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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


SHUTDOWN / Laurel K. Hamilton
SHUTDOWN / Laurel K. Hamilton

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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ALGUMA vez você já teve que almoçar com a noiva do seu amante? Era primeira vez para mim também. Éramos quatro almoçando, mas só um de nós era novo para a metade da mesa. A Dra. El en Radborne era da minha altura, cerca de 1,52 cm de altura, com cabelo na altura do ombro, tão escuro que eu poderia ter pensado que era preto, mas o meu cabelo era preto, então eu sabia que o dela era realmente apenas marrom escuro. Seus olhos eram castanhos, como o meu, apesar de que novamente, os meus eram um pouco mais escuros. Ela tinha um bronzeado pálido de verão, e a minha pele era quase branca, mas minha pele nunca realmente fica bronzeada, apenas queimava e depois voltava a ser pálida. Ela era cheia de curvas, talvez não tão cheia no peito como eu, mas nenhum homem que gostava de seios iria reclamar que ela não tinha. Estava em forma, embora não tão em forma como eu, mas eu duvido que ela precise malhar e obter condicionamento cardíaco para seu trabalho como eu precisava para o meu.
Nós discutimos sobre os pedidos de comida, comemos e finalmente pedimos café e chá, e nada grave tinha vindo ainda, ou qualquer coisa a ver com a razão desta reunião. Eu não tinha precisado suportar tanta conversa fiada nos últimos anos. Nós aprendemos muito uma sobre a outra, mas a menos que estivéssemos em um encontro, eu não vi o ponto.

 


 


Ela ensinava biologia em nível universitário, e continuava fazendo trabalho de campo e pesquisa nos verões. E me lembrou das últimas duas namoradas sérias que ele teve. Certamente ele tinha um tipo, como se apenas os nomes fossem alterados entre suas baixas mulheres de cabelos escuros. Ele dormiria com uma variedade, mas namoro sério era sempre com mulheres como nós. Ela gostava de acampar, observar pássaros, fazer caminhadas, espeleologia, escalada e todos os tipos de coisas ao ar livre. Ao mesmo tempo em que eu gostava de tudo isso, meu trabalho como um agente federal dos EUA para o ramo preternatural não me deixou muito espaço para hobbies.

Meu tempo passado no ginásio foi mais sério, porque minha vida pode depender de quão rápido eu podia correr, o quanto eu conseguiria bater, e quão difícil eu seria. A Dra. Radborne provavelmente não precisa se preocupar com nada disso. O que significava que eu poderia ter lutado braço com ela, mas ela provavelmente tinha um horário de trabalho mais razoável.

Sentamos uma em frente à outra sorrindo, mas seus olhos estavam um pouco incertos, e eu estava tentando muito duro não olhar vazio. A maioria das mulheres teve olhos que eram demasiado neutros ou hostis. Os homens entendem que às vezes você não queria sorrir, mas que nem por isso estava com raiva, enquanto as mulheres esperam que as outras sejam sempre agradáveis, e se você não é, elas acham que não gosta delas. Há tantas razões para que a maioria de meus amigos sejam homens.

A única salvação para esse fiasco de almoço de sábado foi que não estávamos sozinhos, embora em alguns aspectos, também tornou mais complicado. Eu ainda estava feliz por ter uma mão para segurar do meu lado da mesa, enquanto ela se pendurava no braço de seu noivo do outro lado.

Conosco estava Micah Cal ahan, que tinha a mesma altura que a boa doutora e eu. Ele era o único homem que eu já namorei, cuja altura correspondia com a minha. Micah estava vestindo uma camisa verde floresta que foi realmente feita de seda, o que sempre me pareceu errado para uma camisa, mas uma vez que também lhe fazia parecer uma pétala macia e estava fabulosa nele, eu não ia reclamar. Isso fez a borda verde ao redor de suas íris mais vibrantes, e do círculo de amarelo na parte externa, mais ouro, de modo que seus olhos eram ainda mais bonitos no conjunto triangular e delicado de seu rosto de pele morena. Ele ainda mantinha o bronzeado de verão que obtinha todos os anos correndo com nada mais do que calções curtos, por isso ele estava tão moreno e seus olhos eram como joias no quase feminino beleza de seu rosto. A camisa também aderia a cada curva da parte superior de seu corpo, mostrando o quão musculoso ele era por debaixo desta. Micah tinha ombros largos para seu tamanho, e um peito bonito que afunilava numa cintura tão delgada que poderíamos compartilhar alguns de nossos jeans. Mas muita roupa o fazia parecer delicado, porque ele lutou por cada grama de músculo que ele possuía, na academia ou na pista. O que não acontecia com o homem sentado ao lado da Dra El en Redborne.

Richard Zeeman tinha 1,83m de altura e sempre ficou musculoso facilmente, o que ele mostrava em seus ombros largos, peito impressionante, e nas ondas dos braços contra o algodão de sua própria camisa, que também era verde floresta. Não tinha me ocorrido coordenar o que os meninos estavam usando. A Dr. El en pediu para Richard perguntar o que eu estaria usando, de modo que tive de pensar sobre isso antes do tempo mais do que eu normalmente faria para um sábado.

Disse que usaria uma camisa e um jeans com botas, porque era outono e eu estava usando jeans preta enfiadas em umas botas muito legais, uma camisa de seda que combinava com a de Micah, exceto pela cor – a minha era vermelha, o que ia bem com o meu batom, e com o padrão de chama nas minhas botas. As botas eram divertidas, e percebi que eu precisava de um pouco de diversão para o almoço.

Eu estava certa, mas El en estava usando umas calças jeans mais comuns, enfiadas em botas de cowboy marrom vistosas, e vestia uma camisa de botão azul que combinou com o jeans mais do que seu tom de pele, ou, pelo menos, era a minha opinião, que cuidei de guardar para mim. Mas foi uma pena que os homens estavam vestindo camisetas quase idênticas, e que ambos tinham seu bronzeado de verão e estavam fabulosos neles. Micah parecia melhor no seu aspecto, mas eram os olhos.

Os olhos de Richard eram de um profundo marrom, chocolate ao leite, olhos belos, mas eles não podiam competir com os olhos de leopardo de Micah. Ambos estavam vestindo jeans, Micah em preto, Richard em azul, por isso mais uma vez, cada um coordenado com a nossa outra metade. Micah estava calçando sapatos de designer em couro preto cordovan, assim como meus saltos de três polegadas. Eu estava realmente mais alta do que ele, mas Micah nunca se importava, ele era seguro de todas as formas. Richard estava usando botas marrons de caminhada, que eram um dos seus tipos favoritos de sapatos nos finais de semana.

O cabelo de Richard caiu em ondas de espuma marrom com reflexos dourados, e na luz solar forte o suficiente eu sabia que havia fios de vermelho acobreado, de modo que dizendo que ele tinha cabelo castanho nunca lhe faria justiça.

O cabelo de Micah era encaracolado, não ondulado, ele normalmente usava para trás em um rabo de cavalo ou uma trança de algum tipo, mas uma vez que este almoço era para ajudar a Dra. Elen a entender que eu tinha outros homens gostosos na minha vida e que eu não precisava roubar Richard dela, Micah deixou o cabelo solto sobre os ombros, onde caiu em cachos de um castanho profundo, até o meio das costas.

Meu cabelo era do mesmo comprimento, e eu percebi que, estranhamente o cabelo, tanto de Richard quando o da Dra. El en apenas passava dos ombros. Eles dizem que depois de algum tempo os casais começam a ficar parecidos.

Ela deu ao braço de Richard um pequeno aperto extra, onde seu braço estava serpenteando através do dele e, em seguida, sentou-se de forma mais uniforme em sua própria cadeira.

"Bem, isso é mais complicado do que eu pensei que seria", disse ela .

"É tão estranho como eu pensei que seria," eu disse.

Micah apertou minha mão debaixo da mesa, um aviso em silêncio para eu me comportar.

Sorri com mais força, e fiz o meu melhor para empurrá-lo para dentro dos meus olhos também.

"Eu sinto muito, ter nos forçado a isso", ela disse, e parecia realmente desconfortável. Suspirei .

"Sinto muito, El en, eu só queria dizer que os modos de senhorita não é comigo, e eu não sei o que dizer." Ela sorriu com incerteza para mim, mas acenou com a cabeça, e pegou a mão de Richard sobre a toalha de mesa branca.

"Você entende por que eu queria te conhecer?"

Dei de ombros, porque eu não conseguia pensar em nada de bom para dizer. Richard marcou o almoço para tranquilizar sua mais nova noiva e mostrar que eu tinha outros homens em minha vida, então eu não tentaria roubá-lo de volta e mantê-lo só para mim.

Por que eu sinto que devemos a Richard este almoço? Ele não era um ex-amante, mas um amante atual, e El en sabiam disso. Então, socialmente desajeitado nem sequer começa a cobrir o evento de hoje.

Tentei tomar um gole do café na minha frente, mas só o cheiro me fez colocar de volta para baixo. Estranho, mas era só o cheiro amargo. Micah não tinha tocado o seu também; talvez não fosse só eu. Richard e El en tinham pedidos dois tipos diferentes de chá quente e eles não estavam bebendo também. Eu acho que todos nós pedimos simplesmente para ter uma desculpa para ficar na mesa mais tempo sem sermos incomodados pelo garçom. Micah disse:

"Você queria um pouco de tranquilidade".

"Sim", ela respondeu, sorrindo para ele e parecendo aliviada, então seu olhar voltou para mim, “embora eu não tenha certeza de que eu vou acabar tranquilizada”.

Eu sabia, com um pequeno e firme olhar que eu parecia muito bem, muito bem vestida também e ela tinha feito aquela coisa de menina, quando você se compara com a ex. E ela não achou que estava ganhando. Este, portanto não era meu problema, eu não tinha pedido o almoço e, como ela solicitou, eu disse o que estaria usando. Não era como se eu tivesse aparecido com uma roupa de designer depois de dizer que estaria vestindo jeans. Não era minha culpa se eu ficava melhor na minha calça jeans do que ela ficava com a dela.

Olhei para Richard do outro lado da mesa e eu esperava que ele pudesse ler minha expressão, porque eu estava lutando para não ficar com raiva. Micah começou a esfregar o polegar na palma da minha mão, onde ele a segurava na minha coxa. Ele se inclinou e deu um beijo suave na minha bochecha. Fez-me deixar sair a respiração que estava segurando e tentei aliviar a tensão em meus ombros.

Richard abraçou El en contra ele. "El en, querida, você pode ver que Anita e Micah são um casal. Do que mais você quer ter certeza?"

"Honestamente? ", ela perguntou.

"Seria bom", eu disse.

Micah sussurrou, “calma”.

El en me deu um olhar não inteiramente amigável e perguntou: "Por que você se senta aí, parecendo fabulosamente linda e me fazendo sentir como um patinho feio diante do cisne?"

"Não sei o que dizer sobre isso", eu disse e olhei primeiro para Micah depois para Richard atrás de uma pista, uma dica, alguma coisa.

Richard virou o rosto bonito para ela, e disse: "Você é linda, El en e sabe disso".

Ela balançou a cabeça. "Eu sou bonita, mas eu não sou... ", ela acenou vagamente em minha direção, "... assim".

Suspirei e olhei para Micah buscando alguma ajuda. Ele falou em voz alta o que estava pensando, "Ela não vai acreditar em você".

"Em que não vou acreditar?" Perguntou Elen.

"Vá em frente", ele disse e moveu a mão para minha coxa. Às vezes isso era mais calmante para nós do que segurar a mão. Ele manteve seu outro braço sobre meus ombros.

"Eu não sou mais bonita do que você é", eu disse.

Ela me deu um olhar de desprezo absoluto. "De uma mulher para outra, não brinque comigo".

“Elen, ela não está mentindo", disse Richard.

"Como você pode dizer isso?" Ela perguntou e se afastou de sua mão.

"Quanto honesto você quer que eu seja?" Perguntei.

"Eu não sei", disse Micah.

"Não seja brutal", disse Richard.

"Honesta", disse ela.

"Com a maquiagem certa e um azul e mais joias, você ficaria tão bem quanto eu."

" Oh, obrigada, você vai se oferecer para me levar às compras e me dar lições de maquiagem?” Sua voz era grossa com desprezo.

"Deus não, mas os amigos que me deram aulas me ensinaram a não ter medo de cor e batom vermelho brilhante, porque ficaria bem em mim e sobre eles. Você se veste como eu fazia há dois anos. Sua coloração é mais moderada que a minha, mas próxima o suficiente para que você precise de mais cor também, isso é tudo."

" Uma camisa e um batom diferentes não vão me fazer exóticos como você."

Eu pisquei para ela. "Eu não sou exótica."

"Modéstia falsa é apenas irritante para o resto de nós, Anita. Você diz que não é exótica e não é bonita, e se você acredita, eu tenho que ser feia em comparação."

"Anita tem dificuldade em se ver tão linda”, disse Micah.

"Não, eu não devo essa história a ela", eu disse. El en olhou para Micah, depois para mim. Olhei de volta. Eu estava prestes a ser desagradável.

"Como é que vamos fazer o ponto sem isso?", perguntou Micah, e estava concentrado no objetivo de fazê-la sentir-se mais tranquila. Ele era mais focado nos objetivos que eu, mas por ele e pelo fato de que nosso pequeno grupo social funcionava melhor do que nunca, eu tentaria. Deus me ajude, mas eu ia tentar.

"Quando comecei a namorar Richard eu achava que ele era muito bonito para gostar de mim. Ele era o tipo de cara que me fez sentir estranha no colégio, e que eu apenas assumi que nunca iria olhar para mim duas vezes."

Ela olhou para Richard e sorriu e era um bom sorriso. "Ele é incrível."

"Sim, ele é e isso me fez sentir desconfortável a princípio, quando ele deu tanta atenção em mim."

"Por quê?", ela perguntou.


"Ele é muito bonito ", eu disse.

"Você nunca pode ser bonito demais", disse ela sorrindo para ele que sorriu de volta. Estávamos fazendo progressos.

"Richard foi o começo da minha compreensão de que eu era atraente, porque se homens bonitos continuavam querendo namorar comigo, a lógica ditava que eu tinha que ser atraente o suficiente."

Suspirei, até para mim parecia complicado que eu estivesse torturando a lógica ao invés de fazer um ponto.

"Toda mulher sabe quão atraente ela é, esse conhecimento está enraizado em nós, mulheres."

"Não, se uma das pessoas responsáveis por você diz que você não é bonita como uma garotinha deveria ser. Não se seu pai se casa novamente com alguém que passa sua infância dizendo às pessoas:

“Não, ela não é minha, é do seu primeiro casamento; sua mãe era mexicana." Eu fiz minha melhor imitação da minha madrasta, Judith.

"Sua madrasta dizia isso?" Perguntou Elen.

"Constantemente".

"Seu pai nunca a impediu?"

"Ela nunca disse isso na frente dele. Na verdade, foi a minha meia-irmã, Andria, que disse a meu pai quando tínhamos doze anos. Eu e ela não nos dávamos muito bem, mas aparentemente ela tinha vergonha de que sua mãe fosse assim... sei lá, mas fez com que eu me sentisse muito baixa, muito morena. Não alta e loira e nórdica como todos os outros na família."

" Você não via sua mãe á muito tempo?"

"Ela morreu quando eu tinha oito anos. Quando mais nova eu parecia um clone dela, exceto o tom de pele, que é igual ao do meu pai. Não ficar queimada valeu alguma coisa, afinal. Talvez por isso minha madrasta fosse tão odiosa, porque eu era uma lembrança constante do primeiro amor de meu pai. Diabos! Eu não sei. Uma das coisas que se aprende na terapia é que você pode trabalhar em seus próprios problemas e em curar o dano que foi feito em você. Mas você não pode entender por que as pessoas que te machucaram fizeram isso. Isso está em sua cabeça e em seu coração."

El en olhou para mim. "Que coisa horrível de se fazer a uma criança. Eu sinto muito."

"Não estou tentando conquistar sua simpatia, eu lhe disse para tentar explicar o porquê tenho dificuldade de me enxergar. Micah é bonito e ele me ama, Richard me amava e ele é lindo. Eu tenho outros homens em minha vida que são tão incríveis quanto eles, então, como eu disse, a lógica dita que se as pessoas bonitas continuam querendo namorar comigo, então eu não posso ser feia."

"Mas você ainda não se sente bonita." Disse ela em voz baixa.

"Às vezes sim", eu disse.

Ela assentiu com a cabeça . "Então você quer dizer que nós duas somos bonitas, mas que você não acredita que é linda?"

"Algo como isso."

Ela tomou um pouco de ar, soltou lentamente, e disse: "Sinto muito ter te chateado e feito com que você sentisse que tinha que compartilhar sua história." Dei de ombros, porque eu também sentia.

Richard disse: "Obrigado." Ele parecia muito simpático. Eu não queria simpatia dele agora. Micah me beijou, com cuidado para que ele não ficasse usando muito do meu batom vermelho. Ele me fez sorrir ao ver a linha de vermelho em seus lábios.

"Indo-tirar-rápido”, ele disse, em voz baixa.

" O quê? ", Elen perguntou.

"Indo-tirar-rápido”, eu disse, "é como Nathaniel chama a linha de batom quando eu os beijo."

"Nathaniel é o seu outro..." Ela parecia sem palavras.

"Namorado está bem", eu disse. Não acrescentei que essa era a frase que eu usava para os amigos que não entendiam ou não queriam entender nosso estilo de vida alternativo.

"Então, Micah é o seu...?" Novamente ela fez uma pausa para obter ajuda com a palavra certa.

"Está tudo bem, El en," Micah disse, "um vocabulário para descrever amores múltiplos é difícil, mesmo para nós."

"Sei que poliamor significa amar muitas pessoas, mas não entendo muito, além disso,", ela falou.

"Se eu estou em um evento social, onde não conhecemos a maioria das pessoas, eu apresento Micah e Nathaniel como os meus namorados, qualquer outra coisa apenas parece confundir as pessoas. Se estamos em algum lugar onde eles entendem o que é poli, ou pelo menos não são completamente normais, então Micah é o meu companheiro, e Nathaniel é o nosso terceiro."

"O que terceiro quer dizer?"

"Isso normalmente significa o terceiro parceiro coabitante, ou seja, que vive conosco", disse Micah.

"Como você apresenta Nathaniel e Anita?" Ela perguntou à Micah.

"Como minha namorada e nosso namorado, ou outro companheiro e nosso terceiro parceiro, dependendo do evento."

"Então, como é que vocês apresentam Richard", ela perguntou.

Micah e eu olhamos um para o outro. Ele me deu um longo olhar, me deixando saber que era minha vez de chutar a bola. Grande.

"Micah e Richard não tem nenhuma relação. E Richard nunca vai me levar a um evento social como sua namorada, então isso não será um problema. Se em um evento de múltiplos parceiros ou um evento-poli ou BDSM's, e eu me sentisse compelida a dizer alguma coisa, acho que diria que ele é meu Dominador.

El en voltou-se para Richard . "Como você apresenta Anita?"

"Como a minha pessoa de dominação, ou submissa."

Neguei com minha cabeça. "Eu não sou sua submissa, vou concordar com o termo de dominação, mas não sou submissa a ninguém."

Richard lutou para não franzir a testa e quase conseguiu. "Eu poderia argumentar que você é para outras pessoas, mas está bem."

El en estava nos observando de perto. "Tudo bem, por que você disse uma coisa e Anita outra? Qual é a diferença entre ser a parte dominada e ser submisso?"

"Para mim, " eu disse, tentando não franzir a testa para Richard, "dominada é alguém que apenas alega submissão, ou quer ser dominado, no quarto ou no calabouço, mas fora desses ambientes eles são dominante e estão no controle."

"Essa não é uma resposta completa, Anita. Algumas pessoas que são muito dominante em cada uma das outras partes de sua vida são submissas no calabouço e no quarto, e ainda estão bem com o termo, e dizem que têm um dominante."

"Eu não sou, porque eu gosto de ser dominada fisicamente, mas ninguém me domina pela força de vontade ou por força de personalidade. Para mim, ser um submisso é mais do que ser apenas dominado fisicamente, trata-se de abrir mão de sua vontade para outra pessoa e deixá-los controlar você completamente", eu disse.

"Eu acho que o que você deixa Asher fazer com você te torna uma submissa", disse Richard.

"Eu não concordo e desde que eu sou a pessoa a ficar amarrada, é a minha prerrogativa."

"Eu não entendo como qualquer um de vocês pode deixar um vampiro tocá-los, mas Asher é submisso a Richard, assim como ele pode também ser dominante, ou superior, a Anita? Se vocês dois não podem mesmo concordar, então como é que eu vou entender isso?", perguntou Elen.

Eu não sabia o que dizer sobre sua observação em relação aos vampiros, então deixei passar.

"É confuso", disse Micah, com um sorriso numa tentativa de aliviar seu desconforto. Ele também estava ignorando o comentário sobre vampiros. Acho que lidaríamos com as intrincadas nuances das nossas práticas há seu tempo.

Eu estava desconfortável também, como se fossemos "fazer isso funcionar ou desistir de Richard", como uma parte do nosso grupo social, eu suportaria isso. Richard tinha trabalhado em sua terapia seriamente para chegar a um lugar onde ele poderia admitir o que o fazia feliz, tudo que o fazia feliz, e agora tentava encontrar uma maneira de incorporar tudo isso em sua vida. Ele tinha encontrado a mulher com quem ele queria ter o casamento com cerca branca, mas ele queria muito manter o portão de metal preto também. Eu não tinha certeza de que ele poderia ter uma cerca branca com uma porta gótica, mas hey, não era a minha vida. Eu era apenas uma pequena parte da vida de Richard, como ele era uma pequena parte da minha agora.

"Eu estou totalmente perdida. Richard diz que Asher é o seu submisso, mas ele também é o dominador de Anita, e Richard é dominador também. Richard diz que Asher é seu submisso, mas Anita é apenas uma dominada . Como você pode ter mais de um de cada um?"

"Posso?", perguntou Micah. Richard e eu dissemos: "Sim "

Micah sorriu para El en. "Primeiro, Asher e Anita se revesam, o que significa que eles alternam entre superior(dominador) e inferior(dominado). Entretanto, é mais complicado do que isso, eu temo. Asher dá quase todo o controle para Richard no quarto. Ele quer ser dominado em todos os sentidos. Anita só quer que Richard a domine fisicamente com sua força superior, então ela pensa nele apenas como um caso".

" Mas Richard diz que ela deixa Asher fazer muito mais do que apenas usar a sua força. Asher... bem, ele... " Ela parecia profundamente envergonhada.

"Ele me amarra e faz coisas abomináveis comigo", eu disse.

El en assentiu. "Sim, isso." Ela realmente corou.

Desde que eu costumava corar num piscar de olhos, eu simpatizei com ela. "Eu afirmo que não é o que uma pessoa desfruta no quarto, ou calabouço, que os torna submisso, mas a mentalidade que vai com ele. "

" Você vai tão longe na sua mentalidade de submissa quanto Asher faz às vezes ", disse Richard.

"O que é mentalidade submissa", ela perguntou.

De repente eu estava desesperada de ficar explicando isso para ela. Era como tentar explicar cor para os cegos: eles aceitam que a cor existe, mas eles não têm base para compreendê-la como uma realidade. Ou você gostava de ser amarrada, ou você não gosta e se você não gostasse, então nunca iria entender.

Micah acariciou minha coxa com a mão livre como se sentisse um pouco da minha frustração.

"Eu honestamente não compreendo pessoalmente ", disse ele, "mas eu já vi Anita fazê-lo. Seus olhos, rosto, alterações na linguagem corporal. É como se alguma tensão que ela detém em todas as outras partes de sua vida a deixasse no quarto ou no calabouço”.

"Richard me disse que não é uma masmorra real."

Nós realmente tínhamos acesso a uma masmorra real no Circus of the Damned, mas eu não poderia me fazer usá-lo para diversão. Eu vi amigos acorrentados no lugar, torturados verdadeiramente quando vampiros do mal tinham sido encarregados das coisas. Eu sabia que Richard tinha tomado Asher por diversão e jogos, mas a meu pedido Nathaniel não iria jogar com Asher sem a minha presença. Eu ainda tinha pesadelos com um amigo morrendo acorrentado a uma das paredes, e Nathaniel preso lá, a mercê de qualquer coisa, era muito próximo na memória.

Micah sorriu suavemente. "É apenas um termo para o lado da escravidão que vai além do sexo violento". “Nós todos concordamos em não obscurecer a questão mencionando que havia um calabouço verdadeiro”.

Ela fez uma careta, acho que no termo "sexo violento". Mais uma vez, não era um bom sinal. Quanto de normal era a Dra. Elen Radborne? O pensamento de Richard casado com alguém para quem apenas dizer a frase " sexo violento " era constrangedor ou ruim de alguma forma, me deixou triste por ele. Eu sabia que Richard era capaz de apreciar o sexo mais suave, mas ele era tão bem dotado que havia um elemento de rugosidade na maior parte do seu sexo. Como você podia gosta de sexo com ele, se você não gostava um pouco áspero? Ou talvez, como é que Richard seria capaz de apreciá-la se ela não gostava um pouco de aspereza? Pareceu-me triste. Por que ele estava fazendo isso para si mesmo?

Algumas das coisas em que eu estava pensando devem ter aparecido no meu rosto, porque Richard olhou para mim. Olhei de volta para aquele rosto bonito, com essas maçãs do rosto altas e perfeitas, um modelo de rosto masculino e pensei que ele deveria ser capaz de ter quase qualquer pessoa que quisesse, por que Elen?

"El en está disposta a tentar me deixar ficar com você, Asher e Jean -Claude, Anita. Isso é um monte."

Eu balancei a cabeça.

"Sim, sim, é". Eu soei cansada até mesmo para mim. Micah me abraçou, colocando seu rosto próximo ao meu. Eu me aconcheguei no calor do contato de pele com pele, às vezes tocar através das roupas não era suficiente. Minhas mãos encontraram as suas e deslizei uma por seu braço até que estávamos meio abraços.

"Richard explicou que tocar excessivamente em público é um sinal de stress, ou necessidade de tranquilidade entre licantropos. O que aconteceu agora para estressa-la, Anita ?"

Abri meus olhos, de onde estava abraçada contra o calor e o pulso do pescoço de Micah. Eu olhei para ela de um modo talvez não tão amigável, porque ela arregalou um pouco os olhos. Troquei um olhar superior com Richard, e disse: " O que você quer que eu diga Richard?"

"El en, querida", disse ele, com a mão na dela, " isso não é excessiva exposição pública de afeto para Anita e Micah."

Elen se virou e olhou para ele, os olhos arregalados. "Você está me provocando."

Richard balançou a cabeça e olhou para ela, ao mesmo tempo, de modo que seu cabelo caiu para frente e escondeu a maior parte de seu rosto de mim. El en olhou para ele durante alguns segundos e, em seguida, virou-se para nós com um olhar quase horrorizado em seu rosto. Eu não tinha idéia do que tínhamos feito para ganhar esse olhar.

Micah sentou-se um pouco mais reto, me abraçando mais apertado pelos ombros e segurando minha mão em cima da mesa. Eu me endireitei também e parte de mim queria fazer algo ainda mais de perto e pessoal para El en ter um motivo real para ficar chocada, mas eu não era uma criança, e isso era problema de Richard, não meu. Como um dos nossos vampiros mais recentes que era originalmente polonês, diria: " Nie Moj Cyrk , Nie Moje malpy - Não é o meu circo, não são meus macacos." Claro, o fato de que ele ainda era meu amante, e ainda estava com Jean-Claude e Asher, significava de alguma maneira que ele ainda era uma parte de nosso circo e ele era ainda o nosso macaco, mas El en não era. Infelizmente, uma coisa que eu aprendi sobre ser poli é que só porque você não está fazendo sexo com alguém não significa que eles não podem estragar tudo; um amante pode afetar o lado emocional das coisas e El en tinha todo o jeito de ser uma dor na bunda poli emocional de todos. Decidi ir pela verdade porque eu não sabia mais o que fazer. Além disso, nossas vidas estavam funcionando, de modo que era muito importante para ferrar com tudo por não ser honesto.

"O que nós fazemos agora que perturbou você, El en?" Perguntei. Micah me abraçou um pouco mais apertado, me advertindo. Olhei de relance para ele. "Não podemos evitar perturbá-la, se não sabemos o que a aborreceu em primeiro lugar." Olhei para Elen e tentei parecer útil, questionando, esperando. Ela olhou para Richard.

"Anita tem razão, se não sabemos o que te deixa nervosa, não podemos evitar isso."

Ela olhou para nós, de um para o outro. "Eu... Eu... foi só isso... íntimo. De mãos dadas, beijos, abraços, sentados próximos. Roçando os rostos, pescoço e faces um do outro. O modo como sua mão fica desaparecendo debaixo da mesa. Eu posso ver sua mão se movendo, Anita.

"Estou acariciando sua coxa, El en, isso é tudo. Minha mão pode estar perto de sua virilha, mas eu nunca faria isso sentada aqui em público e, especialmente, não em uma situação onde eu estou tentando ajudar a convencê-la de que tudo isso é de certa forma normal e que está bem. Isso seria rude e estúpido. Eu estou tentando não ser o primeiro. E eu não sou o segundo, se eu puder evitar. "

Ela corou. "Eu sinto muito... Sinto muito. " Ela se levantou.

Richard pegou a mão dela. " El en, por favor."

"Não, Richard, ela está deliberadamente tentando me fazer sentir estúpida e rude e eu... eu não posso fazer isso."

"Pelo amor de Deus, El en, se você não nos disser o que está te chateado não poderemos corrigir", disse eu. Ela balançou a cabeça. "Eu pensei que eu poderia fazer isso, Richard, eu realmente pensei.

Pensei que me encontrar com Anita e vê-la com alguém que ela amava me faria sentir mais segura sobre tudo, mas isso não acontece. Não me ajudou em nada."

"Elen, por favor, sente-se e fale com a gente", disse Richard . Ele ainda tinha a mão dela na dele. Ela puxou a mão por um momento e então, quando ela olhou para ele, seu rosto suavizou. Ver como gostoso ele era sempre tornou difícil estar brava com ele também, ou foi assim uma vez. Ser apaixonado por alguém lhes dá muita influência extra. Ela finalmente deixou ele puxá-la de volta para sua a cadeira. Ela olhou para nós, seus olhos brilhavam com as lágrimas não derramadas, mas sua voz era calma quando veio. "Eu pensei que eu poderia fazer isso, mas eu não acho que posso. Eu amo você, e você é tudo que eu quero, tudo que eu quero, Richard. Eu estava disposta a acreditar que você precisava de coisas mais ásperas no quarto do que eu estava confortável, então pensei que poderia aceitar que precisava de alguém para isso e para escravidão, mas agora eu a vejo e você tem que parar de mentir para mim, Richard. Não é a necessidade de ser áspero, ou necessitar de escravidão, é apenas ela. Você quer mantê-la na sua cama, e é isso." A primeira lágrima abundante começou a descer por sua bochecha.

Micah me abraçou apertado, e disse: " Confie em mim, Elen, é sexo violento que eles fazem juntos. Mais áspero do que qualquer coisa que eu goste. Eu aceito que Anita precisa de algumas coisas no quarto que eu não quero fazer."

Ela olhou para ele e, novamente, houve aquele horror suave no rosto. "Você assistiu..."

"Não", ele disse com firmeza, " mas eu vi as marcas em seu corpo depois. Anita e Richard não são um casal da mesma forma que você e Richard são, El en. Ele te ama, é apaixonado por você, assim como eu estou apaixonado por Anita."

"Marcas", disse El en baixinho: "que tipo de marcas ?"

Micah olhou para Richard. "Eu não acho que é a minha pergunta para responder."

Richard a abraçou e disse: " Contusões às vezes."

Ela parecia aflita. "Você bateu nela?"

"Não", ele e eu dissemos juntos.

"Eu nunca deixaria ninguém me bater, El en", eu disse.

"Então, eu não entendo", disse ela distribuindo olhares entre nós.

Olhei para Richard, porque eu me feria lutando, colocando minha força contra a dele. Eu não lutava tão duro quanto eu podia, nem ele. Nós não queríamos realmente machucar um ao outro, mas gostamos de ver o quão longe poderíamos empurrar, algumas, nossa pequena fantasia de estupro.

Mas não havia como eu dizer a frase "fantasia de estupro" para El en. Isso tinha que vir de Richard, ou não viria de ninguém, além disso, honestamente, ainda me envergonhava um pouco. Parecia tão anti-feminista gostar de ser dominada na cama, mas sob as circunstâncias certas, com as pessoas certas, eu adorava. Eu estava cansada de fingir sobre as coisas que me faziam feliz na vida, decidi que eu prefiro ser apenas feliz.

"Eu nunca permitiria que Richard abusasse de mim, ou qualquer homem", disse ela.

"Eu não sou uma vítima de abuso, El en. Não sou uma vítima em tudo. Eu possuo minha sexualidade em todos os sentidos, e eu cobri alguns dos meus homens. Não sou sempre eu a estar no fim da brutalidade."

" Você abusa de alguns dos homens?"

"Não é abuso." Eu estava ficando aborrecida, mas ainda tentando não estar.

"Você feriu outra pessoa, como não é abuso?" Ela perguntou.

"Esta é a minha sexualidade, é o que me faz feliz. Você me dizer que o sexo áspero que praticamos é abuso é um insulto, seria como eu dizer que a sua ideia de sexo é chata."

"Como você sabe que tipo de sexo eu gosto?" Ela olhou para Richard.

"Eu não disse nada sobre a nossa vida sexual a ninguém", disse ele.

"Estou assumindo algumas coisas me baseando em suas reações, Elen, isso é tudo. Espero estar errada para o seu bem e o de Richard."

"Errada sobre o quê?" Ela perguntou.

"Sua ideia de sexo."

Ela se encolheu em seu assento, e não encontrou os olhos de ninguém. "Não é da sua conta".

Isso foi para mim. "Você se senta lá e exige detalhes de coisas íntimas sobre a nossa vida sexual, nossos relacionamentos, mas você não compartilha. Você fica toda envergonhada, porque não podemos ter vergonha, também?"

Ela olhou assustada. "Eu apenas pensei..."

"Pensou que porque gostamos de sexo bizarro não podemos ter vergonha?"

Ela olhou para Richard, depois de volta para mim. "Acho que presumi que se você era tão aberta, não se incomodaria de falar sobre isso."

"Não me incomodo de falar com um dos meus namorado, mas com alguém que eu acabei de conhecer e que está julgando cada palavra que digo, sim, isso me incomoda."

"Eu não estou te julgando", disse ela.

"Não está?" Micah me abraçou um pouco mais apertado.

"Está tudo bem", disse ele.

"Não", eu disse, "não está." Eu olhei para Richard . Tivemos um momento de olhar em profundidade nos olhos castanhos um do outro, mas não era um olhar de amor, era um exame de consciência, um olhar que você dá a alguém que conhece bem, ou o faz quando está se perguntando que inferno estão estão fazendo com suas vidas. Richard finalmente estava indo através de seus problemas, por isso era bom tê-lo em nossas vidas novamente, e parte de mim se perguntava se El en era a sua nova maneira de negar a si mesmo. Era uma boa maneira de se retirar da escravidão e do sexo violento sem admitir o conflito. Ele não estaria em conflito, ele estaria dando tudo para que ele pudesse se casar e ter o sonho da cerca branca. Seria possível mentir para si mesmo tão bem ao ponto de você mesmo não saber que estava fazendo isso? Inferno, sim. Eu fiz isso por anos.

"Lá está", ela disse "esse olhar. Como eu posso não me sentir ameaçada quando vocês dois têm uma ligação tão forte?"

"Nós não estávamos nos olhando amorosamente, confie em mim", eu disse abraçada contra Micah. Eu só queria sair. Eu estava farta dessa conversa.

"Então o que esse olhar quer dizer?"

Eu balancei minha cabeça. Richard respondeu: " Anita está se perguntando por que eu quero alguém que é tão desconfortável com tantos aspectos da minha vida, não é? "

"Sim", eu respondi e olhei para os dois.

"É apenas sexo, não toda a sua vida", disse ela.

Eu dei a Richard um olhar muito direto e levantei uma sobrancelha para ele.

"O quê?" Ela perguntou: "Que olhar é esse que vocês estão dando um ao outro? "

"Se você acredita que o sexo não é tão importante para você, a escolha é sua, mas... " Eu parei sem terminar a frase.

"Mas o quê? ", Ela perguntou.

Olhei para Richard.

"Basta dizer o que, Anita", ele falou.

Eu suspirei, Micah apertou minha mão. "Mas se você acredita que o sexo não é importante para Richard... isso seria um erro e não é a verdade."

"Eu não entendo", disse ela.

Richard pegou a mão dela na sua, e olhou em seus olhos. "Eu te amo e quero passar minha vida com você e ter filhos com você. Eu quero ir para reuniões de Pais e Filhos e reuniões de escoteiro, e quero fazer tudo isso com você."

Ela colocou as mãos menores ao redor das dele. "Oh, Richard, eu quero isso também, muito."

"Mas, para ter tudo isso com você e ser feliz eu preciso de certas coisas que você não vai querer fazer."

"Por que é errado que eu não queira que você me amarre e me machuque?"

"Não é errado", disse ele, "mas também não é errado que eu queira e precise fazer essas coisas com alguém."

"Eu não entendo isso", disse ela.

"Eu sei que não, querida, mas você pode aceitar que é verdade para mim?"

"Você está me pedindo para te deixar de ter relações sexuais com Anita e, em seguida, voltar para casa, para mim, como se estivesse tudo normal?"

"Sim, é isso que eu estou pedindo."

"Seu filho da puta egoísta", disse El en chorando novamente. Ela arrancou as mãos para longe das dele e desta vez ele a deixou fazer isso. Ela se levantou e lhe deu um olhar de raiva e nojo que deve ter sido como uma faca no coração. "Você honestamente está dizendo que se eu não disser sim a tudo esse sexo pervertido que você não vai se casar comigo?"

As pessoas nas mesas próximas a nós estavam começando a notar o show, e tentavam agir como se não tivessem ouvido a provocante frase.

Observamos o rosto de Richard em perfil. Ele engoliu em seco com tanta dificuldade que ouvimos, e em seguida, disse: "Eu trabalhei muito duro para aceitar quem eu realmente sou. El en, não posso voltar a me esconder. Eu não posso voltar a mentir para mim mesmo."

"Então você a está preferindo a mim", disse Elen.

"Não, eu estou escolhendo a mim", disse ele.

Ela apontou sua raiva para mim. "Você deve ser incrível na cama para ele jogar tudo fora. Eu acho que não posso competir com uma prostituta de sangue e que gosta de apanhar."

Micah apertou seu braço contra meus ombros, me segurando na cadeira, porque eu tinha começado a ficar de pé. "Não", disse ele e estava certo, porque se eu me levantasse eu não tinha certeza de que iria fazer – nada de bom.

Richard levantou-se. "Isso foi uma coisa feia para dizer."

"É a verdade, não é?"

"Se ela é prostituta de sangue de Jean-Claude, então eu também sou", disse ele.

Elen olhou para ele, seu rosto parecia não saber que expressão queria ter, como se tantos pensamentos estivessem perseguindo em torno de sua mente que ela não sabia o que fazer.

"Você não faz sexo com ele. Você me disse que não tem relações sexuais com nenhum dos vampiros."

Ele se inclinou e falou baixo, de modo que as pessoas ao redor não puderam ouvir. Algumas pessoas nas mesas mais próximas estavam tentando não olhar, outros estavam assistindo abertamente. Ele inclinou-se para ela e disse: "Só porque ninguém enfia seus paus uns nos outros não significa que não é sexo."

Ela lhe deu um tapa, forte o suficiente para ecoar no restaurante, que de repente mergulhou no silêncio. Todo mundo estava olhando agora, o show era muito bom para desviar o olhar.

Richard não tinha feito qualquer coisa para se proteger, ele deixou ela lhe bater. Se um homem tivesse feito a mesma coisa com uma mulher, alguém teria chamado a polícia. Richard levantou-se mais reto, mantendo seu rosto fora de alcance. "Eu amo você, Elen."

"Eu te odeio, Richard Zeeman, eu te odeio por me fazer te amar, e por isso..." Ela fez um gesto para mim e Micah, mas eu acho que nós éramos apenas representantes do problema. Ela recomeçou a chorar, colocou as mãos sobre o rosto e, em seguida, correu para a saída. Eu esperava sinceramente que Richard fosse segui-la, mas ele apenas ficou lá, com o rosto avermelhado do tapa. Ela estava do lado de fora, na luz do sol agora, hesitando na calçada, olhando para trás. Ela não parava de olhar para trás, e eu percebi que ela esperava que Richard corresse atrás dela. Quando ele não apareceu, ela se virou para a janela.

Richard não se virou. Ele não a olhou na calçada. Ele não viu o olhar dela para ele através das janelas. Elen esperava que ele a seguisse. Acho que ela tinha visto o conflito como uma escalada, mas não um fim, e se ele tivesse ido atrás dela, então ela teria estado certa. O olhar em seu rosto quando ela percebeu que ele não a estava seguindo mostrou uma dor crua.

Micah tocou meu braço, o que me fez olhar para ele. Ele olhou para mim e eu sabia o que o olhar significava. Era para eu fazer alguma coisa.

Eu disse: "Richard, se você não for atrás dela..."

"Acabou", disse Richard.

"Sim", eu disse.

"Eu sei", disse Richard.

Olhei para sua postura muito reta, muito erguida e em seguida olhei para a janela. Elen estava olhando para ele, como se estivesse esperando que ele se virasse, mas ele não o fez. Ela saiu de vista, novas lágrimas escorriam pelo seu rosto. Richard não a seguiu.

 

 

                                                    Laurell K. Hamilton         

 

 

 

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