-Saia do carro e separe as pernas.
Blair esteve por um tempo dando golpes no volante de couro, com as unhas recém feitas e olhando para frente, enquanto contava até dez antes de olhar pela janela e se inteirar da presença de Rand McKay. De nenhuma maneira ia obedecer a sua ridícula ordem. Já era bastante mal que a tivesse detido naquele caminho deserto, com as sirenes soando, quando já ia com atraso para comer com Abby e Callie, mas dizer que saísse do carro e separasse as pernas como se fosse uma delinqüente vulgar? Que lhe beijasse o traseiro.
Não, espera. Provavelmente adoraria aquilo, e Blair não estava disposta a fazer nada com o que Rand pudesse desfrutar.
-Suma Rand. Vou chegar tarde para um encontro.
Pelo canto do olho viu que o Ray-Ban deslizava lentamente pelo nariz, longo e reto, revelando a expressão de seus acerados olhos cinza e a firmeza de seus lábios perfeitos. Não ia deixar que a afetasse. Por muito que seus condenados mamilos se endurecessem, não ia deixar que a afetasse!
-Pode ser que interprete mal o som da sirene que estava soando atrás de seu traseiro a três quilômetros, senhorita Newcastle. Significa que se detenha no acostamento e saia do maldito carro. Agora.
Senhorita Newcastle. Conhecia a Rand McKay desde a escola primária, muito antes que se convertesse no xerife de Silverwood, e somente a chamava de senhorita Newcastle quando queria tirá-la do sério.
Aquilo dava resultado. Estava verdadeiramente aborrecida. Tirou os óculos de sol e o olhou negando-se a tirar o cinto de segurança.
-Mande a multa, já conhece o endereço.
Ele inclinou e apoiou seus musculosos e bronzeados antebraços na porta.
-Saia do condenado carro agora mesmo, Blair, ou terei que tirá-la. E se tenho que fazer isso, vou revistá-la, desnudá-la, aqui mesmo, na estrada.
-Não se atreveria
-Coloca-me a prova.
Com um suspiro de fatigação, apertou o botão que liberava o cinto de segurança e logo abriu a porta bruscamente, com a esperança de dar um golpe em Rand no traseiro. Mas, ele afastou sem problemas e esperou que saísse do Mercedes. Ela fechou com força a porta do carro e cruzou os braços.
-O que demônios acontece? – perguntou dando golpes o sapato no chão.
Não podia ver-lhe os olhos através do espelho dos óculos escuros, mas seu sorriso brincalhão disse tudo o que precisava saber.
-Estava em excesso de velocidade.
-Não.
-Ia a oitenta e cinco em uma zona com limite de sessenta é ir com excesso de velocidade, Blair.
-Bom, pois me dê uma multa e me deixe ir.
-Vou ter que ver sua habilitação e comprovar o seguro.
-Pelo amor de Deus! Sabe meus dados de memória. – Ele sabia tudo que envolvia a ela, incluindo seu endereço e o número da habilitação. Conheciam-se toda a vida. Brigavam desde o colégio. Ela conhecia Rand McKay melhor que a qualquer outro homem. Era o homem mais irritante que tinha conhecido em sua vida. Meteu a mão na janela aberta do carro, pegou a bolsa e procurou a identificação.
-Leva uma pistola na bolsa Blair?
-Sabe perfeitamente que sim
-Deixa a bolsa, dê a volta e apóia as mãos no teto do carro.
Ela levantou uma sobrancelha.
-Fala sério?
-Faz o que digo. Já.
-Rand sabe muito bem que tenho uma...
-Faça-o.
Estava com um humor de cão e em condições normais ela resistiria, mas hoje parecia estar brincando de policial, e se ficasse ali, discutindo com ele, não ia chegar para comer. Tratava de um jogo. Já o tinham jogado antes. Se deixasse que saísse com a sua, e que há incomodasse um pouco, poderia continuar seu caminho. Deu a volta e apoiou as mãos no teto do carro.
-Separa as pernas.
Isso era exatamente o mesmo que tinha dito ao pará-la. Somente que então ela pensou que estava brincando.
-Por Deus Rand, isso não é divertido.
-Vou ter que revistá-la para ver se esconde algo.
Ela o fulminou com o olhar.
-Olhou para o que estou vestindo? É muito difícil esconder algo. – Com o calor do verão o único que suportava levar era uma saia curta de seda e uma blusa. Se não tivesse ficado de tomar uns drinques com Blair e com Callie, nem sequer usaria sutiã.
-Dê a volta, olhando o carro.
Separou as pernas com o pé e se colocou em suas costas, obrigando-a a grudar ao carro com a proximidade de seu corpo. Ela aspirou o cheiro picante que desprendia, cujo poder se via incrementando pelo calor da tarde. Que tinha aquele homem que a enfurecia e a excitava tanto ao mesmo tempo?
-Vou dar parte de você aos seus superiores. – protestou ela
-Faça-o.
Começou pelos pulsos, passou as mãos pelos braços desnudos e pelos ombros, logo começou a baixar. Não tinha por que tocá-la ali, maldição. A pele arrepiou quando roçou os dedos na parte superior do peito.
-Tenha cuidado. – advertiu-lhe
-Oh, estou tendo muito cuidado.
Tateou os seios. O simples sutiã de seda não bastava para esconder o endurecimento crescente de seus traidores mamilos, nem a impaciência com que se inchavam os seios em suas mãos.
-Isso não é revistar.
-Somente me asseguro de que não leva nada escondido no sutiã
-Sim eu levo. Meus seios. Agora os deixe em paz!
Seu ar quente chocou contra sua nuca sem aliviar em absoluto o suor.
-Não parecem querer que os deixe em paz. – Para demonstrar passou os polegares nos mamilos. Ela conteve o gemido que estava desejando escapar de sua garganta. Deus, esse homem tinha umas mãos potentes! E levavam sem tocá-la desde... Fazia muito tempo. Palpitou o clitóris, umedeceu o sexo e a calcinha grudou na pele.
Desejava sexo. Mas não desejava Rand. Não senhor!
-Terminou já? – perguntou apertando os dentes.
-Não tudo.
Pensava fazê-lo pagar de alguma maneira, por obrigá-la a fazer caso omisso das necessidades de seu corpo. Com qualquer outro homem, a essas alturas já o teria rodeado com as pernas e teria seu membro dentro dela. Mas, jamais dormiria com Rand McKay. Nem que fosse o último homem sobre a terra e ela estivesse desesperadamente na seca. Preferia atirar-se aos cactos.
Ele por fim abandonou seus seios e ela respirou, mas então suas mãos, enormes e quentes, examinaram rapidamente suas costelas e deslizaram para baixo do top para tocar sua pele desnuda. Deu um estremecimento.
-Acontece algo?
-Nada. - Que a condenassem se desse a satisfação de saber que a estava afetando. Limitaria a fingir irritação e nada mais. E logo, faria que o despedissem.
Ele colocou mais o joelho entre suas pernas, enquanto que suas mãos pousavam em seus quadris. Quando a atraiu para junto de si, ela já estava farta.
-Rand. – advertiu.
Mas, sua advertência caiu em ouvidos surdos. Levantou a saia e a sentou sobre seu músculo afundado nos jeans, o tecido esfregando contra seu clitóris quente bastou para fazê-la ofegar.
-Está molhada. –sussurrou contra o ouvido
-Faz calor, estou suando. – mentiu ela.
-Papo furado. Posso sentir. Esse doce aroma é de sexo, neném, não de suor.
Imbecil. Seu membro endurecido roçou no traseiro quando a apertou com força contra os quadris. Ela respirou pelo nariz, tentando não ofegar. Estava tão excitada que cada uma das fibras de seu ser gritava que desse a volta e suplicasse que a fodesse. Justo ali, naquele instante. E aquilo era exatamente o que ele queria que fizesse. Jamais!
Ele foi subindo pouco a pouco a mão pela a perna, com as pontas dos dedos perigosamente próxima do seu sexo. Começou a esfregar parte interior da coxa, a escassos centímetros do clitóris. Com somente mover-se um pouco poderia colocar o pequeno botão palpitante em sua mão. Oh, e ele a tomaria ali mesmo. Sabia que era capaz de fazê-lo. Umas investidas e gozaria. Já estava muito perto. Excitada, dolorida e com a vagina vibrando de necessidade.
Nesse momento odiou a Rand McKay e ao excessivo poder que tinha sobre ela.
-Me solte Rand. Isso já esta indo além de uma simples revista.
-Tenho que revistar bem seu corpo Blair. Estou procurando a chave.
Ela engoliu em seco.
-Que chave?
-A que acende o seu fogo interior, Blair. Basta com que diga uma palavra e o farei. Sabe que posso. Sou o único que pode.
Massageou com os dedos o lugar onde sua calcinha se unia ao músculo, com o canto da mão a menos de um centímetro do clitóris. Os lábios inchados de seu sexo estremeceram com o contato.
-Precisa que te tome neném. – disse ele movendo seu membro endurecido contra ela – Livra-se desse famoso autocontrole Newcastle e farei com que goze como nunca em sua vida tenha gozado. Permita-se isso Blair.
Ela paralisou como se uma repentina chuva gelada tivesse começado a cair ao entardecer de agosto. Começou a afastar a mão.
-Me solte Rand.
E ele obedeceu. Afastou dela no mesmo instante e Blair alisou a saia sem fazer caso ao inferno que ardia em seu interior, nem ao clamoroso orgasmo que tinha estava a ponto de ter. O que nunca ia ter com Rand McKay. Obrigou-se a mostrar um comportamento tranqüilo e aborrecido que não sentia, deu a volta, aproximou-se alguns passos dele, e colocou o dedo no centro do amplo peito masculino.
-Intere-se disso Rand. Quer me dar uma multa por excesso de velocidade? Perfeito. Que levar aos superiores por possuir uma pistola que tenho permissão de ter? Faço-o. Mas, nunca – acentuou a palavra nunca com um golpe de dedo – jamais, volte a colocar as mãos em cima de mim.
Em vês de discutir com ela, cruzou os braços sobre o musculoso peito, e sorriu com ar de suficiência. Como se atrevia a estar tão tranqüilo quando ela estava a ponto de gozar? Se não fosse pela a excitação clara visível em seus jeans, juraria que aquele homem era tão frio como o gelo.
-Blair, quando estiver preparada para perder o controle, já sabe onde me encontrar.
-Quando anunciar as próximas olimpíadas de Inverno no inferno, o farei.
Sem se incomodar em saber sua reação, reuniu toda a dignidade perdida, entrou no carro, apertou o cinto de segurança e se foi, colocando o ar condicionado na temperatura polar. Estava tão condenadamente quente que ia queimar-se. Ardendo de raiva e de paixão não correspondida.
O odiava. O odiava com todas as suas forças. E nunca tinha desejado a um homem tanto como desejava a Rand McKay. Sempre tinha sido assim.
Rand se apoiou contra seu carro patrulha e contemplou como Blair saia a toda velocidade, queimando o asfalto. Infringindo as leis de trânsito, sem dúvida. Devia uma multa. Por outra parte, sabia exatamente onde encontrá-la. E ela sabia onde encontrar a ele. Coisa que não faria a demorar muito.
Tinha passado quinze anos vendo-a ir com um homem atrás do outro. Com três deles inclusive tinha chegado a comprometer-se, mas, nunca chegou a fazê-lo diante do altar. Ele sabia a razão. Nenhum daqueles homens podia satisfazê-la. Não se davam conta do que necessita.
Rand sabia com precisão. Pode ser que exteriormente Blair Newcastle fosse fria, serena e responsável, mas por dentro estava desesperada por um homem que se encarregasse dela e a dominasse. Ele sabia e ela também.
Entrou no carro, anunciou por rádio, a base que voltava a patrulhar e foi em direção a cidade. Seu pau também estava duro e dolorido. Deus todo poderoso, nesse momento estava quase gozando. O único que podia fazer era tirá-lo e masturbar-se junto ao acostamento, liberando a pressão de seus testículos. Levou os dedos ao nariz e inalou o cheiro doce e almiscarado de Blair que seguia presente em suas mãos. Merda. Gemeu e maldisse mentalmente a obstinada mulher. Que raios lhe passava? Quando segurou os seios, tinha os mamilos duros e a vagina úmida quando passou os dedos pela calcinha de seda. Foi uma tortura para ele não tocá-la e levá-la ao limite. Ouviu os suspiros que ela acreditava estar dissimulado e supôs que a mais leve caricia de seus dedos no clitóris, seria suficiente para fazê-la gozar. Estava pronta para experimentar um intenso orgasmo. Até que começou a lutar contra seus impulsos naturais.
Apesar de que quase não podia lutar. No geral, quando brigavam, ela o maldizia e dava uma bofetada. Contudo, nessa ocasião não. Estava excitada e a ponto de perder o controle. No entanto, negou a render-se a ele, com medo do que podia acontecer se o fizesse.
Levavam quinze malditos anos dando voltas ao redor um do outro. Não pensava a obrigar a tomar uma decisão, se queria que ele assumisse o comando, ia a ter que ser ela quem o pedisse. Até agora não o tinha feito, mas ele era um homem muito paciente. E estava certo de que ela estava a ponto de pedir. Mais cedo ou mais tarde se daria conta de que a única pessoa que a faria feliz era ele. E quando isso acontecesse estaria preparado.
Enquanto debatia mentalmente entre se abria ou não as pernas no carro e masturbava-se até chegar ao orgasmo ali mesmo, no caminho de acesso a casa de Callie, Blair maldisse mentalmente Rand McKay milhares de vezes, desligou o motor soltando uma maldição e deixou cair às chaves na bolsa. Estúpida. Seu corpo, todavia vibrava por seu contato e sua forma de sussurrar promessas no ouvido, com sua voz profunda e rouca, atraindo-a rumo a um orgasmo ao qual ela estava desejando chegar em suas mãos.
Nunca. Nunca, nunca, nunca. Quando cedesse ao poder de um homem, nunca mais seria ela a responsável de seu próprio destino. E Rand era um macho alfa até a medula, do tipo que não pararia até tirar seu controle e pisotear sua liberdade. Não se parecia em nada com os homens com que saia. Em nada. Ela escolhia os homens que podia manejar. Deixou de pensar em Rand e dirigiu-se a porta aberta da modesta casinha de Callie, anunciando sua chegada.
-Estou aqui!
-Chegou tarde. – exclamou Callie da cozinha
-Eu sei! – sorriu e entrou na cozinha, encantada ao ver o sorriso de Abby, que se encontrava apoiada em cima do balcão. Envolveu-a em seus braços e lhe deu um forte abraço – Parece que sobreviveu ao seu fim de semana selvagem.
-Acredito que sim. – disse Callie – Está sorrindo assim desde que chegou, mas não soltou nadinha.
-Eh! Não tenho culpa de que Blair tenha chegado tarde.
-Culpada. – disse Blair afastando uma cadeira. Aceitou um dos chás que Callie ofereceu e bebeu um longo gole do frio líquido, com a esperança de que apagasse o fogo que ardia em seu interior – Mas, não foi minha culpa. Me... detiveram quando estava no caminho.
Callie levantou sua sobrancelha preta.
-De verdade?
-Sim. Rand McKay esteve me dando à bunda.
-Oh. Espero que no bom sentido. – disse Abby movendo as sobrancelhas.
-Não, dando a bunda de sua maneira habitual, tão incômoda como sempre.
Abby e Callie trocaram um olhar entendido.
-Deixa de olhar assim. E nem comece com Rand e comigo. Sabe perfeitamente que não tenho nenhum interesse nele. É como um irmão chato.
Callie resmungou.
-Sim, certo. A mim não parece isso.
-Não estamos aqui para falar de mim. Quero saber tudo sobre o fim de semana louco de Abby, com Mike e Seth. Que tal esteve?
O rosto de Abby se cobriu com um adorável rubor.
-Foi... Genial.
Callie gritou.
-Sabia.
Blair assentiu.
-E eu. De todo modo, detalhes mulher, detalhes! No clube, os dois estavam babando por você e te vimos no terraço com eles. Que mulher não teria múltiplos orgasmos recebendo as atenções de dois homens?
Abby apoiou os cotovelos em cima e escondeu o rosto entre as mãos.
-Sou quase incapaz de pensar nele agora sem enrijecer. Nem sequer posso descrevê-lo, basta dizer que se cumpriu cada uma das fantasias que tive na vida e algumas mais. Eles foram incríveis.
Blair pôs sua mão sobre a de Abby.
-Bom, já era hora de que se deixasse levar.
Abby baixou os cílios e juntou as mãos.
-Aquilo foi mais que simplesmente sexo Blair. Muito mais.
-Tem mais? Vamos meninas, solta tudo. – exigiu Callie.
Quando Abby voltou a olhá-las, seus olhos estavam cheio de lágrimas.
-Me apaixonei.
-Está brincando. – disse Blair.
-Não.
Abby as pôs a par do que aconteceu durante o fim de semana e os dias posteriores. Contou tudo, inclusive suas reações ao estar com Mike e Seth separados, e seu encontro com Chad no cassino. Quando terminou as coisas tiveram sentido para Blair.
-Claro que está apaixonada. Seth é o homem ideal para você, mas Mike não. Mike é sexualmente irresistível, é bom para divertir-se, mas não para manter uma relação. Seth é com quem deveria ter estado desde o começo, mas em troca acabou com Chad, esse mentiroso, trambiqueiro e filho de uma cadela.
-Ah carinho! Fico feliz por você. – Callie cruzou a sala e abraçou a Abby.
Blair inclusive teve que piscar para evitar derramar algumas lágrimas. Bom, francamente, estava emocionada por Abby. E bastante ciumenta de que a aposta para ter um pouco de sexo tivesse se convertido em uma relação amorosa para uma de suas melhores amigas.
Logo passaram a tarde celebrando o amor recém descoberto de Abby, enquanto ela lhe contava o que ia fazer agora, quero dizer, pedir licença, e começar uma nova carreira como veterinária ao mesmo tempo em que prosseguia sua relação com Seth. Quando voltaram para a sala de Callie, Blair já estava relaxada, assim apoiou os pés sobre a mesa de madeira e uniu os braços atrás de sua cabeça.
-Bom Blair parece que chegou sua vez.
Olhou a Abby que estava sentada sobre seus pés na cadeira.
-A vez de que?
-A aposta
Blair ergueu uma sobrancelha
-Ah sim?
-Grande idéia. E tenho exatamente o homem indicado para você. – disse Callie
Agora sim que estavam falando de um assunto que a interessava. Não podia imaginar a quem teria em mente para ela, Callie e Abby.
-Quem?
-Rand McKay. – respondeu Callie com uma risada satisfeita.
-Rand é perfeito. – acrescentou Abby.
-Muito engraçadas. – Blair estirou e dobrou os dedos dos pés – Pois, não acho o mesmo.
-A menos que esteja enganada senhorita Newcastle, foi você quem teve a idéia da aposta e quem pôs as regras. – disse Abby – E uma dessas regras é que nós, e não você, escolheríamos a quem ia ter que dormir.
Incorporou-se e as olhou boquiaberta.
-Estão falando sério de verdade?
-Completamente. – respondeu Callie.
-Acreditei que eram minhas amigas.
-O somos.
Abby girou os olhos.
-Não estamos fazendo nada. Simplesmente escolhemos o homem com o qual acreditamos que deveria ter seu festival de sexo de fim de semana.
Isso era incrível. Não podia fazê-lo. Com Rand não. Qualquer um, exceto Rand. Contraiu o estômago ao pensá-lo.
-Pois renuncio a aposta.
Callie ficou de boca aberta.
-Blair Newcastle, em todo esse tempo que nos conhecemos, nunca deu para trás em uma aposta. É tão covarde?
Foda! Callie tinha razão, nunca, jamais, tinha renunciado a uma aposta. Mas, tratava-se de Rand pelo amor de Deus. Como ia poder aceitar as regras? Por que lhe faziam isso, sabendo o que sentia por ele?
-Blair. – disse Abby – Pode ser que acredite que tem um escuro segredo, mas para nos não é assim.
A Blair dilatou os olhos. Era impossível que soubessem!
-De que está falando?
-De Rand McKay. Leva ardendo por ele desde o colégio. É evidente para qualquer um que conheça os dois.
-Não é verdade. – E, além disso, não era seu segredo. Não era isso o que a mantinha longe de Rand. Não tinham nem idéia do que estavam pedindo.
-Sim é verdade. – disse Callie – Se olham como dois animais no cio. Carinho estão destinados a estar juntos. A única coisa que nós estamos fazendo é dar um empurrão na direção correta.
-Sobre tudo por que, por alguma razão, que não conseguimos entender, nem Callie e nem eu, é teimosa demais para dar esse passo. – acrescentou Abby.
-O destino não tem nada a ver com o motivo pelo qual Rand e eu não estamos juntos. Não estamos juntos, por que decidi não estar com ele.
-A deseja. – disse Abby
-Esse é seu maldito problema.
-Esse fim de semana não. – respondeu Callie começando a rir – Esse fim de semana vai ter, uma e outra e outra.
-Isso não tem graça, foda! – Levantou do sofá e foi olhar pela janela, em direção ao lugar onde estava estacionado seu carro na entrada. O carro em que ele a tinha apoiado, enquanto Rand manuseava seu corpo, acendendo todos os seus sentidos. Permitia a ele que a tocasse e perderia o controle. Ele o arrebataria e a dominaria. Não podia permitir. Se o fizesse nunca voltaria a recuperá-lo.
Apesar de que pensando bem, realmente tinha que renunciar ao controle? Era uma expert em manejar os homens com o dedo. Levava anos fazendo-o e se dava condenadamente bem. Podia colocar em prática as artimanhas com Rand, estava certa de que ele terminaria arrastando-se. Surpreenderia-se tanto que ela estivesse disposta a abrir as pernas para ele, que nem sequer se daria conta de que ela não lhe dava nada do que não estava disposta a dar. Lambuzar-se-ia em sua vagina, tão feliz por ter o que ela não lhe permitiu depois de tanto anos que não daria tempo para compreender que era ela quem controlava a situação, era ela quem mandava. Pensaria que era ele quem levava o comando.
Quando por fim se desse conta, ela já teria cumprido com as condições da aposta, teria fundido o cérebro e continuaria com sua vida. Assunto encerrado. Seu coração estaria a salvo. Afastou-se da janela e olhou a suas traidoras amigas com um sorriso astuto.
-É verdade. Têm toda a razão. Já é hora de que me lance em cima de Rand McKay e goze.
-Isso quer dizer que vai fazer? – perguntou Callie – Vai atirar-se a Rand depois de tantos anos?
-Sim o farei. Dormirei com Rand McKay.
Blair sentou-se em sua mesa e começou a dar golpezinhos com as unhas na mesa, com a vista virada para a janela e pensando em seu enorme engano. Como foi capaz de colocar condições cujo resultado era que se via obrigada a seduzir Rand McKay? E não é que fosse um grande esforço para ela lançar-se a arena da sedução. Ele estava pronto para ela e como lhe tinha dito no dia anterior, o único que tinha que fazer era dizer e ele se ocuparia dela.
Imbecil arrogante. Não era dela isso de prostrar-se diante de um homem. Ela era a rainha do gelo, maldição, uma imagem de si mesma que tinha feito ao longo dos anos: intocável, indomável, perversa e impossível de controlar. Tinha reputação de devoradora de homens, de ser quem levava as rédeas. Todas as mulheres a invejavam. Todos os homens a temiam.
Todos exceto Rand, que nunca engoliu sua atuação.
Por que isso era o que era. Uma atuação. E ele o sabia condenadamente bem.
Idiota. Não entendia como o sabia, mas assim era. Por isso se havia se mantido afastada dele todos esses anos. Os demais homens caiam rendidos diante dela para adorá-la e para que fizesse o que quisesse com eles. Somente tinha que estalar os dedos e tinha o mundo aos seus pés. Os homens andariam fazendo um pino se ela o pedisse. Com alguns esteve a ponto de casar-se. Eram realmente agradáveis. Simpáticos, doces e seguros. De verdade tentou chegar até o altar com eles. Até que recobrava a sensatez e dava-se conta do muito que ia se aborrecer. Ainda quando somente escolhia homens a quem pudesse controlar, sabia que nunca seria feliz com alguém assim.
Uma rua sem saída. Estava perdida tanto se o fizesse ou não.
Em todo caso, quem precisava casar? Podia escolher a qualquer homem de Silverwood. Tinha bebido, jantado e se enrolado com muitos deles e, apesar de abandonar a todos, os deixou com um sorriso no rosto e a carinhosa lembrança do melhor sexo de que tinham desfrutado em suas vidas. E, sem sofrimento, algum de sua parte. Pode ser que de vez em quando se sentisse sozinha. Muitas mulheres passavam a vida sozinha. Estava acostumada a fazer as coisas a sua maneira e não ia mudar a essa altura. Provavelmente o melhor era que permanecesse sozinha e sem ataduras. E completamente responsável por sua vida.
E agora tinha que passar um fim de semana com um homem ao qual não podia dar ordens. Sua mente lógica e controladora tinha medo e seu corpo não podia parar quieto diante da perspectiva.
Traidor.
Além disso, como ia fazê-lo? Nem podia, nem queria aproximar-se dele e por seu destino em suas mãos. Absolutamente não, ia apreciar muito. Negava a dar o controle em uma bandeja de prata. Tinha que ser algo mais sutil, uma coisa difícil, por que a sutileza não era exatamente seu método habitual de atuar.
Conhecia-a por dentro e por fora, de modo que teria que surpreendê-lo. Uma donzela em apuros! Isso. Dado que Blair seria a última mulher sobre a Terra disposta a jogar esse jogo, levaria uma grande surpresa quando ela terminasse com ele. Cairia a máscara, e coçaria a cabeça, tentando saber o que aconteceu. Para, quando o tivesse no chão com os jeans baixos, já seria tarde demais. Ele cederia e ela teria o controle da situação. Estaria tão condenadamente contente por ter o pau em sua vagina, que não se importaria como tinha chegado ali. Ela ganharia, ele perderia e cumpriria as condições da aposta.
De acordo, pensar em dormir com Rand a excitava e prometia sexo selvagem. Os homens com os quais tinha dormido no passar dos últimos quinze anos não tinham acendido precisamente sua paixão. Apenas foram à cintilação da vela, de verdade. Qualquer satisfação sexual provinha de sua própria mão ou depois de dar ao homem em questão instruções detalhadas e o itinerário rumo a sua vagina. Ainda assim, nove de cada dez, seguiam sem dar com ele.
Estava disposta a apostar que Rand sabia encontrar o ponto de uma mulher. Com os olhos vendados e as mãos atadas nas costas. Contraíram os mamilos ao lembrar-se de suas mãos segurando os seios e seus dedos roçando os tensos botões com uma caricia expert que a fez ofegar como uma fome de sexo. Ia ter que jogar esse jogo com muito cuidado. E era uma expert em relação ao sexo.
A primeira coisa a fazer era escolher seu traje. Desligou o computador, saiu do escritório esse dirigiu ao quarto, abriu a porta do armário e acendeu a luz. Olhou com olhos críticos seus trajes femme fatale, e escolheu o mais chamativo. A saia, escandalosamente cortada e com a cinturinha nos quadris, grudava nas pernas ao andar. O top branco, de fibra elástica, deixava o ventre livre para mostrar o bronzeado. Tinha um decote baixo e redondo para acentuar a separação dos seios e era tão curto para que se visse o piercing que usava no umbigo. Tomou um longo banho, secou o cabelo até que as mechas castanhas adquirissem um brilho intenso e caíram em suaves ondas sobre seus ombros, e logo se vestiu. Escolheu um par de sandálias de cano alto para mostrar suas torneadas pernas e depois comprovou seu aspecto no espelho.
Se Rand McKay não ficasse louco ao vê-la, não era um homem. Uma vez traçado seu plano maquiavélico, pegou a bolsa, dirigiu-se a porta e telefonou a Callie de seu celular para que suas amigas soubessem que o jogo tinha começado. Sua intenção era terminar a noite na casa de Rand, de modo que se Abby e Callie queriam aproximar-se para fazer uma visita e assegurar que cumpria com sua parte, estavam convidadas. Queria assegurar-se de que soubessem exatamente onde estava. Ela tinha feito a aposta, e elas tinham escolhido o homem, e maldita fosse se não o ia tirar.
Que dia tão longo! Rand suspirou, sonhando com a cerveja fria que ia tomar quando entrasse pela a porta de sua casa. O que não esperava era ver um par de pernas sexys e bronzeadas inclinadas embaixo do capo levantado de uma Mercedes branca, na entrada de sua propriedade. Deteve o jeep atrás do carro de Blair e desceu.
Ela nem se incomodou em tirar a cabeça de lá, limitou-se a dar golpezinhos com um pé enfurnado em uma sandália e cantarolar. A leve brisa movia a saia suficientemente para deixar-lhe ver as coxas lisas e magras, e a curva do traseiro. Engoliu o nó da garganta e dissimulou a porção de seu corpo que despertou à vida dentro de seus jeans.
Colocou-se ao seu lado e olhou para baixo do capo.
-Algum problema?
-Não, estou tentando ficar mais morena.
Ela tinha uma boca rápida. E bonita, além disso. Lábios carnudos, rosados e mal-humorados entre os quais adoraria deslizar seu membro. Moveu-se para colocar sua crescente excitação e disse:
-Muito engraçada. Qual é o problema?
Ela voltou lentamente à cabeça rumo a ele, e baixou um pouco os óculos, deixando ver seus cristalinos olhos azuis.
-Estaria aqui se soubesse?
-Afasta-se. – Deu-lhe uma tapinha na cintura – O que é que acontece?
-Não arranca, estúpido.
-Cuidado com essas resposta venenosas. Todavia posso tombá-la em cima dos meus joelhos agora mesmo, levantar sua saia e dar-te uns tapas no traseiro.
O sussurro ultrajado dela foi música para seus ouvidos. Comprovou a bateria, que estava bem. O sistema elétrico, ao que não passava nada. Tudo estava bem exceto um cabo solto que evidentemente Blair tinha arrancado para assegurar-se de que o carro não arrancaria. E não era um cabo fácil de ver. Teve sorte ao descobri-lo. Mulher esperta. A pergunta era por quê? Apesar de que não fazia falta ser um gênio para deduzir. Incorporou-se e limpou as mãos nos jeans.
-Ligue o carro.
-Conseguiu arrumar?
A expressão de seu rosto não era de esperança.
-Não estou certo. Tenta.
Ela colocou-se atrás do volante e ligou o motor. Claro, ele não tinha se incomodado em voltar a colocar o cabo no lugar, de modo que o motor não arrancou. Tinha jurado que a viu esboçar um sorriso de satisfação.
-Não responde.
-Humm. – disse ela tentando parecer irritada e decepcionada.
Ele inclinou-se sobre o motor outra vez, movendo um par de cabos para disfarçar. Dentro de uns segundos daria à má noticia e se acabou. Ela tinha começado o jogo e ele pensava aproveitar tudo o que pudesse. Por que pelo seu modo de ver, Blair havia lançado a bola. Tinha ido a ele. Pode ser que não havia feito exatamente como ele tinha querido, mas quando Blair fazia as coisas de forma convencional?
-Não sei qual é o problema. Deixa-me enganchá-lo no jeep e rebocá-lo até minha casa. Posso dar uma olhada lá.
-Pode chamar um guincho. Ficarei aqui esperando. – disse ela saindo do carro para olhá-lo por cima do teto.
-Impossível. Teve um acidente no autopista e os dois guinchos estão lá.
-Maldição. – Mordeu o lábio inferior.
-Tinha um encontro?
Ela curvou os lábios.
-Carinho sempre tenho um encontro.
Sim claro.
-Entra no jeep Blair. Com esse calor vai derreter. Vou ligar o meu jeep e colocar diante do seu carro.
-Bem. – pegou a bolsa, dirigiu-se ao Jeep e o deixou perfeitamente colocado diante do Mercedes.
Ele ligou o reboque ao Mercedes, logo se sentou no acento do condutor do Jeep e conduziu até a entrada de sua propriedade.
Blair permaneceu em silêncio durante os cinco minutos que durou o trajeto pelo caminho de terra. Rand aproveitou a oportunidade para comê-la com os olhos. Com esse traje, estava vestida para matar. E estava condenadamente próxima de acabar com ele. A breve camisa deixava meio torso de fora e se ajustava a seus magníficos seios e a saia extremamente curta apenas tapava o traseiro, deixando ver suas longas pernas. Fazia com que ficasse duro. E sua presença na entrada de sua propriedade era tão premeditada como a roupa que usava. Era uma sorte que o trajeto fosse curto, por que conforme ia passando os segundos, seu pau ia crescendo.
E seu cheiro impregnava o jeep. Não se tratava de um aroma floral ou penetrante. Não, Blair era muito mais sutil que isso. Permitia que sua fragrância natural falasse por ela. Sabonete, xampu e o cheiro de uma mulher linda, era o único que precisava para fazer com que ele subisse pelas paredes. Quando entrou na entrada e estacionou diante de sua casa, já estava completamente excitado, seu membro se movia como uma vara de condão que acabara de encontrar o lugar de origem de uma mola. Rascal, seu cachorro, chegou até eles, saltando da parte traseira da casa, latindo e movendo o rabo.
Ele formava uma opinião sobre um monte de mulheres pela a forma que tratava o seu cachorro. Rascal não era o que chamaria um cachorro de boa aparência. Tinha algo de pastor e de Deus sabia o que mais, mas sobre tudo, se tratava de um emaranhado de poeira e sujeira, uma emaranha de pelos com uma língua longa que soltava enormes quantidades de baba. A maioria delas nem sequer saiam do carro até que ele espantasse Rascal. Contudo, Blair não. Abriu a porta e cumprimentou a Rascal com um grito de alegria, acariciou e beliscou atrás das orelhas. Não demorou em agachar-se e em acariciar o monstro sujo por todas as partes, sem deixar de cantarolar e de emitir ruídos de bebê. E Rascal desfrutou de cada segundo.
De acordo, tinha passado naquela prova.
-Entremos antes que plante as patas sujas no seu top branco.
Blair dirigiu a Rascal um amplo sorriso, incorporou e acariciou a cabeça. Rascal ficou do seu lado e permaneceu grudado nela, enquanto ia rumo a casa.
-Não me importa, adoro cachorros.
Rascal subiu as escadas primeiro e cruzou a porta enquanto Rand a abriu.
-Não voltaremos a vê-lo toda a noite. Tombara em cima de uma das saídas de ar condicionado e ficará adormecido
Blair resmungou.
-Não pode culpá-lo. Ali fora faz um calor de mil demônios.
-Passa o dia no estábulo, que é fresco e não entra sol o dia todo. Não deixe enganar-se por esse olhar triste. – Rand deu-se conta de que era a primeira vez que Blair estava em sua casa. Demônios! Quase nunca levava mulheres ali. A casa era seu refugio, um lugar que se afastava de todos e de tudo. Levar ali uma mulher significava uma invasão de seu espaço e isolamento. Tratava-se de um fenômeno pouco freqüente.
Blair, contudo, era diferente. Queria que estivesse ali, levava anos desejando-o. O fato de que aparecera na estrada de sua propriedade significava algo. Um primeiro passo. Fazia muito tempo que o esperava.
-Vai ver o que acontece com meu carro? – perguntou ela passando as pontas dos dedos pela brilhante superfície da mesinha antiga de sua avó.
-Agora mesmo faz calor demais lá fora. Ocorreu-me que poderíamos relaxar um pouco, tomar uma cerveja e conversar. Espero que se refresque.
Ela tirou os óculos de sol e as guardou na bolsa, logo deixou esse sobre a mesa e se meteu na cozinha para lavar as mãos.
-Suponho que não tenho outra opção verdade?
-Sempre tem escolha Blair. – Não pensava em permitir correr para a saída mais fácil. Se ia acontecer o que ele acreditava, então teria que ser uma decisão consciente por sua parte. De outro modo não ia funcionar.
-Nem sempre.
Depois de secar a mão, perambulou pela sala como se estivesse fazendo um inventário. De acordo, ele era solteiro e a decoração não era bonita. Umas quantas antiguidades herdadas ali e aqui, completamente afastadas por outra parte. Sempre pensava que tinha que fazer algo para remediar, mas, francamente, a quem importava? A ele não. Ela voltou-se para ficar de frente para ele.
-E essa cerveja?
Ele tirou duas garrafas da geladeira e entregou uma.
-Sente-se.
Ela escolheu uma cadeira quadrada. isolada. Era mais seguro. Não permitiria Deus que se sentasse no sofá. De fato, ele podia sentar-se ao seu lado.
-Sinto por seu avô. – disse ela e pelo o tom de voz supôs que era verdade. Seu avô tinha morrido no mês passado, e apesar de ter passado os dois últimos anos em um hospital, com ele desapareceu o último de seus parentes. O único que ficava de sua família era aquela casa.
-Obrigado
Não tinha mais remédio que reconhecer: estava tranqüila, ou era boa atriz. A tensão entre eles, como sempre, eletrizava o ambiente. Suas alterações tinham algo de incendiário. Inclusive a conversa mais simples tendia a convertesse em uma tensão sexual que crepitava entre eles. Inclusive agora, sem necessidade de dizer nada, sua linguagem corporal indicava tudo aquilo que ela não queria que ele soubesse. Mantinha as costas retas como se a mínima mudança na sua postura fosse revelar demais sobre o que sentia. Seus seios se elevavam cada vez que respirava profundamente, o que queria dizer que era muito consciente de que tinha um homem na habitação. E ele era consciente dela. De cada apetitoso centímetro de seu corpo. Da forma em que seu cabelo loiro absorvia e recolhia a luz que entreva entre as persianas fechadas, rodeando seu rosto como um facho de fogo. De sua pele, bronzeada e brilhante devido a algum tipo de loção corporal que cheirava a chuva de primavera. E no meio de tudo, o inconfundível cheiro almiscarado de uma mulher preparada para o sexo.
Bebeu um gole da cerveja que ao menos serviu para apagar o fogo de sua garganta. Apesar de que não refrescou em absoluto a fogueira que tinha entre as pernas. Claro que nada teria dado resultado. A menos que tivesse a Blair desnuda, aberta e suplicando que a fodesse. Enquanto tão doces palavras saiam de seus lábios, introduziria profundamente seu pau na vagina e por fim obteria o que levava quinze intermináveis anos desejando. Nunca tinha precisado tanto de uma mulher como precisava de Blair. Sempre a tinha desejado. E sabia perfeitamente que ela também o desejava. Mas, no que dizia respeito a ele, tinha construído um muro ao seu redor. Contudo, perdia o tempo com aduladores débeis, inúteis e idiotas que faltava tanto valor dentro como fora do quarto. Não era de estranhar que nunca durara demais com nenhum.
O que tinha de bom?
O que Blair mostrava ao mundo e o que realmente precisava eram duas coisas diferentes. Às vezes, Rand se perguntava se ele era a única pessoa que via mais além daquela fria e controlada aparência que escondia uma mulher aterrorizada e que temia expressar suas verdadeiras necessidades. O único que tinha que fazer era dizer em voz alta e ele descobriria todo o mundo para ela. Dar-lhe-ia tudo o que sempre tinha querido. Faria com que gozasse múltiplas vezes.
Vamos, neném. Sabe que posso dá-lo. Somente tem que pedir.
Por que o que Rand não ia fazer era apanhá-lo. Se Blair o desejava, ia ter que pedir. E uma vez que o fizesse não teria volta. Se Blair seguia mantendo aquela postura muito mais tempo, ia lhe dar cãibra nas costas. Parecia que estiveram jogando de gato e rato. Olhando-se até que um deles cederia. E ela não estava disposta a ceder. Mas, foda, Rand não desejava olhá-la. E não se limitava a isso, sim que a devorava com seus penetrantes e enigmáticos olhos que sempre pareciam ser capazes de ver através dela. Como se conhecesse seus mais íntimos e escuros segredos, e estivesse esperando a que ela expressasse.
Já tinham chegado muito longe. Estava em sua casa, notava o inchaço de sua ereção debaixo do tecido do jeans, e sabia que estava louco por ela. Por que diabo não tinha se lançado? Tinha que fazer um strip-tease em cima da mesa para obter sua atenção? Não era como se aparecesse periodicamente em sua casa com seu conjunto mais sexy. Vamos ver se pegam Rand. Estou aqui, sou atraente e estou mais quente que o inferno. Foda-me maldição!
Mas, nada. Ele continuou olhando-a fixamente como se esperasse que fosse ela quem desse o primeiro passo. Estava certa de não tê-lo interpretado mal todos aqueles anos. Não era possível que parecesse a todos aqueles homens com que tinha saído verdade? Sem caráter, débeis e assustados demais para apoderar-se do que queriam. O tinha julgado mal? A decepção foi apoderando-se dela, o humor que começou a azedar e sentiu um vazio tão doloroso no estômago que quase a fez chorar. Como podia ter-se enganado tanto com ele? Os jogos que levavam ao fim, sua forma de provocá-la, de tocá-la e de atormentá-la todos aqueles anos, prometiam o melhor sexo de sua vida. De nenhuma maneira podia ter-se enganado quanto à reação de seu próprio corpo. De nenhuma maneira!
E ainda assim, ele continuava sentado, enquanto que ela somente faltava abrir as pernas diante dele. Será que estava esperando, um convite por escrito? Que lhe dessa permissão verbalmente para tocá-la? Aquilo não era próprio de Rand, não tinha nada a ver com o homem que esteve condenadamente próximo de atirá-la no acostamento no dia anterior. Se não fosse a aposta, levantaria e iria embora. Em troca, tinha que ficar ali e foder com esse imbecil que começava a resultar incrivelmente incomodo. De acordo. Quanto antes acabasse com aquilo, melhor. Levantou, bebeu longo gole de cerveja, aproximou-se do sofá contendo-se e deixou-se cair ao lado de Rand. Balançou a cabeça e olhou entre as pálpebras semicerradas, um de seus movimentos mais provocadores.
-O que é que quer Blair? – perguntou ele com um leve sorriso deformando seu generoso lábio inferior.
-Precisa que explique com detalhes?
-Preciso que me diga o que quer. O que desejava de verdade.
Seu olhar cinza a desafiava que se atrevesse a dizer em voz alta. Contudo, Blair era mais esperta nesse jogo, sabia manipular aos homens melhor que qualquer outra mulher que conhecesse. Inclinou-se rumo a ele, pressionando o seio contra seu sólido braço.
-Por que não me diz o que gostaria de fazer você?
Ele moveu-se e meteu um dos joelhos entre as suas pernas, olhando-a com intensidade.
-Não sou o tipo de homem que fala o que gosta Blair. Vou dizer o que vai acontecer se ficar aqui. Quero que se ajoelhe diante de mim e me chupe o pau. Quero foder essa boca insolente que tem até acabar gozando entre esses lindos lábios. Logo te foderei. Atarei-te na minha cama, com as pernas separadas e o seu precioso sexo empapado diante do meu olhar. Vou lamber e chupar até que grite meu nome e me rogue que te foda. Então introduzirei o meu pau até o fundo, ate que se retorça debaixo de mim e suplique um orgasmo. Depois te colocarei de cabeça para baixo, separarei essas doces nádegas e meterei meu membro em seu estreito ânus. Vou passar a noite e o fim de semana acabando com você até que seja incapaz de lembrar a qualquer dos homens com os que já tenha dormido antes, por que nenhum deles te fodeu como eu vou fazê-lo.
Por todos os demônios. A temperatura ambiente elevou-se a dez graus em um instante e ela esteve a ponto de estalar em chamas. Engoliu saliva e separou os lábios para aspirar grandes bocados de ar, aturdida pelas imagens que tinham criado suas palavras. Nenhum homem havia falado assim antes. Os homens que escolhia quase pediam permissão antes de beijá-la. Rand estava longe de fazê-lo. Ofereceu um plano detalhado de todas as perversidades que tinha intenção de fazer.
-Minha paciência tem um limite muito fino Blair. Está aqui e te desejo. Se não quer, esse é o momento de dizer, por que esse fim de semana não irei pedir absolutamente nada: me apoderarei de tudo. Se ficar aqui é minha. Como eu queira e durante todo o tempo desejar.
Oh Senhor! Ele sabia. De alguma maneira sabia o que ela ansiava, o que não tinha tido em todos aqueles anos. Nenhum daqueles homens supôs nunca o tipo de mulher que era e as necessidades que tinha. Mas, Rand sim. Estava oferecendo o que sempre tinha desejado e temido. Algo que desejava sobre todas as coisas, o que mais a assustava: submeter-se por completo a um homem. E não era a qualquer homem, mas sim a Rand McKay.
Tinha o corpo em chamas, os mamilos contraídos e pressionado contra o fino algodão do top, a umidade de seu sexo empapava a fina tira da calcinha. O clitóris estava inchado e palpitava sem parar. Imaginou o que ele poderia fazer. Esteve a ponto de provocar-lhe um orgasmo sem nem sequer tocá-la. Sem nem sequer esfregar-lhe o clitóris. Levava quinze anos tendo um sexo desastroso. Tinha que superar uma aposta.
Aquilo era para um fim de semana, não para sempre. A oportunidade de lançar para os ares suas inibições e deixar o controle nas mãos de um homem. Sem mais obrigação que submeterem-se em seus mais profundos, escuros e perversos desejos. Somente durante o fim de semana. Quando este terminasse, acabou. Ele não teria nenhum poder nem controle sobre ela, nem expectativa alguma de que aquilo se prolongaria mais.
Que mal podia fazer desfrutar de suas fantasias e experimentar o que certamente fosse ser o melhor sexo de sua vida? Era muito possível que aquela fosse sua única oportunidade de ter sexo fabuloso. Aquilo não ia fazer nenhum mal. Enquanto, conservasse o controle, enquanto soubesse que uma vez acabado o fim de semana, o jogo teria terminado também. Enquanto seu coração não estivesse em jogo, poderia afastar-se com um sorriso no rosto. Um sorriso enorme.
Levantou o queixo negando-se a soltar o controle por completo.
-Se o quer, pegue Rand.
Rand observou o acúmulo de emoções que cruzaram o rosto de Blair ao dizer isso: incerteza, um pouco de medo, inclusive cólera e por último, decisão. Manteve o queixo erguido com obstinação, como se desafiasse a que lhe ordenasse a fazer algo que não quisesse fazer. Seguia sem entender. Mas, antes que o fim de semana acabasse, daria-se conta de que era ela quem ostentava todo o poder.
Levantou e a olhou, estendeu a mão. Ela a contemplou durante uns longos segundos e logo deslizou seus dedos quentes pela a palma de sua mão. Ajudou-a colocar-se de pé e a atraiu rumo ao seu peito.
-Levo quinze anos esperando por isso. – afirmou ele, inclinando-se para a sua boca e aspirando o perfume de canela.
O primeiro contato com sua boca foi como um rastro de pólvora. Chamas incontroláveis o fizeram arder. Ainda sabendo o que ia sentir, não estava preparado para quão, condenadamente, quente que era ela, para a perfeita sensação de seu corpo pregado ao seu. Para seus seios apertados contra seu torso e seus quadris apoiados em sua pélvis. De repente quis tocá-la e acariciar todas as partes.
Lentamente. Tranquilamente. O coração se colocou a cem por hora quando moveu os lábios sobre os seus, fundindo os dedos na suavidade exuberante de seu cabelo, devorando sua boca e sua língua como se fosse o néctar dos deuses. Seu membro era uma lança dura que empurrava contra a braguilha dos jeans, empenhada em ficar livre. Doíam os testículos e formigavam os dedos por envolver as suaves e firmes nádegas. Até que não esteve a ponto de delírio, não se deu conta de que o único que estava perdendo o controle era ele. Blair estava rígida, imóvel e contendo-se. Apesar de que tinha as mãos apoiadas contra seu peito e sua boca respondia a sua, ela não participava. Seguia suas indicações, mas não como ele desejava.
Blair tinha medo de soltar-se. O que queria dizer que ele ia ter que assumir o comando e obrigá-la. Ela não consentiria que se arrebatasse o controle, mas se veria obrigada a participar. Ele já conhecia esse jogo, levava quinze anos jogando. Era evidente que teriam que seguir fazendo-o. Diminuiu a intensidade de seu beijo e se obrigou a reduzir a velocidade suicida de seu pulso até que se converteu em algo mais controlável. Era o momento de recuperar o juízo e controlar a situação antes que Blair se contivesse em uma viga de ferro entre seus braços.
Interrompeu o beijo e se afastou dela, que abriu os olhos e o olhou fixamente com o cenho franzido.
-O que? – perguntou ela
-De joelhos
-Perdão?
-Já me ouviu. – Soltou o botão do jeans e seu pau palpitou de impaciência – Fique de joelhos.
Ela olhou rumo a sua perna, observando como se baixava lentamente a braguilha.
-Está de brincadeira
-Parece que estou brincando? – Tirou a camiseta pela a cabeça e a lançou ao sofá que estava nas costas dela.
Ela não afastou em nenhum momento o olhar da braguilha aberta. Até que esses maravilhosos olhos celestes foram subindo lenta e tranquilamente por seus quadris, estômago e seu peito, para por fim, pousar de novo em seu rosto. Contudo, nessa ocasião não estavam desorbitados pelo assombro. Estava irritada. Contudo, fora o cenho franzido e os lábios apertados, em seus olhos tinham um fogo que antes não existia, uma paixão de que carecia quando foi voluntariamente para ele. Muito bem, de modo que gostava que lhe dessem ordens. Certo que ele podia viver com isso.
-Disse agora Blair. Faça o que te digo ou a obrigarei a fazer.
Ia desfrutar de cada fodido minuto dobrando-a a sua vontade. E no mais profundo, sabia que Blair também.
Que comece o jogo.
Blair respirou fundo, cheia de sincera indignação. Que se pusesse de joelhos. Já podia ir beijando o traseiro se acreditava que ia ajoelhar-se como um súdito diante do rei, para chupar o pau somente por que ele ordenava. Estavam beijando-se. As coisas estavam indo bem. O que raios tinha acontecido? De acordo, pode ser que o chão não estremecesse diante dos seus pés, mas estava bom.
E pode ser que quando lhe ordenou para que ficasse de joelho diante dele, tremesse o clitóris e contraíram os mamilos. Mas, isso não significava que fosse fazê-lo.
-Não se moveu. – disse ele com um tom de voz um oitavo mais baixo.
Um oitavo condenadamente sedutor, além disso.
-Não penso fazê-lo. É uma estupidez. Não estou jogando
-Eu também não. – a interrompeu ele, pegando-a pelo pulso e arrastando-a rumo a si. Em questão de segundos suas posições tinham trocado e Rand estava sentado no sofá com Blair tombada com o rosto deitado em seu colo – Isso já durou tempo demais.
Ela teria gritado se não fosse o fato de que ficou sem respiração. A única coisa que conseguiu emitir foi um grunhido de ultraje quando Rand plantou uma mão em seu traseiro, com firmeza, subiu a saia por cima de seus quadris e arrancou a diminuta tira da calcinha desnudando suas nádegas.
-Tem um traseiro firme e delicado Blair. Morria por colocar as mãos em cima dele.
Ela não pode evitar. Umedeceu quando ele passou sua enorme mão por suas nádegas. A expectativa inflamou o clitóris e ficou tensa, esperando.
Necessitando-o. Quando o primeiro açoite veio contra a nádega esquerda, conteve um gemido, negando-se a demonstrar o muito que aquilo a excitava. Mas, já o acreditava que faria! Ele sabia a força exata com a que devia açoitá-la. O formigamento era quente e doce, e ele a acompanhou acariciando o lugar, deslizando a mão entre suas coxas, para voltar a levantá-la e deixá-la cair sobre a outra nádega.
Ela estremeceu e logo respirou fundo quando ele voltou a acariciar o traseiro, com movimentos suaves, até deslizar a mão entre suas pernas, tão próximo do clitóris que estava enlouquecido. Contudo, não a tocou ali. Pensava atormentá-la.
Maldição era bom!
-Tem sido uma menina muito má Blair. –afirmou voltando a deixar cair à mão sobre seu traseiro, golpeando dessa vez a parte inferior de ambas as nádegas com uma palmada ligeira que fez estremecer o sexo – Acredito que vai precisar lhe castigue muito mais.
Oh, isso esperava ela. Tremeu todo o corpo debaixo da sensual agressão, a espera do seguinte movimento, ansiando seu contato. Estava sedenta daquilo.
-E tem a vagina empapada. – Abarcou com a mão e esfregou o clitóris. Desta vez, ela gemeu. Não pode conter-se. O que ele fazia não era inesperado. Era deliberado, idealizado para provocá-la, para advertir-lhe de que era ele quem estava a cargo de seu prazer. Era um mestre nesse jogo.
Ela o tinha subestimado.
Moveu-se ondulando contra sua mão, tentando aproximar o clitóris da palma da sua mão. Ele a tirou.
Bastardo.
-Gozará quando eu decidir. – disse ele voltando a açoitá-la – Aqui quem leva as rédeas sou eu Blair. Não você.
Afastou-a de seu colo e a pôs de joelhos no chão, pegando um punhado de cabelo. Baixou os jeans até debaixo dos quadris, liberou seu pau e o acariciou junto a seu rosto.
Era longo e grosso e a ponta era ampla e suave. Ao contemplá-lo não pode evitar lamber os lábios e que se contraíssem os mamilos ao aspirar o cheiro almiscarado dele. Deus era magnífico!
-Chupe-o.
O sexo palpitou diante da ordem.
-Que se foda. - respondeu ela apertando os dentes.
Ele lançou a cabeça para trás e sorriu.
-Neném, isso não demorará a acontecer. De momento irá chupar meu pau.
Sujeitou o membro com a mão livre e molhou os lábios dela com o líquido nacarado da ponta. Ela queria desafiá-lo. Desejava sugá-lo, estender as mãos, segurar o membro entre elas e devorá-lo. Mas, render-se aos seus desejos, o deixaria no controle e não estava disposta a fazê-lo.
Abriu a boca, contendo-se com cuidado, e lambeu a cabeça do pau, lançou a cabeça para trás para ver-lhe o rosto e saboreou o olhar ausente de seus olhos quando lambeu lenta e pausadamente a ponta da seda. Tremeu o ventre ao prová-lo. Era salgado e selvagem. Por mais que se esforçasse por parecer controlado diante dela, levantaram as sobrancelhas e sua respiração ficou acelerada e ofegante quando rodeou com a língua, fechou os lábios em torno dele e introduziu o membro no calor de sua boca.
-Cristo! – sussurrou ele, abrindo um pouco a mão com a que sujeitava o cabelo – Isso é muito bom neném. Chupe-o.
Lançou a cabeça para frente, introduzindo cada glorioso centímetro, com os dedos enredados em seu cabelo, enquanto ela jogava com a ponta inchada, percebendo seu calor deslizando-se entre seus lábios. Ao que ela não estava disposta a renunciar era a ter seus testículos na mão e acariciando-o enquanto tragava seu pau. Contudo, estavam jogando. E ela não pensava perder esse jogo. As apostas eram altas e sem importar quão intensas foram às sensações, não pensava ceder.
Em todo caso, seu sabor e seu cheiro eram tão doces que a incitavam a livrar-se de suas inibições e entregar tudo. Desejava-o. Oh, como o desejava! Seu corpo o ansiava, o necessitava mais do que poderia admitir jamais, nem sequer diante de suas mais íntimas amigas. Elas não o entenderiam. Ninguém entendia o que ela precisava.
Somente Rand sabia. Por que seu desempenho igualava ao seu, seus músculos contraíram, a tensão que os rodeava foi aumentado ao mover os quadris para frente e para trás, deslizando o pau sobre sua língua. Ela o sugou, percebendo como se sacudia quando o aprisionou com a boca ao ir retirar-se.
-Descansa. – sussurrou ele – Você gosta disso de verdade neném? Essa boca, esses lábios doces e cheios, e essa língua ardente, foram feito para comer-me.
Não tinha nem idéia do que ela era capaz de fazer, do muito que desfrutava com seu prazer, do que provocava em seu próprio corpo. Tinha a vagina molhada e palpitante pela necessidade de que ele pusesse ali sua mão, sua língua, seu membro. Afastou e mordeu suavemente a cabeça com os dentes, notando como estremecia. Logo não pode resistir a tocá-lo. Pegou a base do pau e começou a acariciá-lo ao mesmo tempo em que o chupava, desejando tudo o que ele tivesse para dar, querendo tudo.
Queria ter o controle, despojá-lo dele, e voltar ao lugar em que se sentia cômoda. Oprimiu-lhe o membro e chupou a ponta, eliminando com a língua o fluido que escapava e utilizou a outra mão para apalpar com cuidado os testículos. Supôs que tinha dado com seu ponto fraco quando seu pau sacudiu e encheu a boca.
-Foda Blair! – gemeu puxando seu cabelo e movendo-se para frente a introduzir mais seu pau.
Já o tinha. Nenhum homem, nem sequer Rand, tinha podido conter-se. O absorveu por completo, notando como apertava os testículos em sua mão quando o empurrou, fodendo a boca com movimentos tão eróticos que fizeram seu clitóris suplicar a gritos por atenção. Ela queria que seus quadris investissem contra sua vagina e a penetrassem da mesma forma que estava fazendo com sua boca. Deixou que seus lábios continuassem trabalhando enquanto colocava as mãos entre as pernas para aliviar a insuportável dor e desejando gozar ao mesmo tempo em que ele. Procurou seu clitóris, sabendo o próximo que devia estar dele lançar uma descarga de sêmen. Incrementou os movimentos sobre o clitóris, ofegando de desejo, gemendo contra seu pau, enquanto o sugava, movendo a boca rapidamente, oprimindo-lhe o testículo com uma mão e acariciando-se o clitóris com a outra.
Estava quase... Condenadamente próxima. Goze em minha boca Rand. Vamos, já quase chegamos os dois. Ofegou surpresa quando ele tirou o membro de sua boca e tirou sua mão da vagina. A pôs em pé com a expressão sombria e contrariada, respirando com grande esforço. O que acontecia? Ambos estavam a ponto de alcançar um incrível orgasmo.
-Gozara quando eu disser, e não será pela sua própria mão Blair. Não é você quem manda aqui lembra?
Não. Nem falar! De nenhuma maneira podia estar fazendo isso. Nem sequer podia respirar, palpitava o clitóris e estava a ponto de estalar de prazer e ele queria controlar seu orgasmo?
-Perdeu a cabeça?
Ele sorriu curvando ligeiramente seus letais e perigosos lábios.
-Sei exatamente o que estou fazendo. E você também. Acredita que pode voltar atrás e assumir a liderança. Adverti-a.
Ela tentou afastar o braço, mas ele a segurou com força pelo pulso. Ela passou o olhar desde sua mão até seu rosto.
-Está me machucando.
-Mentirosa.
-Me solte.
-Disse que se estava de acordo com esse fim de semana, eu estaria no comando. Não é você quem tem a última palavra Blair. Não vai ser você quem leva a rédeas. Eu as levarei.
Lançou uma olhada ao seu pau. Todavia estava duro como uma pedra e vertical. E ela seguia estando à borda do orgasmo. Maldito fosse. A ela davam bem essas coisas. Por que não se limitava a deixar que se encarregasse do prazer dos dois?
-Por que tem que aprender a relaxar. – disse ele como se tivesse lido seus pensamentos.
-Não sei do que fala.
-Saberá. – subiu o jeans, cobrindo o inchado membro, agachou-se a colocou nos ombros e levantou-se.
-O que diabo está fazendo? – perguntou ela, quando ele começou a sair da sala.
Ele não respondeu, limitou-se a cruzar o estreito corredor com passadas rápidas e decididas, detendo-se somente para o indispensável, que era para abrir a porta e entrar em um quarto escuro. Ela tentou incorporar-se, mas naquela posição resultou impossível. O corpo dele era como uma rocha e a tinha condenadamente bem sujeita.
Até que, de alguma maneira, saiu voando e pousou com um chiado. Sobre algo suave.
Uma cama.
-Imbecil! – Ficou de joelhos, com a idéia de descer da cama e largar-se, mas ele segurou as mãos e a arrastou a cabeceira da cama.
O quarto estava escuro, apesar de que, todavia ainda tinha luz, de modo que ela somente podia ver que estava em uma cama e pouco mais. Aquilo não era de muita ajuda. Além disso, ele a tinha firmemente sujeita pelos braços. Por mais que debatesse, era como lutar contra um gigante. Não custou nada tirar o top pela cabeça, para logo baixar a saia pelos quadris e as pernas. Ouviu um ruído, depois um som seco e metálico, e por fim, o frio aço de algemas rodeou os pulsos quando ele algemou nas grades da cama.
-Rand, isso não é divertido.
-Não pretendo que o seja. – respondeu ele, movendo-se rumo a seus pés.
Nessa ocasião não foram algemas as que imobilizaram os tornozelos, com as pernas abertas, aos pés na cama, mas sim algo mais suave, provavelmente uma corda de algodão. Apesar de sua intensa irritação, contraíram-se os mamilos e o clitóris voltou à vida. Atada e com as pernas abertas na cama de Rand McKay. Escura, com algemas nos pulsos e os tornozelos imobilizados com uma corda. Ela estava a sua mercê.
Piedade!
Adaptando seus olhos a penumbra do quarto, Rand observou que os de Blair dilatavam de expectativa e algo mais. Conteve o ar quando ele sujeitou a última liga às grades da cama, dando-lhe a entender que desta vez não tinha escapatória. Já não era ela quem estava no comando. Era ele. Ela meteu o lábio inferior na boca e endureceram os mamilos. Quando ele tomou ar e a luz penetrou no quarto, o cheirou e o viu em seu rosto: excitação.
Oh sim! Podia fingir toda a ira ou a indiferença que quisesse, mas seu corpo dizia a verdade. Subiu as persianas permitindo que entrasse um pouco de luz no quarto. A luz banhando seu corpo, dando-lhe o aspecto de uma deusa de ouro.
-Esse quarto é mantido as escuras quando trabalho de noite e durmo de dia, mas quero ver seu corpo debaixo da lua. Preciso ver você. E você tem que ver o que vou fazer.
Ela manteve os lábios firmemente apertados e os olhos entornados. Ele esboçou um sorriso quando rodeou a cama, inspecionando seu trabalho e permaneceu aos pés da cama para ver seu sexo exposto diante seus olhos.
-Tem a vagina mais bonita que vi na minha vida Blair. Divertiu-se hoje mais que de costume para prepará-la para mim?
-Não fiz nada parecido, estúpido.
Estava mentindo. Ele se colocou ao lado da cama, se sentou e levantou um pé.
-E esses pés tão sensuais, com as unhas pintadas de vermelho, aposto que também gostariam que lhe chupasse os dedos, verdade?
Ela não respondeu, mas pegou o ar de maneira audível. Sim, de acordo gostaria. Ele levantou-se, tirou a roupa e aproximou-se da cabeceira da cama. Ela seguiu cada um de seus movimentos como uma vítima cautelosa diante do predador. Rand pegou o pau e o acariciou, apesar de que somente de pensar em fodê-la assim o pôs duro no mesmo instante. Tinha estado a ponto de gozar em sua boca, desejando contemplar o movimento de sua garganta quando ela tragasse até a última gota de seu sêmen. Doíam os testículos somente de imaginar o bom que teria sido aquilo.
Mas, isso teria dado o controle a Blair. E isso é o que ela queria, ao o que estava acostumada. Ele tinha intenção de por seu mundo de pernas para ar esse fim de semana, e isso significava que não podia ser ela quem liderasse. Queria sua redenção completa e total, o que queria dizer que suas próprias necessidades tinham que esperar.
Ou talvez não. Foi-se movendo lentamente sobre a cama e sentou montado em seu peito, sem deixar de acariciar o pau, querendo que o visse, o olhasse e soubesse que ele podia fazer o que tivesse vontade. A si mesmo ou a ela.
E ela somente podia olhar.
Alisou o tenso membro, moveu a mão para frente e para trás, roçando-lhes os testículos e permitiu que um gemido escapasse de seus lábios.
-Sua boca sobre meu pau foi doce e quente Blair. O faz como se tivesse nascido para isso.
Seus lábios se abriram com um suspiro temeroso, enquanto observava os movimentos de suas mãos.
-Quer molhar-me enquanto me acaricio? Quer chupar um pouco a ponta? Gosto da sua boca.
Ela engoliu saliva e assentiu, mas não pronunciou nenhuma palavra. Ele apoiou uma mão na parede, por cima da cama, inclinou-se rumo para ela, e deslizou unicamente a ponta entre os lábios. Uma umidade infernal o abrasou quando ela o rodeou com a língua, fechou os lábios em torno a ele e o aspirou. Seu pau se chocou contra o paladar dela, que gemeu, um leve murmúrio que provocou um estremecimento de agonia em seus testículos. Não pode evitá-lo, afastou a mão e se introduziu profundamente, dando-lhe cada centímetro de seu membro. Ela aceitou tudo. Ver como desaparecia seu membro entre seus lábios foi como vender sua alma ao diabo.
Deus desejava gozar em sua boca!
Mas, não podia, e não nessa ocasião. Antes tinha que fazer ela gozar. Tinha que render-se. De corpo e alma. Ele queria tudo.
-Você já me saboreou, agora tenho que prová-la. – tirou o pau de sua boca, estremecendo-se diante o som que produziu. A gananciosa não queria soltá-lo. Gostava que ela o sujeitasse tão fortemente, que desfrutasse chupando-o.
Inclinou-se e acariciou a coroa com a boca, respirando fundo. O cabelo cheirava a chuva de verão. Beijou a testa, as pálpebras, e ficou ali quando ela abriu os olhos e observou com receio.
Beijou a ponta do nariz, a comissura de cada lado dos seus lábios e o queixo ligeiramente levantado, logo remexeu sobre sua boca, aspirando seu ar e observando como sua expressão receosa se convertia em expectativa.
-Diga o que necessita. – disse ele com os lábios tão próximos dos seus que quase se tocavam.
Quase, mas não de todo. Queria que o dissesse, precisava que o dissesse.
-Beije-me. – sussurrou ela por fim.
Ele obedeceu, capturou sua boca e se apoderou dela, contendo o impulso de tirá-la. Em vez disso, acariciou-lhe a boca com cuidado, passando os lábios sobre os seus, mordiscou o lábio inferior e o separou para introduzir a língua.
Ela, quente e provocadora, a envolveu com a sua, como se fosse um abraço, sugando-a até que o beijo terno e lúdico converteu-se em algo mais apaixonado e necessitado em uma sensação de urgência que os envolveu. Quando ela elevou os quadris e arqueou-se contra ele, supôs o que queria.
Sexo. Foder os colocaria ao mesmo nível. Mas, esse não era seu plano. Separou os lábios com um ranger de dentes e traçou um caminho de fogo através do espaço de sua garganta, detendo-se ali antes de descender lentamente por seu corpo. Como se fosse um explorador tentava não deixar nada intacto. Cada pedaço dela era uma aventura. Agora que a tinha atada e não podia escapar, pensava memorizar cada centímetro de seu corpo. O que gostava e o que não. O que a excitava, a deixava indiferente, a colocava arrepiada e o que a fazia gritar.
Decididamente ia desfrutar fazendo-a gritar de prazer. Ia ganhar sua confiança, por que ela estava entregando muito ao permitir que a atasse assim. E ele não a tomaria rápido. Blair ia ter a experiência de sua vida. Ia apresentá-la a tudo sobre a dita redenção.
Blair conteve o ar, o corpo tenso, enquanto Rand ia lambendo seu pescoço. Seu ar era quente e seus sussurros eram mais próprios da escuridão e a meia-noite que as últimas horas da tarde.
-O que sente ao estar atada e saber que posso fazer o que quiser e você não pode se mover?
Ela tremeu e conteve a resposta que tinha na ponta da língua. O que desejava fazer era exigir que a soltasse vestir-se, sair da casa, conectar os cabos do Mercedes e sair voando dali. Uma vez que já não era mais ela quem estava no controle, havia deixado de gostar do jogo. Mas, então perderia a aposta. E odiava perder. Ela não perderia.
-Está tremendo neném. Tem frio?
Ele tinha provocado em seu corpo uma febre abrasadora. Não tinha frio. Estava apavorada, por que gostava daquilo demais. Ele levantou a cabeça e a olhou.
-Não, estou bem.
-Bem é? – Ele sorriu – Não quero que esteja bem. Vamos ver como resolver.
Voltou a inclinar-se rumo a seu pescoço e depositou suaves beijos na garganta. Com tanto carinho e doçura que seus olhos se encheram de lágrimas. Não gostava do Rand doce. Gostava do mal-humorado e brigão, não esse que satisfazia seu corpo e fazia desejar abraçar-lhe e suplicar que metesse o pau dentro dela. Estava necessitada. E Rand alimentava a sua necessidade, movendo-se desde o pescoço até seus seios, pegando-os com as mãos. Ela levantou a cabeça para vê-lo passar a língua de um mamilo ao outro, o que fez que se erguessem exigindo atenção.
Necessitava daquela atenção. Desejava tanto ter ali sua boca que doíam os mamilos. Queria suplicar, mas não o fez, negava-se a expressar em voz alta suas necessidades. Arqueou-se contra ele e o impacto da sua boca a queimou quando ele segurou um deles entre os dentes. A sensação era incrível. Gritou quando ele deu um golpe com a língua, logo o sugou e o mordiscou. Deus todo poderoso! O que estava fazendo? Todas as sensações que provocava iam direto ao clitóris, a temerosa e crescente urgência a incitou a arquear-se, alimentando-o com seu seio. Sentia-se consumida, como se ele conhecesse cada centímetro do seu corpo.
Ele a estava devorando, e ela queria mais. E ele o deu, passando ao outro seio, lambendo-o, mordiscando-o, prendendo-o entre a língua e o paladar, como se tentasse tragá-lo. O desejava. Era como se não pudesse dar-lhe o suficiente de si mesma. Ele foi descendo por suas costelas, introduziu a língua no umbigo e deu um leve puxão no piercing que estava ali.
-Isso é condenadamente sexy. – disse ele arrastando as palavras, enquanto dava golpes em torno do umbigo.
Elevou o rosto para ela, seu rosto ficou iluminado pela a luz do sol que penetrava no quarto. O cabelo grosso e ondulado caia na frente, e seus olhos, escuros como um oceano, brilhavam de desejo, queimando-a desde os dedos dos pés até a cabeça. Deslizou uma mão pelo ventre plano e ela sentiu os músculos ficarem tensos em resposta. Estava tão próximo de seu sexo que tremia o clitóris, todos os seus músculos estavam tensos de expectativa. Nesse momento o que menos importava era quem estava no comando, simplesmente se alegrava de ser mulher.
Sua mulher.
Ao menos durante aquele fim de semana. Nem podia, nem queria sequer pensar em nada que não fosse o prazer das mãos dele sobre seu corpo e a forma em que despertava cada uma de suas terminações nervosas, de um modo que nunca tinha experimentado. Não ia lamentar-se pelo que tinha perdido ao manter aquele homem a distância todos esses anos. Não queria. Ia limitar-se a desfrutar do momento, gravar na memória cada precioso segundo de suas mãos acariciando os quadris, de sua língua envolta do umbigo, jogando com o pingente que ela tinha ali, da forma que seduzia seu corpo e obrigava cada terminação nervosa tomar consciência de que estava ardendo.
Antes que descesse entre suas pernas, lambeu a parte interna de suas coxas, depositando ali beijos suaves. Morreria se não colocasse a língua no clitóris, se não a sugasse, lambesse e introduzisse os dedos, qualquer coisa que a fizesse gozar. Nesse instante. Estava derretendo sobre os lençóis, condenadamente úmida, ansiosa e preparada para ele.
Vamos Rand. Lamba-me. Chupe-me o clitóris. Foda-me com os dedos.
O desejava tanto que não podia suportar. E queria que a desamarrasse para poder se retorcer, segurar a cabeça entre as mãos e plantar os lábios sobre os seus, agarrar seu pau e obrigá-lo a penetrá-la. Elevou os quadris, arqueando-se contra a boca.
-Calma neném. – disse ele lambendo o interior da coxa – Sei o que quer.
-Então me dê. – A aspereza impregnou cada uma de suas palavras. Nem sequer parecia ser sua voz. Soou apaixonada e sexy inclusive a seus próprios ouvidos.
-Gosto quando suplica. Até que ponto o deseja Blair?
Ela mordiscou o lábio inferior, sem querer dar-lhe a satisfação de pedir que fizesse o que sabia que iria fazer de todas as formas. No final. Logo. Tinha que fazê-lo. Por Deus seria melhor que fizesse!
-Por favor, Rand.
-Seus desejos são ordens para mim, princesa.
O primeiro contato de sua língua contra o sexo dela foi como um estalo de calor, como se tivesse colocado sobre um forno úmido. Quando moveu a língua para cima e logo voltou a baixá-la, ela lançou um longo gemido. E já não importou nada. As inibições saíram voando pela janela, enquanto abria as pernas tanto quanto podia, facilitando o acesso a sua vagina.
-Chupa-me. – suplicou – Sim, assim.
Rand possuía uma língua magistral, sabia exatamente o que fazer com ela. Quando Blair pensou em todos aqueles homens aos que tinha tido que dar instruções, deixou cair à cabeça no travesseiro e maldisse os anos desperdiçados. Lançou a bandeira branca, riu e nesse momento soube que estava perdida. Nunca, jamais um homem a tinha feito sentir-se tão bem, nenhum conhecia seu corpo da maneira que o conhecia Rand. Sem necessidade de receber instruções, sem frustração, chupava o clitóris como um atleta que sabia exatamente onde está a linha de chegada.
Ela arqueou contra sua boca, impulsionando seu sexo contra o rosto dele, dirigindo a toda velocidade a um clímax que nem podia, nem queria conter. Estava se aproximando e o desejava, ansiava e queria que Rand o proporcionasse. Contudo, ele se afastou do clitóris, reduziu a velocidade e alterou o processo. Ela levantou a cabeça do travesseiro rapidamente, o olhou com a boca aberta e o encontrou olhando-a com um sorriso entendido no rosto.
Esteve a ponto de insultá-lo, mas ele deslizou dois dedos em sua vagina.
-Oh, Deus meu!
-Foda neném é uma manteiga derretida. – disse ele – Está quente e apertada. Estou impaciente para fodê-la.
Ela não podia arrancar o olhar do movimento de seus dedos, de sua forma de observá-la.
-Faça-o.
Ele dirigiu um sorriso engenhoso.
-Logo. Você está muito dura Blair. Preciso fodê-la, mas antes quero que goze para mim. Quero absorver seu orgasmo, sentir como oprime meus dedos. – retirou os dedos e voltou a introduzi-los – Vamos neném goze para mim e deixe-me ver.
Ela ficou olhando paralisada, como colocava a boca sobre seu clitóris e o chupava, ao mesmo tempo em que metia e tirava os dedos de sua vagina. Delirantes sensações começaram a formar-se, para logo ir crescendo em uma incontrolável espiral que não acabava nunca. Conteve tanto quanto pode, ofegando e logo deixou ir, permitindo que o orgasmo fluísse através dela. Rand lambeu o clitóris quando gozou, deixando imóveis os dedos quando ela arqueou contra ele, presa no orgasmo mais intenso que tinha brindado jamais um homem. Os gritos saíram de sua garganta, todo seu corpo convulsionou enquanto lutava contra as algemas e as ligas que a seguravam, a umidade do orgasmo derramou-se formando um riacho quente em direção ao ânus, enquanto ela gozava uma cascata que parecia não ter fim.
As minúsculas descargas reverberaram através dela, até que por fim diminuíram o bastante para permitir que desabasse no colchão, saciada e exausta, mas absolutamente feliz. Estava esgotada e cheia de energia ao mesmo tempo, sua vagina contraía em pequenos espasmos em torno dos dedos de Rand. Levantou a cabeça e olhou seu rosto molhado. Ele incorporou-se, tirou por fim os dedos e gateou sobre a cama até ficar ao seu lado.
-Prova. – disse ele levando os dedos a sua boca.
Ela nunca tinha feito tal coisa, mas quando ele pôs os dedos contra os lábios, permitiu que deslizasse no interior de sua boca e provou seu próprio sabor. Cheirava a almíscar, tinha gosto salgado e doce, como mel. Ele tirou os dedos e a beijou, com o rosto coberto pela a essência dela. Aquilo de provar seu próprio sabor dos lábios de um homem foi o mais erótico que tinha experimentado. E nada desagradável. Fez com que formigasse o corpo e que a vagina contraísse com renovado desejo. A língua dele invadiu-a, deslizando contra a sua em um quente redemoinho de veludo que formou nós em seu ventre. Debateu-se com as algemas, desejando estirar a mão e pegá-lo, prender o pau e dirigi-lo rumo ao seu sexo que estava à espera.
Por que não a tomava? Arqueou-se contra ele, empurrando a língua contra a sua, dando-lhe todos os sinais necessários e exigindo. Contudo, ele continuou o lento e deliberado assalto em sua boca, segurando-lhe a cabeça entre as mãos e acariciando o cabelo, enquanto a beijava. Estava fazendo de propósito. Ela estava consumindo-se de desejo e ele voltava aos jogos preliminares, beijando e acariciando, quando o que ela queria era foder. Esse homem era desesperante!
Quando ele interrompeu por fim o beijo e a olhou, ela conteve o ar diante da intensidade de seus olhos escuros. Neles refletiam uma fome e um desejo cru. Por ela? Para ela? Nunca um homem a tinha olhado assim. Apesar de ter tentado virar a cabeça, ele segurou firmemente entre suas mãos.
-Não afaste o olhar. Olhe-me. Veja o quanto a desejo.
Seu pau levantou entre as pernas dela, atormentando sua carne sensibilizada. Somente um certeiro movimento e estaria dentro dela. Em vez disso, o único movimento que a penetrou foi com os olhos, como se pudesse ver seu interior e saber o que pensava.
-Pare.– ordenou ela.
-O quer que eu pare?
-De olhar-me assim.
Ele ergueu uma sobrancelha
-Como?
Ela odiava estar amarrada daquela forma e ser incapaz de afastar-se
-Sabe perfeitamente. Desamarre-me.
-Não.
-Meus pulsos doem.
Ele estirou-se para examiná-las.
-Não estão vermelhas. Está bem.
-Tenho cãibras
-Mente. Está úmida. – disse ele separando-lhe com seu membro endurecido os lábios do sexo e esfregando contra ela de uma forma que lhe provocou uma chama de prazer na vagina.
-Claro que estou idiota: gozei.
Ele voltou a mover-se contra ela.
-Está úmida por que gosta disso.
-Não o faço. – Se sentiu infantil ao dizer, mas não pôde evitar. Estava em séria desvantagem, e se via obrigada a recorrer a qualquer tática que ocorresse. Que não eram muitas. Sofria de uma irritante carência de instrumentos de batalha.
-Quer ter meu pau dentro de você?
Sim! Ela encolheu os ombros.
-Gostaria de continuar com isso.
Ele riu e inclinou a cabeça rumo aos seios, fazendo-lhe cosquinhas no pescoço com o cabelo. Ela respirou fundo, inalando seu vivificante aroma, tentando não suspirar de prazer. Deixava-a louca. E quando ele voltou a descer por seu corpo ela gemeu.
-O que está fazendo?
-Preparando-a. – murmurou ele entre beijos.
-Já estou preparada.
-Não o suficiente.
-Deixa de fazer isso. Já o fez antes.
Ele deteve e elevou o olhar para ela, com o cenho franzido.
-Uma vez? Oh, isso não é suficiente.
Santo Deus! O que raio acontecia? Acaso não era típico dos homens lançarem-se diretamente para o prêmio maior? Ele não era normal, tinha que ser isso. Tinha o pau duro, os testículos deviam doer sem piedade. Precisava gozar. Por que não se limitava a isso? Mas, não. Rand não. Ele voltava a estar entre suas pernas, deslizando a língua por todo o seu corpo.
-Oh, Deus meu!
Sim a primeira vez esteve bem, aquele foi, todavia melhor. Sua boca cobriu o sexo e sua língua lambeu o clitóris com golpes implacáveis. A pressão foi elevando como um bule de chá sobre o fogo. Ela sacudiu com força as ataduras que a seguravam, enquanto ele a levava a mesma borda da loucura, traçando círculos ao redor do clitóris, até que a viu suspendida justo na borda do precipício de um orgasmo. Então ele se deteve. Ela levantou a cabeça e viu como se arrastava perversamente sobre seu corpo. Como um predador a ponto de saltar. Ele segurou os braços e logo colocou seu membro na entrada da vagina dela, elevando-se sobre seu corpo.
A luz do sol banhou seu corpo, convertendo-lhe em um deus de ouro. Cada músculo, cada nervo, cada duro plano, era como uma estátua de bronze sobre ela. Tencionou-se aguardando a primeira investida, contudo, ele esperou com os olhos fixos nos seus.
-Peça-o – disse ele.
-O que?
-Peça-o.
Ela fechou os punhos. Estava decidida a não pedir que a penetrasse. Podia continuar mantendo o equilíbrio sobre as pontas dos dedos até a meia-noite se quisesse, mas que a condenassem se suplicasse que a possuísse. Fechou firmemente os lábios e os manteve assim, enquanto ele movia a ponta contra seu clitóris. E ela não podia seguir movendo-se, por que quando o tentava, ele a acompanhava de forma que a roçava constantemente.
Mas, ela seguia negando-se a dizê-lo. Ele acabaria por render-se. Era ele quem, todavia não tinha gozado, enquanto que ela tinha feito duas vezes. Ela podia resistir mais tempo e ele acabaria por cansar os músculos se seguisse meio incorporado sobre ela. Ele dirigiu um sorriso. Deus era lindíssimo! Tinha um rosto bronzeado e de linhas perfeitas, pequenas rugas nos cantos dos olhos, um nariz reto e longo, e uma mandíbula quadrada com uma barba por fazer que tinha percebido quando ele esteve com o rosto metido entre suas pernas. Estremeceu.
-Se o quer, peça-o. – Elevou-se sobre ela, diretamente contra seu clitóris, fazendo-o despedaçar, antes de afastar-se e provocá-la outra vez com sua ponta aveludada. As sensações estavam acabando com ela, fazendo que se desesperasse por que seu grosso e ardente membro a enchia.
Todavia, mantendo o equilíbrio sobre os braços, inclinou a cabeça, pegou um mamilo entre os dentes e o puxou bruscamente. A dor foi deliciosa, mas se foi em um segundo quando ele umedeceu o mamilo com a língua. Quente, molhado e extremamente sedutor. Quando fez o mesmo com o outro mamilo, ela elevou os quadris, incapaz de controlar a reação de seu corpo. Aquilo não era justo. Tinha os mamilos sensíveis e gostava que junto com ele o prazer, tivesse um pouco de dor. E ele sabia. De alguma maneira sabia tudo sobre ela.
Maldito fosse.
-Peça-o. – repetiu ele
E ela o fez, cheia de frustração, com seu corpo, movendo-se contra ele e fazendo todo o possível para que ele não pudesse resistir. Em troca, ele voltou a morder o mamilo, puxando ele com os dentes. Seu clitóris tremeu, derramando sua quente umidade em resposta. O membro dele se moveu contra os lábios de seu sexo, esparramando seus fluidos.
-Quando a mordo se umedece. Acredito que gosta de sentir um pouco de dor, senhorita Newcastle.
De maneira nenhuma ia responder a isso. Ele já sabia coisas demais sobre ela.
-Peça-o.
-Jamais em minha vida supliquei a um homem que me fizesse sua.
-E aposto que nunca baixou a guarda, que nunca tivesse abandonado o controle o tempo suficiente para submeter seu corpo a um homem, não permitiu que suas emoções se desdobrassem e não deixou que nenhum homem te fizesse todas as coisas que queria que fizesse verdade?
Outro. Ouch!
-Seu corpo arde Blair. Tem a cabeça cheia do que poderia ser, mas que nunca foi.
Ele inclinou a cabeça e puxou seu mamilo. Ela lançou um grunhido diante da ardente sensação. Ele deixou um rastro de fogo, movendo a língua de um mamilo a outro, até que ela arqueou-se ao encontro de sua boca. Ele se moveu para capturar os lábios em um beijo longo e intenso que a deixou sem ar.
Bastardo.
-Deixe ir Blair. Entrega-se a mim e prometo que não se arrependerá.
Elevou-se sobre ela, deslizando a ponta entre os úmidos lábios de seu sexo, a modo de promessa do que podia oferecer. Ela ofegava, estava sem ar e não podia suportar aquela tortura nem um segundo mais. O olhou enfurecida, odiando-o naquele momento, mas necessitando-o mais do que nunca tinha precisado a um homem e resmungando as palavras que tinha jurado não dizer jamais.
-Penetre-me Rand.
Dando graças a Deus por qualquer que tivesse sido sua intervenção, Rand empurrou entre os acolhedores lábios de Blair, enterrando profundamente seu pau e permitindo que escapasse um gemido de satisfação ao fazê-lo. Ela lançou a cabeça para trás e gritou, puxando as algemas nos pulsos, enquanto ele empurrava dentro de sua vagina.
Maldição tinha esperado uma eternidade para penetrá-la! Permitiu-se derrubar-se sobre ela e deslizou a mão por baixo das nádegas para inclinar a pélvis para cima, grudando-a mais nele. Com os seios dela pressionados contra seu torso, sentiu cada um dos batimentos de seu coração, todas as contrações de sua vagina, oprimindo seu pau, cada respiração em seu ouvido. Queria que o rodeasse com os braços e pernas, queria sentir seu abraço enquanto introduzia a ela cada vez mais profundamente.
Mas, tinha sido ele quem começou com aquela lição e tinha que terminá-la, e isso significava que ela tinha que estar aberta de braços e pernas, incapaz de tocá-lo e de corresponder as carícias da mão dele sobre sua úmida pele. Ela não podia mover nem os braços, nem as pernas, apenas podia estremecer, suspirar e gemer debaixo dele, enquanto ele se elevava e investia com seu membro contra ela. Ela não podia abraçá-lo, mas seu sexo disse-lhe tudo o que tinha que saber, os rápidos batimentos de seu coração, e os gemidos que acompanhavam sua respiração ofegante, indicavam-lhe o muito que estava desfrutando daquilo.
De momento era suficiente.
-Rand. – gemeu ela, levantando os quadris, a única parte do corpo que podia mover livremente, fora a cabeça.
-Gosto de ouvir você pronunciar meu nome, neném. – disse ele apertando os dentes para conter-se. Desejava aliviar-se dentro dela, alcançar o orgasmo que levava tempo demais formando. Mas, queria que gozasse ela primeiro. E ia fazê-lo. – Volte a dizê-lo.
-Rand. – Os olhos brilhavam como safiras rodeadas por um mar de cílios escuros. Sua ingênua sedutora que não acabava de cruzar por completo as fronteiras da redenção, estava suplicando com o corpo, entregando-lhe o controle, e pedindo-lhe em silêncio que provocasse um orgasmo.
Cravou os dedos sensíveis nas nádegas, empurrando outra vez para cima, enquanto ele investia com maior força. Ela choramingou e ofegou, saindo ao encontro de cada golpe.
-Quer gozar neném? – perguntou ele, retirando-se e voltando a se lançar para frente, sepultando-se dentro dela até os testículos.
Ela assentiu deixando cair à cabeça para trás, com os lábios separados. Era como se todas as suas fantasias tivessem cobrado vida, com seu cabelo todo esparramado, seus carnudos lábios abertos e convidativos, ofegando enquanto ele a fodia.
-Por favor. – sussurrou ela.
Apostaria que nem sequer tinha se dado conta de que o tinha dito.
Os testículos estremeceram de expectativa, a paixão queimou-lhe as entranhas, enquanto o fogo líquido de sua vagina o queimava.
-Goze para mim Blair. Goze no meu pau.
Ela ficou quieta, se tencionou e depois lançou um grito que reverberou nele. A vagina se contraiu ao redor de seu pau, arrastando-o diretamente as convulsões de um orgasmo que começou nos dedos dos pés e estalou em seus testículos. Levantou-se e lançou a cabeça para trás, esvaziando-se nela com um estremecimento e um gemido, enquanto que ela se retorcia contra ele com selvagem abandono, todavia presa em seu próprio orgasmo. Ela o estava matando, exprimindo-lhe a vida, e ele tinha vontade de morrer dentro dela.
Oh sim! Vê-la gozar era o céu sobre a Terra, ver o rubor que se estendia por sua pele, seus mamilos contraídos, seu corpo tenso, enquanto se liberava, e observar como relaxava ao descer das alturas. Ele se retirou, tirou as algemas, e desatou os tornozelos, depois a atraiu contra seu peito, permitindo que seu próprio coração recuperasse o ritmo, que se tranqüilizasse a respiração ao mesmo tempo em que desfrutava da sensação de envolvê-la em seus braços.
Poderia acostumar-se a tê-la ali. Mas, era consciente de que somente tinha arranhado a superfície. Pode ser que tinha ganhado essa primeira batalha com Blair, mas aquilo ainda não tinha acabado.
A guerra acabava de começar.
Passar as tarde na cama, dormindo a sesta, era decadente. Passar as tardes na cama, recuperando-se dos orgasmos mais espetaculares de sua vida, era algo impensável em seu mundo. Tê-las passado com Rand era como uma fantasia pecaminosa. Ele era mais do que ela tinha esperado.
E também mais do que ela tinha temido sempre. Poderoso, dominante, sabia a chave para excitá-la e a pressionava como um expert. Se tivesse enganada somente uma vez, ela teria sorrido com ar de suficiência e teria ido, sabendo que Rand era igual a qualquer um dos homens com os quais tinha estado, simplesmente não o tinha entendido.
Mas, ele a entendeu perfeitamente. Bem até demais.
Ao desmoronar como o fez, caiu diretamente em suas mãos. Onde tinha metido o seu controle? Não podia dominar-se um pouco? Acaso tinha que experimentar um orgasmo cada vez que ele a lambesse, a tocasse ou a fizesse sua? Qualquer um pensaria em ir atrás do seu clímax, teria ficado satisfeita e que poderia ter ficado ali tombada, como um cadáver, simplesmente para que ele soubesse que não estava tão no comando como gostava de acreditar.
Mas, não. Seu corpo traidor teve que responder com um sonoro: Bem! Estou gozando outra vez! Todas e cada uma das vezes. Suspirou e tentou ficar ali. Mas, como um ladrão tentando escapar com todo o ouro, a fuga foi impossível. Ele a rodeou pela cintura com um braço e a trouxe de volta contra o poderoso muro de seu peito. Maldição! Fazia com que se sentisse segura, pregada ao seu corpo dessa forma. A postura era afetuosa e cômoda, ele era sólido e forte. Sentiu-se protegida e desejada. Necessitada.
Alto! Tinha coisas demais na cabeça agora mesmo. E todas erradas. Rand não era o tipo ideal. Não o era. Ao menos para ela.
-Em que está pensando?
O timbre profundo de sua voz fez com que disparasse os nervos em todas as direções, como um foguete.
-Em nada.
-Mentirosa. Diga-me o que está pensando.
Ele pegou seu seio. Não o apertou como muitos homens faziam, somente o rodeou com a mão e arrastou ligeiramente o polegar por cima do mamilo. O clitóris dela respondeu e os sinos começaram a tocar no sul do seu corpo. Estava conectada eletricamente a Rand? Senhor! Somente tinha que acariciá-la languidamente com os dedos e seu corpo respondia. Bom, demônios, a responsável de seu corpo era ela, não ele. E ia fazer caso omisso das carícias em seu mamilo.
-Somente pensando que estou cansada.
-Fez uma sesta de uma hora e meia.
Uma hora e meio grudada em seus braços. Um doce esquecimento.
-Sigo estando cansada.
-Não, não está. Mas, tenho fome e estou certo de que você também. Que tal um banho e algo para comer?
Ela encolheu os ombros, mas o estômago gemeu, delatando-a. Ele começou a rir e a soltou.
-Vai tomar banho. As toalhas estão no armário ao lado do lavabo. Vou acender a grelha e subirei quando já tiver terminado.
Tomar banho? No banheiro de um homem? Sem maquiagem e o secador de cabelos? O que ia colocar? Tinha ele a mínima idéia do aspecto que tinha ela ao sair de um banho? Não estava preparada para aquilo. Meteu-se no banheiro e acendeu a luz, fazendo uma careta ao vê-lo... Tudo era masculino. Um único lavabo branco. Bastante neutro supôs. Também tinha um chuveiro, mas onde estava a esponja? E o pequeno barbeador? E o gel de cabelo? Apostaria que ele nem sequer tinha xampu perfumado.
Provavelmente usava algo chamado Garras de Osso ou Espuma de Homem. Abriu o chuveiro e logo mexeu nos armários de roupas, dando graças ao encontrar um xampu aceitável e um condicionador. Graças a Deus. E possuía agradáveis toalhas, grandes e suaves. Tirou a maquiagem, lavou-se, enxáguo-se e saiu justo no tempo para encontrá-lo junto a porta do banheiro, tirando os jeans.
-O fogo da grelha já está aceso. Deixe-me passar enquanto se seca.
Passou junto a ela e meteu-se rapidamente no jato de água, enquanto ela acabava de secar-se. Tudo era muito íntimo. Algo que faria um casal que vivesse na mesma casa. E ela precisava de um pente.
-Tem um pente de cabelo? – perguntou.
-Na terceira gaveta de baixo.
Ela o abriu e tirou um pente de dentes longos para desfazer os nós de seu cabelo.
-Suponho que não terá um secador.
-Na última gaveta.
Sim! Correu até o armário e tirou o secador. Não era elegante, mas serviria. Nem sequer ia perguntar o porquê o tinha, estava agradecida de que o tivesse. Ele terminou de tomar banho e saiu, tirou uma toalha do armário, e enquanto secava-se, ficou olhando como ela arrumava o cabelo. E ela ficou o olhando como a observava.
E aquilo começou a colocá-la quente a cada minuto, especialmente quando ele envolveu os quadris com a toalha, pegou um pente e ficou junto dela para pentear o cabelo. A toalha descansava sobre seus estreitos quadris. Ela devorou com os olhos seu estômago plano, contou os músculos que tinha, e ficou com água na boca diante de seu peito e braços esculpidos, e logo maldisse mentalmente a si mesma quando ele sorriu através do espelho. Como se atrevia a ser tão sexy? Decidiu não pensar nisso.
Mas, maldição cheirava tão bem. Suspirou e aspirou seu aroma, resistindo ao impulso de soltar o secador, cair de joelhos diante dele e enterrar o rosto entre sua perna. Por sorte, ele saiu do banheiro antes que ela cedesse aos seus impulsos. Desligou o secador e o seguiu, comprovando a elegância e firmeza de suas nádegas, enquanto ele colocava um jeans e uma camiseta solta. Ela pegou a saia e o top que estavam em uma cadeira, junto à cama, e vestiu. A calcinha estava ensopada de todas as formas, tampouco sabia onde estavam.
Olhou Rand se vestir.
-Gosto de saber que não usa nada embaixo da saia – disse aproximando-se dela e abraçando-a. Levantou a saia e passou a mão pelas nádegas, deslizando os dedos por ela para excitá-la – Quero poder brincar com você quando quiser.
Os mamilos se ergueram e contraíram contra a camisa, alertando-o de sua excitação. Ele dirigiu um sorriso, plenamente consciente da reação dela ao seu contato.
-Também gosto que umedeça cada vez que te toco. Como está fazendo agora mesmo.
-Está tentando me envergonhar?
Ele ergueu uma sobrancelha
-Envergonhar? Não. Estou tentando que se desiniba. Nesse fim de semana tenho a intenção de possuir-te Blair. Onde e quando quiser. Vai ceder todo o controle e aprenderá a desfrutar. Acostume-se a idéia.
Colocou a saia sobre as nádegas, acariciou o traseiro e saiu do quarto. Humm. Onde e quando quisesse. Como se ela fosse uma qualquer que tivesse contratado para obedecer suas ordens. Já veríamos. Ela não era o joguete de nenhum homem e muito menos de Rand. E por mais que desfrutasse tendo sexo com ele, esse jogo psicológico que estava jogando com ela não ia dar certo. Se estava ali, era por uma aposta nada mais.
-Blair! Saia aqui fora – gritou ele – e traga uma garrafa de vinho tinto quando sair.
Ela girou os olhos, mas deteve-se na cozinha antes de sair pela a porta atrás do pátio, colocando as sandálias primeiro.
Ele tinha dois pedaços de filé sobre a grelha, junto com algumas verduras e umas batatas envoltas em alumínio. Ela lhe entregou a garrafa, ele a abriu e deixou afastado para que o vinho se oxigenasse durante um momento.
-Tem alguma coisa que precisa que faça? – perguntou ela.
-Sim. Sente-se e relaxe. Parece tensa. – disse ele com um amplo sorriso.
Rascal começou a saltar para que desse umas palmadas na cabeça e esfregasse as orelhas. Blair se entreteve brincando com o cachorro, enquanto Rand cozinhava. A cena era muito... familiar, e a fez sentir-se incômoda.
O sol se colocava entre as densas árvores da propriedade de Rand, suavizando ligeiramente o agonizante calor. Ainda assim, aquela ia ser uma noite calorosa, sem apenas uma brisa para aliviar. Observou Rand, enquanto esse cozinhava, imaginando-o em um amplo pátio com alguns meninos, mais cachorros e muito barulho. Balanços, jogados por toda a parte, uma piscina e uma jacuzzi[1]. O único que faltava era uma mulher com quem compartilhá-lo. E não é que ela fosse essa mulher.
Nada disso. Esse tipo de vida não era para ela. Ficaria sempre solteira, feliz e sem preocupações. Todas aquelas fantasias de família, meninos, os acres de terreno, uma casa de campo como a que possuía Rand, era o sonho de outra pessoa, não o seu. Algum dia, ele encontraria uma mulher amável e doce que iria viver com ele e faria realidade daquele sonho. Então por que a idéia a fazia remexer o estômago? E por que se imaginava em meio desse pátio, metida na piscina até a cintura rindo com os meninos ou brincando com o cachorro?
Não era ela! Ela ia ser uma mulher solteira sempre, uma mulher com uma carreira profissional, responsável de seu próprio destino, com o controle total de sua vida. E em nenhuma parte dessa vida apareciam um rancho, uma casa, um par de crianças, um cachorro e uma piscina.
-O está fazendo outra vez.
Ela levantou o olhar para encontrar com Rand colocando um prato na frente.
-Fazendo o que?
Ele deslizou na cadeira ao lado dela e serviu um copo de vinho para cada um.
-Está perdida em seus pensamentos. Em que pensava?
Ela, cheia de culpa, sentiu o rosto queimar, pegou um garfo e olhou o prato de comida que de repente tinha perdido sua atração.
-Em nada.
-Outra vez com segredos. – Ele começou a comer, mas a estudou, falando entre uma garfada e outra – Vou tentar adivinhar.
Não o adivinharia nem em um milhão de anos.
-Perguntava-se o que vou fazer com você depois de jantar.
Ela resmungou e levantou uma colher de verduras.
-Frio, frio.
-Não perguntava-se o que farei com você depois de comer?
-Não
-Pois deveria. – Dirigiu-lhe um sorriso malicioso e voltou a refeição.
E ela começou a pensar enquanto comia. Que ia fazer com ela depois do jantar? Para quando terminaram de comer e tiraram os pratos, já tinha imaginado vários cenários. Graças a Deus, ele não tinha nenhum lustre em sua casa.
-Segue dando voltas? – perguntou ele quando colocaram o último prato na lava-louças.
Outra cena mais doméstica. Coisas certas que resultavam fáceis e prazerosas de fazer com ele. Isso lhe arrepiou os pêlos. Nunca em sua vida tinha lavado os pratos com um homem.
-Dando voltas no que?
-Ao que tenho planejado?
-Não. Mas, dou por fato de que me dirá ao final, de modo que não vejo razão alguma para desperdiçar pensamentos tentando descobrir o que surgiu nesse cérebro retorcido.
Ele voltou a cabeça e riu, logo voltou a encher os copos de vinho e dirigiram-se a entrada.
-Retorcido?
Ali fora a brisa era melhor, já que o sol por fim tinha se posto. Sentaram-se em um balanço branco de madeira. Ele começou a movê-lo com os pés e ela relaxou, cruzou as pernas por debaixo do seu corpo e começou a beber o vinho, com o olhar perdido na noite chegada. Ali no campo, se viam claramente as estrelas, algo que não conseguia ver na muito iluminada cidade.
-Tranquiliza-me com uma falsa sensação de segurança. – disse ela
-O que?
-É algo estranho. – A ela não ocorria outra forma de explicar – Primeiro sexo sórdido, logo jantar e vinho, agora nos mexemos no balanço. Como segue o roteiro Rand? Continuemos com ele simplesmente.
Ele terminou o copo de vinho e o pôs na pequena mesa, junto ao banco.
-Tem alguma mesa reservada ou algo assim?
Sim. Preciso sair daqui antes que comece a gostar.
-Não
-Então tranquilize-se Blair. Esqueça o tempo. Temos a noite toda. Permite que seu estômago faça um pouco a digestão e limite-se a desfrutar da noite.
Ela tinha comido quase nada, de modo que não tinha muito o que digerir. Estava tão ansiosa e louca como era possível estar. A razão percorreu seu corpo. Apesar dos copos de vinho que tinha tomado, não estava relaxada, em absoluto. Os pensamentos sobre balanços, pátios traseiros, piscinas e meninos, tinham inundado a cabeça. Tinha que passar esse fim de semana de sexo desenfreado com uma idéia somente na cabeça: sexo. Foder de maneira perversa com Rand e cumprir as condições da aposta. Nada mais.
Sexo, sexo e mais sexo. Algo que pudesse controlar. E logo apagar para sempre da sua memória. Quando chegar a segunda, sua relação com Rand voltaria a mesma de quinze anos antes: hostil e distante.
Ele deslizou um braço pelas costas e começou a brincar com seu cabelo, a massagear na cabeça e tirar suavemente os cachos. Maldição! Gostava quando um homem brincava com seu cabelo. Deixava a pele arrepiada. Excitava-a. Endureceram os mamilos. Recostou a cabeça em sua mão para que continuasse. Ao inclinar um pouco mais, estremeceu, degustando quando seu clitóris começou a formigar. Ela era argila em suas mãos, maldito fosse. Ele sabia exatamente que botões tocar.
Ele enroscou o cabelo no punho e o puxou, obrigando-a dobrar o pescoço para trás, e logo pressionou os lábios em sua garganta. A Blair o pulso acelerou, o coração golpeou com força em seu peito. Todo o frescor que lhe tinha proporcionado a brisa, desapareceu diante do golpe de calor que originou em seu interior. Ele traçou um caminho de fogo ao longo de seu pescoço e de sua mandíbula para acabar capturando sua boca em um beijo apaixonado que explorou quando separou os lábios e introduziu a língua. Explorou todos os cantos da boca dela com movimentos lentos e relaxados de sua aveludada língua, como se dispusesse de toda noite. E continuou alisando seu cabelo todo o tempo, segurando a cabeça, dominando-a. Ela estremeceu baixou seu controle, pela a forma que corria a língua com a sua, primeiro com suavidade e logo com maior insistência, pressionando os lábios contra os seus com mais firmeza. Ele colocou o corpo dele sobre o dela, acariciou a cintura com a mão que ficava livre e deslizou os dedos por debaixo da camiseta, subindo-a até os seios. Inclinou e pegou um mamilo entre os dentes, mordiscando suave e ligeiramente. Ela apertou os dentes e elevou os quadris em resposta, desejando que fizesse o mesmo com o clitóris. Ficava luz suficiente para ver como lhe lambia e mordia os mamilos, para contemplar como os rodeava com a língua, fazendo que se erguessem, úmidos com sua saliva, expostos ao ar e suplicando por mais atenção.
Ela estremeceu, mas não foi de frio. Foi por sua forma de olhá-la quando levantou a cabeça, pela a fome e paixão que viu refletida em seus olhos. Ele lhe susteve o olhar enquanto soltava o botão dos jeans e baixava a braguilha, deixando livre o pau. Rodeou com a mão e se acariciou, fazendo com que ela ficasse com água na boca de vontade de prová-lo.
-Chupe-me Blair.
Todavia segurando-lhe o cabelo, empurrou a cabeça rumo ao seu colo. Ela impacientemente por aceitar seu membro na boca, o rodeou com seus lábios, lambendo as finas gotas do líquido reunidas ali, e foi recompensada com um gemido de prazer. Podia ser que ele acreditasse que ele estava no controle, mas ela era uma mestre nisso. Ela deu um golpezinho com a língua na ponta, e logo o sugou, introduzindo pouco a pouco cada centímetro. Ele empurrou para cima, alimentando-a, fundindo-lhe os dedos no cabelo outra vez, enquanto gemia de prazer e lançava para trás a parte superior do corpo. Ela cravou as unhas nas coxas cobertas pelo jeans, com o sexo empapado por causa do seu próprio desejo, e impaciente para que a penetrasse. Encontrava-se consumida por um apetite cruel, pela a necessidade de dar-lhe prazer, de arrastá-lo com ela na mesma direção insuportável com urgência.
-Oh, sim. – murmurou ele – Introduz até o fundo Blair. Traga-o.
Já não queria desafiá-lo. Que sentido tinha, se proporcionasse prazer a ele incrementando o próprio? Ele empurrou para cima e ela o aceitou profundamente em sua garganta, tragando-o, comprimindo-o, até que ele deixou de mover-se, fundiu os dedos no cabelo e tirou o membro da boca.
-Maldição. – exclamou ele, lançando a cabeça para trás e incorporando-a. Cobriu a boca dela com a sua e a devorou, fodendo-a com a língua. Dura e insistentemente, com uma paixão devastadora que lhe machucou os lábios, e fez que inchasse o clitóris e doesse de necessidade. Ela gemeu contra sua boca e ele afastou os lábios, montando-a.
-Foda-me. – ordenou ele.
Ela se emocionou diante do tom áspero de sua voz, e montou em seu pau, lançando a cabeça para trás e gemendo pelo intenso prazer de sentir-se invadida por seu grosso membro.
-Sim. – murmurou agarrando-se em seus ombros e logo descendo sobre ele, até que seus testículos chocaram contra seu sexo.
Foi ela quem impôs o ritmo, cavalgando lentamente, cada roçar do clitóris contra a pélvis dele, era como o estalo de um relâmpago em sua vagina.
-Gosto disso, de foder você vestida. É obsceno. Gosto que seja obscena Blair. Foda-me mais forte.
Ela cedeu, elevando-se e caindo de golpe contra ele.
-Isso assim, cai sobre meus testículos. Maldição isso é maravilhoso.
Agarrou as nádegas e começou a movê-la para cima e para baixo sobre seu pau. Ela levantou a saia para poder ver os movimentos do pau dele entrando e saindo de seu sexo.
-Acaricie o clitóris para mim neném. Provoca um orgasmo.
Ela levou a mão entre as pernas e acariciou o clitóris, sabendo que ele tinha uma visão perfeita do pau desaparecendo entre os lábios do seu sexo, e de sua mão esfregando o clitóris.
-Maldição é maravilhoso. – disse ele com o olhar sobre o lugar onde ambos estavam unidos.
O membro dele inchou, enquanto que as contrações da vagina lhe alisavam fortemente, avisando de que estava próximo do orgasmo. Ela acariciou o clitóris com maior rapidez, lançando-se rumo ao clímax, observando como os olhos dele escureciam e separava os lábios, ofegando como ela.
-Vou gozar. – sussurrou ela, respirando com dificuldade. Arqueou as costas e cravou o sexo contra ele.
Os olhos dele eram tormentosos, seus lábios estavam separados e seu olhar entrecerrado era tão condenadamente sedutor que ela não podia suportar.
-Goze no meu pau Blair. Absorve meu orgasmo e leve-me com você.
Ela segurou com uma mão em seu ombro e esfregou seu clitóris com fúria, enquanto as sensações a queimavam por dentro. Então chegou, um explosivo orgasmo que arrancou-lhe um grito. Manteve os olhos cravados nos dele enquanto gozava, e notou como ele estava ao mesmo tempo, entrando e saindo dela, lançando um abrasador jorro de sêmen. Moviam-se mais uma vez, dirigindo os seus próprios orgasmos, para gozarem juntos.
Blair se jogou para frente e abraçou os ombros de Rand, estremecendo contras as réplicas do orgasmo que seguiam percorrendo-a. Ele acariciou o cabelo e as costas com ternura, enquanto o frenesi de ambos ia diminuindo de intensidade. Abraçada a ele dessa forma, Blair compreendeu que com Rand se sentia mais como ela mesma do que tinha se sentido com outro homem. E isso a assustou mais que qualquer outra relação das quais tinha saído. Ele e levantou nos braços e levou ao dormitório, onde a desnudou e a atraiu rumo a si. Seu pau estava duro.
Não falou, limitou a se introduzir e acariciá-la, sem palavras, fazendo-lhe amor doce e suavemente. Acariciou-lhe os seios, a beijou na nuca, deslizando as mãos por todo o corpo para, finalmente, passar em seu clitóris. Foi lentamente e sem pressa, como se tivesse todo o tempo e a paciência do mundo. Ela não acreditava que pudesse gozar outra vez, e quando o fez, a pegou desprevenida, os gritos da concepção foram uma grata surpresa quando experimentou um orgasmo estremecedor que a levou a borda das lágrimas.
Dessa vez ele não gozou, limitou a deixar o pau dentro dela, e abraçá-la durante um tempo, sustendo-a, com o membro suavizando até que ele deixou de mover-se. Sem deixar de segurá-la, acariciá-la ou beijá-la. Aquele era o instante mais condenadamente doce que ela tinha experimentado. Levava quinze anos amando Rand McKay. Essa noite somente tinha servido para piorar as coisas. Seu coração estava corrompido. Tinha que sair dali pela manhã.
O sol nasceu entre as persianas abertas. Rascal latia por algo. Era hora de levantar.
Rand procurou o calor de Blair, pensando que uns minutos a mais não teriam importância. Estendeu o braço sobre a cama, mas ela não estava ali. Incorporou-se e olhou para o banheiro, mas a porta estava aberta. Saiu da cama, bocejando e espreguiçou. Nenhum sinal dela. Entrou na cozinha. Também não estava ali. Quando chegou a porta da rua, confirmou suas suspeitas. O carro dela não estava ali. Blair tinha ido embora. Ficou furioso. Maldição! Entrou como um ciclone no quarto e pôs o jeans, ligou a cafeteira, deu de comer a Rascal, e depois começou a tamborilar com os dedos na mesa, esperando que o café ficasse pronto.
Quando tomou vários copos de café, já estava o bastante acordado e a cólera tinha sumido. E não surpreendia tanto que Blair tivesse saído correndo dali. A entendia melhor do que ela mesmo se entendia. Blair tinha medo do que aconteceu entre eles, por que o desfrutara. Ele tinha quebrado seu escudo. Ele sabia e ela também. Não importava, tinha quebrado. E aquilo era algo bom. Significava que estava verdadeiramente preocupada. Tinha dado o primeiro passo e tinha se aproximado dele depois de tantos anos. O que ambos tinham compartilhado era especial e não estava disposto a perdê-la.
Agora o único que tinha que fazer era planejar o que ia fazer depois. Passou o olhar pela cozinha, pegou o café e dirigiu-se a sala, sorrindo quando lhe ocorreu uma idéia.
Tinha um plano. Um plano perfeito.
Blair soltou um suspiro e se dirigiu para a mesa onde Abby e Callie estavam esperando. Ambas retorciam no banco, com um sorriso expectativo no rosto, enquanto ela aproximava-se.
Honestamente, se arrependia de ter dado início a essa aposta absurda.
-E bem? – perguntou Callie antes que Blair tivesse sentado no banco do Torinos.
Blair pediu a garçonete uma margarita e pegou uma rodela de limão na cesta que tinha na sua frente.
-Bem o quê?
-Não se faça de desentendida com a gente. – disse Abby com os olhos brilhantes de entusiasmo – Já sabe o que. Conte-nos.
-Foi bom. – Mordeu a rodela e começou a mastigar.
-Bom? – Callie olhou primeiro a Abby e logo a Blair de novo – Pode fazer melhor. Queremos detalhes.
A garçonete pôs a margarita diante de Blair. Ela bebeu alguns goles para animar-se e disse:
-Fui a sua casa. Fodemos sem parar. Nos lavamos e repetimos. Logo fui para a minha casa
Abby franziu o cenho.
-E?
-E o que?
-Terminou.
-Tem que ter algo mais carinho. – disse Callie – É uma fonte de informação sexual. No geral sempre nos interamos com todos os detalhes de cada uma de suas conquistas. Nunca se mantêm calada como agora.
Maldição!
-De acordo. Foi tórrido. Mais que tórrido. Foi o melhor sexo da minha vida. Estão contentes? – Pegou um punhado de batatas fritas e encheu a boca para não seguir falando.
-Sabia. – disse Callie
-Ele foi fabuloso não? – perguntou Abby.
-Sim. – conseguiu responder com a boca cheia de batatas.
-Então ficou o fim de semana todo com ele?
Ela terminou a margarita.
-Não, fui embora depois da primeira noite.
Callie abriu muito os olhos.
-Por quê?
Blair encolheu os ombros.
-Ou começa a contar tudo desde o começo, ou telefono para Rand me contar todos os detalhes. – ameaçou Abby.
Blair levantou a cabeça de um golpe.
-Nem se atreva!
-Então conte-nos o que aconteceu! Por que se não o fizer, juro por Deus, que irei procurar Rand e escutar sua versão da história.
Blair olhou a Abby de boca aberta. Nunca tinha se dado conta de que sua amiga fosse tão violenta. Além disso, se tinha que falar daquilo abertamente, quem melhor que suas duas melhores amigas para escutá-la? Se não podia confiar nelas em quem ia confiar?
-De acordo, mas aqui não. Não posso falar disso neste lugar.
-Em minha casa. – disse Callie pegando a bolsa e chamando a garçonete para que trouxesse a conta.
Uma hora mais tarde estavam instaladas na sala de Callie, descalças e cômodas, com uma jarra de margarita caseira e a mesa cheia de aperitivos salgados. Abby e Callie olharam expectativamente. Ela nunca tinha contado a ninguém sobre seus desejos secretos mais íntimos, nem sequer a suas duas amigas. Apesar de que precisava de conselhos, de modo que era agora ou nunca.
-Provavelmente não acreditem, por que sempre fui a pessoa de caráter dominante e controlador, mas na cama sou submissa total.
-Conta-me algo que já não saiba. – disse Callie com um suave sorriso.
A Blair caiu a mandíbula.
-Sabia?
-Eu sim, a Abby não sei.
Abby sacudiu a cabeça, com os olhos muito abertos.
-Explique-me isso. Você submissa? Não tinha nem idéia.
De acordo, não estava sendo tão difícil como ela acreditava. Olhou a Callie.
-Como o soube?
-Por algumas coisas que vêem dizendo através dos anos. Além disso, sei que Rand é seu tipo. É um homem dominante. E faz com que derreta somente de pensar no que te pode fazer.
A ela contraiu o sexo somente de pensar em tudo isso.
-Faze-o.
-Bom, isso já sabia – disse Abby – de modo que por que não continuou lá?
-Por que ele me assusta. E também me aterroriza a minha reação com ele.
-Por quê? – perguntou Callie recostando-se no sofá.
Blair se sentou sobre os pés e concentrou a vista no copo de margarita, envergonhada pelo o que estava a ponto de admitir.
-Vi como meu pai controlava tudo o que se referia a minha mãe: quanto dinheiro gastava, quem eram suas amigas, a quem dedicava seu tempo. Nem sequer podia ir ao supermercado sem que ele a cronometrasse, e logo a acusava de enganá-lo. Fizesse o que fizesse, não estava bom. Não se levantava a tempo, não andava bem, não se vestia bem. Quando fui maior o bastante fui embora de casa, ela já não era mais que um robô a suas ordens. Viveu uma existência miserável toda a sua vida, por culpa de um homem dominante. Carecia de caráter, de auto-estima e do valor necessário para abandoná-lo. Tentou fazer o mesmo comigo, mas resisti tanto quanto pude, negando-me a permitir que me dobrasse a sua vontade. Jurei que nunca, jamais, me apaixonaria por um homem assim, que nunca me relacionaria com um homem de vontade forte, controlador e dominante.
A sala ficou em silêncio, e a Blair deu medo de olhar a Abby e Callie, temendo que fossem julgar os defeitos de sua mãe e, de alguma forma, descobrissem também as imperfeições que ela tinha. Suas duas amigas, em troca, sentaram-se ambas ao lado dela no sofá e se viu em meio a um forte abraço, que encheu os olhos de lágrimas.
-Você não é responsável pelo comportamento de seu pai, nem da falta de caráter de sua mãe. – declarou Callie afastando-se e olhando-a.
Os olhos ambarinos de Callie estavam brilhantes por causa das lágrimas. E de tristeza.
-Não chore pela a minha mãe. Ela era fraca. Eu não sou.
-Já sei que não.
Abby apertou a mão.
-E Rand não se parece em nada com seu pai.
Blair assentiu.
-A parte racional do meu cérebro sabe, mas a parte emocional sai correndo como se a perseguisse o diabo, sempre que se aproxima de mim, e sempre o fará. Isso é o que me fez ficar afastada dele todos esses anos, o que me empurra a ir com homens de caráter fraco em vez de ir ao dominante e controlador Rand.
Sua respiração foi temerosa.
-Amo o Rand desde que me dei conta da diferença entre homens e mulheres. É divertido, honrado, inteligente, amável e tem uma fortaleza que faz com que os meus joelhos se convertam em gelatina. Então supus o que era ele e o que era eu. Sabia que podia dar-me o que precisava. Por que no terreno sexual sou uma submissa. Nos demais aspectos da minha vida sou forte, capaz e dominante. No quarto gosto de me render. E me dá medo que se me rendo na cama, pretenda que me renda no resto. Simplesmente... Não posso.
-Falou-lhe sobre seus temores? – perguntou Callie
Ela sacudiu a cabeça -Não.
-Deveria fazê-lo.
-Não vou ter essa oportunidade. Sei que é covarde por minha parte, mas, não posso arriscar-me a entregar a minha alma a um homem que irá querer me controlar cada vez que respire.
-Pode confiar nele. – disse Abby – Pressinto-o. É um bom tipo. E acredito que leva toda a sua vida esperando-te.
Ela respirou fundo, o medo a fazia tremer.
-Também me aterroriza não ser o que ele quer que seja.
-Nunca tinha te visto assim. – interveio Callie – É uma das mulheres mais fortes que conheço. A você não assusta nada.
-Isso sim. Ele sim. O que sinto por ele sim. Tudo o relativo a nós me assusta. Não posso estar com ele.
-Então vai fugir em vez de descobrir se você e Rand podem funcionar. – disse Abby.
Blair a olhou e assentiu.
-Sim.
-Pode ser que esteja se afastando do amor de sua vida.
Uma pontada acertou seu estômago.
-Pode ser.
Dava-lhe a sensação de que já o tinha feito. Tinha esse pressentimento.
-Temos um novo cliente
Blair deixou de olhar sua mesa, no escritório e olhou a Mary, sua assistente.
-Isso é genial.
-Pode ser que sim e pode ser que não. – Mary mordeu o lábio inferior e apertou a folha de papel que levava na mão.
-Deixe-me ver isso.
-Não vai gostar.
Blair virou os olhos. A empresa de decoração de interiores era sua criatura, o ponto da sua vida. Vivia para ter clientes novos. Estendeu a mão.
-Dê-me isso Mary.
Mary deslizou o papel sobre a mesa. Blair revisou a solicitação e logo franziu o cenho . Em que diabos estava pensando ele? Tratava de outro jogo, de outra forma de manipulá-la? Ah não! Isso não ia acontecer.
-Designa-o a Sue Ellen.
-Solicita expressamente que seja você quem faça o trabalho.
-Entendo. Não vou fazê-lo. Estou ocupada demais.
-Tem a agenda vazia. E esse é um trabalho importante. Disse que é toda a casa.
-Dá no mesmo. Não vou fazê-lo.
-Disse que ou você faz, ou não tem contrato.
Ela encolheu os ombros e girou para o computador.
-Então suponho que não terá contrato.
-Não podemos nos permitir recusar um trabalho Blair.
Tinha razão demônios! Maldito fosse Rand por cercá-la desse modo. Essa era precisamente a razão pela qual nunca ia tentar ter uma relação com ele. Manipulação, pura e dura. Exatamente como seu pai. Tudo girava em torno do controle. Golpeou ligeiramente a mesa com os dedos e refletiu. O projeto era imenso e traria algumas vantagens necessárias para o negócio. O certo era que não podia permitir-se recusar, mas fatigava-lhe ceder a um ultimato de Rand.
-De acordo, o farei. Avisa a Rand que me reunirei com ele, em sua casa, essa noite às sete horas.
Mary soltou um suspiro.
-Genial! Vai ser um ótimo projeto. Alegro-me muito de que tenha mudado de idéia Blair. Vai ser maravilhoso para o negócio!
E catastrófico em muitos outros aspectos.
Rand se apoiou contra o canto do alpendre e observou Blair deter-se no caminho da entrada. Rascal saiu correndo para cumprimentá-la, latindo e balançando o rabo. Ele reconhecia a sensação. Somente de ver como saía do carro, vestida com uma saia rosa ajustada e uma blusinha combinando, acelerou o pulso. Os óculos de sol cobriam-lhe os olhos, mas a expressão severa de seus lábios indicou-lhe que não se alegrava de estar ali. E não é que ele esperava que fosse. De fato, estava certo de que o ultimato a tinha irritado.
-Blair. – cumprimentou-a quando ela se aproximou das escadas.
-Rand.
-Obrigado por vir.
-Certo, certo. Começamos?
-Claro. – Abriu a porta mosquiteira[2] para deixá-la passar e ela entrou com as costas retas e rígidas.
Oh, sim estava mais furiosa que uma vespa. Sorriu de orelha a orelha.
-Disse que queria reformar a casa toda, não é assim? – perguntou ela passando o olhar pela sala e tomando nota no seu bloquinho.
-Sim
-Vou tomar umas notas e volto. Suponho que não se importaria que desse uma volta pela casa.
-Já esteve aqui Blair. Não me importa nada que ande aonde quiser.
-Nesse caso, sente-se. – disse ela sem nem olhá-lo – Volto logo.
Ele se deixou cair no sofá e apoiou os pés na mesa de centro, enquanto ela passava da sala a cozinha e aos quatro dormitórios. Perguntou-se se estaria lembrando o que tinham feito no dormitório na outra noite.
Ele lembrava muito bem. As últimas noites também não tinha conseguido dormir. Passou-as acordado, masturbando-se, com o cheiro dela aderido nos lençóis e nos travesseiros. Foda, queria voltar a tê-la em sua cama! E não somente uma ou duas noites. A queria para sempre. Deus, imaginava qual seria sua reação se ele dissesse algo assim. Contudo, conhecendo seus medos, tinha que agir com cuidado. Se a pressionasse demais, a perderia. De modo que tinha que fingir indiferença. Muita indiferença.
Pegou uma revista de carros e começou a folheá-la, enquanto ela perambulava pela casa, a soltou quando ela voltou e se fixou em que sentasse na cadeira que estava junto ao sofá. Mantendo a distância.
Ela olhou para frente, dando a volta no papel de seu bloquinho.
-Imagino que terá alguma idéia concreta sobre o desenho.
-Na verdade não.
As sobrancelhas dela, perfeitamente esculpidas, levantaram
-Perdão?
Ele lançou a cabeça para trás e colocou os braços nas costas do sofá.
-Não tenho a menor idéia.
-Então como se supõe que vou desenhar o interior de sua casa?
-Você é a expert nisso, Blair. Sou um representante da lei, não decorador.
-Mas, se trata da sua casa.
-Confio no seu critério.
-Poderia converter a sua casa em todo um pesadelo rosa, cheia de flores.
Ele riu.
-Poderia, mas não fará. É honrada demais para isso.
Ela suspirou
-Tem razão. Como vou saber o que quer Rand?
-É fácil. Conhece-me. E esse lugar esta uma miscelânea de móveis que não combinam. Fora um par de antiguidades que pertenceram aos meus avôs, o que sobra. Quero sentar a cabeça e formar uma família algum dia, de modo que o único que me interessa é que seja prático.
-De verdade?
Ela golpeou ligeiramente o bloquinho com a caneta. Ele conteve um sorriso.
-Sim, de verdade.
-De modo que quer renovar a decoração para que as possíveis namoradas passem por um lugar um pouco mais elegante do que tem agora.
Certo, estava aborrecendo-se. Sentia não poder começar a rir.
-Nada estranho. Sou um homem simples. Somente quero que fique agradável.
-Defina agradável.
Adorava a forma em que tremia o lábio inferior quando estava incomodada. Dava vontade de pegá-los com os dentes e aproximar-se. Doía o seu pau. Maldição, a queria como fosse, mas, não ia tê-la. Ao menos não essa noite.
-Decorá-la como você gostaria se tivesse que viver aqui.
-De acordo. Assegurarei de que goste a sucessão de possíveis noivas.
-Genial.
-Vai ter que mudar-se durante algumas semanas.
-Posso ficar no gabinete. Ali tem um quarto e uma ducha.
Ela levantou-se, alisou a saia e arrancou uma folha do bloquinho
-Preciso que faça uma lista com as coisas que quer conservar. Alguém do meu escritório telefonará pela manhã para dizer que dia começamos.
-Espero que seja logo.
Ela apertou os lábios e olhou-o.
-Já pensou em alguma candidata a senhora McKay?
-Algo assim.
A ela custou dissimular a surpresa por esse comentário.
-Nesse caso, farei o que puder para apressar as coisas. Não queremos fazer a noiva esperar.
-Obrigado. Aprecio a consideração.
Ela respirou profundamente pelo nariz, já que tinha os lábios fortemente apertados, pegou suas coisas e começou a andar rumo a porta arrancando praticamente a mosquiteira da porta ao fechá-la com força.
Oh sim! Agora estava completamente furiosa. A tinha aonde queria. Encolerizada, ciumenta e desconcertada. Deus, a amava!
Redecorar. Sucessão de possíveis noivas. Blair deu golpes com as unhas na mesa e abriu os catálogos, desejando ser capaz de decorar a casa de Rand como o harém de um sultão. Almofadas de jóias, guirlandas penduradas, cortinas de seda de todas as cores do arco-íris. Estaria bem empregado se o fizesse. Era uma pena que ela tivesse escrúpulos profissionais. Idiota. Estúpido. Imbecil. Odiava-o, odiava-o. Odiava-o. Com uma intensidade que fazia com que fervesse o sangue.
Por ser tão profissional, tão agradável e tão acomodado. Tão total e absolutamente imprevisível. Ela esperava que tivesse uma descrição exata de cada um dos móveis que queria, de cada cor e de cada pano, e não o permitiria sair disso. Em troca, a surpreendeu dizendo que podia fazer o que quisesse. Em uma ocasião seu pai permitiu redecorar um quarto da casa. Foi logo depois de sua formatura. Ela deu algumas idéias, mas a ele nenhuma pareceu boa o bastante. Tudo mudou. E suas escolhas foram horríveis, mas, claro, que tinha que ser ele quem desse as ordens. Sua mãe não disse nenhuma palavra. Muito típico. Blair não se incomodou em discutir com ele. Depois de tudo se tratava de seu dinheiro. Ele desejava o feio estilo americano e foi o que teve. As cores eram escuras, sem um toque feminino sequer. E tratava-se do quarto principal. Quando Blair terminou, não ficava nada de sua mãe nele. Exceto sua mãe.
E sua mãe se mostrou encantada, escolheu a Blair por seu trabalho e disse-lhe a seu pai que tinha um gosto maravilhoso. Repugnante. Contudo, Rand, em vez de fazer o que tinha feito o pai de Blair, acabava de colocar em suas mãos toda a casa. Disse-lhe que decorasse como o faria se ela vivesse ali. Exceto que não ia decorá-la para ela, ia o fazer para outra mulher. Acabava de foder com ela, quando era evidente que já tinha idéias de casar-se com outra. Filho da puta. Como podia ter permitido que seu coração ficasse louco por uma noite de sexo fabuloso? Por que decididamente a idéia de Rand casado com outra mulher, de que qualquer outra estivesse nesse pátio traseiro com esses filhos, esses cachorros e essa piscina, resultava doloroso.
Em todo caso, aquilo era uma estúpida fantasia. Tratava-se de uma aposta. Ela tinha cumprido com sua parte e a tinha levado ao fim. Agora acabou. Rand e ela tinham terminado. E quando acabasse esse trabalho, não teria que voltar a pensar nunca mais nele, nem vê-lo e nem falar com ele. Mas, ia fazer um bom trabalho em sua casa. Desenharia-o como se fosse ela quem fosse viver ali, como se fosse a mulher que ia ter seus filhos e ter uma vida com ele. Mostraria-lhe que podia depositar sua confiança nela.
Por que era uma profissional que fazia condenadamente bem o seu trabalho.
Não por que se importasse com ele.
A casa ficou perfeita. Blair tinha o estômago remexido, com uma mescla de excitação expectante e doce. Ela poderia viver ali, cômoda e feliz. A casa era magnífica, segundo ela, o sonho de qualquer mulher e, ao mesmo tempo, um lugar onde qualquer homem gostaria de viver.
E Rand estava a ponto de chegar. Perambulou por todos os quartos para assegurar-se de que não tivesse nada fora do seu devido lugar, e se apressou a ir para a porta, quando o ouviu chegar, com o estômago em um nó. Nunca esteve tão nervosa quando apresentava o resultado final de seus esforços aos clientes, mas hoje sim. Contudo, alisou a saia e se apoiou na porta quando ele subiu as escadas, mostrando uma atitude tranquila e profissional. E tentou que não caísse a baba quando ele enganchou os dedos no cinto do jeans, deteve-se no último degrau, apoiou o corpo no corrimão e lançou um assobio.
Ela também tinha reformado o corrimão, não muito, mas o suficiente para ele notar. Ou ao menos esperava que ele notasse. Tinha deixado o balanço por que gostava. Acrescentou umas cadeiras de vime com almofadas, umas plantas com vistosas flores e um par de plantas no jardins de cimento, no chão que lhe deu as boas-vindas quando subia as escadas. Além disso, tinham pintado o corrimão, de maneira que agora brilhava com um branco deslumbrante.
-Certo, é lindo. – disse ele lançando a cabeça para trás, e apoiando a mão na culatra da pistola, enfiada no cinto.
-Somente é uma melhora no corrimão dianteiro.
A garganta tinha ficado completamente seca. Esperava que ele não se desse conta de que estava tremendo. Na verdade por que estava tão nervosa?
-Se for do seu agrado, mostrarei sua nova casa. – disse ela encolhendo os ombros com indolência.
-Claro, estou impaciente para vê-la.
Rand não sabia qual dos dois estava mais nervoso, se Blair ou ele. Por mais que ela tentasse dissimular, ele se dava conta dos olhares furtivos que lançava-lhe enquanto fingia despreocupação e tentava manter-se firme.
Durante duas malditas semanas ficou quieto no gabinete, morrendo de vontade de sair e ver o que ela estava fazendo, mas se manteve fiel a sua palavra e permaneceu afastado. Fazê-lo custou-lhe uma enorme força de vontade e um monte de palha. Sentia sua falta. Sentia falta de estar ao seu redor, de seu cheiro, seu sorriso, inclusive sentia falta de incomodá-la. Realmente gostava de irritá-la. Gostava de vê-la aborrecida e furiosa, totalmente zangada com ele. Quando ficava irritada seus olhos brilhavam de paixão. Sentia falta de tocá-la. Beijá-la. Fodê-la.
Doía-lhe o pau por ela.
Doía-lhe o coração por ela.
Estava por um fio e rogou a Deus que aquilo desse certo.
-Se tem algo que não goste. – começou a dizer ela, bloqueando a porta antes dele entrar – Claro que o trocaremos.
-Deixe-me entrar Blair. – disse ele suavemente – Estou certo de que está muito bom.
-Não quero que esteja bom. Quero que goste.
Aquilo sim era uma revelação. E ele se deu conta, por sua expressão, de que ela havia se arrependido de sua palavras quando saíram de sua boca.
-Já gosto. Leva a sua marca.
-Dá no mesmo. Aqui trabalhou toda uma equipe, não somente eu. – Afastou-se para deixar-lhe entrar.
Certo! Era uma casa completamente diferente. Os velhos móveis que não combinavam entre si, já não estavam. Tudo tinha desaparecido. E nada parecia igual. Se sentiu... confortável, acabando de entrar.
Nem recarregado, nem presunçoso, nem, Deus não o quisesse, feminino. Também não estava excessivamente masculino. Sofás de pano com a cor neutra, colocados em perpendicular com a chaminé, junto a um par de cadeiras de pele, de aspecto verdadeiramente confortável. O resto da sala estava desnuda, exceto por um par de mesas de madeira clara, junto com um móvel de colocar bebidas e bandejas. Os lustres eram modernos, mas não bizarro. A sala resultava prática e aproveitável, e bastante acolhedora para desfrutar uma mulher, com uma cômoda almofada diante dos móveis. Era capaz de imaginar algumas crianças, com os jogos espalhados pela almofada, jogando ao fogo no inverno, enquanto Blair e ele liam o jornal e tomavam café.
Dirigiu-se a cozinha e descobriu que a velha mesa de sua avó tinha sido restaurada. Seguia conservando seu antigo encanto e os defeitos e uns arranhões de antes, mas parecia... Melhorada. Não tão desgastada, machada, já não parecia um objeto velho. Agora parecia uma verdadeira antiguidade.
-Essa mesa não tinha cadeiras, de modo que eu... os empregados, foram a alguns mercados e encontraram várias que combinavam perfeitamente. – explicou ela.
Seis cadeiras, para ser exato. E, além disso, cada uma deferente. Coisa que adorou, por que as que tinha sua avó também não fazia parte do jogo. Demônios, nem sequer lembrava onde tinham ido parar. Certo que separadas pelas casas familiares. Contudo, aquelas robustas cadeiras de madeira que não pareciam novas, gostava delas, harmonizavam com o resto da cozinha.
Os móveis eram de pinho, robustos e escuros, combinavam com a mesa de sua avó. As bancadas tinham sido substituídas por um bonito granizo escuro e a pia era agora de dois lados e de um brilhante cromado. Era moderno e antigo ao mesmo tempo. Tinha aparência de uma cozinha rústica, mas qualquer mulher lançaria exclamações de alegria se tivesse que cozinhar ali, com a enorme geladeira de duas portas e o fogão de ilha central. Ficou sem palavras. E muito impressionado com o talento de Blair.
-Se me acompanhar ao vestíbulo, – disse Blair – mostrarei-lhe os quartos.
Ele era consciente de que também não havia pronunciado nenhuma palavra, e que Blair, provavelmente, estivesse louca de preocupação, mas Deus era testemunha de que não sabia o que dizer.
-Temos deixado três sem decorar, como pediu, supondo que algum dia irá querer convertê-los em quartos para as crianças. – explicou com uma voz que acabou em um tom mais agudo. Teve que limpar a garganta ao chegar no vestíbulo.
Ele sorriu.
-Obrigado.
-E agora o dormitório principal. – Voltou-se a medida rumo a ele, enquanto abria a porta do quarto, e logo afastou-se de seu caminho ao acender a luz – Espero que goste.
Enquanto Blair estivesse ali com ele, gostaria, mesmo se somente tivesse uma caixa e uma toalha no chão.
Não tinha nada disso. Pelo contrario, a cama de ferro tinha uma cabeceira forrada com um desenho moderno de flores e corações, que a uma mulher pareciam atraentes, como os pés da cama. O que gostou foi do dossel de ferro, de construção forte e sólida. Desbocou sua imaginação, e começou a imaginar a Blair imobilizada, com os pulsos presos no alto da estrutura, as pernas atadas e estendidas, e a vagina na altura da sua boca. Maldição. Concentrado na cama, nem se fixou no resto do quarto, apesar de que estava certo de que devia estar lindo. Foda, dava no mesmo.
-Quer ver o resto do quarto?
-Não. – Olhou fixamente a cama
-Hum. Conta com sua aprovação?
Ele voltou-se rumo a ela, sem incomodar-se sequer em esconder sua ereção, que pressionava contra a braguilha dos jeans.
-Conta com a sua?
Ela esboçou um sorriso.
-Claro que sim. Eu mesma decorei.
-Muito bem. Tire a roupa.
-Desculpe?
-Já me ouviu. Tire a roupa.
O olhar dela passou de surpresa a ira em um instante.
-Perdeu a cabeça?
-Não.
-Olhe, Rand, aceitei esse trabalho por que é bom para o negócio. Poderia redecorar a casa, perfeito. O fiz. Nem se incomodou em dizer se gostou ou não. Bom, pois o trabalho já está terminado. Gostará qualquer mulher com que tenha pensado casar-se. Você sabe e eu sei. Vou embora. Mandarei a conta pelo correio. Nossa relação terminou.
-Nossa relação não terminou Blair.
Ele entrecerrou os olhos.
-É um maldito arrogante! Como se atreve a dar por feito que por que existe entre nós essa tensão sexual, que somente por que temos passado uma noite de sexo realmente apaixonado, vou tirar a roupa e gozar por que você ordena, e logo vou ficar feliz, enquanto você cruza com outra mulher no umbral da casa que decorei para ela!
Deu meia volta, mas antes de que pudesse ir ele declarou:
-Essa mulher é você Blair.
Ela deteve-se e logo voltou rumo a ele.
-O que?
-Você é a mulher com quem quero cruzar o umbral da porta. Com o vestido branco e tudo isso. Você é a mulher para a que queria que decorasse a casa. Você é a mulher que amo e desejo desde que ambos tínhamos quinze anos e começou a provocar-me. Você é a mulher que amo Blair. Sempre foi.
Jamais em sua vida Blair tinha ficado muda de surpresa. Sempre reagia com rapidez, com uma réplica aguda, era expert em colocar os homens em seus lugares. Rand tinha conseguido deixá-la sem palavras pela primeira vez em sua vida.
-Me ama?
-Sim. Te amo. – Aproximou-se dela, com seu corpo ágil e firme, e o pau descaradamente rígido contra o jeans. E logo, fez uma coisa que encheu-lhe os olhos de lágrimas: ficou de joelhos diante dela. Esse dominante e exasperante macho alfa, estava de joelhos.
-Case comigo Blair. Te amo. Amo sua fortaleza, sua inteligência e seu senso de humor. Adoro a vida que construiu, apesar de suas origens, e sim, eu sei tudo o que lhe aconteceu.
-Você sabe?
-Sim. Não sou seu pai, e você não é sua mãe. É uma maravilhosa mulher com uma carreira profissional que não aceita a merda de nenhum homem.
Ela sorriu ao ouvir aquilo. Era o melhor elogio que podia ter-lhe feito.
-Não quero governar sua vida neném. Não seria capaz de amar a mulher que fosse meu tapete. Adoro que fique diante de mim e me devolva os tapas. – Pegou a mão – Quero você comigo nesta casa. A quero nessa cama comigo, cada noite, levando ao fim nossas fantasias. E, logo quero ter filhos e construir um futuro juntos.
Ela havia se enganado. Tinha se enganado em tudo. Havia passado anos julgando mal Rand, comparando-o ao seu pai. De acordo, era dominante, arrogante, seguro de si mesmo e controlador, mas não parecia-se em nada com seu pai. Nada em absoluto.
Ele queria que ela fosse uma mulher independente, que levasse as rédeas de sua vida em todos os aspectos, exceto um. Um lugar em que ela desejava que ele dominasse, em que ela queria e precisava que ele dominasse.
No terreno sexual.
-Não sei o que dizer.
Ele sorriu de orelha a orelha.
-Diga o que sente.
Ela emitiu um som tremido.
-Me deu medo a vida toda, por culpa de meu pai e do que fez a minha mãe. Sabia o tipo de homem que era e jurei que nunca me converteria em uma mulher como a minha mãe.
Cansada de olhá-lo por cima, ficou de joelhos. Rand sentou ao seu lado e pegou as mãos entre as suas.
-Continua. – disse ele.
-Depois das primeiras relações sexuais que tive, me senti vazia. Escolhi deliberadamente homens a quem pudesse controlar, por que tinha medo de estar com alguém que fosse muito dominante. Apesar de que os homens que escolhi me deixassem insatisfeita, e foi então quando me dei conta de que no terreno sexual era submissa, e que, no quarto, desejava que me dominassem.
-Aposto que isso te assustou de verdade, tendo em conta a história de sua família.
Ela assentiu.
-Contudo, estava decidida a afastar-me dos homens que se pareciam com meu pai. E incluí você nessa categoria. Você era forte, auto-suficiente, arrogante e autoritário. Não podia controlá-lo. Fazia com que disparasse o meu coração e que se encolhesse os dedos dos pés. Fazia com que umedecesse a calcinha casa vez que estava perto ou falava. Durante anos, com quem fantasiava ao masturbar-me era com você. Cada vez que dormia com um homem, era seu rosto que via e eram sua mãos que percorriam meu corpo.
Uma parte de si mesma não podia acreditar que acabava de admitir aquilo diante dele. Outra, se sentia liberada e sem medo por tê-lo feito. Já que sabia que Rand não ia usar contra ela e não pensaria que era frágil por esse motivo.
-Isso é muito excitante neném. – disse ele estendendo a mão para acariciá-la no pescoço – Obrigado.
Enrijeceu a pele com a carícia e os mamilos ficaram tensos e doloridos. Por fim, respirou fundo e expressou seu mais profundo segredo.
-Te amo desde que meu coração supôs o que era o amor, mas isso assustava, Rand. Jamais havia desejado a um homem como desejo você. Em todos esses anos, apesar de todos esses homens, o único que realmente desejava era você. A única pessoa a quem tinha entregado a minha vida, havia sido você. – Acabava de entregar tudo: corpo, alma e coração. E ao fazê-lo deu-se conta que já não tinha medo.
Tinha o coração transbordando desse amor que também tinha temido mostrar.
-Te amo Rand. – Ficou de joelhos, subiu a saia e sentou montada em seu colo. Rodeou o pescoço com os braços e sorriu, com o coração tão cheio que pareceu que ia explodir dentro do peito. De modo que isso era o amor. Algo mareante e asquerosamente doce. Dava no mesmo que fosse estúpido, sentia-se estupendamente – Te amo.
Ele rodeou a cintura com as mãos e atraiu rumo a si.
-Isso significa que sua resposta é sim?
Ela esperou que chegasse o inevitável medo, o impulso de fugir. Não aconteceu. O caminho que se abria diante dela estava claro pela primeira vez em sua vida.
-Sim, Oh céus, sim casarei com você. – Inclinou-se e pressionou os lábios dele contra os seus, aspirando seu cheiro, saboreando o café, e o gosto de seus lábios, antes de deslizar a língua dentro de sua boca para reclamá-lo como seu homem. Seu. Para sempre.
Agora era uma mulher de somente um homem. Talvez sempre tivesse sido. Ele segurou-a pelo traseiro com as mãos, a levantou e a pôs de pé.
-E agora, senhorita Newscatle. – disse com a voz severa e levantou um sobrancelha – Acredito que disse algo sobre que deveria tirar a roupa.
Ela tremeu diante de seu tom autoritário, mais que disposta a fazer tudo o que ele quisesse. Nesse lugar não existia barreiras e nem temor. Ela lhe pertencia e era ele quem mandava. Contudo, também ela podia provocá-lo um pouco, enquanto cumpria a ordem. Primeiro desprendeu a jaqueta muito lentamente e a dobrou muito bem antes de dar a volta para colocá-la na cadeira em frente a cama. Quando lhe deu as costas, sorriu.
-Não leve todo o dia Blair.
-São peças muito caras Rand. Tenho que cuidá-las. – Foi soltando os botões da blusa, um a um. Lenta e tranquilamente, sem deixar de olhá-lo nos olhos. Observando cada respiração sua, a forma em que se moviam as janelas de seu nariz, o modo em que seguia com o olhar nos movimentos dos dedos dela ao longo da fileira de botões. O calor de seus olhos ia lhe queimando a pele, enquanto se desnudava para ele. Demorar tanto em tirar a roupa era insuportável. Queria arrancá-la e ficar nua para que ele a tocasse. Mas, desejava provocá-lo e fazê-lo esperar.
Ou talvez o único que queria era desafiá-lo para que a tomasse. Até agora estava demonstrando um controle assombroso, enquanto ela terminava com o último botão e abria a blusa, permitindo que deslizasse pelo ombros e os braços. A blusa caiu flutuando para o chão. Esqueceu do sutiã e ocupou do botão lateral da saia.
-Não está se movendo rápido. Essa saia é muito cara?
-Muito.
Em um passe, estava em seus braços. O botão da saia saiu voando e a braguilha se rasgou quando ele perdeu o último fio de controle que ficava. Ela ofegou quando se ocupou, em um momento, de baixar a saia de uma vez e de arrancar a calcinha.
-Comprarei outra.
Como se ela se importasse.
Segurou-a contra seu peito e passou a mão pelas costas para soltar o sutiã, logo afastou-se ao mesmo tempo em que baixava as tiras pelos braços. Deixou vagar o olhar por sua pele desnuda, e o corpo dela reagiu como se ele a estivesse tocando. Entreabriu os lábios e tentou respirar, enquanto tentava averiguar o que era que o tinha reservado.
-Vamos provar essa cama nova. – disse ele pegando-a na mão e indicando a cama – Sobe ali e põe as mãos no dossel.
Ela já sabia que essa era a parte que ele mais ia gostar. Ele se manteve segurando sua mão, enquanto ela deitava no colchão e logo agarrava o travessão superior do dossel. Ela tinha calculado tudo, assegurando-se de poder alcançá-lo sem problemas. Não que tivesse a esperança de ter o prazer de poder utilizá-lo, mas conhecia os desejos de Rand e pensou que alguma mulher o faria.
Sim. Ela. Ela era essa mulher. A que estava em sua cama segurando o dossel.Estremeceu de expectativa ao olhar Rand de cima a baixo. Ele tirou a pistola e desabotoou o cinto, o tirou das entradas do jeans, e o susteve na palma da mão. Ela dirigiu-lhe um sorriso perguntando-se se iria açoitá-la com ele.
Desejava ela que fizesse isso? Beliscou o lábio inferior com os dentes e observou-lhe atentamente, enquanto ele deixava o cinto na cadeira entre a mesinha e a cômoda.
-Não neném. – disse ele voltando-se rumo a ela – Se algo tem que açoitá-la no traseiro, irá ser a minha mão. Quero notar como se esquenta a pele a cada golpe.
Ela respirou fundo e guardou suas idéias para si, observando como ele tirava a camisa, descobrindo seu torso bronzeado e logo se ocupava do jeans. como ela havia feito, a atormentou com uma revelação lenta e pausada de seu bronzeado corpo. Ela estava impaciente para que fosse rápido em tirar a roupa. Contudo, ele se entreteve muito em soltar o botão e abaixar a braguilha, interrompendo o processo para levantar o olhar rumo a ela enquanto roçava a dura ereção com os dedos.
Deus que quente era isso! Queria tocá-lo, tirar-lhe a roupa, deixar livre seu pau e metê-lo na boca. Engoliu a saliva e permaneceu em silêncio, as palmas das mãos começaram a suar, enquanto segurava o travessão do dossel.
-Boa menina. – disse ele, baixando os jeans ate o chão e afastando-os.
Aproximou-se da cama e ela ficou tensa, com todo seu corpo preparado para que ele o tocasse.
-Separe as pernas.
O colchão de firmeza extra, facilitava estar de pé sobre ele. Segurou-se no dossel e separou bem as pernas, querendo assegurar-se de que ele visse nela tudo o que desejava ver. Sempre se sentia linda quando ele a olhava. Enrijeceu a pele, os mamilos se ergueram, impacientes para que os capturassem com a boca. Umedeceu os lábios sensuais e uma tremerosa excitação pulsou em seu clitóris.
Por favor, por favor, toque-me.
Como se tivesse adivinhado o pensamento, ele levou sua mão entre suas pernas, atormentando a parte interna das coxas com as pontas dos dedos, sem desviar o olhar de seu rosto. Quando ela idealizou a cama, conhecia a estatura dos dois e desenhou todo o conjunto de forma que se ela estava de pé na cama e ele no chão, sua boca ficaria ao nível adequado para...
-Oh Deus meu! – Sim era absolutamente perfeito.
Ele havia agarrado as nádegas e aproximou a vagina contra sua boca, enroscando a língua em torno do necessitado clitóris. Ela quis enredar os dedos no cabelo e aproximá-lo mais, porém, manteve-se segurando na barra do dossel e empurrou os quadris contra seu rosto.
Ele afastou e levantou o olhar rumo a ela.
-Gosta disso?
-Sim.
-Então deixe-me ouvi-la dizer.
Anteriormente ela nunca tinha sido muito expressiva. Claro que, nenhum homem antes de Rand a havia dados motivos para sê-lo?
Ele a olhou e enroscou a língua ao redor do clitóris, levantou as pernas e as apoiou nos ombros. Comeu sua vagina com essa postura, segurando com força o clitóris com a boca para chupá-lo.
-Oh Deus, Rand! Sim! – gritou ela sem dar-se conta de que o havia dito em voz alta, até que ele expressou sua satisfação contra seu sexo, o que somente serviu para aumentar um pouco mais a excitação dela. O calor e a umidade de sua boca unida a sua língua que se movia como louca ao redor do clitóris, sua barba arranhando o sexo e sua saliva gotejando pela abertura do traseiro, foi demais. Gozou, estremecendo selvagemente contra ele e gritando, contente de que ele vivesse no meio do nada, porque estava completamente certa de que seus ruidosos gemidos teriam atraído a qualquer dos vizinhos ao redor.
Mas, maldição, não podia evitá-lo! O orgasmo a atravessou, estalando em ondas de intensa contrações que a sacudiram dos pés a cabeça, deixando-a destroçada e emocionada.
-Solte-se neném. – sussurrou ele.
Ela o fez, derrubando-se sobre os joelhos e aspirando grandes bocados de ar para tranquilizar-se. Rand arrastou-se lentamente sobre a cama e pegou-lhe as mãos, esfregando para restabelecer a circulação.
-Estou bem.
-Pode apostar. – brincou ele, soltando suas mãos, para entrelaçar seus dedos entre seu cabelo, entrando nela com um beijo, primitivo e apaixonado, a língua lançando-se bruscamente, os lábios exigentes e reclamantes.
A tombou de costas no centro do colchão e cobriu o corpo dela com o dele. Ela deu as boas-vindas entrelaçando as pernas com as deles e arqueando-se para sair ao encontro de seu pau. Ele deslizou dentro dela com um rápido movimento, arrancando um gemido com a doce invasão. Rand retirou-se para olhá-la, sem poder acreditar que Blair também fosse sua, que houvesse aceitado casar com ele e viver ali. O sexo dela pulsava ao redor de seu membro, absorvendo-o com fortes contrações.
-Neném. – murmurou contra sua garganta, fechando os olhos e limitando-se a desfrutar do momento. Retirou-se e voltou a cair sobre ela, enterrando-se profundamente, precisando desses poucos segundos de perfeita união com ela.
Ela enredou-lhe os dedos no cabelo e levantou os quadris, rodeando-lhe com as pernas para aproximá-lo mais.
-Rand. – sussurrou – Te amo.
Por muito anos que vivesse, ele jamais cansaria de ouvir essas palavras de seus lábios. Nunca tinha compreendido quanto desejava possuí-la até que ela disse sim. Agora jurou dar-lhe tudo o que quisesse. Sobre tudo aqui, onde havia negado tanto tempo de prazer.
Segurou os pulsos e as levantou por cima da cabeça, mantendo-as unidas com uma mão somente, enquanto elevava-se sobre ela, observando os seios e vendo como contraiam os mamilos embaixo do seu olhar.
-Está quente para mim neném? – perguntou ele.
-Sim
-Diga-me o que deseja.
-Que lamba os meus mamilos. – sussurrou ela.
-Assim? – Agachou e deslizou a língua por um dos tensos picos, notando como ela estremecia e sua vagina se contraia em torno de seu membro com espasmos selvagens.
-Sim. – respondeu ela.
-Ou assim? – Rodeou o botão com os dentes e puxou ele, logo lhe deu um pequeno golpe com a língua e por fim, capturou todo o mamilo, absorvendo até o calor de sua boca.
-Rand! – Segurou com força seus cabelos, retorcendo-se embaixo dele.
Ele lançou para frente, movendo mais rápido, enquanto beliscava e lambia o outro mamilo até que o fluxo dele esparramou pela vagina. Quando voltou a olhá-la, ela tinha os olhos virados e desfocados, como se estivesse drogada ou aturdida. Ofegava, elevava os quadris e lhe arranhava os ombros e a parte superior de suas costas, enquanto ele introduzia com força o membro.
Sua mulher estava fora de controle.
Justo como ele queria. Diretamente em cima e a ponto de explodir. Sua vagina o agarrava com tanta força que ele quase não pode sair dela, mas o fez, retirando-se e afastando-se da cama por um instante, enquanto retirava a colcha até os pés, e logo voltou sobre ela.
-Apóie-se nas mãos e nos joelhos Blair.
Enquanto ela engatinhava pela cama, ele manteve ao seu lado observando-a, vendo seu sexo completamente aberto, empapado e pronto para que ele o invadisse.
Oh, queria voltar a estar ali, mas também desejava outra coisa. Esse diminuto e enrugado buraco que tinha acima da vagina que lhe chamava a gritos. A tinha possuído, mas não por completo. E tinha que tê-la totalmente.
-Hoje vou apropriar-me do seu traseiro Blair. Está preparada para isso?
Existia algo que ela não permitisse a Rand? Duvidava-o. Agora, apoiada nas mãos e joelhos, com o sexo e o ânus expostos diante dele, a idéia de que penetrasse em seu estreito orifício por trás aumentava também mais sua excitação. O pau dele entrando ali, possuindo-a de uma forma que não tinha feito nenhum homem... Se encheu de vontade de colocar as mãos entre as pernas e masturbar-se até chegar ao orgasmo, somente de pensar nele invadindo o ânus com seu grosso pau.
-Sim Rand, estou preparada.
Ia dar-lhe absolutamente tudo o que ele quisesse.
-Permitiu alguma vez que um homem possuísse seu traseiro?
A tensão com que perguntou, somente serviu para abastecer de combustível a excitação dela.
-Não Rand.
Ele permaneceu junto a cama, enquanto ela estava apoiada nas mãos e pernas, com os pés pregados de um lado. Acariciou as pernas, subindo pelos tornozelos até as coxas, e logo as nádegas antes de dar-lhe uma palmada no traseiro.
-Como é que nenhum homem tenha fodido nunca esse apertado traseiro neném?
Ela encolheu os ombros.
-Por que não permiti
-Mas, a mim irá deixar não?
-Sim.
-Alguma vez se introduziu um brinquedo ou algo assim?
Deus, quantas perguntas! Envergonhava-a e inflamava o sexo por gozar.
-Sim, o fiz.
Ele voltou a golpear o traseiro, a jogada fez esfregar-se contra sua mão. Ele acariciou-lhe a nádega com um movimento que era a antítese da dura palmada de uns segundos antes. Quando lhe introduziu os dedos na vagina, ela se lançou rumo a eles, necessitando que seu pau a enchesse outra vez.
-Conte-me. – disse ele, tirando os dedos e substituindo-os por seu pau. Investiu com força. Ela lançou a cabeça para trás e gemeu, para logo mover o traseiro contra a pélvis dele.
-Algumas vezes me masturbo com os dedos e introduzo um vibrador no ânus. – admitiu ela perguntando-se se ele aceitaria todas as suas perversões.
-Maldição. – sussurrou ele – E que fantasias tem quando faz isso?
-Que me possuem dois homens.
Ele deu uma palmada no traseiro e ela gemeu.
-Querem que te fodam dois pau neném?
Sentiu-se possuída por uma necessidade de abandonar-se a Rand como nunca antes tinha feito com nenhum homem.
-Não, mas te asseguro que gosto de pensá-lo enquanto gozo.
-Fique aí.
Como se ela pensasse em ir a alguma parte! Ele se afastou e entrou no banheiro. Ela estirou o pescoço para ver o que estava fazendo. Ele voltou por fim de um momento com um frasco de lubrificante e uma toalha.
-Dê a volta e olhe para frente – ordenou – E separa mais as pernas. Quero ver esse ânus.
Ela tremeu, o clitóris palpitou. Desejava tocá-lo e esfregá-lo até o orgasmo. O desejo era muito forte, mas esperou, sabendo que Rand queria controlar o jogo. A tensão perguntar o que ele ia fazer e quando, era doce e dolorosa ao mesmo tempo. A impossibilidade de olhá-lo incrementava a sensação.
Notou que algo quente escorria lentamente por seu traseiro. O lubrificante. Ele o aplicou no ânus e logo esfregou esse com as pontas dos dedos. Ela gemeu sem poder evitá-lo. Ali as terminações nervosas eram muito sensíveis. Brincava às vezes com seu ânus quando se masturbava, mas isso não era nada comparado com que fosse Rand quem o tocasse.
-Doce cuzinho. – murmurou ele introduzindo o dedo pela a apertada barreira de músculos, penetrando-a até que uma ardente sensação se apoderou dela. Contraiu ao sentir a onda de prazer no clitóris. Esteve a ponto de desmaiar, com um grunhido de prazer, quando ele empurrou o pau em seu sexo, enquanto seu dedo submergia no ânus.
-Rand. – Aquele foi o único que pode dizer em resposta a sensação de plenitude que lhe produzia seu pau e ter o dedo dele no ânus.
-Apertado. Muito apertado. – disse ele retirando um pouco o dedo para logo introduzi-lo até a ponta – Pode aceitar meu pau ali Blair?
-Sim.
-Diga-me o que deseja neném.
Ela empurrou contra seu dedo e contra seu pau.
-Foda-me o traseiro Rand. Depressa.
Ele tirou o dedo e colocou mais lubrificante. Ela elevou o traseiro, antecipando e necessitando sua invasão.
-Está pronta para mim?
-Sim. – respondeu ela, tão sem ar que nem sequer reconheceu sua voz – Por favor.
-Adoro quando suplica por meu pau neném.
Ela notou o grosso pau em seu ânus, tão tenso que seria assombroso que coubesse no estreito canal.
-Vai doer-lhe. Sou grande.
-Eu sei. Foda-me.
Ele passou a mão pelas nádegas ao mesmo tempo que se abria lenta e cuidadosamente, apesar de estar impaciente por conseguir que empurrasse forte e rapidamente. Aquilo queimava. Doía. A sensação de que a comia com seu grosso membro, invadindo um lugar onde não havia estado nenhum homem, era maravilhosa.
Ao entregar-lhe a Rand algo que nunca tinha entregado a outro homem, era como se Blair fosse virgem. As suaves palmadas dele em suas costas e suas nádegas era tão doces que encheram os olhos de lágrimas.
Mas, então ele empurrou com força, introduzindo-se nela até o fim.
-Deus! – exclamou ele – Que apertado!
Ela o ouviu respirar fundo e logo se retirou para voltar a investir.
-Está bem?
A dor diminuiu, sendo substituída por um prazer embriagador, a urgência que gozasse enquanto ele cavalgava sobre seu traseiro e a necessidade de sentir que a possuía por completo.
-Estou bem. Foda-me forte.
Ele gemeu.
-Acaricia o clitóris para mim Blair. Provoque-se um orgasmo.
Por fim! Levou a mão entre as pernas e tateou o clitóris dilatado e dolorido por causa da crescente pressão. A cada golpe de seus dedos, a espiral de sensações aproximava-se mais, rodeando-a, levando-a mais próximo do gozo.
Rand acelerou o ritmo, empurrando mais forte em cada acometida, golpeando com os testículos a vagina cada vez que a fodia no ânus. A segurou pelos quadris cravando os dedos enquanto movia com dureza.
-Vou gozar em seu traseiro Blair. Está pronta para mim?
Os dedos delas moveram mais rápidos sobre o clitóris, tão próxima do orgasmo que mal podia falar. Gemeu, cravou os traseiro contra ele e gritou, com o corpo preso no orgasmo. Sentiu as contrações de seu próprio ânus, apressou e espremeu o pau, soltando uma onda atrás da outra de um clímax incrível, enquanto Rand estremecia e se tencionava contra ela, e logo lançou em seu interior quentes jorros de sêmen.
Ele inclinou-se e afastou o cabelo, beijando as úmidas mechas de seu pescoço, enquanto ela ofegava debaixo dele, tentando recobrar a respiração. Ele rodeou a cintura com um braço para segurá-la. Deus, os braços dela tremiam!
-Uma ducha? – sussurrou ele no seu ouvido.
Ela riu.
-Grande idéia.
Levantou-a da cama e a levou ao banheiro, depositando-a no chuveiro. Ela o havia reformado também, acrescentando vários jatos de água nos três lados. Divertiram-se bastante com eles, uma vez que Rand a lavou dos pés a cabeça, levando um bom tempo a lançar jatos de água um no outro, antes de fechar definitivamente o chuveiro.
Secou-a com uma toalha enorme e logo a levou para cama, ordenando-lhe que ficasse quieta enquanto ele descia no vestíbulo.
Estava fora um bom tempo e Blair perguntou-se aonde teria ido.
Quando por fim voltou, levava uma bandeja com dois copos de chá gelado, morangos e calda de chocolate. Ela sentou-se na cama e alisou os lençóis enquanto ele colocava a bandeja no centro, entre eles.
-Que lindo! Adoro morangos. – ia pegar um, mas ele deu um tampinha na sua mão.
-Permita-me. – Pegou um, o fundiu na calda de chocolate e deslizou entre os lábios. Ela lambeu o chocolate antes de dar uma mordida, desfrutando do doce sabor que estalou em sua boca.
-Oh! Isso é o céu.
Rand inclinou rumo a ela e acariciou os lábios com os seus deslizando a língua entre eles. A ela deu uma volta no estômago com emoção e desejo renovado.
-Você é doce.
-No quarto é você quem manda. Não deveria ser eu quem te alimentasse? – perguntou ela quando ele ofereceu outro bocado.
Ele sacudiu a cabeça.
-Isso não funciona assim. Ao menos essa é minha opinião. Acredito na igualdade de oportunidades. Será suficiente com que prestes seus serviços no quarto. – disse ele com um fio malicioso.
-Demônio.
-Perversa.
Ele colocou outro morango na boca e acompanhou com um beijo. Ela suspirou de felicidade e sorriu ao homem que amava. De saber o que estava perdendo, se tivesse esquecido do controle muitos anos antes.
[1] Banheira de hidromassagem
[2] Porta com uma tela que evita a entrada de insetos
Jaci Burton’s
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