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Poesia & Contos Infantis

 

 

 


UMA HISTORINHA SEM SENTIDO / Ziraldo
UMA HISTORINHA SEM SENTIDO / Ziraldo

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

UMA HISTORINHA SEM SENTIDO

 

                            

 

   Era uma vez um super-herói que tinha um punhado de hiperinimigos que só pensavam em eliminá-lo e faziam tudo para conseguir realizar seus torpes objetivos.

    Por ter tantos amigos trans-perigosos, o herói se cuidava e ficava o tempo todo com os seus sentidos clip-ligados para não ser peg-apanhado de surpresa.

    Um dia -- estava muito calor -- o herói sentiu sede, foi até a sua bat-cozinha e pediu ao seu fiel escudeiro para lhe preparar uma uif-laranjada caprichada.

    Na laranjada do infiel escudeiro havia um argh-veneno mortal; mas, antes de bebê-la, o herói teve o cuidado de testá-la com uma chuip-provadinha e descobriu tudo.

Como sabia sentir o gosto das coisas, o herói não morreu. Abateu o inimigo e salvou-se porque era bom de paladar.

Certa vez, o herói vinha atravessando uma rush-avenida -- com sinal verde -- quando ouviu zipper-pneus cantarem no asfalto e alguém a gritar-lhe: "Cuidado, super-herói!"

    No meio da rua vinha vindo o rabit-carro da perigosa Mulher-Coelho, mas o herói, avisado, deu um vapt-pulinho esperto pra trás e o bólido assassino passou raspando.

Como o herói sabia ouvir os sons do perigo, mais uma vez salvou-se.

Porque escutou os avisos providenciais.

    De noite, tronch-cansado, o herói resolveu ir para o seu cav-apartamento a fim de dormir. Então apagou a luz do quarto e logo, logo já estava zzzz-ressonando.

No quarto escuro havia uma gretinha por onde começou a entrar, no meio da noite, uma dânger-fumacinha, e seu cheiro acordou o herói, que deu um vupt-salto na cama.

Como o herói sabia sentir o cheiro das coisas, acordou para não morrer.

Foi salvo porque tinha um bom olfato.

Acordado e de olhos bem abertos, só aí o herói constatou que estava numa dark-escuridão e precisava, com uma zip-zap-urgência, acender a luz para poder localizar-se.

    Na parede do quarto havia, certamente, push-tomadas, pin-apliques, etc. O herói então foi passando a mão na parede, tateando aqui e acolá, até encontrar o clic-interruptor.

Como o herói sabia usar a sensibilidade dos seus dedos, acendeu a luz salvadora. Porque, de fato, tinha tato.

    O quarto ficou, então, todo flash-iluminado, e o herói pôde ver que o fogo crescia lá fora e ele precisava de uma top-saída que fosse uma garantia de salvação.

No quarto havia muitas saídas: muitas plim-janelas e muitas open-portas libertadoras, e, com os olhos mais abertos ainda, o herói, bem rápido, enxergou todas elas.

Como o herói sabia enxergar as coisas, ficou pronto para escapar.

Porque ele tinha uma excelente visão.

Em seguida -- o fogo crescendo! -- o herói juntou todas as suas big-forças, tomou uma tchan-distância, avançou para a porta escolhida e, como um raio, atravessou-a, veloz.

Na porta que o herói escolheu para escapar, havia uma placa, onde estava escrito com letras bastante nítidas: "Em caso de incêndio, NÃO saia por esta porta".

Como o herói não sabia ler, morreu tost-queimado.

 

                                                                                            Ziraldo  

 

                      

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