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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


SUGAR PLUM / Jenika Snow
SUGAR PLUM / Jenika Snow

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

Biblio VT

 

 

 

 

Eu deveria desviar o olhar, não pensar sobre como ela ficaria pressionada contra a cornija da lareira com a saia xadrez puxada para cima e sobre os quadris, as pernas afastadas, e seu olhar preso no meu enquanto olhava por cima do ombro e me implorava com sua expressão para transar com ela.
Para reivindicá-la.
Eu não deveria pensar em nada nisso, considerando que ela tinha apenas vinte anos, eu tinha o dobro de sua idade e seu pai era meu melhor amigo desde que éramos crianças.
E não foi até a celebração de seu aniversário de dezoito anos, quando me juntei à família para comemorar, que percebi como ela se transformou em uma mulher bonita e inteligente. Foi então que a vi como uma mulher, deliciosa cheia de curvas com quem quero estar. Eu faria qualquer coisa para fazê-la minha, para tornar isso uma realidade.
Ouvia Aston falando, porém, meu foco era Holly, na forma como ela ria com uma de suas amigas enquanto decoravam a árvore de Natal. Se não fosse por Holly, a casa de Aston jamais teria qualquer alegria no feriado. Desde que Barbara, sua esposa, faleceu três anos antes, Holly assumiu como missão de sua vida tornar as coisas tão festivas quanto costumavam ser.
Acho que me apaixono por ela um pouco mais a cada vez que penso sobre isso.
Amor.
Era o que sentia por ela, o que antes era uma emoção pura e inocente se transformou em algo mais. Eu me senti possessivo por ela, territorial. A simples ideia de que outro homem saberia como seria senti-la, como era o cheiro do cabelo dela espalhado sobre um travesseiro, como ela soava no momento da paixão, me deixava enfurecido, com ciúme, como se eu não fosse um homem adulto, mas um colegial, com saudade de sua paixonite.
Mas isso não era uma paixonite. Isso era real, e a única razão pela qual não fui atrás dela para lhe dizer que a queria como minha, que não poderia ir embora, era por causa do homem sentado à minha frente.
Voltei ao presente e foquei em Aston. Sentado em sua poltrona, os pés descalços, apesar da temperatura fria do lado de fora. Ele usava um par de jeans e uma camisa de manga comprida branca, a caneca que ele mantinha era velha e desbotada, o canto lascado. Dizia #1PAI, então senti uma pontada de culpa, o conhecimento de que se ele soubesse o que eu pensava em relação à sua filha, ele provavelmente daria cabo de mim até o próximo domingo.
Mas não é como se eu quisesse corromper Holly. Eu queria protegê-la, estimá-la. Fazê-la sentir nada além de felicidade, prazer. Eu a queria como minha esposa, mãe dos meus filhos. E foi esse desejo que cresceu instantaneamente, tão rápido, que me tirava o fôlego.

 


 


Eu sabia que não havia volta. Não havia outra mulher para mim. E eu não estive com ninguém desde que percebi o que Holly significava para mim, quando a olhei em seu aniversário de dezoito anos, a ouvi rir, ouvi sobre sua paixão por astrofísica.

Foi durante tudo isso que percebi que a queria.

Somente ela.

— Você está em outro lugar esta noite, Bastian.

Limpei a garganta e me mexi no sofá, esperando que não tivesse uma expressão de culpa no meu rosto. Com certeza me senti como se tivesse. Eu ainda podia ouvir Holly no outro cômodo, ver seus movimentos na minha visão periférica. E tentando manter minha excitação baixa, tentando esconder o fato que estava semiduro, me fez sentir como um cretino filho da puta.

— Estou com um monte de coisas na minha mente. Trabalho, coisas da vida. — Não era uma mentira; eu só fugi da verdade.

Ele não disse nada por um momento e apenas olha para mim, e juro que ele tinha aquela expressão de conhecimento no rosto. Mas, em vez disso, manteve seus pensamentos para si mesmo, levou sua caneca de café à boca e tomou um longo gole, me olhando por cima da borda. Quando ele colocou a caneca na mesa de café, ele limpou a garganta uma vez, olhando para mim novamente.

— É uma loucura o quanto minha filha gosta de fazer essas coisas de férias, não é? — Ele vira a cabeça e olha para a sala onde Holly ainda decorava. Eu fiz um som profundo de concordância e me forcei a não olhar na direção dela, mesmo com a porra da certeza de que quisesse.

— Ela faz a casa parecer realmente legal. — Encontrei-me dizendo e fechei minha boca, apertando meu queixo. Não era como se eu nunca dissesse nada agradável sobre Holly. Na verdade, estava orgulhoso dela. Ela era tão inteligente, se destacava em todas as suas aulas, tanto que se realmente quisesse poderia se formar na faculdade mais cedo. Eu sabia que ela faria mestrado, provavelmente doutorado também. A menina era um gênio do caralho.

— Sim, ela é a alegria da casa nas festas. Desde que Barbara faleceu, eu realmente não me preocupei o suficiente em fazer qualquer coisa. Esse sempre foi o domínio de Barbara, enfeitar, decorar tudo. — Ele respira asperamente.

— Mas estou feliz que Holly decidiu assumir. Ela me lembra tanto a Barbara, sua personalidade, seu desejo de viver. Ela é a luz na minha escuridão, isso é certo.

E foram declarações como essa que me fizeram sentir tristeza, não apenas por quem me apaixonei, mas saber que uma vez que ele descobrisse meus sentimentos por sua filha, que eu nunca seria capaz de desistir dela, de me afastar, seria uma traição aos seus olhos.

E não poderia culpá-lo.

Esperava que ele também não me culpasse, que visse que o meu amor por ela era algo puro e verdadeiro, que nunca faria nada para machucá-la, que sempre a protegeria.

— Tenho uma pilha de papéis no escritório para ser analisada.

Ainda que a contabilidade no meu negócio de publicidade estivesse em dia, e eu tivesse muitas pessoas para fazer esse tipo de trabalho pesado para mim, precisava de algo para me ocupar, para tirar minha mente de Holly e de todas as coisas que queria.

Esperei por dois anos, mantive minhas emoções sob controle, não fui atrás dela para lhe dar tempo de crescer, para deixá-la viver sua vida. Mas não podia esperar mais. Cada dia ficava mais difícil, e cada vez que a via, eu queria estender a mão, segurar seu rosto, beijá-la até que ficasse sem fôlego e se agarrasse a mim.


Capítulo 2

Holly

Os almoços de domingo com Bastian tornaram-se o destaque da minha semana.

O resto da semana passa dolorosamente lento e a expectativa de ver o homem que fora como um tio para mim toda a minha vida, crescia a cada dia que passa.

Passava minhas manhãs na aula. Na parte da tarde, preparava o jantar e colocava a casa em ordem. Papai trabalhava duas vezes mais desde que minha mãe faleceu. Eu sabia que era porquê queria se distrair, mas isso fez me sentir solitária. E quando estava sozinha, os pensamentos que passavam pela minha cabeça eram tudo menos inocente.

Papai nunca poderia descobrir como realmente me sentia sobre o tio Bastian. Que ele fora a razão para as minhas bochechas coradas, por todo o tempo que passei arrumando a casa. Parei de chamá-lo de tio anos atrás, mas ele ainda era o melhor amigo do meu pai, e proibido quando ele se tornou essa paixonite em potencial.

Mas não pude evitar. Não pude impedir o calor, a sensação de formigamento que causava arrepios na minha espinha cada vez que Bastian olhava para mim. Ele não suspeitava de nada, e como poderia? Para ele, eu não era nada além da filha inocente de seu melhor amigo.

Fiquei olhando para o escritório do meu pai, onde ele e Bastian se sentaram para tomar um copo de uísque após nosso almoço. Eu estava na sala de estar com a minha amiga Rosie. Ela era a única que sabia sobre a minha paixão não correspondida.

— Eu me pergunto sobre o que eles falam — murmurei sob a minha respiração enquanto Rosie me passa um enfeite de Natal para colocar na árvore.

— Oh, isso de novo não. — Ela me deu um olhar significativo. — Não me diga que você ainda está caidinha pelo tio Lancaster?

— Não o chame assim. — Coloquei o enfeite na árvore, atirando a ela um olhar de advertência. — E fica quieta. Não podemos arriscar que ele ouça.

— Claro que não — ela murmura. — Ele pode realmente fazer algo sobre isso se quiser. Você pode imaginar? Finalmente ter os lábios dele nos seus... as mãos por você toda ...

Eu só notei minhas mãos tremendo quando a próxima bugiganga escorregou entre meus dedos, quebrando em nosso piso de madeira. Gritei, curvando-me para pegar os pedaços, quando um dos cacos entrou na palma da minha mão. Sibilando com dor, girei procurando por Rosie quando uma figura apareceu na minha frente, alto, moreno e bonito.

— Você se cortou, Holly. — Sua voz profunda era suave, e sem se importar com mais nada no mundo, ele me levantou em seus braços e me levou até o sofá na sala, me colocando suavemente sobre as almofadas de pelúcia. — Não é tão ruim. Não precisará de pontos. Mas preciso limpá-lo. Rosie pegue o kit de primeiros socorros.

Minha amiga, sem palavras, segue para o banheiro deixando-me sozinha com Bastian por alguns momentos preciosos. Arrepios irrompem na minha pele, o toque de seus dedos faz meu coração disparar. Rapidamente Rosie volta com o kit de primeiros socorros e papai veio também, preocupado quando viu o corte na minha mão.

— Não se preocupe — Bastian o tranquilizou, calmo como sempre. — Nós limparemos isto em pouco tempo.

Ele pega uma gaze e creme antisséptico do kit, inspecionando o corte de perto enquanto ele o tratava. Quase nem doeu. Estava grata por Bastian vir em meu socorro. Eu não queria que ele parasse de me tocar.

— Isso dói, docinho? — Ele me perguntou, e as borboletas no meu estômago se agitaram. Deus, esse apelido... ainda faz meus joelhos fraquejarem.

— Não, de jeito nenhum — consigo responder, mordendo meu lábio inferior quando ele termina de tratar meu corte e afasta o kit de primeiros socorros. — Obrigado por me ajudar, Bastian.

— Não foi nada... — ele sorri, pressionando a ponta do seu dedo contra o meu nariz — ...meu docinho.

Era como ele me chamava quando eu era criança. Meu docinho. As palavras eram tão boas saindo de seus lábios. Eu queria que ele dissesse isso mais mil vezes. Queria suplicar-lhe para repetir. Mas me segurei, forçando-me a ficar quieta.

— Bem, temo que o dever me chame. — Bastian falou novamente enquanto papai mexe na minha mão. — Tenho que fazer algumas coisas antes que a semana de trabalho comece.

— O trabalho nunca termina para você, meu amigo — diz papai sacudindo a cabeça com um sorriso bem-humorado. — Outro fim de semana passando na cidade?

— Na verdade, fui forçado a participar de uma festa na véspera do Ano Novo. — Bastian fez uma careta. — E tenho uma hora marcada com meu alfaiate para um terno.

— Parece divertido! — disse Rosie, batendo palmas. — Onde será a festa, Sr. Lancaster?

Bastian lhe deu um olhar desconfiado, um sorriso malicioso em seus lábios. Entretanto ele não respondeu à sua pergunta e papai cortou a conversa com um aperto de mão firme em seu velho amigo. — Vejo você na quarta-feira para o squash?

— Claro. — Os olhos de Bastian permanecem no meu. — E te vejo no domingo, docinho.

— Vejo você então. — Dei um sorriso fraco enquanto Bastian dizia adeus a Rosie e nos deixou sozinhos.

— Bem, meninas — Papai falou. — Limparei a bugiganga quebrada. Vocês duas precisam recuperar o atraso nos trabalhos escolares?

— Sim — Rosie assentiu gravemente. — Você sabe que eles nunca param de nos dar trabalho a fazer, Sr. Halliday. Mesmo durante as férias.

— Trágico. — Os olhos do meu pai brilham quando ele pisca para Rosie, em seguida, segue para limpar a bagunça que fiz. Sigo os passos de Rosie até o meu quarto, rindo todo o caminho.

Uma vez de volta ao meu quarto, nos jogamos em minha cama, olhando para o teto.

— Você acha que ele nunca me verá como nada além de filha do seu melhor do amigo? — perguntei.

— Acho que ele já faz. — Rosie rolou de bruços, pegando meu velho ursinho Rags.

— Eu gostaria que ele fizesse algum movimento.

— Talvez você precise fazer um. — Os olhos de Rosie me provocavam. Sabe, eu acho que ele não recusará você. Acredito que ele ficará mais do que ansioso para provar.

— Eu gostaria — gemi, puxando Rags no meu colo e brincando com suas patas desgastadas. — Ele provavelmente pensa que sou uma criancinha.

— Sério? — Rosie revirou os olhos. — Você já se olhou no espelho ultimamente? Você é linda! Curvilínea em todos os lugares certos, com uma bunda pela qual eu mataria. Cabelo castanho longo e bonito... olhos azuis brilhantes. Ele teria sorte de ter você, Holly.

Sorri, embora ainda não acreditasse nisso. O que Bastian quereria com alguém como eu? Uma mulher inexperiente. Na verdade, eu era tão inexperiente que ainda nem estive com um homem. Guardava-me para o Bastian, desde que eu tinha dezesseis anos e sabia o quanto o queria... o quanto o amava.

— Talvez, eu realmente deva fazer um movimento — murmurei. — Mas tenho medo que me rejeite por ser quem eu sou.

— Bem, então, você precisa aproveitar a oportunidade perfeita. — Os olhos de Rosie brilharam com malícia. — Como aquela festa de máscaras que seu tio preferido mencionou.

Bati o dedo contra o meu queixo. — Você acha que eu deveria ir à essa festa no feriado?

— Pense nisso — Rosie ronronou. — É perfeito. Máscaras, o anonimato, e ninguém menos que o Sr. Bastian Lancaster procurando alguém para beijar à meia-noite...

Eu odiava o pensamento dele beijando outra pessoa.

Levantei em meus cotovelos. — Você acha que sou corajosa o suficiente para fazer isso?

— Descobrirei o local da festa. — Rosie riu. — Tudo que você precisa fazer é aparecer. Eu sei que ele não será capaz de manter suas mãos longe de você.

Saí da cama e fui até a penteadeira. Parecia um objeto que uma criança possuiria, mas não me importava. Eu poderia tê-la escolhido quando eu era uma garotinha, mas um olhar no espelho revelou que não era mais.

— Ok — eu expiro. — Faremos isso.

A próxima vez que vi Rosie foi no meio da semana seguinte. Ela exibia um sorriso triunfante quando se sentou ao meu lado na nossa aula de economia, dando-me olhares conhecedores. Pegamos nossos cadernos, e assim que a porta se abriu e nosso professor entrou, puxou meu caderno para ela e começou furiosamente a rabiscar no papel pautado. Em seguida, o empurrou para mim.

Olhei para o caderno, engolindo o nó que se formou na minha garganta.

Festa de Máscaras - Véspera de Ano Novo, naquele arranha-céu na Baker Street às 19h. Um ingresso custa mil! Tudo vai para a caridade. Você tem dinheiro guardado?

Olhei para ela, silenciosamente balançando a cabeça. Ela começou a rabiscar novamente.

Nós encontraremos uma maneira de você entrar!

Eu balancei a cabeça para ela, e Rosie se inclinou para sussurrar — Não se preocupe. Nós encontraremos uma maneira de dar certo.

— E o que poderia ser tão importante para atrapalhar minha aula? — Uma voz estrondosa falou acima de nós e tremi antes de olhar nos olhos de nosso professor.

— Não é nada, Mr. Sullivan — murmurei.

— Não me parece nada. — Ele levantou uma sobrancelha para mim antes de pegar o caderno da minha mesa. — Baile de máscaras dia trinta e um? Você está ciente de que temos uma aula nesse dia, não é, Senhorita Halliday?

— Sim, professor — concordei. Estava dolorosamente consciente, juntamente com o resto da classe, que o Professor Sullivan era o único que agendara uma aula para o último dia do ano, à noite. Sem mencionar que agia como se fossemos estudantes do ensino médio em vez de universitários. Paguei por essa aula, então se participarei ou não é problema meu.

Mas, na verdade, eu era muito tímida para realmente dizer-lhe isso. Ele era muito intimidante.

— Eu a penalizarei se você não aparecer para a aula, Srta. Halliday — ele falou num tom rigoroso. — E digo realmente isso. Quero você aqui dia 31 de dezembro. Está claro?

— Sim, Professor. — Eu suspirei, dando Rosie um olhar derrotado, embora a verdade fosse que não o ouviria como se ele fosse meu pai. Ele tinha um pau no cú do tamanho de um carvalho velho.

Ele recuou aparentemente satisfeito com o que conseguiu, e gemi em frustração. Meus colegas encaravam-me, minhas bochechas queimavam, e nós sequer começamos a lição. Permaneci corada e aborrecida durante toda a aula do Sr. Sullivan.

Uma vez finalmente dispensados, Rosie fez o seu melhor para me fazer sentir melhor pela humilhação, mas eu estava inconsolável.

Estava apenas guardando meus livros quando alguém tocou meu braço, os dedos firmes envolvendo em torno de mim. — Ei.

Olhei para cima, arregalando os olhos quando fiquei cara a cara com um dos meus colegas. Eu não falava com ele antes, mas sabia quem ele era o suficiente, já que cada menina na sala de aula, incluindo Rosie, tinha uma queda pelo rapaz. Seu nome era Sean, sua família era rica, gostava de seu status, e isso o fazia arrogante demais.

E esse último detalhe era extremamente desinteressante para mim.

— Ei — murmurei, olhando para seus dedos no meu braço. — Como posso ajudá-lo? — Puxei meu braço dele.

— Bem, não pude deixar de ouvir sua conversa com nosso querido professor. — Sean sorriu. — Parece que você está em apuros.

— E como isto seria um problema seu? — Questiono com um sorriso brincalhão em meus lábios.

— Acontece que minha mãe é a organizadora desse evento. É tudo sobre o que ela fala há meses. Ouvi dizer que será o evento da temporada.

— Entendo. — Rosie cortou, colocando a mão em seu quadril. — Parece que você poderia ajudar minha amiga então.

Ele sorriu.

— Você quer um convite? — Sean me perguntou, fingindo inocência como se não quisesse algo em troca. Ele sabia perfeitamente que eu queria. E não podia pagar por isto sozinha, não se eu quisesse fazer isso em segredo.

— O que tenho que fazer para isso? — Perguntei desconfiada.

— Vista uma roupinha sexy e coloque seu cabelo para cima para que eu possa ver mais do seu rosto bonito — ele me diz com um sorriso. — E seja minha acompanhante para a noite, é claro.

E lá estava. Seu preço.

— Eu não acho...

— Pensaremos sobre isso — Rosie interferiu, dando-me um olhar severo. — E nós deixaremos você saber.

— E você é o quê, sua empresária? — Ele riu.

— Poderia dizer que sim. — Rosie piscou para ele. — Vejo você mais tarde, Sean.

Ele assentiu, piscando para mim antes de atirar sua mochila no ombro e sair da sala de aula. Assim que ficamos sozinhas, Rosie instantaneamente começou a falar. Mas não me animei.

— Isto é perfeito! Eu disse que as coisas dariam certo!

— Há uma coisa muito importante que você esqueceu —a lembrei. — Como é que darei em cima de Bastian se for para a festa com Sean?

Ela refletiu por um segundo.

— Eu tenho uma ideia.

— Você não tem sempre? — Eu ri. — Ok. Explique este grande plano e verei se consigo fazê-lo funcionar.

Rosie planejou um dia de compras para nós naquela sexta-feira. Nós não teríamos nenhuma aula naquele dia, então, chegamos cedinho no Meadow Lake Shopping com um firme propósito. Eu poderia não ter dinheiro suficiente para comprar um ingresso para a festa, mas tinha o suficiente para obter um vestido decente. Esperançosamente.

— Precisamos encontrar o vestido mais lindo — ela me disse. — Algo que fará Bastian inconscientemente pensar em você, mesmo que não saiba quem você é.

— Ele me chama de docinho — disse suavemente. — Bastian costumava me chamar de seu pequeno docinho.

— Perfeito! — Rosie bateu palmas com entusiasmo. — Nós encontraremos um vestido que lembre um docinho, cor de ameixa. Ficará perfeito com o seu cabelo também.

— Você está tão empolgada com isso. — Eu ri. — É como se você quem fosse!

— Deixe-me viver indiretamente através de você — ela pediu. — Você sabe que meus pais não me deixarão namorar até que eu tenha oitenta, não enquanto viver com eles e pagarem minhas contas. Tipo... todas elas. Isto é tudo que ganho.

Percorremos loja após loja, vasculhando prateleiras de roupa de festa. Nada parecia certo até o momento em que a hora do almoço chegou, meu estômago roncava e nós ainda estávamos de mãos vazias. Então, Rosie parou na frente de uma loja de departamentos exorbitante.

— Aqui não — neguei com a minha cabeça. — Não serei capaz de pagar por isso.

— Vamos lá — ela implorou. — Pelo menos dar uma olhada. E se você encontrar o vestido perfeito?

— O vestido perfeito que estará fora da minha faixa de preço. — Eu suspirei, mas mesmo assim a segui para a loja.

O lugar era mágico. Até cheirava bem, como perfume caro. Rosie me levou direto para a seção de designer da loja e comecei a percorrer as prateleiras, mas parei na frente de um manequim usando o vestido mais perfeito que já vi.

Era longo, de um roxo brilhante e acinturado em todos os lugares certos, e se abria generosamente após a cintura. Tinha babados nos ombros, mas não se parecia em nada com um vestido que uma menina usaria. Não. Aquele era um vestido de rainha. Rainha de Bastian.

Eu.

— Esse — Eu falei, chamando a atenção de Rosie. — É esse.

Ela engasgou quando viu o vestido então engasgou novamente quando ela verificou o preço. Mordendo o lábio inferior, tentamos descobrir uma maneira de contornar o custo elevado.

— Você terá que usar o cartão de crédito do seu pai.

— Ele é apenas para emergências — Eu lembrei a ela, balançando a cabeça. — De alguma forma acho que isso não constitui uma emergência.

— Quantas vezes você já o usou desde que ele deu a você?

— Zero — murmurei.

— Viu? Seu pai não se importará. Ele gostará de mimar sua garota favorita. Primeiramente experimente. E então veremos se você ainda estará apaixonada por ele. — Ela tocou o tecido de novo. — Na verdade, podemos devolvê-lo depois e ele nem saberá.

Eu não acho que funcionaria, mas queria tanto o vestido que me convenci desta possibilidade.

À contragosto, levei o vestido para o provador. No momento em que todo aquele veludo e seda cor de ameixa encaixou sobre minha pele, eu soube. Era este, o vestido.

Saí do provador e Rosie bateu almas com entusiasmo quando o viu, dizendo: — Resolvido. Você tem que tê-lo!

E então foi isso. Resolvi. Estava realmente fazendo isso... por Bastian.

No caixa, entreguei ao assistente de vendas o cartão de crédito do papai, me odiando. Rosie ainda encontrou um par de saltos altos prata e uma bolsa de lantejoulas. Felizmente, eles eram mais acessíveis, mas ainda assim, tudo somado, eu sabia que papai me perguntaria sobre isso.

Mas tudo valeria a pena, e quando os meus dedos seguraram a sacola com as minhas novas compras eu sorri sabendo que isso era para ser.

Rosie e eu nos instalamos em um dos cafés do shopping para discutir seu plano de mestre para o dia da festa.

— Já resolvi tudo — ela fala — Então. Aqui está o plano. Sean te convidou para ir à festa, certo? Então, ele esperará que você esteja com ele à noite inteira. Mas e se... dissermos a ele que nós duas queremos ir?

— O que você quer dizer?

— Quero dizer isso — ela continuou animadamente. — Ele aparecerá com duas garotas em seu braço, que ele não será capaz de resistir. E isso significa que posso distraí-lo enquanto você dá em cima do Bastian.

— Você realmente acha que funcionará? Que ele pode conseguir outro ingresso?

— Claro. — Ela me cutucou. — Você está realmente subestimando o meu charme. Posso distraí-lo por horas.

— Eu prefiro não saber o que isso implica. — Eu ri. — Mas espere. E quanto ao Professor Sullivan?

Ela zomba.

— Quem se importa? Nós somos adultas e ele é um idiota. Ele tem algum tipo de complexo de superioridade dando ordens aos seus alunos. Quero dizer, nós pagamos por nossas malditas aulas. Se eu quiser não aparecer durante toda a semana, isso é da minha conta. — Posso ouvir em sua voz que ela está irritada. — Foda-se ele.

Eu bufo.

— Deus, espero que isso funcione — murmurei, mordendo meu lábio inferior.

— Irá. Não se preocupe.

Eu realmente esperava que ela estivesse certa.


Capítulo 3

Holly

Era domingo novamente, e Bastian sentou no lado oposto de mim, enquanto eu lutava contra a vontade de acaricia-lo com meus pés por baixo da mesa. Qualquer desculpa para tocá-lo estava constantemente em minha mente.

Meu olhar ia direto para ele enquanto falava com meu pai, e meu coração acelerou cada vez que se dirigiu a mim. Depois do almoço, fui para o meu quarto, sabendo que precisava de um tempo sozinha para pensar. Também tinha medo de me fazer de boba se eu ficasse, devido ao meu estado de espírito atual.

Liguei para Rosie e passei vinte minutos dizendo-lhe como Bastian estava irresistível naquela noite.

— O homem é uma Silver Fox — ela ronronou. — Você tem que se movimentar.

— E quanto à festa de Ano Novo?

— Esse é o seu plano de backup.

Eu ri baixinho.

— Você acha que eu deveria simplesmente pular em cima dele?

— Você nunca saberá como ele reagiria se você não fizer.

Eu podia imaginá-la piscando do outro lado da linha, e eu gemi.

Houve uma batida na minha porta, e disse um adeus rápido para Rosie antes de dizer para quem estava do outro lado para entrar.

Bastian abriu a porta, sua figura alta e irresistível preenchendo o local. — Hey, docinho.

Meu rosto aquece com o carinho dele. Como sempre faz.

— Seu pai me pediu para lhe avisar que passarei a noite. Aparentemente, houve um incêndio no meu prédio.

Sentei-me, franzindo as sobrancelhas. — Fogo? Está tudo bem?

— Sim, foi em alguns andares abaixo de mim — ele assentiu. — Eu apenas iria para um hotel, mas você sabe como seu pai é. — Ele sorriu. — Além disso, prefiro ficar aqui. Vocês dois sempre fazem me sentir em casa.

— Claro. — Eu corei. — Você quer que arrume o quarto de hóspedes para você?

— Eu posso fazer isso. Basta dar-me a roupa de cama. Não precisa se incomodar.

— Não, não é nenhum problema. Eu gostaria... — sorri timidamente, desejando que fosse mais corajosa. — Eu arrumarei agora.

— Obrigado, Holly.

Eu mantive o meu olhar treinado no chão e estava quase na porta quando mudei de ideia.

Oh meu Deus. Eu realmente farei isso?

Fechei a porta e Bastian se virou, os olhos transmitindo surpresa.

— Algo errado?

— S-Sim — eu gaguejei. Oh Deus. Esqueci como ser confiante, e estava uma pilha de nervos. — Eu... estive pensando sobre isso, e gostaria de lhe pedir o meu presente de Natal mais cedo.

— É mesmo? — Ele riu, tirando sua carteira. — Quanto é o vestido, garota?

— O quê? — Estreitei os olhos para ele. Eu não gostava dele me chamando de garota. Isso me faz pensar em como isso pode ser um grande erro, porque Bast ainda me via como uma garotinha e não a mulher que me tornei.

— O vestido? — Seu tom me questionou. — Ou livros? Uma viagem? Algo que você não quer falar com o seu pai?

— Eu não preciso de dinheiro. — Senti as lágrimas queimando meus olhos e virei de costas para ele. — Deus, eu sou tão estúpida para sequer tentar... — sussurrei para mim mesma.

A mão de Bastian envolveu meu antebraço e tentei me livrar, mas ele não me deixou ir.

— O que você quer, querida?

Sua voz era a mais suave tortura, e eu sabia que não poderia mais segurar meus verdadeiros sentimentos. Mantive-os guardados por anos.

— Eu quero que você me diga se há alguma chance de... — Suspirei, meus cílios tremulando. Virei-me para ele, mas me recusei a olhar para seu rosto. — ...de nós... passarmos a-algum tempo sozinhos.

— Sozinhos? — Suas sobrancelhas se uniram. — Há algo que você precisa que eu resolva para você?

Gemi em frustração, passando minhas mãos pelo meu cabelo.

— Eu quero ir a um encontro com você. — Pronto. Eu disse isso. A verdade era um céu aberto agora.

— Um encontro? — Repetiu ele. — Um encontro, ok. Como minha...

— Sua mulher — eu interrompi. Oh meu Deus. Sua mulher? Estava estragando tudo. — Sua... Eu não sei. Alguém que pretenda ter. Alguém com quem você sonha em beijar. Que você pense sobre... — Meu rosto estava em chamas.

— Oh, Holly. — Seus olhos ardem com uma dor silenciosa e ele solta meu braço.

— O quê? — Olhei suplicante em seus olhos. — Tenho vinte anos. Por que isso é tão errado?

— Não é só quem você é, mas... você é muito mais jovem do que eu, docinho. Estou...

— Você ainda acha que sou apenas uma criança — o acusei. — Você acha que ainda sou uma criança que precisa de cuidado Bastian, mas cresci há muito tempo. Não sou mais uma garotinha.

— Oh querida. Eu posso ver isso. Você não acha que sei disso, Holly? —

Ele esfregou a ponte de seu nariz. Quando ficava nervoso, cada músculo em seu corpo ficava tenso, fazendo sua camisa parecer apertada. Eu mal podia me impedir de lamber os lábios.

— Você não acha que passo cada momento sabendo que você não é mais a menininha que costumava sentar no meu colo? — Ele gemeu, passando a mão pelo cabelo grisalho. — Eu ainda queria te ver da mesma maneira, Holly. Mas acho que isso não seja possível.

Ele sugeriu o que eu achava que aventou? Encorajada por suas palavras, eu dei um passo à frente e estendi a mão com os dedos trêmulos. Coloquei a palma da mão contra o seu peito, sentindo as batidas de seu coração sob meus dedos. Estava acelerado, como o meu.

— Como você me vê atualmente, tio Bastian?

Eu sabia que cometi um erro no momento em que as palavras deixaram meus lábios. Eu o chamara de tio, como fizera por todos esses anos. Era um velho hábito, quase como um título. Não porque realmente o via como se fosse da família. Eu tinha certeza que ele recuaria, quebraria a tensão. O momento terminaria.

Mas Bastian não se afastou. Em vez disso, ele levantou a mão para o meu rosto, correndo os dedos sobre meus lábios no mais leve dos movimentos. Eu vi estrelas. Não queria nada mais do que implorar para me beijar. Mas congelei no momento, observando-o e esperando seu próximo movimento.

— Eu acho que você é a mulher mais bonita que já vi. — Sua voz era um sussurro fraco, suas palavras como um beijo contra a minha pele.

— Holly, você está aqui?

Nós nos separamos como se fossemos atingidos por um raio. Eu fiquei tão vermelha que senti o calor no meu rosto me queimando por dentro. Papai estava parado no corredor, alheio ao que acabara de quase acontecer entre seu melhor amigo e eu.

— Holly, pegue para Bastian a roupa de cama xadrez na lavanderia, por favor — continuou ele. — E arrume a cama no quarto de hóspedes.

— Ok — eu gritei, minha voz tremula. Afastei-me de Bastian, mesmo que isto fosse a última coisa que eu quisesse fazer e abri minha porta. Eu fiz meu caminho pelo corredor, agradecida por meu pai não perceber que Bastian estava no meu quarto. Não haveria como explicar isso.

Ouvi Bastian e papai conversando, e quando cheguei na lavandaria, encostei-me na porta, sussurrando o nome de Bastian, perguntando se isso tudo realmente aconteceu.

Nós realmente quase... nos beijamos?

Tentei me distrair, agarrando a roupa de cama e caminhando para o quarto de hóspedes. Arrumei a cama de Bastian para a noite, afofando os travesseiros, alisando minha mão sobre o edredom, imaginando estar na cama com ele.

Meu rosto ficou ainda mais quente como as imagens que vieram em minha mente.

Minhas mãos arrastaram pelo algodão macio e rico e mordi a parte inferior dos lábios. As palavras de Rosie soaram verdadeiras em minha mente, lembrando-me que eu precisava tomar uma atitude. Se algo falhasse com a festa de Ano Novo, essa poderia ser a minha chance. Além disso... só se vive uma vez. Eu amava Bastian, tanto que nenhum outro cara se compara com ele. Nenhum outro homem jamais se compararia a ele. O simples pensamento de algo sexual com alguém, que não ele, me enchia de aversão.

Afastei-me da cama, mais para perto da porta onde ninguém seria capaz de me ver. Eu toquei nos meus quadris, os dedos trêmulos empurrando a bainha do meu vestido vermelho.

Enganchando os dedos no cós da minha calcinha de renda rosa, eu a movi cuidadosamente para baixo, saindo do material e sentindo-me ousada no momento. Deus, isso não era como eu..., mas, novamente, parecia tão certo.

Segurei a calcinha em minhas mãos, pensando se eu seria corajosa o suficiente, então ajustei meu vestido de volta no lugar e me encaminhei para a cama, levantando o travesseiro e colocando a peça sob ele. Deixei só um pouquinho de renda aparecendo.

Mas ainda não terminei.

A presença de Bastian me fez desejar, e o formigamento entre as minhas pernas simplesmente não ia embora. Verificando se os dois homens ainda estavam ocupados, entrei na cama do quarto de hóspedes e puxei meu vestido. Meus dedos encontraram meus sulcos e massagearam o ponto que precisava de atenção. Eu tive que colocar uma mão sobre minha boca para abafar meus gemidos, o nome de Bastian era um leve sussurro nos meus lábios quando eu finalmente me levei o mais perto possível da loucura.

Foi só quando ouvi vozes lá fora que eu permiti o doce prazer chegar. Gozei com um grito suave, os dedos enterrados no edredom e pernas abertas sobre a cama que Bastian dormiria naquela noite. Eu ainda tremia quando me levantei, alisando meu vestido e olhando para a calcinha que espreitava para fora do travesseiro de Bastian.

Obriguei-me a ir para longe deles, meu coração batendo forte quando esbarrei em papai no corredor.

— Obrigado por fazer a casa parecer adorável — disse papai com um sorriso sincero. — Tenho muita sorte de ter você, querida. Sua mãe ficaria incrivelmente orgulhosa.

— Obrigado, pai. — Consegui um sorriso fraco.

Voltei para o meu quarto, onde lentamente me despi, observando criticamente meu corpo no espelho.

Assim como minha mãe, eu era uma garota curvilínea também. Mas minha mãe me ensinou a me amar, cada curva do meu corpo, não importando o que alguém diga. E segui seu conselho desde que era uma garotinha. Só esperava que Bastian não se importasse. Alguns caras tinham uma preferência muito óbvia.

Eu me vesti para o jantar, tendo especial cuidado com o meu cabelo. Escovei até se tornar uma onda castanho chocolate sedosa, adicionei brilho nos lábios e um pouco de rímel em meus longos cílios. Meus pensamentos ainda giravam em torno de um homem e apenas um homem. Bastian.

Ele era tão encantador, tão doce. Sempre me deu presentes especiais quando eu era uma garotinha. Ele me levava para passear nos fins de semana para ver filmes estrangeiros e galerias de arte. E desde que a mamãe se foi, ele tomara um cuidado especial para me fazer sentir como se ainda tivesse uma família.

Minha mãe sempre gostou de Bastian. E algo me dizia que ela ficaria do nosso lado não importa o que. Se estivéssemos apaixonados, mamãe gostaria que ficássemos juntos.

Eu não tinha tanta certeza se papai pensaria o mesmo.

— Holly, você pode passar o molho?

— Sim, papai. — Entreguei o pote de molho, olhando para Bastian antes de voltar para o meu jantar.

— Você está silenciosa esta noite, querida. — Papai estreitou os olhos para mim. — Tudo certo?

— Sim — eu murmurei, evitando os olhos dele. — Bastian, você gostaria de purê de batatas?

— Uh, com certeza. — Ele não olhou para mim, mesmo quando lhe entreguei a tigela. — Obrigado novamente por me deixar ficar esta noite, Aston.

— Sem problemas. Achei que você poderia receber um pouco de hospitalidade no feriado. Você tem trabalhado duro até se acabar.

Todos os tipos de pensamentos irromperam em minha mente, mas todos eles giravam em torno de Bastian trabalhando duro até se acabar. Eu faria qualquer coisa para vê-lo. Imaginei os seus dedos em volta da minha calcinha depois que a encontrar debaixo do travesseiro, masturbando seu pau com movimentos rápidos e desesperados, a renda grudando nele depois que ele gozasse.

Limpei minha garganta, ocupando-me com o meu prato enquanto papai e Bastian conversavam. O jantar durou uma eternidade, e finalmente me desculpei vinte minutos mais tarde, deixando-os para sua noite de whisky.

Foi apenas mais tarde, quando eu saí do banheiro, que o vi novamente.

Vestia meu roupão branco macio, meu rosto limpo e meu cabelo preso, quando Bastian chamou meu nome. Virando, encontrei-me cara a cara com o homem que sempre amei.

— Sim?

— Sobre o que aconteceu antes... — Ele olhou para o corredor antes de se aproximar. Sua mão hesitou, mas não segurou a minha. Bastian a puxou de volta. — Eu acho que o seu pai não notou.

— Bom — eu murmurei. — Exatamente como você queria, não é?

— Holly, por favor. Você sabe que eu...

— Você o quê? — perguntei após um momento de silêncio. — Diga-me, Bastian.

Bast deu um suspiro pesado, e eu pude sentir o peso que deixei em seus ombros, fazendo-o parecer mais incrivelmente bonito do que nunca.

— Você sabe que não posso fazer isto. Eu nunca poderia fazer isso com seu pai, Holly.

— Nem mesmo se... — Engulo minhas próximas palavras. — Nem mesmo se eu prometer fazer valer a pena?

Ele me encarou, sua voz enrouquecida quando as próximas palavras saem de seus lábios.

— Como você fará valer a pena, docinho?

Meu coração disparou quando dei um passo para perto dele, meus dedos demoraram no cinto do meu roupão. Desfiz o laço no meu quadril, segurando as abas da roupa nas minhas mãos e gentilmente abrindo as laterais. Os olhos de Bastian ficaram perturbados, movendo-se lentamente do meu rosto para todo o meu corpo, como se tentasse guardar a visão na memória.

— Cubra-se, Holly — ele gemeu.

Fechei o roupão, amarrando o cinto de novo. Inclinando-me perto, deixei minha respiração fazer cócegas na orelha de Bastian, meu coração batendo forte com a coragem que não sabia que possuía.

— Estarei no meu quarto — sussurrei. — No final do corredor do seu. E esperarei, Bastian.

Seu olhar de culpa queimou minhas costas quando me virei e me afastei dele.


Capítulo 4

Bastian

Não sei no que pensava, indo até o quarto dela dizer que passaria a noite. Ela provavelmente não perceberia. Eu partiria antes mesmo que Holly se levantasse amanhã de manhã. Mas uma parte de mim queria ver qual seria sua reação.

Senti seu olhar em mim o tempo todo no jantar, e quando a olhei, vi sua reação, a maneira como seu corpo ficou rígido e suas pupilas dilatadas. Eu queria desesperadamente acreditar que ela me quisesse também, mas poderia ser apenas o meu pensamento positivo, a minha esperança de que ela poderia ser minha, que me fez pensar essas coisas.

Mas eu não estava errado. Porque quando ela fechou a porta e me disse o que queria, que queria que a levasse em um encontro, para que fosse minha, juro que a porra do mundo parou.

Ela queria que eu a beijasse. Isso fora dolorosamente óbvio. E porra, eu também queria fazer isso. A realidade disto se estabeleceu como um bloco de concreto na boca do estômago.

Mas o pai dela estava do outro lado da porta e este era o seu lar, esta era sua filha. Eu queria ser respeitoso, mas também estava loucamente apaixonado por Holly. E o jeito que ela olhou para mim, a esperança, a excitação refletida em sua expressão, eu quase disse foda-se para tudo.

Na verdade, estava prestes a me inclinar e beijá-la quando ouvi a voz do meu melhor amigo passar pela porta, o tapa da realidade lembrando-me o que fazia em sua casa estava errado.

E embora eu não tivesse intenção de me afastar de Holly, não a via como uma criança, mas como uma mulher exuberante cheia de curvas que me queria, e só a mim, e eu sabia que não poderia mais me afastar. Eu tinha que dizer a Aston. Tinha que ser honesto e orar pra caralho que ele soubesse que o que eu sentia por Holly era exatamente o que deveria acontecer.

Fui para o quarto de hóspedes e fechei a porta, inclinando-me contra ela por um momento enquanto pensava sobre tudo, como eu imaginava que tudo isso acabaria. Eu não era um homem que normalmente hesitava ou tinha medo das coisas, mas quando se tratava de Holly e desta situação, estava assustado.

Levantei minha mão e corri sobre minha bochecha e queixo, sentindo a barba por fazer de um dia na minha pele. Seria mais inteligente se fosse para um hotel, mas Aston insistira para eu ficar aqui. Ele era um ótimo amigo, mas novamente, se soubesse o que eu pensava sobre sua filha, chutaria a minha bunda até não sobrar nada.

Porra. Estava numa droga de situação.

Comecei a me despir, indo para o botão da minha camisa, passando-o através do buraco no colarinho e continuei até que pudesse tirar toda a camisa e lançá-la na beira da cama. Fui para o meu cinto e, em seguida, minha calça. Estava agora de cueca boxer, o resto da minha roupa dobrada para que pudesse usá-las amanhã de manhã, antes de voltar para meu prédio, que esperançosamente eu poderia entrar.

Fui até o outro lado da cama e me sentei, fechando os olhos por um minuto e esfregando a mão na parte de trás da minha cabeça. Estava exausto, não tanto fisicamente, mas mentalmente, esta guerra entre o meu coração e mente é o suficiente para sugar a vida de qualquer um.

Quando abri os olhos de novo e olhei para a mesa de cabeceira, o pequeno relógio na madeira polida me disse que eram apenas nove horas. Eu sabia que dormir seria provavelmente impossível. Embora estivesse cansado, uma parte de mim também estava tensa. Na verdade, meu coração ainda estava acelerado pelo quase beijo, pelas coisas Holly me disse.

Vi uma pequena faixa rosa pelo canto do olho e olhei para o travesseiro, algo saía de debaixo dele. Tinha uma ponta rendada, delicada e saborosa. Franzi as sobrancelhas e estendi a mão, prendendo o meu dedo ao longo da ponta e arrastando lentamente para fora até que ficou pendurado na minha frente.

Soltei um profundo e baixo gemido quando percebi exatamente o que segurava.

Uma calcinha.

A calcinha da Holly.

Ja que era a única mulher na casa, era óbvio que ela especificamente a colocou aqui para mim. Ela fez a minha cama, deixou este pequeno prêmio para mim. Ela era uma menina má, tão travessa e ainda inocente.

Trouxe o material de seda mais perto de meu rosto e olhei para ele. Holly era cheia de curvas e toda mulher, seu corpo foi feito para um homem agarrar enquanto ele a levasse ao prazer uma e outra vez. E esta roupa íntima insinuava inocência e vulnerabilidade, mas também uma sensualidade que eu sabia que ela guardava.

E como um filho da puta sujo, eu trouxe aquela calcinha para meu nariz e fechei os olhos enquanto inalava profundamente. Deus, ela cheirava doce, como o apelido que dei a ela.

Docinho. Sim, isso é o que cheirava, e provavelmente tinha gosto também.

Abri os olhos, meu pau tão duro como um tubo de aço. Olhei para aquele monstro entre as minhas pernas, a cabeça do meu pau empurrando o inferior da minha cueca boxer. Eu podia ver o pré-sémen na ponta e como não poderia fazer mais nada além disso, abaixei a mão e esfreguei a palma para cima e para baixo no comprimento dele. Fiquei duro como uma rocha, tão rígido que até minhas bolas doíam quando eram apertadas ao meu corpo.

Olhei para trás, mesmo sabendo que a porta do quarto estava fechada. Em seguida, olhando para a calcinha, ajustei o tecido de forma que eu pudesse ter uma visão desobstruída do centro dela, aquele pedaço de pano que ficava contra os lábios de sua boceta. Limpei a garganta quando o desejo passou por mim como uma besta violenta. Puxei meu pau para fora, lentamente me acariciando da raiz à ponta.

Um gemido duro me deixou. E então trouxe a virilha de sua calcinha para o meu nariz e boca, fechei os olhos enquanto respirava profundamente, absorvendo seu perfume em meu próprio corpo. Eu me masturbei enquanto segurava esse tecido contra meu rosto, imaginando a minha boca entre suas coxas, minha língua enfiada profundamente dentro de sua pequena boceta apertada.

E enquanto bombeava minha mão para cima e para baixo, mais rápido e mais forte ao longo do meu pau, e eu sabia que não havia como voltar atrás. Não havia como parar isto. Eu tinha que tê-la, não apenas em minha cama e debaixo de mim, não apenas com as pernas abertas e meu pau enfiado profundamente dentro de sua boceta virgem, mas como minha.

Só minha.

Minha esposa.

A mãe dos meus futuros filhos.

Meu tudo.

E essas foram às coisas que pensei quando trouxe sua calcinha para a coroa do meu pau, esfreguei o material de seda no topo e acariciei com a palma da mão para cima e para baixo do meu comprimento. Bombeei minha mão mais e mais rápido e cerrei os dentes quando me liberei e gozei contra o tecido. Impregnei a seda com meu esperma, imaginando fazer isso ao longo dos lábios de sua boceta, ao longo de sua barriga.

E na minha mente, ela adorou.

Porra. Essa sensação foi tão forte que mal me aguentei. Muito mal mesmo, mas foi um mal de forma boa e que mostra até aonde um homem vai para conseguir o que quer.

E o que eu queria era ela, e não pararia até se tornar realidade. Danem-se as consequências.


Capítulo 5

Holly

Rosie passou a maior parte do dia convencendo-me a me juntar a ela para uma festa de fraternidade esta noite. Eu não estava tão excitada quanto ela com a perspectiva, mas ela conseguiu me convencer, fazendo-me ir à festa.

Meus pensamentos ainda giravam em torno de Bastian, mas me forcei a empurrá-lo para fora da minha cabeça e me concentrar em outras coisas. Não o vi naquela semana e nosso almoço semanal seria dentro de poucos dias. Sentia falta dele. Eu o queria. Mas não era corajosa o suficiente para fazer outra jogada. Não depois que ele sequer mencionou o que aconteceu da última vez.

— Você precisa tirá-lo da sua mente — Rosie atentou, cruzando seu braço no meu enquanto caminhávamos pela calçada em direção à casa de fraternidade.

— Uma parte de mim deseja poder. Mas não consigo — suspirei, puxando minha jaqueta acolchoada sobre o meu peito com a mão livre. — Não consigo pensar em nada, além dele. Não consigo há anos, Rosie.

— Bem, a véspera de Ano Novo será a sua próxima oportunidade. — Rosie piscou para mim. — Tenho certeza que ele não será capaz de resistir a você, especialmente naquele vestido nocauteante que você comprou.

— Espero que você esteja certa.

Chegamos à casa da festa. A rua estava cheia de carros estacionados em qualquer lugar que havia espaço, e a própria casa estava iluminada com luzes de Natal. A música estava alta e um pouco desagradável, mas era uma festa de faculdade, então não esperava nada menos. Eu sabia no que me meti quando concordei em vir com ela.

Ainda assim, era difícil para entrar no clima de férias. Fiquei pensando em Bastian.

Se ele encontrou uma acompanhante para o baile de caridade.

Se ele pegaria outra mulher.

Ele pensaria em mim quando segurasse a mão dela? Beijando-a?

O ciúme atingiu o meu âmago, e engoli um gemido. Esta festa seria um pesadelo, mas não quebraria minha promessa com Rosie.

Entramos na casa superaquecida. Estava tão quente que tirei meu casaco e cardigã de imediato, deixando apenas um vestido curto de bolinhas vermelha e branca estilo Pinup. Nós escondemos nossos casacos em um dos quartos vazios e caminhamos de volta para o andar de baixo para onde fora criada uma área de bebidas.

Eu não era muito de beber. Na verdade, poderia contar nos dedos as vezes que fiquei bêbada... bem, dois dedos. Mas esta noite, eu senti que não tinha nada a perder, então permiti que Rosie me desse uma taça vermelha de ponche e comecei a beber em longos goles sedentos.

Qualquer coisa para me fazer esquecer Bastian. Para conseguir tirá-lo da minha mente.

— Você sabe que Sean faz parte da Kappa Delta Phi, certo? — Rosi sussurra para mim, e dei de ombros para ela. — Porra! Como você pode não se importar? Ele é o cara mais quente na nossa classe.

— Ele não é Bastian — murmurei mais para mim do que para ela, fazendo minha amiga gemer em voz alta.

— O quê? — Estava na defensiva agora. Dei de ombros. — Não posso evitar. Todos os outros caras são apenas meninos comparados a ele.

— Eu sei o que você quer dizer — Rosie murmurou melancolicamente, fazendo-me lançar um olhar curioso em sua direção. — Mas nós duas precisamos de uma distração, então nos divertiremos esta noite e focaremos em Bastian novamente amanhã, ok?

Relutantemente concordei e ela serviu outra concha de ponche na minha. Nós fomos para a sala principal e eu tomava meu drink calmamente enquanto Rosie conversava com uma menina de nossa classe. Com certeza, eu vi Sean no canto da sala. Ele acenou para mim com um sorriso malicioso em seus lábios e então acenei de volta, mas não tinha intenção de passar a noite em sua companhia. Isso só serviu como um lembrete amargo do homem que queria e eu não tinha.

— Você lamentará a noite toda? — Rosie me provocou alguns minutos depois. — Por favor, relaxe, pelo menos um pouco.

— Estou relaxada. — Bebo mais um copo de ponche, murmurando as próximas palavras. — Só desejava estar em outro lugar.

Eu não queria chatear Rosie, mas também não queria estar aqui. E o ponche mal tinha efeito sobre mim. Estava sóbria e ainda mais dolorosamente consciente da ausência de Bastian, então decidi ir para uma vodca cranberry como minha próxima bebida. O primeiro gole revelou que misturei uma bebida muito forte e fiz uma careta para o copo. Pelo menos isso me faria esquecer.

Esse foi o meu primeiro erro, tentar esquecer.

Ao longo das próximas horas, a festa ficou mais e mais selvagem. Rosie ficou ao meu lado, embora tentasse convencê-la que estava bem, mas então eu já enrolava as palavras e poderia dizer que ela não acreditava. Sean continuou a me olhar com uma expressão divertida e eu me sentia mais fora de lugar, em uma festa com pessoas da minha idade, do que já me senti em torno de papai e Bastian que tinham o dobro da minha idade. As vodcas cranberries tornaram-se progressivamente menos amargas e mais deliciosas enquanto esvaziava um copo atrás do outro. À meia-noite, estava bêbada. E não o tipo de bêbada que fiquei as outras duas vezes.

— Eu tive uma ideia brilhante! — Rosie gritou, voltando a sentar do meu lado com outra bebida e um sorriso cheio de dentes que falava em travessuras.

— O que é? — Engoli o suco, dando-lhe um olhar desconfiado. Aquela bebida não tinha gosto de vodca de jeito nenhum e suspeitava que ela manteve o álcool de fora para me deixar um pouco mais sóbria. Estava grata por ela cuidar de mim, mas queria uma distração. Precisava esquecer Bastian.

Ela me deu um sorriso sorrateiro quando se sentou no sofá ao meu lado. A festa estava com força total ao nosso redor. Havia dois barris e alguém fazendo uma parada de cabeça em um deles, um jogo de strip poker acontecendo na cozinha e todos os tipos de devassidão acontecendo no andar de cima e, no entanto, tudo em que eu conseguia pensar era no homem que nunca poderia ter.

— Você tem o número de Bastian? — Rosie me perguntou quando ela cruzou as pernas debaixo dela, aconchegando-se perto mim.

— Sim.

— Nós mandaremos uma mensagem para ele. — Rosie remexeu na minha bolsa até que ela pegou meu celular com um sorriso diabólico no rosto enquanto seus dedos corriam sobre a tela.

— Rosie, não! — Eu ri, mas meu coração batia forte com o pensamento. Enviar uma mensagem para Bastian no meio da noite não era uma boa ideia, de jeito nenhum..., mas eu estava muito bêbada para me importar e muito desesperada para não querer. Se houvesse a menor chance dele responder, de falar com ele, aceitaria. — Oh meu Deus, o que escreveu para ele?

— Algo que chamará sua atenção. — Ela enviou o texto e triunfantemente me passou o telefone. — Aqui. Aposto qualquer coisa que ele responderá em poucos minutos.

Comecei a rir e em alguns segundos Rosie juntou-se a mim até que nos duas estávamos dobradas no sofá, rindo até não poder mais. Quase perdi o meu telefone tocando no meu colo, mas quando o senti vibrando, pulei para cima e para baixo com entusiasmo.

— Ele está me ligando, Rosie! Ele está realmente me ligando!

— Bem, o que você está esperando? Atenda mulher.

Eu respirei fundo antes de finalmente responder à chamada com um sussurro

— Olá. — Mal ouvia Bastian sobre o som da música na sala de estar, incapaz de distinguir suas palavras. pressionei minha mão no telefone e saí da sala, para o gramado. — O que? Eu não posso ouvi-lo.

— Perguntei onde é a festa. — A voz de Bastian era fria e contida como sempre foi. — Diga-me, docinho. — Mas havia uma gravidade em sua voz. Ele estava com raiva.

— Na casa Kappa Delta Phi no campus. Por quê? — Franzi minha testa. — Meu pai sabe que estou aqui, se é por isso que você perguntou.

— Perguntei — ele continuou — porque estou indo buscá-la.

Meu estômago entrou em uma erupção de borboletas e mal conseguia esconder minha excitação.

— Ok, Bastian. Esperarei por você. — Soprei um beijo ao telefone, rindo, antes de cortar a chamada.

Tropeçando de volta para dentro da casa, localizei Rosie no sofá, tomando outra bebida. Gentilmente arranquei o copo de suas mãos e contei a ela. Logo percebi que ela mal estava ouvindo. Eu bebi muito, mas Rosie bebeu ainda mais. Sentei-me com ela no sofá, segurando sua cabeça no meu colo, enquanto esperava pelo meu cavaleiro de armadura brilhante. Eu não tive que esperar por muito tempo.

A presença elétrica de Bastian ocupou toda a sala no momento em que ele entrou. Com os olhos fixos na porta da frente, eu o vi no momento em que entrou, sua expressão fechada e tempestuosa enquanto percorria o lugar com o olhar, me procurando. Nossos olhos se encontraram e engoli em seco, sentindo a pressão crescente entre nós. Ele parecia louco um momento atrás, mas no momento em que me viu, seu olhar se suavizou, um sorriso tomou conta de seu rosto e seus olhos se enrugaram enquanto caminhava até a mim.

— Você se meteu em algum problema, docinho? — Ele me perguntou quando parou na frente do sofá.

— Só um pouco.

— Não se preocupe — continuou ele, ajoelhando-se ao meu lado com Rosie no meu colo. — Estou aqui para ajudar.

— Obrigado, Bastian — consegui dizer.

Ele parecia tão fora de lugar aqui, entre todos esses garotos de fraternidade da faculdade. Mas eu ainda só tinha olhos para ele, ninguém mais importava.

— Você me levará para casa?

— Claro. — Ele sorriu carinhosamente para mim. — E sua amiga Rosie, não é?

— Olá, Sr. Silver Fox — Rosie disse, me fazendo gemer em voz alta.

Bastian levantou-se e estendeu a mão para mim, ajudando-me a ficar de pé. — Preciso levá-la para o carro. Você pode abrir a porta para mim, Holly?

— Claro.

Senti ciúmes quando ele pegou Rosie no colo como se ela pesasse nada. Amava minha amiga, mas não pude deixar de sentir puro ciúmes virando e torcendo meu âmago. Abri porta após porta para Bastian enquanto ele levava minha amiga para fora colocando-a no banco traseiro de seu carro. Ele até mesmo a cobriu com um cobertor de piquenique que tinha no porta mala.

Talvez ele gostasse de Rosie. E não de mim.

O pensamento era horrível, me enchendo de dúvida. Rosie era uma menina linda. É claro que ele gostaria dela em vez de mim. Ela era bonita, divertida e borbulhante aonde eu era introvertida, doce, mas ainda presa em uma fase entre infância e ser mulher. Rosie tinha mais experiência, ainda que seus pais não a deixassem ter um encontro ou ter namorados. A insegurança encheu minha cabeça quando entrei no banco do passageiro, sentindo isto me comer por dentro. Não confio em mim para falar, estou com muito medo que as lágrimas derramem no momento que mencionar algo para Bastian.

Ele sentou no banco do motorista. — Você tem o endereço da sua amiga?

Eu disse. Rosie morava em uma parte ruim da cidade, mas Bastian não comentou nada, ele colocou uma música de Natal e começou a dirigir para o endereço que dei a ele. Eu ainda estava morta de ciúmes, mas ele não fez comentários sobre o meu humor enquanto fizemos o nosso caminho através da cidade.

O trajeto levou vinte minutos e nenhum de nós disse uma única palavra no caminho até lá. Quando olhei para Bastian com o canto do olho, vi a expressão preocupada em seu rosto. Certamente essa não era a maneira ideal para passar uma noite de sexta-feira. Se fosse por ele, provavelmente jantaria em um restaurante caro com uma mulher bonita em seu braço, não resgatando duas meninas de faculdade tolas de uma festa de fraternidade. Odiava-me pelos sentimentos de inveja que me torceram por dentro, mas não poderia evitar.

Ele era meu e eu era dele.

Quanto tempo Bastian levaria para descobrir isso?

— Aqui vamos nós. — Ele parou o lado em frente à casa de Rosie. — Pode me ajudar a levá-la para dentro?

— Claro.

Colocamos Rosie de pé. Ela parecia estar um pouco sóbria, embora ela ainda estivesse instável em seus pés enquanto Bastian e eu a levamos até a casa. Ele bateu na porta, e me encolhi interiormente sabendo quão zangado o pai de Rosie ficaria quando ele a visse.

Minha amiga não era tão sortuda quanto eu. Ela estava do lado errado da cidade, e seu pai... bem, ele ficava embriagado em um dia bom. Em um dia ruim, ele ficava bêbado e jogava insultos no rosto de sua filha. Eu sentia por Rosie, e esta era a razão pela qual ela passava tanto tempo em nossa casa.

— Oh, Deus — ela gemeu enquanto esperávamos o som de passos se aproximando. — Meu pai ficará tão chateado.

A porta se abriu. O pai de Rosie estava diante de nós com uma blusa manchada e uma garrafa de uísque barato na mão. — O que é isso agora? Holly, é você? — Estreitou os olhos em mim como se não pudesse me ver muito bem na escuridão.

— Olá, Sr. Grimshaw — eu consegui. — Nós estamos apenas trazendo Rosie para casa.

Ele olhou para sua filha antes de balançar a cabeça com desgosto e murmurar algo. Ele voltou para dentro da casa, enquanto Bastian e eu trocamos olhares confusos. Então, nós entramos com Rosie na casa bagunçada, passando pela sala de estar repleta de caixas de pizza e garrafas, até um quarto na parte de trás. Eu a ajudei a deitar na cama enquanto Bastian assistia. Beijei a testa de Rosie e ela murmurou algo antes de começar a roncar. Rindo, a deixei dormir e segui Bastian para fora do quarto.

— Senhor Grimshaw? — Perguntei timidamente quando passamos pelo pai de Rosie na poltrona na sala de estar. — Você poderia fazê-la beber um pouco de água? Isso ajudará.

— Não farei nada — ele murmurou, sem tirar os olhos da TV quando ele tomou outro gole de sua bebida. — Ela pode cuidar de si mesma.

Bastian fez uma careta, e eu sabia que uma briga estava por vir.

— Por favor, não. — Puxei a manga de sua camisa, fazendo-o olhar para mim com aqueles olhos tempestuosos dele.

— Senhor Grimshaw. — O olhar de Bastian descansou um momento no meu antes dele se virar para o pai de Rosie. — Você levará um pouco de água até o quarto de sua filha. E amanhã, você fará um bom café da manhã.

— Quem disse? — O homem finalmente tirou os olhos da TV, olhando para Bastian.

— Eu disse. — Bastian tirou uma nota de cem dólares de sua carteira e entregou a Mr. Grimshaw. — Aqui está algo para ajudar com isso.

O homem escondeu o dinheiro, olhando para Bastian com olhos gananciosos. Seu comportamento mudou em um instante e eu sofria por minha amiga, que teve que viver em uma situação como esta.

— Vamos, docinho. — Bastian puxou minha mão, e o segui para fora da casa e para a noite.

O ar frio me deixou sóbria, fazendo-me lembrar de todas as coisas não ditas. Entramos no carro de Bastian sem dizer outra palavra. Ele ligou o motor e começou a dirigir e senti meus nervos se agitarem quando perguntei: — Você me levará para casa também?

— Não — ele disse com firmeza.

— Então para onde?

— Minha casa.

Não ousei discutir com ele.


Capítulo 6

Holly

O resto do percurso foi tenso. Fiquei dobrando minhas mãos em meu colo, entrelaçando meus dedos enquanto tentava tirar da minha mente aonde Bastian me levava, tentando clarear minha cabeça. Por que ele estava me levando para sua casa? Ele se desapontou comigo? Deus, por que me deixei ficar assim?

Ele não disse uma palavra desde que se afastou da casa, e a tensão no carro era palpável.

Finalmente, paramos na frente do seu prédio. Não estive aqui com muita frequência, talvez uma ou duas vezes nos últimos anos, mas nunca entrei, e agora que penso sobre isso, acho um pouco estranho. Mas nunca questionei.

Estava cada vez mais nervosa quando ele estacionou o carro na garagem, ficou lá por um segundo, então saiu do carro e deu a volta para abrir a porta do passageiro para mim. Estendeu a mão para eu segurar e coloquei minha mão na sua muito maior.

Uma vez que estava em pé, ele não se moveu, me cercando da melhor forma.

— Sente-se um pouco mais você mesma? — Essas foram as primeiras palavras que ele falou desde que me buscou.

— Sim — respondi suavemente. — Obrigada novamente, Bastian.

O ar ao redor dele estava tenso, seu olhar pareceu pesado quando olhou para mim por um longo tempo.

Finalmente, o segui para dentro do prédio. Quando chegamos em seu apartamento, o interior era quase impessoal com a falta de decoração. Era como se ele não se preocupasse com os pequenos toques que fazia da casa um lar.

— Você não mora aqui há anos? — perguntei a Bastian enquanto olhava para o único porta-retratos que vi. Nele ainda havia caixas estocadas, e minhas sobrancelhas se uniram.

— Sim — ele disse essa palavra solitária em um tom ríspido. Ele fez uma careta logo acendeu as luzes e entrou na cozinha de ponta. Eu fiquei lá e o observei pegar um copo grande e encher com água da geladeira. — Só nunca tenho tempo para decorar. — Era como se ele dissesse isso em uma reflexão tardia.

— Ou para tirar suas coisas fora das caixas? — Eu disse suavemente, tentando adicionar algum humor à situação embaraçosa em que me encontrei.

Ele olhou por cima do ombro para mim e sorriu.

Se aproximou, entregando-me o copo. Aceitei com gratidão e tomei longos goles de água gelada, meu olhar ainda no dele.

— Eu não tenho alguém como você para tornar o local mais meu. Eu sei o quanto seu pai aprecia a sua ajuda em casa.

— Alguém precisa fazer — murmuro e olho para o copo agora vazio. Odiava que essas palavras causassem lágrimas aos meus olhos. Perdi minha mãe. Ela fora a única pessoa que cuidava da casa antes de mim. Toda vez que movia um prato em nossa cozinha, pensava nela. Tudo naquela casa era um lembrete do que perdemos.

— Oh, Holly. — Bastian se aproximou de mim, envolvendo um braço confortante na minha cintura. Eu deveria saber que ele seria capaz de me ler tão facilmente. Sempre foi capaz de fazê-lo. — Sei que é difícil. E que você sente falta dela. Mas sua mãe ficaria tão orgulhosa de você, baby.

Eu balancei a cabeça, minha garganta muito apertada para dizer qualquer coisa em resposta. Funguei, lutando contra as lágrimas.

— Mamãe faria você desempacotar também, sabia?

— Oh, eu sei.

Ele riu suavemente, beijando minha testa e provocando arrepios na minha espinha. Bast estava ciente do efeito que tinha sobre mim? Será que ele sabia quão excitada sua presença me deixava? Cada toque era tão excitante assim para ele também? Uma mistura de coisa proibida, muito errada, mas tão certa ao mesmo tempo, fez-me desejar muito mais do que ele queria me dar.

Deus, era uma maravilha que eu sobrevivesse em sua presença. Ele acordou em mim uma necessidade inata, esse desejo de ser sua, para cuidar dele como ele faz para mim. Eu queria Bastian. Queria isso. Nós. Juntos. Contra as probabilidades.

Engoli cada resposta que tinha para ele, dando um sorriso fraco no lugar. Mas isto não escapou dele e ele franziu as sobrancelhas. — O que está errado, docinho?

— Nada — respondi.

— Não minta. Não para mim, Holly. Você sabe que pode sempre ser honesta comigo.

Gemi em frustração. Ou o homem era totalmente sem noção, ou amava me torturar. — Eu não quero dizer. — Estava cansada de esconder como me sentia, fingindo que não agonizava a cada vez que o via, que ficava na mesma sala que ele.

Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Diga-me — ele disse rispidamente. Seu toque era doloroso. Estar ao seu lado era torturante. Tudo porque eu não poderia agir de acordo com os sentimentos que rasgavam todo o meu ser. Eu o queria. Precisava dele. Não poderia mais ficar sem ele. — Você nunca precisa esconder as coisas de mim, baby.

— Por favor, não — Implorei a ele, muito perto do meu ponto de ruptura. — Apenas... não.

— Por que você acha que te trouxe aqui? — Ele perguntou com firmeza. Sua mão permaneceu no meu quadril, gentilmente me esfregando, a centímetros de distância de onde mais precisava dele. — O que você pensa que fará aqui no meio da noite?

Virei meu olhar para o seu, meu coração batendo mais forte do que nunca. — Porque você sempre cuida de mim.

— Eu acho que não sou tão óbvio quanto pensei. — Bastian riu sem humor. — Vamos lá, docinho.

— Para onde vamos? — Deus, era minha voz, tão ofegante, tão carente?

Ele se afastou de mim e caminhou em direção a porta da frente.

— Levarei você para casa.

— O quê? — Senti meus olhos se arregalam e raiva egoísta tomou conta de mim. — Por quê? Porque me trazer aqui, se você não me deixará ficar?

— Eu te trouxe aqui, porque não queria que seu pai ficasse bravo com você por beber um pouco demais — explicou ele, quebrando todas as minhas esperanças com essas palavras.

— Eu pensei que você me trouxe aqui, porque.... — Mordi a língua antes que pudesse dizer-lhe muito. — Deixa pra lá. Vamos.

Meu lábio inferior tremeu enquanto caminhava até a porta da frente, mas a mão de Bastian no meu pulso me impediu de dar mais um passo. Cada toque que compartilhamos, cada momento entre nós era elétrico, cheio de muita tensão para suportar.

— Não, Bastian.

— Não o quê?

— Não me toque. — Eu dei um passo para longe dele como se fosse queimada pelas pontas dos seus dedos. — Não posso suportar isso. Não posso lidar com isso. Não posso viver assim.

— O que quer dizer, docinho? — Sua voz era sombria e tensa.

Nossos olhares se encontraram e engoli a resposta que desesperadamente queria lhe dar. Estava na ponta da minha língua, minha confissão, a verdade, mas engoli cada palavra. Eu não podia dizer a ele. Não podia revelar meus verdadeiros sentimentos, que eram muito... muito maior do que confessei no meu quarto.

— Do que você tem tanto medo? — Ele perguntou suavemente, sua mão encontrando a minha novamente, esfregando o ponto do meu pulso.

— Eu não tenho medo — insisti mal conseguindo lutar contra as lágrimas. — Só não posso mais fazer isso.

Ele me puxou contra ele instantaneamente, a tensão entre nós era palpável. Fechei os olhos e tentei me forçar a contar para me acalmar, mas não havia como fugir disso.

— Por favor, Bastian — Implorei a ele. — Não me torture mais.

Seu corpo estava duro, rígido contra o meu e senti lágrimas de puro desespero derramando pelo meu rosto, sabendo que não poderia estar com ele, sabendo que ele não poderia ser meu.

— Não quero te machucar — ele murmurou contra o meu cabelo. — Só não quero cruzar as linhas.

Um pequeno suspiro me deixou.

Ele colocou os dedos no meu queixo, gentilmente inclinou minha cabeça para trás. Seus olhos perfuraram os meus, mil palavras não ditas, deixadas entre nós, mas apenas três delas realmente importavam. E nenhum de nós as disse.

— Eu não deveria — ele gemeu.

— Então me deixe ir. — Foi uma frase vazia, porque eu não queria que ele me deixasse.

Pressionava-o para que fosse incapaz de resistir a atração entre nós por mais tempo.

— Nunca. — Ele moveu os dedos em minha bochecha, descendo suavemente pelo meu pescoço, sobre minhas clavículas, seus olhos colados ao meu.

— Por favor, Bastian — pedi, minha voz rouca com todos os sentimentos que deixei em espera durante anos. — Não faça isso pior do que é. Não tire isso de mim.

— Tirar o que? — perguntou. — Isso? — Seus dedos pousaram sobre a parte superior do meu peito antes de ir mais baixo, suavemente acariciando ao longo do monte e fazendo-me assobiar em resposta. — Eu nunca tiraria isso de você docinho.

— Eu preciso de você. — Minha voz era quase inaudível, quando finalmente disse aquelas palavras. Precisava dele. E por muito tempo. Mas esta foi a primeira vez que ele estava aberto a isso. Não houve olhares persistentes desta vez. Eles foram substituídos por pequenos toques desesperados, ansiosos por mais, sabendo muito bem que se empurrássemos esse limite mudaria a nossa relação para sempre.

Pela primeira vez, senti sua luta tão profundamente. Senti seu amor por mim. E eu o queria. Deus, como queria.

Antes que pudesse me parar, usando os últimos resquícios das bebidas que bebi naquela noite, empurrei meu corpo para frente até que meus lábios se encontraram com os dele. Sua boca se abriu com um gemido e peguei-o, engolindo aquele som com os meus lábios firmemente pressionados contra o dele, beijando-o com desespero, o último vestígio de vontade de esconder meus sentimentos por ele voou pela janela.

Sentia sua dureza pressionando contra mim, mas ele não correspondeu à primeira vista. Apenas ficou lá, cimentado no lugar, como se estivesse atordoado demais para fazer qualquer coisa em resposta. Mas quando minha língua saiu e escorregou entre seus lábios suavemente tocando a sua, foi como se algo quebrasse dentro dele. O álcool me fez sentir devassa, dando-me a coragem de ir para ele, movendo-se através de mim como uma entidade arranhando todo o caminho para cima e para fora de mim.

A ilusão foi quebrada. Eu não era mais a filha de seu melhor amigo. Era uma mulher, pura e simples. Era uma mulher que ele queria tanto que não se importava com quais linhas ficariam turvas.

Eu ansiava por ele. Precisava dele.

Eu era uma mulher que pegaria o que merecia.

— Não pare — ele murmurou contra os meus lábios.

Aprofundei o nosso beijo, gemendo baixinho contra sua boca. Com meu corpo firmemente pressionado contra o dele, Bast não tinha mais para onde ir e finalmente sua determinação se quebrou. E quando o fez, foi como se uma represa rompesse, os limites que colocamos em nós, instantaneamente quebrados.

Ele me beijou de volta. Sua boca envolveu a minha em uma demonstração de amor verdadeiro e derreti em seu abraço, gemendo seu nome contra seus lábios pronta para dar-lhe tudo o que ele queria.

— Esperei tanto tempo — sussurrei, e ele beijou as palavras dos meus lábios. — Por favor, não me faça esperar mais, Bastian.

— Esperei um tempo longo da porra por você, baby. Nunca nos negarei novamente. — Suas mãos encontraram o caminho para as minhas costas, massageando suavemente os pontos de pressão lá. — Só me diga uma coisa. Você está sóbria o suficiente para tomar esta decisão?

Estava. Sóbria e pronta para experimentar cada segundo que perdi com ele. Balancei a cabeça confirmando, puxando a cabeça para trás para que pudesse olhar em seus olhos.

— Deus, sim.

Ele gemeu e me beijou novamente, tão profundamente que me fez querer muito mais. Meu coração acelerou com o pensamento de finalmente tê-lo, de ser sua... do jeito que era para ser no meu aniversário de dezoito anos.

— Bom — ele disse finalmente, sua voz profunda e estrondosa e movendo-se eroticamente ao longo de todo o meu corpo.

Estava pronta.

Muito pronta.


Capítulo 7

Bastian

Não havia como me parar, mesmo se quisesse.

E eu com certeza não queria.

Coloquei minha mão na parte de trás da cabeça dela, segurei-a no lugar, e inclinei para frente. Por um segundo, tudo o que fizemos foi olhar nos olhos um do outro e respiramos o mesmo ar. Senti culpa por estar com ela, por trair minha amizade com o pai dela. Mas amava Holly e de maneira nenhuma a deixaria ir. Figurativa ou literalmente.

— Bastian — ela sussurrou. — Por favor, me beije Bastian — ela me implorou naquela voz suave e doce.

Porra.

Eu gemi, meu corpo tremendo, porque queria isso por um tempo longo da porra.

Ela olhou para mim com os olhos arregalados, o desejo claro em seu rosto, suas pupilas dilatadas.

— Eu te amo, Holly. Amo desde que te vi no seu aniversário de dezoito anos e percebi a mulher que você se tornou — falei em uma respiração dura. Gemi e fechei os olhos por um instante. — Deus, eu te amo tanto porra, que às vezes dói. — Inclinei-me para beijá-la como se fosse à última vez que o faria.

Mas não era. Porra, não era mesmo. Nós apenas começamos.

Eu apenas comecei.

Holly gemeu para mim e a beijei mais forte, mergulhando minha língua dentro e fora de sua boca, passando por seus lábios, fazendo-a me provar.

Com a mão na parte de trás de sua cabeça, os dedos entrelaçados em seu cabelo, eu apertei minha mão nos fios e inclinei sua cabeça para trás. Mudei minha boca para o pescoço, lambi e chupei, amando como sua pele era doce.

Peguei o caminho para baixo no arco delgado de sua garganta, fazendo-a entender que amava cada parte dela.

— Mais, Bastian — ela choramingou em voz baixa.

Porra, eu gozaria se ela não parasse de dizer essas coisas.

Chupei sua clavícula, amando o jeito que ela arqueou as costas, seus seios pressionando firmemente contra meu peito.

— Sim, Holly. É isso aí, baby. — Não havia como me parar agora. Eu a tinha na minha casa, seu exuberante corpo curvilíneo pressionado contra mim, sua necessidade e desejo saturando o ar.

Eu chuparia sua carne até perceber que ficaria vermelho, até que minha marca ficasse nela.

— Eu também quero você Bastian. Por tanto tempo. — Rosnei em aprovação, cantarolando de prazer. — Bastian — ela soprou e se agarrou mais a mim.

A maneira como ela sussurrou meu nome fez meu pau tremer.

Ela ofegou, respirou fundo, e exalou duramente. — Eu preciso de você. Só você.

— Você tem tudo de mim. Só você.

Eu nos levei para o meu quarto em segundos, sem prolongar, sem esperar ou provocar ou atormentar.

Fechei a porta, mesmo que fôssemos apenas nós e segurei seu rosto, olhando-a nos olhos. E então me inclinei e corri minha língua ao longo de seu lábio inferior, provando o sabor doce de sua boca, de tudo o que era Holly.

Deus, ela era perfeita.

— O que você quer, doce menina? Diga-me, docinho.

Ela tinha os olhos fechados, a boca ligeiramente entreaberta.

— Você. Eu quero você agora.

Enrolei minhas mãos em volta da cintura. Deus, eu adorava suas curvas. Puxei-a o mais perto possível de mim, sabendo que ela tinha que sentir o contorno rígido do meu pau. Não havia qualquer parte dela que não queria tocar.

— Faremos mesmo isso? — Ela perguntou com hesitação em sua voz.

Afastei-me um pouco e passei meu polegar ao longo de seu lábio inferior, meu olhar em sua boca. — Nós faremos e não há como voltar atrás. — Eu olhei nos olhos dela. — Não desistirei de você. Nunca.

Ela ficou na ponta dos pés, passou os braços em volta do meu pescoço e me beijou como se ela precisasse de mim para sobreviver.

Eu gemi, amando que ela abriu a boca para mim. Mergulhei minha língua quente, na sua boca doce.

— Você está pronta para mim? — Eu sussurrei contra seus lábios.

— Estou tão molhada.

Eu não poderia segurar o gemido. Meu pau saltou ainda mais forte, e a única coisa na minha mente naquele momento era mergulhar meu pau entre suas coxas macias.

Precisava sentir sua boceta ordenhando meu pau, sentir suas paredes internas tremendo ao meu redor quando a levasse ao clímax uma e outra vez.

As coisas imundas que queria fazer com ela a fariam corar, sem dúvida.

Eu não tinha mais controle sobre minhas ações, não agora, e não com Holly tão sensível para mim.

— Minha — rosnei como uma espécie de animal. Inclinei-me para que nossas bocas ficassem a apenas centímetros de distância. — Era só você para mim Holly. Sempre foi.

Ela arqueou seu peito, pressionando os seios contra mim novamente.

Rangia os meus dentes com a forma com que isso era bom. Nos virei e caminhei com ela para trás, usando o meu corpo muito maior como alavanca para levá-la a fazer o que eu quisesse.

Antes que eu soubesse o que fazia, porque era o forte desejo que comandava agora, eu rasguei nossas roupas, jogando o material de lado até que ambos ficamos ali nus, suas curvas à mostra, seu corpo corado de excitação.

Eu só fiquei ali, observando-a por um longo momento, amando seus seios cheios, seus mamilos rosados, duros, o jeito que ela tinha essa linda figura ampulheta. Suas coxas eram bonitas e grossas, melhor para enrolar ao redor da minha cintura e me segurar enquanto eu a fodesse, enquanto reivindicasse sua virgindade.

— Você me quer? — perguntei em uma voz baixa e profunda, precisando dela para dizer as palavras... a necessidade de ouvi-las de Holly.

Ela lambeu os lábios e assentiu.

— Não, Holly. Diga. Quero ouvir as palavras. — O ar parou, engrossando ao nosso redor.

— Sim, Bastian. Eu quero você.

Eu gemi e corri minha língua ao longo de seus lábios, e ela separou para mim, me deixando entrar nas profundezas doces e quentes.

Queria adorar cada centímetro dela até que estivesse fraca e se segurando em mim, implorando por mais.

Deus, eu sentia o calor de seu corpo reverberar em mim.

— Quero adorar cada parte do seu corpo com minhas mãos, boca e língua. — Ela respirou fundo. — Eu quero fazer você gozar mesmo sem estar dentro de você.

Holly fez um pequeno som no fundo da garganta, de prazer e necessidade.

Esta mulher, minha mulher, é a minha perdição.

Deleitei-me com a suavidade de sua pele e senti que o mundo desabava em torno de mim. Durante anos me segurei, enterrando os meus desejos, mas não mais. Esta noite, mostraria a Holly o que ela significa para mim. Mostraria com cada parte de mim o quanto me importava com ela... o quanto a amava.

Ela olhou nos meus olhos e senti meu coração bater um pouco mais rápido, com a vulnerabilidade e inocência que vi.

Ninguém mais saberia como ela é, como é o seu cheiro, como ela soava quando tivesse um orgasmo. Isso apenas eu saberia.

Ela sabia o poder que tinha sobre mim?

— Toque-me, Bastian — ela implorou. — Reivindique-me...

Eu a beijei muitas e muitas vezes, empurrando minha língua dentro e fora de sua boca, prestes a fazer o mesmo entre suas coxas.

Pressionei meu corpo completamente contra a dela, meus músculos se alinhando com sua suavidade. Eu não conseguia parar de pensar na sensação que era tê-la contra mim.

Acontecia tudo o que fantasiei durante os últimos dois anos.

Nós merecemos ser felizes.

Não conseguia respirar, nem mesmo pensar direito e quando movi minha mão entre nossos corpos, finalmente, tocando sua boceta, eu senti que chegara o momento.

— Na minha cama para mim. — Minha voz estava muito rouca, áspera, quase inaudível.

— Você me quer na sua cama?

Ela provocava a fera dentro de mim. Eu balancei a cabeça, mas não disse nada verbal.

E então ela subiu no colchão, o rabo em plena exibição, os montes gêmeos como um pêssego perfeitamente amadurecido.

— Eu preciso de você, Bastian — ela sussurrou enquanto olhava por cima do ombro para mim.

Porra, essa mulher seria a minha morte.

Gotas de suor começaram a cobrir cada centímetro de mim, e o monstro entre as minhas pernas empurrava, pré-sémen pontilhando a ponta. Eu precisava estourar a porra dessa cereja doce dela. Necessitava do meu pau em sua boceta virgem e marcá-la, de fora para dentro.

Meu pau era como uma haste de aço, querendo estar dentro dela, empurrando para enchê-la. Minhas bolas doíam, as sentia pesadas, cheias de esperma.

E então estava contra ela, meu pau aninhado no vinco da sua bunda voluptuosa, pré-sêmen se espalhando por toda suave pele de pêssego ela. Antes que soubesse o que fazia, eu a virei de costas, seus seios saltando e balançando um pouco pela força. Porra, isso era quente. Eu me inclinei e olhei para sua barriga, seu umbigo dando-me água na boca. Deus, ela era tão linda.

Ergui a cabeça e olhei em seus olhos.

— Eu quero entrar profundamente em você, Holly. Eu quero te encher com meu sêmen e ver quando ele começar escorrer e umedecer os lençóis.

— Bastian. Deus — ela suspirou.

Tudo o que eu conseguia pensar era em nossos corpos suados, quentes pressionados juntos enquanto a fodia, enquanto mostraria a Holly o que significava ser reivindicada, marcada, e amada plenamente.

Pressionei meu peito ao dela, amando que seus seios eram tão cheios, e que definitivamente encheriam minhas mãos. Ela abriu as coxas ainda mais, e meu pau estava agora aninhado entre as dobras da sua boceta. Segurei seu queixo levemente, delicadamente, segurando-a no lugar enquanto eu me inclinava e a beijei, comi sua boca uma e outra vez. Eu pressionei meu pau para frente e para trás contra ela, meu pau esfregando entre sua fenda e colidindo contra seu clitóris a cada movimento ascendente. Ela engasgou e eu gemi. Ela estava tão molhada, tão suculenta.

Comecei a me mover um pouco mais rápido, bombeando meu pau contra Holly, amando que ela fazia esses ruídos explícitos para mim. — Cristo, você está tão pronta para mim. — Coloquei minhas mãos atrás dela e agarrei os montes rechonchudos do seu traseiro.

Puxei-a o mais perto possível de mim enquanto eu continuava acariciando meu pau através de sua fenda.

Quando ela gemeu, resmunguei e segurei sua bunda ainda mais forte, sabendo que haveria contusões pela manhã.

— Sim — ela gemeu.

Eu a beijei novamente, engolindo o som. Agora, eu só queria empurrar para dentro dela, esticando sua boceta virgem, sentindo seus músculos internos se apertando em cada centímetro meu.

— Você está pronta para mim? — perguntei com uma voz profunda que não podia controlar.

— Sim, Bastian. Deus, sim. Estou muito pronta para você.

Mantive uma das mãos na bunda dela e movi a outra entre nossos corpos, segurando meu pau e colocando na sua entrada.

Agora sim, estava sendo um bastardo sujo enquanto eu esfregava meu pau junto sua fenda, para cima e para baixo, não penetrando como eu queria.

— Porra Holly. Baby, docinho, você está tão molhada para mim, tão pronta para eu tomar sua virgindade. — Olhei bem nos olhos dela, não parando minhas carícias.

Ela agarrou a parte de trás da minha cabeça, puxando os fios do meu cabelo, fazendo meu desejo por ela aumentar. A dor e o prazer dela puxando meus fios me deixaram sibilando por mais.

Gemidos saindo de nós dois.

Fechando os olhos, eu parei em cima dela, meus músculos contraídos, tensos.

Fique calmo. Mantenha o controle.

— Estou pronta, Bastian. Estou pronta para você.

Não havia nenhuma maneira de esperar, nenhuma maneira se sequer de tentar parar com isso.

Eu coloquei a ponta do meu pau em sua entrada, olhei em seus olhos e em um movimento lento, empurrei em seu corpo. Sua boca se separando enquanto eu entrava nela.

— Porra querida, sinto muito Holly. Você é tão apertada — gemi e trinquei meus dentes quando um prazer intenso rasgou através de mim. Eu gozaria se não me controlasse.

Enterrei centímetro por centímetro dentro dela. Por um momento, o tempo parou.

Agora, havia apenas nós.

Para o resto de nossas vidas havia apenas nós.

Empurrei meus quadris para frente, empurrando outro centímetro dentro dela. Eu gemi e fechei os olhos, incapaz de me conter.

Seus músculos internos se apertaram em torno de mim e endureci meu maxilar.

— Docinho, você não pode fazer isso ou gozarei muito cedo.

— Eu te amo tanto — ela gemeu.

— Eu também te amo, baby — resmunguei. — Cristo. Assim mesmo baby.

Comecei a me mover dentro e fora dela, mais rápido e mais forte, reivindicando cada centímetro de Holly.

Estava tão dentro dela que não havia uma parte que não tocara.

O som de carne molhada batendo juntos foi tão erótico, tão sujo, que eu poderia vir apenas com isso.

A base do meu pau esfregava contra seu clitóris cada vez que entrava nela. E quando girei meus quadris, causando um tipo diferente de sensação para nos consumir, ela cravou fortemente suas unhas em minha carne. Eu assobiei e gemi em uníssono.

— Você é tão apertada que é quase doloroso. — Eu sabia que minha expressão era feroz. Eu senti me tornar primal. O suor escorria pela minha testa e eu produzi um som baixo quando puxei para fora e, em seguida, entrei nela especialmente forte. — Quero que você goze para mim. Preciso ver você gozar. — Eu alcanço entre nós e pressiono o polegar em seu clitóris, esfregando o botão para frente e para trás, enquanto eu ainda entrava e saia.

Porra.

Minha respiração saia curta e dura. Estava perto de gozar, tão esplendidamente perto.

— Holly. Deus, eu te amo — disse baixo, feroz. Entrei nela novamente e apliquei mais pressão no clitóris até que eu estava prestes a explodir e enchê-la. Mas antes de passar do limite, eu parei.

— Mais — Holly disse essas palavras de imediato e rosnei baixo em aprovação e comecei a me mover mais uma vez.

Eu me perdi nela.

— Porra, sim Holly. Porra. Sim. — Resmunguei e bombeando nela como um animal. — Você é minha. Diga.

Ela olhou para mim com os olhos arregalados e disse imediatamente.

— Sou sua. — Ela engasgou quando entrei nela tão duro que ela até subiu um pouco na cama e vi o momento em que seu orgasmo a atingiu.

— Deus, Holly, baby. — O prazer em seu rosto era por minha causa, e esse fato, esse conhecimento, me excitou ainda mais.

— Você é perfeita pra caralho — resmunguei e gozei, enchendo-a com os jatos grossos da minha semente. Eu queria tudo. Que o prazer dela fosse ainda maior. Então, senti outro orgasmo possuindo seu corpo, sua boceta apertando ao redor do meu pênis, me deixando sem palavras, sem fôlego.

Puxei quase tudo para fora, então empurrei fundo novamente, parando, certificando-me que ela tomou cada gota.

Quando vários momentos passaram, só então abri os olhos e olhei para ela. Gotas de suor cobriam meu corpo e ela estendeu a mão passou o dedo sobre a minha têmpora. Eu amava muito essa mulher.

Eu poderia ser o melhor amigo de seu pai. Até mesmo ser bem mais velho do que ela. Mas não me importava.

Eu a amava e ela me amava e isso é tudo o que importava.

Danem-se as consequências.


Capítulo 8

Holly

— Bom dia, docinho.

Meus olhos se abriram. Não reconheci o quarto que eu estava, e me sentei, esfregando o sono dos meus olhos enquanto meu olhar se concentrou ao meu redor.

Eu estava em um quarto. Bastian sentado ao meu lado, vestindo um roupão azul. E eu usava sua camisa.

Os acontecimentos da noite anterior me atingiram com força, fazendo meu estômago torcer.

Eu fiz isso. Eu dormi com ele.

Culpa ameaçou me engolir enquanto meus olhos se encontraram com os de Bastian. Ele parecia tão feliz. Contente com tudo o que aconteceu. Eu me permiti sorrir trêmula e ele se inclinou, pressionando um beijo na minha bochecha, enquanto apontava para o local na cama entre nós.

— Eu pensei que você poderia estar com fome, então preparei o café da manhã.

Meus olhos seguiram dos seus olhos para a bandeja que ele preparou com ovos, torradas com manteiga e suco laranja com polpa feito na hora, da forma como eu gosto.

— Isso é tão atencioso Bastian.

— Você merece tudo isso. — Seus dedos envolveram meu braço e ele gentilmente me puxou, sussurrando as palavras seguintes contra meus lábios que ainda estavam macios e doloridos por seus beijos ardentes.

Com o coração batendo forte com o conhecimento do que fizéramos eu estendi a mão para o copo com os dedos trêmulos e tomei um longo gole do líquido frio. Eu teria que dizer alguma coisa.

Não havia nenhuma maneira de Bastian não notar o que passava pela minha mente.

Suas sobrancelhas uniram-se com preocupação como se fosse um sinal e ele perguntou: — Tudo bem?

— Eu... — engoli em seco, sem saber como dizer as palavras. — Sinto-me culpada.

— Culpada?

— Por causa do que nós fizemos. Dormimos juntos, Bastian.

— Não há nada de errado com isso — ele me disse com firmeza. — Eu te amo, docinho. Nós estávamos destinados a ficar juntos.

Permaneci quieta e seu olhar em mim era pesado quando ele chegou a uma conclusão.

— Você se arrependeu do que aconteceu?

— Não — respondi e era a verdade. — Claro que não, eu nunca poderia. Mas...

— Mas o que?

— Mas meu pai — sussurrei. — Não posso fazer isso com ele. Ele confia em você e em mim. Isso o despedaçaria.

Bastian permaneceu em silêncio, sem dizer uma palavra enquanto eu colocava minhas pernas para fora da cama e vestia a calcinha que descartei no chão na noite passada. Então, houve o som de uma campainha.

— Eu atendo — Bastian murmurou.

Não respondi e ele não olhou para mim, apenas se dirigiu para abrir a porta. Eu me vesti com pressa, então o segui. Ouvi uma voz familiar no corredor.

— Estava tão preocupado. Estou tão feliz que você estava lá para ajudá-la.

Eu fiz a curva e entrei na sala, minhas bochechas profundamente coradas ficando cara a cara com o meu pai.

— Papai?

— Oh, querida, você está aí! — Ele apressou-se, os braços envolvendo em torno de mim quando ele me puxou para um abraço de urso. — Estava tão preocupado com você, Holly. Você não chegou em casa ontem à noite e não respondeu às minhas chamadas.

Quando ele me abraçou, meus olhos foram para Bastian, em pé atrás de papai com uma expressão pétrea.

— Bem, eu chamei Bastian, papai. Não queria te acordar, então pedi a ele para ir me buscar. Eu bebi um pouco demais na noite passada.

— Oh, Holly. — Ele alisou meu cabelo. — Você sabe que pode sempre confiar em mim. Mas estou feliz que você ligou para Bastian. Não há ninguém mais que prefira ter cuidando da minha menina do que meu melhor amigo.

Meu estômago se fechou em nós dolorosos com suas palavras. Se ele soubesse como eu queria Bastian cuidando de mim...

— Estou feliz que você está aqui agora, pai —disse a ele. — E eu sinto muito não o avisar sobre onde estaria. Posso voltar para casa com você?

— Claro. Esperarei por você no elevador. E Bastian... obrigado por sempre cuidar da minha menina. — Papai deu um tapinha nas costas de Bastian e os dois homens trocaram sorrisos. Papai saiu em seguida, permitindo-me recolher minhas coisas e escapo para o quarto de Bastian para pegar minha bolsa. Bastian me seguiu, mas não disse uma palavra quando peguei meu telefone e guardei na minha bolsa.

— Obrigado por me deixar dormir — murmurei, não encontrando seus olhos quando coloquei minha bolsa no ombro. — E obrigado por cuidar de mim.

— Claro docinho. — Ele olhava para mim e eu poderia dizer o quanto ele queria que olhasse para ele. Havia tantas palavras não ditas entre nós, mas eu estava com muito medo de dizer qualquer uma delas. O que fizemos... eu deveria senti que fora errado, mas isso não acontecia. Ainda assim, a culpa me comia viva. — Se você precisar de mais alguma coisa, você só precisa me chamar. Sempre, onde quer que esteja.

— Obrigada Bastian. — Hesitei antes de caminhar até ele. Finalmente, nossos olhos se encontraram quando me inclinei para dar um beijo em sua bochecha. Seu corpo ficou rígido quando fiz isso, mas me afastei rapidamente, antes que qualquer um de nós pudesse permitir que o beijo fosse mais longe. — É melhor eu ir agora; papai está esperando.

Ele assentiu e corri passando por dele até o elevador, onde o meu pai já estava esperando por mim.

Quando a porta começou a se fechar, avistei Bastian do lado de fora do seu apartamento. Ele acenava para nós, mas seu sorriso habitual estava longe de ser visto. Pela primeira vez desde que minha mãe faleceu, eu vi Bastian parecendo profundamente chateado.

E foi tudo culpa minha.

Eu decidi pular a minha única aula do dia e fazer uma agradável refeição caseira. Papai não reclamou e ele nem sequer me deu a temida conversa sobre beber, embora eu tivesse a sensação de que ainda estava por vir. Quando coloquei o assado sobre a mesa, acompanhado de vagens e legumes assados, ele elogiou e comemos juntos.

— Você parece tão séria hoje, Holly — disse ele depois de alguns momentos de silêncio. — O que passa pela sua cabeça? Nada aconteceu naquela festa, não é?

Suas palavras instantaneamente me fizeram corar e eu balancei a cabeça com veemência. — Não, papai. Tudo está bem. Estou apenas preocupada com o final do ano, coisas de férias.

Papai sorriu para mim, assentindo com compreensão.

— Ano novo, nova você?

— Algo assim. — Eu sorri. — Desculpe-me por não ligar para você ontem à noite. Eu estava apenas nervosa do que você diria e eu sabia que podia contar com Bastian para... cuidar de mim.

— Estou feliz que você ligou para ele. Mas é importante que você saiba que eu nunca julgaria o que aconteceu na noite passada. Estou aqui para ajudar. Mas agora que nós estamos no assunto... você não deveria estar bebendo, Holly.

— Eu sei — murmurei, minhas bochechas e minha consciência queimando. — Sinto muito, papai.

— Espero que você tenha aprendido a lição. — Ele acariciou minha mão. — E certamente compensou por me preocupar tanto. O assado estava incrível, querida.

— Fico contente. — Comecei a limpar os pratos, mas ainda sentia os olhos dele em mim enquanto andava ao redor da sala. Ele apareceu atrás de mim, me assustando quando pousou sua mão no meu braço.

— Tem certeza que está tudo bem, querida? — perguntou. A nota de preocupação era inconfundível em sua voz e eu me odiava mentir para ele, o homem que me criou.

— Claro. Está tudo bem; estou apenas um pouco estressada com as coisas da faculdade. Não se preocupe comigo, pai.

— Tudo bem, querida. Você sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa, certo?

— Sim — sussurrei, mas desta vez não consegui enganá-lo. Ele gentilmente apertou meu braço, me fazendo olhar para ele.

— O que aconteceu Holly?

— Eu gosto de alguém. — Eu apenas deixei escapar as palavras antes que pudesse me parar. Eu nunca poderia dizer a papai quem era, mas não queria guardar segredos também. — Eu gosto muito de alguém.

— Oh? — Seu sorriso foi divertindo. — Então tudo isso é sobre um garoto, hein?

— Um homem — eu respondi, engolindo o resto da frase. — Ele é um homem, realmente, não um menino.

— Mais velho do que você? — Ele levantou uma sobrancelha para mim.

— Sim.

— Eu gostaria dele?

Eu ri nervosamente, murmurando: — Acho que você realmente, realmente gostaria.

— Então não sei qual é o problema. — Ele sorriu carinhosamente para mim, gentilmente beijando minha testa. — Se você gosta dele, também gostarei dele querida. Não se preocupe em me apresentá-lo ainda. Eu posso ser paciente. Você toma precauções com este rapaz?

— Precauções?

— Você sabe. — Ele parecia tão desconfortável que eu quase cai na gargalhada. — Proteção....

— Uh, sim — eu menti através de meus dentes. — Claro. Tente tornar isto menos desconfortável, pai.

Ele riu e deu de ombros quando ele pegou alguns pratos das minhas mãos e carregou a máquina de lavar louça. A atmosfera mudou de nervosa e tensa para amigável e nós tiramos a mesa juntos e limpamos os balcões. Quando eu estava prestes a sair, a mão de papai pousou no meu braço novamente, fazendo-me encara-lo mais uma vez.

— Leve o tempo que precisar para resolver as coisas querida — disse papai. — E lembre-se, esperarei até quando estiver pronta.

— Obrigado, pai — ofereci-lhe um sorriso agradecido antes de voltar para o meu quarto.

Eu finalmente tive a oportunidade de verificar o meu telefone, encontrando vários textos de Rosie. Ela estava preocupada comigo e pediu desculpas profundamente sobre a noite anterior. Em vez de enviar mensagens de texto, liguei para o número dela e deitei na minha cama, esperando-a atender. Não tive que esperar muito tempo e o pensamento de que ela esperava meu telefonema me fez rir.

— Primeiro de tudo, sinto muito — ela começou, sem fôlego. — Não posso acreditar que arruinei sua noite assim então muitas, muitas desculpas.

— Não se preocupe — a consolo. — Isso acontece com os melhores de nós. Estou feliz que você está bem.

— Obrigado, Holly. Mas e você? O que aconteceu depois que você me deixou em casa?

— Eu... — Mordi o lábio inferior nervosamente, levantando-me para fechar a porta do quarto. — Fui para casa com ele.

— Você foi? — Holly gritou. — Eu não posso acreditar! Aconteceu alguma coisa?

— Hum. Sim tipo tudo.

— Ok, você tem que me dizer tudo. Eu quero detalhes. Eu quero a história completa.

— Eu não acho que deveria — sussurrei, sentindo as lágrimas queimarem na parte de trás dos meus olhos. — Eu não deveria fazer isso. Eu realmente confundi tudo Rosie.

— Confundiu? — Ela repetiu. — Confundiu como? Você só fez o que você queria fazer há anos, agiu de acordo com seus instintos. Não há nada de errado com isso querida.

— Mas...

— Mas o que?

— Mas meu pai — eu consegui falar. — Ele ficaria tão chateado se soubesse o que fiz.

— Porque você acha isso?

— Porque — eu continuei. — Bastian é seu melhor amigo e ele é muito mais velho do que eu. Só sei que ele não aprovaria.

— Eu acho que você julga seu pai demais — Rosie disse com firmeza. — Não acho que ele ficaria contra você. Mas se você não está pronta para dizer, você deve esperar para ver como seus sentimentos desenvolvem, até que esteja pronta para dizer-lhe. Bastian não vai a lugar nenhum.

— Você acha que ele não vai? — Mordi meu lábio inferior.

— Garota, você está brincando? — Rosie riu do outro lado da linha. — Ele está totalmente louco por você. Não há nenhuma maneira dele desistir de você, especialmente depois de ontem à noite. Só gaste algum tempo para descobrir as coisas por si só e estou certa de que ele esperará você perceber que ele é o certo para você.

— Ele é o certo para mim? — Sussurrei, embora eu já soubesse a resposta.

— Só você pode responder a essa pergunta — Rosie respondeu enigmaticamente. — Eu tenho que correr, mas mandarei um texto pra você hoje à noite. Amo você baby!

Eu desliguei, sentada na minha cama com o telefone em minhas mãos e com o questionamento de Rosie na minha cabeça. Bastian era o certo para mim? Nunca tive dúvidas sobre isso. Agora, eu estava mais preocupada com as circunstâncias não nos permitindo de estarmos juntos. Mas não havia dúvidas se estávamos destinados a ficar juntos.

A resposta sempre foi um retumbante sim.


Capítulo 9

Holly

Antes que eu percebesse, era véspera de Ano Novo. Apesar da minha insistência em evitar Bastian tanto quanto eu podia, eu estava com Rosie me arrumando para aquela noite. Nós combinamos com Sean de nos pegar na casa do meu pai e Rosie vasculhava meu armário para encontrar sapatos para combinar com o vestido que compramos.

— Você ficará incrível — ela disse uma e outra vez. — Ele morrerá do coração.

Eu gemi deitada de costas na cama. — Qual é o objetivo? Nós nunca ficaremos juntos.

— Se você não fosse tão teimosa. — Rosie estalou a língua e jogou uma calcinha rendada preta para mim. — Ponha isso e o vestido em cima.

Eu me endireitei.

— Que tal um sutiã?

— Você não pode usar um sutiã com esse vestido — ela insistiu. — Além disso, permite fácil acesso.

— Rosie Jenkins!

— O quê? — Ela mostrou a língua para mim. — Você pode precisar de que ele... nunca se sabe.

— Você é tão ruim. — Eu tinha um sorriso melancólico no meu rosto enquanto eu peguei as roupas e desapareci no quarto. Tirei minhas roupas de ficar em casa e coloquei o vestido junto com o fio dental. Um olhar no espelho revelou o que eu mais temia... eu parecia bem. Bem o suficiente para fazer Bastian me querer e eu não podia deixar que isso acontecesse. Tínhamos uma obrigação com papai e não poderia quebrar sua confiança assim.

Saí do banheiro ao som de Rosie ofegante. Ela me arrumou no meu quarto e passou meia hora fazendo a minha maquiagem antes de enrolar meu longo cabelo castanho em ricas e belas ondas. Ela passou tanto tempo em mim que teve apenas vinte minutos para se preparar, mas no momento que terminamos, não havia nenhuma dúvida sobre isso; nós duas parecíamos maravilhosas.

A campainha tocou alguns minutos mais tarde e descemos as escadas rindo. Papai já esperava na porta, franzindo a testa para Sean enquanto ele esperava por nós para trocar cumprimentos.

— Lembre-se, esteja segura — ele murmurou em meu ouvido, olhando para Rosie, desconfiado. — Comportem-se.

— Claro. — Eu assenti. Ele já estava chateado com Sean. Como, em nome de Deus, ele reagiria se soubesse de Bastian? — Vejo você amanhã, pai.

— Você não voltará para casa?

— Dormirei na casa da Rosie. — Cutuquei minha amiga, e ela rompeu os olhos de Sean, sorrindo para o meu pai.

— O que? Oh sim. Nós teremos uma noite de meninas após o evento.

— Posso me juntar? — Sean brincou, mas o olhar gelado do meu pai o fez se calar rápido. — Err, desculpe, foi apenas uma piada de mau gosto.

— Espero que sim. — Papai deu um beijo na minha bochecha enquanto engoli outro gemido. Então, nós estávamos a caminho.

A festa era tão chamativa e glamourosa como eu imaginava.

Havia garçons servindo canapés gourmet, e ninguém pediu minha identidade quando peguei uma taça de champanhe de uma das bandejas de prata. A música estava baixa e agradável, o espaço era enorme e os convidados todos usavam roupas de grife. Senti-me fora do meu lugar e deprimida, minha mente consumida com Bastian. Apesar de ter alguns olhares de aprovação dos homens na sala, eu não conseguia reunir entusiasmo para conversar com qualquer um deles. Eu só queria Bastian, mas sabia o quão errado era, então fiz o meu melhor para impedir a necessidade dele.

— Holly! — Sean se aproximou, entregando-me uma taça champanhe. — Você parece tão triste. Tem certeza de que não quer ir para pista comigo e Rosie? — Ele apontou para minha melhor amiga que estava ocupada rebolando com um cavalheiro mais velho, me fazendo rir silenciosamente.

— Não, estou bem, obrigada — murmuro. — Vá se divertir.

— Claro Holly. Não se esqueça; estamos aqui por você. — Ele piscou. Concordei gratamente surpresa que Sean finalmente ficara tão cavalheiro. Isso foi inesperado.

Duas horas depois da festa começada eu ainda não vi Bastian em qualquer lugar. Eu sabia que o reconheceria, mesmo com uma máscara. Parecia que ele desistira e o pensamento de não o ver aquela noite me encheu de pesar. Não que isso fosse uma boa ideia, mas... há dias, meu corpo doía por ele, gritando pela a proximidade que tivemos em seu quarto. Tentei me satisfazer com meu vibrador, mas não chegou nem perto. Eu queria a coisa real. Queria Bastian. Não tinha certeza se já estava pronta para admitir isso para ele, mas sua ausência me fez pensar nele muito mais. O que eu não faria para estar em seus braços, sentir seu aperto forte na minha bunda, seu pênis me espetando e vazando sua porra por toda a minha boceta. Deus. Apenas o pensamento me deixou molhada e corei, colocando o copo de lado e indo para a nossa mesa.

Rosie e Sean ainda estavam ocupados dançando, mas eu vi o programa para a noite e eu sabia que Bastian era um dos oradores para o evento. Certamente ele não desmarcaria. Ao longo dos próximos vinte minutos, meus olhos continuavam olhando o palco, esperando que ele aparecesse. Mas não. Ele não veio. O anfitrião envergonhado não tinha ideia do que acontecia e pavor torceu meu estômago. E se algo de ruim aconteceu?

Minha mente se agarrou a ideia e não pude parar de pensar nisso. Um acidente de carro, um acidente horrível.... Poderia ser qualquer coisa. E se alguma coisa realmente aconteceu? Algo terrível?

Estava perturbada. Todas as emoções que tinha engarrafado desde que minha mãe morrera, fechadas e trancadas por trás de portas grossas, lutavam para se libertar, no mais inadequado dos momentos. Senti-me engasgando, a emoção chegando à minha cabeça. Eu começaria a chorar. Já estava ofegante, apavorada e à beira das lágrimas. Tirei a máscara em pânico enquanto meus olhos percorriam a pista de dança procurando por Sean e Rosie. Mas não via qualquer um deles.

Só então, uma mão envolveu meu antebraço e eu virei com um suspiro morrendo em meus lábios. Era ele. Quem eu mais queria.

— Bastian — eu sussurrei.

— Shhh, docinho. — Ele alisou meu cabelo. — Você está tendo um mal-estar?

— Sim — consegui falar. Eu não ouvia essas palavras em um longo tempo. Foi como minha mãe costumava chamar meus ataques de pânico. Bastian viu um pouco em seu tempo conosco, mas não tive um desde que mamãe se foi. Ela fora a única capaz de me ajudar quando isso acontecia, a única pessoa que sabia como me acalmar. Sem ela eu estava com medo de simplesmente quebrar.

— Está tudo bem, docinho — Bastian continuou, sua voz suave e calma. — Olhe para mim. Bem nos meus olhos e respire fundo. Segure minhas mãos. Tão forte quanto possível. — Suas mãos seguraram a minha e eu passei meus dedos ao redor dele, respirando tremula. — Viu? Você é uma boa menina, Holly. Estou tão, tão orgulhoso de você. Continue olhando para mim. É isso mesmo, certo.

Meus olhos perfuraram os dele. Não senti medo como tive naquela manhã seguinte. Senti como se ele me salvasse. Como se fosse enviado lá para me salvar.

— Para dentro e para fora — ele continuou dizendo. — Dentro e fora, respire comigo, Holly. Está tudo bem. — Ele gentilmente tirou uma mão para fora do meu aperto e me entregou um copo de água. — Beba. O copo todo, devagar.

Engoli a água e quando baixei o copo, engasguei com um soluço, e uma única lágrima escorreu pelo meu rosto.

— Você está bem — Bastian afirmou. — Viu? Você está muito bem.

— Você... — Meu lábio inferior tremeu. — Você está aqui.

— Claro que estou aqui — ele me disse com firmeza. — Fui para sua casa primeiro e seu pai me disse onde estava. É bom que você esteja aqui. Tenho uma pequena surpresa para você, docinho.

— O que é?

— Você está prestes a descobrir. Mas você tem certeza que está bem agora? — Ele tocou meu antebraço. — Sua respiração parece estar bem.

— Sim, estou bem — murmurei. — Sinto muito por isso. Não acontecia desde...

— Eu sei. — Ele apertou meu braço, para me tranquilizar. — Está tudo bem, docinho. Eu estava aqui para ajudar. Vi sua mãe fazendo isto tantas vezes que devo ter aprendido alguns truques.

— Sim, eu acho — dei-lhe um sorriso trêmulo.

— Você está incrível, Holly.

— Obrigada. — Eu olhei para longe. — Qual é a surpresa então?

— Basta olhar e ver. — Levantou-se, apontando para o anfitrião da noite, que correu com um microfone para Bastian. Eu o vi limpar a garganta e subir as escadas que levavam até o palco. Ele bateu no microfone e falou um profundo “Olá” gutural. Instantaneamente, e tinha a atenção de todos. Bastian não era um homem que qualquer um poderia ignorar. Ele impunha respeito.

— Boa noite a todos, bem-vindos a caridade de gala.

Ele esperou para que as pessoas olhassem para ele, dando-me um olhar reconfortante no momento que Rosie e Sean sentaram-se em seus assentos.

— Você está bem? — Rosie sussurrou.

Eu balancei a cabeça, apontando para o palco.

— Olha quem está aqui.

Sua mão encontrou a minha e segurou enquanto observávamos Bastian discursar a todos nós.

— Convidaram-me para falar aqui hoje, já que a Fundação foi tão gentil comigo me honrando — Bastian falou. — Estou muito orgulhoso em dizer que nós estabelecemos um novo programa família com a Breast Cancer Foundation. Todo mês, eles enviam três mulheres com um diagnóstico terminal em um período de férias com suas famílias. Algumas vezes nos enganamos por pensar que não há nada que possamos fazer. Há algo; podemos ficar juntos nos momentos mais difíceis e podemos unir famílias. Foi com isso em mente que essa fundação foi estabelecida.

Aplausos se seguiram.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Ouvi isso direito?

— Eu me inspirei em meu querido amigo e sua família, Barbara e o resto dos Hallidays. — Bastian olhou diretamente para mim. — Por sorte, a filha de Barbara, Holly, está aqui conosco hoje. Holly, por favor, levante-se?

Um foco de luz me encontrou na plateia e sorri antes de ficar de pé. Estava nervosa, mas a luz brilhante era tão ofuscante que eu mal podia ver alguém além de Bastian, então me concentrei nele.

— Holly, eu te conheci quando era uma menina e te conheço agora como uma mulher — Bastian continuou. — Eu te amei tanto antes quanto agora. E ao longo dos anos, você me mostrou que é realmente a filha de sua mãe. Você tem sua bondade, sua beleza e sua sabedoria. Não há um dia que não me lembre dela e penso em quão orgulhosa ela estaria de você, docinho.

Eu ri quando uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

— Obrigada — eu disse, levando minha mão ao meu peito.

— Estou feliz em anunciar a Fundação Barbara Halliday! — Bastian levantou uma taça para o público. — Assisti Barbara Halliday passar seus últimos dias com o marido e a filha e nunca a vi mais feliz. Queremos comemorar esses momentos e dar a essas famílias uma bela memória.

— À Fundação Barbara Halliday. — As palavras soaram quando sentei e um homem no palco felicitou Bastian. Rosie discretamente me entregou um lenço de papel e enxuguei os olhos enquanto a música voltou e Bastian veio sentar-se ao meu lado.

— Gostou? — Ele perguntou e assenti.

— Foi perfeito. Ela adoraria. Ela sempre quis ver o mundo.

Ele olhou bem nos meus olhos.

— Holly, você me perdoou?

— Pelo que?

— Naquela noite... eu fui tolo. Você bebeu...

— Bastian... não. — Minhas mãos encontram a sua. — Não me arrependo do que aconteceu.

— Então porquê... — Suas sobrancelhas se uniram em preocupação. — Por que você está me evitando, docinho?

— Porque preocupo-me com o meu pai — sussurrei. — E preocupo-me que ele ficará com raiva de nós... ou que não queira ser mais o meu pai. Ou que você perca seu melhor amigo.

— Holly. Eu não deixarei isso acontecer.

— Promete? — Meus olhos encontraram os dele e ele assentiu gravemente.

— Se alguém entende de amor verdadeiro, é Aston. Há uma razão pela qual ele é meu melhor amigo, docinho.

— Então o que? — Eu sussurrei. — O que acontecerá depois?

— O que acontece depois... — Ele se inclinou para sussurrar em meu ouvido. —... eu te levo para minha casa e nós inauguramos o Ano Novo juntos. Você gosta dessa ideia Holly?

— É perfeito — ri, corando.

— Então vamos — disse ele, galantemente me oferecendo a mão e me varrendo fora de meus pés. — Mal posso esperar para desembrulhar o meu último presente.


Capítulo 10

Holly

Sentei com as pernas entrelaçadas no banco do passageiro do carro de Bastian. Ele me disse para não o distrair. Para sentar lá como uma boa menina e esperar até que chegássemos em casa. Eu lutava, a centímetros de distância dele. Ele era muito mais difícil de resistir quando estava perto o suficiente para tocar.

— Pare com isso, docinho — ele murmurou.

— E-eu não fiz nada — gaguejei, rindo nervosamente. — Estou apenas nervosa.

— Nós já fizemos isso — ele me lembrou. — Não me diga que sou tão esquecível.

— Você nunca poderia ser esquecido. — Tentei esgueirar meus dedos debaixo do meu vestido e ele notou, olhando para mim com o canto do olho, mantendo-se calmo e focado na estrada.

— Holly. Pare com isso.

— Eu não posso. — Meus dedos trabalharam avidamente para ficar embaixo da calcinha. — Deixe-me apenas....

— Holly. Mãos fora.

— Eu não quero.

— Baterei em você se você não fizer isso, docinho.

Minha mão parou os dedos tremendo acima da minha boceta, esticando a renda da calcinha. — Você me punirá?

— Dificilmente será um castigo se você gostar. — Ele sorriu sombriamente. — Agora, docinho, o que foi que eu disse? Tire suas mãos da minha boceta.

— Sua boceta?

— Sim, Holly. Ela é minha, não é?

— Sim — sussurrei.

— Boa menina. — Ele parou em um sinal vermelho e olhou para mim. — Dê-me sua mão.

Ofereci-lhe a minha mão trêmula e ele a pegou, segurando-a enquanto ele dirigia todo o caminho de casa. Meu coração batia no momento em que parou na frente de seu prédio. Eu o queria. Esse novo lado dele era intoxicante. Eu caia mais ainda de amores por um lado dele que eu não sabia que existia.

— Chegamos. — Ele parou na frente de seu complexo de apartamentos e me olhou nos olhos. — Sairei agora, docinho. Segure a maçaneta e espere para abrir a porta para você, ok?

— Ok. — Minha voz era quase um sussurro. Bastian soltou a minha mão e comecei a tremer, esperando-o me tirar do carro. Assim que saí, eu troquei um olhar tímido com ele e ele me levou para dentro, segurando minha mão como um perfeito cavalheiro.

— Vá direto para o meu quarto — ele me ordenou no momento em que a porta do apartamento se fechou atrás de nós. — Continue docinho. Quero você na minha cama e esperando por mim.

Eu balancei a cabeça e quase tropecei em meus próprios pés, em um esforço para chegar ao seu quarto. Eu o vi tirar seu casaco antes que fechasse a porta do quarto atrás de mim. Isso aconteceria. Realmente aconteceria. E eu parei de fugir dele.

Fui para cama e bem na hora certa também, porque um momento depois, Bastian entrou no quarto.

Ele estava sem camisa, com a gravata enrolada em torno dos dedos de sua mão. Seu pênis fazendo um esboço atrás da calça do seu terno, e minha boca salivou com a visão.

— Bastian — sussurrei e ele me alcançou em dois passos rápidos.

— Você será uma boa menina? — Sua voz era suave como caramelo derretido.

— Sim, Bastian.

— Mostre-me. — Ele pegou meu queixo entre os dedos e mantive meus olhos fixos nele enquanto alcançava as minhas costas, lentamente abrindo o meu vestido. Eu deixei que as alças descessem pelos meus ombros e caíssem do meu corpo, expondo ao melhor amigo do meu pai cada centímetro devastador. Permiti que minhas mãos cobrissem meus seios em primeiro lugar, provocando-o com o que estava sob meus dedos. Mostrei-lhe um vislumbre aqui e ali até que ele gemeu em voz alta, as mãos deixando meu queixo e cuidadosamente retirando minhas mãos. — Não se cubra, docinho. Eu quero te ver.

Separei minhas pernas, sentando de joelhos e tirei minha calcinha para o lado.

— Então olhe para mim.

Ele fez, sem tirar os olhos dos meus dedos quando comecei a trabalhar no local necessitado entre as minhas pernas, massageando em círculos. Ele me olhou sobriamente até que estava perto do meu limite. Então, ele disse:

— Ok, docinho. Pare agora.

— Parar? — Eu choraminguei. — Mas não quero parar.

— Holly. — Sua voz tinha um aviso. — Mãos fora.

— Não — Meus dedos trabalharam mais rápido, e de repente eu não estava mais de pé sobre o precipício; eu caía no abismo. Gozei com um grito em meus lábios e então meu corpo achatou contra a cama debaixo Bastian, enjaulada sob ele. — Sinto muito.

— Garota safada. — Ele abaixou seus lábios nos meus e seguiu uma linha de beijos ao longo do meu queixo, meu pescoço, e os meus seios. — Terei que puni-la.

Eu estava uma bagunça de gemidos e cabelos emaranhados debaixo dele, mas ele não deu à mínima. Bastian beijou-me como se eu fosse à coisa mais preciosa do mundo, como se um toque mais áspero pudesse me quebrar. Ele era gentil e doce e eu ansiava por ele para me dar mais. Para ser cru e sem filtro comigo do jeito que ele fora antes de eu sair correndo.

— Você me puniria? — Lembrei, e ele sorriu para mim.

— Garota suja. Tudo bem. — Ele se levantou e sentou-se na cama, acariciando seu joelho. — Vamos lá, Holly. Deite-se no meu joelho.

— O quê? — Eu ri nervosamente. — Isso não é um pouco...

— O que? — Ele parecia divertir-se após a minha longa pausa, e eu respirei fundo. Ele me bateria. Eu praticamente podia ouvir Rosie na minha cabeça, gritando: “e você hesitou por quê”?

— Nada. — Sorri. Eu era a imagem de um anjo quando rastejei para seu colo, me expondo para ele com um olhar significativo no meu rosto.

— Danadinha. — Ele alisou a mão sobre a minha bunda. — Droga, não me canso de você Holly. Você é intoxicante.

Arqueei minhas costas e ele gemeu antes de levantar a mão acima de mim.

— Faça — sussurrei. — Bata.

Sua mão desceu e gritei de surpresa quando a dor aguda assumiu. Mas durou apenas um segundo. Um momento depois, a mão forte esfregou círculos sobre a marca que ele deixou em mim, acariciando tão suavemente que mal podia me lembrar do golpe. Ainda assim, enviou ondas de excitação correndo através de meu corpo, me deixando mais molhada do que já estive em minha vida.

— Você gostou?

— Oh meu Deus, sim — eu gemi.

— Então peça mais.

— Faça de novo — implorei. — Por favor. Bata-me novamente.

Sua mão desceu sobre mim de novo e senti um orgasmo crescendo com a pura expectativa de tudo dentro de mim. Não era nada que já experimentei e nada que gostaria com alguém além dele... Bastian, o homem que amava com todo meu coração.

— Você ama isso, não é? — Ele sorria para mim.

— Sim — consegui falar sorrindo culpada em retorno. — Mas ei, você também.

— Está tudo bem. — Ele deu de ombros, fazendo-me saltar para cima em protesto quando ele começou a rir e manteve as mãos para cima. — Ei, ei, brincadeira. Vamos. Venha, deite em meus braços.

Atirando-lhe um olhar de lado, eu entrei na cama. Ele me puxou contra ele. Eu me senti vulnerável e rejeitada, por algum motivo, mas o homem sabia como pressionar todos os botões que eu tinha. Se ele continuasse com isso, me faria ronronar como um gato em questão de minutos.

— Sinto muito. — Ele me beijou. — Não deveria ter brincado com você. — Outro beijo. — Eu simplesmente não pude resistir. Você, quando está chateada... é tipo adorável.

Eu olhei para ele.

— Então eu não sou apenas uma ...

— Apenas uma o quê?

— Uma garota com quem você dormirá e se afastará depois?

— Claro que não. — Ele franziu as sobrancelhas. — O que te deu essa ideia?

— Bem, você tem uma reputação — eu murmurei.

— Docinho. — Ele virou meu queixo para que o enfrentasse.

— Isso foi antes de você.

— O que você quer dizer?

— Bem, tudo mudou quando completou dezoito anos. — Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo grisalho. — Eu te vi como uma mulher. Como alguém que mal podia resistir. Eu te vi como o amor da minha vida.

Borboletas vibraram no meu estômago.

— Você disse que aquelas mulheres estavam antes de mim. O que acontece depois de mim?

— Nada. — Ele sorriu. — Não existe depois de você. Agora, há apenas nós.

Não pude deixar de sorrir quando ele me puxou para cima dele.

— Agora fique assim por um tempo. Eu quero olhar para você. A sua bunda dói?

— Não.

— Você parece desapontada. — Ele riu.

— Talvez da próxima vez você possa bater um pouco mais forte.

— Veremos. — Ele nos rolou, então estava em cima de mim de novo. — Primeira coisa: eu farei essa sua boceta gozar. E olharei para você o tempo todo.

Ele libertou seu pau e pressionou contra mim com urgência. Empurrei minha calcinha para o lado e o coloquei em meu interior, soltando um assobio quando Bast empurrou para dentro pela primeira vez naquela noite. Ele respirou fundo, forçando-se a desacelerar para que não me machucasse. Ele não me fodeu; fez amor comigo. Eu sabia que era especial. Era como se estivesse sob um feitiço, seus olhos se conectaram com os meus e nunca quebramos o contato quando ele nos trouxe mais e mais perto do orgasmo inevitável. Senti com ele e envolvi minhas pernas em volta dele, tentando transmitir a mensagem.

— Bela Holly — ele murmurou contra os meus lábios e meu coração disparou quando ele terminou com: — Eu te amo tanto.

— Eu também te amo. — Nós nos beijamos e um momento depois, eu o senti me enchendo quando meu próprio corpo tremia com um orgasmo. Ele me segurou em seus braços, empurrando levemente mais algumas vezes até que estivesse exausto. Mas não o deixaria se afastar e implorei para ficar assim. Apenas por um tempinho.

Meus dedos passeavam pelas costas de Bastian embalando-nos em um doce estado de sonolência e meus olhos ficaram mais e mais pesado até Bastian gemer, me segurar e se levantar da cama. Eu grudei nele como um bebe-urso e ele me levou para o banheiro, pegando para mim um par de seus pijamas. Ele me ajudou a colocá-los e eu ri do meu reflexo no espelho. Eu parecia ridícula com roupas de grandes dimensões, mas não trocaria por qualquer outra. Eu me sentia o mais próximo possível de Bastian assim.

— Quer a minha escova de dentes emprestada? — perguntou.

— Você não se importa?

— Não. — Ele sorriu. — O que é meu é seu, docinho. — Ele me entregou a escova de dente e eu derreti por ele. Quão mais perfeito ele poderia ser? Eu era a garota mais sortuda do mundo.

Momentos depois, desci para longe da bancada do banheiro e rastejei entre os lençóis sobre a cama. Ele entrou ao meu lado e me puxou para perto, respirando no meu cabelo.

— Holly?

— Sim?

— Eu sei que isso é difícil, mas amanhã falaremos com seu pai. Ok?

— O-Ok — eu murmurei.

— Nós temos que fazer isso docinho — ele continuou. — Devo isso a ele.

— Ok. — Eu me virei para encará-lo. — Mas apenas no caso dele... não aprovar... talvez possamos passar a noite como um verdadeiro casal.

— Um verdadeiro casal?

— Sim? — Eu ri nervosamente. — Desculpe, é apenas um pouco de fantasia.

— Não, Holly. — Ele beijou minhas mãos. — É real. Porque nós somos um casal de verdade.

— Sério? — Meu coração batia forte quando ele assentiu. — Então, é oficial?

— Para mim, foi desde que você completou dezoito anos — admitiu. — Como te disse, eu não fui capaz de tirar você da minha mente desde então.

— Oh, Bastian. — Eu cobri seus lábios de beijos. — Eu te amo muito.

— Eu também te amo. Agora durma bem aqui em meus braços, docinho. Deixe-me ter o que esperei desde sempre.


Capítulo 11

Holly

— Deus, estou muito nervosa.

— Não se estresse docinho. Estamos quase lá. — Bastian segurou minha mão entrelaçando os dedos com os meus enquanto dirigia pela cidade para a casa de meu pai. Eu já parei de pensar nisso como casa, porque não era onde Bastian estava por isso não estava mais em casa. — Aqui vamos nós.

Ele parou em frente à casa do meu pai e meu coração se encheu no meu peito quando ele abriu a porta do passageiro para mim. Eu o segui até a porta da frente, antecipando uma enorme discussão.

Bastian tocou a campainha e eu estava inutilmente ao seu lado. Eu não ousava toca-lo para papai não adivinhar o que acontecia de imediato. Eu tinha uma sensação de que ele não tinha ideia sobre os sentimentos que tínhamos um pelo outro. Ele teria em uma grande surpresa.

Finalmente, a porta da frente se abriu e meu pai estava na porta, sorrindo largamente para nós.

— Bastian! E Holly. Você está de volta da casa de Rosie?

— Eu, ummm... — Eu fiz uma careta. — Sim. Podemos entrar pai?

— Claro. — Ele riu. — Afinal você mora aqui querida.

Bastian e eu trocamos olhares culpados quando nós o seguimos pelo corredor e na sala de estar. Papai trouxe gemada e entusiasticamente nos serviu uma caneca para cada um. Eu apreciava a bebida quente e espumosa, esperei por Bastian começar.

— Vocês gostaram? — perguntou o pai, apontando para os nossos copos.

— Delicioso — respondi.

— Perfeito. — Bastian baixou sua caneca e pegou a minha mão na sua. Comecei a tremer, sentindo a pressão do momento, quando Papai nos olhou. — Nós queríamos falar com você sobre algo, Aston.

— Oh? — As sobrancelhas do meu pai se ergueram, e ele olhou para nossas mãos entrelaçadas antes de levantar os olhos nós.

— Nós... estamos apaixonados — disse Bastian, olhando-o bem nos olhos. — Eu lhe asseguro, isso é sério, e tenho toda a intenção de me casar com Holly se receber a sua bênção.

— Minha... — Papai limpou a garganta. — Minha benção?

— Sim — Bastian continuou com firmeza. — Eu a amo desde o seu aniversário de dezoito anos.

— E você, Holly? — Papai se virou para mim. — Como você se sente? Você o ama também?

— Eu o amo — eu sussurrei.

— Bem — papai exalou. — Tudo Bem.

— Eu sei que isso é muito — Bastian continua. — Mas nós queremos que você saiba o quanto o respeitamos e nos preocupamos com você e queremos fazer tudo corretamente por você. O que for preciso. Mas eu não pararei de vê-la... a menos que ela não queira mais ficar comigo, é claro. Fora isso, ambos estão presos a mim.

Papai riu nervosamente e dei-lhe um sorriso esperançoso.

— Papai, eu sei que é um pouco inesperado, mas... nunca estive tão feliz desde... desde...

— Eu sei, querida — disse papai, com a voz embargada. — Eu sei o que você quer dizer. Oh, como eu sei. E estou feliz por você. É apenas muito para absorver.

Balancei a cabeça, olhando para Bastian em busca ajuda quando papai levantou limpando a garganta.

— Podemos falar sobre ela — eu disse de repente, fazendo com que ambos virassem para mim. — Mamãe. Podemos falar sobre ela. Eu sei que ela se foi, mas não podemos fingir que nunca existiu.

— Às vezes é mais fácil esquecer — Papai murmurou.

— Mas não quero esquecê-la — eu insisti. — Quero lembrar-me dela e comemorar os anos que tivemos juntos. Ela gostaria que você fosse feliz, papai. Faz anos. Você não pode ficar infeliz só porque ela não está aqui.

— Você está certa — disse papai suavemente. — Claro você sempre está.

— Estamos aqui para você, papai. — Levantei-me e caminhei até ele com Bastian atrás de mim. — Nós todos passamos por essa perda e a única maneira que nós podemos fazer isso é se ficarmos juntos. OK?

— Ok — ele murmurou enquanto o puxei para um abraço. Por um momento, seu corpo estava rígido contra o meu, mas ele finalmente relaxou, e parecia que um peso acumulado ao longo de anos saísse de seus ombros.

— Obrigado por vir até mim — Papai continuou. — Antes de você levar isto para frente. Eu realmente aprecio isso.

Bastian e eu trocamos olhares e quase comecei a rir, mas me forcei a escondê-lo. Papai estava melhor sem saber tudo.

— E espero que você encontre o perdão em seu coração se eu olhar para outra mulher — Papai murmurou.

— Papai, não há nada a perdoar. — Eu apertei sua mão. — Mamãe quer que você viva a sua vida depois de todos esses anos. Por favor. Você não tem nada que se desculpar. Basta falar comigo sobre ela. Nós lembraremos dela juntos, ok?

— Ok. — Ele sorriu com cautela.

— Existe alguém que você gosta? — Eu brinquei com ele, em seguida, piscando.

— O quê? — Ele riu obviamente nervoso. Eu sabia que tinha alguma coisa. — Oh não, não mesmo.

— Ele nos dirá quando estiver pronto — Bastian me disse, sorrindo para seu velho amigo. — Ou a mim depois de um par de uísques.

— Eu poderia aceitar. — Papai riu. — Holly, você pode nos dar uma hora? Eu preciso de Bastian por um tempo.

— Pra que?

— Para atormentá-lo sobre você. — Papai piscou. — E, para pedir seu conselho. Agora vá em frente, vá para o seu quarto.

Eu sorri e acenei, hesitante antes de soprar para Bastian um beijo e correr para o meu quarto. Quando fechei a porta atrás de mim, eu não era mais a garota que deixou este quarto na noite anterior. Eu era a mulher de Bastian, e eu me sentia inteira.

— Holly, querida? Terminamos aqui em baixo, se você quiser se juntar a nós.

A voz de papai soou subindo as escadas e eu respondi que iria, enquanto guardava o meu livro. Puxei um casaquinho por cima do meu vestido floral e me dirigi para as escadas. Alguma coisa estava errada. Todas as luzes estavam apagadas, e havia um estranho brilho no andar de baixo.

— Papai?

Bastian apareceu no pé da escada.

— Olá, docinho.

— Oi. — Eu sorri. — Onde está o papai?

— Ele se juntará a nós em um momento. Você descerá?

— Claro. — Eu desci até as escadas de dois em dois, dando-lhe um olhar desconfiado. — O que aconteceu aqui?

— Algo muito especial — ele murmurou, me guiando para o meio da sala. Toda a sala foi iluminada com velas, com pétalas de rosas espalhadas no chão. Engasguei com a visão.

— Bastian? — sussurrei.

— Holly. — Eu me virei e engasguei novamente quando o vi de joelhos.

— Oh meu Deus.

— Holly — repetiu ele. — Eu te conheci como uma menina, mas te amei como uma mulher. Você é a peça que faltava do meu quebra-cabeça e a mulher que quero para acordar ao meu lado e adormecer comigo, para o resto da minha vida. Você é a minha pessoa. A pessoa que faltava esse tempo todo. Você me fará o homem mais feliz do mundo e se casará comigo?

— Oh, Bastian — eu sussurrei. — Claro que vou!

Ele colocou um anel de noivado de safira e diamante no meu dedo, e eu ofeguei quando ele me levantou, me abraçando. Nossos lábios se encontraram e ele me segurou, beijando-me quando ouvi o som de palmas.

Rosie e papai saíram da cozinha, sorrindo amplamente.

— Oi! — Eu sussurrei. — Vocês dois estão nisso?

— Mais ou menos. — Rosie sorriu. — Bastian nos contou o plano.

— O quê? — Eu olhei para o meu novo noivo. — Você nem se quer sabia se eu mudaria de ideia!

— Você tinha que me aceitar. — Ele sorriu. — Porque nós dois sabemos que estamos destinados a ficar juntos.

— Oh, Bastian. — Nossos lábios se encontraram novamente e nos beijamos profundamente. — Isso é tão perfeito.

— Jantaremos juntos agora — disse o pai. — Rosie e eu cozinhamos.

— Oh, Deus — eu gemi.

— O quê? — Ele me deu um olhar defensivo. — Não há fogo!

— Boa. — Eu ri. — Veremos o que você fez então.

Reunimo-nos para um assado caseiro e Bastian e eu não conseguíamos parar de elogiar os chefs enquanto nos jogávamos na comida. Foi a refeição perfeita e uma noite perfeita, a melhor maneira de começar um novo ano, na companhia das pessoas que eu mais amava.

No meio da refeição, papai bateu no copo e nós olhamos para ele, esperando por seu grande discurso.

— Eu fui inspirado por minha filha este ano — ele começou. — Então, gostaria de dedicar este brinde a minha esposa. Barbara, ainda que você não esteja aqui conosco hoje, a levaremos em nossos corações todos os dias que passarmos sem você. Eu sei que você estaria tão orgulhosa de nossa Holly como eu estou. Talvez um pouco zangada com Bastian...

Todos nós rimos, e Bastian apertou meu joelho debaixo da mesa.

— De qualquer forma, como um sinal para lembrar Barbara, nós colocamos um lugar a mais na mesa — continuou Papai, apontando para o assento onde mamãe costumava se sentar. Estivera vazio durante anos, mas agora havia jogo americano, pratos e copos no lugar, como se nós estivéssemos apenas esperando por ela.

Meus olhos se encheram de lágrimas e disse “obrigada” enquanto nós aplaudimos e voltamos para a nossa refeição. Eu estava tão emocional e o fato de que papai aceitou nosso amor tão facilmente foi uma agradável surpresa.

Uma vez que comemos, Bastian me pediu para pegar minhas coisas antes de ir para sua casa. Embora papai erguesse as sobrancelhas para ele, ele não disse uma palavra e recolhi meu pijama, outra roupa e um pouco de maquiagem. Então, meu pai entrou no quarto.

— Querida? — perguntou.

— Sim?

— Tenho a sensação de que você não passará muito tempo aqui depois de hoje à noite. — Ele riu, mas fui atingida com tristeza. — Só estou um pouco nostálgico sobre os velhos tempos.

— Oh, papai. — Apertei sua mão. — Eu acho que é hora de algumas novas memórias.

— Você acha?

— Sim. — Eu assenti. — Eu já fiz algumas, e nós também faremos algumas. Mas você precisa começar a viver sua vida novamente.

— Eu suponho — ele murmurou.

— Certamente há uma mulher que chamou sua atenção — eu insisti. — Por que não a convida para sair?

— Oh, eu não poderia...

— Pai. — Eu dei a ele um olhar rigoroso. — Você pode e você deve. Por favor. Faça isso por mim.

— Oh, tudo bem — ele gemeu. — Você está empurrando o meu limite hoje, Holly Halliday.

— Alguém precisa fazer isto. — Eu sorri, dando um beijo em sua bochecha. — Divirta-se esta noite, papai. Vejo você em breve.

Desci correndo as escadas em direção ao carro de Bastian que esperava na garagem. Despedimo-nos de Rosie, e ele atravessou a cidade para o seu apartamento. Eu estava no sétimo céu, pensando em quão bem a noite foi e quantas promessas minha vida realizava agora.

— Uma moeda por seus pensamentos, docinho. — Bastian sorriu para mim.

— Eu estou apenas... feliz — eu admiti. — Você me faz feliz.

— Bom. — Ele balançou a cabeça, a mão segurando a minha novamente. — Porque eu quero fazer você feliz por muito tempo. Posso fazer uma pergunta estranha?

— Claro. — Eu dei de ombros.

— Sua mãe... — Ele me deu um olhar nervoso. — ...Eu apenas me perguntava. Você acha que ela me aprovaria? Nós?

Pensei um pouco, percebendo o quão importante à questão era para ele.

— Bem, ela não ficaria tão embasbacada quanto papai ficou.

Ele riu, balançando a cabeça.

— Como uma criança com um brinquedo novo e brilhante.

— Foi fofo. — Eu sorri. — Mas minha mãe... ela seria um osso duro de roer. Ela faria você trabalhar duro pela aprovação.

— Ela provavelmente gostaria de se encontrar com cada uma das minhas ex-namoradas. — Bastian fez uma careta.

— Nós teríamos uma fila na rua.

— Oh, cale-se. — Ele riu. — Talvez possamos ter outra fila para seus admiradores. Você mal nota, mas todo homem que passamos olha para você.

— Oh, até parece.

— É verdade. — Ele piscou para mim. — Pelo menos você tem a mim para protegê-la agora.

— Eu tenho muita sorte. — Chegamos em casa e ele me ajudou a sair do carro, os dedos entrelaçados com os meus. — Então, oficialmente vivo aqui agora que estamos noivos?

— Sim — ele disse com firmeza.

— Tenho escolha? — Eu sorri.

— Não. — Ele me agarrou e me levou até o elevador. — E farei isso cada vez que chegar em casa a partir de agora.


Capítulo 12

Bastian

Dois anos depois

Eu sabia que Holly seria minha no momento em que percebi o que ela significou para mim em seu décimo oitavo aniversário. Foi nesse momento que a vi como uma mulher, como a pessoa que eu queria passar o resto da minha vida.

Fazia dois anos desde que falei com seu pai sobre o nosso relacionamento, quando nós finalmente dissemos ao mundo, por assim dizer, que nos amávamos. E desde então, meu amor por ela cresceu.

Eu a via como alguém de quem precisava cuidar, para construir e manter uma vida. Eu não a via como filha do meu melhor amigo. Ela era uma mulher, não era apenas bonita por fora, mas por dentro também.

Por mais que eu quisesse tê-la para mim não conseguia acreditar que era minha, eu não podia acreditar que isso acontecia agora, que essa era a minha realidade.

Meu coração batia forte, minha respiração começando a entrar rápido, em intervalos difíceis. Porra, eu já estive tão nervoso? Não, nunca.

Ao longo dos últimos dois anos, focamos em nós. Ela ainda estava na faculdade, cuidando de sua carreira e eu adorava isso. Eu amava sua independência, seu desejo para a vida. Foi uma das razões pelas quais eu sabia que ela era perfeita para mim. Eu nunca prejudicaria seus objetivos.

E por mais que quisesse tornar as coisas oficiais e legais, pôr o anel no dedo dela e fazê-la minha esposa, eu esperaria para sempre para minha menina estar pronta para essa vida comigo.

Para o casamento.

Para uma família.

E sabia que eu era um homem difícil de amar, um parceiro ciumento possessivo na maioria das vezes quando se tratava de Holly, mas quando você tinha algo tão bom quanto eu tinha, quando você a tinha, você tem que proteger a todo custo.

Eu morreria para mantê-la minha, para mantê-la feliz.

Nada nesta vida significa mais para mim do que a mulher que estava prestes a ver andar pelo corredor e se casar comigo.

Então a música começou a tocar, a tradicional Marcha Nupcial que fez meu coração bater em velocidade dupla e meu corpo ficar ereto. Tudo e todos desapareceram só havia ela e eu.

Este momento.

Nada tiraria a minha atenção da minha noiva, vindo pelo corredor.

E, em seguida, Holly andava em minha direção. Seu pai estava do outro lado dela, prestes a entregá-la para mim. O fato de que ele nos deu sua benção era algo que significava o mundo para mim. Eu queria isso, mas a verdade era que mesmo se não tivesse sua bênção não me afastaria de Holly. Eu a teria reivindicado independentemente, porque ela era a mulher que eu amava mais do que qualquer outra coisa. Mas sabendo que ele queria, que era tão feliz quanto eu e assim nos deu a sua aprovação para nosso relacionamento, tornou tudo mais doce.

Deus, ela era linda por dentro e por fora, mas vê-la naquele vestido de casamento, com lágrimas caindo suavemente pelo seu rosto enquanto ela caminhava em direção a mim me olhou e sorriu, cada emoção me consumiu.

Os próximos momentos aconteceram como um borrão. Seu pai entregou-a, e em seguida nós falávamos nossos votos.

Eu queria puxar Holly e beijá-la antes de nós termos terminado de dizer tudo ao oficiante, apenas reivindicá-la na frente de todos da forma mais primitiva, mas esperei. Eu tive autocontrole, pelo menos no momento.

Ela sorriu docemente para mim e disse:

— Eu aceito.

— Você Bastian, aceita Holly... — Eu permiti que o oficial continuasse seu discurso, mas tudo o que eu ouvia era o bater do meu coração enquanto olhava nos olhos de Holly.

— Eu aceito — eu finalmente disse quando ele terminou, quando o ouvi limpar a garganta e os convidados começaram a rir. — Porra, eu realmente aceito. — Holly corou e sorriu.

Levantei minha mão e coloquei um cacho seu cabelo para trás da orelha, a ponta do meu dedo passando ao longo de sua pele. Ela estremeceu para mim e eu resisti à vontade de rosnar em aprovação. Olhei em seus olhos, sabendo que eu tinha o meu mundo bem na frente de mim.

— Eu lhe disse que você era minha, docinho — eu sussurrei.

— Eu sempre fui sua, Bastian.

Deus, eu amava essa mulher. Holly nunca saberia até aonde eu iria para fazê-la feliz, mas gastaria o resto da minha vida mostrando para ela.

Ela era minha, e nada poderia mudar isso.


Epílogo

Holly

Cinco anos depois

Assim que entrei pela porta da frente, com compras em cada uma das minhas mãos, eu sorri. Ouvi Bastian, sua voz suave se dirigindo a Ivy, nossa indisciplinada de três anos, que insistia em ter uma festa de chá com o pai todos os dias.

E ele acatava seu pedido todas as vezes.

E quando ele não tinha festas de chá, ela o vestia como uma princesa e acrescentava seu toque especial de batom e blush para o rosto.

Mesmo agora, eu ri com a visão de meu grande e forte marido, com um boá de penas no pescoço, uma faixa de renda amarrada na cintura, sombra azul, e batom vermelho manchando seus lábios.

Eu me dirigi para a sala depois de deixar as compras e por alguns segundos observei o homem que eu amava beber em uma pequena xícara de plástico.

— É bom, papai? — Ivy perguntou, com os olhos arregalados, expectantes.

— O melhor chá que eu já tive — Bastian disse entusiasmado.

— Da próxima vez, vovô disse que beberá chá com a gente. Eu mal posso esperar.

Bastian riu e pegou um biscoito amanteigado do lado de fora do pequeno prato no centro da mesa de café. — Certifique-se de fazê-lo usar aquele batom rosa especial que você recebeu ontem. Eu sei que vovô adorará usá-lo.

Eu ri baixinho.

Eu poderia assisti-los durante o dia todo.

E quando Bastian olhou por cima do ombro e sorriu para mim, meu coração saltou na minha garganta. Mesmo depois de todos esses anos, eu o amava ainda mais do que antes.

Eu adorava vê-lo com a nossa filha e não podia esperar até que tivéssemos mais filhos, coisa que tentávamos... todas as noites. Corei para onde meus pensamentos iam.

— Pronta para dormir, boneca? — Bastian disse a Ivy e ela balançou a cabeça, ao mesmo tempo em que bocejava.

— Não estou cansada, papai.

— Uh-huh. Bem, então apenas deitaremos e relaxaremos.

Ela levantou os bracinhos para ele pegá-la e ele a levou para o quarto dela. Uma vez que estava na cama e dormindo, o que aconteceu em questão de minutos, Bastian veio e se juntou a mim na sala de estar. Sentamos no sofá, ele com o braço em volta de mim, meu corpo enrolado perto do dele. Deus, ele era tão bom.

Não havia nada além deste belo silêncio enquanto nós aproveitávamos a presença um do outro.

Todos esses anos que se passaram foram tão alegremente maravilhosos. Nós compramos uma casa no campo, três hectares com uma casa de madeira e um balanço para Ivy. Eu me formei e trabalhava meio período, o resto gastava com nossa filha e curtia a vida.

Eu adorava trabalhar fora de casa, ser independente e ajudar a contribuir para a nossa família mesmo que não precisasse porque Bastian nos provia muito bem. Mas eu amava ser uma mãe ainda mais e nós conversávamos sobre eu não trabalhar mais e apenas focar em Ivy.

E criar outro bebê.

E, com o passar dos anos, nossas vidas mudaram para melhor. Muito melhor.

No final, não importava que Bastian fosse mais velho do que eu ou que fosse o melhor amigo do meu pai. No final, Bastian era meu marido, minha alma gêmea, e pai da minha filha.

E quando você encontra a perfeição, você a segura.

Nosso relacionamento pode não ser típico ou convencional, mas era honesto e real.

Muito real.

No final do dia nada mais importava, além de nossas vidas e se estávamos felizes.

O importante era que Bastian me amava e eu o amava.

— Você está pronta para continuar tentando outro bebê? — ele sussurrou sedutoramente e eu ri.

— Pensei que você nunca pediria. — Eu levemente gritei de prazer quando ele me levantou do sofá e entrou em nosso quarto.

— Bom, porque hoje eu colocarei este bebê dentro de você, docinho.

E eu não duvidava de que ele estava prestes a fazer o melhor da sua promessa.

 

 

                                                                  Jenika Snow

 

 

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