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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


UM AMOR DO OUTRO MUNDO / Nic Chaud
UM AMOR DO OUTRO MUNDO / Nic Chaud

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Apaixonada por astronomia, Mariana inscreveu-se num programa de observação de estrelas e planetas, do qual participavam um pequeno grupo de estudantes e professores da sua universidade. Uma vez por mês, durante o verão, o pessoal se reunia para dormir ao relento, acampados em alguma área rural, longe das luzes da cidade.

Era a primeira vez que ela participaria do evento e estava ansiosa para ter uma visão especial do planeta Marte, que em julho estaria na sua maior aproximação com a Terra, mais brilhante e avermelhado do que nunca. Outra aproximação assim só em 2020, por isso não podia perder a oportunidade.

Convidou sua grande amiga Hanna para se juntar a ela no acampamento. Seria bom ter alguém que gostasse dos astros para dividir aquela emoção. Ela concordou com uma condição, de que Mariana participasse de um seminário de astrologia. Hanna era astróloga e gostava de provocá-la, porque sabia que ela ficava braba quando alguém confundia astronomia com astrologia. Os astros não mentem e você ainda vai me dar razão, ela costumava dizer para Mariana.

No dia marcado para a observação de Marte, Hanna ligou dizendo que não poderia ir de maneira nenhuma. Ela tinha feito um horóscopo personalizado do dia, para ela e para Mariana, de acordo com a posição do planeta. A comparação dos resultados tinha sido assustadora. O de Hanna dizia para que ela não saísse de casa de jeito nenhum, para não atrapalhar um acontecimento celestial. E o de Mariana dizia que a posição de Marte possibilitaria que algo de extraordinário acontecesse em sua vida, um encontro sexual especial, com um homem vindo de outro lugar, talvez um viajante das estrelas.

Mariana tinha aprendido a respeitar as crenças de Hanna e sabia que a amiga realmente acreditava no que estava dizendo. Mas não resistiu e brincou dizendo que pediria a Marte um alienígena bem apessoado, dono de um pau de respeito. Cuidado com o que pede, ela respondeu, os astros predizem, mas quem atrai os acontecimentos é você, com os seus pensamentos.

Mariana se despediu, prometendo que ligaria caso algo inusitado acontecesse. Bem que ela gostaria de acreditar no horóscopo da amiga. Não seria nada mal ter um encontro sexual especial, mas deixou aqueles pensamentos de lado e foi procurar seus binóculos e arrumar um saco de dormir para passar a noite observando as estrelas, ou quem sabe procurando alienígenas. A comida seria fornecida pelos donos do local, que cobravam uma taxa pelo pernoite e jantar. Um micro-ônibus e um motorista estariam à disposição na universidade, para fazer o transporte.

A manhã passou rápida e, após o almoço, Mariana decidiu ir de táxi até o ponto de encontro. Assim que chegou, já se acomodou dentro do ônibus. Ficou observando os participantes do grupo à medida que entravam. Pareciam todos muito simpáticos e logo se sentiu à vontade entre eles. Felizes que estavam com a aproximação de Marte, não mediram esforços para levarem seus telescópios e lunetas.

Durante o trajeto, ficou escutando a conversa de um dos professores, chamado Matheus. Ele explicava, para uma mulher sentada ao seu lado, que a aparência avermelhada do planeta era devida a presença predominante do óxido de ferro em sua superfície e que Marte estava sobre uma intensa tempestade de areia, abrangendo praticamente todo o planeta.

Estava muito gostoso escutar o modo com o qual o professor falava, tanto que Mariana virou-se para vê-lo melhor. Seus olhos brilhavam e sua emoção com os assuntos do cosmos era contagiante. Recém-chegado na universidade, já tinha conquistado muitas alunas para suas matérias, e elas descaradamente davam em cima dele. Felizmente nenhuma fazia parte do grupo. Já Mariana era reservada e discreta, mas estava ficando difícil não se sentir afetada pelo charme sexy de Matheus. Ainda mais depois de ter visto aquele brilho em seus olhos.

Para ela nada era mais excitante do que ter um diálogo inteligente com um homem. Conversar bem de pertinho com o professor Matheus poderia ser algo perigoso, porque, além de inteligente, ele tinha um tipo físico daqueles que dá vontade de se estar entre os braços. E já fazia um tempo que Mariana estava sem namorado e à falta de sexo começando a incomodar.

Seu último relacionamento não tinha dado certo, porque o ex-namorado criticava tudo sobre viagens no espaço, mesmo sabendo que ela adorava o assunto. Dizia achar uma bobagem os países gastarem dinheiro com essas coisas. Também não suportava ficção científica e não aceitava argumento algum a favor das conquistas espaciais. Apesar de ser bom de cama, não deu para suportar sua falta de visão. Sacudiu a cabeça tentando afastar aquelas lembranças. Era bem desagradável pensar no ex-namorado se vangloriando da pobreza de suas convicções.


– Desculpe, não sei seu nome, mas você está discordando de alguma coisa que eu disse? – Matheus perguntou para Mariana. – Eu vi você sacudindo a cabeça.

– Não, imagine! Estou adorando escutar suas explicações sobre Marte. É que me lembrei de algo desagradável, só isso, mas já passou. Continue, por favor.

Matheus sorriu de modo encantador para Mariana, um sorriso tipo o do Tom Cruise. Ela correspondeu, tentando não demonstrar o quanto tinha ficado deliciosamente abalada com a atenção dele.


O grupo chegou ao acampamento com o dia claro, o que facilitou a montagem dos telescópios. Linguiças estavam sendo assadas em churrasqueiras portáteis, feitas de barris de alumínio cortados ao meio. O cheiro despertou o apetite de Mariana, que se serviu de duas delas dentro de um pão francês, com um pouco de tomate ao vinagrete. Estava tão delicioso que precisou repetir.

Comendo seus sanduíches, os participantes apreciavam o pôr do sol, animados com a chegada da noite. Matheus ainda regulava o equipamento profissional que havia levado. Quando conseguiu posicioná-lo como queria, juntou-se a eles. Só de vê-lo se aproximar, Mariana sentiu seu corpo em chamas. Devia estar vermelha como Marte, mas não queria parecer como uma daquelas alunas oferecidas. Por maior que fosse sua vontade de falar com ele, deixaria que desse o primeiro passo, caso desejasse.

Quando Marte despontou no céu, todos ficaram muito empolgados. Os que levaram telescópios deliravam, procurando todos os detalhes possíveis. Mesmo só usando binóculos, Mariana estava emocionada com a experiência. Depois que seus olhos acostumaram com a escuridão da noite, o céu lhe pareceu outro, sem o ofuscamento das luzes. Com os olhos atrás das lentes dos seus binóculos, Mariana sorriu, pensando que devia procurar na superfície de Marte o alienígena de pênis avantajado que tinha mencionado a Hanna.


– Deixe-me adivinhar, você agora está pensando em algo bem agradável! – Matheus falou para Mariana.

– Como foi que adivinhou? – ela perguntou brincando.

– Seu sorriso divertido a denunciou.

– Tenho mania de fazer isso, conversar comigo mesma. Às vezes pensam que estou louca, pelas expressões de meu rosto. Mas não se preocupe, sou uma louca bem boazinha.

– Não tenho a menor dúvida disso! – exclamou Matheus, exibindo seu sorriso lindo.

– Este planeta vermelho só me inspira bons pensamentos!

– É justamente por isso que estou aqui, para saber se quer ter uma visão melhor de Marte, através do meu telescópio.

– Claro, vou adorar! Obrigada!

– Seu nome é Mariana, não é mesmo? Vi quando se apresentou à pessoa que se sentou ao seu lado no ônibus.

– Sim, eu me chamo Mariana. Como é a primeira vez que participo, eles ainda não me conhecem.

– Eu também estou vindo pela primeira vez, então é melhor eu me apresentar a você. Meu nome é Matheus e sou professor de Astrofísica e Cosmologia. Também sou o responsável pelo departamento de pesquisas do curso de Astronomia na universidade.

– Eu já tinha visto você pelos corredores, cercado por suas alunas. Eu estou cursando o último ano de Física.

– Ah, estou tendo esta dificuldade, minhas alunas de primeiro ano me cercam e não consigo escapar delas. Mas é porque ainda sou novidade, logo me esquecem.

– Não sei não.

– Vamos sacudir a cabeça para fazer esses pensamentos desaparecerem, está bem? – Matheus brincou, balançando a cabeça como ela tinha feito no ônibus.

– Está bem! – Mariana concordou rindo.

– Venha comigo, então. Só preciso verificar se a lente do telescópio ainda está posicionada corretamente.

Depois de alguns ajustes...

– Pronto. Você já pode olhar.

– Ah, desculpe, acho que saiu de foco. Coloquei a mão sem querer onde não devia, pelo jeito.

– Não se preocupe que eu arrumo. – Matheus aproximou-se por trás dela, segurando-a num abraço para que não saísse do lugar e só afastasse a cabeça para ele regular novamente a lente.


Estar ali nos braços de Matheus, ainda que só para um ajuste do telescópio, deixou-a de pernas moles. Sua vontade era de se segurar nele, e sentir o cheiro de sua pele.


– Veja se a imagem está clara agora – pediu Matheus, sem querer se afastar muito dela.

– Uauuuu!!!! – exclamou Mariana, esquecida por uns segundos do corpo de Matheus atrás dela. – Como Marte é lindo!

– Esse telescópio permite uma ampliação de cento e noventa vezes. A imagem fica muito linda mesmo. O vermelho bem mais nítido do que a olho nu.

– Estou pensando seriamente em me especializar em Astrofísica.

– Que legal! Pode contar comigo se quiser conversar sobre uma pós-graduação ou um mestrado.

– Puxa, obrigada! Vou querer sim.


Os dois ficaram conversando e observando as estrelas por algumas horas. Seus corpos sempre muito próximos. A cada esbarrão o coração de Mariana disparava. No meio da madrugada a maioria do pessoal já tinha se acomodado em seus sacos de dormir, para descansarem um pouco. A partir das cinco horas da manhã havia a possibilidade do aparecimento de estrelas cadentes e todos combinaram de acordar nesse horário. Mariana convidou Matheus para esperar a chuva de meteoros perto dela. Ele aceitou e prometeu ir assim que guardasse seu equipamento.

Acomodada no seu saco, Mariana aguardava com ansiedade a chegada de Matheus. Tinha escolhido um lugar mais afastado dos outros, para poderem conversar sem atrapalhar o sono de ninguém. Bem, essa era a sua desculpa. No fundo ela desejava ter mais de intimidade física com ele. Beijá-lo intensamente, por exemplo, ou ficar de conchinha, olhando para as estrelas.

Como seu saco de dormir era de casal, ele bem que caberia ali junto com ela. Será que pareceria muito ousada se fizesse essa proposta? O alienígena que ficasse para outra vez, queria sentir o Matheus, naquela mesma noite, nem que fosse só um pouquinho. Arrepiou-se só de imaginá-lo acariciando suas curvas, cheirando seu pescoço, beijando sua boca.

Ele era tudo o que seu antigo namorado não fora. Ele gostava do que ela gostava, era professor da matéria que adorava, tinha brilho nos olhos ao falar das estrelas e braços perfeitos para envolvê-la. Era um homem pra se fazer amor e não apenas sexo.


– Posso adivinhar o que está pensando? – Matheus perguntou, ao chegar carregando seu saco de dormir.

– Duvido que adivinhe! – Mariana provocou, adorando vê-lo estender o saco bem colado ao dela.

– Está pensando que adorou me conhecer.

– Mais...

– Hum, adorou me conhecer e me achou bonito.

– Mais...

– Adorou me conhecer, me achou bonito e inteligente.

– Mais...

– Adorou me conhecer, me achou bonito, inteligente e quer saber se eu beijo bem.

– Está no caminho certo...


Matheus se inclinou sobre Mariana, olhando-a para decifrar se não estava brincando, porque desde o primeiro momento a tinha desejado. Sua vontade era tomá-la em seus braços e amá-la por inteiro, beijando cada pedacinho de seu corpo. Mariana retribuiu o olhar, abrindo o zíper do saco de dormir para que ele entrasse. Assim que ele se acomodou, ela se aninhou entre seus braços e foi impossível resistir à atração que estavam sentindo. Começaram a se beijar e a se acariciar com paixão. O escuro da noite camuflava seus movimentos.

Mariana sentiu a ereção de Matheus pressionando seu ventre. Seu desejo era mais do que evidente. Ela também o desejava com a mesma intensidade. Tomando muito cuidado para não fazer barulho, sem dizer nada, mas dizendo tudo, ela virou de costas para ele e abaixou as calças. Ele reagiu colocando o pênis no meio das suas pernas, molhando-o na lubrificação que escorria dela.

Mariana posicionou sua vagina na inclinação perfeita para que ele a penetrasse. Não conseguiu conter o som que surgiu em sua garganta. Gemeu baixinho, de tanto prazer que sentiu com a penetração do pênis dele. Os movimentos precisaram ser lentos e discretos, para que ninguém notasse o que estava acontecendo entre eles. O risco que corriam tornava tudo mais excitante. Ela avisou quando o orgasmo estava se aproximando. Ele intensificou as investidas e gozou junto com ela. Ficaram ainda mais apaixonados, depois de sentirem a intensidade da química entre seus corpos.

Para que não ficasse comprometedor para ambos, Matheus foi para o seu saco de dormir. Ficaram se olhando e sorrindo sem acreditar no que tinham feito, até caírem no sono. Acordaram uma hora mais tarde com alguém gritando que tinha visto uma estrela cadente.


– Como você está se sentindo – Matheus perguntou sorrindo para Mariana.

– Feliz e você?

– Muito feliz também. Esta noite foi inesquecível!

– Foi mesmo.

– Vou levantar porque já está clareando. Alguém pode estar precisando da minha ajuda. Mas quero me sentar ao seu lado no ônibus, guarde o lugar para mim.

– Pode deixar.


Mariana esticou o corpo, para tirar as dores do chão duro. Dentro de si ainda sentia a sensação deixada pela relação sexual com Matheus. Não sabia se poderiam ter um futuro, ele sendo professor da universidade em que era aluna. Talvez houvesse diretrizes proibindo isso e a última coisa que ela queria era prejudicar a carreira profissional dele. Esperaria para ver se ele proporia algum jeito de se encontrarem. Toparia qualquer coisa, mesmo que fosse algo escondido.

Enquanto Matheus ajudava a desmontar os equipamentos, Mariana guardou suas coisas e foi tomar um café. Sempre que podia dava uma espiada na direção dele e, quando seus olhares se cruzavam, um arrepio percorria seu corpo. Para ela, Matheus era o homem mais lindo do universo. Estava se sentindo completamente apaixonada.

Com tudo guardado, era hora de partir. Mariana fez como Matheus pediu e guardou o lugar ao lado dela para ele. Mas quando ele estava caminhando para se sentar com ela, foi puxado pela mesma mulher com a qual tinha vindo e viu-se obrigado a se sentar para ouvir o que ela queria lhe dizer. O lugar vago ao lado de Mariana acabou sendo ocupado pelo último integrante do grupo. Matheus lançou um olhar de desapontamento para ela, mas nem teve tempo de esperar a reação de Mariana, porque sua acompanhante demandava atenção total.

Na volta, o motorista foi fazendo paradas pelo caminho, para quem quisesse descer antes da universidade. Percebendo que ele passaria perto de seu apartamento, Mariana pediu para descer. Dando um sorriso de adeus para Matheus e um obrigada geral para o grupo, deixou o ônibus. Achou que foi melhor assim, para que não desconfiassem de nada.

Dormiu a tarde inteira e, quando acordou, foi olhar o céu, para ver se Marte já estava aparecendo. A luz do entardecer dificultava sua visão, mas ficou olhando para o alto até localizar o planeta. Sorriu de emoção ao encontrá-lo, antes mesmo do céu escurecer. As lembranças das sensações vividas com Matheus voltaram com força e a vontade de estar em seus braços também. Talvez pudessem se encontrar na universidade no dia seguinte. Tentaria saber em que sala estaria dando aula, para passar seu número para ele. Mas será que estaria sendo oferecida se fizesse isso? Talvez fosse melhor deixar que ele a procurasse.

Com este dilema na cabeça, Mariana teve dificuldade para conseguir dormir a noite. Pela manhã, já não sabia mais o que fazer. Decidiu parar de pensar, antes que seus neurônios fritassem e foi tomar banho, para depois se arrumar e ir para a universidade. Estava trabalhando em sua monografia e precisava de concentração para sua pesquisa em processamento de imagens astronômicas. O assunto Matheus ficaria para depois.

No intervalo das aulas, Mariana saiu para comer alguma coisa. Um alvoroço no corredor chamou sua atenção. Eram as alunas de Matheus, querendo tirar uma selfie com ele. Ele tentava escapar, mas elas imploravam e ele se rendeu posando entre elas. Mariana não quis que ele a visse e seguiu para a cantina. Em seus pensamentos, ela se perguntava se conseguiria namorar alguém que vivesse cercado por lindas jovens, fáceis de serem conquistadas.

Estava difícil admitir para si mesma que, de certa forma, também era uma dessas jovens. Apesar de não ser aluna dele, entregou-se no mesmo dia em que o conheceu. A desculpa para não se incluir entre elas é que o encontro deles tinha sido especial, noutro contexto. Os dois partilhavam muitos interesses e se entrosaram desde o primeiro segundo. Mas será que ela seria apenas mais uma conquista para ele?

A manhã terminou e Mariana voltou para casa sem encontrar com Matheus. A cada minuto longe dele, parte do encanto da noite que passaram juntos se perdia. Ela não queria ter sido só o caso de uma noite. Sua cabeça doía, tentando encontrar um caminho a seguir, uma alternativa para deixar de gostar dele, ou coragem para ir procurá-lo. A noite ligou para Hanna, pedindo que ela fizesse seu horóscopo novamente. Queria algo para se apoiar, mesmo que fosse contra suas convicções.

Hanna quis saber o que estava acontecendo. Em sanidade perfeita Mariana nunca faria aquele pedido. Sensibilizada ao saber da angústia da amiga, Hanna disse que montaria o horóscopo dela, do período que faltava para o ano terminar e, assim que ficasse pronto, mandaria as respostas dos astros para ela. Uma hora depois, Hanna mandou uma mensagem.


Mariana, se precisar de mim, estou aqui. Coragem, amiga! Aqui vai o seu horóscopo: “Você precisará ser forte, porque ainda não será o momento de encontrar felicidade no amor. Haverá um período de incerteza e angústia em sua vida, mas passará. Mantenha-se otimista e focada em seus estudos. O futuro ainda lhe reserva grandes e felizes surpresas”.


Até o horóscopo estava confirmando de que não era tempo dela ser feliz no amor. A promessa de tempos futuros mais felizes não adiantou para que se sentisse melhor. Precisava falar com Matheus, para acabar com aquela angústia, mesmo que fosse para receber um fora dele. Daria um jeito de procurá-lo o mais rápido possível. Animada com a decisão que tinha tomado, conseguiu trabalhar na pesquisa da monografia.

No dia seguinte, ficou aguardando com ansiedade o intervalo das aulas. Assim que o sinal tocou, Mariana saiu da sala à procura de Matheus. O corredor estava silencioso, nem sinal das alunas dele. Concluiu que a aula ainda não tinha terminado e foi até lá dar uma olhada. A sala estava vazia, mas tinha um aviso no quadro negro.


“Prezados, alunos e alunas! Não haverá aula hoje. O professor Matheus precisou viajar com urgência e ficará ausente por um tempo. Um substituto está sendo selecionado para estar presente na próxima aula. Desculpem o incômodo.”


Mariana ficou branca ao ler o aviso. Para ele ter viajado com urgência algo de muito grave devia ter acontecido. Perguntou para uma das alunas de Matheus se ela sabia o porquê dele ter viajado sem avisar, mas ela também não tinha informação. Nem os professores sabiam o motivo. Triste, por Matheus não ter se despedido dela, Mariana foi para casa. A saudade que sentia era tanta que seu peito doía. Mas não havia nada que pudesse fazer. Deitou-se na cama abraçada ao travesseiro, deixando as lágrimas escorrerem de seus olhos.

Com o final do ano chegando, o trabalho com sua monografia precisou ser intensificado. Mariana queria estar preparada para fazer uma apresentação excelente. Assim que a parte escrita foi corrigida e aprovada pelo seu supervisor, ela passou para os treinos da apresentação oral, o que foi bom, porque o medo de enfrentar a banca examinadora a fazia esquecer-se de Matheus algumas horas por dia. À noite, porém, a saudade surgia com força. Seu travesseiro estava até deformado de tanto se agarrar a ele.

O grupo de observação das estrelas tinha marcado um novo encontro, mas Mariana não se animou a ir. A falta total de notícias de Matheus continuava um mistério. Ele não tinha postado mais nada em nenhuma rede social. Muitos achavam que ele estava doente e fazendo algum tratamento, por isso tinha se ausentado. Por favor, isso não, pensava Mariana. Ela desejava que nada de mal acontecesse a ele.

Três meses se passaram e o dia da apresentação da monografia de Mariana chegou. A tensão pela espera da hora de entrar fazia seu estômago se contrair. Tentou alguns exercícios de meditação e conseguiu se acalmar um pouco, mas quando seu nome foi chamado, seu coração disparou. Entrou de cabeça erguida e postura ereta, para mostrar que estava confiante, mas, quando percebeu que um dos examinadores era Matheus, suas pernas fraquejaram. Ele deu aquele sorriso lindo para ela e toda a tristeza que Mariana tinha sentido despareceu naquele instante.

Matheus continuava lindo. Aliviada por vê-lo ali, pertinho dela, Mariana apresentou sua monografia. Os professores fizeram perguntas e ela conseguiu responder com tranquilidade. Recebeu nota dez, mas foi o olhar de orgulho e aprovação de Matheus que a deixou mais feliz.

Não puderam conversar porque haveria outra apresentação em seguida. Mariana voltou para casa radiante, por ter ido bem e por ter visto o amor de sua vida. Mesmo que ele não quisesse namorá-la, o que importava era que ele estava de volta e bem.

Para relaxar das emoções do dia, tomou um banho demorado, deixando a água escorrer por seu rosto e corpo, aliviando as tensões. Depois de enxugar-se, passou um creme hidratante perfumado sobre a pele e vestiu só uma regata e uma calcinha de algodão. Era assim que gostava de se vestir para ficar confortável dentro de casa. Como morava sozinha não havia problema.

Depois de se servir de um chá, foi assistir um pouco televisão para não pensar tanto em Matheus. Mas só conseguia visualizar seu sorriso. Fechou os olhos para se lembrar dos momentos de prazer que viveram juntos. Queria muito repetir tudo aquilo. Enrolou-se na manta do sofá, imaginando os carinhos que gostaria de fazer nele. Acabou dormindo. Sonhou que estava naquela noite novamente, deitada na grama, olhando as estrelas que ele apontava. Nosso amor é do outro mundo, ele gritava para que todos soubessem. Mariana, Mariana,...

Acordou meio desorientada, sem saber se estavam gritando mesmo seu nome ou se o sonho ainda ecoava em seu inconsciente. Depois de piscar algumas vezes, entendeu que realmente estavam batendo a campainha e chamando seu nome. Pegou um casaco de malha comprido e foi ver quem era. Matheus estava no portão. Emocionada, foi abrir para ele, mas estava tremendo tanto que não conseguia colocar a chave na fechadura.


– Rápido, Mariana, porque eu preciso te beijar. Precisei subornar a secretária da noite para ela me dar seu endereço.

– Estou tentando, não me deixe mais nervosa do que estou.

– Me dê a chave, que eu abro por fora.

Mariana entregou a chave para ele. Matheus abriu e não esperou permissão para tomar Mariana em seus braços e beijá-la com paixão.

– Senti muita falta de você. Desculpe ter ido embora, mas aconteceram tantas coisas que estou atordoado até agora. Quero te contar tudo, mas primeiro quero fazer amor com você, Mariana, se você deixar.

– É o que eu mais desejo no mundo.


Depois de fechar o portão, ele a pegou no colo, só colocando-a no chão dentro da casa. Seus olhos refletiam a urgência de consumar seu desejo por ela. Tinham ficado tempo demais longe um do outro. Suas mãos a puxaram para junto de si, seus lábios procurando os dela e sua língua a língua dela, todas as curvas sendo acariciadas por ele.

Ela o levou para o quarto e foi tirando as roupas dele. Já o tinha sentido dentro de si, agora queria vê-lo completamente nu, vulnerável ao prazer em cada centímetro de sua pele. Foi abrindo os botões de sua camisa e tocando em seu tórax ao mesmo tempo. Ele ficou arrepiado, mas deixou-a prosseguir explorando seu corpo. Ela soltou seu cinto, abriu seu zíper aberto e encontrou o que buscava. Tocou no pênis rijo e o puxou para fora. As calças de Matheus caíram e ele saiu de dentro delas, desejoso de beijar os seios de Mariana. Ele tirou o casaco e a camiseta dela, provocando arrepios em sua pele, inchando suas partes íntimas, ansiosas por preenchimento. Ele a pegou no colo novamente e a colocou na cama, retirando sua calcinha, para poder beijá-la entre as pernas.

Matheus deslizou sua língua por toda a extensão daquela zona erógena de Mariana, lambendo seu clitóris com suavidade, mas depois com movimentos rápidos de um lado para outro, alternados com a penetração da língua na vagina. Excitada como nunca, ela gemia e se contorcia, tentando adiar o orgasmo que chegava. Percebendo que ela estava quase gozando, ele retirou a língua e introduziu toda a rigidez de seu pênis dentro dela.

As pupilas de Mariana dilataram-se ao máximo, revelando a paixão intensa que sentia. Agarrou-se a ele com suas pernas, possibilitando que a penetração fosse ainda maior. Matheus investia seu membro com movimentos precisos e fortes, proporcionando sensações deliciosas. Mariana grudou ainda mais nele, marcando, sem perceber, suas costas com as unhas. Sons primitivos saíram de sua boca enquanto ela gozava e gozava mais uma vez.

Matheus, sem aguentar mais, soltou seu esperma, liberando todo o prazer que tinha guardado para ser com ela. O sexo foi tão intenso que seu pênis demorou perder a rigidez. Ficaram unidos por um bom tempo, olhando apaixonados um para o outro. Quando a ereção terminou, Matheus se deitou ao lado dela, para começar as explicações que havia prometido.


– Sei que parece loucura, por nos conhecermos faz tão pouco tempo, mas eu preciso de você junto de mim, Mariana. Nós gostamos das mesmas coisas e nos damos maravilhosamente bem na cama, não acha?

– Com certeza acho. O que acabou de acontecer entre nós foi do outro mundo, de tão maravilhoso. Mas não sei se vou suportar ficar sem notícias suas outra vez, quase enlouqueci tentando encontrar uma explicação para o seu desaparecimento.

– Desculpe por isso, mas fui chamado com urgência pela NASA, para participar do projeto Orion, no desenvolvimento dos motores do módulo para missões tripuladas para Marte. Eu não podia recusar uma proposta dessas. Fiz inúmeros testes e entrevistas, para saberem se eu estava realmente qualificado para a função e fui aprovado. Vou ter que me mudar para Houston, até já aluguei uma casa perto da NASA e vim te convidar para ir comigo. Você poderá fazer seu mestrado em alguma das universidades de lá. Há inúmeros temas sendo desenvolvidos, nesta nova etapa das conquistas espaciais. A viagem com tripulantes para Marte já é uma certeza. Fazer parte desse projeto é a realização de um sonho, ainda mais se você estiver junto de mim.

– Uau! Impossível mesmo recusar uma oportunidade dessas. Está desculpado por ter sumido sem dar notícias. Fico muito feliz por você! Ter seu trabalho reconhecido e requisitado é maravilhoso. Com certeza, você merece!

– Mas eu mereço seu amor também, Mariana. Por favor, diga que aceita ir comigo.

– Eu adoraria ir, seria um sonho desenvolver minha carreira nos Estados Unidos, ainda mais em Houston. Mas tem o problema do visto, eu precisaria já ter sido aceita como aluna de algum mestrado.

– Você poderia ir já, como minha esposa.

– O quê?

– Isso mesmo que você ouviu. Mariana, você quer se casar comigo e ir para os Estados Unidos, acompanhar de perto a humanidade se preparando para ir a Marte? E de quebra ter um homem maravilhoso como eu, para fazer amor com você todas as noites?

– Você está falando sério?

– Mas sério impossível. Quero você ao meu lado, Mariana! Diga sim, meu amor!

– Sim, meu amor!

– Não é pra repetir o que eu disse, é para aceitar!

– Eu sei, estou brincando! É uma loucura, mas eu aceito. Eu aceito ir com você para Houston, como sua esposa, Matheus. E prometo te amar e respeitar, na Terra e em Marte e em todo o Cosmos se for preciso.

– Só não me peça para esperar a lua de mel, porque já quero fazer amor novamente.

– Que nossa lua de mel comece, mas sou eu que vou te chupar agora.

– É justo, não vou nem discutir.

– Seu safado, se prepare que eu vou te pegar... 

 

                                                    Nic Chaud         

 

 

 

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