Biblio VT
Series & Trilogias Literarias
Rook Walsh é trágica.
Porque a vida até agora, apenas me drena. Algumas meninas têm pais. Rook tem o sistema de assistência social. Algumas meninas têm príncipes encantados. Rook tem um sapo abusivo. Algumas meninas têm sorte...
Rook tem uma segunda chance. E ela a segurou. Porque quando o destino joga um osso você o agarra com unhas e dentes, e corre.
Antoine Chaput soube, no minuto em que ele colocou os olhos em Rook em seu estúdio de fotografia, que ela tem ‘O Olhar’. O olhar sombrio e desesperado, ele precisa dela para conseguir o contrato exclusivo da TRAGIC na mídia.
Rook está ligada com o modelo Ronin, e ele é tudo o que seu abusivo ex-namorado não era. Paciente, gentil, feliz, atento e sexy como o inferno! Ele sabe exatamente o que fazer para Rook corar para a câmera de Antoine.
A sorte de Rook muda em um instante, e de repente, ela é a queridinha do mundo da moda. É um trabalho dos sonhos, estar com um cara dos sonhos e tudo o que ela tem a fazer é ficar bonita e seguir as instruções.
Mas há sempre um preço a pagar... E Rook está prestes a receber a fatura.
Capítulo Um
Rook
A.Vida. Drena.
Eu me afasto do meio-fio, me esquivo de alguns carros, e vou direto para a Starbucks. Eu nem me lembro da última vez que estive na Starbucks, mas hoje, com apenas dez dólares no meu bolso, eu vou ter um café de dez malditos dólares.
A Limpeza de Qualidade pode beijar minha bunda – posso ser pobre e talvez não tenha muita coisa acontecendo para mim agora, mas eu nunca fui uma ladra e uma mentirosa. Se eles tentarem me cobrar por roubar um anel que eu nunca peguei, eles vão começar uma briga.
Eu sei que fui tão estúpida, foi a Delores que roubou o anel. Eu sei. Ela me culpou e agora eu fui demitida, ainda vivendo dentro de um abrigo e no lado completamente errado da cidade.
Eu respiro fundo e sinto o cheiro do café.
Café.
Eu não tive um café decente em como... Bem, talvez nunca. Mesmo na minha outra vida, eu não era o tipo de garota que saia para passear no lado moderno da cidade. E este lugar é definitivamente da moda, com muitos bares. E não o tipo que tem strippers, ou que só servem velhos às oito da manhã. Este é o tipo que servem jovens que estão procurando ficar com alguém nas noites de sexta-feira, e os homens que gostam de esportes. O estádio de beisebol é muito próximo, por isso há muitos bares desportivos.
Todas as pessoas que estão entrando e saindo deste Starbucks parecem que trabalham por aqui, como se elas pertencessem ao lugar. Olho para minhas roupas e me pergunto se eu me encaixo. Minhas calças jeans não são de designer, merda, eles nem mesmo são Levis. E meu moletom é do brechó perto do abrigo.
Quem se importa?
Eu deixei um jovem casal moderno sair e me empurrei para a loja cheia. A fila é longa, mas eu tenho tempo, então eu fico lá tendo mais paciência do que praticamente todos os outros naquele lugar e espero a minha vez. O barista é paciente quando eu faço perguntas e eu encomendo o Capuccino com o maior tamanho que eles têm, peço nata e xarope de avelã, e ainda por cima com chantilly em vez da espuma do leite.
Demora mais de dez minutos para eles fazerem a minha bebida espumosa e, finalmente, eu dou uma olhada em torno, à procura de um lugar para sentar. Eu tenho que aguardar por alguns minutos, mas, eventualmente, um homem deixa uma mesa e eu me atiro nela, sento-me de costas para a parede, de frente para a porta e tento fingir que sou apenas mais uma garota descansando, obtendo sua bebida habitual antes de voltar para seu trabalho da moda; fingindo que eu tenho um emprego, ponto. Que eu não estou morando nas ruas, que eu não sou uma vítima, que eu não estou me cagando de medo de que Jon, de alguma forma, me encontre.
Eu tomo uma respiração profunda e coloco para fora como os conselheiros no abrigo me ensinaram. Este medo de Jon não é racional. Eu percebo isso. Quer dizer, eu estive fora dois meses agora e ninguém esteve à minha procura. Eu dei-lhes um nome falso no abrigo, mas o serviço de limpeza precisava de um nome real, e eu trabalhei lá por seis semanas e ninguém veio me procurar.
E essa sorte me incomoda, porque eu praticamente desapareci da face da Terra e ninguém sequer notou.
Isso faz eu me sentir pequena e insignificante.
Eu saboreio a minha bebida enquanto olho em volta, o líquido quente me acalmando e fazendo meu dia especial. Eu me pergunto o que Charles está fazendo nestes dias? Ele esteve fora do abrigo por algumas semanas. Teve que voltar para a cadeia por uma semana, para cumprir alguma sentença por... Alguma coisa. Eu nunca perguntei. Nunca quis saber para ser honesta. E então simplesmente nunca mais voltou.
É assim com quase todo mundo no abrigo. Eles vêm e vão. Tudo é transitório.
Assim como na Starbucks. As pessoas vêm conseguir o que precisam para passar o seu dia, e, em seguida, elas saem.
Uma mesa de quatro lugares vaga ao meu lado e um enxame de garotas altas e finas esgueiram-se para ela, suspirando de alívio que elas encontraram um lugar para sentar e conversar, jogando seus cabelos bem condicionados e apertando suas bem-cuidadas mãos em torno de altos copos de papelão caros de café.
Meu cabelo é um marrom escuro aborrecido. Se eu cuidar muito bem dele, é brilhante e quase preto. Mas está apenas recebendo cuidados mínimos agora.
E eu gastei meus últimos dez dólares em um café, ao invés de neste cabelo sem esperança. Eu ri um pouco sob a minha respiração.
Como se o cabelo fosse o meu maior problema. Você não tem dinheiro para comprar comida, Rook.
Cara, eu sou tão estúpida.
As meninas bonitas, eu descubro ainda que espionando, são todas modelos. Faz sentido, certo? Os poucos grupos seletos no mundo obtêm tudo, enquanto o resto de nós, pobres idiotas, usam os arbustos como sanitário e vivemos só para ter o suficiente para comprar comida e dormir em um abrigo à noite.
Uma menina, a ruiva com a pele formosa e suave como o marfim, reclama em voz alta sobre o último fotógrafo, que se recusou a deixá-la fazer uma sessão de teste, o que quer que isso signifique. Outra garota passa um cartão de visita, todas as outras falando sobre como ele é um idiota e que todas foram afastadas. A ruiva que estava reclamando, achando que ela é alguém especial, se dá conta que é tão simples e não desejada como o resto.
A loira com lábios cor de rosa brilhante, pega o cartão da mão de outra garota e estala ele no ar. Eu vejo como ele navega sobre a mesa e me bate na cabeça. Todas as meninas irrompem num ataque de riso, pegam seus cafés e fazem uma fuga rápida.
Eu pego o cartão e o estudo. É espesso e branco e diz: Antoine Chaput - Fotógrafo artístico de pessoas.
Isso é tudo. Sem número. E nenhuma informação de contato. Eu o viro e há um algo escrito, muito confuso, com tinta azul. Um endereço e palavras - teste de fotos, 17 de maio às 13:00hs.
Sob o endereço, estão as palavras que fazem a minha boca cair aberta. US 100 por hora, se classificado. O classificado é sublinhado, como se quem escreveu, estivesse tentando fazer um ponto.
Eu pego o meu telefone para verificar a hora. Apenas pouco tempo para 12:30h.
Mesmo que o plano de dados que eu comprei meses atrás para emergências estivesse quase no fim, eu coloco o endereço no aplicativo GPS do meu telefone e mordo meu lábio enquanto ele carrega o endereço no mapa. É apenas a alguns quarteirões e, de repente, o meu dia está ficando um pouco mais positivo. Eu coloco minha mochila nos ombros e saio correndo pela porta. Metade correndo com entusiasmo, metade com desespero, para um trabalho que eu não tenho nenhuma chance de conseguir, especialmente vestida assim.
Mas, pela primeira vez em muito tempo, eu sinto algo além de raiva, desespero e vergonha.
Eu sinto uma faísca e eu não entendo muito isso, então não importa o que aconteça, eu vou ver onde ela me leva.
Está ventando muito para meados de maio, e pelo tempo que eu levei até o antigo edifício no armazém onde fica o estúdio do fotógrafo, meu cabelo está uma aberração. Eu tento alisá-lo um pouco após a pesada porta do lobby ranger fechada atrás de mim, mas é bastante inútil.
Subo as escadas até o quarto andar e chego à porta de vidro translúcido de Antoine Chaput, sem fôlego e em confusão total. Existem dois nomes na porta. Antoine Chaput, fotógrafo, é claro. Mas debaixo dele diz Elise Flynn, estilista.
Eu posso ouvir a gritaria lá dentro.
E choro.
E então as coisas estão sendo quebradas e eu me abaixo no chão de medo, quando os punhos de Jon passam pela minha mente. É como um acidente de carro na rodovia, algo terrível está acontecendo. Me recuso a mover meus pés, eu me recuso a tapar os meus ouvidos e, apesar do fato de que eu estou me borrando de medo por tudo o que está acontecendo atrás daquela porta, não posso fugir do meu compromisso roubado com Antoine Chaput.
Uma moça seminua estoura pela porta, com apenas uma calcinha bonita e um sutiã combinando, vestindo seu jeans de grife caro enquanto ela anda pelo corredor, e, antes mesmo de apertar o botão, ela veste a camiseta sobre sua cabeça e me olha no canto, abaixada no chão.
"Eu me esconderia dele também! Ele é um idiota! Eu te odeio Antoine!" ela grita. “E eu jamais,” ela coloca um pouco de raiva aqui, “jamais vou deixá-lo me fotografar de novo, mesmo que você me implorar!” Ela desliza sobre suas sapatilhas bonitas, pulando mais uma vez para manter o equilíbrio, e está prestes a sair quando ela tem um pensamento. Eu posso ver o seu pensamento, porque seus olhos rolam um pouco e sua cabeça se inclina - como se ela fosse uma personagem de desenho animado com um comentário no balão saindo de sua boca. "E eu vou ficar com a lingerie. Idiota!"
Ela já disse que ele era um idiota, mas eu acho que quando você está com raiva, ter um vocabulário variado não é a primeira coisa em sua mente. A menina irada vira para mim então. "É melhor você estar pronta. Ele está de mau humor hoje e eu nunca vou trabalhar para ele de novo!"
E então ela desce as escadas vociferando, arrastando a bolsa grande atrás dela, ainda xingando e pontuando sua conversa unilateral com um ocasional, "Ha!" Enquanto ela desce.
Eu fico olhando estupefata para a escada vazia, me perguntando o que diabos eu estou fazendo aqui.
"Ela está exagerando. Não deixe ela te impressionar."
Olho para o homem com voz grave e minha boca cai um pouco aberta. Ele é ainda mais bonito do que a garota que acabou de sair. Dizer que seu corpo é bem desenvolvido não faria justiça, eu posso ver um pouco dele, porque ele está meio vestido. Na verdade, ele ainda está abotoando seu jeans, enfiando a camisa na calça enquanto para ao meu lado.
Ele me pega olhando para os seus dedos e ri. "Desculpe, hoje era para ser uma sessão sexy." Ele dá de ombros quando sai do corredor abotoando a calça todo o tempo.
"Uh" - Eu limpei minha garganta um pouco - "Sim."
Oh meu Deus, eu sou tão burra. Uh, sim? Isso é tudo que eu posso pensar em dizer?
Ele levanta uma sobrancelha para mim e revela um sorriso lento que cresce em seu rosto. Seus olhos são um azul elétrico e eles me fazem lembrar os meus próprios olhos. Eu nunca vi ninguém que tinha olhos azuis como os meus. Não sou de me gabar nem nada, é apenas uma característica que nasceu comigo, algo que me diferencia. Uma das poucas coisas na verdade.
Ele percebe que estou estudando seus olhos e, em seguida, ele se inclina para mim. Eu instintivamente fujo para longe dele, me pressionando de volta no canto ao mesmo tempo em que meu coração dispara. Ele pega a dica e se afasta. "Desculpe, não tive a intenção de invadir seu espaço ou qualquer coisa."
Outra voz chama minha atenção para o que estou fazendo. "OK, vamos lá, garota. Venha aqui, você ouviu Clare, ele está de mau humor. Então vamos ajudar o humor dele e talvez todos nós possamos ir para casa mais cedo, o que você me diz?"
Eu aceno ainda encolhida no chão.
"Oh, venha agora." A mulher é pequena, com cabelo loiro cortado curto, ela empurra o cara seminu para fora do caminho e continua falando. "Ele já está calmo. Clare provoca ele, todo mundo sabe que ela é difícil. Você tem o seu convite?"
Ela está olhando para o cartão em minha mão, quando eu fico de pé e o empurro para ela. O cara seminu ainda está me observando e, assim que eu estou passando prestes a encostar em seu peito nu, ele me interrompe com uma mão no meu braço. Eu a afasto rapidamente. "Não."
"Querida, você não vai chegar longe por aqui, se não pudermos tocar em você."
Eu olho feio para ele e engulo seco.
"É uma sessão de teste, Ronin, não a perturbe." E, em seguida, a mulher toma a minha mão e me leva para dentro.
Ronin resmunga uma resposta quando ele segue e, em seguida, a porta se fecha atrás de mim e eu espero que todos os tipos de coisas terríveis comecem a acontecer, mas tudo o que a mulher faz é empurrar-me para o que parece ser uma estação de lavagem de cabelo. Ela pega a minha mochila, enfia em um canto, e, em seguida, me faz um gesto apontando para uma área de troca e me diz para tirar o meu agasalho.
Eu olho em volta procurando por Ronin, mas ele desapareceu. "Mas eu não tenho nada por baixo."
"Nada?"
Eu sacudo minha cabeça.
"Bem, isso não é muito inteligente." Ela vasculha uma gaveta e joga uma regata para mim. "Coloque isso."
Eu faço e antes que eu possa sequer virar a curva da pequena cortinada área de troca, ela está me empurrando para trás na cadeira. "Eu não sei quem é seu cabeleireiro - qual você disse que é o seu nome?"
"Rook Walsh," eu digo fracamente.
"Oh, sim. Lembro-me agora", ela diz enquanto ela pega as pontas do meu cabelo muito longo. "Rook. Você precisa dizer ao seu cabeleireiro que estas pontas precisam de um retoque. Antoine prefere natural, mas deve ser saudável - então apare estas pontas se ele convidar você para voltar. Hoje é apenas uma sessão de teste, mas temos uma luz natural que vem na parte da tarde e você sabe como Antoine ama luz natural." Ela pisca para mim e eu rio.
"Eu sou Elise, a propósito. Amante de Antoine."
Ela diz tão casualmente essa palavra. Amante. Isso implica muito mais do que namorada. Amante. Essa palavra exala sexo. Eu sorrio para ela. "Prazer em conhecê-la."
Mas ela está me encharcando com água e as minhas palavras se perdem na sensação de ter meu cabelo lavado por uma profissional outra vez. No abrigo, eu tenho sorte se eu tomar um banho duas vezes por semana. Você tem que trabalhar na cozinha por três dias para obter um chuveiro. Mas eu tive um na última noite, então eu não estou muito suja.
Os dedos de Elise começam a massagear a minha cabeça e, em seguida, ela coloca um pouco de xampu tropical, sinto o cheiro dele. Ela o ensaboa, começando na parte inferior e, em seguida, trabalha a espuma grossa no meu couro cabeludo. É tão bom que eu quase gemo de prazer.
Em seguida, ela lava com água mais uma vez. A água escorre no meu couro cabeludo, por vezes vagueia, deslizando no limite da minha bochecha e envia um arrepio por todo o meu corpo. Eu me sinto relaxar, apenas com Elise torcendo o excesso de água e, em seguida, trabalhando com muito cuidado o condicionador.
"Dia longo, Rook?" ela me pergunta.
"Sim", eu respondo sedada e quente. "Fui despedida hoje."
"Oh, eu sinto muito. É duro acontecer com uma modelo, eu sei. Quando eu estava apenas começando, eu tinha que fazer todos os tipos de biscates. Garçonete, bartender e ainda era despachante de caminhão de reboque à noite. O que fosse preciso para manter minhas unhas feitas e ter um bom guarda-roupa. Suponho que seja assim para você agora, hein?"
Abro os olhos. "Meio que sim."
"Que tipo de trabalho era?"
"Limpeza de casas."
"Oh, sim, eu fiz isso também, esses foram os piores. Eu fui acusada de roubar uma vez e eu nunca sequer peguei qualquer coisa."
Tento sentar-me, mas ela me empurra para trás e para baixo. "Eu também! Eu não peguei esse anel, Delores pegou, e eles me demitiram."
Ela estala a língua para mim e balança a cabeça. "Bem, você é bonita o suficiente e magra o suficiente e suas pernas e cabelos são longos. Antoine gosta de todos esses recursos que você tem, por isso, se você acabar fazendo exatamente o que ele diz a você, talvez você vá encontrar um trabalho melhor hoje. Certo?"
"Eu gostaria disso," eu sussurro.
Elise sorri. "Você não é como as outras, Rook. Você é calma e tranquila, e um pouco trágica, se você não se importa que eu diga."
"Eu não me importo." Porque é verdade, eu penso.
"Antoine é difícil de trabalhar, eu não vou mentir. Mas você pode fazer isso funcionar. Então apenas mantenha sua boca fechada e faça tudo o que ele pede."
Concordo com a cabeça, quando os sprays de água vêm para baixo do meu rosto de novo e mantenho a boca fechada pelo resto do tempo. Eu vislumbrei Ronin andando na parte que eu posso ver do estúdio. Ele olha para mim cada vez, quase parando para dar uma segunda olhada, enquanto Elise puxa e puxa meu cabelo através de seus vários pincéis.
Ele está me observando.
Capítulo Dois
Ronin
Deixo Elise com a garota nova e me junto a Antoine em seu escritório. Poderia ter sido muito pior do que ter Elise como irmã mais velha, ela me criou desde que eu tinha dez anos, sou eternamente grato e só quero que ela seja feliz. Mas, honestamente, Antoine me enlouquece. Ela está saindo com ele desde sempre, por isso ele praticamente me criou também, sendo uma figura paterna que ele não é.
Descrevê-lo como um artista, deve realmente fazer o truque - ele tem todos os atributos estereotipados, como: egoísta, idiota, romântico, idiota, criativo, idiota, temperamental, imbecil. Eu poderia continuar e continuar, mas qual é o ponto. Ele é um idiota.
E uma vez que ele se recusou a falar comigo e Elise, em praticamente nada além de francês nos primeiros cinco anos em que vivemos juntos, nós dois somos fluentes agora.
Então eu acho que posso agradecê-lo por isso.
Mas o francês é uma agradável língua estúpida para usar quando você vive em Denver. Talvez se eu me mudar para Paris ou Quebec possa vir a calhar. E, na verdade, nós fomos com ele para Paris no ano passado para fazer um evento. Mas ele odiou tanto o que fizemos, que eu duvido que vá voltar lá.
Ele fala mais inglês agora, mas isso é só porque ele tem que falar com mais pessoas do que apenas Elise e eu. Voltando à quando ele estava começando e éramos apenas nós, para que ele pudesse passar sem falar inglês, caso ele quisesse. Mas agora, Antoine Chaput está em um grande momento e ele tem um monte de gente vindo para este lugar.
E nenhum deles fala francês.
"Ela vai superar isso, Antoine," eu digo a ele, quando eu tomo um assento em frente à sua mesa. "Basta deixá-la ir."
Antoine está passando as mãos pelo seu cabelo, bagunçando tudo e fazendo-se parecer ridículo, mas ele está prestes a explodir sobre essa merda com Clare, eu posso dizer, então eu faço uma interferência. "Ela está menstruada hoje, ela me disse. E você sabe como ela é uma puta quando está menstruada."
Ela não está menstruada hoje. Ela é apenas uma cadela furiosa e que não está em seu juízo perfeito todos os dias, mas isso lhe dá outra alternativa para culpar sua atitude, que é o que ele quer, então foda-se. Dou-lhe o que ele quer para manter a paz.
"Ela está fora. Eu não quero vê-la novamente! Nunca mais!"
Eu dou de ombros. Ele diz isso pelo menos uma vez por mês. Clare sai daqui chateada o tempo todo, mesmo quando a deixamos trabalhar, não é nada novo ou extraordinário. Eles fazem essa dança tão frequentemente, que é como um casal de garotos desastrados, fazendo dois para lá dois para cá no baile de formatura.
Eu pego uma maçã na eterna cesta de frutas que Antoine tem em sua mesa e me sento no grande sofá de couro, o que me dá uma visão completa do estúdio, para que eu possa prestar atenção na nova garota. Antoine ainda está resmungando sobre Clare.
"Inglês, Antoine", eu digo enquanto eu mastigo.
"Ne pás parler la bouche pleine!1" (Não fale com a boca cheia)
"O único propósito de Clare na vida, agora, é deixá-lo louco, deixe-a ir." Então eu engulo e ele para de se concentrar na comida na minha boca enquanto falo, e ouve as minhas palavras ao invés disso. "Foda-se ela. Há uma nova garota lá fora, você a viu?"
Ele se anima com isso, mas depois ele suspira e desmorona em sua cadeira. "Não. Ela provavelmente não é boa. Eu não tenho ninguém para esta campanha. Ninguém."
"Ela vai funcionar, Antoine. Ela tem cabelo preto, alta e magra, olhos azuis, como os meus", acrescento eu, porque meus olhos parecem como se alguém se empolgou com os efeitos especiais em um filme de ficção cientifica. Meus olhos fizeram algum dinheiro ao longo dos últimos anos, e o fato dessa menina ter os olhos como os meus é bastante interessante.
"Se alguma vez houve uma garota que está clamando que é TRAGIC, é essa. Basta esperar até que você a veja."
Eu dou outra mordida na maçã e ele suspira, tentando espreitar para fora da porta e ver algo, mas não quer ser notado. Eu posso ouvi-las falar, apenas ligeiramente, mas estou intrigado. "Quer que eu vá lá espionar?" Eu pergunto, sorrindo.
"Oui2"(Sim.), ele sorri de volta.
Aquele sorriso diz que temos que ficar juntos ou elas vão nos dominar. Elas são mulheres, nós somos homens.
Ele está sempre nesta coisa de caras comigo, como se estivéssemos em alguma sociedade fraterna secreta, às vezes, esses planos secretos fraternais ainda vêm com uma piscadela. Eu o deixo ter sua diversão e me levanto para ir espionar. Eu quero vê-la novamente de qualquer maneira, antes que ela saia e tenha que fingir ser outra pessoa.
"Eu quero um relatório completo e não deixe que Ellie o veja, ou ela vai se queixar mais tarde."
"Oui", eu respondo.
Capítulo Três
Ronin
Sento-me em um banquinho perto da entrada do estúdio de Elise e como a minha maçã, mastigando casualmente enquanto eu assisto Ed e Alex mexerem com alguns conjuntos. Eles têm uma equipe inteira de pessoas para lidar com as luzes e se movimentar em torno dessas merdas, mas isso é tudo para a campanha TRAGIC, e não o teste desta menina.
Se você tiver sorte o suficiente para conseguir um convite de Antoine para vir posar para ele, você tem uma chance de fazê-lo cair no amor por você. Se ele fizer isso, você pode receber outro convite, mas somente se ele tiver uma necessidade imediata por você.
Se ele não te amar à primeira vista, ou seja, se ele precisar de Elise para torná-la bonita ou sedutora, ou sexy, ou trágica - tanto faz - ele nunca vai te chamar de volta. Elise está aqui para trazer o humor que ele quer, como uma artista de make-up no cinema. Ela não está aqui para te transformar na coisa que Antoine está procurando. Ou você tem essa coisa, ou você não tem.
E eu sei que essa menina é trágica. Ele vai amá-la, porque eu já assisti Antoine escolher centenas de meninas ao longo dos últimos doze anos e eu a amo.
Eu lanço o resto da maçã em um cesto de lixo próximo e ouço o que as meninas falam do outro lado da divisória na parede. Elise terá que me atualizar mais tarde, porque eu realmente não posso escutar o que elas estão dizendo.
A sessão de teste dura cerca de uma hora ou mais, às vezes menos, às vezes mais. Mas se Antoine vai por mais de uma hora com você em uma sessão de teste, ele está definitivamente apaixonado por você.
Quando Elise foi para sua sessão de teste, ele tirou fotos dela durante cinco horas. Então, nos fez morar com ele para ela nunca o deixar. Ele caiu duro por ela, embora ela não fosse nada parecida com qualquer uma das modelos que passam pelo estúdio. Ela é pequena, realmente pequena, tem o corte de cabelo de fada extremo para combinar com seu conto de fadas, e é calma e graciosa. Ela é como uma pequena dançarina, não uma modelo cadela como Clare.
E é assim que eu sei que Antoine é um cara bom, mesmo que ele aja como um idiota a maior parte do tempo.
Ele ama minha irmã. E minha irmã é boa gente.
Levanto-me e ando casualmente em direção à porta da frente, que está localizada a poucos passos de distância da estação de Elise e espreito quando ando por lá. Elise começa a balançar a cabeça para mim conforme eu assisto a menina escondida sob o seu cabelo longo. Elise o tem todo penteado por cima da cabeça, repartido em várias mechas para facilitar a secagem.
Elas não falam agora, o secador é muito barulhento, mas eu tenho certeza que a menina está me assistindo debaixo do seu cabelo. Eu posso ver o brilho dos seus olhos.
Eu continuo andando e passo pela porta, em seguida, corro para baixo pelas escadas e saio na rua. É apenas uma maneira de passar o tempo e vai me dar outra desculpa para passar por elas novamente, em alguns minutos, quando eu voltar a subir.
O térreo está ocupado, porque hoje tem um jogo de beisebol. Alugamos nossas vagas de estacionamento por fora em dias de jogo, já que estamos praticamente na frente do estádio. Nosso terreno já está cheio, os atendentes ficam de guarda para impedir alguém de entrar. As ruas estão cheias de pessoas e há muitos bares e restaurantes para fazer o local parecer seguro e moderno. E na maior parte é, mas à noite, você não quer ser uma menina sozinha neste bairro.
Aceno para dois rapazes de pé em uma esquina, que reconheço da escola primária, distribuindo panfletos.
Provavelmente para uma festa neste fim de semana.
Nosso prédio é uma antiga fábrica que Antoine comprou no passado, quando os valores das propriedades no bairro Five Points, localizado no Distrito Comercial de Denver, era uma merda. Tem seis andares, mas nós o dividimos em três andares superiores, para criar as enormes janelas que permitem a luz natural entrar no estúdio. É tudo sobre a luz com Antoine. Metade do sexto andar contém nossos apartamentos. Eu tenho um e Elise e Antoine tem um. Há um grande terraço aberto fora do estúdio, onde nós fazemos a grande parte de nossas sessões de fotos. A maioria dos outros andares está vazia ou sendo usada para sessões de artes.
O bairro cresceu com o novo estádio. Ele costumava ser muito ruim, mas depois de viver aqui no estúdio de Antoine durante os últimos doze anos, este edifício e a vizinhança, com estatísticas de criminalidade e tudo, é o único lugar que eu já tive para chamar de lar. Eu observo as pessoas por mais alguns minutos, em seguida, volto e entro no estúdio assim que Elise está puxando a garota para o outro lado da sala. Eu quero muito falar com ela, mas eu pego Antoine na porta de seu escritório e Elise sacode a cabeça para mim, enquanto diz à garota para esperar perto da janela.
Eu a vejo caminhar e olhar para Antoine novamente. Ele está sorrindo, mas está falando em francês sobre Clare. Ela ligou e lhe deu uma bronca e eu sei pelas palavras evasivas, que Clare está acabando com ele e partindo para outro trabalho. Eu suspiro e sigo Elise para tentar acalmar os nervos de Antoine.
A nova garota vai ter que esperar um pouco mais, porque não importa quantas vezes eu digo a mim mesmo que eu não dou uma merda sobre Clare, eu não posso me impedir. Eu ainda me importo.
Capítulo Quatro
Rook
Elise caminha em direção a Antoine, mas para quando eu começo a segui-la. "Vá até a janela, ele quer tirar fotos na janela hoje. E só faça o que ele diz, Ok?"
Concordo com a cabeça e ela vai embora, em um ritmo acelerado enquanto eu faço o meu caminho para a janela, olhando estupidamente o quão magnífico é este lugar.
Estúdio não é realmente a palavra certa para este prédio, são vários andares, e agora que eu penso sobre isso, é o último andar do edifício, mesmo que estejamos apenas no quarto andar do que parece ser uma construção de seis andares do lado de fora. Há uma longa escada moderna feita de concreto e grades de metal que leva até o lado oposto da sala, perto do escritório de Antoine. E a segunda parte é um loft com um conjunto de portas duplas no meio do corredor aberto.
Quando eu volto para as janelas, eu posso ver porque Antoine gosta de tirar fotos aqui. Elas são enormes. Dois andares de altura, cada uma com três metros de largura e o sol dourado derramando através delas, iluminando todo o lugar, como o céu. Como se anjos com trombetas estivessem prestes a voar para dentro e comemorar a beleza que está nesta sala.
Os pisos são de um carvalho quente polido e todo o lugar é preenchido com diferentes instalações. Como cenários ou alguma coisa para fotógrafos. Escadas e essas coisas de guarda-chuva que você vê em sessões de fotos, para refletir a luz de uma forma ou outra.
Antoine, Ronin e Elise estão discutindo na área privada, mas eu não posso compreendê-los porque eles estão falando em francês. De repente, a porta bate e eu salto por causa do barulho, mas, em seguida, desfruto do silêncio, quando terminam a sua discussão em particular. Tenho certeza que Antoine deu uma olhada em mim e se recusou sequer se incomodar em tirar sua câmera do armário.
Espio pela janela e aprecio a vista. É espetacular e dá para uma rua movimentada. Há alguns edifícios altos nas proximidades, mas são principalmente pequenas empresas contidas dentro de edifícios antigos e históricos: várias lojas, restaurantes e bares. Eu vejo as pessoas andando e cuidando de suas vidas. Eu observo as mulheres em particular. Será que muitas delas têm vivido com abuso? Eu tento não pensar sobre isso realmente. Agora acabou. Está no passado e eu estou meio que, seguindo em frente. Houveram alguns incidentes no abrigo com alguns dos homens, mas eu tenho uma faca. Eu cortei um cara no braço quando ele me tocou no meu sono. Desde então eles me deixaram em paz.
No entanto, eu odeio esse lugar. E todas essas mulheres deste lado da cidade parecem felizes. Tenho certeza de que há uma abundância delas que sofrem abusos e são boas em esconder isso como eu era. Mas a partir deste ponto de vista, parece improvável que elas estejam em qualquer lugar perto do tipo de situação que eu estava em Chicago.
Jon e eu nos conhecemos no colégio. Bem, eu estava no colégio, e isso é apenas por uma questão técnica, porque eu nunca realmente fui para a escola. Ele era cinco anos mais velho. Percebo agora que muitos abusadores olham para as meninas porque elas são mais fáceis de controlar e de coagir ao silêncio, mas no momento, eu apenas pensei que era legal que um cara mais velho gostava de mim. Ele pensou que eu era sexy, ele me disse coisas que nenhum garoto nunca me disse. Ele me tratou como uma mulher, embora eu fosse uma menina.
Eu gostei, em primeiro lugar, que ele era alto e forte. Ele tinha o seu próprio apartamento, um carro, um trabalho, um diploma universitário. Me pareceu uma oportunidade perfeita. Uma maneira de escapar da minha vida estressante e deixar que alguém pensasse em todas essas coisas que as pessoas necessitam para a sobrevivência, de uma vez por todas. Nenhuma adolescente deve ter que se preocupar sobre a vida no dia a dia do jeito que eu fiz.
Então eu deixei-o tomar conta de mim. E talvez, por pouco tempo, eu pudesse me enganar em pensar que sua estranha obsessão com o controle de tudo sobre mim era normal, ou uma maneira de expressar o seu amor.
Mas então seus punhos se envolveram, e até aí, eu estava tão dependente dele, que não havia uma chance no inferno que eu pudesse fazer isso sozinha. Ele nunca levantou a mão no início, mas lentamente, ao longo de vários meses, ele me afastou dos poucos amigos que eu tinha, me pediu para sair do emprego e nos mudou para um lugar onde ele tinha acesso. Uma pequena casa da família que estava sendo desocupada.
E foi aí que tudo mudou. Ele me espionava, ele monitorava coisas como gás e mantimentos. Coisas estranhas.
E eu era muito estúpida para descobrir isso. Ou apenas talvez jovem demais.
A vida em Chicago era a única vida que eu conhecia antes de vir para Denver. Ela começou melhor do que acabou, isso é certo. Eu costumava ter uma família. Minha mãe, pelo menos. Mas ela se foi faz um tempo agora. Não tenho mais nada dela, nem mesmo uma foto. Assim, a imagem dela gravada em minha memória é tudo o que eu tenho.
Tenho certeza que a memória é um pouco distorcida. Por exemplo, eu a imaginava em um vestido, com um avental, mas eu tenho quase certeza que eu estou pensando em uma das mães em filmes antigos e não na minha mãe.
Minha mãe não assava tortas, ela fumava crack.
Mas isso é o que acontece quando tudo o que resta é uma memória. As coisas mudam ao longo do tempo, outras memórias e imagens invadem e as remodelamos.
Você se esquece das coisas.
E, principalmente, você tende a esquecer de coisas ruins e eu acho que isso é perigoso. Porque, você esquecendo essas coisas ruins que te aconteceram, existe a chance dessas coisas ruins voltarem a acontecer com você.
Eu tento realmente manter minhas memórias da vida com Jon frescas, para que eu não esqueça.
E eu não me importo mesmo se isso não é saudável ou o que quer que seja. Os conselheiros do abrigo deram a entender que é melhor deixar o passado ir, mas eu não concordo, e é a minha vida, foi quase a minha morte. Então eu sou a única que vai tomar a decisão final.
Sinto-me satisfeita porque eu amo tomar minhas próprias decisões.
Como hoje, por exemplo. Saí do trabalho depois que eles me acusaram de roubar. Eles me despediram em primeiro lugar e eu poderia ter ficado e me humilhado, mas não o fiz. Eu fui embora.
Agora eu estou sem-teto, sem emprego e sem dinheiro. Mas pelo menos não estou com medo e nem estou quebrada e, tampouco vou deixar pessoas que não sabem nada sobre mim, ditarem quem e o que eu sou. Mesmo que eu passe minhas noites com viciados em drogas e criminosos, estupradores e, provavelmente, talvez até mesmo assassinos - estou com menos medo do abrigo, do que eu estava em casa com meu ex-namorado.
Um barulhinho de um obturador da câmera me agarra de volta à realidade. "Não, não se mova, Rook. Você está perfeita aí mesmo."
Eu levo minha atenção de volta para a janela e as memórias, ignorando Antoine. Se for isso que ele quer, então foda-se. O que me importa? Essa coisa toda é provavelmente uma armação de qualquer maneira, para levar-me a fazer filmes pornográficos ou algo assim.
O obturador continua a estalar, mas Antoine torna-se mais e mais falador. Direcionando-me para mover meu braço, ou inclinar minha cabeça, ou fechar os olhos, ou franzir a testa.
Eu faço isso apenas como ele manda. Assim como Elise me disse para fazer.
E eu nunca sorrio.
E ele não me pede uma única vez.
"O que você está pensando, Rook?" Antoine diz mais tarde, quando ele está mexendo com sua câmera e todos os outros saíram, exceto aquele cara, Ronin.
Olho para Antoine. Ele é alto e encorpado. Não de gordura, por qualquer meio, apenas espesso. Seu cabelo é escuro e seus olhos são azuis, como o meu e como daquele cara Ronin. Ele está vestindo jeans escuros e uma camiseta preta e, para um cara mais velho, talvez trinta e tantos anos, ele é bonito. Não quente ou fofinho, mas definitivamente bonito, com um queixo esculpido e um tipo de rosto áspero de uma maneira geral.
Eu posso ver porque Elise é sua amante.
"Nada que seja da sua conta", eu respondo-lhe depois, no meu tempo. Eu perco sua reação, porque eu volto para a janela.
"Você gosta de modelar?"
Eu dou de ombros. "É um trabalho."
"Você tem um book?"
Eu não tenho ideia do que isso significa então eu apenas digo: "Não."
Desta vez, não perco sua reação, porque ele fala alto com uma risada. "Não? Se você é uma modelo você tem um book. Mostre-o para mim." Ele pega um cartão e o oferece. "Aqui está o meu e-mail, envie-me suas fotos."
Eu tomo o cartão e encontro seus olhos neste momento. "Eu não sou uma modelo e eu não tenho nenhum book, seja lá o que é isso. Eu só preciso de um emprego. O cartão de convite diz que são US $ 100 por hora. Eu só preciso do dinheiro."
"A sessão de teste paga em imagens, criança. Você não é paga por hoje, mas vou dar-lhe um CD com as suas imagens, apenas dê-me o seu endereço e eu vou enviá-lo quando estiver pronto."
Agora sou eu quem fala alto com uma risada. "Fotos? Eu não preciso de nenhuma porra de foto! Preciso do dinheiro!" Volto para o trocador de roupa e Elise está me observando com uma expressão nervosa. "Onde está minha bolsa? Eu estou saindo. Que desperdício de tempo. Fotos!"
Meu capuz ainda está na área de troca de roupa e eu me movo depressa, pego a regata e puxo sem nenhuma parcimônia sobre a minha cabeça. Quando eu saio de trás da divisória eu jogo a camisa em Elise. "Aqui."
Ela aceita e eu pego a minha bolsa e saio pela porta.
Fotos!
O que é uma carga de merda! Eu apenas perdi meu dia inteiro, eu estou no lado errado da cidade, eu nunca vou voltar para o abrigo a tempo de conseguir uma cama, e eu não tenho dinheiro para pegar o ônibus, mesmo porque, eu precisava dos dez dólares do café da estúpida Starbucks!
Eu desço as escadas tão rápido quanto eu posso e quando eu chego ao final, eu só fico na frente da pesada porta de carvalho, sem saber o que fazer a seguir.
Eu desabo no último degrau e começo a chorar.
Capítulo Cinco
Ronin
O nome dela é Rook. Ela está destruída, essas foram as palavras de Elise. Ela e Antoine estão lutando sobre a campanha TRAGIC. Elise diz que de jeito nenhum, e Antoine diz que ela é a única que pode fazê-lo. Com uma olhada para fora de sua porta, ele a viu. O fotógrafo nele se apaixonou por ela.
Eu sorrio para mim mesmo pensando em suas palavras, porque eu sabia disso.
Nós precisamos dela.
Mas Elise tem poder nesta casa. Elise, não importa o que Antoine diz, veste as calças na relação deles, porque se Elise está infeliz, Antoine não pode viver com ele mesmo. Ele cai aos pedaços quando eles brigam.
Por isso trabalhamos nela por quase meia hora dentro do escritório. Nós usamos nossos recursos e fizemos promessas.
Vamos assistir Rook, nós prometemos. Nós não vamos pressioná-la, vamos ter cuidado. Nós prometemos todas estas coisas se Elise nos deixar manter essa garota.
Queremos ela muito assim.
Claro que por razões muito diferentes. Antoine quer fotografá-la, eu quero mantê-la. Antoine quer tirar fotos do seu corpo lindo e seu rosto frágil, mas eu quero descascar suas camadas e ver o que está por baixo. Antoine quer fazê-la famosa e eu quero escondê-la no meu quarto, sob as cobertas da minha cama, debaixo de mim.
No momento em que conseguimos fazer Elise concordar com o nosso plano, eu estou meio com medo que a menina poderia ter ido embora, mas assim que abro a porta ela está lá, ao lado da janela, onde Elise a deixou. Ela está olhando para fora, tão profunda no pensamento, que não ouve nada. Nem as dezenas de trabalhadores do moinho na nossa vizinhança, e certamente não nos escuta também, que a examinamos por nós mesmos, cheios de saudade (Antoine), compaixão (Elise) e desejo (eu).
Nós andamos por trás dela e seu olhar ainda permanece fixo sobre as pessoas lá embaixo. Você pode ver que ela não está com a gente, que seus pensamentos estão girando e sua vida é um caos. Está escrito por todo seu rosto e Antoine suspira quando ele vê isso também. Sou capaz de ler essa menina quase tão bem quanto ele pode. Por agora, este é o meu trabalho. Trabalhar ela, fazer essa menina sentir coisas, trazer esses sentimentos para fora. Pintar esses sentimentos em seu rosto, por isso, quando Antoine levanta a câmera, ele não está capturando o corpo, mas a mente.
É por isso que ele é famoso. Não é o corpo ou rosto, é a emoção. A emoção que eu as faço sentir.
Eu quero tocá-la agora, mas me seguro em Elise, quando Antoine começa a fotografar. Os barulhos do obturador a tiram fora de seu torpor e eu espero que ela diga alguma coisa.
Qualquer coisa. Eu estou fazendo a coisa certa? Isso é o que você quer?
Mas ela não diz nada. Antoine sussurra para ela, dando-lhe pequenas direções. Ela inclina a cabeça quando ele pede, deixando a luz da janela cair em seu rosto. É fim de tarde agora, por isso a luz está baixa e obscura. Ela rebate os cabelos negros e sua cabeça se move, apenas no caminho certo para pegar alguns raios de sol já morrendo, fazendo seus olhos brilharem. E é assim que ela está gravada na minha mente. A escuridão de seu cabelo, contrastando com o cinza claro por trás dela, e seus olhos azuis brilhantes.
Ela me pega olhando e eu prendo a respiração. Mas nenhum de nós se afasta. Nós olhamos descarados, até que a orientação de Antoine a puxa de volta para as fotos e ela se perde novamente, guardada e infeliz, franzindo a testa e resignada. Ela é um pássaro negro em uma árvore, olhando para o mundo, desafiando o vento a entrar e tirá-la do ramo balançando.
Ela está destruída, Elise está certa. Mas ela, no entanto, não está para baixo. O olhar em seu rosto é desafiador.
Quando eu olho para o relógio é cinco horas passada. Antoine esteve fotografando ela por quase duas horas.
Elise nos deixou há um tempo atrás, mas se ela ainda está aqui no estúdio ou em seu apartamento, eu não tenho ideia. Perdi a noção dela, porque meus olhos estão apenas na garota.
Antoine faz muito bem até o fim. É claro que ele está terminado as fotos, a menina está começando a parecer desconfortável quando ele pergunta o que ela estava pensando durante as fotos.
Eu tremo. Não, você não lhe perguntou isso! Você tem que fazê-la querer dizer a você, seu idiota! Eu quero tirá-lo de lá e parar a colisão e queimar o que está vindo, mas é tarde demais. Ela se afasta dele e ele recua quando percebe o seu erro.
Ele vira a conversa para negócios e este é o lugar onde realmente fica interessante. Ela diz a ele que ela não é uma modelo e não tem um portfólio. Estou prestes a rir, quando ela começa a falar alto sobre o pagamento das fotos.
Eu olho para trás em direção à estação de Elise e percebo que ela esqueceu de explicar os termos para ela.
Estamos tão fora de nosso usual hoje. Uma menina trágica interrompeu todos os planos e os protocolos que foram estabelecidos com cuidado que tivemos por anos.
A menina trágica explode, gritando. Antoine caminha até mim e assistimos juntos quando ela se dirige a Elise.
"É melhor corrigir isso, Antoine", eu digo com calma, mas por dentro eu estou gritando também. "Pague a porra da menina, ela precisa do dinheiro."
Ele bufa como um maldito francês. "Eu não pago por sessões de teste."
"Isto", eu digo, virando-me para ele, "não é sessão de teste e você sabe disso. Você tem centenas de tiros nessa câmera. Pague-a e tenha certeza que ela volte ou eu não vou fazer o contrato. Eu quero ela. Eu me coloquei junto com centenas de garotas estúpidas ao longo dos anos por você e eu nunca lhe pedi um favor como este. Eu quero ela ou não vou mais fazer isso.”
Ele procura em seu bolso e tira o dinheiro que Clare jamais ganhou.
A porta do estúdio bate e todos nós somos lembrados de que duas modelos caíram fora, correndo de nós hoje.
"Elise!" Antoine chama, empurrando o dinheiro para ela. "Pegue, pague-a e a convide para voltar na segunda-feira."
Elise pega o dinheiro e voa para fora da porta.
"Estamos em apuros, Ronin. Ela é problema." Ele se vira um pouco para me olhar nos olhos, algo que ele raramente faz, a menos que ele esteja sério e quer que eu considere seu conselho. "Você deve ficar longe dela, mantê-lo profissional. Ou pode ficar confuso."
Eu dou de ombros. "Eu vou fazer o que eu quero. E ficar longe dela não está sequer no topo das milhões de coisas que eu quero fazer com essa garota."
"Elise vai feri-lo se você arruinar isto, Ronin. Ela não vai tolerar outra Mardee."
Foda-se é o que eu penso. Mas eu não o digo, só suspiro e nós esperamos em silêncio até Elise voltar.
Capítulo Seis
Rook
Meu choro não é bonito, de fato, beira um choramingo. É um choro feio, com soluços. Eu estou tentando ser discreta, para que ele venha para fora em suspiros silenciosos meio estranhos, entre soluços e longos engasgos de ar.
Quando eu ouço passos, eu me recomponho enxugando as lágrimas e me movo pela escada, para quem quer que seja possa passar.
Em vez disso, senta-se ao meu lado.
Olho para Elise e ela tem algum dinheiro. "Aqui. Ele realmente não paga pelas sessões de teste, Rook, mas ele gosta da sua aparência e gostaria de fazer outro convite." Eu pego o dinheiro e vejo que no topo há outro pequeno cartão branco. Eu sei que não deveria, mas eu conto o dinheiro enquanto estou sentada lá. Quatrocentos dólares pouco usados. Cem dólares por cada hora que passei aqui hoje.
Olho para ela e começo a chorar de novo.
Eu sei que deveria levantar-me e apenas fechar a porta com o meu dinheiro. Basta fazer uma fuga rápida e deixar o dia de hoje para trás, mas Elise agarra meu braço antes que eu possa levantar, e eu simplesmente não tenho forças para lutar. Eu colapso de volta contra as escadas e limpo meu rosto freneticamente.
"Você precisa de ajuda?" Elise pergunta, depois de dar-me alguns momentos para parar as lágrimas.
Eu preciso. Quer dizer, eu realmente preciso. Mas eu tenho vergonha de ter que pedir a ela. "Não", sai automaticamente.
Ela esfrega o meu braço e deixa escapar uma pequena risada. "OK. Bem, você acreditaria que eu estou realmente procurando alguém para me ajudar no salão de beleza do estúdio?"
Eu levanto os meus olhos cansados e ardentes para ela com surpresa.
"Sim", ela acena para mim. "Estou desesperada, Rook. E eu percebo que isso está na minha frente, no entanto você disse que você foi demitida hoje, então eu queria saber se você gostaria de aceitar o trabalho?"
"Um emprego?"
"Menina do shampoo. Não é muito e paga muito pouco, mas ele vem com um pequeno apartamento no terraço do telhado."
"Um apartamento?"
"Eu sei o que você está pensando. É um apartamento agradável? Eu temo que não, não é. É realmente minúsculo e cheio de mobiliário antigo. Você provavelmente vai odiá-lo e eu estou envergonhada até mesmo de oferecê-lo, mas eu percebi que você pode ter pena de mim e aceitar o trabalho e o apartamento.”
Eu só olho para ela.
"O que você diz?"
Eu choro.
Ela envolve seu braço em volta de mim e ri. "Apenas diga sim, Rook. E nós vamos voltar lá para cima e você pode ir se estabelecer no espaço que é terrivelmente feio e pequeno, e tentar esquecer todo este dia." Ela se levanta e me leva com ela e começamos a subir as escadas. "Exceto para a parte onde você recebeu em suas mãos um cartão convite e nos encontrou, claro. Talvez amanhã, vá ver que este foi um golpe de sorte para você."
Ela sabia o tempo todo que não era meu o convite, mas ela fingiu que lembrava quando eu lhe dei o meu nome. "Por que você está fazendo isso? Eu quero dizer, eu sou grata e eu quero o trabalho e o apartamento, eu realmente quero. Mas você nem me conhece."
"Eu fui você, Rook. Eu não sei todos os detalhes, mas todos nós precisamos de uma necessária reviravolta do destino, em um momento ou outro, e Antoine foi a minha. Há mais de doze anos atrás, agora. Então, hoje, eu vou pagá-lo e ser a sua”.
"Obrigada."
"E um dia, você vai estar na minha posição e você vai tropeçar em cima de uma menina perdida e você pode ajudar a mudar o destino dela. E quando você fizer, e ela lhe perguntar o porquê, você vai contar a ela sobre mim."
Nós caminhamos o resto das escadas em silêncio depois disso, e quando ela me levou através da porta do estúdio, ficamos cara a cara com Antoine e aquele cara, Ronin, de novo. Elise diz algo em francês, e, em seguida, todos eles estão falando em francês. Mas Elise não espera por eles, porque ela me leva pelo outro lado da parede do salão e andamos através das enormes portas de vidro que levam para o terraço.
É um dos lugares mais bonitos que eu já vi. De alguma forma, mesmo que este seja um terraço na cobertura, existem dois pequenos bosques com cerejeiras em floração em ambos os lados. Há até mesmo grama no chão, debaixo das árvores. "Como há grama aqui em cima?" Eu pergunto quando nós caminhamos além das árvores e seguimos para um pequeno prédio de tijolos do outro lado do terraço.
"Meu Antoine é esperto", ela ri. “Aqui costumava ter uma piscina de um lado,” ela aponta para o leste, onde o céu já está ficando escuro, “e uma piscina para a família do outro”. Ela aponta a oeste agora, em direção às montanhas e ao sol poente. "Alguns empreendedores compraram este edifício da cidade e fizeram apartamentos na parte traseira nos anos setenta, mas quando nós o compramos mais de uma década atrás, as piscinas eram um desastre, então ao invés de enchê-las com concreto, enchemos com terra e plantamos as árvores de cerejeira e grama. Nós acrescentamos algo ao paisagismo todos os anos, geralmente alguma árvore frutífera."
É como o Jardim Secreto de Mary Lennox. Exceto, que é em uma cobertura em um bairro elegante de Denver em vez do campo inglês. Eu me sinto um pouco triste por um momento, por causa de todas as pessoas que vivem nesta cidade; um punhado delas nunca vai ter a chance de caminhar por um pomar, no topo de quatro andares, em cima de um prédio antigo.
Elise para no pequeno apartamento e digita uns números no teclado. "Em todas as nossas portas foram colocadas fechaduras codificadas. Vou trazer-lhe um código a ser usado do lado de fora do edifício depois do horário comercial, mas o apartamento no jardim do estúdio é apenas o número um. Apenas cinco números um."
"Ok." Parece muito extravagante, mas eu posso lidar com cinco uns.
"E eu posso ter mentido um pouco sobre o apartamento."
"Oh," eu digo, a decepção aparecendo.
"É realmente muito bonito. Não é grande, eu não menti sobre isso, mas__" Ela abre a porta e me empurra para dentro.
É o lugar mais querido que eu já vi. As paredes são pintadas de um amarelo ensolarado, o mobiliário é mais velho, o que não era uma mentira, mas ele tem um padrão de flores bonita sobre ele, e parece muito confortável. Há um sofá, uma cadeira estofada com esse padrão, uma mesa de café feita de carvalho e dois quadros. A cozinha é pequena, apenas um longo balcão contra a parede oposta. Há um frigobar e um pequeno fogão que combina com o tamanho do apartamento. Quando eu olho para o corredor, posso ver uma cama vestida com o mesmo padrão da mobília da sala de estar.
"Não é realmente um estúdio, porque tem um quarto, mas não há nenhuma porta. Então, é como um loft, eu acho. O banheiro tem uma banheira gigante com pés".
Eu gemo de felicidade. "Isto não pode vir com o trabalho de menina do shampoo."
Elise ri. "Não, eu menti sobre isso também. Mas se você jogar corretamente, Antoine e Ronin vão escolher você para a campanha TRAGIC e você vai querer sair e ter um apartamento de luxo em Nova York, como a última garota que viveu aqui antes de você conhecê-lo.”
"A última garota?"
Elise balança a cabeça. "Ela é quem decorou o lugar, apenas com coisas de segunda mão, de lojas de consignação no lado oeste da cidade. Mas é bonito, certo?"
E então eu concordo. Há muitas janelas, para que mesmo na escuridão que se aproximava, eu pudesse ver quanta luz entrava.
"Eu nem sei o que dizer Elise. Quero dizer..." Eu realmente perdi as palavras. "Eu não sei como isso aconteceu. Eu não roubei esse convite, eu estava apenas cuidando da minha vida na Starbucks, e essa menina jogou o cartão para longe e ele me bateu na minha cabeça, e...."
"Não importa Rook. Aquela garota nunca vai perguntar sobre sua sessão de teste. Ela recebeu um convite como um favor à sua agência. Antoine não mexe com as modelos que ele trabalha. Eu disse que ele gostaria do seu visual e eu estava certa. Agora, meu irmão Ronin...”
Oh, eu digo para mim mesma, bloqueando suas palavras, mas ainda sorrindo educadamente enquanto ela fala. Ronin é seu irmão.
É interessante.
"...então. Ele é o único com quem você vai ter que se preocupar depois de Antoine tomar sua decisão."
"Preocupar?" Eu perdi isso. Espero que ela repita.
"Não se preocupe por enquanto. Basta ficar fora do seu caminho, fazer aquilo que é dito e não agir como a garota que você assistiu explodir para fora daqui mais cedo."
"Clare?"
Elise revira os olhos. "Sim, Clare. Ela é talentosa e tem uma longa lista de clientes que a querem para contratos glamorosos e da moda, mas ela está cruzando as linhas com todos nós, deixando Antoine muito zangado."
"E Ronin?"
"Não, Ronin raramente fica irritado com as meninas. Agora, eu odeio fazer isso com você, mas Antoine e eu vamos até as montanhas para passar o fim de semana, então eu tenho que sair correndo. Mas sinta-se em casa, e eu deixarei o código do edifício com Ronin. Tenho certeza que ele vai estar se divertindo todo fim de semana, mas o Cookie’s Dinner no final da rua tem uma comanda para que as nossas meninas possam comer lá. Basta dizer para o gerente que você pertence a Ronin e você será bem cuidada."
Oh, isso faz com que meu rosto core. Gostaria de saber se eu poderia forçar essas palavras a sair da minha boca. Eu pertenço a Ronin? É atraente e sexista ao mesmo tempo. Eu penso assim? Não tenho certeza. Eu não sou definitivamente de Ronin, pelo que eu sei. Eu gostei de olhar para o seu corpo seminu, mas não estou nem perto de desejá-lo perto de mim. Ele é um daqueles jogadores confiantes, eu posso dizer.
E eu não sou uma jogadora ou mesmo ligeiramente tão confiante, então, eu provavelmente faria minha vida muito mais fácil, se eu seguir o conselho de Elise e ficar fora do seu caminho.
Antes que eu possa me puxar de volta à realidade para manter a conversa, Elise está saindo pela porta e gritando: "Vejo você na segunda-feira."
E então eu fico lá. Sozinha.
Me sentindo muito parecida com a Cinder-pirando-ela.
Capítulo Sete
Ronin
Elise está cheia de prazer quando encontra Antoine e eu comendo maçãs em seu escritório. "Você quer explicar o que aconteceu?" Eu lhe pergunto.
Ela fecha a porta, ainda sorrindo. "Eu a salvei, isso é tudo."
"Como a salvou, exatamente?" Antoine pergunta.
"Ela é uma bagunça, eu acho que ela é sem-teto ou, pelo menos, não está disposta a ir para casa. Eu a coloquei no apartamento do jardim e ela vai trabalhar lavando cabelos no salão de beleza."
"Lavando cabelos!" Antoine e eu gritamos juntos.
Elise coloca as mãos para cima como se estivesse repelindo nossas queixas. "Ela era orgulhosa demais para admitir que precisava de ajuda, por isso fiz mais fácil para ela aceitar, isso é tudo."
"Então, ela não é a nova garota do shampoo?"
"Não, Ronin, ela é. Ela tem que ser, ou ela pode sair do apartamento e obter um quarto de hotel com o dinheiro dela ou algo assim."
"Elise, queremos ela para a campanha TRAGIC, ela não pode ser a garota que lava os cabelos. As outras meninas vão atacá-la como leões, ela vai sair!"
"Bem, então eu sugiro que você tenha essas meninas sob controle, Ronin. Você as deixa ir muito longe. Se elas forem maldosas com ela e ela ir embora, isso será culpa sua." Neste momento, a minha pequena irmãzinha esfrega as mãos, acomoda-se no colo de Antoine e segura seu rosto. “Eu estou pronta para as montanhas. Leve-me até lá e arrase o meu mundo.”
"Oh, doente! Vocês dois!" Oh Deus, eles estão se beijando agora! "Estou saindo, essa menina precisa de uma babá, ou o quê? Eu não tenho que ficar por aqui, não é?"
Eu rolo meus olhos, quando Antoine e Elise terminam seu beijo.
"Não, mas ela precisa de um código do prédio, para que ela possa ir e vir como quiser", diz Elise, sem fôlego de seu beijo. "Você pode levar um código para ela? Eu tenho que fazer as malas." E então ela pula fora do escritório e se dirige para o apartamento dela e de Antoine no andar de cima.
Olho para Antoine. Uma sobrancelha está levantada todo o caminho até a testa.
"O quê?"
"Essa menina, Ronin. Você sabe o quê."
"Ei, você gostou dela também, não fui só eu. Perfeita, certo? Ela é o mesmo tipo de garota que você me descreveu na semana passada, mas era apenas a sua fantasia da menina para a TRAGIC. Ela é como um pequeno presente do Deus das modelos. Não o estrague.”
Ele não está convencido. "Elise quer salvá-la e você irá estragá-la. Isso não vai dar certo."
"O que você quer dizer? Eu não tenho nenhuma intenção de arruiná-la!"
"Você sabe exatamente o que quero dizer. TRAGIC tem esse nome trágico por uma razão. Você vai arruinar essa garota."
"Você não tem ideia do que está falando. Eu cuido de todas essas meninas."
"Você não cuidou de Mardee."
Minha boca cai aberta, é o quanto eu estou atordoado de como ele tocou no assunto. "Antoine, cara, sério, você está me irritando agora. O que aconteceu com ela não tinha nada a ver comigo."
"Não?" Ele pergunta uniformemente. "Você a trouxe aqui e ela foi arrastada para esta vida. Esta menina Rook a é Mardee, tudo de novo. Eu posso ver isso. Ela é doce e inocente agora, mas espere até o dinheiro começar a rolar e os homens começarem a fazer ofertas. As agências estarão circulando como abutres para chegar até ela. É preciso ser uma pessoa forte para navegar pelo labirinto de predadores neste mundo, você sabe disso.”
"Eu disse a você, eu vou monitorá-la. Merda."
"É melhor, Ronin. Porque Elise está investindo nela e isso significa que eu estou investido nela agora, também. Eu não vou ficar como da última vez."
"Dê o fora daqui. Você precisa de um período de férias. Eu cuido de todas essas garotas. Pergunte a qualquer uma delas." Ele faz que vai protestar e eu adiciono, "Além de Clare! O que Clare faz não conta, por isso nem sequer comece comigo sobre ela."
Ele se levanta de sua cadeira e aponta para sua cesta de frutas. "Você coloca isso na cozinha? Eu não quero que vá para o lixo enquanto estamos fora da cidade."
"Claro", eu digo, aliviado de que ele está deixando ir a coisa toda sobre Mardee. Eu pego o cesto e caio fora, tentando me livrar do sentimento de vergonha que o nome de Mardee traz em mim.
Ela estava fora de controle, mas eu não estava no comando da sua vida pessoal. Inferno, eu mesmo tinha apenas dezenove anos naquela época. Eu tinha começado a gerenciar as meninas. Não foi minha culpa que Mardee caiu na escória do bairro.
Além disso, eu fiz uma série de mudanças desde então.
Eu não vou ter uma repetição de Mardee.
A cozinha está limpa e tranquila agora que sexta-feira à tarde passou para a noite de sexta-feira. Eu coloquei a cesta de frutas na geladeira com as outras, por isso vai durar pelo fim de semana. Antoine é um fanático sobre suas cestas de frutas. Meu olhar vagueia pela grande janela sobre a pia e eu espio o apartamento do jardim de Rook. Ela tem as cortinas abertas e está de pé na frente das janelas, olhando para as cerejeiras.
Eu tenho que concordar com Antoine. Esta menina é uma Mardee esperando para acontecer, e eu realmente deveria me tornar disponível esta noite, para que ela não vagueie lá fora e fique em apuros na vizinhança agitada.
Mas por quê? Ela não tem o código da entrada do edifício, de modo que ela não pode sair. Eu sorrio quando a ideia surge. Eu só vou convenientemente esquecer de dar-lhe o código, e então eu posso aproveitar a minha sexta à noite sem ter que me perguntar se sua bunda magra precisa ser salva. Sim, isso pode ser mais fácil do que eu pensava.
Deixo a cozinha, subo as escadas três degraus de cada vez e caminho pelo corredor até o meu apartamento.
Rook não pode ter problemas se ela nunca tiver a chance de tê-los.
Soa como um plano perfeito para mim.
O que poderia dar errado?
Capítulo Oito
Rook
Elise nunca apareceu com meu código de entrada do edifício e eu estou morrendo de fome. Meu estômago está rosnando com o vazio, é assim a fome que eu estou. A única coisa que eu comi hoje foi um Cappuccino de dez dólares na Starbucks, que não conta como comida, realmente. Ou seja, eu não comi nada hoje.
Eu espreito o estúdio pela janela. A partir do quarto da frente, eu posso ver as duas janelas no quarto e quinto andar, e, em seguida, no sexto andar há janelas menores. Havia uma luz acesa há algumas horas atrás, mas agora tudo está escuro. Tenho certeza que há uma cozinha no interior, mas o meu código para o apartamento do jardim não vai abrir as portas que vão para o estúdio.
Então, eu sou como uma prisioneira aqui no jardim secreto.
Eu sou uma prisioneira secreta.
Isso me deixa desconfortável. Quer dizer, eu realmente não conheço essas pessoas em tudo. Eu os conheci hoje, e aquela que eu conversei saiu para o fim de semana, e quem deveria cuidar das coisas está longe de ser encontrado. Eu vago no enorme terraço do jardim. Andando, na verdade. Eu passeio no terraço. E o pior é que eu posso ouvir todos os tipos de pessoas lá embaixo. Este edifício é bem no meio de uma área muito ativa de Denver, repleta de bares e todos os tipos de diversão noturna.
E eu sou uma prisioneira secreta em um jardim secreto.
Eu ando na borda do terraço e olho para ver o que está acontecendo lá embaixo. Um monte de pessoas. Um monte de pessoas, que na minha experiência, significa um monte de pessoas bêbadas. Descendo a rua, tem um sinal néon enorme que pisca, com uma imagem de uma garçonete dos anos cinquenta e as letras Cookie’s Dinner! Se eu descer eu posso ir para Cookie’s e dizer-lhes que eu pertenço a Ronin e conseguir comida de graça.
Esqueça isso, eu tenho dinheiro. Eu não preciso pertencer a Ronin para me alimentar.
Eu bufo um pouco de ar e começo a ficar irritada. Meu estômago dói, caramba! Eu olho mais uma vez para a janela onde as luzes estavam e procuro uma escada de incêndio. Eu estou tão desesperada que eu estou pensando em usar a escada de incêndio?
Meus pés já estão do outro lado do terraço e eu estou pulando sobre os trilhos de ferro que permitem o acesso às escadas. Eu nunca estive em uma escada de incêndio. Eu cresci em lares adotivos e talvez Chicago não fosse o melhor lugar para ser uma criança adotiva, mas eles sempre me colocaram para morar em casas.
Mas eu vi na TV. Você pula em cima, desce, e depois pendura aquela coisa embaixo da escada, onde eles te descem com segurança até o chão. Fácil. Meus pés batem as escadas de metal e quando eu chego ao último nível há uma alavanca que parece que tem que ser puxada. Eu a libero e a escada desce para o chão.
Eu estou há minutos da comida!
Mas vozes na frente no beco me param. Há um grupo de rapazes apenas virando a esquina. Se conseguir me apressar, eu posso ir para a rua movimentada antes deles chegarem perto. Eu desço e eles começam a me chamar.
Merda, Rook! Isso não é uma boa situação para se estar. Eu pulo no chão e faço o meu caminho para a rua.
As pessoas estão chapadas e há ainda mais delas do que havia antes, mas pelo menos eu não estou sozinha em um beco escuro.
Cookie’s está do outro lado da rua, mas esse é o lado ocupado onde todos os bares estão, então eu caminho para baixo no quarteirão, e empurro minha mão no bolso para pegar o meu dinheiro.
Merda de novo! Eu olho para o prédio Chaput melancolicamente. Meu dinheiro ainda está lá em cima. Eu sou tão estúpida. Eu me viro para voltar e subir a escada de incêndio para obter o meu dinheiro e vejo os caras turbulentos do beco virando a esquina.
Eu faço a volta e caminho para Cookie’s. Eu acho que hoje à noite eu vou pertencer a Ronin. Eu faço o meu caminho através da multidão, olhando para trás nervosamente enquanto os garotos me seguem, e, em seguida, atravesso a rua quando eu chego à esquina.
Uma mão me agarra por trás e a empurro de volta para longe. "Tire as mãos de mim!"
O cara é alto e tem um olhar surpreso em sua face. "Desculpe, caramba. Nós só queríamos ver se você está OK. Você está muito agitada."
Ele não é um dos caras do beco, porque eles ainda estão do outro lado da rua. Eu me afasto outra vez, não me importando em ser rude, porque eu estou totalmente fora do meu elemento agora, e eu só quero conseguir algo para comer. Uma multidão entra na lanchonete e eu os deixo me empurrar para longe do cara ofendido e vou para dentro.
Quando a porta se fecha atrás de mim solto um enorme suspiro de alívio.
Cookie’s Dinner agora é o meu paraíso. Parte do som do lado de fora é abafado e eu me dou um momento para relaxar antes que a porta se abra e permita que o barulho entre de novo.
"Posso te ajudar, querida?" a garçonete de meia-idade me pergunta enquanto eu estou lá respirando com dificuldade.
"Hum." Merda. Eu engulo e forço as palavras. "Eu pertenço a Ronin e eu só quero um pouco de comida, se isso for possível, OK?"
A garçonete sorri e pisca para alguém na porta atrás de mim. "Ela pertence a você, Ronin?"
Eu rodopio, meu rosto quente de vergonha. E sim, lá está ele, em todo seu esplendor de modelo, exceto, com roupas normais neste momento.
Ronin olha para mim com um sorriso satisfeito. "É isso mesmo, Angie. Esta me pertence, tudo bem. E nós vamos comer aqui, então basta enviar Cindy quando ela tiver tempo."
E, em seguida, ele conecta meu braço em torno dele e me leva para a parte de trás do restaurante. "Agora, princesa, você se importa de me dizer como chegou ao Cookie’s quando eu deixei você trancada em sua torre?"
"Você me deixou lá em cima de propósito?"
"De que outra forma eu poderia manter um olho em você enquanto eu saía para beber? Você não tem vinte e um, certo? Sem bares para o bebê. Mas eu vejo que você é engenhosa. Eu poderia ter de manter as rédeas um pouco mais apertadas em você, do que nas outras.”
Eu zombo de sua ousadia enquanto ele me empurra para sentar em uma cabine na parte de trás do restaurante. Quem diabos esse cara pensa que é? "Olha, Ronin, eu não tenho certeza de como todos os detalhes deste acordo vão funcionar, mas eu vou deixar uma coisa bem clara agora. Eu não estou no mercado para um irmão mais velho, eu posso cuidar de mim mesma e se você tentar me trancar no edifício de novo, eu, por bem, vou embora. Eu não levo merda de qualquer um.”
"Você está pronto para pedir, Ronin?"
A garçonete, Cindy eu acho, está em pé sobre nós, batendo a caneta em seu pequeno bloco de pedidos.
"Sim", diz Ronin, limpando a garganta. "O de sempre para mim e traga um para ela também, mas peça o dela bem passado."
"Desculpe-me! Eu posso pedir para mim. E eu como..." Eu não tenho nenhum cardápio, assim eu vou pelo fácil. "Uma salada de frango grelhado."
A garçonete tirou os olhos de mim, então os abaixa para escrever o bilhete, ela olha para Ronin para confirmação.
O que há com isso?
"Ela vai ter o meu de costume, bem passado."
Cindy estoura seu chiclete e sai, rasgando o pedido fora do talão e o fixa em uma daquelas coisas tipo varal, que giram de volta para o cozinheiro.
"Como você se atreve?"
"Como eu me atrevo a quê?" Ele está sorrindo para mim de novo e se ele não fosse tão extremamente irritante com sua besteira de controle, eu poderia estar tentada a olhar para ele por um tempo. Seus olhos brilham com maldade, como se eu estivesse o entretendo ou algo assim, e então ele se inclina para trás, estica as pernas e as empurra contra as minhas debaixo da mesa.
Ele estica seu braço sobre o encosto da cabine com um sorriso satisfeito e meu coração bate um pouco mais rápido.
Ele está me tocando.
Eu puxo a minha perna para trás e ele ri. "Ah, sim, eu esqueci. Rook, a única modelo na história do estúdio Antoine Chaput que se recusa a ser tocada. Você vai ter que superar isso. Realmente rápido."
"Como você ousa pedir por mim?" Eu respondo, ignorando seu flerte, ou ameaça, ou qualquer que seja o inferno que foi o seu comentário. "Eu não tenho ideia do que é seu habitual e quem é você para me dizer para comê-lo bem passado de qualquer maneira? Eu só queria uma salada."
Eu não tenho nada dele além daquele sorriso confiante. Nós olhamos um para o outro por alguns momentos e ele me olha direto nos olhos. Como se pudesse ver através de mim ou algo assim. Eu tento manter o seu olhar, mas eu perco o concurso e o desvio em primeiro lugar quando o meu coração faz uma dança estranha dentro do peito.
"Relaxe, Rook. Este lugar é famoso por seus hambúrgueres, então eu lhe pedi um hambúrguer. Bem passado, porque é assim que a maioria das pessoas comem seus hambúrgueres. Eu gosto do meu médio quase para mal passado, mas eu não gosto da ideia de você comer hambúrguer mal passado, então eu o pedi bem passado, OK? Você quer que eu altere o pedido? Eu faço, se você preferir médio ou mal ou o que quiser.”
Eu desvio o olhar, envergonhada. Acabei exagerando? Ou será que ele apenas está jogando comigo?
Não há tempo para responder porque uma menina vestida como uma motociclista saída de Sturgis3 vem direto até nós, passeando até Ronin e sentando ao lado dele na cabine. Ela me ignora completamente.
"Ronin, meu amor. Será que este look grita STURGIS ou o quê?"
É como se ela lesse minha mente. Um riso explode antes que eu possa pará-lo e a garota motociclista presunçosa me lança um olhar sujo.
"Desculpe," murmuro.
"Nós não estamos lançando para STURGIS e o caminho até TRAGIC é longo, Lisa. Você vai ter que voltar em algumas semanas."
"Bem, eu posso fazer TRAGIC, também! Estou trágica, certo?"
"Ah, você está, querida. Mas Rook aqui é a nossa nova garota TRAGIC, desculpe. Esse trabalho está tomado."
Minhas sobrancelhas sobem. "Eu sou?"
Lisa salta sobre minha indecisão. "Ela não assinou ainda?"
"Não importa, Lisa, Antoine e eu a escolhemos esta tarde durante a sua sessão de teste. Ela é a garota que queremos." E então ele olha para mim e sorri. Mas desta vez não é arrogante e corajoso. É quente e sedutor, um pouco torto, com uma promessa de algo desonesto e uma pitada de sujo nele. Tudo dentro de mim fica quente em um instante. "Então, vamos fazer o que for preciso para mantê-la."
Lisa faz beicinho e choraminga um pouco mais, mas Ronin está olhando para mim o tempo todo. Seu olhar fica desconfortável e eu tenho que desviar o meu.
Eu respiro fundo e quando eu olho para cima novamente, Lisa se foi e a comida está aqui. Ronin ajuda Cindy com os pratos e empurra meu hambúrguer em minha direção, diz algumas palavras para a garçonete que parece exausta e pronta para ir para casa, e depois pisca para mim quando ele dá uma mordida no seu hambúrguer.
Capítulo Nove
Ronin
Essa Rook vai ser um punhado, eu posso dizer. Ela tem um olhar sombrio, um olhar que diz que ela teve alguns problemas recentemente. Mas ela não está para baixo, isso é certo. E suas defesas estão em alerta máximo. Muito altas para o meu nível de conforto. Vou ter que trabalhar nisso. Se ela não confia em mim para pedir sua comida, então ela definitivamente não vai confiar em mim para cuidar dela durante uma sessão de fotos.
E mesmo que eu diga a Lisa que Rook é definitivamente a garota que eu quero para TRAGIC, ela não irá muito longe se não pudermos tocá-la. Eu não posso tocá-la, eu me corrijo. Eu sou o único que vai tocar nela.
Ela tem um bom apetite, uma vez que ela aceita e começa a comer e isso é uma vantagem. Eu só posso comer metade do meu hambúrguer, tomei cerveja demais esta noite, mas Rook manda o dela e faz uma marca decente em suas batatas fritas. Eu sorrio quando ela se inclina para trás na cabine. "Satisfeita?" Ela cora de um rosa brilhante e eu tenho que parar de rosnar de desejo. Esta menina faz algo para mim e eu não estou muito certo do que fazer sobre isso.
"Eu estava com fome", ela explica. "Eu não comi o dia todo."
"Isso não é bom", eu digo, franzindo o cenho. Este pode ser um problema, afinal. "Você quer um pouco de torta? Cookie’s faz as melhores tortas da cidade."
Ela ri, como se isso fosse um absurdo. "Não, obrigada. Eu já tive o suficiente."
Eu levanto e estendo minha mão para ela. Ela olha engraçado para mim, mas aceita e eu a levanto e coloco minha mão atrás das costas dela para dirigi-la até a porta.
"Não temos de pagar?"
"Temos uma conta, Rook. Quando você comer aqui, você vai para a cabine, pede o que quiser e eles nos cobram. Sem perguntas."
"Oh, então você tira do nosso salário ou algo assim?"
Eu mantenho a porta aberta e ela murmura um agradecimento quando passa. Eu amo suas maneiras.
Ela é uma contradição porém, escura e defensiva em um minuto, doce e inocente no próximo. Eu não tenho certeza de que lado eu prefiro, para ser honesto eu gosto dos dois no momento. "Não, isso é apenas o que fazemos para as modelos. Nós gostamos de vocês meninas e nós as cuidamos de uma determinada maneira. Faz sentido?"
Ela olha para mim enquanto nós atravessamos a rua e fazemos o nosso caminho de volta para o estúdio. "Eu acho que faz."
Ela não tem ideia do que estou falando e eu estou realmente cansado demais para explicar, então eu apenas caminho ao seu lado em silêncio até chegarmos à porta. "Você pode usar o meu código, por agora, tudo bem? É 37351, vou escrevê-lo para você quando chegarmos lá em cima. Ele funciona na porta do terraço também, então você não é mais uma princesa."
Ela ri disso e eu tenho uma súbita vontade de colocar minhas mãos por todo o seu corpo, que é o quanto esses pequenos barulhos vindos de sua boca me ligam. Eu nem me lembro a última vez que uma menina me fez sentir assim. Talvez nunca.
"Desculpe por fugir, a fome me deixou louca."
Ah Merda. Eu me sinto mal. Eu sou um idiota.
"Mas obrigada pelo hambúrguer. Eu realmente gostei."
Nós subimos os quatro lances de escada, com apenas o ruído dos nossos passos para quebrar o silêncio. Seus pequenos tênis Converse são fofos, vermelho brilhante com pequenos furos perto dos dedos, como se estivessem sendo usados desde que ela tinha doze anos e não pôde suportar abandoná-los. Abro a porta do estúdio e me certifico de que ela se feche atrás de nós. "Nós temos as portas com um temporizador de bloqueio, por isso, se você entrar durante o horário comercial estará sempre aberta, mas depois de certas horas é necessário ter o código."
Abro a porta do terraço e espero por ela passar, então a sigo para o terraço.
"Este lugar é tão bonito, mesmo à luz do luar."
Eu olho em volta. Estou tão acostumado a viver aqui, que eu nem percebo mais as cerejeiras. "Sim, Antoine gasta uma pequena fortuna em jardineiros a cada mês. Nós tiramos muitas fotos aqui fora, por isso vale a pena, eu acho."
Ela olha ansiosamente para o gramado e as árvores frutíferas em floração. "Passei a maior parte da minha vida na cidade e havia alguns lugares bonitos, quero dizer, cada cidade tem seus lugares bonitos, certo? Mas eles nunca fizeram frente para a feiura."
Algo me diz que ela não está falando sobre Denver.
"Há um balanço ali perto da primeira árvore." Eu a levo pelo braço e a puxo junto comigo até as árvores. "Suba. Eu vou empurrá-la."
Eu meio que espero um pouco de luta, mas ela está muito mais calma do que estava quando a encontrei no restaurante. Eu a vi sair do beco, ficar nervosa com um grupo de rapazes a seguindo, e em seguida, reagir de forma exagerada quando outro rapaz lhe fez uma pergunta. Ela estava enrolada bem apertada quando eu apareci.
Mas agora, eu a ouço sufocar uma risada quando ela se estabelece no velho balanço de madeira, ela está calma e suave.
Eu acho que eu a prefiro assim. Eu posso ficar sem a Rook escura, mas essa menina, aquela que diz obrigada quando eu abro a porta para ela e que ri quando eu a empurro no balanço da árvore, essa garota é sexy. Rook bate Lisa e sua roupa de Sturgis em um quilômetro, e tudo o que ela está vestindo é um jeans rasgado e uma camiseta branca de grandes dimensões que mostra zero de decote.
Seus longos cabelos escuros flutuam atrás dela enquanto ela balança para a frente e, em seguida, chicoteia contra suas costas quando ela retorna para mim. Eu pego um vislumbre de seu pescoço nu, de vez em quando e eu tenho o desejo de beijá-la lá. Merda Ronin, o que está errado com você? Modelos não são material para namorada, eu me lembro. Elas são a coisa mais distante de material de namorada que existe. Eu tento não sair com modelos. Tento nem mesmo olhar para elas.
Mas Rook não é uma modelo. Ela pode ser uma na próxima semana, quando começarmos esta campanha, mas agora, ela é apenas uma garota.
E a única coisa que eu sei agora, é que eu a quero.
"Então, Rook, me diga. Você acha que vai gostar de modelar?"
"Sim", ela diz, "Eu vou amar, desde que ele me pague em dinheiro. Eu só quero um emprego, você entende?"
Ela inclina a cabeça para trás enquanto ela balança para frente, fazendo com que todo o seu corpo mergulhe, e eu imagino como ela vai parecer debaixo de mim, em suas costas arqueando fora da cama, quando eu agradar sua barriga com beijos. Eu pulo fora da fantasia. "Você tem família aqui em Denver?"
"Não."
Isso é tudo que eu recebo. Não.
"Amigos?"
"Não."
Mais uma vez, ela não oferece nada.
"Então, como você chegou aqui?" Eu empurro.
"Destino." Ela ri e pula do balanço na próxima vez que vai para frente. Ela pousa em joelhos na grama e, em seguida, rola para baixo em suas costas. "Isso foi divertido, obrigada." Ela fica de pé e aguarda.
Apesar de seu sorriso e sua risada, eu reconheço o movimento. Ela acaba de terminar a noite.
"Por nada. Quer que eu escreva o código? Então você pode sair para buscar o café da manhã?"
"Sim, claro", diz ela, já caminhando para o apartamento do jardim. Ela digita seu código, com todos os uns, por isso não é grande coisa, mas ela digita como se ela tivesse vivido aqui durante todo o ano e não metade de um dia. "Existe algum papel e uma caneta aqui? Eu não olhei por tudo ainda."
"Sim", eu digo. "Na gaveta superior ao lado do fogão."
Ela me lança um olhar estranho, provavelmente perguntando como eu sei disso, mas eu não ofereço uma explicação e ela simplesmente entrega o material e eu escrevo o meu código. "As portas estão bloqueadas por todo o final de semana, então você tem que usar o código em todos os momentos. Ok?"
Ela concorda com a cabeça. "Obrigada."
Eeeee... é isto. Ela está me despachando.
Eu pego a dica e me movo em direção à porta. "OK, eu acho que eu vou vê-la amanhã?"
Ela segura a porta, enquanto eu estou lá esperando por uma resposta. "Claro."
Eu suspiro e saio, sentindo-me um pouco magoado quando a porta se fecha rapidamente atrás de mim.
Capítulo Dez
Rook
Eu inclino meu corpo de volta contra a porta depois que eu me forço a fechá-la atrás de Ronin. Foi tão difícil terminar esta noite, mas eu não estou pronta para chegar perto de ninguém, especialmente um cara como Ronin. Ele é perigoso, eu posso dizer. Ele é uma espécie de supermodelo, ele gerencia as meninas, o que quer que isso signifique e ele é quente como o inferno do caralho.
Eu rio de meu chilique particular.
Mas é verdade. Meu coração ainda está acelerado e isso não é tudo, porque ele me assusta de qualquer forma. Ele me assusta muito. Eu tenho medo de quase tudo o que ele representa. Quero dizer, vamos ser honestos, todos os caras mais bonitos traem. Isso é um dado. Eles sabem como ter uma boa aparência, eles provavelmente gastam todo o seu tempo no ginásio para manter esses corpos e eles só querem uma coisa. Mas eles querem essa coisa de tantas meninas quanto eles puderem pegar, e não apenas uma coisa de uma só menina. Eu poderia encontrar um cara quente que queira apenas uma coisa de mim, eu até poderia pensar sobre isso.
Mas falando sério, Ronin não é esse cara. Ele está praticamente mantendo um harém de modelos que ele afirma ser dele como um homem das cavernas. Inferno, até mesmo Elise me disse para falar no restaurante que eu pertencia a Ronin.
É degradante.
E o que foi toda aquela coisa de fazer o pedido por mim? Eu ainda estou confusa sobre isso. Porque nós dois sabemos que começou como um desafio, para ver até onde eu iria deixá-lo andar em cima de mim. Mas então, ele me virou com sua lógica, e fez eu me sentir estúpida por m exaltar.
Eu bufo, deixando escapar um suspiro, caminho de volta para o quarto e mexo na minha mochila para encontrar a minha escova de dentes. Tudo o que tenho está contido nesta mochila. E não é muito. Duas calças jeans, além dessa que estou usando, e mais quatro camisetas. Eu nem sequer tenho roupas íntimas, porque, se você pode acreditar, alguém no abrigo mexeu nas minhas coisas e roubou tudo. Eles não roubaram apenas as roupas íntimas, o que já me deixaria doente. Eles levaram todas as minhas roupas. Então eu tive que conseguir todas estas na semana passada, lá no brechó no final da rua do abrigo.
Eu pego alguns produtos de higiene pessoal que eu tenho, e abro uma gaveta para escondê-los dentro.
Mas a gaveta está cheia de coisas. Coisas de menina. Maquiagem, loção, esmalte. Todos os tipos de coisas que eu adoraria comprar, mas tive que ficar sem nos últimos meses.
Eu suspiro de satisfação e, em seguida, começo a escovar os dentes.
Rook, sua sorte mudou. Isto é uma grande mudança. Na noite passada eu estava segurando uma faca apertada no meu peito, pronta para cortar o tarado na cama ao meu lado se ele tentasse me tocar de novo, e hoje a noite eu estou morando – morando - em um apartamento, no jardim do telhado, no lado da moda dessa cidade. A vida é estranha ou o quê?
É estranha, mas eu tento não pensar muito sobre isso, porque se a vida pode mudar para melhor tão rápido, então ela pode mudar para pior também. Lembro-me do dinheiro que Elise me deu esta tarde e corro de volta para o quarto para puxá-lo debaixo do colchão. Eu acho que é um exagero esconder dinheiro no apartamento que eu vivo sozinha, por isso eu dou um grunhido, mas não posso me ajudar.
Além disso, me lembro de que estou fazendo uma lista de porquê Ronin não é o cara para mim, não importa o quão rápido meu coração bata quando ele está próximo. Que toda a coisa de “Eu peço para você” é bonito, na primeira vez que eles fazem isso, talvez. Só que não é para mim, mas se eu fosse outra menina, podia ser bonito. Mas em minha mente, é uma merda de uma bandeira vermelha, voando alto acima da minha cabeça. Dizendo “Eu quero controlar você”.
E eu não estou interessada em nada disso. Inferno, eu quase não escapei do último namorado na minha vida, não há nenhuma maneira que eu vá me envolver com outro cara que pensa que pode me dizer o que fazer.
E Ronin está flertando com o limite do meu limite nessa área.
Eu cuspo a pasta de dentes e lavo a minha boca, em seguida, ligo a água do chuveiro e empurro a tampa no ralo da banheira enorme com pés expostos. Talvez... sim! Bolhas de vaidade! Eu despejo muito, muito mais do que eu preciso, mas quem se importa. É a minha banheira e estas são as minhas bolhas! Eu posso usar tantas quantas eu quiser.
Eu me preocupo em ficar muito animada sobre todas essas coisas, e me acostumar mal com isso, mais do que tudo. É chato quando você está acostumada a algo agradável e, em seguida, você o perde, mas se você nunca o teve, você não precisa se preocupar em perdê-lo. Certo?
É assim que eu penso. E isso funciona para mim. Mantém as minhas expectativas baixas e meu detector de besteira em alerta máximo.
Eu retiro as roupas, escorrego para a água quente e aprecio como as bolhas se parecem enquanto elas flutuam sobre o meu corpo.
Eu acho que eu poderia ser feliz.
Talvez.
A última vez que eu estive feliz, foi quando eu tinha quinze anos.
E isso é muito triste. Mas esta noite não é uma noite para estar triste. Hoje é uma noite para ter uma festa privada do que eu consegui. Estou bem. Meus olhos não estão pretos e meu corpo não está machucado. Estou bem. Estou segura.
E esse imbecil está a 1.700 km de distância.
Eu sorrio para isso. Idiota.
Eu enterro a cabeça debaixo da água e agito o meu cabelo, em seguida, venho de volta para cima e relaxo.
Sim, esse Ronin. Ele é um cara bonito e tudo. Mas ele não é para mim. Mesmo ele sendo alto e tendo olhos azuis surpreendentes. Aposto que se nós tivéssemos bebês, nossos filhos teriam os olhos totalmente azuis como flor silvestre. E cabelos negros bem escuros. Oh Deus, nós faríamos bebezinhos modelos. Eles precisariam de agentes no nascimento.
Eu sou louca!
Pensando em meus pequenos bebês de olhos azuis. É divertido, para uma garota da sexta série. Mas eu prefiro pensar sobre o presente, no contrato da TRAGIC, para ser honesta. E o dinheiro que pode vir com ele. Eu não tenho certeza de quanto eles pagam ou o que tudo isso envolve, mas estou definitivamente dentro. Antoine e Elise parecem bons. No mínimo, eles parecem estar em cima e subindo. Então, eu acho que eu vou confiar neles. E de qualquer maneira, Elise disse que eu podia trabalhar como garota do shampoo, por isso mesmo se o contrato TRAGIC não der certo, eu ainda tenho um apartamento e um emprego.
Por pouco tempo, de qualquer maneira.
Urgh. O medo de perder as coisas boas me consomem. Eu gosto desta nova vida. Eu poderia me acostumar com isso muito rápido e eu nunca tive nada, nem de perto, como este belo apartamento. Mas Elise me deu a senha. Ela disse para manter a boca fechada e fazer o que me for dito. Então, se isso é tudo que é preciso para fazer Antoine feliz comigo, eu posso fazer isso. Eu definitivamente vou fazer isso.
Eu puxo o plugue com os dedos dos pés e mergulho sob a água uma última vez para molhar o meu cabelo novamente. Vou lavar quando eu acordar, mas agora tudo que eu quero fazer é testar o meu novo colchão. Eu rio outra vez quando eu saio da banheira, enrolo uma toalha ridiculamente extravagante em volta do meu corpo e tropeço até a cama. Eu só quero deitar-me por um segundo, mas uma vez que minha cabeça bate no travesseiro, o pensamento de me levantar para colocar a roupa está muito distante.
Eu deslizo no sono já sonhando com Ronin me empurrando no balanço da cerejeira.
Capítulo Onze
Ronin
Passei a próxima hora no meu próprio terraço com vista para o grande jardim, apenas observando as sombras movendo através de seu apartamento. Eu não posso ver nada, então eu não acho que isso é perseguição, ou estranho. Eu só quero ver se ela está bem. E ter certeza que ela não vai tentar sair de novo.
Tanto faz. Eu quero ter um vislumbre dela.
Mas eu não consigo por causa das cortinas, são de um branco grosso, não se vê nada realmente. Eu vejo uma sombra indo e vindo, como se ela estivesse no banheiro por um tempo com a porta aberta, porque a luz permanece a mesma. E então nenhum movimento.
E as luzes permanecem acesas.
Eu tenho uma enorme necessidade de descobrir por que ela ficou com as luzes acesas, e eu tenho que me impedir de ir até lá e perguntar. Ela tem medo do escuro? Será que ela escorregou e caiu e se machucou? Será que ela se esqueceu de desligá-las e adormeceu?
Eu tenho que me forçar a voltar para dentro, me despir e deitar na escuridão.
Mas eu não posso tirá-la da minha mente.
Ela tem um passado, isso é evidente. E não é um bom sinal, o modo como ela corre dele. Mas eu quero saber. Se ela assinar o contrato TRAGIC, nós vamos ter que ter informações de segurança social, e talvez eu vá fazer uma verificação de antecedentes.
Isso é desonesto. Talvez até mesmo perseguidor. Mas se ela é uma empregada, é o meu dever. Eu faço verificação em qualquer nova garota que vem a nós do nada. O que nunca aconteceu antes. Antoine contrata apenas meninas com referências.
Rook não só apareceu do nada. Ela não tem nenhuma agência, nenhum book e nenhum interesse em falar sobre seu passado. Correr foi a palavra usada por Elise. Ela pode levar o seu dinheiro e correr, se não pisarmos com cuidado.
Portanto, se o trabalho de garota do shampoo é uma maneira de mantê-la, vou me certificar de que ela esteja treinada para segunda-feira. Dessa forma, podemos mantê-la ocupada o dia todo, fazer o seu segundo teste depois de algumas horas, e, em seguida, explicar o contrato da TRAGIC, e assiná-lo naquela noite.
No jantar, talvez. Sim, Elise e Antoine podem nos fazer o jantar.
Nós?
Merda, eu realmente preciso parar de pensar nela assim.
Isso soa como um plano, e quando eu tenho um plano, eu estou feliz. Minha mente se aquieta das atividades do dia, e eu penso sobre sua forma amontoada no corredor, depois de assistir Clare estourando para fora. Ela estava assustada. Faço uma nota mental para não a assustar. Nunca. E, em seguida, caio no sono, sonhando em estar empurrando Rook no balanço da cerejeira.
Eu acordo de manhã, bem, depois que eu alcanço e verifico o meu celular, eu percebo que é o final da tarde. E pulo para fora da cama e começo a pensar em Rook. Eu ando para o terraço para ver se as luzes ainda estão acesas, mas eu não posso dizer. Todo o edifício está inundado com luz dourada do sol da tarde.
Eu salto no chuveiro bem rápido, puxo uma calça, e depois me dirijo para fora do quarto com os pés descalços e sem camisa. Eu vou até as escadas, direto para o apartamento do jardim. Quando eu chego lá, eu posso dizer claramente que as luzes ainda estão acesas. Eu coloco minhas mãos ao redor dos meus olhos e espreito pela janela da porta da frente, mas eu não a vejo na cama, apesar de eu ter uma visão direta da porta.
Eu bato.
E espero.
E bato. E espio novamente.
E, em seguida, digito o código para destrancar a porta.
"Rook?" Talvez ela tenha ido embora? "Rook?" Vou para o quarto e paro de repente, minha respiração ficou presa em meus pulmões.
Ela está esparramada, nua em sua cama, as cobertas drapeadas em torno de seu corpo, entrelaçadas em torno de suas pernas para cobrir seu traseiro, e um peito fica visível quando ela vira com um gemido.
"Rook?"
Ela pula na posição vertical e todas as suas cobertas escorregam para baixo do peito, os expondo para mim. "Que diabos?"
Seu corpo é perfeito. Impecável. Sua pele brilha na luz que flui da janela.
Ela ainda não está totalmente acordada, e eu tiro proveito de seu momento indeciso para estudá-la ainda mais. Seu cabelo preto escuro está despenteado em ondas em volta do rosto e ela esfrega os olhos, respirando com dificuldade por um momento de surpresa.
Não há nenhuma maneira no inferno que eu vá sair daqui sem tocar essa menina. Eu a levanto e sorrio quando ela percebe o quão exposta ela está e freneticamente agarra o lençol. Ela olha para mim, ou tenta, porque seus olhos ficam presos no meu peito nu. Eu sorrio um pouco internamente por agitá-la assim.
Eventualmente, ela tira os olhos do meu corpo e encontra com os meus olhos.
"O que você está fazendo?"
Sua voz é profunda e gutural, e eu não posso conter o frio que desce nos meus braços. Estendo a mão para seu cabelo e ela se afasta, ofegando um pouco. "Shhhh. Eu não vou te machucar, Rook." Eu tenho toda a sua atenção, enquanto minha mão reúne o cabelo e puxa para baixo ao longo do seu seio direito, que agora está escondido debaixo do lençol. Ela relaxa sob o meu toque, e eu crio uma onda de coragem, então eu repito a ação, drapeando seu longo cabelo sobre seu peito esquerdo.
E então eu paro.
Nós paramos.
O mundo inteiro para.
E não há nada, apenas nossa respiração pesada com a expectativa.
"Você é linda", eu sussurro pegando sua mão e colocando ao lado dela. Ela choraminga um pouco e imediatamente agarra o lençol com a outra mão. "Confie em mim", eu digo. E então eu puxo o lençol para que ele deslize para baixo em sua barriga, e ele cai no chão. Seus seios são cobertos por seus cabelos, que caem para baixo como uma cachoeira. "Você confia em mim?"
Ela balança a cabeça negativamente e olha para baixo.
Eu escovo um dedo para baixo em sua frente, arrastando-o levemente através do cabelo que cobre o mamilo, fazendo-a morder o lábio e soltar um gemido. Seus olhos estão em torno da sala, olhando em todos os lugares, menos no meu rosto.
"Olhe para mim, Rook," Eu ordeno mais duramente do que eu deveria.
Eu posso dizer que ela quer lutar, mas ela encontra o meu olhar e, em seguida, meu sorriso lhe permite relaxar.
"Por que você está fazendo isso?" Ela pergunta em voz baixa.
Eu recolho alguns cabelos e arrasto por cima do ombro direito, para que caiam pelas costas e exponha seu peito ao mesmo tempo. Apenas as luzes da cidade fluem através da grande janela e a metade do seu corpo está iluminada, o resto está seguro nas sombras.
Eu puxo meu telefone do bolso. "O que fazemos aqui, Rook? Neste estúdio?"
Seus olhos nunca deixaram os meus. "Tiramos fotografias."
Meu telefone faz o som do obturador da câmera.
"Nós vamos fazer um monte de fotos suas." Eu ligo o telefone e giro para que ela possa ver a imagem. Não é a melhor, é uma câmera de telefone, e a luz é ruim. Mas a imagem lhe diz o que ela precisa saber.
"É bonito", diz ela, sorrindo para sua primeira fotografia artística.
"Sim", eu digo, virando para que eu possa olhar para ela. É foda de tão lindo. "E mesmo que você esteja aqui de pé na minha frente, sem roupa, e todo mundo que ver esta imagem, saberá instintivamente que você não tinha roupas quando eu a tirei, eles só verão o que eu lhes permito ver através do quadro desta lente.”
Ela se abaixa e puxa o lençol até cobrir-se. "Você entrou no meu apartamento para me ensinar uma lição?"
Eu amo a sua resposta, ela me diz duas coisas: Ela não é uma tarefa simples e ela é perfeita para este contrato.
"Não, eu vim para ver se você estava OK. Não, isso não é verdade. Eu vim porque eu não tenho parado..." Meu telefone vibra e eu perco o controle das minhas palavras. Olho para ele e leio o texto.
"Merda, eu tenho que ir. Eu vou trazer o jantar, se quiser." Eu olho para ela quando eu deixo o quarto e pego ela encolhendo os ombros.
"Apenas me dê algumas horas", eu falo atrás de mim quando eu saio.
Eu pego uma camisa e um sapato do meu apartamento, e olho para a imagem de Rook no meu telefone durante todo o caminho até a garagem. Quando eu chego na minha caminhonete, eu percebo a verdadeira razão porque entrei em seu apartamento.
Eu não quero estragar essa menina, mas eu não tenho certeza se posso parar agora.
Capítulo Doze
Rook
Santa merda!
Não só esse cara, Ronin, é capaz de fazer todos os meus pedaços femininos tremerem, mas ele tem também um dom para o drama. Eu ainda posso sentir a ponta dos seus dedos onde ele passou no meu seio. E eu só fiquei lá e o deixei fazer isso!
O que diabos está errado comigo?
Eu rio. Esse cara, isso é o que há de errado comigo.
Preciso de ar, então eu enrolo o lençol em torno de mim e vou par o terraço. A brisa da primavera é agradável e fresca e minha cabeça começa a desligar quase que imediatamente. Eu espreito por cima do muro e assisto as pessoas lá embaixo.
Não está tão cheio, uma vez que ainda é cedo. As calçadas são preenchidas principalmente, com as famílias que procuram pelo jantar. Algo que eu quero muito fazer também.
Uma grande caminhonete preta aparece sob o edifício e eu pego um pouco de música vazando da cabine.
Aposto que é a caminhonete de Ronin, e eu aposto que o texto era de uma garota. Ele estará de volta com jantar a minha bunda. Eu suspiro, volto para dentro e ligo o chuveiro. Esta banheira é legal para banhos, mas tanto quanto ela é boa, o chuveiro é uma porcaria. Não há um desses kits que eles usam para transformar banheiras com pé em chuveiros? o que significa que eu tenho que usar um pulverizador de mão cada vez que eu quero me enxaguar.
"Oh, Rook," eu digo em voz alta enquanto a espuma escorre pelo meu corpo. "Na semana passada você estava tomando banho em um abrigo duas vezes por semana, se tivesse sorte. E agora está toda alta e poderosa sobre o uso de um pulverizador de mão?"
Sim, me acostumando rápido com as coisas.
Isso não é bom. Estive aqui por dois dias, e eu já estou sendo sugada para esta vida estranha de modelos, fotógrafos e caras estranhos nomeados como assassinos japoneses desonestos, que pensam que podem pedir comida para você e tirar fotos de você nua depois de invadir seu apartamento.
Eu termino o chuveiro e me enrolo na toalha, ansiosa para voltar para o quarto. Minha mão desliza sob o colchão para o dinheiro que Elise me deu ontem. Eu não gastei nada e eu não vou, tampouco.
Estou guardando esse dinheiro, cada moeda que eles me derem aqui, eu estou guardando tudo. Porque se há uma coisa na vida que posso contar, é que não importa o quão bom aquele tapete está sob seus pés, alguém sempre o puxa debaixo de você, eventualmente.
Eu coloco meu jeans e camiseta e saio para fora da porta da frente e faço meu caminho para a cozinha do estúdio.
Não há muito lá dentro, apenas uma cesta de frutas, um pouco de cerveja na geladeira e alguns jantares congelados no freezer, que têm nomes em pequenas notas dizendo a quem pertencem.
Aparentemente roubar a refeição congelada magra de alguém é ilícito neste lugar.
Eu não tenho nenhuma ideia do que se passa em um estúdio de fotografia, ou como modelos agem, ou o que comem, ou como elas ficam tão magras ou o que acontece se elas engordam.
Mas eu tenho um bom palpite.
Sou magra, porque eu nasci assim. Eu sou alta, porque eu nasci assim. Eu não sou tão inteligente, eu quero dizer que eu sou de uma inteligência média, eu suponho, mas eu não posso fazer muito com a matemática. E eu não finjo que posso entender de política ou eventos atuais ou estudos científicos que me dizem para parar de secar meu cabelo ou falar em um telefone celular. Praticamente tudo o que eu sei, aprendi em filmes. Eu sou louca por filmes, e se eu tiver que descrever a minha vida de sonho, não seria modelar. Meu sonho sempre foi ir para a escola de cinema e fazer filmes legais. Filmes profundos, que têm tantas camadas nele, que as pessoas têm de vê-los uma dúzia de vezes para obter todas as suas pequenas nuances e piadas.
Como uma menina crescendo na América, você poderia pensar que eu tive tudo. Quero dizer, eles me encheram com tudo que é besteira em toda a minha vida. Você pode crescer para ser qualquer coisa, meus pais adotivos costumavam me dizer. Logo antes de me mandarem de volta para o sistema, na maioria das vezes. Mas o que eles nunca mencionam é que os sonhos precisam de dinheiro para ser cumpridos.
Eles deveriam dizer isso de cara, na minha opinião. Basta expor os fatos e esquecer a porcaria da igualdade. Porque fatos são fatos. Se alguém tivesse sentado comigo na minha primeira série, e enfiado na minha cabeça que a vida é difícil, mais difícil do que eu jamais poderia imaginar, e que o sucesso não está garantido e nem é provável, e se eles tivessem me abordado com o passo a passo sobre como superar todas as armadilhas que podem surgir ao longo do caminho... Bem, talvez eu não provasse o mel envenenado que o meu ex estava vendendo, quando ele me encontrou perdida e desesperada, depois de fugir do décimo ou décimo primeiro lar adotivo, eu avidamente o aceitei como saboroso.
Absolutamente delicioso, assim mesmo.
Eles não nos fazem nenhum favor, nos falam sobre mulheres astronautas e advogadas e o que seja. Porque, a realidade dura e fria, é que nenhuma dessas coisas se aplicam a você quando você é pobre.
A menos que tenha alguém olhando por você, e a maioria das meninas tem isso em seus pais; mas nem todo mundo tem pais e, ás vezes, nem têm bons pais; senão você está ferrada, a menos que você descubra como se virar sozinha.
E no meu caso, eu descobri como, mas eu tomei um caminho longo para chegar até aqui, isso é certo.
Eu tenho muito poucos atrativos. Mas os que eu tenho, pretendo usar para minha vantagem. Eu sou magra, eu sou alta, tenho pés longos, olhos azuis e cabelos pretos. Meus seios são maiores do que a maioria das modelos que eu vi, mas não é o tipo de estrela pornô. Eu tenho dentes retos, um sorriso branco brilhante e maçãs do rosto bem definidas.
E pode não ser muito, mas eu tenho isso. Eu tenho olhares. Eu tenho o olhar, se essas pessoas não estão tentando me enganar, eu tenho o que eles querem. Então, eu não estou interessada nos jogos de Ronin, ou as tentativas de Elise de irmandade, ou a vida confortável que eles estão me dando aqui.
A beleza é passageira. Eu conheço alguém importante que disse isso, mas não tenho ideia de quem era. Eu só sei que é verdade. Então, eu vou pegar essa segunda chance com tudo o que tenho, e eu vou montar nessa onda até que ela me cuspa de volta na praia.
Porque eu sei melhor agora.
Eu vi o que é ser pobre e estúpida e o que o medo faz com você. O vi no espelho e eu nunca vou voltar lá. E talvez Ronin seja um cara legal, talvez ele não seja nada como o meu ex, mas não posso correr o risco. Eu tenho meus próprios sonhos e o estúdio de fotografia de Antoine Chaput é só mais uma parada no caminho para chegar ao lugar na vida onde eu quero estar.
Eu pego meu telefone e duas notas de vinte dólares debaixo do meu colchão. Eu não tenho nenhuma intenção de gastá-los, mas é estúpido sair de casa sem telefone e dinheiro, então eu não vou fazer isso. E eu deixo a segurança e o isolamento do estúdio, e volto para o mundo real para obter o meu próprio jantar.
Ninguém me incomoda neste momento.
As palavras não ficam presas na minha garganta quando eu encontro a garçonete do Cookie’s. Eu digo "Eu pertenço a Ronin" porque eu tenho que falar isso. Isto é o que eu faço para conseguir uma refeição, por agora. Eu peço uma salada, porque enquanto eu posso ter nascido fina, comer hambúrgueres toda noite é uma maneira garantida de aumento de peso e quando seu corpo é o seu fabricante de dinheiro, você não faz isso assim.
Como e observo as pessoas e enquanto a garçonete vem para me verificar, eu encomendo alguns ovos mexidos e bacon para levar para casa para o café da manhã.
Quando o pedido está pronto, eu levo a minha comida de graça, caminho de volta para o estúdio e rastejo na cama, grata que eu tenho um lugar para dormir, um pouco de comida para me segurar mais tempo, e uma sensação geral de estar bem e segura, mesmo que seja apenas temporário.
Ronin Flynn nunca apareceu com o jantar, e em vez de me deixar irritada, isso me faz feliz.
Porque eu percebi isso desde o início. Ronin é um jogador, um aproveitador e um maníaco por controle. E eu não quero ter absolutamente nada a ver com ele. Estou aqui para ganhar dinheiro e isso é tudo.
Capítulo Treze
Rook
Eu acordo lentamente na parte da manhã. Eu posso ouvir o canto dos pássaros e recordo de ter deixado a porta aberta ontem à noite quando cheguei em casa da lanchonete, para correr um ar através da porta de tela. Cheira como a primavera. O ar é fresco e uma brisa suave percorre todo o caminho pelo corredor até o meu quarto e agita os lençóis brancos e limpos.
Acho que este é o melhor momento da minha vida.
Como nunca.
Eu nunca tive meu próprio apartamento, eu nunca tive a minha própria cama e eu nunca acordei em um lugar tão agradável dois dias seguidos. Eu rolo e suspiro, satisfeita. Os lençóis estão em volta do meu corpo e eles me fazem me sentir bem. Eles são lençóis caros, eu acho. Eles são macios. Mais suave do que qualquer coisa que eu já dormi antes.
Com meus olhos abertos, eu vejo minha mochila no chão. Todas as minhas roupas estão sujas e eu realmente preciso fazer uma visita a lavanderia.
Este lugar ainda tem uma lavadora e secadora e eu quase rio em voz alta com esse pensamento. Nunca tive uma lavanderia só para mim.
Tenho por agora de qualquer maneira.
Eu empurro esse momento de cautela para fora, porque, qual é o ponto de ter todas essas coisas boas se eu não posso apreciá-las enquanto duram?
Saio da cama, junto todas as minhas roupas e coloco na máquina de lavar encaixada no armário do lado de fora do quarto. A brisa acaricia minhas pernas nuas e me dá calafrios, mas eu gosto.
Os arrepios viajam até meus braços e se espalham por todo o meu corpo. Eu tremo por um segundo e então vou para a cozinha, e caio morta na sala de estar.
Ronin porra Flynn está dormindo no sofá.
O que ele está fazendo aqui? Meus olhos rastreiam a porta da frente e eu suponho que é minha culpa, eu a deixei aberta. Não há nada além de uma porta de tela entre este apartamento e o terraço. Meu olhar vagueia para o homem adormecido. Ele está deitado de bruços, um braço dobrado debaixo dele, o outro cai sobre a borda da almofada e ele está sem camisa.
E então eu percebo que estou nua.
"Merda!"
Ele mexe e eu faço uma pausa no caminho para o quarto. É uma coisa deixá-lo me ver nua, meio escondida no escuro e outra bem diferente é estar totalmente iluminada pela luz do sol brilhante da manhã. Eu enrolo o lençol em volta do meu corpo e, em seguida, volto para a sala de estar, melancolicamente olhando para a máquina de lavar que contém cada roupa que eu possuo.
"Ronin!" Eu digo em voz alta.
Nada, exceto um ronco abafado veio dele. Senhor, este homem tem as costas mais perfeitamente esculpidas e musculosas que eu já vi. Ambas as mãos estão para cima e vão sob seu rosto, como se ele estivesse bloqueando a luz solar e isso me dá a oportunidade perfeita para estudar seus bíceps flexionados. Os músculos são espessos e duros, olhando bem perto, seus ombros curvam para baixo, mergulham em um pequeno vale e, em seguida, sobem novamente.
Eu me inclino para baixo e sinto o cheiro dele.
"Por que você está me cheirando?" Ele pergunta grogue.
"Uh" Porque você tem um cheiro delicioso, pensa a Rook interior. Mas, felizmente, a Rook exterior diz: "Eu estou verificando para ver se você está bêbado. Por que você está dormindo no meu sofá?"
Ele espreita, abrindo um olho em minha direção, aperta os olhos, e em seguida, coaxa algumas palavras. "Eu amo a sua roupa." Ele sorri, pisca e depois deixa cair sua cabeça para trás, para baixo de seus braços.
"Você está saindo?" Eu pergunto frustrada e confusa ao mesmo tempo. "Quero dizer, por que você está aqui?"
"Eu lhe disse que iria voltar com o jantar. Mas quando cheguei aqui, as luzes estavam acesas e você estava na cama. Eu apenas sentei por um segundo para pensar em uma desculpa racional para acordá-la, mas eu acho que eu adormeci." Ele levanta a cabeça, sorri timidamente e depois rola nas costas, enfia as mãos atrás do pescoço e mostra seu corpo perfeito para mim, quando ele fecha os olhos, provavelmente confiante de que eu estou o verificando.
Eu faço a checagem. É muito difícil não notar que ele tem o abdômen perfeito, com um pacote de seis, e uma difusa trilha feliz, absolutamente adorável que você vê em um modelo sem camisa e vestido com jeans. Hmmmm.... Talvez ele seja um modelo? "Você não tem nenhuma camisa."
Sim, depois de tudo, me espanta que finalmente eu digo o óbvio.
Ele abre um olho para mim de novo. "Nem você."
"Acabei de colocar todas as minhas roupas na máquina de lavar. Se eu soubesse que você estava aqui, eu teria salvado uma roupa para vestir."
"Oh", ele diz, sentando de repente. "Então você tem que estar nua até que as roupas estejam lavadas?" Ele se levanta e estamos apenas alguns centímetros distantes um do outro. Ele está tão perto que eu posso sentir o calor saindo de seu corpo. Suas mãos encontram meus quadris sob o lençol no meu corpo e ele me balança um pouco. "Eu ainda estou cansado. Venha comigo." E então ele pega a minha mão, eu compenso a perda de uma mão para segurar meu lençol, e ele me puxa de volta para o quarto.
"Espere!" Eu digo, resistindo antes entrar na porta. "O que você está fazendo?"
"Volte para a cama, Rook. É cedo. É muito cedo para levantar e nos preocupar com roupa." Ele me puxa para a cama e se senta. "Dorme ao meu lado por mais algumas horas."
Caralho. O que posso dizer sobre isso? "Uh," é tudo o que sai. Ele usa a minha indecisão como um sinal, que é um sinal, se eu for honesta. Independentemente de todos aqueles bons pensamentos feministas que eu tive ontem à noite e deitada aqui sozinha esta manhã, a sua ideia, soa como um plano bem pensado. Então ele me puxa o resto do caminho e eu sento ao lado do seu corpo.
"Deite-se, vamos lá. Eu não vou incomodá-la, eu prometo. Vamos dormir um pouco mais."
Eu vou. Eu sou fraca, o que posso dizer? Ele é quente, e não apenas no departamento dos olhares, ele tem um calor que irradia de seu corpo, que está me chamando. Ele quer me embrulhar e já faz um tempo desde que eu tive esse tipo de afeto, então eu afundo na cama ao lado dele em seus braços abertos e, em seguida, deito contra o meu estômago.
Eu fecho meus olhos. Porque isto me faz me sentir bem. Isto me faz sentir melhor do que bem, na verdade, isso parece perfeito. Ele enfia o rosto no meu cabelo e toma uma respiração profunda.
Eu sorrio porque ele me cheirou.
"Eu só estou verificando para ver se você está bêbada, minha senhora."
Eu rio um pouco.
"E se eu não estivesse tão cansado, eu ia verificá-la para as drogas também, até que eu encontrasse o seu esconderijo secreto."
"Eu estou nua, lembra?"
"Awwww, vamos lá, Rook! Eu estou tentando não pensar sobre isso. Seja boa agora, ou eu vou quebrar a minha promessa e vou incomodá-la. Fazer você toda chateada..." Sua voz diminui, dando a chamada para o sono.
Todo o meu corpo libera quatro anos de tensão e medo. E eu me aconchego contra o seu peito.
E adormeço pensando que isso é o que as pessoas querem dizer quando elas dizem que estão contentes.
Capítulo Quatorze
Rook
Quando eu acordo, estou sozinha, mas eu posso ouvir a TV na sala de estar bombando um jogo de beisebol, então eu sei que não estou realmente sozinha. Eu sorrio para isso. Ele ainda está aqui, assistindo beisebol na sala de estar. Como se ele pertencesse aqui.
Talvez ele pertença aqui?
Rook pare com isso. Ele é um jogador, ele é um aproveitador e ele provavelmente tem um milhão de meninas por toda a cidade. É por isso que ele deixou você na noite passada, e é por isso que ele veio tão tarde. E então você e o deixou dormir em sua cama e agir como seu namorado.
Isto tem que parar.
Eu rolo para fora da cama, ainda segurando meu lençol contra o meu corpo, então ando para o armário da lavanderia no corredor.
"Eu já cuidei disso." Ronin chama.
"Cuidou de quê?" Eu pergunto espreitando para vê-lo. Ele está recostado no sofá, alimentando-se de amendoins e bebendo uma cerveja. "Puxa, muito confortável?"
"Você sabe qual é a melhor parte da vida de estar ao lado do estádio de beisebol, Rook?" Ele pergunta, ignorando meu comentário sarcástico.
Eu dou de ombros e ouço simultaneamente à Charge! A música de órgão na TV e os fãs selvagens do lado de fora do estádio.
Ele aponta para o saco de amendoins em sua mão. "Amendoins do parque e beisebol em casa". Ele dá um sorriso enorme, olhos arregalados e o sorriso ‘baseball-é-impressionante-e-assim-como-amendoins’.
"Você foi até lá para comprar o amendoim?"
"Não." Ele balança a cabeça. "Eu tenho um cara."
Eu dou risada. "O quê? Você tem um cara do amendoim? Como um traficante de amendoim, que fica na esquina e vende amendoins no meio-fio enquanto você dirige por lá?"
"Nah, isso é estúpido. Ele os distribui na porta. De qualquer forma", diz ele, acenando com a mão para mim. "Dobrei a sua roupa e você sabe o que eu descobri?"
"O quê?" Eu pergunto, balançando a cabeça.
"Que você não possui nenhuma calcinha."
Todo o meu rosto fica quente. “O quê?”
"Calcinhas, Rook", diz ele, apontando para o armário da lavanderia com o seu saco de amendoins do estádio. "Dobrei e coloquei seus sete artigos de vestuário ali, de modo que quando acordasse você teria algo para vestir além desse lençol, e eu não encontrei roupas íntimas."
Eu abro o armário e lá estão os meus sete artigos de vestuário empilhados em cima da máquina de lavar.
Guardada. "Uh..."
Quando olho, Ronin está de pé ao meu lado tomando um gole de cerveja. Ele engole e sorri. "Eu posso te ajudar com isso, se você quiser."
"Eu estou perdida. Estamos falando sobre comprar calcinha para mim, ou tirá-las de mim?"
Ele ri. "Ambos, eu acho. Vamos lá", diz ele, pegando a minha mão e deixando sua cerveja sobre a mesa de café conforme andamos. Ele me puxa para fora e a única coisa que eu sinto é o cheiro das flores de cerejeira. Cada cerejeira está repleta de flores, tantas flores que cada galho se curva sob seu peso. Cria uma sensação pesada, que se transporta pelo terraço e me puxa para a paisagem. Ronin pega o meu olhar e pára por um momento. "Amanhã nós vamos tirar fotos de você aqui. Vai ser perfeito, você não acha?"
Eu fico olhando para as árvores mais alguns instantes e, em seguida, para ele, "Elas são tão bonitas, que eu mal posso ficar sem olhar para elas."
"Eu conheço o sentimento." Seus encantos de menino já se foram agora, enquanto olha para mim com uma fome, que eu não vejo no rosto de um homem em um tempo muito longo. "E uma foto de você cercada por aquelas flores será suficiente, para fazer um cara derramar uma lágrima sobre a perfeição de tudo isso."
Eu espero pela piada, mas ela nunca vem. Ele só olha para mim por mais alguns segundos e, em seguida, aperta minha mão e me puxa para o estúdio.
"Para onde estamos indo? Eu não tenho roupa!"
"Exatamente", ele devolve para mim. Nós entramos em um pequeno corredor perto das escadas, caminhamos até o fim dele e viramos uma esquina para encontrar uma porta dupla. Tem um teclado e Ronin digita o código, que eu observo, é o mesmo que abre as portas exteriores. O mesmo que ele me deu no primeiro dia que eu o conheci.
"Esse seu código abre um monte de coisas por aqui. Talvez você não deva entregá-lo a qualquer um."
"Eu não faço isso." Ele sorri e empurra contra o vidro fosco, até que as portas começam a se abrir automaticamente. Ele acena para que eu entre no quarto e, em seguida, as luzes acendem.
Eu suspiro.
"Bem-vinda ao closet e vestiário dos Estúdios Chaput. Você pode escolher o que quiser deste lado do armário." Ele aponta para a maior área, onde prateleiras estão transbordando com roupas. Deve haver milhares de roupas aqui. "Aquelas ali", seu olhar vai para a seção menor, "são para filmagem da próxima semana”. “E estas aqui”, diz ele, apontando para uma grande arca de gavetas finas, “são roupas de baixo. Estas são todas novas, pegue o que quiser."
"Eu tenho permissão?" Peço atordoada.
"Permissão para o quê?"
"Para pegar essas coisas."
"Eu disse que você pode."
"Mas Antoine ou Elise não vão ficar loucos que eu estou surrupiando suas coisas?"
"Eu gerencio as meninas, Rook. Isso significa que eu cuido o armário também. Isto é como meu pequeno reino."
Eu rio novamente. Merda, esse cara me tem rindo como uma idiota esta manhã. "Você é o Rei do Armário?"
Ele se curva. "O primeiro e único."
"E você tem calcinha para mim?"
"Apenas cale a boca e pegue algumas roupas, você vai gostar."
"Eu não sei por onde começar, honestamente. Eu não tive muita oportunidades para fazer compras."
Ele olha para mim, quando eu tomo assento em um banco comprido no meio da sala. Sua expressão está um pouco triste. "Eu não vou perguntar, porque eu sei que você tem coisas que não vai revelar para mim, não depois de três dias de qualquer maneira. Mas eu gostaria que você soubesse que não está certo. Tudo o que você tem passado, o que foi que fez você tão... triste. Eu só gostaria de dizer que você merece o melhor."
Eu engulo alguma mágoa antiga e murmuro um: "Obrigada."
Capítulo Quinze
Ronin
"Por nada, mas você está definitivamente pegando algumas roupas hoje. Este armário é repleto de merda, então eu vou te dizer, você olha os sutiãs e calcinhas e eu vou trazer as roupas. Eu tenho um gosto excelente de qualquer forma."
Eu saio para encontrar algo confortável. Eu passo pelo material sexy, em seguida, pego uma camisola bonita, apenas no caso, continuo e encontro o material ocasional.
As roupas de Rook não são tão ruins. Quero dizer, ela parece quente como o inferno para mim. Eu não olho para essa merda. Agora seu corpo, isso é outra coisa. Eu olho para o seu corpo. Mas eu trabalho com as meninas todos os dias. As meninas bonitas. As meninas mais bonitas do mundo, na verdade. E eu sei que quando elas usam coisas bonitas, elas se sentem muito melhor.
Eu pego para Rook cada coisa bonita que eu posso encontrar, ela precisando ou não. Eu folheio o cabide de jeans para alguns mais suaves, e pego vários. Ela deve gostar de calças jeans, porque essa é a única coisa que eu vi com ela, e, além disso, eu gosto dela nas calças jeans e eu sou o único escolhendo para ela. Se ela não gostar do que eu peguei, ela pode vir na loja ela mesma.
Eu pego algumas camisetas como a que ela está vestindo, mas também algumas outras coisas. Coisas com babados, coisas sob medida, algumas saias, alguns shorts, regatas, pego tudo isso.
Eu me pego sorrindo quando eu viro a esquina e saio do armário circulando atrás dela. "Aqui está."
Ela gira em torno da gaveta de calcinhas, assustada, eu sempre a assusto, sempre. Então me cai a ficha. Algo muito ruim aconteceu com essa garota, e não foi há muito tempo pela forma como ela age.
Devagar, Ronin.
"Aqui, experimente estes."
Ela pega as roupas dos meus braços e eu recuo. "Eu estarei no estúdio se você precisar de alguma coisa, OK?"
Para minha surpresa, ela nota tudo o que eu trouxe com um grito estridente, enquanto ela tenta segurar tudo de uma vez.
"Como você sabe o tamanho da calça jeans que eu uso?"
Temos apenas três tamanhos, e se ela não fosse um desses tamanhos, você não teria passado pela porta.
Ela não é toda ossos como algumas garotas, mas de qualquer modo, o tamanho é pequeno, e ela é maior em cima do que qualquer uma das modelos que eu vi passar por aqui, então eu acho que o maior dos três tamanhos é seguro.
Eu não digo nada disso em voz alta, eu ignoro essa pergunta completamente. Isso é uma armadilha, se alguma vez houve uma.
"Tentativa agradável com a camisola!"
Agora este tema é seguro. "Eu escolhi porque é azul e eu pensei comigo mesmo: Ronin, aquela menina lá fora, tem os olhos azuis mais bonitos, mas ela ficaria espetacular neste pequeno pedaço de tecido, que é um tom ou dois mais claros."
Ela sai do camarim, quando as últimas palavras estão saindo da minha boca.
Vestindo a camisola.
Estou sem palavras e eu tenho a certeza da porra, que a minha boca está aberta.
"Eu pensei que, desde que você se deu ao trabalho e colocou todo o pensamento nela, você merecia pelo menos vê-la."
"Você é muito ruim, Rook. Muito, muito ruim."
Ela sorri todo o caminho até seus olhos e meu coração está cheio de... algo. Algo estranho. Ondas de calor percorrem meu corpo e eu quase perco minha linha de pensamento quando ela começa a se virar.
"Ei!" Eu chamo. "Volte aqui um minuto, você me distraiu e perdi algumas partes."
Para minha surpresa, ela vira e fica lá, seu quadril saliente, com um lado praticamente acariciando a parede e uma expressão indecifrável no rosto.
Ela não está se exibindo, nem modelando, ou girando ao redor para esconder seu constrangimento. Ela só fica lá e me permite olhar para ela. Eu quase me sinto culpado quando meus olhos viajam pelo seu corpo e, em seguida, param no fim e fazem caminho novamente. Metade de seu longo cabelo preto está fluindo sobre um ombro, mas o resto dele está nas costas, como uma capa. "Senhorita Walsh," eu sussurro, "você limpou minha mente de tudo agora."
Eu ando até ela e ela desvia os olhos, mas quando eu chego mais perto, ela luta arduamente para manter o meu olhar. "Estou feliz por você estar aqui", eu digo a ela honestamente. Eu quero muito tomar seu rosto em minhas mãos e beijá-la, mas eu me comporto. "Eu espero que você entenda isso. Eu sou um paquerador e eu brinco muito, mas..." eu perco minha linha de pensamento quando ela começa a respirar um pouco mais difícil, fazendo seu peito subir e descer sob o tecido azul claro, que mal cobre seus seios. “...mas você me atordoa.”
Eu finalmente encontro seu rosto novamente e ela está me observando de perto, inclinando-se um pouquinho, talvez como se ela quisesse que eu a beijasse.
Mas, então, o momento passa e ela se afasta lentamente. Eu observo seu corpo mover no pequeno corredor, até que ela contorna o canto e começa a falar novamente. "Você é um excelente comprador, Ronin. Acho que vou manter todos, mas somente se você descontar do meu cheque." Ela volta poucos minutos depois, vestida em uma camiseta e um jeans, segurando a enorme pilha de roupas em seus braços. No topo está a camisola azul claro.
"Você está mantendo a camisola?" É tudo o que eu consigo dizer.
E então nós dois rimos porque eu soo como a porra de um porco.
"Sim, obrigada por pegá-la. Eu concordo, ela realmente faz meus olhos ficarem espetaculares."
"Certo," eu respiro. "Seus olhos."
"Então você vai tirar isso do meu pagamento, certo?"
"Não."
"O que quer dizer, não?"
"Não, eu não estou tirando as roupas de seu cheque. É como a comida, Rook. Vem com o trabalho."
"Você dá a todas as meninas roupas grátis?"
"Não, mas eu gostaria de dar, se for necessário."
"Então, eu preciso disso?"
"Você não acha?" Eu vejo onde isso vai dar, um cara mais esperto recuaria, mas ela está apenas sendo idiota.
“Na verdade, não. Eu estou bem com a roupa que eu estava usando, isso foi você..."
"Ok, tanto faz. Eu vou dizer para Elise cobrar pelas roupas. Faço você feliz assim?"
Ela balança a cabeça e eu pego as roupas dos seus braços e caminho em frente para o terraço de seu apartamento. Quando chegamos, eu despejo todas as coisas dela na cama e espero.
É um momento estranho. Será que ela quer que eu saia? Fique? "Você quer ir almoçar?"
"Um..."
"Antes de treinar para amanhã?" Eu falo isso, para evitar a sua desculpa do estou-planejando-me-livrar-de-você, porque eu posso vê-la chegando.
"Treinar para amanhã?"
"Sim, eu disse a Elise que eu ia treiná-la na estação de shampoo antes que ela voltasse, você sabe, para que ela pudesse relaxar no seu fim de semana romântico com Antoine. É seu aniversário. Bem, uma espécie de aniversário. Eles não são casados, mas eles ainda consideram o seu primeiro encontro como seu aniversário."
Eu estou balbuciando para caralho.
"Preciso treinar na estação de shampoo?" É tudo o que ela diz.
"Sim, você sabe, toda a coisa da água quente e fria, xampu contra condicionador. Desembaraçante..."
Eu estou morrendo aqui.
"Se você diz, Ronin. Mas eu vou tomar um banho, por que eu não te encontro na estação de shampoo em uma hora, e nós falamos sobre comida depois?"
Capítulo Desseseis
Rook
Mesmo que eu deveria estar emocionada ganhando toda uma braçada de roupas de grife do armário do estúdio de Antoine Chaput, estou irritada enquanto eu luto no chuveiro com essa coisinha estúpida na minha cabeça, que, ao mesmo tempo, não me deixa relaxar e desfrutar da água quente. É Ronin. Treinar na estação de shampoo. Que tipo de maneira estúpida é essa de passar um domingo? Quer dizer, eu entendo que tudo na minha vida agora é provisório, então eu poderia fazer muito pior do que ficar em pé, para controlar a aberração de escutar Ronin tagarelando sobre como usar a torneira de água quente e fria.
Eu sopro uma lufada de ar e me lavo uma última vez e, em seguida, dou ao chuveiro a chance de ser algo divertido. Da próxima vez eu vou tomar um banho de banheira, pelo menos eu posso relaxar em uma banheira.
Quem precisa ter o cabelo limpo de qualquer maneira?
Treinar na Estação de Shampoo a minha bunda.
Eu termino o banho e volto para o meu quarto, onde as minhas-roupas-novas estão empilhadas em cima da cama. É muito legal que eu tenha todas essas coisas. Eu provavelmente vou me arrepender quando a conta vier, mas que a preocupação fique para outro dia. Agora eu estou no céu das calcinhas. Eu pego a calcinha mais bonita que eu encontrei e a visto.
Ela é preta, com uma fita cor de rosa fina que passa através da bunda e tem voltas com rosas minúsculas que acentuam cada um dos lados do meu quadril.
O jeans que eu usava quando sai do camarim estava perfeito, assim eu os coloco de volta, então coloco as minhas meninas no sutiã preto e rosa combinando e adiciono uma regata preta para completar o conjunto. Eu olho no espelho.
Meu cabelo está um pouco de uma bagunça e pode até ainda ter sabão devido à falta da lavagem adequada, e eu não tenho nenhuma maquiagem. Mas, mesmo assim, isto é o mais bonito que eu me pareci em anos. Talvez para sempre.
Eu escovo meus dentes e, em seguida, passo um gloss em meus lábios com algum produto novo com gosto de pêssego que eu encontrei na gaveta de maquiagem. Imagina, três dias de cuidado e alimentação podem compensar quatro anos de negligência e punição.
É incrível o quão pouco nós, seres humanos, realmente precisamos para prosperar, e passa na minha mente que um conjunto de sutiã e calcinha combinando, juntamente com um jeans perfeito, pode elevar meu ânimo tão para o alto, e isso me deixa tonta.
Eu suspiro.
Este é um golpe de sorte. Um golpe de sorte total.
E mesmo que eu tenha certeza que eu posso lidar com a água quente e fria na estação de shampoo, eu vou ser doce e sorrir para Ronin enquanto ele explicar essas coisas para mim como se eu fosse uma idiota. Eu posso fazer isso. E então eu posso abandoná-lo e comer as sobras do meu café da manhã do Cookie’s e passar uma boa noite tranquila assistindo TV sozinha.
Ahhhhhh... Deixo escapar uma boa e longa respiração e um sorriso. Eu quase me sinto normal.
Eu deslizo meus pés nos meus velhos tênis Converse e vou para o estúdio. Totalmente pronta para o meu treinamento na estação de shampoo. O tempo lá fora é tão perfeito e o concreto está um pouco úmido, pois choveu ontem à noite. Eu não ouvi qualquer chuva, mas eu estava bem morta para o mundo. O doce aroma das flores de cerejeira flutua cruzando no vento, mesmo que tenham todos os tipos de carros e pessoas fazendo barulho e agitando na rua, estas árvores cancelam tudo.
O interior do estúdio é brilhante e alegre e quando eu viro a esquina para o salão, o humor de Ronin parece combinar com a atmosfera da sala. "Bonita", diz ele.
Eu levanto minhas sobrancelhas para ele. Ele acabou de usar uma palavra de jogador comigo? Urgh... Como pode um cara bonito ser tão irritante? "OK, eu estou pronta. Instrua-me, por favor, explique todos os detalhes técnicos de como devo lidar com a água quente e fria no trabalho."
Ele sorri. "Você acha que é fácil, não é? Que lavagem não requer habilidade."
"Oh, eu tenho certeza que devo ter, mas estou comprando todo o ato de eu-sou-um-especialista-em-estações-de-lavagem? Não. Mas prossiga. Me ensine tudo o que preciso saber sobre os lavatórios."
"Eu acho que você me entendeu mal, Rook. Eu não estou aqui para ensiná-la a usar a pia. Eu vou ensiná-la a dar uma grande lavagem."
Eu ri. "OK, eu vou ignorar o fato de que você disse, especificamente, água quente e fria e desembaraçante mais cedo, mas eu tenho lavado meu próprio cabelo por um tempo muito longo, é de alta manutenção há mito tempo. Eu tenho certeza que eu posso lidar com isso.”
"Mas você já lavou o cabelo de um homem? Hein? Porque temos modelos masculinos que precisam de um shampoo por aqui, e Elise normalmente faz suas lavagens. Ela é muito boa nisso, eu ouço, então eles vão esperar o mesmo tratamento de você."
Ele é de verdade? Eu olho para o sorriso que diz que ele está brincando, mas não consigo descobrir. "O-Kaaaaaay", eu digo, puxando por um tempo a última sílaba.
"Então, eu estou te ensinando como dar uma lavagem digna do Estúdios Chaput e então eu vou testá-la e ver se você tem tudo sob controle."
"Testar-me como?"
"Você pode fazer em mim depois que eu faço em você."
Mais uma vez eu olho para o sorriso que vai me deixar saber que ele está brincando, mas não há nenhum indício insinuando isso. Ele parece sério. Eu franzo a testa. "Nós vamos lavar o cabelo um do outro? Como uma festa do pijama da Gidget4 nos anos sessenta?"
Isto racha sua fachada por um momento e ele aperta os olhos para mim. "Uma o quê?"
"Por favor” Eu imploro de forma exagerada “não me diga que você não conhece Gidget? Eu teria que ir embora por isso.”
"Você o compra na App Store?" Ele pergunta inocentemente.
Eu bufo através de minhas bochechas e sorrio, porque isso é demais. "Não", eu digo, negando com a cabeça. "E já que você é desinformado, você começa sendo a Larue5."
Ele dá de ombros como se pudesse importar menos e aponta para a cadeira. "Eu faço em você primeiro."
E aí está. Assim, quando eu estou virando para me sentar, eu o pego. O sorriso.
Ele está totalmente brincando comigo.
Eu afundo na cadeira de couro macio e relaxo de encontro a pia. Meus olhos desejam fechar imediatamente, porque essa posição é como um gatilho de relaxamento. Eu não fui muitas vezes ao salão em Chicago, mas eu fui o suficiente para saber que Ronin tem razão, a lavagem vem com expectativas. Elise certamente fez isso comigo no outro dia, porque eu estava disposta a esquecer todos os meus problemas com o seu cuidado, por alguns momentos.
Ronin reúne meu cabelo e liga a água. Ele mexe até obter a temperatura correta e permanece em silêncio, o que torna essa coisa toda mais estranha. "Então," eu começo. "Você é um lavador certificado?"
"Eu sou um profissional total, Rook."
"Isso está certo?"
"Mmmhum", diz ele, quando a água quente corre sobre a parte de cima da minha cabeça e me faz cócegas.
"A maioria dos profissionais iria colocar essa coisa grande parecida com um babador sobre os seus clientes. Certo?"
"Somente aqueles que planejam deixar seus clientes molhados."
"Então... Você não planeja me deixar molhada?"
Ele engasga com uma risada. "Seja boa, Gidget, ou eu vou ter que bater em você." A água para e eu sinto cheiro de coco. Ele esfrega as mãos e levanta meu cabelo molhado da bacia, massageando o shampoo cheiroso para os fios mais longos.
"Eu costumava ser loira, você sabe. Na minha outra vida."
"Huh", diz ele.
"O quê?"
"Eu não posso vê-la como loira. Que idiota fez você fazer isso?"
"Por que alguém me quer loira, o torna um idiota?" E mais importante, eu me pergunto, por que ele suspeita tão rapidamente que eu fui forçada?
"Porque você é provavelmente a beleza natural mais perfeita que eu já vi, por isso, qualquer um que queria que você mude para cabelo loiro, estava querendo arruiná-la."
"Sim, provavelmente você está certo sobre isso."
Ele para a massagem nas extremidades do meu cabelo. "Eu estou provavelmente certo? Ou eu estou certo?"
Eu dou de ombros quando ele leva as pontas dos dedos ao meu couro cabeludo. Seu toque tem apenas a quantidade certa de pressão e ele esfrega minha pele em pequenos círculos, das minhas têmporas, se movendo para baixo na minha cabeça e em meu pescoço.
Meu corpo inteiro irrompe em calafrios.
"Se sente bem?"
"É tão bom", murmuro, desfrutando ao máximo.
"Quando você fizer em mim...", diz ele enquanto leva as pontas dos dedos para o topo da minha cabeça, produzindo uma nova onda de calafrios, "...Eu gosto assim, aqui em cima."
Eu rio. "É mesmo? Essa é a sua dica do grande treinamento de lavagem, Larue? Faça assim em mim?"
Ele se inclina até o meu ouvido, tão perto que meus olhos abrem quando seu hálito faz cócegas na minha pele sensível. "Faça assim mesmo em mim, Rook. Por favor."
Oh, merda.
Eu engulo, tentando encontrar uma resposta, mas não tenho nada. Eu tenho uma chance e olho para ele. Ele está rindo de mim. "Você é mau."
"Você não tem ideia. Agora, feche os olhos para que eu possa lavar. Eu poderia te molhar, peço desculpas antecipadas por isso."
Oh, ele é muito mau.
E eu estou em tanta dificuldade, porque mesmo que ele tenha muito cuidado com a água enquanto ele lava minha cabeça, eu estou definitivamente molhada.
"Então, você é uma modelo agora. Ou você provavelmente vai ser amanhã. Qual é o seu grande plano? Tem um?"
"Sim", eu respondo, grata que ele acabou com a brincadeira sexual, por enquanto. "Eu vou aproveitar enquanto durar."
"Então, você acha que vai gostar de ser uma modelo?"
"Talvez, mas isso não importa. Se me pagarem um dinheiro decente, eu vou fazer isso." Ele fecha a água e eu viro um pouco para olhar para ele. "É uma pausa que eu realmente preciso, Ronin. Você não tem ideia. Então, talvez eu goste de fazer essas coisas, ou talvez eu não vá gostar. Mas eu vou tirar o máximo proveito que eu puder e, em seguida, se for demais, eu vou fazer outra coisa.”
"Como o quê?" O forte cheiro de citros permeia o ar quando ele começa a trabalhar no condicionador.
Meu cabelo é muito longo e grosso, isso geralmente leva um tempo, mesmo quando eu estou com pressa, mas Ronin leva o seu tempo e eu afundo na cadeira um pouco mais, totalmente relaxada. "Faculdade, talvez. Eu nunca tive boas notas, e eu tirei o GED6 quando eu tinha dezesseis anos, para que eu pudesse parar de ir à escola. Mas eu sei que você pode começar na faculdade da comunidade e, em seguida, transferir para um lugar melhor. Esse é o meu sonho. Provavelmente nunca vai acontecer, mas você perguntou.”
"O que você vai estudar?"
"Eu não sei," eu minto. Eu poderia apenas dizer-lhe, mas eu não sinto que devo fazer isso. É o meu sonho e é pessoal. Significa muito para mim e eu não vou compartilhar isso com um cara que eu acabei de conhecer.
"E se você não conseguir esse emprego? Ou se ele não durar? As modelos são conhecidas por ter uma programação bastante modesta. Trabalhar um dia, nenhum no outro. Não é realmente estável."
Esta questão é ainda pior do que a última. "Sim, bem, eu estou acostumada à decepção, por isso não é grande coisa.”
Se isso não funcionar, eu vou seguir em frente e fazer outra coisa. “Eu posso ser jovem, mas eu aprendi algumas boas lições até hoje.”
Ele parou de mexer as mãos, então, eu abro os olhos e olho para ele. Ele está franzindo a testa. "Que lições, Rook?"
"Não confie em ninguém para conseguir o que você quer. Você só tem que batalhar por si mesma."
"Isso é meio triste", ele diz enquanto liga a água.
"Nah, apenas prático." Eu tremo quando a água escorre sobre a minha cabeça.
"Então você não é do tipo que procura um namorado que cuide de você?"
Eu ronco. "Foda-se. Não. A última coisa que eu quero agora é um cara que queira cuidar de mim."
"Huh. Bem, o que você diz para eles, então?"
"Dizer o quê, pra quem?" Eu pergunto, olhando para ele de novo.
"Os caras que você encontra? Você diz que você está apenas interessada em coisas casuais, ou o quê? Eu não entendo."
Estou cansada dessa conversa, então eu o termino. "Eu não digo nada, Ronin, porque eu não deixo ninguém chegar tão perto."
"Porque alguém te machucou?" Ele pergunta, tentando soar casual.
"Trata-se de um sofá de psicanalista ou uma estação de shampoo?"
Ele sorri para mim e fecha a água, então torce o meu cabelo e coloca uma toalha sobre a minha cabeça. "Sente-se." Ele afofou meu cabelo com a toalha por alguns minutos, em seguida, joga em uma cesta do outro lado da sala e me entrega um pente. "Então, foi tudo o que você pensou que seria?"
A sugestão maliciosa está de volta e eu sorrio enquanto passo o pente pelo meu cabelo e fico de pé ao lado dele. Ele é complicado, um presente. Sabe exatamente quando me iluminar ou me escurecer. "Foi muito mais, eu não tenho palavras para descrever."
"Experimente", diz ele, subitamente sério.
Suas mãos começam a vagar pela minha cintura, puxando as presilhas da minha calça, uma forma segura de fazer contato, mas não colocando toda a sua mão no meu quadril.
Eu estou segurando minha respiração e ela sai em uma corrida suave. "Foi gentil."
Ele sorri.
"E isso me fez arrepiar."
"Arrepiar?" Ele pergunta. "Sério? Tão bom?"
Concordo com a cabeça, enquanto eu assisto seus lábios. Sua boca se abre um pouco e eu dou uma profunda inspiração.
"Bem, eu não tenho certeza de que você esteja pronta para entrar no meu lugar da lavagem, mas vou dar essa chance, Ok? E se você ficar nervosa, basta dar uma inspiração profunda e eu vou segurar sua mão o tempo todo. Desde ligar a torneira, até enxaguar o condicionador, eu te dou cobertura, Rook."
Nem uma única vez ele abriu um sorriso.
Concordo e me torno muito séria. "Eu realmente aprecio a sua confiança em mim, Larue. Agora, por favor, sente na minha cadeira e eu vou fazer do jeito que você gosta."
Capítulo Dezessete
Ronin
As mãos de Rook em mim quase me fazem transbordar. Eu tomo uma respiração profunda quando ela pulveriza a água na minha cabeça, então, se inclina para falar no meu ouvido, do jeito que eu fiz com ela. Ela está totalmente engajada e isso me faz sorrir.
"O que é engraçado, Larue?" Ela brinca.
"Você, Gidget. Você acha que eu não sei quem é Gidget? Por favor." Eu digo do jeito que ela fez anteriormente, com exasperação simulada. "Eu era um fã obsessivo de Gidget antes de ela estar em RetroTube todas as noites."
"Você não vê RetroTube!"
Eu cruzo os meus dedos em cima do meu coração. "Eu juro, Gidget era a minha menina dos olhos quando eu era mais novo. Ela é quente."
"São as tranças, não é?"
"Mmmmm, e ela faz isso com a língua..." Rook cobre a boca com a mão para esconder a risada. Deus, ela é linda quando está rindo. "... E seus pés. Quando ela falava em seu pequeno telefone rosa, e seus pés tinham toda essa outra conversa acontecendo."
"Oh meu Deus, você é um fã de Gidget! Quem saberia disso?"
Abro os olhos e desfruto de seu deleite. "Temos um contrato chegando em breve. O que você está fazendo é chamado TRAGIC, certo? Temos um com STURGIS e depois um com GIDGET. Estive pesquisando pequenas peças adolescentes por meses."
"Então quem, Sandra Dee ou Sally Field7?"
"Definitivamente Sandy, mas Sally esteve em mais episódios, então..."
"Sim, eu concordo. Quando eu era criança eu queria tanto ser a Gidget. Quem tem o contrato para esse trabalho?"
Eu olho para ela e ela afunda.
"Deixe-me adivinhar, você não pode ser ao mesmo tempo TRAGIC e GIDGET".
"Dois mundos totalmente diferentes, Rook."
Ela simplesmente dá de ombros e volta para o meu cabelo. "Como estou indo até agora?"
"Mágico, os seus dedos são mágicos." Eu fecho meus olhos e relaxo novamente, contente com a forma como esta tarde está sendo. Ela é divertida e fácil de lidar. Ela não se ofende quando eu flerto e ela flerta de volta.
A água corre no meu pescoço e eu salto para fora da cadeira e olho para ela. "Você me molhou!"
"Desculpe Larue. Mas eu sou apenas uma aprendiz, você não pode esperar que eu seja uma profissional como você na primeira tentativa."
Eu tiro minha camisa e seco a água do meu pescoço. "Você terminou?"
"Eu não tenho certeza", ela responde, inclinando a cabeça timidamente. "Eu fiz certo?"
Eu ando em sua direção e ela levanta as mãos e se encolhe no canto. Ela está rindo, assim eu sei que é tudo divertimento, mas a posição defensiva me incomoda por algum motivo. Como se ela estivesse acostumada a ser perseguida. Como estar acostumada a caras que vêm para ela com os punhos.
Ela começa a mudar, fica pouco à vontade com o meu silêncio, e me olha fixamente.
"Você gostaria de ir lá cima comigo?"
"O que tem lá em cima?" Ela pergunta, tentando parecer inocente.
"Meu apartamento. Eu poderia te fazer o almoço." Eu olho para o relógio na parede e é quase a hora do jantar, em seguida, aceno com a cabeça em direção a ela. "Ou dunch8, já que é tarde agora."
"Dunch?"
"Sim, você sabe, almoço e jantar. É como brunch9, mas é dunch."
"Você cozinha?"
"Não", eu ri. "Não de verdade. Mas eu posso comprar comida, trazê-la até aqui, colocá-la em um prato, e fingir que eu fiz para você." Eu ando alguns passos em sua direção e ela respira fundo, mas mantém-se firme. Sim, alguém definitivamente machucou essa garota no passado e isso me deixa com raiva. Ela vê a minha mudança de humor e eu sorrio para aliviar a situação. Ela é perceptiva.
"O que mais podemos fazer?" Ela pergunta quando eu pego sua mão e a tiro do canto.
"Assistir um filme?" Eu ofereço. Isso desperta seu interesse e ela se ilumina quando eu a trago para mim e empurro seu cabelo molhado do ombro. Ele deixa gotas de água na sua pele nua.
"Qual filme?" Ela respira quando eu a puxo para o meu peito. Eu posso sentir seu coração batendo contra o meu corpo e eu tomo seu rosto em minhas mãos.
"Qualquer filme que você queira. Nós temos um banco de dados de praticamente tudo." Eu me inclino e acaricio seu lábio com o meu e, em seguida, gemo, quando um pequeno gemido escapa de sua boca.
Ela puxa para trás, com a mão firme contra o meu peito para me manter longe. "Por que você está me beijando?"
"Porque eu não posso me parar. E porque eu sou o único que te conhece, e você é apenas Rook, a menina que apareceu do nada. Mas amanhã, você será Rook, o rosto de TRAGIC. E eu não acho que você é trágica em tudo, Rook. Acho que você é GIDGET. Mas o que eu acho não importa, porque as coisas vão avançar uma vez que você assinar esse contrato, e vamos ter que esperar e ver onde tudo acaba.”
"Você não quer que eu assine o contrato?" Ela fecha a cara para mim, como se eu estivesse tentando roubar o seu futuro ou algo assim.
"Não, não é isso. Eu quero que você tenha a sua chance nesse sonho, mas há uma razão para esta campanha ser chamada de TRAGIC e não GIDGET. E, estou supondo que você já saiba, porque para mim você parece ser uma menina inteligente. Então, só por esta noite, eu gostaria de tratá-la como Gidget e ter com você um jantar e depois assistir um filme."
Ela reprime um olhar triste e depois pinta um sorriso. "OK, jantar e filme. Eu gostaria disso."
Eu me inclino novamente e escovo seu ouvido com meu lábio, enquanto eu sussurro, "Mas não importa o que aconteça com você, nunca mais recue em um canto com medo de mim novamente. Porque eu nunca vou te machucar.”
Ela endurece um pouco quando eu a abraço, mas eu espero ela relaxar antes de eu soltá-la. E então eu pego sua mão e a levo em direção as escadas.
Capítulo Dezoito
Rook
Ah merda. Eu não tenho certeza do que estou fazendo aqui. Ronin estava comigo em todo lugar neste fim de semana. Ontem à noite eu estava nua de pé na frente dele, para que ele pudesse tirar uma foto, e ele disse que vai cuidar de mim. Ele me deixou para ir cuidar de alguma coisa, aparentemente, em seguida, voltou para o meu apartamento e dormiu no meu sofá. Ele me dá um monte de roupas de grife grátis, testa a água com algum flerte não-tão-velado, e em seguida, me beija e me convida para o seu apartamento.
E eu vou!
Mesmo que minha cabeça esteja gritando para parar, meus pés continuam. Minha mão está segurando a sua tão firme, quanto a dele está agarrando a minha. Meu coração está socando e se ele quisesse me levar para a cama agora, eu provavelmente iria.
E ainda por cima de tudo isso, ele tem algumas opiniões bem formadas sobre o que poderia ter acontecido na minha outra vida.
Ele para no topo das escadas e eu tento controlar minhas emoções selvagens.
"Está tudo bem?"
Eu engulo e aceno com a cabeça e isso o faz franzir a testa. "O quê?"
"Você está com medo na sua maldita mente, Rook. Você não tem que vir, você sabe. Podemos ir comer no Cookie’s, se quiser."
Eu tomo uma respiração profunda. "Não, não, eu quero assistir a um filme com você." Isso não é uma mentira, a ideia de escolher um filme para assistir com ele, na verdade, soa divertido. "Mas eu não estou interessada em qualquer outra coisa." Eu desvio o olhar, envergonhada.
"Eu não quero mais nada, Rook. Apenas um jantar e um filme."
Concordo com a cabeça e acordo para a realidade, observando o corredor que já terminou no topo das escadas. Ronin nota meu novo interesse no lugar e aponta para as enormes portas duplas de madeira à direita.
"Esse é o apartamento de Elise e Antoine. Esse é o meu." Ele redireciona a minha atenção para a esquerda, onde o corredor passa por vários metros e termina em uma única porta igualmente enorme.
Ele digita seu código de segurança e soam os avisos sonoros da porta e, em seguida clica quando o mecanismo destrava. Ronin abre a porta e me leva. Dou um passo hesitante para frente e, em seguida, saio do caminho para que ele possa passar por mim. "Vamos, eu vou lhe mostrar os filmes."
Ele deixa minha mão ir e eu luto para pegar a sua de volta. Ele sorri sobre seu ombro e me puxa para dentro do quarto. "Aqui está o controle remoto", diz ele apontando o sofá para eu me sentar. "Aperte esse botão turquesa para chegar ao banco de dados dos filmes."
Eu aperto e uma tela de busca surge juntamente com um menu de diferentes gêneros. "Que tipo de filme você gosta?" Eu pergunto.
"Será sua escolha hoje à noite, vou pegar o jantar, e", ele salienta, "Eu começo escolhendo sua comida. E você pode escolher o filme."
"O que há com você e a essa coisa de escolha da comida? Eu não entendo isso. Você não gostaria de me conseguir algo que eu goste?"
"Será que você odeia o hambúrguer que eu escolhi para você?"
"Não, mas..."
"Mas nada. Dê-me uma chance. Eu prometo, eu sou bom nisso."
"Sim, mas é estranho."
"O que é estranho sobre pedir a comida para você?"
"Não é pedir, é o controle."
"Oh, eu entendi. Você é uma dessas."
"Dessas o quê?"
"Malucas por controle. Você tem que estar no controle o tempo todo, certo?"
"O quê? Isso é tão longe da verdade que é bizarro."
"O que mais poderia ser então? Quer dizer, se eu pego o que você gosta, então por que você se importa se é eu que peço comida?"
E eu estou presa. Eu só posso dar de ombros, porque, para lhe dizer a verdade, vou ter que derramar todos os meus segredos, e dar isso a ele vai aumentar a conversa. Felizmente ele é um daqueles vencedores graciosos e atira-me uma piscadela.
"Eu vou estar de volta em vinte minutos, OK?"
Concordo com a cabeça me colocando para trás e relaxando no sofá estofado, enquanto Ronin vagueia pelo corredor e volta com uma camisa limpa, em seguida, sai. Meu olhar passa ao redor da sala e eu absorvo tudo. É definitivamente o apartamento de um cara, porque o esquema de cores não é nada além de tons de marrom, com um pouco de preto para dar variedade. Ele tem a maior TV que eu já vi pendurada na parede, e eu fico um pouco delirante, quando eu penso sobre assistir filmes nessa coisa. Ele tem alto-falantes com um som surround estrategicamente colocados ao redor da sala e, através das cortinas, posso ver todas as luzes da cidade no que parece ser um terraço com um tamanho bastante significativo.
Homem, essas pessoas definitivamente têm dinheiro.
Eu levo minha atenção de volta para o banco de dados e digito o filme que desejo assistir. Eu estive pensando sobre esse filme desde que eu o conheci, na verdade, por causa do seu nome. É um filme que tanto nós podemos desfrutar uma história de amor comovente, num belíssimo cenário com flores de cerejeiras serenas, como é um filme de guerra, com muito sangue e violência.
Eu acho que ele vai adorar. Isto me deixa aquecida, porque se eu sou honesta, eu quero que ele o ame. Porque eu amo isso.
Eu realmente não tenho muita experiência com homens, mas posso dizer com absoluta certeza, que nenhum homem jamais olhou para mim da maneira que Ronin Flynn faz, quando eu saí do closet vestindo a camisola azul. Seus olhos percorreram o meu corpo com desejo e fome, e então subiram tão devagar que meu coração começou a bater com a antecipação do que sua expressão dizia quando ele finalmente encontrou o meu rosto.
Se eu falasse a língua dos seus olhos eu saberia com certeza, mas eu estou perdida com esse cara. Estou tateando no escuro, tentando não parecer ou agir como uma completa criança, e eu espero não estar errada sobre o meu palpite, mas aqueles olhos pareciam querer tocar cada parte do meu corpo.
Nos poucos segundos que cruzamos o nosso olhar, me ouvi lhe pedindo em meus pensamentos para me beijar de um milhão de maneiras. E se eu falasse a língua do meu próprio desejo, então eu sei com certeza que eu quase lhe implorei para fazê-lo com o olhar no meu rosto.
Toque-me. Eu deveria ter sussurrado. Beije-me. Porque meu corpo inteiro está vibrando com a percepção de que é assim que um homem faz você se sentir, quando você realmente gosta dele. Isso é o que meninas querem dizer quando afirmam que um homem a faz se sentirem fracas. Elas não imaginam punhos pairando sobre elas quando se acovardam no canto, esperando e rezando para que esses punhos nunca se conectem com as maçãs do seu rosto.
Eu pressiono iniciar na tela e, em seguida, pauso o filme e vou para o terraço para esperar por Ronin. Não está quente do lado de fora, mas é tolerável para uma noite de primavera, então eu escorrego para fora e deixo a porta aberta atrás de mim. É um grande e belo terraço quadrado, preenchido com mobiliário e uma churrasqueira ao lado.
Vou até o parapeito, me curvo um pouco e descanso meu queixo em minhas mãos. A vista do centro de Denver é impressionante, com os prédios altos estando iluminados, tudo parece cintilar. Eu não tenho nenhuma ideia do que qualquer um dos edifícios é, mas eu não me importo tanto. Eles são muitos. É incrível quando eu penso sobre isso, como as coisas podem mudar rapidamente. Três meses atrás eu era uma namorada abusada, espancada, com muito pouca chance de sobreviver. Três dias atrás eu era uma menina assustada, com muito pouco dinheiro, em uma cidade estranha e morando em um abrigo.
E hoje à noite, mesmo que eu ainda esteja com medo e eu ainda tenha pouco dinheiro, está tudo virado. Eu estou em um apartamento fantástico com um homem bonito. Eu estou vestindo uma roupa muito agradável, que eu provavelmente vou me arrepender de ter pedido para pagar, quando eu deveria ter visto quanto elas custam. E eu posso até ter um emprego como modelo para um fotógrafo, que é importante o suficiente para possuir um edifício inteiro e pagar meninas a cem dólares por hora, para posar para ele.
Eu ouço passos suaves, mas não viro.
"Encontrou um filme que você gosta?" Ele pergunta enquanto vem atrás de mim. Ele coloca as mãos em ambos os lados da grade, meu corpo entre elas, e em seguida, toma uma chance e se inclina para fechar a distância entre nós.
"Sim", eu respondo enquanto sua boca mergulha para o meu pescoço, enviando um formigamento por todo o meu corpo.
"O que você está pensando, se você não se importa que eu pergunte?"
Eu suspiro. "Apenas é engraçado como a vida pode ser. Como as coisas podem mudar em um instante, e como você nunca sabe quando esse momento virá. Está me ocorrendo ao longo dos últimos dias, que eu não estou realmente no controle. Quero dizer, eu posso ter tomado a decisão de entrar em um ônibus e ir para uma nova cidade completamente sozinha. E eu posso ter tomado a decisão de sair de um emprego onde eu estava sendo falsamente acusada de roubar. E eu posso ter tomado a decisão de gastar os meus últimos dez dólares em um café, onde um grupo de modelos arremessou um pequeno cartão branco no meu rosto, e eu acabo com um convite para me sentar na frente de Antoine Chaput.”
Eu viro meu corpo, assim estou de frente para ele. Eu me pergunto o que ele pensa dessa pequena revelação. Que eu não fui convidada, mas roubei a oportunidade de outra menina para ser testada por Antoine. Ele me deixa virar, mas assim que eu me ajeito ele pressiona contra mim de novo, só que desta vez seu peito está tocando meus seios em vez das minhas costas e suas mãos deslizam sob o meu cabelo e começam a acariciar meu pescoço. Se ele tem alguma opinião sobre o cartão, ele segura para ele.
"Mas tudo depois foi sorte", eu continuo. "Eu não posso controlar as outras pessoas. Eu não poderia fazer Elise me levar para o estúdio, ou Antoine gostar da maneira como eu me pareço, ou me oferecerem um emprego falso de lavagem de cabelo apenas para que eu fique por aqui."
Ele sorri para essa última observação.
"E eu não tenho controle sobre como você se sente sobre mim, ou porque você quer me deixar ficar aqui." Eu olho em seus olhos e encolho meus ombros. "Eu estou totalmente à mercê do universo para estas coisas. E é um pouco assustador não estar no controle, você não acha?"
Ele puxa meu rosto mais perto do seu e o meu coração bate com o pensamento de outro beijo. Mas ele não me beija, pelo menos não onde eu espero que ele faça. Ele traz os lábios na minha testa e esmaga o lábio em mim, respirando profundamente. E suas mãos brincam com o meu cabelo ainda úmido da lavagem.
"É muito assustador", ele sussurra, enquanto sua boca viaja até a minha orelha. "E eu não sei a história toda sobre você, mas se você realmente fez tudo isso, então eu estou admirado com a sua coragem, Rook."
"Eu acho que você me superestima, Ronin. Não era coragem, era desespero e medo."
Ele me puxa para ele, então, me pressionando contra seu peito, suas mãos enrolando em torno de minha cabeça e pescoço em um abraço protetor. "Mesmo assim. Você tem um plano e isso é corajoso. Porque se esse cara que você está fugindo fez as coisas que eu acho que ele fez, então eu sei como que isso é assustador."
Eu empurro para trás e olho para ele. "Como?" Eu pergunto.
Ele sorri, mas é triste. "Porque meu pai costumava bater muito na minha mãe quando Elise e eu éramos crianças. E um dia ele bateu nela com um taco de beisebol e ela nunca mais voltou. Elise tinha dezoito anos e eu tinha dez quando eles levaram o meu pai para a prisão. Ele ainda está lá, eu acho. Eu não tenho nenhuma ideia realmente. Quando Antoine apareceu e quis ficar com Elise e me levar junto, nós deixamos de ser aquelas crianças trágicas e apenas voltamos a ser nós novamente. Foi assustador pra caralho esses primeiros anos, tendo que confiar que Antoine era bom e que ele iria ficar por aqui. Ele e Elise nunca se casaram e isso me incomodou por muito tempo. Eu sempre senti que minha nova vida era um tapete, que estava prestes a ser puxado debaixo de mim a qualquer momento. Mas, em seguida, lentamente, as coisas começaram a mudar. Antoine é um bom homem, ele ama Elise, e sim, eu gostaria que ele se casasse com ela e lhe desse mais segurança, mas se o que eles têm é bom o suficiente para Elise, então eu só tenho que aceitá-lo."
É a minha vez de colocar minhas mãos em volta do seu pescoço e o abraçar apertado. Eu não posso chegar até a sua testa, então, ao invés, eu beijo seu queixo e ele ri. "Desculpe," eu digo com um sorriso. "Eu não consigo alcançar a sua testa, mas eu queria beijá-lo."
Ele se inclina e chega aos meus lábios, desta vez, com um beijo suave, lento, que faz com que meus dedos dos pés fiquem quentes. O calor sobe pelo meu corpo, enquanto minha boca se abre um pouco e eu estou pulsando entre as minhas pernas em segundos.
Eu me afasto.
"Ronin Flynn, você pode me desfazer."
"Eu já estou desfazendo, Gidget. Estou apenas esperando que você vá ficar por tempo suficiente para eu colocar tudo junto de volta."
Capítulo Dezenove
Ronin
Nós voltamos para dentro e vamos nos alimentar. Eu levei outro hambúrguer. Desde que eu falei sobre a escolha de algo que ela gosta e eu sei que ela gosta de hambúrgueres e saladas com frango sobre eles, eu comprei hambúrguer novamente.
Ela ri e me chama de uma fraude, mas come toda a refeição e isso me faz tão feliz que eu não posso suportar.
Mesmo que a minha regra geral é: não trazer modelos no quarto, já namorei algumas antes, e sei que todas e cada uma delas têm um distúrbio alimentar. Talvez nunca nem todos sejam graves; talvez só se manifesta como um pequeno racionamento, quase imperceptível, mas todos nós sabemos que se as meninas ficam muito cheias, elas não cabem nas roupas. E se elas não cabem nas roupas, elas estão fora do trabalho.
Rook não sabe disso ainda, mas não vai demorar muito tempo para descobrir isso. E eu gosto do jeito que ela é, o corpo dela é foda quente. E eu acho que poderia quebrar meu coração se ela trocasse as curvas que tem por ossos.
"Então, que filme estamos assistindo?" Eu pergunto.
"O Último Samurai", diz ela com um sorriso tímido.
"Você acha que é inteligente, não é, Gidget? Tendo tudo planejado?" Ela deita no sofá e eu me sento apenas longe o suficiente para fazê-la saber das minhas intenções. Eu não tenho nenhuma intenção. Bem, talvez eu tenha, mas elas são bastante inocentes agora.
"Eu não tenho ideia do que você está falando. Este filme tem Tom eu-não-tenho-camiseta-e-estou-matando-pessoas Cruise nele."
Ela me cutucou. "Então, você não tem ideia do que o meu nome significa?"
"Hmmm", diz ela. "Larue é francês, certo?"
Eu rio. "Sério? Você não tem ideia?"
Ela sorri e se recosta no sofá, os pés descalços bonitinhos fazendo uma dança enquanto eles descansam na mesa de café. "Tudo o que faço é feito com um propósito, Ronin. A garçonete escreveu seu nome no pedido na primeira noite que eu comi no Cookie’s, assim eu soube que não era irlandês, mesmo que seu sobrenome seja Flynn, que é um nome irlandês. Mas eu não escolhi este filme para impressioná-lo com o meu conhecimento do seu nome."
Eu rio novamente. Diabos que ela não fez.
"Eu escolhi porque ele tem cerejeiras, é profundamente filosófico e é cinematograficamente bonito."
Eu só olho para ela.
"E porque Tom Cruise chuta traseiros com um bastão."
"Bokken10." Eu a corrijo, enquanto eu sorrio com satisfação. Eu coloco meus pés em cima da mesa de café, ao lado dos dela, e clico em início no controle remoto. Toda vez que ela abre a boca, ela me surpreende. "Então, amanhã, você tem dúvidas sobre amanhã?"
"Basta lavar cabeças, certo? E fazer como eu fiz com você?"
Meu sorriso é tão grande agora, que eu tenho que escondê-lo com a minha mão quando eu olho para ela. "Você está mal."
"Não", ela diz, enquanto ela se deita e descansa a cabeça na minha coxa. "Eu estou bem, eu juro. Eu sou Gidget, lembra? Não trágica."
Eu brinco com seu cabelo e assisto ao filme. E antes que eu perceba, estamos enrolados juntos no sofá, com suas costas pressionando contra o meu peito, meu braço dobrado em torno da sua cintura, respirando profundamente e adormecidos.
Capítulo Vinte
Rook
Eu sempre tive um sono profundo, mas como Ronin tem a mão sob minha camisa, segurando meu peito, é um pouco além de qualquer experiência passada que eu já tive, dormindo com um estranho quase completo. Eu não tenho certeza do que fazer. Além de uma ter o seu poder sobre as minhas meninas, ele tem a outra em minha barriga. Praticamente deslizando para dentro do cós da minha calça jeans, descer mais é perigosamente perto de passar de um ponto sem retorno.
E eu estou basicamente deitada aqui, com um coração disparado a partir desses toques simples. Eu não posso nem imaginar como excitada eu estaria se seus dedos deslizassem entre as minhas pernas.
Eu estaria desfeita com certeza.
Ele também está pressionando contra a minha bunda, tornando difícil de ignorar uma característica dos homens, de manhã, em todo o mundo. A Madeira.
Eu rio um pouco em meus pensamentos e ele acorda.
Ah Merda! Agora ele vai se admirar de porque eu não movi suas mãos!
Estou salva por uma batida forte na porta.
"Merda", diz Ronin, obviamente acordado, porque isso não foi um acordar com sua voz rouca. Ele se desembaraça de mim e faz o seu caminho até a porta.
É Elise. Eu posso ouvi-los levemente, mas não é realmente porque eles falam baixo. Eu pego alguma coisa sobre eu estar aqui e, em seguida, parece que Elise está fazendo um monte de perguntas. Sento-me no sofá e endireito a minha camisa, me sentindo um pouco como uma intrusa enquanto espero a conversa ter acabado.
A porta se fecha com um clique baixo e, em seguida, Ronin vem da outra sala e sorri. "Desculpe, não quis acordá-la."
"Que horas são? Eu não posso acreditar que eu dormi aqui no seu sofá."
"É cinco e meia, e eu gostei de você dormindo aqui. Eu espero que você vá fazer isso de novo hoje à noite, na verdade."
"Oh," é tudo o que posso dizer sobre isso.
Ele me lança um sorriso. "Mas agora eu estou indo com você de volta para o apartamento do jardim para que você possa dormir. Segundas-feiras são loucamente ocupadas e Elise apenas a dispensou do dever de lavagem. Ela diz para você vir para o salão por volta das duas horas. Isso parece legal?"
Eu faço uma careta. "Então eu tenho que passar o dia todo no meu apartamento?"
Ele dá de ombros. "Você pode ficar aqui se você quiser, mas vai ficar barulhento."
"Não, eu não quis dizer isso, eu só queria dizer..." O que diabos eu quero dizer? "Não importa, sim, é melhor voltar para o meu apartamento. Eu preciso arrumar todas aquelas roupas de qualquer maneira. O que devo vestir quando eu for encontrar com Elise?"
"Jeans, qualquer que seja. Ela vai lhe dizer o que ela quer que você use."
"Oh", eu digo novamente. "Eu pensei que você cuidasse as roupas?"
"Eu cuido, mas eu tenho que cuidar outra coisa hoje. Isso é o que Elise veio me dizer. Então eu vou perder a sua grande estreia e vamos fazer essas fotos nas cerejeiras amanhã."
Eu dou de ombros, mas por dentro eu estou querendo saber exatamente o que é isso tudo. Ele tem que sair por um dia inteiro? Eu deslizo meus pés no Converse e ele abre a porta da frente para mim. Eu me sinto um pouco barata, enquanto eu faço o meu caminho descendo as escadas e, em seguida, quando ele diz adeus na porta do terraço, mantendo-a aberta para mim para que eu possa passar sozinha, eu quase me sinto suja.
Eu nem tenho certeza de onde esse sentimento está vindo, eu quero dizer, eu não dormi com ele nem nada. Eu só sinto que ele está tentando se livrar de mim antes que alguém descubra que passei a noite em sua casa.
Viro-me para dizer adeus, mas a porta já está fechando. Então vou para o meu próprio apartamento, estou decepcionada e me enterro no sofá, tentando muito duro não me sentir usada.
Mas Rook, o monólogo interno começa, você sabe que ele é um jogador. Ele é um modelo masculino, pelo amor de Deus. Seu trabalho é cuidar das meninas em um grande estúdio de fotografia.
Talvez eu devesse ir embora hoje e levar o dinheiro que eu fiz.
Eu posso pegar o ônibus e ir a Las Vegas como eu planejei. Denver nunca foi meu ponto final, de qualquer maneira. Eu estava no ônibus para Las Vegas, mas, bem, é uma longa história, mas eu nunca tive a intenção de ficar aqui em Denver. Quero dizer, quem vive em Denver, afinal? Não que vá ser melhor em Vegas, mas eu sinto que a minha vida está fora de controle agora. Que não sou responsável por mim mesma. E a última vez que me senti assim, foi porque meu ex estava me controlando.
Eu não quero ser controlada, se eu tomar a decisão de sair, então eu poderia ter esse controle de volta. Se eu ficar aqui, Ronin e Antoine e Elise terão o controle sobre mim, não importa quão sutil seja.
Ughhh. Por que a vida não pode ser simples?
Eu começo a cuidar das minhas roupas novas, pendurando as que precisam de cabide e dobrando as que necessitam ser guardadas em gavetas. Me ocorre, muito rapidamente, que eu tenho um par de sapatos e é isso. Meu Converse não vai ficar bom se eu quiser ir a algum lugar com uma saia.
Depois que eu penduro as coisas que eu preciso e me preparo para guardar outras nas gavetas da cômoda. Eu abro a gaveta de cima para colocar as roupas íntimas e tenho uma surpresa.
Esta gaveta está cheia.
De roupa intima.
Que porra é essa?
Quero dizer, eu me lembro que Elise disse que outra garota morava aqui, mas ela deixou suas calcinhas? E isso explica a maquiagem no banheiro. E todo o xampu e sabonetes e outras coisas. Sim, outra menina morava aqui, mas ela saiu tão rápido que ela nem sequer se preocupou em levar suas muito caras roupas íntimas?
Espere um minuto. Estas calcinhas são todas novas, elas têm etiquetas nelas.
Sento-me na cama e balanço a cabeça. Que diabos isso pode significar? Eles estocam este lugar com roupa nova e maquiagem para... O quê? Que razão eles poderiam ter?
Talvez eles tenham tantas meninas parando aqui, que eu sou apenas outra ocupante temporária?
Estou tão confusa. Quero dizer, quando Ronin está em torno de tudo, me sinto bem sobre esse lugar. Eu me sinto confortável em torno dele, ele me faz rir, eu o faço rir. Nós temos o que parece ser uma amizade fácil.
Mas cada vez que eu me afasto dele, todas essas coisas que podem parecer ser acolhedoras e confortáveis no início, passam a me fazer claustrofóbica e paranoica. E eu realmente não estou bem com isso agora mesmo, para ser capaz de distinguir entre os dois. Eu realmente não posso confiar em mim mesma e ver a diferença entre o que é normal e o que não é, porque eu vivi com o anormal por muito tempo.
A única coisa que eu realmente sei é que eu preciso deste emprego. Não importa o que está acontecendo aqui, eu preciso deste emprego.
E, uma vez que receber algum dinheiro, eu vou correr para o oeste como eu planejei, e esquecer tudo sobre Ronin, o samurai desonesto e todo o fiasco com Antoine Chaput. Talvez eu vá para Los Angeles, que é onde as pessoas que querem ir para a escola de cinema vão, certo? Eu vou encontrar um apartamento barato, conseguir um companheiro de quarto, viver lá o ano necessário para fazer minha matrícula no Estado, e, em seguida, começar em alguma faculdade comunitária e, finalmente, botar a minha vida no caminho certo.
Ronin Flynn pode ser quente, ele pode ter boas maneiras e ele pode ter um lado suave, mas ele definitivamente não é de se contentar com pouca coisa, e ele certamente parece ter um problema em deixar uma mulher tomar suas próprias decisões. E eu não estou pronta para entregar isso outra vez.
Eu prefiro passar o resto da minha vida sozinha e solitária do que desistir da minha liberdade novamente. Preciso manter o meu olho no prêmio. E isso significa não flertar mais com Ronin, não importa o quê.
Capítulo Vinte e Um
Rook
Eu deito na minha nova cama e confortável por um tempo e, em seguida, me deixo cochilar durante algumas horas antes de ter que ir encontrar com Elise. Quando me levanto, eu tomo um banho, mas não lavo meu cabelo, porque eu acho que eu vou conseguir todo o tratamento de cabelo no salão de beleza. Além disso, a mesma banheira com pés que parecia vintage e encantadora quando a vi pela primeira vez, agora parece velha e suja.
Não é encantadora, é um pé no saco.
Quando estou limpa e vestida, eu sigo para o terraço e me preparo para o dia.
É apenas uma hora, então eu tenho uma hora antes de Elise precisar de mim, mas eu acho que posso me acostumar a tudo o que está acontecendo no estúdio. Eu abro as portas e sou imediatamente agredida com a agitação de pessoas. Têm risadas, conversas, câmeras enlouquecendo, luzes se movendo, alguns gritos das meninas, corridas frenéticas para dentro e para fora do camarim e praticamente todos os graus de caos que você pode pensar, lotando esta sala.
Tinham vários fotógrafos e isso me surpreendeu. Eu esperava que Antoine fosse o único que trabalhasse aqui, por causa da tranquilidade da semana passada. Mas hoje tinha nada menos do que quatro pessoas tirando fotos, enquanto eu estava lá.
Tinha também meninas, em vários estágios de nudez, em todos os lugares. Duas estavam nuas. Admito, o nu é tudo no meio de uma sessão com seus respectivos fotógrafos, mas ainda assim.
Nu.
Eu não estou fazendo nada nua.
Algumas das meninas olham para mim e apontam, então sussurram umas às outras. Eu olho em volta, em seguida, para baixo. Não tendo certeza do que fazer.
"Rook!" A voz de Elise ruge fora da cacofonia de sons. "Eu estou pronta, querida, venha aqui!" Ela desaparece por trás da porta da sala e eu a sigo.
"Você dormiu bem?" Elise pergunta quando me pega pelo braço e me guia até o lavatório, em seguida, me empurra para a cadeira.
Essa pergunta soa carregada, mas eu opto por ignorar isso e responder honestamente. "Sim, ótima, obrigada."
Se ela está interessada na resposta ela não demonstra, porque a água está escorrendo por minha cabeça e ela está ocupada fazendo o seu trabalho. Não é relaxante como foi da última vez, é tenso. Todo o meu pescoço está tenso, mesmo quando ela faz um pouco de massagem no couro cabeludo.
"Ronin não vai estar de volta até esta noite. Ele me pediu para te dizer."
"OK, obrigada," eu consigo dizer enquanto ela enxagua e, em seguida, aplica alguns condicionadores nas minhas longas madeixas.
"Eu vou pedir para Josie cortar o seu cabelo. Você precisa muito."
"Ok." Concordo, por que o que eu vou dizer? Eu acho que não era realmente uma pergunta, apenas uma declaração. Rook, eu controlo você agora, então eu vou ter alguém cortando seu cabelo.
"Então você vai posar para Roger. Antoine tem que fazer algumas refilmagens, então, ele não pode fotografar você hoje. Roger é bom, no entanto. Isso é uma coisa que você pode contar aqui; todo mundo faz bem o seu trabalho ou eles são convidados a sair."
Isso soa como um aviso, mas talvez eu devesse ser grata? Isso me dá algum controle de volta. Se eu fizer bem o meu trabalho eu posso ficar. Se eu não fizer isso, então eu posso ir. Cabe a mim realmente. Eu não sei exatamente o que implica fazer um bom trabalho modelando, mas eu imagino que tem muito a ver com seguir as direções.
E isso me irrita também. Porque aquilo tira o controle que eu estou tentando me convencer de pensar que eu tenho.
Quem estou enganando? Eu não estou no controle de tudo.
Elise termina com o meu cabelo, então ela me empurra para sentar. As gotas de água caem em toda minha camiseta e ela esfrega a toalha sobre a minha cabeça, mas meu cabelo é tão longo que cai para fora e molha tudo.
"Eu gosto da sua camisa. Eu tenho uma assim também, fizemos uma sessão com elas há alguns meses."
Eu olho para ela, para ver se está brincando, mas ela não está prestando atenção em mim, ela está chamando Josie para vir fazer o meu corte. "Ela veio do seu armário, Ronin disse que eu poderia pegar," eu confesso.
Ela olha para mim e sorri. "Oh bem. Temos centenas delas disponíveis. Eu gosto dela, mas merda, sabe? Uma centena delas é demais. Todas as meninas pegam o que querem, pegue quantas você gostar."
Ela me apresenta Josie e eu nem sequer me preocupo contradizendo o fato de que Elise disse a ela para remover quatro dedos do comprimento do meu cabelo. Eu só fico parada e deixo que eles me controlem, porque tudo o que posso pensar é como Ronin escolheu esta camiseta para mim, então talvez ele soubesse que tinha tantas que ninguém se importaria? Eu achei legal, até saber que ela era indesejada.
Eu soltei uma risada no absurdo do meu raciocínio.
"Você está bem, querida?"
O que há com essa coisa de querida por aqui? É assim que as mulheres crescidas falam umas com as outras? "Sim," eu murmuro. "Apenas pensando em alguma coisa." Eu me sento quieta depois disso e deixo Josie fazer a sua coisa. Quando ela acaba de cortar, ela começa a secar, Elise está ocupada com outra garota do outro lado do salão, mas quando ela termina, ela volta e começa a enrolar meu cabelo em rolos quentes. "Roger quer grandes cachos saltitantes, ele disse. Então, isso é o que você vai ter hoje."
"Ok." Isso é praticamente a extensão do meu vocabulário agora. Apenas concorde, Rook. Apenas concorde e pegue o seu dinheiro e, em seguida, você vai ter mais opções, mas agora, você apenas tem que fazer o que mandam.
Quando ela termina, Elise me leva para outra parte do salão, e alguém aplica maquiagem enquanto outra garota faz minhas unhas. "Você precisa fazer o pé hoje, querida?"
Eu dou de ombros. Isso não é uma pergunta que eu possa responder com OK. A pretensa pedicure sai para perguntar para Elise, e eu posso ouvir Elise ficar frustrada e dizer-lhe para se ocupar com meus pés.
Eu nunca tive uma pedicure, e talvez se eu estivesse pagando por isso e tivesse em um lugar que pudesse relaxar, eu poderia apreciar. Mas agora, a última coisa que eu quero é essa mulher tocando meus dedos do pé. Eu recuo um pouco quando ela começa a esfregar o creme sobre eles, mas ela parece ser delicada. "Não se preocupe, hum. Eu não machuco. Você vai ficar bem."
Eu puxo uma respiração profunda e a deixo fazer o seu serviço.
Quando eu termino, o meu cabelo está cheio de cachos soltos saltitantes, minhas unhas das mãos e pés são ambas com um vermelho cereja e minha maquiagem me faz parecer como se eu devesse estar andando na Colfax11 com as prostitutas.
Elise volta quando eu sento lá, me sentindo estúpida e falsa. As outras meninas estão em uma pausa, e o lugar acalmou consideravelmente desde a minha chegada. Por alguma razão, eu imaginava modelos e fotógrafos sendo pessoas da noite, mas o que eu sei?
"OK, Rook. Você está pronta." Ela empurra um saco de roupa para mim. "Já que você conhece o vestiário, vá em frente e se vista - só coloque o que está no saco. Quando estiver pronta, vá encontrar Roger, ele é o loiro."
Eu nem consegui dizer OK desta vez. Ela vai embora chamando alguém.
Capítulo Vinte e Dois
Rook
O vestiário tem algumas meninas, mas elas me ignoram e se concentram em si mesmas.
Eu tomo a dica e faço o mesmo.
Ou eu tento, porque elas estão todas nuas e eu simplesmente não estou pronta para ficar nua no meio da sala com essas meninas.
Uma garota pequena, alguém que se parece com o oposto da imagem que você tem em sua cabeça quando você diz a palavra modelo, para na minha frente e sorri. "Primeiro dia?"
Eu tento não notar que ela não tem camiseta, mas eu acho que eu falho. "Sim."
Ela acena com a cabeça para o outro lado da sala. "Tem barracas privadas por lá, se você precisar de uma." E então ela passeia para longe, seu longo cabelo loiro saltando ao longo de sua bunda.
Modestas, essas meninas não são. Eu olho para mim mesma e tenho uma sensação de mal estar. Eu não tenho certeza se posso ficar nua na frente delas, então eu opto pelos vestiários privados.
O traje não era o que eu estava esperando. Na verdade, eu quase ri quando eu o tirei do saco. É um par de jeans usados e uma camiseta vermelho escuro. Ambos os quais parecem que vieram do departamento masculino, assim que são monumentalmente grandes demais para mim, mas eu faço o que me foi dito, coloco as calças de brim e deslizo a camisa sobre a minha cabeça. Sem nenhum sutiã ou calcinha no saco, por isso estou sem nada em ambas as extremidades.
Quando me estudo no espelho, eu suspiro. Por que Elise me produziu toda para vestir apenas um jeans velho, meio rasgado e uma camiseta suja?
Eu saio com os pés descalços, porque não havia sapatos no saco também.
No começo, eu imaginei que encontrar Roger não poderia ser tão difícil, mas não tinham rapazes loiros com câmeras, então eu apenas fico lá, até que uma das meninas sai do camarim e eu chamo sua atenção. "Roger?" Eu pergunto, como se isso explicasse tudo. Ela aponta para um cara que está sentado em uma mesa, do outro lado do estúdio. Me viro para dizer obrigada, mas a menina se foi.
Eu respiro fundo e caminho na direção a Roger. Ele me espia vindo de longe e caminha para me encontrar.
Bem, isso era bom.
"Ruth?"
"Ah, não. Eu sou Rook."
"Rook, certo. Isso é o que eu quis dizer. OK, Antoine só quer as fotos padrão e, em seguida, se tivermos tempo, eu vou tomar algumas mais artísticas de você e Billy, já que ele também está vestido assim."
Ele aponta para um cara cabeludo do outro lado da sala, que também está usando um velho jeans desgastado e uma camiseta vermelha. Só que os seus, são muito menores do que os meus. "Talvez eles tenham misturado as roupas?" Eu digo em voz alta antes que possa me parar.
Roger ri. "Por que você diz isso?"
"Bem, suas roupas parecem muito apertadas e as minhas são muito soltas. Não faz sentido."
Ele me olha com cautela. "Você é realmente nova, não é?"
"Primeiro dia", eu respondo enquanto o nervosismo aparece no meu estômago, como um bilhão de borboletas. "Por quê? Tem algum segredo sobre os tamanhos da roupa que eu deva saber?"
Ele dá de ombros. "Pronta então? Vá para lá e, em seguida, vamos ajustar as luzes." Faço o que me disse e fico em um pequeno x gravado no chão. Ele tem quatro ajudantes apenas para nós, e eles se apressam ao redor com coisas que iluminam e a imagem de fundo, que é apenas preta.
E isso é aonde meus pensamentos param. O resto é só virar e olhar, e mudar de posição, e fechar os olhos, em seguida, abri-los. Eu faço um monte de coisas - em pé, sentada, ajoelhada.
Mas a única coisa que nunca me pediram para fazer é sorrir.
De novo.
Isso é estranho, a ponto de ser quase assustador, porque a última vez que estive aqui, Antoine nunca me pediu para sorrir também.
"OK, Rook, vá pegar Billy lá e vamos iniciar as fotos artísticas."
Concordo com a cabeça, mas isso me faz tremer com nervosismo. Ando devagar na direção desse cara, Billy. Suas fotos acabaram e ele está passando o tempo com uma menina.
Uma garota que parece muito chateada por eu simplesmente andar até eles e interromper.
"Uh, perdão. Desculpe-me, Billy? Roger me pediu para vir te pegar."
A menina zomba de mim, então beija Billy, arrasta sua unha no peito dele e sussurra: "Me liga mais tarde", enquanto ela sai. Eu a assisto por alguns segundos antes de me virar.
Billy está me observando.
Eu sorrio.
Ele suspira e caminha em direção a Roger.
Merda, essas pessoas não são tão amigáveis quanto eu esperava. Mesmo Elise estava meio curta e irritada comigo hoje. Eu olho para um relógio gigante na parede e me pergunto quando o dia vai acabar. Já é quase seis horas e eu estou com muita fome. Eu comi meu café da manhã que trouxe do Cookie’s no outro dia, mas isso foi logo depois que eu cheguei em casa, e eu não almocei. Talvez seja por isso que as modelos são tão magras - não tem comida ao redor!
Chego a Roger alguns segundos depois de Billy e eles já estão o posicionando em uma cama, que de alguma forma se paralisou. Meu coração bate um pouco mais rápido e meus olhos correm ao redor para tentar descobrir o que estamos fazendo.
"Relaxe, Rook. Há uma razão para a roupa solta, é para que quando Billy te apalpar, as roupas mostrem um pouco de pele. Então vá em frente e se sente ao lado dele e vamos começar com isso."
Me apalpar? Eu penso que estou dizendo isso em voz alta, mas não estou. Então, ninguém explica, mas Billy se levanta e pega minha mão e me leva para a cama.
"Primeira vez?" ele pergunta casualmente, quando nós estamos lá.
"O que?"
"Para uma foto artística? Eu não te vi por aqui antes e você parece muito nervosa."
"Eu estou," eu confesso. "Eu nunca fiz isso antes."
Ele desliza a mão para subir minha camisa e tudo o que ouço é o rápido clique de um obturador da câmera. Eu olho em volta e as fotos já começaram.
"Não se preocupe, vai ser rápido." Ele puxa minha camisa, expondo minha barriga, em seguida, a levanta e se inclina para me beijar. Eu não sei o que eu estou pensando, mas eu o deixo. Este é um trabalho, certo? Isto é o que eles fazem? Se beijam?
Eu não tenho ideia, mas suas mãos estão em cima de mim, sua boca está viajando no meu pescoço rápido, e eu estou começando a tremer.
"Calma," ele sussurra. "Ele não vai fotografar muito tempo. Apenas me escute, OK?"
Eu concordo.
"Apenas me deixe fazer minha parte, finja que você está apaixonada por mim e minhas mãos são um dom de Deus, e ele vai tirar as fotos e nós podemos ir comer ou algo assim."
Ele está me chamando para sair? Estou tão confusa, mas eu faço o que me mandam. Não é tão difícil, Billy está fazendo todo o trabalho, realmente. Suas mãos fazem o tatear, puxando a camisa vermelha dessa maneira e desta, expondo minha pele, minha barriga aqui, partes do meu peito lá. Está Ok. Isso é trabalho.
"OK, Rook," diz Roger, interrompendo meus pensamentos. "Tire a camisa dele, lentamente."
Ah Merda.
"Estou esperando, Rook."
Eu concordo. Ok. Elevo a parte inferior da camisa -
"Mais lento, Rook."
Certo. Devagar.
"Agora olhe para ele enquanto você faz isso."
Isso fica muito pessoal, muito rápido. Porque Billy aqui tem um pau duro, eu posso sentir isso quando ele pressiona a perna contra o meu quadril, e seus olhos parecem como se ele estivesse prestes a me jogar na cama e me fazer gritar o nome dele aqui, na frente de todo o estúdio cheio de pessoas.
"Continue trabalhando, Rook."
Puxo a camisa para cima novamente e Billy solta um gemido. "Merda, Rook," ele diz. "Você é sexy. Eu nem sequer tenho que forçar."
Eu forço... E o ignoro, é isso. Mas é muito difícil quando Roger está constantemente me dizendo para olhar nos olhos de Billy. Finalmente, finalmente eu alcanço a camisa sobre a cabeça e, em seguida, ele começa na minha.
"Eu devo tirar a minha camisa?"
"Basta continuar com isso, Rook, ou vamos ficar aqui toda a fodida noite."
Billy se inclina para me beijar e o obturador fica selvagem novamente.
"Mais lento desta vez, Billy. Eu preciso de lábios para Stock art12."
Billy desacelera e leva o seu tempo vindo até mim.
"Rook, ambos se beijam ou nós vamos ter que fazer isso de novo."
Eu faço o meu melhor, mas eu não sou uma grande beijadora e Billy aqui está fazendo o suficiente para nós dois. Suas mãos deslizam em volta da minha cintura, me puxando para perto. "Toque-me, Rook, deixe o homem tirar suas fotos."
Eu permito que as minhas mãos viajem até seu torso e sinto um arrepio irromper de sua pele. Meu corpo responde, da mesma forma a mão desliza sob minha camisa e então ele me gira, levantando o tecido solto até que a sua mão explora meu peito. Ele está beijando meu pescoço e puxando o jeans. Eles são tão soltos, quase caem em meus quadris. Isso faz com que Roger diga um "Legal, Billy! Faça isso um pouco mais," e Billy responde escorregando a mão direita entre as minhas pernas.
Deixo escapar um suspiro gigante e Billy está prestes a tirar a minha camisa, quando Ronin aparece gritando. "Que porra você está fazendo?"
Eu sou descartada por Billy, instantaneamente esquecida enquanto os dois empurram um ao outro.
Roger está tentando interferir e, em seguida, Ronin empurra Billy tão forte que ele vem para cima de mim, batendo no meu ombro e me jogando no chão.
Tudo para.
Todo mundo olha.
E, em seguida, Elise está me levantando e me empurrando em direção às escadas, enquanto Antoine e várias outras pessoas separam Billy e Ronin.
"Porra, eu te disse retratos, Antoine! Que diabos está acontecendo aqui?"
"Vá lá para cima e espere por Ronin, Rook," Elise diz com firmeza como se isto fosse de alguma forma minha culpa.
Eu começo a andar os vendo brigar.
O que acabou de acontecer?
Eu vou até o apartamento de Ronin, mas a porta está trancada, então eu volto e sento no degrau mais alto, porque eu nem me lembro o meu aniversário neste momento, muito menos o seu código de segurança. Eu apenas sento lá e ouço todos eles argumentando dentro do escritório de Antoine. A porta está fechada, eu posso dizer pelas vozes abafadas, mas não é à prova de som.
A gritaria fica mais alta e, em seguida, a porta se abre, porque as vozes são altas como se estivessem ali mesmo, ecoando nas paredes maciças do estúdio. Quase todo mundo já saiu agora, e então eu assisto Ronin quando ele sobe as escadas três degraus de cada vez. Quando ele chega a mim ele para.
Apenas para. Não há palavras apressadas ou ações rápidas. Ele está apenas imóvel.
"Eu sinto muito, eu disse a Antoine o que eu queria, mas ele se esqueceu de dizer a Roger. Foi um erro. Eu sinto muito."
"O que foi um erro?"
"Aquela foto com a porra do Billy!"
Ele diz, como se não pudesse acreditar que eu tinha que perguntar, então eu apenas aceno. "Certo, OK."
Ele pega a minha mão e me leva para seu apartamento, então ele viu meus pés descalços. "Onde estão seus sapatos?"
"No vestiário, com minhas roupas."
"OK", diz ele, me empurrando através da porta do apartamento, "Eu vou buscá-los, você fica aqui".
Eu estou no meio da sala, observando o espaço vazio, onde ele estava.
Essa coisa toda está ficando esquisita. Eu poderia ter que voltar para o abrigo. Esse pensamento me faz engolir um caroço gigante na minha garganta, porque eu realmente não quero voltar para lá.
Ronin leva uma eternidade, então eu sento no sofá e espero. Ainda assim, ele não volta. Eu me deito e fecho os olhos. Eu tenho que admitir, mesmo depois de tudo o que passei nos últimos meses, este foi um dos dias mais longos e mais desconcertantes da minha vida inteira.
Capítulo Vinte e Três
Rook
Eu acordei abruptamente com Ronin ajustando meu corpo, para que minha cabeça descanse em seu colo. "O que?"
"Desculpe," ele diz. "Você adormeceu e eu só queria sentar com você. Rook, eu sinto muito sobre antes. Antoine disse que estaria fazendo a filmagem ele mesmo, pedi a ele para ficar de olho em você. Isso não deveria ter acontecido."
Eu me sento, a maquiagem de mais cedo me fazendo sentir meu rosto, como se estivesse coberto de sujeira. E tenho quase certeza que ela está riscado totalmente em todo o meu rosto. Eu tenho uma tonelada de lodo nos meus olhos, e isso está tomando cada ponta de autocontrole para não esfregar e deixá-los vermelho. "O que deveria acontecer?"
"Apenas algumas fotos, isso é tudo. Eu disse a ele."
"Bem, aquele cara, Roger, tirou um monte. Eu tenho certeza. Em seguida, ele disse que eu estava vestida para uma sessão artística com Billy e...."
"Sim, a porra do Roger sabe melhor. Nós não colocamos as meninas novas com Billy."
Eu respiro fundo e me volto para olhar para ele. "Ronin, por que você não me diz exatamente o que vocês fazem aqui? É pornografia, ou o quê?"
"Não," ele diz rapidamente. "Não é pornografia, é.... Arte erótica."
"Uh-huh. Arte erótica. Então, para o que exatamente vocês me querem? Só para que fique claro."
"Fotos."
"De mim nua?"
"Não... Quero dizer... Bem, um pouco nua, sim. Nós não estamos fazendo fotos de pau ou merda assim, Rook. É nude de bom gosto e outras coisas."
Eu rio quando me levanto. "OK, eu provavelmente vou ter que sair. Quero dizer, eu não sou contra fazer algumas fotos, até mesmo algumas picantes, mas eu preciso pensar sobre isso e ver quanto dinheiro isso paga, e eu não me sinto confortável fazendo isso. Então, eu vou voltar para o abrigo por um tempo e vocês me chamam se..."
"Absolutamente não, Rook! Você não está indo para um abrigo do caralho. Nós vamos jantar com Antoine e Elise em uma hora para resolver tudo isso, você não pode sair antes de, pelo menos, obter todos os detalhes."
Eu hesito porque eu não quero voltar para o abrigo, quero dizer, eu quase preferia dormir em qualquer lugar, menos lá, então eu hesito.
"Basta ir tomar um banho, vestir suas próprias roupas e vamos jantar, OK?"
Estou seriamente faminta e meu estômago roncando ganha a noite. Eu pelo menos posso ouvi-los. "Ok." Ele suspira de alívio. "Eu gostaria de tomar um banho, na verdade."
Seus olhos se iluminam. "Essa é a melhor notícia que eu ouvi durante todo o dia. Siga-me, eu vou te apresentar à besta."
Eu o sigo até o banheiro no corredor e ele não está brincando. O chuveiro é uma besta. É um enorme trabalho de arte em mosaico com mais botões e chuveiros do que eu posso sequer imaginar ser necessário.
Ele me vê olhando com desconfiança. "Nem sequer pergunte, Rook. Eu não tenho ideia do que todos esses botões fazem. Mas se você pressionar este botão aqui” – ele apontou para algo que se parece com um painel de controle de sistema de segurança - “então, todos eles vêm de uma só vez, e eu vou apenas avisá-la agora, essa merda é melhor do que o sexo."
"Oh," eu gemo, "isso é muito ruim. Eu totalmente pensei que a única maneira que eu me sentiria melhor esta noite seria se eu pudesse ter um pouco de sexo, mas agora que eu tenho esse chuveiro aqui, eu acho que estou bem.”
"Você está OK, então?" Ele pega a minha brincadeira como um bom sinal, mas, honestamente, essa é minha configuração padrão. Quando eu fico nervosa e eu não estou em perigo de ter minha cara socada, eu tendo a me transformar em uma espertinha.
"Eu realmente não estou, mas eu estou tentando muito, Ronin."
Ele caminha até mim, não me tocando, mas chega perto o suficiente para que nós não precisássemos nos tocar para entender o que está acontecendo. Eu posso sentir a sua presença, como se o seu corpo tivesse um campo elétrico em torno dele, e eu de repente me vi dentro. Eu tenho que olhar para cima, porque agora que estamos bem ao lado um do outro, eu percebo o quão alto ele é. Pelo menos doze centímetros mais alto que eu, e eu tenho um metro e setenta e seis.
"Apenas nos dê uma chance, OK? Se você não quiser o trabalho eu vou entender. Mas este dia não deveria ter acontecido dessa forma."
Ele me observa atentamente, mas eu não sou capaz de falar sobre isso agora. Eu preciso de algum espaço. "Você pode ir buscar para mim algumas roupas do apartamento? Eu vou até deixar você escolhê-las."
"Sim, claro. Eu só vou ligar o chuveiro para você." Ele mexe com o painel de controle e começa a pulverização de água em todas as direções. Eu sorrio em agradecimento e ele sai, fechando a porta atrás de si.
Quando eu olho no espelho do banheiro, eu estava certa sobre a maquiagem estar totalmente manchada sob meus olhos. O chuveiro bestial parece melhor do que nunca agora. Meu corpo está cansado e não comer direito não está ajudando. Espero que eles estejam fazendo alguma coisa boa para o jantar, porque se for alguma merda francesa, eu poderia gritar e ficar muito brava, até eles me alimentarem com um hambúrguer ou me levar para o estádio de beisebol para comer um cachorro-quente.
Quando eu termino, eu enrolo a toalha em volta de mim e abro a porta com cautela, eu posso ouvir Ronin falando ao telefone. Eu escuto por alguns segundos, mas é tudo em francês e eu só pego o nome Clare. Tem uma pequena pilha de roupas no chão em frente ao banheiro e eu os agarro e desapareço dentro do banheiro. Ele escolheu para mim um conjunto de sutiã e calcinha branco muito doce, uma capri rosa, uma regata rosa e um suéter de algodão de abotoar branco. Eu deslizo em meu velho Converse desgastado, porque eles são tudo o que tenho. Quando eu olho no espelho meu cabelo preto longo contrasta com o traje bonito e de repente eu me sinto como Gidget motociclista.
Ele estava tão certo noite passada – Eu não sou Gidget. Eu sou definitivamente uma trágica, se alguma vez houve uma.
Ronin está sentado em seu sofá assistindo esportes quando eu volto.
"Sente-se melhor?"
Eu concordo. "Sim."
Ele se levanta, pega a minha mão e, em seguida, andamos pelo corredor em direção à escada. Está tão tranquilo em comparação com antes, eu quase não reconheço o estúdio quando nós passamos e continuamos pelo corredor. Ronin coloca um código, abre a porta e acena para eu ir primeiro.
Antoine e Elise estão longe de ser encontrados, então eu tenho um momento para estudar o apartamento. É como voltar atrás nos loucos anos vinte. Todo o interior parece algo tirado do set de filmagem de O Grande Gatsby, tudo, as curvas e contraste - art déco de cima a baixo. O mobiliário é ultramoderno, mas antigo e elegante ao mesmo tempo. As cadeiras e sofás têm costas curvadas altas e borda preta nas almofadas, encaixa perfeitamente com o tecido branco.
O lado mais distante da sala tem uma janela circular gigante que tem pequenas portas de vidro para permitir o acesso ao terraço. Este é o lugar de onde as vozes estão vindo e Ronin me conduz pela porta aberta. Sair para o terraço é como entrar em outro mundo. Tem cintilantes luzes brancas amarradas em todos os lugares, e o próprio terraço é enorme. Grande como o primeiro andar da casa onde morei em Chicago. É decorado como o interior, exceto pelos tecidos impermeáveis.
Ronin diz um, "Hey". E ambos, Antoine e Elise, se separam de um abraço, como dois garotos de escola pegos em carícias nos corredores.
Eu acabei de usar a palavra carícias?
O visual Gidget está chegando a mim, eu acho.
"Eu espero que você goste de kebab," diz Ronin. "Antoine faz alguns dos melhores kebabs de todos os tempos."
"Se for de carne, eu vou comer," eu respondo, meu estômago roncando como um louco com o cheiro que exala da grade, e brinca com os meus sentidos.
"Você quer cerveja?"
"Claro." Isto já está se tornando muito melhor do que eu imaginava, então, por que não relaxar um pouco. Na minha cabeça jantar com os Chaputs envolvia uma toalha branca, copos de cristal, e comer caracóis afogados na manteiga com minúsculos garfos.
Ronin pega uma Corona de uma caixa cheia de gelo e torce a tampa, em seguida, a entrega para mim e pega uma para si próprio. Ele pega duas fatias de limão de um pequeno balde de prata no gelo e empurra para baixo do pescoço de cada cerveja. Eu aprecio o cheiro de uma cerveja com limão efervescente e em seguida, tomo um longo gole.
Elise caminha até nós. "Quantos anos você tem, Rook?"
"Vinte e um."
"Sério?"
"Cale-se, Elise, como se você tivesse esperado até ter vinte e um para beber. Deixe-a em paz, ela está aqui para relaxar."
Elise estreita os olhos para Ronin e, em seguida, olha para mim. "Eu não estava perguntando por causa da cerveja, eu só preciso saber para os nossos contratos. Você tem realmente vinte e um?"
"Não, eu tenho dezenove," eu digo um pouco envergonhada, enquanto tento entregar a cerveja de volta para Ronin. Ele balança a cabeça para mim e eu continuo com a cerveja.
"Eu não estou interessada em policiar seus hábitos alcoólicos, Rook. Isto é um jantar de negócios, querida, e envolve contratos, então eu só quero ter certeza de que você é apta para assiná-los. Nós precisamos deixar algumas coisas claras e, precisamos saber o que você vai e não vai fazer para nós, enquanto está trabalhando aqui."
Eu engulo. Cara, ela realmente chega ao ponto.
"Porque enquanto nós sentimos que o que fazemos aqui é arte, nem todos concordam e você precisa saber o que significa para você concordar em ser modelo para nós. OK?"
Eu aceno.
"Então, Ronin, por que você não vai fazer companhia a Antoine enquanto Rook e eu passamos pelos detalhes."
"Você está OK com isso, Rook?" ele pergunta.
"Sim, com certeza. É negócio."
Ele sorri e caminha até Antoine, que mudou a conversa para francês. Eu posso ouvir Ronin dizer: "Inglês, seu louco," quando se aproxima.
"Sente-se, Rook." Eu olho de volta para Elise, que está toda negócios no momento. Aquela pequena mulher fada, que teve pena de mim enquanto eu chorava na escada, se foi, e eu sinto que ela teve que me ver em uma posição tão fraca, isso me coloca para trás agora. Como ela saber que eu não sou forte, então ela fica automaticamente com a vantagem.
Me sento como me disseram para fazer e espero.
"OK, eu não vou adoçar isso, porque eu estou com fome e eu tento tratar todos da mesma maneira, e eu não adoço isso para nenhum dos outros modelos, então você não é diferente só porque Ronin quer ficar com você."
"O que?"
"Ele gosta de você, Rook, eu acho que nós duas podemos concordar que é verdade. Então o que eu quero que você saiba, de antemão, é que somos um estúdio de fotografia erótica, nós fornecemos fotos, fotos de bom gosto,” ela enuncia, “Para empresas como editoras, produtoras, empresas de marketing e semelhantes. Eles geralmente vêm com uma ordem que pede algo específico, mas se temos imagens que não podemos usar, sobras e tal, nós as vendemos para empresas de Stock art. Você sabe o que isto é, Rook? Stock art?"
Eu balanço minha cabeça.
"É um banco de dados de fotos em um grande site, que permite a qualquer pessoa comprar as imagens por uma taxa e usá-los como bem entenderem, para projetos, com certas restrições em matéria de produção impressa. Então, isso significa que, se você assinar nosso formulário de liberação de modelo, o seu corpo pode acabar praticamente em qualquer lugar. Na capa de um livro, em um anúncio publicitário, uma capa de CD, coisas assim. Você entende isso?"
"Sim, eu entendo."
"Bom. Então aqui está o negócio. Você não tem que fazer nus. Nós temos alguns trabalhos para você que são simplesmente retrato e moda, um pouco de coisas glamorosas de vez em quando, como Clare faz. Você vai fazer vinte dólares à hora e é isso. Você trabalha por hora e o trabalho para estes tipos de foto não é constante, mas desde que Ronin parece empenhado a cuidar de você, você dificilmente precisará do dinheiro."
Eu não sei por que, mas eu me ofendi com essa declaração.
"Ronin preferiria esta opção, mas você deve saber que se você receber um contrato privado – por exemplo, se você concordar em fazer a campanha TRAGIC que estamos criando – você vai fazer milhares de dólares. Muitos milhares de dólares. Este contrato tem um orçamento de duzentos e cinquenta mil dólares e uma porção disso é para os modelos. Se você for escolhida e você concordar, você vai fazer um monte de dinheiro. Isso é o que fazemos aqui. Nós fazemos um monte de dinheiro, mas há um preço a pagar. Sua imagem estará por toda parte."
"Ok."
"Ok? É isso?"
"O que você quer que eu diga?"
Ela respira fundo. "Deixe-me te dar alguns conselhos, Rook. Porque se você gosta de Ronin, e eu sei disso por experiência própria com Antoine, ele não vai querer que você pegue esses contratos. Então, se você fizer isso, você pode pagar esse preço também."
Tomo um gole da minha cerveja e desvio o olhar por um momento para Ronin e Antoine, enquanto eles brincam com o grill e a comida. Eu não sei por que, mas essa coisa toda com Ronin está me incomodando. "Elise, eu gosto do seu irmão. Ele é um homem sexy, me perdoe por dizer isso já que você é irmã dele. Ele é um modelo e ele tem um monte de dinheiro, mas eu conheço o cara por quatro dias. Eu não estou pronta para basear uma decisão que muda a vida, em uma relação potencial com ele. Então, se você tem um contrato, eu gostaria de lê-lo e, em seguida, eu gostaria de pensar sobre isso."
Elise sorri, talvez pela primeira vez desde que cheguei aqui. "Boa menina. Eu estava esperando que você fosse reagir assim. Ronin é meu irmão, mas ele é um cara de vinte e dois anos de idade, sabe? Eles são o que são, e algo me diz que você precisa de estabilidade agora, estou certa?"
Eu concordo. "Sim, eu gostaria muito de estar estável."
"Bem, rapazes de vinte e dois anos de idade não são conhecidos por sua estabilidade, se você me entende. Antoine era muito mais velho do que eu quando nos conhecemos e, mesmo assim, me levou quase um ano para confiar nele, então eu entendi." Ela solta um suspiro profundo e fecha os olhos por um longo período de tempo. "Foi muito difícil confiar que ele iria cuidar de mim e para ser perfeitamente honesta, eu ainda tenho ataques de pânico sobre ele, porque nós nunca nos casamos. Então, pense sobre tudo isso com muito cuidado." Ela faz uma pausa. "E se eu pudesse fazer uma sugestão?"
"Sim, claro."
"Tenha cuidado com quanto tempo você passa no apartamento de Ronin. Você tem um lugar, eu te dei esse lugar, então use-o. Por favor."
Eu penso sobre isso por um momento e é como se ela estivesse lendo minha mente.
"Sim, ok."
Seu rosto se ilumina. "Sim?"
"Eu posso ver a sabedoria nisso. Eu desejo tanto algum espaço privado, eu não consigo nem explicar."
Ela se inclina e me abraça e depois Ronin está ao meu lado. "O que está acontecendo? Abraços de meninas é um mau sinal."
Capítulo Vinte e Quatro
Ronin
Permito a minha irmã para foder tudo. Droga. Rook é tão arisca, ela realmente é como um pássaro a esse respeito. Pronta para levantar voo ao menor indício de que algo está acontecendo. E posso culpá-la? Se eu tivesse o seu passado, eu estaria nervoso também. Inferno, eu tinha um maldito passado próximo ao seu e eu estou apenas mal recuperado dele. Demorou a mim e Elise anos para superar essa merda.
Mas eu não a quero no apartamento do estúdio de baixo.
Nós atravessamos o grande terraço baixo e eu balancei minha cabeça.
"O que?" ela pergunta.
"Eu só não gosto da ideia de você estar aqui sozinha. É muito longe, é escuro, é assustador, é....”
"São quatro andares acima e tem um teclado na porta do estúdio."
Eu sorrio quando pego a mão dela. Ela é corajosa. "Eu sei, mas é longe."
"Longe de onde?"
"Longe de mim, sua merdinha." Ela aperta minha mão e me sinto um pouco melhor, porque ela ainda está enviando alguns sinais de eu-gosto-de-você.
Eu abro a porta e encontro o interruptor de luz no lado da parede, não pronto para deixá-la ainda.
"Então, o que eu devo esperar para amanhã?"
"Bem", eu digo, tentando o meu melhor para não arrebatar sua boca quando eu a vejo mastigar o lábio. "Se você assinar o contrato, então nós vamos fazer uma sessão de prática, em privado, bem... Semiprivado. Todos os técnicos vão estar lá e, provavelmente, dois ou três fotógrafos."
"Por que tantos?"
"Antoine gosta de ter um monte de ângulos, e ele só pode manusear uma câmera de cada vez, então ele faz com que os outros caras venham algumas vezes. Uma vez que estamos pensando em usar você para a TRAGIC, ele vai querer tantos pontos de vista quanto ele conseguir."
"Você vai estar lá comigo? Ou eu estarei sozinha?"
"Eu definitivamente vou estar lá, Gidget. Estamos juntos neste contrato."
"Então, eu vou ficar nua com você?"
Eu piso com cuidado. "Não é bem assim que funciona. É tudo sobre o humor dos modelos."
Ela caminha de volta para o quarto e começa a colocar as cobertas da cama.
"Isso te incomoda?" Eu pergunto. "Se eu vir seu corpo?"
"Estou nervosa," ela confessa. "Eu nunca fiz nada como isso antes, eu não tenho certeza do que esperar."
"Bem, depois de amanhã, você vai saber exatamente o que esperar. Eu não vou deixar nada acontecer com você, OK?"
"OK", diz ela. "Obrigada por me acompanhar para casa e...." Ela para abruptamente. "Bem, obrigada por tudo realmente."
Eu me afasto antes que eu a tome, rasgue aquele adorável pequeno traje de Gidget para fora de seu corpo. Ela me pega olhando e sorri. "Estou de olho em você, Larue."
"Sim", eu digo, fechando a distância entre nós, apesar das minhas advertências internas. Eu envolvo ambas as mãos em torno de seus quadris e a puxo um pouco mais perto. "Eu não vejo como você está de olho em mim, quando eu sou inocente, não tenho nada a esconder."
"Bem, eu aprecio a roupa Gidget de qualquer maneira. É muito bonita. E eu realmente esperava que você voltasse com a camisola azul, por isso foi um grande passo na minha mente."
Eu sorrio como um idiota, me imaginando vesti-la naquela camisola e, em seguida, levando ela para jantar.
"Ah, eu vejo sua mente girando com esse pensamento. Então, eu aprecio o seu autocontrole nessa área."
Eu me afasto de novo, porque eu vejo o sinal de pare que ela está se preparando para colocar. "Amanhã vamos fazer as fotos da árvore de cerejeira. Vai ser completamente diferente do que o que você experimentou hoje, OK?"
"Bem, isso se eu assinar o contrato, certo? Eu tenho que assinar isso primeiro."
Meus olhos correram para os papéis que pousavam na mesa de cabeceira, e eu tenho um momento de esperança de que ela vai acordar de manhã e dizer dane-se a este contrato. Mas isso nunca vai acontecer, então eu apenas exalo um longo suspiro e me forço a sorrir. "Sim, mas eu acho que você vai assiná-lo, não vai?"
Ela me estuda por um momento e as sobrancelhas dobram um pouco no pensamento. "Eu preciso do dinheiro," diz ela quase se desculpando.
"Sim, eu entendo."
"Bem"
"OK, boa noite, Rook." Me viro e caminho para fora do apartamento do jardim e faço meu caminho de volta. Talvez ela vá se afastar desse contrato amanhã, quem sabe? Eu gostaria que ela o fizesse, porque no minuto em que ela assinar, eu tenho que tratá-la como todas as outras modelos e tenho a sensação de que ela não vai gostar nem um pouco.
Capítulo Vinte e Cinco
Rook
Depois que Ronin sai, eu troco para um par de shorts e uma camiseta e deslizo em um longo sono tranquilo. Na verdade, quando eu acordo de manhã eu me sinto descansada e em paz com a minha situação, pela primeira vez desde... Sempre. Mesmo lembrando a minha infância, antes da minha mãe ter uma overdose e eu entrar em um orfanato, ela era uma bagunça. A típica mãe adolescente. Quebrada, chamando a atenção, não tendo ideia de como cuidar de uma criança.
E a minha vida nunca foi pacífica. Não foi nada além de caos. Na verdade, agora que penso nisso, minha vida tem sido um longo episódio caótico após o outro.
Quando eu decidi dedicar algum pensamento em ficar bem longe do meu ex, Jon, gostaria de ir para a biblioteca e utilizar o computador de lá, para que eu não precisasse me preocupar com o meu histórico de navegação sendo detectado. Eu nunca poderia confiar que qualquer coisa que eu olhasse no nosso computador de casa, não estava sendo rastreado, porque esse era o trabalho de Jon. Computação forense. Ele não era um policial, mas ele trabalhava com eles o tempo todo.
Uma merda assustadora se você é sua ex-namorada tentando fazer uma fuga limpa.
De qualquer forma, a biblioteca tinha todos os tipos de material sobre abuso doméstico. Levei várias visitas para finalmente aceitar que era a situação que eu estava. Violência doméstica soava tão clínico. Eu só sabia que ele me batia, principalmente por nenhuma razão, mas às vezes, eu o desafiava de propósito, só para fazê-lo fazer e acabar com isso.
Acontece que homens que abusam de seus parceiros passam por um ciclo – começa muito bem, em seguida, a tensão aumenta e aumenta, ele estoura e fica violento, e, em seguida, o estágio da conciliação, é a única vez que ele é razoável.
Assim, embora eu realmente não entendesse isso antes de ler esse panfleto, eu podia sentir essas mudanças de fase. Eu podia sentir a raiva e a tensão se construindo em um pico. E isso me deixava louca, de como eu tinha apenas que esperar por ele liberá-la. Em mim, é claro. Então, às vezes eu fazia algo de propósito só para chegar ao estágio da conciliação, onde eu poderia relaxar durante algumas semanas.
Exceto que, tinha apenas um problema com essa lógica. Depois de um período de tempo, o abuso fica pior e pior e o estágio da conciliação fica mais curto e mais curto, até que ele desaparece completamente. Então só há tensão e violência.
Essa é a fase onde Jon e eu estávamos.
Tensão e violência vinte e quatro horas por dia. Se ele não estava me batendo, ele estava gritando comigo ou me chamando de nomes. Ele gostava especialmente de 'prostituta', embora soubesse muito bem que ele era o único homem com quem eu já estive. E a última vez, foi o fim da linha para mim.
Depois disso, eu sabia que ele ia me matar na próxima vez. Claro que eu poderia ter chamado a polícia e ficado em Chicago, deixado o sistema trabalhar com isso. Mas as estatísticas não estavam do meu lado. A maioria das mulheres voltavam, e mesmo que elas tivessem uma ordem de restrição, os caras quase nunca respeitavam. Havia até mesmo um panfleto, sobre os diferentes métodos que os homens usariam para conseguir as mulheres de volta depois do encarceramento ou ação legal.
Eu poderia ainda estar bastante fraca agora, mas eu sou uma centena de vezes mais forte do que eu era naquela época. Eu sei com certeza – eu teria sido uma daquelas meninas estúpidas que voltaram. Eu teria. Então, a única saída para mim era fugir para outro lugar.
Eu suspiro e deixo todas essas coisas ruins irem para fora com o ar.
Isso acabou agora, eu posso deixar para lá. Tem sido meses, ele desistiu, ele seguiu em frente e encontrou alguém para bater, ou talvez ele conseguiu ser jogado na cadeia por bater na pessoa errada. O que quer que tenha acontecido depois que eu saí, não aconteceu comigo.
Eu sorrio para isso, mesmo que eu me sinta meio culpada que eu não o coloquei para fora, para que ele não pudesse machucar mais ninguém. Eu sou apenas uma menina. E mesmo agora, eu não sou forte – apenas mais forte – naquela época era incompreensível que eu pudesse fazer alguma coisa para detê-lo. Talvez, algum dia, eu tenha isso em mim, para revidar dessa forma se isso acontecer de novo um dia, mas agora eu sou frágil.
Mas eu vou ficar com frágil. É um inferno de muito melhor do que quebrada.
E isso é o que eu era lá em Chicago. Uma confusão de emoções e sentimentos irracionais quebrados, que não tinha esperança de compreender que o que ele fez comigo.
Não era amor.
Essa é a única coisa que eu aceitei muito rápido, quando eu comecei a perceber o que estava acontecendo comigo internamente – a maneira que eu justifiquei seus atos e permiti a ele me manter em casa depois de seu abuso. Eu estava tão doente quanto ele, mas de uma maneira diferente. Eu tinha um distúrbio psicológico que cresceu ao longo dos anos, até que eu ficar incapaz de compreender o que era um relacionamento saudável.
Estive doente. O abuso tinha me condicionado em algum estranho estado de aceitação, e posso lembrar cada detalhe do dia em que tudo ficou claro. Eu estava sentada em um computador na biblioteca e de repente eu olhei em volta.
E fiz a mim mesma uma pergunta honesta.
Isso é tudo o que há para mim?
Quer dizer, eu fui uma criança uma vez. Eu tinha sonhos. Eu tinha planos. Mas lá estava eu. Em uma biblioteca pública, olhando fatos sobre violência doméstica, quando eu tinha um computador de última geração em casa na minha sala, que eu estava com medo de usar.
Eu estava quebrada, espancada e com medo de praticamente tudo.
E isso me bateu.
Se eu quisesse mudar minha vida, então eu teria que fazer isso sozinha. Porque ninguém estava vindo para me proteger, me salvar ou me curar.
Não era só comigo.
Não existe tal coisa como heróis, tal coisa como ser resgatado, e se eu tinha um problema de violência doméstica, então era melhor eu ser capaz de descobrir sozinha, porque se eu não o fizesse, eu ia acabar morta.
E enquanto Ronin parecia ser um bom rapaz, ele provocou um monte de bandeiras vermelhas que me mantém em dúvida. E dúvidas sobre a minha segurança não são algo que eu posso me dar ao luxo de ter agora. Porque no final, ainda há apenas eu.
Eu preciso manter isso em mente, enquanto faço escolhas sobre o que eu vou e não vou fazer enquanto estou aqui, vivendo no estúdio de fotografia erótica de Antoine Chaput.
Porque se eu não tomar cuidado, a maré de abuso vai passar em cima de mim novamente. E desta vez eu posso afundar, em vez de nadar.
Capítulo Vinte e Seis
Rook
A batida de Elise na porta perturba minha confrontação com a realidade e eu sorrio para o rosto dela espreitando pela janela ao lado da porta. Eu ando até lá e a deixo entrar.
"OK, grande dia hoje, Rook. Eu tenho muito a dizer, então vamos começar."
Elise é toda negócios, e eu meio que gosto assim, porque ela parece como uma atiradora, ela só põe tudo para fora e se afasta para me deixar reagir.
"Estou pronta."
E eu estou. Eu ouvi cada palavra, ela apontou toda e qualquer cláusula no contrato. Em nenhum lugar diz que eu vou tirar a roupa, e em nenhum lugar diz que eu não posso me recusar a fazer certas cenas. Eu gosto dessa parte. O que diz é que, se eu não cooperar e permitir que o fotógrafo produza o que ele pediu para cumprir o contrato, eu não serei paga. E se eu não seguir as regras de conduta para os modelos, vou ser demitida e convidada a sair.
É minha escolha.
Eu rubrico cada página sem pestanejar. Eu posso fazer isso, eu decidi. Eu vou ser cautelosa e pensar claramente e tomar decisões com base em fatos e não emoções. E o fato é que agora, eu quero esse dinheiro. Se eu conseguir juntar alguns milhares de dólares, eu posso realmente conseguir um novo começo.
Eu não sou estúpida – eu sei que modelagem é uma coisa de curto prazo. Isto não é uma carreira, apenas um trampolim.
Então eu rubrico toda e qualquer cláusula e assino o contrato.
Porque eu pensei muito sobre minha segunda chance ao longo dos últimos meses. Eu tenho sonhado. Eu quero muito mesmo isso. E por alguma razão, as pessoas de Chaput decidiram que querem me ajudar a tê-la. Então, eu estou aceitando esta oportunidade e continuando com ela até não poder mais. E quando eu conseguir tudo que puder disso, eu estou fora e com meus próprios sonhos.
Elise me abraça depois das minhas mãos colocarem a letra final do meu nome no contrato. "Ok, Rook, vamos fazer algum dinheiro grande, não é?"
"Vamos", eu digo rindo.
Elise e eu entramos no estúdio juntas e eu estou surpresa com a forma como as coisas estão calmas comparadas com ontem. Ela lê a minha expressão. "Segundas-feiras são loucas," ela explica. "Temos que obter todos os contratos da semana resolvidos e todo mundo está tenso, até que a agenda ser estabelecida. A maioria dos dias não é como segunda-feira, mas pode ser se tivermos algo de curto prazo."
Ela me dirige até cadeira do salão e hoje somos as únicas, como foi na semana passada quando eu apareci pela primeira vez. Terá sido apenas cinco dias desde que eu conheci essas pessoas? Desde que eu era sem-teto? Desde que eu gastei meus últimos dez dólares em um café e tive aquele pequeno cartão branco dado a mim no café?
Dificilmente pode ser possível, mas é.
Eu realmente só conhecia Ronin por três dias. O primeiro dia não conta, porque nunca tivemos a chance de conversar até que o dia estivesse no fim. Ele só disse aquela única frase sobre não fazer parte disso aqui se eles não pudessem me tocar, quando eu apareci pela primeira vez.
Oh. Deus.
O que eu estou fazendo?
Elise, a irmã mais velha sempre perspicaz, percebe minha apreensão. "Respire fundo. Eu estarei assistindo a coisa toda, Rook. Ninguém vai tirar vantagem de você aqui. Eu vejo tudo."
Eu acredito nela e meu ritmo cardíaco acalma.
"Além disso", diz ela enquanto ela borrifa água ao lado do meu rosto. "Ronin é o seu parceiro hoje, e eu poderia ser sua irmã, mas é difícil não notar. Todas as meninas gostam dele."
Abro os olhos e deixo alguns respingos de água entrar, apenas para que eu possa prestar mais atenção ao que ela está dizendo.
"Porque," ela enfatiza, "Ele é muito paciente e gentil quando a situação pede. Ele vai cuidar de você enquanto você estiver aqui posando para nós, confie em mim."
Eu relaxo e decido ir com isso. Eu assinei o contrato, o dinheiro foi prometido, a foto está definida, eu estou tendo meu cabelo feito e as mãos de Ronin são as únicas que estarão em mim, não de algum estranho.
Isso provoca arrepios por todo o meu corpo.
Elise ajusta a temperatura da água, pensando que eu estou com frio e eu percebo que ela realmente vê tudo.
Quando Elise termina, eu mudo para um manto fino que amarra na frente. Ela deixou meu cabelo reto, em seguida, o trançou solto, para que ele caia na minha frente. Ela coloca a maquiagem, enquanto outra garota remove o esmalte vermelho-cereja em minhas unhas, que foi aplicado ontem, e o troca por um rosa pálido.
Quando elas viram minha cadeira, para que eu possa me ver no espelho, eu estou um pouco impressionada. "Eu pensei que o tema fosse trágico? Eu pareço... doce."
Não é como eu imaginava.
"Bem, isso é como a tragédia toma conta, certo, Rook? Você começa toda doce e inocente e, em seguida, bam, seu mundo está dilacerado. Então, para esta foto, você está feliz e sim, doce. Tenho suas roupas prontas no vestiário, você não terá que se preocupar com seu cabelo, é de zíper."
E essa é a minha sugestão para me levantar e me preparar. Meu estômago está uma bola de nós quando eu faço o meu caminho para o vestiário. Tem apenas um saco de roupa na prateleira e ele tem um pedaço de papel sobre ele que diz, ROOK – TRAGIC.
"Pronta?" A voz rouca de Ronin sussurra em meu pescoço, enquanto suas mãos pincelam contra meus ombros por um momento, em seguida, segura e me vira.
"Sim, acho que sim."
"Ok, algumas coisas primeiro. Eu preciso que você suba na balança." Ele aponta para uma grande balança no canto.
Parece que ela pertence a um consultório médico.
"Por quê?"
Ele levanta a sobrancelha para mim.
"Quero dizer, por que você precisa me pesar?"
Ele empurra a parte inferior das minhas costas e me orienta sobre a balança. "Porque, Rook, este é o meu trabalho aqui. Eu coordeno as meninas, eu coordeno o armário e eu levo isso muito a sério. Portanto, agora que o contrato está assinado, eu tenho que manter o controle de você. Por favor, suba na balança."
Eu acho que eu me sinto doente. Ele começa a me pesar. "E se eu não quiser?"
"Por que você se importa se eu pesar você?" ele pergunta com um olhar irritado em seu rosto.
"É degradante. Você está me reduzindo a um número."
"Não é apenas um número, é um indicador."
Eu giro, com todo o meu corpo quente de raiva. "Indicador de quê?"
"Se você está ou não seguindo as regras que temos em vigor, de manter os modelos com uma determinada aparência."
Ele espera que eu processe o que ele disse e, em seguida, lê o meu silêncio como aceitação e me empurra, até que eu piso na balança. Ele dá um passo em volta para o outro lado e escreve o número em um tablet. Eu não consigo ver o número, porque está escondido deste lado.
"Bem?"
"Bem o que?" ele pergunta, me empurrando para sair da balança e agitando o saco de roupas para mim.
"Quanto eu peso?"
"É apenas um número, Rook. Eu nunca digo as meninas quanto pesam."
"Por que não? Parece muito estúpido pesar as pessoas e, em seguida, manter segredo, se você me perguntar."
"Porque eu não estou interessado no quanto você pesa, apenas em se você vai mudar ou não o peso que você tem agora."
Eu tomo o saco dele e vou embora. Estou tão feliz para caralho que eu decidi não confiar em Ronin Flynn, porque ele é um idiota. Eu escolho o mesmo camarim que escolhi ontem e abro o saco para olhar as roupas.
É um vestido na altura do joelho, rosa e vem direto de Gidget. Eu estou na ponta do pé e espreito por cima da porta.
Ronin sorri e acena seu dedo para mim do fundo do corredor.
Não há nenhuma roupa de baixo ou sutiã novamente.
Eu escorrego para fora da minha roupa e puxo o vestido. Tem um decote quadrado que mergulha direto para baixo das minhas meninas e um fio por baixo, por onde eles são empurrados para o alto no meu peito.
Então eu acho que eu sou Gidget vadia hoje.
"Não tem sapatos," Eu digo.
"Basta ir com os pés descalços," diz Ronin, que espreita sobre a porta para mim.
"Você se importa?"
Ele responde ao abrir a porta e entra no camarim comigo. "Vire-se", diz ele, girando o dedo para mim. "Eu vou fechá-lo."
Oh. Me viro e ele fecha. "Eu pensei que você estava fotografando comigo?"
"Eu estou."
"Então como é que você não está vestido?"
"Eu estou."
"Você está vestindo jeans e camiseta, como você sempre está."
"Rook, ninguém dá a mínima para o que eu visto. Eles me querem nu e se não estou nu, então eu estou lá apenas para fazer você parecer bem até que nós fiquemos nus."
Meu rosto tem que estar vermelho escarlate. "Oh."
"Pronta, então?"
"Pronta como eu nunca vou estar, eu acho." Ronin pega a minha mão e me leva para o terraço, e quando eu passo por cima desse limiar, eu sinto em meus ossos. Nada sobre a minha vida nunca mais será o mesmo depois disso. Eu só não tenho certeza se isso é uma coisa boa ou ruim ainda.
Capítulo Vinte e Sete
Rook
Eu estou perdida em meus próprios pensamentos enquanto Ronin me leva através do terraço para as cerejeiras. Antoine e Elise estão sentados em uma das mesas de piquenique, conversando e sorrindo. Não há ninguém por perto, nem mesmo uma pessoa da iluminação. Isso faz com que eu deixe escapar um longo suspiro e Ronin aperta minha mão. "Você está bem?" ele pergunta, parando por um momento para obter a minha resposta.
"Sim, eu estou apenas contente que não tem um monte de pessoas ao redor."
"Eu configurei dessa forma, Rook. Só me deixe cuidar das coisas agora, OK?"
Concordo com a cabeça para que ele deixe para lá, mas esta coisa de controle dele está realmente me incomodando. Ele age como se eu não estivesse autorizada a interrogá-lo.
Chegamos a Antoine e Elise e agora eles estão falando, tanto para mim como para Ronin, mas eu apenas aceno e concordo, porque eu não tenho ideia do que estão falando. Material técnico. Luz natural, diz Antoine. Eu olho em volta e, sim, com certeza, o sol está brilhando bem no meio das árvores de cereja no lado leste do terraço.
Eu estudo o 'set' e observo que o balanço que eu estava sentada na outra noite nem sequer é ligado aos ramos de árvore. É anexado a um tronco verde, longo, que se estende por todo o bosque. Há um piquenique montado na grama, completo com copos de vinho, queijo e uma tigela de cerejas. O cobertor não é axadrezado, porém, é um branco fresco com rendas de algodão nas bordas e há pétalas de flor de cerejeira em todo o lugar. Eu não tenho certeza se isso foi planejado ou não, porque a cada vez que o vento sopra, esses ramos, pesados com as flores de cheiro doce, soltam dezenas delas de cada vez.
Tudo sobre estas árvores diz clímax. As flores estão maduras, caindo e se preparando para as árvores darem frutos durante o verão. É um momento único no tempo, que será capturada no filme digital para a eternidade.
E eu sou parte disso.
Eu tenho arrepios, e Ronin, ainda falando com Antoine e Elise, distraidamente me puxa para mais perto dele, como se ele sentisse as minhas necessidades e quisesse me manter aquecida.
É tudo muito confuso. Eu gosto que ele perceba quando estou tendo um problema e preciso de alguma coisa, mas eu não gosto de contar com ele para as coisas. E odeio o fato de que ele está autorizado a tomar decisões por mim. É muito pessoal.
Mas isso é o que este contrato diz, embora, não é? Eu, basicamente, dei a eles o meu corpo em troca de dinheiro. E eu só tenho que confiar que eles não vão se aproveitar de mim.
Eles estão terminando a conversa e Ronin me leva até a árvore de cerejeira e se inclina contra a casca lisa do tronco e, em seguida, coloca as mãos em meus quadris. Nós não estamos tão perto, tem uns bons vinte centímetros entre nós, mas eu posso sentir seu calor, e suas mãos instantaneamente aquecem a pele sob o meu vestido.
"Você está bem?" ele pergunta.
"Sim, eu estou bem. Então, qual é o plano?" Eu aceno com a cabeça sobre o cobertor. "Além do piquenique?"
"Nós vamos ter algumas fotos de casal aqui contra a árvore. Temos que ser rápidos para pegar a luz direta, porém, porque Antoine gosta de luz natural." Ele para e acena para Antoine e o obturador da câmera começa a clicar enquanto Ronin continua a falar. "E então nós vamos ter um pouco de piquenique romântico. Parece bom?"
"OK, mas o que eu faço? Eu não entendo."
"Apenas o que você está fazendo agora, Gidget". Ele sorri para o meu novo apelido e eu coro um pouco. "Veja, isso aqui é o que Antoine está procurando. Uma reação honesta para a situação. Então, eu vou flertar com você e você reagirá. É basicamente isso."
"Eu acho que posso lidar com isso."
"Bom", diz ele enquanto segura meu quadril apertado e ele me puxa para ele. Suas mãos se esgueiram por trás de mim, não é bem na minha bunda, mas não completamente fora da minha bunda também. Elas estão pairando a beira de um comportamento inadequado.
Claro, eu me inscrevi para isso, então ele já tem permissão. Eu engulo e puxo meu corpo de volta quando ele continua a nos aproximar.
"Relaxe, Gidget. Eu tenho você."
Eu relaxo e ele empurra minha pélvis contra sua virilha. Eu olho para cima rapidamente e ele está quase rindo de mim. O obturador ainda está clicando enquanto Antoine se move em torno de nós. Ele fala com Ronin, mas é tudo em francês, então eu não tenho ideia do que ele está dizendo e Ronin não responde ou traduz para mim. Sua atenção é cem por cento no meu rosto, observando tudo o que faço, procurando meus olhos por perguntas, as mãos ainda pairando apenas na borda do sexy quando ele acaricia meus quadris, em seguida, move para baixo algumas polegadas e retorna.
Não é tão ruim realmente.
Merda, com quem diabos eu estou brincando? As mãos de Ronin Flynn em minha bunda parecem espetaculares. Eu sorrio para ele e ele sorri.
"Bom, agora vamos passar para a próxima cena, OK?"
"O que é-"
Eu paro no meio da frase, porque sua boca está mexendo no meu pescoço, sua respiração quente quando ele passa acima em meu ouvido, me fazendo tremer e deixo escapar um pequeno gemido. "Você está bem?"
"Mmmmhmmmm," é tudo o que posso lidar, porque um arrepio sobe na minha espinha e minha cabeça involuntariamente cai para trás e lhe dá permissão para chupar meu pescoço.
Puta merda.
Ele puxa para trás por um momento, apenas tempo suficiente para dizer: "Toque-me, Rook," e, em seguida, sua boca está de volta no meu pescoço. Ele pega a minha mão esquerda, que tem um aperto firme em uma de suas presilhas, um movimento seguro, se alguma vez houve um, e nivela a palma da mão contra a sua cintura. Eu movo a outra mão em uma débil tentativa de ser uma participante ativa em vez de um peixe morto que só reage.
"Mais disso e podemos finalizar essa cena."
Eu respiro fundo e deslizo a mão sob a camiseta dele e então nós dois soltamos um pequeno suspiro juntos, quando os calafrios viajam através de seu corpo agora. Antoine está falando em francês novamente e Ronin se inclina e pega a minha boca.
É um beijo suave no início, mas logo que eu me abro para sua língua, suas mãos vão atrás do meu pescoço e ele se transforma em algo muito além de suave. Ele esmaga a minha boca com a sua, puxando uma respiração que diz que ele está absolutamente ligado. Isso me excita e eu o beijo de volta com tanta força, nossas línguas investigando e torcendo, nossa respiração ofegante e longa, como se não houvesse ar suficiente no mundo para alimentar este beijo. Suas mãos estão por todo o meu corpo agora, ainda segurando a parte de trás do meu pescoço, para me manter perto dele. A outra, aquela que não está no lado onde Antoine está apontando a câmera, desliza debaixo da minha saia e viaja até a minha coxa.
Eu gemo e depois pego Elise se movendo com o canto do meu olho e Ronin retira a sua mão secreta, trazendo de volta para a visão deles mais uma vez.
"Tire minha camisa." Não é um pedido doce, é um comando. Pois, por uma fração de um milissegundo, eu me pergunto se ele tem permissão para me dar ordens, mas eu jogo a cautela para longe e faço o que me disseram.
"Lento?" Pergunto a ele.
"Contanto que você arraste os dedos por cima do meu corpo enquanto você faz isso, lento está muito bem para mim."
Oh porra!
Eu pego o tecido fino entre meus dedos e deslizo as palmas das mãos contra o seu corpo enquanto levanto e, em seguida, subo a camisa, centímetro a centímetro. Eu estou deixando-o louco, eu posso dizer, principalmente porque ele está praticamente mordendo minha orelha e sussurrando: "Você está me deixando louco para caralho, Gidget". Eu só chego até seu peito, antes dele libertar seu aperto no meu pescoço e tiro a camisa sobre sua cabeça em um movimento, em seguida, enrolo na frente dele e a jogo sobre Elise, que ainda está montando guarda ao lado, onde a mão ilícita estava vagando há poucos minutos.
Antoine late em francês novamente e, em seguida, Ronin se afasta e me leva para o cobertor.
"Deite-se", diz ele no comando gutural que me deu antes.
Eu vou discutir se eu devia ou não ser sujeita a isso mais tarde, mas agora, eu estou dentro. Eu me ajoelho, aliso meu vestido um pouco e, em seguida, me deito sobre a manta de algodão fresco. Minha pele está tão quente e febril dos beijos, que tocar aquele cobertor me acalma. Tudo ao meu redor cheira a flores de cerejeira e quando eu viro minha cabeça, eu percebo que elas estão por todo o cobertor agora, porque Elise ajusta o meu cabelo e coloca as flores em locais estratégicos. Ronin está brincando com a comida e derrama o vinho em copos.
E antes que eu saiba o que está acontecendo, ele está deitado ao meu lado, inclinando-se para baixo e me pressionando sobre o meu estômago. Eu suspiro no vestido, porque é a única coisa que separa a minha pele nua da sua. "Apenas algumas fotos como esta, Rook, então vamos sentar e nos divertir um pouco." Ele tem um sorriso diabólico conforme as palavras saem.
"Finalmente", eu digo com exasperação simulada. "Estou começando a ficar entediada."
Ele rosna para mim e depois volta a beijar meu pescoço, para que ele possa sussurrar no meu ouvido, "Eu teria você nua agora se Elise não estivesse aqui."
"Ohhh, você está sendo mau," eu sussurro de volta, sendo igualmente discreta. "Aposto que ela briga com você, se eu contar o que você acabou de dizer."
Nós olhamos um para o outro por alguns segundos, seus olhos me procurando por um momento. "Saia comigo, Rook."
"O que?"
"Deixe-me te levar para sair."
Olho para Elise, que está distraída com um assistente que se juntou a nós. "Nós temos permissão?"
"Pffft." Ele rola de cima de mim e se senta, em seguida, me puxa e me coloca em seu colo. Estou sem fôlego com a rápida mudança de posição, e quase ofego quando ele se inclina para sussurrar no meu ouvido novamente. "Preste atenção, Gidget". E, em seguida, Antoine está dando ordens e Ronin está consertando o meu vestido para que ele estique em torno de suas pernas.
Ocorre-me, então... Eu não tenho nenhuma porra de roupa de baixo.
E a razão que isso me ocorre, é porque sua excitação está direto sob minhas partes femininas completamente nuas.
Antoine fica à esquerda de Ronin, de modo que a mão esquerda de Ronin começa a acariciar meu pé com pequenos círculos, um toque tão leve que realmente faz me contorcer, porque meus pés estão totalmente com cócegas. Ele leva a dica e lentamente varre minha panturrilha, o que é apenas o sentimento mais sensual que eu já experimentei. Eu gemi um pouco e seus fortes beijos estão de volta, esmagando contra a minha boca.
Assim, quando Antoine leva a sua atenção para os nossos lábios, a mão direita de Ronin também começa no meu pé, girando os dedos em torno da almofada macia da minha panturrilha. Eu rio em sua boca, e ele me puxa para perto, meu cabelo escondendo o rosto por um momento, e diz: "Shhhh, agora. Seja boa, Gidget." E então sua mão direita varre minha perna e sob o meu vestido, acariciando com os mesmos círculos pequenos ao longo da minha coxa.
"Oh, merda," eu choramingo, quando eu me enterro em seu pescoço. Só mais algumas polegadas e eu estarei desfeita. Meu pescoço inclina para trás quando as sensações batem todas juntas e ele leva seus beijos ao meu decote, a mão esquerda, aquela que ainda desliza na abertura até meu peito, assim como a mão invisível, descem um pouco mais longe, apenas uma vibração de um toque contra a minha virilha.
Ele se inclina, com a mão não oculta, pega um copo de vinho e o entrega para mim.
Meus dedos mal entendem o que fazer com o vidro, porque a única coisa em minha mente é onde a outra mão está. Cada um de nós toma um gole e então ele morde uma cereja, tendo metade dela em sua boca, e cospe para fora o caroço.
Antoine late algo duro em francês e Ronin ri. "É um maldito caroço, Antoine, não é lixo."
Ele revira os olhos para mim. "Sente-se ainda agora, Rook, e mantenha a boca fechada por um momento."
Minha mente ainda está em seus dedos quando eles acariciam minha coxa, mas eu faço o meu melhor para não me contorcer.
Ele traz a cereja em meus lábios e eu mantenho minha boca fechada. Isso o faz sorrir e, em seguida, ele traça os meus lábios, pingando suco enquanto ele os pinta. Estou prestes a deixar a minha língua sair e ter o suco quando a boca de Ronin os atinge e os lambe, parando para sugar meu lábio inferior, e, em seguida, lhe dá uma pequena mordida que me faz gritar.
Ele morde outra cereja e outra vez, para o desgosto de Antoine, cospe o caroço na grama. Cuspir é uma habilidade que só meninos realmente adquirem. Eles são tão bons nisso. Pode ser grosseiro para Antoine, mas não para mim. Eu acho que quase tudo que Ronin está fazendo com a boca é surpreendente agora. A mão secreta debaixo do meu vestido aparece novamente. Ele levanta a minha mão esquerda e pinta cada ponta do dedo com suco de cereja, então os chupa, mordiscando-os um por um, assim como fez com meus lábios.
Eu só fico olhando para ele e seus olhos nunca deixam os meus. "O que?" ele finalmente pede.
"Você-" eu digo.
Ele levanta as sobrancelhas.
"- é mau."
Ele ri. "Se você estivesse nua agora, eu derramaria este suco em sua barriga e deixaria a minha língua..."
"OK, isso é o suficiente", diz Antoine. "Excelente trabalho, Rook."
Porra Antoine.
Eu mordo meu lábio quando Ronin lambe meus dedos mais uma vez e então sorri para mim, como um idiota. "Quer vir e assistir a um filme, Gidget?"
Eu aceno entusiasticamente enquanto Elise me ajuda, e em seguida, Ronin salta em pé e coloca o braço em volta de mim protetoramente. "Você caiu no sono muito rápido na última vez, você tem certeza que está pronta para um filme?"
Eu não tenho certeza se um filme é um código para sexo ou não agora, mas de qualquer forma, eu definitivamente estou nisso.
Capítulo Vinte e Oito
Ronin
"Espere, garanhão!" Elise chama antes que eu possa levar Rook para dentro do meu apartamento.
"Vá se trocar e eu vou encontrá-la fora do camarim, OK?"
Rook balança a cabeça e se afasta e eu a observo, até que as portas de vidro se fecham atrás dela e ela vira a esquina. Eu volto para minha irmã intrusa, que já está sacudindo a cabeça para mim. "O quê? Essas foram umas fotos, hein? Você não acha? Ela é perfeita. Eu não posso esperar até amanhã." Eu ri um pouco, porque enquanto eu realmente estou animado para as fotos de amanhã, eu sei que mencioná-las desta forma está irritando Elise.
Muito.
"Você pode namorar essa menina, Ronin. Eu quero dizer isso. Ela pertence ao estúdio por agora, enquanto esse contrato é válido, depois vocês dois podem falar sobre ter filhos e toda essa merda. Mas, por agora, você fica fora das calças dela, você me ouviu?"
"Eu estou ofendido, Elise. Realmente. Eu sou um profissional."
Ela me olha com cautela por vários segundos. "Se você fizer isso, eu vou saber. E eu vou ficar puta, você entende?"
"É um filme, Elise. Eu vou alimentá-la com mais algumas frutas e deixá-la um pouco bêbada, o que poderia dar errado?"
"Eu não estou brincando. A propósito, eu vi seu pequeno movimento furtivo com a mão. Da próxima vez vou terminar com isso, mas Antoine estava esgotado esta noite, então eu ignorei." Ela para e olha para mim. "Eu não vou ignorar novamente. E ela não é nem mesmo maior de idade, Ronin. Você não vai deixá-la bêbada."
"Relaxa, Ellie! Foi uma brincadeira, desde quando eu deixo menores bêbados? Foda-se, eu não sei por que você está fazendo alarde sobre tudo isso. Eu vou cuidar dela como cuido de todo o resto, só que eu vou desfrutar de nossas fotos apenas um pouco mais do que o habitual." Eu sorrio, pensando que a observação é fantasticamente divertida na minha mente, mas Elise não acha.
"É com isso que eu estou preocupada, Ronin. Nós não precisamos de outra Mardee em nossas mãos."
Oh... meeeeeeerda. Que cadela. "Quer saber? Foda-se, Elise. Eu estava com fodidos dezenove anos de idade quando ela passou por aqui. Eu não tinha ideia do que estava fazendo."
"E esse é o meu ponto, idiota. Esta menina tem dezenove também, ela tem algum tipo de reviravolta muito recente em sua vida, e você está fodendo com a cabeça dela agora. Fique fora das calças dela, você entende? Ou eu vou tirá-lo deste projeto tão rápido que o seu pau vai girar."
"Tanto faz." Eu aceno para ela e volto para dentro. Eu não sou responsável por Mardee, essa é a única coisa que eu cheguei a um acordo, uma vez que toda essa merda aconteceu. Eu não podia pará-la, mais do que qualquer outra pessoa. E Elise insinuando que eu deixei cair a bola quando ela estava modelando para nós, apenas me irrita.
Rook já está vestida quando eu volto. Ela está esperando na porta, mordendo o lábio.
"O que?" Eu pergunto um pouco impaciente enquanto eu a conduzo a subir as escadas.
"O que foi aquilo?"
"Nada, não se preocupe com isso."
"Eu coloquei o vestido de volta na bolsa e o pendurei na prateleira."
Eu ignoro as palavras de Elise e volto minha atenção para Rook, conforme nós viramos a esquina, e sigo para a porta do apartamento. "Perfeito, vou cuidar disso na parte da manhã. Você ainda está afim de assistir um filme?"
Ela balança a cabeça. "Sim, claro."
Rook não é Mardee, de fato, Rook é a anti-Mardee. Não há uma coisa que eu posso pensar que pode ligar as duas. Elas não são parecidas, elas certamente não agem da mesma forma, e eu nunca pensei em Mardee como algo mais que diversão entre amigos.
E ela pensava o mesmo de mim. Estávamos mutuamente apáticos em direção ao outro.
"Mas Elise não parecia muito feliz."
Eu empurro Rook dentro do apartamento e fecho a porta, em seguida, tomo seu rosto em minhas mãos. "Quem se importa?" Eu a beijo novamente, mas ela não está tão interessada como estava no terraço. "Ela é apenas super protetora, isso é tudo. Ela se preocupa com as meninas, especialmente as que eu encontro." Eu paro aqui para fazer um ponto. "Mas eu gostaria que você soubesse, eu não as trago para casa, Rook. Nunca."
Ela me lança um olhar incrédulo.
"Eu juro, eu não estou dizendo que sou celibatário ou qualquer coisa, mas eu não as trago aqui, para este apartamento."
"Então onde você as leva?"
"É um edifício de quatro andares e nós somos as únicas pessoas que vivem aqui. Há muitos lugares no andar de baixo."
"Oh," é tudo o que ela diz sobre isso e eu tomo uma respiração profunda, me sentindo estúpido por admitir que eu fodo meninas em salas aleatórias em nosso prédio.
"Você tem que estar com fome, não está?" Eu pergunto, tentando mudar de assunto.
Ela me empurra para longe dela, em seguida, mergulha debaixo do meu braço, caminha para a sala e se senta no sofá. "Eu estou. O que você tem?"
Sim, aquele tesão durante a sessão de fotos praticamente terminou. Eu vou para a cozinha e abro a geladeira.
"Frutas," eu digo. "Maçãs, uvas e sementes de romã."
"Essa é uma boa seleção d frutas," diz ela atrás de mim.
Eu viro, surpreso. "Eu amo frutas. Eu culpo o Antoine. Ele recebe cestas de frutas a cada semana. Eu nem tenho certeza de onde elas vêm. Talvez ele tenha uma assinatura em um daqueles clubes de fruta da semana ou algo assim? Eu não tenho certeza. Mas, nos últimos doze anos, eu comi frutas frescas de uma cesta que fica na mesa do escritório de Antoine."
Ela está sorrindo de novo e meu coração se eleva. Talvez eu não tenha fodido com isso?
"Você nunca perguntou de onde elas vêm?"
"Não."
"Por quê? Se você sempre quis saber."
"Porque a resposta vai ser algo estúpido, como da Mamie Chaput ou a porra do clube da fruta da semana. E eu prefiro imaginar algo mais exótico, como talvez se trate de um pequeno amor perdido há muito tempo, que vive em Fiji – e ela sente tanta falta de Antoine, e lhe envia frutas a cada semana, para lembrá-lo do que eles poderiam ter tido?"
"Você tem uma Mamie Chaput?"
Eu ri. "Sim, bem, Antoine é francês, no caso de você não ter notado. Eu meio que fui sugado para esta família."
"Não seria estranho para Elise, se houvesse alguma mulher enviando cestas de frutas para Antoine toda semana?"
"Sim, provavelmente. Mas eu gosto de imaginar esta menina em um biquíni, deitada ao sol em uma ilha tropical, ansiando por aquele que foi embora. Eu nunca disse que era prático, apenas exótico."
Eu entrego a ela uma uva e tiro um recipiente de sementes para mim.
"Então, tudo que você come em casa é fruta?" ela pergunta, olhando para minha geladeira.
"Nah, eu como de tudo, mas eu nunca vou fazer compras, então eu apenas roubo frutas das cestas no andar de baixo."
"Mas você tem cerveja?" ela acrescenta, olhando para as muitas cervejas diferentes, do Colorado, que eu tenho escondido na geladeira.
Eu sorrio para ela. "OK, chega de suas perguntas. Vá comer sua laranja."
"Então, você vai para a loja de bebidas e rouba a cesta de frutas, mas é isso? E você não traz as meninas aqui em cima, mas você as leva para algum quarto escondido lá embaixo?"
Eu não tenho certeza se ela está brincando neste momento.
"Essa é uma imagem que você pintou na minha cabeça, Ronin."
Eu pego sua laranja de volta e começo a descascar. Quanto mais cedo ela puder comê-la, mais cedo ela para de me psicanalisar. "Essa não é a imagem que eu quero que você tenha, Rook. Eu sou apenas o típico cara de vinte e dois anos de idade."
"OK", diz ela, pegando a laranja meio descascada de volta. "Entendi."
"Entendeu o que?" De alguma forma, este dia inteiro se voltou contra mim e eu não tenho certeza de onde tudo deu errado. "Eu não estava enviando quaisquer mensagens, então eu não tenho certeza do que você entendeu."
Ela entrega a laranja de volta e vai embora.
"O que?"
Deixo escapar uma respiração profunda, quando a porta da frente se fecha.
E eu me sento no sofá, distraidamente passando pelos canais, me perguntando como diabos eu simplesmente fodi este dia inteiro, com uma conversa sobre cestas de frutas.
Capítulo Vinte e Nove
Rook
Ok.
Eu sou certificadamente estúpida por caminhar para longe de uma simples cesta de frutas, mas não é sobre as frutas. É sobre os avisos de Elise. Tanto o que ela me deu na noite passada, quanto àquele que ela acabara de dar a Ronin no térreo. Eu só peguei parte dele e talvez eu não saiba quem Mardee é, mas o que aconteceu com ela, Elise pensa era por causa de Ronin, e ele ficou imediatamente na defensiva.
Eu não sou psiquiatra, mas eu estou supondo que a defensiva, surge quando você está jogando na defesa. O que significa que ele tinha algo a ver com a coisa ruim que aconteceu com essa menina Mardee, independentemente do que ele diz.
Eu sigo em frente para a porta e pulo escada abaixo, para pegar a minha própria comida da Cookie’s. Não tem nenhum jogo de beisebol hoje e o almoço tecnicamente acabou, então as ruas estão relativamente tranquilas. Eu ando pelo bairro até a lanchonete, pensando, em seguida, digo para a recepcionista lá dentro "Eu estou com Ronin" e vou para a mesa. Está vazio, então eu afundo na cabine e pego um menu atrás dos saleiros e pimenteiros.
Elise também disse que precisava de estabilidade e talvez Ronin não caiba nesse critério. Eu acho que me incomodou um pouco mais, depois que ele ficou ‘todo pessoal’ na seção de fotos, mais do que antes. Antes da filmagem estávamos apenas flertando, mas sua mão foi além de flertar hoje. E depois, havia a pequena observação sobre Elise ser protetora com as meninas que ele sai.
Por quê?
Quer dizer, eu não nos considero namorando, e, além disso, por que Elise precisa se sentir protetora com as meninas que ele namora?
Peço uma salada e assisto as pessoas enquanto eu espero. Este lugar ainda está bastante ocupado, mesmo sendo quase três horas. Um cara entra e me chama a atenção. Não porque ele é quente, mesmo que ele seja, mas porque, a partir do momento em que ele entra pela porta, ele está me observando. Eu olho atrás de mim só para ter certeza, mas não tem pessoas comendo atrás de mim. Ele muda a sua atenção para a recepcionista. Ele tem o cabelo desarrumado curto, não muito loiro, mas não realmente moreno, e um pouco de barba. O suficiente para fazê-lo parecer duro, mas não despenteado. A garçonete aponta de volta para mim e eu vejo o cara quente sorrir.
Que diabos?
Ele começa a caminhar em minha direção e uma vez que o balcão está fora do caminho, é difícil perder o fato de que ele é um motociclista. Ele tem as botas de motociclista e elas fazem um barulho de baque viril nos pisos de concreto polido enquanto ele se aproxima da minha mesa. Quando ele empurra para cima as mangas de sua camisa branca, eu vejo o que mais ele tem. Tatuagens em toda parte. Em todos os lugares.
Ele para em frente da mesa e sorri para mim.
"Deixe-me adivinhar," eu digo sarcasticamente, "você está com Ronin?"
Ele desliza para dentro da cabine em frente a mim e ri. "Ei, se isso me consegue um assento aqui com você, eu vou estar com esse idiota por uma hora." Ele oferece sua mão. "Spencer."
"Rook," Eu ofereço de volta enquanto aperto sua mão.
"Sim, eu percebi. Antoine descreveu você no telefone, mas merda, ele realmente jogou baixo. Você é perfeita."
Eu torço minhas sobrancelhas para ele. "Perfeita para?" e é quando Ronin entra na lanchonete. A recepcionista aponta para nós, mas ele não precisa de um convite, ele já está a meio caminho no corredor. Eu o observo com muito cuidado, mas seja qual for o seu problema, não tem nada a ver comigo, porque seus olhos estão em chamas no meu novo companheiro de jantar.
"Spencer Shrike, o que diabos você está fazendo sentado no meu lugar falando com uma das minhas meninas?"
Sério! Se estes homens não fossem tão imbecis, a ponto falar isso no restaurante, eu estaria ofendida com o comentário!
Spencer Shrike se levanta e bate nas costas de Ronin. "É bom ver você também, idiota. Agora sente-se, porra. Você sabe bem pra caralho que eu estou aqui a negócios. E agora que eu conheci Rook, estou mais convencido do que nunca que vocês merecem o contrato STURGIS."
Ronin faz um sinal para eu me mover e empurra o meu braço um pouco para me apressar. Eu lhe atiro um olhar sujo enquanto me movo, mas ele me ignora. "Rook tem um trabalho, me desculpe. Eu já coloquei Bonnie e Val para você experimentar amanhã."
Spencer leva sua atenção para mim quando a minha salada chega. Todos nós sentamos e calamos a boca, até que a garçonete vai embora e Spencer continua direto de onde parou. "É mesmo, Rook? Você está reservada até agosto?"
"Agosto? Eu não tenho ideia", eu admito. "Quando este trabalho termina, Ronin?"
Ronin rosna e leva todo o meu autocontrole para não cuspir um pedaço de pão torrado enquanto rio. Ah Merda. Ele pode começar a mijar em mim em breve.
Eu balancei minha cabeça. "Eu duvido que vá estar ocupada até agosto. Este é mais um trabalho como modelo?" Eu tomo outra mordida e mastigo metodicamente enquanto assisto em silêncio o que está acontecendo na mesa.
"Ela está ocupada," diz Ronin com os dentes cerrados.
"Eu não estou ocupada, Ronin. Deixe o homem falar."
Spencer sorri e depois escorrega em seu banco da cabine, então ele está na minha frente novamente. "É um negócio complicado, Rook, mas eu adoraria que você participasse da reunião que tenho com Antoine em cerca de," ele verifica seu telefone, "trinta minutos. Você está dentro?"
"Quanto é que pagam?"
"Nada é gravado na pedra, portanto, não se preocupe com isso. Nós temos dinheiro do estúdio para este trabalho,” agora ele está falando com Ronin, “Por isso, pense nisso antes de se transformar em um Neandertal, Flynn. Posso esperar por ela na reunião?"
Seus olhos azuis se voltam para mim e eu dou de ombros. "Claro, o que eu tenho a perder?"
Spencer Shrike coloca uns óculos de sol muito escuros, e me aponta com o dedo. "Vejo você, então, Melro."
Eu sorrio para o apelido. Um Rook é um Melro da Europa. Muitas pessoas não sabem disso. A maioria acha que eu tenho o nome de uma peça de xadrez13.
Ronin vê o meu prazer, e apesar de todos os meus mecanismos de defesa que sobraram da minha vida anterior me dizerem para esconder o sorriso para evitar um confronto, eu não o faço. Eu sorrio ainda mais, desafiando Ronin a fazer uma grande coisa sobre eu estar encantada por um motociclista.
Eu dou outra mordida da minha salada e, em seguida, Ronin se levanta e segue Spencer porta afora, me deixando sozinha.
Eu apareço quinze minutos atrasada para a reunião. De propósito. Eu imagino que eles estão todos lá agindo como idiotas e isso não é algo de que eu preciso fazer parte. Chaput Studios pode me possuir para o contrato de TRAGIC, mas eu duvido que essa coisa tenha a duração de três meses, então não tem nenhuma maneira que eles podem me impedir de fazer este trabalho, STURGIS, se eu realmente quiser. É melhor simplesmente deixar os homens lutarem sobre isso em privado, e voltar à realidade quando descobrirem que nenhum deles está no controle, eu estou, e em seguida, voltar para o mundo em que eu vivo.
Aquele em que eu decido minhas próprias fotos.
Eu bato suavemente e Ronin abre a porta.
Tem aproximadamente dez pessoas na sala, alguns ternos, alguns motociclistas, e, claro, Ronin, Antoine e Elise. Não é preciso ser um gênio para entender que o contrato STURGIS é sobre motos. Obviamente, a única coisa associada à Sturgis é motociclistas. Portanto, isto deve ser interessante. Eu estou nisto, isso é certo.
Todo mundo fica em silêncio enquanto eu entro, em seguida, Antoine assume.
"Sente-se, Rook. Spence convidou você, então você é bem-vinda para ouvir, mas não haverá negociações de modelo para esta reunião."
Eu quase me calo e sento, porque isso é basicamente o que Antoine me disse para fazer. Mas isso é estúpido. "Bem, eu não vou me sentar em uma reunião tensa quando ela não tem nada a ver comigo, por isso, se eu não estarei sendo beneficiada com todas as informações úteis, vou apenas ir embora."
Todos eles olham para mim.
Spencer se levanta e toma o controle. "Rook, vamos lhe oferecer o contrato. Eu soube que a campanha TRAGIC termina na próxima semana..."
"...Por isso, vamos falar mais sobre isso depois."
Espere – o que eu acabei de perder? Todo mundo está olhando para mim, esperando por uma resposta e eu suo feito uma louca. "OK, sim, com certeza. Vou deixar vocês com isso, então." Eu puxo a porta fechada atrás de mim e volto para o meu apartamento, ainda pensando sobre o quão rápido eu poderia ser sem-teto novamente. Quero dizer, este é o lugar deles, eu não sou ninguém, apenas outra modelo dentre as centenas que provavelmente passaram por aqui, e eles estão me deixando ficar aqui porque eu tenho um contrato com eles.
Que acabará na próxima maldita semana!
Eu caio em meu sofá e assisto TV por um tempo, meu olhar distraído vagando até a janela da frente, esperando para ver se Ronin virá para uma visita esta noite.
Mas ele não vem.
E eu não o culpo. Porque eu fui uma vadia total hoje.
Eu mordo meu lábio e assisto RetroTube até Gidget aparecer. E isso só torna tudo pior, porque mesmo que eu tenha tentado me convencer do contrário na semana passada, eu acho que eu poderia realmente gostar de Ronin Flynn.
Capítulo Trinta
Rook
Eu acordo cedo na manhã seguinte. Elise veio ontem à noite e me disse para estar lá embaixo às sete horas, então eu faço o meu caminho para o estúdio dez minutos mais cedo para encontrar todo mundo já funcionando. Ainda me espanta a programação matutina que essas pessoas mantêm. O vestiário está zumbindo com as meninas. E cada uma delas está nua.
Eu não estou falando de topless, eu estou falando de nua.
Elas estão conversando e rindo, e geralmente agindo como se estar nu é apenas mais um dia no trabalho. E eu acho que é, quando você trabalha aqui.
Eu fico lá um pouco perdida, quando eu ouço Ronin me chamando.
"Por aqui, Gidget. Suba na balança, e em seguida, Elise quer você no salão de beleza para o cabelo e maquiagem."
Me esqueci da porra da balança.
Ronin não sorri para mim, na verdade, ele mal me olha quando ando até ele. Eu subo na balança e eu estou prestes a dizer algo para quebrar o silêncio constrangedor, quando uma menina entra totalmente vestida e parecendo como se ela estivesse chegado de uma festa na noite anterior, gritando com Ronin em francês.
Ronin vai embora e leva a garota pelo braço, tentando empurrá-la para fora do camarim. É só então que eu a reconheço. A escandalosa do dia que eu vim para o meu teste de foto.
Clare.
A voz de Ronin sobe com a dela e eles ficam frente a frente, gritando um na cara do outro. Ela empurra Ronin e ele gira em torno dela e a arrasta para o estúdio, onde suas ameaças francesas ecoam nos tetos altos.
"A fodida Clare," uma menina loira nua bufa ao meu lado.
"Eu sei", outra menina nua, desta vez uma ruiva, diz com desgosto. "Eu não me importo quem é essa vadia, eu estou feliz com Ronin enlatando a bunda dela. Ela acha que pode quebrar as regras, fazer o que quiser e ainda ter um emprego?" A menina loura bufa. "Não", responde Red enfaticamente. "Ela está sob o polegar dele, assim como nós estamos. Certo, Rook?" Ela sorri para mim.
"Polegar de quem?"
"Do Ronin, é claro. A menos que, vocês dois tenham algum negócio combinado." Ela estreita os olhos para mim.
"O que combinado?"
"Bem, eu acho interessante que você tem o apartamento no jardim e não tem que estar no trabalho na hora certa. Por que isso? Ronin cuida de você ou algo assim?"
"O que isso quer dizer, afinal?"
Elas riem e voltam para suas roupas e é só então eu observo que cada menina no vestiário está olhando para mim. "O quê?" Pergunto.
Elas voltaram para os seus trabalhos, mas eu estou com uma sensação de estar sendo estúpida, então eu só me viro e vou encontrar Elise no salão de beleza.
Felizmente as coisas no salão parecem um pouco mais amigáveis. Eu geralmente não me importo se as garotas que trabalham ao meu redor são minhas amigas ou não, normalmente quando tenho um trabalho, eu estou lá para trabalhar, não socializar. Mas aquela menina loira perguntou se Ronin estava me cuidando. E Elise disse algo muito semelhante a isso na outra noite, quando tivemos o jantar com ela e Antoine. Ela disse: Você não é nada diferente das outras modelos, só porque Ronin quer mantê-la.
Que porra é que isso significa?
Eu não tenho certeza, mas os alarmes estão tocando na minha cabeça novamente. Eu poderia deixar passar, por enquanto, com essa maneira bonita de dizer que ele gosta de mim, mas agora, essa menina disse isso também. Para não falar de toda a coisa do ‘eu pertenço a Ronin’ que ele tem no restaurante.
"Por aqui, Rook." Elise aponta para a cadeira de lavagem de cabelo e eu me sento, pronta para relaxar por um momento, mesmo que seja em uma cadeira de shampoo, e eu acabei de acordar há uma hora e meia.
Demora várias horas para eles me prepararem, não tanto porque o que eles estão fazendo em mim seja complicado, mas porque há tantas garotas aqui hoje, que eles têm que nos manter em movimento, como em uma linha de montagem. Uma faz os dedos do pé, uma faz as mãos, uma faz o cabelo, uma faz maquiagem.
É uma total insanidade.
Mas eu meio que gosto disso. Tudo passa rápido, as pessoas estão falando rápido, andando rápido, as meninas vêm e, em seguida, elas vão. Os fotógrafos estão ocupados dando as direções, os obturadores das câmeras estão clicando descontroladamente.
É tudo muito emocionante.
Tudo o que eu imaginava que seria importante em um grande estúdio de fotografia. Antes de eu vir aqui e descobrir que não era importante, é claro. Mas hoje é tudo sobre negócios. Depois de Ronin se livrar daquela garota Clare, ninguém tem tempo para pensar em qualquer coisa, exceto fazer o seu trabalho. Finalmente, quando é bem passado do almoço, Elise anuncia que estou pronta e me leva para o camarim para eu me arrumar, em seguida, me diz para encontrar todos do lado de fora no terraço.
Eu entro no camarim, que está estranhamente calmo em comparação com o caos de onde eu vim, e encontro as minhas roupas no cabide. Ronin está longe de ser encontrado, e por um minuto, eu sinto falta dele estar aqui para me ajudar. Ele não tem estado por perto durante todo o dia. As meninas fofocavam sobre ele toda a manhã, porém, falando de Clare.
Estou ficando com a impressão de que ela era uma ex-namorada.
O que me incomoda é que sinto ciúmes, mas eu realmente não tive tempo para pensar muito sobre isso.
Eu levanto o saco de roupa do cabide, esperando que pese como ontem, mas é leve como o ar. Como se aquele saco contivesse quase nada. Vou até os sofás sem braços que se estendem no meio da sala e o abro.
É uma camisa masculina. Branca.
E uma pequena boxer que definitivamente não foi feita para um homem.
Leva-me dois segundos para colocar as roupas novas. Eu abotoo a camisa até em cima, então me sinto um pouco estúpida e desabotoo três botões.
Mesmo que a camisa caia no meio da minha coxa, e seja de mangas compridas, ainda me sinto exposta. Eu exalo um longo suspiro e me forço a ir para o estúdio. Ronin é o primeiro cara que eu vejo, porque ele está em pé na porta quando eu viro a esquina que esconde o camarim dos espectadores.
Ele sorri e toda a tensão evapora.
"Você está sexy pra caralho."
Na verdade, eu coro com isso.
Ele pega a minha mão e me leva para o terraço, em seguida, abre a porta e me direciona pelo caminho como um cavalheiro.
Há cerca de uma dúzia de pessoas do lado de fora, e o sol da tarde brilha no terraço. Ele está derramando uma luz rosa linda e eu só posso supor que Antoine está apaixonado por essa luz encobrindo tudo, lavando a dureza monótona da cidade e tornando tudo macio.
Uma vez que eu presto atenção, tudo se encaixa e, em seguida, as luzes estão acesas, os guarda-chuvas pretos que eles usam para difundir a luz estão montados, e as pessoas estão todas ocupadas. Ronin me leva até uma brecha na lateral do prédio. Há uma cerejeira florescendo em um vaso enorme no meio do lugar e os ramos caem pelos lados, pétalas rosas suaves escovam meu rosto enquanto eu o sigo sob o dossel. "Este é o lugar vamos fotografar hoje, OK?"
Todos os obturadores das câmeras começam a clicar e eu olho para os fotógrafos.
Ronin dirige o meu olhar de volta para ele com um leve toque no meu queixo. "Eu estou bem aqui, Gidget. Esqueça-se deles, entende? Você não está posando para eles, você, hoje, está reagindo a mim. OK?"
Eu concordo.
"Eles não vão interferir, a menos que seja hora de parar. Caso contrário, você só vai olhar para mim ou onde eu disser para olhar. Ignore-os completamente. Eles não existem."
"OK", eu digo, engolindo um pouco de ar. Isso faz com que todas as câmeras comecem a clicar novamente e leva todo meu autocontrole, para não olhar para eles.
"Boa menina", Ronin diz sorrindo. "Agora, deixe-me explicar as regras. Nós dois temos o poder aqui. Eu tenho poder para te dizer o que fazer, para fazê-la reagir, e para obter as fotos que precisamos. Será que isso faz sentido?"
"Sim, você está aqui para me ajudar a dar-lhes o que eles querem."
"Sim, é uma boa maneira de colocar isso. Eu cuido de você nas fotos, Rook, enquanto minhas mãos estarão sobre seu corpo. Você vai ficar bem com isso?" Eu concordo. "Use as palavras, por favor", ele cutuca.
"Sim, eu estou bem com isso."
"E se a situação o exigir, ou seja, se estivermos recebendo as reações que precisamos, se tudo estiver funcionando, eu posso te despir."
"Pode?"
"Nós fazemos arte aqui, Rook. Queremos as modelos para expor sentimentos, que podem ser sentidos imediatamente quando as pessoas veem as imagens, nós não estamos fazendo pornô."
"Ok." Mais cliques das fotos quase me fazem olhar, mas em vez disso, encontro os olhos de Ronin e lhe pergunto.
"Por que eles já estão fotografando?"
"Porque hoje é a primeira vez que você faz isso e agora você está parecendo muito doce e inocente." Ele sorri e envolve uma mão na minha cintura, me puxando para ele. As câmeras vão à loucura novamente. "Sua reação agora, enquanto fazemos isso pela primeira vez, não tem preço."
Eu coro e tento dobrar o sorriso longe, mas eu falho e tento esquecer as câmeras. Eles estão fazendo o seu trabalho, Ronin está fazendo o trabalho dele e eu preciso fazer o meu.
Que é, tanto quanto eu posso dizer desde a versão completamente vestida de ontem e deixar Ronin fazer eu me sentir bem.
"OK, agora sobre o seu poder. Você pode me dar direção na rapidez com que eu continuo. Rápido geralmente não é algo que nós queremos. Nós queremos fazer tudo devagar para que os fotógrafos possam obter as suas fotos. Mas, às vezes, as coisas se movem rápido demais, ou talvez você esteja se sentindo desconfortável. Quando isso acontecer, você pode me dizer uma de duas coisas. Se você disser a palavra ‘lento’, e eu vou mudar de direção até que você esteja confortável novamente."
"OK, lento. Entendi. Qual é a outra?"
"Você pode dizer a palavra ‘pare’. As fotos param e todos nós vamos para casa. Entenda que, quando você disser pare, o trabalho termina. Portanto, use somente quando você quer que as coisas não sejam mais feitas. E não porque você quer que as coisas mudem de direção. Use ‘lento’ para isso, OK?"
Ele desliza as mãos debaixo da camisa e acaricia a pele logo acima do cós do meu short, e ao mesmo tempo, eu sei que as câmeras estão clicando, de repente, eu paro de ouvi-las. Meu foco é cem por cento em Ronin. Seu toque provoca arrepios em todo o meu corpo e meus mamilos se animam com a atenção.
Ele sorri, ele parece saber, mas ele não pode saber. A camisa é grande e não há nenhuma maneira de ver.
Ainda assim, ele sorri como se ele soubesse.
"Agora, há mais uma coisa que você pode me dizer." Suas mãos recuam e começa a desfazer os botões inferiores da camisa. Ele para no botão logo abaixo dos meus seios e, em seguida, retorna as mãos para minha cintura, mas desta vez ele puxa a camisa de volta, expondo minha barriga no processo. Ele olha para a minha pequena boxer.
"Eu amo isso", ele sussurra antes de olhar de volta para o meu rosto. Ele lambe o lábio inferior. Minha língua se arremessa para fora e o imita antes que eu possa me parar.
"Qual é a outra coisa que eu posso dizer?"
Ele se inclina para o meu pescoço e me beija suavemente. Eu sei que as câmeras estão ficando loucas, mas tudo que eu ouço é sua respiração no meu ouvido. Calor enche a parte inferior do meu corpo e eu tenho que inspirar profundamente, fazendo o meu peito subir e depois cair com o meu suspiro.
"A outra coisa que você pode me dizer é ‘mova-se’, Gidget". Sua mão envolve em torno do meu pescoço e massageia minha linha da mandíbula com o polegar, enquanto suas palavras percorrem todo o caminho para o meu ouvido. Eu engulo o desejo que está construindo em mim. "Quando você estiver feita com o ‘lento’, você me diz para me mover."
A boca dele se afasta do meu pescoço e encontra meu rosto. Ele está tão perto que nossos lábios quase se tocam, minha boca se abre um pouco na expectativa, e sua mão desliza para cima do meu tronco e ternamente agarra meu peito.
E então sua boca está na minha, sua língua sacudindo na minha e sua boca se fecha em mim, me lançando outra chicotada. Eu fecho meus olhos e minha cabeça deriva um pouco enquanto eu respondo. Ele está beliscando meus mamilos agora, apenas o suficiente para saber que os dedos estão em mim, que ele está no controle.
Ele me provoca com o seu beijo mais e mais. Eu o deixo fazer isso, eu deixo ele me controlar com seus movimentos, suas mãos ainda flutuando para cima e para baixo sobre os meus seios, com um pouco mais de força agora.
Mas então, o desejo dentro de mim assume e eu alcanço e envolvo minhas mãos em volta do seu pescoço, puxo-o para mim e deixo meus dedos deslizarem para baixo em seu peito. Ele está nu em cima e está vestindo uma calça jeans na parte inferior. Apenas uma calça jeans velha e desbotada, mas ele está tão gostoso, que eu mal posso me conter.
Ele ri um pouco e eu me afasto, minhas mãos ainda o tocando, ainda o acariciando. Eu deslizo um dedo dentro da cintura de sua calça e ele realmente suspira.
"Você gosta disso?" Eu pergunto.
"Você é problema, Rook." Ele sorri, pega a minha mão e a empurra para baixo, mais fundo, e eu sinto os pequenos pelos que correm no comprimento da sua barriga. Eu puxo uns, e ele toma minha boca novamente. Suas mãos estão na minha bunda agora, deslizando dentro da pequena boxer e apertando minhas nádegas.
Um gemido real escapa dos meus lábios, e os obturadores das câmeras ficam tão altos, que eu quase tenho que olhar para eles.
Eu tinha esquecido que eles estavam lá, para ser honesta.
Ronin não vai tolerar a distração, sua mão mergulha entre as minhas nádegas e seu dedo faz cócegas entre as minhas pernas.
Minha cabeça cai para trás enquanto eu suspiro e, em seguida, ele está segurando meu rosto novamente, sua boca me tomando completamente. Eu começo a remexer meus dedos através de seu cabelo, quando ele abruptamente me gira, de modo que eu estou virada para a frente, em linha reta para as câmeras.
"Não olhe para eles, Rook. Esqueça-se deles, OK?"
O pulsar entre as minhas pernas é o que torna muito difícil até mesmo abrir os olhos neste momento, então eu não tenho nenhuma intenção de olhar para ninguém, muito menos os fotógrafos. Os dedos de Ronin retomam sua rotina de abrir os botões da camisa e eu sei que este é o momento assustador. Até agora tem apenas sido uma sessão de fotos públicas. Inebriantes, com certeza. Mas nada obsceno.
"Diga-me o que fazer, Rook. Você está no comando."
Eu nem sequer tenho que pensar sobre isso. Eu viro minha cabeça para ele e ele se inclina para baixo em resposta, inclinando sua orelha em minha direção. Eu respiro forte e o sinto estremecer, agrada como eu estou sendo agradada, então eu sussurro tão suavemente quanto eu posso: “Mova-se."
"Eu vou despi-la na frente deles, você tem certeza?"
"Mova-se", repito.
Eu espero que ele rasgue a roupa de cima de mim em uma corrida, mas ele não faz. Dois dedos agarram o colarinho da camisa e a puxa lentamente, aos poucos, para baixo de um ombro. Ele se inclina e mordisca meu pescoço e eu quase me perco ali mesmo. Meu clitóris está latejando, pulsando ao ritmo do meu coração acelerado.
Eu levanto meus braços para cima e para trás, assim eu estou segurando a parte de trás de sua cabeça. Isto deve ser mágica para os fotógrafos, porque eles vão à loucura neste movimento. Eu coloco minha cabeça para trás agora, eu estou quase vendo Ronin de cabeça para baixo. Ele alega minha boca, puxa um braço para baixo e desliza quase metade da camisa. Eu puxo meu braço para fora, expondo meu peito. Seus dedos estão instantaneamente lá, sacudindo o meu mamilo e, em seguida, o beliscando, me fazendo gemer.
Mordo os lábios em resposta e ele rosna, forçando meu outro braço para baixo.
A camisa desliza todo o caminho para fora e deriva para o chão.
Ele segura meus pulsos e os traz de volta por cima da sua cabeça e eu respondo, empurrando minha bunda para ele. Ele está tão duro.
Eu mexo contra ele e, em seguida, uma mão está acariciando meu peito enquanto a outra viaja para baixo na minha barriga, passa para dentro da minha boxer de menino e vai para a direita entre as minhas pernas onde o pulsar está muito profundo e eu acho que ele pode realmente ser capaz de sentir as pulsações contra o seu dedo molhado.
Ele passa rapidamente pelo meu clitóris e empurra o dedo dentro de mim, e um sentimento que eu nunca senti antes começa a construir em mim.
O gemido escapa de minha boca, e é alto. Mas tudo em que posso pensar são nos dedos de Ronin, como eles brincam comigo e, em seguida, o sentimento está lá, como uma onda se preparando para quebrar na praia, correndo, construindo e construindo, apenas começando a crista e....
"Pare!"
O quê?
Quem diabos disse pare?
"Ronin, o que diabos você está fazendo? Rook, isto é demais agora." Elise abre um manto branco sobre meus ombros e me acompanha longe da multidão de pessoas. Todo mundo olha para mim, seus olhos arregalados e boca escancarada, enquanto eu passo.
"O quê? O que aconteceu? Eu não entendo!"
"Ele está trabalhando em você à sua maneira, Rook, não é assim que funciona normalmente."
"Eu não entendo, não é o seu trabalho? Trabalhar em mim para que vocês obtenham boas fotos?"
Ela abre a porta do estúdio e vai para a porta do meu apartamento no jardim e me empurra para dentro, mas não me segue.
"Ele deveria fazer realmente você sentir algo, mas não a levar ao orgasmo na frente de uma dúzia de pessoas!"
E então ela bate a minha porta e vai embora.
E eu estou de pé, quase completamente nua, no meu novo apartamento, muito chateada que meu clitóris ainda está pulsando como um louco, e os dedos mágicos de Ronin estão lá fora. E ele, neste exato momento, eu sei porque eu estou espreitando para fora da janela da frente, está também reclamando com sua irmã.
Capítulo Trinta e Um
Ronin
"Que porra é essa, Ronin?"
Elise está com tanta raiva, que ela me esfaqueia no peito com pequenos staccatos14 de seu dedo. Suas unhas são longas e pontudas, de modo que isto não é agradável. Olho para a janela de Rook e encontro seu rosto e dou um sorriso.
"Ronin, pare de sorrir para ela! Eu lhe assegurei que isso não iria acontecer e você me fez uma mentirosa."
"Ela me disse para me mover, Elise. Por que eu iria parar? Ela estava se divertindo."
Ela me puxa, até que estejamos dentro do estúdio. Estou assumindo que assim Rook não possa nos ver.
"Ronin, está menina é frágil, você entende? Frágil demais para tomar uma decisão racional sobre o que é, e o que não é apropriado em seu primeiro trabalho sério de modelagem. Você é o profissional aqui, e você sabe melhor!"
"Sim, mas ela é como a minha namorada."
"Mais uma razão para protegê-la disso, você é um pedaço estúpido de merda! Por que você acha que Antoine tem me feito fazer maquiagem e cabelo?"
Eu suspiro e esfrego minhas mãos no meu rosto. Ela está certa. O que diabos eu estava pensando? "OK, eu entendo. É só que, ela me deixa louco e ela disse para me mover, então..." Eu não tenho nenhuma desculpa. "Desculpe, eu perdi o controle." Olho para Elise e aceno com a cabeça. "Eu não vou deixar isso acontecer novamente, OK? Eu prometo."
Elise e eu paramos de falar quando os fotógrafos voltam para dentro. Roger ri quando ele passa. "Muito bem, Flynn. Esse foi um show. Essa campanha está no saco."
Quando eu olho para Elise, ela está sacudindo a cabeça. "É melhor você fazer isso direito, Ronin. Ela está toda apaixonada agora, mas uma vez que ela perceber que estas imagens estarão lá fora, com os clientes, ela vai ficar puta."
Vou até a janela do terraço e espreito pela janela. O rosto dela não está lá e agora, e eu me pergunto o que ela está pensando. "Você vai falar com ela?"
"De jeito nenhum. Esse é o seu trabalho. Você fez isso, agora você corrige."
Ela olha para mim por alguns segundos com sua cabeça inclinada. Eu conheço este olhar, ele diz que ela tem uma ideia.
"O quê?"
"Antoine e eu temos ingressos para uma festa beneficente no zoológico, mas ele está em reunião com Spencer e a equipe de STURGIS hoje à noite."
"Oh, isso é uma merda. Desculpe irmã".
"Leve Rook no meu lugar."
Eu lhe atiro um olhar sujo. "Agora você quer que eu a leve para sair, mas ontem você estava ameaçando minha masculinidade se eu ficasse perto dela? Qual é o problema?"
"Spencer está aqui e ele tem aquele olhar, Ronin. Não deixe que ele a coloque na campanha, porque você sabe que ele vai tentar. Deixe-a escolher um vestido do armário e a leve para a festa beneficente. Tenho a sensação de que ela vai desfrutar. Oh, e preencha um cheque em seu caminho para a festa. Um grande."
E então ela acaricia meu rosto algumas vezes e vai embora.
Uma noite no jardim zoológico. Para uma arrecadação de fundos. Eu não tenho certeza sobre isso. Parece que eu tenho que usar um smoking. Eu penso sobre isso por um segundo, então entro no armário. Isso também significa que eu poderia escolher um vestido sexy e agradável para Rook. Eu vou até os vestidos de noite e começo a procurar algo vermelho com um comprimento longo e um decote profundo. Eu pego o vestido e um sapato que acho que é o seu tamanho, e, em seguida, o coloco em um saco de roupas e o penduro no cabide com uma etiqueta com o nome de Rook.
Espero que ela goste.
Em seguida, vamos às coisas de menina. Então eu vou para o salão e converso com Josie para preparar Rook para a ocasião. Ela concorda, mas só se eu der a ela uma gorjeta generosa, o que eu faço, porque acho que se Rook tiver que se preocupar com cabelo e maquiagem, ela provavelmente vai dizer não.
Andar pelo terraço me deixa nervoso por algum motivo. Esta menina, que tem estado na minha vida nem por uma semana, ainda domina completamente todos os meus pensamentos. Quero dizer, ela está em minha mente a cada segundo do dia.
Mesmo quando Clare e eu estávamos brigando esta manhã, a única coisa em minha mente era como Rook perceberia essa exibição da insanidade maníaca de Clare.
Eu disse a Antoine que eu estou de saco cheio com aquela garota. Se Clare quer pular fora, foda, não há nada mais que eu possa fazer. Eu cortei ela, e isso é o fim de tudo. Antoine não estava feliz, mas é o que ele quer. Ele nunca foi capaz de controlar Clare, e eu só tive um controle tênue sobre ela, na melhor das hipóteses. Mas tudo isso deixou o prédio no dia de hoje.
Só espero que Rook não leia muito nisso tudo.
Eu estou à sua porta e bato, novamente me sentindo um pouco fora de equilíbrio com todas as mudanças recentes.
Rook responde, em um short e uma regata. Meus olhos a observam, desde seus mamilos empertigados que estão em atenção, até suas pernas longas e seus pés descalços.
Pintaram as unhas dos seus pés de rosa e isso está se remexendo dentro de mim, de como ela é parecida com a Gidget falando ao telefone, ou algo assim.
Eu tomo uma respiração profunda.
"Ei", diz ela, sedutoramente encostada no batente da porta, projetando seu quadril para o lado e girando seu longo cabelo preto em torno de um dedo. Tudo o que ela precisa é de um chiclete e ela seria a Gidget dos meus sonhos.
"Ei," eu digo como um idiota. "Uh, eu queria saber se você gostaria de ir ao zoológico comigo esta noite?"
Isso soou estranho.
Ela dá uma risada. "No zoológico?"
"Sim, é para uma arrecadação de fundos. Antoine e Elise iriam, mas eles têm que trabalhar esta noite. Então ela me deu os seus convites."
"Para o que estão levantando fundos?"
"Eu não faço ideia." Foda-se, tudo que eu quero fazer é levá-la lá em cima e jogá-la na minha cama e a segurar, enquanto eu a faço gritar meu nome. Espero que eu não tenha dito isso em voz alta.
Ela não ri ou se contorce, então eu acho que estou seguro. "É chick?"
"Sim, muito. Mas eu tenho um vestido para você e Josie disse que vai fazer o seu cabelo e a maquiagem. O que você acha?"
"Você escolheu o meu vestido?"
Ah merda. Eu provavelmente me fodi com esse movimento. "Uh, bem, você pode escolher outra coisa, se você quiser, mas é sexy como o inferno." Eu sacudo minhas sobrancelhas para ela e sorrio como um idiota, na esperança de acalmá-la com a minha gracinha.
"Vai me deixar parecida com a Gidget?"
"Não", eu digo muito rapidamente. "De modo nenhum."
"Bem, nesse caso, eu vou. O que eu tenho que fazer?"
Eu tomo sua mão e a puxo para fora da porta. "Eu vou cuidar de tudo, apenas relaxe e eu vou encontrá-la no camarim às sete."
Eu a deixo com Josie e saio imediatamente de lá antes que ela possa mudar de ideia, ou perguntar alguma coisa sobre cestas de frutas e quartos vagos nos pisos inferiores do edifício, em seguida, vou para as escadas até o meu apartamento e procuro o meu smoking.
Capítulo Trinta e Dois
Rook
Josie coloca o meu cabelo no alto. Acaba por não levar muito tempo, tudo o que ela tem a fazer é escová-lo e fixá-lo, mergulhando-o para um lado, enquanto o topo e a parte de trás ficam cacheados no alto. Quando ela me mostra no espelho, eu deixo escapar um pequeno suspiro. Mesmo sem a maquiagem e vestido, eu já pareço melhor do que nunca. O cabelo é elegante, não confuso, e vai caindo com mais volume antes de alisar nas pontas; brilhante e bem mais firme.
Josie sorri quando eu olho para ela. "Assim é como as modelos estão usando, alto, bem pra cima, Rook. Nunca deixe seus fios ficarem emaranhados de novo!"
Como se eu já tivesse tido fios emaranhados alguma vez. "Obrigada, é perfeito."
"Agora, para maquiagem, você não precisa de muito. Alguma base e blush, em seguida, lábios vermelhos. Ronin disse que o vestido era vermelho, então você deve ter lábios correspondentes. Eu vou colocar uma base sobre ele, assim dura mais."
Ela faz como ela disse que faria, e depois eu saio para encontrar minhas roupas no vestiário. É depois das seis agora, e todo o lugar está tranquilo. Acho um vestido com meu nome e o levo até os bancos estofados no meio do vestiário, onde todas as garotas nuas estavam anteriormente. Desta vez eu vejo sapatos e fico aliviada, porque o meu Converse rasgado nunca combinaria com o vestido vermelho absolutamente deslumbrante que eu estou vendo agora.
Talvez Ronin seja um maníaco por controle, mas ele tem bom gosto para vestidos. Eu o coloco e ele bate no chão como se fosse feito para mim. Eu acho que foi, realmente, desde que eu sou um tamanho padrão de modelo, e todas essas roupas são feitas para pessoas que têm uma forma e altura como a minha.
É sem alças e tem duas fendas no meio das minhas coxas. O decote não é baixo o suficiente para que minhas meninas fiquem penduradas para fora se eu me abaixar, e o tecido é incrivelmente macio. Eu não tenho nenhuma ideia de que tecido é esse, mas é macio. O corpete é enfeitado com poucos brilhos, apenas o suficiente para torná-lo brilhante com as luzes, mas não o suficiente para me fazer parecer uma bola de discoteca. Depois de colocar uma calcinha nova da gaveta de roupas íntimas, eu o visto e tento puxar o zíper. Eu só consigo chegar até o meio do caminho, mas tenho certeza que Ronin não vai se importar de fechar para mim.
Eu rio quando eu penso nele. Gah, este homem! Eu não tenho certeza do que fazer com ele. Ele fez eu me sentir incrível hoje. Sério, eu nunca tive um orgasmo. O sexo não era algo que eu gostava no passado, mas depois de experimentar o que ele pode fazer para mim, eu estou esperando que isso esteja prestes a mudar.
Quando eu deslizo meus pés nos sapatos e percebo que eles são do meu tamanho e confortáveis para andar, eu quase cedo ao seu jeito controlador. Ele realmente sabe o que está fazendo. É tão ruim confiar em alguém para cuidar de você?
"Rook?"
"Entre", eu grito.
Ele entra e eu quase tenho um ataque cardíaco. Ele está usando um smoking. "Oh, meu...," dizemos ao mesmo tempo. E então nós dois caímos na gargalhada.
"Eu me sinto como um adulto", diz ele, olhando para si mesmo.
"Sr. Flynn, você definitivamente parece um adulto." Seu smoking é o tipo que estrelas do rock vestem para aquelas cerimônias de premiação, preto com calças de corte ajustado. Ele anda até parar na minha frente, e sem hesitação, envolve as mãos em torno do meu quadril. Seu toque libera um fogo que viaja por todo o meu corpo.
"Você precisa de uma mão com o zíper, Gidget?", pergunta ele no meu ouvido.
Eu quero dizer: sim, mas não da maneira que você pensa. Eu quero que ele me dispa agora. Eu quero que ele me levante, me bata contra a parede do camarim e me coma bem aqui. Foda-se este vestido, esta festa beneficente e tudo o mais!
"Sim, por favor," é o que realmente sai.
Amaldiçoada inibição estúpida.
Ele me gira, suas mãos arrastando na volta da minha cintura e depois as pontas dos dedos dançam junto das minhas costas nuas por um pequeno momento, antes de deslizar suavemente o zíper. Eu me torço um pouco ao toque dele, e solto um suspiro quando ele se inclina para beijar a minha nuca.
"Será que eu fiz cócegas em você?", pergunta ele, inclinando-se mais perto quando eu volto para encará-lo. Sua respiração sopra na minha garganta e, em seguida, seus lábios viajam para cima e vibram contra a pele macia debaixo da minha orelha.
"Não, você me excita, Larue. Você faz todas as minhas partes Gidget formigarem." Eu rio quando sua língua continua a provocar minha garganta, e então, eu tenho que sacudir a minha cabeça para amortecer o estremecimento de prazer que percorre meu corpo.
"Você vai me fazer querer esquecer tudo sobre esta noite se você não tiver cuidado. E então, Elise vai ficar com raiva de mim por desperdiçar os convites, e Josie com raiva de mim por desperdiçar o belo trabalho que ela fez em seu cabelo e maquiagem. Agora, segure-se firme."
Algo frio desliza contra meu pescoço e as mãos de Ronin fecham uma joia em volta dele. Eu olho para baixo nas pedras preciosas e em como elas brilham com as luzes do teto do camarim, e mordo o lábio.
Ele me gira e dá uns passos para trás, suas mãos nunca deixando meu corpo. "Não tenho palavras para você, Rook Walsh."
"Experimente", eu sussurro, assim que eu olho com fome em seus olhos.
Ele traz as palmas das mãos para o meu rosto e inclina meu queixo. "Eu poderia descrever como você se parece, mas não é isso o que eu vejo. É muito mais do que um corpo dentro de um vestido, Rook. Você se encaixa comigo. Quando eu vi você agachada naquela escadaria na semana passada, eu senti como se eu conhecesse você. Você me derrubou, e você limpou minha mente. E eu estendi a mão para tocá-la naquele dia, porque eu não pude resistir. Eu precisava fazer isso e eu vou pensar em tocar você a noite toda, no caminho até o carro, durante o jantar, enquanto nós andarmos em torno do zoo e fazendo o que diabos é que eles fazem em uma festa beneficente à noite, e durante todo o caminho para casa."
"E depois?" Eu falo.
Ele solta uma risada suave. "Oh, senhorita Walsh, eu planejo fazer muito mais coisas com você hoje à noite, mas acima de tudo, quando eu finalmente tiver você de volta no meu apartamento e na minha cama, eu planejo fazer você gemer no meu pescoço, me implorando para fazer você gozar."
Uau! Acho que preciso de uma calcinha nova. Eu respiro profundamente e espero que ele ria ou faça alguma coisa para quebrar o clima .
Mas ele não faz.
Ele olha para mim e, em seguida, beija meu pescoço novamente sussurra no meu ouvido. "Eu esmagaria agora sua boca com beijos, se eu achasse que poderia parar sem me manchar com seu batom."
E então nós rimos. Eu tomo uma respiração profunda e ele me oferece seu braço. Eu agarro o braço como se eu nunca o quisesse deixar ir. Tomamos o elevador em vez das escadas, e quando saímos da garagem, tem um carro de luxo esperando para nos levar ao zoológico.
Um longo suspiro me escapa enquanto o motorista mantém a porta aberta para nós entrarmos no carro. Eu entro e deslizo através do assento de couro macio, então Ronin se junta a mim e a porta se fecha com um sopro suave.
"O quê?" ele pergunta.
"Apenas uau." Eu olho para ele e rio um pouco. "Quer dizer, eu nunca..." A frase morre na minha boca, porque sério, eu não tenho nenhuma palavra para expressar como eu me sinto agora. "Eu nunca estive em um encontro como este." Eu olho para ele e ele tem um sorriso torto em seu rosto.
"Nesse caso, você está muito atrasada, Gidget".
O carro sai da garagem e assisto a rua do lado de fora, Ronin coloca o braço em volta do meu ombro e me puxa um pouco mais perto dele. "A que distância fica o zoológico?"
"Não muito longe, perto do City Park."
"E aí, você viveu aqui em Denver toda a sua vida?"
"Sim, nascido e criado em Five Points." Ele dá de ombros, como se estivesse se desculpando.
"Isso é uma coisa boa? Ou não? Você parece estar deixando algo sem dizer."
"Não é Park Hill, vamos apenas deixar por isso mesmo. Elise e eu crescemos em uma casa na mesma rua do nosso edifício. Era um buraco de merda."
"Oh. Incomoda-te estar no mesmo bairro?"
"Não. Eu não posso explicar, mesmo que não tenha um monte de merda desagradável acontecendo no nosso lado da cidade, lá é um lar para mim. E onde estamos, as coisas são mais tranquilas do que em alguns outros lugares. Eu posso ver a sorte de se mudar para Cherry Creek, ou Park Hill, ou Highland’s Ranch, mas eu não tenho vergonha de onde eu comecei. Você não pode escolher seus pais." Ele encolhe os ombros.
Eu internalizo isso por alguns momentos. "Você poderia estar falando de mim."
Seus olhos voltam para mim e ele espera alguns segundos antes de falar. "Eu não estava, embora. Eu não tenho nenhuma ideia de como você cresceu."
Eu engulo as más recordações. "Praticamente o mesmo que você, exceto pela coisa do cavaleiro francês na armadura brilhante. Eu nunca tive um desses."
"Vous avez delito, mon amour. Je suis ici juste."15
"O que isso significa?"
Ele se inclina e fuça meu ouvido. "Isso significa que as coisas ruins estão acabando agora, Gidget, e as boas estão prestes a começar." Todo o meu corpo ruboriza e ele ri no meu pescoço quando o carro para. "Nós chegamos. Quando foi a última vez que você esteve em um jardim zoológico?"
"Nunca", eu admito.
Ele me puxa para trás quando o motorista sai do carro para abrir a porta. "Isso é um crime! Como uma criança pode crescer na América e nunca ter ido ao zoológico?"
Eu dou de ombros. "Minha infância foi uma longa série de lares adotivos e casas de crack." Eu vejo seus olhos quando a porta se abre e a luz entra. "Às vezes," Eu continuo, "eu tinha os dois ao mesmo tempo. O sistema de assistência social de Chicago não é o ideal."
Ele está esmagado, quando eu termino. Sua mão agarra a minha do meu colo e ele balança a cabeça. "Eu não tinha ideia, Rook. Talvez não devêssemos ir?"
"Por quê?" Eu pergunto assustada com o meu coração disparando no peito.
"Porque esta é uma festa beneficente para promover cuidados às crianças. Eu não sabia, eu juro. Se não é algo que você queira pensar agora, eu vou levá-la em outro lugar. Em qualquer lugar que você queira."
Ele levanta a mão para escovar contra a minha bochecha e por um momento, eu perco o controle. Uma pequena onda de mágoa e tristeza me pega e eu sinto uma piscina de lágrimas se formando, ameaçando minha noite perfeita. Mas eu a engulo.
"Não", eu digo, balançando a cabeça. "De jeito nenhum. Eu não sou responsável por vir de onde eu venho. Eu não escolhi aquela vida, eu escolhi essa. Esta noite não é sobre mim, é sobre eles", eu digo, apontando para a entrada do zoológico. "Eu quero entrar." Ele hesita, mas eu balanço a cabeça e digo de novo. "Eu juro, eu quero entrar. Venha, vamos embora."
Saímos do carro e caminhamos para a entrada, onde Ronin entrega os convites para os porteiros. Eles nos apontam um caminho que vira para a direita e, em seguida, nos entregam uma programação.
"Quer andar um pouco?" Ronin pergunta. "Temos cerca de 20 minutos."
"Sim, por favor. O que há por perto?"
Ronin estuda o mapa na parte de trás do programa e nos leva além do centro do evento. "Elefantes!" ele diz com uma risada. "Uma vez, Antoine levou Elise e eu à Índia, para alguma coisa grande de moda. Nós tínhamos acabado de conhecer o cara, o conhecíamos por cerca de três meses, eu acho, e ele jogou esta viagem em nós. E mesmo que eu pensasse que Antoine era um idiota total, pois ele se recusava a falar inglês comigo, a viagem para a Índia foi incrível, porque eu montei um elefante. É claro," ele diz olhando de soslaio para mim," eu tentei fingir que não me impressionei com a coisa toda. Criança, certo? Elas nunca apreciam nada.
"Uau. Índia. Eu não posso sequer imaginar o quão legal que seria."
"Bem, você sabe, eles tem seus problemas, a merda é a mesma em todo o mundo. Alguns lugares são mais bonitos do que outros. Mas Antoine estava fotografando algumas pessoas importantes, por isso tínhamos um tratamento especial. Foi muito bom."
Nós paramos em frente ao recinto dos elefantes e olhamos para nada. Não tinham elefantes à vista. "Oh, olha, você tem que ir para dentro", diz ele.
Eu não tenho certeza se quero entrar na casa dos paquidermes neste vestido, mas Ronin me puxa, e sou obrigada a segui-lo. Lá dentro há uma mesa arrumada e dois funcionários do zoológico estão conversando com os visitantes do evento para patrocinar um elefante. Os elefantes estão mastigando o feno e nos dando olhares de reprovação.
Ronin agarra um livro, enquanto nos misturamos com os outros convidados, em seguida, nos encontramos no lado de fora, onde a garoa tornou-se um chuvisco. Ficamos presos na onda de pessoas que nos traz de volta ao centro do evento. Fomos escoltados para a nossa mesa e tomamos nossos lugares quando as apresentações começaram.
Eu nunca fui a qualquer evento de caridade, muito menos a uma grande produção feita para apertar dinheiro dos bolsos dos ricos e famosos de Denver. Há poucos apresentadores e Ronin conhece algumas pessoas que aparecem no palco.
O que é estranho. Porque eu não o vejo como o tipo rico e arrogante, mas eu acho que Chaput Studios é importante nesta cidade. Há algumas crianças que dão suas histórias comoventes e algumas crianças mais velhas, na mesma idade que eu, provavelmente, que falam sobre as grandes pessoas que tiveram no acolhimento familiar.
Após as apresentações e apelos de dinheiro, o jantar é servido. Ronin conversa facilmente com os outros casais na nossa mesa. Eles são todos amigos de Elise e Antoine e eles não parecem decepcionados que Ronin e eu tivemos que intervir e tomar o lugar deles para a noite. Eles nos fazem uma tonelada de perguntas sobre praticamente tudo. É engraçado como quando você fica mais velho, questões que normalmente parecem rudes, se tornam padrão. Então, quando é o casamento?
Eu quase espirro um pouco de gelo para fora do meu nariz nesta pergunta.
Ronin nem sequer vacilou, ele apenas promete enviar ao casal um convite uma vez que nós o marcarmos a data.
Eu sorrio para o meu copo de água com isso.
A noite voa, e antes que eu perceba, Ronin está escrevendo um cheque. Em seguida, nós estamos nos encolhendo debaixo de um grande guarda-chuva preto enquanto fazemos o nosso caminho de volta para o estacionamento.
Nós dois fugimos para o carro e respiramos um suspiro de alívio.
"Foi divertido, Gidget?" Ronin me pergunta quando ele coloca minhas pernas para cima no seu colo, em seguida, desliza meus sapatos dos meus pés doloridos e começa a esfregá-los.
"Sim, foi divertido... oh, Deus, isso faz me sentir bem!"
"Eu disse que eu ia tocar-lhe todo o caminho para casa."
E durante toda a noite foi o que ele fez. Eu mal consigo me lembrar de um segundo da noite em que a sua mão não estava em mim de alguma forma. Se não estava envolvida sobre as costas da minha cadeira, gentilmente provocando a minha nuca, estava no meu joelho, apertando levemente quando os outros casais fizeram o seu melhor para nos constranger com perguntas sobre bebês.
Mas a coisa realmente interessante sobre todo esse toque é como me sinto sobre isso. Poucos dias atrás, eu poderia enxergar isso como possessividade, mas esta noite eu sinto como afeto. Talvez isso signifique que eu estou tirando de mim algumas das coisas ruins que aconteceram comigo em Chicago?
Espero que sim. Porque eu com certeza eu gosto de Ronin Flynn agora.
"O que você está pensando?" Ronin me pergunta, quando o carro de luxo faz o seu caminho pelo tráfego.
"Apenas reavaliando um bocado dos meus pensamentos sobre certas coisas." Eu disparo um olhar de soslaio. "A maioria sobre você."
"É? Isso é bom ou ruim?
"Bom, eu acho. Quer dizer, eu pessoalmente ainda estou um pouco confusa. Talvez eu estivesse errada sobre você? Talvez você seja um bom rapaz?"
"Você realmente acha que eu sou um cara mau?" Diz ele, a testa franzida.
"Não. Sim. Bem," eu suspiro "provavelmente não sou a melhor juíza agora, Ronin. Eu estou manchada por experiências passadas, então não tenho certeza se posso dizer a diferença."
"Bem, deixe-me perguntar, eu já te machuquei?"
"Não."
"Será que o último cara te machucou?"
Eu olhei para longe e deixei a questão cair, quando eu tomei uma respiração profunda. "Muito mal", eu finalmente falei.
"Então agora você duvida de suas decisões? Sobre como escolher o cara certo para namorar?"
"Meio que sim."
Ele espera, porque nós dois sabemos que não é uma resposta.
"Eu nunca quero estar nessa situação novamente. Eu nunca mais quero ser controlada assim. O que eu quero," eu digo olhando nos seus olhos agora “é ser eu mesma e não ser dominada pela personalidade de um namorado, ou seus sonhos, ou suas necessidades. Eu quero fazer meu próprio dinheiro, para que eu nunca mais tenha de depender de um cara de novo. Será que faz algum sentido?" Ele balança a cabeça, lentamente. Suas mãos ainda estão massageando meus pés e eu inclino minha cabeça para o lado na parte de trás do assento e tento relaxar, enquanto escuto a chuva martelando no teto do carro.
"Eu entendo Rook. Eu tenho o mesmo problema, exceto que no sentido inverso."
Abro os olhos e olho para ele. "O que você quer dizer?"
"Bem, eu tenho esta regra de que eu não vou namorar uma modelo, certo? Quero dizer, eu a quebro o tempo todo," ele ri um pouco, “obviamente. Mas a parte que eu não vou quebrar é o lugar onde esses encontros vão terminar. Eu quero uma vida normal, com uma família normal. Eu não quero levar as crianças no estúdio de Antoine. Eu não quero a minha esposa tirando a roupa dela para que eu possa tocá-la na frente das câmeras. Eu quero chato. Eu quero filhos na escola católica e uma minivan cheia com assentos de carro. E eu não tenho ideia de quanto tempo essa coisa com o estúdio de Antoine vai durar, mas eu tenho certeza que eu prefiro morrer a ser o pai de um adolescente que gerencia modelos em um estúdio de fotografia de arte erótica.”
Eu sorrio um pouco com esse pensamento. Ele tem razão. Isso é um desastre esperando para acontecer.
O carro entra na garagem do Estúdio e Ronin desliza meus sapatos de volta. Nós esperamos pelo motorista em silêncio, em seguida, fazemos o nosso caminho até o elevador e seguimos para o andar de cima.
"Então, onde isso nos deixa?" Ronin pergunta.
Eu dou de ombros. "Eu não sei", eu digo honestamente. Eu nunca fantasiei sobre me casar e ter filhos, nem mesmo quando criança, porque eu não tenho boas memórias desse tipo de vida. Mas este parece ser um grande negócio para Ronin e eu não quero estragar a nossa noite perfeita, então eu sigo o meu encolher de ombros com algo evasivo. "Eu acho que nós vamos ter que esperar e ver o que acontece."
Capítulo Trinta e Três
Ronin
Quando as portas do elevador se abrem, Rook e eu somos bombardeados com as luzes do Estúdio e o caos generalizado. Elise está latindo ordens para os técnicos e Antoine nos observa por toda a sala e já está gritando ordens em francês enquanto cruza a distância.
"O que está acontecendo?" Rook me pergunta.
"Fotos na chuva," eu digo, pegando as três palavras que saem da boca de Antoine devido à raspagem de uma escada no chão. Eu sinto Rook ficando tensa com o barulho estridente. "Temos que obter uma foto na chuva para TRAGIC." Eu deveria ter previsto isso, realmente. Mas eu parei de pensar sobre o trabalho há horas atrás.
Eu levanto minha mão quando Antoine se aproxima, mas eu sei que é inútil. Não há como tirar isso dele, temos que fotografar esta noite. Agora. "Vá com Elise, ela vai prepará-la."
"Espere." Ela agarra o meu braço. "Temos que trabalhar agora?"
"Sim, parece divertido, huh?"
Ela revira os olhos para mim.
"Rook, nove em cada dez vezes, ser uma modelo é uma merda. É melhor se acostumar com isso se esta é a vida que você quer." Eu a empurro em direção a Elise e suspiro. “Eu sei que é uma prova em sua declaração de independência, mas não posso ajudá-la. A última coisa que eu quero é você seminua na chuva fria à noite. Mas está no contrato que temos que ter uma foto na chuva, por isso deve ser feito.”
Elise leva Rook para o salão, para lavar a maquiagem e colocar seu cabelo para baixo. Eu tomo as escadas para o meu apartamento em três tempos e vou direto para o meu armário.
Eu tiro o smoking e tento não deixar a decepção me tomar enquanto eu troco minhas roupas caras por um jeans velho e uma camiseta branca. Rook estará vestindo exatamente a mesma coisa, exceto que ela vai ter um bom sutiã preto, de modo que quando ela estiver toda molhada ele irá aparecer através do tecido para que todos possam ver.
E isso me irrita. Elise estava certa, eu deveria estar protegendo-a desta vida, não incentivando a dar a Antoine o que ele quer.
Eu faço algumas respirações profundas para amortecer a raiva e, em seguida, coloco um par de botas e volto lá em baixo. Antoine está esperando por mim, ainda latindo ordens, mas claramente esperando por mim, porque ele está bloqueando as escadas. Ele envia o técnico para fora e vira quando eu tento passar por ele.
"Ronin, espere."
Eu balanço minha cabeça. "Hoje à noite, Antoine?"
"Pode não chover de novo."
"Chame a porra de um chuveiro. Nós poderíamos fazer isso dentro do banheiro quente, porra."
"Eu quero as luzes da cidade", diz ele, como se isso explicasse tudo.
"Então, foda, o quê?"
"Seu contrato é comigo e eu decido o que fotografamos. Se você está muito apegado a ela, então eu posso conseguir alguém para terminar o trabalho."
"Você está engraçado esta noite, você sabe disso?"
"Quanto mais rápido começarmos, mais rápido podemos terminar. Mova-se."
Ele me empurra e eu saio do seu alcance, justo quando Rook sai do camarim. Assim como eu previ, camiseta branca, jeans desbotado e um sutiã preto agradável para que todos possam ver. Eu sorrio para ela, porque ela parece preocupada.
"Ei," eu digo, aceitando um guarda-chuva de um dos técnicos que estão na porta do terraço. Eu o abro e andamos para fora juntos. A chuva está caindo com tanta força contra o guarda-chuva, que eu tenho dificuldade em ouvir o que ela está dizendo.
"O quê?"
"Isso me mata." ela grita no meu ouvido.
"Sim", eu concordo, apertando um pouco o seu braço.
"E eu estou congelando!"
"Apenas fica pior, Gidget. Então é melhor colocar sua cara-de-jogo e avançar, porque quanto mais cedo Antoine receber o seu pedaço-de-merda de fotos, mais cedo nós podemos ir para a cama."
Ela olha para mim. "Nós?"
Eu sorrio e deixo a raiva ir embora, mas eu deixo essa pergunta pendurada. É difícil prever como vai acabar. Talvez bem, talvez não.
Temos uma plataforma especial em que nós fazemos as fotos com a luz da cidade. Está há cerca de dois metros do chão no terraço e, basicamente, é apenas uma laje de concreto que tem uma grade, então parece que você está em um terraço, mas dá a Antoine muitas maneiras diferentes de abordar a foto. Hoje à noite nós temos uma lona esticada para proteger todos da chuva, exceto Rook e eu, e todas as luzes exteriores estão acesas. Temos um candeeiro de rua simulado e projetores que são montados no solo. Nós deslizamos sob a lona e eu entrego o guarda-chuva a alguém que parece que está prestes a desmaiar de cansaço. É depois das duas da manhã, por isso não posso culpá-lo, eu me sinto da mesma maneira.
"Ok, Rook, vamos conseguir isto feito o mais rápido possível. Nós vamos para a chuva, eles ajustam as luzes, e nós fazemos isso, manobramos um pouco, começamos a despir um ao outro, eu a deixo de sutiã e calcinha, e fim das fotos. Entendeu?" Ela começa a tremer na hora que eu digo a palavra despir, e quando eu termino de falar, seus dentes estão batendo.
"Eu estou con-on-on-ongelando", ela repete, com os braços apertados contra seu corpo.
Eu a abraço perto e ela derrete em meu peito. "Eu sei. Assim que estiverem prontos eu vou aquecê-la, Ok?"
Ela balança a cabeça, mas a tremedeira continua.
"Ok, vamos lá." Eu a puxo para a chuva comigo e como a merda está descendo muito forte, realmente pica minha pele. Olho para Rook quando eu entro na posição e ela está tentando freneticamente endireitar o cabelo molhado.
Elise aparece em uma capa de chuva e começa a ajustar seu cabelo, se inclinando para dizer coisas encorajadoras enquanto ela faz isso.
Quando Elise sai, eu me inclino contra o poste de luz falso e puxo Rook em mim novamente. Ela está muito disposta e isso me faz sorrir. "Coloque seus braços em volta de mim, Gidget. Você vai ficar mais quente e, além disso, atacar meu corpo é parte da atribuição de trabalho hoje à noite. Este trabalho tem benefícios incríveis, não é?"
Ela ri e envolve seus braços em volta da minha cintura. Antoine já está fotografando, escorrego minhas mãos dentro da borda de sua camiseta. Está colada contra seu corpo, estamos totalmente encharcados.
Antoine ladra ordens aos técnicos para ajustar a iluminação, mas eu coloco todos para fora e me concentro em Rook.
Eu me inclino para baixo em seu ouvido, enquanto seu corpo treme de frio contra mim. "Esqueça-os. Esqueça a chuva. Esqueça o trabalho. Olhe para mim."
Ela olha para cima.
"É só nós. Finja que estamos em um carro quente, todos vestidos e não podemos esperar para chegar em casa, para que possamos rasgar a roupa um do outro."
"Você tem poderes de ler a mente, não é?"
"O quê?" Eu rio.
Ela pisca para mim. "Você estava lendo minha mente lá atrás no carro, não estava?"
Eu me inclino para baixo e a beijo, apenas um beijo com uma vibração suave para que ela saiba que eu estou interessado em jogar. "Você está em cima de mim, huh?"
"Eu estou", ela murmura de volta. "Mas você sabe o que eu estava pensando depois que eu fantasiei sobre arrancar suas roupas?"
Eu concordo.
"Diga-me."
"Você está pensando que talvez eu pegue minhas mãos e as deslize dentro de sua camisa, como isto." Meus dedos viajam até sua caixa torácica, um arrasto leve que a faz suspirar e segurar uma risadinha, e então eu empurro contra seu peito. "E eu estava pensando sobre como eu não tinha permissão para beijá-la durante toda a noite, por causa de seu batom. Mas agora, tudo se foi."
"Mmmmhhhmmm," ela geme quando eu levo meus beijos ao seu pescoço.
"Então agora, eu posso violentar sua boca corretamente." Eu retiro minha mão sob sua camisa e eu distraidamente, encontro Antoine reclamando que ele me quer tirando a camisa maldita, não perdendo o foco, eu agarro o rosto de Rook com ambas as mãos, levanto seu rosto para mim, então toda a sua atenção está em meu rosto e nada mais. E então eu esmago seus lábios com o meu beijo. O calor de sua boca e o giro de sua língua contra a minha me faz duro em um instante. Eu começo a moer contra ela um pouco e ela geme de volta para mim, a pequena vibração de sua voz, contra a palma da minha mão, está me deixando louco.
Eu arranco minha própria camiseta em um movimento flexível. Antoine vai à loucura com este movimento, e não de uma boa forma, ele gosta que as meninas brinquem um pouco com isso, mas foda-se ele. As mãos de Rook começam no meu peito, traçando um fluxo de água que está correndo pelo meu corpo. As pontas dos seus dedos começam no meu ombro e depois descem, a água está saltando deles, espirrando um pouco, quando ela passa por cima do meu músculo, em seguida continua, enquanto o pequeno rio se perde no cós da minha calça.
Seu dedo desliza dentro, apenas em um pouco, o suficiente para me deixar louco de desejo. Tenho vontade de rir um pouco e eu me afasto.
"Você acha que está no controle aqui, Gidget?"
Ela balança a cabeça, corando.
Eu começo a levantar sua camiseta, está tão molhada que está colada em sua pele. Eu roço contra sua barriga enquanto eu levanto, e ela geme, me fazendo apressar um pouco o movimento, mostrando seu sutiã. É decotado, por isso mergulha muito baixo, quase expondo seus mamilos. A camisa sai poucos segundos depois e eu posso ouvir Antoine me dizendo o que fazer, mas eu o ignoro.
Eu sei exatamente o que estou fazendo. Eu tomo todo o seu seio em minha mão e aperto até que ela choraminga, em seguida, coloco a minha boca sobre seu mamilo e arrasto o tecido para baixo com meus dentes. Ela segura meu cabelo e eu a levanto até que as pernas Del se envolvam em torno da minha cintura. Eu me viro e a empurro contra o poste de luz, e ela está ofegante no meu ouvido enquanto eu a chupo.
"A calça! Ronin! Estamos todos congelando aqui!" Antoine late.
Eu mudo Rook, até que eu tenha distribuído o peso dela contra o meu quadril, apenas segurando um lado dela, em seguida, levanto a minha outra mão para Antoine.
E lanço a calça fora.
E então aperto Rook contra mim, empurrando meu pau duro no calor entre suas pernas, ando para fora do set, descendo as escadas, em direção ao seu apartamento. Eu bato contra a parede do lado de fora, enquanto eu soco o código e a levo para dentro. Meu pé chuta para bater à porta fechada e então eu a levo pelo corredor curto e a jogo na cama.
"Se você quer que eu pare, por favor," eu imploro "diga isso agora."
Ela está lambendo os lábios quando eu olho para baixo com os olhos famintos e então ela sussurra: "Eu não quero que você pare, Ronin. Eu não quero que me leve lento ou mude de direção. Eu só quero que você faça. Por favor, porra eu estou morrendo aqui, basta fazer isso!"
Capítulo Trinta e Quatro
Rook
Ele ri do meu apelo, mas merda! Eu nunca tive um orgasmo e agora eu estou no limite. É como se eu pudesse sentir esse filho da puta pronto para explodir, eu preciso da pequena pressão apenas no ponto certo e eu vou me desfazer em cima dele.
Toda a merda de homem das cavernas que estava desaparecida reaparece, e ele olha no meu rosto enquanto trabalha no fecho frontal do meu sutiã. Meus seios saltam quando ele o desata, então eu sento e mexo meus braços para tirá-lo fora e ele o atira pela sala.
"Deite-se", ele comanda.
Eu obedeço.
Suas mãos vão para o meu jeans e depois de desabotoá-lo, ele o agarra pela cintura e puxa para baixo tão rápido, que eles acabam me arrastando para fora, porque eles estão molhados e rebocam as minhas pernas. Seus dedos vão para a minha calcinha e ele puxa um pouco até que eu levanto meu quadril. Ele a desliza para baixo das minhas pernas e ela cai no chão.
Eu me deito, completamente nua, enquanto seus olhos me tomam. "Sua vez", eu digo com um sussurro rouco.
Seus dedos desabotoam sua calça jeans e desfazem o zíper e, em seguida, ele sai dela e de sua boxer em um único movimento. Ele é bem construído e eu tento não olhar, mas eu não consigo ser inteiramente bem-sucedida. Quando eu olho para o rosto dele, ele está sorrindo.
"O quê?"
"Você, Gidget. Você está corando."
"Eu não sou muito experiente", eu admito. "Eu não sou virgem, mas era tudo muito chato e eu nunca..."
Ele espera alguns segundos e, em seguida, me cutuca, quando ele deita ao meu lado. "Você nunca o quê?"
Suas mãos acariciam meu estômago e eu relaxo contra os travesseiros. Minhas roupas molhadas deixaram tudo úmido na cama, mas eu não me importo. "Eu nunca tive um orgasmo."
Eu espero que ele ria, ou faça uma piada, mas ele não faz. Ele apenas se debruça sobre o meu corpo, pressionando sua ereção apertada contra o meu quadril. Estou desesperada para tê-lo dentro de mim, mas ele está lento agora. "Eu posso não ser capaz de dar muitas garantias neste mundo, Rook", diz ele enquanto sua mão viaja para baixo e traça o vinco entre as minhas pernas. "Mas eu vou dizer, com cem por cento de certeza, que você vai gozar hoje à noite."
Ele se inclina para o meu rosto, e seus dedos sondam a minha entrada e provoca meus lábios com uma mordidela enquanto ele empurra um dedo dentro de mim, e então usa seu polegar para acariciar gentilmente meu clitóris. Eu me contorço quando seu beijo tenta formar hematomas, todo o meu corpo está em chamas com o meu desejo.
"Oh, Deus, Ronin. Por favor, eu estou tão perto." Eu estendo a minha mão e agarro seu pau, bombeando-o, fazendo-o respirar pesado e gemer o meu nome. Esse dedo talentoso está firme contra mim, no caminho certo e o pulsar agonizante que veio sendo construído da última vez, de repente explode. Enfio meu rosto em seu pescoço e mordo sua orelha, o que só o faz trabalhar o meu clitóris mais forte e envia outra onda de umidade entre as minhas pernas.
Ele me deixa encaixada lá, na curva do seu pescoço, enquanto as pequenas ondas vibram, fluindo através de mim por mais alguns minutos, e então ele se deita e me puxa para ficar em cima dele, sua ereção entre as minhas pernas.
"Você pode estar no topo, Gidget. Você gosta de ficar por cima?"
"Eu não tenho nenhuma ideia," Eu admito novamente.
"Eu acho que você vai gostar. Levante por um segundo."
Eu levanto meu quadril e ele desliza seu pau para trás e para frente em toda minha fenda, murmurando aprovação de como ele gosta da umidade que ele criou com os dedos. E então eu sinto a pressão. Suas mãos têm uma firmeza em meu quadril agora, e ele me pede para empurrar para baixo sobre ele e eu me sinto esticar quando ele empurra para cima.
"Porra, Rook, eu não posso acreditar o quão bem você me faz sentir." Ronin me olha com os olhos quase fechados, quando eu levanto e, em seguida, empurro para baixo mais uma vez. Eu mudo a posição um pouco quando eu desço, meu clitóris esfregando contra a base do seu pau, e merda santa, faz eu me sentir bem. Eu faço novamente e desta vez eu coloco um pouco mais de força quando eu desço, fazendo Ronin rosnar algumas palavras ininteligíveis.
Sua mão me empurra para cima e, em seguida, me bate para baixo, e tudo o que eu experimentei antes é ampliado, eu posso sentir a pressão crescendo dentro de mim novamente. Eu me levanto, entrando em seu ritmo mais rápido e nós batemos em conjunto, mais duro a cada movimento. Então ele retarda, e em vez de empurrar, ele me puxa para baixo em seu peito e agarra minha bunda com as duas mãos, me deslizando, deslizando no meu clitóris, para frente e para trás em seu corpo. Estamos reunidos neste momento, um coletivo ofegante de prazer, sua boca trava contra a minha mais uma vez, nossas línguas ainda desesperadas uma pela outra.
Quando as ondas de choque diminuem, eu enterro minha cabeça em seu pescoço novamente, em seguida, entro em colapso contra seu peito.
Ele me gira e então eu estou ao seu lado e, em seguida, desliza o braço debaixo de mim, puxando a minha bunda contra seu estômago. "Foi melhor do que a fantasia, Rook. Eu apenas gostaria que você soubesse disso."
Eu fico lá por alguns segundos, tão feliz que eu mal posso suportar isso. Satisfeita, com seu corpo pressionado contra o meu, seu hálito persistente no meu pescoço enquanto ele relaxa. E eu durmo com um homem que posso amar de verdade, pela primeira vez na minha história.
Capítulo Trinta e Cinco
Rook
Uma batida forte me tira para fora do meu sono e me viro tão rápido, que eu caio da cama.
Eu estou nua.
E quando eu olho ao redor confusa e meio dormindo, também percebo que estou sozinha. Tenho certeza que Ronin estava aqui quando eu adormeci.
A batida vem de novo e eu enrolo o lençol em minha volta e apresso minha bunda pelo corredor até a porta. Eu posso ver o rosto de Elise espreitando pela janela, fazendo com que eu relaxe um pouco.
"Jesus", diz ela. "Dormindo pesado ou o quê?" Suas mãos estão segurando uma prancheta com papéis empilhados.
Eu mal posso vê-la com a remela nos meus olhos, fazendo com que eu não responda, o que deve ser seu segundo indício de que sim, na verdade, eu estava dormindo pesado.
"Por que você está aqui?" Eu pergunto lamentando.
"Hora de trabalhar."
"Que horas são?" Eu pergunto confusa. Eu olho em volta, ainda tentando colocar as coisas em conjunto.
"Sete e meia."
"Que diabos? Eu só fui para a cama algumas horas atrás, Elise! Vocês me colocaram na maldita chuva no meio da noite!"
"Sim, bem, hoje temos de fazer você parecer como merda para esta foto, e que melhor maneira de parecer como merda, do que estar se sentindo como merda? Além disso, Ronin foi trabalhar fora o dia todo, e Antoine quer fotografar você com Billy."
"Billy! Mas..."
"Ei, não force agora, Rook, vocês nos irritaram muito ontem à noite. Ele precisa de algumas fotos de sacanagem e ele quer alguém para cuidar de você nas fotos, de modo que será Billy hoje."
"Sim, porque isso foi muito bem da última vez," murmuro.
"Isso foi um mal-entendido, Billy está bem. Ele trabalhou para nós por quase dois anos, então relaxe. Sem tomar banho, basta colocar alguma roupa e venha direito para maquiar-se."
Ela vira em seus calcanhares e alguns de seus papéis caem fora da prancheta e flutuam para os meus pés. Eu abaixo, ainda um pouco tonta de sono, e quando vou para entregar de volta para ela, percebo o que estou segurando.
É uma folha de contato cheia de fotos. Com fotos de Ronin e eu ontem.
A vista em cada um é de cima para baixo, como se quem tirou essa foto estivesse no chão, olhando para nós.
Na frente e no meio está a mão de Ronin dentro da minha boxer e não há nenhuma maneira de perder o fato de que seus dedos estão definitivamente entre as minhas pernas. A outra mão tateia meu peito, com uma força, que parece que irá deixar hematomas. Minha cabeça está inclinada para trás, a boca aberta em um ‘O’, eu posso imaginar um gemido de prazer, mas é o rosto de Ronin que me deixa fria.
Ele está olhando diretamente para a câmera. Seus olhos azuis elétricos em chamas como um predador, suas sobrancelhas franzidas em conjunto, e os seus lábios em um rosnado. Ele se parece com um animal pronto para iniciar uma matança. E eu entendo, é teatro em nome da arte. Como queira. Mas ele fez um negócio tão grande sobre eu não olhar para a câmera, e aqui está ele olhando diretamente para ela?
Faz com que eu me sinta traída.
"Que porra é essa?" Pergunto a Elise.
Ela desenha uma respiração profunda e toma a foto de volta. "Essa é a imagem vencedora, Rook. Eles adoraram. Parabéns, você está prestes a ser famosa."
E então ela vira e vai embora, deixando-me em pé na porta.
É para isso que eu me inscrevi? De todas as imagens que eles têm de nós ontem, era essa a que eles têm de usar? Para onde diabos foi Ronin? Isso não é muito legal. E fotos de sacanagem? Eu não quero nem saber o que isso significa.
"Se apresse!" Elise me alerta enquanto eu fico lá pensando.
Eu bato a porta e vou colocar alguma roupa, escovo os dentes muito rápido, calço meu maltrapilho e velho Converse e vou para a maquiagem.
Por que eu fui enviada lá eu não tenho ideia, porque quando Josie me gira para eu me ver, eu pareço uma merda. Assim como Elise queria. Eu tenho olhos de guaxinim com sombra manchada, meu batom está manchado e ela aplicou algum tipo de maquiagem para fazer o meu rosto parecer doente.
Eu sou uma prostituta drogada.
Eu sou a minha mãe.
Naquele instante eu a vejo. Os mesmos olhos, o mesmo cabelo escuro, preto, o mesmo olhar de que a morte é iminente.
Olho para Elise, que está impaciente para me pegar no camarim, e sacudo a cabeça.
"Sim, precisamos desta foto e precisamos fazê-la rápida."
"Por quê? Por que essa pressa?"
Ela me ignora, enquanto nós caminhamos rapidamente para o camarim. Tudo sobre esse dia está errado.
Minhas roupas não estão em um cabide, elas estão espalhadas em um dos bancos no meio da sala de troca de roupa. E só então que eu percebo que não há outras meninas a nossa volta. "Elise, o que está acontecendo? Onde estão todos?"
"Temos reunião com o pessoal do Sturgis, os homens de terno estão aqui novamente, eles estão colocando para baixo algumas cláusulas do contrato e Antoine não está feliz, então, por favor, basta fazer o que lhe é dito e você vai terminar rápido, e depois você pode ter o resto do dia de folga. Agora, coloque as roupas e nos encontre no terceiro andar."
Mais uma vez, ela sai.
Olho para as roupas e quase dou risada. A camisa está suja e rasgada, o jeans são os mesmos, e calcinha, sim, eu realmente tenho roupa interior desta vez, ela é preta. Ela vem com um sutiã decotado, como o que eu tinha na noite passada. Eu coloco a roupa íntima e depois as outras roupas. O rasgo na camisa está para a direita entre meus seios, para que o sutiã preto esteja visível.
Quando me viro para olhar para mim mesma no espelho, eu sou uma puta drogada.
Eu engulo o sentimento ruim que eu estou recebendo sobre este dia, escorrego meus pés de volta no meu tênis e desço as escadas para o terceiro andar.
Billy está esperando por mim, verificando seu telefone por algum texto ou algo assim. Ele olha para cima depois dos dedos terminarem de rolar e sorri. "Você parece ótima!"
Eu não tenho certeza se ele quer dizer que eu pareço grande coisa para o modo como eu estou me sentindo hoje, ou se isso é uma total brincadeira, assim, eu acabo não dizendo nada.
"Oh, acalme-se, Rook. Antoine disse que é uma foto simples, sem nudez nem nada. Contudo, eu estou decepcionado com isso para ser honesto. Você está muito quente. Então, eu só estou aqui para lhe dizer o que fazer. Antoine acha estranho dizer isso a você, então, hoje estou jogando de moderador, eu acho. Para manter Ronin fora, uma vez que ele descobrir que fizemos isso enquanto ele estava ocupado com Clare. "
"Com Clare?" Eu pergunto com meu coração batendo rápido.
"Sim, ele está no apartamento do primeiro andar com ela, dormindo ou o que seja."
Dormindo? Que porra isso significa? "O apartamento do primeiro andar?"
Billy abre uma porta e me faz entrar com um aceno de mão. "Um dos apartamentos extras que Ronin usa para suas meninas."
Puta merda. Eu me sinto como uma idiota completa.
"Rook!" Antoine late. "Aqui." Ele aponta para um quarto improvisado e eu faço o que me é dito, porque tudo o que eu quero agora, é terminar estas fotos e dar o fora deste lugar. Ele fala com Billy em alguma mistura de francês e inglês e, em seguida, Billy está me dizendo o que fazer. Ele me toca, coloca as mãos em cima de mim, e algumas vezes me beija mesmo, mas nada sobre essa foto é parecido com o que eu fiz com Ronin. Billy é todo negócios e eu suponho que ele é bom. Quero dizer, se um cara estranho está sendo pago para tocar você, eu acho que você quer que ele se mantenha profissional. Mas nada pode parar o horror dele tirando minhas roupas, acariciando meus seios e depois me sentando em seu colo, apenas de calcinha agora, e colocando a minha própria mão entre minhas pernas enquanto a câmera de Antoine clica ao longe.
E depois acaba, e eu estou colocando minhas roupas de volta.
Eu não tenho ideia do que aconteceu, mas eu nunca me senti tão suja em toda minha vida.
Felizmente, Billy segura meu braço conversando agradavelmente como se este fosse apenas mais um dia, e andamos para o corredor. Eu paro nas escadas e chego aos meus sentidos.
"Eu te vejo mais tarde, huh?"
Ele continua a subir as escadas e grita: "Claro que sim!"
Desço as escadas devagar, falando comigo mesma para acreditar que isto é apenas um grande mal-entendido. Ronin não está dormindo com Clare. Ele estava comigo ontem à noite. Nós não fomos para a cama até as três da manhã, pelo menos. Acordei às sete e meia. Quando ele encontrou tempo para dormir com outra garota?
Eu nunca explorei os outros apartamentos dos outros andares antes, mas Ronin admitiu livremente que usava estes quartos com as camaradas de foda. Quando eu chego ao primeiro andar, eu ando pelo corredor e tento todas as portas. Elas estão todas abertas, são todas surradas e estão todas vazias. Quando eu chego à última porta, perto da parte de trás do prédio, ao lado da saída de incêndio, vejo um teclado.
Eu soco o código de Ronin e a porta abre. Eu torço a maçaneta e empurro aberta em silêncio, procurando ouvir os sons de pessoas. Nenhuma coisa. Eu abro mais e passo para dentro, deixando a porta aberta atrás de mim.
E eu ouço um leve gemido.
Eu me forço a entrar na sala de estar. É muito claro que alguém está vivendo aqui, porque este lugar está decorado, talvez não muito bem, mas de forma adequada. E há embalagens velhas de comida que têm o logotipo do Cookie’s Dinner neles.
E há roupas espalhadas pelo chão. Roupa íntima.
Eu ando mais para dentro, em direção ao som que desde então cessou, e paro em uma porta de quarto que está ligeiramente entreaberta. Eu posso vê-lo e eu posso ver uma cama.
E naquela cama estão Clare e Ronin.
Dormindo.
Meu coração bate loucamente, quando eu volto para o lado de fora do apartamento, calmamente fecho a porta atrás de mim, abro a porta de saída de emergência e fujo o mais rápido que eu posso. Eu passo através de uma segunda porta e estou no estacionamento do interior do prédio, perto dos elevadores de carga.
Há um monte de pessoas que carregam motocicletas e eu teço o meu caminho através delas, esbarrando nas pessoas, quase derrubando uma motocicleta, fazendo qualquer coisa que possa para ficar longe deste lugar. Eu passo empurrando um cara grande e ele me agarra pelo braço quando eu corro. Viro para lutar com ele quando eu percebo que é Spencer.
"Você está ok, Rook?"
Eu olho em seus olhos azuis e nego com a cabeça. "Não, eu acho que não estou." Eu olho para trás no edifício e nego com a cabeça novamente. "Eu não estou ok. Eu preciso sair daqui. Eu preciso ir embora." Eu me afasto de sua mão e começo a correr para o beco, mas ele me pega e me puxa para trás, até que eu bato em seu peito.
"Espere, o que está acontecendo? Alguém machucou você? Por que sua roupa está toda rasgada?"
Eu olho para a minha roupa e dou uma risada. "Oh, foda-se." Ele solta meu braço e espera eu tomar uma respiração profunda.
"Desculpe, não, ninguém me machucou. Esta roupa foi para as fotos, isso é tudo, mas eu não posso ficar aqui agora. Eu só preciso ir a algum lugar, em qualquer lugar. Eu só preciso ir."
Ele pega meu braço novamente e me guia em direção a uma grande F-250 vermelha da Ford, com o logotipo de sua loja de motocicletas nela. "Aqui, sente-se, vamos almoçar. Eu queria falar com você sobre o contrato de qualquer maneira, antes de Antoine e Ronin exagerarem tudo, deixando fora de proporção. Eu quero que você faça a sua própria mente sobre o que é ou não um bom ajuste, porque, francamente, estou cansado de ouvi-los me dizer que você não está interessada no que eu acho que você pode estar. Então, sente-se e aperte o cinto, irmã." Ele espera que eu me instale no banco do passageiro e, em seguida, bate à porta e dá adeus para seus amigos, que estão descarregando motocicletas na parte traseira de um semirreboque.
Eu olho a porta de trás do edifício, nervosa, com medo de que eu vou ser pega. De onde está vindo esse sentimento? Eu não fiz nada de errado!
Mas isso nunca a impediu de ser punida antes, Rook.
Eu balanço minha cabeça. Ronin não é Jon. Antoine não é Jon.
Apesar de que, eles podem não ser as pessoas que eu pensei que eles eram antes.
Spencer entra alguns minutos depois, sobe e vira para mim. "Onde devemos ir?"
"Eu não me importo, eu não tenho nenhuma ideia, apenas me tire daqui. E não no Cookie’s, ok?"
Ele ri. "Eu nunca a levaria no Cookie’s, Black Bird16. Vou levá-la para o meu restaurante favorito, pode ser?"
Concordo com a cabeça e mastigo minha unha. Quando nós saímos com o carro, todo o meu mundo gira mais uma vez.
Capítulo Trinta e Seis
Rook
Spencer e eu acabamos em um bar de motoqueiros que não é nem perto de Denver. E na realidade, eu pedi por isso, certo? Tire-me daqui é o código para correr a merda fora daqui. Eu dou risada para isto enquanto eu como o meu hambúrguer.
"O que é engraçado?" Spencer pergunta.
"Nada, é só que... onde diabos estamos?"
Ele se inclina para trás na cabine e estica os braços para os lados, obviamente orgulhoso de si mesmo. "O meu bar." Ele sorri como um idiota agora.
"Este é o seu bar? Porra, cara, você é cheio da nota ou o quê? Você não pode ser mais velho do que Ronin e você tem todas aquelas motocicletas, com algum show de TV com pessoas que pagam para um contrato importante com Antoine, e você possui um Bar?"
"Você esqueceu o showroom da Shrike Bikes ao lado. Que é realmente onde eu quero levá-la, para que eu possa te mostrar o que tem neste contrato."
"Por que simplesmente não me contam? Quero dizer, por que isso é um segredo tão grande?"
"Bem, isso parece ruim no papel."
Eu olho para ele com desconfiança.
"Mas não é, Rook. Eu juro, apenas deixe-me te mostrar, porque se Ronin e Antoine chegarem até você em primeiro lugar, eles vão explodir tudo e fazer parecer sujo." Ele se inclina para frente e levanta as sobrancelhas para mim, mas não em tom de brincadeira, ele está quase implorando para eu entender. "Não é sujo. É arte. E é muito menos abusivo do que o que você está fazendo para a TRAGIC, estou te dizendo isso agora."
Eu faço beicinho para isso, porque hoje estava tudo errado. Eu tive que lavar o rosto no banheiro quando eu cheguei aqui e coloquei uma das camisetas de motociclista que Spencer tinha em sua caminhonete, porque a coisa toda prostituta-drogada não estava funcionando para mim. Se é assim que o trabalho de modelar para Antoine vai ser na maioria das vezes, eu não estou interessada. "Vou manter a mente aberta. O que acha?"
"Perfeito, isso é tudo o que eu peço."
Depois que comemos, caminhamos pela sua loja. Choveu um pouco enquanto estávamos lá dentro, assim a água espirrava dentro do meu Converse desgastado conforme nós pisamos em algumas poças. Não há calçadas por daqui, apenas terra batida. Spencer abre a porta do showroom para mim e eu estou um pouco surpresa com a beleza de tudo isso. "Uau, você tem algumas motocicletas bonitas, Spencer. Eu não tinha ideia."
"Você gosta de motocicletas, Rook?" ele pergunta um pouco surpreso com o meu interesse genuíno.
Eu dou de ombros e suspiro ao mesmo tempo, porque eu amava motocicletas uma vez, mesmo que fosse apenas por causa da pessoa que me interessou em primeiro lugar.
"Qual delas você mais gosta?" Ele me pergunta conforme eu ando entre os corredores de motos alinhadas, farol com farol, uma de frente para a outra. Deve ter umas trinta ou quarenta motocicletas aqui.
"Eu gosto das antigas, como esta aqui", eu digo, batendo no tanque de gasolina brilhante. "Ela parece uma antiga Triumph17."
"Ah, você é uma garota de motociclista!"
Um sorriso se arrasta no meu rosto com as memórias desta vez, eu não posso me ajudar. "Eu tive um namorado uma vez. Ele gostava de motos."
"É? Onde ele está agora?"
Eu dou de ombros e balanço a perna por cima e sento no assento turquesa bonito que eu estava de olho.
"Você monta?"
"Motocross," eu digo sob a minha respiração.
"Este garoto te ensinou?"
Eu olho para ele e mudo de assunto. "Então, derrame os detalhes sobre o contrato, Spencer. Eu estou morrendo para saber se isso vai funcionar para mim ou não."
"OK", diz ele, respirando fundo. "Venha comigo." Eu me levanto da motocicleta e o sigo para a parte traseira. Existem alguns clientes remanescentes e um atendente ajudando as pessoas, mas a loja parece estar encerrando o dia. Ele abre a porta para um escritório que tem o seu nome. Diz, Spencer Shrike, Presidente. Que totalmente me surpreende.
Eu ando com Spencer e ele me direciona para tomar um assento em uma mesa redonda rodeada por cadeiras baratas de vinil, que parecem pertencer a um VFW18 e não ao escritório do presidente da Shrike Bikes. Eu sento e depois espero pacientemente, enquanto ele reúne algumas pastas no armário atrás de sua mesa. Eu olho ao redor do escritório enquanto eu espero. É um escritório típico de um motociclista. Águias e bandeiras americanas e, claro, meninas vestidas de veludo preto com os peitos de fora adornam as paredes. Eu tenho que rir atrás de meu punho, porque sério...
Eu levo minha atenção para longe das obras de arte e estudo os móveis. A mesa é uma monstruosidade feita de madeira escura, na sua maioria marcada e cheia de papelada. Sua cadeira de escritório diz muito sobre ele também. É de couro, não pretensiosa, parece bem-desgastada, não é nova.
Spencer é um choque de contradições. Mas isso é uma coisa boa. Ele é um cara realista e não algum idiota que está deslumbrado com a palavra Presidente pintada em sua porta.
Ele traz as pastas para a mesa e, em seguida, toma um assento e olha para mim com um sorriso.
"O quê? Você está nervoso?" eu digo.
Ele abre o livro e há uma fotografia brilhante de oito por dez de uma menina nua. Exceto, que é muito difícil dizer que ela está nua à primeira vista, porque todo o seu corpo foi pintado para parecer que ela está usando uma versão sexy de um macacão do Elvis, com strass e um cinto brilhante agradável.
Eu sorrio. "O que é isso?"
Ele vira a página e é a mesma garota, só que agora ela está vestindo uma roupa de roller derby19. Ele vira a página novamente e ela é uma vaqueira, completa com jeans Wrangler, tem uma bunda quente e uma camisa xadrez vermelha.
A próxima página me faz arfar. Porque é uma foto de Spencer, pintando a menina.
"Você!" Eu digo, pulando para cima e pegando o livro dele.
"Eu" ele diz com orgulho. "Eu pinto garotas." Nós dois rimos disso, quase histericamente. "Eu pinto garotas" ele diz novamente. "E eu quero pintar uma garota para coincidir com o encontro de motocicletas customizadas que eu estou fazendo no Sturgis Rally deste verão."
"Uau, você me surpreendeu agora, Spencer. Puta merda! Nunca em um milhão de anos eu achava que esse era o seu segredo. Você é um artista!"
"Sim, e eu quero pintar você, Rook. Nesse contrato. Quero pintar você para combinar com todas as motocicletas do meu portfolio e para a publicidade, mas principalmente, eu quero pintar você para combinar com a motocicleta customizada especial que eu estou fazendo para Sturgis, porque ela é chamada Shrike Raven. Quando ouvi que o seu nome era Rook, bem, era isso garota. Eu só precisava que fosse você."
"Uau", eu digo novamente. Concordo com a cabeça para ele. "Eu acho que eu estou dentro, Spencer Shrike. Isto parece a coisa mais divertida que eu poderia fazer na minha vida."
"Você vai ficar completamente nua, Rook, você tem que entender. Quando fazemos apresentações públicas, seus mamilos estarão cobertos com aqueles tapa seios, e você vai vestir uma tanga, mas isso é só para as aparições públicas. Nas fotos e no show privado em Sturgis, você vai estar pintada em todos os lugares. E mesmo com o tapa seios e fio dental, você tem que ser pintada nua, em primeiro lugar. Por isso, a combinação é perfeita."
Eu folheio mais fotos. Cada uma é perfeita. Você não pode dizer que essas meninas estão nuas. Nem um pouco.
"Eu estou bem com isso, Spencer. Estou dentro."
"Ronin não vai aprovar."
"Quem se importa?" Eu respondo, ainda folheando o livro.
"Bem, ontem eu tive a impressão de que ele gostava de você, então eu achei que você gostava dele também."
Eu não posso segurar mais, então eu derramo. "Acho que ele está vendo aquela garota, Clare, Spencer. Eu os vi juntos hoje, em uma cama. E nós dormimos juntos ontem à noite. Pensei que estávamos, eu não sei, juntos ou algo assim? Mas ele obviamente não vê isso da mesma maneira que eu vejo. Talvez ele vá odiar, mas não posso me incomodar com isso agora. Eu tenho que tomar minhas próprias decisões."
"É justo. Eu não vou parar você, quer ver a moto que você vai ser pintada para combinar com ela?"
"Sim!"
Voltamos para o showroom e ele está vazio agora. Ele me leva para um livro que está na recepção e o abre. "Este aqui é o showroom, mas eu construo as motocicletas em uma loja ao norte de Fort Collins, cerca de meia hora daqui. Estou quase terminando ela, por isso vamos fotografar você sobre as outras motocicletas em primeiro lugar, pintada para combinar com cada uma, e depois vamos pegar a motocicleta nova que será apresentada em Sturgis e fazer uma apresentação para lançar no Biker Channel, um reality show que vamos filmar para a TV na primavera, para uma temporada do próximo ano."
"Uau. Eu percebo que eu disse isso umas três vezes, mas Spencer, você é incrível. Esta moto é foda." A maior parte ainda está em pedaços, mas a interpretação é linda. Tem curvas, tem cromo, e o tanque de gasolina foi moldado e pintado para parecer com a cabeça de um corvo.
"Qual motocicleta aqui, Rook? Qual é a sua favorita? Você pode escolher uma para estar na apresentação também, em seguida, ela será sua."
Eu me viro e as vejo com cuidado. "Você está falando sério?" Eu olho para ele espantada.
"Não é grande coisa, estas são as motocicletas customizadas do showroom, não são especiais como a Raven. Mas eu vou personalizá-la um pouco e vamos levá-la para Sturgis para você."
Eu ando entre os corredores, meus dedos tocando carinhosamente os tanques de várias motos muito agradáveis. Mas se eu for ficar com ela, eu deveria ser prática, para que eu possa realmente montá-la. Eu não quero um helicóptero, isso é certo, essas parecem difíceis. Eu vou de volta para a azul turquesa que eu estava sentada anteriormente e experimento novamente. "Essa aqui", eu digo, olhando para Spencer com um sorriso radiante. "Eu gosto desta."
"Você pode realmente montar?" Ele pergunta, quando eu me inclino para frente sobre o tanque e descanso minha bochecha contra o metal frio. Eu deixei meus braços caírem e um longo suspiro sai.
"Sim, eu tive um garoto. Ele era selvagem sobre motos."
"Espera aí, já volto."
Ele sai e volta alguns minutos depois, empurrando um carrinho cheio com material de arte pelo corredor.
"Fique assim, mas levante sua camiseta um pouco."
"Por quê?" Eu rio.
"Eu vou pintar as suas costas, só para ter certeza que você sabe no que você está entrando. Algo simples."
Eu tenho que admitir, isso é excitante. "Ok." Eu levanto a parte de trás da minha camiseta um pouco para cima e inclino para trás me encostando no tanque. Ele se senta atrás de mim na moto e pega seus suprimentos. Primeiro ele limpa minhas costas com um pano molhado e, em seguida, me seca com um toque suave.
"Agora", ele diz, "me conta sobre este rapaz com a moto."
E eu faço. Ele pinta enquanto falo. "O nome dele era Wade. Eu tinha quinze anos quando fui morar com ele. Eu estava em um orfanato depois que minha mãe morreu, e este era literalmente, o décimo lar adotivo que eu estive. Eu não era uma encrenqueira ou qualquer coisa nesse sentido, é só que... eu não sei, ninguém me queria. Wade era dois anos mais velho que eu, e ele era um piloto de motocross. Ele me ensinou a andar de motocross e, em seguida, ele ganhou uma motocicleta quando completou dezoito anos e foi um negócio tão grande! Tínhamos começado a ficar juntos então, e bem, a sua mãe descobriu que eu era uma má notícia, uma fazedora-de-bebês esperando para acontecer, talvez. Ela me mandou embora. Mesmo que nós nunca tenhamos feito nada além da segunda base, ele foi meu primeiro amor."
Eu mexo um pouco com o toque suave de seu pincel nas minhas costas e ele rosna um "Fique parada, Black Bird," para mim.
"E depois disso, Spencer, nada na minha vida foi bom de novo, até que eu encontrei Antoine, Ronin e Elise na semana passada." Eu paro por um momento para considerar as coisas, e em seguida continuo. "Você também, eu acho. Quer dizer, eu percebo que eu mal te conheço, mas merda, Spencer, você hoje fez a minha vida. Sério, essa oferta toda é como um sonho. E eu estive em baixa com os sonhos ultimamente, por isso é uma grande coisa para mim."
Ele enxagua seu pincel em uma lata com água e liga um ventilador para secar a tinta nas minhas costas.
"Sim, bem," ele diz, enquanto se levanta e se senta na moto ao meu lado. Eu viro minha cabeça para que eu possa ver seu rosto enquanto falamos. "Eu tenho que admitir que no começo eu só queria irritar Ronin e fazê-la concordar comigo, não que eu não pensei imediatamente que você era perfeita, porque Antoine descreveu você pelo telefone. Mas Ronin e eu costumávamos estar juntos e nós não estamos mais. Então, eu estava apenas sendo infantil."
"Então, como vocês dois se conheceram?"
"Nós fomos para a escola católica juntos."
Eu quase engasgo com minha própria saliva. "Oh merda, Ronin mencionou escola católica na noite passada, mas achei que era, eu não sei, uma fantasia suburbana estranha. Como diabos vocês dois acabaram em uma escola católica?"
"Eu sempre fui a Saint Margaret’s, desde a porra da pré-escola. Mas Ronin apareceu na oitava série, pouco antes de estarmos prestes a nos formar para irmos para o Colégio Católico. Eu morava em Park Hill e ele vivia no Estúdio com Antoine. Ronin era uma viagem, sabe? Ele apareceu do nada, falando francês como se ele tivesse crescido em Paris em vez de Five Points, deixando a escola a cada poucos meses para ir viajar pelo mundo, para fazer fotos. Era uma vida estranha para um garoto, mas Ronin nunca foi um garoto. Eu descobri sobre seus pais alguns anos mais tarde, quando alguém desenterrou o relatório da polícia e espalhou tudo pela escola."
"Oh, isso é uma merda. Ele me contou sobre seu pai."
"Sim, você pensaria que isso realmente irritaria um cara, mas não Ronin. Ele nem sequer piscou. Ele disse algo em francês, que traduzido aproximadamente era eu não sou filho do meu pai, e continuou com o seu negócio. Isso foi no primeiro ano. Passamos os próximos três anos inseparáveis."
"O que aconteceu?"
"Ahhh," diz ele, levantando-se da motocicleta, "é uma longa história. É melhor eu levar você de volta antes que ele vá a loucura. Eu não tenho ideia do que você viu hoje, mas Ronin não é um trapaceiro, Rook. Ele apenas não é. Ele esteve com um monte de meninas, eu sei disso com certeza, mas ele nunca as encontrou ao mesmo tempo. Isso não é dele, então talvez seja melhor deixar ele explicar."
Ele verifica minhas costas e puxa minha camiseta para baixo, depois de determinar que a tinta está seca. Levanto, me sentindo muito melhor do que quando saí do Estúdio, e percebo uma coisa.
Eu estou pronta para ir para casa.
Capítulo Trinta e Sete
Rook
O estúdio ainda está repleto de atividade quando chegamos. É difícil de acreditar que leva tanto tempo para descarregar motocicletas e empurrá-las para dentro do elevador e estacioná-las no andar de cima, mas deve levar, porque ainda há duas motos no caminhão.
Tomamos a escada e eu estou exausta, porque este dia tem sido longo e oscilando à beira do desagradável desde que começou. Se Spencer não tivesse feito esta oferta do contrato com STURGIS, eu provavelmente estaria muito deprimida no momento. Chegamos ao quarto andar e a porta está aberta, eu posso ouvir Antoine gritando em francês sobre algo. Estou muito feliz que o cara prefere ficar chateado em uma língua estrangeira, porque ele salva o resto de nós de ouvirmos a sua boca grande.
"Rook! Onde diabos você estava?" Ronin grita vindo tempestuosamente para nós.
"Spencer e eu..."
Ronin empurra Spencer no peito, mandando-o para trás, e, em seguida, antes mesmo de eu entender o que está acontecendo, eles estão dando socos. "Espere!" Eu grito, agarrando o braço de Ronin. "O que o...."
Ronin reage e me empurra. Eu voo para trás e acabo caindo de bunda.
Mais uma vez! Esse filho da puta!
Antoine me puxa e pergunta educadamente se estou bem e dois dos técnicos separam a briga.
"Onde diabos você estava?" Ronin pergunta.
Eu ignoro a pergunta e me volto para Antoine. "Spencer disse que quer me oferecer o contrato Sturgis, então eu gostaria de assinar isso agora."
Olho para Spencer, esperando que eu não esteja ultrapassando meus limites e ele sorri para mim, ainda respirando pesado da luta.
Antoine não se move, Ronin apenas olha para mim e Elise é a única com bom senso suficiente para falar. "Eu vou pegar os papéis."
"Rook, eu acho que você precisa esperar para assinar isso, podemos falar sobre isso amanhã."
"Não, Ronin. Eu não preciso discutir qualquer coisa com você. Eu tive todos os detalhes com Spencer e eu vou assinar esse contrato hoje à noite." Porque, eu não adiciono, eu serei amaldiçoada se eu ficar presa aqui com um idiota que me empurrou para o chão duas vezes na porra da semana enquanto ele estava zangado com outro cara.
Elise me chama para o escritório, enquanto os rapazes ficam em torno de mim parecendo idiotas, ando para ela, em seguida, fecho a porta atrás de mim uma vez que eu entro.
"Sente-se", diz Elise.
Eu faço.
"Agora, o que aconteceu? Ontem à noite você e Ronin estavam praticamente fodendo um ao outro na chuva e hoje você desaparece com Spencer e volta chateada. O que está acontecendo?"
"Não tem nada a ver com Spencer, se é isso que você está dizendo. Eu apenas não estou certa que eu preciso de um cara na minha vida e para ser honesta, Elise, você é a única que me avisou para ficar longe de Ronin. Então, eu deveria estar lhe fazendo a mesma pergunta." Pego os papéis de sua mão, pego uma caneta na mesa e começo a correr os olhos sobre as estipulações. O contrato se parece com o último, então eu suponho que é padrão e sinalizo com minha inicial e em todos os locais designados.
Eu o jogo em cima da mesa e tomo uma respiração profunda e digo na minha voz mais educada, "Eu vou sair assim que eu receber o pagamento do contrato de TRAGIC. Você pode me dar um prazo aproximado para isso?"
Ela se senta no canto da mesa franzindo a testa para mim por alguns segundos. "Temos mais três fotos para fazer, você pode fazer tudo amanhã e nós vamos dar a metade. Você recebe a outra metade quando o contrato final for entregue. Mas vai ser um longo dia de trabalho sem paradas, Rook, e ele não é o tipo doce também."
"Eu vou ficar bem. Que horas devo aparecer?"
"Seis horas da manhã."
Eu nem aceno com a cabeça para o horário, eu estou pronta para ficar sozinha. Então eu viro e saio, caminho passando pelos homens, que param de discutir no meio da frase logo que eu saio do escritório, e vou direto para o meu apartamento. Eu defino o meu telefone para despertar ás cinco horas para que eu possa lavar a prostituta drogada de cima de mim antes que Elise e Josie possam me transformar e me deixar como uma fanática da metanfetamina.
Eu tinha esquecido sobre o trabalho de pintura que Spencer fez nas minhas costas ontem, e eu não consigo alcançar para esfregá-lo das minhas costas na banheira. Não ajuda que eu tenho que segurar esse chuveirinho maldito na cabeça o tempo todo ou, então, eu apenas a deixaria lá. Eu suspiro, porque eu tenho certeza que isso vai fazer todos reclamar se este for um dia com nu. Eu tento olhar para ela no espelho, e eu posso ver que é um pássaro escuro que pode ser uma gralha ou um corvo, mas também tem as letras embaixo na parte inferior, perto da parte baixa das minhas costas e que é muito pequena para eu mesma ler.
Bem, o que posso fazer?
Nada, isso é o que é.
Quando eu saio no terraço ainda está um pouco escuro, mas todas as luzes dentro do Estúdio estão acesas. Eu vou para dentro e Elise já está ocupada com uma menina loira pequena, aponta para o vestiário e diz: "Veja Ronin em primeiro lugar."
Maravilhoso, ele é a última pessoa que eu quero ver.
Eu ando para o vestiário e está ocupado e cheio de meninas. Todas seminuas, alinhadas para pesar na balança do Dr. Ronin.
A bile sobe na minha garganta e fico doente de pensar sobre me pesar, entre outras coisas. E não é porque eu estou preocupada com o ganho de peso. Eu poderia ganhar algum, eu poderia perder algum, mas eu tenho um tamanho natural e é isso. Eu não sou uma flutuadora. Isso me deixa doente, porque não posso suportar o fato de ele me invadir assim. Me faz sentir tão...
"Entre na fila, Rook," Ronin diz quando eu começo a sair em direção a um banco que ainda não foi reivindicado.
Eu faço o que me mandam. Eu sou fraca. Existem apenas duas meninas na minha frente, assim vai rápido. Eu passo na balança sem olhar para Ronin.
Ele deixa escapar uma pequena risada.
"O quê?" Eu pergunto.
"Você ganhou um quilo." Ele ri novamente.
"E você acha isso engraçado?" Eu pergunto quando a irritação contra ele cresce.
"Não, não é engraçado. Apenas satisfeito."
"Ugh! Onde estão as minhas roupas?"
Ele aponta para um cabide pendurado com meu nome nele e, em seguida, sussurra, "Não fique muito confortável nas roupas, no entanto, é TRAGIC, lembra? A maior parte desse dia você passará vestida com nada. E é melhor você começar a se acostumar com isso, BlackBird, porque todo o contrato STURGIS é apenas nada, apenas nua de corpo inteiro."
Admito que isso me deixe desconfortável, mas então eu me lembro das belas pinturas em todas aquelas meninas nuas no livro de Spencer, e relaxo um pouco sobre a minha decisão. Além disso, já foi. Eu assinei o contrato, não pode ser desfeito sem uma enorme produção. E isso não é algo que eu estou interessada em fazer.
Eu saio da balança e olho ao redor, sem saber o que fazer em seguida.
"Por que você está fazendo isso, Rook?"
"Fazendo o quê?" Eu pergunto, sem olhar para ele.
"Tomando outro contrato. É claro que as fotos de ontem te deixaram deslocada, por que fazer mais, quando você não tem que fazer?"
Viro-me e encontro o seu olhar interrogativo. "Eu tenho que fazer. Eu já lhe disse Ronin, eu quero ser independente e cuidar de mim mesma. Isto," eu digo acenando com a mão para as meninas nuas no vestiário, "é um trabalho que me paga em dinheiro. E nada mais."
"Então, por que você desapareceu ontem?"
"Eu não desapareci, eu estava com Spencer o tempo todo. Agora, se você pudesse apenas me dizer o que fazer, para que eu possa terminar este trabalho e dar o fora do apartamento no jardim, eu realmente apreciaria isso."
Ele me olha por mais alguns momentos, em seguida, joga as mãos. "Vá ver Elise para a maquiagem, em seguida, volte aqui e se troque."
Elise está agitando uma túnica branca fina para mim quando eu entro no salão, eu a agarro, vou atrás da divisória para trocar, e saio embrulhada e pronta.
"Shampoo", diz Elise, apontando para a cadeira. Eu sento e me encosto para trás, e ela liga a água e começa a lavar, falando conforme ela passa pelos movimentos. "Então, Spencer é bom, hein?"
Eu suspiro. "Eu não estou interessada em Spencer, Elise. Apenas no seu contrato."
"Então me diga o que aconteceu. Ronin gosta de você, há dois dias você gostava dele.... como você chegou a este lugar agora? Não faz sentido."
Ela desliga a água e começa a esfregar o shampoo. Desta vez, ela é gentil, como a primeira vez que eu cheguei aqui. Isso foi há uma semana. Uma semana, e isso é o que acontece na minha vida. "Eu só não acho que Ronin é o cara para mim, isso é tudo. Eu realmente não me sinto bem para discutir isso."
"E?" ela estimula, seus dedos massageando a parte de trás da minha cabeça. "Você tem problemas de confiança, certo?"
Eu ronco. "Elise, não finja que você me conhece, porque você não conhece."
"Bem, eu sei que Ronin encontrou você amontoada no corredor como se Clare fosse matá-la ou alguma coisa assim...." Eu me ofendo com o nome e Elise percebe isso e para de falar por um segundo, em seguida, retoma sua psicanálise.
"E Ronin conseguiu te derrubar duas vezes agora, por ciúmes, então eu posso ver porque você estaria chateada com ele sobre isso. E eu sei que você estará sem teto quando você terminar aqui, você admitiu isso a Ronin. E eu sei que você foi ferida. Então, na verdade, Rook, eu não sei todos os detalhes, mas eu acho que te conheço melhor do que você pensa." A água vem de novo, me salvando de responder e eu ainda descanso, apesar dela estar lavando meu cabelo. Quando ela termina, aperta o excesso de água fora e aplica o condicionador. "Hoje não vai ser agradável, então apenas esteja preparada. Eu sei que você estava infeliz ontem com Billy, então, pelo menos hoje será Ronin, mas vai ser difícil para você."
"Bem, eu vou superar isso, Elise. Não se preocupe, eu sempre supero. Até o momento que eu tiver a minha vida de volta nos trilhos, e sua porta batendo na minha bunda, eu tenho certeza que me expor para as câmeras vai parecer a minha segunda natureza."
"Mas isso não tem que ser assim, Rook. Isso é o que eu estou dizendo. Ronin gosta muito de você, basta falar com ele. Esse contrato com STURGIS? Eu posso te tirar dele, Spencer vai ficar louco, mas ele não vai fazer nada contra você..."
"Não se atreva a tentar falar com ele sobre isso! Eu vou ficar tão chateada!" Jesus! Essas pessoas têm algum descaramento! "Eu quero esse trabalho, caramba! Em quantas maneiras eu tenho que dizer isso?"
Ela suspira pesadamente e lava meu cabelo pela última vez, estatela uma toalha sobre ele e me senta. Levanto e tenho um assento na cadeira do cabeleireiro para que ela possa secar meu cabelo.
É uma longa manhã que salta entre silêncios desconfortáveis e respostas curtas e quando Elise termina comigo, a minha reflexão sobre estar me transformando em uma fanática em metanfetamina não estava longe quando eu olho para mim mesma no espelho.
E aquele espelho está falando comigo.
Diz, Rook Walsh, você é realmente TRAGIC.
Tragicamente estúpida por ter concordado com todas essas coisas em primeiro lugar.
Capítulo Trinta e Oito
Rook
De volta ao camarim, eu percebo que a diversão de hoje está apenas começando. Ronin está longe de ser visto, assim, eu pego meu cabide e me dirijo para as cabines privadas. A maioria das meninas está fora do estúdio agora, mas eu não estou interessada em ver ninguém, então será a privacidade da cabine. Dentro do saco está o vestido rosa que eu usei para as primeiras fotos com Ronin. Bem, talvez não o mesmo vestido exato, mas, pelo menos, ele parecia ser exatamente como ele.
É só que não se parece nada com aquele vestido agora.
Porque a bainha anteriormente na altura do joelho agora fica abaixo da minha virilha, e tem uma borda irregular que está rasgada. Para o meu prazer, todo o busto também foi modificado, se você pode chamá-lo assim, porque foi cortado e substituído com um laço preto. Misture tudo com a minha maquiagem de drogada, uma meia branca até o joelho e sapato preto Mary Jane20, e você tem a Gidget vadia vai à Escola Pornô.
Minha tanga mal se qualifica como um selo postal, e uma vez que o sutiã é inexistente, são apenas meus mamilos espreitando através desse, tosse, incrível laço preto.
Rude.
Eu me viro para olhar minha bunda no espelho, puxo o vestido um pouco e percebo que esperar que me cubra é uma causa perdida.
"Bem" Eu giro ao meu redor e encontro Ronin olhando sobre a porta da cabine, "Eu tenho que dizer Gidget, eu já vi você em melhor estado."
Ele abre a porta do box para mim, eu fujo para fora e caminho pelo corredor até o vestiário, em seguida, viro e dou uma olhada nele. Ele tem roupas diferentes neste momento também, um jeans desbotado, uma camiseta branca e jaqueta de motociclista preta. Ou seja, ele fica parecendo um mecânico quente saído de The Outsiders21. Ele é Matt Dillon como Dally22, e eu continuo sendo a Gidget vadia vai à Escola Pornô.
Quando eu encontro o seu olhar, vejo uma expressão triste no seu rosto, me fazendo sentir envergonhada.
Mas eu sou um soldado, então eu pinto um sorriso. "Apenas me diga o que fazer para este dia poder acabar e eu poder receber o meu pagamento."
"Então, isso é tudo que é para você, um pagamento? Isso é tudo que eu estava sendo para você na outra noite? Um pagamento?"
"Eu não vou falar sobre isso, Ronin". Eu o empurro, passo por ele e caminho de volta para o estúdio. Antoine, Elise e um grupo de técnicos estão todos esperando por mim. Eu pego Elise estremecendo quando ela vê o meu novo visual, mas eu ignoro e levanto meu queixo.
Ronin e Antoine estão falando em francês, não há muito a discutir, mas não é amigável.
Elise vem e pega meu cotovelo, me levando para o terraço. "Estamos voltando com você sob a cerejeira", diz ela enquanto nós andamos para fora. Há menos flores nos ramos agora, a maioria das flores está no terreno, murchas e molhadas da chuva recente. Elise me deixa quando chegamos ao balanço e sinaliza para que eu tome um assento. Os técnicos já estão mexendo com as luzes e os guarda-chuvas, em seguida, Ronin, Antoine e os outros fotógrafos chegam. Acho que não vão querer perder um único ângulo da minha bunda drogada, então sim, por que não trazer cada fotógrafo que podemos, certo?
Ugh. Eu quero morrer agora e eu ainda nem estou nua.
Antoine não fala um grão de sal em inglês enquanto nós nos preparamos, ele fala apenas com Ronin e Ronin repete tudo o que ele diz em inglês para o resto de nós. Eles começam a fotografar imediatamente, e Ronin fica fora durante a maior parte do ensaio. Então, ele está atrás de mim, me dizendo para me mover desta ou daquela maneira, depois ajoelha na frente do balanço, pega minhas coxas e coloca a cabeça ao longo da minha perna. Ele tem uma visão perfeita de todos os meus bens e eu quero morrer de novo.
Suas mãos chegam sob a minha bunda e ele vira a cabeça para cima. "Olhe para mim, Gidget. Antoine quer que você olhe para mim."
Faço o que me disseram e eu tenho que admitir, foi muito mais fácil de fazer isso quando estávamos flertando com a possibilidade de um relacionamento.
"Ele quer que você fique com raiva de mim, mas você já está, então eu acho que não é um problema, não é?"
Eu apenas olho para baixo em Ronin, minha mente vai a mil por hora.
"Você se importaria de me dizer o que eu fiz?"
"Eu vi você", eu digo, enquanto as câmeras mantêm clicando.
"Me viu fazendo o quê?"
"Eu vi você lá embaixo, naquele apartamento com Clare."
"Oh, foda-se."
"Sim, oh, foda-se."
Antoine late uma ordem para Ronin. "Levante-se," Ronin repete depois de Antoine.
Eu faço, e as mãos estão imediatamente em minha volta, me puxando em direção à árvore. Ele inclina para trás e me puxa para seu peito. As câmeras estão clicando e Antoine continua a falar, quando as mãos de Ronin envolvem em torno de minha bunda e envolve o meu seio com a mão. "Não é o que você pensa, Rook," ele sussurra em meu pescoço enquanto seus lábios começam a me beijar.
Eu afasto do seu beijo e Antoine rosna algo hostil.
"Eu tenho que beijar Rook, é parte da foto. Então, basta tentar esquecer tudo isso pelo menos por agora."
Eu mantenho minha boca fechada e tento agir como se isto estivesse ok, mas então ele está abrindo o zíper do meu vestido e logo ele tem um dos meus braços colocados para fora, expondo meu seio.
"Você pode dizer pare, você sabe", ele me lembra.
"Eu sei", eu sussurro. "Mas isso tem que ser feito, certo? Então, basta ir e apenas acabe com isso."
Ele continua no outro braço, arrastando lentamente o vestido para baixo, até que ele cai no chão, e então as lágrimas começam a se construir por causa da humilhação que eu sinto.
"O que diabos é isso nas suas costas?"
As palavras afiadas de Ronin me trazem de volta e me cubro com meus braços e me afasto de Antoine. "Uma pintura que Spencer fez ontem."
Agora Antoine está ao meu lado, quando Ronin me gira ao redor para que eles possam dar uma boa olhada na arte no meu corpo. Ambos falam como se eu não estivesse lá. E não estão nem mesmo falando em francês dessa vez.
"Ah, foda, Ronin! Que porra é essa?" Antoine rosna.
"Eu não a vi, ela estava vestida na balança!" Ronin retruca.
"Bem, como diabos vamos tampar está pintura nas suas costas? Huh?"
"Nós vamos ter que lavá-la."
"Isso fará com que sua pele fique vermelha!"
"Vocês percebem que estão falando em inglês, certo?" Eu pergunto. "Quero dizer, eu estou aqui, porra!"
Eles mudam para o francês e Elise me traz um robe, então não tenho que ficar nua. "Vamos, Rook, esta sessão de fotos acabou. Vamos fazer isso outro dia."
"Mas..."
"Eu ainda vou te pagar a metade hoje, você pode sair se quiser, mas precisamos lavar essa pintura e esta sessão de fotos foi um desastre, então eu estou dizendo pare."
E essa palavra é o que acaba tudo. A equipe começa a embalar imediatamente, Antoine para de gritar, e Ronin agarra a minha mão e me leva de volta para o Estúdio. Ele ignora o camarim e me puxa para cima das escadas, e antes que eu possa mesmo argumentar sobre por que eu não deveria estar indo para o seu apartamento com ele, eu já estou lá, sentada no sofá quase em lágrimas.
Capítulo Trinta e Nove
Ronin
Sento na cadeira na sala de estar em frente a Rook, e deixo escapar um longo suspiro quando eu solto a minha cabeça em minhas mãos, esfrego meu rosto e depois olho para trás e para cima. "Diga-me uma coisa," Eu pergunto, tentando não olhar para sua maquiagem, "por que você acha que eu peso as meninas? Quero dizer, você deu a entender que eu sou algum tipo de cara obcecado por controle, é por isso que você acha que eu faço isso? Assim eu posso controlá-las?"
Rook envolve seus braços em volta dela. Ela ainda está nua sob o roupão e eu tomo um minuto para ir buscar um cobertor no armário do corredor. Eu ofereço a ela e ela guincha um quase inaudível "Obrigada", em seguida, puxa a coberta até o pescoço.
"Você acha que eu estou... O quê? Cuidando as meninas que ganham peso para que eu possa demiti-las?"
"Você não faz isso?" ela pergunta.
Eu rio e balanço minha cabeça. "Puta merda! Não! Eu não estou fazendo isso para mandar qualquer uma embora por ganhar peso, Rook. Eu te disse, eu não me importo quanto você pesa, eu só me importo se você perder peso."
"Você nunca disse isso, você disse que estava procurando por uma mudança de peso."
"Certo, não ganho de peso". Eu paro de falar novamente e me inclino para trás na cadeira para que eu possa olhar para o teto quando a culpa vem de novo. A culpa sempre volta e ela sempre volta pela a mesma garota.
"Houve uma modelo que passou por aqui há alguns anos atrás. Mardee." Eu olho para ver o que Rook pensa sobre isso, mas ela tem seus joelhos dobrados contra o peito e seu rosto está escondido no cobertor. "Mardee e eu namoramos, eu tinha apenas dezenove anos e ela mal tinha completado dezoito anos. Muito jovem como você para tirar a roupa para a câmera de Antoine. Mas como você, ela fez isso de qualquer maneira. E ela era boa nisso."
"Ela teve um monte de ofertas e logo havia agências e clientes chamando, ela me largou e começou a namorar caras mais velhos, ela se envolveu em um monte de merda ruim, e o pior de tudo, foram as drogas. No caso de você não ter notado, este bairro não é o melhor. Claro, é familiar durante o dia e quando há um jogo no estádio, mas a realidade dessas ruas está apenas a metade de um quarteirão de distância. Então ela conheceu alguns dos moradores locais, as pessoas que conheço desde a escola primária, assim você sabe, eu era pelo menos um pouco hesitante de dizer a ela que eles eram todos um bando de perdedores."
"O que aconteceu com ela?" Eu tenho a atenção de Rook agora, e seus olhos me observam com cuidado, mesmo quando ela tenta continuar escondendo o rosto no cobertor.
"Ela usou um monte de heroína, foi o que aconteceu com ela. Ela perdeu tudo, logo que ela tinha começado a fazer todos os seus sonhos se tornarem realidade. Ela arruinou sua vida, ela deu tudo para as drogas. Ela aparecia aqui alta para caralho e eu fingia não perceber, porque eu estava em negação, ou muito ocupado para ver o quão ruim ela estava ficando, ou talvez, se eu for honesto aqui, eu simplesmente não dava a mínima para a menina, além de dormir com ela em um dos antigos quartos no térreo. E depois de três meses do seu décimo nono aniversário ela estava morta."
"Oh, sinto muito, Ronin".
"Ela morreu em um dos nossos quartos criativos no terceiro andar. Eu a despedi, mas eu senti pena dela depois, e a deixava ficar em um quarto que raramente usávamos. Encontrei-a lá embaixo, com um elástico amarrado ainda estrangulando seu braço, a agulha ainda espetando sua veia."
Eu respiro fundo e, em seguida, deixo sair o ar e assumo a responsabilidade pelo que fiz. Talvez, pela primeira vez, eu admito que essa menina se foi por minha causa. "E não só eu sei que ela estava usando, mas eu vi todos os sinais de que ela estava se perdendo. E a perda de peso foi a primeira pista. A perda de peso, Rook, é a primeira pista de que algo está errado, neste negócio. E não apenas com as drogas, com qualquer coisa. Com a depressão e transtornos alimentares e todos os tipos de coisas desagradáveis que afligem as pessoas que dependem de como eles aparentam para ganhar a sua vida.”
"Então é por isso que eu verifico as meninas todos os dias. Eu estou olhando para ter certeza de que, se perder um quilo ou dois, elas ganham de volta muito rápido. Caso contrário, eu começo a prestar mais atenção aos seus hábitos, e se eu descobrir que elas estão usando drogas, eu as demito. É esse o acordo que assinou em ambos os contratos. Eu mantenho um olho em você para o seu próprio bem."
Eu vejo um lampejo nos seus olhos, pronta com a réplica, mas estou muito à frente dela.
"E se você acha que pode navegar neste negócio sozinha, você já está morta, Rook. Porque você não pode. Este negócio vai usá-la e jogá-la fora como lixo."
"Então você acha que eu sou estúpida por assinar o contrato de Spencer?"
"Não, eu entendo. Eu realmente entendo. Você foi pega em algo ruim e agora você acha que o dinheiro vai impedir de que isso volte a acontecer. E talvez ele vá. Mas o dinheiro, do jeito que eu vejo, é a porra da causa de todas as besteiras que aconteceram com Mardee. Se ela não tivesse dinheiro, ela não teria sido capaz de comprar drogas, ou aceitar encontros com ricos perdedores, ou assinar contratos para fazer pornô e tudo o que ela estava fazendo no final. O dinheiro não irá salvá-la, Gidget. O dinheiro é uma ferramenta e nada mais."
"Talvez", ela admite. "Mas é melhor ter opções ruins do que não ter opções. E as pessoas não vão poupar você, você sabe."
Eu balancei minha cabeça e deixei escapar um longo suspiro. "Deus; é a merda mais triste que eu já ouvi."
Ela olha para longe agora, com os olhos vidrados com a ameaça de lágrimas. "Ninguém veio para me salvar. Ninguém deu uma merda sobre mim, e a única razão pela qual eu ainda estou viva agora é porque eu me salvei. Eu me salvei, Ronin. Eu."
Levanto e me junto a ela no sofá. Ela vira de costas para mim, então eu empurro o cobertor longe e puxo o robe para baixo, para olhar a pintura em suas costas. "Será que Spence disse o que ele escreveu?"
Ela balança a cabeça e olha por cima do ombro para mim. "O que ele escreveu?"
"Ele escreveu, Eu pertenço a Ronin e Spencer Shrike sabe disso."
"Oh Deus!"
"Ele foi feito para mim, não para você, Rook," eu digo, traçando o contorno da ave em suas costas. "Ele estava me enviando uma mensagem. Nós lutamos sobre Mardee. Spencer e eu éramos melhores amigos na escola e no meio do caminho durante a faculdade, mas eu descobri que ele foi a pessoa que apresentou Mardee à ralé de comerciantes locais. Mesmo que ele tenha crescido em Park Hill, ele passou tempo suficiente aqui comigo para conhecer todos eles. Eu praticamente derramei toda a minha culpa em odiá-lo", eu parei para olhar Rook nos olhos, "para que eu pudesse esquecer que fui eu realmente que a matei. Com a minha indiferença."
Ela deixa cair a cabeça e funga.
"E eu faria qualquer coisa para evitar que isso se torne o seu futuro. Mas eu não posso parar você, e honestamente, eu sou apenas um grande merda hipócrita, porque é assim que eu fiz todo o meu dinheiro também. Foi como eu comprei a parceria que tenho com Elise e Antoine. Como eu pago por este apartamento, carros, caminhonete, motos, viagens. Eu gosto de um monte de coisas boas na vida, as mantenho, porque garotas como você tiram suas roupas para caras como Antoine e eu. Então eu não tenho espaço para julgar."
Ela funga de novo, e a última coisa que eu quero é que ela se sinta derrotada, então eu lhe dou o que ela precisa ouvir agora. "Mas se você estiver pegando outro contrato, ter este corpo pintado por Spencer é provavelmente o melhor cenário, porque eu sei de um fato: Spencer Shrike é um cara bom."
Ela olha por cima do ombro confusa. "Então você não está louco sobre isso?"
"Foda-se, sim, eu estou louco! Mas a verdade é Rook, você não pertence a mim. Você é livre para fazer o que quiser. Eu não posso te parar. Eu posso lhe dar a minha opinião honesta, eu posso avisá-la quando eu vejo os perigos, mas eu não posso obrigar você a fazer qualquer coisa.”
"E Rook, só para que você saiba, eu não estou procurando por uma menina que fique no canto, ou a controlar, ou usá-la e jogar fora. Eu tive isso, eu posso conseguir isso em qualquer lugar. O que eu não posso ter em qualquer lugar é uma parceira que confie em mim e me ame. Então, se você acha que eu estou tentando prendê-la, você está errada. Eu não estou interessado em uma menina que quer estar o mais longe possível de mim quanto ela possa."
Ela senta em silêncio por alguns minutos antes de virar o corpo para que ela possa me olhar no rosto. "Eu gostaria de lhe pertencer, Ronin", ela sussurra. "Algum dia. Mas não agora, eu ainda estou correndo com medo. Alguns meses atrás, me olhei no espelho e eu não tinha ideia de quem era aquela garota."
Capítulo Quarenta
Rook
"Você quer ouvir uma história trágica?" Pergunto a Ronin, me sentindo pronta para falar sobre isso. "Porque eu realmente tenho uma."
Ele se inclina para frente e me beija no topo da minha cabeça e então me puxa para o seu peito. "Conte-me, Rook."
"Bem, uma coisa antes de eu te contar, eu apenas quero que você saiba que eu estou bem agora." Eu espero para ver se ele tem alguma coisa a acrescentar, mas eu posso dizer que ele só vai me deixar falar. "Isto acabou, eu fui embora e eu nunca vou voltar para aquela vida. Então, eu não estou procurando por alguém para voltar, ou pegá-lo para mim, ou que tenha piedade de mim, ou nada disso. Mas se eu agir um pouco distante ou se eu tomar decisões que talvez não se encaixem com a forma como você pensa, bem, apenas saiba que eu tenho meus motivos. Ok?"
Ele balança a cabeça debaixo de mim e eu tomo uma respiração profunda.
"No ano passado eu estava grávida, mas eu tive um aborto espontâneo. Meu ex o causou na verdade, e tão terrível como parece, foi uma bênção, porque não só apenas impediu uma criança inocente de ter nascido em uma família de abuso, como eu também tive uma daquelas coisas de controle de natalidade implantadas enquanto eu estava no hospital." Eu puxo o cobertor longe e esfrego meu dedo ao longo do meu braço. "Eu sabia que um bebê com Jon não era uma extensão do nosso amor ou a chance de criar algo bonito." Eu olho para Ronin. "Significava cativeiro eterno. Ele me manteve trancada em uma prisão, nada do tipo de barras e fechaduras, mas do tipo que assume sua mente e te prende como refém. Então, eu coloquei o implante de controle de natalidade em segredo, porque esse era seu plano. Me engravidar, e em seguida, usar esse bebê contra mim para o resto da minha vida e me segurar como uma prisioneira."
"Rook, eu sinto muito." Ele empurra um pouco de cabelo dos meus olhos e beija minha cabeça novamente.
Eu respiro fundo e continuo. "Eu mantive isso em segredo por um tempo, mas uma noite, enquanto nós estávamos fazendo sexo, sua mão estava segurando meu braço e ele sentiu o pequeno implante. E ele me bateu muito. Me puxou da cama pelo meu cabelo, me bateu no chão, me chutou nas costas com tanta força que pensei que estava paralisada. Só que eu podia sentir a dor que irradiava para cima e para baixo da minha espinha, então eu sabia que não estava paralisada. Eu não consegui sequer contar quantas vezes ele me deu um soco na cara, só sei que ambos os meus olhos estavam fechados de tão inchados muito antes dele ter acabado.”
"Como eu não me levantava, ele me levou para o chuveiro, me jogou na banheira e ligou a água fria para lavar o sangue. Eu só conseguia ficar ali, imóvel, ou, pelo menos, tentando não me mover, por causa da dor aguda subindo pelas minhas costas. A água se tornou de uma cor vermelha suja, de todo o sangue que derramava do meu nariz.”
"Normalmente, eu nunca olhava para mim depois, mas no dia seguinte eu olhei. Meu rosto estava irreconhecível, tão inchado e, bem, não era eu. E foi quando eu soube. Se eu ficasse com este homem, ele me mataria. Eu estaria desistindo da minha vida se eu ficasse."
Ronin me abraça apertado e sussurra em meu pescoço, "E você o deixou, e entrou em um ônibus, sozinha."
Eu concordo. "Depois que eu estava curada, o deixei e entrei em um ônibus e acabei em Denver. Levou exatamente trinta e um dias para o meu rosto voltar a ser como era. Eu não estava trabalhando naquele momento, ele me fez sair do meu emprego muito antes disso. Assim, ninguém sequer sabia. Eu não tinha família, eu não tinha amigos, eu não poderia nem mesmo pedir ajuda a um vizinho, porque nós vivíamos longe, em algumas terras que sua família tinha. Era apenas esta casa triste no meio do nada."
"Mas ele me dava dinheiro a cada semana para que eu pudesse ir às compras antes de me bater, de qualquer maneira. E por três anos eu estava planejando o dia que eu teria que sair e ir embora. Antes do último incidente, eu estava com muito medo de realmente não conseguir fazer nada sobre isso, eu sabia que um dia eu não teria nenhuma escolha. Eu sabia que, eventualmente, ele ia me matar. Então eu salvei alguns dólares do subsídio que ele me dava, contando que eu poderia fugir com eles. Às vezes, ele verificava meus recibos e mantinha um inventário de toda a comida na casa, por isso era muito difícil conseguir o suficiente para até mesmo comprar o bilhete de ônibus, muito menos um pouco de dinheiro para sobreviver depois que fui embora. Ele verificava a quilometragem, para se certificar de que eu nunca fui a qualquer outro lugar com o carro, e ele conectava as teclas digitadas no computador, para se certificar de que eu não o estava usando quando ele estava fora. Então não podia falar com rapazes ou alguma merda estúpida como essa."
"Ele controlava tudo."
"Sim", eu digo. "Eu pertencia a ele." Eu me viro agora, para que eu possa olhar Ronin enquanto eu falo. "E é por isso que eu preciso disso, Ronin. Eu preciso disso, ou eu juro que eu não faria. Você tem que acreditar em mim. Eu não quero usar drogas, ou parar de comer, ou fazer modelagem como minha carreira. Eu tenho meus próprios sonhos e eu não estou pronta para passar em cima deles ainda. Eu só quero o dinheiro para que eu possa tomar minhas próprias decisões. E talvez, este contrato com Spencer seja um erro. Talvez eu me arrependa, mas eu não penso assim, porque Spencer Shrike foi gentil e ele faz arte em corpos nus. Ele não me fez me sentir... suja."
"Como TRAGIC faz."
"Sim, este contrato é definitivamente sujo. Quero dizer, claro, eu vou terminar o que eu preciso fazer para receber o pagamento, mas não estou interessada neste tipo de modelagem, Ronin, eu não estou interessada nas roupas, ou na atenção, ou qualquer coisa assim. Eu só quero o dinheiro para que eu possa seguir em frente."
Ronin se deita no sofá e me puxa para baixo com ele, para que meu rosto descanse em seu peito. Eu ainda estou nua sob o roupão, mas eu não me importo. Ele faz com que eu me sinta bem.
"Então você não confia em ninguém."
"Certo," eu respiro. "Quero dizer, eu sou muito bem ajustada, eu acho. Quando eu estava no abrigo, eu conversei com alguns conselheiros. Foi muito difícil no início, mas cada dia longe dele, eu me curava um pouco mais. E eu sei que eu tenho questões para tratar, e talvez eu esteja tomando todas as decisões erradas no momento. Isso é possível, eu entendo. Mas, mesmo se o que eu estou fazendo estiver errado, eu ainda preciso fazer isso. Eu preciso estar no controle, eu preciso ter essas escolhas e eu preciso cometer meus próprios erros. É a única maneira de realmente fazer as coisas certas comigo."
"Mas Gidget, você tem que deixar as pessoas ajudá-la. Você não pode viver em um vácuo."
"Eu sei, eu penso nisso também. E talvez um dia eu vá confiar em outra pessoa, e deixá-la cuidar de mim novamente, mas não hoje." Viro e olho para ele. "Esse dia não é hoje. Preciso de um pouco de independência, Ronin. Eu preciso ser capaz de pensar por mim mesma. E, honestamente, eu estava prestes a ceder a você depois do nosso encontro no jardim zoológico e da noite que passamos juntos. Mas então eu vi você com essa outra garota, e eu percebi que eu simplesmente não estou pronta ainda. Eu estou muito vulnerável agora. Eu preciso de um pouco mais de tempo, eu preciso de um pouco mais de controle."
Eu relaxo de volta em seu peito e nós pensamos sobre as coisas em silêncio.
"Bem", ele diz um pouco mais tarde, me apertando com um pouco mais de pressão. "Sinto muito que você teve que ver Clare e eu assim, mas eu não estou namorando ela, Rook. Eu nunca tive nada com Clare. Ela é sobrinha de Antoine e ela é uma bagunça. Ela voltou para casa na manhã de ontem, que é o seu apartamento, de qualquer maneira. Ela vive aqui no prédio. Antoine me ligou ontem de manhã e eu deveria ter lhe dito o que estava acontecendo antes de deixar você na cama, mas não o fiz. Desculpe-me. Tudo o que aconteceu ontem foi culpa minha."
Ele me puxa de volta para que ele possa ver o meu rosto e eu dou um pequeno sorriso.
"De qualquer forma, Clare tem um monte de problemas e ficamos muito perto de chegar a ela para colocá-la na reabilitação, então eu fiquei com ela para ter certeza que ela não nos deixaria antes de virem para buscá-la. Ela está nas montanhas agora, espero que ela vá ficar lá e completar o programa, mas para ser honesto, ela esteve lá antes e nada ajudou."
Ele dá de ombros debaixo de mim.
"Ela estressa a todos nós, sabe? É como se, por um lado, eu só queira que ela vá embora e se mate em outro lugar, de modo que não temos que prestar atenção. Mas não podemos deixá-la ir. Nós a deixamos voltar, nós cuidamos dela, mas não está funcionando. Eu não acho que ela vá conseguir Rook, ela não é forte como você. No dia que você apareceu para o seu teste, foi a primeira vez que a deixamos modelar em meses. E mesmo que Antoine nunca a deixa fazer qualquer coisa de moda e fotos de prestígio, nós a definimos para sessões de fotos artísticas e sexys por uma única razão. Eu poderia verificar seu peso. E se eu encontrasse algo que sequer insinuasse que ela ainda estava usando, íamos demiti-la para o seu próprio bem.”
"Você tira o trabalho, você tira o dinheiro, você tira as drogas. Isso é como é suposto funcionar, certo? Como ele deveria ter funcionado com Mardee também. Uma rotina de amor resistente. E talvez, Clare apenas vá e encontrará suas drogas em outro lugar, mas pelo menos não estamos contribuindo para isso." Ele para e exala uma longa respiração.
"Porém, no dia que você apareceu aqui, eu a verifiquei no vestiário e ela tinha fodidas marcas entre os dedos dos pés."
Ronin apenas balança a cabeça e faz uma pausa por alguns segundos. "Isso é um sinal muito ruim. E não temos ilusões, mas Antoine estima que não podemos desistir. Então, sinto muito que ela foi a razão que você estava com raiva. Se alguma vez houve uma garota que foi trágica, é Clare Chaput, não Rook Walsh." Ronin senta e toma o meu rosto em suas mãos. "Você não é trágica, Gidget. Você é a coisa mais doce que eu já vi. E eu nunca quero ver você nesse traje bunda-feia de TRAGIC novamente, mas se você precisa disso e se você quer fazer a besteira de arte no corpo de Shrike Bikes, para que você possa esconder uma porrada de dinheiro em alguma conta bancária secreta e, em seguida, obter algum controle sobre sua vida novamente, apenas faça-me um favor."
"O quê?" Eu pergunto.
"Deixe-me ajudá-la. Porque eu posso garantir que você chegue até o outro lado intacta."
Eu sorrio e sussurro: "Obrigada."
"Mas me faça uma promessa, ok?"
"O que agora, Larue?"
"Que você vai me ouvir e tomar o meu conselho quando eu o oferecer. Porque eu não posso ajudar alguém que não quer ser ajudado. E eu sei melhor do que a maioria, o que simplesmente não funciona."
Mesmo que eu tenha tentado fazer uma piada, seu rosto está sério. Eu posso engolir a minha vergonha e dar o que ele precisa. O que nós tanto precisamos. "Eu prometo Ronin. Eu vou ouvir e tomar boas decisões com base em seu conselho. Apenas não desista de mim ainda, porque eu realmente gosto de você."
Ele me tira de cima dele e se levanta, tira o cobertor de cima de mim e chega até escorregar os meus desajeitados sapatos Mary Jane. Suas mãos deslizam para cima nas minhas panturrilhas e, em seguida, puxa para baixo as meias brancas de colegial. Leva toda a minha força de vontade para não gemer com isso, porque faz cócegas.
Quando ele termina, ele pega a minha mão e me levanta, então me leva para o corredor. "Onde estamos indo?"
"Lavar TRAGIC para fora de você, Gidget. Eu não suporto olhar para ele por mais nenhum segundo."
Ele me leva para o banheiro e me vira para o painel de controle, o que detêm todos os poderes da ducha.
Eles não liga todos de uma vez, desta vez, apenas uma névoa fina sai fora do teto, juntamente com uma baforada de vapor. Ele desliza para baixo o robe dos meus ombros e ele cai no chão em um voo suave e, em seguida, se despe enquanto eu assisto.
Quando estamos nus, ele abre a porta do chuveiro e entra na névoa de água fumegante. Ele se senta no banco de azulejos na parede e estica sua mão para mim. Eu a seguro e subo em seu colo enquanto suas mãos mergulham para baixo e envolvem minha bunda.
"Eu acho que você pode ter mentido, Larue," eu digo, brincando quando eu olho para baixo sobre ele.
"É? Sobre o que eu menti Gidget?" Ele pergunta inocentemente, enquanto fuça meu pescoço.
"Este chuveiro."
Ele inclina a cabeça para trás e eu sorrio.
"Não há nenhuma maneira que este chuveiro seja melhor do que o sexo."
Sua risada me enche e de repente eu estou totalmente no momento. Eu coloco minha testa na sua e aperto meus olhos fechados para impedir as lágrimas de felicidade.
Os contratos podem esperar, Elise e Antoine podem esperar, a vida pode esperar. Porque agora não há mais nada, não há mais ninguém neste mundo, exceto nós.
Rook e Ronin.
Eu não tenho certeza do que vai acontecer. Talvez nós façamos, talvez não, mas se há uma coisa que eu aprendi, é apreciar o bom quando isso acontece. E ter este homem me aceitando e me querendo do jeito que sou agora é uma coisa boa, e está acontecendo neste exato momento.
Então, eu vou apreciá-lo.
J.A. Huss
O melhor da literatura para todos os gostos e idades