o olhar.
— Eu não queria correr o risco de derramar nada sobre o vestido. Explicou com uma careta.
— Oh. Garia olhou para ela e voltou o olhar e então perguntou:
— Você está bem não bebendo?
Joan fez uma careta e admitiu:
— Estou com sede, mas prefiro não arriscar.
— E se colocassemos um pano sobre seu peito? Murine sugeriu.
— Então ela poderia beber com segurança.
— Sim, isso pode funcionar. Garia concordou, virando-se para verter uma segunda bebida.
— Aqui, um desses pode servir. Saidh inclinou-se para começar a vasculhar numa cesta de restos de pano, e se endireitou um momento mais tarde com um que considerou adequado.
— Vamos apenas enfiar isso no seu decote.
Joan olhou para baixo para vê-la enfiar o pano entre o vestido e seu peito e, em seguida, olhou ao redor atrás dela quando Garia gritou:
— Cuidado, Murine.
— Desculpe, você derramou sua sidra quando colidi contigo? Perguntou Murine com preocupação.
— Não, está tudo bem. disse Garia com um pequeno suspiro de desculpas.
— Apenas certifique-se de ter cuidado perto de Joan quando ela pegar sua bebida, se não o pano que Saidh deu a ela não vai fazer a mínima diferença.
— Sim, é claro. Disse Murine infeliz.
— Posso levar a bebida dela para ela por você?
— Sim. Por favor. Dessa forma posso pegar pasteizinhos para nós duas. Garia murmurou.
— Você pode levantar os braços, Joan? Nunca verificamos as costuras lá para ver se estavam bem.
Joan olhou ao redor com o pedido de Saidh e automaticamente levantou os braços, olhando ela mesma para as costuras mesmo enqanto a outra mulher o fez.
— Vou colocar sua bebida aqui na mesa ao seu lado, Joan, então pode beber quando estiver pronta. Murine anunciou no seu outro lado.
— Obrigado. Disse Joan, olhando-a novamente.
— Mantenha os braços pra cima. Saidh ordenou, fazendo-a perceber que deixou os braços penderem um pouco quando olhou ao redor. A mulher moveu-se em torno dela então, explicando:
— Eu só quero ver como ele fica atrás.
Joan assentiu e esperou pacientemente.
— Abaixe os braços.Saidh instruíu, e um momento depois disse:
— Levante-os novamente.
— Como está? Garia perguntou com a boca cheia com um pastelzinho.
— Bom. Saidh decidiu.
— Ótimo! Garia disse alegremente, escovando as mãos uma contra a outra para remover quaisquer migalhas.
— Então, podemos começar a alfinetar a barra.
— Deveria ficar encima de uma cadeira? Perguntou Joan.
— Isso facilitaria?
Garia parou para considerar a questão, mas depois sacudiu a cabeça.
— Não, é melhor dessa maneira. Precisamos avaliar a distância até o chão e a cadeira estaria sob seus pés, não sob a saia.
Saidh assentiu com a cabeça e estendeu a mão para alguns dos preciosos alfinetes da Garia, perguntando:
— Como quer fazer isso? Devo começar na parte de trás e você na frente?
— Não, talvez devessemos começar na frente e você dá a volta por um lado e eu pelo outro. Garia sugeriu.
— O que acha?
Saidh assentiu e se ajoelhou em frente à Joan. Ela os olhou a baixo em silêncio enquanto Garia punha o primeiro alfinete, então as duas mulheres começaram a trabalhar, se afastando uma da outra. Joan observou por um minuto, e então olhou para sua bebida. Vendo-a sobre a mesa onde Murine disse que a colocaria, Joan cuidadosamente pegou a sidra e tomou um grande gole, e depois quase cuspiu. Bom Deus, estava amargo. Absolutamente não como ela estava acostumada. Normalmente era doce e...
— Tente ficar parada, Joan. Garia resmungou em torno dos alfinetes que tinha posto entre os lábios.
— Sinto muito. Joan se desculpou depois de engolir o líquido enchendo sua boca. Ela segurou a taça em vez de virar novamente para baixa-la e sem querer mover o vestido. Ela olhou em volta para as mulheres em torno dela e depois de um momento, perguntou:
— Então, vocês estão todas sem noivo?
Acenos silenciosos foram sua resposta e Joan mordeu o lábio. Ninguém lhe estava lançando olhares acusadores, mas ela se sentiu culpada da mesma forma. Elas vieram aqui esperando ganhar o interesse de Cam e se casar com ele, mas ela meio que o roubou antes que elas pudessem sequer conhecê-lo. Joan tomou um gole rápido da sidra para evitar seus olhares e imediatamente fez uma careta quando o líquido amargo fluiu sobre sua língua. Tinha esquecido quão ruim estava. Engolindo o líquido, ela estendeu a mão para pôr a taça na mesa ao lado dela, apesar do risco de mover seu vestido. Ela não queria bebê-la novamente por acidente.
— Finola é viúva. Saidh informou-a agora.
— Mas o resto de nós nunca esteve casada.
— E, provavelmente, nunca estaremos. Disse Murine com um pequeno suspiro.
— Provavelmente todas acabaremos em abadias.
— Fale por si mesma.
Saidh resmungou com desgosto e parou de alfinetar para olhar de cara feia para a mulher.
— Nunca farei os votos.
— Desculpe. Murine suspirou timidamente, sua mão subindo para o pescoço como se temesse que Saidh de repente produzisse uma espada e o cortasse com ela. Ela também balançou sobre os pés e Joan a olhou com alarme. Murine era uma garota doce, mas também tinha a tendência a desmaiar com a queda de uma grinalda. Honestamente, ela desmaiou nos degraus da frente quando Cam apareceu com uma noiva à reboque, e depois desmaiou duas vezes mais enquanto estavam medindo Joan no dia anterior, apenas de ficar muito excitada. Ela parecia muito excitada agora também, Joan notou com preocupação.
— Sente-se, Murine, e tome um pouco mais de sidra. Talvez algo doce a impeça de desmaiar.
Murine assentiu e pegou a jarra, mas a baixou tão rapidamente quanto a pegou.
— A sidra acabou. Ela fez uma careta e sentou-se, afastando sua preocupação.
— Está tudo bem. Estou bem.
— Não, você está pálida. Disse Joan com um franzir de cenho e, em seguida, pegou sua própria taça de onde a colocou sobre a mesa e estendeu-a. Aqui, beba isso então. Eu tive o suficiente. Está um pouco amargo pra mim.
— Tem certeza? Perguntou Murine.
— É claro. — Joan lhe garantiu, segurando a taça um pouco mais alto.
— Eu não estava com sede de qualquer maneira.
— Obrigado. Murine aceitou a taça e tomou um gole, seu nariz enrrugando.
— Você está certa. Está amargo.
— Sério? Perguntou Saidh.
— O meu estava doce, um pouco doce demais pro meu gosto.
— Talvez todo o doce ficou no fundo e a bebida precisava de uma boa mexida. Disse Garia, seu tom distraído enquanto colocava outro alfinete na bainha.
— Talvez. Saidh pegou sua própria taça e estendeu-a para Murine.
— Beba a minha em vez disso, se quiser.
— Obrigado. Murine disse, pegando a taça com a mão livre e depois estendendo a taça de Joan.
— Deseja pegar essa então? Pode ser mais do seu gosto.
Saidh aceitou a taça e tomou um gole, os olhos se arregalando e a boca torcendo com desgosto.
— Ew, não, isso está mais amargo do que eu gosto. Parece como...
Ela balançou a cabeça.
— Se faltasse algo ou algo assim.
— Não seja boba, Saidh. Disse Edith com um leve sorriso.
— Veio do mesmo jarro que o resto dos nossos e o meu estava bom. Não pode estar tão ruim.
— Não? Então experimente. Saidh desafiou, estendendo a taça.
Dando de ombros, Edith pegou-a e tomou um gole, estremecendo enquanto baixava a taça.
— Minhas desculpas. Isto está ruim.
— Oh, céus, deixe-me ver. Disse Garia, sentado-se sobre os calcanhares e estendendo a mão para a bebida. Quando Edith a entregou, ela também tomou um gole, seu rosto imediatamente torcendo com desagrado.
— Oh, sim, está ruim. Mas a minha bebida não tinha esse gosto. Ela olhou na direção do jarro e balançou a cabeça, antes de devolver a taça para Edith. Voltando-se para continuar seu trabalho, ela sugeriu:
— Talvez havia algo no fundo da taça antes de vertermos a sidra dentro.
— Talvez. Saidh concordou e, em seguida, inclinou a cabeça e perguntou: — Você está se sentindo bem, Joan?
— Hmm? Joan a olhou, lenta para compreender o que ela estava perguntando.
— Você está se sentindo bem? Perguntou.
— Está esfregando seu estômago.
— Estou? Ela perguntou fracamente, olhando para baixo para perceber que estava realmente esfregando seu estômago. Por que estava fazendo isso? Joan se perguntou, e então percebeu que este estava doendo. Não, não doendo exatamente, decidiu. Essa era a palavra errada. Estava... parecia que ela iria vomitar tudo o que consumiu. O que ela consumiu? Oh, sim, ela só tomou um gole de sidra...
— Joan, se quiser uma bainha reta, tem que parar de se mexer e... Garia parou quando a olhou. Preocupação tomando sua expressão, ela se endireitou lentamente.
— Joan?
Joan abriu a boca para garantir-lhe que estava bem, mas antes que pudesse pronunciar as palavras, a escuridão pareceu cair sobre ela.
Capítulo 13
— O quê? — Cam perguntou com descrença, mas não esperou pela resposta. Em vez disso, empurrou seu irmão para o lado para correr até os degraus da fortaleza, desesperado para entrar e ver Joan.
— Onde ela está?
— No seu quarto. Disse Aiden, seguindo com dificuldade em seus calcanhares.
— Está tudo bem, Cam. Lady Annabel disse que ela vai ficar bem. Todas vão.
— Todas? Cam ecoou com confusão quando abriu bruscamente as portas da fortaleza e correu para dentro.
— Quem são todas?
— Várias das damas adoeceram ao mesmo tempo. Aiden explicou, movendo-se para o seu lado enquanto atravessavam correndo o grande salão.
— Não foi apenas Joan, Ladies Carmichael, MacCormick...
— Eu não sei quem é quem, Aiden. Cam interrompeu com uma careta. Ele não se preocupou em conhecer as potenciais noivas que sua mãe havia reunido. Ele tinha uma esposa. Não que teria se interessado de qualquer forma. — Quantas delas estão doentes?
— Três, eu acho.
Aiden respondeu, então franziu a testa e disse:
— Não, quatro. Ele parecia contá-las nos dedos enquanto começaram a subir as escadas, e depois assentiu.
— Sim, quatro. E Joan faz cinco, é claro.
Joan era a única que importava tanto quanto Cam estava preocupado. Ele sentia muito que as outras estavam doentes, é claro. Mas elas não eram nada para ele. Joan era a sua principal prioridade. Ela era sua esposa e ele já tinha começado a planejar um futuro longo com ela. Era o que esteve fazendo com seu pai o dia todo. Eles cavalgaram para Inverderry, um castelo ao longo da costa e o menor dos três castelos pertencentes aos Sinclairs. Uma castelã esteve cuidando dele por anos agora, mas quando seu pai o levou para lá hoje, Cam esperava ser lhe dito que ele e Joan se mudariam para lá e o assumiriam. Em vez disso, seu pai anunciou que estava pronto para abrandar e ter menos responsabilidade, assim como a mãe de Cam. Seus pais planejavam se mudar para o castelo Inverderry e deixar-lhe a responsabilidade do castelo principal, enquanto Douglas cuidaria de Dunlorna, o segundo maior dos três castelos. Aiden eventualmente teria Inverderry, enquanto a sua irmã Aileen herdaria a Lansend House como seu dote, embora continuaria vivendo com seus pais até se casar.
Todo o caminho de volta de Inverderry, a mente de Cam voou com planos para si mesmo e Joan como Lord e Lady do Castelo Sinclair. Por isso foi algo chocante chegar para descobrir que Joan foi derrubada por uma doença. Ela parecia saudável e bem a última vez que a tinha visto, e certamente soou vigorosa o suficiente enquanto gritava como se gatos estivessem brigando em suas aulas.
— O que as deixou doente? Cam perguntou com uma carranca quando saíram das escadas e começaram a percorrer o andar.
— Não tenho certeza. Aiden admitiu em tom de desculpa.
— Elas só começaram a adoecer. Lady Annabel está cuidando delas.
Assentindo, Cam empurrou a porta de seu quarto e parou. Joan dormia nas peles da cama, seu rosto parecendo quase incolor acima do vestido vermelho escuro que usava. Annella se sentava no lado da cama com ela e o olhou quando entrou.
— Oh, Cam! Annella levantou-se, e ofereceu um sorriso ansioso.
— Graças a Deus que está aqui.
— Como ela está? Perguntou Cam, movendo-se ao lado da cama.
— Mãe diz que ela vai ficar bem, mas ela não acordou ainda e três das outras garotas sim. Annella disse preocupadamente.
— Quatro das outras garotas. — Annabel disse baixinho enquanto entrava no quarto.
— Joan é a única que ainda está dormindo.
— Mas ela vai acordar, não vai? Cam disse com um franzir de cenho, estabelecendo-se ao lado da cama para olhar seu rosto pálido.
— Acredito que sim. Mas acho que ela bebeu mais do que as outras. Disse Annabel com uma careta.
— Não o suficiente para prejudicá-la seriamente, embora, acredito.
— Bebeu o quê? Perguntou Cam, voltando-se para olhar interrogativamente à mulher.
— Sidra. Annabel respondeu, movendo-se à cama para espreitar por cima do ombro dele para Joan.
— Elas estavam fazendo a bainha do vestido que ela está usando. Eu fiz um servo levar alguns pasteizinhos e sidra e Joan reclamou que a dela tinha um gosto amargo. As outras meninas que adoeceram a experimentaram também. Joan pode ter bebido mais do que as outras, no entanto. Murine pensou tê-la visto beber da taça duas vezes, enquanto as outras garotas só tomaram um gole cada.
— Você sabe o que tinha na sidra? Perguntou Cam.
— Sua taça foi derrubada quando as garotas todas começaram a desmaiar e as outras garotas mandaram um servo limpá-la. Não havia mais nada sobrando no momento em que percebi que era a única coisa que elas todas tomaram e fui procurá-la. Disse Annabel com um suspiro e balançou a cabeça. — Mas eu acho que ela vai ficar bem também.
— Mas não sabe com certeza? Perguntou Cam.
— Não. Annabel admitiu tristemente, a preocupação vincando seu rosto enquanto seu olhar se deslocou para Joan.
— Eu gostaria de saber o que havia em sua sidra.
— Estava apenas na taça dela? Cam perguntou com uma careta.
— Aparentemente. Lady MacKay disse com um dar de ombros.
— Pelo menos a dela era a única que tinha um gosto amargo de acordo com as meninas. Mas todas beberam da mesma jarra.
— Portanto, não estava no jarro, mas na taça dela especificamente? Cam murmurou, voltando o olhar para Joan.
— Sim. Annabel disse sombriamente.
— Eu cheguei a essa conclusão também.
A boca de Cam apertou e, em seguida, ele perguntou:
— Quantas garotas foram embora hoje?
— Como sua mãe esperava, os Sutherlands, MacLeods e Frasers receberam suas mensagens ontem e vieram buscar suas filhas hoje. Ficaram para a refeição do meio-dia e então todos saíram no começo da tarde.
— Lady Sinclair ia nos dar cada um dos seus quartos, mas a mãe disse não. Annella lhe disse, fazendo Cam girar a cabeça ao redor com alarme.
— Eu pensei que era justo que seus irmãos tivessem seus quartos de volta, então a fiz colocar minhas filhas e eu juntas em uma câmara até que outra esteja disponível para as meninas compartilharem. Lady MacKay disse suavemente.
— Nossas coisas já foram transferidas para o quarto que Lady Fraser estava usando e as suas foram trazidas de volta até aqui. Assim, pelo menos você pode ficar aqui com Joan agora.
— Obrigado. Cam disse com um suspiro de alívio e se virou para espiar sua esposa, pensando que seus irmãos ficariam contentes de sair das barracas também. Ele estava certamente feliz em saber que seria capaz de ficar aqui com Joan. Pelo menos ele ficaria, se estivesse certo de que ela se recuperaria do que quer que fosse que ela e as outras garotas tinham bebido.
— Mãe?
Cam olhou além da mulher para a porta que ela tinha deixado aberta. Sabena estava lá, incerteza e preocupação em seu rosto quando olhou para Joan.
— Sim, querida? Perguntou Annabel, movendo-se para a filha.
— Uma das damas me pediu para pegar o vestido vermelho. Ela disse que elas querem fazer a bainha. — Sabena disse calmamente.
— Pensaram que seria legal se ele estivesse pronto para Joan vestir quando acordar.
— Oh. Annabel olhou para Joan, e depois assentiu e moveu-se para o lado da cama.
— Sim, isso seria legal.
Cam se levantou prontamente para ajudar com o esforço e com eles dois trabalhando, rapidamente tiraram o vestido de Joan e a colocaram sob os lençóis e peles.
— Aqui está, querida. Lady Annabel disse, colocando o vestido nos braços da filha.
— Agradeça as damas por nós. Estou certa de que Joan apreciará ter um vestido próprio para vestir.
Assentindo, Sabena se virou e saiu correndo. Lady Annabel voltou-se na direção da cama, mas parou quando notou Annella ainda ali. — Não há mais nenhuma necessidade de você se sentar com ela, docinho. Por que não leva Sabena lá fora por pouco de ar fresco? Vocês ambas tem estado presas aqui dentro, ajudando a cuidar das damas por horas.
Annella hesitou, seu olhar deslizando para sua prima, mas, em seguida, assentiu e silenciosamente saiu do quarto.
— Ambas são tão boas meninas. Lady Annabel disse com um sorriso enquanto observava a filha sair.
— Eu sou muito abençoada.
— Sim. Cam concordou enquanto se movia para as cadeiras ao lado da lareira. Ele levou uma de volta para ela, e depois voltou para pegar a outra para si mesmo e se sentaram para cuidar de Joan.
Ficaram em silêncio no início, mas depois de um momento Lady Annabel se remexeu na cadeira do outro lado da cama e disse:
— Campbell?
Ele endureceu imediatamente. Ser chamado Campbell ao invés do diminutivo Cam geralmente indicava que ele estava com problemas ou prestes a receber um sermão de algum tipo ou outro. Levantando seu olhar com cautela para a mulher, ele disse:
— Sim?
— Ross o forçou a se casar com Joan?
Ele piscou, surpreso com a pergunta, bem como com a preocupação no rosto da senhora.
— Não. Ele disse finalmente.
— Eu queria que Joan viesse comigo para Sinclair antes mesmo de descobrir que ela era sua sobrinha.
— Querendo que ela fosse como sua amante e ter de se casar com ela não é exatamente a mesma coisa, é?
Cam corou, seu olhar movendo-se de volta para Joan. Depois de um momento, ele suspirou e admitiu:
— Isso é verdade. No começo eu não estava nem mesmo considerando me casar com ela. Eu estive tão determinado a não me casar de novo que... Ele deu de ombros.
— Mas assim que percebi que ela era sua sobrinha, eu soube que tínhamos que casar antes mesmo que Ross dissesse qualquer coisa pra mim.
— Então você realmente se casou com ela só porque ela era minha sobrinha. Disse Annabel, parecendo triste com esse descobrimento.
— Não. Ele assegurou-lhe, em seguida, franziu a testa e admitiu:
— Talvez. Não estou certo. Quando eu percebi que ela era sua sobrinha, fiquei feliz. Eu pensei: Ah ha! Agora ela vai ter que se casar comigo e vir a Sinclair.
— Então ficou satisfeito de conseguir o que queria? Ela sugeriu lentamente.
— Sim. Cam fez uma careta ao ouvir como isso soou.
— Não era apenas conseguir o que queria que me fez feliz. Eu a queria comigo. Ele parou e então sacudiu a cabeça e disse:
— Mas ela não queria isso. Quando lhe pedi para vir comigo, ela não apenas me disse não. Ela disse que não queria. A lembrança o fez fazer cara feia para a mulher inconsciente.
— Você foi ferido. Lady Annabel disse lentamente, a compreensão aparecendo em sua expressão.
Cam se endireitou em seu assento e deu de ombros descuidadamente, não querendo admitir isso.
Lady MacKay ficou em silêncio por um momento e então disse:
— Joan me disse que, quando você pediu-lhe para ir com você, ela queria mais do que qualquer coisa no mundo dizer sim.
Ele ficou silencioso, mesmo seu coração pareceu parar brevemente, e depois Cam sentou-se para a frente novamente, perguntando:
— Mas então por que ela disse que não queria?
Lady Annabel sorriu desculpando-se.
— Eu não posso trair a confiança dela e dizer-lhe isso. Temo que terá que esperar até que ela esteja pronta. Apenas lhe disse que ela queria vir contigo porque temia que, pensando que ela não queria, afetaria como você age com ela. Ela fez uma pausa e disse solenemente:
— Assim como ela pensando que você só se casou com ela porque foi forçado pela circunstância está, sem dúvida, afetando suas ações em torno de você.
Cam se inclinou para trás, compreensão o tomando. Ele gostaria de dizer que o pensamento que Joan realmente não queria estar aqui não afetou seu comportamento em torno dela, mas sabia que não era o caso. Na verdade, além de seus encontros noturnos, ele a esteve evitando. Oh, ele fez um par de esforços casuais para vê-la durante o dia, mas rapidamente desistiu quando outras coisas intervieram. Entre as lições dela e suas responsabilidades aqui ele descobriu que era fácil evitar ficar a sós com ela. Mas eles passaram todos os momentos juntos durante a viagem até aqui, conversando e rindo e trabalhando juntos, e se não fosse por aquele único momento no tempo quando a pediu para acompanhá-lo a Sinclair e ela se recusou, Cam sabia que teria feito tudo e qualquer coisa que pudesse para garantir que isso continuasse. Ou, pelo menos, que fosse capaz de gastar tanto tempo com ela quanto possível, se não sozinhos, então na companhia de outros, mas com ela ao seu lado.
Por exemplo, ele teria gostado dela ter estado com ele hoje na viagem à Inverderry com seu pai, e sem dúvida teria usado a desculpa de que era uma oportunidade perfeita para ensiná-la a cavalgar longe da fortaleza e dos outros como a razão. Em vez disso, ele nem mesmo sugeriu isso.
Cam também esteve deixando pessoas e coisas ficar entre eles desde que ela disse não a ele. Quando eles perceberam que Annella e Sabena tinham revelado que ele e Joan estavam para se casar, ele deixou Ross afastá-lo, em vez de insistir que ele mesmo falasse com ela. A noite do casamento deles, ele se atrasou em subir as escadas até que Ross finalmente disse algo, e então uma vez que subiu, se certificou de que não houvesse tempo para falar, beijando-a cada vez que ela abriu a boca por medo de que diria algo que ele não queria ouvir. E pela manhã, ele a deixou dormir em vez de acordá-la e, possivelmente, terem que falar.
Uma vez aqui ele continuou com este comportamento, a permitindo ser separada dele e dormir com suas tias e primas. Cam sabia que se não fosse por aqueles poucos momentos na clareira fora de MacKay, ele teria insistido que montassem um câmara de dormir temporária no solar, ou que ele e Joan poderiam se contentar com uma das poucas casas vazias na terra Sinclair por algumas noites, ou até mesmo ficar em um dos seus outros castelos em vez de ficar separados.
Veja bem, ele não poderia ficar sem fazer amor com ela. Cam a arrastou para fora cada noite para fazer isso, mas também se certificou que ela não tivesse a chance de falar cada vez que o fez. E então ele estava de pé de manhã cedinho, quebrando o jejum antes dos outros e fora no pátio antes que ela pudesse acordar.
Se seu próprio comportamento foi afetado por pensar que ela não queria estar com ele, como o dela foi alterado por pensar que ele só tinha se casado com ela por obrigação?
Ele olhou para Lady Annabel.
— Tem certeza que ela queria vir comigo?
— Ela disse que queria desesperadamente ir contigo. Annabel disse-lhe solenemente.
— Que nunca foi tão feliz como durante essas duas semanas contigo.
Cam exalou lentamente e então olhou para a porta que Annella tinha deixado aberta quando se tornou ciente do aumento do ruído proveniente do grande salão.
— Soa como se estivessem se reunindo para a ceia. Você deveria descer e comer.
Annabel hesitou, mas depois ficou de pé.
— Você vai me fazer saber quando ela acordar?
Cam assentiu em silêncio, seu olhar voltando-se para sua esposa quando começou a resolver o que deveria dizer-lhe quando acordasse. Essas duas semanas viajando com ela à Escócia foram as mais felizes de sua vida também, e ele também queria desesperadamente que ela viesse aqui com ele. Mas então lhe disse isso, foi ela quem recusou. Cam não sabia por que ela disse que não queria ir com ele, mas talvez se perguntasse ela explicaria. E talvez poderiam resolver tudo isso e poderiam voltar para o fácil, feliz relacionamento que tinham antes desses momentos na clareira em MacKay.
Campbell considerou várias abordagens diferentes para a conversa que queria ter com Joan enquanto se sentou cuidando-a, mas eventualmente ficar acordado até tarde e levantar cedo começou a cobrar seu preço e ele começou a cochilar na cadeira. Quando acordou algum tempo depois, foi para encontrar a boca seca como pedra, o queixo coberto de baba, e o pescoço doendo de dormir sentado.
Fazendo uma careta, esfregou a nuca com a mão, tentando aliviar o torcicolo lá, então baixou a mão e olhou para Joan. O fogo tinha queimado até virar brasas brilhantes, e a vela na cabeceira tinha queimado então era agora uma poça de cera com uma chama fraca cintilando e prestes a morrer. Era luz suficiente para ver que ela ainda estava dormindo, mas isso era tudo. Ele precisava buscar outra vela e recomeçar o fogo se não quisesse sentar-se no escuro.
Bocejando sonolentamente, Cam levantou-se e saiu silenciosamente do quarto. No corredor, caminhou até o parapeito para olhar o grande salão abaixo. Ele tencionou chamar a atenção de um dos servos e fazê-lo lhe buscar uma vela nova, mas o grande salão estava em silêncio e parado, o fogo arrefecendo, deixando o salão quase escuro. Apesar disso, Cam podia ver os servos dormindo em paletes no andar de baixo. Já era tarde o suficiente para que todos tivessem se retirado. Por quanto tempo ele dormiu?
Um bocejo interrompeu esta preocupação e Cam debateu sobre simplesmente voltar para o seu quarto, rastejar para a cama e dormir, mas Joan ainda não tinha acordado e ele queria estar lá para ela quando o fizesse. Ele queria estar acordado, porém, não dormindo ao lado dela, então continuou em direção às escadas, parando ali para olhar ainda mais ao longo do corredor quando uma das portas se abriu.
Apertando os olhos na penumbra, Cam tentou ver quem era, mas podia dizer pouco mais de que era uma mulher até que ela parou em uma das oscilantes tochas e acendeu uma vela que ele não tinha notado que ela carregava consigo. Quando ela virou-se e continuou em direção a ele, a vela a mostrou, Cam reconheceu Lady MacFarland. Não querendo lidar com ela, virou-se para continuar o seu caminho.
— Campbell.
Surpreendido tanto que ela usou seu primeiro nome quanto que o chamou absolutamente, Cam parou e virou-se lentamente para esperá-la, certo de que iria se arrepender.
A cabeça de Joan estava latejando quando acordou. Fazendo uma careta, ela se sentou, piscando quando percebeu que estava na cama. Se perguntando o que estava fazendo ali e onde sua tia e primas estavam, Joan começou a sair da cama só para congelar quando percebeu que estava nua.
Sentando na cama de volta, ela enrolou o lençol em volta de si mesma e tentou se lembrar de como ficou dessa maneira, mas o latejar em sua cabeça não estava ajudando com esse esforço. Deixando de lado o assunto no momento, Joan hesitou, mas então puxou o lençol de sob as peles e envolveu-o em torno de si, enfiando a ponta na parte da frente para prendê-lo quando se levantasse.
Como ela acabou desta forma podia esperar até que aliviasse a dor em sua cabeça. Isso era mais importante no momento. Desesperadamente importante, pensou ela, uma mão indo para a testa, e os dedos esfregando em um esforço para aliviar a dor.
Sua bolsa medicinal estava na mesa ao lado da lareira, onde a deixou e Joan começou a andar em direção a ela, mas parou quando percebeu que precisaria de uma bebida com as quais misturar suas ervas. Obviamente, ela não podia descer desse jeito, porém. Joan se mexeu sobre os pés brevemente, debatendo sobre o que fazer, mas então se dirigiu à porta. Ela podia não estar disposta a descer desse jeito, mas talvez seria sortuda o bastante para encontrar um servo no corredor.
Com esse pensamento em mente, abriu uma fresta da porta e expiou o exterior, surpresa ao ver que o corredor estava um tanto escuro, com apenas duas tochas ainda acesas. Devia ser bem tarde, percebeu, e então notou movimento perto das escadas. Ela apertou os olhos, tentando ver quem era e então olhou além deles quando notou uma luz subindo para o corredor. Alguém carregando uma vela, percebeu, capaz de ver o vermelho do vestido que usava, mas não seu rosto. Mesmo enquanto notou isso, levantaram a vela, revelando mais do vestido e, em seguida, a sua face. Joan reconheceu seu vestido pouco antes de ser capaz de ver a mulher e reconhecer que era Finola.
Bem, isso explicava onde seu vestido tinha ido. Agora a questão era: como diabos a mulher o tirou dela? A última coisa que se lembrava era o estar usando enquanto as garotas afilnetavam a bainha por ela. Joan não conseguia ver a bainha do vestido agora, à luz das velas não chegava tão longe, mas ela suspeitava que estava tão longo como tinha sido antes que as mulheres começassem a alfinetá-la.
Droga, Finola tinha roubado seu vestido, Joan pensou, a boca apertando. Ela estava prestes a irromper vestida com o lençol para exigir saber o que a mulher pensava que estava fazendo em seu vestido, quando Finola chegou perto o suficiente para sua vela lançar luz sobre o homem no topo das escadas.
— Cam. Joan suspirou, o nome meramente um sussurro de som enquanto a mulher andou direto até ele até que seus corpos foram pressionados. Mesmo enquanto Finola se inclinou para ele, ela levantou a mão para pegá-lo pela parte de trás da cabeça e puxá-lo para baixo enquanto se levantava na ponta dos pés para beijá-lo. . . e Cam não a estava afastando.
Silenciosamente fechando a porta, Joan voltou-se para caminhar de volta à cama. Ela se sentou na borda desta, sua mente completamente em branco. Este era seu pesadelo se tornando realidade, Cam voltando-se para outra e ela tendo que ficar e assistir.
Joan não tinha certeza de quanto tempo simplesmente se sentou lá, mas depois de um momento deslizou sob as peles, ainda envolta no lençol, e fechou os olhos. Ela não mais queria uma bebida, ou ervas para aliviar a cabeça latejante, ela só queria fingir que isso tudo tinha sido um pesadelo e que acordaria para descobrir isso nunca tinha acontecido.
Cam afastou a surpresa que brevemente o manteve parado e pegou Finola pelos ombros para empurrá-la para trás. Com raiva fria deslizando através dele, ele exigiu:
— O que acha que está fazendo?
— Ah, vamos, milorde. Finola murmurou, sorrindo sedutoramente.
— Certamente você não espera que eu acredite que realmente gosta de estar casado com a componesa? Eu sei que você foi forçado a se casar com ela pelo MacKay. Mas você pode anulá-lo, e então pode me ter. Ela inclinou-se ligeiramente para trás e segurou a vela mais perto de si mesma de modo que o brilho caiu sobre ela da cabeça aos joelhos.
Cam abriu a boca para dizer-lhe para ir ao inferno, mas depois parou e permitiu a seu olhar vagar dela para o vestido quando o reconheceu.
— Eu não sou mais bonita do que ela? Perguntou Finola com um sorriso triunfante.
— Não. Cam disse friamente.
— E esse não é o vestido da minha esposa?
Finola piscou.
— O que?
— O vestido que está usando. Disse ele sucintamente.
— Minha esposa o estava usando quando adoeceu. Nós o tiramos para dar a Sabena, porque ela disse que uma das mulheres afirmou que queria costurar a bainha.
— Você estava lá? Perguntou Finola com alarme.
— Sim. Disse secamente e depois inclinou a cabeça.
— Estou supondo que você foi a mulher que o pediu. Também estou supondo que nunca planejou terminar a bainha absolutamente. Você só queria roubar seu vestido e, em seguida, usá-lo para tentar me seduzir?
Finola apertou os lábios firmemente com raiva, e depois estalou:
— Bem, ele é desperdiçado nela de qualquer maneira. Fica melhor em mim. E você ficaria melhor comigo também. Pelo menos não vou constranger você e sua família com a minha ignorância como ela vai.
Cam olhou-a com algo que era um cruzamento entre descrença e confusão, enquanto tentava entender como ela podia pensar que seu comportamento seria atraente para um homem. Primeiro, ela não se comportava melhor do que uma prostituta de aldeia, atirando-se nele, e então tenta conquistá-lo com insultos à sua esposa e se orgulha de sua própria suposta beleza? Às vezes ele simplesmente não entendia as habilidades de raciocínio dos outros, ou a falta de ditas habilidades.
— Lady MacFarland, Cam disse solenemente
— Joan pode muito bem cometer erros no futuro, mas eles não irão me envergonhar. Ela nunca me envergonhará. Você, por outro lado, envergonha a si mesma, seu clã e eu com seu comportamento e você não tem desculpa por sua ignorância.
— Bastardo. Finola vaiou e levantou a mão para esbofeteá-lo.
Esperando por isso, Cam a pegou pelo pulso e avisou:
— Eu nunca bateria numa dama, Finola, mas desde que provou não ser uma, lhe darei um claro aviso; se me bater, vou te bater de volta.
Ele a olhou em silêncio por um momento e depois a soltou.
Finola o olhou com raiva impotente, a mão enrolada em um punho, mas em seguida, baixou a mão sem uma palavra.
Cam assentiu.
— Eu vou arranjar para que alguns homens a escoltem de volta para MacFarland, amanhã. Você não é mais bem-vinda aqui. Ele disse sombriamente, e então virou-se e continuou a descer as escadas. Não tinha mais tempo a perder com a mulher, e não podia esperar para mandá-la embora.
E garantiria que Joan nunca usasse aquele vestido de novo, Cam decidiu sombriamente enquanto passava cuidadosamente pelas pessoas dormindo no grande salão. Joan parecia absolutamente linda nele, mas ele não a veria usar qualquer coisa que aquela mulher tinha contaminado com seu toque.
O fogo da cozinha estava arrefecendo quando Cam entrou. Algo que cheirava delicioso estava borbulhando em uma panela grande pendurado acima dele. O cheiro lembrou-lhe que não tinha comido a refeição noturna e Cam decidiu que deveria pegar um pouco de pão e queijo para levar de volta ao andar de cima com ele. Mas não agora. Depois que pegasse as velas pelas quais viera, pensou, virando-se para a porta da despensa. Cam destrancou o cadeado, levantou a barra e abriu a porta. O cômodo estava escuro, com luz suficiente passando pela porta aberta para ele ver as velas descansando em uma prateleira à direita, a meio caminho para a parede traseira. Entrando no interior, ele moveu-se na direção delas e estava quase fechando a mão em torno de um par de velas quando a porta de repente fechou abruptamente atrás dele.
Assustado, Cam virou e encarou a escuridão, onde a abertura retangular deveria estar, em seguida, correu para a frente e apalpou o local até encontrar o trinco da porta. Ele levantou-o e tentou abrir a porta, mas não se movia.
— Que diabos? Ele resmungou, tentando novamente. Nada. Batendo na porta agora, ele chamou:
— Olá? Tem alguém aí? Olá?
Silêncio respondeu sua chamada e Cam tentou novamente, batendo e gritando mais alto, mas a porta não abriu subitamente, banhando-o em luz e liberdade. Parando, deu um passo para trás e considerou tentar de novo, mas a verdade era que ninguém o ouviria. No verão, o pessoal da cozinha dormia no grande salão com os outros servos para evitar o calor que permanecia depois de cozinhar o dia todo. Todos, exceto o cozinheiro, que tinha um quarto na parte de trás das muito longas e grandes cozinhas. Mas o homem era bem conhecido por ser impossível de acordar uma vez que adormecia. Cam suspeitava que tinha muito a ver com a bebida a qual se entregava à noite. Mas não era da sua conta o que o cozinheiro fazia quando não estava trabalhando e, geralmente, não era um problema. Neste momento, estar preso no depósito e precisando de alguém para libertá-lo era um problema. . . mas não do cozinheiro.
Suspirando, Cam se mudou para uma posição sentada no chão e encostou-se nas prateleiras. Uma vez que o pessoal da cozinha acordasse e passasse por ali ele não deveria ter nenhum problema em atrair atenção e ganhar sua liberdade. Parecia que ficaria preso aqui até então, embora. . . o que significava que Joan estaria sozinha se acordasse antes do amanhecer.
O pensamento o fez parar. Embora a barra poderia ter caído de volta no lugar quando a porta foi fechada, não poderia ter fechado sozinha. Alguém lhe tinha fechado aqui e provavelmente baixou a barra de volta no lugar também. Deliberadamente. Por quê?
Cam não descartaria que Finola o tivesse feito. Ela estava, sem dúvida, com raiva que seu plano de seduzi-lo e convencê-lo a anular seu casamento por ela tinha falhado. Ela provavelmente não estava feliz com o que ele lhe disse também. E ele sabia que ela estava de pé, enquanto o resto do castelo parecia estar dormindo.
Ele começou a dedilhar o chão de pedra, pensando. Se fosse só isso a extensão da vingança de Finola, ele deixaria passar, organizaria sua viagem para casa e a mandaria embora. Mas isso era apenas se não tivesse feito qualquer outra coisa. E era isso o que o preocupava. O que mais ela poderia fazer? E o que mais ela tinha feito?
Cam remoeu sobre isso brevemente. Joan e quatro outras mulheres adoeceram depois de beber da taça de Joan. Ela esteve bebendo do mesmo jarro que todas as outras, então havia obviamente algo seja em sua taça antes de sua bebida ser vertida, ou colocada em sua bebida depois de ser vertida. Esteve Finola por trás disso? Ela planejou remover Joan, para limpar o caminho para si mesma? E se o tinha, o que ela poderia fazer agora que Joan estava sozinha, inconsciente e basicamente impotente?
Não que achasse que Finola poderia ainda esperar que ele se voltaria para ela se alguma coisa acontecesse com Joan, mas ela era uma amarga e desagradável pessoa. Ela machucaria Joan para machucá-lo? Cam não duvidaria da vadia.
Levantando-se, apalpou seu caminho até a porta e começou a espancá-la e gritar de novo, então deu vários passos para trás e atirou-se nela.
Capítulo 14
— Oh, minha senhora! Você está de pé!
Joan se afastou da janela e forçou um sorriso para sua empregada, Jinny.
— Sim. Eu estou de pé, e necessitando desesperadamente de roupas, Jinny. Eu acho que o vestido que usei ontem ainda está no solar. . . Sua voz sumiu quando Jinny levantou as mãos, atraindo sua atenção para o vestido que segurava. O mesmo que Joan tinha usado no dia anterior para ir experimentar o vestido.
— Você o tem.
— Sim. A empregada sorriu e correu para a frente.
— Uma das empregadas o trouxe para o seu quarto na noite passada e eu o levei abaixo para tirar as rugas dele. Parece bom como novo agora.
— Sim, parece. Joan murmurou, movendo-se para a frente para tocar o vestido. Era um dos vestidos de Annella, e ela estava grata por isso. Ela nunca usaria o vestido vermelho e dourado novamente... se Finola sequer se preocupasse em devolvê-lo. Não o tinha feito até agora. Ela não devolveu seu marido também.
Joan ficou acordada a noite toda esperando, incerta do que diria ou faria quando, ou se, Cam voltasse para o quarto que deveriam compartilhar. Ela debateu entre fingir que estava dormindo e não dizer nada, ou lhe dar um tapa no rosto no momento que aparecesse. Mas, no final, ela não teve de decidir entre os dois. Ele não voltaria.
Quando o sol nasceu e ele ainda não tinha voltado, Joan se levantou e foi até a janela para olhar o pátio. Ela ficou olhando o castelo começar a despertar e se perguntando por que não estava chorando. Deveria estar chorando, até mesmo queria chorar. Isso poderia acabar com a dormência que a tinha reivindicado e parecia estar trancando-a em um casulo emocional, mas seus olhos permaneceram tão secos como ossos.
Jinny de repente se afastou, levando o vestido consigo.
— Vou apenas colocá-lo sobre a cadeira e buscar sua bacia de água. A deixei no corredor. A empregada disse alegremente, movendo-se para as cadeiras perto do fogo para colocar o vestido sobre uma. Apressando-se para a porta então, acrescentou:
— Tenho muito para te contar enquanto cuida de suas abluções. Tanta coisa aconteceu.
A boca de Joan apertou. Ela já conhecia um desses acontecimentos. Todo o castelo sabia que seu marido já tinha se cansado dela e passado para Finola?
— Lady Finola está morta. Jinny anunciou quando voltou com a água.
Joan endureceu e, em seguida, virou-se lentamente.
— O que?
— Sim. Jinny disse quase sem fôlego enquanto colocava a bacia sobre a mesa perto do fogo.
— Ela foi encontrada ao pé das escadas esta manhã. Ela tropeçou nelas e quebrou o pescoço. E a vaca asquerosa fez isso no seu vestido! Jinny anunciou com indignação.
— Pode imaginar? Lady Annabel disse que ela e seu marido tiraram o vestido de você porque Sabena veio pedir por ele. Uma das damas se aproximou dela dizendo que as outras iriam fazer a bainha por você antes que acordasse. Acontece que foi Lady Finola quem disse a Lady Sabena esse conto. As outras damas disseram que não havia tal plano. Que estavam todas muito preocupadas contigo e as outras moças para pensar em fazer a bainha de qualquer coisa. Bem, já que Lady Finola o estava usando quando morreu, é óbvio que ela mentiu para que pudesse roubar o vestido bem nas suas costas!
Jinny franziu o cenho ferozmente para a audácia da mulher, e então disse:
— Agora estou pensando que ela cair da escada foi um castigo de Deus por roubá-lo. Sim. Assentiu com firmeza.
— Deus a puniu por seus pecados.
— Quando Lady Finola caiu? Joan perguntou, sua mente agitada com todo tipo de bobagens.
Jinny deu de ombros.
— Ela estava fria de rachar e rígida quando a encontraram esta manhã, então foi algum tempo no meio da noite.
— E ninguém testemunhou isso? Joan perguntou com relutância.
— Não. Pelo menos ninguém deu um passo pra frente pra dizer isso. Disse Jinny com despreocupação, movendo-se ao seu lado para lhe estender sabão e um pedaço de pano para ela.
— Obrigado. Joan sussurrou e se moveu para a bacia de água para começar a se lavar.
— Milady?
— Hmm? Joan perguntou ausente, mergulhando o pano na água.
— Eu não deveria pegar o lençol da cama? Perguntou Jinny.
— Pode ficar molhado se você não tirá-lo.
— Oh, sim. Joan desembrulhou o lençol que usou desde que acordou e o entregou a empregada, então virou-se para franzir a testa para a água quando começou a espumar o sabão. O aroma de limão e ervas flutuou até ela enquanto trabalhava. Era um aroma que amava, mas mal o notou. Lady Finola tinha caído da escada? E ninguém testemunhou isso? A última vez que viu Lady Finola a mulher esteve beijando seu marido... perto das escadas, das quais aparentemente caiu... sem que ninguém, nem mesmo ele, o testemunhasse.
Ela balançou a cabeça lentamente. Algo estava terrivelmente errado. Mais do que uma coisa na verdade, Joan pensou enquanto recordava tudo o que Jinny tinha dito. A mulher tinha soltado tudo tão rapidamente e então ela esteve mais interessada nas notícias sobre Finola, mas agora. . .
Virando-se para onde Jinny estava fazendo a cama, ela perguntou:
— Você disse que as mulheres estavam muito preocupadas comigo e as outras damas para pensar em fazer a bainha do meu vestido?
— Sim. — Jinny disse distraidamente e, em seguida, levantou a cabeça para olhá-la com os olhos arregalados.
— Oh, é claro, você não sabe sobre as outras damas. Você foi a primeira a adoecer, e já tinha desmaiado antes que as outras mulheres o fizessem.
— Desmaiado? Joan perguntou com um franzir de cenho. Não tinha ideia do que a mulher estava falando. Ela se recordou de ir experimentar o vestido, e se lembrou delas pedindo-lhe para permanecer nele para que pudessem alfinetá-lo. Sidra e bolos foram buscados, ela tomou um gole de sidra e então... bem, na verdade sua memória ficava um pouco confusa depois disso.
— Sim. Vocês tomaram um mau lote de sidra e isso fez cinco de vocês adoecerem ,.Jinny explicou, preocupação em sua expressão.
— Não se lembra?
— Não. Joan admitiu com um suspiro, mas isso explicava a dor de cabeça com a qual acordou. Felizmente, havia se dissipado sozinha no tempo desde que acordou.
Jinny franziu a testa para esta notícia, em seguida, olhou para a porta quando uma batida soou. Endireitando-se da cama, se moveu para abri-la e então fez uma reverência e deu um passo rapidamente para o lado para permitir à Lady Annabel entrar.
— Oh, você está acordada.
Sua tia parecia maravilhada, e então olhou para a cama vazia e fez uma careta de desagrado.
— Onde está Cam? Por que ele não fez saber quando você acordou? Ele prometeu que o faria. De fato, quando vim aqui pensei que ele ainda estava aqui velando-a. Onde ele está?
— Eu não sei. Joan admitiu baixinho, voltando-se para a bacia de água para terminar rapidamente suas abluções para que pudesse se vestir. Sua tia a tinha visto nua várias vezes agora, mas isso não significava que estava confortável com isso.
— Você não sabe? Perguntou Annabel com surpresa e, em seguida, franziu o cenho.
— Ele não estava aqui quando acordou?
Joan sacudiu a cabeça, mas não disse que seu marido esteve fora a última metade da noite.
— Isso é estranho. Ele estava muito preocupado contigo. Ele e eu nos sentamos contigo por horas e depois ele me mandou embora. Ele nem sequer comeu a refeição noturna.
Joan não fez comentários, mas esta notícia simplesmente aumentou sua confusão. Ele esteve preocupado? Sentou-se com ela por horas e então saíu e beijou Finola? Bem, para ser justa, supôs que Finola o beijou, mas... agora Finola estava morta e ele nunca voltou para quarto deles. Onde diabos estava ele? E teve ele algo a ver com a queda de Finola das escadas?
Ela revirou os olhos para seus próprios pensamentos. Primeiro, passou horas pensando que ele esteve fora namoricando com Finola, e então temeu que ele matou a mulher. Joan estava tão confusa.
— Eu contei a ela sobre o mau lote de sidra, mas ela não se lembra dela mesma adoecendo. Jinny disse de repente, preocupação óbvia em sua voz.
— Não? Perguntou Lady Annabel, e embora não soasse exatamente preocupada, Joan podia ouvir a preocupação em sua voz.
— Não. Joan admitiu e soltou o pano na bacia, então virou-se para pegar seu vestido. Jinny imediatamente correu para seu lado para ajudá-la a vesti-lo.
— Se você se sentar na cadeira, milady, vou arrumar seu cabelo. Disse Jinny, movendo-se para pegar a escova, uma vez que terminou de amarrar seu espartilho para ela.
— Eu o farei, Jinny. Gostaria de conversar com Joan de qualquer forma. Lady Annabel disse com calma e sugeriu:
— Por que não vai quebrar o jejum?
Jinny hesitou, seu olhar deslizando para Joan.
— Está tudo bem. Vá em frente. Disse Joan com um aceno.
Jinny entregou a escova à Lady Annabel e saiu da sala.
— Sente-se. Lady Annabel disse levemente, apontando às cadeiras perto do fogo.
Joan se sentou em uma das cadeiras e olhou para as há tempo frias cinzas da lareira.
— Não foi um mau lote de sidra. Annabel anunciou quando começou a passar a escova pelo cabelo de Joan.
— Apenas disseram isso aos servos para evitar fofocas.
Joan ergueu as sobrancelhas.
— O que foi então?
— Não tenho certeza, mas era algo em sua taça apenas. Sua tia admitiu.
— Minha? Joan perguntou com surpresa.
— Então como as outras garotas... Ela deixou a questão morrer quando se recordou de oferecer a taça a Murine.
— Sim. Todas as cinco beberam da sua taça. Você tomou dois goles, e então a ofereceu a Murine. As garotas disseram que você pensou que ela estava à beira de desmaiar. Sua tia explicou, não percebendo que ela estava relembrando agora.
— As outras meninas a experimentaram porque ambas disseram que estava amargo. Elas tomaram apenas um gole. Você tomou dois. Todas desmaiaram depois de beber, mas você ficou dormindo mais tempo, enquanto as outras meninas acordaram perto da refeição noturna.
— Fomos envenenadas? Joan perguntou em voz baixa.
— Parece que sim. Disse Annabel e então franziu a testa.
— Mas me pergunto se o que quer que seja que tinha na bebida era para matá-la ou apenas deixa-la doente. Nenhuma adoeceu muito no final, então comecei a pensar que talvez fosse apenas feito para fazê-la dormir por um tempo, mas...
— Mas? Joan perguntou quando ela parou.
— Mas agora Lady Finola está morta. Disse Annabel com um suspiro.
— Eu pensei que a morte dela fosse um acidente. Jinny disse que era. Joan disse solenemente, espiando suas mãos onde estavam em seu colo.
— A maioria das pessoas parecem achar isso. Annabel concordou.
— Mas você não?
— Eu acho que é estranho que Lady Finola estivesse de pé e por aí e vagando pelo castelo completamente vestida depois que todo mundo se retirou.
Joan baixou a cabeça. Ela sabia exatamente o que a mulher esteve fazendo se pé a essa hora... beijando, e quem sabe o que mais, com seu marido. Ela não disse isso, no entanto.
— Além disso, a tia continuou
— Eu fui vasculhar seu quarto depois que a encontramos e só havia uma vela em um suporte no quarto dela. No entanto, nosso quarto tem duas velas, um suporte de cada lado da cama, então perguntei a Lady Sinclair e ela disse que deveria haver dois deles no quarto de Finola também. Não há, e não encontraram um suporte de vela perto dela ou nas escadas.
Joan ergueu a cabeça lentamente. Ela claramente se lembrava de Finola carregando uma vela quando se aproximou de Cam no corredor.
— E no topo das escadas?
— Não.
Joan mordeu o lábio.
— Você acha que alguém está atacando as mulheres?
— Não. A escova parou em seu cabelo e, em seguida, sua tia admitiu em tom de desculpa:
— Temo que alguém esteja tentando te machucar.
— O quê? Joan esganiçou e se virou na cadeira para olhá-la.
— Mas cinco de nós adoeceram por causa da sidra, e Lady Finola é quem...
— Cinco de vocês adoeceram por beber a sua sidra. Annabel apontou sombriamente.
— E Lady Finola estava usando o seu vestido.
Joan encarou-a atônita, sua mente começando a girar com pensamentos agora. O fato de que as meninas adoeceram por beber a sua sidra sugeria que alguém o planejou para ela, e Finola estava usando seu vestido, ela mesma viu. E Cam, sem dúvida, viu isso também, mas se outro alguém a empurrou escada abaixo... bem, quando viu Finola pela primeira vez ela estava segurando a vela baixo e à frente dela, deixando seu rosto na escuridão. Alguém poderia ter confundido Finola com ela porque ela estava usando o vestido vermelho e dourado.
Mas Finola estava com Cam quando a viu pela última vez, pensou novamente. E ela estava com a vela, mas a vela estava agora sumida e também...
— Preciso encontrar meu marido. Disse ela de repente e ficou de pé.
— Mas não terminei com o seu cabelo. Sua tia protestou.
Joan balançou de volta, mas fez uma careta e perguntou:
— As damas sempre tem que ter seus cabelos amontoados sobre a cabeça como um ninho de pássaro? Isso me dá dor de cabeça.
— Oh, sinto muito. Você deveria ter dito algo. Talvez estamos arrumando-o muito apertado. Ou pode ser que você não está acostumada a usá-lo para cima. Ela fez uma careta e admitiu:
— Mas damas sempre usam o cabelo para cima, Joan, especialmente uma vez que estão casadas.
Joan hesitou, mas, em seguida, sentou-se na cadeira com um pequeno suspiro de resignação. Se damas casadas usavam o cabelo para cima, ela supôs que também deveria. Ela deveria ser uma dama agora.
— Eu vou tentar fazê-lo mais afrouxado hoje. Annabel lhe assegurou.
— Então veremos como fica.
— Filho? Filho.
Cam despertou com um sobressalto quando alguém sacudiu seu ombro. Abrindo os olhos, ele olhou atônito para o homem de pé à frente dele.
— Pai?
— Sim. O que diabos está fazendo dormindo na despensa?
Cam começou a lutar para ficar em pé.
— Joan.
— Ela está bem. Está acordada.
Cam olhou além de seu pai para a meia dúzia de servos espreitando o interior da sala e reconheceu a dama de companhia de sua esposa, Jinny, quando ela terminou:
— Lady Annabel está ajeitando o cabelo dela agora.
— Obrigado, Jinny. Disse ele, cansado. Ele tinha batido na porta e gritado pelo que pareceram horas, desistindo apenas quando começou a perder a voz. Então se sentou para esperar, com a intenção de tentar novamente atrair a atenção de alguém uma vez que a garganta se recuperasse. Em vez disso, ele adormeceu encostado nas prateleiras.
— O que diabos estava fazendo dormindo aqui? Perguntou seu pai, repetindo a pergunta anterior.
Cam fez uma careta e se esticou para remover os nós das costas.
— Eu desci para pegar velas novas e alguém fechou a porta atrás de mim. Eu gritei e bati, mas todo mundo estava dormindo.
— Quando foi isso? Seu pai perguntou abruptamente.
Cam deu de ombros.
— Tarde. O fogo no grande salão estava quase apagado.
— Você, por acaso, não acabou tropeçando no corpo de Lady MacFarland ao pé das escadas, tropeçou?
— O quê? Cam perguntou com espanto.
— Esquece. Lady Finola deve ter tropeçado depois disso. Lord Sinclair murmurou quase para si mesmo.
— O que diabos ela estava fazendo de pé a essa hora?
— Lady Finola tropeçou? Cam perguntou com espanto.
— Sim. Quebrou o pescoço em uma queda da escada. Seu pai disse com um suspiro e balançou a cabeça.
— É uma coisa boa que foi ela e não uma das outras moças. Triste como é admitir, os MacFarlands não sentirão falta da moça. Fazendo uma careta, acrescentou:
— De fato, acho que ninguém vai.
— Sim. Cam concordou solenemente. A mulher não tinha se dado ao trabalho de fazer alguém gostar dela, tanto quanto poderia dizer. E, embora, devesse estar triste ao saber de sua morte, não estava terrivelmente triste de tê-la fora de sua vida.
— Bem, venha, você deve estar pronto para quebrar seu jejum após a noite que teve. Disse seu pai, impelindo-o à porta.
Cam assentiu, mas parou e virou-se para primeiro recolher as velas que viera buscar a noite passada.
— Vou levá-las para cima. Jinny ofereceu, dando um passo à frente quando ele alcançou à porta.
— Vá em frente, dê elas a moça. Seu pai sugeriu.
— Precisamos discutir quem deve levar a mensagem aos MacFarlands. Um simples mensageiro não vai convir para notícias como esta.
Suspirando, Cam relutantemente entregou as velas para Jinny e seguiu seu pai para as mesas de cavalete. Eles estavam prestes a sentar-se quando de repente ele olhou em volta e, vendo Jinny dirigindo-se às escadas, chamou-a.
— Você disse que Joan está bem, quão bem ela está? Ele perguntou quando a empregada o alcançou.
Jinny considerou a questão brevemente e depois deu de ombros.
— Ela parece nova em folha.
— Bem o suficiente para cavalgar comigo? Perguntou Cam.
Jinny assentiu.
— Acho que sim.
— Obrigado. Cam murmurou, e virou-se para se sentar à mesa. Ele não tinha esquecido o que Lady MacKay lhe disse na noite passada. Ele precisava conversar com sua esposa, longe do castelo e do seu povo. Usaria aulas de equitação como desculpa para afastá-la, e depois diria o que precisava lhe dizer.
— Você está terrivelmente quieta Joan. No que está pensando? Annabel perguntou enquanto trançava seu cabelo.
Joan hesitou, mas depois revelou:
— Ela tinha uma vela.
— O quê? Annabel se inclinou e se retorceu para ver seu rosto.
— Quem tinha?
— Finola. Joan admitiu, mordendo o lábio.
Annabel soltou as tranças que esteve fazendo e moveu-se para a frente dela para que pudesse ver seu rosto enquanto conversavam.
— Noite passada?
Joan assentiu.
— Você a viu à noite passada? Annabel perguntou lentamente, como se quisesse ter certeza de que entendiam uma a outra.
— Sim. Eu a vi à noite passada. Joan disse cansada e baixou a cabeça.
— Eu acordei sozinha. As velas estavam morrendo, mas eu não tinha roupas. Enrolei o lençol da cama ao meu redor e olhei para fora no corredor. Estava esperando chamar um servo de passagem para pedir-lhe para buscar as velas, mas o corredor estava quase escuro, era óbvio que todos tinham se retirado... e então eu vi alguém parado perto das escadas.
— Finola? Annabel supôs.
— Não. A pessoa estava no breu, não podia ver quem era no início, e então a luz de vela apareceu mais ao fundo do salão, movendo-se às escadas.
— Era Finola com a vela? Annabel solicitou quando ela parou.
Joan suspirou e assentiu com a cabeça.
— Quem era a pessoa perto das escadas? Perguntou Annabel.
— Cam. Ela sussurrou e depois se apressou a seguir.
— Finola levantou a vela, eu vi que era ela e que estava usando meu vestido. E então ela-ela beijou Cam. Soltou, a voz embargada quando disse isso.
— Oh, docinho. Annabel murmurou, inclinando-se para abraçá-la. Esfregando suas costas suavemente, perguntou:
— O que ele fez?
Joan sacudiu a cabeça e admitiu:
— Eu não vi. Eu só fechei a porta e voltei para a cama. Ela limpou a garganta enquanto Annabel endireitou-se para olhá-la com simpatia e então acrescentou:
— Eu o esperei voltar para a cama, mas ele nunca o fez e pensei que eles deviam estar. . .
Annabel estendeu a mão e apertou a dela.
Joan sorriu fracamente, apreciando o gesto de apoio.
— Agora não sei o que pensar. Finola está morta e Cam está sumido, e a vela... Ela fechou a boca com um estalo e olhou rapidamente para a porta quando esta abriu. Jinny entrou.
— Há algo de errado, Jinny? Joan perguntou, notando o rubor de excitação em suas bochechas.
— Alguém trancou o seu marido na despensa à noite passada. Ela soltou, quase dançando sobre os pés.
— O quê? Joan e Annabel perguntaram juntas.
A empregada assentiu animadamente.
— Sim. Lord Sinclair foi tirar algo da despensa apenas uns momentos atrás e notou que estava destrancada, mas a barra estava abaixada. Quando a abriu, encontrou o seu marido dentro, dormindo contra as prateleiras. Acontece que ele desceu em busca de velas na noite passada depois que todos se retiraram, mas alguém fechou a porta atrás dele e deixou cair a barra no lugar. Ele diz que bateu e gritou, mas todo mundo estava dormindo e ninguém foi liberá-lo.
Joan olhou para Annabel para encontrá-la olhando para trás.
— Oh, ele me pediu para trazer essas para cima. Jinny estendeu as velas que carregava.
— Eu deveria limpar os suportes e colocar as novas neles.
— Ele tinha um castiçal com ele? Annabel perguntou de repente, seu olhar ainda firmemente em Joan.
— Seu marido? Jinny perguntou e sacudiu a cabeça.
— Não. Ele estava no escuro quando seu pai abriu a porta da despensa e não havia nenhum perto que eu vi.
— Obrigado Annabel murmurou e se moveu atrás de Joan para continuar com seu cabelo enquanto Jinny rapidamente limpou a cera derretida dos castiçais e colocou as velas novas neles.
— Você pensou que Cam poderia ter empurrado Finola das escadas? Joan perguntou assim que Jinny saiu do quarto novamente.
— Não. Annabel respondeu calmamente e quando Joan virou-se para olhar por cima do ombro para ela, acrescentou:
— Eu sabia que você pensou, porém, e achei que deveria ouvir a resposta a essa pergunta.
Joan virou-se lentamente para a frente novamente e então perguntou:
— Você realmente não achou que ele...
— Não. Annabel assegurou-lhe solenemente.
— E não acho que ele encorajou ou respondeu ao beijo de Finola. Mas então, conheci Campbell durante a maior parte de sua vida. Sei que tipo de homem ele é. Você apenas o conhece há semanas, e embora ache que você tem uma boa compreensão de que tipo de homem ele é, é claro que vai duvidar de si mesma se forem lhe dadas provas como ver outra mulher beijando-o.
Joan expirou lentamente e assentiu. Na verdade, ela nunca teria imaginado que Cam pudesse ter algo a ver com a queda de Finola das escadas antes de ver a mulher beijando-o. Ela não achava que realmente acreditava que ele poderia até mesmo depois, é por isso que esteve tão chocada quando Lady Annabel perguntou sobre se Cam tinha o castiçal com ele quando foi encontrado na despensa.
— Joan?
— Hmm? Ela se afastou de seus pensamentos e olhou por cima do ombro em questionamento.
— Cam e eu nos sentamos juntos por um bom tempo esperando você acordar, e embora ele não disse isso, estou bem certa que ele tem sentimentos profundos por você. E sei que você tem sentimentos profundos por ele.
— Eu tenho. Joan admitiu, e então suspirou e baixou a cabeça.
— Mas ele quase não me falou uma palavra desde que chegamos a Sinclair. Eu só o vejo quando...
— Quando você se esgueira para fora durante a noite para encontrá-lo? Annabel sugeriu com diversão.
Joan olhou rapidamente ao redor.
— Você sabia?
— Sim. Disse com diversão.
— Pelo menos assumi que era para onde estava se esgueirando a noite.
— Sim, bem. Joan virou-se para a frente novamente.
— Ele não fala comigo nessa hora também.
— Ele ficou ferido quando você disse que não queria vir para Sinclair com ele. Annabel murmurou baixinho.
— Ele está incerto sobre os seus sentimentos e teme que se ressinta dele por causa do casamento forçado.
— O quê? Ela virou-se com surpresa novamente.
— Eu pensei que ele...
— Eu sei. Sua tia interrompeu calmamente, pondo uma grinalda em sua cabeça e tecendo as tranças, que ela assentou no cabelo de Joan, nela.
— Ambos parecem estar assumindo um monte de coisas sobre o outro que simplesmente não é verdade. Os dois precisam realmente falar um com o outro e resolver essas coisas. Se alguém quer te machucar, os dois precisam trabalhar juntos. Será melhor se estas questões entre você e Cam forem resolvidas.
— Pronto. Ela acrescentou, recuando quando terminou com o cabelo de Joan.
— Como está?
— Está menos apertado. Joan admitiu.
— Vamos esperar que isso resolva o problema de sua dor de cabeça. Disse Annabel com um suspiro.
— Agora, venha. Deveríamos descer, quebrar o jejum e descobrir se qualquer outra coisa ocorreu da qual deveríamos saber. Essas coisas geralmente ocorrem em trios. Acrescentou secamente enquanto guiava o caminho até a porta.
Capítulo 15
— Sinto muito que não estava lá quando você acordou essa manhã.
Joan olhou ao redor quando Cam sussurrou esse pedido de desculpas em sua orelha. Ele estava atrás de onde ela estava sentada na mesa de cavalete ao lado de sua tia e ela perguntou-se brevemente como ele se aproximou sem que percebesse. Ele não estava na mesa quando ela e Annabel desceram momentos atrás, mas seu pai explicou que Cam estava fora nos estábulos vendo seu irmão sair. Parecia que ele e um pequeno grupo de guerreiros Sinclair levaria a notícia da morte de Finola, bem como seu corpo, de volta à MacFarland. Pensava-se que um membro da família deveria entregar a triste notícia ao invés de apenas um membro do clã. Douglas se ofereceu para cumprir com a façanha.
— Você não comeu ainda, comeu? Perguntou Cam.
— Não, acabamos de nos sentar. Ela admitiu.
— Bom. Sorrindo, ele estendeu a mão.
— Venha comigo.
Joan hesitou, mas depois aceitou a mão oferecida e o deixou ajudá-la a se levantar do banco. Ele não a soltou em seguida, como esperado, mas continuou a segurar sua mão enquanto a levava às portas da fortaleza. Distraída como estava por esse fato, levou um momento para perceber os dois cavalos selados à espera ao pé dos degraus. Uma vez que o fez, no entanto, seus olhos se arregalaram com alarme.
— Está tudo bem. Disse Cam imediatamente.
— Você vai cavalgar comigo.
— Então por que a égua que minha tia e tio nos deu está aqui também?Ela perguntou, preocupada.
— Ela está amarrada a parte de trás da minha sela. Cam apontou gentilmente.
— Sim, mas por quê?
— Pensei em írmos passear, quebrar o jejum, falar e então talvez termos uma rápida aula de equitação antes de voltarmos. Explicou.
— Era isso o que eu temia. Disse ela, infeliz e Cam riu de sua expressão.
— Ficará tudo bem. Assegurou ele.
— Vamos devagar.
Forçando um sorriso, Joan assentiu e o deixou levantá-la sobre seu cavalo. Ele, então, montou rapidamente atrás dela e tomou as rédeas.
— Se acalme. Cam disse uma vez que estavam fora do pátio e cruzando a área aberta até as árvores.
— Você está dura como uma pedra.
— Desculpe. Joan resmungou e tentou fazer-se relaxar. Era difícil, no entanto. Não era apenas sua aflição sobre aulas de equitação que a deixavam tensa. Também estava preocupada com a conversa vindoura que ele mencionou. Sabia que tinham que falar, Annabel estava certa sobre isso, ela só estava preocupada com o que descobriria uma vez que o fizessem.
— Joan, eu realmente queria mesmo estar lá quando você acordou. Cam disse de repente.
— Eu me sentei contigo desde o momento que voltei para a fortaleza e descobri que você estava doente, mas...
— Eu te vi beijando Finola. Joan desabafou.
Cam puxou as rédeas, parando ambos os animais, e então pegou-a pela cintura e levantou-a e deslocou-a para que se sentasse de lado na frente dele e poder ver seu rosto. Levantando seu queixo com a mão, ele encarou solenemente seu rosto e disse:
— Eu não beijei a Finola. Ela me beijou.
Ele parou brevemente, mas quando Joan não respondeu, acrescentou:
— Ela me pegou de surpresa com sua ousadia, e eu não reagi de imediato, mas depois a afastei e a fiz saber que estava bem satisfeito com minha esposa e nada interessado em beijos roubados com uma meretriz num vestido roubado.
— Eu fui um tanto insultante nisso. Cam admitiu baixinho.
— Ela tentou me estapear, eu segurei seu pulso e a adverti que se fizesse isso, poderia esperar ser estapeada de volta. Então, lhe disse que não era mais bem-vinda em Sinclair e que providenciaria que homens a devolvessem a MacFarland hoje. Depois que a deixei lá no patamar eu desci para buscar as velas das quais fui em busca em primeiro lugar.
— Pelo menos, achei que a deixei lá. Acrescentou de repente.
— Mas ela me seguiu abaixo e trancou a porta da despensa atrás de mim.
— Você a viu fechar a porta? Joan perguntou com surpresa.
— Não, mas deve ter sido ela. Todos os outros estavam dormindo. Cam raciocinou e então franziu a testa e acrescentou: — Ela deve ter tropeçado em suas saias ou algo no caminho subindo de volta às escadas. Entendi que a encontraram morta ao pé dos degraus esta manhã, com o pescoço quebrado por causa da queda.
— Sim, eu ouvi isso. Joan disse, pensativa, assimilando tudo o que ele disse.
Ela lhe acreditava. Poderia ser só porque o queria, mas Joan acreditava mesmo nele e agora considerou a possibilidade de que Finola simplesmente perdeu o equilíbrio e caíu da escada como ele parecia pensar. Ela não duvidaria que a mulher fosse a pessoa por trás de prendê-lo na despensa. Teria sido uma boa retribuição por ele tê-la insultado e rejeitado, mas isso não explicava a vela perdida e o suporte.
— A Finola baixou a vela durante seu intercâmbio? Perguntou ela agora.
— O quê? Cam perguntou com confusão.
— Ela tinha uma vela consigo quando a vi se aproximar de você na noite passada. No entanto, não encontraram uma perto dela, nem no topo das escadas quando ela foi descoberta esta manhã. Explicou Joan.
— Ela a colocou em algum lugar?
— Não. Ele disse lentamente, obviamente pensando novamente nos acontecimentos da noite passada.
— Talvez Finola a deixou nas cozinhas para libertar as mãos para fechar a porta da despensa. Joan sugeriu.
— Sim, mas ela não a teria, então, a deixado para trás. As escadas estavam em completa escuridão. Ela teria precisado dela para subir as escadas de novo até seu quarto. Cam apontou, franzindo a testa agora.
Joan assentiu solenemente, lembrando que Cam tinha quase desaparecido nas sombras quando o viu no topo das escadas. Mesmo se Finola tivesse esquecido a vela nas cozinhas, teria voltado por ela uma vez que chegasse nas escadas, tinha certeza.
— Tem certeza que não havia nenhuma vela com ela? Cam perguntou com uma careta.
— Sim. Tia Annabel é quem notou. Ela disse que foi ao quarto de Finola e percebeu que só havia uma vela ao lado da cama. Há duas no nosso e ela perguntou a sua mãe sobre isso. Lady Sinclair disse que deveria haver duas no quarto de Finola também, que há duas em cada câmara. Então tia Annabel verificou perto das escadas e perguntou sobre ela também, mas ninguém tinha visto uma vela em qualquer lugar perto das escadas ou no patamar superior. Explicou Joan.
— Ela acha que Finola teve ajuda para cair da escada e quem quer que seja que fez isso levou a vela consigo.
Cam ficou em silêncio por um momento, mas depois fez uma careta.
— Bem, acho que não deveria estar surpreso. A mulher era desagradável na melhor das vezes, e entendi que não fez amigos enquanto estava aqui. Ela...
— Estava usando o meu vestido. Joan interrompeu.
Ele a olhou bruscamente.
— Sim. Ela disse a Kenna que as damas queriam costurar a bainha...
— Eu sei. Joan interrompeu novamente.
— Mas tia Annabel juntou isso com o incidente da sidra e teme que Finola foi empurrada escada à baixo, porque estava usando meu vestido e foi confundida comigo.
O fôlego de Cam o deixou com um lento silvo enquanto inclinava para longe dela na sela, e então ele se endireitou com um sibilar.
— Droga. Eu não pensei nisso.
Ambos se sentaram parados e silenciosos por um momento, então Cam agitou-se e incitou o cavalo a se mover novamente.
— Para onde estamos indo? Perguntou Joan.
— Lugar algum. Chegamos. Ele anunciou enquanto saíam do meio das árvores para uma clareira.
— Oh. Joan olhou em volta para a pequena clareira a qual ele lhe trouxe. Era um local com sombra, com grandes árvores antigas oferecendo cobertura contra o sol, e um pequeno riacho correndo por ela. Era muito bonito. Não tão inspiradora como a cachoeira, mas ainda adorável, pensou ela, enquanto Cam desmontava e a ajudava a descer.
— Aqui, estenda isso para nos sentarmos sobre. Ele instruiu, entregando-lhe uma grande pele de animal.
Joan aceitou o item enrolado e olhou ao redor, em seguida, moveu-se para o centro da clareira para desenrolá-lo e estendê-lo. No momento em que terminou, Cam estava lá, carregando um pequeno saco na mão.
— Eu trouxe pão, queijo e frutas. Explicou ele, sentando-se e abrindo o saco.
— Eu trouxe um odre de sidra também e... Ele parou abruptamente quando notou a expressão dela, e então disse ironicamente:
— Mas talvez a sidra não foi a melhor opção.
Joan deu uma risada fraca e sacudiu a cabeça.
— Não. Vou me contentar sem a sidra por um tempo, eu acho.
Sorrindo, ele assentiu e colocou a sidra de lado, depois partiu o pão ao meio e a ofereceu um pedaço. Ele então deu-lhe o queijo também e começaram a comer. O silêncio caiu sobre eles e parecia crescer. Joan tentou pensar em algo para dizer a fim de quebrá-lo, mas não sabia como iniciar a conversa que sabia que tinham que ter e o silêncio logo se tornou quase palpável entre eles. Era um contraste agudo com cada refeição que tiveram em sua viagem à Escócia. Eles pareciam conversar tão facilmente então, rindo e provocando e batendo papo. Mas tinha sido diferente então, ambos eram livres e simplesmente aproveitaram o momento. Agora estavam casados, e ela, ao menos, estava com medo de ser ferida. Talvez Cam estava se sentindo da mesma maneira, mas seja qual fosse o caso, o silêncio começou a arrastar-se por Joan e afetou o seu apetite então ela meramente beliscou a comida que ele havia trazido.
Um olhar para Cam mostrou-o fazendo praticamente a mesma coisa, até que ele, finalmente, pôs sua comida de lado e rapidamente reembalou tudo. Colocando o saco de lado então, ele a olhou, limpou a garganta, abriu a boca, fechou-a e, em seguida, suspirou e disse:
— Talvez devêssemos começar suas aulas de equitação.
Era um sinal de quão desconfortável ela estava que Joan realmente assentiu quase ansiosamente, preferindo outra rodada de lições nas quais, sem dúvida, falharia de uma maneira espetacular, do que ter a discussão que sabia que precisavam ter.
— Certo. Ele resmungou e levantou-se, em seguida, moveu-se para o seu próprio cavalo para desamarrar a montaria dela dali, dizendo:
— A primeira lição realmente deveria ser ensinar-lhe como cuidar de um cavalo. Mas faremos isso quando voltarmos.
— Como cuidar dele? Perguntou Joan. Ela levantou-se e o seguiu, mas agora ficou um par de pés atrás, olhando o cavalo com cautela. Ela não tinha exatamente medo de cavalos. Joan não tinha nenhum problema montando-os com outra pessoa ou cuidando deles, mas a ideia de tentar controlá-los sozinha era intimidante.
— Escová-lo, colocar e tirar a sela dele e assim por diante. Cam explicou, voltando-se para ela com as rédeas na mão.
— Mas como eu digo, vamos cuidar disso outra hora. Por agora, vamos começar com montar e desmontar.
Joan relaxou um pouco com isso. Ela montou o cavalo de Cam sozinha quando ele foi ferido. Ela poderia fazer isso, pensou com alívio e moveu-se para a égua, agarrou a sela e levantou a perna para colocar o pé no estribo. Infelizmente, ela não estava usando um vestido da última vez... e o cavalo de Cam ficou parado para ela, enquanto a égua relinchou e se mexeu no minuto em que colocou qualquer peso sobre a sela.
— Está tudo bem. Seu marido disse pacientemente.
— Você está nervosa e o cavalo está captando isso. Só respire fundo, suba sua saia um pouco e... Sua voz morreu quando Joan puxou a saia para cima e enfiou-a no cinto em volta da cintura, deixando suas pernas nuas quase até as coxas.
Joan não estava nervosa: ela tinha feito isso antes, poderia fazê-lo novamente. Ela só precisava tirar a saia do caminho, pensou com determinação, e pegou a sela novamente. Desta vez, a saia não ficou no caminho e ela facilmente escorregou o pé no estribo, mas novamente a égua relinchou e se mexeu, desta vez tentando afastar-se dela. Com o pé preso no estribo, Joan pulou para não cair e depois lançou-se decididamente para cima, jogou a perna por cima, e caiu sobre a sela.
Foi quando seu mundo pareceu desabar. A égua enlouqueceu. Joan nem sequer estava sentada na sela corretamente antes da égua soltar um relincho de pânico que soou mais como um grito, e empinar. Joan se atirou para a frente, agarrando-se a cernelha e pescoço da égua com as mãos e apertando as coxas em torno da sela e os lados do cavalo, segurando-se por sua preciosa vida quando a égua tentou jogá-la para fora.
O animal desceu com força sobre os cascos, ainda gritando, a batida sacudindo dolorosamente pelo corpo de Joan, e depois a égua empinou de novo. Joan podia ouvir Cam gritando e pegou um vislumbre dele puxando as rédeas que ainda segurava, tentando forçar o animal a descer novamente enquanto desviava de seus cortantes cascos. Então as rédeas estalaram. A égua desceu com outra dura sacudida óssea e depois começou a correr, disparando para fora da clareira e dentro da floresta.
Ainda agarrada à besta, Joan fechou os olhos, mas depois os abriu na mesma rápida velocidade quando sentiu algo roçar sua perna. Um tronco de árvore, percebeu, olhando para trás. O cavalo estava se movendo tão rápido que quase o perdeu...
Joan engasgou com a dor quando passaram correndo por outra árvore, muito perto. Mais perto ainda do que a última vez e sua perna foi esfolada contra o tronco. Ela viu o sangue começando a borbulhar na parte exterior de sua perna, e depois desviou o olhar para a frente. Outra árvore estava chegando, e ao invés de tentar evitá-la, a égua se dirigiu à ela, como se quisesse machucá-la. Ou arrancá-la de suas costas, Joan percebeu... e desta vez ela ia levar uma baita de uma pancada. Por sua estimativa, ela não receberia só um arranhão, toda a parte frontal de sua perna seria atingida pela árvore. Se não a arrancasse do cavalo, arrancaria sua perna dela, ou a esmagaria.
Nenhuma dessas opções pareciam boas e Joan desesperadamente soltou seu aperto da égua e tentou se jogar de cima do animal. Tarde demais, percebeu mesmo enquanto o fazia. Mas não havia nada que pudesse fazer além de fechar os olhos enquanto voava pelo ar. Sua lateral inteira bateu na árvore ao invés de apenas a perna, ainda que não com a mesma velocidade, foi o suficiente.
Joan gritou no momento do impacto, o tronco bateu nela no quadril até um pouco abaixo de seu braço ainda levantado, e então caiu de barriga no chão e ficou arquejando por ar que não parecia conseguir trazer para seu corpo. Ela podia ouvir Cam gritando seu nome, mas estava muito distraída tentando recuperar o fôlego para responder, e então ele estava ajoelhado ao seu lado, virando-a.
— Joan?
A resposta dela foi um gemido quase sufocado quando ficou de costas.
— Tudo bem, amor. Está tudo bem. Ele murmurou suavemente quando se inclinou para examinar primeiro sua lateral e depois sua perna. Ela o ouviu xingar, mas o ar estava finalmente abrindo caminho até ela e ela estava muito ocupada puxando-o em grandes correntes para perguntar o que estava errado.
Suspirando, Cam endireitou-se e apertou a mão dela, simplesmente esperando enquanto ela recuperava o fôlego. Uma vez que sua respiração acalmou, no entanto, ele apertou a mão dela, atraindo seu olhar para ele.
— Eu tenho que carregá-la, amor. Pode doer, e eu sinto muito por isso, mas tenho que levá-la de volta ao castelo.
Joan assentiu, sabendo que ele teria que fazer. Dificilmente ela poderia ficar deitada ali na floresta, enquanto suas contusões curavam, e isso foi principalmente o que recebeu de sua mais recente catástrofe nestas lições para fazê-la uma dama: arranhões e contusões. Joan tinha certeza disso. Ela ficou sem fôlego com a batida também, mas isso era tudo, decidiu quando fez um inventário mental de si mesma, cautelosamente movendo os dedos das mãos e dos pés, as mãos e os pés, braços e pernas. Nada estava quebrado. Mas maldição, tudo doía, ela reconheceu, ofegando de dor quando Cam deslizou seus braços debaixo dela e levantou-a.
— Sinto muito, amor. Cam disse sombriamente enquanto a levava para seu cavalo.
Ele tinha perseguido-a em seu próprio cavalo, Joan percebeu e perguntou-se como não tinha ouvido o trovão dos cascos do cavalo.
— Sinto muito. Ele repetiu enquanto se aproximavam de sua montaria.
— Não, eu sinto muito.Disse ela, infeliz.
— Isso é inútil. Eu sou um fracasso completo como uma dama.
— Não, você não é. Cam disse com firmeza.
— Sim, eu sou. Ela insistiu miseravelmente.
— Eu não consigo dançar, não consigo cantar, não consigo atirar com arco. Eu nem sabia que não deveria me sentar à mesa baixa e ainda não saberia se Finola não tivesse me dito em sua menos que encantadora forma.
— Nada disso importa. Ele lhe assegurou.
— Cam, Disse ela.Estendendo a mão para seu rosto e fazendo-o olhá-la.
— Sinto muito. Eu te amo, mas não posso ser uma boa esposa pra você. Eu não sei uma única coisa sobre administrar uma fortaleza, ou ser uma dama. Finola está certa, eu vou envergonhar você e sua família, e você deveria ter o casamento anulado.
Ele tinha parado de andar e agora a encarou. De fato, ele encarou por tanto tempo que ela começou a pensar que ele estava tendo algum tipo de delírio ou algo assim, e então ele disse com espanto:
— Você me ama?
— O quê? Ela perguntou sem entender.
— Você disse que me ama.
Joan balançou a cabeça:
— Não, eu...
— Sim, você fez. Ele insistiu.
— Você disse: Eu te amo, mas não posso ser uma boa esposa. É o que disse. Você não pode retirar agora. Além disso, eu também te amo.
— Eu... Ela piscou.
— Você ama?
Cam assentiu.
— Eu percebi isso ontem enquanto velava por você. Lady MacKay insistiu que você acordaria, mas eu só ficava pensando: e se ela estivesse errada e você não acordasse? Eu senti tal culpa e pesar com a morte da minha primeira esposa, Joan, mas isso não seria nada comparado a como eu me sentiria se você morresse. Uma parte de mim morreria contigo, e não acho que o resto de mim ao menos gostaria de continuar sem você.
— Mas vou constrangê-lo com a minha falta de habilidades, e não quero fazer isso. Eu não quero constranger a sua família também. Talvez nós sempre estivemos destinados a ser só amantes. Talvez você deveria anular o casamento e mover-me para a aldeia e apenas me visitar de vez em quando e...
— Joan. Ele interrompeu com firmeza.
— De nenhum maldito jeito eu vou anular o casamento. Não me importo se você consegue cantar ou dançar ou atirar com um arco. Ou você aprenderá essas coisas com o tempo, ou não. Não me importa. Nem mesmo me importa se aprender a cavalgar. Pode cavalgar comigo se necessário. Essas não são as coisas que cheguei a valorizar sobre você na nossa viagem ao norte. Eu valorizo sua honestidade, sua coragem e seu espírito. Eu gosto que seja inteligente, e que poderíamos falar sobre qualquer coisa sob o sol e rir juntos. Isso é o que quero de você. É por isso que a queria mesmo com o rosto uma bagunça e de calções. Você tem uma beleza interior e de espírito que brilha através de tudo, e eu te amo por isso.
Joan o olhou com os olhos arregalados. Todo o seu corpo doía, e os braços dele estavam inadvertidamente pressionando contra seu lado ferido deixando sua cabeça girando e deixando-a nauseada, e tudo que podia pensar era quão maravilhoso este homem era.
— Joan, diga alguma coisa. Cam disse baixinho.
— Eu... Ela fez uma pausa e engoliu, tentando manter-se consciente.
— Joan? Ele perguntou com preocupação.
Infelizmente, ele também, sem querer ela tinha certeza, aumentou seu aperto sobre ela, enviando raios de dor excruciante por dela. Um gemido deslizou de seus lábios e então ela desmaiou.
Xingando, Cam correu o último par de passos para seu cavalo e, em seguida, parou brevemente quando percebeu que não poderia montar com ela em seus braços. Não gostando que tinha que fazer isso, ele a deitou gentilmente sobre seu cavalo, então rapidamente montou atrás dela e levantou-a de novo. Uma vez que a tinha sentada em seu colo, bateu com os calcanhares em seu cavalo, determinado a levá-la de volta ao castelo o mais rápido possível.
A clareira não estava longe do castelo, e a cavalgada de vinda passou com rapidez suficiente. No entanto, a cavalgada de volta lhe pareceu durar uma eternidade. Cam sabia que era, sem dúvida, apenas um resultado de sua preocupação e não uma verdadeira medida do tempo que levou, mas ele ficou muito aliviado quando passou sob o portão para o pátio interior.
Ele notou a égua de Joan perto dos degraus da fortaleza, o pai dele e o chefe dos estábulos acalmando a fera. A raiva pelo animal imediatamente se juntou a preocupação de Cam com Joan quando olhou para o animal, mas o senso comum conseguiu reinar sobre as outras emoções agitadas dentro dele quando freou ao lado da égua.
— Ela voltou há poucos momentos e nós estávamos discutindo o envio de um grupo de busca. Seu pai anunciou, deixando ao chefe dos estábulos segurar as rédeas da égua enquanto andava ao redor para pegar Joan de Cam para que ele pudesse desmontar.
— O que aconteceu?
— A égua enlouqueceu quando Joan a montou.
Cam anunciou, descendo ao chão e pegando sua esposa de volta. Ele parou por tempo suficiente para olhar o cavalo e disse:
— Algo está errado com o animal. Verifique-a com cuidado antes de coloca-la no estábulo. Ordenou ao chefe dos estábulos.
Lord Sinclair fez uma careta.
— Há algo um tanto incerto acontecendo aqui, filho. Primeiro Joan e as outras moças adoeceram, então Lady MacFarland caiu das escadas, e agora isso? Ele balançou a cabeça.
— São muitos acidentes para a minha cabeça. Batendo uma mão em seu ombro, ele disse:
— Eu mesmo vou olhar a égua. Vamos descobrir o que aconteceu. Você cuida da sua esposa.
Cam apenas grunhiu, ele já estava começando a subir as escadas com ela.
Lady Annabel estava sentada junto à lareira com sua mãe quando Cam entrou com Joan. As duas mulheres olharam em volta e começaram a sorrir ao vê-lo, mas aqueles sorrisos morreram, substituídos com alarme quando notaram Joan em seus braços.
— O que aconteceu? Lady MacKay gritou, pulando para fora do seu assento e correndo em sua direção enquanto ele se dirigia às escadas. Sua mãe estava tão perto nos calcanhares da outra mulher que ficou surpreso que ela não estava tropeçando em sua saia.
— Eu estava dando-lhe uma aula de equitação e houve um acidente. Cam disse calmamente.
— Ela bateu a cabeça? Perguntou Annabel, estendendo a mão para apalpar a cabeça dela procurando por galos enquanto caminhavam.
— Não. Cam lhe assegurou.
— Bateu a lateral e a perna.
Lady MacKay apenas assentiu e correu escadas acima à frente dele. No momento que chegou ao degrau do topo, ela tinha a porta do seu quarto aberta e desapareceu lá dentro. . . para puxar os lençóis e peles para baixo, percebeu quando carregou sua esposa para dentro do quarto um momento depois.
— Precisamos despi-la para que eu possa ver sua lateral. Lady Annabel disse enquanto ele colocava Joan na cama.
— Eu vou ajudar. Sua mãe disse imediatamente, incitando-o a sair do caminho.
— Por que não desce, filho? Eu vou lhe dizer o veredito uma vez que Lady Annabel...
— Não. Cam interrompeu firmemente. Ele não ia a lugar nenhum.
— Bem, vá se sentar junto à lareira então. Sua mãe disse, impaciente.
— Você apenas atrapalhará aqui.
Cam recuou para o pé da cama, mas era o mais longe que estava disposto a ir. Isso lhe permitiu ver tudo sem ter que dançar ao redor tentando olhar por sobre o ombro de sua mãe enquanto as duas mulheres rápida e eficientemente despiam sua esposa. Elas retiraram seu vestido e a túnica que usava por baixo e, em seguida, viraram Joan sobre seu lado ileso e levantaram seu braço por cima da cabeça para que pudessem olhar sua lateral. Cam não estava surpreso que não precisaram perguntar qual lado foi ferido, o arranhão na perna dela era do tamanho de uma mão e estava sangrando livremente agora. Quanto a sua lateral, ele fez uma careta e depois apertou os dentes ao notar o tamanho do hematoma já se formando lá. Cobria uma grande área, de debaixo de seu braço descendo até o quadril e ele já poderia dizer que ficaria tão negro como a noite.
A tia de Joan deu uma olhada rápida no machucado e então se endireitou e começou a andar ao redor da cama.
— Eu preciso de água, panos, ataduras e meus remédios.
— Vou pegar tudo. A mãe de Cam anunciou, acenando de volta.
— Você fica aqui. Você sabe melhor o que fazer.
Lady MacKay assentiu e voltou-se para o lado da cama, e depois inclinou-se e começou a passar as mãos ao longo do lado ferido de Joan, procurando por costelas quebradas, ele supôs.
— O cavalo a jogou para fora?
— Sim, acho que sim. Cam respondeu, embora quase lhe pareceu como se ela tivesse saltado para evitar ser esmagada contra uma árvore.
— Ela não bateu no chão. Annabel resmungou, examinando o hematoma se formando agora.
— Não. Ela atingiu uma árvore. Admitiu.
— E a perna? Perguntou Annabel, deslocando sua atenção para a grande escoriação.
— O cavalo a raspou contra outra árvore primeiro.
— Eu preciso limpá-lo bem, então. Disse Annabel com um suspiro e se endireitou com um aceno de cabeça.
— Ela se esforça tanto, mas estas lições estão lhe fazendo miserável.
— Ela não precisa delas. Eu não me importo se ela consegue cantar ou dançar. Cam disse severamente.
— Se eu quisesse uma moça que podia cantar e dançar eu teria me casado com uma. Eu quero ela. E vou dizer isso à tola mulher novamente quando ela acordar. Não haverá anulação.
— Anulação? Sua mãe engasgou e ele virou-se para vê-la congelada na porta do quarto, horror no rosto e um bando de funcionários nos calcanhares.
— Eu diria não. Quem diabos disse algo sobre uma anulação?
— Joan. Ele rosnou.
— Ela teme que vai me envergonhar por não saber como cantar e dançar e disparates como esses.
— Oh, bem, isso é apenas um disparate. Disse sua mãe com descrença enquanto continuava a entrar no quarto.
— Isto é tudo culpa de Finola por atacá-la na outra manhã, quando Joan sentou-se para quebrar o jejum na mesa baixa. De fato, Finola disse algo então sobre o casamento ser anulado.
— Você ouviu isso? Perguntou Lady Annabel com surpresa.
— Sim. Eu tinha deslizado para as cozinhas para ter uma palavra com o cozinheiro. Vi Joan na mesa no meu caminho até lá, e suponho que deveria ter explicado então sobre a mesa alta e fazê-la se deslocar, mas não queria envergonhá-la assim não disse nada. Suspirando, ela balançou a cabeça.
— Se tivesse, a teria salvado da humilhação do ataque de Finola.
— Finola a atacou? Cam perguntou sombriamente, desejando que a bruxa ainda estivesse viva para que pudesse estrangulá-la.
— Não com os punhos ou algo assim. Sua mãe disse rapidamente.
— Ela simplesmente foi muito, muito cruel, chamando-a de ignorante e dizendo que envergonharia a todos nós. Ela olhou para Lady MacKay e acrescentou:
— Eu estava prestes a intervir quando te vi descendo as escadas. Sabia que você lidaria com isso porém, e pensei que Joan poderia ficar menos constrangida se fosse você e não eu, então fechei a porta da cozinha cuidadosamente e esperei até que achei que estava acabado.
Ela olhou para Joan e um leve sorriso curvou seus lábios.
— Ela te ama, filho, se está oferecendo a anulação para evitar te envergonhar. Eu tenho tentado te encontrar uma esposa, mas você encontrou isso sozinho e mais, uma parceira que te ama que vai se esforçar para te fazer feliz. Sua boca se apertou.
— Não haverá anulação.
— Não, não haverá. Cam concordou solenemente.
— Que diabos está demorando tanto, Bearnas? Artair Sinclair queixou-se, de repente na porta.
— Você deveria mandar Cam para fora para... Que inferno!
Seu pai latiu, vendo Joan. — O você fez? A pintou com piche?
— Filho, seu pai está no corredor e quer ter uma palavra contigo. Lady Sinclair disse calmamente, deslocando-se para que Joan não pudesse ser vista da porta.
Uma risada surpresa saiu da boca de Cam e ele se aproximou de sua mãe para beijar sua bochecha.
— Obrigado. Disse ele solenemente e depois se moveu para instar seu pai a sair do quarto até o corredor.
— Ela está uma baita bagunça. Artair Sinclair disse sombriamente.
— Sim. Cam concordou com um suspiro.
— Bem, é por causa disso. Anunciou sombriamente, estendendo um pequeno objeto.
— Encontramos isso na sela da égua.
— O que é? Perguntou Cam, pegando a pequena espada.
— É um alfinete de chapéu. Seu pai disse sombriamente.
— Eu só sei porque comprei um pra sua mãe uma vez de um comerciante ambulante.
— E estava na sela da égua?
— Sim, estava colocado debaixo da sela para que o peso sobre ele espetasse o cavalo nas costas.
— Então, quando Joan montou. . .
— O cavalo foi encravado pelo alfinete e ficou desesperado para tirá-la de cima. Seu pai disse secamente.
— E é da mãe? Cam perguntou com descrença.
— Não. O dela tinha um punho diferente. Seu pai disse imediatamente, e depois franziu a testa e se deslocou para o lado para dar espaço aos servos que tinham trazido a água e o pano enquanto agora saíam do quarto. Uma vez que todos se apressaram a passar e começaram a descer as escadas, seu pai continuou:
— Eu mostrei pra sua mãe, no entanto. Ela estava saindo da cozinha quando eu entrei. Ela diz que Lady MacFarland tinha um igualzinho.
— Finola. Cam resmungou.
Lord Sinclair concordou.
— E sabemos que não poderia ter sido ela.
— Não. Não poderia ter sido ela. Ele concordou.
— Mas alguém está aí fora para ferir Joan.
Lord Sinclair soltou o fôlego em um suspiro desapontado.
— Eu me perguntei se esse não era o caso. Sua mãe ajudou Lady MacKay a cuidar das moças quando a sidra as deixou doentes, e ela me disse que era a sidra de Joan que tinha algo de errado. E então, quando Jinny saiu das cozinhas e viu Lady Finola ela disse a vaca estava usando o vestido de Joan. Ele sorriu fracamente e acrescentou: — Ela estava mais chateada porque a mulher morreu usando o vestido de Joan do que ela estava que a mulher estava morta. Balançando a cabeça, ele apontou para o alfinete de chapéu que Cam segurava e acrescentou:
— E agora isso.
Suspirando, Artair passou a mão pelo cabelo e sacudiu a cabeça.
— Vou providenciar que homens guardem a porta do seu quarto enquanto Joan está se recuperando, então para acompanhá-la em todos os lugares uma vez que estiver de pé e por aí até resolvermos isso. Se estiver tudo bem pra você. Acrescentou.
— Sim. Cam disse, feliz por tê-la protegida.
Assentindo, seu pai se virou.
— Deixarei-o voltar para ela então. Mantenha-me informado sobre como ela está se saindo.
— Sim. Cam murmurou e virou-se para deslizar de volta para o quarto.
Sua mãe e Lady Annabel estavam justamente puxando os lençóis e peles para cobrir Joan quando ele entrou no quarto. Lady Annabel o olhou enquanto se endireitava e anunciou:
— Eu limpei a ferida tão bem quanto podia, e coloquei um pouco de pomada em suas contusões para ajudá-las a curar rapidamente. Agora tudo o que podemos fazer é esperar.
— Eu vou cuidar dela. Você duas voltem para o que estavam fazendo. Cam disse imediatamente, movendo-se para a cama para espiar sua esposa.
— Tem certeza? Perguntou Lady Annabel.
— Não me importo de ficar com ela.
— Não. Continue. Eu estou bem. Assegurou.
Annabel hesitou, mas depois assentiu e começou a reunir seus itens.
Uma vez que saíram do cômodo, Cam olhou para baixo, para Joan, então retirou suas armas e plaid, levantou as peles cobrindo sua esposa e deslizou na cama ao lado dela. Se ele ia esperar e vigiá-la novamente, seria do conforto da cama. . . e com ela em seus braços, decidiu, e segurou o braço de Joan para puxá-la para descansar contra seu peito. Desta vez, ele seria a primeira coisa que sua esposa veria quando acordasse.
Capítulo 16
Joan abriu os olhos e viu-se olhando para o rosto adormecido de seu marido. Um sorriso imediatamente puxou-lhe os lábios. Esta era uma visão para qual acordou mais de uma vez durante sua jornada para MacKay e desfrutou dela cada vez. Cam parecia jovem e despreocupado dormindo, nada como o guerreiro feroz, ou o amigo risonho, ou o amante sedutor, tudo o que ele poderia ser por sua vez, quando acordado. Campbell Sinclair tinha muitas facetas, e Joan gostava de cada uma delas. Não havia um lado de seu marido que não amava.
E ele tinha lhe dito que a amava, recordou e brevemente fechou os olhos com a lembrança. Cam a amava. O pensamento era um excitante, e a fazia querer gritar de alegria, mas não queria acordá-lo dessa forma.
— Cam me ama. Ela sussurrou maravilhada.
— E eu o amo.
Sua tia havia dito isso no dia em que se casou, mas Joan meramente deu pouca importância à sugestão. Supôs que não estava pronta para aceitar isso, ou talvez estava com medo de aceitar isso porque se o amasse e ele não a amasse. . . a dor que poderia ter envolvido seria devastadora, ela sabia.
Suspirando, Joan abriu os olhos e o olhou novamente, seu sorriso desaparecendo lentamente. Agora só precisa temer que o amor dele murcharia uma vez que o primeiro calor da paixão morresse e ele começasse a se preocupar mais que ela não pudesse fazer todas essas coisas que verdadeiras damas eram treinadas para fazer.
O pensamento era um deprimente, e ela queria empurrá-lo rapidamente para longe, mas não se permitiu. Em vez disso, começou a pensar em maneiras de evitar isso. Joan não queria ter seu casamento anulado. Ela o amava de verdade e queria ser sua esposa, ela só tinha de aprender a ser a esposa que ele precisava e esperava ter. E, certamente, se praticasse com afinco e frequentemente, se esforçasse-se ao máximo, então certamente poderia aprender a atirar com arco e cavalgar, bem como dançar e cantar? Só precisava de tempo para lidar com isso, Joan disse a si mesma. E para a sua mente, a melhor maneira de garantir que tivesse esse tempo era garantir que mantivesse o desejo dele por ela ardente até que melhorasse essas habilidades.
Era um plano, pelo menos, Joan pensou sombriamente. Uma alternativa a proposta de anulação do casamento, e isso era melhor que nada, decidiu e contemplou a melhor forma de começar isso.
A resposta parecia óbvia. Eles já estavam na cama e, embora Cam vestia sua camisa, ela não viu nenhuma evidência de seu plaid. Joan começou a empurrar para baixo os lençóis e peles cobrindo os dois, parando quando os baixou até a cintura e pode ver o dano que ela tinha tomado naquela manhã.
Droga, pensou com espanto. Sua lateral estava preto e azul e vermelho ao redor. A contusão não tinha se formado completamente ainda, obviamente, mas já poderia dizer que seria tão ruim quanto o seu rosto ficou depois que Banguela terminou com ela. Deveria ser menos doloroso, no entanto. Pelo menos esperava que seria. Após a surra que tinha tomado, cada vez que falou ou fez uma expressão, ou inconscientemente estendeu a mão para tocar seu rosto, tinha doído loucamente. Ela não deveria ter o mesmo problema com sua lateral. Bem, desde que usasse roupas soltas e não a batesse contra coisas ou a tocasse.
Suspirando, Joan terminou de empurrar os lençóis e peles para baixo e então se ajoelhou devagar com uma careta. Mover-se não era tão ruim, mas não era totalmente indolor também. Ela poderia viver com isso, porém, Joan pensou, e então olhou ao redor, seus olhos se fixando em um pote de unguento na mesa de cabeceira.
Inclinando-se, ela o pegou e levantou-o para o nariz para cheirá-lo, sorrindo quando reconheceu o aroma. Era um unguento entorpecente. Sua tia devia tê-lo misturado quando Cam a trouxe de volta. Ela provavelmente o aplicou então também, Joan supôs, e se perguntou há quanto tempo que tinha sido. No final, decidiu que não importava. Não faria mal aplicar mais.
Joan mergulhou os dedos dentro e rapidamente começou a esfregá-lo sobre sua lateral, estremecendo ao primeiro toque. Oh sim, tocá-lo seria uma boa coisa para evitar, pensou sombriamente, aliviada quando a tarefa acabou.
Colocando o pequeno pote de volta na mesa, Joan voltou-se para Cam. Embora sua camisa ainda estava posta, seu plaid estava ausente, como esperava. Ao mesmo tempo que notou isso, ele murmurou sonolento e ficou de costas.
Um pequeno sorriso reivindicou imediatamente seus lábios. Esta posição era simplesmente perfeita para o que pretendia.
Cam estava tendo um sonho maravilhoso. Ele e Joan estavam perto da cachoeira na qual tinham acampado perto em sua viagem ao norte. Ele estava deitado de costas em seu plaid, e Joan estava debruçada sobre ele, seus longos cabelos roçando seu estômago enquanto ela empurrava sua camisa até o peito.
— Eu amo seu corpo. Ela sussurrou, seu fôlego quente contra sua pele enquanto alisava as mãos sobre suas costelas e então seu peitoral, empurrando o pano até que ficou recolhido sob seu queixo e braços.
— Mmm. Ela murmurou, sorrindo, depois se inclinou para lamber provocante seu mamilo. Cam sorriu para as provocações dela e tentou deslizar as mãos em seu cabelo para atraí-la para um beijo, mas ela evitou seu toque e desceu mais para baixo de seu corpo, seu cabelo roçando seu estômago a baixo novamente, e depois deslizando sobre seu osso do quadril antes dela parar e olhar sua ativa ereção.
— O que temos aqui? Ela suspirou, olhando-o com grandes olhos safados antes de mergulhar para baixo para açoitá-lo com a língua novamente, desta vez correndo-a rapidamente sobre a cabeça de seu endurecido pau.
Gemendo, Cam estendeu a mão para baixo de novo, desta vez conseguindo deslizar os dedos em seu cabelo, mas então parou, apenas rodeando sua cabeça e ofegando quando ela fechou a mão em torno de seu mastro e apertou suavemente.
O olhar dela se levantou para ele novamente e ela sorriu solenemente, e depois murmurou:
— Eu te amo, Cam.
— Eu também te amo. Ele murmurou, acordando-se com sua própria voz e abrindo os olhos a tempo de ver Joan levá-lo em sua boca. Seus olhos se arregalaram de incredulidade quando sonho se tornou realidade, então se fecharam com força em um gemido quando ela desceu a boca por seu mastro. Ela lhe pediu para ensiná-la a dar prazer a ele com a boca depois que ele fez isso com ela uma vez em sua jornada e ele tentou instruí-la, mas ela sempre foi hesitante e insegura nesses esforços iniciais. Desta vez, ela era uma mulher determinada e Cam fechou os olhos com tanta força que quase viu estrelas quando ela começou a mover a boca para cima e para baixo sobre ele, seu cabelo fazendo cócegas em seus quadris e coxas, a mão dela seguindo o movimento de sua boca, seus seios roçando as pernas dele acima dos joelhos.
Cam aproveitou tanto quanto poderia aguentar, mas estava com medo que se perderia ali mesmo na boca dela, e sem ao menos tê-la beijado ou procurado o prazer dela de outra forma. Sua consciência simplesmente não podia aceitar isso, e ele se levantou um pouco para que pudesse pegá-la pelos braços e começou a arrastá-la para cima de seu corpo.
Joan veio de boa vontade, deixando-o escapar de sua boca e se movendo para cima de seu corpo a fim de se escarranchar em seus quadris, prendendo a ereção dele entre seus corpos. Ela se levantou e apertou-lhe na mão para dirigi-lo dentro dela, mas Cam pegou sua mão para impedi-la. Uma vez que ela estava ereta, ele viu a contusão em sua lateral.
— O que está fazendo? Ele perguntou com um franzir de cenho.
Joan parou e o olhou com incerteza.
— Eu queria . . .
Cam arqueou as sobrancelhas quando ela hesitou e corou.
— Moça, você não pode possivelmente querer com sua lateral do jeito que está. E sua perna. Acrescentou ele, quando olhou para baixo e notou que suas ações devem tê-la feito começar a sangrar novamente. Sangue vermelho brilhante estava aparecendo através da atadura de linho envolvida em torno de sua perna.
— Eu estou bem. Assegurou ela, movendo os quadris para esfregar-se contra ele.
Cam endureceu quando o prazer o atravessou, mas então notou a expressão dela. Havia mais determinação lá do que prazer, ele decidiu sombriamente, e impulsionou-a para fora dele.
Ajoelhando-se ao lado dele, ela tentou deslizar a perna de volta por sobre os quadris dele, protestando:
— Mas, eu quero te agradar.
Cam se aquietou e encontrou o olhar dela.
— Amor, você já me agrada. Mas não está de forma alguma em forma pra isso. Sua lateral deve estar dolorida e você fez sua perna começar a sangrar novamente. Você precisa descansar e se recuperar.
— Não, eu estou bem. Ela o assegurou, e estendeu a mão para envolve-la em torno de seu ainda ereto pênis.
— Deixe-me te agradar, marido.
Cam gemeu, mas forçou-a a afastar a mão.
— Não, mulher. Você precisa descansar.
— Eu preciso de você. Ela insistiu, inclinando-se para beijá-lo enquanto sua mão mais uma vez o encontrou e apertou, e deslizou por seu comprimento.
Cam não estava respondendo ao seu beijo, mas estava enfraquecendo. Podia senti-lo. Ele queria forçá-la a parar e descansar, mas maldito fosse se seu pau não estava optando por um outro resultado. Rosnando, ele abriu a boca para ela, então virou a cabeça em direção à porta quando uma batida soou.
— Ignore. Joan disse baixinho, tentando virar seu rosto de volta para o dela com a mão livre.
— Deixe-me terminar o que comecei. Eu...eeeeee. Ela terminou em um grito e o soltou para mergulhar sob os lençóis e peles quando a porta se abriu de repente.
— Que diabos! Cam latiu quando sua mãe e pai e a tia e tio de Joan marcharam para o quarto um após o outro, todos com cara sombria. Que diabos estava acontecendo agora? ele se perguntou com irritação. E eles não poderiam ter esperado até mais tarde para lhe dizer sobre isso?
Joan levantou a cabeça de debaixo das peles quando Cam caiu ao seu lado. Ela espiou por cima da borda do material às pessoas que tinham entrado, em seguida, sentou-se um pouco com surpresa.
— Tio Ross? O que está fazendo aqui?
Ross sorriu para Annabel e disse:
— Ela me chamou de 'tio'.
— Sim, ela me chama de 'tia' a maioria das vezes agora também. Annabel lhe disse com um pequeno sorriso.
— Será que alguém poderia me explicar por que todos vocês decidiram entrar aqui enquanto minha esposa e eu estamos na cama? Cam estalou.
— Temos uma notícia importante. Sua mãe disse se desculpando.
Lord Sinclair assentiu, mas depois fez uma careta e disse:
— Além disso, está na metade do dia, rapaz. Que diabos está fazendo na cama de qualquer maneira?
— Annabel foi ferida. Cam lembrou-o rigidamente.
— Sim, ela foi. Isso não explica por que você está deitado aí com ela. Seus olhos se estreitaram.
— Você não estava tentando fornicar com ela quando a pobre moça está toda machucada e surrada, estava? Ela não está em forma para esse absurdo.
Cam fez uma careta para seu pai.
— Sim, eu sei disso! Eu até disse isso a ela quando ela tentou conseguir o que queria comigo.
Gemendo, Joan puxou as peles por cima de sua cabeça. Bem, isso era embaraçoso.
Amaldiçoando quando percebeu o que tinha dito, Cam rosnou:
— Só nos diga pelo que vieram aqui e saíam para que ela possa descansar.
— Lord MacKay chegou esta última hora com notícias. Lady Sinclair murmurou baixinho.
— Sim? — Perguntou Cam.
— Sim. Disse Ross.
— Eu mandei um dos meus homens para procurar o comerciante de tecidos após todos vocês se dirigirem para Sinclair. Pensei em comprar material para trazer comigo quando recolhesse minha esposa e filhas.
— Material? Cam perguntou com confusão.
— Para vestidos para Joan. Ele resmungou, parecendo desconfortável.
— Oh, tio, isso é tão doce. Disse Joan, saindo de debaixo das peles para sorrir a ele. Para seu espanto, o homem realmente corou e pareceu ainda mais desconfortável.
Limpando a garganta, ele deu de ombros e disse:
— Eu não tinha certeza do que você gostaria, então escolhi o que pensei que ficaria melhor com sua coloração. Os homens carregaram tudo em um carroção e trouxemos conosco. Eles estão descarregando agora.
— Obrigado. Ela sussurrou, lágrimas luzindo em seus olhos com a bondade. Joan desejava que estivesse vestida para que pudesse se levantar e abraçar o homem.
— Certamente essa não é a notícia que era tão importante que vocês irromperam aqui para nos dizer? Cam perguntou com um franzir de cenho.
— Não. Disse Ross, endireitando-se.
— Em sua viagem de retorno com o comerciante, meu homem se cruzou com um camarada morto no canto da estrada. Ele o reconheceu como um Sinclair, então...
— Não Douglas? Cam interrompeu bruscamente.
— Não. Seu pai assegurou-lhe imediatamente.
— Era Allistair. Douglas está bem tanto quanto sabemos.
— Oh. — Cam suspirou.
— Meu homem trouxe este Allistair de volta com ele, junto com seus pertences. Não havia sinais de violência no corpo e ele parecia ter morrido de morte natural, então eu disse-lhes para colocá-lo em um carroção e eu o devolveria à Sinclair quando viajasse aqui no dia seguinte, e depois eu conversei com o comerciante. Mas, uma vez que isso acabou, eu vi que os homens deixaram a bolsa do guerreiro pra trás. Inclinei-me para pegá-la e quando eu a abri e descobri que estava cheia de pergaminhos. Desde que não tinha certeza de para quem eram ou se eram mensagens urgentes, decidi que era melhor saírmos imediatamente em vez de esperar até amanhecer.
Cam suspirou.
— Deixe-me adivinhar, as mensagens eram para as famílias das mulheres que a minha mãe convidou aqui, e ficaremos presos com as moças por mais tempo do que temíamos.
— Mas algumas das meninas já saíram. Disse Joan com uma careta.
— Eu mandei três mensageiros. Lady Sinclair explicou.
— Algumas das moças vivem mais perto do que outras, então as dividi entre os homens pensando em acelerar o processo. O mensageiro que devia entregar os pergaminhos às famílias mais próximas já voltou. Essas são as famílias das meninas que já nos deixaram.
— Oh. Joan murmurou.
— Então vieram nos dizer que teremos algumas das mulheres aqui por mais tempo do que esperávamos? Cam perguntou lentamente.
— Não, viemos lhes dizer que o mensageiro foi envenenado. Seu pai disse secamente.
— Envenenado? Cam sentou-se em linha reta.
— Sim, não levou mais que um olhar para Lady MacKay determinar que o rapaz tinha sido envenenado. Lady Sinclair disse calmamente.
— Seus dedos estavam azuis nas pontas. Annabel murmurou quando Cam e Joan a olharam.
— Sim, veneno. Disse Joan, apertando a boca.
— De que tipo? Perguntou Cam.
Joan deu de ombros.
— Você pode obter um veneno que fará isso a partir de sementes de maçã esmagadas, caroços de cereja, caroços de pêssego. . .
— Folhas de louro ou repolho estragado também. Adicionou Annabel.
— Mas a ação é muito rápida. Disse Joan com uma careta.
— Quão rápida? Perguntou Cam.
— Ele poderia ter tomado o veneno aqui antes de partir?
— Não. Joan e Annabel disseram juntas, e então Joan acrescentou:
— Ele estaria morto dentro de minutos depois de comer o que quer que fosse que estava envenenado.
— Deve ter sido colocado em sua comida. Lady Sinclair murmurou, e notando as expressões deles, explicou:
— Eu fiz o cozinheiro embalar um saco de comida e bebida para cada um dos moços antes deles partirem para que pudessem comer na sela e não ter que parar para caçar suas refeições. Fazendo uma careta, ela admitiu:
— Eu estava um pouco ansiosa para ter as meninas fora.
— Teria que ter sido colocado em algo com um sabor forte para cobrir o gosto do veneno. Annabel disse, pensativa.
— Sim. Joan concordou e quando Cam a olhou em questionamento, explicou:
— Este veneno é amargo. Seria difícil esconder o sabor.
Cam assentiu em entendimento, mas acrescentou:
— E então teriam que coloca-lo em seu saco de comida.
— Então, alguém teve um monte de trabalho para impedir que os pergaminhos que Allistair transportava fossem entregues. Lord Sinclair disse sombriamente.
Os olhos de Cam se arregalaram e ele virou-se para sua mãe.
— As mensagens de quem ele carregava?
Ross tirou vários pergaminhos de seu plaid e colocou-os sobre a mesa. Tia Annabel imediatamente pegou um deles e examinou o pergaminho.
— Este só tem MF escrito acima do selo.
— Os MacFarlands. Lady Sinclair anunciou.
— Este tem um B. Lord Sinclair disse depois de pegar outro.
— Buchanan. A mãe de Cam disse, e acrescentou:
— O que significa que os outros três devem ser Carmichael, Drummond e MacCormick.
— Sim. Lady Annabel disse, verificando cada pergaminho.
— Um está marcado com um C, outro um D e um com MC. Franzindo a testa então, ela disse:
— Estes são todos às famílias das meninas que adoeceram com a sidra.
— E Finola. — Lady Sinclair apontou. — Mas ela não adoeceu.
— Sim. Sua tia concordou e então disse, pensativa:
— É possível que Finola envenenou a sidra de Joan, na esperança de colocar as mãos no vestido enquanto ela estava naquela condição.
— Finola não estava no quarto para colocar qualquer coisa na minha bebida. Joan apontou.
— Oh, sim. Fazendo uma careta, ela balançou a cabeça.
— Eu esqueci disso.
— Então, a pessoa que envenenou o mensageiro não pode ser a mesma que envenenou minha sidra. Joan disse razoavelmente.
— Dificilmente ela beberia a sidra que tinha envenenado.
— A menos que ela deliberadamente bebeu da taça para tirar a suspeita de si mesma quando as outras beberam. Lady Sinclair apontou.
Joan franziu a testa para a sugestão, mas supôs que era possível. Ela considerou as quatro mulheres que adoeceram com ela e então disse:
— Acho que podemos tirar Murine, pelo menos. Ela foi a primeira a beber da taça depois de mim e só o fez porque eu sugeri que ela tomasse um gole.
— Sim, mas ela pode só ter aceitado porque recusar poderia tê-la feito parecer suspeita uma vez que você adoecesse. Cam apontou.
Joan suspirou com tristeza e sentou-se. Ele estava certo, é claro, ou poderia estar. Como diabos eles deveriam resolver isso?
Cam de repente xingou de frustração e se levantou.
— Francamente não me importo quem é. Eu quero todas essas mulheres fora daqui e minha esposa segura. Eu digo para mandarmos todas para casa hoje com nossos homens como escolta.
— Eu entendo porque você se sente assim, Campbell. A tia dela disse solenemente.
— Mas isso não vai eliminar o problema. Se não descobrimos o motivo por trás dos ataques, poderia haver outra tentativa em uma data posterior, quando você não estiver esperando. Se você estiver despreparado no momento há uma chance maior de sucesso.
— Ou eles poderiam pagar alguém para fazer a tarefa. Tio Ross disse calmamente.
— O qual você não estará esperando ou contra quem não poderá se preparar.
— Sim Annabel concordou e sacudiu a cabeça.
— A melhor solução é resolver tudo isso e encontrar o culpado agora.
Cam fez uma careta para a sugestão, obviamente não satisfeito, mas assentiu com a cabeça no final.
— Tudo bem. Como é que vamos resolver o problema?
Todo mundo ficou em silêncio por um minuto e depois tia Annabel disse:
— Talvez tenhamos de passar mais tempo em torno destas mulheres, fazê-las falar e esperar que digam algo que as revelará.
— E como vão reunir as mulheres todas na mesma sala juntamente com Joan? Eu diria que ela precisa de seu repouso na cama após o incidente de hoje. — Lord Sinclair disse e acrescentou pesadamente:
— E sem o rapaz aqui para incomoda-la.
Cam fez uma careta para seu pai.
— Eu te disse, não era eu que...
— Vamos ter uma festa de costura. Lady Sinclair disse de repente.
— Ross trouxe todo aquele material para Joan. Vamos sugerir a elas que ela está se sentindo para baixo após este último acidente e gostaríamos de realizar uma festa de costura em seu quarto para animá-la.
— Isso pode funcionar. Annabel disse, pensativa, e depois acenou com a cabeça e sorriu e disse:
— Sim. Eu acho que pode funcionar bem.
— Vocês serão capazes de reunir todas elas, mas é muito esperar que as moças deixarão qualquer coisa escapar. Lord Sinclair disse com uma careta.
— Elas estarão andando com cuidado agora, vigiando as palavras e cada movimento.
— Talvez. Annabel concordou com um aceno.
— Mas talvez não. Elas não podem saber que suspeitamos de nada. Alguém fora desta sala sabe que suspeitamos que a morte de Finola não foi um acidente? Ou que o alfinete de chapéu que foi colocado na sela foi encontrado?
Todos olharam um para o outro em questionamento até que Joan disse:
— Eu não disse a ninguém.
— Eu também não. — Cam anunciou.
Todo mundo falou então, admitindo que não tinham falado sobre isso com ninguém fora do círculo e Annabel assentiu.
— Muito bem, então. Eu acho que é melhor se Joan passar a tarde com as damas. Você pode trazer à tona o assunto da sidra e da morte de Finola e ver se alguém reage estranhamente.
Joan estava justamente assentindo quando Lady Sinclair disse de repente:
— Os guardas.
— Os guardas? Ela perguntou, incerta.
— O pai colocou guardas na nossa porta após o incidente com o cavalo. Cam explicou calmamente.
— Para manter você segura contra mais ataques.
— Oh, querida. Ela disse com um estremecimento.
— Bem, isso provavelmente lhes deu uma dica para o fato de que sabemos que alguém está planejando algo nada bom.
— Sim. Lady Annabel concordou com um suspiro.
Ficaram todos em silêncio por um momento, e então Joan disse:
— Talvez se você remover a minha guarda e...
— Não. Cam disse bruscamente.
— Eles ficam.
— Mandá-los embora não faria nenhum bem de qualquer maneira. Sua tia disse gentilmente.
— Eles estiveram lá fora por horas agora. Estou certa de que todas as moças ou já viram, ou ao menos ouviram falar, da presença deles fora do seu quarto. Elas já sabem que algo está errado.
— Sim, mas se os removermos e...
— Não. Cam repetiu imediatamente.
— Marido, por favor, só me ouça. Ela pediu em voz baixa.
Cam hesitou, mas depois concordou com relutância.
Joan sorriu para ele, e então voltou-se para os outros.
— Poderíamos mandar embora a guarda e dizer-lhes sobre o alfinete de chapéu...
— O quê? Lady Sinclair interrompeu neste momento.
— Mas deveríamos fazê-las pensar que pensamos que não há nenhuma ameaça, não que sabemos que há uma.
— Sim. Joan concordou pacientemente.
— Mas elas já sabem isso pela guarda, então agora temos de explicar por que não mais pensaríamos que esse é o caso. Diremos que um alfinete de chapéu foi encontrado debaixo da minha sela e que suspeitamos que alguém está tentando me machucar, por causa disso e a sidra, então Cam arrumou uma guarda. Mas quando Lady Sinclair viu o alfinete de chapéu, ela o reconheceu como da Finola e agora percebemos que ela devia estar por trás de ambos os incidentes. De fato, podemos dizer que agora suspeitamos que era isso o que ela estava fazendo perambulando pelo castelo à noite. Acreditamos que ela estava voltando dos estábulos. Portanto, ela era a ameaça, a ameaça acabou e está tudo bem.
— Isso é brilhante, meu amor. Cam elogiou solenemente.
Joan corou e abaixou a cabeça, mas olhou rapidamente para cima novamente quando ele acrescentou:
— Mas eu não gosto de você não ter guardas.
— Ela não vai ficar sem guardas. Sua mãe assegurou-lhe, endireitando-se de sussurrar com a tia dela.
— Lady MacKay e eu ficaremos com ela em todos os momentos até que isso seja resolvido.
— Sim. Sua tia disse com firmeza e sorriu para ela.
— Pronto! Disse Joan com alívio.
— Está tudo resolvido então. Nós, mulheres, chegaremos ao fundo da questão.
Por alguma razão, nenhum dos homens pareceu satisfeito com este anúncio.
Capítulo 17
— Oh céus, Joan, você é verdadeiramente a moça mais sortuda que eu conheço. Lady Murine suspirou, passando as mãos sobre os rolos de material empilhados sobre a mesa perto do fogo no quarto de Joan e Cam.
— Para ter um tio tão gentil como Lord MacKay... Não consigo acreditar que ele te comprou tudo isso.
— Sim. Saidh disse solenemente, caminhando ao redor da sala para recolher tudo.
— Você tem tecido suficiente aqui para fazer um vestido para cada dia do ano. Você nunca terá que comprar tecido de novo.
— Sim. Joan concordou, olhando para o material de sua posição na cama. Ela tinha ficado animada e contente quando os servos começaram a levar o tecido para dentro, mas quando eles deixaram a primeira carga e saíram, apenas para voltar de novo e de novo, ela ficou boquiaberta. O homem deve ter comprado cada pedaço de material que o comerciante levava consigo. Os rolos formaram uma forma de pirâmide na mesa, mas também foram empilhados contra as paredes e estendidos sobre as cadeiras. Não havia uma superfície no quarto que não continha uma peça de tecido. Mesmo a cama tinha um par de rolos estendidos pela ponta.
— Bem. Disse ela agora.
— Embora seja sortuda, certamente não preciso de todo esse tecido. Então eu pensei em presentear cada uma de vocês com um par de rolos por me ajudar.
— Sério? Edith perguntou animadamente, passando as mãos sobre um rolo de material azul escuro.
— Sim, é claro. Joan disse solenemente.
— Vocês todas foram tão amáveis, fico contente de partilhar a minha sorte com vocês. Além disso, sinto um pouco como se as devesse. Afinal, todas adoeceram por beber a minha sidra.
Tia Annabel lançou-lhe um sorriso de aprovação pela forma que ela trouxe à tona o assunto de um dos ataques, mas Joan conseguiu não sorrir de volta. Ela manteve o olhar solene quando olhou de mulher para mulher, julgando suas reações.
— Oh, não foi culpa sua. Murine disse imediatamente, correndo para a cama para se sentar na borda e apertar suas mãos.
— Você estava tentando ser gentil quando me ofereceu um gole, e as outras só experimentaram porque reclamamos que estava muito amargo.
— Sim. Edith concordou sombriamente.
— A culpa é de Finola por dosar com o quer que fosse que ela colocou na bebida. — Joan mudou seu olhar bruscamente para a mulher.
— Você acha que Finola colocou algo na minha sidra?
— Bem, quem mais poderia fazê-lo? Perguntou Edith com um encolher de ombros.
— Além disso, ela enfiou o alfinete de chapéu na sua sela.
Joan assentiu solenemente e evitou olhar para sua tia e Lady Sinclair. Elas aparentemente fizeram bem em apresentar as explicações que sugerira.
— Finola não poderia ter adulterado a sidra. Disse Saidh agora com a exasperação de alguém que tinha repetido isso várias vezes já.
— Ela não estava ali no solar com a gente.
— Bem, Finola não estava lá quando Joan foi jogada de seu cavalo por causa do alfinete de chapéu também, mas sabemos que ela o fez. Edith apontou razoavelmente.
— Talvez ela jogou algo na taça de Joan enquanto o servo estava pegando as taças e sidra na cozinha.
— E como ela saberia qual Joan iria usar? — Saidh perguntou secamente e sacudiu a cabeça.
— Ela não poderia saber.
— Saidh está certa. Disse Garia, oferecendo um sorriso de desculpas para Edith.
— Havia duas taças ainda quando voltei com os meus alfinetes e não vi nada nas taças. Ela fez uma pausa, e depois acrescentou judiciosamente:
— Embora, confesso, não estava olhando. Mas ainda assim, se houvesse algo em uma das taças... bem, eu poderia ter escolhido qualquer uma. Foi apenas casualidade que não escolhi a que Joan pegou. Falando nisso, foi apenas casualidade que uma de vocês não a pegou para si.
— Então, talvez ela não se importasse quem bebesse dela. Murine sugeriu agora. Fazendo uma careta, acrescentou:
— Não é como se Finola gostasse de qualquer uma de nós. Ela deixou claro que se achava acima de todas nós. Ela encolheu os ombros.
— Talvez ela só queria que uma de nós adoecesse e não importava quem.
— Agora isso é apenas besteira. Qual o benefício haveria para Finola só aleatoriamente deixar uma de nós doente? Saidh perguntou com exasperação e depois respondeu a própria pergunta:
— Nenhum.
— Eu não sei. Garia disse de repente, sua expressão pensativa.
— Oh, por favor, Garia. Saidh disse com surpresa.
— Não diga que acredita nessa besteira? Você é geralmente a mais sensata de nós três.
— Sim, mas Finola estava usando o vestido de Joan quando caiu das escadas. Garia apontou.
— E se ela só quisesse uma de nós doente como distração para nos fazer parar de terminar o vestido para que pudesse roubá-lo para si antes de fazermos a bainha e deixa-lo muito curto para ela?
— Oh, não me diga. Disse Edith com surpresa.
— Isso parece possível.
— Droga, parece. Saidh concordou com um resmungo e sacudiu a cabeça. — Suponho que certamente parece mais provável do que temos duas pessoas aqui tentando machucar Joan.
— Sim. Murine concordou e apertou sua mão.
— Joan é muito boa para ter feito inimigos.
— Sim. Todas concordaram em uníssono, sorrindo para ela.
Joan sorriu de volta, mas silenciosamente amaldiçoou. Ela não tinha descoberto uma maldita coisa. Ela olhou para Lady Sinclair e sua tia então, esperançosa que elas pegaram algo que ela não tinha, mas ambas as mulheres pareciam tão desapontadas como ela se sentia.
Ela teria que continuar tentando, Joan pensou sombriamente. A culpada era uma dessas mulheres. Tinha que ser. Por que mais o mensageiro que carregava seus pergaminhos fora envenenado? Uma delas queria ficar por mais tempo, e quem iria querer isso quando Cam estava casado e indisponível? A menos que planejassem mudar isso e fazer dele um viúvo disponível novamente.
— Pare com essa maldita caminhada, rapaz. Está me deixando nervoso Lord Sinclair latiu irritado.
— Minhas desculpas. Cam disse secamente.
— Mas estou um pouco preocupado agora. No caso que tenha esquecido, minha esposa está lá em cima com uma mulher que já a envenenou uma vez, arranjou um acidente de equitação e matou outra mulher.
— Como podemos esquecer? Nossas mulheres estão lá em cima com ela também. MacKay disse sombriamente. Ele girou seu copo sobre a mesa, então resmungou impaciente:
— Isto é pior do que esperar durante um parto.
— Sim. Lord Sinclair resmungou, levantando sua cerveja para bebê-la.
Cam não fez comentários. Nem sequer queria pensar nesse assunto. Apenas o deixaria mais ansioso.
— Parem!
Cam olhou ao redor com surpresa com essa palavra latida de lorde MacKay. Ele então seguiu o olhar do homem para as três moças que agora ficaram congeladas ao pé das escadas. Sua irmã, Aileen, e as filhas de Lord e Lady MacKay, Annella e Kenna. O trio obviamente estivera prestes a tentar esgueirar-se ao andar de cima.
— Aqui. MacKay estalou, apontando para o banco ao lado dele.
— Agora.
As garotas hesitaram, e depois todas as três soltaram suspiros e moveram-se relutantemente à mesa para se sentarem.
— Onde as três acham que estão indo? Ross perguntou secamente uma vez que elas se sentaram.
— Jinny disse que as damas estão todas no quarto da prima Joan tendo uma festa de costura e pensamos em nos juntar a elas. Explicou Annella.
— Vocês não se juntarão a elas. MacKay anunciou.
— O quê? Annella pareceu surpresa, mas quando seu pai balançou a cabeça com firmeza, ela protestou:
— Mas, papai! Ela é nossa prima e nós duas... Ela fez uma pausa para sorrir se desculpando para Aileen, e depois continuou:
— Todas nós três costuramos bem. Deveríamos estar lá também.
— Não. MacKay disse com firmeza.
Quando Aileen franziu os lábios, como se não tivesse certeza que seu “não” a incluía, o pai de Cam olhou-a solenemente e repetiu:
— Não.
Aileen caiu em seu assento com um suspiro.
Todas as três garotas então simplesmente se sentaram ali, miseráveis e parecendo infelizes, até que o MacKay se moveu impacientemente e disse:
— Vão encontrar algo para fazer. Apanhar maçãs ou algo assim. Talvez o cozinheiro dos Sinclair lhes farão uma torta.
— Todas as maduras já foram colhidas. Annella disse miseravelmente.
— O cozinheiro disse que uma das damas levou uma cesta cheia outro dia pra ele e ele fez doce de maçã9 com elas.
— Bem, então vão encontrar outra coisa pra fazer. Lord MacKay sugeriu impaciente.
— Podemos levar nossos cavalos para uma cavalgada? Kenna perguntou esperançosamente.
— Não. Lord MacKay disse com firmeza.
— Eu quero que as duas fiquem perto hoje.
Quando elas simplesmente ficaram sentadas ali, inquietas, ele adicionou:
— Mas não tão perto. Vão lá fora, no jardim, dar uma caminhada.
Suspirando, as três garotas se levantaram e se dirigiram às portas da fortaleza.
— Mas nada de cavalgada. MacKay latiu atrás delas.
— Eu estarei perguntando ao chefe do estábulo mais tarde e se descobrir que vocês me contradizeram, eu vou... Ele fez uma pausa, parecendo em branco. Aparentemente, incapaz de chegar a uma ameaça adequada, ele simplesmente resmungou:
— As farei se arrepender.
— Filhas, eh? O pai de Cam resmungou.
— Sim. MacKay concordou, e então olhou Cam com surpresa quando este repentinamente se levantou.
— Aonde está indo?
— Você não pode subir. Seu pai acrescentou com firmeza, aparentemente pensando que ele pretendia invadir o quarto para proteger a esposa.
— Para os estábulos. Cam disse, se afastando rapidamente das mesas de cavalete, sem mais explicações. As palavras do Mackay para as filhas lhe fez perceber que não tinha pensado em perguntar ao chefe dos estábulos se qualquer uma das damas esteve perto dos estábulos num horário tardio. Ele suspeitava que o homem não vira ninguém perto da montaria de Joan, ou teria mencionado isso quando ele e seu pai estavam buscando no animal o que poderia tê-la feito enlouquecer como tinha feito. Mas ele poderia não ter pensado em mencionar que uma das damas simplesmente esteve nos estábulos. Todas tinham cavalos lá. Na verdade, no final poderia ser que todas estiveram lá recentemente, mas ele não saberia a menos que perguntasse... e era melhor do que só ficar sentado ali esperando. Fazer nada estava enlouquecendo-o.
Ele encontrou o chefe do estábulo, Robbie, limpando uma baia quando chegou lá e imediatamente perguntou:
— Você tem visto qualquer uma das damas aqui em baixo numa hora tardia?
Robbie fez uma pausa e se endireitou para encará-lo enquanto balançava a cabeça.
— Não. Eu teria dito se tivesse visto depois de encontrar o alfinete de chapéu na sela da sua dama. Mas eu não tenho visto nenhuma das moças aqui em baixo em um par de dias. Todas têm cavalos e cavalgavam com eles bem frequentemente antes de você chegar, mas assim que você chegou, elas não retornaram.
— Oh. Cam disse, inclinando-se contra a porta da baia com decepção. Ele disse a si mesmo que era um tiro no escuro, mas ainda esperava. . .
— Há algo mais que possa fazer por você? Perguntou Robbie, continuando com seu trabalho.
Cam balançou a cabeça, mas disse:
— Seu cavalariço não deveria estar fazendo isso, Robbie? Certamente você tem coisas mais importantes pra fazer?
— Sim, mas meu cavalariço está desaparecido, então estou preso a isso até que eu o substitua. Robbie disse secamente.
— Desaparecido? Cam perguntou se endireitando.
— Quando ele desapareceu?
— Na manhã depois que a mulher MacFarland morreu. Robbie disse sombriamente.
— Você me pediu para preparar o seu cavalo e o da sua dama, então eu disse a ele para fazer isso e entrei para quebrar meu jejum. Quando eu saí da fortaleza novamente, os cavalos estavam esperando ao pé das escadas, mas ele tinha sumido. Carrancudo, acrescentou sombriamente:
— Ele não voltou. E não vou aceita-lo de volta quando o fizer. Eu preciso de um rapaz confiável aqui, não um ligeirinho com quem não se pode contar.
Cam ficou em silêncio por um momento, pensando, e então perguntou:
— Você perguntou ao redor por ele? Alguém o viu?
— Eu perguntei. — Robbie admitiu. — Um dos homens na muralha disse que o viu levando os cavalos para as escadas da fortaleza. Ele disse que uma daquelas damas que a sua mãe trouxe aqui estava caminhando com ele, mas assim que eles chegaram nas escadas ele não lhes deu mais atenção e não sabe pra onde ele foi depois disso.
— Que dama? Cam perguntou abruptamente.
Robbie deu de ombros.
— Ele não disse.
— Qual dos homens que os viram juntos? Perguntou Cam.
— Tormod. Robbie respondeu, e depois parou para olhá-lo com curiosidade.
— Por que está tão interessado no rapaz?
Cam apenas balançou a cabeça e virou-se para sair dos estábulos.
— Meu noivo era jovem e bonito. Murine disse com um suspiro quando começou a cortar o material na mesa.
— Você o conheceu? Perguntou Saidh com interesse.
— Sim. Ele estava em seu caminho para me reivindicar e tinha acabado de chegar a terra Carmichael quando morreu. Eles levaram seu corpo para o castelo. Ele foi sempre tão bonito. Murino disse com tristeza.
— O meu não era. Saidh disse secamente.
— O meu era um velho bastardo.
A boca de Joan se contraiu ao ouvir as palavras da mulher. Saidh era um pouco diferente das outras damas. Ela tinha sido criada com oito irmãos e, provavelmente por causa disso, ela mesma falava como um homem.
— Você quis dizer isso literalmente? Ou apenas como uma descrição geral? Perguntou Garia com uma diversão que equiparava a de Joan. Ela também estava sentada à mesa, cortando tecido. Elas tinham movido todos os rolos para o chão para abrir espaço para a tarefa.
— Ambos. Saidh disse secamente.
— Ele era o filho bastardo do Ferguson. O Ferguson viveu mais que seu filho legítimo e deixou tudo para ele. Ele era um porco. Acrescentou com uma careta, e depois olhou para Garia e perguntou:
— Posso usar a tesoura? Minha linha fez um nó.
— É claro.
Quando Garia pegou a tesoura e levantou-se para levá-los a ela, Saidh olhou para Joan e acrescentou:
— Além do fato de que seria mais atencioso dele esperar até depois de casar comigo para morrer, eu não me importo muito.
— Você não está preocupada que pode nunca se casar e ser mandada para uma abadia para o resto dos seus dias? Murine perguntou preocupada enquanto Garia baixou as tesouras e rapidamente retornou ao seu lugar.
Saidh bufou com esse pensamento enquanto cortava o nó na ponta do fio.
— Meus irmãos nunca me mandariam para uma abadia. Sabem que eu os mataria se o fizessem.
Joan soltou uma risada de surpresa e, em seguida, olhou para Edith quando ela fez um som de desgosto.
— Meus irmãos me mandariam para uma abadia num instante se não fosse por meu pai. Sua boca decaíu, infeliz e ela acrescentou:
— Infelizmente, sua saúde não está boa, de modo que pode ocorrer em breve.
— Eu sinto muito em ouvir isso. Disse Joan com uma careta. Ela não podia imaginar ser forçada a adentrar a igreja contra a vontade. Certamente não faria uma boa noiva de Deus se não estivesse disposta?
— E você, Garia? Perguntou Saidh, olhando para a pequena ruiva.
—Abadia? Ou solteirona?
— Nenhum. Disse Garia com um encolher de ombros.
— Minha mãe já tem outro marido na fila. A única razão que ela ainda não o arranjou é porque esperava que Cam se interessasse e se casasse comigo. — Ela deu de ombros novamente.
— Ele é mais rico e mais poderoso.
Joan estava prestes a perguntar quem era o homem quando sua tia repentinamente se levantou e moveu-se para o lado da cama.
— Está na hora de colocar mais unguento na sua lateral. — disse ela calmamente.
— Levante o braço.
— Oh, sim. Joan disse com culpa e fez o que ela pediu. Ela esteve deslizando da tarefa que deveria estar realizando e permitiu a conversa mudar para outros assuntos que nada tinham a ver com qualquer um dos ataques que ocorreram em Sinclair. Ela supôs que esta era a forma de sua tia de trazê-las todas de volta ao tópico. Não havia nada como deixá-las ver o feio ferimento para garantir que começassem a pensar em como ela o ganhou. Esperançosamente isso traria o tema de volta aos ataques contra ela, pensou, enquanto sua tia levantou o lado da túnica que ela vestiu antes do tecido ser levado para cima.
— Oh!
Joan olhou para Murine com esse grito, apenas a tempo de ver a mulher desmaiar e deslizar da cadeira onde esteve sentada. Ela acabou batendo contra as pernas da cadeira, sua saia em torno de suas coxas onde ficara apanhada quando ela caíu do seu assento.
Saidh olhou para Murine, balançou a cabeça e então levantou-se para se mover ao redor e puxar a saia dela para baixo para cobrir as pernas. Endireitando-se então, virou-se para espiar Joan, seus olhos arregalando quando olhou a lateral de Joan.
— Dentes de Deus, mulher. Sua lateral está preta como o pecado.
— Sim, parece desagradável. Disse Garia com preocupação, levantando-se de seu assento à mesa para se aproximar da cama. Balançando a cabeça, ela encontrou o olhar de Joan e disse:
— Tem sorte que foi sua lateral e não sua cabeça que sofreu o golpe ou você definitivamente não teria sobrevivido.
— Isso foi provavelmente a intenção de Finola. Edith disse sombriamente, tomando seu lugar para dar uma olhada melhor no machucado.
— Talvez. Joan concordou suavemente.
— Mas eu fui a sortuda. Eu bati minha lateral, não minha cabeça e sobrevivi. Finola não foi tão sortuda. Ela parou, mas quando ninguém disse nada, acrescentou:
— Na verdade, me sinto um pouco triste por Finola. Ela deve ter sido terrivelmente infeliz.
Garia parou na sua cadeira para olhá-la e, em seguida, sacudiu a cabeça.
— Sinto muito, Joan. Eu não me sinto mal por ela absolutamente. Mas você é muito amável de sentir isso, você mesma.
— Amável ao ponto de ser estúpida, se realmente está triste por aquela vadia. Disse Saidh com desgosto.
— A mulher era cruel, desagradável e estava atrás do seu homem... e não se importava se ele estava casado contigo também.
Joan hesitou, e então olhou para onde sua tia tinha se acomodado em sua cadeira junto à mesa. Quando ela arqueou uma sobrancelha bem ligeiramente em questionamento, Lady Annabel levantou seu hidromel e sacudiu fracamente a cabeça, a expressão sombria. Assim fez Lady Sinclair quando a olhou depois.
Suspirando, Joan baixou a cabeça e fingiu costurar um ponto para esconder sua expressão. Não havia nenhuma maneira de afastar a frustração de seu rosto agora quando reconheceu o quão estúpida esta ideia tinha sido. Ou talvez ela simplesmente não era boa nisso. Elas não estavam descobrindo nada com este exercício. Nada do que ouvira até agora foi muito útil para dizer-lhes quem estava por trás de tudo. Todas essas mulheres pareciam ser apenas agradáveis mulheres normais. Nenhuma estava mostrando sinais de ser uma assassina de sangue frio que poderia ter jogado Finola por um lance de escadas e arranjado um acidente de equitação para Joan que poderia tê-la matado. Talvez as garotas estavam certas e Finola tinha estado por trás de tudo. Talvez ela tinha adulterado a sidra apenas para pôr fim à sessão de costura e colocar as mãos no vestido. E talvez tivesse preso o alfinete de chapéu no cavalo aquela noite antes de ter caído das escadas.
Claro, isso não explicava onde a vela que ela estava segurando tinha ido, Joan pensou, mas talvez a explicação para isso era tão simples como um dos servos a pegando em todo o caos após Finola ser encontrada morta.
Suspirando, Joan olhou para cima, e franziu o cenho quando notou que Murine estava mostrando sinais de agitação.
— Murine não devia estar acordada até agora? Perguntou ela, começando a se preocupar.
— Ela não costuma permanecer desmaiada tanto tempo.
— Sim, ela geralmente acorda rápido. disse Saidh, e Joan a olhou bruscamente quando ouviu o insulto em sua voz.
— Saidh? Você está bem? Ela perguntou, sentando-se ligeiramente. Notando o olhar de olhos vidrados no rosto da mulher, Joan olhou rapidamente para sua tia.
— Tia Annabel, há algo de errado com. . . Sua voz foi sumindo quando notou que sua tia parecia estar dormindo em sua cadeira. Lady Sinclair estava também, notou, voltando sua atenção para ela em seguida.
Capítulo 18
Cam deixou a porta da cozinha se fechar sozinha atrás dele quando viu Tormod paquerando uma das empregadas no outro extremo da sala. Ele procurara para cima e para baixo pelo bastardo até que um dos homens mencionou que o guerreiro estava encantado com uma ajudante de cozinha, embora não tivesse dito qual. O que finalmente levou-o aqui.
— Tormod. Ele latiu, caminhando em direção ao par.
— O qu...Oh. Tormod se endireitou imediatamente ao vê-lo e virou-se para encará-lo em questionamento.
— Há algo que queira?
— Robbie disse que você viu o cavalariço guiando o meu cavalo e o da minha esposa para a fortaleza ontem e que ele estava conversando com uma das damas que a minha mãe trouxe pra cá? Começou Cam.
— Sim. Eu não sei aonde ele foi depois disso, no entanto, e eu disse isso pro Robbie.
Cam acenou, dando pouca importância a isso.
— Com qual das damas ele estava?
— Oh. — Tormod fez uma careta. — Eu não sei o nome dela. Era a baixinha com cabelo vermelho. Eu acho que ela é uma MacCormick.
— Sim. Essa é Garia MacCormick. O cozinheiro anunciou, atraindo seu olhar ao redor.
— Um pouco peculiar, mas uma boa moça da mesma forma.
— Peculiar? Cam perguntou em voz baixa.
— Sim. Ela pegou pra mim um bando de maçãs no outro dia. Pensou que eu gostaria de fazer uma boa torta ou algo assim, ela disse. Eu fiz doce de maçã em vez disso, é mais saboroso, para mim, e...
— Chegue à parte do peculiar. — Cam interrompeu impaciente.
— Bem, mais tarde naquele dia uma das empregadas a viu colhendo pelo jardim, recolhendo todos os miolos das maçãs. — disse ele com um aceno de cabeça, e depois explicou:
— Eu faço as empregadas jogar coisas assim lá, deixa o solo mais rico e...
Cam não ficou para ouvir mais. Ele não precisava. Sementes de maçã esteve entre as coisas das quais Joan e Lady Annabel disseram que o veneno que foi usado no mensageiro poderia ser feito. E Garia fora vista não só recolhendo os miolos das maçãs, mas também caminhando com o cavalariço enquanto ele guiava os cavalos deles para o castelo. Ele não conseguia pensar em qualquer outra razão para a mulher querer os miolos de maçã, e teria sido fácil para ela distrair o cavalariço e deslizar o alfinete de chapéu sob a sela enquanto caminhava com ele. Cam tinha certeza que possuía o seu culpado.
Infelizmente, seu pai e Lord MacKay estavam menos certo quando ele compartilhou o que tinha descoberto com eles.
— Eu não sei, filho. Seu pai disse, franzindo os lábios.
— O cozinheiro disse que a empregada disse. . . ? Você falou com a empregada em si? Uma coisa é suspeitar que a moça MacCormick fez isso, e outra é acusá-la com tal prova frágil. Os MacCormicks são poderosos. Não queremos começar uma guerra aqui por acusar a moça errada.
— Sim, e Tormod nem mesmo sabia o nome da moça. MacKay assinalou. — Você deve, pelo menos, tê-lo assinalando para você qual mulher ele viu. Ele e o cozinheiro poderiam estar falando sobre duas mulheres diferentes. Ou ela é a única ruiva baixinha que sua mãe trouxe aqui?
— Não, havia outras duas. Disse Artair.
— Embora uma foi embora no primeiro dia e outra nessa tarde. Garia MacCormick é a única ruiva baixinha sobrando.
— E a única ruiva baixinha cujo pergaminho foi levado pelo Allistair. Cam disse, impaciente.
— Bem, isso é bem verdade. Seu pai admitiu pensativo.
— Ela está lá em cima agora com Joan. Cam disse sombriamente.
— Ela não fará nada com as outras mulheres lá. Seu pai disse suavemente.
— Estou pensando que deveríamos chamar Tormod até aqui, e fazer o cozinheiro mandar a empregada que viu a moça colhendo miolos de maçã e fazê-los nos falar se a moça MacCormick é quem eles viram. Podemos fazer isso no jantar. Ele decidiu com satisfação.
— Se é a mesma moça, e é a menina MacCormick, então vamos fazê-la se sentar e lhe perguntaremos algumas coisas. Chegaremos ao fundo disso.
— Se as damas não tiverem feito isso até então. Lord MacKay adicionou.
— Sim. Artair assentiu.
— Se as damas não tiverem resolvido tudo sozinhas até então.
Cam estreitou os olhos para os dois homens e perguntou:
— Quantas cervejas vocês tomaram?
Seu pai ficou tenso com a pergunta.
— Nem mesmo um barril inteiro, muito obrigado. O que está sugerindo?
— Eu estou sugerindo que mais cedo nenhum dos dois estava contente com o pensamento de suas esposas estando lá em cima com uma possível assassina, e agora ambos parecem malditamente despreocupados.
— É claro que estamos preocupados. Mas elas devem ficar seguras o bastante com todas as mulheres juntas, e esse é um assunto sensível. Não podemos simplesmente acusar uma moça que pertence a um clã poderoso com base em boatos. Seu pai estalou.
— Tudo bem. Cam retrucou.
— Então vou vasculhar o quarto de Garia e encontrar prova.
— Oh, sabe, essa é uma boa ideia. Seu pai comentou.
— Eu vou contigo.
— Sim, eu também. Lord MacKay anunciou, ficando de pé.
O pelo no corpo inteiro pareceu repentinamente arrepiar enquanto encarava sua inconsciente tia e sogra, e então ela deslizou o olhar lentamente de volta pelo quarto. Para Murine ainda deitada de bruços no chão, então para Saidh lutando para se levantar da cadeira e então caindo para trás com alarme no rosto, depois para Edith dormindo com os braços sobre a mesa e, finalmente, para Garia que se levantou e moveu-se para o pé da cama e estava olhando para as dormentes mulheres com os olhos semicerrados de interesse.
— Garia? Ela disse baixinho.
A mulher respirou fundo, os ombros subindo e, em seguida, expirou e virou-se para encará-la.
— Sim, Joan?
Joan hesitou e, em seguida, perguntou:
— Você colocou algum tipo de pó para dormir em suas bebidas? Garia assentiu.
— Quando? Perguntou ela.
— Eu não te vi perto da bandeja. Saidh até mesmo lhe trouxe a sua taça.
— Sim, ela fez. Garia concordou.
— Saidh é surpreendentemente atenciosa, apesar de sua conversa e formas ásperas. Eu gosto bastante dela. É uma pena que ela terá de ser a vilã nisso tudo.
— Saidh será a vilã? Joan perguntou com o cenho franzido, olhando para a mulher em questionamento. Ela havia caído em sua cadeira, com os olhos abertos só parcialmente.
— Sim, ela foi a última a ser afetada pela minha tintura e percebeu que eu era a única sobrando que não foi completamente afetada além de você. Ela ainda não está totalmente adormecida, e basta olhar, você pode ver a compreensão em seus olhos. Ela entende que fui eu. Garia disse tristemente e depois sacudiu a cabeça.
— Terei que matá-la e afirmar que foi em auto-defesa, que eu acordei e a vi inclinada sobre você, tentei salvar você por esfaqueá-la com a tesoura, mas era tarde demais.
Quando ela então pegou a tesoura da mesa e deu um passo em direção à Saidh, Joan perguntou rapidamente:
— Como você deu a bebida aduterada para todo mundo quando não chegou perto da bandeja de bebidas depois que os servos a trouxeram?
Garia virou e a olhou por um longo minuto. Joan suspeitou que ela estava debatendo se respondia ou não. No final, no entanto, ela deu de ombros e disse:
— Murine foi fácil. Sentada à mesa comigo como estava, eu apenas tive que espera-la começar a cortar e então rapidamente pinguei um pouco em sua taça. Eu dosei a bebida de Saidh quando levei a tesoura para ela, e então dosei a de Lady Sinclair enquanto passava por ela no caminho para ver seus hematomas. Ela estava olhando para eles também e parecia bem horrorizada. Ela não os viu antes?
— Não desde que me trouxeram de volta. Joan disse baixinho.
— Acredito que ela ajudou a tia Annabel comigo então.
Garia assentiu, sem surpresa.
— Eu dosei a taça de Lady Annabel no meu caminho de volta ao meu assento e a da Edith também desde que ela estava aqui espantada com a sua lateral ainda... Ela deu de ombros.
— E então apenas esperei para ver quem caíria em seguida.
— Em seguida? Perguntou Joan.
— Então o desmaio de Murine não foi um desmaio?
Garia deu de ombros.
— Pode ter sido, mas a tintura vai mantê-la adormecida.
Joan assentiu lentamente, mas quando Garia começou a se mover novamente, perguntou:
— E você fez tudo isso para quê?
Garia soltou um suspiro ligeiramente irritado e virou-se para olhá-la novamente.
— O que acha, Joan?
— Porque você quer Cam para si mesma. Ela supôs.
— Sim, é claro que quero. Garia concordou.
— E tanto quanto gosto de você, Joan, sua vestimenta fina não te faz uma dama mais do que colocar um vestido em um porco o faria uma. Você é uma camponesa. Sua mãe pode ter sido uma dama, mas seu pai era um plebeu. Ela tornou-se uma plebéia quando se casou com ele. Você nasceu uma plebéia, foi criada como uma plebéia, e será sempre uma plebéia. Cam merece mais do que isso.
— O “mais” seria você? Ela perguntou secamente.
— Sim, como acontece. Disse Garia.
— Eu nasci e cresci como uma dama. Eu fui devidamente treinada em todas as coisas que uma dama deve saber. Eu canto como um pássaro, conheço cada dança que existe, posso acertar o centro de um alvo com uma flecha no dia mais tempestuoso e posso montar como um guerreiro. Eu nasci para governar Sinclair, não alguma fortaleza de remanso com pouco na matéria de moeda e um sujo, fedorento velho lord... um lord que lambe os lábios cada vez que me olha como se eu fosse uma perna de carneiro que ele não pode esperar para morder. Acrescentou com desgosto.
— Este é o homem com quem sua mãe planeja te casar? Joan perguntou, tentando não ser óbvia sobre deslocar os olhos ao redor da área mais próxima a ela em busca de uma arma, além da agulha de costura minúscula que segurava em sua mão.
— Sim. Ela prefere me casar com aquela criatura odiosa do que ficar presa comigo para o resto dos meus dias. Disse Garia com uma combinação de amargura e dor.
— Você não poderia fugir à abadia ou... Joan fechou a boca com um estalo imediatamente quando a fúria explodiu sobre a expressão de Garia e ela percebeu o que tinha dito. Ela não estava pensando, só estava tentando manter a conversa fluindo enquanto procurava uma maneira de sair desta situação. Mas estava pensando agora e não se surpreendeu quando Garia apertou sua mão em torno da tesoura e começou a se mover em direção a ela, em vez de Saidh.
— A abadia, Joan? Ela grunhiu furiosamente.
— Sua mãe foi enviada pra lá como punição por matar o marido, e ainda assim você acha que deve ser um lugar tão agradável que eu gostaria de passar o resto da minha vida lá? Solteira, meu cabelo rapado da cabeça, meu joelhos rachados de ficar tanto sobre eles. Nunca ter filhos próprios?
Joan não podia deixar de pensar que poderia ser uma coisa boa, mas suspeitava que dizer isso não seria uma coisa inteligente a fazer naquele momento.
— Você é quem deveria estar numa abadia. Como sua mãe antes de você. Você nunca deveria ter estado na Escôcia absolutamente. Por que teve que vir e estragar tudo? Ela rosnou.
— Havia doze mulheres aqui, Garia. O que pretendia fazer? Matar qualquer uma em que ele mostrasse interesse? Joan perguntou rapidamente, calmamente ficando de lado na cama.
— Elas não eram concorrência. Garia estalou com desgosto, parando à beira da cama.
— Saidh é tão áspera que você seria perdoado por pensar que ela é um homem, e Edith gosta de pensar que é inteligente, mas é tão monótona quanto água suja. Quanto a Murine, ela não poderia se impedir de desmaiar por tempo suficiente para manter uma conversa com o homem. E elas eram as melhores do grupo! Ela balançou a cabeça.
— Não. Se não fosse por você, ele provavelmente já teria me proposto e então eu poderia ter rido na cara da minha mãe. Ela não achava que eu poderia conquistá-lo. Acrescentou amargamente.
— Bem, vou mostrar pra ela quando você estiver morta e nós casados.
— Você empurrou a Finola escadas a baixo? Joan perguntou, tentando mudar de assunto para algo menos volátil e conseguir mais tempo.
— Sim. A vaca se jogou pra cima do Cam. Lá estava você, deitada em seu leito de doente e ela estava atirando-se nele como uma moça de taverna. Ela disse com indignação.
— Ela teve que ser punida. Fazendo uma pausa, ela franziu a testa e perguntou:
— Como é que você sabe ela foi empurrada e que não caiu?
— Você pegou o castiçal dela. Joan disse calmamente, se aproximando um puco mais do lado distante dela.
— Oh. Sim. Está no meu quarto. Vou ter que colocá-lo novamente no dela depois disso. Garia decidiu.
— Foi então quando você tirou o alfinete de chapéu dela? Joan perguntou, olhando rapidamente para o lado e se perguntando se sua taça era robusta o suficiente para fazer qualquer dano se batesse nela com ela.
— Sim. É uma pena, isso. Eu realmente gostei do alfinete de chapéu, mas parecia melhor se o alfinete utilizado fosse o de outra pessoa, e usando o dela tranquilizaria qualquer um que poderia estar suspeitando que o perigo havia passado. Que é o que eu pensei que aconteceu. Acrescentou ela e, em seguida, franziu o cenho.
— Eu não tinha pensado no castiçal. Dando de ombros, ela voltou a atenção para Joan novamente.
— Você percebe que não será capaz de sair da cama antes de eu te esfaquear?
— Talvez. Joan permitiu.
— Mas posso tentar.
Garia sorriu levemente.
— Eu realmente gosto do seu espírito, Joan. É uma pena que você nunca aprendeu qual o seu lugar e que deveria permanecer nele.
As palavras mal saíram de sua boca antes dela repentinamente esfaqueá-la com a tesoura.
Ao invés de tentar fugir da cama e ser apunhalada pelas costas, Joan pegou o travesseiro contra qual esteve encostada e o levantou para bloquear a tesoura. Para seu alívio, deu certo e embora o travesseiro de penas sofreu uma morte bagunçada com penas voando para todos os lados, ela estava ilesa.
Joan fez uma tentativa de fugir da cama então, só para ter Garia agarrando-a pelos cabelos e arrastando-a de volta. Ela caiu de costas na cama, viu Garia sacudir o travesseiro para livrar a ponta da tesoura e lança-la na direção dela novamente, e rapidamente pegou seu pulso com ambas as mãos. Ela também tentou libertar a cabeça, gritando. Um som que terminou em um grunhido quando Garia de repente subiu na cama e ajoelhou-se em seu peito, forçando o ar para fora de seus pulmões em uma golfada dolorosa.
— Você está apenas dificultando isso pra você mesma, Joan. Garia rosnou entre dentes, tentando forçar a tesoura para baixo em direção ao seu peito.
Joan teria lhe dito para ir pro inferno, mas não tinha o ar em seus pulmões para dizer isso. Além disso, toda a sua força estava atualmente sendo exaurida por tentar manter a tesoura fora de seu peito. Ela estava falhando miseravelmente no esforço, a falta de ar enfraquecendo-a, e Joan tinha certeza que estava prestes a morrer quando Garia de repente desabou sobre ela com um grunhido surpreendido.
Com os olhos arregalados, Joan recuperou a tesoura das mãos agora frouxas de Garia e depois empurrou a cabeça dela para fora do caminho para olhar além dela.
— Murine. Disse ela com surpresa quando viu a mulher parada ali com uma tora da lareira em mãos. Jinny tinha preparado tudo para o fogo caso as damas quisessem um, mas estava quente o bastante para não se incomodarem. Ainda assim, as toras vieram a calhar, Joan pensou vagamente.
— Sinto muito. Murine disse baixinho, atraindo seu olhar novamente.
Joan a olhou com surpresa.
— Pelo quê? Você salvou a minha vida.
— Sim, mas me levou tanto tempo. Disse ela, infeliz e explicou:
— Eu acordei do meu desmaio há um tempo atrás. Eu não bebi o hidromel que ela adulterou. Estava muito ocupada tentando cortar uma linha reta. E então, quando acordei, me levou um minuto para me orientar e tentar me mover, e antes que pudesse, ouvi o que ela estava dizendo, o que ambas estavam dizendo e fiquei com tanto medo. Eu estava tentando olhar em volta por uma arma sem chamar a atenção dela para o fato de que eu estava acordada, e...
— Murine. Joan interrompeu gentilmente, escovando o cabelo de Garia impacientemente fora de seu rosto.
— Você fez bem. Você me salvou. Você salvou Saidh também. Garia ia matá-la também e afirmar que Saidh tinha me matado. Então você salvou nós duas.
— Oh. Murine disse com surpresa.
— Eu salvei, não salvei?
— Sim. Joan lhe assegurou e quando a outra mulher deixou cair os braços e deixou a tora deslizar para o chão, disse preocupada:
— Por favor não desmaie. É difícil respirar com Garia sobre mim e acho que preciso de ajuda para removê-la.
— Oh. Murine correu para a frente com isso, estendendo a mão para o braço de Garia, mas congelou e olhou por cima do ombro quando a porta se abriu de supetão.
— Não foi a Murine. Joan gritou rapidamente quando Cam avançou em direção a elas com seu pai e o tio dela em seus calcanhares.
— Nós sabemos. Seu sogro lhe garantiu enquanto Cam passava apressado por Murine. O homem então franziu o cenho e correu para sua esposa para ver como ela estava, enquanto o tio dela se movia para Annabel.
— Como você sabia que era Garia? Joan perguntou com uma carranca enquanto seu marido tirava a mulher de cima dela.
— Ela foi vista pegando miolos de maçã no jardim e ela caminhou com o cavalariço até a fortaleza. Cam disse sombriamente, deixando Garia cair no chão para que pudesse olhar Joan inteira.
— Está ferida? Ela te machucou?
— Não. Joan assegurou-lhe e então sorrindo, acrescentou:
— Murine me salvou.
Ele olhou ao redor com surpresa para Murine e Joan sorriu para a mulher, depois disse solenemente:
— Obrigada, Murine.
— Oh... Ela corou e acenou, dando pouca importância ao seu agradecimento, então prontamente desmaiou.
— Há algo de errado com a moça. Cam disse com um franzir de cenho.
— Sim. Joan concordou, deslizando para fora da cama para examiná-la. — Mas acho que tia Annabel e eu podemos resolver o problema e ajudá-la.
Ela se aquietou quando Garia gemeu atrás dela, e então virou-se para olhar com cautela para a mulher. Quando ela permaneceu inconsciente, Joan fez uma careta e disse a ele:
— Ela admitiu ter matado Finola e colocado o alfinete de chapéu na sela.
— Ela disse o que deu às mulheres? Seu tio perguntou sombriamente, atraindo seu olhar para onde ele permanecia curvado sobre tia Annabel, tentando despertá-la.
— Um pó para dormir. Joan disse calmamente.
— Elas vão dormir por um tempo, mas devem ficar bem.
— Graças a Deus. Artair Sinclair resmungou, endireitando-se de cima da mãe de Cam. Franzindo o cenho para Garia, perguntou:
— Ela disse o que fez para o cavalariço?
— O cavalariço? Joan perguntou com confusão.
— Ele está sumido. Cam explicou calmamente.
— Ele foi visto pela última vez guiando nossos cavalos para os degraus da fortaleza. Garia estava com ele.
— Oh, querido. Disse Joan com um suspiro e balançou a cabeça.
— Não, ela não disse nada sobre um cavalariço.
— Descobriremos quando ela acordar. Ross disse sombriamente e então olhou ao redor do quarto às mulheres inconscientes.
— É melhor colocarmos todas em seus quartos até que os efeitos do que quer que for que ela deu a elas passe.
— O que faremos com a moça MacCormick? Perguntou Lord Sinclair.
— Vou levá-la abaixo e colocar uma guarda nela. Cam decidiu, inclinando-se para pegar a mulher agora.
— Eu vou encontrar alguns homens para vir ajudar com as outras damas também. Acrescentou, dirigindo-se para a porta. Ele parou lá embora, e olhou de volta para Joan e disse:
— Eu já volto.
Joan assentiu solenemente e o viu ir. Seu tio e sogro logo atrás dele, suas esposas nos braços e Joan suspeitava que não os veria novamente até que as mulheres acordassem. Ambos pareciam terrivelmente preocupados e angustiados que suas esposas haviam sido drogadas. Fez bem ao seu coração ver isso. Esperava que Cam a amasse tanto que daqui a vinte anos ele ainda se preocupasse esse tanto com ela.
— Joan.
Ela olhou ao redor com aquele sussurro, e levantou-se rapidamente para ir até Saidh. A mulher ainda estava caída na cadeira, os olhos apenas meio abertos, mas ela não havia perdido completamente a consciência.
Joan sentou-se sobre os calcanhares ao lado dela e pegou sua mão enquanto lhe oferecia um sorriso.
— Está tudo bem. É apenas um pó de dormir. Você vai dormir um pouco, mas isso é tudo.
— Desculpe. Saidh sussurrou e Joan sacudiu a cabeça com confusão.
— Pelo quê?
— Não pude te ajudar. Saidh murmurou, cansada.
— Oh. Joan afagou-lhe a mão.
— Está tudo bem. Murine salvou o dia para nós duas.
— Sim. Ela não podia dizer se a expressão que cintilou no rosto de Saidh então era mais surpresa ou respeito pela outra mulher.
— Descanse. Joan sugeriu.
— Falaremos quando acordar.
Os olhos de Saidh se fecharam o resto do caminho e Joan endireitou com um suspiro, então olhou para a porta quando Cam voltou com vários homens atrás dele. Ele se moveu diretamente à ela, pegando uma pele da cama no caminho para envolver em torno dela, e então segurou lá enquanto os homens silenciosamente moviam-se para as mulheres adormecidas.
— Garia acordou enquanto eu a levava para baixo. Cam anunciou de repente, enquanto observavam os homens pegar as mulheres.
Joan olhou para ele em questionamento.
— Ela disse algo sobre o cavalariço desaparecido?
— Sim. Nos disse onde encontrar o corpo. Disse ele sombriamente.
Joan suspirou com esta notícia e sacudiu a cabeça.
— Ela disse algo mais?
— Nada que valha a pena repetir. Assegurou-lhe, e então colocou as pontas da pele em suas mãos e se moveu para seguir os homens à porta.
— Busque suas empregadas para elas uma vez que as tiverem em seus quartos para elas não acordarem sozinhas e assustadas. Cam ordenou, enquanto eles saíam, e então fechou a porta atrás deles.
— Isso foi muito atencioso. Joan murmurou quando ele se virou e caminhou de volta para ela.
— Eu deveria ter pensado nisso.
Cam apenas balançou a cabeça, pegou-a e levou-a para a cama. Ele então se acomodou nela com ela no colo e simplesmente a segurou em seus braços.
— Joan. Disse ele depois de um momento.
— Sim? Perguntou ela, inclinando a cabeça para trás para vê-lo.
Sua cabeça estava inclinada para trás e os olhos fechados.
— Eu te amo.
— Eu te amo. Ela respondeu de imediato.
Ele balançou a cabeça, e então baixou a cabeça, abriu os olhos e disse:
— Não, eu quero dizer que realmente te amo. Tudo sobre você. Você não precisa aprender nada. Eu te amo simplesmente do jeito que é.
— Mas as damas devem saber como cantar, dançar e atirar flechas e...
— Sim, eu sei que é isso o que se espera. Admitiu, depois perguntou:
— Mas essas coisas são boas pra quê?
Ela piscou para a pergunta em confusão.
— Eu não tenho certeza do que você quer dizer.
— E se você soubesse essas coisas quando eu te conheci? Perguntou.
— O que poderia ter feito? Me cantar doces canções enquanto eu morria, e então dançar na minha sepultura? Ele lhe deu uma ligeira sacudida.
— Você não conhece o próprio valor. Você me salvou com suas habilidades de cura. Você sabia o suficiente para nos levar a um lugar seguro e longe da estrada para nos curar. Você tem coragem, e embora não seja capaz de atirar uma flecha em linha reta ainda, é uma malditamente boa atiradora com aquele estilingue seu.
— Ele fez uma breve pausa, e depois acrescentou:
— A propósito, deveríamos ter garantido que você o tivesse para esse pequeno sarau. Você poderia ter se defendido melhor. Ele a olhou sério.
— Eu gostaria que o carregasse em todos os momento a partir de agora.
— Sim, marido. Disse ela baixinho.
Cam soltou um suspiro profundo e, em seguida, prometeu:
— Te ensinarei tudo o que quiser aprender , montar, atirar com arco e flecha, até mesmo lutar com uma espada, mas não te terei pensando que deve aprender qualquer coisa por mim. Eu te acho perfeita simplesmente do jeito que é.
— Oh. Joan disse trêmula, lágrimas agrupando-se em seus olhos.
— E eu te acho perfeito também.
Ele inclinou-se para beijá-la suavemente, em seguida, levantou a cabeça de novo, e perguntou:
— Então, nada mais de falar em anular o casamento?
— Não. Ela concordou solenemente.
— Bom. Cam disse tão solenemente quanto ela, e então sorriu e acrescentou:
— Não que minha mãe teria permitido de qualquer maneira. Ela decidiu que você é a mulher perfeita para mim também.
— Ela decidiu, não decidiu? Joan perguntou com diversão.
— Sim. Cam assegurou.
— Eu acho que te escolher como esposa aumentou a estima dela por mim. Ela acha que sempre fui muito inteligente.
— Eu também. Disse Joan com uma risada, e, em seguida, sua expressão tornou-se séria e acariciou o rosto dele.
— Eu te amo muito mesmo, Campbell Sinclair.
— E eu, você, Joan Sinclair. Ele abaixou a cabeça então para beijá-la e Joan sorriu, certa que tudo ficaria bem.
Epílogo
— Kenna e Annella ficaram muito chateadas que não as trouxemos conosco.
Esse comentário de sua tia fez Joan desviar o olhar para cima da camisa que estava consertando e sorrir para a mulher.
— Eu não sei por que não as trouxe. Elas seriam bem-vindas aqui. Temos espaço.
— Payton as trará uma vez que avisarmos que o bebê chegou. Eu só não queria que elas... atrapalhassem. Disse Lady Annabel.
— Quer dizer, não queria que elas vissem os horrores do parto e temessem ter os próprios bebês. Joan disse secamente, e depois empurrou rapidamente pensamentos de parto de sua mente. Ela tinha feito isso há meses agora, desde que descobriu que a cenoura selvagem tinha falhado com ela e que estava grávida.
Para ser justa, Joan supôs a cenoura selvagem não tinha realmente falhado com ela. Ela tendia a tornar-se menos eficaz com o uso constante e ela esteve usando-a muito constantemente, principalmente porque as atenções de Cam foram bem constantes. Não que ela se importasse... até que percebeu que estava grávida.
Claro que, para o lado positivo, eles não tinham tido que usá-la desde então. Não havia necessidade de se proteger contra engravidar quando já se está grávida, e ela e Cam ficaram ainda mais constantes desde que descobriram que ela estava grávida. Ambos estavam preocupados com o que estava por vir, eles estavam agindo como se ela estivesse morrendo, vivendo cada momento juntos como se pudesse ser o último, o que, claro, era o que temiam. Que ela não sobreviveria ao trabalho de parto e que seu tempo era limitado.
Joan se mexeu desconfortavelmente quando seu estômago contraíu, e se obrigou a respirar através disso. Uma vez que acalmou, ela deslizou seu olhar sobre as mulheres sentadas com ela no solar. Sua tia, sua sogra, Murine, e Saidh. Aileen queria vir também, mas Lady Sinclair a deixou com seu pai no Castelo Inverderry onde haviam se estabelecido quando o homem passou o castelo principal e o título de lord para Cam. Joan tinha certeza de que deixaram a menina para trás pela mesma razão a tia deixara suas primas em casa. Nenhuma delas queria que as meninas soubessem o que estava por vir e ficar com tanto medo disso que tentassem evitar ficar grávida. Quanto a Murine e Saidh, elas se tornaram boas amigas nos últimos meses. Não se viam muito, mas escreviam uma a outra com certa frequência.
Felizmente, Cam gostava delas também, e foi ele quem escreveu para convidá-las para vir ficar e dar apoio quando julgaram que seu tempo estava próximo. Ele fez isso como uma surpresa e Joan amava o homem por isso. Ou, pelo menos, o amava mais. Ele estava sempre fazendo pequenas coisas prestativas assim, e cada incidente só aumentava seus sentimentos por ele, pensou enquanto seu estômago contraía novamente.
— Está tudo bem, querida? Lady Annabel perguntou de repente.
— Você parece desconfortável. Precisa de algo macio sobre a qual se sentar ou...?
— Não, estou bem. Joan respirou de alívio quando a contração terminou. Forçando um sorriso, acrescentou:
— Além disso, nenhuma posição é confortável agora, estou muito grande.
Annabel assentiu, mas seus olhos se estreitaram ligeiramente quando a olhou de cima a baixo e Joan sabia que a mulher logo perceberia que ela estava em trabalho de parto. Ela era uma curandeira treinada também, afinal. Ainda assim, ela tinha conseguido esconder isso consigo por algum tempo. Joan esteve em trabalho de parto a manhã inteira, as primeiras contrações a acordaram antes do amanhecer, mas tinham sido leves então e com um bom tempo entre elas. Elas tinham aumentado frequentemente e desconfortávelmente desde então. Agora estavam se tornando francamente dolorosas. Também estavam bem próximas, uma mal acabava quando a próxima começava. Ela não seria capaz de esconder a sua situação por muito mais tempo, Joan pensou e apertou os dentes, respirando lentamente pelo nariz enquanto a próxima dor a atingia... e era única.
— Você gostaria de se deitar? Perguntou Annabel, de repente a seu lado.
Joan olhou para cima com um sobressalto, sua boca abrindo em um arquejo de surpresa, que terminou em um gemido antes que pudesse detê-lo.
— O que há de errado? Lady Sinclair estava imediatamente ao lado de sua tia, preocupação em seu rosto.
— Começou?
— O que começou? Murine perguntou com confusão e recebeu um golpe no braço de Saidh pela pergunta.
— O que diabos acha? Perguntou Saidh com desgosto enquanto se levantava para se juntar as outras ao redor da cadeira de Joan.
— Por favor, sente-se. Joan ofegava quando a contração terminou.
— Estou bem.
— Elas estão vindo muito mais perto agora, querida. Annabel disse gentilmente.
— Talvez devêssemos ir para o seu quarto, enquanto você ainda pode andar.
Joan a olhou com surpresa.
— Há quanto tempo você sabe?
— Desde que desci para quebrar meu jejum, esta manhã. Annabel admitiu.
— Você estava esfregando seu estômago quando cheguei, e então pouco antes de levantarmos para virmos aqui, você ficou muito quieta e inclinou sua cabeça por um momento.
— Bem, por que não disse algo? Perguntou Lady Sinclair, de olhos arregalados.
— Joan, obviamente, não queria que ninguém soubesse, então respeitei seus desejos. Annabel disse se desculpando.
— Bem, por que não queria que soubéssemos? Perguntou Lady Sinclair, parecendo ferida.
— Estamos aqui para te ajudar a passar por isso. É por isso que viémos.
— Sim, por isso, mulher tola. Disse Saidh com um aceno de cabeça e, em seguida, moveu-se para tomar-lhe o braço.
— Vamos, levanta. Vamos te acomodar na cama toda gostosa e quentinha e você pode apertar nossas mãos até que gritemos contigo quando a dor bater.
Lady Sinclair franziu a testa ligeiramente e disse:
— Talvez Lady Saidh e Murine deveriam esperar aqui. Elas são damas solteiras. Não é apropriado...
— Oh, ao inferno com isso. Disse Saidh imediatamente.
— Eu não viajei de tão longe para sentar no solar enquanto Joan labuta em outra sala.
Joan riu com a aspereza de sua amiga e permitiu-lhe ajudá-la a levantar.
— Venha então. Disse ela com um suspiro.
— Acho que tia Annabel está certa. Devemos ir para o quarto enquanto eu ainda posso. Ficar de pé tinha ficado mais e mais difícil quanto mais seu estômago crescia, mas se levantar desta vez seria impossível se Saidh não tivesse pego um braço e sua tia o outro para ajuda-la a ficar de pé. Sem fôlego e ofegante quando ficou de pé, Joan olhou em volta e parou quando notou Murine esparramada no chão.
— Essa moça precisa comer mais. Saidh resmungou com um suspiro quando seguiu o olhar de Joan para a mulher derrubada.
— Vou mandar uma das empregadas de volta para ajudá-la, assim que você seja posta na cama. Lady Sinclair disse com um aceno de cabeça.
— Venha comigo.
— Sim. Joan murmurou, ansiosa para chegar ao outro quarto antes de outra contração atingir. Ela mal tinha se impedido de gritar esta última vez, e temia que uma vez que soltasse, não fosse capaz de parar. Joan não queria ficar gritando a plenos pulmões no patamar. Cam ouviria e saberia que tinha começado. Quanto mais tempo pudesse impedi-lo de se preocupar, melhor. Se tivesse sorte, ele não teria que saber até que terminasse e ela estaria, esperançosamente, apresentando-o com seu novo bebê. Por outro lado, se não sobrevivesse... bem, ela não queria que tivesse que assistir isso. Ela amava muito o homem.
— Basta caminhar devagar. Annabel aconselhou quando começaram a acompanhá-la até a porta.
— Podemos parar se você precisar. Não há pressa.
Joan assentiu, mas ainda estava determinada a chegar ao quarto antes de outra contração atingir, e se encontrar forçando o agarre que as duas mulheres tinham em seus braços. Elas estavam no corredor e a meio caminho do quarto quando a próxima contração atingiu. Joan parou de andar de imediato, suas mãos instintivamente alcançando seu estômago. Ela não sabia se era porque estava de pé ou não, mas parecia que alguém estava chutando sua frente, suas costas e suas vísceras ao mesmo tempo e ela cambaleou, caindo de joelhos antes que Annabel e Saidh pudessem impedi-la. Foi quando sua bolsa estourou.
— O que aconteceu? Saidh perguntou com alarme quando o líquido fez uma poça no chão de madeira em torno de Joan.
— Essa é a água em que o bebê cresce. Annabel disse com calma e assegurou-lhe:
— Não se preocupe. É normal. Tem que sair de modo que o bêbe possa.
— Oh.
Esse grito fraco chamou a atenção delas a tempo de ver Murine caindo no chão no exterior da porta do solar. Parecia que ela recuperou-se... brevemente.
— Honestamente, um dia desses ela vai bater a cabeça tão forte quando cair que não vai mais levantar. Saidh resmungou com um aceno de cabeça.
— Ela realmente precisa usar algum tipo de capa acolchoada que cubra toda sua cabeça. Talvez eu deveria fazer uma pra ela. Acrescentou pensativa.
— Eu ajudo. Disse Joan com uma risada de dor.
— Sim, bem, possivelmente poderíamos passar por isso primeiro. Sua tia sugeriu, ajoelhando-se ao seu lado.
— Você ainda pode andar ou devo chamar Cam para vir carregá-la?
— Não! Não diga a Cam.
Lady Sinclair fez uma careta.
— Ele deveria saber. É o filho dele.
— Sim, e ele vai saber quando acabar, mas não o terei se preocupando nesse meio tempo. Disse Joan imediatamente.
— Mas se você precisar de ajuda para chegar ao quarto teremos de chamá-lo. Disse Annabel desculpando-se.
— Eu posso andar. Joan disse com determinação e começou a ficar de pé bem quando outra contração atingiu. Esta veio forte e rápida, e inesperadamente, arrancou um grito assustado de Joan antes que pudesse detê-lo. O que causou uma comoção imediata entre os homens sentados nas mesas de cavalete no grande salão abaixo.
— O que está acontecendo? Cam gritou.
— Joan?
— Está tudo bem! Lady Sinclair respondeu rapidamente
— Joan está... Ela fez uma pausa quando Joan pegou o braço dela e apertou, então suspirou e terminou:
— Lady Murine desmaiou novamente.
— Mas eu ouvi Joan gritar. Cam respondeu, soando mais perto. Ele estava subindo as escadas.
— Pare ele. Joan sibilou entre os dentes.
— Ela gritou porque Murine derrubou a bebida quando caiu, derramando tudo sobre o vestido de Joan. Lady Sinclair mentiu.
— Volte para o que estavam fazendo. Estamos bem aqui.
Houve uma pausa e então os homens começaram a discutir a pobre Murine e seu desmaio constante, suas vozes arrefecendo enquanto se dirigiam de volta para baixo.
Joan fechou os olhos com alívio, tanto que Cam não se preocuparia, quanto que a contração tinha terminado.
— Obrigado. Ela sussurrou, conseguindo um sorriso para sua sogra, e então em uma explosão de gratidão disse:
— Eu acho que devo ser a mais sortuda das mulheres. Tenho o mais maravilhoso marido, uma linda casa, amigos incríveis e uma família amorosa. Ela apertou o braço de Lady Sinclair novamente e sorriu.
— Se eu morrer no parto, certamente não posso reclamar que Deus não me presenteou com muito primeiro. Incluindo uma mulher boa e amável como sogra. Ela acrescentou solenemente:
— Obrigado, Lady Sinclair. Você foi um anjo, ensinando-me como administrar Sinclair neste último ano, e fazendo-o com a paciência de um santo.
— Não me agradeça, querida, o prazer foi meu. Lady Sinclair disse, abraçando-a. Então, afastando as lágrimas que tinham brotado em seus olhos, acrescentou com firmeza:
— Mas nada de falar de morte. Você não vai morrer, não pode. Cam nunca me perdoaria e eu nunca me perdoaria.
— Não seja tola, mesmo se eu não sobreviver ao parto, não será culpa sua. Você não tem nada pelo qual se sentir culpada. Disse Joan, e baixou a cabeça quando outra contração começou.
— Bearnas? Annabel disse, incerta.
— O que você fez?
Lutando com a dor aumentando nela, Joan ergueu a cabeça para olhar sua sogra, franzindo a testa quando notou a expressão de culpa no rosto de Lady Sinclair.
A mãe de Cam hesitou, mas depois soltou:
— Minha empregada descobriu com Jinny sobre a semente de cenoura selvagem e eu a fiz trocar por...
— Sua vadia intrometida! Joan ficou tão chocada quanto todo mundo quando gritou isso. Foi uma combinação de traição e a dor subitamente rasgando-a que impulsionou isso, e então estava muito consumida com a agonia esmagando-a para prestar muita atenção quando Annabel deu um tapinha no braço de Lady Sinclair e tentou acalmá-la.
— Joan não quis dizer isso. Ela está apenas com dor.
— Sim. Lady Sinclair suspirou.
— Mas ela está certa. Eu sou uma intrometida velha... er... mulher, e se ela morrer eu nunca vou me perdoar.
— Eu sabia!
Joan abriu os olhos num piscar com alarme e xingou um tanto continuadamente quando viu Cam sair das escadas e correr em direção a elas.
— Você está tendo o bebê!
— Bem, você não precisa soar tão acusador. Não é como se eu me esgueirasse pelas suas costas e ficasse grávida sem você. Você ajudou a fazê-lo. — Joan retrucou, dor e frustração deixando-a irritada.
— Ela não quis vociferar, Cam. Sua tia disse imediatamente, se virando para afagar o braço dele agora.
— Ela só está com dor. Você não deve prestar atenção a qualquer coisa que ela diga.
— Tia Annabel. Joan começou, e então gritou com surpresa quando Cam pegou-a e começou rapidamente a percorrer o corredor.
— Se você vai gritar com a gente e nos chamar de nomes, vai fazê-lo da nossa cama. Cam disse, soando ele mesmo um pouco resmungão.
— Isso é perfeitamente normal, Cam. Annabel disse tranquilizadoramente enquanto corria atrás deles.
— Sim. Você devia ter ouvido do que Annabel me chamou quando estava dando à luz Payton. Disse Ross MacKay, aparecendo no topo das escadas. Enquanto Cam passava com ela no colo, o homem apertou os lábios e acrescentou:
— E Annella. E Kenna também, pensando nisso. Ele balançou a cabeça. — Minha doce e pequena Annabel gritou como a esposa de um peixeiro e amaldiçoou como um guerreiro.
— Obrigado, marido. Annabel estalou, parecendo envergonhada enquanto seguia nos calcanhares de Cam.
— Por que você e os outros homens não descem e esperam? E levam Cam consigo.
— Eu não vou a lugar nenhum. Cam anunciou com firmeza, prosseguindo pelo corredor.
— Bem, se precisar de uma pausa, seu pai e eu estaremos no solar. Ross anunciou.
— Com uísque beatha. Artair Sinclair acrescentou, um jarro na mão quando chegou ao topo da escada.
— Bem pensado. Disse Saidh, pegando o jarro dele quando passou. Sorrindo, ela acrescentou:
— Isso irá ajudar Joan com a dor, tenho certeza.
— Droga. Artair resmungou e então virou-se para olhar abaixo e berrou: — Traga mais uísque beatha, Aiden. Aquela atrevida moça Buchanan roubou o nosso.
Joan ouviu Saidh rir com as palavras enquanto Cam carregava-a para o quarto deles e a colocava na cama.
No momento em que a soltou, ele começou a recolher peles e travesseiros e empilhá-los atrás dela. Então sentou-se ao lado da cama e tomou-lhe as mãos.
Joan viu sua expressão e franziu a testa. Ele estava olhando-a como se pudesse ser a última vez que o faria. Suspirando, ela se virou para Saidh, um riso sem fôlego deslizando de seus lábios quando a viu vertendo um pouco de uísque beatha em um cálice e mandando-o goela a baixo.
— Eu pensei que isso era para mim.
Saidh baixou a taça e olhou-a com surpresa.
— Você queria um pouco?
Joan revirou os olhos e disse secamente:
— Não pode machucar.
Saidh assentiu e olhou em volta, depois se moveu à mesa perto da lareira onde outra taça estava. Joan a viu começar a verter o líquido, mas então foi atingida por outra contração e baixou a cabeça, olhando para as mãos deles entrelaçadas enquanto tentava se concentrar na respiração até que a dor passou.
— Aperte minha mão se precisar. Cam disse baixinho.
— Pode ajudar.
Joan forçou um sorriso e abriu a boca para assegurar-lhe que estava bem, mas em vez disso um longo, alto grito saiu.
Saidh paralisou ao ouvir o som e encarou-a com os olhos arregalados, então levantou a taça à boca para mandar um gole para baixo.
— Me dê isso. Isso é pra Joan. Lady Sinclair estalou com exasperação. Tomando a bebida de Saidh, moveu-se para o lado da cama, mas depois simplesmente ficou lá e olhou, impotente, Joan gritar. Quando a contração terminou e ela finalmente parou de gritar, Lady Sinclair estendeu a taça, mas Joan apenas balançou a cabeça e caiu contra o ombro de Cam, ofegante.
Lady Sinclair hesitou, mas então levantou a taça à boca e mandou para baixo o conteúdo em grandes goles.
— Onde está a minha tia? Joan perguntou cansada quando de repente percebeu que ela não estava lá.
— Ela disse que estava indo pegar seus produtos medicinais e fazer sua empregada buscar alguns itens. Lady Sinclair disse, olhando para o copo vazio com uma carranca, em seguida o derrubou com surpresa quando Joan começou a gritar de novo quando outra contração a atingiu.
— O que posso fazer? Perguntou Cam, o pânico no rosto.
Joan sacudiu a cabeça, mas depois puxou as mãos das dele e agarrou sua camisa e plaid para puxar-se para a posição vertical.
— O que está fazendo? Ele perguntou com surpresa.
— O que precisa?
O que precisava era ficar de joelhos, ou se agachar. Ela estava empurrando, mas isso era mais difícil de fazer ao encontrar-se deitada e seu corpo querendo se agachar.
— Tire isso de mim. Ela suspirou, puxando o vestido.
Cam imediatamente a ajudou a retirá-lo, deixando-a de joelhos em nada além da túnica.
— Ajude-me. Ela resmungou, agarrando seus ombros para mudar de posição.
Cam a olhou com os olhos arregalados quando ela se mudou para uma posição agachada na cama em frente a ele.
— Você deveria estar fazendo isso?
— Olhe o bebê. Joan engasgou.
— Olhar? Ele ecoou brevemente e então olhou para baixo com perplexidade.
— O que eu...?
Joan interrompeu-o com um longo meio grunhido, meio grito quando outra contração a atingiu e ela abaixou. A dor aumentou a um nível inacreditável desta vez e parecia que ela estava sendo dilacerada, e então, de repente, terminou, ou ao menos caiu para algo que era quase inexistente em comparação.
— Que inferno. Eu o peguei. — Cam murmurou, e ela olhou para baixo para ver que ele segurava seu filho em suas mãos e que era realmente um menino.
— Que inferno! Eu perdi!
Joan olhou ao redor para ver que Annabel havia retornado e tinha surgido brevemente na porta, vários criados atrás dela transportando água, lençóis e vários outros itens.
— Nada disso. Joan apontou secamente e sua tia balançou a cabeça, e depois correu para a frente, latindo ordens.
— Ele é perfeito. Cam suspirou, estendendo a mão para escovar a bochecha de seu filho com um dedo calejado.
Joan deu um sorriso cansado. Sua tia tinha chutado Cam para fora para o resto da atividade, e para sua surpresa ele foi de bom grado. Bem, talvez ela não tivesse ficado tão surpresa. O parto era um negócio sujo e ele esteve um tanto esverdeado em torno das brânquias no momento. Agora, porém, tudo acabara. Seu filho estava limpo e envolto em panos, ela havia expulsado a placenta, foi limpa e colocou uma túnica limpa e agora estava sentada em uma cadeira perto do fogo enquanto as mulheres trocavam a roupa de cama. Só então sua tia decidiu que Cam poderia retornar.
— Sim, ele é perfeito. Joan concordou, olhando o doce rosto do bebê em seus braços.
— A cama está pronta se quiser se deitar novamente. Lady Sinclair disse baixinho, movendo-se para ficar ao lado da cadeira em que Joan se sentou. Olhando para seu primeiro neto, ela sorriu suavemente e sussurrou:
— Ele é lindo. Sabe qual nome vai dar a ele?
Quando Joan olhou para Cam, ele sacudiu a cabeça.
— A escolha é sua. Você fez todo o trabalho.
Joan hesitou, e depois encontrou os olhos de sua sogra.
— Bearnard. Disse ela calmamente.
— Em honra da dama responsável por ele estar aqui. Obrigado, acrescentou solenemente, e depois se apressou, desculpando-se:
— E sinto muito por ter te chamado de vadia intrometida mais cedo. Minha tia estava certa, eu realmente não queria dizer isso. Sem você, não teríamos Bearnard.
— Oh, minha querida menina. Lady Sinclair gritou, inclinando-se para abraçar ambos ela e o bebê.
— Não há necessidade de se desculpar, e por favor não me agradeça. Eu nunca deveria ter interferido e estou tão aliviada que tudo deu certo. Poderia facilmente ter ido por outro lado e então eu teria perdido alguém que passei a amar ternamente.
Cam franziu a testa de uma para a outra quando Lady Sinclair se endireitou.
— Do que vocês duas estão falando?
— Nada. Joan disse rapidamente, sabendo que ele ficaria furioso se descobrisse como sua mãe tinha interferido. Ela lhe diria, eventualmente, é claro. Mas não até que ele superasse o medo pelo qual ambos tinham acabado de passar. Ela suspeitava que não levaria muito tempo, mas não quis arriscar agora, quando tudo estava tão perfeito.
— Obrigada, querida. Lady Sinclair beijou sua bochecha, e depois olhou para o bebê novamente e se admirou:
— Ele parece tanto com Campbell quando ele era um recém nascido.
— Você gostaria de segurá-lo? Perguntou Joan.
— Por favor. Lady Sinclair disse ansiosamente e cuidadosamente o pegou dela. Ela olhou para ele e balbuciou suavemente, depois olhou para cima para perguntar:
— Posso levá-lo ao solar para os homens verem ele?
— Sim, é claro. Disse Joan imediatamente.
Concordando, Lady Sinclair rapidamente saiu do quarto, levando Bearnard com ela e Joan sorriu levemente, e depois engasgou quando Cam de repente se levantou e pegou-a nos braços.
— Pra cama contigo. Disse ele carregando-a ao outro lado do quarto. Em vez de deitá-la na cama, porém, ele se acomodou nela com ela no colo, então puxou os lençóis e peles para cobrir os dois, murmurando:
— Você deve estar exausta.
— Temo que estou. Joan admitiu ironicamente, então inclinou a cabeça para trás para sorrir para ele.
— Exausta, mas feliz. Nós sobrevivemos ao parto. Ressaltou.
— Graças a Deus. Cam suspirou, inclinando a testa contra a dela e fechando os olhos.
— Não vamos fazer isso de novo. Um bebê é suficiente.
— Oh, eu não sei. Joan murmurou.
— Não foi tão ruim assim.
Cam se inclinou para trás e olhou-a como se ela fosse louca.
— Você estava gritando a plenos pulmões, mulher.
— Bem, doía. Mas valeu a pena. Disse ela com um sorriso, e depois acrescentou:
— E eu estava pensando que uma irmãzinha para Bearnard seria legal.
Cam a olhou em silêncio por um minuto, e então disse:
— Uma irmãzinha, hmm?
— Uma linda menininha que amaria o pai tanto quanto eu. Acrescentou.
Ele deu um sorriso torto.
— Aposto que você era uma linda bebê.
— E talvez possamos chamá-la de Maggie em homenagem a minha mãe. Ela acrescentou suavemente.
— Sim, talvez possamos. Disse Cam e beijou-a.
Joan beijou-o ansiosamente de volta. Eles não poderiam fazer muito mais do que isso, por agora, mas ela estava contente. Ela tinha sobrevivido ao parto, teve um belo filho que tinha todos os dedos das mãos e dos pés, e um dia ele teria irmãos e irmãs para se juntar a ele. Ela mal podia acreditar como sua vida havia mudado. Ela realmente era a mais sortuda das mulheres.
Notas
[1] Um porrete com espinhos metálicos na ponta.
[2] Aproximadamente 16,5 metros.
[3] Aproximadamente 4,5 metros.
[4] A melhor e mais importante, ou excitante, parte de algo.
[5] Auge do Sol, meio-dia.
[6] Quinze pés é aproximadamente 4,5 metros.
[7] Vinte e cinco pés é aproximadamente 7,6 metros.
[8] Um pouco mais de 18 metros.
[9] Applemoyse no original, sem tradução específica. É uma sobremesa feita de maçã cozida, a polpa é peneirada e aromatizada com açafrão ou outras especiarías.
Lynsay Sands
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