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O General Treyvon Rayner é o Comandante Supremo da Defesa Kaliszian. Ele é primo e amigo de confiança do Imperador Kaliszian, Liron Kalinin, apesar do ancestral de Treyvon ser uma das causas da Grande Infecção tantos séculos atrás. Isso nunca sai da mente de Treyvon e ele jurou passar a vida inteira tentando consertar as coisas.
A Chef Jennifer Neibaur sonhou em viajar para lugares exóticos, experimentar diferentes cozinhas e aprender a prepará-los. Seu sonho se tornou realidade, mas a um preço elevado. Ela perdeu a irmã. Seu marido morreu. Foi gravemente ferida. Tudo o que era suficiente para ela querer morrer. No entanto, para uma chef acabar em um lugar onde a comida era apenas sustento e nunca algo apreciado, foi o castigo final.
Duas pessoas honradas e fortes tentando encontrar perdão e redenção para coisas que estavam fora de seu controle. Não estão à procura do amor. No entanto, se puderem aceitá-lo, o perdão poderá ser mais do que apenas a si mesmos.
CAPÍTULO UM
O General Treyvon Rayner era o Comandante Supremo das Defesa Kaliszian. Ele era um guerreiro experiente, que esteve em centenas de batalhas, viu e entregou mais de sua parcela de violência e morte. Ele era forte e temido, mas agora nunca se sentiu mais impotente em toda sua existência.
Fazia duas semanas desde que os Zaludianos atacaram sua base em Pontus. Durante a batalha, foi descoberto que outro dos sobreviventes humanos era uma fêmea. Mesmo com os ferimentos que recebeu anteriormente lutou contra um Zaludiano para tentar salvar sua amiga... e isso pode ter lhe custado sua vida. Ela passou mais de dezoito horas na unidade de reparação profunda e Luol, um dos curandeiros mais experientes do Império, não tinha certeza se ela sobreviveria.
Como isso era possível?
Um Guerreiro, mesmo com a mais graves lesões, nunca precisou de tanto tempo na unidade de reparação profunda.
Olhando para a fêmea, cujo nome ele descobriu ser Jennifer Neibaur, não pode evitar se perguntar como alguém tão pequeno, tão frágil, teve a coragem de atacar o maior e mais forte Capitão Zaludiano.
A verdadeira companheira e Ashe do Líder de Esquadrão Nikhil, Mackenzie, contou como Jen a salvou do Zaludiano que a sufocava. Eles até encontraram uma das duas lâminas que Nikhil deu a sua Mackenzie cravada profundamente nas costas do Capitão.
No entanto, tudo isso foi a um custo significativo para esta fêmea. Luol informou-o que a unidade de reparação mostrou que ela tinha um ombro deslocado, costelas quebradas e uma fratura de crânio grave. E aqueles eram apenas os ferimentos deste ataque. A unidade também encontrou vários antigos ferimentos e os curou. O mais óbvio e surpreendente foram as cicatrizes selvagens do lado esquerdo de seu rosto. Enquanto se curaram, ainda mantinham uma irregularidade que falava da brutalidade da lesão.
Treyvon agradeceu ao descobrir que o aço Tornian não causou as lesões e que a unidade poderia, eventualmente, repará-las, como poderia com as outras cicatrizes em seu corpo pálido e magro. Sua pior lesão, porém, era um tornozelo quebrado que não se curou adequadamente, a unidade não pode fazer nada e isso o deixou furioso.
Nenhuma fêmea jamais deveria sofrer, especialmente não como esta. Treyvon sabia que alguns guerreiros nuca sobreviveriam como ela. E outros que não teriam a coragem de atacar um Capitão Zaludiano com as pequenas lâminas que encontrou.
O aço Zaludiano embutido em suas luvas eram como uma navalha afiada podiam estripar um macho se não soubesse como se proteger. Mackenzie admitiu a eles que o aço foi o que causou os ferimentos no rosto de Jennifer.
Treyvon descobriu que precisava se conter para não estender a mão e tocá-la. Foi assim desde que a levou para unidade médica.
Treyvon trabalhava sem parar uma vez que o ataque Zaludiano severamente danificou uma parte da base antiga. Foi um ataque estratégico. Um que pretendia matar o maior número de sobreviventes possível enquanto causava caos em massa.
Atingiu seu objetivo. No entanto, seria muito pior se não fosse pela ação de rotina do Guerreiro Gulzar de informar Treyvon de uma nave que se aproximava. E se não fosse por isso, tudo poderia ter se perdido.
A nave que se aproxima não era o Fenton, como Gulzar informou. Treyvon percebeu isso porque conversou com o Capitão Darzi no início do dia. Darzi avisou que se atrasaria para chegar devido a problemas com seu carregamento.
Treyvon e a maioria de seus Guerreiros de Elite, estavam fora da base no momento. Afastados devido a uma transmissão que veio da mina onde encontraram os sobreviventes humanos. Foi então que percebeu que foram enganados, por isso a base foi atacada. Mas esse conhecimento chegou tarde demais. Especialmente para a fêmea deitada tão quieta e silenciosa diante dele. Ela precisou se proteger e a sua amiga, quando deveria ser ele a protegê-las. Não importava que não soubesse sobre ela. Ela ainda era sua responsabilidade e as fêmeas sempre eram protegidas.
Eles ainda precisavam descobrir quem deu os códigos para os Zaludianos que lhes permitiu entrar na atmosfera de Pontus sob o disfarce de Fenton. O Imperador exigiu respostas e Treyvon foi incapaz de fornecê-las. Tudo o que sabiam era que a transmissão foi ativada remotamente e não puderam descobrir de onde ela se originou, embora Gryf estivesse trabalhando incansavelmente nisso.
Em seguida, houve a reconstrução do composto e o transporte dos sobreviventes de volta para seus mundos de origem. Eles perderam os Jerboaianos sobreviventes durante o ataque à base, algo que Treyvon achava indesculpável. Eles estavam sob seu cuidado, sua proteção e falhou.
Assim como com esta fêmea.
Assim como a Mackenzie de Nikhil, também foi ferida durante o ataque.
Ele precisava encontrar uma maneira de fazer isso para todos eles.
Com tudo isso acontecendo, ele ainda acordava no meio da noite com a necessidade inexplicável de verificar esta fêmea. Antes mesmo que soubesse o que estava fazendo, se encontrava ao seu lado.
Mackenzie estava ali todo o tempo que não estava com Nikhil. Ela limpou o sangue e sujeira da pele e do cabelo da amiga, penteando a massa grossa, quase branca até que brilhou. Treyvon nunca viu um cabelo dessa cor antes e parecia atraí-lo.
E quando Mackenzie não estava ao lado de Jennifer, um dos sobreviventes humanos do sexo masculino estava. Enquanto os machos se revezavam ali, parecia que aqueles chamados Paul ou Eric eram os mais frequentes.
Ele lutava cada vez que via um deles perto dela. Segurando sua mão ou inclinando-se perto para falar com ela, tentando levá-la a responder. Ele também sabia que não tinha o direito de se sentir assim. Ela não era sua fêmea. Sequer a conhecia.
Então, por que estava tão atraído por ela?
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— General.
Treyvon ignorou o empurrão assustado do macho na cadeira ao lado de Jennifer e se virou para ver o curandeiro Luol entrar na sala.
—Luol. — Treyvon respondeu.
—Craig, como você está hoje? — Luol perguntou ao macho humano que ele assustou ao acordá-lo. Luol não gostava de Craig Collins, que parecia ser o líder dos seres humanos, embora se esforçasse para entender o porquê. Ele era o único macho que dormia enquanto deveria cuidar de Jennifer. E se não podia cumpri com o dever atribuído a ele, então deveria dá-lo a um que podia. E se Jennifer acordasse enquanto ele dormia?
— O que? — Craig perguntou, olhando ao redor grogue. — É manhã já?
—Não, ainda faltam várias horas antes do sol nascer. — Luol disse a ele.
— Então por que você me acordou? — Craig perguntou.
— Sinto muito. — Luol disse, embora não estivesse de todo arrependido. — Pensei que estivesse aqui para se certificar de que quando Jennifer acordasse, visse um rosto familiar.
— E estou. — Craig respondeu imediatamente.
— Entendo. — Luol passou por Craig para o outro lado da cama para poder examinar Jennifer. Depois de alguns momentos ele falou, mas foi para Treyvon. — Não houve mudanças, General.
— Por quê? — Treyvon perguntou. —Por que ela não acorda?
— Eu não sei, General. Não há nenhuma razão biológica para que não o faça.
— Ela está em coma? — Craig perguntou.
— Coma? — Luol franziu a testa para Craig. — O que é um coma?
— O coma é o estado em que Jen parece estar. Ela não pode ouvir, pensar ou ver. Para a maioria, isso significa que podem nunca acordar. Na Terra, quando as pessoas estão neste estado, ficam ligados a tubos para se certificar que sobrevivam.
— O que quer dizer tubos? Para que usam tubos? — Luol perguntou.
— Para certificar-se de que uma pessoa receba os líquidos e nutrientes que precisam.
— Por que precisam de tubos para fazer isso? — Luol perguntou.
— O que você quer dizer? — Craig deu-lhe um olhar confuso. — Como pode garantir que sobreviva sem isso?
— Colocando-os na unidade de reparação profunda e que fornecerá tudo o que precisam. Sem tubos.
— Então por que Jen não está nela? — Craig desafiou.
— Ela a usa. Uma vez por dia. Aparentemente, você nunca esteve aqui quando ela foi transferida. Talvez estivesse apenas dormindo! — Luol respondeu. — Obviamente, o nosso tratamento médico é muito superior ao seu.
— E se é assim, então por que ela ainda está em coma? — Craig perguntou presunçosamente, dando a Luol um olhar superior.
— Ela não estaria se você tivesse informado de sua existência antes do ataque. — Treyvon acusou, olhando para Craig.
— Essa foi a decisão de Jen. — Craig respondeu, recusando-se a assumir a responsabilidade por isso.
— Você é seu líder! É o único responsável! É seu dever se certificar que sejam cuidados e protegidos querendo ou não! — Enquanto a voz de Treyvon nunca subiu, não havia nenhuma dúvida da raiva nele.
— Acha que eu não sei disso? — Craig levantou-se com raiva para enfrentar Treyvon. — Você tem alguma ideia de como é lutar para ter um valor na sociedade? Provar este valor? Eu nunca precisei. Não até os Ganglians! — A raiva dele rapidamente desapareceu. Lentamente, ele sentou-se e olhou para Jen. — Tudo o que pensava que era, tudo o que pensei em fazer, mudou por causa deles. Eles me tiraram tudo e pela primeira vez na minha vida, eu vi quem e o que era. Não gostei do que encontrei. Não sou forte. Não sou um líder e se não fosse pelos Ganglians colocar seu educador em mim primeiro, ninguém pensaria assim. Jen e Mac, eram nossas verdadeiras líderes. Elas quem nos mantiveram juntos. Cuidaram de nós, trataram todas as lesões. Elas nos alimentaram. Até mesmo deu comida em nossas bocas, quando estávamos muito cansados para isso.
— No entanto, você não fez o mesmo por elas. — Treyvon rosnou.
Craig abriu a boca para negar que o fazia antes de serem capturados. Mas isso não foi antes, foi depois e agora ele era um homem diferente. — Não, eu não fiz e nada jamais poderá compensar isso.
— Isso é verdade. — Treyvon concordou.
— Não, não é! — Três cabeças se viraram quando Mackenzie entrou na sala, Nikhil seguindo de perto. Ela usava uma cobertura verde com tons de âmbar. Era um dos revestimentos que Maysa, a Ashe de Luol, enviou no Fenton para ela. Servia perfeitamente, fazendo seus olhos brilharem as contas de Ashe e verdadeira companheira que ela usava se destacam.
— Mackenzie, o que você está fazendo aqui tão cedo? — Luol perguntou. — Há algo errado?
— Não, eu simplesmente não conseguia dormir. — Ela disse a Luol olhando com raiva para Treyvon. — Não é culpa de Craig. Não é culpa de ninguém. Eu disse a eles para deixar os Zaludianos me levarem. E se você quiser culpá-lo pelas lesões de Jen, então precisa me culpar também, porque eu não fiz nada para impedir.
— Mackenzie... — Nikhil rosnou, sabendo como Mackenzie se sentia culpada a respeito.
Mac ignorou todos eles. Craig ficou de pé, movendo-se de lado quando Mac caminhou até tomar o seu lugar.
Olhando para Jen, Mac precisou lutar contra as lágrimas. Elas não fariam bem a ninguém. Tomando a cadeira que Craig desocupou, ela estendeu a mão, levantando a mão de Jen em sua bochecha.
— Ei, Jen. Você não acha que é hora de acordar e falar comigo? — Mac falou com sua amiga em inglês, não querendo que Jen se esforçasse para entendê-la. Jen não usou o educador Kaliszian ainda porque não tinham certeza do que faria com ela nessa condição. As únicas línguas estrangeiras que ela entendia era Ganglian e Zaludian, as línguas das espécies que os sequestraram e aprisionaram. Mac não queria lembrar Jen de qualquer dessas experiências, preferindo falar com ela em Inglês. Algo que Craig não fazia quando ela chegou.
— Você deve acordar Jen, porque eu preciso de sua ajuda. Nikhil me levou para o que eles chamam de última refeição e honestamente, tem gosto realmente da última refeição que eu quero para comer. Tenho que me forçar a sorrir enquanto engulo aquilo com gosto de cinza, resistentes pedaços insípidos de carne que servem para uma Kaliszian. É uma grande honra comer este alimento fresco. Eles acham que é bom, Jen. Mas Deus, é horrível. Eu preciso de você acordada para que possa mostrar-lhes como uma refeição deve ser. E se fizer isso, aposto que eles farão de você um General. — Mac se encontrou sorrindo com o pensamento.
— É tão ruim assim? — Craig perguntou.
— O que é ruim? — Nikhil perguntou e Mac deu a Craig um olhar duro desde que ele falou em Kaliszian.
— Eu estava dizendo a Jen quão ruim é não ser capaz de conversar com ela. — Mac rapidamente falou, mudando para Kaliszian para Nikhil entender. — Não é verdade, Craig? — Ela desafiou.
—Umm, sim. Claro, isso foi o que você disse. — Craig respondeu, sabendo que ficaria em apuros se não concordasse.
— Eu estava falando com Jen em inglês esperando que ela responda. —Disse Mac tirando o olhar carrancudo de Nikhil de Craig por causa de sua resposta pouco convincente. Não havia nenhuma maneira dela ferir Nikhil, dizendo-lhe que mal podia tolerar algo que ele tinha muito orgulho em ser capaz de fornecer para ela.
Poucos Kaliszianos recebiam alimentos frescos, apenas aqueles com cargos elevados ou vitais, tais como os Guerreiros de Elite. Quando o verdadeiro Fenton finalmente chegou mais tarde no dia do ataque, estava carregado com novos suprimentos.
— Acha que conversar com ela em sua língua fará isso? — Treyvon perguntou.
— Eu espero que sim. — Mac disse a ele. — Espero que ela se tranquilize, sinta-se segura e acorde.
Treyvon olhou para Luol, que acenou com a cabeça levemente. —Ouvir sua língua nativa será menos estressante para ela. É algo que não considerei, mas deveria.
— Você já fez muito, Luol. — Mac rapidamente garantiu ao curandeiro. — Agora, Jen apenas precisa encontrar um motivo para voltar para nós.
— Por que ela não deseja isso? — Treyvon perguntou, sem ter certeza de porque o pensamento desta fêmea não querer voltar o incomodava tanto.
— Bem, de todos nós, Jen foi quem mais sofreu. Ela perdeu tudo. Sua irmã mais nova ainda está na Terra e sozinha. Era ruim o suficiente quando o Zaludianos nos tinham, mas agora...
— Agora? — Treyvon perguntou, sem entender por que era pior agora.
— Agora estamos seguros, mas ainda estamos longe de ir para casa. Ela foi ferida novamente, apenas não sei quanto mais ela pode suportar.
— Ela está sendo tratada... — Começou Treyvon.
— Sim, mas ela não sabe disso. — Mac respondeu, cortando o General. — E Luol não foi capaz de curar seu tornozelo.
— Não, não fui. — Luol concordou baixinho.
— Como ela foi tão gravemente ferida? — Treyvon perguntou. Era algo que queria saber desde que a descobriu.
— Aconteceu quando...
— Craig! — A exclamação afiada de Mac o cortou.
— O que? — Craig perguntou, franzindo a testa para ela.
— Isso não é para você contar. É escolha da Jen. E ela deve decidir se vai contar quando acordar.
— Há algo que precisamos saber? — Treyvon perguntou, seu olhar indo de Mackenzie para o macho ele sabia que poderia facilmente intimidar. —Outra coisa que você está escondendo de nós?
— Não algo que importa para você. — Disse Mac a Treyvon rapidamente.
— Como não saber que havia outra fêmea gravemente, ferida? — Treyvon rosnou, fazendo com que Nikhil ficasse rígido e desse um passo mais perto de sua Ashe.
— É a história de Jen para contar, General. — Mac olhou para o macho que ela sabia que intimidava a maioria das pessoas, mas ela tinha Nikhil, o maior e mais forte macho no Império Kaliszian em suas costas. — E se ela quiser que você saiba o que aconteceu, então contará.
Treyvon não gostava que a Ashe de Nikhil o desafiasse, mas tinha que admirar a lealdade da pequena fêmea por sua amiga. Precisava de uma quantidade enorme de força e coragem para alguém tão pequeno enfrentá-lo. Mas coragem não era algo que estes seres humanos pareciam ter muito. Pelo menos as fêmeas.
— Eu quero seu voto que não é algo que a prejudicará. Algo que podemos evitar.
— Eu não posso. — Mac disse-lhe em voz baixa.
— Então precisa me dizer! — Treyvon rosnou e o passo que deu em direção a Mackenzie fez Nikhil ficar na frente de sua Ashe e verdadeira companheira, bloqueando seu General, e rosnando de volta ainda mais alto.
—Afaste-se Líder de Esquadrão. — Treyvon ordenou.
— Não. — Nikhil rosnou, desafiando seu General.
— Parem. Todos vocês. — Mac levantou-se e deu um passo em frente Nikhil. — Eu não posso jurar isso, General, porque mesmo que foram capazes de curar a maioria de seus ferimentos físicos, são os emocionais que ainda pode prejudicá-la. E nem você ou eu podemos fazer nada sobre isso. — Mac olhou para a amiga. — Apenas Jen pode fazer isso e acho que nós dois sabemos que existem algumas coisas que você não pode simplesmente passar por cima. Precisa aprender a viver com elas e a dor. Ou não. É aí que Jen está agora. E a menos que possa dar-lhe uma razão para viver, ela não o fará.
Movendo-se de entre os dois guerreiros, Mac sentou-se, pegou a mão da amiga e começou a falar com ela novamente em inglês.
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Duas semanas depois
Treyvon ficou na parede recém-reparada e olhou para a paisagem estéril além. Como era possível Pontus ter sido uma vez um planeta importante no Império Kaliszian? Ele não apenas fornecia os poderosos cristais de energia que outros mundos precisavam, mas havia vida animal e vegetal abundante para alimentar o Império Kaliszian.
E tudo mudou com a Grande infecção.
Quase quinhentos anos atrás, um dos antepassados de Treyvon, o Chanceler Aadi Rayner, foi dado a grande honra de governar este planeta. Por causa da localização do planeta próximo aos Impérios de Tornian e Kaliszian, ele tornou-se amigo íntimo do Imperador de Tornian, Lucan Berto.
Quando Aadi descobriu que Lucan estava abusando de suas duas fêmeas jovens e um Ganglian estava envolvido, ele deveria ter relatado. Em vez disso, fez um acordo com Lucan. Recebeu créditos extras para os alimentos e cristais de energia fornecidos por Pontus e manteve o extra para si mesmo.
A ganância desencadeou uma série de eventos que os Kaliszianos pagavam até hoje.
A Grande infecção atingiu todos os universos conhecidos de alguma forma, mas atingiu aos Ganglians, Kaliszianos e Tornianos com mais força. Ele mudou a forma como viviam. Os Ganglians foram os primeiros a notar seus efeitos, porque Kaawa era o Ganglian que guardava a porta para Lucan. Kaawa viu Lucan abusar de suas jovens e ficou excitado com isso. Logo ele descobriu que não conseguia uma liberação física a menos que infligisse dor. A aflição se espalhou rapidamente por toda sua raça, levando-os a serem temidos e evitados pelo restante das espécies nos universos conhecidos.
Os efeitos notados em Pontus aconteceram por causa de Aadi. Os cristais de energia poderosos que eram tão procurado começaram a perder seu poder e as minas simplesmente desapareceram. Em apenas alguns anos, toda a mineração parou em Pontus. Então toda a vida vegetal começou a morrer, seguido pelos animais.
Todos, sem motivo aparente.
As chuvas ainda caíam.
O sol ainda brilhava.
Mas nada crescia ou permanecia vivo em Pontus.
Este efeito se espalhou rapidamente para todos os planetas dentro do Império Kaliszian. Dentro de cinquenta anos, se transformaram em uma raça incapaz de alimentar seu povo. E se não fosse pelos Tornianos, sua civilização teria morrido de fome e se tornado apenas uma lembrança.
Muitos pensavam que foi uma injustiça da Deusa punir os Ganglians e Kaliszianos tão duramente enquanto o Tornianos, que causaram o problema em primeiro lugar, permaneciam inalterados. Alguns acreditavam que apaziguou a Deusa quando os Tornianos executaram o Imperador Lucan, tirando sua família do poder. Os Kaliszianos apenas aprisionaram Aadi e os Ganglians não fizeram nada com Kaawa.
Eles estavam todos errados.
A punição da Deusa para o Tornianos, enquanto mais lenta para se materializar, era muito pior. Ela começou a reter sua benção sobre aquelas que davam vida. As fêmeas. Em primeiro lugar, as fêmeas não-tornianas deixaram de ser capazes de apresentar prole adequada e digna com machos Tornianos, criando ainda uma outra divisão entre as raças. Então, sempre muito lentamente, o número de fêmeas Tornian também começou a diminuir. Até o momento, o verdadeiro alcance da punição da Deusa tornou-se aparente, a relação de machos Tornianos para fêmeas eram de dois para cem.
Deram as suas fêmeas uma enorme quantidade de regalias. Devido a isso, as fêmeas Tornianas não ficavam apenas com um único macho. Assim que uma fêmea apresentasse prole, outros machos podiam tentar atraí-la com as jóias que os Kaliszianos trocavam por alimentos básicos.
Havia aqueles dentro do Império Kaliszian que acreditava que deveriam atacar os Tornianos, embora os machos Tornianos fossem mais fortes e em menor número que os Kaliszianos. E se tomassem Vesta, onde tinha uma maior quantidade de alimentos, o Kaliszianos poderiam mais uma vez apoiar seu povo.
O Imperador Liron se recusou a fazer isso. Até onde sabia, os Tornianos ainda eram seus aliados. Iam em ajuda dos Kaliszianos quando precisava deles e não pagaria com um ato tão indigno, atacando um amigo em sua hora de necessidade.
Uma vez que encontraram o Imperador Vasteri e a fêmea que ele tirou de uma nave Ganglian, Treyvon ordenou uma busca detalhada em Pontus. Queria saber o que estava acontecendo ali. Por que os Ganglians estavam na área? Por que os Zaludianos foram em seu auxílio? Mas ainda não tinha respostas.
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Gryf permaneceu em silêncio atrás de seu General, deixando seu olhar percorrer a paisagem estéril de Pontus. Era difícil para ele imaginar que tudo isso foi antes um terreno fértil, um paraíso em todos os outros nos universos conhecidos. Como os textos antigos alegavam, era tão cheio de vida e beleza que as pessoas viajavam grandes distâncias apenas para vê-lo. Também era difícil acreditar que as ações desonrosas de apenas um macho foi capaz de destruir tudo.
— General.
— Sim, Gryf? — Treyvon perguntou. Ele percebeu o exato momento que Gryf se aproximou. Ele também sabia sobre o que Gryf queria falar, mas Treyvon ainda não tinha certeza do que diria.
— A decisão precisa ser tomada sobre os sobreviventes humanos. — Gryf disse ele.
— Eu sei. — Os olhos azuis brilhantes de Treyvon saíram da paisagem desolada diante dele para seu segundo em comando.
— Não há nenhuma razão para que permaneçam aqui. Eles não contribuem em nada e consumem recursos destinados aos Kaliszianos.
— Eles não podem ajudar a limpar e reparar os danos causados pelos Zaludianos? — Treyvon questionou. — Não somos obrigados a apoiá-los depois que sofreram em um planeta que nós deveríamos proteger?
— Eles estão fazendo isso. — Gryf admitiu, referindo-se ao trabalho que os machos fizeram, mas já não há qualquer razão para que permanecessem ali.
— Para onde irão, Gryf? — O silêncio de Gryf disse a Treyvon que seu segundo não tinha respostas para isso. — Depois, há a questão da outra fêmea, Jennifer. E ela? Será bom separá-los antes que ela acorde? Devemos enviá-los para outro lugar e rezar à Deusa que ela se recupere?
Mais uma vez, Gryf não tinha respostas, sabendo que era a decisão de Treyvon.
— Ela pode nunca acordar, Treyvon. — Gryf murmurou.
— O que significa que falhamos com outra fêmea sob nossa proteção. Quanto tempo isso continuará antes da Deusa finalmente virar as costas para nós para sempre?
— Ela não é um dos nossos para proteger, Treyvon! Você não pode acreditar que a Deusa usaria isso contra nós!
— As descendentes do sexo feminino do Imperador Berto não eram Kaliszians. — Treyvon lembrou-lhe em voz baixa.
— Mas o Chanceler Aadi testemunhou um crime contra jovens do sexo feminino e optou por não as proteger.
Treyvon pensou na fêmea que o Imperador Vasteri reivindicou e como ele fez a mesma coisa. Algo que compartilhou apenas com Liron.
— Você me vê abandonando uma fêmea que precisa de ajuda porque ela não é uma das nossas, como pode ser diferente do que abandonar uma que foi abusada?
— Neste caso... sim. — Gryf disse a ele. — Ela será cuidada. Apenas não aqui.
— Talvez. — Treyvon disse distraído.
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Jen rolou, um pequeno sorriso curvando seus lábios enquanto suas costas se afundavam na areia macia, aquecida pelo sol da praia. Deus, ela amava essa sensação. Era como se dois braços fortes, poderosos estivessem ao redor dela, mantendo-a segura. Não se sentiu dessa forma por muito tempo.
Seu pequeno sorriso transformou-se lentamente em uma careta. Por que isso? Sentando-se, seu olhar foi para as ondas suaves lambendo os dedos dos pés e sua careta se aprofundou. Por que a água era lilás?
— Porque é assim que você deseja. — Uma voz melódica disse a ela.
Virando, Jen não encontrou nada, apenas areia e água. E de repente, ela percebeu que estava sentada no único pedaço de terra que existia. Onde ela estava? Por que estava ali?
— Porque você se recusa a sair aqui. — Respondeu a voz novamente.
— Mas onde é aqui? — Jen perguntou.
— Onde você optar por ser em vez de onde deveria estar. — E de alguma forma, a desaprovação foi facilmente ouvida através da melodia que parecia vir de toda parte... e nenhum lugar.
— Onde eu deveria estar? — Jen perguntou.
— Olhe para o horizonte. — Ela foi instruída.
Jen o fez e viu as nuvens turbulentas escuras que pareciam lutar para se aproximar de seu refúgio.
— O que é aquilo?
— Onde você deveria estar. Onde precisa estar. Onde aqueles que precisam de você estão.
— Ninguém precisa de mim. Eles foram todos embora.
— Foram? — A questão ficou no ar. — Como pode ter certeza?
— Porque eu o vi morrer! — A angústia de Jen fez as ondas, que antes estavam batendo suavemente na ponta dos pés, começarem a atingir seus joelhos.
— Seu companheiro.
— Sim.
— Tem certeza que ele era? Seu companheiro de verdade? Ou apenas se convenceu disso?
— O que?
— Companheiros verdadeiros são conectados. Tem uma ligação. E se o vínculo é forte, se é verdadeiro, raramente o outro sobrevive por muito tempo sozinho.
— Eu não queria... — Jen sussurrou.
— Mas o fez. — A voz argumentou. — Por quê? Para quem?
— O que você quer dizer?
— Por quem você sobreviveu?
Jen franziu a testa enquanto tentava lembrar. — Eu... Mac encontrou-me... os rapazes precisavam de mim. Eu... Kimmy! — Tudo voltou para ela.
— Sim, mas nada disso deveria importava se ele era seu companheiro verdade. Você não seria capaz de sobreviver sem ele.
— Ele tem um nome!
—Sim e qual é? — A voz desafiou.
— É... é... — Jen não podia acreditar que precisava se esforçar para lembrar. — Todd! — Ela finalmente gritou.
— Ele era seu companheiro verdadeiro?
— Ele era meu marido.
— Um Dasho não é a mesma coisa. Talvez seu companheiro verdadeiro ainda está lá fora. Ainda à procura, ainda precisando de sua companheira verdadeira.
— Não! — Jen não entendia por que esse pensamento lhe causava dor. Apenas sabia que não podia passar por esse tipo de dor novamente.
— Então por que você está aqui?
— Eu já disse. É porque Mac não me deixou morrer. Os rapazes precisavam de mim e depois há a minha irmã.
— Por que está aqui?
Enquanto não havia ninguém além dela, Jen sabia que quem estava por trás da bela voz era responsável pela pequena faixa de terra onde ela ainda estava sentada.
— Em vez de estar com aqueles que precisam de você?
— Porque eu não sei onde eles estão!
— Você sabe. Sente apenas muito medo, é muito fraca de espírito para ir para onde precisa. Quanto mais tempo demorar, mais mal ocorrerá àqueles que se preocupam, até que seja tarde demais e tudo esteja perdido, incluindo todos.
Jen queria responder à acusação, mas descobriu que não podia. Não quando apenas ficou ali tremendo, enquanto as nuvens distantes ficavam mais escuras e se moviam violentamente. Jen estava com medo. Ela falhou tantas vezes... seus pais, sua irmã, seu marido. Não achava que poderia sobreviver a qualquer outra pessoa.
— Jennifer... — O vento levou a voz fraca para ela e lutou para reconhecê-la.
— Kimmy? — Jen se levantou e deu um passo hesitante na água agora espumante, apenas para ter uma onda gigantesca empurrando-a de volta. Ela teria caído, teria sido arrastada pelas ondas agora agitadas se uma forte rajada de vento não tivesse subitamente se enroscado ao redor dela, mantendo-a em seus pés. Seu medo começou a diminuir enquanto a brisa continuava circulando-a, afastando toda sua dúvida, todo seu medo. Aquilo era o que estava procurando toda sua vida. Calor, necessidade e aceitação. Quando a brisa lentamente começou a recuar, para viajar de volta para água agora formando uma espuma, um vazio a preencheu, como nunca sentiu antes.
Não! Ela não perderia isso também! Já perdeu muito. Sem outro pensamento, ela mergulhou na água. Poderia morrer, mas pelo menos morreria tentando voltar àqueles que amava e precisavam dela.
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Treyvon olhou para a fêmea inconsciente na unidade de reparação profunda, ainda em conflito sobre o que deveria fazer. Não há muito tempo, ele foi forçado a retirar a sua proteção de outra fêmea vulnerável.
Ele não estava sendo forçado novamente agora. Mas a decisão era inteiramente sua.
Sim, a outra fêmea era agora uma Imperatriz, o que deveria significar que estava a salvo do perigo. Mas isso ainda não significava que era verdade ou o absolvia da culpa. Ele permitiu que alimentos fossem mais importante do que o bem-estar de uma fêmea, assim como seu antepassado.
Quando a tampa da unidade começou a retrair, ele não pode evitar se abaixar e tocar a pele pálida de um braço muito fino. Esta era a primeira vez que a tocava, pele com pele. Ela estava enrolada em uma das capas cinza que deu a todos os sobreviventes quando a encontrou após o ataque Zaludian. Ele pegou-a em seus braços e percorreu todo o caminho para a ala médica. Desde então, um dos seus estava sempre ao seu lado. Exceto por agora, enquanto Mackenzie foi dizer a Luol que a unidade estava quase terminando.
Sonhou sobre como suave sua pele pálida se sentiria, mas seus sonhos não chegaram perto da realidade. Era sedosa e suave, mais suave do que o melhor Himroo cobiçado por muitas fêmeas. Cuidadosamente, permitiu que apenas as pontas dos dedos calejados, endurecidos pela batalha se movessem ao longo de sua pele delicada, temendo danificá-la como fariam com a delicada Himroo.
Como uma coisa tão frágil foi capaz de sobreviver por tanto tempo? Como os Ganglians não perceberam que ela e Mackenzie eram do sexo feminino, quando as tiraram da Terra?
Ganglians era uma espécie grande, coberta de pelos e sempre tinham um odor repugnante. Pior do que o seu odor era a dor que infligia sobre os outros, precisando dela para encontrar sua liberação sexual. Eles eram conhecidos traficantes de escravos nos universos e todas as espécies os consideravam uma escória. Pelo menos ele pensava assim, mas, aparentemente, os Zaludianos estavam dispostos a trabalhar com eles. Precisava descobrir o porquê.
— Jennifer... — Ele deixou seu nome sair baixinho por seus lábios.
Ouvindo Luol e Mackenzie retornar, ele rapidamente afastou a mão e olhou para onde tocou seu rosto e ficou chocado ao encontrar o par mais impressionante de olhos azuis olhando de volta para ele. Eram da cor dos mais raros e mais poderoso de todos os cristais de energia e o prenderam. Estava apenas começando a inclinar-se para mais perto, quando Mackenzie ofegou e ficou entre eles.
CAPÍTULO DOIS
Jen encontrou-se olhando para os mais bonitos olhos azuis que já viu. Eram tão poderosos que poderia jurar que brilhava.
— Jen!
O som de alguém chamando seu nome a fez afastar o olhar para ver Mac pisando entre ela e o grande macho.
Macho? Por que ela dizia macho e não homem? E Mac, como ela sabia que era Mac?
O que estava acontecendo? Onde estava?
— Está tudo bem, Jen. — Mac disse, vendo o pânico começando a encher o olhar de sua amiga. — Você está bem. Todo mundo está bem.
— Todos? — Jen mal reconhecia sua voz quando soltou a única palavra.
— Sim. — Mac não tentou impedir as lágrimas que fluíam por suas bochechas.
— Então por que você está chorando? — Jen ainda não tinha certeza de quem era essa pessoa, mas ela sabia que era importante.
— Porque você está acordada e falando comigo.
— Eu não estava antes? — Ela perguntou, seu olhar se arregalando quando olhou atrás de Mac.
Mac virou a cabeça, seguindo onde o olhar de Jen e viu que Luol se moveu atrás dela. — É apenas Luol, Jen. Ele é o curandeiro. Lembra?
— Curandeiro... — Jen franziu a testa para o macho.
— Você foi ferida, Jen. Não se lembra? Os Zaludianos atacaram a base e você saltou sobre as costas de um para me salvar.
E de repente, tudo voltou a Jen. Tudo e ela sentiu seus próprios olhos começarem a se encher de lágrimas.
Deveria ser um fim de semana divertido. Uma oportunidade para velhos amigos se reunirem e jogar Warrior nas montanhas. Todd estava tão animado sobre se reunir com seus velhos amigos de faculdade. Insistiu com Jen para ir dizendo-lhe que seria uma experiência que mudaria sua vida.
Ele estava certo.
Não foi até que chegaram ao acampamento que Jen percebeu que ela era a única mulher no grupo. Bem, exceto pela guia que os levaria até lá. Ela disse a Todd que voltaria para cidade com a guia, mas ele se recusou a deixá-la, dizendo que iria adorar.
Ele estava errado.
Ela não gostou da roupa folgada que Todd levou para ela vestir. Não gostou da gosma negra que ele insistiu que passasse em seu cabelo loiro-branco e sobre sua pele pálida para que não mostrasse sua localização na floresta. Não, ela não gostou de nada disso, mas amava Todd. Então por ele, ela ficou, fez o que queria. Ele salvou sua vida, pelo menos até certo ponto.
Mac era a guia que os levou até a montanha. Ela sentiu pena de Jen quando percebeu que ela seria a única mulher do grupo e decidiu ficar. No primeiro dia, as coisas foram boas e Jen descobriu por que Todd insistiu tanto que ficasse. Ele queria que ela cozinhasse para todos seus amigos. Ela não se importou. Era algo que gostava de fazer, usar o que alguns poderiam alimentos crus, simples e fazê-los provar o seu melhor. E Jen sabia que tinha um talento especial.
Antes de seus pais morreram em um acidente de carro, Jen e Todd planejaram viajar pelo mundo. Ela queria conhecer alimentos de outras culturas, preparados no nível mais básico para que pudesse voltar e abrir seu próprio restaurante. Depois que seus pais morreram, ela precisou fornecer uma casa para sua irmã mais nova, Kimmy, em vez disso.
Os dois anos seguintes cobraram um preço sobre ela e o casamento com Todd, com Jen colocando as necessidades de Kimmy acima das de Todd, como ele regularmente acusava.
Essa foi outra razão para Jen querer voltar para cidade. Ela e Kimmy tiveram uma grande discussão seis meses antes. Jen chegou em casa depois de um dia ruim no trabalho e Todd queria sair, apenas o dois. Mas era o décimo oitavo aniversário de Kimmy e Jen queria que fizessem algo juntos como uma família. Jen sabia que sua irmã não aceitou bem a perda de seus e a atitude de Todd não ajudava. Ele não foi muito compreensivo quando ela lhe disse que precisava colocar seus planos em espera até que Kimmy fizesse dezoito anos. Ele abertamente se ressentia de que Kimberly estivesse morando com eles.
E Kimmy sabia disso.
Tudo aconteceu naquela noite. A noite em que deveriam comemorar. Todd e Kimmy brigaram. Sobre o que, Jen não se lembrava mais. Ela terminou com Kim saindo de casa.
Kimmy era agora uma adulta aos olhos da lei e Jen sentia que precisava deixá-la encontrar seu próprio caminho.
Jen não viu ou falou com sua irmã desde então. Todd morreu dizendo que não deveria entrar em contato com Kimmy. Ele continuou dizendo que era seu tempo agora e Jen tinha vergonha de admitir que o aceitou porque era mais fácil.
Agora ela sabia que estava errada.
Foi em seu segundo dia de jogos que tudo foi para o inferno. Ela e Todd estavam se escondendo na floresta, esperando para emboscar o inimigo, quando ouviram gritos aterrorizados ecoando nas montanhas. Pensando que alguém estava ferido, ela e Todd correram em um campo aberto, apenas para serem cercados por um grupo de grandes animais, peludos que faziam sons estranhos sibilantes. Eles também chegaram do céu. Jen agora sabia que se chamavam Ganglians, mas naquela época não tinha idéia. Não tinha nenhum indício que eles eram ou o que queriam.
Os Ganglians apontaram um pequeno dispositivo para eles, fazendo com que tivessem certeza de que todos morreriam. Em vez disso, acordaram em uma gaiola em algum tipo de nave, ilesos, mas sem uma ideia do que estava acontecendo. Em frente a eles havia outra gaiola contendo cerca de uma dúzia de pequenas criaturas estranhas. Eram baixas e cobertas de pelos nas pernas, antebraços muito curtos e caudas longas. Estavam amontoados e olhando para a porta fechada no outro extremo, como se não soubessem qual era a ameaça maior.
Quando a porta se abriu e uma das criaturas fedorentas usando um colar branco entrou, as criaturas na outra cela pularam. Soltando guinchos alto se circulando o grupo no centro. O com o colar branco entrou na gaiola e várias das criaturas muito menores tentou atacá-lo. Ele apenas deu um tapa como se fossem moscas irritantes. Então pegou uma das criaturas no centro e arrastou-a para fora.
Ao passarem, Jen percebeu que a criatura lutando era do sexo feminino e que estava apavorada. Pouco depois, ouviram seus gritos agudos e perceberam o que estava acontecendo com ela.
Ela nunca mais voltou.
Jen não sabia quanto tempo ficaram na nave, mas os rapazes garantiram que os Ganglians nunca soubessem que ela e Mac eram do sexo feminino. A única vez que os Ganglians prestavam atenção neles, era quando os alimentavam, o que era raro. Durante uma dessas refeições, o com o colar branco agarrou Craig e segurou-o para baixo, forçando um dispositivo sobre seus olhos. Depois de alguns minutos, ele removeu o dispositivo e jogou-o para Todd, em seguida, depois de mais alguns sons sibilantes, os deixou.
Craig levantou-se pálido, mas aparentemente ileso. Disse-lhes que a coisa que colocaram sobre seus olhos era um dispositivo de aprendizagem e que agora ele podia entender o que os Ganglians estavam dizendo. Que esperavam que ele garantisse que o restante deles usasse também. Levou um tempo, mas todos concordaram em colocar o dispositivo.
Mesmo com o dispositivo de aprendizagem, ainda não sabiam por que ou onde estavam sendo levados. E os Jerboaianos, que eram as criaturas na outra gaiola, não podiam dizer, porque ainda não podiam entendê-los. Todos estavam com fome, cansados e assustados. Acharam que não poderia ficar pior... mas ficou.
Os Ganglians os venderam como escravos para as minas dos Zaludianos, outra espécie que podiam entender porque sua língua foi incluída no dispositivo de aprendizagem. As condições na mina eram ainda piores do que na nave Ganglian. Os Zaludianos os dividiram em dois grupos e colocaram metade deles para trabalhar imediatamente, enquanto a outra metade foi levada para a caverna onde estavam vivendo. Jen tinha certeza de que morreria, porque o que os Zaludianos exigiam deles era uma tarefa fisicamente impossível, pelo menos para ela e Mac. Elas não eram fortes o suficiente para fazer o trabalho e viu como o Zaludianos lidavam com aqueles que não podiam. Matavam, juntamente com qualquer um que tentasse defendê-los.
Jen estava tentando descobrir como impedir Todd de protegê-la, porque ela sabia que não seria capaz de fazer o trabalho quando a decisão foi tirada de suas mãos. Os rapazes decidiram que um deles iria sempre cobriria para ela e Mac, trabalhando em turnos diretos. Os Zaludianos não se importavam com quem trabalhava, desde que alguém o fizesse.
Mac encontrou uma estreita fenda na parede do fundo da caverna que dava para uma caverna menor. Ela e Mac se escondiam lá, desde que não sabiam se os Zaludianos fariam com as fêmeas o mesmo que os Ganglians. Ela se sentia uma covarde, uma fracassada. Os outros estavam fazendo o que ela não podia e sofrendo por isso. Além disso, não podia fazer nada sobre isso. Afinal, não era nada além de uma chef. Alguém preparava alimentos e lhes dava um bom sabor, mas eles não recebiam o suficiente para ela fazer qualquer coisa, muito menos torná-lo gostoso.
Em seguida, aconteceu. Ela pegou o pouco que os Zaludianos forneciam e aquecia para se certificar de todas as bactérias morressem quando algo caiu do teto. Jen pensou em impedir os rapazes de comer. Mas estavam famintos. E realmente, o que importava se algumas bactérias desconhecidas o matassem? Eles morreriam neste lugar abandonado por Deus de qualquer maneira.
Então, algo estranho aconteceu. Começaram a se sentir com mais energia pela primeira vez ela não sabia em quanto tempo e ninguém morreu. Depois disso, ela procurou acima das duas cavernas pelas plantas que normalmente ficavam penduradas no teto, iluminando as cavernas. Descobriu que quanto mais as colocava nos alimentos, melhor os rapazes se sentiam e mais trabalho que poderiam fazer.
Ela e Mac se certificavam que os rapazes comessem primeiro, depois que elas comiam. Afinal, eram os únicos a fazer todo o trabalho.
Todas as noites ou pelo menos após cada turno que Todd trabalhava, ela dormia ao seu lado. Ela fazia questão de tratar qualquer lesão que tinha, que ele soubesse que entedia o sacrifício que ele estava fazendo para protegê-la.
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— Jen?
Jen piscou, a preocupação na voz de Mac puxando-a de volta ao presente. — Eu me lembro, Mac. — Ela murmurou.
— Como você está se sentindo? — Os olhos de Jen saiu dos castanhos de Mac para os olhos delicadamente brilhantes, violeta do grande macho de pé atrás dela. O macho que ela sabia ser o curandeiro Luol.
— Eu me sinto bem. — Ela franziu a testa com a forma como sua voz tremeu.
— Pare com isso, Jen. — Mac ordenou suavemente, em seguida, se afastou e pegou um copo de água que colocou ali. Deixou um ali todos os dias sabendo Jen precisaria dele quando acordasse. Colocando uma mão atrás da cabeça de Jen, ela colocou o copo em seus lábios, então ordenou. — Beba.
Jen queria discutir, mas com a água tocando os lábios, ela percebeu o quão seca estava. Ela avidamente engoliu.
— Vá devagar, Jen. Há muito.
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As unhas curtas de Treyvon cravaram nas palmas das mãos, impedindo-se de estender a mão e sem a menor cerimônia empurrar a Ashe de Nikhil para que ele pudesse ser o único cuidar de Jennifer.
Ele queria ser o único satisfazer sua sede. Queria ser o único cujo toque a confortasse. Queria ser o único em quem ela confiasse para fazer essas coisas e muito mais.
Em vez disso, ficou parado do lado e não fez nada.
Nada...
Assim como seu ancestral aqueles anos atrás, causando a Grande infecção.
— General? — A palavra baixa pronunciada por Luol o fez perceber que estava rosnando e ele rapidamente parou.
— Como ela está? — Treyvon perguntou em voz baixa.
— Eu não tive tempo para verificar suas leituras. — O olhar que o General deu a Luol disse que era melhor fazê-lo rapidamente.
Mac não ouviu nada do que estava acontecendo atrás dela. Estava se concentrando em garantir que Jen tivesse o que precisava. — Você quer mais? — Ela perguntou, cegamente entregando a taça de volta para Nikhil, sabendo que ele estaria lá para pegá-la.
— Não, eu estou bem.
— Pare! — O tom duro de Mac fez todos os machos ficarem em silêncio. —Você não precisa mentir mais, Jen.
— Eu não estou...
— Sim, está. — Mac cortou. —Está fazendo o que nós duas sempre fizemos. Garantir que ninguém soubesse o quanto estávamos mal. Nem como faminta estávamos porque qual seria o ponto? Não mudava nada. Mas não é dessa maneira agora. — Mac inclinou-se para baixo de modo que ela ficasse cara a cara com Jen. — Tome um momento Jen e realmente pense sobre como você se sente. Não responda automaticamente.
Jen olhou nos olhos da amiga e pela primeira vez no que pareceu uma eternidade, parou de dizer o que todo mundo queria ouvir ou o que ela não queria admitir nem para si mesma e ouviu seu corpo. Estava ferida e sentia um pouco de dor, mas não era insuportável como antes.
— Eu... eu me sinto melhor. — Admitiu ela, com os olhos começando a encher-se de lágrimas. — Não muito, mas melhor.
— Você ainda sente dor? — Luol de repente apareceu do outro lado, seus olhos brilhando com preocupação, mesmo enquanto perguntava. —Onde?
— Eu... — Jen olhou para Mac por ajuda, não entendendo o que o macho estava dizendo.
— Você pode dizer a Luol, Jen. Ele apenas quer ajudar.
— Mas eu não posso compreendê-lo.
— O que? — Mac deu a Jen um olhar confuso, então percebeu que Luol falou em Kaliszian e que, enquanto ela o entendia, Jen não. —Luol, você precisa falar em Zaludian para que ela compreenda.
— Sinto muito... Jennifer. — Luol hesitou, sem saber como lidar com esta fêmea. Mas quando a fêmea não protestou pelo uso do seu primeiro nome, ele continuou. — Eu não queria falar em uma língua que ainda não compreende. Bem, se puder me dizer onde dói, posso ajudar.
— Diga-lhe a verdade, Jen. — Disse Mac. — Ele não poderá ajudá-la se não o fizer.
— Minha garganta está inflamada. — Jen admitiu.
— E? — Luol questionou porque ele sabia que havia muito mais do que apenas isso.
— Minha perna. — Jen disse de má vontade. — Mac me contou sobre a sua unidade de reparação. E mesmo sabendo que você já fez tudo o que podia, ainda dói.
Jen observou como pesar enchia os olhos brilhantes do curandeiro. —Eu sinto muito não poder reparar todos os danos causados à sua perna. E se pudesse, eu o faria. Mas posso ajudar a controlar a dor. Não há necessidade de você sofrer desnecessariamente.
— Não importa. — Disse Jen e todos puderam ouvir a aceitação gritante em sua voz.
— Jen...
— Mac, isso não ajudará. — Jen cortou. — Qualquer que seja a dor que estou sentindo... eu mereço.
— Não! — Mac instantaneamente negou.
— Sim, mas você e os rapazes não. Você fez tudo que podia.
— Bem, se tivéssemos feito, você nunca teria se ferido!
— Pare. Não foi culpa sua. Você não estava mesmo na caverna exterior quando aconteceu. E se não fosse por você, eu não estaria aqui. Eu... — Uma tosse de repente ecoou na sala e Jen encontrou-se ofegante.
— Luol! — A exclamação veio de Treyvon.
— Apenas relaxe, pequena. — Luol encorajou, ignorando Treyvon quando ele se moveu para ver as leituras no painel de controle. Franzindo a testa, ele agarrou o injetor manual e encheu-o com a mistura apropriada. Voltando para o lado dela, parou quando viu seus olhos arregalarem de medo. — É somente algo para ajudá-la a relaxar. Não prejudicará ou machucará você. Meu voto. — Ele esperou que ela acenasse, em seguida, rapidamente pressionou o injetor em seu pescoço e puxou o gatilho.
Quando sua respiração imediatamente começou a acalmar, ele sorriu. —Viu, eu lhe disse que apenas ajudaria.
— Eu... obrigada. — Jen sussurrou.
—Você é bem-vinda. Agora, precisa de mais descanso.
— Eu... — Jen começou a discutir, mesmo enquanto seus olhos começaram a fechar.
— Eu ficarei com você, Jen. — Mac pegou a mão da amiga e deu a Nikhil um olhar agradecido quando ele colocou uma cadeira atrás dela para que ela pudesse se sentar. — Você simplesmente descanse. Conversaremos mais quando acordar.
Com um aceno de cabeça, Jen apertou a mão de Mac e quando fechou os olhos, um suspiro exausto escapou de seus lábios.
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— O que acabou de acontecer? — Treyvon perguntou quando os três machos entraram na sala externa, deixando as fêmeas sozinhas.
— Parece que Jennifer está nos estágios iniciais de febre Churian. — Disse Luol a Treyvon, certificando-se que sua voz não chegasse a outra sala.
— Febre Churian! — Treyvon endureceu com o pensamento. — Como ela contraiu febre Churian?
— Seu corpo foi severamente atacado, General. Nós dois sabemos que a febre Churian ataca quando isso acontece. Ela começa nos pulmões, o que torna difícil para a pessoa respirar. E se não for tratada, pode ser letal. Mas neste caso não é. — Luol rapidamente tranquilizou Treyvon. — Eu injetei nela um reforço que impedirá a propagação da doença. Uma vez que substituir o que estava esgotado em seu sistema, seu corpo será capaz de lutar contra o restante sozinho.
— Você tem certeza? — Treyvon perguntou.
— Sim, General. O que realmente me surpreende é que Jennifer foi a única que mostrou os sintomas. Somos todos conscientes de como o Zaludianos tratam aqueles que escravizam.
— Jennifer foi a única? — Treyvon olhou para seu Líder de Esquadrão. — Sua Ashe não sofreu dos sintomas?
— Não, tão terrível como a condição da minha Mackenzie era quando a encontrei, ela nunca sofreu os efeitos da febre Churian.
— Acredito que seja devido à gravidade dos ferimentos de Jennifer anteriores e quanto tempo ela sofreu com eles. Seu sistema enfraqueceu de uma forma que os dos outros não.
— Mas será capaz de eliminá-la completamente de seu sistema. Correto? — Treyvon perguntou.
— Sim, General, ela apenas está nos estágios iniciais. Uma vez que estiver descansada, farei um tratamento de respiração que neutralizará o restante do vírus.
— Quando terminará de remover suas cicatrizes? — Treyvon perguntou. Ele odiava ver até mesmo os restos terríveis das cicatrizes em seu rosto. Sim, estavam melhores do que originalmente, mas ainda assim, nada deveria estragar a perfeição absoluta que era o rosto de Jennifer.
— Uma vez que tiver certeza que o seu sistema poderá tolerar. — Luol disse a ele. — Ainda não sei o que a fez não acordar, não quero fazer nada desnecessário que possa causar o mesmo.
— Você considera a remoção de suas cicatrizes desnecessárias? — Treyvon rosnou.
— No que diz respeito à sua saúde geral? Sim. Elas podem ser tratadas uma vez tivermos a certeza de que ela está totalmente recuperada.
— Mantenha-me informado, Luol. — Treyvon disse a ele.
— Claro, General.
Com um aceno forte, Treyvon se forçou a sair.
Nikhil olhou para Luol. — Pode informar minha Ashe que estou com o General?
— Sim. — Luol disse-lhe, em seguida, viu-o sair.
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Alguém limpando a garganta fez Treyvon olhar para cima de onde estava sentado atrás de sua mesa em seu Centro de Comando, lendo mais um relatório. Estava quase na hora da refeição do meio dia e ele estava lendo relatórios desde antes do sol nascer em Pontus. Ficou feliz pela interrupção.
— Líder de Esquadrão Nikhil, o que posso fazer por você? — Treyvon perguntou inclinando-se para trás na cadeira. Ele sempre ficava impressionado com Nikhil Kozar. Não apenas por causa de seu tamanho, que era imenso ou por causa de sua força, que era maior do que a sua, mas porque Nikhil raramente falava a menos que tivesse algo a dizer.
— Trata-se dos seres humanos.
— E o que tem? O Ministro Ruskin de Kalbaugh concordou em aceitá-las. Sua companheira verdadeira, é claro, ficará aqui com você.
— Eu nunca duvidei disso, General. Não apenas porque não quero me separar de minha companheira, mas porque ela também se recusa a isso.
Treyvon ficou chocado ao ver o pequeno sorriso nos lábios de Nikhil. Ele nunca viu o macho sorrir antes.
— Além disso, eu não gostaria de ser o macho que tentasse fazer tal coisa. Minha Mackenzie é feroz. Mas não é sobre ela que estou falando, embora isso a afete. — O rosto de Nikhil voltou às suas características geralmente estoicas.
— Líder de Esquadrão, você não está fazendo nenhum sentido.
— Eu falo da fêmea, Jennifer. Minha Mackenzie está muito preocupada com o que acontecerá com ela agora que está acordada.
— Por que sua Ashe se preocupa? Aconteceu alguma coisa com Jennifer que eu não fui informado? — Treyvon perguntou rispidamente, ficando de pé. Fazia mais de uma semana desde que Jennifer acordou e ele ordenou Luol para dar-lhe relatórios diários sobre seu progresso.
O leve alargamento dos olhos de Nikhil foi a única indicação de que ele deu que a reação de seu General o surpreendeu. — Que eu saiba não, General. Tenho as mesmas informações que você.
Treyvon percebeu os punhos fechados e precisou respirar fundo antes de recuperar o seu controle. — Eu sei que ela tem respondido bem aos tratamentos de Luol, embora ele ainda não terminou de reparar suas cicatrizes.
— Sim, mas isso é porque Jennifer se recusa a permitir.
— O que? — Luol não informou Treyvon disso.
— É uma das coisas que diz respeito à minha Mackenzie.
— Apenas uma delas?
— Sim, General. Minha Mackenzie teme que o aconteça com Jennifer se ela for para Kalbaugh com os outros machos humanos.
— Por quê? Eles são o seu povo. E enquanto não conseguiram protegê-la como deveriam, tenho a garantia do Ministro Ruskin que ela será protegida em Kalbaugh.
— Minha Mackenzie se recusa a acreditar nisso. Ela acha que se Jennifer deixar este planeta, ela morrerá.
— O que...? — Treyvon sentiu o coração apertar com o pensamento. Ele ainda não entendia por que esta fêmea o afetava tanto. Esperava que uma vez que ela estivesse fora de Pontus, poderia impedi-la de entrar em seus pensamentos em momentos inapropriados. Impedi-lo de desejar o que era impossível, pelo menos para ele. A chance de ter uma companheira verdadeira.
— Mackenzie está muito preocupada, General. E se ela se sente assim, então preciso fazer tudo o que estiver em meu poder para aliviar essa preocupação. Ela é a minha verdadeira companheira e Ashe.
— Claro que sim, Líder de Esquadrão, mas eu não sei o que você quer de mim.
— Quero que permita que Jennifer permaneça aqui em Pontus.
Treyvon precisou evitar responder instantaneamente. Então ele descobriu que não sabia como reagir. Não havia nenhuma razão para a fêmea para permanecer em Pontus, mas uma parte dele queria que ela ficasse enquanto a outra parte queria muito, muito distante. — O que ela faria se ela permanecesse aqui, Líder de Esquadrão.
— Minha Mackenzie informou-me que Jennifer tem uma habilidade importante chamada chef.
— Chef? O que é isso?
— Ela lida com a preparação de alimentos. Deixa-os... saborosos.
— Saborosos?
— Sim. Isso significa bom. Que você desfruta da comida e não apenas a tolera.
— Tolera?
— Sim. — O rosto de Nikhil começou a ficar vermelho. — Parece que enquanto minha Mackenzie valoriza muito a comida que posso fornecer para ela, não é... como a comida da Terra. Ela pediu e aceitei ter a última refeição diferente. Jennifer então, preparou em meus aposentos na noite passada.
— Em seus aposentos?
— Sim. Mackenzie comentou antes que havia uma cozinha em meus aposentos. Jennifer foi capaz de usá-la e produzir uma última refeição.
— E foi...? — Treyvon perguntou.
— Interessante. — Nikhil disse a ele com cuidado.
— Então foi terrível, mas você não quis dizer para sua companheira e perturbá-la.
— Não foi terrível, General, mas foi... diferente.
—Diferente como?
— A carne... estava macia e suculenta. Jennifer a cortou e preparou em pouco tempo. Ela fez o mesmo com os legumes fornecidos.
— E?
— E ficou muito bom. Muito diferente de qualquer coisa que já provei antes. Mackenzie e Jennifer falaram sobre todas as diversas maneiras que poderiam usar a mesma carne e legumes e fazer algo completamente diferente.
— Diferente? Usando os mesmos ingredientes? — Treyvon questionou com incredulidade.
— Sim, eu achei... intrigante, assim como Luol.
— Luol?
— Sim, ele ficou preocupado quando Jennifer não retornou a ala médica. — Nikhil se franziu a testa enquanto ele se lembrava. — Ambas ofereceram a Luol uma parte de sua comida.
— Elas... sua... — Treyvon não podia acreditar.
— Mackenzie e Jennifer. Mackenzie insistiu com Jennifer que tínhamos mais comida, apesar de Jennifer tentar recusar. Apenas piorou quando Luol chegou. Foi finalmente quando concordamos que todos compartilhariam a última refeição.
— Elas são uma espécie estranha. — Treyvon murmurou baixinho. —Podem estar morrendo de fome e ainda oferecem o que têm para os outros. Pelo menos as fêmeas o fazem.
— Sim, é algo que tenho discutido em profundidade com minha Mackenzie, mas ainda não entendo.
— Nossas fêmeas nunca pensariam em desistir de sua parte de alimentos, especialmente não para um macho.
— Eu sei. Sempre tenho que vigiar minha Mackenzie para que não coloque parte de sua comida em meu prato.
— Ela faz isso?
— Sim. Mackenzie diz que é muito para ela para comer e que não deve ir para o lixo.
— Certo, mas ela ainda deveria comer mais.
— Eu concordo. Ela é muito pequena. Diz que era maior, mas estou começando a duvidar disso.
— Ambas precisam ficar maiores. — Treyvon encontrou-se dizendo.
— Sim, mas eu não acho que isso acontecerá, a menos que elas fiquem juntas.
— Por que você acredita nisso? — Treyvon perguntou.
— Por causa dos temores de minha Mackenzie de que Jennifer continuará sacrificando suas necessidades pelos machos, até que isso provoque sua morte.
— Isso não pode ser permitido. — Treyvon rosnou.
— Eu concordo, General, por isso que estou aqui.
— Eu não posso pedir-lhe para ficar aqui, Líder de Esquadrão. Porque se ela quiser viajar com seu povo, não há nada que possa fazer para impedi-la.
— Mackenzie acredita que se Jennifer tiver uma tarefa, algo útil aqui... oferecido por você, ela permanecerá.
— E que tarefa posso oferecer a ela?
— Chef, General. — Nikhil disse como se fosse óbvio.
— Você quer que confie os alimentos frescos dos meus guerreiros a uma fêmea de outra espécie que não tem ideia de como lidar com isso?
— Com o maior respeito, General, acredito que ela tem. Eu ofereço livremente a minha fonte de alimentos para ela. Luol também concordou e acho que uma vez que os outros provarem sua criação, suas habilidades serão de alta demanda.
— Eu preciso falar com ela antes de tomar minha decisão.
— Claro, General.
CAPÍTULO TRÊS
— Você está louca? — Jen olhou para Mac como se ela tivesse crescido uma segunda cabeça.
— Você sabe que não. — Mac negou.
— Eu preciso ir com os rapazes, Mac. Você sabe disso!
— Não, você não precisa. Eu quero que fique aqui em Pontus comigo.
— E fazer o quê? — Jen perguntou. — Pelo menos em Kalbaugh, eu posso ajudar os homens.
— Fazendo o que? — Mac perguntou. — Nós sequer sabemos o que farão lá, onde irão morar e em que condições serão. Pelo menos aqui, sabemos.
— Não há nada para eu fazer aqui, Mac.
— Sim existe. Você é uma Chef, Jen. E se alguma vez houve um grupo que precisava de uma, é este. Você não viu como Nikhil e Luol reagiram ao que você fez na noite passada?
— Você quer dizer como eles cheiraram desconfiados depois mastigaram como se alguém tivesse uma arma apontada para suas cabeças? Essa reação? —Jen perguntou.
— Eles gostaram. — Mac respondeu.
— Certo. — Jen disse.
— Eles gostaram! Era apenas diferente, como sua comida é para nós. Falei com Nikhil depois que você saiu. Ele honestamente gostou, embora achasse a textura estranha.
— Você quer dizer porque tinha textura? O que eles têm naqueles pacotes é duro.
— É verdade, mas o que eles comem é como chiclete. Honestamente, eu não sei como conseguem mastigar.
— Como é que preparam? — Jen encontrou-se perguntando, seu interesse despertado.
— Eu não tenho ideia, mas sei que você pode torná-lo melhor.
— Eles não me deixarão em qualquer lugar perto de sua comida fresca, Mac. É o recurso mais importante e valioso. — Jen descobriu pelo educador, depois de finalmente convencer Luol a deixá-la usar. Precisou convencê-lo, já que Luol temia fazer entrar em coma. Mac estava preocupada também, por isso que ela se recusou a sair do seu lado, enquanto Jen o usava. Ela sabia que precisava usá-lo, porque queria entender tudo que era dito ao seu redor. Talvez não, pelo que estava ouvindo agora.
— Talvez não no início, mas irão quando eles começam a cheirar e provar sua comida. Deus, Jen, irão implorar para que cozinhe para eles.
— Eu duvido disso. — Mas o pensamento fez um pequeno sorriso hesitante curvar seus lábios. Sempre foi seu sonho possuir seu próprio restaurante e criar incríveis refeições. Ela desistiu desse sonho depois que seus pais morreram e ela foi trabalhar no Sally, um restaurante na mesma rua do apartamento que alugou quando Kimmy foi morar com eles. Os clientes de Sally não estavam interessados nas coisas surpreendentes que Jen queria criar. Eles queriam que as coisas comuns, como Sally fez nos últimos cinquenta anos.
— Eu não, não, se você falar com ele.
As palavras de Mac fizeram Jen voltar ao presente. — Falar com ele? Quem é ele?
— General Rayner.
— Você quer que eu fale com o General? Sobre comida? — Jen ficou surpresa ao descobrir sua voz tremendo levemente. Ela não sabia porque o homem a deixava desconfortável. Não era seu enorme tamanho, porque Nikhil era maior e ele não causava esse sentimento. Não eram seus olhos brilhantes, como todos os Kaliszianos tinham. Havia apenas algo sobre a maneira como a olhava, que a fazia se perguntar sobre as coisas que ela não queria pensar. Não mais. Teria que superar isso se quisesse ficar aqui. Estava considerando ficar?
— Sim. Jen. — Mac pegou as mãos de Jen na dela. —Estes Kaliszianos, eles precisam de você.
— Mac, eu não sei nada sobre a comida crua que os Kaliszianos recebem. Eu não tenho certeza se é mesmo parecida com o que temos na Terra.
— Você fez muito bem na noite passada.
— Eu tive sorte. Quero dizer que era apenas uma batata sauté rápida com carne e legumes.
— Mas foi bom.
— Mac... — Jen deu-lhe um olhar incrédulo.
— Foi. — Quando Jen apenas olhou para ela, Mac acrescentou. — Ok. Ok. Faltou um pouco de molho. Deus, o que eu não daria por aquele molho que você fez naquela primeira noite na montanha. Foi fantástico!
— Foi apenas um simples molho de cogumelos de panela que fiz, Mac.
— Simples para você talvez, mas eu nunca teria pensado nisso. E aposto que nem os Kaliszianos.
— Isso pode ser, mas você acha que o General me dará acesso ao que seus guerreiros mais valorizam? E se eu queimar alguma coisa? Usar de forma errada? Eles arriscam suas vidas para ter essa comida, Mac.
— Eu sei disso, mas Jen, mesmo os Kaliszianos não sabem como preparar a comida corretamente. Você poderia mudar isso. Poderia fazê-los gostar. Nikhil já concordou em deixá-la usar a nossa parte e tenho certeza Luol também. É um começo.
— Você realmente acha que o General me deixará ficar aqui?
— Sim. — Mac disse a ela. — Ele já sente que falhou com você. Não irá querer isso novamente.
— Falhou? Por que ele acha que falhou comigo?
— Porque você foi ferida enquanto sob sua proteção, como eu. E os Jerboaianos morreu. Ele não aceitou isso muito bem, especialmente quando descobriu que você era uma mulher.
— Sobre o que está falando? — Jen perguntou, franzindo a testa.
— O General Rayner ficou realmente... bem, irritado é a única palavra que encontro, quando ele descobriu que eu mantive sua presença em segredo.
— Ele ficou irritado com você.
—Bem, isso seria um eufemismo. — Mac disse a ela, fazendo uma careta enquanto se lembrava como o General ficou. — Furioso seria uma palavra melhor. Ele não saiu do seu lado, Jen. Não até que Luol finalmente garantiu que você sobreviveria.
— O General Rayner ficou comigo? — Os olhos de Jen se arregalaram com o pensamento. — Por quê? Eu não sou nada para ele.
— Você tem certeza disso? — Mac perguntou levantando uma sobrancelha para ela.
— Mac, eu não conheço o homem. Nunca sequer conversei diretamente com ele.
— Mesmo?
— O que quer dizer isso?
— Jen, machos Kaliszianos reagem de forma diferente dos humanos. Olhe para Nikhil e eu.
— Isso é totalmente diferente. — Jen respondeu.
— Por quê? — Mac perguntou.
— Por causa disso. — Jen estendeu a mão e tocou a conta de companheira verdadeira de Nikhil no cabelo de Mac. — Você encontrou o seu companheiro verdadeiro, Mac. Eu já encontrei meu... e ele morreu.
Mac abriu a boca para discutir, em seguida, fechou-a. Quem era ela para dizer a Jen que ela não achava que Todd era seu companheiro verdadeiro? Jen quase morreu tentando proteger o homem que amava. — Sinto muito, Jen. Eu não quis dizer isso dessa maneira. Apenas... — Seus olhos foram para ela. — Eu quero que você seja feliz. Acho Todd iria querer isso também.
— Ele iria. Apenas...
— Apenas o que?
— Nada. — Jen não queria expressar suas dúvidas e enquanto sabia que seu marido gostaria que ela fosse feliz, não tinha tanta certeza de que ele iria querer vê-la feliz com outro homem. Ela era dele e somente dele. Disse isso várias vezes. — Então acha que eu deveria conversar com o General Rayner?
— Sim. Nikhil já falou com ele.
— Ele o que?
— Eu sugeri. — Mac rapidamente respondeu. — Para dar ao General Rayner uma ideia. Ele quer falar com você antes de tomar sua decisão final.
— Entendo. — Jen respirou fundo, em seguida, colou um sorriso falso no rosto. — Ok, então acho que preciso para ir falar com o General e deixar alguém controlar o meu futuro... outra vez.
— Jen, não é assim.
— É exatamente assim, Mac. Acho que deveria estar acostumada com isso agora, verdade? Quer dizer, primeiro os Ganglians, então o Zaludianos e agora os Kaliszianos. Por que deveria ter qualquer controle sobre a minha vida? Não tive nenhum desde que meus pais morreram, então por que começar agora?
— Sinto muito, Jen. Eu deveria ter dito algo a você antes de Nikhil falar com o General Rayner, mas eu esperava que ele decidisse que poderia ficar.
— Por quê?
— Porque eu não quero que você vá, Jen. Eu não quero ficar sozinha.
— Mac...
— Eu sei... eu sei. Eu tenho Nikhil, o que significa que não estou sozinha. E sei que estou segura e protegida, que sou amada, mas ainda assim... não é o mesmo. — Os olhos de Mac se encheram de lágrimas quando olhou para Jen. — Não é o mesmo que ter uma amiga. Alguém que a entende e pelo que passaram. Para isso, eu preciso de você, Jen. Eu não sei seu posso lidar com isso sozinha. E se algo acontecer com Nikhil? O que acontece se eu engravidar?
— Mac... você? — Jen perguntou.
— Claro que não! Quer dizer... não. Certo? É muito cedo! Não é? — Mac perguntou com medo.
— Leva apenas uma vez. — Jen lembrou.
— Eu sei disso, mas... como eu saberia? Quer dizer, eu não menstruei desde que fomos levadas. Nem você.
— Eu sei. Fiquei preocupada no início. Pensando que poderia estar grávida, embora tomasse pílula desde antes de Todd e eu nos casamos. Deus, o que teria acontecido se uma de nós ficasse menstruada?
— Então você entende. Não posso dizer nada para Nikhil sobre isso. Ele pensará que não confio nele para me proteger e isso não é nada disso.
— Claro que não é. Ele é um homem... um macho e eles realmente não entendem as fêmeas.
— Então conversará com Rayner?
— Sim, Mac. Conversarei com ele. E se puder, ficarei aqui em Pontus com você.
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Treyvon permaneceu em silêncio atrás de sua mesa e viu os olhos de Jennifer rapidamente observando o lugar. Ele poderia dizer que ela estava avaliando-o, procurando rotas de fuga. Não encontraria nenhuma, mas o fato de sentir a necessidade de olhar o incomodava.
— Sente-se. — Ordenou, apontando para uma cadeira na frente de sua mesa. — O Líder de Esquadrão Kozar me informou de sua solicitação. Mas antes de tomar minha decisão, deve explicar sobre sua presença aqui ou irá embora com seus machos.
Jennifer olhou para o olhar duro e brilhante do General e esse sentimento estranho que sempre tinha quando estava por perto começou a aparecer. Ela sabia que ele falava sério, que se suas respostas não o satisfizessem, ela iria embora. Secretamente observou-o nas poucas vezes que o viu na área dos sobreviventes. Ele era mais alto que seus amigos, lembrando-a de um desses deuses nórdicos antigos que eram supostamente tão fortes e musculosos. Ele olhava e agia como um conquistador e comandante, porque isso era o que ele era. Nunca dizia nada do que não queria ou não estava disposto a fazer. Precisava se lembrar disso. Lentamente, ela se sentou na cadeira que ele indicou.
O olhar de Treyvon permaneceu nela quando ele se sentou em sua cadeira, percebendo o quão tensa estava ou como rigidamente se sentou. Ele não perdeu como seu queixo pequeno inclinou-se muito levemente em um desafio silencioso. E o intrigou, pois poucos ousavam desafiá-lo, pois ele era o General Treyvon Rayner, Comandante Supremo da Defesa Kaliszian. Eles especialmente não o faziam quando precisavam de alguma coisa dele.
Mas Jennifer sim.
— Eu não tenho certeza por onde começar. — Disse ela.
— Comece com como você chegou neste planeta. — Treyvon sabia a resposta a muitas das perguntas que estava prestes a fazer, por causa de Mackenzie, mas queria ouvir isso de Jennifer. Ele estava ciente de que poucos viam uma situação da mesma maneira e tinha certeza que ainda havia algo que não sabia. Mackenzie disse que era a história de Jennifer para contar e ele queria ouvir. Seus instintos lhe diziam que seria importante para ambos.
— Eu... não... Mac não contou? Eu sei que Craig o fez.
— Eu quero ouvir de você, já que os outros nunca falavam toda a verdade.
— Eles não mentiram. — Jen defendeu automaticamente seus amigos. — Eles simplesmente não lhe contaram tudo. Há uma grande diferença.
— Não, não há. A verdade é verdade, e você me contará a sua. Sem deixar nada de fora.
— Fomos levados da Terra pelos Ganglians e trazidos a este planeta como trabalho escravo para os Zaludianos.
— Como os Ganglians não descobriram que havia duas fêmeas? — Ele perguntou, porque mesmo olhando para ela ferida, sabia que nunca a confundiria com um macho.
— Estávamos todos vestidos iguais. Tínhamos pintura de camuflagem em nossos rostos, eu também a coloquei no meu cabelo, então não se destacava.
— Por que fez isso? — Treyvon franziu a testa, olhando para a cor branca de seu cabelo. Era igual uma mustela, a criatura mais procurada do planeta Krat, desejada por sua espessa pele sedosa. Ele permitiu que seus dedos a tocassem enquanto ela ainda estava inconsciente, durante uma daquelas noites sem dormir e foi incrível. Uma fêmea Kaliszian jamais o esconderia, pois estavam sempre procurando uma maneira de se destacar.
— Era por um jogo estúpido. — Jen esfregou os dedos na testa. — Eles o chamaram de Final de Semana do Guerreiro. Você se veste e finge que está no campo de batalha e tenta derrubar o outro time. — Ela viu a careta do General. — Era para ser divertido.
—A batalha não é divertida. — Treyvon murmurou.
— Eu concordo. Por isso os Ganglians assumiram que todos eram machos.
— Isso foi uma sorte para você e Mackenzie, porque o Ganglians... — Ele parou.
— Eu sei o que os Ganglians fazem com as fêmeas. — Jen interrompeu com raiva.
A expressão de Treyvon não revelou nenhum alívio por ela não sofrer isso junto com tudo mais e ordenou: — Continue.
— Quando chegamos, os Zaludianos nos dividiram em dois grupos e imediatamente enviou um para trabalhar nas minas e outro que levou a uma caverna.
— Vocês foram mantidas separados das outras espécies?
— Sim. Eu não sei por que, mas pareciam fazer isso com todas as espécies.
— Eles fazem isso para controlá-las. Sabendo que, se os Zaludianos ameaçarem um de sua espécie, você reage de forma diferente do que aquele que não conhece.
— Oh. — Jen pensou sobre isso e percebeu que era verdade.
— Você foi capaz de fazer o trabalho que exigiram? — Treyvon descobriu que difícil de acreditar. Esta fêmea era pequena, magra. Não havia nenhuma maneira de durar muito tempo nas minas.
— Claro que não. — Foi sua resposta instantânea. — Mac e eu tentamos, mas depois do primeiro turno, todos percebemos que era impossível. Também vimos o que aconteceu com aqueles que não podiam fazer o que os Zaludianos exigiam deles.
— Matavam. — Treyvon disse a ela sem rodeios.
— Sim. — Jen estremeceu, lembrando-se do horror de ver um dos Jerboaianos sendo espancado até a morte na frente deles. Os picos, incorporados nas luvas dos Zaludianos, acertaram a pobre criatura. — Isso é foi quando os machos decidiram que um deles cobriria qualquer turno meu e de Mac.
Treyvon sabia disso e ele a contragosto sentiu seu respeito pelos pequenos machos aumentar. Para eles trabalharem voluntariamente dois turnos em uma mina...
— Mac encontrou uma fenda estreita na parte de trás da nossa caverna. — Ela respondeu à pergunta que sabia que ele faria a seguir. — Abria-se em uma caverna ainda menor. Sempre nos escondíamos lá, quando os Zaludianos se aproximavam.
— E os Zaludianos nunca descobriram?
— Eles apenas contavam os que trabalhavam, nunca os que eram deixados para trás.
— E quando eles não estavam lá?
— Mac e eu fazíamos o que podíamos pelos machos. Tratávamos seus ferimentos. Nos certificávamos que eles comessem. Mac tem formação em primeiros socorros, então ela cuidava de todos os ferimentos enquanto eu tentava usar os alimentos de uma forma para sustentar todos.
— Eu acho difícil de acreditar. Os Zaludianos não são conhecidos por dar muito a seus escravos.
— Eles não o fizeram. Mas uma vez, enquanto eu estava cozinhando, uma daquelas pequenas coisas que crescem no teto caiu na comida que eu estava preparando.
— Coisas no teto? — Ele perguntou, as sobrancelhas se erguendo. —Você quer dizer que as luciferinas?
— Bem, se é assim que você chama as coisas no teto que emitem a luz, então sim. Uma caiu na panela como eu disse e antes que eu pudesse pegar, ela se dissolveu. Desde que não poderia jogar a comida fora, tinha a esperança de que não fosse mortal e servi para os machos.
— O que aconteceu? — Ele encontrou-se perguntando.
— Nada, à primeira vista. Mas quanto mais eles comiam, mais energia tinham. Algo que nenhum de nós tinha experimentado já a algum muito tempo.
— O que quer dizer com que eles comeram? Você não comeu?
— Mac e eu sempre esperávamos os machos terminarem. — Ela encolheu os ombros. — Afinal, eles eram os únicos a fazer todo o trabalho.
Treyvon sabia que sua expressão não mudou, mas estava atordoado. As fêmeas não ficavam se comer. As fêmeas Kaliszian escolhiam o macho com o qual se unir, pela qualidade e quantidade de alimentos que podia fornecer. Elas sempre escolhiam os alimentos e eram as primeiras a comer. No entanto, esta fêmea estava dizendo que elas voluntariamente comeram por último. Por quê?
— Depois disso, eu olhei melhor para as... luciferinas no chão. — Continuou ela, não percebendo que surpreendeu o General. — Elas deixavam a comida com mais nutrientes e parecia ajudar os machos a se curarem mais rapidamente.
— Entendo. — Treyvon nunca ouviu falar de tal coisa a ser feito antes e sabia que era algo que precisava investigar. Mas agora, precisava saber como elas foram capazes de enganar seus guerreiros e contornar sua segurança.
— Como você foi capaz de entrar neste composto sem que ninguém percebesse que você era uma fêmea?
— Não foi tão difícil. — Disse ele. — Quando vocês chegaram, estavam mais preocupados com os Zaludianos que com os sobreviventes. Bem, todos, exceto por Mac. Vocês nos moveram como um grande grupo para o seu transporte. Não foi até que chegamos aqui que nos separaram por espécie e nos contou.
— E tínhamos dez de vocês.
— Apenas porque Mac não estava lá. — Ela o informou. — O Guerreiro não sabia que Mac era um de nós desde que ela estava em sua ala médica. E quando ela chegava, apenas rapidamente um de nós ficava ausente durante a contagem.
— E nenhum dos meus guerreiros percebeu? — Treyvon viu como ela apenas encolhia os ombros e sabia que teria uma longa conversa com seus guerreiros. Apenas porque uma espécie parecia menor e mais fraca do que eram, não significava que não eram uma ameaça. Especialmente uma espécie previamente desconhecida, como estes seres humanos eram.
— Por que deveriam? Os números coincidiam. — Disse ela encolhendo os ombros.
— Porque são treinados para fazê-lo.
— Entendo. — Mas Jen não entendia. Ela nunca esteve no serviço militar.
— Então, se você estava sempre escondida, como se feriu? Como foram os Zaludianos descobriram Mackenzie? — Ele observou juntas de Jennifer apertar os braços da cadeira. Ele não precisa ser um General para saber que ela não queria dizer, que era doloroso, mas ele precisava saber.
— Fale sobre Ashe Mackenzie primeiro. — Ele murmurou, permitindo-lhe algum tempo antes que dela contou sua história.
— Um dos machos tinha um corte profundo na perna. — Enquanto os dedos de Jen relaxavam um pouco na cadeira, eles permaneceram branco. — Nós usávamos tiras de nossas roupas para enfaixar as feridas, então estavam praticamente em farrapos. Um Zaludian entrou inesperadamente e Mac não teve tempo para se esconder. Ele pode facilmente dizer que ela era do sexo feminino.
— Por que ela não correu para segurança? Para a fenda?
— Porque eu estava lá, então já estava ferida. Mac sabia o que os Zaludianos fariam se me encontrassem.
— Eles a matariam.
— Sim.
— Então Ashe Mackenzie se sacrificou... por você.
— Sim.
— Como você foi ferida, Jennifer? — Ele perguntou em voz baixa.
— Havia originalmente doze de nós. Alguém disse isso? — Ela perguntou ao invés de responder diretamente sua pergunta e podia ver por sua expressão que ninguém o fez.
— Não. — Ele confirmou.
— Bem, havia. O décimo segundo era meu marido, Todd.
— Marido...
— Acredito que chamam de Dasho.
— Seu Dasho estava com você quando as Ganglians os levaram?
— Sim.
— E ele morreu. — Treyvon murmurou.
— Ele foi assassinado! — Ela imediatamente reagiu, seus olhos indo diretamente para ele.
O veneno em sua voz o surpreendeu, mas isso não impediu suas perguntas. Ele precisava dessa informação. — Ele ficou ferido?
— Não.
E de repente, a raiva que ela sentia pareceu desaparecer e recostou em sua cadeira.
— Eu não sei quanto tempo estávamos lá, mas as roupas dos machos estavam começando a se desgastar, ficando rasgadas e cheias de buracos. Quando estávamos na Terra jogando esse jogo estúpido, Todd insistiu que tirássemos nossas alianças de casamento.
— Alianças de casamento? — Treyvon questionou as palavras e Jen franziu a testa tentando descobrir como explicar isso.
— Na Terra, quando os casais se comprometem um com o outro... se unem... muitos de nós trocamos alianças. Bandas de metal que são usadas ao redor de um dedo. — Jen ergueu a mão esquerda e tocou o local em seu dedo anelar, onde a dela ficava. — É um sinal exterior, para que outros saibam que você está casado, unido.
Jen esperou o General assentir com a compreensão antes de continuar.
— Minha aliança tinha diamantes na banda e Todd temia que o sol se refletisse nela e contasse nossa localização. Então, ele me fez tirá-la e colocar as duas em uma corrente que ele usava no pescoço. Quando ele viu o Ganglians puxando uma igual de um dos Jerboaianos, ele escondeu a corrente no bolso.
— E os Zaludianos descobriram. — Ele não disse como uma pergunta.
— Sim. Parte da corrente escorregou para fora de um buraco e Todd não percebeu. Um Zaludiano viu, mas Todd recusou-se a desistir. — A garganta de Jen apertou enquanto ela se lembrava. Amava os anéis, mas não mais do que amou Todd. Por que ele não apenas não entregou para o filho da puta? Porque se o tivesse feito, ainda estariam juntos. — O Zaludiano começou a bater nele com essas luvas e...
— E?
— E eu não podia deixar. Mac tentou me segurar, mas consegui sair de nosso esconderijo e pulei nas costas do Zaludiano. Ele me bateu. — Ela tocou os restos das cicatrizes que ainda cobriam seu rosto. — Ele deve ter me nocauteado por um momento, porque quando voltei, o desgraçado tinha a corrente no pescoço e estava arrastando Todd por um pé.
— O que os outros fizeram? — Treyvon perguntou em voz baixa.
— Nada. Apenas olharam. Corri atrás de Todd, gritando. — Ela se lembrou de como louca que estava. — Eu quase o peguei quando o vi jogar o corpo de Todd por uma abertura. Pulei nas costas do bastardo, arranhando-o enquanto gritava. Ele simplesmente me agarrou e me jogou atrás de Todd.
— Para a fenda?
— Sim. — Seus olhos se estreitaram por um momento. — Você viu uma?
— Sim. Cada mina que descobrimos tinha uma. Como voltou para seu povo? — Treyvon achava difícil imaginá-la subindo as encostas íngremes da fenda, especialmente ferida como estava,
— Eu não o fiz. Mac veio atrás de mim. Ela não contou? — Ela perguntou quando o viu franzir a testa. — Nós encontramos uma passagem que conduz da caverna menor para o exterior.
— Você foi capaz de sair da mina? Escapar? Por que permaneceu então? — Ele perguntou.
— E ir para onde? — Jen perguntou. — Subimos as paredes íngremes fora da caverna e vimos o que estava lá. Nada. Nada além de uma fenda cheia de corpos apodrecendo. Além disso, nenhum dos machos podiam sair e nós não queríamos deixá-los.
— Os machos permitiram que ficasse com... seu Dasho?
— Eu não disse a eles.
— O que?
— Nós não lhes dissemos. — Ela repetiu.
— Eles não sabiam... — Treyvon não podia acreditar.
— Não, eu nunca saberei como Mac me levou de volta para caverna, mas ela o fez. Mesmo que implorasse a ela para me deixar lá e me deixar morrer.
— Você...
— Quebrei meu tornozelo quando caí. — Ela apontou para a perna machucada. — E a dor era insuportável. Meu marido estava morto. O que tinha para viver?
— Aparentemente, Mackenzie deu-lhe uma razão.
— Sim. Os machos, fazer a refeição dos machos.
— Os mesmos machos que não conseguiram protegê-la quando você atacou um Zaludian? — Treyvon perguntou com raiva.
— Não havia nada que poderia ter feito. — Ela imediatamente defendeu seus amigos. — Não sem se matar.
— Eles deveriam morrer! — Treyvon não gritou, mas quase rugiu. Como ela poderia defender aqueles que a decepcionaram em um momento de necessidade?
— Por quê? — Ela perguntou em voz baixa. — O que torna minha vida mais importante do que a deles?
— Você é uma fêmea. — Ele respondeu imediatamente, com surpresa.
— Por isso?
— Você deve ser protegida sempre.
— Mesmo que isso signifique uma morte certa?
— Sim.
— Isso é errado. — Disse ela simplesmente. — Minha vida não é mais importante do que os dos machos. Menos agora que fui ferida. Eles, pelo menos, têm a chance de ter uma vida plena e produtiva.
— E você não? — Ele estava lutando para entender essa fêmea. Ela era tão diferente daquelas que conhecia.
— Não. Meu marido está morto. Conscientemente abandonei minha irmã mais nova na Terra, não posso voltar para consertar tudo. — Ela olhou para fora de uma das pequenas janelas, enviando uma oração silenciosa para que sua irmã estivesse bem, antes de olhar o General diretamente nos olhos. — Tudo o que posso fazer agora é ajudar aqueles que nos ajudaram. Você.
— Quem você enganou.
— Eu já expliquei isso.
—Não para minha satisfação. Nós Kaliszianos acreditamos em honra e verdade, você não exibiu nenhuma delas.
— Honra e verdade. — Jen o olhou. — Então me diga, General Rayner, o que você teria feito se a situação fosse invertida? E se fosse uma de suas fêmeas que precisassem de proteção? Simplesmente confiaria cegamente nos machos de uma espécie que não conhece e não podia entender, com a segurança dela?
— Não. — Treyvon admitiu a contragosto, sua honra exigia que ele dissesse a verdade. — Mas isso ainda não significa que confio em você.
— Por que iria querer prejudicar você ou seus guerreiros?
— Porque a culpa é nossa que foram prejudicados e seu companheiro foi morto.
— Você acha que o culpo por isso?
— Porque se tivéssemos ficado mais... atentos a esta área do nosso Império, os Zaludianos nunca teriam entrado.
— É verdade. — Jen não mentiria para ele. E se eles tivessem feito isso, os Zaludianos não precisariam de mão de obra escrava. — Mas isso não significa que os Ganglians teriam nos deixado.
— Isso também é verdade.
— Eu não o culpo por suas ações, General e não tenho nenhum desejo de prejudicar você ou seus guerreiros. Não teria nenhuma utilidade, exceto ferir minha amiga e tenho certeza, acabar com a minha vida. Enquanto não tenho medo da morte, não quero intencionalmente me matar. Todd não iria querer isso.
— Por causa disso, você deseja nos ajudar? — Treyvon sabia que havia mais.
— Isso e ainda há a chance de que você encontre a Terra. E se fizer isso, então poderei voltar para casa.
— Entendo. — Apoiando os cotovelos sobre a mesa, ele juntou os dedos contra seu queixo. — Então você se beneficiaria em nos ajudar. — Isso era algo que ele podia entender.
— Espero que sim. — Ela disse a ele honestamente.
— A comida é um bem precioso no Império Kaliszian.
— Eu descobri isso.
— No entanto, você quer que confie em você com ela. Com o que meus guerreiros estão dispostos a morrer para ter.
— E se estão dispostos a morrer por isso, então eles devem receber mais por isso.
— O que você quer dizer?
— Sua comida é sem gosto. Alimentos não deve ser algo suportado. Deve ser algo apreciado. Antecipado. Saboreado, até.
— Você acredita que pode fazer isso? — Treyvon levantou uma sobrancelha cético.
— Sim, é o que eu treinei para fazer na Terra e já o fiz aqui. — Ela disse a ele com confiança. — Por Nikhil e Luol. Você tem o básico, General. Não grandes coisas, mas ainda assim, posso transformá-los em algo com um gosto melhor. Seus guerreiros apreciarão aquilo pelo qual trabalham tão duro
Treyvon se inclinou para trás, pensando em suas palavras. Antecipar uma refeição? Saborear? Era um conceito estranho e incomum para ele, mais estranho e incomum como a fêmea que sentada diante dele.
Os alimentos Kaliszian eram distribuídos com base no que cada Kaliszian contribuía para sua sociedade. Quanto mais contribuíram, mais eles recebiam. Todos os alimentos eram enviados para uma localização central. E de lá, era processado e distribuído. Apenas aqueles considerados essenciais, como guerreiros e os da classe dominante, recebiam alimentos frescos. Mesmo assim, era apenas para uma refeição por dia. A última refeição. O restante recebia as refeições produzidas.
Ele ouviu contos dos tempos antes da Grande infecção quando o alimento era abundante e havia grandes banquetes. Era dito que os Kaliszianos escolhiam os alimentos que queriam comer em vez de apenas agradecer por tudo o que recebia. Ainda assim, deveria ser cauteloso com seus guerreiros.
— Você treinou para fazer isso?
— Sim, fui a primeira no treinamento. Eles não apenas dão-lhe um título de Chef, sabe. Você precisa ganhá-lo.
— Entendo. — Ele silenciosamente olhou para ela por um momento e depois chegou à sua decisão. — Eu não confiarei em você com todo o nosso abastecimento de alimentos frescos e arriscar o que é dos meus guerreiros. Pedirei voluntários. E se houverem alguns dispostos, então você poderá... Chef para eles.
— Cozinhar. — Ela corrigiu.
— O que?
— É chamado de cozinhar. Eu sou um Chef, o que significa cozinhar alimentos.
— Cozinhar.
— Sim. — Jen ficou surpresa ao sentir uma pequena labareda de excitação agitar dentro dela. Fazia muito tempo desde que sentiu algo além de desespero. Ganhar a oportunidade de voltar para cozinha, ser criativa novamente era bom. — Quando eu posso ir para a cozinha?
— Cozinha...?
— O lugar onde o alimento é preparado.
— Por que você precisa para ir para lá? — Ele perguntou desconfiado.
— Porque é onde as refeições são preparadas. — Seu tom sugeria que deveria ter sido óbvio.
— Você acha que os guerreiros permitirão que cozinhe para eles?
— Sim. — Ela disse a ele com confiança. — Embora, suponho que poderia usar a cozinha nos aposentos de Nikhil. Eu a limpei depois que usei.
— Não. — A palavra curta do General trouxe sua atenção de volta para ele. — Você pode usar a sala comum se algum guerreiro lhe der permissão para usar o que é dele.
— Então eu preciso ver a cozinha.
CAPÍTULO QUATRO
A boca de Jen ficou aberta enquanto seu olhar lentamente percorria a bagunça que era cozinha dos Guerreiros. Meu Deus, era uma zona de desastre. Como poderia esperar alguém fazer uma refeição ali?
Treyvon franziu a testa enquanto inspecionava a sala onde a última refeição era preparada. Como se tivesse autorizado a ficar desta maneira. Ele nunca foi ali, preferindo consumir as refeições independentes atribuída a ele em seu escritório, de modo que seus guerreiros tivessem mais alimentos frescos. Alcançado a cintura, ele pegou o comunicador.
— Comandante Gryf. — Ele observou Jennifer dar um passo hesitante na sala.
— Sim, General? — Gryf respondeu.
— O Guerreiro é responsável pelo deposito de alimentos desta semana quem é? — Ele perguntou.
— O depositário de alimentos? Precisarei olhar, General.
— Encontre-o e envie aqui imediatamente.
— Sim, General.
Treyvon observou como Jennifer cuidadosamente estendia a mão, pegando um pano de limpeza entre o indicador e o polegar antes de rapidamente deixá-lo cair como se pudesse atacá-la.
— Não há uma pessoa responsável por esta área? — Ela perguntou.
— Não. — Ele admitiu. — A cada semana um guerreiro diferente é atribuído o dever de fazer a última refeição.
— Eu posso dizer que não é um grande dever. — Era óbvio para ela pelas panelas amassadas e utensílios jogados a esmo ao redor, alguns parecendo nunca terem sido lavados.
— Não é um dever de Guerreiro. — Treyvon admitiu.
— Isto mostra. — Jen respirou fundo e deu um passo mais para dentro, tentando decidir por onde começar. Não havia nenhuma maneira de cozinhar ali até que tudo ficasse completamente limpo. — Onde estão os produtos de limpeza?
— Produtos de limpeza?
— Sim. Tudo precisa ser limpo e higienizado antes que possa sequer pensar em cozinhar qualquer coisa aqui. — Ela virou-se para encará-lo. — Como você deixou tudo isso em tal estado? Meu Deus, está nojento!
Antes que Treyvon pudesse responder, as portas para cozinha se abriram e um guerreiro respirando forte entrou.
— Você pediu que me apresentasse, General?
Jen observou o guerreiro, que parecia mais jovem do que ela, endurecer quando o olhar irritado do General se moveu dela para ele.
— Guerreiro Gulzar, explique. — Treyvon ordenou.
— Explicar, General? — Gulzar deu-lhe um olhar interrogativo. — Sinto muito, senhor. Explicar o que?
— Como uma área pela qual você é responsável pode ficar em tal estado.
— Eu... — O olhar de Gulzar percorreu o local. Ao vê-lo encolher levemente, Jen sentiu pena do Guerreiro.
— Não há como toda esta confusão. — Ela apontou atrás dela. —Ter sido criada apenas na semana passada. Poderia Guerreiro Gulzar? — As palavras fizeram dois pares de olhos irem para ela. Um chocado, o outro irritado com a interrupção e soube que deveria apenas manter a boca fechada, e deixar o General lidar com seus guerreiros, mas na cozinha, ela era o General e precisava marcar este ponto.
Treyvon não gostou dela interrompendo-o, questionando seu Guerreiro. Ele estava no comando ali, não ela. Mas não podia culpá-la da verdade. Gulzar apenas tinha a atribuição e responsabilidade de preparar a última refeição há dois dias. Ele não pode ter causado tudo isso.
— Responda, Guerreiro Gulzar.
— Eu... — Gulzar engoliu em seco, em seguida, respondeu. — Não, General. Estava assim quando fui atribuído aqui. — Ele viu os olhos do General se estreitarem e rapidamente continuou. — Eu limpei o que precisava para preparar a última refeição. Mas entre a formação e o meu tempo atribuído na Comunicação, não tive tempo para limpar o restante.
— Entendo. Então, você deixou-o como encontrou.
— Sim, General. — Gulzar admitiu.
— Onde estão os produtos de limpeza? — Jen perguntou com um suspiro pesado.
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Jen se levantou, arqueando as costas para aliviar a dor ali. Ela ficou na pia por horas, esfregando as panelas e as piores que encontrou. Depois que Gulzar encontrou os produtos que ela precisava, o General ordenou que permanecesse e ajudasse na limpeza da área. Jen poderia dizer que o Guerreiro não ficou feliz, mas ela não recusaria a ajuda. Não com a quantidade de trabalho que havia para fazer. E era um trabalho pesado.
Ela ainda não estava de volta à sua plena força ou resistência, no entanto, mesmo com a melhor qualidade de comida. Ela provavelmente nunca estaria com a extensão de seus ferimentos, mas ela isso não a impediria de fazer o que podia.
Primeiro, limpou a pia, em seguida, organizaram o que precisava de uma lavagem pesada e o que estava além de toda a esperança. Havia filas de panelas ao longo das paredes cheias com vapor de água. E uma das mesas que esfregou, estava cheia de utensílios e panelas menores.
Nem tudo ficou como queria. Mas era o início.
— Eu preciso começar a última refeição. — Gulzar disse a ela, somente agora conversando com ela desde que o General o deixou.
— O que você está fazendo? — Ela perguntou, olhando para a porta, que ainda precisava explorar. Havia três delas, cada uma em uma parede diferente. Assumiu que levava a um depósito, uma câmara refrigerada e um congelador. Ela nunca permitiria um freezer no restaurante que queria abrir, mas naquela época estava pensando de forma esnobe na comida. Tudo seria fresco, nada processado e nunca nada congelado. Isso foi antes de vivenciar a fome real. Agora tinha o prazer em fazer qualquer coisa, desde que mantivesse a ela e seus amigos vivos.
— Última refeição. — Ele disse a ela como se deveria ser óbvio, em seguida, abriu uma das portas.
— Eu entendi, mas o que... — As palavras de Jen desapareceram quando ela o seguiu para o que acabou sendo um depósito. Um lugar muito grande desorganizado com recipientes parcialmente abertos em toda parte. No entanto, o que realmente a chocou foi o pedaço de carne que ele estava tirando de uma prateleira alta. Deveria ter pelo menos treze quilos de carne, em uma panela muito rasa. Quando ele o puxou da prateleira, o sangue derramou sobre a borda da panela, caindo no chão e nos recipientes abertos.
— Você está louco, porra! Está tentando dar a todos uma intoxicação alimentar?
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Treyvon encontrou-se indo a passos largos em direção à área humana, quando deveria fazer outras coisas, mas as palavras de Jennifer ficaram com ele por algum motivo. Ele precisava verificar se eram verdade.
Entrando na área, ele ignorou os machos humanos que pararam o que estavam fazendo e deixou seu olhar percorrer a área recém-reparada. Ainda havia marcas de blaster nas paredes, mas pelo menos as paredes eram sólidas novamente.
Craig observou o General passar por sua área como se tivesse o direito de estar ali. Ele não tinha. Enquanto ele e outros Kaliszianos os trataram muito bem, eles ainda estavam sob seu controle. Assim como estiveram dos Zaludianos.
— Posso ajudá-lo, General?
Virando-se, Treyvon viu o homem chamado Craig de pé na porta.
— Duvido. — Treyvon lhe disse sem rodeios e observou como ele aceitou o golpe verbal.
— Você não gosta muito de mim, de qualquer um de nós. — Craig fez um gesto para os machos atrás dele. — Gosta, General?
— Não. — Treyvon lhe deu a sua verdade. — Eu não gosto.
— Então por que você está aqui? — Craig questionou.
Treyvon apenas olhou para o macho por um momento antes de responder. — Amanhã vocês irão para Kalbaugh. Jennifer decidiu permanecer aqui em Pontus.
— O que? — Craig não conseguiu esconder seu choque.
Treyvon apenas olhou para ele, não se repetindo.
— Por quê? O que ela fará aqui?
— Ela... — Treyvon procurou a palavra que Jennifer usou. — Cozinhará para nós.
— Jen vai cozinhar? Para vocês?
— Sim, a Chef Jennifer está atualmente trabalhando em nossa... área da cozinha. — Ele observou Craig respirar fundo antes de olhar Treyvon nos olhos.
— Eu preciso que você me prometa que cuidará dela. — Ele disse.
— Não prometo nada para aquele que de bom grado abandonou o seu dever para com uma fêmea, para deixar as coisas mais fáceis para ele. — Treyvon ficou surpreso com a raiva que encheu suas palavras e viu o macho ficar pálido.
— Você não entende...
— Não, não entendo e nunca entenderei. Ela manteve vocês vivos! — Treyvon disse. Esta não era a maneira de obter as informações que queria sobre seu tempo com os Zaludianos.
— Ela o fez. — Craig olhou para seus amigos que silenciosamente se aproximaram. — Nenhum de nós estaria aqui se não fosse por Jen... Jennifer ou Mackenzie. — Um estrondo de acordo ecoou dos machos.
— No entanto, nenhum de vocês ajudou... quando precisou.
— Não. — Craig admitiu.
Em que uma palavra, Treyvon ouviu toda a raiva e desgosto que Craig sentia por si mesmo.
— Você nunca saberá... o que faz a um macho descobrir que ele é tão falho. — Olhos escuros, cheios de angústia olharam para Treyvon. — Saber que tudo o que você pensou que tinha... seus valores, suas crenças, pode ser arrancado. Tudo porque você quer sobreviver. O marido de Jennifer...
— Todd. — Treyvon disse calmamente.
— Todd. —Craig assentiu levemente. — Ele era meu melhor amigo. Era um grande macho, não era perfeito, mas amava Jennifer. Naquela primeira noite quando percebemos o que os Ganglians faziam com as fêmeas... Todd sentou ao meu lado, com uma Jennifer esgotada dormindo em seus braços e me fez jurar que se algo acontecesse com ele a protegeria.
— Mas você não fez.
— Não, eu não fiz. Aconteceu tão rápido, mas isso é apenas uma desculpa. — Ele respirou fundo outra vez. — Quando vi que um Zaludiano atacar Todd, tudo em que conseguia pensar era que não queria que fosse comigo. Como lamentável é isso? Ele era meu melhor amigo e nós sempre cuidamos um do outro.
— Mas não desta vez.
— Não. Então, quando vi, Jennifer estava atacando aquele bastardo. Ela estava fazendo o que eu deveria fazer e ainda assim, eu não me movi.
— Você é um covarde.
— Você é um bastardo duro, General. — Craig disse com raiva.
— Eu sou, mas falo a verdade. — Disse ele. — Você falhou com seu amigo. Fracassou com sua Ashe. Estava ali e não fez nada, todos vocês... — Seus olhos foram para os machos atrás de Craig. —E Jennifer foi ferida. E se não fosse por Mackenzie, ela não teria sobrevivido.
Craig deixou seu olhar percorrer o General, observando os músculos salientes nos braços cruzados sobre o peito. Ele era alguém que sabia melhor do que o enfrentar, mas Craig sabia que precisava fazê-lo.
Por Jennifer.
Por Todd.
E sim, por si mesmo.
Era hora de tentar se tornar o macho que sempre pensou ser.
— Eu sei disso. — Craig disse a ele. — É por isso que quero o seu voto de que cuidará dela melhor do que nós.
Treyvon sabia que faria isso, pelo menos, com Jennifer, como Nikhil já fazia com Mackenzie. Mas ele não sentia necessidade de informar Craig disso. — Eu o farei se me contar a verdade.
— Sobre o que? — Craig perguntou, as sobrancelhas se erguendo.
— Como foram capazes de sobreviver por tanto tempo com a comida que os Zaludianos lhe deram.
— Jennifer encontrou uma maneira de fazer a comida render mais. — Craig disse-lhe imediatamente. — Ela nunca nos disse como. Presumi que ela e Mac encontraram alguns ingredientes nativos na caverna menor.
— Nativos? — As sobrancelhas de Treyvon se juntaram.
— Sim. Você sabe, as coisas encontradas no planeta.
— Não há mais quaisquer coisas nativas em Pontus.
— Mesmo? — Treyvon viu a confusão honesta no rosto do macho. —Então não sei. Deve ser porque ela é uma chef treinada. Tudo o que sei... tudo que qualquer um de nós sabe é que havia sempre o suficiente para todos.
— Onde fica seu planeta? — Treyvon perguntou algo que queria saber. — Esta Terra.
— Ah, se soubéssemos, você acha que iriamos para Kalbaugh? — Craig perguntou. — Nós iriamos para casa. Todos nós, incluindo Jen. — Os machos concordaram.
— E quanto a Mackenzie? — Treyvon questionou em voz baixa.
— Ela já declarou que, mesmo se a Terra for encontrada, ficará aqui com seu Guerreiro.
— E vocês não sabem quanto tempo ficou na nave Ganglian?
— Não, nós já lhe dissemos isso! — Craig passou a mão frustrada pelo seu cabelo agora curto. — Não sabíamos como julgar o tempo naquela nave maldita. Perguntou aos Jerboaianos que estavam na nave Ganglian conosco?
— Não havia Jerboaianos quando os encontramos. Nenhum deles, apenas vocês.
— O que? Nenhum deles? — Os olhos de Craig se arregalaram quando o que Treyvon não estava dizendo afundou. — Eu não posso acreditar que nenhum deles sobreviveu. Eram pequenos, mas ferozes.
— Os Jerboaianos? Ferozes? — Treyvon não tentou esconder sua incredulidade. Jerboaianos eram uma espécie tímida pequena, que normalmente vivia em comunidades subterrâneas. Apenas ocupavam planetas com depósitos minerais inexplorados para cavar túneis. Em troca, eram autorizados a construir suas comunidades nos túneis deixados para trás.
— Sim. — Craig disse-lhe resolutamente. — Eu sei que são pequenos, mas deveria ter visto como eles tentavam defender suas fêmeas sempre que os Ganglians vinham e levavam uma.
— As fêmeas... os Jerboaianos tinham fêmeas com eles?
— Sim. Será que ninguém lhe dizer isso antes? — Craig virou-se para olhar para os machos atrás dele.
— Não. — Treyvon disse, sua mente correndo. — Jerboaianos não viajam com sua unidade familiar. — Disse-lhes. — A não ser que estejam se movendo para uma comunidade segura, estabelecida. — Finalmente, Treyvon tinha um lugar para começar sua busca. Ele precisava chegar aos Jerboaianos e ver que unidades familiares nunca chegaram ao seu destino.
— Unidade familiar. — Craig sussurrou. — Você está me dizendo que aquelas fêmeas que os Ganglians estupraram eram...
— Membros da família. Sim.
— Querido Deus... não admira...
— O que? — Treyvon perguntou.
— Eles lutaram tanto, ficavam tão devastados cada vez que uma era tirada. Saber que sua esposa, sua filha, irmã estavam passando por aquilo.
Treyvon não disse nada porque não havia nada a dizer.
— Há algo que você quer saber? — Craig perguntou com voz rouca.
— Não.
— Então temos o seu voto de que cuidará de Jennifer? Irá garantir que ela não exagere? Ela tende a fazer isso.
— Exagerar?
— Sim. Você não conhece Jennifer. Ela fica no trabalho até cair para provar a si mesma, especialmente agora que sua unidade de reparação não pode curar seu tornozelo. Ela precisa de alguém para cuidar dela e esse alguém precisa ser você.
— Por que eu? — Treyvon perguntou.
— Porque você é o General. É o único responsável. Ela terá que o ouvir.
Treyvon ficou em silêncio por vários momentos, seu olhar lentamente percorrendo todos os machos ali. Ele ainda acreditava que cometeram com Mackenzie e Jennifer um grande erro, que não fizeram o suficiente para protegê-las. Mas ali eles permaneciam unidos por Jennifer. Como ele já decidiu ficar de olho nela, balançou a cabeça lentamente.
—Meu voto de que cuidarei de sua Jennifer. Nenhum dano virá a ela enquanto estiver sob minha proteção.
Craig apenas olhou para o General por vários minutos, seus olhos fixos. Finalmente, ele encontrou o que estava procurando e assentiu. — Obrigado. Eu sei que minhas palavras não significam nada para você, mas ainda assim... a tem. Jennifer... bem, ela é especial. Algo que você descobrirá em breve.
Os machos atrás Craig murmuraram seu acordo, em seguida, afastaram-se quando Treyvon se moveu para sair. No meio da sala, Treyvon fez uma pausa, sua honra não permitindo menos. Voltando-se, olhou para os machos que o olhavam sair.
— Jennifer me disse que você, todos vocês. — Treyvon deixou o olhar percorrer todos os machos ali. — Trabalharam em turnos dobrados para mantê-la e a Mackenzie seguras. Foi uma coisa honrada a fazer. — Com isso, Treyvon deixou os machos humanos.
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— Você está louco, porra? Está tentando dar a todos uma intoxicação alimentar? — Jen perguntou acompanhando o sangue escorrer da panela que Gulzar movia para os recipientes abaixo. Ela podia ouvir sua mãe em sua cabeça enquanto mais algumas palavras bem escolhidas saíram de sua boca.
— Jennifer Dianne Teel! Damas não usam este tipo de linguagem! — Ela dizia naquele tom especial de mãe que dizia que estava decepcionada com ela.
Bem, Jen sabia essa palavra e algumas novas desde que saiu da Terra.
— Intoxicação alimentar? — Gulzar deu-lhe um olhar confuso. — O que é intoxicação alimentar?
— É o que pode acontecer quando você incorretamente manipula alimentos. Ele faz com que aqueles que comem fiquem doentes. Em alguns casos, pode até matar. — Ela deu um passo mais para dentro do depósito, inspecionando o que estava nos recipientes abertos no chão. Pareciam principalmente produtos como farinha, açúcar e sal. Surpreendentemente, não eram tão diferentes de suas contrapartes na Terra e usados da mesma maneira. Ela descobriu isso na cozinha de Mac e Nikhil. A falta de respeito e cuidado que tinham com os alimentos irritou Jen.
— Alimentos dão vida. Não matam. — Gulzar disse a ela.
— Pode se não for devidamente cuidado e preparado, o que inclui um cozimento. Também pode ocorrer quando a comida não é armazenada corretamente. — Ela apontou para o conteúdo do depósito, alguns dos quais caíram no chão.
— Nossos alimentos são armazenados corretamente! Basta olhar para esta sala! — Gulzar disse a ela com raiva.
— Sério? — Jen virou, ignorando a dor em sua perna. — Será que o depósito de armas é parecido com isso?
O rosto de Gulzar corou com a pergunta. — Claro que não! É vital que as nossas armas estejam devidamente limpas e armazenadas.
— E você acha que sua comida não? Alimentos devem ser algo precioso para você Kaliszian, mas os tratam assim!
— Eu...
— Como devemos tratá-los? — A pergunta tranquila de Treyvon fez ambos se virarem para encontrá-lo parado na porta do depósito.
— Com respeito, General. — Jen disse a ele. — Pelo menos tanto quanto dão as suas armas que os mantém com vida. Alimentos dão vida.
Treyvon ficou em silêncio por alguns minutos pensando em suas palavras. Havia verdade nelas. Uma verdade que não podia ser negada. A Deusa tirou os alimentos deles porque Aadi não o respeitou, usou para esconder um crime hediondo. Olhando para a condição do depósito, percebeu que estava fazendo a mesma coisa.
— Como um chef, você... respeita os alimentos? — Treyvon perguntou cuidadosamente.
— Sim.
— Então deve fazer nossa última refeição. — Treyvon ordenou, em seguida, virou-se para sair.
— É cozinhar e não, eu não a farei. — Jen respondeu imediatamente.
Gulzar apenas ficou ali, com o sangue da panela de carne pingando no chão enquanto seu olhar ia do General para a pequena fêmea que se atreveu a desobedecer-lhe.
— O que você disse? — A voz de Treyvon ficou mais dura.
— Eu disse que não farei a última refeição ou qualquer outra. Não até que está cozinha esteja completamente limpa, o que inclui os depósitos. Não apenas é errado, mas perigoso!
Jen não percebeu que estava se movendo em direção ao General enquanto falava, não até que pisou na farinha espalhada pelo chão e sua perna ferida deslizou. Com um grito de surpresa, ela estendeu a mão, agarrando qualquer coisa para salvá-la de uma queda feia. O que ela pegou foi o General.
Ou ele a agarrou?
Treyvon não podia acreditar que esta pequena fêmea se atreveu a recusar uma ordem direta dele. Ninguém recusava uma de suas ordens. Ele estava prestes a dizer isso a ela quando a viu deslizar. Em um instante, a tinha segurança em seus braços, sem perceber que se moveu.
— Você está bem? — Ele perguntou em voz baixa, segurando-a perto e gostando da sensação de seus seios pequenos pressionando contra seu peito.
— Eu... sim. — Jen olhou para cima e encontrou seu olhar capturado pelo azul brilhante dele.
— É este um dos perigos de que você fala? — Treyvon perguntou em voz baixa.
Jen apenas piscou para ele até que suas palavras finalmente penetraram no nevoeiro que enchia sua mente. Afastando o olhar do dele, ela se moveu em seus braços e ele imediatamente a colocou sobre seus pés, certificando-se que estivesse firme antes de dar um pequeno passo para trás.
— Sim, mas estava me referindo à maneira como armazenam seus alimentos, especialmente a carne. — Ela apontou para onde Gulzar ainda estava de pé.
— Deve ser descongelada antes de cozida. — Gulzar defendeu imediatamente suas ações.
— Não assim. — Disse Jen, virando-se para encará-lo. — Ela precisa ser feita em uma unidade de refrigeração. Eu sei que vocês têm uma.
— Refrigeração? — Gulzar perguntou.
— A sala onde mantém as coisas frias, mas não tão frias que fiquem duras.
— Eu... — Gulzar franziu a testa. — Nós temos uma sala fria, mas nunca descongelamos lá dentro.
— Certo. Apenas leva mais tempo. É por isso que precisa se planejar com antecedência. Essa carne que você está segurando. — Jen indicou para a panela nas mãos de Gulzar. — Quando a tirou da sala fria... estava dura?
— Eu a retirei da sala fria antes dos treinos da manhã.
Os dedos de Jen esfregaram uma dor de cabeça que sentia formando entre os olhos. — Você deixou um pedaço de carne, deste tamanho, em uma sala quente por metade do dia?
— Sim. Para que eu possa cortá-la e ajustá-la na panela. — Gulzar olhou para Treyvon. — General, eu preciso começar a última refeição, a menos que... — Ele virou os olhos esperançosos para Jen. — Ela a prepare.
— Absolutamente não! — Jen respondeu imediatamente. — Não até que toda esta cozinha esteja completamente limpa, organizada e inventariada! Eu não posso preparar uma última refeição adequada, sem saber o que vocês têm.
— Guerreiro Gulzar. — Treyvon olhou para o macho. — Continue com o seu dever atribuído.
— Sim, General.
CAPÍTULO CINCO
Jen entrou lentamente no aposento que lhe foi designado quando Luol a liberou da ala médica. Era semelhante ao de Nikhil e Mac, exceto que este era apenas um quarto e continha uma cama solitária. Mas Jen não se importava. Após as condições nas minas, parecia uma cobertura para ela. Não por causa da cama, já que agora podia dormir em qualquer lugar e em qualquer coisa. Mas porque tinha um vaso sanitário e um chuveiro. Aparentemente, os Kaliszianos achavam inaceitável para uma fêmea descansar com tantos machos. Ignorando a cama, ela se dirigiu para a unidade de limpeza.
Passou as últimas horas com os rapazes, compartilhando a última refeição e conversando com eles. Ela não ficou feliz em saber que o General já informou a eles que ela ficaria em Pontus. Ela queria ser a única a dizer-lhes, explicar por que ficaria. Deixaria o General saber que ele ultrapassou limite, mas não esta noite. Está noite ela precisava para se reorganizar.
Ela tirou o vestido que Mac insistiu para usar. Um dos quais Nikhil pediu que fosse enviado a Pontus para sua verdadeira companheira. Depois de dobrá-lo cuidadosamente e colocá-lo sobre o balcão, deu um passo para dentro da unidade de limpeza e inclinou o rosto para cima, deixando o fluxo de água gloriosamente quente cair sobre ela. Meu Deus, nunca pensou que algo tão simples como tomar uma ducha ou ficar limpa, poderia levá-la às lágrimas. Então novamente, nunca pensou que ficaria grata por comer algo com gosto de cola quente e papel de parede também.
Usando o gel de limpeza que os Kaliszianos forneceram, ela começou a lavar os cabelos. Não restava nada da lama negra que Todd insistiu em colocar em seu cabelo, mas ainda assim, esfregou com força. Talvez um dia esqueceria quão sujo esteve, mas não acreditava que seria tão cedo.
Inclinando a cabeça para frente, ela deixou a água lavar o gel de espuma, em seguida, voltou sua atenção para o corpo. Queria ignorar as mudanças que ocorreram em seu corpo desde que subiu a montanha. Descobriu que era impossível com a forma como as paredes molhadas parecia refletir sua imagem. Quem porra colocava um material reflexivo em um chuveiro?
Ela sabia que perdeu peso, muito peso. Todos eles perderam, já que comiam pouco, mas ela não precisa ver o que podia sentir. Sabia que podai ver cada uma de suas costelas, que seus quadris se projetavam terrivelmente. Na mina, ela se forçou a olhar para o tornozelo mutilado e as cicatrizes que corriam por sua perna esquerda. Vê-las agora, mesmo parcialmente curadas, quase não podia acreditar que sobreviveu. Ainda eram grossas e marcadas, cruzando o lado de fora de sua perna esquerda. Mas foi seu rosto que a chocou e ela sentiu seus olhos se encherem de lágrimas.
Lentamente, levantou a mão fina para tocar o reflexo horrível na parede.
Não admira que os rapazes ainda não conseguiam olhar para ela.
Ela sabia que era ruim, reviveu isso em sua mente mil vezes. Ainda podia ver as luvas, cheias de pregos de metal, vindo para ela. Ainda podia sentir a dor inacreditável que se seguiu. Passou os dedos sobre o rosto, mas nada poderia tê-la preparado para a realidade de se ver refletida. Uma vez sua mãe disse que sua pele era bonita, de porcelana e agora havia linhas avermelhadas descendo pelo queixo, várias das quais não foram totalmente curadas.
Lutando contra as lágrimas, ela colocou o rosto sob o jato de água. Disse seu adeus aos rapazes está noite, dando em cada um abraço. Paul e Eric foram os mais difíceis. Além de Mac, os dois sempre estiveram lá para ela. Eles a cuidaram, sem importar como se parecia, pior do que agora. Eles diziam que era bonita. Sabia que não estaria lá no dia seguinte, que não os veria ir embora, acabando com sua última conexão real com Todd e a vida que teve antes. Então fez o que sempre fazia. Foi pelo caminho mais fácil e disse adeus está noite.
Agora, eles também foram embora, como seus pais. Assim como sua irmã. Como Todd.
Fechando os olhos, levou o punho fechado à boca tentando segurar o soluço que saia de seu peito.
— Todd... — O soluço saiu dela. — Oh, Deus! Todd! — Quando as pernas cederam, ela virou, as paredes apoiando-a enquanto lentamente entrava em colapso até que ficou deitada no chão.
Meu Deus, eles foram todos embora.
Curvando-se numa bola no chão duro, frio, com apenas as paredes ouvindo, ela soltou toda a dor e sofrimento que segurou dentro por muito tempo.
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Na manhã seguinte, Treyvon silenciosamente observou enquanto um por um dos machos humanos entravam no ônibus que os levaria de Pontus para sua nova casa em Kalbaugh. Não era algo que fez com as outras espécies, mas por alguma razão, sentiu que precisava com estes machos. E se fosse honesto consigo mesmo, admitiria que não eram os machos que o levaram ali. Foi Jennifer.
Ele teve uma noite agitada, virando todo o tempo, já que a Deusa se recusou a abençoá-lo com um sono reparador. Sua mente continuava repetindo os acontecimentos do dia. Jennifer lenta e dolorosamente, movendo-se em direção a ele. Seus poderosos olhos azuis desafiando-o. Ele nunca conheceu uma fêmea como ela antes. Fêmeas Kaliszian nunca pensariam em desafiá-lo, especialmente se não precisassem de sua proteção. Elas se encolheriam e curvariam diante dele. Não Jennifer. Ela ficou ali, tão alta quanto pode com seus ferimentos.
Ela era a verdadeira razão por ele estar ali. Não conseguia afastar a sensação de que ela poderia precisar dele, enquanto observava seus amigos irem embora. Que ela não apareceu o surpreendeu. Quando o último macho, Craig, se aproximou do transporte, Treyvon avançou.
— Onde está Jennifer? — Treyvon perguntou, ficando na frente de Craig.
Craig olhou para Treyvon e franziu a testa. — Suponho que esteja em sua cozinha. Nós nos despedimos ontem à noite. Sabíamos que ela não estaria aqui esta manhã. — Ainda assim, Treyvon procurou com os olhos atrás de Craig antes de finalmente aceitar que ela não estava ali. — Espero que mantenha seu voto, General.
— Sempre mantenho meus votos. — Treyvon respondeu.
Dando-lhe um aceno curto, Craig embarcou no ônibus espacial.
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Gryf silenciosamente caminhava ao lado de seu amigo e General. Ele ficou surpreso ao vê-lo na área de embarque e ainda mais surpreso ao vê-lo conversar com o líder dos machos humanos.
— General, os machos estão prontos para entrar no quadrante sul.
Treyvon ficou em silêncio por alguns momentos. O quadrante sul foi onde o ônibus do Imperador Vasteri caiu e onde primeiro encontrou evidências dos Zaludianos. Eles já haviam limpado a área. Mas depois do que aconteceu com a transmissão ativada remotamente da última mina para que os Zaludianos pudessem atacar a base, queria ter certeza de que não perdeu nada.
— Informe que estarei lá em breve. — Disse Treyvon a Gryf, em seguida, virou-se por um corredor que o levou na direção oposta de seus guerreiros. Ele precisava saber onde Jennifer estava, precisava saber se ela estava bem antes de sair da base.
— Sim, General. — Gryf levantou a seu comunicador, transmitindo a mensagem enquanto seguia seu amigo, silenciosamente perguntando onde estavam indo.
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— O que em nome da Deusa você acha que você está fazendo? — Treyvon exigiu, caminhando pela cozinha e tirando a panela grande, cheia de água fora das mãos de Jennifer. Era muito pesado para ela carregar.
— Eu... General... — Jen tropeçou levemente para trás, surpresa com sua presença. — O que você está fazendo aqui?
— Por que está carregando isso? — Treyvon ignorou a pergunta e se moveu para a pia, jogando a panela.
— Porque eu preciso limpá-la! — Jen disse com um toque de sarcasmo em sua voz.
— É muito pesado para você! Onde está Gulzar? — Ele perguntou, voltando-se para ela.
— Como eu saberia? — Ela respondeu. — Ele é seu guerreiro.
— Comandante! — Os olhos de Treyvon foram para Gryf.
Gryf estava silenciosamente de pé na porta, tão chocado quanto a fêmea com as ações de Treyvon. Por que seu amigo tinha tanto interesse nesta pequena fêmea? Sim, ela foi tratada mal enquanto estava sob o controle de seu Império e sob sua proteção, mas isso não explicava o que estava vendo ou ouvindo.
— Comandante!
A palavra repetida tirou Gryf de seus pensamentos. Ele servia com Treyvon a tanto tempo que sabia o que ele queria e pegou o comunicador. — Sim, General.
— Por que você não acompanhou seus amigos partirem? — Com seu segundo em comando fazendo o que ele esperava, Treyvon voltou sua atenção para Jennifer.
Jen respirou fundo, em seguida, moveu-se para frente, voltando para a pia. — Não havia nenhuma razão para eu estar lá. Eu me despedi dos rapazes ontem à noite.
— Você acha que eles não gostariam de vê-la uma última vez?
— Seria apenas mais difícil... para todos. — Disse ela. Quando a pia se encheu de água limpa e quente, ela começou a esfregar.
Treyvon não disse nada por um momento, apenas a observou atacar a panela. Ele não entendia esta fêmea. Esperava que ela passasse cada minuto que podia com os machos que tanto defendeu. Em vez disso, estava ali, limpando.
— Você me chamou, General? — Gulzar perguntou, correndo para cozinha e esbarrando em Gryf no processo.
— Você, Guerreiro Gulzar, está agora atribuído a Chef Jennifer Neibaur. — Suas palavras chocaram todos e fez Jen girar com surpresa. — Você ficará aqui e fará o que ela quiser.
— Eu... sim, General.
Enquanto Gulzar respondia corretamente, Jen poderia dizer que ele não estava feliz com a nova tarefa atribuída.
— General... — Ela pensou em fazê-lo mudar de ideia, mas o olhar duro que ele deu a fez fechar a boca.
— Ela não deve levantar algo pesado. Entendido, Guerreiro Gulzar? — O olhar de Treyvon foi para o jovem guerreiro.
— Sim, senhor. — Gulzar respondeu imediatamente.
Dando a Jennifer um último olhar duro, Treyvon se afastou. — Gryf! — Ele chamou por cima do ombro.
Jen e Gulzar apenas olharam para o outro quando a porta se fechou atrás de Gryf, sem saber o que dizer.
— O que você precisa que eu faça? — Gulzar finalmente perguntou.
— Nada. — Ela voltou a esfregar a panela. — Eu não pedi sua ajuda, Guerreiro Gulzar. Volte para onde quer que for e faça o que estava originalmente fazendo.
— Eu não posso, já que deveria sair com o General para inspecionar o quadrante sul.
— Oh, eu acho que você não pode simplesmente ir.
— Não.
Enxaguando a panela com água limpa, ela a inspecionou. Encontrando-a limpa como queria, ela pegou um pano e começou a secá-la.
— Então vá treinar ou algo assim. — Ela disse a ele, distraída.
— Eu não posso fazer isso também. — Ele disse a ela, ressentido. — O General ordenou-me permanecer aqui e ajudá-la. Então é isso que preciso fazer.
— Mesmo que eu não quero que fique aqui? — Ela questionou sobre o ombro.
— Sim.
— Mesmo se você não quiser estar aqui?
— Meus desejos não importam. Estou aqui para servir o meu Imperador e seguir as ordens dadas a mim pelo General. Portanto, devo permanecer aqui e ajudá-la em qualquer coisa que precisar.
— Entendo. — Jen mancou até a mesa e colocou a panela com as outras limpas. — Então, nós estamos presos um com o outro, verdade?
— Presos? — Gulzar franziu a testa.
— Isso significa que teremos que trabalhar juntos querendo ou não.
— Sim. — Gulzar concordou.
— Então me diga, Guerreiro Gulzar. Você é de onde? — Ela moveu-se para pegar outra panela grande.
— Sustus. — Ele disse a ela, movendo-se rapidamente para pegar a panela dela. — Você a quer na pia?
— Sim. — Ela seguiu lentamente atrás dele. — Obrigada, mas eu poderia ter feito isso, você sabe.
— Seria difícil para você, mesmo se... — Ele parou, olhando as linhas vermelhas em seu rosto.
— Bem, se eu não estivesse ferida. — Ela terminou para ele.
— Sim. — Ele admitiu hesitante.
Jen olhou para a panela. Era uma enorme, feita de um metal que era mais pesado do que os utilizados na Terra. Com a quantidade de água nela, percebeu que seria difícil levantá-la, mesmo antes de sua lesão.
— Acho que você está certo, Gulzar. — Ela disse a ele.
— Eu... você é bem-vinda, um...
— Jen. Meu nome é Jennifer, mas meus amigos me chamam de Jen.
— Você gostaria de ser... minha... amiga?
— Sim. — Ela deu-lhe um olhar confuso. — Por que não?
Gulzar olhou para ela por um momento atordoado. Por que ela queria ser sua amiga? Sim, ele era um guerreiro. Um guerreiro com a honra de servir sob o comando do General Rayner. Mas ainda tinha que alcançar o status de Elite e até que o fizesse, não tinha estoque de alimentos adicionais para oferecer a uma fêmea.
— Porque eu não tenho estoque de alimentos extras para lhe dar em troca de sua amizade. Ainda não alcancei o status de Elite, portanto, não tenho direito aos créditos adicionais de alimentos que recebem. Qualquer extra que recebo, envio para ajudar a minha família.
— Por que você acha que estou interessada em seu estoque de alimentos?
— Uma fêmea... — Gulzar sentiu suas bochechas aquecendo novamente e precisou engolir antes de continuar. — Uma fêmea Kaliszian, quando ela oferece amizade a um macho, espera receber alimentos básicos ou créditos em troca.
— Receber alimentos ou créditos em troca de que? Por que...? — Finalmente ocorreu a Jen o tipo de amizade que Gulzar pensava que ela estava oferecendo e não sabia se deviera rir ou ficar ofendida pela forma em como angustiado o jovem guerreiro ficou ao pensar em ter relações sexuais com ela. — Eu não estou me oferecendo para me unir a você Gulzar!
— Não estava? — Gulzar franziu a testa.
— Não! — Ela imediatamente negou.
— Por que não? — Ele perguntou rigidamente e Jen vi a dor em seus olhos.
Esfregando uma dor de cabeça crescente entre os olhos, Jen se perguntou o que poderia dizer que não insultaria ainda mais Gulzar. Finalmente, ela decidiu apenas dizer a verdade.
— Você é um macho bonito, Gulzar e tenho certeza que as fêmeas oferecem sua amizade o tempo todo sem querer suas fontes de alimento. — Ela perdeu seu olhar assustado. — Eu sei que meus ferimentos são algo que fará com que nenhum macho queira se unir a mim, mas o que é mais importante é que eu não quero um macho.
— Não quer? — Gulzar não podia acreditar. Todas as fêmeas queriam um macho. E de que outra forma seria capaz de sobreviver?
— Não! Os Zaludianos mataram meu marido, meu Dasho. Não estou procurando outro macho para substituí-lo.
— Nem mesmo por créditos alimentares?
— Nem mesmo por créditos alimentares. — Ela confirmou.
O olhar que ele viu em seus olhos antes de se voltar para pia, para esfregar furiosamente a panela, não deixou dúvidas de que quis dizer cada palavra.
Gulzar foi buscar outra panela e eles trabalharam lado a lado em silêncio por vários minutos, com Gulzar tomando pegando cada panela e secando enquanto ela limpava a próxima.
— Então, a amizade entre um macho e fêmea na Terra não envolve união? — Gulzar finalmente perguntou, recusando-se a olhar para ela enquanto atentamente secava a panela.
Jen deu-lhe um olhar surpreso. Ela pensou que tinham terminado esta conversa. — Nem sempre. — Admitiu ela. — Nós chamamos isso de amigos com benefícios, mas mais frequentemente do que não, é apenas uma amizade platônica como a que tenho com os machos humanos. Isso é sem sexo ou o que vocês chamam de união.
— Nem mesmo após o seu Dasho morrer? — Ele perguntou.
— Especialmente depois disso. — Ela deu-lhe um olhar interrogativo. — Por que?
— É como uma fêmea Kaliszian sobrevive se ela não tem família e não é reivindicada por um macho. Há mesmo algumas fêmeas que afirmam que não oferecerão sua amizade para machos incapazes de fornecer o abastecimento de alimentos adequados.
A boca de Jen se abriu pelo que Gulzar estava dizendo. — Sério? Elas se vendem por comida? — Uma parte dela não podia se imaginar fazendo isso, passar fome, mas está era a antiga Jen.
Aquela que não foi levada pelos Ganglians.
Aquela que não viu seu marido ser assassinado.
Aquela que nunca passou fome antes.
A nova Jen se perguntou o que teria feito se os Zaludianos houvessem lhe oferecido mais alimentos em troca dela e Mac ter relações sexuais com eles. Teria feito? Todos estavam tão famintos, tão desesperados antes da primeira luciferina cair em sua comida. Todd permitiram isso? Ela não tinha certeza se queria ouvir a resposta que seu coração estava sussurrando.
— Muitas fazem. — Ele murmurou.
— Entendo. Bem, esse não é o tipo de amizade que estava oferecendo, Gulzar. — Ela disse a ele forçando sua mente longe desse pensamento escuro.
— Por quê? Eu sou um macho honrado que em breve alcançarei o status de Elite. Eu nunca machucaria uma fêmea.
Jen descobriu que queria rir novamente com a rapidez que Gulzar passou de ferido a insultado.
— Tenho certeza de que é um macho honrado Gulzar, mas isso ainda não significa que eu quero me unir a você.
— Então o que você está oferecendo? — Gulzar lhe deu um olhar genuinamente confuso.
— Minha amizade. Olha, vamos esquecer o que eu disse. Obviamente, isso não será possível.
Jen e Gulzar trabalharam silenciosamente nas próximas horas, limpando as panelas e utensílios de cozinha antes de Jen recostar-se esfregando suas costas.
— É hora da refeição do meio-dia. — Gulzar olhou para ela com expectativa.
— Sim? — Jen olhou para a cozinha e para as portas fechadas que os separavam da área de refeições. Na área de sobrevivência, essas portas estavam sempre abertas, assim como as portas que davam para fora. Ficava assim porque não queria se sentir presos como na mina. Ela poderia olhar através delas e ver a posição do sol em Pontus. Ali não podia fazer isso.
— Sim. — Gulzar disse a ela.
— Então é melhor ir comer. Você mais do que ganhou.
Jen suspirou quando Gulzar balançou a cabeça, em seguida, rapidamente saiu da cozinha. Ela não sabia o que estava pensando, pedindo-lhe para ser seu amigo. Deveria saber melhor. Enquanto sempre ficou escondida quando os Kaliszianos estavam perto, ela foi capaz de observá-los. Viu o quão reservado eram com alguém que não fosse Kaliszian.
Ela não estava com fome e o pensamento de voltar a seus aposentos vazios não a animou. Mas também sabia que precisava se sentar e descansar a perna ou ela pagaria por isso mais tarde. Conseguiu manter a maioria de seu peso fora da perna ao limpar tudo, inclinando-se contra a pia, mas agora precisava se sentar.
Ignorando a dor, ela saiu da cozinha. Atravessou a sala grande, onde a última refeição era servida, para a porta que ela sabia que levava para fora. Empurrando-a aberta, ela saiu para o calor do sol Pontus.
A estranheza da paisagem não surpreendeu Jen. Ela se acostumou com sua aparência maçante e monótona desde que foi resgatada. No início, pensou que eles estavam entre as estações, como na Terra logo antes da dormência do inverno dar lugar à cor e a vida que sempre acompanhava a primavera. Mas Pontus parecia estar sempre presa naquele período de dormência e agora sabia o porquê.
A Grande infecção.
O que ficou surpresa ao descobrir, porém, foi que, ao contrário da área onde estavam antes, esta parecia ter lugares para se caminhar. Movendo-se lentamente por um dos caminhos de pedra desgastados, ela virou um edifício e fez uma parada abrupta. Ali, como um guerreiro solitário havia uma árvore alta, preta. Pelo menos o esqueleto de uma, como se foi arrancada pelas tempestades terrestres que pareciam tão comum em Pontus. Isso lembrou a Jen da areia ou as tempestades na Terra e parecia acontecer com bastante frequência.
Como esta árvore foi capaz de sobreviver a elas? Tinha um enorme tronco que se levantava pelo menos dois metros que se ramificava em todas as direções com galhos menores, mais finos estendendo-se ainda mais. Caminhando em direção a ela, não pode evitar pensar que aquela foi antes uma magnífica árvore. Podia imaginá-la com folhas, cobrindo e protegendo o solo contra o sol de Pontus.
Parece que ela não era a única pessoa que pensou isso, já que ali ao redor do tronco da árvore havia um banco de pedra, dizendo-lhe que alguém no passado distante sentou-se sob esta árvore e aproveitou sua sombra. Sentando-se, ela deixou seu olhar avaliar a cena a frente, observando como a leve brisa soprava o solo solto. Olhando ao redor, de repente percebeu exatamente onde estava e o que estava vendo.
Ela estava em um jardim, pelo menos o que restava de um. Os contornos de pelo menos meia dúzia de áreas de plantio, separadas por caminhos de pedra, podia ser vista sob a terra se movendo, dizendo-lhe que este foi uma vez um jardim amplo e bem-usado. Precisava dizer a Mac sobre ele.
Recostando-se contra a árvore, fechou os olhos e inclinou o rosto para o sol. Seu calor sentia-se incrível no rosto descoberto. Sempre manteve suas cicatrizes cobertas quando os rapazes estavam ao redor. Sabia que os aborrecia e os faziam se sentir culpados. Agora que eles foram embora, não mais se esconderia. Levantou a mão que tremia levemente enquanto esfregava o peito onde coração estava.
Eles se foram. Sua última e verdadeira conexão com Todd e a vida que tiveram.
Ela não percebeu a única lágrima que escapou do canto do olho caindo sobre a árvore. Nem percebeu como foi imediatamente absorvida.
Balançando a cabeça, Jen se endireitou e abriu os olhos. Ela não tinha tempo para sentir pena de si mesma. Isso não mudava nada. O que ela precisava fazer era limpar a cozinha para que pudesse começar a mostrar aos Kaliszianos que os alimentos poderiam ser algo mais do que apenas suportado.
Levantando-se, estremeceu quando sua perna protestou. Como poderia se esquecer de sua deficiência? Especialmente quando a dor nunca realmente ia embora, nem mesmo com os tratamentos de Luol. Dando um passo devagar, silenciosamente se repreendeu por não ser mais cuidadosa. Quando a perna ficou mais firme, ela lentamente voltou para cozinha.
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— Então, Gulzar. — Parlan sentou-se ao lado do guerreiro mais jovem, que estava terminando sua refeição do meio-dia. Parlan inclinou a cabeça levemente, de modo que as muitas contas afixadas nas extremidades de seu cabelo caíssem sobre um ombro, facilmente vistas. — Eu ouvi o General lhe ordenar servir uma fêmea, uma fêmea humana.
Gulzar olhou para Parlan. Parlan era vários anos mais velho do que ele e já alcançou seu status de Elite. Ambos vieram do mesmo planeta de Sustus, mas além disso, não tinham nada em comum. O cabelo de Gulzar continha apenas as contas de suas realizações e ele era o primeiro de sua família a treinar como um Guerreiro de Elite. As contas de realização de Parlan eram representadas pelos muitos machos de sua família que alcançaram este status antes dele. Era algo que ele fazia questão de que todos notassem.
— Recebi ordens para ajudá-la, Guerreiro Spada, não a servir. — Gulzar se dirigiu a Parlan por seu título, porque isso era algo Parlan insistiu.
— Isso em vez de ser autorizados a acompanhar o General ao quadrante sul. Talvez o General finalmente percebeu que você não possui as qualidades necessárias para alcançar o status de Elite.
Gulzar endureceu com o insulto de Parlan. Não era a primeira que ele recebia um do Guerreiro de Elite, mas como Parlan tinha o status mais elevado, não podia responder como queria. Afinal, Parlan não estava com o General também. Ainda estava nos muros por causa da forma como cuidou dos sobreviventes. Levantando-se, Gulzar reuniu os restos de sua refeição processada e deixou Parlan sorrindo.
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Retornando para o depósito de alimentos, Gulzar ficou surpreso ao encontrá-la vazia. Por alguma razão, pensou que iria encontrar Jen na pia esfregando mais panelas. Precisava admitir que sentiu vergonha da condição em que esta cozinha, como ela dizia, estava. Olhando agora, ainda era algo do qual não se orgulhava, mas estava mais limpa que antes. Decidindo que poderia muito bem começar a última refeição, se moveu para o depósito, em seguida, fez uma careta quando viu a porta entreaberta. Entrando, ele ficou chocado com o que encontrou.
O depósito... estava impecável. Pelo menos próximo a isso. Caixas e sacolas estavam fechadas, sem nenhum deles no chão. Prateleiras foram organizadas e em um canto com uma vassoura em suas mãos estava Jennifer. Ela estava de costas para ele, inclinada para baixo, empurrando a vassoura tão longe quanto podia, sob a prateleira mais baixa antes de puxá-la de volta com uma pilha... ele não sabia o que, vindo com ela.
Jen viu um movimento pelo canto do olho. Ela não teria notado se fosse na Terra, mas seu tempo se escondendo dos Zaludianos aguçou seus sentidos para perceber qualquer perigo possível. Apertando a vassoura que encontrou em um canto, ela virou-se pronta para se defender.
— Gulzar! — Ela gritou, relaxando seu controle sobre a vassoura e respirando fundo. — Eu não o ouvi voltar.
Gulzar viu a forma como ela endureceu assim que o percebeu e se preparou para se defender. Por quê? Será que ela não sabia que não tinha mais nada a temer? Aqui não. Os guerreiros mais aptos e mais dignos do Império Kaliszian estava ali.
— Por que você sente a necessidade de se defender? — Ele perguntou. — Fiz alguma coisa para que sinta medo de mim? — Ele descobriu que não gostava disso. Não gostava do pensamento dela com medo dele ou de qualquer macho.
— Você não fez nada, Gulzar. — Voltando-se, ela terminou varrendo o último conjunto de prateleiras, incapaz de acreditar no que estava vendo. Para uma sociedade que parecia equiparar o valor de uma pessoa com a quantidade de comida que poderiam fornecer, eles não mostravam aos alimentos muito respeito.
— Isso é uma mentira. Você estava pronta para se defender.
— Não tinha nada a ver com você, Gulzar. — Inclinando-se, ela varreu os restos de alimentos na pá que pegou antes de despejar em um balde.
— Então com o que tem a ver?
— Tem a ver com os Ganglians. — Disse ficando de pé de frente para ele. — Tem a ver com os Zaludianos e com o fato de que, apesar de Mac ainda estar aqui, todo mundo que conheço e confio se foi. E se de repente você se encontrasse em um planeta alienígena, cercado por aqueles que não se importam se você vive ou morre, como você reagiria? — Jen ficou surpresa com sua raiva e dor. Parecia que não tinha tanto controle sobre suas emoções como pensava. Segurando a vassoura com mais força, ela se virou e terminou de varrer.
Gulzar ficou surpreso com a dureza de suas perguntas e em seus olhos. E se ela fosse um macho, diria que era um Guerreiro de Elite experiente.
— Eu... eu não entendo. Quer dizer, entendo suas palavras e acredito que se ficasse sozinho com uma espécie não conhecida iria manter a minha guarda. O que não entendo é porque você se sente assim, enquanto sob nossa proteção.
— Por que não deveria? — Jen perguntou. — Eu fui atacada aqui antes, lembra?
— Sim, mas foram os Zaludianos. Somos Guerreiros Kaliszian. Nós não prejudicamos fêmeas.
— E eu deveria acreditar apenas porque você diz? — Ela perguntou. —Um macho que não conheço. Um macho que não estaria aqui se não recebesse ordens.
Gulzar sentiu o calor se espalhando por todo seu rosto com a verdade em suas palavras. Ele não estaria ali se o General não ordenasse.
— Ei Jen. Você está aqui? — O som da voz de Mac salvou Gulzar de responder.
— Aqui, Mac! — Jen gritou.
— Sinto muito por não estar aqui esta manhã, mas Nikhil estava de folga e... — As palavras de Mac terminaram abruptamente quando ela entrou no depósito e viu Gulzar. — Oh, eu não sabia que... olá, Guerreiro Gulzar.
— Ashe Mackenzie. — Gulzar inclinou-se levemente para Mac.
Jen levantou uma sobrancelha para Mac, que apenas revirou os olhos. —Bem, eu queria estar aqui mais cedo para ajudar a limpar este lugar, mas me atrasei.
— Como você sabia que precisava de ser limpo? — Jen perguntou.
— Bem, porque duh... eles são homens, mas principalmente porque Nikhil me trouxe aqui para comer. Lembra? — Mac estremeceu um pouco com a lembrança. — Eu me recusei a comer depois de ver a condição desta cozinha. Por isso que lhe pedi para cozinhar em nossos aposentos.
— Eu posso entender isso. Quase explodi quando vi o estado do lugar.
— Eu tenho certeza. O depósito parece ótimo, apesar de tudo. — Mac olhou para as prateleiras limpas e organizadas. Ela nunca esteve ali antes, mas sabia que estava pior do que quando Jen chegou.
— Obrigada. — Jen disse. — Quando se trata do básico, como farinha, açúcar e sal, não parece muito diferente do que o que temos na Terra.
— Eu notei quando Nikhil levou para o quarto. São os legumes que me incomodam, no entanto.
— Eles são na sua maioria apenas de diferentes cores e formas. — Disse Jen.
— Eu sei, mas ainda...
— Há cenouras roxas na Terra, você sabe. — Jen pegou um dos vegetais que reconheceu.
— Há? Eu não sabia disso.
— Sim. — Ela colocou a cenoura volta. — Estas não são as mais frescas que eu já vi e durariam mais tempo se estivessem na sala fria, mas ainda assim são comestíveis.
— A maioria dos guerreiros não gostam delas. — Gulzar finalmente falou, levando-as a lembrar que ele estava ali. — Eles comem porque estão sempre na última refeição, mas é a última coisa que consumem.
— Mesmo? — Jen olhou para ele. Cenouras na Terra eram naturalmente doce e quase todo mundo gostava delas. — Como você as prepara?
— Eu simplesmente coloco na panela. — Gulzar disse a ela.
— Coloca na... — Jen olhou de Gulzar para caixa de cenouras. Estas não eram as cenouras pequenas que poderia ser comida inteira. Estas eram grandes, ainda com raízes que se prolongavam a partir delas e secas no topo. Exceto pelo fato de não haver terra sobre elas, pareciam ter acabado de ser arrancadas do chão. — Você apenas coloca na panela? Não descasca ou limpa?
— Não. — Gulzar deu-lhe um olhar interrogativo. — Eu devo?
Jen apenas olhou para Mac e balançou a cabeça.
— Você tem muito trabalho, Jen.
— Sim, eu vejo isso. — Jen concordou.
CAPÍTULO SEIS
— Então, quanto tempo você acha que demorará para colocar a cozinha em forma? — Mac perguntou, entregando a Jen a última panela para secar. Ela fez Jen sentar enquanto lavava tudo. Mac podia dizer que o tornozelo de Jen estava incomodando. Quando estavam na mina, havia pouco que pudesse fazer para ajudar. Isso não era verdade agora.
— Mais alguns dias, pelo menos. — Jen disse a ela enquanto olhava ao redor. Precisava de uma limpeza final para seus padrões, mas pelo menos as panelas sujas e utensílios já não estavam mais espalhados em todos os lugares. — Sequer olhei na sala fria e no freezer. Porque se estiver tão ruim quanto o depósito...
— Vamos esperar que não. — Mac deixou a água escorrer da pia, então a enxugou. Lentamente dobrando o pano e virou-se para Jen, recostando-se contra a pia. — Jen?
— Sim?
— Por que você não deixou Luol reparar suas cicatrizes?
— Porque elas não importam. Não doem.
— Não gosto de sua perna e elas mantém todos a distância.
— Sim. Eu vi como os machos Kaliszian olham para você, as contas que usa, especialmente a de verdadeira companheira de Nikhil. — Ela olhou para a conta verde no cabelo de Mac e o branco que parecia rodar por ela. Era a conta de companheiro verdadeiro de Nikhil que se transferiu para Mac quando Nikhil a resgatou na mina.
— Não é tão ruim assim. — Mac negou.
— Apenas porque Nikhil rosna para qualquer homem que olha para você por muito tempo.
— Verdade. Ele é tão doce.
— Doce? Certo. — Jen revirou os olhos para o olhar sentimental de Mac. — Eu chamo de possessivo. Ele a olhou e mesmo ferida a quis.
— Eu sei. Como eu disse, doce.
Ninguém além de Mac pensaria que o grande guerreiro Kaliszian por quem estava apaixonada era doce. Nikhil era um enorme guerreiro, sério e Jen apenas o via sorrir quando olhava para Mac. O único Guerreiro que Jen sabia que podia rivalizar com ele era o General.
— Então, foi o doce Nikhil que a manteve na cama toda a manhã, em vez de vir aqui me ajudar a limpar esta cozinha? — Jen perguntou e observou como o rosto de Mac ficava vermelho.
— Eu... como você sabe disso? — Sussurrou ela, com a cabeça girando ao redor para se certificar de Gulzar não a ouvia, apenas para descobrir que ele não estava ali.
— Por causa da maneira que você parou de falar quando viu Gulzar na cozinha comigo. — Jen disse a ela, então perguntou. — Então Nikhil estava de folga esta manhã...
— Sim.
— E ele docemente pediu-lhe para ficar na cama com ele?
— Eu não tenho certeza se esta é a palavra certa. Foi mais como se ele não quisesse sair.
— Realmente... foi bom, verdade? — Jen sorriu para ela.
— Você não tem ideia! — Mac disse, abanando-se. — Uma vez que Nikhil começa, pode ficar por horas.
— Horas? — Os olhos de Jen se arregalaram.
— Horas. — Mac confirmou, sorrindo presunçosamente.
— Porra, você está apaixonada...
— Eu sei. Estou... — O brilho desapareceu dos olhos de Mac e ela deu a Jen um olhar sério.
— Mac? — Jen franziu a testa. — O que há de errado?
— Nada. — Ela imediatamente negou.
— Mac, você está mentindo.
— Deixe para lá, Jen.
— Não. — Jen deu-lhe um olhar duro. — Termine o que ia dizer.
Mac olhou para amiga, os olhos cheios de pesar. Ela sabia que Jen entenderia, mas ainda assim.
— Mac, você sabe que pode me dizer qualquer coisa.
— Eu sei.
— Então?
— Eu tenho muita sorte. — Lágrimas encheram os olhos de Mac novamente. — Eu não posso imaginar minha vida sem Nikhil nela. Então me lembrei do que precisou acontecer para encontrá-lo e isso me envergonha.
— Oh, Mac. — Jen abraçou a amiga e lhe deu um forte abraço. — Você não tem nada para se envergonhar. Absolutamente nada! Estou feliz por você.
— Mas Todd...
— Não estar com Nikhil não trará Todd de volta. Não mudará nada, exceto deixar você e Nikhil miseráveis. Ganhou um presente, Mackenzie. Aproveite-o. Não deixe ninguém o levar para longe de você.
— Eu não deixarei.
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Gulzar ficou na porta da sala fria, depois buscar a carne que ele precisava para última refeição. Não tinha a intenção de ouvir a conversa das fêmeas, mas uma vez percebeu o que elas estavam dizendo, não quis interromper.
Ele perguntou pelas cicatrizes de Jen que não foram reparadas. Sabia que foram pelo menos parcialmente, o fez pensar. Nunca ouviu falar de uma fêmea que não queria atrair um macho, especialmente uma sem família e que foi ferida.
Quando as fêmeas continuaram conversando, ele começou a perceber que tinham um vínculo que não era muito diferente do que existia entre guerreiros. Era uma coisa incomum ter entre as fêmeas. Enquanto não havia escassez de fêmeas no Império Kaliszian como no Império Tornian, as fêmeas Kaliszian competiam entre si pelos machos que poderia lhes fornecer mais alimentos.
Isso não parecia ser o caso ali. Jen estava honestamente feliz por Mackenzie ser a verdadeira companheira e Ashe de Nikhil e não parecia querer ser uma ela mesma. Que estranho. Jen chamou Mackenzie de sua amiga. Era esse o tipo de amizade Jen lhe ofereceu? Para ser alguém que estaria lá para ele sem se beneficiar de algo?
Ele precisava pensar sobre isso. Certificando-se que fosse ouvido se aproximando, abriu a porta.
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— Eu digo que terminamos pelo dia. — Mac disse afastando-se de Jen, observando como seus olhos iam para o que Gulzar estava carregando. —Vamos para o meu quarto e relaxar por um tempo. Dessa forma, você não terá que ver Gulzar massacrar este pedaço de carne.
— Sim, isso seria provavelmente o melhor. — Mas mesmo enquanto falava, Jen descobriu que estava se movendo em direção de Gulzar. Esta noite era outro grande pedaço de carne, mas esta ainda tinha os ossos. — Vejo que você a pegou da sala fria.
— Sim, eu a coloquei lá na noite passada. Mas ainda não está descongelada como ficaria no depósito.
— Não, não está. Não um pedaço de carne deste tamanho. Mas é mais seguro e você ainda será capaz de cozinhá-la. Servirá com os ossos?
— Com os ossos? Claro que não, você não pode comer os ossos. Uma vez que cair, irei descartá-los.
— Descartar... por que não corta a carne dos ossos primeiros? A carne cozinhará mais rápido.
— Será? — Gulzar franziu a testa, olhando para carne.
— Sim, então você pode assar os ossos e usar no caldo.
— Caldo? O que é caldo? — Gulzar perguntou.
— É um líquido saboroso que você pode fazer dos ossos e legumes. Usa para outras coisas, deixando tudo com um sabor melhor.
— E você pode fazê-lo com ossos? — Ele gesticulou para os ossos, sem acreditar.
— Sim. — Jen franziu a testa quando Gulzar não se mexeu, apenas olhou para os ossos em confusão. E de repente, ela percebeu que ele não sabia como desossar a carne. — Eu posso fazê-lo, se quiser. Assim, você pode continuar trabalhando na última refeição.
— Você faria isso por mim, mesmo quando recusei a sua... amizade?
— Claro. — Jen moveu-se para onde as facas estavam em um rack magnético que descobriu preso à parede. Isto a surpreendeu, mas apreciou que os Kaliszianos pensassem na segurança na cozinha. Abrir uma gaveta cheia de facas afiadas era perigoso. Ela ignorou o olhar de olhos arregalados que Mac deu a ela, sabendo o que sua amiga estava pensando.
Selecionando uma faca, rapidamente verificou o corte. Movendo-se para a mesa, habilmente começou a remover os ossos da costela.
— Que tipo de carne é? — Jen perguntou. Lembrava a carne que estava acostumada, mas não era da cor vermelha.
— É uma fera selvagem. — Gulzar disse a ela distraidamente, enquanto observava suas habilidades com a lamina com espanto. Ele não tinha certeza de que um Guerreiro de Elite mais qualificado poderia usar uma lâmina habilmente assim. — Vem do planeta Tornian de Betelgeuse, onde seus guerreiros aprimoram suas habilidades em caça e rastreamento.
— Assim é como chama? Fera? Pode pegar duas daquelas panelas rasas para mim? — Ela fez um gesto com a cabeça para as panelas armazenadas alguns metros enquanto cortava a carne, removendo a gordura. — Apenas tem uma espécie de carne?
— Bem, não. Mas o que importa quando são todas preparadas da mesma forma?
— Você cozinha todas as carnes da mesma maneira? — Jen não tentou esconder seu espanto enquanto colocava as costelas em uma das panelas, em seguida, a cobria.
— Claro. — Disse Gulzar, acompanhando de perto tudo o que ela fazia.
— Como?
— Eu corto a carne em pedaços grandes, em seguida, coloco em uma panela de legumes. Então, coloco água e deixo ferver.
— Os legumes não são descascados e nem cortados?
— Não. — Ele disse a ela.
— E depois?
— Então tiro tudo e levo para os guerreiros comerem.
Jen entendeu o que Gulzar estava fazendo, apenas cozinhava como se fosse uma comida enlatada, não apenas carne crua. — Você também não pode adicionar os legumes no início. Não se quiser que a carne fique macia.
Ficou de repente claro para ela o que a Grande Infecção causou aos Kaliszianos, não apenas perderam todos os alimentos, mas a mais básica habilidade de cozimento. Ela teria um trabalho enorme em suas mãos se quisesse mostrar-lhes que a comida poderia ser algo agradável.
— Eu...
— Vamos, Jen. — Mac passou o braço por Jen, em seguida, pegou sua capa uma vez que passou. Ela sabia Jen nunca sairia a menos que ela a arrastasse para longe. — Vamos, então Gulzar pode começar a trabalhar. Adeus, Gulzar.
— Ashe Mackenzie... Jen. — Gulzar assentiu então começou a cortar a carne.
— A carne que sobrou precisa ser armazenada na sala fria! — Jen gritou enquanto Mac a afastava.
Mac esperou até que a porta se fechou atrás delas antes de perguntar. —Ok, diga.
— O que? — Jen perguntou dando-lhe um olhar confuso.
— Como você conseguiu que Gulzar a chamasse de Jen e não Jennifer? E o que foi aquilo sobre amizade?
— Eu... eu lhe pedi que me chamar Jen. Pensei que poderíamos ser amigos. Esqueci o que amizade significa para uma Kaliszian quando sugeri e o pobre rapaz quase teve um ataque cardíaco.
— O que? Por que? — Mac perguntou.
— Vamos Mac, olhe para mim. — Ela apontou para seu rosto. — Você sabe por quê. Não faça isso. — Jen ergueu um dedo cortando o que ela sabia que sua amiga diria. — Ele não disse, nem implicou qualquer coisa que eu já não soubesse. Ele foi discreto.
— Foi? — Mac perguntou hesitante.
— Sim. Por que isso a surpreende? — Jen franziu a testa quando Mac não olhou em seus olhos.
— Mac? O que aconteceu com você que eu não sei?
— Nada!
— Eu não acredito nisso.
— Olha, não é grande coisa.
— E se não fosse, não estaria escondendo de mim.
Mac suspirou fundo. — É apenas que um dos guerreiros que me incomoda. Quer dizer, ele não fez nada, mas a forma como olha para mim me dá arrepios.
— Por que você não disse a Nikhil?
— Porque ele não fez nada e se eu disser a Nikhil...
— Quem? — Jen perguntou. Mac era sua amiga e depois de tudo o que passaram juntas, ela confiava nos instintos de Mac.
— Spada.
— Spada! O guerreiro encarregado dos sobreviventes?
— Sim.
— Puta que pariu, Mac! Por que você não disse nada?
— Porque eu temia que se falasse algo, ele poderia descontar em você e nos rapazes.
Jen fechou os olhos e respirou fundo tentando acalmar-se. Ela entendia por que Mac não contou a ela. Teria feito o mesmo, mas isso não significava que gostava. A injustiça de tudo borbulhou dentro dela. Passou por tanto ultimamente que era difícil aceitar algumas coisas. Precisava sair dali antes que explodisse.
— Olha Mac, acho que irei para os meus aposentos. Eu não dormi muito bem ontem à noite, apenas preciso descansar.
— Jennifer... — Mac deu-lhe um olhar incrédulo.
— Eu estou bem. Verdade. Apenas cansada. — Dando a Mac um abraço, Jen se afastou. —Vejo você amanhã?
— Claro. Estarei aqui.
— A menos que Nikhil a mantenha na cama. — Com essas palavras maliciosas, Jen envolveu sua capa ao redor de seus ombros e se afastou.
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Treyvon saiu do ônibus. Eles estavam voltando mais tarde do que planejou e ele sabia que seus guerreiros estavam ansiosos pela última refeição. Uma refeição quente era rara. Uma que começaram a receber quando o Imperador montou uma base em Pontus. Queria que seu Comandante Supremo e os Guerreiros de Elite tivessem o melhor.
Treyvon entendeu porque Liron os enviou para Pontus quando o ônibus espacial do Imperador Tornian caiu. Liron queria enviar uma forte mensagem de que não toleraria tais ações em seu Império. O que Treyvon não entendia era sua ordem para que permanecessem.
Para ele permanecer.
Em Pontus de todos os lugares.
Em um planeta em todos os universos conhecidos onde Treyvon não deveriam estar.
Liron não via dessa forma. Não tinha nenhuma animosidade contra Treyvon por causa do que seu ancestral, o Chanceler Aadi fez. Ele disse uma vez a Treyvon que não tinha, porque eles compartilhavam a mesma linhagem.
Outros não viam dessa forma e Treyvon passou a vida inteira tentando viver sob vergonha que um membro de sua família causou e seu papel na Grande infecção.
Desde que ficariam em Pontus indefinidamente, Treyvon estabeleceu seu centro de comando na única estrutura restante. Ficou surpreso com sua condição, como com todos os edifícios circundantes que sucumbiram aos estragos do tempo e as tempestades que assolavam Pontus. Mas não o Centro de Comando. Enquanto suas paredes exteriores sofreram e foi necessário algum reparo, o próprio edifício estava na mesma condição que no dia em que foi abandonado, precisando apenas de móveis novos.
Foi uma boa decisão, porque logo depois disso, começaram a descobrir os locais de mineração Zaludian e os sobreviventes. Também começaram a acompanhar de perto as naves que cruzavam a fronteira entre os dois Impérios perto Pontus, certificando-se que naves Ganglian ou Zaludian passassem. No entanto, algo o incomodava ultimamente. Mesmo antes da descoberta da fêmea humana.
Jennifer...
O nome foi sussurrado em sua mente.
Ele não sabia por que estava tão cativado com a fêmea. Ela o enganou e isso era algo que não tolerava de ninguém. Com ela, descobriu que podia entender. Ela foi maltratada desde que saiu da Terra. Foi exposta a duas das piores espécies em todos os universos conhecidos. Não havia nenhuma maneira de saber que os Kaliszianos não eram iguais... ou piores.
Deixando o transporte, Treyvon pensou na refeição fria que comeria. Ele escolheu não comer a última refeição quente, mesmo quando tinha permissão para isso. Preferia comer quando estavam no campo, de modo que seus guerreiros tivessem mais.
— General.
Treyvon não parou quando Gryf se aproximou do ônibus. Ele deixou Gryf no comando. — O que foi, Gryf?
— Você descobriu o que está causando seu mal-estar?
Treyvon confiava em seu amigo e disse porque queria procurar no quadrante sul novamente. — Não.
— Mas esse sentimento permanece. — Gryf confiava em seu amigo e nos instintos dele. Ambos salvaram sua vida em mais de uma ocasião.
— Sim. — Disse ele. — Qualquer coisa aqui que precisa da minha atenção?
— Não, enviei os relatórios para seu monitor, juntamente com algumas mensagens de outros Generais.
— Urgente?
— Não, as queixas habituais.
Treyvon grunhiu seu entendimento. Era uma das poucas coisas que Treyvon não gostava em sua posição, o tratamento dos pedidos mundanos. Na maior parte, seus Generais eram bons e com guerreiros eficientes. Por isso os escolheu. Mas havia momentos em que um achava que outros tinham mais alimentos ou mais regalias. Era uma prova do compromisso dos Generais de seus Guerreiros. Mas era também uma dor na bunda de Treyvon.
— Quem dessa vez?
— General Garrod. Seu estoque de alimento chegou em Kuzbass dois dias depois que o do General Killam chegou em Carrera.
— Kuzbass é um dia mais longe.
Gryf não disse nada, uma vez que ambos sabiam que, assim como os Generais.
— Vá buscar a sua última refeição, Gryf.
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Jen não se lembrava do corredor ser longo naquela manhã. Fazendo uma pausa, se inclinou contra a parede dando a seu tornozelo latejante um descanso. As palavras de Mac a perseguia. Apenas o pensamento de que Spada poderia ter feito... e o General perguntou por que eles não tinham imediatamente informado sobre ela.
Afastando-se da parede, ela continuou pelo corredor. Um leve farfalhar a fez olhar em frente para ver um pedaço de papel dobrado preso em sua porta. Movendo-se o mais rápido que pode em direção a ela, desdobrou-o com cuidado e deixou escapar um pequeno grito.
Era um desenho.
Dela e Todd.
Os braços de Todd estavam ao seu redor. Sua mão sobre seu peito e ela estava sorrindo para ele enquanto se inclinava para beijá-la.
Ela sabia que momento era. Foi na noite antes dos Ganglians o levarem. Todos estavam ao redor do fogo, rindo e conversando. Foi uma grande noite.
Olhando do outro lado, sabia que os rapazes assinaram e sabia que Eric o desenhou. Eric era o silencioso de seu grupo, o artista. O que ela não imaginou que sobreviveria. Ele era uma alma gentil e as suas condições foram duras. Mas foi Eric quem os distraiu, usando seu dom para desenhar imagens na terra do chão. Lembrando a todos eles, que tinham algo pelo qual viver.
Era o que estava fazendo por ela agora. Dizendo que ainda tinha algo para viver, mesmo que fosse apenas para manter a lembrança de Todd vivo.
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Treyvon recostou-se na cadeira, esfregando os olhos depois de finalmente ler e assinar o último dos relatórios de Gryf. Este era outro aspecto de seu trabalho que não gostava, os documentos. Sabia que tinha a autoridade para atribuir a maior parte deste trabalho para seu segundo, mas sentia que podia se distanciar de seus guerreiros e isso era algo que ele não queria. Sua posição não o fazia melhor ou mais valioso do que eles. Eram os únicos a manter o Império. E se ler os relatórios diários intermináveis ajudasse a descobrir o que precisavam, então isso é o que faria.
Eles não encontraram nenhum sinal de Zaludianos ou Ganglians no quadrante sul. Ele não esperava, não com o aumento da vigilância de ambos os Impérios, mas ele descobriu algo interessante.
Luciferinas.
Mais do que ele já viu em um lugar antes. Nas cavernas onde o Imperador Vasteri se refugiou. Isso o fez lembrar da conversa com Jennifer sobre a comida. Enquanto achou difícil de acreditar, não podia descontar o fato de que algo ajudou os seres humanos a sobreviver. Foi por isso que ele entrou mais fundo na caverna para ver as luciferinas que sabia que estavam lá, mesmo que não estivesse no mesmo quadrante onde encontrou Jennifer.
Luciferinas viviam nos cristais de energia que uma vez foram tão proeminentes em Pontus. Quando a energia do cristal desapareceu, a maioria das luciferinas também. Mas não era verdade. Naquela caverna, elas pareciam prosperar, especialmente na caverna mais profunda onde não havia uma, mas duas piscinas de água, uma quente e outra fria.
Ele cuidadosamente pegou várias luciferinas que encontrou no chão da caverna e colocou em uma bolsa pequena. Precisava que Luol as analisasse, para ver se havia mais nas luciferinas do que acreditavam.
Tocando o bolso ao longo de sua coxa, ele amaldiçoou quando viu que a sacola rasgou, agora apenas com luciferinas em pó. Não seria suficiente para Luol para testar. Ele teria que buscar mais. Levantando-se para jogar a sacola fora, seus pensamentos voltaram para Jennifer.
Como ela se saiu na cozinha depois que ele a deixou?
Por que importava tanto?
Ele não sabia por que, mas importava. Sentiu-se puxado em direção a ela. E começou a sentir aquela sensação desconfortável recentemente. Era um instinto no qual confiava. Levantando-se, ele foi encontrá-la.
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A condição da cozinha surpreendeu Treyvon. Lentamente, ele olhou os balcões reluzentes e como tudo estava organizado agora. Nunca pensou que seria possível, não sem, pelo menos, uma dúzia de guerreiros.
Um som vindo da parte de trás o fez se virar para ver Gulzar indo para a sala fria carregando um grande pedaço de carne em uma panela funda.
— General... — Gulzar parou quando o viu.
— O que você está fazendo, Gulzar?
—Vou levar a carne para última refeição de amanhã da sala congelada para a sala fria, para descongelar, General.
— Como a Chef Jennifer sugeriu. — Disse Treyvon.
— Sim, General. Ela... ela parece experiente.
— Ela ajudou a preparar a última refeição?
— Não, General. Ela ainda se recusa a fazer isso até limpar todas as salas. — Ele abriu a porta para da sala fria e colocou a panela em uma prateleira, em seguida, fechou.
— Todas?
— Sim, General. Ela limpou e organizou o depósito hoje, juntamente com as panelas e frigideiras.
— Você não ajudou? — Treyvon deu-lhe um olhar duro, movendo-se para abrir a porta do depósito e incapaz de acreditar no que estava vendo. Em primeiro lugar, não havia nada no chão. Em segundo lugar, tudo estava organizado. Era uma sala completamente diferente da que entrou no dia anterior.
— Claro que sim, General! — Gulzar seguiu para o depósito. — Nós trabalhamos juntos até almoço. Ela lavou as panelas e eu sequei e guardei como ela ordenou.
— E depois da refeição do meio-dia? — Treyvon perguntou.
— Pouco depois que voltei, Ashe Mackenzie chegou e eu apenas carreguei e guardei as panelas pesadas, enquanto elas alternavam lavando-as. Então, comecei a preparar a última refeição.
— Entendo.
— General?
Treyvon virou-se, franzindo a testa para a pergunta na voz de seu Guerreiro. — O que é, Gulzar?
— Que diretrizes tenho para deixar Jen fazer o que quer?
— Jen? — Treyvon franziu a testa com a forma de Gulzar dizer o nome de Jennifer.
— Foi como ela me pediu para chamá-la, General. Quando ela me ofereceu sua amizade.
— Ela o que? — Treyvon não conseguiu esconder seu choque ou sua raiva.
— Não da maneira Kaliszian, General. — Gulzar rapidamente assegurou. —Admito que pensei a mesma coisa no início, mas Jen rapidamente me corrigiu.
— Ela o fez?
— Sim, General. Assim, as diretrizes, General? O que está disponível para ela usar?
— Ela terá acesso a tudo que pertence a refeição dos guerreiros e pode cozinhar para eles.
— Sim, General, é claro. Mas eu estava me referindo aos itens que normalmente são descartados. Ela está autorizada a usá-los como bem entender?
— Quais os itens que você está falando, Gulzar? — Treyvon perguntou.
— Eu... bem... hoje ela me informou que, se eu tirar os ossos da carne que estou preparando, iria cozinhar mais rápido e ela poderia então assar os ossos e fazer caldo.
— Caldo? O que é caldo?
— Ela disse que é um líquido saboroso que adiciona a outros alimentos para deixá-los com um gosto melhor.
— Que outros alimentos?
— Legumes, General.
— Quando ela fará esse caldo?
— Ela disse que começaria amanhã.
Treyvon ficou em silêncio por um momento. Tanto quanto sabia, nenhum guerreiro ofereceu seus alimentos para ela. Até que um fizesse, não haveria nenhuma maneira de Jennifer provar a sua alegação de que ela poderia melhorar o sabor de sua comida.
— Ela pode usar o que precisa do meu estoque de alimentos.
— Eu... sim, General. Vou informá-la sobre isso.
— Não. Ela não precisa saber de quem é. Apenas que está disponível para ela fazer esse caldo. — Com um último olhar para o depósito, ele voltou para cozinha.
— Sim, General. — Fechando a porta, Gulzar virou-se, perguntando-se se deveria dizer mais.
— O que mais está em sua mente, Guerreiro Gulzar?
— Eu... ouvi as fêmeas conversando. Jen e Ashe Mackenzie.
— Ouviu? — Ele levantou uma sobrancelha para Gulzar.
— Eu estava no depósito pegando a carne para a última refeição. — Gulzar rapidamente informou ao General, não querendo que ele achasse que faria algo tão desonroso como espionar as fêmeas.
— E?
— E ouvi Ashe Mackenzie falando sobre como a lesão de Jen lhe causava dor.
— Dor... — A palavra passou pelos lábios de Treyvon.
— Sim. Quer dizer. Eu sei que ela foi ferida e que foi muito doloroso no momento, mas ao saber que ela ainda sofre. Não há nada que a unidade de reparação profunda possa fazer para aliviar isso? — O olhar de Gulzar parecia implorar para Treyvon. — Ela é uma fêmea pequena...
Treyvon descobriu que precisava engolir antes de falar, esmagando as esperanças de Gulzar. — Há pouco que a unidade pode fazer por ela agora, exceto controlar a dor e reparar os sinais exteriores.
— O que é algo que ela não quer. — Gulzar informou.
— Ela não quer? — Isso surpreendeu Treyvon. — Por quê?
— Parece que ela perdeu seu Dasho e não quer chamar a atenção de outro.
— Entendo. — A voz de Treyvon manteve-se inalterada, mas dentro seu coração apertou com as palavras de Gulzar. Não que ele quisesse atrair Jennifer. Ele há muito tempo desistiu de acreditar que poderia ter uma fêmea. Sua ligação com Aadi deixava isso claro. Seu único interesse no sexo feminino era no que poderia fazer para seus guerreiros. — Cuide para que ela tenha tudo o que precisa amanhã.
— Claro, General. — Gulzar respondeu imediatamente.
Treyvon se virou para sair quando algo na voz de Gulzar o parou. —Você parece... gostar de seu novo dever, Guerreiro Gulzar. Ser o primeiro de sua linhagem a alcançar o status de Elite não é mais importante para você?
— Não, General! Quer dizer, sim, General! Tornar-se um Guerreiro de Elite é muito importante para mim! — Gulzar endureceu com a inferência, mas sua honra não deixaria que o General pensasse uma inverdade. — Mas se treinar com ela, pode me ajudar... em minha formação.
— Formação? Você considera ajudar fazer parte de sua formação?
— Eu... eu estou aprendendo uma habilidade que anteriormente não tinha. — Gulzar gaguejou em seguida, perguntou. — Isso não é treinamento, General?
— Habilidade. — Treyvon lhe deu um olhar considerando. Ele não considerou o cozimento uma habilidade, mas talvez estivesse errado se era o que Jennifer fazia em seu planeta. — E o que você espera fazer com esta nova habilidade, Guerreiro Gulzar?
Gulzar sentiu o calor subindo por seu rosto quando ele encontrou o olhar do General e se forçou a responder. — E se puder aprender algo que deixará a comida mais nutritiva e saborosa, então poderei ensinar a minha mãe e irmãs, General. Elas então, serão capaz de se tornar autossuficiente e não precisarão depender de mim ou qualquer outro macho para tornar sua vida mais fácil.
Treyvon deu-lhe um olhar longo, considerando. — Isso é uma coisa realmente digna a fazer, Gulzar. Um guerreiro, especialmente um Guerreiro de Elite, deve sempre considerar como suas ações podem ser usadas para ajudar os outros.
—Eu... obrigado, General.
— Você não precisa me agradecer por falar a verdade, Guerreiro Gulzar. Será um Guerreiro Elite digno quando chegar a sua vez.
— Obrigado, General! — O braço de Gulzar imediatamente atravessou seu peito, orgulho fluindo através dele com as palavras de seu General e ele fez uma reverência.
— Descanse bem, Guerreiro Gulzar. — Treyvon novamente se virou para sair quando outro pensamento veio a ele. — Onde a Chef Jennifer disse que iria quando saiu daqui?
— Para aonde ia? — Gulzar franziu a testa. — Eu não sei ao certo, mas ela saiu com Ashe Mackenzie, acredito que ela foi para os aposentos do Guerreiro Nikhil.
Concordando, Treyvon saiu e sua mente no que Gulzar disse. Qualquer um que poderia deixar os alimentos que recebiam do Tornianos mais nutritivos e saborosos, seria uma pessoa valiosa em seu Império. Uma que teria uma posição importante em sua sociedade. Jennifer poderia ser essa pessoa se fosse capaz de cumprir o prometido.
Ele ficou surpreso ao encontrar-se na entrada dos aposentos de Nikhil. Não tinha a intenção de ir ali, não tinha a intenção de satisfazer esta necessidade de verificar Jennifer. Porque se houvesse um problema, ele seria notificado.
— General.
Treyvon se virou para ver Nikhil caminhando em direção a ele. —Guerreiro Nikhil.
— Há algo que você precisava, General? — Nikhil olhou a porta fechada de seu quarto e para seu Comandante.
— Fui informado que a Chef Jennifer estava com sua Ashe. — Treyvon disse ele. — Eu gostaria de falar com ela.
— Eu estou de folga hoje, General e não sabia que ela estava aqui. — Nikhil pressionou sua palma contra o painel de acesso do lado de fora seu quarto e a porta se abriu silenciosamente.
— Nikhil! Você voltou!
Treyvon observou como a Ashe de Nikhil saia correndo do quarto, o sorriso caloroso e amoroso facilmente visto em seu rosto antes que ele desaparecesse quando ela pulou nos braços de seu guerreiro.
— Mackenzie...
Quando a palavra suavemente foi sussurrada Treyvon ouviu o amor e devoção absoluta de Nikhil à fêmea que estava segurando e encontrou-se com inveja.
— Mackenzie, o General Rayner está aqui para falar com Jennifer.
— General Rayner? — Mac deu a seu Dasho um olhar interrogativo antes de se afastar para olhar por cima do ombro. — Oh, General, eu sinto muito. — Ela se mexeu nos braços de Nikhil e ele a colocou no chão, relutantemente. — Eu não o vi.
— Porque sua atenção estava em seu verdadeiro companheiro. — Treyvon a viu ficar rígida e pensar que ele estava sendo crítico. — Que é onde deveria estar. Eu não queria interromper o seu tempo com Nikhil, Ashe Mackenzie. Apenas queria falar com Chef Jennifer.
— Jen? — Mac deu-lhe um olhar confuso. — Ela não está aqui.
— O Guerreiro Gulzar disse que vocês saíram da cozinha juntas. — Treyvon disse a ela.
— Nós fizemos, mas Jen disse que estava cansada, então voltou para seus aposentos.
— Entendo. Então a deixarei descansar. — Fazendo a Mackenzie um leve arco, ele se virou e saiu.
CAPÍTULO SETE
Os passos de Treyvon ecoaram pelo corredor mal iluminado que levava aos aposentos atribuídos a Jennifer. Quando chegaram antes, ele apenas abriu os quartos achava necessário. Isso mudou à medida que mais e mais sobreviventes foram encontrados. Então, na outra extremidade, abriu uma área de descanso.
Treyvon ordenou a Gryf para encontrar um aposento para Jennifer quando Luol disse que ela estava liberada da ala médica. Um com uma unidade de limpeza privada. Mas não percebeu o quão longe era dos aposentos de Nikhil... ou do dele. Deveria ter considerado a possibilidade e ordenado a Gryf que ela ficasse na área dos oficiais.
Ele também não considerou como estressante e cansativo este dia deve ter sido para Jennifer. Ele já sabia que ela era uma fêmea forte. Ela deveria ser já que sobreviveu. Mas ninguém, macho ou fêmea, poderia suportar um golpe do universo. Não sozinho.
Finalmente alcançando a porta, bateu e esperou por muito tempo. Levantando a mão novamente, ele bateu mais forte. Ainda sem resposta. Por que ela não estava respondendo? Mackenzie disse que Jennifer estava ali. E se estava doente? E se foi ferida?
Movendo a mão para o painel de controle de sua porta, ele entrou com um código que apenas ele sabia; um código de substituição. A porta abriu silenciosamente e ele deu um passo dentro dos aposentos de Jennifer.
Seus aposentos vazios.
Seu olhar surpreso observou o lugar. Não havia mobiliário presente no pequeno quarto.
Exceto por uma cama que tinha uma pequena protuberância no centro.
Aproximando-se, ele viu que era Jennifer. Seus braços estavam ao redor de sua cintura, a capa que usava a única proteção contra a temperatura fria do quarto.
Por que não estava quente? Será que ela não sabe como?
Agachando-se ao lado dela, cuidadosamente levantou a ponta do capuz que cobria seu rosto e sentiu seu fôlego parar com a beleza revelada pelos cristais de energia suavemente brilhando. A pele no lado ileso de seu rosto brilhava como o interior de uma concha nácar e parecia tão suave como a pele da mustela. Ele não percebeu como eram grossos seus cílios eram antes ou como eram mais escuros que seu cabelo. Mas agora sim, enquanto descansavam em suas bochechas pálidas.
— Jennifer. — Ele sussurrou, não querendo assustá-la. Em vez de acordar, ela resmungou em seu sono, puxando a capa mais apertado ao redor dela.
Algo dentro de Treyvon explodiu enquanto a observava. Ela estava obviamente exausta. Estava indefesa. Mas em vez de pedir ajuda, em vez de pedir-lhe ajuda, estava ali em um quarto frio. Será que o seu desejo por seu macho era tão grande a ponto de intencionalmente tentar se unir a ele? Ele não permitiria isso.
Segurando-a firmemente em seus braços, Treyvon se preparou para uma luta, sabendo que seus instintos ficaram mais afiados durante seu cativeiro. Ele não ficou desapontado quando ela endureceu, mas então algo estranho aconteceu. Ela gentilmente suspirou, em seguida, esfregou o rosto ao longo de seu bíceps antes de se aproximar dele e relaxar, voltando a dormir.
Treyvon tentou acalmar seu coração de repente acelerado, não querendo acordá-la. Quando alguém já confiou nele assim?
Nele. Treyvon.
Não General Rayner.
Não com a linhagem manchada do Imperador.
Apenas ele.
Certamente, nenhuma fêmea Kaliszian com quem compartilhou seus créditos alimentares. Todas o deixaram assim que recolheu esses créditos, aparentemente temendo que a mancha que carregava de seu ancestral pudesse de alguma forma se transferir para eles. Mas isso não parecia ser o caso de Jennifer. Ela acolhia sua presença, mesmo que fosse apenas em seu sono e ele gostou disso.
Saindo do quarto frio, ele se moveu na direção do dele. Não pode deixar de notar o quão leve ela era. Enquanto ele era um guerreiro forte, um em seu auge, sabia que mesmo o mais fraco dos machos Kaliszian, guerreiro ou não, poderia carregar Jennifer. Ela era tão magra. Mesmo através dos revestimentos e capa grossa, podia sentir seus ossos.
Como podia ser magra assim? Percebeu que todos os outros seres humanos ganharam peso desde a sua chegada, incluindo Mackenzie de Nikhil. Ele viu os relatórios. Não teria permitido que os machos fossem para Kalbaugh se não estivessem nesta condição.
Ele precisava de Luol para verificá-la novamente e descobrir o porquê.
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Jen colocou os braços ao redor da cintura tentando encontrar algum calor em seu casaco de inverno fino. Ela se lembrava de quando pediu para sua mãe comprar. Foi durante o seu primeiro ano de escola de culinária. Ela queria mais por seu nome de estilo e designer que seu calor e praticidade. Sabia que poderia convencer sua mãe. Agora desejava que sua mãe tivesse se mantido firme e comprasse um casaco prático.
Sempre foi assim entre Jen e sua mãe, porque elas eram muito parecidas. Tinham os mesmos gostos e desgostos em roupas, livros e filmes. Podiam conversar sobre tudo uma com a outra. Não era assim com sua irmã, Kimmy. Oh, sua mãe amava Kimmy, mas ela simplesmente não a entendia e tinha um tempo difícil em se conectar com ela.
Jen se lembrava de como horrorizada sua mãe ficou quando meu pai prometeu a Kimmy que poderia ter um cão em seu aniversário. Mamãe foi capaz adiar por alguns anos, mas finalmente, Kimmy ganhou seu cão. E que cão. Warrior era enorme. Entrava na casa, arranhava o gramado, mastigava os sapatos caros de papai e fazia aquela coisa clichê de puxar o peru fora do balcão no dia de Ação de Graças.
Sim, o cão era uma ameaça e Jen o tratava como tal. Ela reclamava e reclamava sobre esse cão, implorando seus pais para se livrarem dele. Foi a única coisa que negaram a ela e olhando para trás ficou feliz, porque se o tivessem feito, não teria sua irmã.
Mesmo se Kimmy fosse uma malcriada, ainda era a irmã de Jen e prometeu sempre cuidar dela se algo acontecesse com seus pais. Foi uma promessa fácil de fazer, porque nunca pensou que teria que a cumprir. Afinal, ela era a favorita, a perfeita e coisas boas acontecia para pessoas assim, não para as más.
Jen precisava admitir que seus pais facilitaram as coisas para ela. Pagaram uma escola de culinária de elite que ela insistiu em estudar. Concordaram em pagar mais para morar fora do campus, quando não podia suportar sua companheira de quarto. Até mesmo deram a ela o casamento de seus sonhos quando encontrou seu homem ideal, apesar de querem que esperasse até depois de se formar. Ela se recusou, dizendo a seus pais que apenas iriam morar juntos então.
Essa declaração conseguiu o que ela queria, assim como sabia que seria. Eles até concordaram em dar-lhe o dinheiro que ela e Todd precisariam para viajar por um ano depois que se formasse, tornando possível que provasse e aprendesse mais sobre outras culinárias. Ela e Todd, então voltariam para casa e abririam seu restaurante, que seus pais ajudariam a financiar. Sua única condição era que ambos teriam que trabalhar pelos próximos anos para se certificar de que era o que queriam fazer.
Deus! E ela acusou Kimmy de ser a mimada. Inclinando a cabeça para trás, ela suspirou quando olhou para as luzes brilhantes fora de sua janela do apartamento. Não queria estar ali.
Eles tinham acabado de chegar do restaurante de luxo onde trabalhavam. Ela ficava na cozinha como um chef enquanto Todd era o anfitrião, utilizando sua boa aparência e charme. Eles estavam finalizando seus planos de viagem, animados para começar a próxima fase de suas vidas juntos quando a ligação veio. Seus pais estavam mortos. Todd a abraçou enquanto ela chorava, ficou ao seu lado apoiando-a quando abaixaram os dois caixões no chão. Ele até segurou a mão dela quando o advogado leu o testamento, em seguida, passou a explicar o que significava.
Seus pais, fizeram muitas dividas por causa dela. Parecia que fizeram uma segunda hipoteca da casa para pagar a matrícula da escola de culinária, em seguida, uma terceira para seu casamento.
Eles nunca disseram uma palavra.
A única coisa que restou depois de pagar todas as contas foi o da faculdade de Kimmy. Algo que era intocável até Kimmy completar dezoito anos. Não que Jen usaria. Seus pais pagaram por sua educação, era justo que fizessem o mesmo por Kimmy.
Todd não se sentia dessa forma. Especialmente depois que ele percebeu que Jen era agora a responsável legal por sua irmã de dezesseis anos e que seus planos de viagem ficaram em espera.
Todd era um bom homem, um grande cara, mas Jen viu um lado diferente dele ao longo dos últimos dois anos. Ele não lidou bem com sua súbita mudança de planos. Na verdade, Todd não lidou nada bem. Ele honestamente pensava que Jen apenas deixaria sua irmã para viajar pelo mundo com ele como planejaram, usando o fundo da faculdade de Kimmy. Foi a primeira vez que Jen não fez o que Todd queria, não o colocou em primeiro lugar e isso não o deixou feliz. O primeiro de muitos, se fosse sincera.
Felizmente, as coisas melhorariam agora que Kimmy tinha dezoito anos.
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Treyvon viu-se em conflito, algo que raramente acontecia, quando olhou para a fêmea em seus braços colocando-a em sua cama. Deveria remover a capa ou deixá-la dormir nela? Será que a acordaria ou a deixaria mais confortável? Ele não sabia. Percebendo que precisava tomar uma decisão, impacientemente puxou para trás os cobertores e a deitou cuidadosamente. Foi quando percebeu outra coisa. Ele nunca despiu uma fêmea antes, exceto para a união. Como é que um macho poderia fazer isso?
Deixando seu olhar percorrer a forma adormecida de Jennifer, ele decidiu começar com seus pés. Cuidadosamente ele tirou as botas, então franziu a testa para o quão pequeno seus pés eram uma vez que as botas foram removidas. Como ela usava estas botas? Alcançando dentro de uma, ele descobriu papel. Ela colocou papel nas pontas dos pés para torná-los aptos. Deixando-as cair no chão, ele se encolheu com o som que fizeram e depois agradeceu a Deusa por Jennifer continuar dormindo.
Ainda mantinha um braço em sua cintura. Agora, quando começou a levantar um braço, ela ficou tensa e murmurou em seu sono.
— Tudo está bem, Jennifer. — Ele sussurrou, esperando tranquilizá-la. — Você está segura. Todos estão seguros. Descanse.
Suas palavras pareceram fazer o que ele esperava, pois ela lentamente relaxou e sua respirou mais tranquila. Quando ele levantou o braço novamente, percebeu que ela simplesmente não estava segurando sua cintura para manter-se aquecida, mas porque estava escondendo alguma coisa.
Aos poucos, ele puxou o pacote que parecia ser tão importante para ela. Era uma cobertura e ele percebeu que era uma de Mackenzie das que Nikhil lhe deu. Ela estava usando os revestimentos fornecidos por ela. Revestimentos que ele tinha certeza de que eram grandes demais, assim como as botas. Havia tantas coisas que não pensou a respeito. Permitiu que sua raiva e decepção cegá-lo com o que estava bem na frente dele. Não seria mais assim agora.
Voltando-se para ela, abriu a capa e cuidadosamente alcançou uma manga, sua mão facilmente circundando seu braço fino e puxou-o livre. Em seguida, repetiu com o outro braço. Decidiu não remover completamente a capa não era necessário, ele a cobriu com seu cobertor, em seguida, arrumou os cobertores ao redor dela.
Dando-lhe um último olhar, ele se inclinou para escurecer a taça de cristais de energia na mesa quando notou algo saindo nas dobras de seus revestimentos. Verificando para se certificar que Jennifer ainda estivesse dormindo, ele puxou-a cuidadosamente. Era um pedaço de papel com instruções em Kaliszian. Movendo mais perto da luz, ele ficou surpreso ao ver que eram instruções que ele deu para o cuidado dos seres humanos.
Por que Jennifer o tinha?
Quando continuou olhando para o papel, os cristais de energia brilhando levemente, como tendiam a fazer, pode ver linhas através do papel. Virando o papel, ele sentiu seu coração parar. Desenhado a mão no papel estava a mais bela fêmea que já viu. Seu rosto estava virado para cima, com os olhos brilhando e um sorriso nos lábios... e ele desejou que fosse por ele. Em vez disso, Jennifer estava olhando para o macho ao seu lado. Deveria ser seu macho, seu Dasho, Todd.
Gulzar tinha razão. Jennifer realmente se preocupava com seu Dasho. Ela não estava com ele apenas pelos alimentos que podia fornecer. Isso estava evidente em sua expressão. Também exatamente o peso que ela perdeu nas mãos dos Zaludianos. Seu rosto estava mais cheio no desenho, as maçãs do rosto não tão pronunciadas e seus lábios eram mais cheios. Era assim que ele queria que ela parecesse novamente. Não apenas do lado de fora, mas com aquele brilho interior de felicidade que era facilmente visto.
Cuidadosamente, ele estendeu a mão e passou um dedo ao longo daqueles lábios sorridentes no papel e por um momento jurou que pode sentir sua suavidade. Balançando a cabeça para seus pensamentos, ele devolveu o desenho onde o encontrou e diminui os cristais.
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Jen se virou e afundou mais em sua cama. Deus, ela sentiu falta de sua cama. Sentiu falta do quão suave era. Como era quente. Como era agradável o, cheiro almiscarado e masculino...
Seus olhos se abriram.
Masculino?
Almiscarado?
Os lençóis cheiravam sempre como o amaciante de roupas com perfume de lavanda que usava.
Seu próximo pensamento foi que a cama estava na Terra e ela não, o que significava essa não era sua cama. Seu coração acelerou quando abriu os olhos lentamente, perguntando-se onde estava acordando desta vez.
Em uma nave Ganglian?
Ela não sobreviveria novamente.
Não queria.
Um rangido e um gemido profundo a fez lentamente virar a cabeça. O quarto que estava escuro, mas havia um brilho fraco vindo do lado. Entre ela e aquele brilho havia uma figura sombria deitada em algum tipo de sofá, com parte de seu corpo em uma extremidade. A grande figura se moveu, aparentemente para ficar mais confortável e o ranger veio novamente. E de repente, ela percebeu quem era.
Treyvon.
Que porra estava acontecendo?
Olhando ao redor, percebeu onde estava. Na cama de Treyvon. Foi por isso que ela reconheceu o cheiro, mas como chegou ali e por quê? A última coisa que se lembrava era de trocar suas roupas por outras mais pesadas, mais quentes, aquela que os Kaliszianos lhes deram quando chegaram, antes de se deitar na cama.
Sua cama.
Em seus aposentos.
Ela estava entorpecida e exausta após os acontecimentos do dia e ela imediatamente caiu em um sono profundo. Mas isso não explicava por que Trey... o General, ela mentalmente corrigiu, a levou ali. Mexendo os dedos dos pés, ela percebeu que suas botas desapareceram. O que mais? Movendo-se levemente, sentiu a aspereza do tecido e sabia que ainda estava vestida, mas quando apertou os braços, a trouxa de roupas que ela estava segurando não estava lá.
Onde estava? Onde estava o desenho que Eric fez para ela? Um pequeno grito escapou de seus lábios antes que pudesse impedi-lo e tentou se levantar, seu olhar procurando freneticamente pelo quarto escuro.
— Está na mesa ao seu lado. — Uma voz profunda, cheia de sono puxou seu olhar para o agora acordado General antes de se mover para onde ele indicava. A cobertura de Mac estava ali e via a borda do desenho; seu coração voltou ao normal.
— O que aconteceu? — Ela perguntou sentando-se. — Como eu cheguei aqui?
— Eu fui falar com você na noite passada e a encontrei dormindo e congelando. — Treyvon disse ela, colocando os pés no chão. — Por que não deixou o quarto quente?
Foi então que Jen percebeu que enquanto ela estava completamente vestida, ele não estava. Finalmente se acostumou a ver o que ela considerou guerreiros meio-vestidos, mas agora Treyvon estava meio vestido. Ele tirou o colete e as botas, revelando o quão enorme seu peito era e ela não conseguia impedir os olhos de percorrer os músculos salientes. Ele também vestia uma calça diferente. Aquela era mais solta, pendurada ainda mais baixo em seus quadris estreitos, mostrando apenas uma sombra mais fraca. Rapidamente ela afastou o olhar.
— Eu estava cansada, então fui para cama. Quanto ao calor, eu não sabia que era possível. Mas isso não explica por que estou aqui... em sua cama.
Treyvon fechou os olhos com sua admissão. Ele queria que ela entendesse que queria cuidar dela. — Eu poderia ter levado você para a ala médica. Teria preferido isso? — Ele desafiou.
— Não. — Ela a contragosto admitiu.
— Então a trouxe para cá, onde poderia protegê-la.
— Proteger?
— Eu percebi que falhei em protegê-la não uma, mas duas vezes agora. Mas tem meu voto, eu não deixarei acontecer uma terceira vez.
— Falhou? — Jen deu-lhe um olhar confuso. — Como você acha que falhou comigo?
— Você foi ferida enquanto no planeta. Um planeta dentro do Império Kaliszian e meu Imperador me encarregou de sua proteção. Eu falhei, não apenas com ele, mas também com você. Então, falhei quando os Zaludianos foram capazes de penetrar minhas defesas e prejudicá-la novamente.
—Eu sei que quando os Ganglians nos levaram, você estava no outro lado do seu Império, defendendo-o dos invasores.
— Isso não importa. — Ele descartou.
— E que quando os Zaludianos atacaram... — Ela procurou sua mente por quanto tempo atrás.
— Foi há quase um ciclo de lua. — Treyvon disse a ela, de alguma forma, sabendo o que ela estava pensando.
— Tanto tempo? — Perguntou ela, balançando a cabeça com incredulidade.
— Sim.
— Bem, você não pode se culpar por isso também. Estava do outro lado do planeta no momento.
— Foram minhas defesas que romperam! — Ele respondeu com raiva.
— Porque alguém aqui ajudou! Você retornou assim que percebeu que havia um problema. E se não o fizesse, seria pior.
— Como você sabe disso? — Treyvon rosnou, tentando ignorar a sensação de que seu apoio lhe dava.
— Sabe o que?
— Que eles receberam assistência? — Ele perguntou.
— Mac me disse.
— Ashe Mackenzie lhe disse isso? — Treyvon não podia acreditar. —Quando?
— Na ala médica. Depois que eu acordei. — Os olhos de Jen se arregalaram em incredulidade. — Você não pode pensar que Mac tem algo a ver com isso! Ela foi ferida também, pelo amor de Deus! Ela não ajudaria os Zaludianos mais do que eu!
— Alguém lhes deu os códigos.
— Então é um de seus guerreiros, porque eu não conheço ninguém que estaria disposto ou fosse capaz de ajudar o Zaludianos. Nós sequer entendíamos o que falavam até usar seu educador! — Jen ferozmente defendeu seus amigos.
Treyvon queria discutir com ela, mas não podia negar a verdade de suas palavras. Ele verificou todos os sobreviventes, já que nenhum deles teve acesso a informação necessária para ativar o transmissor ou eram capazes de enviar uma transmissão codificada para os Zaludianos debaixo do seu nariz.
Não, era alguém mais próximo a ele. Um dos seus e era isso que o preocupava.
— Eu não suspeito de Ashe Mackenzie. — Ele finalmente disse a ela. —Mas isso não significa que deveria ser discutido abertamente com você.
— Nós não discutimos. — Jen negou. — Quando acordei, perguntei a Mac o que aconteceu, como aconteceu e ela contou. Nós não mentimos uma para outra, General.
— Apenas para mim. — Sua raiva era aparente.
Jen soltou um suspiro pesado, percebendo que levaria um longo tempo antes que ela ou Mac ganhasse a confiança do General. — Você sabe por que fizemos isso.
— Não faça isso novamente, Jennifer. Eu não serei tão compreensivo se isso acontecer. — Alertou.
— Isso é você sendo compreensivo? — Jen perguntou, arregalando os olhos em incredulidade.
Treyvon se inclinou para baixo, então eles estavam quase nariz com nariz e resmungou. — E se não fosse, acredite em mim, você gostaria de estar de volta na mina com os Zaludianos.
Treyvon imediatamente se arrependeu de suas palavras quando Jennifer encolheu para longe dele, seu corpo tremendo com os olhos cheios de medo. Ele não queria assustá-la. Nunca ela. Falou como se fosse com um de seus guerreiros e ela não era um deles.
Endireitando, ele deu imediatamente um passo para trás. — Sinto muito. Eu não quis dizer isso. Eu nunca a prejudicaria, Jennifer.
Jen fechou os olhos, odiando que sua mão tremesse quando ela a passou por seu cabelo. Precisava ser mais forte do que isso. Os Kaliszianos respeitavam a força e não a fraqueza. Respirando fundo, ela forçou seu olhar para encontrar o dele. — Não se preocupe com isso.
Treyvon franziu o cenho ante suas palavras. Ele podia ver que ela ainda estava com medo, mas seu olhar não hesitou. Ele sentiu seu respeito por ela aumentar, assim como sua necessidade de protegê-la. E não conseguia explicar isso.
— Eu me preocupo. Você sobreviveu a muito, sobreviveu ao que a maioria não o faria, mas isso não me dá o direito de jogar minha em raiva em você.
— Porque tem tanta raiva? — Ela encontrou-se perguntando apesar de seu medo.
— Não ser capaz de descobrir quem transmitiu o código de Pontus aos Zaludianos. — Ele admitiu.
— Talvez ninguém o fez. — Ela murmurou.
— Alguém fez! — A frustração de Treyvon era facilmente ouvida. — Os códigos apenas são conhecidos por aqueles em Pontus.
— Não. O que eu quis dizer foi que talvez os códigos não foram enviados para os Zaludianos de Pontus. E se foram dados a alguém? Fora de Pontus e depois deram aos Zaludianos.
— Eu... — Treyvon se encontrou franzindo a testa novamente. Isso era algo que ele não considerou, mas podia ser a razão pela qual Gryf foi incapaz de encontrar uma transmissão no dia do ataque. — Isso é algo que eu não considerei.
— Fico feliz de ser de ajuda. — Disse ela e balançou as pernas para o lado da cama. Quando seus pés não tocam o chão, ela empurrou um pouco esquecendo seu tornozelo. Ele não apreciou o peso repentino e cedeu.
Treyvon estava instantaneamente ao seu lado. Seus braços envolvendo sua cintura, puxando-a para perto antes que seu grito assustado escapasse. — Você está bem? — Ele perguntou, sua voz de repente mais profunda.
— Eu... — Ela gaguejou e seu olhar azul ficou preso no brilho do dele enquanto ela instintivamente agarrava seus bíceps. Nenhum homem deveria ter aqueles lindos olhos e ela precisou pensar antes de responder: — Eu estou bem.
— Seu tornozelo. Ele está incomodando? — Perguntou em voz baixa, seus bíceps flexionando sob seu toque suave.
— Apenas está um pouco rígido. — Ela disse a ele com a voz levemente sem fôlego. — Ele sempre é fica assim quando não me movo por um tempo.
— Ele lhe causa dor. — Treyvon não gostava disso. Enquanto ele sabia que Luol não podia reparar seu tornozelo, podia controlar a dor. — Você verá Luol.
— Ele não pode fazer nada. Você sabe disso.
— Ele pode controlar a dor.
— Estou bem.
— Você o verá e receberá tratamento ou não terá acesso aos nossos alimentos.
— Eu... — Jen começou a discutir, em seguida, fechou a boca ao ver o olhar em seus olhos. Ele estava falando sério. Quanto tempo se passou desde que alguém colocou suas necessidades em primeiro lugar? Sim, Mac a resgatou e os rapazes trabalharam em seus turnos, mas isso era algo diferente. Essa era uma preocupação apenas por ela. Também percebeu que os braços de Treyvon ainda estavam em sua cintura e seu corpo pressionado contra ele. Gostava disso, mas era errado. — Tudo bem. — Ela finalmente admitiu, movendo em seus braços para se soltar. — Mas eu preciso tomar banho primeiro.
— Banho? — Treyvon franziu a testa enquanto lentamente a deixava deslizar para baixo em seu corpo. Mas ele não podia libertá-la completamente, mesmo quando ela deu um passo para trás, colocando o mínimo de espaço entre eles.
— Limpar. — Jen corrigiu, usando a palavra Kaliszian quando rapidamente puxou as mãos que se arrastavam por seus braços enquanto a baixava.
— Entendo. — Treyvon se viu perdendo seu toque quando ele deu um passo para trás, relutantemente, soltando-a.
— Verei Luol depois disso. — Virando-se, estendeu a mão para a cobertura na mesa ao lado da cama e depois começou a mover-se para a porta que separava o quarto da sala externa.
— Aonde você pensa que vai? — Treyvon perguntou.
— Para meus aposentos. — Ela deu-lhe um olhar confuso. — Para me limpar.
— Não voltará para lá até que seja devidamente aquecido e você saiba como fazê-lo.
— Agora é apenas uma...
— Pode usar minha unidade de limpeza. — Ele continuou como se ela não tivesse falado.
— Sua? — Ela sussurrou.
— Sim. É por essa porta. — Ele apontou atrás dela. — No gabinete há panos para se secar. Quando terminar, teremos a primeira refeição. — Com isso, ele se virou e saiu do quarto.
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Jen não se demorou na unidade de limpeza como queria, não com Treyvon... o General, do outro lado da porta. Oh, ela não acreditava que ele iria entrar ali. E se descobriu alguma coisa sobre o General Treyvon Rayner, era que ele era um homem com honra. Que levava a sério suas responsabilidades e sabia que o via assim.
Por que a incomodava, ela não sabia.
Mas também sabia que se ela demorasse muito, ele iria verificar para ter certeza que estivesse ilesa. Rapidamente secando e se vestindo, dobrou o desenho com segurança e guardou quando foi procurar Treyvon.
Encontrou-o completamente vestido, falando em seu comunicador na sala exterior. Uma sala mobiliada com um sofá, uma mesa coberta com o que parecia mapas e gráficos e outra com duas cadeiras e um pacote de alimentos sobre ela. Um pacote de comida gigante.
Mesmo que estivesse de costas para ela, Treyvon soube o momento que Jennifer entrou na sala. Desligando seu comunicador, ele se virou e observou-a avaliando seus aposentos. Não era generoso, especialmente para os gostos femininos. Sua mãe sempre gostou de estofados de veludo com muitas almofadas ou então ela dizia isso. Guerreiros não precisavam dessas coisas. O que Jennifer achava? Por que isso importava para ele? Ele a viu olhar o pacote de comida e atravessou a sala.
— Sente-se. — Ordenou, puxando uma das cadeiras. Então ele pegou o pacote e colocou-o na frente dela. — Coma.
— E você? — Ela perguntou, pressionando o ponto branco como aprendeu e instantaneamente aquecendo os alimentos.
— Você deseja compartilhar a primeira refeição comigo? — Treyvon perguntou rispidamente. Ele nunca realmente compartilhou uma refeição com uma fêmea.
— Bem, é a sua comida. Aqui. — Ela deslizou o pacote agora quente em direção a ele. — Você deve comer primeiro.
Treyvon olhou para ela em estado de choque. Ela estava oferecendo-lhe sua comida? Para ele? Ela não entendia o que ele recebia por causa de sua posição? Lentamente, ele deslizou o pacote de volta para ela, em seguida, caminhou até o armário atrás dela e puxou outro antes de voltar a sentar-se em frente a ela. Aquecendo seu pacote, abriu, em seguida, levantando uma sobrancelha para ela, esperou.
Passou um longo tempo desde que alguém esperou por ela para comer primeiro. E de volta em casa crescendo, era assim. Seu pai sempre esperava até que sua mãe e ela começava a comer antes dele. Ela nunca realmente apreciou o respeito que a pequena ação de seu pai mostrava por sua mãe até que Todd não fez com ela. Levantando o garfo, ela começou a comer.
Treyvon rapidamente comeu, como sempre fazia, em seguida, olhou para cima, surpreso ao descobrir Jennifer cuidadosa e lentamente comendo o dela.
— Algo está errado? — Ele perguntou.
— O que? — Ela olhou para ele aparentemente assustada por um momento. — Oh não, nada de errado. — Cuidadosamente ela comeu novamente.
— No entanto, você não parece aproveitar sua refeição.
— Você o fez? — Ela perguntou, a incredulidade facilmente ouvida em seu tom.
— É como sempre e foi o suficiente. Então, sim, eu gostei.
— Entendo.
— Você não se sente assim, apesar de tudo. — Ele levantou a mão, parando sua resposta, então, ordenou. — Dê-me a verdade.
Jen olhou nos olhos de Treyvon e sentiu um puxão que nunca sentiu antes. Ela precisava lhe dizer a verdade, mas também não queria machucá-lo. — Eu aprecio que esteja disposto a compartilhar seu estoque de alimentos comigo, General. Mas não, eu não posso dizer que gosto do que estou comendo.
O olhar de Treyvon foi para seu pacote vazio sobre a mesa para o meio comido ainda na mão dela. — São as refeições em sua Terra tão diferentes?
— Comparado com isso? — Jen fez um gesto para o pacote alimentos. — Então sim.
— Como?
— Eu não tenho certeza se posso explicar. Quero dizer, se isso é tudo o que você conhece, então o que estamos acostumados a comer, parecerá muito estranho para você.
— O que você normalmente tem para a primeira refeição?
— Eu, pessoalmente? Ou a pessoa média?
— Há uma diferença? — Treyvon levantou uma sobrancelha levemente.
— Claro. O café da manhã... as primeiras refeições variam consideravelmente dependendo do dia da semana que é e o que uma pessoa quer.
— Quer?
— Sim. Alguns, como meu pai, gostava de aveia com açúcar mascavo durante a semana. Mas nos fins de semana, comia omelete. Agora minha mãe, sempre tinha uma taça de frutas frescas todas as manhãs. Em ocasiões especiais, ela colocava chantilly no topo. — Jen sorriu com a lembrança. —Agora minha irmãzinha, Kimmy, ela gostava de cereal com leite.
— Você tem uma irmã?
Jen deu-lhe um olhar surpreso. — Sim. — Ela murmurou. — Eu não disse isso?
— Não, você não disse. Apenas me contou sobre seu Dasho, Todd.
— Oh. Bem, eu tenho. O nome dela é Kimmy, é cinco anos mais nova que eu.
— Ela ainda está na Terra?
— Sim e está lá sozinha. É por isso que preciso encontrar uma forma de voltar. Nossos pais morreram pouco depois de Todd e eu nos casamos. Kimmy tinha apenas dezesseis anos. Tornei-me sua guardiã legal.
— Guardiã legal? — Ele franziu a testa para o termo.
— Isso significa que era responsável por ela, deveria cuidá-la. Todd e eu.
— Uma grande responsabilidade para alguém tão jovem.
— Ela é minha irmã. — Jen encolheu os ombros como se isso explicasse tudo.
— Seu Dasho realmente era um macho digno. — Disse ele a contragosto.
— Ele era. — Ela concordou em baixinho, seus olhos escurecendo, lembrando o quanto Todd odiava ter Kimmy por perto.
— Quando você diz seu pai, é o mesmo que mano? — Ele perguntou.
— O que? — A pergunta de Treyvon a puxou de volta dos pensamentos que ela não queria ter. — Sim. Sinto muito. Às vezes as palavras da Terra ainda saem. — Jen ainda achava estranho que quando um Kaliszian falava com ela, automaticamente respondia na mesma língua. No entanto, quando Mac falava com ela em inglês, ela falava inglês.
— Então, quando você diz que seu mano comia omelete, quer dizer que ele abria um pacote.
— Não quero dizer que colocava alguns vegetais frescos, ovos e leite.
— Fresco?
— Sim, como o que você tem para última refeição, eu acho que, apesar de suas fontes não serem tão frescas.
— Você tinha alimentos frescos para a primeira refeição em vez da última?
— Não, temos alimentos frescos em cada refeição.
— Todas as refeições? — Treyvon não tentou esconder o choque.
— Sim. A comida não é um problema na Terra. Pelo menos não para a maioria das pessoas.
— Você não tem pacotes?
— Bem, há alimentos pré-embalados, secos e congelados. As pessoas que não têm tempo para cozinhar escolhem o querem e pedem por encomenda, isso é o que eles comem. Eles também têm alguém para cozinhar para eles em outros casos.
CAPÍTULO OITO
Treyvon ainda estava ponderando a aparente abundância de alimentos no planeta de Jen, enquanto a observava colocar a mão sobre o painel de acesso para seus aposentos. Eles foram ali primeiro para Jen poderia trocar seus revestimentos e para que ele pudesse mostrar-lhe como controlar a temperatura do quarto. Quando as luzes aumentaram, ele novamente pensou na escassez da sala. Não havia uma peça de mobiliário, apenas uma cama que Jen usava. Tinha um fino cobertor e travesseiro que ele não tinha notado na noite anterior, mas estavam longe de ser suficiente para ela. Ele iria corrigir esse erro. Quando ela se virou e o olhou, ele franziu a testa em confusão.
— O calor? — Ela perguntou. — Você ia me mostrar como ajustá-lo.
— Sim, está aqui. — Disse ele com a voz rouca, movendo-se para a unidade de controle na parede, esperando que ela não notasse a cor em suas bochechas. — Aqui é onde você controla a temperatura. Tocando o cristal topo irá elevar a temperatura. Quanto mais escuro o cristal, mais quente ficará. Você toca o cristal de baixo para diminui-la.
Jen o seguiu através da pequena sala, observando seus grandes dedos deslizam sobre o cristal e não conseguiu reprimir o arrepio ao se lembrar de como se sentiam em movimento ao longo de sua pele.
— Você está gelada! — Treyvon pressionou o cristal aquecendo até que brilhava vermelho em seguida, estendeu a mão e passou os braços ao redor dela. Puxando-a para perto, ele envolveu-a em seu calor.
— Eu... — Jen começou a negar, mas perdeu a linha de raciocínio enquanto seus lábios roçavam a pele quente de seu peito que o colete não cobria. Cuidadosamente ela se afastou, lambendo os lábios e o sabor salgado de Treyvon explodiu em sua boca.
O corpo inteiro de Treyvon se acalmou com o toque dos lábios de Jennifer sobre ele. Foi apenas um roçar, o mais fraco dos toques, mas sentiu que no fundo de sua alma. Seu olhar foi para o cabelo de Jennifer que ela prendia contra a cabeça. Seus longos fios de ouro presos em uma trança grossa. Sem uma conta visível nele, não que ele esperava que houvesse. A Deusa nunca consideraria abençoá-lo com uma Ashe, muito menos uma verdadeira companheira. Não, este sentimento era apenas uma outra maneira dela puni-lo por aquilo que seu ancestral fez. Mas era um castigo que estava disposto a suportar se fosse por Jennifer.
— Você está mais quente agora? — Ele perguntou em voz baixa, seu peito se expandindo para fora na esperança de sentir seus lábios macios sobre ele novamente.
— Sim. Obrigada. — Disse ela. Ele ficou feliz por ela estar mais quente, mas não ficou feliz quando ela deu um passo atrás, forçando-o a deixar cair os braços.
— Então a levarei para Luol. — Treyvon gesticulou para ela segui-lo para fora da sala.
Concordando, Jen tocou o cristal que abriu a porta exterior e estava prestes a sair quando se virou e franziu a testa para ele, sua mente correndo. — Eu selei a porta na noite passada. Eu sei que o fiz. Como você entrou?
— Eu usei o meu código. — Ele disse a ela sem rodeios.
— Código? Você tem um código para meus aposentos?
— Claro, é uma medida de segurança.
— Você quer dizer que qualquer um pode vir aqui? A qualquer momento que quiserem? Mesmo que sele a porta?
— Claro que não! — Treyvon disse a ela como se o tivesse ofendido. —Seria derrotar o propósito de assegurar os próprios aposentos se alguém pudesse entrar a qualquer momento. O código é usado apenas em emergências e eu sou o único que sabe disso.
— Isso deveria ser reconfortante? — Jen perguntou. — Não havia uma emergência ontem à noite, e ainda você entrou em meus aposentos. Enquanto eu estava dormindo!
— Achei que você poderia estar em perigo quando não respondeu à minha batida. E estava!
— Eu não estava! — Ela negou. — Estava dormindo!
— A temperatura de seus aposentos era inadequada. — Argumentou. —Você poderia ter ficado doente.
— Isso não é da sua conta.
— É minha responsabilidade para mantê-la segura. — Treyvon rosnou para ela.
— Certo, porque você fez um trabalho fantástico até agora! — Jen respondeu e imediatamente lamentou suas palavras quando o rosto de Treyvon, que estava tão aberto e expressivo, imediatamente fechou-se e ficou em branco.
— Sim, claro. — Treyvon respondeu com uma voz plana, fria. — Eu entendo por que se sente assim. Enquanto não posso jurar que não usarei o código novamente se estiver perigo, posso jurar que eu nunca usarei em qualquer outro momento. — Ele fez um gesto para frente com o braço. —Vamos sair e você pode selar seus aposentos, precisamos ir para a ala médica.
Jen abriu a boca para pedir desculpas, então a fechou. Ela tinha o direito de ficar com raiva, mas não de atacá-lo daquela forma. Especialmente depois de lhe dizer que não o culpava pelo que os Zaludianos fizeram. Selando a porta, ela se virou para fazer exatamente isso apenas para encontrá-lo caminhando para longe.
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— Jennifer. — O calor foi facilmente ouvido na voz de Luol quando a viu entrar na ala médica. Rapidamente transformou-se em preocupação quando viu Treyvon e a expressão dura em seu rosto. — Há algo de errado?
— Não.
— Sim.
Treyvon e Jennifer responderam simultaneamente.
— O tornozelo de Jennifer está causando dor. — Disse Treyvon, dando-lhe um olhar que a desafiava a discutir com ele.
— Não é grande coisa. — Ela respondeu.
— Você caiu ontem. — Treyvon respondeu.
— O que? — Luol foi imediatamente ao lado de Jen, segurando seu braço. — Jennifer, você está se esforçando demais?
— Não, não é assim tão ruim. — Jen tranquilizou Luol enquanto encarava Treyvon. — Eu apenas não estou acostumada a ficar de pé tanto tempo mais. Ficarei bem.
— Não há nenhuma razão para você sentir dor, Jennifer. Eu lhe disse que seria capaz de controlá-la. Você apenas precisa deixar-me saber quando sente dor.
— Você não pode se livrar de tudo isso, Luol e eu não quero.
— O que? — Ambos, Luol e Treyvon olharam para ela em estado de choque.
— Não porque eu quero sentir dor, mas porque me lembra de ter cuidado. — Ela informou-os rapidamente.
— Entendo. — Luol tomou um pouco de seu peso como começou a conduzi-la para o outro quarto. — Bem, vamos apenas certificar que você não prejudicou a si mesma.
— Eu não o fiz. — Ela negou.
—Deixe isso para mim decidir. — Luol respondeu.
— Por que a unidade de reparação profunda? — Ela perguntou.
— Porque além de verificar o seu tornozelo, quero ter certeza de que se recuperou totalmente da febre Churian.
— Eu me sinto bem. — Ela disse a ele.
— Acredito que sim, mas é melhor ter certeza. Não é? — Luol perguntou, dando-lhe um sorriso tranquilizador, em seguida, moveu suas mãos até a cintura. — Deixe-me ajudá-la a subir na cama. Agora é apenas descansar e relaxar. — Luol incentivou, ajudando-a fazer isso antes de passar para o painel de controle. — Isso não deve demorar muito.
Jen tentou fazer o que disse Luol, forçando seu corpo a relaxar, mas achava difícil fazer com Treyvon silenciosamente a olhando. Ela precisava descobrir uma maneira de lidar com ele. Bem, não manipular, porque duvidava que alguém realmente pudesse e menos que Treyvon deixasse. Mas precisava encontrar uma maneira de lidar com ele. Ele era o General, depois de tudo. E enquanto ele não era como os Zaludianos, não importava o que dissesse, ele ainda tinha todo o poder e controle.
Luol digitalizou as leituras a partir do painel de controle não gostando do que encontrou. Jennifer estava sentindo muito mais dor do que admitia. Ele corrigiria isso. Enchendo uma seringa de pressão, ele se moveu para onde ela pudesse vê-lo e a seringa.
— Isso aliviará a dor, Jennifer. Não tudo, mas o suficiente, então não sofrer tanto. Eu espero que venha a mim antes que fica tão ruim. Entendeu? — Enquanto os olhos de Luol ainda estavam calorosos e cheios de carinho, seu tom não admitia discussão, lembrando-a de seu pai e como ele agia quando ela era teimosa. Precisou lutar contra as lágrimas enquanto pensava em seu pai e acenou com a cabeça em concordância, assim como faria com ele.
Luol pressionou a seringa que parecia uma arma contra o pescoço dela e ela ouviu o mais fraco dos cliques. Em seguida, Luol ficou de lado. Ainda espantado que ela não reagisse. Bem, ela era assim quando criança e precisava tomar vacinas. Odiava agulhas, ainda agora, mas permanecia quieta.
— Obrigada, Luol. Estou me sentindo melhor já. — Ela lhe disse surpresa ao perceber que estava.
—Bom. Agora, vou dar-lhe um outro tratamento de respiração. — Ele levantou a mão, impedindo as palavras que sairiam de sua boca. — O exame revelou que o vírus Churian ainda está em seu sistema.
— Sim? — Ela olhou para ele com olhos ansiosos.
— Sim, e eu quero que seja erradicado.
— Eu também. — Jen sussurrou. Ela não gostava da ideia de algum vírus alienígena em seu sistema.
— Agora, basta relaxar. — Luol disse a ela. — Não demorará tanto tempo como da última vez.
— Tudo bem, mas Luol... — As palavras dela o impediram de se afastar.
— Sim?
— Eu estava pensando... pode o educador ser programado com qualquer informação que você quiser?
— É claro. — Ele disse a ela as sobrancelhas se erguendo. — Por que você pergunta?
— Você tem informações sobre os alimentos que recebem dos Tornianos? Em como lidar com eles e cozinhá-los?
— Eu... acho que sim.
— Você pode descobrir e programá-lo para mim? Eu preciso saber como lidar com a sua comida.
— Pelo que eu já provei, você já lidar com isso muito bem.
— Obrigada por dizer isso. — Um sorriso curvou seu rosto. — Mesmo que eu vi como cuidadosamente você mastigou na outra noite.
— Sim, bem, isso foi apenas porque era... diferente. A carne. Eu nunca soube que uma última refeição poderia ser assim.
— Eu notei que o surpreendeu.
— Na melhor das maneiras. — Luol rapidamente tranquilizou-a. — Eu disse a minha Maysa sobre isso quando conversamos na noite passada e ela ficou muito intrigada. Gostaria de falar com você. Claro, se estiver disposta.
— Eu adoraria!
Luol ficou chocado com a beleza do sorriso que floresceu em seu rosto, com seu pedido simples. Ele lembrou da flor Ligan. Não era a planta mais atraente, com seu caule eriçado, pétalas bem fechadas e as folhas finas. Muitos se esqueciam da pequena planta, mas isso era porque eles não estavam prestando atenção suficiente. Por apenas um momento a cada dia, quando o sol estava a pino, aquelas pétalas se abriam amplamente para absorver o calor do sol. Assim a flor revelava sua beleza interior magnífica.
A Deusa honrou Luol uma vez, permitindo-lhe descobrir um campo de Ligan apenas no momento certo e ele viu quando, como uma onda, as flores se abriram para o sol. Sentia esta honra novamente porque Jennifer estava compartilhando seu sorriso com ele. Sim, ela ainda tinha cicatrizes, mas não as notava quando ela sorriu.
— Bom. Agora relaxe e respire. — Luol encorajou e viu seus olhos se fecharam quando a unidade de reparação fechou.
As mãos de Treyvon se apertaram mais e mais, enquanto observava a interação entre Luol e Jennifer. Ele não gostou. Não gostou de como confortável Jennifer parecia ficar com o curandeiro. Ele não gostou de como Luol tocou-lhe mesmo que soubesse que era apenas para ajudá-la. Ele especialmente não gostou de Luol usando seu nome. Deveria ser o único permitido à honra!
Ele não sabia de onde está possessividade vinha, mas estava ali desde o primeiro momento que percebeu que ela era uma fêmea. Levantou-se contra ele, discutiu com ele e não parecia ter medo. Quando a levou para seu quarto na noite passada, colocando-a em sua cama, pareceu natural, como se fosse onde ela pertencia.
Ele precisava dar um passo atrás. Era um General do Império Kaliszian, o Comandante Supremo de todas suas defesas. Não tinha tempo para se envolver com uma fêmea, especialmente uma que precisava de cuidados.
Sim, isso é o que ele faria. Permitiria que outro macho cuidasse de suas necessidades e conseguisse para ela revestimentos adequados. Então ela sorriu e seu coração parou. Mesmo os universos parecerem fazer uma pausa admirando sua beleza. Naquele momento, soube que seria ele a fazer tal coisa.
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— Quão ruim ela está, Luol? — Treyvon perguntou com a voz rouca, movendo-se de onde estava de pé ao lado da unidade de reparação, observando como ele tratava Jennifer. Ele não gostava de quão pequena e frágil ela parecia, mesmo em suas coberturas muito maiores para seu tamanho.
Ele também não gostava que Luol sentia que precisava de outro tratamento para a febre Churian. Podia dizer que Luol não estava feliz, sua preocupação facilmente vista no olhar que deu a Treyvon antes de voltar para Jennifer.
— Não tão bem quanto eu esperava. Seu corpo não parece ser capaz de combater a febre. Está muito estressado... lidando com muito. É o perfeito terreno fértil para o vírus.
— Você está dizendo que ela morrerá?
— Não! — Luol instantaneamente negou. — Mas preciso monitorá-la diariamente, verificar seu corpo. A quantidade de dor que está disposta a suportar não ajuda. Isso está deixando-a fraca.
— Então livre-a da dor. — Treyvon ordenou.
— Eu não posso.
—Você pode! Isso é uma ordem, curandeiro! —Treyvon rosnou para ele.
Os olhos de Luol se arregalaram em choque. Não apenas pela ordem, mas pela forma como Treyvon a deu. Ele nunca viu Treyvon assim antes. Olhando para o cabelo do general, ele viu que tanto sua conta Ashe como a de verdadeira companheira estavam lá.
— Primeiro de tudo, quando se trata daqueles sob meus cuidados, General, você não pode pedir-me para fazer qualquer coisa. Eu sou responsável aqui. — Os olhos de Treyvon começaram a brilhar e grunhiu alto. — Em segundo lugar, Jennifer está correta. Porque se ela não sentir dor, esquecerá da lesão e poderá se prejudicar muito mais.
As palavras de Luol escureceram o olhar de Treyvon e parou seu rosnado. Luol estava certo. Pelo menos quando se referia aos seus cuidados, Treyvon não tinha autoridade sobre ele. Mas o pensamento de Jennifer sofrendo. Isso ia contra cada instinto que ele tinha.
— Não será mais do que o necessário. — Ele apertou os dentes, enquanto seu olhar voltava para Jennifer.
— Claro que não, General. General. — A hesitação na voz de Luol fez Treyvon olhar para ele.
— Sim, Luol?
— Há uma maneira de tirar a dor, sem curar sua lesão.
— O que? Então por que você não fez isso? — Treyvon perguntou.
— Porque envolve causar-lhe mais dor.
— Eu não entendo.
— A razão pela qual a unidade de reparação profunda é incapaz de curar seu tornozelo é que ele está totalmente curado.
— Eu sei disso!
—E para se curar... precisa ser quebrado novamente, assim a unidade poderia então repará-lo adequadamente.
Treyvon olhou para Luol com incredulidade. O que ele estava sugerindo, ia contra todo voto de um curandeiro... causar dano para proteger um paciente de mais danos. Para ele sugeria tal coisa. Mas se no final, curasse Jennifer...
— Por que você não fez isso, então? — Treyvon perguntou em voz baixa.
— Porque deve ser escolha de Jennifer e ...
— E?
— E ela ainda não é forte o suficiente para aguentar mais. E depois há o fato de que não sei se poderia fazê-lo. Talvez antes de conhecê-la poderia ter me separado da dor que ela teria que sentir, mas agora não.
— Entendo. — Treyvon olhou para as cicatrizes que ainda cobria o lado esquerdo do rosto de Jennifer. O pensamento de causar intencionalmente mais dor fez seu estômago apertar de dolorosas maneiras.
— Deve ser sua decisão, mas não direi nada até ter certeza de que ela pode suportar o... procedimento.
— Isso vai contra o seu voto, Luol. — Treyvon lembrou-lhe em voz baixa.
— Talvez as palavras reais, mas não o significado por trás delas. E se causar algum dano curar um maior, em seguida, por meu voto, devo pelo menos, permitir que ela saiba que é possível.
Ambos os machos silenciosamente olharam para ela por um momento. — Fique com ela, General, eu compilarei as informações que ela pediu e configurarei o educador.
— Pode prejudicá-la usar o educador novamente tão cedo e em sua condição?
— Não.
— Eu vou inspecionar as informações antes de ser carregado para o educador. — Treyvon disse ele.
— Eu... sim, General. — Luol deu-lhe um olhar estranho, perguntando por que Treyvon gostaria de inspecionar pessoalmente e carregar as informações, mas ele não disse nada.
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Treyvon continuou olhando para baixo para Jennifer quando a névoa branca do tratamento se desvaneceu lentamente, indicando que estava quase completa. Poucos segundos depois, houve um clique suave e a câmara começou a abrir. Por vários minutos, Jennifer ficou apenas ali imóvel e tensão de Treyvon aumentou. Ele estava prestes a chamar Luol quando os cílios começaram a se agitar e os olhos se abriram. Seu olhar azul suave fixou-se ao seu e ele viu tudo o que realmente importava e tudo estava certo em um universo que continha apenas eles.
Então ela piscou e o momento se foi.
Os olhos de Jen se arregalaram com a intensidade no olhar de Treyvon. Ele quase não falou com ela desde que deixaram seus aposentos e quando ele o fez, foi tão frio e distante. O que esperava? Ela o insultou. Questionou sua capacidade de protegê-la. Era algo que, mesmo conhecendo-o apenas a um curto tempo, sabia que ele levava a sério.
Ela reagiu sem pensar. Apenas o pensamento de que não estava segura em seus aposentos, que qualquer pessoa pudesse apenas entrar, era como voltar à mina e nunca ser capaz de baixar a guarda porque nunca sabia quando os Zaludianos apareceriam. Na noite anterior, pela primeira vez, ela dormiu sem manter um ouvido aberto para cada ruído. Estava muito cansada.
E ela acordou na cama de Treyvon.
— Jennifer? — A pergunta de Treyvon a fez perceber que ainda estava olhando para ele.
— Sinto muito. — Ela rapidamente disse, em seguida, sentou-se em movimento para sair da unidade de reparação. — Onde está Luol?
— Compilando as informações solicitadas. O que você sente muito? — As grandes mãos de Treyvon imediatamente seguraram sua cintura, levantando-a antes de a colocar cuidadosamente em seus pés.
As mãos de Jen instintivamente apoiaram contra seu peito, a respiração presa enquanto seus dedos entravam em contato com a pele quente, lisa deixada exposta por seu colete. Ela não podia acreditar no quão quente ele era ou como aquele calor parecia chamá-la para mais perto, deixando-a quente todos aqueles lugares profundamente dentro dela que antes de ser levada, estavam tão frios.
Com o toque, os olhos de Treyvon brilharam mais e seu aperto apertado na cintura puxou-a para mais perto em vez de liberá-la como deveria. Ela era tão pequena, tão frágil. Precisava de sua proteção e ainda seus toques suaves o fazia querer envolvê-la nos braços e levá-la para cama.
— Por... por... — A língua de Jen saiu, umedecendo os lábios, enquanto olhava para os olhos brilhantes de Treyvon tentando lembrar o que ela estava prestes a dizer.
O olhar de Treyvon seguiu o caminho molhado que a língua fez enquanto se movia sobre os lábios. Sem pensamento consciente, ele abaixou a cabeça. Ele nunca beijou uma fêmea na boca, pois não era algo feito entre um macho Kaliszian e uma fêmea. Não, a menos que fosse entre um Dasho e sua Ashe. Treyvon descobriu que precisava prová-la.
O som de vozes entrando na sala externa foi a única coisa que o impediu de alcançar seu objetivo, pois ele sabia que um gosto não seria suficiente. Rapidamente, mas com cuidado, colocou Jennifer para baixo, certificando-se de que ela estivesse firme antes de se afastar, quando Nikhil e sua Ashe entraram na sala.
— Hum, tem algo errado? — Mac perguntou, seu olhar movendo-se de Jen para o General. Percebendo como sua amiga olhava para o General e como ferozmente ele olhava para Jen, com os braços cruzados sobre o peito.
— O que? — Jen piscou e apenas então pareceu perceber que Mac estava ali.
— Tem alguma coisa errada? Estamos atrapalhando alguma coisa? — Mac levantou uma sobrancelha para a amiga.
— Interrompendo? O que? Oh! Não, você não interrompeu nada Mac e nada está errado. O General e eu estávamos apenas esperando por Luol para concluir a compilação de algumas novas informações para o educador.
— Novas informações? Sobre o que está falando? — Mac perguntou.
— Eu pedi algumas informações sobre os tipos de alimentos que os Tornianos fornecem. Dessa forma, terei uma melhor compreensão de como prepará-los.
— General. — Luol entrou na sala. — Eu tenho a informação pronta para você revisar, em seguida, fazer upload. — Com apenas a menor indicação de que escutou Luol, Treyvon continuou olhando para Jen por um momento, em seguida, virou-se para seguir Luol.
— Jen, o que está acontecendo? — Mac perguntou, movendo-se para o lado de sua amiga.
— O que você quer dizer?
— Quero dizer a maneira como você e o General estavam olhando um para o outro. A tensão aqui estava muito alta.
— Eu não sei o que dizer, Mac. — Os olhos de Jen foram para Nikhil, que ainda estava de pé na porta, observando e ouvindo.
— Não se importe com Nikhil. — Mac fez um gesto com as mãos. —Ele não repetirá o que ouvir.
— Não há nada para ouvir, Mac. É como eu disse. Estávamos apenas esperando por Luol. Não é como se o General e eu tivéssemos muito para falar.
— Sério? Então por que ele foi em nossos aposentos na noite passada procurando por você? — Mac perguntou.
— Mackenzie. — Nikhil resmungou baixinho.
— O que? — Mac virou a cabeça para seu companheiro. — Não me olhe assim, Nikhil. Ela tem o direito de saber que o General estava procurando-a.
— Ele estava apenas fazendo seu dever, Mac. — Disse Jen. — O General leva sua responsabilidade muito a sério. — Ela não viu a forma como os olhos de Nikhil ficaram levemente arregalados com as palavras dela, enquanto ela continuava. — O que você está fazendo aqui?
— Procurando por você. — Mac disse a ela.
— Procurando por mim? Por quê?
— Por que não estaria? Você é minha amiga e quando não atendeu sua porta, Nikhil sugeriu virmos aqui. — Antes Mac pudesse dizer mais, Luol voltou.
— O General fez uma revisão da informação e está em processo de upload para o educador. Siga-me Jennifer, vamos deixá-la confortável em meu escritório. Em seguida, podemos começar.
CAPÍTULO NOVE
— General.
Treyvon inclinou a cabeça em direção a Gryf, silenciosamente indicando que seu segundo deveria continuar mesmo enquanto seus olhos permaneciam em Jennifer.
— Fomos notificados de que o Imperador deseja falar com você.
— Entendido. — Treyvon disse a ele. — Quando?
— Cinco minutos.
— O que? — O olhar de Treyvon finalmente deixou Jennifer para encarar Gryf. — Por que apenas agora sou informado sobre isso?
— General, não consegui localizá-lo. Parece que você não está carregando seu comunicador. — Gryf lhe disse categoricamente.
A mão de Treyvon foi imediatamente para sua cintura, onde ele sempre carregava seu comunicador e não estava. Em sua mente, podia vê-lo ainda na mesa ao lado de sua cama, onde poderia facilmente alcançá-lo quando tocasse no meio da noite. Mas na noite anterior ele não dormiu em sua cama.
Jennifer o fez.
— Entendo. — Seu olhar voltou para Jennifer. Ele não queria deixá-la. O educador ainda estava funcionando e por alguma razão, estava nervoso por ela usá-lo novamente tão cedo. Queria estar ali quando terminasse, para se certificar que ela estava bem. Ele olhou para Mackenzie, que estava sentada no sofá ao lado de Jennifer segurando a mão dela e esfregando-a entre as suas. Ela foi a única que Jennifer pediu para se sentar com ela.
Ele não.
Voltando-se, olhou para Nikhil, que estava ali. — Você ficará aqui. Notifique-me se houver algum problema ou se... — Treyvon parou. Ele não tinha nenhuma razão para acreditar Jennifer chamaria por ele. Ela tinha Mackenzie.
— Eu garantirei que fiquem seguras e protegidas, General. — Nikhil informou. Viu como seu General olhava para a amiga de sua Ashe.
Reconhecendo a declaração de Nikhil com um aceno de cabeça, Treyvon girou e se forçou a sair.
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— Imperador Liron. — Treyvon inclinou a cabeça respeitosamente. Ele estava sentado atrás de sua mesa em seu Centro de Comando, a imagem de seu primo aparecendo em seu comunicador estacionário. Ele podia ver Liron sentado em seu escritório particular, uma taça de seu vinho favorito na mão.
— Treyvon, realmente? — Liron repreendeu. — Uma saudação formal, para seu primo?
— Meu primo também é o Imperador do Império Kaliszian e como eu nunca sei por que ele está entrando em contato comigo ou se está sozinho, é prudente que eu use seu título.
— Verdade, embora, seja apenas você e eu agora, então sem formalidades. Eu tive mais do que suficiente para um dia. — Erguendo a taça, Liron tomou um longo gole.
— O que está errado, Liron? — Treyvon inclinou-se perto da tela, oferecendo seu apoio assim como faria se eles estivessem na mesma sala.
— Ministros sendo tolos. Criando problemas. — Ele acenou com a taça com desdém. — O de sempre.
— Não pode ser normal, se o deixa assim. Você é o epítome da calma, Liron. Geralmente encontra humor em suas palhaçadas. Então, o que eles estão fazendo e dizendo agora que está incomodando?
— Houve uma... controvérsia a respeito de seus seres humanos.
— Eles não são meus humanos. — Treyvon instantaneamente negou. —E que tipo de controvérsia? O que fizeram? Foram para Kalbaugh apenas ontem.
— Sim, mas os outros Ministros descobriram que aumento a distribuição de alimentos para todos aqueles em Kalbaugh após Rushkin se oferecer para aceitar os seres humanos. — O leve alargamento dos olhos de Treyvon foi a única indicação que as palavras de Liron o chocou. — Eu fiz isso para compensar qualquer oposição que os seres humanos pudessem encontrar após sua chegada. Eles sofreram o suficiente.
— Sim. — Treyvon concordou.
— Os outros Ministros não foram tão compreensivos e senti que os seres humanos deveriam ser igualmente divididos de modo que a carga pudesse ser compartilhada.
— Junto com os benefícios, mesmo que todos eles inicialmente se recusassem a aceitá-los.
— Sim. — Liron assentiu antes de tomar outro gole de vinho.
— Daco. — Treyvon amaldiçoou.
— Eles estão apenas tentando servir seu povo o melhor que pode.
— À custa de inocentes? Onde está a honra nisso? — Treyvon perguntou.
— Não há ninguém. — Liron concordou. — Mas não vejo isso assim. Especialmente quando souberam que havia uma segunda fêmea humana.
— O que? — Treyvon sentiu todo o seu ser sair.
— A notícia se espalhou por todo o Império mais rápido do que uma explosão solar de que uma fêmea humana agora usa uma conta de companheira verdadeira de um guerreiro Kaliszian. Quando se soube que havia outra fêmea e que ela estava viajando com os machos... por isso que estou entrando em contato. Eu quero que você envie duas naves para escoltar o Fenton para Kalbaugh.
— Você acha que pode ser atacado por causa de Jennifer?
— Jennifer? — Liron levantou uma sobrancelha para seu primo.
— Esse é o nome da fêmea. — Treyvon disse a ele, tentando não soar defensivo.
— Eu sei disso, mas você falar dela assim... intimamente.
— É como ela prefere. Que seus amigos a chamem e não amigos da maneira Kaliszian. Oferece o uso de seu nome, até mesmo seu nome encurtado.
— Verdade?
— Verdade.
— Eles são uma espécie fascinante.
— Sim. E enquanto eu não tenho seus machos em alta conta, acho que na verdade que preciso respeitá-los. Reverter os que os Zaludianos fizeram. É somente pela bênção da Deusa que apenas um morreu.
— Um morreu? — Liron franziu a testa para Treyvon. — Por que não foi informado sobre isso? Pensei que todos eles sobreviveram.
— Eu não soube dele até ontem, quando Jennifer me informou que os Zaludianos mataram seu Dasho. É por isso que ficou tão gravemente ferida.
—Ele estava tentando defendê-la dos Zaludianos. — Liron assentiu compreensivamente.
— Não. — Treyvon respondeu.
— Não? O que quer dizer com não? — Liron perguntou.
— Sua Dasho não a estava defendendo. — Treyvon disse com os dentes apertados. — Ela estava tentando protegê-lo.
— O que? — Isto fez Liron se sentar direito em sua cadeira.
Treyvon não disse nada, apenas olhou para o Imperador, primo e amigo. Acha difícil controlar a raiva que sentia ao pensar nisso.
— Eu não entendo. — Liron continuou. — Por que ela se colocou em perigo? Por que os outros machos permitiram?
— Agora você entende a minha batalha, primo. Um ato mostra que eles são mais do que os machos honrados, enquanto outro...
— Mostra que eles não são. — Liron terminou. —Diga-me a verdade, Treyvon. Você é o meu Comandante Supremo e mais do que um amigo de confiança. São estes machos dignos de tudo o que estamos fazendo por eles?
Treyvon ficou em silêncio por um longo momento, pensando em tudo o que descobriu e viveu com os machos. Pensou na verdade que o macho humano, Craig lhe disse. Craig sentiu-se envergonhado com o que ele fez e não fez. Ele tinha uma força interior que Treyvon não podia negar.
— Eles são uma espécie que nunca encontrei antes, como de um planeta diferente também. Eles não viajam para outras galáxias e não puderam se comunicar com qualquer outra pessoa que seus captores. Pelo que descobri, nenhum deles jamais treinou como guerreiros. São mais como Ministros ou Artesãos em seu mundo. Eles sobreviverem, com certeza foi por causa da bênção da Deusa.
— Eu pensei que você já não acreditava que a Deusa nos abençoou, Treyvon. — Liron murmurou.
— Mas ela não está nos abençoando. — Treyvon disse olhando Liron diretamente nos olhos. — Ela abençoou a eles.
— Verdade. — Liron concordou. — E eu quero ter certeza que ela continue se certifique de que eles e a fêmea cheguem a Kalbaugh sem incidentes.
— Eu farei o meu melhor para garantir que os machos cheguem, mas Jennifer não.
— O quê? Por que não? — Liron perguntou, incrédulo.
— Porque Jennifer não está no Fenton. — Treyvon informou. — Ela ainda está aqui em Pontus.
— O que?
— Ela ainda está... — Treyvon começou novamente.
— Eu ouvi! — Liron o interrompeu e exigiu. — O que eu quero saber é por quê.
— Ela veio até mim ontem e pediu permissão para permanecer aqui com a verdadeira companheira de Nikhil, Ashe Mackenzie.
— E você permitiu isso? Como ela o convenceu disso? — Os olhos de Liron se arregalaram. — Outro Kaliszian encontrou sua companheira verdadeira?
— Não! — Treyvon imediatamente negou.
— Então por que? — Liron perguntou.
— Parece que na Terra, Jennifer foi treinada no manuseio de alimentos. Ela ganhou o título de Chef.
— Chef? O que é um chef?
— Alguém que deixa os alimentos saborosos... com um gosto bom.
— Entendo. — Liron ficou em silêncio por um momento. — Você provou o que ela produziu?
— Não. Como eu disse, apenas soube disso ontem. Mas ela cozinhou a última refeição para Nikhil e sua Ashe em seus aposentos. Nikhil achou interessante.
— Em outras palavras, ele achou horrível, mas não queria ofender sua companheira verdadeira.
— Não. — Treyvon não ficou surpreso por Liron pensar a mesma coisa que ele. — Ele disse que era apenas diferente, que a carne estava macia e suculenta. Luol parece ter pensado a mesma coisa.
— Luol também compartilhou seus alimentos?
— Não, mas parece que tanto Ashe Mackenzie e Jennifer ofereceram sua parte para ele.
— Elas ofereceram a sua parte?
— Sim. Nikhil também disse que as duas discutiram maneiras diferentes de como poderiam preparar os alimentos, deixá-los com um gosto diferente.
— Verdade?
— Verdade.
— Eu não estou questionando sua decisão em permitir que ela fique, Treyvon, mas estou questionando por que Jennifer iria querer nos ajudar.
— Perguntei-lhe a mesma coisa e sua resposta foi que ela espera ainda poder descobrir a localização de seu planeta para que possa voltar lá. Parece que sua irmã mais nova está lá, sem proteção.
— Entendo. Farei algumas perguntas sutis para ver se Wray descobriu onde o mundo da Imperatriz está.
— Você acredita que ela e as fêmeas têm o mesmo mundo? — Treyvon perguntou. — Elas são tão diferentes. A fêmea que Wray reivindicou é mais baixa, com cabelos cor de fogo e olhos verdes. Nem Ashe Mackenzie nem Jennifer se assemelham a ela.
Liron entendia o que Treyvon estava dizendo. Todas as espécies conhecidas tinham alguma característica que os identificava. Para os Tornianos, era a cor do cabelo. Enquanto o seu tom de pele podia variar, seu cabelo era sempre preto. Os Ganglians estavam sempre completamente cobertos de pelos e tinha um odor ofensivo. Kaliszianos eram semelhantes aos Tornianos, mas apenas tinham uma faixa grossa de cabelo que corria ao longo do centro de suas cabeças.
— Talvez isso é o que os faz o mesmo: as suas diferenças.
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Os sentidos de Jen acordaram primeiro. Ela podia sentir que estava faltando algo, não estava desconfortável. Havia um zumbido mecânico baixo, mal podia ouvi-lo e o leve cheiro de terra. Alguém estava segurando uma de suas mãos. Mas quem? E de repente tudo veio à tona para ela. O sequestro. A mina. A morte de Todd. Treyvon... Treyvon!
Seus olhos se abriram e ela olhou para onde ela sabia que ele estaria e não encontrou... ninguém.
— Jen? — A pergunta tranquila puxou o olhar do espaço vazio no final do sofá para a única pessoa que estava sempre lá para ela. Mac.
— Oi. — Ela respondeu, a palavra que saiu muito mais fraco do que ela planejou. — Quanto tempo estive fora desta vez?
— Apenas uma hora. Como está se sentindo?
Jen pensou por um momento. — Bem.
— Jennifer. — A voz fez a cabeça girar para encontrar Luol exatamente onde ela o viu pela última vez ao seu lado.
— Olá, Luol. — Ela lhe deu um leve sorriso.
— Você pode me dizer sobre tatws?
— Tatws? — Jen franziu a testa, pensando. Ela sabia o que era. Verdade? Não existiam na Terra, mas eram semelhantes a algo. O que era? A ruga na testa desapareceu e ela exclamou: — Batatas!
— O que? — Luol franziu a testa. A nova informação que enviou para o educador não foi transmitida corretamente?
— Batatas. Tatws são semelhantes ao que chamamos de batatas na Terra. — Jen começou a franzir a testa novamente. — Pelo menos foi isso que o educador fez parecer. Eu não sei ao certo até usar uma.
— Entendo. — A careta de Luol ficou aliviada. Ele pensou que algo estava errado. Porque se tivesse, o General nunca teria perdoado. — Você pode se sentar?
— Claro. — Segurando a mão de Luol estendida, ela sentou-se, os pés não tocando o chão quando ela os balançou sobre a borda. Em seguida, saiu do sofá e se levantou. — Obrigada, Luol. Agora quero ir para a cozinha e ver se tatws são realmente como batatas.
— Jen. — A voz de Mac voltou para ela. — Tem certeza? Talvez deva descansar por um tempo.
— Estou bem, Mac, realmente. E com todo esse novo conhecimento na minha cabeça, estou animada para entrar na cozinha.
— Você tem certeza? — Mac perguntou.
Jen viu o olhar que Mac deu a Nikhil. — Sim, mas eu não preciso de sua ajuda agora. Seria melhor se eu fosse sozinha.
— Sim? — Mac perguntou. — Por quê?
— Bem, primeiro, eu preciso usar os ossos que Gulzar guardou para mim. Então quero ir ao depósito e inspecionar o que tem lá. Tentei juntar tudo de uma forma, mas agora sei que estava errada. Preciso reorganizá-los. Caso contrário, me deixará louca.
— Pode esperar até amanhã.
— E se há uma coisa que aprendi, Mac é que pode não haver um amanhã. Pelo menos não o que estamos esperando. Então, quero desfrutar o tempo que tenho fazendo o que eu gosto e gosto de ficar na cozinha. Você, por outro lado. — Brincou ela. — Prefere ficar com seu doce Nikhil.
— Doce? — Nikhil, que estava silenciosamente parado na porta, franziu a testa olhando para Mackenzie e sua amiga. — Eu não sou doce. — Ele negou. — Eu sou um guerreiro Kaliszian altamente qualificados e mortal.
Jen e Mac se olharam e enquanto Mac estava vermelha, as duas começaram a rir. Jen não podia acreditar como era bom se sentir assim. Quanto tempo passou desde que ela riu? Muito tempo.
Nikhil olhou para Luol. —O educador funcionou mau? Jennifer não está fazendo sentido.
Essa pergunta fez Jen e Mac rirem ainda mais antes de Mac se levantar do sofá para envolver os braços ao redor da cintura de Nikhil. Os braços de Nikhil foram imediatamente ao seu redor.
— Eu explicarei isso para você quando voltarmos aos nossos aposentos. — Mac disse a ele e a promessa em seus olhos fez a respiração de Nikhil parar.
— Tudo bem. — Ele respondeu asperamente, em seguida, lembrou do que disse o General e olhou para Jennifer.
— Eu ficarei bem, Nikhil. — Jen tranquilizou-o. — Como disse, vou para cozinha.
— Você se importaria se fosse com você, Jennifer? — Luol perguntou, sabendo Nikhil não a deixava sair sozinha. Não depois do que disse o General. — Eu gostaria muito de ver sobre o que está falando.
— Eu adoraria, Luol. Então, estamos todos bem? — Jen olhou para Mac e Nikhil.
— Sim.
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— Você me manterá informado sobre o que ela está fazendo? — Liron perguntou, inclinando-se mais perto da tela, intrigado com o que Treyvon lhe disse sobre as luciferinas. — E se ela conseguir fazer render os alimentos como fez para sua espécie, este seria um presente da Deusa.
— Sim, embora acho implausível que as luciferinas ajudaram com isso.
— Por quê? — Liron perguntou. —Você não se lembra das histórias contadas para nós de como a Deusa criou as luciferinas para fornecer aos Kaliszianos tudo o que poderia precisar?
— Esses contos são destinados a dar aos jovens a esperança de que um dia haverá comida suficiente para todos.
— E você acredita ser uma mentira?
— O que eu acredito não importa. O que é, não. Por causa do meu ancestral, todos nós sofremos.
— Aadi é meu antepassado, bem como seu, Treyvon.
— Distante.
— Como ele é para você. Precisa parar de carregar o peso de algo pelo qual não é responsável.
— Eu carrego o seu nome, Liron, não você.
— E você o usa com honra e integridade. Algo que ele nunca fez. Não se esqueça Treyvon. Você mais do que ganhou o título que usa. Olhe onde as contas em seu cabelo estão. Elas proclamam para todos para ver que você é digno.
— Elas podem ser manipuladas, Liron. Você sabe disso.
— Apenas retirando-as, limpando e substituído diariamente. Quando continuamente gasta, sua altura reflete a dignidade do macho que as usa.
— Ninguém as remove diariamente, Liron.
— Você ficaria surpreso, Treyvon, com o que alguns poderiam fazer para parecem ser mais do que são. Mantenha-me informado sobre o que Jennifer faz. E se ela fizer o que você diz, precisarei ir a Pontus ver por mim mesmo.
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— Gulzar? — Jen gritou enquanto ela e Luol entravam na cozinha. —Você está aqui?
— Aqui, Jen. — Veio a resposta e Luol lançou-lhe um olhar assustado.
— Pedi-lhe para me chamar Jen, Luol. Assim como com você. Gulzar graciosamente concordou.
Gulzar saiu da sala fria carregando uma panela cheia de ossos da noite anterior. — Você ainda os usará? — Ele perguntou, em seguida, parou abruptamente quando viu Luol. — Curandeiro Luol.
— Guerreiro Gulzar. O que você está carregando aí?
— Ossos. — Gulzar disse-lhe, em seguida, foi para o fogão. — É aqui que os quer, Jen?
— Isso seria ótimo, Gulzar, obrigada. Apenas preciso colocar o forno à temperatura certa. Então, podemos começar a assar.
— Eu não entendo. — Disse Luol, franzindo a testa para os ossos. —Por que você está... assando ossos?
— Para fazer caldo. — Gulzar informou a Luol como se fosse óbvio.
— Caldo? — Luol franziu a testa e olhou para Jen.
— É um líquido fortificado que fazemos na Terra ao assar ossos. Você adiciona em outras coisas para torná-los mais saborosos.
Luol olhou para ela com incredulidade. — Isso é possível? Usar algo não comestível para deixar algo mais saboroso?
— Claro. Embora na Terra, eu normalmente adicionasse legumes para torná-lo ainda mais saboroso. Mas isso não é possível aqui.
— Por que não? — Luol perguntou.
— Porque eu não tenho acesso a qualquer um deles. Mas ainda posso fazer um caldo com um bom gosto. — Ela rapidamente tranquilizou-o.
— Quanto você precisa? — Luol perguntou.
— Sobre o que? — Foi a vez de Jen franzir a testa.
— Legumes. Quanto você precisa para fazer este caldo que faz na Terra?
— Bem... — Jen olhou para os ossos. — Assando está quantidade de ossos na Terra em meu restaurante, eu usaria nada menos do que doze cenouras, seis cebolas, aipo e duas cabeças de alho. Todos dariam um sabor incrível ao caldo.
— Entendo. Então, menos do que isso não funcionaria?
— Menos funcionaria e ainda daria ao caldo mais sabor. Apenas preciso reduzi-lo ainda mais para intensificar.
— Mesmo? — Luol perguntou.
— Sim.
— Então eu ofereço-lhe meu estoque de alimentos para fazer este caldo. — Disse Luol.
— O que? — Jen olhou para Luol em estado de choque. — Mas por que?
— Enquanto eu não sou Kaliszian, passei toda a minha vida no serviço a eles. São uma espécie genuinamente honrada, que sofreram muito devido à grande infecção. E se o uso do que eu tenho de alguma forma pode ajudá-los, então é o mínimo que posso fazer.
— Eu diria que você é um mais do que um macho digno de fato, Luol. Obrigada. — Sorrindo para ele, Jen caminhou até ele e lhe deu um abraço. — Espere. O que quer dizer que você não é Kaliszian? — Inclinando-se para trás, ela deu-lhe um olhar interrogativo. Luol parecia Kaliszian para ela. Ele tinha as mesmas contas em seu longo cabelo escuro e olhos brilhantes cor de ameixa. Ele não era tão musculoso como Treyvon, mas atribuiu isso a ele ser um curandeiro.
— Eu sou Kalbaughian.
— Você é? Quer dizer que são do mesmo planeta para onde os humanos estão indo?
— Sim, é um belo planeta que fica entre Kaliszian e Tornian. Seus machos serão muito felizes lá.
— Acredito que sim. — Ela mordeu o lábio levemente. — Você percebe que isso significa que a sua última refeição conterá menos, pelo menos por um tempo.
— Sim, eu entendo. Agora eu preciso voltar a ala médica.
— Tudo bem. Obrigada por me trazer aqui. — Ela deu um passo atrás.
— Foi um prazer... Jen. Entre em contato comigo se sentir quaisquer efeitos secundários dos tratamentos. — Luol a olhou.
— Sim, Luol. — Jen sorriu para Luol, feliz que ele finalmente usou seu apelido. —Prometo... meu voto.
— Cuide dela, Guerreiro Gulzar. — Luol deu ao outro guerreiro um olhar duro. — Não deixe que ela exagere.
— Eu não deixarei, curandeiro Luol.
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O restante do dia passou rapidamente para Jen. Ela não podia acreditar em quanto mais energia tinha ou como focada estava quando não lutava com a dor constante. Conseguiu assar os ossos no forno. Gulzar trouxe o estoque de alimentos de Luol de legumes frescos e ela ficou chocada com a quantidade. Escolheu o que precisava e devolveu o restante para o depósito. Na Terra, teria escolhido apenas o melhor, porque era possível. Mas ali... ali era a velha escola onde usava o que tinha, mesmo que fosse menos do que desejável. Porque era tudo o que tinha e não havia nenhum lugar para pedir que entregasse.
Ela acrescentou os vegetais a meio do tempo de cozido, em seguida, Gulzar insistiu que parassem para a refeição do meio-dia. Eles saíram para o jardim onde se sentaram no banco ao redor da velha árvore.
— Isto é inacreditável. — Gulzar olhou da árvore para as áreas onde Jen acreditava ter sido uma horta. —Estive aqui vários ciclos de lua e nunca sequer pensei nisso.
— Suponho que você não tinha qualquer razão para ficar nesta parte da base.
— Não. Eu não sei de ninguém que vem aqui.
— No entanto, em algum momento no passado distante, muitos o fizeram.
— Por que você pensa isso?
— Olhe para o caminho, Gulzar. Mesmo com toda a areia e sujeira cobrindo-o, ainda está bem definida. Algo como isso leva milhares e milhares de passos. Leva anos, talvez até séculos.
— Eu concordo. — Gulzar comeu de seu pacote de comida. — Parece estranho para mim pensar que ao mesmo tempo, este foi um lugar onde as pessoas se reuniram.
— Reuniram-se? O que você quer dizer? — Jen se forçou a comer o pacote de alimentos que Gulzar entregou a ela. Quando protestou, ele a informou que o General cuidou para que ela tivesse sua própria ração de fornecimento de alimentos e que esse pacote vinha dessa fonte. Ele a tranquilizou.
— Pontus, ao mesmo tempo, um lugar bonito que os de todos os cantos dos Universos conhecidos queria conhecer.
— Mesmo?
— Então me foi dito, mas vendo-o agora... — Os olhos de Gulzar percorreram o jardim. — Parece difícil de acreditar.
— Suponho que sim. — Jen concordou. — Mas eu acredito nisso.
Gulzar olhou para ela com incredulidade. — Por quê?
— Por causa disso. — Colocando sua refeição de lado, ela se virou e colocou uma mão suave na árvore antiga atrás deles. — É aqui, Gulzar. Um testamento de pé do que foi perdido. Ela ainda está aqui. Uma sentinela silenciosa a tudo o que veio antes. Pense no que está árvore deve ter sido quando estava viva. Deve ter sido a coisa mais linda que já se viu, causando prazer.
— Prazer?
— Em olhá-la. Para sentar aqui com suas folhas protegendo-se do sol do meio-dia.
— Folhas?
— Sim, folhas. — Jen deu-lhe um olhar confuso. — Você nunca viu uma árvore com folhas?
— Apenas na tela. Eu nunca estive fora do Império Kaliszian.
— Eu... eu sinto muito, Gulzar. Não sabia.
— Você já viu essas coisas? — Gulzar perguntou seu olhar cheio de admiração. — Árvores com as folhas? Coisas comestíveis que crescem fora da terra?
— Sim. — Jen murmurou, percebendo novamente o quanto ela perdeu durante sua vida.
— Você pode contar a respeito?
— Eu... eu posso tentar. Realmente nunca pensei sobre isso antes. Apenas os via. Na primavera, as coisas seriam assim. — Ela cuidadosamente passou a mão sobre a árvore. — Teria alguns botões verdes sobre ela. É um tempo de renascimento. Em seguida, os botões crescem, graças ao sol e à chuva, até que se tornaram folhas. No verão, ficam verde e dão sombra, resfriando-o até o outono chegue e depois o frio, assim as folhas que mudam de cor. Eu sempre amei essa época do ano. É quando o alimento é colhido e as árvores perdem suas folhas, preparando-se para o inverno.
— Parece incrível.
— É, mas eu não acho que seja realmente apreciado. — Admitiu ela. —Não até que foi tirado.
— Eu me pergunto o que é pior. — Gulzar disse em voz baixa. — Saber o que você perdeu ou não conhecer.
— Eu não sei. — Jen disse a ele honestamente. — Acho que você não pode perder o que nunca teve, mas conhece e perde...
— Sim. Talvez um dia a Deusa possa encontrar em seu coração algo para nos perdoar.
— Perdoar. Por quê?
— Pelo que permitimos que acontecesse. Você não aprendeu sobre a Grande infecção quando usou o educador? Coisas terríveis aconteceram.
— Sim, coisas terríveis aconteceram. Mas você não permitiu que nada acontecesse, Gulzar. Aadi o permitiu. Seus antepassados foram castigados. Isso deveria ser suficiente para apaziguar sua Deusa.
— No entanto, isso não aconteceu.
— Então, sua Deusa é uma verdadeira cadela e não muito diferente do que aqueles que fizeram coisas terríveis.
— Como você pode dizer isso? — Gulzar olhou para ela em estado de choque.
— Porque é verdade. Ela está punindo os inocentes. E se sua Deusa for verdadeiramente amorosa e perdoadora, como parece pensar que ela é, então teria percebido que os pecados do pai não são os pecados da criança. Vocês não são responsáveis pelo que aqueles que vieram antes fizeram e não devem ser punidos por eles. Apenas podem ser julgados pelo que fazem e não tiveram nada a ver com aquilo.
CAPÍTULO DEZ
— Ela está certa. — A Deusa olhou para a cena que se desenrolava abaixo dela depois para seu companheiro, o Imperador Raiden Nacy.
— Ela não está. — Ele imediatamente negou. — Você é uma fêmea amorosa e clemente, meu amor. Está fazendo o que pode para corrigir o dano que causou, mas no final eles precisam aprender com seus erros.
— Erros! Como o abuso de duas fêmeas por seu mano é um erro? — As estrelas começaram a escurecer com a raiva da Deusa.
— Calma, meu amor. Você sabe que eu apenas quis dizer sobre o que aconteceu depois, não o abuso real de Mia e Tia.
— Elas eram tão jovens, Raiden, tão inocentes. — Lágrimas encheram os olhos da Deusa. — Elas nunca mais foram as mesmas depois. Como pode Berto ter feito uma coisa dessas?
— Eu não sei, meu amor. Ele sempre foi um macho digno. Nenhum de nós viu isso chegando. Talvez por isso foi uma traição.
— Ela... — A Deusa olhou para trás para baixo para Pontus. — Perdeu tanto, está tão irritada. E com tanta dor. Eu não sei se pode fazer o que precisamos que faça para corrigir o que fiz aqui.
— Nós podemos apenas observar, meu amor. O restante é com eles.
— Eu não sou muito boa nisso... apenas observar. Eu gosto de fazer algo. — Dando a seu companheiro um sorriso malicioso, ela foi para o refúgio de seus braços.
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— Você quer o que? — Gryf franziu a testa para Treyvon.
— Eu quero que você encontre aposentos mais adequados para Chef Jennifer. E de preferência perto do Líder de Esquadrão Nikhil e sua Ashe.
— Mas General, essa área é reservada para os oficiais.
— Eu sei, mas a Chef Jennifer ficaria mais confortável perto de um dos seus.
— Eu... — Uma miríade de emoções cruzou o rosto de Gryf antes de ficar em branco e ele rigidamente respondeu. — Sim, General.
— Você tem algo a dizer, Gryf? — Treyvon sabia que seu segundo tinha.
— Eu... apenas não entendo por que você está fazendo tais concessões para essa fêmea. Entendo que ela foi gravemente ferida enquanto dentro de nossas fronteiras, mas movê-la para aposentos que nossos machos trabalharam e se sacrificaram muito para ter. Isso não faz sentido para mim. Especialmente quando alguns machos podem voltara em três ciclos de lua.
Treyvon suspirou fundo, virando-se para olhar para o mapa na parede distante mostrando todos os locais de onde os Zaludianos abriram as minas. — Quais os melhores aposentos disponíveis?
— Os únicos aposentos disponíveis são o de Tubo, que precisou voltar para casa. Eles estão mais próximos de Nikhil e o depósito de alimentos.
— Faça isso. Quando Tubo retornar, novos aposentos devem ser encontrados para ele. E Gryf, certifique-se as melhores fontes disponíveis sejam colocadas lá. Tire-os de meus aposentos se for preciso.
— Tirar do seu, General? — Gryf não tentou esconder o choque.
— Sim. — Treyvon disse a ele. — Faça isso, comandante.
— Sim, General.
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Gulzar franziu a testa para a panela no fogo brando com ossos e legumes. Quando retornaram de compartilhar a refeição do meio-dia, trabalharam para organizar as salas frias e de congelados. Agora estavam tão impecáveis quanto o depósito e ele sentiu uma sensação de orgulho quando os olhava.
— Tudo bem? — Jen perguntou sorrindo levemente.
— Sim. Ficou quase só a metade.
— Deve ser assim?
— Mas servirá menos machos dessa forma.
— Não é para ser comido como a refeição Gulzar, mas como algo para melhorá-la.
— Então, você ainda irá remover os ossos?
— Sim. Na verdade. — Jen ficou na ponta dos pés para olhar a panela, em seguida, virou-se para recolher o que precisava. — Está pronto. Então, se você o derramar cuidadosamente em um recipiente podemos deixá-lo mais denso com uma peneira.
— Denso?
— Sim, fazendo assim. — Ela mostrou-lhe a peneira que encontrou com surpresa no depósito. — Separaremos o líquido dos sólidos, então teremos o caldo perfeito. Cuidado agora. Vá devagar. Você não quer se queimar. — Ela disse a ele quando ele levantou a panela do fogão e começou a derramar.
— Então, os legumes que você colocou aqui serão jogados fora? — Ele perguntou, tirando o último dos sólidos da panela.
— Na Terra, sim, mas não aqui. Pelo menos não os legumes. Posso misturar ou colocar em outra coisa, ajudarão a fazer render a comida. Os ossos, no entanto, não há nada mais que possamos fazer para usá-los.
— Você os usou mais do que eu ou qualquer outro macho teria feito.
— Obrigada. Então agora deixamos esfriar um pouco e guardamos na sala fria durante a noite.
— Por que não o colocar lá agora? — Gulzar perguntou franzindo a testa para ela.
— Porque ele mudará a temperatura na sala, aquecendo-se. Isso não é bom para os outros itens lá.
— Oh.
— Então o que você fará para última refeição esta noite? — Ela perguntou, pegando a panela vazia dele. Levando-a para a pia, ela começou a enchê-la com água quente.
— A mesma coisa que faço todas as noites.
— É que a única receita que você sabe? — Ela perguntou
— Receita? — Gulzar deu-lhe um olhar confuso.
— Sim, receita. — Enquanto ela falava, começou a esfregar a panela. —É um conjunto escrito de instruções sobre como fazer alguma coisa.
— Eu nunca vi um desses antes. Apenas sei como fazer uma coisa e isso apenas porque Tubo me disse o que fazer antes de sair.
— Tubo? — Jen tentou se lembrar se conheceu este Guerreiro antes.
— Ele não está mais em Pontus.
— Oh, então ele sabe cozinhar?
— Não da maneira que você parece fazer. Ele apenas faz o que eu faço agora.
Jen parou de lavar a panela para dar-lhe um olhar horrorizado. —Você está me dizendo que a última refeição é sempre a mesma coisa?
— Sim. O que mais poderia fazer?
— Oh, eu não sei. Um guisado. Um assado. Talvez algum tipo de sopa saudável. Vocês têm todos os ingredientes. Simplesmente não sabem como colocá-los juntos.
— Mas você sabe?
— Sim. — Disse ele sorrindo. — E amanhã, se alguém confiar em mim com seu estoque de alimentos, posso provar isso. — Seu sorriso desapareceu ao pensar que ninguém o faria.
— Você sabe que pode usar o de Nikhil. — Mac disse a ela entrando na cozinha.
— Mac, você não tem que...
— Eu sei. — Mac interrompeu. — Mas eu quero. Estou pronta para conseguir alguma comida de verdade novamente. Boa comida. Sem ofensa, Gulzar.
— Nenhuma, Ashe Mackenzie.
— Então me diga. O que você fará? — Mac perguntou animada enquanto ela se sentava em um dos balcões.
— Eu não sei até ver seu estoque de alimentos.
— Bem, um Guerreiro de Elite recebe o que poderíamos considerar muita carne fresca ou o equivalente em créditos para comprar o que deseja. Com cada aumento na classificação, sua atribuição sobe. Ele também aumenta se tem uma Ashe. Portanto, temos cerca de um quilo e meio de carne e a mesma quantidade de vegetais.
— Você pode escolher seus vegetais?
— Parece que sim. — Ambos olharam para Gulzar para confirmação.
— Eu não entendo esta palavra que usam, quilos, mas tudo que Ashe Mackenzie disse é verdade. Posso mostrar-lhe as quantidades, se desejar. Quando faço a última refeição, eu sei do total que me é permitido em vegetais e uso apenas tudo o que há de mais quantidade.
— Você não usa uma variedade? — Jen não podia acreditar.
— Eu poderia usar o que sobrou de uma refeição antes de passar para a próxima, mas não o faço, porque não pode haver... disputas entre guerreiros, se alguém receber algo diferente do que o outro.
— Sério? — Jen não podia acreditar. Eles eram Guerreiros de Elite e não crianças porque não conseguia o que alguém tinha.
— Verdade. Para um guerreiro de maior pontuação obter o que pode ser considerado inferior a um mais baixo é um grave insulto.
— Entendo. Isso não estava no educador.
— Não? — Gulzar franziu o cenho. — Deveria ser óbvio.
— Sim, bem, você sabe o que isso significa... — Disse Jen.
Mackenzie assentiu, enquanto Gulzar apenas dava a ambas um olhar confuso.
— Eu não entendo o que estão dizendo. — Ele olhou de uma fêmea para outra.
— Na Terra. — Jen disse a ele. — É dito que quando você assume algo, pode dar bom dia a cavalo. É um ditado.
— Entendo. — Mas realmente não entendia.
— Assim, podemos ver os vegetais? — Jen perguntou, enxaguando agora a panela limpa antes de secar as mãos. — Eu também quero ver novamente os outros suprimentos no depósito. Estava errada sobre o que alguns deles eram.
— Como quiser, Jen.
— Gulzar? — A pergunta na voz de Mac o parou.
— Sim, Ashe Mackenzie? — Ele perguntou.
— Por que você não me chama de Mac como você chamar Jennifer de Jen?
— Porque o Guerreiro Nikhil iria acabar com a minha vida se eu tomasse tal liberdade.
— O que? — Mac deu-lhe um olhar incrédulo. — Você não pode acreditar nisso!
Foi a vez de Gulzar para dar-lhe um olhar incrédulo. — Claro, eu acredito nisso. É verdade e é o que eu faria se outro macho desrespeitasse minha Ashe.
— E você ainda considera Nikhil doce? — Jen perguntou, passando por ambos para abrir a porta do depósito.
— Eu não entendo esse termo. — Disse Gulzar, permitindo Mac entrar no depósito. — Doce implica amigável, talvez até suave e macio. Um Guerreiro de Elite Kaliszian não é nenhuma dessas coisas.
— Talvez não para outros machos, mas para sua Ashe, ele é tudo isso e muito mais. — Mac disse a ele então riu quando ele pareceu tropeçar.
— Gulzar? — A voz de Jen o fez olhá-la.
— Sim, Jen?
— Não há muita variedade.
— Isso é verdade. Estamos nos aproximando do final deste ciclo de fornecimento.
— Ciclo de fornecimento?
— Sim. Somos apenas reabastecidos com alimentos frescos uma vez por ciclo da lua.
— Vesta? — O educador ensinou a Jen que quase todos os suprimentos de comida Kaliszian vinham de Vesta.
— Não. Todos os suprimentos de comida vão diretamente para Crurn onde são processados e pode então ser distribuído a todos os que o ganharam.
— Ganharam?
— Sim, o educador não ensinou isso.
— Eu não tenho certeza, explique mais, por favor.
— A quantidade de fornecimento de alimentos que os Kaliszianos recebem dependente do que eles contribuem para nossa sociedade.
— Contribuem? — Jen franziu a testa para ele.
— Sim. A classificação de um Kaliszian na sociedade afeta diretamente a parte do abastecimento de comida que estão autorizados a receber.
— E quem é a classificação mais alta na sua sociedade?
— Bem, depois do Imperador e sua família, em seguida, seus Ministros e suas famílias logo aqueles que servem em defesa do Império.
— Os Guerreiros.
— Sim. Não estava isso no educador? — Gulzar perguntou.
Jen franziu a testa em busca da informação. — Havia alguma coisa, mas não fiz a conexão. Assim, apenas os de mais alto escalão recebem a melhor comida.
— E se alguém tiver créditos suficientes.
— É por isso que você envia tanto para casa como pode.
— Sim. E se não puder enviar pacotes de comida extras, então envio os créditos para que eles possam comprar o que precisam no mercado.
— Comprar. Agora estou confusa. Eu pensei que toda a comida fosse distribuída.
— A comida distribuída é o que é comprado do Império Torniano. Mas há aqueles com a capacidade de viajar fora do nosso Império. Eles voltam com alimentos que, depois, vendem nos mercados de créditos.
— Isso acontece em cada planeta?
— Sim. Aqueles que podem fornecer comida extra são muito poderosos. Alguns são até mesmo Ministros.
— Os mesmos Ministros que recebem alguns dos melhores alimentos comprados pelo Império? — Jen não tentou esconder o choque de sua voz.
— Sim.
— Entendo. — E Jen entendia. Era o mesmo na Terra, onde a lei da oferta e da demanda permitia que alguns ficassem mais poderosos do que outros. Não porque eram mais dignos ou merecedores, mas porque tinham algo que outros precisavam. Aparentemente, com todos os seus avanços e capacidade de viajar no espaço, os Kaliszianos não eram tão diferentes dos humanos. — Então, o que estou autorizada a usar?
— Qualquer coisa que quiser. — Gulzar disse a ela. — Você tem o estoque do Guerreiro Nikhil, de Ashe Mackenzie os vegetais do curandeiro Luol. E enquanto eu não recebo tanto quanto eles, também gostaria de adicionar meu próprio.
— Gulzar! — Jen virou-se para ele em choque. — Sua família...
— Eu não posso enviar os meus alimentos frescos para eles. Não chegaria bem a Sustus. Portanto, ofereço a você e apenas peço que me permita ajudá-la a fazer a refeição para que eu possa um dia ser capaz de ensinar para minha mãe e irmãs.
— Você quer aprender a cozinhar? — Jen perguntou, incrédula.
— Sim, seria uma habilidade importante para ter. — Ele disse a ela, suas bochechas começando a escurecer.
— Eu concordo, ficaria honrada em ensinar-lhe o que eu sei.
— Obrigada, Jen.
— Tudo bem, então legumes e carne. Estou pensando em ensopado. O que você acha, Mac?
— Ensopado? — Os olhos de Mac se arregalaram. — Como guisado real com pedaços de carne, legumes perfeitamente preparados e um rico molho?
— Sim. — Jen sorriu com o tom de Mac. — Apenas queria fazer biscoitos.
— Sim, isso seria perfeito. — Mac disse ansiosa.
— Biscoitos? O que são biscoitos? — Gulzar perguntou.
— É um pequeno pedaço de massa que você pode mergulhar no molho. Algumas pessoas gostam de colocar manteiga e geleia sobre eles.
— Pão... — Gulzar olhou ao redor do depósito. — O que você precisa para fazê-lo?
— Bem, coisas como farinha, açúcar, fermento em pó. — Ela tocou os itens nas prateleiras. — E então você manteiga e leite.
— E não temos essas outras coisas? — Gulzar perguntou.
— Bem, sim, na sala fria você tem. — Jen disse a ele.
— Então por que você não pode fazê-los? — Gulzar perguntou.
— Porque eu não sei se estou autorizada a usar esses itens.
— Fui informado que está autorizada a usar qualquer um dos itens comuns, tais como os que falei.
— Mesmo? — Um enorme sorriso apareceu no rosto de Jen.
— Sim, aquelas fontes são raramente usadas porque não sabemos como usá-los.
— Bem, eu posso ajudar com isso. — Jen virou-se para Mac. — Então, amanhã Mac, você terá biscoitos.
— Sim! — Apertando seu punho, ela inclinou seu cotovelo e puxou-o para baixo com entusiasmo.
8 8 8
Gryf ficou atordoado dentro do depósito de alimentos, seu olhar observando a transformação. Tudo brilhava e estava limpo. Não era a mesma sala que entrou há apenas dois dias. Ainda cheirava diferente. Cheirava... sua boca começou a encher de água. Maravilhoso.
— Comandante Gryf! — Gulzar chamou a atenção no instante em que percebeu Gryf entrando no depósito.
— Guerreiro Gulzar. — Gryf reconheceu. — Estou aqui para escoltar Chef Jennifer a seus novos aposentos.
— O que? — Jen se virou, dando a Gryf um olhar confuso.
— Eu irei acompanhá-la até seus novos aposentos. — Repetiu Gryf.
— Por que terei novos aposentos? — Jen perguntou.
— Porque foi o que o General Rayner ordenou. — Gryf disse a ela rigidamente.
— Onde? — Mac perguntou esperançosa. — Próximo ao meu?
— Não. — A voz de Gryf suavizou enquanto falava com Mac. — Eu sinto muito, Ashe Mackenzie, mas essa área é reservada para os oficiais.
— Mas...
— Mac, está tudo bem. — Jen colocou uma mão reconfortante no braço dela. — Você não pode esperar que eu seja tratada da mesma forma que você. É a Ashe do Guerreiro de Elite Nikhil. Eu sou apenas uma Chef.
— Não fale sobre si mesma dessa maneira! — A veemência na voz de Mac deixou os dois machos assustados. — Como você não importa! Apenas porque este idiota... — Ela gesticulou com raiva para Gryf. — Não sabe nada melhor.
— Ashe Mackenzie. — Gryf parecia genuinamente arrependido. — Eu sinto muito. Não queria incomodá-la. Não era minha intenção inferir...
— Que você vê minha amiga como indigna que não precisa de confortos? — Mac cortou. —Que ela é menos do que você, porque é uma fêmea e não Kaliszian? Porque foi o que eu ouvi, Comandante Gryf. — Mac estava cara a cara com o segundo homem mais poderoso de Treyvon no planeta. Pelo menos tão perto como poderia ficar desde que era mais baixa, desafiando-o, e ele deu um passo para trás.
— Mac. — Jen puxou amiga para longe do grande macho que ela estava olhando para e a fez olhá-la. Esta era sua amiga, Mac e esse lado dela os Kaliszianos não conheciam. Apenas a viam como Ashe de Nikhil, como a fêmea que encontraram espancada e ferida. Não sabiam o quão forte e cheia de recursos ela era, o que precisou passar na Terra para sobreviver ou o que ficou com seus amigos, sem importar o que.
Jen sabia disso e não queria ficar entre Mac e a felicidade que ela finalmente encontrou. — Tenho certeza que o Comandante Gryf não quis dizer isso dessa maneira. Você e eu sabemos que eles não são tão diferentes dos machos da Terra e podem ser tão estúpidos quanto eles. Nós duas já tivemos que lidar com isso antes.
Os machos resmungaram e um sorriso curvou os lábios de Mac. — É verdade, mas ainda assim...
— Deixe isso, por favor, Mac. — Apenas depois de Mac finalmente balançar a cabeça, Jen virou sua atenção para Gulzar. — Você pode colocar o caldo na sala fria?
— Assim que esfriar, Jen. — Gulzar imediatamente garantiu a ela antes de dar seu superior um olhar irritado.
— Obrigada. — Jen, em seguida, virou-se para o segundo em comando de Treyvon e fez um gesto para a porta. — Mostre o caminho, Comandante Gryf.
Gryf não disse nada enquanto andava um pouco à frente de Jennifer. A fêmea o confundia. Como com o que fez no depósito de alimentos. Ashe Mackenzie ficou realmente ofendida com suas palavras sobre a outra fêmea, esta Jennifer. Ela chegou a afirmar que Jennifer era sua amiga. Ele nunca ouviu falar de tal coisa entre fêmeas. Amigos ou amizade as fêmeas apenas ofereciam aos machos, certo? O que ele sabia sobre fêmeas era que elas competiam pela atenção de um macho, que davam acesso aos seus estoques de alimentos e créditos alimentares. Percebendo que chegou à porta para os novos aposentos, ele parou.
— Estes serão agora seus aposentos. — Ele se virou esperando encontrá-la diretamente atrás dele. Em vez disso, ela estava a alguma distância e para sua vergonha, ele percebeu que esqueceu de ajustar o passo com o dela muito menor e ferida.
Jen se recusou a pedir ao Comandante Gryf que diminuísse o passo, enquanto se movia cada vez mais longe dela. Imaginou enquanto o mantinha à vista, que ele perceberia. Quando ele parou viu que estava certa. Nunca mudando seu ritmo, ela finalmente o alcançou, em seguida, olhou para a porta cinza.
Não havia nada de notável nela, verdade fosse dita, provavelmente nunca teria notado como era e perto da parede havia apenas uma moldura fina com um painel cinza mais escuro ao lado dela. Era completamente diferente do quarto anterior.
— Estes quartos requerem uma verificação de palma para a entrada externa. — Gryf levantou um dispositivo para o painel que se iluminou. —Coloque a palma da mão no painel.
Jen fez o que ele disse, em seguida, retirou a mão, assustada quando o painel começou a mudar de cor.
— Não! — Gryf agarrou seu pulso segurando-o no lugar. — Você deve deixar sua mão sobre ele.
Jen mordeu o lábio, tentando não gritar com a força do Comandante.
— Comandante! Em nome da Deusa você acha que você está fazendo! — Treyvon agarrou o pulso de seu segundo, pressionando o polegar profundamente no tecido mole na parte de baixo dele, forçando-o a liberar Jennifer.
— General! — Gryf soltou imediatamente o pulso de Jennifer quando os nervos na mão doeram.
— Jennifer, você está bem? — Treyvon empurrou seu segundo, inspecionando seu pulso.
— General. — Gryf franziu o cenho enquanto observava seu General. — Apenas estava tentando manter sua palma da mão no painel para que ele pudesse registrar.
— Você estava machucando-a! — Treyvon rosnou.
— Eu não estava! — O olhar de Gryf foi para o pulso que Treyvon cuidadosamente segurava, então empalideceu com a grande marca, escura crescendo nele. Seu olhar se levantou para Jennifer. — Eu... eu não sabia...
Jen não disse nada porque ela não sabia o que dizer. Era evidente para ela, por sua atitude, que o Comandante Gryf não gostava de sua presença ali. Mas isso não significava que acreditava que ele intencionalmente tentou prejudicá-la.
— Pode ir Comandante! — Treyvon ordenou furioso. — Eu auxiliarei Jennifer.
— Eu... sim, General. — Gryf começou a girar, em seguida, parou e olhou Jennifer diretamente nos olhos. — Eu realmente sinto muito, Chef Jennifer. Eu nunca teria conscientemente lhe causado dano. — Sem lhe dar chance de responder, ele rapidamente se afastou.
Treyvon mal era capaz de controlar sua raiva quando gentilmente segurou o pulso de Jennifer. Ele confiou que Gryf cuidaria dela enquanto ele estivesse exercendo suas funções. O que teria acontecido se não esquecesse seu comunicador? Gryf teria quebrado seu pulso?
— Vou levá-la para Luol. — Disse ela calmamente.
— Não, não há necessidade. Estou bem. — Percebendo que ele ainda segurava a mão dela, lentamente puxou-a para longe. — Eu não acho que o Comandante Gryf queria me prejudicar. Ele apenas queria que minha mão para permanecesse onde estava. Vocês Kaliszianos nem sempre conhecem sua própria força.
— Isso não é desculpa para prejudicar uma fêmea!
— Eu concordo. Mas como eu disse, não foi intencional. — Pressionando a mão contra o painel, a porta se abriu e ela lentamente entrou. — Eu acho que funcionou.
O quarto não era muito diferente do que o primeiro, exceto que este era maior. Ainda era gritante e monótono, cerca de metade do tamanho do dormitório no qual se recusou a viver na faculdade. Mais uma vez, era obrigada a enfrentar como mimada e egoísta era. Porque agora se sentia emocionada ao ter este pequeno quarto com uma cama de solteiro, grande para um Kaliszian e uma unidade de limpeza apenas para ela.
— Sinto muito não é mais... — Treyvon começou a dizer, seus olhos se movendo ao redor do quarto. Isto não era o que ele queria para ela, não estava onde a queria. Mas por agora, era o melhor que podia fazer. Pelo menos ela dormiria em lençóis de seu suprimento pessoal, lençóis que não irritavam ou arranhavam sua pele delicada.
— Está tudo bem. Maravilhoso na verdade. — Jen virou-se para o General. — Obrigada. — Ela começou a dar-lhe um sorriso agradecido; era o que a antiga Jen teria feito. Mas então se lembrou de como ele a deixou depois de Luol colocar o educador nela e percebeu que não podia deixar-se contar com ele, não importava o quanto quisesse.
— O que está errado? — Ele perguntou dando um passo mais perto dela.
— Nada.
Treyvon congelou quando Jennifer imediatamente deu um passo para trás, mantendo a distância entre eles. — Eu nunca a prejudicaria, Jennifer.
— Eu sei disso. — Ela disse a ele.
—Então por que está se afastando de mim? — Ele perguntou.
— Eu... apenas... — Ela balançou a cabeça sabendo que não estava fazendo nenhum sentido. Mas como poderia explicar o que ela mesma não entendia?
— Minha presença faz você se sentir desconfortável. — Treyvon não gostou da maneira que o pensamento o fez sentir.
— Talvez... um pouco. — Admitiu ela e viu como ele deu um passo gigante para trás, seu rosto completamente em branco.
— Entendo. — Esse sentimento desconfortável aumentou e ele percebeu o que era. Sentia-se ferido. Suas palavras o machucaram. Isso não era aceitável. — Então a deixarei e farei o meu melhor para ter certeza de manter a minha presença desconfortável longe de você.
Com isso, Treyvon empurrou um pacote para os braços de Jen e antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele girou e saiu do quarto.
Jen queria gritar, queria chamar Treyvon de volta, mas o que poderia dizer a ele? Ele a deixava desconfortável, não apenas pela razão que ele parecia pensar. Jen nunca se sentiu mais segura ou mais atraída por um homem... macho, como por Treyvon e isso incluía seu marido. Apenas pensar assim envergonhava Jen. Todd não era perfeito, não mesmo, mas ela o amava, o escolheu e assumir um compromisso com ele. Pensou que ele fez o mesmo com ela. Então seus pais morreram e as coisas mudaram entre eles.
Voltando ao presente, ela olhou para o que ele colocou em seus braços e se sentiu ainda pior. Eram seus revestimentos. Os que ela levou para seu quarto nesta manhã.
Treyvon pensou em levá-los para ela. E de alguma forma, sabendo o quanto significava para ela. Movendo-se para cama, sentou-se e imediatamente sentiu uma diferença entre esta e a de antes. Estendendo a mão, passou sobre o colchão e percebeu que não era apenas o colchão mais suave, mas também o lençol que o cobria. Ela nunca sentiu nada tão macio ou tão tentador antes.
Colocando com cuidado seu pacote precioso de lado, ela deitou na cama e deixou a suavidade do tecido acalmá-la. Deus, ela esqueceu como era sentir a verdadeira suavidade. Fechando os olhos, esfregou o rosto contra o tecido como se fosse a carícia de um amante. Como se fosse carícia de Treyvon. Esse pensamento a fez sentar, seus olhos se abrindo.
Ei, de onde veio isso? Exceto para ajudá-la, Treyvon nunca a tocou. Ele o fez? Lembrou-se de como abaixou a cabeça, como se fosse beijá-la na ala médica, mas Mac os interrompeu. Será que ele o faria? Ela teria deixado? Sabia que os Kaliszianos não beijavam como os seres humanos faziam. Era reservado para aqueles com quem eram íntimos.
Sua Ashe ou Dasho.
A esposa ou um marido.
Por que Treyvon agiu como se fosse beijá-la, então?
E se interpretou mal suas intenções assim como fez quando ele deu um passo em direção a ela?
Obrigando-se a levantar-se da cama, ela foi para explorar o restante de sua nova casa. Havia um pequeno sofá no canto mais distante que ela não notou antes. Bem, pelo menos pequeno para os padrões Kaliszian. Ela poderia facilmente se deitar nele, mas as pernas de Treyvon ficariam penduradas para fora no final, exatamente como ficaram em seus aposentos.
Merda! E de onde veio isso? Por que seus pensamentos voltavam para Treyvon? Talvez estivesse apenas cansada. Estes últimos meses... quantos se passaram? Todo mundo pensava que foram seis meses a partir do momento que os Ganglians os capturaram até os Kaliszianos os libertou. Perto de oito agora, desde que ela passou mais de um mês na ala médica, mas algo dizia a Jen que era mais.
Os seis meses eram baseados em quanto seu cabelo cresceu. Paul, um cabeleireiro na Terra, disse que o cabelo crescia cerca de dois centímetros por mês e todo o seu cabelo cresceu cerca de seis centímetros. Mas isso para seres humanos saudáveis. Aqueles que não foram forçados como eles. Não sabiam ao certo se alguma vez voltariam para a Terra e descobrir quanto tempo saíram de lá.
Sabendo que ela não conseguiria respostas olhando para o sofá, se virou e foi para a unidade de limpeza. Queria um banho quente, em seguida, deitar na cama deliciosa e dormir como não dormiu em anos.
Ao entrar na unidade de limpeza, ela hesitou com o que viu. Havia as mais luxuosas toalhas. Não, eram maiores e melhores do que as que estavam no antigo quarto. Havia outras coisas no balcão. Lentamente, pegou os itens ali. Havia uma escova, um pente, nenhum dos quais foi fornecido a ela antes, juntamente com vários frascos estranhos. Abrindo um, ela inalou e imediatamente se lembrou de Treyvon, de seu cheiro. Mas estava faltando alguma coisa.
Abaixando o frasco, virou-se na unidade de limpeza, em seguida, entrou sob o jato. Ela poderia ter ajustado a intensidade, mas descobriu que precisava disso. Precisava afastar os pensamentos de Treyvon.
Quando o jato bateu em suas costas, ela abaixou a cabeça deixando escorrer pelas costas. Todd insistiu para trançá-lo depois de usar aquela gosma preta e agradeceu por isso. Pois isso significava que ela tinha algo para prender seu cabelo e escondê-lo dentro da camisa.
Ela continuou fazendo isso ali na base, pelo menos até que foi descoberta. Agora apenas o trançava, certificando-se que todos os fios soltos ficassem contidos. Voltou para os seus dias em treinamento quando ter um cabelo solto sobre sua comida imediatamente dava-lhe uma nota negativa.
Esfregando o gel de limpeza em seu cabelo, ela não pode evitar, mas suspirou de contentamento quando o cheiro de Treyvon pareceu encher o lugar. Colocando a cabeça sob o jato antes que ficasse completamente embriagada, ela lavou a espuma, em seguida, rapidamente terminou o banho.
Saindo, enrolou uma toalha nos cabelos antes de secar com outra e envolvê-la ao redor de seu corpo. Deixando a unidade húmida, ela entrou no quarto frio e rapidamente foi ao controle, grata por Treyvon lhe mostrar como usar em seu antigo quarto. Em seguida, deitou-se sobre o lençol de seda e deixou o sono reclamá-la.
CAPÍTULO ONZE
Jen apenas olhou para Gulzar em choque no dia seguinte quando ele a presenteou com a quantidade de comida que teria permissão para preparar.
— Esta é a quantidade de alimentos frescos que você, Luol, Nikhil e Mac recebe todos os dias? — Ela perguntou, olhando sem acreditar no que tinha que ser pelo menos três quilos de carne e uma quantidade igual de legumes.
Quando Gulzar não respondeu e pareceu encontrar algo para observar em toda a cozinha imediatamente, ela franziu a testa.
— Gulzar? — Ela perguntou.
— Um mais concordou em deixá-la usar seu estoque de alimentos.
— Sério? — Um sorriso apareceu no rosto de Jen. — Quem?
— Ele não quer que você saiba.
— O que? Por quê? — Ela deu-lhe um olhar confuso. — Eu gostaria de agradecer quando ele viesse para a última refeição.
— O Gen... — Gulzar parou, esperando que ela não soubesse o que iria dizer, mas Jen era mais esperta do que isso.
— O General? Quer dizer que o Geral Rayner está permitindo que eu use seu estoque de alimentos?
— Ele não queria que você soubesse. — Gulzar disse a ela em um tom autodepreciativo quando levantou os olhos suplicantes para ela. — Por favor, não diga que eu disse a você. Ele disse expressamente que não queria que você soubesse.
— Mas por que?
— Não é o meu dever questionar o General Rayner. Ele é meu superior, o mais feroz e mais nobre macho do Império Kaliszian. Embora muitos não o vejam dessa forma.
— O que você quer dizer? — Jen perguntou. — Por que não?
— Eu...
— Diga-me a verdade, Gulzar! — Ela exigiu.
— É por causa do antepassado do General. — Ele finalmente admitiu.
— Você quer dizer Aadi? O Chanceler Aadi, o Kaliszian que, em vez de relatar o abuso do Imperador Berto contra suas jovens, negociou um novo acordo comercial com o Imperador para trazer alimentos para Pontus?
— Sim. — Gulzar murmurou.
— Ele é ancestral do General?
— Sim.
— Como isso se reflete sobre Treyvon? — Jen perguntou, não percebendo que ela usou o primeiro nome do General. — Aconteceu a mais de quinhentos anos atrás. Ele não tem nada a ver com isso!
— Alguns não veem dessa forma, Jen.
— Então são idiotas. — Jen disse, sua raiva facilmente ouvida. Balançando a cabeça, ela tentou limpá-la. Quando foi a última vez ficou tão irritada? Foi quando Todd foi atacado? Quando finalmente saiu da caverna para descobrir que Mac foi levada?
— Concordo.
— Como o General acha que eu não saberia que o estoque é dele quando viesse para a última refeição?
— O General Treyvon não vem para última refeição.
— O que? — Jen franziu a testa para ele. — Quer dizer que você leva sua refeição?
— Não! O General nunca esperaria isso, apensar de ter ouvido que outras pessoas o fazem. Ele apenas permite que seu estoque seja usado para que seus Guerreiros tenham mais.
— Então o que é que ele come?
— Ele também recebe o pacote de última refeição por causa de sua posição. Acho que é o que ele consome.
— Entendo. — E Jen entendia. Treyvon se sacrificava por seus guerreiros. Ele lutava para superar algo que nunca foi sua responsabilidade, e ela o julgou injustamente. Precisava corrigir isso. — Bem, obrigada por explicar isso para mim, Gulzar. Devemos começar a última refeição?
— Eu muito ansioso para isso, Jen.
8 8 8
— Eu não me importo, General Killam! — O duro olhar de Treyvon, fez o Guerreiro experiente inclinar-se para longe do Comandante Supremo olhando para ele pelo vídeo.
— Mas General...
— Não! Eu esperava mais de você, General Killam. E se é incapaz de lidar com as demandas de sua posição, então encontrarei outro guerreiro que possa.
Killam sabia que não era uma ameaça vã. O Comandante Supremo Treyvon Rayner não fazia ameaças vazias. — Meus guerreiros...
— Não culpe seus guerreiros, Killam. Eles não são os únicos expressando insatisfação. Você está fazendo isso. Espero que resolva este problema sem maiores conflitos, General. — Com isso, Treyvon desconectou a transmissão.
8 8 8
— Eu ainda não entendo, Jen. — Gulzar disse a ela naquela tarde, observando cuidadosamente enquanto ela pegava os pedaços de carne que cortou em quadrados pouco uniformes e os rolava no plural que ela chamou de farinha, antes de colocá-los na panela aquecida.
— O plural criará uma crosta agradável sobre a carne e ajudará a selar os sucos, mais tarde ajudará a engrossar o molho.
— Mesmo? Eu nunca usei plural desta forma antes.
— Não? Então o que você faz com ele?
O rosto de Gulzar começou a escurecer. — Nada. Eu ignoro. O Guerreiro Tubo é o único que eu conheço que tenta usá-lo.
— Guerreiro Tubo... o guerreiro que não está mais aqui?
— Sim. Ele voltou a Crurn antes serem descobertos. Seu mano foi encontrar a Deusa e ele precisava ver a sua mãe.
— Encontrar a Deusa. Quer dizer que ele morreu?
— Morreu?
— Deixou de respirar.
— Sim.
— Como isso aconteceu?
—Ele teve um acidente em um ônibus espacial e não foram capazes de levá-lo a uma unidade de reparo a tempo.
As palavras de Gulzar fez Jen se lembrar do acidente de seus pais. Ela viu as fotos. O sangue e o metal mutilado do carro que deveria protegê-los. Os socorristas tiveram que cortar a parte de cima do carro para tirá-los, mas então já era tarde demais. Ambos seus pais foram embora e assim a vida de Jen como ela conhecia.
— Jen? — A pergunta de Gulzar trouxe de volta ao presente.
— O que? — Seu olhar saltou para o dele. — Oh! Sinto muito Gulzar, apenas estava pensando.
— Pensamentos tristes?
— Sim, meus pais. Eles também morreram em um acidente. —Afastando as lembranças, ela perguntou. — Como Tubo usava o plural?
— Ele apenas adicionava a panela.
— Ele... — Jen não tentou esconder seu horror. — Apenas colocava na panela? Direto?
— Sim. Mas evitava fazê-lo.
— Eu posso entender o porquê. Bem, com isso, eles não saberão nem mesmo que estará ali. — Jen começou a mexer a carne, observando para se certificar de que não queimasse. Uma vez que o primeiro lote ficou pronto, ela os tirou e colocou o restante.
— Por que você não faz tudo de uma vez? — Gulzar perguntou.
— Bem, em primeiro lugar a panela não é grande o suficiente. Segundo, se colocar muito de uma só vez, abaixa a temperatura da panela e a carne não fica marrom.
— Oh.
— Você se importaria de pegar o caldo da sala fria, Gulzar? — Ela perguntou quando colocou o restante da carne na panela.
— Você quer o coloque? — Perguntou Gulzar, retornando com uma grande panela.
— Não. Usarei uma concha. —Agarrando o utensílio que ela queria, fez exatamente isso. — Apenas o suficiente para cobrir a carne. E se não tiver o caldo de carne, pode apenas usar água. Não terá muito sabor, mas ainda funcionará.
— Sim?
— Sim, você apenas precisa temperar com sal e pimenta.
— Sal e pimenta...
— Essas são as palavras da Terra, mas você tem algo semelhante. — Ela apontou para os dois frascos que tinha à sua frente.
—Salann e piobar? — Perguntou.
— Sim. Você pode usá-los na maioria dos alimentos para dar mais sabor. Agora, apenas precisamos colocar isso no forno por algumas horas, em seguida, podemos adicionar mais coisas. Cerca de uma hora antes da última refeição, adicionaremos os legumes e faremos os biscoitos.
— Apenas isso?
— Por agora.
— Eu pensei que demoraria mais tempo.
— Não quando é para um número tão pequeno. Seria se estivesse alimentando toda a base. Principalmente o tempo de preparação, mas ensopado não é tão difícil.
— Tempo de preparação?
— O corte da carne e mais tarde, quando eu limpar e cortar os legumes antes de colocá-los. Estou preparando a comida para uso posterior.
— Entendo.
— Portanto, agora tudo o que tenho a fazer é limpar, então eu posso ajudá-lo.
— Eu... Jen?
— Sim? — Ela perguntou, dirigindo-se para a pia com a faca, tigela e tábua de corte que usou para a carne.
— Eu não estou certo de que quero que me ajude.
— O que? Por quê? — Ela virou-se, franzindo a testa para encontrar Gulzar parecendo extremamente desconfortável, em seguida, entendeu. Ela não tinha a aprovação dos outros guerreiros para tocar seus estoques de alimentos. — Oh, certo.
— Eu sinto muito. — Gulzar disse a ela.
— Não é culpa sua. Apenas lamento o colocar na posição de ter que me lembrar. Irei arrumar tudo e deixá-lo.
Jen terminou de varrer o chão. Ela estava prestes a visitar Mac quando se lembrou dela dizendo que Nikhil estava de folga neste dia e sabia que não deveria ir lá.
Mas para onde poderia ir?
Ela não queria voltar para seus aposentos. Olhando para a vassoura ainda na mão, ela teve um pensamento.
— Gulzar?
— Sim, Jen?
— Posso levar a vassoura comigo? — Ela perguntou, em seguida, passou rapidamente. — Eu a trarei de volta.
— A vassoura?
— Sim.
— Eu não vejo nenhum problema em levá-la.
— Certo. Volto em uma hora ou mais para verificar a carne.
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Segurando a vassoura contra a árvore, Jen abaixou-se cuidadosamente até ficar de joelhos. Em seguida, pressionou as mãos no chão, ela usou o fôlego para soprar a areia restante, expondo o desenho intrincado da pedra. Movendo-se para próxima pedra, ela encontrou mais linhas complexamente entrelaçadas.
Por quê?
O que poderiam dizer?
— Jen, o que você está fazendo? Está bem? Você caiu?
Virando-se, Jen viu Mac correndo em sua direção, Nikhil logo atrás. Ambos preocupado.
— Eu estou bem e não, não cai. — Mas ela voluntariamente segurou o braço de Mac estendido para ajudá-la. — Estava apenas olhando para o desenho no caminho de pedra.
— Desenho? — Mac franziu a testa para o que Jen revelou.
— Sim, eu me pergunto até onde vai.
— Vamos descobrir. — Disse Mac, pegando a vassoura. Não demorou muito antes de terem a área circular ao redor da árvore limpa. — Uau.
— Uau mesmo. — Jen concordou. — E parece continuar em caminhos individuais.
— É uma representação de como os itens produzidos em Pontus percorria os universos conhecidos. — Nikhil informou calmamente.
— O que? — Mac e Jen questionaram em uníssono, olhando para Nikhil.
— Isso foi o que aprendi dos textos. — Nikhil disse a elas.
— Textos? — Jen perguntou.
— Sim. — Nikhil não era de falar muito. Era mais do tipo grande, silencioso, pelo menos com alguém que não fosse Mac.
— Nikhil... — Mac deu-lhe um olhar exasperado.
— Isso foi tudo que eu aprendi durante a minha formação, minha Mackenzie. E se quiser saber mais, precisa falar com o General.
— O General? — Jen perguntou e Nikhil olhou para ela.
— Sim. Ele está bem informado sobre a história de Pontus.
— Por causa de seu antepassado. — Jen murmurou.
— Sim, mas também porque ele é brilhante. É um dos poucos que tem permissão para estudar os arquivos e textos antigos. Quando era jovem, muitos achavam que ele se tornaria um estudioso em vez de um guerreiro. Alguns até esperava que sim.
— Entendo. — E de repente Jen percebeu quanto tempo ela estava no jardim. — Eu preciso voltar para a cozinha e verificar a última refeição.
— Ainda cozinhando? — Mac perguntou.
— Sim e biscoitos.
— Maravilhoso. Nós estaremos lá.
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Jen entrou na cozinha e parou quando viu Gulzar e vários outros guerreiros apenas ali, olhando para o forno no qual colocou o ensopado de carne.
— Umm... olá... rapazes? O que está acontecendo? — Ela perguntou, em seguida, deu cuidadosamente um passo para trás quando se viu de repente no foco de três pares de olhos brilhantes. Gulzar finalmente respondeu.
— Jen, os Guerreiros Onp e Nroa vieram para a cozinha quando sentiram o cheiro de algo... incomum.
— Oh. — Ela disse, observando os dois guerreiros que viu antes. Aqueles que protegeram os sobreviventes, que os tratou com respeito.
— Eles não a prejudicarão. — Gulzar rapidamente tranquilizou-a.
Jen os viu endurecer com as palavras de Gulzar e rapidamente disse. — Claro, que não. Eles são honrados guerreiros Kaliszian. — Movendo-se pela cozinha, ela lavou as mãos, em seguida, secou e foi para o forno.
Os peitos dos machos se expandiram com suas palavras, mas eles deram um passo para trás quando ela deu um passo para o forno.
— Apenas preciso verificar e mexer a carne. — Usando a toalha em suas mãos, ela abriu o forno. Com ela, puxou a panela para fora e tirou a tampa, inalando profundamente. Sorrindo, pegou a colher de cabo longo que Gulzar lhe entregou e mexeu. — Precisamos de mais caldo.
— Pegarei na sala fria. — Gulzar disse a ela.
Depois que voltou, Jen acrescentou a quantidade que precisava. Ela cobriu a panela novamente e fechou o forno. Virando-se, encontrou Onp e Nroa cuidadosamente observando cada movimento seu.
— Há algum problema? — Ela perguntou.
— Como faz isso? — Nroa perguntou.
— Faz o que? — Jen franziu a testa para ele.
— O cheiro... está deixando minha boca úmida. Por quê?
— Úmida? — E de repente Jen percebeu o que Onp estava dizendo. O aroma da carne fervendo estava fazendo sua boca encher de água. — Isso significa que você acha o cheiro atraente. Gosta do que está sentindo. Nunca aconteceu isso quando sentiu o cheiro de alimentos antes?
— Não. Nunca. — Nroa deu-lhe um olhar estranho. —Você experimentou essa reação antes? Em sua terra?
— Sim, muitas vezes, na verdade.
— Verdade? — Perguntou Nroa, falando pela primeira vez.
— Verdade, Guerreiro Nroa. — Ela disse a ele. — Para a grande maioria das pessoas na Terra, a comida é abundante. Apenas precisam escolher o que desejam comer, a quantidade e como os querem preparados.
Os olhos de Nroa ficaram mais arregalados enquanto falava e ela poderia dizer que ele estava lutando com o pensamento de que a comida poderia ser tão abundante. Sem uma palavra, ele girou e saiu da cozinha, seguido por Onp.
— Gulzar? — Ela perguntou, olhando para ele.
— Está tudo bem, Jen. Eles apenas ficaram surpresos. — Ele tranquilizou-a. — Você quer que leve o caldo para a sala fria?
— Isso seria ótimo. Obrigada. E enquanto estiver fazendo isso, eu pegarei os legumes que preciso. — Agarrando uma tigela, Jen entrou no depósito selecionando o que ela queria. Havia um pouco mais de variedade do que ela pensava. Não muita, mas ainda assim. Algumas parecidas com cenoura, um pouco de cebola e claro, tatws ou batatas. Voltando à sua área de preparação, ela começou a limpá-los.
Gulzar observava tudo o que fazia com cuidado. Fazia perguntas que Jen estava mais do que disposta a responder. Quando cortou os topos das cenouras, removeu a raiz fibrosa e começou a descascá-las, ele ficou atônito.
— Você não deveria usar essas partes?
— Você pode usar os topos para sopas ou saladas se estiverem frescos. Estas. — Ela apontou para os estoques flácidos, marrom. — Não estão.
— E o lado de fora que você...
— Descasca. — Ela forneceu a palavra para ele. — Novamente, se forem novas e frescas você não precisa. Basta esfregá-las muito bem. Quanto mais velhos ficam, no entanto, como estas, mais dura fica a casca. Você pode deixá-la no estoque, mas para comê-los em alguma coisa, precisa descascá-los.
— Entendo. Mas você não descascou as tatws?
— Você pode, mas esfreguei estas. Veja. — Ela mostrou-lhe uma batata. — Saiu a maioria da pele, por isso não há necessidade.
— Tudo bem.
— Agora a cebola. — Ela levantou a maior que já viu e tirou a casca. —Esta parte você deve remover e descartar. Agora, é como cebola na terra, você precisa estar preparado.
— Estar preparado? Por quê?
— Chorar.
— Chorar?
— Sim. Quando você a cortar, os sucos liberam um gás que pode irritar os olhos, deixando-os cheios de lágrimas.
— É prejudicial?
— Não, apenas enche seus olhos de lágrimas. — Jen rapidamente e habilmente cortou a cebola no tamanho que ela queria com poucas lágrimas. — Bem, isso não foi tão ruim.
— Você lida com uma pequena lâmina muito bem. — Gulzar disse a ela, uma leve nota de admiração na voz.
— Como um Chef, é melhor que sim. — Disse ela sorrindo e apenas para se divertir, girou a faca perfeitamente equilibrado em sua mão algumas vezes em um floreio. Era algo pelo qual ficou em apuros com seus instrutores na escola, mas ainda assim, era divertido. Finalmente, colocou a faca de lado e adicionou as batatas aos outros legumes em uma tigela. —Agora, precisamos colocar tudo isso no forno.
— Isso é tudo o que você fará? — Gulzar deu-lhe um olhar incrédulo enquanto colocava os legumes na panela e mexia.
— Praticamente. Cerca de quinze minutos antes de servir, podemos ver se está grosso o suficiente. E se não, podemos colocar mais coisas.
Gulzar ergueu as sobrancelhas, mas ele não expressou sua confusão. Esperaria para ver.
— Agora tudo o que resta para fazer são os biscoitos.
— Isso é o pão que você mencionou.
— Sim. Eu não posso acreditar que você não tem nada semelhante. É tão bom, não é difícil de fazer, especialmente biscoitos. Agora pães de fermento são uma coisa totalmente diferente, mas vale bem o tempo que levam.
— Pão de fermento...
— A levedura é... bem, é fermento. Eu não sei como explicar isso. Chefs e padeiros tem habilidades muito diferentes.
— E você é uma Chef?
—Sim, enquanto eu sei como assar, não sou tão hábil como um padeiro seria.
— No entanto, você tem mais formação do que qualquer outra pessoa no Império Kaliszian.
A respiração de Jen a deixou quando a verdade e o peso da declaração caíram sobre ela. Gulzar tinha razão. Ela era a única pessoa no Império Kaliszian treinada para lidar com alimentos. E de repente, a carreira que escolheu porque adorava, porque se sentia satisfeita com ela, tornou-se muito mais.
Para os Kaliszianos.
Houve um tempo no passado da Terra, pelo menos o passado como Jen conhecia, onde qualquer alimento que comesse era baseado no que se cozinhava em casa. As pessoas não saiam para comer muito e tudo era caseiro.
A experiência de Jen era diferente. Sua mãe, enquanto gostava de cozinhar, gostava de sair. Cada maitre em sua cidade natal conhecia Jane Teel pelo primeiro nome e gostava de servi-la. Eles garantiam que tivesse sua mesa favorita disponível sempre que ela ligava e conheciam sua comida favorita. Garçons brigavam para servi-la, porque sabia que ela dava boas gorjetas.
Jen cresceu comendo apenas o melhor, a mais perfeita e mais saborosa comida. E se não fosse, ela enviava de volta. Como poderia fazer isso ao pensar que os Kaliszianos nunca sentiram sua boca se encher de água antes?
Isso foi o que um de seus professores tentou fazê-la perceber e Jen pensou que o fez. Era por isso que queria abrir um restaurante. Agora percebeu que era apenas ego e porque era o que todo mundo fazia.
— Jen? — Gulzar não entendia por que ela ficou tão quieta.
— Hmm?
— Eu disse algo errado?
— O quê? Não, não! Eu apenas estava pensando em minha formação e desejando que eu tivesse prestado mais atenção à parte de assar pães.
— Você não foi bem nela? — Ele perguntou, pensando nas áreas que ele lutava com sua formação de Guerreiro de Elite.
— Sim. Apenas não apreciei tanto quanto as outras áreas.
— Compreendo.
— Sim?
— Sim. Tudo o que eu sempre quis foi ser um Guerreiro de Elite. Ser o primeiro na minha linhagem a atingir esse status, mas há coisas que devo aprender, que enquanto for necessário, não gosto de fazer.
Jen silenciosamente olhou para Gulzar por um momento, percebendo a que ele estava se referindo. Matar. Aprender maneiras de matar para proteger aqueles sob seus cuidados, como ela. E se ele, alguém mais jovem do que Jen, podia fazer isso, então ela precisava intensificar e assumir o encargo muito mais leve de alimentá-lo.
— Tenho certeza disso. Eu preciso agradecer-lhe, Gulzar.
— Agradecer-me? — Ele franziu a testa.
— Sim, por voluntariamente assumir esse fardo. Eu sei que eu não poderia fazer isso.
— Isso é uma inverdade. Você protegeu Ashe Mackenzie quando os Zaludianos tentaram levá-la.
— Isso é diferente. Foi um ataque direto a alguém que eu conhecia, mesmo na minha frente. Você está disposto a ir onde quer que seja e defender aqueles que não conhece.
Gulzar encontrou seu rosto escurecendo com as palavras dela. Nunca uma fêmea disse tal coisa a ele, especialmente com tal verdade em sua voz.
— Eu ... obrigado, Jen. — Ele sussurrou.
— Você é bem-vindo. Agora, vamos. Vou mostrar-lhe como fazer os melhores biscoitos que já comeu.
— Eu nunca comi um biscoito. — Disse ele em uma voz tão grave que Jen começou a rir.
— Isso é verdade. — Ela ainda disse rindo. — Mas você pode acreditar em mim quando digo estes serão os melhores para o padrão da Terra.
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Gulzar apenas olhou para o que Jen tirou do forno com espanto. Nunca em sua vida viu nada assim. Ele observou de perto como Jen misturou cuidadosamente o plural e outros ingredientes, dizendo-lhe que precisava ser gentil com eles. Não que entendesse o que isso significava. Ela então, virou-a sobre o balcão impecável e bateu até ficar na forma que ela queria. Explicava tudo como ela fazia e por quê. Também disse que na Terra, biscoitos eram tipicamente redondos, mas como ela não queria perder nada, então deixou-os quadrados.
Ele observou-a colocar as partes flácidas e claras sobre o que ela chamou de uma assadeira antes de colocar no forno juntamente com o ensopado, sabendo que não havia nenhuma maneira dele comer um. Preferiria passar fome. Mas agora... agora quando os puxou de volta, ficou chocado. As protuberâncias pálidas flácidas, agora estavam grandes e de um castanho dourado. E o cheiro. Era incomparável, pelo menos até que ela tirou a tampa do guisado.
— Perfeito. — Ele a ouviu dizer, mexendo o cozido. — Agora apenas precisamos esperar que todos cheguem.
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Mac estava praticamente arrastando Nikhil pelo corredor para a área onde a última refeição era servida. O aroma maravilhoso de biscoitos assados sendo transportados pela brisa seca fez os guerreiros pararem o que estavam fazendo e farejar o ar desconfiados.
—Isso é... guisado? — Nikhil perguntou em voz baixa.
— Não, isso são biscoitos! — Ela disse a ele animada.
Nikhil não podia acreditar como sua Mackenzie estava agindo. Seus belos olhos castanhos estavam brilhando e ele nunca viu aquele sorriso enfeitando seu rosto antes. Ele faria o que fosse preciso para mantê-lo lá, mesmo que isso significasse comer o guisado e os biscoitos.
Ao entrar na sala, Nikhil ficou chocado ao ver que, enquanto os guerreiros estavam alinhados como normalmente ficavam para receber sua parte da última refeição, seus olhares estavam presos em uma forma e uma panela coberta. Parecia ser de onde o aroma que enchia sua boca de água vinha.
— São aqueles. — Nikhil gesticulou para a mesa. — Biscoitos?
— Eu certamente espero que sim. — Mac aproximou-se da mesa, parando apenas quando Jen saiu da cozinha empurrando um carrinho com uma grande forma nele.
— Mac! Você fez.
— Claro que sim. Você acha que apenas faria guisado de carne e não biscoitos? Um guisado de fera. — Jen disse-lhe sorrindo. — Como não sei que tipo de carne que é. Na Terra, a carne vermelha pode ser cordeiro, boi, cabra.
— Cozinhou tudo? — Mac perguntou olhando para a panela.
— Sim. Agora sente-se. — Jen olhou por cima do ombro. — Você também, Gulzar e uma vez que Luol chegar, servirei o guisado. Até então, você pode começar com os biscoitos. Aqui está a manteiga.
— Você encontrou manteiga? — Mac não podia acreditar.
— A versão Kaliszian dela, sim. É um pouco diferente do que a nossa, mas ainda funciona.
— Diferente? O que quer dizer diferente?
— É rosa, não amarela. — Jen tirou a tampa do frasco que carregava. —Mas tem o mesmo gosto e age igual. Eu deixei ficar à temperatura ambiente para amolecer.
Mac imediatamente pegou um biscoito. Depois de levantá-lo, pegou a faca de Jen colocou ao lado da manteiga e serviu uma generosa porção antes de comer.
— Oh meu deus. — Mac gemeu comendo. — Jen, isso é tão bom. Nikhil. Experimente. — Mac não deu ao seu Dasho uma escolha e praticamente empurrou a outra metade e sua boca.
Nikhil apelou para todo seu controle de Guerreiro para evitar que sua expressão mudasse quando sua Ashe e verdadeira companheira forçou a estranha comida em sua boca. Ele não queria aborrecê-la. Ela era seu mundo inteiro e ele suportaria qualquer coisa que a fizesse se feliz. Mesmo comer o terrível... tudo no sistema de Nikhil de repente parou e seus olhos se arregalaram.
O que era isso na sua boca? Não era feito de massa, como Mac tentou explicar a ele. Era leve e saboroso, quando cautelosamente mastigou, pareceu dissolver-se na boca e ele engoliu.
— Então? — Mac perguntou e foi então que Nikhil percebeu que todos os machos na sala estavam esperando por sua resposta.
— É... — Nikhil procurou uma palavra. Pois na verdade, ele nunca experimentou nada assim e pensou em uma palavra da Terra que sua Mackenzie lhe disse antes. — Surpreendente.
Sua recompensa foi o sorriso brilhante não apenas no rosto de Mackenzie, mas também de Jennifer. Ele sabia que nunca viu nada mais deslumbrante. Um resmungo baixo começou a encher a sala.
— Estou feliz que você gostou, Nikhil. Agora sente-se. — Jen viu Luol entrar na sala. — Luol está aqui para que todos possam comer. — Levantando a tampa da panela, ela colocou de lado e pegou a concha e uma tigela. Enchendo uma, ela colocou-a em um prato, em seguida, colocou vários biscoitos nele. — Aqui está, Mac.
Jen não se surpreendeu quando Mac colocou o prato na frente de Nikhil primeiro, deslizando a manteiga e uma colher para ele enquanto Jen enchia a próxima tigela. Mas todos se surpreenderam.
— Aqui, Gulzar, deslize este até Luol. — Disse Jen colocando o cozido e biscoitos na frente dele. — Nikhil, acho que Luol perdeu os biscoitos com manteiga. Pode mostrar a ele?
Ela então encheu uma tigela e prato, colocando diante de Gulzar, em seguida, fez o mesmo para Mac. Então pegou outro, um maior, enchendo com o dobro de ensopado antes de colocar dentro do carrinho, acrescentando meia dúzia de biscoitos e um pequeno recipiente de manteiga antes de cobrir tudo.
— Jen? — Mac perguntou. — O que você está fazendo?
— O General Rayner contribuiu com seu estoque de alimentos para a refeição, mas ele não está aqui. Então, levarei sua parte.
—Mas Jen, você ainda não comeu. — Mac protestou.
— Eu comerei quando voltar. — Jen ergueu a mão, parando o protesto que ela sabia que viria de Mac. — Eu vou, Mac. Agora coma. Oh e há um outro lote de biscoitos na cozinha se alguém quiser algum.
— Mas...
— Eu usei os suprimentos básicos para fazê-los e Gulzar me disse que estão disponíveis para todos. Então, todos podem comê-los.
— Gulzar? — Nikhil olhou para o guerreiro mais jovem.
— Jen está correta. — Gulzar admitiu. — Os suprimentos que ela utilizou estão disponíveis para que todos possam consumir.
— Nikhil, tem o suficiente para todos. Pode garantir que todos recebam a sua parte? — Jen apenas esperou tempo suficiente para ele acenar, sabendo que ninguém se atreveria a ir contra o maior guerreiro no Império Kaliszian e que Nikhil garantiria que todos recebessem partes iguais. Ela empurrou o carrinho para fora da sala, sem perceber os olhares chocados que estava recebendo.
CAPÍTULO DOZE
Treyvon continuou lendo o relatório em seu comunicador estacionário quando ouviu alguém batendo na porta de seu Centro de Comando para entrar. Até que um cheiro surpreendente alcançou seu nariz e ele olhou para cima.
— General, desde que você não foi para a última refeição. — Disse Jen entrando na sala e empurrando um carrinho. — Eu trouxe última refeição para você.
O olhar de Treyvon percorreu Jennifer, usando a cobertura da Ashe de Nikhil. Era a única outra cobertura que tinha, além da que deram a ela quando chegou pela primeira vez. Ele recusou-se a vê-la desde que ele deixou seus aposentos na noite anterior, fazendo questão de ficar longe da cozinha. Não que tivesse qualquer razão para estar lá. Suas palavras e ações ainda doíam e até que pudesse descobrir por que, precisava manter distância.
— Por que você está aqui? — Treyvon perguntou rispidamente.
Jen parou quando ela virou o carrinho para enfrentar Treyvon, vendo a rigidez em sua postura e o tom duro. Percebeu que ele ainda estava chateado por como ela agiu na noite anterior, e não podia culpá-lo. Ele não fez nada de errado, apenas a mostrou sua preocupação com ela, uma e outra vez. Ela era a única cujas emoções estavam por todo o lugar e seria ela a estender o ramo de oliveira.
— Bem. Eu sinto muito pela maneira como agi na noite passada. Não foi você. Fui eu. —Deus, ela poderia soar mais cliché?
— Como? — Treyvon perguntou.
— Como o que? — Jen franziu a testa para ele.
— Como foi você? — Treyvon perguntou novamente. — Eu sou aquele do qual se afastou. Eu sou o único que a deixa se sentir desconfortável. Como, então, é você?
— Porque eu... olhe que não podemos simplesmente esquecer? — Jen encontrou-se não querendo explicar. Era constrangedor o suficiente. Ela não queria que Treyvon soubesse. — Eu não cometerei o mesmo erro novamente.
— Que erro que você acha que cometeu?
— De achar que a atenção e preocupação que você estava me dando era pessoal. Tudo bem? — Disse ela com os lábios apertados.
— É meu dever cuidar do bem-estar daqueles que estão sob minha proteção. — Treyvon informou.
— Claro! É isso que estou dizendo. Você estava cumprindo seu dever. Quando eu pensei... bem, não importa o que pensei. Foi estúpido realmente, pensar que poderia ser possível. Então o que estou tentando dizer é que isso não acontecerá novamente. Assim, podemos apenas agir como se não tivesse acontecido?
Jen estava sem ar quando ela terminou. Sabia que estava divagando e soando como uma idiota, mas o que deveria dizer? Que gostava de tê-lo por perto? Que a fazia se sentir segura e protegida, mesmo, que fosse algo que não sentia há muito tempo. Que havia algo nele que a fazia se sentir como uma mulher novamente? Ela sabia que era errado. Primeiro, porque Todd não estava morto por muito tempo. E segundo, porque não havia nenhuma maneira de Treyvon estar interessado nela. Não tão danificada como estava.
Treyvon silenciosamente olhou Jennifer, tentando decifrar o que ela estava dizendo. Mas não fazia sentido para ele. Ela parecia estar dando a entender que por ele cumprir o seu dever a ofendeu. Como? Apenas um Dasho tinha permissão para cuidar de uma fêmea em seu mundo? Ela não parecia perturbada por sua presença... ou seu toque. Não até última noite em seus novos aposentos.
E se foi falsa com ele? Apenas resistindo a sua presença até que conseguisse o queria dele, como outras fêmeas fizeram por causa de seu ancestral? E se isso fosse verdade, por que estava ali se oferecendo para compartilhar seu estoque de alimentos que lhe permitiu usar? Será que ela precisa de algo mais? Ele precisava descobrir.
— Não. Não podemos. — Ele respondeu a sua pergunta.
— Oh.
— Não até que você explicar como minha visão por suas necessidades a faz se sentir desconfortável na minha presença.
— Não faz. Isso não acontece. Por que você acha que sim? Sou grata por tudo que você fez por mim... e os outros. — Ela rapidamente acrescentou.
— Eu não pedi sua gratidão. Eu perguntei o que eu fiz para deixá-la desconfortável.
— Não é o que você faz! Não entende isso? É que é o que você teria feito para qualquer um sob sua proteção! — Jen tentou manter a raiva e dor em sua voz, mas sabia que falhou em ambos os casos quando as sobrancelhas de Treyvon se ergueram. Ela sabia que precisava falar. Devia-lhe isso. — Eu pensei que fosse pessoal! Que você era alguém que eu poderia confiar. Que estaria lá para mim. Que eu não precisaria lidar com tudo sozinha mais. Foi... doeu quando eu acordei do educador pela segunda vez e você não estava lá. Deveria saber melhor, porque realmente você estaria? — Ela fez um gesto para ele antes de continuar gesticulando de volta para si mesma. — Interessado nisso?
Jen observou como Treyvon levantou o corpo musculoso de trás da mesa e se moveu lentamente em direção a ela. Raiva silenciosa vibrava em cada passo que dava, enquanto o coração de Jen estava acelerado, ela não tinha medo dele. Sabia em seu coração que Treyvon nunca a machucaria.
— Você acha que a abandonei. Que minha ausência quando acordou foi porque eu queria isso? — Enquanto Treyvon falava suavemente, não havia dúvida que suas palavras o irritou.
— Abandonar é uma palavra forte. — Ela começou. — Eu sei que você nunca faria isso. Verificou o educador e me deixou com Mac e Luol. Não havia nenhuma razão para ficar por mais tempo. Cumpriu com seu dever.
— Foi por isso que se distanciou de mim ontem à noite em seus aposentos? Porque eu não estava lá quando você acordou? Não porque minha presença ou meu toque lhe ofende?
— Por que faria isso? — Perguntou ela, franzindo a testa para ele.
Treyvon viu a confusão em seus olhos, mas não pode evitar perguntar se era verdade. Lentamente, ele levantou a mão e passou um dedo calejado ao longo de sua bochecha ferida, seu olhar preso ao dela para avaliar sua reação. Outras lhe permitiram fazer isso também, mas ele sempre via a verdade em seus olhos. Apenas toleravam seu toque por causa do que ele poderia dar-lhes.
Ele esperava que não fosse assim com Jennifer.
Seu coração apertou quando ela fechou os olhos, assim como todas as outras fizeram, mas depois eles se abriram e seus poderosos olhos focaram diretamente nele e foi assim que percebeu que ela dizia a verdade. Seu toque não a incomodava. Ela até inclinou a cabeça levemente, parecendo querer mais.
Aproximando-se, seus corpos quase se tocaram, ele segurou seu rosto para cima com suas mãos grandes, ásperas da batalha, com o olhar buscando o dela. Como ela poderia não saber que era a criatura mais linda que já viu, mesmo ferida? Que o olhar de cada guerreiro a seguia quando ela passava?
— É meu dever e honra cuidar de sua proteção, Jennifer. — Seu polegar acariciou seu lábio inferior enquanto ele falava. — Isso eu desejo e sinto uma enorme satisfação pessoal.
— Sim? — Ela sussurrou.
— Sim. — Treyvon observou os olhos dela suavizarem com suas palavras, então algo que parecia culpa encheu-os antes que ela desviasse o olhar. Ela teria se afastado, mas suas mãos a mantiveram no lugar. —Jennifer, o que está errado?
— Isso não deve significar muito para mim. — Seu olhar retornou ao dele e ficou chocado ao vê-los cheios de lágrimas. — Isso não deve se sentir tão... certo. Todd não se foi há muito tempo. Eu mal o conheço. O que isso diz sobre mim? Sou realmente tão superficial? Não tenho nenhuma lealdade? Mesmo para o macho que eu amava?
— Jennifer... — Treyvon inclinou os joelhos, então ele estava mais perto do seu nível de seus olhos. — Eu não a conheço por muito tempo, mas pelo tempo que conheço, descobri que você é a fêmea mais leal e valente. Coloca os outros sempre em primeiro lugar, até de si mesma. Atacou um soldado Zaludian para defender seu Dasho, em seguida, um Capitão em defesa de sua amiga. Essas não são as ações de uma fêmea rasa. Não uma sem lealdade.
— Isso... — Uma batida na porta Centro de Comando cortou Jen e ela retirou-se do aperto de Treyvon. Pelo menos tentou. — Por favor. — Ela implorou.
Relutantemente, Treyvon deixou-a ir e viu como ela colocou a bandeja do carrinho na sua mesa. — Entre. — Ele ordenou, mas seus olhos permaneceram em Jennifer.
Gryf entrou no Centro de Comando de Treyvon, parando com o que encontrou. Seu amigo e General e estava de pé na frente de sua mesa observando como a Chef Jennifer se movia atrás dele, levantando uma tampa de uma bandeja revelando o que viu Nikhil, sua Ashe, Luol e Gulzar comerem na última refeição.
— Esta é a sua parte do guisado e biscoitos que eu fiz. — Ela disse a ele ficando atrás da mesa. — Há também um pouco de manteiga para colocar sobre os biscoitos.
— Biscoitos? — Treyvon finalmente afastou o olhar dela para a comida dourada ao lado do prato de comida cheiroso.
— Pode dividi-los pela metade, passar a manteiga sobre eles ou pode então mergulhar no guisado ou comê-los sem nada.
— Eles são... muito bons. — Gryf admitiu a contragosto.
— Você comeu? — Os olhos chocados de Treyvon foi para o seu Comandante. — Eu não sabia que você permitiu que seu estoque de alimentos fosse usado.
—Eu não permiti. — Gryf admitiu.
— Então como você sabe o sabor do biscoito? — Antes que Gryf pudesse responder, Jen falou.
— Eu fiz os biscoitos usando o básico que está disponível para todos, por isso fiz o suficiente para que todos pudessem experimentar.
— Entendo.
— Comandante Gryf, se eu soubesse que você estaria aqui, teria trazido um extra para você.
— Há um extra? — Gryf perguntou, a esperança em sua voz.
— Tenho certeza de que poderia conseguir mais uma porção. Não seria tão grande como esta, mas...
—Quem ficaria com menos? — Treyvon perguntou em voz baixa.
— Ninguém.
A resposta dela o fez rosnar: — Como isso é possível? — Quando ela não respondeu, ele percebeu o que ela se recusou a dizer. — Você daria sua parte para Gryf.
— O que? — Gryf olhou para ela com incredulidade, em seguida, perguntou. — Por que você faria uma coisa dessas?
— Não é um grande negócio. Eu não preciso de tanta comida como você. — Ela moveu-se para o carrinho e começou a empurrá-lo para porta. — Coma. Buscarei os pratos mais tarde. — Com isso, ela saiu.
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Jen tomou seu tempo voltando para cozinha. Ela precisava de um tempo para pensar sobre o que aconteceu. Ela permaneceu em Pontus porque queria voltar para a Terra e sua irmãzinha, não por causa de Treyvon.
Treyvon despertava sentimentos nela que pensou terem morrido com Todd. Sentimentos que não tinha certeza se queria experimentar novamente. Era mais fácil ficar dormente, se concentrar apenas em sobreviver. Mas Treyvon mudou isso e agora ela precisava descobrir como lidar com ele.
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Jen descobriu que ainda estava tentando descobrir isso várias semanas mais tarde, quando terminou a última refeição que preparou para quase toda a base.
Como isso poderia funcionar? E ela não estava falando sobre ser humana e Treyvon Kaliszian. Ela estava falando sobre essa conexão mais profunda entre um macho e fêmea. A única que ligava duas pessoas no nível mais básico para toda a eternidade. Ela pensou ter isso com Todd, mas não levou muito tempo para descobrir que estava errada. Balançando a cabeça, ela forçou seus pensamentos de volta ao presente.
As coisas estavam indo bem na área de alimentos. Ela foi capaz de fornecer frango frito, filé, frango com sopa. Tudo sendo muito apreciado. Voltando à Terra, deveria agradecer a Sally pelo que aprendeu trabalhando em seu restaurante. Como Sally conseguiu isso, Jen nunca saberia. Estava tão certa de que sabia mais do que a mulher mais velha, que sobreviveu em seu negócio de restaurante por quase cinquenta anos. Jen acabou de sair da escola de culinária e tinha apenas isso, enquanto Sally tinha receitas básicas antigas. Deus, ela era uma esnobe. Algo que sempre jurou não ser.
A verdade machucava algumas vezes. Mas era a verdade, que foi com Sally que ela aprendeu a usar ingredientes em menor quantidade, para que rendesse e ainda tivesse um bom gosto. Foi por causa de seu tempo lá que ela tinha agora o conjunto de habilidades para alimentar os Kaliszianos.
— Jen? Há algo de errado? — A pergunta de Gulzar a fez perceber que sua mente a levou longe outra vez.
— Não, eu apenas estava pensando.
— Na última refeição desta noite?
— Não, apenas estava pensando sobre o passado e como eu aprendi a cozinhar desta maneira.
— Quem ensinou essas habilidades surpreendentes é um presente da deusa. — Gulzar franziu a testa quando Jen começou a rir.
— Oh, Gulzar. — Jen descobriu que toda a tensão que não sabia que estava sentindo desapareceu quando ela pensou no que os clientes de Sally diria para isso. — Essa é a verdade e Sally seria a primeira pessoa a dizer isso.
— Sally, foi quem a treinou?
— Por esta maneira de cozinhar, sim.
— Deste jeito? — A careta de Gulzar ficou mais forte. —Quer dizer que há outras formas de cozinhar?
— Oh, sim. Tudo depende do alimento que você tem disponível e as possibilidades da cozinha.
— Possibilidades...
— Sim. Por exemplo, os Zaludianos apenas nos davam um pote com alimentos nele. Não havia muito mais que poderia fazer do que fervê-lo como fiz na primeira vez que cheguei aqui.
— Entendo e isso é algo que você não fazia em sua terra?
— Oh, não. Na Terra, chamamos isso de mexido. Nós apenas fazemos de forma diferente.
— Diferente? Como? — Gulzar perguntou.
— Apenas adicionamos todos os ingredientes. Eles não podem ser adicionados de uma só vez, porque as coisas cozinham em temperaturas diferentes. — Jen deu-lhe um olhar considerando. — Podemos fazer isso para amanhã? Dessa forma, você pode ensinar a sua família e seria algo que eles estão familiarizados.
— Seria mais fácil para minha mãe entender desde que eu sei que ela irá querer aprender a fazer biscoitos.
— Então é isso que faremos. Também mostrará aos seus companheiros guerreiros que o diferente também é bom.
— Jennifer. — A voz profunda fez Jen se virar para ver Treyvon de pé dentro da cozinha, os pratos da refeição ela levou mais cedo em suas mãos.
— General. — Gulzar imediatamente chamou a atenção.
— Guerreiro Gulzar. — Treyvon reconheceu ainda que seu olhar permanecesse em Jennifer.
— General, eu teria buscado os pratos. — Jennifer imediatamente se moveu para ele, secando as mãos em uma toalha antes de colocar em seu ombro para alcançar os pratos.
— Eu sei, mas como eu precisava falar com você, então trouxe comigo.
— Oh. — Jen fez uma pausa, em seguida, pegou os pratos dele antes de voltar para a pia e perguntar sobre o ombro. — O que você precisa falar comigo?
— Luciferinas.
— Luciferinas? — Jen deu-lhe um olhar confuso. — O que tem?
— O Guerreiro Gulzar pode terminar o que está fazendo. — Treyvon ordenou, nem mesmo olhando para o Guerreiro. — Eu gostaria de falar com você a sós.
— Eu... oh... — Ela olhou para encontrar Gulzar já se movendo.
— Terminarei isso, Jennifer, então guardarei a carne na sala fria para a última de refeição de amanhã. — Assegurou a ela.
— Tudo bem então. Obrigada, Gulzar. —Virando-se, seguiu Treyvon para fora da cozinha quando ele fez um gesto, mas quando se virou para seu escritório, ela colocou a mão suavemente sobre a pele quente de seu antebraço musculoso, parando-o. — Você se importa se conversarmos lá fora?
— Do lado de fora? — Treyvon franziu o cenho para ela.
— Sim. Eu costumo sair para o jardim após a última refeição. — Ela disse a ele.
— Jardim? — Ele perguntou.
— A área com a árvore no meio e caminhos que levam longe dela. Eu acho que era um jardim, um lugar onde as plantas decorativas e comestíveis cresciam. Não sei a palavra Kaliszian para isso.
— Gairdin. — Ele disse a ela mudando de direção. — É uma palavra antiga que a maioria esqueceu. Como não há mais nada deixado no Império Kaliszian.
— Mas você sabe sobre elas. — Jen fez uma pausa e olhou para ele. —Isso mesmo. Eu esqueci que Nikhil disse que deveria falar com você sobre isso, como estudou os textos antigos.
— Nikhil lhe disse isso? — Treyvon ficou surpreso com isso. Nikhil normalmente era macho de poucas palavras, falando apenas quando achava necessário. Por que ele acha necessário dizer Jennifer isso?
—Sim, várias semanas atrás, quando ele, Mac e eu estávamos aqui fora. — Jen entrou pela porta exterior que Treyvon abriu para ela. Uma brisa quente e seca cumprimentou-a, embora o sol já se pôs. Tinha apenas uma sugestão de umidade e Jen sabia que uma tempestade chegaria em breve, apagando tudo o que fez ali.
Treyvon respirou fundo, sentindo o perfume no vento. Mas não muitos aromas chegavam a Pontus e esta tempestade estava a alguns dias de distância. O que estava olhando era o caminho recém-varrido que nesta área de um passado antigo.
— Eu gosto de vir aqui quando eu não estou na cozinha e varrer os caminhos. — Jen disse ele, notando para onde sua atenção foi. — Parece haver cinco deles, embora um não vá muito longe. Ele termina em uma pilha de escombros. Todos têm esculturas na pedra, no entanto. É tão intrincado e bonito. Não acredito que sobreviveu tanto tempo. Eu gostaria de saber o que diz.
Treyvon ficou sobre um joelho, descansando um antebraço no outro, enquanto passava o dedo ao longo de um dos desenhos. — É a história do povo Kaliszian. — Ele disse a ela. — Escrito na língua original e mais antiga, perdida há milhares de anos. Alguns dizem que foi uma vez a única língua falada, mesmo pelos deuses.
— Sério? Tão antiga? Como é que pode ainda estar aqui, então? O número de pessoas que deve ter andado por aqui.
Treyvon se ergueu e a segurou com cuidado pelo cotovelo, guiando-a ao longo do caminho para o banco que rodeava a árvore morta. — Porque não é uma pedra comum. É chamada Kevtoof. Apenas pode ser encontrada em Pontus. É de onde os cristais de energia tiram sua energia, mas por si só, não pode ser extraída ou esculpida.
— Mas... — Jen lentamente sentou-se, olhando para toda a escultura intrincada ao longo do caminho e como cada pedra foi cortada e precisamente colocada.
— É um mistério, verdade? Assim como o Crann de recompensa. — Treyvon chegou por trás dele e tocou o tronco negro nu da árvore com tal reverência que até o vento pareceu parar por um momento.
— Crann de recompensa? — A pergunta escapou de seus lábios.
— Assim está escrito. Alguns acreditam que esta seja o real Crann. Alguns acreditam que é apenas lenda. — Treyvon lentamente afastou a mão.
— E você? O que você acha, Treyvon?
— O que eu acredito não importa.
— Importa para mim.
Treyvon olhou fundo nos olhos dela que se pareciam com os cristais de energia antigos. Os que eram poderosos e capazes de realizar proezas incríveis. Jennifer era como eles. O que ela foi capaz de fazer com seus alimentos foi tão surpreendente e poderoso como os cristais eram a seus antepassados.
Ele aprendeu muito sobre ela durante as conversas que tiveram quando ela levava sua última refeição. Descobriu que enquanto ela estava curiosa sobre o seu mundo, encontrava grande prazer na preparação de seus alimentos, mas ainda estava concentrada em tentar voltar à sua terra, de volta para sua irmã mais nova.
Era uma lealdade e devoção, que encontrou-se admirando e odiando ao mesmo tempo porque não era dirigida a ele. Mas então nunca poderia ser, verdade? Não com o que seu ancestral fez. Ela ficaria com ele, onde não queria até Treyvon ser capaz de dar a ela o que queria. Assim como todas as outras fêmeas antes.
Talvez fosse por isso que não queria dizer-lhe o que descobriu nos textos antigos quando era jovem. Na esperança de descobrir algo para remover a mancha em sua linhagem. Tudo o que descobriu foi que em algum momento no passado distante, um macho poderoso não conseguiu proteger seu povo. Suas ações destruíram essas pessoas, assim como Aadi fez. Foi então que Treyvon decidiu proteger todos, sempre colocando as necessidades de seu povo em primeiro lugar. Mesmo que isso lhe custou a honra, como quando deixou a fêmea que o Imperador Tornian reivindicou.
Não. Dizer a ela revelaria uma parte de si mesmo que manteve escondida, até de si mesmo a maior parte do tempo. Era a parte que ainda secretamente rezava à Deusa por uma companheira verdadeira, pois seria um sinal para que todos pudessem ver que ela o perdoou por seus atos e os de seus antepassados.
— São nada mais do que antigas histórias, Jennifer. — Ele finalmente disse a ela rispidamente.
— Então conte-me uma história. — Seu olhar encontraram os dele. —Ainda há tanta coisa que eu não sei sobre o seu mundo.
Treyvon olhou em seus poderosos olhos azuis e descobriu que não podia recusar-lhe nada. Sentado ao lado dela, ele começou.
— Os textos que começam a lenda foram descobertos aqui em Pontus em um templo antigo, selados em uma caixa feita de Kevtoof. Eles foram escritos na língua antiga e falam de um tempo em que tudo o que era visível no céu da noite. — Ele gesticulou para os milhões de estrelas acima dele. —Em qualquer planeta, foi governado por um único macho e apoiado por aquilo cultivado em Pontus. O Crann era o protetor do planeta enquanto prosperava, por isso todos eram abrigados sob seus galhos.
— Também está escrito que o Crann era poderoso. Foi com ele que a Deusa abençoou ricamente o planeta e aqueles que o aceitavam. E se fossem honrados e verdadeiros, tratando o Crann com o respeito que merecia, ele forneceria para todas suas necessidades. E se não o fizessem, então ele seria levado. Era por causa disso, que apenas os machos mais honrados e confiáveis eram os encarregados de cuidar de Pontus.
— Então, um desses machos construíram o Gairdin? — Ela perguntou.
— Não. Quando o templo foi descoberto, o Crann estava no centro, a caixa embalada em seus galhos. — Ele apontou para onde o tronco do Crann terminava e cinco galhos grossos saiam.
— Como pode uma árvore, eu quero dizer, Crann sobreviver dentro de um templo? — Jen perguntou.
— Era um templo ao ar livre.
— Ar livre?
— Sim. Enquanto não foram levantadas paredes, não havia teto real e nada para manter qualquer coisa fora. Quando a caixa foi removida, as paredes do templo caíram. Os caminhos apenas foram descobertos quando o entulho e a vegetação foram limpos.
— Você está dizendo que nós estamos sentados no meio de um antigo templo? — Ela olhou ao seu redor com espanto.
— Bem, se você acredita na escrita, então sim.
— Então por que você construir uma base militar sobre ele? — Jen não podia acreditar.
— Nós não fizemos. — Ele negou.
— Como você chama isso? — Jen ficou indignada quando acenou com a mão ao redor indicando o edifício e a parede.
— Quando foi decidido que devíamos permanecer em Pontus após o ônibus espacial do Imperador Vasteri cair aqui. Esta era a única estrutura que ainda estava de pé. Aparentemente era algum tipo de centro educacional de estudos e todo planeta viajava aqui para estudar e aprender, em seguida, retornar aos seus planetas com mudas e o conhecimento de como cuidar delas. Foi construído a partir das paredes originais do templo.
— E o muro? — Ela perguntou em voz mais baixa, a raiva deixando sua voz.
— Foi construído após a Grande Infecção atingir em um esforço para proteger os Crann. — Ele disse a ela rigidamente. — Ele não é feito de Kevtoof, por isso sempre era inspecionado e reparado na esperança da Deusa abrandar o seu castigo.
Jen olhou para o corpo rígido de Treyvon e sabia que o ofendeu. Ela não queria, mas as palavras apenas saíram. Estendendo a mão, ela a colocou hesitante em um bíceps tenso. — Sinto muito. Eu não devia ter saltado para conclusões como esta.
Quando Treyvon não respondeu, ela tentou novamente.
— Eu falo a verdade, Treyvon. Não tenho a pretensão de saber muito sobre os militares. E de volta para casa nunca fui diretamente exposta a aqueles que serviram, aqueles que sacrificaram tanto por minha proteção. Eu apenas tomei como concedido meus direitos, minhas liberdades. Eu mesma sentia que tinha o direito de questionar e julgar aqueles que não apenas me deram estes direitos, mas como foram entregues para mim. — Jen sentiu o rosto ficar vermelho em vergonha. — Eu não tenho direito de julgar o que você e aqueles que vieram antes fizeram. Não sou um brilhante exemplo do que faz um bom ser humano.
— Sobre o que está falando? — Treyvon perguntou. —Você é a fêmea mais leal e honrosa que eu já conheci!
— Com muita gordura, sabe. — Jen murmurou. Puxando a mão dela, colocou ainda mais distância entre eles, sentando no banco. — Mas nada disso é o que você queria falar comigo. Certo? Disse algo sobre luciferinas.
— Sim, mas eu quero saber por que você duvida que é uma fêmea honrada e digna?
— Por que você duvida que é um macho honrado e digno? — Ela perguntou. — E de tudo o que descobri, a única razão para haver qualquer dúvida é por causa do que outra pessoa fez, apenas um de seus antepassados. Não de qualquer coisa que você já fez.
— Eles e eu somos a mesma coisa. Nós somos a soma de nossas linhagens.
— Não, você não é! Uma pessoa apenas deve ser julgada pelos seus próprios atos. Essa é a única coisa que podem controlar. Todo o resto... — Jen se abaixou e levantou um punhado de areia, em seguida, deixou-a correr por entre os dedos. — Não é mais importante do que esses grãos de areia.
— No entanto, estes grãos de areia podem consumir e destruir tudo à sua volta se não for conduzido de volta. — Ele olhou para as pilhas onde ela varreu no caminho.
— Podemos tirá-la novamente! — Ela desafiou. — Você Treyvon, é um macho honrado. Seu Imperador nunca teria lhe dado uma posição tão importante e poderosa, se não fosse. Ele especialmente não o teria colocado no comando de Pontus.
— Muitos desejam me remover. — Treyvon estremeceu, incapaz de acreditar que admitiu isso a ela. O que ela pensava? Ele rapidamente descobriu.
— Então são idiotas! — Jen defendeu-o rapidamente. — Eles não sabem nada sobre quem você é. Como protege e defende com tudo o que você é. Nunca abandonaria um estranho e muito menos um de seu povo.
Treyvon franziu o cenho ante suas palavras, mesmo quando feriu outros. — Por que você diz isso de tal maneira? Como se somos tão diferentes? Você teria feito o mesmo.
— Não, eu não teria. — Ela admitiu em um sussurro. — Não para minha irmã.
— Eu não entendo. Não é sua culpa que ela está desprotegida em sua Terra. É culpa dos Ganglians.
— E nos seis meses antes? — Jen forçou as palavras passarem pelos lábios apertados. — Quando eu a deixei ir, porque era mais fácil. — As lágrimas começaram a encher os olhos de Jen quando pensou no que fez e por que fez. —Ela nunca me perdoará e não deveria.
— Eu não entendo. — Treyvon disse novamente.
Jen se inclinou para frente e apoiou os cotovelos sobre os joelhos, esfregando as mãos. Ela deveria dizer a ele? Será que ele pensaria menos dela? Será que isso importava? E descobriu que, por algum motivo sim. A opinião de Treyvon importava para ela. E de volta à Terra, antes dos Ganglians, Jen se preocupava com as aparências e sobre o que estranhos pensavam dela. Ela fazia questão de apenas mostrar o lado bom, o positivo, o belo.
Ela sabia que sua aparência abriu muitas portas para ela e aproveitou isso. Mas também recuou com cérebros e habilidade. É por isso que conseguiu entrar na escola de culinária em vez de Denise. Denise era tão talentosa como Jen, em alguns aspectos mais. Mas Denise não era bonita, não como as pessoas sempre diziam que Jen era. Denise não se preocupava com sua aparência, apesar de ser muito bonita. Ela nunca usava maquiagem e mantinha seu cabelo extremamente curto para que não atrapalhasse no trabalho. Considerando que Jen apenas prendia o dela em um coque apertado quando cozinhava, como fazia aqui em Pontus.
Todd gostava disso, como ele gostava dos olhares de inveja que recebia dos outros homens por causa dela. Jen também o achava bonito. Eram o casal dourado do campus. Deus, olhando para trás era tudo tão estúpido e supérfluo. Eram uma imagem, não um casal real, com Todd sempre insistindo que fazer e ter o que as pessoas belas faziam e tinham. Ela não era nada além de um acessório, uma possessão para ele. Por que não pode ver isto?
Kimmy o viu.
Kimmy acusou Todd de ser vaidoso, egocêntrico e idiota que apenas pensava em si mesmo e não merecia sua irmã. Jen nunca esqueceria o olhar nos olhos de Kimmy quando ela imediatamente pulou em defesa de Todd e acusou Kimmy de ser a única egoísta e mimada. Merda, ela até usou Warrior, o amado cachorro de Kimmy, gritando que se ela fosse mais responsável, ele ainda estaria vivo.
Foi um golpe baixo. Não apenas porque não era verdade, mas porque sabia que a morte do cão ainda assombrava Kimmy. Aquele cachorro morreu salvando a vida dela. E enquanto Warrior enlouquecia Jen com seu enorme tamanho, se não fosse por ele, Jen teria perdido sua irmã.
Foi na noite do décimo oitavo aniversário de Kimmy. Depois de Jen trabalhar em um turno de doze horas no restaurante, apenas queria chegar em casa e ter uma boa refeição para comemorar. Mas Todd queria sair dizendo que merecia agora que não eram mais obrigados a cuidar de Kimmy. Como se apenas gostaria que ela estivesse fora de suas vidas.
Antes de Jen pudesse dizer qualquer coisa, Kimmy começou a brigar e Jen defendeu Todd. Assim como sempre fez, mas foi mais por hábito do que crença, porque desde a morte de seus pais, começou a ver Todd sob uma luz diferente. Ele era tudo o que Kimmy o acusou de ser, mas ainda era seu marido. Ela levava seus votos a sério e esperava que este fosse apenas um dos maus momentos que precisavam passar.
— Jennifer?
Uma palavra de Treyvon, cheia de preocupação, puxou-a do passado. —Kimmy e eu brigamos. Seis meses... ciclos lunares antes dos Ganglians nos levar. Nós não vimos ou falamos uma com a outra desde então.
Treyvon silenciosamente olhou para ela, observando como parecia tentar se enrolar em si mesma como se ainda doesse essa briga. Ele não sabia o que fazer ou dizer para aliviar essa dor. Explicava tanto sobre sua determinação de retornar à Terra. Ela estava tentando fazer as pazes por um erro. Ele podia entender isso.
— Eu nunca conheci sua irmã, mas acho que se ela é qualquer coisa como você, não apenas a perdoará, mas está tão triste com a briga como você está.
— Talvez... mas eu sou mais velha, a irmã mais velha. Deveria cuidar dela. Prometi a meus pais que o faria e eu falhei com ela, assim como falhei com Todd.
— Suficiente! — Treyvon não permitiria que continuasse. Isso não servia para nada. — Você não pode mudar o que aconteceu, Jennifer. Fez o melhor que podia.
— Será que fiz? Será que não fiz o que era melhor para mim? Como Aadi.
— Nunca se compare a este macho! — Treyvon se levantou, furioso por ela sequer pensar dessa forma.
— Você não me conhece, Treyvon. Porque se conhecesse... — As palavras de Jen pararam e seus olhos se arregalaram quando ela olhou para trás de Treyvon.
Instantaneamente sentindo a mudança nela, Treyvon girou, pronto para de defender, apenas para ficar chocado com o que encontrou.
CAPÍTULO TREZE
— Oh, meu Deus! Você sabia que ele faz isso? — Jen perguntou, olhando para o caminho suave e incandescente.
— Não. — Treyvon disse com uma voz chocada, seu olhar movendo-se ao longo do caminho. — Isso nunca foi divulgado em qualquer um dos textos escritos.
— Talvez tenham pensado que todos soubessem. — Ela sussurrou, passando para trás para olhar para as linhas mais escuras que corriam ao longo das pedras brilhantes. — Isto é inacreditável. É como se quem o criou queria levá-lo em uma viagem.
— Você já limpou um caminho completo? — Ele perguntou, olhando para o mais próximo brilhante.
— Apenas um. — Ela apontou para aquele em que seu olhar foi. — Ele abre em outra área e faz uma curva no final.
— As linhas continuam?
— Sim, mas então elas mudam, criando algo que eu não reconheço.
— Mostre-me. — Treyvon pediu, colocando a mão na parte inferior das costas dela.
— O que você acha que eles são? — Perguntou ela apontando para as linhas.
— Eu não tenho certeza. — Ele disse a ela honestamente, guiando-a no caminho, seu olhar seguindo as linhas que corriam diretamente para baixo do centro. Quando finalmente chegaram onde o caminho aberto subia, as linhas separavam. Ramificando-se em uma curva e virando ao redor de uma grande pedra no centro que terminava em uma pedra incrustada menor e diferente. Tudo parecia tocar a grande.
Movendo-se lentamente ao redor da área circular, Treyvon a levou para o banco curvo. Durante todo o tempo, sua mente corria. As pedras embutidas menores eram não apenas de diferentes tamanhos e cores, mas pareciam ter algo se movendo dentro delas. Considerando isso em sua totalidade, ele pensou, fazendo-o sentir como se deveria reconhecê-lo.
Jen lentamente se sentou, seu olhar movendo-se sobre a antiga pedra. Ela nunca viu nada como isso antes. Na Terra, Sally era um grande fã do History Channel. Especialmente quando se tratava de qualquer coisa das linhas de Nazca. Seu falecido marido era um arqueólogo amador e eles viajaram para o sul do Peru para ver as linhas várias vezes. Enlouquecia Jen quando Sally insistia que a televisão deveria permanecer nesse canal. Mas parece que Jen aprendeu alguma coisa, mesmo que pensasse ser bobagem na época.
Embora este grifo não se parecesse com nada que viu na Terra, era semelhante a algo que viu antes. — Parece um sistema solar.
— O que? — Treyvon deu-lhe um olhar assustado.
— Bem, pelo menos é como o nosso parece... mais ou menos. Quer dizer, nós temos nove planetas em nosso sistema.
Treyvon franziu a testa, os olhos se movendo de volta para as pedras brilhantes e percebeu que ela estava certa. Era a representação de um sistema solar... o sistema solar Kaliszian com cada pedra exatamente da cor certa. Como isso era possível? Por que não foram registrados nos textos antigos?
— Eu acho que você está certa. — Ele disse a ela.
— Acha?
— Sim. — Treyvon se levantou e se moveu em direção ao centro da das linhas, tomando cuidado para não pisar em qualquer um dos caminhos que orbitavam das outras pedras antes de descer em um joelho para tocar a pedra grande, amarela. Era quente ao toque e parecia pulsar com poder. — Esta pedra representa o sol Kaliszian.
— Como você sabe? — Ela perguntou.
— Porque há dez planetas no sistema solar Kaliszian. Cada um diferente em tamanho e cor.
Ele cuidadosamente passou sobre as linhas mais escuras, em seguida, ajoelhou-se ao lado de uma pedra azul e branca que era menor que a maior das pedras. — Este é Crurn. É o quarto planeta do nosso sol. No espaço, parece azul.
— É onde o Imperador Liron reside, certo? — Jen perguntou.
— Sim.
— São todos estes planetas... povoados? — Ela perguntou pensando se era a palavra certa.
— Não o maior planeta. — Ele se moveu para duas órbitas longe de Crurn a uma pedra rodando com cores diferentes. — É um planeta gasoso e inabitável. Embora as naves possam entrar em sua atmosfera e coletar certos gases que são considerados valiosos.
— Gases? Valiosos?
— Sim, alguns dos gases podem ser usados como combustível para iluminação e aquecimento de casas.
— Eu pensei que usassem os cristais de energia para fazer isso.
— Essa é a fonte preferida, como ele é limpo e não tem... qualidades indesejáveis. Mas cada vez menos cristais são encontrados. Aqueles que são encontrados são fracos e rapidamente se esgotam.
— Eu não percebi isso.
— Não é algo que queremos divulgar, como a venda de cristais de energia são essenciais para fornecer os alimentos básicos que nosso povo precisa.
— Você não diz a eles que estão vendendo cristais inferiores? — Jen não podia acreditar. Isso não parecia o correto e honroso de acordo com o que aprendeu dos Kaliszianos.
— Não, nós o fazemos! Mas definimos o preço muito alto para o melhor. Muito alto. Ele impede a maioria de comprá-los ou fazer perguntas.
— Oh. — Jen pensou por um momento. — Então, o que os Zaludianos tiraram da mineração...
— Eram da mais baixa qualidade. Mas há uma demanda para eles.
— Entendo. — E entendia. Ela e os outros foram levados para que pudessem extrair cristais de poder inferiores. Todd morreu por cristais inferiores.
— Jennifer? — Ignorando as linhas escuras a tal ponto de não pisar adiante, ele se moveu para se sentar ao lado dela. — O que está errado?
— Oh, nada. Apenas o fato de Todd, os Jerboaianos e todos os outros que morreram nas minas abandonadas por Deus, e tudo isso por cristais de energia inferiores. — Ficando de pé, ela começou a andar.
Treyvon descobriu que não podia dizer que não era verdade. Porque se não tivessem uma demanda para os cristais inferiores, então os Zaludianos nunca teriam pensado em extraí-los.
Jen virou para Treyvon, mas o olhar em seu rosto, sua linguagem corporal, dizia que ele aceitou o peso da responsabilidade pelo que aconteceu. Mesmo que não tivesse nada a ver com isso. Assim como ele carregava o peso de Aadi.
— Sinto muito, Treyvon. — Ela voltou a sentar-se ao lado dele. — Nada do que aconteceu foi culpa sua. Foi dos Ganglians e os Zaludianos.
— Isso não é inteiramente verdade.
— É tão longe quanto sua responsabilidade. — Ela se virou para olhar para trás, o grifo brilhando no chão e franziu a testa. — Você disse que há dez planetas no seu sistema solar.
— Sim.
— Qual o décimo? — Ela perguntou olhando para as pedras.
— O décimo? É Pontus. Por quê?
— Então porque a última pedra neste grifo é preta e não verde se quando ele foi criado, Pontus era um exuberante planeta verde?
O olhar de Treyvon foi até onde Pontus deveria estar e franziu a testa. Ela estava certa. Por que não estava lá uma pedra verde?
— Estão os planetas em sua rotação adequada? — Ela perguntou.
— O que você quer dizer?
— Bem no nosso sistema solar, dependendo da época do ano, os planetas estão em posições diferentes. Suponho que é da mesma maneira aqui. Então se é, quando isso foi desenhado?
Treyvon olhou para o chão e seus olhos se arregalaram. Pois não apenas eram as pedras da cor certa, também estavam exatamente no local certo para onde os planetas que representavam estavam atualmente, mas também estavam inclinados corretamente em seu eixo. Como isso foi possível?
— Treyvon?
Ao chamado de Jennifer ele a olhou. — É como está agora. Cada planeta.
— Mas como isso é possível?
— Eu não sei. — Ele disse a ela honestamente.
Uma brisa forte de repente soprou através do jardim, enviando um turbilhão de areia e fazendo Jen chorar de dor quando tocou sua pele exposta. Treyvon imediatamente girou ao redor dela, seus braços envolvendo-a, puxando-a para perto quanto suas costas recebeu o peso da areia.
Jen encontrou-se cavando mais fundo no abraço de Treyvon, ansiosamente aceitando a proteção que ele oferecia. Ela reconheceu o leve aroma que se agarrava a sua pele do gel de limpeza que lhe deu, mas foi o seu cheiro quente e natural que fez seus sentidos virem à vida.
Ele a chamava. Parecia ser algo que reconhecia a um nível mais básico como sendo essencial e necessário. Ela justificou deslizando as mãos sob seu colete aberto, movendo-se ao longo de sua caixa torácica antes de descansar em seu peito enorme, dizendo a si mesma que era necessário para evitar a picada da areia. Mas sabia melhor. Assim como sabia que a areia não tinha nada a ver com a maneira como ela esfregava sua bochecha contra a área entre seus peitorais maciços como um gato faria na perna de alguém.
Ela fez isso porque não conseguia se conter. Precisava desse vínculo tênue que parecia estar crescendo entre eles.
Ela não entendia. Não tinha certeza se queria.
Mas não havia como negar que estava ali. A questão era, continuaria?
Os braços de Treyvon apertaram ao redor Jennifer como ele abaixou a cabeça, enrolando seu corpo ao redor do dela muito menor, fazendo o seu melhor para certificar-se que nenhum grão de areia fosse capaz de prejudicá-la. Era inaceitável para ele. Ele deveria ter prestado mais atenção com a temperatura caindo em vez da escultura no chão.
Quando as temperaturas caíam em Pontus, rajadas de vento repentina transportavam grandes quantidades de areia. Poderiam ser mortais se fossem pegos em campo aberto sem o equipamento de sobrevivência adequado. Os ossos encontrados nas valas comuns eram uma prova de que as areias, levadas pelo vento, deixava a carne exposta.
O pensamento de que um desses corpos poderia ser Jennifer fez seus braços se apertarem ainda mais. Era inaceitável para ele. Para ele que nunca conheceu uma criatura tão incrível.
Quando o vento diminuiu, Treyvon pegou Jennifer em seus braços, ignorando o leve grito dela e rapidamente levou-a para fora do Gairdin. Ele acabou de passar pela porta da cozinha quando o vento o pegou novamente enviando-o pelo chão limpo antes de fechara a porta.
Jen olhou para ele com olhos assustados. Ela estava prestes a dizer-lhe que poderia caminhar, mas sabia que nunca teria feito isso a tempo. Não com a forma como seu tornozelo estava. Ela também sabia que deveria exigir que a colocasse no chão, agora que estavam dentro, mas não o fez. Ela não estava pronta para desistir da sensação de seus braços ao redor dela.
— Obrigada. — Ela sussurrou. — Eu não seria capaz de entrar tão rápido.
— Você precisa sempre estar ciente de seus arredores. — Ele disse a ela. — Especialmente se você se aventurar fora de Pontus. Tempestades de terra ocorrem de repente e podem durar dias.
— Dias? — Ela perguntou.
— Sim. Foram quase quatro ciclos lunares desde que a última grande ocorreu. Durou quase uma semana, prendendo o Imperador Vasteri e uma fêmea em uma caverna.
— Isso foi o que o fez olhar para Pontus novamente. Certo? Porque os Zaludianos derrubaram seu transporte?
— Isso é correto. Os Zaludianos vieram em auxílio do Ganglians, o que nunca ocorreu antes.
— Porque eles não costumam fazer isso?
— Os Zaludianos nunca ajudam ninguém! A não ser que se beneficiem disso.
— E eles fizeram porque os Ganglians forneciam o trabalho escravo. — Ela murmurou.
— Como descobrimos. Sim. — Ele a contragosto admitiu, em seguida, desviou o olhar. — Sinto muito, Jennifer. E se pudesse ter evitado o que aconteceu com você e os seus, eu teria.
— Eu sei. — Ela colocou a mão em seu rosto forçando o olhar para ela. — Eu sei Treyvon e assim que descobriu que estava acontecendo, o impediu.
— Não rápido o suficiente para seu Dasho. Nem para a Ashe de Nikhil.
Jen olhou nos olhos de Treyvon sem saber o que dizer sobre isso e foi salva de dizer qualquer coisa com a chegada de Gulzar.
— Jen! Você está ferida? — Gulzar perguntou correndo em direção a eles. Acabou de sair da cozinha quando notou o General segurando Jen em seus braços.
— O que? — Jen forçou seu olhar longe de Treyvon para Gulzar e de repente percebeu que Treyvon ainda a estava segurando. — Não, eu estou bem.
— Você tem certeza? Eu poderia levá-la para Luol.
— Você acha que se Jennifer fosse prejudicada eu não a levaria para Luol, Guerreiro Gulzar? — Treyvon perguntou, o desagrado facilmente ouvido em sua voz.
— Eu... não! Não, claro que não, General. Apenas pensei...
— Pensou o que, Guerreiro?
— Você a está carregando, senhor. A única explicação para isso seria que ela foi ferida.
— Uma tempestade de terra veio enquanto estávamos no Gairdin. — Jen disse rapidamente para Gulzar. — O General sabia que eu nunca chegaria aqui a tempo, então ele... me ajudou.
Jen mexeu nos braços de Treyvon e relutantemente ele a colocou em seus pés, mas manteve-a perto com uma mão na cintura.
— Oh. — O olhar de Gulzar foi para a mão do General que permaneceu em sua cintura.
— Você teve algum problema com a carne para última refeição de amanhã? — Ela perguntou.
— Não. Está na sala fria. — Gulzar informou. — Você deseja verificar? Eu poderia mostrar.
— Não, eu tenho certeza que você fez muito bem. Bem, acho que o vejo amanhã, então. — O olhar de Jen abrangeu ambos os machos, mas quando ela se moveu, a mão de Treyvon apertou sua cintura.
— Vou levá-la aos seus aposentos. — Treyvon disse a ela, seu olhar prendendo Gulzar no lugar. — Ainda há algumas coisas que precisamos discutir.
— Sim? — Jen perguntou, então percebeu que nunca falaram sobre as luciferinas. — Oh, tudo bem. Boa noite, Gulzar.
Ambos estavam em silêncio enquanto Treyvon a guiava pelo corredor surpreendentemente vazio. Pressionando a mão no painel de acesso de seus aposentos, eles entraram.
— Apenas preciso saber se havia algo incomum nas luciferinas que você colocou na comida que os Zaludianos lhes deram. — Treyvon foi direto ao ponto.
— Incomum?
— Sim. Você disse que a primeira caiu acidentalmente dentro da comida, então depois adicionou intencionalmente. Quais? Encontrou no chão ou nas paredes? Eram de uma cor em particular?
— Eu... por que você quer saber? — Ela perguntou.
— Porque luciferinas nunca foram utilizadas de tal maneira antes e eu quero que Luol as teste.
— Você voltará para a mina? — Ela sussurrou empalidecendo. — Aquela na qual nos encontrou.
— Sim. Eu tentei conseguir uma amostra de outra caverna, mas se desintegrou e desapareceu antes que pudesse testar. Eu preciso saber onde procurar na mina em que esteve.
Jen virou, andando pelo quarto quando levantou a mão trêmula para seu cabelo, apenas para descobrir que ainda estava preso em um coque. Ela normalmente soltava quando estava no Gairdin, mas Treyvon a distraiu.
A mina. O local onde aconteceu as piores experiências de sua vida.
Ela quase morreu ali. Queria ter morrido. Seu marido morreu.
Agora Treyvon voltaria por causa do que ela lhe disse sobre as luciferinas. Todd ainda estava lá.
— Eu vou com você. — Disse ela, virando-se para encará-lo.
— O que? — Treyvon entrou no quarto e a porta se fechou atrás dele.
— Eu vou com você. — Ela repetiu. — Quando você irá?
— Amanhã. — Treyvon encontrou-se dizendo a ela. — Por que quer voltar?
— Eu não quero. Esse lugar é nada mais que uma câmara de horrores para mim. Mas preciso. Preciso enfrentá-lo ou nunca superarei. Além disso, as luciferinas usadas estão na caverna onde Mac e eu nos escondemos. — Seu olhar passou por ele. — Nossos machos eram grandes demais para caber através da abertura. Não há nenhuma maneira de você entrar. E se quiser realmente as luciferinas que usei, então preciso ir com você.
— Você não acha que elas existem nas outras cavernas?
— Eu não tenho ideia. Mas se você quiser testar as que usei, então estão naquela caverna.
Treyvon cruzou os braços sobre o peito e franziu a testa para ela. Ele não queria levá-la de volta para aquele lugar. Não queria voltar ela voltasse, não sabendo tudo o que ela sofreu lá. No entanto, era necessário se quisesse descobrir os segredos das luciferinas e ajudar seu povo. Isso era sua prioridade.
— Eu sairei quando o sol começar a subir. — Ele finalmente disse a ela.
— Tudo bem. Preciso estar de volta a tempo para começar a última refeição.
— Devemos voltar para a refeição do meio-dia.
Jen calculou rapidamente o tempo da refeição que ela faria. — Isso funcionará. Apenas preciso deixar uma nota para Gulzar.
— O Guerreiro Gulzar tem um grande interesse em você. — Treyvon não tinha a intenção de dizer isso.
E de todas as coisas que Treyvon poderia dizer, essas era a última coisa que ela teria pensado. Ela deu-lhe um olhar confuso. — O que?
— O Guerreiro Gulzar pretende reivindicar o seu tempo. — Continuou ele com os lábios apertados.
— Claro que sim. Ele quer aprender tudo o que puder sobre cozinhar.
— É mais do que isso.
— Claro que é. Ele é meu amigo.
— Amigo!
A raiva por trás dessa palavra fez Jen dar um passo assustado para trás e seu tornozelo lesionado cedeu. Antes que pudesse gritar ou se preparar para bater o duro chão frio, os braços quentes e fortes de Treyvon estavam ao seu redor.
— Jennifer...
— Eu estou bem.
— Você precisa ver Luol.
— Não. Isso acontece depois que fico muito tempo de pé. Ficarei bem depois de uma boa noite de sono. — Não que dormiria agora. Não sabendo que voltaria para a mina quando acordasse. Ela mexeu em seus braços para que ele pudesse colocá-la para baixo, mas em vez disso, ele caminhou até sua cama, em seguida, colocou um joelho ali e sentou-a sobre ela como se fosse algo frágil e precioso. Estendendo a mão, ela segurou seu rosto.
— Treyvon, Gulzar é um macho honrado e digno. Ele se tornou um bom amigo, mas não da maneira Kaliszian. Nós apenas conversamos. Eu o ensino sobre culinária, ele me diz sobre sua família e o mundo Kaliszian. Não há nada de sexual sobre isso.
— Sexual?
— União. Nós não nos unimos. Ele não está interessado em mim assim, mas ainda não quero que ele se preocupe comigo desnecessariamente.
— Então ele é um tolo. — As palavras escaparam de Treyvon antes que pudesse impedir, fazendo com que suas bochechas escurecessem e ele ficou de pé. — Encontre-me no transporte como o nascer do sol. Você precisará usar o manto. — Com isso dito, ele se virou e deixou-a sozinha.
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Treyvon não tinha certeza se estava aliviado ou decepcionado ao ver Jennifer esperando por ele na manhã seguinte antes do sol em Pontus sequer fazer sua primeira aparição cintilante. O enorme manto cinza que ela usava estava enrolado firmemente ao redor de seu pequeno corpo, fazendo-a parecer ainda mais pequena e frágil do que o normal. Como seus guerreiros não viram que era uma fêmea?
Parando na frente dela, ele apenas a olhou. Procurando o menor sinal de que mudou de ideia. Quando encontrou seu olhar com um azul firme, ele lhe deu um leve aceno e colocou a mão na parte inferior das costas, guiando os passos para o transporte.
Jen deixou Treyvon levá-la até a rampa, grata pela forma como ele encurtava o passo para o dela irregular. Era tão diferente da forma como ela entrou em um transporte pela última vez. Entrando na área, onde todos eles se sentaram pela última vez, ela franziu a testa. Este não era o mesmo transporte.
— Jennifer, o que está errado? — Treyvon perguntou, parando como ela fez.
— Este não é o mesmo transporte que chegamos.
— Não. Usamos o transporte dos Guerreiros. Este é o meu transporte pessoal. Nikhil usou para trazer Mackenzie para Luol como é a nave mais rápida do planeta.
— Oh, eu nunca percebi...
— Não havia nenhuma razão para isso. Aqui. — Ele a guiou por um corredor estreito que abria em uma cabine com dois assentos. Ela se sentou onde ele indicou, em seguida, viu quando ele sentou no outro.
— O que está confuso? — Treyvon perguntou percebendo sua expressão.
— Você é um piloto?
— Claro. É uma habilidade que todos os guerreiros devem ter antes que eles possam alcançar o status Elite.
— Eu não sabia, especialmente para você.
— Você acha que não era capaz de adquirir as mesmas habilidades como meus guerreiros? Que não sou digno da minha posição?
— Não! — Ela imediatamente negou. — Claro que não! O que eu quis dizer foi que, devido à sua posição como Comandante Supremo, eu pensei que outro guerreiro pilotasse o seu transporte. Deixando-o livre para comandar.
O olhar de raiva de Treyvon procurou o dela e não encontrou nenhuma inverdade neles. Respirando fundo, ele se forçou a acalmar. — Então eu lamento que suas palavras me fizeram chegar à conclusão errada. — Com isso dito, ele voltou sua atenção para os controles.
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Jen não podia acreditar na rispidez das palavras de Treyvon ou a frieza de seu tom. Sua desculpa foi fraca. Em seguida, entendeu. Treyvon provavelmente não se desculpava muitas vezes. Ele era o Comandante Supremo da Defesa Kaliszian. Ninguém o questionava. Exceto, talvez, o Imperador.
Ela também sabia que ele se sentia responsável pelo que seu ancestral fez todos esses séculos atrás e que muitos o evitavam por causa disso; duvidavam dele por causa disso. Ela aparentemente atingiu um nervo com o questionamento de ele ser piloto. Estava prestes a pedir desculpas a ele quando seu estômago agitou e o transporte decolou.
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Treyvon estava irritado consigo mesmo. Ele não deveria ter reagido assim. Onde estava seu controle lendário? Nunca revelava suas emoções para seus guerreiros e agora tinha um problema. Jennifer não era um de seus guerreiros. Ela era... Jennifer... e por algum motivo, seus pensamentos e palavras o afetavam de maneiras que os outros não.
Jennifer era nova em seu mundo. Não haveria nenhuma razão para que ela soubesse que todos os Guerreiros de Elite eram obrigados a dominar a habilidade de pilotar vários tipos de naves. Não eram informações incluídas em seu educador. Ela não questionou suas habilidades ou suas habilidades como outros fizeram. Ela fez uma pergunta honesta e em circunstâncias normais, ela estaria correta. Ele não seria o piloto. Mas respondeu rispidamente. Ele a olhou, sabendo que precisava para tentar explicar suas ações, mas amaldiçoou quando viu os olhos dela fechados e o quão pálida estava.
Em sua raiva, executou uma decolagem de combate, sem considerar como isso a afetaria. Que Daco o levasse! Ele era um idiota! Ela já estava lidando com tanto. Não deveria lidar com seu temperamento também.
— Jennifer...
— Eu estou bem. — Ela sussurrou, os nós dos dedos ficando brancos enquanto agarrava os braços de seu assento. — Apenas pilote o avião.
— Avião?
— Transporte. — Ela rapidamente corrigiu. — Apenas pilote o transporte.
Olhando para a paisagem plana e vazia abaixo deles, Treyvon chegou a uma decisão e virou levemente, reduzindo a velocidade abaixando a plataforma de desembarque.
— General, há um problema? — Uma voz ecoou do comunicador.
— Treyvon? O que há de errado? Estamos falhando? — Seus olhos se abriram e foi diretamente para ele.
— Não! Não. — Ele repetiu mais suavemente, ignorando a pergunta repetida de Gryf. — Estamos bem, Jennifer, meu voto.
Ele esperou que ela acenar, em seguida, voltou sua atenção para o pouso. Uma vez que estavam no chão, ele respondeu Gryf. — Comandante, estamos bem. Vou contatá-lo novamente quando chegar a mina. — Com isso, ele desligou o comunicador e se virou para Jennifer.
— Estou sinceramente arrependido, Jennifer se minhas palavras ou ações causaram dano ou preocupação. Isso nunca foi minha intenção.
Jennifer precisou forçar conscientemente os dedos para soltar seu aperto de morte no assento enquanto o olhava. Ela não tinha certeza do que estava acontecendo, mas ela achava que Treyvon estava se desculpando.
— Treyvon?
— Eu deveria ter tomado tempo para explicar o que aconteceria. Eu não fiz porque... — Ele encontrou-se olhando para longe dela para a paisagem árida fora.
— Porque? — Jen inclinou a cabeça, tentando levá-lo a olhar para ela. — Treyvon?
— Por alguma razão, os seus pensamentos e opiniões me afetam de maneira diferente do que as dos outros. E se outro questionasse minhas habilidades...
— Ninguém seria tão tolo... e eu não estava. Sinto muito se soou assim. Eu apenas...
— Fez uma pergunta. — Ele terminou para ela. — Uma válida. Porque normalmente você estaria correta e outro estaria sentado neste assento.
— Então, por que não hoje?
— Porque eu não queria que ninguém soubesse onde viria ou que estava fazendo. E se as luciferinas puderem fazer como você diz, fazer render os alimentos, tornando-os mais nutritivos...
— Isso ajudará o seu povo da maneira como nos ajudou.
— Sim. No entanto, preciso que Luol as testem primeiro. Para ver se é seguro para os Kaliszianos.
— Você não disse a ninguém?
— Apenas ao Imperador. Ele concorda em investigar mais. Descobrir uma coisa dessas em Pontus e...
— Por você, um descendente de Aadi. — Ela balançou a cabeça compreensiva. — Por isso, muitos duvidarão como sendo verdadeiras.
— Sim.
Jen estendeu a mão e apertou a mão dele — Então vamos provar que estão errados. — Recostando-se, ela se preparou. Em momentos, eles estavam no ar novamente e ela olhou para ele em choque.
— É melhor desta vez? — Ele perguntou olhando para ela, um lado de sua boca subindo levemente em um sorriso e ela sabia que a zombaria não foi dirigida a ela.
— Muito. Por quê? Porque estamos a céu aberto?
— Não. Na base, eu executei uma decolagem de combate. Lamento. Eu não deveria ter feito isso com você.
Jen apenas olhou para ele por um momento antes de falar. — Você estava com raiva. Acho que questionei suas habilidades.
— Sim.
— Mas você sabe agora que não, certo?
— Sim, Jennifer. — Treyvon finalmente olhou para ela. — Eu sei que você não estava.
— Bom. Porque eu tenho certeza que você é um bom piloto.
— Sou?
— Passou com distinção com certeza. — Quando ele continuou olhando, ela tentou novamente. — Era o melhor no treinamento? Teve a pontuação máxima? E aposto que é uma pontuação que todos ainda estão tentando bater.
Os cantos da boca de Treyvon se curvaram, lutando contra o sorriso que queria sair, quando ele finalmente entendeu o que ela estava tentando dizer. — Sim, eu fui o melhor no treinamento e apenas outro em todos esses ciclos bateu minha pontuação.
— O que? Sério? Alguém bateu sua pontuação?
Sua incredulidade honesta acalmou a dor que costumava sentir. Muitas vezes ele esqueceu que estava lá. Acreditarem nele por causa de nada mais do que suas palavras. Que poderia dizer uma inverdade. Ele não estava, mas poderia. Ouviu falar de outros fazendo isso, para impressionar uma fêmea, mas sabia que nunca funcionaria com Jennifer. Ela tinha mais honra do que muitos Kaliszianos.
— Sim, por isso fiz-lhe o meu segundo no comando.
— O que? O Comandante Gryf bateu sua pontuação?
— Como um piloto, sim. A Deusa o fez verdadeiramente talentoso quando se trata de voar.
— Entendo. — Jen franziu a testa para ele, mas não entendia. E se ele confiava em Gryf, por que não falou sobre as luciferinas?
— Qual é a sua pergunta, Jennifer?
— Você confia no Comandante Gryf?
— Com a minha vida. — Ele respondeu imediatamente e ao olhar em seus olhos acreditou nele.
— Então por que não disse sobre as luciferinas?
— Porque é assim que deve ser por agora. — Treyvon viu seu aceno, mas sabia que ela ainda não entendia. —Eu sei como Gryf a tem tratado... duramente. Mas ele é um bom macho, honrado, digno e leal. Nikhil encontrar sua verdadeira companheira em Mackenzie... foi difícil para ele.
— Por quê?
Treyvon sabia que não era direito contar para Jennifer algo tão pessoal sobre o seu segundo, mas se não o fizesse, ninguém faria. Além disso ela merecia saber por Gryf era tão frio com ela.
— Gryf já teve uma fêmea, com quem ele se preocupava muito. Mica era de uma linhagem respeitada, bonita e muito procurada. Ela também não tinha um osso fiel em seu corpo. Voltou sua atenção para Gryf porque ele estava subindo rapidamente através das fileiras e vinha de uma linhagem respeitada, era generoso com seus créditos e ficava fora uma grande parte de seu tempo.
— Ficava fora?
— Sim, guerreiros vão para onde são necessários. Guerreiros de Elite vão primeiro. Quando Gryf estava em Crurn, Mica estava com ele e apenas ele. Mas quando ele não estava...
— Ela tinha amizades com outros machos. — Jen sussurrou.
— Sim e ela culpou a Deusa, culpou Gryf, culpou sua conta de companheira verdadeira. Culpou todos, menos a si mesma. Quando Gryf ofereceu-lhe sua conta de Ashe como um símbolo de seu amor e devoção, ela riu. — Treyvon precisou forçar seu controle sobre o painel para relaxar. — Ela disse a ele que nunca iria se contentaria em ser a Ashe de um Guerreiro de Elite. Não quando havia outros machos com mais créditos do que aquele que poderia ser seu companheiro verdadeiro. Ela quase destruiu um dos melhores machos que a Deusa criou. Tudo porque ela não era sua verdadeira companheira.
— Ele deixou de acreditar.
— Sim. Então, quando Nikhil encontrou a sua tão facilmente...
— Facilmente? Como foi fácil? — Jen perguntou. — Quantos ciclos de lua ficamos ali? Mac estava quase morta antes de Nikhil a encontrar!
— Sim, mas a conta de companheira verdadeira de Nikhil migrou para ela no momento em que tocou seu cabelo. Você sabe quantos Kaliszianos, passam ciclos solares juntos, entrelaçam suas tranças diariamente na esperança de que as contas migrem?
— Você está falando de Luol e Maysa.
— Sim. Ninguém que o vê juntos pode duvidar de seu amor e devoção ao outro. Ela é sua Ashe e ele é seu Dasho, mas ainda carregam suas contas de verdadeiro companheiro.
— O que isso importa se eles se amam? Quem você ama não deveria ser mais importante que a conta?
CAPÍTULO QUATORZE
Quando é que aprenderei a manter minha boca fechada? Jen pensou consigo mesma. Quem era ela para questionar as crenças de Treyvon? Fazer perguntas sobre seu povo? Sobre ter um sinal externo, físico e irrefutável de que esta era a pessoa certa para você. A que ficaria ao seu lado, não importa o que. Que sempre acreditasse em você? Que nunca iria se desviar. Deus, o que ela não daria por esse sentimento. Pensou ter isso com Todd. Tinha certeza de que teve, em seguida, seus pais morreram e tudo mudou.
O leve solavanco, ao tocarem o chão, fez Jen sair de seus pensamentos escuros, apenas para se encontrar enfrentando outros ainda mais escuros quando seu olhar foi até a janela para ver a abertura da mina.
Treyvon descobriu que ele estava lutando com o que Jennifer disse. Como ela podia duvidar do dom da Deusa? Ele também podia dizer que ela estava apenas à procura de respostas como todos. Ela disse a ele como seu povo não tinha contas de companheiro verdadeiro, que em vez disso, tinham algo semelhante a suas contas Dasho e Ashe, chamados de alianças que ofereciam um ao outro para ser aceito ou recusado. Todd, seu Dasho morreu porque, embora forçou Jen a tirar sua aliança, ele se recusou a entregá-las aos Zaludianos. Custando-lhe a vida e fazendo com que Jennifer fosse gravemente ferida.
O que ele teria feito? Era o sinal externo realmente mais importante do que a própria vida? E como você sabia que alguém era sua verdadeira companheira. Por causa de uma conta?
Mica parecia pensar assim. Então também Gryf. Eles estavam certos?
Quando desligou os motores, ele se virou para Jennifer, pronto para interrogá-la ainda mais apenas para encontrá-la tão pálida como quando executou a decolagem de combate. Apenas que desta vez seus olhos estavam bem abertos e olhando para a abertura escura da mina.
Daco! O que estava errado com ele? Ele a estava levando de volta para o mesmo lugar em todos os Mundos Conhecidos que ela nunca deveria voltar, tudo porque queria beneficiar seu povo. Ela foi corajosa o suficiente para vir e tudo o que ele podia fazer era pensar em si mesmo.
— Jennifer. — Quando ela não respondeu, ele levantou uma mão suave e virou o rosto para ele, seus olhos afastando-se do lado de fora. — Você não precisa fazer isso. Não tem que estar aqui. Eu posso levá-la de volta.
— O que? — Ela deu-lhe um olhar confuso.
— Aqui. A mina. Nós não precisamos fazer isso.
— Mas o seu povo...
— Eu encontrarei outra maneira. — Ele não podia acreditar que estava dizendo isso ou que quis dizer isso. — Nós sobrevivemos tanto tempo e continuaremos, com ou sem a bênção da Deusa.
— Você não pode dizer isso. Está falando de bilhões de pessoas.
— E você é mais importante. — Percebendo o que acabou de dizer, Treyvon virou as costas e começou sua verificação para voltar à base.
Jen apenas olhou para Treyvon, observando seus dedos fortes, competentes tocarem os controles. Ele não queria dizer o que disse. Ele não podia realmente planejar ir embora sem as luciferinas. Seu povo precisava deles.
Ouvindo o poder dos motores, ela viu a areia lá fora começar a subir e a entrada da mina ficou um borrão percebendo que ele realmente estava disposto a sair.
— Pare. — Ela sussurrou, agarrando o antebraço do macho que estava prestes a colocá-la acima do seu povo.
— Jennifer...
— Por favor, Treyvon. Eu sei que isso será difícil... muito difícil. — Ela sussurrou, olhando para trás para a mina por um momento antes de seu olhar retornar ao dele. —Mas eu preciso fazer isso. Preciso enfrentá-lo. Não apenas por Todd ou o seu povo, mas por mim. Eu sei que posso fazê-lo... se você estiver comigo.
— Você tem certeza?
— Sim. Desligue os motores. Por favor. É hora de provar aos Zaludianos que não existem uma fêmea mais forte que uma Teel.
Vendo a determinação em seus olhos, Treyvon desligou os motores. —A qualquer momento que desejar sair, nós o faremos.
— Eu sei. — Jen soltou o cinto que a mantinha em seu assento. — Então imagino que você já pensou em uma maneira melhor de transportar as luciferinas?
Treyvon deu-lhe um olhar incrédulo quando ele a ajudou se levantar. —Claro.
— Bom.
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Mais tarde, quando ela entrou na caverna, Jen se perguntou por que ela não deixou Treyvon levá-la de volta para a base. Não se sentiu incomodada à primeira vista do lugar. Sim, estava apreensiva caminhando em direção à entrada da mina, mas não se sentiu aterrorizada.
Estava escuro quando eles chegaram com os Ganglians e os Kaliszianos os empurraram para o transporte por causa da tempestade que se aproximava. Mas enquanto se moviam mais fundo na mina, o arrastar de seu pé esquerdo levantava a poeira e com ela o cheiro que nunca esqueceria.
Não era o mesmo cheiro seco de areia quente e poeira do Gairdin que de alguma forma a confortava e acalmava. Não, isso era um cheiro mais escuro, mais pesado como a própria mina com outra coisa misturada. Algo mortal. Ela nunca foi capaz de identificar o que aquele cheiro estranho era até agora.
Era o cheiro de desespero e desesperança, deixado por todos aqueles que foram escravizados ali. Que morreram ali. Infiltrou-se nas paredes e permeava o ar. Duvidava que um dia poderia ser erradicado.
Agora estava apenas dentro da entrada da caverna que Treyvon a guiou quando saiu uma vez. Bem, duas vezes se você contasse a louca corrida após o Zaludian assassinar Todd, mas ela nunca voltou através desta abertura.
Olhando ao redor da caverna, não conseguiu conter o pequeno grito quando sentiu tudo cair de volta ao redor dela. Toda a dor, todo o medo, toda a desesperança.
— Jennifer. — A mão de Treyvon saiu da parte inferior de suas costas para segurar sua cintura, apoiando-a. Ele não gostava de como ela estava ou como começou a tremer.
Ela não disse nada e Treyvon apenas ficou perto quando ela entrou mais fundo na caverna, movendo-se lentamente ao longo da parede até que ela chegou a um recuo pequeno.
— Este é o lugar onde Todd dormia. — Disse ela, sua voz quase um sussurro. — Este é o lugar onde ele foi morto.
Os olhos de Treyvon foram para o local de aparência comum. — Apenas Todd dormia aqui? Não você?
— Às vezes, se ele deixava. Mas depois que Mac encontrou a outra caverna, Todd insistiu que eu dormisse lá. Ele não queria se preocupar com os Zaludianos acidentalmente me encontrando.
— Entendo. — Disse ele, mas não entendia enquanto olhava para a rocha ao redor do recuo. — Onde é a abertura da caverna que Mackenzie encontrou?
— Aqui. — Ela levantou uma mão, apontando mais para dentro da caverna. Com um último olhar para o recuo, ela se virou e levou Treyvon mais fundo na caverna.
Treyvon ficou surpreso com o quão profundo a caverna era, junto com o som fraco de água corrente. Ele não lembrava de ter ouvido antes. Ele também esqueceu o quão baixo era o teto, mal via uma pedra, se Jennifer não tivesse apontado. Ela tinha razão. Nenhum Zaludian consideraria olhar ali. Nem um de seus Guerreiros e isso era algo que teria que corrigir. Mas o que o incomodou mais foi a distância entre onde Jennifer descansava e onde seu Dasho escolheu. Porque se estivesse preso ali com sua Ashe, ele teria a certeza de permanecer tão perto dela quanto possível, mesmo que a área rochosa próximo ao seu esconderijo fosse desconfortável.
— Nós fomos capazes de obter água potável a partir daí.
Treyvon olhou para onde ela apontou e viu a trilha fina de água que descia uma parede antes de formar uma pequena piscina. Em seguida, corria pelo chão, girando em frente a abertura, continuando até desaparecer sob a rocha.
— E nos limpávamos ali. — Ela apontou para onde a água desaparecia.
— Todos vocês?
— Claro, era o único lugar.
Treyvon apenas olhou para ela. Ele experimentou e sobreviveu em algumas das condições mais horrendas que os universos poderiam oferecer. Afinal, era um guerreiro e treinado para isso, mas estas condições sempre foram durante a batalha. Algo que sempre soube que terminaria em breve. No entanto, viver dessa maneira, sem fim à vista, sem esperança de sair; seu respeito pelo que ela e os outros seres humanos sobreviveram aumentou.
— As luciferinas usadas estão ali. — Ela apontou para a rachadura na parede. — Dê-me o recipiente que trouxe, vou pegar algumas.
Treyvon colocou a mão dentro de seu colete, retirando o recipiente acolchoado que ele trouxe, mas hesitou em estender a ela. Seu olhar voltou para a parede.
— O que há de errado? — Ela perguntou.
— Você não deveria ir lá sozinha.
— Sério? — Ela perguntou, incrédula. — Não cabe você e as luciferinas que usei vieram estão ali.
Treyvon continuou hesitante. Ela não era um de seus guerreiros. E se ficasse doente ou ferida enquanto estava dentro daquela pequena caverna? Não havia nenhuma maneira que tirá-la. Isso era inaceitável para ele, mas antes que pudesse dizer a ela que pegaria as luciferinas da caverna exterior, ela pegou o recipiente e desapareceu lá dentro.
— Jennifer! — Ele rugiu. — Saia daí! Imediatamente!
— Estou bem. — Sua voz era fraca de dentro das paredes apertadas que ela entrou com uma facilidade praticada. — Eu estarei fora em um minuto.
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Jennifer precisava escapar do peso das lembranças da caverna exterior. Em todos os lugares que olhava, via Todd e os rapazes. Lembrou-se de tratar suas feridas. Alimentá-los quando estavam exaustos demais para fazê-lo eles mesmos. No entanto, quando se levantou na caverna menor, descobriu que não escapou das lembranças, correu em direção a elas. Lembrou-se de Mac e ela amontoadas, com medo, com nenhuma das duas querendo admitir isso. Lembrou dos pequenos triunfos, como quando elas descobriram que poderiam rastejar através da passagem ainda mais estreita e sair. Lembrou da dor, da dor enorme, tanto física e emocional, quando acordou nesta caverna sabendo que Todd estava morto.
Ela queria gritar sua dor, queria derrubar as paredes, acabar com tudo. Mas mataria os rapazes. Mataria Mac. Assim sofreu em silêncio. Foi o pensamento de Mac e os rapazes que mantiveram o seu curso, ela tinha um propósito. Mantê-los vivos se tornou o seu único objetivo.
Seu olhar caiu no pote que descobriu na pequena piscina na caverna exterior. Era realmente mais que uma rocha, o constante fluxo de água a afundou. Mas permitiu que cozinhasse seus alimentos. Ela agora sabia que era Kevtoof, a mesma pedra utilizada nos caminhos do Gairdin, mesmo que não brilhasse. Ela se perguntou o porquê.
— Jennifer! — O rugido de Treyvon puxou-a de seus pensamentos.
— Estou bem! — Ela respondeu. — Eu estarei fora em um minuto! — Ajuste sua mente para a tarefa em mãos, deixou o olhar sobre o chão e ficou surpresa ao descobrir que ele não estava coberto de luciferinas. Parecia cair todos os dias quando estavam ali e saíram a tanto tempo que deveria ter muitas no chão.
Por que não tinham?
Era porque a mineração parou?
Olhando para cima, ela viu as plantas. Eram realmente bonitas com a forma como suavemente brilhava, movendo-se para trás e para frente com as correntes de ar que entrava através da passagem exterior. Quantas vezes ficou deitada de costas observando-as? Como escureciam durante a noite, ela nunca saberia, mas o faziam, dando-lhe um sentido da passagem do tempo. Lembrava o coral que viu em documentários, tão belos quanto frágeis, sobrevivendo no ar, em vez de sob as ondas.
Enquanto observava, uma brilhou mais do que as outras antes que desaparecesse. Estendendo a mão, ela a pegou lentamente. Esta era diferente das outras que usou. Ela sempre as encontrava no chão, achando que realmente estavam mortas. Este continuava pulsando enquanto ela segurava na mão. A energia que ainda continha formigou até seu braço, confortando-a de alguma forma. Com o polegar, abriu o recipiente de Treyvon e colocou cuidadosamente a luciferina nele.
À medida que mais duas caíram em rápida sucessão, colocou-as no recipiente com tanto cuidado como fez com a primeira, então esperou. Quando nenhuma mais caiu, ela de alguma forma soube que era toda a benção que teria.
Benção que teria...
Lentamente, ela abaixou-se sobre o joelho bom e depois de agradecer as luciferinas por tudo o que deu a ela e seus amigos, ela se levantou. Tropeçando com sua perna ruim bateu na parede, fazendo outra luciferina cair no capuz da capa que usava.
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Treyvon arranhou a rocha ao redor da abertura pela qual Jennifer desapareceu, ignorando a dor em seus dedos. Ele não a chamou novamente. Ele iria encontrá-la. Precisava. Não se importava o que ela disse. Ela não podia voltar a um lugar que trazia tantas lembranças ruins e muita dor para ela.
Sentindo-se um ligeiro movimento, ele dobrou seus esforços, inclinando as poderosas coxas e grunhindo como puxou para cima. Um grande pedaço cedeu e ele jogou-o sobre o ombro, em seguida, virou-se para mais. Mas antes que pudesse, a cabeça de Jennifer saiu da abertura. Mudando seu alvo, ele a segurou pelos ombros e puxou para fora.
— Treyvon! — Ela gritou quando ela de repente saiu. — Que diabos você está fazendo?
— Nunca mais faça isso! — Ele rugiu, dando-lhe um aperto duro antes de puxá-la perto, seus braços fortes envolvendo seu corpo. Seus lábios se moveram contra a pele nua de seu peito em uma resposta abafada. — O que? — Ele perguntou, permitindo-lhe recuar levemente.
— Eu perguntei qual o seu problema! — Ela lhe disse com os olhos piscando para ele.
— Meu problema? Meu problema! O meu problema é você! Correr para um lugar onde eu não posso seguir! Onde sou incapaz de protegê-la! Isso é o meu problema! — Ele quase gritou a última frase.
— Não havia nada perigoso naquela caverna! Foi minha casa por Deus sabe quanto tempo!
Treyvon não gostava de lembrar. Não gostava do fato dela precisar lutar para sobreviver aqui quando ele nem sabia de sua existência. — E você não veio aqui por ciclos da lua! Não tem idéia do que poderia estar lá! Poderia ter sido atacada!
— Por quê? Não há vida aqui em Pontus. Você mesmo disse!
— Isso não importa! — Ele gritou de volta irracionalmente. — Não fará isso novamente! Está proibida!
— Proibida? Proibida? Quem porra você acha que é?
—E sou o General Treyvon... — Ele começou
— Essa foi uma pergunta retórica! — Jen exclamou movendo as mãos para o efeito apenas para perceber que elas estavam presas contra seu abdômen enquanto Treyvon ainda a segurava perto. E de repente, entendeu então, que se preocupou com ela, talvez até com medo de que algo acontecesse ali. Essa percepção acalmou sua raiva. Quando foi a última vez que alguém, um homem, realmente se preocupou com ela, não porque o estava alimentando, mas porque ela era Jen? Lentamente, ela flexionou os dedos. — Treyvon...
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Treyvon sabia que estava sendo irracional, mas descobriu era sempre com ela. A ideia dela volta naquele lugar, de acontecer algo e ele não ser capaz de chegar até ela. Ela o fazia sentir emoções que nunca experimentou antes.
— O que? — Ele perguntou bruscamente.
— Sinto muito. — Ela disse-lhe em voz baixa.
— O que? — Seu tom, apesar suavizado um pouco, continha surpresa.
— Eu disse que eu sinto muito. — Ela repetiu. — Deveria ter percebido que você estaria preocupado comigo lá sozinha. Apenas não considerei.
— Você acha que não ficaria preocupado com sua segurança? — Deu-lhe um olhar ofendido.
— Não é isso. Apenas rastejei dentro e fora daquela caverna desde que a descobri. Ninguém nunca se importou se estava segura... nem mesmo Todd.
— Ele deveria.
— Havia... outras preocupações no momento. — Ela murmurou.
— Você deveria ser sua principal preocupação. — Ele passou um dedo suave ao longo de sua bochecha ferida. — Sua única preocupação.
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Você deveria ser sua principal preocupação
As palavras de Treyvon continuou em sua cabeça enquanto ele a levava para fora da caverna.
Sua única preocupação.
Ela não foi.
Sabia disso muito antes dos Ganglians os levarem.
Oh, ela nunca duvidou que Todd amava, mas amá-la era fácil quando ambos queriam as mesmas coisas, iam na mesma direção e concordavam em como chegar lá.
Foi apenas depois que seus pais morreram e Kimmy foi morar com eles, que as coisas mudaram e as brigas começaram. Mas ela estava determinada a trabalhar com isso porque era o que se fazia quando se comprometia com outra pessoa. Entendia os tempos difíceis e perdoava as deficiências do outro.
Quando Treyvon começou a guiá-la para fora da mina, Jen soube que havia algo que ainda precisava fazer e sem uma palavra virou na direção oposta.
— Jennifer? — Treyvon perguntou, franzindo a testa enquanto ela se movia mais fundo na mina, em vez de fora. Onde ela estava indo? Por quê? Ele pensou que ela não sabia o caminho para sair da mina. Quando ela se desviou para esquerda, sua respiração parou e ele percebeu onde estava indo. O único outro lugar ao qual não deveria ir.
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Ela nem percebeu o vento seco de Pontus secando as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Toda sua atenção estava abaixo. Para onde o Zaludian jogou o corpo de Todd. Onde ele a jogou.
Não havia nada. Nada além de areia. Onde ele estava?
— As tempestades terrestres de Pontus consumem tudo desprotegido. — Treyvon falou calmamente atrás dela.
— O que? — Ela virou o corpo para olhá-lo.
— Você se perguntou onde seu corpo estava.
— Então ele apenas... se foi? — Ela perguntou, erguendo os olhos devastados com ele. — Como se ele nunca tivesse existido?
Treyvon sabia que palavras não aliviariam sua dor, mas ele desejava que houvesse algo que pudesse fazer. Vê-la assim partia seu coração. Quando permaneceu em silêncio, ela se virou, inclinando-se levemente contra a brisa para olhar sobre a borda. Quando a brisa de repente aliviou, ela oscilou para a frente e ele imediatamente agarrou-a, puxando-a de volta.
— O que em nome da Deusa você acha que você está fazendo? — Ele perguntou, virando-a para encará-lo.
— Eu... — Foi tudo o que disse antes de escurecer ao seu redor.
O aperto de Treyvon mudou rapidamente quando seus olhos foram para trás e seu corpo ficou frouxo. Maldição, ele pegou-a nos braços e levou-a para fora da mina.
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A sensação de algo molhado e maravilhosamente fresco no pescoço dela fez Jen acordar.
— Calma. — Uma voz profunda ordenou baixinho, quando o frio frieza moveu para o outro lado de seu pescoço. — Calma, Jennifer.
Seus olhos se abriram para encontrar brilhantes olhos azuis cheios de preocupação olhando para ela. — Treyvon?
— Sim.
— O que aconteceu? Onde estamos?
— No transporte. Você perdeu a consciência.
— Sim? — Seu olhar se moveu pelo lugar para perceber que ela estava sentada na parte de trás do transporte e Treyvon estava de joelhos diante dela.
— Sim. Você deveria ter me informado que era demais para você.
— Não era. Apenas estava...
— Tentando encontrar seu Todd. — Ele disse.
— O que? — Choque encheu seus olhos. — Não! É claro que não estava!
— Você se inclinou sobre a borda.
— Não queria me jogar! Eu caí ali antes e acredite em mim quando eu digo que não quero nunca mais voltar! Apenas esperava...
— Esperava o que?
— Que pudesse conseguir um vislumbre de algo que reconheço. Estúpido, eu acho depois de todo esse tempo. — Ela recostou novamente no banco, não percebendo que estava de frente para ele.
—Não é estúpido. — Treyvon disse-lhe em voz baixa. — Talvez irrealista, mas compreensível, pois você não está familiarizada com o ambiente hostil aqui em Pontus.
— Eu sabia que era duro. Apenas nunca considerei que poderia corroer ossos. Apenas precisava vê-lo uma última vez para dizer adeus.
— É costume visitar onde um ente querido morreu?
— Às vezes, se você não é capaz de enterrá-los em outro lugar.
— Em outro lugar?
— Sim. Temos lugares chamados cemitérios. É uma área reservada onde nós enterramos nossos mortos e podemos visitá-los se quisermos. Gerações de famílias muitas vezes são enterrados juntos.
— Nós também temos lugares como esse e muitos dos nossos fazem o mesmo.
— Sim? — Isso a surpreendeu.
— Sim, não foi incluído na informação que você recebeu?
— Eu... eu não tenho certeza, talvez.
— O que quer dizer... talvez? Recebeu a informação ou não. Não há talvez.
— Como você sabe? Já teve o conhecimento combinado de várias civilizações amontoados em sua cabeça, tudo ao mesmo tempo?
— Não. — Ele foi forçado a admitir. — Mas você ainda deve ser capaz de acessar as informações.
— Eu posso, mas não é fácil como com o que aprendi naturalmente. Eu tenho que pensar sobre isso primeiro e depois é como se uma porta se abrisse.
— Entendo. Eu não sabia que seria diferente para você.
— E eu não sabia que seria diferente.
Eles apenas se olharam por um momento, então Treyvon se levantou lentamente.
— Vamos. Vou levar-nos de volta à base, em seguida, levá-la para Luol. — Com isso, ele se virou e foi até a cabine.
Jen o observou até que desapareceu, em seguida, deixou cair a cabeça para trás e fechou os olhos. Deus, ela não podia acreditar no que aconteceu. Ela realmente quase caiu?
Novamente.
Treyvon pensou que ela estava tentando se matar. Estava? Ela não pensava que sim. Ficou tão chocado ao não ver nada e de repente tudo dentro dela pareceu desligar.
E se não fosse por Treyvon, teria caído. Ao ouvir os motores, ela levantou a cabeça, em seguida, soltou o cinto de segurança, levantou-se e foi até a cabine.
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Treyvon entrou na sequência de inicialização para os motores com uma raiva mal controlada. Ele não podia acreditar que a levou até aquele lugar. Daco, ele não era melhor que Aadi, pensando apenas em suas próprias necessidades.
Jennifer era uma fêmea forte. Ele via isso, forte e teimosa. Mas também era frágil, de muitas formas. Este lugar, suas experiências aqui, quase a quebraram. Quebrou muitos dos outros e ainda assim ela retornou para dizer adeus ao macho chamado Todd. Seu Dasho. Ter uma fêmea assim. Qual seria a sensação? Era uma honra, que sabia que nunca viveria.
Pegando o menor dos movimentos pelo canto do olho, ele balançou a cabeça para encontrar Jennifer se aproximando lentamente. —Você deve se sentar. — Ele disse a ela rispidamente.
— Posso sentar aqui com você como antes?
— Bem, se for esse o seu desejo. Apenas achei que ficaria confortável na parte de trás.
Sentando, ela perguntou: — Por quê?
— Eu planejava escurecer a iluminação, uma vez que estivéssemos fora do chão, para que você pudesse descansar. — Seu olhar foi para as manchas escuras sob seus olhos.
— Eu estou bem, mas obrigada. — Ela colocou o cinto de segurança sobre os ombros, mas quando foi para prendê-los, encontrou os dedos suaves, mas firmes de Treyvon. Uma vez que ele ficou satisfeito que estava devidamente protegida, voltou sua atenção para os controles e eles decolaram.
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Não demorou muito tempo para retornar à base e foi só quando Treyvon conseguiu descer o transporte, sem a menor colisão, que ela percebeu que não devolveu o recipiente com as luciferinas coletadas.
Quando ele se moveu para levantar, ela colocou uma mão em seu braço. — Treyvon.
— Sim? — Ele perguntou imediatamente acalmando ao seu toque.
— Obrigada, por me segurar lá na borda. Eu honestamente não estava tentando me matar. Apenas de repente...
— Tornou-se demais. Sim, eu sei. Eu deveria ter percebido que seria, mas coloquei as minhas necessidades acima das suas.
— Assim não é como eu vejo. Eu precisava voltar para a mina. Precisava ter um fechamento e dizer adeus. Você me permitiu fazer isso. Como é que coloca suas necessidades antes das minhas?
— Porque eu...
— Você nunca sequer perguntou se eu coletei as luciferinas. A razão pela qual você estava lá. — Desafivelando seu equipamento, ela alcançou dentro de sua capa para o recipiente que guardou em um bolso e estendeu para ele. — Há três aí dentro. Deve ser mais do que suficiente para Luol fazer os testes.
Treyvon pegou o recipiente e parou, incapaz de acreditar que esqueceu de perguntar. Isso dizia como ela era capaz de distraí-lo. — Você vai me acompanhar até a ala médica para Luol poder verificá-la.
— Não, eu estou bem. Preciso ir à cozinha para que possa começar a preparar para última refeição. — Quando ela começou a se levantar, sua mão estava imediatamente em seu cotovelo, ajudando-a.
— Jennifer...
— General? — A voz de Gryf chegou até eles um momento antes de entrar, seu olhar onde a mão de Treyvon estava.
— Sim, Comandante? — Treyvon perguntou movendo a mão do cotovelo de Jen para parte inferior das costas. Enquanto se moviam para frente, Gryf foi forçado a recuar.
— O Imperador Liron tentou contatá-lo, várias vezes. Eu informei que você entraria em contato assim que voltasse.
Treyvon apenas grunhiu e continuou guiando Jennifer para fora do transporte. Luol teria que esperar. Liron nunca tentava repetidamente entrar em contato com ele se não fosse importante.
Quando chegaram a terra firme, Jen se afastou de Treyvon. — Obrigada General, por permitir-me para ir com você. — Com isso, ela se virou e foi embora.
CAPÍTULO QUINZE
Jen entrou na cozinha, jogando sua capa sobre o encosto da cadeira solitária enquanto se dirigia para a sala fria. A carne que Gulzar retirou na noite anterior estava onde ela esperava. Testou-a e estava perfeitamente descongelada. Gulzar estava aprendendo.
— Jen?
— Na sala fria, Gulzar! — Ela disse quando ela começou a puxar o grande pedaço de carne fora da prateleira.
— O que você acha que está fazendo? — Gulzar foi imediatamente ao seu lado, gentil, mas firmemente se movendo para o lado para tirar a bandeja pesada de carne.
— Bem, eu iria carregar a bandeja de carne para cozinha. — Ela disse.
— Você não deve tentar carregar nada pesado.
— Não acho que...
— Poderia prejudicá-la se caísse sobre você. — Ele terminou para ela e colocou a bandeja sobre uma mesa. — Agora o que precisamos fazer?
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Movendo-se atrás de sua mesa, Treyvon guardou a caixa contendo as luciferinas com cuidado. Introduziu o código de comunicação com Liron, sentou-se, em seguida, inclinando-se para trás na cadeira esperou.
— Treyvon, onde você estava? — Liron perguntou.
— No último local de mineração que descobrimos.
— Por quê?
— Recuperando as luciferinas para Luol testar.
— Você conseguiu.
— Eu não. — Ele negou. — Jennifer sim.
— Jennifer? Você levou a fêmea de volta para a mina?
— Sim, ela insistiu que precisava voltar.
— Por quê?
— Dizer um último adeus a seu Dasho. Aparentemente, é assim em sua cultura.
— Entendo. — O olhar de Liron era sombrio quando disse. — Ela deve se importar profundamente para voltar a esse lugar.
— É o que parece. Por que você me chamou, Liron?
As sobrancelhas de Liron subiram levemente ao tom de Treyvon. Treyvon nunca falava assim com ele. — Você está bem, Treyvon?
— Sim. Sinto muito, Liron. Não é meu lugar de exigir nada do meu Imperador.
— Eu também sou seu amigo. O que aconteceu?
— Nada. Foi apenas uma manhã difícil. O que posso ajudá-lo?
Liron deixou ir sabendo que era muito conseguir uma admissão de Treyvon. — Não deixe que Luol teste as luciferinas.
— O que? Por que? — Deixou Jennifer passar por toda essa dor para nada?
— Porque não há o equipamento adequado em Pontus para ele para testá-las adequadamente. Quero que as luciferinas sejam testadas aqui, em Crurn, pelos nossos melhores cientistas. E se houver alguma verdade no que Jennifer diz, eles descobrirão.
A boca de Treyvon instantaneamente se abriu para defender Jennifer, para dizer a Liron que ela não falava inverdades, mas a fechou, percebendo que não era o seu dever. Ele não era seu Dasho. Sua honra não era sua para defender.
— Você quer que envie as luciferinas para Crurn?
— Não. Irei pegá-las eu mesmo.
— O que? — Treyvon sentou na sua cadeira.
— Essa foi a razão pela qual entrei em contato com você, para informá-lo que estarei em Pontus em quatro dias.
— Por quê? E a segurança?
— O motivo é porque eu continuo recebendo pedidos de guerreiros para serem atribuídos a Pontus.
— O que? — Treyvon odiava que estivesse se repetindo, mas por que guerreiros pediam para serem atribuídos a Pontus? Nenhum Guerreiro pedia para ir ali, nem mesmo para a tarefa anual simples de avaliar o planeta e reparar qualquer dano aos muros que cercava o Crann. Por que faziam solicitações ao Imperador agora? Ele era o Comandante Supremo. Todas as atribuições passavam por ele.
— Parece que a notícia se espalhou de que os Guerreiros em Pontus recebem uma comida sensacional como sua última refeição. — Liron podia ver que Treyvon ficou surpreso. — Eu decidi que como Imperador, devo investigar e ver se esses rumores são verdadeiros.
— Eles são. — Treyvon disse. — Todo guerreiro aqui agora permite que Jennifer tenha acesso completo aos seus estoques de alimentos frescos. Eu não recebi uma única reclamação de um guerreiro afirmando sua insatisfação.
— Você tem desfrutado do que ela fez? — Liron perguntou, observando seu primo com cuidado.
— Muito. Liron. — Ele olhou seu primo nos olhos. — Eu nunca soube que a comida poderia ser tão... agradável. Agora espero com ansiedade a última refeição todas as noites.
Liron ficou em silêncio, depois assentiu. — Então eu tenho certeza de que aproveitarei a minha refeição quando chegar.
— Liron, por que você está fazendo isso? E quanto à sua segurança?
— Estou fazendo isso porque se esta fêmea realmente tem as habilidades necessárias para melhorar a vida do nosso povo, então devo investigar. Quanto à segurança, chegarei em quatro dias com o acompanhamento completo de segurança.
— Eu não gosto disso, Liron. Enquanto não houve nenhuma atividade incomum perto de Pontus desde o ataque Zaludian, nós ainda não sabemos como foram capazes de obter o código que lhes permitiu passar por nossas defesas. Não posso garantir a sua segurança.
— E algumas coisas são mais importantes do que a minha segurança. E se ela puder ensinar aos outros esta habilidade...
— Ela já o faz. — Treyvon interrompeu Liron. — O Guerreiro Gulzar está aprendendo muito com ela.
— Gulzar? Ele não está treinando para se tornar o primeiro Guerreiro de Elite em sua linhagem?
— Sim e ele será um, mas também está treinando com Jennifer para que possa passar esse conhecimento para suas irmãs e mãe.
— Honrado, mas ele é capaz de dar a devida atenção aos seus treinos?
— Sim. Gulzar pode talvez ser o primeiro de sua linhagem a alcançar o status de Guerreiro de Elite, mas eu acredito que suas realizações serão uma inspiração para aqueles que vierem depois.
— Você tem que muita fé nele?
— Sim.
— Então ficarei de olho nele. Agora, porque eu sabia que iria, aumentei o suprimento de alimentos que chegarão em sua nave de reabastecimento em três dias.
— Por quanto? — Treyvon esperava que não seria para todos os guardas de Liron.
— Dez. Eu, oito guardas e Colleen Rachana Klueh.
— Colleen Klueh? — Os olhos de Treyvon se estreitaram. — Por que ela está acompanhando você?
— Parece que ela deseja vê-lo. — Liron levantou uma sobrancelha para o uso do título de Colleen, em vez de seu nome de Rachana. Ele sabia que eles compartilharam amizade em mais de uma ocasião.
— Ver a mim?
— Sim. Será que não percebe que ela está interessada em você? Que está por um bom tempo?
— Sim e por um tempo compartilhamos amizade, mas cansei de suas demandas crescentes e retirei minha amizade. Eu não aceito qualquer chamada sua desde então.
— Entendo. Você percebe que muitos ficariam honrados em fazê-la sua Ashe, em particular devido a quem seu manno é.
— Eles são bem-vindos a tentar e para lidar com esse macho arrogante.
O manno de Rachana era o Ministro Klueh, o Ministro de Imroz e poucos gostavam dele.
Liron encontrou-se sorrindo, o Ministro Klueh era um macho arrogante. — Infelizmente, eu já concordei em permitir que ela me acompanhe a Pontus, pretendo parar em Imroz para me reunir com seu mano. Além disso, haverá um passageiro extra no Fenton.
— Passageiro? — O Fenton era sua nave de reabastecimento. Não transportava passageiros.
— Sim. A Ashe do curandeiro Luol solicitou autorização para viajar para Pontus para visitar seu Dasho já que faz muito tempo que o viu fisicamente. Ela também está levando mais revestimentos para a Ashe de Nikhil e a fêmea, Jennifer.
— Luol sabe disso?
— Sobre os revestimentos, sim. Sobre sua Ashe chegar, não. Ela quer surpreendê-lo.
— E você está permitindo isso?
—Vamos apenas dizer que Ashe Maysa é uma potência a ter em conta quando ela quer alguma coisa. Luol será um macho feliz.
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Gulzar foi surpreendido com o quão bem Jen explicava cada passo que e o porquê. Ela fazia cozinhar parecer tão simples e fácil. Diversão mesmo. Ele sabia que seria facilmente capaz de ensinar sua mãe e irmãs o que ela lhe ensinou.
— Agora, antes de servi-lo, vamos puxar a carne e cortar.
— Por quê? — Gulzar franziu a testa.
— Como assim por quê?
— Por que não apenas servir em grandes pedaços?
— Por que não a cortar para eles? — Ela desafiou.
— Porque todos os machos aqui têm uma lâmina e podem cortar sua própria carne.
— Eu... bem, acho que você está certo. Não é apenas como nós servimos na Terra.
— Oh. Então, é considerado errado? Será que muda o sabor?
Jen sorriu para a maneira como Gulzar entendia os termos de cozinha. — Não e vamos fazê-lo à sua maneira. Vamos chamá-lo de cozido de Gulzar.
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— General? — Jen chamou calmamente, abrindo a porta exterior para seu escritório. Treyvon programou sua mão no painel, quando ela começou a entregar última refeição. Empurrando o carrinho, ela se surpreendeu ao encontrar a sala vazia. Uma porta à sua esquerda se abriu e Treyvon veio caminhando. Seu cabelo estava molhado e ela podia dizer que estava vestindo um uniforme limpo, embora fosse idêntico ao de antes. Ela não percebeu que seus aposentos eram ligados ao seu escritório ao lado do Centro de Comando.
— Jennifer? — Seu olhar foi dela para o carrinho. — Tanto tempo passou?
— Sim. É noite, enquanto isso tenho algo que você pode reconhecer, deve ter o sabor diferente e é servido no estilo Gulzar.
— Estilo Gulzar? — Ele perguntou franzindo a testa, olhando para a refeição que quando ela tirou a tampa. Era algo que ele reconhecia. Começou a perceber como as refeições que tinham antes dela eram.
— Sim, na Terra, eu teria cortado a carne para você. Gulzar sentiu que você preferia cortar já que sempre tem uma lâmina.
— Ele pensou certo.
— É por isso que este é um Jantar no estilo Gulzar. — Ela sorriu para ele. — Aprecie. — Quando ela se virou para sair, ele a chamou.
— Jennifer.
— Sim? — Ela perguntou voltando-se para ele.
— Quando o Fenton chegar em três dias, haverá lotes de alimentos extras incluídos.
— Umm, ok.
— O extra é porque Imperador Liron chegará em quatro dias. Ele deseja experimentar as refeições que você preparou aqui.
— Oh. — Jen sequer tentou esconder seu choque. Seu primeiro pensamento foi que ela nunca cozinhou para a realeza antes. O que ele gostava? Esse pensamento a fez silenciosamente rir quando percebeu que qualquer coisa que fizesse teria que ser melhor do que o que ele estava recebendo agora. Certo?
Treyvon silenciosamente viu o que Jennifer estava pensando. Com a entrega de cada refeição, ele começou a entender um pouco mais sobre ela, sobre sua vida, seus pensamentos e seus sentimentos. Ela era uma fêmea forte e honrada, chamava sua atenção da forma como nenhuma outra fêmea fez. Ele encontrou-se querendo conversar com ela, estar perto dela, ouvir seus pensamentos e opiniões. Era algo que os machos Kaliszian faziam apenas com sua Ashe ou companheira verdadeira e Jennifer era, obviamente, nenhuma delas. E ainda assim, o intrigava, especialmente quando seus olhos brilhavam daquela forma.
— O que você acha tão divertido? — Ele perguntou.
— Hmm? — A pergunta de Treyvon puxou seus pensamentos de volta para ele. — Oh, eu estava me perguntando se o Imperador poderia pensar que a minha comida era melhor do que o que ele já está recebendo. Afinal, como o Imperador, presumo que ele tem o melhor de tudo.
— Liron não usa sua posição dessa maneira. — Treyvon imediatamente negou. — Ele come o que seu povo come.
— Mas você disse que para um Kaliszian, a sua posição e status determina a quantidade e qualidade dos alimentos que recebem.
— Sim, mas Liron distribui mais do que recebe para os outros. É apenas durante jantares oficiais que ele usa mais.
— Vejo, então ele tem um chef pessoal.
—Chef pessoal.
— Alguém como eu, que prepara suas refeições.
— Sim, seu nome é Damir. Mas ele não acompanhará Liron nesta viagem.
— Ele não vai? Por quê?
— Não há nenhuma razão. Alimentos frescos não viajam pelo espaço, apenas pacotes de alimentos.
— Mas...
— Mas o que?
— Gulzar me disse que poderia haver momentos, como quando você estava lutando contra os Ratak, ficou no espaço por meses em um tempo.
— Isto e verdade.
— Você está me dizendo que não recebem alimentos frescos por meses?
— Sim, é muito comum para os Guerreiros. Apenas quando são atribuídos a um planeta por algum tempo é que recebemos alimentos frescos.
— Mas por que você não pode cozinhar no espaço?
— Foi considerado um risco desnecessário há muito tempo.
— Desnecessário?
— Sim, se uma nave for atacada ou perdida, em seguida, a comida fresca também seria perdida.
— Como seria a vida das pessoas que o fazem. — Ela sussurrou.
— Sim. — Treyvon não estava surpreso por ela pensar nas pessoas antes dos alimentos. Ela era uma fêmea extraordinariamente carinhosa que pensava nos outros antes de si mesma.
— Então, o que Liron come não é diferente do que o que seus guerreiros comem?
— Já comi com Liron antes, muitas vezes e o que você cria. — Ele olhou para sua refeição. — É muito, muito melhor do que qualquer coisa que eu comi no Palácio. — Ele viu a cor em suas bochechas começarem a escurecer.
— Obrigada, isso é o melhor elogio que recebi em um longo, longo tempo.
— É verdade. — Disse ele simplesmente.
— Então, desde que você conhece o Imperador tão bem, que refeições acha que ele mais gostará?
Treyvon pensou por um momento. — A carne de fera com biscoitos. Liron nunca comeu biscoito antes.
— Tudo bem, então assim que o Fenton chegar com o que eu preciso, farei. — Ela olhou para Treyvon ainda de pé ao lado de sua mesa e ordenou. — Sente-se e coma antes que esfrie.
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Jen lentamente sentou-se no banco. Era tarde. Mais tarde do que ela geralmente saia para o jardim, mas depois de limpar a cozinha, queria ver quantos ossos havia na sala fria para o estoque. Ela os guardava congelados para o próximo lote de caldo que queria fazer. Usava também os vegetais, poderia o caldo de carne apenas dos ossos, mas não queria. O sabor não era o mesmo. Agora estava feliz por não usar apenas isso. Com o Imperador enviando suprimentos extras, seria capaz de fazer tudo sem usar o estoque de ninguém.
Inclinando-se para trás contra o Crann, um suspiro pesado escapou de seus lábios quando ela fechou os olhos. Deus, ela estava cansada. Foi um dia tão longo, emocional. Deveria estar dormindo, mas algo a chamou ali. Então seguiu o caminho ao Crann. Estar perto sempre pareceu acalmá-la por algum motivo. Era excepcionalmente quente para uma noite em Pontus e enquanto nenhuma tempestade de terra parecia chegar, as nuvens estavam se reunindo. Ignorando sua capa, ela permitiu a leve brisa refresca-la enquanto aproveitava o silêncio da noite.
Ela nunca foi de gostar do silêncio antes, nunca experimentou isso, não com a vida na cidade. Na cidade, havia sempre algum ruído de fundo.
O som de um carro. O zumbido de um aparelho de ar condicionado. Pessoas conversando ou gritando. Música.
Mesmo na montanha, embora mais tranquilo, havia sons. Sons que Jen não gostou.
O zumbido de insetos. O uivo ocasional de que ela achava ser de um lobo, mas Mac disse que era um coiote.
E então o farfalhar das coisas invisíveis sob as folhas e na grama alta.
Na nave Ganglian, havido o zumbido e vibração dos motores.
Enquanto na mina, era o eco constante do equipamento utilizado para extrair os cristais de energia.
Mas ali na superfície, não havia nada. Exceto o som do vento batendo nos galhos negros do Crann ou a areia ao longo dos caminhos de recém-varrido. O que ela não daria para ouvir os sons noturnos da vida que que tanto sentiu medo e a irritou na montanha de Mac.
— Jennifer?
Abrindo os olhos, ela viu Treyvon de pé a poucos metros longe dela. Ela não o ouviu se aproximar.
— Você está bem? — Ele perguntou.
— Claro, por que não estaria?
— Você está sentada aqui fora, no escuro, com os olhos fechados.
— Eu gosto daqui.
— Eu sei disso, mas você está triste.
— Estou? — Ela perguntou, querendo saber como ele podia dizer isso.
— Sim. Por quê? É por causa da mina?
— A mina? — Ela deu-lhe um olhar confuso então percebeu ao que ele estava se referindo. Como pode ter esquecido? — Não. Não tem nada a ver com esta manhã.
— Então o que está errado? — Movendo-se, ele sentou em seu lado direito.
— Nada, apenas pensando. — Ela se virou para ele, então percebeu que isso revelava o lado de cicatrizes de seu rosto. Rapidamente virou para frente e perguntou. — Estava procurando por mim?
Treyvon franziu a testa por um momento e então percebeu o que estava fazendo. Ele a via fazer isso bastante vezes perto dos outros, mas não podia acreditar que ela achava que era importante para ele. Lentamente, se aproximando, colocou um dedo em seu queixo, virando-a, de modo que ficasse de frente para ele e não se surpreendeu quando encontrou resistência.
— Nunca se afaste de mim, Jennifer. — Ele disse a ela. — Enquanto eu sei que suas cicatrizes incomodam alguns, não me incomoda. Todos as temos. As suas apenas estão do lado de fora, são um sinal de sua força e coragem. Você sobreviveu, Jennifer. Nunca tenha vergonha disso.
Jennifer sentiu seus olhos se encherem de lágrimas com as suas palavras gentis. Ninguém disse isso a ela ou a fez acreditar antes. Oh, Mac tentou, mas Jen não acreditava porque ela era sua amiga e queria fazê-la se sentir melhor. Mas com Treyvon... ele não tinha nenhuma razão para dizer isso, para se preocupar com seus sentimentos. No entanto, ele parecia.
— Obrigada. — Ela sussurrou, levantando a mão para tocar onde ele ainda estava tocando seu queixo. — Isso significa muito para mim, especialmente vindo de você.
— É verdade.
— Nem todos veem dessa maneira. — Ela deixou cair sua mão e levantou o queixo. — Então me diga, General, por que você estava procurando por mim?
Treyvon sabia o que ela estava fazendo, usando seu título. Ele a estava deixando desconfortável, de modo que estava tentando colocar distância entre eles. Era algo que permitiria, por agora.
— Foi algo que eu não informei sobre a chegada do Imperador. — Ele disse a ela deixando a mão cair.
— O que?
— Haverá dez pessoas para a última refeição.
— Dez?
— Sim. O Imperador será acompanhado por oito guardas e um convidado.
— Um convidado?
— A filha do Ministro Klueh, Colleen Rachana Klueh, viajará com Liron. Ela estará presente na última refeição com ele.
— Entendo. — Ela aprendeu que Colleen era o título dado a mulheres solteiras.
— Entendo o que? — Ele perguntou, seu olhar rapidamente olhando ao redor.
— É uma forma de dizer na Terra. — Disse ela tentando não rir de sua confusão. Ela às vezes esquecia de como literalmente os Kaliszianos às vezes eram. —Isso significa que eu entendo.
— E o que é que você entende por causa das minhas palavras?
— Eu entendo que o Imperador está pessoalmente escoltando uma fêmea Kaliszian porque está interessado nela.
— Não, isso seria uma mentira.
— Mesmo?
— Sim, como Liron já tinha planejado viajar para Imroz para se encontrar com Klueh, não havia nenhuma maneira diplomática de recusar o pedido do Klueh que sua filha viajasse com ele.
— Então, se fosse dada uma escolha, ele não permitiria que ela o acompanhasse? Por quê? Há algo de errado com ela?
— Não há nada de errado com Colleen Klueh. Ela é muito bonita e muito procurada.
— E?
— Por que você acha que há mais?
— Por causa de quão cuidadosamente você está dizendo.
— Como eu disse, Rachana é altamente procurada. — Ele descobriu que não poderia continuar a olhar para ela e se inclinou para frente, apoiando os cotovelos sobre os joelhos, enquanto olhava para a escuridão. — Mas ela também é muito exigente. Apenas fica com um macho durante o tempo que ele satisfaz cada necessidade sua.
Jen olhou para ele por um momento e depois entendeu. —Você se envolveu com ela.
— Por um tempo, sim. — Ele virou a cabeça para olhar para ela. — Eu retirei a minha amizade há algum tempo.
— Porque ela era muito exigente?
— Porque ela não tem nenhuma lealdade e não se preocupa com ninguém, apenas consigo mesma.
— Entendo. — Levantando-se com dificuldade, ela pegou sua capa. —Bem, obrigada por me dizer sobre as refeições extras que eu preciso preparar.
Treyvon se levantou também e pegou a capa dela, sacudindo-a antes de envolvê-lo ao redor de seus ombros, as mãos parando ali.
— O que perturbou você, Jennifer? — Ele perguntou porque ele sabia que algo o fez.
— Nada, apenas estou cansada. — Ela deu um passo adiante e suas mãos caíram. — Boa noite, General.
Treyvon não podia fazer nada, apenas observar como Jennifer lentamente caminhava de maneira irregular. Será que ele nunca entenderia essa fêmea? Ele disse a verdade em todas as perguntas que ela fez. Inclinando a cabeça para trás, olhou para as estrelas e silenciosamente pediu a Deusa.
O que ele disse que a incomodou?
A única resposta que recebeu foi na forma de chuva que de repente começou a cair. Avançando para fora do Gairdin, ele não percebeu que uma luciferina caiu do capuz de Jennifer brilhando contra o Crann antes de dissolver e ser rapidamente absorvida pela árvore.
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Jen estava em sua cama naquela noite, em lençóis que sabia que Treyvon fornecia para ela, ouvindo a chuva cair. Seu quarto não tinha janela, de modo que não sabia se havia algum relâmpago, mas sabia que o ronco baixo ouvido agora e era um trovão. Adorava ver uma tempestade com raios, enquanto ela estava segura dentro. E se não estivesse tão cansada, se levantaria para vê-la.
Cansada e confusa, era como se sentia.
O dia foi uma montanha-russa emocional que começou com a mina e terminou com a descoberta de que Treyvon se envolveu com esta bela Rachana.
Por que isso a perturbava assim? Ela não sabia quanto tempo passou e realmente o que importava? Ela tinha Todd e ela e Treyvon não estavam envolvidos. Ainda assim, por alguma razão, sentia uma dor em seu coração ao pensar que encontraria com uma mulher de quem Treyvon foi íntimo.
Virando, socou o travesseiro e tentou dormir.
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— Ela está lutando contra seus sentimentos por ele. — A Deusa disse em um tom desapontado.
— Ela é leal a seu primeiro Dasho. Será que você deseja que ela seja menos assim? Será que Treyvon não merece alguém tão leal?
— Claro que sim, mas está demorando tanto!
— Demorará o tempo que for preciso, meu amor. Ambos sobreviveram a muito, nenhum aceitará cegamente o que estão sentindo, como outros podem. Especialmente ela, não com a tarefa que tem diante de si.
— Mas se ela aceitar seus sentimentos, tudo será resolvido.
— Ela não sabe e ela não pode. Deusa... — Raiden agarrou seu braço impedindo-a de se afastar dele. — E se você fizer algo para mudar isso, então não saberão que seus sentimentos são verdadeiros, então Treyvon pode arruinar tudo o que estamos tentando fazer.
CAPÍTULO DEZESSEIS
Treyvon observou como Spada levou Gulzar para o chão no campo de treinamento novamente e continuava seu ataque. Enquanto um guerreiro precisava aprender a defender-se em tal situação, esta não era a maneira que eles ensinavam a habilidade.
— Spada! — Sua voz ecoou em todo o campo de treinamento, imediatamente congelando todos, mas Spada que terminou o curso descendente da sua espada, tirando a espada de Gulzar de sua mão antes que ele reconhecesse Treyvon.
— General! — Ele virou-se para enfrentar o General, um sorriso de satisfação no rosto.
— Você precisa ver o curandeiro Luol, Guerreiro Spada?
— O curandeiro Luol? — Parlan franziu a testa, perdendo seu sorriso com a forma como Treyvon se dirigia a ele. Ele era o Guerreiro de Elite Parlan, não apenas um Guerreiro. Gulzar era apenas um Guerreiro. — Não, General, claro que não. Gulzar não foi capaz de me machucar!
— Eu estava me referindo à sua audição e como parece deficiente em comparação com todos os outros Guerreiros neste campo.
— Senhor?
— Você não está sob o meu comando, Guerreiro Spada?
— Senhor, eu ouvi você chamar meu nome, mas você não deu nenhuma ordem, General.
— E não acha que foi suficiente para que deixasse o que estava fazendo e respondesse imediatamente?
— Eu estava demonstrando um movimento para o Guerreiro Gulzar e senti que precisava completá-lo para ele aprender corretamente. Um Guerreiro de Elite nunca solta sua espada. Nunca. — O sorriso de Parlan foi para Gulzar que ainda estava deitado de costas.
— Você acha que o que sente é mais importante do que imediatamente me obedecer? O Comandante Supremo da Defesa Kaliszian? — Treyvon atravessou o campo até parar perto de Spada quase nariz com nariz.
— Eu... o que... não! Claro que não, General! — Parlan gaguejou.
— Guerreiro Gulzar. — Treyvon disse, seu olhar nunca deixando Spada. — Espere por mim no lado do campo.
— Sim, General! — Agarrando sua espada, Gulzar foi imediatamente e movendo-se para ficar com os outros guerreiros que estavam formando um círculo ao redor de seu General e Spada.
— Ao meu comando. — Treyvon resmungou baixinho, movendo-se vários passos para puxar a espada de suas costas. —Vamos ver se suas palavras são verdade.
Os olhos de Parlan se arregalaram com as palavras de Treyvon, tropeçando para trás, relutantemente ergueu a espada. Eles apenas treinavam com Treyvon uma vez e era para ganhar a aceitação de Treyvon a este ramo particular de Guerreiros de Elite, como era o mais próximo do Imperador e o mais prestigioso. O teste final para todos era treinar com o Comandante Supremo. E se suas habilidades fossem dignas, seria admitido. E de alguma forma ele sabia que esse não era o caso.
Ele estava certo.
Treyvon estava irritado, além de irritado, mas não mostrava isso em seu rosto. Guerreiros de Elite não usam suas habilidades e sua posição para dominar ou prejudicar os outros. Era para ser usado para defender e proteger aqueles que não podiam fazê-lo por si mesmos. E durante treinamentos, era usado para ensinar e não humilhar.
Ele sabia que não havia nenhum amor entre Spada e Gulzar, apesar de serem do mesmo planeta. Ele disse intencionalmente a Nikhil que queria que eles treinassem juntos, pelo menos uma vez por semana para ver se podiam superar essa animosidade e trabalhar juntos como todos os Guerreiros de Elite. Ele ficou surpreso ao descobrir que era Spada que não conseguia se ajustar em vez de Gulzar.
Hora de mostrar a Spada como se sentia ao ser humilhado na frente daqueles que você servia. Com uma voz enganosamente calma, ele disse. —Comece!
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Gulzar tentou manter a admiração longe de seu rosto enquanto ele observava Treyvon lutar com Parlan, mas sabia que falhou. Sim, observou Treyvon treinar antes porque queria aprender o máximo que podia com General. Mas essas lutas não eram nada assim. Nem mesmo quando ele lutava com o Líder de Esquadrão Nikhil, o guerreiro mais forte entre eles. Essas lutas eram longas e ferozes com ambos os machos cobertos de suor e enquanto não admitia, sempre houve respeito entre eles.
Este era o general Treyvon Rayner como seria na batalha real. Ele não demonstrava nenhum respeito ao seu adversário, nenhuma força moderada em seus ataques e Parlan estava cambaleando sob o ataque.
Treyvon continuou seu ataque ofensivo a Parlan tropeçando ao redor do círculo de improviso, mal conseguindo bloquear os golpes. Quando ele caiu de joelhos, o que normalmente seria um sinal do fim da partida, Treyvon não lhe deu folgam continuando atacando até Parlan ficar de costas e sua lâmina deslizando pelo chão até Nikhil colocar um pé em cima.
Treyvon inclinou-se sobre a forma ofegante de Parlan no chão. —Você parece ter perdido a sua espada, Guerreiro Spada.
— Eu... sim, General. — Parlan disse.
— Então, sua lição para o Guerreiro Gulzar foi uma mentira, pelo menos tanto quanto você está preocupado.
Os olhos de Parlan brilharam com raiva para Treyvon, mas ele engoliu em seco, sabendo que precisava responder já que todos os Guerreiros de Elite estavam presentes. — É o que parece, General.
Normalmente, Treyvon estenderia uma mão, ajudando um guerreiro a se levantar como um sinal de seu respeito pelo guerreiro derrotado. Ele não fez isso com Parlan. Em vez disso, embainhou a espada e virou as costas para Spada deixando os campos de treinamento.
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Horas mais tarde, Treyvon ainda estava tendo problemas para controlar sua raiva pelo que Spada fez. Como, em nome da Deusa permitiu que o macho se tornasse um membro da Guarda de Elite do Imperador? Spada não tinha nenhuma das qualidades que Treyvon exigia desses machos. Como errou tanto? Ele precisava corrigir isso.
Imediatamente.
Virando-se para seu comunicador na mesa, ele começou a fazer um relatório do processo de Parlan Spada para deixar de ser um Guerreiro de Elite. Estava terminando e transmitindo para Liron, o único que podia negar a recomendação de Treyvon, quando sua linha secundária tocou.
— Treyvon. — Ele respondeu.
— General, o Fenton está solicitando permissão para entrar na atmosfera.
— Eles transmitiram os códigos corretos?
— Sim, General.
— E o Defender verificou se é o Fenton?
— Sim, General.
— Certo, conceda-lhes permissão para pousar, mas coloque nossas defesas em alerta máximo.
— Sim, General.
Desligando, Treyvon digitou um código diferente.
— Luol.
— Curandeiro Luol, sua presença é necessária no Fenton.
— Fenton? — Luol perguntou. — Por quê? Quem está ferido? Por que não foi informado antes?
— Ninguém está ferido, mas a sua presença é necessária. Prossiga diretamente para lá. É uma ordem, curandeiro Luol. — Treyvon desligou antes de Luol responder. Sorrindo, levantou-se e preparou-se para ver o que estava prestes a se desdobrar e percebeu que seu dia ficou muito melhor.
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Jen ficou à sombra do sol escaldante de Pontus enquanto conversava com Mac e elas viram o Fenton se aproximar do campo de pouso.
— O que está acontecendo com você, Jen? — Mac perguntou.
— O que? — O olhar de Jen saiu do transporte para Mac. — Sobre o que está falando?
— Você tem sido muito tranquila ao longo dos últimos dias e... distante. Fiz alguma coisa para incomodá-la?
— O que? — Os olhos de Jen se arregalaram em choque. — Não! Claro que não, Mac!
— Então, o que é?
— Eu... — Jen viu a dor nos olhos de Mac e que nunca foi a intenção dela, quando não contou a Mac sobre ir para a mina. Apenas não queria provocar quaisquer más recordações. Mas agora percebeu que também era egoísta. Ela e Mac conversaram e compartilharam tudo desde que foram levadas. Por que ela não compartilhou isso, não sabia. Bem, isso era uma mentira. Ela sabia o porquê. Mac tinha Nikhil agora, alguém para compartilhar coisas, então manteve isso para si mesma. Oh, era infantil. Olhando ao redor para se certificar de que ninguém estivesse ouvindo, disse. — Voltei para a mina.
— O que? — A exclamação de Mac fez cabeças giraram, especialmente a de Nikhil.
— Shhh. — Jen advertiu, olhando ao redor. — Eu não acho que Treyvon quer que mais alguém saiba que fui lá.
— Treyvon? — Embora a intensidade de sua voz não se alterou, Mac abaixou o seu volume de forma única que Jen pudesse ouvi-la.
— Quero dizer, o General Rayner. — Jen corrigiu, corando levemente.
— Certo, é claro, que sim. — Os olhos de Mac se estreitaram. — Agora me diga por que diabos você voltou para aquele lugar e por que Rayner concordou em levá-la?
— Ele não queria... me levar. Mas eu praticamente implorei.
— Por quê?
— Eu precisava de dizer adeus a Todd.
— Oh, Jen. — Mac passou um braço ao redor da cintura de Jen dando-lhe um abraço de apoio.
— Eu sei. Eu sei que deve parecer estúpido...
— Não, não parece. Você nunca realmente disse adeus a ele. Tudo aconteceu tão rápido. Todd morreu, você foi ferida e precisou se recuperar, em seguida, os Kaliszianos apareceram de repente e nos tiraram da mina.
— Então você entende por que eu precisava voltar.
— Sim, apenas não entendo por que não quis me dizer.
— Foi tão... difícil. — Jen lançou-lhe um olhar suplicante. — Mais forte do que pensei que seria e você está tão bem com Nikhil que eu não queria trazer quaisquer más recordações.
— Eu estou bem, mas isso não significa que esqueci, Jen. Ainda tenho pesadelos e às vezes acordo gritando. Nikhil odeia isso e tudo que ele pode fazer é segurar-me e deixe-me chorar.
— Você não me disse isso. — Jen franziu a testa para ela. — Que tinha pesadelos.
— Qual o bem que isto faria? — Mac deu um meio sorriso triste. —Parece que estivemos ambas tentamos proteger a outra.
— Sim.
— Então, ver Todd foi mais difícil do que você pensou.
— Não o vi. — Jen sussurrou.
— O que você quer dizer?
— Seu corpo não estava lá.
— Mas...
— Treyvon disse que uma tempestade areia em Pontus o consumiu. Isso é o que acontece com qualquer coisa que fica do lado de fora.
— Sim. Nikhil me contou sobre elas e como mortal podem ser. Ele me fez jurar que eu nunca sairia dos muros deste composto.
— Elas são tão ruins assim?
— Sim e não é apenas a areia que é perigosa, mas a substância que transporta chamado alme. E se inalar muito, isso afeta a sua respiração e pode matá-lo. É por isso que sempre que saem eles se certificam de que tenham sua camisa de sobrevivência.
— Camisa de sobrevivência?
— É a cobertura que usei depois que fui resgatada.
— Você quer dizer aquele minivestido de gola alta preto e justo?
— Não era um minivestido! — Mac negou. — Ficava alguns centímetros acima dos joelhos!
— Mas era justo!
— Eu... sim, era. — Mac corou. — Mas isso é porque o material se ajusta ao corpo de quem está usando. Precisa fazer assim não permite que a areia e o alme entrem.
— Ele não pode destruir a camisa?
— Não. O que você chama de gola alta é o material que eles puxam para cima, cobrindo a boca e o nariz de frente e sua cabeça e na testa da parte de trás, deixando apenas os olhos expostos e ela se adere a sua pele.
— Como uma máscara de esqui?
— Praticamente. Eles então, colocam óculos para proteger os olhos e se abaixam a esperar da tempestade passar. Ficam muito bonitos, todos cobertas de músculos como servos e são muito mais sexy.
— Sexy? — O olhar de Jen foi para Nikhil pé do outro lado do campo. Ela não podia vê-lo como um servo. Ele não era suave. Com certeza Nikhil não era. O que Mac estava descrevendo era mais como um guerreiro ninja e podia ver Nikhil assim. — Então agora Nikhil é doce e sexy? Será que ele sabe isso?
— Oh pare. — Mac sorriu dando-lhe um empurrão brincalhão.
— Então, quando você viu Nikhil vestindo a camisa de sobrevivência?
— Na outra noite, quando a tempestade veio de repente. Estávamos nos nossos quartos e ele estava me contando sobre as tempestades, então eu pedi para me mostrar. Eu não pude acreditar que algo que usei poderia servir nele, mas com certeza serviu.
— Acho que você gostou.
— Eu gostei de amarrá-lo com ela.
Mac disse que tão baixinho que Jen tinha certeza que não ouviu direito, mas o sonhador olhar, completamente satisfeito que cruzou o rosto de Mac contava uma história diferente.
— Ele deixou você amarrá-lo — Jen perguntou baixo, mas aparentemente, foi alto o suficiente para fazer a cabeça de Nikhil virar de Treyvon para elas.
— Eu não diria que ele deixou. — Mac sussurrou sorrindo, com os olhos brilhando. — Eu sou boa com nós, muito boa. Rápida também.
A boca de Jen se abriu.
— Veja, enquanto camisas de sobrevivência não são difíceis de vestir, elas não saem tão facilmente. Nikhil puxou-a por cima de sua cabeça e ele ficou todo torcido. Eu comecei a ajudá-lo... então tive uma ideia melhor.
— Melhor? — Jen sufocou.
— Sim. Nunca realmente tenho tempo para explorar muito o corpo de Nikhil. Ele sempre consegue me distrair antes de eu chegar tão longe como eu quero.
— Coitadinha. — Disse Jen sem um pingo de piedade em sua voz.
— Eu sei, certo? — Mac sorriu para ela. — Então, fiz um nó em sua camisa, prendendo debaixo da cama e depois comecei a explorar.
— E ele simplesmente deixou?
— Bem, não no primeiro momento. Meu macho é um alfa depois de tudo. Mas então expliquei a ele o que eu queria fazer e porquê, então ele concordou.
— Ele concordou?
— Uh-huh, pelo menos até que não aguentou mais e rasgou a camisa.
— Rasgou a camisa... achei que que a camisa era indestrutível.
— Oh, a camisa é. Onde eu a prendi não.
Jen sentiu seus olhos se arregalarem. — Você quebrou a cama?
— Oh sim e foi... incrível.
— Mackenzie, você está bem?
A pergunta rouca de Nikhil fez as duas fêmeas pularem para encontrar Nikhil de pé bem atrás delas.
— Oh, oi, baby. — Mac tentou soar inocente, mas estava furiosamente corando. — O que há de errado?
— Você parece... agitada. — Sua conta de companheira verdadeira roçou a pele nua de seu ombro enquanto ele conversava com seu General e um arrepio de excitação o fez se mover imediatamente em direção a ela.
— Oh. Não, Jen e eu estávamos apenas conversando.
— Sobre camisas de sobrevivência.— Jen sentiu Mac acotovelando-a no lado e olhos de Nikhil se estreitando em especulação.
Antes que ele pudesse dizer mais, o rugido dos motores do Fenton fez Nikhil pisar protetoramente na frente delas bloqueando a areia que levantou. Quando finalmente parou, ele olhou para Mac.
— Eu preciso voltar para meus deveres, mas quando terminar. — Seus olhos brilhavam um pouco mais. — Voltaremos para nosso quarto para que eu possa demonstrar mais usos da minha camisa sobrevivência.
— Mal posso esperar. — Mac sussurrou sem fôlego, seu olhar sobre a bunda dura de Nikhil enquanto se afastava.
— Porra, Mac. — Jen sussurrou. — Eu acho que estou com ciúmes.
— Você deveria estar. — Mac respondeu, antecipação enchendo seus olhos quando voltaram para Jen. — E se eu não aparecer para a última refeição, não se preocupe.
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Luol ainda não sabia por que Treyvon ordenou que estivesse ali. Porque se ninguém ficou ferido, então ele precisava estar na ala médica. Não foi capaz de conversar com Maysa por três dias agora, estava começando a se preocupar. Não era incomum para eles para não serem capaz de se comunicar, mas normalmente era quando ele estava em patrulha. Não quando estava estacionado em um planeta.
À medida que o pó finalmente assentou, a rampa do Fenton desceu. Ele viu como guerreiros se moviam para começar o processo de descarregamento, apenas para fazer uma pausa, em seguida, se mover. Ele franziu a testa quando percebeu os guerreiros passaram por uma figura encapuzada descendo a rampa. Quando a figura chegou ao chão, o capuz caiu e...
— Maysa! — Ele gritou, correndo pelo campo para ela.
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Jen e Mac olharam atordoadas quando a figura com o capuz o abaixou e mostrou uma fêmea impressionante. Deveria ser Kaliszian, já que tinha o cabelo escuro longo caindo pelo centro da cabeça e os olhos brilhantes de lavanda.
— Maysa!
Suas cabeças viraram como uma enquanto observavam como Luol corria todo o campo para sua Ashe.
— Você sabia que ela viria? — Jen perguntou a Mac, seu olhar sobre o casal agora abraçando.
— Não e parece que Luol também não.
O olhar de Jen foi para Treyvon de pé ao lado de Nikhil e pegou apenas o menor indício de satisfação em seu rosto antes de desaparecer e ela percebeu que ele permitiu que isso acontecesse.
— Parece que você fará o jantar para mais um está noite. — Disse Mac puxando o olhar de Jen volta para ela.
— Sim. — Jen sorriu com o pensamento. Ela adorava cozinhar. Quanto mais melhor. — Eu acho melhor eu ir ver o que eles trouxeram, em seguida, voltar para cozinha.
Era algo Jen começou a fazer desde que ficou responsável pelo preparo da última refeição. Quando a nave de reabastecimento chegou, ela inspecionou tudo para que pudesse encaminhá-los para onde precisavam ser armazenados quando foram levados para cozinha.
— Eu vou com você. — Mac disse imediatamente, seguindo Jen enquanto ela se movia em direção ao Fenton.
— Eu pensei que você estaria ocupada esta tarde. — Jen brincou.
— Nikhil está de plantão até última refeição, então eu poderia muito bem ajudá-la até ele terminar, porque depois disso... — Mac sorriu para ela. — Eu não acho que você me verá até de manhã.
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— Maysa, o que você está fazendo aqui? — Luol perguntou, puxando sua Ashe em seus braços.
— Eu senti sua falta também. — Disse ela. Agarrando as tranças de Luol e puxando sua boca para a dela para um beijo profundo.
Ignorando os guerreiros ao redor dele, os braços de Luol a apertou e ele levantou-a do chão devolvendo o beijo. Deusa, ele sentiu falta dela. Finalmente terminando o beijo, ele perguntou novamente.
— O que você está fazendo aqui, Maysa? Por que não me disse que viria? Estive fora da minha mente quando não respondeu o comunicador. — Ele a colocou sobre seus pés e se afastou um pouco. — Como conseguiu passagem com o Fenton?
— Eu simplesmente falei com o Imperador e expliquei como eu era necessária aqui e ele concordou.
— O Imperador! — Luol disse. — Você falou com o Imperador?
— Bem, quem mais me daria permissão para vir a Pontus?
— Por quê? Por que você queria vir aqui? — Ele perguntou.
— Você quer dizer além de querer ver meu Dasho? — Maysa não levantou sua voz, mas cada guerreiro ao redor deles parou. — Um Dasho que eu não vi em quase seis ciclos de lua? Um Dasho que agora está estacionado em um planeta, um planeta seguro, com uma base estabelecida.
— Maysa...
— Essas são boas razões. Razões que qualquer outra Ashe dava ao Imperador no passado, quando queriam ver seu Dasho e o Imperador as ouvia. O que? — Ela perguntou ao ver o olhar chocado de seu Dasho. —Você realmente acha que Ashes apenas esperam ser informadas quando podemos ver o nosso Dasho novamente?
— Eu...
— Não, mas isso não é por isso que o Imperador concedeu meu pedido e me permitiu vir aqui. Ele me permitiu vir, porque me informou que havia fêmeas que ele estava negligenciando.
— Negligenciando? — O grunhido veio de Nikhil e ambos se viraram para ver O Líder de Esquadrão furioso ao lado deles.
Luol imediatamente se colocou entre sua Ashe e Nikhil embora Nikhil era muito maior e mais forte do que ele.
— Nikhil, o que está errado? — Mac colocou a mão em seu bíceps tenso.
— Luol acha que estou negligenciando você. — Nikhil rosnou.
— Meu Dasho não disse isso. Eu disse! — Maysa tentou dar um passo à frente, mas o braço de Luol a impediu. — E eu não disse que você estava negligenciando sua Ashe e verdadeira companheira. Eu disse que o Imperador estava negligenciando as fêmeas da Terra que a Deusa colocou sob seus cuidados.
— Claro, você não me negligencia, Nikhil. — Mac puxou o braço de Nikhil até que ele ficou de frente para ela. — Deusa! Ninguém jamais cuidou melhor de mim do que você. Nunca poderia cuidar de mim, assim como você faz. — Suas palavras pareceram acalmá-lo.
— Eu sinto muito, Líder de Esquadrão Nikhil. — A mão de Maysa no braço de Luol relaxou um pouco. — Eu nunca quis fazer você pensar que estava questionando como se importava com sua companheira verdadeira. Meu Luol informou-me de quão bem você faz e de como forte seus sentimentos são por ela. — Suas palavras acalmaram o poderoso guerreiro. — Mas isso não significa que ela e a outra fêmea, Jennifer, não foram negligenciados apenas por serem autorizados a lidar com os machos Kaliszian. Há coisas que você não sabe ou entende, talvez não possa explicar da forma como uma fêmea faz. Não. Até mesmo você, meu Dasho. — Maysa deu Luol um olhar terno.
Maysa olhou de Nikhil para a pequena fêmea tão sem medo agarrando seu bíceps enorme.
— Você deve ser Mackenzie. — Disse Maysa.
— E você deve ser Maysa. — Mac respondeu, com um sorriso. —Você é tão bonita como Luol me disse que seria.
— E você é tão pequena.
Antes que alguém percebesse, as duas fêmeas estavam nos braços uma da outra, abraçando e conversando.
— Muito obrigada pelas coberturas que enviou para Jen e para mim. Oh Deus, Jen. — Mac virou-se para encontrar Jen de pé atrás Nikhil. Treyvon protetor atrás dela, embora Mac não achasse que Jen percebeu isso. Rapidamente, ela acenou para Jen. — Jen, venha conhecer Maysa.
Jen devagar e com cuidado se moveu em direção a Maysa, enquanto ela era alta, ela fez o seu melhor para manter o lado cicatrizes de seu rosto longe dela.
— Olá, Maysa. É um prazer conhecê-la. — Disse Jen. — Obrigada pelas as coberturas que você enviou.
Maysa podia admitir para si mesma que ficou chocada com a aparência de Jen, mesmo depois de tudo que Luol disse a ela. Mas nada disso a impediu de imediatamente envolver os braços ao redor da fêmea que, embora mais alta do que Mackenzie parecia ainda mais frágil.
— Olá, Jen. Está tudo bem se a chamar de Jen? Luol me disse que seu nome completo é Jennifer.
— Jen está bem. — Jen a abraçou de volta.
— Então Jen será. — Maysa se inclinou para trás para lhe sorrir. —Todos nós temos muito o que conversar e eu trouxe mais revestimentos, juntamente com muitas outras coisas que tenho certeza que estes machos nunca pensaram que vocês poderiam querer. Sem querer ofender, Líder de Esquadrão. — Maysa disse rapidamente olhando para trás de Jen.
— Tenho certeza que Nikhil não entenderá dessa maneira. — Mac enviou a Nikhil um olhar que dizia que era melhor ele concordar com ela, em seguida, perguntou docemente. — Certo, Nikhil?
— Claro que não, minha Mackenzie. — Nikhil respondeu rapidamente. Ele pode ser um Dasho ou companheiro verdadeiro por muito tempo, mas rapidamente aprendeu que havia momentos em que era melhor se ele simplesmente concordasse com sua Mackenzie.
— Obrigada, Líder de Esquadrão. — Maysa inclinou a cabeça levemente, com um brilho de conhecimento nos olhos. — Talvez pudéssemos ir para algum lugar e conversar? Conhecer uma a outra.
— Sinto muito, Maysa, mas eu tenho que voltar para a cozinha e terminar de preparar a última refeição. Mas tenho certeza que Mac gostaria de conversar com você. — Jen disse a ela.
— Eu. — Mac concordou rapidamente. — Mas eu preciso ajudá-la com os suprimentos e a última refeição.
— Eu posso lidar com isso, Mac.
— Eu sei que você pode, mas eu disse que ajudaria e o farei. Além disso. — Ela lançou um olhar provocante de Maysa para Luol. — Eu acho que Luol gostaria de algum tempo sozinho com sua Ashe depois de ficar longe por tanto tempo.
— Talvez eles possam investigar os muitos usos da camisa sobrevivência.
— Camisa de sobrevivência? — A pergunta de Maysa fez Jen e Mac rirem.
CAPÍTULO DEZESSETE
Mac observava de um canto da cozinha como Jen guiava os muito maiores guerreiros Kaliszian para colocar os fornecimentos, onde ela queria. Eles pareciam perceber que ali Jen era o General e obedecia sem hesitação.
Logo todos os suprimentos foram guardados e os guerreiros partiram, todos menos Gulzar.
— Eu nunca vi tantos suprimentos antes. — Gulzar disse ela em uma voz temerosa. — Alguns eu nem sequer reconheço.
— Isso é porque o Imperador está chegando.
— O que? — Gulzar e Mac disseram em uníssono.
— Vocês não sabiam? — O olhar de Jen passou de Mac para Gulzar. —Treyvon não informou qualquer outra pessoa ainda?
— Não. — Gulzar foi quem respondeu.
— Oh, bem, ele chegará logo. Amanhã, como uma questão de fato. Então, precisamos começar com o estoque fresco se vamos servir-lhe os melhores biscoitos e o melhor guisado de carne de fera.
— Sim, pois será a primeira vez que ele comerá algo assim.
— Bem, isso é favorável. — Mac murmurou olhando para Gulzar.
— Estava apenas falando a verdade. — Gulzar franziu a testa para Mac.
— Está tudo bem, Jen. — Jen viu seu amigo abrir a boca para discutir. — Gulzar está certo, mas isso não significa que nós ainda não podemos ter certeza que é o melhor que ele comerá. Agora vamos começar a trabalhar.
O resto da tarde passou rapidamente enquanto os três trabalharam juntos preparando não apenas a refeição de amanhã, mas também terminavam a desta noite. Está noite, Jen estava servindo a sua versão Kaliszian de Steak1, mas com fatias de carne. Agora que foram reabastecidos, seria capaz de fazer tatws trufada e molho de cogumelo para colocar por cima. Tudo o que restava fazer agora era esperar a carne terminar de cozinhar.
— É isso até a hora de servir. — Ela olhou para Gulzar e Mac. — Quer dar uma volta?
— Eu preciso ir para os campos de treinamento, se terminamos aqui. — Gulzar informou.
— Você já não treinou hoje? — Mac perguntou franzindo a testa para ele. Ela sabia que Nikhil e os outros guerreiros sempre treinavam de manhã antes do sol de Pontus ficar muito quente.
— Um guerreiro nunca pode treinar o suficiente, especialmente um que está tentando alcançar o status de Elite. — Com isso, Gulzar saiu da cozinha.
Ambas as mulheres olharam em choque quando ele saiu. Gulzar estava excessivamente tranquilo nos últimos dias, mas sempre educado e ele nunca saiu da cozinha antes.
— O que foi aquilo? — Jen perguntou olhando para Mac.
— Eu não tenho ideia. Vou perguntar a Nikhil.
— Então você está pronta para uma caminhada no Gairdin?
— Você se importa se não for? — Mac perguntou, sabendo Nikhil estaria retornando para seus aposentos em breve.
Jen viu a antecipação nos olhos de Mac e não pode deixar de sentir um pouco de inveja. Ela se lembrou de como animada costumava ficar quando sabia que veria Todd em breve, mesmo fosse apenas por algumas horas. Isso foi nos primeiros dias de seu casamento, antes da morte de seus pais e ela aprendeu mais sobre o marido do que queria.
— Não, vá em frente. — Jen disse a ela. — Vejo você mais tarde.
— Espero que não. — Sorrindo, Mac saiu.
Jen estava feliz por sua amiga. Ainda bem que Mac estava feliz. Mac merecia isso depois de tudo o que ela passou. Em vez de ir para o Gairdin, Jen virou-se para os refrigeradores. Era hora de conseguir um melhor olhar no que o Imperador lhes enviou.
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Luol fez questão de selar a porta de seus aposentos antes de se virar e pegar Maysa em seus braços.
— Deusa, senti sua falta! — As palavras mal saíram quando ele apertou seus lábios contra os dela.
— Como eu senti a sua, meu amor. — Maysa colocou os braços em seu pescoço desfrutando de como seu corpo se apertava contra o dele e a levantava do chão. Não, ele não era o guerreiro grande e volumoso que tantas fêmeas pareciam gostar, mas era exatamente igual depois de todos esses ciclos.
Luol não podia acreditar que sua Maysa estava ali em seus braços. Ele sentiu tanto sua falta. Odiava seu tempo longe, especialmente quando havia outras fêmeas ao redor. Oh, ele não se sentia atraído por Mackenzie ou Jennifer. Sua Maysa era e sempre seria a única fêmea que queria, mas vê-las apenas fazia sentir mais falta de sua Maysa.
Mas agora ela estava ali e ele planejava recompensar o tempo perdido. Movendo seu aperto, ele deslizou um braço sob seus joelhos e levou-a para sua cama.
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Treyvon estava em seu caminho para o Centro de Comando quando, pelo canto do olho, pegou o movimento no campo de treinamento. Quem estaria lá fora neste momento do dia? Enquanto o sol de Pontus estava descendo em direção ao horizonte distante, o calor fazia a areia se levantar.
Gulzar.
Ele cruzou os braços sobre o peito e silenciosamente observou o jovem guerreiro passando por uma série de exercícios para aguçar as habilidades na espada de um guerreiro. Gulzar movia-se com precisão e graça, apesar de suor pingar de seu corpo ao ser avidamente absorvido pela areia seca.
— Suficiente! — Ele rugiu quando Gulzar moveu-se para iniciar a perfuração de novo e o macho se virou para ele com surpresa. — Guerreiro Gulzar.
Gulzar não sabia o que Treyvon queria que ele dissesse, mas imediatamente se moveu para ficar na frente dele. — General?
— O que você está fazendo aqui, Guerreiro Gulzar?
—Estou treinando, General. — Gulzar disse a ele, olhando seu General diretamente nos olhos.
— Durante o pior calor do dia? Com nenhum outro guerreiro?
— Um Guerreiro de Elite deve estar preparado para lutar, não importa as condições, General e minhas habilidades de espada precisam melhorar.
— Você acha isso porque Spada o derrubou?
— Sim, General. — Ele abaixou o olhar com a admissão.
Treyvon pensou sobre o que deveria dizer ao jovem guerreiro. Era verdade que os guerreiros precisavam manter suas habilidades de espada afiada. É por isso que treinavam a cada dia, mas cada guerreiro em algum momento perdia era incapaz de usar sua espada. Era por isso que eles também treinavam com lâminas e mão-de-mão. O que Spada fazia não foi ensinar Gulzar, aquilo foi humilhar.
— Mesmo que ele também perdeu sua espada?
— Para você, General, um guerreiro mais hábil e poderoso.
— Isso é verdade. No entanto, está aqui treinando para se certificar de que não volte a acontecer?
— Eu... não, General, mas ele já alcançou o status de Elite, enquanto eu...
— Será um dia. Disso, não tenho dúvida, Gulzar.
— Eu... obrigado, General.
— A menos que você permita que o que os outros pensem e digam algo para impedi-lo.
— Eu... eu não entendo, General.
— Enquanto você vem de uma linhagem digna, Gulzar, nenhum antes foi capaz de alcançar o status de Elite.
— Eu sei que isso, General.
—Não foi porque eles não tinham a habilidade, Gulzar. Foi porque eles não tinham à vontade.
— O que? — Gulzar deu-lhe um olhar chocado.
— Há muitos Spada no universo. Aqueles que o julgam, não por causa de seu valor, mas por causa do que os seus antepassados fizeram ou não.
— A maneira como você foi julgado por causa de Aadi. — As palavras saíram da boca de Gulzar antes que soubesse o que ele dizia e ele empalideceu quando Treyvon pareceu congelar e endurecer.
— Verdade. — O tom de Treyvon era tão frio quanto o sol estava quente.
— Não foi minha intenção insinuar que você é qualquer coisa como seu antepassado, General. Eu nunca tive nada além do maior respeito por você. — A elevação das sobrancelhas de Treyvon fez Gulzar continuar rapidamente. — Verdade. Eu estudei as batalhas que lutou e o que conseguiu. Você ganhou cada conta que usa e se recusou a usar qualquer uma de seus antepassados. Ao contrário de alguns.
— Como Spada.
— Sim. E enquanto você é um líder exigente, nunca pede qualquer coisa de seus guerreiros que não faria ou fez você mesmo. Isso é um macho verdadeiramente digno e honrado e eu ficaria orgulhoso de servir e aprender com você.
— Um dia será você que os outros buscarão para aprender, porque terá mais para ensiná-los do que eu.
— Eu... eu não vejo como isso poderia ser possível, General.
— Sou o General Treyvon Rayner, Comandante Supremo da Defesa Kaliszian. É minha honra e dever defender e matar por meu povo, se for necessário. Sou muito hábil nisso. Mas você, você já adquiriu uma habilidade que eu nunca possuirei.
— Eu?
— Sim. Você aprendeu a preparar alimentos de tal forma que não apenas lhe permitirá ir mais longe, mas também tem um gosto bom. Você será capaz de ensinar aos outros esta habilidade e melhorar suas vidas. Isso é o que um Guerreiro de Elite deve fazer.
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Maysa estava sobre o peito de seu amor, gentilmente passando os dedos para cima e para baixo dos músculos bem definidos de seu braço. Ela realmente sentiu a falta seu Dasho nos ciclos que ficaram afastados. Ela sempre entendeu por que ele precisava ficar longe e o compromisso com a cura daquele que os protegiam. Mas isso não significava que gostava.
— O que você está pensando tanto, minha Maysa?
— Nosso tempo separados. Por que estávamos separados.
— Maysa...
— E está bem, Luol. — Ela levantou a cabeça para olhar em seus preocupados olhos brilhando. — Sempre entendi o seu compromisso com a cura daqueles que nos protegem e neste caso, eu acho que você fez mais do que isso.
— O que você quer dizer?
— Eu acho que você salvou mais do que aqueles que estão nos protegendo. Acho que pode ter ajudado a salvar a todos nós.
— Sobre o que está falando?
— As fêmeas, Mackenzie e Jennifer. Elas são incríveis. E tão pequenas.
— Eles são mais fortes e mais resistentes do que parecem.
— Devem ser, para sobreviver ao que passaram.
— Eu realmente acho que você gostará delas, Maysa. Mackenzie, enquanto ela é a menor das duas, sua personalidade e coragem compensa sua falta de altura. Eu nunca vi ninguém se levantar, não apenas por outros machos, mas para Nikhil como ela faz.
— É porque ela sabe que Nikhil a ama, que ele nunca a prejudicará e que se alguém tentar, Nikhil acabará com eles.
— Isso é verdade. — Luol concordou, acariciando suas costas nuas. —Jennifer é completamente diferente. Enquanto ela é mais alta do que Mackenzie, ela é mais reservada, mais vigilante.
— Ela precisa ser agora, verdade? Com a gravidade dos seus ferimentos.
— Esta é a verdade e ainda assim ela se recusa a me deixar curá-la, especialmente quando acha que está certa. Ela ainda desafia o General.
— Ela desafia Rayner? E ele permite isso?
— Sim. No início, eu acho que o irritava, mas agora...
— Agora?
— Agora, eu acho que ele espera ser desafiado.
— Entendo. — Ela voltou a pensar em como o General ficou imediatamente ao lado de Jennifer.
— O que você entende? — Luol perguntou.
—Que o General Rayner está interessado em Jennifer e não apenas como uma mulher sob seus cuidados.
— Mas... ela está severamente marcada.
— Você está dizendo que se eu estivesse marcada, não cuidaria de mim?
— Não! Claro que não! Eu cuido de você por causa de quem você é, não por causa de como você parece!
— No entanto, você não acha que o General Rayner pode se sentir assim sobre Jennifer?
— Eu... — Luol franziu a testa, pensando. — Tenho notado como ele age ao redor dela. Como é protetor com ela. Mas como ele não lhe ofereceu a conta de Ashe, eu acredito que ele esteja apenas cumprindo seu dever.
— Talvez ele esteja apenas dando-lhe tempo para curar.
— Suas cicatrizes podem se curar se ela me permitir tratá-la.
— Não estou falando de suas cicatrizes físicas, Luol. Estou falando das emocionais. Você me disse que ela perdeu seu Dasho naquela mina.
— Sim, os Zaludianos o mataram.
— Uma fêmea não supera uma perda assim, Luol. Não se ela realmente se importava com seu Dasho.
— Todas as indicações são de que ela se importava, foi por causa desses sentimentos que ela foi ferida. — Ao olhar confuso de Maysa, ele continuou. — Ela tentou proteger seu Dasho atacando o Zaludian que o estava atacando.
— Ela... ela atacou um Zaludian? — Maysa empalideceu com o pensamento.
— Sim.
— Então ela não apenas amava seu Dasho profundamente, mas é uma fêmea verdadeiramente corajosa.
— Eu acredito... — A resposta de Luol foi interrompida por uma batida na porta exterior.
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Jen descobriu que estava cantarolando enquanto empurrava o carrinho carregado pelo corredor. As horas passaram de forma tranquila. Primeiro ela organizou melhor a sala congelada em seguida, a sala fria e finalmente, o depósito. Não podia acreditar na diferença de variedade que o Imperador enviou. Havia coisas que nunca viu antes e precisaria consultar com Luol para obter mais informações sobre o que fazer com eles.
Mas isso era para outro dia. Agora, Luol precisava de tempo com sua Ashe, muito tempo. Mas também precisavam de comida. Parando em frente da porta de Luol, ela bateu. Demorou alguns minutos, mas a porta se abriu revelando um Luol ela nunca viu antes.
Enquanto ele sempre usava uma calça preta justa como os guerreiros, nunca usava um colete coberto de armas. Em vez disso, usava uma camisa preta sem mangas, que sempre estava abotoada até o pescoço e perfeitamente arrumado. Agora a camisa estava aberta, revelando que ele tinha um corpo tão bom quanto qualquer guerreiro e suas tranças estavam um emaranhado.
— Jen. — Suas mãos foram para a camisa, procurando os botões. — Aconteceu algo? Você está sentindo dor?
— Ah, não. Não, eu estou bem. Sinto muito interromper seu tempo com sua Ashe, mas achei que vocês pudessem aproveitar a última refeição.
— Última refeição? — O olhar de Luol finalmente foi para o carrinho que estava ao seu lado.
— Sim. Eu trouxe para você e Maysa. Sabia que vocês tinham muito tempo para ... recuperar e não queria que sua primeira refeição em Pontus fosse um pacote nutricional.
— Isso é muito gentil da sua parte, Jen. — Maysa apareceu ao lado de Luol vestindo uma cobertura multicolorida e bonita que lembrou a Jen de um quimono. — Quer entrar?
— Apenas por um momento. — Jen disse a ela quando Maysa puxou Luol de lado. — É chamado de bife com purê. Também inclui alguns biscoitos e manteiga. Luol pode mostrar-lhe como comê-los.
Jen colocou três pratos cobertos na mesa de frente ao sofá, em seguida, virou-se para o casal ainda de pé na porta. — As tampas mantém a comida quente até que esteja pronto para comer. Agora preciso ir. Aproveitem. — Com isso, ela empurrou o carrinho para fora e continuou seu caminho.
— Biscoitos? — Maysa perguntou se movendo em direção à mesa. —Essa é a massa sobre a qual falou?
— Sim, são surpreendentes. — Ele levantou a tampa do menor dos três pratos e o aroma maravilhoso de biscoitos quentes encheram o ar. — Tudo que Jen cozinha é incrível.
— Deusa, Luol, cheira incrível.
— Espere até que você experimente, meu amor.
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A próxima parada de Jen foi nos aposentos de Mac e Nikhil. Eles não apareceram para a última refeição também, mas Jen não esperava por eles. Tinha certeza que Nikhil entendeu sua referência sobre a camisa de sobrevivência. Ela aprendeu que, enquanto Nikhil podia ser um muito grande e um macho reservado, ele não era lento na mente ou corpo. Sabia exatamente sobre o que ela e Mac estavam discutindo.
Então, ela não se surpreendeu quando a porta de Nikhil se abriu com ele seminu, a pele corada e Mac longe de ser vista.
— O que? — Ele perguntou, a frustração com a interrupção saindo de seu corpo.
— Eu trouxe a última refeição para você e Mac. Percebi que vocês ficaram presos. — Ela precisou lutar para esconder o sorriso quando sua boca se abriu. Ela bateu o carro contra seu abdômen, fazendo-o dar um passo atrás. — Apenas colocarei sobre a mesa. As tampas o manterão quente até que estejam livres para comer.
Ela apenas foi capaz de segurar a risada até que saiu pela porta e ele a fechou. Ainda estava sorrindo quando bateu em seguida e entrou Centro de Comando de Treyvon.
— General, a última refeição. — Ela disse, empurrando o carrinho. Congelou quando viu que não estava sozinho. — Comandante Gryf.
Gryf inclinou a cabeça para ela.
— Sinto muito, Comandante, eu não sabia que você estaria aqui. Apenas trouxe o suficiente para o General.
— Eu estou bem. — Ele disse a ela em breve.
— Você pode colocá-lo ali, Jennifer. — Treyvon disse-lhe em voz baixa.
Balançando a cabeça, ela moveu o carrinho por toda a sala e colocou os pratos onde ele indicou.
— Ficará quente enquanto estiver coberto. — Disse ela, virando-se para encontrar Treyvon de pé diretamente atrás dela.
— Obrigado, Jennifer. — Ele murmurou. — Aprecio muito por me trazer a última refeição.
— Não... não há problema. — Ela gaguejou quando ele passou os dedos por sua mandíbula. Olhando para trás dele, ela percebeu que seu corpo grande bloqueava completamente a visão de Gryf dela. — Eu deixarei você e o Comandante Gryf voltarem ao trabalho.
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O coração de Jen ainda estava acelerado enquanto empurrava o carrinho para cozinha. Por que Treyvon tocou-lhe assim? A melhor pergunta era porque a afetou tanto. Claro, Treyvon era um homem atraente. Merda, era o homem mais lindo que já viu, mas ela... ela não era atraente. Não mais.
Colocando o carrinho em um canto, ela virou-se para terminar de limpar a cozinha. Ficou surpresa ao encontrá-la limpa, com tudo colocado em seu devido lugar.
Gulzar.
Balançando a cabeça, ela pegou sua capa e foi para o Gairdin.
A lua de Pontus estava grande e cheia no céu. Lembrou a Jen do que seu avô costumava chamar a lua cheia. Passando com um dos caminhos brilhando, ela se surpreendeu com a leve doçura da brisa. Lembrou-se de algo, mas o que? Fazendo uma pausa, fechou os olhos e respirou mais lento, mais fundo procurando o que era e então entendeu.
Baunilha.
Era esse doce cheiro quente e sutil de baunilha.
E de onde vinha?
Passando pelo Crann, ela seguiu o aroma pelo caminho que terminava em uma pilha de escombros. Olhando para as enormes pedras, se perguntou se deveria seguir o cheiro passando sobre eles. Apenas então a brisa mudou, e o cheiro desapareceu.
Suspirando, os ombros caíram e ela voltou para o Crann e sentou-se. Estava apenas imaginando? Será que queria tanto ir para casa? Inclinando a cabeça para trás, enviou uma oração silenciosa para onde quer que sua irmã estivesse, que estivesse segura e feliz. E que um dia pudesse vê-la novamente.
Levantando-se lentamente, ela entrou na base, não vendo como os caminhos brilharam mais uma vez antes de responder à sua oração.
CAPÍTULO DEZOITO
Jen sorriu sobre o ombro, ouvindo alguém entrar na cozinha. Ela esperava ver Gulzar. Em vez disso, encontrou Luol e Maysa andando carregando os pratos da noite passada.
— Eu poderia ter buscado. — Disse ela em movimento para pegar a bandeja deles.
— Está tudo bem. — Luol disse a ela, recusando-se a deixá-la levá-la. —Onde você gostaria que colocasse? Na pia?
— Isso seria ótimo, obrigada.
— A última refeição estava deliciosa, Jen. Muito obrigada por levá-la.
— Fico feliz que você gostou.
— Maysa esperava que você lhe permitisse passar algum tempo aqui hoje para que ela pudesse aprender a preparar alimentos como faz. — Disse Luol virando para encará-la.
— É claro, embora apenas farei o guisado de fera e biscoitos para esta noite, por isso não será tão difícil.
— Talvez não para você. — Maysa falou. — Mas em todos os ciclos que sou a Ashe de Luol, nunca comi nada tão bom como na noite passada. Preciso aprender ou ele pode não querer mais voltar para mim.
— Como se isso fosse mesmo uma possibilidade. — Luol rosnou, puxando Maysa em seus braços para um beijo profundo, duro cortando sua risada divertida.
Jen voltou para o fogão e mexeu o que fervia em uma panela.
— Jen... oh! — Mac parou ao ver Luol e Maysa em um abraço apaixonado, seu olhar se movendo para encontrar Jen no fogão. — Umm, eu trouxe os pratos da noite passada.
— Pia.
— Certo. Uh oi, Luol. Oi, Maysa. — Disse ela passando por eles.
Os dois finalmente pareceram se lembrar que não estavam sozinhos e lentamente se separaram.
— E eles estão de volta conosco. — Jen brincou cruzando os braços sobre o peito quando se virou e inclinou contra o fogão. Mac assumiu a mesma posição na pia.
— Eu... hum... — Luol gaguejou, seu rosto ficando vermelho brilhante. — Eu não tive a intenção de...
— Está tudo bem, Luol. — Maysa deu um tapinha no braço dele, embora seu rosto estivesse vermelho também. — Elas estão apenas brincando. Eu o vejo mais tarde.
Três pares de olhos observaram com diversões como Luol rapidamente saia antes de Maysa se virar para elas. — Eu acho que nunca vi meu Dasho tão nervoso antes. Obrigada.
— Obrigada? — Jen perguntou.
— Sim. Meu Dasho é geralmente muito calmo, muito controlado, sério. Ele sente que deve ser para exercer suas funções adequadamente. Ele raramente permite que sua paixão saia e apenas quando estamos sozinhos. Ele se dedica...
— Muito. — Mac murmurou.
— É o que parece.
—Você duvidava disso? — Jen perguntou.
— Não, não realmente. Mas não conseguia entender por que Luol não pediu para voltar para casa por um tempo, como fez por merecer. Nem me pediu que o acompanhasse, como fez antes, quando estava em um planeta seguro. Eu agora entendo.
— O que você entende? — Jen franziu a testa.
— Que ele nunca iria deixaria vocês duas. Especialmente você, Jen, sem um curandeiro.
— Mas...
— Devo dizer-lhe a verdade. Mesmo sabendo quão horrível os Zaludianos são, eu ainda pensei que meu Luol tivesse exagerado sobre a gravidade da situação de quando vocês foram encontradas. Agora vejo que ele não o fez e por que ele sentiu que deveria ficar.
— Mas ele já nos curou. — Mac argumentou.
— No entanto, passou-se quase quatro ciclos da lua desde que foram descobertas e vocês ainda estão extremamente abaixo do peso. E você, Jen, precisa de tratamentos para ajudar a lidar com a dor da qual ele não pode livrá-la. Como poderia meu Luol, em boa consciência, sair quando ambas ainda precisam dele?
— Eu ficaria bem. — Jen imediatamente disse a ela. — Não é como se nunca tivesse sentido dor antes de ser resgatada.
— Verdade, mas meu Luol nunca veria dessa maneira. — Maysa levantou a mão para parar as palavras que Jen estava prestes a dizer. — Eu não culpo você Jen, nem Mac verdade. Estou apenas afirmando. Luol não seria o macho que eu amo se as deixassem. Foi por isso que vim para ele.
— Ele não deveria ter que fazer esse sacrifício. — Jen voltou para o fogão mexendo o caldo. — Não por mim.
— Por quê? — Maysa se aproximou dela. — Por que você acha que não importa? Por causa de suas cicatrizes?
O silêncio aumentou quando nenhuma fêmea respondeu.
— Elas podem ser reparadas, Jen. — Maysa disse-lhe em voz baixa. —Eu sei Luol lhe disse isso.
— Ele disse a você? — Os olhos de Jen foram para Mac. Mac disse a ela como Luol informou a Treyvon sobre sua condição médica, que não havia tal coisa como confidencialidade médico-paciente neste novo mundo em que se encontravam. Era ruim o suficiente saber que Treyvon tinha conhecimento íntimo de sua condição, mas saber que todos também tinham, não fazia nada para aumentar sua confiança.
— Por que você se aborreceu assim? — Maysa perguntou, seu olhar movendo-se de Jen para Mac. Estas duas a lembraram dela, especialmente com o olhar de traição nos olhos que a olhavam.
— Na Terra, a informação médica é confidencial. — Disse Mac movendo-se para Jen.
— Confidencial?
— Sim! — Mac rosnou. — Isso significa que um curandeiro não tem autorização para falar com mais ninguém sobre a condição de alguém a menos que o paciente diga que pode. Mas não parece ser assim aqui. Aqui, aparentemente, todo mundo sabe sobre nossa condição.
Maysa ficou um pouco atordoada com o veneno na voz de Mac. Das duas, Luol achava que Mac era a mais calma, mais compreensiva e aceitava tudo mais fácil. — Eu... eu sinto muito não sabia.
— Honestamente, não a incomoda que todos saibam do seu histórico médico? — Jen perguntou olhando para Maysa.
— Meu histórico médico? Por que alguém iria se interessar por meu histórico médico? — Ela encontrou-se presa por dois pares de olhos.
— Você está dizendo que nem todos sabem sua condição médica?
— Claro que não. Por que alguém estaria interessado?
— Por que eles estão interessados nos nossos?
— Porque...
— Porque? — Mac e Jen perguntaram juntas.
— Porque nós nunca encontramos ninguém como vocês...
— E?
— E Mackenzie é a primeira a usar a conta de companheira verdadeira em quase quinhentos ciclos.
— Então, por causa disso, você acha que dá a todos o direito de saber detalhes íntimos sobre nós? — Jen gritou. — Que saibam que estamos abaixo do peso? Que temos cicatrizes físicas ou emocionais? Que saibam que sentimos dor, se estamos apaixonadas ou apenas irritada?
— Jennifer. Mackenzie. Nem todo mundo tem o direito a essa informação! Sinto muito se minhas palavras a fizeram pensar isso.
— Então quem sabe e por que não? — Foi a vez de Mac perguntar.
— Luol, o Imperador, General Rayner e eu suponho você, Mackenzie, seu Dasho e verdadeiro companheiro, Nikhil. Ninguém mais.
— Então por que você sabe? — Jen perguntou, mas não em um tom duro.
— Porque Luol me diz tudo que pergunto. E devo admitir que eu tinha muitas perguntas sobre vocês duas.
— Por quê?
— Porque meu Dasho é tão protetor com vocês, por causa de como você sobreviveu. Ele é apenas protetor comigo e nossas descendência, então você deve entender o meu interesse. Então fiz perguntas e ele respondeu.
— Você está dizendo que nem todos aqui neste maldito universo sabe tudo sobre nós?
— Não, eu sinto muito, Mackenzie e Jennifer, que eu... que qualquer um de nós as fizeram pensar isso. Eu não sei o que faria ou como eu me sentiria se outros tiveram estas informações sobre mim... sobre a minha descendência. Algumas coisas são privadas em nosso universo e os nossos exames médicos são uma dessas coisas.
— Apenas não para nós.
— Como eu disse, vocês são uma espécie desconhecida. E por causa disso, o interesse especial apareceu. Em ambas.
— Por quê?
— Por quê? — Maysa deu a ambos um olhar incrédulo. — Porque você, Mackenzie, como eu disse é a primeira companheira verdadeira em quase quinhentos ciclos. Algo assim não pode ser mantido em segredo, não importa quão duro o Imperador tente. Não por muito tempo. Todo mundo quer saber por que. Eles se perguntam se você é uma anomalia. E se é porque você é humana ou se agora, outros podem encontrar suas companheiras verdadeiras.
—Eu. Não. Me. Importo. — Mac disse. —Tudo que me importa é que eu amo Nikhil e ele me ama.
— Eu entendo Mackenzie, porque é assim que me sinto sobre Luol, embora sua conta de verdadeira companheira nunca me aceitou. — A tristeza nos olhos brilhantes deram a ambas uma pausa. — Mas essa conta também a coloca em perigo. Você e Nikhil.
— Sobre o que você está falando? — Mac se afastou da pia se movendo em direção Maysa.
— Nikhil não lhe contou... — Os olhos de Maysa se arregalaram.
— Contou o que? — Mac perguntou, não parando até que ela estava perto de Maysa, com a cabeça inclinada para trás para olhá-la.
— Diz-se que se um verdadeiro companheiro morre...
— Que o outro muitas vezes escolhe segui-lo. — Mac terminou. — Sim, Nikhil me disse.
— Espere! — Jen se aproximou para olhar para Mac. — O que?
— É parte da lenda sobre companheiros verdadeiros. — Disse Mac a Jen. — Que os companheiros são tão fortemente unidos que quando um morre o outro também morre.
— Então, se alguém quiser matar Nikhil, a melhor maneira de fazer isso seria... — Jen parou.
— Seria me matar. — Mac terminou.
— Sim. Então agora você entende por que o Imperador e o General Rayner estão tão interessados em vocês? — Maysa perguntou. — O Líder de Esquadrão Nikhil é um dos nossos maiores guerreiros e agora ele está vulnerável. Quando você foi ferida no ataque Zaludian, Nikhil quase perdeu a cabeça.
— Eu sei que ele ficou irritado...
— Isso não descreve como ele ficou. Estava quase inconsolável até Luol foi capaz de tranquilizá-lo de que você se recuperaria. E isso foi depois que se uniram.
— Nikhil nunca faria isso! Nunca desistiria assim!
— Você é o seu coração agora, Mackenzie. Antes ele lutava para proteger seus companheiros guerreiros, seu povo e o Império Kaliszian. Agora, ele luta apenas por você. Para mantê-la segura. E se perdê-la, perderá também a vontade de lutar. Há aqueles que vão querer descobrir se a lenda é verdade.
— Então nós a manteremos segura. — Jen disse rapidamente. — Porque não perderei outra pessoa que eu amo. Agora, tenho trabalho a fazer se quiser alimentar o Imperador esta noite. Você ainda está interessada em ajudar?
Os olhos de Maysa se arregalaram com a mudança de assunto e o desafio. — Sim.
— Bom, vamos dar ao Imperador uma refeição que ele nunca esquecerá.
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— Você checou e confirmou todos os comunicadores Gryf? — Treyvon perguntou.
— Sim, General. Não há outras naves dentro de um dia de Pontus e as únicas comunicações enviadas ou recebidas desde que nós descobrimos os planos do Imperador passou pela máxima segurança. O emissor e o receptor verificados.
— Bom. Eu quero que o Defender deixe a órbita e confirme visualmente que é o Imperador se aproximando junto com seus seis cruzadores de batalha. Uma vez feito isto, o Defender escoltará o Imperador em uma órbita baixa, em seguida, retornará à sua órbita alta normal e fará verificações no espaço profundo continuamente. Os cruzadores de batalha patrulharão todas as áreas ao redor de Pontus e interceptará qualquer nave que se aproxime. Entendido?
— Sim, General.
— Você permanecerá no Centro de Comando enquanto o Imperador estiver no planeta e me informará imediatamente sobre qualquer coisa incomum.
— Claro, General.
— Bom. Quanto tempo?
— O Imperador chegará em duas horas.
— Certifique-se que todos estejam preparados.
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— Minha Deusa, Jen, isto é incrível! — Maysa murmurou, a boca cheia de biscoitos com manteiga.
— Fico feliz que gostou. — Disse Jen, tentando não sorrir quando Maysa deu outra mordida grande.
— Como não? Amei! Pensei que os da noite passada estavam bons, saindo do forno? Eu nunca provei nada assim antes! Nem mesmo no palácio. Por isso há tantos guerreiros pedindo transferência.
— O que?
— Pontus não é exatamente um foco de atividade nem é o mais... agradável para permanecer, não com seu calor e tempestades. E não é um lugar onde os guerreiros gostam de vir.
— Eu... eu não sabia.
— A notícia do que você está fazendo com seus suprimentos de alimentos está se espalhando. Guerreiros estão pedindo para vir a Pontus. Isso é algo que nunca foi feito antes. É por isso que o Imperador está a caminho para cá.
— Para provar a minha comida?
— Para ver por que seus melhores guerreiros desejam permanecer e... — Seu olhar voltou-se para Mac. — Para conhecer a verdadeira companheira do Líder de Esquadrão Nikhil.
— Eu? — Mac guinchou. — O Imperador quer me conhecer?
— Claro.
— Mas... o que é que eu vou vestir? — Mac olhou para os revestimentos que tinham manchas de plural, onde ela limpou as mãos e tinha manchas úmidas de lavar os pratos. — Oh meu Deus, eu preciso de uma limpeza.
Jen e Maysa se olharam e começaram a rir. — Eu trouxe mais revestimentos para você, para as duas. — Disse Maysa olhando para Jen. —Por que você não vai se limpar, vou colocá-los em seus quartos e podem escolher qual deseja usar.
— Vocês duas podem ir, eu preciso terminar a última refeição. — Disse Jen.
— Você não deseja se limpar antes de conhecer o Imperador? — Maysa perguntou, sua surpresa claramente ouvida.
— Não. O Imperador está aqui para provar a minha comida. Limpeza e novos revestimentos não farão a reunião mais fácil.
— Jen... — Mac sussurrou.
— Não se preocupe com isso, Mac. Tudo ficará bem, — Jen fez um gesto espantando-a com as mãos. — Agora vocês duas saiam daqui.
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O Imperador Liron Kalinin deixou seu olhar percorrer a paisagem árida, sentindo o calor do dia e o cheiro de areia, enquanto esperava que a rampa de seu transporte descesse. Apenas esteve ali uma vez antes, com seu mano, quando ainda era um jovem macho. Seu mano queria que ele testemunhasse em primeira mão o que acontecia quando apenas pensava em si mesmo, em vez de como suas decisões afetava todos.
O lugar não mudou.
— Imperador Liron, bem-vindo a Pontus. — Treyvon caminhou até o final da rampa e se inclinou a seu Imperador, primo e amigo.
— General. — Liron caminhou em direção a ele, em vez de simplesmente aceitar a reverência como faria com os outros e abraçou Treyvon. Depois de um momento, Treyvon fez o mesmo.
— Venha, vamos tirá-lo do calor. — Disse Treyvon dando um passo para trás.
— Eu não discutirei sobre isso. Esqueci o quão quente é aqui.
— Imperador Liron? — A voz feminina melosa que veio de trás deles fez os machos pararem. Apenas Treyvon viu o leve aperto da boca de Liron antes que relaxasse e se virasse.
— Colleen Klueh, sinto muito, eu a esqueci. — Ele estendeu a mão para ajudá-la a terminar sua descida.
— Esqueceu, Imperador? Esqueceu de mim? — Ela levantou uma sobrancelha questionando-o.
— Apenas por um momento. General Rayner, você se lembra de Colleen Rachana Klueh, não é? A primeira fêmea nascida do Ministro Klueh.
— Sim, Imperador. Colleen Klueh. — Ele fez uma leve reverência.
— Treyvon, passou muito tempo.
— Sim. — Treyvon voltou sua atenção para Liron gesticulando para eles para precedê-lo. — Imperador, podemos sair do calor?
— Sim, claro, General. Colleen Klueh? — Liron estendeu o braço e ela deslizou a mão na curva do cotovelo, permitiu-lhe acompanhá-la para dentro.
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— Gulzar, você se importaria de tirar a bandeja de biscoitos do forno, por favor? — Jen perguntou enquanto mexia o cozido em uma panela de barro menor que ela aquecia no forno. Cobrindo-a, ela se virou e limpou as mãos na toalha grande Kaliszian ela conseguiu envolver ao redor de sua cintura como um avental. — Oh, estão perfeitos! Você fez um ótimo trabalho, Gulzar. Viu, eu disse que você pegaria o jeito.
— Acho que finalmente consegui. — Disse ela sorrindo. — Obrigado, Jen.
— Pelo quê?
— Por fazer o possível para me ajudar e a minha família.
— Eu... — Jen sentiu-se corar. —Você é muito bem-vindo, Gulzar. Sua família tem sorte em ter um macho tão honrado e digno como filho e irmão.
Foi a vez de Gulzar corar. — Levarei estes biscoitos para fora. Os Guerreiros estão começando a chegar.
Jen balançou a cabeça com essa afirmação. Desde que os guerreiros descobriram que os biscoitos eram feitos do estoque que antes não eram utilizados e poderiam comer quantos quisessem, sempre pediam por mais. Também chegavam mais cedo para a última refeição, sentando-se e conversando sobre o seu dia enquanto comiam os biscoitos. No início, eles se apressaram para a bandeja, uma vez que saía, com medo de não ser o suficiente. Mas ao longo do tempo, descobriram que ela fazia tantos quanto pedidos. Podiam até mesmo levar para seus aposentos para comerem mais tarde.
Alcançando uma tigela grande, ela forrou com um pano limpo, em seguida, encheu-o com biscoitos antes de puxar as bordas da toalha para cima mantendo-os aquecidos. Colocando no carrinho, ela pegou as taças e utensílios deixando de lado, então, finalmente, a panela de barro.
— Você tem tudo coberto aqui? — Ela perguntou quando Gulzar entrou na cozinha.
— Sim, servirei logo o guisado.
— Tudo bem, voltarei logo para ajudá-lo. — Com isso, ela empurrou o carrinho para fora da cozinha.
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— Então Treyvon, enviei-lhe várias chamadas pelo comunicador que você não respondeu. — Rachana sentou em uma das cadeiras ao redor da mesa que foi colocada no escritório de Treyvon para a última refeição. Ela esperou até que o Imperador estivesse em seu comunicador antes de falar com Treyvon.
— Você o fez? — Treyvon perguntou em um tom evasivo.
— Você sabe que sim! — Ela disse irritada, em seguida, abaixou a voz quando Liron a olhou.
— Eu recebo centenas de chamadas todos os dias, Colleen Klueh. Elas são filtradas por prioridade. Preciso verificar aqueles consideradas não importantes.
—Não importantes? Minhas chamadas não são importantes?
— Você chamou para falar sobre a segurança do Império? — Treyvon perguntou.
— Claro que não! Mas eu sou uma fêmea! A filha de um Ministro proeminente!
— Estou ciente disso. Como muitos outros machos.
A boca de Rachana se fechou, seus olhos se estreitando enquanto tentava decidir se Treyvon a insultou. — Você faria bem em prestar atenção a seu tom comigo, General. Há aqueles que não o aceitariam bem. — Seu olhar foi para Liron, em seguida, de volta para ele.
Treyvon sabia que ela estava tentando insinuar que Liron seria o único ofendido, mas Treyvon sabia melhor. Liron raramente aceitava a amizade de uma fêmea e nunca de uma das filhas de seu Ministro. Seria causar muitos conflitos. Uma batida na porta o salvou de responder.
— Entre. — Ele ordenou.
8 8 8
O ritmo de Jen abrandou quando virou o corredor para o Centro de Comando de Treyvon. Os corredores geralmente vazios estavam agora cheios de guerreiros. Guerreiros que ela não conhecia. Eles estavam vestindo uniformes semelhantes ao dos Guerreiros de Elite, mas as calças eram negras e os coletes de um vermelho escuro, que a fazia pensar em sangue. Quando chegou pela primeira, cada cabeça virou na direção dela e todas as mãos se foram para as armas.
— Jen. — A voz de Nikhil a fez olhar mais adiante no corredor para ver o enorme guerreiro do Mac caminhando em sua direção, a largura dos ombros esbarrando nos guerreiros não inteligentes o suficiente para sair da frente. Alcançando-a, ele se virou e encarou a parede vermelha que se fechou atrás dele.
— Capitão Troy, esta é a fêmea da Terra, Jennifer Neibaur, que está encarregada de preparar a última refeição para o Imperador.
O Capitão Troy se moveu lentamente em direção a ela, com os olhos brilhantes em suas cicatrizes. Ele era um macho grande, bem grande para os padrões da Terra. — O que é esse... aroma?
— Aroma? — Jen franziu a testa olhando do capitão para Nikhil.
— Eu acredito que ele está falando sobre o aroma maravilhoso de seus biscoitos e guisado. — Nikhil disse em uma voz profunda e baixa. — Eles não estão acostumados com os cheiros dos alimentos.
— Oh.
— Esta é última refeição? — As sobrancelhas de Troy se juntaram enquanto ele se inclinava na cintura para obter um melhor olhar para os itens no carrinho.
— Sim. — Foi Jennifer respondeu em vez de Nikhil. — E guardei um pouco para você e seus guerreiros na cozinha, Capitão Troy. O Imperador Liron solicitou que preparasse o suficiente para todos. Apenas precisam me dizer quando gostaria que fosse servido.
— Isso é muito... atencioso. — Troy se endireitou, sua surpresa evidente.
— É o que eu faço.
Seu pequeno sorriso surpreendeu Troy. Ela era tão pequena quanto ouviu falar e tão danificada quanto. Quando ela sorriu, transformou seu rosto. Ela era realmente bonita.
— Posso continuar? — E la perguntou. — Odiaria que a refeição do Imperador esfriasse.
— Permitam que ela passe! — Troy ordenou.
Jen sentiu como se estivesse em um palco, a forma como os olhos dos guerreiros a seguiam, examinando cada movimento dela. Estava infinitamente feliz por Nikhil liderar o caminho. Finalmente, chegaram à porta para o escritório de Treyvon em seu Centro de Comando. Nikhil bateu.
— Entre.
— Obrigada, Nikhil. — Jen sussurrou, em seguida, empurrou o carrinho uma vez que a porta se abriu.
Ao entrar na sala, ela viu tudo de uma vez. O mobiliário foi rearranjado e havia um homem sentado atrás da mesa de Treyvon que não era Treyvon. Ela assumiu ser o Imperador. Quando ela entrou, ele desligou seu comunicador e se levantou lentamente para encará-la.
— Jennifer. — Treyvon falar o nome dela a fez olhá-lo. — A refeição cheira deliciosamente.
— Obrigada. — Ela lhe deu um sorriso agradecido.
— Treyvon, esta é a fêmea que ganhou a confiança dos meus dignos Guerreiros de Elite? — Liron perguntou, caminhando ao redor da mesa.
Os lábios de Treyvon se contraíram em um sorriso com o que ouviu no tom de Liron. Ele colocou a mão na parte inferior das costas de Jennifer, virando-a para enfrentar Liron.
— Imperador Liron, posso apresentar-lhe a Chef Jennifer Neibaur do planeta Terra? Chef Jennifer, Imperador Liron Kalinin do Império Kaliszian.
— É um prazer conhecê-lo, Imperador Liron. Treyvon... — Ela corou levemente pelo deslize. — Quer dizer, o General Rayner falou bem de você, assim como todos os guerreiros aqui.
— Entendo. — O olhar de Liron brilhava um pouco mais quando olhou para Treyvon por um momento, em seguida, voltou para ela e realmente a olhou. Ele viu todas as transmissões que Treyvon e Luol enviaram, leu e as estudou, mas nada poderia tê-lo preparado para a realidade de seus ferimentos. Seu cabelo estava puxado para trás contra sua cabeça, sem fazer nada para aliviar a gravidade das cicatrizes do lado esquerdo de seu rosto. Nenhuma fêmea jamais deveria sofrer de tal maneira, especialmente não em seu Império. Ele observou seu queixo se levantar levemente para cima, desafiando-o a comentar. — É também um prazer a conhecer, Chef Jennifer e se o que está neste carrinho tiver um gosto tão bom como cheira, então ficarei muito feliz por viajar até a ponta de meu Império em conhecê-la.
— Aham... — O som de alguém limpando a garganta fez Jen olhar para a direita para encontrar uma fêmea muito irritada sentada à mesa. Portanto, esta era Rachana, ex-amante de Treyvon. Ela era tudo o que Jen espera que seria. Mesmo sentada, Jen poderia dizer que ela era alta. Várias tranças finas pretas com sua conta Ashe, de companheiro verdadeiro e contas de linhagem emolduravam seu rosto angular longo e brilhantes olhos castanhos. O restante de suas tranças estava puxado para trás de forma semelhante à de Treyvon, mas apenas com a conta Elemental em sua extremidade.
Jen podia ver por que Treyvon foi atraído por ela. Ela era bonita.
— Não é hora para última refeição? — Ela perguntou com uma enjoativa e doce.
— Sim, claro. — Disse Jen se movendo de volta para o carrinho. — Bem, se todos se sentarem, posso servi-los e logo sair.
Treyvon e Liron foram até a mesa, com Liron sentado na ponta da mesa virado para Jen, Rachana na esquerda e Treyvon à sua direita. Jen empurrou o carrinho para o lado e colocou um dos panos que carregou sobre a mesa, em seguida, usou outro para segurar a panela de barro quente, antes de remover a tampa.
— Este é um guisado de carne de fera, tatws, cenoura, cebola e todos preparados com o estoque reduzido. Estes são biscoitos. — Ela colocou a tigela na mesa. — Podem mergulhar no ensopado ou apenas comê-los. Gostaria que os servissem?
— Por favor. — Disse Liron.
Jen começou com o Imperador, colocando uma tigela cheia juntamente com vários biscoitos em frente a Liron. Ela então, encheu a segunda tigela e se virou para a fêmea a quem foi apresentada.
— Minha Deusa! Você está horrorosa! — Rachana gritou, empurrando a cadeira para trás da mesa. — Saia de perto de mim!
Os olhos de Jen se arregalaram e a tigela que ela estava segurando escorregou de seus dedos, caindo sobre a mesa enquanto ela recuava pelo ataque verbal da outra fêmea.
— Colleen Klueh! — Liron gritou, atordoado com a reação dela até mesmo quando Treyvon se levantou.
— O que? — Rachana perguntou. — Como você pode esperar que eu coma algo preparado e servido a mim por alguém que se parece com isso? Eu sou Colleen Rachana Klueh! Meu manno é o Ministro Klueh do planeta Imroz! Nunca deveria ser submetida a isso! — Ela girou o braço para fora e apontou para Jennifer.
Jen deu um passo tropeçando para trás para se virar e sair. Ela esqueceu o que sentia ao ser julgada pela forma como parecia. E como doía. Ela não percebeu o quão confortável começou a ficar perto dos guerreiros de Treyvon. Como eles a aceitaram, com cicatrizes e tudo. Muitos deles que sequer a olhavam nos olhos agora conversavam com ela. Agora ter de repente tudo jogado de volta novamente foi como uma faca no coração e ela queria fugir e se esconder, como fez na caverna.
O brilho de algo ao redor do pescoço de Rachana, quando a taça de cristais de energia ardeu atrás dela, fez Jen parar. Era uma corrente de ouro que parecia familiar. Seu olhar desceu até o que estava pendurado ali.
O universo pareceu parar quando Jennifer percebeu o que ela estava vendo. Em seguida, ela se impulsionou para frente e foi para Rachana.
CAPÍTULO DEZENOVE
Treyvon ficou chocado. Ele sabia que Rachana era uma fêmea egoísta e mimada. Ele também sabia que ela podia ser rude e egocêntrica, mas nunca percebeu que ela poderia ser assim. Ser ferida não foi culpa de Jennifer. Jennifer não culpava os outros ou pedia concessões por causa disso.
Rachana realmente acreditava que ela merecia mais e exigia tudo por causa de quem seu manno era.
Jennifer conquistou o respeito de seus guerreiros com seu cuidado e preocupação com seus alimentos ganhos.
Rachana tratava todos os guerreiros como se eles estivessem ali apenas para servi-la.
Ele viu como as palavras de Rachana atingiram Jennifer, prejudicando-a. E se qualquer de seus guerreiros estivessem ali para testemunhar isso, eles ficariam tão furiosos quanto e temia que poderiam atacar Rachana. Ele nunca por um momento pensou que Jennifer o faria.
Levou um momento para reagir quando Jennifer se lançou para Rachana, derrubando a fêmea maior de sua cadeira e levando-a para o chão. Ele empurrou o carrinho fora do seu caminho, fazendo-o colidir com uma parede quando agarrou Jennifer pela cintura, puxando-a para longe de Rachana enquanto Liron ajudava a fêmea. Guerreiros invadiram a sala ao ouvir os gritos.
— Solte-me! — Jennifer exigiu, seus braços e pernas golpeando para fora enquanto ela lutava contra o aperto de Treyvon.
— Jennifer, acalme-se! — Ele resmungou quando um de seus cotovelos bateu em seu estômago. Ela era mais forte do que parecia.
— Não! Ela não tem o direito! — Jennifer exclamou.
— Ela me atacou! — Rachana gritou, empurrando Liron para ordenar seus guardas. — Prendam-na!
— Todos fiquem onde estão! — Liron ordenou quando viu alguns de seus guardas em movimento.
— Jennifer, eu sei que as palavras de Rachana a perturbaram, mas isso não é motivo para atacá-la.
— Palavras? — Jennifer virou a cabeça para Treyvon com um olhar incrédulo. — Você acha que ataquei essa cadela por causa de suas palavras? — Sua cabeça girou de volta para olhar para Rachana e a raiva em seu olhar fez Rachana pisar mais perto de Liron. — Ela tem algo que me pertence e eu quero de volta!
— O que? — Liron e Treyvon perguntaram juntos quando seus olhos brilhantes foram para Rachana.
— Ela é louca! — Rachana exclamou. — Eu não tenho nada dela! Como poderia? Ela me atacou porque eu disse a ela a verdade sobre como ofensiva sua aparência é a todos que são expostos a ela!
Rachana não notou como os Guerreiros de Elite de Treyvon se que estavam atrás Liron ficaram rígidos.
— Eu poderia me importar menos que minhas cicatrizes a ofendem, sua cadela! — Jen respondeu, começando a lutar novamente. — Eu quero o que foi tirado de mim!
— Jennifer. — Treyvon a colocou de pé, mas manteve seu aperto de restrição quando a virou para encará-lo. — Sobre o que você está falando? O que poderia ter Rachana que é seu?
—As alianças! Minhas alianças e de Todd! Eles estão ali! — Jen teria apontado o dedo para Rachana exceto que Treyvon estendeu os braços, então ela empurrou sua cabeça em sua direção no lugar. — Na corrente em seu pescoço!
— Corrente? — Treyvon sussurrou, seu olhar voltando para Jennifer. —Você fala dos anéis que você e Todd trocaram? Aqueles pelos quais o Zaludian o matou?
— Sim. — Jen ofegou, sua garganta apertada enquanto lutava contra as lágrimas que a compreensão de Treyvon causou.
— E você acredita que Rachana está agora com eles?
— Eu sei que ela está! Estão na corrente que ela usa ao redor de seu pescoço!
Dois pares de olhos azuis foram para Rachana, um brilhante, o outro em chamas.
— O que? Por que você está me olhando assim? Sobre o que... — Ele disse. — Ela está falando?
— Treyvon, o que está acontecendo? — Liron perguntou.
— Eu informei-lhe como um Zaludian matou o Dasho de Jennifer. E como ela foi ferida.
— Ela tentou protegê-lo de um Zaludian atacando. — Liron confirmou. E enquanto ele não olhava para Treyvon nem Jennifer viu a cabeça de todo guerreiro na sala olhar para ela em estado de choque... e respeito... como ele. —Mas você nunca disse por que o Zaludian atacou.
— Por causa da corrente que está agora em seu pescoço. — Jen foi capaz de apontar para Rachana desta vez, quando Treyvon soltou seus braços, permitindo-lhe virar, mas manteve sua parte traseira plana contra sua frente com um único braço ao redor da cintura. — Ela saiu em um buraco no bolso de Todd. O Zaludian viu e a pegou!
— E você acha que a que Colleen Klueh tem em seu pescoço era a sua? — Liron perguntou.
— Eu sei que é! — Jen reagiu não se importando que estivesse falando com o macho mais poderoso do Império. — Eu posso descrevê-las em detalhes precisos! Meu anel tem dois quilates, um corte de diamante em uma banda de platina que tem diamantes lapidados ao redor. A aliança de casamento tem mais diamantes que emolduram o diamante do centro. A aliança de Todd também é de platina combinada com um filete de diamantes.
— Você apenas sabe porque os viu! — Rachana disse, envolvendo uma mão ao redor da corrente em seu pescoço, escondendo-a de todos os olhos.
— Mostre-me o que você está se escondendo, Colleen Klueh. — Liron ordenou e a viu estremecer.
— Eu não estou escondendo nada. — Ela negou, mas sua mão apertou a corrente.
— Então deixe-me ver o que está ao redor de seu pescoço. — Quando ela ainda hesitou, tudo sobre seu comportamento endureceu. — Isso não foi um pedido, Colleen Klueh.
Rachana olhou para Treyvon e os Guerreiros de pé atrás dele, quando finalmente percebeu que ninguém iria em seu auxílio, abaixou a mão.
Liron deu um passo mais perto, em seguida, colocou um dedo sob a corrente que não notou antes, levantou-a, então a tocou tão pouco quanto possível. Quando o fez, o que pendia da corrente torcida, brilhou na luz. Era como Jennifer descreveu. Mas Rachana também não estava errada. Jennifer poderia ter visto e apenas descrito o que viu.
— Onde você conseguiu isso, Colleen Klueh? — Ele perguntou seu olhar prendendo o dela.
— É... foi um presente. — Rachana gaguejou.
— Um presente de quem? — Liron perguntou.
— Eu... eu não me lembro. Eu recebi meses atrás.
— Você deu sua amizade a tantos machos que sequer se lembrar de quem lhe deu o presente? — Jen perguntou com incredulidade. — E você acha que eu sou horrível por causa de como me pareço?
— Como você ousa! — Foi a vez de Rachana avançar para Jennifer, mas Treyvon rapidamente se virou, colocando Jennifer atrás dele, protegendo-a quando Liron entrou na frente Rachana.
— Atrevo-me porque eu estive apenas com um macho em toda a minha vida e ele era meu Dasho. Eu me comprometi com ele, apenas com ele. Nada que qualquer outro macho poderia oferecer me faria ser desleal para com ele! Esses anéis são um símbolo do nosso compromisso e os quero de volta!
Jen estava respirando com dificuldade quando terminou de falar, sem se importar que suas palavras lançassem duvidas silenciosas de um guerreiro para o outro, cada um perguntando a mesma coisa. Poderia uma fêmea realmente estar com apenas um macho, ser leal a ele? Isso não acontecia em seu mundo. Assim que as fêmeas amadureciam, elas começavam a procurar um macho que não apenas poderia beneficiá-los, mas também suas famílias. Enquanto a maioria não eram como Rachana, era raro apenas oferecerem amizade a um único macho.
— Eu entendo o que você está dizendo, Jennifer. — Liron disse calmamente. — Mas Colleen Klueh está correta em quando diz que você ter visto os anéis quando a atacou.
— Obrigada, Imperador. — Disse Rachana, dando a Jennifer um sorriso presunçoso.
— Imperador Liron. — Treyvon começou. Ele conhecia as fêmeas e das duas Jennifer era aquela em quem confiava. Ela nunca mentiu para ele ou tentou usá-lo, mas as próximas palavras de Jennifer o pararam.
— E a inscrição?
— Inscrição? — Liron perguntou arregalando os olhos.
— Sim. Dentro da aliança de Todd. A que é apenas uma banda de platina com os diamantes em fileiras. — Ela viu Liron levantar o anel e olhar para dentro. — Ela diz, T, eu o amarei para sempre, J. 10-7.
Liron soltou os anéis, então ordenou a Rachana. — Remova a corrente de seu pescoço.
— Mas Imperador! — Rachana começou.
— Agora! — O rugido de Liron surpreendeu todos na sala e Rachana rapidamente puxou a corrente sobre a cabeça e entregou a ele. — Eu não posso ler o que diz.
— Isso é porque está em inglês. — Jen disse ele.
— Você não pode acreditar nela, Imperador! — Rachana a cortou. —Quem sabe o que diz! Poderia ser nada além de rabiscos. Ela não é Kaliszian e diria qualquer coisa para ganhar seu favor!
— Minha companheira verdadeira saberá ler o que está escrito se estiver em inglês, Majestade. — Nikhil deu um passo à frente enquanto falava.
— Ela irá mentir! — Rachana disse para Nikhil antes de se mover de volta para o Imperador. — Ela dirá o que for necessário para apoiar uma da sua própria espécie.
— Você ousa caluniar minha verdadeira companheira? — Nikhil rosnou, a ameaça facilmente ouvida em sua voz.
— Ela... ela... — Rachana gaguejou, empalidecendo.
— Eu nunca disse a Mac sobre a inscrição. — Jen disse calmamente. —Não acho que ela realmente viu os anéis. Não perto. Ela apenas sabe que foram por eles que o Zaludian matou Todd.
Liron ficou em silêncio por alguns instantes, olhando de Rachana para Nikhil e depois para Jennifer e Treyvon. — E se diz que a verdadeira companheira de Nikhil nunca viu esses anéis, como então acha que ela pode declarar como seus?
— Porque nós conversamos sobre eles, quando estávamos nos escondendo dos Zaludianos naquela caverna menor. Não havia muito para fazer, então conversávamos. Falamos sobre nossas vidas, sobre tempos mais felizes. Foi como ficamos amigas.
— Mas você nunca contou a ela sobre a inscrição?
— Não. Era pessoal, algo pessoal a mim e meu Dasho.
— Líder de Esquadrão, enquanto assim não é como eu queria conhecer sua companheira verdadeira, preciso de você para trazê-la para mim, para ver se ela pode esclarecer esta questão para nós.
— Sim, Imperador. — Disse ele curvando-se. — Mas se eu sentir a qualquer momento que qualquer um. — Seu olhar foi para Rachana. — Insultar minha Mackenzie, então farei cumprir as leis de um macho defendendo sua companheira verdadeira.
— Entendido, Líder de Esquadrão. Agora, por favor. — Chocou alguns que Liron dissesse. — Traga sua Ashe e verdadeira companheira aqui e não diga porquê.
Com um aceno de cabeça dura, Nikhil saiu da sala.
— Colleen Klueh, retorne ao seu lugar. — Não passou despercebido que o Imperador não disse por favor para Rachana. Seu olhar se voltou para Treyvon. — General, por favor escolte Jennifer para a cadeira atrás de sua mesa. — Ele esperou até que Jennifer sentou antes de ficar diretamente na frente dela. — Você ficará em silêncio quando a Ashe de Nikhil chegar. Eu não quero que influencie o que ela dirá.
Liron não sabia o que o surpreendeu mais, quando os olhos de Jennifer se estreitaram e ela se inclinou para frente, como se para desafiá-lo ou suas palavras.
— Você insinuou que a verdadeira companheira de Nikhil falaria uma mentira. Desonrando não apenas a ela, mas a ele. Isso é algo que Mac nunca faria. Não porque ela é uma fêmea honesta e honrada, mas porque ama Nikhil. E deu permissão para acabar com qualquer um que fez o que você acabou de fazer.
— Jennifer... — Treyvon rosnou humilde.
— O que? — Seu olhar se voltou para ele. — As regras de defender sua verdadeira companheira não se aplicam quando é o Imperador que a insulta?
— Aplica-se. — Liron falou antes de Treyvon e descobriu que ele estava mais do que impressionado com esta fêmea ferida. Ela era tudo o que Treyvon disse e muito mais. Ele também viu o cuidado e respeito de seu primo. Havia mais acontecendo entre esses dois do que imaginou ser possível. — Eu não quis desrespeitar Ashe Mackenzie, Jennifer. Apenas quero ter certeza de que não haverá dúvidas se ela os identificar como seus. — Ele levantou a corrente que ainda segurava e não pode evitar perceber como seus olhos se encheram de lágrimas enquanto observava-o balançá-la de um lado para outro. Isso o fez perceber que o que Jennifer estava dizendo era verdade, o que significava que algo roubado por um Capitão Zaludian terminou ao redor do pescoço da filha de um Ministro Kaliszian.
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Jen olhou para Mac rapidamente enquanto Nikhil a escoltava e ela olhava ao redor lentamente. Era algo que ambas ainda faziam, como resultado de seu cativeiro. Elas avaliaram cada lugar que entravam, o risco e as rotas de fuga. Ela também viu a confusão de Mac quando viu Jen sentada rigidamente atrás da mesa de Treyvon não lhe dando nenhuma indicação do que deveria procurar. Por causa disso, ela deixou Nikhil guiá-la em direção ao Imperador.
— Imperador Liron, posso apresentar-lhe a minha verdadeira companheira e Ashe, Mackenzie Wharton-Kozar? — O orgulho na voz profunda de Nikhil era facilmente ouvido. — Mackenzie, este é o Imperador Liron Kalinin.
— É um prazer conhecê-lo, Imperador Kalinin, mas meu sobrenome é apenas Kozar, não Wharton-Kozar. — Ela lançou um olhar irritado para Nikhil. — É um costume comum no meu planeta que uma fêmea use o nome do marido ou neste caso, o último nome de seu companheiro verdadeiro. Nikhil informou-me que não é assim para os Kaliszianos e ele se preocupa que fique ofendida se ele não o incluir. Eu não ficarei. — Esse comentário foi dirigido a Nikhil.
— Entendo. — Liron respondeu de forma neutra, embora seus olhos estivessem brilhando. — Bem, Ashe Mackenzie Kozar. — Frisou. — É verdadeiramente um prazer conhecê-la finalmente. Apenas gostaria que fosse em circunstâncias diferentes.
— Diferente? — Mac franziu a testa para ele. — Eu não tenho certeza se entendo. Fui informada de que o conheceria após a última refeição. — Ela franziu o cenho quando viu os restos da última refeição espalhadas por toda a mesa. — Há algo errado?
— Preciso de sua ajuda com a resolução de um problema. — Liron disse a ela.
— Minha ajuda? — Ela perguntou e olhou para Nikhil por orientação, mas quando sua expressão permaneceu em branco, ela olhou para Liron. —Que tipo de ajuda que posso dar um Imperador?
— Esperava que pudesse me contar algo sobre isso. — Liron levantou a corrente que com os anéis.
— O que? — Mac deu um passo mais perto, em seguida, estendeu a mão para tocá-los cuidadosamente. — O que são?
— Você está dizendo que não sabe? — Liron perguntou.
— Por que deveria? — Ela perguntou, seu olhar voltando para Liron. —Quer dizer, se estivéssemos na Terra, eu diria que são alianças de casamento, mas desde que os Kaliszianos têm contas em vez de anéis, eu tenho certeza que estes são algo diferente.
— Então estes são semelhantes aos seus anéis de casamento? — Liron perguntou.
— Sim, mas nenhum de nós os tinha, exceto... — Os olhos de Mac se arregalaram e ela se virou para olhar para Jen. — Todd... ele tinha os de Jen e o seu em uma corrente. Foi por isso que um Zaludian atacou quando os viu. São os seus Jen?
— Isso é o que nós precisamos que você confirme. — As palavras de Liron fez seu olhar voltar a ele. — Você consegue identificar estes como de Jennifer?
— Eu... eu nunca os vi, não tão de perto. — Mac disse, mesmo quando ela deu um passo mais perto olhando fixamente para os anéis.
— Viu! — Rachana exclamou, ficando de pé. — Ela está mentindo! Eles não são dela! São meus!
— Eu disse. — Mac respondeu. — Que eu nunca os vi de perto. — Mac não sabia quem era a outra fêmea, mas o que estava acontecendo parecia envolvê-la. — Mas eu os vi de longe.
— Quando? — Liron perguntou.
— Na Terra, na noite anterior que os Ganglians nos levaram. Estávamos todos sentados ao redor do fogo. Jen acabou de fazer-nos estes bifes incríveis com um molho de cogumelos, comentei sobre o quão bonito seus anéis ficavam à luz do fogo. Foi quando Todd percebeu que seria o mesmo à luz do sol e fez Jen tirá-los.
— Porque? — Essa pergunta veio de Treyvon e virando a cabeça, Mac o viu franzindo o cenho para Jen.
Mac virou-se, olhando para Treyvon. — Na Terra, a remoção de uma aliança de casamento não é o mesmo que uma fêmea Kaliszian retirar voluntariamente sua conta Ashe. — Ela disse a eles. — Isso não significa que não estão casados ou unidos e pode haver algumas razões válidas para uma fêmea tirar a dela, mas muitas se recusam a... fazê-lo.
— Que razão válida poderia haver? — Liron perguntou puxando a atenção de Mac de volta para ele.
— Quando uma fêmea na Terra carrega uma prole, ela às vezes ganha peso fazendo os dedos incharem a ponto de que usar a aliança é impossível.
— Mas Jennifer não estava com descendência. — Treyvon disse, então seu olhar brilhante foi para Jennifer. — Você estava?
— Não! Claro que não! Nós decidimos esperar para ter filhos... descendência. — Ela corrigiu.
— Bem, de qualquer forma. — Mac voltou sua atenção para ele. — Todd colocou a sua e a de Jen em uma corrente que ele usava no pescoço. E se me deixar olhar mais de perto, posso dizer se vieram da Terra. — Mac apontou para o que Liron ainda segurava.
— E como você pode fazer isso? — Liron perguntou.
— Porque na Terra, as pessoas muitas vezes têm inscrições gravadas dentro de seus anéis. Algo pessoal que é destinado apenas para o casal. — Mac não sabia que acabou de confirmar o que Jennifer disse antes.
— Jennifer lhe disse seus anéis tinham tais... inscrições? — Liron perguntou.
— Nós nunca discutimos isso. Por quê?
— Você poderia por favor, ver se há uma inscrição em qualquer um destes? — Liron estendeu os anéis para ela.
Mac pegou os anéis e rolou o anel com o diamante grande entre o polegar e o dedo indicador, o diamante piscando enquanto ela olhava dentro da banda.
— Não há nada dentro deste. — Mac franziu o cenho. Por alguma razão, ela pensou que Todd teria inscrito algo dentro da aliança de Jen.
— Por que isso a surpreende? — Liron perguntou.
— Eu... apenas assumi que haveria uma. — Mac disse a ele então levantou a aliança do macho. — Há uma inscrição nesta.
— Você pode ler? — Liron perguntou.
Mac girou, de modo que a escrita ficasse para cima e leu: — T, eu o amarei para sempre, J. 10-7. — Em seguida, olhou em volta quando o silêncio encheu a sala.
— Obrigada, Ashe Mackenzie. — Liron cuidadosamente removeu o anel de entre seus dedos, em seguida, foi para Jennifer e estendeu-os para ela. —Acho que isso pertence a você.
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Jennifer não se lembrava de levantar da cadeira, não se lembrou de andar ao redor da mesa de Treyvon e ficar de frente a Liron, apertando-o contra o peito. Ela não percebeu a maneira como os guardas se afastaram respeitosamente enquanto ela se movia para fora da sala ou ouviu o crescente protesto de Rachana. Tudo que ela sabia era que tinha algo de sua antiga vida e ninguém... ninguém nunca o tiraria dela novamente.
Ela encontrou-se tropeçando em um dos caminhos suavemente brilhantes do Gairdin, não se importando com o vento ou que a areia estivesse começando a girar, indicando que uma tempestade estava se aproximando rapidamente. Ela encontrou-se diante do Crann de recompensa.
— Todd... — Ela soluçou. — Oh Deus, Todd! — E de repente, todos aqueles sentimentos que ela forçou para baixo, que se recusou a reconhecer, se recusou a expressar ou trabalhar veio rugindo, oprimido e ela sentou no banco.
— Por quê? — Ela encontrou-se gritando para o céu noturno quando ergueu o punho segurando os anéis para o céu.
— Por que isto foi mais importante para você do que eu, Todd? Eu deveria ser a coisa mais importante em sua vida! Assim como você era para mim! Mas eu não era, verdade? As coisas eram mais importantes para você do que eu! As aparências importavam mais do que eu! Isso foi tudo o que sempre fui para você, Todd? — Ela descobriu que estava gritando como os ventos fortes. — Uma coisa talentosa e bonita para ter em seu braço? E se me visse agora, ainda ficaria ao meu lado? Iria embora, verdade?
Esta resposta rasgou seu coração.
Ela ficou encantada com Todd desde o momento em que o conheceu, mas isso não significava que realmente o conhecia. Ela era Jennifer Diane Teel afinal, a rainha do baile e a oradora oficial de sua turma. Homens lutavam para chamar sua atenção. Ela não procurava chamar a deles.
Deusa, poderia haver algo mais vaidoso?
Mas era assim que ela pensava naquela época. Afinal, era a primeira filha de seus pais, a favorita. Enquanto Kimmy era... Kimmy. Bem. Algo com o que deveria lidar.
Mas Kimmy viu com Todd realmente era e sabia que ele não era bom o suficiente para sua irmã. E ela disse isso, mas Jen não ouviu. Em vez disso, ela defendeu seu marido e chamou Kimmy de criança mimada.
Mas o que ela descobriu em uma caixa de depósito de segurança após a morte de seus pais a surpreendeu. Seu pai pagou por seu noivado e aliança de casamento. Todd disse a ela que era uma herança de família, que seu pai deu a sua mãe. Pareceu estranho para ela no momento, por ser tão moderno, mas Todd assegurou que seus pais, que morreram quando ele era um bebê, deixou como herança.
O recibo da joalheria favorita de seu pai, a do Sr. Royer contava uma história completamente diferente. Ele criou as joias que seu pai deu a sua mãe. Foi onde Jen procurou, mas ela encontrou muito mais. Podia entender a surpresa de Mac que seus anéis não tivessem inscrição. Ela também, porque Todd disse que seu pai fez uma para sua mãe.
Foi a primeira das muitas mentiras que descobriu de Todd.
— Por quê? — Ela gritou para o céu escuro. — Por que não você não disse a verdade? — Mas as estrelas não lhe deram nenhuma resposta e o vento roubou suas palavras.
Olhando para os anéis que lhe causou tanta dor, ela jogou-os na parede que cruzava o caminho que ainda não limpou. — Eu deveria importar mais!
Ouvir o som deles saltando ao longo dos escombros, a fez imediatamente se arrepender de suas ações.
Esses anéis eram tudo o que ela tinha de sua antiga vida, mas parece que o universo não concordava. Quando se levantou para recuperá-los, seu mundo explodiu, jogando-a contra o Crann de recompensa.
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Liron não protestou quando Jennifer pegou o que era dela. Ele nunca viu tanta angústia ou dor nos olhos de outro ser como testemunhou em Jennifer e esperava nunca ver novamente. Olhando para Treyvon, viu que ele também percebeu, pela forma como as mãos de seu primo estavam fechadas em punho.
Sim, algo estava acontecendo entre os dois, mas ele tinha outras coisas para se preocupar, virou-se para Rachana.
— Bem, de onde você tirou essa corrente, Colleen Klueh? — Ele perguntou novamente.
— Eu... eu lhe disse. — Rachana gaguejou, seu olhar encontrando o dele por um momento antes de rapidamente olhar para longe. — Foi um presente.
— Um presente de quem? — Liron perguntou, dando um passo em direção a ela.
— Eu não me lembro. — Quando ela olhou para ele, desta vez, o lábio inferior tremeu e as lágrimas encheram seus olhos. — Por que você está me tratando assim? Eu não fiz nada de errado.
Treyvon viu quando alguns guerreiros pareceram suavizar sua postura com as lágrimas, inclinando-se para a fêmea que estava tão obviamente chateada. Mas Treyvon viu este ato antes. Era um dos muitos truques de Rachana para conseguir o que queria de um macho.
— Nada errado? — Liron perguntou, seu tom duro dizendo a Treyvon que percebeu o que Rachana estava tentando fazer. —Você carregava um contrabando Zaludian e não explica como parou em suas mãos. Portanto, devo concluir que você o recebeu diretamente de um Zaludian!
— Não! — Rachana instantaneamente negou. — Eu sou a filha de um Ministro importante! Por que me relacionaria com um Zaludian? Eles não podem fornecer-me qualquer coisa que um macho Kaliszian pode!
— Exceto o que você usava ao redor de seu pescoço. — Treyvon disse calmamente. — Somente um macho muito poderoso, um com uma abundância de créditos, poderia ter dado a você fazendo com que voltasse a ele muitas vezes, exigindo mais. Então com certeza se lembra do nome dele.
As lágrimas de Rachana milagrosamente desapareceram e ela virou o duro olhar brilhante para Treyvon. — Você está apenas com inveja. Diria qualquer coisa para me depreciar porque já não lhe ofereço minha amizade!
— Como se eu aceitaria se o fizesse! Você não é uma fêmea digna!
— Como você se atreve! Eu sou a filha de um Ministro digno e poderoso. Enquanto você, vem de uma linhagem contaminada e indigna!
— Você está dizendo que a minha linhagem está contaminada, Colleen Klueh? — Liron perguntou baixinho. — Que eu sou indigno?
— O que? — Rachana virou-se, empalidecendo quando percebeu o que implicou. — Não! Claro que não, Imperador!
— No entanto o General Rayner e eu compartilhamos a mesma linhagem.
— Apenas... apenas remotamente, Imperador. — Ela gaguejou.
— Sangue é sangue, Colleen Klueh. O General Rayner é como um irmão para mim e depreciá-lo. — Liron usou sua palavra. — É o mesmo que me depreciar!
— Sinto muito, Imperador, nunca foi minha intenção. — Ela começou. — Mas certamente você pode entender porque reagi assim. O General não tem o direito de falar assim.
— Você quer dizer que deu sua amizade a tantos machos que já não se lembra de seus nomes? — Liron perguntou, seu olhar duro.
— Não. — Ela foi forçada a admitir. — É uma mentira!
— Não parece ser, como você não pode recordar o nome.
— Mas eu recebi há tanto tempo que...
— Nos últimos seis ciclos de lua. — Treyvon cortou. — Certamente você pode se lembrar deste tempo.
Rachana encarou Treyvon e estava abrindo a boca para responder quando a porta para o Centro de Comando se abriu e Gryf veio correndo.
— General! Estamos sob ataque!
— O que? De quem? — Treyvon foi para sua mesa do Centro de Comando.
— Três naves Zaludian. Estão tentando imitar os cruzadores de batalha do Imperador e apenas apareceram atrás da lua de Pontus. — Gryf disse a ele.
— O que? Onde está o Defender?
— Movendo-se para interceptar, como são três cruzadores de batalha do Imperador enviei outros três garantir, no caso desta ser apenas uma distração para um ataque maior.
— Bom. — O olhar de Treyvon foi para as telas que cobriam uma parede em tudo mostrando tudo o que acontecia acima deles. — Traga o Monarch para mais perto, para que possamos tirar o Imperador daqui, se necessário.
— Sim, General. — Gryf abriu o comunicador para retransmitir essa ordem.
— Não. — Liron calmamente ordenou ficando ao lado de Treyvon. —Eu os ajudarei a defender Pontus.
Treyvon queria discutir, mas então todos as três naves Zaludianas dispararam simultaneamente mísseis contra o planeta.
— Porra! — A mão de Treyvon bateu, ativando o alarme da base chamando todos os guerreiros para a batalha. Então ele pegou o comunicador de Gryf e ordenou. — Todas as naves, fogo defensivo! Destruam os mísseis! Não deixem chegar à superfície!
Treyvon ficou olhando em silêncio frustrado para telas com a batalha se desenrolando muito acima deles. Lentamente, um por um, os mísseis Zaludian começaram a desaparecer das telas, dizendo-lhe que nenhum deles foi usado completamente.
Parece que as três naves Zaludian perceberam isso também, mas em vez de continuar em direção Pontus, alteraram seu curso para o espaço profundo.
Treyvon estava prestes a ordenar ao Defender para persegui-los, quando uma das naves em retirada enviou um único míssil, se movendo mais rápido do que todos os outros e disparou passando suas naves diretamente para a base.
— Preparem-se para a colisão! — Treyvon gritou através do comunicador. Em seguida, agarrando Liron, jogou-o debaixo da mesa, cobrindo-o com seu próprio corpo, quando o míssil os atingiu.
A explosão sacudiu toda a base, agitando-se uma espessa camada de poeira enquanto batiam em todos os lugares desprotegidos.
CAPÍTULO VINTE
Treyvon tossiu enquanto se levantou, acenando com a mão para limpar o pó. — Liron!
— Eu estou bem ou estarei quando você sair de cima de mim! — Liron disse com raiva, mas a raiva não era dirigida a Treyvon ou o fato de que Treyvon usou seu corpo para protegê-lo. Não, sua raiva era dirigida aos Zaludianos e o fato de que ele não percebeu que continuaram atacando Pontus. — Verifique nosso povo, Treyvon. Descubra os danos.
— Sim, Imperador. — Mesmo concordando, Treyvon ajudou Liron a se levantar, antes de se mover para verificar qualquer outra pessoa.
— Reporte Gryf! — Treyvon ordenou vendo que seu segundo já estava no controle trabalhando para trazer todas as telas de volta.
— Senhor, tudo o que sei agora é que o míssil atingiu algum lugar do outro lado da base.
— Envie um grupo para investigar. — Ordenou, em seguida, procurou atrás dele. — Nikhil, sua Ashe está ilesa?
— Sim, General. — Nikhil disse ajudando Mackenzie e Treyvon podia ver que ela apenas tinha a menor camada de poeira cobrindo-a, indicando o quão rápido e completamente Nikhil a protegeu.
Sua olhou foram mais longe ao redor da sala e viu Rachana se levantando lentamente a seus pés. Enquanto ela estava ilesa, estava coberta de uma espessa camada de poeira, batendo nas mãos do guerreiro que estava tentando ajudá-la.
— Seu idiota! Não me toque! — Rachana exclamou. — Como você ousa me jogar no chão assim.
— Cale a boca, Rachana!
Rachana girou pronta para reclamar com o macho que ousou falar com ela assim quando percebeu que foi o Imperador e precisou engolir as palavras.
— Treyvon?
Treyvon sabia o que Liron estava pedindo. — Todos os sistemas estão voltando agora, Imperador.
Quando ele disse isso, cada tela respondeu e eles puderam ver que não havia mais mísseis.
— Danos? — Liron perguntou.
— Defender, digitalização da base e relatório! — Treyvon ordenou.
— General, o míssil perdeu todas as estruturas principais, atingindo uma área entre os edifícios e os muros de proteção. Não muito longe da área da última refeição.
— Você quer dizer no Gairdin? — Treyvon perguntou, uma sensação de mal-estar crescendo em seu estômago.
— Gairdin?
Treyvon ignorou a pergunta e exigiu. — Você encontrou quaisquer sinais de vida lá?
— Sinais de vida, General?
— Sim! Havia alguém lá quando o míssil atingiu!
— Treyvon? — Liron questionou em voz baixa.
— Jennifer gosta de ir lá depois de servir a última refeição. — Ele respondeu calmamente.
— General, estou lendo um sinal de vida muito fraco. Poderia ser apenas interferência do míssil e a tempestade de terra.
— Oh Deus, Jen. — O sussurro veio de Mac e a cabeça de Treyvon virou para ela.
— Vá! — Liron ordenou. — Gryf é mais do que capaz de lidar com isso.
Treyvon não precisou de mais incentivo e correu para fora da sala, derrubando guerreiros que foram muito lentos para sair do seu caminho.
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— Luol! O que está acontecendo? — Maysa perguntou, sua voz tremendo quando olhou para ele. Eles receberam a última refeição para seus aposentos, preferindo passar tempo juntos e sozinhos, acabaram de comer quando o alarme soou.
— Eu não sei, mas preciso chegar a ala médica no caso de haver lesões.
— Eu vou com você. — Disse ela levantando-se, seu olhar chocado. —O que? Eu sei que não sou uma curandeira, mas ainda posso ajudar. Além disso. — Ela deu-lhe um olhar suplicante. — Eu não quero ficar aqui sozinha. E se achar que estou atrapalhando, me afastarei. Mas por favor...
— Maysa. — Luol passou os braços ao redor de sua Ashe e a encontrou tremendo. Ele deveria ter percebido. Ela nunca esteve em uma zona de combate antes. — Está tudo bem, meu amor. Respire fundo. — Ele esperou até que ela fez antes de continuar. — Claro que você pode vir comigo, mas se for demais para você, basta ir ao meu escritório, certo?
— Tudo bem. — Esticando-se, ela deu em seu amor um beijo. —Vamos.
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O coração de Treyvon estava mais acelerado do que quando ele estabeleceu um novo recorde na pista de obstáculos para ser aceito na Academia. Algo lhe dizia que Jennifer estava no Gairdin quando esse míssil atingiu. Parecia ser o lugar que a acalmava quando ela estava chateada e esta noite ela estava muito chateada. E estava em qualquer lugar perto desse míssil quando explodiu... ele não podia deixar-se pensar nisso. Apenas precisava encontrá-la.
Explodindo através da porta exterior, Treyvon derrapou até parar. A tempestade de terra que vinha crescendo estava a momentos de distância era impressionante e se não fosse o brilho do Kevtoof, ele não seria capaz de encontrar o seu caminho.
— Jennifer! — Seu grito mal foi ouvido sobre o vento e moveu-se mais profundamente no Gairdin. — Jennifer!
Ele sabia que não estava errado, sabia que ela estava ali e que se não a encontrasse, ela morreria.
Lutando contra o vento que estava tentando forçá-lo a retirar-se, chegou ao Crann, grato por ainda estar lá. Os grandes pedaços de detritos ao redor pareciam dizer que foi atingido.
Levantando uma mão, ele tentou bloquear o pior da areia e estreitou os olhos, examinando a área. Como a encontraria ali?
— Por favor, Deusa! — Ele abertamente implorou. — Ajude-me a encontrá-la!
Assim quando estava prestes a se mover pelo Crann, ele viu um pedaço do que pensou ser detritos soprados pelo vento. A rocha não explodiu. Ficando de joelhos, ele colocou a mão debaixo do banco para tocar cuidadosamente o que estava lá e encontrou Jennifer... uma Jennifer extremamente ferida.
— Deusa... — Ele sussurrou, vendo o ângulo estranho de sua perna esquerda e o sangue que estava escurecendo seus cabelos loiros. Com a mão trêmula, ele verificou o lado de seu pescoço para um pulso.
— General!
Treyvon desviou o olhar de Jennifer e viu Gulzar lutando contra o vento crescente para alcançá-lo.
— Gulzar! Contate Luol! Diga-lhe que precisamos da cama de reparação portátil aqui, agora!
— Sim, General! — Gulzar virou as costas para o vento para que ele pudesse transmitir a ordem de Treyvon. — Quem é, senhor?
— Jennifer. — Treyvon disse com os dentes apertados.
— Jennifer! — Gulzar ficou instantaneamente de joelhos ao lado Treyvon. — Deusa! O que ela estava fazendo aqui?
— Não importa! Você entrou em contato com Luol?
— Sim, ele está a caminho. O que posso fazer?
— Vá para a porta. Guie Luol aqui.
— Sim, General! — Gulzar apressou a fazer o que ordenou.
Treyvon apoiou os cotovelos em ambos os lados de Jennifer, abaixando o peito tão perto dela como se atreveu para bloquear o pior do vento e areia, em seguida, abaixou a cabeça para sussurrar em seu ouvido.
— Espere, Jennifer. Por favor, espere. — Suplicou ele. — Eu preciso que você seja forte apenas um pouco mais de tempo. Por mim, Jennifer. Por favor.
— General! — Luol se aproximou correndo, caindo do outro lado dele.
— Ajude-a, Luol!
— Sim Treyvon, mas você deve se virar primeiro para que eu possa examiná-la.
Relutantemente, Treyvon virou, certificando-se de que bloqueasse o vento.
Mesmo que ele fosse um curandeiro por mais de vinte anos e viu muitas coisas horríveis, Luol não foi capaz de conter o suspiro com a visão das lesões de Jennifer. A explosão parece tê-la levantado e a jogado contra o Crann com seu lado esquerdo recebendo o pior dos impactos, enquanto o seu lado direito estava cheio de cortes sangrando por estilhaços.
— Deusa. — Luol sussurrou então, usando sua formação ele imediatamente segurou a cama de reparação portátil. — Eu preciso de sua ajuda, General. Deslize os braços sob ela e gentilmente a levante para que eu possa colocar a cama sob ela.
Cuidadosamente Treyvon deslizou um de seus braços enormes sob os ombros de Jen e outro no topo de suas coxas, ignorando os fragmentos de rocha que cortando e gentilmente a levantou. Seu coração quase parou quando o movimento fez sua cabeça rolando em direção a ele e viu que o lado direito de seu rosto estava agora tão danificado como o esquerdo.
Deusa! Ele pensou com raiva. Quanto mais a Deusa espera que esta mulher seja capaz de sobreviver?
—Você pode abaixá-la agora, General. — Disse Luol, colocando a cama sob ela. Quando Treyvon não o fez imediatamente, Luol fez uma careta para ele. — Treyvon! — Ele gritou por cima do vento. — A cama não funcionará se você continuar segurando-a.
Treyvon imediatamente a soltou, mas com cuidado e a cama imediatamente começou a brilhar, indicando que começou a digitalização.
— Vamos! — Luol ordenou e com a mão sobre ela, a cama levantou-se com ele. — Gulzar! A porta!
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As mãos de Maysa cobriram a boca, capturando o grito de consternação que tentou sair quando viu Luol passou por ela com Jen, seguido por Treyvon. — Oh, por favor, Deusa. — Ela orou: — Por favor, ajude-a.
— Ajude-me a levá-la na unidade de reparação profunda!
Treyvon moveu-se rapidamente para o outro lado da unidade de reparação, em seguida, se estendeu através dela, deslizou seus braços para trás sob Jennifer, colocando-a na cama.
A cama portátil bateu na parede quando Luol empurrou-a de lado apressando-se para o painel de controle. Em segundo, a unidade fechou e vapores brancos, azuis, vermelhos e densos encheram a câmara.
— Luol... — Treyvon rosnou por não ser capaz de ver Jennifer.
— Eu não sei ainda, Treyvon. — Luol disse a ele, seu olhar no painel de controle, seus dedos voando sobre os controles. — Ela tem tantas lesões que ameaçam sua vida que não sei se a unidade pode repará-las todos ao mesmo tempo.
— Não! — Mac negou ao ouvir a declaração de Luol enquanto corria para o quarto. Ela ainda estava no Centro de Comando com Nikhil quando soube que Jennifer foi ferida e estava sendo levada às pressas para a ala médica.
— Mackenzie... — Nikhil disse calmamente, movendo-se para ficar atrás dela, apoiando-a com um braço em sua cintura quando ela apoiou as mãos no vidro sobre Jennifer.
— Eu não posso perdê-la, Nikhil. Agora não. Não depois que ela sobreviveu a tanto. —Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
— Luol está fazendo tudo que pode. Você sabe disso, minha Mackenzie. — Nikhil sussurrou enquanto beijava o topo de sua cabeça.
— Eu consegui parar o pior da hemorragia. A unidade reabastecerá seu suprimento de sangue. Uma vez que terminar, serei capaz de me concentrar em seus ferimentos internos e a multidão de ossos quebrados que ela tem.
— Multidão? — O olhar interrogativo de Mac foi para Luol.
— A força da explosão jogou-a contra o Crann, Mackenzie. — Foi Treyvon que falou, não percebendo que não usou o título apropriado de Mac. — Depois disso, detritos caíram sobre ela.
— Oh, Deus. — Os olhos de Mac se arregalaram de horror.
— Levará algum tempo antes de sabermos. — Luol calmamente informou.
Treyvon queria ignorar o toque do comunicador em sua cintura, mas sabia que não podia.
— Rayner! — Ele disse.
— General, quais são suas ordens? — Perguntou Gryf.
— Ordens?
— Sim, General. Os cruzadores de batalha do Imperador foram capazes de destruir uma nave Zaludian e danificar outros duas, mas não as perseguiu, pois não queriam deixar o Imperador desprotegido. E se sairmos agora, o Defender facilmente os interceptará.
— A tempestade de terra? — Treyvon perguntou.
— Terminou. — Gryf informou. — General?
Pela primeira vez em sua vida, Treyvon queria ignorar o seu dever enquanto seu olhar tentava penetrar o vapor espesso que trabalhava para curar Jennifer. Ele precisava ver por si mesmo que a unidade estava trabalhando antes de seu dever forçá-lo a deixá-la.
Seu coração lhe dizia que ele deveria permanecer. Sua mente lhe dizia que ele deve ir.
Ele queria ser a primeira coisa que visse quando acordasse, para que ela não se sentisse como se ele a tivesse abandonado em seu momento de necessidade como fez quando usou o educador.
Mas ele precisava ir.
Abandoná-la, tudo porque sua honra não permitiria que negligenciasse o seu dever ao Império Kaliszian.
Talvez fosse mais como seu antepassado, Aadi, do que pensava. Sacrificar uma mulher inocente, por suas próprias necessidades.
Seu punho se fechou quando finalmente respondeu. — Leve metade dos nossos guerreiros para os transportes. Isso inclui você, Comandante. A outra metade permanecerá aqui para proteger o Imperador sob o comando do Líder de Esquadrão Kozar. Eu o encontrarei no transporte.
— Sim, General.
— General. — Começou Nikhil.
— Seu lugar é aqui, Líder de Esquadrão. — Treyvon disse a ele, seu olhar duro e implacável. — Não apenas porque o Imperador está aqui, mas porque sua companheira verdadeira, a Ashe de Luol e... Jennifer também estão. Você é o único guerreiro em quem confio.
O olhar de Nikhil procurou Treyvon por um momento, então ele deu um passo para trás de Mackenzie, colocando uma mão fechada sobre o peito e fez a Treyvon uma leve reverência. — Às suas ordens, General.
Treyvon virou-se para Luol, mas Luol falou primeiro. — Farei tudo o que puder, General. Meu voto.
Treyvon assentiu rigidamente e depois com um olhar longo para Jennifer ainda envolta na unidade de reparação, saiu.
— Mackenzie...
— Vá, Nikhil. — Mac deu-lhe um sorriso triste de compreensão. —Eu ficarei aqui com Jen. Vá fazer o que precisa.
Inclinando-se, Nikhil lhe deu um duro e rápido beijo seguindo Treyvon.
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— Eu pedi a Gryf para ter meu transporte preparado primeiro. — Disse Liron a Treyvon quando ele entrou nos aposentos de Treyvon.
— Por quê? Você não nos acompanhará. —Treyvon começou colocando as facas e espada em seus devidos lugares.
Liron não pode impedir um rápido sorriso cruzar seu rosto com as palavras de Treyvon. Era uma ordem e Treyvon sequer percebeu isso.
— Não, eu não vou. Apenas serei uma distração. Mas como o meu transporte ainda está na pista de aterrissagem fazia sentido.
Treyvon grunhiu seu acordo quando amarrou seu blaster. — Eu coloquei o Líder de Esquadrão Nikhil no comando enquanto estou fora.
— Entendido. Traga-me algumas respostas, General.
— Eu farei o meu melhor, Imperador. — E com isso Treyvon saiu.
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Maysa caminhou até ficar ao lado de Mackenzie, deslizando um braço ao redor da cintura dela, dando-lhe um abraço e seu apoio silencioso. Ela permaneceu em silêncio enquanto seu olhar ia para seu Dasho, vendo como o foco estava sobre o que a unidade de reparo dizia a ele. Ela o viu trabalhar antes, mas nunca assim, nunca em combate e nunca em alguém que ambos gostavam tanto.
— Eu não posso vê-la, Maysa. — Mac sussurrou e ela encontrou-se inclinando-se para Maysa.
— É a forma como a unidade de reparação cura. — Maysa disse a ela. —O vapor ajuda os ferimentos internos e externos ao mesmo tempo. — Ela viu o olhar surpreso que Luol deu a ela e sorriu levemente. Será que seu Dasho realmente achava que ela não o ouviu todos estes anos? Machos.
— Você a viu quando ela entrou?
A pergunta de Mac tirou o humor de Maysa e o sorriso desapareceu. —Sim.
— Ela estava realmente assim tão ruim? — Mac olhou para Maysa esperando por uma negação. — A última vez que esteve na unidade apenas usou a névoa azul.
— Apenas a azul? — Maysa olhou para seu Dasho e ele acenou com a cabeça levemente.
— Sim, Luol disse que era para dor. Por isso era o azul e ficou tanto tempo. — Lágrimas entupiram a garganta de Mac. — Ela deveria estar com muita dor.
— Ela está sendo cuidada, Mackenzie. — Luol disse-lhe calmamente, mesmo enquanto seus dedos continuavam se movendo. — Ela se lembrará pouco da dor. Meu voto.
— Bom, isso é bom. — Mac disse tentando se controlar. — Porque eu sei que ela se lembra de todos os momentos de dor que sentiu naquela mina e não pude fazer nada.
—Você fez o que podia, eu tenho certeza. — Maysa tranquilizou, abraçando-a com mais força.
— Será que fiz? Talvez deveria ter dito aos Zaludianos, teriam ajudado. — Mac sussurrou.
— Você sabe que é uma inverdade, Mackenzie. — Luol imediatamente disse a ela, seu tom de voz não lhe dando margem para dúvidas. — Eles a levaram e quase a mataram. Eles não teriam nenhuma utilidade para alguém tão gravemente ferido, macho ou fêmea.
Mac não disse nada, apenas viu o vermelho rodar lentamente e começar a se dissipar. — O que significa isso? — Ela perguntou, olhando para Luol.
— Seu suprimento de sangue foi agora totalmente restaurado e já não precisa de reposição.
— Então, porque não abre a unidade?
— Porque ainda preciso reparar seus outros ferimentos, consertar seus ossos quebrados. Mackenzie. — Ele lhe deu um olhar simpático. — Ainda vai demorar algum tempo, não posso garantir... — Luol descobriu que precisou engolir. — Que ela sobreviverá.
— Ela irá. — Mac disse confiante, erguendo-se um pouco e afastou de Maysa para colocar a testa no vidro que a separava de Jennifer.
— Você irá Jen, porque chegamos longe demais para desistir agora. Sobrevivemos a muito. Eu preciso de você. Kimmy precisa de você. Os Kaliszianos precisam de você. E mesmo que eu acho que ele não saiba disso, o General Rayner precisa de você também. Eu vi como você o olha. Como ele olha para você quando acha que ninguém está vendo. Lute, Jen. E se não por Kimmy, por Treyvon.
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Dois dias depois, o Defender e dois dos cruzadores de batalha do Imperador finalmente capturaram e cercaram as naves Zaludian danificadas. O atraso apenas aumentou a raiva de Treyvon até que estava tão duro e frio como seu olhar brilhante.
As naves Zaludian conseguiram evitar a captura voando em um cinturão de asteroides que rodeava um pequeno planeta desabitado e mesmo que tivesse uma atmosfera e vida vegetal, era fina o suficiente para que fosse bombardeada pelos asteroides que os rodeavam.
Treyvon ordenou ao Defender e as naves que cercassem o planeta e esperassem. Não havia nenhuma razão para suas naves sofrerem danos desnecessários. Os asteroides poderiam destruir as naves Zaludian ou os Zaludianos se entregariam.
Eles foram capazes de monitorar as naves Zaludian, mesmo com a interferência criada pelas rochas e testemunharam os danos pesados que causaram. Finalmente, as naves começaram a manobrar para fora do cinturão.
— Quantas formas de vida, Matteo? — Treyvon perguntou ao Capitão do Defender.
— Vinte Zaludianos na nave maior. Dezesseis na menor. —Matteo franziu a testa para a tela em sua mão e um Ganglian.
— Ganglian?
— Sim, General, definitivamente Ganglian. Mas a leitura é estranha.
Antes que Treyvon pudesse perguntar o que significava para Matteo, a nave maior Zaludian saudou-os.
— Aqui é o General Treyvon Rayner, Comandante Supremo da Defesa Kaliszian. Quem está me saudando? —Treyvon perguntou. Seu tom e olhar eram frios diante da tela, com os braços enormes cruzados sobre o peito ainda maior, as lâminas amarradas a eles reluzindo.
— É o Capitão Treg Knajyq da nave Zaludian, Vlokelm. Por que está nos perseguindo, General?
— Por que você está fugindo e se escondendo? — Treyvon perguntou de volta.
— É amplamente conhecido que os Kaliszianos estão culpando os Zaludianos pelo que aconteceu em Pontus.
— Você quer dizer a mineração ilegal de nossos cristais de energia ou o fato de que usaram escravos, adquiridos dos Ganglians, para fazer a mineração ilegal? — Treyvon exigiu.
— É uma inverdade! — Knajyq começou, apenas para tropeçar em choque quando o rugido de Treyvon o cortou. Treyvon era conhecido em todos os universos por seu controle frio e rígido. Ele não estava frio ou controlado no momento.
— É verdade! — Treyvon não podia conter sua raiva. — Você também escravizou e prejudicou as fêmeas1
— O quê? — Quando o choque passou pelo rosto de Knajyq, Treyvon percebeu Knajyq não sabia o que aqueles acima dele estavam tentando encobrir.
— Duas fêmeas! — Treyvon disse. — Severamente prejudicadas! Em suas mãos!
Knajyq empalideceu. Era sabido que os Kaliszianos protegiam suas fêmeas ferozmente, quase tão ferozmente como os Tornianos. Para não uma, mas duas serem prejudicadas por um Zaludian faria com que toda sua raiva aparecesse.
— Desligue seus motores e prepare-se para ser abordado, Knajyq. — O tom de Treyvon era tão escuro como o espaço fora da nave. — E se encontrarmos qualquer resistência, será retaliada com força mortal.
— Mortal? — Knajyq guinchou a única palavra.
— Mortal. — Treyvon disse brevemente, em seguida, voltou seu olhar para Gryf. — Prepare os transportes, Comandante.
— Sim, General. — Gryf cruzou um punho em seu peito, inclinou-se, em seguida, saiu para fazer o que ordenou.
— Prepare o seu povo, Knajyq. — Com isso, Treyvon terminou a transmissão e deixou a ponte.
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— Gryf, eu quero que você pegue o transporte do Imperador, dez guerreiros e aborde a nave menor. Descubra por que porra eles têm um Ganglian a bordo e traga todo o histórico de navegação e de comunicação. Eu quero saber quem está informando-os sobre Pontus.
— Sim, General e você?
— Terei uma conversa muito de perto e pessoal com o Capitão Knajyq e farei a mesma coisa. E falei a verdade para Knajyq, Gryf. Força mortal. Estou cansado dessa merda com esses filhos de Daco!
— Sim, General!
— Guerreiro Gulzar! — Treyvon gritou e Gulzar parou imediatamente ao seu lado.
— Sim, General?
— Você está comigo. — Com isso, Treyvon virou-se para o seu transporte. Podia transportar a quantidade de guerreiros necessária para tomar o controle da nave maior Zaludian.
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Os Guerreiros de Treyvon saíram do transporte assim que chegaram na estação de ancoragem do Vlokelm, seus blasters prontos para matar e encontraram a nave vazia.
— Matteo! — Treyvon disse em seu comunicador. — Onde eles estão?
— Há dez na ponte, grupos de dois pelas salas a caminho da ponte, General. Parece que estão planejando uma emboscada.
— Filhos estúpidos de Daco! — Treyvon murmurou. Enquanto disse a verdade de que usaria a usar força letal, se necessário, não era sua primeira escolha. Liron queria respostas e Treyvon não poderia lhe dar uma se todo mundo estava morto. — Informe ao Comandante Gryf para que ele se prepare.
— Sim, General.
— Vamos para ponte. — Treyvon disse aos guerreiros ao redor dele. —Fiquem prontos para ataques repentinos por trás.
— Covardes! — Nroa disse.
— Concordo. — Disse Treyvon. — Mas mesmo um covarde pode matar um guerreiro se o guerreiro baixar sua guarda. Ninguém faz isso!
— Sim, General! — A resposta imediata de todas os Guerreiro fez Treyvon balançar a cabeça.
— Vamos!
Os corredores permaneceram calmos e estranhamente vazios quando se moveram através deles. O único som era de seus próprios pés. Quando a porta para a ponte se abriu, metade dos guerreiros de Treyvon giraram, seus blasters apontando para o corredor, quando o restante encheu a ponte apontando seus blasters para os dez oficiais Zaludian que enfrentavam.
— Assim é realmente como quer fazer isso, Knajyq? — Treyvon perguntou em voz baixa. — Isso significa morte para todos os seus machos.
— Você nos matará de qualquer maneira. — Knajyq respondeu.
— Não, mas descobrirei porque está tão desesperado por Pontus.
— Eu não sei de nada. Estou apenas seguindo ordens.
— Ordens de quem? — Treyvon perguntou. —Zaludianos tem nenhum líder formal. Não respondem a ninguém além de si mesmos pelos crimes que cometem.
— Você não sabe nada! — Knajyq disse. — Em breve seremos a raça mais poderosa neste Império e vocês Kaliszianos nos implorarão por qualquer coisa! Agora!
Com esse fim, Knajyq e os machos dos lados caíram no chão revelando os machos por trás deles, apontando e disparando.
Treyvon grunhiu quando algo sólido atingiu seu lado, derrubando-o no convés. O disparo de Blasters encheu o espaço onde ele estava de pé, derrubando vários guerreiros que estavam atrás dele, tomando todas as posições defensivas.
O olhar de Treyvon foi para Gulzar que estava devolvendo fogo atrás do painel de controle no qual se escondeu depois que Treyvon caiu. O blaster Treyvon estava em sua mão e ligado, mas não o levantou enquanto conversava com Knajyq e que parecia ser algo que o Capitão antecipou. Baseando-se no sentido de honra de Treyvon de não apontar enquanto negociava.
Não era assim para os Zaludianos, embora, cada um deles tivessem um objetivo para Treyvon, esperando que a confusão de sua morte lhes desse uma vantagem. Treyvon virou e rolou de barriga para baixo, mas descobriu que seus guerreiros destruíram a ameaça. Ao cessar do fogo, parece que a emboscada que Knajyq planejou acabou também.
Treyvon se levantou, irritado por baixar a guarda quando ordenou que seus guerreiros não o fizessem. Eles já estavam protegendo a área, certificando-se que os Zaludianos estivessem mortos e que seus feridos fossem tratados.
— Gulzar! — Ele gritou e Gulzar foi instantaneamente ao seu lado. —Pegue um grupo de seis e contem cada Zaludian que deveria estar nesta nave. Uma vez feito isto, quero que vasculhem tudo e descubram o que estavam tentando esconder.
— Sim, General! — Gulzar reuniu o número de guerreiros que ele precisava e esquerda.
— Onp! Nroa! Entrem em seus sistemas de navegação e comunicadores. Descubram para onde está nave iria e com quem se comunicaram.
— Sim, General! — Eles imediatamente responderam.
Treyvon pegou o comunicador de sua cintura e gritou. — Gryf!
— General.
— Os Zaludianos tentaram matar a todos. Fique atento.
— Entendido.
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Parece que os Zaludianos na nave menor não estavam prontos para encontrar com Daco como Knajyq e sua tripulação. Enquanto alguns lutaram e morreram, o restante entregou suas armas e implorou por misericórdia. Isso revoltou Gryf. Estes machos não tinham honra e rapidamente todos pediram por clemência. O único que não encontraram foi o Ganglian que os sensores mostraram na nave.
— Rood! — Ele gritou.
— Sim, Comandante? — Rood foi instantaneamente ao seu lado.
— Vá para ponte e obter as informações que o General quer. Irei encontrar aquele Ganglian filho de Daco!
— Sim, Comandante.
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— Ono. Nroa. O que encontraram? —Treyvon perguntou.
— General, toda o histórico de navegação, exceto dos últimos três dias foram apagados. Tudo o que mostra é o Vlokelm se escondendo atrás da lua de Pontus e seu caminho aqui. —Onp disse ele.
— Daco! Nroa?
— Há ainda menos nos comunicadores, General. Somente transmissões rápidas, enquanto no interior do cinturão de asteroides.
— General. — A voz de Gulzar veio do comunicador de Treyvon.
— O que é, Gulzar?
— Senhor, há algo no porão de carga que eu acho que você irá querer ver.
— Estou indo. — Treyvon virou-se para Onp e Nroa. — Envie o que foi capaz de encontrar ao Defender. Vamos analisá-lo depois. —Dito isso, ele se afastou.
A mente de Treyvon ainda estava tentando descobrir o que os Zaludianos queriam até chegar ao porão de carga. Nada disso fazia sentido. Os Zaludianos eram catadores sem hierarquia real de liderança. Oh, se reuniam em um planeta por um tempo, mas quando esgotavam as fontes saiam novamente.
Atualmente, achava que eles estavam em... Imroz. O planeta onde o manno de Rachana era Ministro. E Rachana estava em Pontus. Isso não poderia ser uma coincidência. Chegando ao compartimento de carga, ele descobriu Gulzar puxando itens estranhos de um recipiente. — O que você descobriu, Gulzar?
— Isto General. — Gulzar virou-se para mostrar a Treyvon as protuberâncias disformes marrons que ele segurava.
— O que são? — Treyvon perguntou franzindo a testa.
— Acho que são tatws, senhor.
— Tatws? — A carranca de Treyvon aprofundou. — Eles não se parecem com nenhum tatws que eu já vi.
— Eu sei, General, mas isso é porque acho que estes tatws são da Terra! — Gulzar não pode conter a emoção.
— Terra? — Treyvon se aproximou. — O que em nome da Deusa faz pensar que são da Terra?
— Jen descreveu uma vez quando Ashe Mackenzie questionou sobre o nosso. Jen disse a nossa era semelhante à deles, mas que a maioria são brancas no interior, enquanto as nossas são roxas.
Treyvon pegou uma lâmina presa ao seu braço e pegando uma protuberância de Gulzar e cortou. Era branco.
— Jen saberia com certeza, senhor, mas enquanto tudo nestes recipientes parece ser comestível, eu não posso identificar uma única coisa.
O olhar de Treyvon se moveu sobre as dezenas de recipientes que estavam no porão. E se Gulzar estivesse certo, então os Zaludianos tinham de alguma forma encontrado uma nova fonte de alimento. E se era porque estavam negociando com os Ganglians ou eram Terra, não sabia.
Isso explicaria porque o histórico de navegação foi apagado e por isso que muitos estavam dispostos a morrer para manter o segredo. Havia aqueles que fariam um grande negócio se os Zaludianos fossem capazes de fornecer um fluxo constante de alimentos. Seria mudar o equilíbrio de poder, assim como Knajyq sugeriu, por quem quer que controlasse o suprimento de alimentos poderia governar o Império.
— Sele-os, Gulzar e não diga nada sobre isso até Jennifer pode confirmar que são da terra.
Jennifer... Treyvon sentia-se duramente pressionado para manter seus pensamentos longe dela, perguntando como ela estava se saindo e sabendo que não tinha direito de perguntar. Mas agora, a preocupação enchia sua mente.
Como ela estava?
Luol foi capaz de curá-la?
Anda estava viva?
Seu coração acelerou com o pensamento de perdê-la antes de tê-la. Não! Ela estava viva, Luol ou Nikhil o teria contatado se ela tivesse ido ao encontro da Deusa. Ele precisava acreditar nisso ou sabia que algo dentro dele morreria. Inconscientemente ele estendeu a mão, tocando as contas de Ashe e verdadeira companheira.
Gulzar disse. —Sim, General! — Quando percebendo o que estava fazendo deixou cair a mão.
— Uma vez feito isto, sele a porta para este lugar e volte para o transporte. — Treyvon guardou uma das protuberâncias castanhos num bolso.
— Sim, General.
CAPÍTULO VINTE E UM
Rachana fez um som alto o suficiente para que todos pudessem ouvir quando ela apontou para o que era a última refeição. Um pacote de comida! Para ela? A filha de um Ministro? Ela sabia que havia estoque de alimentos frescos ali... em algum lugar. Mas ninguém aparecia estar disposto a prepará-los.
Como isso era possível? Melhor ainda, porque Liron não permitia que ela voltasse ao Monarch? Pelo menos lá, sabia que receberia uma última refeição decente. Uma condizente com sua posição. Ainda assim, comeu o que foi fornecido e uma vez que terminou, levantou, deixando os restos da refeição para trás.
Parlan observou-a sair e depois de alguns momentos se levantou e seguiu.
— Rachana. — Ele sussurrou, alcançando e puxando-a para um corredor escuro.
— Tire suas mãos de... — Ela parou ao perceber quem era. — Parlan.
— Que porra está acontecendo, Rachana? — Perguntou ele.
— Como eu vou saber? — Ela respondeu.
— Você é a única com a conexão com os Zaludianos. Aquela que retransmitiu a informação que lhe dei. Como pode não saber?
— Shhh! — Rachana sussurrou, olhando ao redor descontroladamente. — Alguém pode ouvi-lo!
— Não há ninguém aqui para me ouvir! Eu não deveria estar aqui! Eu deveria estar lá gora no Defender com o Imperador contra este ataque não provocado, ganhando mais contas e status como resultado! Isso é o que foi prometido para mim, por você, por minha ajuda. Em vez disso, estou preso aqui vigiando um muro!
— Você está vigiando um muro por causa de suas próprias ações. Isso não tem nada a ver comigo. E se não pode encontrar uma maneira de chegar até um desses transportes, então talvez não seja o guerreiro que pensa que é!
— Não me teste. — Parlan rosnou. Cercando sua garganta com uma das mãos, ele apertou. — Você não gostará dos resultados.
Os olhos de Rachana se arregalaram em choque. Nunca em um milhão de ciclos que ela teria pensado que Parlan ousaria ameaçá-la. Ninguém a ameaçava. Mas ela podia ver a verdade em seus olhos brilhantes. Ele a machucaria e gostaria de fazer isso.
— Eu não estava testando você. — Ela disse quando ele finalmente relaxou seu aperto, mas não removeu completamente.
— Por que os Zaludianos tentaram matar a fêmea da Terra? — Perguntou ele.
— Eu não sei! Verdade! — Ela rapidamente disse quando sentiu os dedos começarem a apertar novamente. — Tudo o que foi dito foi que eles queriam que eu ficasse perto de Liron para poder reunir mais informações para eles.
— Como se Liron ou Treyvon falaria algo importante na sua frente.
— Você não tem ideia do que posso conseguir de um macho. — Disse ela maliciosamente.
— Quando lhes dá sua amizade talvez, mas nunca conseguirá nada de nenhum dos dois.
— Treyvon já aceitou! — Exclamou ela com raiva.
— Não, desde antes de sairmos para combater os Ratak. É bem sabido que ele recusa seus avanços. Agora eu, por outro lado, gostaria de receber a sua amizade e você me dará livremente.
— Livremente! Vigiar os muros lhe causou loucura? Por daria a você livremente quando os outros podem me compensar tão bem?
— Porque se você não fizer isso, irei ao Imperador e contarei como você e seu manno estão trabalhando com os Zaludianos. Não apenas para interromper o fornecimento de alimentos, mas também para assumir o Império.
— Você não ousaria! — Mas ela empalideceu mesmo enquanto discutia com ele. —Você teria que implicar-se.
— Não, eu não faria. Apenas teria que dizer que tenho minhas suspeitas. Nenhuma prova. Por causa de conversas que tivemos e o que ocorreu depois. Isso fará com que ele verifique e confie em mim. Investigará e descobrirá tudo. Especificamente, onde você pegou as jóias da fêmea da Terra.
— Tudo bem! — Rachana disse. — Assim que você voltar para Imroz...
— Não, agora!
— Agora?
— Você sabe quanto tempo estou sem amizade feminina? — Sua mão que estava ao redor de sua garganta se moveu lentamente para o braço e arrastou-a pelo corredor. — Há um depósito bem ali...
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— Você tem tanta confiança na opinião de Gulzar? — Perguntou Liron, sentando-se na cadeira de Treyvon em seu escritório particular.
— Sim, tudo que preciso é que Jennifer olhe para saber se ele está correto. — Treyvon levantou a massa marrom de modo que Liron pudesse vê-la pelo comunicador.
— Isso será difícil que ela faça. — Liron disse calmamente.
— O que você quer dizer? — Treyvon sentiu o coração acelerar.
— Ela ainda está na unidade de reparação profunda e precisa acordar.
— Ela ainda está na unidade? — Treyvon não conseguia esconder seu choque.
— Ele tem feito todo o possível, mas Luol se recusa a tirá-la dela, especialmente porque ninguém precisa usar.
— E ela não despertou?
— Não e enquanto Luol está frustrado, não parece muito preocupado. Parece que ela levou um longo tempo para acordar da última vez que foi ferida.
— Quase um ciclo de lua. — Treyvon sussurrou lembrando como ele ia visitá-la toda noite quando o sono não o reclamava.
— Sim, por isso teremos que esperar até que ela acorde a menos que a Ashe de Nikhil possa identificar.
— Tenho certeza que Mackenzie pode.
— Bom, agora o que mais você tem para mim?
Treyvon passou a dizer-lhe como os Zaludianos apagaram seu histórico de navegação e comunicação assim como os Ganglians. O que Knajyq disse e o que ele estava à espera de ouvir sobre se Gryf encontrou o Ganglian na segunda nave.
— Você trará ambas as naves para Pontus?
—Sim, se possível, é o meu plano. Ambas foram danificadas antes de entrar no cinturão de asteroides, mas estão piores agora. Podemos precisar rebocá-las.
— Eu confio em seu julgamento sobre isso. Faça o que for necessário, em seguida, volte aqui. Quero algumas respostas.
— Sim, Imperador.
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Treyvon sabia que havia outras coisas que deveria fazer. Outras coisas que deveria ver, mas encontrou seus dedos digitando o código de Luol.
— Estive pensando quando você entraria em contato comigo. — Disse Luol na forma de uma saudação.
— Como ela está? — Ele perguntou ao invés de responder.
— Ela está indo bem, Treyvon. Eu ficaria mais feliz se estivesse acordada, mas com a gravidade de seus ferimentos, aceito o que posso conseguir.
— Por que ela não está acordada, Luol?
— Eu não sei. Assim como eu não sei por que ela demorou tanto tempo para acordar depois do primeiro ataque. Poderia ter algo a ver com o que a unidade de reparação induz em seu sistema. Talvez seu corpo não metabolize da mesma forma o nosso faz.
— Mas Mackenzie reagiu da mesma maneira? — Treyvon perguntou.
— Não necessariamente. Você sabe que todo mundo reage de forma diferente para a unidade. Dito isto, com Jen, este ataque acabou sendo uma benção da Deusa.
— Benção? — Treyvon não tentou esconder sua incredulidade ou raiva. — Ela estava quase completamente quebrada!
— Sim e por causa disso, fui capaz de reparar o que eu não pude antes.
As palavras não ditas de Luol diminuíram a raiva de Treyvon e o fez olhar para Luol em estado de choque.
— Explique. — Treyvon sussurrou.
— É verdade. Quase todos os ossos do corpo de Jennifer foram quebrados, incluindo o tornozelo danificado. Por causa disso. — Luol falou rapidamente sabendo Treyvon queria interromper. — A unidade de reparação profunda foi capaz de consertá-lo quando não pode antes.
— Você está dizendo...
— Que ela agora estará livre de dor. — A voz de Luol caiu. — Assim como das cicatrizes.
— Você reparou suas cicatrizes...
— Não foi minha intenção. Eu entendo porque ela se recusou a permitir-me para curá-la antes. — Treyvon podia ouvir a culpa na voz de Luol. — Eu fiquei tão focado em garantir que seu tornozelo ficasse devidamente curado que não sabia que a unidade começou a reparar os ferimentos não-fatais. No momento em que o fiz, seu rosto estava quase completamente curado e eu tomei a decisão de deixá-lo terminar.
— Ambos os lados...
— Sim. E enquanto eu sabia que Jennifer era bonita, mesmo com suas cicatrizes, não tinha ideia de que ela poderia rivalizar com a Deusa.
— Eu sabia. — Treyvon sussurrou e desconectou.
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— Você não parece nada comigo.
Jen reconheceu a voz melódica de algum lugar. Já ouviu antes. — O que?
— Eu disse que você não parece nada comigo.
Seu olhar voou ao redor da sala branca e ela se virou para onde a voz estava. Pertencia à mulher mais bonita que já viu. Ela era alta. Mais alta do que Jen, com cabelos longos e escuros que pareciam se mover por conta própria e mudar as cores na luz.
— Você é a Deusa. — Disse Jen franzindo a testa.
— Sim.
— Por que achou que poderíamos parecer? — Jen perguntou.
— Alguém mencionou isso e eu pensei que deveria ver se era verdade.
— Eles estão errados. — Jen ficou de pé. —Você é incrivelmente bonita e eu... eu não sou.
— Há aqueles que pensam de forma diferente.
— Eles estão errados.
— O que você acredita que faz alguém bonito, Jennifer Teel-Neibaur? — A Deusa perguntou levantando uma sobrancelha. — Quem eles são no interior ou como se parecem do lado de fora?
— O que você quer dizer?
— Há aqueles que são menosprezados, mesmo evitados, alguns dos meus mais dignos. Depois, há aqueles que escondem sua feiura por trás de um rosto bonito e sorriso. Qual deles é você, Jennifer Teel-Neibaur?
— Acho que eu diria que sou mais o segundo. — Jen admitiu calmamente.
— E por que você diz isso? — A Deusa perguntou suavemente, inclinando a cabeça para o lado um pouco. — Será porque abandonou sua irmã mais nova com a morte de seus pais?
— Claro que não! — Ela negou veementemente, em seguida, sua voz perdeu o seu calor. — Mas isso não significa que o pensamento nunca passou pela minha cabeça.
— Você deixou o seu Dasho quando descobriu que ele disse inverdades? Muitas inverdades.
— Não, mas eu me senti traída.
— Então foi por causa dessa traição que quando seu Dasho foi atacado, você optou por não fazer nada?
— Você sabe que não é verdade!
— Eu sei. — A Deusa admitiu. — Mas você sabe? Os pensamentos e sentimentos de alguém, enquanto podem moldar uma pessoa, são suas ações que os definem. Você julga-se muito duramente, Jennifer.
— Eu julgo? Será que não você julga Aadi tão duramente?
— Eu julguei Aadi por suas ações! Ele olhou para longe quando poderia ter impedido! Você não fez isso!
— Porque ele era meu marido! — Jen respondeu. — Eu teria feito o mesmo se fosse qualquer outra pessoa? — A dor inegável encheu sua pergunta. — Eu não sei. O que isso diz sobre mim? Como isso me faz diferente de Aadi?
— Aadi lucrou olhando para longe. E se você tivesse desviado o olhar, teria a assombrado pelo resto de sua existência. Isso a persegue agora e nem sequer aconteceu. Essa é a diferença.
— Não importa. — Jen acenou com a mão desconsiderado. — Meus pais estão mortos. Eu não fui capaz de salvar Todd. E Kimmy... Kimmy está perdida para mim. Eu falhei todos que amei.
— Há alguma verdade em suas palavras, mas não é a verdade completa. Há um que você ama que ainda está vivo. Um que você pode cuidar. Mas apenas se o seu amor for de verdadeiro.
— O que? Sobre o que está falando? Eles se foram!
— Não falo de seu passado, Jennifer, mas de seu futuro. Você sabe de quem eu falo. — A Deusa olhou para baixo. Para o piso branco diluído, revelando algo que apenas a Deusa podia ver. — Mas seu tempo é curto. Pois mesmo a fé do mais forte e mais digno acaba quando o fardo que eles carregam ficam grande demais.
— Eu não entendo. — Mas enquanto falava, um rugido sacudiu o universo. Ele foi preenchido com a mesma dor e angústia que Jen sentia por todos os entes queridos que perdeu. Ela caiu de joelhos e seus olhos se encheram de lágrimas quando ela sussurrou. —Treyvon.
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Treyvon recostou-se na cadeira do Defender, pensando no que Luol lhe disse e ele olhou para a protuberância marrom em sua mão. O que, em nome da Deusa estava acontecendo?
Eles sabiam que os Ganglians descobriram a Terra. Jennifer e os outros seres humanos eram a prova disso, mas também descobriram uma fonte de alimento alternativa? E se era assim, seria dar-lhes uma grande quantidade de poder sobre o Império Kaliszian. Mas por que estava em uma nave Zaludian?
Os Tornianos, enquanto os aliados dos Kaliszianos, não iriam gostar se os cristais de energia Kaliszian começassem a ir para outra pessoa em troca de alimentos. Os Tornianos precisavam dessas coisas para manter suas fêmeas felizes.
A fêmea que Wray descobriu. Ela era da Terra também? Estava com descendente compatível com eles? E se assim fosse, então alguns Tornianos fariam qualquer coisa, daria tudo para adquirir uma fêmea. Seria mudar o equilíbrio de poder dentro do Império Tornian e poderia acabar com a aliança entre os Tornianos e os Kaliszianos. Ambos estariam à beira de um colapso. E se...
O som de um comunicador tirou Treyvon de seus pensamentos sombrios para encontrar um espantado Gryf na outra extremidade.
— Gryf. — Treyvon não se incomodou com as formalidades, não com a forma como o seu amigo parecia. — O que foi?
— Eu descobri algo no porão de carga. — Começou ele. Treyvon perguntou era mais alimentos.
— O que?
— Eu... eu não acredito que seja algo que deva ser discutido em um canal aberto. É muito importante. Deixarei Rood responsável e vou para o ônibus voltar para o Defender. Eu peço que você me encontrar na ponte, Treyvon. — Gryf não se incomodou com títulos também. — Apenas você.
Treyvon franziu a testa ao pedido incomum, mas ele confiava em Gryf. Salvaram a vida um do outro muitas vezes. — Tudo bem, eu o encontrarei lá. No Defender.
Treyvon estava se aproximando das portas para sair da ponte quando Matteo gritou.
— Ataque! Temos duas naves Ganglian apontando armas!
— Todas as naves! Estações de batalha! Preparem-se para o fogo!
— Sim, General!
Os cruzadores de batalha do Imperador foram os primeiros a disparar como eram o mais distante, mas o escudo dos Ganglians, impediram e voaram para eles, concentrando seu fogo sobre as duas naves Zaludian danificadas.
— Tire-os de lá! — Treyvon ordenou. — Eles estão tentando destruir as naves Zaludian!
A tripulação do Defender reagiu imediatamente. Seus irmãos de armas estavam naquelas naves, naves que não tinham defesas, porque foram destruídos. Os escudos da nave Ganglian não eram páreo para o bombardeio que o Defender enviou e ela explodiu. A segunda nave sequer tentou evitar os detritos preenchendo o espaço onde a outra nave estava. Em vez disso, ele voou diretamente, com danos significativos, para a segunda nave, fazendo com que o Defender não pudesse atingi-lo.
— NÃO! — O grito de Treyvon encheu a ponte quando ele e os outros apenas puderam assistir com horror como a segunda nave Ganglian batia intencionalmente com a menor Zaludian, destruindo ambas.
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Os olhos de Jen se abriram e ela tentou entender por que estava cercada pela escuridão quando apenas momentos antes estava cercada por luz. Pelo menos pensou que sim. Quando seus olhos se adaptaram, ela percebeu onde estava.
Estava na ala médica.
Novamente.
Ela estava deitada na unidade de reparação profunda.
Novamente.
O que não conseguia entender era por que? Por que estava ali? E de repente, tudo voltou para ela.
Servindo o ensopado e biscoitos para o Imperador.
Vendo as alianças de casamento de Todd ao redor do pescoço daquela cadela, Rachana.
Atacando a fêmea Kaliszian.
Quando ela se tornou uma pessoa tão violenta? Jen perguntou. Ela nunca foi assim na Terra. Ela nunca precisou ser. Com apenas um sorriso, sempre conseguia o que queria, exceto na cozinha. O fogão, um forno, uma panela... eles não se preocupavam com o seu sorriso. Não se importavam se ela era linda. A cozinha era o único lugar onde era importante. Não sua aparência, não o macho com quem se casou, não o incrível futuro que todos disseram que teria. Apenas suas habilidades importava.
Havia um instrutor, Chef Pierre, que não ensinava culinária francesa como seu nome indicava, era o mais difícil de lidar. Seu sorriso e longo cabelo loiro funcionou antes. Ele muito vocalmente criticou cada um de seus erros, mas fez feito isso com todos os outros também. Ninguém nunca aceitou muito bem em sua turma e Jen lutou com unhas e dentes para ter a melhor nota com ele, conseguiu e parecia ser três estrelas Michelin.
Foi quando ela aprendeu a lutar?
Não sabia. Assim como não sabia o que teria feito se Mac não fosse capaz de confirmar que os anéis eram da Terra, ler a inscrição que colocou para Todd. Ela viu a confusão de Mac por não ter uma inscrição na sua, mas isso era algo entre ela e Todd.
Quando Liron entregou de volta os símbolos de seu casamento com Todd, ela correu para o único lugar em que encontrava paz.
O Gairdin e o Crann.
Por que aquele lugar a chamava, a acalmava, ela não sabia e realmente não importava. O único outro lugar que a fazia se sentir assim era quando estava com Treyvon.
Seu coração pareceu perder uma batida com o pensamento de Treyvon. Essa era uma traição, verdade? Ao que ela e Todd tiveram? E realmente não havia razão para pensar que Treyvon se preocupava com ela. Claro que ele tocou seu rosto cheio de cicatrizes algumas vezes, a tratou com bondade e quase a beijou.
Mas nada disso significava nada. Afinal, ela era a única fêmea disponível no planeta e até mesmo Spada se insinuou.
Mas por que o movimento de Treyvon não parecia um jogo?
Ela sempre se sentia que não podia controlar-se quando estava dizendo algo para o General Treyvon Rayner, o Comandante Supremo da Defesa Kaliszian. Um macho em todo o Império Kaliszian conhecido por seu controle extremo.
Lembrou-se de segurar a corrente com os anéis em sua mão quando ela se sentou no banco do Crann. Lembrou-se da raiva súbita que a consumiu quando assumiu que os anéis importaram mais para Todd do que ela.
Lembrou-se de jogá-los longe. Foi o que implorou para Todd fazer naquela mina maldita. Ela pediu para jogá-los fora ou enterrá-los. Qualquer coisa, mas ele não fez. Ele se recusou, dizendo que eram um símbolo. Um símbolo que eles eram mais... melhores... especiais. Que apenas as pessoas mais importantes podiam pagar anéis como aqueles.
Foi então que Jen percebeu que tudo o que aconteceu com eles, todo o horror que viram, soltou algo na mente de Todd. Ele tornou-se como Gollum de O Senhor dos Anéis, obcecado com o poder de um anel sobre todas as coisas, até mesmo a vida.
Por isso ela os jogou fora,
Jogou-os como Todd deveria ter feito, mostrando que ela significava mais para ele.
Mas ela não significava e Todd morreu protegendo a única coisa que realmente importava para ele... os anéis.
Então se não pensou em mais... nada. Apenas escuridão e dor.
Não, isso não era verdade. Ela se lembrou de algo. Lembrou-se de uma voz chamando por ela, pedindo-lhe para esperar, para ser forte apenas um pouco mais para ele. Mas quem?
— Treyvon! — Apenas o pensamento dele a fez tentar se levantar, o olhar percorrendo a sala procurando por ele.
— Jen?
A voz fez sua cabeça girar para encontrar Mac, que aparentemente estava dormindo na cadeira ao lado dela.
— Mac. — Ela não podia acreditar o quão seca e áspera sua voz era.
— Sim!
Jen apenas viu o sorriso brilhante no rosto de Mac antes dela gritar sobre o ombro. — Luol! Ela está acordada!
O som de passos correndo fez Jen olhar por cima do ombro de Mac. Luol foi o primeiro a entrar, seguido por Maysa, mas como ela esperava ninguém mais entrou.
Onde estava Treyvon? Ela pensou.
— Eu acho que estou ficando cansado de tê-la em minha unidade de reparação profunda, Jen.
— Luol! — Maysa bateu em seu braço com força. — Que coisa a dizer!
— Mas é verdade, meu amor. — Luol disse a ela sem se arrepender. —Jen passou mais tempo nesta cama que qualquer outra pessoa no registro.
— Isso não importa! Você não deveria dizer!
— Claro, meu amor. Agora posso lidar com a minha paciente?
— O que? — Um rubor profundo subiu pelo rosto de Maysa. — Ah sim, claro. Sinto muito, eu não quis dizer...
— Está tudo bem, Maysa. Apenas estava brincando. —Luol gentilmente segurou o rosto de sua Ashe por um momento, em seguida, voltou sua atenção para Jen e falou suavemente. — É bom ter você de volta. Como você está se sentindo?
— É bom estar de volta e bem. — Jen disse a ele. — Acho que devo lhe agradecer por isso.
— Não apenas a mim. — Luol deu-lhe um olhar compreensivo. —Outros foram fundamentais para sua recuperação.
— Sim?
— Sim, mas podemos discutir isso mais tarde. Agora quero examinar você. Deite-se. —Com um braço apoiando seus ombros, ele a ajudou a deitar-se na cama. — Agora me diga, qual é a última coisa que você lembra?
— Lembro-me de estar no Gairdin. — Jen começou a tossir. Mac foi imediatamente ajudá-la a tomar um gole de água. — Obrigada, Mac. — Ela disse, em seguida, continuou. — Eu ouvi... alguma coisa. Alarmes, eu acho, e depois houve uma explosão. Depois disso... nada. Até que acordei aqui. —Ela deixou seu olhar percorrer as três pessoas ali e viu os olhares que eles deram um ao outro.
— O que? O que eu não lembro? Quanto tempo estive inconsciente?
— Perto de três dias, Jen. — Mac disse-lhe em voz baixa.
— Três?
— Sim, você sofreu ferimentos muito graves... — Luol disse a ela.
— Isso já aconteceu antes. — Jen rebateu.
— Não como estes. — Luol informou-lhe calmamente. — A explosão foi causada por um míssil Zaludian.
— Zaludian? — Jen olhou para Luol em estado de choque.
— Sim, eles dispararam mais de trinta mísseis, mas apenas um conseguiu passar. Não bateu muito longe de onde você estava no Gairdin. O impacto a jogou contra o Crann, quebrando vários ossos e causando uma grande quantidade de danos internos, além de sangramento interior.
Jen ouviu o que Luol estava dizendo, mas perguntou: —E o Crann? Foi danificado? Destruído? —Por alguma razão, a árvore morta importava muito para ela.
— Eu... — Luol lançou um olhar preocupado para Maysa e Mac. — Não que eu saiba.
— Você pode descobrir? — Jen perguntou.
— Bem, se tratando de você, então sim. Pedirei a Nikhil que envie alguém para descobrir.
— Nikhil? — Quando Jen estava se acalmando, começou a se agitar novamente. — Por que você pedirá a Nikhil? Por que não Treyvon?
— O General não está mais em Pontus, Jen. — Luol informou.
— O que você quer dizer... — Ela sentiu o sangue de seu rosto desaparecer, mas forçou-se a perguntar. — Ele morreu no ataque?
— Não! — Três pessoas exclamaram como uma e seus olhos foram para cada um tentando decidir se um deles estava mentindo. Ela parou em Mac, a única pessoa que sempre dizia a verdade.
— Não, Jen. — Lágrimas encheram os olhos de Mac quando ela se aproximou da cama e segurou a mão de Jen com as suas. — Eu juro! Eu não mentiria para você sobre isso. Você foi a única seriamente ferida durante o ataque.
— Então... onde ele está? — Jen não podia acreditar no quão melancólica sua voz era e sabia que seus olhos estavam implorando a Mac para obter respostas.
— Você se lembra de estar no escritório particular de Treyvon antes do ataque?
— Sim.
— Você saiu.
— Sim e fui para o Gairdin.
— Pouco tempo depois que você saiu, o Comandante Gryf veio correndo dizer que estávamos sob ataque, todos corremos para o Centro de Comando. Pensávamos estar seguros, em seguida, os Zaludianos lançaram um míssil.
— Aquele que atingiu o Gairdin.
— Sim. O relatório inicial era que não atingiu nada de importante, mas assim que Treyvon ouviu onde caiu, ele soube que estava em apuros.
— Mas.. mas por quê? Como?
Mac tinha suas próprias ideias sobre como e por que, mas sabia que agora não era o momento de expressá-las. Em sua pausa, Luol assumiu a história.
— Gulzar contatou-me. Apenas afirmando que tínhamos alguém gravemente ferido no Gairdin. — Disse Luol. — Quando cheguei, encontrei Treyvon inclinando-se sobre você, tentando protegê-la da tempestade de terra.
— Houve uma tempestade de terra?
— Sim e isso seria um grande problema. Mas aqui está a coisa, no minuto que chegamos Jen, ela parou. Como se a mão da Deusa a acalmasse.
— E por que você acha isso?
— Porque se não tivesse parado, então o General e mais da metade de seus Guerreiros de Elite não seriam capazes de perseguir as naves Zaludian que nos atacaram.
— Ele foi atrás deles?
— É claro. Ele não iria permitir que escapassem. Não apenas porque o Imperador estava no planeta, mas porque você foi ferida e Treyvon nunca permitiria que ficassem impunes.
— Quanto tempo? — Jen perguntou.
— Quanto tempo? — Luol franziu a testa.
— Faz quanto tempo... eles saíram.
— Quase três dias.
— Ele ficou... — Jen sussurrou.
— Durante o tempo que pode. — Luol concordou. — Com você, até que foi chamado pelo Imperador.
— Claro. — Jen murmurou balançando a cabeça em compreensão. —Ele nunca recusaria a cumprir seu dever. — Ela deu uma sacudida mental, em seguida, ficou sobre os cotovelos, o olhar percorrendo seu corpo coberto por um lençol. — Então, fiquei gravemente ferida...
Mac olhou para Luol, levantando uma sobrancelha com a súbita mudança de assunto. — Você ficou.
— Pior que antes?
— Sim.
— Pior do que quando os Zaludianos atacaram pela primeira vez?
— Muito pior.
— Então é por isso que a metade inferior do meu corpo está coberta. — Ela olhou para baixo.
— Não. — Luol falou desta vez. — Você está coberta porque eu pensei que poderia sentir frio.
— Jen. — Mac olhou de Luol para a amiga. — Há algo que você precisa saber sobre seus ferimentos.
— Você estava gravemente ferida, Jennifer. — Luol moveu-se para ficar ao lado de Maysa, seu olhar nunca deixando o rosto de Jen. — Perdeu tanto sangue que a unidade de reparo profundo mal foi capaz de compensar.
— Você está dizendo que eu quase morri.
— Sim. E espero que possa entender que estava concentrado em tentar salvar sua vida e reparar o pior de seus ferimentos.
— Por que você diz isso como se eu não fosse gostar? Você salvou a minha vida, Luol. Por que ficaria irritada?
— Jen. — Mac chamou sua atenção de volta para ela. — O que Luol está tentando dizer é que, porque ele estava concentrado em seus ferimentos graves, ele não percebeu que a unidade começou a reparar suas cicatrizes.
— Minhas cicatrizes? — Jen sussurrou e levantou a mão trêmula para o lado esquerdo de seu rosto, sentindo-o suave.
— Eu sei e entendo por que você se recusou a tê-las reparado. Sinto muito, Jen.
— Não é culpa sua, Luol. Estou viva por sua causa. As cicatrizes não importam. — Ela viu todos relaxarem. — Você realmente pensou que eu ficaria irritada por tê-las reparado?
— Era uma possibilidade. — Luol admitiu com um sorriso irônico. —Há outra coisa que você deve saber. Trata-se de seu tornozelo.
— O que tem? Não está me incomodando.
— E não irá. Nunca mais.
— O que? — Jen ficou confusa.
— A explosão quebrou seu tornozelo novamente, Jen. Porque o fez, a unidade de reparo foi capaz de curá-lo.
Jen apenas olhou para Luol por um momento, não tenho certeza que ouviu direito. — Está curado?
— Sim.
— Completamente curado?
— Sim.
— Não sentirei mais dor? Não mancarei mais?
— Não para ambos. — Disse ele sorrindo.
Jen olhou para Mac que assentiu enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto sorridente. — Não é maravilhoso, Jen?
— Eu... eu não posso acreditar.
CAPÍTULO VINTE E DOIS
Recostando-se contra a parede fria, Treyvon mal sentiu a queimação da água escaldante caindo sobre seu peito quando ele começou o árduo processo de remoção de suas contas. Removendo cada uma, o peso que sempre parecia pressioná-lo pareceu aumentar em vez de diminuir. Finalmente, com a remoção de sua conta de companheira verdadeira e Ashe, colocou-as no balcão e abaixou a cabeça, deixando a água separar suas tranças até seu cabelo caiu longo e livre na sua frente.
O casco da nave Zaludian restante foi comprometido com os detritos golpeando e se não fosse pelas ações do Capitão do cruzador de batalha mais próximo com seus escudos para protegê-la, os demais Guerreiros de Elite de Treyvon teriam conhecido a Deusa.
Em vez disso, Onp e Nroa foram capazes de estabilizar a nave tempo suficiente para os guerreiros restantes serem evacuados juntamente com a carga que transportava. Em seguida, se moveram a uma distância segura e com um tiro, destruíram a nave.
Agora, três dias depois, estavam de volta em Pontus. Liron estava indo para Imroz com a amostra de luciferinas que Jennifer conseguiu e Treyvon teria um descanso necessário. Não que merecesse ou pensasse que a Deusa concederia a ele. Não depois da maneira como falhou com seus guerreiros e seu Imperador. Além dos contêineres cheios de alimentos desconhecidos, não encontrou nenhuma das respostas que Liron exigiu dele.
Apenas mais perguntas.
Alcançando o gel de limpeza, ele esfregou-o em sua pele, acolhendo a ardência. Merecia isso e muito mais. Deveria ter percebido que os Ganglians atacariam. Eles apenas queriam garantir que suas informações sobre os seres humanos não caíssem nas mãos dos Kaliszian. Mas como eram os Zaludianos que estavam perseguindo, não considerou que os Ganglians viriam em seu auxílio, mas deveria ter pensado. Os Zaludianos foram em ajuda dos Ganglians quando o Imperador Vasteri interceptou a nave que transportava a fêmea que agora era sua Imperatriz.
Fechando a água com um puxão, ele saiu da unidade e pegou uma toalha. Depois de esfregar rápido o peito, envolveu-a ao redor de seus quadris e entrou em seus aposentos.
Ele ignorou a mesa cheia de gráficos, as cadeiras e sofá indo direto para a única outra peça de mobiliário. A cama enorme. Sem poder aguentar mais, ele sentou nela e afundou os dedos em seus cabelos soltos, silenciosamente de luto por aqueles que perdeu.
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Respirando fundo, Jen se apoiou na mesa do escritório particular de Treyvon puxando o carrinho. Ela quis ir ali todos os dias, ver por si mesma que Treyvon estava bem. Em vez disso, permaneceu na cozinha, esperando que a refeição que estava preparando ajudasse a aliviar um pouco a dor que viu no rosto de cada guerreiro. Na Terra, a comida sempre parecia desempenhar um papel significativo em um funeral. Ela juntava todos e alimentava o corpo, enquanto conversa e histórias contadas aliviavam a alma. Ela não tinha certeza do que os Kaliszianos faziam em momentos como este, uma vez que não estava no educador e não tinha sentido perguntar.
Virando-se, preparou-se para enfrentar Treyvon e forçá-lo a comer. Em vez disso, encontrou o lugar vazio.
O que a surpreendeu, porque pelo que conseguiu ouvir, Treyvon implacavelmente distribuiu ordens depois do ataque Zaludian. Ouviu também que ele ficou sem comer ou dormir após o ataque à nave.
Levantando os ombros, ela atravessou a sala para a porta que separava o escritório particular de Treyvon de seus aposentos. Ele estava sempre saindo de lá ou em seu escritório quando ela levou a última refeição antes.
Deveria bater ou apenas entrar?
Talvez ele finalmente decidiu descansar.
E se estivesse dormindo, não poderia acordá-lo de um descanso muito necessário.
Mas ele também precisava comer.
Decisão tomada, ela colocou a palma da mão no painel de segurança perguntando se concederia sua entrada. Não havia nenhuma razão para abrir, mas ainda assim...
Quando o fez, ela entrou no domínio privado de Treyvon.
Jen não sabia o que esperava encontrar, mas não foi um molhado Treyvon praticamente nu pingando, sentado no final de sua cama com a cabeça entre as mãos. Ela também não esperava a esmagadora dor enchendo o quarto. Abandonando o carrinho na porta, ela foi imediatamente ao seu lado.
— Treyvon? — Ela sussurrou. — Você está bem? — Ela estendeu a mão para tocá-lo, mas algo lhe disse para não... ainda não.
O olhar brilhante que se levantou para encontrar os dela estava cheio de tanta dor e angústia que fez seu coração quase parar.
— Você não deveria estar aqui, Jennifer. — A voz de Treyvon era brusca, mas tranquilo, como se ele não a tivesse usado por um tempo muito longo.
— Onde mais eu deveria estar? — Ela perguntou com a voz baixa.
— Qualquer lugar exceto aqui.
— Você está errado. Este é exatamente o lugar onde eu deveria estar. — Virando-se, ela entrou na unidade de limpeza para pegar outra toalha. Vendo o grande pente ornamentado no balcão, ela o pegou. Voltando, ficou na frente dele e esperou até que ele levantou o olhar para o dela.
— Você me deixará pentear seu cabelo? — Ela perguntou. Então, sem esperar uma resposta, sentou na cama se movendo atrás dele. Tirando o excesso de umidade, ela aproveitou o momento para apreciar a beleza de suas costas maciças.
Treyvon sentiu todo o seu ar sair com as palavras de Jennifer. Ela sabia o que estava pedindo?
O que significava para um Kaliszian?
Seu cabelo era sagrado para eles. Era onde o seu valor e status se exibia para todos verem na forma de suas contas. Elas raramente eram removidas, geralmente apenas antes dos eventos cerimoniais importantes ou para a limpeza, como um sinal de respeito àqueles perdidos na batalha. E ele perdeu muitos nos últimos dias.
Pentear o cabelo era um ato muito pessoal e íntimo. A mãe de um jovem Kaliszian cuidava do cabelo de sua prole masculina até que recebessem sua primeira conta. A mãe de Treyvon devolveu a conta de Ashe a seu mano muito antes disso acontecer com ele, então ele não tinha nenhuma lembrança de alguém pentear seu cabelo.
Depois disso, a única outra pessoa um macho Kaliszian permitia tocar seu cabeço era sua Ashe ou verdadeira companheira. Como Treyvon não tinha nenhuma, ninguém nunca viu seus cabelos soltos. Até Jennifer.
Ele abriu a boca para dizer que ela não precisava fazer isso, mas em seguida, sentiu o primeiro golpe suave do pente em seu couro cabeludo. Isso enviou uma série de arrepios por sua espinha. Fechando os olhos, ele inclinou a cabeça para trás, em silêncio, dando-lhe permissão para continuar. Quando ela o fez, um sentimento de contentamento o encheu, diferente de tudo que já sentiu antes.
Jen perdeu-se no ato de pentear o cabelo de Treyvon. Ela não podia acreditar como um ato tão simples podia se sentir tão sensual e íntimo. Nunca me senti assim nem mesmo quando penteava o próprio cabelo. E Todd... bem Todd mantinha seu cabelo curto e era extremamente exigente quanto a qualquer um tocá-lo, inclusive ela. Mas se o ruído vindo de Treyvon fosse qualquer indicação, ele estava gostando tanto quanto ela.
Ela nunca considerou como o cabelo de Treyvon poderia ser, nem como seria tão grosso e macio. Nunca parecia assim quando estava trançado e gostava de saber algo sobre ele que não era aparente para os outros. Seu cabelo estava quase completamente seco e solto quando ela disse.
— Sinto muito. — Ela sussurrou, continuando passando o pente pelas mechas longas. — Eu e o Comandante realmente não nos dávamos bem, mas ele era seu amigo e eu sei que sua morte foi algo duro.
Treyvon endureceu, seus olhos se abrindo. Ele rapidamente virou-se e segurou seus pulsos, seu olhar ardente nos dela.
— Eu não quero nem preciso de sua simpatia, Jennifer. — Ele disse com uma voz fria.
— Eu não estava oferecendo-a. — Ela respondeu, não intimidada por ele. Sabia que ele nunca a machucaria.
— Então o que você está oferecendo? — Ele rosnou. Puxando-lhe os pulsos atrás das costas, ele passou um olhar insultante sobre seus seios que se elevaram para ele. — Sua amizade?
— Não me insulte desse jeito, Treyvon! — Seu olhar brilhou para ele, assim como seus mamilos ficaram duros em resposta ao seu olhar. — Eu sei que você está sofrendo, mas isso não lhe dá o direito falar assim comigo quando apenas estou tentando ajudar.
— Eu não preciso de sua ajuda! — Ele disse com os dentes apertados.
— Então o que você precisa? — Ela perguntou.
— Esquecer! — Ele gritou. Movendo uma de suas mãos para parte de trás de sua cabeça, ele segurou seu cabelo preso e abaixou a boca sobre a dela com força. Antes que Jen pudesse fazer qualquer coisa, mesmo responder, ele afastou-se e virou as costas para ela. — Você precisa sair, Jennifer.
Por um momento não houve nenhum som, nenhum movimento. Então ele ouviu o farfalhar de suas coberturas contra os lençóis e soube que ela estava seguindo seu comando. Ele abaixou a cabeça e os dedos apertaram suas coxas para que não a impedisse.
A última coisa que esperava era uma mão suave, mas firme segurá-lo pelo ombro, puxando-o para trás ou a perna que girou sobre suas coxas. Uma perna longa e nua, que o fez levantar a cabeça e olhar em seus olhos.
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As palavras e ações de Treyvon congelaram Jen por um momento, até como sua mente processou. O que acabou de acontecer? Treyvon a beijou... e nos lábios. Algo que poderia admitir para si mesma que sempre sonhou. Mac disse a ela que os Kaliszianos consideravam sagrado e reservado apenas para sua Ashe ou verdadeira companheira.
Então, por que ele deu a ela algo tão importante? E ainda mais importante... por que ele parou?
O Treyvon que ela conhecia era forte e decidido. Ele nunca fazia qualquer coisa que não queria ou não pensava. Mas este não era o Treyvon que conhecia. Este Treyvon acabou de perder metade de seus guerreiros e estava sofrendo.
O que ela entendia.
Lembrou-se de como se sentia ao não ser capaz de proteger aqueles com quem se preocupava. Isso aconteceu com ela, não apenas com Todd, mas com seus pais e com Kimmy. Ela não foi capaz de fazer qualquer coisa para salvá-los. Ela se sentiu tão impotente e fora de controle e Treyvon estava passando por isso agora.
Ele queria esquecer, mesmo que apenas por um curto período. Ela quis também, mas não havia ninguém lá para dar o que realmente precisava, não que soubesse o que era. Oh, Mac tentou, mas agora Jen percebia que não foi possível porque o que ela precisava, então... e o que Treyvon precisava agora... era o mais básico dos atos, que mostrava que ainda estava vivo. Sexo!
Ela poderia dar isso a ele. Poderia dar isso a si mesma também. Tirando os sapatos, ela agarrou a barra do revestimento que Maysa trouxe para ela, tirou-o e jogou no chão. Em seguida, colocou uma mão suavemente, mas firme em seu ombro, o puxou de volta e montou suas coxas.
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— Jennifer! — As mãos de Treyvon imediatamente agarraram seus quadris, estabilizando-a. — O que em nome da Deusa você acha que você está fazendo?
— Ajudando você a esquecer. — Seu olhar ficou fixo no dele enquanto suas mãos percorriam seu peito enorme que o colete não era capaz de cobrir, antes de descer, tocando o abdômen duro que apenas vislumbrou.
Ela parou quando seus olhos começaram a brilhar mais e suas mãos apertaram seus quadris. Este era o lugar onde a antiga Jen teria parado e Todd teria tomado o controle. Todd nunca gostou dela tomar a iniciativa. Mas ela não era a mesma mulher mais e Treyvon não era nada parecido com Todd.
Mantendo o olhar fixo nele, ela deslizou seus dedos sob a toalha que até agora mal o cobria e segurou sua ereção. Ela não esperava não ser capaz de fechar a mão ao redor dele. Sua respiração acelerou quando lentamente acariciou da ponta à raiz, sentindo-o ficar ainda mais grosso e duro. No entanto, ele também era suave e oh tão quente.
Ela moveu os quadris querendo ficar mais perto dele. Queria revestir seu pênis com a umidade inundando seu canal, então ele ficaria escorregadio o suficiente para tomá-lo profundamente. Profundamente dentro dela, naquele lugar dolorido por ele.
Em vez disso, as mãos de Treyvon se mantiveram imóveis, mostrando-lhe que ela não era a única no controle. Ela apenas estava fazendo o que ele permitia. Quando seu olhar brilhante continuou fixo no dela, os polegares dele separaram a carne suave de suas dobras sensíveis. Lentamente, ele pressionou um em seu canal apertado, molhado, enquanto o outro subia para circular seu clitóris.
— Treyvon! — Ela exclamou.
— Não é isso que você quer, Jennifer? — Ele perguntou, fazendo-a ofegar quando pressionou firmemente contra seu clitóris enquanto bombeamento dentro e fora dela. — Para me ajudar a esquecer?
— Sim! Eu apenas esqueci... — Ela interrompeu quando um choque de prazer disparou de seu clitóris fazendo seu canal apertar.
— Esqueceu-se o que? — Ele rosnou, movendo o polegar.
— Como era bom! — Ela admitiu.
Treyvon respondeu, levantando-a para longe de seu corpo e enquanto sua mão perdeu o controle sobre seu pênis, os polegares nunca deixaram de se mover. Ele colocou-a na cama, abrindo suas pernas.
— Então terei certeza que você nunca se esqueça novamente! — Afastando o polegar, ele substituiu-o com a cabeça bulbosa de seu pênis. —Agora!
Com isso, ele empurrou quase completamente em seu apertado canal, apenas para congelar quando ela gritou.
— Deusa, Jennifer! — Treyvon ficou sobre os cotovelos, tomando cuidado para não a esmagar. Firmemente apertando os olhos fechados, seu corpo inteiro ficou tenso quando ele tentou recuperar seu controle. O que, em nome da Deusa ele pensava que estava fazendo? Esta era Jennifer! Ele não podia tratá-la assim! Ela era muito frágil, muito preciosa.
— Treyvon...
No seu apelo sussurrado, ele forçou os olhos abertos, mas manteve a cabeça baixa, não querendo encontrar seu olhar cheio de dor. Em vez disso, ele sussurrou. —Deusa, sinto muito. Eu não queria prejudicá-la.
— Você será o único prejudicado se não terminar o que começou! — Ela rosnou para ele e as pernas que tinha instintivamente ao redor de seus quadris quando ele mergulhou nela tentou forçá-lo o restante do caminho.
Os olhos de Treyvon se arregalaram em choque, o seu olhar foi para o dela e ele ficou surpreso ao descobrir os olhos azuis cheios de uma necessidade e desejo que combinava com o seu. — Jennifer?
— Mova-se, Treyvon. — Ela ordenou, movendo os quadris contra os dele. — Eu preciso que você se mova. Por favor!
Foi o por favor que o fez mover os músculos. Sua Jennifer nunca deveria implorar por qualquer coisa, especialmente por seu prazer. Afastando um pouco, ele pressionou para frente, observando o menor sinal de dor ou desconforto. Em vez disso, ela sussurrou. —Mais forte.
Seu encorajamento foi o suficiente para que ele soltasse sua paixão. Uma paixão que era apenas por causa dela. Saindo quase inteiramente, sentiu seu canal apertar ao redor dele, protestando em sua retirada. Voltando para sua profundidade quente, ele deu a ela o que queria. O que ele queria.
— Oh Deus! — Ela não podia deixar de apertá-lo, seus quadris empurrando para cima, girando, fazendo todo o possível para mantê-lo ali! Fazia muito tempo desde que ela se sentiu assim, sentiu qualquer coisa quase incrível como isso. Sabia que não duraria, não seria capaz de contê-lo, não como queria e ela estava certa. Com o próximo impulso duro de Treyvon, ele girou seus quadris, esfregando e pressionando o clitóris exatamente no lugar certo para enviá-la ao espaço. Gritando seu nome, ela explodiu.
Todo o universo de Treyvon se reduziu a apenas uma coisa... Jennifer. Para dar-lhe todo o prazer que ela poderia aguentar. Ouvi-la gritar seu nome, fez Treyvon se sentir como o macho mais poderoso do universo e fez suas bolas apertarem contra seu corpo. Quando ela gritou seu nome outra vez, seu canal apertando-o mais forte que antes, não havia nada que ele pudesse fazer, apenas rugir sua liberação e preenchê-la com sua semente.
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Jen estava deitada sobre o peito de Treyvon, ouvindo como seu coração voltava ao ritmo normal. O que ela acabou de fazer? O que aconteceu com ela? Nunca agiu assim antes, mas então ela nunca se sentiu atraída por um homem como Treyvon antes. Ele era tão diferente de Todd.
Onde o cabelo de Todd era claro, o de Treyvon era escuro. Onde o corpo de Todd era magro, mas musculoso, como um nadador, Treyvon era musculoso como um fisiculturista. Onde Todd estava sempre preocupado com o que as pessoas pensavam dele, Treyvon sabia o que eles pensavam e não se preocupava.
Onde ela se apaixonou por Todd facilmente e rapidamente, com Treyvon...
A mão que ela não percebeu que estava se movendo lentamente para trás e para frente sobre o peito de Treyvon acalmou.
Treyvon. Sua respiração parou enquanto sua mente trabalhava no que seu coração já sabia ser verdade. Ela estava apaixonada por Treyvon, mas com ele, o amor não veio facilmente. Levou algum tempo.
Quando aconteceu?
Talvez na primeira vez que ele a salvou? Na última vez?
Talvez em todas aquelas pequenas coisas que fez no meio? A mudança de seus aposentos. Mostrando-lhe como usar os controles.
Fornecendo produtos de higiene e roupas de cama de seu estoque pessoal?
Foi quando ele permitiu que ela usasse seu precioso estoque de alimentos para que encontrasse seu lugar e valor no novo mundo que ela estava?
Ele não fez nada mais fácil para ela, mesmo que tivesse facilitado o caminho.
Ele a deixou encontrar seu próprio caminho ao se certificar de que ela soubesse que nunca estava sozinha.
Qualquer uma dessas coisas tomadas individualmente não significava muito, mas como um todo revelava que o gostoso, carinhoso e digno macho que Treyvon Rayner realmente era, ele achando isso ou não.
Ficando sobre os cotovelos ainda em seu peito, ela deixou os olhos percorrerem a beleza masculina abaixo dela. E prendeu a respiração quando seus brilhantes olhos azuis se abriram, capturando os dela.
Sim, ela o amava.
Apenas não sabia o que aquilo significava. Para qualquer um deles.
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Treyvon estava deitado de costas, com os olhos fechados, seu peito ofegante após o lançamento mais explosivo de sua vida. Jennifer estava deitada sobre o peito com os braços firmemente ao redor dela. Isto não era o que ele esperava desta noite. Não era o que merecia. Mas não questionaria um presente da Deusa e era isso que Jennifer era. Um presente. Um que ele apreciaria durante o tempo que ela lhe permitisse.
Sentindo Jennifer se mover, seus braços instintivamente a apertaram, não querendo que seu tempo juntos acabasse. Abrindo os olhos, ele encontrou os azuis cheios de uma emoção que não conseguiu identificar olhando para ele.
— Você está bem? — Eles perguntaram juntos e pareceu romper um pouco da tensão crescente entre eles.
— Jennifer? — Ele perguntou com a voz rouca.
— Eu estou bem. — Ela respondeu. — Você está?
— Eu? Claro, eu estou bem. — Treyvon não podia acreditar que ela pensava que poderia tê-lo prejudicado. Ela não pesava nada.
— Talvez na parte externa. — Abaixando, ela deixou que seus dedos tocarem e explorarem seu belo rosto. Algo que ela nunca foi capaz de fazer antes. Ele realmente era um belo homem com sua alta testa, maçãs do rosto salientes e queixo quadrado forte. Seus brilhantes olhos azuis sempre chamaram sua atenção e ela podia sentir seu humor deles. E agora, olhando como suave e calorosamente brilhava, podia ver sua dor e mágoa.
— Mas por dentro, você está ferido.
A suavidade e calor em seu olhar desapareceu quando ele se entendeu, suas palavras trazendo-o de volta. A dor. A perda sem sentido. Saber que era sua culpa. Seu fracasso. Ele queria se levantar e colocá-la de lado dizendo que estava errada quando suas próximas palavras o pararam.
— Eu me lembro da sensação de ser responsável pela morte de alguém que você ama.
— Você nunca foi responsável pela morte de seu Todd, Jennifer. Não havia nada que pudesse fazer para evitar.
— Não? — Ela sussurrou dando-lhe um olhar triste. — Eu poderia ter forçado Todd a me dar os anéis. Poderia sugerir que escondesse na caverna menor, onde os Zaludianos nunca teriam encontrado. E se eu tivesse feito isso, Todd ainda estaria vivo.
— Você não sabe disso. Ele ainda poderia ter morrido.
— Assim como Gryf e os outros poderiam. — Ela se recusava a ceder. — Você vai me dizer o que aconteceu?
— Eu falhei com eles! — Ele disse. — Foi o que aconteceu.
— Eu não acredito nisso. Nunca acreditarei.
— É verdade.
— Então me diga como. — Ela perguntou. —Diga-me o que aconteceu.
A cabeça de Treyvon voltou para a cama enquanto ele olhava cegamente para o teto, vendo tudo em sua mente novamente.
— Nós estávamos prestes a ultrapassar as naves Zaludian quando mergulhamos em um cinturão de asteroides ao redor de um planeta desabitado. Eles permaneceram lá por dois dias e foram finalmente forçados a sair e render-se ou permanecer e ser destruído. Quando se renderam, eu dividi nossas forças, enviando Gryf a uma nave enquanto eu ia para outra.
— Você deixou o Defender? — Ela não sabia, pensou que ele permaneceu onde estaria seguro. Ela deveria saber que ele nunca faria isso.
— Sim, mas uma vez que estávamos a bordo, em vez de se render os Zaludianos tentaram nos emboscar. Eu deveria ter percebido então que eles apenas estavam tentando nos distrair até que os Ganglians chegassem.
— Por quê?
— Eu não sei.
— Não, quero dizer, por que você acha que deveria ter percebido?
— Porque eu sou o Comandante Supremo. É minha responsabilidade considerar todas as possibilidades.
Ela lhe deu um olhar incrédulo. — Considerar a possibilidade de que os Ganglians, uma espécie que nunca ajudou ninguém, de repente, o faria?
— Sim. — Disse ele. — Sim, mas não o fiz. Depois que voltei para o Defender, Gryf contatou dizendo que encontrou algo incomum na segunda nave e que voltaria para discutir o assunto comigo.
Ela permaneceu em silêncio sabendo que havia mais.
— Eu não podia acreditar no que via na tela. — Tão perto como ela estava, ainda precisou se esforçar para ouvir suas palavras sussuradas. — Os Ganglians entraram em velocidade máxima e foram capazes de passar pelos cruzadores de batalha de Liron que dispararam contra eles. Aquilo não foi normal. Eles tiveram que transferir todo o seu poder auxiliar para os escudos e foi aí que percebi.
— Percebeu o que?
— Que esta era uma missão suicida para eles. Que não estavam tentando salvar os Zaludianos, mas tentando destruir suas naves ao mesmo tempo causando danos tanto para nós quanto possível.
— Eu sinto muito.
— Gryf estava no transporte de Liron a caminho do Defender quando os Ganglians atacaram.
— Você acha que foi por isso que eles atacaram? Porque era o transporte do Imperador?
— Não. Enquanto Gryf parecia pensar ter descoberto algo importante, não havia nada para os Zaludianos que poderia justificar a perda de tantas vidas Zaludian ou Kaliszian.
Não para você. Ela pensou, mas não disse.
— Eu estava na ponte e apenas pude observar impotente como a primeira nave Ganglian explodida. A onda de choque e detritos enviou o transporte sem defesa de Gryf para o cinturão de asteroides.
— Não há nenhuma maneira dele ter sobrevivido?
— Não. Nós rastreamos várias explosões na atmosfera.
Movendo-se para cima para que seu rosto ficasse diretamente acima dele, ela olhou profundamente em seus olhos e o deixou ver a verdade neles. —Sinto muito, Treyvon, sinto muito. Eu sei que você leva suas responsabilidades a sério, que é um macho digno. E sei também que se houvesse qualquer maneira de evitar estas mortes, você teria feito isso. Eu também sei que se pudesse, trocaria de lugar com Gryf ou qualquer um dos guerreiros que perdeu.
— Sim. — Sua voz cheia de emoção e ele enterrou o rosto em seu pescoço. Deusa, como Jennifer o conhecia tanto? Como ela percebeu que com a morte de cada guerreiro, foi como arrancar um pedaço de si mesmo? Houve momentos em que ele não achava que tinha algo a perder.
— E se o fizesse, seria a única coisa que finalmente me destruiria. — Ela deixou as palavras saírem de seu coração. Seus dedos afundaram em seu cabelo, segurando a parte de trás de sua cabeça enquanto ela o abraçava. —Perder você também.
Treyvon levantou a cabeça para olhar para ela.
— Não precisa carregar esse fardo sozinho, Treyvon. Estou aqui para você.
— Deusa, Jennifer, eu não mereço alguém tão bonita e leal como você.
— Eu não sou bonita. — Ela negou.
— Você é para mim. Mesmo com cicatrizes, você estava linda. Agora. — Seu olhar percorreu seu rosto curado. Ele a olhou profundamente nos olhos e viu a beleza interior, a verdade em seu coração. — Agora você rivaliza até mesmo com a Deusa.
— Isso deve ser a maior inverdade que você já disse, Treyvon Rayner. — Ela disse, mas o sorriso suave tirou o calor de suas palavras. — Mas obrigada pelo carinho.
— Você não acredita em mim? — Ele podia ver que ela não acreditava e isso apenas aumentava sua beleza. —Então terei que mostrar o que eu vejo.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
Jen não tinha certeza do que esperar, pela a maneira como os olhos de Treyvon estavam em chamas. Mas não foi a maneira como ele reverentemente estendeu a mão para tocar lentamente seus fios longos e brancos de cabelos abrindo-os.
— Você não sabe o quão bonito isso é? — Ele perguntou em voz baixa. — Especialmente quando o mantém preso na maior parte do tempo.
— Não pode ficar solto quando estou cozinhando. — Ela disse a ele calmamente. — Ninguém quer encontrar um fio de cabelo na sua comida.
— Eu não acredito que alguém reclamaria se isso significasse que teriam a honra de vê-lo. — Disse ele enquanto continuava a acariciando. — É como tocar feixes de luz das estrelas.
Jen não podia fazer nada, mas apenas olhar para Treyvon com os olhos atordoados. Seu cabelo foi descrito de muitas maneiras ao longo dos anos, mas nenhum foi tão sincero como Treyvon.
— Sua pele é tão pálida. — Ele passou um dedo calejado por sua têmpora, em seguida, desceu ao longo de sua bochecha, fazendo-a tremer. — E tão suave. Tão diferente da nossa, assim como os seus olhos.
— Eles não brilham. — Ela encontrou-se sussurrando.
— Não. — Ele concordou, com os dele brilhante profundamente. — Mas ainda me atraem. Eles são poderosos, mas cheios de tanta bondade e compreensão que acho difícil olhar para longe... exceto se for para olhar seus lábios.
Seu dedo se moveu para baixo para tocá-los suavemente. Eles não eram tão cheios como no desenho que viu, mas ele teria certeza que um dia ficassem daquele jeito. Ainda assim, os atraiam de uma maneira que nenhuma outra fêmea fez. Quando continuou acariciando-os, eles se separaram e ele moveu-se para substituir o dedo com os lábios.
— Pare. — Jennifer apertou a mão em seu cabelo, parando-o.
Ele a olhou confuso. — Você não quer meu beijo?
— Claro que sim. — Ela sussurrou, soltando seu cabelo para que os dedos pudessem correr suavemente sobre os lábios. — Eu sonhei beijar você e você me beijar, mas Mac me disse o que significa para um Kaliszian.
— É reservado para aqueles que nos são mais queridos. — Ele murmurou, beijando cada ponta do dedo.
— Sim. — Respondeu ela calmamente.
— Como você. — Ele viu a surpresa em seus olhos lindos. — Por que isso a surpreende?
— Porque eu sou...
— Uma fêmea magnífica? — Ele terminou por ela. — A única que eu já realmente desejei?
— Treyvon...
— Você me permitirá essa intimidade, Jennifer?
A incerteza nos olhos daquele macho fez o coração se apertar.
— Oh sim. — Ela sussurrou, afastando os dedos de seus lábios e instintivamente se movendo quando ele abaixou a cabeça. Ela conseguiu seu primeiro gosto e cheio de Treyvon. E o gosto era muito bom.
Deusa, ela nunca sentiu nada tão delicioso e satisfatório antes. Ele era a combinação perfeita de doce e azedo compensado pela pitada de sal. Representava plenamente o homem que ele era e isso a fez desejar mais. Alterando o ângulo do beijo, ela passou a língua ao redor da dele, acariciando-a da forma como seu canal fez ao seu eixo.
Treyvon lhe permitiu controlar o beijo, sabendo que nisso pelo menos por agora, ela era o mestre. Mas ele estava determinado a aprender, para ser capaz de dar-lhe tanto prazer com apenas um beijo como ela estava dando a ele agora. Após sua liderança, ele acariciou sua língua com a dele e foi recompensado com seu gemido abafado.
Sabendo que havia ainda mais de sua beleza que ele precisava revelar a ela, relutantemente afastou sua boca.
— Treyvon? — A forma como a mão ainda estava presa em seu cabelo, combinado com a maneira como ela disse seu nome, ele soube que ela não queria que o fim de seu beijo.
— Meu voto. Voltarei aos seus lábios, Jennifer... muitas vezes. — Ele viu a frustração em seu olhar e descobriu que precisava lutar contra um sorriso. Quando união antes foi assim? Como algo para ser saboreado. — Depois que eu terminar de mostrar o quão bonita você é para mim.
Ele beijou seu pescoço, sentindo seu sabor único, antes de ser forçado a empurrar seu corpo para cima e levemente longe dela para que pudesse deslizar mais para baixo de seu corpo, suas pernas entre as dela.
Ele beijou até o monte firme de seu seio esquerdo. Era menor do que as fêmeas Kaliszian, mas assim era ela e não apenas por causa do que sobreviveu. Ele descobriu que gostava. Gostava de como podia chupar ele quase todo. Como podia raspar seu mamilo contra o céu da boca e senti-lo ficar duro e ela gemer - de prazer.
Ele ignorou seu grito de negação quando de repente ele soltou-o com um pop e deu ao outro seio a mesma atenção. Sua mão se moveu até o seio que soltou, sem deixar de tocá-la.
Depois de alguns minutos, ele relutantemente soltou a maravilhosa carne. Ele deixou seus joelhos tocarem o chão enquanto beijava o corpo dela. Roçou os lábios na parte interna da coxa e ficou surpreso ao senti-la tensa.
— Jennifer? — Seus olhos se levantaram para encontrar os delas arregalados e cheios de inquietação. — O que está errado?
— Eu... você... — Como ela deveria explicar para Treyvon que enquanto ela e Todd estavam juntos há mais de cinco anos, em todo esse tempo, Todd apenas fez isso uma vez? Foi no início de seu relacionamento, quando eles ainda estavam na faculdade e estavam experimentando com diferentes posições. Todd foi muito vocal sobre o quanto não gostou e ela nunca lhe pediu para fazer novamente.
— Diga-me. — Ele insistiu e enquanto não se moveu por entre suas pernas, suas mãos se moveram para acariciar as coxas de forma calma.
— Você não precisa fazer isso.
— Fazer o que? Beijar sua pele incrivelmente macia aqui? — Ele perguntou beijando sua coxa. — Você quer dizer sentir o cheiro tentador de sua excitação? — Acariciando os pelos úmidos no ápice de sua coxa, seus olhos de fecharam e ele respirou fundo.
— S... sim. — Ela gaguejou.
— E se eu quiser? — Ele perguntou, seus olhos penetrantes nos dela.
— Você, você quer?
— Por que não iria querer fazer algo que nos dará tanto prazer?
— Você vai gostar? — Ela perguntou incrédula.
— Quer dizer sentir seu gosto doce na minha língua enquanto encontra o seu prazer e saber que em breve irá encontra-lo novamente ao redor do meu eixo? — Treyvon sentiu seu eixo inchar apenas ao pensar nisso. —Mostrar em todos os sentidos como você é linda para mim? Oh sim, eu vou gostar muito disso.
O canal de Jen apertou com necessidade e desejo ao ouvir palavras de Treyvon e a promessa nelas.
— Você vai permitir? — Ele perguntou.
Jen respondeu abrindo suas pernas mais um pouco, oferecendo-se a ele.
Treyvon moveu seu aperto de modo que seus polegares pudessem separar suas dobras revelando seu cerne de prazer ao seu olhar. Sem poder esperar mais, ele abaixou a cabeça e a saboreou pela primeira vez e quase perdeu a cabeça. Deusa, ela tinha um gosto que nunca pensou gostar antes.
Lentamente, ele passou seus ásperos polegares em seus sucos, em seguida, pressionou-o em seu canal que ainda estava inchado de sua primeira união. Ele não podia acreditar no quão pequena e apertada ela era. Nem em como ela foi capaz de tomá-lo. No quão incrível que sentia.
— Deusa, Treyvon! Mais! — Jen pediu.
Treyvon respondeu a sua súplica chupando sua protuberância e substituindo o polegar com dois dedos para bombear dentro e fora dela.
— Oh, isso é bom, Treyvon. — Ela ofegava, puxando seu cabelo enquanto seu canal começou a apertar. — Tão bom!
Treyvon rosnou com o óbvio prazer dela e a vibração fez seu orgasmo explodir e ela gritar.
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Treyvon lentamente beijou de volta o corpo de Jennifer, sentindo cada curva, descobrindo todas as áreas que a fazia suspirar ou gemer de prazer. Seu eixo latejante roçou sua entrada, exigindo o alívio que apenas se unir poderia trazer. Mas ele não tinha pressa para ceder a essas exigências.
Ele queria tomar seu tempo e saborear esta união. Queria aproveitar o prazer de Jennifer. Um prazer que ele lhe deu. Nunca, em todas as suas uniões anteriores foi assim. Oh, ele sempre teve a certeza de que quem quer que estivesse se unindo com ele, que encontrasse o seu prazer, então rapidamente encontrava o seu, não vendo razão para estender o encontro.
Esse não era o caso com Jennifer. Com ela, ele queria prolongar por tanto tempo quanto possível, mesmo negando sua própria liberação para conseguir isso. Logo ele encontrou seus lábios como prometeu, mas em vez de tomá-los, mordiscou levemente, apaziguando temporariamente sua fome furiosa por ela.
— Treyvon...
O roçar de seus lábios contra os dele enquanto ela respirava seu nome fez sua fome voltar ao ponto da ferocidade. Erguendo a cabeça, ele manteve o resto do seu corpo pressionado contra o dela tomando cuidado para não a esmagar. Seu cabelo escuro formou uma cortina de proteção ao seu redor antes de fluir para baixo para se unir aos fios mais leves. O movimento de seu eixo separou as dobras delas.
— Treyvon. — Ela sussurrou novamente, olhando para ele. Ela não tinha certeza de como era capaz de manter seu aperto no cabelo dele, não quando seus ossos estavam tão fracos. Ela também não tinha certeza do porquê ele apenas não empurrou nela, tomando o que queria. Era o que Todd teria feito. Mas então ela sentiu seus lábios nos dela. Primeiro nos quadris, em seguida, através de seu estômago antes de mover-se para adorar seus seios de forma tão diferente de antes, mas não a fazendo se sentir menos querida. Cada toque de seus lábios, a fazia sentir prazer, mas ele não procurava o dele.
Então ele chegou a seus lábios e ela esperava que ele finalmente entrasse, exigindo o que tinha direito, após o prazer que lhe deu. Em vez disso, ele parecia saboreá-la como se fosse o melhor dos vinhos. Olhando-o, ela pode ver a verdade brilhando em seus olhos. Ela era mais importante para ele do que seu prazer. Ele fez seu coração derreter e ao mesmo tempo acelerar.
— O que você precisa, Jennifer? — Perguntou, seus olhos procurando os dela.
— Você. — Ela sussurrou. — Apenas você. Dentro de mim. — Com isso, ela puxou a boca de volta para a dela para um beijo ardente.
Isso foi tudo o que levou para a paixão de Treyvon sobrecarregar seu controle. Ele estava beijando-a quando começou a colocar a cabeça de seu eixo em sua entrada e empurrou até que ficou totalmente dentro dela. Nada poderia parar sua paixão agora que Jennifer lhe deu sua permissão para liberá-lo. Ele repetidamente se perdeu em sua suavidade, em seu espírito e em sua força tranquila. No entanto, quando sua liberação cresceu ele sabia que não tinha sentido se não fosse com ele também.
— Jennifer. — Ele rosnou, em seguida, colocando um braço sob o joelho, abrindo-a a totalmente para que ele pudesse mergulhar ainda mais fundo em sua suavidade — Goze comigo! Deixei meu eixo sentir o quanto você me quer.
E com ela, seu rugido de prazer ecoou pelas paredes.
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Jennifer não sabia que horas eram enquanto estava deitada de lado, apoiada em um cotovelo olhando Treyvon. Ele mal conseguiu rolar sobre suas costas, puxando-a para perto, antes que caísse em um sono exausto. Ela apenas precisava descansar os olhos por um minuto, mas seu corpo estava tão relaxado e satisfeito que ela o seguiu.
Agora olhando-o, a pouca luz dos cristais de energia revelava o peso verdadeiro de suas responsabilidades. Havia manchas escuras sob os olhos e as maçãs do rosto normalmente esculpidas parecia ainda mais pronunciada, mesmo com seus músculos faciais relaxados pelo sono.
E se ela tivesse pensando direito, o teria feito comer enquanto penteava seu cabelo. Ela viu o quão duro e exigente era consigo mesmo, mais do que com os outros. Em vez disso, ela ficou distraída pela sensação sedosa de seu cabelo e com a tentativa de aliviar sua dor. Precisava colocar suas necessidades antes dela, especialmente quando ninguém mais parecia fazê-lo. O que Treyvon precisava agora era de descanso.
Ela também não tinha certeza qual era a etiqueta apropriada Kaliszian nessa situação. Deveria ficar até ele acordar? Deveria sair antes dele acordar?
Cuidadosamente, ela começou a soltar o corpo do seu, começando com a perna que estava flexionada no joelho e descansando em sua coxa. Em seguida, ela levantou o braço que estava envolto em seu peito e lentamente começou a rolar.
Seu corpo mal rompeu o contato quando a mão que descansava suavemente em seu quadril apertou e seu peito vibrou com um estrondo descontente.
— Shhh. — Ela sussurrou, passando os dedos suaves ao longo de sua mandíbula. — Volte a dormir.
— Não vá. — Ele murmurou, virando a cabeça na direção dela.
— O que? — Ela perguntou, vendo que estava mais dormindo do que acordado.
— Preciso de você aqui. — Ele continuou murmurando sonolento, quando ele se virou para o lado, envolvendo os dois braços ao redor dela e puxando-a para perto. —Preciso de você.
Foram essas palavras simples... preciso de você. Mas que expressaram tanto, revelaram tanto, especialmente vindo de um macho como Treyvon. Ela duvidava que ele já tivesse dito isso a alguém antes, especialmente não uma fêmea. Para ele dizer isso a ela agora. Não tinha certeza do que a manhã traria mas sabia, que não podia deixá-lo agora que pediu que ficasse. Forçando as perguntas não respondidas de sua mente, ela se acomodou mais confortavelmente em seus braços e com sua proteção ao redor dela, dormiu.
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Treyvon acordou olhando para o teto e se sentindo mais relaxado do que... bem, ele não conseguia se lembrar da última vez que acordou se sentindo tão bem assim.
Por que isso?
Com um movimento, ele endureceu quando seu braço esquerdo apertou algo macio e ouviu o menor sussurro. Olhando para baixo, ele encontrou uma cabeça com cabelos brancos fluindo por cima do ombro e tudo voltou para ele.
Jennifer trazendo a última refeição.
Jennifer penteando seu cabelo.
Beijar Jennifer.
Unir-se com Jennifer.
Repetidamente.
Nunca ninguém se importou com ele como Jennifer. Ela entregou-se livre e abertamente, sem reter nada.
Seu leve movimento deve tê-la acordado e ela esfregou a bochecha pálida contra sua pele quente antes de levantar os olhos azuis sonolentos aos seus. Quase brilhavam com o calor e felicidade ao vê-lo.
Então ela suspirou. — Treyvon... — E ele estava perdido.
Abaixando a cabeça, ele tomou seus lábios suave pelo sono em um beijo suave, puxando-a ainda mais. Deusa, ele nunca se cansaria de beijá-la.
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Jennifer deixou-se afundar no beijo de Treyvon. Deus, quanto tempo passou desde que ela acordou desta maneira? Ou que sentiu tão bem? Era mais do que o fato de que se sentia segura nos braços de Treyvon. Era que se sentia bem cuidada, acalentada até.
Mas apenas porque ela lhe ofereceu seu corpo?
Todas essas perguntas não respondidas e dúvidas da noite anterior voltaram. Sim, Treyvon a beijou. Ele disse que amava. Mas o que isso realmente significa para ele?
Era apenas algo que os machos diziam no calor da paixão?
Era assim na Terra, às vezes. O homem diria qualquer coisa para levá-la para cama. Sua mãe avisou sobre isso. Disse que ela apenas poderia ter sua primeira vez uma vez e precisava ser com alguém especial, alguém que você amasse.
Jen também sabia que sua mãe dizia que deveria apenas acontecer depois do casamento. Jane Teel nunca concordou com a forma moderna de pensar, como ela dizia. Ela sentia que de alguma forma menosprezava o que considerava um ato bonito e íntimo em algo mais como sair para uma xícara de café. Ela tentou incutir isso em suas meninas.
Jen apenas revirava os olhos sempre que sua mãe começava esse pequeno discurso, não que ela a deixasse ver. Isso faria sua mãe ficar com raiva e ter seus sentimentos feridos, ninguém queria ferir os sentimentos de Jane Teel. E se o fizessem, teriam que lidar com seu pai. Richard Teel era um homem gentil, bem-educado que raramente levantava a voz, raramente mostrava sua raiva. Exceto quando o amor de sua vida, sua Jane, estava preocupada. Seu bem-estar e felicidade eram sua prioridade e qualquer um que perturbasse isso, conhecia sua ira.
Era como Jen sabia que poderia ter o casamento dos sonhos. Apenas precisou sugerir que ela e Todd viveriam juntos para ter sua mãe em um estado de confusão e seu pai cedeu.
Ela sempre quis alguém como seu pai. Ele abria as portas para sua mãe, puxava as cadeiras para ela. Ele amava a distração e sempre a colocava em primeiro lugar.
Ela pensou ter encontrado isso em Todd. Ele disse todas as coisas certas. Fez todas as coisas certas, pelo menos até que seus pais morreram e as coisas ficaram difíceis.
Seria Treyvon ser da mesma maneira?
— Jennifer? — Treyvon perguntou, calmamente afastando os lábios dos dela quando a sentiu tensa. — O que está errado?
— Eu...
— Diga-me por favor. — Seus olhos brilhantes estavam cheios de preocupação.
— Apenas estava me perguntando o que acontece agora. — Ela disse a ele. Precisava saber, de uma forma ou de outra.
— Agora?
— Sim, já é de manhã.
Antes que ele pudesse responder, seu comunicador começou a tocar. Virando a cabeça, ele deu ao dispositivo um olhar frustrado. Com um suspiro, ele rolou para o outro lado da cama e pegou-o da mesa colocou na noite anterior.
— Rayner. — Ele respondeu.
— General, você pediu para ser contatado uma hora antes da primeira luz. — A voz de Nikhil soou.
— Sim. Eu o renderei em breve, Líder de Esquadrão.
— Sim, General.
Treyvon desligou o comunicador e olhou para o outro lado da cama, vendo Jennifer se levantar e puxar o lençol junto com ela.
— Aonde você pensa que vai?
— Você precisa ir. — Disse ela envolvendo o lençol ao redor de seu corpo enquanto olhava pelo quarto procurando sua cobertura. — Eu também.
Treyvon se levantou da cama sem se preocupar com sua nudez e andou ao redor dela até que parou diante dela. Colocando um braço em sua cintura, ele a puxou para perto, enquanto colocava um dedo suave, mas firme sob o queixo, elevando-o até que seu olhar encontrou o dele. Ele odiava como seus olhos estavam.
— Não quero que você vá.
— O que? — Ela lhe deu um olhar de surpresa. — O que você quer dizer? Eu não posso ficar aqui.
— Eu sei disso, mas ainda não quero que você saia. Não quero sair, mas eu devo. — Ele colocou um dedo sobre os lábios dela quando começou a abrir a boca novamente. — Quanto à sua pergunta... o que acontece agora? Minha resposta é o que você quiser. Sabe que tenho fortes sentimentos por você. Sentimentos que nunca tive por qualquer outra fêmea.
— Treyvon. — Ela continuou segurando o lençol entre os seios com uma mão enquanto estendia a outra para seu rosto. — Sabe que tenho sentimentos por você também. Eu nunca teria me entregado a você, se não sentisse nada.
— E se eu quiser mais?
— Mais?
— Eu sei que não sou o macho que uma fêmea deseja comprometer-se permanentemente. — Seus olhos ficaram um pouco tristes. — Não como você se comprometeu com seu Dasho. Mas eu gostaria de fornecer para você, enquanto permitir e farei tudo ao meu alcance por sua felicidade.
— Por que você diz isso assim? — Ela perguntou franzindo a testa para ele.
— Como o que?
— Como se fosse um macho impróprio ou indigno. Como se fosse uma dificuldade para mim estar com você.
— Por causa do meu antepassado, é claro. — Ele odiava ter que lhe dizer isso, pois poderia mudar seus sentimentos por ele, mas sua honra lhe não permitiria fazer menos. Ela merecia saber. — Haverá aqueles que a evitarão Jennifer, se souberem que se uniu a mim.
— Primeiro de tudo, o que seu antepassado fez mais de quinhentos ciclos atrás, enquanto indesculpável, não tem nada a ver conosco. — A mão que cobria seu rosto apontou um dedo com raiva em seu peito. — Em segundo lugar, se acha que o que um bando de idiotas mesquinhos importam para mim, então não me conhece!
Treyvon não podia acreditar como irritada ela ficou por causa do que ele disse sobre si mesmo. Ela estava defendendo-o contra si mesmo. Não conseguia colocar em palavras o que isso significava, então em vez de usar palavras, ele a beijou.
Jen não podia acreditar no quão furiosa estava. Ninguém falava sobre Treyvon dessa forma. Nem mesmo ele. Será que ele não sabe macho incrível ele é? Enquanto era forte, ainda podia ser gentil. Enquanto era decidido, ainda considerava cuidadosamente cada decisão que tomava e como isso afetaria os outros. Ele se importava profundamente com seus guerreiros e seu povo, mas nunca esperava que se preocupassem com ele. E isso a enfurecia ainda mais, porque ele não merecia.
Ela estava prestes a dizer-lhe tudo isso quando ele tomou seus lábios em um duro beijo, profundo, que eliminou todo pensamento de sua cabeça e fez sua raiva se transformar em desejo. Ela soltou o lençol e agarrou seu cabelo, certificando-se de que ele não pudesse se afastar dela.
Treyvon saudou a dor pungente do aperto de Jennifer, juntamente com a maneira como os seios nus pressionaram contra seu peito. Ele não queria nada mais do que levantá-la, pressioná-la na cama e mantê-la ali pelo resto do dia, tomando-a repetidamente.
Mas ele não podia. Relutantemente, interrompeu o beijo. A única satisfação no ato era que ela parecia tão relutante em acabar com o beijo como ele.
— Eu sei que há mais que precisamos discutir. — Disse ele descansando sua testa contra a dela. —Mas eu preciso me limpar e colocar minhas contas antes de encontrar com Nikhil.
— Ok. — Ela sussurrou e começou a se afastar quando ele a parou.
— Jennifer, quando trouxer a última refeição esta noite, traga o suficiente para dois. — Ele sorriu quando seus olhos se arregalaram de surpresa e não pode resistir em passar um dedo gentil por sua bochecha. — Terminaremos esta conversa, então.
Com isso, ele se virou e entrou na unidade de limpeza dando-lhe uma vista de tirar o fôlego de seu incrivelmente forte traseiro nu.
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
Horas mais tarde, o coração de Jen ainda não retomou seu ritmo normal. Deus, como podia um macho ter um traseiro tão duro? Ela rapidamente puxou a manga da cobertura que Maysa lhe deu, grata ao descobrir que não era uma confusão enrugada. Calçou seus sapatos, passou os dedos pelos cabelos despenteados e finalmente, precisou deixá-lo solto quando ela não conseguia encontrar o laço que o prendeu quando ela chegou.
No caminho para fora da sala, ela viu a última refeição intocada ainda no carrinho. Sabia que não podia alimentá-lo um guisado que ficou fora toda a noite, mas os biscoitos ainda estariam bons. Assim, deixando a taça sobre a mesa onde ele não poderia deixar de ver, escreveu um bilhete que dizia...
COMA!
Com isso, ela saiu com o carrinho e foi para seu quarto se limpar.
Agora estava limpando a cozinha que deixou em desordem na noite anterior quando um som a fez virar.
— Gulzar! — Ela imediatamente foi para o outro lado da sala, envolvendo os braços ao redor dele. Ela disse que ele deveria voltar e ileso, mas ainda precisava vê-lo. — Você está seguro!
— Jen. — Gulzar se viu devolvendo o abraço entusiasmado e sorrindo para ela. — Você não foi informada que estava a salvo?
— Sim. — Disse ela ainda sorrindo para ele. — Mas precisava ver. — E o que ela viu contava outra história. Havia novas linhas no rosto e a tristeza de Gulzar brilhava em seus olhos. Ele não era o mesmo jovem guerreiro que cozinhou ao lado dela há uma semana ou que viu treinando para se tornar um Guerreiro de Elite. Ele parecia diferente agora. Mais velho.
— Bem, isso é interessante. — A voz zombeteira fez ambos se virarem, ainda abraçados, para encontrar Spada de pé na porta. — Você precisa vir a mim, se finalmente estiver interessada em adquirir créditos, Jennifer. Especialmente agora que não é horrível de se olhar. — Seu olhar insultante percorreu seu rosto livre das cicatrizes. — Isso é uma desculpa de guerreiro. — Ele fez um gesto para Gulzar. — Não tem nem os créditos nem os conhecimentos necessários para satisfazer suas necessidades. Eu garanto que gritará o meu nome quando colocar meu eixo dentro de você de novo e de novo e de novo. — Ele esfregou a mão para cima e para baixo seu eixo.
A boca de Jen se abriu e ela sentiu o rosto escurecer com as palavras duras e ações grosseiras de Spada. Ela não sabia o que dizer. Não sabia como reagir.
Gulzar não teve esse problema. Ele foi imediatamente para outro lado, prendendo Spada contra a parede com um braço sobre a garganta dele, os olhos brilhando. — Você não fala assim com ela! Não age dessa forma ao redor dela! Sequer a olha!
Parlan ficou surpreso por um momento, não apenas por causa das palavras de Gulzar, mas porque ele ousou colocar as mãos sobre ele. Ele, um Guerreiro de Elite. Movendo-se para soltar o braço de Gulzar, ele ficou surpreso ao descobrir que não podia.
— Eu terei suas contas por isso, Gulzar! — Parlan disse. — Eu sou um Guerreiro de Elite...
— Que insultou uma fêmea! — Gulzar respondeu. — A que chamou a atenção do Imperador com seu uso de nossos alimentos. Você já vigia os muros por causa de seu tratamento com a verdadeira companheira de Nikhil. O que acha que acontecerá quando souberem que desrespeitou Jennifer? — Ele se inclinou mais perto e rosnou baixinho. — Não serei eu a perder minhas contas.
— Ninguém acreditará em você. — Parlan resmungou mesmo quando empalideceu.
— Eles acreditarão em mim. — Disse Jen e o olhar furioso de Parlan foi para ela. Ela sabia que ele estava tentando intimidá-la, assustá-la e o teria conseguido antes de ser sequestrada, mas não agora. Cruzando os braços sobre o peito, olhou de volta para ele. Não mais aceitaria seus olhares insultantes e comentários sarcásticos. — Esqueça isso, Spada.
Gulzar usou o braço contra a garganta de Parlan para afastar dando um passo para trás. — Você ouviu. Esqueça.
— Você pagará por isso! Ambos! — Parlan disse, em seguida, girando, fez uma retirada precipitada.
— Bem, isso foi divertido. — Jen disse calmamente.
— Não, não foi. — Gulzar virou olhos preocupados com ela. — Você está bem?
— Estou bem. — Ela lhe deu um sorriso tranquilizador. — Graças a você. Obrigada pelo que fez, Gulzar.
— Apenas fiz o que qualquer outro macho faria.
— Não, você fez o que somente um macho verdadeiramente adequado e digno faria. — Ela observou seu rosto escurecer com prazer. — Spada lhe causou problemas? Pare se tornar um Guerreiro de Elite?
— É possível. Ele é um Guerreiro de Elite e vem de uma linhagem forte.
— Isso não significa que ele é apto ou digno.
— Não, mas a sua palavra será ainda válida, porque ele também está relacionado ao Ministro Stepney, o Ministro do meu planeta.
— Portanto, há política envolvida.
— Sim.
— Então por que você me defendeu se pode custar-lhe tudo o que você está trabalhando?
— Porque você é minha amiga. — Disse ele simplesmente.
Jen sentiu seus olhos se encherem de lágrimas com suas palavras. Um amigo. Gulzar se considerava seu amigo e não da maneira Kaliszian. — Eu... obrigada, Gulzar. É verdadeiramente uma honra ser sua amiga.
— A honra é minha e Jen?
— Sim.
— Você sempre foi bonita para mim.
As lágrimas que ela estava lutando para segurar sabendo que apenas iria deixá-lo mais desconfortável correu pelo seu rosto.
— Jen...? Eu preciso levá-la para Luol?
— Não. — Ela riu, limpando o rosto com a forma como entrou em pânico com suas lágrimas. Parece que os machos Kaliszian e humanos tinham algo em comum. Não sabiam como lidar com uma fêmea chorando. — Eu estou bem. Então, o que devemos fazer para última refeição?
—Eu pensei que você pudesse olhar os alimentos que encontramos na nave Zaludian antes de decidimos. Por isso vim mais cedo.
— Alimentos?
— Você não foi informada?
— Não. Por que deveria?
— Porque...
— Porque?
— Eu posso estar errado, mas acho que...
— Gulzar, apenas diga.
— Acho que os alimentos que encontramos em uma das naves Zaludian veio de sua Terra.
— O que? Por que você acha isso?
— Por causa disso. — Ele puxou um pequeno nódulo marrom para fora de dentro de seu colete e entregou a ela. Ele tirou da mesma caixa que mostrou ao General Treyvon antes de selá-la. Ele sabia que não deveria ter, feito, especialmente se fosse realmente comestível, mas queria ver a reação de Jen. Valeu a pena o risco ao ver seus olhos se arregalam quando ela olhou para o que ele entregou.
— É uma batata! — Ela sussurrou.
— Sim? Eu pensei que fosse pela forma como você descreveu, mas eu não tinha certeza.
— Isto é. — Seu olhar subiu para o dele. — Onde está o restante?
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Treyvon comeu o último biscoito que Jennifer deixou enquanto lia o relatório final de Nikhil. Saindo da unidade de limpeza, ele soube imediatamente que ela se foi por como frio e vazio o quarto estava. Mas ela deixou para trás um pequeno pedaço de seu espírito caloroso e atencioso na nota que encontrou sobre uma taça descoberta. Falava de seu cuidado e preocupação com ele.
Os cantos de seus lábios curvaram levemente quando ele se lembrou da ordem simples. Coma, dizia.
Quem além de Jennifer ousaria dar-lhe uma ordem? Mesmo Liron sugeria algumas coisas para ele. Mas não sua Jennifer e ela sabia que nunca precisaria temê-lo. A batida na porta forçou seus pensamentos longe de Jennifer.
— Entre. — Ele ficou surpreso ao ver Nikhil entrar. Treyvon o rendeu de seu turno quase quatro horas atrás ordenando-lhe descansar.
— General.
— O que você está fazendo aqui, Nikhil?
— General, eu senti que deveria responder a quaisquer dúvidas que possa ter sobre os meus relatórios.
Treyvon recostou-se na cadeira, pensando sobre os relatórios que acabou de ler. Eram detalhados e concisos, transmitiam todas as informações que Nikhil foi capaz de compilar sobre o que aconteceu antes, durante e depois do ataque Zaludian. Treyvon sabia que tomou a decisão certa em colocar Nikhil no comando da base. Também lhe dizia que Nikhil seria uma boa escolha para o seu segundo em comando. O que não lhe dizia era como os instintos de Nikhil seriam como seu Comandante.
— Sente-se, Nikhil. — Treyvon apontou para uma das cadeiras em frente a sua mesa. Nikhil hesitou apenas por um momento, em seguida, fez como ordenado. — Diga-me o que aconteceu aqui.
— Senhor, meus relatórios não detalharam o suficiente?
— Sim, são mais que adequados, mas o que estou pedindo é que me conte sobre os detalhes. Você é um guerreiro incrivelmente astuto, Nikhil. O melhor Líder de Esquadrão que eu já tive. As vidas de muitos guerreiros foram salvas pela sua rapidez em ver, entender e reagir a mudanças no campo de batalha. Isso é o que estou pedindo de você agora.
— General... — Nikhil começou então pareceu hesitar.
— Fale livremente, Nikhil.
—General, enquanto não pode haver dúvida de que alguém dentro de nossas forças está fornecendo informações aos Ganglians e Zaludianos. A verdadeira questão é por quê? O que esperam ganhar com tais atos indignos? — Nikhil parou por um momento e Treyvon deixou-o organizar seus pensamentos. — Porque eu sou o Líder de Esquadrão e foi a minha verdadeira companheira que os Ganglians estavam tentando sequestrar, como o Comandante Gryf me informou, já que houve uma transmissão enviada de Pontus aos Ganglians antes do ataque.
— Isto e verdade. — Enquanto ele tentou esconder, Treyvon pode ver a raiva nos olhos de Nikhil por sua Mackenzie ser colocada em risco.
— Porque eu tinha essa informação, pessoalmente fiz um estudo intensivo de todos os comunicadores, tanto de entrada e saída pelas horas, dias e semanas antes do último ataque.
— E não encontrou nada. — Treyvon sabia pelo relatório que Nikhil escreveu.
—Não, mas descobri um sinal fraco, intermitente que aleatoriamente começou a aparecer e desaparecer de nossos comunicadores quando o Monarch se aproximou.
— Você está dizendo que o sinal estava sendo enviado da nave do Imperador? — Treyvon endireitou-se em sua cadeira.
— Sim, General e quando ele chegou à superfície, ele veio também.
— Você disse a Liron isso?
— Não.
—Por quê?
— Porque assim que o míssil explodiu, o sinal desapareceu.
— Então o alvo era o Imperador.
— Sim, mas como ele estava vindo para Pontus, talvez estivessem tentando matar dois pássaros com uma pedra.
— O que? — Treyvon deu-lhe um olhar confuso.
— Sinto muito, General, é um ditado da Terra que minha verdadeira companheira me ensinou. Isso significa livrar-se de dois problemas ao mesmo tempo.
— Entendo. E você sabe quais são os dois problemas? Verdade, Líder de Esquadrão? — Disse ele quando viu a hesitação de Nikhil.
— Minha avaliação é que o alvo principal era o Imperador com a esperança de também matar Mackenzie e Jennifer.
Treyvon sentiu seu estômago apertar com o pensamento de Jennifer ser um alvo assim. Ele chegou perto de perdê-la duas vezes já e enquanto ainda não se uniu a ela, ambas as vezes quase o destruiu. Agora, depois de se unir, sabia que seria destruído se ele falhasse novamente.
— Você não encontrou a fonte de transmissão?
— Não.
— Não reapareceu após Liron partir para Imroz?
— Não, General.
— O sinal, você foi capaz de indicar a sua localização quando estava em Pontus? Ele se moveu?
Nikhil franziu a testa para a pergunta de Treyvon. — Eu nunca considerei restringir a pesquisa nessa medida, General, apenas que estava dentro da base.
— Ainda é possível?
— Sim.
— Então faça isso. Eu quero saber exatamente onde o sinal estava e quem é responsável.
— Sim, General. — Nikhil estava prestes a virar para fazer exatamente isso quando Treyvon o impediu.
— Apenas mais uma coisa, Nikhil.
— Sim, General.
— Estou promovendo você a Comandante e fazendo-o o meu segundo em comando.
—O... o que? — Os olhos de Nikhil se arregalaram em choque. Ele não podia acreditar que estava sendo oferecido uma posição tão importante. Havia outros Guerreiros de Elite que vinham de mais linhagens de prestígio que ele.
— Você é um dos melhores guerreiros que eu já tive o privilégio de liderar, Nikhil. É fisicamente mais forte do que qualquer macho que conheço, mas a sua maior força é a mente. Você tem a capacidade de avaliar a situação e responder apropriadamente e rapidamente. Por isso que muitos dos guerreiros sob seu comando ainda respiram.
— Eu... obrigado, General.
— Eu preciso disso do meu segundo. Eu também preciso dele para me dizer a verdade se discordar de mim.
— General?
Treyvon foi à frente de sua mesa, em seguida, recostou-se contra ela, seus braços cruzando sobre o peito. — Gryf e eu tínhamos uma relação única que cresceu de formação e servirmos juntos. Eu sei que você entende o que estou dizendo.
Nikhil entendia. Não havia nenhum vínculo mais forte do que entre guerreiros quando você sabia que o outro o protegeria.
— Por causa disso, Gryf não tinha medo de expressar seus pensamentos, em particular, para mim se achava necessário. Eu preciso que você faça o mesmo. Eu não sou um ser onisciente. Apenas posso tomar decisões eficazes se tiver toda a informação relevante.
— Eu farei o meu melhor para isso, General.
— Bom. Infelizmente, a cerimónia oficial terá que esperar até Liron estar presente, mas quero que você assuma as funções imediatamente.
— Claro, General.
— Bom, agora com sua substituição. Quaisquer pensamentos sobre quem deve ser o Líder de Esquadrão?
Nikhil não respondeu de imediato e Treyvon podia ver que ele estava mentalmente avaliando cada guerreiro, passando por seus pontos fortes e fracos.
— Gostaria de recomendar ou Guerreiro Nroa ou Guerreiro Onp, General. Ambos são guerreiros que têm as habilidades necessárias para a posição.
— Você poderia escolher entre um deles?
— Nroa tem o melhor braço da espada. — Nikhil começou. — Mas Onp é melhor com mão a mão. Ambos são capazes de liderar e são respeitados por seus guerreiros irmãos. Ambos vêm de linhagens fortes. Então não, General, eu não quero escolher entre os dois. Essa decisão difícil seria sua a fazer.
Treyvon se encontrou sorrindo. Ele definitivamente tomou a decisão certa escolhendo Nikhil. — Isto é verdade.
— Há mais alguma coisa, General?
— Apenas uma coisa. Quando estiver sozinho, você pode me chamar de Treyvon.
— Eu... — Nikhil não podia acreditar na honra que lhe estava sendo dada. — Sim, Gen... Treyvon.
— Bom. Dispensado.
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— Oh meu Deus. — Jen sussurrou enquanto lentamente olhava para as caixas alinhadas contra as paredes. Havia dezenas, algumas do tamanho de um carro de médio porte. — Em qual você encontrou a batata? — Ela perguntou olhando para Gulzar.
— Está. — Gulzar a levou para caixa e abriu-a para ela. Ao vê-la tentando se erguer na ponta dos pés ele sorriu. Em seguida, segurando sua cintura e a levantou.
— Obrigada. — Ela distraidamente disse e quando seu olhar olhou a mistura de produtos dentro da caixa não pode deixar de gritar. —Oh. Meu. Deus!
— Jennifer! O que foi? — Gulzar rapidamente puxou-a para longe da caixa, assim poderia colocar-se entre ela e tudo o que a fez gritar assim.
— Não, não! — Ela exclamou suas pernas chutando.
— Jennifer, o que está errado?
— Nada! Basta levantar-me de volta! Deixe-me vê-lo novamente!
— Não até que você explicar. Eu não vou colocá-la em perigo.
— Eu não estou em perigo. Estou animada. Surpresa.
— O que?
—Gulzar, reconheci tudo naquela caixa. É tudo da Terra.
— Mesmo?
— Sim. Agora descobriremos o que temos e como precisa ser armazenado para que eu possa fazer uma comida absolutamente incrível.
— Você quer dizer melhor do que já criou? — Deu-lhe um olhar incrédulo.
— Ah, sim. — Ela sussurrou.
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Treyvon entrou na área de formação e silenciosamente viu a intensidade com que seus guerreiros treinavam. Era sempre assim quando um irmão Guerreiro encontrava a Deusa. Eles honravam treinando ainda mais duro, trabalhando através de sua raiva e tristeza.
Ele cuidou do pior de sua tristeza na noite passada nos braços de Jennifer. Ainda não conseguia acreditar. Como sua única preocupação foi para ele. O que, em nome da Deusa ele fez para merecer a bênção que era Jennifer? Sabia que ainda havia muito para conversarem. Mas não tinha certeza de como eram as práticas de união na Terra, além da troca de anéis que era semelhante à sua troca de contas.
Descansar com Jennifer foi... não havia palavras para descrever como ele se sentiu, o que significou. Tudo o que sabia era que queria que ela descansando lá todas as noites.
Os machos Kaliszian apenas faziam isso com sua Ashe ou verdadeira companheira.
O que os seres humanos faziam?
E se oferecesse a Jennifer sua conta Ashe ela aceitaria?
Ele forçou seus pensamentos longe de Jennifer e as perguntas que não tinha respostas, para assistir a um treinamento entre Nroa e Gulzar. Não havia raiva, apenas tristeza em cada balanço da espada de Nroa quando ele dominou o guerreiro mais jovem, mas também foi controlado. Quando Gulzar cambaleou para trás e abaixou a espada ficando em um joelho, Nroa imediatamente interrompeu seu próximo movimento. Depois de vários minutos, Gulzar se levantou e Treyvon observou como Nroa se moveu para ele, não para retomar seu ataque, mas para demonstrar como Gulzar deveria ter anulado. Mesmo que estivesse de luto por seus irmãos perdidos, Nroa se certificava que não ficaria de luto por Gulzar.
Algo que somente um macho adequado e digno faria.
— Guerreiros! — Todo o treinamento parou quando os guerreiros se voltaram para o Geneal. —Hoje honramos os guerreiros irmãos que perdemos. Eles eram machos adequados e dignos que morreram em batalha e agora estão a serviço da Deusa. Que a todos nós possa ser concedida tal honra um dia.
Um rugido de concordância respondeu as palavras e espadas foram levantadas no ar no tributo.
— Porque eles agora servem a Deusa, precisamos encontrar outros que de forma honrosa podem servir o Imperador. — Treyvon deixou seu olhar percorrer todos os machos ali antes de continuar. — A partir de agora o Líder de Esquadrão Kozar é Comandante Kozar e meu segundo no comando.
Cada guerreiro rugiu sua aceitação e levantou suas espadas para saudar Nikhil.
— O Guerreiro de Elite Nroa é agora o Líder de Esquadrão Nroa.
Mais uma vez os guerreiros levantaram suas espadas e rugiram sua aceitação da nova classificação do Nroa.
— Além disso, o Guerreiro Gulzar, através de suas ações e habilidades ganhou a honra de ser o primeiro de sua linhagem a alcançar o status de Guerreiro de Elite.
Treyvon viu o choque nos olhos de Gulzar quando seus guerreiros irmãos rugiram sua aceitação em suas fileiras, então não apenas levantaram suas espadas, mas também lhe deram um tapa nas costas.
Treyvon também viu que Spada, depois de ter levantado a espada em saudação, não se mexeu para felicitar Gulzar. Sim, algo definitivamente deveria ser feito sobre Spada.
8 8 8
Jennifer encontrou-se limpando o caminho cheios de detritos do Crann. Ela e Mac terminaram de preparar a última refeição e iam limpar o lugar quando Mac recebeu um chamado de Nikhil e rapidamente voltou para seus aposentos.
Ela não voltou ao Gairdin desde o ataque e não tinha certeza do porquê.
Na primeira vez, foi por causa de Luol que insistiu que ficasse na cama certificando-se de que ela não sofreu efeitos colaterais do extenso tempo que passou na unidade de reparo. Ela tinha que admitir ter Maysa com ela foi maravilhoso. Era o que sua mãe teria feito se estivesse doente.
Mas ela saiu da ala médica dias antes do retorno de Treyvon e ainda não foi ali.
Por quê?
Por alguma razão, a árvore era importante para ela. E se descobrisse...
Respirando fundo, ela fez a curva final que lhe permitiria ver o Crann e sentiu seus olhos começam a encher de lágrimas. Ainda estava lá... um pouco pior pelo ataque, mas ainda estava de pé alto e silencioso. Ignorando o restante do Gairdin por um momento, ela correu para o Crann e pressionou as palmas das mãos contra ele.
— Oh, obrigado a Deusa que está tudo bem. — Ela sussurrou, rindo quando percebeu que estava falando com uma árvore. Ainda rindo, ela limpou a sujeira e detritos que se acumulou no banco, em seguida, sentou-se e encostou a cabeça contra o Crann da maneira como as garotas faziam quando estavam contando segredos umas às outras.
— Ok, talvez isso seja uma tolice minha, mas você está aqui por tanto tempo, sobreviveu a tanto, tornou-se uma espécie de símbolo para mim. Um símbolo de que há ainda esperança, mesmo depois de todas as decisões terríveis que foram tomadas. Por isso, ainda há a chance de fazer a coisa certa. Por isso que você ainda está aqui, não é? Recusando-se a deixar as decisões terríveis de uma pessoa fazer com você e o que foi feito em Pontus, o que foi feito no Império Kaliszian, a Treyvon. Ele é um bom macho, Crann, embora tente esconder o fardo que carrega por causa de Aadi... você precisa ajudá-lo.
— Pode fazer isso, certo? Você é o Crann de recompensa. Protege e fornece para aqueles sob seus cuidados, tal como fez comigo quando esse míssil me atingiu.
Ela olhou para baixo e viu a área escurecida ainda manchada na areia debaixo do banco ao redor do Crann. Foi onde Treyvon a encontrou sangrando e quebrada após o ataque com mísseis. Luol contou a ela sobre isso quando perguntou. Dizendo-lhe que se não fosse pelo banco e o Crann para protegê-la do pior da explosão, ela nunca teria sobrevivido.
— Obrigada. — Ela sussurrou, em seguida, deixou o olhar percorrer a área. Precisaria mais do que apenas uma vassoura para limpar os caminhos neste momento e mais músculo do que ela tinha para mover os grandes blocos de pedra espalhados na área.
Grandes pedaços. Seu olhar foi para as paredes exteriores intactas, em seguida, para os caminhos que pareciam sem danos. E se ambas as coisas eram verdade, então de onde veio os detritos?
Levantando-se, ela se moveu lentamente em direção ao caminho que estava em frente e levava ao grifo Kaliszian. Era um que terminava abruptamente em uma parede. Foi por este caminho que ela jogou os anéis de Todd. Movendo-se ao longo do caminho, se surpreendeu ao descobrir que não apenas o caminho estava sem danos, mas que continuava através da parede agora destruído.
— Uau, esse Kevtoof é realmente forte.
Ela também ficou surpresa com o quão diferente este caminho era comparado aos outros quatro. Enquanto estes caminhos pareciam saber exatamente para onde iam, este parecia serpentear, curvando pela primeira em um longo S antes de finalmente se abrir em uma área circular semelhante aos outros embora parecesse menor.
Fazendo uma pausa, ela observou a área. Enquanto neste também havia um único banco em frente à entrada, assim como os outros, havia uma camada mais profunda de areia cobrindo tudo. Era como se os apenas ventos fortes de Pontus foram incapazes de chegar a este lugar. Movendo-se para o centro da área, ela usou o lado de seu pé e começou a mover a areia acumulada para um lado, a procura para ver se havia um grifo escondido debaixo dela como nas outras áreas.
Levou vários movimentos, mas finalmente algo começou a surgir. Na primeira, era apenas um disco amarelo plana e sem vida, mas enquanto absorvia o poder e calor do sol de Pontus, começou a brilhar suavemente e expandir até a luz tocar seu centro.
Ficando de joelhos, ela usou as mãos para tentar remover mais e mais da areia, expondo primeiro uma pequena pedra acinzentada, em seguida, um amarelo pálido. Movendo-se mais longe, encontrou uma pedra azul brilhante com redemoinhos brancos. Sentando-se sobre os calcanhares, olhou a estreita faixa que se abriu ao ângulo do sol. Estava ficando tarde e ela precisava servir a última refeição, em seguida...
Ela sentiu seu coração começar a bater mais rápido e fez então o que queria fazer todo o dia, foi ver Treyvon novamente.
Prometendo que voltaria em breve, ela se levantou e deixou o Gairdin.
CAPÍTULO VINTE E CINCO
Pela terceira vez em uma hora, Treyvon se conteve de verificar para ver quanto tempo até que Jennifer viesse para a última refeição. Depois de cuidar de seus guerreiros, ele retornou ao seu escritório para lidar com a infinidade de coisas que precisavam de sua atenção, incluindo a revisão dos aplicativos que restauraria sua unidade de elite à sua força total. Era uma tarefa que sempre temia, porque na maioria do tempo significava que um guerreiro encontrou a Deusa. Mas ele também apreciava a tarefa, porque isso significava que um macho digno estava prestes a ser dada a oportunidade de avançar sozinho. Um como Gulzar.
Acabando os arquivos de outro candidato, ele foi impedido de verificar o tempo mais uma vez por uma batida em sua porta.
— Entre. — Ele ordenou e foi imediatamente para cima e ao redor de sua mesa quando viu a frente do carrinho com Jennifer na outra extremidade. Deusa, ele sentiu falta dela.
— General, eu trouxe a última refeição para você. — Ela empurrou o carrinho, seu olhar percorrendo a sala quando a porta se fechou atrás dela. Vendo que era apenas os dois, ela abandonou o carrinho e caminhou para seus braços. — Oi. — Ela sorriu para ele.
Treyvon respondeu, inclinando-se para baixo, envolvendo os braços ao redor dela e tomando seus lábios e um beijo longo e duro que a deixou corada e sem fôlego no momento em que terminou.
— Por que você hesitou? — Ele perguntou com a voz rouca, afastando-se apenas o suficiente para perguntar.
— Hesitar? — Ela deu-lhe um olhar confuso. — Sobre o que está falando?
—Quando você entrou pela primeira vez. Você olhou para ver se estávamos sozinhos antes de vir para mim. — Ele viu acontecer em mais de uma ocasião com outras fêmeas, mas Jennifer fazer isso o incomodava muito mais. — Por quê?
— Porque eu não queria ultrapassar os limites.
— Ultrapassar os limites? O que você quer dizer?
— Quer dizer, eu não conheço as regras em uma situação como esta e não queria envergonhá-lo.
— Você acha que eu ficaria envergonhado se outros descobrissem que estávamos juntos? — Ele não podia acreditar. No passado, sempre foi a fêmea a ficar constrangida por se associar a ele.
— Eu... não, é claro que não acho isso, mas Treyvon, eu tenho certeza que existem limites... regras sobre o que é e não é aceitável em uma situação como esta. E desde que eu não sei quais são as regras, procederei com cautela até que falar sobre isso. Eu não quero que fique ferido ou sinta vergonha por minha causa.
— Jennifer. — Ele gentilmente a beijou novamente. — Você não sabe que a única coisa que poderia me machucar é a sua rejeição?
— Treyvon... — Ela podia sentir os olhos cheios de lágrimas com suas palavras. Não tinha certeza se queria esse tipo de responsabilidade. Ela falhou com tantas pessoas em sua vida, as pessoas com quem se importava profundamente. E se ela e Treyvon...
Treyvon viu o brilho de lágrimas em seus olhos antes deles se fecharem e odiou que suas palavras fossem a causa. Tudo o que ele queria fazer era tranquilizá-la, mas em vez disso, a aborreceu. Ela estava certa. Eles precisavam conversar.
— Venha. — Disse ele levando-a para mesa que arrumou em antecipação para compartilhar esta refeição juntos. Era a mesma mesa que Liron, Rachana e ele se sentaram, apenas que desta vez havia duas cadeiras, uma de frente a outro na ponta, para que pudessem ficar perto e ainda ver um ao outro sem precisar virar a cabeça. Puxando a cadeira, ele ordenou: — Sente-se e podemos conversar enquanto comemos.
Jen sentou-se, um pouco chocada quando o Comandante Supremo da Defesa Kaliszian começou a servir sua última refeição.
— O que? — Ele perguntou, quando se sentou na extremidade mais curta da mesa pegando a mão dela com uma das suas.
— Eu... eu acho que estou surpresa. Não me lembro a última vez que alguém me serviu uma refeição.
— Todd nunca se importou com você desse jeito? —Ele perguntou com cuidado.
— Claro que não. — Disse ela pegando o prato e estendeu. — Eu sou a cozinheira chefe. Era meu trabalho cozinhar e servi-lo.
Treyvon sentou-se com seu próprio prato, em seguida, pegou o garfo, fez um gesto para que ela fizesse o mesmo. Apenas depois que ela comeu, ele perguntou. — Então, se não era sua responsabilidade cuidar de você, desta forma, o que era?
— O que você quer dizer? — Ela perguntou. Lentamente mastigando, em seguida, distinguindo os temperos bem, ela engoliu.
— Como é que ele se importava com você? — Ele esclareceu.
— Eu... bem... — Ela não tinha certeza de como responder a isso.
—Eu pergunto porque também não estou familiarizado com as regras de uma situação como esta.
— Eu suponho que isso é verdade. — Ela suspirou colocando o garfo de lado. — Mas eu não sei por onde começar ou o que perguntar.
— Você começa comendo. — Disse ela. — É responsabilidade primária de um macho Kaliszian se certificar que sua fêmea esteja bem atendida. Isso significa que ela sempre deve ter o suficiente para comer.
— Mesmo?
— Sim. Não é dessa forma na Terra?
— Não realmente. Como eu já disse antes, comida realmente não é um problema para a maioria das pessoas na Terra. Bem atendida é mais como construir uma boa casa, ter um bom carro, bons revestimentos e créditos suficientes para comprar o que quiser. — Jen ouviu o que ela estava dizendo e percebeu quão superficial soou, mas isso era exatamente o que ela e Todd lutaram para ter. E foi exatamente do que tiveram que desistir depois que Kimmy foi morar com eles.
— Entendo. — Treyvon franziu a testa enquanto seu olhar percorria a escassez de onde eles estavam. Sua casa em Crurn tinha móveis mais confortáveis do que isso, mas não era a opulência que viu tanto no Palácio ou qualquer uma das casas que tinham fêmeas nelas. Ele era um guerreiro e não precisava de muito, especialmente quando estava fora do planeta. Não era que ele não tivesse os créditos ou a posição que lhe permitia ter essas coisas, como muitos de seus generais tinha, apenas nunca sentiu a necessidade. Será que Jennifer veria isso como uma falha de sua parte? Seu olhar voltou para ela. Mesmo a bela cobertura que ela usava foi fornecida por outra pessoa.
— Treyvon, o que está errado? — Estendendo a mão, ela cobriu a mão fechada com a sua.
— Você deve ver-me como um macho indigno.
— O que? Por que você diz isso?
— Devido a estes arredores. Eles são inadequados para uma fêmea.
— Treyvon...
— E depois há seus revestimentos. Embora sejam lindos, eu não os forneci para você.
— Treyvon...
— E depois...
— Treyvon! Cale a boca!
Ele recuou, olhando para ela, ninguém ousava falar com ele assim. —O que?
— Você acha que tudo isso importa para mim?
— Mas você acabou de dizer...
— Essa é a forma como é na Terra, mas não estamos na Terra agora, estamos? E de qualquer maneira, nada disso importa para mim! Meu Deus, você não sabe que isto... — Ela moveu o braço ao redor da sala. — É um luxo para mim depois de dormir em uma caverna? Que enquanto eu amo essa cobertura. — Ela tocou a que ela estava usando. — Ficaria tão feliz vestindo o que você originalmente me deu.
— Eu não lhe dei nada que mostra o quanto a valorizo.
— É onde está errado. Você me mostra que me valoriza todos os dias de muitas maneiras. — Estendendo a mão, ela colocou os dedos suaves em seus lábios, impedindo-o de falar. —Você me deu uma razão para ficar aqui ao me permitir acesso ao seu estoque de alimentos. Não precisava fazer isso. Encontrou-me aposentos próximo a Mac, sabendo que estaria mais confortável lá. Outra coisa que não precisava fazer. Você até me enviou lençóis e outros suprimentos de seu estoque pessoal.
— Como sabia de veio de meu estoque pessoal? — Perguntou ele, saboreando a sensação de seus dedos contra seus lábios.
Jen lhe deu um pequeno sorriso. — Eu dormi em lençóis na ala médica e em sua cama. Você realmente acha que não notaria a diferença? A única vez que sinto um cheiro particular, é quando estou perto de você ou tomo banho. Está sempre me dando toques e olhares suaves, Treyvon. Acreditou em mim imediatamente sobre os anéis em vez de Rachana. Mesmo na última noite, quando estava cheio de tanta dor e sofrimento, você não me machucou.
— Eu nunca a machucaria, Jennifer.
— Eu sei disso e é assim que sei que você se importa e me valoriza. O resto... não importa. Não para mim. São apenas coisas.
— Você é tão diferente de qualquer fêmea que eu já conheci.
— Isso é bom ou ruim? — Ela perguntou abaixando a mão.
— É bom, muito bom. — Ele segurou sua mão pequena e macia, levando-a aos lábios, beijando os nós dos dedos. — Isso me faz querer coisas que eu nunca pensei que eu poderia ter antes.
— E o que é isso?
— Tudo. — Seus olhos foram aos dela querendo que visse sua verdade. — Tudo o que você estiver disposta a dar, tudo o que estiver disposta a compartilhar. Eu a quero em meus aposentos, Jennifer. Vivendo lá. Descansando lá.
Jen ficou chocada por um momento com as palavras contundentes, em seguida, percebeu que não deveria. Treyvon sempre foi franco com ela, nunca mentiu. Mesmo quando não gostava, ele dizia a verdade.
— Isso a escandaliza? Vai contra suas tradições da Terra?
— Não para ambos. Mas não acho que os Kaliszianos descansam com qualquer um que não use suas contas.
— Nós não, mas você não é Kaliszian.
— Então você descansa com eles, se não são Kaliszianos?
— Eu não sei de qualquer macho que faz, mas poderia ser porque as únicas fêmeas agora disponíveis para nós são Kaliszian.
— É mesmo? E as outras espécies? Como as chama? As Tornianas.
— Enquanto há contos de como uma vez todas as espécies nos universos conhecidos eram compatíveis, foi antes da Grande infecção. Depois disso, já não mais. Afetando os Tornianos.
— O que você quer dizer?
— Enquanto a Deusa permite-nos ainda ter uma prole, tirou a nossa capacidade de fornecer-lhes a nutrição abundante. Para os Tornianos, ela permite-lhes ter mais do que suficiente para alimentar seu povo, mas limita o número de fêmeas concebidas. Agora há tão poucas fêmeas Tornianas e elas são ferozmente protegidas. Os Tornianos matariam qualquer macho que tentou reivindicar uma.
— Sério?
— Sim. A situação tornou-se tão grave que eles estão agora à procura de uma espécie que possa ser compatível para ter descendência.
— Descendência?
— Sim. Desde a Grande Infecção, qualquer descendência concebida entre uma fêmea não-Tornian e um macho Tornian raramente sobrevive muito tempo depois ela é apresentada.
— E os Kaliszianos? Vocês podem ter prole com outras espécies? — E de repente, ela percebeu que enquanto ela e Mac discutiram a possibilidade de Mac engravidar, Jen não deu qualquer pensamento para o fato de que ela poderia também depois da última noite com Treyvon. Era mesmo possível?
— As únicas outras espécies seria ou os Zaludianos ou o Ganglians. — Ele viu o desgosto que atravessou seu rosto e concordava com ela. Ele nunca consideraria qualquer espécie uma opção viável, mas então não estava desesperado para salvar seu povo, pelo menos não dessa forma.
— E aquela outra? — Ela perguntou. — A que você estava defendendo o Império Kaliszian contra?
— Os Ratak?
— Sim.
— Nós realmente não sabemos muito sobre eles. São uma espécie muito evasiva e secreta. Eles normalmente chegam. Tomam o que querem, em seguida, desaparecem. Foi apenas nos últimos anos que começaram a reivindicar partes do nosso território.
— E você nunca capturou algum?
— Nenhum que viveu tempo suficiente para termos qualquer informação útil. Eles são guerreiros ferozes que continuaram lutando a menos que um golpe de morte fosse entregue.
Jen deixou o olhar sobre o rosto dele por um momento, observando sua expressão. — Você os respeita.
— Eles lutam com habilidade e honra, onde estavam, eles trataram todos com dignidade.
— Isso seria uma coisa difícil de fazer quando você é uma força invasora.
— Sim. Então você não está ofendido por meu pedido? — Ele perguntou, voltando ao que realmente importava para ele.
— Viver com você? Não, mas ainda não entendo por que você pensou que ficaria.
— Porque eu não estou oferecendo-lhe a minha conta Ashe primeiro. — Ele queria, a Deusa sabia que sim, mas ela teve muito com o compromisso com Todd e ele não tinha certeza se estaria disposta a fazê-lo novamente... não com ele. — Uma fêmea Kaliszian seria altamente insultada com a pedido.
— Porque a troca de contas para você é como trocar alianças para nós.
— Sim.
— Eu... eu não estou pronta para assumir um compromisso assim, Treyvon.
— Eu sei, Jennifer, por isso que eu não ofereci. — Ele beijou os nós dos dedos novamente.
— Eu não estou ofendida ou insultada, Treyvon, mas você está? — Suas sobrancelhas se juntaram enquanto seu olhar procurou o dele.
— Eu?
— Que não estou exigindo isso? Não tem nada a ver com Aadi ou que eu penso menos de você. É porque...
— Você ainda não está pronta.
— Sim.
— Mas você está disposta a viver comigo em meus aposentos? — Ele pressionou. — Descansar comigo?
— Sim.
— Então isso é o suficiente... — Por enquanto, ele silenciosamente terminou e depois se levantou, puxando-a em seus braços para tomar seus lábios em um beijo exigente e duro. Levantando-a, ele levou-a para seus aposentos... agora dos dois. Ele planejava mostrar-lhe o quão grato se sentia quando o toque distinto de Liron veio de seu comunicador.
— Treyvon? — Jen perguntou levantando os olhos cheios de desejo dos seus. — O que é isso?
— O comunicador de Liron. — Ele disse a ela rispidamente.
— Oh. — Ela começou a remover os braços que estavam em volta de seu pescoço para que ele pudesse colocá-la para baixo, mas em vez disso ele levou-a com ele até sua mesa e a colocou em seu colo. — Treyvon, o que você está fazendo?
— Eu não estou pronto para deixá-la ir ainda. — Ele disse a ela, em seguida, inclinando-se conectado a transmissão.
— Mas... — Ela parou quando o rosto de Liron de repente apareceu na tela. O leve alargamento de seus olhos foi a única indicação que ele deu de que encontrá-la no colo de Treyvon era algo incomum.
— Treyvon, estou interrompendo alguma coisa? — Liron perguntou.
— Sim, Jennifer acaba concordar em passar para os meus aposentos.
— O que? — Liron levou seu rosto mais perto da tela, seu olhar procurando. — Ela está usando sua conta de Ashe?
— Não. — Disse Treyvon.
— Mas... — O olhar de Liron foi para ela.
— Eu não estou ofendida e é entre Treyvon e eu. — Disse ao Imperador.
— Entendo. — Mas ela podia ver que não.
— Por que você está me chamando, Liron? — Treyvon perguntou. —Aconteceu alguma coisa?
— Não, eu queria ser atualizado sobre o que o Comandante Nikhil encontrou.
— Neste momento da noite? — Treyvon sabia Liron ainda estava em Imroz e que era muito tarde lá.
— É tarde? — Liron perguntou franzindo a testa.
Treyvon assentiu, sabendo que quando Liron começava a trabalhar, muitas vezes perdia a noção do tempo. — Sim.
— Umm, eu vou... — Ela tentou sair do colo de Treyvon, assim os dois poderiam falar livremente, mas em vez disso Treyvon a puxou ainda mais perto, deixando-a sentir como seus movimentos estavam fazendo sua ereção crescer.
— Fique quieta. — Ele rosnou, apreciando o rubor que coloriu suas bochechas quando ela percebeu o que estava sentindo por baixo. Então ele voltou sua atenção para Liron. — Nikhil foi capaz de conseguir as leituras mais precisas sobre onde o sinal estava quando ele estava no planeta, mas ainda não conseguiu encontrar o que o transmitiu. Minha crença inicial era de que você ou um membro de sua frota estava carregando o transmissor, como foram capazes de rastrear o sinal intermitente do Monarch ao meu Centro de Comando. Também acho que a razão de tantos mísseis serem disparados, porque o sinal não era forte o suficiente para dar uma localização precisa.
— O que mudou essa crença? — Liron perguntou.
— Nikhil descobriu que mesmo antes do ataque, o sinal ficou forte e estável e que veio do Gairdin. Nem você nem qualquer dos seus estavam em qualquer lugar perto de lá.
— Foi onde o único míssil que conseguiu passar atingiu. — Liron meditou em silêncio.
— Sim. — Treyvon concordou, seus braços apertando Jennifer. Ele não podia evitar, mas lembrar que ela estava no Gairdin e que ele quase a perdeu lá.
— E Nikhil não encontrou ninguém ligado a todos esses locais? — Liron perguntou.
— Não. — Respondeu Treyvon.
— Sim. — Jen sussurrou, sua mente correndo, vendo o que eles não viam. Ela sabia sobre o sinal que levou Treyvon e um grande número de seus guerreiros de volta para a mina de modo que os Zaludianos pudessem atacar e pegar Mac de volta. Mas ela não sabia nada sobre a existência de outro. Uma sendo enviado da nave de Liron, em seguida, do escritório de Treyvon, e finalmente, do Gairdin. O Gairdin onde ela estava sentada segurando os anéis que os Zaludianos pegaram de Todd.
— O que você está falando, Jennifer? —Treyvon inclinou o queixo para cima até que ela foi forçada a encontrar seu olhar sério.
— Não havia uma pessoa em todos esses lugares, mas havia algo. Algo que era uma vez esteve com os Zaludianos.
Os olhos de Treyvon arregalaram quando ele percebeu a que ela estava se referindo. — Seus anéis.
— Sim. — Ela concordou.
— Mas ainda os tem... não é? — A pergunta de Liron fez Jen olhar de volta para ele na tela.
— Não. — Ela admitiu.
— Como assim não? — Liron perguntou. — Você lutou para recuperá-los. Então, por que não precisa mais deles?
— Isso não é da sua conta! — Jen reagiu não se importando que estivesse gritando com o Imperador.
— É, se você é parte disso!
—Sou uma parte disso? Eu?!— A voz de Jen aumentou quando ela se inclinou para frente contra o braço de Treyvon até que estava quase nariz com nariz com a imagem de Liron na tela. —Você acha que eu ajudaria os Zaludianos a quase me matarem pela terceira vez! Bem, se é tão estúpido, então não é de admirar que alguém o quer morto!
— Jennifer. — Treyvon sussurrou baixinho: — Você está falando com o Imperador.
— Sim? — Ela virou-se, com os olhos ardendo para Treyvon. — Isso não significa que ele não pode ser um idiota!
Treyvon tinha certeza de que mais tarde veria a expressão no rosto de Liron bem-humorada, mas não agora, não quando a vida do seu Imperador e amigo estava em jogo.
— É verdade. — Ele concordou, ganhando um olhar incrédulo de Liron, mas ele manteve seu foco em Jennifer. — Mas agora nós precisamos saber o que aconteceu com seus anéis. — O fogo deixou seus olhos quando ele gentilmente acariciou sua bochecha, em seguida pediu. — Conte-me.
— Eu os joguei. — Ela disse-lhe em voz baixa.
— O que? — Ele perguntou, incapaz de esconder seu choque.
— Apenas estava com tanta raiva sentada lá sob o Crann. — Seus olhos estavam cheios de compreensão. — Pensando em tudo o que aconteceu por causa desses anéis. Todd morreu por causa deles. Eu ataquei alguém por causa deles. — Ela balançou a cabeça em incredulidade. — Isso não está certo. São apenas pedaços de pedra e metal.
— Que foram dados a você por seu Dasho, um macho que se importava muito. — Treyvon respondeu calmamente.
— Então? Será que vale a pena morrer por isso? — Estendendo a mão, ela tocou sua conta Ashe ainda no cabelo de Treyvon. — E se eu pudesse dar-lhe uma conta como esta, você estaria disposto a morrer para mantê-la?
— Sim! — Foi a resposta imediata de Treyvon.
— Por quê? — Ela perguntou. — Você usá-la ou não, não mudará o que sinto por você. É apenas um símbolo. Pode ser substituída. Você não pode.
Treyvon sentiu o peito apertar com suas palavras. Ele queria saber mais sobre o que seus sentimentos por ele, mas agora não era o momento. Não com Liron ouvindo tão atentamente e não quando ainda precisavam saber onde estes anéis estavam. — Então, você jogou os anéis.
— Sim. — Ela admitiu e fechando os olhos respirou fundo. — Abaixo no caminho curto, que termina em uma parede.
— Onde o míssil atingiu. — Treyvon confirmou, olhando dela para Liron.
— Eu preciso verificar, Treyvon. — Liron disse ele. — Eu preciso descobrir se havia um transmissor nesses anéis.
— O que você precisa saber é como Rachana estava com os anéis que os Zaludianos tiraram de Todd. — Jen a disse ele.
Liron silenciosamente olhou para ela por um momento, incapaz de acreditar que essa fêmea ou qualquer uma possa discutir com ele assim. Ela especialmente deveria tentar ficar em suas boas graças. Afinal, ela não era Kaliszian e havia aqueles que se sentiam mal por causa disso, ela não deveria ser sustentada com qualquer um de seus suprimentos de alimentos valiosos e limitados.
Enquanto podia compreender essas preocupações, se recusava a deixá-los influenciá-lo a fazer algo que sabia que estava errado. Não era de Jennifer, Mac ou dos machos humanos a culpa de serem sequestrados. Eles sofreram abusos estremos, enquanto em seu Império, em parte porque não estava prestando atenção suficiente. Prover suas necessidades básicas nunca compensaria o que aconteceu, mas era tudo o que ele poderia fazer, como não podia devolvê-los ao seu povo.
Liron abriu a boca para dizer-lhe quando ele fez uma pausa, olhando para o quão perfeitamente ela se encaixa nos braços de Treyvon. A forma como os braços de seu amigo mais confiável, estavam tão protetores ao seu redor. Ele nunca viu Treyvon assim antes e por um momento, pensou que outro de seu povo encontrou sua companheira verdadeira com um ser humano. Mas a conta de companheira verdadeira de Treyvon ainda estava em seu cabelo junto com a conta Ashe que, aparentemente, Jennifer não queria, mesmo que estivesse disposta a viver com Treyvon, as fêmeas humanas eram criaturas estranhas.
— Isso já está sendo investigado. — Liron disse a ela.
CAPÍTULO VINTE E SEIS
— Então, como você se sente sobre mim? — Treyvon perguntou.
Eles desconectaram com Liron depois de Treyvon dizer a seu Imperador que, logo que o sol Pontus subisse ele realizaria uma extensa pesquisa no Gairdin.
Jennifer olhou para cima para encontrar brilhantes olhos azuis intensamente sobre ela. Como deveria responder a isso?
— Jennifer? — Suas sobrancelhas se ergueram com seu silêncio. —Diga-me a verdade, pois é o que deve ser entre nós.
— A verdade? — Ela perguntou sussurrando.
— Sim.
— Estou com medo. — Admitiu ela, com o olhar procurando o dele.
—Com medo de mim? — Ele recostou em sua cadeira como se fosse atingido fisicamente.
— Não! — Ela imediatamente negou, colocando uma mão reconfortante em seu peito antes de continuar muito mais calma. — Eu sei que você nunca me prejudicaria intencionalmente, Treyvon, mas melhor do que ninguém sabe quão rapidamente a vida pode mudar. Como as coisas que nós conhecemos pode desaparecer.
— Você fala dos Ganglians levando-a de seu planeta.
— Não, eu falo que poderíamos estar juntos hoje, mas amanhã... amanhã sua conta de companheira verdadeira poderia se transferir e então você iria embora. — Ela estendeu a mão tocando a conta azul com redemoinhos prata.
— Você acha que eu a abandonaria... — Ele disse, sua voz cheia de dor.
— Não, acho que você é um macho honrado e que sua conta Ashe se transferir, se sentiria obrigado a ficar comigo, mesmo que seu coração pertencesse a outra.
— Eu posso jurar a você que isso nunca acontecerá. — Ele disse a ela, tocando gentilmente seu rosto.
— Não, você não pode. — Ela sussurrou, lutando contra as lágrimas que enchiam seus olhos.
— Sim, eu posso. Porque o meu coração já não é meu para dar. Ele pertence a você.
— Treyvon... — Com suas palavras, ela perdeu a batalha e suas lágrimas começaram a escorrer pelas bochechas.
— Eu te amo, Jennifer. — Seus polegares gentilmente enxugaram as lágrimas. — Eu não preciso de ver minhas contas em seu cabelo para saber que você é quem a Deusa criou apenas para mim.
— Mas...
— Não, sem mas. Eu sei que não quer ouvir isso de mim. Que pode nunca sentir o mesmo por mim como sentiu por seu Todd, mas sei que você é a única fêmea para mim! — Com isso, ele tomou seus lábios em um beijo duro, possessivo.
Jennifer permaneceu absolutamente imóvel por um momento, atordoada, não por causa de suas palavras, mas por causa da absoluta convicção por trás delas. Ela não percebeu o quanto precisava ouvi-las. Não percebeu como tocavam fundo e preenchiam esse lugar que estava tão frio e vazio desde a morte de Todd. Havia tanta dúvida em sua vida ultimamente, tanta incerteza. Isso a fez perceber que era hora de totalmente abraçar o que Treyvon oferecia ou se retirar completamente e ficar sozinha... para sempre.
Estendendo a mão, ela agarrou suas tranças, puxando-o mais perto quando aprofundou seu beijo, abraçando plenamente seu futuro. Um futuro com Treyvon.
Treyvon imediatamente sentiu a mudança nela, mas não sabia o que significava.
— Jennifer? — Ele se afastou apenas o suficiente para olhá-la.
— Eu te amo, Treyvon. — Ali, ela finalmente disse em voz alta e com isso o peso que estava carregando se aliviou, porque ela não mais o carregava sozinha. Tinha Treyvon e ele a tinha.
Treyvon sabia que seus olhos estavam em chamas, porque estavam refletidos nos dela. Isso a fazia parecer Kaliszian, mas sabia que ela não era e agradeceu a Deusa por isso. Sabia que teria algo em sua vida que nunca teria com uma fêmea Kaliszian e mal podia esperar.
Movendo-se, ele levou-a para seus aposentos.
— Amanhã. — Ele rosnou se movendo em direção a cama. — Suas coisas serão trazidas para cá.
— Ok. — Disse ela envolvendo os braços em seu pescoço.
— Você descansará aqui, acordará e viverá aqui. — Não era um pedido.
— Sim. — Ela concordou, puxando-o para baixo com ela, acolhendo seu peso e a pressionando na cama. Ele a fazia se sentir segura e protegida, mas não queria esmagá-la. Deslocando seu aperto, ela afundou seus dedos em suas tranças, puxando sua boca de volta para a dela, querendo transmitir como fortes e verdadeiros seus sentimentos eram por ele.
Treyvon aprofundou o beijo, colocando a maioria de seu peso em seus cotovelos. Ele nunca deixaria nada prejudicar sua Jennifer, seu amor, nem mesmo seu peso. Queria levantar a mão e rasgar suas roupas, queria expor sua pele pálida e bonita, mas ele sabia que ela tinha apenas um número limitado delas. Era algo que logo se certificaria de não ser mais um problema. Encontraria para ela coberturas bonitas sem importar quantas rasgasse. Mas por agora, evitaria isso. Ficando de costas, ele a puxou para cima.
—Treyvon! — Ela ofegou com a mudança repentina em suas posições, em seguida, percebendo o que ele estava fazendo, sentou sobre seus quadris e começou a ajudá-lo a tirar suas roupas. Quando ele pegou segurou seu cabelo preso, ela ajudou a puxar o elástico, liberando o cabelo.
Enquanto suas mãos estavam ocupadas, Treyvon estendeu a dele, tocando os seios firmes e pequenos, antes de rolar os mamilos entre o polegar e o indicador. Provocando até que ficaram duros.
— Linda. — Ele sussurrou, sua respiração quente tocando um mamilo antes que chupasse profundamente.
— Treyvon... — Ela ofegou, a cabeça caindo para trás quando suas mãos se levantaram para segurar sua cabeça. Com cada puxão de sua boca, seus quadris se moviam contra a protuberância em sua calça, enchendo seu canal com necessidade.
Ela precisava de mais.
Precisava de Treyvon profundamente dentro dela.
Movendo-se, usou o aperto que ela tinha sobre suas tranças para puxar sua boca longe do seio. Aproveitando sua surpresa momentânea, seus dedos começaram a abrir o colete. Ela precisava sentir pele, tudo dele.
— Tire isso. — Ela ordenou empurrando a peça sobre os ombros largos, totalmente despreocupada por dar ordens ao mais poderoso General do Império Kaliszian.
— E isso! — Ela continuou, ainda se movendo para abrir o fecho de sua calça. Assim que a abriu, seu longo e grosso eixo saltou livre.
Deusa, como isso caberia dentro dela? Ela pensou, então abaixou a mão para acariciá-lo e descobriu que precisava usar as duas mãos para cercá-lo totalmente.
Treyvon terminou de tirar o colete e tinha toda a intenção de puxá-la de volta a seus braços para se deleitar com seus seios. Mas quando ela começou a acariciar seu eixo, todo seu mundo parou.
— Deusa, Jennifer! — Ele rosnou, não tinha certeza se ele queria que ela parasse ou que continuasse.
— Eu quero você. — Ela disse a ele, seu olhar encontrando o seu. —Eu quero mostrar o quanto te amo. Deixará?
Treyvon descobriu que não podia fazer nada, apenas acenar enquanto ela continuava o acariciando.
— Deite-se. — Disse ela dando a seu ombro um empurrão suave. — E me deixe amá-lo.
Treyvon se deitou, mas colocou o peso em seus cotovelos. Não queria perder uma única coisa do que ela faria.
— Você sabe como é lindo para mim? — Ela sussurrou, o olhar acariciando seu abdômen tenso antes de passar para o peito com seus escuros e planos mamilos. Ela nunca pensou que mamilos masculinos fossem sexys, mas em Treyvon tudo era sexy.
Incapaz de resistir, ela se inclinou para frente passando a língua sobre um mamilo e sentiu um baixo rosnar saindo de seu peito. Afastando a boca, ela soprou e o viu endurecer. Ouviu outro rosnado. Movendo-se, ela deu o mesmo tratamento ao outro mamilo.
— Jennifer... — Ele rosnou. Não podia acreditar no que estava fazendo. Nenhuma fêmea jamais acariciou seu eixo ou lambeu seus mamilos antes. As fêmeas com quem se uniu, sempre esperaram que tais coisas fossem feitas a elas, mas nunca pensou em fazê-las a ele. Não sua Jennifer. Ela parecia encontrar tanto prazer em explorar seu corpo, como ele sentia com o dela.
— O que? — Ela perguntou inocente, olhando para ele através de seus cílios, enquanto continuava acariciando seu eixo.
—Você sabe o que. — Ele falou entre os dentes apertados, seus quadris subindo em resposta ao movimento dela.
— Nunca ninguém lhe deu prazer assim antes? — Ela perguntou, achando difícil de acreditar. Treyvon tinha um corpo magnífico. Poderia passar o resto de sua vida explorando-o e ainda admirar, mas não era isso o que a atraia mais. Era que enquanto quase todos os outros apenas viam sua força e muitas vezes o temiam, ela via como amável e gentil ele era. Como realmente cuidava e protegia seu povo, embora a maioria deles o julgasse fortemente por algo que nunca foi sua culpa. Ele merecia ser tratado como o macho especial e incrível que era e ela era a fêmea para fazê-lo.
— Não. — Ele disse com voz rouca. — É o prazer do sexo feminino que importa.
— Não esta noite. — Disse ele. —Esta noite é tudo sobre você e seu prazer.
Ela voltou para seu corpo incrível, beijando e acariciando cada centímetro que sua boca alcançava, até chegar a ponta inchada de seu eixo. Uma gota de seu gozo escorreu quando seu hálito quente fluiu sobre ele. Incapaz de resistir, sua língua a alcançou e ela conseguiu o primeiro gosto de sua essência doce e salgada. Querendo mais, abriu a boca e tomou-o quanto pode.
— Jennifer! — Treyvon exclamou. Quando os lábios dela desceram sobre seu eixo, ele abriu mais as pernas, deixando-a deslizar entre elas. Ele não tinha certeza do que ela faria, mas não era isso. Ouviu rumores sobre fêmeas nas casas prazer que faziam tal ato, mas nunca pensou que Jennifer saberia sobre isso, muito menos que de bom grado o fizesse com ele. Enquanto observava, soube que nunca viu nada tão erótico em sua vida, como os lábios de sua Jennifer se estenderem ao redor de seu eixo, as bochechas esvaziando enquanto o chupava.
— Deusa, Jennifer! — Ele gritou com voz rouca, seus quadris involuntariamente se movendo e levando mais fundo em sua boca quente e úmida.
Ela aproveitou o movimento, deixando sua língua acariciar a veia grossa, pulsando por baixo de seu eixo enquanto se afastava. Seu corpo respondeu a pulsação primitiva, inundando seu canal com umidade, preparando-a para ele.
O peito de Treyvon começou a levantar e sua respiração tornou-se irregular. Podia sentir suas bolas apertar enquanto seus quadris continuavam bombeando no calor quente e úmido de sua boca. Mas ali não era onde queria lançar sua semente. Esta seria uma união verdadeira e queria se enterrar profundamente no canal dela quando acontecesse.
Usando apenas a força de seu abdômen, ele se inclinou para frente, os dedos afundando em seus longos fios de seda. Ignorando seus protestos, ele gentilmente, mas com firmeza a puxou para cima e longe de seu eixo até que pode cobrir os lábios inchados com os dele. Rolando, ele inverteu suas posições. Ficando entre suas pernas e cotovelos novamente, para segurar seu peso, suas tranças caíram para frente e as contas roçaram os fios agora soltos.
— Treyvon... — Ela ofegou, frustrada por ser puxada para longe antes de terminar o que começou.
— Quero me liberar dentro de você, Jennifer. — Ele rosnou contra seus lábios enquanto a ponta de seu eixo cutucava sua entrada. — Entrarei mais fundo do que qualquer homem jamais foi. Esta será a nossa primeira verdadeira união. Será uma união que não tem nada a ver com contas, mas com a verdade em nossos corações.
— Sim. — Ela prontamente concordou, seu coração e olhos se enchendo com as suas palavras. — Sim, Treyvon, quero isso com você. Apenas você.
— Então você é minha e eu sou seu, nada poderá nos separar, nem mesmo a Deusa.
Com isso, ele empurrou, entrando totalmente nela, fazendo exatamente como prometeu. Tocando-a onde nenhum outro homem o fez.
— Treyvon! — Ela gritou, mas não de dor, embora ele fosse muito grande, mas ainda assim colocou as pernas ao redor dele, tentando puxá-lo ainda mais perto.
— Jennifer! — Ele a olhou, mas seus olhos estavam fechados.
Ela ouviu a pergunta, a dúvida em sua voz. — Eu estou bem... não pare.... Deusa, por favor, não pare!
— Então olhe para mim e deixe-me ver a verdade. — Ele exigiu, mas quando ela levantou o olhar, revelou muito mais do que ele esperava. Ali no fundo de seus deslumbrantes olhos azuis estava a crença, toda a confiança, e todo o amor que sentia... por ele. E de repente, todos os sonhos que secretamente sonhou, mas nunca acreditou atingível. Estava ali. Ele tinha uma fêmea para amar e que o amava. Havia a possibilidade de uma família, apesar de sua conexão com Aadi. E era tudo por causa dela.
— Eu te amo, Jennifer. — Ele disse a ela enquanto seus quadris lentamente se moviam. —E passarei o resto da minha vida mostrando o quanto.
— Treyvon... — Suas unhas cravaram profundamente em seus bíceps e enquanto as costas se arqueavam para fora da cama, seu olhar nunca deixou o dele. E ali ela viu, nos olhos dele tudo o que nunca acreditou possível, não para ela, não depois de todos os erros que cometeu. Mas a força de sua crença e amor brilhavam e logo percebeu que esteve errada o tempo todo.
Ali estava um homem que a viu em seu pior e ainda a achava bela e digna. Ele permitiu que ela encontrasse seu caminho neste estranho mundo novo, enquanto sempre garantiu que ela soubesse que ele estava ali se precisasse. E ela sempre o procuraria, porque o amava.
Esticando-se, ela beijou seus lábios, os quadris subindo para encontrar os dele, até que finalmente, juntos, chegaram a esse lugar onde eram apenas um.
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Treyvon estava deitado de costas olhando para o teto escuro. Sua Jennifer estava descansando pacificamente em seus braços depois de mais uma noite incrível de união, mas não era isso que o fazia se sentir incrível, mas o fato dela ter concordado em viver com ele, mesmo que ainda não usasse sua conta Ashe. Ele sabia que ela precisava de mais tempo para aceitar que seus sentimentos eram verdadeiros, para que a vida que construiriam juntos era real e que não seria tirada dela de repente. Ele lhe daria esse tempo, porque não tinha dúvida de que um dia ela usuária sua conta Ashe.
Então por que não conseguia dormir? Por que tinha essa sensação de que algo não estava certo? Seu instinto o incomodava. E isso era algo do qual ele e seus guerreiros se beneficiaram muitas vezes.
Sabendo que ele não descansaria até que investigasse a sensação, cuidadosamente se afastou de Jennifer, certificando-se de que os cobertores ficassem firmemente ao redor dela. Levantando-se, vestiu a calça e colete, lançando um último olhar para ela antes de sair.
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— Guerreiro Ora.
Ora se assustou. Ele não ouviu Treyvon entrar no Centro de Comando. Especialmente não o esperava a esta hora da noite. Ele se levantou e se virou. — General.
— Retome seu dever, Ora. — Treyvon disse se movendo em direção a ele.
— Sim, General. — Ele rapidamente se sentou e voltou para a tela que estava estudando.
— É isso que eu penso que é? — Treyvon perguntou apontando para a escuridão ao longo de uma inteira borda da tela.
— Sim, senhor, uma tempestade de areia. Apenas foi detectada há alguns minutos.
Treyvon digitou um código no comunicador na frente dele e esperou que se conectasse.
— Matteo. — O Capitão do Defender respondeu.
— Capitão, você está rastreando a tempestade de areia no horizonte do nascer do sol?
— Sim, General. Estava apenas confirmando o seu tamanho e força antes de notificá-lo.
— O que encontrou?
— É uma tempestade enorme, General, a maior já registrada. E caso se mantenha no caminho atual e acelere, chegará à base em pouco menos de uma hora.
— Menos de uma hora! E você apenas me avisa sobre isso agora? — A raiva de Treyvon facilmente era percebida pelo comunicador.
— General, apenas apareceu em nossos sensores nos últimos cinco minutos. — Matteo defendeu. Ele sabia que, enquanto Treyvon era exigente, também era justo e realmente ouvia aqueles sob seu comando. — Eu não confiei nas primeiras leituras, por isso queria verificar antes de notificá-lo.
Treyvon tentou controlar seu temperamento. Matteo fez exatamente a coisa certa. E se repassado tais dados sem antes verificar antes, Treyvon teria reconsiderado colocá-lo no comando de sua nave. Dito isto, ainda não gostava da falta de tempo que tinha para se preparar.
— Exatamente o que deveria ter feito, Matteo. — Disse ele. — Os dados indicam quanto tempo a tempestade durará?
— General, neste momento é impossível saber, especialmente porque se dissipa tão rapidamente como aparece.
— E se isso não acontecer?
— Os dados mostram que pode durar de cinco a dez dias.
— Isso é mais do que a tempestade que prendeu o Imperador Vasteri.
— Sim. General. Quer que envie para baixo transportes para que possa evacuar a base?
— É tarde demais para isso. Capitão, suas ordens são para manter sua posição em órbita e defender este planeta.
— Sim, General.
— Entrarei em contato com o Imperador e informarei da situação. E se perdemos contato, você seguirá as ordens dele.
— Sim, General.
Treyvon desconectou, em seguida, virou-se para Ora. —Coloque a base em nível crítico.
— Critico, senhor? — Ora perguntou.
— Sim, está tempestade será mortal. Quero todos os homens fora do muro e todas as naves dentro. Cada vedação da porta exterior será alterada para evitar a penetração de areia.
— Sim, General. — Os dedos de Ora voaram através das teclas na frente dele e dentro de instantes, luzes começaram a piscar e os alarmes soaram em todo a base.
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Jennifer se sentou na cama, o coração batendo forte, enquanto tentava descobrir onde estava e o que estava acontecendo. A última vez que ouviu um alarme assim, os Zaludians atacaram. E por que porra as luzes estavam piscando? Olhando ao redor, ela percebeu duas coisas. Estava nos aposentos de Treyvon e ele não estava.
Saindo da cama, ela rapidamente encontrou suas roupas e depois de se vestir, procurou os sapatos enquanto prendia o cabelo em um coque bagunçado. Calçou os sapatos, correu para fora do quarto para encontrar Treyvon.
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Jennifer e Treyvon entraram em seu escritório, ao mesmo tempo, por diferentes portas.
— Jennifer. — Ele viu sua cobertura enrugada e seu cabelo despenteado apressadamente preso da forma que ele odiava. Mas foi o medo em seus olhos que ele mais odiou.
— O que está acontecendo? — Ela perguntou, odiando que sua voz tremesse. —Quem está atacando?
— Shhh, ninguém está atacando. — Ele foi imediatamente para o outro lado da sala puxando-a em seus braços. — Uma tempestade de areia se aproxima. Uma grande.
— Isso é o que todos os alarmes significam? — Ela lançou um olhar incrédulo.
— Sim e se continuar assim, pode ser a maior tempestade já registrada em Pontus.
— O que posso fazer para ajudar?
Treyvon não podia explicar o que suas palavras simples significavam para ele. Ela queria ajudar. Não era um de seus guerreiros. Era do sexo feminino. Poderia ter permanecido em repouso e ninguém pensaria menos. Em vez disso, ela queria saber como poderia ajudar não apenas ele, mas também seus guerreiros.
— Há um abastecimento de alimentos extras, aquele que você encontrou nas naves Zaludian. Posso usá-los? — Ela perguntou.
— Você sabe onde encontrá-los?
— Sim. Gulzar me mostrou ontem.
— E são da Terra?
— Sim, se for autorizada a usá-los, poderia fazer a todos um café da manhã quente.
— Café da manhã?
— Primeira refeição.
— A primeira refeição quente?
— Sim, é o que a maioria das pessoas na Terra têm. — Ela viu o espanto de Treyvon. — Se não puder usar essas fontes, então poderia pelo menos fazer alguns biscoitos. Não tiraria da porção de ninguém e daria a todos algo extra por ter que se levantar tão cedo.
— Guerreiros são treinados para estarem prontos para qualquer coisa a qualquer momento.
— Claro, mas não há nenhuma razão para não lhes dar algo extra, algo que estragará se não for usado.
— Isto é verdade. — Ele franziu a testa levemente. — Acha que isso acontecerá? Com o que encontramos?
— Para alguns dos itens refrigerados, sim. Sei de algumas receitas muito simples que pode usar esses itens e acho que seus guerreiros gostarão.
— Então faça isso. Não faz sentido desperdiçar o que a Deusa nos deu.
— E o resto da comida?
— Conversarei com Liron sobre isso. E se o nosso povo não souber como lidar com os suprimentos, então ele não se importará que os use.
— Tudo bem. Quanto tempo?
— Muito.
— Farei a Primeira refeição.
— A base ficará completamente selada dentro de uma hora.
— Selada? — Ela perguntou, franzindo a testa para ele em confusão.
— As tempestades de areia em Pontus podem ser mortais e a areia... destruirá tudo exposto se não for contida rapidamente.
— Oh. Bem, então é melhor ir até lá. Seus guerreiros estarão com fome. — Erguendo-se aos dedos dos pés, ela lhe deu um beijo rápido, em seguida, virou-se para ir sair, apenas para ser parada por seus braços ao redor da cintura. Olhando para ele, ela perguntou. —Treyvon?
— Estou faminto também. — Ele rosnou. — E precisarei de mais do que uma Primeira Refeição para me satisfazer.
— Mesmo? — Ela perguntou, seus olhos brilhando enquanto lambia os lábios. — Então, o que mais gostaria? Para comer.
— Você. — Ele rosnou. —Toda você.
— Acho que pode ser arranjado. — Ela sussurrou. Estendendo a mão, ela segurou suas tranças e puxou a boca para a dela.
— General, a tempestade... — Ora parou de falar quando ele entrou no escritório ao ver Jennifer nos braços do General. O que, em nome da Deusa estava acontecendo?
— O que foi, Ora? — Treyvon perguntou e enquanto ele se recusava a liberar Jennifer, virou a cabeça para olhar para o Guerreiro.
— Eu... hum... a tempestade está avançando mais rápido do que o esperado, General. Nós apenas teremos comunicação para cerca de quinze minutos.
— Entendido. — Lentamente ele soltou Jennifer. — Preciso entrar em contato com Liron antes da tempestade tornar isso impossível.
— Claro que sim. — Ela lhe deu um sorriso compreensivo. — Espero vê-lo na Primeira Refeição. Caso contrário, virei buscá-lo.
Com isso, ela se virou e saiu da sala.
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Jen ficou perto da parede enquanto Guerreiros corriam para cima e para baixo no corredor. Moviam-se com um sentido de urgência que ela estava começando a entender à medida que se aproximava da sala de armazenamento onde as caixas da nave Zaludian estavam. Pontus normalmente era um planeta calmo. Algo com o qual levou muito tempo para se acostumar, sem canto de pássaros ou o som de insetos. O vento era a única constante que realmente ouvia enquanto se movia pela areia ao redor da paisagem. E agora o vento estava uivando mais alto do que qualquer coisa que já ouviu
Chegando a seu destino, ela entrou e rapidamente encheu o carrinho que pegou ao deixar Treyvon, ao sair pela porta seu braço foi agarrado em um aperto doloroso.
— O que você acha que está fazendo?
Virando-se, ela encontrou Spada a olhando.
— Não que isso seja da sua conta. — Ela disse, tentando empurrar o braço livre. — Mas estou pegando suprimentos para a cozinha.
— Impossível! — Spada disse apertando seu braço.
— Solte-me! — Jen exclamou tentando não o deixar ver o quanto a estava machucando.
— O que está acontecendo? — Gulzar perguntou por trás de Spada, arregalando os olhos quando viu que Spada tinha as mãos sobre Jen.
— Isso não lhe diz respeito, Gulzar. — Spada respondeu.
— A Merda como não! — Gulzar agarrou o pulso da mão que estava segurando Jen e forçou Spada a deixá-la ir. Ele então torceu o braço para cima e para trás, empurrando-o de cara na parede. — Nunca toque uma fêmea assim! Especialmente não toque Jen assim!
— Solte-me! Eu sou...
— O Guerreiro de Elite Gulzar Nye. — Gulzar resmungou, torcendo o braço de Spada mais forte. — E não permitirei que abuse de uma fêmea assim!
— Eu não estava abusando dela! — Spada negou com os dentes apertados, furioso por não romper o domínio de Gulzar. — Eu estava negando-lhe o acesso a suprimentos ela não tem permissão para usar.
— Foi-me dada permissão! — Jen disse instantaneamente.
— Mentira! — Spada respondeu. — Apenas o General tem a autoridade para fazer isso!
— Eu tenho! — Ela respondeu.
— Jen, você está dizendo que o General Rayner lhe deu permissão para usar estes alimentos? — Gulzar perguntou, virando a cabeça para a olhar enquanto ainda mantinha Spada no lugar.
— Sim, tenho permissão para usar os suprimentos da Terra para fazer uma Primeira Refeição quente antes de estragar.
— O que? — Gulzar não podia acreditar. Ele nunca ouviu falar de alguém ter uma Primeira Refeição quente, nem mesmo o Imperador.
A distração momentânea de Gulzar deu a Spada a oportunidade que precisava para se libertar e afastar-se. — Mais uma vez você fala uma mentira! O General nunca permitiria uma coisa dessas!
— Chame-o! — Jen desafiou.
— O que? — Spada perguntou.
— Bem, se tem tanta certeza que estou mentindo, chame Treyvon e pergunte a ele.
— O General tem coisas melhores a fazer agora...
— Sim, como informar o Imperador sobre a tempestade de areia se aproximando, mas eu tenho certeza que ele ficará mais do que feliz de ter esta conversa interrompida para que possa confirmar uma ordem. — Jen não recuaria diante de um Guerreiro muito maior. Ela não o deixaria ver que que poderia machucá-la. Não gostava de Spada, não gostava de como ele sempre a tratou e a Mac. Ela particularmente não gostava de como ele estava sempre agia como se fosse melhor do que Gulzar. — Continue. — Ela inclinou-se levemente e insultada. — Eu o desafio.
Spada rosnou dando um passo em direção a ela apenas para ter Gulzar entre eles. — Eu confio em Jen. E se ela diz que o general lhe deu permissão para usar o que está armazenado nesta sala, então acredito nela.
— Você é um tolo por acreditar em uma fêmea! — Spada disse. — Mas é a sua carreira. — Com isso, Spada virou e se afastou violentamente.
— Jen? — Gulzar teve certeza de que Spada estivesse longe antes de se virar para encará-la.
Jen soube imediatamente o que ele estava perguntando e não a incomodava. Afinal, ele disse que confiava nela com todo o seu futuro e o futuro de sua família. — Eu juro a você, Gulzar, Treyvon me deu sua permissão.
— Você realmente fará uma Primeira Refeição quente? — Ele não conseguia manter fora o espanto de sua voz.
— Sim. — Ela sorriu para ele. — Quando você me mostrou os alimentos refrigerados antes, notei que havia carne moída que precisava ser usada. Então, farei carne como refeição quente, o que na Terra é normalmente comido na parte da manhã.
— Como isso é chamado?
— Pão e molho.
— O que?
— É um molho com carne em que é servido com os pães que você gosta tanto.
—Eu...
— O que?
— Eu gostaria de saber como fazer isso, mas preciso ajudar a terminar de verificar os transportes.
— Claro que sim. Mostrarei na próxima como fazê-lo, porque pode ser servido na última refeição também.
— Verdade?
— Verdade. Agora, ouvi direito? Você é um Guerreiro de Elite?
— Sim. — O rosto de Gulzar corou com prazer. — O General anunciou durante os treinos ontem juntamente com o Guerreiro de Elite Nroa para o Comandante de Esquadrão Nikhil.
— Nikhil tomou o lugar de Gryf?
—Sim. O Comandante Nikhil é um guerreiro muito respeitado e será um excelente comandante.
— Eu não tenho nenhuma dúvida sobre isso. Estou apenas surpresa.
— Por quê? — Ele perguntou, dando-lhe um olhar confuso.
— Eu... não importa. Parabéns!
CAPÍTULO VINTE E SETE
— Você tem tudo o que precisa para uma tempestade como esta? — Liron perguntou, seu rosto desaparecendo por um momento.
— Sim, não faz tanto tempo desde que fomos reabastecidos e com o que foi encontrado na nave Zaludian, ficaremos bem.
— Então o Guerreiro Gulzar estava certo. Os alimentos são da Terra?
— Sim, Jennifer verificou. Ela também solicitou permissão para fazer uma primeira refeição quente como alguns dos alimentos estão começando a estragar.
— Uma primeira refeição quente?
— Aparentemente é bastante comum na Terra e ela me garantiu que não demorará muito tempo para os suprimentos estragarem. Ela também acredita que nossos guerreiros merecem com tudo o que eles passaram recentemente.
— Não posso tirar a lógica disso, mas preciso perguntar... — A tempestade fez a transmissão se romper por um momento. — ...sobre o seu relacionamento com Jennifer.
— O que tem sobre isso? — Treyvon perguntou.
— Tem certeza de que ela não está apenas usando você? Como Rachana fez?
— Jennifer não é nada como Rachana. Você viu por si mesmo.
— Sim, mas também vi uma fêmea que ainda se preocupa profundamente com o macho com quem trocou anéis. Ela se recusa a aceitar sua conta Ashe...
— Eu ainda não ofereci a ela!
— Mesmo assim ela está disposta a compartilhar sua câmara de descanso.
— Não é uma coisa incomum na Terra.
— Jennifer lhe disse isso?
— Sim. Onde quer chegar, Liron?
— Acho que ela está apenas usando você até descobrirmos localização da Terra, em seguida, exigirá ser levada de volta.
— E a levarei.
— O que?
— Eu a acompanharei de volta ao seu mundo. Ela tem uma irmã mais nova que foi deixada lá desprotegida e sente que falhou com ela. É o que a leva a sobreviver. A chance de fazer isso direito. Eu mais do que ninguém compreendo esse sentimento.
— O que nosso ancestral mútuo fez não é o seu fardo para carregar, Treyvon! — Liron passou a mão frustrada pelo cabelo.
— Talvez não, mas ainda penso assim. Como Jennifer pensa em sua irmã e seu Todd. Nada disso foi culpa dela. E se há algo contra nós, foi por não perceber mais cedo que estava acontecendo aqui em Pontus. No entanto, ela não o culpa ou a mim, apenas a si mesma. Eu sei que ela tem fortes sentimentos por mim. E quando chegar a hora, a acompanharei de volta à Terra e quando ela estiver pronta, oferecerei minha conta Ashe e ela aceitará.
— Você honestamente acredita nisso? — A transmissão se rompeu novamente.
— Sim.
— Então rezarei à Deusa para torná-lo assim. Porque, se alguma vez houve um macho para merecer tal presente, é você. — Com isso a tela ficou branca.
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Jen não podia deixar de sorrir quando terminou de secar o último pote. Os guerreiros pareceram muito hesitantes quando entraram no refeitório. Ela não teria ficado surpresa se tivessem puxados suas espadas, apenas no caso de entrarem em uma emboscada. Levou um pouco de persuasão, mas finalmente Gulzar se adiantou e pegou o prato com os pães caseiros. Ele então, permitiu que Mac os cobrisse com o molho.
Os outros lentamente se aproximaram. Cada um pegando um pão como se esperassem que a Deusa os derrubasse. Quando isso não aconteceu, eles se sentaram e depois de cheirar, deram uma mordida hesitante. Ela desejou ter seu telefone para tirar uma foto do choque e espanto em cada rosto.
Havia apenas uma coisa que tirava um pouco do prazer do evento... Treyvon não estar lá. Nem Nikhil, mas Mac explicou que era porque ambos estavam ainda no Centro de Comando, acompanhando a tempestade. Ouvindo isso, ela separou alguns pães com molho e enviou alguns com Mac depois que todos comeram.
Agora, com a cozinha limpa, ela estava voltando para seus aposentos para recolher o que precisa e levar para o de Treyvon. Pensou em ficar ali tempo o suficiente para tomar banho, já que ainda usava suas roupas do dia anterior, com certeza seu cabelo estava uma bagunça, mas nada disso importava para ela. O que importava era ver Treyvon novamente. Ela descobriu que sentia sua falta e queria ter certeza de que ele teve tempo para comer. Sem olhar para trás, deixou seu antigo quarto e foi para o de Treyvon.
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Treyvon encontrou-se com impaciência ao estudar os dados que o Capitão Matteo foi capaz de recolher antes da tempestade cortar todas as comunicações. Odiava não ter informações mais atualizadas, mas também sabia que não era o que causava sua impaciência. Era porque Mackenzie estava ali e sua Jennifer não.
Racionalmente sabia que se passou apenas três horas desde que a viu, mas isso não parecia importar para seu coração. Ele a queria ali, compartilhando a primeira refeição com ele como Mackenzie e Nikhil faziam. Quando estava prestes a se levantar e ir em busca dela, a porta do corredor para o seu escritório se abriu e ali estava ela.
— Já era hora de chegar. Temia que a comida esfriasse antes. — Mac lhe disse e então franziu a testa. — Por que está com todas suas roupas?
As palavras de Mac fizeram Treyvon afastar os olhos do rosto bonito de sua Jennifer para as mãos. Nelas, ela carregava todos seus pertences, duas coberturas e a capa que recebeu no primeiro dia. Isso era intolerável. Primeiro porque ele deveria tê-la ajudado a tirar as coisas de seus aposentos e segundo porque ela não deveria conseguir carregar tudo assim.
Saindo e trás da mesa, ele foi imediatamente para ela. — Você deveria ter me dito o que faria. Eu a teria ajudado.
Ela apenas encolheu os ombros. — Você estava ocupado com a tempestade e não é como se houvesse muito.
— Ainda assim deveria ter dito. — Aproximando, ele passou um dedo ao longo de sua bochecha.
— Umm, sinto muito. — A voz de Mac fez suas cabeças girarem para encontrar Mac e Nikhil olhando para eles atentamente. — O que está acontecendo? Jen, por que você está trazendo suas roupas para cá?
— Mackenzie... — Nikhil rosnou dando-lhe um olhar de advertência.
— O que? — Ela o olhou, questionando.
— Porque me mudarei para os aposentos de Treyvon. — Jen disse-lhes fazendo os olhos se moverem entre eles.
— O que? Por quê? — Mac exigiu. — O que aconteceu?
— Nada aconteceu. — Jen rapidamente tranquilizou-a antes de se mover para mais perto de Treyvon. — Mas alguma coisa aconteceu entre mim e Treyvon. É por isso que vou morar com ele.
— Alguma coisa... — Os olhos de Mac foram de Jen para Treyvon, percebendo sua postura protetora e como sua amiga se inclinava para ele, depois para as tranças de Treyvon, então ofegou. — Oh meu Deus! Você é sua companheira verdadeira!
— O que? — O coração de Jen se apertou com a suposição de Mac, mas forçou-se a falar: —Não, eu não sou.
— Então, onde está sua conta? — Mac desafiou apontando para o cabelo de Treyvon.
— Sobre o que está falando? — Os olhos de Jen foram para a trança que Mac apontava. — Ali. — Mas não havia uma conta ali e seus olhos se arregalaram.
A mão de Treyvon foi para a trança que continha a conta Elemental pequena e as maiores, como as contas de Ashe e verdadeira companheira. Sentindo apenas um grande cordão, ele o levantou e quando encontrou a conta de Ashe, seu olhar começou a procurar pelo cabelo de Jennifer por sua conta de companheira verdadeira.
Seria possível?
Ele sabia que a conta estava em seu cabelo no dia anterior.
Como se transferiu sem que percebessem?
Depois se lembrou de como passaram a noite e como acordaram e percebeu que era possível. Estendendo a mão, afundou os dedos profundamente em seus cabelos, puxando os fios de seda entre os dedos até que algo de repente ficou preso entre dois deles. Com a respiração suspensa, ele cuidadosamente separou os fios e revelou o que nunca pensou ver.
Não para ele.
Sua conta de companheira verdadeira se transferiu.
Para Jennifer.
Ele tinha uma companheira verdadeira.
Jennifer era sua companheira verdadeira.
Jennifer apenas pode ficar olhando para a conta que Treyvon segurava com tanta reverência entre o polegar e o indicador. Era uma conta azul com turbilhão de prata, o qual sempre pensou que combinava com seus olhos tão perfeitamente.
— Treyvon... — Ela sussurrou, enxugando a lágrima que escapou de seus olhos brilhantes, sem se preocupar com suas roupas caindo no chão.
— Você é minha, Jennifer. — Ele sussurrou, gentilmente segurando seu rosto com suas mãos grandes e calejadas, a conta roçando levemente o dorso da mão. — Minha companheira verdadeira.
— Sim. — Ela concordou com um sorriso. Sabia que, sem ele dizer, o quanto ela usar sua conta de companheira verdadeira significava para ele.
Não porque ela precisava.
Não por ele. Eles já tinham se comprometidos na noite anterior.
Não, importava para ele apenas porque isso significava que a Deusa o achava digno... apesar do que Aadi fez.
— Eu te amo, Treyvon. — Ela disse a ele, em seguida, deu um passo à frente para que seus corpos se tocassem, levantou-se na ponta dos pés e encontrou seus lábios descendo para um beijo apaixonado.
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Mac não podia deixar de sorrir para que via. Ela sabia que havia algo entre Jen e Treyvon, mas ela não pensou que seriam companheiros verdadeiros. Afinal, a conta de companheira verdadeira de Nikhil se transferiu para ela imediatamente, enquanto Jen e Treyvon estiveram perto um do outro por seis meses. Por que demorou tanto?
— Isso importa? — Nikhil perguntou, voltando-se para sua companheira verdadeira e ela percebeu que falou em voz alta.
— Não. — Ela disse a ele. — Não. Apenas estou feliz por ela. Jen sobreviveu a tanto. Ela merece ser feliz. Tão feliz como sou com você.
Nikhil passou os braços ao redor de sua Mackenzie, puxando-a para perto para beijar suavemente seus lábios. Ele também estava feliz, mas por razões completamente egoístas. Com Jennifer como companheira de Treyvon, Mackenzie nunca teria que se preocupar com sua amiga a deixando. Algo que ele sabia que ela temia, embora nunca expressasse. Ele também sabia que nunca pediria a Jennifer para deixar sua irmã mais nova desprotegida na Terra. Sua Mackenzie era uma fêmea extremamente gentil e atenciosa. A Deusa realmente o abençoou com ela.
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Jennifer aprofundou o beijo de Treyvon, deixando-o levá-la para um lugar que nunca foi antes, até que finalmente precisou afastar a boca para puxar o oxigênio em seus pulmões. Olhando para ele, sentindo seu peito contra o dela e soube que ele estava tão tomado pela emoção quanto ela.
Encontrando seu olhar, viu que ela estava certa.
— Vamos para sua câmara de descanso. — Ela sussurrou.
— Nossa câmara de descanso. — Treyvon rosnou.
— Nossa. — Ela disse, mas antes que pudessem dar o primeiro passo, os alarmes soaram. — O que é isso?
— O alarme de violação. — Treyvon disse a ela.
— Violação? — Ela lançou um olhar assustado. — Como se estivéssemos sob ataque? Este tipo de alarme?
— Não. — Treyvon tranquilizou-a. — É a areia.
— A areia?
— Sim, provavelmente está passando pelas portas.
— Isso é um problema? — Ela perguntou.
— Pode ser, dependendo de onde penetra.
— Então você precisa olhar. — Disse ela esfregando as mãos sobre o peito antes de dar um passo relutante para trás.
Treyvon não queria sair, não quando descobriram que eram companheiros verdadeiros e sua conta se transferiu. Queria levá-la para cama, queria passar o resto do dia ali com ela, mostrando o quanto a amava, mas também tinha responsabilidade com seus guerreiros.
— Está tudo bem. — Ela disse em voz baixa. — Quanto mais cedo ir, mais cedo poderá voltar e estarei aqui esperando.
— Certifique-se que sim. — Ele resmungou e depois com um beijo final seguiu Nikhil.
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— Você, minha amiga. — Mac disse puxando Jen até a mesa e forçando-a sentar-se. — Tem muito a explicar. Agora sente-se, coma e fale.
— Tem certeza que você não é o Comandante Supremo? — Jen brincou enquanto era puxada pelo quarto.
— Oh pare. — Mac disse a ela enquanto enchia um prato e colocava na frente dela. — Agora posso comer enquanto você começar a falar.
— Eu não sei o que...
— Shhh! — Mac sussurrou, mostrando os dentes ao fazer um gesto de selagem com a mão sobre sua boca. — Duas mordidas depois falar.
Jen obedeceu e se surpreendeu ao descobrir o quão faminta realmente estava. Pensando, ela percebeu que era correto. Não terminou a última refeição na noite anterior, em seguida, passou uma noite muito ativa com Treyvon. Um sorriso curvou seus lábios enquanto se lembrava do quão ativa. Aprendeu a ignorar sua fome na caverna e era algo com o que ainda lutava, comer até se sentir cheia. Mas ela sabia que Treyvon queria que comesse mais, queria que ganhasse peso. Não era que um conceito incrível? Um homem que não queria uma mulher magra demais. Antes que percebesse, seu estômago estava cheio e seu prato vazio.
— Eu acho que nunca a vi comer dessa forma. — Mac disse em voz baixa.
— Como? — Jen perguntou inclinando-se para trás na cadeira.
— Até que ficasse realmente cheia. Eu sei que sempre poupou as refeições na caverna. —Ela levantou a mão, silenciando Jen quando ela abriu a boca para discutir. — Não negue o que nós duas sabemos ser verdade.
— Havia tanta coisa acontecendo, Mac e...
— E?
— E já estava acostumada a comer menos.
— Sobre o que está falando?
— As coisas ficaram difíceis depois que meus pais morreram, muito mais difícil do que contei.
— Está dizendo que você foi assim? Mesmo naquela época? — Ela parecia incrédula.
— Todd e Kimmy precisavam de mais. E de qualquer maneira, Todd me preferia magra.
— Jen...
— Não! — Jen disse bruscamente. — Ele nunca me disse nada, mas...
— Mas você sabia.
— Sim e no final foi o que me permitiu sobreviver.
Mac inclinou a cabeça para trás e suspirou. Ela queria discutir com Jen, mas sabia que não podia. Não era seu lugar julgar a vida de Jen com Todd, mas isso não era sua vida agora. E se Mac aprendeu alguma coisa, foi que machos Kaliszian eram extremamente protetores com suas companheiras verdadeiras, especialmente quando se tratava de lhes fornecer alimentos. Ela descobriu com Maysa que era um sinal de valor, que um macho tivesse uma fêmea com peso extra.
— Tudo bem. Não concordo com isso, mas entendo. Mas Jen, esta não é mais sua vida e para um Kaliszian, reflete mal sobre ele, se sua fêmea for muito magra.
— O que? — Jen a olhou surpresa.
— Você realmente não sabia disso? Viu Maysa.
— Bem, sim, mas ela é não excessivamente gorda, Mac.
— Não, não de acordo com nossa forma de pensar, mas ela ainda está acima do peso e ouvi alguns comentários que os guerreiros fizeram.
— O que eles disseram?
— Todos oravam para poder fornecer bem para sua Ashe como Luol fazia com a sua, se a Deusa os abençoasse com uma.
— Oh. — Jen começou a rolar a conta de companheira verdadeira de Treyvon entre os dedos.
— Jen, o que está errado?
— Nada.
— Besteira. Nós já passamos por muito juntas para eu não saber quando você está mentindo. O que há de errado?
— É a conta. — Jen finalmente disse a ela.
— A conta? — Seu olhar foi para os dedos de Jen na conta de companheira verdadeira de Treyvon. — O que há sobre isso?
— Eu gostaria que não tivesse sido transferida.
— O quê? Eu... mas... — Mac gaguejou não tentando esconder seu choque ou confusão. — Jen, eu a ouvi dizer a Treyvon que o amava!
— E amo! Mas não preciso disso. — Ela moveu o cordão com a conta. — Para provar e nem Treyvon.
— Talvez os Kaliszian precisem. — Mac disse em voz baixa.
— O que? — Jen a olhou confusa.
— Jen, eu me lembro como me senti quando acordei usando está. — Ela tocou a conta de companheira verdadeira de Nikhil. — Como todos reagiram. Não era sequer sobre mim e Nikhil ou os nossos sentimentos um pelo outro. Era tudo sobre a conta. Que uma conta de companheiros verdadeiros foi transferida pela primeira vez em mais de quinhentos ciclos. Isso me irritou.
— Então você entende.
— Sim e sei Nikhil me amaria usando a conta de companheiros ou não, mas também sei que para Nikhil, usá-la é uma validação de seu valor. Você sabe como toda sua vida Nikhil foi evitado por causa de seu tamanho.
— O quê? Por quê? Não é como se ele tivesse qualquer controle sobre isso.
— Não, ele não tem. Mas há muitos que acreditam que a única maneira de poder alcançar tal tamanho é apenas se estivesse recebendo mais do que sua cota em porções de alimentos. Esta conta. — Ela a acariciou. — É um sinal exterior para ele que a Deusa não acreditou nisso.
— É realmente tão importante para ele?
— Sim e quando aceitei sua conta Ashe... bem, isso significou ainda mais para ele, porque era ele me dizendo ser digna, me escolhendo acima de todas as outras.
— Treyvon sempre foi evitado por causa do que seu ancestral Aadi fez. — Jen murmurou.
— E ainda assim a Deusa abençoou-o, permitindo-lhe encontrar sua companheira verdadeira. Você usar sua conta de companheira verdadeira é prova disso... para os outros.
— Eu... eu nunca pensei sobre isso assim. Tudo em que posso pensar é como Todd estava disposto a morrer por nossas alianças. Que importava mais para ele do que eu. Não quero que a mesma coisa aconteça com Treyvon. Não sobreviverei ao perder outra pessoa que amo.
— São duas situações completamente diferentes Jen, com dois homens completamente diferentes.
— Sim? Realmente? O que acontecerá quando descobrimos onde a Terra está? Eu preciso voltar, Mac. Não posso deixar Kimmy como fiz com Todd.
— Pare com isso! — Mac ordenou. —Você não falhou com Todd. Foi a única que tentou impedi-lo. Ele fez sua escolha, Jen. Optou por não desistir das alianças. Nós nunca saberemos por que, mas você precisa deixá-lo ir ou ele matará sua chance de felicidade como eles o mataram. Quanto a voltar para Terra, realmente acha que Treyvon a impediria de fazer algo que significa muito para você?
— Não... não acredito que ele faria isso.
— Então com o que se preocupa? — Mac sorriu tranquila e puxou-a para se levantar. —Vamos, vamos começar a instalar suas coisas no quarto de Treyvon.
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Nikhil trabalhou ao lado de seu General, ignorando a forma como o vento uivava e a areia picava a cada vez que atingia seu grande corpo. Ele bloqueou o pior da tempestade para Treyvon trocar o selo na porta da área de armazenamento que provocou o alarme. Quando Treyvon deu-lhe um aceno de cabeça, ele entrou pela porta e juntos se esforçaram para fechar e selar.
— Quero saber que Guerreiro informou que o selo desta porta foi trocado. — Treyvon disse, os olhos observando o dano que a areia causou. Ali era o lugar onde armazenavam os alimentos da Terra que retiraram da nave Zaludian. Precisava pedir a Jennifer que inspecionasse as caixas e verificasse se alguma coisa foi danificada.
— Sim, General.
— Também quero saber se verificaram os outros selos. — Disse ele movendo-se pelo lugar.
— Claro, General.
— E certifique-se de quem quer que seja, limpe esta confusão.
— Sim, General. — Nikhil respondeu. — General...
Treyvon virou-se para enfrentar o seu segundo no comando. — Alguma coisa em sua mente, Nikhil?
— Apenas queria felicitá-lo por encontrar sua companheira verdadeira.
— Eu... obrigado, Nikhil. Na verdade... — Ele segurou a trança que agora apenas tinha sua conta Ashe. — Ainda acho difícil de acreditar. Ser abençoado com uma companheira verdadeira...
— Lembro-me de sentir o mesmo. — Nikhil disse compreensivamente. — Tanto abençoado como aterrorizado.
— Sim.
— Você imediatamente me ofereceu seu apoio e proteção que precisasse com minha Mackenzie e gostaria de oferecer a minha em troca, ao defender sua Jennifer.
— Obrigado, Nikhil. Prontamente aceito sua oferta. Nosso universo está mudando e queiramos ou não, nossas fêmeas estão no centro dessa mudança. É um lugar perigoso para muitos, ainda mais para duas pequenas fêmeas.
— Você realmente acredita que elas estão em perigo? — Nikhil perguntou baixinho.
— Acredito que alguns não gostarão da descoberta de nossas companheiras verdadeiras.
— Por quê? É uma bênção da Deusa. Um sinal de que ela pode finalmente nos perdoar e que a Grande infecção está terminando.
— Exatamente.
— Mas...
— Nikhil, há aqueles que lucram com o nosso povo sendo dependente dos Tornianos. Assim como há também aqueles que tentarão desacreditar Jennifer e Mackenzie como companheiras verdadeiras, não apenas porque elas não são Kaliszian, mas porque são nossas.
— Você fala de seu antepassado e os rumores de como sou tão grande.
— Sim.
— Então, o que faremos?
— Protegeremos o que é nosso. — Treyvon rosnou. —Temos o apoio de Liron e dos Guerreiros de Elite aqui em Pontus.
— Nem todos eles. — Nikhil informou-lhe calmamente.
— O que? Sobre quem está falando? — Treyvon exigiu.
— Spada, por um lado e há vários outros sobre os quais ele tem influência.
— Já transmiti a minha decisão a Liron sobre tirar de Spada seu status Elite.
— Ele e sua família serão desonrados. — Nikhil sentia que era seu dever informá-lo. — Eu nunca ouvi falar de um Guerreiro Elite sendo destituído de seu posto em mais de trezentos anos.
— As ações de Spada aqui para com os sobreviventes e Gulzar garantiu tais ações. Não terei um Guerreiro Elite sob o meu comando agindo de maneira tão indigna.
— Spada sabe disso?
— Não. Apenas Liron e agora você.
— Ele não reagirá bem. Retaliará. Como o fará seu manno.
— Eles tentarão. Estamos mais fortes e protegendo algo muito mais importante do que o nosso status.
— Concordo. — Nikhil respondeu.
Treyvon deixou seu olhar percorrer as caixas agora cobertas de areia. —Conte-me seus pensamentos sobre Jennifer usando esses alimentos para a primeira refeição.
Nikhil deixou o olhar percorrer as mesmas caixas, enquanto pensava. — Foi realmente uma experiência incrível ter uma primeira refeição quente.
— Jennifer diz que é uma coisa comum na Terra.
— Sim, minha Mackenzie informou-me. Ao pensar...
— Pensar?
O olhar de Nikhil voltou a Treyvon. — Que todo esse luxo vem de uma espécie que ainda precisa conquistar viagens interplanetárias. — Ele balançou a cabeça com incredulidade depois de calmamente continuar. — E que minha Mackenzie não precisa de mim para fornecê-la.
— Ela disse isso?
— Não, ela só comentou sobre o quanto gosta de ter uma primeira refeição quente.
— Bem, se formos capazes de encontrar sua Terra, talvez uma primeira refeição quente pode se tornar comum aqui também.
— Você quer descobrir a localização da Terra? — Nikhil perguntou hesitante.
— Pode beneficiar nosso povo. — Treyvon disse a ele.
— Sim, mas Mackenzie me disse...
— Sobre a irmã de Jennifer. — Treyvon terminou por ele.
— Sim e que Jennifer quer voltar.
— Sua Mackenzie não?
— Não, ela disse que não tem ninguém ali e que sua vida é comigo agora. — Nikhil não podia evitar o prazer em sua voz quando falou.
— Isso é bom, mas acompanharei minha companheira verdadeira para seu planeta e a ajudarei a encontrar sua irmã. Nunca pediria a Jennifer que escolhesse entre sua lealdade a mim e sua irmã. Seu Todd fez isso e a assombra até hoje. E se o fizer, a destruirei.
— Pode levar algum tempo para encontrá-la. Os Ganglians e Zaludianos apagaram todos os dados relativos à localização da Terra.
— Sim, mas isso não durará para sempre e não acredito que somos os únicos interessados neste planeta.
— O que quer dizer? Quem mais está interessado?
— Acho que os Tornianos também têm interesse em encontrar a Terra.
— Os Tornianos... — Os olhos de Nikhil brilharam com compreensão. —Acha que a nova Imperatriz de Vasteri é da Terra.
— Sim e se ela concebeu... — Treyvon deixou o não dito pairar no ar.
— Isso significa que a Grande Infecção está terminando para os Tornianos.
— Como parece ser para nós. — Quando Nikhil não disse mais nada, Treyvon segurou seu ombro. — Apenas podemos lidar com um problema de cada vez Nikhil e precisamos descobrir quem é o responsável por isso. — Treyvon gesticulou ao redor. — Então poderemos voltar para nossas companheiras.
CAPÍTULO VINTE E OITO
— Finalmente. — A Deusa sussurrou.
— Treyvon é um macho inteligente e digno. — Raiden respondeu.
— Você sempre se interessa por este macho. Mesmo que ele seja descendente de Aadi. Por quê? — Ela perguntou virando-se para seu companheiro.
— Há muitos que são descendentes de Aadi, incluindo o atual Imperador.
— Verdade, mas Treyvon sempre teve mais o seu interesse que Liron. Por quê?
— Talvez seja porque ele carrega o peso dos crimes de Aadi mais forte que Liron.
— Isso também é verdade, mas acho que é mais.
— Ele não apenas acreditou no que lhe foi dito, mas procurou nos textos. — Raiden não se referia a eles como os textos antigos porque para ele não eram antigos, eram sua vida. — Ele os traduziu e descobriu a verdade.
— O que não gostou.
— Não.
— Ele acredita que você não conseguiu salvar seu povo.
— Eu não consegui.
— Não! — A Deusa exclamou, os céus tremeram com sua raiva. — Você os confiou a seu irmão, um macho apto e digno, que prometeu cuidar de todos para que você pudesse ficar com sua companheira verdadeira.
— Eu deveria ter considerado...
— Ninguém ... Deus, Deusa ou mortal... poderia prever o que Daco faria, porque não pode me ter. — Ela argumentou. — E se alguém é culpado pelo que aconteceu, sou eu. Eu quem o afastei de seu povo. Sou aquela que o transformou em um Deus. Eu quem me recusei a desistir de você e seu povo sofreu por causa disto.
— Pare! — O universo parou em sua ordem e ela prendeu a respiração quando ele a puxou para seus braços. — Você é a minha companheira verdadeira. Sacrificaria tudo para você. Meu povo. Minha honra. Minha vida. Porque sem você, o resto não tem sentido.
— Eu me sinto da mesma maneira, meu amor. — Estendendo a mão, ela tocou sua bochecha. — E talvez Treyvon entenda, agora que ele encontrou sua companheira verdadeira.
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Jen ofegou quando viu Treyvon entrar na área de descanso. Não levou muito tempo para ela e Mac guardarem suas poucas roupas. Desde então ficaram conversando no sofá. Mas quando ele e Nikhil entraram em seus aposentos, as duas mulheres ficaram imediatamente de pé.
— O que aconteceu com você? — Jen perguntou se aproximando de Treyvon. Quando ele e Nikhil saíram uma hora antes, estavam limpos. Agora estavam desgrenhados com um pó fino revestindo cada centímetro de sua pele exposta, roupas e cabelo.
— Precisamos reparar a porta. — Suas mãos suavemente seguraram o pulso dela para impedi-la de tocá-lo. — Eu preciso me limpar. — Ele disse a ela suavemente, então olhou para Nikhil. — Nikhil, você precisa se limpar também. Em seguida, consiga aquela informação.
— Sim, General. Mackenzie? — Nikhil estendeu a mão e Mackenzie a pegou imediatamente.
— Falo com você mais tarde, Jen. — Ela disse à amiga e deixou seu companheiro verdadeiro levá-la.
Jen esperou até a porta fechar, então se virou magoada. —Por que você não deixou tocá-lo?
— A poeira de Pontus pode conter alme. — Ele disse a ela. — E se inalar muito, pode fazer mal.
— Então por que você está aqui de pé coberto com isso? — Ela exigiu, saindo de seu aperto.
— Jennifer...
— Sem Jennifer para mim. — Ela disse, puxando-o para a sala de limpeza. — Você precisa limpar está merda. Agora!
Ignorando que ambos estavam completamente vestidos, ela forçou-o para dentro da unidade de limpeza. Depois de abrir a água, ela passou a trabalhar na remoção de suas roupas.
— Jennifer! — Treyvon exclamou quando seu colete, ficou pesado com água e várias lâminas afiadas bateram no chão com um baque. Ele mal impediu sua calça de seguir quando ela ficou de joelhos e começou a puxar.
— Pare. — Ele ordenou. Segurando seus dedos frenéticos, ele a puxou de volta. — Jennifer, o que está errado?
Quando ela levantou o rosto para ele, não podia dizer se suas bochechas estavam molhadas de lágrimas ou a umidade da unidade. — Eu não o deixarei ficar doente. Não se puder ajudá-lo!
— Jennifer. — Ele segurou seu rosto, seus polegares suavemente acariciando as bochechas. — Eu ficarei bem. Tem me voto.
— Você disse...
— Apenas se muito alme for inalado pode ser prejudicial. Não há perigo quando tocado por ele.
— Você tem certeza? — Ela perguntou, dando-lhe um olhar incerto.
— Sim, meu amor. Eu não quis dizer com minhas ações que pensasse de forma diferente ou se preocupasse. Apenas estava tentando protegê-la de ficar tão suja quanto eu.
— Eu não me importo com um pouco de sujeira, Treyvon. Eu me importo com você. Não posso... — Ela fechou os olhos por um momento e respirou fundo. — Sinto muito. Eu apenas reagi.
— Apenas mostrou que se importa. — Ele lhe deu um sorriso gentil. —Para mim. Ninguém nunca fez isso antes. Apenas você.
Suas palavras partiram o coração de Jennifer e enquanto Treyvon era uma figura imponente que muitos temiam, ele também era um homem que se importava profundamente. Como seu povo não entendia isso? A maioria deles apenas via o que Aadi fez, quando o olhavam. Não o homem que ele era. Bem, ela o via e passaria o resto de sua vida garantindo que ele soubesse disso.
— Então deixe-me mostrar-lhe o quanto gosto de você. — Disse ela dando-lhe um sorriso gentil. — E se você se inclinar, posso lavar seu cabelo.
Os olhos de Treyvon se arregalaram com suas palavras. Isso novamente, era outra coisa que ele nunca ouviu falar que uma fêmea fez por algum macho. Sim, sua Jennifer escovou seu cabelo, mas estar realmente disposta a lavá-lo?
— Treyvon?
Sua pergunta tranquila trouxe seus pensamentos de volta, mas em vez de se inclinar para baixo o que ela pediu, ele ficou de joelhos diante dela.
— Treyvon...
— Eu sou seu para fazer o que quiser. — Ele disse a ela.
—Oh, Treyvon. — Gentilmente, ela estendeu a mão e começou a limpar lentamente a sujeira que escorria por seu rosto, certificando-se que nada entrasse em seus olhos. Uma vez que ficou satisfeita, foi para trás dele e encheu sua mão com sabonete. Então começou a lavar todas suas tranças até que chegou a um cordão com uma conta prata com redemoinhos azuis, sua conta Ashe. Cuidadosamente a tocou, em seguida, olhou em seus olhos azuis brilhantes.
— É sua. — Ele disse a ela, seu olhar brilhante fixo no dela. — Sempre que você quiser.
— Treyvon...
— Shhh. — Ele colocou um dedo limpo em seus lábios. — Quando estiver pronta. Apenas precisava que você soubesse. Agora... — Ele substituiu seu dedo com os lábios. — É hora de mostrar o quanto eu me importo.
Lentamente, ele começou a ficar de pé e a levantou, puxando suas roupas sobre a cabeça e jogando-a para fora da unidade de limpeza. Ele então começou a lavar seu cabelo, devolvendo toda a atenção que ela deu as suas tranças.
— Eu não tinha terminado ainda. — Ela murmurou. Mesmo quando inclinou a cabeça para frente desfrutando de suas atenções, seus dedos seguiam a espuma de limpeza. Pelos músculos salientes de seu peito e em cada fenda profunda no abdômen, se certificando que nenhuma partícula de alme permanecesse. Quando seus dedos alcançaram o cós da calça, ela rapidamente a abriu, a mão ansiosa deslizando dentro para acariciar seu eixo duro.
— Jennifer. — Treyvon gemeu, seus quadris instintivamente empurrando contra a mão.
— Eu quero você, Treyvon. — Ela levantou o olhar para ele. — Quero meu companheiro verdadeiro.
O rosnado baixo de Treyvon, reverberou através da unidade de limpeza e antes que ela percebesse, estava com as costas pressionadas contra a parede e as pernas ao redor dos quadris dele.
— Então você me terá! — Ele rosnou posicionando seu eixo na abertura dela e empurrando para dentro.
— Sim! — Ela exclamou, as unhas cravando em seus ombros. — Deusa, Treyvon, sim!
— Tenho você, Jennifer. — Ele lentamente moveu os quadris para trás, em seguida, empurrou novamente.
— Como minha verdadeira companheira. — Ele se afastou e empurrou novamente.
— Como minha mulher. — Ele empurrou novamente.
— Como minha Jennifer. Meu amor.
As palavras de Treyvon tocaram Jen mais profundamente do que seus movimentos. Quando se acalmou, uma parte de sua alma que protetoramente estava escondida com toda a privação e abuso que sofreu, despertou. Agora era como se ela estivesse florescendo novamente, tornando-se o que deveria ser e com quem deveria estar.
— Meu Treyvon. Meu amor. — Ela repetiu, em seguida, gemeu quando seu orgasmo explodiu de repente.
O rugido de Treyvon fundiu com o dela quando um impulso mais tarde, ele a seguiu para o céu.
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Treyvon cuidadosamente observou o reflexo de Jennifer no espelho quando ela começou a tirar a umidade de seu cabelo. Nunca experimentou uma união assim. Foi mais do que a união de seus corpos. Foi a união de suas almas.
Os revestimentos molhados estavam no chão, um testemunho de sua impaciência. Ele se sentia tentado a jogar a toalha escondendo seu corpo junto com as outras. E quando seus dedos pararam sobre sua conta, seu olhar encontrou o dele.
— O que está pensando? — Ela perguntou e ele soube o que queria saber.
— Porque não se transferiu antes?
— Sim. — Ela se virou para ele usando a toalha na mão para secar a umidade restante de seu peito. — Quer dizer, nós nos conhecemos há tantos ciclos de lua agora. Você me carregou para fora da mina, assim como Nikhil fez com Mackenzie e sua conta se transferiu imediatamente. Nós até dormimos juntos e ainda...
Treyvon não respondeu de imediato, pois na verdade foi algo que se perguntou também. Afundando os dedos em seus fios dourados, deixou-se desfrutar de sua sedosidade, sabendo que seria o único macho Kaliszian a experimentá-lo, porque ela sempre o mantinha preso. Era a resposta?
— Treyvon?
—Acho que é porque nossas contas residem em nossas tranças. — Ele disse a ela.
— O que? — Ela questionou, seus olhos se enchendo de confusão.
— Eu não posso explicar-lhe porque, mas em meus estudos nunca fui capaz de descobrir a resposta. A verdade é que para um Kaliszian, nossas contas são uma extensão do que somos.
— Mas...
Ele colocou um dedo gentil em seus lábios, silenciando-a e acariciando lentamente aqueles lábios adoráveis. — Nossas tranças não apenas nos representam, por isso que cortá-las é como uma ofensa, mas também são uma extensão de quem realmente somos. O cabelo de Mackenzie estava solto quando Nikhil a encontrou. Permitindo que sua conta reconhecesse não apenas sua companheira verdadeira, mas se transferisse. Você sempre mantém seu cabelo preso.
— Nem sempre. — Disse ela. — A primeira vez que nos unimos, meu cabelo estava solto. — Ela fez uma pausa lembrando da incrível noite e franziu a testa. — Mas você tirou suas contas em honra aos guerreiros que perdeu.
— Sim. Ontem à noite foi a primeira vez que seu cabelo estava solto enquanto o meu tinha as contas.
Jen se aproximou, segurando as tranças com as contas. Quando ela tocou as tranças finas, ficou chocada com as impressões a agredindo.
— Não! — Treyvon rosnou, cuidadosamente, mas com firmeza afastando os dedos de suas contas.
— Eu... — Ela o olhou confusa. — O que foi isso?
— Você tocou as contas de batalha.
— O quê?
— Contas de batalha. Elas refletem... momentos das batalhas nas quais estive. Agora que usa minha conta de companheira verdadeira estamos conectados. Não achei... — Seu peito abaixou e ele respirou fundo.
— Não achou o que? — Ela perguntou em voz baixa.
— Que você seria capaz de sentir esses momentos e o que aconteceu neles.
— Você precisa carregá-las? Todos os dias? — Ela não podia acreditar.
— O peso delas, sim. Pois como poderia não ser quando uma vitória na batalha significa uma perda. É parte de ser um guerreiro, carregar o peso e não dos inocentes.
— Eu não sou um inocente, Treyvon e parte de ser uma companheira de verdadeira, pelo menos para mim, é para ajudá-lo a carregar esse peso. Porque você não está mais sozinho.
— Eu não quero que você sinta está feiura, Jennifer.
— Mas já o fiz. Por causa das Ganglians e os Zaludianos. Você não pode mudar o que vivi, Treyvon, mais do que eu posso mudar o que você viveu. Tudo o que posso fazer é ficar aqui e apoiá-lo quando precisar de mim. Assim como eu sei que estará aqui para mim quando os pesadelos vierem e não achar que poderei sobreviver novamente.
— Sempre estarei aqui para você, Jennifer. Sempre que precisar de mim. Oro que seja o tempo todo. Não porque quero que tenha pesadelos ou porque você seja fraca e não possa sobreviver sem um macho. Já demonstrou que pode. Mas porque eu não posso sobreviver sem você. Não agora que a encontrei e estou vivendo um grande amor. Eu não quero.
— Assim como eu não gostaria de sobreviver sem você agora que o encontrei. É a mesma coisa, Treyvon. — Ela estendeu a mão e agarrou firmemente uma de suas tranças estreitas, de bom grado aceitando toda a dor e o peso do que Treyvon sobreviveu. — Deixe-me ser sua companheira verdadeira, Treyvon. Não apenas uma fêmea a quem se une.
— Você não é e nunca será apenas isso! — Ele rosnou.
— Serei, a menos que deixe-me ajudá-lo nos bons e maus momentos. Como você quer fazer comigo.
— Juro que tentarei, Jennifer, mas não posso prometer que não tentarei protege-la de tudo isso.
Jen abriu a boca para discutir, em seguida, fechou-a ao perceber que não podia. Porque ela queria protegê-lo de todo o mal. — Eu juro o mesmo. Mas apenas posso tentar. Porque você é meu para proteger.
— Deusa, Jennifer. — Ele abaixou a cabeça e tomou seus lábios em um beijo profundo, duro.
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Spada permaneceu firme diante da mesa de Treyvon, seu olhar movendo-se do Comandante Supremo, que estava sentado atrás da mesa ao seu Comandante recém-nomeado ao lado. Como Nikhil conquistou o direito de até mesmo de ser considerado para uma posição de prestígio, muito menos foi escolhido para ela, estava além da compreensão de Spada. A linhagem do macho era comum. Seus pais, funcionários. Sua condição era tão precária que sua conta de companheira verdadeira não foi transferida para uma fêmea Kaliszian e sim uma fêmea da Terra.
O Comandante dos Guerreiros de Elite e o Comandante Supremo deveriam vir de uma linhagem impecável. Uma como a dele.
— Guerreiro Parlan Spada. — Treyvon começou apenas para ser interrompido.
—Guerreiro de Elite. — Spada imediatamente corrigiu como fazia com qualquer um que não lhe desse o respeito que era devido, então se encolheu um pouco quando lembrou que estava falando com Treyvon, o Comandante Supremo.
— Um Guerreiro Elite não deve precisar lembrar aos outros de seu status. Suas ações devem fazer isso por ele.
— E ... sim, General.
— Acha que suas ações refletem as de um Elite?
— Claro, General!
—Então me explique por que relatou que o selo na porta exterior da sala de armazenamento com os contentores da nave Zaludian não estava violado, quando sim.
— O que?
— O selo, Spada. — Treyvon exigiu.
— Estava selado, General. Não precisava de uma troca. — Spada disse com desdém.
— Precisava ficar vedado.
— Como eu disse que não era necessário. — Spada argumentou de volta. — O selo estava no lugar para resistir a uma tempestade de areia em Pontus.
— Então você está dizendo que conscientemente desobedeceu uma ordem minha. — As palavras de Treyvon pareciam tranquilas.
— Senhor, enquanto Ora é um guerreiro adequado, sou seu superior. E quando encontrar uma falha em uma de suas ordens, não as seguirei.
— Acha que o Guerreiro Ora não tem a autoridade para decidir se a base está em nível crítico?
— Ele não deveria, mas como eu disse, ele é apenas um guerreiro adequado e nem sempre conhece seus limites.
— Comandante Nikhil. — Treyvon virou em sua cadeira para olhar seu comandante. — Encontra verdade nas palavras de Spada?
— Não, General. — Nikhil respondeu imediatamente, seu olhar nunca deixando Spada. — Na minha opinião, o Guerreiro de Elite Ora é um excelente guerreiro.
— Que segue as ordens que lhe é dada?
— Sim, General.
— Ele pode colocar toda a base em nível crítico?
— Apenas se for um guerreiro sênior na base, Geral. — Nikhil deu-lhe a verdade. — Quando você estiver, a ordem deve ser uma transmissão sua.
— Concordo. — Treyvon voltou os olhos duros para Spada e esperou.
Spada ficou ali, começando a suar quando o silêncio encheu a sala, seu olhar indo de Nikhil para Treyvon. O que eles estavam esperando? Que dissesse que deveria seguir uma ordem de Ora? Que estava errado? Aquele selo não precisava ser trocado.
— General, mantenho a minha decisão. Aquele selo não precisava ser trocado.
— Ele rompeu. — Treyvon disse ele.
— O que? — Spada deu-lhe um olhar confuso.
— O selo naquela porta rompeu. — Repetiu Treyvon.
— Isso... isso não é possível. — Spada disse. — É uma tempestade de areia comum...
— Esta não é uma tempestade de areia comum! — Treyvon gritou cortando Spada. — Suas ações ou devo dizer a falta delas, colocou a base inteira em risco!
— General. — Spada sabia que estava com problemas e precisava encontrar uma maneira de sair deles. — Substituirei imediatamente o selo.
— Não há necessidade, o Comandante Nikhil e eu já fizemos isso.
— Você... — Os olhos de Spada se arregalaram em choque. Treyvon substituiu o selo?
— Sim e os outros três selos que você não conseguiu trocar estão sendo substituídos pelos Guerreiros de Elite que são capazes de seguir as ordens dadas a eles por seu General. Você Spada, deve entender o que sua desobediência causou.
— Sim, General. Claro, mas se os selos já estão sendo substituídos, o que espera que eu faça?
— Removerá cada partícula de areia que entrou na base por causa desses selos.
— Você quer que eu limpe? — Spada sequer tentou esconder seu choque. — Mas sou o Guerreiro de Elite Parlan Spada! Tenho parentesco com o Ministro Stepney! Minha linhagem nunca foi manchada! Este é um trabalho para alguém como Gulzar! Não para mim!
Treyvon deixou Spada continuar, incapaz de acreditar nas palavras que saiam de sua boca. Estas eram palavras que ele esperava ouvir de uma fêmea mimada como Rachana. Não um Guerreiro Elite. E se tinha alguma dúvida sobre a remoção do status de Elite de Spada, elas agora se foram.
— Chega, Spada! — Treyvon ordenou quando viu que Spada continuaria. — Obedecerá uma ordem direta minha ou sofrerá as consequências.
O rosto de Spada ficou tenso, os dentes bateram tão forte que foi facilmente ouvido.
— Agora fará o que eu pedi e neste momento. Não descansará ou fará refeições, até que a sua tarefa atribuída esteja concluída.
— Eu... — Spada começou a discutir. Ele já tinha acordado mais cedo do que normal e planejou passar a duração da tempestade em seus aposentos. Mas então pensou melhor. Não havia nada que pudesse fazer até que a tempestade passasse, assim tentaria entrar em contato com o Ministro Stepney e diria como estava sendo tratado. — Sim, General. — Ele disse rigidamente.
— Então o faça. Começando com a sala de armazenamento que contém os contentores da nave Zaludian.
— Sim, General.
— E Spada?
Spada se virou para sair, mas as palavras faladas de Treyvon o deteve. —Sim, General?
— E se qualquer uma daquelas caixas de alimentos foram danificados, você responderá por isso.
Pálido, Spada se esforçou para dizer. — Sim, General.
Treyvon esperou que a porta se fechasse atrás de Spada antes de girar para Nikhil. — O que acha?
— Ele não é digno do status de Elite.
— Não, ele não é.
— Realmente acredita que os alimentos da Terra foram danificados? — Ele não gostava do pensamento. Sua Mackenzie falou muito sobre o quanto ela gostou da primeira refeição que Jennifer preparou. Ele esperava Jennifer o fizesse novamente.
— Na verdade, eu não sei. Mas as areias de Pontus nunca são boas.
— Isso é verdade. — Nikhil concordou, balançando a cabeça.
— Uma vez que o lugar ficar limpo, enviarei Jennifer para verificar as caixas de alimentos. E se algo foi danificado, ela saberá o que pode ser recuperado.
— Sua companheira verdadeira é com certeza um presente da Deusa, General.
— Sim. — Treyvon concordou ao sorrir. — Como a sua.
— Sim e sei que ela gosta de ajudar Jennifer. — Nikhil fez uma pausa, seu olhar indo para Treyvon.
— Tudo bem Nikhil, não estou ofendido por você usar apenas o nome da minha Jennifer. Na verdade, acho que nossas companheiras ficariam ofendidas se a chamassem de uma maneira formal. E como acredito que passaremos uma grande parte do tempo juntos, podemos muito bem começar agora.
— Isso é verdade. — Nikhil concordou.
— Então, continue com o que diria.
— Apenas diria que, enquanto sei que minha Mackenzie gosta de ajudar Jennifer na preparação da última refeição, eu também sei que ela está lutando para encontrar seu lugar aqui.
— O que você quer dizer?
— Na Terra, minha Mackenzie era um zelador da terra e as coisas que vivem e crescem sobre ela. Aqui...
— Ela é incapaz de fazer isso. — Treyvon terminou por ele.
— Sim e enquanto ela nunca falou sobre isso, a vejo sempre no Gairdin e não há nada crescendo ali.
— Você anda no Gairdin? — Treyvon não sabia disso.
— Sim, Mackenzie gosta dali e de sair. E se ficar confinada dentro por muito tempo tem pesadelos de seu tempo com os Zaludians.
— Ela tem pesadelos? — Treyvon não sabia disso e se preocupou. Sua Jennifer também os tinha? — Ela perguntou a Luol sobre isso?
— Ela se recusa, dizendo que ela não os tem com tanta frequência. E enquanto puder sair, ela ficará bem. É por isso que a levo ao Gairdin sempre que posso.
— Então uma vez que está tempestade durará muito tempo, tornaremos prioridade que ela saia quando acabar.
— Obrigado, Treyvon.
— Não, obrigado você. Eu sei que Jennifer gosta de sair também. Ela irá querer ver se o Crann sobreviveu à tempestade.
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Jen não conseguia parar de sorrir enquanto se movia pela cozinha. Não que quisesse. A influência da conta de Treyvon enquanto trabalhava a fez parar para estender a mão e tocá-la.
Os olhos de Treyvon brilharam quando ela deixou a parte do cabelo, que tinha a trança livre, ao invés de prender em um coque bagunçado com o resto do seu cabelo. Ele a beijou forte por causa disso. E se não fosse por Nikhil chamando-o pelo comunicador, ela tinha certeza de que voltariam para a cama.
Mas o dever chamava, para ambos. Então, com um último beijo e a promessa de vê-la em breve, Treyvon saiu para se reunir com Nikhil e Jen se dirigiu para cozinha.
A última refeição ainda estava longe, mas com todos sendo obrigados a ficar dentro da base, pensou em tentar fazer algo especial para eles, além de apenas pães e biscoitos. Mas biscoitos era algo que todos podiam desfrutar sem tirar muito de seus alimentos pessoais.
Então biscoitos... o que mais poderia fazer com a massa?
Batendo palmas de repente ela percebeu o que poderia fazer.
Cookies!
Apenas precisava pegar algumas coisas que viu nos alimentos da Terra.
— Jen?
Virando-se, seu sorriso se ampliou quando viu Gulzar. Amava-o como um amigo. Ele foi o primeiro a realmente aceitá-la, além de Luol e seria eternamente grata a ele por isso.
— Gulzar, o que você está fazendo aqui tão cedo?
— Eu não tinha mais nada para fazer, então pensei em... — Ele parou, seus olhos se arregalando. — Jen!
— O que? — Ela virou, esperando encontrar alguma ameaça atrás dela.
— Não, não há nenhuma ameaça. — Ele rapidamente tranquilizou-a. —É seu cabelo.
O temor junto com surpresa em sua voz a deixou perplexa por um momento. Em seguida, ruborizou ao perceber a que ele estava se referindo.
A conta de companheira verdadeira de Treyvon.
— Oh. — Ela estendeu a mão acariciando a conta. — Você está falando sobre isso.
— Sim... quem...
— Treyvon.
— O General?
— Sim. — Ela franziu o cenho para ele, sem entender seu choque e sentiu sua raiva aparecer. — Por que você está tão chocado? Treyvon é um macho incrível!
— Sim, é claro que ele é. O General Rayner é verdadeiramente um macho apto e digno. — Gulzar rapidamente disse. — Eu não pretendia ofender, Jen. É apenas que...
— O que?
— Fiquei surpreso, isso é tudo. Dois machos Kaliszian já encontraram suas companheiras verdadeiras, enquanto em Pontus. E se continuar assim, todos os machos do Império virão para cá.
Jen começou a rir, a raiva desaparecendo. — Bem, pode ser um problema, já que não há mulheres mais disponíveis em Pontus.
— Isso é verdade. — Ele a olhou, avaliando. — Ou talvez seja porque você é da Terra.
— Eu odiaria pensar isso.
— Por quê?
— Porque odiaria pensar que a Deusa não abençoaria um macho apto e digno, um Guerreiro de Elite como você com uma companheira verdadeira.
— Eu... obrigado, Jen. — Foi a vez de Gulzar ruborizar. Ele nunca recebeu um elogio tão surpreendente ou sincero.
— Você não precisa me agradecer pela verdade, Gulzar. — Ela disse a ele. — Agora, uma vez que está aqui, se importaria de buscar uma carne na sala de armazenamento refrigerado enquanto busco outros alimentos da Terra?
— Eu posso buscar para você. — Ele imediatamente disse a ela.
— Mesmo? — Ela lançou um olhar provocante. — Então, se pedir para me pegar um pouco de açúcar mascavo e canela, sabe onde está e o que é?
— Eu... hum...
— Acho que não e mesmo assim, se ofereceu. — Ela lhe deu um pequeno sorriso. — Eu nunca pediria a um Guerreiro de Elite para fazer uma tarefa tão mundana. Então pegarei o que preciso e volto logo.
CAPÍTULO VINTE E NOVE
Spada não podia acreditar que estava sendo forçado a fazer isso.
Limpar!
Era tão abaixo dele. Era o Guerreiro de Elite Parlan Spada! E estava varrendo a areia!
Areia!
Alguém pagaria por isso!
E ele não se importava com quem!
O som da abertura da porta o fez girar, um sorriso torto cruzou os lábios e soube que acabou de receber um presente da Deusa.
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Jen descobriu que não podia parar de cantarolar enquanto caminhava para a área de armazenamento. Passou tanto tempo desde que se sentiu... feliz... incrivelmente feliz. Quando foi a última vez?
Antes de seus pais morreram com certeza.
No dia de seu casamento? Deveria ser, mas pensando agora, não tinha tanta certeza. Sim, estava feliz, extasiada até, mas porque tudo foi tudo perfeito. Nada saiu errado.
Olhando para trás agora, percebeu o que estava faltando. Os erros. As pequenas coisas memoráveis que deu errado.
Sim, se lembrava da beleza da noiva.
E da formosura do noivo.
Mas o que realmente se lembrava era de como adorável era a florista, mesmo quando esqueceu de deixar cair as pétalas de rosa.
E de quando o pajem carregando as alianças, as deixou cair.
Essas eram as coisas que faziam a vida memorável.
Ela se esqueceu de tudo,
Não, a última vez que se sentiu assim foi quando Warrior salvou Kimmy.
Ela ainda se lembrava de estar de pé na varanda de seus pais, depois de chegar da escola. Sua mãe pediu a Jen para esperar Kimmy no ponto de ônibus, mas Jen não pensou que fosse necessário. Afinal, Kimmy tinha quatorze anos. Tinha idade suficiente para atravessar a rua sozinha.
Quando Warrior, o enorme cão saltou sobre o muro alto que todo mundo acreditava que poderia contê-lo, eles ficaram chocados. Ele atravessou a rua e empurrou Kimmy para fora do caminho do carro em alta velocidade conduzido por um dos adolescentes do bairro.
Warrior morreu.
Kimmy sobreviveu.
Sim, essa foi a última vez que ela se sentiu assim, como se recebesse um presente.
Até Treyvon.
Olhando para cima, enquanto as portas se fechavam atrás dela, ela congelou quando viu...
Ódio.
— Bem, olha quem simplesmente não pode ficar longe de mim. — Disse Spada, enquanto seu olhar percorria o corpo dela.
Ela não pode impedir um arrepio de desgosto quando seu olhar a percorreu. Queria sair, queria fugir, mas em vez disso se forçou a ficar. Cansou de se esconder, incluindo este imbecil.
— Eu não estou aqui por sua causa, Spada. Preciso de alguns suprimentos. — Ela atravessou a sala para a caixa que continha o que ela precisava.
Os olhos de Spada se estreitaram quando ela se aproximou e abriu um recipiente, ignorando-o completamente, como se fosse alguém que não deveria temer. Alguém por quem não deveria ficar joelhos e mostrar-lhe mais respeito. Um sorriso sinistro retorcer seu rosto quando ele se moveu em direção a ela. Sabia exatamente o que fazer para que ela o respeitasse e estaria de joelhos quando o fizesse.
Jen ficou tensa quando tentou levantar a tampa do recipiente que queria abrir. Talvez deveria ter levado Gulzar com ela. Ele fazia isso parecer tão fácil e jamais pediria a Spada para ajudar.
Quando o ouviu se aproximar por trás, ela pensou que ele a ajudaria. Que agiria como um Guerreiro de Elite. Esse pensamento lhe custou, quando seu corpo de repente bateu contra a caixa, tirando seu folego.
— Você pensa que é melhor que eu? — Ele zombou, seu corpo maior, mais pesado pressionando-a ainda mais contra o metal inflexível da caixa. — Você? Uma fraca, patética e uma fêmea inferior? Você não é nada! — Ele gritou. — Deve ficar de joelhos e implorar por minha atenção cada vez que eu me aproximar!
— Como se isso fosse acontecer! — Ela ofegou, tentando recuperar o fôlego apenas para perdê-lo novamente quando seus dedos afundaram em seu cabelo, soltando seu coque como ele virou sua cabeça bruscamente para o lado.
— Oh acontecerá. — Ele sussurrou em seu cabelo. — Juro a você que sim quando eu terminar e saberá exatamente qual o seu lugar. E é atendendo um macho Kaliszian.
— Foda-se! — Ela disse com os dentes apertados.
— Oh não, pequena humana, eu a foderei!
Jen não podia acreditar que isso estava acontecendo e por um momento, voltou a nave Ganglian onde as fêmeas Jerboaianas eram arrastadas pelos cabelos, ouvindo seus gritos aterrorizados e cheios de dor quando eram repetidamente estupradas. Não havia nada que pudesse fazer, exceto ficar nos braços de Todd e rezar para que eles nunca descobrissem que era do sexo feminino.
Bem, havia algo que poderia fazer agora. Poderia não se entregar, lutar. Por si mesma e por todas aquelas mulheres que foram abusadas pelos Ganglians e todos os outros machos indignos.
— Não se o derrubar primeiro. — Com um rosnado que teria deixado qualquer Kaliszian orgulhoso, ela virou a cabeça para frente, tanto quanto pode, ignorando a dor que sentia. Quando ele a puxou para trás, como ela sabia que faria, inclinou a cabeça e ouviu o ruído satisfatório quanto o nariz quebrou.
Xingando, Spada soltou seu cabelo para tentar conter o sangue jorrando de seu nariz.
A liberação repentina jogou Jen de bunda no chão quase tão forte como atingiu o nariz de Spada. E mesmo que ainda estivesse vendo estrelas, começou a se mover em direção à porta. Chegou perto o suficiente para se abrir automaticamente quando foi agarrada por trás e jogada pelo ar.
Batendo de lado em uma das caixas, ela sentiu algo estalar antes de cair de costas. A areia e poeira do chão coberto não fez nada para amortecer a queda.
— Sua cadela! — Spada estava sobre ela, o sangue escorrendo por seu rosto tornando-o uma caricatura macabra do que um verdadeiro guerreiro não era. — Eu poderia deixá-la viver, para usá-la novamente, se não tivesse feito isso. — Ele apontou para seu rosto. — Agora sentirá tanta dor que irá me implorar para acabar com você. Exatamente agora! — Com isso, colocou os dedos ao redor de seu pescoço e apertou.
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Treyvon diminuiu os passos, um sentimento de mal-estar enchendo-o quando se aproximou da cozinha. Havia trabalho para fazer em seu escritório, em sua maioria um trabalho tedioso de leitura de relatórios e comunicações. Mas nenhum deles chamou sua atenção. Não quando poderia passar tempo com sua companheira verdadeira. Então, fazendo o que apenas alguns ciclos da lua atrás ele não consideraria possível, colocou suas necessidades e desejos em primeiro lugar, seus deveres em segundo. E sua necessidade era ver sua Jennifer.
Entrando na cozinha, ele encontrou apenas Gulzar, cortando um grande pedaço de carne em pedaços menores
— General. — Gulzar colocou a faca de lado. — Parabéns!
— Parabéns?
— Por encontrar sua companheira verdadeira. A Deusa o abençoou com uma fêmea verdadeiramente surpreendente.
Treyvon não pode evitar a onda de prazer que o encheu com as palavras de Gulzar, por sua Jennifer ser uma fêmea incrível e abençoada.
— Ela realmente é. — Ele concordou. — Então, onde está a minha companheira? — Ele perguntou, com os olhos percorrendo o lugar.
— Jen foi buscar alimentos da Terra.
— Alimentos da Terra? — Ele franziu a testa, seu sentimento de desconforto aumentando.
— Sim, algo chamado açúcar mascavo e canela. Achei que tivesse autorização para usá-los.
— Sim, é claro que ela tem. — Treyvon lhe disse distraidamente. —Eu fiquei surpreso por não a ver no corredor.
— Bem, ela já foi tem um tempo. — Gulzar franziu a testa pensando em quanto tempo passou. Ficou tão envolvidos no corte da carne como Jen lhe ensinou que não notou o passar do tempo. —Ela já deveria ter voltado.
Treyvon levantou a comunicador e digitou um código. — Spada, responda.
— Spada? — Gulzar questionou. — Por que você está entrando em contato com Spada?
— Porque ele deveria fazer a limpeza da área de armazenamento, onde os suprimentos da Terra estão. — Treyvon disse a ele, tentando contato com Spada novamente.
— Mas eu não teria deixado Jen ir sozinha se soubesse que Spada estava lá!
— O que? — O olhar azul de Treyvon foi para Gulzar. — Por quê?
— Porque Spada a desrespeita cada vez que a encontra.
— Ele o quê? — Treyvon rugiu.
— Jen não lhe contou? — Gulzar não podia acreditar, as fêmeas sempre diziam a seus machos quando eram desrespeitadas, mesmo quando apenas imaginavam isso. Bem, as fêmeas Kaliszian o faziam, mas Jen não era Kaliszian. Deveria saber disso e ir ele mesmo para Treyvon. Apenas não sabia que Treyvon era seu companheiro verdadeiro.
— Gulzar! — O rugido de Treyvon o tirou de seus pensamentos. — Sobre o que você está falando?
— Spada faz comentários inadequados para Jen, especialmente agora que suas cicatrizes foram curadas.
— E você permitiu isso?
— Não, General! — Gulzar negou veementemente. — Interferi cada vez que testemunhei isso e adverti Spada para ficar longe dela, especialmente com o que aconteceu ontem.
— O que aconteceu ontem?
— Spada tentou impedi-la de pegar os alimentos da Terra. Ele a agarrou pelo braço para contê-la, quando ela tentou pegá-los.
— Onde?
— O que?
— Onde isso aconteceu?
— Na área de armazenamento.
Os olhos dos dois machos se arregalaram e sem uma palavra, saíram correndo.
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Jen continuou arranhando a mão ao redor de sua garganta, assim que sua visão começou a escurecer. Ela não cairia tranquilamente. Agora que descobriu algo bom com Treyvon. Agora que encontrou a felicidade novamente e ela não deixaria este idiota tomar dela. Não sem uma luta.
Mas estava perdendo a luta. Pode sentir quando seus pulmões começaram a queimar, a visão escurecer ainda mais e sua luta enfraquecer. Assim quando estava prestes a desmaiar, a mão ao redor de sua garganta desapareceu e ela foi capaz de engolir o ar que dava vida.
— Oh, você não sairá disso tão facilmente. — Spada disse a ela, com o rosto enlouquecido enchendo sua visão. Ele agarrou a parte de sua cima de sua roupa e rasgou-a, expondo seus seios brancos e a contusão de seu lado onde quebrou uma costela ao bater na caixa de armazenamento.
— Oh olhe. — A voz depravada de Spada fluiu sobre ela. — Aposto que dói. Devemos descobrir?
Usando a parte de trás de sua mão, ele apertou com força a contusão e ela perdeu a respiração que mal recuperou.
— Oh sim, dói. Preciso me lembrar disso. — Ele afastou a mão e terminou de rasgar sua roupa. — Bem, não há muito aqui que realmente satisfaça um macho, mas posso aproveitar. — Com isso, ele abriu suas pernas e ficou de joelhos entre elas.
Jen sabia que estava ficando sem tempo. Sabia que seria estuprada, assim como as fêmeas Jerboaianas foram e não havia nada que pudesse fazer sobre isso. Destruiria Treyvon quando ele encontrasse seu corpo.
— Oh, não haverá um corpo para o General encontrar. — Spada disse a ela, suas mãos indo para sua calça e ela percebeu que falou em voz alta. —Todos acreditarão que você ficou tão desesperada com a perda de seu Dasho que saiu para uma tempestade de areia de Pontus para que pudesse se unir a ele.
— Ninguém nunca acreditará nisso.
— Claro que sim, porque direi como a encontrei aqui abrindo a porta. E quando corri para impedi-la, você fez isso. — Ele apontou para seu rosto. — Em seguida, correu para a tempestade. Posso até ser premiado com uma conta por minha coragem!
— Treyvon saberá a verdade! — Ela disse ofegante e percebeu que Spada não notou a conta de companheira verdadeira de Treyvon em seu cabelo.
— O General não saberá nada. Ele é um imbecil incompetente. Sua morte, enquanto sob sua proteção, mostrará que ele é como seu antepassado Aadi e será removido do poder. E finalmente, o macho correto se tornará o Comandante Supremo. Eu!
— Você é louco! — Ela disse.
— Louco! — Seus dedos ao redor da garganta apertaram novamente e ela soube que desta vez ele não soltaria. — Treyvon Rayner...
Um grande estrondo, em seguida, um rugido encheu o lugar quando ela começou a desmaiar, mas conseguiu sussurrar, com um sorriso nos lábios, — Está aqui...
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Os passos de Treyvon pegaram velocidade quanto mais se aproximava da área de armazenamento até que começou a correr. Algo lhe dizia para se apressar. Estava se movendo tão rápido que se deparou com a porta automática começando a se abrir. Ele desacelerou, mas apenas por um momento e o que viu o fez se mover ainda mais rápido do que antes.
Sua Jennifer, sua bela Jennifer, estava deitada no chão, suas coberturas rasgadas, Spada entre suas coxas, as mãos ao redor do pescoço.
Seu rugido de raiva ecoou pelas paredes e antes Spada pudesse virar a cabeça para ver quem estava atacando, Treyvon se lançou para ele, fazendo com que ambos rolassem e caíssem pelo chão coberto de areia, até que bateram em uma das caixas com Treyvon na parte superior.
— Como se atreve! — Treyvon rugiu, com fúria batendo no rosto já ferido de Spada. Ele ignorou os gritos sufocados do outro macho e a maneira como ele tentava bloquear os punhos de Treyvon. Nada o impediria de punir este macho por prejudicar sua Jennifer.
— General! — Quando Treyvon continuou batendo em Spada agora inconsciente, Gulzar gritou com mais insistência. — Treyvon! Jen precisa de você!
Puxando para trás o braço pronto para atacar Spada novamente, as palavras de Gulzar finalmente conseguiram penetrar a raiva que o enchia. Afastando-se do corpo inerte de Spada, Treyvon foi para sua companheira verdadeira.
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Gulzar estava de joelhos ao lado de Jen, incerto sobre se deveria tocá-la ou não. Correu logo atrás de Treyvon e não sabia o que o surpreendeu mais, o quão rápido o macho mais velho se moveu pelos corredores ou o que ele encontrou quando passou pelas portas.
Ele nunca gostou de Spada. Sempre o considerou indigno da honra de ser um Guerreiro de Elite. Mas nunca pensou que Spada faria algo tão horrível, tão errado. Ninguém atacava uma fêmea, especialmente uma tão pequena quanto Jen.
Seu olhar percorreu o corpo de Jen, tentando ignorar o fato de que ela estava nua diante dele, avaliando seus ferimentos. Ele não tinha certeza do que era mais preocupante. O hematoma ao redor do pescoço ou a crescente escuridão em seu lado. Indo para a cintura, ele pegou seu comunicador.
— Luol! Eu preciso que você venha imediatamente para a última unidade de armazenamento no lado do pôr do sol da base. Traga uma cama de reparação portátil.
— Gulzar? — A voz confusa de Luol respondeu. — O que está acontecendo? Quem está ferido?
— É Jen, Luol! Venha rápido! Ela não parece bem.
— O quê? Jen? O que aconteceu?
— Isso importa? Ela está ferida, Luol!
— Estou a caminho!
Com a transmissão terminada, Gulzar abaixou o comunicador, em seguida, olhou para Jen e sente perdeu o fôlego. Ela estava pálida e ele não tinha certeza se estava respirando.
— General! — Ele gritou e quando isso não teve efeito, gritou novamente. — Treyvon! Jen precisa de você!
Isso pareceu finalmente penetrar a raiva de Treyvon. Em um instante, ele estava do outro lado e de joelhos ao lado de sua companheira verdadeira.
— Jennifer...— Ele disse em uma voz torturada, seu olhar a percorrendo, sem saber onde ou se deveria tocá-la.
— Chamei Luol e ele está a caminho. — Gulzar disse calmamente, movendo-se levemente para trás para dar espaço a Treyvon.
Treyvon assentiu e se inclinou para baixo, colocando uma mão em cada lado da cabeça dela para sussurrar em seu ouvido. — Eu estou aqui, Jennifer. Estou aqui.
A leve exalação que passou por seus lábios com as palavras de Treyvon fez o coração de Gulzar bater novamente, mas foi o único sinal que ela deu de que estivesse viva.
— Vá para a porta, Gulzar. — A voz de Treyvon soava rouca, enquanto seus olhos permaneciam em Jennifer. — Certifique-se de que esteja aberta para que Luol não seja atrasado.
— Sim, General! — E com um último olhar para Jen, ficou de pé e foi imediatamente para porta, ficando de pé ali.
— Aguente, Jennifer. — Treyvon disse abertamente. — Luol está a caminho.
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—Você sobreviveu a muito, não morra agora, pequena.
Os olhos de Jen se abriram e encontrou o maior macho que ela já viu, tanto em altura como largura, diante dela. Ele usava apenas um pequeno pedaço de tecido que o cobria da cintura ao meio da coxa e tinha uma espada presa ao seu lado. Sua pele... mudava de cor como um camaleão e enquanto ele tinha um cabelo longo e escuro, cobria toda a cabeça, mas seus olhos brilhavam como um Kaliszian.
Quem era esse homem?
Onde porra estava?
Mas o mais importante... onde estava Treyvon?
— Enquanto suas perguntas iniciais estão na ordem errada, você pelo menos sabe qual delas é mais importante.
— O que? — Jen deu-lhe um olhar confuso. Ela sabia que não falou em voz alta.
— Por isso. — O homem continuou como se ela não tivesse interrompido. —Eu as responderei. Está entre as estrelas. — Seus olhos seguiram o braço levantado para ver estavam cercados por estrelas quase como se estivesse dentro de um globo de neve. — E seu companheiro verdadeiro está lá embaixo. — O braço apontou para baixo e o revestimento branco que ela não percebeu antes, se abriu para revelar Treyvon muito, muito abaixo.
Seus antebraços estavam sobre a cúpula curva de uma unidade de reparação profunda fechada. Suas costas e cabeça descansavam em suas mãos espalmadas. A unidade estava cheia de tanto vapor branco e azul que não podia ver quem estava lá dentro, mas podia dizer que era alguém com quem Treyvon se importava muito.
— Quem está ferido?
— Você.
— Eu? — Jen olhou surpresa.
— Claro. Quem além de sua companheira verdadeira poderia deixar um guerreiro tão forte e poderoso como Treyvon Rayner de joelhos?
— Mas... — Seu olhar voltou para Treyvon e viu suas mãos apertadas.
— Esta é a terceira vez que foi ferida, enquanto sob sua proteção, Jennifer. Isso seria intolerável para qualquer macho Kaliszian, mas este último ataque... com você usando sua conta de companheira verdadeira e por um de seus Guerreiros de Elite...
—Mas isso não foi culpa dele. Ele não sabia que eu tinha problemas com Spada.
— Não, ele não sabia, mas isso não importa para ele. Você pertence a ele. Sua verdadeira companheira. Sua para proteger. E para responder a última pergunta, sou Raiden Nacy, o Grande Imperador de todos os Universos Conhecidos, o Portador da Paz e... — Ele fez uma careta leve e terminou. — Deus.
—Você esqueceu a coisa mais importante. — A voz fez Jen se virar para encontrar a Deusa caminhando em direção a eles. — Meu companheiro verdadeiro.
— O que, mas...
— Mas o que? Você não acredita que uma Deusa possa ser digna de ter um companheiro verdadeiro? — O globo no qual estavam tremeu levemente. — Calma, meu amor, tenho certeza de que não foi o que ela quis dizer. — Ele se virou, seus olhos brilhantes fixos nos dela. — Foi?
— Não, claro que não. Apenas estou surpresa, isso é tudo.
— Por quê? — A Deusa parecia verdadeiramente curiosa agora que se acalmou.
— Porque nenhum de vocês usam as contas que os Kaliszians mantem com tanta reverência. — Ela apontou para a conta de companheira verdadeira de Treyvon que agora pendia de um fio totalmente trançado de cabelo.
— Isso porque quando a Deusa e eu nos tornamos companheiros verdadeiros, não havia tal conta. Nós apenas acreditávamos e confiávamos em nossos sentimentos.
—Mas achei que os Kaliszians sempre usaram as contas.
— Apenas depois que se tornaram Kaliszians.
— O que...
— Diga a ela, meu amor. — A Deusa incentivou, deitando-se em um chaise que apareceu de repente, com uma taça de algo na mão. —Diga a ela como o universo era antes que se transformasse em um Deus.
— Você nem sempre foi um Deus? — Jen não podia acreditar. Para ela, ele era o epítome do que um Deus deveria ser.
— Agradeço-lhe por pensar isso. — Ele disse a ela e o sorriso devastadoramente bonito a fez inconscientemente se inclinar para mais perto.
— Meu! — A Deusa rosnou, sentando-se.
— O que? — Jen piscou e qualquer poder que seu sorriso tinha sobre ela desapareceu. — Oh, sim, é claro que ele é. Eu não quero dizer... espere! Eu não disse nada!
— Não, mas você pensou. — Raiden disse a ela.
— Você pode ler mentes?
Raiden apenas encolheu os ombros enormes e se moveu para a segunda chaise que apareceu em seguida. — Você quer ouvir ou não?
— Claro que sim.
— Sente-se. — Ele apontou para uma cadeira que apareceu de repente ao lado dela e começou uma vez que ela se sentou.
— Muitos... muitos... muitos milênios atrás, havia uma raça... uma raça que não tinha nome, porque nenhum era necessário. Mas enquanto estávamos numa corrida, não significa que sempre concordávamos sobre como as coisas deveriam ser feitas. Muitos morreram em disputas mesquinhas e batalhas desnecessárias, incluindo meu manno. — O brilho em seus olhos diminuiu por um momento enquanto ele se lembrava. — Por isso, tornou-se o meu objetivo unir o meu povo e trazer-lhes a paz.
— E ele o fez. — A Deusa disse, o orgulho facilmente ouvido em sua voz.
— Não sozinho, mas sim, depois de muitos anos de luta e conflito, os universos conhecidos se uniram, governado por um Imperador e havia paz.
— Regido por você, Raiden Nacy, o Grande Imperador de todos os universos conhecidos, o Portador da Paz.
— Sim. — Raiden reconheceu, lembrando o título corretamente, acenando com a cabeça levemente.
— Então o que aconteceu? — Jen perguntou. — O que fez tudo o que você construiu entrar em colapso?
— Eu fiz. — A Deusa sussurrou.
— Não! — Raiden rugiu, imediatamente ao lado de sua Deusa, a maneira gentil como segurou seu rosto em desacordo com seu rugido que ainda estava reverberava por todo lugar. — Não foi sua culpa! E se tivesse que fazer tudo novamente, ainda a escolheria.
— Como eu, meu amor. — Inclinado para frente, a Deusa descansou a testa no ombro de seu companheiro verdadeiro. — Passaria por tudo novamente se isso me trouxesse você.
Jen não entendeu o grunhido mortal que escapou dos lábios de Raiden ou suas próximas palavras. — Não diga isso! Nunca diga isso! E se a tivesse protegido melhor...
— Pare. — Os dedos da Deusa gentilmente pressionaram contra os lábios de seu companheiro silenciando-o. —Você não saberia.
— Eu não entendo. — Jen disse baixinho, odiando interromper.
Com um suspiro pesado, a Deusa se afastou de seu companheiro, seu olhar brilhante cheio de tristeza. —Você precisa entender, Jennifer, que, na época eu era muito jovem, pelo menos para os nossos padrões e uma muito mimada. As estrelas e os universos eram meu playground. Nada me era negado. Então, quando as estrelas começaram a sussurrar sobre um homem que não era um Deus, que realizou grandes feitos de bravura que apenas rivalizavam com seus atos de bondade, isso despertou meu interesse. Também não era ruim que fosse um dos homens mais bonito que já conheci. — Jen não pode deixar de sorrir com as palavras provocantes da Deusa que fez as bochechas de Raiden escurecerem.
— Ele era todas essas coisas e muito mais. — A Deusa sussurrou. — E quando chegou a hora de ir... descobri que não podia. Não podia deixá-lo para trás, então...
— Então você fez dele um Deus. — Jen terminou para ela.
— Sim e nenhuma vez considerei as consequências.
— Você sabe que não é verdade, minha deusa. — Raiden disse suavemente. — Nós dois sabíamos que alguns deuses ficariam irritados. — Ele passou o dorso de sua mão enorme suavemente ao longo de sua bochecha. — Como poderiam não ficar quando eu, um ser menor, foi capaz de conquistar seu coração.
—Você nunca foi um ser menor, Raiden! Eu não tolerarei que fale desta maneira! Conseguiu o que nenhum outro jamais poderia, Deus ou não! E se eu não tivesse feito você um Deus, ainda seria lembrado. O seu povo falaria seu nome com reverência.
— Você acha que eu escolheria ser lembrado sobre estar com você? Foi minha escolha, Deusa. Uma que você me deu e nunca me arrependi. Ninguém, nem mesmo um Deus, poderia prever o que Daco faria.
O olhar de Jen se moveu entre os dois enquanto falavam, percebendo que esta não era a primeira vez que tinham esta discussão. Ela simplesmente não entendia o que aconteceu, especialmente quando mencionaram o nome de Daco. Ela o ouviu antes, mas sempre pareceu como uma maldição para ela, não uma pessoa.
— Daco é uma maldição. — Raiden disse a ela e percebeu que ele leu sua mente novamente. — Mas ele também é um Deus, um Deus menor que atacou o meu povo quando não pode ter a minha companheira verdadeira. Ele estendeu seu ódio por mim como uma doença maligna sobre o meu povo. Fazendo-os atacar e destruir uns aos outros até o ponto de aniquilação. Por isso, o meu povo perdeu todo o conhecimento de antes. Eles perderam sua capacidade de viajar a outros planetas, assim começaram a evoluir de forma diferente, mesmo que em seu núcleo fossem os mesmos.
— É por isso que Kaliszians, Tornianos e Ganglians uma vez foram capazes de se reproduzir. — Disse ela calmamente.
— Eles e muitos outros. Foi apenas nos últimos quinhentos anos que tudo mudou.
— Desde o início da Grande infecção.
— Sim. — A Deusa sussurrou.
— Bem, se isso é verdade, por que deixou os Kaliszians tão dependentes de das contas de companheiros verdadeiros?
— Isso nunca foi nossa intenção. — Raiden disse a ela. — Os Kaliszians são os únicos que se lembram de mim. E o que aconteceu.
— Mas como?
— Porque são descendentes de minha linhagem de sangue, do meu irmão Jadi. Ele era um macho apto e digno, o único a quem confiei meu povo. Ele fez tudo que pode para derrotar Daco, mas não era páreo para um Deus. Quando Jadi percebeu que tudo estava perdido, escreveu tudo o que aconteceu e colocou-o em um lugar seguro, na esperança de que algum dia um dos nossos o encontraria e descobriria a verdade. Mas isso não foi o que aconteceu.
— O que?
— Levou vários milênios para os descendentes do meu irmão se recuperarem do que Daco infligiu sobre eles e conseguirem alcançar o vôo espacial novamente. Pontus foi um dos primeiros planetas explorados e quando o fizeram, descobriram o que meu irmão deixou para trás.
— Os textos de Kevtoof escondido no Crann. — Jen murmurou.
— Sim. — Raiden concordou.
— Eu não posso acreditar que sobreviveu tanto tempo.
— Pontus sempre foi um lugar poderoso. — Informou ele. — Ele foi abençoado pela própria Deusa.
— Minha mãe abençoou aquele lugar, não eu. — A Deusa informou a Jen. — Quando ainda era apenas um universo.
— Oh. — Os olhos de Jen se arregalaram com o pensamento.
— Enquanto Kevtoof e o Crann protegeram o que meu irmão escreveu, muito tempo se passou e muito pouco foi traduzido corretamente. O que foi traduzido levaram os Kaliszians a acreditar que apenas dispostos a fazer o sacrifício final seriam abençoados com um companheiro de verdade.
— Sacrifício final? — Jen olhou para ele com confusão.
— Sim. Eles acreditavam que deveriam lutar até a morte por uma fêmea para que ela fosse sua companheira verdadeira. Muitos machos aptos e dignos morreram por causa disso. Uma vez que percebemos o que estava acontecendo, usamos uma parte do nosso amor um pelo outro e criamos as contas de companheiros verdadeiros, então não haveria dúvidas de quem seriam.
— Então, é o mito de verdade? — Jen perguntou.
— Mito? Que mito?
— Que se um companheiro verdadeiro morre o outro o seguirá em breve.
Raiden e a Deusa trocaram um olhar antes que a Deusa falasse. — Isso é frequentemente o caso, mas não porque não se pode sobreviver sem o outro, mas porque o que ficou, escolhe seguir. A perda da conexão entre companheiros verdadeiros é tão devastadora, tão traumática, que poucos são fortes o suficiente sobreviverem sozinhos, mesmo por seus descendentes.
Jen entendia, porque foi como se sentiu depois de perder Todd. Queria desistir, morrer, mas Mac não deixou. E então havia os outros no grupo. Todos precisavam dela.
— Treyvon precisa de você também. — Raiden disse a ela calmamente e percebeu que ele estava em sua cabeça novamente, mas enquanto isso a perturbava, encontrou-se perguntando.
— O que você quer dizer?
— Treyvon ainda tem muito de seu antepassado. Ele está numa encruzilhada e as decisões que tomar determinará o caminho de sua raça.
— Como você ousa! — Jen ficou de pé e lívida. Ela não se importava que estivesse gritando com um Deus. Ninguém dizia coisas assim sobre seu companheiro verdadeiro. — Treyvon não é nada como Aadi!
Raiden levantou a mão, acalmando o que ele sabia que sua Deusa queria fazer. Podia sentir a fúria por alguém que ousasse falar sobre sua companheira verdadeira assim. No entanto, a culpa era dele. Ele não deixou tudo claro.
— Eu não estava me referindo a Aadi, pequena. — Raiden disse-lhe em voz baixa. — Estava me referindo a mim.
— Você? — A raiva de Jen desapareceu tão rapidamente como apareceu. — Mas você disse que ele era como seu antepassado...
— E ele é. Treyvon é da linhagem do meu irmão, o que faz dele minha linhagem.
— Treyvon está relacionada a um Deus?
A incredulidade em sua voz fez Raiden sorrir levemente. — Sim.
— Isso significa que Aadi...
— É um dos meus também. — Reconheceu, tristeza escurecendo seus olhos. — O que ele fez pesa tão fortemente em mim como em Treyvon... mas Treyvon precisa parar de deixar isso para trás a cada decisão que toma e seguir seu coração ou o que apenas agora está começando a renascer morrerá.
— Sobre o que está falando?
— Raiden. — A Deusa advertiu.
— Eu sei, mas ele é meu, Deusa. Farei o que puder. — Raiden voltou sua atenção para Jen. — Há coisas que Treyvon precisa encarar e aceitar, sobre si mesmo e sobre o seu povo. Ele não pode fazer isso sem a sua ajuda, apoio e compreensão.
— O que eu preciso fazer? — Ela não hesitou em perguntar, olhando para ele, porque sabia que o que fosse preciso o faria, daria, porque para ela Treyvon era tudo que importava.
— Ame-o... — Raiden estendeu a mão para tocar o cordão que usava, em seguida, com poucos empurrões, ele a enviou de volta para seu companheiro.
CAPÍTULO TRINTA
Treyvon colocou sua testa contra a cúpula da unidade de reparação profunda e orou para a Deusa como nunca fez antes. Sacrificaria tudo, sua vida, sua honra, o seu povo, se apenas a Deusa deixasse sua Jennifer viva.
Eu posso fazer isso acontecer para você.
A escura voz insidiosa e profunda, sussurrou em seu ouvido.
Que ela não morra. Que nunca seja ferida novamente. Isso é algo que você obviamente não pode fazer.
—Quem é você? — Treyvon exigiu.
Importa, se puder lhe dar o que seu coração deseja?
— Como você pode fazer isso?
Mais uma vez, isso importa? Você apenas precisa entregar a si mesmo para mim e concederei seu desejo mais profundo.
Os punhos de Treyvon se fecharam, o olhar tentando penetrar o vapor branco e espesso que ainda enchia a unidade de reparação profunda. Sua Jennifer estava ali há horas e não podia fazer nada para ajudá-la.
Eu posso, disse a voz novamente. Entregue-se a mim e cuidarei dela e cada necessidade sua. Abundância de alimentos para que ela nunca fique com fome novamente. Revestimentos que irá rivalizar com sua beleza. Proteção de modo que nunca seja ferida novamente. Você tem provado uma e outra vez que não pode fornecê-la com essas coisas. Ela com certeza o deixará para encontrar um macho que possa, se não me permitir ajudá-lo. Ela não vale algo tão simples como a sua promessa?
— Ela vale isso e muito mais. — Treyvon murmurou, fechando os olhos em derrota, seu fracasso como sua companheira pesando forte sobre ele. Tudo o que a voz dizia fazia sentido, sua Jennifer merecia essas coisas e precisava lhe fornecer, sem importar o que custasse.
Entregue-se a mim! A voz gritou.
— Não! — A exclamação abafada que foi seguida por um baque fez os olhos de Treyvon se abrirem para ver uma das mãos de Jennifer pressionada contra o seu interior da unidade de reparação profunda. O vapor branco ainda estava ali, então não conseguia ver o rosto dela.
— Jennifer... — Ele sussurrou, em seguida, gritou: — Luol!
Luol correu para dentro, chocado ao ver Jen acordada com o vapor ainda tão espesso. Isso não deveria acontecer.
— Abra-o, Luol! — Treyvon ordenou e correu para o painel de controle junto com Luol. A parte de cima começou a recuar, o vapor imediatamente dissipando para revelar uma muito acordada e agitada Jen, que se lançou nos braços de Treyvon.
Treyvon imediatamente envolveu-a em seus braços protetores. Ele tremia de alívio. — Está tudo bem, Jennifer. Você está segura. Tudo ficará bem agora.
— Não. — Ela sussurrou, seus dedos cravando em seu peito enquanto ela empurrou para trás apenas o suficiente para os olhos encontrarem freneticamente os dele. — Não se atreva!
— Atrever-me a que? — Treyvon perguntou, franzindo a testa para ela. Ela não estava fazendo sentido.
— A se entregar!
— Jennifer... — Ele não podia acreditar que ouviu isso também... mas como poderia? Foi apenas em sua cabeça, certo? Mas se ela ouviu, isso significava que alguém realmente tentou tirar uma promessa dele. Sabendo que ele honrava cada promessa que fazia. Ele já havia feito uma a seu Imperador e uma a seu povo. Então quem?
— Eu não o deixarei, Treyvon. Não por causa disso e certamente não por coisas. Não deixe Daco fazê-lo acreditar o que sabe em seu coração que não é verdade.
— Daco... — Treyvon parou percebendo que era ele. Daco, o maligno, que convenceu mais de um bom macho a segui-lo. Treyvon nunca acreditou possível que um macho digno desistiria de sua honra por falsas promessas.
Mas ele esteve tão perto de fazer exatamente aquilo. Entregar tudo o que era... para ter Jennifer.
— Você tem a mim. — Ela disse a ele. — Sempre. Acredite nisso. Acredite em mim. Em meu amor por você.
— Deusa, Jennifer. — Ele puxou-a de volta ao seu peito, segurando-a tão firmemente quanto ousava, sem prejudica-la. — Eu não mereço você. — Antes que ela pudesse protestar, ele continuou. — Mas não a deixarei ir.
— Deusa. — Disse ela. Colocando a cabeça no peito dele, passando os braços ao redor da cintura. — Porque eu não desistirei de você também.
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Luol observava o casal e silenciosamente agradeceu a Deusa, pois sabia que, enquanto ele fez tudo medicamente possível por Jennifer, foi ela quem realmente a salvou... e ao fazê-lo salvou Treyvon.
Olhando para a porta, viu Maysa e Mac paradas ali, hesitantes e ele fez um gesto para frente.
— Luol? — Maysa perguntou em voz baixa.
— Ela ficará bem.
— Oh, graças a Deusa. — Maysa sussurrou e correu para os braços que ele abriu. Ela estava com Luol quando um desesperado Gulzar o chamou e enquanto corria para Jen, ela entrou em contato com Mac e contou o que aconteceu.
Elas chegaram pouco tempo depois Luol voltou para o Centro médico com Jen parecendo perto da morte. Um fio de sangue saia do canto de sua boca, o pescoço tinha um hematoma enorme e suas coberturas estavam rasgadas, expondo ainda mais contusões ao lado do corpo.
Ela e Mac olharam em silêncio enquanto a unidade de reparação profunda se fechava e um vapor espesso cobria Jen. Isso foi a horas atrás e Treyvon não se moveu do lado de Jen.
Agora Jen estava onde pertencia, nos braços seu companheiro verdadeiro, sim Maysa viu a conta de Treyvon no cabelo de Jen e finalmente sentiu que poderia respirar novamente. Pelo menos até Nikhil entrar na sala, seu rosto ilegível.
— General. — Ele falou em voz baixa, mas com uma intensidade que não poderia ser evitada.
As costas largas de Treyvon se expandiram quando ele respirou fundo, mas quando se virou com Jennifer ainda em seus braços, seus olhos estavam firmes. — Sim, Nikhil?
— General, Spada está agora acordado e exigindo saber por que foi atacado e está sendo detido.
— O que? — Treyvon rosnou.
— Nikhil, o que você quer dizer? — Mac perguntou, agarrando os braços de seu companheiro, fazendo-o encará-la. — Ele atacou Jen.
— O que ele está dizendo, Nikhil? — Treyvon questionou, chamando a atenção de seu segundo em comando para ele.
— Que estas coisas acontecem entre um macho e uma fêmea que oferece sua amizade e não é assunto de ninguém, apenas deles.
— O que? — O suspiro indignado veio de Mac. — Isso é ridículo! Não apenas ele quase a matou, mas é companheira verdadeira de Treyvon!
— Acho que ele não sabe disso, Mackenzie. — O olhar de Nikhil foi para ela antes de voltar a Treyvon. — Eu permiti que a unidade de reparação portátil curasse somente o mais grave de seus ferimentos, mantendo a redução da dor, ele recebeu o mínimo. Devido a isso, está ameaçando apresentar uma reclamação ao Imperador contra mim.
— Como se aquele idiota tivesse o direito de reclamar! — Mac murmurou.
— A queixa é uma forma de um guerreiro notificar o Imperador quando ele pensa que um guerreiro de nível mais está abusando de seu poder e não é mais digno de seu posto. — Nikhil informou sua companheira verdadeira. — Isso é levado muito a sério.
— Mas...
— Não se preocupe, Mackenzie. — Treyvon tranquilizou-a. — Nikhil não fez e nunca faria uma coisa dessas. Isso é totalmente comigo e meu direito de não apenas como Comandante Supremo, mas como companheiro verdadeiro de Jennifer. Spada deveria agradecer a Deusa que Nikhil foi quem tomou está decisão. Eu não teria permitido nenhum tratamento.
— Treyvon... — Jen acariciou sua bochecha.
— Você é minha, Jennifer. Minha para proteger.
— Eu sei, mas estou aqui agora segura. Não deixe Spada o transformar em algo que não é, não por minha causa. Por favor, Treyvon.
Treyvon olhou para o rosto que amava, passando uma junta suave ao longo de sua bochecha agora rosada. Não lhe importava que tivesse cicatrizes ou não. Ainda era sua Jennifer e via apenas sua beleza e força interior. E que de alguma forma ela o visse da mesma forma, era um presente que ele sempre prezaria.
— Não o farei, eu juro, mas preciso responder a este ataque. Sou o Comandante Supremo e não tolerarei aqueles sob o meu comando agirem de tal maneira. Nenhuma fêmea deve ser tratada de forma tão brutal, não importa quem ela seja.
— Então vá. — Ela encorajou com um leve sorriso. — Seja o Comandante Supremo e quando terminar, estarei esperando por você.
— Em nossos aposentos. Você precisa descansar.
— Mas a última refeição.
— Não será servida por você. — Não havia dúvida de que Treyvon não mudaria de ideia. — E se Gulzar não puder lidar com a preparação, então meus guerreiros terão uma última refeição fria.
— General. — Luol interrompeu o que ele podia ver ser um desacordo na forma como Jennifer cuidava do que via como sua responsabilidade para com os guerreiros de Treyvon. — Como a unidade de reparação profunda não terminou ainda, gostaria de examinar Jen antes dela retornar a seus aposentos.
— Acha que ela precisa de mais tratamento? — O olhar de Treyvon foi para Luol.
— Não, mas eu gostaria de verificar. Ela passou por muita coisa. Uma vez que estiver satisfeito, então pessoalmente a escoltarei para seus aposentos.
— E ficarei com ela, certificando-me que descanse. — Disse Mac, sabendo que isso diminuiria os medos de Nikhil e Treyvon.
— Obrigado Mackenzie. — Disse Treyvon, dando-lhe um olhar agradecido.
— Não, não precisa agradecer. Ela é minha amiga.
— Deusa, fico feliz que tudo esteja resolvido. — Maysa saiu dos braços de Luol e com as mãos nos quadris falou com dois dos mais poderosos homens do Império em um tom que apenas uma mãe poderia usar. — Agora, General, Comandante. Podem dizer adeus a suas companheiras e irem lidar com este filho de Daco, Spada, cuidaremos para Jen ser limpa e examinada, além de a colocarmos mais cedo na cama.
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O olhar de Treyvon era mais duro do que Kevtoof e mais brilhante que qualquer cristal de energia quando ele entrou na sala onde Spada estava detido. A evidência dos punhos de Treyvon ainda eram evidentes nos olhos de Spada que estavam quase fechados de tão inchados, o nariz já não estava sangrando e hematomas escuros se formavam ao longo de sua mandíbula.
— Isto é um ultraje! — Spada se levantou quando Treyvon entrou na sala. — Sou o Guerreiro de Elite Parlan Spada! Não fiz nada para merecer ser tratado desta maneira!
— Você não acha que ser encontrado abusando de uma fêmea seja uma razão? — Treyvon perguntou, o silêncio absoluto do seu tom desmentindo sua raiva.
Ora e Nroa olharam inquietos um para o outro. Receberam ordens de Nikhil de vigiar Spada, mas não sabia o seu crime. Não que isso importasse. Sabiam que Nikhil tinha uma boa razão para dar tal ordem, o que incluiu a retenção de tratamento médico. Eles também sabiam que quanto menos emoção seu General mostrava, mais furioso estava. Agora ouvir que Spada abusou de uma fêmea...
— Eu não estava abusando da fêmea! — Spada disse. — Estava dando a ela exatamente o que pediu quando me ofereceu sua amizade!
— Você está dizendo Jennifer pediu-lhe para rasgar suas coberturas? Que ela lhe pediu para sufocá-la até a inconsciência?
— Sim! Este é o jeito que ela gosta.
— E como você sabe disso?
— Porque ela está me oferecendo sua amizade desde sua chegada. Por isso que ela quis ficar para trás quando os machos de seu planeta foram para Kalbaugh. — Spada deu Treyvon um sorriso maligno. — Ela gosta do que eu faço com ela. Afinal, eu sou o Guerreiro de Elite Parlan Spada!
— Você está dizendo... — O tom de Treyvon tornou-se mortal quando ele deu um passo para Spada, que não recebeu da Deusa o bom senso de perceber o perigo que corria. — Que a companheira verdadeira do Comandante Supremo de bom grado ofereceu sua amizade a você?
—Eu... o quê? — Spada parou de falar, empalidecendo quando seu olhar foi para as tranças de Treyvon e descobriu que sua conta de companheira verdadeira não estava mais lá. —Mas...
— Mas o que, Spada?
— Ela não me disse! Não é minha culpa que prefere minhas atenções as suas!
— Atenções? — Treyvon estava sobre ele instantaneamente, agarrando-o pelo pescoço como ele o viu fazer com sua Jennifer na gravação que Nikhil lhe mostrou antes que entrasse na sala. Em seguida, bateu-o contra a parede. — Eu sei exatamente as atenções que deu para minha companheira verdadeira, Spada! Você esqueceu que todas as unidades de armazenamento com portas exteriores têm a proteção adicional das gravações? Tanto áudio e visual!
— O que? — Os olhos de Spada se arregalaram tanto por causa das palavras de Treyvon e porque os dedos dele estavam lentamente começando a apertar.
— Você atacou minha companheira verdadeira por trás! Tentou abusar dela a maneira como um Ganglian faria! Ameaçou lançar seu corpo na tempestade e que contaria que tentou impedi-lo. Como é que ela prefere suas atenções?
— Eu... — Spada disse, os dedos cravando na mão de Treyvon enquanto tentava respirar.
— Pela lei antiga, estou no meu direito de acabar com sua vida agora pelo que tentou fazer a minha companheira verdadeira. — Ele apertou a garganta de Spada, querendo que ele sentisse o que ele sabia que sua Jennifer sentiu e viu como rosto machucado de Spada ficou vermelho.
—Eu...
— Mas não farei isso. — Ele aliviou a pressão sobre a garganta de Spada, o brilho nos olhos do macho disse a Treyvon que pensava ter vencido. —Não é porque você não merece morrer neste dia, mas porque a morte é muito fácil para alguém como você. Permitirei que o Imperador o julgue. Eu já fiz minha recomendação de destituição de seu status de Guerreiro de Elite e então, quando ele assistir as gravações do que ocorreu hoje, tomará sua decisão de uma forma que nem mesmo o Ministro Stepney será capaz de protestar.
Treyvon finalmente viu o verdadeiro medo no olhar de Spada.
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— Vamos, Jen, vamos levá-la para a cama. — Mac incentivou quando ela agarrou as cobertas.
— Sabe. — Jen brincou, embora estivesse exausta. — Em alguns círculos isso poderia ser entendido como uma oferta.
— Apenas em seus sonhos, minha amiga. — Mac devolveu o sorriso. —Agora me deixe ajudá-la para que descanse.
— Mais uma vez... — Jen murmurou, em seguida, deitou-se na cama.
— Pare. — Mac balançou a cabeça. — Pare de provocação. Pare de brincar sobre o que aconteceu. Você poderia ter morrido, Jen. — A voz de Mac se rompeu enquanto as lágrimas enchiam seus olhos.
— Mac...
— Eu não posso... Deus, Jen, não posso perdê-la, especialmente agora.
Jen se sentou, sua exaustão esquecida. — O que quer dizer... especialmente agora?
— Eu... — Mac teria se afastado, mas a mão de Jen em seu braço a impediu.
— Mac... diga-me.
—Acho que estou grávida. — Ela sussurrou tão suavemente Jen precisou se esforçar para ouvi-la.
— O quê? Oh Mac, isso é ótimo!
— Sim? — Mac levantou os olhos incertos para a amiga.
— Claro que é! — Jen franziu a testa. — Por que não seria?
— Porque eu... estou com medo. — Ela confidenciou, sentando-se na cama.
— Medo de que? — Jen se moveu, sem se preocupar com sua nudez. Elas passaram por tanto que isso não era um problema e envolveu um braço ao redor dela.
— Medo de que? — Jen olhou para a amiga, incrédula. — Bem, de tudo. Deus Jen, estamos em um universo alienígena, em um planeta alienígena, o que significa tecnicamente que se estiver grávida, então é de um alienígena. E se algo der errado? Como poderei saber?
— O que Nikhil disse?
— Eu... eu não disse a ele. — Ela sussurrou culpada, abaixando os olhos.
— O que?
— Eu não disse a ele. Quer dizer, nem tenho certeza que estou grávida, não menstruei desde que fomos sequestradas. E você? — Ela questionou olhando para trás e para cima.
— Eu... — Jen franziu a testa. —Não. Quer dizer, eu estava tomando pílula. Mas isso não parava meu ciclo completamente. Mas achei que devido ao estresse...
— Eu não tomava nada desde que não era sexualmente ativa, mas fico feliz por isso. Você pode imaginar ter que lidar com isso junto com tudo mais naquela caverna?
— Seria horrível. — Jen concordou, estendeu a mão para suas roupas.
— O que você está fazendo? — Mac exigiu.
— Vestindo-me para irmos até Luol. — Ela disse como se fosse óbvio.
— Não. — Mac agarrou seu braço impedi-la. — Você precisa descansar, Jen e eu... ainda não estou pronta para enfrentar isso. Ainda não. Mas precisava dizer. Eu sabia que você entenderia.
— Entendo e você sabe que pode sempre dizer-me qualquer coisa. Bem... — Ela bateu o ombro contra o de Mac. — Acho que preferiria que você não me dissesse que um animal pode comer suas fezes, mais de uma vez.
Sua provocação fez ambas rirem.
— Ei, você perguntou. — Mac respondeu.
— Eu sei, mas não esperava que você entrasse em tantos detalhes. — O sorriso desapareceu e ela ficou séria. — Tem certeza de que não quer ir para Luol agora? Maysa está lá, tenho certeza de que ela pode responder a quaisquer perguntas que tivermos.
— Tenho certeza.
— Tudo bem, mas logo, ok? — Jen deu-lhe um olhar suplicante. —Porque não posso suportar a ideia de perdê-la também e uma vez que soubermos, então lidaremos com isso. Juntas. Assim como fizemos desde agora.
— Ok. — Mac assentiu com a cabeça em concordância, em seguida, sentou-se e sua confiança voltou, pegou as roupas das mãos de Jen e ficou de pé. — Agora coloca sua bunda de volta para baixo e durma um pouco. Caso contrário, terei um General irritado por perto.
— Treyvon é um gatinho. — Jen negou, mesmo quando sua cabeça afundou no travesseiro.
— Certo... isso é o que penso quando olho para ele.
— Você não pode falar... — As palavras de Jen começaram a desaparecer. — Olhe para Nikhil...
Mac se encontrou sorrindo enquanto puxava as cobertas da cama para cima e sobre sua amiga. Jen estava certa. Quando outros olhavam para Nikhil, viam o macho grande e feroz. Mac apenas via o macho que ela amava. Movendo-se para o sofá ela se sentou.
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Treyvon estava ao lado de sua cama, olhando para sua companheira verdadeira dormindo. Quando ele e Nikhil terminaram com Spada, ordenou que fosse colocado em restrições e acompanhou-o até uma pequena sala, sem janelas que continha apenas um banheiro e alguns cobertores para ele descansar. Era mais do que os Zaludianos deram a sua Jennifer.
Spada ficou furioso, exigindo mais e melhor, seu medo anterior aparentemente esquecido. Treyvon sabia que era apenas porque acreditava que seria capaz de escapar da ira e do julgamento de Liron. Isso não aconteceria. Ataques contra uma fêmea de qualquer espécie recebiam as punições mais severas. Este foi um dos argumentos que Aadi usou para defender suas ações. Que as fêmeas de Berto abusadas não eram Kaliszian por isso não era seu dever interferir. O Imperador não concordava com isso e não o faria agora.
Quando entraram em seus aposentos, encontraram suas companheiras verdadeiras dormindo. Jen em sua cama e Mac no sofá. Com uma gentileza que Treyvon nunca teria acreditado possível de um macho tão grande como Nikhil, mas entendia, ele o viu pegar sua pequena companheira nos braços e depois ela se aconchegar em seu peito, logo levou-a para fora.
Agora, ele olhava para Jennifer descansando tão pacificamente e sabia que precisava se juntar a ela, segurá-la nos braços e saber que ela estava segura. Mas primeiro, precisava se limpar, remover todos os vestígios de sangue e a mancha de Spada, para que isso nunca a tocasse novamente.
Jen acordou e sem mover um músculo ouviu atentamente. Era algo que sempre acontecia desde que foi sequestrada pelos Ganglians. Acordava sem ter certeza de onde estava ou se estava segura. A menos que acordasse nos braços de Treyvon.
Treyvon... isso que a acordou. Ela o sentiu perto, mas agora não estava. Por quê?
Assim que abriu os olhos, ouviu a unidade de limpeza ligar e soube onde ele estava e por quê. Sabendo que não dormiria até que ele voltasse, ela foi para ele.
Entrando na unidade de limpeza, de repente percebeu que se distraiu no chuveiro mais cedo e não deu as costas de Treyvon a atenção que merecia. Enquanto seu peito era uma obra-prima indiscutível com todos aqueles músculos sensuais. Suas costas largas eram tão impressionantes quanto, toda aquela pele suave se extendia por toda suas costas até cobrir o traseiro mais perfeito que já viu. E enquanto ela não viu a bunda de Raiden, duvidava que fosse tão boa.
Entrando na unidade em funcionamento, sua atenção voltou para as costas dele e ela perdeu como a força do vento lá fora pareceu aumentar por um momento.
O toque suave fez Treyvon enrijecer antes de relaxar e sussurrar: —Jennifer...
— Não, não se vire. — Ela ordenou em voz baixa. — Eu nunca tive a chance de realmente explorar esta parte sua.
— Minhas costas? — Treyvon não tentou esconder sua confusão ou incredulidade.
— É parte de seu corpo. — Disse ela, enquanto suas mãos percorriam os músculos ao longo de cada lado de sua coluna, seus polegares explorando o vale no meio. — Isso faz com que seja importante para mim. Não sabia?
Seus lábios tocaram um ombro e depois seguiu os polegares quando tocaram o recuo sexy que marcava o topo de cada nádega firme.
— Que cada parte sua é importante para mim? Quero conhecer e apreciar. — Ela deixou as mãos se moverem para baixo, acariciando os músculos incríveis. — Deusa, Treyvon, você é perfeito.
— Eu não sou. — Ele rudemente negou. — E se fosse, Spada nunca seria capaz de prejudicá-la.
— Pare com isso! — Jen ordenou e suas mãos que um momento antes estavam suavemente acariciando agora dolorosamente beliscou. — Você não pode falar sobre o que não sabe.
— E por que não? — Treyvon exigiu girando de frente para ela, seus braços puxando-a para cima e fora de seus pés. — Por que não contou que Spada vinha fazendo avanços em você, mesmo depois que o desencorajou? — Ele perguntou.
— Eu... sinceramente nunca acreditei que ele iria tão longe e...
— E?
—E estou tão acostumada a lidar com tudo que... não! — Ela levantou um único dedo quando viu seus olhos começam a arder e sabia o que diria. —Isso não é uma reflexão sobre você. Eu sei que posso confiar. Eu sei que sim, Treyvon. Mas às vezes... às vezes ainda esqueço. Como quando acordo e não sei onde estou. Todos esses sentimentos de ficar impotente e à mercê de outros, me oprime e preciso lutar para me libertar deles. A única vez que isso não acontece é quando acordo em seus braços.
Treyvon ficou em silêncio por um momento, enquanto a água continuava caindo ao redor deles antes de dizer. — Então precisamos nos certificar que acorde sempre em meus braços.
— Treyvon, isso não é possível.
— É, porque você é tudo o que importa para mim. É por isso que, tanto quanto quero mantê-la nesses aposentos e me unir a você. — Ele disse inclinando-se e tomando seus lábios em um beijo rápido. — Eu a levarei para nossa cama, onde descansaremos e quando você acordar, estará nos meus braços.
CAPÍTULO TRINTA E UM
Treyvon foi fiel à sua palavra e quando Jen acordou não foi com o súbito medo, de tirar o fôlego que conhecia bem. Em vez disso, ela acordou lentamente com a sensação de segurança e proteção que apenas experimentava quando Treyvon estava próximo.
Abrindo os olhos, descobriu que estava do seu lado, com os olhos brilhantes de Treyvon. Sua cabeça estava descansando em um de seus bíceps, com os braços ao redor dela para mantê-la perto.
Lágrimas encheram seus olhos enquanto gentilmente acariciava sua bochecha. Sabia que haveria momentos em que ele não poderia estar ali, mas ele se certificar de que ele estivesse nesta manhã...
— Obrigada. — Ela sussurrou.
— Você não precisa me agradecer. — Ele virou a cabeça para beijar a palma de sua mão. —É a coisa mais importante na minha vida agora. Nada vem antes de você e suas necessidades.
Suas palavras fizeram com que as lágrimas caíssem. Quando ela se sentiu tão importante para outro ser? Tão amada? Treyvon lhe dava tudo o que ele era. Seu amor. Seu compromisso. Seu tudo. Ela não poderia lhe dar nada menos, especialmente quando estava dentro de seu poder dar-lhe algo que era muito desejado para ele.
— Treyvon...
— Hmm? — Ele perguntou ainda acariciando sua palma.
— Estou pronta.
—Para que, minha Jennifer?
— Para usar sua conta Ashe.
Treyvon ficou absolutamente imóvel por um momento, então seus olhos foram para os dela e viu seu amor absoluto e compromisso com ele. Sentando-se, ele a puxou, os cobertores caindo.
— Você tem certeza? — Ele perguntou, mesmo quando sua mão foi para a trança.
— Sim. Quero que todos saibam que mesmo usando sua conta de companheira verdadeira, eu o escolhi. Escolhi para ser sua Ashe e usar sua conta.
Ela esperava que suas palavras tivessem um efeito sobre ele, mas não essa reação... ele congelou.
— Treyvon? — Ela se moveu levemente para longe dele, dobrando a perna na altura do quadril e joelho para que ele ficasse entre elas. — Eu pensei que você quisesse isso. Que usasse sua conta Ashe.
— Eu quero. — Ele assegurou-lhe em voz baixa, mas ainda assim não tirou sua conta Ashe e deu a ela.
— Então o que há de errado? Por que você está segurando sua trança assim?
Quando Treyvon lentamente abriu a mão, ela ofegou com o que foi revelado. A trança com o cordão da conta Elemental preta e sua conta prata Ashe com seus redemoinhos azuis, junto com outra conta. Esta era azul como a conta de companheira verdadeira de Treyvon, mas tinha um redemoinho branco em vez de prata.
Olhando para sua própria trança, seus olhos se arregalaram quando ela descobriu que também tinha um segundo cordão, este branco com redemoinhos azuis. Ela usava um cordão Dasho.
— Como? — Treyvon perguntou com voz rouca.
— Eu... acho que realmente conheci Raiden e a Deusa. — Ela sussurrou pensando no sonho que achou ter e quando Raiden tocou a trança antes de enviá-la de volta para Treyvon.
— O quê? Você conheceu a Deusa? — Ele questionou. — Quando?
— Quando eu estava inconsciente, depois que Spada me atacou.
— E ela a abençoou com as contas... — Treyvon não podia acreditar no presente sua Jennifer lhe deu. Com exceção de Mackenzie, nenhuma outra fêmea foi abençoada com contas.
— Não. — Ela corrigiu. —Raiden o fez.
— Jennifer, somente a Deusa pode presentear com as contas que ela criou. E quem é Raiden? — Ele perguntou, não gostando do nome do outro macho em seus lábios.
— Raiden é o companheiro verdadeiro da Deusa e eles criaram as contas em conjunto, utilizando uma parte de seu amor um pelo outro. Assim o Deus Raiden pode me presentear com elas.
— Jennifer, não há um Deus chamado Raiden.
— Sim, existe, mas ele nem sempre foi um Deus. Ele já foi mortal. Um muito importante e muito poderoso Imperador, que governou sobre todos os universos. Quando ele e a Deusa se apaixonaram, ele escolheu ficar com ela.
— Para se tornar um Deus. — A forma como Treyvon disse fez Jen franzir a testa. Era como se estivesse julgando Raiden.
— Não é algo que importa muito para ele. Era o que precisava fazer para ficar com sua companheira verdadeira.
— Ele abandonou seu povo por causa de uma fêmea? — Treyvon não tentou esconder sua raiva.
— Não qualquer fêmea. — Ela negou, sua careta se aprofundando. —Sua companheira verdadeira e ele não abandonou seu povo. Ele os deixou sob os cuidados de seu irmão. Por que você está irritado com isso?
— Você se lembra do que eu disse no Gairdin?
— Sobre como tudo visível no céu noturno era governado por um único macho e foi apoiado por aquele que cultivava aqui em Pontus?
— Sim.
— Mas o que eu disse tem a ver com está história? Não é uma história e sim a verdade.
— Não sabemos seu nome, Jennifer. Tudo o que sabemos é que um macho poderoso não conseguiu proteger o seu povo e que suas ações fizeram com que fossem destruídos. Assim como as ações de Aadi estão nos destruindo agora.
— Mas são duas coisas completamente diferentes. — Ela instantaneamente defendeu Raiden. — Aadi escolheu lucro sobre proteção. Ele conscientemente abandonou aquelas meninas. Não fez nada para ajudá-las. Raiden escolheu sua companheira verdadeira sobre o seu povo, mas não os abandonou. Ele os deixou sob os cuidados de seu irmão. Quando descobriu o que Daco estava fazendo era tarde demais.
— Daco?
— Sim. Daco ficou com raiva pela Deusa ter escolhido Raiden e que fizesse dele um Deus. Então Daco lançou essa raiva sobre o povo de Raiden, destruindo tudo o que ele construiu e apagando seu nome da memória de seu povo. Bem, exceto daqueles que se tornaram Kaliszians.
— Por causa dos textos...
— Não, porque vocês são seus descendentes.
— O quê? Todos os Kaliszians descendem deste Raiden?
— De seu irmão Jadi, pelo menos. Tudo com exceção de sua linhagem.
— Minha...
— Sim. Você e Aadi são descendentes diretos de Jadi... portanto, relacionados com Raiden Nacy, o Grande Imperador de todos os universos conhecidos, o Portador da Paz. — Recitou o título e ficou surpresa por se lembrar. — E Deus.
— Isso explicaria muito... — Ele murmurou.
— O que quer dizer? Explica o quê?
— Por que tantos na minha linhagem não conseguem proteger quando deveriam. Por que a Deusa nos puniu tão severamente. É por causa dele.
—Você acha que a Deusa o está punindo por causa do seu companheiro verdadeiro? Treyvon isso não faz sentido. Eu vi o amor entre eles. Vi como totalmente dedicado a um outro são. Ferir o povo de Raiden é feri-lo. Ela não faria isso com seu companheiro verdadeiro mais do que você faria comigo. Isso seria se recusar a proteger um inocente.
— Mas eu o fiz... — Ele confessou baixinho, a culpa escurecendo seus olhos.
— O que? — Jen franziu a testa em confusão. — Eu não acredito! Você nunca faria isso, Treyvon.
— Mas eu fiz. Com a fêmea abusada que caiu em Pontus com o Imperador Vasteri.
— O Imperador abusou dela? — Ela não tentou esconder o choque.
— Não! Os Ganglians fizeram isso, mas quando ela não quis ir com o Imperador, ela me pediu proteção. Recusei-me a dar.
Jen apenas olhou para Treyvon por alguns minutos tentando entender o que ele estava dizendo. O Treyvon que ela conhecia nunca teria feito isso... não sem uma boa razão. — Por quê?
— Porque não sou diferente de Aadi.
— Pare com isso! — Ela bateu com a mão no peito dele. — Nós dois sabemos que você nunca ficaria de braços cruzados enquanto uma fêmea estivesse sendo abusada! Sua honra nunca permitiria isso.
— Parece que eu não sou tão nobre como você acredita.
—Eu nunca acreditarei nisso e você sabe por quê? — Ela não lhe deu tempo para responder quando ergueu sua trança, a conta de companheiro verdadeiro firmemente entre o polegar e o indicador. — Devido a isso! Eu sei o quanto é honesto, Treyvon. Eu sei o quanto se empenha por seu povo... — Ela parou quando de repente percebeu que havia apenas uma coisa que poderia tê-lo feito comprometer sua honra... seu povo. — O que aquele Imperador filho de Daco fez, com o que o ameaçou?
— Não importa. — Ele disse a ela desviando o olhar.
— É claro que importa! — Ela colocou os dedos suavemente no queixo dele, trazendo seu olhar de volta para o dela. — Diga-me, Treyvon. Por favor.
Treyvon olhou para sua companheira verdadeira e soube que não podia lhe negar nada, especialmente a verdade. — Ele ameaçou parar de enviar os alimentos Tornian para o Império Kaliszian.
— Ele o quê? Mas o seu povo morreria de fome.
— Sim.
— Ele o colocou em uma situação impossível.
— Ainda era minha escolha e escolhi não a ajudar.
— Porque milhões, bilhões teria morrido de fome se o fizesse.
— Isso não importa. Eu tomei a decisão.
— Que as necessidades de muitos, superam as necessidades a de um. O Imperador a prejudicou?
— Não. Era óbvio que Vasteri se importava muito com ela. Sua razão para não querer ficar com ele, foi porque ele mentiu sobre quem realmente era.
— Ele não lhe disse que era o Imperador?
— Não e isso a incomodou muito.
— Claro que sim. Ninguém gosta de ser enganada. — Ela lhe deu um olhar considerando. Treyvon era um protetor no coração. Ela sabia que ele não seria capaz de deixar uma fêmea com absolutamente nenhuma maneira de se proteger. — O que você fez?
— Eu disse...
— Você não a teria deixado sem proteção.
Treyvon repente percebeu que sua Jennifer o conhecia muito bem. — Eu dei-lhe uma das minhas lâminas. — Ele disse a ela calmamente. — Não foi muito, mas como você disse, não poderia deixá-la ali completamente indefesa.
— Você achou que ela precisaria de uma lâmina? Contra este Imperador?
— Contra Wray? Não. Uma vez que ele voltou para Tornian, não apenas fez dela sua Imperatriz, mas a declarou como Torniana. Algo que raramente é feito. Mas até que isso aconteceu... as fêmeas não são abundantes no Império Tornian... — Ele não precisou terminar para ela entender que a mulher estava em risco.
— Espero que ela nunca tenha usado sua lâmina, mas tenho certeza que ela é grata por tê-la. Eu sei que eu teria me sentido melhor na mina se tivesse alguma coisa. Assim poderia ter salvo Todd.
— Isso poderia ser... possível. — Ele disse a ela de má vontade. — Mas se matasse um deles, os Zaludianos teriam matado todos vocês.
— As necessidades de muitos... — Murmurou ela.
— Sim. — Deu-lhe um olhar inquieto. — Eu preciso dizer outra verdade, Jennifer. Uma que a incomodará e a fará pensar que sou indigno.
—Nada que você poderia dizer que jamais poderia fazer isso acontecer, Treyvon. Precisa saber isso. Pode me dizer qualquer coisa. — Ela não entendia a dúvida que via em seus olhos.
— Rezo para que seja verdade, porque enquanto puder tê-la, eu pouparia todo o sofrimento que viveu nas mãos dos Ganglians e Zaludianos. Tenho que agradecer a Deusa por trazê-la para minha vida. Mesmo que isso signifique perder seu Dasho para que isso acontecesse.
Jen sentiu seus olhos se enchem de lágrimas com suas palavras, porque entendia os sentimentos por trás delas, sabia o que lhe custou dizê-las. E se pudesse voltar atrás e mudar as coisas... não o faria... porque isso significaria que não teria Treyvon.
— Eu entendo o que está dizendo, Treyvon, não acho que você seja indigno por causa disso. — Estendendo a mão, ela lhe deu um pequeno sorriso enquanto acariciava seu rosto. — Todd será sempre parte da minha vida. Ele foi meu marido e meu primeiro amor, mas você... você será o meu último. Você é meu Dasho e meu companheiro verdadeiro. Eu te amo.
— Deusa, Jennifer. — Sua voz tremeu quando ele a puxou para perto, a cabeça caindo para seu ombro por um momento antes de se afastar. Estendendo a mão, ele puxou a conta Ashe de seu cabelo. Lentamente, ele entregou a ela.
— Jennifer Neibaur, aceita minha conta e ser minha Ashe? Juro que, se o fizer, sempre fornecerei e cuidarei de você. Eu a protegerei com a minha vida e a amarei com todo meu coração e alma. E quando a Deusa me chamar para entrar na Terra Prometida, lutarei para permanecer ao seu lado.
— Oh, Treyvon. — Lágrimas encheram seus olhos novamente, mas desta vez eram lágrimas de felicidade. Estendendo a mão, ela gentilmente tocou a mão que segurava a conta. — É uma honra de aceitar e usar sua conta. Pode me ajudar a colocá-la?
Treyvon descobriu que apenas podia acenar com a cabeça rigidamente e com os dedos entrelaçados, colocou sua conta Ashe logo abaixo de sua conta de companheira verdadeira. Ele ficou surpreso ao descobrir sua conta na metade sua trança, significando o quão forte sua conexão já era. Ambas as contas começaram a brilhar, os redemoinhos de cor se movimentando como se estivessem felizes por estarem juntas novamente.
— Treyvon Rayner... — Ela levou a mão a trança e tirou sua conta Dasho. — Pode me dar a honra de aceitar minha conta e tornar-se o meu Dasho? Juro que, se o fizer, sempre o amarei e cuidarei de você. Eu te amo com todo meu coração, todo meu corpo e toda minha alma. Eu o protegerei e a seu bonito coração. Também prometo fazer o meu melhor para fornecê-lo com as refeições mais incríveis que já comeu. — Ela lhe deu um sorriso malicioso antes de continuar séria. — E quando a Deusa me chamar para entrar na Terra Prometida, lutarei para permanecer ao seu lado.
— Jennifer... minha Jennifer. — Ele murmurou, em seguida, segurou seu rosto com as mãos lhe deu o mais reverente dos beijos. — Usar sua conta Dasho... nunca pensei que usaria a de alguém, mas a sua... você é a mais bela fêmea que já conheci e não estou me referindo a como se parece. — Sendo Treyvon, isso não era uma inverdade. — Pelo menos não apenas a sua aparência, porque você é bonita, mas estou me referindo ao seu coração bonito que excede sua beleza exterior como o sol ofusca as estrelas. Você não sabe que a honra é toda minha?
Ele tocou a conta na mão e pode sentir seu amor fluindo através dela. —Pode colocá-la em mim?
Jen podia sentir sua necessidade e desejo de usar a conta em seu toque. Então, entrelaçando os dedos, ela colocou a conta no espaço entre a conta Elementar e a de companheiro verdadeiro, observando brilhar quando se uniu à sua trança.
Olhando para ele, ela sorriu e sussurrou: — Meu Dasho.
—Minha Ashe.
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Jen cantarolava enquanto se movia ao redor cozinha quase duas semanas mais tarde. Ela não acreditou que seria possível ser tão feliz novamente. A tempestade de areia ainda estava no auge, mas não se importava, na verdade realmente a acolheu. Isso significava que não havia muito para Treyvon e seus guerreiros fazerem, então muitos deles ficavam pela cozinha e área de alimentação. Vários desenvolveram um interesse em aprender a fazer biscoitos e algumas das receitas mais básicas, como guisados e molho de carne.
Ela tinha a intenção de voltar para a área de armazenamento onde Spada a atacou. Sozinha. Precisava enfrentar o que aconteceu com ela ali, como fez com a mina. Havia também o fato de que ainda precisava fazer um inventário preciso de tudo para que montasse seu plano de refeição.
Deveria saber que seu Dasho e companheiro verdadeiro nunca permitiria isso. Ele estava na frente da porta área de armazenamento, com os braços cruzados sobre o peito com uma careta em seu rosto dizendo o quão infeliz ele estava com ela naquele momento.
Ela pensou que seu vínculo fosse forte apenas quando tocavam a conta de companheiros verdadeiros. Mas com a troca das contas de compromisso, como Jen gostava de chamar as contas Ashe e Dasho, o vínculo se intensificou ao ponto dela jurar que havia momentos em que podiam ler os pensamentos um do outro.
Era uma coisa maravilhosa quando estavam fazendo amor. Quando ela sabia exatamente como ele estava perto de perder o controle e o que poderia fazer para que isso acontecesse. Porque Treyvon muitas vezes pensava que sua paixão poderia prejudicá-la quando ainda não ganhou tanto peso como ele gostaria. Ela sabia melhor e ambos ficavam satisfeitos quando ela o empurrava.
Mas em momentos como esse, queria que não fosse tão forte. Ele não era o doce e gentil Guerreiro com quem dormia todas as noites. Era o Comandante Supremo, que não estava feliz com sua atitude. Levou algum tempo e alguns argumentos que chocou os guerreiros ao redor. Mas finalmente, resolveram e ela não pode reclamar sobre os resultados. Não quando Treyvon trancou a porta e a empurrou. Prendendo-a contra a parede.
Ela não pode deixar de sorrir enquanto se lembrava do quanto gostou. Depois, Treyvon ficou e a ajudou a verificar as caixas, levantando as tampas que não conseguiu e fazendo perguntas sobre muito do que encontraram.
Agora ela faria algo que tinha certeza que os Kaliszians nunca experimentaram. Pegou uma receita anterior, utilizando principalmente ingredientes que encontrou nos recipientes. Um que a fez gritar tão alto que Treyvon a puxou para longe da caixa e levantou uma lâmina.
Abrindo o forno, fechou os olhos enquanto o aroma mais tentador enchia o lugar e sua boca de água.
— Ei Jen, eu pensei... oh... meu... Deus... — Mac congelou quando ela entrou na cozinha, seu olhar indo para a assadeira que Jen tirava do forno. — Isso não é o que eu acho que é. É? Não! Não pode ser. Por favor me diga que é.
Jen encontrou-se rindo de todas as perguntas agitadas de Mac enquanto ela colocava a assadeira quente no balcão. — Isso depende. O que você acha que é?
— Sabe o que eu acho que é. — Mac disse a ela correndo pela cozinha para inclinar-se sobre a massa marrom na assadeira quente. — Oh Deus. Não me provoque, Jen.
— Bem, como todos os suprimentos que usei veio da Terra, eu diria que é exatamente o que você pensa que é. Embora eu não tenha experimentado ainda.
— Oh meu Deus! Brownies de chocolate! — Mac começou a dançar ao redor da cozinha.
— Uh-huh. — Jen riu.
—Dane-se os biscoitos e pães! — Mac voltou para a mesa e inalou o cheiro quente novamente. — Corte esses meninos maus! Você sabe o quanto desejo chocolate ultimamente?
— Mesmo? — Jen franziu a testa para a amiga. — Você gosta tanto assim?
— Você não? — Perguntou ela. — Quer dizer, eu não gostava tanto na Terra, mas estava lá, você sabe. Agora que não tenho com facilidade...
— Mas você está desejando-o, Mac?
— Sim, então? — Mac questionou distraidamente enquanto pegava um pedaço crocante do canto, sua parte favorita, em seguida, precisou pular a massa quente de um lado para o outro para resfriá-la antes de colocar na boca.
Jen viu os olhos de Mac se fecharem quando gemeu de prazer.
— Acho que está bom. — Jen brincou.
— Oh Deus, sim. — Os olhos de Mac se abriram voltando para a assadeira. —Mais. Agora.
Quando Mac tentou pegar mais, Jen bateu em sua mão.
— Pare com isso. Você vai se queimar.
— Você acha que eu me importo? Deus, Jen, é tão bom.
— E ficará ainda melhor. Agora sente-se. — Ela apontou para uma cadeira.
Relutante, Mac o fez. Mas seus olhos seguiram ansiosos Jen se movendo.
— Você não falou com Nikhil ainda? Pediu a Luol para verificar? — Ela questionou em voz baixa.
— Não. — Mac murmurou, seu olhar finalmente deixando a assadeira e olhando para suas mãos.
— Por que não? — Quando Mac continuou apenas olhar para suas mãos, ela insistiu. — Mac?
— Eu apenas não estou pronta para enfrentá-lo ainda. — Mac sussurrou. — Uma vez que o fizer, não há como voltar. Não seremos apenas eu e Nikhil. Não serei apenas... bem, apenas eu. Serei uma mãe e terei outro ser que é parte Nikhil, para me preocupar. Apenas...
Jen estendeu a mão e apertou a mão de sua amiga. — Tudo bem, eu sinto que deveria dizer que entendo, mas não posso. Nem de perto, mas talvez você deva conversar com Maysa. Ela entenderá.
— Eu entenderei o que? — Maysa perguntou, entrando na cozinha. —E o que é... interessante... esse cheiro?
— Jen fez brownies. — Mac rapidamente a disse, dando a Jen um olhar suplicante.
— Brownies... parece interessante.
— Oh Maysa, você não tem ideia. — Sua hesitação foi esquecida e Mac virou-se para Maysa. — São pegajosos, deliciosos, com chocolate... você precisa experimentar. — Mac começou a esticar a mão, mas Jen a moveu de seu alcance.
— Ainda está muito quente. — Jen levou a assadeira para ainda mais longe. — Não quer estragar a primeira experiência de Maysa com um alimento verdadeiro da Terra, não é?
— Não, mas...
— Isso significa que você não terá mais se não se comportar.
— Estou me comportando. — Mac rebateu. — E se não estivesse, estaria colocando meu rosto nesta assadeira agora.
— É tão bom? — Maysa perguntou.
— Oh, Maysa, você nunca provou nada assim. Pelo menos acho que não, conhecendo a comida Kaliszian.
— Sim. Embora tem alguns alimentos doces que Luol me disse que são de outros planetas.
— Bem, brownies são doce, mas é o chocolate que faz o truque.
— O que é cho-co-late? — Maysa perguntou e observou Jen e Mac apenas olharem uma para a outra. — O que?
— Eu... eu não sei como explicar isso para alguém que nunca comeu antes. — Jen disse a ela. — Quer dizer, na Terra podemos dizemos que é suave e doce, escuro e meio amargo, sedoso e sedutor. Mas esses termos não significam nada a menos que você tenha um ponto de referência e não provei nada durante meu tempo em Pontus para compará-lo.
Maysa olhou para a assadeira que Jen continuava movendo mais longe do Mac, em seguida, perguntou. — É apenas comido desta forma?
— Não! — Jen e Mac disseram em uníssono, em seguida, olharam uma para a outra e riram.
— Ele é servido em muitas formas, Maysa. — Jen disse a ela. — Pode ser comido como barras nutricionais. E enquanto não como nutriente em si, ele é extremamente agradável. Quando derretido corretamente, pode ser apreciado como uma bebida. Na Terra normalmente é feito assim quando está frio lá fora. Outras vezes, uma fruta é mergulhada nele e.
— E todas essas coisas podem ser feitas com este... chocolate?
— Sim.
— E sequer estamos falando sobre cookies. — Mac interrompeu.
— Cookies?
— Sim, são como biscoitos, mas...
— Não são qualquer coisa como um biscoito, Mac! Sério? Apenas porque são ambos assados, você acha que são a mesma coisa? Pode assar um presunto também! É o mesmo?
— Claro que não! Eu estava apenas tentando dar a Maysa algum tipo de referência.
— Então, os cookies não são tão bons quanto seus biscoitos? — Maysa perguntou cuidadosamente.
—Sim, mas de uma maneira diferente. — Jen disse a ela.
— Então gostaria muito de experimentar seus cookies.
— Bem, uma vez que conseguir servir estes brownies, posso fazê-los. Tenho o que preciso, mas já estou avisando. Precisarei de sua ajuda para fazer o suficiente para satisfazer esta multidão.
— Estou disposta a ajudá-la, Jen. Especialmente se você me ensinar como fazê-los. Ainda não ouvi meu Luol dizer uma palavra depreciativa sobre as refeições que você faz. E meus filhos estão ansiosos para eu voltar casa para que possa mostrar-lhes como fazer os biscoitos sobre os quais falo quando converso com eles.
— As indicações que lhe dei não foram boas?
— Eles não conseguiram fazer corretamente e desperdiçaram alimentos.
— Eu entendo. — Jen sabia quão precioso esses suprimentos eram para os Kaliszians e tentou pensar em como superar este medo. — E se fizer uma gravação, de áudio e vídeo, mostrando e descrevendo passo-a-passo. Você pode fazer isso comigo e se por algum motivo meus termos forem estranhos a eles, você pode explicar. Acha que funcionaria?
— Sim. Acho que sim.
— Deusa, então isso é o que faremos. Depois que a tempestade passar, poderá enviar a sua prole.
— Obrigada, Jen.
— É para isso que os amigos servem. — Jen olhou de lado para Mac. —Então Maysa, fale-me sobre sua prole.
— Descendência? — Maysa franziu a testa quando viu Mac ficar rígida. — Sobre eles?
— Sim. — Jen se virou enquanto falava, pensando em começar a separar os ingredientes apenas para fazer uma pausa. E depois de olhar para Mac por um momento, colocou a assadeira de brownies ainda mais longe. —Vamos começar com o básico. Quanto tempo você ficou grávida?
— Quanto tempo? — Maysa deu-lhe um olhar confuso.
— Sim, isso não estava no educador. Na Terra é geralmente nove meses, ciclos da lua, desde o momento que uma fêmea fica grávida até que ela tenha o bebê.
—Ter?
— Que palavra que você usa? — Mac perguntou. —Para quando o bebê sai da mãe?
— Apresentação. Uma fêmea apresenta a prole. Nada disto estava no educador? — Maysa não podia acreditar.
— Não.
— Bem, conversarei com Luol, isso precisa ser corrigido. Mas para responder à sua pergunta, uma vez que uma fêmea Kaliszian concebe, normalmente leva oito ciclos da lua, até a apresentação.
— É diferente entre as espécies?
— É o mesmo para fêmeas Tornianas, mas para outras, como as Jerboaianas é apenas seis ciclos de lua. Diz-se que é mais tempo para uma Ganglian.
Jen estremeceu ao pensar no que seria necessário para conceber uma criança Ganglian e alegrou-se que nem ela nem Mac passaram por esta experiência.
— Ganglians apenas se reproduzem com Ganglians. — Maysa disse calmamente, vendo o tremor de Jen e soube onde seus pensamentos foram. — Desde que a Grande Infecção os atingiu.
— Bem, isso é bom, então... eu acho. Conte-nos mais sobre descendência. — Jen disse enquanto media e misturava seus ingredientes.
— Eu não sei como explicar isso.
— Mas você não tem uma filha? Quer dizer, descendente do sexo feminino?
— Sim, a Deusa abençoou Luol e a mim com dois descendentes do sexo feminino.
— Então, como você explicou isso a elas?
— Realmente não precisei, não até que conceberam. Enquanto cresciam, elas viram outras fêmeas conceberem e como seus corpos mudavam. Nossas fêmeas não ficam em reclusão uma vez que estão com prole como as Tornianas fazem.
— Elas ficam em reclusão?
— Sim. Fêmeas Tornianas não permitem que um macho as veja uma vez que concebem até depois da apresentação. Teme que isso reduza sua conveniência e valor para outros machos.
— O que... espere... outros machos? Sobre o que está falando?
— Isso foi excluído dos educadores também? — Maysa balançou a cabeça com desgosto. Precisava rever pessoalmente o que estava naquelas coisas. — As fêmeas Tornianas não ficam com um único macho. Elas se unem com o que mais as beneficia, fica com ele até que apresentar uma prole, em seguida, encontra outro macho.
— Encontra? — Mac questionou.
— Espera-se, embora ouvi que em Betelgeuse uma fêmea se recusou a deixar seu macho, embora ela tenha apresentado quatro machos aptos e dignos. Então é claro, há a Imperatriz. Ela não deixará o Imperador.
— Estes Tornianos soam terríveis. — Mac sussurrou.
—A Grande Infecção diminuiu a quantidade de fêmeas. Eles também não podem ter filhos com qualquer espécie a não ser Tornian. — Maysa lhes disse calmamente. — Estão desesperados para sobreviver e compartilhar as fêmeas que eles têm é a única maneira de conseguir algo.
— Então fico feliz por encontrarmos os Kaliszians e não o Tornianos. — Mac disse. — Porque não há nenhuma maneira que de bom grado seja uma máquina reprodutora.
— É altamente improvável que você seja compatível. — Maysa segurou a mão de Mac. — Então me contará o por que todas as perguntas? Acho que não é apenas curiosidade.
O olhar de Mac encontrou o de Jen, que um leve encolher de ombros da amiga lhe disse que era sua decisão.
— Eu... eu acho que estou grávida, que posso ter concebido. — Ela sussurrou, seu olhar incerto voltando para Maysa.
— E você está com medo. — Maysa disse calmamente, seu apertou mais forte na mão de Mac.
— Sim, não deveria? Quer dizer, nunca estive grávida antes e mesmo se sim, não estamos nem perto da Terra. E se algo der errado?
— Nada dará errado. — Maysa disse-lhe acalmando o pânico crescente viu e ouviu de Mac.
— Você não pode ter certeza disso. — Mac argumentou, mesmo que quisesse desesperadamente acreditar nela.
— Eu sei e sabe por quê?
— Por quê?
— Por causa disso. — Maysa estendeu a mão e levantou a trança que tinha a conta Ashe de Nikhil e a conta de companheira verdadeira. — A Deusa não teria permitido que você fosse companheira verdadeira de Nikhil se não pudesse apresentar uma prole. E você tem meu Luol. Ele cuidará de tudo. — Seu olhar encontrou o de Jen por um momento. — Cuidará de você como se fosse sua própria prole. Ele garantirá que nada aconteça.
— Verdade?
— Verdade. — Maysa se inclinou para frente pressionando um beijo na testa de Mac. — Oh, isso é uma bênção. Mas parece que não contou nada para Nikhil ainda.
— Não contei, mas como sabe?
— Porque se tivesse feito isso, não apenas ele a teria levado diretamente para Luol para ser examinada, mas ainda estaria ao seu lado.
— O que?
— Mac, um macho Kaliszian é sempre protetor com sua Ashe, especialmente quando ela está com prole. Mas você é mais do que Ashe de Nikhil, é sua companheira verdadeira. Não é Kaliszian e está com ele em um dos planetas mais desolados nos universos conhecidos. Cada instinto protetor virá à tona e ele não vai querer você fora de sua vista.
— O quê? Não, espere. Você não pode dizer que ele ficará ainda mais protetor. — Os olhos de Mac se arregalaram com incredulidade.
— Oh, com certeza será assim. — E Maysa deu-lhe um sorriso compreensivo. — Você precisa ser forte e compreender. Ele não poderá evitar, especialmente nos primeiros ciclos de lua.
— Então está dizendo que passarei oito meses com um Nikhil ainda mais protetor... ótimo.
— Prefere que ele não se importe?
— Claro que não. — Mac instantaneamente negou. — Mas você sabe quanto tempo levou para ele me deixar sair sozinha? Eu não quero ser uma prisioneira em nossos aposentos apenas porque estou grávida.
— Então precisa dizer isso a ele. Mas o faça com cuidado, pois nunca se ouviu que uma companheira verdadeira concebeu.
— Então ele ficará melhor?
— Sim.
— Mas você precisa dizer a Nikhil o mais rápido possível.
— Pensei em ver Luol primeiro, apenas para ter certeza de que não estou errada.
— E você não acha Nikhil se sentirá ferido se Luol for o primeiro macho a saber que sua companheira verdadeira concebeu?
— Eu ... não pensei nisso. Apenas... ele se preocupará porque é muito maior do que eu e não quero que se preocupe se não for nada.
— Isso é parte de compartilhar sua vida com outro ser, companheiro verdadeiro ou não. Está me dizendo que você não se preocupa com Nikhil?
— Claro que me preocupo.
— Você quer que ele esconda algo importante de você apenas porque ficará temerosa?
— Não. — Mac admitiu.
— Umm, Mac, Maysa. — Jen tentou interrompê-las, seu olhar indo para a porta, mas elas ignoraram.
— Então conte a seu companheiro verdadeiro. — Disse Maysa.
— Contar-me o que? — Nikhil perguntou entrando na cozinha.
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
— Hum. — Mac mordeu o lábio quando se virou para encarar seu companheiro verdadeiro. —Oi, querido. O que você está fazendo aqui?
— Está na hora da refeição do meio-dia e queria compartilhar com você. — Nikhil disse a ela, mas seus olhos se estreitaram em sua evasão. Ele conhecia sua Mackenzie, conhecia seus humores e expressões e agora via em seu rosto algo que nunca pensou ver. Ela não estava feliz em vê-lo. Uma dor apertou seu coração diferente de tudo que já sentiu antes.
— Não!
Angústia encheu o grito de Mac, fazendo Maysa e Jen olharem para ela, mas Mac se levantou rapidamente. Foi para o outro lado da cozinha, pulando em Nikhil, envolvendo os braços ao redor do pescoço dele, sabendo que nunca a deixaria cair.
— Não pense assim! Nunca! — Ela sentiu a dor dele em toda a conexão de companheiros verdadeiros. — Eu te amo.
— Então o que? — Ele perguntou com a voz rouca, sua mágoa facilmente ouvida, seus braços apertados ao redor dela.
— Eu... acho que estou grávida. — Ela disse a ele, com os olhos nos dele.
— Grávida?
— Concebeu. — Maysa interrompeu calmamente.
— O que? — Nikhil empalideceu e seus olhos brilhantes passaram de Mac para Maysa, que apenas balançou a cabeça, em seguida, de volta à sua verdadeira companheira. — Concebeu?
— Talvez. — Mac admitiu: — Eu não tenho... Nikhil!
Jen e Maysa mal ouviram o grito de Mac, porque Nikhil ajustou Mac em seus braços, para que ficasse embalada e saiu correndo.
— Seguimos? Ou não? — Jen perguntou olhando para Maysa.
— Oh, nós seguimos. — Maysa disse-lhe sorrindo. — Mac precisará de nós para ajudá-la a controlar Nikhil quando Luol disser que ela concebeu.
— Você realmente acha que ela está?
— Você não acha? — Ela perguntou. —As fêmeas instintivamente sabem estas coisas, Jen. Apenas por causa de onde estão e tudo o que aconteceu é que Mac está duvidando do que seu corpo diz.
— O que você quer dizer com controlar Nikhil?
— Vamos. Explicarei no caminho. — Maysa passou o braço pelo de Jen e levou-a para o Centro Médico. — Como eu disse, machos Kaliszian ficam muito protetores quando sua Ashe concebe. Diz-se que antes da Grande Infecção, quando ainda existiam companheiros verdadeiros, que o macho, por vezes, fica irracional de tanta proteção.
— Irracional como?
— Tentam nos isolar em casa e permitem apenas o mais confiável por perto.
— Mac não permitirá isso.
— Não, especialmente aqui, onde os aposentos são tão pequenos. Mas Nikhil não se preocupará com isso. Não, ele se preocupará com a segurança de Mac, especialmente após o ataque de Spada a você.
— Spada está preso. — Disse Jen. —E será transportado para fora do planeta, assim que a tempestade passar.
— Sim, mas isso não importa para Nikhil. Não quando se trata de Mac. Ele verá todos os machos como uma ameaça e tentará isolá-la.
— Mac não deixará isso acontecer.
— Eu sei, mas é como ela fará isso que importa. — Maysa parou e deu-lhe um olhar penetrante. — Você teve um Dasho, Jen. Não aprendeu nada em seu tempo com ele?
— Eu... — Jen hesitou.
— Oh, Deusa. Sinto muito, Jen. — Maysa cobriu a boca com a mão. —Eu não quis dizer assim.
— Eu...
— Jennifer! — Treyvon veio pelo corredor em direção a elas. — O que está errado?
— Não é nada, Treyvon. — Ela tentou tranquilizá-lo, mas a mão que segurava o colete tremeu.
— Fale! — Ele rosnou puxando-a em seus braços. — Eu posso sentir a sua dor.
— Eu...
— Foi minha culpa, General Rayner. — Maysa falou e depois recuou quando seu olhar foi para ela, mas continuou mesmo assim. — Falei algo sem pensar.
— Não. — Jen se afastou para olhar para Maysa, mas não se moveu dos braços de Treyvon. — A culpa foi minha. Eu exagerei. E você... — Ela olhou para cima, para Treyvon. — Precisa parar de reagir assim com todas as minhas emoções.
— Não posso. Quando sentir que você está chateada, virei descobrir por quê.
— Eu sei e aprecio isso. Realmente sim. — Ela passou uma mão reconfortante sobre a pele exposta de seu peito. — Mas nem todas as situações precisa reagir como Treyvon o Terrível.
— Treyvon o Terrível? — Ele rosnou para ela. — Você não me achou tão terrível quando acordou esta manhã.
— Treyvon! — Jen sentiu o calor cobrir seu rosto. Ela não podia acreditar que ele disse aquilo, especialmente na frente de Maysa.
— O quê? Não estou falando a verdade?
— Sim, mas tenho certeza que Maysa não quer ouvir isso!
Maysa apenas riu. — Oh acredite em mim, Luol já fez muitas coisas terríveis comigo em nosso tempo juntos. — E ela riu ainda mais quando viu as bochechas de Treyvon escurecerem. — Mas sinto muito, Jen, nunca diria intencionalmente algo para incomodá-la.
— Eu sei, Maysa. Nós duas nos distraímos com a situação de Mac.
— Mac? — Treyvon franziu a testa novamente. — O que aconteceu com Mackenzie?
— Nada aconteceu. — Jen tranquilizou-o. — Mas Nikhil levou-a para Luol para descobrir se nossas suspeitas estão certas. Vamos, podemos precisar de você.
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Luol estava saindo de seu escritório quando as portas exteriores para o centro Médico se abriram e Nikhil entrou com Mackenzie.
— Luol, você precisa ajudá-la!
Luol imediatamente entrou em ação. — Coloque-a sobre a cama ali. — Ele fez um gesto, o olhar treinado indo para Nikhil enquanto deitava com máximo cuidado sua companheira. Quando não encontrou nenhum indício de sangue ou lesão perguntou. — O que aconteceu?
— Nada. — Mac disse a ele. — Nikhil está exagerando.
— Exagerando? Por quê?
— Verifique ela, Luol. — Nikhil rosnou.
— Verificá-la?
— Sim. Faça isso. Agora!
— O que devo procurar? — Luol perguntou, mas estendeu a mão para o scanner quando o rosnado de Nikhil aumentou de intensidade.
— Pare de rosnar, Nikhil. — Mac ordenou. — Isso está me perturbando.
O rosnado imediatamente cessou e Mac voltou sua atenção para Luol e respirou fundo. — Acho que concebi.
— O que? — Aquele rugido veio de Treyvon que acabou de entrar na sala com Maysa e Jennifer. Maysa foi imediatamente para o lado de seu Dasho.
— Mackenzie está nervosa sobre sua condição, meu amor. Aparentemente não havia nada no educador sobre o processo de reprodução Kaliszian. Estávamos discutindo isso quando Nikhil chegou e descobriu nossas suspeitas. Ele, é claro, a trouxe diretamente para você, como qualquer verdadeiro companheiro faria. — Ela deu a Mac um olhar afiado e Mac fechou a boca, que começou a abrir. — Então, você poderia por favor verificar, para que ela e Nikhil saibam se terão filhos?
Luol imediatamente fez o que sua Maysa exigiu, porque ele entedia a situação. Estudou os resultados por vários minutos, em seguida, olhou de Nikhil para Mackenzie, vendo excitação e medo em seus olhos.
— Parabéns. — Disse ele sorrindo gentilmente. — Você está com prole.
Os olhos de Mac se arregalaram quando ela olhou para Nikhil que caiu de joelhos como uma árvore abatida ao lado dela. — Nikhil?
— Deusa. — Sua voz era profunda e rouca, suas palavras quase imperceptíveis quando ele colocou a mão trêmula em seu estômago ainda plano. Seus olhos se encheram de lágrimas quando ele a olhou. — Nossa prole está aqui...
Ficando de pé, Nikhil passou os braços ao redor de sua Mackenzie e lhe deu um beijo longo e forte, cheio de amor.
— Sim. — Luol disse. —E ele está se desenvolvendo muito bem.
— Ele? — O olhar de Nikhil foi para Luol. — Macho?
— Sim. — Luol confirmou balançando a cabeça. — Seu primeiro macho deve chegar em seis ciclos da lua.
— Seis ciclos da lua... — Nikhil parecia pálido.
— Mac, quero monitorizá-la de perto e...
— O que? Por que? — Nikhil interrompeu Luol. — O que está errado com minha Mackenzie? Com nossa prole? Você disse que estava tudo bem!
O peito de Nikhil arfava quando terminou e as emoções saiam com tanta força dele que Treyvon precisou ficar na sua frente.
— Comandante Nikhil! Você é um Guerreiro de Elite Kaliszian! Controle-se, agora! — O Comandante Supremo ordenou com a voz fria, dura. — Porque se não fizer isso, o removerei da proteção de sua companheira verdadeira.
— Não! Ela é minha! Minha para proteger! — Nikhil rosnou para Treyvon, suas mãos enormes se fechando em punhos.
— Apenas poderá fazer isso se estiver no controle!
Por vários minutos tensos, Nikhil e Treyvon continuaram olhando para o outro, seus olhos brilhantes ficando mais e mais brilhantes. Apenas uma palavra trêmula de Mac: Nikhil, pareceu romper isso. Fechando os olhos, Nikhil respirou fundo, tremendo e uma vez que voltou ao controle retornou à sua verdadeira companheira.
— Eu sinto muito.
— O que aconteceu? — Ela perguntou, segurando sua bochecha com uma mão trêmula.
— Isso. — Maysa falou olhando para Jen. — É um Guerreiro de Elite Kaliszian perdendo o controle. Costuma acontecer quando descobrem que serão um manno.
— Uau. — Foi tudo que Jen pode dizer.
— Sinto muito, Comandante, não quis dizer que há algo errado com eles. — Luol falou com cuidado.
— Eu quem sinto muito, Luol. Meu manno me avisou, mas nunca realmente acreditei...
— Sim, é preciso experimentar para entender completamente. — Luol concordou antes de continuar. — Sua companheira tem boa saúde, Comandante, como sua prole. Mas ela é menor do que uma fêmea Kaliszian e porque ela não é Kaliszian, quero manter um olhar atento sobre ela. Sua fisiologia é muito semelhante à nossa e ela tolera bem nossa comida e medicamentos. Não vejo nenhuma razão pela qual teria um problema com a prole. Mas esta é a primeira concepção Humana-Kaliszian e precisa ser vigiada de perto.
— Ela está em risco? — Nikhil perguntou rispidamente.
— Nikhil? — O olhar interrogativo de Mac encontrou o dele.
— Você é importante para mim, mais que minha prole, Mackenzie. Não posso perdê-la. Ela está em risco, Luol?
— Há um risco com qualquer concepção, Comandante.
— Então...
— Comandante. — Maysa o cortou, sabendo que o que ele estava prestes a dizer devastaria Mac. — Você realmente acredita que a Deusa lhe concederia não apenas um presente como a sua companheira de verdadeira, mas também com uma prole se não fosse possível sobreviver?
— Ela também é a Deusa que destruiu toda a vida aqui em Pontus. — Nikhil murmurou.
— Talvez ela esteja tentando fazer as pazes. — Jen apenas encolheu os ombros quando todos os olhos se voltaram para ela. — Apenas estou dizendo. Ela tornou possível para os Kaliszians encontrarem seus companheiros verdadeiros novamente. Quem sabe o que mais ela poderia fazer.
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Jen viu como Treyvon foi capaz de colocá-la sob o braço enquanto caminhavam pelo corredor. Era algo que Todd nunca fez, nem mesmo quando namoravam. Ela se sentia amada, protegida e cuidada.
— Treyvon?
— Sim?
— Por que veio me ver?
— O que?
— No início, quando nos encontramos no corredor com Maysa. Você apareceu de repente.
— Não, queria contar que a tempestade terminou e poderíamos sair para o Gairdin após a última refeição.
— Oh. Ok.
Treyvon franziu a testa com sua falta de entusiasmo. — Achei que estivesse preocupada com o Crann.
— Estou. — Disse ela. — É apenas...
— Apenas o quê? — Ele parou e se virou para encará-la, sem se preocupar que estivessem no meio do corredor, em seguida, delicadamente segurou seu rosto. — Você sabe que pode me dizer qualquer coisa.
— Eu sei que posso. — Ela disse a ele segurando seus pulsos, confortada pelo pulso forte, firme que seus polegares encontraram ali. — Apenas gostei desta vez com todos aqui. Comecei a passar mais tempo com seus guerreiros e realmente conhecê-los, uma vez que muitos passaram esse tempo na cozinha. E sim, cada um deles foi respeitoso.
Ela sabia que ele ainda estava furioso por não saber como Spada a estava tratando depois do ataque. Ele era muito consciente de como deveria ser tratada.
— E muitos deles perguntaram se poderiam ser colocados em serviço na cozinha para que pudessem aprender a fazer biscoitos.
— Eles estão pedindo para ajudar a preparar a última refeição? — Treyvon não podia acreditar. Alguns Guerreiros não gostavam desta tarefa. Sua Jennifer era uma fêmea verdadeiramente surpreendente.
— Eles querem ensinar seus familiares. Falando nisso. — Ela se aconchegou a ele, envolvendo um braço em sua cintura quando começaram a andar novamente. — Eu disse a Maysa que gostaria de fazer um vídeo, para sua prole, mostrando como preparar biscoitos. Isso é possível, não é?
— Vídeo?
— Sim, é uma gravação visual e sonora.
Treyvon assentiu entendendo o que ela estava dizendo. — Sim, isso é possível. Você está disposta a tornar disponível para quem quiser aprender? Ou quer apenas para a descendência de Maysa?
Jen deu-lhe um olhar surpreso. — É claro que a qualquer um que queria aprender. Por que pergunta isso?
— Porque você tem uma habilidade valiosa, a transformação dos alimentos. Será muito procurada.
— Procurado? — Ela se virou para ele quando entrou na cozinha, envolvendo os braços ao redor de sua cintura estreita e fechando a porta atrás deles. — Você está dizendo que as pessoas podem pagar para aprender a fazer biscoitos?
— Sim e se for restrito o que ensina, será ainda mais valioso.
— Mas... o que você acha que devo fazer? — Jen achava difícil de acreditar. — Quer dizer, são apenas biscoitos básicos usando ingredientes disponíveis a todos. Não há nada de especial neles.
— Isso não é verdade, Jennifer. Para um Kaliszian, não há nada básico e são muito especiais. Olhe como meus guerreiros reagiram.
— Então por que você não quer que compartilhe a receita?
— Eu quero, mas você precisa considerar que pode tornar-se uma fêmea muito rica se cobrar por isso.
Jen entendeu o que ele estava dizendo. Afinal, era o que fazia na Terra. Um Chef não entregava suas receitas ou mostrava às pessoas como fazê-los. E se o fizessem, ninguém iria aos seus restaurantes e pagaria por eles. Mas ela não estava na Terra e esta não era uma receita secreta. Era uma receita básica que beneficiaria todos os Kaliszians. Não podia lucrar com isso, sem importar o quão tentador fosse. E podia admitir para si mesma que era tentador.
E se aprendeu algo quando chegaram, foi que poderia ir por este caminho. Afinal, ela e Mac ficaram basicamente à mercê da generosidade dos Kaliszians. E eles não tinham alimentos abundantes.
Mas não estavam sozinhas agora. Tinham Nikhil e Treyvon. E devido ao que Aadi fez, ela não conseguiria lucrar com esta situação, não podia fazer isso com Treyvon.
— Isso não importa para mim, Treyvon. Tenho você e seu povo precisa disso.
Treyvon a puxou para cima quando ele abaixou a cabeça para dar-lhe um beijo. Deusa, ele amava está fêmea.
— Você, Jennifer Neibaur, é verdadeiramente uma bênção da Deusa.
— Rayner. — Ela sussurrou. — E eu acho que você é uma bênção também.
— O que? — Treyvon deu-lhe um olhar confuso.
— Acho que você é uma bênção da Deusa também. — Ela repetiu.
— Não, não isso. Você disse Rayner.
— Bem, sim, esse é meu sobrenome agora. Jennifer Rayner.
— Você quer desistir do nome de seu Dasho pelo o meu? — Treyvon perguntou em voz baixa.
—É assim na Terra. Então assumi... deveria ter perguntado... não quer que use o seu sobrenome?
— Deusa Jennifer, sim! Mas é preciso lembrar, Rayner não é um nome muito respeitado no Império Kaliszian. Isto...
— Pare com isso agora! — Jen ordenou. — Você é o Comandante Supremo da Defesa Kaliszian. Pode rastrear sua linhagem até Raiden Nacy, o Grande Imperador de todos os universos conhecidos e o Portador da Paz. E mesmo se nada disso fosse verdade, eu ainda iria querer usar seu sobrenome, porque você é quem faz com que ele seja respeitável. Você é um macho apto e digno. Eu te amo, Treyvon.
— Bem-dito, pequena.
Treyvon estava prestes a beijar sua companheira verdadeira como nunca beijou antes, quando as palavras do macho o impediram. Erguendo a cabeça, viu um macho estranho atrás de Jennifer, vestindo nada além de uma pequena cobertura branca que o cobria da cintura ao meio da coxa com uma espada presa ao seu lado.
Apenas isso o fez colocar sua verdadeira companheira de forma protetora atrás dele. Então ele percebeu que a pele do homem mudava de cor. E enquanto seus olhos brilhavam como um Kaliszian, ele tinha o cabelo de um Torniano.
— Quem é você? — Treyvon exigiu.
— Oh meu Deus! — Jen exclamou, movendo a cabeça por trás das costas dele.
— Jennifer! Fique atrás de mim! — Treyvon ordenou, sua própria mão indo para sua espada apenas para perceber que a deixou no Centro de Comando.
— Parece que não pode defender sua companheira de verdadeira agora. — O macho provocou, segurando o punho da espada.
Treyvon puxou uma lâmina de cada um de seus bíceps e agachou, pronto para atacar o macho.
— Não, Treyvon! — Ela puxou seu braço e apontou. — Deus! É Raiden!
— O que? — Ele deu a sua Jennifer um olhar confuso.
— Você deveria ouvir sua companheira verdadeira, General. Ela pode ser pequena, mas nos deixa orgulhoso com sua força e sabedoria.
— Ela não precisa me deixar orgulhoso. — Treyvon rosnou, sua cabeça olhando ao redor. — Ela é perfeita assim.
— Essa é uma boa resposta, Comandante Supremo. — A voz veio de uma fêmea que apareceu ao lado do macho.
— Deusa. — O macho rosnou olhando para ela com frustração.
— Você acha que pode vir ao encontro de um dos seus e eu não notar? Não o seguir? Especialmente aquele ele pensa tão pouco de você? — Os olhos da Deusa brilharam e as paredes de Kevtoof começaram a brilhar.
— Deusa, calma. Ele não pretendia ofender e tem o direito de seus pensamentos.
— Não quando ele leu os textos Jadi deixados aqui em Pontus. E se é assim que ele pensa, então não é mais digno que Aadi.
— Como você ousa! — Esta explosão de indignação veio de Jen e ela não se importava se a mulher era uma deusa. — Nunca mais o compare com este macho! Não para mim. Nem a ninguém! Especialmente depois do que você fez!
— Calma! — Os machos rugiram o comando em uníssono e pegaram suas fêmeas pela cintura, impedindo-as de atacar uma a outra, fazendo as fêmeas os olharem em choque.
— Você não atacará minha companheira verdadeira! — Eles continuaram em uníssono.
— Treyvon?
— Raiden?
— Jennifer, esta é a Deusa. Deve falar com ela com respeito.
— Não, não preciso. Apenas lhe daria o mesmo respeito que ela lhe dá, mas o farei porque você quer, Treyvon.
— Deusa. — Raiden virou sua companheira para que ela o encarasse. —Eu a conheço, sei que seu coração é puro e cheio de amor. Mas mesmo assim não pode dizer coisas assim de um macho digno, especialmente na frente de sua companheira verdadeira e não esperar que ela o defenda.
Por um momento, nenhum casal falou, em seguida, o nariz de Raiden começou a se contorcer e ele cheirou.
— O que é... este cheiro interessante? — Ele finalmente perguntou.
— Sim o que é isso? — O olhar da deusa percorreu a cozinha e caiu sobre a mesa.
— Eu gostaria de saber isso também. — Treyvon admitiu.
Jen deu-lhes um olhar confuso. — Estão falando sobre os brownies?
— O que são... brownies? — A Deusa perguntou.
— Vocês não sabem o que brownies são? — Jen perguntou.
— Não seja insolente, jovem. — A voz da Deusa endureceu.
— Não me chame de jovem assim. Sobrevivi a muitas coisas que você nunca viverá!
— Você não sabe nada sobre o que vivi! — As paredes ao redor deles não apenas brilhavam agora, vibravam.
— Deusa! — Raiden apertou os braços imensamente fortes ao redor de sua companheira verdadeira, ainda que mal fosse capaz de segurá-la. —Calma, ela não sabe ao que você sobreviveu.
— Eu posso não saber. — Jen admitiu. — Mas eu sei que todo o povo Kaliszian está sofrendo agora por sua causa. Por causa do que você fez.
— Isso é verdade. — A Deusa admitiu e as paredes voltaram ao normal. — Fiquei furiosa com Lucan, Aadi e Kaawa, pelo que fizeram e não considerei como minhas ações afetaria aos outros. Lamento isso. Você não lamenta nenhuma de suas decisões? — Ela perguntou, levantando uma sobrancelha para Jen.
— Sim. — Jen admitiu. — Pelo que fiz e não fiz.
— E pode corrigir essas coisas?
— Não. — E ninguém ali poderia duvidar do quanto isso a feria.
— Então acho que entendemos uma a outra.
Após uma longa pausa, Jen respondeu. — Sim, acho que entendemos. Mas não ataque meu Treyvon novamente. Enquanto você pode entender o que passei por causa das minhas decisões, nunca entenderá o que ele passou por causa de Raiden e Aadi.
— Eu...
— Ela tem razão, meu amor. — Raiden interveio, dando a Treyvon um olhar arrependido. — Não carrego o peso do que outros fizeram antes de mim, porque ninguém fez nada. Não houve expectativas ou obstáculos. Treyvon passa por obstáculos que são meus.
— Não é culpa sua. — A honra de Treyvon o forçou a admitir. — É de Aadi. Quanto ao texto antigo, apenas uma pequena parte foi traduzida, porque o idioma do seu irmão se perdeu em tempos. O que foi traduzido conta que um macho poderoso falhou em proteger seu povo e os destruiu.
— Jadi escreveu muito mais do que isso. — A Deusa murmurou, esfregando o braço de seu companheiro. — Vamos garantir que a linguagem seja compreendida novamente para que a verdade real seja finalmente conhecida.
— Não é importante, minha deusa.
— Claro que é! — Ela argumentou de volta.
— Não.
— Eu tenho que concordar com a Deusa. — Treyvon disse calmamente. — Significaria muito, não apenas para mim, mas para o meu povo... para as pessoas. — Ele corrigiu. — Descobrirem de onde vem. E de quem vieram.
— Também significaria muito para sua companheira verdadeira. — Jen acrescentou. — Saber que você receberá o respeito que merece.
O olhar sério de Raiden passou de Treyvon para Jennifer e depois para sua Deusa antes de lentamente balançar a cabeça, enquanto se inclinava para beijar sua Deusa. — Que seja feito, pois não há nada que não faria por você.
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Jen não pode deixar de sorrir quando usou o polegar para limpar a mancha de chocolate no canto da boca de Treyvon. Olhando para Raiden e a Deusa, ela viu a mesma coisa, mas ela não disse nada.
Todos os três observaram atentamente enquanto ela colocou os brownies na mistura que fez anteriormente, em seguida, cortava e servia cada um deles um pedaço. Aquilo se transformado em dois, depois três pedaços.
— Eu não posso acreditar que nunca comeram isso antes. Quer dizer, são deuses. Não podem simplesmente... — Jen ergueu as mãos, girando os pulsos. — Poof... fazer aparecer algo?
Raiden e a Deusa se entreolharam por um momento, em seguida, começaram a rir e de repente pareceu que o universo era mais feliz, um lugar mais brilhante.
— Não funciona muito bem assim. — Raiden disse ainda rindo. — Precisa ser algo conhecido e obviamente, não sabia sobre isso.
— Nem eu. — Disse Treyvon pegando outro.
— Não tem chocolate aqui? — Jen não conseguia esconder seu espanto.
— Não. — Treyvon disse a ela.
— Em nenhum lugar? Nem mesmo no Império Tornian?
— Não. — Isso veio de Raiden. — E não me lembro de degustar nada parecido com isso, mesmo quando todos os universos eram conhecidos.
— Você está dizendo que não é agora? — Treyvon perguntou. A Deusa e Raiden trocaram um olhar. — Sim, não é.
— Há... vários que ainda desconhecem. — Raiden cuidadosamente admitiu.
— Por que diz isso desta forma? — Jen perguntou.
— A interferência dos deuses...
— E deusas. — A Deusa adicionou, recusando a deixar seu companheiro carregar o peso da culpa sozinho.
— E as deusas. — Raiden concordou. —Nem sempre foi benéfico para aqueles que não são. É melhor se descobrirem certas coisas sozinhos.
— Mas e a Terra? — Jen perguntou.
A Deusa e Raiden trocaram outro olhar.
— Sabem onde está, não é? — Não era uma pergunta, porque Jen podia ver que sabiam.
— Sim, mas seria melhor para você descobrir isso sozinha. — Raiden continuou.
— Mas minha irmã está lá!
— Bem, se deseja se reunir com ela, deseja encontrá-la a salvo e inteira. — A Deusa disse a ela. — Então não podemos interferir.
— Mas como? Os Ganglians... — Jen começou.
— Não são os únicos que sabem a localização da Terra. — Disse Raiden, chocando ambos antes que o som de guerreiros se aproximando pelo o fizessem olhar para a porta fechada.
— Treyvon. — Raiden caminhou até ele e estendeu a mão, apertando seu antebraço logo abaixo do cotovelo. Era um gesto de respeito que um guerreiro poderia dar a outro, pelo menos no tempo de Raiden. — As coisas estão mudando. Todo o universo conhecido e os que ainda serão conhecidos estão em um precipício. O que ocorreu aqui em Pontus é a chave, mas precisa crescer e se espalhar ou o que aconteceu ao meu povo acontecerá novamente. E desta vez ninguém sobreviverá. Daco vai garantir isso.
— O que eu posso fazer?
A resposta de Treyvon sem a menor hesitação fez o peito de Raiden se encher com orgulho. Sim, este era um dos seus. Um macho verdadeiramente apto e digno.
—Proteja sua companheira verdadeira. Fique a seu lado e a ajude a fazer com que chegue a um acordo com seu passado de modo que possam seguir adiante. Juntos.
Quando Raiden olhou para a porta que estava se abrindo, Jen e Treyvon o fizeram também. Quando olhou para trás, Raiden e a Deusa tinham desaparecido.
Junto com uma fileira de brownies.
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
— Você está pronta para ver como o Gairdin e o Crann estão? — Treyvon perguntou, pegando a panela grande e limpa das mãos de Jennifer.
— Você tem tempo? — Ela perguntou, apontando para onde queria que colocasse.
Depois que Raiden e a Deusa desapareceram, as coisas ficaram um pouco caóticas na cozinha. Guerreiros começaram a aparecer, aparentemente, no limite e querendo investigar o cheiro novo. Treyvon precisou colocar ordem no lugar depois que Jen prometeu levar a assadeira para a área de alimentação, de modo que todos pudessem ter um pedaço.
Guardando alguns para Mac, já que Nikhil desapareceu tão logo Luol terminou seus exames, ela levou a bandeja para fora. Explicou aos guerreiros o que era, então, cortou pequenos pedaços, porque não era suficiente para todos, então se levantou e observou a miríade de expressões que cruzavam seus rostos.
Durante tudo isso, Treyvon recebeu a notícia de que a tempestade cessou e que as comunicações foram restauradas. Depois de dar-lhe um beijo duro e roubar mais um brownie, ele a deixou para entrar em contato com Liron.
As coisas ficaram um pouco loucas após Treyvon sair. Os guerreiros começaram a disputa por posição para conseguir migalhas ou manchas de chocolate deixados na panela.
Sim, os brownies foram um sucesso.
A preparação da última refeição foi tão caótica com guerreiros encontrando as mais estranhas desculpas para entrar, mas seus olhares sempre iam para a assadeira de brownies reservada para Mac. Finalmente, depois de esbarrar em mais um guerreiro, Jen vou em direção aos aposentos de Mac e Nikhil.
Mac ficou em êxtase, agarrando a bandeja de suas mãos. Nikhil parecia confuso. Ele não conseguia entender por que os pedaços marrons a animavam tanto. Os guerreiros que a seguiram ficaram tristes. Pelo menos até que ela prometeu que faria outro lote... em breve.
Agora última refeição terminou. A cozinha voltou ao normal. E Treyvon estava fora, conversando com Liron que chamou novamente apenas quando terminavam a última refeição. Quando ele continuou no comunicador, ela parou apenas tempo suficiente para deixar o prato de Treyvon na frente dele, lhe deu um beijo, depois saiu para limpar a cozinha.
— Sempre tenho tempo para você. — Disse ele puxando-a em seus braços para um beijo longo e profundo. — É assim que devemos sempre dar adeus.
— Liron estava no comunicador. — Ela murmurou contra seus lábios.
— Não importa.
— Liron pode discordar disso.
— Apenas porque ele está com ciúmes que eu tenho a mais bela companheira verdadeira de todos os universos conhecidos.
— E Nikhil discordará também. — Disse ela sorrindo. — Oh, Treyvon, você pode acreditar que eles terão um bebê!
—Prole. — Treyvon suavemente corrigiu, em seguida, a puxou para perto, enquanto caminhavam para fora da cozinha. Eles não tiveram a oportunidade de discutir o fato de que Mac concebeu. Não era algo em que pensava muito. Tanta coisa aconteceu em um tempo tão curto, com sua união e Jennifer concordando para descansar com ele, depois sua conta de companheiro verdadeiro se transferir e ela aceitar sua conta Ashe, além de dar-lhe sua conta.
Uma prole era a última coisa em sua mente. Mas agora não. Poderia sua Jennifer conceber sua prole? E se pudesse, causaria algum mal? Apenas a possibilidade fazia seu coração bater mais rápido, com medo... e esperança. Agora entendia como Nikhil perdeu o controle e sequer estava diante da possibilidade.
— O que o deixou em silêncio de repente? — Jen perguntou quando atravessaram a área de alimentação agora vazia para a porta que conduzia ao Gairdin.
— Prole. — Disse ele em voz baixa, olhando para ela. — A possibilidade de termos filhos.
— Você... quer isso? — Ela perguntou hesitante.
— Apenas se tiver certeza de que não a prejudicará.
Ela parou em frente a porta para colocar uma mão reconfortante em seu peito. — Não temos certeza de nada. — Em seguida, ela lhe deu um sorriso malicioso. — Bem, exceto do meu amor por você.
— E o meu por você. — Inclinando-se ele lhe deu um beijo suave. Quando se afastou, seus olhos estavam sérios novamente.
— Eu pensei em ter filhos com você desde que nos falou sobre os Tornianos e sua prole. Continuo vendo esse menino lindo com cabelo escuro de seu manno e brilhantes olhos azuis. Parecerá com você e o seguirá a todos os lugares...
— Jennifer...
— Não vou fingir que não tenho medo, mas não acho que as nossas contas de companheiros verdadeiros teriam se transferido se não fôssemos capazes de ter filhos juntos.
— Talvez, mas você já passou por muita coisa e ainda não recuperou toda a sua força ou peso suficiente.
— Eu estou bem. — Ela colocou os dedos suaves em seus lábios. — E não importa o quanto queira, nunca serei tão grande quanto uma fêmea Kaliszian.
— Eu não quero que você seja diferente do que é, minha Jennifer. Apenas a quero saudável e forte e segura.
— Eu sou todas essas coisas, Treyvon, por sua causa. — Seus lábios substituíram os dedos. — Agora vamos ver como o Gairdin se saiu.
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Jen fechou os olhos e enviou uma oração silenciosa para a Deusa quando Treyvon tirou o lacre e abriu a porta para o Gairdin. Ela não tinha certeza do que encontrariam. Na melhor das hipóteses, sabia que teriam que mover um monte de areia... na pior das hipóteses... o som de Treyvon segurando a respiração lhe disse que era o último.
— Jennifer.
Sabendo que enfrentou coisas muito mais difíceis em sua vida e que não estava sozinha, abriu os olhos. Segurando a mão de Treyvon, ela o deixou puxá-la para fora. Ofegante, tropeçou e os braços protetores de Treyvon a seguraram e deixou seu olhar absorver tudo.
Ali diante deles estava um Gairdin sem um grão de areia nele. As esculturas no Kevtoof vistas facilmente como as bordas dos antigos canteiros.
— Treyvon...
— Vamos. — Ele se moveu de modo que ficou seu lado. — Vamos investigar.
E de braços dados, lentamente seguiram o caminho limpo ao virar e Jen soltou a respiração que ela não percebeu que estava segurando. O Crann ainda estava lá. Alto, mas diferente. Onde antes o Crann parecia ser um esqueleto sem brilho, preto, agora brilhava branco no pôr do sol de Pontus. Foi como se esta tempestade explodisse sua casca dura, revelando o seu exterior mais suave, o núcleo interior.
— Treyvon? — Ela perguntou quando eles se aproximaram.
— Eu não sei. — Ele disse a ela. — Nunca vi nada parecido.
Quando se aproximaram, Treyvon percebeu outra coisa. Todos os detritos da explosão que quase tirou a vida de sua Jennifer desapareceram também. Incluindo a mancha escura de seu sangue. Afastando o olhar do local, ele olhou para direita.
— Foi por esse caminho que jogou as alianças? — Ele perguntou.
Jen afastou seu olhar de onde estava olhando para os galhos. Deveria ser um truque da luz, mas por alguma razão os galhos pareciam mais grossos, mesmo sem o preto.
— O que? — Ela perguntou, em seguida, olhou para onde ele apontava. Deveria ter percebido que ainda iria querer investigar o ataque que parecia ser uma vida atrás e insignificante para ela agora. Mas sabia que Treyvon nunca veria dessa forma. Pois não apenas foi um ataque contra ela, mas contra seu Imperador. — Sim. Eu vim aqui atrás, após o ataque. Eu já disse isso?
— Não, não disse.
— Eu vim para verificar o Crann, então pensei em procurar as alianças.
— Você não as encontrou. — Ele sabia que tivesse encontrado, ela teria dito a ele.
— Não, não com toda a areia e detritos. Mas achei que o caminho não foi danificado, quando a parede foi demolida.
— O que significa que não era de Kevtoof ou parte da estrutura original.
— Sim. O caminho também está diferente.
— Como? — Treyvon perguntou quando a guiou em direção a ele.
— Os outros caminhos pareciam ir diretamente para o grifo no final. Mas este parece ser mais longo. — Ela apontou para frente deles. — Está vendo? Ele faz primeiro uma curva, em seguida, depois vai mais à frente.
— Talvez. — Treyvon disse enquanto passavam pela primeira curva. —Será que termina?
— Sim, depois da próxima curva, mas não parece tão grande quanto os outros para mim.
— Havia uma pedra no centro do grifo como nos outros?
— Sim, amarelo. E depois da luz atingi-lo por um tempo, começou a brilhar e expandir, a luz parecia emanar para fora de seu centro. Isso me lembrou do Sol da Terra.
— Será? — Até agora chegaram ao final do caminho e ambos pararam por um momento, deixando seus olhares percorrer algo que tinham certeza de que ninguém mais viu por centenas, se não milhares de anos.
Quando entraram na área, Treyvon percebeu que sua Jennifer estava certa. Esta era a menor das áreas que encontraram e o caminho fazia parecer como se estivesse escondido. Alguém foi um pouco mais longe e construiu um muro ao redor, certificando-se que permanecesse escondido. Por quê?
Caminhando ao redor do grifo no centro da área, a levou para o banco do outro lado. Olhando para baixo, viu que estava escrito na mesma língua que os textos que tentou traduzir. Seus dedos formigaram levemente quando os passou por cima e de repente entendeu o que dizia.
— Dharati. — Ele sussurrou.
— O que? — Jen perguntou.
— Diz Dharati.
— Você pode ler isso? — Ela lhe deu um olhar surpreso.
— Assim parece. — Ele franziu o cenho e se perguntou como isso era possível. Passou incontáveis horas lutando para traduzir o que ele encontrou nos textos antigos. Para apenas ser capaz de agora lê-lo, como se fosse Kaliszian...
— Isso significa alguma coisa para você?
— Não. — Deixando seu olhar ir para as outras inscrições na área, ele descobriu que podia ler todos. — Eu nunca ouvi isso antes.
— Estranho.
Treyvon achava muito estranho até se lembrar as palavras de Raiden. Parece que ele manteve sua palavra à Deusa e tornou possível para que alguém pudesse ler a língua antiga. Ele. Não tinha certeza de como se sentia sobre isso. Mas não era importante agora. O que era importante, era descobrir o que estava tentando matar seu Imperador e por quê.
— Isso parece em algo com seu universo? — Ele perguntou, apontando para o desenho gravado na pedra diante deles.
— Acho que sim. Quer dizer, precisei aprender sobre o nosso sistema solar na escola como qualquer um, mas realmente não prestei muita atenção. Eu sei que há nove planetas do nosso sistema, que a Terra é o terceiro ao redor do sol e que parece azul e branco a partir do espaço.
— Portanto, está poderia ser a sua terra. — Treyvon apontou para a pedra azul brilhante com redemoinhos brancos que era o terceiro ao redor de uma grande pedra amarela brilhante.
— Sim.
— Então acho que encontramos sua Terra, minha Jennifer.
— Mas... — Ela olhou das pedras para ele. — Isso significa que você pode encontrá-la? Será que essas esculturas... — Ela apontou para as que estavam no chão e paredes. — Dá instruções sobre como chegar lá?
— Não. — Treyvon caminhou até a parede atrás do banco. A inscrição não era nova, não em relação ao que estava no banco e pedras que compunham o caminho. Treyvon não sabia como sabia disso, mas sabia. —Isto diz que... o que está escondido deve ser encontrado quando a ascensão acontecer novamente.
— O que? — Jen olhou para a gravura e bem, esperava... mais.
— É o que parece. — Em seguida, notando as sombras, percebeu que o sol rapidamente desceu. Ele também notou a escuridão começando debaixo de seus olhos que apenas aparecia quando ela estava extremamente cansada. Envolvendo seu braço ao redor dela, a puxou para perto, compartilhando seu calor, desde que ela não estava usando sua capa. — Vamos, está ficando tarde. Podemos voltar amanhã.
Jen abriu a boca para protestar quando ele a levou de volta para o caminho, quando percebeu o quanto estava cansada. Foi um dia cheio de surpresas. Mac estava grávida. Raiden e a Deusa apareceram e conversaram, não apenas com ela, mas com Treyvon. A reação de todos aos brownies e agora a condição do Gairdin. Ela precisava de tempo para absorver tudo e braços de Treyvon era o lugar perfeito para fazê-lo.
— Ok. — Ela concordou. — Acho que estou pronta para aconchegar na cama ao seu lado.
Suas palavras fizeram Treyvon parar apenas tempo suficiente para pegá-la em seus braços e acelerar o passo.
— Treyvon! — Ela riu, envolvendo os braços em seu pescoço. — Eu posso andar você sabe.
— Verdade, mas não rápido o suficiente e quero me aconchegar ao seu também.
— Oh bem, então, vamos.
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Maysa estava deitada de lado olhando seu Dasho dormir, uma mão acariciando seu peito. Depois de todos esses anos, ela ainda amava tocar seu corpo. A solidez de seus músculos não diminuiu desde quando ele era um jovem Guerreiro de Elite tentando impressioná-la. Ele era musculoso e o mais magnífico macho que ela já viu. Ainda era.
Ele segurou sua mão e levou aos lábios para beijar a palma. Olhando para cima, ela encontrou seus olhos violeta brilhando suavemente para ela.
— O que a tem acordada, minha Maysa? — Ele perguntou se deslocando para o lado na cama estreita, para que ela tivesse mais espaço. — Eu sei que esta cama não é tão confortável como você está acostumada.
— Shhh. — Seus dedos delicadamente o silenciaram. Ela sabia que realmente o incomodava e não ser capaz de fornecer-lhe o conforto que ela estava acostumada, ali em Pontus. — Eu não me importo com nada disso. Estou com você, em seus braços. Isso é tudo o que importa para mim.
— Ainda...
— E... — Ela continuou. — Agora que a tempestade acabou, não há nada me impedindo de pedir alguns itens para casa se quiser. Como uma cama maior.
— Quer permanecer aqui em Pontus? — Ele não fez nenhuma tentativa de esconder o quanto queria isso.
— Claro. — Ela lhe deu um sorriso amoroso. — Você está aqui.
— Mas nossa prole...
— São adultos e estão vivendo suas vidas.
— E a nossa casa...
— Não é uma casa quando você não está lá. — Disse ele.
— Você tem certeza, Maysa? Estamos longe do Império. Como já viu, nem sempre é o mais seguro dos lugares.
—Sim e não direi que não sinto medo, mas também tenho você ao meu lado.
— Não haverá muito para você fazer aqui. — Avisou, mas não fortemente.
— Eu sei disso também, mas encontrarei uma maneira de preencher o tempo. Jen e eu faremos gravações para que outros possam fazer seus biscoitos. E tenho certeza que existem outras receitas que possamos fazer assim. E também tenho um pouco de conhecimento na área médica. Posso ajudá-lo quando necessário, como costumava fazer antes de nossa prole.
— Você era incrível. — Luol concordou com um leve sorriso ao lembrar-se daqueles tempos.
— Eu particularmente quero estar aqui para Mac. E sei que você a tranquilizou e que ela confia em você, mas ainda assim... é jovem e tão longe de casa. Precisará de alguém para conversar que apresentou prole antes.
— Você, minha Maysa. — Ele se inclinou para beijar suavemente seus lábios. — É verdadeiramente um presente da Deusa. A maioria das fêmeas não seriam tão compreensivas ou se importariam.
— Eu não sei sobre isso, mas também me importo muito com Mac. Jen também, embora ela seja um pouco mais difícil de conhecer.
— Ela é a mais reservada das duas, mas ainda é uma fêmea carinhosa e generosa.
— Ela precisa ser para a Deusa presenteá-la com contas e permitir-lhe transferir uma para seu companheiro verdadeiro.
Maysa tentou manter a inveja longe de suas palavras, mas Luol a conhecia bem.
— Maysa...
— Eu sei e sinto muito. Estou verdadeiramente feliz por eles, Nikhil e Mac, Treyvon e Jen. Realmente. São todos aptos e dignos de honra. Eu apenas queria...
— A mesma coisa?
— Não, que a Deusa me achasse digna o suficiente para ser...
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— Parece que Jennifer e Mackenzie tinham razão. — Raiden disse a sua companheira enquanto olhavam para o casal abaixo. — As contas não confortam ou trazem paz ao nosso povo. Em vez disso, faz com que questionem seu valor.
— Como faço para corrigir isso, Raiden? Porque elas estavam certas ao dizer que a culpa é minha. Quando os amaldiçoei, não apenas tornei impossível nutrirem seus corpos, mas também suas almas.
— Você sabe o que deve fazer, minha deusa.
— Eu não sei se posso. — Tristeza encheu seus olhos enquanto ela olhava para seu companheiro.
— Você pode fazer qualquer coisa que quiser, Deusa. E eu sei que quer fazer isto. Uma vez que perdoar a si mesma por causar a Grande Infecção, seu perdão começará a fluir sobre aqueles que não tiveram nada a ver com isso. Você mesmo disse isso a Kim. Ela é o começo e tem feito a sua parte, assim como Mackenzie, Jennifer e todos os outros o farão. Mas isso é algo que apenas você pode fazer. — As grandes mãos de Raiden delicadamente seguraram seu rosto. Os polegares enxugando as lágrimas que estavam caindo. Sua Deusa nunca deveria derramar lágrimas. — Perdoe-se, Deusa.
A Deusa suspirou estremecendo e fechando os olhos, tentando fazer o que Raiden achava que era ela capaz.
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—Você é! — Luol exclamou furioso, sentado na cama. — Não se atreva a dizer algo assim novamente, Maysa! Você é a mais digna das fêmeas e a única a quem entreguei minha conta de Dasho! E se isso... — Ele balançou a trança segurando sua conta de companheira verdadeira. — Faz você pensar diferente, então a tirarei e não usarei nunca mais.
— Luol! Não!
— Sim! A conta não é importante para mim. Você é!
— Não, Luol. — Ela estendeu a mão trêmula para onde a dele estava. —Veja...
Luol franziu a testa, mas olhou com seus olhos violeta e ofegou com incredulidade. O que ele ameaçou remover não era sua conta de companheira verdadeira.
Era a de Maysa.
Seu olhar foi para a trança e sentiu seus olhos se encherem de lágrimas ao ver sua conta de companheiro verdadeiro ali.
— Maysa... minha companheira verdadeira...
— Sim! — Ela gritou e rindo, lançou-se sobre ele e caíram de volta na cama.
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— Veja minha Deusa, eu disse a você. Poderia fazê-lo. — Disse Raiden, enquanto reverentemente a beijava. — Agora acho que devemos comemorar a ocasião como eles.
E com apenas um pensamento, deixou sua Deusa nua e sob ele em sua cama.
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— Entre. — Treyvon ordenou, sem tirar os olhos do relatório que estava lendo. Quando terminou, olhou para cima para encontrar Nikhil parado ali. — Nikhil? Eu não esperava vê-lo hoje.
— Mackenzie me expulsou. — Nikhil disse a ele com os dentes apertados.
— Ela o quê?
—Parece que acha minha... preocupação por ela, é excessiva.
Treyvon foi salvo de responder, não que saberia o que dizer, por Jennifer que saia de seus aposentos e ouviu o comentário de Nikhil.
— Imagino por quê. — Jen brincou quando se aproximou para dar em Treyvon um beijo.
— Apenas sugeri que ela ficasse em nossos aposentos e descansasse. — Nikhil resmungou.
— Por quanto tempo? — Jen perguntou.
— O que?
— Por quanto tempo sugeriu que ela descansasse?
— Apenas até ela apresentar nossa prole. — Ele admitiu como se fizesse todo o sentido.
— Sério? — Jen jogou a cabeça para trás e riu, em seguida, vendo Nikhil enrijecer, percebeu que o ofendeu. Não foi sua intenção. — Sinto muito, Nikhil. Eu não deveria ter rido. Eu sei que você leva a saúde e proteção de Mac muito a sério.
— Sim.
— Mas há uma diferença em proteger alguém e escravizá-los. — Ela viu Nikhil empalidecer com sua formulação, mas tinha a certeza de que tanto ele como Treyvon entenderiam. — Mac e eu fomos escravizadas pelos Zaludianos, fomos forçadas a permanecer em uma pequena área fechada. Nenhuma de nós permitiremos que alguém faça isso novamente. Especialmente os machos que amamos.
Ela olhou para baixo e viu que Treyvon estava ouvindo tão atentamente como Nikhil. — Entendemos também, a necessidade de nos proteger e gostamos. Precisamos disso depois de tudo o que passamos, mas precisam ser razoáveis e nos permitir sermos... nós. Mac amava ficar ao ar livre em casa. Era a casa dela. Ficar confinada naquela caverna... honestamente acho que a única coisa que a manteve sã foi que descobriu a passagem para o exterior. Ela rastejava até lá e passava horas na borda apenas olhando. Pedir que fique dentro da base agora... ela o fará, Nikhil, por causa do amor que sente por você. Mas eu sei que sofrerá com isso.
— Não quero isso.
— Eu sei. — Jen caminhou ao redor da mesa de Treyvon e colocou uma mão suave no braço dele. — Precisa confiar nela, Nikhil. Ela não fará nada para prejudicar a si mesma ou sua prole. Ela também tem a mim, Maysa e Luol. Cuidaremos dela quando você não estiver lá.
— Ela nunca me contou sobre sua necessidade de estar fora. — Nikhil disse carrancudo.
— Provavelmente porque você realmente não tentou restringi-la. Até agora. Olha, eu ia sair para o Gairdin.
— Sim? — Treyvon interrompeu franzindo a testa para ela. — Você não me disse isso.
— Bem, eu teria, mas quando eu saí dos nossos aposentos, Nikhil estava aqui. Quero andar por lá novamente e ver se posso encontrar as alianças, mas não que eu tenha muita esperança.
Treyvon imediatamente se levantou e passou ao redor da mesa puxando-a em seus braços. — Sinto muito, Jennifer.
— Não sinta. — Apenas havia o menor indício de tristeza no sorriso que ela lhe deu. — A única razão para procurar é por causa do ataque Ganglian. Caso contrário, não teria importância.
— Jennifer...
— Verdade, Treyvon. É meu passado. Algo que sempre será uma parte minha, mas não preciso das alianças para lembrar. — Ela voltou sua atenção para Nikhil. — Passarei em seus aposentos e chamarei Mac para ir comigo. Ela ficará animada.
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— Animada? — Nikhil finalmente perguntou a Treyvon quando a porta se fechou atrás de Jennifer. — Acho que o Gairdin estará irreconhecível depois de uma tempestade como essa.
— E está. — Treyvon confirmou voltando a sentar-se atrás de sua mesa e fez um gesto para Nikhil se sentar também. — Mas não da maneira que você pensa. Eu nunca vi nada parecido. É como se a mão da Deusa descesse para remover cada partícula de areia.
Treyvon franziu a testa quando percebeu que era perfeitamente possível.
— O que? — O choque de Nikhil era evidente.
— Todo o caminho está limpo, os antigos canteiros são claramente visíveis. Mesmo os escombros do ataque se foram e expuseram outro caminho.
— Jennifer está certa. Minha Mackenzie ficará animada sobre isso. Ela sempre quis saber o que estava por baixo de tudo. Eu não tive o tempo para ajudá-la com isso.
— Bem, você não precisará disso agora. Então... — A atenção de Treyvon voltou para o relatório que estava lendo. — Comunicações de Spada.
— Enquanto na superfície não há nada de suspeito, a maioria era de Rachana Klueh.
— O que significa apenas que eles estavam compartilhando a amizade.
— Verdade, mas a comunicação apenas começou pouco tempo antes do primeiro ataque, quando os Ganglians conseguiram os códigos de Fenton. Uma estranha forma de compartilhar a amizade.
— Sim e não houve transmissões feitas para ela enquanto estava no Monarch?
— Não.
— Então eu diria que é hora de descobrir exatamente que tipo de relacionamento Spada e Rachana tem.
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
— Oh. Meu. Deus. Jen.
— Eu sei, incrível, não é? — Jen sorriu quando levou sua amiga para fora no Gairdin.
— Isso é como um eufemismo. — Disse Mac movendo mais para baixo pelo caminho. — Eu não posso acreditar que uma tempestade fez isso.
— Acho que foi mais do que isso.
— O quê? Sobre o que está falando? — Mac exigiu, agarrando o braço de Jen e virando-a.
— Estou falando sobre a Deusa. — Jen disse a ela calmamente e observou os olhos de Mac aumentar.
— A Deusa? — O aperto de Mac ficou mais intenso. —Você falou com ela também?
— Também? — Os olhos de Jen se arregalaram. —Quer dizer que você o fez? Quando? Onde?
— Sim, bem, quer dizer, acho que sim. Foi depois do ataque Zaludian quando estava na unidade de reparação profunda.
— Você conheceu alguém? — Jen perguntou interrogativamente.
— Você quer dizer Raiden?
— Sim, o que você acha dele?
— Você quer dizer além do fato dele ser incrivelmente bonito e que, se não fosse por Nikhil, ele seria meu homem ideal?
— Sim! — A respiração de Jen saiu de uma vez com a compreensão de Mac e as duas riram.
— Então você se encontrou com eles em um sonho também?
— A primeira vez, sim. Mas então...
— Então?
— Raiden e a Deusa apareceram na cozinha, para mim e Treyvon ontem, após Nikhil levá-la para seus aposentos.
— O quê? Você quer dizer que os viu? Na verdade, os viu? Com seus próprios olhos. Ambos, você e Treyvon?
— Sim. — Jen riu. — Eu mesmo os alimentei com seu primeiro chocolate.
— Espere! Você está me dizendo que deixou a Deusa e Raiden comerem o brownie antes de mim? Eu sou sua amiga! Estou grávida! Merecia o primeiro brownie!
— Vamos ver. — Jen estendeu as mãos com as palmas para cima, em seguida, levantou uma e abaixou a outra como uma balança enquanto falava. —Deusa lá. Você não. Deus lá. Você não.
— Isso não importa. — Mac fez beicinho cruzando os braços sobre o peito. — E não foi minha culpa, foi de Nikhil.
— Ei, levei muito para você. Foi difícil. E arrisquei a vida para levá-los.
— Oh, por favor.
— Ei, você não viu como muitos guerreiros me seguiram até seus aposentos, esperando que desistisse dos brownies. E se não tivesse prometido fazer mais em breve, acho que você não teria comido nenhum.
— Sério?
— Sim. Por causa do chocolate. Aparentemente nenhum deles já provou antes. Não têm equivalente aqui.
— O que? Mas... mas...
— Mas o que?
— Estou grávida! Quero chocolate. Vou precisar dele!
— Por favor, não seja uma rainha do drama.
— Rainha do drama!
— Além disso, há uma abundância de chocolate. — Jen continuou ignorando grito indignado de Mac.
— Não diga que sou... espere. O que? Quer dizer que há uma abundância de chocolate. Qual é a sua definição de abundância?
— Quase um recipiente cheio. E de todos os tipos. Isso é o suficiente para você?
— Deus, Jen, não brinque. Não sobre isso.
Jen estava brincando, apenas porque passou tanto tempo desde que brincou com alguém, mas a súplica honesta nos olhos de Mac a parou. Estendendo a mão, ela colocou uma mão reconfortante em seu braço.
— Honestamente Mac, a menos que você decida comer quilos em um dia deve haver mais do que suficiente. — Ao olhar chocado de Mac, ela continuou. — Eu não sei onde os Ganglians foram às compras na Terra, mas onde quer que fosse, limparam a seção de chocolate. Há pedaços de chocolate, barras, chocolate ao leite, chocolate amargo, chocolate escuro, mesmo chocolate branco e cacau em pó. Não ficaremos sem o chocolate tão cedo. Eu prometo.
Jen não sabia se foram suas palavras ou a sinceridade que colocou nelas, mas depois de tomar uma respiração profunda, Mac relaxou e deu-lhe um aceno de cabeça.
— Está bem então.
Elas caminharam sem falar até chegar ao Crann.
— Uau, ele realmente parece diferente e não estou falando apenas sobre a mudança de cor. — Mac estendeu a mão para tocar o Crann agora branco.
— Portanto, parece maior para você também? — Jen perguntou hesitante.
— Oh sim.
— Pensei que fosse apenas uma ilusão da minha parte.
— Não, não é. — Mac inclinou a cabeça para o lado um pouco, olhando fixamente para o Crann. — Ele se sente... saudável... e sei que soa estranho, mas parece para mim.
— Ei, eu sempre confiarei em você, especialmente quando se trata de algo como isto. — As mãos de Jen seguraram a borda do banco em todo o Crann quando se sentou. — Mas pensei que você confiasse em mim também.
— O que? — O olhar de Mac foi do Crann para onde Jen estava olhando para seus pés lentamente balançando frente e para trás. — Claro, eu confio em você.
— Então me diga o que realmente aconteceu lá. — Ela usou a cabeça para apontar para o caminho abaixo. — Você nunca agiu assim antes. Nunca foi a rainha do drama, nem mesmo quando as coisas ficaram muito ruim. Não era apenas sobre o chocolate.
Mac lentamente sentou-se ao lado de Jen, com a mão cobrindo a dela. Elas se viraram e ela finalmente admitiu. — Você está certa. Não se tratava de chocolate. Isso foi apenas uma saída fácil.
— Então, o que era?
— Medo.
— Medo de que?
— O futuro. — Mac estendeu a mão e tocou-lhe a conta de companheiro verdadeiro, mas apenas por um momento. —Você ainda não descobriu que estas contas são uma faca de dois gumes. É ótimo saber que seu companheiro está seguro, saber que ele está sentindo, especialmente durante as uniões.
— Sim, eu descobri isso.
Elas compartilharam um sorriso antes de Mac desaparecer.
— Mas você também sabe quando ele está preocupado... com você.
— Mac, é claro que Nikhil está preocupado. Ele ama você.
— É mais do que isso, mas ele não diz. Apenas continua tentando me ajudar, mas posso sentir. Aqui. — Ela tocou seu coração. — E não há nada que possa fazer para ajudá-lo.
Jen gostaria que houvesse algo que pudesse dizer ou fazer para ajudar a aliviar a preocupação de Nikhil, mas não havia.
— Assim, a rotina de rainha do drama foi apena um desabafo.
— Sim, sinto muito.
— Nada para você se desculpar. — Jen bateu seu ombro contra o de Mac. — Usaremos chocolate como a nossa palavra de código para quando precisarmos ficar longe de nossos companheiros verdadeiros e desabafar. Certo?
— Certo.
— Bom, agora vamos lá. — Jen saiu do banco. — Vamos olhar ao redor e ver se podemos encontrar as alianças.
— Você realmente acha que encontraremos? — Mac perguntou ao se levantar.
— Não, mas quem sabe. Podemos ter sorte. Então Treyvon pode verifica-las.
— Verificar? Por que faria isso?
— Assim, poderá descobrir se há um transmissor nelas. — Jen franziu a testa para Mac. — Nikhil não disse sobre isso?
— Não.
— Oh. — E Jen se perguntou por um momento se deveria dizer a Mac o que Treyvon disse a ela. Mas era Mac e ela sabia que podia confiar nela. —Houve algum tipo de transmissão enviada para fora que guiou os mísseis, Mac. Nikhil foi capaz de rastreá-lo desde o Monarch para a base e finalmente, aqui, onde atingiu. A única coisa que estava em todos os lugares eram as alianças.
— Mas estava com Rachana.
— Sim e antes dela com os Zaludianos. Então, como é que ela conseguiu? Quando as deu? E ela era conscientemente uma parte disso ou não? Não podemos responder a qualquer dessas perguntas até provar que havia um transmissor escondido em minhas alianças.
— Tudo bem, então, vamos começar a procurar. — O olhar de Mac foi para o chão. — Não temos qualquer ideia do que um transmissor parece?
— Nem um indício. — Jen respondeu.
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Foram várias horas mais tarde, depois de terem explorado todos os cinco caminhos e não encontrar nada, que voltaram para o Crann e encontraram Maysa ali parada, olhando para o Crann. Jen chamou seu nome.
— Como vocês duas estão? — Disse Maysa. — Estive procurando por toda parte. Isto. — Ela abriu os braços. — É incrível.
—Verdade. — Mac concordou enquanto caminhavam até ela. — Por estava procurando por nós? Há algo errado?
— Não. Algo está muito, muito bem.
— Mesmo? — O olhar de Jen percorreu Maysa, considerando como ela parecia brilhar e não apenas seus olhos. Algo estava diferente. Alguma coisa aconteceu. Mas o que? Então ela percebeu o que era. — Maysa... sua trança... sua conta.
— Eu sei. Não é maravilhoso? — A felicidade de Maysa irradiava dela.
— Jen, o que você está falando? É a conta de companheiro verdadeiro de Maysa. É lavanda escura com redemoinhos... — Mac parou quando ela percebeu que não era a mesma conta no cabelo da amiga. — Maysa?
— É Luol. — Maysa sussurrou enquanto tocava a conta âmbar com redemoinhos. — Finalmente se transferiu para mim.
— Como sabíamos que aconteceria. — Jen disse com um sorriso antes de murmurar para os céus. — Já era hora, maldição.
— Não pude acreditar. — Maysa continuou sem perceber o que Jen disse. — Luol e eu estávamos na cama e conversando...
— Conversando, certo. — Mac disse revirando os olhos.
— Bem, foi depois disso. — Ela disse ruborizando. — Então sim, nós estávamos conversando e então...
— E então?
— Apenas estava ali. Eu nem sei quando se transferiram.
— Oh, Maysa. Estou tão feliz por você. — Mac colocou os braços ao redor de Maysa e deu-lhe um grande abraço.
— Nem eu. — Disse Jen, abraçando Maysa também. — Agora o povo Kaliszian pode ter esperança real. Uma conta de companheiro verdadeiro Kaliszian foi transferida para outro Kaliszian. Isso se espalhará rapidamente.
— Rapidamente? — Maysa perguntou.
— Super-rápido. — Jen esclareceu. — Treyvon ou Nikhil sabem?
— Eu não sei. Luol tentou entrar em contato com eles, mas também não responderam aos seus comunicadores. Então, um dos guerreiros entrou com um corte, por isso, enquanto Luol o tratava eu vim encontrá-las. O que foi difícil. Pensei que a encontraria na cozinha, mas quando vi a porta exterior aberta, vim aqui.
— Nós estávamos procurando minhas alianças, se sobreviveram ao ataque de mísseis. — Jen disse-lhe, então, rapidamente continuou.
— Rachana Klueh... bem, eu não quero afirmar que ela está envolvida com um Zaludian. Nem que se envolveu em uma tentativa de assassinato contra o Imperador. Quando ela estava com ele?
— Mas mesmo se estivesse lá? — Jen perguntou.
—Certamente. Contanto que pudesse se beneficiar.
— Mas como ela se beneficiaria com a morte de Liron?
— Liron ainda precisa ter uma prole. E se ele morrer sem nenhuma, caberá aos Ministros decidir qual a linhagem seria digna o suficiente para tornar-se Imperador.
— Há mais na linhagem? — Jen perguntou franzindo a testa. — Pensei apenas Liron e Treyvon fossem os únicos.
— Há alguns mais distantes. Embora eu acredite Treyvon seja o último da sua. Desde Aadi, poucas fêmeas se uniram a Rayner e muito menos deu-lhes descendentes, especialmente um macho. — Maysa deu a Jen um olhar arrependido. — A pressão e a humilhação foram demais. A mãe de Treyvon o deixou quando ele ainda era muito jovem, devolvendo a seu manno a conta de Dasho. Até onde eu sei eles não se comunicam.
— Não, de forma alguma?
— Pelo que sei ela rapidamente aceitou outra conta Dasho e lhe deu vários filhos, que Treyvon nunca conheceu. — O silêncio reinou por um momento, em seguida, Maysa continuou. — Mas voltando a Rachana. Seu manno é o Ministro Klueh e ele fracamente descende da linhagem de Liron. Como é um Ministro conhecido, as chances seriam grande dele assumir o trono.
— Mas o que dizer de Treyvon? — Esta questão veio de Mac e Maysa deu-lhe um olhar triste.
— O General descende diretamente da linhagem masculina de Aadi, enquanto Liron descende da linhagem feminina. Nenhum macho da linhagem masculina seria considerado digno pelos Ministros, especialmente Treyvon.
— Mas... isso é simplesmente errado! Ele luta e os defende. — A indignação de Mac foi facilmente ouvida.
— Eu sei Mac, mas infelizmente essa é a maneira que é.
— Nem todos os Ministros se sentem assim, não é? — Jen perguntou em voz baixa.
— Não, mas o suficiente para fazer isso nunca acontecer. Sinto muito, Jen.
— Você não tem nada que se desculpar, Maysa. Treyvon não quer ser Imperador mais do que eu quero ser Imperatriz. O que nós dois queremos é descobrir quem está atacando Liron e por que, mas não sei se poderemos encontrar os transmissores.
— Então vamos encontrá-los.
— Já procuramos em todos os caminhos e não encontramos nada. — Jen disse a ela.
— Mas procuraram nesta área? — Maysa questionou, Jen e Mac perceberam que não. Foram pelas bordas, mas não o centro.
— Não.
— Então vamos procurar e talvez a Deusa nos abençoe.
O comentário de Maysa fez Mac e Jen sorrirem um para a outra, mas não disseram nada e começaram a pesquisar na grande área aberta ao redor do Crann. Quase uma hora depois, as três sentaram-se descontentes e derrotadas.
— Eu realmente pensei que encontraríamos. — Disse Mac. — Deveríamos encontrar.
— Eu não estou surpresa. — Jen tentou dar Mac um sorriso encorajador quando estava tão desapontada. — Não com o quão ruim a explosão foi. Inferno, quase não sobrevivi e estava a uma boa distância.
— Jen... — Mac deu-lhe um olhar preocupado.
— Eu estou bem, Mac. Sei que foi ruim e que, se não tivesse sido por Treyvon e Luol eu teria morrido. Sei também que enquanto coisas terríveis aconteceram comigo, ainda sou abençoada por causa das pessoas na minha vida. Eu tenho vocês, Nikhil e Luol. — O olhar de Jen foi para duas fêmeas. — Mas principalmente tenho Treyvon. Então, eu diria que qualquer coisa que sofri, valeu a pena ter tais pessoas incríveis na minha vida.
Com lágrimas e risos, as três mulheres se abraçaram e um vínculo se formou entre elas, que não esteve lá antes.
— Ok, chega disso. — Jen inclinou a cabeça para trás e enxugou as lágrimas do rosto. — Eu preciso entrar e começar a preparar a última refeição e então poderei fazer cookies de chocolate.
— Sério? — Mac ficou de pé e começou a pular para cima e para baixo. — Sim. Sim. Sim. — Ela começou a cantar.
— Mac. — Maysa advertiu.
— O que? — Mac perguntou olhando para Maysa, mas ainda pulando para cima e para baixo.
— Você está com prole. Talvez seria melhor se fosse um pouco menos... entusiasmada? Pelo menos por um tempo.
— Oh. — Mac imediatamente parou. — Certo. Esqueci por um minuto.
Olhando para Jen ficou surpresa ao descobrir que ainda estava olhando para cima. — Jen? O que há de errado?
— É isso o que eu penso que é? — Jen perguntou.
— O que? — Mac perguntou. — Onde?
— Lá. — Jen apontou para os galhos do Crann.
— Jen, o que você está vendo? — Maysa questionou.
— Eu não tenho certeza, mas acho que...
— É um botão! — Mac exclamou.
— Um o que? — Maysa perguntou.
— Um botão! — Mac começou a saltar novamente, então se forçou a parar. — É o que acontece com uma árvore quando ela sai de dormência. Na Terra é normalmente na primavera.
— Dormência? Eu... eu não estou certa de entender o que essa palavra significa.
— Isso significa que o Crann está voltando à vida. — Disse Jen a Maysa, mas seus olhos não estavam ali, mas sim na corrente quebrada presa nela. Subindo no banco, ela esticou-se nas pontas dos pés tentando agarrá-lo apenas para descobrir que era muito baixa. Movendo-se para o centro V do Crann, ela olhou para Maysa. — Maysa, venha levantar minha perna.
— Levantar sua perna? — Maysa questionou.
— Sim. Segure meu pé e me ajude a levantar até aquele galho.
— Mas porque quer fazer isso?
— Porque ali está a corrente com as minhas alianças. Eu preciso pegá-la.
Levou alguns minutos e algumas tentativas falhas, mas Maysa foi finalmente capaz de impulsionar Jen para o alto o suficiente para ela subir ao V na parte superior do tronco, onde os cinco galhos grossos se desviavam. Deitada de bruços, com as pernas sobre o galho que crescia em direção ao caminho recém-descoberto, ela foi para frente. Quando perto o suficiente, estendeu a mão e cuidadosamente pegou a corrente, tomando cuidado para não prejudicar a pequena raiz. Olhando para ela, franziu a testa.
— Jennifer! Em nome da Deusa você acha que está fazendo?
O rugido de Treyvon a levou a perder o controle sobre o Crann quando se virou com surpresa e com um pequeno grito, começar a cair.
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Treyvon simplesmente olhou por vários minutos. No exterior, era o Comandante Supremo; duro, frio, sem expressão e temido.
No interior, era um macho cuja companheira verdadeira foi atacada e ele era um caldeirão fervendo de raiva, que queria golpear e matar o macho responsável.
— Levante-se Parlan Spada. — Nikhil pediu de onde ele estava, um passo atrás e ao lado do Comandante Supremo.
Spada lentamente levantou do chão, olhando para eles. Seus ferimentos foram deixados sem tratamento, mas estavam se curando e as contusões desaparecendo.
— Guerreiro de elite Parlan Spada. — Spada corrigiu desafiadoramente.
O olhar de Treyvon se fixou em Spada para perceber quão baixo suas contas agora estavam em suas tranças. Parece que Liron estava certo, havia aqueles que manipulavam suas contas através da remoção, limpeza e as substituía diariamente para se manterem no alto das tranças.
E Spada era um deles.
Um Guerreiro de Elite.
Um que recebeu uma honra.
— Não, você não é mais. Falei com o Imperador e ele concorda que você precisa ser despojado de sua classificação.
— Ele não pode fazer isso!
— Ele é o Imperador. Você é um Guerreiro de Elite apenas por sua decisão.
— Ele precisa remover pessoalmente meu posto.
— Sim e ele fará isso em sua chegada.
— Ele está vindo aqui? — Spada empalideceu. Pensou que teria mais tempo. Ainda não foi capaz de entrar em contato com o Ministro Stepney. — Para Pontus?
— Sim. Agora, me fale sobre suas comunicações.
— Minhas comunicações? — Spada perguntou zombando de sua tentativa parecendo confusa. Então ele começou a suar quando o olhar de Treyvon apenas continuou fixo nele. — Eu... eu enviei muitas mensagens.
— Para quem?
— Eu... bem, meu manno e mãe, é claro, meu parente Ministro Stepney Depois, há minha multidão de amigos; alto escalão, amigos poderosos.
— Nikhil? — Treyvon questionou enquanto seu olhar permanecia em Spada.
— Desde a nossa chegada em Pontus, Spada se comunicou com seu manno três vezes, o Ministro Stepney uma vez e Colleen Rachana Klueh mais de cem vezes. Não houve outras comunicações.
— Nem mesmo a sua mãe como ele afirma?
— Não, General. — Nikhil confirmou. — E posso acrescentar que as mensagens de Rachana Klueh começaram pouco antes do primeiro ataque Zaludian sobre esta base e cessaram completamente, uma vez que ela estava no Monarch.
— Entendido. Explique, Spada.
— Explicar o que?
— As comunicações.
— Não é um crime se comunicar com uma fêmea.
— Não, mas o momento é curioso. Especialmente a sua falta de comunicação quando ela estava com o Imperador.
— Ela não respondeu.
— Você não enviou nada para responder. — Nikhil falou. — Sabia que ela estava chegando.
— Claro que eu sabia.
— Ela disse que viria com o Imperador?
— Claro.
— Que eles estavam vindo para Pontus?
— Sim, então veja...
— Eu vejo, que você e Rachana colocaram em perigo a vida do Imperador.
— O que? Não! Eu nunca faria uma coisa dessas! — Mas Treyvon ouviu a mentira em sua voz e em como o olhar de Spada se afastou do seu.
— Eu não acredito em você, Spada. Acredito que conspiraram contra o seu Imperador, que é responsável pelas mortes de inocentes e de seus companheiros guerreiros.
— Eu não fiz nada de errado! — Spada gritou e a cabeça de Treyvon retrucou um pouco como se as palavras o atingissem.
— Exatamente o que o chanceler Aadi Rayner afirmou quando confrontado por seus crimes e nós dois sabemos o que sua inverdade nos custou. — Com isso, Treyvon girou sobre os calcanhares e deixou um Spada pálido e tremendo para trás.
— Quero um relatório sobre todas as comunicações de Rachana do último... — Treyvon parou por um momento imaginando quão longe isso realmente foi. — Ano. Mais se você encontrar algo suspeito.
— Isso pode ser difícil de fazer com o manno dela sendo um Ministro.
Treyvon entendia o que Nikhil estava dizendo. A acessar o log de comunicação de Spada foi fácil, como estava sob o comando de Treyvon, a comunicação da família do Ministro tinha segurança extra. — Liron já me deu sua permissão e transmitiu os códigos de segurança necessários para executar sua demanda para livrar seu Império deste mal, não importa quem seja.
— Sim, General. Começarei imediatamente.
— Vamos encontrar nossas companheiras verdadeiras primeiro e desfrutar da refeição do meio-dia, pois sinto que o que encontraremos será muito desagradável.
— Como nossas últimas refeições eram antes de sua Jennifer nos mostrar que estavam erradas.
— Sim. — Treyvon sorriu, deixando a feiura de Spada escorrer. Pois era verdade, sua Jennifer mostrou como estavam errados da forma mais agradável e não estava pensando das refeições que ela criava.
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— Jennifer! Em nome da Deusa o que acha que está fazendo? — Treyvon rugiu quando ele a viu no alto do Crann. Seu coração quase parou quando ela começou a cair. Usando toda sua potência e velocidade, foi imediatamente até ela e envolveu os braços ao redor de suas pernas balançando enquanto ela tentava ficar no galho. — Vamos, meu amor, eu seguro você.
Jen soltou o galho então torceu para que ela pudesse envolver os braços ao redor de seu pescoço enquanto ele a abaixava lentamente por seu corpo.
— O que você acha que estava fazendo? — Ele repetiu rispidamente, achando que não podia deixá-la ir, não depois de vê-la pendurada ali.
— Acho que encontrei, Treyvon. — Ela disse a ele.
— Encontrou o quê? — Ele perguntou. — O que poderia ser tão importante que se arriscar assim?
— Isto. — Ela segurou a corrente quebrada na frente de seu rosto.
O olhar de Treyvon foi para a corrente. — É...
— Sim, é a corrente com as alianças.
— As alianças? — Ele perguntou.
— Não, duvido que tenham sobrevivido à tempestade, mas tudo bem. — Ela rapidamente disse-lhe ao ver sua preocupação. — Estão no passado e nós somos o futuro.
O olhar de Treyvon procurou o dela e encontrou apenas a verdade e amor ali, acenou com a cabeça, em seguida, a colocou lentamente em seus pés e tirou a corrente para olhar.
— Foi alterada. — Ela disse-lhe em voz baixa.
— Sim? — Ele questionou.
— Sim, aqui no fecho. — Ela apontou para o lugar, um ponto negro que nunca esteve ali antes. — Não havia isso aqui.
— Não?
— Não.
— Nikhil!
— Sim, General. — Nikhil imediatamente soltou Mac, que ele estava verificando.
— Parece que não compartilharemos uma refeição com as nossas companheiras. Precisamos verificar isso.
— Sim, General.
— Eu o vejo na última refeição então. — Disse Jen e depois de lhe dar um beijo rápido, saiu de seus braços. — Vá ver o que é. Não quero que ocorra mais ataques, especialmente quando as coisas estão começando a crescer em Pontus novamente.
Suas palavras pararam tanto Nikhil quanto Treyvon, que se virou para sair e fez ambos virarem para olhar para ela em estado de choque.
— O que você acabou de dizer? — Treyvon perguntou.
— Olhe para cima. — Jen apontou para o galho pendurado e o pequeno broto verde que ainda estava lá.
—É aquilo...
— Sim. — Mac disse a ele. — É um broto. Logo crescerá e se tornará uma folha. O Crann está despertando.
— Há vida em Pontus novamente. — Treyvon não podia acreditar. Era algo que, mesmo com todas as coisas incríveis que estavam acontecendo, ele não acreditou ser possível. Agarrando-se a Jennifer, ele lhe deu um longo e profundo beijo.
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
— Repita isso, General. — Liron ordenou com os dedos cravados nos braços da cadeira dentro do Monarch.
— O Crann está começando a criar raiz. A vida está voltando a Pontus.
A imagem de Treyvon, que enchia a tela de Liron, estava cheia de temor, incredulidade e esperança como Liron sabia que o rosto refletia.
— Verdade? — Liron encontrou-se perguntando novamente.
— Verdade. — Treyvon tranquilizou-o, sabendo o quão incrível era ouvir isso. — A companheira de Nikhil, Mackenzie, inspecionou o Gairdin para ver se ele se espalhou para os canteiros.
— Inspecionou?
—Sim, Mackenzie e Jennifer tomaram para si a tarefa de ir ao Gairdin com a esperança de encontrar as alianças de Jennifer.
— Acho que a procura não foi bem-sucedida.
— Pelas alianças, não, mas Jennifer encontrou isto. — Ele levantou a corrente quebrada para Liron ver.
— A corrente nas quais as alianças estavam?
— Sim e Jennifer diz que foi alterada. — Treyvon ampliou a imagem para Liron ver a pequena joia preta, que foi adicionada.
— É um transmissor?
— Sim e nós analisamos. É Zaludian.
— Zaludian...
— Eu tenho Nikhil compilando todas as comunicações e transmissões de Rachana. — Treyvon informou.
— Você acredita que ela está envolvida nisso.
— Sim. Ela apenas se preocupa com seus próprios desejos e necessidades e fará qualquer coisa para obtê-los.
— É essa a opinião do Comandante Supremo ou o macho com quem ela compartilhou uma vez sua amizade?
— Ambos.
— O que você espera encontrar?
— As comunicações entre ela e o Zaludianos.
— Não entre ela e Spada?
— Nós já as temos, as comunicações de Spada. Mas estas apenas começaram depois que os humanos sobreviventes foram encontrados e trazidos para base. Tudo começou muito antes disso.
— Diga-me por que acreditar nisso.
— Por causa disso. — Treyvon moveu a corrente novamente. — Jennifer foi ferida quando foi tirada de seu primeiro Dasho. Essas lesões foram totalmente curadas quando nós os encontramos. E de acordo com Luol, seria necessário um mínimo de três ciclos de lua, provavelmente quatro.
Liron ficou em silêncio por alguns instantes, refletindo sobre o que seu amigo e conselheiro mais confiável dizia. Havia aqueles dentro de seu império que estavam conspirando contra ele. Talvez ainda tentando assassiná-lo. E para quê? Mais créditos? Mais comida? Isso parecia coisa de Aadi e revirava seu estômago. Ele não permitiria que tal traição, tal mal, apodrecesse e crescesse. Não enquanto ele era Imperador.
— Faça o que for necessário para chegar ao fundo da questão, Treyvon. Quero todos os envolvidos.
— Entendido. Isso significa que eu também investigarei as comunicações do Ministro Klueh.
— Eu esperarei para ouvir sua indignação, então.
— Tenho certeza que ele expressará bem alto.
— Não importa. — Liron acenou com a mão com desdém. — E se estiver envolvido, responderá por isso. Agora, outras coisas. Eu testei as luciferinas que você mandou e não havia nada para indicar que poderiam fazer o que Jennifer sugeriu.
—Talvez tenha sido apenas para eles. Para sua sobrevivência. — Treyvon murmurou.
— O que?
— Nada. Deixarei Jennifer saber os resultados, mas duvido que mude sua crença.
— Isso é verdade. Sua Jennifer é uma fêmea extraordinariamente teimosa.
— Ela precisou ser para sobreviver.
— Isto é verdade também. Por favor, diga a ela que estou ansioso para finalmente provar um pouco de sua comida na última refeição de amanhã.
Os olhos de Treyvon se arregalaram por um momento. Ele esqueceu que Liron ainda não provou nenhuma das refeições de Jennifer. A que ela fez foi arruinada pelo ataque Zaludian e quando se curou o suficiente para voltar para cozinha, Liron já havia saído.
— Certo. Também pedirei que ela faça brownies para você.
— Brownies? — Liron franziu a testa em confusão.
— Algo que você precisa experimentar. Mas esteja preparado, pode ter que lutar para conseguir mais do que um. — Treyvon encontrou-se rindo da incredulidade de Liron. —Acredite em mim Liron, você entenderá quando comer um.
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Jen encontrou-se em uma crise de tempo quando finalmente voltou para a cozinha. Mac quis ficar no Gairdin e fazer uma inspeção mais próxima aos canteiros para ver se havia quaisquer sinais de crescimento ali. Maysa concordou em ficar com ela, afirmando que ainda precisava explorar o Gairdin. Jen sabia que, enquanto isso acontecesse, Maysa realmente ficaria de olho em Mac. Jen ficou feliz por Mac e Maysa se aproximarem. Podia admitir que sentia um pouco de ciúmes, mas estava feliz.
Mas não havia como fazer a quantidade de cookies necessários para satisfazer tantos no tempo que tinha e uma última refeição. Então, ao invés, fez biscoitos normais com chocolate e passou a trabalhar na última refeição. Gulzar não pode ajudar. Ele e todos os outros guerreiros estavam ocupados organizando as coisas na base.
Quando ela estava movendo a primeira panela de guisado, eles começaram a entrar e ficou surpresa com o quão sujos e despenteados estavam.
— Jen! — Gulzar correu para seu lado pegando a panela dela. — O que você está fazendo? Isso é muito pesado para você carregar.
— Bem, não direi que não é pesado, mas, obviamente, posso carregar.
— Bem, não deveria. — Ele disse e ela apenas balançou a cabeça com a forma como as coisas mudaram. Quando ela conheceu Gulzar, ele não se atreveria a falar assim com ela. Gostava da mudança.
— Você sabe onde colocar isso. — Ela disse a ele, em seguida, voltou para cozinha para pegar uma bandeja de biscoitos. Ao sair, viu os olhares dos guerreiros no final da mesa onde colocou os brownies na noite anterior.
— Não teremos nenhum brownies esta noite, pessoal. — Ela sorriu ao ouvir os gemidos de decepção. — Mas tenho outra coisa para experimentar.
— Tem chocolate nele? — Um dos guerreiros perguntou.
— Sim. — Um rugido de aprovação ecoou. — Mas não muito. — E um gemido seguiu. — Ei, sequer comeram ainda. Talvez gostem mais. Agora, aproveitem o ensopado enquanto corto os biscoitos.
Jen voltou para cozinha, deixando alguns para Maysa, Luol, Mac e Nikhil. Nenhum deles estava disposto a fazer a refeição com todos os guerreiros esta noite. Cada um com suas próprias coisas para celebrar em privado. Ela ficava mais do que feliz em fazer as refeições para eles desde que pudesse ficar com Treyvon de qualquer maneira.
Voltando com uma bandeja, ela observou como os guerreiros se aproximavam dos biscoitos mais rápido do que na noite anterior, mas com ceticismo e desconfiança. Isso a fez sorrir.
— Eu não tive tempo para fazer brownies, então fiz com gotas de chocolate. As manchas escuras são pedaços de chocolate. — Ela precisou dar um passo rápido para trás quando sua declaração fez os guerreiros correrem para a mesa.
— O que estão fazendo? — Gulzar perguntou, movendo-se para colocar Jen atrás dele. —Como ousam atacar a companheira verdadeira do Comandante Supremo?
Essa declaração fez cada Guerreiro congelar antes de se afastar.
— Gulzar, você sabe que eles não estavam me atacando. — Ela saiu de trás dele.
— Eles assustaram você. — Gulzar rosnou.
— Talvez, mas são coisas completamente diferentes. — Ela deu aos guerreiros um sorriso encorajador. —Vamos rapazes, eu sei que vocês nunca me machucariam. Apenas estão ansiosos. Agora gostaria que todos experimentassem, então saberei se deve fazê-los novamente.
Muito lentamente, os guerreiros se aproximaram novamente. Nroa e Ora primeiro, o resto formando uma fila atrás deles. Não demorou muito para que ouvisse o zumbido fraco de alegria e sabia que gostaram.
— Obrigado, Ashe Jennifer. — Ora disse quando terminou. Ele então colocou a mão fechada sobre o peito e fez um leve arco antes de se virar e sair. Um por um, todos os guerreiros se aproximaram e repetiram as ações de Ora. Incluindo Gulzar, mas em vez de sair, ele disse para ela não se preocupar com a cozinha, que ficaria para limpar. Agradecendo-lhe, ela saiu rapidamente com o carrinho levando o jantar e sobremesa.
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— Treyvon? — Jen murmurou enquanto beijava o peito sobre o qual estava deitada.
— Sim, minha Jennifer?
— O que significa quando você coloca a mão sobre o peito e faz uma reverência a alguém.
— Isso é chamado de saliwt.
— Saliwt?
— Sim, é o maior sinal de respeito que um guerreiro dá a outro.
— Por isso, apenas é feito entre guerreiros?
— Pode ser feito aos outros, mas é reservado apenas para alguém que o Guerreiro respeita muito.
— Oh.
Treyvon olhou para baixo, onde ela estava deitada sobre ele. — Por que você pergunta?
Saindo de seu peito, Jen cruzou os braços sobre o peito e colocou o queixo sobre as mãos para o olhar. — Porque Ora me fez este saliwt.
— Sim? — Os olhos de Treyvon se arregalaram. — Quando?
— Hoje à noite após a última refeição. Depois, todos os outros Guerreiros seguiram o exemplo.
— Todos os guerreiros fizeram o saliwt? — Ele perguntou em voz baixa.
— Sim.
Treyvon sentiu a garganta apertar com o pensamento de cada um de seus guerreiros dando a sua companheira verdadeira um sinal de respeito. Eles não eram como Spada.
— Treyvon? Está tudo bem? Não poderiam fazer isso?
— Não, quer dizer sim, claro que está tudo bem. É sempre uma escolha do guerreiro quem ele honra com seu saliwt. Eles deram-lhe uma grande honra, Jennifer. Por causa de tudo o que tem feito por eles, pelo que trouxe para suas vidas. E eu deveria ter sido o primeiro a dá-lo; —Levantando, ele inverteu suas posições e de repente ela estava debaixo dele e ele sobre suas coxas. Olhando para ela, ele lentamente e reverentemente cruzou o braço sobre o peito, a mão fechada sobre seu coração quando ele se inclinou pela cintura, fazendo uma reverência, um arco que não terminou até que seus lábios se encontraram.
— Honrarei você para sempre, minha Jennifer, pois você é a minha vida. — Ele murmurou contra seus lábios.
— Treyvon. — Ela sussurrou quando colocou os braços ao redor de seu pescoço. — Não sabe que a honra é toda minha? Você é o Comandante Supremo da Defesa Kaliszian, o mais honrado e digno macho que já conheci. Que descende do mais importante Imperador dos universos já conhecidos. Que seu nome foi esquecido não importa. Vive em seu coração e alma, nas histórias e mitos que ouviu. Mas a verdade é, nada disso importa para mim, porque quando olho para você, tudo o que vejo é você. Treyvon. Meu Treyvon. Meu companheiro verdadeiro.
— Deusa, Jennifer. — Tomando seus lábios, seus quadris escorregaram entre suas pernas, a ponta inchada de seu eixo pressionando contra sua entrada escorregadia. Foi então que se lembrou de que estava se recuperando de uma intensa união, quando ela perguntou sobre o saliwt. E enquanto seu eixo se recuperou, ele não tinha certeza de Jennifer estava bem e nunca faria nada que a prejudicasse.
Jen colocou os braços ao redor de seu pescoço e suas pernas ao redor dos quadris, encorajando-o a entrar.
— Você tem certeza? — Ele perguntou, se afastando apenas o suficiente para a olhar.
— Deusa, sim. Eu preciso de você, Treyvon.
Ouvindo o desejo e a necessidade em sua voz o fez querer mergulhar em seu canal. Amá-la novamente até que gritasse seu nome enquanto explodiram juntos e a enchia com sua semente. Mas não faria isso. Ela era muito preciosa para não cuidar, mesmo agora.
Lentamente, ele começou a pressionar dentro dela, movendo-se para frente e para trás até que estava tão fundo que não sabia onde terminava.
— Deusa, Treyvon, você se sente tão bem. — Jen gemeu, arqueando as costas tentando se aproximar dele. — Você me faz sentir tão bem.
— E sempre o farei, minha Jennifer. Meu voto.
— Então cumpra seu voto e me ame como quer e do jeito que eu preciso. — Ela olhou para seu olhar brilhante. — Preciso sentir seu poder, Treyvon e sua força. Quando estou em seus braços e você está dentro de mim eu me sinto protegida e amada.
As palavras dela o fez mudar seu aperto, passando um braço poderoso sob suas costas segurando um ombro, enquanto o outro deslizava sob seus quadris, ancorando-a contra ele. O movimento separou seus corpos levemente e ficou de joelhos na cama para alavancagem, murmurando palavras doces sob sua respiração.
— Quero que você sinta todo meu amor e proteção.
Com essa promessa, ele tomou seus lábios em um beijo profundo, duro que imitava como seu eixo entrava e saia dela. E da maneira como queriam e precisavam. Ele foi implacável em dar-lhe prazer e tomá-lo de volta.
Esta era sua fêmea.
Seu amor.
Sua companheira verdadeira.
Sua Jennifer.
Ela era a coisa mais importante em todos os universos conhecidos por ele.
Rapidamente, o prazer se tornou demais para o poderoso General do Império e juntos chegaram às estrelas.
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Jen ficou na ponta dos pés, beijando os ombros nus de Treyvon antes de virar e sair da unidade de limpeza. O sol de Pontus subiria muito em breve e precisava trabalhar. Especialmente quando tudo o que ela queria fazer ficar na cama com seu companheiro verdadeiro.
Mas Liron estava chegando.
Ela precisava descobrir o que fazer para última refeição.
Precisava fazer muitos cookies.
Também queria verificar Mac, o Crann e o Gairdin.
E isso era exatamente o que ela precisava fazer. Sabia com certeza que a lista de Treyvon era muito, muito mais longa.
Um grito de surpresa escapou dela quando foi subitamente levantada e suas costas foram pressionadas contra a frente de Treyvon.
—Você acha que pode me provocar assim e simplesmente ir embora? — Treyvon rosnou, sua boca tocando um ponto sensível, onde seu pescoço e ombro encontravam. Seu corpo imediatamente suavizou contra o dele.
— Eu não estava provocando. — Ela suspirou, inclinando a cabeça para lhe dar melhor acesso. — Estava apenas tocando o que é meu.
— Eu sou seu. — Ele concordou, aproveitando o que ela estava oferecendo. — E você é minha.
— Verdade. — Reconheceu, enquanto suas mãos seguravam o tecido ao redor de seus quadris estreitos. Os dedos dela entraram sob o tecido, mas o toque do comunicador de Treyvon os parou.
Respirando fundo, arrependido, ele beijou seu pescoço uma última vez, em seguida, a abaixou e foi buscar seu comunicador sobre a mesa ao lado de sua cama.
— Rayner. — Ele respondeu.
— General. — A voz profunda de Nikhil encheu o quarto. — Eu tenho alguns dados que acho que precisa ver.
— Estarei no Centro de Comando em breve. — Com isso Treyvon desligou o comunicador. Voltando-se para sua Jennifer, encontrou-a colocando os sapatos.
— Sabe que horas Liron chegará? — Ela perguntou, de pé.
— Será após a refeição do meio-dia. Por quê?
— Farei cookies hoje e queria ter pelo menos algo pronto quando ele chegar.
— Hmm, Jennifer...
Jen franziu o cenho como hesitante soava. Seu Treyvon nunca foi hesitante. — Sim?
— Tenho certeza que estes... cookies são tão incríveis como tudo o que faz.
Seus olhos se estreitaram enquanto ele falava. — Pare de tentar me amolecer. Estou ouvindo um: mas.
Deu-lhe um olhar confuso. — Eu não entendo o que você acabou de dizer. O que quer dizer com amolecer e, mas?
— Você está tentando falar doce comigo, me dizendo o quão incrível é minha comida, porque...
— Eu prometi a Liron que ele comeria seus brownies hoje.
— Oh, você fez, não é? Não pensou em me consultar primeiro?
— Sim. — Ele teve a decência de parecer arrependido. — Mas em minha defesa, quando falei com ele, não sabia que você poderia fazer outras coisas com este chocolate.
— Oh há tantas coisas que eu posso fazer. — Ela disse a ele, em seguida, sorrindo. — Está tudo bem. Farei brownies e deixarei os cookies para outro dia. Mas vai custar-lhe.
— Custar-me? — Ele franziu o cenho se perguntando quantos créditos custariam.
— Sim. Custará um beijo.
— Um beijo? Apenas isso?
— Bem. — Ela lhe deu um sorriso malicioso e ficou nas pontas dos pés, depois tocou a pele exposta do colete que ele vestiu. — E se tivéssemos tempo, eu o faria me levar de volta para cama, mas desde que não temos, um beijo servirá até lá.
— Você Jennifer, é verdadeiramente um presente. — Com isso, ele puxou-a em seus braços e lhe deu um longo e profundo beijo. Quando eles finalmente se separaram, ambos estavam respirando com dificuldade.
Juntos, saíram de seus aposentos e entraram no escritório. Quando ela foi para a porta exterior, ele a levou para sua mesa. Alcançando dentro de uma gaveta, tirou algo e colocou em sua mão.
— É uma unidade de comunicação. — Disse ela, dando-lhe um olhar surpreso.
— Sim, quero que você o mantenha em todos os momentos. Se tivesse um quando Spada a atacou...
— Pare! — Ela ordenou, pressionando dedos suaves contra seus lábios. — Não foi culpa sua. Ninguém sabia que Spada era capaz disso e você chegou a tempo. Agora me mostre como usar essa coisa.
Treyvon deu-lhe um aceno de cabeça e mostrou-lhe como usar o comunicador, mas sabia que nunca se perdoaria pelo que aconteceu com ela.
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Uma vez que se separaram, Treyvon foi para o Centro de Comando e Jen saiu. Sua primeira parada foi na área de armazenamento para conseguir o que seria necessário para fazer mais brownies. Muito brownies.
Sua próxima parada foi a cozinha onde deixou os suprimentos e foi verificar o descongelamento da carne. Ela não parou até deixar pronta a última refeição, devido a chegada de Liron, então fez carne assada com uma variedade de vegetais da Terra e cookies. Os Kaliszian teriam uma boa refeição. E depois havia os brownies.
— Jen!
Mac entrou correndo na cozinha, seu rosto corado e agarrando o braço de Jen, ela a puxou da cozinha.
— Você precisa ver isto!
— Ver o que?
— O Crann! — Mac exclamou puxando-a para fora.
— O Crann? Por quê? — Jen sentiu seu coração acelerar. — O que aconteceu?
— Você precisa ver para acreditar. — Contornando o edifício, ela derrapou até parar e acenou com o braço para fora, como se estivesse introduzindo alguma coisa. — Veja!
Os olhos de Jen foram para o Crann e seu coração, que estava batendo rápido, de repente quase parou. Diante dela estava uma Crann maior, mais alto e emitia um brilho branco que, enquanto suave e tranquilo, era inegavelmente poderoso.
E se isso não fosse chocante o suficiente, onde ontem havia apenas um pequeno botão em um único galho, havia vários cobertos por milhares e milhares de pequenos brotos, com alguns, obviamente, maiores do que outros. Estava florescendo.
— Oh meu Deus, Mac! — Ela sussurrou.
— Eu sei, é incrível. Eu nunca vi um broto crescer rápido assim, especialmente durante a noite. É como se algo além do sol desses nutrientes.
— Talvez haja. Quer dizer, olhe para a forma como o Crann brilha. Você pode sentir seu poder.
— Isso é verdade, mas como? — Mac a levou até um dos canteiros. Nele, pequenos brotos saiam do solo. — Eu não tenho ideia do que são, mas mal posso esperar para estudá-los.
— Todos os canteiros estão assim? Cultivados?
— Sim.
Jen olhou para o solo, onde a vida estava voltando, para Mac que levava uma vida nova. Sabia que estavam conectados ou que Mac era a pessoa perfeita para cuidar não apenas do Crann e o novo crescimento ali, mas também de qualquer outra coisa que crescesse em Pontus. Porque Jen tinha certeza que este era apenas o começo do renascimento de Pontus.
— Parece que você não me ajudará na cozinha por mais tempo.
— O que você quer dizer? — Mac perguntou, franzindo a testa para ela.
— Quero dizer, que ficará muito ocupada documentando e ensinando os Kaliszians a cuidarem de tudo corretamente enquanto as coisas crescem. Especialmente se isso se espalhar para além de Pontus.
—Você acha que pode?
— Honestamente espero. A Grande infecção está terminando para os Kaliszians. Suas habilidades serão de grande ajuda aqui. É uma sorte para eles que esteja aqui.
Elas se entreolharam e começaram a perceber que a sorte provavelmente não tinha nada a ver com isso.
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Jen olhou preocupada para as três grandes formas de brownie. Treyvon entrou em contato com ela, dizendo-lhe que Liron desceria em breve e a queria ao seu lado para cumprimentá-lo. Isso não a incomodava. O que a incomodava era deixar as bandejas desprotegidas. Teria algum ali quando voltasse?
O toque de seu comunicador a fez saltar um pouco. Ainda não estava acostumada a isso, o que era engraçado quando pensava em seu celular na Terra e este comunicador era muito semelhante a telefones celulares. Apertando o botão de resposta, ela respondeu.
— Olá?
— Jennifer, você esta vindo?
— Ainda não.
— Por que não?
— Estou tentando decidir o que fazer com os brownies.
— O que quer dizer? O que há de errado com eles?
— Nada, não tenho certeza se deveria deixá-los abandonados. Não com a forma como seus guerreiros gostam deles. — Ela esperava que ele risse, mas em vez disso ficou em silêncio.
— Meus guerreiros são machos dignos, Jennifer.
— Eu sei disso, mas é chocolate e agora sequer confio em Mac para protegê-los, não com a prole. Olha, apenas vou levar as bandejas para a sala de armazenamento e o encontrarei.
Levou alguns minutos para limpar o espaço de prateleira, mas finalmente os colocou ali, dando aos brownies um último olhar preocupado, depois fechou a porta e foi se juntar a Treyvon.
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Jen levantou a mão acima dos olhos como uma viseira para protegê-los do sol, enquanto observava o transporte de Liron pairava acima deles, preparando para pousar. Ela se surpreendeu com a condição da área de desembarque. Parecia recordar muito mais areia e de ficar agitada quando uma nave desembarcava. Mas agora, havia pouca areia, apenas as incitadas pelo poder da nave desembarcando.
Enquanto ela observava, a rampa se abaixou e um grupo de guerreiros desceu. Um ela reconheceu como o Capitão Troy. Quando uma única figura apareceu no topo da rampa, cada guerreiro no chão se virou e o Imperador começou a descer a rampa.
Jen descobriu que se moveu para frente quando Treyvon colocou a mão suavemente no seu cotovelo guiando-a. Ela sabia que ele a queria a seu lado quando Liron chegasse, mas não percebeu que era literalmente. Sua cobertura estava manchada de farinha e sabia que fios de seu cabelo caiam do coque. Bem, outros além da trança com a conta de companheira verdadeira de Treyvon e a conta Ashe. Que ela sempre mantinha solta porque sabia que Treyvon gostava assim e podia admitir que ela também.
— General. — Liron falou primeiro. — Estou extremamente insatisfeito no momento.
Jen poderia dizer que as palavras de Liron surpreenderam Treyvon, por causa da conexão de companheiros, mas nenhum deles mostrou em seu rosto ou em sua voz.
— Farei tudo que puder para dissipar esse desagrado, Imperador. —Treyvon continuou quando Liron abriu a boca, puxando Jen mais para frente. — Eu tenho a honra de apresentá-lo à minha Ashe e companheira verdadeira, Jennifer Rayner.
Os olhos de Liron se arregalaram em choque, seu olhar brilhante imediatamente indo para Jen e a trança com as contas de Treyvon. — Companheira verdadeira... mas... você não me informou sobre isso!
— Não, queria dizer pessoalmente. Tem havido muita curiosidade e especulação em relação a companheira de Nikhil. Não queria que isso fosse algo ainda maior quando se tornasse conhecido que minha conta de companheira verdadeira também foi transferida.
— Não apenas a sua, Treyvon. — Jen disse-lhe em voz baixa.
— Não, não apenas a minha. — Treyvon ergueu a trança para Liron ver que ele usava a conta de companheiro verdadeiro de Jennifer.
— Como foi isso possível? — Liron sentiu seus olhos se arregalaram ainda mais. — Como essas fêmeas humanas são incríveis. Apenas a Deusa...
— Não era sobre isso que estava falando. — Jen disse ele. — Estava falando sobre as contas de Maysa e Luol.
— O que? — Desta vez foi os olhos de Treyvon que se arregalaram e ele virou-se para onde Luol e Maysa estavam de pé. — Luol, isso é verdade?
Lentamente, Luol e Maysa se aproximaram, mas a felicidade radiante de seus olhos brilhantes respondeu à pergunta de Treyvon antes que Luol o fizesse.
— Sim, General, Imperador. — Luol disse e fez a Liron uma leve reverência. — Ontem de manhã, acordamos e descobrimos que foram transferidas. É verdadeiramente um presente surpreendente.
— Sim. A Deusa o abençoou. — Disse Liron e então ele fez a coisa mais extraordinária, se curvou para Luol e Maysa e depois Treyvon e Jennifer. —Parece que há muitas coisas que precisamos discutir pessoalmente, General.
— Sim, Imperador, há. Vamos para o meu escritório e conversamos lá?
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Liron sentou-se atrás da mesa de Treyvon, os cantos de sua boca curvando-se levemente quando soube que ele era o único que Treyvon permitiria ali, enquanto também estava na sala. Ele encontrou-se com inveja, enquanto observava Treyvon e Nikhil dizer adeus a sua companheira verdadeira. Com palavras calmas e toques suaves, de ambos os lados, seguido por um beijo antes de dois de seus guerreiros mais fortes e mais fiéis o seguirem.
Agora Nikhil estava no Centro de Comando compilando algumas informações que Treyvon queria que Liron avaliasse, enquanto se sentava do outro lado da mesa. Havia muitas coisas importantes que precisavam discutir, mas havia algo que ele precisava saber primeiro.
— Uma companheira verdadeira... é tão incrível como as velhas histórias dizem? — Liron perguntou.
— Não. É mais. Muito mais. Não posso explicar o sentimento de paz e alegria que ela me traz, Liron. Não importa o que aconteça, não importa o quão ruim o dia seja, tudo o que ela tem a fazer é dá-me o menor dos sorrisos, o mais gentil dos toques e tudo desaparece.
— Por isso conseguiu chegar a ela quando Spada a atacou? — Ele viu quando a pergunta fez a atitude de Treyvon mudar de macho relaxado para um guerreiro mortal. — Você deveria ter me dito que ela era sua companheira verdadeira.
— Eu não queria que isso influenciasse sua decisão A punição deve ser a mesma para qualquer macho que atacar qualquer Ashe, companheira verdadeira, fêmea Kaliszian ou Tornian Todas as fêmeas merecem tal proteção. Quanto a não o matar... teria feito isso se minha Jennifer não precisasse de mim. Quase a perdi, Liron. — Os olhos de Treyvon ficaram sombrios quanto foram para Liron. — Quando a encontrei, quase a perdi.
— Mas isso não aconteceu. Ela é forte. Uma fêmea digna de ser a verdadeira companheira do Comandante Supremo da Defesa Kaliszian.
— Eu quem preciso ser digno dela, Liron.
Liron ficou em silêncio por um momento, esperando que um dia pudesse ter motivos para se sentir assim também. Mas logo, trouxe sua mente de volta para as tarefas atuais e falou. — Decidi fazer mais que apenas destituir Spada de seu status de Guerreiro de Elite.
— Mais?
— Sim, ele será completamente despojado de todos os seus status e as contas de guerreiro, além de ficar preso por não menos de cinco anos em um de nossos planetas penais.
— Isso é por causa do que ele fez a minha companheira verdadeira?
— Em parte. Pude ver e ouvir o ataque de Spada, mas não porque ela é sua companheira, porque não sabia quando tomei a decisão. Os registros mostrarão isso.
— Tudo bem.
— Agora me diga o que você descobriu das mensagens de Rachana e de seu manno.
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
Horas mais tarde, Treyvon olhou irritado para seu comunicador tocando, até que percebeu que estava ouvindo o tom especial que programou para Jennifer.
Ele, Liron e Nikhil estavam estudando os dados de Rachana e não gostou do encontraram. Não apenas haviam mensagens diretas entre ela e um Capitão Zaludian chamado Sacar, mas puderem verificar que os dois realmente se encontraram várias vezes em Sustus. A última vez bem antes de Rachana viajar para Crurn onde seu manno, o Ministro Klueh, pediu a ela que acompanhasse Liron.
Não havia dúvidas que Rachana estava envolvida, mas se era intencional ou não, eles ainda não sabiam. Mas tudo desapareceu quando respondeu ao seu comunicador.
— Sim, minha Jennifer?
— Virá para a área de alimentação para última refeição ou devo levar?
Treyvon olhou para Liron para ver o que sua preferência era.
— Passou-se anos desde que compartilhei a última refeição com os meus Guerreiros de Elite que não fosse em uma cerimônia. — Disse Liron, o desejo facilmente ouvido em sua voz.
— Nós iremos, minha Jennifer. — Treyvon informou.
— Tudo bem. A Guarda do Imperador comerá conosco ou devo separar suas refeições como faço com os guardas nos muros?
Treyvon viu as sobrancelhas de Liron se levantar com a pergunta e percebeu que ele não sabia que Jennifer fazia isso.
— Jennifer sempre garante que todo macho receba sua parte. — Treyvon informou. — Não há nenhuma razão para sua guarda não para apreciar a refeição enquanto está quente.
Liron assentiu com a cabeça.
— Eu ouvi. — Jen disse. — Vocês têm quinze minutos antes de começar a servir. Não manterei seus guerreiros esperando.
Liron deu a Treyvon um olhar interrogativo quando Jennifer desligou o comunicador, antes que pudesse responder. Treyvon apenas encolheu os ombros. — Minha Jennifer leva a alimentação dos meus guerreiros muito a sério.
— É o que parece.
— Acho melhor irmos agora. — Nikhil disse calmamente: — Jen não contará aos guerreiros você está pensando em compartilhar a última refeição com eles. Ela os incentivará a começar, você estando lá ou não e ela não sabe que isso é um insulto.
— Então acho que devemos ir. — Liron disse movendo ao redor da mesa. Ele se perguntou quando foi a última vez que foi convocado para uma refeição, em vez dele convocando. As coisas certamente estavam mudando.
— Capitão Troy. — Liron falou com o Capitão da sua guarda enquanto saía do escritório de Treyvon. — Vamos prosseguir para a área de alimentação para última refeição. Uma vez lá, você e o resto da minha guarda estarão livres para comer a refeição fornecida.
— Imperador? — Troy questionou.
— Os muros e a base estão seguros. Não há nenhuma razão para você ou o resto da minha guarda não compartilhar a última refeição comigo.
— Eu... sim, Imperador. — Troy obedeceu.
— Bom. Agora fui informado que a companheira verdadeira do General Rayner começará a servir todos os guerreiros se estivermos lá ou não, nos próximos... dez minutos. Assim, devemos prosseguir.
— Eu... sim, Imperador. — Troy repetiu e com uma ordem, a guarda do rei ficou em atenção e rodeou seu Imperador quando ele se moveu pelo corredor.
— Comandante Nikhil, precisamos parar e buscar sua companheira? Eu ainda preciso conversar com ela. A nossa última vez juntos foi abruptamente encerrada.
— Minha Mackenzie já está na cozinha, Imperador. Ela ajuda Jen com a última refeição sempre que pode.
— O que a impede de fazer isso? — Liron perguntou, sem entender por que Nikhil ruborizou.
— Acredito que, Imperador. — Treyvon tossiu em sua mão lutando contra um sorriso. — Que quando o Comandante Nikhil não está de plantão, ele e sua companheira preferem fazer a última refeição em seus aposentos. Sozinhos.
— Ah. — Liron acenou em compreensão e quando passaram pela última curva, viu a fila de guerreiros esperando, assim sentiu o aroma mais surpreendente.
Nroa virou-se e viu o Imperador se aproximando, rapidamente chamou a atenção de todos. — Imperador!
Isso fez os outros guerreiros se virarem e rapidamente olhar.
— À vontade. — Liron disse a eles enquanto passava. — Pensei em acompanhá-los e compartilhar a última refeição que todo o Império comenta.
Treyvon continuou andando junto a Liron, mas franziu a testa com seu comentário. Ele não queria o Império falando de sua companheira verdadeira, mesmo que fosse apenas por causa do que ela preparava. Não importava que não soubessem que ela era sua companheira. Ela era dele e apenas dele.
Entrando na cozinha, ele viu Jennifer colocar uma bandeja de biscoitos sobre a mesa ao lado de uma panela fumegante cheia do que ele sabia que ser um assado e outra de vegetais.
— Deusa. — Liron sussurrou, quando olhou para a refeição colocada diante dele. Nunca, em todos os seus anos viu ou cheirou algo tão bom.
— Imperador, aí está você. — Jen olhou para ele sorrindo. — Estava prestes a começar a servir a última refeição. Gostaria que servisse seu prato?
— Por favor. — Liron disse a ela.
Indo para o final da mesa, ela pegou um prato e começou a enchê-lo. —É carne assada com uma variedade de vegetais da Terra e Kaliszian...
— Não! — Liron disse asperamente e enquanto Jennifer instantaneamente congelava, as mãos de seus guardas foram para suas armas. Treyvon imediatamente se moveu para ficar entre eles e sua companheira verdadeira.
— Está tudo bem. — Disse Liron a sua guarda antes de voltar para ela. — Jennifer, agradeço, mas mesmo que seja o Imperador, não quero receber mais do que minha cota de alimentos.
O olhar de Jen foi para Treyvon por um momento, em seguida, voltou para Liron. — Mas eu não estava fazendo isso. Entendo seu sistema de racionamento e assumi que você comeria o mesmo que Treyvon.
— Correto. — Liron disse a ela.
— Bom, porque eu realmente estou colocando menos, já que existem tantos de vocês e eu não sabia quantos guardas viriam. Mas há cookies suficientes para compensar isso e claro, brownies de sobremesa.
Liron se assustou com o zumbido de excitação que ecoou dos guerreiros com suas palavras. Parece que Treyvon não exagerou com sua predileção por estes brownies.
— Sirva-se de quantos cookies quiser. — Disse a ele, apontando para a bandeja grande. — Como eu disse, há muito e são feitos de suprimentos comuns.
Com isso, ela deu a Treyvon um sorriso, em seguida, virou-se e voltou para cozinha.
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Liron olhou para o prato de comida na frente dele com espanto, sem ter certeza por onde começar. Ele sentou-se à mesa de Luol e Maysa, Nikhil e sua Mackenzie, que saiu anteriormente da cozinha, além de toda a sua guarda, e Treyvon.
— Não devemos esperar por sua companheira verdadeira, Treyvon? — Liron perguntou.
— Jennifer não come até depois de ter certeza que todos o fizeram. — Mac disse a ele e pegou o garfo. — Ela era assim na mina.
— Mas ela é uma fêmea. — Começou Liron.
— Não importa. — Mac interrompeu. — É como ela sente que pode contribuir aqui e você não a fará mudar de ideia. Então, pode comer. Quanto mais cedo fizer isso mais cedo ela o fará.
— Treyvon? — Liron o olhou.
Treyvon suspirou, mas acenou com a cabeça. — Mackenzie está certa. E se for lá buscá-la, ela me fará pagar. Ela leva a última refeição a sério.
— Há também a chance de que se você fizer isso, ela se recusará a servir os brownies. — Mac murmurou e enquanto falou calmamente, Liron reparou como os guerreiros comendo na mesa ao lado levantaram a cabeça. — E eu pelo menos não estou disposta a correr esse risco. Não quando desejo um brownie.
— Deseja? — Liron perguntou.
— Mackenzie, você está bem? — Nikhil deu a sua companheira verdadeira toda sua atenção. — Quer voltar para nossos aposentos e descansar?
— Não, eu estou bem, Nikhil. — Ela estendeu a mão para gentilmente tocar suas bochechas. — Verdade. É uma coisa comum entre as fêmeas humanas, desejar coisas quando estão com prole.
O garfo que Liron estava levantando para seu primeiro gosto do assado de Jennifer caiu, seu olhar indo de Nikhil para Mackenzie.
— Você está com prole? — Liron perguntou cuidadosamente.
— Sim. — Mac disse sorrindo para ele. — Nós descobrimos há alguns dias.
— Luol? — O olhar do Imperador foi para o curandeiro.
— Estou mantendo um olhar atento sobre ela, Imperador. Tudo está progredindo normalmente.
— Desejar alimentos é normal? — Liron nunca ouviu falar disso antes.
— Posso assegurar que é totalmente normal, Imperador. — Maysa entrou na conversa. — É apenas algo que as fêmeas Kaliszian não costumam falar.
— Bem, isso mudará. — Disse Mac e, Nikhil a instigou a comer novamente.
Liron encontrou-se abaixando seu garfo novamente. — O que você quer dizer?
Mac olhou para ele e franziu a testa. — Você não soube do florescimento do Crann?
— Sim, que foi protegido da tempestade de areia, mas mesmo isso não é garantia de que prosperará.
— Sério? — Mac sentou-se ereta, em seguida, começou a rir, o som fez muitas cabeças girar. — Imperador, você terá uma surpresa. Agora é melhor comer, porque vejo Jen trazendo mais cookies. E se perceber que não comeu nada, ficará infeliz.
Olhando por cima do ombro, Liron pode ver que Mac estava certa e rapidamente comeu, em seguida, quase deixou cair o garfo novamente quando o sabor explodiu em sua boca. Louvado seja a Deusa! Era assim que a comida deveria ser? Nem mesmo aqueles na sua cozinha, onde muitas vezes tinha o melhor dos melhores, conseguiram deixar a comida com um gosto como este. Ele rapidamente comeu mais.
— Bem, vejo que você está gostando, Imperador. — Disse Jen caminhando ao redor da mesa e entregando cookies para todos, especialmente aos guardas de Liron cujos pratos já estavam vazios. — Voltarei para a cozinha para buscar os brownies. Sente-se, Mac! — Ela ordenou imediatamente.
— Mas... — Mac reclamou.
— Não, você não ajudará, porque não será de nenhuma ajuda. Apenas quer colocar os dedos no chocolate.
— Ei! Isso é totalmente injusto! Foi um acidente!
— A primeira vez pode ter sido, mas não a segunda ou a terceira.
— Mackenzie... — Nikhil franziu o cenho para ela.
— Foi um acidente, Nikhil, juro! — Em seguida, ela murmurou baixinho. — Na primeira vez.
— É por isso que irei sozinha. Dessa forma, todo mundo terá com certeza um. E sim, Mac. — Jen viu sua amiga fazer beicinho. — Eu lhe trarei dois.
Sorrindo, Jen voltou para cozinha.
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Liron jurava que nada tinha um gosto mais surpreendente do que a última refeição que ele acabou de comer, mas em seguida, Jennifer colocou bandejas cheias de seus brownies e teve certeza que a Deusa o chamou para Terra Prometida. Ele agora compreendia não apenas Mackenzie, mas toda a atitude de seus Guerreiros de Elite.
— Eu nunca provei nada assim. — Liron murmurou, enquanto lambia o chocolate de seus dedos.
— Isso é porque quase todos os ingredientes vêm da Terra. — Mac disse a ele, fechando os olhos enquanto mordia seu segundo brownie. Abrindo os olhos, viu Liron olhando ansiosamente para ele e dividiu pela metade, entregando uma para ele.
— Não. — Liron instantaneamente acenou com as mãos em negação. —Você precisa disso. Está com a prole.
— Eu não preciso disso. — Mac negou. — Eu quero isso e conhecendo Jen ela já guardou alguns para meu lanche da meia-noite. Então aproveite.
Liron não podia acreditar na generosidade destas fêmeas da Terra. Elas ofereciam seus alimentos livremente, mesmo depois de tudo que sofreram em seu Império. Ele observou enquanto Treyvon se levantava e ia em direção a Jennifer, que estava carregando uma terceira bandeja de brownies.
— Você fez o suficiente, Jennifer. — Treyvon disse a ela, pegando a bandeja e colocando na mesa. — É hora de você se sentar e comer.
— Eu comi na cozinha. — Ela disse a ele, chupando o chocolate de seu polegar, olhando para cima quando o ouviu gemer.
— Não faça isso quando não estivermos em nossos aposentos, minha Jennifer. — Ele rosnou para ela, fazendo-a lembrar de como começou sua intensa primeira união na noite anterior.
— Sabe, da próxima vez manterei um pouco de chocolate separado. — Seus olhos brilharam para ele e ela sussurrou: — Então, poderei lamber de você.
O calor que encheu seus olhos brilhantes lhe disse que ele gostaria disso.
— Ashe Jennifer. — Liron caminhou até eles e Jennifer teve certeza que foi a única coisa que impediu Treyvon de carregá-la para seus aposentos. —Eu gostaria de agradecer a você por uma verdadeira e surpreendente última refeição. Agora entendo por que nenhum Guerreiro de Elite quer sair de Pontus.
— Eles normalmente querem? — Ela perguntou, surpresa.
— Nenhum Guerreiro já pediu para permanecer em Pontus e muito menos pediu para vir aqui. — Liron disse a ela.
— Bem, acho que isso mudará.
— Com uma última refeição assim, tenho certeza que sim.
— Eu não estava falando sobre isso. — Ela disse a ele. — Estava falando sobre como tudo está começando a crescer aqui novamente.
— Enquanto aprecio sua fé, Jennifer, quase não acredito que um broto faça tudo isso.
— Um broto? — Jen olhou para ele, incrédula. —Você não foi ao Gairdin ainda?
— Não, havia outras... coisas. — Ele se recusou a mencionar Spada. —Que eram prioridade.
— Bem, então devemos ir. Porque você se surpreenderá.
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Espantado não chegou perto de descrever o que Liron estava sentindo quando saiu para o antigo Gairdin. Pela primeira vez em sua vida, fora dos registros, ele viu o que Pontus era. Havia vida empurrando seu caminho através do solo em cada canteiro e o Crann... estava brilhante e coberto de botões, alguns já se abrindo em uma infinidade de cores.
— Treyvon... você deveria ter relatado isso imediatamente. — Disse com voz rouca Liron
— Eu... eu não sabia, Liron. Não estava assim ontem à noite.
— Não, não estava. — Mac informou. — Eu nunca vi as plantas crescerem tão rapidamente antes, mas talvez estejam tentando recuperar o tempo perdido.
— Você está familiarizada com as plantas? — Liron perguntou.
— Sim, estudei ecologia na Terra. — Mac disse a ele. — Esse é o estudo das relações e interações entre organismos e seu ambiente. Eu me especializei em silvicultura, que é a de cuidar das árvores... Crann.
— Mac é a pessoa perfeita para documentar e ajudar a gerenciar tudo isso. — Jen apontou ao redor do Gairdin. — É melhor dar-lhe um título que reflita o quão importante ela será para você e seu povo.
Liron não foi o único a olhar para Jen em estado de choque. Assim o fez Treyvon, Luol, Maysa e a guarda de Liron, Nikhil e especialmente Mac.
— Jen... — Mac disse.
— O quê? É verdade. — Jen disse a ela. — Não apenas precisará de acesso a todos os textos que eles têm. Precisará para ficar aqui em Pontus para documentar o crescimento não apenas no Gairdin, mas além. Porque nós duas sabemos que não ficará atrás destas paredes. E quando se espalhar para os outros planetas? Hein? E então? Você sabe que precisará ir até lá. E ainda está com prole.
— Eu não preciso de um título para fazer tudo isso. — Mac argumentou. — É o que eu faço, assim como você cozinha e não tem um título.
— Vocês estão corretas. — Liron falou com uma autoridade que cessou o que ele sabia ser uma acalorada discussão entre as duas. — E seria negligência da minha parte não perceber isso. Ashe Jennifer, você tem desempenhado um papel importante na vida de meus guerreiros e sem pedir nada em troca.
— Você não tem nada que eu preciso. — Jen disse-lhe, em seguida, colocou os braços ao redor da cintura de Treyvon, aconchegando debaixo do braço que ele colocou ao seu redor. — E com todo o respeito, eu já tenho a melhor coisa que poderia me oferecer. Tenho Treyvon. — Ela sentiu seu braço ao redor dela apertar.
Treyvon não podia acreditar como as palavras de Jennifer o faziam se sentir. Ela estava declarando a crença em seu valor, não apenas diante de outros guerreiros, mas diante do Imperador. Olhando para Liron, viu o respeito dele aumentar por sua companheira verdadeira.
— Seja como for, você presta um serviço vital e merece ser compensada por isso, juntamente com um título que reflete essa importância.
— Chef está bem. — Jen disse a ele e sentiu o rosto aquecer em constrangimento. Na Terra ela sempre quis ser reconhecida por sua habilidade como uma chef, mas isso era apenas ego. Ali era outra coisa. O que fazia ali era uma necessidade e não precisava ser reconhecida por fazer isso.
— Não, não é. — Liron disse a ela. — Terei que pensar sobre isso, mas terá títulos condizente com a contribuição ao nosso povo e receberá os créditos correspondentes. Agora. — Liron voltou sua atenção para Mac. — Ashe Mackenzie pode me mostrar o que agora é seu domínio?
Jen viu como Mac corava com prazer ao ouvir as palavras de Liron. Ela sabia que incomodava Mac, não que isso fosse verdade, que não tinha nenhuma habilidade para contribuir. Ela se sentia assim também quando Jen fazia as refeições. Mas estava errada. Mac tinha habilidades, competências importantes. Foi ela quem encontrou a pequena caverna para eles para se esconderem. Ela foi quem salvou a vida de Jen com seu conhecimento. Ela quem manteve todos unidos. Apesar de não achar nada disso. Agora que as coisas estavam crescendo em Pontus novamente, suas habilidades poderiam brilhar.
O braço de Treyvon a apertou e a puxou para o lado do caminho, deixando os outros passarem.
— Jennifer... — Ele sussurrou, então tomou seus lábios em um beijo longo e profundo. — Deusa, eu te amo.
— Eu também te amo. Acha que podemos fugir sem ser notados? Eu não lavei a bandeja de chocolate ainda.
A calça de Treyvon ficou desconfortável quando seu eixo endureceu. —Não me tente, minha Jennifer. Não quando ainda há tanto que Liron e eu precisamos discutir.
— Então irá para a cama tarde. — Disse ela mordiscando seu lábio inferior.
— Infelizmente sim.
Com um suspiro, ela parou de provocar ambos. — Então acho que devemos nos juntar aos outros e ver que outras surpresas o Gairdin tem para nós.
Enquanto seguiam os outros, perceberam todas as mudanças que ocorreram em apenas um dia. A este ritmo, o Gairdin floresceria totalmente em pouco tempo. Enquanto desciam pelo caminho, o sol de Pontus começou a se pôr e Jen notou uma diferença que ela não tinha certeza que se todos viram. — Treyvon...
— Sim, minha Jennifer?
— O vento.
— O que tem?
— Não tem vento. — Toda noite quando o sol começou a se pôr, o vento sempre aparecia, com ou sem tempestade. Agora não havia nada, apenas uma noite perfeita e agradável para caminhar no Gairdin com alguém que amava.
Treyvon franziu a testa, em seguida, percebeu que ela estava certa. Não havia o menor indício de uma brisa, algo com o qual lutaram desde sua chegada. Sem ele, a vida em Pontus estava prestes a ficar muito mais fácil.
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Várias noites depois, Jen estava nos braços de Treyvon com um sorriso satisfeito nos lábios. Ela tinha razão. O renascimento da vida em Pontus se espalhou para além das paredes da base e agora cobria quase metade do planeta. Liron ficou vários dias a mais do que planejou, querendo testemunhar em primeira mão as mudanças que ocorriam em Pontus. Ele também queria aproveitar um pouco mais das últimas refeições, incluindo o chocolate.
Ela sentiria falta dele, mas não de Spada, que Liron levou embora. Liron ordenou a cada guerreiro na base que fosse para a área de pouso. Quando toda sua guarda, seus Guerreiros de Elite e todos seus Ministros apareceram nas telas de comunicação, ele relatou os atos indignos de Parlan Spada incluindo o ataque a companheira verdadeira do Comandante Supremo. Ele então tirou de Spada não apenas seu status de Guerreiro de Elite, mas todos. Pessoalmente removeu cada conta de realização do cabelo de Spada, que estavam tão baixas nas tranças, que pareciam implorar para serem removida. Em seguida, ele condenou a cinco anos no planeta penal. Spada tinha sido levado protestando com chutes e gritos.
Liron não disse nada sobre Spada conspirar com os Ganglians e Zaludianos para assassiná-lo. Ainda estavam procurando nas transmissões. Ele queria saber exatamente quem estava envolvido na trama e por quanto tempo esse mal infectava seu Império.
Depois de encerrar a transmissão aos Ministros, Liron concedeu os títulos que pensou ser o melhor para a contribuição de Jennifer e Mackenzie a seu povo.
Mackenzie era agora uma Ministra do Desenvolvimento. Tinha autoridade absoluta sobre cada planeta, e na forma como as plantas eram manipuladas.
Jennifer era agora a Chef Suprema. Seria responsável por ensinar outros Kaliszians como preparar a comida como fazia, fosse pessoalmente ou através de gravações.
Elas também receberiam créditos proporcionais a estes títulos. Ele deixou as fêmeas muito ricas, garantindo que não precisassem confiar em seus companheiros verdadeiros para prever todas suas necessidades.
— O que você está pensando, meu amor? — Treyvon murmurou, passando os dedos suavemente ao longo de suas costas nuas.
— Apenas nos acontecimentos do dia.
— Minha companheira verdadeira agora tem mais poder do que eu.
Jen bufou com isso. — Dificilmente. Você é o Comandante Supremo da Defesa Kaliszian. Lidera guerreiros. Protege suas famílias.
— Você os alimenta. — Treyvon se moveu de modo que ela ficou debaixo dele, seus antebraços tomando seu peso enquanto suas tranças caiam para a frente, para acariciar suas bochechas. — Você faz possível que eles alimentem suas famílias. Isso é mais importante e mais poderoso do que qualquer coisa que possa fazer.
CAPÍTULO TRINTA E SETE
Jen vagou pelo Gairdin que levava ao sistema solar da Terra, percebendo todas as mudanças que ocorreram lá nos últimos ciclos de lua. Ela ainda não podia acreditar quantas havia. Flores, arbustos agora florescendo em cada forma, tamanho e cor imaginável. Ao redor deles, o chão estava coberto de uma planta baixa, bonita que lembrava o musgo, mas era leve como as luciferinas. Havia até mesmo algumas plantas que produziam pequenas frutas escuras. Jen achava ter gosto de cereja e não podia esperar até que houvesse o suficiente para fazer uma torta.
Entrando na área aberta no final do caminho, encontrou Mac sentada ali. O que não era uma surpresa. Ela passava cada momento que podia no Gairdin, estudando e documentando as plantas e seu crescimento.
O que era surpreendente era ver que estava chorando.
Jen foi imediatamente ao lado dela. — Mac, o que está errado. É o bebê?
— Não. — Mac com raiva limpou as lágrimas em seu rosto. — Estou bem.
— Obviamente você não está ou não estaria chorando.
— São os hormônios. — Mac disse a ela.
— Não, não é. Eu a conheço, Mac. Então fale.
Em vez de responder, ela viu o olhar de Mac ir para a pedra azul e branco no grifo. Ainda espantava Jen como parecia girar e mover-se quase como se fosse uma representação viva de sua casa.
Casa.
— Você sente falta de casa. — Jen sussurrou.
— Estúpido, não é? — Mac sussurrou. — Quer dizer, não há ninguém lá para mim agora. Bem, talvez minha mãe, mas a vi desde que me deixou com meu avô e foi embora sem olhar para trás. — As lágrimas começaram a fluir novamente. — E se eu for como ela, Jen.
E ali estava o que realmente incomodava sua amiga. — Oh Mac, não há como.
— Como você pode ter certeza? — Os olhos de Mac pediam que a convencesse. — Quer dizer, eu sou sua filha.
— Eu sei porque você não me deixou. Alguém que mal conhecia. Poderia tê-lo feito e ninguém jamais saberia. Não precisou subir naquele barranco e me levar de volta para a caverna. Poderia ter me deixado lá para morrer. Vocês teriam mais comida se fizesse isso.
— Eu nunca faria isso! Não poderia viver comigo mesma. Você é minha amiga!
— Eu sei. — Jen colocou uma mão reconfortante sobre a dela. — Por isso eu sei que não abandonará seu filho.
— Minha mãe não era assim, sabe. Ela me amava e cuidava de mim, mas quando meu pai morreu... ela simplesmente não pode continuar sem ele. Eu nunca entendi isso... até agora. — Mac estendeu a mão para tocar as contas em seu cabelo. — Não até Nikhil.
— Eu entendo também, Mac, por causa da Treyvon. Mas sua mãe ainda estava errada. Ela deveria ter segurado forte um pedaço de seu marido, pois ainda o tinha. Você. Mas não o fez.
— Como Todd fez com as alianças.
— Sim. Eu estava bem ali na frente dele, Mac, mas ele se preocupava mais com o que se foi.
— Somos um grande par, não somos? — Mac disse rindo.
— Um grande par. Então, me diga antes de Nikhil chegar aqui. Como você está realmente se sentindo?
— Nikhil está no Centro de Comando. O que faz você pensar que ele virá aqui? — Ela franziu a testa.
— Porque você está chorando e tocou suas contas. Ele saberá que você está chateada e virá correndo.
Como se na sugestão, eles ouviram passos pesados movendo-se rapidamente pelo caminho e olhando para a entrada, viram Nikhil.
— Mackenzie, o que está errado? — Ele perguntou.
— Nada. Jen e eu estávamos falando sobre nossa casa.
— Casa? — Ele franziu a testa por um momento, em seguida, olhou para a pedra azul. — Mas você disse que sua casa era comigo agora. Já não é verdade?
— É claro que é verdade! — Mac disse imediatamente. — Como pode pensar que não?
— Porque você está chorando.
— Não, estou chorando porque... bem, porque estou com prole! Sua prole, seu grande idiota! E ninguém aqui sabe realmente o que acontecerá!
— Mackenzie. — A voz de Nikhil estava cheia de preocupação e interesse. — Tudo ficará bem.
— Você não pode saber disso! E se algo acontecer com nosso filho? E se eu fizer algo errado? E se...
O medo crescente nas palavras de Mac foi cortado pelos braços de Nikhil a puxando para seu peito. Ele abaixou a cabeça e murmurou garantias em seu ouvido.
Jen calmamente deixou o casal sozinho, sabendo que isso era algo que precisavam trabalhar sozinhos. Mas em vez de ir para dentro, ela foi para o caminho Kaliszian, desejando ter algo que pudesse fazer para ajudar.
Ela entendia o medo de Mac. Ela teria o primeiro bebê humano-Kaliszian. Quem sabia o que poderia acontecer? Sabia que Luol estava monitorando Mac de perto, mas tão semelhantes quanto as fêmeas humanas e Kaliszians eram, ainda havia diferenças. O tempo de gravidez era um. Poderia o corpo de Mac compensar isso e ter um bebê saudável? Jen não sabia.
O verdadeiro problema era que, mesmo se levassem Mac para Terra um obstetra não saberia o que fazer. Eles precisavam de Luol e uma obstetra da Terra trabalhando juntos para cuidar de Mac. Deusa, queria fazer isso acontecer.
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Treyvon ficou surpreso quando o rosto de Liron apareceu em sua tela. Ele parecia preocupado e tenso. Duas coisas Liron que raramente mostrava.
— O que aconteceu? — Treyvon perguntou imediatamente.
— Outra nave Ganglian foi interceptada... carregando fêmeas humanas.
— O que? Foram...
— Não, nenhuma delas foi abusada. Mas os Ganglians conseguiram apagar todos os seus dados de navegação, mais uma vez.
— Daco!
—Concordo, mas fomos capazes de descobrir algumas coisas e você não gostará.
— O que?
—Primeiro, a fêmea que estava com o Imperador Vasteri quando ele caiu em Pontus é da Terra.
— Mas...
Liron apenas continuou. — Ela estava com prole e por isso, Vasteri foi forçado a enviar o Rei Grim com o Searcher para a Terra. Ele conseguiu e voltou com mais fêmeas.
— Eles as sequestraram? — Desta vez Treyvon não seria interrompido. — Deusa! Eles se tornaram como os Ganglians.
— Não, eles não se tornaram. As fêmeas não foram abusadas e passaram pela Cerimônia de união.
— Isso não é diferente. — Treyvon argumentou. — Ainda as forçaram a se unir a um macho.
— Não, não forçaram, porque cada uma delas pediu a proteção do Rei Grim e ele concedeu.
— Mas... isso não é possível. Apenas um Torniano que já tem uma fêmea pode oferecer sua proteção para outra fêmea. Mesmo assim, sua fêmea atual deve concordar com ele. O Rei Grim foi declarado impróprio para ter uma.
— Sim, mas parece que uma das fêmeas da Terra não pensou assim e permitiu a Grim reclamá-la. Ela concordou em aceitar as outras fêmeas. Há mais.
— Mais?
— Sim, a Imperatriz de Vasteri foi capaz de apresentar uma prole apta e digna... do sexo feminino.
— O que? — A palavra mal passou dos lábios de Treyvon.
— Você ouviu corretamente, a fêmea de Grim também está com prole, é uma fêmea.
— A grande Infecção está terminando para eles também.
— É o que parece. Mas pode ser tarde demais para eles, especialmente porque seus guerreiros estão exigindo fêmeas compatíveis para si.
— É por isso que as encontradas na nave Ganglian não foram abusadas. — Treyvon instantaneamente compreendeu.
— Sim, estavam sendo transportadas para um posto avançado em Vesta para serem vendidas aos guerreiros Tornianos que tivessem créditos suficientes.
— Lorde Reeve. — Treyvon disse.
— Isso terminou. Houve uma revolta na Assembleia dos Lordes, quando as fêmeas pediram proteção. Lorde Reeve e Lorde Bertos foram exterminados, juntamente com toda a sua guarda e a fêmea de Bertos.
— Uma fêmea foi exterminada? — Treyvon achava difícil de acreditar. Fêmeas Tornianas eram sagradas para eles. Nunca eram punidas, não importava o que fizessem. Eram vitais.
— Ela atacou a Imperatriz e sua prole feminina. A fêmea de Grim terminou ela.
— A fêmea... de Wray... saiu ilesa?
Liron entendia a pergunta de Treyvon e sua preocupação. Ele sabia que Treyvon ainda carregava a culpa de ser forçado a escolher entre o bem-estar de seu povo e que de uma única fêmea.
— Sim e pelo que minha fonte me diz, é muito feliz com Vasteri.
Treyvon limpou a garganta com incredulidade.
— Isso me leva ao nosso segundo problema.
— E se os Tornianos descobrirem que temos uma nave cheia de fêmeas compatíveis, irão querê-las. — Disse Treyvon.
— Sim e se o fizerem, também descobrirão sobre a companheira de Nikhil e a sua.
— Jennifer é minha! — Treyvon rugiu. — Mackenzie é Nikhil.
— Sim, mas elas são mais do que isso, Treyvon. São Kaliszians e nós não deixaremos ninguém levar nossas fêmeas. Nem mesmo os Tornianos.
Treyvon precisou se controlar. Apenas o pensamento de alguém tirar sua Jennifer dele era inaceitável.
— O que você quer fazer? — Ele finalmente perguntou.
— Neste momento, nada.
— Nada? Mas e sobre as outras fêmeas?
— Elas estão seguras, protegidas e sendo bem cuidadas.
— Onde?
— Pedi que fossem levadas a Kalbaugh. O Ministro Ruskin foi informado e entende a necessidade de sigilo. Ele tem curandeiros disponíveis para as fêmeas. Também garantirá que os machos humanos estejam lá para tranquilizar as fêmeas.
— E depois?
—E então veremos. Não posso devolver as fêmeas para o seu povo, sem contato com Wray e informando por quê. E se fizer isso...
— Eles saberão que temos fêmeas compatíveis.
— Sim e enquanto Wray foi capaz de subjugar um motim, eu não sei se seria capaz com as fêmeas compatíveis tão perto.
— Isso significaria guerra.
— Sim. Estamos em um momento precário, com as fêmeas compatíveis Treyvon. Os Tornianos as encontraram, mas não o suficiente para satisfazer todos seus guerreiros. Estamos começando a cultivar nossa própria comida novamente, mas não o suficiente para alimentar nosso povo. Há aqueles em ambos os lados que querem tomar o que o outro tem pela força e por causa da Grande Infecção, não há mais os fortes laços familiares que sempre impediram tal guerra.
Treyvon percebeu que o que Liron dizia era verdade. Houve uma época em que não existiu nenhuma possibilidade de guerra entre os dois impérios, entre qualquer dos impérios, por causa desses laços familiares. Mas isso foi antes...
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Mais tarde naquela noite, enquanto compartilhavam a última refeição em seus aposentos, Treyvon disse a Jennifer sobre as outras fêmeas. Ela ouviu atentamente enquanto ele explicava todas as complicações que vieram com isso, sendo no Império Kaliszian e como as coisas estavam mudando no Império Tornian.
— Acho que Liron está cometendo um erro enviando essas mulheres a Kalbaugh. Elas deveriam vir para cá..
— Aqui? — Ele franziu a testa para ela. — Por quê?
— Porque precisarão de outras fêmeas da Terra para conversar. Mac e eu estivemos ali. Sabemos o que se sente ao ficar naquelas gaiolas em uma nave Ganglian. Enquanto os rapazes podem ajudar, ainda são machos e elas ficarão desconfiadas.
— Mas são machos que sabem o que fazer.
—Não, eles não sabem. São apenas do mesmo planeta. Para elas, serão como estranhos.
— Meus guerreiros seriam estranhos para elas também.
— Sim, mas novamente Mac e eu estamos aqui, como Maysa. Podemos lidar com seus medos e mostrar-lhes que não têm nada a temer de seus guerreiros.
— Esta é a única estrutura aqui em Pontus, Jennifer. Não temos aposentos para todas.
— Bem, primeiro, uma outra estrutura pode ser construída e segundo, não acho que devem ser separadas. Precisarão umas das outras. Como Mac e eu. A área originalmente usada para os sobreviventes foi reparada, verdade?
— Sim.
— Podem ficar alojadas lá até que uma nova estrutura seja concluída. Há também alimentos da Terra aqui. Isso lhes dará algo familiar e ajudará a não se sentirem tão perdidas, já que não há como voltar para casa.
— Não sabemos onde a Terra está.
— Mas os Tornianos sabem.
— Sim, mas eu expliquei por que não podemos abordá-los sobre isso. Eles querem reivindicar as fêmeas.
— Porque para eles estão desprotegidas. — Jen acenou em compreensão.
— Sim.
Jen pensou em tudo que seu companheiro verdadeiro disse a ela. Entendia que havia uma ameaça real para essas fêmeas se os Tornianos descobrissem sobre elas. Mas precisavam saber onde a Terra ficava. Não apenas porque ela precisava ir até lá para encontrar Kimmy, mas porque Mac precisava de um médico, um médico da Terra. Para ajudá-la com esta gravidez.
Mas como poderiam fazer isso e não colocar em perigo as fêmeas consideradas desprotegidas?
Desprotegidas....
— Os Tornianos reconhecem as companheiras verdadeiras Kaliszian como protegidas? — Ela perguntou.
— Sim, a Ashe de qualquer macho.
—E a Imperatriz Tornian, foi ela a quem você deu sua lâmina quando não pode dar sua proteção?
— Sim.
— E você tem certeza que ela é da Terra?
— É a razão de Wray enviar Grim para a Terra.
— Então você e eu precisamos conversar com este Imperador e levá-lo a nos dizer como chegar a Terra.
— Não, eu não correrei o risco com você!
— Eu não estarei em risco. — Ela rapidamente o tranquilizou. — Como sua companheira verdadeira, sou uma fêmea protegida.
Treyvon franziu o cenho para isso, porque ela estava certa. — E você acha que ele dirá o que queremos saber? Wray e eu não estamos no melhor de termos agora.
— Bem, eu não acho que ele dirá, mas eu tenho certeza que sua Imperatriz pode convencê-lo.
— E por que ela faria isso? Especialmente para minha verdadeira companheira, quando recusei seu pedido de proteção.
— Mas você não a deixou desprotegida. Deu-lhe uma das suas lâminas. Confie em mim, pelo que me disse, ela entenderá porque o fez. Também entenderá e simpatizará com minha necessidade de retornar à Terra.
— Você acha que ela tem uma irmã também?
— Isso eu não sei, mas o que sei é que ela não vai querer que outra fêmea passe pelo que ela passou.
— Com os Ganglians? — Treyvon questionou sem entender.
— Bem, isso também, mas estava me referindo a ela ter que apresentar sua prole sem a ajuda de um curandeiro da Terra.
— Você quer dizer-lhes sobre Mackenzie? — Ele não conseguia esconder seu choque.
— Claro que não! Então, poderiam saber exatamente quantas fêmeas da Terra existem no Império Kaliszian e não queremos isso.
— Não, não queremos. Então, o que você está planejando? — Ele perguntou, porque ele poderia dizer que ela estava pensando em algo.
— Dizer a ela que estou com prole e preciso de sua ajuda.
— O que? — Treyvon rugiu e Jen se viu nos braços dele, com ele a olhando atentamente. — Você está com prole? — Ele perguntou com a voz rouca.
— Não! — Ela sentiu o tremor que passou por sua grande estrutura e poderia ter se chutado, não pensou em como ele reagiria a suas palavras. —Deusa, Treyvon Sinto muito. Eu nunca quis fazer você pensar...
— Você tem certeza?
— Sim. Quer dizer, ainda não tive meu ciclo e não estou em qualquer tipo de controle de natalidade, então acho que pode acontecer, mas não sinto nada diferente.
— Eu quero que Luol a verifique.
— Tudo bem. — Ela prontamente concordou porque sentia a mesma ansiedade que Mac estava tentando esconder desde que descobriu a gravidez.
— E se estiver, não iremos a Tornian.
— Se eu estiver, então definitivamente precisamos ir. — Disse ela contradizendo-o enquanto segurava seu rosto com as mãos. — Precisarei de um curandeiro também, Treyvon. Quero, não porque não confio em Luol, mas ele não está familiarizado com o que as fêmeas da Terra. Merda, eu também não, desde que nunca concebi antes.
— Luol está confiante de que não será tão diferente das experiências femininas Kaliszian.
— Eu sei, mas há diferenças. Nós já sabemos que o tempo de gravidez é mais curto. Isso terá um efeito sobre nossos corpos.
— Você acha que este período mais curto pode ser prejudicial? — Luol não disse nada sobre isso.
— Pode ser, eu não sei. É por isso que precisamos de um curandeiro especial da Terra.
— Curandeiro especial? O que você quer dizer?
— Temos curandeiros especiais na Terra chamados obstetras. Lidam exclusivamente com fêmeas e as ajudam quando concebem.
— Então precisamos de um.
— Isso é o que estou dizendo. Então, precisamos ir para Tornian.
— Entrarei em contato com Liron e se ele concordar, entrará em contato com Wray e marcará um encontro.
— Ele não pode lhe dizer por quê. — Jen insistiu e viu sua confusão. —Ele precisa ser vago. Talvez algo sobre você querer certificar-se que a Imperatriz está bem. Porque se sabe onde está a Terra, pode não concordar em se encontrar conosco.
— Wray não me verá por está razão, mas tenho certeza de Liron saberá o que falar.
— E as outras fêmeas?
— Eu o informarei de sua preocupação.
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Não demorou para Liron tomar sua decisão. Ele ouviu atentamente a Treyvon, não fazendo qualquer comentário de Jen sentada em seu colo.
— Eu concordo que as fêmeas podem precisar de garantias de outras fêmeas, as de seu próprio planeta. Minha preocupação é que ficariam perto da fronteira.
— Não seria o último lugar para se olhar? — Jen perguntou.
— Isso é verdade. — Liron concordou. — Pedirei que a nave altere imediatamente o seu curso e se abasteça com alimentos extras, incluindo material para construir outra estrutura.
— E isso não levantará suspeitas? — Jen perguntou.
— Não. Todo o Império está ciente da tempestade de areia que passou por Pontus. Pensarão que os materiais de construção são necessários por causa disso.
— E a notícia ainda não se espalhou da vida aqui crescendo em Pontus? — Ela descobriu que era difícil de acreditar nisso depois de tudo o que passou.
— Estamos restringindo todas as transmissões de Pontus, Jennifer. — Treyvon disse a ela.
— Mesmo?
— Sim.
— E nossa ida a Tornian? — Jen voltou sua atenção para Liron.
— É um pedido válido, embora preciso de uma boa razão para Treyvon ir para lá. Há também a questão de ter outra nave saindo da proteção de Pontus.
— Por quê? — Jen perguntou sem entender.
— O Defender é minha nave de guerra pessoal, Jennifer. Para ir a qualquer outro lugar, pode levantar suspeitas. — Treyvon disse a ela.
— Oh.
—Treyvon, você terá que decidir que nave pretende substituir o Defender e levá-la para Pontus enquanto entro em contato com Wray e organizo a reunião. Volto para você assim que concluir. — Com isso, Liron terminou a transmissão.
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O tempo pareceu se arrastar, enquanto esperavam que Liron voltasse a eles. Não que não houvesse muita coisa acontecendo. Ela conseguiu convencer Treyvon que Luol não precisava ir a seus aposentos e verifica-la no minuto que Liron terminou a transmissão. Mas o fez na manhã seguinte. Ambos ficaram decepcionados e um pouco surpresos que ela não estivesse com prole. Afinal, se uniram muitas vezes até agora. Luol não estava preocupado embora. Acreditava que uma vez que seu corpo se recuperasse completamente do que aconteceu, ela conceberia. Isso pareceu satisfazer Treyvon.
A nave que transportava as fêmeas chegou e ficou surpresa ao descobrir que continha cerca de vinte mulheres em todos os tamanhos, formas e origens étnicas diferentes.
E se os Ganglians viajaram por todo o universo para sequestrar mulheres, então passaram despercebido como Treyvon disse que os Tornianos fizeram?
Não.
Pelo menos foi o que descobriu de uma das mulheres chamadas, Aeriela. Parecia que todas elas estavam em um evento de uma empresa de construção. Também havia homens lá, mas quando os Ganglians atacaram, o caos se seguiu e ninguém soube o que aconteceu com eles.
Isso não passaria despercebido, não com tantas sendo levadas e sem sobreviventes.
Treyvon decidiu que haveria duas naves tomando o lugar do Defender. Havia uma grande quantidade de pessoas para proteger em Pontus agora e ele não correia nenhum risco. Chegaram no dia seguinte às fêmeas.
Finalmente, três semanas depois de terem contatado Liron, ele os chamou.
— Wray concordou em se encontrar com você em Tornian, em Turim, cinco dias a partir de agora.
— O que ele acha que queremos? — Treyvon perguntou.
— Discutir com o novo Senhor de Vesta, Lorde Callen Nizer.
— Ele é o substituto de Reeve?
— Sim. Ele é o primeiro de sua linhagem a ser um Lorde. Parece apropriado que esteja preocupado.
— Certo. Farei os preparativos finais aqui, então sairemos imediatamente.
— Que a Deusa esteja com você, Treyvon. — O olhar de Liron na tela foi para Jennifer. — E você, Jennifer.
— Obrigada, Liron. — Ela disse a ele.
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Jen não tinha certeza do que pensava de uma viagem espacial. Viajar no conforto do Defender foi uma experiência totalmente diferente de estar em uma gaiola em uma nave Ganglian. Ainda sentia um leve desconforto olhando fora das portas de visualização e ver os raios de luz passando e sabendo que eram estrelas. Talvez era como as pessoas se sentiam na primeira vez que entravam em um trem e observava a paisagem passar tão rápido.
Ainda assim, precisava admitir que tinha suas vantagens. Sem nada para fazer, como não havia cozinha no Defender para trabalhar, passava todo o seu tempo com Treyvon.
Todos os dias usava belas coberturas. Apenas usava em seus aposentos, enquanto compartilhava a última refeição na base, porque, ela não queria estragá-las na cozinha. Mas ali no Defender, era tudo o que usava e podia ver o quanto ele gostava. Ela teria que ter certeza de usar com mais frequência, uma vez que voltasse a Pontus.
Os últimos quatro dias foram realmente os mais agradáveis de sua vida. Treyvon teve tempo para mostrar-lhe cada centímetro do Defender e encontraram alguns lugares muito interessantes para se unir. Ela sorriu ao se lembrar de um deles. Agora ela via como o planeta que tinha a chave para seu futuro aumentar de tamanho cada vez mais. Assustou um pouco quando braços de repente a rodearam, então relaxou nos braços de Treyvon.
— O que está errado, minha Jennifer? — Ele murmurou no cabelo que ela deixou solto, porque assim era como ele gostava.
— Nada. Estou nervosa, eu acho. Por mais que tenha rezado para ter uma chance de voltar à Terra, ver Kimmy novamente e desfazer tudo o que fiz de errado, nunca realmente acreditei que seria possível. Eu não sei o que farei se Wray não nos disser o que precisamos saber.
— Bem, se Wray se recusar, iremos para Luda e defenderemos nossa causa diretamente para Grim e sua nova rainha. Pelo que ouvi, o rei Grim não nega nada a ela. — Era algo que Treyvon não teria acreditado, não antes de encontrar sua Jennifer. O Rei Grim era o guerreiro mais forte e mais temido do Império Tornian, por boas razões. Não apenas era o irmão de sangue do Imperador Wray, mas nunca foi derrotado na batalha, nem mesmo a que o deixou tão cheio de cicatrizes. E se Grim amava sua rainha a metade que Treyvon amava sua Jennifer, então ele os ajudaria.
— Luda é onde as outras fêmeas da Terra estão? As que os Tornianos sequestraram da Terra? — Jen ainda ficava furiosa com isso. Já era ruim o suficiente que os Ganglians roubassem as mulheres, mas os Tornianos também? Eles deveriam ser uma raça de guerreiros aptos e dignos. Ela sempre acreditou que em como agia nos tempos difíceis, revelara como realmente eram. Ela falhou no teste, assim como os Tornianos.
— Sim, eu sei que perturba você, Jennifer, mas não podemos interferir no que aconteceu aqui. Ainda não, pelo menos.
— Essas mulheres não deveriam ser forçadas a se unir a um Torniano, Treyvon. Não se não quiserem.
— Eu concordo, mas apenas podemos lutar uma batalha de cada vez.
— Tudo bem. Quanto tempo mais?
— Chegaremos em menos de uma hora. Em duas, descobriremos onde a terra está.
CAPÍTULO TRINTA E OITO
Treyvon manteve uma mão forte na pequena de Jen, guiando-a pelos corredores da Casa de Torino, certificando-se de ajustar seu passo para que ela não precisasse correr para manter-se coberta com a capa.
Eles estavam cercados pela Guarda de elite de Wray, com Veron, o Capitão da Guarda, pessoalmente, acompanhando-os. Veron não ficou satisfeito quando Treyvon se recusou a descer o capuz de Jennifer, mas ele não tinha autoridade para forçar Treyvon.
— O Imperador o receberá no Salão. — Disse Veron, parando diante das portas. — Deve deixar todas suas laminas ao entrar.
— Não o farei. — Treyvon rosnou. —Sou o General Treyvon Rayner, Comandante Supremo da Defesa Kaliszian. Estou aqui representando o meu Imperador. Agora abra as portas.
Jen ficou em silêncio ao lado de Treyvon, a tensão entre os guerreiros ao redor dela ficando quase insuportável, quando Treyvon e este Veron continuaram apenas encarar um ao outro, nenhum disposto a recuar.
— E se quisesse seu Imperador morto, teria feito isso em Pontus e não você não teria feito nada para me impedir.
Veron endureceu, porque ele sabia que Treyvon falava a verdade. Virando-se, ele abriu as portas e levou-os ao seu Imperador.
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Wray estava sentado em um grande trono, excessivamente ornamentado, que cada Imperador tinha desde a existência do Império. Ao lado dele estava uma versão menor e vazia, era o trono da Imperatriz. Ele preferia as cadeiras em seus aposentos particulares, onde as coisas não eram tão formais, mas era o General Rayner e não havia nada informal sobre esta reunião.
O General pensava da forma, já que usava seu uniforme formal, que não era diferente de seu cotidiano, exceto que era branco em vez de preto.
— General Rayner. — Wray o reconheceu.
— Imperador Vasteri. — Treyvon respondeu.
— É meu entendimento que você está aqui para discutir o novo Senhor de Vesta.
— É uma posição vital para aqueles em meu Império, Imperador. Assim pode entender a nossa preocupação desde que era inconsciente de sua má gestão anterior até que trouxe a sua atenção.
— O que no universo faz você pensar que tem algo a dizer na forma como gerimos os recursos de nossos planetas, General?
— A mesma coisa que faz você pensar que tem algo a dizer sobre o nosso. Nós temos o que você precisa, Imperador.
— Como temos o que você precisa. — Wray respondeu.
— Verdade, mas...
— Oh parem! — Jen exclamou, empurrando para trás o capuz que cobria seu rosto. — O que há com você machos? Realmente acham que todos os universos conhecidos giram ao redor de vocês?
— Você é uma fêmea da Terra! — Wray exclamou em choque.
— Uau! E você é um Imperador? — Ela zombou dele. — Não parece.
Quando Wray recuou, rosnando para ela pelo insulto, Veron e outro guarda Elite puxaram suas espadas e começaram a se mover para frente. Treyvon imediatamente puxou as lâminas de seus braços e colocou-se entre ela e o resto da sala.
— Abaixem suas espadas! — Wray ordenou, olhando para seus guerreiros. Eles rapidamente fizeram como disse e seu olhar se voltou para Treyvon. — E suas lâminas, General.
Treyvon esperou até que os outros machos se afastassem, em seguida, voltou lentamente as lâminas para os braços e rosnou. —Acabarei com qualquer macho que tente se aproximar da minha companheira verdadeira.
— Companheira verdadeira? — O olhar de Wray passou pelas contas no cabelo de Treyvon e as no de Jennifer.
— Sim. — Jennifer disse a ele. — Eu sou sua companheira verdadeira.
— Saiam todos desta câmara! — Wray ordenou.
— Imperador? — Veron questionou, dando um passo para frente.
— Você me ouviu, Capitão. Deixem-nos, incluindo você.
— Mas Imperador, sua segurança! — Veron protestou.
— O General Rayner e eu temos nossas diferenças, mas ele é um macho honrado. Ele não me atacará. Agora saiam!
— Sim, Imperador. — Veron concordou curvando-se, mas ele obviamente não estava feliz com isso. Em seguida, girou sobre seus calcanhares e seguiu os guardas, fechando a porta atrás dele.
— Agora me diga. — Wray ordenou. — Como é que você veio parar aqui?
—Certamente não em uma nave cheia de mulheres que você roubou da Terra e abusou! — Jen reagiu, irritada com sua brutalidade. Ela não se importava que ele fosse um Imperador, não se importava que ela deveria ser agradável com ele, porque tinha informações que precisava. Foi por causa de homens como ele, como os Ganglians e Zaludianos, que ela foi roubada da Terra, que Todd morreu e que sua irmã estava sozinha e provavelmente com medo. Ela e Mac passaram horas com as mulheres da nave Ganglian. Eram mães, esposas, irmãs, filhas e amigas que tiveram suas vidas tiradas delas. E este Imperador Tornian fez exatamente a mesma coisa.
Treyvon olhou para Jennifer, um pouco surpreso com suas palavras e sua raiva. Mas então percebeu que não deveria estar. E se alguém tinha o direito de estar com raiva era sua Jennifer. Ela sofreu muito, sofreu tanto, mas ainda assim raramente atacava ou dizia uma palavra dura. Agora estava de pé diante de um macho, Imperador ou não, fazendo a mesma coisa por outras fêmeas. Ela não ficaria em silêncio sobre isso.
— Nós não abusamos de nenhuma fêmea! — Wray respondeu.
— O que você chama de roubá-las de sua casa? O que chama de força-las a se unir a machos que não conhecem ou querem?
— Isso não foi feito. — Wray negou.
— Não por falta de tentativa. — Ela continuou.
Wray não podia discutir com isso, pois se não fosse por Lisa, a Rainha de Grim, então o que essa fêmea estava acusando-o seria verdade.
— Quem é você? — Wray exigiu.
— Jennifer Rayner, Companheira verdadeira e Ashe do General Treyvon Rayner. — O orgulho em sua voz era inconfundível. — E sou da Terra.
— Você sabe a localização da Terra? — O olhar de Wray foi para Treyvon.
— Por que pediu a sua guarda para sair? — Treyvon rebateu.
— Porque ninguém, além de mim e o Rei Grim, sabe a localização da Terra e deve ficar assim!
— Por quê? — Jen exigiu.
— Porque eu não quero guerreiros indo para a Terra para roubar fêmeas! Prometi à minha Imperatriz que isso não aconteceria!
— Mas aconteceu. — Jen argumentou.
Wray passou a mão frustrada pelo cabelo. — Foi a única maneira de impedir uma rebelião, uma vez que se soube que minha Imperatriz concebeu. E se a Assembleia dos Lordes não passasse pela Cerimonia de União, iriam para a Terra em busca de fêmeas.
— Isso ainda não lhe dá o direito. — Disse Jen, mas grande parte do calor deixou sua voz.
— Isso é verdade. — Wray concordou. — Agora entende por que precisei fazer isso. Se eles souberem que os Kaliszians sabem localização da Terra... — Ele olhou para Jen. —Reivindicarão as fêmeas lá como suas companheiras, vocês têm fêmeas compatíveis... isso poderia significar guerra.
— Nós não sabemos. — Treyvon disse-lhe em voz baixa.
— O quê? Mas como ela está aqui, então? — Wray gesticulou para Jen.
— Meu nome é Jennifer e estou aqui por que fui sequestrada pelos Ganglians.
— Os Ganglians? — Wray murmurou empalidecendo. —Você foi...
— Não, ela não foi abusada como sua Imperatriz. — Treyvon tranquilizou-o.
— Graças a Deusa. — O alívio de Wray era óbvio. — Mas porque não? — Ele perguntou, seu olhar passando por Jennifer. Suas feições eram agradáveis ao olhar, muito. Mas sua Kim ainda era a mais bela mulher que ele já viu.
— Você preferiria que fosse? — Jen desafiou.
— Claro que não! Mas os Ganglians não são conhecidos por misericórdia especialmente com uma fêmea.
— Eles acreditavam minha Jennifer era um macho.
— Como isso é possível? — Wray perguntou, porque não havia nenhuma maneira de confundi-la como algo além de uma fêmea.
— Ela foi roubada com um grupo de machos e por isso, assumiram que ela também era do sexo masculino.
— Sorte.
— Apenas até um ponto. — Jen começou, então parou quando ouviu o som de passos rápidos vindo de trás de Wray. Treyvon imediatamente a puxou para trás dele, não tendo certeza de quem se aproximava.
— Sinto muito por não estar aqui para cumprimentá-lo quando chegou, General. — Kim saiu de uma passagem invisível por trás dos tronos que ligavam seus aposentos privados para esta sala. — Estava fazendo Destiny dormir.
Treyvon relaxou vendo que era apenas a Imperatriz de Wray, mas por trás dele, sua Jennifer endureceu e ele não entendeu por quê.
— Imperatriz. — Disse ele, curvando-se um pouco e sentindo Jennifer sair de trás dele. — Posso apresentar...
— Kimmy? — Jennifer sussurrou, seu olhar indo para a bela mulher vestida magnificamente, que segurava a mão de Wray quando ela começou a sentar-se e tentou conciliar isso com a jovem irmã da qual se lembrava.
Kim congelou, seu olhar indo para a figura encapuzada que saiu de trás do General Rayner. Ela não percebeu que havia alguém ali. Mas aquela voz... ela reconheceria em qualquer lugar. Era uma que ela nunca pensou ouvir novamente. — Jennifer? Oh meu Deus! É você!
Treyvon e Wray não puderam fazer nada além de ficarem ali em choque quando as duas fêmeas foram de repente uma para os braços da outra, rindo, chorando e falando tão rápido ninguém podia compreendê-las.
Wray se moveu lentamente em direção a Treyvon, seus olhos nunca deixando as fêmeas. — Acho que temos muito mais para discutir aqui do que pensávamos.
— Concordo. — Disse Treyvon, seu olhar também em Jen e Kim.
— Podemos levar nossas fêmeas para uma área mais confortável? Eu acredito que isso demorará um pouco.
— Sim.
Lentamente, os dois homens se aproximaram de suas mulheres como se fossem um animal desconhecido e perigoso, colocando cuidadosamente uma mão sobre cada uma e tentou separá-las.
— Não! — As irmãs exclamaram como uma, seus braços apertando uma a outra enquanto olhavam para seus homens. — Ela não será tirada de mim novamente!
— Ela não será, minha Jennifer, meu voto. — Treyvon disse calmamente.
— Nem ela, minha Kim. — Wray também prometeu, passando uma mão suave ao longo de sua bochecha. — Mas vamos para os nossos aposentos, onde é mais confortável e poderemos conseguir respostas às nossas perguntas.
— Eu... — Kim olhou de Wray para sua irmã e se acalmou sob seu toque. — Você está certa. Há muita coisa que precisamos saber, mas primeiro. — Kim virou um pouco para que ela e Jen ficassem de frente para ele, sua voz tremendo levemente quando disse. — Wray, eu quero que você conheça minha irmã mais velha, Jennifer. Jen, eu quero que você conheça o meu marido, Wray Vasteri.
— É uma grande honra conhecê-la finalmente, Jennifer. — Wray disse fazendo uma reverência. — Por favor, por aqui. — Ele apontou o braço em direção ao corredor pelo qual Kim entrou. Quando as irmãs começaram a andar, seus braços ainda ao redor uma da outra, Wray e Treyvon seguiram.
Jen tirou sua capa, ignorando o quarto luxuoso quando se sentou no sofá ao lado de sua irmã mais nova e segurou suas mãos. — Oh, Kimmy, diga-me o que aconteceu. Como você chegou aqui?
— Eu fui à sua procura. — Kim sussurrou. —Você é minha irmã. Era tudo que tinha, você e Todd... — Os olhos de Kim se arregalaram quando foram para Treyvon. — Onde está Todd?
— Ele está morto, Kimmy. — Jen sussurrou, seu olhar ficando infeliz. — Os Zaludianos o mataram.
— Os Zaludianos?
— Sim, em Pontus.
— Pontus? Você esteve em Pontus todo esse tempo? — Kim não podia acreditar.
— Sim.
— Eu estava em Pontus! — Kim exclamou. — Oh, meu Deus! Estávamos tão perto de encontrar uma a outra.
— Apenas por sua causa que a encontramos, Imperatriz. — Treyvon disse-lhe em voz baixa e viu Kim olhá-lo.
— Por minha causa? O que você está falando?
— Bem, se não tivesse caído em Pontus, nunca teria descoberto que os Zaludianos estavam ilegalmente na mineração e usando trabalho escravo.
— Trabalho escravo? — Os olhos de Kim se arregalaram e foram para Jen. — Você era uma escrava?
— Depois que os Ganglians nos venderam a eles, sim. — Jen disse a ela,
— Os Ganglians! Oh, Deus! Oh, Jen! — Kim começou a tremer e seus olhos começaram a se encher de lágrimas. Wray foi imediatamente ao lado dela puxando-a em seus braços.
— Está tudo bem, minha Kim. Você está bem. Eles nunca a prejudicarão novamente. Meu voto!
— Prejudicá-la? O que você está falando? — Jen exigiu, então empalideceu, a cabeça se virando para Treyvon ao se lembrar de tudo o que ele contou sobre o que aconteceu com a fêmea que Wray fez sua Imperatriz.
A Imperatriz era sua irmã mais nova.
— Oh, meu Deus, Kimmy. — Jen cobriu a boca com horror. — Os Ganglians a estupraram...
— Repetidamente. — Kim sussurrou da segurança dos braços de Wray. — Assim como fizeram você.
— Não. — Jen negou. — Eles não me estupraram.
— O que? O que quer dizer? É a única maneira que um Ganglian pode...
— Eu sei. — Jen a interrompeu, não querendo que dissesse nada. — Mas eles não sabiam que eu era do sexo feminino. Estávamos naquele aquele jogo de Guerreiro estúpido e Todd queria ganhar, então colocou aquela lama preta no meu cabelo e no meu rosto.
— Foi o que a protegeu, minha Jennifer. — Treyvon disse baixinho e se moveu para sentar-se no sofá, ele a puxou para seus braços.
— Eu sei. — Ela sussurrou a olhando. — Mas não protegeu aquelas fêmeas Jerboaianas. Ainda posso ouvir seus gritos.
— Os Ganglians gostam quando você grita. — Kim sussurrou e ninguém pode dizer nada por um momento, porque não havia nada que pudesse dizer. Era verdade. — Por que você está chamando a minha irmã de minha Jennifer, General?
— Porque é isso que ela é. Ela é a minha companheira verdadeira e Ashe. — Treyvon disse a ela.
— Mas... — O olhar confuso de Kim foi para Jen. — Todd...
— Eu amei Todd, Kimmy. Eu sei que vocês dois nunca realmente gostaram um do outro...
— Ele não era bom o suficiente para você. — Kim disse a ela, em seguida, se arrependeu. — Sinto muito, Jen. Eu não deveria ter dito isso.
— Está tudo bem. Todd era... bem Todd. E eu o amava. E se tivesse sobrevivido, eu não estaria com Treyvon. — Jen olhou para Treyvon e seu coração ficou ferido com este pensamento. — Treyvon me salvou de muitas maneiras. Ele é um macho bom, honrado e digno que eu amo com todo meu coração.
— Como eu a amo, minha Jennifer. — Inclinado para frente, Treyvon lhe deu um beijo suave.
— Oh bem, eu acho que quando você coloca assim. — O olhar de Kim foi para Treyvon. — Bem-vindo à família, General.
— Eu ficaria honrado se você me chamasse de Treyvon, Imperatriz.
— Apenas se me chamar de Kim.
Treyvon olhou para Wray e pediu permissão, com o seu aceno disse: —Será uma honra, Kim.
— Eu preciso lhe agradecer, Treyvon, pela lâmina que você me deu. Salvou minha vida.
— Você precisou dela? — O olhar brilhante de Treyvon endureceu enquanto olhava para Wray.
— Sim, em Vesta. — Ela olhou para Wray. — Não foi culpa dele.
— Lorde Reeve atacou você? — Treyvon questionou.
— Não, Fala e Gula. — Kim disse a ele.
— Você terminou com as vidas deles? — Treyvon exigiu de Wray, seu olhar duro. Kim era agora um membro de sua família e enquanto Wray poderia não acabar com suas vidas, ele podia.
— Sim. — Wray confirmou e Treyvon acenou com aprovação.
— Kimmy?
— O que, Jen?
— Quanto tempo passou?
— Quanto tempo?
— Que estou fora.
— Perto de um ano e meio. — Kim disse-lhe em voz baixa.
— Um ano e meio... e você?
— Fui levada seis meses mais tarde.
— Seis meses? Demorou seis meses antes que você se preocupasse em me procurar? — Jen exigiu.
— Jennifer... — Treyvon murmurou em advertência.
— O quê? Ela é minha irmã. Estou preocupada com ela desde que fui levada, preocupada com ela sozinha na Terra e ela sequer se preocupou em procurar por mim por seis meses?
— Eu procurei por você! — Kim gritou ficando de pé e Wray não tinha certeza se já viu sua Kim tão irritada. — Eu os relatei como desaparecidos quando não retornou minhas ligações. Mas ninguém me ouviu, especialmente depois que lhes disse que não falava com você por seis meses. Nós brigamos! Fui procurar em seu trabalho e ninguém estava preocupado. Eles enviaram enormes grupos de busca e somente encontraram seu telefone celular com a minha mensagem de voz. Você sabe como isso me fez sentir, sabendo que sequer ser incomodou em ouvir a minha mensagem?
— Kimmy. — Jen não sabia o que dizer, a raiva deixando-a tão repentinamente quanto apareceu. Lembrou-se do telefone tocando, mas antes que pudesse ver quem era, Todd pegou e desligou.
— Eles pararam de procurar. — Kim continuou. — Todos disseram que, eventualmente, alguma coisa seria encontrada para explicar o que aconteceu, mas não queria esperar! Voltei para lá sozinha, porque eu sabia que você não me deixaria!
— Eu não faria isso, Kimmy. — Jen se levantou lentamente. — Você sabe que eu não faria isso.
— Foi ali que aqueles bastardos me encontraram. — Disse Kim. —Procurando por você! Foi por sua causa que...
— Oh Deus, Kimmy! — Jen imediatamente abraçou sua irmã, puxando-a para perto. — Sinto muito, Kimmy. Sinto muito. Eu não deveria ter dito isso. Nada disso. Não foi sua culpa. Foi minha. E se tivesse ido para cidade como eu queria, em vez de ficar, nada teria acontecido com você.
— Foi terrível, Jen... — Ela admitiu, lágrimas enchendo seus olhos novamente. — Apenas queria morrer!
— Eu sei. Mas você não morreu. É muito forte para deixar um bastardo peludo e fedido vencê-la.
— Ninguém tira o melhor de uma mulher Teel. — Kim deu um sorriso aguado repetindo a frase que sua mãe costumava dizer.
— Isso! Somos mulheres Teel. Nós somos fortes.
— Somos, mas se não fosse por Wray. — Ela deu a Wray um olhar amoroso. — Eu não teria conseguido, Jen. Ele não apenas salvou a minha vida, mas me deu uma razão para continuar vivendo. E se não fosse por ele, eu não estaria sentada aqui agora. Eu não seria capaz de dizer-lhe como estou arrependida de como agi depois que mamãe e papai morreram.
— Kimmy...
— Não me deixe dizer isso. Era a criança mimada que Todd sempre me acusou de ser. Você colocou toda sua vida em espera para cuidar de mim. Em vez de apreciar tornei tudo mais difícil.
— O mundo inteiro mudou em um instante, Kimmy. Você perdeu muito. Mamãe, papai, sua casa...
— Você fez muito, Jen. Precisou dos Ganglians e realmente perder tudo para perceber isso.
— Eu teria feito qualquer coisa para poupá-la, Kim.
— Eu sei, mas algo de bom saiu disso. Eu a tenho de volta. Tenho Wray. — Seu olhar voltou para ele. — E tenho Destiny. Oh Deus, Destiny! — Kim saiu dos braços de Jen e começou a puxá-la por outro corredor. — Você precisa conhecer sua sobrinha, Jennifer. Ela é o bebê mais lindo que você já viu!
Jen riu e deixou Kimmy puxá-la. Kimmy sempre foi feliz e cheia de vida. Apenas depois que seus pais morreram que isso mudou. Ela devia muito a Wray por isso. — Então ela deve parecer com você, porque era um bebê bonito.
Kim parou. — O que?
— Você era um bebê lindo. — Repetiu Jen. — Papai estava sempre mostrando sua foto para seus amigos. Ele achava que você era a combinação perfeita dele e da mamãe.
— Mas você era a bonita da família.
— Kimmy...
— Mamãe sempre disse isso.
— Kim, amava a mamãe, mas ela não estava sempre certa.
— Mas...
— Ela era insegura, Kimmy.
— Sobre o que?
— O quanto papai a adorava.
— Mas isso não faz sentido. Você era sua favorita. Eu fui um acidente.
— Você foi planejada, Kimmy, há uma diferença. Eu era jovem, mas ainda me lembro como animado papai ficou, como ele atendia todas as necessidades da mamãe. Quando você nasceu, tão bonita... se tornou uma competição. Eu podia ter seus cabelos e seus olhos, mas você tinha sua forma e rosto.
— Eu nunca percebi...
— Claro que não. Você era tão jovem. Apenas os via como nossos pais, não as pessoas com suas próprias vidas e inseguranças.
Começaram a se mover para o corredor novamente enquanto conversavam, com Wray e Treyvon logo atrás, até que Kim parou diante de uma porta fechada.
— Ela está aqui. — Disse Kim e empurrou a porta aberta, levando Jen para o outro lado da sala mal iluminada havia um berço ornamentado. Abaixando, Kim levantou o pacote dormindo em seus braços e virou-se para Jen. —Esta é a sua sobrinha, Jen. Nossa filha, Destiny.
Jen ofegou quando ela olhou para a linda menina sonolenta nos braços de sua irmã. Ela tinha a pele bronze de seu pai e seu cabelo preto grosso, que já estava atingindo seus pequenos ombros, mas quando ela bocejou e abriu os olhos foi o verde esmeralda de sua mãe de que olhou de volta para Jen.
— Deusa, Kimmy, ela é linda. — Jen sussurrou.
— Ela é, não é? — Kim disse com orgulho.
— Ela é o bebê mais lindo que eu já vi.
— Bem, é claro que ela é. — Wray disse, se aproximando para pegar sua filha. — Ela é uma Vasteri afinal. — Inclinando-se, beijou o pequeno nariz de sua filha.
— Muito arrogante? — Jen questionou e Kim apenas revirou os olhos.
— Não adianta tentar, Jen. Quando se trata de sua filha, Wray é um idiota.
— Assim como papai era com você. — Disse Jen sorrindo.
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Levou um tempo para Kim convencer Wray a finalmente permitir que Jen segurasse Destiny, embora ele pairasse sobre ela como uma galinha mãe. Mas quando Jen perguntou se Treyvon queria pegá-la, Wray se moveu.
— Não! — Wray rugiu, assustando todos, incluindo Destiny. Ele era o único macho permitido a tocar sua filha.
— Está tudo bem, Jennifer. — Disse Treyvon tendo certeza de não fez nenhum movimento para tocar Destiny. — Tenho certeza de que será o mesmo com nossos filhos.
—Filhos? — Kim, que estava tentando acalmar Destiny, agora gritando, enquanto lançava a Wray um olhar feio e perguntou. — Jen, você está grávida?
— Eu... — Jen olhou para Treyvon. — É possível. É a outra razão pela qual viemos aqui para descobrir onde a Terra está.
— Outra? Qual é a primeira? — Kim perguntou, colocando Destiny agora dormindo em seu berço. Quando Wray foi tocá-la, Kim deu um tapa na mão dele, em seguida, empurrou-o para fora do quarto.
— Por você, é claro. — Disse Jen, olhando para Treyvon em estado de choque enquanto seguiam o outro casal de volta para a sala de estar onde todos se sentaram.
— Eu? Você queria voltar por mim? — Kim sussurrou.
—Claro. Você é minha irmã, não é? — Jen disse a ela.
— Oh, Jen. — Kim estendeu a mão para apertar a mão dela. — Eu senti tanto sua falta.
— Eu também.
— Vamos garantir que nada aconteça com você ou seu bebê. — Ela olhou para Wray sentado ao lado dela e ordenou. — Precisamos ter Rebecca aqui. Hadar também, se Lisa permitir. Jen precisa ser verificada.
— Kim, quem é Rebecca? — Jen perguntou.
— Ela é uma obstetra da Terra para ser exata. — Disse ela.
— Sério? — Os olhos de Jen se arregalaram em choque.
— Sim, ela era uma das mulheres que Grim trouxe da Terra.
— Você quer dizer um das que foram sequestradas. — Jen disse ficou instantaneamente triste quando Kim recuou como se fosse atingida, em seguida, pareceu culpada.
— Sim. — Kim sussurrou.
— Não foi sua culpa, Kim! — Wray lançou a Jen um olhar furioso. —Foi minha culpa. Eu tomei a decisão. Enviei Grim. Você fez tudo que pode para evitá-lo. Sua irmã não tem o direito de julgar o que ela não entende.
— Oh, eu entendo bem. Você pegou as fêmeas, porque precisava delas.
— Isto é verdade. — Wray concordou imediatamente. — E expliquei-lhe as razões pelas quais o fiz. Garantimos que fossem fêmeas desprotegidas sem vínculos a nenhum macho. Duas já estão felizmente unidas a guerreiros e não têm nenhum desejo de voltar à Terra.
— E o resto?
Wray suspirou. — Elas estão atualmente em Luda e em breve começarão a selecionar seus guerreiros.
— E se elas não quiserem um? E se quiserem voltar para casa? — Jen exigiu.
— Eu sinto muito, Jennifer, mas não posso permitir isso. — Wray disse a ela. — Elas são necessárias aqui.
— Wray... — Kim começou.
—Você sabe que eu permitiria isso se pudesse, Kim, mas não posso. Elas não têm ninguém na Terra que precisa delas. Eu tenho guerreiros aptos e dignos aqui.
— E se elas tiverem famílias que precisam delas? — Jen perguntou. — E se tiverem maridos, namorados e filhos na Terra?
— Elas foram questionadas, Jennifer. — Wray disse a ela. — Não tem.
Jen olhou para Treyvon perguntando se deveria dizer algo. Wray era agora seu cunhado e enquanto sua irmã era obviamente amada, confiasse nele, não conhecia o macho. Então ela confiaria opinião de seu companheiro verdadeiro.
— Minha Jennifer não está se referindo às fêmeas em Luda. — Treyvon disse lentamente.
O Imperador subitamente se sentou ao lado de Kim no sofá. — As quais fêmeas você está se referindo, General? — Ele perguntou friamente.
— As vinte fêmeas que descobrimos em uma nave Ganglian na rota de Vesta para serem leiloadas aos Tornianos!
— Não! — Kim exclamou! — Deusa, não!
— É verdade, Kimmy. — Jen disse-lhe em voz baixa. — Eu vi, falei com elas e choramos juntas. Não foi como Wray afirmou que Grim fez. Os Ganglians não foram seletivos. Encontraram um grupo de mulheres e roubaram todas. Kara é casada, mãe de dois filhos. Vanessa é casada com o mesmo homem por trinta e cinco anos, ela tem seis netos. Zandy tem dezoito anos, filha única e está com medo. Deb está noiva e planeja seu casamento com um dos homens que estavam com elas quando foram levadas. Ela não sabe se ele está vivo ou morto.
O grito angustiado de Kim parou Jen. — Sinto muito, Kimmy. Eu não deveria ter continuado. Como Wray disse, nada disso é culpa sua.
— Elas...
— Não, nenhuma delas foi tocada. — Treyvon suavemente tranquilizou-a. — Os Ganglians sabiam que os Tornianos não as comprariam se fossem abusadas.
Wray xingou baixinho porque isso era verdade. — E se tem uma nave Ganglian, por que precisa de mim?
— Porque assim como fizeram na nave que você encontrou Kim e todas as outras naves que conseguimos interceptar, seus dados de navegação foram excluídos.
— Quantas naves foram interceptadas? — Wray questionou.
— Duas naves Zaludian. Ambas tiveram os dados apagados antes que pudesse detê-las.
— Zaludian? — Wray não conseguia esconder seu choque.
— Sim, parece que eles estão trabalhando juntos.
— Para qual propósito?
— É nossa crença que estão tentando mudar o equilíbrio de poder entre nosso povo. E se forem capazes de fornecer fêmeas a vocês e a nós comida, então ficaremos dependentes deles em vez de um do outro.
— Treyvon? — Jen olhou para ele com surpresa. — Você nunca me disse isso.
— É algo que Liron começou a considerar uma vez que recuperou o abastecimento de alimentos da Terra.
— Você ainda deveria ter me dito. — Jen murmurou irritada.
— Eu não a informo de tudo que Liron e eu discutimos, Jennifer. Assim como eu tenho certeza que você não me diz sobre todas as coisas incríveis que pode fazer com o seu chocolate.
— Não... — Wray começou apenas para Kim interrompê-lo.
— Espere! Você disse chocolate? — Os olhos de Kim foram para Treyvon e enquanto eles não de um azul bonito como sua Jennifer, ele encontrou-se compelido a responder.
— Sim, Jennifer tem feito muitas coisas agradáveis com ele. Brownies, cookies.
— Com chocolate?
— Sim. — Treyvon deu-lhe um olhar confuso, em seguida, virou-se para Jennifer. — Podem ser feitos com outra coisa?
— Sim. — Jen disse escondendo o sorriso, ela esqueceu como sua irmã adorava chocolate.
— Kim, o que é esse... chocolate? — Wray questionou.
— Apenas a substância mais surpreendente em todos os universos conhecidos! — Ela exclamou.
Wray olhou para Treyvon que assentiu com a cabeça. — Isso é verdade. Mesmo Liron pensa assim.
— Espere! Você está me dizendo que o Imperador do Império Kaliszian tem chocolate? — Os olhos de Kim foram para Wray. —Enquanto eu, a Imperatriz, a mãe de sua fêmea, não?
— Minha Kim. — Wray tentou acalmá-la. — Você sabe que eu teria conseguido este chocolate se soubesse que você queria.
— Então por que não o fez?
— Umm, Kimmy. — Jen interveio. — Wray não lhe deu chocolate, porque eles não têm.
— O que?
— Pelo menos eu não encontrei seu equivalente nas fontes de alimento que os Kaliszians têm.
— Sério?
— Sério.
— Mas você tem. — Kim queria a confirmação.
— Sim. Uma das naves Zaludian estava cheia de alimentos da Terra. Foi daí que o chocolate veio.
— Oh bem, tudo bem, então. — Kim se virou e olhou para Wray. — Eu o perdoo por não me dar chocolate quando eu estava com prole.
—Obrigado, minha Kim. — Disse Wray tentando parecer sério.
— Mas não o farei novamente até que você consiga o chocolate!
Jen tentou, mas não conseguiu impedir a risada que escapou quando o Imperador do Império Tornian abaixou a cabeça com incredulidade.
Treyvon teve um melhor controle e limpou a garganta para cobrir sua risada. — Talvez devêssemos voltar a discutir assuntos mais sérios.
— Há realmente uma obstetra em Luda? — Jen questionou.
— Sim, ela entregou Destiny. — Kim disse a ela. — Rebecca realmente é incrível, Jen. Você gostará dela. Podemos trazê-la para avaliá-la.
— Eu apreciaria. — Jen olhou para Treyvon. Ela não disse a ele que estava se sentindo enjoada nas últimas manhãs. — Mas ela precisará ir a Pontus conosco.
— Voltar para Pontus?
— Sim, Mac precisará dela.
— Mac, que é Mac? — Kim questionou.
— Ela é a guia que estava conosco quando os Ganglians nos levaram.
— Oh, meu Deus! Não achei que Mac fosse uma mulher. Pensei que fosse um homem.
— Bem, ela não é e devo-lhe minha vida, Kimmy. Não estaria aqui se não fosse por ela.
— Conte-me.
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Horas mais tarde, após muitas lágrimas derramadas entre as irmãs quando Jennifer contou sua história, com Treyvon contando as partes que ela estava tentando encobrir, os machos foram finalmente capazes de convencer suas fêmeas a descansar. Arranjos foram feitos para Jennifer e Treyvon ficarem dentro da residência real e depois de verificar que as fêmeas estavam dormindo, eles voltaram para a área de estar.
— Os Ganglians estão ficando mais ousados. — Treyvon informou Wray, tomando um gole do copo em sua mão.
— Verdade. — Wray concordou. — Infelizmente, meus guerreiros estão ficando desesperados.
— Eu entendo. Temos o mesmo problema com a nossa incapacidade de alimentar nosso povo. Há aqueles que fazem coisas indignas para se certificar de sobreviver.
— Sim. — Wray concordou. — Então, o que faremos sobre isso? — Quando Treyvon pareceu hesitar, Wray percebeu que era para ele como Imperador começar.
— General Rayner, no passado aconteceram coisas sobre... as quais discordamos.
— Isto e verdade.
— As coisas eram diferentes.
— Você quer dizer, como ameaçar meu povo e permitem que abusasse de uma fêmea?
— Eu nunca abusei de Kimberly! — Wray ficou de pé, com os punhos fechados.
— Você permitiu Fala e Gula a atacarem.
— Essa lei foi revogada. E se soubesse que estava sendo usada dessa forma, seria feito mais cedo.
— Como você pode não saber? — Treyvon exigiu.
— Você é o Comandante Supremo da Defesa Kaliszian. Sabe tudo o que seus guerreiros fazem? Exatamente como suas ordens são seguidas?
Treyvon entendia o que Wray estava dizendo, mas não concordava. —Eu não sou um Imperador. Não sou aquele que pode criar ou revogar uma lei. Sou apenas um guerreiro fazendo o melhor que pode para o seu povo.
— Pare de soprar poeira de estrelas na minha bunda, Treyvon. — Wray sentou-se e lançou um olhar interrogativo. — Há mais o incomodando que nossas divergências mesquinhas. O que é?
—Você me fez comprometer minha honra por causa do meu povo.
— E o que você teria feito? — Wray exigiu. — E se fosse Jennifer tentando deixá-lo? E se ela pedisse a proteção de outro macho?
— Eu teria terminado sua vida. — Treyvon disse-lhe imediatamente.
— Sim, mas eu não tenho esse luxo. Sou o Imperador. Não estou acima da lei, devo defender. Lucan pensou estar acima e causou a Grande Infecção.
— Eu não sou mais meu antepassado do que você é. — Treyvon disse ele.
— Isso é verdade, mas as coisas mudaram agora por causa das fêmeas, as irmãs que amamos.
— Agora temos um objetivo comum.
— Sim, nos certificar de que elas fiquem seguras e felizes, para garantir que nossos filhos tenham um futuro melhor do que os nossos mannos nos deram. Nossos Impérios precisam se unir mais uma vez.
— Você sabia que houve um tempo em que todos os universos foram um? — Treyvon perguntou. — Vivíamos em paz. Talvez seja o momento de tentamos torná-lo dessa forma novamente.
— E como você sugere que façamos isso? — Wray perguntou.
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— O que você quer fazer? — Jen e Kim perguntaram, dando a seus companheiros um olhar sombrio.
— É a única maneira, minha Kim. Devemos chegar a sua Terra, contar o que está acontecendo e oferecer-lhes a nossa proteção. — Wray disse a ela.
— Como oferecerá proteção? — Jen exigiu.
— Você prefere que os Ganglians roubem mais fêmeas? — Wray perguntou.
— Wray! — Kim exclamou, em seguida, virou-se para a irmã. — Sinto muito, ele não está acostumado a ser desafiado.
— Mesmo? — Jen perguntou. —Você está dizendo que não o desafia quando ele fica arrogante, dominante e bem, simplesmente estúpido?
— Claro que sim e é claro que ele fica, mas preciso admitir que aprecio totalmente quando ele fica arrogante e dominante, em particular. — Wray começou a rir silenciosamente até Kim continuar. — Mas quando ele é simplesmente estúpido, dorme no sofá.
Treyvon fingiu olhar pela janela até que Jen deu um tapa no ombro fazendo-o olhar para ela. —Você concordou com isso?
— É a única maneira, de não apenas protegemos as fêmeas da Terra, mas também começar a reunir os universos como foram uma vez.
— Kimmy? — Jen olhou para sua irmã. — O que você acha? Conhece este mundo, estes universos, melhor do que eu.
Kimmy não podia acreditar que sua irmã mais velha estava pedindo a ela orientação. Ela nunca fez isso antes. — Na verdade, acho que Wray está certo. Os Ganglians sabem onde a Terra está. A única maneira de proteger as pessoas é fazer contato.
— E você acredita que este Ull é a melhor pessoa para fazer isso? — Jen perguntou.
— Isso eu não sei. Realmente não conheço Ull, mas conheço Wray e confio em seu julgamento. E se ele acha que Ull é o macho certo para o trabalho, então eu também.
— Então concordo. — Disse Jen. — Ull irá para Terra.
M. K. Eidem
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