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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


VAMOS SURFAR / Carol Lyne
VAMOS SURFAR / Carol Lyne

 

 

                                                                                                                                   

 

 

 

 

 

Desde os seis anos, Kai Hachiya concentrou-se no surf. Agora, com vinte e seis anos, ele está começado a cair no ranking. As lembranças de um prefeito de uma cidade pequena o têm deixado fora do ritmo, e só uma coisa pode consertar isto, achar esse homem.

Os invernos em Cattle Valley são uma tortura para o Prefeito Quade Maddison. Estar ao redor de amigos cantando Canções Natalinas só serve para lembrar como ele é completamente só. A única coisa que consegue pensar nos tempos frios, são os meses de férias que ele passa no Havaí.

Quando um surfista profissional magnífico chega para a inauguração do hotel Tall Pines Lodge, Quade sabe que seu pedido de Natal foi atendido.

 

 

 

 

                                 Capítulo Um

      

“Apenas se encarregue disso!” Quase gritou, enterrando o rosto em suas mãos. Ouviu um ruído antes que o ‘Furacão Carol’ entrasse na sala.

“Porque diabos têm que ser eu? Não se lembra que estou mandando os pagamentos e isso é um diabo de trabalho a mais para mim.”

“Deixa isso, Carol. Só digite um email cancelando a maldita festa de Natal e envia-o.”

“Bom, Feliz Natal para ti também, Sr. Scrooge[1].”

Quade levantou a vista de suas mãos para a dor em seu rabo. Com um metro cinqüenta e seis centímetros, Carol era pior que qualquer hemorróidas no planeta. “Estou ocupado tentando limpar as estradas para o Natal.”

Carol tinha uma expressão que Quade odiava. “Onde está sua pá? Não vejo nenhuma pá. Se você não tiver nenhuma pá, então você não está fazendo uma merda para remover a neve. O que significa Sr. Scrooge, que tem tempo para enviar esse maldito email!”

Quade mostrou suas mãos e negou com a cabeça. “Sério. Sei que desfruto dessa aguda astúcia que você possui, mas realmente não estou de humor para outro round contigo. Ao menos não agora. Deixemos está discussão para terça-feira que tal te parece?”

Carol cruzou seus braços e se sentou na cadeira frente à Quade. “Kai ainda não te devolveu os telefonemas?”

Apesar de que era sua Némesis[2], Carol era também sua melhor amiga. “Sim. De fato Kai telefonou faz algumas horas. Terminou a temporada de competição e queria que me unisse a ele em Oahu para as festas de final de ano. Mas não posso, porque a mãe natureza decidiu me foder.”

“Uff que ruim”. Carol ecoou com os pensamentos de Quade.

“Sim. Perdoa se não estou de bom humor.”

Com um suspiro de resignação, Carol ficou de pé. “Então, me fale o que quer que envie nesse e-mail muito importante.”

Quade girou os olhos e se re-encostou em sua cadeira. “Não sei. Devido ao frio e a tempestade de neve, que cobriram os caminhos de mais neve, a maior que se viu em meio século, a anual celebração de Natal no parque fica suspensa.”

Carol fez uma cara de desaprovação. “Acredito que posso fazer algo melhor, mais diplomático que isso.”

“Vê? Não necessita minha ajuda, depois de tudo.”

Sem outra palavra, Carol saiu do escritório, fechando com força a porta. “Terminamos numa boa.” Quade seguia furioso.

Apenas tinha apagado o episódio com a secretária de sua memória, quando soou o telefone. “Merda. E agora o que é?” Quade pegou o telefone do escritório. “Quade.” respondeu.

“Hei,” Xerife Blackfeather disse. “Perguntava-me se queria dar um pequeno passeio comigo.”

“É isso um encontro?” Quade disse sarcasticamente. “Porque não tenho certeza de poder defender minha vida contra esses dois valentões aos que chama de namorado.”

“Não desse modo.” Ryan Blackfeather afirmou.

“Bem. Diga-me porque quer me convidar a um passeio?”

“Necessito suas extraordinárias habilidades em matemática no armazém para que me ajude a calcular o sal que necessitaremos para esta situação na cidade.”

“Claro, as adulações ocasionalmente funcionam. Dê-me tempo para pôr meu traje de homem Michelin[3], e nos encontramos na frente. Quade desligou e procurou seu traje para neve no pequeno closet de seu escritório. Depois de tirar suas pantufas, ele vestiu o esponjoso traje branco.

“Vou com Ryan ao armazém,” disse a Carol quando saiu do escritório. Deteve-se para calçar suas botas. “Hum, entrou um ladrão, ou tem feito algo com minhas botas?”

Carol o olhou por cima de seus pequenos óculos de leitura. “O que? Não pode sair nessas pantufas?”

“Hei. Não são pantufas. Agora onde estão minhas botas?”

Carol apontou para a ventilação da calefação. “Pensei que se seus sapatos estivessem secos melhoraria seu humor.”

Quade grunhiu a sua amiga. “Sinto te desapontar, mas a menos que o sol saia, a temperatura esteja acima de trinta graus e nasçam palmeiras do chão, vou estar resmungão.”

Usou a cadeira frente à mesa de Carol para sentar-se a calçar as botas. Sabia que estava sendo um idiota total, só que seu coração parecia estar quebrando-se. Pela primeira vez, alguém queria realmente passar o Natal com ele, mas seus deveres como prefeito impediam de desfrutá-lo.

“Talvez quando tudo isto termine,” Carol tentou acalmá-lo.

“Neste momento, estou rompendo a promessa que fiz a Kai de viajar,” particularizou.

Ficou de pé e foi à lareira por suas luvas. “Não vou demorar.”

“Estou consciente,” Carol respondeu em um tom de voz monótono.

Ainda negando com a cabeça, Quade saiu do edifício. O veículo de Ryan estava frente à prefeitura. Quade entrou e rapidamente fechou a porta. “Hei,” saudou.

Ryan cobriu um bocejo e o cumprimentou com um movimento de cabeça. Quando Ryan não fez nada para começar a conduzir, Quade levantou a mão, “Quando quiser.”

Ryan apontou para o cinto de segurança no ombro de Quade.

“Vamos,” Quade se queixou. “Essa coisa me estrangula com está roupa.”

Ryan negou com a cabeça. “Melhor estrangulado do que salte pelo pára-brisa.”

Com um grunhido de desconforto, Quade grampeou o cinto de segurança. “Feliz?”

“Não. O que me faria estar feliz é estar em casa frente à lareira, brincando com os homens que amo,” Ryan ladrou.

Quade sorriu. “Alegra-me ver que não sou o único zangado com a mãe natureza.”

“Essa cadela,” Ryan grunhiu afastando-se da calçada.

“Então que quer que calcule?” Quade perguntou.

“Nossas reservas de sal estão baixando a um ritmo alarmante. Necessitamos que alguém calcule, se temos a quantidade suficiente de sal para o caminho até o hotel. Preocupa-me que a neve e o gelo estejam ali até a primavera. Tratar com morte de turistas não é a maneira em que quero passar o inverno.”

“Está bem, mas nós não temos um engenheiro para que se encarregue deste tipo de merda?” Deus, tenho que fazer todo o trabalho?

“Sim, esse é Ed, mas está em sua casa vomitando as tripas. Além disso, a última vez que verifiquei você também é engenheiro.”

"Um engenheiro não-praticante", Quade disse.

“Esse é o melhor que temos.”

“Oh, obrigado.”

Ryan deixou de fora uma grande estrutura, usada como entreposto para a casa do time da cidade e da mistura de sal e areia. Preparando-se para a explosão de ar frio, Quade voltou-se para Ryan. "Vamos corrigir isso".

 

Tirando sua roupa para neve, Quade caminhou de sua sala à cozinha. Dirigiu-se diretamente a colocar a jarra na cafeteira, e ligá-la. Esperando que o café estivesse pronto, olhou para fora pelas portas francesas para sua piscina coberta. “Sinto sua falta”, disse ante o solitário poço de cimento. Ao menos estava feliz de ver que a atual cobertura climatizada estava fazendo seu trabalho. Não sabia que dano teria causado a neve acumulada na cobertura.

O som da cafeteira o fez separar o olhar. Pegou uma xícara da pia onde tinha deixado na manhã e serviu o elixir dos deuses. Com a xícara na mão, Quade se dirigiu a sua cadeira favorita e se sentou. Olhou para sua lareira a gás e gemeu. O controle estava no suporte da lareira. Droga.

Muito cansado para levantar-se puxou o cobertor do encosto da cadeira e o pôs no colo, pegou o controle da televisão. Um programa no canal de viagens captou sua atenção. Com seu polegar frente à mudança de canal, Quade discutia consigo mesmo. Sabia que ver isso só o deixaria mais deprimido. Mudou de canal pra qualquer outra coisa. Não. Posso ao menos ver Havaí, e ver outros se divertindo no sol.

Tomou um gole de seu café enquanto via os surfistas. Talvez Kai fosse um deles? Um comercial arruinou o momento. O polegar de Quade finalmente mudou de canal.

Depois de uma hora de ver Bob esponja, ele desligou a televisão e pegou um livro da mesa ao lado dele. Quando encontrou o que procurava colocou uma marca no livro e o deixou em seu colo. Quade pegou a fotografia de Kai.

Olhando o formoso jovem, Quade gemeu. Porque seguir fazendo-se isto? Tinham passado dez meses, desde que disse adeus ao jovem. Apesar dos telefonemas, Quade não duvidava que Kai tivesse ocupado seu tempo com a turma de surfista que o rodeava. De um homem tão quente, não se podia esperar fidelidade. Diabos, eles nem tinham mencionado a palavra com A.

Quade sabia que não tinha persistido com Kai. Talvez as coisas tivessem sido diferentes se ele tivesse sido honesto e expressado seus sentimentos, Agora. Estava se animando com a foto.

Talvez devesse montar uma árvore? Não tinha tido uma árvore de Natal há anos, mas sabia que havia uma pequena árvore de um metro e vinte no apartamento de cobertura. Guardando a foto entre as páginas, Quade deixou o livro de lado e ficou de pé. “Não há melhor momento que o presente.” sua voz ecoou na sala vazia.

 

Ainda de roupão, olhando a maltratada árvore. Eu realmente deveria desmontá-la. Depois de vários minutos discutindo consigo mesmo, decidiu esperar até o dia seguinte. O dia de ano novo era o melhor dia para limpar. Tudo estaria bem na cidade, exceto que toda a gente, que estaria tratando de sobreviver à ressaca causada pelos festejos da noite anterior.

Como de costume passar o Natal com sua família em Charleston não era uma opção. Não tinha ido à casa de seus pais em anos. Quade sabia que seus amigos acreditavam que o afastamento se devia a sua homossexualidade, mas a verdade era que simplesmente nunca tinha agradado a Nelson e Lorraine Madison. Tinha passado sua vida inteira tratando de viver segundo as expectativas do nome familiar. Até que aos vinte e seis anos se deu conta de que ser um Madison dos Madison de Charleston não era tão bom como diziam.

Finalmente decidiu ir à casa de Carol para o jantar de Natal só para manter calada à mulher. O único ponto brilhante em todo o dia foi o breve telefonema que recebeu de Kai. Seu amante disse que sentia saudades, e que as coisas não estavam bem em sua carreira. Quade já sabia que Kai tinha baixado dramaticamente de posição nos dias anteriores. Tratou de animar o jovem sobre a seguinte temporada, dizendo a Kai que poderia fazer qualquer coisa que escolhesse.

As palavras que Quade tinha desejado dizer a seu amante ficaram na ponta de sua língua, mas não saíram. Uma vez mais Quade prometeu não mostrar sua mão[4] até que eles estivessem juntos de novo. Quade sabia que seria capaz de falar quando visse Kai. Os emotivos olhos castanhos escuros do homem eram fáceis de ler.

Olhou o calendário na parede. Outros trinta e sete dias para suas férias anuais. Talvez devesse chamar seu agente de viagens e ver se podia mover sua viagem em trinta e seis dias.

Quade suspirou. Seria sortudo ao tratar de surpreender a seu amante, somente para encontrar Kai com alguém mais na cama. Surpresa!

Bocejando, Quade se esticou e esfregou seu estômago através do grande roupão. Talvez uma sesta estivesse bem? Se tivesse sorte, dormiria completamente na grande festa, e despertaria bem a tempo para tomar o avião para o Havaí.

Rindo, Quade se dirigiu ao quarto. Um homem podia ter esperança, porque ele não?

 

 

                                     Capítulo Dois

 

Ao chegar à festa de ano novo, Quade imediatamente olhou Ryan e seus homens. Em vez de relacionar-se com outros, os três pareciam perdidos em seu próprio mundo de risadas e furtivos toques. Que deprimente!

Dirigindo-se ao bar, Quade pediu um uísque e revisou a sala. Com sua bebida na mão, puxou o pescoço de sua camisa. Droga odiava esses trajes, especialmente os smokings. Olhou a montanha de homem dirigir-se para ele e sorrir. “Hei.”

“Hei você,” Ezra respondeu.

Quade olhou ao redor da incrível massa. “Onde está sua outra metade?”

Ezra se encolheu de ombros. “Mexericando, não o duvide.”

“Como pode ser. Acabo de ver que Nate ocupado com Ryan e Rio.” Os dois homens olharam os outros e riram. Era bem sabido na cidade que Nate sempre tinha as últimas notícias de todos na comunidade. Quade ainda não entendia como o homem conseguia ter tantos amigos. Diabos, Nate tinha mais amigos do que ele, e tinha vivido em Cattle Valley cinco vezes mais tempo.

“Não,” Ezra riu, “Está falando com Richard e Chad.”

Quade assentiu e pegou outro gole de sua bebida. “O lugar se vê fantástico,” Quade comentou, olhando ao redor do salão de baile. “Quando vai dar um tour pelo Grizzly Bar?”

“Agora, se quiser,” Ezra ofereceu.

Por sua visão periférica, Quade olhou George Manning dirigir-se para ele. Merda. Sabia que o capitão de bombeiros queria discutir de novo o orçamento para o próximo ano. O homem não pensava em mais nada que no trabalho.

“Vamos,” Quade declarou, e saiu do bar.

Evidentemente, Ezra sabia por que exatamente Quade praticamente correu ao lado oposto. “Está mau, huh?”

Quade olhou sobre seu ombro. “Você não tem nem idéia. Quão ruim está. Você pode ver George, mas o homem é uma dor no rabo. Precisa aprender a relaxar de vez em quando.”

As grandes e muito lavradas portas do Grizzly Bar foram abertas e Quade notou várias pessoas dando voltas ao redor. “Está aberto para clientes?” perguntou, olhando seu copo vazio.

“Não oficialmente, mas tenho certeza que posso te conseguir algo. Decidimos que as pessoas poderiam olhar o bar durante a festa.”

Ezra pegou o copo de Quade de suas mãos e se dirigiu para o bar. “O que está tomando?”

“Uísque,” Quade respondeu. O lugar era espetacular. “Fez um grande trabalho. Posso ver porque Brewster estava o suficientemente desesperado para contratar alguém que detivera a inauguração.”

Ezra deu sua bebida e olhou ao redor “Eu adoraria me dar o crédito, mas tudo foi do Wyn e Richard. Eles queriam que se sentisse como em uma rústica cabana.”

“Bom, eles conseguiram.” Quade podia facilmente imaginar a si mesmo frente à lareira abraçando Kai. Começar pensar em Kai o estava derrubando. Olhou o telefone em seu bolso. “Pode me desculpar um minuto? Preciso fazer uma ligação.”

“Claro. Vou procurar a meu obstinado namorado, espero que sirvam o jantar logo, estou faminto.”

“Reserve-me um lugar em sua mesa,” Quade disse. “Se tiver que estar com Ryan e seus companheiros de brincadeiras, cortarei os pulsos.”

Rindo, Ezra reconheceu a solicitude, assentindo com um leve movimento de cabeça.

Quade tirou seu telefone e telefonou para Kai. Tinha tentado durante todo o dia, mas devia ter seu telefone desligado, porque o mandavam ao correio de voz. Quade recusou perguntar-se porque seu amante nunca retornava os telefonemas.

“Olá,” A suave voz de Kai respondeu.

“Hei. Sou eu.”

“Quade,” Kai se ouvia surpreso.

Quade ouvia confusão no fundo, antes que a suave voz de Kai retornou. “Como está?”

“Bem,” Quade respondeu. “Acredite, estou telefonando para te desejar Feliz Ano Novo.”

“Uh, obrigado. Escuta, odeio te interromper, mas me dirijo a uma grande festa, e não estou nem perto de estar chegando. Podemos falar mais tarde?”

O rechaço machucou Quade, só que se recusou que Kai ouvisse em sua voz. “Claro. Falamo-nos depois.”

“Fiquei contente por ter me ligado.”

“Sim,” Quade conseguiu despedir-se. “Até mais tarde.” Quade desligou o telefone e o deixou em seu bolso. Merda. Agora se sentia pior que antes. Rapidamente terminou sua bebida, antes de dirigir-se ao salão de baile. Talvez um agradável jantar apartaria sua mente de seu quebrado coração.

 

Kai deu um último olhar frente ao espelho. Por ser alugado, o smoking ficava surpreendentemente bem. Embalou sua mão sobre sua boca para revisar seu hálito uma vez mais. Hortelã fresca. Excelente. Planejava fazer algo mais que beijar nas seguintes horas. Saiu do provador com sua roupa dobrada sob seu braço e se dirigiu ao balcão. “Ficou perfeito, espero que não haja problema por sair vestindo isso? Vou tarde para a festa no hotel em Cattle Valley.”

O empregado atrás do balcão se encolheu de ombros. “Enquanto você o pague, pode fazê-lo.”

Depois de pagar, Kai deixou a loja. Tirou a chave de seu veículo alugado deixou sua roupa jogada num canto. Esperava que a sesta que tinha tirado no avião fosse suficiente para toda a noite. Com um pouco de sorte estaria acordado até a madrugada.

Quando esteve atrás do volante, comprovou o mapa de novo. A amável dama do carro alugado, disse que os caminhos estavam desastrosos e que podiam estar pior ao sul. Ela sugeriu que um veículo quatro por quatro garantiria sua segurança, Kai aceitou o conselho.

Levou mais tempo além do programado para chegar à pequena cidade da que tinha ouvido tanto, e Kai começou a se preocupar de perder o jantar. Tinha comido um rápido hambúrguer entre vôos em Los Angeles e isso já tinha passado muito tempo. Não pôde comer em Sheridan, porque seus nervos se negaram que se controlar. Realmente estava muito faminto, mas não pôde encontrar uma cafeteria.

Depois de dirigir o mais espantoso caminho de sua vida, Kai chegou ao hotel Tall Pines Lodge. Ficou um momento dentro de seu veículo para que seu coração entrasse no ritmo. A neve não era definitivamente o seu lugar. Cresceu no Havaí, pelo amor de Deus. Como supunha que soubesse dirigir pelos caminhos com barro e neve?

Esperando em frente do edifício, olhava pelo pára-brisa. E se Quade estivesse acompanhado? Merda. Realmente não tinha considerado essa possibilidade, Quanto mais pensava mais sentido tinha, pela quinta vez em uma hora, Kai chutou a si mesmo por despedi-lo bruscamente antes. Com certeza Quade não teria telefonado se tivesse levado uma companhia. Com isso em mente, Kai subiu os degraus do hotel. Momento da verdade, pensou quando entrou pela porta do salão de baile. Enxergou Quade em seguida, seu olhar parou imediatamente no homem com quem tinha sonhando insistentemente.

O olhar de Quade se encontrou com o seu, e Kai soube que seu amante estava surpreso quando começou a afogar-se. Um homem ao seu lado começou a golpear Quade nas costas. Os pés de Kai estavam congelados no piso, perguntando-se se o polido homem ao seu lado era a companhia de Quade. Deixou escapar um suspiro de alívio, quando Quade ficou em pé e se dirigiu para ele.

A expressão faminta no rosto de Quade afastou a última ansiedade que ficava em Kai. Sim! Sentia desejos de gritar. Em questão de segundos, os suaves lábios de Quade estavam pressionando os seus. Kai envolveu seus braços ao redor de seu amante e aprofundou o beijou, necessitava mais dessa prova do que estava preparado a reconhecer.

Nesse momento, Kai não se preocupou o que as pessoas que enchiam o salão pensassem deles. Quade comia como o faminto homem que era. Um suave gemido escapou de sua boca quando Quade finalmente rompeu o beijou.

“Não posso acreditar que esteja aqui, justo na minha frente,” Quade disse.

“Sinto muito,” Kai se desculpou. “Só não podia estar afastado mais tempo.”

Quade negou com a cabeça com veemência. “Não se desculpe. Se você soubesse o tanto de saudades que senti…”

“Espero não estar interrompendo um encontro ou algo,” Kai interrompeu.

“Encontro?” Quade riu. “Eu não pensei em me entreter desde que deixe Havaí.”

A expressão no rosto de Quade era de preocupação. “E você? Quero dizer, eu sei que não tenho direito a perguntar… teve encontros com outros?”

Kai negou com a cabeça. Como podia Quade pensar tal coisa? No pouco tempo que eles estiveram juntos, Quade tinha ensinado o que era estar com um homem verdadeiro, um que não deixa que seus olhos se desloquem a outro homem quando ainda estavam juntos, um homem que realmente seguia na cama na manhã seguinte. “Ninguém pôde competir contigo,” Kai finalmente respondeu. “Você entrou tanto em minha cabeça que não pude me concentrar no surfe.”

Kai sabia em seu coração que essa foi à principal razão pela que voou a Wyoming. Com sua carreira de surfista na linha, tinha que descobrir se seus sentimentos eram reais. Olhando fixamente os verdes olhos de Quade tinha a forte sensação de que eram.

Seu estômago escolheu esse momento para grunhir, fazendo que Quade risse. “Faminto?” perguntou Kai, esfregando seu estômago.

Deus ele queria que movesse sua mão para o sul. “Não tem idéia.”

“Vamos,” Quade disse, colocando seu braço ao redor da cintura de Kai. “Vamos ver se Chad pode nos conseguir outro prato.”

Kai caminhou indeciso quando Quade o guiava à mesa. “Não quero me impor a seus amigos.”

“Não se preocupe por eles. Diabos, eles te aceitarão, com os braços abertos.” Quade fez uma careta de dor. “Estive que um humor resmungão ultimamente.”

“Sério? Você?” Kai estava genuinamente surpreso. Nunca tinha visto Quade resmungão.

Detendo-se ao lado da mesa, Quade o apresentou. “Ezra, Wyn, este é Kai Hachiya.”

O homem que Quade apresentou como Ezra ficou de pé e estendeu sua mão. Santa Merda. Kai nunca tinha visto uma mão tão grande. Estendeu a mão à metade do caminho e apertou sua mão. “Prazer em conhecê-lo,” Kai cumprimentou.

Ezra foi informalmente retirado, antes que um homem muito menor tomasse seu lugar. “É agradável afinal te conhecer. Vimos sua fotografia várias vezes, mas definitivamente não te faz justiça.”

Kai olhou sobre seu ombro Quade “Fotografia?”

A cara de Quade se cobriu de um lindo vermelho. “Uh, sim, tenho sua fotografia em meu escritório. Wyn sempre está me visitando para me incomodar por alguma coisa.”

Pensar que Quade tinha sua foto à vista de todo o mundo esquentou Kai. Girou-se e deu um rápido beijou nos lábios de Quade. “Obrigado,” murmurou.

“Por quê?” Quade perguntou.

“Por não me esquecer,” Kai respondeu.

“Nem remotamente possível”, Quade declarou.

Quade retirou uma cadeira “Sente-se, e vemos se encontramos algo para comer. Que quer tomar?” Quade perguntou, antes de sair precipitadamente.

“Só água.”

Olhar de Quade se foi ao seu copo de licor na mesa. “Talvez eu devesse mudar para água também.”

Kai se encolheu de ombros. “Não me incomoda que beba.”

Quade se inclinou e disse ao seu ouvido. “Tenho melhores coisas pra fazer que desmaiar, antes de meia noite.”

“Me alegro de que estejamos no mesmo acordo,” Kai murmurou.

Olhou as costas de seu amante quando cruzava a multidão do salão. Quade definitivamente ganharia no Daniel Craig[5] com esse smoking.

“Então,” Wyn interrompeu os pensamentos de Kai. “Quanto tempo planeja ficar?”

“Realmente não tenho certeza,” Kai respondeu. “Não tenho muito que fazer até que vá a Austrália em meados de fevereiro.”

“Quade tinha sua passagem de avião para ir ao Havaí na primeira semana de fevereiro,” Wyn comentou.

Kai já sabia disso, mas porque estas pessoas também? Não tinha certeza que gostasse da idéia de que todo mundo soubesse seus assuntos. Crescendo em uma cidade pequena como Honolulu, o estilo de vida de uma cidade pequena não era totalmente desconhecido.

Tratando de ser diplomático com os amigos de Quade, Kai assentiu. “Eu provavelmente o esperarei e retornarei com ele a Oahu.”

“Pensou em se converter em um amante da terra?”

“Wyn!” Ezra advertiu. “Não assuste o homem.” Ezra deu a Kai um sorriso de desculpa. “Wyn gosta de acreditar ser o pai da cidade.”

Wyn sorriu e deu um golpe no ombro do homem gigante. “Sou curioso”.

Kai não sabia o que dizer ficou em silêncio até que chegou Quade levando um grande prato de comida.

“Não tinha certeza de quão faminto estava assim trouxe um pouco de tudo,” Quade informou, deixando o prato na mesa.

“Obrigado.” Sem preâmbulos, Kai começou a comer. Queria terminar com a comida para retornar aos beijos.

“Estará interessado em retornar a casa comigo, quando terminar?” Quade perguntou, pondo sua mão na coxa de Kai.

“Com certeza, mas e seus amigos?”

“Eles podem ir a suas próprias casas, na minha só tem lugar para nós dois.” Quade brincou.

Kai sorriu. Sentia saudades do bom humor de Quade. “Pode se colocar em problemas por não ficar até os sinos do Ano Novo?”

“Não,” Quade apertou a coxa de Kai. “E inclusive se os tivesse não me importaria” a mão de Quade seguiu viajando por sua perna até que chegou ao vulto nas calças de Kai.

Deixando seu garfo no prato, Kai limpou a boca com um guardanapo. “Eu já comi o bastante, vamos.”

 

 

                             Capítulo Três

 

Kai de pé no alpendre do Tall Pines Lodge, com a mão de Quade na sua. “Poderíamos ficar aqui?”

Quade inclinou a cabeça de seu lado. “Sério?”

Pensar em arriscar a vida de novo nesses apertados caminhos da montanha causavam que a bílis subisse a sua garganta. “Não penso que possa descer conduzindo. Deus me ajude, não sei como as pessoas sobem por esta porcaria de estrada, minhas mãos ainda estão duras pelo medo da subida.”

Rindo, Quade levantou a mão de Kai e a beijou. “Você descerá comigo. Direi a alguém que leve seu carro alugado depois.”

“Se eu vomitar?”

Quade começou a descer os degraus, sustentando Kai junto a ele. “Então teremos que limpá-lo. Apenas relaxe.”

“Fácil para você dizer.” Se aferrava à mão de Quade como se fosse uma linha de vida, até que seu amante abriu a porta do passageiro de uma enorme Escalade branca. “Lindo,” ele comentou.

“Obrigado. Dê-me as chaves, trarei sua mala de seu carro alugado.”

Kai lhe deu as chaves. “Eu poderia fazer isso. Estava tão emocionado que não pensei na roupa.”

“Bom, deixe fazê-lo a minha maneira,” Quade deslizou dentro. Fechou a porta do passageiro e foi pela linha de veículos. Kai tinha certeza que Quade não teria dificuldade em encontrar seu veículo, certamente sabia o que conduziam todos na cidade. Caminhou para o veículo alugado. Kai olhou quando Quade pressionou o botão automático para ter certeza. Depois rapidamente foi para o assento dianteiro, e abriu a porta. Kai estava ligeiramente envergonhado, quando Quade tirou sua roupa e a colocou dentro da mala azul. Se tivesse sabido que Quade ia recolher sua mala, teria guardado sua roupa suja dentro.

Quade caminhou de retornou ao Escalade com um sorriso em seu rosto. Deixou a mala na parte de atrás de seu veículo e sentou atrás do volante. Antes de sair do estacionamento se inclinou para ele. “Dê-me um beijo.”

Kai estava feliz de agradá-lo. Não somente tinha sentido saudades do sabor de seu amante, mas um beijo poderia definitivamente ajudá-lo no caminho da descida. Talvez se esquentasse Quade o suficiente, seu amante aceitaria ficar no hotel ao invés de arriscar a vida.

Aprofundou o beijo e procurou o zíper da calça do smoking de Quade. Quando passou seus dedos pelo fino material o vulto na calça do colo do homem maior, começou a crescer. Kai sorriu para si mesmo quando começou a chupar a língua de Quade.

Quade viu um ligeiro sorriso de satisfação em sua cara, porque se retirou e estudou Kai. “Carinho, isso é muito bom, mas eu ainda tenho que conduzir descendo a montanha e não posso fazê-lo tendo em minha mente meu pênis no lugar do caminho.”

A mão de Kai continuava tentando baixar o zíper de seu amante. “Porque é tão importante que desçamos agora?”

Quade pressionou a mão de Kai contra seu despertado pênis, uma vez mais antes de soltá-lo. “Porque fantasiei te tendo em minha cama por quase um maldito ano. É a noite de Ano Novo e eu gostaria que nas badaladas, da ocasião ter meu pênis enterrado em seu traseiro. É suficiente razão?”

Retirando sua mão, Kai esfregou sua própria ereção. “Só conduz… com muito cuidado.”

Recebeu um brincalhão beijo de Quade, antes que ligasse o veículo. “Claro, levo uma carga preciosa.”

 

Quade ainda estava rindo quando entrou em sua garagem. Kai tinha esmagado o imaginário freio durante toda a viagem. Desligando o motor, Quade se inclinou e olhou para Kai com seus dedos obstinado ao banco. “Estamos aqui. Pode relaxar agora.”

“Nunca mais vou relaxar de novo,” Kai se engasgou.

Sentindo-se ligeiramente culpado, Quade saiu da Escalade e foi para a porta do passageiro, abrindo a porta de Kai ajudou o jovem a sair do veículo. “Vamos entrar, e ficar frente à lareira.”

“Adicione uma bebida e temos um trato.”

Sorrindo, Quade dirigiu Kai dentro da casa. Acendeu a luz da cozinha e se dirigiu para seu amante. Odiava admitir, mas não sabia que bebida preferia Kai. “Que posso te oferecer? Tenho cerveja, uísque, vinho e provavelmente um pouco de vodca.”

“Cerveja.”

Assentindo, Quade liberou a cintura de Kai e abriu o refrigerador. Decidindo que já tinha bebido uísque suficiente para uma noite, Quade pegou duas latas e deu uma a Kai.

“Obrigado,” Kai disse, tomando a cerveja. “Está frio aqui ou sou só eu?”

Com a cerveja em mão, Quade foi revisar o termostato. “Vinte e dois graus, mas vou baixar quando formos dormir não há nada pior que tentar dormir sob os cobertores quando a casa está muito quente.”

Quade sabia que devia fazer alguns ajustes para que Kai se sentisse mais cômodo a repentina visita, merecia que o fizesse. Ainda não podia acreditar que o homem com o que tinha fantasiado tanto tempo estivesse ali na sua cozinha. “Vamos à sala e acenderei a lareira.”

“Grande casa,” Kai comentou em seu caminho à sala.

“Obrigado. A construi depois do primeiro ano que me mudei prá cá.” Quade se girou para Kai e deslizou a jaqueta de seus ombros. “Nós teremos que conseguir um casaco mais quente.”

Quade sabia que tinha um closet cheio de casacos, mas seriam todos muitos grandes para Kai. Depois de pendurar sua jaqueta no closet, se girou de volta ao homem que tinha estado apaixonado todos esses meses. Kai definitivamente não tinha mudado sua aparência. O homem seguia sendo o mais formoso surfista do circuito profissional. “Cortou o cabelo,” Quade comentou.

Kai passou seus dedos por seu curto e liso cabelo castanho escuro. “Sim,” Kai disse.

Pela maneira que Kai disse, Quade podia dizer que era um tema delicado. A última coisa que queria era fazer algo que incomodasse Kai. Quade apontou para o sofá. “Sente-se irei pegar outra cerveja.”

“Está bem,” Kai respondeu, tirando o casaco de seu smoking, e afrouxando a gravata, e a camisa. “Você se incomoda se me puser cômodo?”

“Para nada. Vou pegar sua mala na caminhonete enquanto isso.” Quade se dirigiu à cozinha, mas se deteve pra olhar Kai. “Uh, só porque traga sua bagagem, não quer dizer que tenha que se vestir.”

Kai riu pela primeira vez. A ansiedade de descer a montanha havia desaparecido. “É um convite a ficar nu?”

“Não é necessário convite, fique nu quando estiver em casa.” Quade piscou um olho prá Kai antes de sair do quarto. Recuperou a mala de Kai da parte de atrás da Escalade e a deixou na mesa da cozinha. Quade notou suas mãos suadas e as secou com um guardanapo de papel. Porque se sentia nervoso? Se finalmente tinha o homem de seus sonhos em sua maldita sala. “Se endireite de uma fodida vez,” ele repreendeu a si mesmo.

Enquanto esteve na cozinha Quade tirou a jaqueta, o cinto e a gravata. Ao menos era o que sabia que se tirou Kai, gostaria de despir-se, mas não queria assumir nada muito logo em seu encontro. A imagem de Kai esfregando seu pênis na caminhonete veio a sua mente e Quade imediatamente ficou duro. Sim, esperava que eles jogassem o mesmo plano.

Abrindo o refrigerador pegou duas cervejas, Quade se dirigiu à sala, Kai parecia uma bola no sofá, com um cobertor ao redor dele. Se Quade não estava equivocado, os dentes de seu amante batiam. Queria rir, enquanto observava ao deus do sol encontrado na praia. Quade duvidava que Kai pudesse aclimar-se a essa fria temporada logo.

Foi frente ao sofá e olhou o montão de roupa branca e negra no piso. Woo hoo. Eles definitivamente tinham o mesmo plano de jogo “Cômodo?” perguntou deixando na mesa as cervejas.

“Frio,” Kai conseguiu dizer entre dentes.

“Eu gostaria de solicitar o trabalho de ser seu forno pessoal,” Quade disse brandamente. E desabotoou a camisa mantendo o contato visual no jovem.

Kai sorriu e abriu o cobertor, abrindo as pernas ao mesmo tempo. A primeira vista de Kai em toda sua bronzeada glória depois de quase onze meses, quase leva Quade a cair de joelhos. “Porra, é formoso,” ele grunhiu.

O comprido e fino pênis de Kai estava meio duro descansando em seu liso abdômen. Quade se lambia os lábios enquanto se desabotoava a calça e deixava cair ao chão. “Depilou-se com cera recentemente” ele comentou, dando a seu corpo o que pedia, caindo ao piso.

Rindo, Kai assentiu e embalou as bochechas de Quade. “Não recorda o traje de banhou que uso?”

Quade fechou os olhos e pensou no primeiro dia que enxergou Kai na praia de Waikiki. O formoso homem estava rodeado de homens e mulheres. Quade teve que cobrir seu abdômen e evitar a vergonha pública.

O pequeno biquíni vermelho era suficiente para fazer chorar a um homem. Quade não se atrevia a aproximar-se do deus que assinava autógrafos. Não sabia quem era, mas o jovem merecia todas as adulações que lhe davam.

“Eu lembro de ter babado tanto todo o dia que duvido que houvesse areia seca debaixo de meu queixo,” Quade brincou.

Quade olhou fixamente Kai. “Não posso acreditar que entre toda essa gente viesse comigo e se apresentasse.”

“Como podia não fazê-lo? Um tipo quente me comia com os olhos. Claro que ia tomar vantagem da situação.”

Quade decidiu fazer a pergunta que estava lhe incomodando. “Porque eu? Com certeza havia centenas de homens que comiam com os olhos esse lindo rabo. Porque se aproximar de um homem de meia idade que rapidamente está perdendo o cabelo?”

Kai passou sua mão pelas nuas costas de Quade e a deixou em seu traseiro. “Eu não era o único com um traseiro lindo.”

Quando Quade começou a negar com a cabeça, Kai continuou. “Isso foi como uma atração imediata, ainda não posso explicar. Tudo o que eu sei é que quando pus o olhar sobre você, a única coisa que queria fazer era me enganchar.”

Decidindo a não olhar os dentes do cavalo dado, Quade se inclinou e acariciou com seu nariz as bolas de Kai, lambendo a suave pele sob o firme saco. Kai gemeu e se deslizou sob o sofá, dando melhor acesso a Quade.

Deus, sentiu saudades do aroma e do sabor de seu amante. Quade não sabia por que o jovem estava interessado nele, mas aproveitaria esse presente.

Deixou que sua língua vagasse pela pele do períneo de Kai, enquanto envolvia o pênis de seu amante em seu punho.

“OH,” Kai gemeu. “Senti saudades disto.”

Quade levantou a vista à longitude do corpo de Kai. Pergunta-a sobre a fidelidade seguia à vanguarda em sua mente, mas não podia fazer essa pergunta. Nunca tinha tido uma relação monogâmica, como podia esperar de um tipo que não tinha visto em onze meses.

Sabendo que devia ter a sombra da barba das cinco da tarde, Quade passou seu queixo ligeiramente sobre o enrugado buraco.

“OH sim. Isso. Faz de novo,” Kai pediu, segurando seus joelhos em seus braços e puxando contra seu corpo.

Quade cumpriu a petição de seu amante e esfregou seu queixo contra o buraco de Kai, antes de deslizar sua língua pela raspada pele para suavizá-la. “Deveríamos fazer isto na cama?”

Kai assentiu e Quade o ajudou a ficar em pé. “Merda,” Quade soltou. “Não sabia que viria. Por favor, me diga que trouxe as coisas?”

Rindo, Kai assentiu. “Em minha mala.”

Quade terminou de tirar as calças que estavam nos tornozelos e tirou seus sapatos. Depois de ir à cozinha pela mala de seu amante Quade guiou Kai ao quarto principal.

Quade baixou o cobertor aos pés da cama enquanto lutava por tirar meias três - quartos. Kai não perdeu tempo em saltar ao centro da cama tamanho King. “Todo um quarto de jogos,” Kai disse.

Colocando a mala de Kai na cama, Quade pegou o pote de lubrificante da mesa.

Com um som que poderia descrever-se como risada nervosa, Kai se sentou em seus calcanhares e abriu o fechamento de sua mala. “Tá!” Kai exclamou, sustentando uma grande caixa de camisinhas.

A expressão no rosto de Kai era como a de um menino no Natal. Quade não sabia exatamente que idade tinha Kai, mas supunha que estava em seus vintes. Deus ele esperava que ao menos estivesse em seus vintes. “Que idade tem?” perguntou antes de seguir pensando nisso.

A expressão de Kai mudou a surpresa. “Vinte e seis. Por quê?”

Quade negou com a cabeça e se acomodou entre as coxas de Kai, baixando a mala ao piso. “Perguntava-me que tipo de pervertido eu sou,” comentou.

Kai pegou a garrafa de lubrificante da mão de Quade, captando sua atenção. “É disso que trata tudo isto? Você gosta de entrar em jovens?

“Diabos, não,” Quade respondeu. “Suponho que nunca tinha dado conta que sou doze anos mais velho.”

“É esse um problema?” Kai perguntou.

Quade não sabia se podia ser honesto ou não. “Não agora, mas poderia converter-se em um.”

Não pôde evitar ver nublar-se ligeiramente o olhar de seu amante. Merda. Quade deixou o lubrificante no colchão e abraçou Kai. “Sinto muito. Só precisava ter com certeza do real disto antes de aprofundar mais. Você tem toda uma vida pela frente, e eu rapidamente me aproximo ao lado do declive.”

Kai se pressionou contra o peito de Quade. “Que está dizendo? Pensa que porque sou jovem, não sei o que sinto?”

Essa definitivamente não era a resposta que Quade esperava. Kai tinha reais sentimentos por ele? “Eu não sei como me sinto. Tudo o que sei é que estou me apaixonando por você, cada dia mais. Eu tentei vê-lo como umas férias, mas não fui capaz de te afastar de minha mente desde o dia que me deixou no aeroporto, fui absolutamente miserável sem você.”

“Bom, então aí o tem,” Kai interrompeu. “Inclusive se incomodou em ver a maneira em que minha posição na tabela descia na temporada? Você foi tudo o que podia pensar. Posso ser jovem, mas com certeza sei que estou apaixonado.”

“Meu cabelo começa a cair,” Quade apontou Kai.

“Sim estou vendo,” Kai adicionou. “Felizmente eu não te amo por seu cabelo.”

Quade precisava pôr fim a essa particular conversação antes de transformar-se em um completo parvo. Sabia que Kai queria dizer, mas o homem era muito jovem para fazer uma decisão definitiva para toda a vida.

Olhando o relógio, Quade viu que tinha uma hora para fazer as coisas corretamente. Queria começar o ano com o pé direito.

 

 

                             Capitulo Quatro

 

Kai estudava Quade quando seu amante parecia perdido em seus pensamentos. Não podia acreditar que Quade estivesse tornando um grande problema por doze fodidos anos. Tinha que haver mais que isso.

Talvez com o tempo Quade pudesse aprender a confiar o bastante nele para ser honesto, porque Kai não planejava ir a nenhum lugar até que sua intenção seguisse seu caminho. Seguiu os desejos de sua família e ficou em Oahu no Natal, só até que essa particular festa acabasse.

Logo que Kai pôde arrumar um vôo, ele pegou para ir à busca de respostas. Tinha tido namoricos no passado, demônios, toneladas deles para ser honestos, mas nenhum deles deixou a dolorosa impressão do último deles. Havia algo em Quade que Kai não podia ver entender.

A cálida e áspera mão de Quade passou pelo peito de Kai. “Alegra-me que esteja aqui,” Quade murmurou olhando para Kai.

“Sério? Porque eu estava começando a me sentir como um menino com acne no rosto correndo atrás de você.”

O canto do lábio de Quade subiu em um rápido sorriso. “Não precisa correr. Estou aqui.”

Kai negou com a cabeça. O homem teria idéia do sexy que era? Passou as mãos ao redor do pescoço de Quade. “Vêem aqui e me beije.”

Quade, de novo entre as pernas de Kai, começou a subir para beijá-lo, mas deteve o olhar fixamente aos olhos Kai. “Amo-te,” Quade declarou.

As palavras esquentaram o interior de Kai. A expressão no rosto de Quade era de um homem sincero em sua declaração, então porque toda a bagagem? Talvez Quade tivesse sido machucado por um jovem no passado.

Kai decidiu demonstrar a seu amante que era bastante amadurecido para dirigir e se comprometer em uma relação. Fechando a distância, Kai iniciou o beijo que praticamente tinha rogado antes. Sua língua varreu o interior da boca de Quade, gemendo quando sentiu a evidência da renovada luxúria de seu amante.

Quando o beijou começou a voltar-se selvagem, sentiu Quade procurar a garrafa de lubrificante. Talvez isso fosse quão único funcionava bem entre eles por agora. Mas estava determinado a introduzir-se em cada faceta da vida de Quade. Obteria que esse homem não pudesse nem imaginar viver sem ele.

Com o novo plano em curso, Kai envolveu suas pernas no torso de Quade. “Foda-me.” Ouviu o click no tranqüilo quarto quando a garrafa de lubrificante foi aberta.

“Eu apenas espero estar dentro de ti quando chegar à meia-noite. Se te fodo agora, eu não serei muito bom quando chegue o ano novo.”

Kai olhou a sutil insegurança na voz de Quade. Olhando para o relógio, Kai puxou o cordão desconectando-o da parede. O relógio sob a luz seguiu aceso. “Que bosta?”

Quade riu. “Baterias. Quando se vive em uma cidade que freqüentemente perde energia, tem que ter baterias de respaldo.”

Soprando sua exasperação, Kai arrojou o molesto aparelho através do quarto. “Agora nós podemos celebrar com nosso próprio horário.”

Puxou a cabeça de Quade para outro profundo beijo. “Feliz Ano Novo” murmurou.

Sorrindo, Quade introduziu seu lubrificado dedo dentro de Kai. “Deixe-me fazer isto em três minutos. Dessa maneira posso estar dentro de ti quando o relógio imaginário dê as doze.”

Kai gemeu quando Quade começou a estirar seu buraco. “Estou te machucando?” Quade perguntou preocupado pela dor escrita no rosto de seu amante.

“Não, continue. É que passou muito tempo.” Havia dito a Quade que não tinha tido encontros, mas a verdade era que não deu prazer a si mesmo ultimamente. Qualquer toque nas partes mais íntimas de seu corpo, o deixavam se sentindo mais deprimido.

Lentamente, Quade continuou inserindo dedos, cobrindo o rosto e o pescoço de Kai de beijos ao mesmo tempo. “Pensa que está preparado?” Quade perguntou.

“Mais que preparado,” Kai particularizou, esfregando sua ereção.

Quando Quade tirou seus dedos e se sentou em seus calcanhares, Kai se sentiu repentinamente perdido. “Necessito-te,” fez beicinho.

“Agüenta bebê. Estou-me preparando,” Quade riu.

Kai observou Quade abrir o papel de alumínio com seus dentes antes de deslizar a camisinha pelo grande e grosso pênis que amava muito. Quantos sonhos tinha tido sobre o formoso pênis de Quade?

Antes de sabê-lo, Quade estava de retornou em seus braços. “Como me quer?” Kai perguntou.

“Da maneira em que você queira, mas agora, só fique como está.” Quade ordenou, guiando a cabeça e seu pênis para o anel de músculos.

Kai tomou várias e profundas respirações e se empurrou para seu amante para que entrasse mais facilmente. A sensação de queimação foi o primeiro. Sim. Deus, como sentiu saudades disso. Uma vez que a coroa entrou, Quade se moveu para frente e para atrás para facilitar a entrada de toda a longitude.

“Siiiiimmm,” Kai vaiou. Em momentos a sensação de queimação foi substituída por êxtase. Levantou seus quadris ao lento encontro de Quade, deliberadamente empurrou. “Isto é o Ano Novo?” perguntou abrindo os olhos olhando para Quade.

“Não ainda,” Quade informou.

Kai se empurrou até que Quade estava totalmente dentro dele, seu pênis apanhado entre eles. A deliciosa sensação do abdômen de Quade esfregando-se contra sua ereção ameaçava arruinar seu festejo. “Melhor você apurar ou vou celebrar sozinho,” advertiu Quade.

Manobrando seus braços sob os joelhos de Kai, Quade quase o divide em dois em seu intento de entrar mais profundo. Kai lhe deu a bem-vinda à nova posição, gemendo forte quando o pênis de seu amante roçava e golpeava sua próstata. Sentiu suas bolas preparando-se. “Não vou agüentar muito,” informou Quade.

“Sim. Sim,” Quade ofegou empurrando seu pênis mais duro e mais profundo.

O errático impulso foi o primeiro sinal de que Quade estava perdendo o controle. “Faça mais disso,” Kai o animou. As lágrimas fluíam de seus olhos devido ao esforço de evitar seu orgasmo.

“Feliz Ano Novo, amor,” Quade gritou, enterrando-se tão profundo como foi possível dentro de Kai.

Kai se deixou ir, sentindo o clímax alagando-o como uma alta onda. Realmente lutava por respirar quando seu pênis continuava disparando sua semente entre eles. “Porra!” ele ofegou, quando o ar finalmente retornou a seus pulmões.

O alucinante orgasmo o deixou completamente limpo. Tinha sido alguma vez tão duro? Sabia a resposta definitiva não. Isto era a respeito dos sentimentos que tinha criado uma incrível combinação entre Quade e Kai.

Lambeu seus secos lábios quando Quade liberou suas pernas. “Eu nunca vou poder caminhar de novo,” Kai confessou.

Quade riu e se girou ao seu lado. “Bom já sabe, não perdi meu toque,” Quade se gabou.

“Você ainda é, Kahuna,” Kai disse, chamado Quade com o nome do deus Havaíano do sol da areia e do surfe.

 

Na manhã seguinte de segunda-feira, o despertador retornou à vida, Quade o desligou. Aconchegando-se contra as costas de Kai, ele fechou os olhos uma vez mais. Tinha tido um delicioso sonho que envolvia ele e Kai nus na praia.

Não podia tirar o sorriso de seu rosto quando Kai começou a balançar seu lindo traseiro contra a ereção de Quade. A ereção matinal tinha sido parte de sua vida desde o dia que entrou na puberdade. Não era um desses meninos que se masturbavam no banheiro. Quade preferia girar-se sobre seu abdômen e esfregar-se oculto pelas suaves cobertas.

Passando sua mão pelo peito de Kai, Quade tocou a suave pele ao redor do pênis de seu amante. “Mmm,” Kai gemeu.

“Tenho que ir ao trabalho,” Quade murmurou contra o pescoço de Kai. “Estará bem?”

“Ummm, Quê?” Kai murmurou, com a voz áspera de sono.

Quade sorriu. Eles tinham estado como coelhos na noite de Ano Novo, e nem se incomodaram em vestir-se. “O que quero dizer, que vai fazer nesta fodida manhã, quando eu me vá.”

“Não sei. Derreteu a neve?”

Uma grande gargalhada saiu da garganta de Quade. “Isto é Wyoming, menino Surfista. A neve não vai se derreter até que entre a primavera. O melhor que podemos esperar é que os caminhos e as calçadas estejam limpas.”

Kai grunhiu profundamente em seu peito. “Que faz as pessoas que queiram se levantar, quando está em um lugar tão frio?”

“Ummm, viver? Nós temos que seguir a rotina normal.” Quade girou o rosto de Kai para ele. “Eu fiz acertos para que desçam seu carro da montanha. Talvez possa ir visitar-me na prefeitura e te levo para almoçar?”

Kai abriu cuidadosamente um olho. “A que distância está à prefeitura?”

“Não está longe, perto de três quadras, todo o caminho plano.”

“Gelo?”

“Não. Você deve poder ir.” A pergunta lembrou Quade à necessidade de ensinar Kai a conduzir na neve e no gelo. Deteve esse pensamento. Aqui estavam de novo suas fantasias. Kai era um amante do sol. Não havia maneira de que pudesse estar alegre ficando em Cattle Valley. Seu comichão começou a perder pulso ao dar-se conta. Isto era temporário. Quade sabia que tinha que meter isso em sua dura cabeça.

“A que horas me reúno contigo?”

“Onze está bem para mim. Dê-me tempo para colocar as garras nesse seu sexy corpo, antes que nos aventuremos a entrar na guarida do leão para o almoço.”

Quando Kai rapidamente se girou e franziu o cenho, Quade explicou. “Nosso Chef residente, Erico, vai tratar de fazer seu melhor esforço para te afastar de mim.”

“Isso não acontecerá.”

“Espera até que o conheça. O tipo é o sexo personificado. É um encanto quando quer uma oportunidade.”

Kai abriu os olhos e embalou o rosto de Quade em suas mãos. “No ano anterior eu estive rodeado de homens como o que me descreve. Nenhum deles conseguiu me tentar nem um pouco. Não se preocupe.”

Embora Kai tentasse de tranqüilizá-lo isso não ia ser fácil, Quade sabia que seu amante estava certo. Kai podia ter quase a quem quisesse com só uma torcida de seus agraciados dedos.

Subindo ao peito de Quade, Kai se montou escarranchado. “Há médico na cidade?”

Alarmado, Quade olhou para a cara de Kai em busca de sinais de enfermidade. “Sim. Sente-se mau?”

“Sim. Quase acabamos as camisinhas, e prefiro fazer os exames que comprar mais.” Kai olhou para a janela. “A menos claro que você não queira”, A voz de Kai se apagava.

Era um grande passo na construção de uma relação. O que Kai estava dizendo era que queria uma relação estritamente monogâmica? Confiaria que o jovem não se desencaminhasse ao redor?

“Sim, com certeza. Há uma clínica no centro. Vou telefonar e marcar uma consulta para ambos,” disse, saltando o cortejo e saltando de cabeça dentro do jogo da confiança.

Kai girava seus quadris, pressionando seu traseiro contra a sempre presente ereção matinal de Quade. “Tem tempo?” Kai perguntou.

Quade olhou para o relógio. “Tenho tempo. Carol vai gritar comigo de qualquer maneira. Eu posso lhe dar a banshee[6] um pouco de munições para que valha a pena.”

Kai riu. “Eu não posso esperar para conhecer essa mulher. Segundo o que ouvi, parece que vocês dois sempre estão um contra o outro. Porque apenas não a despede?”

Quade sorriu. “Porque eu estaria totalmente perdido sem o velho machado de combate.”

Kai se inclinou sobre a mesa, pegou o lubrificante e tirou a tampa. “Isso é estranho, amigo.”

“Sim. Isso já disseram isso a maioria das pessoas da cidade.”

Quade pegou o lubrificante de Kai. “Camisinhas?” perguntou.

Kai procurou na mesa e esvaziou a caixa antes de tomar uma. “Somente ficam duas. Suponho que teremos que conseguir outra caixa depois de tudo.”

“Droga, você tem razão,” Quade adicionou. “Duas não dá para a noite.”

“É insaciável,” Kai murmurou.

“Só contigo,” Quade puxou Kai e o beijou.

 

 

                                             Capítulo Cinco

 

Aborrecido até os ossos, Kai estava tentando encontrar algo que ver na televisão, quando soou o timbre da porta. Saltando do sofá olhou pelo olho mágico. Dois distorcidos homens estavam no pequeno alpendre.

Depois de decidir que nenhum dos homens parecia um assassino em série, Kai tirou a corrente de segurança e abriu a porta. “Oi,” ele cumprimentou.

O menor dos dois se deslizou por um lado de Kai e entrou na casa. “Sou Nate,” apresentou-se. “Este é meu namorado, Rio.” Nate apontou para o enorme e musculoso homem ainda estava parado no alpendre.

Kai não pode acreditar que o tipo entrasse sem convite. “Posso te ajudar?”

Nate sorriu. “Não, mas nós podemos ajudar você.” Entregou o jogo de chaves. “Quade nos chamou e nos pediu que trouxéssemos seu carro alugado.”

Dando-se conta que esses dois deveriam ser amigos de Quade, o humor de Kai melhorou. “OH, sinto muito. Obrigado,” disse pegando as chaves.

O grande homem no alpendre começou a mover-se de um pé ao outro. “Entre,” apresso-se a dizer

“Obrigado,” Rio disse. “Juro que a temperatura cai a cada minuto.”

Depois que Rio entrou grande no grande tapete na entrada do vestíbulo, Kai fechou a porta. “Posso oferecer algo? Talvez café?” Não havia maneira de que soubesse algo desses homens, mas necessitava companhia.

“Sim, se não for muito incomodo, um café soa realmente genial,” Nate respondeu, deslizando seus pés fora de suas grossas botas de neve.

Kai sorriu. Nada como isso em sua casa. “Não é nenhum incomodo estava tão aborrecido, como o inferno.”

Kai olhou para o grande homem ainda de pé no tapete. Nate leu seus pensamentos. “Não se preocupe por Rio. É muito trabalho para calçar e tirar as botas. Ele está bem.” Nate ficou nas pontas dos pés e beijou Rio. “Trarei-te uma xícara.”

Rio sorriu e assentiu, mas não disse nada. Interessante. Kai o guiou à cozinha. “Estava tentando encontrar algo na televisão. Só que todos os canais há muita interferência.” disse sobre seu ombro enquanto preparava o café.

“Neve,” Nate supôs. “Acumula-se no prato e deixa o sinal de recepção uma merda.” Nate levantou um dedo. “Espera, já retorno.”

Nate desapareceu quando Kai terminava de pôr a água na cafeteira. Silenciosamente se perguntava se todo mundo em Cattle Valley era tão estranho como os dois homens no vestíbulo.

“Está bem,” Nate disse, retornando à cozinha. “Enviei Rio a limpar o prato da antena.”

Kai estava impactado. “OH, não tinha que fazer isso, eu podia encontrar outra coisa com que me ocupar.”

Nate pegou suas mãos. “Não se preocupe por isso, é feliz quando está fazendo algo.”

Nate subiu a uma das altas cadeiras do balcão. “Então, exatamente que intenções têm com nosso prefeito?”

Impressionado, Kai enrijeceu a mandíbula. “Uh, eu o conheci em sua última viagem a Oahu.”

“Sim, já sei tudo isso. Quade não parou que falar disso desde que voltou. O que tenho curiosidade é ver se desenvolve a algo permanente?”

Kai queria indignar-se pela pergunta, mas a expressão no rosto de Nate evitou que sua pressão sangüínea se elevasse. Apesar de tudo não lhe zangava a pergunta, Kai ainda não sabia que dizer ao homem. Ao fim decidiu ser honesto com a resposta. “Interessa-me muito. É a resposta que queria?”

Nate pareceu estudar Kai por um momento. “É. Por enquanto,” Nate adicionou piscando um olho.

Um forte ruído captou a atenção de Kai para a janela. “Que foi isso?”

Nate se encolheu de ombros e encheu sua xícara vazia com café. “Provavelmente Rio.”

Tudo o que Kai podia imaginar era o gigante homem esparramado na neve depois de haver-se cansado do teto. “Deveríamos ir verificar ele?”

Nesse momento, um gigantesco pedaço de gelo passou pela janela. Nate riu e tomou um gole de sua bebida. “Está bem. Rio é um ex-mercenário,” Nate informou. “Pegou um inferno tirá-lo fora de missões.”

Kai assentiu e encheu sua própria xícara. “Vou me encontrar com Quade em seu escritório às onze, que tão cedo devo ir?”

“Os caminhos estão bons, pode levar alguns minutos chegar lá.”

Ouvindo ruídos adicionais no teto, Nate olhou para o teto. “Não me pergunte que está fazendo aí. Disse que limpasse o prato do satélite, isso só deveria levar dez minutos.”

Nate ficou de pé e terminou sua xícara de café e levou a xícara vazia a pia. “Obrigado pelo café, mas preciso ir ao Gym.”

“Há um ginásio na cidade?” Kai perguntou surpreso que em uma cidade tão pequena houvesse um.

“Sim. Rio e eu abrimos um para mantê-lo fora dos problemas.” Outro golpe no teto, retumbou as janelas. “Como ia dizendo, isso lhe tem feito muito bem,” Nate riu dissimuladamente.

Pensar que poderia fazer um pouco de exercício animou Kai. “Se vou até lá posso pagar por um dia ou necessito ser um associado?”

“Quade já é associado. Tenho certeza que tem um montão de passes de convidado por aí. Vá até lá quando puder.” Nate caminhou à entrada do vestíbulo e calçou suas botas.

“Farei-o.”

Depois de que Nate se afastou, Kai decidiu mudar de roupa para seu encontro na hora do almoço. Abrindo sua mala, negou com a cabeça. Porque não lhe tinha ocorrido comprar roupa apropriada para o clima frio? Talvez Quade pudesse lhe emprestar algo, em lugar de assumi-lo, Kai foi para a mesa e pegou o telefone. Seus dedos seguiam a caligrafia da escritura de Quade em uma nota junto ao telefone com seu número. Marcando os números escritos Kai esperou.

“Prefeitura,” uma mulher respondeu.

“Oi. Quade está ocupado?”

“Bom, isso depende de quem fala,” a mulher declarou.

“OH… um… sou Kai.”

“Não diga. Finalmente estou falando com o homem responsável por fazer minha vida miserável.”

“Desculpe-me?” Sabia pelo tom sarcástico da mulher que não podia ser outra além de Carol, a secretária de Quade. Quade havia falado antes sobre a mulher, só que Kai sempre pensou que exagerava.

“OH, não importa, eu o passo,” Carol disse.

“Hei,” Quade respondeu um momento depois.

“Hei. Fiz algo que ofendesse a Carol?” Kai perguntou, ainda recuperando-se de sua anterior conversação.

Quade suspirou. “Porque, o que te fez ela agora?”

“Nada realmente,” Kai rapidamente respondeu. Quão último queria era fazer que despedissem da mulher. “Ela apenas mencionou que eu era responsável por fazer sua vida miserável.”

Quade riu. “Não leve para o lado pessoal. Ela teve que suportar meu humor resmungão desde que cheguei das férias.”

“Você ainda quer que nos encontremos aí? Porque eu não quero causar mais problemas com ela.” Diabos, Carol já assustava bastante por telefone. Quão último queria era lhe dar um branco físico à mulher.

“Vou falar com ela, estará bem, ela realmente não é tão má como todo mundo pensa.” Quade limpou a garganta. “Bom ela é, mas eu posso controlá-la na situação certa.”

“Bem,” Kai respondeu. Recordando porque chamou em primeiro lugar, Kai olhou para o closet de Quade. “Há um lugar na cidade onde eu possa comprar camisas e essas coisas? Acabo de me dar conta que todo traje que trouxe são camisetas e algumas calças.” Kai riu. “Penso que necessito algo um pouco mais quente.”

“Com certeza. Há uma loja de roupas no centro. Lembra de Wyn, da festa?”

“Uh, qual era ele?”

“Pequeno magro, sentado ao lado do tipo que parece Paul Bunyon[7].”

“OH, me lembro.”

“Bem é o proprietário da loja. Tenho certeza que pode te prover de tudo que necessite.”

“Bom.” Vamos apenas pergunte. “Poderia me emprestar algumas camisas até eu conseguir algumas?”

“Claro,” Quade disse. “Não precisava perguntar. Pegue o que queira, mas te advirto vão ficar muito grandes.”

“Obrigado.” Kai olhou para o relógio. “Vou desligar e mudar de roupa e nos vemos em menos de vinte minutos.”

“Esperarei com ansiedade. A propósito já marquei a consulta na clínica.”

“OH, bem.” Kai desligou o telefone e entrou no enorme closet de Quade.

Olhando para a grande quantidade de camisas casuais, o pegou uma vermelha com flanela preta. Encolhendo-se de ombros determinou que Quade tinha razão. De menor constituição muscular era praticamente tragado pela enorme camisa. Engenhando Kai dobrou as mangas algumas vezes e deixou o botão desabotoado. Com sua camiseta branca embaixo se via mais como uma jaqueta, só tinha que fazê-lo.

Depois de escovar o cabelo, Kai pegou as chaves vestiu seu casaco e botas. Olhou-se no espelho. Era uma maldita coisa que estivesse apaixonado, porque pensava que ninguém só Quade aprovaria.

Preparando-se contra o ar frio, Kai abriu a porta. Deu-se conta que tinha esquecido suas luvas. “Merda.” Kai pensou em retornar, mas rechaço a idéia. Esperançado de que não estaria fora muito tempo. Podia manter as mãos dentro dos bolsos do casaco.

Quando chegou ao carro alugado e fechou o cinto de segurança estava arrependido de sua decisão. Suas mãos estavam vermelhas como uma beterraba e duras. As embalando frente ao seu rosto soprou ar quente, como via às pessoas na televisão. Surpreendeu-se do muito que ajudava.

Saindo ao caminho, Kai ia conduzir três quadras à prefeitura. Apesar do que disse Nate, Kai não encontrou os caminhos limpos de tudo. O seco triturar da neve sob os aros o provava. Decidiu tomar seu tempo e conduzir à velocidade que se sentisse cômodo. Não foi até que alguém buzinasse atrás que se deu conta que dirigia a vinte quilômetros por hora.

Depois de uma longa viagem, ele estacionou. Decidiu que seria melhor caminhar de retorno a casa. Talvez entregasse o carro alugado. Não tem sentido pagar por algo que dá tanto medo usar.

Subindo os degraus abriu uma porta dupla. Uma placa na parede assinalava que era o escritório do prefeito. Preparando-se, entrou no escritório e enfrentou cara a cara a mulher dragão.

“Você deve ser Kai,” Carol disse, olhando-o por acima de seus óculos.

“Sim, senhora,” Kai respondeu, soprando suas mãos outra vez. A primeira compra seriam umas malditas luvas.

Carol saiu detrás de sua mesa e olhou Kai de acima a abaixo. “É mais lindo que na fotografia,” ela comentou.

“Uh, obrigado,” Não sabia o que dizer. Que fotografia?

“Estou aqui, Kai,” Quade gritou através da porta aberta.

Kai seguiu a voz e olhou Quade ao telefone. Com um breve movimento de cabeça para a Carol, Kai tratou de escapar.

“Não lhe faça mal,” Carol advertiu, retornando a sua mesa.

Kai se deteve em seu escritório e Quade lhe apontou que fechasse a porta. Agradecido de pôr uma barreira entre ele e Carol, Kai imediatamente o fez e olhou para baixo suas botas cobertas de neve.

“Está bem,” Quade disse ao telefone, “Me telefone de novo quando o localizar.” Quade desligou o telefone e sorriu. “Vêem aqui.”

Kai apontou para baixo. “Estou todo nevado.”

“Não se preocupe por isso.” Quade ficou de pé e se encontrou a meio caminho com o Kai. “Como foi em sua manhã?” Quade perguntou, antes de beijar Kai.

“Bem. Conheci seus amigos Nate e Rio.”

Quade riu. “Totalmente um par, que lhe pareceram?”

“Eles são agradáveis. Embora não tive muita oportunidade de falar com Rio. Mencionei que não havia recepção na televisão e Nate enviou ao pobre tipo ao teto a tirar a neve do prato da antena.”

“Típico,” Quade confirmou.

Quade procurou as mãos de Kai e se deteve. “Que diabos?” Levantou as congeladas mãos e as beijou. “Você não encontrou umas luvas?”

Kai se encolheu de ombros. “Esqueci as luvas até que estava fora da casa e já a tinha fechado. Pensei que era suficiente se as mantivesse nos bolsos.”

Quade levantou as sobrancelhas. “Fez isso, ainda pensa que foi uma sábia decisão?”

“Deixemos as luvas, são o primeiro em minha lista de compras.”

Liberando-o, Quade caminhou para seu escritório e pegou um pequeno livro. “Não tenho nenhuma reunião em toda à tarde. Penso que podemos tomar um longo horário de almoço. E podemos ir até a loja de Wyn no caminho ao restaurante. Seus pedacinhos são muitos preciosos para permitir que se congelem[8]

Kai não sabia exatamente o que queria dizer com congelem, mas não soava como algo que queria que acontecesse a seus pedacinhos. “Definitivamente primeiro a roupa”

 

 

                                         Capítulo Seis

 

“Então, sente-se com vontade de caminhar ao La Canoe ou quer ir de caminhonete?” Quade perguntou, guiando Kai pelas escadas da prefeitura.

Kai considerando os prós e os contras. “Acredito que de caminhonete. Ao menos até que consiga umas luvas.”

“Merda, bebê, sinto muito.” Quade tirou suas luvas e as deu a Kai.

“Não vou tirar suas luvas de você,” Kai declarou, negando com a cabeça.

Quade pegou as mãos de Kai e as beijou. “Sim, fará isso. Eu estou acostumado ao frio. Você não.”

Girando os olhos, Kai finalmente pôs as luvas. “Sinto muito,” Kai murmurou.

“Não há necessidade.” Quade beijou seu amante de novo. “Eu te daria minha camisa se a necessitasse.”

Kai riu e baixou o pescoço de sua jaqueta. “Já o fez.”

“Então? Caminhamos?” Quade notou que o corpo inteiro de Kai estava tremendo, desacostumado ao frio. “Não. Acredito que seja melhor irmos de caminhonete.”

Kai assentiu e eles caminharam juntos para a Escalade. “Sei que te disse que iríamos ao La Canoe, mas mudei de idéia. Porque não vamos comer no restaurante do Deb’s, e te levo prá jantar no La Canoe?”

“Parece-me bom,” Kai respondeu entrando no veículo.

Quade conseguiu encontrar um lugar no estacionamento em frente do restaurante. “Estacionamento de estrela de rock,” brincou.

Deb reconheceu Quade logo que puseram um pé na porta. “Atrás há uma mesa disponível,” ela gritou sobre a multidão.

Cumprimentou com a mão e dirigiu Kai para a mesa. “Aqui fica um pouco louco na hora do almoço,” mencionou, quando Kai se sentou frente a ele.

Kai sorriu e abriu o menu que já estava na mesa. “Que tem de bom?”

“Tudo,” Quade adicionou. “Nunca te equivocasse com o especial do dia. Segunda-feira, bolo de carne. Pode pedir um sanduiche frio ou quente com purê de batata e greivy.”

Kai, perguntou. “Têm algo com pescado?”

Quade deveria saber que Kai não ia desfrutar de nada pesado. O homem é um atleta. “Não posso sugerir o pescado daqui, mas o La Canoe tem uns fantásticos frutos do mar em seu menu.”

Kai assentiu, ainda submerso em seu menu. “Acredito que só quero sopa e salada.” Kai se esfregou o estômago. “Deixarei a grande carne para depois.”

Quade sentiu uma dor em seu peito. Não sabia por que lhe incomodava que Kai não apreciasse as opções do Deb’s, Queria que o jovem se apaixonasse por Cattle Valley, como o tinha feito em sua primeira visita. O clima frio já era um ponto negativo contra a comunidade e agora parecia que a comida era outro.

“Algo está mau?” Kai perguntou.

“Não,” Quade respondeu.

“Bem, Vê-te como se te estivesse em uma miserável onda. Preferiria que pedisse o especial?”

Quade esticou seu braço sobre a mesa e entrelaçou os dedos de Kai. “Não. Você pode pedir o que te faça feliz.”

“É apenas uma salada, homem. Não pode dizer que a alface ou o bolo de carne me façam feliz.” Kai levantou e beijou a mão de Quade. “Você me faz feliz. O resto é apenas enchimento.”

Seu bom humor foi interrompido por Deb, com caderneta de pedidos na mão. “Hei, Doçuras, que posso trazer?” a mulher de meia idade perguntou.

“Eu quero um sanduiche especial, com uma Dr. Pepper[9] e batatas fritas.” Depois dos pedidos pensou melhor, “Troque as batatas por uma salada.”

As sobrancelhas de Deb subiram quase até a linha de seu cabelo, quando ela mudou o pedido e se girou para Kai. “Que trago para você, carinho?”

Enquanto Kai pedia sua refeição com molho a parte, Quade tomou uma nova resolução, se ia seguir com o jovem pelos próximos trinta ou quarenta anos, tinha que começar a comer comida saudável. Não estava fora de forma, só que Quade sabia que podia estar melhor. Se aproximava dos quarenta, fazer exercício alguns dias na semana já não era suficiente.

Depois que Deb se foi com seus pedidos, Kai saiu de seu banco e ficou de pé olhando para Quade. “Incomodaria-te se me sento com você?”

Surpreso, Quade negou com a cabeça e se deslizou de um lado. “Não.”

Quantas vezes tinha visto os casais desfrutar da companhia um do outro nesse mesmo restaurante? Com a calidez de Kai pressionando a seu lado, Quade se sentia verdadeiramente em paz pela primeira vez em muito tempo. Levantou seu braço e envolveu os ombros de Kai, dando ao homem um meio abraço. “Isto é lindo.”

“Sim,” Kai adicionou. Kai olhou por volta da sala. “As pessoas daqui parecem ser muito agradáveis.”

“E são” Quade estabeleceu. Movia-se em seu assento, enquanto Kai apoiava sua mão em sua coxa.

“Que está pensando que é tão difícil?” Kai perguntou.

Quade se encolheu de ombros. “Coisas. É difícil acreditar que esteja realmente aqui. Sabe quantas vezes comi nesta mesma mesa, desejando que estivesse comigo?”

Kai se inclinou e beijou o pescoço de Quade debaixo de sua orelha. “Você sabe quantas vezes me sentei na praia a ver o entardecer, desejando que estivesse ali para desfrutá-lo comigo?”

“Fazer o amor em um lindo entardecer.” Quade se sentiu aliviado de não ser o único que passou meses difíceis estando separados.

“Eu sei.” Kai se aconchegou mais perto e murmurou Quade ao ouvido. “Sinto muito, se não me integrar tão bem como queria.”

Quade apartou seu olhar à deriva, evidentemente tinha feito um mau trabalho em ocultar sua desilusão. “Não é sua culpa. Você cresceu em um ambiente completamente diferente. E não ajuda que tenha vindo na pior temporada do ano. Quem sabe, você realmente poderia desfrutar das outras três temporadas?”

Kai sorriu. “Sim se definitivamente tiver que retornar no verão. O que ouvi é que o rodeio soa assombroso.”

Aí estava à punhalada de dor novamente Kai não estava planejando ficar. Diabos, isso já sabia por que lhe doía tanto que realmente Kai confirmasse seus medos?

Deb colocou a comida frente a eles e Quade tratou de afastar a depressão. Já teria muito tempo para guardar luto quando Kai partisse. Melhor desfrutar do tempo que tinham.

 

Com uma bola de algodão em meio de seu braço, Kai esperou por Quade. Sorriu com a cara de Quade quando lhe inseriram a agulha. Não sabia quanto odiava tudo isso do hospital até que chegou à clínica. O fato de que Quade estivesse disposto a submeter-se a um exame de sangue, dizia muito a Kai. Realmente o amava.

Odiou ver a expressão de preocupação nos olhos de seu homem durante o almoço. Kai amava muito o surfe, ele estava começando a acreditar que seus sentimentos por Quade eram inclusive mais fortes. Realmente estava pensando em renunciar a sua carreira?

“Feito,” o técnico anunciou.

“OH!” Quade exclamou. “Pensei que desmaiaria em um minuto.”

Rindo, Kai vestiu seu casaco e esperou na porta. “Aonde agora?” perguntou quando eles deixaram a clínica.

“A loja de Wyn é nesta rua. Sente desejos de caminhar?”

“Claro,” Kai adicionou.

Antes que chegassem à loja, o celular de Quade soou. Olhou Kai desculpando-se. “Sinto muito.”

“Não há problema.”

Quade respondeu o telefone enquanto caminhava. “Quê?” Quade gritou, tampando-se com um dedo o outro ouvido para bloquear o ruído do transito. “Merda! Está bem, vou para lá.”

Fechando seu telefone, Quade apontou para seu destino. “Está bem se te deixar apenas um momento? Nós temos uma linha de água danificada e o maldito engenheiro pensa que temos que trocar todos os malditos tubos.”

“Estarei bem,” Kai disse com certeza, lhe dando um rápido beijo.

“Pare em meu escritório depois de que faça suas compras.”

“Parece bom,” Kai disse. “OH espera, pegue isto.” Kai tirou as emprestadas luvas e as entregou.

Aceitando, Quade lhe deu um beijo mais antes de afastar-se. Kai olhou seu amante correr cruzando a rua para a Escalade. Kai abriu a porta da loja Wyn’S.

 

Uma hora depois estava de pé na calçada, Kai não podia acreditar a diferença que era ter a roupa de inverno apropriada. Repentinamente o dia não parecia nem de perto tão frio como antes. Olhando para cima e abaixo pela rua principal, decidiu ver um pouco as vitrines antes de retornar ao escritório de Quade. Prometeu ao empregado da loja que recolheria suas bolsas antes que fechassem, até então estava livre de fazer o que lhe desse vontade.

Ao cruzar a rua olhou uma floricultura. Surpreso de encontrá-la. Decidiu ir comprar um ramo para surpreender Quade, ele verificou o trânsito antes de correr e cruzar a rua. Uma pequena campainha na porta apontou sua chegada quando entrou na loja.

Kai foi recebido por um tipo com cara triste e olhos castanhos. “Hei,” Kai saudou.

“Olá,” o homem respondeu. “Em que posso ajudar?”

O olhar de Kai revisou a loja. Além de flores, havia plantas, vasos e outras coisas para decoração. “Estou visitando um amigo meu e pensei em surpreendê-lo com flores.”

O homem de olhos castanhos se deteve atrás do balcão. “Deve ser Kai. Sou Tyler,” o homem informou estendendo sua mão.

Kai se surpreendeu. “As noticias viajam muito rápido, estou somente dois dias na cidade.”

Tyler sorriu. “Podia culpar às intrigas, mas a verdade é que me encontrei com Quade cedo e mencionou que estava aqui.” Tyler se moveu para o balcão refrigerado “Há algo em particular que queira ver?”

“Tropicais? Pensei que ajudaria Quade a preparar-se para suas férias.” Kai examinou as flores do aparador. Essas não pareciam ter uma sensação tropical. “Claro, posso levar algo mais tradicional.”

Tyler cruzou seus braços e pôs seu dedo no queixo. “Como algo de ambos? Parece-me que seria a combinação de Quade e a sua.”

Kai não tinha idéia como as margaridas e as flores tropicais podiam mesclar-se, mas decidiu confiar no perito. “Se acredita que se veria bem, claro.”

Olhou como Tyler começava a tirar flores e a trabalhar em sua mesa. “Pode tirar o casaco enquanto espera,” Tyler disse. “Ou eu posso entregar em domicílio?”

Kai inalou o doce perfume no ar. “Posso ficar e ver, embora eu gostaria que as entregassem, vim caminhando e não sei quanto tempo sobrevivam se sair com elas ao frio.”

Tyler sorriu selecionando um vaso da gaveta. “Provavelmente um pouco mais que você,” brincou. “Mas sei, ficaria feliz em ter um pouco de companhia.”

“Não há muito negócio nesta época do ano?” Kai perguntou.

Tyler negou com a cabeça. “Praticamente está morto. Se não fosse pelo ramo semanal que Hearn pede, provavelmente fecharia durante um mês.”

“Wow. Alguém compra um ramo a seu namorado a cada semana? Isso é amor verdadeiro,” Kai remarcou.

Antes que Kai terminasse a oração notou os olhos de Tyler encher-se de lágrimas. “Sinto muito. Disse algo ruim?”

Tyler olhou ao longe um momento antes de piscar várias vezes afastando as lágrimas. “Não. Sinto muito.” Tyler limpou sua garganta enquanto seguia formando o ramo. “Hearn coloca um ramo no túmulo de seu namorado toda semana.”

“OH. OH, merda. Sinto muito. não quis que soasse insensível,” Kai se desculpou, desejando chutar a si mesmo.

“Não foi”. Tyler disse.

Com o ambiente na habitação repentinamente pesado, Kai tirou sua carteira. “Acabo de lembrar que fiquei de me encontrar com Quade em seu escritório. Posso ir pagando por isso, antes que arranque os cabelos?”

“Claro,” Tyler respondeu, tratando de sorrir “Quer escrever o cartão?” Tyler apontou a uma pequena prateleira.

Depois de escrever um pequeno bilhete a Quade, Kai pagou sua compra. “Prazer em conhecê-lo.”

“O mesmo digo,” Tyler disse.

A mão de Kai estava na porta de vidro quando seus olhos captaram movimento fora da janela. Aí estava, parado a menos de três metros, Nate estava beijando a um tipo que definitivamente não era Rio. Droga, realmente lhe agradava Nate.

“Está tudo bem?” Tyler perguntou do balcão.

Kai não quis chamar a atenção para o trapaceiro casal na calçada. “Sim. Eu apenas estou me preparando emocionalmente para sair ao frio.”

Tyler riu. “Boa sorte com isso.”

Enquanto falava com Tyler, Kai olhou os dois homens separar-se e ir a direções diferentes. Com um suspiro de alívio, Kai abriu a porta e se dirigiu ao escritório de Quade. O homem de cabelo comprido que Nate tinha beijado ia meia quadra diante dele. Kai estudava ao homem quando se dirigia à prefeitura.

Quem quer que fosse Nate estava enganando com um membro do departamento do xerife, ao menos isso dizia a parte de atrás da jaqueta do tipo. Kai observava com cautela até que entrou na estação de polícia.

Não pôde evitar sentir-se doente do estômago. Desprezava um homem infiel. Nunca tinha considerado enganar a um tipo, não importava se o namorico durasse uma semana ou um mês.

Subindo os degraus do escritório de Quade se perguntava se devia mencionar isso ao seu amante, ele sabia que Nate e Rio eram amigos de Quade. A última coisa que queria era destruir a relação, mas por outro lado, Rio parecia um gigante gentil, e Kai odiava ver o grande homem enganado. Talvez pudesse comentar com Quade durante o jantar. Assim teria mais tempo para que baixasse a coragem. Esperava que Quade não tomasse as notícias da infidelidade de seu amigo muito mal. Outro pensamento o impressionou se Quade sabia e não havia dito nada a respeito disso? Kai negou com a cabeça. Não. Se Quade soubesse definitivamente faria algo a respeito disso. Se não ligasse para isto, não era o homem que Kai acreditava que era.

 

 

                                        Capítulo Sete

 

“Veja só, Sr. Lenhador!” Quade exclamou quando Kai entrou no escritório.

Kai tirou seu casaco e o colocou no gancho. “Aprovado?” perguntou, dando vários passos de modelo. Fez questão dar a Quade uma boa visão de seu traseiro.

“Eu gosto.” Quade empurrou sua cadeira longe da mesa. “Aposto que Carol fez com que deixasse suas botas fora?”

Kai girou seus olhos e apontou para suas meias três - quartos. Rindo, Quade abriu seus braços. “Fecha a porta e vêem aqui.”

Sem girar-se, Kai fechou a porta. “Devo pôr chave?”

“Não. Carol sabe que queimaria suas retinas se entrar aqui e me incomodar.” piscou um olho. “Estou certo, Carol?” gritou.

“Cale a boca!” Carol respondeu gritando.

Kai negou com a cabeça. “Vocês dois têm a relação mais estranha de todo o planeta.”

“Sim, mas não vivemos um sem o outro.” Quade abriu suas pernas e embalou seu pênis. “Meu colo está solitário.”

“Não me diga.” Kai caminhou brandamente e subiu ao colo de Quade. “Como foi com o problema da água?”

Quade passou suas mãos pelo traseiro de Kai e o apertou. “Realmente te interessa?” perguntou tocando os lábios de Kai.

Sabia que podia dar apoio a Quade e dizer que se interessava por tudo o que preocupasse a ele, mas a verdade não podia estar menos preocupado nesse momento. Quando estava sentindo o vulto crescer sob o zíper de seu amante. Em lugar de responder a pergunta, Kai fechou a distância e beijou esses doces lábios em frente dele.

Quade se abriu à exploração da língua de Kai, e ele pegou todas as vantagens, varrendo o interior como um homem morto de sede. Sem pensar, Kai começou a desabotoar a camisa de Quade, precisava sentir o calor da pele de seu amante.

As mãos de Quade se uniram à sua apressando a tarefa. Kai gemeu dentro do beijo enquanto suas mãos estavam sobre o musculoso torso de Quade. “Deus se sente tão bem,” disse afastando do beijo. Deslizou do colo de Quade e começou a lamber para baixo do pescoço de Quade até chegar a um mamilo e logo ao outro.

Kai sentiu o tremor no peito de Quade quando o homem grunhiu. “Faz me sentir um rei,” Quade apontou, quando as mãos de Kai começavam a desabotoar suas calças.

Quade levantou seus quadris, quando a mão de Kai tirou a dura ereção de seu escondido interior. “Você é meu Kahuna,” Kai murmurou, beijando seu caminho do colo de Quade. Antes de envolver em seus lábios a grande e bulbosa cabeça e o pré-sêmen fluiu sob seu punho. “Mmm,” gemeu lambendo a salgada essência de seus dedos.

O olhar de Kai estava fixo na outra grande gota de pré-sêmen que estava a ponto de cair. Antes que tivesse oportunidade de descer pelo fortemente venoso eixo, Kai chupou a coroa dentro de sua boca. Relaxando sua garganta, Kai empalou o pênis de Quade. Levou dois intentos, mas Kai foi capaz de tragar inteira a longitude de Quade.

“Aahh, Porra!” Quade gritou, agarrando os lados da cabeça de Kai.

Dando-lhe o controle, Kai gemeu quando seu homem começou a foder sua garganta a sério, os sons do mútuo prazer reverberavam dentro do escritório. Kai baixou o fechamento de seus jeans, fisting[10] a si mesmo.

“Amo-te,” Quade grunhiu, seus quadris empurravam e agarrava um punhado de cabelos de Kai.

Preparando-se para seu prêmio, Kai foi recompensado com um jorro de sêmen. O primeiro jorro desceu direto pela garganta sem lhe dar oportunidade de prová-lo. Retirando do eixo de Quade, o segundo jorro foi a sua língua. O sabor explodiu na boca de Kai, provocando sua própria liberação.

Liberou o pênis de seu amante e o último jorro foi a sua cara. Kai sorriu e olhou para o Quade, com o sêmen jorrando por seus lábios e queixo. “Apanha-o,” sorriu.

Com seus olhos meio fechados, Quade puxou Kai de novo a seu colo. Com suas mãos enterradas no cabelo de Kai, Quade lambeu seu próprio sêmen da cara de Kai. “Porra isso é quente,” Kai murmurou.

A língua de Quade o banhou com um profundo beijo. “Foi melhor que qualquer uma de minhas fantasias, inclusive as tecidas neste escritório.”

“Pode ser melhor. Posso deixar que me dobre neste mesa e me foda até que me saia o cérebro,” Kai informou.

“Pude ouvir isso,” Carol gritou com uma cantarina voz.

Kai olhou Quade. “Oops.”

Quade começou a rir um longo tempo antes que Kai se unisse. Um forte golpe no muro fez que eles rissem até as lágrimas. Kai sabia que deveria sentir-se envergonhado, mas com toda a merda que Carol parecia desfrutar lhe arrojando, ela merecia um grande prato de volta.

Secando os olhos, Kai ficou de pé. “Preciso ir, prometi recolher minhas compras.” Além disso, não queria estar quando chegasse Tyler com as flores para Quade. Nunca havia envido flores ao seu amante e não sabia como reagiria Quade.

Olhar de Quade estava fascinado no pênis de Kai enquanto o colocava dentro e fechava o zíper. “Pode ir me pegar? Não quero me fazer de valente nessas ruas de novo”

“OH, então foi você que estava bloqueando o trânsito ao meio dia?”

“Um carro. Esse foi um carro,” Kai disse defensivamente. “Que fez o tipo, te ligou?”

Quade começou a rir de novo. “Eu estava brincando. Só se cuide, bebê.”

Exasperado, Kai golpeou o braço de Quade. “Beije-me rápido, e o deixou.”

Quade puxou Kai para beijá-lo, mas não foi um beijou rápido. Ele explorou o interior da boca de Kai. Kai se perguntava se Quade estava procurando os restos de sua própria semente.

“Wow.” Kai ficou de pé e sacudiu todo seu corpo, tratando de dissipar o repentino fluxo de luxúria. “Então, vai me pegar? Farei que valha a pena,” disse.

“Estarei em casa as cinco,” Quade respondeu, fechando o zíper de suas calças. “Se você estiver nu, teremos um jantar tardio.”

Kai negou com a cabeça. “De maneira nenhuma. Primeiro jantar. De outra maneira não deixaremos a casa.”

Quade esfregou o queixo. “Está bem, de acordo, mas, me deve isso” Quade adicionou.

“Mas do que sabe,” Kai disse e abriu a porta para sair do escritório.

Tratou de ignorar o melhor que pôde os ruídos da garganta vindo do escritório, enquanto calçava as botas, que estavam apoiadas junto à calefação, girou-se para a secretária e lhe piscou um olho. “Deve estar de bom humor o resto do dia, se quiser tempo livre ou um aumento agora é o momento de pedi-lo.”

 

“Maldição. Alegro-me de ter feito reserva,” Quade disse, encontrando um lugar no estacionamento do restaurante.

“Isto sempre está cheio?” Kai perguntou, olhando todos os carros. Diabos não sabia que havia tanta gente em Cattle Valley.

“Sexta-feira e sábado, sim, mas normalmente não durante a semana. Todo mundo deve estar doente de estar preso em suas casas.”

Kai saiu e caminhou ao lado de Quade para frente do La Canoe. Uma cena na janela captou sua atenção e seus passos vacilaram. Aí estava, atrás do vidro, estavam Nate e o tipo com o que se beijou. Kai não podia acreditar que Nate fora tão audaz com seu namorico.

“Não te parece lindo?” Quade perguntou, falando do par que tinha notado Kai.

“Lindo?” Não podia acreditar o que estava ouvindo. “Pensa que é lindo?”

Quade se ruborizou. “Está bem, quente.”

Inclusive mais confundido, Kai deixou de ver os trapaceiros e caminho para os degraus do restaurante. Não conhecia o homem ao lado dele, em que mundo Quade podia considerar quente a infidelidade?

“Hei.” Soou uma profunda voz familiar atrás dele.

Kai olhou sobre seu ombro para encontrar Rio subindo os degraus. Merda. “Hei,” disse, girando-se para bloquear a entrada. Não sabia como, mas conseguiria afastar Rio do restaurante. A última coisa que o tipo merecia era ver cara a cara o pesadelo do interior.

“Acredito que está cheio. Porque não tentamos jantar no hotel?” ofereceu tratando de pensar como afastá-lo.

Rio tinha uma expressão de confusão. “Está bem, tenho reserva, mas obrigado.”

Kai olhou de Rio para Quade e pedia ajuda com o olhar em lugar da boca. Mas seu amante o olhava como se tivesse louco, e Rio tratou de passar, Kai pôs sua mão no peito de Rio. “Sério você não quer entrar aí.”

Rio olhou para a mão de Kai com expressão hostil. “Há algum problema?” Rio perguntou.

Quade tratou de interpor-se entre os dois homens. “Kai? Que acontece? Deixa que o homem entre.”

Poderia ser pior? “Você realmente quer que veja Nate com o outro tipo?” sussurro-lhe ao ouvido de Quade.

“Sim,” Quade disse inocentemente. “Por isso ele está aqui.”

Quade tirou a mão de Kai do peito de Rio. “Sinto muito,” disse a Rio.

Sentindo-se completamente perdido, Kai deu um passo atrás, quando Rio passou por um lado. Totalmente aborrecido, Kai começou a baixar os degraus para dirigir-se à caminhonete.

“Espera!” Quade gritou atrás dele. “Aonde vai?”

Quade apanhou Kai no último degrau. “Não posso entrar aí,” declarou, cruzando os braços.

“Por quê?”

“Eu não posso entrar e ver que acontece quando Rio vir Nate com o outro tipo.”

Quade estava atento à janela atrás de Kai. “Porque, tem algum problema com isso? De todas as pessoas, eu pensei que você fosse aberto a coisas como esta.”

“O que quer dizer?” Kai gritou dando um empurrão ao peito de Quade.

A cara de Quade se voltou vermelha. Kai podia dizer que o empurrão o deixou zangado, mas nesse ponto, era o que menos importava. O alcançando, Quade pegou Kai pelos ombros e o girou para a janela. “Agora me diga que diabos, está mal com isso? Esses homens amam uns aos outros!”

Kai olhou a cena frente a ele. Rio, Nate e o outro tipo estavam à mesa compartilhando beijos e agarrados pelas mãos. “Que fodidos,” murmurou. “Rio não está zangado de ver seu par tendo um encontro com outro homem?”

Uma forte gargalhada fez erupção atrás de seus ombros. Kai se girou e olhou Quade. “O que é divertido?”

“Não posso acreditar, como não entendi antes. Vêem comigo,” Quade ordenou. Guiou Kai com sua mão nas costas quando subiam os degraus e entravam no restaurante. “Espera um momento, disse-lhe ao encarregado na porta.”

Quade levou Kai à mesa que eles tinham olhando. “Kai, quero te apresentar ao Xerife Ryan Blackfeather, Nate e Rio são casais.”

“Casais?” Kai quase gritou. “Aww, maldição. Eu sinto muito.” Deus se sentia como um idiota.

Sentiu-se até pior quando Ryan ficou de pé e lhe apertou a mão. “Genial, finalmente te conhecer, Kai. Ouvi muitas coisas boas de você.”

Kai apertou a mão do homem tatuado, mas não pôde sustentar o olhar. Olhava para Rio. “Sinto o de antes. Eu não sabia que vocês três estavam juntos. Eu… não queria que saísse ferido.”

“OH, meu Deus é tão lindo,” Nate declarou, ficando de pé e abraçando Kai. Rio limpou ruidosamente a garganta e Nate o liberou. “Seja agradável. Estava preocupado por você” repreendeu ao grande homem.

Kai se sentia com cinco centímetros de altura. Não somente se humilhou, talvez também Quade. Pegou a mão de seu amante. “Sinto muito, se te envergonhei.”

Quade se inclinou e o beijou “Estou de acordo com Nate. É lindo.”

 

Quade observava outro lado da mesa ao amor de sua vida. Apesar do que pensou Kai antes, Quade se sentia orgulhoso de seu amante. Estava cômodo ao conhecer os fortes sentimentos do jovem contra a infidelidade. Isso falava muito bem para uma futura relação, inclusive se tinha que ser levada a distância.

Olhou a perfeita língua rosada, de Kai deslizar-se por seus lábios. “A comida esteve fantástica,” Kai comentou.

“Sim,” adicionou. “Seus frutos do mar estavam bons?”

“Mas que bom. Obrigado por me trazer aqui.”

Quade tinha sua mão sobre a mesa e estava agradado que Kai a tomasse. “Amo-te,” Quade declarou.

Kai sorriu a luz da vela, dançava nos olhos de seu amante. “Amo-te também.”

Quade se inclinou o suficiente para beijar os lábios de Kai. “Preparado?”

Antes que Kai pudesse responder, o celular começou a tocar Wipe Out[11]. O jovem olhou surpreso pra tela. “Se incomoda se atender isto? É meu pai.”

“Não. Enquanto isso vou pagando.” Quade olhou Kai levantar-se com o telefone em seu ouvido e caminhar para o banheiro.

Falou com garçom para pagar a conta. Enquanto esperava, se perguntava por que chamaria o pai de Kai. Desde o anterior fim de semana, Quade sabia que Kai telefonava diariamente a sua família. Um pensamento golpeou. Merda. Esperava que nada ruim tivesse acontecida à mãe de Kai ou seu irmão ou irmã.

Depois de pagar terminou seu uísque e esperou outros quinze minutos antes que Kai retornasse à mesa. Seu amante tinha uma expressão perdida no rosto.

“Que aconteceu?” Quade perguntou, ficando de pé e abraçando Kai.

“Podemos falar quando retornarmos a sua casa?” Kai murmurou.

Quade sentia uma opressão em seu peito que o deixava respirar com dificuldade quando subiu no Escalade. Funcionou o veículo e girou para Kai. “Diga-me,” ele pediu.

Kai olhou para Quade com lágrimas nos olhos. “Acredito que preciso ir pra casa.”

“Porque, o que aconteceu? Alguém doente?” Quade perguntou sentindo-se desesperado.

“Não. Meu pai me deu uma mensagem. Van Duggins telefonou para casa de meus pais me buscando. Meu pai pegou o número e prometeu que lhe telefonaria, então eu o fiz.”

“E? Quem é esse tipo Van?”

“O maior surfista que Havaí produziu. É um nativo como eu, cresceu na ilha e aprendeu o surfe aos dez anos.”

Quade levantou Kai e o sentou em seu colo. “Que quer esse tipo?”

“Ensinar-me. Só deu seu tempo a duas pessoas no passado e eles ganharam todos os torneios nos que participaram dos dez anos em que foi treinador, por alguma razão, escolheu-me.” Kai olhava Quade chorando. “Essa é a oportunidade de minha vida, mas também significa te deixar.”

“Quando exatamente? Quero dizer, você não tem que me deixar agora, ou sim?”

O queixo de Kai baixou ao seu peito. “Em alguns dias, provavelmente na sexta-feira, a temporada começa na terceira semana de fevereiro com o torneio da Austrália. Isso me dá um pouco mais de um mês para absorver tudo o que possa de Van.”

Sexta-feira? Quade abraçou mais forte o peito de Kai. Não queria pensar que Kai o deixaria. Mas que tipo de homem seria se detinha o caminho de Kai à grandeza. “Vá,” finalmente disse sentindo que as lagrimas caíam de seus olhos.

 

 

                                       Capítulo Oito

 

Sexta-feira chegou muito rápido para Quade. Apertou o volante entre seus dedos, enquanto esperava que Kai retornasse o veículo na agência de aluguéis de carro. Tentava memorizar cada rasgo do jovem, enquanto o olhava através do vidro. O verei de novo em um mês.

Depois da noite que Kai tinha falado de Van, Quade tinha entrado na internet e visto o tipo. Isso era o que realmente começava a preocupar. Embora mais velho que Quade por quase onze anos, Van Duggins ainda se via assombroso. O fato de que o homem fosse o ídolo de Kai piorava as coisas. Se o professor de surfe ensinasse mais que técnicas de surfe a seu estudante? Poderia Kai ser capaz de resistir?

“Sinto muito isso levou muito tempo,” Kai se desculpou, subindo ao assento do passageiro.

“Não se preocupe. Seu vôo sai dentro de duas horas,” Quade disse com o coração ferido.

Kai pôs a mão em sua coxa. “Você não querer que eu vá…”

Quade entrelaçou seus dedos com os de Kai e os apertou. Queria cair de joelhos e rogar a seu amante que ficasse. Tinha pensado toda a semana a mesma coisa, mas sempre chegava à mesma conclusão.

Se Kai não aproveitasse esta oportunidade, o jovem poderia se ressentir com Quade. A última coisa que Quade queria era ver no olhar de Kai o ‘que se’ pelo resto da vida. “Não. Você precisa ir. Reuniremos-nos logo.”

Quade levantou a mão de Kai e a beijou. “Só lembre quanto te amo.” E, por favor, não se apaixone por Van adicionou em silêncio.

Funcionando o Escalade, Quade saiu do estacionamento. “Acredito que temos tempo para um gole antes de ir à segurança.”

“Está bem,” Kai respondeu, olhando pela janela. “Não posso acreditar quanta neve cai aqui,” Kai murmurou.

“Nem sempre tem tanta. A tempestade de neve deste ano foi a maior em vinte anos,” ele defendeu.

Kai simplesmente se encolheu de ombros sem girar o rosto para olhar Quade. As mãos no volante se apertaram tanto que os nódulos ficaram brancos. Porque sentia a necessidade de desculpar-se por sua casa?

Em minutos, Quade chegou ao estacionamento do aeroporto e encontrou lugar. Sentia-se totalmente entorpecido. Uma pequena parte desejava que Kai não tivesse chegado nunca a Cattle Valley em primeiro lugar. Antes do ano novo, Quade se havia sentido miserável, mas isso não era nada como se sentia neste momento. “Chegamos,” disse afogando-se.

“Sim,” Kai adicionou, sem fazer intento para sair.

“Me telefonará quando chegar a casa?” Quade perguntou.

“Provavelmente não imediatamente, aqui será meia-noite” Kai respondeu finalmente olhando Quade.

Quade notou a umidade alagando os olhos castanhos de seu amante. “Não se preocupe por isso. Não descansarei até saber que está com certeza em terra.”

Quade sentia uma opressão em seu peito por suas próprias lágrimas que começavam a formar-se. Tomou uma respiração e puxou Kai através do assento. “Amo-te muito,” disse enterrando seu rosto no pescoço de Kai, para esconder suas próprias lágrimas. Havia muito mais que queria dizer, mas as palavras se congelaram em sua garganta.

Kai o abraçava. “Eu também te amo.” Kai beijou um lado da cabeça de Quade.

 

“Estou preocupada com você,” Carol disse, sentada na cadeira frente à mesa de Quade.

Quade olhou para o montão de papéis. “Estou bem.”

“Não, não está,” Carol o contradisse. “Não está comendo. Não está dormindo.” Ela se esticou na mesa e pegou a mão de Quade. “Você parece estar dez anos mais velho em duas semanas.”

“OH, obrigado,” disse. “Kai deve estar super excitado para me ver na próxima semana.”

Carol aplaudiu sua mão várias vezes. “Porque não vê se pode mudar seu vôo e adiantá-lo uma semana.”

Quade olhou para a pilha de papéis. “Obrigado, mas todos estes papéis têm que estar preparados antes que vá. E tomará ao menos uma semana, fazê-lo.”

“Não se te ajudo,” Carol ofereceu.

Impactado, Quade olhou para sua secretária. “Estou morto? Ou estou ouvindo coisas?” ele tratou de brincar.

“Nenhuma das duas. Só estou preocupada.” Carol pareceu se dar conta do que disse. Antes de olhá-lo ela se encolheu de ombros e ficou de pé. “Se não quiser minha ajuda, bem. Faça você mesmo.”

Ela estava se afastando quando Quade a deteve. “Sim, por favor, pode me ajudar.”

Carol girou seu rosto para ele. “Muito bem. Tiremos esta merda juntos, me deixe saber que necessita que faça, estarei em meu escritório.” Com isso, Carol deixou o escritório.

Quade olhou o alto suspirou de sua amiga, quando se sentou na cadeira. Não pôde deixar de sorrir, substituindo seu cenho franzido. Começou a folhear as páginas tratando de imaginar a melhor forma de utilizar a ajuda oferecida.

Todos os dias eram longos, mas as noites eram uma absoluta tortura desde que Kai se foi. Falava com seu amante toda noite, embora Quade não tivesse certeza se ajudava ou aumentava o desejo que sentia pelo jovem.

Kai começava dando um rápido relatório do que tinha aprendido no dia. Falava como Van, o legendário surfista, o ajudava a melhorar suas habilidades. Quade queria ouvir sobre o dia de Kai, mas cada vez que mencionava Van, Quade avermelhava.

Confiava em Kai, realmente confiava. Quade sabia que o jovem nunca o enganaria intencionalmente, mas as coisas acontecem e situações inesperadas ocorrem. Pare com isso! Quade se repreendeu esfregando seu rosto com suas mãos. Sacudindo esse pensamento Quade retornou ao montão de folhas. Trabalharia duro dois dias e tomaria o avião, isso era o melhor que podia fazer.

 

Com sua prancha na praia, Kai tomava a posição de novo.

“NÃO!” Van gritou. “Onde diabos está sua cabeça? Mostrei-te a postura correta três vezes.”

Kai desceu de sua prancha, e se girou para seu mentor. “Sinto muito. Talvez minha cabeça não esteja nisto.”

“Bem sacode o que seja que te incomoda e retorna a trabalhar. Tem apenas duas semanas e meia para conseguir fazê-lo bem.”

Kai assentiu e voltou ao treinamento. Tinha a cabeça em outro lugar, estava preocupado da noite anterior. Quade sempre telefonava nas noites. Quando seu amante não tinha feito o intento, lhe telefonou em seu celular, sem sorte. Deixou várias mensagens em ambos os telefones, mas Quade seguia sem ligar.

Kai tinha ouvido a tristeza na voz do homem que deixou em Cattle Valley. Talvez Quade decidisse que uma relação à longa distância não valia a dor. Se tivesse se mudado?

Mostrava sua preocupação quando foi empurrado fora da prancha para a areia. “Isso foi uma onda,” Van grunhiu. “Você nunca estará preparado para competir na Austrália se não puder plantar seu corpo corretamente.”

Kai ficou onde estava por uns momentos. Tinha hematomas, estava dolorido e malditamente irritado contra os métodos de treinar de Van. Sabia que Van era o melhor mais de uma vez Kai tinha começado a perguntar-se se queria ganhar o bastante para continuar essa tortura.

“Há algum problema?” uma familiar voz perguntou.

Kai lutou por sair da areia e olhou o rosto de Quade. “OH meu Deus! Que faz aqui?” perguntou, lançando-se aos fortes braços de seu amante.

Quade lhe deu um curto, mas profundo beijo. Antes de retirá-lo e olhar aos olhos de Kai. “Está bem?”

“Estou agora,” Kai sorriu. Podia ver a tensão nos ombros de Quade quando seu amante olhava Van. “Só uma lição. Não é grande problema,” desculpou a conduta de Van.

“É a razão de que eu tenha perdido meu tempo todo o dia?” Van perguntou, cruzando os braços.

Quade olhou de novo Kai. “Há algo prá me preocupar?”

Kai mordeu seu lábio inferior e se encolheu de ombros. “Você não telefonou e eu tentei te ligar.”

Sorrindo, Quade beijou de novo Kai. “Só estava tentando chegar com o amor de minha vida. Telefonei logo que cheguei a terra, mas seu telefone evidentemente estava desligado, então me tive a oportunidade de vir aqui.”

“Fez isso.”

“Aww, isto é tão comovedor, mas podemos retornar ao trabalho?” Van perguntou, burlando-se de Kai e Quade.

Kai queria gritar, N Ã O, mas sabia que não podia. Puxou a cabeça de Quade, e murmurou ao ouvido. “Não se incomoda se terminar aqui? Isto poderia tomar uma hora mais ou menos.”

“Tudo bem. Amo te olhar.” Quade deu outro beijo em Kai, antes de soltá-lo.

Girando-se para seu treinador, Kai assentiu. “Está bem. Estou preparado.”

 

Sentando na areia e arregaçando seus jeans, Quade se deitou na quente areia e olhou Van pressionar Kai através de um simulacro. Não tinha mentido Kai, quando disse que não lhe importava ver, mas não pela razão que seu amante pensava.

Quade não somente queria ver a maneira que estudante e professor interagiam apenas queria estar perto caso Van decidisse empurrar Kai de novo. Estava quase por chegar quando olhou que Kai era empurrado para a areia. O deus do surfe tinha sorte de conservar todos seus brancos dentes.

Ver os músculos de Kai quando se dirigiu ao oceano, fazia que o pênis de Quade o notasse. Girou-se sobre seu estômago e sentiu a areia raspar seu peito. Descansando seu queixo em suas mãos, olhou Kai desaparecer e reaparecer quando entrava nas ondas.

Uma boa quantidade de gente começou aglomerar-se na praia para vê-lo. Ao menos Kai levava seus shorts, em lugar daqueles pequenos tipos fio dental que amava tanto. Quade olhou Van mover-se. Parado na praia com suas bronzeadas mãos em seus quadris, Van Duggins estava de tirar o fôlego. Perguntava-se se esse homem tinha tentado brincar com Kai? Havia tensão entre Van e Kai. Mas era sexual?

A multidão começou a fazer ruído e Quade retornou sua atenção para Kai. Seu amante estava montando uma ola e diabos que onda. Uma coisa foi repentinamente clara. Van estava seriamente ajudando ao jovem em forma e fineza estava melhor que nunca.

Uma vez que a onda morreu, Kai se montou escarranchado em sua prancha. Van levantou o polegar. Depois de obter a aprovação de seu treinador, Kai procurou o olhar de Quade. Sentando-se, Quade levantou as mãos sobre a cabeça e aplaudiu junto com a multidão. Podia ver o brilhante sorriso de Kai de onde estava sentado.

“Ele é bom,” Van disse caminhando para onde estava Quade sentado.

“Sim. Ele é”. Quade adicionou.

Van parou na frente de Quade e o olhou para baixo. “Você vem causar problemas?”

“Não.”

O olhar de Van continuava o percurso de Kai. “Ele pode obter tudo o que deseje se comprometer-se conseguir mesmo. Kai não tem tempo para uma relação. Isso só o afundará.”

“Eu não penso dessa maneira. Eu sei o muito que quer ser o melhor. Agora eu penso que meu apoio significa muito para ele.”

“Talvez,” Van meditou. “Só acontece, que quando esteja ocupado pensando em você, sua concentração se perde e pode cair em um recife. Poderá seguir pensando o mesmo de você se sua carreira se perder por tua causa?”

Quade inclinou sua cabeça e estudou ao homem mais velho. “Nós estamos falando de Kai ou de você?”

Van realmente olhou Quade. “Nós estamos falando do surfe profissional. Todos somos parecidos em muitos sentidos.”

Sem outra palavra Van se afastou da praia. “Diga a Kai que tem o dia de folga,” Van gritou sobre seu ombro.

Quade olhou Van até que o velho homem rodeou a rocha vulcânica. Começou a rir quando água orvalhou a parte detrás de sua cabeça. Girando-se, sorriu pra Kai, que sacudia a água salgada de seu cabelo. “Van disse que tem o dia de folga,” Quade informou.

“A causa do tempo,” Kai brincou. “Não sabe quão embaraçoso é tentar trabalhar com uma ereção? Tudo o que eu podia pensar era em te levar a minha casa.”

As palavras de Van golpearam no rosto Quade. “O oceano é perigoso. Deveria manter sua concentração no que faz.”

“Claro, em teoria. Mas isso não é fácil quando em tudo o que pode pensar é em ter o pênis de seu amante enterrado dentro de ti.” Kai pegou sua mão. “Vamos. Já esperei bastante.”

Enquanto Quade se levantava da areia, esperava estar fazendo a coisa certa. Inclusive pensar em afastar-se de Kai machucava seu coração. Mas Van tinha razão, Quade sabia que não podia pôr em risco a carreira e a segurança de Kai.

 

 

                                         Capítulo Nove

 

“Pode me trazer outra cerveja?” Quade perguntou de seu lugar no pátio.

“Pensei que pediria,” Kai riu. Deixou uma bandeja na pequena mesa e deu a Quade uma fresca garrafa de cerveja.

“Ainda não posso acreditar que exista este lugar,” Quade murmurou. “Não é de estranhar que Cattle Valley parecesse o inferno para você.”

Kai pegou seu lugar normal no colo de Quade e olhou o oceano. Sua casa não era a mais bonita, nem a maior, mas tinha uma das melhores vista do Oahu. “Serve como um aviso,” disse.

“De que, bebê?” Quade perguntou, esfregando o estômago de Kai.

“Não entregar minha vida inteira ao surfe.”

Quade riu. “Sim, eu posso ver isso. Você se senta aqui, vê o oceano e lembra-se de não dar muito tempo a isto,” Quade brincou.

Kai negou com a cabeça. “Isto não é tudo. Este lugar foi construído por meu amigo Mano. Ele que me ensinou o surfe. Eu tinha mais ou menos oito anos a primeira vez que o vi.” Kai apontou para a praia. “Justo ali, realmente.”

Ainda tinha a imagem clara. Mano de pé com a água até seus joelhos olhando o oceano. Com seu comprido cabelo até a cintura molhando com o vento, Kai tinha pensado que era um tipo de deus Havaiano.

“Era profissional do surfe, igual a mim e foi o bastante bom para comprar este lugar,” Kai apontou ao redor.

“O problema foi que passou tanto tempo e energia no oceano, que Mano não sabia relacionar-se com as pessoas da terra. Mas foi meu amigo. Meu pai sempre estava trabalhando fora, então Mano se converteu em meu pai substituto.” Kai guardou em silêncio seu desejo de que Mano tivesse sido seu verdadeiro pai, mas nunca disse isso.

“Eu lhe perguntei por que não tinha esposa e filhos. Quase sempre fugia dessa pergunta, mas uma vez quando eu tinha dezesseis anos me disse que perdeu o amor de sua vida, porque pôs o surfe em primeiro lugar.”

Kai envolveu seus braços ao redor do pescoço de Quade e o beijou. “Mano me disse que nada valia a pena envelhecer apenas. Me fez prometer que trataria o surfe como meu trabalho, não como minha vida.” Kai se encolheu de ombros. “Quando morreu há seis anos e me deixou este lugar. Então agora, quando eu me sento aqui e vejo a água, penso nele e o lembro.”

Quade guardou silêncio um momento. “Você nunca deixará isto, não é?”

“Nunca o venderei, mas tampouco decidi viver o resto de minha vida aqui.” Kai se girou colocando-se escarranchado no colo de Quade. Olhou fixamente aos olhos do homem que amava. “Eu sinto muito. Algumas vezes eu me perguntava se teria o mesmo maldito fim de Mano, velho e solitário.”

“Não se eu tiver algo que dizer a respeito,” Quade declarou.

“Desejo poder entrar em seu mundo, me mudar para Cattle Valley e ter um trabalho, tão logo que termine a preparatória. Surfar é tudo o que sei.”

Quade passou seus dedos por um lado do rosto de Kai. “Que acontecerá depois de que os torneios se acabem? Que fará então?”

Kai tinha pensado muitas vezes, mas não compartilhava suas idéias com ninguém. Se não conseguisse ser campeão mundial, isso não significava muito de qualquer maneira. “Promete não rir?”

A pergunta realmente magoou Quade. “Eu nunca riria de você.”

Kai se desceu do colo de Quade e foi para o quarto. Abriu o closet, o tirou uma gigantesca caderneta de planos. Abraçou contra seu peito a muito usada caderneta. Por favor, que não ria de mim, rezou.

Tomando sua caderneta, saiu ao pátio, e os deu a Quade. “Ninguém sabe a respeito disto.”

Com um olhar questionador, Quade pegou a caderneta e a abriu. Kai mordia o lábio enquanto Quade via cada uma das folhas. “Não sei se funciona, quero dizer construir um protótipo ou algo,” ele se defendeu olhando os desenhos de suas pranchas de surfe.

“São incríveis.”

“Sério?” Kai sorriu. “Claro, que só estão acumulando pó, se não fizer um nome no circuito. Ninguém vai dar uma oportunidade a novos desenhos. Mas se eu ganhar…”

“Você terá um nome que adicionar ao novo conceito,” Quade terminou por ele.

“E dinheiro,” Kai adicionou.

Quade assentiu e deixou a caderneta a um lado. Puxou Kai de novo a seu colo e suspirou. “Você precisa ficar aqui e lutar por seu sonho.”

Kai sabia que estava dizendo seu amante. Quade estava certo. Kai não podia mudar-se a Cattle Valley. Quem compraria uma prancha de surfe em Wyoming? Descansou sua bochecha no topo da cabeça de Quade. “Encontraremos algo,” murmurou.

 

Quade passou o olhar da caderneta ao oceano. Tinha passado sua primeira semana na ilha tentando imaginar como fazer para que sua vida com Kai funcionasse. Quando suas esperanças de que em dois anos se aposentasse e retornassem a Cattle Valley se perderam, o estava destroçado.

O fato de que seu amante chegasse à casa a cada noite com novos hematomas não ajudava. Estava preocupado de que o treinamento de Van pudesse matar seu jovem amante, só que nada que dissesse faria uma diferença. Kai estava determinado a absorver todo o conhecimento de Van como uma esponja.

Quade tinha bisbilhotado procurando o melhor para ele, e encontrou Van Duggins na internet naquela manhã cedo. O que encontrou o preocupou inclusive mais. Isso explicava porque não tinha treinado a outro surfista em quase dez anos. Quade se perguntava se Kai conhecia o passado de seu mentor.

“Pensei em te encontrar aqui,” Kai disse chegando à cadeira de Quade.

Inclinando a cabeça, Quade olhou para seu amante. “Bom dia?”

“Está bem.” Kai sorriu. “Não há raspões frescos para que beije.”

“OH, bom então, só me deixe beijar um dos velhos,” Quade riu, ficou de pé e abraçou Kai. Aproximou-se para dar a Kai um profundo beijo. Quade se perguntava se chegaria a cansar-se de beijar seu homem.

Passando sua mão pelas musculosas costas de Kai, Quade a deslizou sob o elástico dos shorts de seu amante. “Mmmm,” ele gemeu deslizando seus dedos pela areia no traseiro de Kai. “Alguém necessita um banho,” comentou rompendo o beijo.

“Alguém necessita mais que isso.”

“Nós podemos arrumá-lo nos banhando juntos,” Quade grunhiu, embalando as bolas de Kai.

“Parece-me bom plano,” Kai adicionou, inclinando-se para outro beijo.

Quade quebrou o beijo e enterrou sua cara no cabelo de Kai. Inalando, sorriu. Seu amante sempre cheirava a sol e água salgada. Como poderia sobreviver cada dia sem esse aroma?

Kai deu um passo atrás e puxou a mão de Quade fora de seu traje de banho. “Ducha,” lembrou a Quade. “Mais cedo todas minhas partes estejam limpas, mais cedo posso me empalar.”

Quade deixou que Kai o guiasse ao interior da casa tirando a roupa no caminho. “Falei com Nate cedo. Cattle Valley está sob outra tempestade de neve. É a segunda este ano.”

“Alegro-me de que esteja aqui,” Kai comentou, abrindo a água.

“Sim,” Quade disse olhando a doce curva do nu traseiro de Kai. “Embora me sinta mal por Carol. Em uma cidade do tamanho de Cattle Valley é muito trabalho coordenar a limpeza dos caminhos, a companhia de eletricidade, o departamento de limpeza…” Quade exalou. “A lista aumenta.”

Kai se girou e inclinou a cabeça ele. “Você ama isso, não é assim?”

Ele amava? Praticamente passava o inverno queixando-se respeito de todo o trabalho, mas nesse momento Quade se deu conta que ele amava. “Sim, amo meu trabalho. Honestamente não posso imaginar fazendo outra coisa.”

Depois de um tranqüilo momento, Quade levantou sua cabeça e a sacudiu. “Água quente?”

Kai entrou na ducha. “Sim. Vem?”

“Pode apostar seu doce traseiro,” Quade respondeu. Tirando o resto de sua roupa. Antes de entrar pegou seu tempo para revisar o corpo de seu amante. “Cristo. Você realmente me assombra,” murmurou.

Kai tinha sua cabeça sob a água. “Huh? Disse algo?” perguntou, procurando o xampu.

Quade sorriu. “Disse que não acabe com toda a água.” E se deslizou dentro da porta de vidro, enquanto o jovem dava um passo atrás.

Kai lhe deu a garrafa de gel de banho a Quade. “Sente-se com vontades de lavar minhas partes?”

Quade pegou a garrafa e verteu uma quantidade de sabão com fragrância esportiva em sua mão. Começou pelo peito de Kai, sentindo os escuros mamilos endurecer-se com seu toque. A expressão no rosto de Kai, quando Quade baixou a mão para o sul era de amor e necessidade. Perguntou-se se seu rosto mostrava o desespero que sentia, não somente pelo corpo de Kai, mas também por seu coração.

Quade pegou o rosto de Kai e o apoiou contra a parede, pressionando-se contra a quente curva de seu amante, esperava que suas inseguranças desaparecessem. Depois de obter mais sabão, Quade ficou de joelhos. “Tem um traseiro incrível,” grunhiu, deslizando sua mão entre as nádegas de Kai.

Kai apoiou suas mãos contra a parede e abriu as pernas. “Beije-me,” Kai pediu.

Quade sabia o que seu amante queria. Com uma mão em cada nádega, Quade abriu Kai, enquanto a água levava o resto do sabão e a areia. Enterrou sua cara, girando sua língua ao redor da enrugada abertura. Quantas vezes havia fodido esse traseiro na semana anterior?

Quando Quade empurrou sua língua dentro da calidez de Kai, ele sabia que não havia maneira. Era um viciado. A grande pergunta era se poderia conseguir retirar-se?

“Foda-me,” Kai disse, levantando um pé e descasando-o na saboneteira.

“Espreme gel em minha mão,” Quade ordenou.

O corpo de Kai aceitou os dedos de Quade facilmente. Não era surpresa. Diabos, os dois não podiam estar juntos sem foder. Em minutos, Kai estava estirado e gemendo. Quade ficou de pé e posicionou seu pênis. “Está preparado para mim?” perguntou, inserindo a coroa de seu pênis antes de retirar-se.

Kai inclinou sua cabeça apoiando-a nos ombros dele. “Dê-me tudo o que tiver.”

Com suas mãos nos quadris de Kai, Quade grunhiu. “Sobe os dois pés, eu te sustento.”

Kai recompensou sua confiança pondo seu outro pé no nicho na parede. Pressionando a cabeça de seu pênis passou o anel de músculos, Quade uso suas mãos para estabilizar Kai. “É todo teu”. Quade disse. “Mostre-me que tão faminto está esse doce traseiro.”

Com um alto gemido, Kai se empalou na longitude do pênis de Quade. “Porra!” Quade gritou ante o espontâneo envoltório apertou seu agarre pelos quadris de Kai, quando seu amante usava o gancho de seus pés para foder-se ao pênis de Quade.

O olhar de Quade percorria os poderosos músculos das costas de Kai, enquanto eles dançavam e se contraíam. Nunca tinha tido um corpo que combinasse perfeitamente com seus desejos.

“Tem certeza de que me tem? Porque eu decidi não deixá-lo ir,” Kai disse, aumentando o ritmo.

“Eu sempre te terei, bebê,” Quade respondeu.

Ofegando e rindo, Kai pegou seu pênis em seu punho com uma mão, enquanto com a outra puxava Quade para beijá-lo. Quade abriu a boca para seu amante que se deslizou dentro.

Apesar da temperatura da água baixasse dramaticamente, a testa de Quade se cobria de suor frente à erótica cena refletida no espelho. “Amo-te,” Quade declarou. “Não importa que aconteça, precisa lembrar isto.”

O corpo de Kai tremia em seus braços quando gritou seu orgasmo. Sabendo que Kai estava satisfeito, Quade permitiu a si mesmo deixar-se ir, sua semente disparou dentro do corpo de seu amante. Sentiu seus joelhos tremerem pela intensidade de seu clímax e desceu Kai ao piso.

Com a água fria correndo entre seus corpos, Quade desceu Kai. Quade sabia que se perdia Kai nunca amaria de novo. Isso podia não ser para sempre, mas estava determinado a fazer o certo pela confiança do jovem.

 

Kai despertou com o som de pratos, abriu os olhos e olhou Quade pôr a mesa. “Cozinhou?”

Quade terminou de servir uma taça de vinho e se girou para ele. “Pronto” O homem mais velho olhou para a mesa. “Sim, pensei fazer um pouco de massa. Está faminto?”

Bocejando, Kai passou sua mão sob seu nu torso e arranhou suas bolas. “Esfomeado.” Desceu suas pernas do sofá e ficou de pé. “Sinto muito, não posso acreditar que tenha ficado dormindo, depois disto.”

“Deve ser o duro treinamento,” Quade comentou deixando várias tigelas na mesa.

“É.” Kai ficou de pé e se esticou. “Não posso acreditar o quanto fazia errado. É assombroso quão longe cheguei.”

Olhou Quade soltar um som de desaprovação, antes de rapidamente convertê-lo em uma tosse. “O quê?” Kai perguntou. “Algo te preocupa?”

Levou alguns momentos, mas finalmente Quade tirou uma cadeira e se sentou. “Vêem aqui.” Abriu seus braços e esperou que Kai se unisse a ele.

Uh Oh. Kai pegou seu roupão da cadeira e o pôs. “O que está acontecendo?” perguntou, sentando-se no colo de Quade.

Quade alisou o curto roupão de seda de Kai sobre sua coxa. “Você pensa que Van é maravilhoso, mas há algo que encontrei que me incomoda.”

A respeito de Van? Espera um minuto. Este era o ponto. “Porque você verificou Van?”

Quade se encolheu de ombros “Ciúmes. Depois de te ver com ele, eu precisava saber mais do formoso tipo com que passava todo o dia.”

Kai girou seus olhos. Van aparentava indiferença por Kai quando eles estavam juntos, isso definitivamente não era um segredo. “Alguns dias me perguntei por que me escolheu como estudante. Não precisa preocupar-se porque tenta entrar em minhas calças.” Girando-se, Kai se sentou escarranchado no colo de Quade. “Amo-te. É o único com quem quero me deitar, e pode ter certeza embora encontre a alguém mais jovem que Van.”

Quade entrecerrou seus olhos. “Não pretendo fazer um problema pela idade do tipo.”

“Tudo o que sei é... é que não o quer comigo.”

Quade assentiu com um leve movimento de cabeça. “Sabe que seu ultimo protegido morreu durante um torneio?”

“Claro. Todo mundo na comunidade do surfe sabe que aconteceu a Blain Hardesty.”

“Então, sabe que estava tentando executar uma manobra que Van tinha aperfeiçoado quando ganhou o campeonato anos antes? Que os juízes intervieram e disseram a Blain que não estava preparado para esse tipo de manobra?”

Kai se pressionou contra os musculosos braços de Quade, evitando que escapasse. “Sim, sei tudo isso. Em sua pequena viagem de investigação, encontrou que eles eram amantes, que Van esteve totalmente deprimido depois da morte de Blain. Ou que Van foi o ultimo em sustentar o corpo de Blain, quando respirou pela ultima vez?”

A cara de Quade estava pálida. “Não,” ele teve a decência de admitir.

“E sobre o fato de que o irmão de Blain, Bryan estava também ali. Que Bryan e eu fomos amantes nesse momento. Que ambos estávamos ali para aplaudir Blain?”

Kai fechou os olhos e descansou sua cabeça contra o ombro de Quade. “Essa tragédia arruinou a vida de muita gente.” Se sentou e olhou os olhos Quade. “Eu não sou Blain. Ele era um egoísta, concentrado em utilizar Van para obter suas metas. Eu não sou assim.”

“Sei que não é”. Quade adicionou, “Estraguei tudo, sinto muito, estou preocupado.”

“Não esteja.” Kai se inclinou e beijou os lábios de Quade. “Os surfistas sempre estão comentando que eles querem morrer na água.” Kai negou com a cabeça. “Eu não. Eu vi o que isso faz às pessoas que deixa na terra. Ouça, eu quero que Van me treine, porque sei que não é o culpado da morte de Blain.”

Quade se desabou contra o peito de Kai, “Eu não quero te perder eu não tenho certeza da profundidade dos sentimentos de Van por Blain, mas eu morreria se você se machucasse.”

Kai sabia que não estava exagerando. A menção de Blain trouxe más lembranças. Bryan tinha sido o primeiro amante de Kai e acreditava estar apaixonado. A tragédia destruiu tudo o que poderia ter acontecido entre ele e Bryan. Seu jovem amante se rompeu. Bryan caiu em um depósito de ira e depressão, até que finalmente sua família aceitou interná-lo em um hospital psiquiátrico. Sim, definitivamente tinha visto de primeira mão o que a morte faz para os sobreviventes. “Com toda certeza não vou fazer nada disso. Prometo-o.”

Quade inclinou o queixo de Kai para ele. “Isso é tudo o que posso pedir.” Deu a Kai um profundo beijo. “Nosso jantar está esfriando.”

Kai sorriu. “Não podemos permitir isso. Sou um menino em crescimento.”

Quade passou sua mão entre eles e pegou o pênis de Kai. “Em mais de uma maneira.”

 

 

                                               Capitulo Dez

 

             “Ok, apenas envia isso,” Quade disse, ao telefone em sua orelha. “Diga a Ryan contar a Guy Hoisington que Brewster’s tem novo proprietário.”

“Ainda não posso acreditar que esse idiota não seja castigado,” Carol afirmou.

“Não havia maneira de processá-lo, sem processar também David. Guy deixou perfeitamente claro que o que queria era a restituição dos danos feitos em Tall Pines Lodge.” Quade moveu o telefone à borda da mesa e ficou em pé. “Então, que mais está acontecendo?”

“Um, me deixe pensar. Neve, neve e mais neve, brincou,” Carol rindo.

Quade olhou pela janela a brilhante luz do dia. “Ouvi isso, algum frio estaria bem aqui, acredito que estamos acima dos quarenta graus.”

“Porra.”

Sorrindo, Quade pensou em Kai. “Está bem, posso com isso. Só me dê tempo de encontrar Kai. Telefone se necessitar algo mais.”

“Sinto sua falta, miserável. As coisas não são iguais sem você atirando sua merda em mim.”

Quade fez um som de beijoca ao telefone. “Amo-te também. Volto na segunda-feira.”

“Avisarei à imprensa,” Carol brincou.

Quade desligou o telefone e ficou de pé. Não podia acreditar que em só três dias deixaria Kai. Que faria despertando sem a doce boca ao redor de sua ereção matinal?

Pensar a respeito de seu ritual matinal tinha começado a inchar seu pênis. “Ainda não,” gritou, pressionando a frente de seus shorts.

Depois de pegar as chaves da mesa de café, Quade saiu para a avenida. Sempre chegava uma hora antes para ver seu amante em ação. Quade não tinha feito nada sobre o confronto com Van, mas ambos mantinham uma distância um do outro.

Quade sabia que Van não aprovava que Kai tomasse sua relação a sério. Embora Kai não dissesse nada sobre o difícil tempo com Van, o jovem estava melhorando depressa. Quade o levava da praia logo que a lição terminava.

Encontrar um lugar para estacionar na praia não era fácil, mas Quade encontrou um lugar ao meio quilômetro de distância. Quando chegou ao ponto onde estavam Kai e Van tinha apenas vinte minutos para ver seu amante surfar.

Tentando permanecer suficientemente longe para não distraí-lo, Quade se sentou na areia. Kai estava remando em sua prancha tentando alcançar uma onda, quando Van olhou da praia e lhe ladrou ordens.

Quade tinha visto a notável mudança no estilo de Kai com os dias anteriores. Quade sabia que seu amante ia subir na lista dramaticamente depois do torneio na Austrália. O que não sabia era por quantas temporadas Kai se manteria no ranking, até ser possível seu sonho de fabricar pranchas de surfe.

Justo quando Kai apanhou uma onda, o telefone de Quade soou. Pensava ignorá-lo em favor da vista, mas sua consciência não o permitiu. Tirando o telefone do bolso de seus shorts, olhou a tela. Merda. Quade esperou dois timbres a mais. Com um suspirou de resignação pressionou o botão. “Hei Mãe.”

“Olá, querido. Necessito que venha para casa. O doutor internou seu pai no hospital esta manhã.”

Quade ficou de pé e sacudiu a areia de seu traseiro. “O que está ruim?”

“Nelson não se sentiu bem, o Dr. Thrumbolt fez um exame completo. A pressão de Nelson está muito elevada e não pôde realizar um exame de esforço. O doutor pensou que era melhor internar seu pai para fazer mais exames.”

“Ele é um homem de negócios, Mãe. Claro que tem a pressão alta. Pai provavelmente não seria capaz de funcionar ao ritmo que o faz, se não a tivesse,” Quade disse sarcasticamente.

“Nelson Quade Madison, me surpreende isso vindo de você. Seu pai sacrificou tudo por sua família. Ao menos que pode fazer é mostrar seu respeito retornando a Charleston.”

Quade mordeu a língua. Seu pai não tinha sacrificado nada por sua família. Nelson Madison era um trapaceiro filho da puta, que não pensava em sua esposa ou em seu filho. Sempre tinha sido dessa maneira. Mais de uma vez seu pai perdeu um importante evento familiar, devido ao trabalho ou por sua amante. Quade sabia e tinha certeza que sua mãe também, mas essas sutilezas não encaixavam na visão social de Lorraine Madison. Sua mãe olhava para outro lado permitindo Nelson reinar livre.

“Querido?” Lorraine disse.

“Estou no Havaí, Mãe.”

“Então, isso levará um pouco mais de tempo, para chegar a Charleston. Quando lhe esperamos?”

“Não sabe se algo está ruim, porque não espera que os doutores encontrem algo, e então considero voar de volta”

“Porque eu te necessito aqui, agora, por isso. Porque há coisas que precisa ver antes que seu pai se ausente, coisas de negócios. Ambos sabemos que está esperando que você se encarregue das Indústrias Madison.”

“Porque estamos falando disto, se ele não morreu? Diabos mãe, quando chegar pode ser que tenha saído do hospital e pronto para voltar ao trabalho.”

“Não esta vez,” Lorraine disse.

“Que está me dizendo?” Quade olhou Kai de pé na praia falando com Van.

“Há algo nas células brancas de seu sangue. Não tenho certeza que significa, mas o Dr. Thrumbolt não estava satisfeito.”

Quade sabia que uma quantia elevada de células brancas significava infecção de algum tipo, mas isso era suficiente para afastá-lo do homem que amava? Essa era a grande pergunta. Seu pai tinha sido sempre distante, mais interessado em seus próprios negócios e na vida social. Quade não lembrava um momento familiar que a família fosse a primeira para Nelson.

“Pensarei a respeito disso,” finalmente disse.

“Por favor, filho,” sua mamãe rogou.

Quantas vezes tinha apoiado sua mãe quando um dos namoricos de seu pai saía à luz? “Já te disse que pensarei a respeito disso e se posso chamar o Dr.Thrumbolt para saber se encontrou algo.”

Lorraine suspirou dramaticamente. “Não posso acreditar que seja um egoísta a respeito disso.”

“Aprendi com o melhor. Falo com você depois, Mãe.”

Kai se dirigia para ele, e Quade terminou seu telefonema. Devolvendo o telefone ao seu bolso, encontrou seu amante na metade do caminho. “Estava bem ali,” disse a Kai saudando-o com um beijo.

“Obrigado,” Kai disse, pressionando-se contra Quade.

Rindo, Quade se retirou e olhou para baixo a seus agora molhados shorts. “As pessoas vão falar, ele brincou.

“Deixe que falem.” Kai tocou o lábio inferior de Quade com sua língua. “Com quem falava?”

“Minha mãe,” Quade respondeu passando suas mãos pelas costas de Kai e as deixando em seu traseiro. “Meu pai está no hospital. Ela quer que voe a Charleston.”

“Ele está bem?” Kai perguntou com uma nota de preocupação.

Quade se encolheu de ombros. “Não sei. Talvez seu rápido ritmo de vida finalmente o apanhou.” liberando Kai tirou a prancha da areia e a levou sob o braço. “Preparado para ir?”

“Sim,” Kai disse seguindo-o. “Então, uh, vai?”

Quade manobrou a prancha através das pessoas antes de responder. “Não tenho certeza. Falarei com doutor para ver se encontrou algo.”

“Você nunca fala de seus pais,” Kai murmurou.

“Não tenho muito de que falar. Eles nunca me quiseram ao redor, enquanto crescia. Diabos, acredito que minha babá me quis mais que qualquer um deles.”

“Qual era seu nome?” Kai perguntou.

“Glória,” Quade disse depois de um momento. “Ela era o tipo de mulher que qualquer menino teria desejado como sua avó. Glória era a que me recolhia da escola e me levava ao parque, e ficava comigo nas noites enquanto meus pais estavam em um importante evento social.”

Recordar à mulher mais velha lhe causou dificuldade para respirar. “Ela teve um derrame cerebral fatal, quando eu estava com mais ou menos treze anos. Lembro que fiquei preocupado quando não foi me recolher na escola. Telefonei para casa, mas ninguém respondeu. Então telefonei para o escritório de meu pai. Ele gritou comigo. Disse-me que tomasse o ônibus e deixasse de atuar como um marica.”

Eles chegaram ao jipe de Kai, e Quade carregou a prancha amarela e vermelha na parte detrás. “Quando cheguei a casa, Glória tinha morrido, encontrei-a no piso da cozinha com a lista das compras ainda em sua mão.” Quade se encolheu de ombros e sentou atrás do volante. “Depois do funeral meus pais me informaram, que eu já estava bastante grande para cuidar de mim mesmo, então o fiz.”

Kai aproximou seus lábios à mandíbula de Quade e murmurou. “Sinto muito. Posso dizer que a amava.”

“Sim, Quade suspirou. “Ela era provavelmente a única pessoa que amei além de você.”

“E por isso se assusta que algo possa me acontecer,” Kai disse, terminando o pensamento de Quade.

Quade se deu conta de que Kai estava certo. “Sim, acho que sim.”

Tirou o jipe do estacionamento e se dirigiu à casa de Kai. “Então, como se sente para o jantar?” perguntou, rapidamente mudando o tema.

 

Kai jogou as sobras de frutos do mar em um lado de sua casa. Não duvidava que o gato do vizinho as comeria em minutos. Aceitando a oferta. Antes de unir-se com Quade, Kai caminhou pela praia.

Eles tinham conversado durante o jantar, e Kai tinha certeza que Quade faria o que sua mãe lhe pediu e voaria a Charleston. Kai sabia que Quade faria o certo, mas não era fácil dizer adeus.

Cálidos braços envolveram seu peito. “Lindo entardecer,” Quade murmurou.

Kai estava perdido em seus pensamentos que não notou as brilhantes cores no céu quando o sol lentamente desaparecia dentro do oceano. “É”. Adicionou.

Quade se sentou e puxou Kai a seu colo. “Quer compartilhar isto comigo?”

Kai tinha visto milhares de entardeceres no Havaí. E escolheu aconchegar-se nos fortes braços de Quade e olhar seu rosto. Quanto passaria antes que eles estivessem juntos de novo? “Sentirei saudades,” disse.

Quade desviou o olhar dos olhos de Kai. “Eu também. Não tem idéia quanto.”

“Talvez eu possa pular uma ou duas competições do torneio e fazer outra viagem a Cattle Valley?” Kai deslizou sua mão pelo botão aberto da camisa de Quade, percorrendo o peito de seu amante. Os dias que Quade tinha passado na praia havia tornado a pele sob os dedos de Kai de uma cor dourada.

A mão de Quade cobriu a de Kai detendo seu percurso. “Ambos sabemos que não poderia manter a posição no ranking.” Quade fechou a distância e sua língua explorou o interior da boca de Kai. “Encontraremos uma maneira. Diabos, eu nunca fui à metade dos lugares que vai esta temporada. Talvez me una com você em Fiji ou Austrália.”

“A que hora é seu vôo?” Kai perguntou.

Em lugar de responder Quade ficou de pé com Kai ainda em seus braços. “Tenho quatorze horas para trabalhar nesse formoso corpo.”

Kai assentiu. Ele ainda podia ver o ultimo brilho do sol atrás dos ombros de Quade “Telefonei para Van e lhe disse que te levaria ao aeroporto. Ele disse que seria melhor que deixasse o treino, por hoje porque estaria distraído.”

Quade o levou para interior da casa direto ao quarto. “Prometa-me que não deixará que uma distração ponha em risco sua segurança? Nós estaremos juntos de algum modo, mas me preocupa sua segurança.”

Kai sorriu. “Agora soa como Van.” Baixou seus shorts e a cueca de seus quadris e os chutou longe.

Quade tirou sua roupa e puxou Kai à cama. “Eu vi de perto esse tipo, apesar de sua aspereza ao falar, acredito que tem sua segurança em mente. Escuta-o.”

“Farei isso.” Kai levantou suas musculosas pernas e envolveu os quadris de Quade tirando todo o peso da preocupação de cima a seu amante.

Os dois tinham feito o amor tantas vezes no mês anterior que Kai não precisou dizer o que queria. Quade reconheceu a linguagem corporal de Kai e pegou o lubrificante da mesa de noite.

A inserção dos dedos de Quade causou que Kai se arrepiasse. “Prometa-me que não se afastará,” disse, quando Quade introduziu o segundo dedo.

“Nunca,” Quade jurou, trocando seus dedos pela coroa de seu pênis. “É meu, e não há poder que faça que me afaste.”

Kai pressionou sua cabeça contra o travesseiro quando Quade lentamente entrava nele. Gostava de ouvir Quade referir-se a ele como dele, “Amo-te,” gemeu aceitando toda a longitude de Quade.

Quade se deteve e olhou Kai. “Você é meu, lembre isso.”

Quade se empurrou para trás para que entrasse até mais profundo. Kai olhou as duas veias de seu pescoço pulsar quando aumentou o ritmo. Enganchou suas pernas mais acima nas costas de Quade, Kai cedeu cada grama de controle para que seu maravilhoso amante lhe fizesse o amor.

“Marque-me,” ofegou, necessitava algo que recordasse Quade depois de que se fosse.

A boca de Quade atacou uma parte de sua pele sobre o coração de Kai. O rápido movimento entrando e saindo do corpo de Kai mais a forte sucção em seu peito.

“Ooohh,” Kai gemeu, sentindo o hematoma em seu peito.

Quade grunhiu quando soltou a pele de Kai e olhou seu trabalho. “Se vire a um lado,” Quade disse, empurrando-se profundamente antes de retirar-se completamente.

Kai fez o que pediu e olhou Quade acomodar-se de colher contra suas costas, sua posição favorita nas manhãs. Porque gostava disto agora?

Depois de aplicar mais lubrificar em seu pênis, Quade voltou a entrar em Kai com um só impulso. Ele flexionou seu corpo ao redor de Kai, e enterrou sua cara no pescoço de Kai. “Eu não posso fazer isso,” Quade disse movendo-se dentro e fora do corpo de Kai.

“Está bem. Nós temos toda a noite,” Kai respondeu girando seu rosto para beijá-lo.

Quade lentamente moveu sua cabeça. “O que não quero é ficar sem você em meus braços todo dia.”

Notou as lágrimas correrem pelas bochechas de Quade. “Shhh,” Kai o acalmou. “Este não é o fim, encontraremos como sair disto.”

Kai girou seu rosto dentro do travesseiro, tentando acreditar em suas próprias palavras. Sabia o quanto amava Quade sua pequena e utópica cidade. Construir pranchas de surfe era mais importante que estar com o homem que amava? Diabos, o problema era se o surfe valia à pena?

O polegar de Quade roçou contra o novo hematoma no peito de Kai quando a intensidade do coito quase era frenética. Kai se empurrou contra o pênis de Quade. “Foda-me,” ele rogou, envolvendo em sua mão seu próprio eixo.

Quade fodia como um homem possuído abriu mais Kai levantando uma de suas pernas pelos joelhos. “Não....Quero....Que....Isto.....Seja....O....Fim,” Quade particularizou cada palavra com um profundo impulso.

“Não o será.” Kai acreditava isso, não dava ao homem que amava outra opção.

 

 

                                 Capítulo Onze

 

Quade já estava desanimado quando chegou ao hospital, depois de vinte horas, de escala de e esperas em aeroportos, tinha tido muito tempo para pensar.

“Já era tempo,” Sua mãe o cumprimentou sarcasticamente quando entrou no quarto de seu pai.

Quade se deteve e deixou a bagagem. “Mãe, você tem idéia da distância que viajei?”

Desprezando o olhar de desaprovação, Quade se girou para a cama. “Como está ele?” perguntou, caminhando para seu adormecido pai.

“Foi programado uma angioplastia para a manhã. Dr. Thrumbolt pensa que os anos de estresse finalmente apanharam seu pai.”

Quade notou que sua mãe não levantou de sua cadeira no canto do quarto. Perguntava-se se sua mãe esteve sustentando a mão de seu pai desde que foi internado. Ela estava ali por obrigação ou por amor? Sabia que ele mesmo estava estritamente por obrigação. Seu pai nunca tinha estado ao redor de Quade, para que se formassem reais laços entre eles. “Que necessita que faça?” finalmente perguntou.

“Eu posso cuidar das coisas aqui, você se assegure que o escritório siga funcionando. Essa gente provavelmente pensa que estão de férias, sem seu pai ao redor. Assegure-se que eles saibam que o negócio seguirá como sempre.”

O negócio como sempre? “Eu não sei nada sobre como funcionam as indústrias Madison.”

“Bom é tempo de que aprenda. Seu pai dedicou cada sopro de sua vida a essa companhia depois de que seu avô inconscientemente quase perdeu tudo.”

Inconscientemente, Quade começou a apertar os dentes, Esse velho argumento, um que não importava nesse momento. “Vou a casa tirar uma sesta e tomar um banho. Colocarei a cabeça no escritório, depois disso se ainda houver tempo.”

“Deveria telefonar para o escritório. Não seria ruim saberem que pode chegar a qualquer momento.”

Quade girou os olhos recusando-se a responder deu um olhar a seu pai, antes de pegar sua bagagem. “Minha chave ainda funciona?”

“Não,” Lorraine disse. “A governanta te deixará entrar.”

Quade olhou a chave em sua mão que tinha carregado por cinco anos para nada. “Porque mudou a fechadura?”

Lorraine o olhou como se estivesse louco. “Porque foi.”

“Que? Por quê? Pensava que ia retornar e roubar algo? Jesus, Mãe!”

Cruzando seus braços sobre seu peito, Lorraine levantou o queixo. “Foi você que nos deixou.”

Decidindo que não valia à pena discutir, Quade pôs no ombro sua mala. “Telefone-me no celular se houver alguma mudança.”

 

Com uma toalha ao redor de sua cintura, Quade se sentou em sua suposta cama e telefonou para Kai. O completamente redesenhado quarto dizia muito a respeito de sua relação com seus pais. Se perguntava quanto tinham esperado, antes de empacotar todas suas coisas da infância.

Quando respondeu o correio de voz, Quade suspirou. “Hei. Só queria saber como foi. E se já estava se preparando para dormir. Telefone-me quando chegar. Amo-te.” Quade desligou, tirou a toalha e se meteu dentro das cobertas de alta qualidade de trezentos fios.

Voltando à idéia de deixar suas obrigações familiares e voar de retorno com Kai, quando o telefone soou. Buscando-o na ornamentada mesa, Quade sorriu quando olhou a tela. “Hei, bebê.”

“Hei. Como está seu pai?” Kai perguntou.

“Está bem, suponho. Minha mãe não me deixou ficar muito tempo no hospital, então pensei em retornar a casa e tirar uma sesta. Como foi no treinamento?” Quade se aconchegou sob os cobertores com o telefone entre seu queixo e ombro. Notou que Kai não respondia a pergunta. “Kai? Aconteceu algo?”

“Não. Bom, não realmente. Tive uma boa queda, mas estou bem.”

O corpo inteiro de Quade fixou tenso. “Você está bem? Que tanto se machucou?” Mentalmente calculou a diferença de horário e o que demoraria em retornar a Oahu.

“Relaxe. Apenas vários hematomas, mas nada importante. Embora meus ouvidos ainda estejam zumbindo depois que Van mastigou meu rabo pelo descuido.”

Quade podia muito bem imaginar a escolha de palavras que Van tinha usado. “Alegra-me que se preocupe com sua segurança. Como aconteceu?”

“Eu ainda não sei. Acho que minha cabeça não estava nisso.”

Pensar em que seu amante se machucou quase envia Quade a seu limite. “Estava pensando em nós?”

“Claro. Meus pensamentos nunca saem de você.”

“Escuta, bebê. Você me prometeu ser cuidadoso. E que não iria pensar em preocupações a respeito de nós. Você tem que se concentrar na onda e deixe a mim tratar com o resto.”

“Já sinto saudades,” Kai murmurou.

“Sinto sua falta também.” Quade passou sua mão sob os cobertores. Pegou o inchado pênis e rapidamente o acariciou antes de estremecer-se. “Meu pênis ainda está machucado,” ele riu, pensando nas horas que tinha passado na cama, antes de sua partida.

“É? Você deveria sentir meu traseiro,” Kai disse sarcasticamente.

“Amo sentir seu traseiro.” Quade imaginou seu pênis enterrado entre os globos do traseiro de Kai.

Kai riu. “Não hoje, não desejaria.”

“Em qualquer dia, qualquer hora, qualquer minuto.” Quade sentia uma dolorosa opressão em seu peito ao tentar imaginar as longas semanas ou talvez meses que passariam antes de voltar a ver Kai.

“Mmmm. Isso soa lindo,” Kai respondeu.

Quade bocejou, as compridas viajem o apanhou.

“Porque não tira sua sesta e me telefone quando despertar”, Kai disse.

“Seria meia-noite para você. Esperarei até que se levante pela manhã.”

“Amo-te,” Kai murmurou.

Quade caiu adormecido com o nome de Kai ainda em seus lábios.

 

Quade entrou nos escritórios de indústrias Madison depois de sua sesta. Quanto tempo tinha passado desde que tinha atravessado essas pesadas portas de vidro? Cinco anos? Seis? Deteve-se ante a mesa da recepção e se apresentou. “Hei, sou Quade Madison. Minha mãe avisou que viria. Paul Quirk ainda trabalha aqui?”

“Sim, Sr. Madison. Gostaria que lhe telefonasse?”

Quade negou com a cabeça. “Desejo surpreendê-lo em seu escritório, ainda é no mesmo lugar?”

“Não tenho certeza, onde estava, estou um ano na companhia, mas pode encontrar o Sr. Quirk na suíte 416.”

"Ele é o vice-presidente?" Quade disse mais do que um pouco chocado. Ele tinha cursado a faculdade junto com Paul e o ajudou a conseguir o emprego quando ambos se graduaram.              “Sim, senhor", disse a recepcionista, tentando ignorar o incessante toque do telefone.

Quade bateu com a palma na mesa. "Vou encontrá-lo obrigado." Caminhou até o elevador e apertou o botão. Paul vice-presidente? Ele ainda não conseguia acreditar e saber como seu pai não tinha mencionado a promoção de seu velho amigo. As portas se abriram e Quade entrou, havia alguns funcionários, mas ninguém o reconheceu. Ele estava um pouco envergonhado dele mesmo por perder tanto tempo entre as visitas. Perdeu algum tempo vagando pelos corredores das indústrias Madison, pelo menos uma vez por semana. Claro que era a única maneira de ver seu pai.

O elevador parou no andar executivo, Quade assentiu com a cabeça para alguns rostos conhecidos em seu caminho para o escritório de Paul. "Ele está aí dentro?" Quade perguntou a secretária, diante da porta de Paulo. “Ele o está esperando?" A bonita loira perguntou.              “Não. Sou Quade Madison. Paul e eu fomos à faculdade juntos”. Caminhou para a porta de seu amigo, mas ela o impediu.

“Me desculpe, Mr. Madison, mas Paul não gosta que ninguém entre sem ser anunciado, caso esteja no meio de alguma coisa."

               “Ah. Tudo bem”. Quade esperou a secretária fazer o seu trabalho. "O Sr. pode entrar", disse ela, desligando o telefone. Assentindo de leve com a cabeça Quade abriu a porta. O homem sentado a uma mesa grande ainda parecia com a pessoa que ele se lembrava. "Hei, Sr. Vice-Presidente", o saudou.

               "Quade cão velho, o que faz em Charleston?" Paul levantou-se e apertou as mãos de Quade.                "Minha mãe me pediu que viesse. Meu pai está no hospital." relatou ele, não foi surpresa que os funcionários de seu pai não soubessem de nada de sua saúde. Com Nelson Madison, tudo estava funcionando. Conversa nada vale à pena.

               “Espero que Nelson esteja bem", disse Paul, apontando para uma cadeira a Quade. Sentado em uma cadeira de couro preto e cromado, Quade assentiu. "Ele deve estar bem em um dia ou dois.”

Quade olhou ao redor do escritório de Paul. "Eu não posso acreditar que você foi um daqueles estrumes-fedido, com quem brincava na escola".

             Paul olhou-lhe brevemente ofendido. "Estou bem com meu trabalho."

“Claro que está. Meu pai não promove ninguém a menos que seja o melhor. Só estou surpreso com isso.” Quade repentinamente se sentiu molesto. “Então, que tem feito? Casou-se?”

Paul se burlou e levantou a mão, “Divorciado. De fato duas vezes. As esposas requerem muito tempo. E consomem muita energia. E você? Continua vivendo naquela cidade do oeste?”

“Cattle Valley, sim. Sou o prefeito Quade Madison para as pessoas da comunidade,” Quade se vangloriou.

“Bom para você. E suponho que não preciso perguntar sobre esposas,” Paul riu.

A imagem de Kai chegou a sua mente. “Meu par se chama Kai. É um surfista profissional vive em Oahu no momento.”

Paul assobiou. “Menino quando o faz, faz o correto. Talvez eu devesse tentar uma relação à longa distância. Seria mais fácil telefonar a casa durante o dia que tentar chegar a tempo a casa para o jantar.”

“Bom, nós não escolhemos a relação à longa distância. Nossos trabalhos estão em conflito com nossos acertos de vida,” Quade explicou.

“Ouvi-o. As pessoas não entendem quão importante é sua carreira para um homem. Bem vale a pena, tomar um pedaço de rabo pelas noites, como se diz?” Paul riu.

Quade queria gritar NÃO! Estava olhando seu amigo, realmente o via pela primeira vez. Paul parecia… velho. Quade se perguntava se o tentar seguir a corporação americana o tinha fechado ao amor. Pensou em seu pai. A última vez que o olhou parecia ter muito mais que os sessenta e dois anos que tinha

“Escuta,” disse ficando de pé. “Deixarei que retorne a seu trabalho. Eu preciso ver se há algo que requer minha atenção.”

Disse adeus e o deixou tão rápido como pôde. Quade caminhou ao outro lado do corredor ao escritório de seu pai.

“Quade!” Louise, a secretária a muito tempo de seu pai, disse, enlaçando seus braços ao redor dele. “Está tão formoso.” A mulher mais velha deu um passo para trás e o olhou de acima a abaixo.

“Aww, claro que diz isso a todos os filhos do chefe.” Lhe piscou um olho e lhe beliscou a bochecha.

“Vejo que segue tendo bom humor” Louise disse, aplaudindo a mão que lhe beliscava “Como está Nelson?”

“Realmente não tenho certeza, para ser honesto. Minha mãe se apressou a me tirar do hospital logo que cheguei. Ela disse que meu pai tinha programado uma angioplastia para amanhã.” Quade suspirou. “Para ser honesto, ainda não tenho certeza, porque ela tinha que interromper minhas férias e me fazer voar até aqui.”

Louise se esfregou o queixo e pegou e sentou-se atrás da mesa. “Tenho minha própria teoria a respeito disso.”

“Bom me ilumine?” Quade disse, apoiando-se na beira da mesa.

Os olhos da Louise revisaram os arredores antes de falar. “Não é nenhum segredo que ele quer aposentar-se. A companhia foi dirigida por um Madison por oitenta anos.”

Quade negou com a cabeça. “Eu lhes disse um milhão de vezes que não quero nada com a companhia.”

Louise assentiu com sua cabeça compreensivamente. “Ele está ficando velho, Quade. Penso que já se deu conta que esteve equivocado enquanto crescia. E quer você aqui para ensinar o que deveria haver ensinado faz tempo.”

“É muito tarde,” Quade grunhiu. “Negócios familiares ou não, eu nunca poria este lugar antes do que passar tempo com a pessoa que amo.”

Quade abraçou a si mesmo contra o escritório quando as palavras lhe caíram. Porra! Estou fazendo o mesmo. Somente, que em lugar de privar a meu filho, estou privando o homem que amo.

Golpeando com o punho a fria superfície, ficou de pé. “Sinto muito, Louise, mas preciso ir.”

“Algo está ruim?”

“Sim,” Quade se deu conta. “Mas, agora que sei o que é eu farei o correto.” Se inclinou sobre a mesa e beijou a bochecha da mulher. “Cuide-se. Não deixe que façam seu trabalho muito duro.”

“Pssh,” Louise lhe dizia adeus com as mãos. “Não estaria aqui se deixasse que essas barracudas me agarrassem.”

Quade saiu correndo do edifício, ansioso de por em marcha em caminho prá sua felicidade.

 

Com malas em mão, Quade entrou no quarto de seu pai no hospital. “Como está ele?” perguntou.

Lorraine levantou a vista de sua revista de modas, antes de retornar a seu artigo, ela era feliz em sua leitura. “Ele está acordado. Não é assim, Nelson?”

Nelson Madison abriu os olhos e olhou seu filho. “Como estão às coisas no escritório?”

Quade suspirou, sabendo que seria muito pedir que seu pai o cumprimentasse apropriadamente “Bem, suponho. Não quer perguntar como estou?”

“Houve problemas com a conta Henderson?”

Porque se incomodava? “Não ouvi nada disso.”

Quade olhou para seu pai, enquanto fechava seus olhos uma vez mais, obviamente desiludido de seu único filho. “Vou.” Quade declarou.

Nelson abriu os olhos amplamente. “Que? Não pode. Estiveste aqui menos de dois dias. Necessito que vigie o escritório, e me traga um prova litográfica.”

Esfregando suas mãos sobre seus cansados olhos, Quade se chutou por dar a essa sua gente seu precioso tempo. “Não tenho nada que ver com Indústrias Madison. Vou para minha casa em Cattle Valley. Tenho que arrumar umas coisas antes de retornar a Oahu.”

“Oahu? Que diabos há lá, para que abandone suas responsabilidades e cruze a metade do planeta?”

Quadrando seus ombros, Quade olhou seu pai aos olhos. “O homem que amo.”

A cara do Nelson ficou vermelha como uma beterraba. “Não trabalhei toda minha vida para que você evite as responsabilidades e corra atrás de algum menino marica.”

Inclinando-se sobre a cama, Quade pegou as lapelas azuis do pijama de seu pai. “Cuida sua boca, egoísta filho de cadela.”

“Quade!” Lorraine ofegou, pondo sua mão em seu peito. “Que te acontece?”

Quade liberou seu pai e olhou para sua mãe. Quantos anos tinha rezado, esperando que algum dia seu pai pudesse amá-lo. “Amor, Mãe. Pela primeira vez em minha vida alguém verdadeiramente me ama.”

“O amor não paga as contas,” seu pai o interrompeu.

“Como diabos pode sabê-lo? Alguma vez se apaixonou ou iguala o amor com uma fodida rápida à hora do almoço?”

Nelson se deteve quando Lorraine limpou alto a garganta. Girando seus olhos, Quade olhou para sua mãe. “Não se faça de inocente, Mãe, esse papel não fica bem.”

Caminhou para a porta e pegou sua mala. “Vocês dois são as duas pessoas mais centradas em si mesmos, que já vi. E deveria odiá-los pela maneira que me criaram, mas não o faço. O fato é que realmente não deveria sentir nada por nenhum de vocês. Mas o faço, obrigado. Vim aqui e esclareci várias dúvidas. Agora sei que não deixarei que meu trabalho interfira em minha vida amorosa, um trabalho não é tudo o que terei.”

Quade abriu a porta e olhou por sobre seu ombro. “Espero que seu procedimento saia bem, Pai. Manterei-me em contato.”

Deixando o quarto de hospital, Quade sentiu como um grande peso lhe saia dos ombros.

Tinha trinta e oito anos. Era tempo de seguir seu próprio caminho na vida.

 

 

                                     Capítulo Doze

 

Quade olhou a porta abrir-se e fechar-se. “Carol?”

Sua secretária gritou “Quade? Que faz aqui de volta tão logo?”

“Estou farto de limpar as coisas. Poderia me trazer uma xícara de café?”

“Com certeza,” Carol respondeu com desconfiança na voz.

Quade ouviu o farfalhar de tecido quando ela se afastou. Ela tirou o casaco, a gorro e o cachecol. “Já tinha feito café?” ela perguntou.

“Fiz alguma coisa, mas já quase acabou.” Enquanto Carol se movia pelo escritório, Quade seguia trabalhando. Pegou uma nova pasta de uma caixa no piso e a etiquetou.

Carol caminhou com uma xícara em uma mão e uma jarra com água na outra. “Quanto tempo leva aqui?” ela perguntou, preenchendo a xícara de café antes de fazer uma nova jarra.

“Bastante tempo,” Quade respondeu, baixando a caneta. Tomou um grande gole da quente beberagem. “Estou tentando ordenar o arquivo.”

Os passos da Carol vacilaram. “Você? Que está fazendo?”

“Sente-se.”

Deixando sua xícara de café na mesa de Quade, Carol se sentou. “Está morrendo?”

Quade começou a rir. Deixaria a Carol e sua língua. “Não, mas vou sair.”

“Que quer dizer, com vou sair? Acaba de retornar.”

               Quade tomou uma profunda respiração, dizer a sua velha amiga seria a parte mais difícil da transição. Deixou sua própria xícara na mesa e se inclinou para frente, olhando os olhos de Carol. “Vou deixar de ser prefeito, vou para o Havaí.”

Carol se endireitou em sua cadeira, seus olhos tão grandes como mocho. “Wow! Eu… Eu não sei o que dizer. Eu não posso imaginar esta cidade sem você.”

“Eu sei, é repentino,” Quade começou.

“Não,” Carol interrompeu. “Não tem que me explicar. Sei quanto ama a esse menino. Só estou impactada.”

Carol rodeou a mesa e apertou a mão Quade. “Que necessita que faça?”

Quade não podia acreditar que sua amiga tomasse as notícias tão bem. Ele a tinha imaginado lhe gritando, lhe dizendo que estava louco, mas ela estava bem com isso. “Que te acontece? Porque está tão calma?”

Carol suspirou e liberou sua mão. “Porque eu vi isso acontecer. Faz algum tempo que sei. Este trabalho esta cidade significavam tudo para você. Até as férias do ano passado.”

Ela se encolheu de ombros. “Você retornou diferente. Eu tentei dizer a mim mesma que só era seu pênis falando, mas quando os meses passavam e você não se mostrava interessado em nada, nem em nenhum outro homem, soube.”

“Que estava apaixonado,” Quade contribuiu.

“Sim. Ver o Kai aqui…” Ela negou com a cabeça. “Bom, o homem era literalmente um peixe fora da água.”

Quade sentiu a calidez invadi-lo. Apesar de todos seus lindos argumentos, Carol era a melhor amiga que um homem podia ter. Ela o entendia. “Então, me ajudará? Preciso deixar o escritório em ordem.”

“Bem, precisa programar uma reunião de conselho para discutir a substituição,” Carol adicionou.

“Sim. E preciso pôr a venda minha casa.” Tinha muitas coisas que fazer antes de retornar com Kai. “Quanto tempo levarei para arrumar tudo e sair correndo da cidade?”

Carol ficou de pé e girou os olhos. “Eu realmente sou muito eficiente, mas cuidaremos de uma coisa por vez, arrumemos o escritório.”

Ela levantou a xícara de café e tomou um gole. “Terá que explicar a seus amigos que nos deixará.” Carol se girou para sair do escritório de Quade, mas se deteve. “Está bem, sabe fazer algo para encontrar a essa ou essas pessoas especiais.”

“Fará-o.” Em seus débeis ou bêbados momentos tinha elogiado as curvas de Carol ou seu comprido e castanho cabelo. Claro, logo que estava sóbrio negava essas conversações. A mulher era malditamente forte. A última coisa que precisava era uma secretária endeusada.

Desejava que os outros pudessem ver sob a insolente personalidade da sensual mulher, ele sabia que se escondia debaixo, a diferença da maioria das mulheres em Cattle Valley, Carol não era lésbica. Ela tinha se mudado à cidade com dois homens, que depois se deram conta que não queriam uma mulher no meio. Quade a tinha contratado um pouco depois que seu namorico tinha terminado, mas a conhecia o suficiente para saber que ela tinha mudado depois da traição.

“De seus lábios aos ouvidos de Deus,” ela disse de seu escritório.

Os olhos de Quade se encheram de lágrimas. Talvez arrumar a papelada que era o ultimo que tinha que fazer antes de ir-se.

 

“Vê-te como uma merda,” Van murmurou na metade do alongamento.

“Obrigado” Kai disse. Sentindo-se como merda.

Van deteve o exercício e pôs suas mãos em seus quadris. “Está tentando ficar doente? Está competição é menos de uma semana.”

Kai olhou para seu mentor, sentindo-se mais fraco do que normalmente se sentia, Kai caiu na areia. “Eu sinto falta dele. Não posso comer. Não posso dormir.” Negou com a cabeça. “Vivo cada dia esperando os sessenta minutos de um telefonema.”

Van murmurou algo antes de sentar-se a lado de Kai. “Que tem que fazer para ter sua cabeça em forma? Porque não há maneira de que possa entrar em um torneio de surfe nessa condição.”

“Eu sei,” Kai confessou. “Talvez possa encontrar uma maneira de passar tempo com Quade entre o torneio?”

“Eu teria que deixar de te treinar se o fizer.”

“Eu sei.” Se sentia horrível por desperdiçar o tempo de Van. “Então, talvez eu queira ser todo o bom que sei que posso ser, mas preciso ser feliz. Deveria isso contar algo?”

Van pôs sua mão no ombro de Kai. “No esporte de surfe? Não. Só na vida” Van pareceu considerar a resposta uns momentos. “Acredito que o melhor é deixá-lo passar.”

“Faria-o?” Kai perguntou. Van não era famoso por seu trabalho ético. O homem não fazia nada se não envolvia o surfe.

Van assentiu. Levantou um punhado de areia e a deixou cair entre seus dedos. “Isto? As praias, o oceano, sempre estarão aqui, mas se perde algo quando não há alguém com quem desfrutá-lo.”

Van se sacudiu a areia, claramente incomodado com o tema. “Competir é fantástico, mas sempre será um surfista, os pontos e torneios não podem te afastar. Toma de um velho surfista, necessita mais que isso.” Van sorriu. “Fede a solidão.”

Kai não pôde evitar e riu. “Acredito que é a primeira vez que vejo algo parecido a um sorriso nessa sua formosa cara.”

Van ficou de pé e se sacudiu a areia. “Não há muito por que sorrir.”

Antes que o mentor pudesse afastar-se, Kai pegou a mão. “Blain não te merecia.”

Van se encolheu de ombros. “Talvez não, mas eu mereço a culpa por permitir que acontecesse.”

“Você não o matou.”

“Nem o salvei.” Van tirou sua mão e caminhou para a prancha de Kai. “Está preparado para fazer isto?”

 

Quade olhou para a mesa de caras surpreendidas. “Então, que é isto. Nós precisamos ter um prefeito interino até as eleições de abril.”

Os membros do conselho pareciam estar em estado de choque. “Eu gostaria de nomear George Manning.” Quade olhou para o chefe de bombeiros da cidade. “Sei que tem outras obrigações, mas com Carol na equipe, poderá cumprir ambas.”

Levantando uma sobrancelha, o respondeu. “Não tenho certeza de poder trabalhar com ela, parece que não lhe agrado muito.”

Quade moveu a mão afastando as preocupações de George. “Não tome pessoal. É sua autodefesa, ela vai estar bem. Uma vez que a conheça a amará, como eu o tenho feito.”

George olhou de Quade ao resto do conselho. Quade estava surpreso pelo rubor no pescoço do alto homem. Porque o envergonhava a nominação, ou era outra coisa? Hmmm.

“No inverno há muito poucos incêndios. Por mais que eu odeie que Quade deixe a cidade, acredito que posso levar o trabalho alguns meses, isso se vocês estiverem de acordo?”

“Todos a favor de fazer George Manning prefeito interino que levantem a mão?” Quade perguntou ao conselho.

“Bom, parece que é unânime,” Quade declarou. Olhando para Asa Montgomery, Ryan Blackfeather, Palmer Wynfield, Pam Gleason, Jeb Baines, Sam Browning e Ryan Bronwyn baixar suas mãos.

Quade ficou de pé cruzou a mesa de conferências e apertou a mão do George. “Felicitações, Sr. Prefeito.”

George sorriu e apertou as mãos. “Quer ir dar a notícia a Carol?”

“Chama-a a sua casa. Não se preocupe estará bem.”

Quade sentia desejos de saltar de alegria. Não somente havia resolvido o obstáculo de conseguir um novo prefeito, mas desconfiava que havia resolvido a solidão de sua amiga também, se o que leu nos sinais do George não eram equivocadas. O homem sempre tinha sido aberto com o fato de que percorria ambos os caminhos, talvez Carol pudesse ser afortunada e George poderia estar em seu caminho.

Depois de seu encontro, Ryan apartou Quade “Quero te convidar uma cerveja antes que vá a sua casa?”

Quade olhou seu relógio. “Com certeza. Kai deve estar treinando por uma ou duas horas mais,” respondeu acompanhando Ryan a descer os degraus. “Sigo-te.”

Funcionando seu Escalade, Quade começou a sentir-se nostálgico. Conduzir pela rua principal trouxe-lhe bons momentos a sua mente de seu tempo desde que chegou a Cattle Valley. Talvez falasse com Kai de retornar à pequena cidade algumas semanas ao ano. Sorriu, ele amaria ver a cara de Kai quando o rodeio chegasse à cidade.

Chegando frente do Brewster’s, Quade se uniu a Ryan na calçada. “Ouviu o novo proprietário sobre mudar o nome do lugar?” perguntou assinalando o letreiro.

Ryan riu e abriu a porta da frente. “Com um nome como Sean O'Brien imagino que o novo proprietário trocará algo mais que o nome. Penso que logo teremos um genuíno bar irlandês.”

Quade riu. “Sim, acho que tem razão.” Apontou para uma mesa. “Tomemos essa para nossa primeira rodada.”

Ryan assentiu e tirou seu telefone celular. “Eu provavelmente deveria telefonar aos meninos e dizer que chegarei um pouco mais tarde que o acostumado.”

Quade sorriu e caminhou para o bar. O novo proprietário estava apoiado contra o maltratado balcão de madeira falando com Ben Zook. Quade só o tinha visto brevemente depois de sua volta de Charleston na semana anterior, mas não o tinha esquecido. O tipo era tão bonito que era inesquecível. Quade imaginou que Sean devia ter moldado seu corpo profissionalmente de algum jeito antes de chegar a Cattle Valley. O homem era enorme, com amplos peitos. A cor avermelhada de seu castanho cabelo falava da origem de Sean sem necessidade do nome.

“Aahh, Prefeito Madison”, Sean cumprimentou. “Que posso lhe oferecer?”

“Duas cervejas, por favor.” Decidiu não dizer nada sobre sua renúncia, até o anuncio formal no dia seguinte.

Enquanto esperava olhou ao redor do bar. Está mais cheio que o normal em uma noite entre semana? Sabia que se devia provavelmente ao novo proprietário. Quem poderia resistir a ver esses músculos debaixo dessa camiseta enquanto Sean trabalhava?

Com as garrafas frente a ele, Quade tirou uma nota de dez dólares. “Fique com o troco.”

Sean assentiu. “Obrigado.”

Quade levou as garrafas à mesa, e se uniu a Ryan. “Quanto tempo lhe disseram os meninos que podia ficar?” perguntou.

Ryan sorriu. “Bom, quando dei as notícias decidiram vestir-se e vir conosco. Eles devem estar aqui a qualquer momento… a menos que se distraiam.”

“Esses dois? Não,” Quade brincou. Pegou um gole de sua cerveja e olhou seu amigo. “vou sentir saudades deles.”

“Tem certeza de estar fazendo o certo? Que fará no Havaí?”

“Foder o homem que amo,” Quade disse antes de ficar sério. “Encontrarei algo em que ocupar meu tempo. Tenho bastante dinheiro para viajar com Kai durante alguns anos, ele espera ter sua loja e construir pranchas de surfe. Só uma pequena, mas tenho certeza que haverá bastante trabalho para ambos.”

“Sabe que vai com ele?”

Quade se mordeu o lábio inferior. “Não. Estou preocupado com que perca a concentração.”

Ryan tomou outro gole de sua cerveja. “As surpresas nem sempre são as melhores. Penso que deveria dizer ao menos que você vai. Não tem que lhe dizer que está se mudando daqui se não quiser, mas você sozinho o está decidindo.”

Quade pensou a respeito disso. “Tem razão, vou considerar isso.”

Umas mãos frias cobriram os olhos de Quade antes que uns suaves lábios murmurassem em seu ouvido. “Ouvi que pensa que o cenário do Havaí é melhor que o daqui.”

Quade sorriu. Nate sabia muito bem quão lindo era, mas também tomava muito bem. “Ver o cenário do Havaí não me matará,” respondeu.

Rindo, Nate beijou o pescoço de Quade antes de golpear seu quadril, “Se mova.”

Quade pôs seu braço ao redor do pescoço do Nate, roçando o perfeito cabelo do homem com seus nódulos. “Que farei sem você para me torturar?”

Nate aplaudiu a mão de Quade e arrumou seu cabelo. “Sofrer suponho.”

Olhando a mesa ao Ryan e Rio em um jogo de hóquei com as amígdalas um do outro. “Admito que sentirei saudades do ambiente aberto.”

Nate cruzou suas mãos e se limpou a garganta, até que seus amantes se separaram. “Vocês se importam? Vocês estão tentando fazer sua própria pequena festa aqui.”

“Sinto muito,” Rio murmurou, limpando a boca.

Quade deu um pequeno empurrão ao Nate com os ombros que esteve a ponto de tirá-lo dos bancos. “Então, você vai competir por meu posto?”

“Prefeito?” Nate perguntou com suas mãos em seu peito.

“Claro, tem que aprender a lidar com a Carol,” Quade adicionou.

Nate riu. “Posso dirigir a Carol. Sou bom com essas mulheres.”

Ryan se engasgou com sua cerveja e Rio começou a rir.

Nate entrecerrou os olhos e passou seus dedos pelo braço do Ryan. “Poderia ter algumas disputa com o xerife em certos assuntos?”

“Ocasionalmente,” Quade disse com um sorriso. “Interessa-te?”

“Mmmm, sim.”

Ryan grunhiu e Nate riu. Quade votaria pelo Nate em um segundo. E tinha a forte suspeita que muita gente da cidade pensaria o mesmo. Isso poderia fazer voar a parede do departamento do xerife quando eles tratassem o pressuposto. Definitivamente retornaria a Cattle Valley, pelo menos uma vez ao ano.

 

“OH Meu Deus. Não posso acreditar que finalmente esteja aqui,” Kai disse salpicando de beijos cara de Quade.

Quade pegou Kai para um entusiasta beijo. “Talvez devêssemos guardar o resto de nossas saudações para um lugar um pouco mais privado?”

Kai olhou os outros passageiros no carrossel das malas. “Provavelmente você esteja certo,” adicionou, tomando a mão de Quade. Não podia acreditar que Quade tivesse chegado a tempo para voar com ele a Austrália no fim de semana.

“Está cansando?” Kai perguntou. Quade tinha perdido a conexão com o vôo em Los Angeles, devido ao mau tempo em Wyoming. O que lhe causou esperar quatro horas em Los Angeles pelo próximo vôo.

“Esgotado, mas não o suficiente para não te dar um apropriado reconhecimento quando chegarmos a casa,” Quade lhe informou, discretamente roçou sua mão sobre a frente dos shorts de Kai.

“OH Deus,” Kai riu. “Admito que fiquei um pouco preocupado.”

Quade liberou a mão de Kai quando olhou sua mala. Cruzes! É uma enorme mala, Kai pensou. O se surpreendeu quando Quade alcançou outra enorme mala do carrossel.

Empurrando-a entre a multidão, Kai pegou uma das malas. “Homem, comprou muitos presentes ou o que?” Kai riu. Em lugar de tentar levantar a mala, ele a levou puxando-a através da multidão.

“Algo parecido com isso,” Quade respondeu. Presentes? Kai amava os presentes.

Kai o guiou para o jipe. Depois de subir as enormes malas na parte de atrás, sentou atrás do volante. “Está fome? Posso me deter em algum lugar antes de chegar a casa?”

Quade negou com a cabeça. “Comprei comida entre os vôos. Não queria perder tempo comendo.”

“Acredito que tem razão,” Kai adicionou, inclinando-se para beijá-lo. “Mmm,” ele gemeu, introduzindo sua língua profundamente sentiu seu pênis dolorosamente duro em seus shorts. Quebrando o beijou, sorriu. “Se não pararmos agora, provavelmente te deixe que me foda aqui no estacionamento.”

“Então conduz porque outro beijo como esse e provavelmente te foderei aqui.”

Sentindo-se mais feliz que em quase um mês, Kai foi para sua casa, manteve suas mãos em si mesmo até que levaram as malas até o chão de sua casa, Kai começou a tirar roupa, “Nus. Agora.”

Kai estava nu em pouco tempo e ajudou Quade com seus jeans, enquanto seu amante tirava a camisa, e os sapatos. Facilmente deslizou sob os quadris o brim de Quade, Kai foi recompensado quando o grosso pênis de seu amante saiu livre.

Sem esperar convite, a boca de Kai imediatamente envolveu a cabeça da ereção de Quade. A degustação em sua língua o pré-sêmen. “Mmm,” gemeu, tomando mais da longitude de Quade em sua boca.

“Porra,” Quade grunhiu, agarrando um punhado do cabelo de Kai. “Deus senti saudades de sua boca.”

Kai sorriu ao redor do grande pênis e assentiu. Tinha suas mãos nas nádegas de Quade aproximando-o mais, para tomar mais dele.

“Foi muito tempo, bebê. Não vou durar muito se você seguir,” Quade particularizou. Começou a empurrar a sério dentro e fora da boca de Kai.

A declaração só fez que Kai quisesse mais. Pressionou seu dedo contra o apertado buraco de Quade até que deslizou a ponta dentro.

“Aaahhh,” Quade rugiu, gozando na garganta de Kai.

Kai continuou chupando até que o pênis de Quade esteve flácido. Kai se levantou e Quade o abraçou. “Essa foi um inferno de boas-vindas.”

“OH, e ainda não olhou tudo. Espera até que cheguemos à cama,” Kai cantarolou, balançando suas sobrancelhas.

As malas no piso captaram sua atenção. “Então. Diga-me que comprou para mim?”

Em vez de abrir as malas, Quade guiou Kai para o sofá. Kai se acomodou no colo de Quade, seu lugar favorito. “Bom, não vai me dizer?” perguntou de novo.

Quade deu Kai um estranho sorriso. “Não posso acreditar, mas repentinamente estou tão nervoso como o inferno.”

Confundido, Kai beijou a ponta do nariz de Quade. “Não fique nervoso. Com certeza vou adorar o que tenha comprado para mim.”

“Sim? Se digo que me comprei para você?”

Kai embalou as bolas de Quade. “Acredito que já provei quanto amo esse presente.”

Quade deu um suspirou, negou com a cabeça. “Isso não é exatamente o que quis dizer.”

“OH? Então o que?”

“Renuncie a meu trabalho, penso me mudar para Oahu e serei um seguidor do surfe,” disse.

Impactado, Kai olhou fixamente aos olhos de Quade. “O que? Você ama seu trabalho. Diabos, ama essa cidade.”

“Sim, mas nem de perto tanto como ao homem que tenho em meus braços. Ir para casa em Charleston abriu meus olhos sobre várias coisas. Principalmente, que absolutamente nada na vida é mais importante que mostrar às pessoas que amo a atenção que merecem.”

Kai estava afligido com a emoção que não pôde falar por uns momentos. Quade tinha razão. “Posso renunciar ao surfe. Nós podemos nos mudar a Cattle Valley.”

“Não,” Quade disse dando a Kai um suave beijo. “Não, eu já fiz o que precisava fazer, mas sua carreira está a ponto de decolar. Eu gostaria de viajar com você se me permitir isso?”

Aquele incrível homem altruísta retornou. “A viagem não poderia ser o mesmo sem você.”

 

 

[1] Sr. scrooge, refere-se ao Ebenezer Scrooge personagem egoísta e miserável do conto de 1843, de Charles Dickens um conto de Natal, usa-se atualmente para definir a uma pessoa sem espírito natalino.

[2] Némesis deusa do castigo na mitologia grega.

[3] Michelin, é fabricante de pneus, faz referência a um traje isolado, tipo de esquiador.        

[4] Refere-se a mostrar seus sentimentos, no jogo de cartas, “mostrar sua mão”, quando ensina o que tem.

[5] Ator inglês que é o mais recente James Bond.

[6] Banshee, segundo a mitologia irlandesa é uma fada de outro mundo que pressagia a morte, e é um emissário do outro mundo.

[7] Mítico gigante lenhador, das histórias norte-americanas e franco canadenses.

[8] Frostbite, embora literalmente se traduz como congelamento, é o dano e/ou necrose. (morte da malha), que sofrem o nariz, dedos e pontas dos pés devido à exposição de frio extremo.

[9] Dr. pepper - pimenta suave.

[10] Fisting término virilhas que faz referência a pratica sexual que consiste na introdução parcial ou total da mão na vagina ou no ânus, é uma pratica extrema que não se recomenda sem os cuidados prévios, (desinfecção, limpeza, luvas, lubrificante, etc.) e cuidados posteriores.

[11]  Wipe Out, Canção instrumental de the surfairs, e The Big Boy.

 

                                                                                Carol Lyne 

 

 

                      

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