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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


THE LONELY ORPHAN / K. Webster
THE LONELY ORPHAN / K. Webster

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblio VT 

 

 

Series & Trilogias Literarias

 

 

 

 

 

 

Eu era um mort feliz.
Brincalhão. Divertido. Aventureiro.
Até que vi minha primeira fêmea alienígena.
O coração batendo dentro do meu peito pulsou forte, tão forte que me preocupei em ter contraído Rades, quando olhei para sua macia pele pálida e seus gordos lábios rosados. Fiquei quente por todo o meu corpo quando ouvi sua voz. E quando ela falou comigo, fiquei completamente apaixonado.
Eu faria qualquer coisa por ela.
Rekking qualquer coisa.
O problema é que ela não é minha. Não importa o quanto quero que seja, ela sempre pertencerá ao mort que tenho como um pai. Ele a reivindicou como se o meu coração que bate somente para ela não importasse.
E ela o reivindicou também.
Eles têm um mortling juntos agora.
Pressiono meus dedos com garras no meu peito, onde a dor não vai embora. Ela só queima a cada solar, mais quente e mais feroz. Quando Breccan me disse que eu sairia nesta missão com Theron, fiquei furioso. Levou tudo em mim para não ser violento com ele. Normalmente tenho muito controle das minhas emoções, mas alguns dos meus sub-ossos estalaram em sua ordem, mostrando minha raiva.
Ele sabe.
Brinquei com ele que se ele for para os Eternos, ficarei em seu lugar. Mas é verdade. Alguns solares, odeio a mim mesmo por imaginar um momento em que ele se foi e eu deverei ser o companheiro dela. Não é que eu desejo que Breccan morra, é que desejo que Aria seja minha.
Simplesmente pensar no nome dela faz um pedaço de dor crescer em meu peito.
“Quem chutou seu rogcow?” Theron pergunta, entrando na sala de controle da Mayvina.
Bufo e olho para fora para as nuvens além do vidro. Estamos viajando apenas dentro da atmosfera de Mortuus, acima das tempestades furiosas. Magnastrikes iluminam as nuvens vermelhas abaixo de nós. É pacífico aqui. Estava preocupado que me sentiria preso ou contido, mas em vez disso posso relaxar um pouco.
Na instalação, eu estava preso.
É pior do que na vez que Breccan me prendeu em uma cela de reforma por dois solares como castigo quando fui nadar nos poços subterrâneos. Pensei, porque eu era quase tão alto quanto ele que poderia derrubá-lo e exercer minha força. Ele rapidamente me subjugou e me trancou lá para ‘esfriar a minha rekking cabeça.’ Naquela época, apenas algumas revoluções atrás, odiei cada segundo horrível, enquanto eu estava atrás daquelas barras.
Mas nada é tão ruim quanto estar preso em um edifício, forçado a assistir a todos em torno de você se apaixonar, acasalar, e ter mortlings. Pior ainda, assistir a pessoa que você ama feliz com sua família.
“Você está quieto e é inquietante.” Theron bufa, chutando a minha cadeira uma vez que ele se senta no assento do capitão. “Pensei que você gostaria de escapar dos resmungos de Breccan e, no mínimo, ser divertido para mim.”
Faço uma carranca para ele. “Você não pode forçar alguém a ser feliz.”
“Por que você não está feliz? Nós estamos em uma aventura, Hadrian. Acima das nuvens, somos livres.” Theron está radiante e vibrando com energia selvagem.
“Você já teve ciúmes dos outros morts?” Pergunto, não encontrando seu olhar curioso.
“Sempre.”
Levanto os olhos para encontrar os dele. “Sério?”
“Absolutamente. Um dia, espero encontrar uma companheira.”
“Eu não quero encontrar uma companheira.” Grunho. “Quero Aria.”
Suas sobrancelhas escuras sobem. “Você sabe que não pode ter a companheira de Breccan. Nós já conversamos sobre isso. Você está rekking louco?”
“Jareth e Sayer compartilham Grace.” Argumento. “Por que ele não pode compartilhar Aria comigo?”
Ele solta uma respiração irregular. “Hadrian, há uma diferença.”
“Como?”
“Rekk, você realmente é jovem.”
Não o lembro que quatro solares atrás, quando embarcamos nesta viagem, completei dezoito revoluções. Na confusão para sair nesta missão, ninguém se lembrou. Nem Breccan. Nem Aria. Ninguém.
“Simplesmente não consigo ver a diferença.” Murmuro, já me sentindo derrotado.
“Grace escolheu os dois, mas...”
Ele não tem que dizer isso.
Mas Aria não me escolheu.
Ela escolheu Breccan e apenas Breccan.
A dor incha dentro de mim.
“Você não pode continuar desse jeito.” Ele diz. “Desejando algo que nunca irá acontecer. Não está certo.”
“Eu sei.” Murmuro, as palavras amargas na minha língua. A verdade é, eu não sei. Não posso mudar o que sinto. Estou simplesmente destinado a sofrer por algo que nunca terei.
“Oh.” Theron diz, puxando algo do bolso do peito. “Esqueci de dar isso para você.” Ele me joga um papel dobrado, e, em seguida, gira em torno de sua cadeira para poder mexer com alguns discos na unidade de comunicação. A tela de vídeo é misturada com estática branca.
Pego o papel do meu colo e o desdobro. Está na nossa língua, mas a caligrafia é de Aria, leio a nota.
Hadrian,
Veja! Eu posso escrever Mortuuan! Bem, na verdade não. Uvie está ajudando com este esforço, mas talvez um dia posso fazer isso sozinha para que eu possa ensinar Sokko e os outros ambos Inglês e Mortuuan. Enfim, estou escrevendo isso para dizer feliz aniversário! Dezoito! Lembro-me de dezoito anos... fiquei bêbada e foi terrível, mas ganhei um carro novo, então foi divertido. Mas imediatamente o destruí, então não foi divertido. Graças a Deus que vocês não têm álcool aqui.
Eu discordo...
O ponto desta carta é para que você saiba que eu te amo como o irmão que nunca tive. Você é o melhor tio para Sokko, e você é o melhor filho para Breccan. O que você está fazendo por mim e Molly, indo para Exilium procurar minha irmã e Willow está além de corajoso e admirável. Você é um bom homem, Hadrian. Um dia você fará a mulher certa muito feliz.
Eu só queria te desejar um feliz aniversário.
Nomeie uma das estrelas no céu por mim.
Com amor,
Aria
Dobro a carta e passo a garra do polegar por cima. Ela escreveu uma carta só para mim. Meu coração dispara um pouco com essa noção. Mas está mais uma vez claro que ela não tem interesse em mim, me comparando a sua família, não seu companheiro.
O meu olhar viaja para a estrela mais brilhante acima de nós. Silenciosamente a nomeio Aria. A próximo a ela quase não pisca. Nomeio esta Hadrian.
“Aviso.” Uma voz soa da comunicação. “Você violou espaço aéreo protegido.”
Sento e empurro minha cabeça em direção à tela. Theron se embaralha para esmagar botões. Uma pessoa usando algum tipo de máscara preta enche a tela. É definitivamente mais fêmea, mas coberta.
“Mostre seus rostos.” Ela ordena.
Theron e eu trocamos um olhar antes de inclinar para dar uma olhada mais perto.
“Mais dos monstros.” Ela sussurra para alguém. Então, praticamente rosna para nós. “Vire sua nave se quiser viver.”
“Escute, fêmea.” Theron começa.
“Não.” Ela grita. “Você escuta, imbecil. Você vira sua nave ao redor agora ou farei meu amigo te estourar pelo céu.”
“Nós viemos em paz.” Tento. “Em uma missão do meu comandante e sua companheira. Estamos à procura de sua irmã. Talvez você possa nos ajudar.”
Alguém sussurra ao seu lado, mas ela dispensa a pessoa.
“Irmã?” Ela pergunta, seu valente tom vacilante.
“O nome dela é Aria e...”
“Lyr, não!” A pessoa fora da tela grita.
A mulher retira sua máscara e estou mudo. A única olhando para mim é ela. Aria. A pessoa que eu amo. Meu coração bate no meu peito, doendo para atravessar tela para chegar até ela.
“Aria?”
Theron me bate. “Não, seu cabeça oca mortarekker! É Limerick! Sua irmã!”
“Você conhece a minha irmã?” Ela exige, seus olhos queimando com raiva e desconfiança.
Os lábios dela. Tão cheios. Tão familiares.
“Como meu amigo aqui disse, temos Aria em nossas instalações e...”
“Quero falar com ela. Agora.”
“Escute, Limerick. Eu sei tudo sobre você...”
“É Lyric e você não sabe nada sobre mim.”
Oh, mas eu sei sim. Sei exatamente como ela conseguiu esse apelido também. Ao invés de continuar a desperdiçar o tempo de todos, pisco-lhe um sorriso presunçoso. Um que diz. “Sim, eu sei porque sou o melhor amigo de sua irmã.”
“Você irá soltá-la para mim.” Ela comanda, sua autoritária voz como a de Breccan.
“Nós não estamos soltando-a em qualquer lugar, Lyric.” Rosno. “Ela é nossa.”
Theron me atira um olhar duro, que ignoro.
“Sua?” As narinas de Lyric alargam e seu lábio se enrola.
Minha.
“Sim, nossa.” Desafio. “E iremos tornar você nossa também.”
Fúria transforma seu rosto em um raivoso, mas depois ela o limpa com um sorriso sinistro. “Bem, já que você pediu tão docemente. Apenas vocês dois caras bonitos estão nessa nave?”
“Apenas nós.” Digo a ela.
Theron balança a cabeça e passa os dedos pelo cabelo. “Inacreditável.”
“Vocês estão liberados para pousar.” Ela diz, sua voz enganosamente calma.
“Eles irão te raptar.” Alguém sussurra para ela.
Lyric se inclina para longe da visão da câmera e sussurra de volta: “Eles podem fodidamente tentar.”
Raptar não é uma palavra que morts conheciam, ou seja, até as alienígenas começarem a jogá-la ao redor. Isso significa levar para a instalação e mantê-las como nossas. Estamos definitivamente raptando Lyric e Willow. Elas deveriam estar satisfeitas de ser raptadas e levadas de volta para suas famílias.
“Sim, raptar.” Confirmo. “Raptaremos você e Willow. Não nos importamos com as outras.”
Alguém grita perto de Lyric e ela volta na tela, seus olhos piscando de forma desafiadora. “É isso mesmo, homem monstro?”
Mostro meus chifres rogstud com os dedos, num gesto destinado a acalmar os que me rodeiam e às vezes fazê-los rir. “Nós estamos a caminho, alienígena.”
“Alienígena?” Ela zomba, estreitando os olhos para o movimento.
“Você vê quaisquer outros alienígenas ao redor?”
Suas narinas se alargam, mas depois ela respira fundo e acalma. Parece que eu tenho a chama de Breccan para a diplomacia, afinal. Ela sorri de uma maneira que não chega a atingir os olhos. “O bando alienígena inteiro estará aqui pronto para lhes dar as boas-vindas. Tchau, rapazes.”
A linha fica morta.
“Tenho um mau pressentimento sobre isso.” Theron murmura, atirando-me um olhar irritado.
Guardo minha carta, ignorando o seu palpite. “Vamos raptar algumas mulheres.”
Para que eu possa voltar a minha. Aria. A companheira que nunca pararei de desejar.
Esta missão não se parece mais como um castigo. Será uma recompensa no momento que recuperar as fêmeas e trazê-las de volta para Aria. Ela irá me abraçar e acariciarei seu cabelo, inalando seu aroma único. Será o presente mais maravilhoso que um mort poderia receber.
Feliz rekking aniversário para mim.

 

 

CAPÍTULO UM

LYRIC

Enquanto isso no Exilium...

“Nós temos companhia.” Willow levanta a cabeça da tela, seu longo cabelo vermelho escondendo suas feições preocupadas. “Eles estão vindo das montanhas.”

Olho para cima dos papéis espalhados sobre a minha mesa. “As montanhas? Como isso é possível?” Não há nada nessa direção além de deserto e mangues de lava que somos capazes de ver das vistas limitadas das janelas. Atrás de nós há um mar sem fim.

“Eles são da estação espacial?” Zoe, nossa atual enfermeira, estreita os olhos na tela ao lado de Willow. “A nave não se parece com nada que já vi antes. O que você acha, Lyric?”

“Acho que não me importo quem são, contanto que eles levem suas bundas de volta para onde veio e nos deixem malditamente em paz.”

Esta é a primeira comunicação que fazemos com alguém. Desde sempre. Não muito tempo depois que nos tornamos as líderes deste lugar e mal começamos a procurar outros, incluindo a mãe de Willow e minha irmã uma vez que elas não estavam na prisão como esperado, uma enorme tempestade nos atingiu, destruindo algo crucial em nossos sistemas de comunicações. Não somos capazes de contatar qualquer um ou qualquer coisa além da prisão. Todos os esforços para fazer contato são recebidos com estática.

“Deixe-os vir.” Zoe diz. “Nós já lidamos com coisas muito piores do que dois pilotos.”

“Não estamos em nenhuma condição para outra guerra.” Eu a lembro. Perdemos o suficiente quando assumimos a prisão. A última coisa que precisamos é uma luta, mas se é isso que esses intrusos querem, daremos a eles.

Eu não tinha a intenção de me tornar uma líder. Tudo o que queria era encontrar a minha irmã. Quando era adolescente, a perdi, e jurei que a encontraria novamente nem que fosse a última coisa que eu fizesse. Quando estávamos crescendo, era sempre Aria que me protegia de nossos pais abusivos. Ela se sacrificou para as mãos cruéis de nosso pai, e depois aos caprichos das pessoas para garantir que eu fosse cuidada. Aria sempre cuidou de mim.

É justo eu fazer o mesmo.

Depois que ela foi sentenciada à vida na Penitenciária Exilium no planeta que chamamos agora de Mortuus, eu sabia que faria qualquer coisa para encontrá-la novamente. Nenhum custo é muito alto. Mesmo que custasse a minha vida. Passei anos tentando encontrar uma maneira de chegar a Mortuus, mas nenhum ser humano está disposto a viajar para o planeta moribundo. A maioria das pessoas na Terra II são demasiadas egocêntricas para considerar um voo de volta para seu planeta natal. No final, a única maneira que eu poderia chegar a Exilium é por meio de ser condenada a cumprir o resto da minha vida lá, da mesma forma que Aria.

Na Terra II, ser pobre é praticamente um crime. Você tem que roubar para sobreviver ou fazer um acordo com os Kevins ? o agente mais terrivelmente manipulador e controlador da minha irmã ? do mundo. No final, fiz o que tinha que fazer para conseguir o que queria. E finalmente fui condenada a Exilium. Eu só esperava que não fosse tarde demais.

“Podemos não ter uma escolha.” Zoe diz, mas, novamente ela sempre anseia por uma luta. Quando comecei a planejar derrubar a prisão, ela foi a primeira a se inscrever para participar. Sempre parece haver um fogo queimando sob sua pele, mas não somos do tipo que lamenta. Simplesmente não há tempo ou a oportunidade. Em Exilium, tudo é uma luta pela própria vida.

“Talvez.” Murmuro. Se os intrusos estiverem ansiosos para uma luta, daremos a eles, mesmo que seja a última coisa que façamos.

Willow clica e digita, estudando a nave se aproximando com um olhar firme. Ao contrário de Zoe, Willow é sempre calma, fria e controlada. A voz da razão. “Talvez nós não precisaremos lutar.” Ela diz. “Talvez haja outra maneira.”

“Que outra maneira?” Zoe exige. Seu cabelo escuro cacheado enquadra um rosto delicado, mas seus olhos cinzentos claros lampejam com uma fúria que é tudo menos delicada.

Willow afasta seu cabelo vermelho de seu rosto. “Não sei, Zoe, mas não acho que o nosso primeiro passo deve ser atirar nas pessoas vindas do céu. A solução nem sempre tem que ser derramar sangue.”

“Tem sim, se quisermos sobreviver. Prefiro não arriscar as vidas das mulheres aqui, não quando estamos todas finalmente livres.”

Levanto a mão antes que as duas comecem a brigar novamente. “Não temos tempo para discutir, então não vamos começar.”

“O que faremos então?”

Ambas olham para mim.

Todo mundo sempre olha para mim.

Eu não queria ser uma líder. Não foi como se planejei liderar as mulheres do Exilium na revolta contra os maus-tratos horríveis dos guardas há alguns meses. Isso é apenas como aconteceu. Agora todas as mulheres que residem aqui viram para mim quando há problemas, quando precisam de soluções, alivio ou apoio. Elas confiam em mim.

Era sempre Aria que tinha as respostas, Aria eu poderia admirar. Depois que ela foi embora, só restou a mim.

Tenho apenas a mim mesma para confiar agora.

“Você pode fazer uma conexão com seus comunicadores?” Pergunto a Willow.

“Você quer falar com eles?” Zoe revira os olhos. “Você pode muito bem agitar uma bandeira vermelha na frente da cara deles.”

“Eles não sabem que assumimos o controle.” Eu a lembro tão pacientemente quanto possível. “E não sabemos o que eles querem. Talvez seja uma visita amigável. Não saberemos até perguntarmos. Contate-os com os comunicadores.” Instruo Willow. Os comunicadores não funcionam a longa distância. Tentamos entrar em contato com alguém, qualquer um, além das montanhas que rodeiam a nossa prisão, mas não tivemos sorte. A tempestade danificou a antena principal, o que provavelmente transmitia o sinal em longas distâncias.

Zoe pode ser... enérgica, mas ela quer o bem.

Temos muito a perder.

“Posso tentar.” Willow faz o que quer que ela faz nos computadores. Como eu, ela foi forçada a posição de gênio da tecnologia depois que derrubamos os guardas. Ela aprendeu o sistema alienígena no processo e é a melhor em decifrar a linguagem tecnológica.

Enquanto ela faz o que quer que ela esteja fazendo, vou para o sistema de intercomunicadores e faço um anúncio. “Código vermelho. Repito, Código Vermelho. Por favor, vão para seus dormitórios para o futuro previsível. Anunciarei quando estivermos todas seguras.”

O pânico se seguirá, mas se há uma ameaça iminente, é melhor estarmos preparadas do que sermos pegas desprevenidas.

“Eu tenho seu sistema de comunicações.” Willow diz. “O que você quer fazer a seguir?”

Tento não suspirar. Aproximo dela e pego o comunicador. Enquanto Willow pressiona botões, coloco uma máscara preta para esconder meu rosto. Ao sinal de Willow, digo para o microfone, “Aviso. Você violou espaço aéreo protegido. Mostre seus rostos.”

Há uma pausa e, em seguida, uma tela sobre os comunicadores na mesa acendem a vida. Dois homens ? homens alienígenas ? aparecem na tela. Eles têm a pele branca-desbotada, presas e cabelo escuro. Há algo aterrorizante sobre suas características humanas estranhas.

“Eles se parecem com monstros.” Digo a Willow e Zoe, embora possam ver por si mesmas. Para os monstros, digo, “Vire sua nave se quiser viver.”

Aquele com tatuagens e cabelo amarrado para trás em um rabo diz, “Escute, fêmea.” O que só faz o meu temperamento queimar.

“Não. Escuta você, imbecil. Você vira sua nave de volta agora ou farei meu amigo te explodir pelo céu.”

A última parte é uma ameaça vazia. Não há artilharia pesada em Exilium, apenas as facas que roubamos dos guardas e as artesanais antigas que usamos ao assumir. Os guardas usavam punhos para intimidar na maioria das vezes.

“Nós viemos em paz...” O segundo alienígena diz. Seu cabelo é uma profusão de cabelo cortado irregularmente que paira sobre um dos seus olhos negros e é espetado bagunçadamente em outros pontos. “Em uma missão do meu Comandante e sua companheira. Estamos à procura de sua irmã. Talvez você possa nos ajudar.”

“Lyr, não fique animada. Pode ser uma armadilha.”

Mas não estou pensando em outra coisa senão a palavra irmã, que vibra no meu crânio. “Irmã?” Pergunto.

“O nome dela é Aria e...”

“Lyr, não!” Zoe grita, mas já estou tirando minha máscara.

“Aria?” O alienígena de cabelos espetados pergunta e no começo acho que ele está falando com ela. Que ela está a bordo da nave com ele vindo para me salvar. Estudo a tela, mas não há ninguém mais com eles. Aria não está lá.

Rabo de cavalo bate no Espetado. “Não, seu cabeça oca mortarekker! É Limerick! Sua irmã!”

“Como você sabe meu nome?” Exijo. Oh Deus, eles a pegaram?

Quando cheguei ao Exilium e descobri que Aria não chegou, tinha certeza que ela estava morta. Que sua nave de transporte se perdeu, foi abatida, ou pior. Não sabia o que pior poderia ser, mas tinha certeza que nunca descobriria. Que nunca mais a veria. Ouvir o nome dela é como um choque da cadeira elétrica que os guardas costumavam usar para executar as prisioneiras.

O alien está falando, e me concentro em suas palavras. “Como meu amigo aqui disse, temos Aria em nossas instalações e...”

“Eu quero falar com ela. Agora.”

“Escute, Limerick. Eu sei tudo sobre você...”

“É Lyric.” Quero dar um soco neste imbecil condescendente. “E você não sabe nada sobre mim.”

O Espetado sorri para mim. Bastardo presunçoso. Como se ele soubesse tudo sobre mim. Não gosto desse olhar nem um pouco.

“Você irá soltá-la para mim.” Digo e tento manter o meu nível de voz.

Os olhos do Pontudo queimam. “Nós não estamos soltando-a em qualquer lugar. Ela é nossa.”

Tenho que segurar a mesa com as duas mãos para evitar alcançar através da tela e estrangular o filho da puta. “Sua?”

“Sim, nossa.” Ele diz. “E iremos tornar você nossa também.”

Toda indecisão é apagada. Minha fúria se transforma em calma certa. Sinalizo para Zoe, que sorri com maldade. “Bem, já que você pediu tão docemente. Apenas vocês dois caras bonitos estão nessa nave?”

“Apenas nós.” Ele responde, o idiota.

“Inacreditável.” O outro diz.

“Vocês estão liberados para pousar.”

Willow me dá um olhar surpreso, mas sinalizo para ela ficar calma. “Eles irão te raptar.” Ela diz.

“Eles podem fodidamente tentar.”

“Sim, raptar. Raptaremos você e Willow. Não nos importamos com as outras.” O Pontudo soa confiante. Perfeito. Eles não saberão o que os atingiu, até que seja tarde demais.

Eles têm Aria. Mas não por muito tempo. “É isso mesmo, homem monstro?”

“Nós estamos a caminho, alienígena.”

“Alienígena?”

“Você vê quaisquer outros alienígenas ao redor?”

“O bando de alienígena inteiro estará aqui pronto para lhes dar as boas-vindas. Tchau, rapazes.”

Sinalizo para Willow desligar a comunicação.

“Que diabos você está fazendo?” Ela sussurra, logo que é desligado.

“Eles têm a minha irmã. Eles disseram que querem você, também. Como é que eles sabem o seu nome, se eles não têm a sua mãe também?”

Os olhos de Willow arregalam e ficam nebulosos. “Mamãe?”

“Ótimo.” Zoe joga as mãos para o ar. “Agora ambas estão loucas. Deveríamos fazê-los pousar nos poços de lava ou algo assim, não os convidar para uma fodida xícara de café. E se houver mais desses monstros a bordo? E se eles estão planejando invadir? O que você estava pensando, Lyric?”

“Estava pensando que eles têm a minha irmã.”

“Então você está disposta a arriscar todas aqui, a fim de tê-la de volta?”

“Não seja estúpida, Zoe. Eu não sou uma idiota. Nunca arriscaria as mulheres aqui. Além disso, você viu a cabine deles. São apenas dois. Lidamos com muito mais do que isso e sobrevivemos.”

“Isso não significa que devemos os convidar para entrar! Eles disseram que iriam te raptar.”

“Ela está certa.” Willow diz. “Temos que ter algum tipo de plano antes de chegarem aqui.”

“Quanto tempo nós temos?” Pergunto.

“Cerca de quinze minutos, mas não acho que será o suficiente.”

“Será muito. Agora vamos indo.” Saio do centro de comunicação, e Zoe e Willow me seguem de perto.

“Para onde estamos indo?” Willow pergunta.

“Nós iremos encontrar os monstros, é claro. Dar-lhes uma recepção adequada de um Exilium.”

Então, eu os farei que devolvam minha irmã.

Bem-vindos ao Exilium, rapazes.


CAPÍTULO DOIS

HADRIAN


Os computadores estão apitando com alertas que as montanhas estão perto, mas Theron e eu estamos admirados com outra coisa. Água. Há muito. Um oceano é o que as alienígenas fêmeas que estão na instalação chamam isso.

“Você já viu algo parecido?” Pergunto, meus olhos arregalados, absorvendo tudo.

Theron esmaga botões sem olhar enquanto sua atenção está sobre o oceano. “Nunca. Todas as minhas viagens acabavam em terras estéreis. Normalmente, nunca me aventurei tão longe porque achei que todo o planeta parecesse o mesmo.”

É triste que o meu primeiro pensamento é que Aria adoraria ver isso. Eu adoraria ver seu rosto enquanto ela admira a bela vista. E eu me maravilharia sobre ela.

Em breve.

Em breve verei o olhar de pura felicidade no rosto quando devolver Lyric aos seus braços.

“Precisamos estar prontos.” Theron diz com um suspiro enquanto puxa uma alavanca que faz a nave baixar.

“Para pousar?”

“Para atacar.”

Bufo. “As fêmeas não podem nos atacar.”

“Você é arrogante.” Ele diz com um aceno de sua cabeça. “Aceite isso de alguém que sabe. Esse mortshite irá chutar seu traseiro um dia.”

Penso sobre Aria. Seu cabelo castanho lindo. Sua pele salpicada. Olhos cinzentos escuros. Aria tem os lábios mais cheios ? rosa e com beicinho. Passei muitos solares fantasiando sobre como é o sabor. Como seria se eu os puxasse entre meus dentes.

Aria é inofensiva. Bem pequena em comparação com seu companheiro.

E Lyric?

É sua irmã mais nova. Não sinto que seja ameaça. Isso não é arrogância, é apenas o senso comum. Ela e Willow estarão além de emocionadas por nós as resgatarmos e devolvê-las a suas famílias.

Theron e eu seremos heróis.

Aria me contou sobre os heróis em seus filmes. O macho que sempre fica com a fêmea. Felizes para sempre é como ela os chama. Quero dar-lhe um feliz para sempre. Um real e não um de ‘atuação.’

“Plataforma de pouso parece bem.” Theron diz conforme orienta a Mayvina para baixo em uma pequena faixa retangular que projeta-se das rochas do oceano que parece bater com raiva. “Você vê alguma coisa?”

Examino a prisão que parece estar escondida dentro da montanha. Além da pista de pouso e algumas antenas saindo da rocha, você não saberia que até mesmo tenha alguma coisa aqui.

“Nada.” Digo, ignorando os nervos no meu intestino.

“Pegue um zonnoblaster.” Theron instrui. “Precisamos estar prontos para qualquer coisa.”

“Você está rekking louco?” Rosno. “E acidentalmente enviar a irmã de Aria aos Eternos?”

A nave toca abaixo e uma porta desliza para cima, convidando-nos a entrar em uma baía de nave. Theron me atira um olhar desagradável antes de abrandar lentamente a nave para dentro do compartimento. É escuro lá dentro e quando a porta fecha atrás da nave, estamos completamente envoltos no escuro.

“Uma vez que você está no comando por aqui...” Theron zomba. “Talvez eu deveria sentar aqui com minha fêmea de metal e deixá-lo ir recuperar as alienígenas. Minha opinião não significa nada.”

Eu me desato e bato nele na cabeça. “Vamos.”

Ele me segue, pisoteando. Quando ele pega um zonnoblaster, atiro-lhe um olhar azedo que ele ignora. Eu me coloco na frente dele para que ele não acidentalmente exploda a irmã de Aria. Colocamos nosso traje zu e máscaras no caso que o ar não seja seguro. Assim que estamos prontos, aperto o botão para abrir a porta lateral. A única luz vem de uma única lâmpada que ilumina uma porta. Acho que é onde devemos ir. Nossas botas batem alto no espaço cavernoso conforme caminhamos até a porta.

“Abaixe a arma.” Lyric diz, sua a voz exigente e alta através de um intercomunicador.

“Sério?” Theron resmunga.

“Faça isso.” Digo.

O zonnoblaster atinge o chão e ele resmunga. Um sinal sonoro alto sinaliza que a porta está se abrindo. Entramos numa câmara de descontaminação pequena. A porta se fecha atrás de nós.

“E agora?” Theron pergunta.

“Solicitamos entrada.” Digo.

“Remova o seu traje externo.” Lyric, mais uma vez ordena.

“É seguro?” Espreito através do pequeno quadrado que leva para o outro lado, mas não posso ver nada além de escuridão.

“Sim, e se você quiser entrar, precisa retirar tudo isso então sabemos que você não está escondendo mais armas.”

Eu me certifico de dar a Theron um olhar antes de arrancar a minha máscara facial. Retiramos nosso traje zu.

“Agora nos conceda a entrada.” Exijo. Breccan ficaria orgulhoso de minha natureza autoritária neste momento.

“Uma coisa que vocês monstros irão aprender...” A linha soa com estática. “Vocês não estão no comando por aqui. Eu estou.”

Um som de assobio pode ser ouvido e imediatamente fico com vertigens. Ar. O ar na câmara está sendo aspirado direto para fora da sala. Não é bom. Nada bom. Theron e eu agarramos nossas gargantas antes de tudo felizmente ficar preto.


* * *


Pisco meus olhos e rolo na minha cama. Aria. Ela é a primeira coisa em minha mente todos os solares. Sinto falta de seu riso. Talvez eu vá visitá-la e me oferecer para segurar Sokko enquanto ela faz seus deveres. Adoraria observá-la enquanto ela anda ao redor lavando coisas para seu mortling e cantarolando canções que só ela conhece.

Começo a esticar meus braços acima da minha cabeça e sentar, mas algo puxa meu braço. Que rekk? Leva meus olhos um momento para se ajustar à escuridão. Este não é o meu quarto.

Metal zuta frio está preso em volta do meu pulso e ligado a uma longa corrente que está ligada à cama na qual estou sentado.

“Theron!” Grito, a minha voz alta ecoando na pequena sala. “Theron!”

Posso ouvir a sua voz não muito longe, mas é abafada atrás de uma parede ou talvez várias.

“Em uma cela de reforma! Foi uma emboscada!” Ele grita de volta.

Um grunhido burburinha de mim conforme me levanto. A corrente não me deixa andar muito. Quase à porta. Espio pela janela quadrada. Escuridão.

“Deixe-me sair daqui.” Berro. “Bem rekking agora!”

Silêncio.

Bem, além da risada de Theron.

É claro que ele acha isso engraçado. Provavelmente rindo às minhas custas porque eu tão estupidamente nos coloquei em uma armadilha. Preciso falar com ela.

Lyric.

“Fêmea!” Grito. “Nós precisamos ter palavras!”

Mais risadas de Theron. “Sim, essa tática irá funcionar muito bem.”

Sinto seu sarcasmo e outro grunhido sai de mim.

“Líder fêmea dos alienígenas! Venha aqui bem rekking agora!”

Nada.

Rekk.

Tento uma tática diferente. “Willow? Você está aí fora? Eu conheço sua mãe.”

“Não!” Uma mulher grita conforme a porta para minha cela se abre.

“Você conhece minha mãe?” Uma mulher com cabelo vermelho e olhos verdes claros arregalados olha para mim. “Qual é o nome dela? Como sei que você está dizendo a verdade?”

Lentamente caminho para ela, só parando quando a minha corrente puxa meu pulso. “O nome dela é Molly.”

“E?”

“Ela gosta de fazer boas ações.”

Ela arfa para mim. “O que?”

“Você conhece minha linguagem? Ela adora rogcows também. Você os conhece? Eles ronk e os machos têm chifres assim.” Pisco meus chifres rogstud para ela. “Oh, ela diz muito: ‘Jesus te ama de qualquer maneira.’ Parece familiar?”

Seu lábio inferior oscila, enquanto lágrimas vazam de seus olhos. “Oh. Meu. Deus.”

“Ela diz isso muito também.” Ofereço. “E fala muito. Muito.”

“Não.” Diz outra mulher. “Emoções irão te matar, querida. Dê um passeio. Deixe-me cuidar disso.”

Willow é puxada da porta. A mulher que a substitui faz meu coração parar no meu peito.

“Aria?”

Seus lábios pressionam em uma linha firme. “Lyric.”

Na escuridão elas parecem tão iguais. Como se ouvisse meus pensamentos, ela dá uma ordem e, em seguida, o quarto é banhado em luz. Não um quarto. Uma cela de reforma. A parede ao lado da cama está forrada de pedra, mas a parede do outro lado da sala está alinhada com barras. O quarto ao lado está vazio.

“Por que estou em uma cela reforma?” Exijo, voltando meu olhar para Lyric.

Ela cruza os braços sobre o peito enquanto me avalia. “É onde os sequestradores vão, para uma prisão.” Ela se aproxima. “De que planeta você veio?”

“Este. Mortuus.”

“Qual é o seu nome, monstro?”

Estreito meus olhos para ela. “Hadrian.”

“Bem, Hadrian, você fodeu com as garotas erradas hoje. Nós não chegamos a nossa posição para deixar dois monstros estúpidos estragarem tudo.”

“O que você quer?” Rosno.

Corajosamente, ela se aproxima o suficiente para que eu possa alcançar e agarrar sua garganta se eu quisesse. Mas não quero. Esta é Lyric. A família de Aria. Coloco minha mão em punho ao meu lado e a nivelo com um olhar duro.

Quando algo brilha, percebo que ela está segurando uma magknife em seu aperto. Não tão inútil afinal.

“Eu quero a minha irmã.” Ela diz friamente.

Eu também.

“E se você me deixar, eu irei levá-la para ela.” Cerro os dentes, mordendo de volta um grunhido irritado. “Liberte-me, fêmea.”

Seus lábios enrolam em um sorriso sinistro. Onde Aria sorri docemente para mim, sua irmã parece um sabrevipe pronto para atacar sua presa. “Não, menino monstro, você irá trazê-la para mim, e não o contrário.”

Trazê-la aqui?

Rekk não.

“Breccan não permitirá isso.” Digo para ela.

“Não dou a mínima para o que Breccan não permitirá. Você vai me ajudar a ter minha irmã aqui.” Outro sorriso predatório. “Se você quiser viver.”

Pisco para ela. Esta alienígena acabou de me ameaçar?

Meus sub-ossos começam a estalar e exige tudo de mim para controlar minha raiva. Tudo o que quero é pegar essa fêmea e arrastá-la de volta para minha Aria para que eu possa voltar para a forma como as coisas eram. Em vez de se afastar, ela levanta o queixo e me perfura com um olhar feroz.

Ela abre a boca e levo a minha oportunidade. Agarro o punho da magknife, a arranco de sua mão. Seu corpo cai contra o meu e eu a abraço para mim. Torcendo-a ao redor, eu a mantenho presa à minha frente com os braços presos em meu aperto.

“Escute, alienígena”, resmungo, meus lábios pressionados contra seu cabelo perto de sua orelha. Ela cheira estranho, mas doce. “Estou tentando fazer Aria feliz. Você por algum rekking motivo a faz feliz. Então você vai entrar naquela nave, mesmo se eu tiver que arrastá-la chutando e gritando.”

“Solte-me!” Ela grita, se contorcendo e se debatendo.

A agitação faz meu pau acordar. Oh, rekk não! Seu traseiro esfrega contra ele, fazendo-me gemer em choque. Praticamente a jogo longe de mim. Ela tropeça e, em seguida, gira em seus pés, seu olhar perigoso e ameaçador.

“Oh, filho da puta, você irá se arrepender de fazer essa merda!” Ela grita, o peito arfando. O meu olhar cai para a maneira como o material cinza abraça seus seios. Eles são mais redondos do que os de Aria. Meus olhos, contra a minha vontade, baixam por seu corpo elegante e observo o ligeiro alargamento dos quadris.

“Você está bem?” Willow pergunta, entrando na sala.

“Não chegue perto deles.” Lyric diz, bufando. “Eles são monstros. Só porque falam e têm membros de nossa família, não significa nada. Eles são perigosos.”

O olhar de Willow voa para mim e, em seguida, ela estremece. “Ele está sangrando. Zoe deveria dar uma olhada nele.”

“Ele viverá.” Lyric diz. “Infelizmente.” Ela corre para fora, deixando Willow para trás.

“Você está bem?” Ela pergunta, as sobrancelhas enroladas juntas assim como Molly faz.

“Eu só quero fazer Aria feliz.” Murmuro principalmente para mim mesmo.

As características de Willow suavizam. “Você realmente conhece a minha mãe?”

“Sim.”

“Ela está machucada? Onde ela está?”

“Ela está aqui, neste planeta. Pelo contrário. Ela está feliz. E apaixonada.”

“Apaixonada?” Ela pergunta, espantada.

Assinto. “Assim como Aria.” Meu coração dói com esse pensamento.

“Ei.” Willow sussurra. “Apenas aguente aí um pouco. Consertaremos você. Deixe-me falar com Lyric. Tenho certeza que resolveremos isso. Me dê um tempo.”

Desde que ela é filha de Molly, jogo as palavras de sua mãe de volta para ela, na esperança de ganhar favor. “Obrigado. Você é uma boneca.” É uma frase que Molly usa frequentemente.

Suas bochechas coram e ela ri. “Só mamãe iria pousar em um planeta alienígena, se apaixonar, e encantar os monstros para usar sua linguagem caipira.” Ela olha para mim por um momento mais longo. “Se serve de consolo, estou feliz que você esteja aqui.”

Willow corre para fora do quarto e a porta fecha atrás dela. Sento na cama e inspeciono o corte na minha mão. O magknife está no chão, então o escondo rapidamente entre a almofada e a cama. Isso pode ser útil mais tarde.

“Suas habilidades de negociação precisam de trabalho.” Theron grita de algum lugar.

“Rekk.”


CAPÍTULO TRÊS

LYRIC


“Você deveria tê-los matado quando teve a chance.” Zoe diz amargamente. “Agora o que faremos com eles?”

“Talvez você não deva ser a enfermeira.” Digo distraidamente. Tudo o que posso pensar é o quão forte o monstro se parece quando eu estava presa contra ele. Seus braços poderosos poderiam ter me esmagado, mas ele foi surpreendentemente gentil. Balanço a cabeça para clarear minha mente da memória. “Você está muito interessada em mutilar em vez de curar.”

Ela bufa, mas não responde. Muito sobre Zoe fica sem resposta. Willow e eu temos muito em comum. Nós duas fizemos o que tínhamos que fazer, a fim de deixar a Terra II para encontrar nossas famílias ? minha irmã, a mãe dela ? embora fomos mantidas em criotubos a caminho de Exilium por diferentes períodos de tempo. Isso é o que eles fizeram. Durante décadas, os que estavam no comando, recolhiam criminosos e os prendia até sua prisão final se completar, apenas para nos despejar para apodrecer para o resto da nossa existência. Mas Zoe esteve ‘em trânsito’ mais do que nós duas e que ela não tem qualquer família que ela falou ? é apenas ela. Então, não temos nenhuma ideia de como ela chegou aqui ou que crimes ela cometeu para chegar na mesma posição em que estamos. Na vastidão do espaço, por vezes, a única coisa que tenho a me segurar é a memória de Aria e da promessa de me reunir com ela. Zoe não tem isso ou qualquer outra coisa para olhar para frente. Talvez se eu estivesse em seu lugar, seria tão amarga e cautelosa.

“Não podemos matá-los. Eles sabem onde nossas famílias estão. Temos que fazê-los trazer minha mãe de volta ? e a irmã de Lyric.” Willow está andando, energizada. Não a vi tão animada desde que derrubamos os guardas da prisão. Seu cabelo vermelho é uma explosão em torno de seus traços delicados, mas ela não parece notar. Ela continua tirando-o de seu rosto enquanto anda de um lado para outro. “Eles têm informações que precisamos, também. Sobre o planeta. Como é viver aqui, realmente viver. Se alguma vez sairmos desta prisão, é a informação que precisamos ter.”

Zoe não está convencida. Ela se recosta na cadeira, empurrando um lápis atrás da orelha. Seu uniforme da prisão, o que todos nós usamos como não existem quaisquer alternativas, está começando a mostrar desgaste. O material amarelo brilhante desvaneceu para um creme encardido e existem manchas onde o tecido desgastou completamente e manchas onde o sangue manchou escuro. Faço uma nota mental para pesquisar na prisão por uniformes adicionais. “Você está assumindo que eles estão aqui fora pela bondade de seus corações. Vamos, Willow. Não seja estúpida. Lidamos com monstros como estes antes. Eles poderiam ter segundas intenções.”

“Monstros?” Vem uma voz fina da porta da sala de comando.

Viro e encontro Stella, uma mulher fina que seria bonita se não fosse pela sempre presente angústia em seu rosto. Seu cabelo loiro-claro desce liso sobre os ombros e uma pequena criança agarra suas pernas, um rosto pálido que só espia para se esconder de volta a cada poucos segundos.

“Que monstros? É por isso que você acionou o código vermelho?” Stella pergunta. Tudo nela é suave, delicado. Quando acordei pela primeira vez em Exilium, Stella já tinha dado à luz a um filho, Henry, de volta a bordo da nave cerca de três anos atrás, embora ela não estava disposta ou capaz de falar sobre o pai de seu filho. Ela foi uma das poucas que pertenciam a esses homens a bordo da nave enquanto eles recolhiam presos por décadas, única acordada há alguns anos e forçada a fazer sexo muito antes de eles pisarem neste planeta miserável.

“Uns grandes e assustadores.” Zoe diz, com os olhos na criança.

“Cristo, Zoe.” Digo conforme a criança grita e se esconde atrás das pernas de Stella. Para Stella, digo, “Sim, é por isso que acionamos o código, mas não há nenhuma ameaça imediata. Nós prendemos os... visitantes nas celas. Você está segura.”

“Por enquanto.” Zoe acrescenta baixinho, mas todos nós a ignoramos.

“O que eles querem?” Stella pergunta. Sua mão vai para o cabelo de Henry e ela começa a tocar distraidamente, quase como se ele fosse um cobertor de segurança da vida real. A ação parece acalmar os dois.

“Não temos certeza, ainda.” Respondo, esperando que Zoe mantenha a boca fechada. Não há necessidade de causar pânico entre as outras até que tenhamos uma ideia mais concreta do que os monstros querem.

“Tudo ficará bem como a chuva. Não precisa se preocupar.” Willow acrescenta, agachando-se para espiar o filho de Stella. “Anime-se, botãozinho.”

“Você tem certeza que estamos seguros?” Stella pergunta.

Meus ombros tencionam conforme todos os olhos se voltam para mim. Sinto suas expectativas como um peso sobre meus ombros. “Tenho certeza.” Digo com firmeza. Não sei se estou tentando convencê-las... ou a mim. “É quase três horas. Vocês dois devem ir para o refeitório para o jantar.” O tom alegre na minha voz soa falso para os meus ouvidos, mas Stella guia o menino para fora com promessas de sobremesa.

“Eles queriam nos raptar.” Zoe grita quando Stella está fora da distância de audição. “Isso é o que você chama de segurança?”

“Eles não podem nos raptar atrás de barras.” Digo calmamente. “Eles não vão a lugar algum.”

“Nunca vi tecnologia como a deles antes.” Willow diz, finalmente tomando um assento, embora sua perna ainda salta para cima e para baixo. “Sua origem é diferente de tudo da Terra II.”

“Isso faria sentido, considerando que eles são alienígenas.”

Ambas ignoramos Zoe. “E se eles têm uma maneira de se comunicar com o seu povo? Poderíamos confirmar sua história. Conversar com sua mãe, minha irmã.”

Os olhos de Willow iluminam e Zoe exclama, “Você está louca? Isso pode ser uma armadilha. Eles poderiam estar nos observando durante meses, grampear o lugar.”

“Pelo amor de Deus, Zoe. Você é a pessoa mais paranoica que já conheci.” Willow balança a cabeça.

Zoe levanta um ombro. “Não paranoica, preparada. Prefiro não ter uma situação de emboscada em nossas mãos. Quase não sobrevivemos ao atacar os guardas. E se há mais deles vindo direto para nós?”

Respiro fundo. “Willow, você pode fazer uma varredura do perímetro por naves desconhecidas? Certifique-se de que não há uma armada alienígena lá fora vindo para cá.”

Willow assente e gira em torno de sua cadeira, clicando nos monitores.

“O que você fará?” Zoe pergunta.

“Terei uma conversa com os nossos monstros, ver o que eles realmente querem. Se eles podem entrar em contato com a minha irmã, então serei capaz de lhe fazer perguntas que só ela sabe a resposta.”

“Eles poderiam estar mentindo. Você não pode confiar neles.”

“É possível.” Admito. “Mas não saberemos até descobrirmos mais sobre eles e de onde vieram.”

“Eles podem estar dizendo a verdade.” Willow diz calmamente, ainda trabalhando na verificação.

É disso que tenho medo, penso, mas não digo em voz alta.


* * *


Medo se transforma em raiva conforme caminho para as celas onde estou mantendo os monstros. Deixo a raiva alimentar os meus passos e clarear meus pensamentos. Preciso descobrir exatamente o que eles sabem, de onde são, e qual o seu propósito com a prisão e seus habitantes. Willow e Zoe se ofereceram para vir comigo, mas recusei.

Quero fazer isso sozinha.

Bloco A, onde estamos mantendo eles, era o pior do pior, antes de assumirmos a prisão. As celas são pequenas, apenas o suficiente para uma cama e banheiro, e são nuas de quaisquer toques suaves ou efeitos pessoais. Confinamento, os guardas chamavam. Nunca fui enviada para lá, mas ouvi histórias de mulheres que foram. Privadas de interação ou exercício, tudo o que as prisioneiras podiam fazer era andar ao redor da pequena cela e ‘pensar em suas transgressões.’ A única comida que recebiam era uma ração de pão e queijo desidratado mofado com água. Queria que a comida de baixa qualidade e isolamento fosse a pior parte do confinamento, mas ouvi histórias sobre atrocidades cometidas contra as prisioneiras aqui.

Acendo as luzes e vou em direção a cela de Hadrian. Estive acordada por mais de vinte e quatro horas, mas sei que não serei capaz de dormir até ter respostas.

“Olá?” Vem uma voz que já reconheço como dele. “É você, Lyric?”

As celas do Bloco A são mantidas nos confins da prisão, nas profundezas da montanha. Umidade do oceano acima escorrega das paredes e encharca o chão, deixando o som constante de água pingando ao redor como se estivéssemos em uma caverna em vez de uma habitação artificial.

Eu me aproximo de sua cela com cuidado, forçando-me a manter minha compostura. Ele está reclinado na cama, com as mãos atrás da cabeça e uma perna elaborada em um ângulo, aparentemente relaxado.

“Sabia que você voltaria.” Ele diz, com os olhos ainda fechados.

“O que você sabe sobre a minha irmã?” Exijo.

“Eu sei tudo sobre sua irmã.” Há uma inflexão em sua voz que não entendo muito bem, e isso me faz arrepiar.

“O que você sabe?” Repito. “Por que ela enviou você aqui?”

“Para trazê-la de volta para ela.” Ele responde, e faço uma carranca. Há muito mais na história, mas não posso discernir o que estou perdendo. Por que ele viajaria para tão longe, ariscando tanto para me levar para ela? Não faz sentido.

“Como eu sei que você está dizendo a verdade? Você veio aqui para nos raptar. Você não percebe quão fodido isso soa?”

“Você acha que eu me importo se você acredita que é a verdade ou não? Estamos aqui para levá-la para Aria e Willow à sua mãe. Isso é tudo que importa. Você virá conosco querendo ou não.”

“Isso é onde acho que você está errado.” Balançando a cabeça, abro a porta para sua cela e a fecho atrás de mim. “Você me dirá o que quero saber se você quiser ou não.”

“O que te faz pensar isso?” Ele finalmente abre os olhos e se senta.

Levanto o dispositivo em minhas mãos. “Você não terá uma escolha.”

“Que rekk é isso?”

“Um revelador da verdade. Os guardas costumavam usá-los em nós quando necessário para nos interrogar.” Um revelador da verdade é uma pequena caixa de peso insubstancial com sensores que atribuem às têmporas. Fui submetida uma vez e é uma experiência que eu nunca gostaria de repetir. Mas para encontrar minha irmã, para salvá-la, estou disposta a fazer qualquer coisa.

Mesmo cometer atrocidades pelas quais eu quase morri para salvar os outros.

“E você acha que você pode usar isso em mim?”

Assinto.

Seus lábios se transformam em um sorriso selvagem. “Você pode tentar.”

Ele não pode escapar, não com as mãos algemadas à parede, mas isso não alivia os nervos deslizando no meu estômago. Monstro é uma descrição precisa. Suas características são muito duras, muito animalescas para ser natural. Nós aprendemos na Terra II que quaisquer sobreviventes aqui no que costumava ser a Terra sofreram os efeitos da radiação ? até que ponto os especialistas nunca tiveram certeza.

Agora eu sei.

Sua composição genética sofreu uma mutação até que eles não se parecessem como seres humanos. Lembro de quão forte ele era quando me segurou em suas mãos. Nunca conheci um homem na Terra II com uma força tão profunda. Tudo nele parece destinado a ser esmagador, intimidante. Dos olhos de breu à altura elevada.

Ele diz que Aria está... acasalada com um deles. Não vejo como isso é possível.

A Aria que conheci teria corrido gritando.

“Não faça nada estúpido.” Aviso conforme me aproximo da cama.

Ele não diz nada.

Meu coração bate em dobro conforme começo a desembrulhar os cabos com os sensores que precisarei anexar a suas têmporas. Deve ser por causa de quão aterrorizante ele parece, mas não é. É porque tudo o que posso pensar é como me senti tendo ele contra mim.

Estar sozinha com ele não parece ser um plano tão inteligente mais.

“Rekk, você parece com sua irmã. É uma pena.” Ele diz, aqueles olhos negros em mim.

“O que você quer dizer?” Pergunto distraidamente.

“Que eu tenho que te machucar.”

Então há uma faca na minha garganta e Hadrian está na minha frente, de alguma forma, livre de suas amarras.


CAPÍTULO QUATRO

HADRIAN


Realmente não irei machucá-la. Mas ela está comprometendo a nossa missão e preciso voltar. Casa. Mal estou aqui há um solar e já estou ansioso para escapar. Pensei que era uma tortura assistir Breccan cuidar daquela que eu desejo que fosse minha, mas, na realidade, é melhor do que nada.

Aqui é nada.

Até que ela entra, lembrando-me de Aria.

É enlouquecedor.

Apenas quero recolher a alienígena e voltar para onde eu pertenço.

A magknife é pressionada a sua pele pálida e seus olhos azuis arregalam. A raiva que ela usou até agora é substituída por medo.

Rekk.

Eu realmente sou um monstro.

Quando ela coloca sua língua para fora para lamber o lábio inferior de forma nervosa, meu pau salta sem aviso. Tenho nojo de mim mesmo. Fúria sobe dentro de mim, afastando o calor lambendo meu pau. Agarro um punhado de seus cabelos, puxando até que ela é forçada a levantar sua cabeça para olhar para mim.

“Você realmente irá me machucar?” Ela pergunta, suas narinas dilatadas.

Passo meu olhar ao longo de seu nariz para seus lábios cheios e rosa, e depois olho sua pálida garganta. Às vezes, Aria usa contusões escuras da boca de Breccan. Imagino se isso machuca as frágeis alienígenas, mas acho que elas gostam disso, caso contrário ela não iria usá-las com orgulho e muitas vezes. E se estamos sendo honestos, eu não me importaria de escurecer a garganta de Lyric dessa forma. Imagino se ela tem um gosto doce...

“Se eu precisar.” Rosno, lançando meus olhos de volta para os dela.

“Eu só quero respostas e minha irmã.” Sua voz é suave e tão diferente da mulher poderosa que me capturou, me manteve em cativeiro, e que estava me ameaçando não há muito tempo. “Eu tenho isto.”

Ela empurra algum tipo de dispositivo em meu estômago.

“O que é isso?”

“Um revelador da verdade.”

Algumas verdades são melhores mantidas escondidas.

“Por que você precisa disso?” Exijo, paranoia rastejando.

“Para garantir que você é quem diz ser. Assim, podemos chegar a um compromisso.” Ela solta uma respiração afiada. “Apenas abaixe a faca e administrarei o teste. Começaremos daí.”

“Não, selvagem.” Resmungo. “Se você deseja administrar o teste, você pode fazê-lo do meu colo, onde posso ter certeza de que você não tem segundas intenções.”

Seus olhos lampejam com irritação. Meu pau sacode novamente. Isso é loucura. Com um grunhido, agarro seu traseiro através de seu traje e sento na cama, puxando-a comigo. Uma de suas mãos voa para meu ombro para suporte enquanto ela é forçada a espalhar suas coxas para se sentar em mim. A posição é íntima, mas é a única que não deixa o outro em vantagem. Ela fica rígida no início, mas, em seguida, relaxa enquanto olha para o dispositivo. Enquanto ela brinca com ele, arrasto a ponta da magknife ao longo da coluna de sua garganta, maravilhado com a forma como ele deixa um rastro rosa, irritado em sua pele.

“É difícil me concentrar com uma lâmina na minha carótida.” Ela resmunga, prendendo-me com um olhar feroz.

“Onde você preferiria que eu espetasse você, selvagem?”

Suas bochechas queimam vermelha e ela me dá um tapa. Arfo para ela em choque.

“Você me bateu!”

“Você estava sendo um idiota.” Ela rebate.

“Você é sempre tão má?”

Com isso, ela ri, e soa bonito. “Sempre.”

Aria tem um temperamento difícil e a vi usar com os outros, mas ela sempre foi gentil comigo. Tão diferente de Lyric. Lyric praticamente respira fogo.

Desisto e abaixo a magknife, dobrando-a em direção a suas costelas. Minha mão permanece firmemente espalmada em seu traseiro, caso ela tente fazer uma corrida. É bom e redondo na minha mão. Faz-me imaginar se é mole. Dou-lhe um pequeno aperto, ganhando outro tapa.

“Que rekk foi isso?”

Ela sorri. “Nem sequer responderei a essa pergunta, idiota.”

“Eu só queria saber como se pareceria quando eu apertasse.” Tento explicar. “O livro nunca descreveu com um traseiro de uma alienígena se parece.”

“Livro? O que, eles têm pornô alienígena aqui? Esquisitos do caralho. De qualquer forma, no Planeta Normal, você leva uma mulher para jantar antes de você senti-la. Escreva isso no seu maldito livro.” Ela diz em um tom seco. “Agora fique parado. Isso não irá doer. Ele só me diz se o que você fala é ou não a verdade. Tentarei fazer perguntas simples que exigem respostas de uma palavra. Se você está dizendo a verdade, ele fica verde. Vermelho significa uma mentira. Amarelo significa pouco claro. Você entende, homem monstro?”

“Claramente.”

“Bom.” Ela murmura enquanto enfia um eletrodo na minha têmpora. Em seguida, ela repete a ação do outro lado antes de ligar a máquina. “Aqui. Pronto?”

“Pronto.” Verde. Dou a seu traseiro um tapa rápido para indicar a minha disponibilidade.

“Você gosta de tocar minha bunda?” Ela grita.

“Sim.” Verde.

“Macho típico.” Ela resmunga. “Ok, primeira pergunta. Aria está segura?”

“Sim.” Verde.

“Você irá machucá-la?”

“Não.” Verde.

Ela pressiona os lábios em uma linha firme, como se ela não acreditasse no revelador da verdade. “Quantos monstros estão em sua instalação?”

“Dez, não incluindo os mortlings.” Verde.

Satisfação brilha em seus olhos. “Podemos levar dez.”

Levanto minha cabeça para o lado. “Você nos quer?”

“Não, estou dizendo... esqueça. Apenas cale-se e responda às minhas perguntas.”

Fêmea irritante.

“Vá em frente, selvagem. Eu não tenho o para sempre.”

Ela revira os olhos. “Ok... aqui está uma. Quantos anos você tem?”

“Dezoito revoluções.” Verde.

“E você?”

“Nós não estamos falando de mim.” Pausa. “Na minha cabeça, ainda tenho vinte e um, finalmente cometi um crime grave o suficiente para ser exilada para que eu pudesse buscar minha irmã. Mas quem sabe quantos anos eu realmente tenho ou quanto tempo passou.” Outra pausa. “Tanto faz, eu tenho vinte e um. Próxima questão. Você come seres humanos?”

Zombo dela. “Isso é rekking nojento, Lyric. Você come monstros?”

“Responda a pergunta, esquisitão.” Ela sussurra.

“Não.” Rosno. Verde.

“Você morde?”

“Não.” Vermelho.

“Idiota!”

“É uma pergunta idiota.” Defendo. “Eu mordo carne para comer... não mordo alienígenas!”

Ela estreita os olhos para mim. “Veremos, mentiroso.” Depois de soltar um suspiro pesado, ela bate no queixo, pensando. “Aria gosta de você?”

“Sim.” Pisco-lhe um sorriso maroto. Verde. “Eu sou o seu favorito.” Vermelho. Meu coração afunda.

“Quem é o favorito dela?” Ela desafia.

“Sokko.” Amarelo.

“E....” Ela pede.

“Breccan.” Verde.

“Mas você é terceiro favorito?” Ela provoca.

“Sim.” Admito com relutância. Verde.

“Quem é Sokko?”

“O filho dela.” Verde.

Seus olhos se enchem de lágrimas, mas ela rapidamente as pisca. “Ela quis tê-lo?”

“Sim.” Verde.

Penso sobre o quão doce ela é com Sokko. Amando e cuidando. Meu peito dói com saudade.

“Você a ama?”

“Sim.” Verde.

“Você gostaria que ela fosse sua, é, companheira?”

Se isto chegar a Breccan...

“Não.” Vermelho.

“Você é um monstro destruidor de lares?”

Franzo a testa. “Não.” Verde. Mesmo que não entendo o termo, entendo sua insinuação.

Ela solta um suspiro de alívio. “Você irá me machucar?”

“Se eu tiver.” Vermelho.

Seu rosto se ilumina maliciosamente. “Eu sabia.”

Com coragem recém descoberta, ela começa a se afastar. Mas eu não terminei de segura-la ainda. Minhas garras arranham em um aviso em seu traseiro carnudo enquanto a mantenho no meu colo.

“Ma...mas você disse...” Ela sussurra, contorcendo-se de acordo que minha mão grande segura seu traseiro.

“Eu não irei te machucar.” Digo a ela. Verde.

“Máquina estúpida.” Ela resmunga.

“Eu só quero mantê-la aqui.” Verde.

“Você vai me estuprar?” Seus olhos azuis estão vidrados com acusação.

“Não.” Grito. Verde. “Eu não sou um rekking Kevin!” Verde.

“Você conhece Kevin?” Ela pergunta com espanto.

“Se algum dia eu conhecer Kevin, vou morder muito bem. Rasgarei cada pedaço de pele de seu corpo com meus dentes. Cortarei seu pênis e rekking o alimentarei. Então, irei levá-lo direto em uma toca de sabrevipes para que eles possam festejar em sua carcaça nojenta.” Verde.

“Ele machucou a minha irmã.” Ela diz tristemente, uma lágrima escorrendo por seu rosto. É uma declaração de que ela quer confirmação, mas nós dois sabemos a resposta. Sim.

Porque sou curioso e ouvi coisas adoráveis sobre as lágrimas, me inclino para a frente e arrasto minha língua bifurcada ao longo de sua bochecha. Ela suga uma respiração afiada. Estou atordoado por seu gosto, no entanto. Eles estavam certos. É a coisa mais doce que já provei. Uma ânsia de provar mais lágrimas, mais dela, se instala em meus ossos.

“Aria está segura com Breccan. Ela está feliz. Tudo o que ela quer é você voltar para casa com ela.” Verde.

Lyric não está mais olhando para mim, mas parece ter perdido um pouco de sua borda. “Quero falar com ela.”

“Theron e eu podemos ajudar a fazer isso acontecer. Nós temos comunicação com eles.” Verde. “Mas...” Paro, já com sede de prová-la novamente.

“Mas o que, homem monstro? Fale logo.”

“Mas você tem que nos libertar.” Verde.

Ela zomba. “Ugh. Não era uma pergunta, máquina estúpida. E a resposta é não.”

Minhas garras mordem seu traseiro. “Eu vou mantê-la aqui para sempre então.” Verde.

“Você está falando sério agora?”

“Sim.” Verde.

Ela rasga os eletrodos da minha cabeça e os joga na cama ao lado de nós. “Bem. Desde que eu sei que você não pretende nos fazer mal, deixarei você livre. Mas somente neste bloco. Não falei com os outros ainda e não quero criar histeria em massa. Então, você e seu amigo esquisito podem andar aqui, mas não quero que você vá muito mais longe. Pelo menos não até eu falar com Aria. Podemos concordar com isso?”

“Sim. Você não quer que seu revelador da verdade confirme?”

Ela traz a palma da mão ao meu rosto, flutuando os dedos ao longo da minha bochecha. “Quando você está dizendo a verdade, uma linha forma aqui.” Ela diz, esfregando o polegar entre minhas sobrancelhas. “E quando você está mentindo, sua boca torce em um canto.” Seus polegares passam ao longo do canto da minha boca. “Você será civilizado e se comportar.”

“Oh, não posso prometer que irei me comportar.” Digo com um largo sorriso perverso.

Enquanto me maravilho sobre a forma como seus olhos azuis brilham, ela recupera a magknife da minha mão e tira para longe de mim.

“Você é tão criança. É por isso que eles enviaram você, hein? Para ter uma pausa?”

“Eles me mandaram porque eu faria qualquer coisa por Aria e eles sabem disso. Esta é a missão mais importante. Você é a missão mais importante.”

Seus traços suavizam. “Você olha errado para alguém e enviarei Zoe com sua arma de choque.”

Levanto minha cabeça. “O que é uma arma de choque?”

“O que os guardas usavam nas prisioneiras. Confie em mim, você não quer se encontrar com uma arma de choque.”

Levantando, baixo meu olhar em seus seios cheios e quadris largos. Meu próprio corpo sente frio sem o seu pequeno me aquecendo. Quem sabia que alienígenas poderiam ser tão quentes? E suaves? E doces? Lambo meus lábios.

“Tem certeza de que você não come seres humanos?” Ela zomba, olhando-me como se eu fosse algum animal feroz do Cemitério.

Eu não digo a ela que li essa seção inteira sobre ‘comer’ as fêmeas tantas vezes que as páginas começaram a desgastar e Sayer teve que reescrevê-las.

“Claro.” Digo. O canto da minha boca torce.

Ao invés de ter medo, ela balança a cabeça. “Homens são os mesmos não importa a espécie. Sempre pensando com seus paus.”

Ela se vira, revelando seu belo traseiro redondo para mim. Meu pau enrijece contra o meu traje. Acontece que, ela não está errada.


CAPÍTULO CINCO

LYRIC


“Onde você pensa que está indo?”

Hadrian anda com ar de superioridade ? realmente não há outra forma para descrever isso, para a cela com o seu amigo nela. “Mantenha a calma, Ther. A alienígena está me levando para encontrar suas amigas. Tenho tudo sob controle.”

“Se você tem tudo sob controle, então eu sou um twirret.”

“O que é um twirret?” Pergunto. Hadrian tenta me guiar para longe de seu companheiro, mas afasto suas mãos.

Theron sorri e estou contente que temos as barras de metal entre nós. Hadrian pode soar arrogante, mas pelo que sei até agora com o revelador da verdade, não acho que ele representa qualquer dano a mim ou as outras. Mas esse cara, há algo perigoso em seus olhos e a inclinação devassa de sua boca. Este significa problemas.

“Um twirret é um pequeno roedor. Eles têm caudas longas, dentes grandes e pele grossa. Eles residem naquelas poucas árvores que crescem em torno da instalação e saem no escuro para se alimentar. Bom para comer, se você conseguir pegá-los.”

“Eu tenho tudo sob controle.” Hadrian diz e fica entre nós dois. “Sou o único que já se libertou das celas de reforma, sua pilha de rogshite.”

“Você tem muito a aprender, mortling.” Theron se afasta das barras e vira as costas para nós. “Estarei esperando quando você voltar.”

“Eu não sou um mortling.” Hadrian rosna. “Vamos.”

Ele corre para fora antes que eu possa sequer responder, e corro atrás dele, me esforçando considerando quão extraordinariamente longas suas pernas são. Qual o tamanho que esses monstros chegam? Se Hadrian tem apenas dezoito anos e ele tem quase dois metros de altura, então quão grandes são os outros? Theron é enorme. Os outros são o mesmo? Eu perguntaria, mas ele não parece tão receptivo neste momento.

“Espere aí, amigo. Você nem sequer sabe onde está indo.”

“Nós temos muito a fazer quando Theron e eu voltarmos para a Instalação em breve. Não quero ficar fora por muito tempo.”

Puxo sua manga da camisa, puxando-o por um corredor. “Então é melhor me deixar liderar, idiota. Você está indo na direção errada.”

“Sei onde estou indo.” Ele retruca, mas não protesta quando o levo pelo corredor correto para as escadas que nos levará para o nível superior. Sua atitude não deveria me fazer sorrir, mas faz.

O sorriso derrete do meu rosto conforme entro na sala de comando. Zoe e Willow me cumprimentam com expressões espelhadas de tensão e medo. Bem, a de Willow é de tensão e medo, mas a de Zoe é de raiva e frustração. Não acho que já vi Zoe com medo.

“Que diabos ele está fazendo aqui?” Ela range na visão dele.

“Estou aqui para falar com vocês alienígenas. E para facilitar a comunicação entre Willow, Lyric e suas famílias.”

Zoe se vira para mim. “Você não pode estar falando sério. Você apenas irá deixá-lo andar por aí livre?” Ela joga suas mechas pretas grossas sobre os ombros, os olhos cinzentos piscando. “Você não se lembra deles ameaçando nos raptar ou sou a única sã aqui?”

Minhas costas se endireitam. “Ele não está andando livre. Eu estive com ele o tempo todo. Não haverá rapto hoje, Zoe. Além disso, se ele tentar alguma coisa, te dou permissão agora para usar a arma de choque nele.”

Isto parece acalma-la, mas só um pouco. “Acho que é uma má ideia. Ele poderia estar mentindo para você.”

“O revelador da verdade parece pensar de outra forma.” Digo friamente.

Ela cede, mas sei que é apenas momentâneo. “Qualquer coisa que você diga.”

“Você pode realmente nos ajudar a falar com elas? Minha mãe?” Willow pergunta. Seu cabelo vermelho-alaranjado tomba em torno de seus ombros de um coque segurado no local com um lápis.

“Você realmente acredita neles?” A voz de Zoe é incrédula.

“Acredito que até mesmo a chance de ouvir minha mãe vale a pena o risco.” Willow nunca foi o tipo desafiadora, mas ela define sua mandíbula e encontra olhos de Zoe de frente. “Lyric e eu esperamos por esta oportunidade durante anos. Ela quer falar com sua irmã, mas ela não arriscaria a vida daqueles que ela ajudou a salvar por isso. Você sabe disso.”

Zoe cruza os braços e cai em uma cadeira. “Ainda acho que é uma má ideia.”

“Anotado.” Viro para Hadrian, que assiste a nossa conversa com uma expressão divertida. “Sua vez.”

“É um sistema baseado em frequência.” Willow diz rapidamente, a animação evidente em sua voz ofegante. “Você acha que será compatível com aquele de onde você é?”

“De onde você é, exatamente?” Zoe interrompe antes que Hadrian possa responder.

Ele acena para Willow e começa a estudar os controles, mexer com os botões e mostradores. Para Zoe, ele diz, “Os morts vivem neste planeta desde que a radiação o destruiu.”

Aceno para Willow quando ela olha para mim para confirmação. “É verdade. Ele me disse durante o interrogatório.” Ainda não consigo imaginar isso. Toda a minha vida me foi dito que Terra era inabitável depois que quantidades perigosas de radiação a destruiu. É por isso que, gerações antes de mim, foram para o céu e viveram em um planeta artificial desde então. Mas, o planeta era pequeno e o crime estava fora de controle. Eles exilavam pessoas para penas de prisão perpétua para Exilium pela menor das ofensas. Na verdade, Exilium foi construída especificamente para ver se a Terra era segura o suficiente para viver novamente e hospedar prisioneiras para usar como cobaias. Mal sabíamos que a prisão não foi concluída até recentemente.

“Nossos antepassados construíram o local onde vivemos agora. Ele nos mantém a salvo dos animais que vagam neste planeta e da radiação. Nossa espécie sobreviveu por muitos anos desta forma até que a maioria dos nossos números foram aniquilados pelo Rades, um vírus mortal. Estávamos quase extintos, até Theron encontrar a nave com Aria, Molly, e as outras. Sem elas, certamente seria o fim de todos os morts.”

“Como é a Instalação?” Willow pergunta.

Hadrian interrompe seu exame dos controles. “É localizada a poucos solares de viagem a leste daqui, além da cadeia de montanhas. Depois dos Rades, fomos forçados a permanecer em casa, onde é seguro. Nosso comandante, Breccan, é a única razão pela qual nós sobrevivemos.”

Breccan. De acordo com Hadrian, ele é companheiro da minha irmã. Ainda não sei o que pensar sobre isso. Aria... casada e mãe. Tanta coisa já foi tirada de mim, o pensamento de ter até mesmo um pedaço dela de volta é como ter energia elétrica sob a minha pele.

“E ele te enviou aqui para nos levar de volta, é isso?” Zoe interrompe.

“Ele nos enviou aqui para trazer a família de volta.” Hadrian responde quietamente, uma imobilidade sobrenatural se estabelecendo sobre seu corpo musculoso. “Aria e Molly. Elas são nossa família.” Ele pega os olhos de Willow. “O que significa que vocês são, também. Não sairemos sem vocês, isso é verdade. Não desapontarei Aria por isso. Não importa quanto tempo leve para convencê-las.”

“Ao convencer, você quer dizer nos raptar.”

“Deixe-o falar, Zoe.” Willow diz.

“Estou deixando-o falar. Tudo o que estou ouvindo são desculpas.”

Willow revira os olhos, mas estão muito brilhantes com emoção para ser desdenhoso. “Você está tendo sorte?”

“O sistema parece ser semelhante ao que usamos na instalação. Eu deveria ser capaz de conectar no sistema comunicações na instalação ? ou pelo menos Sayer disse isso.”

“Então, você nem sabe se você pode falar com eles? Ótimo.” Zoe diz.

“Você é sempre tão negativa, baixinha?” Hadrian diz. “Quero que isto funcione tanto quanto você. Não quero ficar aqui. Minha vida é na instalação. Quanto mais cedo puder me comunicar com eles, mais rápido posso ir para casa.”

Casa. De volta para Aria.

O entusiasmo com a perspectiva de falar com ela novamente me entorpece um pouco quando me lembro que Hadrian a ama. Tento não pensar sobre como me sentia tendo Aria sempre no centro das atenções. Ter todos constantemente me dizendo que eu nunca serei tão boa quanto ela, nunca faria tanto dinheiro como ela, nunca viveria como ela.

A emoção que senti com Hadrian diminui sabendo que ele a ama. Claro que ele ama. Aria sempre foi bonita, talentosa e boa.

Como eu poderia me comparar?

Empurrando o pensamento da minha mente, atravesso a sala para o lado de Hadrian. Não entendo nem um pouco do que ele está fazendo, mas estou muito ansiosa para andar ao redor da sala. Não importa como me sinto sobre mim mesma, eu amo minha irmã. Tudo o que eu queria desde que ela foi tirada de mim é recuperá-la.

Hadrian levanta o microfone à boca. “Instalação. Este é Hadrian Alosius, respondam por favor.”

Ruído branco enche os alto-falantes. Meu coração bate rapidamente forte no meu peito. Hadrian repete sua chamada e esperamos. Ainda sem resposta.

“Eles estão dormindo?” Willow pergunta, decepção evidente no declínio de seus lábios.

“Não, sempre haverá alguém na baía de comunicação, especialmente desde que estamos fora na Mayvina. Mesmo se não houver, Uvie, nosso computador, notificará Breccan no momento em que receber a comunicação. Algo deve estar errado com o equipamento.”

“A antena nas montanhas sofreu danos durante uma tempestade recente. Precisará ser reparada, se queremos nos comunicar além desse limite. Não tentamos até este ponto como não vimos a necessidade.”

Zoe gesticula para eu segui-la para o corredor. Com um olhar pesaroso para Hadrian e o microfone que vai me conectar com minha irmã, me junto a ela.

“Se ele quer reparar a antena, isso significa que alguém terá que ir para fora da prisão, para as montanhas. Ele terá que ir também. Você não pode considerar isso. Não é seguro.”

Viajar para fora da prisão. Nunca fui mais longe do que as paredes que cercam a prisão, nem mesmo depois que derrubamos os guardas. A terra que nos rodeia é simplesmente muito perigosa, a radiação é mortal demais. Incrivelmente, a prisão é o lugar mais seguro para nós.

“Farei o que tenho que fazer.” Respondo.

“Você é louca. Esses monstros aparecem e você está disposta a jogar fora tudo pelo que temos trabalhado.”

“Você me conhece melhor do que isso, Zoe. Estou tentando fazer o que é melhor para todos. Se as montanhas estão bloqueando o sinal e temos que viajar, a fim de nos comunicar com nossas famílias, farei o que for necessário para garantir que isso aconteça.” Eu a corto antes que ela possa discutir. “Fim de discussão. Vá verificar o resto e se certifique que estão bem. Ficarei com Willow e Hadrian.”

Ela me dá um último olhar suplicante, em seguida, faz o que peço.

Uma dor de cabeça começa a se formar logo atrás dos meus olhos. Não dormi muito desde que ouvi a primeira chamada de sua nave. Excitação, medo, antecipação estiveram batendo através do meu sistema, deixando-me incapaz de dormir, incapaz de fazer outra coisa senão esperar.

Eu me afasto da parede e volto para Hadrian e Willow. O ruído branco ainda enche os alto-falantes. “Alguma sorte?” Pergunto.

“Nada.” Willow diz, desolada. “Algo está errado.”

Concordo. “Zoe mencionou que podemos precisar ir para o topo da cadeia de montanhas para o sinal sair do vale.”

Com isso, Hadrian gira em torno da cadeira para olhar para mim. “Pensei que fui autorizado a percorrer somente nesse pavimento?”

“Não disse que você estava indo sozinho.” Engulo em seco. “Eu vou com você.”


CAPÍTULO SEIS

HADRIAN


“Não.”

Seus olhos arregalam. “Como assim não? Devo lembrá-lo que você é um prisioneiro aqui até que possamos entrar em contato com a minha irmã?”

Paro e levanto da minha cadeira. Willow olha mim com cautela enquanto olha a arma de choque. Elas me veem como uma espécie de besta raivosa. Mas estas alienígenas não têm ideia do que há além das paredes seguras desta prisão. Nenhuma ideia.

“Fêmea...”

“Lyric.” Ela resmunga.

Reviro meus olhos, ganhando um olhar exasperado dela. “Fêmea impossível, você já foi lá fora?”

Seu olhar endurece. “Não. A prisão é autossustentável na maior parte. Ainda não tivemos a necessidade de sair.”

Ando devagar até Lyric na porta. O zumbido da arma abandonada de Zoe crepita no ar atrás de mim no aperto de Willow, mas ignoro. Quando chego a Lyric, mostro minhas presas para ela. Seus olhos se arregalam.

“Essas presas duplas não são nada em comparação com a de um sabrevipe adulto. Eles são perversos, famintos, e implacáveis.” Mexo meus dedos com garras para ela. “Estas garras são nada como os dentes afiados de um verme. Você sabia que vermes preferem lugares altos?” Olho para ela. “Como nas montanhas.”

Ela engole, um lampejo de medo dança em seus olhos.

Agarro a parte superior da porta, inclinando mais perto de Lyric. Em vez de se afastar, ela inclina a cabeça para mim, seus lábios bonitos separados. Meu peito mal roça contra o dela.

“Há predadores lá fora, muito maiores do que você, fêmea.” Aviso, inalando seu perfume doce.

Seus olhos se fixam em algum lugar atrás de mim, mas não tenho medo de Willow e a arma de choque inútil.

“Oh, o que farei lá fora no deserto?” Lyric diz em uma alta voz aguda. “Sendo apenas uma fêmea e tal...” Ela rosna para mim. “Está certo. Irei sobreviver. Sou realmente muito boa nisso.”

Com essas palavras, ela me dá uma joelhada.

Direto no rekking saco!

Rosno de dor, caindo forte no meu traseiro, segurando meu saco dolorido. Já aconteceu algumas vezes no treinamento, ser atingindo aqui, e isso derruba até um mort crescido. Até mesmo vi Breccan cair depois de um golpe no saco.

Willow pressiona a extremidade da arma de choque ao lado do meu pescoço. Ela pulsa com energia, ligeiramente irritando a carne lá. “Isso pode ir a uma centena.” Willow avisa. “Somos duas. Não me teste. Eu realmente não quero te machucar.” Ela soa exatamente como Molly, o que faz meu peito doer.

Lyric zomba de mim. “Saímos ao amanhecer. Arrumarei as bagagens para nós. Não quero nenhum argumento de você.”

“Lyric...” Tento, sibilando através da dor que pulsa entre minhas coxas. “Repense isso. Tentaremos alcançá-los da nave.”

“Você pode voar?” Ela desafia.

“Não.” Resmungo. “Ainda não. Estou aprendendo.”

“Nem eu.” Ela diz. “E não estou saindo com dois alienígenas. Não sou estúpida.”

“Você não é inteligente também.” Resmungo. “Você está saindo de boa vontade em áreas traiçoeiras para provar um ponto. Que você é a líder. Que você é a mais forte.” Não é sábio discutir com uma mulher que parece que quer destruir meu saco um pouco mais, mas devo. “Tenho treinado para me tornar um líder. Aprendi com o melhor.” Orgulho me atravessa. Breccan é o melhor. É por isso que Aria o escolheu. Ignorando a dor, continuo. “Você não sabe o que há lá fora.”

“Não subestime o meu poder de intuição. Eu sou uma líder, garoto, e sei como me manter segura. Você ainda está aprendendo a ser um.”

Eu me eriço com suas palavras, carrancudo. “Quando eu salvá-la de uma rekking besta, direi que eu te avisei.”

Ela agarra a minha mão e me ajuda a levantar. O calor de sua pele parece fazer a minha zumbir com energia. “E quando eu o salvar, farei você comer suas palavras.”

Arrogância irá te enviar aos Eternos. Breccan disse isso para mim mais vezes do que posso contar. Infelizmente, é algo que você tem que aprender por conta própria. Eu de todos os seres sei disso.

Dando-lhe um sorriso fácil, mostro meu símbolo de chifres rogstud e aceno para ela. “Depois de você, líder.”

Seus olhos estreitam, mas ela levanta o queixo de uma forma que me faz lembrar de sua irmã. Desafiadora. Calculista. Forte. Eu só espero poder mantê-la segura lá fora.


* * *


Tenho um mau pressentimento. Uma sensação de mau agouro. Negatividade pulsa através dos meus ossos. E não é porque Lyric e eu estamos saindo neste solar para tentar nos comunicar com a Instalação.

Algo mais.

Tento lembrar da minha mãe, mas é sempre um esforço inútil. Ela foi para os Eternos há muito tempo. Não me lembro de sua voz ou seu aroma. Gosto de pensar que ela era como Molly. Doce, engraçada, carinhosa. Breccan me criou como se eu fosse dele próprio, e embora ele ferve meu sangue, por vezes, porque ele tem o que eu quero, eu o amo com cada parte do meu ser.

Se minha mãe estivesse aqui ? se Breccan estivesse aqui ? eles sentiriam isso também. Queria falar com Theron para perguntar se ele sente o mesmo, mas Lyric estava com pressa para sair ao amanhecer. Nossas mochilas estão carregadas de suprimentos, ao lado da porta leste da baía de descontaminação, e meus sub-ossos vibram com a necessidade de estalar, preparando minha posição de batalha.

Mas por que?

O som do vento assobiando me faz endurecer. Lyric solta um bufo, entrando na baía. Assim que ela começa a abrir a porta, sei porquê.

A porta externa está escancarada.

“Lyric!” Rujo, correndo até ela. “Não!”

Meu grito a alerta e ela congela conforme praticamente funde seu corpo contra a porta. Bato a palma da minha mão sobre a superfície, garantindo que permanece fechada, minha respiração ofegante.

“Por que você não usa o seu traje zuta?” Resmungo, meu coração saltando com medo. O que ela estava pensando em ir lá fora sem proteção?

“Meu o que?” Ela sussurra, com os olhos vidrados de lágrimas não derramadas.

Eu a assustei. Resistente, forte, desbocada Lyric. Eu a assustei. Isso me faz sentir doente por dentro. Eu não deveria me preocupar porque ela me deu uma joelhada no rekking saco no solar anterior, mas não posso evitar. Gentilmente, levanto minha mão e acaricio uma garra por seu cabelo, prendendo-o atrás da orelha para que eu possa ver seu rosto.

Grandes olhos azuis. Um atrevido nariz sardento. Pele pálida rosa que escurece com seus humores. Cabelo castanho suave.

“Hadrian.” Ela murmura, com sua suave voz.

Não alienígena ou monstro ou qualquer outra coisa que ela gosta de me chamar.

Hadrian.

Isso faz minha espinha se endireitar, a necessidade de protegê-la é intensa. “Você não pode ir lá fora, desprotegida. Não é seguro. Há mais do que apenas as feras.”

Suas sobrancelhas enrolam. “Mais? Não é seguro? Explique.”

“Mortuus tem elevados níveis R. Eles são responsáveis por mutações e doenças.” Digo a ela com firmeza. “Você absolutamente não pode ir lá sem proteção. Estas baías de descontaminação existem por uma razão. Todos os alimentos devem ser verificados antes de entrar para não envenenar as pessoas.”

Não posso acreditar que ela quase foi lá fora desprotegida. Se Calix soubesse disso, teria um ataque. Estas alienígenas estão sozinhas aqui nesta prisão sem conhecimento adequado do nosso planeta. Elas estão em perigo.

O que Breccan faria?

Ele bateria seu pé e assumiria o controle.

Sim, rekking certo. Como se Lyric permitiria isso.

Pense.

“Lyric...” Digo suavemente, para ela não reagir de novo e me dê uma joelhada no saco. “Preciso que você transmita para as outras o quão importante é ficar dentro de casa. Permita Theron explicar a Zoe e Willow e as outras os processos de descontaminação. Ele pode dar-lhes uma visão sobre as coisas prejudiciais que seu povo está enfrentando.” Dou-lhe um olhar suplicante que a faz relaxar.

“Ok.”

Ok?

Levanto minha cabeça em confusão. Ela acabou de concordar comigo? Sem discussão?

“Agora mova-se, seu grande monstro feio antes que eu te obrigue.” Ela diz rispidamente, apertando uma magknife no meu peito.

Aqui está ela.

Ousada. Fogosa. Corajosa.

Fêmea feroz.

Dando-lhe um largo sorriso que mostra minhas presas duplas, deixo meu olhar examinar seu rosto por um momento prolongado, parando em seus lábios. Ela os lambe, fazendo um grunhido vibrar através de mim.

“Hadrian.” Ela resmunga. “Afaste-se. Temos uma missão.”

“Obrigado por confiar em mim.” Sussurro, inclinando para seu ouvido. “Eu não te desapontarei.”

Em vez de jogar um comentário sarcástico de volta para mim, ela assente. “Obrigada.”


* * *


Enquanto as fêmeas discutem o mais novo desenvolvimento ? a rekking porta deixada aberta, puxo Theron de lado. Nossa missão foi adiada um pouco. Theron e eu fomos recusados quando sugerimos novamente levarmos a Mayvina para que possamos chegar a Sayer e o resto.

Fêmeas teimosas.

“Trabalhe com Willow. Ela é muito parecida com Molly. Se alguém tem algum juízo, é ela.” Instruo, com minha voz baixa. “Entre na Mayvina e faça contato com a Instalação. Precisamos de novas ideias e conselhos de Calix.”

Theron sorri para mim.

“O que?” Exijo.

“Nada.”

Bato em sua cabeça. “Com rekking certeza não parece com nada.”

“Você.”

“Eu?”

“Sim, seu pedaço de rogshite. Você é o único para quem estou olhando.”

“Você irá elaborar ou me fará implorar?”

“Implorar é bom.”

Fico olhando para ele até que ele ri.

“Isso. Bem aí. Você, meu pequeno mortling, está crescendo. Você tem a carranca de Breccan. Não posso esperar para contar para ele.”

Rio e o empurro. “Você é irritante.”

“Você gosta.” Ele mexe as sobrancelhas para mim.

“Ok, Tweedledee e Tweedledum1, parem de brincar. É hora de sair.” Lyric diz.

Puxo Theron para mim e o abraço. Não tenho certeza do que encontraremos lá fora, mas preciso pegar força dele. Ele me abraça de volta.

“Você é capaz, Hadrian.”

Nos separamos e ando com Lyric para outro lado da prisão onde o traje zu está localizado. Eu a ajudo a encontrar um traje que se encaixa corretamente e o verifico obsessivamente. Ela fica impaciente, mas esta é uma batalha que ela não ganhará. Uma vez que estou convencido de que está livre de rasgos ou furos, levanto os meus braços para que ela possa verificar o meu também. Esperava que ela se apressasse com isso, mas ela toma o seu tempo.

“Conte-me sobre os Rades. Você mencionou isso. Quero saber mais.”

Solto um suspiro pesado. “Sua taxa de mortalidade é elevada se contraído. Temos um sobrevivente em nossas instalações. Draven. Ele quase foi para os Eternos, mas por algum feito milagroso, ele sobreviveu.” Baixo minha cabeça. “Mas não sem deixar cicatrizes. Tanto dentro como fora. Ele não está bem. Bravo. Receoso. Nervoso. Molly foi a sua cura.”

Sua cabeça levanta e seus olhos travam com os meus. “Eles usaram o sangue dela ou algo assim?”

Dou-lhe um sorriso torto. “Molly deu um jeito. Ela irradia amor, carinho e felicidade como o rekking de um sol.” Entrego-lhe um capacete e máscara. “Para cada sombra que se escondia na mente de Draven, Molly brilhava com a luz. Ela curou as cicatrizes dentro de sua mente, dando-lhe o seu coração.”

Lyric olha para frente e para trás como se estivesse retirando camadas para olhar dentro de mim. Eu lhe dei honestidade com o revelador da verdade, mas é como se ela precisasse formar suas opiniões próprias de mim e de minhas intenções. Breccan chamaria isso de usar instinto sobre o óbvio. Lyric é uma boa líder. Treinei o suficiente com ele para conhecer um quando vejo.

Eu a ajudo a colocar seu capacete e máscara, garantindo que é seguro e está em condições de funcionamento. Uma vez que estou com os meus e podemos ouvir um ao outro através dos comunicadores, lhe entrego uma mochila. É pesada e grande, mas ela consegue colocá-la em suas costas.

“Você tem um zonnoblaster para mim?” Pergunto.

“Boa tentativa.” Ela bufa, entregando-me uma magknife. “Não me faça me arrepender disso.”

Prefiro a magknife do que o zonnoblaster de qualquer maneira. O zonnoblaster é a especialidade de Theron.

“Não irei te machucar.” Digo a ela, minha voz em um rosnado estridente. “Prometo.”

Em vez de me responder, ela vai para a baía de descontaminação, mas a puxo para longe. “Não aquela. Foi comprometida. Usaremos uma diferente.”

“Mas esta abre, de acordo com os mapas, para uma escada exterior que conduz para baixo no lado da montanha.” Ela argumenta, suas palavras crepitantes através do alto-falante no meu capacete. É como se suas palavras roucas estivessem dentro da minha cabeça. Gosto delas lá. Gosto de estar conectado a ela através dos comunicadores.

Agarro seu pulso e a guio por uma série de corredores. Quando ela nos permitiu vagar, Theron e eu fizemos um rápido trabalho de aprender a área e encontrar informações sobre a prisão. Finalmente chegamos a uma pequena baía de descontaminação como a que temos que conduz à Torre de volta na Instalação.

“Não há nada lá fora.” Ela diz, apontando para a imagem que está além da porta. “Não podemos descer de lá.”

Bato meu dedo com garras no topo, apontando para a antena. “Nós não iremos descer, fêmea. Iremos subir.”


CAPÍTULO SETE

LYRIC


Subir.

Fora da prisão.

Não me lembro da última vez que qualquer um de nós foi além das paredes. Nossa última liberdade real foi na Terra II, que se parece que foi há milhares de anos. Hadrian está preocupado sobre os perigos, mas tudo o que posso pensar é os espaços abertos. Estar em algum lugar que não é a prisão é um luxo que irei saborear, não importa os riscos.

“Aqui.” Hadrian diz, arrastando um traje pesado para mim. “Coloque isto.”

“Onde no mundo você encontrou isso?”

Ele deixa cair o traje pesado aos meus pés. “Há uma sala de armazenamento cheia de coisas. Os guardas devem tê-lo usado para caminhar sobre as montanhas. Precisaremos disso para chegar ao topo e reparar a antena com segurança. Os penhascos são íngremes e os animais que vagam nestas terras não hesitarão em tentar arrastá-la para jantar.” Hadrian recupera um pedaço de corda e começa a amarrá-la ao seu traje, em seguida, ao meu.

“O que você está fazendo?”

“Draven e Molly usaram este sistema quando tiveram que viajar através do Canal Gunteer. Isso irá garantir que eu não te perderei se algo acontecer.”

Reviro meus olhos para ele. Quem imaginaria que monstros poderiam ser tão dramáticos? “Nada vai acontecer.”

“Prefiro estar seguro.” Ele responde.

Uma estranha sensação quente enche meu estômago e minhas respiração prende em minha garganta. Me proteger. Isso é o que ele quer fazer. Ele quer me proteger. Estive sozinha, protegendo outros durante tanto tempo, que esqueci como isso se parece.

Hadrian acaba de amarrar as cordas em seu traje, depois o meu, e olha para mim. Seus olhos deveriam me assustar, a forma como eles são pretos em todos os lugares errados e insondáveis, como se eu pudesse olhar para eles para sempre e nunca chegar ao fundo. Mas em vez disso, tudo o que quero fazer é continuar olhando. É hipnotizante, olhar para aqueles olhos escuros.

“Você está bem?” Ele pergunta, me tirando do meu estupor. Ele se endireita e se aproxima de mim. A maior parte de seu traje ressalta o quão grande ele é, conforme ele paira sobre mim. “Você está doente?”

Oh, eu me sinto doente.

Doentemente estúpida.

“Estou bem.” Respondo. “Vamos indo. Quero estar lá no topo antes de escurecer.”

Ele me olha de novo, como se confirmando a validade das minhas palavras, e diz, “Mantenha-se atrás de mim. Deixe-me saber através dos comunicadores se você está tendo qualquer dificuldade.”

“Consigo acompanhar.” Resmungo.

Famosas últimas palavras.

Caminhamos por uma hora sem falar, mas aprendo muito sobre Hadrian nesses momentos de silêncio. Por um lado, ele é absolutamente incansável pra caramba. A montanha sobe em torno da prisão como uma barreira natural em um declive gradual quase perfeito. Fico feliz pela falta de conversa, porque, enquanto meus pulmões doem e minha respiração chacoalha, não acho que seria capaz de falar, mesmo se tentasse. Tudo em que posso focar é colocar um pé na frente do outro e esperar não me fazer papel de tola.

Liderança.

Consigo apenas cerrar os dentes e seguir as grandes marcas de pés na areia rubro-negra. Hadrian não para e não vacila, fazendo-me imaginar o que ele e sua raça devem ter enfrentado para sobreviver às condições perigosas do planeta. Ele já foi belo, um próspero ecossistema delicadamente equilibrado mais bonito do que qualquer planeta em nosso universo acessível. Já vi o suficiente de fotos e vídeos nos breves tempos que estava na aula de história para recordar a beleza. Parece nada como aquele oásis agora. Apenas ruína e morte, tanto quanto os olhos podem ver. E, no entanto, os morts estão vivos e bem. Pelo menos estão agora, de acordo com Hadrian e Theron.

“Você está bem aí atrás?” Hadrian pergunta por cima do ombro. O sol brilhante está refletindo em sua máscara, mas não preciso ver seu rosto para saber que ele está sorrindo. O imbecil.

“Estou... bem.” Bufo.

“Você precisa descansar?”

“Eu não acabei de dizer que estou bem? Pare de conversar ou nunca chegaremos no topo ao anoitecer.”

“Como você quiser.”

Resisto à tentação de jogá-lo do penhasco.

Até que um pouco mais tarde percebo que ele propositalmente diminuiu o ritmo para eu acompanhar. Maldito seja. Sou grata por isso, mas não quero que ele seja tão bom para mim. É muito fácil gostar dele dessa forma.

“Por que isso é tão difícil para mim?” Exclamo, quando não posso mais ir e preciso de uma pausa. Hadrian para e vira para mim. “Aposto que você poderia correr aqui e não ficar tão sem fôlego.”

“Eu lhe disse que não seria fácil. Seus pulmões têm de trabalhar mais para respirar o ar filtrado. Se você não está acostumada a isso, pode ser muito desgastante para seu corpo.”

“Se é tão perigoso aqui fora, como você está acostumado com isso?” Isto é dito entre respirações profundas e instáveis.

“Muitas vezes temos que caçar alimentação se queremos comer. Há também os reparos que precisam ser feitos na Instalação ocasionalmente e Breccan acredita que é importante para mim entender o terreno e nosso ambiente.”

“Você o admira muito, hein?”

“Ele é como um pai para mim. Ele me criou depois que meus pais foram mortos pelo Rades. Eu teria morrido sem ele.”

“E ainda assim você ama sua companheira.”

A expressão suave em seu rosto se transforma em uma carranca por trás da máscara. “O que há com sua obsessão sobre como me sinto sobre Aria? Ela é a minha família. Isso é tudo.”

Tenho um sentimento que se eu o tivesse ligado ao revelador da verdade ele estaria tão vermelho quanto o sol. “O que você faz na Instalação?” Pergunto para mudar de assunto.

“Estou sendo treinado como o segundo-em-comando de Breccan.”

“Sério?” Não me preocupo em esconder o meu choque. “Mas você é tão jovem!”

“Você é uma fêmea, mas você conseguiu tomar o controle de todo um complexo de seus supervisores e libertar suas prisioneiras.”

“Ponto justo.”

“Por que?” Ele pergunta enquanto gesticulo para ele voltar a andar, agora que minha respiração voltou ao normal.

“Assumir a prisão?” O tema faz meu estômago revirar, mas falar é melhor do que me concentrar em meus músculos já doloridos. Ao seu aceno, digo, “Eu sabia que a única maneira que poderia ver Aria novamente seria ser condenada a Exilium, o que para as pessoas na Terra II é um destino pior que a morte. A prisão começou como uma experiência, como você está ciente, para ver se este planeta era habitável. O que você não sabe é que nós éramos o experimento. Cientistas foram enviados para realizar testes nas prisioneiras para ver quão compatíveis éramos com a atmosfera aqui.”

Hadrian para. “Cientistas?” Ele pergunta.

“Exatamente. Filhos da puta realmente sádicos. Isso ou robóticos, como nós não éramos mais nem humanos. Quando acordamos aqui, foi horrível. Você não pode sequer imaginar. Exilium é uma prisão de mulheres ? homens são mais valorizados na Terra II e aqui éramos tratadas como cães. Ou pior. Zoe, Willow, e eu formamos um vínculo muito forte desde o começo e começamos a organizar nossa revolta quase imediatamente. Honestamente, eu nunca quis ser a líder. Willow é a inteligente e Zoe tem o fogo. Eu só fiz o que tinha de fazer para sobreviver. Para voltar a Aria. Realmente tudo o que tenho, é puro egoísmo.”

Hadrian fica em silêncio por um longo, longo tempo. “O que aconteceu com essas pessoas, os guardas e os cientistas? Você os matou?”

“Sanguinário, não é?” Mas ele não ri da minha piada. “Nós os trancamos nas celas onde eles costumavam nos manter. Eles são alimentados e vestidos, mas nunca serão livres de novo.”

“Você é mais indulgente do que eu. Eu os teria rasgado.”

“Acredite em mim, eu queria. Zoe, também. Chocante. Mas tivemos violência o suficiente. Queríamos paz. A maioria das mulheres são incrivelmente frágeis. Como Stella. É por isso que não posso ter você e Theron perturbando suas vidas e ameaçando as raptar e levá-las embora. A maioria das mulheres têm medo de suas próprias sombras ainda mais de monstros como vocês dois. Elas merecem manter qualquer aparência de paz que têm agora, não serem raptadas e enviadas para um lugar estranho, onde alienígenas assustadores estão ansiosos para reproduzir com elas.”

Quando ele fica novamente em silêncio por um tempo, provoco, “Você está tendo dificuldade em respirar agora?” Brinco. “Precisa fazer uma pausa?”

Não sei o quão longe nós andamos, mas estamos chegando ao topo da montanha. A prisão é apenas uma versão em miniatura de si mesmo a nossa direita e a vastidão do mar se estende para longe. “Uau.” Digo, parando para olhar a vista. “Nunca vi nada tão bonito.”

“Eu nunca soube que Mortuus se parecia assim.” Hadrian diz por trás de mim. “E viajei solares além da Instalação.”

“Você nunca esteve na prisão antes?”

Ele balança a cabeça. “Viajar pode ser perigoso, como eu disse. Feras e o tempo. Nunca arriscamos até agora.”

“O que mudou?” Pergunto.

“Você está aqui.” É tudo o que ele diz antes de gesticular para mim continuar pelo resto do topo. Eu estimaria que temos um par de mais horas de luz do dia, e demorará tanto tempo para chegar à antena alta que vejo no topo da montanha.

Viro para dizer algo, mas as palavras alojam na minha garganta. Grossos tentáculos atiram do chão e envolvem em torno de pernas de Hadrian. Eles são tão grossos como seu bíceps e uma abertura em uma extremidade lampeja com dentes brilhantes, pontudos. Vermes. Congelo por um momento, então avanço, caindo de joelhos no chão ao seu lado.

“FIQUE PARA TRÁS.” Ele grita, tentando me empurrar para longe com o braço livre.

“Como o inferno.” Rosno.

Puxo a faca que guardei no meu cinto e a empurro profundamente no verme mais próximo, encolhendo-me um pouco ao ouvir o som da lâmina esmagando através da carne espessa. Ele estremece de dor e se afasta, liberando uma das pernas de Hadrian. Hadrian acotovela um verme tentando enrolar em sua mão livre e consegue pegar sua própria faca. Ele corta o verme, deixando um corte vermelho brilhante na esteira da lâmina.

Trabalhamos nos vermes restantes, cortando e esfaqueando até que recuam para o chão. A única coisa que resta deles são os buracos no chão e respingos de sangue na areia e manchas em nossos trajes.

“Você está bem?” Pergunto, depois de me certificar que as bestas não estão à espreita. Avanço em meus joelhos e inspeciono seu traje por perfurações daqueles dentes violentos. “Eles te pegaram?”

“Não, não acho que eles tiveram a chance.”

Estendo um braço e o ajudo a se levantar. Sorrindo, digo, “Eu te disse que ficaríamos bem.”

Em seguida, o chão se move sob meus pés e levo uma fração de segundo para perceber que a borda está cedendo debaixo de mim antes do mundo mudar e eu começar a cair. Um grito rasga da minha garganta. O medo e a onda de adrenalina substituindo o alívio de curta duração e, em seguida, há um estalo na minha cintura conforme a corda que me liga a Hadrian me para.

Abaixo de mim há um vale, com rochas e pedras, até a prisão. Se eu caísse seria para essas pedras... e não sobreviveria.

Meu olhar vai para Hadrian, que está puxando a corda, tentando me equilibrar. Ele é a única coisa que fica entre mim e essas rochas abaixo.

“O que você estava dizendo?” Ele diz entre grunhidos.

Os vermes devem ter desestabilizado o solo perto da borda precária e meu peso deve ter feito o resto. Eu poderia me chutar por ser tão estúpida.

“Não comece.” Aviso, com minha voz mais trêmula do que eu gostaria. “Apenas me ajude.”

“Fique quieta.” Ele diz.

Fecho meus olhos e tento imaginar ouvir a voz de Aria pela primeira vez.

Estou indo bem, até ouvir o som dos vermes filtrando através da terra, vindo em nossa direção. Mas é o som alto e gutural que vem dos céus que nos congela.

Meu olhar encontra o de Hadrian, pela primeira vez, há medo em seus olhos.


CAPÍTULO OITO

HADRIAN


Os vermes, posso lidar. Claro, eles são rekking terríveis e cruéis, mas é aquela coisa voando acima de nós que muda tudo.

Pense, Hadrian.

O que Breccan faria?

Ele com certeza não iria deixar ela ali pendurada, enquanto aquela coisa poderia pegá-la. Ele se aproxima, confirmando meus medos.

Predador.

Ele faz um som de grasnar alto e quase me derruba com as suas poderosas asas escamosas amarelas que cintilam na luz do sol se pondo. Sua boca está cheia de brilhantes dentes afiados que os mostra para mim conforme passa. Ele bate as asas e começa a se afastar.

“Que diabos foi isso?” Lyric grita, balançando na corda.

Cavo meus pés e esfaqueio um verme se aproximando, o tempo todo mantendo meus olhos naquela coisa.

“Oh não.” Lyric grita. “O pássaro grande está voltando!”

Quando ele começa a vir em direção a ela, sua boca aberta, tomo uma decisão rápida. Não tenho tempo para pensar sobre o que Breccan faria. Tudo o que posso fazer é realizar um cálculo e uma avaliação apressada.

“Sinto muito.” Grito. “Encontre um lugar para se esconder.”

“Espere! Hadrian, não!”

Com os dentes cerrados, corto nossa corda que nos conecta com minha magknife e ela cai, assim como o pássaro grande estala suas mandíbulas no ar onde ela estava pendurada. Ele tem que voar para a direita para evitar a colisão com as rochas. Enquanto ele circula, eu esmago e chuto mais alguns vermes antes de espiar abaixo para olhar Lyric.

Ela está esparramada sobre a rocha mais plana abaixo, imóvel.

Rekk!

Não parecia mais alto que uma pequena queda e a rocha na qual eu queria que ela aterrissasse parecia mais segura, mas talvez julguei mal. O pássaro grande desce novamente e tenho uma escolha entre me manter firme ou lutar com vermes famintos. Irei me arriscar com a coisa.

Conforme se aproxima, levanto minha magknife, empurrando-a em seu baixo-ventre. Ele grita e seu pé com garras agarra a mochila nas minhas costas. Sou muito pesado para o pássaro grande carregar, mas isso não o impede de me arrastar até a borda.

“Não!”

A coisa gigante bate as asas forte no momento em que meus pés tocam ar. Ele não pode lidar com o meu peso, especialmente ferido. Nós caímos rapidamente em direção a Lyric, o bater forte das asas é a única coisa que nos impede de colidir com ela. Não é uma longa queda, mas se pousarmos nela, poderíamos machucá-la seriamente. Balançando o meu braço para cima, esfaqueio o lado da criatura, enterrando minha magknife ao máximo, e depois empurro nele. Nós viramos, assim como atingimos as rochas no comprimento de um mero braço longe dela. Uma batida doentia pode ser ouvida enquanto ossos da criatura racham do impacto combinado com o meu peso.

“Lyric.” Grunho, me afastando do pássaro grande e indo até ela.

Seus olhos estão fechados.

“Lyric, por favor, fale comigo.” Imploro, embalando seu capacete em minhas mãos para olhá-la de perto. É então que vejo a rachadura no vidro.

Pânico se apodera de mim. Ela absolutamente não pode ser exposta ao ar. Não testei níveis R e se alguma coisa acontecer com ela...

Essa linha de pensamento é muito sombria. Uma que não posso me sucumbir. Não quando sua vida está em perigo. Rapidamente, retiro um rolo de fita adesiva e arranco uma faixa gigante. Eu a pressiono sobre a rachadura, isolando-a. Levanto meu pescoço e olho ao redor para algum tipo de abrigo.

Precisará de algum esforço, mas se eu conseguir subir um pouco, parece haver um parapeito artificial. Uma sombra escurece a área acima. Não saberei com certeza até chegar lá em cima. Lyric ainda está quieta e imóvel. Ela é leve, então facilmente a puxo em minhas costas, segurando seus braços ao redor do meu pescoço. Com minha mochila nas costas, a maior parte de seu peso descansa nela.

Agora.

Escalo.

Examino o lado da parede de rochas e observo quaisquer lugares que poderia usar para ser um ponto de apoio. Uma vez que descubro meu caminho, me movo rapidamente. Estou focado e minhas veias estão zumbindo com o desejo de proteger o que é meu.

Minha?

Ela é família.

Qualquer um com quem Aria se preocupa os torna importantes para mim.

“Estamos quase lá.” Rosno. “Fique comigo. Eu cuidarei de você.”

Não tenho certeza se ela é capaz de me ouvir, mas digo isso de qualquer maneira. Para consolar ambos. Preciso que ela fique bem. Assim que me arrasto para um parapeito e vejo uma porta, solto um assobio.

“Como Molly diria...” Grunho, me levantando. “Blingu.”

“Bingo, homem monstro.”

Meu coração dispara em meu peito ao ouvir sua voz. “Perto o suficiente.”

Sua risada é suave. “O que é este lugar? Você acha que está conectado a prisão? Não vi isso nos mapas.”

“É a nossa casa, por agora.”

Aperto minha magknife na lateral perto da maçaneta da porta e uso minha força para romper o bloqueio. Ela se abre sem quaisquer problemas. Abro a porta e em seguida entro. Nós estamos em uma baía de descontaminação.

“Você está bem para se levantar?” Pergunto enquanto começo a esmagar botões, trazendo os painéis à vida.

“Acho que sim. Estou tonta, no entanto.”

Cuidadosamente, eu a coloco de pé e a viro para que eu possa olhá-la. Com meus braços em torno dela, a seguro enquanto a máquina começa a nos limpar. Por vários momentos, não posso olhar para longe dela. A fita preta faz com que eu só posso ver um dos seus olhos. Tristes. Desfocados. Aguados.

“Ei.” Resmungo, descansando minha máscara contra a dela. “Eu tenho você. Pássaro Grande está morto.”

Seus lábios se contorcem com um sorriso. “O que era aquilo?”

“Eu nunca vi um.”

“Em casa, o pássaro grande é um grande pássaro amarelo que fala.”

Franzo a testa. “Você tem um pássaro em casa que é amarelo, escamoso, e tem uma boca cheia de dentes? O que você chama isso?”

“Pesadelos.” Ela diz com uma risada ofegante.

“Pássaro Grande Pesadelo. Funciona para mim.” Sorrio para ela. “Vamos, vamos ver o que é este lugar.”

Eu a pego em meus braços e atravesso a porta para outra câmara. Ela sopra ar sobre nós, eliminando qualquer umidade remanescente. Uma vez que estamos limpos e a luz se torna verde, a levo para uma sala enorme. De um lado há uma grande janela com vista para o oceano. Há uma mesa, uma cadeira e uma pequena cama.

Gentilmente, coloco Lyric de volta em seus pés e começo a remover seu traje zu. Consigo tirar todo seu traje zu e depois a coloco na cama. Ela se senta e me olha enquanto retiro o meu. Uma vez que estou livre do traje, me ajoelho na frente dela.

“Onde dói?” Pergunto suavemente, passando a ponta dos dedos com garras ao longo de sua testa.

Ela estremece. “Minha cabeça. Bati forte quando você me jogou.”

“Joguei você?”

“Oh sim. Me largou como um lixo.”

“Em Mortuus, chamamos isso de salvar a fêmea de virar comida.”

“Na Terra II, chamamos isso de se livrar de algo e ir para casa.”

Eu a prendo com um olhar sério. “Eu disse que eu não iria para casa sem você.”

O ar parece a crepitar com energia. Ela é a primeira a afastar o olhar.

Minha mão acaricia seu rosto e então deslizo ao longo de seu pescoço, verificando seu pulso como Avrell faz. Firme e forte. Bom. Mas, ao contrário de Avrell, eu não me afasto. Meu polegar desliza sobre sua suave garganta.

“É apenas uma dor de cabeça.” Ela murmura. “Eu ficarei bem.”

Fecho meus olhos antes de dar-lhe um olhar derrotado. “Sua máscara rachou.”

“Você colocou fita no lugar.”

“Eu... Lyric...” Dor me atravessa bruscamente. “Você foi exposta aos elementos.”

“Eu me sinto bem.” Ela argumenta.

Agora.

Mas e depois?

“Se você começar a se sentir febril ou doente, por favor me diga.” Eu me levanto e caminho até minha mochila. “Relaxe e irei alimentá-la. Mais tarde, verificarei os níveis R lá fora.”

Por favor, que ela esteja bem.


* * *


“Está frio.” Lyric diz uma vez que entro novamente no quarto.

Entro em pânico por um momento, imaginando se ela está com febre, mas então percebo que a temperatura caiu desde o anoitecer. Ela treme, encolhida sob o cobertor fino.

“Os níveis R são inexistentes. Verifiquei em todos os lugares, incluindo onde você caiu.”

Ela sorri. “Bom.”

“Temos um pequeno problema.” Franzo a testa. “Pássaro Grande desapareceu.”

“Ele está vivo?” Ela sussurra, com os olhos arregalando.

“Aparentemente sim.” Resmungo. “Precisamos ser cautelosos se ele não voltar quando estivermos lá fora.”

Ela treme. “Odeio esse pássaro.”

“Eu também.” Tiro meu traje zu e chuto minhas botas. “Devo aquecê-la?”

Não esperava que ela concordasse, mas quando sua cabeça sobe e desce, meu coração sacode dentro do meu peito.

Mas por que?

Por que a ideia de puxar seu pequeno corpo contra o meu parece como o presente mais maravilhoso que eu poderia receber?

E sobre Aria?

“Hadrian...”

Sua voz atravessa minha cabeça, silenciando todos os pensamentos. “Sim, selvagem?”

Ela sorri. “Venha me aquecer.”

“Pensei que você estava com medo de mim.” A desafio enquanto muito ansiosamente caminho para ela.

“Se você tentar alguma coisa engraçada, chutarei você nas bolas novamente. Isso foi eficaz.”

“Fêmea má.” Rosno, sorrindo.

Ela levanta o cobertor e deita de lado, dando espaço mim. Será apertado, mas estou disposto a fazer uma tentativa. Eu me estabeleço de lado debaixo do cobertor, de frente para ela, e envolvo meu braço ao redor de sua cintura pequena. Ela engasga quando a puxo para o meu peito. Sua pequena mão aperta a frente do meu minnasuit e ela levanta a cabeça para olhar para mim.

“Eu sabia que você seria quente.” Ela murmura.

O meu olhar cai para seus lábios carnudos. Rosa. Bonito. Suave.

“Não preciso ter um revelador da verdade para saber que você quer me beijar.” Ela diz, com seus olhos azuis penetrantes e avaliativos.

Ao invés de responder e revelar uma verdade que não estou pronto para dar, deslizo a palma da mão para seu traseiro e o aperto.

“Hadrian!”

Levanto uma sobrancelha. “Estou te aquecendo.”

“Minha bunda está bem.”

“É uma bunda agradável.” Confirmo.

“Agradável? Faz parecer que é medíocre.”

Fêmea confusa.

“Seu traseiro está longe de medíocre.” Eu a asseguro. “É gordo. Gosto de aperta-lo... para aquecê-lo.”

Ela estreita os olhos. “Gordo, hum?”

“Gordo não é uma palavra boa?”

“Você acha que minha bunda é boa?”

“Acho que sua bunda é um monte de coisas, boa inclusive.”

Um sorriso puxa seus lábios. Neste momento, ela é brincalhona e doce. Distante da mulher dura que conheci. E quanto a mim? Aconchegar com ela e provocar sobre seu traseiro é o velho Hadrian, o Hadrian que não teve seu coração quebrado por algo que ele não pode ter e amadureceu no processo.

E se eu nunca deveria tê-la porque era para eu ter algo ainda melhor?

Agora, com Lyric me observando com interesse, é difícil imaginar algo melhor. Ela cheira doce e anseio enterrar meu nariz em seu cabelo para inalar seu cheiro.

“Ainda com frio?” Minha voz é rouca. A diversão evaporou.

“Sim.” Ela sussurra.

“Onde?”

“Minhas costas.”

Lentamente, deslizo minha mão acima de seu traseiro, mas quando chego ao fundo de sua camisa, eu a coloco sob o material. No momento em que minhas garras passam ao longo de sua pele nua, ela treme.

“Minha mão está fria?” Murmuro.

“Na...não. Está quente.”

“Você gosta disso?”

“Sim.”

Passo os dedos para cima ao longo dos ossos ligeiramente salientes no meio de suas costas. Entre seus ombros, esfrego suavemente lá. Sua camisa levantou, expondo sua barriga para mim.

“Sua barriga está fria agora?” Pergunto, minha apenas um sussurro.

Ela assente.

“Devo aquecê-la?”

Ela assente novamente.

Deslizo minha mão em torno de sua frente e espalho a palma sobre sua pele. Sua respiração fica presa. Imagino brevemente como ele ficaria inchada, cheia com meu mortling. Necessidade e possessividade alojam na minha garganta, eventualmente escapando como um rosnado rouco. Quando minha mão sobe mais, ela empurra. Meu pau reage ao seu corpo, esticando no meu minnasuit.

“Estou machucando você?” Pergunto sobre as batidas do meu coração.

“Não.”

Minha mão agarra suas costelas e meu polegar passa ao longo da parte inferior de seu seio. Seu corpo treme.

“Estou aquecida agora.” Ela respira. “Até mesmo quente. Obrigada.”

A contragosto, deslizo minha mão do seu peito e a estabeleço em seu quadril. Estou me sentindo em conflito. Eu imaginei o desejo mútuo? Foi unilateral? Estou perdido em pensamentos quando sinto o cheiro.

Inebriante. Viciante. Óbvio.

Excitação.

Cheirei isso nas outras fêmeas de volta na Instalação antes. É um cheiro que reconheço e muitas vezes anseio. Meus olhos encontram os dela. Ela fecha os olhos como se pudesse me excluir. Escovo o meu nariz contra o dela.

“Meu nariz está frio.” Minto.

Ela ri. “Onde está o revelador da verdade?”

“Na prisão, onde ele pertence. Posso dizer o que quiser e você nunca saberá a verdade.” Provoco, inalando-a.

“Você está simplesmente me mantendo aquecida.” Ela diz, seu tom firme. “Isso é tudo o que é. Nada. Não confunda as coisas.”

Abro os olhos e me afasto para olhar para ela. Seu rosto me diz tudo o que ela não dirá. Todas as suas verdades escritas tão claramente em suas características reveladoras.

Isto é muito mais do que nada.

Parece como o começo de algo com uma promessa de tudo.


CAPÍTULO NOVE

LYRIC


Consertar a antena é um fodido fracasso total, assim como Hadrian disse que seria. Estou ferida, embora não admitirei isso em voz alta, e não há nenhuma maneira que Hadrian pode reparar a maldita coisa ao tentar manter minha bunda ferida a salvo.

Pensar em minha bunda só me faz lembrar como me senti com as mãos de Hadrian, então tento afastar o pensamento.

Foco, Lyric.

“Nós temos que voltar.” Finalmente digo no silêncio.

“E sobre a unidade de comunicação? Estamos quase no topo.”

“Teremos que subir de volta a montanha e você estava certo. É muito perigoso.”

Seus olhos me estudam como se soubesse que estou ferida, mas não admitirei isso. Ele poderia me convencer a continuar, a insistir, mas em vez disso, ele diz, “Voltaremos para a prisão. Quando você estiver curada, podemos voltar para consertar a antena.”

Dou-lhe um sorriso abatido. “Isso é doce de você, mas teremos dificuldade o bastante em voltar a descer a montanha, muito menos planejar outra viagem para cima. É muito arriscado e não quero que você se machuque, também.”

Hadrian levanta a mão para o meu queixo, tocando a contusão florescendo ao longo da minha bochecha. “Se eu te pedisse para confiar em mim, você acha que estaria confortável deixando Theron e eu voar a Mayvina ao topo das montanhas? Nós podemos fazer contato com a Instalação, reparar a antena, e agendar um horário para você falar com sua irmã.”

Confiar nele?

Como posso confiar em um homem... um monstro... que mal conheço?

Meus olhos se fecham enquanto a suavidade de seu toque me deixa desprevenida. Quando foi a última vez que deixei alguém me tocar? Que senti conforto de outra pessoa? Muito tempo para me lembrar. E certamente não desde que estive na prisão. Encontrar Aria, e depois cuidar das prisioneiras tem sido tudo em que foquei por tanto tempo, sua carícia me choca ao silêncio.

Eu me forço a endurecer, a pensar. Não sei se é a batida na cabeça ou a exaustão que sinto profundamente em meus ossos da caminhada até a montanha, mas não consigo juntar duas palavras.

“Lyric.” Ele diz em um rosnado sombrio.

“Como eu deveria confiar em você?”

“Você nunca saberá até tentar. É assim que funciona, docinho.”

“Não me chame assim.” Digo distraidamente enquanto sua mão desliza pelo meu rosto e repousa sobre meu ombro. Gosto de suas mãos em mim demais, percebo, e me levanto. É como se provei algo que não deveria, e eu gosto, muito. Tanto que quero que ele as coloque em mim de novo. E de novo. E de novo.

E essa é a última coisa que eu deveria querer.

“Como você está se sentindo neste solar?”

Ele não parece notar alguma coisa errada e o acompanho até a porta da sala de descontaminação para olhar pela janela. Focar na viagem de volta para a prisão é muito mais seguro do que o que eu estava pensando antes.

“Estou bem o suficiente para voltar. Você não tem que me mimar.”

“Eu não estou mimando você, estou protegendo você. É o que Breccan faria.”

O para Aria não é dito, mas não precisa. Ele pode não ser seu... companheiro, ou o que quer que seja, mas ele pode muito bem ser. Ele veio aqui para me encontrar... por ela. Ele está viajando por toda esta montanha... por ela. Ele me salvou... por ela.

“Vamos apenas voltar o mais rápido que pudermos.”

Ele não discute.

Sem dúvida, ele quer se comunicar com Aria o mais rápido possível.

Ambos nos vestimos em silêncio e uso o silêncio para endireitar meus pensamentos desordenados. Não é culpa de Hadrian que estou tão conflituosa. Ele tem sido nada além de útil e cooperativo em sua maior parte.

“O pássaro grande deve ter seguido adiante por agora, e enquanto viajarmos rapidamente, ficaremos fora do alcance dos vermes.”

Verifico meu capacete. “O que faz você pensar que ele foi embora? E se ele está lá fora esperando por nós?”

“Você realmente quer estar por perto para descobrir?”

Bom ponto. Gesticulo para ele liderar o caminho.

De repente, os estranhos animais neste planeta não parecem tanto um obstáculo como o alienígena imponente na minha frente.


* * *


Sei que algo está errado quando as luzes vermelhas piscam no topo das torres de guarda chamando minha atenção. Eu estava tão perdida em pensamentos, tendo andado com sucesso o nosso caminho para baixo da montanha, que leva um longo segundo de observação para eu entender o significado. Nesse tempo, Hadrian já está quinze metros na minha frente, movendo-se tão rápido que parece com uma sombra correndo para a entrada mais próxima da prisão.

Meu coração cai para o fundo do meu estômago.

Oh, Deus, por favor, deixe todo mundo estar bem.

Os guardas escaparam de alguma forma e recuperaram o controle? Theron nos traiu de alguma forma? Hadrian faz parte do truque? Poderia tudo isso ser uma armadilha?

Cenários, cada um pior do que o último, chicoteiam na minha mente até que tudo é um borrão, minha cabeça batendo com o esforço e os efeitos prolongados da queda. Minhas coxas queimam a cada passo. Até o momento que chego na baía de descontaminação, meu corpo inteiro está tremendo.

Não há som vindo do outro lado da porta do compartimento de descontaminação. Está absolutamente imóvel. Digito o código que Willow programou para me permitir acesso e a porta abre. Passamos pelo processo de descontaminação o mais rápido possível. A porta da prisão se abre para um corredor escuro. A luz vermelha piscando nos banha em seu brilho sinistro.

“Fique atrás de mim.” Hadrian ordena, a faca na mão brilhando na luz vermelha. Ele faz uma pausa longa o suficiente para tirar a maior parte do traje e eu faço o mesmo.

Vestida apenas com o meu uniforme da prisão, tiro minha própria faca e a aperto com a minha palma escorregadia de suor. Conforme Hadrian avança para o corredor, meus ouvidos se esforçam para coletar som, mas não há nada além da minha respiração forte e ruído de arrastar dos nossos passos ecoando nas paredes. Não há nenhum sinal de qualquer um dos outros, o que me preocupa mais do que qualquer coisa. Elas teriam nos visto entrar na prisão pelos sensores que monitoram o perímetro. Alguém deveria estar aqui para nos cumprimentar.

Quando Hadrian começa a tomar a passagem errada para a sala de comando, puxo seu traje e ele segue minha direção sem palavras. Posso sentir sua tensão não muito diferente da minha própria emanando em ondas. Cada passo leva o esforço de mil por medo do que poderíamos encontrar, uma vez que chegarmos ao nosso destino.

Não há nada além de um zumbido sutil dos computadores na sala de comando e um leve brilho de suas telas. Hadrian avança e sinaliza para eu esperar por ele. Leva todo o meu controle para não o empurrar de lado e invadir. Ele atravessa a porta e meu corpo trava enquanto espero... e espero... e espero. Então ele vem a mim e gesticula para eu entrar.

Prendo minha respiração até eu ver Willow sentada aos computadores. Estudo seu rosto e, embora ela não parece ferida, algo ainda não está certo. Como se alguém tivesse embaralhado suas feições e as juntou novamente errado. “O que aconteceu?” Pergunto rapidamente. “Você está bem?”

Mesmo que posso dizer que ela não está.

Ela concorda, mas diz, “É uma das meninas do Bloco C. Ela está doente. Muito doente.”

Um aperto no meu peito suaviza, mas Hadrian fica mais tenso ao meu lado. Lidamos com doença na prisão antes. O tipo que atravessa a prisão como uma praga em intervalos regulares. Resfriados, doenças do estômago. Não é o ideal, mas nada que Zoe não pode lidar. Ela é um soldado no centro do caos, a calma no olho de uma tempestade.

“Todos os outros estão bem?”

“Até agora, há apenas uma infectada, mas Lyric... nunca vi nada como isso antes. Veio tão rapidamente.”

Doença não parece ser uma ameaça em comparação com os monstros que acabamos de enfrentar, os guardas que já superamos. Essa é a única explicação que tenho para o alívio que sinto... até olhar para Hadrian me encontrar, se possível, seu rosto mais branqueado do que o pouco de cor que tem. Sua pele é fantasmagórica, e se eu não pudesse ver seu peito subindo e descendo com cada inalação, teria pensado que ele estava morto.

“Hadrian?” Sussurro, terror agarrando a minha garganta.

“Leve-me para a doente.” Ele diz com uma voz totalmente diferente de sua própria. É tão medonha como sua expressão. “Lyric, preciso de Theron, por favor. Nos prenda, nos coloque em correntes, o que você tiver que fazer, mas eu preciso dele... e de você também.”

O fantasma de um arrepio desce pela minha espinha, seus dedos ósseos fantasmagóricos clicando contra cada uma das minhas vértebras. Não posso expressar os medos que se alojam no meu cérebro, então aceno para Willow, que sai sem protestar. É o implorar que me desfaz, o terror nu em seus olhos. Isso me diz o que não quero ouvir, grita o nome de um inimigo que prefiro não encontrar.

Esperamos em silêncio até que Willow retorna com um Theron apreensivo, que fica ainda mais sério para a expressão no rosto de Hadrian. “É verdade?” Theron pergunta, seus olhos em Hadrian. “É verdade o que ela me disse?”

“Não sei ao certo.” Hadrian se vira para Willow e eu. “Onde você guarda o seu doente?”

Os lábios de Willow estão secos, e ela os lambe antes de gaguejar, “Na enfermaria no nível do porão. É onde ela está.”

“Leve-nos lá.” Hadrian solicita com infinita calma e surpreendente delicadeza. “Por favor.”

Willow encontra meus olhos e concordo com o pedido neles. Ela ficará vigiando no centro de comando. Viro em meu calcanhar e os dois atrás de mim seguem sem outra palavra. O silêncio atípico de Theron me enerva. No tempo que ele está aqui, ele está falando, provocando ou rindo.

Ele não está rindo agora.

As portas para o elevador abrem uma vez que chegamos ao nível para a enfermaria. Nós não tivemos muito uso para ele depois que trancamos os guardas. Havia muito pouco ferimento para cuidar, uma vez que não havia ninguém para nos brutalizar. Agora, Zoe o usa principalmente para remendar arranhões ou tratar de resfriados. Nada como a miséria que havia aqui antes.

Nada como o cheiro de doença que se apega a ele agora.

Observo Theron e Hadrian compartilhando um olhar sem palavras que ignoro conforme percorro mais profundamente o espaço aberto, cheio de camas hospitalares para a unidade de isolamento na parede mais distante. Há uma única luz acesa dentro e Zoe se senta em uma cadeira observando bem na frente dela. Ela se levanta quando nos ouve nos aproximar e sei que, sem dúvida, algo está errado com a falta de luta em sua voz. Assim como eu sabia com um olhar para Willow.

“Você está de volta.” Ela diz tolamente. Ela nem sequer olha para Theron e Hadrian.

“Sim. O que está errado aqui? O que aconteceu?”

Zoe gesticula em direção à unidade de isolamento, onde uma mulher dorme na cama em um casulo de cobertores.

“É Lena. Ela ficou com febre depois que você saiu. Eu lhe dei medicação para febre, mas nada parece funcionar. No mínimo, piorou.”

Eu gostaria de ter o conhecimento para lhe dizer o que fazer a seguir, mas não sou médica. Zoe é a única de nós que tem qualquer tipo de formação médica e se ela está perplexa... empurro esse pensamento de lado.

“Continue dando-lhe a medicação. Um analgésico, também. Talvez diminuirá em vinte e quatro horas.”

Zoe tenta sorrir, mas é ineficiente.

“Isso não diminuirá.” Theron diz atrás de nós.

“O que você está falando?” Zoe pergunta.

“Uma febre que queima tão quente que quase queima a mão. Vem rápida e brutal, sem remorsos. Haverá outras. Você deve isolá-las o mais rápido possível para conter a ameaça. Após as febres, haverá feridas, por todo o corpo. Então virá a loucura.”

“Do que ele está falando?” Pergunto a Hadrian.

Ele encontra meus olhos e há desolação nos dele. Morte.

“É o Rades.”


CAPÍTULO DEZ

HADRIAN


“Hadrian.” Lyric sussurra, seus dedos arranhando meu bíceps. “O que faremos?”

O terror em seus olhos combina com o meu próprio. Todos estão olhando para mim por respostas. Até mesmo Theron. Eu não tenho respostas. Tenho instinto.

“Você e eu podemos começar a avaliar todos.” Digo a Lyric. “Procuraremos qualquer sinal de doença. Febre, tonturas, confusão. Esses sintomas são o estágio um.” Então, aponto para Zoe. “Qualquer um que tem febre e feridas em desenvolvimento terão de ser tratados por Zoe. Esses são o estágio dois e podem permanecer na enfermaria até o estágio três.”

“Estágio três?” Lyric pergunta.

“Loucura.” Aceno para Theron. “Estágio três. Theron pode lidar com esse estágio, pois eles podem precisar de serem contidos.”

Começo a ir embora, mas Lyric me para. “Mas como podemos evitar de ficarmos doentes?”

Theron abaixa a cabeça. “Não pode.”

“O quê?” Lyric sibila, aproximando para me dar um olhar severo. “O que ele quer dizer?”

“Significa que está no ar.” Zoe oferece, com sua voz suave. “Willow e eu revimos as fitas. Stella e Henry nunca viram qualquer outra pessoa. Ninguém entrou em seus aposentos vazios. Henry também não o trouxe à prisão ou veio quando a porta foi deixada aberta. De qualquer maneira, está na ventilação e todos foram expostos.”

Lyric murmura um ‘não’ antes de gritar, “Eu não vim até aqui para não vê-la por causa de uma estúpida gripe do caralho!”

Aperto seus ombros firmemente. “Está no ar. Estamos todos expostos.”

“O que faremos?” Lyric nunca pareceu tão perdida antes.

“Faremos contato com Avrell de volta a Instalação.” Digo a ela. “É imprescindível conseguirmos algumas informações para melhor lidar com esta doença.”

“Vamos.” Ela bufa, acenando para Theron se juntar.

“Espere!” Zoe chama. “Você vai voluntariamente para a nave deles sozinha com os dois?”

O olhar de Lyric desliza para o meu e se fixa. “Nós temos que confiar neles. É a nossa única esperança.”

Meu coração acelera dentro do meu peito com suas palavras. Eu não a desapontarei.

Liderando o caminho, passo pelos corredores de volta para onde Willow está e espio dentro. “Mantenha uma comunicação aberta com a Mayvina. Quando pudermos, tentaremos travar contato com a Instalação também.”

Willow suspira. “Com mamãe?”

“Iremos rekking tentar.” Theron garante a ela.


* * *


“A... apenas suba no ar e nós alcançaremos.” Lyric diz distraidamente.

Theron e eu trocamos um olhar. O Rades está aqui e se Theron ou eu adoecermos, a comunicação com a Instalação cessará. É a nossa corda de salva vidas para aqueles que amamos e não podemos perdê-la. É por isso que é imprescindível consertar os transmissores.

Enquanto Theron liga os motores, eu pego a mão de Lyric e a levo para a sala de suprimentos. Suas sobrancelhas apertam em confusão.

“O que você está fazendo?” Ela exige, sua espinha endireitando.

A necessidade de tocar seu rosto suave é esmagadora. Então eu toco. Não sei se algum de nós adoecerá com o Rades, então não perderei mais tempo pensando demais as coisas. Seus olhos se arregalam quando embalo suas delicadas bochechas com as minhas grandes palmas.

“Eu lhe darei a minha verdade agora, Lyric. Tudo ficará muito pior antes que haja qualquer esperança de ficar melhor.” Descanso minha testa na dela. “Farei tudo ao meu alcance para ajudar. Seu povo é o meu povo.”

“Hadrian.” Ela murmura. “Estou preocupada.”

Eu também.

Tão rekking preocupado.

Dou-lhe um sorriso torto. “Tudo ficará bem.”

A palma da sua mão pressiona meu peito. “Pensei que você estava me dando a verdade. Não comece a mentir agora. Sei que sorrisos são reais e quais não são.”

“Irei consertar a antena.” Digo a ela. “Podemos não ter outra chance. Se Theron ou eu adoecermos, podemos não ter outra chance de voar na Mayvina.”

Ela se afasta ligeiramente. “Eu irei com você.”

“Não.” Digo suavemente. “Você irá ficar aqui e ajudar Theron. Estou indo sozinho.”

“O pássaro grande pode voltar.” Ela diz, com sua estridente voz. “Eu não posso...”

“Não pode o quê?”

Ela olha para longe.

“A verdade, docinho.”

Seu lábio inferior treme ligeiramente. “E se eu não quero admitir a minha verdade?”

“E se você não tiver outra chance?”

Temos um impasse em silêncio enquanto a nave se move. Theron acelera rapidamente e Lyric perde o equilíbrio. Meu braço a envolve e a puxo para mim enquanto agarro uma prateleira, mantendo-nos firmes. Sua bochecha repousa contra o meu peito enquanto Theron nos leva até a montanha. Quando paramos de nos mover e parece como se estivéssemos pairando, começo a me afastar.

“Hadrian, espere.” Ela diz, urgência em seu tom. “Minha verdade é... estou com medo de perder você.” Então, ela diz, “como um amigo, é claro.”

Decepção me atravessa.

Aquela palavra.

Amigo.

Aria diz que sou seu melhor amigo.

Não companheiro. Não amante. Não marido.

“Certo.” Digo, soltando-a e me afastando. “Amigo.”

Cometo o erro de olhar para ela. Linda. Ela é tão rekking linda. Tudo em mim grita para puxá-la para mim e fazê-la minha.

Mas ela é Lyric. A irmã de Aria.

Isso não está certo.

Isso não se parece errado, porém.

Minha verdade é que quero beijá-la.

“Por favor tenha cuidado.” Ela sussurra, suas palavras arranhando meu coração.

Eu poderia beijá-la. Eu poderia. Quando eu deixar esta nave, o pássaro grande poderia me comer. Eu poderia cair da montanha. Poderia ficar febril e sucumbir ao Rades. Quero ir para o Eternos sem ter este presente?

A resposta é não.

Caminhando de volta para ela, agarro sua delicada mandíbula na minha mão enorme, inclinando sua cabeça para trás para que eu possa olhar para seu rosto bonito. Seus olhos estão dilatados e seus lábios estão separados. Convidativos. Nervoso, mas acolhedor.

Nunca beijei ninguém, mas infelizmente observei os outros morts e humanas mais vezes do que gostaria de admitir. Sempre com ciúmes. Sempre desejando e querendo. Agora, tenho a minha oportunidade.

“Eu vou te beijar.” Aviso, esperando por ela indicar que não quer isso. Não sou um rekking Kevin não importa o quanto a quero neste momento.

“Você continuará pensando sobre isso ou o quê?” Um desafio brilha em seus olhos azuis.

Sorrio conforme abaixo minha boca na dela. A princípio, gentilmente toco seus lábios da maneira carinhosa que vejo os outros frequentemente fazer. Então, quando ela suspira, avidamente ataco minha língua bifurcada para saborear a sua arredondada.

“Hum.”

Ambos fazemos sons mútuos de surpresa. O beijo tem gosto doce e viciante. Atordoante. Meus dedos entrelaçam em seu cabelo macio conforme assumo este beijo. Quero prová-la em todos os lugares.

“Hadrian.” Theron grita. “Vamos fazer isso.”

Relutantemente, me afasto do nosso beijo, mas não antes de mordiscar de brincadeira seu lábio inferior.

“Se o pássaro grande me comer, pelo menos posso ir para o Eternos sabendo que beijei a mais corajosa, a mulher mais bonita do planeta.” Murmuro, meus olhos atraído para seus lábios rosados que agora estão inchados.

“Por favor volte, porque não quero dizer a todos que beijei o único monstro no planeta que foi comido por um pássaro.” Ela sorri para mim, iluminando todo o seu rosto. “Super embaraçoso.”

Eu me afasto e pisco para ela com meus chifres rogstud. “Oh, estou voltando, docinho. Você pode acreditar que faremos isso de novo.”


* * *


Conforme balanço a corda até o ponto mais alto da montanha, não posso evitar olhar ao longe. É muito alto aqui. Realmente rekking alto. Mas é bonito também. Estreito os olhos, tentando ver tão longe quanto posso. A Instalação não pode ser vista, no entanto.

Se eu a visse, sentiria saudade?

Por ela?

Espero pela familiar agitação no meu intestino, mas não vem. A perda é triste, mas não devastadora. Outra coisa está substituindo o vazio. Quente, forte, vibrante. Aquele beijo foi rekking tudo.

Um grasnar alto me assusta de meus pensamentos. À distância, um lampejo de amarelo. O Pássaro Grande. Ele voltou. Bato em minha coxa, garantindo que minha magknife está acessível. A besta levou uma surra, mas aparentemente sobreviveu ao ataque. Da próxima vez, cortarei sua cabeça para garantir.

Acima de mim, a Mayvina paira silenciosamente. Todos estão contando comigo. Por comunicação, força e liderança. É assim que Breccan sempre se sente? Como se o peso repousasse em seus ombros sozinho?

Salto nas rochas e caminho até a antena que está inclinada, com a minha mente naquele que sempre pensei como um pai. Houve um tempo em que eu era um órfão solitário, um mortling abandonado quando o Rades devastou o seu caminho não só com os meus pais, mas através de toda a nossa população. Lembro de chorar e de me sentir tão perdido. E então, um mortling mais velho, provavelmente não mais do que eu sou agora, pegou-me em seus braços e me segurou firme. Ele me prometeu o mundo. Ele me prometeu esperança e amor e segurança. Eu já não era órfão. Eu era dele.

Até Aria.

É aí que tudo ficou tão confuso.

Eu amei Breccan com todo o meu ser... e então Aria bagunçou tudo. Ao invés de ficar bravo com ela, eu a queria para mim mesmo. Tão conflitante. Mas agora que passei algum tempo longe deles, as coisas parecem diferentes. Sinto falta do meu pai. Breccan. Sinto tanta falta dele que meu peito dói. E Aria, sinto falta dela também. Mas não porque desejo tê-la como minha. Apenas sinto falta dela. Como um amigo.

Quando eu voltar a eles em algum solar, se isso alguma vez acontecer, abraçarei Breccan apertado e não tomarei mais um segundo magoado com ele. Culpa ameaça me consumir. Eu era tão egoísta. Breccan merece amor e uma família. Todos nós merecemos.

Sabendo que Lyric está acima de mim na nave, não posso deixar de me sentir revigorado. Ela faz algo para mim, desde a primeira vez que falei com ela. Há uma corda entre nós e quero puxar e puxar e puxar para ver o que acontece quando finalmente não houver mais espaço no meio. O desejo de protegê-la é forte. O desejo de segurá-la em meus braços e beijar cada parte dela é ainda mais forte.

Rapidamente me estabeleço para abrir a caixa de metal zuta no exterior para olhar para os fios debaixo da antena. Aprendi bastante com Sayer e Jareth para saber como reparar a fiação defeituosa. Assobio uma melodia que Molly me ensinou enquanto conserto a má antena. Todos os fios estão expostos e quando toco um branco para um preto, algo faz barulho em minha unidade de comunicação.

“Transmissão este é Sayer de...”

Ele corta e meu coração quase pára. Mexo novamente.

“...Tentando alcançar a Mayvina...”

Rekk!

Começo a torcer os dois fios juntos, fundindo-os como um só.

“...Este é Sayer da Instalação e estamos tentando alcançar...”

“Sayer!” Grito.

“Hadrian?”

“Sou eu!”

“Onde você está?” Ele exige.

“É complicado.”

“Complicado como?”

“Estou no topo de uma montanha...” Grasnido. Cada vez mais alto.

“Perdemos a conexão?”

“Não, é só que o Pássaro Grande está a caminho e não está feliz que tentei estripá-lo.”

“Você não está fazendo nenhum sentido, Hadrian. Ouça, me dê as suas coordenadas e nós podemos...”

“Segure esse pensamento.” Resmungo conforme me levanto, agarrando minha magknife.

O pássaro grande está irritado e vindo diretamente para mim. Afasto meu pés, preparando minha posição, e estendo minha magknife.

Grasnido!

Se eu for para os Eternos, pelo menos irei com o gosto doce de Lyric ainda na minha língua. Oh, que bela maneira de morrer.

Os dentes do pássaro grande brilham ao sol. Afiados. Enormes.

Pow-pow-pow-pow-pow!

A gigante fera amarela sacode e balança antes de cair fora do ar e bater nas rochas abaixo. Ele rola e rola e rola até cair fora da borda. Levanto minha cabeça até ver uma pequena figura mascarada com um zonnoblaster esfumaçado em seu aperto enquanto ela se pendura para fora da Mayvina.

Lyric.

Corajosa, bonita Lyric.

Pisco-lhe meus chifres rogstud e ela acena antes de desaparecer de volta para dentro da nave.

“Estou de volta.” Digo a Sayer. “O que perdi?”

“Rogshite.” Ele resmunga.

“O que?” Exijo.

“Você rekking conseguiu!”

Antes que eu possa perguntar, ouço a voz de Willow.

“Você tem a minha mãe?” Willow pergunta através das comunicações.

“Sim.” Sayer murmura. “Você parece como ela. Incrível.”

“Willow?” Pergunto. “Você pode me ouvir?”

“Alto e claro, caro alienígena.” Ela engasga. “Temos no visual... eles. Você conseguiu.”

“Eu vou pegar Aria e Molly.” Sayer diz entusiasmado.

“Say...” Rosno. “Pegue todos. Avrell também. Nós temos que conversar. Houve um incidente...”

Um momento de silêncio. “Você parece sério.” Sayer murmura.

“Say, é...” Faço uma pausa e solto um bufo. “É os Rades. Todos nós fomos expostos aqui.”

Nossa vitória é de curta duração, porque a verdade está nos olhando no rosto. Nós nunca poderemos nos ver outra vez vivos.

“Reunirei todos.”

“Sinto muito.” Sussurro.

Por ele. Por Aria e Breccan. Por todos.

Mas especialmente por ela.

Lyric.

Dei-lhe Aria, apenas para brincar e provocar. Se o Rades atacar, como fez meus pais, ela nunca conseguirá abraçar ou tocar sua irmã. É cruel e devastador.

Apenas espero que Lyric me deixará abraçá-la durante tudo isso até o fim.

Eu me recuso a deixá-la ir para os Eternos sozinha.

Ninguém deveria ter que se sentir solitário no final.

Irei me certificar de que nós teremos um ao outro.


CAPÍTULO ONZE

LYRIC


Está tudo bem.

Está tudo bem, está tudo bem, está tudo bem.

Isso é o que continuo dizendo a mim mesma enquanto me isolo na enfermaria para deixar Theron e Hadrian conversar através das comunicações com os outros em sua instalação. Não consigo ficar observando as telas no centro de comando ao lado de Willow para aguardar a resolução, então me enterro no trabalho com Zoe. Quero falar com Aria, mas não quero que nossa primeira conversa seja quando sinto que estou desmoronando. Preciso me controlar, encontrar a mulher forte que tem sido a líder na prisão.

Enquanto estou aqui, mais três pessoas ficam doentes. Duas mulheres e um dos antigos e horríveis guardas, chamado Bruce. Nós os colocamos na unidade de isolamento com os outros e dando tantos remédios como eles possam aguentar, mas nada parece curar a febre que queima de dentro para fora.

“Senhorita?” Julie, uma das mulheres que se voluntariou para ajudar, pergunta. Ela é uma coisinha linda, com grandes olhos azuis e seu cabelo loiro está em um corte bonito, acentuando seu nariz delicado e queixo pontudo. É maior de um lado e suave no outro. Uma combinação de doce e durona.

Levanto meus olhos cansados aos dela. Tudo o que quero fazer é dormir, mas não dormirei até Hadrian voltar. Até que tenhamos respostas. “Quantas vezes tenho que lhe dizer para não me chame de senhorita? É Lyric.”

Ela sorri um pouco, mas não alcança seus olhos. “Desculpe. Você pediu para fazermos uma contagem de todos, prisioneiras e guardas.”

Pressionando meus dedos em meus olhos, assinto. “Certo. Alguma novidade? Mais alguém relatou sintomas?”

“Ninguém.” Ela não tem que dizer ainda para eu ouvir. “Mas...”

Meu coração acelera. “O que é?”

“É Stella e Henry. Eles estão desaparecidos. Ninguém os viu desde que deixaram a porta aberta. Checamos em todos os lugares. Willow ordenou ao pessoal não essenciais para voltar a seus quartos para a contagem. Eles não estão no deles. Ou em qualquer outro lugar.”

Penso no pássaro grande, nos vermes, no Rades, e nos inúmeros outros perigos desconhecidos que eles poderiam enfrentar fora da segurança destas paredes. Por que fugiram? Estão bem? Eu gostaria de saber.

“Obrigada por me avisar. Assim que resolvermos as coisas aqui, mandarei uma equipe de busca. Vá fazer uma pausa, você parece extremamente cansada. Não suporto perder mais ninguém. Nós precisamos de você.”

Julie assente e vai para o elevador.

“Você deveria dormir um pouco, também.” Digo para Zoe, que treme um pouco no monitor da unidade de isolamento.

Ela balança a cabeça. “Não posso dormir. Sou a única com qualquer formação que seja para cuidar dessas pessoas. Se eu não estiver aqui, não há ninguém mais.”

“Não haverá um você a menos que durma um pouco. Vá em frente, durma em uma das camas médicas. Irei acordá-la quando tivermos notícias ou se alguém ficar doente. Prometo.”

Não reajo enquanto seus ombros caem. Eu não posso. Tenho que ser forte por ela, por todos.

“Ou se estes três piorarem. Quero realmente dizer isso, se suas temperaturas subir mais de dois graus, se eles mostrarem quaisquer sinais de erupção cutânea ou loucura, você me acorda no segundo que notar.”

Esqueço às vezes a razão por que Zoe é tão impetuosa e... bem, meio que cadela. É porque seu coração é tão grande, que ela se importa tanto, que quase a consome. Ver pessoas com quem você se importa estar doente e incapaz de fazer qualquer coisa sobre isso, bem, isso deve a deixa um pouco louca.

“Prometo.” Cutuco seu ombro com o meu. “Agora vá. Durma um pouco. Uma de nós deveria.”

Zoe faz como ordeno e é quando realmente sei quão cansada ela deve estar para obedecer sem mais discussão. Ela sobe na cama ainda com seus sapatos e puxa o lençol fino sobre seu corpo. Há alguns minutos com os sons dela se movendo para ficar confortável, e, em seguida, ela apaga como uma luz.

Ela pode ser uma dor na bunda, mas é gente boa. Acho que eu a considero minha família depois de tudo o que passamos juntas, dominando a prisão, restaurando a ordem. Sem ela e Willow, não tenho certeza se teria sobrevivido. Não posso imaginar perdê-las agora, depois de finalmente recuperar a nossa liberdade. Não posso imaginar chegar assim perto de ver Aria novamente e não ser capaz de abraçá-la, uma última vez.

Passo a mão na minha testa como se fosse apagar o pensamento. Eu ficarei bem. Todos nós sobreviveremos a isso. Nós temos que sobreviver.


* * *


Horas passam, inimaginavelmente lentas.

Cada rangido no edifício, cada sussurro sobre meu ombro, me faz saltar a atenção pensando que Hadrian voltou com notícias. Mas só há eu e os doentes, que dormem em suas camas como mortos, suas respirações cada vez mais rasas até que estou certa de que eles estão mortos, e tenho que verificar os monitores mais e mais para me certificar que não estão. Suas febres ainda pairam perigosamente altas. Apenas na linha entre preocupação e pânico total. Qualquer grau um pouco mais alto e corremos o risco de danos neurológicos. Fatalidades. Debato entre acordar Zoe e deixá-la dormir várias vezes, mas no final, as febres se mantém. Ainda terrivelmente altas, mas não subindo.

Pelo menos não ainda.

“Lyric.”

Salto ao som do meu nome da voz calma atrás de mim. Pressiono a mão para o meu coração e giro ao redor para encontrar Hadrian em pé a poucos metros de distância, uma expressão sombria no rosto.

Alto. Musculoso. Bonito para um homem monstro.

Minha verdade neste momento?

Eu quero que ele me beije de novo. Quero que ele beije e afaste todos os meus medos e dúvidas. Quero que ele beije e afaste a solidão.

Porque quero isso tanto, cruzo meus braços e endureço. “Está na hora?” Pergunto.

Hora de ver Aria novamente.

Hora de aprender mais sobre o Rades que pode destruir a todos nós.

Hora de mudar, talvez nem tudo seja bom.

Ele assente, olhos atentos, mas não diz mais nada.

Atravesso a sala para onde Zoe está dormindo e coloco uma mão em seu ombro. Ela salta na posição vertical com o meu toque. “O que é?” Ela pergunta, sem fôlego.

“Hadrian está aqui. Eu tenho que ir para a sala de comando.”

Ela esfrega os olhos, em seguida, abafa um bocejo. “Quaisquer alterações?” Balançando as pernas para o lado da cama, seu olhar vai direto para as unidades de isolamento.

“Nenhuma até agora, e ninguém mais contraiu a febre. Pelo menos não ainda.” Faço uma pausa. Quando ela olha para mim, digo, “Stella e Henry estão desaparecidos. Eles devem ter saído no tumulto.”

Zoe apenas balança a cabeça.

“Enviarei um grupo para procura-los.” Minha garganta fecha e me dou uma pequena sacudida. “Uma vez que tudo se acalmar. Deixarei você saber se tivermos mais notícias.”

Ela assente e bebe um copo frio de café instantâneo enquanto sigo Hadrian de volta para o elevador. Ele me puxa para seus braços assim que as portas se fecham atrás de nós.

Verdade: Eu nunca quis algo tanto quanto quero seu beijo.

Como se pudesse ler minha mente, seus lábios vêm aos meus. O mundo pode desabar ao nosso redor, mas pelo menos queimaremos juntos. Isso é como é beijar Hadrian, ser lentamente iluminada de dentro para fora. Uma brasa dentro do meu peito que se acende e se espalha como lava derretida por todo o meu sangue. Seus lábios deslizam ao longo dos meus, seus dentes beliscando, então sua língua suaviza. Fico tonta e febril, fraca nos joelhos, mas seu corpo me pressiona contra a parede para me manter em pé.

Verdade: Tenho medo de que encontrei minha felicidade, apenas para ser destinada a perdê-la.

Muito em breve o elevador soa no nosso nível e nos separamos. Seu olhar prende o meu conforme nos afastamos. Uma voz pigarreia na porta e giramos para encontrar Theron esperando por nós, um sorriso irônico puxando em seus lábios.

“Eles estão esperando por você.” É tudo o que ele diz.

Sem olhar para qualquer um deles, passo e caminho pesadamente para o centro de comando. Encontro Willow sentada na frente da tela do computador, os olhos ainda brilhando com lágrimas, as faixas de outras novas em suas bochechas. Ela se vira para mim e sorri, mas não há dor persistente em seus olhos.

Eu me forço a trancar tudo o que estou sentindo. Para pensar somente em ver Aria. Os Rades, meu desejo crescente por Hadrian, tudo isso pode esperar. Este é o momento pelo qual estive lutando, vê-la novamente.

Dou um passo para a frente, sentindo como se fosse desabar a qualquer momento, mas tenho que me controlar. A tela onde vi Hadrian pela primeira vez quando ele nos ordenou nos submeter ao rapto mostra o interior de uma sala velha não muito diferente desta. Seu eletrônicos amarelados apitam e zumbem e em pé na frente de um banco de computadores há um monstro que se parece muito com Hadrian, não tanto na aparência, mas no jeito confiantes que eles carregam, olho de novo.

E ao seu lado... ao seu lado está a minha irmã.

Minha mão voa para minha boca e a imagem de Aria na minha frente faz o mesmo. Nós duas rimos e é como se os anos e distância entre nós desaparecessem em segundos. Lanço-me na cadeira e me aproximo o máximo possível, querendo beber da visão dela, memorizar seu rosto até que tenho certeza que nunca irei esquecê-lo novamente.

“Limerick.” Ela suspira. “É realmente você?”

Assinto e sinto a presença de Hadrian atrás de mim, suas mãos sobre meus ombros. “Sou eu. Embora todo mundo me chama de Lyric agora. Oh meu Deus, nunca pensei que a veria de novo.”

Lágrimas caem por suas bochechas e seu companheiro a puxa perto contra o seu lado. “Você cresceu.” Ela diz com uma voz aguada. “Você não é mais uma adolescente.”

“A viagem espacial é uma cadela.”

“Eu não entendo... Molly disse algo sobre o espaço-tempo contínuo...”

Bufo. “Não, menos complicado do que isso. De acordo com nossa amiga Stella, que foi acordada cedo na nave alguns anos antes do desembarque, a nave esteve recolhendo prisioneiras enquanto construíam a prisão. Por causa das condições adversas na Terra, levou mais tempo do que eles pensavam. Décadas.”

Aria arfa. “Décadas?”

“Décadas.” Confirmo. “Todos nós entramos em momentos diferentes e apenas fomos mantidas em hibernação.”

“Quer dizer que você e Aria poderiam ter estado a bordo da nave, ao mesmo tempo?” Hadrian pergunta, surpreso. “Willow e Molly também?” Ele solta um som de dor. “Mas, então, tomamos Aria e Molly, separando vocês...”

“Você as raptou?” Grito. “Pensei que elas eram suas companheiras dispostas.”

“Somos companheiras dispostas.” Aria dispensa como se rapto não fosse grande coisa. “Nós nos beneficiamos mais com isso também. Sou grata por nossos doces morts.”

“Hum.” Resmungo.

Hadrian aperta meu ombro e parece como um pedido de desculpas. Meu coração palpita um pouco. Acho que aceito as desculpas.

“Nós temos tanta coisa para pôr em dia.” Aria tagarela. “Eu quero saber tudo.”

Seu companheiro, Breccan, aperta seu braço. “No devido tempo. Sei que ambas estão muito animadas, mas primeiro temos de conter o Rades para que possamos transportá-la de volta para a Instalação logo que possível.” Breccan acena para outro dos morts no fundo. “Este é Avrell, o médico de nossa instalação. Ele ajudou a tratar a todos durante o último surto. Avrell?”

Sua expressão é sombria conforme ajusta sua câmera e entra a vista. “Com base na documentação de sua enfermeira...” Graças a Deus Zoe está na enfermaria ou ela enlouqueceria por ter sido chamada de uma enfermeira. “Tenho que concordar com Theron e Hadrian. Seu povo está em perigo. Não mentirei para você. O Rades...” Ele para como se perdesse a linha de pensamento. “Nós faremos tudo ao nosso alcance para garantir a segurança do seu povo.”

“Como você planeja fazer isso?” Pergunto. Aperto a cadeira para me endireitar. A confirmação é chocante. Tudo o que quero fazer é fugir, ir para algum lugar escuro e quieto onde posso ficar sozinha com meus sentimentos. É demais.

Em um momento, consegui tudo o que sempre quis. Minha irmã. Hadrian.

E posso perdê-los tão rapidamente.

Pressiono a mão na pancada na minha cabeça. Dói olhar para a tela. Minha mão sai coberta de suor.

“Avrell irá se juntar a vocês.” Breccan diz. “Ele encontrará Theron a uma distância segura da Instalação para garantir a nossa segurança então Theron pode transportá-lo de volta para a prisão onde ele pode ajudar a tratar os infectados pelo Rades.”

O mort na tela não parece satisfeito com a notícia, mas não protesta. Hadrian tenciona atrás de mim, embora fica em silêncio. Sinto que ele não gosta dessa ideia, mas não fala contra o seu líder.

Aria enxuga as lágrimas do rosto. “Não se preocupe. Ele é o melhor. Ele cuidará bem de todos e acabará antes de você perceber. Então teremos que planejar uma grande festa para comemorar.”

O olhar esperançoso em seus olhos só faz o crescente medo no meu estômago se multiplicar. Porque se eles estão falando sério sobre quão mortal este vírus pode ser, então há uma chance de que eu nunca possa realmente ver Aria pessoalmente novamente.

“Eu gostaria disso.” Minha voz é rouca. “Podemos ligar novamente amanhã? Quero verificar Zoe na enfermaria.”

Breccan acena delicadamente. “Claro. Por que não agendamos uma chamada permanente para meio solar todos os dias para uma atualização de status?”

Hadrian deve assentir, porque Aria diz, “Nós passaremos por isso.”

Apenas posso assentir, porque parece que há um peso pressionando no meu peito. Eu me levanto, mas minhas pernas estão fracas. Terrivelmente fracas. Provavelmente por falta de dormir.

“Sinto sua falta, irmã.” Digo, antes das minhas pernas ceder e eu cair no chão.

Hadrian está ao meu lado meio segundo depois, suas mãos na minha testa. Posso sentir todos se reunindo ao meu redor, mas meus braços e pernas se sentem desajeitados, imóveis.

“O que há de errado com ela?” Ouço Aria gritar sobre as comunicações.

Hadrian se afasta e quero confortá-lo quando ele diz, “Ela está queimando.”

Então escuridão me engole.


CAPÍTULO DOZE

HADRIAN


Não. Não, não, não.

NÃO!

Meu coração dispara dentro do meu peito enquanto fúria e preocupação guerreiam dentro de mim. Ela não pode estar doente. Não a corajosa Lyric forte. Eu não aceitarei isso. A fúria derrota meus medos brutalmente.

Eu não acabei de encontrá-la para que ela seja levada.

Isso é algo que não aceitarei.

Ela é minha e não a deixarei ir. O Rades terá que levar nós dois chutando e gritando para os Eternos, mas pelo menos iremos juntos.

Quando atravesso as portas da enfermaria com uma Lyric inconsciente em meus braços, os olhos de Zoe arregalam brevemente com medo. Então, sua fúria sincroniza com a minha conforme ela explode em ação. Eu a deito sobre a mesa e fico para ajudar Zoe, que começa a latir ordens para mim. Sem argumento, trago seus suprimentos, ajudo a ligar Lyric a algumas das máquinas, e em seguida, me estabeleço ao lado de Lyric para segurar sua mão. Zoe me dá um olhar fulminante, mas não diz uma palavra. Isso é uma coisa boa, porque realmente não sinto vontade de gritar com a mulher que está tratando a minha.

“A febre está alta.” Zoe sibila. “Porra.”

Fecho meus olhos e tento lembrar de qualquer coisa útil do passado. Eu era tão pequeno, porém, não consigo lembrar o que meus pais passaram. Entretanto, lembro de ler algo sobre isso nos livros que Sayer mantém. Breccan retratou seu próprio conto daqueles longos solar enquanto cuidava de Draven. No começo foi Avrell, tratando sua febre, e depois as feridas. Quando ele começou a arranhar, teve de ser contido. Então, ele ficou louco em uma cela de reforma. Breccan nunca deixou seu lado. Eu era tão jovem e Breccan era minha única figura parental no momento, e notou-se que eu chorei continuamente o querendo, mas foi negado porque Draven precisava dele mais.

Eu o mantive frio. Ofereci-lhe garantias contínuas. Protegi-o de si mesmo.

Relutantemente, libero a mão de Lyric para me apressar até a pia. Molho um pano e, em seguida, torça-o antes de dobra-lo perfeitamente. Zoe me olha com os olhos apertados, mas a ignoro conforme me sento ao lado de Lyric novamente.

“Tudo ficará bem.” Prometo a Lyric conforme coloco o pano sobre sua testa queimando. “Acabei de te encontrar. Você acha que deixarei você me deixar agora?”

Zoe faz uma carranca. “Shh. Preciso me concentrar.”

“E ela precisa de mim.” Desafio.

Seu lábio se enrola. “Não sei o que aconteceu em cima daquela montanha que faz você pensar...”

“O bastante.” Grito. “Aconteceu o bastante.” Dor rasga meu peito, ameaçando me rasgar em dois. “Aconteceu tudo.”

As características de Zoe endurecem impossivelmente mais. “Se ela olhar para você errado, você está fora daqui. Entendeu, mano?”

“Da mesma forma, irmã.”

Ela faz uma carranca. “Não... eu não estava me referindo a você como...” Ela suspira pesadamente. “Tanto faz. Basta ficar fora do meu caminho.”

E eu fico.

Por horas e horas.

Eu não como. Não durmo. Não ajudo os outros.

Willow e alguma garota chamada Julie, com a ajuda de Theron, assumiram por Lyric e cuidam dos outros na prisão. De vez em quando, a enfermaria recebia outra. Dos três que estavam antes de Lyric, dois estão ficando vermelhos. Vi o macho arranhar seu antebraço, mesmo em seu sono.

“Precisaremos contê-los.” Declaro com voz rouca, retirando meu olhar do rosto bonito de Lyric que brilha com o suor.

Zoe boceja e empurra sua cabeça à minha linha de visão. “Por quê? Eles estão dormindo.”

“Aquele. Ele está ficando com as feridas.” Eu a informo.

“Bruce? Sim, aquele filho da puta merece as feridas. Se não fosse por Lyric me segurando, teria dado aquele idiota algumas feridas minhas muito tempo atrás.” Zoe praticamente rosna.

“Este Bruce te machucou?”

“É melhor perguntar, quem ele não machucou?”

Meus sub-ossos começar a estalar, um por um, conforme subo à minha altura total, expondo minhas presas duplas com a ameaça. Posso sentir minhas garras praticamente estendendo com a necessidade de rasgar rekking o rosto dele.

“Ele machucou Lyric?” Rosno, meu peito retumbando com fúria.

Zoe me bate no estômago e recuo em surpresa. “Claro que ele a machucou. Ele a chicoteou muito, porque, caso você não notou, ela fala demais.”

Oh, eu notei.

Isso traz um sorriso ao meu rosto porque posso imaginar o fogo em seus olhos. Ela não é o tipo de aguentar abuso sem luta. Minha corajosa fêmea ardente.

“Quando ele tentou estuprar ela uma vez, enlouqueci.” Seus olhos ficam tempestuosos e meus sub-ossos começam a estalar novamente. “Bati-lhe na cabeça com uma cadeira. Quebrei uma de suas pernas. Eu iria...” Seus lábios se levantam em um sorriso selvagem que me dá calafrios, fazendo-me imaginar se a febre está me atingindo também.

“Iria o quê?”

Ela faz um círculo com o dedo e o polegar enquanto finge tocar seu punho através do pequeno furo. “Olho por olho, filho da puta.”

Ouvi Molly usar esta frase antes, menos a última parte. Acho que ela usou ‘idiota’ ou ‘babaca’ embora. Independentemente, isso significa o mesmo. Não apenas distribuindo uma punição que se encaixa com seu crime, mas que corresponde ao que foi infligido à vítima.

“Você fez?” Pergunto ansiosamente.

Ela sorri. “Não. A velha garota aqui me disse para recuar e, em seguida, os guardas estavam lá antes que soubéssemos, quebrando as coisas. Eu disse a ele, no entanto. Que eu iria encontra-lo quando ele menos esperasse. Faria com ele o que ele fez com outras mulheres.” Ela ri cruelmente. “Mas muito, muito pior.”

“Eu poderia te encontrar um objeto pontiagudo e ajudar.” Ofereço seriamente.

Zoe gargalha. “Oh meu Deus. Eu gosto de você, cara. Não deveria, mas gosto.”

Parece que há coisas piores do que Zoe gostar de mim.

“Também gosto de você, caçadora de Kevin.”

Nossa brincadeira é interrompida quando o dito Kevin salta na posição vertical em sua cama, com os olhos brancos leitosos e seus dentes à mostra. Ele não nos ataca, mas em vez disso começa a cortar seus braços com suas unhas. Os humanos podem não ter garras, e geralmente não são capazes de infligir danos com as unhas, mas este sim. Sangue floresce em linhas conforme ele destrói sua própria carne.

“Rápido.” Grito para ela conforme me aproximo dele. “Encontre-me corda ou algo para contê-lo.” Eu me lanço sobre ele, prendendo seus braços para que ele não rasgue sua pele fora. Ele uiva em agonia. Desfruto um pouco de sua dor, mas é de curta duração, sabendo que este é o futuro de Lyric.

Zoe sai pelo que se parece como um tempo excepcionalmente longo. Ela retorna com o barulho do que soa como metal zuta. Os dispositivos me lembram os que Oz fez para Jareth uma vez, embora não sei por que Jareth precisava deles. Eles eram inquebráveis e feitos para contenção. Ela joga dois para mim.

“Algeme cada pulso na cama.” Ela instrui. “Eu pegarei os tornozelos.”

Depois de um par esgotante de minutos, conseguimos restringi-lo. Ele xinga e luta sem sucesso. Então, através de sua visão nublada, ele implora.

“Por favor.” Ele soluça. “Coça. Só preciso coçar. Coce para mim.”

“Eu cuidarei dele.” Digo a ela. “Vá ver se Avrell sabe de algo para ajudar com a coceira.”

Seu lábio se enrola. “Eu não quero ajudá-lo.”

Olhando para além dela, aponto para uma das mulheres na cama que distraidamente arranha sua barriga em seu sono. “Traga mais das amarras de metal zuta também.”

Ela solta um suspiro de resignação. “Foda-se o maldito Rades.”

Compreendo este veneno em seu tom de voz alto e claro.

“Sim, foda-se eles.” Concordo, sabendo, neste caso, ela não quer dizer, literalmente, acasalar com uma doença.

Zoe sorri brevemente. “Lyric ficará puta quando souber que ensinei seu adorável namorado alienígena a xingar. Estamos nisso para a vida agora, cara. Você tem que me apoiar.”

“Eu te apoio, fêmea.”

“Chame-me de fêmea de novo e quebrarei seu pescoço.”

“Afirmativo, irmã.”

“Não muito melhor, mas permitirei isso.” Então, ela para na porta. “Mana. Combina melhor com a coisa toda de mano. Irmã faz você parecer um Amish.”

Seja lá o que isso significa.


* * *


Uma pausa.

Eu não preciso de uma pausa.

Praticamente bato na cabeça de Zoe quando ela sugere isso. Felizmente, ela quase bateu na minha de volta. Disse-me ‘vá lidar com a administração superior para que você possa voltar a nossa menina.’ Não sei o que ‘administração superior’ é, mas entendi a essência. Ela quer dizer Breccan e o resto.

Entrando no centro de comando, bufo conforme caio na cadeira. Estou sozinho, e sou grato. Ao invés de ver Breccan na tela, Aria está esperando por mim, as sobrancelhas franzidas.

“Você se parece com o inferno, Hadrian.” Ela diz suavemente, sua voz falhando. “Como você está, garoto?”

Eu costumava me eriçar a qualquer momento que ela me chamava de garoto, sua referência humana de um mortling, mas agora não consigo ficar chateado.

“Exausto.” Admito. “Bravo.”

Suas sobrancelhas sobem. “É... minha irmã está...”

“Inconsciente.” Digo a ela sem rodeios. “Embora quando passar a fase da febre, eles acordam novamente.” Fecho meus olhos. “Eles estão lúcidos o suficiente para falar também, mas estão distraídos. Notavelmente concentrados.”

Ela engole enquanto as lágrimas enchem seus olhos. “Em que?”

“Rasgar sua pele fora.”

“Jesus, Hadrian.” Ela resmunga. “Jeito de suavizar o golpe.”

Sarcasmo. Zoe é fluente. Pelo menos é o que ela me diz.

Dou de ombros. “Não temos tempo nem energia para brincadeiras.” Agora essa é uma citação direta de Zoe. Aria também entende. Seus lábios pressionam em uma linha firme.

“Você mudou.” Ela murmura.

Franzo a testa. Claro que mudei. Foi-me dada a mulher mais bonita em todo o sistema solar apenas para banhá-la ela com alguns beijos curtos antes do Rades a levar. Não estou apenas mudado, estou cuspindo como uma das montanhas vermelhas irritadas perto do Lago Acido. Derretido, quente, incontrolável.

“Me desculpe.” Ela sussurra.

Levantando os olhos, encontro os dela na tela. “Pelo quê?”

“Por nunca escolher você. Sempre foi ele para mim.”

Meu sangue esfria. Não porque ela está me quebrando com as suas palavras, mas porque elas não parecem certas mais. Ao mesmo tempo, sim. Quando voei aqui com Theron, estava obcecado com a ideia de ela e eu juntos, mas dilacerado pelo que isso faria a Breccan. Eu estava em constante agitação. Agora, tenho sentido e propósito. Sei exatamente o que quero e não farei nada para impedi-lo.

“Você sempre foi dele.” Concordo. “Eu nunca realmente quis tirá-la dele.”

Seu sorriso é doce. Evoca memórias amigáveis de nós rindo e compartilhando histórias. Amigos. Melhores amigos. “Não que ele teria te deixado.” Ela diz com uma risada.

“Suas garras podem ser coisas inúteis.” Provoco. “Mas você lutaria se alguém alguma vez tentasse tirá-la de seu companheiro. Até mesmo com seu melhor amigo.” Essa chama ardente corre na família, porque seus olhos piscam com intensidade para seu companheiro.

“Eu iria.” Ela concorda. Em seguida, solta um suspiro pesado. “Esta ‘conversa’ era um bom tempo, hein?”

“Parece sem importância agora, considerando todas as coisas.”

“Você é importante, Hadrian.” Ela diz em um tom firme. “O céu poderia estar caindo e os seus sentimentos ainda importariam para mim.”

Calor floresce dentro de mim. Não ardor. Este calor é o mesmo que floresce quando Breccan me dá um tapa de brincadeira ou me dá uma de suas palestras paternais. Como Molly sempre diz, “Eles dizem que você não pode escolher sua família, mas eles nunca foram a Mortuus.” Aria é a minha família. Eu vejo isso agora. E sua família é a minha...

“Eu beijei Lyric.” Solto.

Seus olhos se arregalam e ela fica boquiaberta para mim. Por um momento, imagino se ela atravessará a tela e tentará arrancar meus olhos. Não que eu não me importaria de um de seus abraços que eu, sem dúvida, roubaria se ela estivesse aqui.

“Lyric. Minha Lyric?”

Ela é minha agora. Mordo minha língua bifurcada. Cedo demais.

Aria não perde nada, embora, porque ela ri. Espere? Ri? “Meu garotinho está crescendo.”

“Sokko cresceu?”

“Não, idiota, você.”

“Eu não sou pequeno.” Argumento.

“Figura de expressão.”

Levanto uma sobrancelha, esperando por ela continuar.

“Oh meu Deus, você parece como Breccan quando faz isso. Desista ou baterei em você na próxima vez que vê-lo.”

Não se eu vê-lo, mas a próxima vez que eu vê-lo.

“Admita que eu sou grande.” Desafio.

“Eu não admitirei isso.” Ela diz, balançando a cabeça. “Ouça...”

Eu me animo porque sempre que Aria me diz para ouvir, ela sempre tem algo profundo a dizer. “Estou ouvindo.”

“Se apenas Breccan se comportasse assim bem.” Ela diz com uma risada e ouço um grunhido retumbante nas proximidades.

Espere.

Ele esteve escutando tudo isso?

Eu deveria me sentir envergonhado, mas me sinto aliviado. Ele sabe que eu tinha sentimentos por sua companheira e não está tentando me mandar para os Eternos.

“Lyric é uma menina maravilhosa. Ela é feita de material resistente. Nada, nem mesmo os Rades, irá derrubar minha irmã. Toda a sua vida, ela está lutando para chegar até aqui. Para mim. Há mais luta nela do que em todos neste planeta juntos. Se alguém pode lutar por isso, é ela.” Aria sorri amplamente para mim. “Quando ela estiver melhor, você cuida dela. Ela merece alguém gentil, valente, altruísta, bonito e...”

“Isso é o suficiente, alienígena.” Breccan rosna, fazendo-a rir.

Ele vem para a tela, Sokko pressionado contra seu peito. Seus quadris giram enquanto ele acalma seu mortling. Meu peito dói com desejo. Mas, pela primeira vez, ao invés de querer ser ele, quero ter algo semelhante ao dele. Algo meu próprio.

“Eu não desapontarei vocês.” Prometo a ambos. “Eu sou feito de material resistente também.”


CAPÍTULO TREZE

LYRIC


Minha pele queima como se estivesse me afogando em lava, mas algo mantém meus braços presos e a incapacidade de arranhar a coceira é quase tão terrível quanto a própria coceira.

Tudo começou como uma sensação vaga que me puxou das profundezas do inconsciente. Algo que eu poderia ignorar um pouco e escorregar de volta para os sonhos febris. Não me lembro com o que sonhei, mas não acho que eram agradáveis. Pelo menos eram um alívio do calor e a dor e a constante sensação rastejando sob minha pele.

“Calma, fogosa.” Ouço acima dos gritos na minha cabeça. A voz é familiar, mas estou tão consumida pela febre, não posso identificá-la com um nome. Tudo o que sei é que me conforta, acalma a febre. Se apenas fosse tempo suficiente para eu escorregar de volta para um sonho.

“Aria, vamos lá, é hora da sua audição!”

Nós duas olhamos na entrada. Nossa mãe está do outro lado, não visível, mas ela não precisa estar para a sua presença ser sentida. Não entendo muito bem por que, mas ela está sempre triste. Tento animá-la com danças e peças de teatro, mas nunca parece funcionar. Não acho que sou tão boa em atuar como Aria.

“Por que não posso ir com você?” Sussurro para Aria. Se Mamãe me ouvir perguntar, não ficará satisfeita. Ela pode até gritar e bater.

Aria me alcança e me envolve em um abraço. Eu me aninho em seu abraço, grata que tenho uma irmã mais velha como ela. Muitas crianças não têm irmãos na Terra II.

“Você sabe porquê. Além disso, você se divertirá mais aqui assistindo à televisão e comendo lanches sem mamãe respirando no seu pescoço.” Ela revira os olhos. “Tenho que ir para audições com Kevin.”

Nós duas fazemos uma careta. Nenhuma de nós é fã do agente que Mamãe contratou para as audições de Aria. Ele me lembra de monstros viscosos que vejo algumas vezes na televisão.

“Prometa você voltará em breve?”

Não quero chorar, mas não gosto de ficar sozinha. Nosso pai trabalha o tempo todo e Mamãe, sempre leva Aria para audições. Ela não gosta que eu vá, porque ela diz que eu distraio Aria quando ela está trabalhando, mas eu só quero brincar com a minha irmã.

“Claro que sim, Lyric.”

Meu nome não é realmente Lyric, mas Aria me chama assim desde que me lembro. Mamãe não gosta disso e talvez seja por isso que Aria faz.

“O nome dela é Limerick.” Mamãe diz na sugestão, entrando na sala e enchendo as coisas na grande mala que ela carrega ao redor já que Aria tem uma audição.

Aria e eu reviramos nossos olhos. Mamãe faz um gesto de impaciência.

“Voltaremos em breve.” Aria promete.

Não em breve o suficiente.

Elas saem e estou sozinha no nosso pequeno apartamento. Passo mais tempo sozinha do que qualquer outra coisa.

Espero que Aria volte em breve.

“Não chore, docinho. Estou aqui por você.”

A voz me puxa da memória, mas é como se meu corpo estivesse pesado demais para se mover, muito fraco. Tudo o que consigo fazer é gemer, o que machuca a minha garganta dolorida.

Uma mão passa em meu rosto, fria contra a minha pele febril. “Eu gostaria de saber o que a incomoda. Eu levaria isso para longe, faria você esquecer. Beijaria tudo até que eu fosse a única coisa que você poderia pensar. Me dê uma chance para mostrar a você. Garantirei que você não se arrependa.”

Hadrian. O nome, o rosto, a voz, eles vêm a mim em um piscar de um pensamento.

Não sei o que está acontecendo comigo. Não sei onde ou quando estou.

A única coisa que sei é que Hadrian está próximo.

Ele me manterá segura.

Tento dizer o nome dele, lhe dizer obrigada por ficar ao meu lado, mas tudo o que posso faz é gemer. Minha garganta queima, que me lembra quão sedenta estou. E então me lembro da feroz, implacável coceira e o ciclo começa tudo de novo. Não sei quanto tempo dura, mas se parece como se uma vida que passa comigo tecendo dentro e fora da consciência.

Há apenas uma constante no mar de dor e desespero: Hadrian.

Hadrian nunca deixa meu lado. Tenho presença de espírito suficiente para saber disso. Sua voz está sempre lá. Ele me diz sobre a Instalação, histórias do que ele pode se lembrar de seus pais, os morts. Quando sinto como fosse queimar de febre, ele está ao meu lado com um pano fresco e uma palavra suave.

Ele é a voz na escuridão. Minha âncora para o mundo.

Eu vou a um lugar que não reconheço. Talvez estou sonhando.

Não tenho certeza se é real ou o Rades pregando peças em mim.

Conforme o tempo passa, o sol nascente vindo de uma pequena janela que noto na parede ilumina meu redor. Estou em uma cela. Meu coração começa um baque lento no meu peito porque reconheço a cela. Quero me jogar contra as barras que vejo agora na parede distante, mas não consigo me mover.

Como cheguei aqui? Hadrian me colocou aqui? Ter o Rades ficou tão ruim que eu tive que ser removida da enfermaria?

Passos me fazem lutar na pequena cama na qual estava dormindo. Lanço-me contra as barras, o metal frio em minhas mãos. Meus olhos são selvagens, minha respiração irregular.

A forma de uma pessoa aparece no final do corredor. Talvez eles saibam algo. Abro a boca para perguntar sobre Hadrian, mas as palavras que quero dizer não saem. Em vez disso, ouço minha voz dizer, “Ei! Por favor me ajude. Estou procurando a minha irmã, Aria. Ela deveria ser enviada para cá. Por favor.”

A pessoa se aproxima e reconheço seu rosto. É Bruce. Um guarda. Confusão guerreia dentro de mim. Isso não pode estar certo. Nós trancamos os guardas há muito tempo.

“Mantenha sua boca fechada ou irei trancá-la na solitária. É melhor aprender agora, mocinha. Você é melhor vista e não ouvida. Você me entende?” Ele enfia o que parece ser um tubo de metal através das grades, colocando-o em minha barriga e roubando meu fôlego. Caio no chão e o ouço abrir a porta e discutir com alguém sob sua respiração. Há o som de movimento farfalhante e, em seguida, ele se afasta, ouvindo.

Então percebo o que está acontecendo. Este é um sonho, um pesadelo. Uma memória.

O primeiro dia que acordei na prisão, antes de a tomarmos dos guardas.

Alguém se move, aproximando-se para mim e me encolho, ainda tentando recuperar o fôlego e com medo de receber outro golpe.

“Está tudo bem.” Vem uma suave voz feminina hesitante. “Eu não irei te machucar. Meu nome é Willow. Eu sou uma prisioneira, também.”

Consigo piscar as lágrimas de dor e o rosto de uma bela jovem com cabelo vermelho enche a minha visão.

“Ouvi dizer que você estava procurando sua irmã.”

“Sim, estou. Estamos em Exilium?”

“Sim. Sou sua colega de quarto, aparentemente. Mas podemos ser amigas. Estou procurando alguém, também.” Ela olha para cima em um som pelo corredor. “Olha, os guardas podem ser super merda, mas se cuidarmos uma da oura, acho que ficaremos bem. O que me diz?”

Acordo, o medo do sonho da febre vem comigo. Quando tento sentar, há uma cinta em meu peito, o que só aumenta o meu pânico. Eu me contorço, tentando me libertar, mas não adianta. Estou tão fraca que canso depois de alguns minutos.

O sonho foi tão real, por um momento sinto que estou de volta na cela, trancada, presa, em um lugar estranho com guardas sádicos em cada esquina. Sozinha.

Exceto quando olho para cima, percebo que não estou sozinha.

Estou em uma unidade de isolamento e Hadrian está dormindo ao lado da minha cama.

Hadrian.

A memória de sua voz, seu toque, volta para mim. Ele esteve comigo o tempo todo?

Seu cabelo preto espetado gruda confusamente em todo o lugar e olheiras são evidentes sob seus olhos fechados. Ele ainda está usando as mesmas roupas que a última vez que me lembro de estar acordada. Quanto tempo tem sido?

Com cuidado para não o perturbar, olho em volta para uma tela e encontro uma no lado direito da minha cama. Ela emite um sinal sonoro e toca, monitorando somente Deus sabe o quê, e descubro que tem sido quase uma semana desde que fiquei doente. Uma semana. Horror enche meu peito. O que aconteceu em uma semana? Quem mais está doente? Alguém morreu?

O sinal sonoro no monitor cresce mais rápido e Hadrian começa a se mexer. Quando ele abre os olhos e me encontra acordada, ele se levanta.

“Lyric?”

Eu deveria estar preocupada com todos os outros. É meu dever autonomeado protegê-los. Em vez disso, tudo o que posso pensar é em Hadrian.

“Água.” Sussurro.

Ele hesita, então pega um copo. Silenciosamente, me observa beber. Estou com muita sede para ser autoconsciente. Quando dreno o primeiro, ele me traz um segundo. No terceiro, minha garganta se sente seminormal, ou pelo menos tão normal quanto possível sob as circunstâncias.

“Como estão todos?” Pergunto, embora tenho medo de saber a resposta. “O que está acontecendo?”

Hadrian se senta ao meu lado, com os olhos exaustos, mas intensos. “Vários de seus guardas sucumbiram à doença. Uma das mulheres também.”

Fecho meus olhos, imaginando quem poderia ser, em seguida, forço-me a olhar para ele, gesticulando com um aceno de cabeça para ele continuar.

“Muitas, muitas das mulheres estão doentes. Algumas severamente. Elas estão isoladas em unidades móveis até que já não sejam contagiosas. Esta variedade, de acordo com conversas de Zoe com Avrell, parece enfurecer-se por cerca de sete solar. Uma semana.” Ele corrige o meu olhar confuso. “Você passou pelo pior de tudo agora e deve se recuperar rapidamente. Não dura muito tempo uma vez que a febre vai embora, mas você pode ficar fraca por alguns dias.”

Meus olhos vão as minhas restrições. “Posso ser liberada dessas coisas?” Pergunto. “Você não está doente, está?”

Ele assente, em seguida, desata as correias em minhas panturrilhas, coxas, cintura e peito. “Nós tivemos que conter você, ou você teria arranhado as feridas. Elas estão curando agora e não devem deixar cicatrizes graças às ervas que Zoe e Theron coletaram. Avrell diz que se nós não mostramos sintomas até agora, não o pegaremos, embora sempre nos preocupamos que era algo que poderia acontecer. Todas essas revoluções, pensei que nos adequamos a manter o Rades fora quando íamos ao ar livre, mas ao que parece, ele não estava preocupado com o Rades. Ele estava preocupado com os níveis R que ainda apresentam riscos mortais e mutações. Mas, tanto quanto o Rades, nós morts devemos estar bem. Ele e Calix acham que desde que fomos expostos à doença antes, desenvolvemos algum tipo de anticorpo contra ele. Embora ele não está certo exatamente como até que façamos mais testes. Ele acha que esta informação será útil desenvolvendo uma vacina para prevenção no futuro.”

Eu me levanto e imediatamente caio. Hadrian me pega em seus braços e uma sacudida que não tem nada a ver com a doença que atravessa meu corpo.

“Pensei que te perderia.” Ele diz em voz baixa. Os braços em volta de mim são gentis, como se temesse que me segurar muito apertado pode me quebrar.

“Você não irá se livrar de mim tão facilmente.” Mas ele não sorri. Se qualquer coisa, a tristeza em seus olhos se aprofunda. “Ei, não fique triste. Eu me sinto muito melhor agora. Você mesmo disse. Eu ficarei bem.”

Nunca vi ninguém olhar para mim da maneira que ele olha.

Como se eu sou a resposta que ele esteve procurando toda a sua vida.

“Eu nunca mais quero passar por isso.” Ele diz. Não posso evitar levantar a mão para tocar seu cabelo, lembrando como ele falou comigo através da loucura. Meu Hadrian. Forte. Doce. Feroz.

“Você não irá. Prometo. Ficará tudo bem.”

Ele me abraça, seus braços ao redor da minha cintura, a cabeça apoiada no meu ombro. Pressiono meu rosto em seu cabelo, sem palavras oferecendo conforto.

Este universo é tão vasto e é tão fácil se sentir sozinho.

O abraço de Hadrian se aperta ao meu redor como se estivesse me lembrando que com ele por perto, nunca estarei sozinha de novo.


CAPÍTULO QUATORZE

HADRIAN


Eles estão brigando.

De novo.

Conheço Avrell desde que era um mortling e nunca o vi tão... desequilibrado. Zoe traz isso à tona na pessoa mais forte. Isso, eu sei em primeira mão.

Agarro o ombro dela, dando-lhe um aperto de suporte, conforme me junto a reunião sem ser convidado. Avrell está reclamando sobre quão irresponsável ela é.

“Chega.” Digo, quando ele diz que ela provavelmente morrerá, e ela pode agradecer a si mesma por isso.

Zoe pode se fazer de durona, mas seus ombros tencionam com as palavras dele, a única forma que diz que ela está afetada.

Avrell rosna e seus sub-ossos começar a estalar, um som que nunca ouvi dele. Ele pode estar com tanta raiva como quiser, mas o que está feito está feito.

“Agora que você tem isso fora do seu sistema, vamos focar.” Digo a ele em um tom autoritário que Breccan teria orgulho.

Do canto da sala, Lyric me pisca um sorriso. Já se passaram dois dias desde que ela acordou, e estive cuidando dela de volta à saúde. Sua força retorna com cada momento que passa.

“Eu sou imune.” Zoe diz. “Depois de isolar os genes afetados que atacaram Bruce, eu injetei em mim mesma. Isso foi no terceiro dia. Não houve mudanças em minha saúde ou amostras de sangue. Bem, além do fato do Rades, embora forçado em meu sistema, foi eliminado. Agora, em vez de reclamar comigo pelo que já foi feito, me diga como podemos usar isso, Doutor. Sei que há um cérebro nessa sua cabeça quente.”

Ele bufa antipaticamente.

“Se isso está além de seu alcance...” Afirmo. “Talvez um dos outros pode intervir e assumir. Sayer? Ele é ótimo em descobrir coisas e...”

“Absolutamente rekking não.” Avrell rosna. “Ele não nada sobre medicina. Calix e eu estudamos os dados que você enviou, mas não podemos entender ainda.”

“Então, continue trabalhando nisso.” Rosno. “Zoe, execute os testes nas pessoas aqui. Você sabe o que está fazendo.” Dou-lhe outro aperto em seu ombro, e ela senta-se reta.

“Esta é uma ideia terrível.” Avrell ruge. “E se alguém ainda não foi infectado e você voluntariamente os submeter à doença? Você os está forçando aos Eternos em alguma esperança que funcionará! Morts podem estar a salvo, mas as humanas e as crianças não!”

“Não podemos deixá-los morrer sem tentar.” Zoe retruca. “Se você não quer ajudar, tudo bem, mas nós não nos sentaremos aqui neste lugar esperando para existir as condições adequadas antes de agir. Talvez se vocês monstros tivessem tentado algo muito tempo atrás...”

“Chega.” Rosno, desta vez as minhas palavras são para ela. Eu não a terei culpando Avrell pelo passado. Ele sempre teve o melhor interesse dos morts no coração.

Ela solta um suspiro pesado. “Desculpe, mano.”

“Vá tomar um fôlego, mana.” Digo em tom de brincadeira. “Lyric e eu podemos continuar a reunião.”

Zoe se levanta e me dá um soco brincalhão na barriga. Ela não abraça como Willow, mas é a sua própria maneira de se conectar. Eu aceito pelo que é.

Uma vez que ela se foi, me sento na cadeira e noto que Avrell relaxou.

“Isso precisa ser controlado.” Avrell diz, esfregando na parte de trás do pescoço. “Coloque algum senso nela. Uma pessoa de cada vez. Não a deixe injetar o sangue dela em todos.” Ele estremece. “Terei Calix criando um programa que pode executar variáveis. Apenas... por favor fale com ela até que...”

Eu me animo e levanto as sobrancelhas. “Até o que?”

“Até eu chegar aí.”

Sou atingido com uma mistura de emoção para ver meu amigo e medo que ele poderia ficar doente. “Avrell, pensei sobre isso, e acho que você precisa ficar longe, porque não é seguro. Há feras aqui sobre as quais não sabemos nada e não podemos arriscar nosso médico...”

Ele levanta a mão. “Eu já disse a Breccan que irei apesar dos riscos.”

Disse? Desde quando alguém diz a Breccan qualquer coisa?

“Não é seguro.” Aviso.

“É imprescindível.”

Lyric se levanta de seu assento e depois senta no braço da cadeira ao meu lado. Não posso evitar envolver um braço ao redor de sua cintura. Desde que ela acordou de seu ataque do Rades, ela me permitiu tocar e segurá-la mais. Acho que ela contrair a doença assustou a nós dois.

Os olhos de Avrell caem para a minha ação. Ele parece satisfeito, não ciumento. Como se isso satisfaz sua mente de alguma forma.

“Eu irei sozinho.” Ele diz. “Tenha Theron aprontando sua nave para vir me buscar o mais cedo possível.”

O pensamento de deixar Lyric faz meu estômago apertar com nervos. “Eu, uh, eu deveria ficar aqui.” Digo a ele. “Para proteção. Eles precisam de mim.” Ela precisa de mim.

Lyric me surpreende, dizendo tranquilamente. “Willow irá.”

Olho para ela. “Ela não pode ficar lá. Você sabe disso, certo?”

“Eu sei.” Ela diz, com tristeza. “Mas talvez elas poderiam ver uma a outra, mesmo que através de uma barreira. Ela precisa disso, Hadrian.”

Lyric precisa disso com Aria, também.

Um dia, juro, darei isso a ela.

“Eu ficarei e Willow irá.” Concordo. “Eles podem trazer Avrell de volta e, juntos, a Instalação e Exilium erradicarão o Rades de uma vez por todas. Estou confiante de que podemos fazer isso. Nós chegamos muito longe para morrer agora. Eu não rekking deixarei que isso aconteça.”


* * *


Ela não balança ou vacila, mas posso dizer que está cansada. Lyric é teimosa. Sugeri que ela descansasse e me deixasse lidar com as coisas por aqui, mas ela não faz nada disso. Ela pensa que seu povo precisa vê-la, não alguma aberração bonita ? palavras dela, não minhas ? em seu lugar. Então, juntos, nós visitamos os saudáveis, os doentes e os moribundos. Tem sido um solar exaustivo.

Eu a levo para o seu quarto e quando nos abraçamos nosso adeus de costume, eu não solto. Simplesmente a abraço apertado. Ela se afasta um pouco e levanta a cabeça. Meu olhar cai para seus lábios gordos que finalmente recuperaram a sua cor e não estão mais rachados e descascando. A vontade de tocá-los é intensa. Estendendo a mão, passo meu polegar sobre o lábio inferior, maravilhando-me com a suavidade. Quando seus lábios envolvem meu polegar e sua língua esfrega contra a ponta da garra da minha unha, arregalo meus olhos em choque. Ela lambe a pele áspera do meu polegar, seus olhos trancados com os meus, antes de lentamente se afastar. Seus dentes mordem a garra, fazendo seus olhos piscarem em um jeito perverso.

“Lyric.” Rosno, meu pau vivo e ansioso dentro do meu traje. “O que você está fazendo?”

“Provando você.” Ela murmura uma vez que ela me libera de sua boca. “Quase morrer muda sua perspectiva sobre a vida. Faz você querer fazer as coisas que você secretamente anseia fazer.”

Agarrando seus quadris, a apoio contra a parede, meu pau pressionado contra seu corpo. “E o que mais você secretamente quer fazer?”

Seus dedos vão para a frente do meu traje e ela o abre todo o caminho até um pouco acima do meu pau. “Você.”

Eu a queimo com um olhar quente. “Elabore. Essa é uma afirmação bastante ampla.”

“Você é um cara bastante amplo.” Ela provoca. “Posso sentir essa verdade enquanto falamos.”

Meus quadris moem contra ela para pontuar sua declaração. “Se eu a levar para a cama comigo, fogosa, você será minha.” Inclino a minha testa na dela. “Tem certeza de que quer levar isso tão longe?”

Seu sorriso é doce e vulnerável. “Eu nunca fui de ninguém. Talvez a ideia de ser sua é uma que eu realmente gosto.”

Alcanço entre nós para desatar lentamente os botões em sua camisa. “Não sei como chegamos até aqui, Lyric. Eu nunca esperava isso. Nunca sonhei além do que parece desejos bobos no meu passado. Isto, porém...” Murmuro, pressionando a palma da mão na pele nua debaixo de sua camisa. “Isto é real e quero mais do que tudo na minha vida inteira.”

Mais do que Aria.

É o não-dito. Não preciso dizer isso porque ela entende. Lyric e eu quase podemos nos comunicar sem palavras. Quanto mais tempo passamos juntos, mais isso é aparente. Talvez seja porque nós começamos com a máquina boba reveladora da verdade. Fomos obrigados a inspecionar o outro de perto e confrontar o que nós tentamos esconder do outro. Como resultado, podemos ler um ao outro.

“Eu também quero isto.” Ela murmura, sua expressão intensa enquanto desce o zíper. “Eu quero você, Hadrian.” Sua mão envolve em torno de meu pau nu e grunho com o prazer disso.

“Lyric.” Rosno. “No momento em que entrarmos em seu quarto, você é minha para sempre. Você entende? Nunca entro nas coisas pela metade. Eu vou querer cada pedaço de você. Sou um mort egoísta.”

Ela acaricia o meu pau e sorri. “Eu sou sua. Agora me mostre como é foder com um monstro.”

Eu me inclino para a frente e mordo seu lábio inferior. “Bem, primeiro, nós monstros mordemos.” Tomo sua camisa em minhas mãos e rasgo o tecido, fazendo-a ofegar. “E nós temos garras afiadas.” Espalmo seus seios rudemente, não muito diferente de como ela desesperadamente segura meu pau. “A coisa mais assustadora sobre nós morts é que temos semente paralisante.”

Ela engole em uma respiração afiada. “Isso não deveria me deixar excitada, mas totalmente deixa.”

Afastando, a nivelo com um olhar intenso. “Estou falando sério. No momento em que eu atirar minha semente dentro de você, você não será capaz de se mover. Não muito tempo, mas o suficiente para possivelmente assustá-la.”

“Eu sobrevivi a vermes raivosos, Pássaro Grande assustador, guardas prisionais psicóticos, viagens interestelares, e o Rades. Você acha que não posso lidar com um relaxamento um pouco forçado?” Ela pergunta, claramente ofendida. “É como se você não me conhecesse.”

Eu a beijo forte, minha língua bifurcada dançando com a sua arredondada, inútil. Então, me afasto. “Oh, eu conheço você, fogosa. Você é o ser mais corajoso que já conheci. Estou te dando uma chance para escapar.” Sorrio maliciosamente para ela. “Mas é apenas um ponto de partida. Um solar, mesmo se não for esse presente, terei você debaixo de mim, congelada e incapaz de se mover, enquanto eu bombeio em você cheia de mortlings. Lute comigo sobre isso, eu te desafio.”

“Não vamos prolongar o inevitável, predador.”

Sorrio para ela enquanto ela pega a minha mão e me puxa para o seu quarto. Sua camisa está em frangalhos e a rasgo o resto do caminho enquanto ela retira desesperadamente meu traje. Nós mal conseguimos sair da nossa roupa antes que ela me puxa para a cama com ela. Sua boca é doce e viciante, nunca me canso do seu gosto. Uma vez que estou estabelecido entre suas coxas, meu corpo largo espalhando-a, me acalmo para admirar a fêmea.

“Você é tão rekking bonita.” Elogio, minha voz um sussurro. “A mais bela criatura que já existiu.”

Ela choraminga quando a beijo novamente, longa e profundamente. Meu pau esfrega ao longo de sua buceta, mas não entro nela. Lembro-me do livro que li inúmeras vezes.

O clitóris.

Posso estar ansioso para tê-la, mas não antes de trazê-la a esta fonte gloriosa de prazer. Rompendo nosso beijo, pressiono pequenos beijos ao longo do pescoço ao peito. Seus seios cheios balançam e paro para prová-los, maravilhado sobre as pontas endurecidas dos mamilos. Quando mordo um, ela geme e bate no meu ombro.

“Meu erro.” Provoco, passando minha língua bifurcada ao longo da pele macia. “Talvez eu devesse chupa-lo para fazer tudo melhor.”

Um baixo gemido escapa dela quando chupo seu mamilo entre meus lábios. Quando suas costas arqueiam, mordo novamente, amando o suspiro que ela solta. Então, o meu beijo volta a viagem para o sul. Seus pelos entre as coxas cheiram como uma versão concentrada dela. Enterro meu nariz ali, incapaz de conseguir o suficiente de seu perfume. Com meu polegar com garras, gentilmente puxo o lábio exterior da sua buceta de um lado e procuro o clitóris misterioso. É pequeno, mas rosa escuro, aparentemente pulsando com a necessidade de ser regado com atenção.

“Hum, você está aqui.” Murmuro, sacudindo minha língua para prová-lo. Doce perfeição.

“Você está falando com o meu clitóris?” Ela resmunga. “Esquisito.”

“Ele me escuta.” Provoco. “Deixe-me te amar com minha língua, clitóris.”

Ela ri, o som me enchendo de orgulho masculino. “Você é tão estranho.”

“Eu fui chamado de pior.” Brinco. Então, chupo seu clitóris, fazendo-a gritar de prazer. É milagroso quão facilmente ela se torna selvagem e necessitada com a minha boca sobre ela aqui. Mesmo o mais forte tem uma fraqueza, ao que parece. Enquanto chupo e lambo e mordisco seu clitóris, minha mão fica curiosa. Retraio minha garra para que eu possa investigar a área em que planejo colocar meu pau. Facilmente, meu dedo desliza em sua abertura molhada. Ela é apertada em volta do meu dedo e quase derramo minha semente, imaginando como ela irá se sentir em volta de mim.

“Oh Deus.” Ela geme. “Você está me matando.”

Ouvi as humanas usar esta frase o suficiente para saber que não estou realmente a matando. Estou a destruindo da melhor maneira possível.

“Você está tão molhada.” Maravilho-me antes de beijar seu clitóris novamente. “Tão molhada e minha.”

“Unnnh.” Ela geme, arqueando as costas novamente. “Hadrian, oh meu Deus, estou perto.”

Impulsionando outro dedo dentro dela, tenho o prazer de ver seu corpo se estender para acomodar a intrusão. Enrolando meus dedos, procuro o botão escondido do qual o livro fala. Sinto a área áspera, levantada e a esfrego incansavelmente.

“Diga-me que você é minha.” Rosno, subitamente tomado com a necessidade de reivindicá-la.

“Su... sua.” Ela suspira. “Não pare. Por favor.”

Eu a esfrego mais e mais rápido enquanto chupo seu clitóris. O momento em que ela se perde ao prazer é conhecido quando seu interior jorra. Sua excitação é espessa e inebriante, e seus sucos esguicham fora de seu corpo, encharcando meu braço. Certamente não me lembro desse detalhe no livro. Ninguém se gabava de uma chuva de excitação. Talvez eu manterei esta guloseima para mim mesmo.

Quando ela relaxa, deslizo meus dedos para fora e, em seguida, esfrego a umidade em todo o meu pau. Posso estar prestes a reivindicar seu corpo, mas ela reivindicou meu coração no momento que me olhou com seus olhos ferozes e me deu palavras ardentes. Eu só não sabia ainda.

“Você não será capaz de se mover, Lyric, mas eu te juro, irei protegê-la com todas as partes do meu ser. Sempre.” Esfrego a ponta do meu pau ao longo de sua fenda molhada. Então, com os olhos fixos nos seus semiabertos, deslizo em seu corpo convidativo.

Rekk.

Tão apertada, molhada e minha.

Gemo quando conduzo todo o caminho em seu corpo minúsculo. A vontade de beijá-la é esmagadora. Minha boca trava na dela enquanto meus quadris flexionam por vontade própria. Ela geme em minha boca, suas garras inúteis arranhando meus ombros.

“Minha. Minha. Minha.” Cada vez que digo a palavra, bombeio dentro dela. De novo e de novo. Precisando pontuar essa afirmação com a própria ação.

“Suuaaaaa.” Ela geme.

Nós nos beijamos freneticamente enquanto empurro descontroladamente dentro dela. Quando seu corpo aperta meu pau, bem como fez anteriormente em torno de meus dedos, sei que ela encontrou prazer novamente. Isso torce o meu próprio do meu corpo. Cada terminação nervosa ganha vida conforme meu saco aperta antes de liberar a minha semente dentro dela. Uma profunda satisfação ondula sobre mim enquanto a encho até a borda com o meu perfume, minha marca, eu. Seus dedos caem longe de mim e sei que a toxica fez efeito.

“Hum.” Murmuro. “Você parece ainda mais bonita assim sendo minha. Não achei que era possível.” Acaricio seu cabelo enquanto admiro seus traços perfeitos.

Nenhum medo existe em seus olhos.

Força.

Determinação.

Desejo mútuo.

Eu sou dela também.

Com o meu pau ainda aninhado dentro dela, sorrio para ela. “Eu te darei uma família em algum solar.” Digo a ela. “Sua barriga inchará com meu mortling. Nós nunca estaremos sozinhos novamente porque teremos um ao outro. E, juntos, criaremos algo novo e maravilhoso. As coisas que tentaram nos destruir não atingirão as nossas pequenas criações porque não deixaremos.”

Seus olhos são suaves e brilham com lágrimas. Beijo seu nariz e, em seguida, seus lábios.

“Nós somos muito parecidos, fogosa. Juntos faremos deste planeta um lar, um real. Daremos ao nosso povo um futuro. Felicidade está em nosso alcance e não a deixaremos ir.” Eu a beijo novamente. “Pisque se você está comigo.”

Ela pisca os olhos e os cantos de seus lábios se contorcem.

“Isso é o que pensei.” Murmuro, puxando lentamente para fora dela. “Agora descanse, Lyric. Deixe-me te abraçar e cuidar de você. Você possui meu coração agora, então tenho que protegê-lo.”

Seus olhos fecham e uma única lágrima escapa. Beijo sua testa molhada e a abraço.

“Minha.” Sussurro. “Para sempre.”

Conforme adormeço, acho que a ouço sussurrar, “Sua, para sempre.”


CAPÍTULO QUINZE

LYRIC

 

“Parece que você está se sentindo melhor.” Zoe diz ironicamente conforme saio do elevador no andar da enfermaria.

“O que te faz dizer isso?” Pergunto.

“Pele corada, olhos brilhantes, bochechas rosadas.” Seus olhos estreitam. “Você dormiu com aquele monstro alienígena, não é? Sua vadia.”

“Fale baixo. Não quero perturbar os pacientes.”

Nunca fui tão próxima de Zoe como sou de Willow, não por qualquer falta de tentativa da minha parte. A minha maneira de pensar, precisamos ficar juntas para enfrentar a tirania dos guardas. Zoe sempre esteve mais do que disposta a trabalhar conosco, mas sempre se manteve à parte, como se estivesse com medo de ficar muito próxima. Com sua atitude e língua afiadas, ela fez questão de manter a distância.

Um dia, ela deixará alguém entrar. Não posso esperar para ver quem será, o pobre otário.

“Eles estão muito longe para nos ouvir.” Ela insiste.

“Houve mais mortes? Quaisquer outros mostrando sinais da doença?” Não há muitos dos nossos poupados dos vários graus do vírus como Zoe. A maioria tem isso de alguma forma ou de outra e mais foram poupados da gravidade como o meu. E como Avrell nos garantiu, Theron e Hadrian nunca adoeceram com isso.

“Todos os dias encontramos um ou dois que contraíram o vírus. Estamos isolando-os, tanto quanto podemos. A maldita coisa é implacável. Nunca vi nada parecido. Os morts não estavam mentindo quando descreveram quão terrível isso poderia ser. Não é de admirar que seu povo sofreu. Se não tivéssemos o conhecimento deles, poderíamos ter sofrido o mesmo destino.”

Sorrio para ela. “Isso significa que você está gostando deles?”

Ela faz uma carranca, a suavidade desaparecendo de seu rosto. “Eu não diria isso. Até agora, só conheci dois deles. Um deles, um garoto irresponsável que te enganou para levar para a cama e o outro um arrogante viciado em adrenalina.”

“Você conheceu os outros nas comunicações.” Digo criteriosamente, ignorando seu comentário sobre Hadrian. Ele pode ser mais jovem do que eu, mas nunca conheci ninguém mais gentil ou perfeito para mim em todos os sentidos. Esse entusiasmo juvenil tem seus usos. Sorrio, lembrando da noite anterior.

Zoe bufa, ou não percebendo ou não prestando atenção em minha expressão. “E que alegria aquilo foi. O companheiro de sua irmã é um ditador, desculpe sobre isso, e o médico está me dando ordens para trabalhar não parece que seja melhor.”

“Hadrian diz que Avrell é brilhante. Se queremos encontrar uma maneira de ajudar os doentes, então precisamos dele. E você tem que me prometer que se dará bem com ele. Para o bem deles.” Quando Zoe não responde, encorajo, “Zoe.”

“Claro que sim. Eu não sou uma cadela total. Mas isso não significa que tenho que gostar disso.”

Coloco uma mão em seu ombro, o mais próximo que ela já me deixou chegar até ela, e digo, “Você fez um bom trabalho aqui. Espero que você saiba o quanto apreciamos o quão duro você está trabalhando. Muitas pessoas teriam morrido sem você. Eu poderia ter morrido.”

“Como no inferno eu deixaria isso acontecer.” Ela diz e meu coração se aquece. É o mais próximo que ela já chegou a admitir que se importa.

Nós visitamos cada paciente, verificando como eles estão progredindo, e consigo manter pensamentos de Hadrian na baía, principalmente. Sou grata por Zoe, mas posso ver o quanto o trabalho constante a está cansando. Há círculos sob os olhos que não estavam lá antes e ela tem uma constante sede de café instantâneo que temos no armazenamento. Graças a Deus nossas fontes são extensas, caso contrário não tenho certeza de que ela seria tolerável. Mesmo que ela diga o contrário, sei que ela será grata pela ajuda uma vez que Avrell chegar. Por mais que ela reclama, nós duas sabemos que ela está além da capacidade. Só espero que Theron e Willow viagem com segurança quando partirem.

E voltem rapidamente.

Tivemos sorte até agora, mas sei o quão rápido a sorte pode nos deixar.

Quanto mais cedo Avrell chegar, melhor.

Quando terminamos nossas rondas, Zoe já está profundamente estudando dados a partir da multiplicidade de testes que ela e Avrell conceberam. Eu a deixo com a promessa de ir com calma pelas próximas semanas e sigo para ver Willow para as nossas comunicações programadas com a possibilidade de verificar antes de partirem em poucos dias.

Theron e Hadrian estão ocupados preparando a nave para a viagem de volta através de Mortuus para trazer Avrell. Quando não estão trabalhando na nave, Theron treina Willow para usar suas armas e como usar com segurança seus trajes. Ela não será capaz de entrar na Instalação para ver sua mãe, mas será capaz de vê-la de longe.

Eu deveria estar com ciúmes, afinal de contas, esperei para ver Aria pela maior parte da minha vida, mas, surpreendentemente, não estou. Estou contente. Por ter pego o Rades, ainda sou altamente contagiosa e não quero trazer de volta o vírus para minha irmã e seu novo filho. Assim que Avrell limpar todos, moveremos as prisioneiras para a Instalação e deixaremos os guardas para cuidar de si mesmos. Eles não terão quaisquer unidades de comunicações para se comunicar com a Terra II ou quaisquer naves para deixar a prisão. Eles estarão preso lá, como nós estivemos, que é um destino melhor do que o que eles merecem por como eles nos trataram.

Encontro Willow na sala de comando, falando animadamente com sua mãe, que só parece ser um pouco mais velha, devido a todos nós estarmos hibernados enquanto viajávamos para a prisão.

“Doce menino Jesus.” Molly diz, “Não posso esperar para ver você, minha doce menina. Temos tanto a recuperar.”

“Eu não serei capaz de vê-la por muito tempo, mamãe. Não será seguro.”

Molly acena. “Poucos minutos parecerão como uma vida. Uma vez que Avrell chegar aí e dar nesse vírus um pontapé nas calças, não demorará muito até que cada uma de vocês estarão de aqui para sempre. Não posso esperar para você conhecer o seu irmão, Draven e o rogcow.”

Draven fica em pé como uma nuvem de tempestade pairando atrás Molly. Se algum dos morts parece com um monstro é ele. Não sei como uma mulher doce como Molly poderia acasalar com alguém tão intimidante, mas ela vibra em torno dele, cheia de entusiasmo, e ele olha para ela com olhos cheios de amor. Quem sou eu para julgar? Nunca pensei que eu acabaria acasalando com um homem como Hadrian também.

“Rogcow?” Willow pergunta.

“Oh, você irá apenas amar Eileen, prometo. Oh, oi, Limerick, quero dizer Lyric. Aposto que você irá querer falar com Aria. Você terá que me perdoar. Às vezes eu só falo demais e não posso parar.”

Sua personalidade borbulhante me faz sorrir. “Sem pressa. Nós temos todo o tempo do mundo agora.”

“Tem certeza de que não se importa que eu vá com Theron?” Willow pergunta enquanto Molly corre para recuperar Aria.

“Claro que não. Nós ficaremos bem aqui. Hadrian ficará conosco.”

“Como se ele partiria a esse ponto. Não acho que o vi sair do seu lado, a menos que ele esteja trabalhando na nave.”

“Eu não estou reclamando.”

Willow revira os olhos. “Eu sim. Porque quando ele está com você Theron não tem ninguém para irritar além de mim. Se não fosse pela mamãe, diria a ele que ele poderia ir para a Instalação sozinho.”

“O que ele está fazendo?”

Willow, sempre calma sob pressão, começa a andar. “Ele é tão cheio de si. Ele acha que é o presente de Deus para Mortuus. Arrogante, olhando para tudo com o nariz empinado. Não é de admirar que eles foram confinados por tanto tempo. O mundo simplesmente explodiria se tivesse que lidar com morts em uma base diária.”

“Ele... fez alguma coisa?” Pergunto com grave seriedade. Não achei que Theron era o tipo, mas depois de tudo o que passamos, não há nenhuma maneira que eu deixaria qualquer uma das minhas mulheres ser assediada.

Willow imediatamente parece arrependida. “Não, não, claro que não, não é isso. Ele é tão irritante. Ele me irrita.”

“Se você não quer ir com ele, tenho certeza que podemos fazer alguma coisa. Eu só sei o quanto você queria ver sua mãe, mesmo que seja apenas por um curto período de tempo.”

“Claro que não!” Ela protesta, e vejo um lampejo de sua mãe em seu rosto. “Eu não o deixarei me impedir de ir. Posso ignorá-lo. Eu nem deveria estar reclamando sobre isso.”

Envolvo um braço em torno do seu ombro. “Não, não diga isso. Fico feliz de ouvir quando você precisar. Apenas deixe-me saber se ele for demais. Sei como os morts podem ser.”

“Particularmente Theron.” Vem uma voz rouca do alto-falante.

Nós viramos e encontramos Breccan e Aria esperando por nós. Nos braços de Aria há um bebê. A visão dele rouba meu fôlego. De alguma forma, ele é a mistura perfeita da força alienígena do Breccan e a beleza de Aria.

“Este é Sokko, nomeado pelo pai de Breccan. Meu filho.”

Sokko.

Meu sobrinho.

Minha família.

Ouço a porta abrir atrás de mim, mas não posso tirar os olhos da tela onde Aria está segurando um Sokko resmungando. Os braços de Hadrian vem ao redor da minha cintura e ele descansa a cabeça no meu ombro. Ele se encaixa contra mim como um pedaço faltando.

“Não posso esperar para conhecê-lo.” Digo, lágrimas enchendo minha voz.

“Você irá em breve.” Aria diz. “E para o registro, eu nunca deixarei você fora da minha vista de novo.”

“O mesmo vale para mim, irmã.”

Minhas mãos vão para as de Hadrian sobre minha cintura e as aperto enquanto emoção incha em meu peito. Eu não poderia ter feito isso sem ele. Eu sou forte. Provei isso quando Zoe, Willow, e eu salvamos este lugar. Forte, mas eu estava sozinha.

Do canto do meu olho, vejo Theron ficar ao lado de Willow, que faz uma carranca em sua direção. Faço uma nota mental para manter um olho sobre os dois até que eles partam. Talvez Hadrian possa falar com ele sobre se afastar dela por um tempo.

“Veremos vocês em breve.” Digo para Aria.

“Sem pressa de voltar?” Breccan pergunta a Hadrian com um olhar sábio em sua feição.

Hadrian aperta os braços em volta de mim. “Eu tenho tudo o que preciso aqui.”


* * *


“Para onde estamos indo?” Hadrian pergunta depois que ele, Theron, e Avrell terminam os detalhes para a viagem de volta.

Dou-lhe um olhar tímido por cima do meu ombro enquanto o levo para o corredor. “Encontrar um lugar para ficarmos sozinhos. Você tem algum problema com isso?”

Ele limpa a garganta. “Não, não, eu não. Não envolve a arma de choque, não né?”

“Só se você for um garoto mau.”

Uma mão envolve em torno da minha cintura e me puxa para uma parada. “Você está tentando me provocar, companheira.”

“Esse é o ponto.”

Ele rosna em resposta e mordisca minha orelha, mas me libera para levá-lo ao nosso destino. O nível acima da enfermaria é o piso de banho. Nós o encontramos quase vazio, porque a maioria ainda está se recuperando do vírus ou isolado na enfermaria. A preocupação pelo resto do nosso povo ainda perdura, mas por agora, eu só quero focar em Hadrian.

Ele levanta uma sobrancelha quando eu acendo a luz no andar de banho, mas não diz nada quando o puxo para um chuveiro vazio. Torço os botões do chuveiro para uma temperatura aceitável, em seguida, viro para encará-lo. Meu.

Tenho tempo para dar uma respiração trêmula, de repente, cheia de nervos. Este homem é meu. Para fazer o que eu quiser. Para desfrutar. Para satisfazer. Os nervos desaparecem e eu dou um passo à frente.

Levantando uma mão em sua camisa, deslizo meus dedos por baixo. “Fora.” Ordeno.

Ele cruza os braços sobre a frente e levanta sua camisa em um movimento rápido, os músculos sob sua pele esticada flexionam e fazem a minha boca secar. Normalmente, ele usa seu minnasuit como ele chama, mas começou a ficar úmido e precisava de uma boa lavagem, forçando-o a vestir um uniforme da prisão como eu. Hadrian se tornou um prisioneiro sexy. Sua camisa cai no chão esquecida e suas mãos ao seu lado, seus olhos atentos em mim conforme avanço.

“Botas e meias.” Instruo. Ele arranca os sapatos e retira as meias.

“E agora, fogosa?” Ele pergunta.

“Nós iremos te deixar limpo.” Digo de forma simples e alcanço entre nós para sua cintura.

Ele me permite baixar sua calça por seus quadris até que fica nu diante de mim. Estendo a mão para ele, mas ele balança a cabeça. “Sua vez.” Ele diz em voz baixa.

Há algo decadente, pecaminoso, sobre ter olhos de Hadrian em mim enquanto me dispo que me sinto extrassensível. Mordo meu lábio enquanto seus olhos pairam sobre mim, ainda um pouco nervosa por ele me ver tão nua.

Vapor começa a encher o espaço do chuveiro e Hadrian estende uma mão por mim para testar a temperatura da água. Ele deve achar que é aceitável porque me leva sob o spray. Não posso nem mesmo dizer como me sinto, porque minha pele está queimando de fora para dentro.

Tudo sobre a prisão foi projetado para ser o mais eficiente possível, de modo que o chuveiro realmente só tem espaço para uma pessoa. Feito de um material de aço inoxidável que é suposto ser fácil de limpar, é do tamanho de um pequeno armário. Apenas espaço suficiente para nós dois caber dentro, mas Hadrian faz com que funcione, pressionando-me contra a parede sob o spray, posicionando-nos para que a água bata em suas costas. Seus ombros largos me protegem de molhar meu rosto.

Aqui, longe de tudo o que está acontecendo, há apenas nós dois. Nunca pensei como minha vida poderia parecer uma vez que encontrasse o meu caminho de volta para a minha irmã. Durante muito tempo, não tinha certeza que até mesmo a encontraria. Eu tinha certeza que estaria sozinha pelo resto dos meus dias, perdida.

“Há um monte de pensamentos por trás desses olhos.” Hadrian diz enquanto suas mãos trabalham uma barra de sabão em uma espuma. “Diga-me o que você está pensando.”

Acho difícil falar quando ele traz suas mãos com sabão para a minha pele e começa a limpar cada fenda que pode encontrar. Atrás das orelhas, na minha garganta, as costas dos meus joelhos, o mergulho do meu umbigo. Nunca prestei atenção a quão sensível essas áreas poderiam ser até que os dedos ágeis de Hadrian tornam uma missão em explorar todos e cada um deles.

“Minha verdade é que eu te amo, Hadrian.”

Suas mãos param de massagear os vincos no interior de meus cotovelos e seus olhos vêm aos meus. “Você o que?”

“Eu te amo. Deveria ter dito isso, logo que acordei, mas não sei. Eu estava com medo.”

“Você, com medo?” Ele brinca, me puxando para mais perto.

“Não brinque.”

Ele beija meus lábios e o sinto pressionar contra a minha barriga, fazendo-me perder minha linha de pensamento. Quando ele percebe, diz, “Continue. Você me ama.”

“Tudo o que lembro sobre estar com febre é o som da sua voz. Você nunca saiu do meu lado e não quero nunca mais que você saia.”

“Isso é algo com o que você nunca terá que se preocupar, Lyric. Você nunca estará sozinha novamente.”

“Isso soaria assustador de qualquer outra pessoa.”

“Eu sou seu assustador, seu monstro, e seu companheiro. E eu te amarei desse solar até o nosso último.” Ele diz contra os meus lábios.

E então ele para de falar.

Porque é quase impossível falar quando você está fazendo o que ele está fazendo.


EPÍLOGO

THERON


Da-dum-dum-dum!

Da-dum-dum-dum!

Da-dum-dum-dum!

Bato o painel de controle com uma haste de metal que encontrei pendurada no teto no armário de suprimentos da Mayvina, amando o jeito que ecoa. Molly diz que a batida que gosto de fazer é chamada de música. Nunca ouvi falar de música, mas ouvi de cantar. Molly e Aria fazem isso o tempo todo. Às vezes, penso em batidas para ir com as suas palavras agradáveis. Às vezes sinto que pertenço à Terra II, em vez de este planeta decadente.

Minha nave ronrona lindamente conforme nos locomovemos acima das nuvens com o grande desconhecido acima de nós. Admiro as estrelas brilhantes contra o pano de fundo preto e imagino se existem outros planetas além deste e da Terra II. Outras mulheres...

Porque, a que faz meu pau chorar como um exigente mortling sempre que está perto, me odeia. Abomina minha própria existência.

É bastante confuso.

Todos me amam.

Eu sou Theron.

O rekking capitão malandro.

Mestre dos céus. Companheiro da Mayvina. Lindo mort com o melhor cabelo e a melhor risada e o melhor...

“Oh Deus. De novo não.”

Derrubo a haste de metal e Willow feliz demais a chuta em um canto antes de cair no assento do co-capitão.

“O quê?” Pergunto, levantando uma sobrancelha conforme passo meu olhar por sua frente, demorando sobre a forma em que seus seios fartos esticam contra o tecido.

Eu tentei.

Rekk como tentei ser atraído para uma das outras humanas.

Zoe se ofereceu para arrancar meus olhos se eu pensasse em olhar em sua direção. Lyric encontrou algo agradável dentro de Hadrian, embora não posso imaginar o quê. E as outras humanas, simplesmente estão apavoradas com minha existência.

Não importa.

Meus olhos vão para apenas uma.

Cabelo vermelho flamejante. Pálida, pele salpicada. Olhos azuis claros que endurecem sempre que estou perto.

“Eu gosto dessa camisa.” Digo, tentando ser amigável.

“Claro que sim.” Ela murmura. “Porque você quase pode ver meus seios. Estou surpresa que você parou de olhar para o seu próprio reflexo no vidro tempo suficiente para considerar alguém além de si mesmo.”

“Você quase pode vê-los.” Afirmo. “Provavelmente pararia de olhar para mim se você me mostrasse mais de você.”

“Nojento.” Ela resmunga. “Esta cantada funciona frequentemente? Sério, eca.”

“Eu realmente tentei apenas em você.” Ofereço.

“Não torna isso melhor. Você é como esses caras de volta à Terra II que pensam que são os melhores.”

Ouvi Molly dizer isso antes.

Sorrindo, assinto. “Eu sou, de fato, o melhor.”

“Uh.” Ela geme. “Você é um bobão de fraternidade hiperativo com uma licença para dirigir uma nave espacial, que pensa que suas bolas são as maiores no planeta. Supere isso.”

Energia me atravessa agora que ela está realmente falando comigo. Nós estivemos no ar por um solar de um projeto de viagem de quatro solar, e tudo que recebo são assobios e resmungos. Isto parece progresso.

“Se você está se referindo ao meu saco, imagino que é o maior e mais satisfatório de olhar.” Balanço minhas sobrancelhas para ela antes de girar na minha cadeira e parar novamente para encará-la. “Eu poderia mostrá-lo assim você poderia fazer corretamente essa determinação por si mesma.”

“Você é nojento.”

Rio e dou de ombros. “Fui chamado de pior.”

“Como idiota? Estupido? Jogador?”

Marco os dois primeiros com os dedos e depois franzo a testa para o último. “O que é um jogador?”

“Você, Theron! Vi você flertar com cada mulher com um par de seios. É nojento. Aqui eu quase acreditei em toda a besteira que os ‘morts eram solitários e morrendo e procurando companheiras’ que minha mãe e todas as outras acreditam. Inferno, mesmo Lyric de todas as pessoas caiu nessa linha de pensamento. Mas eu vejo você, babaca. Você é um jogador que dado o tempo, vai dormir com todas da prisão apenas porque pode.” Seus seios balançam após seu discurso prolongado. “Sério, você pode não olhar para meus seios por três segundos?”

Olho para longe.

Um... dois... Não.

Rekk, seus seios são lindos.

“Quer saber, dane-se. Você os quer tanto. Pegue-os.” Ela diz, enfatizando suas palavras, agarrando-os e fazendo meu pau balançar em resposta. “De volta em casa as pessoas têm sexo casual o tempo todo para arranhar a coceira. Então, eles podem passar para suas combinações reais. É chamado de beijar alguns sapos para encontrar o seu príncipe. Quem sabe, talvez meu príncipe está esperando por mim na instalação. Sou do tipo nerd quieto. Tem alguém assim?” Seu rosto está vermelho de fúria e ela nunca pareceu mais bonita.

“Você quer acasalar comigo?” Pergunto, atônito.

Deve ser meu sorriso deslumbrante que finalmente a desgastou.

“Pare de sorrir para mim assim, bobão.”

“Assim?” Sorrio, descobrindo todos os meus dentes.

Uma risada escapa dela, fazendo meu coração pular uma batida. “Sinto que este é o meu próprio inferno pessoal. O que fiz para merecer isso?”

“Eu deveria responder a isso ou é uma pergunta ridícula?”

Ela bufa. “Não ridícula, embora a sua era, é chamado de pergunta retórica. E você não deve responder.”

Testo sua teoria de seio novamente, olhando pela janela por um, dois, não. Não posso fazer isso. Rekk, isso é difícil.

“Tire sua calça, Capitão. Vamos começar com isso. Você precisa me foder fora de seu sistema e eu preciso... tenho minhas próprias necessidades.” Ela se levanta e coloca as mãos nos quadris. “Onde faremos isso?”

Levanto, ansioso para acasalar com ela. Finalmente. Todos os meus sonhos desde que coloquei meus olhos nela se realizarão neste momento.

“É melhor você usar o método de tirar ou Deus me ajude matarei você.” Ela avisa. “Vocês podem não ter borrachas porque estão em procriação e tudo mais, mas eu não deixarei um caso de uma noite me embarrigar.”

Não entendo nada do que ela diz, mas ela está tirando sua camisa.

Mortarekker!

Seus seios são...

“Vamos lá.” Ela ordena. “Eu não tenho a noite toda. Fique nu já!”

Retiro meu traje conforme me aproximo dela. Ela retira roupas, recuando até seu traseiro atingir a parede de metal, fazendo-a gritar. Seus olhos estão arregalados quando libero meu pau e o tomo na minha mão. É certamente o mais impressionante neste planeta, tenho certeza.

“Ok, então...” Ela começa conforme eu ataco. Ela solta um grito quando agarro seu traseiro e a levanto. Suas garras inúteis cavam em meus ombros. “Fazemos isso e acabamos. Entendido?”

Negativo, linda alienígena de cabelos vermelhos.

Não acho que nunca irei acabar com você.

Ela choraminga quando meu pau esfrega contra sua buceta, que é o que ouvi as meninas da Instalação rirem e chamarem assim antes. Acho que é bom para ela porque ela balança os quadris, aparentemente ansiosa pela fricção. Nós ficamos assim por vários momentos até que ela estremece descontroladamente. Quase derramo minha semente em toda a sua barriga, mas mal me contenho.

“Oh, Deus.” Ela grita.

Não sei exatamente o que está acontecendo, mas ela está em êxtase e feliz. Eu fiz isso. O único mort que pode fazê-la sentir isso, tenho certeza. Com meu pau em meu aperto, deslizo para dentro do canal molhado entre suas coxas. Um impulso forte e estou profundamente dentro de seu calor. Seus músculos lisos contraem ao meu redor, fazendo-me quase desmaiar de prazer.

Rekk-rekk-rekk-rekk!

“Agora, lembre-se...” Ela resmunga. “Oh meu Deus, você não acabou de g...”

As palavras dela morrem conforme a toxica atinge sua corrente sanguínea, tornando-a inútil. Eu a puxo contra meu peito, segurando seu traseiro com uma mão e acariciando minhas garras através de seu sedoso cabelo vermelho com a outra.

“Leva mais tempo quando é minha mão.” Explico a minha rápida liberação conforme a levo para o meu quarto na nave. “Da próxima vez, talvez isso não acontecerá tão rápido.” Meu coração gagueja no meu peito. “Descanse agora, alienígena de cabelos vermelhos. Você é minha companheira e eu cuidarei de você agora.”

Uma bufada de ar escapa dela conforme a deslizo do meu pau que escorre com a minha semente e a deito na cama. Enrolando-me em volta dela, inalo seu cheiro, admiro seus seios adoráveis, e depois encontro seu olhar.

Fogo.

Fúria.

Chamas.

Encontrei uma companheira que brilha como a estrela mais brilhante no universo.

Eu sou um mortarekker de sorte.

 

 

                                                    K. Webster         

 

 

 

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