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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


TRINDADE DE SANGUE / Carol Lynne
TRINDADE DE SANGUE / Carol Lynne

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

TRINDADE DE SANGUE

 

Há mais de 400 anos, os companheiros weres-lobos, Kern e Haig amam-se e lutam um ao lado do outro. Apesar de ter tido momentos difíceis ao longo de sua vida juntos, seu amor um pelo outro nunca vacilou. Quer dizer, até que Kern é sequestrado e obrigado a copular com um estranho, Audric. Ferido e confundido, Haig foge do Reino de Neo e, mais especialmente de Kern. Como se supõe que Haig aceite a outro homem em seu relacionamento, sobre tudo quando esse homem não é um were-lobo, mas sim um vampiro?

Os séculos que Audric passou como bode expiatório de outros vampiros deixou rastros nele e sobre tudo fome de afeto. Seu objetivo não é interpor-se entre os companheiros de were-lobos, mas se tornar parte de sua família. Infelizmente, seu desejo de amor e companhia logo ameaçará danificar o que ele tanto deseja.

Kern odeia que suas ações tenham ferido à única pessoa que amou, mas sem Haig ao redor, ficar sozinho para introduzir a Audric a uma nova vida no vinhedo, e para resistir ao frenesi de acasalamento.

Quando Haig retorna depois de uma ausência de um mês, Haig tem medo de que o amor de Kern por seu novo companheiro, Audric, possa destroçar seu relacionamento. Aceita a ele e se adapta ou o perde.

 

 

Um ruído despertou a Kern de seu tranquilo sono.

Instintivamente foi para o lado de Haig na cama, mas encontrou os lençóis frios. Kern fechou sua mão em um punho e golpeou contra o lado vazio onde deveria estar seu companheiro. Quanto mais Haig seguiria castigando-o por emparelhar-se com um vampiro?

Kern nem sequer recordava de haver fodido ou mordido a Audric. Ele estava sob o controle sádico de Richard, o último dos vampiros de Francois LaMont, nesse momento. Não, isso não é certo. Audric era o último desse grupo. Um fato que Kern esteve recordando várias vezes durante as horas passadas.

Quando despertou na câmara clandestinamente coberta de aço, nu e com Audric, seu recente companheiro ao seu lado, Kern não entendia. Neo, seu chefe, tinha sido quem lhe tinha informado o que tinha acontecido. A resposta de Kern foi imediatamente, perguntar por Haig. Também tinha sido trabalho de Neo, dizer a Kern que Haig tinha sido incapaz de lidar que Kern se emparelhou com outro.

A primeira inclinação de Kern foi lançar sua ira contra Audric. Ficou de pé e começou a gritar com o pequeno vampiro. A única coisa que o tinha acalmado foi à reação de Audric. Em lugar de defender-se, Audric tinha se enrolado em uma bola, obviamente esperando o primeiro golpe.

Surpreso Kern deixou de gritar ao pequeno e ruivo homem com cativantes olhos verdes.

Horas depois o coração de Kern seguia esmigalhado em duas direções. As circunstâncias por trás do emparelhamento tinham criado laços com Audric. Apesar de que o amor não tivesse vindo instantaneamente, os instintos de proteção de Kern tinham começado a desenvolver-se do momento que mordeu ao assustado vampiro.

Inclusive agora quando ele estava deitado sozinho na cama que compartilhou com Haig durante quatrocentos anos, ele desejava ver a Audric.

Um ruído fora do quarto captou a atenção de Kern. Ficou de pé e cruzou o quarto, esperando que Haig finalmente tivesse retornado a casa. Nu, entrou na sala. O sol começava a apontar e a sala estava banhada de um suave brilho rosa. Infelizmente, parecia ser que era tudo o que estava na sala: Haig não estava.

O ruído se ouviu de novo e Kern finalmente se deu conta que vinha do quarto de hóspedes. «Audric».

Kern se apressou para o quarto, preparado para arriscar sua vida para defender ao vampiro. Quando abriu a porta, Kern se surpreendeu ao encontrar o quarto vazio e a cama ainda feita. Olhou para as janelas e se deu conta que Audric nem sequer tinha baixado as cortinas.

Fechando os olhos, Kern tratou de centrar-se no aroma de seu novo companheiro. Sabia que poderia levar um pouco de tempo para seu corpo acostumar à adição de Audric a sua vida, mas em alguns dias o aroma de Audric estaria impresso para sempre no lobo de Kern.

Kern olhou para o armário. Que diabos? Fechou as cortinas e abriu a porta do armário. Apesar de que Audric só media um metro sessenta e dois, dormir no chão do armário não devia ser confortável. Inclinou-se e acariciou os cachos vermelhos de Audric.

“Audric?”

Audric abriu os olhos. Ver o medo nesses profundos olhos verdes era algo que Kern nunca poderia esquecer.

“Está bem?“ Kern levantou suas mãos. ”Só vim te olhar.”

Como Audric parecia um pouco mais calmo, Kern sentou no chão. “O que está fazendo aqui?”

Audric inclinou a cabeça de um lado. “Dormindo?”

“Por que no armário? As cortinas mantêm o sol fora, se for o que o preocupa.”

As sobrancelhas de Audric se juntaram. “Estou acostumado a dormir no armário. É onde sempre dormi.”

A confissão acabou irritando a Kern, mais do que podia entender. “Eles nem sequer puderam te dar uma cama onde dormir?“

Audric sacudiu a cabeça e olhou o interior do armário.

“Eu tinha uma cama, mas sempre foi mais seguro para mim no armário.”

Kern ficou de pé e lhe ofereceu a mão. “Não deixarei que ninguém te machuque. Vêem.”

Audric lentamente ficou de pé por si mesmo, mantendo suas mãos longe da ajuda que lhe oferecia Kern. Seu olhar parecia fixo no corpo nu de Kern.

Quando Kern tratou de cobrir-se, Audric falou. “Seu companheiro voltou?”

Com uma sacudida da cabeça, Kern tratou de ignorar a dor em seu peito diante da pergunta. Retirou os cobertores.

Vestido com uma das camisetas de Kern, Audric se via mais jovem e pequeno. O vampiro não parecia em nada ao tamanho do corpo de Haig, ainda assim Kern sentiu um movimento em sua virilha de somente ver o homem. Como se sentiria sustentar a uma criatura que se via tão frágil?

Audric ofegou, afastando a Kern de seus pensamentos.

De novo, o olhar de Audric parecia fixo no pênis de Kern. Kern começou a dar uma desculpa para sua condição, mas decidiu que era melhor ser honesto com seu novo companheiro. “Haig e eu não usamos roupa em casa. É a maneira que nos criamos. É a maneira que seguimos vivendo. Tem que conseguir se sentir cômodo com isto se esperas ser parte desta família.”

“Você me quer aqui?“ Audric perguntou com uma expressão de esperança em seu infantil rosto.

“Querer ou não, essa não é a verdadeira pergunta aqui. Está sob minha responsabilidade agora e nunca fujo de minhas responsabilidades.”

Sem outra palavra, Kern se dirigiu à janela para assegurar-se de que as cortinas estivessem fechadas. Olhou a Audric uma vez mais e deixou o quarto fechando a porta cuidadosamente detrás dele.

De caminho à cozinha para preparar o café da manhã, Kern tomou o telefone da mesa. Abriu o refrigerador e tirou um dos files descongelados que tinha tirado dois dias atrás. Com um pouco de sorte a carne estaria estragada e ele conseguiria adoecer.

Antes de dar a primeira mordida, Kern chamou a Haig de novo. “Por favor, responde,“ ele rogou. Suspirou quando a chamada foi diretamente a caixa postal. ”Sou eu de novo,“ começou. ”Bebê, sei que tenho muito de que me desculpar, mas não posso fazê-lo se não quer falar comigo. Entendo sua necessidade de um pouco de tempo, mas, por favor, ao menos, me ligue“ ia desligar, mas retornou o telefone ao seu ouvido. ”Te amo,“ murmurou antes de fechar o telefone.

O que faria se Haig nunca o perdoasse? Kern não podia imaginar sua vida sem seu amante e melhor amigo. Seus dedos foram para sua cicatriz que ia da testa a sua garganta. Enquanto riscava o caminho, uma vez mais recordou tudo ao que Haig tinha renunciado para estar com ele.

Kern perguntou se Haig teria voltado com sua velha manada na Irlanda. Não havia dúvida de que Haig poderia lutar por seu direito de nascimento e ganhá-lo, mas realmente o faria? Enfrentar ao atual Alfa da manada significava afastar-se para sempre de Kern.

Com um suspiro, Kern baixou sua mão à mesa. «Não mereço menos, pelo que tenho feito».   Ele rompeu um laço de quatrocentos anos porque queria provar a Neo que era de confiança, inclusive quando a briga era contra vampiros. Haig tinha tratado de dizer que era uma missão de tolos, mas Kern de qualquer maneira tinha ido. Por que não havia dito a Haig o que estava detrás de suas ações? Com o muito que amava a Haig, ele tinha passado sua vida inteira à sombra de seu homem. Inclusive no V do Reino ele era conhecido primeiro como o companheiro de Haig e depois como um dos guardas.

Que estúpido era preocupar-se com essas trivialidades.

Seu matrimônio com o Haig era mais importante que qualquer coisa no mundo. Kern sabia que ele tivesse passado os seguintes quatrocentos anos felizes deixando ao Haig em cima se seu companheiro lhe dava uma segunda oportunidade.

Olhou para a porta fechada da antecâmara de hóspedes, o que se supõe que devo fazer com o Audric se Haig voltar? Kern sabia que a presença do outro homem seria um constante aviso para o Haig de sua infidelidade.

Infelizmente, Audric já estava entrelaçado com ele. Negar o laço físico com seu companheiro poderia torturar a Kern e ao seu lobo até o fim de seus dias. Mas possivelmente ele merecia essa tortura.

Kern retornou sua atenção ao ensanguentado file em frente a ele. Apesar de que não tinha estômago para isso, precisava comer. Sacudindo a cabeça, Kern deixou o prato no chão. Rapidamente trocou a sua forma de lobo e comeu a carne em cinco determinadas mordidas.

Trocando de novo, levou o prato a pia. Ia deixar para depois, mas mudou de opinião e o lavou.

Haig odiava uma casa desordenada. Kern pegou o telefone da mesa. Uma grande parte dele duvidava que Haig pudesse retornar a chamada, mas não tinha renunciado completamente à esperança.

De volta ao seu quarto, Kern silenciosamente abriu a porta do quarto de hóspedes. Uma vez mais a cama estava vazia, recordou-se a si mesmo que Haig não era o único que sofria por seu erro.

Entrou no quarto e abriu a porta do armário.

Considerou levar de volta a Audric à cama, mas se deteve. O que Audric realmente precisava era saber que estava seguro. Depois de considerar por um momento, Kern tomou um travesseiro da cama e se deitou o mais perto que pode do pequeno homem.

Enquanto deitava aí, o corpo de Kern começou a reagir à cercania de seu novo companheiro. Desejava sustentar ao assustado homem e lhe assegurar que tudo funcionaria. “Maldição.“ Ele trocou a sua forma de lobo e se arrastou à soleira antes de acomodar-se de novo.

Alguma coisa ele tinha que fazer com Audric antes que Kern quebrasse seus votos de novo e levasse ao vampiro a sua cama.

 

Inclusive em seu profundo sonho, Audric podia sentir a presença de Kern ao seu lado. Não tinha que surpreendê-lo que visse Kern justo fora do armário quando abriu os olhos, mas Audric não esperava ver o formoso homem em sua forma de lobo. Ele olhava fixamente confundido ao lobo negro com castanho.

Perguntava se alguma vez entenderia às criaturas weres. Como podia um homem ter um animal dentro dele? Audric passou seus dedos através do grosso pelo. Onde estava a pele que tinha observado mais cedo? Se o lobo estava fora agora, isso significava que o homem estava dentro agora.

O lobo moveu e empurrou seu nariz para a mão de Audric. Audric a moveu e arranhou a criatura detrás das orelhas. Ele teve um cão quando era menino, assim que o afeto lhe vinha naturalmente, mas saber que o animal era seu companheiro era mais que uma loucura. Passou sua mão pelo peito do lobo. “Kern? Está aí dentro?”

O lobo deu um baixo grunhido antes de trocar. Em uma piscada de olhos, a mão de Audric estava apoiada fortemente no musculoso peito de Kern. Tomou vários batimentos do coração, antes que seus dedos vagabundeassem para os mamilos de Kern. Deus desejava tomar o pequeno e escuro disco em sua boca.

Com seus olhos ainda fechados. Kern gemeu de novo e dirigiu a mão de Audric para seu pênis. “Sabia que voltaria para mim,“ murmurou.

Audric estremeceu e retirou sua mão, ao dar-se conta da verdadeira situação. “Não sou Haig.“ Endireitou-se e retornou ao canto do armário.

Kern abriu os olhos e se colocou em posição de luta.

Tomou vários segundos, mas finalmente reconheceu a Audric. “Acreditei…“ Sacudiu a cabeça como se com isso a esclarecesse. ”Sinto muito.”

A decepção no olhar de Kern cortou a Audric como se fora uma faca. Ele sabia que Kern emparelhou com ele enquanto se encontrava sob o controle de Richard, assim por que a honesta desculpa lhe doía tanto? Era um estúpido, um ingênuo que pensava que Kern realmente lhe dava a bem-vinda ao seu toque.

“Não tem que se desculpar. Sei que não foi sua escolha que eu estivesse aqui.“ Ele tragou as emoções que ameaçavam afligi-lo. Só desejou por uma vez encontrar paz. Era mais que óbvio que não poderia encontrá-la vivendo com um homem que o olhava como um erro. Possivelmente era melhor colocar distância entre eles? ”Com quem devo falar a respeito da alimentação?”

Kern ficou de pé. “Não sei, com Neo. Suponho.”

Audric viu o flácido pênis de Kern, inclusive flácido, o homem era mais que impressionante. “Está bem.“

Então olhava para a extremamente grande camiseta que usava. ”Teria algo que pudesse usar até que eu encontre a forma de obter um pouco de roupa?”

Kern assentiu e saiu do quarto.

«Sim», Audric pensou. «Ele não podia desfazer-se dele o suficientemente rápido».   Arrastou-se fora do armário e ficou de pé com suas costas para a parede.

Kern retornou ao quarto e lhe lançou umas calças e uma camiseta a Audric. “Isto é o que tenho por agora.”

Audric apanhou a roupa. “Obrigado.”

Kern olhava fixamente a Audric por um momento antes de girar para a porta. “Estarei em meu quarto se necessitar algo mais.”

“Não vou.”

A coluna de Kern esticou com o comentário, mas não se virou.

Logo que estava sozinho, Audric rapidamente tirou a camiseta e vestiu a roupa emprestada. Possivelmente Michael teria algo que servisse? Deixou a camiseta com a que tinha dormido debaixo do travesseiro junto com seus sonhos de ser bem-vindo por Kern e seu companheiro.

Audric não avisou que estava saindo, porque de qualquer modo duvidava que a Kern importasse. Era óbvio que Kern o tinha convidado a sua casa por obrigação, assim Audric duvidava que o homem lhe importasse uma merda que ele encontrasse outro alojamento.

 

Com um grunhido, Haig golpeou o cinzeiro afastando-o de sua frente antes de endireitar-se. Balançou na cadeira ligeiramente antes de estabilizar. «Porra». Quanto teria bebido? Sua boca estava mais que asquerosa. Moveu o copo vazio a um lado e limpou o forte sabor de sua língua com um guardanapo que dizia Puglisi’s. Haig suspirou. Ao menos estava sozinho a uma quadra do hotel ao que atualmente chamava seu lar.

Ficou de pé e caminhou instável para a porta da frente. Passou quatro semanas causando uma névoa de bebedeira e não estava perto de sair do inferno em que se encontrava desde que tinha chegado à pequena vila ao lado do mar. Não importava as vezes que se dizia a si mesmo que Kern tinha estado sob o controle de alguém mais, Haig era só um dos dois companheiros que agora Kern possuía.

Haig tirou a chave da porta de seu quarto e subiu à cama. Possivelmente uma viagem de volta a Irlanda era o que necessitava? Sacudiu a cabeça, desprezando a ideia logo que tinha vindo. Não havia nada na Irlanda sem Kern.

Fechando os olhos, Haig perguntava se Kern estava na excitação de uma nova relação com Audric.

Tinha passado quase uma semana desde que Kern tinha tratado de lhe chamar. Não havia dúvida de que Kern tinha as mãos cheias tratando de seguir o seu ritmo ao seu muito mais jovem vampiro. Apesar de que Haig nunca tinha estado ao redor dessas Criaturas Bentas, ele tinha ouvido histórias das explosões sexuais de Neo. Ele desconhecia se todos os vampiros tinham uma conduta sexual como à de Neo.

Apesar de que Haig e Kern tinham desfrutado sempre de uma saudável vida sexual, isso tinha começado a decair nos últimos cem anos, mais ou menos. Ele realmente não tinha pensado nisso até que começou a preocupar-se sobre levar a Audric a sua cama. Como poderia Haig competir com um homem tão diferente? Kern havia sempre desfrutado das coisas novas, e Audric era definitivamente um novo brinquedo que seu companheiro desfrutava.

“Maldição!“ Haig tirou sua pestilenta roupa e paralisou de costas em sua cama. Olhava-se no espelho do teto. Poderia ser velho, mas seu cabelo seguia sendo loiro como o dia que tomou a Kern como companheiro. Seu peito largo e seu bem definido e musculoso corpo eram tão duros como a primeira vez que afundou seu pênis no traseiro de Kern.

Haig soprou. A quem tratava de enganar? Não podia competir com um homem tão sexy como Audric. Uma lambida da língua do vampiro sobre a coroa de seu pênis e Kern pulverizaria sua semente em rios. Haig não podia culpar ao seu companheiro por cair na tentação que oferecia o magro e musculoso corpo de Audric. Era o medo a ser rechaçado o que mantinha a Haig afastado.

Girando-se, Haig pegou seus jeans do chão e tirou seu telefone para revisar suas mensagens. Apesar de que sabia que não havia nenhuma nova de Kern, ele tinha guardado as mensagens para ouvir a profunda voz de seu companheiro.

«Haig? Por favor, me responda. Estou tão sozinho aqui sem você. Sinto que estou me despedaçando em dois e não sei quanto mais vou ser capaz de aguentar isto». Haig pressionou o botão de salvar de novo, antes de ir à seguinte mensagem. De todas as mensagens recebidas havia uma que lhe incomodava mais que qualquer outra.

«Não posso sair. Todo mundo me vê esperando que desapareça. Não corri desde que você se foi. Por favor, Haig, por favor, me chame. Meu corpo se sente ardendo do interior e você é o único que pode apagar esse fogo.»

Fechando os olhos, Haig deixou o telefone de lado.

Era real o desespero na voz de Kern ou era para conseguir ter a Haig? Gostava de pensar que Kern era sincero, mas com um pedaço quente como Audric compartilhando a cama de Kern, Haig duvidava isso.

Pela primeira vez em semanas o telefone ao seu lado tocou. Haig o revisou esperando ver o nome de Kern na tela. Suas sobrancelhas se juntaram quando a decepção se estabeleceu. Ele não tinha ouvido seu primo Flick em anos.

“Olá?”

“Tem idéia de quanto demorei a encontrar uma pista sua?“ Perguntou Flick.

Considerando que o telefone celular era somente uma quimera da última vez que falou com Flick, Haig não duvidava disso. Os dois se separaram em não muito bons termos, mas Flick tinha sido melhor que o resto da manada doe Haig. “O que acontece?”

“Falo porque alguém com quem falei me disse que trabalhava para Neo Manos. Assim aproveitei a oportunidade e falei com ele. Disse que tinha ido fazia um par de semanas, mas me deu seu número.”

“Sim?“ Pressionou Haig. Odiava pensar nos sentimentos de Neo quando Haig o deixou. ”Então, o que é tão importante para que perca o tempo me buscando?”

“Não estou seguro de que esteja consciente disto, mas alguns dos weres foram forçados a deixar nossa terra. Nós terminamos a oeste de Bonner’s Ferry, Montana.”

“Deixaram a Irlanda?“ Haig não podia imaginar à manada em nenhum outro lugar que não fosse as verdes colinas aonde tinha crescido.

“Não tivemos escolha,“ disse Flick a Haig. ”As coisas começaram a decair rapidamente quando você se foi. Quando as passagens para a América estavam disponíveis e um grupo de nós, tomou a oportunidade de começar tudo de novo em um país indômito.”

Haig nunca tinha recebido notícias sobre sua manada original. Ele nunca se preocupou antes, mas algo na voz de Flick fez que lhe picasse a curiosidade. “O que quer dizer com que começaram a decair?”

“Seu pai tomou sob sua proteção a Juniper Cavanaugh. Suponho que pensou que ele tomaria seu lugar, mas Cavanaugh não pode esperar a que seu pai se retirasse, assim o desafiou e ganhou.“

Haig sabia exatamente o que isso significava. Seu pai estava morto. Procurou em sua memória tratando de recordar o rosto com o nome. “Cavanaugh?“ Haig se sentou na cama, recordava bem aos Cavanaugh. Eles eram uma família de estatura menor que a media. ”Não recordo a Juniper, mas não posso acreditar que nenhum deles fora o suficientemente forte para desafiar a um Alfa.”

“Você não o recorda. Juniper só tinha trezentos anos mais ou menos. Mas recorda bem à família Cavanaugh. Até antes do desafio, Juniper media um e setenta e dois, então uma noite ele começou a crescer. Estava em um e noventa e dois a noite que desafiou seu pai.”

“Como isso é possível?“ Os weres alcançam sua maturidade física aos quatorze. Haig nunca tinha ouvido de nenhum adulto que repentinamente crescesse vinte centímetros.

“Nem idéia. Ele começou a converter-se em um tirano e decidimos deixar tudo, trabalhamos durante séculos para poder ir aos Estados Unidos.”

Haig não estava seguro em que situação estaria a manada com ele. “Sinto ouvir isso, Flick, mas fui jogado da manada faz anos quando escolhi a Kern sobre meu pai.“

“Sei disso, mas necessitamos sua ajuda. Galena conseguiu enviar uma mensagem a sua mãe. Ela pensa que Juniper trama algo.”

“Galena? O que tem que ver minha irmã com Juniper? Não se mudou a Montana com o resto de vocês?”

“Não. Pouco tempo depois de ser um Alfa, Juniper escolheu a Galena como sua companheiro. Nesse tempo, ela pensou que poderia ser mais fácil para nós se ele conseguia o que desejava.”

Galena era sua única irmã, e era a única razão pela que Kern e ele ficaram com a manada tanto quanto puderam. Faria o que fora para ajudá-la. “Ela conseguiu afastar-se dele?”

“Afastar-se dele? É tudo o que ela quer desde o dia que são companheiro, mas Juniper não a deixa sair de sua vista o suficiente para que fuja.”

“Encarregarei-me disso. Uma vez que a obtenha livre, colocarei-a em um avião e te chamo.“ Haig não tinha nem idéia de como libertar a sua irmãzinha da manada inteira, mas ele a abandonou uma vez, não o faria novamente.

“Não pode ir por sua própria conta, Haig. Juniper já não é um simples were. Ele é… inferno, não sei o que é. Se você e Kern podem me esperar, ajudarei-lhes de qualquer maneira que possa.”

A mão de Haig se fechou em um punho ao seu lado. “Sou somente eu.”

“O que? Aconteceu algo a Kern?“ Perguntou Flick.

“Sim, Não.“ Haig tomou uma profunda respiração. ”Olhe, não quero falar disso agora. chame quando estiver perto. Reunirei-me contigo em quatro dias no bar de O’Toole’s.”

“Tudo bem,“ aceitou Flick.

Haig desligou. Somente uma vez Kern e ele tinham ido a uma situação perigosa separados. O resultado foi o sequestro de Kern e o posterior acasalamento com Audric. Durante quatro semanas ele tinha estado jogando com as cartas da auto compaixão, sentindo-se miserável por algo no que em primeiro lugar Kern não tinha tido controle.

Não era uma questão sobre se devia tentar o resgate com ou sem Kern; mas sim se queria ou não fazê-lo com seu companheiro.

 

Haig tocou na porta da frente da casa principal antes de ir investigar a óbvia situação entre seu companheiro e Audric.

Uma mulher que ele nunca tinha visto antes abriu a porta. “Posso ajudá-lo?”

“Neo está acordado?”

A mulher entrecerrou os olhos. “Quem quer saber?”

“Meu nome é Haig. Estava acostumado a viver aqui. Sei que provavelmente já não tenho trabalho, mas quero explicar minhas ações a Neo.”

“Deixa-o entrar, Evelyn,“ Neo ordenou desde algum lugar do interior da casa.

A mulher, Evelyn, deu um passo para trás e abriu completamente a porta. Enquanto Haig passava, notou o cenho franzido no rosto dela. Maldição. Inferno, qual era seu problema?

Neo estava ao pé da escada com uma expressão similar em seu formoso rosto. “Siga-me ao meu estúdio.”

Haig tragou o recém formado nó em sua garganta e fez o que lhe ordenou. Logo que entrou no escritório, começou a falar. “Eu gostaria de uma oportunidade para me desculpar por minhas ações.

Neo calmamente sentou em uma grande cadeira. “Sente-se.”

O traseiro de Haig logo tocou a suave pele antes que Neo começasse a falar. “Viu a Kern?”

“Não, senhor. Pensei que era mais importante falar contigo primeiro. Lamento que Audric esteja vivendo nos dormitórios em lugar da casa com Kern O que acontece?”

“Foi embora por quase um mês,“ Neo recordou a Haig.

“Sim, senhor. Sei que não deveria ter fugido da maneira em que o fiz, mas necessitava de tempo.”

“Porque é incrivelmente egoísta, Haig. Há dois homens que estão pendurados no precipício porque você os abandonou.

Haig endireitou em sua cadeira. “Com todo respeito, senhor, Audric não é meu problema. Agora me dou conta de que deveria dar a Kern uma oportunidade de explicar-se, mas não fui eu que fui o infiel. Eu não fui quem se acasalou com outro homem.“

Neo ficou de pé e caminhou para a janela. “Kern não teve absolutamente nenhum controle sobre o que aconteceu. Sei que não tem muita experiência com vampiros, mas eles… nós… temos a habilidade de tomar o controle da mente dos outros. Quando despertei a Kern na masmorra ele não sabia onde estava ou o que tinha acontecido. Perguntou por você e eu tive que lhe dizer que acasalou com Audric e sua subseqüente reação a isso.”

Haig ficou de pé e se uniu a Neo. “É por isso que Audric está vivendo nos dormitórios?”

Neo assentiu. “A atração entre Kern e Audric chegou a um ponto crítico há três semanas. Kern tratou de manter Audric ao alcance, mas os laços de união são mais fortes do que eu jamais tenha visto.“

“Eles transaram,“ assumiu Haig. Seu estômago fechou ao pensar nos dois homens em um quente abraço.

“Não, mas eles estiveram muito perto,“ grunhiu Neo entre dentes. ”A culpa rasga a Kern e enviou a Audric aos dormitórios. Tratei de falar com ambos, mas Kern está completamente deprimido e Audric se recusa a fazer algo que possa comprometer a relação de Kern contigo.”

A notícia de que Kern tinha permanecido fiel em sua ausência emocionou a Haig, Claramente Neo estava zangado. “Sei que há problemas aqui que preciso tratar e o farei, mas há problemas na Irlanda com minha irmã que também necessitam mim atenção.”

Neo sacudiu a cabeça. “Tem um grande problema aqui. A lua cheia é dentro de dois dias e Kern nem sequer começou a preparar a Audric para o que pode acontecer.“ Neo colocou uma mão no ombro de Haig. ”Não cometa o mesmo engano que eu. Cuide primeiro do seu lar.”

“Entendo isso, mas tenho que me reunir com meu primo em uns dias. Ele esta vindo dos Estados Unidos. Está pedindo que escolha entre um vampiro que nem conheço a minha irmã. “

Com um suspiro de aborrecimento, Neo sacudiu a cabeça.

“Isto não é só a respeito de ajudar a um vampiro que nem conhece. Isto é a respeito de salvar sua verdadeira família. Vá ver seu companheiro. Realmente olha-o. Possivelmente então entenda o que estou tratando de te dizer.”

 

Haig subiu os degraus do alpendre com cuidado.

O que poderia encontrar no interior? As palavras de Neo seguiam acossando-o em seu interior. Que tipo de dano permanente poderia haver causado a sua relação com Kern por fugir dessa forma?

Com a mão tremente, Haig girou a maçaneta. “Kern?“ Gritou enquanto entrava na casa.

O uivo ouviu em resposta o impactou. Por que Kern estava nessa forma? Dirigiu-se ao quarto e abriu a porta. O que viu fez lhe revolver o estômago.

Kern em sua forma de lobo estava encadeado à cama.

“Que inferno?“ Haig se apressou. Ajoelhou ao lado do lobo de Kern e puxou as pesadas correias. ”Kern, vamos, bebê, troca para mim.”

O lobo de Kern abriu os olhos. Viu a Haig durante vários segundos antes de fechá-los de novo.

Haig passou sua mão pelo magro corpo do lobo.

«Eu lhe tenho feito isto», admoestou-se. Não era de estranhar tudo o que Neo lhe disse. “Sinto muito, eu fugi. Prometo que nunca o farei de novo, mas, por favor, bebê, por favor, troca para mim.”

O que normalmente tomaria segundos a Kern tomou minutos, lentamente trocou sua forma a de homem. O duro processo, mais que nada, provou ao Haig quão fraco estava seu amante. “Onde está a chave? “Haig perguntou a seu companheiro.”

Kern assinalou ao corredor, mas não disse nada.

Haig saiu ao corredor e revisou o piso de madeira. Captou o brilho da pequena chave, meio escondida sobre a toalha de mesa e pegou. “Quanto tempo?“ Perguntou a Kern enquanto tratava de encaixar a chave no cadeado.

Kern sacudiu a cabeça enquanto seus braços envolviam a cintura de Haig. Em sua débil situação, Kern não tinha forças para sustentar-se.

Haig brandamente retirou o colar de aço do pescoço de Kern. Lançou o ofensivo dispositivo ao chão e puxou a Kern contra ele. Balançando ao homem que amava em seus braços, a ira de Haig se derrubou para Audric. “Como pode esse chupa sangue permitir que te fizesse isto?“

“Eu o enviei longe e lhe disse que não voltasse,“ Kern ofegou.

“Por quê?”

“Porque o desejo,“ Kern admitiu enquanto rompia em pranto.

Haig sustentou ao seu companheiro mais forte e se amaldiçoou. Ele deveria conhecê-lo melhor. O impulso sexual de copular com um novo companheiro estavam enraizados nas espécies were.

Quando Kern e ele tiveram sua primeira cópula, eles basicamente ficaram na cama durante os primeiros dez anos, somente se separavam para tomar ar, para correr e comer. Os seguintes cem anos não tinham sido muito diferentes, exceto que tinham obtido suficiente controle sobre sua libido para obter uma nova vida.

“Sinto muito,“ chorou Kern. ”Não sabia o que estava fazendo. Por favor, não me deixe de novo.”

“Não o farei,“ tranqüilizou-o Haig. ”Deveria saber por experiência sobre o frenesi por copular com Audric. Suponho que queria acreditar que a união não se faria, dado que ele não era were.“

Uma decisão precisava ser tomada. Era óbvio agora qual, seriam três deles na relação. Haig sabia que não havia possibilidade de que sobrevivesse sem Kern, e duvidava que Kern pudesse estar muito melhor sem Audric.

Enquanto passava sua mão pela tatuagem nas costas de Kern, recriminava-se por ter permanecido afastado tanto tempo. “Quando foi a última vez que comeu?”

Kern se encolheu de ombros. “Que dia é?”

Haig suspirou e beijou o topo da cabeça de Kern.

“Fique aqui. Irei caçar algo. Será mais fácil para você digeri-lo e recuperar suas forças em sua forma de lobo.”

“Não vá.“ Kern se envolveu ao redor de Haig. ”Por favor. Se for não serei capaz de me controlar.”

“Irei pelo Audric e o trarei antes de ir caçar.“ Isso era o mais duro que Haig fazia, mas era também o correto. De algum modo, de algum jeito, tinha que chegar a um bom termo com o que tinha acontecido.

 

Audric estava sozinho na escuridão de seu quarto ouvindo vozes no corredor. Era um típico sábado de noite e os residentes weres descansavam. Alcançou uma garrafa de sangue e deu um gole. A coisa era ruim como o inferno, mas era a única opção que tinha.

«Essa não é a única opção». Audric sacudiu a cabeça, liberando-se de sua voz interna que ao parecer o tinha seguido desde que chegou ao vinhedo.

Ramiro lhe tinha convidado em várias ocasiões para levá-lo a cidade. Um bar de doadores humanos, chamado O Doador de Sangue, tinha sido aberto para oferecer seus serviços ao novo pessoal de guardas vampiros do vinhedo, mas Audric não se permitia deixar o conforto e a segurança do V do Reino. Terminou a garrafa e a lançou no lixo. Como sempre ao se alimentar ficava quente. Sem importar se era ou não o sangue que bebia direto da fonte: uma vez consumida, Audric necessitava foder.

Levantou-se e foi procurar sua bem usada garrafa de lubrificante. Ele tinha se masturbado mais no último mês que em toda sua existência. Depois de pegar o lubrificante, Audric tirou seus jeans e levantou um de seus pés apoiando-o no respaldo da cadeira.

Deslizou sua mão e envolveu seu pênis enquanto enterrava dois dedos da outra mão profundamente em seu buraco. Estava em seu bombeio quando tocaram à porta. O ruído fez que imediatamente o pênis de Audric se desinflasse enquanto procurava ao redor do quarto um lugar onde esconder-se.

“Sou Haig. Preciso falar contigo.”

Os olhos de Audric abriram mais enquanto limpava as mãos e colocava seus jeans. Esse era o companheiro de Kern, finalmente teria vindo aqui para matá-lo? Ele se foi ao canto do pequeno apartamento enquanto tremente subia o zíper. Possivelmente se ficava tranqüilo, Haig poderia ir embora.

“Posso te cheirar. Sei que está aí, e sei o que está fazendo. Agora abre a porra da porta antes que a derrube!“ Haig rugiu.

Rapidamente terminou de arrumar os jeans, Audric sabia que tinha que responder. “Não fiz nada. Por favor, não me machuque.”

Haig ficou em silencio durante um momento, antes de finalmente responder. “Não vou machucar você, Audric. Kern está mau, realmente mal. Ele necessita a sua ajuda.”

Audric deu vários passos para a porta. “O que está mal com ele? “

“Por favor, abre a porta, assim não terei que ventilar nossos assuntos privados a todo mundo neste fodido andar.”

Inseguro do que fazer, Audric começou a morder a unha de seu dedo. Não havia duvida em sua mente de que Haig pudesse quebrar a porta se queria, assim qual era o ponto em fazer que se zangasse o suficiente para que fizesse isso?

Audric finalmente cruzou o quarto e acendeu um pequeno abajur. Somente porque podia mover-se facilmente na escuridão, não significava que um were pudesse. Esse era outro aviso do pouco que sabia da espécie com a que se acasalou.

Depois de abrir à porta, Audric retornou ao seu canto. “Está aberto.“ Viu girar a maçaneta e Haig entrar no quarto. Ele tinha visto o loiro homem como uma montanha uma vez, e ele era o guarda nessa ocasião.

Haig fechou a porta e olhou ao redor até que encontrou a Audric. “Você também se vê como uma merda. Que inferno está mal com vocês dois?”

Audric olhou a si mesmo. Embora ele sempre tivesse sido magro, o sangue de garrafa tinha diminuído sua massa muscular. Audric passou uma mão sobre os levantados ossos de suas costelas. “Não estou acostumado ao sangue daqui.”

Com um alto suspiro, Haig abriu o armário ao lado da pequena cama de Audric. “Onde está o resto de sua roupa?”

Audric assinalou para a cesta da roupa suja.

Devido a que só tinha três mudas, estava forçado a lavar a cada dois dias. O fazia justo antes do amanhecer, quando os lobos e os felinos seguiam dormindo. “Michael me emprestou isso.”

“Não tem nada próprio?“ Perguntou Haig, lançando a camisa e a calça limpa à cesta de roupa suja.

“Não. Eles tomaram antes que eu pudesse recolhê-la.“ Esse era outro aviso de que ele não tinha nada. Sua vida com os vampiros de LeMont pode ter sido tormentosa, mas ao menos ele tinha um pouco de dinheiro para poder fazer compras.

Haig tirou a cesta do armário e a deixou na cama.

Olhou ao redor do quarto antes de voltar os olhos a Audric. “Vem a casa comigo. Quer levar algo mais?“

Audric imediatamente abaixou o olhar. “Kern não me quer lá.”

Com um suave grunhido, Haig cruzou o quarto e chegou junto a Audric. “Não há nada a fazer com isso. Kern te necessita. Eu deveria haver dado conta, mas tratei de me dizer que um real laço não poderia ocorrer entre um lobo e um vampiro. Estava equivocado.”

Haig colocou sua grande mão no ombro de Audric. “Nós teremos que trabalhar entre os três, mas por agora, somente quero o que seja melhor para Kern. E se isso significa ter a você como companheiro, que assim seja.”

“Por que está fazendo isto?“ Perguntou Audric, ainda olhando aos seus pés.

“Porque ele pode facilmente morrer se não o faço.“

Haig liberou a Audric e retornou à cama. Tomando a pequena cesta sob seu braço, assinalou por volta do quarto. ”Agora, pega o que queira e vamos. Kern precisa comer e foder, e não posso me encarregar de ambas as coisas de uma vez.”

Audric abriu mais os olhos. “O que está dizendo? Espera que eu somente dance sobre isso e o deixe-me foder?”

“Isso é exatamente o que estou dizendo. A menos claro que possa caçar um cervo para sua comida.“ Haig abriu a porta. ”Pronto?”

Audric pegou seus artigos da penteadeira e as garrafas de sangue que tinha deixado no refrigerador. Encontrou uma bolsa e colocou tudo dentro. De saída viu a garrafa de lubrificante debaixo da cadeira, inclinou-se e também a levou.

Não lhe importava a atitude direta de Haig com respeito ao sexo e a ele realmente não gostava que lhe ordenassem. Infelizmente, estava acostumado a isso. Com um pouco de sorte seus novos amos não lhe golpeariam tão duro como os últimos.

Haig em silêncio se amaldiçoou a si mesmo enquanto guiava a Audric pelo caminho da cabana que os três compartilhariam. Apesar de que Audric não se encadeou, sua condição física parecia tão ruim como a de Kern.

“O que quis dizer com que não está acostumado ao sangue daqui?“ Perguntou Haig.

Caminhando vários passos detrás dele, a resposta de Audric foi tão suave que apenas ele ouviu. “As garrafas de sangue não são o mesmo.”

Haig se deteve e se virou para Audric. “Vi vários fortes e saudáveis vampiros desde que voltei. Por que não os afeta a diferença de sangue?”

“Porque eles vão se alimentar na cidade, no Doador de Sangue.”

As sobrancelhas de Haig se uniram em confusão.

Perguntou “Quem é O Doador de Sangue?”

“Não quem, é o que. O Doador de Sangue é um novo bar. Os vampiros pagam por obtê-la. Ali há humanos que permitem aos vampiros alimentar-se deles. Pelo que Ramiro me disse é um agradável lugar enquanto tenha claro que os humanos não estão ali por nada mais permanente que permitir te alimentar.”

Haig não podia imaginar um lugar assim. “Por que os humanos fariam isso?”

“Evidentemente a maioria são solteiros ou com casamentos aborrecidos que procuram algo mais. Por alguma estranha razão eles não sentem que foram infiéis dado que não estão com humanos.“ Audric se encolheu de ombros. “Eu não fui capaz de tratar com isso.”

“Por quê?“ Era óbvio que Audric necessitava o que o bar oferecia. O que pode fazer que prefira morrer de fome?

“Sinto-me seguro no vinhedo. Ramiro diz que cuidaria de mim, mas sei o que acontece quando um vampiro se alimenta e não posso contar com que cuide de minhas costas se ele está ocupado alimentando-se.”

Haig girou e retornou ao caminho. Ele não queria mostrar sua estupidez perguntando o que acontece quando um vampiro se alimenta, mas realmente precisava sabê-lo. Merda. Ele ainda não podia acreditar que estava de boa vontade entrando na vida de um vampiro, e não só qualquer vampiro, a não ser o companheiro de Kern.

Como poderia dirigir que o homem que ele amava fodesse com alguém, noite e dia? Estava sendo óbvio que ele teria que deixar a Kern quando fosse resgatar a Galena das garras de Juniper Cavanaugh ou levar a Audric com eles.

Chegando à cabana, Haig subiu os degraus e esperou que Audric o alcançasse. Inclusive magro que era Audric mesmo assim, era malditamente sexy. E se Kern desfrutava mais do sexo com o pequeno homem?

Poderia Haig começar a estar obsoleto?

Antes que tivesse oportunidade de advertir a Audric sobre o atual estado de Kern, a porta se abriu. Apesar de que Kern estava pálido e magro, Haig não podia negar que olhava a luxúria nesses olhos verdes escuros. Que tanto amava mais que a sua própria vida. “Seja cuidadoso com ele,“ advertiu a Kern. ”Não é tão forte como eu.”

As aletas do nariz de Kern se moviam e seu pênis ficou rígido enquanto Audric lentamente subia os degraus.

Em lugar de deixar atuar aos seus instintos naturais, Kern girou a cabeça para olhar a Haig. “Preciso dele.”

“Sei.“ Haig deixou a cesta no interior e começou a despir-se. ”Vou caçar, volto tão logo possa.”

Tomou cada grama de amor e compaixão que Haig sentia por Kern lhe dar as costas e trocar a sua forma de lobo. Sabia que no momento que fosse seu companheiro estaria sobre Audric. Ao fim, Haig decidiu que era melhor não ser testemunha, ele copularia quando retornasse. Dirigiu-se ao bosque afastando-se dos grunhidos de fome de Kern enquanto puxava a Audric ao interior da cabana.

 

Logo que Haig saiu, Kern levantou a Audric e o levou ao sofá. Ele começava a pensar obsessivamente em saborear e foder ao seu novo companheiro. Baixou a cabeça e tomou a boca de Audric com toda a paixão que se esteve negando.

O corpo inteiro de Audric esticou quando Kern empurrou a língua no interior de sua boca. Kern tratou de ser gentil com seu companheiro tocando meigamente seu rosto e costas enquanto seguia beijando-o.

Finalmente, Audric começou a relaxar. A língua de Audric deslizava contra a de Kern, assinalando seu próprio desejo. Quebrando o beijo, Kern acomodou a Audric escarranchado em seu regaço. “Tratei de me manter afastado de você.”

Audric assentiu e enterrou seu rosto no pescoço de Kern.

“Sinto que isto te aconteceu.“

Detendo sua necessidade de foder ao seu companheiro, Kern envolveu seus braços ao redor do pequeno corpo de Audric. “Não é sua culpa.“

“Mas Haig me odeia.”

“Não, ele não te odeia. Está doído, mas entende os laços entre casais.“ Gemeu Kern enquanto roçava seu pênis nu contra a calça de Audric quando se movia. “Necessito-te,“ grunhiu Kern com os dentes apertados.

Audric se afastou e olhou fixamente a Kern. “Eu também te necessito.”

Kern precipitadamente começou a tirar os jeans de Audric. Seu estômago seguia grunhindo enquanto a fome ameaçava afligindo-o.

Nu, Audric cruzou o quarto e pegou a pequena bolsa que estava ao lado da cesta da roupa suja.

Quando se inclinou, Kern notou o brilho do lubrificante, no já estirado buraco de seu companheiro.

Kern se levantou do sofá em uma piscada de olhos.

Caiu de joelhos detrás de Audric e enterrou seu nariz no traseiro de seu companheiro. Apesar de que não pode cheirar a outro homem na lubrificada pele do buraco de Audric, ele o questionou. “Quem estava contigo? Por que não posso cheirá-lo?“ Grunhiu.

“Ninguém, eu juro. Eu. Estava me dando prazer quando Haig chegou ao meu quarto,“ ofegou Audric, empurrando-se contra o rosto de Kern.

Kern passou sua língua pela estirada pele. “Diga-me o que estava fazendo.“

“Fodendo-me com meus dedos,“ admitiu Audric. ”Por favor, foda-me.“ Audric se inclinou sobre a cesta e abriu suas pernas.

A posição chamava o lobo em Kern, mas a diferença do sexo com Haig, Kern duvidava que Audric pudesse tomar tranquilamente que um lobo o fodesse ao natural. Tomou a garrafa de lubrificante sobre o ombro de Audric e de suas mãos. Audric poderia estar lubrificado para jogar consigo mesmo, mas não para o pênis de Kern que era muito maior que alguns dedos.

Cobriu sua ereção com suficiente lubrificante para facilitar o caminho, fechou a garrafa e a deixou no chão.

Kern pressionou a coroa de seu pênis contra o buraco de Audric e esperou a que o corpo do vampiro lhe desse a bem-vinda ao seu interior. Não estava seguro qual era o tamanho do pênis ao que estava acostumado a Audric e ele não queria machucar ao seu novo companheiro à primeira vez que eles fodessem.

Enquanto o buraco de Audric se abria para aceitar a ponta do pênis de Kern, Kern se lembrou que não era a primeira vez que fodia ao homem. Entretanto, era a primeira vez que tinha controle de suas ações.

A pressão dos músculos internos de Audric enquanto empurrava o membro de Kern ao interior ameaçava o controle de Kern. Em seu já debilitado estado, Kern sentiu seu rosto começar a alargar-se. «Não!» Ele empurrou ao seu lobo de volta, prometendo jogar com Haig logo que comesse. Seu lobo finalmente pareceu estar de acordo e o rosto de Kern retornou à normalidade.

Com o perigo de assustar de morte ao seu novo companheiro, controlado, Kern se concentrou em sentir o corpo de Audric debaixo dele. Apoiou sua bochecha contra os ossos da coluna de Audric enquanto começava a empurrar-se dentro e fora do buraco do homem. “Perdeste peso. “

“Obrigado por assinalá-lo neste momento. Agora foda-me mais duro,“ disse Audric empurrando-se contra o pênis de Kern.

Kern sorriu. Assim que seu pequeno companheiro tinha caráter. Ele estava silenciosamente agradado. Vivendo com dois weres que eram homens fortes, Audric poderia precisar aprender a sustentar-se apesar de ser muito menor de tamanho. Mordeu a pálida pele das costas de Audric antes de afastar-se. Com suas mãos nos quadris de Audric, Kern fodeu ao homem tão duro quanto foderia com Haig, sem se segurar.

Logo o mofado ar da cabana se encheu de grunhidos e gemidos. Kern estava feliz de que Audric fora um companheiro eloquente. Desfrutava anunciando que agradava ao seu amante. Perguntou se o nível de ruído faria Haig se unir.

Kern sacudiu a cabeça. Ele tinha que recordar que Audric e Haig não eram companheiros. Um grito rompeu o ar assinalando o clímax de Audric enquanto Kern seguia entrando e saindo tão rápido e duro quanto podia.

Apesar de que ele fisicamente estava reclamando a Audric como companheiro, Kern sentia a necessidade de informar ao vampiro que pertencia a ele. “Meu. Entende? Ninguém foderá este traseiro, só eu.”

Audric o olhou sobre seu ombro com uma expressão de confusão em seu rosto. “Nunca tive opção de dizer a alguém que não. Não estou seguro de que me escutassem.”

Pensar que outro homem forçou a Audric empurrou a necessidade de Kern de marcar ao homem frente a ele.

Tirando seu pênis, Kern disparou vários jorros grossos de sua semente nas costas de Audric antes de empurrar-se de novo no interior e soltar seu clímax profundamente dentro de seu companheiro.

Antes que terminasse, Kern esfregou o sêmen contra a pele de Audric. Qualquer Criatura Benta que estiver a seis metros ao redor de Audric seria capaz de cheirar que pertencia a Kern. “Você terá meu aroma até que todo mundo saiba que está tomado. “

“E quando precisar me banhar?“ Perguntou Audric com um travesso sorriso em seu formo rosto.

“Então te cobrirei de novo,“ respondeu Kern.

Enquanto o último de sua força o drenava, saiu do traseiro de Audric e deslizou para a grande toalha de mesa vermelha que cobria o piso de madeira.

Audric ansiava seguir a Kern, moldar seu corpo contra o peito dele. “O que a respeito de Haig? Se ele quiser isto, deveria lhe dizer não?“

“Ele não o quer. Haig sempre viveu com os altos padrões dos weres. Não acredita no sexo fora de uma relação de companheiro.”

Audric passou sua língua pelo mamilo de Kern. “Quanto tempo vocês dois esperaram?“

Kern sorriu. “Não muito considerando que tinha somente dezessete anos quando ele me tomou como seu companheiro. Claro que ele já era um velho de duzentos e trinta e sete anos.“

Suponho que Haig imaginou que ele se manterá virgem suficiente tempo.

“Você era somente um bebê.“ Audric seguiu mordendo e chupando a pele do peito de Kern.

Kern girou de costas, dando a Audric mais pele que torturar. Passou seu dedo pela larga cicatriz de seu rosto.

“Eu estava sozinho desde que cheguei à puberdade e minha família descobriu que meu corpo não respondia às fêmeas.“

“Que idade tinha?“ Audric afastou a mão de Kern e riscou a cicatriz com seu próprio dedo.

“Quatorze, possivelmente quinze.”

“É normal entre os weres tomar a um companheiro muito mais jovem?”

“Não, mas Haig parecia que sempre tinha esperado por alguém. Ele foi o único que cuidou de mim depois que isto aconteceu.“ Kern assinalou ao seu rosto. ”Suponho que não pode evitar apaixonar-se por mim.”

“Como aconteceu isto?“ Audric rodou em cima de Kern e começou a beijar sua cicatriz.

“Minha mãe o fez enquanto meu pai e irmão me seguravam. Ela usou uma adaga feita de mármore de Connemara.[1] Isto marca minha particular perversão entre meu povo.”

“Sua própria mãe?“ Audric sustentou o rosto de Kern entre suas mãos. ”Eu sinto muito.”

Kern se encolheu de ombros. “Isso foi ha muitíssimo tempo.”

Audric sacudiu a cabeça. “Passei por suficiente em minha vida, para reconhecer quando uma ferida infligida não sarou.”

Kern olhou aos olhos de Audric. Era possível que seu novo companheiro visse mais do que Haig fazia? “Não fale disso ao redor de Haig. Ele quase se voltou louco quando me encontrou assim.”

“Bem.“ Audric depositou um suave beijo nos lábios de Kern. ”Sabe que pode falar comigo de seus sentimentos quando o necessitar.”

Kern estava tão acostumado a colocar um forte muro frente à Haig, que não estava seguro de inclusive senti-lo suficientemente cômodo com Audric para compartilhar as sombras enterradas profundamente em seu coração. “Obrigado.”

 

Pela janela, Audric via à luz da lua, o pátio aonde dois lobos compartilhavam porções de um pequeno cervo marrom. Apesar de que os dois eram do mesmo tamanho, o pelo de Kern era café escuro e negro em contraste com o branco de Haig.

Era difícil imaginar que o lobo que atualmente devorava uma coxa era a mesma criatura com a que havia transando fazia somente uma hora. Audric passou seus dedos através de seu cabelo. Quando Haig retornou à cabana com sua presa, gritou a Kern, sem entrar na cabana, que se unisse a ele no pátio. Haveria Haig cheirado a sessão de sexo e decidiu não interromper ou era muito difícil para ele estar no mesmo quarto com Audric e Kern?

Audric olhou para a enorme camiseta que usava e sorriu. Apesar de que Kern e Haig não usavam roupa na casa, Kern tinha insistido em que Audric se cobrisse com uma de suas camisetas.

Logo que os lobos encheram seus estômagos, eles trocaram a forma humana e metodicamente cortaram envolvendo o resto da carne, Audric não estava tratando de escutar a conversa, mas com a janela aberta e o ar vindo para a casa, não pôde evitá-lo.

“Vê-te melhor,“ disse Haig.

Kern assentiu “Me sinto melhor. Obrigado pelo jantar.“

“A falta de comida não é a única coisa pela que sofria e ambos sabemos. Como vão as coisas com Audric?”

À menção de seu nome, Audric deu um passo atrás, saindo de sua vista.

“Realmente quer sabê-lo?“ Perguntou Kern.

“Detalhe? Não. Somente quero me assegurar de que é um trato real, sabe?”

Kern ficou em silencio durante vários segundos.

Quando finalmente falou, Audric desejou poder ver a expressão em seu rosto.

“Nós somos companheiros verdadeiros se for o que está perguntando. Sei que é difícil para você aceitá-lo. Não te culpo por isso, mas o fato está feito e ambos sabemos. Não sei como vai funcionar isto entre nós três, mas tem que entender que inclusive embora o frenesi de copular seja uma maldição que corre por minhas veias, não amo você menos por isso.”

“Vêem aqui,“ instruiu Haig.

Audric mordeu seu lábio inferior enquanto brandamente fechava a janela. Ver os dois homens nus em um apaixonado beijo fazia coisas divertidas em seu estômago.

Encontrou que seu olhar continuamente retornava a Haig e à maneira que sustentava a Kern.

Haig foi o primeiro em romper o beijo. “Sei que me ama. E lembro o frenesi por copular bastante bem, mas não posso mentir e dizer que não me dói saber que prefira foder a Audric que a mim.”

Kern acariciou com suas mãos o rosto de Haig, vária vezes. “Sempre pode te unir a nós.”

Haig sacudiu a cabeça. “Poderá pensar isso, mas acredito que seu lobo pode ter outra ideia a respeito de deixar que outro homem toque ao seu companheiro.”

“Mas você e eu somos companheiros.“ Kern sacudiu a cabeça. ”Não acredito nisso.”

Audric se sentiu incômodo com Kern oferecendo-o a Haig. Não é que ele não encontrasse formoso a Haig.

Inferno, o homem exalava sexualidade, mas não deveria ele ter algo que dizer? «Você quer que Haig lhe foda», disse sua incomoda voz interna.

“Não obstante, não acredito que nenhum de nós esteja preparado para uma relação de trio. Somente estou tratando de chegar a um bom termo com o fato de que meu companheiro tenha outro que é igual de importante para ele. Como é isso possível?”

Kern se encolheu de ombros. “Não é isso o que eu esperava, mas suponho que necessitamos tempo para nos ajustar.”

Haig envolveu o último da comida e a deu a Kern. “Há algo do que preciso falar contigo.”

“Sim?”

“É sobre Galena,“ começou Haig.

Audric abriu mais os olhos enquanto Haig relatava a Kern sobre sua irmã e a necessidade de resgatá-la.

“Então a grande pergunta é… Vem comigo? Não tenho nenhum problema levar a Audric se for o que você quer, mas então, precisaríamos viajar depois que o sol se ponha.“

“Quando?“

“Depois de amanhã. Supõe-se que me reúna com Flick na terça-feira na Irlanda.”

 

Audric sustentou o fôlego, esperando a resposta de Kern. Deixar a segurança do vinhedo lhe assustava, mas sabia que iria a qualquer lado que seu companheiro quisesse. Kern finalmente assentiu. “Farei os acertos.”

“Obrigado.“ Haig se aproximou e deu outro profundo beijo a Kern. ”Por que não vai e fala com Audric enquanto me desfaço da carcaça?”

Kern olhou fixamente a Haig. “Sinto desejo de correr contigo dentro de uma hora mais ou menos.”

Haig riscou os lábios de Kern com a ponta de seu dedo.

“Eu adoraria muito.”

Audric retornou ao sofá e esperou a que Kern entrasse.

Aí sentado a culpa começou a assaltá-lo. Ele podia precisar dizer a Kern que o tinha espiado.

A porta traseira se abriu e em um momento ouviu a porta do refrigerador abrir-se e fechar-se, então repentinamente um Kern vendo-se saudável chegou a ele com toda sua gloriosa pele nua. Kern olhava fixamente a Audric no sofá.

Audric baixou a vista para ver qual era o problema.

Como sempre, Audric estava sentado com suas pernas dobradas debaixo dele. Usando somente a grande camiseta, viu a ponta de seu pênis aparecer por debaixo da prisão fortificada. “Vê algo que você gosta?“ Perguntou-lhe, levantando a camiseta uns cinco centímetros.

Kern levantou a Audric como se não pesasse nada e se sentou no sofá com Audric em seu regaço.

O calor no olhar de Kern foi direto ao pênis de Audric, mas ele sabia que tinha que confessar antes que as coisas fossem mais à frente. Colocou a mão no peito de Kern. “Eu os ouvi.”

Kern assentiu. “Sei. Cheirei-te na janela. Estou seguro que Haig também o fez.”

“Então por que não se viraram e me gritaram por espiá-los?“ Audric roçou seu polegar sobre o mamilo de Kern, desfrutando da maneira em que se endureceu sob seu toque.

A mão de Kern foi para o buraco de Audric e começou a circular a tenra pele. “Esse era meu primeiro momento com Haig. Além disso, não me incomodou que ouvisse o que disse.”

Audric moveu seu traseiro o suficiente para empalar-se no dedo de Kern. “Há uma só coisa que está mal em seu plano.”

Kern tirou seu dedo e tomou o lubrificante. Depois de lubrificar três dedos, afundou-os profundamente no buraco de Audric. “Qual é?”

“Não há necessidade de que viagem contigo. Posso ficar aqui se o necessitar.“ Audric gemeu quando Kern roçou sua próstata. ”Me sinto seguro aqui.”

“Estará seguro aonde seja que eu esteja. Nunca deixarei que ninguém te machuque.”

 

De fora da cabana, Haig olhava a Audric rodar sobre o pênis de Kern com entusiasmo. Haig sabia que ele finalmente teria que ser testemunha dos dois homens fodendo, assim seria mais cômodo vê-los de longe.

Quando Kern levantou a Audric fora de seu pênis e o subiu o suficientemente alto para bombear sua ereção profundamente na garganta do pequeno homem, o pênis de Haig começou a fazer-se notar. Não pode evitar perguntar como se sentiria foder a um homem o suficientemente leve para manipulá-lo dessa maneira.

«Maldição». Haig tomou seu pênis e lhe deu algumas empurres. Estava surpreso de encontrar a vista mais erótica que dolorosa. Tomou somente um momento imaginar por que. Apesar de que os dois homens estavam fodendo de novo, Haig não via amor no olhar de Kern. O frenesi de copular que Kern atualmente estava experimentando, não tinha absolutamente nada que fazer com a conexão emocional. Era puramente física, uma necessidade contra a que Kern pouco podia fazer. Essa era a maneira em que os were foram criados.

O dar-se conta disso, mais que nada, ajudou à mente de Haig a tranqüilizar-se. Seguro que Kern necessitava foder a Audric, mas ele ainda precisava amar a Haig. O melhor que ele podia fazer como amante, companheiro e amigo de Kern, era apoiá-lo enquanto ele sofria sua atual enfermidade, e isso era exatamente o que a febre era. Mudanças reais estavam levando-se a cabo no interior do corpo de Kern.

Kern estava aceitando a informação e treinando ao seu cérebro para seguir, proteger e finalmente amar ao seu companheiro.

Haig deu ao seu pênis outro puxão. Era fácil esquecer que Haig, ele amava a Kern incondicionalmente antes que eles fossem companheiro, mas Kern não tinha conexão com Audric. «Ainda». Essa era a única parte que incomodava a Haig. Até que Kern realmente sentisse amor por Audric, a posição de Haig em sua vida de companheiro seguiria sólida. Isso seria o que depois lhe preocuparia.

Enquanto ele olhava, o pênis de Audric fez erupção, pulverizando o sêmen no peito e abdômen de Kern. Haig fazia amor com Kern suficiente vezes, para saber que lhe levariam somente uns quantos impulsos mais a Kern para perder seu controle. O aroma do sêmen parecia levar a bordo a Kern todo o tempo.

Justo como Haig havia predito, Kern gritou o nome de Audric. Haig viu sobre seu ombro, perguntando se alguém teria ouvido o clímax de seu companheiro. Tão perto da lua cheia, ele duvidava que os lobos estivessem ao redor.

Merda. Isso lhe recordou algo.

Haig se dirigiu à frente da cabana e entrou na sala. Kern e Audric estavam abraçados juntos, com o pênis de Kern ainda enterrado no traseiro de Audric. Haig tratou de não prestar atenção a sua própria ereção enquanto se sentava na cadeira ao lado do sofá. Esperou um momento, finalmente Kern abriu os olhos.

“Precisamos preparar a Audric em caso de que troque,“ Haig informou ao seu companheiro.

A língua de Audric começou a explorar a proeminente veia no pescoço de Kern. “Não o farei,“ disse entre lambidas.

“Como está tão seguro disso? Neo foi quem me disse que te vigiasse para ver os sinais.“ A Haig não gostava da maneira em que Audric começava a chupar o pescoço de Kern. Pensar que seu companheiro pudesse ser usado como um doador de sangue levou as coisas muito longe. ”Não se atreva a chupar de seu sangue,“ advertiu.

Audric depositou um beijo com a boca aberta no pescoço de Kern, antes de girar a cabeça e olhar a Haig. “O sangue dos were não é compatível com o meu. Essa é a razão de que seu Alfa está passando tempos difíceis desde que Richard o converteu em vampiro. A genética inteira de Gunnar trocou. Infelizmente, isso matou ao seu lobo.

As novas notícias impactaram a Haig. Pela expressão de Kern, ele estava igualmente surpreso de ouvir essa revelação. “Neo sabe?”

Audric se encolheu de ombros, a atenção de Haig estava no magro corpo do homem. “Assumo que sim. Eu disse a Ramiro desde há primeiro semana que estive aqui.”

Haig revisou as costas de Audric, seus flancos, seus quadris e seu traseiro. “Foi muito duro com ele.“ Disse a Kern. ”Está coberto de hematomas.”

Kern se fez para trás tudo o que pode e ajudou a Audric a ficar de pé. “Vire.“

Audric mordeu o lábio inferior e lentamente se girou. A ação deixou o pênis do pequeno homem frente à Haig. Ele tratou de afastar a vista do generoso pênis, o suficientemente impressionante para não poder afastar o olhar disso.

“Disse-te antes. Estou passando tempos difíceis em me adaptar ao sangue da garrafa. Meu corpo finalmente se acostumara a isso, mas vivi muito tempo com o real,“ disse Audric, vendo que Haig o olhava.

“Se for a Irlanda conosco, necessitamos-lhe forte. Não posso me preocupar de que Kern trate de te proteger em lugar de cuidar suas próprias costas.”

“Pensei que para isso estava você,“ disse Audric, com um traçado de amargura em sua voz.

Haig não tinha intenção de se incomodar pela observação do novo companheiro de Kern. “Estarei ocupado salvando a minha irmã e me desfazendo de Juniper Cavanaugh.”

“Sinto te haver questionado, “murmurou Audric antes de quebrar o contato visual.

Kern puxou a Audric de novo ao seu regaço. Acariciou o abdômen de Audric e beijou o lado de sua cabeça. “Não se preocupe, doce coração, ainda assim serei capaz de te proteger. Prometo-te que nada te acontecerá, e sei o que digo.“ Kern entrecerrou os olhos para Haig.

Haig ouviu a não falada reprimenda, forte e claro.

“Necessita sangue humano?“ Perguntou Kern. Sua mão seguiu acariciando o torso, as coxas e a virilha de Audric.

“Sim, mas não será fácil para você me permitir fazer o que devo fazer.“ Audric dirigiu a mão de Kern para o sêmen que lentamente se derramava de seu buraco.

“Tem algo que ver com o bar O Doador de Sangue de que me falou?“ Perguntou Haig.

Audric assentiu. “De acordo à lista de regras que Neo e Ramiro me apresentaram, não me permite tomar sangue que não me oferece. Para obter isso, tenho que obter que o doador se interesse por mim.”

Os dedos de Kern se empurraram no interior de Audric, pulverizando mais sêmen. “Não pode transar com outro homem. Isso já lhe disse.”

Audric abriu mais suas pernas e inclinou a cabeça. “Não tenho que deixar que me fodam assim que posso fode-los mentalmente.”

“O que?“ Haig questionou enquanto ele seguia vendo os dedos de seu companheiro foder a outro homem.

Audric se encolheu de ombros. “É um de nossos muitos talentos. Isso mantém aos doadores retornando por mais. Por que crê que maridos e esposas aceitam entrar em uma coisa tão estranha como isso? Eles sentem como que fodem ou são fodido por um vampiro sem realmente fazê-lo.”

“Ainda assim eu não gosto disso,“ objetou Kern.

“Isso é pelo que é melhor que fique aqui. Eu levarei a Audric à cidade e cuidarei dele enquanto se alimenta,“ ofereceu Haig. ”Se você for, provavelmente termine assassinando a alguém.”

Os olhos de Kern se entrecerraram a uma simples ranhura. “Pode realmente cuidar dele ou só o está dizendo?”

Apesar de que Haig entendia o cepticismo de Kern, isso lhe incomodou. “Em quatrocentos anos, menti para você alguma vez?”

Kern rompeu o contato visual. “Não.”

“Nós deveríamos ir agora, enquanto ainda fica tempo antes do amanhecer. Se estiver bom para você, faríamos uma corrida matutina,“ ofereceu Haig.

Kern retirou os dedos e os levou a boca. “Não demorem.”

Audric desceu do regaço de Kern antes de girar e lhe dar um profundo beijo. Haig tragou o nó em sua garganta.

Ver os dois homens beijando doía mais que ver Kern foder ao sexy pequeno.

 

Haig olhava para fora do pequeno espaço fechado do carro. Tratou de manter o vidro baixado enquanto conduzia para a cidade, porque o aroma da semente de Kern em Audric era muito entristecedor. “Cheira a sexo,“ grunhiu enquanto saíam.

“Isso é culpa de Kern. Não deixou que me banhasse antes de sair.”

Audric usava um jeans azul de quadril baixo e uma camiseta verde bosque que ressaltam seus cachos vermelhos escuros à perfeição. Sim, Haig não podia culpar a Kern por advertir sobre sua propriedade com seu aroma em cima do homem. “Vamos, terminemos com isto.”

Haig abriu a porta e guiou a Audric ao interior. Ele estava surpreso quando lhe pediram que pagasse a entrada igual à Audric. “Não estou aqui para me alimentar,“ disse-lhe ao guarda.

“Os humanos são os únicos que não pagam sua entrada.”

“Por quê?”

“Porque eles compram muita bebida,“ o guarda argumentou.

“Bem. Eu bebo. Mas não pagarei por sangue.“ Haig estava nariz com nariz com o guarda. Apesar de que o guarda era também um vampiro, Haig não tinha dúvida de que poderia lutar com ele. O guarda deve ter aceitado porque finalmente tomou o dinheiro de Audric e se afastou.

“Manterei um olho em você. Quatro bebidas como mínimo.“

Audric tomou a mão de Haig e o puxou através da multidão. “Não vejo o grande problema nisso. Agora você terminará pagando mais que se o tivesse feito.”

Haig sacudiu o controle de Audric. “Uísque,“ disse-lhe ao barman. Com as costas para o bar, Haig revisou o lugar. Viu a Ramiro. Escondido entre as sombras, o chefe de segurança do Rei dos vampiros parecia morto de aborrecimento. Seguiu olhando-o até que um homem em seus quarenta olhava direto a Audric. ”O que a respeito dele?“ perguntou-lhe assinalando a um homem alto a três mesas de distância.

Audric deu sua bebida a Haig. “Ele está com uma mulher. Provavelmente sua esposa.”

“E? Olhe o vulto frente a seus jeans. Esse homem te deseja.”

Audric suspirou e girou os olhos. “Não acredito que possa morder a um hetero.”

Haig levantou seu dedo e convidou ao homem a aproximar-se.

“Já veremos.”

O homem chegou frente à Audric em lugar de Haig.

“Oi, sou Juan.”

“Prazer em conhecê-lo, Juan,“ saudou Audric com uma tentativa de sorriso.

“Então, o que significa o anel de casamento em seu dedo? É hetero, bi ou o que?“ Perguntou Haig antes de lhe dar um gole a sua bebida.

“Isso depende,“ disse Juan.

“Do que?“ Questionou Audric.

“Que esteja ou não no trabalho.“ Juan assinalou para sua esposa quem se encontrava dançando no regaço de um vampiro com cicatrizes em seu rosto. ”Lina e eu desfrutamos de uma pequena variedade em nosso matrimônio.“ Ele embalou o pênis de Audric. ”Interessado?“

Haig se surpreendeu quando retirou a mão do homem.

“Não, ele não está nisso. Quer uma mordida ou não?“

Audric olhou a Haig e girou os olhos. “Realmente se acalme.”

Haig se encolheu de ombros e terminou sua bebida, assinalando por outra. “Audric não se alimentou em um tempo, assim estou seguro que ele te dará uma boa fodida de mente ou como é que se chame isso.”

“Isso.“ Audric se girou e colocou suas mãos no peito de Haig. ”Só me deixe encarregar disto. “

“Somente tratava de ajudar.“ Haig pagou ao barman. ”Melhor se adiantar e me traga outra,“ disse-lhe ao homem.

Audric ficou na ponta dos pés e olhou ao redor do salão.

“Nós estaremos lá,“ disse assinalando à pista de baile.

“Não se afaste muito,“ advertiu Haig.

Audric caminhou com Juan seguindo-o.

Haig rapidamente tomou a bebida e alcançou outra.

«Maldição». Se ele não tomava mais lentamente, Audric poderia o levar de volta a casa.

“Problemas?“ Ramiro se sentou na cadeira alta ao lado de Haig.

“Não realmente.“ Haig não tirava os olhos de Audric que iniciava um lento baile com Juan. O lobo de Haig parecia arranhar seu interior, tratando de empurrar as barreiras da pele humana. Se seu lobo estava aborrecido pelas ações de Audric, ele não podia imaginar como Kern trataria de controlar ao seu lobo. ”Embora seja uma maldita boa coisa que Kern não esteja aqui.“

“Por quê?”

“Por quê? Como pergunta isso? Olha-os.“ Juan tinha uma mão no quadril de Audric e a outra em seu traseiro. ”Kern lhe estaria arrancando os braços do homem se estivesse aqui.”

Ramiro se aproximou. “Está se alimentando. Trata de dar um passo atrás e veja a beleza do ato em si. Ali não há sentimentos envolvidos.“ Ramiro chocou seu ombro contra o de Haig. ”Como se sente quando se aproxima de sua presa? Não fica duro seu pênis? Não é a seguinte melhor sensação depois de foder?”

Haig abriu a boca para negá-lo, mas a fechou de novo. Sim. Ele sabia o que se sentia. “É essa realmente a maneira que é para os vampiros?“

Ramiro sorriu. “Já comi, mas igual sigo aqui para ver a beleza de meus companheiros vampiros apanhando e devorando as suas presas.“ Assinalou para Audric. Juan estava ativamente pressionando-se contra o pequeno homem. ”A maioria dos humanos que conseguem excitar-se fazem o sangue ficar mais doce. Penso que Audric está preparando a sua presa.“

Quando viu através dos olhos de Ramiro, Haig tinha que admitir que houvesse certa beleza na maneira em que Audric adormecia a Juan dentro da ideia de haver alguma possibilidade de algo mais físico entre eles. “Posso ver o que diz, mas ainda assim não acredito que Kern o fizesse.”

Ramiro se encolheu de ombros. “Pode chegar um dia quando não estiver ao redor. Acha que Kern preferiria acompanhar a Audric ou ter que enviar ao seu novo companheiro sozinho?”

Haig olhava as presas de Audric descer e afundar-se no pescoço de Juan. Pela maneira em que o corpo de Juan se movia, Haig estava muito seguro de que Audric estava injetando açúcar diretamente nas veias do homem.

Quando seu próprio pênis ficou duro prestou atenção. Haig se moveu em sua cadeira e pressionou sua palma contra seu zíper.

Sacudindo a cabeça para esclarecer a luxúria que ameaçava afligi-lo, Haig girou sua atenção a Ramiro. “Então como está Gunnar?“

Ramiro suspirou. “Não bem.”

“Audric diz que a contaminação do vampiro pôde matar ao lobo de Gunnar.”

Ramiro se sobressaltou com a analogia. “Algo disso. Seu novo lado vampiro não matou ao seu lobo, mas o apanhou. Gunnar pode não ser capaz de trocar.”

“Maldição,“ grunhiu Haig, ”pode levar o lobo à loucura.”

Ramiro assentiu. “Sim. É por isso que a maioria dos vampiros nunca tenta trocar a um were. Mas Gunnar é muito mais forte do que ele acredita. Se somente pudesse tirar sua cabeça de seu rabo e aceitar no que se converteu poderia começar o comprido caminho e ajudar ao seu lobo a fazer a transição.”

Haig não podia imaginar não ser capaz de trocar. Ele se girou e chamou para seu quarto e último uísque. “Se houver algo que eu possa fazer… “

“Não há,“ interrompeu Ramiro. ”Infelizmente, o único que pode obter que Gunnar atravesse isto é o próprio Gunnar. Acredite-me. Golpeei minha cabeça contra a parede durante semanas tratando de falar com ele sobre isto. Ele não quer estar ao redor de ninguém por agora.”

Sendo chefe de segurança do vinhedo e também Alfa da manada, Haig sabia que Gunnar não estava acostumado a pedir ou aceitar ajuda. “Somente porque ele grunhe não significa que morda.”

“Quem, eu?“ Perguntou Audric, ainda limpando o sangue de seu queixo.

“Onde deixou seu encontro?“ Perguntou Haig.

Audric assinalou para uma cadeira na beirada da pista de dança. Juan estava sentado com as pernas e braços abertos, uma mancha frente a seus jeans e sua cabeça para trás.

“Está morto?“ Falou Haig.

“Tão perto de morrer como pode estar com um orgasmo que explode sua mente,“ respondeu Audric. Levantou a mão para Ramiro. ”Oi.”

Ramiro sorriu e assentiu. “É bom ver que finalmente obteve um pouco de sentido comum e decidiu vir a este lugar a tentar.“

“Sim, bom. Não decidi ser cliente regular deste lugar, mas acredito que pode me ajudar a fazer a transição do sangue engarrafado que Neo fabrica.“

Ramiro fez gestos. “Odeio essa coisa. Apesar de que o Liquido Carmesim é bom para um festim ocasional.“

“Tenho que tomar sua palavra nisso. Nunca fui bom para beber. Um copo provavelmente me nocautearia.”

Ramiro riu. “Essa coisa é forte. Duvido que possa tomar mais, se não está acostumado.”

O telefone de Haig vibrou em seu bolso. Tirou-o e sorriu antes de responder. “Estamos indo.”

“Bom. Sinto que estou quase saindo da minha pele,“ informou Kern a Haig.

“Precisamos arrumar isso?“ Haig sorriu vendo o bem alimentado Audric.

“Acredito que necessito um duplo acerto disso, sabe o que quero dizer,“ respondeu Kern.

O pênis de Haig se encheu imediatamente. “Estarei aí em quinze minutos.”

 

O sol estava alto quando Haig e Kern terminaram sua corrida. Kern tinha mantido sua promessa e renovado sua conexão com Haig através de seu lobo. Quando eles chegaram ao limite do bosque, Kern trocou e esperou que Haig fizesse o mesmo. Kern esfregou a parte de trás de seu pescoço. “É bom sarar rapidamente. Sua mordida destroçou meu pescoço.”

Haig se aproximou e puxou a Kern aos seus braços. “Acredito que meu lobo precisava te recordar quem é seu primeiro companheiro. “

Haig riscou a tatuagem do carvalho nas costas de Kern. ”Nunca serei capaz de me desculpar o suficiente pela maneira em que fugi. Mas estou de volta agora, e não vou deixá-lo de novo nunca.”

Enquanto Haig seguia riscando os ramos individuais pintados na pele, Kern estava recordando, uma vez mais, os muitos anos que Haig tinha estado para ele. “Sei que evitei dizer isto, mas lamento que as coisas tenham acontecido dessa maneira. Inclusive embora não posso seguir brigando com as mudanças que se levam a cabo entre eu e meu novo companheiro, eu tratarei de fazer meu melhor esforço com o frenesi da cópula quando estiver ao redor.”

Haig soltou a Kern e se adiantou alguns passos, dando a Kern uma vista da idêntica tatuagem. “Vis ambos pela janela.“ Haig o olhou sobre seu ombro.

“Preciso ser honesto contigo a respeito de algo.”

“Está bem.”

“Ver você com Audric me acendeu até o ponto que tive que me tocar.”

Kern sentiu que um forte peso foi tirado de seus ombros. “Isso é bom, verdade?”

Haig se encolheu de ombros e se virou de frente a Kern. “Não é o sexo o que me incomoda. É pensar que se apaixone por ele é o que me destroça.”

“Por quê?“ Kern inclinou a cabeça a um lado. ”Não crê que seja possível amar a duas pessoas?”

Haig sacudiu a cabeça. “Não, não igualmente. Especialmente desde que você está em um frenesi. Você estará em sua cama mais que na minha. Não posso evitá-lo, mas acredito que começarei a ser sua segunda escolha.”

Sem uma palavra, Kern olhou para a casa. “Não posso acreditar que te considere tão pouco e a mim!“ Disse aborrecido, confrontando ao seu companheiro. ”Seus pais perguntaram de menino a quem queria mais?”

Pensou em sua própria família e moveu sua mão. “Não em meu caso, claro, mas a maioria dos pais… Só não posso…“ Kern deixou sua mão cair. Ele tinha passado sua vida inteira de companheiro tratando provar a Haig que ele valia tudo o que o Alfa teve que renunciar por ele. Apesar de que não amava a Audric, Kern sabia que isso aconteceria. O vampiro era sexy e doce e realmente o necessitava, de uma maneira diferente de Haig. ”Eventualmente, me apaixonarei por ele.”

“Sei,“ respondeu Haig.

“Então se apaixone comigo. Não há absolutamente nenhuma razão para que fique de fora de minha relação com Audric.“

Haig sacudiu a cabeça. “Exceto que ele não é meu companheiro!“

“Então faz ele seu companheiro.“ Kern não tinha pensado antes, mas era a solução perfeita. Ele podia dizer que Haig ia objetar. “Somente pensa. Isso poderá fazer real, os laços entre nós três.”

Haig bocejou. “Vou à cama.“ Caminhou sem voltar para trás.

«Bem, merda. O que se supõe que farei agora?»

 

 

 

Audric foi o primeiro em despertar essa tarde. Sorriu de triunfo quando se deu conta que tinha conseguido dormir a noite inteira na cama, em lugar do armário. Um dia com Kern e seu novo companheiro já estava substituindo as sombras do passado com a luz de seu futuro.

Apartou os cobertores, tomou a grande camiseta que Kern lhe tinha dado e a colocou por sua cabeça. Chegava ao meio da coxa e Audric pensou que se via mais como um vestido que como uma camiseta. Ele teria preferido seguir a Haig e a Kern em seu estilo de vida de estar nus, mas duvidava que Haig pudesse apreciar isso.

Audric saiu de seu quarto e se dirigiu à cozinha.

Tomou uma garrafa de sangue do refrigerador e a deixou no microonda durante quarenta e cinco segundos, assegurando-se de deter a máquina antes que timbrasse.

Com seu jantar na mão, Audric foi à porta traseira e ao alpendre. Havia uma pequena mesa na esquina, sob a janela do quarto de Kern e Haig. Audric em silêncio tomou uma cadeira e se sentou.

O ar da noite era quente e úmido, mas Audric lhe deu a bem-vinda com os braços abertos. Quanto tempo tinha passado desde que se aventurou a sair sozinho?

Ruídos detrás dele captaram sua atenção. O rítmico golpe de pele fez que Audric ficasse duro quase imediatamente. Seus ouvidos se animaram quando ouviu um profundo grunhido que não reconheceu. «Deve ser Haig? Será o som que faz quando fode.»

Audric abriu suas pernas e se acomodou na cadeira, Fechou os olhos, e começou a balançar-se para frente e atrás.

Desfrutando da pressão em suas bolas enquanto escutava aos dois grandes weres foder.

Estava perto de chegar quando ouviu Kern gritar o nome de Haig. Audric abriu os olhos diante da estranha dor que rapidamente envolveu seu coração. Ouvir seu companheiro gritar o nome de outro homem no momento do clímax lhe doeu. Audric se arrumou na cadeira, puxou a camiseta e se cobriu. Ele tinha se envolvido em incontáveis orgias através dos anos. Havia ocasiões em que um homem apenas gozou em seu interior antes de mover-se ao seguinte buraco disponível, e Audric nunca tinha pensado nada como isso. Então, por que lhe doía agora?

Haig e Kern tinham sido companheiros durante séculos. Audric faria bem em recordar isso.

Depois de uma rápida ducha juntos, Kern deu a Haig um rápido beijo. “Falou com Audric a respeito de ir à cidade esta noite?”

“Disse que ele provavelmente precise se alimentar dessa forma uma vez à semana.“ Haig pegou uma bata e a pôs.

Kern abriu a bata e circulou o pênis de seu companheiro. “Possivelmente mais adiante, mas agora ainda está muito magro.“ Haig havia dito a Kern, em detalhe, o que aconteceu no bar a noite anterior. Apesar de que lhe ajudou a entender o processo, Kern não acreditava estar preparado para ver Audric esfregando-se com outro homem. Bom, de qualquer maneira, um que não fora Haig. Cheirou a Audric fora da janela antes e sabia que seu novo companheiro tinha ouvido quando fazia amor. Kern em lugar de zangar-se ao pensar que Audric estava escutando o tinha enviado ao bordo.

“Pode me agradar nisto?“ Perguntou-lhe Kern ainda acariciando ao seu companheiro.

“Ou possivelmente Ramiro poderia.”

“Não!“ Kern aplicou pressão no pênis do Haig. Quanto mais pensava em Haig tomando a Audric como companheiro, mais sólido seu plano começava a ser. Kern sabia que podia tomar um tempo a Haig aceitar que tinha sentimentos protetores por Audric. Essa era uma maneira em que os casais funcionavam. “Deve ser um de nós.”

Haig entrecerrou os olhos. “Por quê?”

“Porque não confio em ninguém mais.“ Kern sustentou o fôlego, esperando que Haig aceitasse.

“Bem, somente não esqueça que iremos à Irlanda de manhã. Você vem comigo, verdade?”

“Claro.“

 

 

“E Audric?“ Questionou Haig

“Ele se reunirá conosco. Espero que não te incomode, mas lhe dei um pouco de dinheiro para que comprasse roupa.”

Haig se encolheu de ombros. “Bem, não é um grande problema.”

Kern mordeu o lábio inferior. “Audric não é como nós. Ele gosta das coisas lindas.”

“E?“

“São mais caras das que estamos acostumadas comprar.“ Kern esperou pela explosão. Haig era um conhecido miserável quando se tratava de gastar dinheiro.

“Como é,“ disse Haig, girando os olhos.

Kern liberou o pênis de Haig e o puxou para outro profundo beijo. Tratou de transmitir com cada giro de sua língua o muito que o entendimento de Haig significava para ele. Quebrando o beijo, Kern deu um passo atrás. “Irei procurar a Audric para lhe contar nossos planos.”

“Ambos sabemos que está no alpendre.“ Aplaudiu a ponta do nariz com seu dedo.

”Poderá ser seu companheiro, mas meu nariz é tão bom como o teu.”

Depois de tomar um grande café da manhã formado por uma dúzia de ovos e um quilo de toucinho, Haig se uniu a Kern e Audric no alpendre. Ele deixou sua taça de café na pequena mesa e se sentou frente ao companheiro que se beijava.

Como a noite anterior, Kern tinha a Audric montado escarranchado em seu regaço, sua mão sob a camiseta de Audric.

Haig se alegrava de ter elegido usar a bata.

Maldição Kern tinha plantado sua semente para que todos eles estivessem juntos. Ao princípio Haig odiava a idéia, mas quanto mais pensava, mais sentido tinha. Como se sentiria ter ao homem em seus braços? Entrar nesse pequeno buraco com seu pênis e seus dedos? Haig quase gemeu quando seu pênis ficou duro.

“Está tudo preparado,“ disse Kern quebrando o beijo. Ele olhou nos olhos de Haig, por acima dos cachos ruivos de Audric. ”Audric vai à cidade contigo, enquanto eu fico empacotando. Ele dormirá o dia de amanhã, e se unirá conosco uma vez que o sol suma.”

Com seu rosto enterrado no pescoço de Kern, Audric começou a mover seu traseiro contra a mão de Kern, Kern deu a Haig um sorriso de desculpa e murmurou, “Sinto muito.”

Haig se encolheu de ombros e deu um gole ao seu café. Procurou no bolso de sua bata e tirou um pequeno tubo de lubrificante. “Acredito que pode necessitar isto.”

Parece que tinha razão.

Kern abriu mais os olhos enquanto tomava o tubo que Haig lhe lançava. “Não te incomoda?”

“Disse-te esta manhã que não o faz.”

O olhar de Kern foi para o colo de Haig. Haig não precisava baixar seu olhar para saber que seu pênis estava cheio e aparecendo através da bata aberta.

Lambendo os lábios, Kern abriu o lubrificante e lubrificou seu pênis. Retirou os dedos que estavam incrustados profundamente dentro do buraco de Audric e levantou a camiseta o suficiente para que Haig pudesse ver.

Audric gemeu diante da rápida perda de atenção de Kern, ele se levantou o suficiente e se empalou no grosso pênis de Kern.

Vendo seu companheiro foder o pequeno buraco de Audric, Haig não pôde evitar. Envolveu seu pênis e começou a bombear sua ereção. Quanto mais estudava ao par, mais seguro estava de uma coisa. Não tomaria tempo ao seu companheiro convencê-lo de que se unisse aos dois homens na cama. Se isso somente pudesse ser suficiente, mas Haig sabia que ele não era do tipo de homem ou de lobo que acreditava em foder pelo fato de foder. Ele necessitava laços, essa especial necessidade que fazia amar os riscos por viver um com o outro. Possivelmente Kern tinha razão. Era inteiramente possível que tomar a Audric como companheiro poderia solucionar todos seus problemas.

O aroma do sêmen de Audric encheu o ar. Haig aumentou o ritmo, deslizou seu polegar sobre a coroa e começou a puxar. Viu os olhos de Kern e lhe sorriu, “Faz.”

A boca de Kern se abriu em um silencioso grito enquanto seu corpo se estremecia contra o de Audric. Apesar de que a vista era incrivelmente erótica, Haig foi capaz de manter seu clímax na baía até que viu a branca e espessa semente lentamente derramar do buraco de Audric e cobrir as bolas de Kern.

Haig explodiu, disparando seu sêmen a um lado do vidro que cobria a mesa. Mordeu seu lábio para manter-se longe de Audric quem parecia estar em seu próprio mundo de prazer.

Kern sorriu e beijou o topo da cabeça de Audric. “Acredito que ambos estão preparados para ir à cidade.”

 

Sentado diante da pequena mesa com Haig, Audric olhava ao redor do quarto. Apesar de que Kern pensava que ele o necessitava, Audric realmente não tinha suficiente fome para dar um espetáculo a um humano. Estava mais interessado em conhecer o homem ao seu lado.

“Posso te fazer uma pergunta?”

Haig retirou o olhar da multidão e assentiu. “Claro.”

“Como evitou assassinar a família de Kern depois do que lhe fizeram?“ Audric tinha estado pensando muito depois que Kern lhe contou a história da cicatriz em seu rosto.

Haig reajustou seu fortemente musculoso corpo na cadeira. “Tive que fazê-lo, somente porque meu pai era o Alfa. Ele me disse que se encarregaria da situação. Na manada em que cresci nunca se vai contra seu Alfa, a menos que esteja preparado para uma briga de morte com ele.“

“Então… Seu papai fez algo contra isso?“ Audric perguntou ao redor da unha de seu polegar que estava mordendo.

Haig estendeu a mão e levou a mão de Audric à mesa “Não que eu saiba.“ A mandíbula de Haig se esticou visivelmente. ”Nós esperamos um par de anos, mas nada se fez, inclusive quando Lazair seguiu fazendo-o. Ele escrevia nos muros, e eu sabia que a única maneira de terminar com isso, seria eu ir embora com Kern ou desafiar ao meu próprio pai.”

Audric baixou o olhar. Apesar de que ele duvidava que Haig estivesse consciente disso, o polegar do grande homem estava esfregando suaves círculos em sua mão. Ele retornou a atenção à conversa. Possivelmente se não prestava atenção ao sinal de afeto, Haig não se deteria. “Sei que finalmente deixaram a Irlanda, mas o que aconteceu com a manada? O que aconteceu com eles?”

Haig se encolheu de ombros. “Não sei muito. Meu primo Flick me disse que meu pai perdeu o desafio pela posição de Alfa. E pouco depois uma parte da manada se mudou a América. “

“Então, por que vamos à Irlanda?“

Haig deu-se conta do que estava fazendo e rapidamente deixou a mão de Audric. Arrumou-se em sua cadeira e estirou os braços sobre sua cabeça. “Galena era só um cachorrinho quando a deixei. Ela era muito jovem para que sua opinião contasse algo no que minha família fazia. Embora ela provavelmente me odeie, não posso deixá-la com um companheiro que a atormenta.“

Audric assentiu. “Não recordo aos meus pais, mas acredito que eles eram gente agradável.“ Audric apoiou seu queixo em suas mãos. Não importava quantas vezes tinha tratado de puxar suas lembranças de sua infância, sempre ficavam em algum lugar escondido de sua memória.

Haig tomou um gole de seu uísque. “Você se aborrece se te pergunto como se converteu em vampiro?”

“Não, não me incomoda. Foi há muito tempo. “

Audric rapidamente fez o cálculo. ”Setecentos e vinte e poucos anos, suponho. Como disse antes, não recordo muito de minha vida antes que LaMont me sequestrasse. Somente que era jovem. Estava caçando, acredito. Encontrava-me em uma área do bosque da França quando LaMont caiu sobre mim.”

Audric se encolheu de ombros e começou a estudar o salão uma vez mais. Não gostava de lembrar-se de sua captura e posterior tortura. “Realmente não recordo nada mais. Suponho que sete séculos de ser abusado e violado pelos loucos vampiros apagou todas minhas boas lembranças.“

Um baixo grunhido vindo do outro lado da mesa fez que Audric girasse sua atenção de novo a Haig. “Disse algo de errado?”

“Não, me pergunto por que tomou a oportunidade de ajudar a Neo a terminar com o resto do grupo de LaMont. Por que ficou tanto tempo?”

Audric soltou uma risada que surpreendeu inclusive a ele. “Diz como se eu tivesse tido escolha no assunto.“ Audric olhou o enorme corpo de Haig. ”Então, suponho que você não pode saber como se sente ser sempre o mais fraco.”

Inesperadamente foi Haig quem rompeu o contato visual. “Então, vai escolher a alguém para se alimentar ou não? Tenho que estar acordado e em caminho dentro de seis horas.”

Se ele estava pensando e falando a respeito de seu passado ou algo mais, Audric não estava seguro, mas ele não desejava alimentar-se. “Não, podemos ir.“ Audric ficou de pé e retirou sua cadeira. ”Sinto te fazer perder seu tempo.”

“Não o fez,“ disse Haig, terminando sua bebida de um gole.

Audric esperou a que Haig caminhasse primeiro. Era muito mais fácil seguir ao grande homem que tratar de empurrar-se através da multidão. Enquanto seguia a Haig, um braço o puxou pela cintura.

“Ei aqui, linda dama, aonde vai tão cedo?” O bêbado perguntou.

Estavam acostumados a referir-se a ele dessa maneira por sua aparência feminina. Audric tratou de ignorar esse comentário.

“Volto a minha casa.“ Audric podia facilmente quebrar o braço do homem em dois, mas depois de anos de violência, ele queria dirigir as coisas civilizadamente.

“Juan disse que foi realmente bom. Pensei que possivelmente teria sorte.” O homem terminou a fala embalando a frente do jeans de Audric. Antes que Audric tivesse oportunidade de corrigir a hipótese do homem, Haig se empurrou de volta entre a multidão e levantou o humano com uma só mão ao redor do pescoço do homem.

“Está bem, Haig. Posso me encarregar dele,“ disse Audric rapidamente quando viu às pessoas começarem a rodeá-lo.

As sobrancelhas loiras de Haig se elevaram questionadoramente. “Trocou de opinião a respeito de se alimentar?”

“Não, mas sou o suficientemente forte para me proteger de um humano.”

Haig grunhiu e liberou o humano, lhe dando um apertão extra enquanto o fazia. O homem caiu de joelhos e imediatamente cobriu seu pescoço com suas mãos. Audric se inclinou e falou diretamente no rosto do homem. “Aqui uma lição para você. Quando uma Criatura Benta te diga que não, escuta-o. Porque a seguinte vez que trate de forçar a alguém, pode terminar ferido e sangrando até a morte em um beco.”

Audric se endireitou e sorriu a Haig. “Bem, vamos voltar a casa com Kern.”

Logo que subiram à caminhonete, o telefone de Haig soou. “Como faz isso?“ Perguntou Audric.

Haig sorriu. “É coisa de lobos.“ Ele abriu o celular. ”Estamos a caminho.“ Afastou o telefone de sua orelha e o passou a Audric. ”Ele quer saber o que aconteceu.”

Audric levantou suas mãos. “Algum dia terão que me explicar ‘as coisas de lobo’“ Audric tomou o telefone. ”Não aconteceu nada que não pudéssemos dirigir. Somente um humano entusiasmado que necessitou que lhe pusesse em seu lugar.”

“Eu espero que Haig deu uma lição ao idiota com uma patada em seu rabo.”

“Ele tratou, mas insisti em dirigi-lo eu mesmo.”

“Você o que? A razão pela que lhe envio com Haig é para que cuide de suas costas. Deixa que o faça.”

Audric suspirou. “Sei. Sinto-me realmente bem da maneira que dirigi isto, agora trata de se tranquilizar. Deixe-me ter o meu momento, posso?”

Ele olhou para Haig que sorria de orelha a orelha. Evidentemente Haig tinha estado do outro lado da língua de Kern uma ou duas vezes.

“Não estou tratando de te tirar nada. Somente não acredito que entenda quão perigoso pode ser para alguém do seu…“

“Tamanho?“ Terminou Audric por ele. ”Direi algo. Quando chegar a casa, nos dois vamos tirar braço de ferro.”

“Vamos, não quero te fazer zangar. Haig e eu somos maiores. Essa é a razão pela que os humanos se sentem mais intimidados por nós,“ Kern tratou de raciocinar.

Sem outra palavra, Audric desligou o telefone e o devolveu a Haig. Logo que o fez ele desejou poder retratar-se.

Haig riu e sacudiu a cabeça. “Realmente desligou?”

Audric assentiu.

Haig assobiou. “É mais valente que eu.”

Afundando-se no assento, Audric virou sua atenção à janela lateral e começou a morder ao redor da unha. Por que tinha que fazer algo tão estúpido, somente porque Kern tinha questionado sua capacidade de proteger-se. Sua esperança para um futuro tranqüilo se destroçou ao desligar o telefone. Ele preparou a si mesmo para o golpe que com certeza viria, sempre vinham. Possivelmente não no seguinte minuto, mas cedo ou tarde Kern podia golpeá-lo com seus punhos ou seu cinturão para ensinar uma lição ao Audric.

Haig entrou no vinhedo e tomou o caminho para a cabana. Estacionou no estacionamento e desligou o motor.

Audric não podia mover-se da segurança da caminhonete.

“Vem?“ Perguntou Haig de fora do veículo.

Audric sacudiu a cabeça. “Acredito que será melhor que volte aos dormitórios,“ murmurou.

“O que?“ Suspirou Haig e subiu de novo à caminhonete. ”O que aconteceu?”

“Eu respondi a Kern. Desliguei na cara dele.“ Audric sacudiu a cabeça. ”Prefiro me afastar que ser machucado de novo. Quero que esta vida seja diferente. Estou há somente dois dias com meu companheiro e desliguei na cara dele, e já fiz algo estúpido como o que fazia com os vampiros de LaMont.”

Haig apoiou seu braço no volante e se virou de frente a Audric. “O que acredita que fez?”

Audric sentiu que as lágrimas ardiam em seus olhos. As secou antes de lhes dar oportunidade a que caíssem. “Eu lhe respondi. Eu desliguei o celular. Deveria saber melhor. Estava muito cômodo.“ Audric tomou uma profunda respiração, tinha que conseguir controlar-se.

Haig levantou uma mão e Audric se encolheu e fechou os olhos esperando o golpe. Quando nada aconteceu, abriu os olhos o suficiente para ver através de suas pestanas ao homem ao seu lado. Haig parecia mais zangado inclusive do que estava antes. Algumas vezes esperar pelo golpe era a pior parte. “Somente faz,“ disse Audric finalmente.

“Eu…“ Haig limpou a garganta. ”Eu não vou te machucar.”

Ainda pressionando-se contra a porta do passageiro, Audric abriu os olhos completamente. “Mas está zangado. Posso ver em seu rosto.“

“Tem a maldita razão, estou zangado, mas não contigo.”

Enquanto Haig falava, sua atenção foi para o vidro do lado de Audric. “Parece que Kern vem nos olhar.”

Audric se girou e se sobressaltou quando viu o formoso rosto de Kern olhando-o fixamente. Seu primeiro instinto era trancar à porta.

“Não o faça,“ disse Haig. ”Precisa entender que nem todos os desacordos terminam com um abuso.“

Audric olhou a Kern de novo. Seu companheiro parecia estar mais confundido que zangado. Audric se sentia da mesma maneira. Seria possível falar de seus problemas com Kern?

“O que acontece?“ Perguntou Kern através do vidro.

“Por que não vamos a casa e vocês dois podem falar?“ Sugeriu Haig.

“Não.“ Audric precisava aprender a confiar. Não era essa sua nova vida? “Se você realmente acha que é seguro, irei para dentro com vocês dois.“ Esse era um grande salto de fé para Audric, mas ele queria acreditar na bondade dos novos homens em sua vida.

“Não há lugar mais seguro no mundo para você que entre Kern e eu. Isso, eu prometo.”

 

"Você tem certeza  que ele vai ficar bem?"  Kern perguntou a Haig, enquanto esperavam para embarcar no avião.

“Ele ficara bem.“ Haig apoiou sua cabeça na coxa de Kern. ”Sei que é fácil acreditar que Audric é fraco devido ao seu tamanho, mas ele tem razão nisso.“ Haig olhou a Kern de soslaio. ”Quantos vampiros fracos você viu?”

“Nenhum“ falou Kern. Além dos deuses e os semideuses os vampiros eram os mais fortes entre as Criaturas Bentas. ”Mas se ele é tão forte. Por que sofreu durante tantos séculos?”

“Não disse que era o mais forte,“ corrigiu-se Haig. ”Com certeza ele não se comparava com LaMont e seu grupo. Eles também eram vampiros. Mas aqui fora no mundo real. Audric está em vantagem, e nós precisamos recordar isso.“

Kern cruzou os braços. Recordou a noite que fez amor com Audric, tratando de lhe assegurar ao seu companheiro de seu compromisso. “Ainda não posso acreditar que pensou que o castigaria fisicamente por discutir comigo. Com certeza, que desfruto de uma dura, brutal fodida, mas me conhece, nunca machuquei a alguém de propósito.”

“Sei bebê. Não se preocupe. Isso pode lhe tomar um pouco de tempo, mas cedo ou tarde, Audric também saberá disso. Há muita merda em seu passado. Ele chegou a nós com séculos de abuso.”

“Nós?“ Perguntou Kern.

Haig se encolheu de ombros. “Ele está crescendo em mim.”

O coração de Kern deu um tombo com a sutil declaração. Queria perguntar ao seu companheiro se ele estava perto de decidir que também queria a Audric como companheiro, mas mordeu a língua. Pressionar a Haig nunca terminava bem.

O alto-falante anunciou seu vôo para Galway. Haig ficou de pé e lhe ofereceu a mão. “Preparado?”

“Não.“ Kern odiava voar. Seu último voo a Galway tinha sido em seu aniversário para sua sessão de tatuagem com Declan Byrne que era a única exceção que fazia a sua regra de ‘não voar’.

Haig puxou a Kern para que ficasse de pé. “Não se preocupe. Manterei você distraído.”

Kern girou os olhos e seguiu a Haig. «Distraido» usualmente significava masturbá-lo, mas como tinham comprado suas passagens muito tarde, eles não puderam assegurar ter os últimos assentos no avião. “Não vou mostrar-me diante de uma turma de humanos,“ grunhiu Kern ao ouvido de Haig. Pressionou-se contra as costas de Haig e lhe deu um rápido beijo no pescoço.

Haig girou a cabeça para Kern e falou ao lado de sua boca. “Estava falando de discutir o que logo teremos que enfrentar. Haverá muito tempo para foder, uma vez que resgatemos a Galena.“

“Oh.“ Kern sentiu como se sua mão fora esbofeteada.

Tomou sua bolsa de viagem e a pendurou ao ombro.

Haig deu a passagem a uma atrativa mulher na porta. Esperou que Kern fizesse o mesmo antes de virar-se de frente a ele. “Não disse que não queira pôr minhas mãos em você. Somente que não é provável com a situação dos assentos.“

Kern sorriu e momentaneamente sua dor se afastou. “Então vamos tomar este voo, e terminemos com isto.”

 

Logo que o avião aterrissou, eles tomaram um táxi e se dirigiram ao bar. Haig tinha que admitir que quisesse ver a Flick. Mais importante, estava ansioso pelo que ia dizer sobre Juniper Cavanaugh. “Como poderia haver Juniper Cavanaugh crescido vinte centímetros quando já tinha alcançado a maturidade?”

Kern olhava para fora pela janela. “Ele não pode. Possivelmente as lembranças de Flick estão confusas.”

Haig sacudiu a cabeça. “Não, eu acredito. Somente não sei como é possível.”

Os dedos de Kern foram para a cicatriz em seu rosto.

Era algo que Haig o tinha visto fazer cada vez que falavam de sua velha manada. Flick não tinha mencionado ao pai de Kern, assim Haig não tinha ideia se eles enfrentariam com o passado de Kern. As mãos de Haig automaticamente se fecharam em um punho ao pensar em topar-se com Lasair. Possivelmente Kern poderia finalmente ter uma oportunidade de enfrentar ao seu pai.

O táxi chegou frente ao bar, e Haig pagou incluindo uma boa gorjeta. Kern estava em silencio, preocupando a Haig. “Está seguro de estar preparado para isto?“ Perguntou-lhe, saindo do carro depois de Kern.

Kern puxou a Haig mais perto ao edifício, saindo do caminho de pedestres. “Suponho, estava-me perguntando por que arriscamos nossos pescoços por gente como eles.“ Kern pendurou sua bolsa sobre seu ombro. ”Ninguém fez isto por mim, sabe.“

“Eu o fiz,“ Haig recordou ao seu companheiro.

Kern se aproximou e colocou sua mão no peito do Haig.

“Sim, o fez, por isso te amo mais que a minha própria vida. Eu poderia entrar em qualquer situação se pensasse que está em perigo, mas não está.”

Haig tragou o nó em sua garganta. “Sei que o faria, bebê, e possivelmente nem sequer tenho direito a pedir que me ajude a resgatar Galena, mas o faço. Uma vez a deixei sem nem dizer adeus. Possivelmente posso ser um frio bastardo em ocasiões, mas não posso lhe dar as costas agora que sei que necessita de minha ajuda.”

Kern sustentou o olhar de Haig durante um momento antes de baixar a cabeça. “Bem. vamos ver se Flick esta aqui.”

Apesar de que o sinal de submissão de Kern incomodava a Haig, não lhe disse nada sobre isso. Estava em todos os weres o enraizado sentido de submissão diante de seu Alfa. Haig não considerava a si mesmo líder em sua relação com Kern, mas ele não podia lutar contra sua natural posição na relação. “Desejaria poder te dar um beijo agora,“ Haig disse ao seu companheiro.

Com um débil sorriso, Kern abriu a porta do bar. “Depois.”

Haig entrou no edifício e começou a revisar o lugar.

Seus olhos e nariz no homem que estava no canto com cabelo cinza até os ombros. Deu uma cotovelada a Kern para captar sua atenção. “Parece com o Flick que você lembra?”

Kern seguiu o olhar de Haig. “Merda. E você que pensa que se vê velho.”

Haig caminhou pelo bar, detendo-se frente ao bar o tempo suficiente para pedir sua bebida e a de Kern. Chegou à mesa e olhou fixamente ao were sentado. Apesar de que o cabelo de Flick era totalmente cinza, seu rosto era de um were jovem.

Flick imediatamente ficou de pé e envolveu a Haig em um abraço. “É bom verte de novo.”

“A você também,“ respondeu Haig. Abraçou a Flick de novo antes de deixá-lo ir. Surpreendeu-se do bem que se sentia ao ver seu primo depois de tanto tempo. Haig se apartou e assinalou a Kern. ”Vocês se lembram?”

Kern assentiu e estendeu a mão. “Recordo-o. Entretanto passou muito tempo.”

“Assim é.“ Flick estreitou a mão de Kern antes e assinalou para a mesa. ”Sentem-se.”

Antes de sentar, Kern pegou seu telefone. “Se me desculparem, preciso fazer uma chamada, primeiro. “

Haig viu seu companheiro dirigir-se ao banheiro, antes de retornar sua atenção para Flick. Haig tinha aceitado a sugestão de Kern de dizer a Flick que ambos eram companheiro de Audric. Isso poderia ser mais seguro para o pequeno vampiro se os weres acreditavam que eles eram uma sólida unidade. “Sinto isto. Ele está chamando para ver como esta ao nosso companheiro, Audric. “

As sobrancelhas de Flick se elevaram com a surpresa. “Audric? Tomou um segundo companheiro?”

Haig assentiu. “Embora ele não seja were.“ Ele a propósito deixou o status de Criatura Benta de Audric fora da conversa. Com sorte, Flick poderia acreditar que Audric era humano. ”Audric deverá estar aqui em uma hora mais ou menos. Ele ficou em Roma para comprar um pouco de roupa nova.”

Flick sorriu e sacudiu a cabeça. “Nunca pensei ver o dia que permitisse a outro homem aproximar-se de Kern. Sempre me pareceu do tipo ciumento.”

A declaração golpeou justo no peito de Haig. “Sim, bom, não me viu desde que era somente um menino. “

Haig precisava trocar de tema antes de estrangular ao seu primo. ”Então, o que aconteceu com seu cabelo?“

Flick riu e passou seus dedos através de seu cabelo.

“A vida dura, suponho.“

“Tem companheiro?“ Perguntou Haig.

“Tinha.“ O sorriso de Flick caiu. ”Ela foi assassinada por uma par de rancheiros da área faz uns cem anos.”

Haig tomou uma respiração. Assassinar a um were não é tão fácil como lhe disparar. Têm que lhe tirar a pele para matá-los ou a habilidade natural de seus corpos os faria sarar e evitariam sua morte.

“Como encontraram a maneira…“ Haig começou, mas ele não pôde terminar a fala.

Flick entrecerrou os olhos. “Pensei que era uma coincidência até que chegou a carta de Galena. Aparentemente, Juniper enviou uma mensagem ao xerife local por esse tempo. De acordo a Galena, a intenção de Juniper era assegurar-se de que nunca retornássemos a Irlanda.”

Isso não tinha sentido para Haig. “Por que faria algo assim?”

“Evidentemente há algo aqui que ele não quer que vejamos.“ As mãos de Flick se fecharam em um punho. ”Não vou mentir. Não planejo ir desta vez sem ver e terminar com Juniper Cavanaugh.”

“Essa é uma. Definitivamente,“ disse Michael, assinalando à camisa que Audric sustentava.

“Não crê que é muito?”

Michael riu. “É um vampiro gay e vive com dois were-lobos. Realmente se preocupa o que outros possam pensar?”

Audric levantou a camiseta negra sem mangas à luz da loja de roupas. “Pode ver através disto. Isso poderia ser como não usar nada.”

“Exatamente. Se somente eles tivessem calças que combinassem.“ Michael olhou para a prateleira. ”Possivelmente deveria levar uma de cor branca.”

Audric imaginou a Kern e a Haig usando uma dessas.

O transparente tecido poderia permitir mostrar suas assombrosas tatuagens. Porra. O pênis de Audric começou a encher. Ele deixou a camiseta negra de seu tamanho e procurou dois de tamanho muito maior.

“O que está fazendo?“ Perguntou Michael.

“Acredito que levarei uma para Haig e outra para Kern.”

“Então, por que devolveu a sua?”

“Porque ninguém quer ver meu magro peito em exibição,“ raciocinou Audric.

Com a camiseta branca na mão, Michael empurrou seus quadris e sacudiu a cabeça. “Está brincando.”

“Verdade? Tipos como Kern e Neo amam ver nossos magros peitos. Acredito que os faz sentir-se inclusive mais… masculinos. Sei que Neo se volta louco com meu corpo, e quase te posso garantir que Kern se sente da mesma maneira com o teu.”

“Se eles se sentem masculinos, é porque eles nos vêem débeis,“ recordou-lhe Audric ao seu amigo.

“E? Ser mimado pelo homem que ama, não é necessariamente algo mau.”

“Mas sou tão forte como Haig e Kern. Infelizmente tudo o que eles vêem é meu tamanho, e porque sou muito menor, eles pensam que não posso cuidar de mim mesmo.”

Michael inclinou a cabeça a um lado. “Diga-me se me equivocar, mas não foi você o que pediu a Neo e a mim que lhe ajudássemos a se afastar dos vampiros de LaMont?”

“Sim. E?“ Audric não entendia aonde ia com isso.

“Assim possivelmente ter a dois fortes weres ao seu redor assegura que alguma vez estará em uma posição como essa de novo, Não é algo mau, não é? Depois de tudo, Neo pode acreditar tudo o que queira que esteja a cargo, mas eu sei a verdade. Há um só homem vivo que pode desafiá-lo e afastar-se ainda com a cabeça sobre seus ombros.“ Michael destacou a si mesmo. ”Então me diga, o que tem que ver a força com o poder?”

Audric sacudiu a cabeça. “Mas eu não estou falando de poder. Somente estou dizendo que Kern e Haig não acreditam que eu possa cuidar de mim mesmo.”

“Então essa é sua arma secreta. O importante é que você sabe que pode cuidar de você mesmo. Tenho que dizer que percorreste um comprido caminho do primeiro dia que te vi.“ Michael colocou sua mão no ombro de Audric. ”Como se sente quando Kern lhe fode?”

Os olhos de Audric se abriram mais. “Wow. Realmente quer que responda a isso?“ Só de pensar em descrever como o pênis de Kern o fazia sentir o envergonhava.

Michael riu. “Não como se sente fisicamente. Como se sente emocionalmente quando Kern te sustenta em seus braços?”

“Seguro,“ respondeu Audric automaticamente.

“Exatamente. Sentir-se seguro não tem nada que ver com a força.”

 

Quando Audric entrou no bar, Kern já estava preparado para arrancar a pele. “Já era a maldita hora,“ disse-lhe, cruzando o salão para encontrar-se com seu companheiro.

Audric levantou as bolsas em suas mãos. “Sinto muito. Disse-te quando chamou que ainda me faltava aproximadamente uma hora de compras.”

Kern ignorou as bolsas e puxou a Audric contra seu peito. No momento em que cobriu a boca de Audric com a sua, um imbecil detrás dele limpou a garganta.

Kern quebrou o beijo e se virou preparado para golpear ao tipo, quando notou que era Haig parado aí com suas mãos em seus quadris.

“Que maneira de manter um disfarce,“ disse Haig.

Kern se encolheu de ombros e guiou a Audric à mesa com um braço ao redor de sua cintura. “Audric, eu gostaria de te apresentar a Flick, o primo de Haig.“ No momento que ambos os homens estreitaram a mão, Flick olhou fixamente a Haig. ”Ele é vampiro. Pensei que disse que era humano.”

Haig sacudiu a cabeça enquanto se sentava em sua cadeira. “Não. Nunca disse isso.”

Kern situou a Audric entre ele e Haig e deixou uma mão no joelho de seu companheiro. Notou a tensão no corpo de Audric no momento em que Flick disse que era um vampiro.

Tratando de acalmar a Audric, Kern assinalou para as bolsas de compras. “Conseguiu boas coisas?”

“Sim.“ Audric colocou a mão em seu bolso. Entregou a Kern o dinheiro que lhe tinha dado antes. ”Não necessitei nada disso. Neo me deu um pouco de dinheiro que o Reino confiscou dos vampiros de LaMont.”

Audric se inclinou e lhe murmurou ao ouvido de Kern. “Inclusive comprei algumas coisas para Haig e para você.”

“Sério?“ Kern podia dizer pelo travesso olhar nos verdes olhos de Audric, que era algo que não queria tirar frente a Flick. Kern olhou para Haig e Flick. ”Terminamos aqui?”

Flick assentiu. “Tratarei de encontrar os acessórios dos que falamos e nos encontramos em seu hotel em…“ Flick olhou o relógio. ”Três horas? Parece-lhes bem?”

A coluna de Audric se esticou. “Isso é justo antes do amanhecer.“

Kern sabia ao que se referia seu companheiro. “Sim, é o melhor momento do dia para apanhar a um lobo despreparado.”

“Mas isso significa que não poderei ajudar,“ assinalou Audric.

Discutir com seu companheiro frente à Flick não era opção. “Vamos nos registrar no hotel e falaremos disto.“ Ficou de pé e ofereceu a mão a Audric.

Audric ignorou a mão de Kern e olhou a Haig. “Por que não quer minha ajuda?”

Kern não tinha ideia como Haig ia responder a essa pergunta. Ele sustentou o fôlego, esperando que Haig não causasse uma separação entre eles.

Haig surpreendeu a Kern ao cobrir a mão de Audric com a sua. “Não é que não queira sua ajuda. Tudo isto é questão de tempo. Nós temos que fazê-lo diretamente se queremos ter êxito em tirar minha irmã dali.“ Haig deu à mão de Audric um apertão. ”Sinto muito.”

“Mas eu posso entrar com os lobos e eles nunca me veriam chegar.“ Audric olhou de Haig ao Kern. ”Tenho certas habilidades que posso utilizar para lhes ajudar.”

“Deixem.“ Flick ficou de pé e golpeou a mesa com seus nódulos, claramente incômodo. ”Vou, me avisem se houver mudanças de planos.”

Haig esperou a que Flick deixasse o bar antes de girar sua atenção de novo ao Audric. “Vamos ao hotel e discutiremos isto.“

Audric olhou a Haig durante um momento antes de finalmente aceitar. “Bem.“

Haig terminou de banhar-se e pegou uma toalha. Seu plano era dar a Audric e Kern um pouco de tempo a sós, mas os gritos dos homens fodendo no quarto do lado tinham interrompido sua curta ducha. Tinha pensado uma e outra vez sobre o oferecimento de Audric e ele ainda não podia imaginar por que o companheiro de Kern queria arriscar sua vida para ajudar a Galena.

Difícil entender por que Haig declinava a oferta, se não sabia nada das capacidades de Audric e tudo o que desejava era manter a Audric a salvo de Juniper e do resto da manada.

Envolvendo a toalha ao redor de sua cintura, Haig abriu a porta do banho e olhou com interesse a Kern e Audric.

Ele olhava a língua de Kern banhar a Audric, era difícil para ele permanecer como observador. Dirigiu-se para a outra cama e sentou na beirada.

Audric girou a cabeça e viu a Haig através de seus pesados olhos pela luxúria. Apesar de que nenhuma palavra foi dita, Audric confirmava sua nova tranquilidade ao redor de Haig.

Haig esfregou a parte de atrás de seu pescoço para evitar alcançar ao vampiro. Nunca se havia sentido tentado de tocar a outro homem que não fora seu companheiro. Kern tinha a desculpa do frenesi da cópula para sua conduta, mas Haig não a tinha.

Audric estendeu sua mão para Haig em silencioso convite.

O suor imediatamente começou a descer pelo rosto de Haig e seu peito enquanto ele lutava contra o desejo de seu corpo.

Kern deve ter reconhecido os conflitos de emoções de Haig. Liberou o pênis de Audric e se virou a olhar a Haig.

“O que acontece?“

Haig olhava o pênis de Audric, brilhando com a saliva de Kern, e tragou duro. Poderia Kern ver que era infiel? Ele poderia? Haig não estava seguro se poderia viver consigo mesmo sabendo que se deixou ir pelos desejos de seu corpo fora de seu companheiro. Ele pensou na sugestão de Kern de que Haig fizesse companheiro com Audric e sacudiu a cabeça. Ele sabia que não podia tomar o caminho fácil. O companheiro era um chamado espiritual na opinião do Haig e ele não podia imaginar pular e tomá-lo sem as bases do amor.

“Nada.“ Assinalou à porta. ”Vou por um pouco de comida, me chamem quando terminarem.”

Kern sorriu. “Não quer te vestir primeiro?”

Haig olhou para sua ereção que ameaçava lançar a toalha ao piso. “Imbecil.“

Audric desejou poder entrar na mente de Haig. Aí estava ele com suas pernas dobradas contra seu peito e um formoso e enorme homem o fodendo e tudo o que podia pensar era na mescla de emoções claramente visíveis nos olhos de Haig.

“Ainda continua comigo?“ Perguntou Kern, diminuindo seus impulsos. Audric retornou sua atenção para o homem do que rapidamente se apaixonou. “Acredito que Haig está triste.”

Kern olhou para a porta fechada do quarto do hotel.

“Por que pensa isso?”

“Somente pela maneira em que nos olhava antes. Não posso seguir fazendo isto se for incomodá-lo. Você é seu companheiro há centenas de anos. Além disso, você o escolheu. Você só ficou apanhado comigo. Há uma diferença e sabe.”

Apesar de que Kern não saiu, ajudou a baixar as pernas de Audric a uma posição mais cômoda. “Pude não ter tido escolha em nosso encontro, mas isso não significa que deseje que não tivesse acontecido. Você traz algo a minha vida que não posso explicar.“ Uma sensação sacudiu a cabeça de Kern. ”Calma.“

Apesar do serio da situação, Audric não pode evitar rir. “Nós temos fodido quase sem descansar por dias, chama a isso de calma?”

Kern lhe sorriu, balançou seu peso em uma mão e levantou a outra para o peito de Audric cobrindo seu coração. “Você faz que sinta calma aqui. Seja ou não nosso companheiro natural, isto é correto. E acredito que Haig sente isso.”

“Acredita que isso lhe dói?”

Kern sacudiu a cabeça. “Acredito que está confuso.”

“Por quê?”

“Porque se sente atraído por você e ele não entende isso. Haig é incrivelmente tradicional. O amor deve estar absolutamente antes do desejo. Vi o efeito que teve antes. Definitivamente te deseja, assim tem que passar uma destas duas coisas: ou que ele se apaixone por você, ou que as ideias que o sustentaram tanto tempo comecem a mudar.“

Audric se mordeu o lábio inferior. “Antes quando ele nos olhava, estendi minha mão para ele.“ Ele viu a profundidade do olhar de Kern. ”Eu queria que se unisse a nós.”

“Agrada-me isso,“ confessou Kern. Beijou seu caminho para baixo do pescoço de Audric, usando sua língua e ocasionalmente lambendo e chupando a pele. ”Não está zangado comigo porque sugeri a Haig que ele também fosse seu companheiro.“

Audric levantou a cabeça de Kern. “Você ofereceu a Haig sem me perguntar primeiro?“ Quanto mais pensava nisso mais se zangava. Eles tinham emparelhado antes sem lhe dar escolha.

Repentinamente a força que Kern não acreditava que tinha possuiu a Audric com toda sua força. Com um simples empurrão o corpo nu de Kern golpeou a parede oposta do quarto, enquanto saía da cama e ficava de pé.

Atordoado, Kern piscou várias vezes. “Que porra?”

Audric levantou uma mão. “Não me fale,“ disse, tomou suas calças da cadeira e saiu apressado ao corredor.

Tropeçou com uns grandes pés e caiu ao chão. Levantou a vista e viu ao formoso rosto de Haig sorrindo.

“Vejo que Kern não te deu o mesmo conselho sobre sair do quarto nu,“ disse Haig rindo.

Audric rapidamente se cobriu com seus jeans e olhou ambos os lados do corredor. Ele queria seguir zangado, mas era difícil com o grande tolo sorriso que de uma maneira o animava. “Deuses, ele é um imbecil. Como pode suportá-lo?“

“Kern certamente tem seus momentos. O que aconteceu?”

A porta se abriu e Kern se apressava ao corredor. “Aonde vai?“ Perguntou a Audric.

“Nós estamos falando. Volta ao quarto.”

Apesar de estar nu, Kern caminhou para onde Audric estava caído. Audric se deslizou para trás, afastando do imponente homem. Ele levantou uma mão como protegendo seu rosto e se afastou. “Lamento-o se te machuquei.”

“Kern! Volta ao quarto e me deixa dirigir isto,“ disse Haig de novo.

“Ele me lançou através do quarto,“ tratou de argumentar Kern. ”Só quero falar com ele.”

“Se ele o fez, deve ter uma boa razão, agora retorna ao quarto e me deixe averiguar o que aconteceu.”

Kern bufou um momento, mas finalmente se dirigiu à porta. “Sei que não quis fazê-lo,“ disse ao Audric.

Audric sustentou sua língua. Apesar de que não queria machucar a Kern, ele não se arrependia de suas ações. De novo Kern estava fora de sua vista, Audric girou e conseguiu ficar de pé. Lutou com seus enrugados jeans antes de tomar assento junto a Haig com suas costas contra a parede.

“Dá-te conta de quando pude realmente escolher como viver minha vida?”

Haig entrecerrou os olhos como se realmente pensasse na pergunta. “Poderia dizer que alguma vez?”

Audric piscou surpreso pela pergunta. “Eu. Eu não sei. Possivelmente quando era humano?“ Ele procurou em suas lembranças. Apesar de estar ao redor dos vinte anos quando foi convertido, não recordava haver vivido por sua própria conta. ”Não. Provavelmente não.“

“Não acha que já é tempo que o faça?”

A simples tarefa de fazer suas próprias decisões ameaçava afligi-lo. Primeiro seus pais tinham tido o controle sobre ele, depois LaMont. Depois da morte de LaMont os vampiros que ele tinha criado se encarregaram de lhe dar ordens e castigá-lo. Agora, bom, agora ele tinha a Kern. Audric olhou a Haig. “Não acredito saber como,“ admitiu.

Haig puxou a Audric mais perto. “Por que não me diz o que aconteceu?“

“Nós estávamos… você sabe, e nós estávamos falando de você. Kern disse que ele me ofereceu a você como companheiro.“ Audric se encolheu de ombros. ”Esse fato me incomodou por que…”

“Porque ele não o tinha consultado primeiro,“ Haig terminou por ele.

“Sim. Não sou propriedade dele assim somente o afastei.”

Haig cobriu a mão de Audric com a sua. ”Porque vale a pena, não acredito que Kern te considere dessa maneira.”

”Acredito que ele apenas está assustado do que pode acontecer se você e eu não encontramos um laço entre nós. Sua solução foi nos emparelhar.”

Audric tinha estado assustado pelo mesmo ao princípio, mas com o passar dos dias, deu-se conta de que seus sentimentos por Haig estavam crescendo ao mesmo ritmo que para Kern. “Não acho que isso seja verdade.”

“Não, não acha?”

Haig ia afastar sua mão, mas Audric o deteve. “Não. Não acredito. Os vampiros não têm companheiro da mesma forma que os weres o fazem. Igual a vocês, nós marcamos ao que escolhemos para passar a eternidade. Mas essa é uma conexão foto instantânea, não é por isso…“ Audric se deteve. Ele não queria ir muito longe à explicação do que nunca tinha experimentado, mas Haig merecia entender o processo. “Por isso eu entendo, a maioria dos vampiros que escolhem marcar a seus casais o fazem por amor. O amor é o que os une, não a mordida. Isso tem sentido?”

Haig assentiu. “Acredito que é o mesmo para mim.”

“Kern me disse que você não quer ser meu companheiro porque não me ama.”

Haig sacudiu a cabeça. “Eu não disse isso. Disse que não podia ser companheiro contigo se não havia amor entre nós.“

Ele levantou a mão de Audric, levou-a a seus lábios e a beijou. ”E quando, ou se, o momento chegar, necessito que corresponda ao meu amor.“

Vendo a Haig seguir sustentando sua mão, Audric se deu conta que ele rapidamente a sua maneira se apaixonou. Isso era diferente com Kern. Sua relação era necessidade física para ambos. Audric girou seu corpo para Haig. “Quando estou contigo desta forma, sinto que estou apaixonado pela primeira vez em minha vida,“ admitiu Audric. ”E isso me envergonha.”

Haig moveu a mão de Audric para seu peito. “Por quê? Não te agrado?”

“Sim.“ «Ama-o. Diga-lhe Audric afastou sua voz mental e encontrou o pequeno mamilo sob o magro material da ajustada camiseta de Haig.

A cabeça de Haig caiu para trás à parede enquanto Audric passava a ponta de seu dedo ao redor do duro mamilo. “Por que te envergonha que te agrade?”

“Porque você pertence à Kern,“ confessou Audric. Não admitiu que apesar de que estava desenvolvendo sentimentos por Kern, eram diferentes dos que sentia por Haig. Embora ele não tivesse dúvidas em sua mente de que finalmente aconteceria, não era justo nem para Kern nem para Haig que ele amasse primeiro ao homem que não era seu companheiro.

O pomo de Adão de Haig bombeou várias vezes antes que falasse. “O que é você quer? Audric. Esta é sua oportunidade de escolher o caminho que seja correto para você.”

Fechando os olhos, Audric se inclinou e capturou o mamilo de Haig entre os dentes. O deixando escolher, ele queria fazer amor com esse formoso homem que frequentemente o acossava em sonhos.

Haig enterrou seus dedos no cabelo de Audric sustentando-o no lugar durante um momento enquanto Audric lambia a camiseta até deixá-la transparente.

Apartando-se, Audric olhou para a profundidade dos grandes olhos café de Haig. “Faça amor comigo,“ murmurou. «Morda-me», sua voz interna gritava.

Haig ficou de pé e puxou a Audric contra seu peito.

“Isso poderia mudar as coisas entre nós.”

Audric lentamente assentiu.

“Temos que falar com Kern,“ informou Haig a Audric.

Audric assentiu de novo. Ele gemeu quando Haig o levantou do chão e embalou sua bunda. Audric envolveu suas pernas ao redor da cintura de Haig e se segurou. Suas emoções estavam todas nesse lugar. Preocupação culpa e amor girava através de seu coração e sua mente enquanto olhava a Haig nos olhos.

“Quero te beijar,“ murmurou Haig. ”Mas não posso sem perguntar a Kern.”

A decepção encheu a Audric. Não é que não o entendesse, o fazia, mas pensar em machucar a Kern por desejar a Haig preocupava. “O que acontecera se ele disser que não?”

“Ele não o fará,“ respondeu Kern de uma pequena abertura da porta.

“Então abre porque nós vamos entrar,“ disse Haig a Kern.

 

Kern olhava a Haig levar a Audric para dentro do quarto e à cama. Ele ouviu a conversa inteira depois que lhe ordenaram que voltasse ao seu quarto, e não perdeu o que estava debaixo da declaração de Audric. Doía-lhe saber que Audric ainda não se apaixonou por ele, mas entendia que finalmente aconteceria.

Os sentimentos de Audric crescendo por Haig eram uma bênção porque aparentemente Haig também os sentia. Mover-se para um trio seria muito mais fácil para cada um dos envolvidos. Kern poderia preocupar-se sobre o amor de Audric ou a falta disso, no futuro.

Ele notou dois pares de olhos olhando para ele. “O que?”

Haig deixou a Audric a um lado e se aproximou de Kern, puxando-o ao seu quente abraço. “Está seguro de que está bem com isto?”

“Claro que estou bem. Em primeiro lugar, essa foi minha sugestão. Somente tomou a vocês um pouco mais de tempo que a mim para pensar dessa forma.“ Kern tratou de enterrar a dor que Haig podia sentir. Ele puxou a camiseta de Haig e a tirou.

“Pode deixar de me olhar?“ perguntou Kern enquanto desabotoava os jeans de Haig e baixava o zíper.

Haig tomou a Kern pela parte de atrás do pescoço e o puxou a um profundo beijo. Kern abriu a boca e aceitou a língua que o fodia com entusiasmo. Depois de haver-se negado o anterior clímax, o pênis de Kern se endureceu com o primeiro roce da língua de seu companheiro.

Depois de vários gloriosos minutos, Kern quebrou o beijo e olhou a Audric. Seu pequeno companheiro já estava nu e tocando-se a si mesmo. “E você? Você se aborrece se eu ficar?“ Audric sacudiu sua cabeça e abriu suas pernas em um convite. ”Na única experiência sexual que tive com mais de um homem ao mesmo tempo não tive escolha. Obrigado por me dar o que outros não fizeram.”

Kern se aproximou da cama com Haig. “Ouvi o que disse a Haig,“ confessou. ”Estava equivocado ao sugerir que fossem um companheiro era uma escolha sua, devia ter perguntado primeiro, eu sinto muito.”

Audric sorriu. “Obrigado. Significa muito para mim.”

Kern olhou a Haig. Os dois nunca tinham tomado a outro homem em sua cama. Antes de Audric nenhum deles tinha dormido com ninguém, só um com o outro. Dado que ele já tinha experimentado a alegria de foder a Audric, Kern pensou que era importante dar a Haig essa honra. Colocou sua mão no quadril de Haig e assinalou a cama.

Haig deu a Kern outro profundo beijo. “Amo-te,“ murmurou no ouvido de Kern.

“Eu sei.”

Haig se sentou na cama ao lado de Audric. Ia tocá-lo, mas retirou a mão. “Não sei o que fazer,“ admitiu.

Audric riu e tomou a mão de Haig. “Com certeza que sabe. Ouvi-te fazendo amor com Kern, recorda?”

Haig olhou para Kern com incerteza em sua expressão.

Entendendo, a não falada súplica, Kern rodeou a cama e se deitou ao lado de Audric. Ele levantou o pulso de Audric e o deixou sobre a de Haig no peito do vampiro.

Haig fez um ruído profundo em seu peito enquanto a palma começou a percorrer seu peito. Roçou os duros mamilos café escuro, olhando a Audric todo o tempo.

Audric soltou o pulso de Haig e beliscou seus próprios mamilos, dizendo a Haig sem palavras o que ele queria.

“Ele não é tão frágil como se vê,“ disse Kern com um sorriso e soltando ao homem. Ver Haig beliscar os mamilos de Audric era sexy, mas quando Haig se inclinou a tomar um dos mamilos café dentro de sua boca, a necessidade de Kern ameaçava afligi-lo. Tratou de dirigir a boca de Haig para o pênis de Audric. ”Chupa-o. Mostre o bem que se sente sua boca.”

Audric gemeu quando Haig liberou seu mamilo e se insinuou entre as pernas abertas de Audric. “Isto é o que quer?“ Perguntou Haig.

“Quero a Kern aqui e que me deixe que o chupe enquanto você chupa o meu,“ respondeu Audric.

Haig riu. “Quem vai me chupar?”

“Ninguém. Você vai fazer amor comigo depois que eu goze em sua garganta,“ disse Audric a Haig em um tom de que o dava por feito depois de apoiar-se contra a cabeceira.

Haig olhou a Kern. “Sempre é tão mandão na cama?“ Kern de pé se acomodou frente à cabeça de Audric e levou seu pênis à boca de seu companheiro. ”É um homem que sabe o que quer isso é tudo.“ Sorriu a Haig, que estava ocupado vendo a Audric dar a Kern uma perita mamada. ”Assim dê ao homem o que pediu.”

Isso pareceu tirar a Haig da bruma. Envolveu uma mão ao redor da base do pênis de Audric e começou a chupar a coroa de seu pênis.

Audric gemeu, enviando vibrações com o passar do pênis de Kern e suas bolas. “Você gosta disto bebê?“ Perguntou Kern, enterrando seus dedos no cabelo de Audric.

Audric assentiu e chupou a Kern mais profundo.

Kern começou lentamente a foder a boca de Audric enquanto olhava Haig devorar o pênis do pequeno vampiro. Haig soltou o pênis da boca o suficiente para cuspir em sua mão. “Afunda-o profundamente,“ disse-lhe Kern. ”Ele teve meu pênis aí faz menos de trinta minutos.“

“Posso dizê-lo,“ respondeu Haig, afundando três dedos dentro do buraco de Audric.

Audric se movia para Haig e começou a foder os dedos. O movimento causou que os dentes de Audric raspassem ao sensível pênis de Kern. A dor ameaçou tirando o lobo de Kern à superfície. “Não!“ Kern repreendeu a seu lobo.

Audric liberou o pênis de Kern. “Quer que me detenha?”

Kern sorriu ao seu companheiro. “Sinto muito. Estava falando com meu lobo. Imaginei que poderia enlouquecer se ele decide sair a brincar.”

“Tem razão.”

“Por que não dá a Haig o lubrificante e o tira de sua miséria? Daqui vejo que seu pênis está a ponto de explodir.”

Apesar de que Haig seguiu usando sua boca e seus dedos em Audric, ele assentiu em acordo. Ver a excitação no olhar de Haig esquentou a Kern por alguma razão. Certo que seu companheiro estava pronto para foder a outro homem, mas acontecia que esse outro homem era também companheiro de Kern.

Isso era confuso como o inferno, mas com um pouco de sorte, isso poderia junta-los ainda mais.

Decidindo envolver-se mais, Kern tomou o lubrificante quando Audric o ofereceu e trocou sua posição de lado a Audric. Cobriu sua mão livremente e pulverizou o lubrificante na ereção de Haig. “Quer um pouco disto?”

Haig liberou o pênis de Audric e o sustentou em sua mão. “Obrigado.“ Inclinou-se o suficiente para beijar a Kern depois de receber o lubrificante.

Kern retornou sua atenção a Audric. Moveu-se e apoiou sua cabeça ao lado de seu companheiro. “Ainda está bem com isto?”

Audric girou os olhos. “Virtualmente tenho meus joelhos detrás de minhas orelhas. O que crê?”

Kern lambeu um lado do rosto de Audric, seu lobo o agradecia. “Acredito que é a coisa mais sexy que vi.”

Haig limpou a garganta.

“Vamos, seja honesto, você também pensa isso.”

Haig retirou os dedos e se acomodou na cama.

Sentando-se em seus calcanhares, pressionou a ponta de seu pênis no buraco de Audric. “Envolve suas pernas ao redor de mim. Quero te sustentar em meus braços enquanto te faço amor.”

Eles três pareciam sustentar seus fôlegos coletivos enquanto Haig lentamente se empurrava ao interior de Audric. O momento era absolutamente perfeito até que o telefone celular de Haig começou a soar.

“Porra,“ disse Kern aborrecido, olhando o relógio. ”Sabe que é Flick perguntando se ainda iremos.”

Haig lentamente se empurrava e sacudiu a cabeça.

“Nada e quero dizer nada, vai me impedir de terminar.”

Kern soltou o fôlego. “Bem. Eu respondo. O que lhe digo?“ Ele saiu da cama e tomou o telefone da cômoda. ”Bem?“ Perguntou quando Haig seguiu fodendo lentamente a Audric.

Haig quebrou o beijo e olhou sobre seu ombro. “Diga-lhe que o vejo na parte de abaixo das escadas em trinta minutos.

Kern grunhiu. “Da maneira que vai nisso, suponho que em quinze.“ O telefone deixou de tocar e Kern amaldiçoou. ”Genial.“ Ele levantou o telefone. ”Irei ao banheiro lhe chamar.”

Haig olhava Audric enquanto seus corpos seguiam juntos. Desejou poder ler a Audric igual lia a Kern. “O que esta pensando?”

Em lugar de responder, Audric puxou a Haig a outro profundo beijo. Haig aceitou o beijo, surpreso e agradecido pelas emoções que pareciam acompanhar cada varrida da língua de Audric. Separou-se e tragou o recém formado nó em sua garganta. Nesse momento ficava claro. Ele tinha se apaixonado. Como tinha acontecido tão rapidamente? Não entendia, mas isso o enchia de uma incrível felicidade que dificilmente poderia explicar.

Audric sorriu. “Agora é seu turno de me dizer o que pensa.“ Ele terminou a declaração, contraindo os músculos internos ao redor do pênis de Haig enquanto entrava e saía.

As palavras estavam na ponta de sua língua quando Kern retornou ao quarto. Ele não queria deixar a Audric sem saber, mas pensava que era mais importante que Audric o ouvisse primeiro de Kern.

“Melhor se movem. Flick está no vestíbulo,“ anunciou Kern, deixando o telefone de volta na cômoda. ”Desde que falei com seu primo meu pênis se debilitou. Vou tomar uma ducha.”

Haig duvidava inclusive que antes lhe teria alegrado ver Kern deixar o quarto. Só com Audric de novo, Haig apartou os cachos vermelho escuros do rosto de Audric. “Amo-te.”

Audric girou sua cabeça afastando as lágrimas que enchiam seus olhos. Essa não era exatamente a reação que Haig tivesse esperado. “Sinto muito,“ disse Haig rapidamente.

Audric sacudiu a cabeça, mas ainda se recusava a olhá-lo. “Não posso recordar sequer ter sido amado. Seguro que meus pais me amaram, mas não lembro.” Audric secou seus olhos antes de olhar para Haig de novo. ”Estou lutando com meus próprios sentimentos, não quero soar ingênuo, mas pode me dizer o que se sente ao amar alguém?“

Haig nunca se perguntou isso. Como alguém ia explicar a outro como se sente? “Não posso dizê-lo com um punhado de palavras bonitas, mas para mim é malditamente simples. Quando deixa o quarto, leva-te minha respiração contigo.”

As sobrancelhas de Audric se juntaram.

Evidentemente a explicação de Haig não foi o suficientemente básica. “Não me sinto vivo a menos que esteja perto.”

Audric fez um ruído que Haig não pôde identificar e logo as lágrimas começaram de novo. “Essa é a maneira em que eu me sinto a respeito de você e de Kern. Não acreditava ter esses sentimentos por Kern, mas me sinto como você o descreve quando algum de vocês não está perto.”

Kern entrou no quarto e saltou às costas de Haig, escorrendo água nos flancos de Haig, era óbvio que seu companheiro não se incomodou em secar-se.

“Também te amo,“ disse Kern, apartando a cabeça de Haig de seu caminho, e assim poder beijar a Audric.

Haig se moveu e deu um tabefe a Kern “Tem que deixar de escutar às escondidas.”

Kern quebrou o beijo com Audric e beijou a têmpora de Haig. “Por quê? Inteirei-me dos melhores segredos dessa maneira.”

Agora que os sentimentos de todos eram abertos, Haig foi capaz de relaxar. Uma vez de volta a sua casa, eles poderiam construir sua vida juntos em lugar de Kern e seus dois companheiros.

“Deixe-me te foder enquanto fode a Audric,“ Kern grunhiu pressionando seu duro pênis contra o traseiro de Haig.

“Que maneira de virar um tenro momento.“ Haig riu.

“Sim, sei, quer vinho, flores e tudo isso, mas não acredito que possa negar-lhe ao meu pênis de novo. Duas vezes fui interrompido. E em qualquer momento Flick estará golpeando a porta, zangado como o inferno.”

Apesar de que Haig seguia duro e empurrando-se lentamente dentro e fora do buraco de Audric, ele ainda não queria gozar. Gozar significava terminar e queria o calor de Audric por dias, não minutos.

Quando Haig ouviu a tampa do lubrificante abrir-se, sabia que estava perto de ser fodido. Isso não acontecia freqüentemente, que ele fora capaz de empurrar ao seu lobo para permitir a posição abaixo, mas seu lobo parecia estar ocupado nesse momento lambendo o pescoço de Audric.

Kern aplaudiu as coxas de Haig. “Poderia levantar isso.”

Haig fez o que lhe indicou. Ligeiramente alterou a posição e seu pênis entrou mais profundo em Audric.

“Sim,“ gemeu Audric.

Quando o primeiro comprido dedo entrou em seu interior, Haig mordeu o pescoço de Audric. O sabor da pequena gota de sangue de Audric aprofundou os laços entre eles. Podia ser inclusive seus sentimentos mais profundos se emparelhava com Audric?

O pensamento pareceu encher de luxúria a Haig. Apesar do segundo dedo empurrando-se em seu buraco, Haig começou a empurrar-se dentro e fora de Audric mais duro e mais rápido. “Melhor se apressar ou vai pescar fora de tempo,“ informou a Kern.

“Merda!“ Kern deixou a garrafa de lubrificante ao lado de Haig. ”Segure a porra.”

Haig reposicionou as pernas de Audric sobre seus ombros quase dobrando ao homem em dois. “Amo-te,“ ofegou, olhando a Audric.

Audric abriu a boca, mas tudo o que saiu foi um alto gemido enquanto Kern empalava a Haig com seu pênis. Haig apertou os dentes enquanto seu companheiro o fodia tão brutalmente como nunca. Kern estranha vez fazia amor. Para ele, fazer amor era a respeito de palavras. Quando o pênis estava envolvido, isso era a respeito de foder.

Apesar de que Haig amava mais uma fodida dura e rápida, ele se alegrava de que agora houvesse alguém com que podia fazer amor. Ele tomou sua oportunidade e viu onde se unia com o Audric. O rastro de pré-sêmen no torso de Audric fazia que a Haig lhe fizesse a boca água.

“Se toque.”

Audric colocou a mão entre eles e começou a puxar seu pênis com o ritmo que Haig tinha estabelecido.

“Sim, assim, bebê. Amo ver isso,“ murmurou Haig.

Apesar do lento início, Kern foi o primeiro em chegar ao seu clímax. O grito do nome de Haig, antes de inclinar-se à área onde o ombro se unia ao pescoço de Haig. Haig não tinha que vê-lo para saber que Kern tinha trocado parcialmente. Os compridos caninos enterrados em sua carne eram uma prova da mudança.

Audric ofegou e Haig se deu conta que o vampiro estava sendo testemunha da mudança parcial pela primeira vez.

Haig estava preocupado que Audric pudesse assustar-se ou perdesse a ereção pelo que lhe mostrava, mas o calor entre eles disse a Haig tudo o que precisava saber.

A inquebrável aceitação de Audric levou a Haig sobre o bordo. Mordeu seu lábio inferior, tentando manter seu lobo na união de Kern. Ver um parcialmente trocado homem e ser fodido por um, eram duas coisas totalmente diferentes e inclusive em seu estado de alegria Haig se deu conta que Audric não estava preparado para o seguinte passo.

Kern se liberou de Haig e paralisou em cima dele. Haig rodou e ambos caíram ao lado de Audric. Eles terminaram enroscados uns com outros.

O telefone de Haig soou de novo, obtendo um grunhido unificado. “Precisamos sair daqui se queremos surpreender à manada,“ disse Haig, sentando-se.

“E eu?“ Perguntou Audric, olhando o relógio.

Haig embalou a bochecha de Audric. “Amanhecerá em duas horas. Quando chegarmos lá, o amanhecer estará muito perto.”

As esperanças de Audric em sua expressão caíram.

“Não é que não queira sua ajuda, ou que pensemos que é muito fraco. Acredito que já provou sua força.“

Haig sorriu a Kern. ”Mas esta é a melhor hora do dia para fazer o que temos que fazer. Prometo-lhe isso, não é pessoal.”

Audric assentiu, mas Haig podia dizer que o homem ainda seguia ferido por ficar fora da operação de resgate.

Haig beijou os lábios de Audric. “Vá dormir e estaremos na cama contigo quando despertar. Prometo-o.”

“Sério?“ Perguntou Audric.

“Sim,“ Kern se uniu, lhe dando outro beijo. ”Nos prometemos.”

 

Durante a viagem a ancestral terra da manada, Kern notou que Flick olhava a Haig através do espelho retrovisor.

“O que?“ Finalmente perguntou Haig do assento traseiro.

Flick sacudiu a cabeça e tomou um caminho de terra. “Somente estou imaginando o que direi a sua mãe quando perguntar por você. Ela apenas está se acostumando à ideia de que seu filho é gay. Como se supõe que lhe diga que também é amante de um vampiro?”

“Que lhe diga ou não, não há uma maldita maneira que me importe.”

Não escapou a Kern notar que Flick não pareceu surpreso que Kern pudesse apaixonar-se por um vampiro, como o fazia com Haig. «O que há de novo nisso», Kern pensou. A manada sempre tratou de culpar a Kern de que Haig caísse em desgraça.

Moveu-se incômodo em seu assento e girou sua atenção ao cenário pela janela lateral. Tinha passado muito tempo desde que esteve tão perto da terra da manada. Sentiu uma mão em seu ombro. Kern automaticamente cobriu a mão de Haig com a sua. Essa era a maneira de Haig de apoiar a Kern e parecia funcionar.

Kern ainda seguia aborrecido pelas notícias que Flick lhe tinha dado no vestíbulo do hotel. Ao parecer todo mundo já sabia que Kern e Haig tinham voltado à cidade e levavam um forasteiro com eles. Apesar do discurso que Haig deu a Audric, Kern se alegrava de que seu companheiro não estivesse com eles. A simples ideia de que Audric estivesse rodeado pela manada de lobos assustava a Kern de morrer.

“Que tão grande é a manada agora?“ Perguntou Kern.

“Não sei. Quando a deixei eram doze, incluindo Galena, quem escolheu ficar atrás, mas isso foi há muitos anos.“ Flick saiu do caminho de terra e deixou a caminhonete na beirada.

Os três saíram da caminhonete e começaram a despir-se. Estava frio e Kern viu como sua respiração formava névoa no começo da manhã. Lançou sua roupa na caixa e trocou a sua forma de lobo, agradecido por seu grosso pelo.

O lobo de Kern se aproximou de Haig e cheirou as bolas de seu companheiro, reconhecendo os aromas misturas de Kern e Audric.

Haig golpeou o nariz do lobo. “Está muito frio aqui para este tipo de bem-vinda.“ No seguinte segundo, Haig trocou. Seu lobo se virou a Kern e lhe ofereceu algumas lambidas no focinho antes de adiantar-se a Flick.

Kern seguiu ao seu companheiro. Apesar de que o plano era resgatar a Galena e correr, Kern suspeitava que Flick estivesse detrás de algo mais. Não é que Kern o culpasse. Se Flick tinha razão a respeito de que Juniper era responsável pela morte de seu companheiro, Kern não podia evitar que Flick pensasse em procurar vingança.

À frente, Haig repentinamente gritou e caiu de lado, trocando a sua forma humana. “Alto,“ gritou Haig com uma voz que logo que era um murmúrio.

Kern trocou e começou a caminhar para seu companheiro.

“Detenha!“ Grunhiu Haig levantando uma mão para Kern. Os olhos de Haig giraram e perdeu a consciência.

Kern olhou para Flick, quem também tinha trocado.

“Fique aí.“ Ele lentamente se aproximou de Haig, inseguro do que lhe tinha acontecido. Tomando o estirado braço de Haig de onde tinha caído, Kern o puxou para ele, sobressaltando-se enquanto a nua pele de Haig raspava a terra.

Logo que Kern acreditou em ter se afastado o suficiente do que fora que tivesse ferido ao seu companheiro, caiu de joelhos e girou a Haig. “Haig.“ Ele esfregou o peito e pescoço de Haig antes de inclinar-se e lhe dar um beijo. ”Vamos. Abre os olhos.”

Tomou vários segundos, mas Haig finalmente abriu os olhos, uma simples ranhura. “É protegido,“ ofegou antes de ficar inconsciente de novo.

Kern abriu mais os olhos e olhou a Flick. “Desde quando as Fadas são amigos da manada?”

Flick sacudiu a cabeça. “Não sei. Isso deve ter acontecido depois de que sai.“ Tomou uma pedra e a lançou para a terra da manada. A pedra se desintegrou na metade do ar.

Se a barreira era o suficientemente forte para desintegrar a pedra, o que teria feito a Haig? “Precisamos levar a Haig ao Reino.“Kern não perdeu tempo. Levantou seu companheiro da terra e o levou a caminhonete. Sustentava a cabeça de Haig em seu regaço no assento traseiro sem preocupar-se com sua roupa.

Flick, entretanto, tomou o tempo para vestir o jeans. Quando entrou na caminhonete deixou os jeans de Haig e Kern no assento traseiro. “O telefone de Haig estava tocando.

Kern procurou no bolso de Haig e tomou o telefone celular. Uma rápida pressão de botões e estava recuperando as mensagens de Haig.

A voz de Audric se ouvia frenética no ouvido de Kern.

“O que aconteceu? Senti a dor de um disparo e então nada de Haig.”

Kern quase deixou cair o telefone. «Como era isso possível?» Ele pressionou para remarcar enquanto Flick saía do caminho de terra.

Audric respondeu com o primeiro timbre. “Haig?”

“Não, sou Kern. De caminho à terra da manada Haig golpeou contra uma barreira de proteção como nada que tivesse visto antes.“

Depois de uma breve pausa, Audric perguntou brandamente, “Está morto?”

“Não, mas está inconsciente. Preciso levá-lo ao Reino. Se alguém pode ajudá-lo é Spiro. Infelizmente não sei como levá-lo lá.“ Apesar de que o Reino fosse um real palácio, a maioria das Criaturas Bentas alguma vez se aventurava a entrar no que consideravam terra Santa. ”Pode levá-lo?”

“Não, mas Neo pode. Traga-o para o hotel. Eu estarei aqui com Neo quando você chegar.“ Ouvir a emoção na voz de Audric, ameaçou quebrar o pouco controle que ficava a Kern. Queria perguntar a Audric como soube de Haig.

Os dois não eram companheiro, e inclusive se fossem normalmente isso não funcionava dessa maneira. Se o fizesse, Haig teria encontrado a Kern na masmorra de LaMont imediatamente. A única possibilidade era inconcebível para Kern.

Haig gemeu antes de cair em silêncio. Kern tragou o nó em sua garganta. “Rápido, Audric. Nunca vi Haig desta maneira e estou morto de medo.”

“Não o deixe morrer,“ disse Audric antes de desligar.

Kern olhava seu companheiro. Uma simples lágrima deslizou de seus olhos. “Não morra. Temos muitas folhas mais que adicionar a nossas tatuagens. Não pode se afastar com um trabalho de arte ao meio para terminar em suas costas.

 

Coberto da cabeça aos pés com o cobertor da cama do hotel, Audric tocou a porta da frente da casa de Neo. Quando não abriram imediatamente, ele tratou de abri-la, mas encontrou a casa fortemente fechada.

“Neo!“ gritou, golpeando a porta de novo. ”«vais terminar frito antes inclusive de conseguir ajuda para Haig. ”Maldição, fique fora de minha cabeça.“ Gritou a sua voz interna.

A porta se abriu rapidamente, e Evelyn, a ama de chaves de Neo, puxou-o ao interior. “Neo está descansando. Você entre todas as pessoas deveria saber a importância disso,“ ela franziu o cenho.

“Não tenho tempo para sermões, Evelyn. Necessito a ajuda de Neo. Agora.”

“O que acontece?“ Perguntou Michael, esfregando o sonho dos olhos.

“Haig. Algo lhe aconteceu na Irlanda. Kern diz que o golpeou alguma barreira, evidentemente uma muito poderosa. Ele acredita que Spiro é o único que pode ajudá-lo.”

Michael sem perder tempo se colocou em ação. “Neo! Acorda!“ Gritou enquanto subia as escadas.

Evelyn retornou ao vestíbulo com uma garrafa de sangue.

“Quanto tempo faz desde que comeu?“ Perguntou ela.

O pensar em deter o tempo suficiente para beber a garrafa de sangue não agradava a Audric no mínimo. Seu estômago poderia estar vazio, mas seu coração estava cheio de preocupação pelo homem que amava. “Não, obrigado.”

Em um momento, Neo baixava apressado às escadas totalmente vestido. “Ramiro está á caminho. Michael está convocando a Spiro. Diga-me exatamente o que aconteceu.”

Audric sacudiu a cabeça. “Realmente não sei. Não estava com eles. Tudo o que sei é que estava dormido quando uma dor percorreu meu corpo. Abri os olhos e ouvia os gritos de Haig me chamando, ele me dizia que me amava e então nada. Tratei de me conectar com ele, mas sentia que não estava aí. Quando o chamei por telefone e não recebi resposta, sabia que algo lhe tinha acontecido. Kern me devolveu a chamada e me disse que Haig estava desacordado. Que ele tinha atravessado uma forte barreira que rodeava as velhas terras da manada nos subúrbios de Galway.”

Neo entrecerrou os olhos momentaneamente e começou a passear pelo vestíbulo. “Isto é a respeito da irmã de Haig, verdade?“

“Sim. Haig, Kern e o primo de Haig, Flick, foram resgatar à irmã de Haig de seu companheiro e Alfa, Juniper Cavanaugh.”

“Cavanaugh?“ Perguntou Spiro, chegando ao quarto com Michael e Sema ao seu lado. Sema começou a mover sua cabeça contra a coxa de Spiro. Spiro distraidamente se aproximou do tigre negro.

“Conhece-o?“ Poderia o governante de o Reino conhecer o were lobo Alfa de Galway?

Spiro assentiu. “Discutiremos depois. Agora, temos que levar a Haig ao Reino se espere que o salve.“

“Eles devem estar no hotel em uns minutos.“

“Apesar de que Neo e Spiro estavam compartilhando as obrigações como líderes do Reino. Audric não sentia a mesma sensação de solenidade ao redor de Neo. Havia algo em Spiro que fazia que Audric sentisse que deveria baixar a cabeça ou algo assim. Possivelmente era a insólita falta de cor no homem. Com sua pele pálida e seu comprido cabelo mais prateado que loiro Spiro realmente era como um desses homens que pareciam ter sido esculpidos no mais fino mármore.

Com um pouco de resistência, Audric se aproximou de Spiro e evitou seu olhar. “Pode me permitir acompanhar a Haig ao Reino?”

Antes que Spiro pudesse responder, Neo interrompeu a conversa. “Audric sentiu a dor de Haig, e antes que pergunte, não, eles não são companheiros.“

“Mas isso é…“ se interrompeu Spiro antes de terminar a declaração.

“O que?“ Pressionou Audric. ”Sabe por que fui capaz de senti-lo?“ Audric nunca tinha ouvido que um vampiro fora capaz de sentir a dor de outro. Ele sabia que Neo podia, mas Neo era o filho de Zeus. Audric não ia começar a comparar-se com alguém dessa linhagem.

“Já haverá tempo para discutir isso depois. Agora precisamos ir e trazê-lo da Irlanda.“ Sema se levantou e colocou suas patas nos ombros de Spiro, um suave grunhido saiu de sua garganta.

“Agora não.“ Tratou Spiro de baixar ao grande tigre negro, mas Sema resistia. Afastou seu rosto das lambidas de Sema trovejando os dedos. ”Abaixo!“ Ordenou com voz de mando.

Sema seguiu as instruções, mas manteve a cabeça no traseiro de Spiro. Sacudindo a cabeça, Spiro retornou sua atenção para Audric. Ramiro entrou no vestíbulo flanqueado por dois guardas vampiros. “Voltei logo que pude.”

“Foi à corte?“ Perguntou Neo.

“Sim. O Rei Kildare me convocou. Um grupo inteiro de vampiros da Escócia foi decapitado enquanto dormiam.”

“Maldição!“ Disse Neo se enfurecendo, passando seus dedos através de seu cabelo. ”Que inferno está acontecendo?”

Spiro ignorou ao seu irmão e se dirigiu para Audric.

“Me leve com Haig.”

Audric fechou os olhos e se concentrou em dar a Spiro a exata localização do hotel. Depois de uma breve sensação de pressão, ele abriu os olhos e se encontrou no quarto do hotel com o Spiro, mas Haig não estava. Tirando o telefone de seu bolso, Audric chamou Kern.

“Quase estamos aí,“ respondeu Kern.

“Tenho a Spiro aqui.”

“Diga-lhe que se detenha ao lado do caminho e irei por ele,“ interveio Spiro.

“Já o ouvi. Flick sai do caminho,“ ordenou Kern. ”Bem, detivemo-nos a direita de Seamus Quirke antes de chegar à Rua Browne Roundabout. “

Audric deu a localização a Spiro. “Bem, estaremos aí.“ Desligou e puxou o cobertor sobre sua cabeça de novo. ”Vamos.”

 

Spiro saiu de seu laboratório privado e fez gestos a Kern e Audric. “Acredito que ele ficara bem. Agora está saindo e entrando da inconsciência, mas conseguirá tirar de seu corpo o veneno impregnado pela barreira de proteção.”

Neo estava ao lado de Kern. “Como uma barreira de proteção é capaz de fazer tanto dano? Usualmente se usam para bloquear a entrada, não para machucar.”

Kern estava dividido entre a necessidade de estar com seu companheiro e o desejo de saber o que lhe tinha acontecido a sua antiga manada. Ele sentiu a mão de Spiro em seu ombro, um simples toque, Kern sentiu que a ansiedade desceu de nível imediatamente.

“Audric deve entrar e sentar-se junto a Haig. Preciso falar contigo.”

O evidente toque de preocupação nos pálidos olhos de Spiro disse a Kern mais que as palavras. Kern olhou para Audric que se pressionava ao seu lado. “Pode ir sentar-se com Haig?“ Audric puxou a cabeça de Kern para um beijo. ”Encontre a quem fez isto,“ indicou-lhe antes de afastar-se.

Tinham determinado que houvesse um pequeno grupo de Fadas ajudando à manada de were, mas quem e por que permanecia no mistério. Kern olhou a Audric até que desapareceu dentro do laboratório antes de virar para Spiro. “O que é que realmente está acontecendo aqui?”

O olhar de Spiro perambulava entre o grupo. “Como já sabem agora, essa não era uma barreira de proteção comum. Só ouvi histórias de dois seres com esse poder, e só um deles nunca foi encontrado depois do extermínio dos dragões.”

“Morwyn,“ grunhiu Neo, suas mãos fechadas em um punho aos lados de seu corpo. ”Mas, como é isso possível? Com o colapso da espécie dos dragões, Morwyn foi banido a Tártaro.[2]

“Não sei. “

“Quem é Morwyn?“ Perguntou Kern confundido de falar de uma espécie que nem sequer sabia que tinha existido.

“Morwyn e seu irmão, Nialo, eram gêmeos siameses nascidos de Gaia[3]. Cronus, seu pai, quem é também pai de Zeus, tomou e os lançou ao Reino. Eles conseguiram sobreviver com ajuda das fadas e foram infundidos com a magia através do amor das Fadas por Nialo. De acordo à lenda, Morwyn ficou ciumento pela maneira em que as pessoas respondiam ao seu irmão. Uma noite, enquanto Nialo dormia, Morwyn tomou sua espada e cortou a separando de seu corpo. O resultado da separação não foi o que Morwyn tinha esperado. Ele ficou sem coração. Gaia interveio para proteger a Nialo da ira de Morwyn quem estava obcecado porque acreditava que o coração pertencia a ele. Gaia deu a Nialo a capacidade de exalar fogo e grosas escamas protetoras. O presente de voar lhe veio das Fadas quem estavam determinadas a fazer tudo o que pudessem para ver que o bem triunfasse sobre o mal. Nialo iniciou uma espécie inteiramente nova… os dragões.”

Spiro deixou de falar e repentinamente um copo com água apareceu em sua mão. Ele drenou o conteúdo e o copo desapareceu. “As Fadas que decidiram seguir e proteger a Nialo foi dada por Gaia a condição de que também lhes garantissem os mesmos dons, mas ela era uma pessoa sabia. Os dons que ela garantiu às Fadas só sobreviveriam enquanto Nialo o fizesse. “

“Então, se a espécie dos dragões paralisou, presumo que Morwyn obteve o que queria e assassinou a Nialo,“ disse Kern.

“Ninguém sabe. Morwyn criou um exército e atacou aos dragões. Quando eles invadiram a terra dos dragões, Nialo não se encontrou em nenhum lado, e as Fadas que eram suas protetoras tinham perdido suas qualidades de dragão. Depois de que a metade das Fadas foi sacrificada por Morwyn e seus homens, Zeus interveio e encerrou ao seu desalmado irmão no Tártaro.

“Assim que esta pode ser uma das barreiras protetoras de Nialo?“ Perguntou Kern.

Neo e Spiro, ambos, sacudiram a cabeça. Foi Neo quem seguiu a conversa. “Nialo nunca tinha saído à superfície, mas antes de seu encarceramento, Morwyn jurou vingar-se de Zeus e do Reino.”

“Mas inclusive se ele conseguiu escapar de Tártaro, por que Morwyn estaria trabalhando com uma pequena manada de were de Galway?”

“Boa pergunta. E uma que eu decidi descobrir,“ respondeu Neo.

“E o que tem tudo isto que ver com Haig?“ Perguntou Kern a Spiro.

“Nada, além do fato de que Haig foi machucado pela barreira protetora.”

“Então por que queria me falar sem que Audric estivesse ao redor?“ Quanto mais falavam, mais confundido se encontrava. Tudo o que sabia era que seus dois companheiros estavam em outro quarto sem ele.

Spiro olhou para a parede de grandes janelas. “Vamos lá.”

Kern tragou o nó em sua garganta. “Assusta-me,“ admitiu.

“Asseguro-te que não é minha intenção. Assumo que sabe que há muito poucos were que têm o presente de ter um companheiro real, uma união desenhada pelos deuses.”

“Sim.“ Apesar de que Kern nunca conheceu um companheiro que tivesse sido destinado, ele tinha ouvido falar deles.

“Acredito que Audric e Haig são um desses casais.“

Kern sacudiu a cabeça. “Isso não é possível. Os vampiros não se emparelham com os weres.”

“Sei.“ Spiro tomou uma profunda respiração. ”O que sabe do passado de Audric?”

“Não muito. Ele diz que não recorda muito antes de ser sequestrado por LaMont.

Spiro se movia intranquilo. “Acredito que nos equivocamos a respeito de Gunnar.“

“Gunnar? O que tem que a ver com tudo isto?“ De novo, mais confusão nublava sua mente.

“Acredito que Audric foi o primeiro were-lobo que foi convertido pelo LaMont,“ explicou Spiro.

Kern queria gritar a Spiro, queria lhe dizer que estava equivocado em sua conclusão, mas algo que Audric havia dito se filtrou a sua mente. “Audric disse a Ramiro que o sangue de vampiro podia matar ao lobo de Gunnar. Acha que sabe por que aconteceu a ele?

“Provavelmente. Apesar de que ele não esteja consciente disso. Minha hipótese é que ele empurrou essa parte de sua vida tão profundamente dentro dele, que honestamente já não existe para ele.”

Kern girou para olhar pela janela. Não entendia por que tinham construído janelas no Reino. Lá fora não parecia haver mais que branca névoa. Recusava-se a acreditar que Audric fora o companheiro destinado de Haig. Quando eles se unissem poderia anular cada sentimento que Haig tivesse por Kern. “Não pode me pedir que renuncie a Haig para que seja companheiro de Audric,“ murmurou.

Spiro colocou sua mão no ombro de Kern. “Essa não é minha decisão. Deve falar com eles, lhes dizer a verdade e seguir o que seu coração mande.”

Antes que Kern pudesse dizer algo, o grito de Haig gelou o sangue de Kern.

 

Sentado ao lado da cama de Haig, Audric se inclinou e apoiou a cabeça no peito nu de Haig, evitando os símbolos que Spiro tinha pintado na pele de Haig. Ele fechou os olhos e rezou a cada deus no que podia pensar pela recuperação de Haig.

Dedos se entrelaçaram em seu cabelo e Audric se endireitou. “Está acordado.”

Apesar de que os olhos de Haig estavam quase estivessem fechados, Audric sabia que o tinha visto. “Sonhei contigo.”

Audric sorriu e se moveu para depositar um suave beijo nos lábios do Haig. “Sim? Era um sonho sexy?“

O olhar de Haig se via atormentada. “Não.”

“Não?“ Audric retirou o cabelo do rosto de Haig. ”Que tipo de sonho foi?”

Haig moveu sua cabeça de lado a lado. “Não importa. Não foi real.“ Ele puxou a Audric para outro beijo.

Audric abriu a boca para Haig, mas não podia esquecer a atormentada expressão nos olhos de Haig. Era óbvio para Audric que algo assustava ao homem que amava.

Possivelmente isso eram os sentimentos que ficaram por haver-se exposto à barreira protetora.

A mão de Haig se moveu das costas de Audric ao seu traseiro. “Se deite comigo.”

Endireitando-se, Audric estudou a estreita cama. “Não há lugar. Se recupere e jogaremos depois. Além disso, ainda tem que sarar antes de estar preparado para fazer algo estressante.

“Onde está Kern?“ Perguntou Haig.

“Lá fora falando com Spiro, Neo, Michael e Ramiro. Quer que vá por ele?”

“Em um minuto. Primeiro quero te dizer que te amo muito.”

“Também te amo. Quando senti que a barreira protetora te golpeou, quase morri. Não porque doesse, somente porque pensei que te perdia.“ Audric enterrou seu rosto no pescoço de Haig. ”Depois de todos esses anos, finalmente te encontrei. Prometa-me que nunca tratará de me deixar de novo.”

Todas as imagens ao mesmo tempo assaltaram a Audric. Horrorosas visões de sua captura, do sangue, e a tortura que bloqueava tudo. Suas mãos pressionavam sua cabeça tratando de evitar que sua mente explodisse. O poder das lembranças era muito forte, enviando Audric a ficar de joelhos. Quão último recordou eram os gritos de Haig enchendo seus ouvidos inclusive com mais dor.

Haig sentia que sua cabeça ia explodir ao ver Audric cair ao chão com óbvia tortura. Ele não estava consciente de que tinha gritado até que Kern e os outros se apressaram a entrar no quarto.

Incapaz de formar palavras, Haig assinalou a Audric.

Kern foi o primeiro em chegar com o vampiro que chorava. Tomou a Audric em seus braços e se girou para Spiro.

“Faz algo! “

Spiro já estava em movimento enchendo uma seringa com uma escura substância. Quando Audric começou a mover-se nos braços de Kern, Spiro gritou. “Segura ele forte.”

Kern fez o que lhe ordenou, e Spiro tomou a Audric pelo cabelo e girou sua cabeça antes de lhe injetar a larga agulha na parte de atrás de seu pescoço. O que fora a injeção, pareceu atuar rapidamente.

A cabeça de Audric caiu de lado e ficou olhando o espaço.

A dor de Haig se deteve imediatamente e ele se empurrou para conseguir sentar-se. “Dêem-me ele,“ disse a Kern. Enquanto Kern levava ao adormecido Audric à cama, lágrimas começaram a descer por seu rosto. Haig não entendia a repentina amostra de afeto em seu companheiro. Estendeu os braços e aceitou a Audric como o presente que era. ”Ele está bem,“ tratou de tranqüilizar a Kern.

Kern assentiu e se apartou. “Ele é teu, cuida-o. Sei disso agora.”

«Ele sabe.” Haig fechou os olhos. Os sonhos que tinha tido antes eram certos e ele não sabia como detê-los.

 

Abriu os olhos e começou a rogar ao seu companheiro. “Não vá,“ rogou a Kern.

Kern sacudiu a cabeça. “O laço é muito forte. Não posso lutar contra os Deuses.”

Haig abraçou a Audric contra seu peito. “Sim, nós podemos. Isso é à força de nosso amor.“ Ele olhou a Neo e a Spiro em busca de apoio, mas os dois homens não pareciam ter nada que oferecer. ”Não!“ Ele girou sua atenção dos outros homens do quarto e olhou a Kern de novo. ”Eu posso lutar por você.”

“Lutar, contra quem? Contra você mesmo? Contra Audric?“ Kern seguiu sacudindo a cabeça. ”Encontrou ao seu real companheiro.”

Haig entrecerrou os olhos. “Você me dá isso, somente assim?“

Audric se moveu e Haig beijou a testa de Audric. ”Ele necessita a ambos se tiver alguma esperança de atravessar isto.”

Tendo visto as lembranças suprimidas de Audric, Haig sabia que havia muita dor para que um homem sarasse. Agora eles teriam que tirá-los a superfície, a batalha de Audric havia somente começado. Audric fechou os olhos e pareceu entrar em um profundo sono.

“O que lhe deu?“ Perguntou a Spiro.

“Nada que o danifique, asseguro-lhe isso. É somente algo para que recorde lentamente a um ritmo que seu cérebro possa processá-lo mais claramente. Ele despertará em umas horas, mas recordará tudo o que lhe aconteceu. Precisara ser vigiado de perto. Inclusive embora seu cérebro seja capaz de processar as imagens, isso não significa que sejam menos dolorosas. De fato, provavelmente sejam piores. Entretanto a alternativa pode muito bem levá-lo a loucura.

Haig tratou de revisar as imagens uma por uma. “Ele estava caçando em sua forma de lobo quando foi capturado pelo LaMont.“ Haig retirou um dos suaves cachos da boca de Audric. ”Ele é um dos nossos.”

“Era,“ corrigiu Spiro.

“Então o lobo de Gunnar realmente pode morrer?“ Perguntou Ramiro.

“Essa parece ser a conclusão uma vez que termine sua transformação em vampiro. Deverei saber mais quando tiver a oportunidade de examinar completamente a Audric, mas ele tem outras coisas que tratar neste momento.“ Spiro se aproximou da cama e embalou a bochecha de Audric. ”Devemos ser capazes de aprender muito com um pouco de cooperação de Audric.”

Parado ao lado da janela, Kern falou sobre seu ombro. “Então o que? Somente nos esquecemos da conexão de Morwyn com a manada de Galway, ou planejamos fazer algo a respeito disso.”

A Haig pareceu que Kern estava repentinamente mais interessado em outros problemas que em seu companheiro. Abriu a boca para repreender ao seu companheiro de centenas de anos, mas Spiro sacudindo a cabeça o deteve.

“Em seu momento,“ murmurou Spiro para que somente Haig ouvisse. Girou para Neo. ”Tudo o que está escrito a respeito de Morwyn e seus poderes deve estar na adega. Assegurarei-me de conhecer o inimigo antes de tratar de vencê-lo.”

“Bem, necessitaremos a ajuda das Fadas,“ disse Neo.

“Necessitará ajuda de todas as Criaturas Bentas,“ corrigiu Spiro. ”Tenho a sensação de que há mais além de que Morwyn tome uma manada de were.

Acredito que ele está tratando de cumprir a ameaça que fez há milhares de anos.

“Destruir o Reino?“ Neo puxou a Michael ao seu lado. ”Então necessitamos não só aprender tudo o que possamos a respeito de Morwyn, a não ser formar um verdadeiro exército de defesa. “

“Isso é o que parece,“ adicionou Spiro.

 

Depois de acomodar a Audric na cama, Haig o deixou o tempo suficiente para procurar ao seu companheiro.

Entrou em um grande corredor de quarto privado que lhe tinham dado no palácio e notou a um guarda. “Desculpe-me, pode-me dizer onde está sendo a reunião?“

O guarda o olhou surpreso. “Terminou faz horas.”

“Oh. Viu a um were-lobo de minha compleição com o cabelo escuro e uma cicatriz em um lado de seu rosto?”

“Acredito que se foi com Neo e Ramiro, senhor.”

Foi? Haig não podia acreditar que Kern tivesse deixado o Reino sem lhe dizer. “Sabe aonde foram?”

“Não, senhor.”

Haig passou seus dedos através de seu cabelo. “Michael e Spiro seguem aqui?“

A expressão do guarda foi de alívio. “Sim, acredito que eles estão nos jardins atrás do palácio.”

“Obrigado.“ Assinalou por volta do quarto que acabava de deixar. ”Pode me fazer o favor de te manter atento, só em caso de que Audric desperte inquieto?“

O guarda assentiu e se aproximou da porta do quarto.

“Obrigado.“ Haig se apressou às escadas que foram para a parte de trás do palácio. Não tinha idéia como chegar aos jardins traseiros, mas seu sentido de direção sempre encontrava o ponto.

Terminou em uma ocupada cozinha, aonde se moviam preparando os mantimentos. “Desculpem-me, pode alguém me dizer o caminho aos jardins traseiros?”

Uma jovem mulher com um brilhante sorriso assinalou com uma faca para a porta. “Saindo por aí e seguindo o caminho.“

“Obrigado.“ Logo que esteve no exterior, correu pelo caminho. Encontrou a Michael e Spiro sentados em um banco olhando em volta de um escuro, turbulento mar.

“Está tudo bem?“ Perguntou Spiro, ficando de pé quando viu a Haig.

“Ele segue dormido. Preciso saber onde está Kern.”

Spiro e Michael compartilharam um conhecedor olhar.

Foi Michael quem finalmente falou. “Foi com Neo e os outros em missão de exploração a Galway.”

Em tudo o que Haig podia pensar era na barreira protetora que rodeava as terras da manada. “Eles encontraram a maneira de cruzar a barreira protetora?”

“Sim. Uma simples,“ disse-lhe Spiro.

“Spiro deu a Neo o anel que sua mãe lhe deu antes de morrer. Isso lhes permitirá fazer uma fossa o suficientemente grande para que eles passem sem alertar à manada de sua presença.”

Com as mãos nos quadris, Haig girou seu rosto de volta para o mar. À água se via como ele se sentia. “Por que Kern foi sem me dizer?”

“Provavelmente pela mesma razão que você o deixou quando descobriu que tinha tomado outro companheiro,“ respondeu Spiro. ”Não seja muito duro com ele. Está tratando de encontrar seu caminho através de tempos difíceis.

Haig se virou a ele. “Em primeiro lugar, foi ideia dele que tomasse de companheiro a Audric.”

“Sim, mas ele não sabia nesse momento que Audric era seu companheiro divino, seu real companheiro. Dá-te conta do que acontecerá quando os laços estejam totalmente formados?”

Haig poderia somente dizer a Spiro o que ele tinha ouvido de seu pai. “Os reais casais se convertem em um, espiritualmente. São capazes de sentir os pensamentos e sentimentos um do outro.”

“E a dor. Como vocês dois já provaram.”

“Não. Audric e eu ainda não somos companheiros. Quero dizer, nós fizemos amor, mas eu não o marquei como meu.“ O que não explicava como tinha sido capaz de ver e sentir a dor de Audric antes. A realidade lhe golpeou entre os olhos. ”Eu mordi seu pescoço quando fazíamos amor. Apesar de que não afundei meus dentes nele, saboreei uma gota de seu sangue. Mas isso não pode ser suficiente para satisfazer aos deuses, pode?”

“Não, mas se o laço entre vocês dois é tão forte ao saborear uma gota de sangue de Audric, o que acredita que acontecerá se seu were realmente o reclamar como seu companheiro?“ Spiro sacudiu a cabeça. ”Não poderá pensar em nada mais lá que em seu real companheiro. Kern sabe disso. Essa é a razão pela que se afastou.”

“Tranquilamente se afasta para ser esquecido,“ assumiu Haig.

“Sim.”

“Mas não quero esquecê-lo. Amo-o. Ele foi toda minha razão para viver durante quatrocentos anos. Que tipos de deuses podem me dar à capacidade de esquecer tudo o que vivemos juntos?”

“Isso não é sua culpa. Em primeiro lugar. Seu were provavelmente nunca quis que se apaixonasse pelo Kern. Infelizmente Audric foi sequestrado e trocado antes que seus lobos se encontrassem.”

“Então supõe que por isso LaMont o escolheu?“ Perguntou Haig, a ira percorria seu sangue.

“Não posso te dizer por que o fez. Até onde eu sei isto nunca tinha acontecido antes.“

“Exceto por você,“ interveio Michael.

“Huh?“ Questionou Haig.

“Meu companheiro se perdeu antes que eu tivesse a oportunidade de encontrá-lo. Mas já passou muita água sob esse rio desde lá. Eu aceitei uma vida solitária com casais ocasionais de cama.“ Sorriu Spiro, mas havia tristeza em seu rosto, mas tratava de mostrar felicidade. ”Tem que encontrar seu próprio caminho nisto. E temo que não possa te ajudar.”

 

Kern estava fora da barreira com Flick e três soldados do Reino. Apesar de que Neo e Ramiro se deslizaram facilmente através da abertura criada pelo anel de Spiro, cada vez que Kern ou algum dos outros weres se aproximava começava a fechar-se.

Assim finalmente se decidiu que os não vampiros esperassem fora como uma turma de imbecis enquanto que Ramiro e Neo arriscavam seus pescoços. Kern sabia que ele não era o único em sentir-se inútil. Flick estava muito zangado por ser excluído. Kern tinha a forte sensação de que havia algo mais com a forte necessidade de Flick de vingar-se de Juniper Cavanaugh.

“Sabe que eles a tirarão,“ disse Kern, tratando de tranqüilizar ao Flick.

“Sendo somente dois, não vejo como isso seja possível.”

“Se esquece quem é Neo? Acredite-me, não há maneira de que Juniper possa vencer a Neo.“

Neo apareceu segundo depois levando a uma muito suja mulher que Kern assumiu fosse Galena. Ela estava dobrada formando uma bola, seu sujo cabelo castanho trancado frente ao seu rosto. «Que inferno lhe aconteceu?»

Neo era flanqueado por Ramiro que olhava sobre seu ombro. “Rápido,“ ouviu-lhe dizer a Ramiro.

Kern e Flick ficaram de pé e começaram a lançar terra e erva para fazer visível a cerca de proteção.

Neo indicou a Ramiro que atravessasse primeiro a abertura. Era muito estreita, mas Ramiro conseguiu atravessá-la. Estendeu as mãos a Neo, “tem que sair primeiro em caso de que a garota feche o portal.”

Neo sacudiu a cabeça. “Não a deixarei aqui.”

“Pode e tem. Não há escolha. O Reino não pode brigar uma batalha sem você.”

Ele se aproximou de Neo que carregava a Galena pela abertura, que começava a estreitar-se. “Deixa-a,“ gritou Ramiro, causando que Galena se estremecesse e enterrasse seu rosto em suas mãos.

Flick deixou de lançar terra e se dirigiu para Ramiro. “Ela tem um nome, e ela é mais importante do que você é.“

Ramiro entrecerrou os olhos e Flick realmente deu um passo para trás. “Posso ver centenas de Criaturas Bentas morrendo por salvar a nosso líder. A Pergunta é, por que você não pode?“

“Tome-a!“ Gritou Neo.

Flick e Ramiro deixaram de discutir e se focaram em Neo. Galena estava meio dentro e meio fora da barreira, Kern secou o suor e começou a lançar tudo o que encontrava contra a parede.

Flick tomou ao pulso de Galena e a puxou para liberá-la, justo quando a parede se fechou. Ele a sustentou em seus braços e começou a lhe murmurar palavras tranqüilizadoras que Kern não pôde ouvir.

“Maldição!“ Ramiro começou a passear de um lado a outro. ”Agora o que?“ Perguntou a Neo.

“Agora vão embora daqui,“ ordenou Neo.

Ramiro sacudiu a cabeça. “Não vou te deixar.”

“Sim o fará. Eu posso sair por mim mesmo, mas não sem alertar a todo mundo em uma fila de oitenta quilômetros com o que estou fazendo. Uma vez que aconteça, Morwyn pode chegar com esses were em um segundo. Preciso me assegurar de que estejam a salvo primeiro.”

Ramiro soprou por um momento antes de assinalar a caminhonete de Flick. “Ouviram saiam daqui.”

Flick correu para a caminhonete com Galena em seus braços. Kern se virou para Ramiro. “Retorne ao vinhedo depois de que me assegure de que Galena e Flick estão seguros no avião para sua casa.”

Ramiro sacudiu a cabeça. “Precisa retornar ao Reino comigo.”

“Não,“argumentou Kern. ”Não há nada para mim ali agora.”

Ramiro tomou a Kern pela frente de sua camisa. Apesar de que os dois homens eram do mesmo tamanho, Ramiro facilmente levantou a Kern. “Neo acaba de declarar guerra a Morwyn. Tem idéia do que isso significa? Nós vamos necessitar a todo corpo forte que possamos encontrar para nos ajudar a ganhar e você é mais forte que a maioria.”

Quão último Kern queria era ver os dois homens que tinha perdido. “Não posso fazê-lo, Ram.”

“Tem que fazê-lo.“

 

Haig secou o suor de seu rosto e do peito de Audric com uma toalha fresca. Durante horas, Haig tinha sustentado ao seu companheiro destinado enquanto ele sofria atormentadores soluços. Cada pesadelo parecia reviver as passadas torturas nas mãos de LaMont e seus vampiros.

Apesar de que Haig ainda não estava seguro onde se encontrava com respeito a Kern. Definitivamente tinha chegado a uma conclusão durante as horas passadas. Nunca de novo ia permitir que Audric sofresse um momento de tortura. Não importava o que custasse ou ao que tivesse que renunciar, Haig passaria sua vida inteira assegurando-se disso.

Tocaram à porta e a esperança de Haig subiu à superfície. “Entra.”

Ramiro entrou em quarto. “Posso falar contigo?”

Apesar do suor que ainda o cobria, Haig acomodou o lençol sobre o corpo nu de Audric e saiu da cama. Estar nu frente a Ramiro não incomodava a Haig, mas pela expressão no rosto de Ramiro. Haig sentiu a necessidade de vestir-se para a conversa que teriam.

Deixar a Audric somente não era opção. Ele assinalou duas cadeiras frente à chaminé. Ramiro começou a falar logo que se sentaram. “Precisa saber ao que nos enfrentamos.”

“Quer dizer com a manada?“ Michael e Spiro tinham informado a Haig sobre a ameaça que representava Morwyn se seriamente estava com os were de Galway.

“Não é somente a manada, Haig. Morwyn construiu um exército.“ Ele sacudiu a cabeça. ”Mutantes.“ Encolheu-se de ombros. ”Não há outra maneira de descrever às criaturas que vi hoje. Acredito que ele começou a trabalhar seus laços mágicos com os were de Galway, mas avançou com toda Criatura Benta que estava insatisfeita por alguma razão contra o Reino. Os were são duas vezes maiores duas vezes mais fortes. Os vampiros parecem estar em um permanente estado de frenesi por sangue. Nunca vi nada igual.“

“Então como poderemos nos defender contra eles?“ Haig olhou a Audric quem dormia inquieto. «E como poderei proteger ao homem que amo?»

Apoiando seus antebraços em seus joelhos se inclinou e entrelaçou seus dedos em seu comprido e negro cabelo. “Não sei. Neo foi falar com seu pai. Espero que dado que Morwyn é irmão de Zeus, ele seja capaz de ajudar.”

“E enquanto isso? “

Ramiro se sentou e olhou para a cama. “Manter aos que amamos perto.“ Girou-se e olhou nos olhos de Haig. ”A todos eles. “

Haig assentiu. “Não tem que me dizer isso. Eu não fui quem se foi sem dizer adeus. Eu não sou quem retornou ao Reino desde quem sabe quando e não se incomodou a vir olhar a nenhum de seus companheiros.”

“Passei uma hora tratando de falar com Kern a respeito de que oferecer-se de voluntário pode ser uma missão suicida.”

“O que?“ Haig ficou de pé e se enfrentou ao vampiro. ”A quem enviou?“

“Ainda a ninguém, mas disse a Neo que ele pode tratar de infiltrar-se no exército de Morwyn. Tratei de lhe dizer que deve ficar aqui e usar sua energia para uma coisa um pouco mais produtiva como lutar pelos homens que ama. Infelizmente, ele está convencido de não poder trocar o que os Deuses destinaram.”

“Não o deixarei ir. “

Ramiro se inclinou para frente, seus olhos se entrecerraram um pouco. “Então será melhor que baixe as escadas e se assegure malditamente bem de que ele saiba disso.”

“Kern?“ Audric lhe chamou com voz débil.

Haig se apressou à cama. “Despertou.”

“Kern,“ disse Audric de novo.

Haig se sentou na beira da cama e passou sua mão brandamente pela bochecha de Audric. “Ele não está aqui, amor.“

“Preciso falar com ele. “Audric retirou os cobertores e se endireitou.

“Encontrarei-o por você.“ Haig retornou a Audric para os travesseiros.

“Onde está?“ perguntou a Ramiro.

Ramiro sorriu. “Encontrará-o fora da sala de conferências, esperando as ordens de Neo.”

 

Kern tinha seu rosto enterrado em suas mãos quando sentiu que alguém se sentava ao seu lado. Levantou-se e se surpreendeu de encontrar a Haig. “O que está fazendo aqui? Audric esta bem?“

Haig apoiou seus antebraços nos joelhos e sacudiu a cabeça. “Não. Não acredito que nenhum de nós esteja bem. Você está?”

“Você ficara,“ murmurou Kern, tratando de esconder a dor que percorria seu corpo. Quando Haig tinha golpeado a barreira… teria sido realmente só um dia antes? Kern sacudiu a cabeça. Ele sentia como que cada minuto se estirava em uma hora. A necessidade sexual durante o frenesi de copular não era nada comparado à necessidade emocional ao pensar em perder a seus dois amantes.

Haig tratou de tomar a mão de Kern, mas Kern a apartou. “Não o faça.”

“Não pode somente renunciar a nós,“ disse-lhe Haig. ”Não entendo como pode brigar pelo Reino, mas não por sua família. Mas isso não importa, porque você não irá.”

“Sim, o farei. Se Neo me der à permissão. Sairei daqui,“ estabeleceu Kern. ”Eu estive pensando. É o correto por fazer.”

Em um flash Haig se lançou sobre Kern envolvendo sua mão ao redor do pescoço de Kern. “Disse, que não irá.”

Kern tratou de liberar do controle de Haig, mas seu companheiro tinha nascido na posição de Alfa, e Kern sempre tinha respeitado isso. Evitou o olhar e inclinou a cabeça a um lado. “Não me mantenha aqui. Não posso ficar e ver que vocês dois se esqueceram de mim.“ Ele viu nos olhos de Haig que isso mataria a ambos.

A mão de Haig se deslizou à parte de atrás do pescoço de Kern e se inclinou para um beijo. Sabendo que poderia ser a última vez, Kern voluntariamente se abriu para provar a língua de seu amante. Como poderia passar um só dia sem saborear a Haig em sua boca? Kern grunhiu quando Haig se sentou escarranchado em seu regaço. Suas mãos envolveram o musculoso corpo do Haig, puxando a seu companheiro inclusive mais perto. “Deuses eu amo-te,“ disse enquanto deixava livre um soluço. Enterrou seus dedos na carne de Haig, desejando poder manter ao seu amante para sempre.

Haig foi o primeiro em apartar-se, soltando do agarre de Kern. “Subamos as escadas, precisamos conversar.”

“Audric não me necessita. Eu fui seu companheiro forçado. Você é o único ao que sempre necessitou.“

“Então por que ele acaba de despertar com seu nome em seus lábios?”

Impactado, Kern sacudiu a cabeça negando-o, mas Haig colocou suas mãos a cada lado de seu rosto e o deteve.

“Ele precisa te ver.”

Só de pensar em dizer adeus ao Audric ameaçava o controle de Kern de novo. “Ele provavelmente recordou como Richard me fez companheiro dele, contra sua vontade. Provavelmente queira me insultar.”

Haig levantou o queixo de Kern. “Realmente acredita que ele é capaz de fazer algo como isso? Atravessou uma vida de puro inferno. Sei, vi.“ Haig sacudiu a cabeça. ”Ele merece todo o amor que ambos possamos lhe dar e mais.”

Haig desceu do colo de Kern e lhe ofereceu a mão. “Vamos.”

Com uma grande relutância e o coração pesado, Kern tomou a mão de Haig. “O que se Neo sair para me buscar e não me encontra aqui?“

“Tenho a suspeita de que Neo ia te deixar aqui muito tempo esperando até que nós resolvêssemos nossas merdas e fizéssemos o correto por nossa família. Agora vamos fazer isso.

Audric olhava a Ramiro sentado frente à chaminé. Ele ainda não estava seguro de como tinha sido capaz de processar todas as lembranças, mas sabia que havia muito que fazer. Começando com o formoso homem do outro lado do quarto. “Sinto muito.“

Ramiro rapidamente levantou a cabeça. “

“Desculpe-me?”

“Sei que LaMont te obrigou a ter sexo comigo depois de que te converteu. Sinto muito.“

“Não se desculpe. Não falo de meus dias nas masmorras de LaMont.”

“Deveria saber?”

“Por quê? Isso me converteria inclusive em mais amargurado pelo que ele fez. Acredite-me, isso não ajuda.”

Audric recordou o companheiro que foi capturado ao mesmo tempo em que Ramiro. «Claudio» Os dois homens estavam obviamente apaixonados, mas era esse momento da história quando os homens não podiam mostrar seus sentimentos abertamente um pelo outro.

LaMont tinha estado emocionado jogando com os dois amantes. Por dias depois de que trocou a Ramiro, LaMont lentamente arrancava a pele de Claudio. Lutando contra o frenesi de sangue que sempre ocorria, Ramiro lutava contra a urgência de consumir o sangue de seu amante. Isso tinha debilitado o forte corpo de Claudio quem finalmente morreu sangrando sozinho porque LaMont se assegurou que Ramiro bebesse cada gota. Sem permitir morder a Claudio, a alimentação de Ramiro causou a morte do homem que ele tão obviamente amava.

Audric seguiu estudando a Ramiro de perto. Não, o homem nunca tinha superado o que tinha feito. “Não foi sua culpa a morte de Claudio.“ Ele sabia que estava tomando um grande risco ao lembrá-lo, mas de que outra maneira poderia ter esperança de emendar as coisas que tinha sido forçado a fazer?

Em lugar de responder, Ramiro só desapareceu.

Audric tirou os cobertores e tratou de levantar-se sobre suas débeis pernas. Quanto tempo tinha passado sem alimentar-se? Deu-se conta que nem sequer tinha tomado uma pestilenta garrafa de sangue em dias. Sustentando-se nos móveis se dirigiu ao banheiro do quarto.

“Audric?“ Chamou-o Haig.

“Estou aqui. Sairei em um segundo.“ Fechou os olhos e permitiu um agradável jorro de liberação. Quando nada aconteceu, deu-se conta que estava desidratado. Não é bom quando seu corpo é incapaz de produzir seu próprio fluido.

Finalmente renunciou quando ouviu a voz de Kern murmurando algo a Haig. «Kern».   Audric tomou uma profunda respiração. Sua culpa no passado de Ramiro não era a única coisa que ele tinha que expiar. Saiu do banheiro e se apoiou no marco da porta.

Haig cruzou o quarto em um segundo, levantou Audric.

“Devia ter esperado que eu voltasse.”

Audric girou os olhos. “De qualquer maneira só foi uma ilusão. Temo que necessite urgentemente sangue.”

Kern repentinamente ficou em ação. Girou-se para deixar o quarto. “Trarei.”

“Não!“ Gritou Audric detendo-o. Ele olhou a Haig. ”Pode fazer algo por mim? Preciso falar a sós com Kern por um minuto.“ Haig se via nervoso por deixar aos dois homens sozinhos, mas finalmente assentiu e o deixou na cama, inclinou-se e deu um breve beijo a Audric. ”Já volto.”

Logo que Haig deixou o quarto, Audric apalpou a cama ao lado dele. “Pode vir aqui, ou segue zangado comigo?“

Kern escondeu sua dor. “Não estou zangado contigo. Como pode me perguntar isso?“ Ele se sentou na borda da cama e dobrou uma perna debaixo de si mesmo, girando-se de frente a Audric. ”Te vê um pouco melhor que a última vez que te vi.“ Kern retirou os rebeldes cachos do rosto de Audric. ”Como está?“

“Não muito bem,“ admitiu Audric. ”Preciso te dizer algo, mas temo te perder se o fizer.“

“Já sei que os deuses, destinaram-o como companheiro de Haig.”

Audric sacudiu a cabeça. “Isso não é do que quero falar contigo.“ Tomou uma profunda respiração e a soltou lentamente, tratando de conseguir coragem. ”Quando Richard tomou o controle de sua mente, ele não tinha controle sobre a minha.”

“O que está dizendo?“ Perguntou Kern.

“Que não lutei contra Richard quando ele ordenou que me convertesse em seu companheiro.”

“Por quê?”

Audric levou a mão a sua boca e começou a morder ao redor da unha de seu polegar. “Porque queria saber o que se sentia pertencer a alguém. Sabia como acasalavam os weres, e apesar de que duvidava que pudéssemos sair com vida, esperava que seu companheiro te encontrasse, encontrasse-nos. Sabia que você estaria preso a mim, e rezava para que finalmente aprendesse a me amar.”

“E o fiz.“ Kern cobriu a mão de Audric que descansava em seu abdômen. ”Acredito que comecei a me apaixonar por você a primeira vez que te vi dormir no armário. Tudo o que queria era te confortar e te afastar da dor que via em seu olhar.“

“Fez.“ Audric sabia que eles tinham perdido o rumo. ”De qualquer maneira, preciso me desculpar por minha parte nesse encontro.“ Audric empurrou sua cabeça para trás ao travesseiro e mostrou seu pescoço.

Kern ofegou. “Por que está fazendo isto?“

Audric se endireitou e olhou a Kern. “Fazer o que?”

“Submeter-te à maneira em que o fazem os lobos. Pensei que seu lobo tinha morrido quando lhe converteram?”

«Finalmente, alguém fodidamente me escuta.”

“Se cale,“ Audric disse a sua voz.

Kern se apartou. “Sinto muito. Não queria te trazer uma má lembrança.”

Tomou um momento a Audric entender a razão da desculpa de Kern. “Oh, não, não a você. Tive essa molesta voz em minha cabeça durante meses e me está voltando louco.“

O maior sorriso que Audric tivesse visto apareceu no rosto de Kern. “Essa não é uma molesta voz, bebê, é seu lobo.”

Audric sacudiu a cabeça. “Isso não é possível. Lembro o dia que meu lobo finalmente deixou de me falar. Esse dia soube que nunca retornaria a minha vida antes que LaMont me trocasse.“

Kern saltava ligeiramente na cama em aparente excitação. “Não o vê? Minha mordida deve ter despertado ele, ou algo assim.“ Kern cobriu o peito de Audric. ”Ele ainda segue aqui. Ainda é parte de você.”

Se Audric tivesse mais líquidos em seu corpo ele sabia que estaria chorando ao pensar que não tinha perdido essa parte de si mesmo depois de tudo. Ainda duvidava que seu lobo fora o suficientemente forte para lhe permitir trocar, mas o saber que seguia aí animava a Audric mais do que acreditava possível.

Audric e Kern, ambos, tinham uns tolos sorrisos em suas caras quando Haig entrou no quarto levando uma bandeja com garrafas de sangue. “Perdi algo?”

Kern rapidamente informou a Haig enquanto Audric tomava a primeira das três garrafas.

Haig começou a tirar a roupa e assinalou a Kern que fizesse o mesmo. “Bem, o que esta esperando? Vamos dar a bem-vinda apropriadamente ao lobo de Audric.”

Kern ficou de pé e deu um passo para trás.

Haig não ia suportar isso. “Sente-se,“ ordenou-lhe. ”Vocês dois tiveram sua conversa privada, agora é meu turno.”

Apesar de que Audric sabia que Haig era um lobo Alfa, ele nunca tinha visto seu companheiro destinado tão autoritário antes. Seu pênis respondeu imediatamente, tratando de sair além do lençol que cobria seu regaço.

“Estive pensando e tenho uma idéia,“ começou Haig.

Kern retornou ao seu lugar ao lado de Audric. Ele olhou a Audric e seus olhos se abriram mais quando viu a brilhante cabeça do pênis aparecer pelo lençol.

“Preste atenção!“ Ordenou Haig. ”Agora, todos nós sabemos o que acontecerá se morder a Audric o suficientemente duro para me emparelhar com ele, mas quem diz que tenho que fazê-lo? Nos três nos amamos. Não deveriam os Deuses estar suficientemente feliz? Eu não preciso ser oficialmente o companheiro de Audric para considerá-lo parte de minha família. Eu daria minha vida por qualquer um de vocês dois. Não é o que um companheiro faz?”

Kern assentiu. “Nem sequer considerou que renunciasse à oportunidade da sensação de estar com seu companheiro destinado.“

“Eu não renuncio a nada.“ Haig se aproximou de Kern. ”E a meu ver, tenho dois companheiros em lugar de somente a que os Deuses me prometeram.”

 

A mão de Haig alcançou o bem usado traseiro de Audric, somente para encontrar já aí a Kern. Ele olhou sobre o topo da cabeça de Audric e sorriu a Kern. “Está tratando de reclamá-lo antes que cheguemos ao bar?”

Kern deixou sair um grunhido. “Não posso acreditar que realmente vá deixar que nosso companheiro jante a essa fada estúpida.“

Haig se encolheu de ombros. Além da humana, o sangue de Fada, era o único substituto que mantinha a Audric alimentado e forte. Dado que os preparativos da guerra tinham começado, Neo havia com relutância aceita transladar o centro de operações ao Reino, o único lugar que Morwyn não podia invadir. Isso deixava ao trio pouca escolha exceto procurar uma Fada.

“Quentes pequenos bastardos,“ grunhiu Kern.

Haig viu o sorriso de Audric. Apesar de que Haig duvidava que Audric sequer o admitisse. Audric parecia preferir o sangue de Fada à humana. Era bem sabido que a conduta sexual das Fadas era do dobro que a dos homens mortais. Sem dúvida seu sangue era puro mel quando Audric chegava a ela. Haig incluso tinha ido mais longe lhe pedindo a Ramiro que lhe explicasse o processo de alimentação a Kern, e por que Audric fazia excitar a seus doadores, mas Kern ainda parecia relutante a presenciar isso.

Audric apoiou sua cabeça no ombro de Kern enquanto entravam no bar. “Ajudaria se te digo o quente que me ponho quando me alimento?“

“Não,“ respondeu Kern. ”Não quando está nos braços dessa maldita Fada.”

Audric riu. “No momento que selo sua ferida, me esqueço deles e então vou procurar a um de meus companheiros. Não é isso certo? Haig.”

Haig ajustou seu duro pênis. “Oh, sim.“ Sorriu a Kern de novo. ”E a ele usualmente não importa onde nos encontramos quando acontece.”

“Não é a toa que sempre insiste em levá-lo.“ Sorriu Kern. ”Pensei que queria protegê-lo, mas somente era colher da sobremesa.“

“Tem razão. “Ele se deteve e abriu a porta. Apesar de que o palácio era etéreo e francamente mais simples que nada, o resto do Reino parecia uma cidade normal.

Quando eles entraram no bar, o ruído golpeou a Haig como sempre o fazia. Conseguir acostumar-se a que a maioria das Criaturas Bentas estivesse em um lugar não tinha sido fácil, mas começavam a acostumar-se. Entre a gente agregada de Neo e os leais a Ian Kildare, O Reino estava bastante cheio, mas era a única maneira que os Deuses consideravam que estariam a salvo. Neo, Ramiro e Gunnar tinham estado trabalhando com alguns dos mais poderosos deuses e semideuses para chegar a um plano que destruísse a Morwyn de uma vez por todas.

A princípio Haig não entendia por que os Deuses não só o aniquilavam ou o que fora que os Deuses faziam, mas Neo tinha explicado a necessidade de preservar a terra e seus habitantes enquanto se encarregavam de Morwyn e seu exército de mutantes.

O primeiro que notou depois de revisar o enorme quarto foi a Ramiro em seu lugar de costume na mesa de canto. Haig não estava seguro do que estava acontecendo com Ramiro, mas ele tinha trocado nos últimos três meses. Foi-se o vampiro que se alimentava e então ficava a olhar a multidão. O novo vampiro parecia não ter suficiente sangue. Em uma noite normal, Haig podia ver Ramiro alimentar-se de cinco ou seis homens diferentes, a muitos deles ele abertamente fodia depois.

Durante um de seus frequentes bate-papos nessas últimas três semanas, Audric lhe tinha falado a respeito de Claudio, o primeiro companheiro de Ramiro. Haig assumiu que a mudança nos hábitos de alimentação de Ramiro tinha algo que ver com a lembrança do que tinha feito a Claudio.

Se somente Gunnar pudesse tirar sua cabeça de seu rabo.

Embora Haig lhe desse crédito ao seu Alfa. Ao menos Gunnar tinha começado a aceitar sua vida como vampiro. Inclusive o tinha visto no bar em uma ocasião. Bom, isso não é exatamente certo. Em realidade, Gunnar tinha ido tirar Haig do bar para tratar algo, mas ao menos tinha entrado.

“Bar ou mesa?“ Perguntou Audric.

“Mesa,“ respondeu Haig. ”Não estou seguro de que Kern esteja preparado ainda para o bar.”

Haig os guiou para uma mesa a três mesas de distância da de Ramiro. As mãos de Audric já estavam percorrendo o corpo de Haig. Ele tomou assento e sentou ao pequeno vampiro em seu regaço. “Se colocando no humor, não é assim?“

Audric lhe sorriu e se inclinou a murmurar no ouvido de Haig. “Sinto-me especialmente faminto esta noite. Não deixe que Kern enlouqueça.”

Haig girou a cabeça o suficiente para capturar a boca de Audric. Varreu com sua língua profundamente a boca enquanto massageava com ambas as mãos o traseiro de Audric coberto com os jeans.

“Isso é o que faz quando o conduz a cada noite?“ Perguntou Kern, seus braços cruzados frente ao seu peito.

Apesar de que amava a sensação da ereção de Audric pressionando a sua, tirou seu companheiro de seu regaço.

“Alguém está fazendo beiço.”

Audric fez um sexy espetáculo montando-se escarranchado no regaço de Kern. “Acredito que terá sua recompensa e entenderá que vale a pena brincar por conseguir que a Fada renuncie há um pouco de seu sangue. “

Audric lambeu a cicatriz que percorria um lado do rosto de Kern, enquanto pressionava seu duro pênis contra o dele ”Sente isto?“

Kern grunhiu e tratou de colocar sua mão dentro da parte traseira dos jeans de Audric. “Como não poderia?“

“Bom, isto é por você e pelo Haig. Necessito que o recorde quando me vir depois.“

“Poderei?“ Perguntou Kern. Ele renunciou a tratar de colocar sua mão sob o cinto dos jeans e raspou o pano com as unhas sobre o traseiro de Audric.

Audric arqueou as costas quando Kern pressionou o plugue que Audric tinha colocado em seu buraco antes de deixar seu quarto. “De novo,“ rogou Audric.

Haig se arrumou na cadeira e desfrutou do espetáculo.

Amava ver seus companheiros. Uma Fada de cabelo comprido e loiro apanhou o olhar de Haig. Se havia uma coisa que desfrutava das Fadas eram quão formosos todos eles eram não havia nenhum feio no grupo.

“Alguém te está olhando,“ disse a Audric.

Audric lentamente aumentou o ritmo olhando sobre seu ombro. Sorriu à Fada antes de retornar a vista a Kern.

“Dê-me dez minutos, retornarei a terminar o que começamos.”

Kern grunhiu e tratou de sustentar a Audric em seu regaço.

Audric deu um suplicante olhar a Haig e marcou a palavra, “ajuda.“

Haig olhou ao redor da área antes de baixar o zíper de seus jeans. Havia algumas pessoas ao redor, mas pareciam ocupados. Com sua ereção livre de seu confinamento, abateu no ombro de Kern. “Por que não vem e me dá um pouco de atenção enquanto Audric atende seus assuntos?“

Kern viu o pênis de Haig em sua mão e se lambeu os lábios. “Deixa de tratar de me distrair.”

Haig deu ao seu pênis, vários fortes puxões, movendo-o em sua mão. “Distrair não é exatamente o que tinha em mente. Baixa seus jeans e termina aqui.”

A expressão de Kern era de horror ao pensar em foder em um lugar público. Audric deu a Kern um doce beijo no nariz. “As mesmas regras, que estava acostumado a seguir não se aplicam aqui. Se Haig quiser fode-lo, deixa-o. A ninguém importará.“ Audric colocou a mão no bolso da frente de seus jeans e tirou um tubo de lubrificante. ”Pegue.”

Kern estava tão impactado que deixou que Audric saísse de seu colo e desaparecesse entre a multidão no braço da formosa Fada.

Haig apertou o ombro de Kern. “Vêem aqui e me faça companhia.”

Apesar de que suas pernas pareciam instáveis, Kern chegou frente à Haig e lentamente desabotoou seus jeans.

“Vai deixar-me fode-lo quando ele terminar?”

Haig puxou os jeans de Kern baixando-os ao chão.

Separando as musculosas nádegas de Kern com suas mãos, Haig se inclinou e passou sua língua pela greta de Kern. “Claro,“ disse entre lambidas. ”Estarei muito ocupado fodendo a você.”

Para alguém que parecia tão relutante, não tomou muito tempo a Kern entrar no espírito dessa nova aventura. Rapidamente tirou o jeans e lhe passou o lubrificante antes de apoiar suas mãos em seus joelhos para dar a Haig um melhor acesso ao seu buraco.

“Tão bonito.“ Haig rodeou com a parte plaina de sua língua a enrugada pele antes de usar a ponta para tratar de empurrar-se ao interior.

Um ruído a sua esquerda captou a atenção de Haig.

Retirou seu rosto da greta de Kern e viu a Ramiro enquanto abria o lubrificante. “Não tem outra Fada a quem foder?”

Ramiro sorriu e levantou a mão. Uma segunda Fada chegou frente a ele com seu pescoço voluntariamente exposto. “Suponho que o tenho,“ respondeu antes de retornar sua atenção em volta de seu mais recente doador.

Haig se enfocou de novo no buraco de Kern. Isso era delicioso, o buraco de Kern se abriu imediatamente para seus dedos. “Está seguro de que não segue sentindo meu pênis em seu interior desta tarde?“

“Necessito-te de novo,“ disse Kern, pressionando-se contra a mão de Haig.

Haig usou sua mão livre para lubrificar seu pênis antes de guiar a Kern a que se sentasse em seu colo. Ele não sabia por que, mas o sexo com Kern tinha tomado algo do frenesi que sentiu nos primeiros cem anos de sua vida juntos. O que o causou, Haig planejava desfrutar de cada momento durante os seguintes séculos. Com sorte, o trio poderia nunca perder o frenesi de copular, eles pareciam estar sob um feitiço.

Kern não perdeu tempo e empalou a si mesmo até a raiz do eixo de Haig. “Ahh, porra,“ Kern gemeu enquanto começava a montar a Haig.

Haig levantou a parte de trás da camiseta de Kern e beijou cada ramo e folha da grande tatuagem do carvalho. Eles tinham decidido marcar os anos com Audric lhe dando à árvore folhas mais brilhante. Quando eles trataram de coagir a que Audric iniciasse sua própria árvore, Audric tinha declinado, dizendo que ele somente tinha lugar em suas costas para uma esquelética arvorezinha, e ele não queria ser comparado com os de Haig e Kern.

Haig sorriu ao pensar nisso. Com o muito que odiava que Audric falasse mal de si mesmo, seu pequeno vampiro tinha razão.

Ele viu Audric e a sua pequena Fada doador perto do bar. Depois de morder o pescoço de Kern, Haig se aproximou do ouvido do homem. “Olhe a maneira em que nosso companheiro apanha sua presa.“

Quando a Fada tomou o traseiro de Audric, o corpo inteiro de Kern se esticou, causando que Haig grunhisse de dor. “Tranqüilo, bebê, ou vai partir meu pênis em dois.“

“Como pode seguir sentado e deixar que outro homem o toque dessa maneira?“

Haig mordeu a Kern de novo, lhe recordando a quem lhe pertencia. “Eu não só sigo sentado. Acontece que estou fodendo ao meu companheiro, ou o esqueceste?”

Kern usou suas pernas para sair do pênis de Haig e voltar a entrar. “Não há maneira de que esqueça que está em meu interior.”

“Bom. Agora olhe mais de perto. A melhor parte já vem.“ Haig manteve seu forte braço ao redor da cintura de Kern em caso de que seu companheiro decidisse explodir.

Audric mantinha sua vista em Haig e Kern enquanto suas presas saíam de suas gengivas. Ele lhes sorriu justo antes de afundar suas presas na pálida pele da Fada.

“Vê? Ele está te vendo. O que quer apostar que ele vai gozar em seu jeans com somente ver que está fodendo meu pênis?“ Haig levou sua mão lubrificada para a gotejante ereção de Kern. ”Você vai fode-lo com isto?”

“Siiiimmm,“ vaiou Kern, pressionando seu traseiro contra as bolas de Haig.

“Continue assistindo,“ Haig recordou a Kern.

As presas de Audric se retrataram e lambeu o pescoço da Fada. Com apenas uma palavra a satisfeita Fada, Audric atravessou a multidão de volta à mesa.

Para quando Audric alcançou a Kern, ele já tinha seu jeans sob seus quadris. “Necessito-te,“ disse-lhe, baixando seu jeans o resto do caminho e tirando-lhe sendo o pequeno habilidoso que era Audric se uniu a eles.

Balançou seus pés na cadeira e os colocou sob o traseiro de Haig.

Antes de sentar-se no regaço de Kern, inclinou-se para Haig e lhe ofereceu seu pênis. Nunca rechaçaria o sabor de Audric, Haig tragou fortemente a escura cabeça do pênis.

Haig ouviu a Kern gemer enquanto retirava o plugue do buraco de Audric. A paciência não era a virtude mais forte de Kern e afastou a Audric da boca de Haig.

Audric gemeu quando seu buraco foi cheio com o comprido, grosso pênis de Kern. Haig moveu seus braços para as costas de Audric e olhando aos olhos.

“Amo-te,“ murmurou-lhe.

“Sempre,“ Audric respondeu enquanto começava a mover-se.

Kern puxou a cabeça de Audric para um beijo, quebrando o contato visual que tinha com Haig. Com seus companheiros momentaneamente distraídos um com o outro, Haig levantou a vista por volta do salão. Surpreendeu-se ao ver um número de olhos olhando-os. O que surpreendeu a Haig. É que tinha visto todos os tipos foder no bar desde que eles chegaram ao Reino, então por que todos estavam atentos aos seus dois homens e a ele?

Ramiro ficou de pé e sorriu a Haig. “Nem sequer eu posso competir com vocês três.“

Haig viu a Ramiro retirar-se, tratando de imaginar o que o vampiro quis dizer.

Kern quebrou o beijo e inclinou a cabeça olhando para o teto. “Não posso sustentá-lo muito mais.“ Suas seguintes palavras não foram para nada além de uivos enquanto disparava sua semente profundamente em seu companheiro.

Não tomou mais tempo a Haig e Audric seguir a Kern sobre a borda. Haig apertou os dentes lutando para permanecer em silêncio. Uma coisa era ter audiência durante um momento íntimo, mas o último que queria era envergonhar-se gritando como uma garota diante do incrivelmente intenso clímax.

Kern e Audric paralisaram sobre Haig enquanto todos lutavam por recuperar o padrão normal de sua respiração.

Kern foi o primeiro em falar, apesar de que as palavras não estavam unidas. “Pode Audric alimentar-se toda noite?“

Haig riu. “Pensei que queria que usasse as garrafas de sangue.”

“Troquei de opinião,“ murmurou Kern. ”Tem razão a respeito de que a alimentação o volta quente.”

“Está equivocado,“ interveio Audric. ”Vocês dois me voltam quente.“ Levantou a cabeça do ombro de Kern e olhou aos olhos de Haig. ”Depois, poderia foder-me lentamente? Sabe como eu gosto disso.”

Haig passou sua mão pelas costas de Audric, esquecendo do resto do salão. “A isso chamo fazer amor,“ recordou ao seu pequeno vampiro.

“Não. Eu já estou apaixonado, não preciso tratar de fazer o que já parece.”

“Bom ponto,“ aceitou Haig.

Sustentando aos seus dois companheiros e ajudando-os a recuperar-se. Haig pensou que ele voluntariamente iria à guerra para mantê-los a salvo. O pensar em que Morwyn ganhasse a guerra e pusesse suas mãos em Kern e Audric encheu de ira a Haig. Que Morwyn tratasse de desafiar ao Reino com seu exército de Criaturas Bentas magicamente alteradas. Haig sabia a verdade. Não ganhasse uma guerra somente com a força. Você a vence com vontade e coração, algo que um Morwyn não tinha.

Audric foi o primeiro em desenredar-se. Tomou seus jeans antes de lançar a Haig os seus. Assinalou para Kern.

“Adormeceu. Sabe?”

Haig lhe piscou um olho em resposta. “Não me surpreende. Kern nunca se mantinha acordado comigo.“

“Essa é uma maldita mentira e sabe,“ disse Kern, endireitando-se.

“Sério? Prova-o.”

 

 

[1] É uma rocha composta de uma mescla de minerais: cálcio, carbono e magnésio, tem um grande brilho e em algum tempo a classifico erroneamente como mármore.

[2] O Tártaro ou Tártaras é um lugar de tortura e sofrimento eternos, parecido ao Inferno do Cristianismo e ao Inframundo das religiões pagãs.

[3] Gaia, Deusa da Terra que se casou com Urano, e eram pais do Cronus quem derroto a seu pai Urano a instâncias de sua mãe e governou durante a era dourada da mitologia grega até que foi tombado por seu filho Zeus e encerrado no Tártaro.

 

 

                                                                                Carol Lynne  

 

                      

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