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Blair Edwards se concentrou em sua lista de verificação do voo. O ritmo do hangar na sede da Skye Aviation, em Nova York, proporcionou uma paisagem agradável enquanto ela checava a lista. Ela olhou para o relógio. Estava contente de ver que estava bem dentro do horário para a decolagem. O cliente do dia era Mikhail Romanov. Blair nunca o tinha encontrado antes, mas ele tinha uma reputação na empresa por ser sério demais, sem tolerância para as interrupções de sua agenda.
"Ei, garota!"
Blair olhou para cima para ver seu tripulante único sorrindo de orelha a orelha. Ethan era alegre e uma das pessoas favoritas de Blair em todo o mundo. "Ei, você!" Ela deu a ele um sorriso caloroso. "Você se divertiu na noite passada?"
"Oh meu Deus! Você deveria ter vindo conosco, "Ethan cantou. Ele afundou dramaticamente contra o lado da porta do cockpit.
Ethan era provavelmente uma das únicas pessoas vivas que podiam fazer com que o uniforme da Skye Aviation de calças marinhas e camisa branca com botões parecesse bom. Naturalmente, Ethan tinha adicionado uma boina fofa em sua cabeça loura, e sua postura elegante o fazia ficar bem em tudo. Blair sentiu-se desagradável e sem graça ao lado de seu amigo.
"Você ouviu falar do vôo de ontem?" Ethan sussurrou. "Você sabe, aquele com aquela cantora pop?"
Blair riu. "Você quer dizer, hipoteticamente, uma vez que a Skye Aviation tem a política mais estrita de confidencialidade sempre?"
"Sim, exatamente!" Ethan balançou as sobrancelhas.
"Estou feliz por não ter sido no meu avião", disse Blair. "De longe prefiro os empresários estressados a esses artistas agitados."
"Você faria!" Ethan suspirou. "Nós temos que tirá-la desse casco que você querendo se esconder. Quem sabe? Talvez encontremos algum belo empresário que se apaixone por
você. Ele vai levá-lo para o seu felizes para sempre e ainda vou estar preso aqui. " "É melhor eu não pegar você tentando dar uma de cupido com nossos clientes." Ela sacudiu um dedo em seu rosto.
"Dificilmente. A empresa mantém uma política tão rígida com a informação privada dos clientes. Eu duvido que eu consiga um número de telefone." Os dois riram até que Blair olhou para o relógio e percebeu que tinha que se mexer. "Não importa o que nossos clientes fazem ou quem são contanto que a cor de seu dinheiro for real. Essa é a política da empresa.
"Isso vai nos ferrar um dia, só aguarde," Ethan disse sombriamente. "Basta olhar para o nosso passageiro de hoje."
"Talvez eu possa lhe dar uma olhada se você está querendo uma inspeção."
A voz masculina baixa fez o cabelo na parte de trás do pescoço de Blair ficar em pé. Ao lado dela, Ethan congelou. Seu rosto ficou vermelho quando ele se virou para encarar Mikhail Romanov. Ele estava inclinado casualmente contra a porta aberta que conduzia à escada e ao tarmac abaixo. O conhecido mafioso russo tinha bem mais que 1,82cm de altura e parecia que ele era descendente de várias gerações de atletas. Seus ombros e peitoral eram largos, e seu abdômen estava firme sob a camisa de vestido azul escuro.
Ainda assim, não foi apenas a sua aparência física que lhe deixou sem ar. O brilho em seus olhos escuros era quase selvagem. Seu olhar passou por Ethan e desviou-se quase que imediatamente, mas quando se virou para olhar para Blair sentiu como se tivesse tirado cada peça de roupa em seu corpo.
Seus olhos ardiam. Ela observou seus ombros subirem e descerem enquanto respirava e se perguntou por que de repente sentiu como se tivessem experimentado uma queda de pressão da cabine. O canto de sua boca sensual apareceu e ela realmente corou. Não era um sorriso. Não poderia ser chamado assim, pois era muito atrevido. Então ela baixou o olhar, incapaz de encará-lo por mais tempo. Ela sentiu-o olhar para seus seios e queria fazer algo ousado, mas não podia sequer abrir a boca para falar.
O cheiro dele flutuou pelo pequeno espaço e ela sentiu seu interior estremecer enquanto ela inalava a mistura de sândalo forte e hortelã. Havia algo mais sob aqueles cheiros mansos,
no entanto. Esse homem suava os feromônios alfa como se ele pudesse comandar qualquer sala que ele tivesse entrado, se quisesse. Ao lado dela, ela ouviu o grito abafado de Ethan. Sem dúvida, seu amigo estava prestes a desmaiar. Blair se ajeitou. Ela era a piloto dessa nave, maldição. Este não era o momento de agir como uma menina conhecendo meninos pela primeira vez. Blair limpou a garganta. - Não queremos desrespeitá-lo, Sr. Romanov. Meu colega e eu estávamos apenas discutindo a importância da política de confidencialidade da Skye Aviation. " - Entendo - murmurou ele. Romanov parecia desinteressado ou despreocupado. Era difícil dizer qual poderia ser. Afastou-se do batente da porta e dirigiu-se para a parte de trás do avião. "Meus sacos estão no fundo da escada, se você não se importa?" Virou-se sem mais uma palavra e entrou na cabine principal. Blair o viu sentar-se e acomodar-se na área da mesa. Seus ombros eram tão largos que ele teve que se encaixar no assento. Uma vez que ele pareceu satisfeito, se inclinou para trás e cruzou as mãos sobre a barriga. Ele parecia estar indo dormir. Aparentemente, ela e Ethan haviam sido esquecidos, o que não era problema.
- Pegue suas malas - murmurou Blair. "Eu vou terminar os ajustes para que possamos tirar esse pássaro do chão." Ethan não precisava ser ordenado duas vezes. Blair voltou para a cabine e tentou respirar normalmente. Seu coração bateu contra suas costelas e ela sentiu um formigamento estranho em sua pele como se ela tivesse experimentado algum tipo de choque elétrico. Naturalmente, encontrar Mikhail Romanov seria absolutamente como um choque. Ela sentou-se nos controles e se contorceu um pouco. Sua calcinha estava molhada. Apertando os lábios, ela tentou se convencer de que ter um homem olhando para ela como se quisesse a desembrulhar o que via e comer mordida por mordida não foi o motivo para se excitar. Infelizmente, sua vagina molhada, sugeria uma história completamente diferente. Romanov era perigoso, só porque desafiava seu autocontrole.
***
Mikhail teve que segurar um sorriso enquanto pensava no olhar de horror da pequena piloto quando ela percebeu que suas fofocas haviam sido descobertas. Não se lembrava de ter voado com ela no leme antes. A Bratva - a organização russa do crime em solo dos EUA - usava a Skye Aviation para a maioria de seus vôos domésticos e até mesmo alguns internacionais. Com filiais em cinco cidades americanas diferentes, havia um monte de viagens acontecendo. O telefone de Mikhail tocou. Ele teria ignorado, mas era seu irmão mais novo, Ivan. "Da?" Mikhail manteve seu tom cortante e falou em russo. "Estou no avião, indo para Chicago. Isso pode esperar? " - Não. - Ivan parecia terrível, mesmo para Ivan. E o mais jovem Romanov era conhecido em todo o Bratva como o cara do juízo final. - Você foi dedurado por um informante dentro do FBI.
"Quem?" Mikhail sentiu seu humor escurecer. Era a última coisa de que precisava. - Você sabe quem é esse cara?
"Não, mas tem que ser alguém que joga em ambos os lados." Houve um som de teclas clicando no laptop de Ivan. O homem nunca ia a qualquer lugar sem um computador. - Você tem que controlar o avião.
"Como é?" Mikhail tinha feito um monte de coisas dentro da organização Bratva para garantir o seu lugar no topo. Ser terrorista não estava na lista. - Você quer que eu sequestre meu próprio vôo fretado?
"Se é assim que você quer ver as coisas. Sim. Ivan ainda insistia. "Você precisa ir a Las Vegas. Eles estão esperando por você em Chicago com um mandado. Se você ficar lá em Nova York, eles só vão servir o mandado lá.
- Vegas - disse Mikhail com um gemido.
Quase conseguia ver Ivan acenando com a cabeça. - Nós temos Vegas.
- Estou consciente - murmurou Mikhail. - E então para onde irei? Ou será que vou apostar até me apanharem lá?
- Aleksei e eu nos encontraremos na Rússia dentro de uma semana - disse Ivan rapidamente. "É o único lugar que podemos ter certeza de segurança."
- Moscou - concordou Mikhail. "Então, por que não posso ir para lá agora?"
"Estamos tentando encontrar o agente." Ivan falou com alguém atrás dele. "Aleksei está trabalhando nisso agora." Mikhail sabia que seu irmão do meio gostava da perseguição, especialmente quando isso significava que poderia ser capaz de sujar as mãos. "Espero que nosso irmão não tenha a intenção de deixar um rastro de sangue sobre três continentes."
- Só se for necessário obter as informações que queremos - disse Ivan, irreverente. "De qualquer forma.Vá para Las Vegas. De lá você precisa ficar esperto. Aleksei enviará alguém para ajudar com os papéis de viagem.
- Diga a Aleksei que não cause problemas com a merda estranha que ele usa para falsificar as identidades - disse Mikhail irritado. "Vou torcer seu pescoço magro dessa vez."
"Anotado" Ivan disse com uma risada. "Uma vez que você tomar o controle do avião me avise. Vou dar ao piloto novas coordenadas para voar.”
"Tudo bem." Mikhail desligou o telefone e olhou ao seu redor com interesse renovado.
A piloto não parecia uma amazona, mas isso não significava que ela não iria lutar se isso acontecesse. Ela era uma mulher extraordinariamente atraente, mesmo em seu uniforme de vôo da companhia. Ele não podia deixar de se perguntar como eram suas curvas sem o tecido monótono escondendo-as. Seus olhos eram muito expressivos. A sua cor azul pálida combinava bem com o seu cabelo loiro avermelhado. Normalmente ele gostava de suas mulheres com cabelos longos, mas seus cabelos na altura do ombro eram igualmente deslumbrantes.
Mikhail lembrou a si mesmo de que pretendia tomar esta mulher como refém, uma situação em que não importava se ela era atraente ou não.
O outro tripulante guardou a bagagem de Mikhail com um mínimo de barulho e então se aproximou de Mikhail com um sorriso caloroso. O radar interno de Mikhail registrou o fato de que esse homem era certamente gay. Ele caminhava de forma um pouco pomposa e a maneira como seu olhar o observava apreciando o corpo de Mikhail era algo que não o deixava animado.
- Meu nome é Ethan. Eu estarei servindo você em nome da Skye Aviation durante seu
voo. Posso lhe dar alguma coisa antes de decolar, Sr. Romanov? O tom de Ethan teria sido mais adequado para um quarto. Mikhail suspirou. “- Só uma garrafa de água, por favor.”
"Como quiser."
Ethan desapareceu e voltou alguns momentos depois com a água. Ele colocou no suporte perto do cotovelo de Mikhail. "Seu piloto hoje é Blair Edwards. Novamente, meu nome é Ethan. Se você precisar de alguma coisa, nos avise."
Mikhail teve a estranha ideia de que o pobre Ethan não tinha ideia do que ele estava oferecendo. Ou talvez Ethan achasse que Mikhail poderia estar interessado em se juntar ao clube de milhas. Embora Mikhail tivesse pouco interesse em outros homens, a ideia de dobrar o piloto sobre um assento e apreciar seu delicioso corpo pequeno a trinta mil pés acima do solo soouavabastante interessante. Infelizmente, Mikhail tinha outros planos.
Ele começou a formular um plano em sua cabeça que o deixaria no controle do avião com um mínimo de barulho e sem derramamento de sangue. Quando ele finalmente fez seu pedido para mudar o plano de voo, ele poderia muito bem ter que fazer algo que iria transformar a vida da tripulação de cabeça para baixo. Porque informá-los de que eles iriam ajudá-lo a sequestrar um avião da Skye Aviation para dar a volta ao mundo não era louco o suficiente.
***
Blair olhou para cima enquanto Ethan voltava para a frente do avião. "Estamos prontos para decolar. Está tudo certo?"
"Fora a completa falta de senso de humor ou qualquer outra qualidade humana básica naquele sujeito Romanov? Claro. Nós estamos prontos." Ethan parecia desapontado.
"Você estava tentando dar em cima dele?" Blair realmente virou, as sobrancelhas levantadas em surpresa. - Tenho certeza de que ele é hétero. Não é?
O suspiro abandonado de Ethan a fez rir. "Eu tenho certeza que você está certa, mas ele é tão quente! Eu pensei que se eu pudesse conseguir algo dele faria toda a viagem vale a pena. "
Blair comunicou com a torre e obteve sua autorização. Ethan fechou a porta entre o cockpit e a cabine. Blair a trancou e sentiu a familiaridade de seu ambiente acalmar qualquer agitação restante. E por que ela se importava se Ethan desse em cima de seu passageiro? Só porque seu cérebro continuava tendo fantasias com ele não significava que ele pertencia a ela. Sua imaginação selvagem ia acabar colocando-a em apuros.
Capítulo Dois
Blair se acomodou em seu assento. Ela sentiu o zumbido do jato enquanto disparava os motores e se preparava para entrar no trânsito no asfalto. Houve um ligeiro atraso na pista enquanto esperavam que o tráfego estivesse limpo. Quase esperava ouvir uma queixa de Romanov, mas ele não falou nada. Logo estaria no ar em uma viagem curta a Chicago e não veria nada além do céu azul ao seu redor. A decolagem foi exatamente como planejada. O jato poderoso levantou-se do chão e disparou pelo ar. Demorou apenas dez minutos para chegar a dez mil pés, e talvez outros vinte antes de estarem a uma altitude confortável. Blair absorveu o consolo de sua parte favorita do voo. Seus planos foram arquivados e aprovados pelas torres em Nova Iorque e Chicago. Ela havia se registrado com a Skye Aviation para dar-lhes uma ETA precisa, e agora ela não tinha nada a fazer senão manter um olho nos controles até chegar perto o suficiente de Chicago para desativar o recurso do piloto automático. Ela estava entretendo-se com a imagem mental de colocar os pés para cima e tomar uma cerveja enquanto deixava o avião voar quando houve um duro bater na porta do cockpit. Virando-se, ela olhou desconfiada para a porta. Era contra os regulamentos da FAA que Ethan entrasse. Ele sabia disso. Se ele precisava chamá-la, ele usaria o interfone como sempre fazia. Mais devagar, dessa vez dissolvendo em um barulho que fez o estômago de Blair roncar de medo. Levantou-se e caminhou lentamente até a porta. Havia uma janela redonda um pouco acima do nível dos olhos que lhe dava uma visão da cabine principal. Ela ficou na ponta dos pés para ver o que estava acontecendo. Com um pequeno rangido de angústia, ela caiu agachada e colocou as mãos em ambos os lados da cabeça. Apertando seus olhos fechados, ela quis que a visão sumisse. O interfone estalava. - Blair abra a porta. Por favor? Ele vai atirar em mim. Blair convocou cada grama de seu treinamento e atormentou seu cérebro tentando
recordar que política a companhia pedia nessa situação. Que merda. Isso era besteira. Ela sabia exatamente o que a política da empresa ordenava. Ela deveria manter a porta fechada, anotar o incidente, notificar as autoridades e pousar o avião onde quer que fosse ordenado, o que provavelmente a levaria de volta a Nova York. Se Ethan morresse no processo, isso seria considerado um dano colateral. A empresa faria qualquer coisa para evitar a perda da aeronave para um terrorista. O interfone estalou de novo. - Por favor, Blair? Podia ver os olhos arregalados de Ethan e sabia que ele estava assustado. Não é como se ele não estivesse bem consciente da política da empresa. Ele absolutamente sabia que ela devia voltar às costas para ele e deixá-lo para trás. Blair gemeu. Ele era seu melhor amigo. Ela não podia simplesmente deixá-lo assim. Com um suspiro pesado, destrancou a porta entre a cabine e o cockpit. Romanov imediatamente soltou Ethan. Seu amigo tropeçou para frente, descendo sobre um joelho ofegante. Blair se aproximou dele. Ela tocou o ombro de Ethan, tentando acalmálo.
"Agora, a Sra. Edwards não é?" O tom de Romanov era estranhamente informal. "Eu preciso fazer algumas mudanças em nosso plano de voo." Blair não sabia o que dizer. Finalmente, seu cérebro retrocedeu e ela encontrou suas palavras. - Senhor, este é um voo fretado. Se você quisesse fazer mudanças no plano de voo, você poderia ter feito isso no chão com nada mais do que um telefonema. Não há necessidade de toda a violência e ameaças. Ethan e eu não temos nenhum interesse em seus negócios ou qualquer outra coisa. A Skye Aviation também não se importa. Você pode fazer o que quiser, mas qualquer mudança no plano de voo tem que ser aprovada pela FAA." O canto de sua boca se transformou em um leve sorriso. Ele acenou com a arma no ar. "Daí a arma, hmm?" Ele estava olhando para o telefone como se estivesse esperando alguma coisa.
"Oh." Blair percebeu então que aparentemente estavam fugindo de alguma agência governamental. Ao lado dela, Ethan ainda estava sem noção alguma. A boca de Mikhail se esticou em um sorriso que nunca atingiu seus olhos. - Você vai me
levar para Las Vegas.
"Perdão?" A palavra surgiu reflexivamente antes que Blair pudesse guarda-la de volta.
"Remova o curso para Chicago e trace um novo para Las Vegas."
A condescendência em sua voz conseguiu irritá-la, apesar das circunstâncias. "Eu entendo que você quer ir a Vegas em vez de Chicago," Blair começou, nem sequer tentando evitar o sarcasmo em sua voz. "Eu até entendo a parte onde você quer fazer isso sem apresentar um plano de voo com a FAA porque você está obviamente em fuga de alguma coisa. Mas o que você não percebe é que Las Vegas é um inferno muito mais distante de Nova York do que Chicago é."
Ele olhou para ela como se pensasse que ela era uma idiota. "Obviamente."
"Não temos combustível suficiente para chegar lá", disse Blair sem piscar. Isso não era estritamente verdade, mas seria próximo se ela tentasse chegar a Vegas com o que ela tinha.
Ele pareceu um pouco surpreso. "Por que não?"
"Porque os aviões são como carros em que alguns têm maior capacidade de combustível do que outros. Este é um pequeno avião. Não pode sequer armazenar tanto combustível.” Ela sorriu docemente. "Eu ficaria feliz em deixá-lo em Chicago e você pode alugar outro voo para Las Vegas".
"Com certeza." Se ela não soubesse melhor, ela poderia ter pensado que ele estava realmente escondendo um sorriso. Ele grunhiu ao invés disso. "Então nós paramos em algum lugar para abastecer" "Não é assim tão simples." Ela lutou com sua paciência. - Assim que saímos do curso, vamos ser contatados pela torre mais próxima. Quando não responder e dar-lhes uma verdadeira razão para não manter o nosso plano de voo, eles vão nos considerar rogue. Assim que cairmos no chão em algum lugar, as autoridades estarão sobre nós. Dificilmente teríamos tempo suficiente para sair do avião, muito menos para reabastecer.
"
"Então precisávamos de um avião maior." Ele parecia irritado. "Perfeito." "Sim. Então, posso ir para Chicago e esqueceremos que tudo isso aconteceu?" Blair estava praticamente desesperada.
"Você sabe, essa atitude que você está fazendo não é no seu melhor interesse ao lidar comigo." Ele a pegou com um brilho que poderia ter descascado tinta. Blair estava imperturbável. "O que você vai fazer? Me matar? Quem pilotaria o avião?
"Talvez eu só atire no seu amigo." Ele gesticulou para Ethan. "Nós não precisamos dele, certo?" Os olhos de Ethan agora eram enormes. Blair tentou manter a calma. "Ok, e uma vez que você o mata, estamos de volta ao mesmo impasse."
"Exceto que ele vai estar com dor." Romanov deu de ombros. "É sua escolha, mas ele parece um bom rapaz. Eu odiaria apenas começar a fazer buracos nele até que você se canse de gritar e decida ser cooperativa. " Blair não pôde evitar. Sua boca se abriu em choque. Ethan estava choramingando. Não havia nenhuma maneira que ela pudesse dominar esse homem e tentar pegar sua arma. E ela certamente não podia permitir que ele começasse a disparar contra seu amigo.
Fechando os olhos brevemente, se perguntou o quanto ia se arrepender dessa decisão. "Bem. Eu vou te ajudar. " "Bom." Seu telefone tocou. Ele verificou a tela e olhou para ela. - Vá para Omaha.
"Onde?" Ela franziu o cenho.
"Nebraska." Ele parecia irritado. "Há um minúsculo aeroporto fora de Omaha, não o aeroporto principal, mas um aeródromo menor onde haverá um caminhão de combustível esperando."
"Não tenho certeza se quero saber como você sabe disso." Blair sentiu o estômago doente.
Ele bufou. - Então não pergunte. Eu vou ter coordenadas para você em apenas alguns momentos que irá dizer-lhe exatamente onde é o aeródromo. " - Sim, senhor - disse ela, rígida.
Blair virou-se para voltar ao cockpit. Romanov a chamou. "Nem pense em fechar aquela porta. Se você fizer isso, seu amigo aqui vai pagar o preço. "
***
Não deveria ter incomodado a Mikhail ameaçar o amigo da piloto apenas para obter sua
ajuda. Por alguma razão, ele realmente se sentiu mal com isso. Mikhail lembrou-se que Blair Edwards era um enigma fascinante. Certamente ele pôde se dar um crédito ao encontrar um indivíduo que era impressionante por si próprio. Em sua carreira, ele viu crescentes agentes da máfia se desintegrarem por menos estresse do que Mikhail tinha acabado de provocar em Blair. Ela estava incrivelmente fria sob pressão, mas fiel a seu amigo. Esses eram traços admiráveis. Ela não era como a variedade usual de mulheres que ele procurava. Mikhail gravitava em direção às loiras com o cabelo até a cintura e pernas boas para apertar em torno de sua cintura durante o sexo. Blair era baixa, talvez 1,60 ou 1,65 de altura. Ela era curvilínea o suficiente, embora ele ainda se perguntasse como ela seria sob o uniforme da empresa. Mas o cabelo meio ruivo na altura dos ombros e os olhos azuis eram secundários no momento. Era sua mente que o fascinava.
"Eu tenho que dar as coordenadas para a pista de pouso", murmurou Mikhail para Ethan. "Fique naquele assento ali mesmo e não se mova a não ser que eu diga para você". Ethan enfiou a cabeça no assento indicado e não se moveu. Ele não parecia ser o tipo heroico, o que era bom. Mikhail o deixou para trás e entrou no cockpit. Era estranho para ele com todas as luzes piscando, as alavancas e medidores.
"Você não deveria estar aqui", Blair disse calmamente.
"Eu faço um monte de coisas que eu não deveria."
"Obviamente."
Sua resposta foi fascinante. "A vida do seu amigo está em jogo e essa é a sua reação?"
- Sinto muito - disse ela, com os dentes cerrados. - Não quis ofender.
Algo dentro do cockpit começou a gritar. Parecia um alarme enlouquecido. Blair disse algumas palavras concentrada antes de apertar uma série de botões que pareceram silenciar o barulho.
Uma voz veio pelo rádio. "Delta, nove, nove, você está fora do curso. Redefinir posição 0-1-1-0. " Blair lançou lhe um olhar de lado. "Se eu não responder, estamos oficialmente em violação de cerca de uma dúzia ou maisde leis."
"Não responda." Ele se perguntou o que ela vira em seu rosto naquele momento. Ele podia sentir a determinação, mas não estava necessariamente comprometido com essa linha de ação. Isso não era bom para um homem em sua posição.
"Você tem certeza?"
Oh sim, ela viu sua indecisão. Mikhail se forçou a ter certeza. "Sim. Tenho certeza." Ela apertou um botão e a conversa do rádio parou. - Para onde vamos?
Mikhail pegou seu telefone. Ivan mandara para ele uma série de coordenadas. Ele ligou o telefone para que Blair pudesse ver os números.
- Quem é Ivan?
Ele suspeitou por seu olhar de desgosto que a pergunta surgira de uma tendência inerente à inquisitividade. Por alguma razão o incomodava que ela pensasse que ele a machucaria de alguma forma por ser curiosa. Esse cuidado todo não tinha espaço nessa situação.
Mikhail se forçou a ser brusco. "Ivan é meu irmão mais novo." Falou por sobre o ombro quando voltou para a cabine e seu outro refém. Pelo menos aquele refém não o fascinava de uma maneira que colocasse pensamentos perigosos em sua cabeça.
Capítulo Três
Blair verificou suas coordenadas e sentiu o coração pular em sua garganta. Todos eles iriam morrer e seria sua culpa. Ou de Mikhail Romanov. O homem apareceu na porta do cockpit. Tentou não notar a maneira leonina com que se movia cada movimento sinuoso uma visão tentadora de uma sexualidade inata que a fascinava.
- Senti que o avião começar a descer - disse ele, em tom brando. - Já chegamos? Sua atitude fria ajudou a empurrar sua mente para longe da perturbadora linha de pensamento que estava perseguindo. Ela limpou a garganta e tentou não entrar em pânico. "Não há luz, nenhuma torre, e nada além dos meus olhos para me dizer onde estou".
"Então?"
Ela lançou um olhar de descrença sobre seu ombro. "Sinto muito, mas você está colocando muita fé em uma mulher que você nem conhece, e que tem uma porção de razões para querer você morto."
"Mas você não quer que seu amigo morra", recordou ele. "Isso me deixa tão seguro quanto eu possa estar, dadas as circunstâncias."
"O que no caso seria que eu não estou totalmente certa de que eu possa pousar esse avião." Blair olhou para a faixa enquanto alinhava sua abordagem. "Oh meu Deus, que merda! Você está me fazendo pousar em um pedaço de terra no meio do Nebraska? " "Você vai ficar bem."
De alguma forma, a certeza em sua voz a afetou. Ele realmente tinha fé nela. "Como você sabe disso?"
"Porque você inspira competência." Ele disse isso com um encolher de ombros. "Basta pousar o avião e esse desafio vai acabar."
"Você faz parecer tão fácil," ela murmurou.
Confiando em seus instintos e no painel de instrumentos em sua frente, Blair escolheu um ponto no horizonte e começou a pousar o avião. O sol estava se pondo, mas o brilho
estava atrás dela. Se precisasse, a chama da luz ajudaria a destacar os sinais da pista. Ela pôs as rodas de aterrissagem para baixo e esperou o melhor. Os motores choraram quando ela desacelerou e tentou controlar seu ângulo. A trajetória era boa. Sentiu um conjunto de rodas tocar o chão. Houve um sopro de pó por uma janela, e então o outro conjunto de rodas bateu. Blair lutou com o jugo de direção. Colocando os pés no chão e a bunda no assento, ela lutou com os controles e manteve o avião indo reto enquanto conseguia pousar. Seu coração batia tão rápido que, uma vez terminado, ela mal podia respirar, muito menos pensar. Uma sensação de exaltação a percorreu. Isso a fez sentir-se positivamente tonta. Ela tinha conseguido pousar um avião cegamente! Pilotos com o triplo de sua experiência teriam perdido o controle, mas ela tinha feito isso por conta própria sob um nível terrível de estresse. Infelizmente, não havia ninguém para compartilhar sua gloriosa conquista. Havia apenas um mafioso com uma expressão sardônica em seu rosto que inclinou a cabeça para um lado e encolheu os ombros como se nunca tivesse duvidado daquilo.
"Excelente." Ele parecia quase entediado. "Eu consigo ver o caminhão de combustível. Você pode ir para lá ou devo mandar seu amigo lá fora para buscá-lo? " "O terreno é muito seco para este avião." Ela engoliu para trás uma estranha sensação de decepção. Será que ela realmente queria que ele estivesse orgulhoso do que ela tinha feito?
"Então Ethan vai. As chaves devem estar no caminhão.”
Ethan estalou a cabeça para dentro da cabine. "Não há tripulação no solo?" Ele parecia mistificado. "Eu não posso dirigir um caminhão de combustível!"
"Sim, você pode", disse Blair com firmeza. "Você dirige seu carro o tempo todo."
"E se for um deslocamento de vara?" Ele gemeu.
Blair suspirou. - Seu carro é uma vara.
"Sim, mas isso é diferente", Ethan gemeu.
Romanov parecia desapontado. - Chega disso. Você vai fazer isso ou sua amiga piloto vai sofrer as consequências do seu fracasso. " Ethan começou a olhá-lo, as sobrancelhas levantadas em surpresa. - Mas você precisa
dela para pilotar o avião!
- Não se não houver combustível - Romanov respondeu. Ethan virou-se e avançou para a cabine. Ele o ouviu abrir a porta e descer a escada até o chão. Um minuto depois eles puderam vê-lo da cabine do piloto enquanto ele percorria o caminho rumo ao caminhão de combustível.
"Então é assim que você nos vê", ela pensou calmamente. "Nós só estamos vivos até que não sejamos mais úteis. Obrigado por deixar isso bem claro. "
***
Mikhail não conseguia decidir por que o que ela dissera o incomodava tanto. Era verdade, não era? No momento em que ela e seu amigo fossem um fardo, ele não teria escolha a não ser livrar-se de sua presença. Era um triste fato de sua vida.
Ethan aparentemente tinha conseguido lidar com o caminhão de combustível, porque a coisa estava cambaleando o seu caminho em direção a eles através da extensão enrugada de sujeira e grama. Mikhail começou a se perguntar se o homem iria bater o caminhão no avião e, de alguma forma, aterrá-los.
"Eu vou ajudá-lo antes que ele destrua tanto o caminhão e o avião e tranque a todos nós aqui", Mikhail resmungou.
"Como você quiser." Ela não olhou para ele. Em vez disso, ela verificou seus instrumentos e olhou para o valor de uma prancheta de itens da lista de verificação.
Mikhail se perguntou se a rotina ajudaria a acalmar seus nervos. Ele supôs que não havia mal nenhum nisso, já que ela ainda era a única que poderia pilotar esse maldito avião até Las Vegas. Mikhail deixou Blair com seus murmúrios e saiu para ajudar Ethan a abastecer o avião.
"É tão fedido," Ethan disse com nojo. "Eu nunca vou tirar esse cheiro da minha roupa. Mas estou certo de que o Senhor mafioso alto e poderoso não se importa com isso.”
- Não, não particularmente - concordou Mikhail.
Era divertido ver o outro homem ficar pulando como se estivesse prestes a urinar. "Eu sinto muito! Você pode fazer menos barulho. Teria menos chance de ouvir algo de que não gostaria se fizer sua presença ser descoberta.
- Talvez eu goste de me esgueirar e descobrir exatamente o que as pessoas pensam de mim - sugeriu Mikhail. "Há muito menos suposições dessa forma."
"Oh."
"Aqui." Mikhail colocou ambas as mãos na porta de combustível ao lado da asa da aeronave e virou-a. - Agora ponha a mangueira dentro.
"Isso é o que ele disse," Ethan sussurrou.
Mikhail quase cedeu ao desejo de girar os olhos. "Nada afeta sua libido?"
"Não que eu saiba," Ethan disse bruscamente. "E realmente, a maneira que você acabou de colocar aquela coisa ... um, um ... esplêndido!"
"Eu ameacei atirar em você e matar sua amiga," Mikhail o lembrou secamente.
- Sim, mas você ainda não ameaçou estuprar. Se você fizer isso, posso me voluntariar?
Ethan balançou as sobrancelhas.
Mikhail nem sequer tinha as palavras para formular uma resposta. "Você é um tipo estranho de ser", ele finalmente disse.
"Já me disseram isso." Ethan pareceu pensativo. "Se você fosse nos machucar, você já teria feito isso. Isso não significa que eu acredito que você não faria se fosse conveniente, mas eu não sinto que é realmente o melhor a se fazer agora.”
Surpreendentemente, o homem era bastante astuto quando se tratava de determinar as motivações das pessoas. Interessante. Mikhail se perguntou se essa característica tinha sido desenvolvida depois de lidar com o desprezo e o julgamento das pessoas durante sua vida.
"Eu pediria no entanto", Ethan disse em um tom muito respeitoso. "Você poderia por favor não machucar Blair? Ela teve bastante violência e destruição em sua vida. " "É mesmo?"
"Seus pais foram assassinados quando ela era adolescente", Ethan explicou. "Então sim."
"Você está tentando humanizá-la para mim, para que eu sinta uma conexão que me torne incapaz de matá-la se a oportunidade ou necessidade surgir." Mikhail se divertiu com essa tática. ”Bem interessante, mas não necessário. Raramente assassino alguém hoje em dia.”
"Você tem alguma ideia de como isso é sinistro para leigos como eu e Blair?" Ethan
perguntou casualmente. "É realmente muito aterrorizante."
"Bom." Mikhail olhou para o indicador no caminhão. “O avião está cheio?”
"Eu acho que sim." Ethan olhou para a mangueira. "Você teria que perguntar a Blair."
"Deixe-me ver com ela então." Mikhail virou-se para voltar a subir os degraus. "Fique aqui e não faça nada estúpido."
Ethan deu uma rápida saudação. - Sim, senhor mafioso!
Mikhail não comentou, principalmente porque sentia que seria inútil. Em vez disso, ele subiu na cabine do piloto mais uma vez. Blair estava sentada de costas para ele, seus cabelos caindo sobre os ombros e a linha de suas costas tão tensa quanto poderiam estar.
"Será que o avião tem combustível suficiente para ir a Vegas?", Ele perguntou de repente.
Ela inclinou a cabeça para um lado, presumivelmente para que ela pudesse ter um vislumbre dele sobre seu ombro. "Sim."
"Então, nós estamos prontos para ir."
"Eu gostaria de discutir algo antes", disse ela rapidamente. "Não vai demorar mais que um minuto."
"Estou ouvindo."
Ela girou em sua cadeira para encará-lo. Ele viu os ombros subirem e descerem com sua respiração profunda. "Eu gostaria de deixar Ethan aqui."
Mikhail levantou uma sobrancelha. "Isso é muito cruel, você não acha? Não há mais ninguém aqui e nenhum tipo de transporte ".
"Ele tem um telefone. Ele pode ligar para o salvamento uma vez que tenhamos decolado." Ela olhou para fora das janelas do cockpit. "Considerando que estamos prestes a decolar no escuro, sem uma torre ou qualquer outra orientação, ele é provavelmente inteligente o suficiente para querer ficar no chão de qualquer maneira."
"E se eu me recusar?" Ele não tinha intenção de recusa, mas ele se perguntou o que ela faria de qualquer maneira.
"Então o seu voo não vai acontecer." Ela teimosamente cruzou os braços sobre o peito. "Se você deixar Ethan ir, eu vou cooperar."
"Tudo bem, então." Mikhail assentiu. "Será que Ethan tem uma mala aqui no avião?"
"Sim." Ela se levantou e pegou uma bagagem de um armário. "Isso pertence a ele." Mikhail pegou-a dela. "Excelente. Você pode começar a ajustar as coisas. Precisamos decolar logo. Vou falar com o seu amigo ".
"Mas..." ela começou e depois sumiu. Voltando-se em torno de seus instrumentos, pareceu dobrar sobre si mesma um pouco.
Mikhail caminhou de volta para a porta da cabine exterior. Ethan tinha acabado de colocar a mangueira de volta no caminhão de combustível. Mikhail jogou a bolsa no chão. Ethan olhou para cima quando então viu sua mala. Sua expressão ficou horrorizada.
"O que você está fazendo?" Ethan perguntou, soando quase em pânico.
Mikhail apontou para a mala. "Sua amiga comprou a sua liberdade. Ela disse para você usar o telefone celular que você tem escondido em sua roupa para pedir ajuda. Ligue para quem você acha que deveria, mas vou avisá-lo para ficar fora de minha cauda para que eu não me sinta ameaçado e tenha que eliminar alguém. " "Seu filho da puta!" Ethan gritou. "Você não vai machucá-la!"
"Eu não vou." Mikhail realmente sorriu. "Eu tenho um sentimento estranho que eu o verei de novo, embora eu não possa imaginar o porquê."
Capítulo Quatro
Mikhail poderia muito bem entender a tensão no rosto de Blair quando ela aumentava a velocidade do avião. Ele se perguntou se o que ela estava passando era semelhante à posição de liderança com a Bratva que estava sendo imposta a ele. Às vezes, a responsabilidade era uma coisa boa. Outras vezes não era nada disso. Ele estava sentado em seu assento de co-piloto. Até agora ela não parecia inclinada a reclamar sobre sua presença. Blair empurrou o acelerador e manteve o avião em movimento em direção à pista de pouso. Ela olhou para ele. "Eu nem consigo descrever o quão errada me sinto em fazer isso sem a ajuda de controle do tráfego aéreo. Eu não sei se há alguma coisa chegando, mas estamos decolando assim temos alguma esperança de que se alguém estiver vindo ou vai passar perto ou longe o suficiente para não corrermos o risco de uma terrível consequência." Houve um som de zumbido baixo do rádio e de conversa entre as torres. Mikhail se perguntou se ela mantinha o rádio ligado simplesmente por hábito. Então, de repente ele percebeu o que seu pequeno discurso estava sugerindo. "Quer dizer que há apenas um caminho dentro e fora da terra nessa pista. É isso que você quer dizer com todo esse lance de deixar alguém passar? " "Teoricamente, os aviões pousam em uma direção e decolam em outra para evitar a colisão, óbvio, mas sim. Poderíamos estar nos preparando para um curso intensivo. "Ela lançou lhe um olhar irônico. "Por quê? Está com medo? " "Nunca tive medo em um avião, eu não tenho certeza se posso responder a isso." Seu estômago caiu desagradavelmente a medida que eles dispararam pela pista. Sua expressão deve ter mostrado sua incerteza, porque ela fez uma careta. "Sim, desculpe por isso. Tivemos de pegar um pouco de velocidade, porque eu não tenho nenhuma maneira de ver realmente onde a pista termina. Nós seríamos arruinados se fossemos além do nosso limite de decolagem ".
"Escolha sensata", ele murmurou. "Acho que eu deveria ter perguntado se essa
decolagem seria possível de onde nós estamos."
"Francamente, eu não acho que você se importaria." Ela olhou para ele. "Você parece um pouco doente, Sr. Romanov. Há um saco para vomitar a sua direita." Ela disse aquilo tão normalmente que ele quase não entendeu o que ela quis dizer. "Por favor, não vomite sobre o painel."
"Eu não vou vomitar." Mikhail não podia ajudá-lo. Ele estava indignado com a sugestão. "Você não acha que eu sou mais forte do que isso?"
Agora ela estava rindo dele enquanto subiam para cima em uma trajetória insana. "Eu não sei. Você é? Eu nunca vi uma descrição de como é mafioso. Eu diria que o medo de ver sangue não entra na lista, mas talvez fobia de velocidade? " Ele abriu a boca para responder quando percebeu alguma coisa. "Você está me provocando."
"Sim. Isso nunca aconteceu com você antes? "
Mikhail bufou. "Não. Eu nunca fui provocado por uma piloto que virou minha refém, depois de roubar um avião ".
"Isso soa muito estranho realmente." Blair estava verificando seus instrumentos. "Mas de volta à tarefa em mãos."
"Sim?" Ele tentou se concentrar, mas continuava distraído por sua companhia fascinante.
"Uma vez que chegarmos a Las Vegas, vamos ter um pouco de dificuldade tentando pousar essa coisa e apenas fugir. Assim, quaisquer ideias, recursos, ou outro tipo de ajuda que sua rede de gangsters puderem fornecer seria apreciada. "Seu tom era completamente realista.
"Temos um plano em prática. Quando eu achar que for a hora, vou explicar tudo. Meu irmão Ivan é aquele que consegue todos esses detalhes ".
Blair suspirou. "Eu espero que Ethan não entre em apuros por causa de mim. Se eu tiver sorte, eles vão achar que ele era um refém que foi expulso."
Houve alguns momentos de silêncio. Foi surpreendentemente confortável. Mikhail começou a relaxar. A eliminação de Ethan de alguma forma pareceu diminuir a tensão no
cockpit.
"Então, do que você está fugindo?", Perguntou Blair. "Já que estou aqui em cima como cumplice, acho que tenho o direito de saber."
"Você não é cumplice. Você é uma refém. "
"No minuto em que abri a porta do cockpit para salvar Ethan, eu perdi a capacidade de reivindicar isso. Eu violei o protocolo da empresa mais de uma dúzia de vezes", ela sombriamente informou.
"Sua empresa teria preferido ter um de seus funcionários eviscerado?" Mikhail achou difícil de acreditar.
"Sim. Seria melhor do que dar um controle terrorista de um avião dentro do espaço aéreo norte-americano. " "Oh. Eu posso ver a lógica de pensamento por trás disso ", Mikhail ponderou. "Embora ainda seja bastante duro esperar que os empregados que obviamente gostam uns dos outros fiquem quietos e vejam o assassinato de um de seus amigos."
"Felizmente isso não acontece", assegurou ela. "Nunca. O que me traz de volta a minha pergunta. Por quê? Porque é que há sempre uma necessidade de violência ou de transportar uma arma e ter que usá-la? " Mikhail franziu os lábios. Ele estava cansado de tudo, mas principalmente dessa vida. Que não o deixava confiar seus sentimentos a alguém como Blair. "O FBI encontrou um informante que estava disposto a testemunhar contra mim e meus irmãos. O Bratva têm interesses comerciais em muitas cidades americanas, mas Chicago e Nova York são as nossas principais localidades nos EUA. " "Então, eu estou voando-o para Las Vegas porque você quer evitar ser preso?" Ela bufou com repugnância. "Você deveria ter alugado um carro. Isso teria sido muito mais fácil."
"Eu não sou um cidadão. Toda vez que eu alugo um carro, o FBI começa a matar no meu pescoço. "Mikhail apontou para o assento do co-piloto, precisando de uma mudança de assunto. "Por que você voar por conta?"
"Cortes de orçamento."
"Oh?" Ele riu. "Tivemos alguns cortes orçamentais recentemente também."
"Isso soa ridículo, você sabe." Ela lhe deu um sorriso e aquilo quase tirou o ar de seus pulmões. Seus olhos e sua pele brilhavam com vitalidade.
"Negócios são negócios, não importa de que lado da lei operam." Mikhail acenou com a mão.
"Então por que não operam sobre o lado certo da lei e eliminam a necessidade de sequestrar um jato fretado?", Sugeriu.
"É engraçado que você diga isso." Ele considerou suas palavras, relaxando para trás na cadeira confortável. "Eu quis mudar de lado, como eles dizem, por toda a minha vida adulta. Eu sou o filho mais velho de Sergei Romanov ".
"Romanov", ela disse levemente. "O que? Como Anastasia Romanov e o último czar da Rússia? " "Vocês americanos são obcecados com essa história." Mikhail riu, surpreso ao perceber que ele estava realmente rindo sem qualquer pretensão. "E eu acho que se você traçou a nossa família de volta a esse ponto, então sim. Nós somos descendentes de czares da Rússia.
"
"Bem, se isso é quando sua família decidiu operar no lado errado da lei, acho que poderia ser perdoado."
"Diga-me você está brincando." Ele olhou para ela, fascinada.
"Eu estou." Ela olhou para ele. "E acho que é triste um homem adulto não poder escolher sua própria carreira."
"A sua família sempre apoiou a sua decisão de ser um piloto?" Ele descobriu que ele estava imensamente curioso sobre sua vida privada.
"Minha família não apoiou nada. Eles foram mortos há muitos anos ".
O jeito direto em seu tom deixou claro sobre como ela via sua situação. Mikhail decidiu não pressioná-la naquele momento. "Você pode pensar," ele começou lentamente, "que um homem adulto sempre pode escolher o que quer fazer. O que as pessoas muitas vezes esquecem é que, quando o homem ama e respeita sua família, apesar de suas falhas e deficiências, ele hesita em virar as costas para eles e seguir seus próprios interesses ".
"Você acha que seria egoísta", ela adivinhou.
"Talvez." Mikhail se levantou. "Eu estarei de volta em breve. Eu preciso fazer check-in com o meu irmão e obter nossas coordenadas e as instruções para a aterrisagem em Las Vegas. "
***
Blair ficou maravilhado com o fato de que, quando ela queria que o tempo passasse rápido, ele parecia se arrastar. Mas em momentos como esses, onde ela não teria se importado se demorasse o dia inteiro para chegar a Vegas, o tempo passava despercebido. Eles contornaram o grande aeroporto de Vegas. Ela deu a volta em seu espaço aéreo, na esperança de que eles não chamassem atenção para si mesmos. Geralmente aviões privados eram vistos como nada mais do que um incômodo. Se ficassem fora do caminho dos voos comerciais maiores, ninguém ligaria.
Mikhail preguiçosamente afundou no assento do copiloto. Seu jeito indiferente era muito irritante e intrigante para Blair. Toda a sua vida estava na balança e ainda assim ele agia como se essa fosse apenas mais uma viagem.
"Essa é a informação que você precisa." Ele colocou um pedaço de papel em seus controles.
Ela franziu o cenho. "Isso é um script?"
"É." Ele ofereceu nada mais do que um breve aceno de cabeça. "Basta dizer exatamente o que está escrito e que vai pousar sem incidentes. Desvie-se e eles vão estar em cima de nós ".
"Você está colocando uma enorme quantidade de confiança em mim", ela murmurou. "Eu poderia começar a gritar por ajuda e não haveria nada que pudesse fazer."
A pista em que Blair estava na verdade pertencia a Skye Aviation. Ela deveria ter achado aquilo muito preocupante já que Mikhail insinuara que suas conexões da máfia lhes tinha garantido uma maneira de conseguir pousar sem a aprovação da FAA. Não parecia que aquela noite teria muito tráfego, o que deixara Blair feliz. Durante o caminho, Blair avistou dois jatos menores reabastecendo, e um avião grande parado na pista, à espera de um piloto. Ela olhou para seu estranho copiloto. "Estamos ali. Eu vou dar a volta e começar a
descer. Uma vez que atingir o chão provavelmente devemos ir o mais rápido possível. " Blair começou a aterrissar, um pouco surpresa que a torre não tinha a recebido ainda. No momento em que o pensamento passou por sua mente, seu rádio veio a vida. "Delta, nove, nove, nós não a temos programada para pousar aqui hoje." Blair leu as palavras no papel, tentando fazê-las sair naturais. "Eu sei disso, Torre, mas eu preciso reabastecer ou vamos cair." Blair cruzou os dedos. "Você sabe como é quando um cliente muda de ideia sobre o destino. É um avião fretado e a política da empresa diz que devemos ouvir o cliente ".
"Com certeza, Delta, nove, nove. Você está liberada para o pouso. " "Obrigado, Torre." Ela deu um suspiro de alívio. Blair pensou que eles estariam bem até que pousaram. Assim que colocou as rodas para baixo, viu um enxame de veículos de emergência saindo de um hangar. Mikhail já estava em cima, furiosamente mandando mensagens em seu telefone.
"O que é isso?", Ela perguntou.
"Meu irmão diz que alguém sugeriu que tentaríamos usar essa pista para pousar."
Mikhail fez uma careta. "Nós vamos ter que encontrar outra saída."
A mente de Blair estava girando. Ela devia estar tentando escapar. Esse tinha sido seu plano o tempo todo. Agora, ela não tinha tanta certeza. Nesse ponto, ela tinha quebrado tantas regras que teria um tempo difícil tentando convencer as autoridades sobre sua inocência. Além disso, ela poderia realmente afirmar que Mikhail tinha segurado uma arma apontada para sua cabeça? Havia algo tão triste sobre ele quando a contara sobre seu desejo de fazer algo diferente do que era esperado dele. Se as autoridades o pegassem agora, ele nunca teria a chance de tentar. Todo mundo merece a chance de fazer uma escolha.
"Eu estou abortando o nosso destino." Ela rapidamente começou a acelerar em um esforço para obter o avião de volta no ar. Mikhail deu um breve aceno de cabeça. - E depois?
"Avise seu irmão. Diga a ele que precisamos de um lugar alternativo para pousar." Ela nem sequer se preocupou em verificar seu tom. "Você e eu precisamos sair daqui antes que
nos prendam."
Capítulo Cinco
Blair levou o avião de volta para o céu, conseguindo evitar o comitê que os esperava no aeroporto. Foi um plano e tanto para manter tudo no lugar e equilibrar o avião novamente. Blair se perguntava sobre Ethan. Com sorte, ele tinha conseguido entrar em contato com as autoridades. Mikhail gentilmente tocou seu ombro. "Obrigado."
"Não me agradeça ainda", ela aconselhou. "Nós não estamos no chão. E eu odeio dizer isso, mas parece provável que Ethan te dedurou. Eu não sei o quanto ele sabia sobre o seu plano de ir para Vegas, mas talvez isso é como eles descobriram onde nos encontrar. Se for esse o caso, poderíamos estar circulando no chão por um bom tempo e eles estariam todos lá, esperando por nós lá". Trocando mensagens no celular, ele parecia completamente sereno e quase entediado. Ela lembrou-se que ele era seu captor, não seu amigo. Ele não ia se importar com o que acontecesse a ela depois de tudo isso e Blair precisava se lembrar disso. Sua decisão de abortar o pouso estava parecendo cada vez pior a cada segundo.
"Diga-me o que você está pensando", ele perguntou. "Sua expressão está tão pesada."
"Bem. Você quer saber o que eu estou pensando? "Ela soprou uma corrente de ar em direção ao cabelo liso sobre seu rosto. "Estou cansada. Estou com fome. Estou farta de tentar pousar e decolar em circunstâncias ridículas. Eu não posso sequer conseguir decidir se você é um cara bom ou ruim, e isso está começando a me fazer questionar minha escolha. " "Eu não sou um cara ruim."
"Mas isso é o que um cara ruim diria, não é?" Ela odiava o tom quase frenético em sua voz. "Eu estou nessa até meus cotovelos e queria que não estivesse. OK?"
"Sinto muito que se sinta assim." Seu olhar era tão forte que ela teve que desviar. Ele deu uma risada sombria que deu-lhe um nó na barriga. "E que tal isso, Blair Edwards? Vou mantê-la comigo até eu chegar a Rússia. Nesse ponto eu estarei seguro. Então eu a mandarei para casa como parte de um acordo com o FBI para libertar a minha refém. Isso deve garantir
que o seu nome esteja limpo. "
"Você faria isso?"
"Eu acho que você mais do que conquistou essa ajuda de minha parte." Havia algo quase irônico em seu tom. "Eu a coloquei em uma posição de risco e você estava apenas tentando seguir o protocolo de sua empresa."
Blair não pode evitar se perguntar se ele fizera isso muitas vezes. "Já teve muitos reféns, não é mesmo?" Ela tentou manter o tom de voz brando.
"Não. Nunca. "Ele nem sequer se preocupou em fingir. "E considerando o quão incômodo isso foi, eu não farei isso de novo."
***
Mikhail seguiu os passos de Blair e permaneceu em silêncio durante o resto do voo. Ivan ainda não tinha aparecido para dizer-lhes onde estavam indo, e isso preocupava Mikhail mais do que ele gostaria de admitir.
"Ivan ainda não te mandou nenhuma mensagem?", Ela perguntou, depois de quinze minutos de silêncio contínuo. "Nós realmente precisamos pousar."
"Seja paciente." Foi tudo o que ele pôde dizer. "Ivan vai aparecer logo."
"Isso não ajuda."
"Você é muito atrevida para alguém que ainda é uma refém."
"Vá em frente e atire em mim", ela retrucou. "Atreva-se."
"Corte o sarcasmo," ele rosnou. "Eu estava apenas tentando te deixar melhor."
"Bem, não tente."
"Onde você cresceu?", Ele perguntou. "Certamente que é uma pergunta inocente, não é?"
"Chicago."
Mikhail se perguntou como seus pais tinham sido mortos. Será que tinham sido assassinados em um assalto? Mortos em um acidente de carro? Ele tinha a sensação de que suas mortes envolviam-se em um ato de violência sem sentido.
Seu telefone vibrou, trazendo-o de volta ao presente. Ivan tinha enviado uma lista que ele não entendia. Ele mostrou a tela do celular para que Blair pudesse ver. "Isso faz algum
sentido para você?"
"Essas são coordenadas para uma pista de pouso fora de Las Vegas", explicou ela. "Pergunte ao seu irmão se há uma torre lá, ou se é deserta." Mikhail obedientemente transmitiu as perguntas. Ivan respondeu imediatamente e Mikhail passou a informação a Blair. "Ele diz que não há ATC, e que você fará o pouso sozinha. Ele terá um carro esperando, no entanto. " "Cara, isso deixa tudo melhor", ela murmurou.
"Tem algum problema?" Mikhail franziu o cenho. "Porque se há algo errado, eu preciso saber imediatamente."
"Essa é uma relação estranha que temos aqui", ela disse a ele. "Você percebe isso, né? Você tem a arma e o poder, e ainda assim você é totalmente dependente de mim. E não. Não há realmente um problema, exceto que você está colocando uma enorme quantidade de fé na minha capacidade de usar a minha instrumentação para nos pousar com segurança ".
Ele encolheu os ombros. "Você parece ser uma piloto competente. Você lidou com isso como uma profissional na outra pista. " "Eu sou profissional. E ainda assim devo dizer-lhe que esse pouso me preocupa. " Mikhail considerou sua preocupação. Parecia razoável, mas ela tinha mostrado ser mais do que competente. "Você é honesta com sua preocupação. Eu gosto disso " "Você saberia se eu não estivesse sendo honesta?", Ela perguntou secamente.
Mikhail então pensou. A mulher tinha um ponto muito válido. Ele supôs que apenas teria que confiar nela. Nesse ponto, não era como se ele tivesse outras opções.
***
As primeiras estrelas começaram a brilhar no céu deserto assim que Blair apontou o nariz do jato em direção ao chão e se preparava para pousar. Seu coração estava batendo contra as costelas e ela pensou que poderia realmente vomitar naquele momento. Sabia como pousar um avião sem a torre chamando todas as instruções, sem quaisquer luzes da pista, sem marcadores, e com nenhuma equipe de terra para raspar ela para fora da pista. Ela tinha feito isso há algumas horas naquela pista ridícula em Nebraska. Mas isso era completamente
diferente. Estava escuro lá fora. Ela não tinha nada além de seus instrumentos para lhe dizer onde o chão estava. E pelo menos o outro lugar tinha espaço. Estava sujo, mas esse era bem pior! Era uma pista de terra. Nem mesmo plana. Ela só podia esperar que o peso da aeronave fosse o suficiente para eliminar quaisquer problemas de tração. Ela grunhiu enquanto lutava com os controles. Finalmente, ela sentiu as rodas tocarem, saltarem novamente, e depois deslizarem. Ela rapidamente começou a desacelerar. Não tendo nenhuma noção de quanto tempo a pista de pouso demandava, ela estava bastante ciente do perigo que aquele pequeno problema poderia representar.
"Muito bem!" Mikhail cantou.
"Esse tom de voz me faz acreditar que você estava um pouco mais nervoso do que quis aparentar", ela acusou. "E você deveria estar mesmo." Tentou fazer o avião ir parando aos poucos. "Porque nós quase morremos agora."
"Eu acho que você não está dando crédito suficiente para suas habilidades com uma aeronave", ele jorrou.
"Você está me deixando sem graça com toda essa positividade", disse a ele. "Que tal voltarmos ao tom de mafioso? Esse é mais realista. " Oh, ele não gostou nem um pouco daquilo! Seu rosto ficou sério imediatamente. "Recolha minhas malas e vamos andando."
"Suas malas ?" Ela bufou em descrença. "Eu pareço com o pessoal do serviço de bagagem, Sr. Romanov?"
"Ok, então isso foi uma escolha inadequada de palavras." Mikhail pareceu irritado. "Vou recolher minhas malas. Você pode pegar as suas. Vamos nos apressar. Eu preciso chegar a um hotel onde posso contatar totalmente meus irmãos para uma conferência."
Levou apenas alguns minutos até que Blair saísse do avião e começasse a descarregar a sua bagagem do jato. Usou a lanterna de seu celular. Se ela tivesse sido esperta teria mandado mensagens às autoridades e lhes dito onde poderiam encontrar Mikhail. Pelo menos o cara viajou mais leve do que alguns dos outros clientes que Skye Aviação
transportava para todo o país. Mikhail só tinha uma mala e duas bolsas, um das quais estava o seu computador. Ele empilhou suas malas em uma posição administrável e olhou para Blair. Tinha sua pequena mochila do pernoite jogada por cima do ombro.
"Só isso?", Perguntou ele, parecendo surpreso.
"Eu moro em Chicago. Era para eu estar em casa hoje à noite, então eu não trouxe nenhuma roupa comigo." Ela tentou não parecer muito acusatória.
Ele não respondeu, caminhando na direção que ela imaginou estar o carro. Ela apenas o seguiu, porque não havia realmente nenhuma outra opção para ela nesse momento.
"A máfia não domina boa parte de Vegas?" Blair se perguntou em voz alta.
Ele assentiu. "Por que você acha que viemos aqui?"
O crepúsculo estava desaparecendo e o céu negro inundando-se aos poucos com as alfinetadas brilhantes de mil estrelas. "Então eu posso seguramente assumir que esse jato vai desaparecer assim como o carro que está procurando apareceu? " "Se você está perguntando se essa pista é ou não usada como uma base regular por homens na minha linha de trabalho, a resposta seria sim." Seus dentes brilharam na luz do dia desaparecendo. Ele tinha um sorriso agradável, para um mafioso.
***
Mikhail estava começando a pensar que Blair não conseguia decidir se gostava dele ou não. É claro que era provavelmente uma reação racional à sua situação. "Você pensa em mim como um criminoso, não é?", Perguntou a ela. Ele estava realmente curioso para descobrir a resposta.
“Você não é um criminoso?”
"Aos olhos da maioria, acho que seria visto como um criminoso, apesar do fato de que eu raramente tenho contato com essa parte dos negócios da família."
Ela apontou para o sedan parado discretamente nas sombras. "Parece o tipo de carro típico que um criminoso iria dirigir."
Mikhail não tinha certeza por que, mas era muito importante para ela entender alguma coisa. Ele parou de andar e a encarou. "Com poucas exceções notáveis, a Bratva executa
negócios mais legítimos do que os ilegítimos atualmente. Onde nós frequentemente arrumamos confusão com as autoridades dos EUA gira em torno da tributação ".
"Ninguém gosta de impostos, Sr. Romanov. Pagamos, porque isso é a coisa legal a se fazer ", disse ela, irritada. Mikhail resmungou. "Os impostos são realmente apenas uma entidade que tenta roubar a partir de outra. Quem pode dizer qual organização está certa e qual está errada? É tudo na mesma, até onde sei ".
"Você está me dizendo que sequestraram um avião, fizeram reféns, aterrissaram em uma pista deserta perto de Vegas, e estão tentando sair ilegalmente do país tudo porque você não paga seus malditos impostos?" Sua boca estava escancarada agora.
Ele começou a caminhar em direção ao carro, mais uma vez. "É um pouco mais complicado do que isso."
"Meu Deus! Isso é exatamente o que é!" Ela gritou como se estivesse quase caindo na gargalhada.
"Eu não gosto de dar meu dinheiro para o governo dos EUA para que possam gastá-lo em programas ridículos que nem sequer me beneficiam, porque eu não sou um cidadão." Ele não podia acreditar o quão ranzinza ele soara. Ele era quase petulante!
Ela zombou. "Então volte para a Rússia."
"O que?"
"Vá fazer negócios na Rússia, se você não quer pagar impostos americanos", ela disse a ele. "Você veio aqui porque você gosta desse país, ou algo sobre ele. Você faz negócios aqui por uma razão. " Ela teve a audácia de colocar o dedo quase na cara dele. "Você tem que pagar para jogar, Sr. Romanov."
"Isso é um absurdo", ele murmurou.
Ele se atrapalhou sob o para-choque dianteiro até que seus dedos se fecharam ao redor da chave do veículo. Abriu a porta e apertou o botão para abrir a porta do passageiro. Abrindo a boca para pedir a Blair que entrasse, ficou um pouco surpreso quando ela entrou sem que ele pedisse. Com um suspiro, ele abriu o porta-malas e guardou sua bagagem. Finalmente, ele entrou no carro e fechou a porta.
"Tenho que dizer Sr. Romanov", Blair falou lentamente em um tom petulante. "Não estou impressionada com a vida de máfia até agora. Meu carro em casa é muito mais agradável do que esse pedaço de lixo. Não só isso, mas eu não estou na corrida para a evasão fiscal para que eu possa desfrutar meu próprio apartamento e dormir na minha própria cama sem medo de ser presa. " "Pelo amor de..." Mikhail gemeu. "Você gosta de me provocar ou o que?"
"Imensamente", disse ela com prazer.
Capítulo Seis
Aparentemente, Blair tinha um desejo de morte que ela não tinha conhecimento porque não conseguia parar de cutucar Mikhail Romanov. Ele era como um alvo fácil. E a pior parte disso era o efeito colateral que isso estava causando em sua opinião sobre ele. Como ela poderia odiar ativamente um homem que poderia levar a provocação, ao mesmo tempo em que admitia que ele realmente não curtia tanto assim os negócios de violência e de fraudes da família? Ela ficou em silêncio todo o caminho até Vegas. As longas horas de tensão foram tomando seu controle. Assim, enquanto a cidade que nunca dorme continuava sua rotina de vinte e quatro horas, Blair desejava desesperadamente uma cama. As luzes piscando pareciam selar as costas de suas pálpebras em cores neon. Finalmente eles pararam embaixo do vestíbulo de um monólito imponente de um hotel e casino chamado A estrela vermelha.
- Madame?
Levou um momento para perceber que um manobrista tinha acabado de abrir a porta. Blair gemeu ao se levantar para fora veículo. Segundos depois, Mikhail tinha puxado sua mão na dobra de seu braço e estava levando-a através das portas da frente do hotel como se fosse o dono do lugar.
"Sr. Romanov, como é bom vê-lo novamente." Não foi o recepcionista, mas sim o gerente do hotel, que os cumprimentou. Ele estendeu dois cartões-chave. "Sua suíte regular está pronta para você."
"Obrigado." Mikhail deu um aceno leve com a cabeça e se dirigiram para o elevador.
Uma vez lá dentro, ocorreu ao cérebro exausto de Blair que o gerente do hotel tinha dito especificamente uma suíte. Ela cutucou Mikhail nas costelas. "Eu quero o meu próprio quarto."
"Não."
Nem mesmo um argumento ou explicação? Ela apertou a mandíbula e preparada para responder. "Não? Não sou uma mulher que você pegou por aí. Eu quero o meu próprio
quarto e um pouco de privacidade."
"Exatamente. Se você fosse uma mulher que eu tinha pego por aí eu gostaria de saber exatamente onde você estaria, porque eu estaria pagando-lhe para estar lá. "A voz culta de Mikhail fez esse insulto soar perfeitamente razoável. "Então você vai ficar comigo enquanto eu precisar ter certeza de que você não está correndo para alertar as autoridades sobre a minha localização".
"Idiota," ela murmurou.
Suas sobrancelhas subiram tanto que ela esperava que fossem saltar de sua testa. "Com o foi?"
"Eu te chamei de idiota", ela esclareceu. "Principalmente porque o que você disse soa perfeitamente razoável, mas não menos desagradável para mim de qualquer maneira."
"Eu não acho que eu posso discutir com isso."
"Então estamos ambos na mesma página desagradável, não estamos?" Blair cruzou os braços e se recusou a olhar para ele.
O elevador parou. Ela percebeu que eles estavam em um andar muito alto. Quando abriu, a única coisa que ela podia ver era o horizonte de Vegas espalhar-se abaixo deles como uma terra encantada. Era absolutamente impressionante.
"O que você acha?", Ele perguntou.
Blair deu um grunhido de desaprovação. "Eu acho que você está tentando me fazer voltar atrás no que eu disse sobre meu estilo de vida ser mais desejável do que o seu."
***
Mikhail não ia dizer que ela estava certa, mas ela estava certa. O comentário dela sobre o carro de ínfima qualidade tinha picado seu orgulho mais do que esperava. Embora a vista de sua suíte de hotel tivesse sido um movimento não intencional para impressioná-la de sua parte. Aquela era sua suíte de costume.
Mikhail levou Blair para o quarto ao lado da sala de estar principal. "Você pode ter o quarto para si mesma. Eu raramente durmo de qualquer maneira. O banheiro é anexado. Por favor, sinta-se livre para relaxar como desejar. Tenho certeza que você deve estar exausta depois de um longo dia."
"Obviamente." Ela parecia um pouco mal-humorada, mas em vez de parecer chata, achou-a encantadora. Era como se ele estivesse perdendo a cabeça.
"Se você precisar de alguma coisa, não hesite em chamar o serviço de quarto." Ele decidiu falar o inevitável. "E o telefone não liga para fora do hotel sem a minha permissão. Peço desculpas se tem algum ente querido que você queira entrar em contato, mas é impossível no momento."
"Eu só queria ver Ethan." A nota de preocupação na voz dela o preocupou. "Eu não tenho mais ninguém. Não é como se meu trabalho precisasse de ligações. Eles devem estar muito conscientes do que está acontecendo. Ou pelo menos o que eles pensam que está acontecendo. " Ela virou-se e foi para o quarto. No último segundo, ela olhou por cima do ombro. "Obrigado por deixar Ethan ir, e por não me machucar. Curiosamente, é muito digno de você ".
"Seja bem-vinda."
Seu telefone começou a tocar, eliminando a necessidade de castigar-se por se sentir assim condenado a um refém. Será que ele poderia realmente chamá-la de algo a mais?
"O que você tem para mim, Ivan?", Disse Mikhail no telefone. Dirigiu-se para as janelas para olhar para fora. Por alguma razão, a visão do deserto escuro atrás do horizonte brilhante de Vegas sempre o acalmava.
Ivan foi direto ao ponto. "Você precisa de um dia em Vegas enquanto nós conseguimos seu passaporte e os documentos."
"Será que os contatos de Aleksei ainda vivem aqui na cidade?" Mikhail evitava nomes e lugares fora do que estava acostumado.
"Sim. Ele vai encontrá-lo amanhã cedo. "Ivan fez uma pausa. "Você está planejando se desfazer de seu refém?"
"Não. Vou trazê-la comigo. "
"Desculpe-me?" Ivan estalou. "Por que isso seria uma boa ideia?" "Para começar, as autoridades vão estar à procura de um único homem."
"Ah, sim." A pausa sugeriu que Ivan estava considerando dizer mais. "Então, não é
porque você se tornou estranhamente apaixonado por essa mulher?"
"Não seja ridículo", Mikhail disse com firmeza. "É puramente prático."
“Continue dizendo isso, irmão," Ivan disse-lhe severamente. "Você pode até começar a acreditar."
***
Blair acordou lentamente, seu cérebro tentando descobrir onde ela estava. Dormira profundamente, e a única coisa que pôde pensar foi que ela deveria ter esquecido de ajustar o alarme, pois já estava bem claro lá fora. Então ela percebeu que estava vestindo apenas um roupão branco macio que não era dela.
"Que diabos?"
Alguém bateu na porta e ela se sentou na cama rapidamente. Esse não era o quarto dela.
Não era nem mesmo seu apartamento. Ela estava em uma suíte no Red Star porque Mikhail Romanov tinha a feito refém ontem. Ou algo assim.
"Blair?" A voz profunda de Romanov flutuou pela porta. "Sei que você não tem muita roupa ou qualquer item pessoal na mochila. Se você quiser, eu posso conseguir que uma assistente pessoal do hotel pegue algumas coisas para você. Só preciso obter algumas medidas. " Assistente pessoal?
Blair saiu da cama e caminhou até a porta. Ela enrolou o manto firmemente ao redor da cintura e segurou-o na altura da garganta para cobrir tudo. Finalmente, ela sentiu-se decente o suficiente para abrir a porta. Mikhail deu alguns passos para trás. Havia uma mulher sorridente que estava bem na frente da porta. "Oi. Eu sou Aubrey. Se eu puder apenas fazer-lhe algumas perguntas, nós podemos fazer isso tão rápido e indolor quanto possível. " "Okay?" Blair disparou Mikhail um olhar de suspeita antes de permitir que Aubrey entrasse no quarto. Aubrey foi bem apressada. Ela bateu palmas e começou imediatamente. "Oh meu, isso deve ser tão fácil! Você tem uma deliciosa coloração, você sabe disso? tons mais quentes, penso eu, com algumas joias jogadas em um toque de cor. "Aubrey puxou a fita de
medição. "Aqui vamos nós. Ah sim. Tamanho oito, eu teria imaginado de qualquer maneira. Perfeito." Blair se sentia como uma boneca. Ela respondeu a algumas perguntas mais pertinentes sobre preferência de estilo e pensou que ela poderia ter dito sim, sim, e não, mas nada daquilo realmente importava. Aubrey tinha acabado e jurou que enviaria umas peças dentro de uma hora.
"Blair?" Mikhail apareceu novamente. "Eu já pedi o café da manhã no terraço, se você quiser sair e comer um pouco enquanto esperamos a sua roupa ser entregue."
"Eu não vou tomar café da manhã sem roupas!" Blair disse de volta através da porta fechada.
Sua risada masculina enviou uma profusão de arrepios na espinha. "Então mantenha o seu robe bem amarrado e você não vai ficar nua. Eu acredito que a definição de nu é uma verdadeira falta de vestuário, e não simplesmente uma falta de roupa casual ".
"Você consegue convencer as mulheres nesse assunto com frequência?" Blair gritou a pergunta.
"Com bastante frequência."
Seu estômago roncou insistentemente. Ela não conseguia sequer lembrar quando tinha comido uma refeição de verdade que não envolvesse uma máquina de venda automática no hangar. Realmente, se amarrasse o cinto do robe bem apertado e, em seguida, desse um nó, ela deve estar decente. Certo?
"Tudo bem", ela relutantemente concordou. "Eu estou saindo." Ela imediatamente pensou em seu amigo Ethan e caiu na gargalhada. "Ok, não sem roupas! Mas eu estou saindo do quarto."
***
Mikhail não podia deixar de ficar encantado com aquela risada, mesmo se vinha de trás da porta fechada. Em seguida, Blair fez como disse e saiu do quarto e Mikhail quase engasgou com as palavras que ele estava tentando dizer.
"O quê?", Ela perguntou duas linhas de expressão que apareceram entre as sobrancelhas. - Você disse alguma coisa?
"Não," ele disse rapidamente. "Venha, o terraço é por aqui." Ele liderou o caminho através da sala de estar para as amplas janelas com vista para o horizonte. Seus olhos voltavam –se para as longas pernas de Blair. O manto era bastante volumoso, mas ele ainda podia distinguir a forma atlética de seu corpo. Ela estava tensa em todos os lugares certos, redonda no quadril, e cheia no peito. Seu cabelo estava desgrenhado do sono e seus olhos pareciam enormes. Ela parecia como se tivesse acabado de acordar da cama de um amante. Ou talvez fosse apenas a imagem que sua mente estava pintando para ele.
"Assistente pessoal, hmm?" Blair meditou. "Eu teria ficado bastante feliz com uma rápida viagem a uma loja de departamento barato, você sabe. Eu tento não gastar muito dinheiro com roupas já que eu passo a maior parte do tempo em meu uniforme ". Mikhail atravessou as portas francesas que conduziam ao terraço. Ele puxou uma cadeira e fez um gesto para que Blair sentasse. Ela parecia querer rir. Ele quis saber porque. "Você parece determinada a rir de minhas tentativas de cavalheirismo. Por quê?" O sorriso dela de repente sumira. "Você sabe, eu não tenho certeza. Mas é rude da minha parte. Eu sinto Muito. Eu aprecio todo o ato cavalheiro. " "Ele não é um ato," Mikhail disse rigidamente. "Mesmo se você fosse nada mais do que uma parceira de negócios, eu iria puxar uma cadeira para você, ou abrir uma porta, ou oferecer para ajudá-la a obter alguma roupa se você não tivesse nenhuma." Ele considerou o último. "Especialmente se eu tivesse sido a razão por você estar à deriva e sem bagagem." Ela cuidadosamente pegou o guardanapo e colocou-o no colo. "Você sabe, é estranho. Eu ainda penso em você como um criminoso. No entanto, você está mais para um cavalheiro que qualquer outro homem que eu já conheci. " "Eu sinto muito por isso, Blair," Mikhail disse gentilmente. "Você merece o melhor, eu acho." Ela parecia desconfortável. Ele lutou para aliviar o clima. "Por favor, sinta-se livre para comer o que quiser. Eu não tinha certeza do que você preferia então eu tive que trazer um pouco de tudo ".
"Como cada herói em filmes românticos, sempre", ela brincou.
Mikhail sorriu. "Eu acho que mudar de criminoso para herói romântico é um bom progresso." Ela corou, e ele poderia dizer que ela estava à procura de terreno de conversação contínua. "Então me diga qual é o plano."
"Igor deve estar aqui em breve para criar nossas novas identidades", disse Mikhail com um sorriso. Como ele esperava, aquilo imediatamente chamou sua atenção.
***
Blair estava tentando entender tudo. Em primeiro lugar, ela não queria deixar que o charme de Mikhail a afetasse demais, e como na Terra ela conseguiria manter uma cara séria enquanto eles esperavam um cara chamado Igor?
"Você realmente conhece um verdadeiro humano chamado Igor?", Ela perguntou.
"Certamente." Seu tom era sério, mas havia um leve brilho de diversão em seus olhos escuros. "Na verdade, eu acredito que ele está aqui agora."
"Como você sabe disso?" Blair não tinha ouvido nada.
Mikhail pegou seu telefone. "Eu acabei de receber uma mensagem me avisando."
"Você trapaceou!"
"Eu não sabia de que havia um jogo em que éramos obrigados a seguir regras." Mikhail parecia estar realmente gostando dessa brincadeira. Foi inesperado, mas ele se sentiu bem da mesma forma. Se levantou da mesa. "Eu só vou ter uma conversa com Igor e você termine o seu café da manhã."
Blair comeu dois croissants, uma pilha de frutas frescas, um dinamarquês, e algum tipo de massa fina com queijo, que ela suspeitava que pudesse ser realmente russo. Através das portas francesas abertas, ela podia ouvir dois homens discutindo em voz baixa. Eles não estavam falando Inglês. Isso era certeza.
Ela tem um vislumbre de um homem baixo vestindo uma camisa branca suja e calças cargo largas. Ele parecia desagradável. Na verdade, esse homem parecia mais com a cara de criminoso que ela esperava de um mafioso. Ou talvez ele parecesse um lacaio de um mafioso. Blair já não podia ter a certeza de quais eram suas percepções. Ela simplesmente sabia que estava perdendo a batalha e quase se entregando ao charme de Mikhail Romanov.
Alguém bateu na porta da suíte. Segundos depois, Aubrey entrou no terraço com três assistentes e um barco cheio de roupas em um rack de rolamento. Era como ter a loja inteira direito em sua porta!
"Você está pronta?" Aubrey perguntou com grande entusiasmo. Era fácil de ver que a mulher amava seu trabalho. "Você vai amar esses itens. Eu só sei isso!"
"Me belisque", Blair disse com humor.
Seis pares de jeans, sete blusas, uma caixa cheia de roupas íntimas, um pacote de meias e três pares de sapatos depois, Aubrey terminou de convencer Blair de que ela definitivamente precisava de um vestido de festa. Blair não tinha tanta certeza.
"Onde é que eu uso essa coisa?" Blair queria saber.
Aubrey olhou perplexa. "No casino? Sr. Romanov é um dos nossos grandes jogadores, você sabe."
"Sim, mas é meio do dia!" Blair argumentou.
"É Vegas, querida." O tom de Aubrey era blasé. "É sempre depois das cinco horas por aqui. Além disso, o Sr. Romanov está pagando a conta. Você deve aproveitar. Todo mundo aproveitaria. " Esse comentário azedou Blair de uma forma que nada conseguiria fazer. Ela ergueu a mão, não querendo ser contrariada nesse caso. "Sem vestido de festa. É isso. " Aubrey parecia saber que havia falhado. "Tudo bem então. As senhoras e eu iremos colocar o resto desses itens no quarto ".
"Obrigado." Blair virou-se na cadeira e pegou o café. Tomou um gole e tentou lembrarse que aquela não era a vida real.
Capítulo Sete
Mikhail sabia que ele não poderia estrangular Igor. Eles precisavam das habilidades desse homem e ele seria inútil para eles se estivesse incapacitado. Ainda assim, era tentador.
"Igor, você poderia apenas fazer o seu trabalho?" Mikhail tentou ser paciente. "Você está sendo compensado muito bem."
"Sim, mas isso é muito diferente fazer documentos falsos para um refém", Igor lamentou. "Isso significa que o risco é extra. Eu acho que deveria ganhar um dinheiro extra."
"Você está recebendo dinheiro extra. Aleksei está pagando para o trabalho de ponta", Mikhail lembrou.
"E você quer que ela seja sua esposa?" Igor parecia incerto. "E se ela te entrega na alfândega? Isso é muito tolo, Mikhail. " Mikhail estalou os dedos com tanta força que pensou que suas articulações poderia explodir com a raiva. Igor pareceu perceber que tinha exagerado. Começou a recuar em direção à porta.
"Igor?" Mikhail disse expectativa. "Por volta das três horas da tarde. E eu quero estar em um voo para fora deste país à meia-noite."
"Sim, senhor." Igor esfregou o nariz bulboso com as costas da mão. "Eu ainda acho que isso é uma má ideia."
"Anotado", disse Mikhail com os dentes cerrados.
Ele se virou e deu uma olhada ao redor da suíte. Só levou um momento para perceber que Aubrey e suas assistentes tinha deixado o conjunto de uma forma muito mais moderada do que tinham entrado. Ele se perguntou o que teria acontecido. Blair não era o tipo de ficar em pé e ser enfeitada como um poodle mimado.
"Blair?", Ele gritou incapaz de encontrá-la.
Sua voz falou do terraço. "Eu ainda estou aqui fora."
"Está tudo bem?" Mikhail se aproximou dela lentamente, perguntando o que tinha acontecido para fazer seu olhar tão sério.
"Eu não vou ser como as outras mulheres que você teve até aqui", ela disse a ele com uma expressão solene no rosto. Ele se perguntou o que tinha trazido isso. "Eu raramente tenho um desfile de mulheres nesse hotel, e a natureza da nossa associação é tal que eu não posso imaginar você sendo como qualquer uma das poucas que eu trouxe aqui antes."
"Foi Aubrey, que deixou escapar," Blair admitiu. "Ela me disse que você estava pagando a conta para que eu devesse fazer como todas as outras e tirar proveito." Mikhail não pôde evitar. Ele jogou a cabeça para trás e riu até que lágrimas começaram a descer. Ele deveria ter parado porque Blair estava olhando irritada. Infelizmente, o malentendido foi muito engraçado para não rir.
"O quê?" Perguntou Blair.
"Aubrey estava falando sobre minha irmã, Maria", explicou. "Maria adora o gosto de Aubrey e adora a ideia de fazer compras e ficar deitada da piscina aqui no hotel."
O rosto de Blair ficou vermelho e ela saltou em seus pés. "Vou me vestir."
Mikhail deixou-a ir. Nada mais importava no momento. Ele tinha acabado de se deliciar com aquela pontada de sentimento. Blair estava com ciúmes. Aparentemente, ela não era tão fria quanto gostaria de ser.
***
Blair não tinha certeza do que pensar quando seu companheiro incomum sugeriu que fossem jogar para matar o tempo. O cassino era vibrante com o som ressoar dos caçaníqueis, o sinal sonoro elétrico dos consoles de jogos digitais, e os gemidos e gritos de centenas de pessoas que pareciam estar em toda parte.
"Está tudo bem?", Perguntou Mikhail. Ele colocou a mão na parte inferior das costas e conduziu-a através de uma multidão de pessoas reunidas em torno de um caça niqueis.
"Eu estou bem", Blair disse rapidamente. Ela não queria soar como uma vara atolada na lama. "Eu só não estou acostumada a sair."
"Sério?" Ele apontou para uma mesa de jogo. "Você gostaria de tentar?"
"Eu nunca joguei", disse ela, em dúvida.
Seu sorriso lhe deu um frio na barriga. "Então, permita-me apresentar-lhe esse
passatempo."
"Eu sinto que você está se oferecendo para me ajudar ao longo da estrada para o inferno." Ela olhou para a mesa, observando que o sinal dizia que o jogo era black jack.
"Bobagem." Ele se inclinou até que seus lábios quase roçaram a ponta sensível de sua orelha. "Há muitas maneiras provocantes de fazer isso."
"Eu não tenho dinheiro." Mesmo Blair podia ouvir a debilidade de seus protestos.
"Não é um problema." Ele estalou os dedos e um funcionário do casino vestindo um smoking veio correndo com um recipiente de chips vermelhos e azuis. "Vamos nos sentar, não é?"
"Não há mais ninguém na mesa."
"Sem problemas. Você só tem que bater a casa." Ele puxou uma cadeira, indicando que ela deveria se sentar.
Blair lambeu os lábios, tentando lutar contra o impulso de se juntar a ele. "Isso significa que estatisticamente minhas chances são terríveis."
"A diversão está em tentar."
"Suponho que não faria mal tentar."
Ela nunca poderia ter imaginado o quanto uma escolha afetaria sua percepção de Mikhail. Ele era um professor incrivelmente paciente e uma pessoa agradável em estar perto. O ritmo do casino os distraiu do resto do mundo e descobriu que ela era capaz de relaxar o suficiente para simplesmente sentar e apreciar a si mesma.
"Está vendo?" Ele apontou para a pilha crescente de chips diante dela. "Você é muito boa nisso." Ele apontou para sua própria pilha diminuindo. "Muito melhor do que eu."
"Você está me deixando vencer", ela acusou com um sorriso. Levou um momento para perceber que ela estava flertando.
Ele se inclinou para mais perto. "Se eu deixar você ganhar talvez você vá gostar mais de mim."
"Eu não tenho certeza se eu deveria gostar mais de você," ela disse a ele sem fôlego. Seus olhos eram tão bonitos. Suas profundezas brilhando a fez sentir-se quente e com friozinho na barriga. Fazia muito tempo desde que ela teve um amante, mas algo sobre
Mikhail deu-lhe pensamentos impertinentes. "Eu acho que eu gosto bastante de você." Seus lábios estavam apenas a uma pequena distância. Ele cheirava muito tentador, como uma infusão de puro poder masculino que não se podia resistir. E quando ele se moveu ainda mais perto, percebeu que ela estava segurando a respiração. Blair ouviu um rugido em seus ouvidos e seu coração batia em um ritmo staccato no peito.
"Eu vou te beijar", ele sussurrou.
Ela não poderia ter resistido mesmo se quisesse. "Eu vou deixar que o faça". Seus lábios eram suaves. Ele tinha um gosto doce, como balas de menta e outra coisa que ela não conseguia identificar. Ele moveu sua boca contra a dela, fazendo-a delirar com não mais do que um beijo. Então a língua escorregou sobre o vinco entre os lábios. Ela separou-os de surpresa. Ele deliciava-se em sua boca e dominava seus sentidos. Em busca de uma âncora, ela estendeu a mão e agarrou seus braços. Suas unhas cravaram em sua camisa, mas ele não pareceu se importar.
Ela pensou que poderia ficar em chamas ali mesmo na mesa. Tudo abaixo da cintura dela pulsava como a resposta faminta ao seu beijo a pegara completamente desprevenida. Blair estava ficando suada entre suas pernas e se contorcia em seu assento com uma necessidade inquieta.
"Blair", ele murmurou contra seus lábios.
"Sim?"
"Eu quero você demais."
Sua honestidade a deixou atrevida. "Eu quero você também."
"Por quê?" Ele realmente parecia surpreso.
"Não tenho certeza. Talvez porque você não é o que parece? Você é um bom homem, Mikhail Romanov. Você só está vivendo em um mundo que não lhe dá muitas escolhas ".
"Oh, você quer dizer toda a minha evasão fiscal?" Ele brincou.
Ela apertou os lábios nos dele novamente, acabando com a conversa. "Vamos lá para cima antes que eu mude de ideia."
O negociante limpou a garganta. Blair tinha esquecido que ele estava lá. O homem sorriu para eles. "Sr.Romanov, eu posso recolher suas fichas, já que você terminou? "
Mikhail sorriu. "Eu realmente acho que terminamos mesmo por aqui, obrigado." Ele pegou sua mão e levantou-se. Blair sentiu um arrepio deslizar por sua espinha. Ela seguiu seus passos largos através do casino e para o elevador. Uma vez lá dentro, ele esmagou-a contra seu peito. Ela deu um pequeno gemido quando sua boca cobriu a dela em um beijo longo e quente.
"As câmeras", disse ela com um suspiro. "Quem está olhando?" Ele deixou seus lábios viajarem para baixo de sua garganta onde seu pescoço encontrava os ombros. "Eu particularmente não me importo." Seus dentes beliscaram a pele sensível e Blair decidiu que ela não se importava tanto. Ela prendeu os dedos em seu cabelo escuro e puxou-o para mais perto. Pressionou seu corpo contra o dele. Ela estava em chamas com a excitação. Logo ela estaria implorando-lhe para deixá-la escarranchar suas pernas ao atrito.
.
Capítulo Oito
Mikhail desistiu de ter auto-controle quando as portas do elevador se abriram. Ele colocou o braço por baixo das pernas de Blair e a pegou em seus braços. O porteiro encontrou-se com eles no hall de entrada, um olhar de surpresa em seu rosto.
"Porta", Mikhail rosnou.
O homem apressadamente cumpriu a ordem de Mikhail. Levando Blair até a suíte, Mikhail contornou a sala de estar ao quarto. A cama estava nitidamente arrumada. Ele não se importava. Deitou Blair no centro do colchão, subiu ao lado dela e tomou sua boca em outro beijo intenso.
Ele amava como ela estava desesperada. Já estava rasgando o fecho da calça jeans e tentando tirar sua blusa. Mikhail riu quando ele a ajudou a se livrar de seu top. Uma vez que a extensão macia de seus seios estava à mostra, no entanto, ele esqueceu de todo o resto.
Usando sua boca, ele chupou a carne macia exposta acima de seu sutiã. Não foi suficiente. Ele alcançou por debaixo e abriu o fecho para expor totalmente os seios. Ele gemeu ao ver. Seus mamilos eram de uma pálida perfeição rosada.
Tomando um entre os lábios, ele puxou e chupou até que ela foi arqueando as costas e gritando de prazer. Ele passou as pontas dos dedos no outro mamilo. Traçando o contorno, ele rolou-o entre o polegar e o dedo indicador até que ele estavam duroa como diamantes.
"Meu Deus, Mikhail, por favor?" Ela estava tentando tirar suas calças de brim. "Eu preciso que você me toque! Eu juro que eu poderia gozar agora mesmo! " Ele tirou furiosamente sua camisa, fazendo com que alguns dos botões estourassem no processo. Eles bateram na parede como pequenas bolinhas de ping-pong. Não importava.
Blair já estava arqueando-se para fora da cama para deslizar seu jeans por suas pernas. Ele a ajudou a tirá-los.
"Você está sem calcinha?" Ele foi agradavelmente surpreso.
Ela sorriu. "Eu odeio fio dental".
Ele enterrou seu rosto entre seus pelos. "Eu acho que gosto muito disso."
"Oh meu Deus!", Ela gemeu. "Você se sente tão bem!" O cheiro dela era envolvente. Mikhail delicadamente mergulhou entre os lábios inferiores e encontrou-a quente e molhada. A carne estava inchada e úmida de excitação. Estendeu-a aberta com os dedos e sentiu seu clitóris com a ponta da língua. Isso bastou para fazê-la gozar duro e rápido. Blair gritou e todos os músculos abaixo da cintura dela pareciam aproveitar. Ela teria apertado as pernas fechadas, mas seus ombros as seguraram. Ele lambeu-a de novo e sentiu-a estremecer com as contrações profundas de seu orgasmo.
"Eu preciso estar dentro de você, Blair", ele resmungou. "Eu quero sentir todo o calor ao redor do meu pau."
" Por favor", Ela implorou.
Ele desabotoou as calças e as empurrou para baixo de suas pernas. Então, ele foi finalmente encontrando-se entre suas pernas abertas com o seu pau pressionado intimamente contra sua abertura. Os finos pelos fizeram cócegas seu eixo. Ele colocou as mãos em cada lado de seus ombros para não esmagá-la.
Sondando sua abertura com a cabeça de seu pênis, ele sentiu como apertada e quente ela estava. Ele resmungou enquanto tentava ir devagar. Blair não estava pensando em nada disso. Ela enrolou as pernas em volta de sua cintura e puxou-o profundamente. Mikhail gemeu de prazer puro afundar as bolas profundamente em sua vagina quente.
"Porra, você é muito gostosa!" Ele percebeu que ele estava falando em russo e disse-o novamente em Inglês. Ele não podia pensar quando ele estava tão viciado no prazer que encontrara entre suas pernas.
Ela cravou seus ombros com as unhas e jogou a cabeça para trás contra o colchão. Ele baixou os lábios para seu pescoço e beijou-a até que ela se contorceu e gritou com a sensação. O sabor dela permanecia em sua língua e ele sabia que não iria durar muito.
Os músculos internos deliciosamente justos envolvidos em torno de seu pênis começaram a tremer à medida que ela chegava ao seu segundo orgasmo. Mikhail apoiou seu peso em seus joelhos e segurou seu traseiro em suas mãos. Ele empurrou duro, batendo no corpo acolhedor de Blair de novo e de novo. Seu clímax se desdobrou na base de sua
espinha como uma coisa viva. Engasgou ao percebeu que já não podia controlar. Ele apertou os olhos fechados ao gozar dentro dela. Ele banhava seu ventre com seu esperma e sentia como se estivesse marcando-a como sua para sempre. Ela gritou seu nome ao gozar novamente. Seus fluídos molharam o que restava de seu membro. Seus pulmões pareciam como se pudessem entrar em colapso. Ele rolou para o lado para evitar o esmagamento e ela gemeu quando ele tirou o pênis de sua vagina. Os dois deitados de costas, respirando ofegantes enquanto o mundo a sua volta parecia voltar. Ele encontrou sua mão, entrelaçou os dedos com os dela e se perguntou por que sentiu como se precisasse tanto daquele contato.
"Uau," ela disse suavemente. "Isso foi incrível." Mikhail não falou. Ele estava com medo que não pudesse colocar em palavras o que estava sentindo naquele momento. Em vez disso, ele a puxou para mais perto, incentivando-a a se aninhar em seu lado.
"Para onde vamos depois de Vegas?", Ela sussurrou.
Ele suspirou. O mundo real parecia muito distante. "Não tenho certeza. Nós provavelmente vamos viajar de avião comercial e fazer algumas paradas ".
"Rio", ela sussurrou. "Devemos ir para o Rio."
"Por quê?"
"Eu sempre quis ir para o Rio."
Ele pressionou um beijo em sua testa. "Então, para Rio iremos."
***
Blair apertou as mãos e tentou não parecer suspeita do que sentia. Ou talvez já estivesse bem visível. Ela não podia acreditar que eles estavam prestes a embarcar em um avião comercial usando identificação falsa. Isso era algo além de sua zona de conforto.
"Relaxe", Mikhail murmurou. "Tudo vai ficar bem."
"Nós estamos quebrando a lei." Mesmo enquanto dizia as palavras percebera como deveria parecer para alguém como ele. "Embora eu suponha que seja apenas mais um dia para você."
"Eu raramente viajo sem os meus próprios documentos, de modo algum." Ele riu. "Esse
não é um dia normal. E eu nunca tive isso de viajar como um casal feliz. Então, talvez essa seja uma oportunidade para nós dois apenas nos divertirmos? " "Nos divertirmos?" Ela olhou para ele, consternada ao ver a linha de segurança TSA vindo para a frente mais algumas polegadas.
"Certamente." Ele apontou para um casal a alguns passos que estavam um em cima do outro. "Eles parecem estar tendo um bom momento. Talvez nós devêssemos imitá-los? " Ela bufou e agarrou seu braço. Olhando para ele, ela bateu os cílios furiosamente até que começou a rir. Em seguida, ele a envolveu com seus braços e a mergulhou em seu peito. Deu um beijo muito teatral em seus lábios, o que a deixou rindo como uma colegial ridícula. Alguém bateu no ombro de Blair. Ela virou-se surpresa ao ver uma pequena mulher velha sorrindo para ela. "Querida, eu só queria dizer que é uma bênção ver um jovem casal tão apaixonado nos dias de hoje." Blair se sentiu como um cervo nos faróis. Felizmente Mikhail reagiu mais rápido do que ela. Ele ofereceu a mulher um sorriso solícito. "Muito obrigado pelo elogio. Minha esposa e eu estamos noivos. Suponho que o verdadeiro teste será como estaremos daqui a 30 anos. " "É verdade." A velha assentiu sabiamente. Ela apontou para o homem de olhos vermelhos ao lado dela que parecia estar dormindo em pé e não estava prestando atenção em nada daquilo. "Meu Alfred e eu estamos juntos há sessenta e dois anos. Alguns são definitivamente melhores que outros."
"Uau." Blair dificilmente poderia imaginar como isso seria.
A senhora voltou a cutucar seu marido, e Mikhail olhou para Blair com um sorriso caloroso. "Você pode imaginar uma coisa dessas?"
"Sessenta e dois anos de casamento? Não mesmo "ela meditou. "Meus pais só estavam casados com cerca de vinte anos quando foram mortos."
"Meu pai passou por seis esposas." Mikhail parecia mais exausto por este fato que com nojo. "Ele descartou-as quando elas não eram mais interessantes."
"Quer dizer, jovens e bonitas?", Ela adivinhou. Ele fez uma careta. "Algo assim."
"Quanto tempo ele ficou casado com sua mãe?", Ela perguntou. "Você tem irmãos, certo? Ivan e Aleksei? " "Você presta atenção né", ele murmurou.
"Eu sou uma piloto," ela lembrou a ele. "Atenção aos detalhes meio que vem com a carreira."
"Entendo." Ele tocou seu rosto com o dedo. "E sim. Eu tenho dois irmãos. Minha mãe faleceu quando Ivan tinha apenas seis anos. Foi quando meu pai começou a usar e descartar suas esposas ".
"Que nojo! Todas essas madrastas. "Blair franziu o nariz. "Eu morei em uma casa compartilhada até que fiz dezoito anos e fui para a faculdade. Você provavelmente poderia dizer que foi bastante inspirador. Eu sabia que queria ser capaz de ser financeiramente independente e cuidar de mim mesma."
"Você não tinha parentes para cuidar de você?"
"Não." Ela deu de ombros. Ela odiava quando as pessoas sentiam pena dela, embora o interesse de Mikhail não parecesse ser pena. "É aí que Ethan e eu nos conhecemos realmente. Quando comecei a trabalhar para Skye Aviation, eu lhe arrumei um emprego. Ele estava tendo alguns problemas antes disso".
Os olhos de Mikhail brilhavam de alegria. "Eu posso imaginar isso."
Houve alguns momentos de silêncio, e então ela podia senti-lo se preparando para fazer uma pergunta. A fila tinha avançado mais algumas polegadas até que ela era a próxima. Seu estômago começou a dar nó de pavor.
"O que aconteceu com seus pais, Blair?" Mikhail perguntou suavemente.
Estava nervosa. Ela poderia culpar isso que por sua resposta franca. "Eles foram mortos em uma explosão em Chicago. Eles tinham saído a noite em um pequeno restaurante no centro. Eu realmente não sei o que aconteceu. As autoridades chamaram simplesmente um ato de violência sem sentido. Eu tinha apenas dezesseis anos. Eles realmente não me contaram muito, e naquele momento eu não queria saber. " "E agora?", Ele cutucou. Ela virou-se para olhar para ele. Ele parecia tão segura e sólida. Esse era um homem
com quem podia contar. Mesmo quando as coisas ficaram difíceis, ela teve a sensação de que Mikhail Romanov iria apenas ficar mais agressivo. "Você gostaria de saber?" Blair mordeu o lábio. Isso era algo que ela realmente nunca tinha sido capaz de responder. "Você poderia realmente descobrir isso para mim, não poderia? Quero dizer, você tem a capacidade de escavar em lugares que eu não posso. É isso que está dizendo?”
"Sim." Ele acenou com a cabeça. "Eu faria isso por você. Você já fez tanto por mim, e mais do que mereço agindo como um completo idiota. " A risada foi inesperada, mas foi boa para deixar sair a tensão de uma forma positiva. "Como posso resistir a um homem que admite que ele está sendo um idiota?", Ela brincou.
"Vou encontrar essa informação para você", ele anunciou. "Talvez faça com que você consiga encerrar isso."
"Talvez sim."
O agente TSA com uniforme azul acenou para Blair. "Próxima!"
Para seu alívio interminável, Mikhail foi com ela. Ele manteve um braço levemente em torno de sua cintura ao ver que não podia suportar ser separado dela por muito tempo. Entregando ao agente seus bilhetes e passaportes, Mikhail ofereceu ao homem um sorriso.
"Obrigado." O cara deu-os de volta e acenou-os para a próxima linha disponível para que eles pudessem tirar os sapatos e jaquetas.
"Ok, isso foi completamente decepcionante", disse Blair, sentindo-se estranhamente ranzinza.
Mikhail levantou uma sobrancelha. "Você parece chateada com isso."
"Eu fiquei toda nervosa por nada! Claro que estou chateada. "Ela cutucou. "Eu provavelmente deveria fazer uma cena só para obter alguma milhagem fora de toda essa angústia que senti por causa disso." Ele lhe deu um sorriso irônico. "Eu acho que não."
Capítulo Nove
Mikhail olhou para Blair enquanto ela dormia no assento ao lado dele. O zumbido dos enormes motores a jato foi abafado por algumas conversas entre os outros passageiros. Para a maior parte era silenciosa. Eles estavam a bordo em seu caminho para o Rio de Janeiro. Ele não podia imaginar por que ela queria ir para lá entre tantos lugares, mas por agora não importava. Mandando uma rápida mensagem para Ivan, Mikhail contou a seu irmão onde eles estavam. A aeromoça deu-lhe um olhar alertante para deixá-lo saber que estava consciente de que ele estava quebrando as regras. Mikhail piscou para ela. Ele não se importava muito com regras. Ivan respondeu quase que imediatamente. Por que você ainda está com a mulher? O homem de Aleksei, Igor está querendo negociar e cobrando-nos três vezes o valor para os documentos.
Mikhail não estava afim de explicar a coisa toda para seu irmão. Foi um bom investimento. Ninguém vai estar à procura de um casal.
Onde você está indo? Ivan queria saber.
Rio.
Ele não teve de esperar muito para que seu irmão mais novo mandão respondesse. Aleksei e eu vamos estar voando para Moscou em três dias. Encontre-nos lá. Aleksei está trazendo Susanna.
Isso deu Mikhail uma pausa. O FBI está envolvido? Ele fez questão de usar letras maiúsculas para deixar a importância da pergunta bem clara. Não oficialmente.
Mikhail olhou novamente para a mulher dormindo ao lado dele. Faça arranjos para voar
minha companheira, uma vez que chegarmos a Moscou, ordenou Ivan.
Não houve resposta, mas Mikhail sabia que seu irmão faria o que lhe foi perguntado. Nesse meio tempo, Mikhail teria vários dias com essa linda companhia para desfrutar. Isso trouxe à mente a promessa que Mikhail tinha feito na linha de segurança para
descobrir o que tinha acontecido com os pais de Blair. Ele enviou um texto para Aleksei desta vez. Você pode pesquisar algo sobre explosões em restaurantes na área de Chicago cerca de vinte e cinco anos atrás?
Houve uma breve pausa, mas Mikhail sabia que seu irmão nunca seria capaz de resistir a um mistério como este. Sim, mas por quê? Minha companhia de viagem perdeu os pais em uma explosão. O nome dela é Blair Edwards. Eu
quero saber quem estava por trás desse incidente. Mikhail repente percebeu que havia outro
mistério que ele estava jogando nos pés do seu irmão. O que é esta mulher para você? Aleksei queria saber.
Mikhail suspirou. Ele estendeu a mão e colocou uma mecha de cabelo curto atrás da orelha de Blair. Então ele respondeu Aleksei com honestidade total. Eu não sei ainda.
***
Blair entrou pela suíte de hotel elegante direto para a varanda. As ruas da cidade fervilhavam de atividade muito abaixo, mas, além disso, ela podia ver as areias brancas e mar azul. Ondas claras vinham e iam a um fluxo e refluxo que acalmou Blair em um nível primal. Acima de tudo, ela podia ver a estátua do Cristo elevando-se.
"Você quis vir aqui." A voz quente de Mikhail veio atrás dela. "Você está satisfeita?"
Ela respirou fundo o ar picante. "É incrível."
"Lamento que nós tenhamos apenas uma noite para passar aqui." Ele gentilmente amassou seus ombros. "Vamos sair do hotel e dar uma olhada?"
"Sim!" Uma onda de excitação ultrapassou Blair e ela lançou os braços impulsivamente ao redor do pescoço de Mikhail. "Muito obrigado por me trazer aqui!"
Ele devolveu o abraço, gentilmente beijando seu rosto. "Um dia você vai ter que explicar por que você queria tanto vir aqui, mas eu não iria estragar a sua alegria por nada."
Blair pegou a mão dele e praticamente o arrastou para o elevador. "Como você conseguiu obter um quarto neste hotel? Estamos bem perto do centro de tudo. Está perfeito!"
Ele apenas sorriu. Supôs que para as pessoas com grandes somas de dinheiro à disposição, não era nada achar um quarto no melhor hotel sem muita dificuldade. O elevador
logo os deixou no hall de entrada e de lá começaram a caminhar pelo bairro do Centro. As ruas estreitas estavam lotadas de moradores e turistas. Mikhail manteve-a perto, e Blair logo percebeu que ele estava tentando andar de forma que até mesmo os bandidos mantessem distância. Ela deu um passo para trás e sorriu para ele. "Você está muito casual hoje."
"Ninguém curte o Rio em um terno", brincou, apontando para seus shorts casuais e uma camiseta preta lisa. Ela assentiu com a cabeça para baixo em sua saia e camiseta. "Eu estou bem vestida também."
"Eu ficaria muito feliz em comprar-lhe algum traje local."
"Eu ia adorar!", Ela brincou. "Os moradores vestem uma tanga como se não houvesse nenhum outro biquíni para escolher."
"Você está certo." A expressão dele ficou séria. "Eu seria preso quase que imediatamente por arrancar os olhos de qualquer homem que se atrevesse a olhar para sua bunda deliciosa."
Ela esticou o pescoço em volta, tentando pegar um vislumbre da parte do corpo em questão. "Você gosta da minha bunda?"
Ele puxou um sarongue vermelho-e-amarelo bem colorido do carrinho de um vendedor de rua. Envolveu-o em torno de sua cintura, habilmente apertando-o no quadril. "Você tem um traseiro que me deixa duro só de imaginar como é segurá-lo em minhas mãos."
Sua barriga mexeu-se com seu tom sugestivo. Então ela pegou uma extremidade das franjas do sarongue."É lindo."
"Seria ainda mais bonito se você não estivesse vestindo nada além dele." Deu ao vendedor uma moeda. - Venha. Há algo que eu quero que você veja. "
***
Blair olhou para os prédios coloridos do bairro da Lapa. Seu coração inchou quando ela percebeu onde Mikhail estava levando-a. Ele não podia ter ideia do que significava, mas talvez isso foi o que fez o gesto ainda mais precioso para ela.
"Você está bem?" Ele perguntou. "Se você está cansada, podemos voltar para o hotel."
"Não." Ela puxou sua mão. "Vamos por aqui."
"Achei que você nunca tinha vindo aqui antes", disse Mikhail suspeitou. Blair olhou para frente. Ela imediatamente viu o lugar que havia esperado toda a sua vida para visitar. A cor vermelha brilhante das paredes de azulejos foi desencadeada por um milhão de cores diferentes incluídos na famosa Escadaria Selarón. Os 250 passos criados por um artista local eram um ícone e tanto no Rio, como a estátua do Cristo Redentor. Blair desceu rapidamente os degraus, abaixando-se em torno de outros turistas e moradores em sua busca para encontrar o ponto certo. Finalmente, ela descobriu as palavras Escadaria Selarón trabalhadas no mosaico. Ela parou e fechou os olhos. Foi por isso que ela tinha vindo.
"Blair!" Mikhail finalmente a pegou e ela percebeu tardiamente que havia fugido de seu lado tamanha a excitação. "Por favor, nunca saia do meu lado dessa forma novamente. A cidade pode ser bonita, mas é perigosa também."
"Sinto muito", disse ela mansamente. "Eu estava apenas empolgada, eu acho."
"Que lugar é esse para você?" Ele olhou ao redor. "Todo mundo conhece a escada, mas eu nunca vi alguém tão feliz por causa dela."
Ela respirou fundo. Parecia que ela estava prestes a confiar a ele um pedaço de sua alma. "Este é o lugar onde meu pai se levantou quando pediu minha mãe em casamento."
Sua expressão se suavizou. O efeito em seu rosto era deslumbrante. Onde ele era bonito, o afrouxamento de sua mandíbula e da falta de tensão em torno de seus olhos o transformara em um herói sexy de algum romance.
Respirando fundo, Blair ficou na ponta dos pés e colocou os braços ao redor do pescoço de Mikhail. Ela o beijou longa e lentamente, deixando seus lábios se moverem contra os seus com a mais doce das intenções. Ele pareceu congelar ao contato suave. Ela se perguntou se isso era muito casto ou passivo para ele. Em seguida, ele passou os braços em volta da cintura e puxou-a mais perto da curva de seu corpo. Ele não aprofundou o beijo no entanto, deixando ela definir o ritmo.
"Obrigado por compartilhar esse momento comigo", murmurou quando eles finalmente vieram à respirar.
"Eu costumava pensar que de alguma forma, eu iria encontrar tempo para vir aqui", ela
admitiu. "Eu sou um piloto, mas isso não significa que consiga voar para onde eu quero."
"Escolhas, lembra?" Ele gentilmente segurou seu rosto e correu os polegares sobre o lábio inferior. "A vida é tudo sobre as escolhas que fazemos."
***
Mikhail a levou a uma churrascaria para jantar, pois deve-se sempre visitar um restaurante ao estilo brasileiro, quando se está no Rio. Ele pagou a melhor mesa e gostou do olhar de êxtase no rosto de Blair quando os servidores começaram a trazer espetos de cortes de carne para sua mesa.
"Você não tem medo de comer na frente de um homem," ele disse a ela em agradecimento. "Você não tem ideia de como isso é legal."
Blair riu enquanto limpava a boca com um guardanapo de linho. "Isso deve ser uma reclamação que os homens têm sobre as mulheres independentemente da sua etnia ou país de origem."
Mikhail bufou. "A maioria das mulheres russas comem tão pouco que temo que elas possam morrer de desnutrição."
"Talvez o seu pai não devesse ter feito o hábito de enjoar delas se elas tivessem um pouco mais de carne em seus ossos", brincou ela.
Ele colocou a mão em seu coração. "Como você pôde imaginar que eu seria como o meu pai nisso?"
"Eu não sei o que você gosta", ela comentou. "Diga-me o tipo de mulheres que você normalmente namora."
Mikhail tomou um gole de vinho, sentou em sua cadeira e olhou para a mulher à sua frente. "Você percebe que você já me definiu como um idiota não importa como eu responda, certo?"
"Não é assim." Ela colocou a mão em protesto. "Se eu prometo reconhecer que pedi para ouvir respostas, eu não posso ficar brava só porque você as deu para mim."
Ele bufou. "Nenhuma mulher jamais disse isso."
" Diga -me", ela persuadiu. "Ou eu vou lhe dizer." Ela limpou a garganta. "Você namorar mulheres russas, principalmente porque você gosta de mandar nelas, e que noiva discutiria
com o grande futuro líder do Bratva? Então, todas elas são bonitas bailarinas de carreira que falam muito pouco Inglês e vão morrer no parto porque não têm quadris ". Mikhail não conseguiu parar a dor na barriga de tanto rir. De onde ela tirou essas noções? "Estereotipe muito?", Ele brincou.
"Vamos. Conte-me."
"Eu não namoro." Ele pensou sobre isso e decidiu ser brutalmente honesto. "Quando eu saio com uma mulher, é porque eu quero passar a noite com ela. Eu deixo minhas intenções claras e ela não tem ilusões sobre quaisquer segundos encontros".
Ela inclinou a cabeça para um lado. "Então eu deveria esperar que você nunca me chame novamente quando o nosso negócio terminar em Moscou?"
Mikhail olhou para sua expressão travessa e desejou que ele pudesse responder a essa pergunta. "Você é uma exceção para mim, Blair Edwards", admitiu. "Eu não posso dizer o que vai acontecer quando chegarmos a Moscou. Isso tudo é um território novo para mim. " O clima na mesa tinha ficado subitamente sério. Mikhail sentiu o peso começar a arrastá-lo para baixo. Então ele viu a boca de Blair transformar-se nos cantos. "Então o que você está dizendo é que eu tenho a chance de convencê-lo a dormir comigo de novo?"
Capítulo Dez
Blair não conseguia decidir se ela estava fazendo uma decisão sábia ou não. Nunca tinha sido tão corajosa quanto dessa vez em sua vida pessoal, mas também nunca tinha conhecido alguém como Mikhail. Ela se virou e olhou para o banheiro luxuoso hotel. Mikhail tinha pedido licença para fazer uma chamada de telefone, e Blair não podia deixar passar a oportunidade de fazer o que equivaleria a um mergulho na banheira de imersão enorme no centro da sala. Ela arrastou seus dedos sobre as telhas de arenito suaves enquanto água quente caía na bacia redonda. Havia azulejos vermelhos, amarelos e azuis trabalhados com detalhes marrons que formavam um desenho fantástico de peixes no oceano. Ela limpou o vapor e respirou fundo o perfume de lavanda saindo da água. Entre as bolhas que derramavam sobre a borda da banheira e q vista para as luzes da cidade e do oceano escuro através das janelas largas, ela sentiu como se estivesse em um conto de fadas. Soltando seu manto, Blair entrou na água com um gemido de apreciação. Ela sentou-se e afundou-se até que a água subiu para o queixo. O cabelo que ela tinha tentado amarrar no topo de sua cabeça ficou molhado e descia ao longo de seu decote, mas ela não se importava. Havia algo incrivelmente sensual e gratificante sobre estar na água desse jeito. Uma voz pesada de homem deixou-a saber, que ela não estava mais sozinha. "Como uma ninfa do mar," Mikhail disse-lhe em voz baixa. "Você é requintada."
"Você não pode ver nada", Blair ressaltou.
"Não?"
Ele se ajoelhou ao lado da banheira. Ela estava com medo de respirar quando ele se inclinou para frente apenas o suficiente para dar um leve beijo nos lábios. O toque provocante levou a inclinar-se para frente. Ela queria mais. Mikhail mordeu o lábio inferior e o deixou entre os seus, dando um grunhido que fez sua barriga apertar-se de desejo.
Depois se sentou nos calcanhares e tirou a camiseta. Sua boca ficou seca com a visão de todo aquele abdome e músculos contraídos por baixo. Seu sorriso safado sugeriu que ele
sabia o efeito que tinha sobre ela e estava gostando.
"Eu posso ver seus mamilos, sabia," ele murmurou. Blair olhou para baixo e percebeu que as bolhas tinha diminuído apenas o suficiente para deixar as pontas rosadas de cada seio na linha de água. Hipnotizada pela visão dele, viu como ele usou a ponta de um dedo para circundar cada mamilo, por sua vez. Eles ficaram apertados e duros enquanto ele os acariciava, até que finalmente ele pegou a ponta direita e apertou-a levemente entre o polegar e o dedo indicador. Ela gritou incapaz de manter silêncio. As sensações conflitantes de prazer e dor a deixou quase sem fôlego com desejo. Seus mamilos estavam latejando. No entanto, era uma boa sensação. Ele beliscou seu mamilo esquerdo da mesma forma e Blair gemeu de excitação.
"Sua vagina está molhada com algo além de água?" Seu sussurro sugestivo fez corar.
Mikhail passou a mão para baixo de sua barriga para a virilha. Ele enfiou os dedos em meio aos pelos púbicos e deu-lhes um puxão. Blair colocou os braços contra a borda da banheira e segurou com as duas mãos, enquanto ele acariciava a parte sensível entre suas pernas. Finalmente, ele se espalhou por seus lábios inferiores com os dedos e acariciou seu centro.
Blair apoiou a cabeça contra a borda da banheira e fechou os olhos. Ela tentou respirar, mas o ar mantido ficou preso em seus pulmões. Era tão bom. Ela sentia seu clímax chegando rápido. A água criara um lubrificante liso, mas o atrito dos dedos movendo-se contra sua delicada parte era demais para resistir. Ela arqueou as costas e sentiu-se caindo ao orgasmo.
"Mikhail!", Ela gemeu. "Eu estou quase gozando. Eu não posso ... " "Venha para mim, Blair", ele sussurrou. "Dê-me o que eu quero."
Sua ordem erótica empurrou-a sobre a borda. Ela suspirou e tremeu, a água derramando sobre a borda da banheira quando ela entrou em um clímax feroz que parecia seguir. Ela apertou suas coxas fechadas na mão de Mikhail, mas seus dedos continuaram a se mover. Eles giravam em seu clitóris mais e mais, prolongando seu orgasmo até que ela se sentiu completamente acabada.
***
Mikhail achou que ele estava em risco de perder a cabeça. Nunca tinha experimentado
tal prazer com um amante. Blair não lhe negou nada e deu tudo sem pedir qualquer coisa. Ele se inclinou para frente, sem se importar com a água ou as bolhas que deixaram a seus braços encharcados. Ele colocou um braço sob seus joelhos, e outro em sua volta. Levantou-a facilmente em seus braços e levou-a para fora do banheiro. Eram apenas meia dúzia de passos para a cama. Mikhail deitou Blair no centro da cama onde havia travesseiros de plumas e cobertores macios estampados. Ela parecia uma deusa aguardando a sua adoração. Ele olhou para a expressão perplexa no rosto. "O que você está pensando?"
"Eu estava pensando há alguns segundos que eu nunca gozaria de novo."
"E agora?" Ele desabotoou a bermuda dele e empurrou-a para baixo de suas pernas, juntamente com sua cueca boxer. Seu pênis saltou para cima em direção a sua barriga, ansiosamente antecipando o que estava por vir.
Ela deu um suspiro suave. "Agora eu estou pensando que eu preciso de você tanto que eu mal posso aguentar."
"Então eu acho que vou dar-lhe o que quiser."
Ele deixou seu membro escorregar ao longo da parte interna de sua coxa. A pele macia era sedutora, mas não o suficiente. Ele precisava de mais atrito. Ainda assim, a maneira como ela gemia e se contorcia debaixo dele na cama deu-lhe uma sensação de poder que ele nunca tinha experimentado. Ela levantou os seios para ele. Mikhail baixou o rosto e esfregou cada um com cuidado. Lambeu seus mamilos antes de mordê-los suavemente apreciando seus suspiros de prazer.
"Mikhail!", Ela gritou. "Por favor. Eu preciso do seu pênis. " Apoiou seu peso em ambos os lados de seu corpo. Seus seios roçavam seu peito e ele sentiu o calor e o brilho da pele por cima dele. Ela abriu as pernas para recebê-lo mais de perto. Ele acomodou seus quadris entre suas pernas e empurrou sua abertura com a ponta do seu pênis. Ela estava tão incrivelmente molhada. Ele sentiu a cabeça forçar sua abertura. Deliciosamente confortável, seus músculos internos relaxaram apenas o suficiente para deixá-lo deslizar dentro de seu corpo. O atrito da união era quase mais do que se podia suportar.
Uma vez que entrara em seu corpo, ele esperou. Olhou para o rosto dela e gentilmente tocou-o com as pontas dos dedos. Seu sorriso suave derreteu-o de dentro para fora. Essa mulher lhe pertencia. Ele sabia daquilo, assim como conhecia seu próprio lugar no mundo. Mikhail começou a se mover. Ele subiu no corpo de Blair, flexionando os quadris para penetrar tão profundamente quanto podia. Ela exalou um suave som de aprovação com cada movimento. A cabeça de seu pênis entrou profundamente dentro de seu corpo e ela gemia enquanto gozava mais e mais com ele. Era como se ele realmente podia sentir seu orgasmo. Seus músculos internos ficaram tensos, mas eram macios e quase se rendiam à medida que ele penetrava de novo e de novo. Suas bolas suavemente escovado seu corpo, saltando contra ela com cada impulso. A sensação era esmagadora. fogo líquido queimava na base de sua espinha. Suas pernas estavam quase paralisadas com as deliciosas sensações vibrando em cada nervo. Finalmente, ele não podia esperar mais.
"Eu estou quase gozando", ele rosnou. "Eu não posso segurar por mais tempo." Ela levantou a mão e passou os dedos sobre suas bochechas e queixo. "Me faça sua, Mikhail. Dê-me tudo." As palavras dela viraram seu mundo de cabeça para baixo. Incapaz de segurar, ele empurrou duro e derramou o esperma em seu corpo. Ela suspirou e de repente ele a sentiu gozar também. Ela derreteu em torno dele. A deliciosa sensação deixou-o sem fôlego. Olhou para ela e encontrou seu olhar o encarando. Seus olhos se encontraram, e nesse momento sentiu como se ele próprio tivesse se dado completamente a Blair.
"Tão incrível", ela sussurrou. "Eu nunca soube que poderia ser assim."
Ele abaixou sua boca até a dela e lhe deu um beijo lento e molhado. Ela separou os lábios e ele deslizou a língua dentro de sua boca para esfregar sensualmente contra a dela. Ele sentiu a suavidade de sua boca contra a dele e se deleitou com a língua da mesma forma que fizera apenas momentos atrás com o seu membro.
Ela cobriu o rosto com as mãos e seus polegares tocaram seu lábio inferior. "Você me faz sentir como se eu pertencesse, Mikhail. Eu não sentia isso desde que meus pais foram tirados de mim ". Ele deitou de costas, seu pau ainda dentro de sua vagina. Blair relaxou contra seu peito
e enfiou a cabeça no oco de seu pescoço e ombro. Ele passou os braços em volta de seu corpo e segurou-a por um momento. Ele não queria que esta noite terminasse. Inferno, ele não queria que esse momento chegasse ao fim. Logo ele teria que ligar a Ivan e Aleksei. O mundo real se intrometeria e esse momento de perfeita unidade teria ido como fumaça no vento da noite.
"O que você está pensando?", Ela sussurrou.
Ele considerou a pergunta com cuidado antes de responder. "Eu estou pensando que eu nunca experimentei algo tão bom com outra pessoa antes na minha vida. É como se você fosse feita só para mim ".
"Eu me sinto da mesma maneira." Ela esfregou seu pescoço. "Mikhail, o que faremos amanhã?"
"Nós vamos para Moscou." Ele não gostava de pensar nisso.
"E então eu tenho que ir para casa", ela sussurrou. "Isto é como um sonho e eu não quero que isso acabe."
"Então não pense nisso como o fim", ele sugeriu. "Basta pensar sobre esse momento. Esteja aqui, agora mesmo comigo. " "OK."
A palavra foi murmurada em uma voz de sono que lhe disse que ela estava quase dormindo. Ele mal podia imaginar como cansado ela devia estar. Seu dia tinha parecia se estender para os dois, e o dela tinha incluído uma situação de refém bizarra e um voo transcontinental depois de voar duas pernas de viagem em seu próprio avião. Blair realmente era uma mulher forte.
Capítulo Onze
Blair virou e tocou o espaço vazio na cama. Os lençóis eram suaves sob os dedos. A poucos passos de distância ela podia ver as cortinas ondulando na brisa leve que soprava pelas portas francesas abertas. A brisa suave bateu sobre a pele nua de suas costas, lhe dando arrepios e fazendo-a agarrar os lençóis de seda. Ela lembrou que Mikhail tinha dito a ela em Las Vegas que ele não dormia muito. Aparentemente, isso era verdade aqui no Rio também. Era tentador ir atrás dele, mas ela não tinha certeza se a sua presença seria bem-vinda ou não. Ela não o conhecia o suficiente para adivinhar coisas assim. Rolando para o seu lado da cama, ela olhou para fora das portas francesas e percebeu que havia uma forma escura sentada à mesa no terraço. Mikhail parecia estar descansando em uma cadeira e observando a vista da cidade abaixo. Houve um barulho estranho vibrando, e então ele pegou o telefone celular na mesa ao lado de um copo e uma garrafa do que era muito provavelmente vodka.
"Olá?" A voz baixa de Mikhail disse perfeitamente através das janelas abertas e para a cama. Blair sentiu-se estranha por espionar a conversa de Mikhail, mas considerando que ele estava falando por alto-falantes ela não podia deixar de ouvir o que ele estava dizendo. Então, ele ajustou o telefone e configurou-o de volta ao normal. Uma voz áspera juntou-se a de Mikhail e Blair percebeu que esse devia ser um de seus irmãos. Os dois homens estavam conversando em um tom intenso. Ela não conseguia entender a linguagem, e supôs que eles deviam estar falando russo. A cadência da voz de Mikhail sugeriu que ele não estava feliz. Ele continuou gesticulando para o telefone como se esperasse que o fizesse algum gesto de retorno. Blair quase riu com a visão bizarra que Mikhail apresentou. Felizmente, ela apertou o rosto em um travesseiro para abafar o barulho. Ela tinha certeza que ele pensou que ela estava morta dormindo.
"Ei."
Blair parou de rir. Aquela voz do outro lado da linha era inteligível e falava em um inglês claro. "Lembra que você queria que eu verificasse aquela explosão em Chicago?"
"Sim", Mikhail disse na expectativa. "E você descobriu quem estava por trás da morte das duas pessoas que eu lhe pedi para pesquisar?"
"Eu descobri."
Mikhail parecia se inclinar para frente em direção ao telefone. "E?"
"Durante os anos oitenta a Bratva havia tido bastante problemas regularmente com um grupo dirigido por Pyotr Urevich." A voz soou quase triste. "O restaurante onde essas pessoas foram mortas pertencia a Urevich."
"Então fomos nós quem colocamos explosivos e detonamos o lugar," Mikhail parecia quase triste. "Eu tinha medo disso."
"O que importa?" O irmão de Mikhail sugeriu. "Não diga a ela. É simples."
"Isso não é uma solução", Mikhail argumentou. "Eu vou pensar sobre isso e decidir o que fazer depois. Pelo menos eu sei a resposta. " Blair congelou na cama. Sim. Pelo menos ela finalmente tinha a resposta para quem tinha matado seus pais. O homem que foi responsável era o mesmo homem que ela tinha medo de estar se apaixonando.
***
Mikhail ouviu um barulho vindo da direção do quarto, mas não reagiu. Blair parecia estar adormecida na cama, na última vez que ele havia verificado. A mulher parecia ser uma roncadora em sono profundo.
Ivan ainda estava na linha. "Mikhail?"
"Eu não posso simplesmente recusar esse tipo de informação", disse Mikhail com um profundo suspiro. "Você sabe todos os detalhes? Acho que é difícil de acreditar que iriamos lançar uma bomba em um lugar onde só havia vítimas civis. " "Quando eu descobri que o Bratva estava por trás da explosão, eu procurei nos antigos registros de quem possa ter sobrevivido no incidente", explicou Ivan. Mikhail bufou. "Você sabe tão bem quanto eu que não mantemos registros de crimes
potenciais."
"Não. Mas os tenentes de cada bairro mantêm um diário que, eventualmente, fica gravado, para que possam defender as decisões de seus patrões em caso de necessidade.
"Ivan parecia indignado." Nós simplesmente não esquecemos as coisas, uma vez que elas são feitas, você sabe."
"Às vezes parece que esquecemos", Mikhail disse sombriamente.
Ivan fez um barulho descontente no telefone. "Às vezes eu me preocupo com você. É como se você já não acreditasse nessa família ou no que fazemos ".
"Às vezes eu não sei." Mikhail suspirou e correu os dedos pelos cabelos. "O suficiente sobre mim. O que você descobriu sobre a explosão? " "Foi em um temporizador, mas o dispositivo estava com defeito. Eu só descobri isso porque havia duas outras explosões na mesma vizinhança que tinha o mesmo padrão de tempo ruim." Ivan exalou um profundo suspiro de aborrecimento. "Alguém poderia pensar que iriam parar para examinar os seus métodos após pelo menos a segunda falha de ignição, se não na primeira."
"Eles aparentemente não partilham a sua preferência por eficiência", Mikhail disse a seu irmão em um tom seco.
"Exatamente", disse Ivan com satisfação. "Então, a bomba não se destinou a sair durante o horário comercial."
"Quantas pessoas foram mortas por completo naquele restaurante?" Mikhail temia a resposta.
Ivan não parecia mais satisfeito. "Vinte. Oito clientes e os empregados e membros da máfia Urevich ".
"Que pena", Mikhail murmurou.
De repente, ouviu uma porta bater no hall de entrada da suíte. Ele saltou da mesa, alarmada. Alguém poderia possivelmente ter entrado na suíte sem o seu conhecimento? A segurança do hotel deveria ter impedido uma coisa dessas, mas havia sempre a chance de uma violação.
"O que há de errado?" Ivan perguntou.
"Eu vou voltar para você", Mikhail disse apressadamente. "Alguém quis entrar ou então saiu da suíte."
"Cuidado!", Disse Ivan antes de desligar.
Mikhail correu para o quarto. Ele empurrou as cortinas no caminho. Elas se agarravam a ele como teias de aranha e ele quase as rasgou em sua pressa para assegurar-se de que Blair estava segura.
"Blair?" Mikhail não a viu na cama. Ele se virou para olhar para a outra porta. Estava aberta. "Blair?", Ele chamou em voz alta, mas não houve resposta.
***
Blair tropeçou no que parecia ser a milionésima escada. Ela não tinha certeza por que ela tinha escolhido pegar a escada, mas parecia uma escolha prudente no momento. Ela obstinadamente colocou um pé na frente do outro e correu outro lance de escadas atrás dela. Seu cérebro estava a mil com o que acabara de ouvir sobre Bratva de Mikhail ter assassinado seus pais. Ele fora a razão pela qual ela tinha estado sozinha por tanto tempo.
Lágrimas desceram quentes por suas bochechas e ela as secava com seus braços enquanto continuava a subir. O desespero a deixou desleixada e ela começou a ir com calma apenas para agarrar o corrimão e saltar as etapas restantes para sair. O impacto brusco de seus pés na escada de concreto era um desconforto bem-vindo.
Com os últimos passos atrás dela, Blair bateu a porta de saída com ambas as mãos. Correu para o beco ao lado de seu hotel. Olhou ao redor, tentando se orientar. Partindo com tanta pressa, não tivera particularmente atenção para o que tinha levado com ela. Agora estava lamentando não ter trazido uma mochila ou algum outro saco para esconder a carteira que carregava em sua mão.
"A senhora quer uma carona?" Um taxista estacionou no meio-fio atrás dela.
Blair girou ao redor, se perguntando se deveria confiar nele ou não. A cabine parecia legítima. Ainda assim, seus instintos lhe diziam para não confiar nele. Ela abanou a cabeça. "Eu não vou tão longe. Obrigado."
"Tem certeza?" Ele pressionou. "Nenhuma mulher deve ficar sozinha aqui fora após o anoitecer."
"Não?" Ela olhou para a rua em frente ao hotel. Foram apenas alguns passos e estava cheio de pessoas. "Parece que eu não estarei sozinha."
"Como quiser." O taxista realmente pareceu com raiva. Blair correu para a rua, sentindo-se perturbada pela tentativa insistente do motorista de táxi em levá-la para seu carro. Poderia ter sido uma tentativa de sequestro? Realmente ela fora um pouco tola em estar aqui fora sozinha à noite. Rio não era conhecido por suas ruas particularmente seguras. Uma vez na rua, ela começou a relaxar um pouco. Os turistas e moradores estavam curtindo a festa. Música inundara o ar, temperada com os gritos e gritos de folia. Ela seguiu o caminho de mais cedo. Através do Centro da vizinhança e até a Lapa, ela sentiu sua angústia começar a esfriar um pouco. Em seu lugar, sentiu apenas uma tristeza profunda. Os passos da Escadaria Selarón pareciam muito diferente à noite. As luzes da cidade se misturavam com o luar brilhante sobre as telhas coloridas que cobriam os 250 escadas. Blair chegou até o meio e sentou-se. Estava tranquilo aqui essa hora da noite, provavelmente porque ninguém além dos moradores vinham aqui à noite. Especialmente desde que eram três da manhã.
"Olá, moça bonita."
Blair piscou em choque ao ver o motorista de táxi em pé cerca de uma dúzia de passos de distância. Então seu estômago apertou quando o medo se instalou. Por qualquer que motivo que ele estivesse ali, não era bom.
***
Uma sensação fria de propósito dominou Mikhail ao que ele se aproximava da Escadaria Selarón. Levara apenas alguns minutos em pé na rua em frente ao hotel para decidir que esse seria o primeiro lugar que ele iria procurar por Blair. Sua conexão com as escadas era algo muito real para ela. Ele sabia que ela se sentia mais próxima de seus pais lá. Se ela o ouviu falando com Ivan, e Mikhail suspeitava que ela tivesse, então esse seria o primeiro lugar que ela iria.
"Por favor, fique longe!" O tom de Blair estava quase em pânico. "Eu já te disse que eu não preciso de carona. Apenas vá embora!"
Mikhail tomou os passos dois de cada vez enquanto descia em direção a Blair. Ele podia vê-la encarando dois homens que pareciam ter decidido que ela era uma boa escolha para quaisquer planos trágicos que tinham em mente.
"Vamos lá, linda," o primeiro homem persuadiu. "Nós não vamos machuc-a-la se você apenas nos der a sua carteira."
"Eu preciso disso", argumentou. "Eu não posso sair desse país sem ela."
"Você não pode deixar o país, se você estiver morta", o segundo homem disse.
Mikhail sentiu sua sede de sangue subindo para níveis perigosos. Ele sentiu a arma escondida em um coldre em suas costas como uma marca de queimadura na pele. Mas com esses dois ele estava mais inclinado a usar as próprias mãos. Isso iria aliviar totalmente a sua raiva de maneira que um tiro simples não ia conseguir.
Blair ia voltando na direção dos degraus quase como se pretendesse subir nas caixas de flores do terraço de azulejo que faziam fronteira com a escada. "Apenas vão e me deixem em paz!"
Mikhail ficou apenas a três passos agora, e ele só podia imaginar o que a expressão em seu rosto parecia. "Vocês dois ouviram a mulher. Deixem- a em paz."
"Saia," o primeiro homem assobiou. "Esse é o nosso jogo."
"Ela não é um jogo", Mikhail lhes disse asperamente.
O segundo homem puxou uma arma. Ao lado dele, Mikhail ouviu Blair suspirar. Ele não deixou que isso o distraísse. Mikhail avançou e agarrou a arma. Ele rapidamente se transformou em seu dono e usou a coronha da arma para dar um golpe no rosto do homem jovem.
O ruído surdo da arma batendo contra amaçã do rosto do homem foi acompanhado por um gemido de dor. O homem gritou e agarrou seu rosto, dobrando-se de dor. - Seu filho da puta!
"Isso é desnecessário", Mikhail disse irritado. Ele virou a arma em sua mão e bateu-o para baixo na parte de trás da cabeça do homem. O cara caiu e ficou imóvel.
"Seu filho da puta!" O primeiro homem correu a Mikhail confiante. Mikhail nem parou. Ele agarrou o primeiro homem ao redor do pescoço e apertou-o
com o braço direito. O cara começou a tentar dar um soco na barriga de Mikhail. Um jab rápido com o punho de Mikhail aquietou o homem imediatamente. Mikhail bateu no homem mais algumas vezes na cara para garantir. Finalmente ele sufocou o homem até desmaiar. Deixando-o no chão, Mikhail olhou para Blair.
"Você está bem?", Ele perguntou em voz baixa. Ela deu um aceno hesitante. Mikhail estendeu a mão e esperou. Ele não tinha ideia de quanto tempo levou. Não importava. Porque quando Blair finalmente pegou sua mão, ele sentiu como se o mundo tivesse acabado de voltar ao foco.
Capítulo Doze
Mikhail levantou os dedos de Blair aos lábios e beijou-os levemente. Eles estavam andando de volta para o hotel, mas não estava com pressa. Ela ainda parecia um pouco chocada com tudo o que tinha acontecido e ele não podia culpá-la por isso.
"Tem certeza de que você está bem?", Ele perguntou em voz baixa. "Nós poderíamos parar em algum hospital, se você precisar."
"Não. Eu estou bem. "Ela parecia certa disso, pelo menos. "Eles não chegaram a me fazer nada. Você chegou na hora exata ".
"Fico melhor por isso." Ele suspirou. "Nunca saia assim novamente. Por favor?
Especialmente não em um lugar como esse. Se você precisar de espaço, basta pedir e eu vou embora. " A risada de Blair soou estranhamente escura. "Como é que você poderia oferecer algo assim?" Ele começou a responder, mas ela levantou a mão para impedir o que ele estava prestes a dizer. "Não. Não responda isso. Mikhail Romanov, você é um dos maiores cavalheiros que já conheci. No entanto, você também é um criminoso. " "É por isso que você correu hoje?" Ele deixou seu olhar vaguear sobre as pessoas que andavam à sua volta, sempre mantendo seus sentidos atentos a quaisquer ameaças potenciais.
"Não exatamente." Ela suspirou. "Eu acordei um pouco antes que Ivan ligasse. Eu sei que eu não deveria ter escutado, mas a sua voz é alta. " "Você nos ouviu falar sobre a morte dos seus pais", ele adivinhou. Não que isso tivesse sido algo difícil de pensar.
"Sim. Ouvi Ivan dizer que a Bratva foi a responsável pela bomba." Sua voz falhou e ele percebeu que ela estava muito perto de perder a compostura.
"É verdade que a Bratva foi responsável", ele admitiu. "Mas as circunstâncias foram um pouco obscuras."
"O que quer dizer?" Ela bateu em seus olhos. "Seu pessoal plantou uma bomba. Meus pais morreram. "
"Infelizmente os seus pais eram dois dos oito clientes mortos naquela explosão." Ele gostaria de poder expressar plenamente a ela como se sentia. "Eu não posso te dizer como isso me incomoda", disse ele fervorosamente. "Esta perda sem sentido! Ivan suspeita que havia temporizadores falhos nos dispositivos explosivos. Havia mais duas bombas que explodiram de uma maneira similar. Os homens que arrumaram essas foram punidos, mas isso não foi suficiente para fazer justiça por seus pais. "
***
Justiça por seus pais? Blair olhou ao redor dela no brilho da noite do Rio. "Eu não tenho certeza se posso sequer imaginar como a justiça seria", ela admitiu. "Eles estão mortos. Nada vai trazê-los de volta."
"Você está com raiva de mim?", Ele perguntou, sua voz um murmúrio tranquilo sob o burburinho do barulho na rua.
"Eu não sei como estou." Ela pensou em horas anteriores, quando ele tinha colocado um sarongue em torno de sua cintura. "Eu vejo-o como duas pessoas existentes no mesmo homem."
"Como assim?"
Ela sorriu, sentindo-se quase melancólica. "Tem o homem que faz amor comigo. Aquele que sorri e fala sobre escolher fazer algo diferente além de gerenciar o Bratva ".
"E?" Sua expressão era ilegível no brilho das luzes de néon.
"O outro homem é aquele que acabou com esses bandidos como se fossem nada mais do que formigas. Ele poderia matar alguém sem pestanejar ".
"Dificilmente." Cortou a mão através do ar. "Tudo o que faço deixa marcas em minha alma, Blair. Você deve acreditar nisso, nada mais. Eu não posso ser como meus irmãos. Eu não posso pensar sobre a família, o dever e, então, fazer o que é melhor simplesmente porque nos beneficia no final ".
"Você não é egoísta", ela concordou. Blair tomou suas mãos nas dela e levantou-as para seus lábios. "Algum dia, eu acho, você vai escolher ser um bom homem."
"Eu quero fazer isso agora." Seu tom fervoroso quase a convenceu, mas algo em seus olhos não combinava muito bem.
"E esse agente do FBI, ou informante, ou o que quer que seja?", Perguntou ela, esperando que ele reagisse.
"Eu tenho que ajudar meus irmãos a resolver esta última briga." Ele fez uma careta. "Então eu posso ir embora."
"Uhum", Blair não estava convencida. Talvez nunca ficasse.
"Você deve entender," ele insistiu, "Eu não posso ir embora quando eu tiver uma arma na minha cabeça e um mandato de prisão à espera."
"Você poderia pagar seus impostos malditos", sugeriu. "Estou certa de que você tem o dinheiro."
"Isso não é o ponto." Ele parecia frustrado.
Blair olhou para cima. Tinham chegado ao hotel. "Eu nunca vou esquecer essa viagem", disse a ele. "Eu quis vir aqui toda a minha vida. Mesmo antes de meus pais morrerem eles iriam falar desse lugar como se tivesse acontecido em um sonho. " Seu suspiro estava cheio de remorsos. "Então eu estou feliz que fui capaz de compartilhar o seu sonho com você."
"Amanhã vamos para Moscou .... eu acho que era por causa disso que Ivan havia te ligado para conversar mais cedo."
"Sim." Ele assentiu. "Nós voaremos para Moscou na parte da manhã."
"Então eu deveria descansar um pouco mais." Blair se virou e entrou no hotel sem outra palavra.
***
Mikhail observava o sol começar a subir sobre o oceano. Ele nunca tinha desejado com mais fervor que uma noite não acabasse. Sentiu mais do que viu Blair chegar atrás dele. Virando-se, ele percebeu que ela tinha vindo a ele com nada além de um lençol em torno de seu corpo nu.
"Você ainda não veio se deitar", ela disse suavemente. "Você não descansa nunca?"
Ele não tinha uma resposta real para isso. "Quando há tempo."
Ela cutucou seu caminho debaixo do braço e descansou sua bochecha contra seu músculo peitoral. Ele estava sem camisa. A umidade estava quente contra sua pele. Em
contraste, Blair estava fresca e macia. Deslocando-se, ele se aproximou por trás dela e baixou a boca para beijar seu pescoço. Ela inclinou a cabeça para lhe alcançar.
"Não deveríamos estar se preparando para partir em breve?", Perguntou ela.
"Eu quero uma última vez dentro de você, Blair." Ele sentiu como se ele fosse implorar, se necessário. "Eu preciso, mesmo que eu não mereça isso."
Sua risada baixa sexy, o fez estremecer de desejo. "Às vezes temos coisas que não merecemos de qualquer maneira."
Mikhail gemeu quando ela torceu a cabeça para encontrar seu beijo. Seus lábios se mexiam com vontade. Ele a puxou mais perto do parapeito do terraço. Os pilares de pedra grossa forneciam muito apoio. Ela se segurou enquanto ele tirava o lençol para expor suas costas.
Mikhail beijou sua coluna, seguindo a linha para baixo para as covinhas gêmeas logo acima de sua bunda. Ele acariciou a carne macia e ela arqueou para o contato. Sua excitação óbvia inflamou-o ainda mais. Ele estava em chamas por essa mulher.
Ele beijou seu pescoço e ombros, deixando as mãos deslizarem para acariciar sua barriga e seios. Ele segurou cada mama, manuseando seus mamilos em certos pontos. Ela estava tão sensível ao toque, como se ela pertencesse somente a ele.
"Eu preciso de você, Mikhail," ela murmurou. "Estou tão molhada para você."
Ele deixou sua mão deslizar mais baixo, seguindo a linha de sua barriga em direção a sua vagina. Ele enfiou os dedos pelo cabelo grosso e depois dividiu seus lábios para expor as dobras quentes escondidas dentro. Ela se contorceu contra ele, inquieto. Ele não iria ser apressado. Gentilmente tocando seu clitóris com dois dedos, ele começou a esfregar em um círculo irritantemente lento.
Logo ela ficava mais úmida e mais quente. Seus dedos estavam escorregadios com o creme e o aroma o enfeitiçava como o mel mais doce. Seu pênis estava pulsando entre suas pernas. Ele queria tanto estar dentro dela.
Ele se inclinou e mordeu seu ombro levemente. "Vou te pegar de costas, Blair. Abra suas pernas para mim e me deixe meter nessa buceta". Ela ampliou sua postura enquanto ele tirou o lençol de vez para ter uma visão melhor. O
tecido de seda caiu no chão, deixando-a completamente exposta à luz pálida do amanhecer.
"Você é tão linda", ele murmurou.
Colocando seu traseiro em uma das mãos, manejou os laços de suas calças com a outra mão. Retirou seu pênis e o posicionou em sua entrada. A penetração fora deliciosa. A sensação o deixou quase desesperado com a necessidade de ejacular dentro de seu corpo. Havia tanto atrito. Sua umidade revestira seu membro e suas bolas.
Finalmente, ele estava completamente dentro dela. O ângulo de entrada estimulava nervos que ele ainda tinha que descobrir. Ela tremeu ao redor dele, sua buceta à beira do clímax. Mikhail deslizou uma mão sobre seu quadril e encontrou o lugar onde seus corpos estavam unidos. Seu clitóris estava inchado. Ele gentilmente puxou um nó com os dedos e ela se desfez com um gemido.
"Mikhail!"
Sua voz gemeu com seu nome. A sensação era demais. Seus músculos internos se abateram sobre ele, a medida que ele empurrava para dentro e para fora de seu corpo. O sentimento empurrou-o sobre a borda. Mikhail perdeu o controle e derramou seu esperma profundamente dentro de seu ventre. Ele sentiu seu pau pulsar de novo e de novo enquanto ele dava-lhe tudo o que tinha.
Mikhail estava respirando como se tivesse corrido uma longa corrida. Apoiou uma mão no corrimão de pedra do terraço para evitar que caísse. Seus joelhos tremiam. Na frente dele, Blair estava caída contra o pilar de pedra. Seus ombros estavam levantando também tentando recuperar o fôlego.
"Blair", ele conseguiu murmurar. "Você é uma mulher incrível."
Ela riu. "Acho que isso é um elogio e eu deveria aceita-lo e ser feliz."
"Com certeza, é um elogio." Ele murmurou alguma coisa em russo, desejando que ele tivesse palavras bonitas para dizer todas as coisas que ela precisava ouvir.
Ela pegou o lençol e enrolou ao redor de seu corpo. Olhando para ele, inclinou a cabeça, pensativa. "Não há nada que você possa dizer para mudar minha mente."
"Sobre o que?"
"Sobre o seu trabalho. Pelo menos eu suponho que é o que você chamaria isso. "O
sorriso dela o atingiu com a sua incrível tristeza. "Eu não posso estar com um homem que trabalha para a máfia, ou a Bratva, ou o que quer que você chame isso. A violência já levou minha família de mim. Eu não estou afim de ter meu coração partido novamente. " Ele colocou seu rosto na mão. "E eu não iria pedir isso de você."
"Então, depois de chegarmos a Moscou," ela começou, "quando isso acabar, eu quero ir para casa para Chicago. Eu quero minha vida de volta ao normal. " "Isso, pelo menos, posso prometer-lhe," ele disse suavemente. "E talvez, se as coisas mudassem?"
"Eu não sei." Ela respirou fundo e soltou tudo em um enorme suspiro. "Eu não sei o quanto as coisas podem mudar. Um pássaro pode amar um peixe, mas onde eles viveriam? "
Capítulo Treze
Os pontos turísticos dramáticos de Moscou deixavam Blair em êxtase total. A medida que o limo deslizava suavemente pelas ruas de paralelepípedos em direção a Praça Vermelha, ela podia ver as torres do Kremlin crescendo a cada segundo que passava. Perto estava a fachada inconfundível da Catedral de St. Basil.
"O que você acha?", Perguntou Mikhail.
Ela olhou para longe da janela tempo suficiente para sorrir para ele. "Eu acho que já passei tempo demais como um piloto nacional e muito pouco tempo vendo o mundo."
"Talvez seja algo que você possa mudar", ele sugeriu.
Blair olhou para rosto bonito ao lado dela na limusine. Ele tinha colocado uma distância respeitosa entre eles. Era ao mesmo tempo demais e não era suficiente. Ele estava usando outro terno sob medida. Sua camisa era uma cor de Borgonha rica que destacava sua pele escura. Seu cabelo estava apenas ligeiramente desgrenhado do vento.
Ela tinha uma vez pensado que tinha uma aparência dura. Agora ela podia ver sob a máscara que ele apresentava para o mundo. A tensão em torno de seus lábios que arqueavam sensualmente diziam a ela que ele estava preocupado com a próxima reunião com seus irmãos. A intensidade de seus olhos escuros a diziam que ele estava determinado. Para um homem que mostrava muito pouca emoção para o mundo em geral, ela o lia como um livro.
"O que você está fazendo?" Ele inclinou a cabeça, sua curiosidade evidente.
Ela meio que levantou a mão para tocá-lo e, em seguida, deixou-a cair de volta para seu lado. "Eu só estava pensando que eu te achava intimidante."
"E agora?"
"Agora eu sei melhor."
Eles pararam em frente a um grande hotel não muito longe da Praça Vermelha. A limusine esperou apenas um momento pelos manobristas para tirar todos os outros carros fora do caminho. O nível de precedência que os Romanovs apreciavam aqui na própria casa, em Moscou era inconfundível.
Mikhail inclinou-se, segurando a porta fechada quando o manobrista a teria aberto. Ele olhou para Blair. "Lembre-se do que acabou de dizer sobre intimidação quando você conhecer os meus irmãos." Ela engoliu um pedaço de nervosismo. "Vou lembrar." Blair sentiu como se estivesse atuando, quando saiu do veículo e jogou os ombros para trás. Ela levantou o queixo e colou um sorriso frio no rosto. Quando Mikhail saiu do veículo, qualquer traço de seu lado mais suave tinha desaparecido. Sua expressão fora gravada na pedra e a dureza de sua mandíbula era quase agressiva. Blair lamentou a perda do homem que tinha sido seu amante, e ainda assim ela também pôde apreciar a força desse homem enigmático.
"Vamos?" Ele ofereceu o braço.
Surpreso com o gesto, ela balançou a cabeça e colocou os dedos na dobra do seu braço. "Obrigado."
O aceno de cabeça quase imperceptível que recebeu foi apenas o suficiente para lhe dizer que o homem que ela tinha estado no Rio ainda estava dentro dessa casca dura.
Levou-a para o hotel e pelo saguão sem parar. As portas do elevador se abriram quando eles se aproximaram quase como se tivessem sido projetadas dessa maneira. Blair forçou a não se derreter com o interior ornamentado do hotel. O lugar parecia um palácio. Acres de mármore, vidro e folha de ouro rodeavam móveis de madeira escura em uma forma antiga. Era um lugar de estilo, e confortável.
As portas do elevador apitaram ao fechar, e Blair deu um pequeno suspiro de alívio. "Eu acho que esse deve ser o mais badalados dos hotéis que já ficamos."
"Ele pertence à Bratva", disse ele casualmente.
"Sério?" Blair inclinou a cabeça para um lado, pensando na maneira como ele parecia desfrutar de luxo e prestava tanta atenção ao seu entorno. "Você gerencia esse hotel, não é?"
Não era realmente uma pergunta.
"Sim." Sua máscara dura amolececeu por um breve momento. "Eu gostaria de possuir meu próprio hotel um dia. Algo que a Bratva não coloque as mãos ".
"Eu espero que você tenha essa oportunidade algum dia". Blair deu uma pequena risada
auto-depreciativa. "Eu não posso acreditar que eu não percebi que era o seu hotel."
"Eu imagino que você estava um pouco distraída", ele brincou. "Com essa coisa de ser refém, fazendo paradas não programadas para pousar o avião no meio do nada com certa falta de tecnologia moderna."
"Deve ter sido isso," ela concordou com uma risada. "Mas em Vegas você parecia tão em sintonia com o ambiente, e depois novamente no Rio você escolheu um hotel que apenas um expert de viagens teria escolhido. Ele era velho, tinha ainda sido completamente renovado para o luxo. E estava localizado no coração do Centro. "Ela apontou para o elevador que eles estavam andando que estava quase chegando ao piso superior." E agora suponho que estamos a caminho de mais uma suíte na cobertura."
- Você está correta.
"Qualquer coisa que eu deva saber, além de não deixar que seus irmãos me intimidem?"
Ela lambeu os lábios nervosamente e olhou para sua calça jeans simples e camisa. "Me sinto como se eu não estivesse nem vestida para a ocasião. Você está vestindo um terno, por favor!
"
"Você vai ficar bem", ele acalmou. "Basta assistir e escutar. Apenas fale se alguém lhe fizer uma pergunta direta, e não questione meus irmãos ".
Essas coordenadas colidiam contra tudo que Blair valorizava sobre si mesma. "Quer dizer que você quer que eu sente e cale a boca. É isso?"
"Eu não poderia usar uma escolha tão bruta de palavras, mas, essencialmente, é isso."
"Anotado," ela murmurou, quando as portas do elevador se abriram.
O foyer do suíte ostentava tetos abobadados decorado com lustres requintados e pisos de mármore embutidos com metais preciosos. Além disso, Blair podia ver uma sala de estar do lado direito, de portas fechadas-presumivelmente quartos, no lado esquerdo, e no centro um espaço redondo com uma mesa onde dois homens e uma mulher estavam sentados discutindo.
***
Mikhail podia sentir a excitação nervosa de Blair. Preocupava-o um pouco. Suas sensibilidades americanas não lhe davam uma predisposição para ficar em silêncio. Ela era
uma mulher inteligente por si própria. No entanto, ele não queria que seus irmãos julgassemna de alguma forma, como uma ameaça. Ele não deveria ter se importado com o que sua família pensava sobre Blair. Os dois estavam acabados depois dessa viagem. Mikhail a mandaria para sua casa e nunca iria vê-la novamente. Pelo menos foi o que ele sempre disse a si mesmo. A realidade era um pouco diferente.
"Ah, Mikhail!" Ivan chamou. "Venha e sente-se! Temos vodka. "Ivan estendeu a mão e bateu em Aleksei na parte de trás da cabeça. "Agora você vai ver. Mikhail irá dizer-lhe que o seu plano estúpido é suicida. " Mikhail franziu o cenho. Havia uma mulher sentada ao lado de seu irmão Aleksei. Mikhail ofereceu-lhe um aceno de cabeça. "Susanna", ele murmurou. "Estou surpreso de ver que você se juntou a nós." Aleksei fez um gesto para sua convidada. "Demorou um pouco para que nossa agente especial aqui viesse para a Rússia, mas eu pensei que seria importante que ela estivesse aqui." Aleksei e Ivan trocaram um olhar sobre a mesa antes de Ivan fazer um gesto para Blair. "Vejo que ainda está com seu animal de estimação."
"Essa é Blair Edwards," Mikhail oferecido. "Ela é tudo menos um animal de estimação. Ela foi fundamental para iludir as autoridades ".
Ao lado dele, Mikhail podia sentir a indignação de Blair. Logo ela teria tido o suficiente e diria algo a seus irmãos que a levariam a exceção, e a reunião se tornaria inútil. Se um de seus irmãos insultasse Blair, Mikhail tinha a sensação de que ele não seria capaz de controlar sua reação.
"Gostaria de pensar que a sua gratidão pela ajuda dela não se estenderia além das fronteiras dos Estados Unidos", disse Aleksei com um bufo sarcástico. "A menos que ela estivesse cumprindo alguma outra finalidade?"
Blair bufou. Então, para surpresa de Mikhail, ela se virou para Susanna. "Sinto muito, eles sempre falam sobre as mulheres como se eles não tivessem vontade própria?"
"Sim. É um fato. Eles sempre falam", disse Susanna com um sorriso. Em seguida, ela se levantou e estendeu a mão para Blair. "Eu sou Susana Martinez, agente especial do FBI."
"Blair Edwards." Blair levou a mão oferecida e deu-lhe um aperto firme. "Eu sou uma piloto da Skye Aviation".
"Bom Deus", Susanna gemeu. "O que eu não daria para falar sobre algumas das conversas que ocorrem nesses voos!"
"Eu aposto que sim", disse Blair com uma risada. Susanna sentou-se novamente e Blair tomou o assento ao lado de sua nova amiga. "Nós certamente temos um elenco incomum de clientes, como evidenciado pela minha situação atual."
"O que nos traz de volta ao que estávamos discutindo um momento atrás", Susanna disse expectativa. "Agora que estamos todos aqui, devemos continuar?"
Os homens estavam olhando para ela com expressões que variavam de surpresa para aborrecimento. Em seguida, Aleksei estreitou seu olhar para ela. "Oh, você quer dizer que eu posso falar agora?"
"Claro." Susanna acenou com a mão. "Por que não atualizar Mikhail sobre os fatos?"
Mikhail não podia deixar de se divertir com sua ousadia, e pela forma como Blair tinha sentado direto inserindo-se na conversa. Ele não precisava se preocupar com ela. Mikhail acenou para Susanna. "Vá em frente, estou ouvindo."
"Até agora, eu não tenho a identidade do informante que forneceu informações sobre a Bratva a divisão de crime organizado do FBI", disse Susanna com aborrecimento. "Eles estão mantendo a identidade da fonte em segredo."
Blair puxou pensativamente o lábio inferior. "Faz parecer que alguém de dentro, não é?"
"Exatamente!" Susanna disse com entusiasmo. "Isso é o que eu disse, mas Aleksei e Ivan não concordam."
Mikhail sabia por que seus irmãos estavam tão ansiosos para afastar essa possibilidade. "Suponho que poderia ser possível que alguém no interior se voltasse contra nós. Eu entendo por que meus irmãos não estão dispostos a postular isso.".
Aleksei cortou a mão com entusiasmo pelo ar. "Eu me recuso a acreditar que um dos nossos iria trair a família assim!"
"Talvez estejam olhando para isso de uma perspectiva errada", Ivan disse, finalmente, em um tom razoável. "Pare de pensar nisso como um de nossos próprios tentando nos
machucar e tentando convencer com o que alguém pode ganhar com a remoção de Mikhail do poder. Quem tem a ganhar? " "Quem é o próximo na linha de sucessão ao trono?" Blair olhou ao redor da mesa. "Um de vocês?" Aleksei parecia estar considerando isso. "Se Mikhail morresse agora, acho que seria o único a entrar em sua posição. Eu sou o segundo filho. Nosso pai tinha entregado as rédeas para Mikhail muito antes de ele falecer".
"Houve alguém antes Mikhail?" Duas linhas apareceram entre as sobrancelhas de Blair enquanto pensava sobre a sua situação. "Não é geralmente um membro da família que sente que a sua herança foi tirada?" Susanna balançou a cabeça. "Essa ideia tem mérito. E sobre os irmãos de Sergei? " "Dimitri e Anton nunca foram interessados em liderança. Eles apenas seguem o estilo de vida," Ivan argumentou.
"Sim, mas talvez um de seus filhos está pensando nisso” Blair sugeriu. "Eu só estou querendo saber se você não deve, pelo menos, considerar a ideia."
Aleksei recostou-se na cadeira e olhou para Mikhail. "Sua mulher tem uma mente rápida e muita coragem para usá-la, Mikhail."
"Obrigado, Aleksei", disse Blair com um sorriso e um aceno de cabeça.
Ivan deu a Mikhail um longo e lento aceno. "Tem certeza de que quer que eu mantenha a reserva de avião?"
"Sim." Mikhail nem sequer vacilou em sua decisão. Ele não podia dar ao luxo. Ele precisava levar Blair para casa com segurança. "Ela pega o voo hoje à tarde."
Ivan olhou para o relógio. "Então, a hora é agora, Mikhail."
"Agora?" Os olhos de Blair se arregalaram. "Como eu vou sair para o aeroporto agora?"
"Sim." O rosto de Ivan mostrou no que ele poderia estar pensando.
Mikhail a viu engolir, antes de se levantar da mesa. "Então me deixe apenas dizer que foi um prazer conhecer todos vocês." Ela se virou para Susanna. "Especialmente você, agente Martinez. Desejo-lhe tudo de melhor em suas investigações. " E então como uma princesa, Blair virou-se e dirigiu-se para o elevador. Mikhail
começou a ir atrás dela, mas Aleksei agarrou seu braço.
"Haverá um bilhete esperando por você no aeroporto, Srta. Edwards," Ivan disse a ela. "O pessoal do hotel vai garantir que você e suas coisas cheguem ao aeroporto a tempo. Se você tiver alguma dúvida, não hesite em perguntar ao pessoal, a qualquer momento ". Blair não se virou. "Obrigado." O elevador chegou e ela entrou. Então ela se foi e Mikhail sentiu-se completamente sozinho.
Capítulo Quatorze
"Você tem certeza que seu banco de dados do FBI disse que o informante estava escondido nessa casa?" Mikhail olhou em dúvida para o edifício de apartamentos em frente a sua posição escondida em um bosque de árvores. Susanna suspirou obviamente irritada. "Sim. Tenho certeza. Por que você está tão certo de que eu estou errada? Ou você só quer que eu esteja? " O telefone de Mikhail vibrou no bolso, um sinal de Aleksei que ele e Ivan estavam em posição. Mikhail de repente virou-se e olhou diretamente para Susanna. "Por que não está com Aleksei? não devia Ivan ser preso comigo? " "Não." Ela deu um suspiro pesado, como se realmente não quisesse falar sobre isso. "Seu irmão é um idiota. OK?" Mikhail bufou. "Ele está tentando convence-la a deixar o FBI novamente, para que vocês dois posam ficar juntos?"
"Não é como se eu estivesse pedindo a ele para que possamos estar juntos", disse ela duramente. "Se uma mulher ama um homem, ela sabe que às vezes seu trabalho ou de sua família, ou algo assim, torna impossível para eles ficarem juntos." Uma onda de melancolia bateu Mikhail com tanta força que quase o dobrou de tanta dor. Fazia três semanas desde que ele tinha visto Blair sair da suíte de hotel em Moscou, sem dizer nem mesmo adeus. Contudo, o que Susanna disse fez muito sentido.
"Você está pensando em Blair, não é?" Susanna adivinhou.
"Ela me disse no Rio que não podia lidar com a violência dessa vida", ele admitiu calmamente.
O rosto de Susanna ficou sério em uma introspecção pensativa. "Mas ela nunca lhe deu um ultimato, não é?"
"Não. Ela apenas me disse que nossas vidas eram muito diferentes, mas que as escolhas eram minhas. " Susanna riu. "Essa mulher tem algo tão forte por você, Mikhail!"
"O que?"
"Ela ama você, seu idiota." Susanna suspirou. "Ela nunca faria você escolher, porque ela te ama. Mas acaba com ela que sua escolha de carreira os mantenha separados. Ela não vai ligar, porque isso seria como colocar pressão sobre você. E ela quer que seja de sua própria vontade, se é que a tem ".
"As mulheres são criaturas indecifráveis", Mikhail murmurou. "Você realmente acredita em tudo isso?"
"Claro", Susanna disse com um aceno de cabeça firme. Então ela olhou para as janelas do edifício de apartamentos. "Oh, nosso homem está em movimento. Posso vê-lo."
Mikhail alcançou seu bolso e avisou seus irmãos. Eles estavam planejando pegar o agente suspeito assim que saísse do edifício. Apenas conhecer a sua identidade ajudaria os assuntos a se esclarecerem.
Susanna ficou em seus calcanhares quando ele se cobriu e ficou atrás de seu alvo. Ela usava uma máscara preta sobre a metade inferior do rosto para proteger sua identidade. Mikhail tinha pensado que isso era besteira, mas Aleksei tinha insistido.
Havia algo familiar sobre os ombros caídos do homem na frente deles. Mikhail estava se aproximando rápido, mas ele conseguia ver a careca e uma pele estranhamente pálida. O homem usava um sobretudo apesar de estar muito quente, e ele tinha as mão nos bolsos como se estivesse carregando uma arma.
Em frente ao homem, Aleksei e Ivan caminharam casualmente pela calçada. Sua intenção era distrair o homem para que Mikhail pudesse agarrá-lo por trás, mas algo deu errado. O homem endireitou-se e começou a se agachar. Ele conhecia Aleksei e Ivan. Ele tinha que conhecê-los bem o suficiente para pensar que eles iriam imediatamente reconhecêlo.
Assim que o informante se esgueirou em um beco ao lado do prédio, Mikhail estendeu a mão e agarrou a parte de trás do casaco. O homem deu um grito e começou a tirar o casaco em uma tentativa desesperada de escapar da captura.
"Pegue ele!" Ivan gritou. "É Luka!"
Luka! O estômago de Mikhail deu milhares de nós. Como poderia seu próprio primo
fazer isso? Blair tinha razão! Mikhail jogou os braços ao redor de Luka e apoiou os pés no chão. Seu primo não era grande o suficiente para lutar com Mikhail. Aleksei foi para a van assim que se certificou de que eles tinham Luka bem preso. Mikhail arrastou seu primo nas sombras do beco. Não havia necessidade de chamar a atenção de qualquer transeuntes. Luka estava ofegante e xingando em russo, ainda tentando fugir.
"Você não tem o direito!" Luka rosnou. "Eu sou um Romanov, assim como você. Eu tenho a proteção da Bratva. " Susanna tirou sua máscara. Não havia a necessidade de proteger sua identidade de Luka. Ele já sabia que ela trabalhava em ambos os lados. Ela olhou para Mikhail. "Ele está certo sobre isso? Será que os outros membros do conselho defenderiam esse saco de merda?” Mikhail trocou um olhar com Ivan. "É possível. Seu pai era tecnicamente o filho mais velho, mas Dimitri nunca quis a responsabilidade da liderança."
"Meu pai era inútil!" Luka assobiou. "Mas Sergei deveria ter dado a posição para mim. Para mim! Era meu direito como o filho mais velho de Dimitri Romanov ".
Mikhail olhou para esse homem e perguntou-se se ficar com a Bratva significava que ele estava condenado a uma vida inteira de tentativas lamentáveis em um golpe. "Se você quisesse a posição, Luka, você deveria ter pedido ao conselho. Eles teriam ouvido. " O rosto de Luka ficou em branco por dois segundos. Mikhail tinha afrouxado seu aperto. Ele não se sentia mais como se Luka estivesse ferrado. Ele parecia mais chocado do que qualquer outra coisa.
Ivan bufou. "Sim, idiota. Tenho certeza que você está pensando o quão fácil teria sido ir pelos canais apropriados da Bratva em vez de vender a si mesmo para o FBI. Você tem alguma ideia do que o conselho vai fazer com você agora? " Foi o que aconteceu antes que Mikhail pudesse piscar. Luka estava lá um segundo e depois havia sumido. Ao lado dele, Susanna engasgou e tentou agarrar Luka. Mas ele rapidamente correu para longe.
"Pegue-o!" Ivan gritou.
Mikhail virou-se para dar caça, mas Aleksei escolheu esse momento para puxar Luka no beco. Luka gritou, levantando as mãos em uma tentativa fútil de defesa com a grade da van grudada em seu rosto. O choque do osso e o barulho do corpo mutilado encheu o beco. O corpo de Luka fora amassado no chão. Ele formou um arco para cima e para longe da frente da van. Ivan, Susanna, e Mikhail saltaram para trás ao ver Luka amassado cerca de 15 pés de distância. Aleksei saltou para fora da van, deixando a porta aberta. "Merda! De onde ele veio?"
"Ele correu para a entrada do beco." Mikhail sentiu chocado e horrorizado, mas havia também uma sensação de alívio. Susanna entrou em modo de agente federal. "Verifique seu pulso." Aleksei correu para ajoelhar ao lado Luka. "Oh, ele está morto. E ele está quase irreconhecível. " Mikhail exalou, sem nem mesmo perceber que até aquele momento ele estava segurando a respiração. "Ok, então aqui está o que fazer." Ele olhou para Susanna. "Você pode fazer uma denúncia anônima de um informante do FBI executado do lado de fora de seu apartamento?"
"Sim, não há problema." Ela deu um aceno decisivo.
Mikhail não podia parar de olhar para o corpo. "Tudo certo. Então, nós faremos a denúncia e deixamos a van. Eles obviamente vão suspeitar da Bratva porque ele estava juntando provas contra nós. Mas eles não têm provas. " "A van é descartável", Aleksei assegurou. "Nós estávamos indo afundá-la com ele dentro de qualquer maneira."
Susanna revirou os olhos. "Ugh! Você não deveria me dizer coisas assim. Isso me coloca em uma posição tão estranha ".
"Não importa se você quiser sair." Aleksei parecia à beira de um ataque.
Susanna gesticulou para Mikhail. "Vê o que eu quero dizer?"
"Sim." Mikhail fez uma careta. "É por isso que estou fora."
"O quê?" Ivan e Aleksei ambos se viraram para olhar. Ivan pareceu recuperar primeiro. "Você está nos dizendo isso sobre um corpo morto, Mikhail?"
"Sem o testemunho de Luka, não há nenhuma evidência de um mandado de prisão. Correto?" Mikhail levantou as sobrancelhas para seu irmão mais novo.
"Bem, sim, mas ainda assim," Ivan alarmou. "Pense sobre isso, Mikhail. Você não pode virar as costas para a família. " "A família" -Mikhail utilizou aspas no ar para fazer o seu ponto- "é uma empresa de bilhões de dólares ao longo de três continentes. Não creio que ninguém vai se importar, desde que os lucros não sofram ".
"O que você vai fazer ?" Aleksei perguntou em voz alta. "Ir embora? Que triste. Você vai estar falido em uma semana! " Mikhail suspirou. "Você não pode acreditar nessa loucura."
"Mikhail é um bilionário em seu próprio direito", Ivan disse calmamente. "Papai sempre costumava dizer que Mikhail era o único com cabeça para os negócios."
"Você é um bilionário?", Disse Susanna com interesse. "Droga. Eu escolhi o irmão errado. " "Hey!" Aleksei disse indignado. "Eu sou rico também."
Susanna revirou os olhos. "Você também é um idiota."
"Isso nunca vai mudar", Mikhail avisou. "Embora Aleksei é ferozmente leal a Bratva, e vai se tornar um líder estelar depois que eu me for."
Aleksei franziu os lábios. "É isso o que você realmente deseja?"
"Sim."
"Então podemos nos mexer antes que alguém veja esse corpo?" Ivan sugeriu.
Os quatro caminharam para fora da extremidade do beco. Mikhail liderou o caminho, abraçando as sombras até que eles chegaram a um parque. Aleksei agarrou a mão de Susanna e ela não se afastou. Em vez disso, ela se enrolou em seu lado e deixar que ele colocasse seu braço ao redor dela.
"Eu amo esta parte", disse Aleksei com um suspiro.
Ela espetou-o no lado. "Contanto que você saiba que estamos apenas juntos assim porque é uma boa cobertura."
"Juntos assim", Ivan bufou. "Que tipo de eufemismo é isso?"
Mikhail voltou a falar em russo. "É a parte que acontece antes que ela corte suas bolas e empurre-as para baixo de sua garganta." Aleksei rosnou algo sobre seu ombro antes que os dois grupos se separassem. Mikhail seguiu Ivan de volta para o carro genérico que tinha deixado no lado oposto do parque.
"Você está realmente certo de que isso é o que você quer?" Ivan perguntou uma vez que eles estavam bem longe de Aleksei. Ainda falava em russo.
"Sim ." Mikhail perguntou como fazê-lo compreender.
"Isso é por causa de Blair," Ivan adivinhou amargamente. "Que tipo de mulher pode fazer um homem virar as costas para tudo o que conhece?"
"É isso que você acha?" Mikhail ficou surpreso. "Tenho a intenção de construir uma cadeia de hotéis de luxo em todo o mundo. Como isso é virar as costas para o que eu conheço? " "Suponho que não posso argumentar contra isso, posso?" Ivan suspirou. "Blair parece ser uma boa mulher o suficiente. Mas eu espero que você perceba que Aleksei e eu vamos mata-la felizmente se ela quebrar o seu coração."
Mikhail colocou a mão sobre o peito. "Estou surpreso que você acredite que eu tenho um."
"Você sempre foi diferente do resto de nós, lá no fundo." O olhar sombrio de Ivan era desconcertante. Mikhail estava incerto do que vira ali.
Mikhail estendeu a mão ao seu irmão. "Eu não estou morrendo, você sabe."
"Sim. Mas ficar longe da Bratva não é uma escolha simples de se fazer, irmão" Mikhail sabia disso. "Vou enviar uma mensagem para o Conselho, informando-os da minha decisão."
"Tenha cuidado," Ivan aconselhado.
E isso foi quando Mikhail percebeu que ele não estaria compartilhando o carro com o irmão. Ele havia escolhido seguir o seu próprio caminho, e esse momento iria começar agora.
Capítulo Quinze
"Girl!" Ethan jorrou. "Você é um colírio para os olhos. Venha aqui e sente-se. Eu quero ouvir todos os detalhes. Não deixar nada de fora! " Levou a Blair duas semanas antes que ela tivesse sido liberado pelas autoridades e autorizada a retomar a sua vida "normal". Agora, ela caiu no sofá aconchegante de Ethan com um lance confuso e uma caneca de café cheiroso. Era bom estar em casa. Ethan estava enrolado em sua cadeira favorita com um copo na mão e uma expressão ansiosa no rosto. "OK. Agora me diga sobre essa loucura toda. Sobre o que era tudo isso? Fiquei tentando te mandar mensagem e eles continuaram me dizendo que iria entrar em contato comigo quando você fosse capaz. " "A Skye Aviation reintegrou-o?" Blair perguntou hesitante. Ethan revirou os olhos. "Claro. Está tudo de volta a mesma, mesma coisa de sempre. " "Eles me demitiram."
"O quê?" Ethan gritou. "Oh meu Deus! Por quê?" Ela encolheu os ombros. "Primeiro de tudo, eu quebrei as regras da empresa. Violei a política, quebroei o protocolo, e deixe um terrorista controlar meu avião. "Ela acenou com a mão. "Bem o que eu esperava na verdade."
"Ainda assim ..." O tom de Ethan voltou para a zona normal. Ele estendeu a mão e acariciou-lhe a perna. "Você ama seu trabalho. você pode obter outro depois dessas circunstâncias? " "Eu não sei." Ela encolheu os ombros. "Eu realmente não tentei ainda."
"Precisamos levá-la em um desses programas de entrevistas. Você sabe?" Ethan se animou com isso. "Nós podemos obter um dia de talk show para envergonhar a Skye Aviation e dar-lhe o seu emprego de volta!"
"Ethan, eu realmente não acho que isso vai funcionar." Ela suspirou. "E eu tive que realugar meu apartamento já que não posso pagar o aluguel."
"Oh preocupação", Ethan murmurou. "Você pode apenas morar aqui comigo."
"Obrigado." Ela ofereceu-lhe um sorriso cansado. "Eu posso ficar até resolver isso."
"E sobre Mikhail Romanov?" Ethan perguntou com expectativa. "Vocês dois tinham uma química muito forte pelo o que eu pude ver."
"Sim, e isso é exatamente o que me deu problemas", ela gemeu. "Eu fui tão estúpida, Ethan!"
"Como assim?" Ele franziu a testa e deitou as pernas na cadeira. "Você se apaixonou por ele, Blair. É tipo a Síndrome de Estocolmo, mas eu posso entender por que você faria isso. " "Entender isso não significa que seja maravilhoso voltar para Chicago desempregada e praticamente comendo meu coração." Ela tomou um gole de café e se perguntou como era a vida de alguém com coração partido.
***
"Sr. Romanov, aqui estão os planos que você pediu ".
Mikhail estendeu a mão e sua assistente administrativa colocou os desenhos arquitetônicos enrolados à direita na palma da mão. "Obrigado, Cassidy."
"Não tem problema." Sua voz soou um pouco frágil. "Se você não precisa de mais nada, Sr. Romanov, eu acho que terminei por hoje."
"Ah, eu sinto muito." Ele olhou para o relógio. "Já é depois das seis, não é?"
"Sim."
Mikhail ofereceu-lhe o que era, provavelmente, um sorriso distraído. "Tenho certeza que você tem uma família ou amigos te esperando."
"Claro." Ela deu um pequeno bufo e deixou seu escritório.
Mikhail teria que ser um idiota para não ver que ela estava atraída por ele. Infelizmente para Cassidy, isso não importava. Primeiro, ele nunca namorou mulheres que trabalhavam para ele. Em segundo lugar, ele nunca mais ia sair com alguém que não fosse Blair Edwards.
Ele caminhou para as janelas com vista para Magnificent Mile de Chicago. Sua primeira ordem de negócio tinha sido comprar um hotel antigo e começar a renovações. Por enquanto, sua base de operações estava no hotel. O matava pensar que Blair estava provavelmente apenas algumas milhas de distância e ainda não fazia ideia de que ele estava aqui. Ela não tinha sequer tentado procurá-lo. Ele sabia disso porque ele tinha Susanna Martinez a vigiando
por ele.
Mikhail apertou os dentes em agitação ao se lembrar mais uma vez que ela tinha sido despedida de seu emprego como piloto por causa dele. Ele custou-lhe tudo. No entanto, ele queria dar a ela o mundo se ela apenas o deixasse. Ele se virou e caminhou de volta para a mesa no centro de seu escritório. Ele estendeu os planos para seu primeiro hotel e tentou virar a sua mente para o trabalho. Seu capataz bateu brevemente antes de entrar no escritório e indo direto ao ponto. "Eu não tenho certeza de que podemos terminar em seu prazo, Sr. Romanov."
- Oh?
"Dizer que estamos indo reformar esse lugar em apenas seis semanas é um compromisso astronômico," o capataz insistiu.
Mikhail levantou uma sobrancelha. "Um que está me custando uma fortuna."
"Sim. Nós poderíamos reduzir os custos se não pagássemos uma equipe de construção a noite. O que é considerado horas extras." O capataz parecia desconfortável. "Além disso, essa reforma está criando um grande falatório em torno da cidade."
“ Isso”, Mikhail disse com firmeza, “ é uma coisa boa. A agitação significa que as pessoas vão querer visitar, ficar para fazer compras, para jantar, e para beber no bar ".
O capataz suspirou. "Eu não posso mudar sua ideia sobre isso?"
"Não" Mikhail estava decidido sobre este assunto. "The Blair será feita em seis semanas. Eu quero uma grande abertura. Quero que toda a maldita cidade esteja aqui. " Algo na voz de Mikhail deve ter derrubado o homem fora. Ele inclinou a cabeça para um lado, o canto da boca, levantando em um sorriso. "Trata-se de uma mulher. Não é? " - É tão óbvio?
O capataz deu um determinado aceno. "Nós vamos fazer isso em seis semanas, Sr.
Romanov. Deus sabe que as mulheres nos fazem de tolos em um momento ou outro. "
***
Seis semanas mais tarde
Blair trocou o canal na televisão de Ethan, assistindo TV da mesma maneira que ela tinha todos os dias por semanas. Seu cabelo era um ninho de ratos e tinha certeza que um
tapete crescera entre suas pernas.
De repente, Ethan veio todo agitado. Ele colocou as pernas para o lado e sentouse. Então ele pegou o controle remoto de sua mão e mudou de canal. "Você tem que ver isso", ele jorrou.
"Por quê?"
Ethan parecia vê-la pela primeira vez. "Oh, querida, você tem que fazer algo. Você está uma bagunça! Eu acho que você está pior do que quando saí há dois dias no meu último voo.
"
"Obrigado, amigo." Blair não achou graça. "Eu estou apenas passando por uma fase difícil."
Ethan fez um comentário sarcástico baixinho e virou a TV. "Veja, ok?"
A âncora de notícias do meio-dia estava em pé na frente de um edifício velho bonito na Magnificent Mile. "Estamos aqui hoje no grande reabertura de um dos hotéis mais antigos da cidade. The Grand tem sido parte da história de Chicago desde os primeiros dias, mas nunca ficou assim!" A câmera deu um zoom para mostrar ao público um incrível tiro da fachada restaurada. "Recentemente renomeado, The Blair, uma noite neste hotel é agora considerado uma das experiências mais luxuosas da cidade!"
"Você ouviu isso?" Ethan gritou. "The Blair! Chama-se The Blair e foi reformado por um cara russo estranho. Eu chequei."
"Coincidência", ela disse fracamente. "Não há nenhuma maneira que ele estaria aqui em Chicago tempo suficiente para renovar todo um hotel. Isso leva anos. " A âncora de notícias não tinha terminado. "A parte mais surpreendente dessa história é o fato de que esse hotel foi completamente renovado e eu quero ressaltar, em apenas seis semanas!"
"Ha!" Ethan cantou. "Eu te disse. É Mikhail! " "E daí?" Blair realmente sentiu-se para baixo. "Olhe para mim. O que eu deveria fazer? Mostrar-se parecendo com sobras de ontem e dizer, 'Ok, Mikhail, eu sei que eu estou feia como o inferno agora, mas vamos ficar juntos "?
"Sua atitude é uma porcaria," Ethan rosnou. "Eu não vou deixa-la estragar tudo."
Quatro horas depois, ela havia sido arrancada, encerada, polida, penteada, e empurrada em um par de jeans e uma blusa que destacava sua coloração pálida. Ethan não estava brincando. Ele pagou um táxi para os dois e, literalmente, largou na calçada na frente do The Blair Hotel.
"Ethan." Ela realmente me sinto em pânico. "Eu não posso simplesmente entrar lá e dizer-lhes que eu sou Blair, agora podemos começar a festa." Ela tentou fazer seu caminho de volta para a cabine. Ethan empurrou-a para trás. "É absolutamente possível!" Ele sinalizou ao motorista para entrar em movimento. "Divirta-se e me chame de manhã!" Blair engoliu nervosamente e respirou fundo. Ela tinha desembarcado de um avião em um campo deserto no escuro. Certamente ela poderia andar em um hotel insignificante. Só que uma vez que ela abriu as portas sua boca caíu bem aberta com a opulência contida.
"Ah, sim, isso é tão Mikhail," ela sussurrou.
Ela virou-se em um círculo lento antes de finalmente avistar tudo. Havia pessoas em todos os lugares. Eles misturavam-se pela sala, sentados nas áreas de conversação, tomavam coquetéis, e parando no balcão tentando obter um quarto no que era, obviamente, um hotel lotado.
Finalmente foi a vez de Blair se aproximar do balcão. Ela limpou a garganta e tentou não se sentir tão ridícula. "Oi. Meu nome é Blair Edwards. Eu queria saber se eu poderia ser capaz de encontrar-se com Mikhail Romanov. " O funcionário realmente bufou. "Sr.Romanov é um muito homem ocupado. " "Eu estou ciente." Blair não se preocupou em verificar a sua atitude. "Eu sugiro que você diga a ele que Blair Edwards está aqui e veja o que ele diz."
A mulher apertou os lábios e, em seguida, pegou o telefone. "Oi, Cassidy? Sim, temos uma cliente que quer um encontro com o Sr. Romanov. "Houve uma pausa. "Hum-hmm, sim. Sim. Eu imaginei. Com licença? Oh seu nome é Blair Edwards. " Apesar de seus nervos e tudo o mais, Blair teve a satisfação absoluta de ver o sangue escorrer do rosto do atendente. Blair sorriu. Aparentemente Ethan tinha razão. Mikhail não tinha esquecido ela.
***
Mikhail estava praticamente correndo pelo corredor até o elevador. Ele nunca tinha prestado atenção antes do quão lento o maldito era, mas a espera no lobby parecia interminável. Ele estava esperando quase seis semanas e meia. Certamente ele podia esperar mais dez minutos. As portas finalmente se abriram e ele correu através antes da decoração finalmente atingi-lo. Ele não podia ir correndo para o hall de entrada do seu hotel como algum estudante no meio de uma paixão adolescente. Ele precisava jogar com calma no início. Então ele a viu. Ela estava de costas para ele, sentada na beira da fonte que ele tinha escolhido pessoalmente para enfeitar o centro do hotel. A jovem de água de pedra tinha um ar melancólico que o lembrava de Blair. Agora, ele não poderia estar mais satisfeito com a escolha da peça. Era como se ela sentisse sua presença. Ela virou-se e levantou-se. Sua expressão se iluminou, mas ele podia ver a hesitação em sua linguagem corporal. Mikhail não queria isso entre eles. Ele tinha feito a escolha de amar Blair e levar uma vida honesta de pagar impostos.
"Blair", ele murmurou. "Eu senti sua falta."
Era como se suas palavras desbloqueassem algo dentro dela. Lágrimas se formaram em seus olhos e escorriam pelo rosto. Ela veio para frente, lentamente no início, e depois mais rápido até que ela estava quase correndo. Ela bateu-lhe com força e enterrou seu rosto contra o peito. Mikhail passou os braços em volta dela e sentiu completo pela primeira vez desde que se despediram em Moscou.
"Esse hotel", ela sussurrou, olhando para ele. "Esse é seu e só seu?"
"Não." Então ele viu seu rosto e tentou esclarecer. "Esse é nosso e só nosso."
"Mikhail?"
"Você entende o que isso significa?", Perguntou. "Eu quero que você esteja comigo. Eu quero ser seu e quero que você seja minha. Você pode fazer isso?"
"Eu tenho sido sua desde o momento em que pisou no meu avião", ela admitiu. "Eu estive à deriva desde que eu deixei Moscou. E agora eu sinto como se tivesse voltado para casa ".
Ele fez sinal para o hotel. "Vamos lá então, hei de lhe mostrar?"
"Vamos verificar os quartos?", Ela brincou. "Porque eu posso sentir a necessidade de testar uma cama." Abaixando a boca para a dela, Mikhail tomou seus lábios em um beijo apaixonado que enviou uma injeção de adrenalina pura através de cada nervo em seu corpo. Era à ela que ele pertencia. Essa mulher de propriedade dele, corpo e alma, e ele não queria que isso mudasse nunca.
O FIM
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Capítulo Um
Grigori Pasternak olhava para as janelas iluminadas da casa grande de esquina, em uma rua de Washington, D.C. Estava escondido em um nicho escuro, entre algumas árvores e um prédio. Ficou um pouco chocado ao imaginar que um procurador distrital vivia sua vida de forma tão descaradamente aberta, sem nenhum sinal de segurança para proteger sua família. A filha mais nova passou pela janela aberta, a nem vinte metros da posição de Grigori. Era magra e bonita, com um cabelo castanho sedoso, mas era nova demais para o que ele precisava. Grigori estava atrás da filha mais velha, uma jovem mulher que havia acabado de completar vinte anos.
“Ah, aí está você”, murmurou Grigori para si mesmo. Ele sorriu ao vê-la. Ela era realmente encantadora, com seu cabelo castanho avermelhado e seus olhos verdes. Estudava na Universidade Georgetown. Ele sabia desse detalhe, assim como conhecia seus hábitos pessoais, mas não conseguia se lembrar de seu nome. Não que isso importasse. A única vez que precisaria saber seu nome seria ao completar a certidão de casamento deles.
“Pai, você tem que me deixar ir”, dizia a filha mais velha para o homem que estava fora da vista de Grigori. “Todos os meus amigos vão a esse show. É minha banda favorita. Não estou nem pedindo para você pagar pelo ingresso. Eu já comprei!”
Pela janela aberta, que deixava entrar a brisa da primavera, Grigori podia ouvir a conversa inteira.
Essas pessoas não tinham noção de privacidade? Isso era insano.
“Você sabe o que acontece nesses shows?”, dizia o pai. “É só drogas, sexo e bebida.”
“Eu sei, pai”. Seu tom de voz exalava sarcasmo e arrogância. “Você me conhece. Eu adoro encontrar caras desconhecidos e depois ir para um motel fazer sexo selvagem com eles.”
“Não brinque com isso, Flynn”, o pai ficou bravo. “Isso é serio.”
Flynn. É isso. O procurador era irlandês. Apesar de Grigori não conseguir entender por que um homem daria o nome de sua filha por causa da família de sua mulher. Ele não tinha orgulho próprio?
“Eu vou”, disse Flynn ao pai. “Tenho vinte anos de idade. Tenho um emprego e estudo em tempo integral. Você não pode me tratar como uma menininha para sempre. Chego em casa até as duas."
“Da manhã?” Perguntou o pai. “É muito tarde!”
“Você vai superar isso.”
Grigori sorriu. Ele viu a jovem pegar uma jaqueta e colocar por cima da blusa decotada. Estava funcionando ainda mais perfeitamente do que ele poderia ter imaginado. Escorregou um pouco mais na sombra e se preparou para esperar. Seu alvo estava saindo e logo cairia em seu colo, de uma forma mais fácil do que ele poderia planejar. A filha mais nova acenou para a irmã mais velha e depois fez uma careta nas costas do pai. Obviamente, o procurador tinha uma relação bastante positiva e estimulante com as filhas. Não que Grigori tivesse motivo para ter uma opinião melhor sobre o homem depois de ele ter sido o principal motivo por trás da separação de Grigori de seu irmão mais novo. Mas agora não era o momento para pensar nisso. Flynn saiu pela porta da frente da casa do pai e a deixou bater atrás de si. Balançou a cabeça satisfeita e depois caminhou até o meio-fio, onde havia deixado o pequeno carro compacto que usava frequentemente pela cidade. Grigori respirou fundo. Precisava calcular perfeitamente o tempo. Agachando-se, foi se movendo pela sombra das árvores para a calçada e tomou uma posição entre os carros, bem em frente ao local onde o carro de Flynn estava estacionado. Ela ligou o pisca e olhou pelo retrovisor, como uma boa motorista. Depois, moveu-se um pouco, para sair para a rua movimentada. Grigori esperou até que ela estivesse bem perto da posição dele. Esticando-se, bateu-se do capô do carro dela com o punho fechado. O golpe foi bastante ruidoso, naquele carro que parecia feito de plástico. Na verdade, tinha quase certeza de que havia quebrado o capô. Seu punho queimava de dor com o impacto, mas isso não importava. Ele se jogou no chão enquanto Flynn pisava nos freios e fazia o pequeno carro parar. Ela pulou para fora e correu para frente do carro. Grigori rolou um pouco no chão, gemendo, para dar mais efeito.
“Ai meu Deus! Eu atropelei você?”, ela gritou aterrorizada. “Você está bem? Senhor? Senhor?”
Ela se ajoelhou ao lado dele, tocando hesitantemente seu braço com a ponta dos dedos. Grigori abriu os olhos devagar, focalizando o rosto dela e tentado fazer o olhar mais patético possível.
“O que aconteceu?”, perguntou, fazendo a voz soar atordoado. “Eu caí? Estava andando…” “Me desculpe, senhor!” Flynn soava como se estivesse quase às lágrimas. “Eu estava saindo, mas não o vi. O senhor está bem?” Ela olhou para o seu carro, provavelmente para ver se havia algum dano.
“Acho que vou ficar bem, mas provavelmente deveria ir ao hospital”, Gregori argumentou, levantando
se com uma lentidão dolorida, até se sentar. “Eu vou achar um ponto e ir de ônibus até o hospital.”
“Não! Deixe-me levá-lo. Não tem problema, e tenho certeza de que você será atendido logo. Mil desculpas!” Ele devolveu um sorriso, enquanto ela o ajudava a se levantar. Ela abriu a porta do passageiro do carro. Doía mais tentar se dobrar para entrar no veículo minúsculo do que seria se ele tivesse sido mesmo atropelado. Ridículo. Ela fechou a porta cuidadosamente e foi para o lado do motorista. Grigori suspirou satisfeito. Sim. Aquilo foi muito fácil. Agora que a tinha, era hora de levar Flynn para um pequeno passeio. Não haveria hospital, nem show. Na verdade, estavam atrasados para a cerimônia de casamento deles.
FLYNN ESTAVA ATERRORIZADA pelo fato de ter acabado de atropelar um pedestre, depois de jurar ao seu pai que era uma pessoa adulta, madura, que conseguia tomar suas próprias decisões. Quem fazia isso?
“Você está se sentindo bem?”, perguntou ao homem. “Posso parar a qualquer momento, se você precisar”.
“Estou bem, obrigado.”
A voz dele não soava particularmente como a de quem havia se machucado, o que era estranho, já que ela o tinha atingido com bastante força. “Para qual hospital você quer que o leve?”
“Não sei. Sou novo aqui, não conheço os hospitais.”
“Ah, sem problemas.” Ela se perguntou se isso explicava o restante das coisas estranhas sobre ele. “De onde você é?”
“Moscou.”
“Sério?” Isso certamente atiçou seu interesse. “Eu sempre fui fascinada pela cultura russa.”
“É verdade?”
Bom, ele soava mais espantado do que qualquer outra coisa. Estranho. Ela se perguntava se tinha um parafuso a menos. Concordou com a cabeça, para fazer as coisas parecerem normais. “Sim. Estudei a história da Rússia no semestre passado. Foi fascinante.”
“Tenho certeza de que você focou a maior parte dos estudos na agitação bolchevique e toda a perspectiva Romanov”, disse ele, em uma voz mole. “Os americanos sempre parecem ficar excepcionalmente fascinados pelos Romanovs.”
“Você não acha que teria sido romântico se Anastasia Romanov estivesse viva e viesse para os EUA escondida?” Flynn suspirou. Aquela história sempre atingia seu botão do romance. “Talvez ela tenha se apaixonado por algum dos guardas daquela casa. É possível.”
“É mais provável que ela e o resto da sua família tivessem sido jogados em um buraco profundo e deixados desenterrados, para que os lobos roubassem alguns de seus ossos, tornando impossível dizer quem estava lá e quem não estava.”
“Isso é horrível!”
“É a vida”, ele sorriu e Flynn percebeu, pela primeira vez, que ele era um pouco mais homem do que ela havia pensado.
Inicialmente, não tinha tido uma boa impressão dele, a não ser pelo fato de que metade de seu corpo tinha estado embaixo do carro dela, deitado no chão. Agora havia percebido que ele tinha uma pele escura, morena, olhos tão escuros que pareciam pretos e um cabelo preto e grosso, indisciplinado, que fazia cachos quase infantis em sua testa. Ele tinha quase que o corpo de um atleta profissional, e mais de 1,80 de altura. A cabeça tocava o teto do carro.
E ele é bem gato!
Ok. Era hora de pensar em outras coisas. Flynn estava tirando uma folga dos homens. Ponto. Ela tinha um mau gosto épico e precisava repensar seus planos para a vida, antes de entrar em outro relacionamento de longo prazo.
“Você certamente não é fã dos Tsarz, eu entendo isso.”
“Pessoas pobres raramente são.”
“Ah, entendo.” Ela não entendia, mas não teria sido prudente demandar uma explicação. “Aqui está o hospital.” Ela se sentiu incrivelmente aliviada sem entender o motivo. “Tenho certeza que eles farão seus curativos. Vou lhe dar as informações do meu pai, e você pode entrar em contato com ele para o pagamento das suas despesas.”
“E você?”, perguntou lentamente o estranho. “Foi você que me atropelou. Você não deveria ser responsável por cuidar dos danos?”
Ela engoliu de maneira nervosa. “Sou apenas uma estudante. Mas não se preocupe. Meu pai vai dar o tratamento apropriado para a situação. Ele sempre o faz.” Algo quente e quase furioso tomou o olhar desse estranho. “O seu pai vai livrá-la desse tratamento?”
“Ah, não!” Ela percebeu como aquilo deve ter soado. “De maneira nenhuma. Ele vai, provavelmente, me fazer reembolsá-lo, e vai me lembrar disso por um milhão de anos ou mais.”
“Então mudei de ideia”, ele cruzou os braços sobre o peito. “Só me leve para casa, pois não quero lhe causar nenhum problema, já que você foi tão agradável comigo.” A confusão a deixou tonta. “Mas você tem certeza quer que não quer que um médico o veja? Você acaba de ser atingido por um carro.”
“Não está doendo, na verdade”, ele pareceu se encolher. “Não moro longe daqui. Só me leve de volta para o meu apartamento, e eu fico longe da sua vida.”
Flynn ficou tão desconcertada pela mudança de planos que não parou para pensar sobre o fato de que, há apenas alguns segundos, queria que esse homem saísse do seu carro o mais rápido possível. “Viro para a direita ou para a esquerda?”
“Esquerda.”
Era tão escuro nessa região. O bairro era tão velho e os prédios tão estreitos e próximos. “É perto daqui?”
“Vire à direita aqui.”
Ela fez o que foi solicitado e se viu em um beco sem saída. Estava completamente escuro agora. Havia um lixão bem à sua frente. Uma sensação corrosiva de nojo cresceu em suas vísceras. Ela olhou para o seu passageiro. Ele a encarava de volta. O efeito das luzes verdes do painel na expressão impenetrável dele era quase macabra.
“Senhor?”, ela perguntou, de forma hesitante. “O que está acontecendo?”
“Oh, Flynn”, disse ele, com uma risada grave. “Você realmente é uma inocente, não é?”
Como ele sabia o nome dela?
Ela engoliu seco, sentindo um medo real pela primeira vez na vida. Um pico de adrenalina correu em suas veias, e suas mãos tremiam ao volante. Ela colocou o carro na marcha neutra e deixou as mãos sobre o colo, para disfarçar seu desconforto. Ela iria ter que fazer uma aposta. Era a única opção, mas precisava calcular perfeitamente o tempo.
“Sabe, sempre achei vocês, americanos, arrogantes em suas noções sobre segurança”, o estranho continuou. Era como ele estivesse confessando alguma coisa especialmente importante para ela: “Você não tem segurança para si mesma, ainda assim seu pai é um procurador distrital, que consistentemente irrita as
pessoas.”
“Então isto tem a ver com meu pai?”, ela perguntou. “Então por que eu estou envolvida? Como se ele me ouvisse… Eu não consigo fazê-lo fazer alguma coisa para você. Não valho nem muito em resgate.” O homem riu, primeiro baixo, depois mais alto. “Você nem percebe seu próprio valor. Que tipo de pai permite que seus filhos acreditem nesse tipo de coisa?”, ele murmurou algo em russo. Ele pareceu distraído por um momento, como se as palavras dela tivessem mexido em uma memória que, de alguma forma, o aprisionasse. Flynn sabia que nunca teria outra chance. Abrindo a porta, se jogou para fora do carro, no meio da noite.
Capítulo Dois
Ok, isso tinha sido um tanto inesperado. Em dois tempos, Grigori havia sido deixado olhando, surpreso, para a porta aberta. Ele piscou, quando a luz do carro por um instante o cegou. Flynn havia corrido dele. Ela tinha, de verdade, corrido! Ele queria rir da sua própria idiotice autoconfiante, mas não havia tempo para isso. Abriu a porta e seguiu o barulho dos passos no asfalto. Usou suas pernas longas para correr, tentando não fazer barulho, para fazer com que a respiração irregular o guiasse em sua direção. O som parou abruptamente. Grigori parou de repente e segurou a respiração, tentando focalizar em qualquer som que pudesse ouvir. E então ouviu um ruído à sua esquerda. As sombras eram muito escuras ali, entre dois velhos edifícios. Ele se aproximou. Mantendo as mãos ao seu lado, preparou-se para qualquer coisa que viesse.
“Qualquer coisa” veio em um formato escuro e estreito, deslizando para baixo em arco, bem em direção ao seu rosto. Grigori levantou sua mão, pegando um pedaço de madeira que deveria atingi-lo na cabeça. Ele grunhiu, conforme sua mão fez contato. Para uma mulher pequena, Flynn tinha uma mira bem poderosa.
“Maldito!”, ela rosnou. “Vá embora e me deixe em paz!”
“Desculpe, princesa. Não posso fazer isso.”
“Por que não?”, ela se afastou, entrando mais profundamente nas sombras.
Ele não conseguia vê-la, mas podia ouvir sua respiração. Talvez pudesse até sentir a sua determinação.
“Venha, Flynn. Você não quer morrer, quer?”
Algo o atingiu no ombro e ele percebeu que ela estava pegando lixo do chão e atirando nele. Algo duro e fedorento o atingiu no peito, deixando um rastro desagradável em sua camisa.
“Ei”, disse ele, irritado. “Isso não é…” Outro pedaço da sujeira o atingiu direto no rosto. “Pare! É suficiente.”
Ele avançou sobre ela, não percebendo, até que já estivesse comprometido, que estava fazendo exatamente o que ela queria. O golpe o deixou vendo estrelas. Bateu bem na lateral de sua cabeça, com uma precisão impressionante.
Grigori caiu sobre os joelhos. Sua visão ficou turva, enquanto sua consciência começou a fugir. Ele realmente ira desmaiar!
“Não”, grunhiu.
Rangendo os dentes, forçou a mente a voltar a funcionar. Colocou outro joelho no chão e apoiou o peso na outra perna. Então sentiu Flynn tentando passar à sua direita. Estendendo a mão, agarrou um pedaço da roupa dela.
Ela deu um grito ansioso e tentou escapar de seu aperto tênue. Ele apertou os dedos, torcendo-os no tecido da jaqueta dela e a puxando em sua direção. Não iria desistir. Seu irmão precisava dele. Esta era a única forma de acertar as coisas, e Grigori ficaria muito bravo se um pedacinho de garoto estragasse tudo agora.
“Solta!”, ela o empurrou.
Em vez disso, ele a agarrou, envolvendo ambos os braços em torno da sua cintura, derrubando-a no chão. Ele deixou o peso do corpo inteiro cair sobre ela. Ela fez um ruído exausto enquanto o peso do corpo dele empurrava o ar dos seus pulmões para fora. Ela ainda estava lutando, mas Grigori simplesmente parou.
Ele amoleceu, permitindo que ela acabasse com o que restava de sua resistência, em uma tentativa fútil de sair debaixo dele.
“Ugh! Qual é o problema com você?”, ela chiou.
Pelo fato de ela não conseguir ver o rosto dele, ele sorriu. “Você já acabou?”
“Acabei de lutar com você? Não, nunca!”
Mas houve uma pausa, e ele a sentiu tentando recuperar a respiração. O corpo pequeno dela estava tremendo embaixo do dele, e ele começou a ficar ciente do quanto era quente e macio. Era levemente perturbador perceber que gostava de estar tão perto dela.
“Seu cheiro é bom”, ele comentou antes de conseguir se interromper.
“Meu cheiro? Você está pensando nisso agora?”
Ela estava certa, é claro. Aquela linha de pensamento era totalmente inapropriada, dadas as circunstâncias. Ainda assim, ele era homem e, acima de tudo, humano.
A cabeça dele doía. “Não foi muito bom de você me bater na cabeça com aquilo – o que era aquilo, por sinal?”
“Um pedaço de madeira, de um pallet. E vou fazer de novo, se você me der oportunidade.”
“Acho que vou precisar garantir que não aconteça então, hein?”
“Aposto que nem o bati com o carro”, ela soou irritada. “Aquilo tudo foi uma mentira?”
“Sim.”
“Por quê?”
“É complicado.”
“Digamos que eu tenha tempo.”
Não era uma proeza pequena ser sarcástica num momento como esse. Grigori ficou surpreso em notar que ele na verdade admirava a coragem dela. Ele o fazia um pouco menos indiferente em relação a ela.
“Digamos apenas que o seu pai está pagando o preço por algo que fez”.
“Meu pai é um imbecil. Ele é mentiroso e traidor. O que mais é novidade?”, ela estremeceu embaixo dele, enquanto tentava respirar fundo. “É injusto me tornar responsável pelo comportamento asinino dele.
Você não acha?”
“Depende da situação”, ele tinha quase certeza de que contar a ela seu plano inteiro não iria terminar bem. Ela estava começando a se acalmar. Ele não se importava em aborrecê-la novamente.
“Você pode, por favor, me deixar levantar?”, perguntou ela, ainda soando descontente. “Está fedendo aqui embaixo, e você é bem pesado.”
“Já que você disse ‘por favor’”, rolou para o lado e removeu uma boa porção do peso do seu corpo do torso e peito dela. E então ela o atacou novamente.
FLYNN NÃO IRIA DESISTIR. Não agora. Ela tinha um mau pressentimento em relação às intenções desse cara, que não ia embora. Dessa vez, gastou um pouco mais de massa cinzenta em seu ataque. Envolveu os dedos em torno do pedaço de madeira. Usar cada um dos músculos do seu corpo magro, ela rolou e atingiu seu sequestrador bem na região da cintura. Ele grunhiu, surpreso. Levantando o corpo, Flynn conseguiu ficar de joelhos e o atingiu novamente. Conseguiu se levantar e atingi-lo mais uma vez. Depois, colocou ambas as mãos em sua arma e aplicou toda a força que tinha guardada no último golpe.
“Vadia!”, disse ele, ofegante.
Ela derrubou o bastão bem onde imaginou que a cabeça dele estaria. “Vai se foder.”
Correndo pela escuridão, ela viu uma abertura estreita entre dois prédios. A luz passava por ali. Ela não conseguia evitar pensar que deveria haver uma rua importante logo além, um lugar que pudesse oferecer ajuda. Ela se apertou para passar pelo espaço, arranhando os braços. O pânico estava começando a se apropriar dela. Continuou esperando que alguém a agarrasse por trás. Não seria assim tão simples escapar. Não quando um homem louco estava tentando puni-la pelos crimes de seu pai. Finalmente, estava do outro lado. Seus pulmões queimavam com o esforço, e ela tentava respirar mais profundamente. Sua ansiedade a estava fazendo se sentir tonta, e ela precisava se manter consciente sobre si – agora, mais do que nunca. Olhando em torno, Flynn buscava a salvação no minúsculo pátio interno no qual havia, sem querer, se encurralado. Tinha pensado que era uma rua. Não era. Havia quatro edifícios, todos com becos estreitos. Alguns tinham lâmpadas sujas nas janelas, mas grande parte da luz vinha de um poste estranhamente claro, no centro do lugar. Atrás de si, Flynn só conseguia identificar o som de botas. Ele conhecia esta área? Estava ciente de que ela estava mais ou menos presa ali? Ela interrompeu aquela enxurrada de pensamentos. Não estava ajudando. Correu em direção a uma das outras vielas e procurou um lugar para se esconder. Então, notou que a varanda era sólida na frente, mas tinha tábuas quebradas na lateral. Agachou-se até ficar de joelhos e se espremeu para passar pelo espaço. Prendendo a respiração e tentado controlar o coração disparado, encontrou uma fenda entre as tábuas da frente para conseguir ver através e parou um pouco para esperar. Ela tinha acabado de descobrir que seu pretenso sequestrador tinha passado por ela ou desistido totalmente, quando ele resvalou entre os prédios e entrou no pátio. Ele olhou em volta, parecendo totalmente controlado. Depois, parou embaixo do poste de luz e começou a se virar em círculos lentos, tentando entender tudo. O suor pingava do cabelo de Flynn e caía no meio das suas costas. O que aconteceria se ele a encontrasse? Ele a arrastaria e faria algo horrível? Ela tinha praticamente o espancado até o fim com o equivalente a um taco de beisebol. Talvez ele estivesse muito bravo e quisesse vingança. Um som dentro do esconderijo de Flynn a fez voltar a ficar atenta. Ela olhou para as reentrâncias escuras da varanda. Para seu horror, havia dois olhos amarelos brilhantes a encarando de volta.
“Ai. Meu. Deus.”, respirou. “Sem pânico. Sem pânico.” Seu coração realmente estava acelerado agora. O que era aquilo? Talvez fosse um guaxinim, ou algo pior. Um rugido baixo fez os pelos da sua nuca ficarem de pé. E então ouviu um assovio. O barulho pelo menos era conhecido.
“Oi gatinho”, cantarolou, em uma voz que era praticamente um sussurro. “Por favor, fica quietinho, ok?” Ele assoviou de novo, dessa vez terminando com um rosnado que soava como se algo estivesse morrendo. Flynn pressionou as costas contra a madeira, indo em direção à parte quebrada da varanda. Lá fora, conseguia ver seu sequestrador olhando em sua direção, com a cabeça em riste, como se tivesse ouvido o gato. Outro rosnado, e depois outro par de olhos amarelos apareceu. Havia dois gatos ali embaixo com ela. Eles se viraram para longe de Flynn e focaram um no outro. Ela espreitou para fora do lugar, esperando que seu raptor pensasse que o barulho fosse apenas dos dois gatos brigando e não viria investigar. Talvez isso funcionasse em seu favor. Merda! Em um milésimo de segundo, começou o inferno. Os gatos se lançaram um ao outro e se tornaram uma bola de gritos, pelos e arranhões. Havia uivos e gritaria como Flynn nunca tinha ouvido. Eles batiam nas tábuas, fazendo a varanda inteira tremer. E então um gato correu diretamente em direção a ela, e o outro logo atrás. Flynn não conseguiu se conter. Gritou em agonia quando as garras do gato se afundaram em seus braços nus, quando ele tentava sair da varanda. O sangue grudento correu pelos braços de Flynn, enquanto ela se dirigia ao fundo, tentando escapar. As velhas tábuas na frente da varanda cederam, e Flynn desabou para a grama esparsa entre a varanda e a calçada. Os gatos lhe deram um último arranhão antes de sair, na lateral de seu rosto, antes de sair correndo pela noite, ainda gritando um com o outro. Flynn foi deixada deitada em uma pilha de madeira quebrada e farpas, arranhada, ferida e, definitivamente, pega.
“Bem, bem, bem”, seu sequestrador ironizou. Havia uma gargalhada em sua voz. “Não tenho certeza de quem está pior neste momento”. Ele se abaixou e pegou a mão dela, puxando-a do chão e colocando-a de pé novamente. “Eu poderia dizer que isto é carma, mas como a estou pegando contra a sua vontade, é um pouco
presunçoso de minha parte. Você não acha?”
Ela ficou embasbacada, em choque. “Você está falando sério?” “O que?”
“Carma”, ela engoliu, tentando se orientar. “Você está falando comigo sobre carma. Isto é, aparentemente, meu pagamento cármico de ter de ser filha do meu pai?”
Ele pareceu considerar isso. “Acredito que não tinha olhado para isso dessa forma. Deve ser uma droga ser você.”
Capítulo Três
“É uma droga ser eu?”
As palavras dele ecoaram na cabeça de Flynn, enquanto ela tentava se manter sentada, na parte de trás de uma van branca. Já era ruim o suficiente estar presa pelas mãos e pés, com uma sacola sobre a cabeça. Ela tinha realmente se sentido burra quando seu sequestrador bateu em uma das portas naquele pátio e recebeu as chaves da van de alguém que, aparentemente, era seu cúmplice. Flynn tinha, na verdade, conseguido chegar sozinha ao local de encontro durante sua tentativa de fuga. Ela se sentiu um fracasso total.
“Qual é o problema, princesa?”, a voz de seu sequestrador chegava até ela do assento da frente da van.
Ela não respondeu. O que poderia dizer?
“Meu nome é Grigori, por sinal.”
Grigori. Ela vasculhou sua mente, tentando se lembrar se seu pai já havia mencionado um cara chamado Grigori em algum momento. Será que ele estava na outra ponta dos negócios suspeitos dele?
Obviamente, o cara pensava que tinha sido ferrado pelas práticas de negócios do seu pai. A pior parte é isso provavelmente era verdade. Seu pai era um funcionário público facilmente passível de suborno.
Grigori parecia se sentir com vontade de conversar, mas ela não imaginava o motivo. “Tenho certeza de que você está se perguntando aonde estamos indo. E infelizmente, tudo o que posso lhe dizer é que estamos indo à igreja.”
“Igreja?”, a palavra escapou. Ela mordeu o lábio, para evitar dizer qualquer outra coisa.
“Sim, igreja. Temos um casamento para participar.”
Tudo bem, isso implorava por uma resposta da pior forma. “Oh, então me deixe adivinhar. Meu pai, de alguma forma, custou a você sua companhia para a noite, então você me sequestrou, para não precisar ir ao casamento do seu primo sozinho, e se sentir um total perdedor.”
“Quase isso.”
A palavra dele acabou com a onda de sarcasmo dela. “O que?”
“Seu pai fez com que meu irmão fosse deportado para a Rússia e que eu me tornasse um alvo para a imigração. Portanto, vou adquirir uma esposa com as conexões necessárias para me manter aqui no país.”
“Uma es... esposa?”, ela conseguiu balbuciar. “Você com certeza não está falando de mim, está?”
“Como vocês americanos muitas vezes dizem, bingo!”. Ela podia ouvi-lo rindo.
“Você não pode me obrigar a dizer ‘sim’.”
“Ah, eu posso, sim.” Ele ainda gargalhava.
Ela uniu os dentes, frustrada. “Como você vai me fazer dizer sim?”
“Ameaçando a sua irmã.”
“O que?”, um medo gelado envolveu do coração dela. “Você não tocaria na Cynthia. Você não ousaria.”
“Bom, se não conseguir fazer com que você se case comigo, tenho quase certeza de que posso assustála e fazê-la em dizer sim.” A van sacudiu, quase como se ele estivesse virando o volante para voltar pelo caminho em que eles haviam vindo “Posso ir buscá-la, para que possamos descobrir?”
“Não! Farei o que você quiser. Apenas deixe minha irmã em paz.”
“Viu? Eu disse que poderia fazer você dizer sim.”
Lágrimas de raiva inundaram seus olhos. “Que tipo de homem é você?”
“O tipo de homem que consegue o que quer quando precisa.” Ela se forçou a parar de falar. Afinal, não estava ajudando. Ela só estava alimentando o ego da fera.
GRIGORI SE PERGUNTOU SE tinha finalmente conseguido acabar com a alegria dela. Ela não diria mais nada. Ele não conseguia nem ouvi-la se mexer. É claro que foi então que lhe ocorreu que ela estivesse planejando outro ataque.
“Você sabe, acho que posso até gostar de me casar com você, Flynn”, disse Grigori, para cutucá-la ainda mais. “Você definitivamente é do tipo determinada. Na verdade, gosto de imaginar como isso pode se traduzir na cama. Quando estivermos devidamente casados, é claro.”
“Seu imbecil! Se acha que vou fazer sexo com você, está totalmente maluco!”
Ele riu. Realmente era um canalha por provocá-la dessa maneira. Ela não merecia.
Ele suspirou. “É um casamento apenas no papel, Flynn. Não espero ter direitos de marido. Pelo menos não do jeito que você pensa.”
“Que bom, pois pode nevar no inferno antes de eu deixá-lo me tocar.” E ainda assim, ele teve a sensação de que ela, na verdade, não acreditava naquilo. Que estranho. Havia
algo em sua voz que não era tão certeiro quando ele teria esperado.
“Você sabe”, disse ele, casualmente. “Você não parece assim tão convencida. Posso até pensar que você está com aquela – como é o nome? – Síndrome de Estocolmo? É isso.”
“Você é louco. Não vou me apaixonar pelo meu sequestrador e depois ir contra a lei, para garantir que ele não seja pego. Vou sinalizar para cada policial que encontrar e dizer a eles que você é um sociopata.”
“Não sou um sociopata. Um sociopata a teria matado. Ou teria conseguido exatamente aquilo que você acabou de me dizer que não quer dar. Lembre-se disso, certo?” Por algum motivo, isso era importante para Grigori. “Não sou um monstro. Sou só um homem tentando levar a vida em um mundo populado por pessoas como o seu pai.”
“Conte-me sobre isso”, ela resmungou. “Você acha que eu não sinto a mesma coisa? Você acha que eu o enganei? Como você acha que é ser filha dele?”
“Meu Deus, acabou de ver você reclamar de não conseguir ir a um show e dizer ao seu pai que é uma mulher forte, independente, que tem seu próprio emprego e vai para a faculdade, enquanto mora em casa, então não tem contas para pagar”. Ele não conseguia esconder a amargura que sentia em relação a pessoas como ela. “Tenho certeza de que é realmente horrível ser filha dele.”
“Você é igual a todo mundo”, disse ele, com uma indiferença fria. “Você pode fingir que é valentona, mas não é nada além de uma reclamona, que não ganhou um pônei de aniversário”. E então ela riu. “Lembrese de que pôneis mordem, e que nada na vida vem de graça.”
FLYNN ODIAVA QUANDO as pessoas pensavam que ela vivia uma vida encantada só porque seus pais tinham uma situação financeira confortável e seu pai era um homem importante. Eles se esqueciam de que essas coisas sempre tinham um preço. Pelo menos no mundo de Flynn. Ela provavelmente devesse estar tentando fugir. Mas não estava. Fugir não importava mais. Ela não iria deixar que ele fizesse mal à sua irmã. Nada pagaria o fato de Cynthia ser trazida para este fiasco. Principalmente desde que essa situação ridícula iria alimentar o amor de seu pai pelo drama. Esse pensamento a fez rir. E uma vez que tinha começado, não conseguia parar. Era como se seus nervos tivessem sido atingidos. Ela estava rindo, gargalhando e se mexendo, sem nem perceber por quê. O único bônus era que isso estava, muito provavelmente, assustando Grigori.
“Qual é o seu problema?”, ele perguntou suscintamente. “Cala a boca!”
“Não!” Ela gargalhou até que suas costelas começassem a doer. “Por que eu deveria? Não é como se você pudesse fazer pior do que já está fazendo. Você vai se casar comigo, e vai ser isso. Certo? Minha vida vai acabar.” Exceto pelo fato de que não iria, na verdade. Flynn começou a criar um plano na sua cabeça, um plano bastante audacioso, completamente ultrajante.
“Eu posso ganhar de você.”
Ela não comprou a ameaça dele. “Você não vai fazer isso. Se estivesse inclinado a bater em uma mulher o teria feito umas dez vezes depois de todo o problema que eu lhe causei.”
Ele resmungou algo em russo e fez uma curva tão rápida que ela perdeu o equilíbrio e caiu de lado.
Que idiota.
“Tenho uma proposta para você!”, ela gritou.
Ele riu tão alto que ela quase conseguia imaginar a expressão cáustica que ele provavelmente estava fazendo. “Você tem uma proposta para mim?”
“Sim”, ela foi devagar, tentando negociar. “Você só quer o casamento para conseguir ficar no país, certo?”
“Da. Sim. É claro. Não quero mais nada de você.”
“Bom, a imigração tem muitas regras e leis sobre esse tipo de coisa, sabe?”
“Do que você está falando?”, a voz dele soava apertada. Obviamente, ele não havia pensado nisso até o fim. Limpou a garganta, aparentemente recuperando sua compostura. “Eu caso com uma cidadã, recebo um green card e eventualmente me torno um cidadão.”
“Isso não faz seu irmão voltar, por sinal.”
“Eu vou encontrar uma noiva para ele tão logo acerte a minha situação.”
Eles fizeram outra curva fechada. Onde era essa tal igreja? Na cidade de Meio do Nada, Estados Unidos? Flynn lutava para se manter levantada. “A imigração ficou esperta com toda essa coisa há décadas.
Eles na verdade fazem entrevistas e visitas às casas para identificar se o casal está mentindo sobre o casamento ou se realmente são um casal. Eles não permitem mais aquele tipo de farsa. Então, se tentam deportá-lo e você apenas produz uma certidão de casamento, eles ainda o colocarão no próximo avião, barco ou balsa – o que quer que seja – de volta para a Rússia.” Ele começou dizendo algo em russo, rapidamente. Estava falando rápido demais para se compreender.
Ela só conseguia imaginar que ele estivesse falando palavrões. E então ele fez um barulho sibilante, e ela ouviu uma batida contra algo. O volante?
“Desculpa jogar água sobre seus planos”, disse ela, praticamente cantando as palavras. “Mas eu realmente tenho uma alternativa”. Pelo menos tinha, caso ele estivesse disposto a interferir com o pai dela, até que ela fizesse vinte e um anos e passasse a controlar seu próprio dinheiro. Faltavam apenas sete meses. Sem grandes problemas, certo?
“O que?”, ele rosnou.
“Vou casar com você, por vontade própria. E eu vou enganar os oficiais da imigração adequadamente, assim como meu pai.”
“Qual é o truque?”
“Você precisa me deixar fazer o que quiser.”
“Me desculpa?”
Ela suspirou com uma ávida expectativa. “Quero ir para a faculdade, mudar meu foco de ciências políticas para jornalismo e me tornar escritora. Não quero você respirando na minha nuca a cada segundo.
Quero gastar meu dinheiro da forma que quiser. Quero comer quando e o que quiser. Sabe, praticamente como se fosse a minha vida sem você mandando em mim a cada segundo.”
“Eu pareço o tipo de homem que possa oferecer esse tipo de abordagem liberal a um relacionamento?”, ele não parecia estar se divertindo. “Não vou ficar de longe, deixando você transar com qualquer outro homem que não eu. Mas se eu estou condenado a ser celibatário neste casamento, você também está.”
“Ok, peraí.” Ela lutava com os braços, empurrando a sacola até que seu rosto estivesse exposto. Ela precisava ver e estava com dificuldades de respirar. No fim, a coisa escorregou para trás da cabeça e ela estava livre. “Finalmente!”
“Pare de se contorcer.”
Ela mostrou a língua para ele. “Vai se foder. Você não tem o direito de dar ordens agora. Precisa de mim mais do que eu preciso de você.”
“O que?”, ela podia vê-lo se torcer no banco do motorista, como se estivesse tentando entender o que tinha acabado de acontecer.
“Você me ouviu”, ela balançou a cabeça, para tirar o cabelo da frente do rosto. “E eu não vou trair você e ferir a sua imagem masculina. Prometo. A última coisa que preciso é de alguém na minha cama de
dizendo o que fazer e pensando que pode definir as regras só porque tem um pênis.” Grigori então começou a gargalhar. Flynn ficou um pouco surpresa. Qual era o problema, então? Ela tinha deixado as coisas bem claras.
“Você está entendendo isso?”, disse ela.
“Alto e claro, princesa. Vou casar com a dona mandona. Consigo ficar neste país. Em troca, você consegue viver da forma que quiser. Você não especificou como vai pagar por essa vida que deseja viver.”
“Desculpa?”, ela elaborou, “eu tenho um emprego”.
“Então, você tem um apartamento?”
“O que? Não!”, Flynn estava começando a ver buracos em seu plano. Droga.
“Está certo, princesa”, ele sorriu pelo retrovisor. Ela odiava o fato de que o sorriso dele na verdade fazia sua barriga gelar. Ela não o achava atraente. E então ele piscou para ela. “Você pode morar comigo. Isso vai tornar toda a história mais verossímil.”
“Ah, fabuloso. Não posso esperar para ver como é a sua geladeira. Mesmo.”
Ela ainda ria quando ele pisou tão forte nos freios que ela caiu para frente e de cara no chão da van. Que início auspicioso!
Capítulo Quatro
Grigori saiu da van e tirou um momento para retomar o controle. Ele não tinha bem certeza como isso tinha acontecido, mas tinha sido basicamente tomado uma surra de uma fofurinha com olhos verdes encantadores.
“Grigori!”, Anson chamou pela porta da frente da pequena igreja branca em meio a um amontoado de árvores. “Você está mais de uma hora atrasado. Tivemos que convencer o ministro a não desistir.”
“Digamos que tivemos algumas complicações inesperadas”, Grigori nem tentou explicar quais tinham sido as complicações. Como iria parecer contar aos seus camaradas que havia sido atacado e apanhado de uma mulher de cinquenta quilos?
“O que aconteceu com o seu rosto?”, Anson dobrou a cabeça, abordando Grigori com um olhar questionador. “Foram os seguranças?”
“Gostaria que tivessem sido, mas não”, Grigori não percebeu seu tom rude. “Apenas me ajude a tirá-la da van.”
“Sem problemas, chefe.”
“Anson”, Grigori avisou.
Anson franziu a testa, e depois percebeu o que tinha feito. “Ah, certo. Desculpe-me, chefe. Não devo chamá-lo de chefe. Tudo bem que você é o meu chefe.”
“Não”, Grigori cerrou os dentes. “Yuri é o seu chefe.”
Anson grunhiu, obviamente não convencido de que Yuri Lagunov merecia estar a cargo do braço local da máfia russa da região de Richmond. Mas não haveria mais discussão, pois Anson abriu a porta deslizante da van.
Grigori respirou fundo quando a porta abriu. Ele meio que esperava que Flynn fosse surgir das profundezas da van e o atacar com algum tipo de arma que tivesse construído com o lixo nos fundos do veículo. Mas nada aconteceu, e ele rapidamente se sentiu estúpido por estar com medo.
Anson assoviou. “Ela é bonita, chefe. O senhor é um homem sortudo.”
“Obrigada”, Flynn disse delicadamente. Depois olhou para Grigori. “É bom saber que alguns dos amigos do meu futuro marido não são completos idiotas.”
Grigori ficou satisfeito em assistir Anson piscar brevemente, totalmente chocado. Então Anson se virou para Grigori e disse, em russo: “Ela é bem bocuda, hein?”
“Sabe”, ela disse em tom de conversa, “não é educado falar em outra língua de propósito, para excluir alguém da conversa, principalmente quando você nem tem certeza de que ela não fala essa língua. E sim, eu realmente sou bocuda.” Agora Grigori e Anson a encaravam, boquiabertos. Grigori conseguiu recuperar sua consciência, mas a mente estava girando. “Você fala russo?” Seus ombros se encolheram delicadamente: “Falo. Não falo bem, não chamaria de fluentemente, mas, sim, falo russo. E entendo muito melhor do que falo.”
“Olha só”, disse Anson. “Você é um homem de sorte, chefe.”
Grigori riu. “Isso ainda vou descobrir. Você disse que convenceu o ministro a ficar?”
“Ah, sim”, Anson concordou com a cabeça.
Grigori pegou o braço de Flynn e a guiou pela escada. Ele parou na varanda da frente da igreja rural.
Tirando um canivete do bolso, cortou as abraçadeiras que prendiam os pulsos dela. Ele provavelmente não marcaria pontos com o ministro se a noiva chegasse como uma prisioneira.
“Então temos um acordo?”, ela perguntou ansiosamente.
Grigori se perguntou sobre a forma como o olhar dela estava circulando no entorno. Ela estava esperando resgate, ou estava preocupada que viria? “Temos um acordo.”
“Isso é bom. Devemos nos apressar então.” Ela colocou as mãos para for a e abriu as portas da igreja, caminhando de maneira corajosa para dentro.
“Ah!”, o ministro pulou de seu lugar no banco frontal. “Sr. Pasternak! O senhor chegou”, ele lançou um olhar obscuro sobre Anson. “Finalmente.”
“Obrigado por esperar, pastor”, disse Flynn. “Como o senhor pode ver…”, ela gesticulou para a sua aparência surrada, assim como a de Grigori. “… tivemos alguns problemas com o carro no caminho.”
“Oh, minha querida, que horrível!”, o pastor estava obviamente encantado pelas boas maneiras de Flynn.
Grigori precisava admitir que a mulher era boa em colocar as pessoas à vontade. Droga, ela tinha basicamente feito isso com ele. “Se pudermos nos apressar com os procedimentos, tenho certeza de que o senhor tem outro lugar para estar. E temos planos para a lua-de-mel também”.
O pastor bateu as mãos, seus olhos se abrindo. “Ah, que maravilha! É claro! Vamos começar.”
“A versão mais curta, acho”, disse Flynn. “Estou tão animada e nervosa por me casar com o meu maravilhoso…” Sua voz hesitou brevemente com o nome dele. “… Grigori.”
“É claro, é claro!”, o pastor procurou a bíblia que havia deixado no banco. “Mas está faltando uma testemunha.”
Grigori lançou um olhar sobre seu ombro para Anson. “Onde está o Igor?”
“Chegando”, Anson olhou para seu telefone. “Está a três minutos daqui, chefe.”
“Maravilha”, o pastor olhou apressadamente da noiva para o noivo. “Acho que devemos começar, então.”
Ela se esticou e tocou levemente o pulso do pastor. “Maravilha!”
O breve contato pareceu dar ao pastor a coragem necessária para continuar. Grigori ficou chocado.
Flynn era uma artista de golpes de primeira classe. O que levou à questão: será que tudo o que estava inferindo sobre seu pai era correto? Ou ela estava aplicando um golpe em Grigori também?
“Estamos aqui reunidos, diante de Deus, para unir este homem e esta mulher no sagrado matrimônio”, o pastor começou.
Grigori conseguiu não deixar sua mente vagar muito longe. Ele também conseguiu evitar rir de espanto conforme o pastor falou e falou sobre amor e respeito. Ele havia conhecido sua noiva há menos de duas horas, e ela já havia tentado matá-lo duas vezes.
FLYNN ESTAVA AGITADA E tentou não parecer tão óbvia ao olhar para as saídas. Apesar do que seu futuro marido pudesse pensar, ela não estava pensando em fugir. Estava, na verdade, um pouco preocupada com o resgate. Os seguranças de seu pai já deveria ter descoberto seu carro abandonado agora. Ela poderia ter achado isso bem-vindo há uma hora. Mas agora que tinha um acordo com Grigori para viver sua vida sem interferências em troca da sua cooperação, não tinha interesse em retornar para a casa de seu pai.
“… e promete ser fiel na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida?” O pastor finalmente chegou à parte do “sim”.
“Sim!”, ela quase gritou. “Sim, aceito, com muita vontade, na verdade.” Pronto. Ninguém poderia
argumentar sobre a sua participação mais tarde. Não depois dessa resposta esquisita.
“E você, Grigori Pasternak”, disse o pastor. “Você aceita Flynn Callaghan como sua esposa, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias de sua vida?” Grigori a encarava. Flynn tentava encontrar seu olhar escuro, mas era incrivelmente intenso. Ela estava corando. Ótimo. Pelo menos completava a imagem de noiva corada que ela estava tentando projetar.
“Sim”, disse Grigori, com sua voz arranhada, sexy.
Espera. Ela não deveria pensar nele como sexy. Exceto agora, quando precisaria beijá-lo. Merda.
“Você agora pode beijar a noiva”, disse o pastor, com alegria.
Atrás de si, Flynn ouviu o homem chamado Anson falar com outro cara – provavelmente a testemunha que faltava – enquanto segurou a respiração e esperou o mundo acabar.
Grigori envolveu suas bochechas e se abaixou. Ela esperava sentir repulsa, mas não havia nada além de gentileza do toque dele. Seu perfume era maravilhoso. Como aquilo tudo era possível, depois dessa noite maluca? Mas era. Ela inalou com uma surpresa, sentindo mais forte o aroma masculino de especiarias, musgo e sândalo.
Ele colocou os lábios sobre os dela, e o beijo a queimou por dentro. Ela não conseguia evitar.
Envolveu os braços em torno do pescoço dele e passou os dedos pelos seus cabelos, enquanto suas bocas se uniam e ele a amava quase ternamente com sua boca.
Depois que acabou, Flynn estava com os joelhos fracos e estrelas nos olhos. O. Que. Tinha.
Acontecido?
“Oh, vocês dois fazem um casal lindo!”, o pastor parecia bizarramente feliz, dadas as circunstâncias estranhas do casamento apressado.
“Obrigada”, ela não conseguia pensar em mais nada a dizer.
A testemunha veio à frente e assinou a certidão de casamento, com um floreio. Eles discutiam entre si em um russo truncado, com seu dialeto tão confuso que ela não conseguia realmente entender o que estavam dizendo.
“Sua vez de assinar”, Grigori a deu a caneta.
Respirando fundo, Flynn colocou sua assinatura no documento, selando seu destino e a transformando basicamente em uma criminosa aos olhos de seu pai. O pastor tinha acabado de tomar um ar para começar a falar quando seus olhos se arregalaram e ele
começou a abrir e fechar a boca, como um peixe fora d’água. Ele olhava para as portas da frente da igreja, na direção oposta para a qual Flynn e Grigori olhavam. Levou menos de um milésimo de segundo para que Grigori entendesse o que estava acontecendo. Ele pegou Flynn e mergulhou para a esquerda, atrás dos bancos, quando os tiros começaram a ser disparados. Ela grunhiu em dor, pois seu ombro bateu forte no chão. Ela rolou e Grigori mergulhou atrás dela.
“Não seja estúpido”, disse ela. “Não vou fugir de você. Há uma saída ali. Vamos tentar sair por ela!” Grigori concordou, depois olhou em volta. “Anson, Igor! Onde estão vocês?”, chamou, em russo.
“Aqui, chefe”, veio a voz de Anson. “São seis, e estão armados até os dentes!”
“Vão indo para o ponto de encontro”, disse-lhes Grigori. Depois de ter descoberto muito tarde que Flynn falava russo, ele aparentemente não estava mais ignorando que os homens do pai dela pudessem falar também. O que era bom, porque havia pelo menos dois deles que realmente falavam russo muito mais fluentemente que ela.
Flynn já estava engatinhando na frente do banco, em direção à saída. Infelizmente, as botas pesadas dos seus perseguidores estavam indo em direção a eles. Seu coração batia enquanto ela previa o momento em que seria pega e arrastada para casa. E então alguém pegou sua perna. Ela balançou, preparada para lutar, mas era Grigori. Ele apontou para debaixo dos bancos.
“Passe por baixo”, ele sussurrou. “Saia pela frente enquanto eu os atraio para cá. Encontre-me no bosque atrás da igreja.”
“Ok.”
Ela não discutiu, mas não podia imaginar como ele esperava escapar. Ela ficaria viúva antes de conseguir sua liberdade, droga!
Torcendo o corpo, rolou em suas costas e agarrou a parte de baixo do banco. Ela se escorregou por baixo e começou a sair em direção à entrada da frente da igreja. Conseguia ouvir Grigori enquanto fazia manobras para sair da ação.
Grigori gritou algo em russo, e depois houve um estrondo. O pastor gritou e começou a berrar obscenidades aos homens do seu pai. Se a situação não fosse tão vital, ela teria rido. Mas era, então ela apenas precisava ficar dois metros mais longe antes de ir para casa, livre.
Utilizando laboriosamente seus braços para espremer seu corpo para fora de sob os bancos, ela rolou de bruços e ficou deitada por um instante. Não conseguia ouvir nada da cacofonia acontecendo na frente da
igreja. Grigori era, aparentemente, um especialista em táticas diversionárias, pois não havia nenhuma forma como alguém não fosse levado a qualquer coisa que estivesse acontecendo. Ela não viu uma ameaça por perto, então ficou de joelhos e depois se agachou. Usando os bancos como cobertura, apressou-se em direção às portas da frente da igreja e para fora da varanda. Infelizmente, correu em direção aos braços do principal segurança de seu pai, Teller.
Capítulo Cinco
Grigori segurou o púlpito de madeira como um ariete e o utilizou para cortar um faixa através dos homens que tentavam derrubá-lo. Ele já havia tirado duas armas das mãos deles, enviando-as girando de forma inútil para o outro lado do salão. Dois homens estavam deitados desmaiados no chão. Ele havia batidos suas cabeças uma contra a outra quando começou a briga.
“Grigori!”, chamou Anson. “Atrás de você!”
Grigori se virou, deixando seu impulso puxar o púlpito consigo até que a coisa estivesse girando pelo ar como um taco gigante. O impacto de sua arma no segurança enviou golpe no braço de Grigori. Sua mão amorteceu, mais isso não importava. Nada importava, esses caras estavam querendo pegá-lo vivo por algum motivo. Isso poderia ser uma coisa boa.
O homem que ele tinha atingido voou de costas, virando um banco e derrubando-o de lado. O pastor berrou tão alto e com uma voz tão alta que os tímpanos de Grigori estalaram.
“Pare!”, pediu o pastor. E ele estava realmente chorando. Caiu ao chão e cobriu a cabeça com os braços. “Esta é a casa de Deus! Vocês não podem brigar aqui!”
“Desculpe, pastor”, Grigori disse com um grunhido, enquanto derrubava mais um segurança. “Esses caras não parecem seguir essa regra.”
“Saiam. Daqui! Todos vocês, saiam!”, o pastor grasnou.
Grigori acenou para Anson, esperando que o homem seguisse Igor. Ele precisava que fossem para fora, para garantir que Flynn não tivesse nenhum problema enquanto estivesse tentando escapar pela porta da frente.
Uma farpa do púlpito acabou entrando no dedo de Grigori. O engraçado é que aquilo doeu muito mais do que o arranhão que havia recebido do primeiro tiro. Decidindo abruptamente que aquilo era o suficiente, pegou o púlpito e o utilizou para abrir um caminho pela porta. Ele devia ter dado aos outros tempo o bastante para sair do prédio agora.
Grigori atirou o púlpito no último segurança que estava. Seus olhos se arregalaram quando tentou desviar do míssil pesado. Ele errou, sendo atingido e caindo de costas. Seu grunhido veio junto com o choro silencioso do pastor.
Vendo a certidão de casamento no chão, Grigori a alcançou e enfiou no bolso da jaqueta. Depois foi em direção à porta lateral, que abria para um escritório. Papéis esvoaçaram para o chão quando ele bateu a porta e a trancou. Vendo um a entrada nos fundos, Grigori agarrou a mesa e a empurrou, para bloquear o corredor. Papéis e canetas caíram no chão, juntamente com um monitor de tela plana.
“Ops”, ele resmungou. “Acho que vou para o inferno por isso.” Algo pesado atingiu a porta, fazendo com que tremesse e balançasse. Era hora de sair. Grigori conseguiu sair, entrando no mato na lateral do prédio. Conseguia ouvir alguém tentando entrar no escritório do pastor, dentro da igreja, e também homens gritando na parte principal da igreja. O que ele não ouvia era a voz de uma mulher. Grigori assobiou, tentando chamar Anson e Igor. Não recebeu nenhuma resposta. Correndo pela frente do prédio, rapidamente descobriu por quê.
“Não se mexa.”
O homem segurando uma arma sobre Anson, Igor e agora Grigori era alto e magro, com a cabeça raspada e olhos inchados. Ele estava de pé embaixo de uma luz, segurando Flynn em sua frente, como um escudo. Grigori colocou as mãos para os lados, sentido a faca presa à sua cintura começar a escorregar para a posição correta.
Flynn parecia muito calma, considerando-se todas as coisas. Ela também parecia irritada. “Teller, apenas vá para casa. Isto é besteira. Estou aqui por vontade própria. Vá para casa e diga isso para o meu pai.”
“Não, muito obrigado, Srta. Callaghan”, o homem chamado Teller não parecia especialmente feliz.
“Não me importo de colher as consequências das suas ações.”
“Não é culpa minha que o imbecil do meu pai prefere enviar o mensageiro do que lidar com o problema”, Flynn encarava Grigori.
Se não soubesse de nada, teria pensado que ela estava tentando sinalizar para ele ou algo assim.
Infelizmente, ele não tinha ideia do que ela estava tentando fazer. Ele chegou mais perto, tentando conseguir o ângulo perfeito. Com a mão de Teller armada esticada e seu dedo no gatilho, haveria apenas uma oportunidade de fazer certo.
“Me desculpe”, disse Teller a Anson e Igor. “Vocês dois precisarão morrer. Três para um não é uma combinação de que gosto.”
Tudo aconteceu em câmera lenta. Teller começou a puxar o gatilho no mesmo momento em que Grigori fez sua faca ser lançada. Teller deu um grito agonizante, que terminou em um grunhido, quando Flynn enterrou o cotovelo na sua barriga. E então ela girou seu salto e executou um belo chute de frente que pegou Teller entre as pernas. Grigori, Anson e Igor todos se encolheram com o som do pé dela atingindo o saco do cara. E então Teller caiu no chão. Flynn não perdeu tempo. Apertou o pé na garganta de Teller e correu, passando por Grigori.
“Você vem?”, chamou, sobre os ombros. “Não estou com os sapatos certos para realmente esmagar uma traqueia!” Grigori encarava seus homens: “Com quem foi que me casei?” Anson riu: “Ela é gata”. Igor já estava correndo atrás dela. Grigori não tinha escolha, a não ser virar e seguir com Anson logo atrás. Esticando suas pernas longas, Grigori alcançou Flynn e pegou a sua mão. O formigamento quente do contato foi uma surpresa, assim como o seu desejo de seguir a liderança dele em meio às árvores.
FLYNN NÃO TINHA ideia de para onde estavam indo. Ela apenas sabia que precisava fugir dos homens de seu pai, o mais rápido possível. Se isso significava que Grigori era seu novo melhor amigo, tudo bem. Estava totalmente escuro e eles estavam correndo por um aglomerado de árvores com nada além da luz baixa da lua.
“Quietos”, ele ordenou aos outros dois homens, em russo. “Estamos perto.”
“Deixei o carro ali”, Igor gesticulou vagamente para um lugar na escuridão.
Anson grunhiu. “Não conseguimos ver, seu idiota. Onde está?”
“Estava bem aqui”, Igor estava apontando, mas não havia nenhum carro.
“Estamos perdidos?”, Flynn perguntou a Grigori. “Pois precisamos realmente sair daqui, antes que Teller levante do chão”.
“Não estamos perdidos”. Grigori falou em inglês, enquanto girou em círculo, olhando para cima, e depois levando sua atenção ao um ponto em algum lugar para a esquerda. “É bem aqui. Vê o buraco irregular?”
“Um buraco. Ótimo”, Anson não parecia animado. “Vamos morrer porque Igor perdeu o maldito carro.”
“Sua negatividade está acabando com meus nervos”, Flynn disse a ele. “Cala a boca ou eu vou chutar o seu saco.” Flynn não tinha certeza, mas achou que ouviu Grigori rir. E então ele começou a andar energicamente na direção oposta, levando-a consigo. Ela viu seu buraco e percebeu que ele estava certo. Era um veículo.
“Há uma estrada?”, ela perguntou, em dúvida. “É tão estúpido ser pego porque estamos perdidos. Vocês planejaram isso?”
“Da próxima vez, deixaremos você fazer o planejamento”, Grigori disse a ela. “Você parece bastante adepta a este tipo de coisa. Estou começando a pensar que você tem mais na manga do que está dizendo.”
“Que mulher não tem?”, ela sugeriu, vagamente. Ela certamente não estava dizendo tudo a ele. Não agora. Talvez nunca.
“Só entre no carro”, disse Grigori a ela. Abriu a porta do passageiro. “E mantenha a cabeça baixa.
Você será inútil se for atingida.”
“Você é tão romântico”, disse ela.
Entrou no veículo, percebendo durante o processo que era, na verdade, um jipe. Então eles estavam preparados para sair da estrada. Ou pelo menos era o que os grandes pneus, o para-choque agressivo e barras de proteção sugeriam. Isso era bom, porque ela tinha certeza de que Teller não iria desistir.
“Fiquem atentos”, disse ele a Anson e Igor. “E, por favor, não me deem um tiro na cabeça”.
“Tudo bem, chefe”, eles resmungou.
Flynn estava começando a sentir o peso da noite. Seus braços estavam arranhados do gato, assim como sua bochecha. As áreas estavam pulsando. Ela esperava não contrair raiva ou outra doença.
“Você está bem?”, Grigori olhou para ela. “Teve uma noite longa.”
Ela se segurou na barra de proteção enquanto eles balançavam em um carreador, para voltar à estrada principal. “Meu rosto está doendo”.
“Vamos fazer um médico dar uma olhada quando chegarmos em casa.”
“Onde é a casa, por sinal?”, ela bocejou. Que louco bocejar em um momento como esse.
Ele riu. “Você não tem uma casa. Eu tenho. Importa onde é?”
“Acho que não”, ela murmurou. “Você vê isso?”
Ele já estava espiando no retrovisor, então ela sabia que ele tinha visto. Apertou os lábios, parecendo brava. “Anson, atire nos pneus daquela coisa quando estiver ao alcance.”
“Certo, chefe”. Anson puxou um rifle que estava debaixo do assento e repousou o barril atrás de seu assento. O espelho lateral perto de Flynn estralou com o eco dos tiros. Ela gritou, surpresa, e se debruçou para o meio do veículo. Grigori gentilmente tocou a sua mão. Ela a empurrou para longe. Não queria nem precisava ser confortada agora, queria?
“Eles só estão procurando alvos”, Grigori explicou. E então seu retrovisor se estraçalhou também.
“Vê? Coisas reflexivas.”
“Oh, me sinto muito melhor”, disse ela, conforme Anson atirava de volta.
Houve um tiro abafado, e então as luzes atrás deles balançaram em um arco louco, quando o veículo que os perseguia capotou mais de uma vez. Flynn assistiu em choque quando ele pousou na lateral e parou em solavanco no meio da Estrada de terra.
“Próximo!”, Anson cantarolou.
“Não fique se achando”, Grigori avisou. “Tem outro vindo em nossa direção.”
Ele cuidadosamente manobrou o jipe para a margem da pista, ganhando velocidade. Anson puxou o rifle e reposicionou o barril sobre a ponta do assento de Flynn. Ela escorregou para baixo e se perguntou se ele iria acidentalmente atirar em sua cabeça.
O rifle disparou, a bala batendo no veículo que se aproximava rapidamente. E então Anson puxou o gatilho mais três vezes em uma sucessão rápida. O para-brisa do outro carro se estraçalhou, seguido pela lanterna, e finalmente o pneu estourou e a grande SUV cambaleou precariamente em direção à margem da rodovia.
“Merda, eles estão vindo em nossa direção”, Grigori rosnou. “Espera aí.”
Flynn se segurou na barra de proteção, enquanto eles passavam pelo veículo que vinha na direção deles. Eles se arranharam, o ruído do metal com metal quase gelando os ossos, conforme eles conseguiam passar. A outra SUV bateu em uma árvore e parou de repente. Flynn conseguia até ouvir os passageiros gritando, pois foram jogados para os lados e a traseira do veículo. Ela se perguntava se Teller estava entre eles e desejou que estivesse. Aquele bastardo precisava morrer, de um jeito ou de outro.
Capítulo Seis
Quando Grigori finalmente estacionou na frente da estreita casa de tijolinhos à vista no distrito histórico de Richmond, que ele chamava de lar, Flynn cochilava no banco da frente. Já passava das duas da manhã e Grigori sentia os efeitos da falta de sono também. Seus olhos estavam tão arenosos que ele sentia que os havia mergulhado a areia. Ele fez contato visual com Anson e Igor pelo espelho retrovisor. “Vocês dois fiquem de olho. Peçam a Ivan que avise vocês caso seja necessário. Quero alguém cuidando da rua o tempo todo. Não vamos correr nenhum risco.”
“Tudo bem, chefe”, Anson concordou. E então ele balançou suas sobrancelhas espessas. “Você está planejando desfrutar de sua noite de núpcias?” Igor o cutucou forte, gesticulando para Flynn. “Ela não está nem consciente, seu lerdo! Além disso, metade da noite já se foi.”
“Se vocês dois já terminaram de especular sobre a minha vida sexual”, Grigori olhou para um, depois para o outro, “podem ir se mexendo agora.”
Eles concordaram, avaliando a rua cuidadosamente, antes de sair do veículo. Isso deixou Flynn aos cuidados de Grigori. Se ela acordasse antes que ele entrasse na casa, ele quase se perguntou se ela não o castraria por tocar nela.
Ela não se mexeu quando ele a levantou nos braços. Ele a encostou contra seu peito, sentindo uma sensação desconhecida de algo macio e sentimental perto de seu coração. Não havia como negar sua admiração por aquela mulher. Ela havia passado por uma situação horrível. Na verdade, se alguém o colocasse nesse tipo de prova, Grigori iria eviscera-los. Em vez disso, era simplesmente o preço que tinha que pagar para ficar nos Estados Unidos.
“Onde estamos?”, ela murmurou, quando Igor abriu a porta da frente.
Grigori a carregou para dentro e subiu diretamente as escadas para o quarto piso, que havia convertido inteiramente em seus aposentos. “Estamos em casa. Tenho um lugar em que você pode descansar.”
Ela piscou, com seus olhos verdes abrindo apenas o suficiente para focalizar no rosto dele. Depois os fechou novamente, e pressionou o rosto contra o peito dele. Foi estranho. Não havia tensão no seu corpo por
estar perto dele. Era como se confiasse nele, o que era uma noção insana, para dizer o mínimo.
Incapaz de resistir, ele baixou a cabeça e inalou profundamente o seu aroma suave e feminino. Havia algo de selvagem no cheiro de Flynn. Os dois estavam exaustos e cobertos de ferimentos e arranhões, mas ela ainda tinha um cheiro divino. Ele viu que o arranhão na bochecha dela tinha inchado. Isso o fez seu estômago revirar de arrependimento pelo que havia acontecido. Grigori deitou Flynn gentilmente em sua cama. Tirou seus sapatos e os colocou no chão. E então foi pegar uma toalha aquecida no banheiro. Quando voltou, ela estava sentada.
“Este é seu quarto?”, olhou em volta, obviamente interessada. Ele se perguntou o que ela havia pensado sobre a madeira escura e cores neutras. Ele não tinha muitos enfeites. “Sim, apesar de eu não exigir que compartilhemos o quarto. Vou para o piso de baixo, dormirei no quarto de hóspedes.”
“Não!”, os olhos dela se arregalaram. “Quer dizer, eu aprecio isso, mas eu realmente prefiro não ficar sozinha.”
Ele podia ver que havia custado a ela admitir isso. “Eu trouxe uma toalha para a sua bochecha”, mostrou.
Ela pegou o pano aquecido e pressionou sobre o rosto. “Você pode ficar aqui comigo por um minuto?”
Grigori se apoiou na ponta da cama. Tirou as botas, esticando os dedos e suspirando aliviado. E então ele notou que ela o encarava. “Meus pés estão doendo. Os seus não?”
“Sim”, ela gemeu. “Neste momento, acho que tudo dói.”
“Só, mano.”
“Ok, essa frase soou ridícula com o seu sotaque”, ela levantou as sobrancelhas. “Você não deve nunca mais dizer isso.”
Era estranho, mas Grigori poderia jurar que ela estava flertando com ele. E então todo o semblante dela mudou. Ela baixou a toalha e encarou o sangue rosado no pano cor de areia.
“O que foi?”, disse ele.
“Tudo isso foi culpa minha”, a garganta dela se moveu quando ela engoliu. “Eles seguiram o equipamento de rastreamento no meu carro. Depois seguiram o do meu telefone.”
Ele quase pulou da cama. “Você está com o seu telefone agora?”
“Não. Eu o joguei no mato quando saímos da igreja”, colocou o rosto nas mãos. “Mas eu estava com
ele na igreja, Grigori. Poderia ter contado para você, dito alguma coisa. E não o fiz.”
“Por que não?”
“Não sei”, ela fez um som impotente e olhou para ele, com olhos enormes. “Talvez eu ainda me perguntasse se conseguiria ir em frente com isto.”
“Isto?”, ele pensou. “Nosso acordo?”
“Sim”, ela caiu de volta na cama. “Estamos casados, sabe? Isso é meio importante.”
“Não precisa mudar nada”, ele se questionou se ela estava se arrependendo.
E então ela pegou a mão dele e o puxou para baixo, praticamente em cima de si. Ela tocou o rosto dele.
“E se eu quiser mudar as coisas?”
Ele se afastou para trás, tentando colocar um espaço entre eles. Não havia se preparado para isso.
“Você só está sentindo os efeitos da adrenalina.”
“Sim, sexo de sobrevivência. Eu sei”. Ela se esticou e espalmou o seu pênis, sobre o jeans. “E é isso que eu quero, Grigori. Quero esquecer. Você é meu marido. Isso é louco e insano e posso me perguntar se perdi a cabeça amanhã de manhã, mas, neste momento, não me importo”. Ela deu um apertão na sua ereção eu inchava rapidamente com um apertão. “Por favor, vem me foder, Grigori. Por favor.”
Ele poderia ter sido capaz de dizer não, caso ela não tivesse agarrado a cara dele e puxado a boca dele para um beijo. O beijo mais cedo na igreja tinha sido eletrizante e completamente inesperado. Este foi o oposto. Ele sabia que no momento em que seus lábios se tocassem, a avalanche poderosa de hormônios e emoções faria seu cérebro se derreter por dentro.
Ele sentiu o sabor dela, escorregando a língua para dentro da boca dela e a esfregando com a dela.
Eles se agarraram um pouco, pois travaram uma guerra passional para ver quem iria liderar e quem seria liderado. E então ela se entregou, e Grigori pensou que poderia gozar ali, naquele momento.
FLYNN NUNCA HAVIA ficado tão excitada na vida! Grigori tinha um sabor masculino proibido, tentador. Ela o queria com um fervor que era quase louco. Ela se ondulou contra ele, deixando a fricção de seus corpos vestidos criar um calor que fez sua pele ferver. Seu abdômen estava quente e úmido, e ela se contorceu com desconforto em seu jeans. “Preciso ficar nua, Grigori”. Não sabia exatamente por que, mas adorava dizer o nome dele. Poderia fazer isso de novo e de novo e
nunca se cansar. Quando ela desabotoou a própria calça e ele a ajudou a deslizá-la pelas pernas, disse o nome dele novamente. Desta vez, um gemido de urgência. Ele estava maluco. Puxou a blusa dela para cima e a tirou, jogando-a para o lado. Usando os lábios, ele tracejou uma linha de beijos sobre seus seios. Depois, abriu o sutiã e o tirou, começando a lamber e sugar seus mamilos. Puxou o máximo que conseguiu dos peitos dela em sua boca, chupando-os, até que ela estivesse se contorcendo contra ele. Ela parou totalmente de pensar. Não havia nada além de uma necessidade de se aliviar. Envolveu as pernas em torno do seu corpo vestido e se esfregou contra ele. As mãos dele encontraram as reentrâncias de seu sexo. Ele escorregou os dedos pela carne úmida até que encontrou o clitóris. Circulando o pequeno botão, esfregou e esfregou, até que ela estivesse desesperada para atingir o orgasmo. Ela chegou ao clímax gritando o nome dele. Estrelas explodiram em seus olhos fechados, e ela bombeou os quadris, pois não conseguia se manter estática. Era como se estivesse fora de seu corpo. Aquilo era incrivelmente bom, mas ela queria mais. Precisava senti-lo abrir suas pernas e tomá-la daquela forma primal que somente um homem poderia.
“Grigori, você está vestido”, ofegou ela, “tire a roupa, por favor”. Ele parecia que iria argumentar, mas desistiu. Arrancando a camisa pela cabeça, atirou-a pelo quarto. Então ele estava se contorcendo para tirar a calça jeans. Ele a chutou longe, e ela o ajudou a puxá-la pelos pés. Quando estava pelado, ela deu a primeira olhada.
“Meu Deus”, disse ela. “Você é gostoso. Sério.”
Ele riu, jogando a cabeça para trás e lhe causando arrepios com o som sexy. Depois disso, Flynn não conseguiu se controlar. Ela o jogou na cama, beijando seus braços musculosos, e passou a língua pelo seu peito. Brincando com seus pequenos mamilos com os dentes, ela escorregou a mão pela barriga dele, em direção ao pênis.
Quando estava em algum lugar entre o umbigo e os testículos, ele parou de rir. E então ela agarrou com a mão aquele pau generoso e começou a acariciá-lo, da base para o topo. Seu líquido seminal formou uma gota na cabeça e ela passou os dedos por aquele líquido sedoso. Olhando para o rosto dele, limpou o fluido dos dedos com a boca, e assistiu aos olhos deles se encherem de desejo.
“Você me quer?”, demandou.
“Ah, como quero.”
Ela o cavalgou, sentindo-se mais no controle do que nunca em sua vida. Foi glorioso. Flynn jogou a cabeça para trás e sentiu o seu cabelo tocar a sua cintura. Estava nua, esfregando sua vagina úmida sobre o pau de um quase estranho. A sensação de liberdade era inebriante. Levantando-se para ficar de joelhos, colocou a mão entre eles para agarrar o membro ereto. Ele congelou. E então ela suavemente esfregou a ponta dele contra a sua abertura. Ele agarrou seus quadris com as mãos, esperando que ela tomasse a decisão. A escolha pertencia a Flynn, e ela estava feliz por isso.
“Esta escolha é minha”, ela disse, quase sem fôlego. “Eu quero você e vou ter você. Entendeu?”
“Então me tenha”, a voz dele era grave.
Ela se empalou em um longo golpe. A pressão do pênis grosso escorregando profundamente em seu canal a deixou ofegante. A intimidade emocional do momento era quase mais chocante do que a física. Ela nunca havia se sentido tão conectada a ninguém na vida.
Balançava para frente e para trás contra ele. Cada golpe fazia seu clitóris se esfregar contra a base do pênis dele. Seus músculos queimavam e ela sabia que estava perto de perder o controle. E então percebeu que ele também. Seus olhos estavam quase se fechando, de um jeito sexy. Seus lábios quase abertos e os músculos do rosto tenso de prazer – era quase a realização de todas as suas fantasias.
O alívio final explodiu dentro do corpo dela. Ela arfou e estremeceu quando as convulsões de seu clímax assumiram tudo. As palmas de suas mãos descansaram sobre o peito dele, enquanto ela se esfregou ainda mais forte sobre ele. E então ele gemeu e impulsionou seu corpo. A pressão e fricção eram incríveis. A sensação a percorreu em uma pequena réplica trêmula de prazer quando ele despejou sua semente profundamente em seu ventre.
Flynn desmontou no peito de Grigori, sua respiração rasgada e sua pele úmida de suor. Ela podia ouvir o coração dele trovejando no peito. De alguma forma, era maravilhoso saber que tinha feito esse homem ficar de joelhos com prazer – por assim dizer.
“Uau”, ela murmurou, com um suspiro. “Acho que acabei de morrer.”
“Da.”
“É só isso que você tem a dizer?”, ela encostou o queixo sobre o peito dele e o encarou.
Ele sorriu: “Você roubou minhas palavras.”
“Acho que essa é uma desculpa aceitável”, um bocejo a pegou de surpresa. Grigori envolveu os braços em torno do corpo dela e deu um beijo leve no topo de sua cabeça. “Você
precisa descansar.”
“Fique comigo”, ela sussurrou. “Não vá”.
“Não vou a lugar algum”, ele prometeu.
Capítulo Sete
Flynn rolou para o lado e imediatamente desejou que não tivesse. A luz era horrivelmente clara. Ela tentava relembrar porque não tinha fechado as cortinas como normalmente faria na noite anterior, mas foi exatamente quando a noite inteira veio de volta, com toda a finesse de um trem sem freios. Ela sentou reta na cama, olhando selvagemente pelo quarto esparsamente mobiliado. Onde estavam suas roupas? “Grigori?” Era impossível decidir se ela se sentia aliviada ou horrorizada quando ele apareceu na porta do banheiro com uma escova de dente pendurada na boca: “Estou aqui.”
“Ah, ok. Certo”, ela puxou rapidamente o lençol e o puxou sobre os seus seios nus. “Estamos casados. Certo?”
“Sim.”
“Algumas coisas estão confusas, mas pensei que lembraria disso claramente.” Ela pausou por um momento e depois colocou a face entre as mãos. “Meu pai vai me matar.”
“Você parece ter duas opiniões sobre isso”, ele disse, de forma enigmática.
“O que?”
Ele mergulhou de volta no banheiro, e ela o podia ouvir enxaguando a boca. A natureza mundana da atividade a fez rir.
“O que foi?”, ele saiu do banheiro vestindo nada além de uma toalha.
Ela precisou forçar sua mente para pensar sobre alguma coisa além do que estava embaixo da toalha.
“Você tem todo o jeito de gângster. Eu simplesmente não tinha percebido que homens que jogam facas e participam de perseguições de carro em alta velocidade em estradas sujas no meio do nada também se preocupam com a higiene oral.”
“Todo mundo deveria se preocupar com a higiene oral”, disse ele com uma certa severidade. “É muito importante.”
“Ah é? Bom, também é muito importante o que meu pai vai fazer comigo quando me encontrar.”
“Ontem à noite você parecia bem confiante de que podia me usar para conseguir o que queria do seu pai e vice-versa”, ele dobrou a cabeça para o lado. “Por que mudou de opinião?”
“Ele enviou um telegrama para você hoje de manhã.”
“O que?”, ela ficou tão espantada que se esqueceu de cuidar do seu protetor de seios. Ofegante, puxou o lençol mais uma vez. “Desculpe, não pretendia me exibir para você”.
“Noite passada você estava implorando para que eu olhasse”.
“Por favor, não fale sobre isso”, ela pegou um travesseiro e o utilizou para cobrir o rosto. “Agi como uma vagabunda total.”
“Estamos casados. Não tem essa de vagabunda.”
Ela riu, pois quem não riria ao ser surpreendido com essa declaração ridícula? “Ok, agora sério. Você está dizendo que recebeu um telegrama? Eu nem sabia que eles existiam ainda.”
“Não é uma coisa de uso normal, se é isso que você está se perguntando”, sua expressão se tornou pensativa. “Ele quer encontrá-la para almoçar hoje.”
“Espera”, ela percebeu o que ele estava dizendo. “Você leu minha correspondência?”
“É claro. Você estava dormindo e eu precisava garantir que não era algo que evolveria mais balas”, ele não parecia arrependido.
“Acho que é razoável”, ela apertou os lábios e franziu bem a testa. “Mas da próxima vez, peça.”
Ele deu de ombros, e ela entendeu que era um pedido insignificante pelas regras dele. “Se for importante, tentarei me lembrar.”
“Ok, obrigado. E você poderia sair para que eu possa me vestir?” E então ela percebeu que não tinha roupas. “Droga. Como devo ir encontrar meu pai se não tenho roupas?”
“Pedi para Anson lavar as roupas que você usou na noite passada”, ele na verdade parecia se desculpar dessa vez, enquanto levantava e observava a pequena pilha em cima da cadeira. “É o melhor que podemos fazer.”
“É ótimo, na verdade. Eu agradeço.”
Ele começou a sair e Flynn percebeu, com uma sensação de pânico, que não queria que ele saísse. “O que você faz, na verdade, para viver?”, perguntou rapidamente.
“Sou um assassino.”
Se Grigori não tivesse olhando bem em seus olhos, ela pensaria que ele estava brincando. “Tipo ‘contrate seu assassino particular’”?
“Não, sou um assassino da máfia. Sou especificamente empregado pelos cartéis russos de Moscou e
dos EUA. Então viajo bastante.”
“Ai meu Deus”, ela começou a hiperventilar, mesmo que nunca tivesse feito isso antes.
“Ei”, ele sentou ao seu lado na cama e gentilmente acariciou suas costas. “Está tudo bem. Você sempre será bem-vinda em viajar comigo quando eu for, se desejar.”
“Você acha…”, ela respirou bem fundo, “… que é por isso que estou surtando?”
“Se você está surtando porque eu mato pessoas para viver, então devo relembrá-la de que você chutou as bolas de um cara tão forte que os netos dele provavelmente sentirão. Isso logo depois de pisar na garganta dele e reclamar que seus sapatos não eram pesados o suficiente para acabar com a traqueia dele. Foi brutal.
Pelo menos eu atiro nas pessoas com armas e faço um trabalho limpo”, ele teve a audácia de parecer descontente.
“Sim, mas isso foi uma vez só!”, ela tentou se conformar com o fato. “Eu me casei com um matador!”
“Um matador pago, mas sim. Acho que sim.”
“Por que você é tão normal?”
Ele riu, seus olhos escuros brilhando com alegria. “Ontem você me acusou de ser um sociopata.”
“E você, de maneira muito eficiente, acabou com essa ideia”, ela gemeu. “Ugh! Nunca mais vou usar essa frase. E se for verdade?”
“Vista-se e desça para tomar café da manhã. Você vai se sentir bem depois de comer.”
“Você vai me deixar aqui assim, com essa informação? Você não precisa me matar?”, ela estava realmente começando a se preocupar agora. No que havia se metido?
“Se alguém me perguntasse qual mulher eu mais admiro no mundo, Flynn Pasternak, eu diria que é você”, ele deu uma piscadela e depois saiu do quarto. Ela o ouviu descer as escadas com uns passos quase saltitantes.
CONSIDERANDO-SE TODAS AS COISAS, Grigori estava se sentindo muito bem esta manhã. Sentou-se para tomar café com Anson e Igor e lhes ofereceu um sorriso agradável. Anson o olhou com suspeição. “Onde está sua noiva?”
“Flynn ainda está se aprontando”, Grigori encheu o prato com ovos e torradas. E pegou duas fatias de bacon. Ele adorava o café da manhã americano, mas às vezes ainda sentia saudade da crocância de um blini. Igor enfiou meio prato de ovos mexidos na boca. “Ivan ainda está cuidando lá de fora, chefe”.
“Obrigado”, Grigori checou o relógio. “Acho que precisaremos nos manter atentos por mais algumas horas. Ou pelo menos até encontrarmos o pai de Flynn e soubermos quais são seus planos.”
“Você acha que ele vai tentar levá-la de volta?”, Anson soou preocupado. Grigori encostou-se à cadeira e deu uma olhada longa e lenta para Anson. “Você está ficando horrivelmente possessivo com minha mulher.”
“Eu gosto dela.”
“Isso é compreensível”, disse Grigori. “Mas mantenha suas mãos longe.”
Anson olhou para Igor: “acho que o chefe gosta dela.”
“Da”, Igor respondeu em russo. “Ele está se tornando excessivamente apegado a uma mulher que deveria ser um meio para um fim. Isso vai ser estranho.”
“Os planos mudam”, Grigori murmurou.
“O que?”, Igor entortou o rosto. “Yuri não vai gostar disso. Você falou com ele?”
“Ainda não.”
“E quando irá fazê-lo?”, Igor se apressou. “Ele vai cortar suas bolas.”
Flynn entrou na sala de café, com cheiro de flores e uma aparência de como se não tivesse havido insanidade na noite anterior. “Acho que precisamos parar de fazer coisas ruins com as bolas das pessoas. Há muita discussão sobre bolas acontecendo ultimamente.”
“Concordo”, Grigori apontou para ela. “Escutem a moça. Ela sabe do que está falando.”
Igor resmungou algo amargo e sombrio em russo.
“Não”, Flynn disse lentamente. “Não acho que isso seja possível fisicamente.”
Grigori e Anson caíram na gargalhada, apontando para Igor, que agora estava ficando ruborizado.
Grigori bateu nas costas do velho amigo, tentando trazer de volta a noção de camaradagem que normalmente existe entre os três e Ivan.
“Quem cozinhou?”, Flynn olhou para mesa cheia de comida. “Está lindo e com um cheiro delicioso.”
“Quem cozinha é o Ivan”, explicou Anson. “Ele está lá fora.”
“Então você é o Anson”, ela apontou para ele, e fez a mesma coisa com Igor: “E você é o Igor.”
“Sim”, disseram eles em uníssono, balançando as cabeças afirmativamente.
“Vocês são irmãos?”
“Primos”, respondeu Anson.
“Isso explica serem parecidos”, disse ela. “Posso me sentar?” Grigori se levantou e puxou uma cadeira. “Por favor”.
“O assassino tem boas maneiras, que diria?”, ela resmungou.
“Você ainda está brava com isso?”, Grigori se perguntou por que isso era tão importante. “Se eu fosse militar e minha função fosse ser atirador, você iria se incomodar?”
“Não.”
“Qual a diferença?”, questionou Grigori, começando a se sentir insultado pelo fato de ela não respeitar sua posição na organização.
Igor olhou para ela de forma suspeita. “Grigori é um homem muito importante na máfia. Ninguém pode fazer as coisas que ele faz. Ele é muito respeitado.”
“Não estou discutindo isso”, disse Flynn rapidamente. "acho que é difícil se conformar com o fato de que eu me casei com um matador profissional.”
“A bobinha vai mudar de ideia quando vir a sua conta bancária, aposto”, Igor disse essas palavras em russo, esquecendo-se novamente de que Flynn normalmente conseguia entender todas as palavras que ele dizia. E então ele percebeu e gemeu: “Por que você não me chuta ou algo assim?”, perguntou a Anson.
“Provavelmente ele está fazendo você aprender uma lição valiosa sozinho”, sugeriu Flynn. “E eu tenho uma conta bancária própria também. Não preciso da conta de Grigori, muito obrigada.”
“Você fica falando isso”, Grigori reclamou. “Você já disse isso noite passada, que você tem seu próprio emprego. Você ganha muito, ou algo assim?”, ele se perguntou se havia algum segredo que ele ainda não havia descoberto sobre sua noiva estranha e impetuosa.
Ela parecida estar agitada, como se não quisesse responder. Colocou os ovos no prato e começou a passar manteiga na torrada cuidadosamente.
Finalmente, ela deu um rápido suspiro. “Se você precisa mesmo saber, eu e minha irmã não temos a mesma mãe.”
Grigori sentiu suas sobrancelhas se levantarem, em choque. Não podia imaginar por que não havia descoberto esse fato enquanto fazia sua pesquisa.
“Não fique assim tão chocado”, ela o repreendeu. “Não é um fato conhecido. Minha mãe morreu quando eu tinha três anos. Meu pai se casou logo. Mas minha mãe foi também uma herdeira.”
“Então você recebeu uma herança dela”, Grigori sugeriu. “Então por que aquele discurso sobre
liberdade ontem à noite? Se você tem o dinheiro, pode fazer o que quiser.”
“Não exatamente”, ela enfiou metade da torrada na boca. “Não terei o controle de meus fundos até fazer 21 anos.”
“Ah”, Grigori percebeu agora por que ela tinha concordado com o plano dele. “Então você precisa que eu lhe ajude a se manter independente até que você possa pegar a sua herança.”
“Exatamente.”
Por algum motivo, isso não caiu bem para ele. Se estivessem sozinhos, ele teria lhe perguntado por que ela se deu ao trabalho de transar com ele, se tudo o que queria era proteção. Mas esse não era o momento para essa discussão.
Ela limpou a garganta. “Então, alguém vai me dizer o que faremos quando encontrarmos meu pai?”
“Nós vamos com você?”, Anson perguntou ansiosamente.
Ela deu tapinhas na mão dele: “Eu nem pensei em ir sozinha”.
Grigori apertou o olhar, notando que mais uma vez ela tinha usado um pouco de contato físico para reforçar uma emoção que estava essencialmente implantando na mente de alguém. Era brilhante, mas ele não conseguia identificar se era intencional.
“Vamos sair assim que terminarmos aqui”, Grigori disse a ela bruscamente. “Ele quer encontrá-la na frente da sua universidade.” Ela não pareceu surpresa: “É claro que quer. O idiota.”
Capítulo Oito
A área de Commons, na Universidade de Georgetown, fervilhava com estudantes e professores levando a vida normalmente. Flynn se sentia estranha em pé na praça central, esperando seu pai aparecer para uma reunião bastante pública, em um lugar bastante público. Para qualquer um que observasse, parecia estar sozinha. Mas sua trupe de mafiosos russos de confiança estava, na verdade, a uma pequena distância. Ela também tinha aula em dez minutos, e era tão tentador apenas se virar e entrar no prédio. Poderia sentar na sala e esquecer que tudo isso estava acontecendo – mas a aula era sobre a história da ciência política dos EUA, e eram os noventa minutos mais entediantes da sua semana.
“Aí está, minha querida filha”, seu pai se aproximou com um sorriso colado ao rosto. Infelizmente, a expressão não combinava com seus frios olhos azuis.
“Olá”, disse Flynn, com uma indiferença. E então ela olhou para Teller: “estou bem surpresa em vê-lo bem e andando por aí esta semana, Teller. Da última vez que nos encontramos, lembro que você estava rolando no chão”.
Seu pai esticou um braço para impedir Teller de atacar. Obviamente, o cara ainda estava dolorido, pelo golpe nas bolas que tinha recebido dela. Literalmente, ela apostaria.
“Já deu, Teller”, seu pai falou com prazer. Ele sorria livremente para qualquer um que olhasse para o grupo com curiosidade.
“O que você quer?”, Flynn questionou. “Não quero joguinhos. Por que você está aqui?”
“Pasternak não é nada além de um mentiroso.” Pelo menos seu pai não perdeu tempo. “Ele quer você por um motivo, só isso.”
“Sim, eu sei”, ela balançou a mão, para indicar que já havia ouvido tudo. “Ele precisa de uma esposa para ficar neste país, para conseguir um green card e, eventualmente, se tornar cidadão e descobrir uma forma de trazer seu irmão de volta para cá.”
Seu pai pareceu mais surpreso do que nunca, o que significava que a pele em volta de seus olhos se contraiu ficando tão fina quanto um fio de cabelo. “Ele não é nada além de um cara financiado pela máfia.”
“Sim, eu sei. Matador profissional. Entendi.” Ela balançou a cabeça afirmativamente. “Algo mais?”
“O que você está fazendo?”, agora ele implorava. Era uma escolha interessante, considerando a
história deles juntos. “Você vai jogar sua vida no lixo por este homem! Teller afirma que você estava lá por
sua própria vontade. Você enlouqueceu?”
“Talvez”, Flynn deu de ombros. “É difícil dizer. Estou tão embebida com a alegria de estar fora da sua casa, que não sei nem o que fazer com o meu tempo.”
“Criança mimada!”, ele se irritou.
“E o procurador distrital Callaghan verdadeiro se revela, finalmente”, ela provocou. “As pessoas sabem como você é de verdade? Sempre me pergunto.”
“É melhor você não estar mentindo”, ele ameaçou. “Não vai importar quem irá protegê-la. Se tentar acabar com minha reputação para os seus objetivos egoístas, acabo com você.”
“Sou sua filha”, Flynn disse a ele de maneira triste. “É assim que você fala com a sua própria filha?”
“Nunca tenho certeza, você sabe.”
“Sim, eu sei”, ela ouvia essa história desde que tinha idade suficiente para compreendê-la. “É por isso que você ama Cynthia muito mais do que eu. É por isso que ela não é vítima do seu mau humor ou de sua violência ao acaso.”
Ela não tinha reparado que havia dito isso em voz alta até que Grigori apareceu ao seu lado. Ele era alto, largo e poderoso. Na verdade, ele exalava superioridade masculina. Teller procurou sua arma, mas Grigori colocou um dedo no ar e o balançou de um lado para o outro.
“Você me mata, meus amigos vão matar você e seu chefe. Entendeu?”, e então Grigori colocou o braço em torno de Flynn.
Foi estranho, mas na verdade ela se sentiu bem ao ser acolhida ao seu lado. Ele era um porto em uma tempestade.
“Já terminei de falar com você, pai”, ela disse ao homem a quem ela sempre se referia, em segredo, como doador de esperma. “Você nunca me quis, de qualquer maneira. Não sei por que se importa agora.”
“Cuidado”, disse seu pai, sorrateiramente “Você está jogando fora exatamente a conexão familiar que fez este homem querer você em primeiro lugar.”
“Sobre o que você está falando?”, ela estava cansada de seu discurso dúbio. “Pode me dizer o que quer de uma vez?”
Grigori suspirou. “Ele está tentando dizer que eu estava esperando forçá-lo a trazer meu irmão de volta, fazendo você de refém.”
Foi como um balde de água gelada na sua cara. Flynn engoliu o caroço seco que apareceu de repente em sua garganta. “Então, não sou suficiente para satisfazer seus objetivos?”, perguntou a Grigori.
“Não foi isso que eu disse”. Grigori balançou a cabeça afirmativamente para o seu pai. “É isso que ele está dizendo.”
“Mas é verdade”, seu pai insistiu. “Pergunte a ele sobre o recado que ele me enviou ontem.”
“Você mandou?”, ela perguntou baixinho.
“Da.” Ele não se importava de esconder nada, o que na verdade a fazia se sentir melhor.
Ela ria de maneira amarga. “Obrigada novamente, pai, por garantir que eu duvidasse do meu próprio valor. É na verdade um ótimo talento que você tem.”
“Flynn, pense nisso”, seu pai disse com urgência. “Você realmente precisa parar e pensar. Ele é um assassino. Vamos matá-lo em algum momento.”
“Ou talvez ele o pegue primeiro”, ela disparou de volta. “Todo mundo more. Aprendi isso bem cedo, lembra?”
Teller limpou a garganta. “Srta. Callaghan, é melhor repensar essa estratégia de ação. Temos uma equipe pronta para protegê-la agora.”
“E então?”, ela olhou para Teller como se ele fosse algo que ela encontrasse na sola do sapato. “Como se não esperássemos isso ou outra coisa, sua víbora.”
“Senhorita”, começou Teller.
Ela o mandou ficar quieto, apertando os dedos e fazendo um som de zíper na boca. “Meu Deus, sempre tive vontade de fazer isso! Acho que devo agradecê-lo Teller. Você tornou possível para mim compreender porque o emprego de assassino profissional é necessário. Caso eu tivesse o dinheiro, contrataria alguém para acabar com você agora mesmo.”
“Isso é uma declaração de intenção!”, disse Teller, eagerly. “Podemos prendê-la com base nisso.”
“Não. Eu disse se tivesse dinheiro”, ela sorriu docemente. “Todos sabemos que ainda não tenho. Lembra?”
GRIGORI ACHOU a reação do seu pai à sua declaração foi extremamente estranha. Por que o homem deveria se importar se sua filha teria acesso à sua herança em pouco menos de um ano? Ele tinha seu próprio
dinheiro, certo?
“Chega”, disse Grigori a Flynn, mantendo sua voz baixa. “É hora de ir.” Seu pai parecia em pânico. “Flynn, espere!”
“Já esperei”, o tom de voz de Flynn pareceu ter um impacto profundo no procurador. Callaghan na verdade parecia que iria chorar.
Grigori se sentiu terrivelmente exposto em público. Ele sabia que seus homens estavam armados e cuidando, mas qualquer assassino que valesse alguma coisa sabia que isso não importava. Um movimento na praça central chamou sua atenção. Era Anson. Ele corria, na verdade vinha em disparada, diretamente na direção deles.
A adrenalina percorreu as veias de Grigori. Anson gritava algo em russo, mas Grigori não conseguia entender. Não importava.
Pegando a mão de Flynn, ele foi para longe do pai dela e de Teller. Em sua defesa, Flynn não hesitou.
Em segundos, estava correndo ao lado dele, seu cabelo marrom avermelhado fluindo atrás de si. E então Grigori ouviu o que Anson estava gritando.
“Atirador!”, Anson gritou. Agora estava apontando para um telhado.
Grigori saiu em ângulo e começou a ziguezaguear entre bancos, latas de lixo e arbustos. Mas era tarde demais. Ele não ouviu o som de um rifle, mas sentiu Flynn cair ao seu lado.
O que?
Ela gemeu, quase o puxando para baixo com o a força que segurava a mão dele quando tentou continuar correndo. Seus olhos verdes eram enormes e uma mancha vermelha começou a se espalhar em seu ombro.
Pegando-a nos braços, Grigori continuou a correr.
Ele nunca havia se sentido dessa forma antes. O sangue dela encharcava a camisa dele. A umidade quente e grudenta fazia o tecido grudar em seu peito. Ele virou a esquina de um velho edifício de tijolos.
Havia gritos em todos os lugares, com alunos e professores correndo para se proteger. Não havia dúvidas de que o procurador esperava usar esse tiroteio como apenas mais um ato de terrorismo no campus de uma universidade.
Mantendo-se disfarçado em um grupo de homens que se escondiam em uma esquina da praça central, Grigori utilizou os civis como proteção enquanto tentava decidir o que fazer. Precisava conseguir atendimento médico para Flynn. Ela tinha desmaiado em seus braços, sua cabeça solta apoiada em seu peito.
“Ai meu Deus!”, alguém gritou. “Esta garota levou um tiro!” Alguém estava com o celular e tentava falar e enviar mensagens de texto ao mesmo tempo. “Já liguei para 911. As linhas estão todas ocupadas.”
“Quantos tiros você ouviu?”, perguntou outro estudante. A outra pessoa respondeu: “Não sei, talvez uns doze?” Perfeito. Pelo menos Grigori não precisava se preocupar se esse acidente estava de alguma forma ligado a ele. As histórias já seriam tão variadas e fantásticas que a polícia nunca conseguisse entender o que tinha realmente acontecido.
“Posso ajudar?”, um jovem que estava perto foi em direção a Flynn.
Grigori franziu os lábios. Ninguém iria tocá-la, se dependesse dele.
“Sou estudante de medicina”, o jovem explicou.
Grigori mudou de ideia. Fazia sentido. “A bala passou direto, mas ela está sangrando.”
“Deite-a”, o jovem entrou no “modo médico”. Colocou sua mochila embaixo da cabeça de Flynn e começou a examinar seu ombro.
Quando fez um pequeno ruído de dor, Grigori quase acabou com o cara. Ele tinha que segurar seu punho para manter o controle. Foi quando Igor apareceu, com Ivan logo atrás.
“Chefe?”, disse Igor, em russo. “Eles miraram nela. Flynn era o alvo.”
Grigori havia se questionado sobre isso. “O pai dela estava agindo de maneira estranha. Talvez soubesse que isso iria acontecer.”
“Mas por quê?”
“Acho que tem a ver com o dinheiro”, Grigori não tinha todas as pistas ainda, mas teria. “Ninguém tenta matar minha esposa e fica impune.”
“Parece que Anson derrubou o atirador deles.”
“Onde está Anson?”, Grigori quase odiou perguntar.
Igor suspirou. “Nós nos separamos, mas o vi correr como nunca na outra direção. Ele vai nos achar em nosso ponto de encontro, tenho certeza.”
“Espero que sim”, murmurou Grigori.
Enquanto isso, o estudante de medicina puxou o que parecia ser um par de meias limpas. Utilizava uma garrafa d’água para limpar o ferimento. E então pareceu que iria usar o resto das meias para cobri-lo.
“Não é o melhor trabalho de bandagem”, explicou o aluno. “Mas vai evitar que ela sangue até a morte. O ferimento está limpo. Não parece ter destruído nada dentro do ombro dela, mas ela deveria, definitivamente, consultar um médico e verificar se houve dano aos ossos e tendões.”
“Obrigado”, Grigori puxou sua carteira e deu ao aluno uma nota de cem dólares. “Mantenha sua boca fechada, caso alguém pergunte.” Os olhos do estudante se arregalaram ao ver o dinheiro. “Sem problemas, cara.”
“Quando ela vai acordar?”, Igor perguntou ao jovem, lembrando-se de falar inglês.
Ele franziu a testa. “É difícil dizer. Se ela desmaiou por causa da perda de sangue, pode precisar de uma transfusão, mas duvido. Quando o corpo estiver pronto, ela vai acordar. A menos que tenha sido atingida na cabeça.”
“Não que eu saiba”, Grigori disse, sentindo-se aliviado. “Estava acordada em um momento, e desmaiou no outro.”
“Então provavelmente é pressão baixa”, o aluno balançou a cabeça. “Vai acordar quando o corpo recuperar o que precisa. E estará cansada e com sede.”
“Chefe, precisamos ir até lá”, Ivan tocou o braço de Grigori. “Teller e seus homens estão varrendo a área. Vejo um deles vindo para cá agora.”
Grigori notou uma viela estreita entre os prédios, que pareciam levar em direção ao estacionamento.
“Vamos para aquele lado agora. Vamos pegar Anson e ir para casa, para a gente se reorganizar.”
Capítulo Nove
Flynn experimentou piscar, tentando entender por que estava deitada de costas na cama. Ela nunca dormia de costas, era desconfortável. Mas quando tentou rolar para o lado direito, uma dor agonizante atravessou seu ombro, indo até a ponta dos dedos. A onda de dor fez tudo formigar.
“Grigori?”, gritou, sabendo exatamente onde estava, mas não se lembrando de como tinha chegado lá. Ele apareceu na porta. "Eu estou bem aqui." Ela olhou para sua aparência desgrenhada, mas bonita, e brevemente pensou que deveria haver alguma explicação maluca para o fato de que se sentia tão atraída por um homem que, teoricamente, deveria odiar. Então ela percebeu como ele parecia preocupado. Havia círculos escuros sob seus olhos, e seus braços estavam cruzados de forma tensa sobre o peito. Sua calça jeans estava salpicada com algo perturbadoramente parecido com sangue, e ele tinha trocado a camisa azul que vestia antes para uma camiseta preta simples. Ele entrou no quarto e sentou-se ao lado dela. Apertou os lábios e apareceu para lhe dar uma examinada completa, da cabeça aos pés. "Como está se sentindo?"
"Bem, acho." Em seguida, ela tentou se sentar e precisou reavaliar essa afirmação. "Dolorida, na verdade. E minha cabeça dói. O que aconteceu?"
Algo em sua expressão lhe dava dicas de que ela não iria gostar da resposta. Seu estômago revirou.
Lembrou-se de ter se encontrado com seu pai. Teller tinha feito algumas ameaças. Então Anson tinha gritado e eles correram. Suas lembranças apenas desapareceram depois disso.
"Alguém tentou matá-la, Flynn", Grigori disse calmamente. "Eu acho que foi seu pai, mas não posso ter certeza de por que ele faria algo assim."
A sensação de aperto de horror misturado com tristeza se alojou em suas entranhas. Seu pai tinha tentado matá-la? Ela colocou o rosto entre as mãos para esconder a vergonha.
"Alguém atirou em você de um telhado. Você se lembra?"
"Não muito, mas isso explica por que meu ombro dói absurdamente." Então ela baixou as mãos e torceu a cabeça, tentando ver a lesão.
"Você vai se machucar."
"Eu fui ao hospital? Quem cuidou disso?" Ela vasculhou o seu cérebro, tentando se lembrar.
"Havia um estudante de medicina se escondendo na esquina do prédio com a gente. Ele cobriu o ferimento. E então viemos para casa e Ivan refez o curativo com algo além de meias.”
"Espere. Você acabou de dizer meias?" Seu cérebro não conseguia nem processar esse absurdo. "Meu ombro estava envolvido por meias?"
"Usamos o que tínhamos." Ele deu de ombros, então ela fez o mesmo.
"Eu vou ficar bem?", foi estúpido perguntar isso, mas ela realmente não sabia nada sobre ferimentos de bala.
"Vai depender se seu pai vai fazer outra tentativa de matá-la. Flynn, por que ele faria isso?”, Grigori acariciou seus cabelos. O toque era tão suave. Ela não queria que ele parasse.
"Ele quer o dinheiro. Meu pai é um procurador distrital dos EUA, mas tem aspirações políticas muito além disso. Ele quer se candidatar a uma cadeira no Senado, o que exige dinheiro."
"Eu pensei que os políticos se vendessem para seu círculo eleitoral, a fim de obter fundos de campanha." Ele parecia se divertir com esse conceito.
"Tipo isso. Você tem que ter dinheiro suficiente para iniciar uma campanha." Ela pensou em todas as brigas e toda a pressão ao longo dos últimos anos. "Mais ou menos como aquele velho ditado que você tem que gastar dinheiro para ganhar dinheiro, sabe?"
"Então, ele quer sua herança para financiar a campanha?" Ele parecia estar trabalhando essa ideia na cabeça. "Quanto dinheiro sua mãe deixou para você?"
"Vários milhões de dólares." Flynn limpou a garganta. "Ok, algo como mais de dez milhões."
As elegantes sobrancelhas escuras de Grigori se ergueram em surpresa. "Isso é certamente a motivação para o assassinato, mas matar sua própria filha? Isso é desprezível."
"Eu tenho que admitir que não me surpreende muito." Ela contornou com o dedo a estampa do cobertor de lã que ainda cobria seu corpo. "Ele está me pressionando, desde completei dezoito anos, a ceder o controle dos meus fundos para ele. Hoje o dinheiro é controlado por um administrador, que foi controlador financeiro da minha mãe.”
"Ele queria ser o administrador", Grigori imaginou.
Ela assentiu com a cabeça. "Quando fiz dezoito anos, poderia ter preenchido a papelada para trocar. A maioria das pessoas teria feito isso, sabe? Mas minha mãe conhecia meu pai. Ela sabia que ele iria gastar o
dinheiro em uma semana, tentando dar conta de suas ambições."
"Então ela a protegeu a melhor maneira que podia.” O sorriso delicado dele a fez se sentir protegida. Foi a primeira vez Flynn se sentia assim desde a morte de sua mãe. Então se lembrou da outra coisa que tinha acontecido no encontro com seu pai. "Grigori, eu realmente sinto muito sobre o seu irmão. Eu não sou uma boa escolha.”
"Foi uma jogada da parte de seu pai para fazê-la duvidar de minhas intenções." Ele gentilmente tocou o rosto dela com as pontas dos dedos. "Meu principal objetivo era me casar para permanecer neste país. Fiz Anson dar entrada na certidão de casamento hoje de manhã. Tenho certeza de que a imigração estará batendo na porta em algum momento e exigindo provas."
"Falando em bater, como é que podemos estar a poucas horas de Washington DC em um bairro agradável em Richmond, e ninguém estar arrobando a porta tentando chegar até você?"
"Primeiro de tudo, este é um condomínio fechado. Em segundo lugar, mantemos uma vigilância 24 horas por dia. Em terceiro, tenho um esquema de confirmação de identidade bastante elaborado para esconder este lugar." Ele parou por um momento, levantando e andando até a janela. "Seu pai sabe onde estamos. Ele enviou uma mensagem para você aqui hoje de manhã. Ele está escolhendo não agir aqui. Eu não sei por que. É muito provável que tenha a ver com a maneira como ele quer que seja o seu assassinato."
Flynn franziu as sobrancelhas. Respirou profundamente, tentando limpar as teias de aranha de sua mente. E então percebeu o que eles estavam esquecendo. Campus College, tiro: ele está tentando transformar isso em um espetáculo público para angariar uma onda de simpatia do eleitor.
"Matando sua própria filha?"
Ela cuidadosamente dobrou os joelhos e apoiou o queixo sobre eles. "Se eu morrer antes de completar vinte e um anos, ele recebe minha herança. Sem perguntas."
UMA COISA ERA especular que o procurador Ronald Callaghan estivesse tentando assassinar sua própria filha por dinheiro. Outra coisa era imaginar que o homem estava tentando usar a morte dela como uma tentativa multifacetada de obter aprovação do público e uma vitória subsequente na arena política.
"Isso é nojento." Grigori olhou para a mulher bonita que o continuava impressionando, cada vez mais.
“Isso realmente me faz querer pegar meu rifle e trabalhar.” Ele realmente conseguia vê-la imaginando isso em sua cabeça. Em seguida, ela exalou um suspiro e
colocou o cabelo emaranhado para trás das orelhas. "Gostaria de poder lhe dizer sim. Realmente queria. Eu nunca pensei que eu iria concordar que um assassinato era uma boa ideia mas, pelo jeito, é."
"A maioria dos meus contratos é para matar verdadeiros vermes, querida." Ele se sentou na cama e apoiou os ombros contra a cabeceira. Sentiu uma verdadeira onda de prazer quando ela se deitou ao lado dele na melhor posição que podia, por conta do ombro dolorido.
"Como funciona?", perguntou ela.
Ele se sentiu estranho contando a ela sobre seu trabalho, mas ela parecia estar se conformando, e isso era muito importante para ele, por algum motivo sobre o qual não pretendia pensar. "Há nove famílias principais na máfia russa aqui em os EUA. A maioria tem filiais na Rússia ou na Ucrânia."
"Isso soa bizarramente organizado."
Ele riu: "Se você nos visse juntos, poderia pensar que é o contrário. Falamos alto e discutimos, e somos basicamente um bando de burros teimosos apenas preocupados com nosso umbigo”.
"Isso não é nem um pouco lisonjeiro", ela acariciou seu braço.
"Há diferentes classificações nessas famílias. Mas a maioria de nós usa o que chamamos de executores para realizar punições menores ou cobrar dívidas. Executores trabalham com a segurança também."
"Então, você é um deles?"
Ele fez uma careta: tinha sido durante anos. Levou quase uma década de trabalho na hierarquia para conseguir sua atual posição. "Sou um assassino. Eu costumava ser um executor. Agora meu trabalho é mais especializado."
"Então, quando os executores não conseguem fazer alguém se comportar, chamam você?"
"Mais ou menos isso", ele suspirou. "Meu irmão Yakov tinha acabado de receber seu status de assassino, pouco antes de seu pai decidir fazê-lo ser deportado."
"Como isso aconteceu?" Duas linhas apareceram entre suas sobrancelhas. "Eu nem me lembro dele falando sobre esse tipo de coisa."
"Ele tinha feito acusações forjadas a Yakov. Creio que foi uma acusação por drogas ou algo assim, mas meu irmão nunca nem esteve na parte de negociação dos negócios da família local aqui em Richmond."
Grigori tinha se preocupado tanto com o destino de seu irmão que não tinha nem prestado atenção ao que realmente havia acontecido.
“Você acha que alguém pode ter vendido o seu irmão para o meu pai? As provas tem que ter vindo de
algum lugar. Podem ser alteradas ou melhoradas, mas tem de haver uma semente."
"Yuri", ele murmurou. "Aquele desgraçado."
"Quem é Yuri?" Ela parecia saborear a palavra quando disse isso.
Ele enrolou uma mecha do cabelo dela em torno de seu dedo. De alguma forma, tocá-la o ajudou a não perder a cabeça, nem dar lugar à raiva que o agitava por dentro. "Yuri é o chefe da família aqui em Richmond."
"Por que ele iria contra você?" Havia uma espécie de inocência bonita nos olhos dela quando fez a pergunta. "Ele não teria medo deixá-lo com raiva?"
"Eu acho que ele teria mais medo de eu e Yakov nos tornarmos poderosos demais para ele controlar.
Seus homens me respeitam, e eles respeitavam Yakov. Se quiséssemos, poderíamos ter tomado a posição dele.”
Seu rosto ganhou em uma expressão introspectiva. "Então você acha que Yuri manipulou as acusações contra o seu irmão e fez meu pai acreditar nelas, para fazer Yakov ser deportado?"
"Isso me manteve ocupado, não foi? Tenho estado tão preocupado em evitar minha própria deportação que não tenho prestado nem um pouco de atenção a qualquer outra coisa.”
"Eu não acho que meu pai tenha feito qualquer negociação com a máfia antes", e então ela paralisou.
"Mas Teller, sim. Eu sei que sim."
"O homem que estava tão ansioso para matar você?", perguntou Grigori, tentando lembrar se já tinha visto Teller antes do incidente na igreja.
Ela estava começando a ficar animada. Sentou-se e se virou para olhar de frente para ele. Seus olhos brilhavam, e ele mal podia resistir à vontade de beijá-la. "Aposto que foi o que aconteceu! Teller é sujo. Tem dedo dele em tudo. E quando o papai não faz o Teller quer, Teller faz sozinho."
"Talvez seja a hora de eu e os meninos fazermos uma visita a Teller."
"Eu quero ir!" Ela se mexeu como se fosse pular da cama, mas Grigori a segurou.
Com muito cuidado, para não incomodar o ombro dela, puxou-a de volta em seus braços. "Não, querida. Você precisa ficar aqui. Vou deixar Anson aqui com você. Não posso arriscar levá-la junto. Não depois do que aconteceu hoje cedo."
Capítulo Dez
Estava bem claro que Flynn não havia gostado da decisão de Grigori de apostar na cautela. Sua expressão foi ficando irritada, seus olhos verdes cintilando fogo. Empurrou as cobertas para o lado e saiu da cama. Ele a assistia com fascinação: ela não era nada como as outras mulheres com quem ele já havia estado com o passar dos anos – isso era certo.
“Sou perfeitamente capaz de ir com você”, colocou as mãos nos quadris e até conseguiu não estremecer quando o ombro se mexeu. "Está vendo? Eu estou bem." Ele suspirou e se perguntou como proceder. Ele não tinha vontade de insultar o seu orgulho, mas de maneira alguma gostaria de colocá-la em perigo pela segunda vez em um dia – mas poderia ficar ali parado, olhando para ela, por toda a eternidade. Ela não usava nada além de calcinha e uma de suas camisetas velhas, e estava incrivelmente atraente.
"Você sabe como eu estou em forma?", agora havia um sorriso no canto da sua boca.
"Não, mas tenho a sensação de que você pensou em alguma coisa para me mostrar."
Ela marchou ao redor da cama. Ele se virou, deixando suas pernas penduradas na borda, e se preparou para se levantar e correr atrás dela, caso ela decidisse mostrar. Com Flynn, não dava para saber o que realmente podia acontecer.
E então, ela caiu de joelhos no chão na frente dele. O cérebro de Grigori pareceu gaguejar enquanto ele se perguntou qual seria seu objetivo. Ela acariciou suas coxas através de seu jeans. Ele congelou. Seu toque era eletrizante. Ele não conseguiria se mover, mesmo se quisesse.
Seus dedos dançaram pelo comprimento das pernas dele, em direção a sua cintura. Ela olhava para ele com um sorriso malicioso no rosto. Quando desabotoou a calça jeans e a empurrou para baixo, em direção aos quadris, era inútil discutir. Ele simplesmente levantou suas nádegas, para deixá-la puxar o jeans pelas suas pernas.
"Você não está usando cueca", ela parecia quase chocada.
Considerando-se que seu pênis empurrou a barriga dela como se estivesse tentando trazer alguma consciência a Grigori, ele achou que não precisava comentar. Ela envolveu seu eixo com a mão do braço que não estava machucado. Ele gemeu. O aperto dela era
firme, mas também delicado. A pele no interior de sua mão era suave como seda. Ela o esfregou como se
estivesse brincando, explorando o seu comprimento e circulando-o com os dedos até ele estar ofegante com o esforço não se entregar.
"Estou em forma, sabia?", disse ela. "Estou bem o suficiente até para fazer isto." E então ela segurou seu pau entre os lábios e ele pensou que estava prestes a morrer de puro prazer. A língua dela deslizava para cima e para baixo, antes de circular ao redor da ponta. Passou a ponta da língua ao longo do buraco no final de seu pênis e depois brincou com o prepúcio enrugado. Ele tremia com o êxtase que ela trazia a ele – nunca havia se sentido tão bem. Ela chupou com força a partir da base, deixando a boca deslizar, até que o os lábios se soltassem. E então ela o abocanhou inteiro, fazendo tudo novamente. Movendo a cabeça para cima e para baixo, usou a parte plana da língua para provocar a parte mais sensível do pênis a cada golpe. Os quadris dele se mexiam em resposta. Grigori torceu os dedos nos cobertores para não agarrá-la pela cabeça. Era tentador demais segurá-la imóvel e foder seu rosto até derramar o sêmen em sua língua. Mas não era isso o que ele queria. Ele conseguia sentir como ela estava excitada. Talvez pudesse até mesmo sentir o cheiro morno de sua vagina enquanto seu corpo começou a esquentar e ela molhava a calcinha ao se agachar diante dele. Lembrouse de como era estar dentro de sua vagina quente, apertada – queria fazer isso novamente. Com uma mão, tocou o cabelo dela. Passou os dedos entre os fios de seda e a observava ansiosamente chupar seu pau como se não houvesse mais nada no mundo que ela quisesse fazer. A visão era a mais erótica possível. Ainda assim, ele queria sentir a doçura dela envolvê-lo, quando ela gozasse tão lindamente com o seu pau dentro dela.
"Flynn", ele murmurou. "Quero tanto você. Quero entrar na sua boceta. Agora. Você entendeu?"
Ela recuou, olhando para cima e encontrando seu olhar, beijando o membro pela última vez. Ele se surpreendeu quando ela se levantou: esperava que ela se deitasse na cama, mas ela tirou a calcinha e se inclinou na ponta do colchão em vez disso.
A visão de suas longas pernas abertas e as dobras rosa de sua boceta molhada em exposição era mais do que Grigori conseguia aguentar. Ele se levantou e se encostou atrás dela. Acariciando seu traseiro, mergulhou entre suas nádegas com as pontas dos dedos e sentiu-a estremecer, pronta para recebê-lo. Ela se contraiu quando ele esfregou seu delicioso orifício. Incapaz de resistir, deslizou dois dedos para dentro do corpo dela. Ela gemeu e arqueou as costas. A
imagem sensual o levou perigosamente ao seu limite. Então ele abriu os dedos para abrir seu canal, e ela gritou ao gozar, bem ali, na sua mão. Grigori assistia, com admiração, a forma como o corpo dela se apertava e soltava a sua mão. Nunca tinha visto nada parecido. Acariciava repetidamente sua bunda lisa, enquanto a fodia com a mão. E então, quando sentiu que ela estava pronta para chegar lá novamente, tirou a mão e meteu seu pênis profundamente dentro dela.
A PENETRAÇÃO repentina do pau de Grigori levou Flynn em espiral para o orgasmo mais poderoso que jamais tinha experimentado. Sentia-se tão bem. Era como se gozasse continuamente, de novo e de novo. O pau grosso dele se esfregou em todos os pontos certos dentro de seu corpo, e nessa posição os testículos dele ficavam aninhados contra seu clitóris. Cada movimento do saco contra seu corpo era um leve tapinha em seu clitóris: o resultado era sentir a Terra tremer. Flynn não tinha necessariamente tido a intenção de fazer sexo. Na verdade, sentia uma pequena pontada de dor no ombro ao ser esmagada na cama, mas não se importava. Agora que ele estava dentro dela, não desejaria parar nunca mais. Ele segurou os quadris dela com as duas mãos, controlando tudo, desde seu ritmo até a profundidade de suas estocadas, ao mexer seus quadris para cima ou para baixo. Ela arqueou as costas, e seus seios roçavam o interior de sua camiseta. O leve atrito era surpreendentemente agradável. A sensação de seu clitóris percorria todo o seu corpo.
"Não consigo segurar mais", ele rosnou. "Vou gozar dentro de você." Ela respirou fundo quando se realmente sentiu o calor da porra de Grigori banhando o interior de seu ventre em suas profundezas. Havia algo tão primordial nessa sensação que seus músculos se contorceram em outro pico. Ela gritou, o ruído agudo ecoando nas paredes do quarto enquanto seus quadris se impulsionavam para trás, para encontrar com o corpo dele. Ela estendeu os braços retos, tentando pousar seu peso ali e mantê-lo fora de seu ombro. Não funcionou muito bem, no entanto, e em pouco tempo sua excitação sexual foi ultrapassada pela dor aguda no ombro. Grigori tirou o pênis gentilmente de sua vagina. “Querida, dá para ver que você está sofrendo”.
"Eu estou bem", ela disse teimosamente.
Houve um breve som de tilintar de seu cinto e do zíper. Ela percebeu que ele tinha vestido a calça
jeans novamente. Em seguida, ele a virou e a colocou na cama de volta, arrastando-se para o seu lado e a puxando para perto. Ela suspirou de alívio quando a posição em que ele a segurou mantinha o peso fora de seu ombro. Encostando-se nele um pouco mais, perguntou-se por que se sentia tão confortável com ele. Ele pressionou um beijo carinhoso na testa. "Estou convencido de que você é capaz de fazer o que quiser fazer."
"Mas eu preciso ficar aqui", disse ela em um grande suspiro.
"Eu não disse isso."
"Não. Mas eu disse." Ela odiava o fato de ele estar certo, mas realmente não havia como fugir. "Eu ficaria chateado comigo mesmo se acabasse ferindo você pelo fato de leva-la junto."
"O que você acha que nós vamos fazer?" Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.
"Vai chutar o traseiro de Teller?", sugeriu com esperança.
A gargalhada dele rolou pelo quarto e a fez sorrir. Como era possível que um assassino da máfia ter esse ótimo senso de humor?
Ela cutucou a barriga dele: "realmente não sei ao certo o que você pretende fazer. Mas sou controladora o suficiente para admitir que eu quero estar junto caso seja necessária uma consulta.”.
"Como se eu não pudesse tomar minhas próprias decisões?"
Ela levantou a mão e apertou-a contra a dele. Com as palmas juntas assim, podia ver o quão maior e mais forte ele era. Os dedos dela eram longos e magros. Os dele, grossos e calejados. Ela usou o indicador para esfregar o calo do dedo correspondente dele. Na sua mente, pairava a informação de que este era o dedo do gatilho. O homem poderia, obviamente, cuidar de si mesmo.
"Eu vou ficar aqui com Anson", disse ela com tristeza. "Mas você definitivamente deve parar e comprar pizza para o jantar."
"Ah, é?"
"Sim. E, se possível, eu realmente preciso ir para a aula amanhã ou vou acabar perdendo todos os meus créditos para este semestre."
"Isso é muito importante?", ele realmente parecia não saber.
"Sim, é bem importante. Créditos são caros", ela riu. "Mesmo que eu mude totalmente de área no próximo semestre. Vou dar adeus à porcaria de ciência política!"
"Você deve estudar o que quiser."
A maneira como ele a segurava era estranha, considerando-se a forma como a relação deles tinha começado. "Grigori, eu nunca esperava gostar tanto de você."
"Eu acho que também não esperava gostar tanto de você. Mas também nunca tinha percebido o quanto viria a respeitá-la em menos de 48 horas".
"Acho que é por isso que parecemos ficar tão confortáveis juntos, não?" Ela realmente se perguntava.
"A maioria dos casais não vê tanta movimentação em décadas. Isso é verdade. Mas também tivemos que confiar um no outro. Não havia tempo para a confiança crescer: era isso ou morrer", ele segurou o rosto dela e passou a ponta do polegar sobre seu lábio inferior. "Você é uma mulher incrível, Flynn. Eu me considero muito sortudo de ter você como esposa."
"Mesmo você tendo de trapacear para fazer a parte ‘esposa’ acontecer, certo?", brincou ela.
Ele assentiu: "mesmo assim”.
Por que doeu tanto dizer isso? Ela estava realmente tão preocupada de que algo acontecesse se ela o perdesse de vista? "Eu vou ficar aqui. Você vai. Descubra o que conseguir e, em seguida, volte para mim.
Tudo bem?"
"Eu nunca imaginei que iria gostar de estar com você de tantas maneiras, Flynn. Mas prometo que eu não terminei de encontrar coisas para fazer com você. Eu volto. Prometo."
Ele a colocou na cama, arrumando seu travesseiro e certificando-se de seu ombro estivesse apoiado antes de beijá-la na testa, fechando a porta atrás de si.
Capítulo Onze
Estava quase anoitecendo quando Grigori, Igor e Ivan se esquivaram por entre os arbustos que cercavam casa da família de Flynn. Durante a sua vigilância anterior, Grigori tinha visto Teller no entorno da casa do procurador Callaghan todos os momentos. Ele tinha o cargo de assistente pessoal do procurador, mas sua posição era muito mais complexa do que isso. Grigori estalou os dedos levemente. Ivan olhou e viu que deveria ir pelo lado norte da casa. Eles tentavam descobrir onde Teller poderia estar. Infiltrar-se na casa para raptá-lo não era um plano realista. Pegá-lo quando ele saísse para executar alguma tarefa para o procurador era a melhor opção. Grigori estalou os dedos uma segunda vez para enviar Igor para o lado sul da casa. Grigori entrou mais profundamente em um bosque e ajustou a mira do rifle. Só tinha levado a arma porque, com ela, tinha esperança de ver detalhes no interior da casa. A porta traseira se abriu, e irmã mais nova de Flynn, Cynthia, saiu. Parecia irritada: seus ombros estavam curvados e seu semblante era azedo. Ela correu para fora e sentou-se nos degraus. Não havia cortinas nas janelas da parte de trás da casa. Pela mira, Grigori podia ver o procurador dentro da casa, com um olhar igualmente chateado em seu rosto.
"Cynthia!", o procurador chamou.
Grigori podia ver Igor e Ivan em suas posições pelos lados da casa. Fez um gesto para que se movessem mais para trás nas árvores. Aparentemente, teriam lugar na primeira fila para um pouco mais de drama familiar.
O procurador pisou para fora da casa, deixando a porta da frente aberta atrás de si. "Cynthia, entre.
Agora.”
"Por quê? Porque você não quer causar uma cena?”, ela fez uma careta.
O procurador olhou em volta, como se estivesse de fato tentando ver quem poderia estar assistindo.
Infelizmente, não tinha conhecimento dos três homens escondidos praticamente à vista.
Cynthia se levantou. "Eu não posso acreditar que Flynn simplesmente foi embora. O que você não está me dizendo? O que você fez? Será que quis machucá-la? Queria fazê-la fugir? Você é sempre tão mau com ela, papai!" Os olhos da menina se encheram de lágrimas. "Se você tivesse sido melhor, ela não teria me
deixado!"
"Ela não a deixou." O procurador colocou as mãos nos quadris e fez um barulho impaciente. "Por que você sempre acha que tudo diz respeito a você?"
"Porque tenho treze anos! E porque é sempre sobre você e eu te odeio por isso!"
"Isso é o suficiente!", o procurador pulou para a frente para pegar a menina. Então Teller saiu da casa, obviamente para interferir.
Grigori sentiu a tensão de Igor e Ivan aumentar quando eles viram a sua presa tão perto. Grigori estendeu uma mão para acalmar seus homens. Eles realmente estavam tensos. Teller tinha feito alguns bons inimigos nos últimos dois dias.
"Senhor", disse Teller delicadamente. "Poderia ser melhor se levássemos esta briga para dentro. Não há realmente nenhuma necessidade de fazer uma cena".
"Você acha que eu não sei disso?" O procurador se virou de repente, grunhindo as palavras e colocando o dedo na cara de Teller. "Isto é tudo culpa sua, de qualquer maneira!"
"O que está dizendo?" Teller levantou uma sobrancelha.
O procurador pareceu se recompor: ajeitou a camisa e brincou com o punho da camisa. "Eu só estou dizendo que se você tivesse feito o trabalho que lhe foi dito para fazer, não estaríamos nesta situação."
"Que trabalho?" Cynthia perguntou entre lágrimas. "Flynn costumava dizer que você queria vê-la morta.
É que o trabalho que você está falando? Por que você a odeia, papai? Eu não entendo!"
"Teller", disse o procurador, apontando para Cynthia. "Leve-a para dentro. Agora."
Callaghan se virou e caminhou de volta para dentro, deixando Teller e Cynthia sozinhos na escada dos fundos da casa. As árvores eram plantadas de forma a dar a impressão de privacidade em um bairro onde as casas eram espremidas uma perto da outra, com praticamente nenhum espaço suficiente para uma viela.
Teller apontou para a porta, mas Cynthia manteve-se teimosamente plantada nos degraus. Ela estava de frente para a posição de Grigori, com Teller de frente para ela e para a casa. Respirando fundo, Grigori arriscou, o que provavelmente não deveria ter feito.
Rastejando para fora dos arbustos, deixou seu rifle discretamente pendurado ao seu lado. Cynthia o viu quase que imediatamente. Ela respirou, mas Grigori pôs o dedo aos lábios, e ela imediatamente apertou os lábios fechados. Teller estava tão ocupado pregando para ela que ele não notou nada disso. "...Você não pode se
comportar dessa maneira, minha jovem. Seu pai é um homem muito importante, com responsabilidades e uma imagem que exige que você aja de uma maneira condizente com sua posição".
"E se eu não der a mínima para o trabalho do meu pai?”, disse ela em um tom típico de sarcasmo de adolescente. "Ele não se importa comigo ou com a minha vida. Por que eu deveria me importar com ele?"
“Isso é um absurdo!" Teller estava praticamente vibrando de raiva.
O momento não poderia ter sido mais perfeito. Teller estava absorto em sua ira com Cynthia. Grigori deu um passo atrás dele e passou o braço direito em torno do pescoço de Teller.
"Se você se mexer, quebro seu pescoço como um galho", Grigori sussurrou asperamente.
Cynthia levou as mãos ao rosto. "Quem é você?"
"O marido de sua irmã", Grigori disse à menina. "E você está certa. Ela não a deixou. Assim que estiver segura, vai entrar em contato com você. Eu prometo. Basta manter a calma e ser corajosa. Flynn vai ficar bem. Ela sente sua falta."
"Ela te disse isso?", duas linhas apareceram entre as sobrancelhas da menina. "Ela geralmente fica bastante irritada comigo."
"E eu aposto que você fica irritada com ela", Grigori imaginou. "Isso não significa que você não tenha saudades dela, certo? E ela sente sua falta também."
Cynthia mordeu o lábio inferior, e então olhou de Grigori para Teller. "Eu vou cobrir você", disse ela a Grigori. "Vá embora".
Ele deu um assobio afiado, e Igor e Ivan apareceram imediatamente ao seu lado. Os três deles levantaram Teller e rapidamente o amarraram. Em seguida, desapareceram da propriedade, como se nunca tivessem estado ali.
"ANSON, VOCÊ PRECISA se acalmar", Flynn pediu. "Vai ter um ataque cardíaco."
"Você tem alguma ideia do quão encrencado vou estar quando Grigori me encontrar?" Anson agarrou o volante SUV escuro e o conduziu com cuidado pelo bairro do pai de Flynn.
"Não seja bobo." Flynn olhou através da janela do banco de trás, tentando ver se conseguia enxergar Grigori e seus homens escondidos no mato em torno de sua casa, ou se ela só estava vendo sombras. "Não é como se eu estivesse em perigo com você cuidando de mim. Estamos andando, certo? E você está armado. Ninguém sequer sabe que estamos aqui. Eu só quero saber o que está acontecendo. E se Grigori precisar de
ajuda, estamos aqui."
"Se ele precisar de ajuda?", Anson realmente parecia que teria um ataque cardíaco agora. "Ele vai nos matar se aparecermos assim, simplesmente!"
"Não se você ajudá-lo a sair de uma situação complicada. Como poderia? Isso não faria sentido."
"Como está seu ombro? Você não está exagerando?"
"Não, eu estou bem, juro. Não estou mais nem sangrando. E a dor é apenas leve agora."
"Espera! Eu os estou vendo! Ali!"
Anson desviou em direção ao meio-fio, fazendo o carro parecer que estava estacionado. Cerca de duzentos metros à frente ela podia ver três homens colocando um terceiro cara em um carro esportivo com vidros escuros.
"Eles o pegaram!", disse Flynn. "Vamos! Podemos segui-los para onde estão levando Teller. Quero saber o que vai acontecer."
"Devemos ir para casa agora. Eu disse que iria trazê-lo aqui, mas seguir Grigori é uma má ideia. Ele é capaz de pensar que nós somos o inimigo e começar a atirar."
"Então talvez possamos chegar antes no lugar para onde eles estão indo." Virando-se, ela se inclinou entre os assentos dianteiros e deu a Anson seu melhor olhar de cachorro pidão. "Você com certeza sabe onde eles estão indo, certo?"
Ela poderia dizer que ele estava conquistado.
Ela piscou os olhos, realmente ativando seu charme. Então, alguém bateu na janela de trás, à sua direita, e ela deu um pequeno grito de surpresa.
Anson puxou a arma, inclinando o gatilho como se ele estivesse pronto para atirar. "Você conhece aquela pessoa?"
“Ai meu Deus!” Flynn olhou através do vidro escuro e reconheceu o rosto curioso da irmã. “Abaixe a arma, Anson. É minha irmã!”
"Isso não é bom", Anson gemeu. "Agora, todo mundo vai saber que estávamos aqui. Seu pai será alertado, e eles virão atrás de você outra vez!"
"Não, é só a Cynthia." Flynn apertou o botão e baixou a janela até a metade. Olhando para sua irmã, desejou que as coisas não fossem tão complicadas. "Querida, o que você está fazendo aqui?"
"Eles só pegaram Teller", Cynthia informou. "Foi hilário. Você devia ter visto a expressão no rosto
daquele bastardo presunçoso.”
"Ok, então você viu tudo acontecer?" Flynn estava um pouco confusa. Cynthia balançou a cabeça. "Eu conheci seu marido. Ele é lindo, por sinal", ela se abanou com uma mão. "Ufa! Eu nem sabia que você estava namorando."
"Sim, é complicado." Não havia nenhum motivo para sequer começar a explicar. Não agora, de qualquer maneira. "Você deveria voltar para dentro."
"Eu sinto sua falta." Cynthia pôs a mão na maçaneta da porta, mas ela estava trancada. "Eu não posso ir com você?"
"Agora não, querida." Flynn se sentiu horrível fechando sua irmã para fora, mas tinha que ser assim por ora. "O papai tem algumas merdas bem sérias acontecendo."
"Sim, eu sei. Essa questão da máfia russa é maluca."
"Espere! O que você disse?"
Cynthia sorriu. "Você não sabia, não é?" O olhar de superioridade de seus treze anos de idade estava realmente presente. "Isso vem acontecendo há semanas. Ele está trabalhando com um cara chamado Yuri. Há algumas grandes propinas envolvidas, coisas enormes. E algo sobre um contrato a ser cumprido que seria mutuamente benéfico. Eu não sei. Tudo soa ridículo para mim."
"Você tem certeza de que o pai falou o nome Yuri?", Flynn questionava. "É realmente importante, Cynthia."
"Sim. Tenho certeza", ela apertou os lábios. "Ele falou com esse cara chamado cara Yuri na noite passada e estava muito bravo!"
"Sim, aposto que estava." Flynn pensou por um momento. "Você acha que você poderia convencer sua mãe de que precisa desesperadamente de umas miniférias, para fazer compras ou algo assim?"
"Eu acho. Por quê?"
"Porque isso tira vocês duas do perigo, é por isso." Flynn tinha uma sensação muito ruim em suas entranhas. "Papai está envolvido em algumas coisas ruins, Cynthia. Eu não estou brincando. OK? Você precisa pegar Aubrey e ir passar um fim de semana de compras só para meninas ou algo assim. Mas deve fazer isso parecer normal. Na verdade, seria melhor se o papai achasse que a ideia é de Aubrey."
"Mas eu quero ajudar!", Cynthia resmungou. "Você sempre consegue fazer as coisas emocionantes." Uau! Sua irmã soou como ela. Ótimo. Era assim que ela se parecia para Grigori? Que bela informação.
Flynn respirou fundo e rezou por paciência. "Esta seria a melhor maneira de nos ajudar. Eu juro. É muito mais importante do que você imagina." Cynthia parecia chateada, mas Flynn poderia dizer que sua irmã estava prestes a se render. "Tudo bem. Eu posso fazer isso. Pelo menos vou conseguir uma tonelada de coisas nesse negócio.”
"Que boa troca", Flynn concordou. "E não se preocupe. Vou encontrá-la mais tarde e vamos fazer algo divertido.”
"É melhor manter esse trato!" Cynthia disse enquanto tratava de volta para sua casa. Anson se virou e olhou para Flynn. "Grigori precisa saber o que ela conversou com você."
"Eu sei que ele precisa." Flynn não se preocupou em esconder o sorriso. "É por isso que nós estamos indo contar a ele."
Capítulo Doze
Grigori não tirou os olhos de Teller enquanto Igor e Ivan o prendiam a uma cadeira com cordas e amarras de plástico. O homem alto e magro mal tinha pronunciado uma palavra desde que o tinham sequestrado. Tinha ficado calmo, controlado, e sido cooperativo. Só isso já tinha deixado Grigori bastante agitado em relação às intenções desse homem. Eles estavam em uma antiga garagem em uma fazenda a meio caminho entre a região de Washington, D.C. e Richmond. Grigori mantinha o lugar como uma espécie de esconderijo. Ele tinha armas e dinheiro enterrado por toda a área. E, caso alguma vez precisasse realizar um interrogatório, este seria o seu lugar preferido para fazê-lo.
"Ele é bom, chefe", disse Igor em russo.
Eles estavam falando exclusivamente em russo desde que haviam pegado Teller, mas Grigori não podia ter certeza de que o homem não falasse ou entendesse o idioma. Principalmente depois que descobriu que Flynn sabia um pouco. Obviamente, o procurador valorizava pessoas multilíngues.
“Tudo bem, Teller." Grigori se balançou lentamente para trás e para frente, encarando Teller. De um lado, Grigori segurava uma faca. Ele a virava lentamente, pegando a arma pelo cabo repetidamente. Os olhos de Teller seguiam cada movimento da faca. Era um bom começo.
“Você pode me perguntar o que quiser, mas não estou inclinado a lhe contar nada útil”, a voz culta de Teller sugeria que ele estava falando sério.
"Tenho certeza de que isso é verdade." Grigori assentiu. "Você parece muito leal à família do procurador."
"Ele é um homem impecável."
"E, ainda assim, você parecia um pouco irritado com ele, quando ele considerou repreender a filha lá fora, onde qualquer um podia ver", Grigori apontou.
"Obviamente ele não iria machucá-la." A mandíbula de Teller pulou um pouco, um sinal claro de tensão. "Ele não bate nas filhas."
"Você está mentindo."
"Flynn também."
Grigori se agachou e olhou bem para Teller. "Flynn não me disse isso. Você disse."
"O que?", agora Teller pareceu alarmado.
"As pessoas têm pequenas expressões que usam quando mentem. Todo mundo faz isso. Algumas pessoas mentem muito bem, mas é impossível não trair a si mesmo nem um pouco." Grigori apontou para o rosto de Teller com a faca. "Os músculos em torno da sua boca e de seus olhos se contraíram, e suas narinas se abriram. As pupilas se contraíram. Esses são todos sinais de um mentiroso.”.
"Isso é besteira!", Teller bufou.
"Não. Você está apenas com raiva de estar dando informações sobre o bom procurador, que todos sabemos que não é bom um homem. Na verdade, ele é, sim, um monstro." Grigori apontou para Ivan. "Ele tanto é um monstro que armou para a filha ser assassinada, para que pudesse colher os benefícios de um espetáculo público, angariar algum apoio de piedade das pessoas e herdar a fortuna dela." Grigori colocou a ponta da faca contra a ponta do nariz de Teller. "Pelas minhas regras, é um péssimo pai, de fato."
"Talvez ele tenha feito isso, chefe", disse Igor com um grunhido. "Talvez tenha sido ele que colocou um contrato sobre Flynn."
"Eu não dou a mínima para Flynn", Teller riu. "Vocês, idiotas, estão latindo para a árvore errada."
"É mesmo?" Grigori tirou sangue com a ponta da faca, fazendo um corte minúsculo da extremidade do nariz de Teller. "E o que a árvore devemos agitar em vez disso?"
Teller se afastou, seu reflexo acabou por fazer mais danos ao seu nariz. "Sua própria árvore, seu sádico!"
"Nossa própria árvore", Grigori murmurou, pensando naquilo.
Alguém bateu à porta. Ivan e Igor se viraram, armas em punho. Grigori levantou a mão, pedindo-lhes para se retirar. Tinha uma sensação de que sabia exatamente quem estava do outro lado da porta.
"Chefe?", disse Igor com urgência. "O que você quer que façamos?"
"Bem, vou atender a essa porta." Grigori deu uma olhada para Teller. "Se houver inimigos na porta, eu quero que você atire na cabeça de Teller e, em seguida, em qualquer um que mirar uma arma para você."
"Tudo bem." Igor olhou para Teller como se estivesse pronto para matá-lo agora.
Ivan foi atrás Grigori. Os dois trocaram um olhar quando Grigori estendeu a mão e a colocou sobre a grande alavanca abria a porta. Grigori pronunciou a contagem regressiva de três, observando o corpo musculoso de Ivan tenso enquanto se preparava para o pior.
Grigori abriu a porta apenas o suficiente para colocar o braço arma fora.
"Não atire!"
Grigori baixou a arma, revirando os olhos. "Anson?" “Da!”
Resmungando juramentos em russo, Grigori tateou até que ele sentiu o braço musculoso de seu amigo.
Arrastou Anson para dentro.
"O que você está fazendo aqui?", Grigori exigiu uma resposta, em russo.
"A culpa é minha", disse Flynn, logo atrás, falando em russo e agindo como se fosse apenas uma parte de sua equipe.
Grigori fechou os olhos, lutando pelo controle. "Eu pensei que tínhamos concordado que você ficaria segura em casa."
"Isso até que eu descobrisse algo que você precisa saber", disse ela.
"E você nunca ouviu falar de um telefone?"
Ela olhou diretamente para a protuberância em seu bolso esquerdo: "e você o pegou?"
Realmente não havia como discutir com isso. Ele odiava telefones, de qualquer maneira. Ela poderia ter ligado milhares de vezes e ele provavelmente não teria notado.
"Então?", ele perguntou incisivamente.
Ela apontou para Teller: "Acho que precisamos de privacidade.”.
"Como quiser." Grigori olhou para seus homens. "Fiquem de olho nele e não se distraiam."
"Sim, chefe", disseram em coro.
FLYNN NÃO CONSEGUIA saber se Grigori estava realmente irritado com ela ou não. Suspeitava que não, mas seu rosto estava tempestuoso e parecia quase maldoso. Era hora de tomar coragem e informá-lo de que não seria apenas um acessório nesta relação.
"Eu falei com minha irmã sobre a sua pequena aparição lá na casa", Flynn começou. A brisa agitava as árvores que cobriam a propriedade. O som era um pouco assustador, especialmente porque as sombras escuras eram um lugar perfeito para se esconder. Quando Anson chegou na propriedade, Flynn ficou chocada por Grigori ser dono de um lugar assim. Mas, em seguida, rapidamente entendeu que era a maneira perfeita para armazenar coisas, como armas e dinheiro, e provavelmente corpos.
"E?" Grigori provocou.
Flynn colocou os braços ao redor de sua cintura. Seu ombro ainda estava dolorido, embora não muito. Ainda assim, meio que desejava que Grigori fosse a abraçasse. Ugh! O que foi aquilo? Ele esticou a mão, tocando delicadamente seu rosto: "Você está bem?”.
"Só um pouco preocupada. Minha irmã contou que meu pai foi conivente com um russo chamado Yuri nos últimos meses. Ela mencionou propinas e um contrato. Acho que o contrato do qual ela fala é sobre mim.
E sim, isso me assusta."
"Se Yuri colocou um contrato em você, ele teria que contratar alguém de fora da família." Grigori olhou para longe. Seu rosto estava impassível, mas algo lhe dizia que ele era indescritivelmente com raiva.
"Será que Yuri faria isso? Traí-lo dessa forma, como nós falamos?" Ela tocou com cuidado o braço dele. Seus músculos estavam firmes com a tensão. "E o seu irmão? Você tem certeza de sua lealdade?"
Grigori recuou, como se ela o tivesse esbofeteado. "Você está perguntando se o meu irmão faria um contrato relativo a você?"
"Eu só estou querendo saber se o seu irmão realmente foi deportado." Ela sabia que essa possibilidade era difícil de engolir. "Veja: se alguém me contasse que Cynthia estava tentando me matar, eu acharia que era loucura. Mas olhe para as provas. Yuri tem que ter alguém para cumprir um contrato, certo? Quais são as chances de ele buscar alguém fora da sua família do crime para fazer isso?"
Grigori estava segurando uma faca. Ele ergueu as mãos as colocou na cabeça, puxando o cabelo. "Você percebe o que está dizendo?"
"Sim. E eu sinto muito. Mas alguém está dando as cartas aqui, e precisamos descobrir quem está sendo manipulado, para que possamos localizar seus mestres antes que seja tarde demais."
Houve um farfalhar em uma árvore a uns trinta metros de distância de sua posição em frente à dependência. Flynn virou-se bruscamente. Não havia sido vento, nem um coelho. Havia um animal enorme vindo em direção a eles, e ela estava com muito medo de ele ter duas pernas e carregar uma arma.
"Oi, mano."
Um homem saiu. Era apenas um pouco mais baixo que Grigori, mas tinha ombros igualmente largos e o mesmo cabelo preto e pele morena. A única luz vinha de os holofotes na frente da garagem. Foi apenas o suficiente para ver a intenção assassina no rosto do homem.
"Yakov?", disse Grigori, incrédulo. "Como…?"
"Você sabe", disse Yakov, andando mais para perto. "Eu o admirei por anos enquanto tentava alçar meu difícil posto de assassino." Flynn se sentia verdadeiramente inquieta, mas podia dizer que Grigori ainda não. Ele não parecia ter notado que Yakov estava vindo bem dentro de campo de tiro ao fazer o que foi provavelmente seu discurso de vilão malvado.
"Eu acho que é perto o suficiente", Flynn disse em voz alta. "A menos que você queira colocar sua arma no chão para que todos possamos conversar como adultos."
"Eu não penso assim, não." Yakov olhou para ela. "Você é incrivelmente difícil de matar para uma mulher."
Flynn lhe deu um sorriso doce. "Ou você é apenas um assassino realmente de merda."
A faca de Grigori estava pendurada ao seu lado. Ela podia sentir a lâmina de metal frio perto de sua própria mão. De maneira nenhuma ele conseguiria jogá-la. Não agora. Não em seu próprio irmão. E ela não podia culpá-lo. Mas se Flynn não fizesse alguma coisa, eles iriam morrer.
"Você?" Grigori ficou horrorizado, olhando para Yakov como se o estivesse vendo pela primeira vez.
"Você está tentando matar Flynn?"
"Bem, para ser justo, o pai dela é quem a quer morta. Mas, sim, era eu na faculdade ontem. "Ele olhou ao redor." Ou acredito ainda possa ser ontem até agora. É tão difícil dizer que horas são aqui. Mas isso realmente não importa, de uma forma ou de outra."
Yakov levantou a arma e encostou o cano em Grigori. Flynn podia sentir o choque de Grigori. Era uma coisa palpável. Ele ainda não tinha percebido as profundezas da traição de seu irmão.
"Você me mataria?", disse Grigori, com voz uniforme. "Para conseguir um lugar junto com Yuri, quem não colocaria um irmão contra o outro?"
"Obviamente”, disse Yakov, de forma sarcástica.
O tempo começou a passar muito lentamente. Flynn conseguia ver o dedo de Yakov tenso no gatilho enquanto ele se preparava para atirar. Ela pegou a faca da mão de Grigori. O peso da lâmina era suave quando ela a levantou. Com um impulso, ela a fez voar, em um movimento fluido.
Grigori passou um braço em torno de seu corpo, jogando seu peso para o lado da mesma maneira que a arma disparou. O som era ensurdecedor, mas o tiro desviou. A luz inundou a garagem. Uma tempestade de vidro pesado e plástico caiu sobre eles enquanto caíam no chão.
A porta da garagem se abriu. Os homens de Grigori se jogaram para fora, com suas armas em punho. As orelhas de Flynn ressoavam tão alto do tiro que ela não poderia entender o que Anson gritava. Mas desde que ele tivesse uma arma apontada para Yakov, ela não se importava. Em seguida, o tempo pareceu voltar à velocidade normal, e Flynn percebeu Anson estava balbuciando para Grigori em russo. Ele dizia repetidamente que a faca estava enterrada no olho de Yakov.
Capítulo Treze
O cérebro de Grigori estava girando. Ele não conseguia se pensar em nada. Yakov nunca havia ido embora; tinha tentado matar Flynn. Yakov tinha a intenção de matar Grigori também. E, agora, estava morto. O carrossel de horror girava repetidamente dentro de seu crânio. Anson balançava o ombro, mas foi Flynn que finalmente ganhou sua atenção. Ela estava tremendo ao lado dele. Ambos ainda estavam no chão. Ela se sentou com os braços em volta dos joelhos, balançando para frente e para trás. Sua expressão espelhava o que sentia por dentro. A visão dela parecia trazê-la de volta para o momento. Tinha sido tão valente: tinha feito o que ele nunca poderia ter feito.
"Vem aqui, meu amor." Ele a puxou para o seu colo e passou os braços em volta dela. Ela começou a chorar, pressionando o rosto contra o peito. "Me desculpe estar tão nervosa."
"Você fez uma coisa muito corajosa." Ele alisou o cabelo emaranhado do seu rosto. "Eu nunca conseguiria ter feito isso."
"Eu sei." Ela pressionou a testa na dele. "Eu não teria sido capaz de ferir Cynthia também, não importa o que ela fizesse."
Uma onda de emoção e adrenalina inundou o cérebro de Grigori. Ele pressionou seus lábios suavemente nos dela. Quando ela ansiosamente recebeu seu beijo, ele aprofundou o contato. Ele avidamente devorou sua boca. Mas não foi o suficiente. Ele sentiu as curvas agora familiares de seu corpo com as mãos.
Acariciou-lhe e correu os dedos pelos seus cabelos.
Havia um certo senso de desespero em seu beijo. Seus dedos apertaram o couro cabeludo dela e torceram seu cabelo. Ele apreciou a dor como um belo contraponto ao prazer de fazer amor com ela com a boca. Ele a sentiu tentar esfregar sua língua contra a dele, e ele imediatamente chupou a ponta da língua e sentiu sua resposta ansiosamente.
"Aham." Anson pigarreou, desconfortável. "Chefe?"
Grigori acenou com a mão, dizendo a seu amigo com gestos para ir embora. Ele não tinha terminado o que fazia com sua esposa. Mudando de posição, ele a levantou e a moveu para que montasse em seu colo. Ele sentiu o calor da virilha dela contra a sua ereção, que agora pressionava o fecho da calça jeans. Ela fez pequenos ruídos ávidos e se esfregou contra ele. Ele brincava com ela, agarrando os globos arredondados de
seu traseiro e puxando-a ainda para ainda mais perto do atrito que crescia entre seus corpos.
"Hum, chefe!". Desta vez foi Ivan: "Nós realmente não queremos interromper, mas ainda temos um nojento lá fora para cuidar.”. A neblina de luxúria e necessidade sexual limpou apenas o tempo suficiente para as palavras de Ivan entrarem pelo ouvido de Grigori. Com pesar, finalizou o beijo com Flynn. Ele a manteve em seu colo, porém, dentro do círculo de seus braços, onde podia sentir seu calor contra seu peito. Se a situação fosse qualquer outra, isso teria sido ridículo. Ivan, Igor e Anson tinham virado as costas e pareciam deliberadamente não estar vendo o que estava acontecendo entre Grigori e Flynn. Flynn começou a rir: "Eu acho que nós os deixamos desconfortáveis.”.
"Acho que você está certa." Ele estava contente de ver que ela ainda podia rir de alguma coisa. "Você está bem?"
"Estou, agora." Ela mordeu o lábio. "Eu estava com medo de que você estivesse com raiva de mim."
"Estou triste que Yakov está morto e que eu, aparentemente, não o conhecia." Grigori não podia sequer pensar nisso agora. "Mas sou grato a você por salvar minha vida." Ele esfregou seu pescoço. "Isso deveria ser minha função."
"Você me salvou", ela disse, delicadamente. "Você me salvou de uma vida de ser fantoche do meu pai.
Você me deu liberdade." Ela tocou seu rosto com a mão. "E amor. Você me deu amor.”
"E agora temos de proteger tudo isso", ele disse, com firmeza.
Flynn se levantou e Grigori rapidamente seguiu o exemplo. Ele olhou para Ivan e Igor, e depois para Anson. Os quatro deles iriam se tornar inimigos de Yuri se continuassem com o plano que estava se formando em sua cabeça. Ele precisava dar a esses homens uma escolha.
"O quê?" Anson exigiu. "Eu posso ver sua mente trabalhando. O que devemos fazer?"
"Vocês três precisam fazer uma escolha", disse-lhes calmamente em russo. "Este será o fim de sua associação com Yuri. Pelo menos até que ele decida fingir que nada disso aconteceu. Eu não quero pedir que vocês escolham um dos lados mas, neste caso, eu devo."
"Estamos com você", Ivan grunhiu. "Igor e eu temos pouco respeito por Yuri, de qualquer maneira."
"Eu acho que você deve matá-lo e tomar sua posição", Anson sugeriu.
Flynn apertou sua mão. "Estes são os seus homens, Grigori. Nunca se esqueça disso."
"Então o que precisamos fazer é o seguinte", começou Grigori.
Os homens e Flynn se reúnem ao redor dele, e ele sorri. Realmente iria deixar Yuri muito bravo, mas não podia dizer que realmente se importava com isso agora.
"E Teller?", Flynn queria saber.
"Amarre-o bem e o colocaremos na van. Vamos trazê-lo conosco." O plano que tomava forma na cabeça de Grigori tinha um toque de insanidade, mas às vezes isso é o que faz as coisas funcionam.
"E o corpo?" Ivan fez um gesto para Yakov.
Este foi mais difícil de enfrentar. "Traga-o também.”
FLYNN SENTIU uma sensação palpável de excitação. Ela estava nervosa também, mas confiava totalmente em Grigori. Andava ao lado dele na van enquanto se dirigiam para a casa de Yuri em Richmond.
"O que você está pensando?", perguntou Grigori, olhando para ela, atrás do volante. Ela não conseguia enxergar muito bem por causa da luz do painel, mas ele parecia determinado. Ela estendeu a mão e carinhosamente deu um soco em seu ombro. "Ah, você sabe, só estava pensando em como é muito mais agradável andar no banco do passageiro da van, quando sou uma passageira."
"Ah, sim, eu fui um pouco rude quando nos conhecemos."
Ela bufou. "Eu bati em você com um pedaço de madeira."
"Você foi atacada por gatos selvagens."
A lembrança a fez rir. "Sim. Eu fui. Estava tão irritada com aqueles gatos estúpidos por terem entregado minha posição".
"Eu sabia que você estava lá."
"Não sabia!"
Ele bufou. "Sua respiração era tão alta que eu estava surpreso que você não derrubar o alpendre com cada expiração."
De repente, ela ficou séria. Parecia errado rir e brincar, quando tinha acabado de matar Yakov.
"Qual o problema?", ele perguntou.
"Eu sinto que não tenho o direito de ser feliz depois do que eu fiz para Yakov."
"Ele muito provavelmente não teria nem pensando duas vezes em matar você." A expressão de Grigori sugeriu que ele não gostava dessa ideia nem um pouco.
"Sim. Mas ele era seu irmão. Ele foi o motivo pelo qual você se casou comigo." Flynn se esforçou para
colocar o que estava sentindo em palavras. "Não é meio errado simplesmente se esquecer disso?"
"Eu fiz o que fiz porque era do meu interesse. Sim, eu queria muito ajudar meu irmão. Mas a imigração estava respirando no meu pescoço, e eu precisava de uma maneira de ficar neste país. Eu gosto daqui."
"Estou feliz de você ter criado esse plano estúpido."
"Não era estúpido." Ele soou quase emburrado. "Olha o que aconteceu até agora."
Ela realmente não podia argumentar contra isso. "Você é um homem surpreendente, às vezes."
"Como assim?"
"Você realmente não parece querer estar no comando como os outros homens." Flynn pensou sobre isso. "Você não gasta todo o seu tempo batendo no peito e comentando sobre como é viril e poderoso."
"Então agora você pensa que eu não sou viril?"
"Na verdade, eu acho que você é uma daquelas pessoas raras que são superiores à maioria de nós.
Estamos todos correndo por aí, tentando encontrar o queijo, e você está secretamente administrando a loja de queijo em segredo e rindo da gente."
"Eu não rio das pessoas."
"Não, mas você deixa que sejam estúpidas sozinhas."
"Talvez", ele permitiu, encostando-se a uma calçada diante de uma casa ostentosa no centro de um dos bairros mais ricos de Richmond.
Grigori estacionou a van e se virou. "Hora do jogo, senhores. Lembrem-se dos seus papéis."
Anson, Igor e Ivan saltaram ao lado da van e foram arrastando o corpo morto de Yakov e o vivo de Teller com o mesmo cuidado. Grigori esperou até que eles estivessem posição e, em seguida, acenou para Flynn.
Ela correu para a porta da frente, conseguindo fazer todo o caminho até a porta e tocar a campainha três vezes antes de qualquer um dos seguranças de Yuri sequer notarem. No momento em que eles apareceram na varanda, a porta já se abriu.
Um homem cadavericamente magro estava diante dela. Ele tinha até uma barba pontuda, como se quisesse ser Rasputin. "Posso ajudá-la?", disse ele, com desdém.
"Ah, sim", Flynn disse docemente. "Meu nome é Flynn Callaghan. Pode ser que você conheça o nome do meu pai, o procurador americano que o contratou para me matar." Yuri parecia visivelmente assustado. "Com licença?"
Os dois guardas começaram a se fechar sobre ela. Ela ergueu a mão, sorrindo para eles, para desarmálos.
"Oh, eu estava apenas devolvendo algumas coisas para você", ela disse a Yuri. Em seguida, fez um gesto para Grigori. Em segundos, Grigori e seus homens apareceram arrastando Yakov e Teller. Anson jogou o cadáver de Yakov na varanda. Ivan e Igor forçaram Teller a se ajoelhar, e Grigori assistiu aos homens da segurança de Yuri recuando. Flynn nunca tinha visto Grigori nesse modo totalmente mau. Foi bastante impressionante de se ver. Seu rosto estava impassível, e sua aura exalava agressão misturada com puro poder primitivo. Yuri recuou um passo. "Você!"
"Sim. Eu. E vivo. Tenho certeza de que você está surpreso."
"Eu nunca pensei que Yakov era seu igual", Yuri disse, rapidamente.
"Verdade?", a voz de Grigori estava perigosamente sedosa. "E ainda assim você o enviou atrás de Flynn e eu. Tudo porque um determinado procurador distrital dos EUA estava disposto pedir-lhe um favor.
Por que, eu me pergunto, valia a pena se arriscar?"
"Cidadania americana", disse Yuri, categoricamente.
"Ele não pode oferecer isso, na verdade", disse Flynn a Yuri. "Meu pai já falou essa frase tantas vezes que acho que agora ele provavelmente começou a acreditar que a si mesmo."
"E o que é tudo isso?", Yuri fez um gesto para o corpo.
"Bem, pensamos que você pudesse gostar de dar uma última olhada em seu assassino", explicou Flynn.
"Já que este é o único que você tem...", ela soltou a frase.
"Bobagem", disse Yuri com um ronco delicado. "Eu tenho Grigori."
O rosto de Grigori estava como pedra. "Não. Estou cansado de fazer trabalhos para a família. Você me traiu. Seja qual for o acordo que tivéssemos, ele acabou. Não só porque você tentou me matar, mas você foi a causa da morte do meu irmão.”
"Ah, Grigori, seja razoável." Yuri fez um gesto para seus homens, que começaram a se aproximar.
"Senhor, eu odiaria ter que matar vocês dois. Nós nos conhecemos há anos." Grigori os encarou, e eles deram um passo para trás.
Yuri não achou graça. "Ele está blefando! Não o deixe intimidar vocês." Grigori virou os olhos, olhando para um, depois para outro. "Nós jogamos pôquer juntos. Eu pareço
estar blefando?"
Eles deram outro passo para trás, e então finalmente se viraram e foram embora, deixando Yuri sozinho com Flynn, Grigori e seus homens. O sorriso de Grigori não era tranquilizador. Embora Yuri parecesse pensar que poderia vociferar até conseguir sair desse incidente.
"Quem é este homem?", Yuri chutou Teller.
"Este é o homem de Callaghan", os lábios de Grigori se curvaram em um arremedo de sorriso. "Nós imaginamos que você pudesse apreciá-lo como um presente. Assim, pode negociar com Callaghan."
"Um gesto de boa vontade, então? Já que você pretende encerrar a sua posição?", Yuri parecia amargo.
"Na verdade, eu não vou desistir", Grigori virou as costas, preparando-se para sair. "Muito pelo contrário. Eu estou indo trabalhar sozinho. Deve haver uma maneira muito mais lucrativa de ganhar a vida. E eu também terei autonomia para escolher meus próprios contratos."
"Mas você não pode fazer isso!", Yuri protestou.
Grigori se virou, segurando o braço de Flynn. Ela se aninhou contra ele, e ele deu-lhe um apertão.
"Observe-me."
Capítulo Quatorze
“Agora só sobrou meu pai para cuidar”, Flynn disse, de maneira tensa. “E alguém vai me contar por que trouxemos o corpo de Yakov com a gente?”
“Você vai ver”, disse Grigori com um tom sinistro da voz. Estavam todos apinhados na van novamente. Era tão estranho dirigir pelo seu antigo bairro. O amanhecer estava apenas começando a pintar o céu em tons de roxo e rosa pálido. Flynn esfregou os olhos. A adrenalina constante a tinha deixado se sentindo mole como um pedaço de macarrão flácido.
"Não vai demorar muito, meu amor." Grigori se aproximou e pegou a mão dela. "Eu pretendo passar a próxima semana na cama."
"Eu chamar isso de..." Anson puxou os cabelos que cresciam em seu queixo. "Informação demais. Sim.
É isso que é."
"Ou inveja", Igor sugeriu. "Você pode sempre tentar usar um site de namoro."
Isso iniciou uma conversa animada sobre sites de namoro e noivas por correspondência.
Flynn bocejou. Ela realmente gostava de ter os homens de Grigori por perto. Eles eram engraçados e leais, e ajudavam a manter as coisas não muito sérias, que era o que acontecia toda vez que ela pensava sobre o corpo na parte de trás da van.
Seu estômago se contraiu com ansiedade quando Grigori parou em frente da casa de seu pai.
Grigori se virou para olhar para ela, sem dúvida, tentando avaliar a reação dela ao lugar. "Você vai ficar bem?"
"Sim", ela olhou para a estrutura de tijolo imponente. "Esta não é a minha casa mais. Acho que jamais foi."
Eles saíram da van, Igor na retaguarda com o corpo de Yakov por cima de seu ombro musculoso. Desta vez, foi Grigori quem tocou a campainha. Flynn estava quase mais curiosa sobre quem atenderia a porta, uma vez que Teller estava indisponível – e então ficou preocupada sobre como lidar com seu pai. Teller tinha sido o braço direito de seu pai durante o tempo que ela conseguia se lembrar.
A luz da frente se acendeu e a porta de vidro ornamentado foi aberta. "Teller?" O pai enfiou a cabeça para fora, obviamente, à procura de seu chefe de segurança.
"Teller não vai voltar, papai", Flynn disse calmamente. O olhar de olhos arregalados de seu pai focou nela brevemente, antes de passar para seus companheiros. "O que você está fazendo aqui?"
"Você me conta. Você está surpreso por me ver aqui, ou apenas surpreso por me ver respirando?" Ela poderia dizer que o provocou, mas ele não estava disposto a abdicar de nada ainda.
"Eu não sei o que você está falando", ele olhou para todos os lugares, menos para ela. "Você deveria ir embora."
"Teller está com Yuri." Ela deixou cair a bomba com satisfação. "Nós meio que o deixamos como uma oferta de paz, já que Grigori não vai mais trabalhar para ele."
Seu pai saiu para a ampla varanda da frente. Ele estava em seu roupão de banho. A peça de vestuário listrada de marrom e azul provavelmente tinha custado uma fortuna. Sem dúvida, até mesmo os seus chinelos eram de grife. Ele se sentou nos degraus e colocou a cabeça entre as mãos.
Segundos depois, olhou para Grigori. "Aquele desgraçado do Yuri vai matar Teller sem sequer pestanejar."
"Sim." Grigori, obviamente, não sentia nenhuma simpatia por seu pai. "Deveria ter sido você, mas eu acho que até Flynn iria se opor."
"O que?"
Grigori franziu os lábios com desdém. "Você tramou para matá-la. Você mataria sua própria filha por dinheiro.”
"Eu não teria matado!", seu pai gritou. "Ela não estava cooperando. Não me deixou nenhuma escolha."
"Eu não iria cooperar?" Flynn estava enojada com toda a situação. "Por quê? Porque eu não iria assinar a minha herança?"
"Era para ser minha", ele rosnou. "Ela prometeu. Quando me casei com ela, ela prometeu que o dinheiro seria meu.”
Flynn congelou, uma suspeita horrível crescendo em sua mente. "Você a matou? Foi isso que aconteceu? Você arranjou para ela morrer, mas o testamento dela deixava a herança especificamente para mim. Você não sabia, não é?"
"Ela mudou o testamento." O pai levantou de repente, puxando seu cabelo e parecendo um homem selvagem. Então ele se virou para encará-la. "Não era para ser assim. Ela meteu na cabeça que eu a iria
deixar ou qualquer loucura dessas."
"Não!" Flynn desafiou. "Ela estava com medo de morrer, não foi?" O horror do que estava ouvindo era quase demais. Mas Grigori estava lá. Ele passou os braços fortes em torno dela, e ela absorveu sua força. Descansando a bochecha em seu peito, ela se rendeu. Não podia mais lidar com isso. Mas ele podia.
"Olhe para você." A voz do pai pingava com desprezo. "Aconchegando-se nos braços de um assassino, ao mesmo tempo em que faz julgamentos sobre mim. Sobre mim!"
"Ele é um assassino honesto", disse ela, suas palavras abafadas pelo tecido da camisa de Grigori.
"Eu vou supor que Yuri foi quem ajudou a encontrar um assassino para sua esposa", disse Grigori, com uma calma enganadora. "Foi por isso que ele parecia ser a opção certa quando você precisou se livrar de sua filha."
"Não. Não foi assim." O protesto débil de seu pai não teria convencido ninguém. Nem mesmo a si mesmo. E certamente não a Flynn.
GRIGORI SENTIU FLYNN tremer contra ele, e teve mais raiva naquele momento do que jamais tinha tido na vida. Abaixou a cabeça e inalou o aroma dela. Seu cabelo era suave sob seus lábios. Ela era ardente e apaixonada, e o desafiava dia a dia. Mas ele sabia, sem dúvida, que esta mulher valeria qualquer luta. Olhando para a expressão beligerante de Callaghan, Grigori assentiu para Ivan. Era hora de fazer o político entender. "Eu tenho um presente para você."
"O quê?" Callaghan franziu a testa. Ele obviamente estava confuso. "Por que você me daria alguma coisa?" Ivan despejou o corpo de Yakov no chão, na frente de Callaghan. O homem, na verdade, deu um gritinho e pulou para trás como se ele estivesse com medo de que algo desagradável tocasse seus chinelos de luxo.
"O que é isso?" Callaghan perguntou em voz quase uma oitava acima do normal. "E por que está no meu gramado?"
"Esse é o homem Yuri enviou para matar sua filha." Grigori sorriu. "A parte triste é que você é muito raso e estúpido para compreender o significado da identidade deste homem."
"O quê?"
"Você prometeu cidadania americana a Yuri, em troca da ajuda dele para se livrar de sua filha", Grigori observava o rosto do homem, satisfeito quando viu o medo, bem como o reconhecimento. A história de Yuri era verdade. Mas Grigori não tinha terminado. "Yuri já estava se sentindo ameaçado. Assim, colocou um irmão contra outro. Ele pediu que você me perseguisse. Estou certo?"
"Sim. Sim! Yuri queria que seu irmão parecesse ter sido deportado. Era ele! Foi Yuri. Eu não."
"Então você falsificou alguns documentos e meu irmão desapareceu."
"Sim." Callaghan estava olhava impaciente.
"Este é meu irmão." Grigori apontou para o corpo de Yakov. "Ele foi o assassino contratado para fazer a sua filha desaparecer.”
“O quê?” Callaghan franziu a testa. "Então por que você se envolveu em tudo?”
“Esse foi o efeito colateral de sua interferência com a imigração. Eles decidiram que queriam que eu fosse embora”, Grigori o observou atentamente. Era importante saber o quão longe o golpe de imigração tinha ido. Se a coisa toda tinha sido uma farsa, Callaghan saberia.
Parecia que Callaghan não tinha ideia do que Grigori estava falando. Seu rosto era uma massa de confusão e terror. "Você está dizendo que a imigração foi atrás de você?"
"Ah, sim. Fui visitado por vários agentes”.
"Mas eu nunca..." Callaghan pausa. "Yuri me traiu. Ele chamou meu próprio povo e me dedurou!" Ele começou a andar. "Teller tem que corrigir isso. Eles sabem o que eu fiz. Preciso detê-los."
"As mentiras que contamos às vezes podem voltar para nos morder a bunda", Grigori concordou. Ele gentilmente passou os dedos pelos cabelos de Flynn. "Neste caso, eu acho que eu certamente fiz o melhor negócio. Definitivamente."
Grigori se virou, Flynn ainda se protegia ao seu lado. Seus homens se viraram com ele, os cinco deles parecendo uma unidade impenetrável. Parecia uma família.
"Espere!", Callaghan olhou horrorizado. "E o meu dinheiro?"
"Não é seu", Grigori lembrou. "Nunca foi. E se você tentar vir atrás de novo, vai descobrir o quão letal pode ser o meu lado mau."
Eles entraram no van sem dizer mais nenhuma palavra a Callaghan. Ele iria ferver nos problemas criados por ele mesmo por muito tempo. Seu jogo tinha o seu próprio curso. Grigori entrou na parte de trás da van com Flynn ainda em seus braços. Anson ficou atrás do volante
com Ivan e Igor discutindo sobre quem iria no banco do passageiro. Quando finalmente todos os detalhes tinham sido resolvidos, a van já estava em movimento. Eles estavam indo para casa.
"Você está bem?", perguntou Grigori a Flynn. "Essa foi uma responsabilidade muito grande, de uma só vez."
"Estou feliz por ter dito a minha irmã para ir fazer compras fora da cidade com minha madrasta." Uma única lágrima escorreu pelo seu rosto. "Cynthia não deveria ter que ouvir essas coisas. Especialmente sobre o que ele fez com a minha mãe”.
Ela então se entregou, chorando suavemente na camisa dele. Grigori a embalou como uma criança. Ele não podia imaginar o horror de descobrir algo tão terrível sobre sua família na esteira do que tinha acontecido com seu irmão.
"Minha vida é uma bagunça", ela gemeu. "Como você consegue me aguentar?"
"Ninguém pode ser forte o tempo todo."
Ela tocou seu rosto delicadamente. "Você pode."
"Não. Olhe para mim. Eu congelei antes. Se não fosse por você, nós estaríamos mortos." Grigori estremeceu com essa ideia. "Você é a pessoa mais forte que eu conheço."
"Você me faz forte." Ela suspirou, aconchegando-se mais perto. "Talvez a gente seja mais forte juntos."
"Isso significa que você embarcou completamente no nosso casamento?", ele perguntou em tom de provocação.
"Contanto que você possa aguentar a minha família", ela parecia triste.
"Sua família?", ele bufou. "Meu irmão tentou nos matar."
"Meu pai o contratou."
"Então, vamos simplesmente concordar que ambos temos famílias fodidas?"
Ela parecia estar olhando para a frente da van. Igor e Ivan ainda discutiam sobre o fato de Ivan ter se sentado no banco da frente. O suspiro feliz parecia em desacordo com a cena estranha, tendo Anson como árbitro.
"Eles são a nossa família", ela decidiu. "Você não acha?"
Ele a embalou de perto. "Com certeza são."
"Serão ótimas babás para o bebê."
"Que bebê?", Grigori disse em voz alta. Sentiu como se seu coração tivesse parado.
Da parte da frente da van, toda a discussão parou. Anson se virou. "Que bebê?" A gargalhada dela era um som agradável. "Eu não estou grávida ainda. Embora suponha que possa estar. Não é como se tivéssemos tomado cuidado ou algo assim. Eu só estava pensando que eu gostaria de ter bebês com Grigori." Grigori gentilmente virou o rosto dela para o dele. Abaixando a boca, beijou-a lentamente até que a necessidade enlouquecedora de tê-la se sobrepôs a tudo o que tinha acontecido. Era só isso que importava.
Capítulo Quinze
Grigori observava o suave movimento para cima e para baixo do peito de Flynn enquanto ela respirava. As inspirações e expirações longas eram evidência de seu doce sono. O sol estava alto no céu agora, mas de qualquer maneira eles não tinham ido dormir até bem depois do amanhecer. As persianas estavam fechadas, mas ainda dava para ver cada detalhe e a forma de seu rosto no brilho do dia lá fora. Eles tinham ido para a cama nus, e ele estava feliz porque poderia olhar para os seios dela durante todo o dia. Incapaz de resistir, colocou a ponta do seu dedo indicador na boca e, em seguida, usou-o para circundar o mamilo direito repetidamente até que endurecesse em um pequeno bico. Flynn se mexeu, espreguiçando-se e fazendo seus seios saltarem. Seus olhos se abriram, e ele não conseguiu resistir à mulher sexy e sonolenta que era sua esposa. Abaixando a cabeça, colocou seu mamilo na boca e chupou com força. Ela arfou e apertou os dedos em seu cabelo, para puxá-lo mais perto.
"Grigori? O que você está fazendo?"
Ele levantou a mão para o outro seio e rolou seu mamilo entre o polegar e o dedo indicador. Ela parou de falar e arqueou as costas, empurrando-se para ficar em contato com ele. O calor de sua pele roçou a dele, e ele sentiu seu pau crescer em resposta. Ele queria estar dentro dela, mas queria saboreá-la primeiro.
Soltando o mamilo, fez um caminho pelo corpo dela com a boca. Ela respirou fundo para dizer alguma coisa. Ao abrir as pernas, sentiu um beijo bem na parte superior de seu púbis. Qualquer palavra que pudesse dizer se dissolveu em um gemido. Ele sorriu. Era exatamente o que queria: Flynn, sem palavras e envolvida.
Ele segurou seu sexo aberto com os dedos. O cheiro dela era perfeito, deixando-o com água na boca em antecipação. Soprou suavemente sobre a carne quente. Ela se encolheu, mas não tentou fechar as pernas.
Ele podia sentir sua excitação pela forma com que seus músculos estavam tensos. E então ele deu uma longa lambida em sua boceta, da entrada da sua vagina até a ponta do clitóris. Ela gemeu, de forma demorada e baixinha, e um jorro de fluido lhe permitiu ansiosamente chupar seus sulcos.
Encontrou o clitóris com a língua e brincou com a pequena saliência até sentir seus músculos internos se apertarem. Deslizando um dedo para dentro de sua abertura, ele gentilmente esfregou a parte macia do músculo, bem no comecinho. Ela tremeu com a primeira onda de um orgasmo que estava tão perto que ela quase podia sentir o gosto.
"Grigori, não posso!", ela arfou. "É muito."
Ela podia, e ele iria mostrar a ela.
Adicionando um dedo, começou a deslizá-los para dentro e para fora da sua vagina em um ritmo rápido. Separou os dedos separados, esticando-a e fazendo-a gritar surpresa de prazer.
"Goze para mim, Flynn. Agora mesmo."
Seus olhos se abriram, sua bela cor ainda mais intensa com o brilho de excitação. Então ele sentiu alguma coisa ceder dentro do corpo dela, e ela gritou seu nome ao gozar.
Grigori observava as ondas de orgasmo que a atingiam e sabia que não podia esperar muito mais tempo. Torceu os dedos dentro dela para prolongar seu prazer. Ela se contorcia com as sensações, e ele se regorgizava com sua entrega.
FLYNN TINHA QUASE CERTEZA de que tinha morrido e ido para o céu. Nunca havia sentido nada tão delicioso ou provocativo quando a língua de Grigori em seu clitóris. Então, ele acrescentou os dedos em sua vagina, e ela pensou que poderia enlouquecer de prazer. Seu corpo estava em chamas. Cada músculo se apertava tanto que ela não imaginou ser capaz de chegar ao clímax. Mas, de alguma forma, no momento em que ele a mandou gozar, tudo dentro dela havia exigido que ela obedecesse sem questionar. A euforia começou a diminuir um pouco, e ela estendeu a mão para Grigori. A mão dele a envolveu delicadamente, ao mesmo tempo em que ele cobriu seu corpo com o dele. Foi um momento profundamente tocante. Seus olhares se encontraram. Ele se colocou entre suas pernas, e ela sentiu a grossa cabeça de seu pênis pressionar sua boceta. Ela se mexeu, de bom grado, dando-lhe o acesso e dizendo a ele que lhe pertencia sem reservas. A primeira penetração do pênis em sua vagina foi totalmente prazerosa, preenchendo-a completamente. Ela se sentiu completa com ele, desejando que nunca mais saísse dali. Mesmo assim, quando ele saiu apenas para mergulhar dentro dela mais uma vez, ela arfou com alegria. Cada golpe enviou um pulso de prazer erótico através de seu corpo. Suas terminações nervosas estavam vivas com aquela sensação, e ela desejou nunca mais parar. Grigori penetrou lentamente. Ela sentiu um pouco de timidez ao perceber que ele observava cada expressão dela com total fascinação. Em seguida, ele alcançou sua boca e deslizou a língua entre os lábios.
Suas bocas imitavam o movimento de seus corpos. A intensidade aumentava até que ela pensou que poderia se desmontar. O calor borbulhava dentro dela, enviando uma emoção para as pontas dos dedos das mãos e pés. Ela levantou as pernas para permitir um acesso mais profundo à vagina. O novo ângulo fez com que a raiz do pau dele se esfregasse em seu clitóris, e Flynn se perdeu. Ela gozou com um grito irregular. Era como se tivesse sido atingida por um raio. Ela estava ardendo para ele, pertencia a ele totalmente. Ele a observou por apenas mais um momento até que seu próprio orgasmo o deixou no limite da razão. Seu rosto ficou tenso de paixão quando ele a penetrou com força, mantendo-se profundamente dentro de seu corpo. Ela sentiu o calor do jorro de sua semente derramando-se dentro de seu ventre. Pensou brevemente na sua discussão anterior sobre filhos e sentiu o primeiro pingo de emoção nas possibilidades que se colocavam para eles.
GRIGORI ROLOU para o lado para evitar esmagar Flynn. Sentou-se ao lado dela na cama e deu vários beijinhos por todo o seu rosto, pescoço e peito. Ela riu, e o som o fez ficar bizarramente contente. Alguém bateu na porta do quarto.
"Vá embora!", Grigori grunhiu.
"Desculpe interromper." Foi Anson.
Flynn deu um grunhido irritado. "Estamos um pouco ocupados, Anson. Mais tarde, por favor?"
"Eu gostaria de poder, mas há uma senhora da imigração na porta da frente." Anson fez uma pausa, muito provavelmente desejando que ele poderia estar em qualquer lugar, menos à porta agora. "Devo dizer a ela para ir embora ou atirar?"
Grigori e Flynn olharam um para o outro. A imigração estava em sua porta, agora? Grigori abriu a boca para dizer Anson para se livrar da mulher, mas Flynn agarrou seu braço.
"Deixe-a entrar", Flynn sugeriu. "Se formos lá parecendo recém-fodidos, então não haverá nada sobre o nosso casamento para eles questionarem."
Ele pensou sobre a sua sugestão pelo tempo de duas respirações e depois riu. "Você é uma mulher de bronze, meu amor."
"Só porque eu tenho que estar em ordem para acompanhar você." Ela saiu da cama, empurrando seu
cabelo despenteado da frente dos olhos. "Como estou?"
"Como quem acabou de sair da cama."
"Perfeito!", ela puxou um vestidinho, deixando-o cair sobre seu bumbum nu. Em seguida, pegou um cobertor da cama e o envolveu em torno de seu corpo. Ela apontou para ele. "Encontre um moletom ou algo assim. Sem camisa."
"Beleza."
E foi assim que desceram.
Anson ficou sem fala por um momento. Então ele pareceu perceber que ele tinha uma tarefa a fazer. "A senhora está na sala da frente."
"Obrigado, Anson," Flynn disse calorosamente. "Isso vai ser divertido."
"Se você diz", Grigori murmurou.
Ele não podia deixar de ficar impressionado com a presença de sua esposa como ela entrou na sala da frente, segurando o cobertor firmemente em torno de seu traseiro nu. Ela deu um sorriso à oficial de imigração e estendeu a mão. "Espero que você desculpe a nossa falta de vestuário adequado, mas não sabia que você viria hoje."
"Você recebeu um e-mail." A mulher ofereceu Flynn um cartão. "Sou Tabitha Bynes. Vou preencher o relatório sobre o seu recente casamento com Sr. Pasternak.”
"Bem, então, eu estou tão feliz em conhecê-la, a Sra. Bynes." Flynn pegou o cartão.
"Você tem como hábito de estar na cama às duas horas da tarde de um dia de semana?", a tímida Sra.
Bynes olhou de cima a baixo para Flynn.
Grigori escondeu um sorriso. Ele poderia ter dito a Sra. Bynes que tentar intimidar Flynn nunca iria funcionar.
Sua esposa apenas estreitou seu olhar e aqueceu a discussão. "Nós estamos em nossa lua de mel, Sra.
Bynes. Só estamos casados há alguns dias. Como você espera que recém-casados ajam?"
Grigori deslizou o braço em torno de Flynn. "Calma, meu amor. Tenho certeza de que a Sra. Bynes não está questionando a validade do nosso casamento." Em seguida, ele ofereceu um sorriso agradável para a mulher. "Peço desculpas, mas minha esposa está bastante cansada das pessoas insinuando de que ela só se casou por causa do velho esquema do green card".
"Entendo." As bochechas da Sra. Bynes coraram, ficando rosa brilhante, e Grigori sabia que eles a
tinham convencido. Ela se ajeitou. "Então vocês estão dizendo que são um par perfeito?"
FLYNN QUASE RIU. Não havia nenhuma dúvida em sua mente de que ela poderia ter contado uma mentira à coitada da Sra. Bynes que teria queimado seu pequeno cérebro a cinzas. Mas não foi exatamente isso que aconteceu.
"É verdade que eu não conheço meu marido há muito tempo, Sra. Bynes", Flynn começou. "Mas amo este homem com todo o meu coração. Nunca conheci ninguém mais forte ou mais compassivo. Ele é inteligente e charmoso, e às vezes é um idiota." Ela sorriu para Grigori. "Mas ele é homem, então certamente podemos perdoar isso, não?" Grigori apertou o nariz dela e, em seguida, beijou sua testa. "Eu aprecio a compreensão, realmente." A maneira como ele olhou para ela fez todo o resto desaparecer. Nem mesmo Sra. Bynes importava agora. Flynn esqueceu que a agente de imigração estava lá. Ela se esqueceu de Anson, Igor e Ivan. Ela se esqueceu de que eles estavam na sala de estar. Ela esqueceu tudo, menos do homem que a segurou com tanta delicadeza. Olhando em seus olhos escuros insondáveis, ela traçou suas bochechas, queixo e nariz com a ponta dos dedos. Em seguida enterrou suas mãos em seu cabelo e puxou sua cabeça para baixo para que pudesse beijálo. Ele não protestou, preguiçosamente explorando sua boca até que um pigarro os devolveu para o momento.
"Peço desculpas", a Sra. Bynes pareceu parar, como se não tivesse certeza de por que realmente pedia desculpas. "Quer dizer, não queria interromper, mas já interrompi. Creio que tenho o suficiente para o meu relatório." Ela se levantou da cadeira e começou a andar em direção à porta. "Por favor, mantenha meu cartão caso precise falar comigo. Sra. Pasternak, sua papelada deve chegar em de sete a dez dias úteis. Por favor, preencha os formulários necessários e os envie assim que possível".
"Você já está indo embora?" Flynn pôs a mão ao peito. "Eu me sinto tão rude. Nem sequer lhe ofereci um copo de chá, Sra. Bynes."
"Oh, isso não é necessário." A mulher já estava a meio caminho para fora da porta. "Acredito que tenha interrompido sua lua-de-mel por tempo suficiente. Vou deixa-los voltar à sua... Bem, suas atividades de férias."
"Obrigada!" Flynn disse a ela. "Foi maravilhoso conhecê-la!" Assim que a porta se fechou, Grigori a levantou do chão e a pegou em seus braços. Deu um selinho nela
e se dirigiu para as escadas. "Eu não sei você, mas eu estou mais do que pronto para retomar nossas atividades de férias." Flynn segurou o rosto dele nas mãos. "Então é melhor se apressar, porque eu não quero perder um único momento."
Bella Rose
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