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Series & Trilogias Literarias
Porque você acreditou neles, celebrou com eles,
Os amou e encorajou
Ella Frank e Brooke Blaine convidam você para juntar-se à
Ace Samuel Locke e
Dylan Prescott
No sábado, dia 24 de maio, às seis horas da noite
No Hotel Floridian, 4406, Palm Way – Orlando, Flórida
Por amor, risos e um felizes para sempre.
Capítulo 1
PRINCESA NERVOSINHA
ACE
— De acordo com fontes próximas do casal, o casamento do ano entre Ace Locke e Dylan Prescott acontecerá na propriedade de Ace em Beverly Hills, em março. Espere algo discreto para o casal notoriamente privado. — Paige, amiga e extraordinária planejadora de casamento, baixou a cópia de Celebrity Gossip e arqueou uma sobrancelha para nós. — Sério. Algo que vocês querem me dizer?
Dylan revirou os olhos quando tirou o papel de suas mãos e rapidamente jogou-o no lixo. — Você não pode acreditar em nada dessas coisas. O que eles fazem, simplesmente sentam-se e fazem coisas o dia todo? Gostaria de saber quem são essas chamadas “fontes.”
— Bem, Paige é mestre em realizar o impossível. Talvez ela pudesse pensar em algo em um mês. — eu disse, lançando um piscar de olhos em sua direção.
— Oh, inferno, não. — ela se levantou, alisando a saia lápis vermelha e disparou para um carrinho de bagagem cheio de álbuns de recortes e revistas. Quando ela começou a descarregá-las na mesa na minha frente, meus olhos cresceram.
— Isso é...
— Temas e ideias de casamento? Por que, sim são, senhor Locke. Você não vai ter nada “discreto e privado” se eu estiver no comando. E de nossas conversas anteriores, eu estou no comando, então preciso que você e seu noivo gostoso passem algum tempo com esses garotos maus. Mas primeiro, precisamos definir um local e uma data. Eu sou bastante persuasiva quando quero ser, mas não sou uma trabalhadora milagrosa. Embora... eu suponho que citar nomes1 virá a calhar neste caso.
Abri uma das revistas, e quando meus olhos pousaram em arranjos de flores, senti uma dor de cabeça começar. Haviam flores cor de rosa, creme, amarela e todas as outras cores imagináveis, além de algumas combinações que eu nem sabia serem possíveis.
— Umm...
— Esse é o seu tom assustado, só no caso de que isso não seja óbvio. — disse Dylan, enquanto ele caminhava ao redor do balcão da cozinha e se aproximava de mim.
— Eu não estou assustado. É só que...
— Sim, você está. — disse Dylan, apontando um sorriso em minha direção. — Toda vez que falamos sobre isso, você começa a ter esse olhar no seu rosto...
— Não, eu não tenho... — eu disse. — Esse olhar?
— Este olhar ‘puta merda’. Seus olhos se arregalam, o suor explode na sua testa, e então acabamos mudando de assunto. — Dylan olhou para Paige, que estava no lado oposto do balcão e disse: — Ou seja, nós não decidimos qualquer coisa.
— Não é como se eu mudasse o assunto de propósito.
— Claro que não. Não há nada de errado em estar sobrecarregado, Ace. É por isso que contratamos Paige.
— Eu não estou... Okay. Bem. Temos... tanto para decidir. Flores, comida, música, convidados, sem mencionar o local. Nunca pensei em me casar, e muito menos ter que me sentar e escolher o tipo de flores que quero na cerimônia.
— Oh, eu também preciso que você as escolha para a recepção. — acrescentou Paige.
— Não está ajudando, Paige. — disse Dylan.
— Olha — ela disse, enquanto se aproximava de mim pelo outro lado. — Você está me dando muito dinheiro pelas minhas habilidades. Então use-me.
Girei minha cabeça e vi o canto de sua boca se contrair. — Usar você, hein?
— De qualquer forma que você gostaria. Esse é um convite aberto para você também, Dylan.
— Por que de repente eu sinto como se estivéssemos falando sobre coisas além de um casamento e uma recepção?
— Ei, eu também posso ajudar com a noite de casamento... apenas dizendo. Você pode pedir a Dawson uma referência, se quiser.
Eu me levantei da banqueta do bar e fui até a geladeira para pegar uma cerveja. Se alguma vez houve um tempo perfeito para beber, agora era a hora. Paige estava tentando encontrar-se comigo e Dylan durante as últimas semanas para examinar nossas “opções”, mas nós dois estávamos tão ocupados com o trabalho que esta foi a primeira vez que realmente tivemos tempo para sentar e falar sobre isso. Também foi a primeira vez que passamos mais de vinte e quatro horas juntos em muito tempo.
— O que é o mais importante? — perguntou Dylan. — Talvez se nós dermos um passo de cada vez, ao invés de você nos dar uma lista enorme, parecerá menos... assustador.
— Localização. — disse ela sem hesitação. — Precisamos decidir isso antes de qualquer outra coisa, e você tem opções ilimitadas. Quer ficar em L.A.? Em algum lugar da costa? Um destination wedding2? Dylan, eu sei que sua família está na Flórida, então também é uma possibilidade. O céu é o limite.
Esfreguei meu queixo enquanto pensava sobre isso. Depois que nosso envolvimento no Carly Wilde Show ficou viral, as coisas ficaram mais caóticas do que nunca. Helicópteros, paparazzi nos perseguindo... nada disso parou nos meses seguintes desde que eu propus a Dylan ao vivo. Não que eu me arrependesse - era um momento perfeito, o momento perfeito para dizer ao meu homem e ao mundo que eu queria que ficássemos juntos para sempre.
— Essa revista de lixo disse que o casamento seria aqui, em março. — eu disse. — O que significa que eu acho que L. A. deveria estar fora de questão.
— Eu concordo com isso. — Dylan assentiu. — Eu não vejo como escaparíamos tendo esses helicópteros no ar, não importa quão secreto mantivéssemos tudo.
Paige riscou algo da lista e tocou a caneta contra seus lábios. — Ok, então o sul da Califórnia está fora. Eu irei adiante e descartarei Las Vegas também. A menos que você queira seguir meu exemplo e se casar em um drive-thru.
Era verdade - a nossa planejadora de casamento anti-casamento tinha feito o impensável e casou bêbada com seu ex-inimigo e agora companheiro de alma, Richard Dawson, há alguns meses... não que o enorme diamante amarelo Tiffany no dedo dela a tivesse transformado em manteiga derretida. Pelo contrário, ela parecia tão mal-humorada como sempre.
— Com toda classe, acho que já tivemos o suficiente de Vegas por um tempo. E eu definitivamente não quero me casar em Chicago perto de meus pais. — eu disse, e então olhei para Dylan, que pensava profundamente. — O que você acha, Daydream?
Mexeu os dedos ao longo da bancada e depois olhou na minha direção. — Bem, isso deixa Florida...
Flórida... não é uma má ideia. Tivemos um grande número de viagens para lá desde nossa primeira visita para conhecer seus amigos e familiares.
— Eu ficaria bem com isso. Talvez Ziggy e Sunshine permitam que nos apropriemos de seu gazebo para a cerimônia? — eu tentei.
Dylan parecia horrorizado. — Ace Locke, você não pode se casar em uma cerimônia caseira, pelo amor da porra. Não. Não vai acontecer.
— Casamento na praia, então? — perguntou Paige.
— Possivelmente, mas é bastante quente e úmido lá. E as tempestades são imprevisíveis, ao contrário daqui... — Dylan torceu o anel de diamantes pretos e brancos em seu dedo anelar como se estivesse nervoso.
— Desembuche. — eu disse. — Você tem um lugar em sua mente, então, onde quer que seja, vou concordar, se é algo que você quer.
A boca de Dylan se curvou quando ele finalmente olhou em minha direção, seus olhos cheios de malícia. — Você tem certeza de que está bem com isso? Em qualquer lugar que eu queira?
— Ei, eu estaria disposto a casar com você cercado por convidados segurando copos de plástico vermelho de vinho de muscadine no quintal de seus pais, então tenho plena certeza de que tudo o que você me disser será perfeito para nós.
— Paige, você está testemunhando isso, certo? — Dylan disse, enquanto levantava e me dirigia para onde meu homem estava inclinado contra o balcão. Ele tirou a cerveja da minha mão e bebeu um bocado antes de me entregar de volta.
— Eu quis dizer isso. — eu disse, correndo a parte de trás de meus dedos ao longo de sua mandíbula. — Eu quero que este seja o dia mais feliz de sua vida. Nossas vidas. E enquanto você estiver comigo, eu vou para qualquer lugar.
O lado da boca de Dylan levantou-se até que uma de suas covinhas se aprofundou. — Então eu acho que é apropriado que o dia mais feliz de nossas vidas seja no lugar mais feliz do mundo... você não concorda?
Franzi o cenho enquanto o sorriso dele se abria, e então Paige deu o bufar mais despreocupado que já tinha ouvido.
— Por favor, deixe isso ser o que eu estou pensando. — disse ela.
Meus olhos se estreitaram para ela. Claramente, eu era o único na sala que ainda não tinha entendido a piada, e quando voltei a olhar para Dylan, ele disse:
— Ace Locke na Disney. Eu sempre pensei que soava bem. Você não?
— Umm...
Seus lábios se ergueram em um sorriso malicioso. — Veja, esse é o seu rosto e tom assustado.
Minha boca ficou aberta, e eu sabia que meus olhos tinham que estar tão largos quanto pires, porque certamente Dylan não tinha sugerido que nos casássemos onde havia princesas e... e... — Você não quer se casar no Castelo da Cinderela, quer?
DYLAN
A expressão no rosto de Ace não tinha preço, e não havia como deixar um momento como este passar.
— Meu Deus. Eu nem tinha pensado nisso. Isso não seria algo maravilhoso? — eu disse. — Nós poderíamos até sair na varanda depois e acenar para todos os nossos convidados.
Paige obviamente obteve o memorando de que eu estava cheio de merda, porque ela não conseguiu reter o riso então. Mas o pobre Ace, meu pobre e traumatizado Ace, parecia querer vomitar.
— Quero dizer, você disse em qualquer lugar. Certo?
— Eu ... — Ace começou e depois parou. Então seus olhos encontraram os meus e ele deve finalmente ter pego o humor lá, porque ele disse: — Você vai pagar por isso.
— Pagar pelo que? — eu perguntei, batendo minhas pestanas para ele. Coloquei uma mão em seu peito e deslizei-a sobre o músculo duro. — Você não gosta da ideia de ser meu Príncipe Encantado?
— Você pode falar sério por dois segundos? Pense nas manchetes.
Eu fiz beicinho. — Mas pense em quão mágico seria.
— Dylan. — Ace grunhiu.
— Posso interromper por apenas um segundo? — perguntou Paige.
Ambos nos viramos na direção dela para vê-la deslizando o dedo em seu telefone, e então pressionou a tela. — Bingo.
Quando ela o virou no balcão, nós dois olhamos para a tela e vimos um belo edifício branco com vista para um lago. Ela apontou para ele e disse:
— Esse é o Floridian. Está perto da Disney, mas, como você pode ver, Ace, nenhuma princesa à vista.
— Morda-me.
— Isso é uma oferta? Porque geralmente você está tão tenso.
— Posso garantir que ele é bastante tenso3. Não é algo sobre o qual eu alguma vez me queixei. — falei, o que me ganhou mais um grunhido.
— Não a encoraje. — disse Ace, depois voltou sua atenção para a imagem em seu telefone. — Isso parece bonito.
— Realmente é. — eu falei, lembrando a primeira vez que Sunshine me levou ao Floridian. Eu me queixei por todo o caminho, pensando que era um lugar para crianças, mas quando entramos no brunch, só eu e ela, tornou-se uma das melhores lembranças que já tive. — No entanto, não estive lá há muito tempo. Talvez possamos conseguir que Paige verifique? Ver se é adequado para o que temos em mente. Ou seja — eu disse, olhando para o homem silencioso ao meu lado. — Se você estiver confortável com isso.
— Maldição, uma viagem a Orlando em sua conta. Não posso dizer que vou me importar em verificar. — disse Paige. — Deixe-me ir dar uma olhada nos resorts de lá, a disponibilidade e os locais, e eu vou dizer tudo a vocês. Quando será?
— Maio. — nós dois dissemos antes de olharmos um para o outro e sorrir. Ainda não discutimos um cronograma, mas, aparentemente, não precisávamos. Estávamos em sintonia e tudo mais.
— Jesus, vocês não dão a uma menina um tempo. — Paige disse, puxando as chaves para fora da bolsa, e então ela apontou as revistas que deixara na mesa. — Parece que tenho que ir reservar um voo, mas mesmo comigo indo, pelo menos olhem essas revistas e vamos falar sobre as coisas mais difíceis quando eu voltar. Dylan, suborne-o com vodka, se você precisar.
— Sim, senhora. — eu falei, dando-a uma saudação, e enquanto abria uma das revistas, eu a ouvi caminhar pelo corredor, e então a porta da frente fechou-se.
— Oh, não, você não vai. — disse Ace, fechando a revista e depois me empurrando contra o balcão. À medida que seus quadris me prendiam, suas mãos se estenderam para segurar qualquer lado do meu rosto.
— Eu finalmente o tenho sozinho. — ele disse suavemente, enquanto sua cabeça inclinava e seus lábios escovavam os meus. Então ele mordiscou meu lábio inferior. — Senti sua falta.
Eu envolvi meus braços em volta de sua cintura, minhas mãos indo até seu traseiro para puxá-lo ainda mais perto de mim.
— Eu queria que você estivesse lá. Turks e Caicos4 não são tão divertidas quando se está sozinho... — eu separei meus lábios enquanto sua língua mergulhava na minha boca, e eu gemi com o gosto familiar dele - um que eu tinha perdido nas últimas duas semanas que tinha estado fora. Nossos horários ficaram mais loucos do que nunca ultimamente, com Ace na pré-produção de um filme aqui e minha agência me enviando pelo mundo inteiro. E enquanto eu estava agradecido pelo fato de que nossas duas carreiras estavam bem – obrigado, Carly Wilde – depois da merda dos meses anteriores, não pude deixar de me perguntar quando as coisas desacelerariam o suficiente para que pudéssemos nos ver por mais de um dia ou dois de cada vez. Mas, no momento, nenhum de nós não podia aproveitar as oportunidades oferecidas para nós, então os olhos vermelhos, falar por Skype e o sexo por telefone tornaram-se nossa rotina.
— Então — eu disse quando Ace retirou os lábios dos meus. — Quanto você sentiu minha falta?
Ace deslizou uma de suas mãos na parte de trás da minha cabeça, e quando seus dedos flertaram com os fios mais longos, fechei meus olhos e arqueei em seu contato.
— Hmm... o suficiente para estar disposto a me casar na Disneylândia, aparentemente.
— Disney World. — Eu suspirei.
— Hã?
— É Disney World.
— Ahh. — disse Ace enquanto seus lábios voltavam para minha mandíbula e ele beijava uma trilha até meu ouvido. — Bem, onde quer que seja, se você estiver lá e planejar amarrar-se a mim para sempre, conte comigo.
Apertei ainda mais meus braços em torno de seu pescoço e virei minha cabeça para encontrar seu olhar aquecido.
— Bizarro, Sr. Locke. Isso seria com cordas ou algemas?
— Sua escolha. Eu sou tímido, lembra?
— Se ela, oh Deus, soubesse. — uma das mãos de Ace tinha varrido para a minha coxa, onde ele ergueu-a para que seu quadril pudesse pressionar contra o meu enquanto ele me matinha encurralado no balcão.
— Bem — Ace continuou, como se ele não estivesse tentando tanto me fazer perder a cabeça. — Se eu me lembro corretamente, você terá os próximos três dias de folga, e eu também...
Se ele realmente achava que eu poderia manter uma conversa coerente com seus lábios escorregando pelo meu pescoço e sua ereção esfregando contra a minha, ele não deve ter percebido o quanto eu tinha sentido falta dele.
— Mhmm. Sim.
— Sim, o quê?
— Sim, para tudo o que você acabou de dizer.
Ace ergueu a cabeça e riu, o que fez com que meus olhos se abrissem e se concentrassem em seu rosto sexy.
— Você não está prestando atenção em mim?
Com um golpe rápido de meus quadris, eu devolvi a massagem íntima que as partes inferiores de nossos corpos haviam começado e assenti com a cabeça. — Estou prestando muita atenção a você.
— Em minhas palavras, Daydream.
Eu sorri e lambi meus lábios, tentando recuperar o sabor dele na minha língua. — Oh, sobre o que você estava falando?
Quando ele soltou minha coxa e colocou as mãos no balcão, eu assisti uma de suas sobrancelhas escuras se levantarem. Incapaz de manter minhas mãos para mim, estiquei-me e alisei as pontas dos dedos sobre ela. — Bem. Bem. Você estava dizendo que temos os próximos dias de folga...
— Eu estava, sim. E eu quero me desconectar do mundo. Me afastar de tudo. Então eu gostaria de...
— Pare aí mesmo. — eu disse, colocando minhas mãos no seu peito e empurrando-o para longe. — Você não vai me levar a lugar algum.
— Mas...
— Não, não discuta comigo. — desde que conheci Ace, senti como se a minha cabeça estivesse em um redemoinho. Não era todos os dias que você começava a namorar a celebridade mais procurada do mundo. Mas adicione o seu coração amável e tendência a sempre querer me varrer dos meus pés, e era difícil ser aquele que fazia os grandes gestos. Mas não desta vez. Se ele quisesse se afastar de tudo, se desconectar, então eu tinha a solução perfeita. — Eu tenho uma ideia.
— Você tem, hein?
Deixei meus olhos o percorrerem e me perguntei por que nunca tinha pensado nisso antes. — Sim. Eu com certeza tenho.
— E o que poderia ser isso?
— Bem, você quer se desconectar, sim? Afastar-se do mundo inteiro?
— Sim…
— Então eu não consigo pensar em nada melhor do que os três S's. — eu pisei em direção a ele e passei os dedos pela sua camisa apertada até a cintura de seus calções. — Algo que sempre me ajuda a relaxar e descontrair quando estou todo... reprimido.
Ace pegou meu pulso e dirigiu minha mão para que agora estivesse plana sobre seu pau duro, e quando eu apertei, ele fechou os olhos e perguntou:
— E quais são os três S’s? Eu acho que é melhor que um seja ser fodido.
— Sol. — eu sussurrei e beijei seus lábios. — Surf. — foi dito em torno do gemido de Ace. E — Sexo. — foi um suspiro que veio de mim quando ele pegou minha mão errante e me levou até a escada para o nosso quarto.
Capítulo 2
SOL. SURF. SEXO.
ACE
— Então, você vai querer manter os dedos dos pés na cauda da prancha e agarrar os trilhos sob seu peito assim. — disse Dylan, enquanto ele se deitava na prancha de surf para me mostrar o básico de seu passatempo favorito no trecho isolado de praia. Não que eu estivesse prestando muita atenção às palavras que saíam de sua boca. Eu estava muito mais interessado na forma como seus músculos flexionavam sob a roupa colada Body Glove5 que ele usava.
Quando ele se colocou em uma posição de pé, meu olhar percorreu a ampla extensão de suas costas e para baixo em sua bunda.
— Vê como minha perna dominante está na parte de trás, e... Ace? Você está prestando atenção?
— Mhmm. — eu murmurei, enquanto mordia meu lábio inferior e continuava a minha leitura.
Dylan virou-se para mim e suas mãos foram para seus quadris.
— Ah, é? — ele disse, quando eu olhei para cima. — O que acabei de dizer?
Dando um passo adiante, dei-lhe um sorriso arrogante e puxei-o para fora da prancha de surf e para a areia até que ele estivesse apertado contra mim. Então eu deixei minhas mãos descerem para baixo sobre os músculos firmes de seu traseiro redondo.
— Algo sobre ser dominante em suas costas. — eu disse, beliscando seu lóbulo. — Então, por que você não se vira?
Um gemido de frustração então deixou Dylan, mas sua cabeça inclinou para o lado para deixar meus lábios descerem pelo seu pescoço. — Você não vai se sentir tão arrogante quando você não puder ficar de pé naquela prancha.
— Oh, eu sempre consigo ficar de pé, não se preocupe.
Suas mãos cobriram meu peito e ele gentilmente me empurrou para longe.
— Que tal você provar isso, coisa quente? — então ele apontou para a prancha que eu tinha alugado para o fim de semana. — Por que você não me mostra como isso é feito.
— É mais divertido assistir você.
— Ace. Leve sua bunda para aquela prancha.
Eu semicerrei os olhos para o sol e sorri. — Você vai ser tão mandão todo o fim de semana?
— Se tiver sorte.
Eu dei um passo para trás, então estava perto da minha prancha, e cruzei meus braços. Eu tinha o meu macacão de mergulho, mas ainda estava desfeito e pendurado em torno de meus quadris, enquanto Dylan me acompanhava por esse processo, passo a passo, e meu movimento teve o efeito desejado. Ele esfregou uma mão pela parte de trás do pescoço e sobre o cabelo, deixando-o desgrenhado e tão sexy.
— O quê? — perguntei. — Estou de volta ao lado da minha prancha.
— Não tente bancar o inocente comigo, Locke. Estou tentando ensinar-lhe uma nova habilidade. Uma que o impedirá de se machucar. E você está parado aí todo... — ele balançou a mão para cima e para baixo, gesticulando para minha parte superior exposta.
— Sim?
— Vê? Pare com isso. — disse ele, e então apontou para a prancha. — E feche esse maldito macacão para que eu não consiga ver todos os seus músculos.
Eu arqueei uma sobrancelha enquanto me movia para deslizar meus braços através do material sintético elástico, e quando eu alcancei o zíper e puxei-o até a base do meu crânio, Dylan gemeu.
— Ok, isso é quase pior do que nenhuma roupa de mergulho.
— Eu sinto muito. Você não está me verificando, não é? Porque você deve prestar muita atenção ao me ensinar algo que pode salvar minha vida. — eu disse, enquanto me virava e fazia um show de me curvar para me posicionar na prancha.
— Você está se divertindo agora? — perguntou Dylan.
— Talvez um pouco.
— Sim, bem, espero que isso seja válido quando a onda derrubar você na sua bunda.
Eu soltei um suspiro e agarrei a prancha exatamente como ele me ensinou, porque a verdade era que eu nunca tinha surfado um dia na minha vida. Cresci em Chicago, pelo amor de Deus. Mas Dylan, com os cabelos beijados pelo sol, o corpo longo e magro, e os olhos da cor do mar, parecia diretamente em casa com o sol brilhando sobre ele enquanto seus pés afundavam na areia perto da minha cabeça.
— Vamos tentar isso algumas vezes mais aqui em terra, e então vamos te levar para a água. Nós não teremos você tentando se erguer ainda. Mas se você conseguir pegar pelo menos uma onda na costa, poderemos progredir. — ele se agachou e disse: — Lembre-se, pé na cauda da prancha e segure os trilhos e, em seguida, empurre-o.
Como fiz conforme instruiu, parei na posição de empurrão e fui recompensado quando ele se inclinou e tomou meus lábios em um doce beijo.
— Mais uma vez. — ele sussurrou, e voltei a repetir o movimento, e desta vez, quando fiz uma pausa, fui recompensado com um beijo mais profundo. Quando ele se afastou muito cedo, resmunguei e ele riu, endireitando-se. — Mais disso e não vamos entrar na água. Em seus pés, Locke, é hora de cair nas ondas.
DYLAN
Olhando por cima do meu ombro na direção que Ace tinha ficado de pé em sua prancha de surf, eu abri minha boca para dizer-lhe para voltar para baixo, mas uma onda que bateu diretamente em seu rosto fez isso por mim. Não pude evitar a risada que escapou quando Ace surgiu da água e subiu de volta a sua prancha. Então ele enxugou o rosto e me disparou um olhar mortal que dizia: essa merda não é tão fácil quanto parece, o que só me fez rir com mais força enquanto nadava para o lado dele.
— Você está gostando disso. — ele disse, e eu assenti com orgulho.
— Eu estou, pra caralho. Finalmente encontrei algo em que você não é natural. Aqui está a história em andamento.
— Você sabe que vou fazer você pagar por isso mais tarde.
— Não sei. Você também pode estar um pouco... destruído6. Trocadilho intencional.
Ace ergueu os olhos e nadou atrás de mim enquanto um par de ondas rolava em nossa direção, e pensei tê-lo ouvido murmurar:
— Espertinho.
Sorrindo ironicamente, assisti-o esperar o momento certo, e então ele ficou de pé na prancha, com os pés em uma posição de agachamento.
— Inferno, sim. — eu gritei. — É assim que você... — minhas palavras foram cortadas enquanto Ace lutava para ficar parado e, perdendo o equilíbrio, caiu de volta na água.
Ok, talvez não seja assim, pensei, enquanto Ace atravessava as ondas, tossindo e limpando a água de seus olhos. Ele parecia derrotado enquanto agarrava a prancha e vinha em minha direção, as ondas da praia El Capitan, no sul da Califórnia, reivindicando a vitória mais uma vez.
— Tudo bem, acho que estou fora. — disse ele, passando a mão sobre os cabelos escuros e cortados.
— Fora?
— Sim, eu tive mais do que suficiente de coisas salgadas na minha boca para o dia. É a sua vez, Daydream.
Levantei uma sobrancelha. — Tenho certeza de que espero que não seja verdade, ou não será bom para mim mais tarde.
Isso tirou um sorriso dele, e ele se inclinou para me dar um beijo suave.
— Mostre-me seus movimentos, baby. — ele disse, e depois me golpeou na bunda antes de sair da água.
Observei-o para ter certeza de que ele estava de volta à terra firme, e uma vez que ele deixou a prancha na areia e pegou uma toalha, sentei-me na minha prancha e acenei. Uma vez que ele retornou o gesto, deitei-me e virei a minha prancha para poder nadar, sentar e aguardar a onda perfeita.
Não era frequente algo em que eu passava à frente de Ace, mas essa era uma área em que me destacava, e eu ia ter certeza de deixá-lo com a boca aberta.
ACE
Deus, surfar não é a minha coisa.
Quando me sentei na prancha, na praia, eu plantei meus pés na areia e enrolei os braços vagamente em torno de meus joelhos, enquanto meu olhar vagava sobre a onda onde Dylan estava empoleirado, equilibrando-se em sua prancha. E ele está totalmente no seu meio, pensei com uma risada.
Quando Dylan havia sugerido pela primeira vez, eu tinha sido cauteloso, mas depois de muita persuasão em seu nome, e sabendo o quanto ele amava o esporte, cedi, pensando: quão difícil poderia ser? A resposta a essa pergunta era: PRA CARALHO. Eu só estive lá por mais de trinta minutos, mas depois de ser despejado da minha prancha, caindo onda após onda, eu estava batido, e olhe que eu era um cara muito esportivo. Então, enquanto olhava para o homem que apenas acenou para mim, eu encontrei-me ficando de pé, de alguma forma sabendo que Dylan estava prestes a arrebentar seriamente.
Observei-o avançar para mais longe do que ele me levou, e então, quando o rolo suave de uma onda se ergueu diante dele, ele pareceu deslizar até o topo, onde ele se equilibrou e depois caiu do outro lado antes da onda cair e deslizar até a praia. Ele repetiu essa ação uma e outra vez, indo mais e mais longe, até que mal conseguia distingui-lo, e estaria mentindo se eu não dissesse que estava nervoso como o inferno.
Eu balancei a toalha sobre meus ombros e esperei, sem sequer perceber que estava prendendo minha respiração quando Dylan finalmente virou sua prancha para que ele estivesse de frente para a praia, e então, como se um tiro tivesse sido disparado, ele estava surfando.
Ele estava deitado em sua prancha e seus braços estavam se movendo, cortando a água enquanto se alinhava com a enorme onda que estava se construindo atrás dele. Ao se impulsionar para cima e para a frente, eu o vi agarrar os trilhos, assim como ele me disse para fazer, então seus pés estavam debaixo dele antes que eu pudesse piscar, e aquele talentoso filho da puta estava em pé. Desliza a onda até que começou a enrolar-se sobre si mesma, e ele pareceu deslizar suavemente e entrar no tubo.
Eu encontrei-me agora com a água nos tornozelos, meus olhos colados à onda, assistindo, esperando, e sim, ok, eu estava rezando um pouco, até que bam - ele voou pela outra extremidade e depois surfou o resto do caminho para a costa. E fodido inferno do caralho, eu estava impressionado. Meu homem era gostoso e, enquanto eu caminhava pela praia para onde ele estava levando a prancha sob seu braço e tirando o cabelo molhado de seu rosto, eu nunca tinha o desejado tanto.
— Porra! — eu disse, quando cheguei perto dele, e sem hesitação, segurei seu rosto e peguei seus lábios com os meus. Deslizei minha língua com fúria ao lado da dele e movi minha mão para a parte traseira de sua cabeça para agarrar os fios molhados enquanto eu aprofundava ainda mais o beijo.
Quando finalmente puxei para trás, sem respirar, os lábios de Dylan se curvaram, e então ele olhou em volta da praia vazia. — Bem aqui? Agora mesmo?
— Isso foi... Você é porra inacreditável, você sabia disso? Isso foi incrível. E muito quente como o inferno. Eu acho que eu deveria tirá-lo da roupa de mergulho.
Dylan riu quando tirou a alça do tornozelo. — Bem, eu prometi-lhe um fim de semana de sol, surf e sexo...
— Eu ficaria feliz com apenas um desses.
— Oh? Você quer voltar para as ondas?
Movi minha mão entre as coxas de Dylan e o segurei, espremendo suavemente. — Não é o que eu tinha em mente.
— Hmm. Essa é uma oferta sedutora, mas me lembrou de outra coisa que precisa ser tratada neste fim de semana.
Deixei minha mão deslizar enquanto caminhávamos de volta para pegar nossas coisas para que pudéssemos voltar para o acampamento que estava montado em um penhasco com vista para o oceano.
Sim. Acampamento. Tipo, uma barraca, um par de sacos de dormir, e não muito mais. Eu já levara Dylan para um fim de semana de minha escolha, um que incluía ar condicionado, camas confortáveis e água quente, mas essa era a ideia dele de um refúgio, então eu iria chupar isso pelo meu homem.
Ou melhor, chuparia meu homem7.
À medida que o caminho se estreitava, Dylan caminhou na minha frente, o que era mais do que bom, considerando a exibição oferecida, e quando ele finalmente saiu para a clareira, ele dirigiu-se ao Jeep que alugamos e deslizou a prancha atrás. Eu segui o exemplo, e depois penduramos nossas toalhas sobre a porta traseira aberta.
Nós tínhamos reservado um dos acampamentos privados que ofereciam um pequeno bloco de amenidades junto com um banheiro e água fria, e apesar de não apreciar a ideia de ficar debaixo do spray gelado, sabia que a outra alternativa seria a coceira do sal uma vez que secasse na minha pele.
— Vire-se. — disse Dylan, quando ele veio até onde eu estava de pé, olhando o pequeno prédio de tijolos em frente a nossa barraca.
— Me virar?
— Sim. Vire-se para que eu possa abrir seu zíper.
— Oh, eu posso...
— Eu sei. Mas vire-se de qualquer jeito. Vai ficar frio como a porra lá dentro, e acho que a melhor maneira de nos aquecer é com excitação.
Inclinei a cabeça para o lado e estudei seus olhos cintilantes.
— Esta sempre foi a sua solução para um banho frio durante o acampamento? — perguntei, afastando-me dele.
— Hmm... bem, da última vez que fui acampar foi para Devil's Bend com Derek...
Minha cabeça girou e quando meus olhos pegaram os dele, ele abriu o sorriso mais impenitente que eu já vi. — É melhor que você esteja brincando.
— Não. Eu não estou. Da última vez que fui acampar foi...
— Sim, sim, eu entendi essa parte e...
— E você interrompeu. Vire-se, por favor, não terminei. — quando Dylan me deu uma bofetada na minha bunda, eu rosnei para ele. — Como eu estava dizendo. A última vez que fui acampar foi em Devil's Bend, onde Derek e Posh estavam quase terminando de renovar sua barraca de amor. Foi quando voltei para ter o resto das minhas coisas, e você teve que ficar devido o trabalho, lembra?
Dylan pontuou isso com um movimento de sua língua no meu ombro.
— Você é um pirralho.
— E você ainda está com ciúmes de Derek.
Levantei sua mão esquerda, e o sol apanhou a luz de um dos diamantes negros brilhando em sua aliança de noivado. — É claro que eu o reivindiquei alto e claro. Mas se você mudou de ideia...
— Nem em um milhão de anos do caralho. — ele disse, colocando a mão no meu queixo para me calar com um beijo duro. — Você está preso comigo agora, coisa quente. Agora entre naquele banheiro de água gelada para que eu possa aquecê-lo de novo.
DYLAN
Horas mais tarde, após observar o pôr do sol com os braços de Ace enrolados em volta de mim, eu construí uma fogueira fora da nossa barraca e montamos algumas cadeiras. A pesca não estava na agenda, então fizemos alguns cachorros quentes e depois encerramos com muitos marshmallows queimados.
Passando uma página da revista que segurava, olhei para Ace e o vi fazendo o mesmo, e um pequeno sorriso atravessou meu rosto.
— Nunca pensei que veria Ace Locke folheando revistas de noivas. — eu disse.
— Revistas de casamento. — ele fez uma pausa e olhou de volta para a capa. — A mesma coisa, suponho.
— Então, que tipo de vestido você estava pensando? Eu realmente gosto do organza de corte baixo...
Uma folha de papel amassada me atingiu no lado do rosto e eu ri.
— O quê? — perguntei. — Você estava pensando o mesmo? Devo ir com o vestido de tule drapeado à mão? Você tem as costas mais sensual do que as minhas...
Outra bola de papel me bateu no peito.
Suspirei.
— Tudo bem, bem. Que tal isso. — eu virei para a frente da revista e rasguei a seção com a noiva, deixando o noivo de pé sozinho. Eu o estendi para Ace. — Apenas continue bebendo sua cerveja e então você verá em dobro.
Ace balançou a cabeça, seja para mim ou para o smoking que eu estava mostrando, não tinha certeza.
— Talvez devêssemos olhar esses livros que Paige nos deu em vez disso. — disse ele, curvando-se para pegar um da pilha que trouxemos. — Algo sobre... uh... flores ou alguma merda assim. Cores? Arranjos de mesa... atribuições de assentos...
O olhar completamente sobrecarregado e fora de seu elemento no rosto de Ace me fez rir até chorar.
Ace estreitou os olhos para mim sobre o livro. — O que é tão engraçado?
— Porra. — eu disse, tentando recuperar o fôlego. — Nós somos dois caras, sentados aqui fazendo merda masculina como surfar e acampar, e discutindo arranjos florais. — outro ataque de riso me apanhou então, enquanto Ace apenas olhava para mim, seus lábios se contorcendo como se estivesse lutando contra um sorriso.
— Isto é o que as pessoas que estão noivas fazem, certo?
— Eu não sei. Eu nunca fiz isso antes.
— Bem... qual é a sua cor favorita?
O meu riso parou. — Você não sabe a porra da minha cor favorita?
— Vermelho?
— Ace, você está falando sério?
— O quê? Não é como se tivéssemos discutido isso antes.
— Você deveria saber o básico, já que você irá se casar comigo.
— É por isso que estou lhe perguntando agora. O quê, você conhece a minha?
— Verde-mar. — eu disse, jogando os papéis amassados no fogo.
As sobrancelhas de Ace se ergueram. — Como você sabia disso?
— Sem querer parecer convencido, mas você só mencionou o quanto a cor dos meus olhos é sua favorita, uma vez por semana, desde que eu conheci você. Então, novamente, eu vou perguntar: qual é a porra da minha cor favorita?
— Amarelo.
— Meu Deus...
— Estou brincando, Jesus. É azul, né? Cor do oceano...
— A cor da porra dos seus olhos. Deus, você é um cara total. — então eu percebi o que disse e esfreguei o rosto. — Merda, soamos como um par de meninas agora mesmo.
— Se é com isso que você está preocupado, posso consertar esse problema. — disse Ace, e quando o olhei, ele estava acariciando-se sobre seus calções.
— Agora isso é mais parecido com o que estou falando. Corrigindo problemas com o sexo. Típico homem.
— Este sou eu. Um homem típico.
Deixei meus olhos viajarem sobre ele e balancei minha cabeça.
— Odeio ser o único a quebrar isso para você, mas não há absolutamente nada de típico sobre você, Sr. Locke.
— Oh? — ele perguntou quando colocou os livros no chão ao lado de sua cadeira.
— Não. Não. — eu disse. — Você não vai colocá-los para baixo até que possamos saber o que queremos.
— Eu sei exatamente o que eu quero. — disse Ace, espalhando as pernas mais largas, de modo que seus calções deslizaram por seus joelhos, mostrando os músculos de suas coxas.
— Ace... você não vai escapar disso. Paige terá nossas bolas se não voltarmos com algo, e isso não acontecerá se você continuar me olhando desse jeito.
Ace lambeu o lábio inferior e moveu os dedos para o botão do calção, e apertei meus dedos em torno da revista. — Pare com isso.
— Venha aqui, Dylan.
Eu balancei minha cabeça. — Não.
— Dylan...
— Não. Cores. Nós precisamos delas.
— Tudo bem. — disse Ace, e então puxou o zíper de seus calções para baixo. — Azuis e verdes. Aqua e branco. Diga-lhe para trabalhar com isso. Agora — ele disse, e me fixou com um olhar tão quente quanto as chamas cintilando na nossa frente. — Venha. Aqui.
Ahh inferno, quem estou tentando enganar? Eu me levantei, joguei a revista no chão e caminhei até ficar entre as pernas espalhadas de Ace. Ele inclinou o rosto para cima e a luz do fogo fez com que seus olhos brilhassem da maneira mais profana que eu já vi quando seus lábios se curvaram em um sorriso sujo. — Tire sua camisa.
Eu toquei o botão na parte inferior da minha camisa branca de linho e, quando eu o soltei, Ace deslocou-se no assento e eu sorri. Oh sim, um Ace mandão era algo que eu nunca poderia resistir, e para minha sorte, conhecia meu cara o suficiente para saber que ele gostava de provocar. Então eu não tive nenhum problema em retirar e executar esse truque. Realmente, ele era perfeito para mim, e quando cheguei ao botão da parte de cima e me movi para encolher os ombros de ombros, ele sacudiu a cabeça.
— Não. Deixe. Eu quero te despir.
Mhmm... sim, combinação feita no céu.
Ace levantou-se e olhou-me diretamente nos olhos, agarrando cada lado da minha camisa e usando-os para me aproximar para que ele pudesse levar minha boca em um beijo exigente. Sua língua afundou-se entre os meus lábios, e eu me estiquei para agarrar as mãos segurando minha camisa.
— Tire isso. — eu sussurrei contra seus lábios, e soltei meu domínio sobre ele.
Ele não esperou por um segundo convite, puxando o material de meus ombros e descendo por meus braços e cotovelos, e novamente me puxou para que meu peito estivesse pressionado no dele. Em seguida, seus lábios estavam no meu pescoço, beijando uma trilha até minha orelha, onde ele disse:
— Eu prometo que no final da noite, nenhum de nós vai se sentir como uma garota. Agora tire suas calças, entre na tenda e deixe-me te mostrar o que é típico para este homem.
Capítulo 3
UM PEQUENO PAGAMENTO
ACE
Enquanto entrava na tenda, vi que Dylan não havia perdido tempo. Ele havia tirado o resto da roupa e estava se posicionando em um dos sacos de dormir.
— Em sua barriga. — eu disse, antes que ele ficasse muito confortável em suas costas. Com o modo como as sombras do fogo do lado de fora estavam passando por sua pele, eu queria lamber seu corpo antes de fazer o que quisesse com ele.
Eu retirei meus shorts, chutando-os para o lado, e então me ajoelhei ao lado do homem lindo espalhado como um banquete que eu não podia esperar para devorar. Mas eu não estava com vontade de me apressar esta noite... não, eu queria saborear cada toque e gosto dele, e com esse pensamento em mente, eu deixei meus dedos rastrearem o músculo duro de sua panturrilha. À medida que minha mão se movia para cima, surgiram arrepios sobre sua pele.
— Você vai me provocar até a morte esta noite, não é? — Dylan disse, colocando a cabeça em seus braços enquanto ele me observava.
— Alguém merece um pouco de retorno depois do que eu passei hoje.
— Valeu a pena ver você preencher esse macacão de mergulho.
As pontas dos meus dedos escovaram a firme curva de seu traseiro, e enquanto ele se curvava debaixo de mim, inclinei-me e substitui meus dedos com minha boca. Sua pele estava quente debaixo da minha língua, aquecida do fogo, e ele ainda tinha um pouco do gosto do oceano. Enquanto eu flertava com a fenda sombria de sua bunda, seus quadris se sacudiram.
— Mmm, talvez a provocação não seja tão ruim. — murmurou Dylan.
— Não? — eu passeei minha língua de um lado para o outro enquanto eu me movia sobre ele, fazendo com que um gemido deixasse sua garganta. — Você deveria saber. Uma vez que parece ser o seu passatempo favorito.
— Você está reclamando? — perguntou Dylan, enquanto olhava para trás por cima do ombro.
Coloquei uma mão de cada lado de seus ombros e enfiei o meu pau entre as bochechas da bunda dele e depois empurrei meus quadris contra ele.
— Oh, porra. — disse ele, mas antes que pudesse dizer mais, eu peguei sua boca com a minha e mergulhei minha língua entre seus lábios. Eu podia provar uma pitada de cerveja em sua língua, e enquanto ele rolava os quadris para massagear meu pau, tirei minha boca dele e mordi seu lábio inferior.
— Uh uh. Esta noite será nos meus termos, Daydream. Esta é a posição em que você esteve toda a manhã, então, como você é um especialista, acho que é assim que eu quero você.
Dylan riu. — Sim?
— Ah sim. — eu disse contra sua boca sorridente. — Sinta-se livre para usar suas mãos para empurrar-se para a posição quando eu afundar meu pau dentro de você.
Dylan baixou-se para o saco de dormir e estendeu a mão com uma acima de sua cabeça, tateando ao redor e, quando levantei os olhos para ver o que estava fazendo, seus dedos enrolaram em torno de uma garrafa de lubrificante enquanto ele a pegava e entregava de volta mim.
Peguei e me inclinei para beijá-lo atrás da orelha. — Um verdadeiro escoteiro.
— Ei — ele disse, virando a cabeça para que sua bochecha estivesse descansando sobre o material macio. — A primeira coisa que eles lhe ensinam quando vai acampar é sempre chegar preparado.
Eu mordi o ouvido mais próximo de mim. — Bem, esta noite, como você quer... chegar8?
Dylan gemeu, e enquanto suas pálpebras baixavam, ele alcançou por baixo dele para segurar sua ereção. Quando sua pele quente recuou contra meu pau rígido, eu amaldiçoei e não pude deixar de acariciar minha palma em seu quadril, precisando adorá-lo. Com as pestanas varrendo suas maçãs do rosto e seu corpo requintado roçando pelo comprimento do meu, fiquei impressionado com o quão lindo ele era, e quão sortudo eu era que ele fosse meu.
— Jesus, Dylan. Toda vez que eu te faço ficar assim, me pergunto o que diabos fiz para te merecer.
Os olhos de Dylan se abriram, e o lado de sua boca torceu em um sorriso diabólico quando ele levantou os quadris contra mim novamente e disse:
— Você realmente não quer uma resposta para isso agora, não é?
Abrindo a tampa do lubrificante, eu lhe dei um piscar de olhos e depois joguei um pouco de líquido fresco no meu pau. Então acariciei minha ereção, endurecendo cada vez mais enquanto Dylan se contorcia debaixo de mim, esperando meu próximo passo.
— Tão impaciente. — eu disse, e passei meu comprimento ao longo de sua bunda. Então cobri os dedos com o lubrificante e joguei-o de lado antes de voltar para o meu homem.
— Ace, se você não entrar dentro de mim nos próximos cinco segundos...
Eu fiquei de joelhos e agarrei meu pau. — Oh, por favor, continue essa linha de pensamento.
Quando ele apenas rosnou, eu me inclinei para trás e empurrei um dos meus dedos dentro dele lentamente, e seu gemido de aprovação era o som mais quente que eu já tinha ouvido. Eu adicionei outro dígito, preparando-o para mim e, quando ele empurrou os quadris como se quisesse mais, não pude deixar de correr meus dentes ao longo da pele lisa de seu traseiro antes de lhe dar uma mordida de amor.
— Simmm. — disse Dylan, sua voz abafada no travesseiro enquanto o braço que ele tinha embaixo dele se movia ao mesmo tempo que seus quadris. O visual era quase demais para eu aguentar, e, embora eu quisesse provocá-lo um pouco mais, meu pau estava mais do que pronto para deslizar para casa.
Eu removi meus dedos e agarrei seus quadris, empurrando-o para suas mãos e joelhos, e enquanto eu afundava dentro dele com um impulso rápido e profundo, envolvi um braço em volta da cintura e puxei-o para uma posição sentada em cima de mim.
— Oh, Deus... porra. — Dylan ofegou, recostando-se contra meu peito, com a cabeça caída no meu ombro. Eu sabia que o que ele estava sentindo tinha que ser intenso - eu estava enterrado profundamente dentro dele, e a sensação de seu músculo apertando em volta do meu pau quase me fez gozar.
Eu não pude me mover de imediato, ao invés disso saboreei a sensação dele, minha mão mantendo-o no lugar onde descansava em seus abdominais firmes. Toda vez com ele parecia como a primeira vez, e parte de mim ainda não podia acreditar que fosse real. Que podíamos fazer isso, ficarmos juntos em todos os sentidos... que ele era meu.
Eu soltei minha respiração lentamente, apertei um beijo contra seu pescoço e então comecei a me mover.
DYLAN
Porra, Ace estava tentando me matar. Disso eu estava certo, quando uma de suas grandes mãos se moveu para a minha cintura e a outra foi para minha coxa. Ele cavou os dedos fortes na minha perna e, então, empurrou os quadris para cima, entrando em mim com uma força impressionante, e quando um grito deixou meus lábios, eu ouvi o filho da puta rir.
Eu desci uma mão até segurar meu pau pingando e coloquei a outra em cima da dele, onde descansava na minha coxa.
— Faça isso de novo. — implorei contra sua mandíbula, e quando empurrou para dentro de mim uma segunda vez, ele disse:
— Assim?
— Sim... oh, sim, sim. Mais uma vez. — eu disse ofegante, quando comecei a balançar contra ele. Eu apertei meu domínio em torno da base do meu pau, disposto a não gozar ainda, porque a sensação de ter Ace tão intimamente fundido comigo era uma explosão mental. Então ele abaixou a cabeça e afundou os dentes no meu ombro e merda, tudo acabou.
A picada de dor me fez acariciar o comprimento da minha ereção até a ponta, onde eu usei o pré-sêmen para revestir minha mão e dei a mim mesmo um deslizar extra-pegajoso no caminho de volta. Não poderia manter-me parado nem se fosse para salvar a mim mesmo, não enquanto Ace grunhia e amaldiçoava atrás de mim. Sua mão na minha cintura me manteve em posição enquanto ele continuava a me foder, e quando tirou as mãos da minha coxa para passar seus dedos pelo meu cabelo e puxar minha cabeça para o lado, ele colocou os lábios perversamente sexy no meu pescoço e chupou.
— Ace... maldição. Estou tão fodidamente perto.
Ele torceu os dedos nos fios do meu cabelo, e então sua boca estava no meu ouvido. — Não. Ainda não.
Então, antes que eu pudesse formar qualquer tipo de resposta, ele estava nos movendo. Eu senti seus músculos impressionantes se moverem para trás e sob mim enquanto ele nos inclinava para frente e eu tive que colocar minhas mãos no saco de dormir para parar a queda.
Eu estava de volta na minha posição original, nas minhas mãos e joelhos, com Ace alojado dentro de mim, e no segundo em que estava preparado, a mão que ele tinha no meu cabelo apertou. Sem palavras, sem aviso, ele se retirou do meu corpo e depois empurrou para dentro com força suficiente para que eu estivesse agarrando o saco de dormir para me manter no lugar - e fiquei louco por isso.
Quando Ace ficava assim, era um tesão. Quando ele se soltava e perdia toda pretensão de cortesia, nada me excitava mais. Ele poderia ser um cavalheiro quando necessário. Mas esse lado dele, o lado que precisava controlar e desencadear, era intoxicante.
— Foda-se, Dylan. Porra. — ele cantava no meu ouvido repetidamente enquanto seus quadris se moviam a um ritmo furioso.
Eu podia sentir o suor escorrer por minha têmpora enquanto minha cabeça caía para a frente, e Ace estava ali, arrastando a língua na parte de trás do meu pescoço e acariciando seu rosto no meu cabelo.
— Eu amo você pra caralho. — suas palavras eram ásperas, enquanto sua respiração quente flutuava em minha pele, fazendo arrepios passarem por meu corpo. E quando ele envolveu um braço ao meu redor para dominar o meu comprimento palpitante, apertei meus olhos e me soltei.
Os sons que ele fazia com todo impulso no meu corpo eram eróticos e crus, e a sensação de todos os seus músculos ondulando contra mim, enquanto ele me segurava e me usava da maneira mais deliciosa e suja imaginável, estava aumentando minha necessidade de gozar, mas quando ele disse:
— Desmorone para mim, Daydream. Eu não posso esperar para sentir seu pequeno buraco apertado estrangular meu pau quando você gozar. — eu estava desfeito.
Eu arqueei a cabeça para trás, apertei meus punhos no material debaixo deles e gritei o nome de Ace enquanto seu poderoso punho me acariciava em um dos orgasmos mais fortes que tive em meses, o que desencadeou o dele.
Quando Ace se endireitou atrás de mim e sua mão parou de se mover ao longo da minha carne sensível, ele agarrou meus quadris e empurrou para dentro de mim com um impulso forte, meu nome deixando seus lábios em um gemido satisfeito que tinha meus dedos de pé se curvando. Ah, sim, reivindique-me, Sr. Locke. Sou seu.
Só então meus lábios se transformaram em um sorriso presunçoso, porque não só eu tinha a habilidade de tornar Ace Locke rouco de gritos de prazer, mas também tinha o coração desse homem maravilhoso, e inferno, eu mal podia esperar para me erguer na frente de todos os nossos amigos e familiares e reivindicá-lo como meu.
Capítulo 4
TRANCADO
ACE
Durante a semana seguinte, finalmente conseguimos reduzir algumas opções de casamento, e uma vez que Paige voltou de descobrir coisas para nós na Flórida, nos reunimos na sala de reuniões de Shayne no Happily Ever After, Inc. Eu tinha um par de outras razões para nos encontrarmos lá, mas no momento, Paige estava comandando a atenção de Dylan e dando-nos a baixa dos locais que ela havia verificado.
Ao passar algumas fotos na nossa direção, eu as passei, uma a uma, tentando imaginar o que seria nosso casamento em cada um deles. Todos eram deslumbrantes, uma mistura de hotéis e salões de baile e pavilhões ao ar livre, mas quando Paige empurrou a imagem final, tanto Dylan quanto eu congelamos onde estávamos sentados.
— Aquele. — dissemos ao mesmo tempo, e então eu olhei para ele ao meu lado, e seus olhos brilharam quando sorriu e passou os dedos nos meus.
— Eu tinha a sensação de que acabariam gostando desse. — disse Paige, balançando a cabeça. — Esse é o Floridian. É um lindo resort à beira do lago descrito como elegância vitoriana que atende a sofisticação moderna. Eles têm uma catedral no local, ou você pode escolher um de seus salões de festas.
— A escada. — disse Dylan, e Paige deu-lhe um olhar interrogativo. — O lobby principal não tem uma grande escadaria? E um quarteto de cordas que toca acima?
— Eles tem…
— Isso é uma opção? — ele perguntou.
— Qualquer coisa é uma opção pela quantidade certa de dinheiro. Especialmente com o nome certo. — disse ela, acenando com a cabeça para mim.
— Se é isso que Dylan quer, faça acontecer. — eu disse, olhando para a foto novamente antes de deslizar de volta para Paige.
— Feito. — ela assentiu, e então seu olhar voltou para sua lista de verificação maciça. — Local, checado. Vocês conseguiram ver os livros que eu lhes dei neste fim de semana?
— Claro que sim. — eu disse. Entre a maratona de sexo.
— Bons rapazes. Cores?
— Tons de azuis, aquas, brancos... você pode trabalhar com isso? — eu perguntei.
— Eu posso. Essas cores ficarão lindas. — ela olhou entre nós. — Huh, e essas cores até complementam seus olhos.
Dylan franziu a testa para mim. — Bem, não é uma boa coincidência.
— Quantidade aproximada? — perguntou ela.
— Uh... podemos deixar isso com você?
— Sim, claro. E as flores?
— Um... brancas?
— Doce Jesus. — ela murmurou. — Devo me incomodar perguntando sobre as músicas?
— Porra. — eu disse.
— Bem, isso responde tudo. — depois de rabiscar algumas notas, ela colocou a caneta para baixo e apertou as mãos na frente dela. Ela estava definitivamente no modo profissional hoje, o que não era um lado dela que eu via com muita frequência, mas sabia que ela poderia resistir melhor do que o resto, quando precisava. Que foi exatamente o motivo pelo qual nós pedimos a ela para lidar com essas coisas por nós.
— Ok, então vamos falar sobre coisas familiares. Onde estamos com isso? Ace, seus pais vão aparecer, ou eles irão boicotar9? Eu só quero saber, no caso de precisar empurrar qualquer estaca em seus traseiros.
Suspirei e esfreguei minha mão livre sobre meus cabelos. Quando eu fiz a proposta para Dylan em rede nacional, nada menos - meus pais tinham enlouquecido. Depois de me bombardearem com telefonemas lívidos, eles nos deram o tratamento do silêncio por semanas. Pelo menos, até que a imprensa respondeu favoravelmente ao nosso noivado. Então as chamadas começaram de novo, como se nada tivesse acontecido, e como se eles não tivessem sido os únicos a tentar me fazer terminar com Dylan da última vez que me surpreenderam com uma visita. Eu não tinha certeza sobre este ponto, como me sentia por incluí-los em nossos planos, mas eles eram meus pais. Eu não poderia excluí-los exatamente, poderia?
— Tanto quanto eu sei, não haverá necessidade de empurrar as estacas neles, mas eu não diria que eles também abraçarão Dylan com os braços abertos.
Dylan apertou minha mão. — Está tudo bem. Eles acabarão aceitando, e mesmo que não o façam, a aprovação deles não é necessária.
— Não é, mas seu comportamento é ridículo. — eu disse.
Ele encolheu os ombros. — É o que é. Nós teremos um casamento maravilhoso com ou sem eles. Ok?
Retendo seu pequeno sorriso, assenti com a cabeça. — Ok.
— Tudo bem, vou marcá-los como talvez e planejar coisas sem eles. — disse Paige. — Agora, no que diz respeito a esse cronograma que vocês, doces filhos da puta, tiveram a gentileza de me dar, temos um par de curtos meses, então precisamos marcar as datas. Do casamento, jantar de ensaio, uma festa de despedida de solteiro se vocês forem fazer uma, e, por favor, Deus não façam na semana do casamento ou eu vou ter que matá-los.
— Ooh, despedida de solteiros. — disse Dylan, mordendo o lábio inferior. — Eu nem pensei nisso.
— Eu acho que você quis dizer despedida de solteiro no singular. Você não vai sair para algum lugar para fazer uma festa sem mim. — eu disse.
— Ou sem mim. — acrescentou Paige. — Não pense que vou planejar apenas uma viagem de caras.
Os olhos de Dylan cresceram. — Viagem? Isso é ainda melhor. Onde devemos ir?
— Sem Vegas. — eu disse.
A mão de Paige subiu. — Eu concordo.
— Em algum lugar quente e tropical, onde as roupas não são necessárias, sempre funciona para mim. — disse Dylan, e eu atirei para ele um olhar aguçado.
— Você sabe que estamos planejando uma despedida de solteiro e não uma orgia, certo?
— Eu sou totalmente a favor de qualquer uma dessas. — disse Paige, e quando eu a olhei com frustração, ela riu. — Ok, tudo bem, eu estaria preparada para elas. Eu sou uma mulher casada agora. Não posso ficar selvagem como costumava fazer.
— Não brinca. — Dylan tossiu, e isso fez o sorriso de Paige crescer.
— Vou perseguir algumas opções tropicais para vocês e ver o que vocês gostam. Enquanto isso, eu preciso de uma contagem aproximada para o casamento, bem como seus padrinhos, planos de jantar de ensaio - geralmente os pais lidam com isso, mas podemos fazer planos alternativos, se não o fizerem - e eu vou ter seus smokings feitos esta semana.
— Parece perfeito. — eu disse, assim que Dylan falou:
— Quando chegaremos na parte da merda da degustação do bolo?
— Merda da degustação do bolo. — Paige repetiu. — Tão eloquente, bonito. Encontrei um fornecedor enquanto eu estava na Flórida, e eu posso enviar amostras aqui para vocês.
Dylan acenou com a cabeça em aprovação. — Porra, sim. Diga-lhes que se sintam à vontade para enviar uma amostra de tudo. Você sabe, para garantir que escolheremos o certo.
— Ou então, para que meu noivo possa comer até entrar em um coma de açúcar. — eu disse, sorrindo enquanto ele encolhia os ombros, nem um pouco envergonhado.
— Ou isso.
Paige fechou o caderno e colocou-o na bolsa. — Tudo bem, acho que isso é tudo, por hoje. Vocês têm alguma pergunta?
Nós dois acenamos e ela revirou os olhos.
— Bem, que tal me dar uma lista de convidados e depois iremos daqui. Caso contrário, eu irei agendar sua despedida de solteiro no polo do Norte.
— Feito. — disse Dylan rapidamente, e depois nos levantamos e nos despedimos. Uma vez que ela se foi, ele inclinou o traseiro contra a mesa. — Ela vai nos foder com uma motosserra se não resolvermos essa merda.
— Não me diga que você não ficaria bem com isso. — eu disse, inclinando-me para um beijo.
Ele voltou para o bloco de notas que trouxera e depois bateu no meu peito com ele. — Não tente me distrair. Temos um casamento para planejar. Sente-se.
DYLAN
Duas horas mais tarde e finalmente fizemos uma lista de convidados para o casamento, e estávamos dizendo nomes de quem gostaríamos de convidar para uma festa conjunta de despedida de solteiro.
— Vamos fazer em um fim de semana? — eu perguntei, com alguns nomes surgindo em minha cabeça. — Ou apenas em uma noite?
— Se estamos planejando fugir para algum lugar, acho que seria mais sensato fazer em um fim de semana, não é? — disse Ace.
— Feito.
— E eu vou cobrir o custo de conseguir todos lá. Vamos descobrir quem queremos convidar.
Levantei uma sobrancelha. — Uh, eu não penso assim. Agora estou ganhando um dinheiro decente, e isso é uma festa comum de despedida de solteiro, então não pense por um segundo que eu vou deixar você pagar por tudo.
— Você vai me deixar? Como você planeja me parar?
— Ace, você não se atreva.
— Está bem, está bem. Quem está na lista?
Olhei para os primeiros nomes que escrevi. — Eu tenho Derek e Jordan em mente... nós não os vimos desde que eles se comprometeram.
— Você quer convidar Finn e Brantley também?
— Sim, acho que isso seria divertido. E Lennon também, que Deus nos ajude. Vou ter certeza de que ele passará pela segurança. E você?
— Vamos ver... Logan, Shayne e Paige... inferno, todas as meninas. E os parceiros de todas, também.
Contei o número de pessoas. — Isso são cerca de dezoito, se todos puderem ir. Você acha que é demais?
— Foda-se, não. Devemos seguir em frente e marcar a data para... — Ace percorreu o calendário em seu telefone. — O que você acha, um mês antes do casamento? Em meados de abril?
— Eu acho que seria tempo suficiente para se recuperar — eu disse com uma risada. — Porra, olhe para nós, arrasando nesta coisa de casamento.
Houve uma batida suave e então Shayne enfiou a cabeça para dentro.
— Apenas checando vocês. Vocês precisam de alguma coisa? — ela perguntou.
Ace sacudiu a cabeça, empurrou a cadeira para trás e levantou-se. — Nah, acho que resolvemos coisas o suficiente para escapar da ira de Paige.
— Sempre uma escolha sábia. — disse ela com um sorriso. — Bem, se você precisar de mim, eu estarei no meu escritório.
Quando ela ia fechar a porta, Ace falou.
— Na verdade, há algo que eu preciso. Ou quero, antes. — disse ele, e fez um gesto para que ela entrasse.
— Você o nomeia, é seu.
— Você nem sabe o que eu vou pedir.
Shayne balançou a cabeça, seus cachos vermelhos caindo sobre seu ombro. — Depois de tudo o que você fez por mim e meus amigos, não negarei nada a você.
— Então, isso significa que você vai me fazer a honra de ficar ao meu lado no meu casamento como minha madrinha?
Sua boca se separou enquanto ela olhava para Ace, e então seus olhos se dirigiram para os meus por cima do ombro.
— Não podemos pensar em ninguém melhor. — eu disse. — É perfeito.
Os olhos de Shayne brilharam quando Ace lhe disse:
— Se não fosse por você, não haveria maneira no inferno que isso aconteceria. Você me fez reexaminar minha vida e o que eu queria. Você me fez fazer uma escolha. Por isso, se não fosse você, Shayne Callahan, não teria tido coragem suficiente para me assumir, e isso significa que eu perderia a pessoa mais importante da minha vida.
— Oh, maldição. — disse Shayne, esfregando os olhos com o canto da manga, e não pude deixar de fazer o mesmo com a minha.
— Jesus, Ace, você e seus malditos discursos de estrela de cinema. — eu disse, antes que ele segurasse meu queixo, me puxando para um beijo rápido. Então ele voltou para Shayne e esperou por sua resposta.
— E aí? Você vai me deixar na mão? — Ace brincou, mas antes que ele pudesse falar tudo, Shayne o atacou com um grande abraço de urso.
— Eu adoraria estar ao seu lado como sua madrinha. Nada me deixaria mais orgulhosa. — sussurrou ela.
Sobre o ombro dela, Ace pegou meus olhos. — Tudo bem, dê a ela.
— Me dar o quê? — Shayne perguntou, afastando-se.
Puxei o love lock10 do meu bolso, um vermelho que tínhamos gravado com nossas iniciais e o dia em que nos conhecemos, e entreguei a ela. — Para o seu Love Locker. Tranque essa merda. Estamos fora do mercado.
Capítulo 5
FESTA DE MERDA
ACE
— Eu não sei como sou convencido a assistir isso com você. — eu disse, enquanto Dylan reposicionava sua cabeça no meu colo, de onde ele estava deitado no nosso sofá, uma semana depois.
— Vamos, isso é uma coisa assassina. Quantas crianças de seis anos você conhece que pode cozinhar ravióli de caranguejo azul como um chefe?
— Isso tem que ser encenado. Nenhuma criança de seis anos pode fazer isso. Inferno, nem eu sei como fazer isso.
— Você está com ciúmes porque não sabe como quebrar um ovo.
— É para isso que eu tenho você, por enquanto. — eu sorri para ele.
— Ahh, entendi. Então você irá se casar comigo por minhas habilidades culinárias?
— Entre outras coisas. — eu disse, escovando um fio de cabelo loiro de sua testa.
— Tais como…?
Fui abrir minha boca, mas Dylan se esticou e colocou o dedo indicador nos meus lábios.
— Você não quer saber? — eu perguntei, afastando sua mão da minha boca.
— Não. Aqui não. Agora não. Eu decidi que você pode me dizer mais tarde.
Eu apertei meus olhos para ele, e ele sorriu. — Eu não entendo.
— Votos, Sr. Locke. Você pode me contar todas as coisas que você ama sobre mim e minha cozinha na frente de nossos amigos e familiares em alguns meses.
— Isso é certo? — eu ri.
Os olhos de Dylan brilharam. — Mhmm. Isto é.
— Então deixe-me ver se entendi. Você quer que eu escreva sobre todos os meus sentimentos e diga ao mundo o que sinto sobre você.
Ele assentiu com entusiasmo, e não pude deixar de rir do quão ansioso ele parecia com a perspectiva. Então eu me inclinei, levei meus lábios para os dele e disse:
— O que diabos, não é como se eu não tivesse feito isso na televisão nacional antes. Você quer votos, eu vou te dar votos, Sr. Prescott. Mas isso vai nos dois sentidos.
Sua mão se ergueu até meu rosto, e ele sorriu contra meus lábios. — Eu já tenho os meus.
Isso me fez retroceder, meus olhos arregalando. — Espera. Você tem? Quando você escreveu eles?
Suas bochechas coraram, e a expressão tímida com que me deparei no rosto dele era atraente, enquanto ele virava a cabeça e roçava seu rosto no meu estômago.
— Quando, Dylan? — eu perguntei, empurrando suavemente em seu ombro, assim ele teria que olhar para mim.
Ele mordeu o lábio inferior. — No dia seguinte, após você me pedir para casar com você.
Um sorriso lentamente curvou meus lábios ao traçar meus dedos pela linha de sua mandíbula. — Mesmo?
— Mesmo. — ele disse, e então lançou um olhar tímido para mim.
— Hmm, eu gosto disso.
— Sim?
— Sim. É super doce, Sr. Prescott. Há algo mais que você fez que eu não sei?
— Não. — Dylan respondeu, um pouco rápido demais.
Eu soltei uma risada alta com isso. Dylan tinha o pior rosto de pôquer de todos os tempos. — Mentiroso. Conte-me.
Dylan revirou os olhos, ficando um pouco envergonhado, o que só me fez pressioná-lo ainda mais.
— Conte-me.
— Tudo bem. — ele suspirou. — Eu talvez tenha praticado assinar meu nome algumas vezes. Você sabe, porque eu vou precisar de uma nova assinatura.
— E o que esse novo nome poderia ser?
— Bem, isso depende. — ele disse, tocando a aliança na minha mão esquerda. — Eu poderia ir com Dylan Prescott-Locke ou Dylan Locke-Prescott, ou talvez até apenas Dylan Locke... cada um deles tem um som muito legal.
Meu sorriso cresceu. — Eu gosto do som desses...
— Você tem uma preferência?
— Você tem?
— Perguntei primeiro.
— Eu acho que você definitivamente deve manter seu nome de família em algum lugar. Então, eu ficaria feliz com qualquer uma das outras duas opções.
Dylan pareceu pensar sobre isso. — Ok... então eu estou pensando em... Locke-Prescott. E egoisticamente, é porque eu quero meu primeiro nome ao lado do seu.
— Ace Locke-Prescott. — eu disse, rolando o nome na minha cabeça. — Eu acho que é perfeito.
— Sim?
— Sim. — eu me inclinei e dei um suave beijo assim que o temporizador do forno disparou. Quando eu recuei, disse: — Tudo bem, vá para a cozinha onde você pertence, Dylan Locke-Prescott.
— Oh, você vai pagar por isso mais tarde. — ele disse, pulando do sofá para tirar o frango do forno.
— Eu tomarei essa forma de punição a qualquer momento. — aproveitei a oportunidade de pegar o controle remoto e atravessar os canais enquanto ele estava ocupado. Havia apenas uma certa quantidade de realidade na TV que meu cérebro poderia aguentar. — Ei, esse novo documentário sobre OVNIs está passando.
— Ace, eu sei que você não mudou a droga do canal.
— Adivinha, acho que estou pedindo por isso hoje à noite. — ok, então os OVNIs estavam descartados. Continuei clicando, e quando um rosto familiar atravessou a tela, eu congelei.
— Estamos tão felizes que você pôde se juntar a nós esta noite para falar sobre o seu novo livro, Brenda. — disse a âncora de notícias, sorrindo para a mulher que deu à luz - e não muito mais - para o homem que está cortando tomates na nossa cozinha.
— Eu aprecio você me recebendo aqui. — disse Brenda, o sorriso dela era uma réplica do de Dylan, só que sem qualquer emoção genuína por trás dele.
— Dylan, você pode querer ver isso. — eu disse, e quando ele olhou para cima e viu o que estava passando em nossa tela, ele deixou cair a faca e ficou de pé ao lado do sofá.
— Acabou de ser anunciado que você assinou um acordo de livro com a MacLeod Publishing para que uma figura bastante significativa contasse a sua história, que ouvimos que também incluirá seu filho, Dylan Prescott, que atualmente está envolvido com Ace Locke. — disse a jornalista. — Você pode nos dizer o que podemos esperar?
— Bem, você pode esperar algumas surpresas sobre o nosso passado, com certeza. Eu acho que você pode dizer que nossa história tem todas as características de algo que você gostaria de ler. Sexo, escândalos, ameaças e mentiras.
— O que diabos... — Dylan começou, mas eu estendi a mão e coloquei-a em sua coxa para acalmá-lo.
— Isso parece uma boa leitura. E como está seu relacionamento com Dylan e Ace agora mesmo? Eles estarão contribuindo para o livro?
— Infelizmente, alguns preferem que a verdade seja escondida.
— Você está dizendo que Dylan e Ace não querem esta história?
— É exatamente o que estou dizendo. Há coisas em nosso passado que Ace está claramente envergonhado, com a maneira como ele reagiu quando nos encontramos pela primeira vez.
— Caramba. — eu disse, me levantando.
— Então, Ace sabe tudo sobre você e a história de Dylan? Tudo sobre o “sexo, escândalos, ameaças e mentiras”?
— Oh, sim. Ele estava bastante... chateado, você poderia dizer.
— Chateado? Como assim? Ele sempre teve uma reputação como uma das estrelas mais divertidas de Hollywood.
— Tenho certeza de que isso poderia ser verdade... quando ele não está utilizando seus músculos.
— Você está alegando que Ace Locke ficou agressivo com você?
Um sorriso falso, de lábios apertados, atravessou o rosto de Brenda. — Suponho que você terá que ler o livro para descobrir, não é?
— Oh, meu Deus. — disse Dylan, suas mãos apertando os lados enquanto sua pele corava com um tom de vermelho irritado. — Isso é porra inacreditável. Ela é uma mentirosa do caralho. Não podemos deixá-la escapar disso.
— Eu sei. — eu disse, puxando meu celular do meu bolso e ligando rapidamente.
— O que nós vamos fazer? Ace, ela praticamente disse que você bateu nela.
Eu ergui um dedo quando a linha começou a tocar.
— Eu cuidarei disso. — então a ligação conectou, e eu disse: — Logan, é Ace. Nós precisamos conversar.
DYLAN
Na manhã seguinte, Ace marcou uma videoconferência com seu advogado para examinar as opções que tínhamos quando se encerrou a última novidade envolvendo Brenda. Deus, odiava ser a causa da única coisa negativa em nossas vidas. Não era tanto comigo que eu estava preocupado, no entanto, enquanto caminhava no escritório onde Ace estava ligando o computador. Era o fato de ela ter vindo atrás de Ace que me fazia querer rastreá-la e estrangulá-la.
Após a breve convocação para configurar esta reunião, Ace entrou no telefone com Martina para colocá-la à procura de qualquer tipo de imprensa girando em torno desta última fofoca.
— Ei — disse Ace enquanto ele olhava por cima do ombro para mim. — Venha e sente-se, sim? Você está cavando um buraco na madeira.
Passei uma mão preocupada pelo meu cabelo e puxei a cadeira de escritório para sentar-me. — Estou tão bravo. Ela tem bolas, Ace. Vir atrás de mim é uma coisa, mas...
— Eu sei como você se sente. — disse Ace enquanto ele se aproximava para apertar minha mão. — Eu me sinto da mesma forma. Mas se alguém pode ajudar, é Logan.
Isso me distraiu o suficiente para perguntar:
— Então, como ele é?
— Logan?
— Sim. Você foi ao colégio com ele, certo?
Ace assentiu. — Eu fui.
— Então, como ele é?
— Agora? — perguntou Ace. — Ou no ensino médio?
Dei de ombros. — E tem diferença?
— Sim. — Ace riu. — No ensino médio ele era... acadêmico de um modo nerd... de uma maneira geek.
— E agora? — eu perguntei quando o toque da webcam começou, e Ace olhou para a tela com um sorriso.
— E agora... você verá.
À medida que Ace se conectava e o pequeno retângulo se expandia para caber na tela inteira, uma das pessoas mais lindas que eu já vi encheu o monitor, e isso queria dizer algo, desde que eu estava sentado ao lado de Ace. Com os óculos escuros e olhos azuis, o sujeito sentado em uma confortável cadeira de escritório de couro estava impecavelmente vestido com um terno azul-marinho, uma camisa branca e uma gravata, e tinha uma cabeça cheia de cabelos pretos espessos penteados para o lado. Ele parecia afiado, sofisticado e confiante enquanto se afundava em sua cadeira e girava uma caneta através de seus dedos.
Nerd? Eu não penso assim.
— Dia, Locke. — disse ele. — Antes de começarmos hoje, acho que é justo da minha parte deixar você saber que eu cobro extra por um trio matinal.
— Bom dia para você também, Logan. — Ace olhou para mim, e a torção de seus lábios me informou que ele sabia exatamente a reação que eu estava tendo. Eu estava chocado pra caralho. Sempre que Ace se referira ao seu amigo advogado no passado, eu simplesmente assumi que ele era do tipo estudioso. Não um cara com a aparência de um modelo da GQ que eu não parecia conseguir parar de olhar.
Ace também voltou sua atenção para a tela. — Acho que você pode ignorar seu lado profissional por dois segundos, Logan, assim eu posso finalmente apresentá-lo à Dylan?
— E mentir para o cara? Ah, vamos lá. Se ele me encontrar, ele pode realmente me conhecer.
Ace passou uma mão sobre sua cabeça e então estendeu-a para puxar minha cadeira para mais perto dele, assim eu estava totalmente à vista da câmera.
— Logan Mitchell, este é Dylan Prescott. Você sabe, o cara que você queria que eu fizesse assinar um contrato e eu disse para você se foder. Comporte-se ou eu vou desligar na sua cara.
Um sorriso torto e sujo dividiu os lábios de Logan quando ele se inclinou para a frente na cadeira e descaradamente me verificou, então seus olhos se dirigiram para Ace. — Nada mal, Locke. Nada mal.
— Pelo amor da merda. — disse Ace. — Você terminou?
— Ainda não. Dylan, você pode se levantar?
— Logan. — Ace rosnou, e Logan soltou uma risada alta.
— Estou apenas brincando com você. — disse Logan, e então olhou para mim, onde eu estava sentado congelado e com a boca aberta. — Prazer em finalmente conhecê-lo. Tenho que dizer que eu estava imaginando quando Ace finalmente criaria bolas e admitiria que o bastão que ele sempre parecia ter empurrado em sua bunda era realmente apenas um pobre substituto do que ele realmente queria.
— Logan. — disse Ace em um tom que deixou pouca dúvida de que ele queria chutar o traseiro do amigo. Mas foi esse comentário que finalmente me deixou relaxando em uma risada completa, toda a minha ansiedade de mais cedo desaparecendo, o que, a julgar pelo sorriso fácil que agora atravessava o rosto de Logan, era sua intenção exata.
— Minhas desculpas.
— Besteira. — murmurou Ace.
Os olhos de Logan se dirigiram para mim.
— Eu gosto de você. Talvez você possa afrouxá-lo um pouco. Então — ele disse, mais uma vez reclinando-se na cadeira. — Eu ouvi que temos um pequeno problema.
Brenda era mais do que um pequeno problema. Ela era um pesadelo.
— Você poderia dizer isso. — eu disse.
Logan tocou o bloco na frente dele e disse:
— Parece que Macleod Publishing lhe pagou um acordo de sete dígitos pelos direitos da sua chamada biografia. Essa é uma soma que não é conhecida por alguém que não é um nome familiar, o que só significa que ela está investindo fortemente em usar você para ganhar seu avanço.
— Ela pode fazer isso sem a nossa permissão? — perguntei.
— Você acha que Tom Cruise autorizou Andrew Morton a escrever aquilo tudo? Porra, não. É chamado de biografia não autorizada por um motivo.
— E o problema é que elas vendem. — disse Ace severamente. — Existe alguma maneira de pará-la?
— Só consigo pensar em uma maneira. — disse Logan.
— E o que seria?
Ele esfregou os dedos. — Dinheiro. Você já mencionou que ela veio atrás de você procurando dinheiro. Você pode apostar sua bunda que ela responderia a uma oferta.
— Nós não podemos apenas pagá-la. O que a impediria de pedir mais? — eu disse.
Um sorriso letal atravessou os lábios de Logan, e ele passou de sexy para astucioso em um instante. — Eu.
Ace esfregou o queixo enquanto ele olhava para mim. — O que você acha?
— O que eu acho? Eu acho que ela já tem um acordo de sete dígitos, então a quantidade de dinheiro que ela gostaria para parar esse circuito de imprensa seria astronômico.
— Eu não me importo com o dinheiro. A longo prazo, isso vai lhe poupar dor de cabeça e dor, e não há quantia que eu não pagaria para salvá-lo disso.
— Aww, essa é a coisa mais doce e mais melosa que já ouvi. — disse Logan, e Ace levantou o dedo médio em direção ao advogado, mas ele nunca tirou os olhos dos meus.
Engoli com dificuldade. — Então... pague-a. Ela ganha.
— Não, pague-a e ela vai embora. Se ela entrar em contato com você, ficar a mil pés de você, inferno, se ela respirar em sua direção, sua bunda vai para a cadeia. — disse Logan.
— Mas... o que parecerá se a pagarmos? Não vai parecer que estamos escondendo algo?
Logan encolheu os ombros. — Você não está?
Bom ponto de merda. Meu passado não era nada que Ace não sabia, mas ter o resto do mundo sabendo e julgando nós dois pelo que Brenda fez? Não iria acontecer.
Inclinando-me para a frente nos meus cotovelos, esfreguei o rosto e suspirei. — É muito.
— Não é. — disse Ace.
Olhei para Logan, sabendo que ele seria imparcial. — É isso que você faria em nossa situação?
— Se alguém ousasse me ameaçar os meus entes queridos, não hesitaria em derrubá-los por qualquer meio necessário. Para registro, sim, eu concordo com Ace. Fora do registro, se alguém tentasse foder com Tate, eu os mataria. Mas eu não posso tecnicamente lhe dar esse conselho legal.
— Ok. — eu disse lentamente, sentando na minha cadeira. — Quanto você acha que vai demorar?
— Eu acho que é melhor Logan e eu lidarmos com essa parte da discussão. — disse Ace.
— Pro inferno que é. Eu acho que tenho o direito de saber o que vai levar para nos livrarmos de um problema que eu trouxe para esse relacionamento, então eu poderei pagar...
— Você não ouse dizer que vai me pagar de volta. — disse Ace. — Você não vai me pagar de volta. O dinheiro não é um problema aqui. Não para tirar Brenda das nossas vidas, não para o nosso casamento, e não pelo que Logan está me cobrando por esta conferência na web...
— Nesse caso, acho que a minha taxa apenas triplicou. — interrompeu Logan.
Ace sacudiu a cabeça. — O que é meu é seu agora. Problemas, dinheiro, casa, você o nomeia. E vice-versa. Entendeu?
— Droga. Eu não sabia que você tinha isso em você, Locke. — disse Logan.
O olhar nos olhos de Ace era feroz, e o determinado aperto de sua mandíbula me dizia que não estava aceitando um não uma resposta. Ele realmente estava disposto a fazer o que fosse necessário... por nós... por mim.
— Obrigado. — sussurrei, e os ombros de Ace relaxaram enquanto ele pegava minha mão e beijava meus dedos.
— Nós temos isso. — disse ele. — Você e eu.
Assenti com a cabeça, apertando sua mão. — Você e eu.
— Bom. — o foco de Ace retornou ao advogado de aço que nos observava. — Dylan e eu iremos discutir um número e depois vou voltar para você.
— Quanto mais cedo, melhor. — disse Logan. — Apenas faça isso durante o horário de expediente. Eu gosto que o meu tempo livre seja tempo livre.
— Falando de tempo livre — disse Ace, com a boca inclinada em um sorriso. — O que você acha de se juntar a nós em Cabo, no próximo mês?
— É para lá que vocês dois estão fugindo?
— Nah, você receberá um convite formal para o casamento, mas pensamos que talvez você e Tate desejem se juntar a nós para nossa despedida de solteiro.
— Despedida de solteiro em Cabo? Hmm. Sol, bebidas por sua conta, Tate em calções... não posso dizer que eu seria contra isso.
— Eu estava esperando que você diria isso. E procurei uma desculpa para conhecer o cara que finalmente conseguiu te domesticar.
— Não há nenhuma definição aqui. Essa é uma palavra suja reservada para caras chatos que se curvam diante das expectativas da sociedade. Sem ofensa.
— Ofensa tomada. Você é uma grande ofensa por si próprio, Logan. Como Tate te mantêm em cheque?
— Com uma mão firme e uma boca cheia. Estas são as duas coisas que me mantêm... em cheque.
— Jesus, me desculpe por perguntar. — disse Ace.
— De nada. Me diga os detalhes, e eu me certificarei de que estaremos lá.
Ace levantou os olhos. — Não me faça te dar o discurso sobre o dinheiro também. Vou te filmar nos encontros e depois lhe enviarei os ingressos.
— Ooh, mantendo homens pelo fim de semana. Comprado e pago por Ace Locke. — disse Logan. — Ansioso por isso.
Depois de nos despedir, fiquei de pé. Conhecer Logan Mitchell não tinha sido nada como eu esperava, e eu tinha que admitir, estava mais do que curioso sobre como o cara geeky que Ace tinha conhecido, crescera... bem, naquilo.
— Cabo vai ser interessante, não é? — eu disse enquanto Ace desligava o computador, e quando nos dirigimos para o escritório de volta à sala de estar, ele riu.
— Oh Deus. Tenho a sensação de que pode ser o eufemismo do ano.
Capítulo 6
ALTAMENTE APAIXONADO
ACE
— Isso é tudo, pessoal. — disse Ronaldo Mendez quando saiu da cadeira do diretor onde ele estava sentado, na sala do palco. — Ace, posso falar com você por um momento?
À medida que todos começavam a se espalhar, Liv - minha dama de honra principal - me beijou na bochecha e me deu um sorriso caloroso. — Pare de se preocupar.
Eu fiz uma careta para ela. — Eu não estou preocupado.
— Sim, você está. E você não tem motivos para isso. Você está indo bem.
A semana passada havia voado. Com o meu novo filme em plena produção, as horas eram longas e os dias pareciam estar se misturando uns com os outros. Eu estava exausto. E mesmo que o script não exigisse o aspecto físico em que eu estava acostumado em meus papéis passados, o lado emocional desse personagem em particular era exagerado de outras maneiras. Não era como se eu me questionasse uma vez que estava com um personagem, mas eu tinha que admitir que estava entrando nisso com uma clara desvantagem.
Não só eu era um homem heterossexual que tinha casado há quase dez anos, estava retratando um homem que havia se desapaixonado. Algo que era o oposto polar ao que estava acontecendo na minha vida real.
Descarte o que você sabe, é o que eles sempre dizem, certo? Neste caso, sentia como se não soubesse nada.
— Sim, eu acho. Imagino o que Ronaldo quer. — disse.
— Você não sabe? Se ele não estivesse feliz, ele teria dito a você quando estava no meio da cena e faria você fazê-la novamente, certo?
— É verdade. — com um último aceno, Liv saiu justo quando Ronaldo parou na minha frente.
— Ace, trabalho fantástico hoje. — o olhar no meu rosto deve ter sido cômico, porque ele riu. — Por que você parece tão surpreso?
Eu soprei uma respiração. — Honestamente? Estou me sentindo fora do meu elemento, e eu só quero fazer bem esse papel.
Ronaldo colocou uma mão no meu ombro. — Eu sei que você quer. E o filme que temos? Tem coisas incríveis. E eu só queria deixar você saber disso para que possa aproveitar tudo sozinho. Eu posso dizer que você está preocupado, e preciso que você apenas respire. Deixe de sentir a pressão em que você está se colocando, porque eu sei que não está vindo do meu lado.
— Eu sei, é só que... Estou tentando encontrar uma maneira de me relacionar com o que ele está passando.
— Difícil bancar o homem quebrado quando você está altamente apaixonado. — disse Ronaldo com um sorriso. — Talvez ao invés de tentar se relacionar com suas próprias experiências, imagine quão esmagador seria se essa fosse sua história. Uma de você e Dylan. Como você se sentiria se, depois de tudo o que sente por ele agora, ele se desapaixonasse por você e caísse nos braços de outra pessoa?
Apenas ao pensar nisso, meu sangue começou a ferver, e Ronaldo deu um aceno de aprovação.
— Esse olhar no seu rosto agora? Perfeito. Sinta essa raiva, essa traição, essa dor. Use isso. — então ele me deu uma bofetada nas costas. — E no final do dia, vá para casa e reconecte-se. Mas continue trazendo para mim essa paixão.
— Eu posso fazer isso. — eu disse, sentindo-me melhor, embora o ferrão da dor do visual que ele criou ainda se demorasse. O homem era um diretor de mão cheia, dizendo exatamente a coisa certa para retirar as performances que ele precisava. E saber que já estava no caminho certo diminuiu a ansiedade que eu tinha sobre ser correto para o papel.
— Agora vá se preparar para sua estreia. — disse ele. — E diga oi ao meu filho se você o ver. Alejandro irá com Mallory.
Meus pés vacilaram no pensamento de tropeçar com aquele par potente novamente, considerando que da última vez que eu os vi, levei Dylan de volta para casa e ficamos nus contra minha escada antes do evento terminar.
Eu clareei minha garganta. — Eu vou ter certeza de fazer isso. Tenha uma boa noite, Ronaldo.
DYLAN
Deus, como é possível ter areia em lugares que você não deveria tê-la? Eu pensei, enquanto esfregava meu peito com a toalha uma última vez. Eu estava filmando uma campanha publicitária para uma marca de surf que me fazia rodar a praia de San Clemente durante a maior parte do dia, e, na teoria, isso parecia um bom momento, havia uma razão pela qual usava calções de banho em vez de ficar nu - o atrito com a areia era uma cadela.
Depois de enxaguar o sabão, desliguei a água e enrolei uma toalha em volta da minha cintura. Eu podia ouvir Ace falar com alguém no quarto, e por seu tom irritado, achei que ele ainda deveria estar na linha com seus pais.
— Não acho que seja uma boa ideia. — disse ele. — Não, não estou tentando deliberadamente evitar que vocês os conheçam, mas eu não acho que trazer os Prescotts até Chicago é algo com o qual eles se sentiriam bem.
Ahh... Então os pais de Ace queriam um encontro com os meus. Isso soava como um desastre, mas era um que eu tinha que admitir que seria divertido. Ziggy e Sunshine não eram exatamente normais, então não havia como dizer o que aconteceria. Mas desde que os pais de Ace finalmente estavam aceitando o fato de que ele e eu estávamos juntos e eles me receberiam como seu genro em breve, provavelmente era uma reunião que precisava acontecer antes do casamento.
Eu coloquei minha cabeça para fora do banheiro para ver Ace passeando na frente da nossa cama com o celular na orelha.
— Não, eles não têm fobia de voar, é só que... — Ace parou quando ele me viu acenando com as mãos. Ele afastou o telefone da orelha e cobriu o bocal. — O que está errado?
— Nada está errado, mas talvez devêssemos conversar com Ziggy e Sunshine e marcar uma hora e um lugar para todos se juntarem. — quando as sobrancelhas de Ace levantaram-se, eu disse: — Eles devem se encontrar eventualmente. Se houver algum problema, prefiro que não aconteça no nosso casamento.
Ele ainda parecia duvidoso, mas colocou o celular de volta ao ouvido. — Sim, estou aqui. Olhe, vamos ligar para eles hoje à noite e ver o que podemos fazer... Nós faremos... falamos depois.
Quando Ace desligou, ele caminhou em minha direção, com o telefone na palma da mão. — O que está rolando?
— Eu? Não tenho ideia do que você está falando.
— Não? — ele perguntou, seus dedos curvando em torno da toalha na minha cintura antes de retirá-la. — Nenhuma razão pela qual você está repentinamente bem sobre uma reunião familiar?
— Você parece pensar que tenho segundas intenções.
Enquanto eu estava nu diante dele, Ace enrolou sua mão em volta do meu pau endurecendo e apertou gentilmente. — Eu acho que você sabe tão bem quanto eu que é um desastre colocarmos os quatro na mesma sala.
Meus olhos se fecharam e mordi o lábio quando ele começou a me acariciar. — Eu acho que se vamos chegar a estreia mais tarde, você deve parar de me provocar, porra.
Assim que as palavras saíram da minha boca, a mão de Ace desapareceu e eu abri meus olhos para vê-lo afastando-se, um sorriso malicioso nos lábios.
— Não disse para parar. — protestei quando ele começou a botar sua camisa vermelha de botão.
— Você disse, e eu cito “você deve parar de me provocar, porra” — disse Ace enquanto ele abotoava sua camisa.
Eu olhei para ele enquanto alcançava a base do meu pênis, mas seu “não, Dylan” me fez ranger meus dentes. — Então, eu só deveria ficar frustrado a noite toda?
Os lábios de Ace levantaram-se de um lado quando ele pegou as calças pretas colocadas no pé da nossa cama ao lado das minhas. — Talvez não a noite toda. Se tiver sorte.
Quando parei no conjunto de gavetas contra a parede, eu abri-as e puxei um par de boxers pretos apertados e resmunguei:
— Você quis dizer se você tiver sorte... maldita provocação.
— O que foi isso? — ele perguntou quando puxei meus boxers para cima e me virei para vê-lo enfiar as extremidades de sua camisa em suas calças.
— Eu não disse nada.
Quando ele fechou as calças e abotoou a camisa, caminhei para o meu lado da cama e peguei a camisa preta que decidi vestir esta noite. Coloquei os braços nas mangas e, uma vez que estava abotoada, puxei minhas próprias calças e exigi que meu pau se comportasse.
Esta noite era a estreia de Insurrection 2, o filme em que nos conhecemos, e nós dois sabíamos que nossa aparição no tapete vermelho esta noite ia atrair uma multidão ainda maior do que o habitual.
Não era que Ace sozinho não fosse um motivo suficientemente grande para que as pessoas saíssem e festejassem o seu mais recente grande sucesso, mas com a imprensa que o cercara recentemente - bem, nós - estávamos mais do que cientes de que seria mais do que qualquer um de nós provavelmente experimentou alguma vez.
Desde o show de Carly Wilde, as mídias foram implacáveis na busca da próxima entrevista ou a oportunidade de fotografar Ace e seu noivo. E, até agora, tínhamos sido muito particulares em onde e quando nos dirigiríamos para o público. Mas esta noite... esta noite era um novo jogo. No segundo que Ace confirmou que íamos estar presente, a estreia passou de algo pequeno para um bloqueio da Hollywood Boulevard.
— Então — disse Ace quando parou no final da cama, onde eu estava abotoando os botões das minhas mangas. Ele parou na minha frente e deslizou uma gravata preta em volta do meu pescoço e, quando ele começou a amarrar, perguntou: — Você está pronto para esta noite?
Abaixei meus braços em meus lados, deixando minha camisa moldar meu corpo enquanto ele apertava o nó até a base da minha garganta, e quando eu sorri para ele, ele me puxou para a frente para beijar meus lábios suavemente. Fechei os olhos e experimentei o doce gesto até levantar a cabeça e sussurrar:
— Você está lindo.
Eu estendi a mão, passei uma mão pelo meu cabelo e ri. — Ainda não terminei. Então, você pode me soltar para que eu possa fazer o meu cabelo.
— Hmm, mas eu não quero. — disse Ace, e me beijou de novo.
Eu saí de seus braços antes que ele me excitasse de novo. — Ei, você parou a primeira vez, não eu. Então agora você tem que lidar com isso. Além disso, você não precisa fazer nada para parecer todo sexy e essa merda. Eu, eu tenho que fazer algo com essa bagunça.
Ace sorriu para as mechas de cabelo fora de controle que precisavam desesperadamente de algum produto e então enfiou as mãos nos bolsos. — Bem. Você ganha. Não que você não pareça perfeito, já. Mas eu sei o quão particular você é sobre o seu cabelo. Vou encontrá-lo no andar de baixo, ok?
Olhei para o relógio na parede e assenti com a cabeça. — Dê-me cinco minutos, então falaremos com Ziggy e Sunshine um pouco antes de sairmos.
Ace tirou os dois paletós pretos que reservamos para a noite dos cabides e então se dirigiu para a porta. — Cinco minutos, Dylan. Não me faça vir aqui te pegar.
Quando ele saiu pela porta, gritei:
— Mas isso pode ser divertido!
— Cinco minutos!
Eu ri da sua atitude mandona e entrei no banheiro - cinco minutos não era muito tempo.
ACE
— Eu juro que ele virá a qualquer momento. — eu disse aos pais de Dylan alguns minutos depois. Eu os conectei no Skype no meu laptop, e me sentei em uma das banquetas no balcão da cozinha e verifiquei o tempo novamente. O estúdio iria enviar um carro para nos pegar agora, então meu homem precisava dar as caras.
Ziggy riu com minha óbvia frustração. — Não espere que isso mude. Juro que esse menino costumava passar uma hora no banheiro antes da escola.
— Eu nem sei o que os garotos podem fazer por tanto tempo lá. — disse Sunshine.
Um resmungo deixou seu marido.
— Oh, eu sei exatamente o que fazemos lá. — ele disse, e esse comentário lhe rendeu um cotovelo em suas costelas.
— Eu não estava fazendo isso. — disse Dylan, ajustando os punhos da camisa enquanto entrava na cozinha. Em um terno preto e escuro e com os cabelos bagunçados, ele estava de tirar o fôlego.
Uau. Será que eu superaria o fato de que esse lindo homem era meu?
Eu me levantei quando ele rodeou o balcão, meus olhos vagando por cada centímetro dele antes de se erguerem para pegar seu olhar.
— Isso está legal? — ele perguntou.
Se estava legal? “Legal” nunca deveria estar na mesma frase que Dylan Prescott.
— Porra. — eu disse, balançando a cabeça. — Você parece... irreal.
Seu rosto relaxou em um sorriso, e ele estava prestes a responder quando Ziggy disse:
— Bem na hora, Daydream. Não posso manter seu cara esperando a noite toda, você sabe. Acho que você está com um ótimo aspecto, filho.
Dylan levantou a gravata e depois a alisou. Nervosismo. O meu homem estava nervoso.
— É uma grande noite para nós. — disse ele. — E você sabe que essas fotos estarão em todos os lugares. Você não pode culpar um cara por querer mostrar o seu melhor. Especialmente considerando a companhia sexy que vou ter. — ele me deu um aceno de aprovação e depois piscou. Tive a sensação de que ele queria fazer mais, e teria, se seus pais não estivessem observando.
— Bem, vocês dois estão lindos. Espero que vocês se divirtam esta noite, e não podemos esperar para ver o filme na próxima semana. — disse Sunshine, todo o rosto iluminado de orgulho.
— Por favor, não me lembre. Não tenho certeza que conseguirei me assistir lá. — disse Dylan.
Peguei a mão dele. — Você vai ser ótimo. Mas se ajudar, tomaremos um shot antes de chegarmos lá.
— Esses garotos. — disse Ziggy. — Falando de shots, quando vamos encontrar seus pais e fazer o quê, Hércules? Não nos diga que eles ainda estão muito ocupados cavando a neve daquela última tempestade.
Eu ri com o visual dos meus pais metidos se dignando a fazer algo tão normal quanto cavar neve com uma pá. — Eu ouvi que este ano foi um inverno estranhamente quente. Mas na verdade, é isso que queríamos discutir com vocês dois.
— Somos todos a ouvidos.
Lá vamos nós.
— Bem, como vocês se sentiriam sobre uma pequena viagem ao norte? — perguntei. — Obviamente, nós iremos fazer isso de acordo com sua agenda e pagaremos sua estadia.
— Oh, você absolutamente não fará tal coisa. — disse Sunshine, parecendo horrorizada. — Ficaremos mais do que felizes em ir. Nós desejamos encontrá-los, então, sempre que eles estiverem livres, nos tornaremos disponíveis.
— Vocês tem... certeza? — perguntei.
— Existe uma razão pela qual não devemos ter?
Sim. — Uh... bem...
— De jeito nenhum — Dylan cortou, me dando um olhar rápido que me dizia para calar a boca. — Nós gostaríamos que todos se encontrassem antes do casamento e se conhecessem.
Sunshine juntou as mãos. — Bom.
— Nós vamos levar-lhes um pouco dos nossos vinhos caseiros, não vamos, Shine? — Ziggy disse.
— Na verdade, não acho que você possa viajar com isso em um avião, Zig. — disse Dylan, graças a Deus. Apesar de que a ideia de embebedar meus pais pra caramba provavelmente não era a pior.
— Isso é muito ruim. — disse Ziggy. — Mas encontraremos outra coisa que eles vão gostar.
Não tinha como dizer o que seria, mas eu tinha a sensação de que nós daríamos uma boa risada, fosse o que fosse. Meus pais, talvez, nem tanto.
— Ótimo. Vamos pensar em algo e entraremos em contato. — eu disse, assim que a campainha tocou. — E essa é a nossa deixa.
Dylan agarrou seu estômago. — Foda-se, acho que vou ficar doente.
— Olha a língua. — disse Sunshine. — Agora, vocês vão e se divirtam. Vocês dois estão tão bonitos.
— Sim, vocês não estão ruins. — Ziggy concordou. — Vejo vocês em Chicago.
— Veremos você, Zig, Shine. — Dylan e eu acenamos antes de fechar o Skype. — Eu acho que não podemos pular essa noite, podemos?
Dei um passo em direção a ele, minhas mãos em cada lado do seu rosto. — Não. Mas quanto mais cedo nós sairmos, mais cedo podemos voltar para casa. E eu tenho várias ideias para o que podemos fazer mais tarde...
Dylan agarrou meus pulsos e disse:
— Então, o que diabos estamos esperando?
Capítulo 7
COMPANHIA DE TRÊS
DYLAN
Minhas mãos estavam suando, e quando o Escalade preto passou pela seção cercada da Hollywood Boulevard, eu as enxuguei nas calças.
— Você fica tão fofo quando está nervoso. — observou Ace, com a mão na minha coxa me dando um aperto reconfortante.
Eu examinei a multidão de pessoas de ambos os lados da rua, afastadas por barricadas e engoli em seco. — Tem sempre tantas pessoas?
— Às vezes.
Respirando fundo, tentei não pensar muito sobre o que aconteceria a seguir. Merda, o que aconteceria a seguir?
— Você pode me dizer de novo o que estamos prestes a fazer? Acho que meu cérebro está sofrendo algum tipo de colapso. — eu disse.
Ace riu e o braço dele foi para a parte de trás do meu assento quando ele virou-se para mim.
— Quando sairmos, eu vou nos levar para onde essas pessoas estão de pé ali. — ele disse, inclinando a cabeça para um lado da calçada transbordante. — Vamos assinar tudo o que eles tiverem, tirar fotos - apenas sorrir e conversar.
— Claro, basta conversar com todas essas pessoas que nunca vi antes, não é grande coisa.
— Eles estão mais nervosos do que você está, eu prometo.
— Acho isso difícil de acreditar. É o mesmo que as pessoas dizem sobre cobras, e você não vê pessoas correndo para abraçá-las.
Quando o carro aproximou-se, Ace disse para o motorista:
— Um segundo, por favor. — então, sua atenção voltou para mim. — O publicitário do estúdio nos levará até a linha de imprensa depois disso, e eu vou garantir que não nos separemos. É só um monte de fotos e entrevistas com a imprensa, e essa é provavelmente a parte mais difícil da noite. Quando chegarmos ao fim, podemos relaxar.
— Certo. — eu disse, acenando com a cabeça para me convencer. — Isso parece bastante fácil. Eu acho.
— Você vai ser ótimo. — disse Ace, então segurou meu queixo e me deu o mais leve beijo. Quando ele se afastou, a porta do meu lado se abriu e, quando saí e abotoei meu paletó, um rugido diferente de qualquer coisa que eu já ouvi antes encheu minhas orelhas. Os flashes de centenas de câmeras de celular me cegam como uma luz estroboscópica, e enquanto Ace saía do carro ao meu lado e abria para todos um sorriso deslumbrante, os gritos ficaram incrivelmente mais altos.
Puta... merda.
A mão de Ace foi para a parte de trás das minhas costas quando ele se inclinou para dizer:
— Esse cartaz lhe parece familiar?
Meus olhos dispararam para o enorme cartaz que atualmente apresentava o novo filme da Marvel, e a constatação de que estávamos no mesmo local em que Ace viera diariamente para ver o meu anúncio da Calvin Klein me fez sorrir.
— Círculo completo. — disse Ace com uma piscadela, e então ele pegou minha mão e me levou para o lado da multidão alinhada diante das luzes brilhantes do El Capitan Theatre.
E, para minha surpresa, não foi ruim. Apertamos mãos, assinamos cartazes de Insurrection 2 que nos foram entregues, tiramos selfies com mais pessoas do que eu podia contar. Todos tinham sido ótimos, alguns estavam nervosos, e muitos deles deram seus parabéns pelo nosso noivado, o que diminuiu minha ansiedade e fez minha confiança voltar. Cedo demais, o publicitário do estúdio estava nos afastando e nos conduzindo para um enorme tapete vermelho que parecia continuar para sempre. De um lado estavam os banners “passo e repetição11” - um termo que Ace me deixou a par - que anunciavam o filme e, do outro lado, câmeras de televisão, jornalistas, paparazzi e Deus sabia quem mais.
Ok, isso é intimidante pra caralho...
— Ace, Dylan. — alguém disse atrás de nós, e giramos para ver Ron King, o diretor do filme, parado ali perto da linha de imprensa com o braço estendido. Ele não estava usando seu chapéu de beisebol e camisas com frases habituais, então eu quase não o reconheci em sua jaqueta da marinha.
Ace apertou sua mão primeiro e puxou-o para um abraço. — É bom ver você, Ron. Você está ótimo.
— Errr, não tão ótimo. — ele disse, desabotoando a jaqueta para mostrar uma camiseta preta embaixo dela, que dizia: Se você não gosta do meu filme, pode ter que aprender a superar isso.
Eu ri e balancei sua mão também. — Eu acho que isso é perfeito. Você deve deixar a jaqueta desabotoada.
— Sim, eu posso receber alguns sermões do estúdio sobre isso, mas foda-se. Eu acho que fizemos um trabalho esplêndido.
— Nós não podemos esperar para vê-lo. — Ace disse a ele, e então o publicitário estava rapidamente nos movendo para ficarmos em frente a cerca de cinquenta fotógrafos. Quando o braço de Ace passou por minha cintura, ele me puxou para perto e minha mão foi para suas costas.
— Você está bem? — ele perguntou, e eu dei um sorriso largo enquanto assentia com a cabeça. Não importando onde estivéssemos, ele sempre estava preocupado comigo e com os que estavam ao seu redor, sempre fazendo tudo certo. Era uma das coisas que mais amava sobre ele.
Nós ficamos lá por alguns minutos enquanto eles gritavam comandos para nós e tentavam fazer a gente se beijar. Mas não havia como concordarmos com esse pedido, então nos mantivemos sorrindo, movendo nossos corpos para que eles conseguissem suas fotos.
A primeira repórter com que trabalhamos para um dos jornais de entretenimento de horário nobre nos chamou, e pela forma como Ace a saudou pelo nome e com um abraço, eles estavam em condições amigáveis.
— Ace Locke e Dylan Prescott, meu Deus, vocês, senhores, estão bonitos hoje à noite. — disse a mulher enquanto caminhávamos para mais perto.
— Obrigado. — disse Ace, dando a ela e às câmeras um desses seus sorrisos famosos que faziam o meu – e provavelmente de todos os outros – interior derreter.
— Ace, da última vez que vimos o seu personagem no final de Insurrection, ele foi o único a sair vivo. O que podemos esperar da sequência?
Ace esfregou a mandíbula. — Bem, quando as coisas começam nesse, ele não está em um ótimo lugar. Ele tem sua família, está vivo, mas ele ainda está sentindo uma enorme quantidade de culpa de não poder salvar seus amigos. Então, quando surge a chance de assumir o comando de um novo navio, ele mostra que é sua chance de compensar.
— E eu acho que as coisas não vão bem como ele planeja?
— Na verdade não, para dizer o mínimo. Nós temos Anatoly Sokolov como nosso vilão, e ele é fantástico, e tem muita ação, explosões - todas as coisas que você amou no primeiro.
A mulher sorriu ainda mais. — Eu acho que isso significa mais homens gostosos em uniforme.
— Bem, pelo menos no início. Esse filme é um pouco mais úmido do que o primeiro.
— Oh, Ace, esse som que você ouve são os gritos de todos se apressando para comprar um ingresso agora. — disse ela. — Agora eu tenho que perguntar, quem vocês estão vestindo?
Ela estendeu o microfone e depois de olhar rapidamente para Ace para ver se ele responderia, eu disse:
— Nós dois estamos vestindo Gucci.
— Ah, sim, acabamos de ver que a campanha publicitária foi lançada algumas semanas atrás. Dylan, sabemos que você começou na modelagem, e este filme é sua primeira incursão em atuar. O que você mais gostou em Insurrection 2?
Quando terminou, pensei com um sorriso, mas eu cutuquei Ace, em vez disso.
— Eu acho que é óbvio que conhecer esse cara foi a melhor coisa que aconteceu no set. E sendo um grande fã de antemão, apenas assisti-lo em ação foi inacreditável. Às vezes eu tinha que me beliscar. — os lábios de Ace descansaram contra minha têmpora, e eu acrescentei: — Às vezes eu ainda faço.
A mão da repórter passou por seu peito quando quase desmaiou. — Falando sobre isso, você pode nos contar qualquer coisa sobre seus planos de casamento?
— Claro. — disse Ace. — Eles estão sendo feitos.
Eu tentei não rir enquanto ela continuava pressionando o problema e Ace desviava todas as perguntas. Logo fomos seguidos pela linha para responder mais do mesmo. Perguntas sobre o nosso relacionamento e casamento foram definitivamente o tópico que eles queriam saber acima de tudo, embora nenhum de nós tenha dado nenhuma migalha para eles pegarem.
— Ace, é verdade que você e Ron King brigaram no set?
— Dylan, você planeja prosseguir uma carreira como ator, ou você continuará como modelo?
— Você abordará os rumores de que você vai se casar na casa de George Clooney?
— Vocês já falaram sobre crianças?
Jesus, era o suficiente para fazer você suar. Depois de termos terminado com o último repórter e termos dito um breve olá para alguns dos membros da equipe, subimos o tapete vermelho colocado sobre as marcas da celebridade que cobriam o pátio perto da entrada do teatro.
— Caramba, são as impressões de mão de Gene Kelly. — eu disse, parando ao lado de um bloco quadrado de cimento com sua assinatura e mão e pegadas.
Um sorriso enorme cruzou os lábios de Ace. — Você nunca esteve aqui antes?
— Não. — eu disse, outro quadrado chamando atenção de meus olhos. — Dick Van Dyke? Maldição. — eu me abaixei para colocar minha mão sobre uma impressão, e então um pensamento me ocorreu. — Espere um minuto. Você tem um desses?
Ace estalou os lábios e estendeu a mão para mim, e quando peguei, ele passeou pelo tapete em direção à entrada e depois parou. Quando eu segui seu olhar para baixo, eu vi o rabisco familiar de seu nome, bem como suas impressões e a data.
— Oh, meu Deus. — eu disse, me agachando para colocar as mãos sobre as de Ace. — Suas mãos são grandes pra caralho.
— Não tenho certeza de que já ouvi queixas antes.
— E de mim, você não vai. — levantei e balancei minha cabeça. — Isso é muito legal, Sr. Locke.
— Que perseguidor você é. Não assistiu a minha cerimônia.
— Ei, eu vi sua estrela na Calçada da Fama. Eu simplesmente não percebi que essas coisas eram separadas. Eu vou ter que procurar no YouTube mais tarde.
Ace riu e agarrou novamente minha mão, ligando seus dedos com os meus. — Faça isso, Daydream. Faça isso.
Eu pensava que o exterior do teatro chinês era uma festa para os olhos, mas o lobby interno era tão ornamentado quanto. Tapetes vermelhos e dourados acolchoados, colunas escarlates ousadas, um gigantesco candelabro chinês e papéis de parede elaborados.
Em toda a sala havia vitrines de figurinos de filmes clássicos, e eu fiz Ace parar em cada um que passamos. Ele me fez sentir à vontade por vários minutos antes de assentir para o bar no canto.
— O que você diz de eu pegar para nós um par de bebidas? — ele disse.
— Você me conhece muito bem. Eu pareço assustado?
— Eu conheço. E parece um pouco. Estarei de volta. — Ace beijou minha têmpora e, quando ele foi ao bar para pegar nossas bebidas, fiz uma rápida varredura da sala iluminada, cheia de colegas, e meus olhos arregalaram quando eu vi Mallory Jacobs acenando na minha direção.
Ace mencionou que ela estaria aqui esta noite com Alejandro, mas quando eu olhei para o homem com o braço dela em seu cotovelo, fiquei chocado ao ver que não era a estrela de cinema sexy que conhecíamos intimamente como Zorro.
Meus olhos se moveram sobre o imaculado traje de seu companheiro para onde os dedos de Mallory pousavam em seu braço. Ela estava acariciando o tecido lá em uma carícia preguiçosa, como se estivesse de braços dados com alguém com que estava extremamente familiarizada. Era uma reflexão tardia. Um gesto de alguém que costumava tocar o outro, e me fez pensar onde estava seu namorado e se ele sabia que ela estava sendo tão amigável com o homem com quem ele a deixara, porque se eu tivesse pego alguém acariciando o braço de Ace assim, eu não estaria à espera de explicações.
Ace veio por trás de mim e abaixou uma taça de champanhe na minha frente. Quando olhei por cima do ombro para ele com uma careta, ele disse:
— É um Matador12, e não um champanhe.
— Ahh. — eu disse, aliviado. Eu precisava de algo mais forte do que o champanhe, e a tequila nisso ajudaria a acalmar meus nervos.
— Ah, olha, lá está Mallory. — disse Ace, levantando a mão para acenar.
Eu trouxe meu copo para meus lábios e tomei um gole. — Mhmm. Ela está, sim, e não com Alejandro.
Ace riu. — Você parece tão escandalizado.
— Bem — eu sussurrei, e então me inclinei para ele. — Olhe para a maneira como ela está com ele. Ela está praticamente colada ao seu lado. Um pouco familiar, você não acha?
— Esse é Lance Winfield, seu gerente. Ela já esteve com ele há algum tempo.
Eu me virei para olhar para Ace e ergui uma sobrancelha. — E você acaricia o braço de Roger assim?
— Não. — disse Ace, e então olhou de volta para onde Mallory e seu gerente estavam. — Oh, bem, olha, lá está Alejandro. E, para mim, ele não parece incomodado por sua “proximidade”.
Eu trouxe meu copo de volta aos meus lábios para outro gole, enquanto meus olhos seguiam a sugestão de Ace e mais uma vez procuraram o casal. Quando eles pousaram no trio, eu os assisti mover-se juntos em uma sincronia quase perfeita. Como se estivessem acostumados com a presença um do outro, sintonizados em cada movimento, conscientes de cada passo.
Ambos os homens flanqueavam Mallory, seus braços em cada um deles, e com a sua pele escura complementando a sua mais clara, eles eram algo de se ver. Uma visão extremamente atraente.
Eu gostava de acreditar que era um bom juiz de linguagem corporal – o que era especialmente importante na minha linha de negócios – e naquele momento eu decidi que Ace estava certo. Alejandro não estava incomodado pela proximidade física de Mallory e Lance, e quando notei a grande diferença entre Alejandro e Lance, meu radar disparou e minha curiosidade aumentou. Porque se eu não estivesse enganado, esse era o homem que tinha estado com Alejandro na noite em que o vira no Syn - e que significava o quê, exatamente?
Como se ele pudesse sentir nossos olhos em sua direção, Alejandro olhou para nós, um sorriso curvando seus lábios enquanto ele acenava para nós.
— Adivinha, é melhor irmos dizer olá. — disse Ace, nos movendo pela multidão que se separou como água. A mão de Ace estava firme contra a parte inferior das minhas costas, e quando nos aproximamos dos três agora parados, não pude evitar os flashes de memória que se infiltraram em minha mente daquela noite em Las Vegas.
— Boa noite, meninos. — disse Mallory enquanto os dois homens de pé ao lado dela soltaram seus braços para que ela pudesse dar um passo à frente e cumprimentar-nos com beijos em nossas bochechas. Eu fui em primeiro lugar, e então ela se moveu para Ace, a quem ela também abraçou. — Vocês dois certamente atraíram uma multidão esta noite.
— Sim. Grande o bastante. — disse Ace enquanto retornava seu caloroso abraço.
— O que você esperava? — ela riu quando recuou para olhar entre nós. — Vocês são o casal de Hollywood agora. Talentosos, deliciosos e, ouso dizer, gays. Vocês são toda a fantasia dos artistas liberais embrulhados em Gucci. Sem mencionar que vocês só têm olhos um para o outro. Claro que a imprensa ia cair matando.
Enquanto Ace e Mallory continuavam conversando, tomei outro gole da minha bebida e deixei meus olhos deslizarem para além do ombro, para onde Lance agora se movera para ficar ao lado de Alejandro. Suas cabeças escuras estavam próximas enquanto o gerente dizia algo na orelha do ator, e então Alejandro pegou meu olhar e abriu um sorriso deslumbrante na minha direção. Ele então encostou uma mão no cotovelo de Lance, e quando o gerente olhou para mim, Alejandro foi o primeiro a falar.
— Dylan, desculpe-me. Sempre esqueço o quão novo você é neste negócio porque você se encaixa neste mundo tão perfeitamente. Deixe-me apresentá-lo. Este é Lance Winfield - ele é nosso... gerente.
Os olhos escuros de Alejandro se enrugaram nos cantos com diversão com a descrição do homem, e a risada de Lance me fez olhar para ele. Ele estendeu a mão para que eu sacudisse, e enquanto eu a pegava, ele disse:
— Gerente é uma maneira educada de dizer que faço praticamente tudo que me dizem para fazer.
Enquanto seus dedos se enrolavam nos meus, meu olhar disparou para Alejandro, cujos olhos estavam fixos em mim como se estivesse esperando por uma reação.
Porra. Oh, merda. Eu sabia que estava certo. Havia muito mais acontecendo aqui do que a coisa gerente/cliente. O que eu não conseguia entender era onde Mallory se encaixava em tudo isso. Ela estava alheia? Ela sabia? Ou talvez ela fosse um disfarce, como Ace uma vez teve?
Como se Alejandro pudesse ver as rodas girando na minha cabeça, o lado de sua boca se contraiu, e não consegui decidir se sua presença intimidante era por causa de seu status de estrela ou por causa da intensidade que eu podia sentir emanando dele. Este deus espanhol era todo alfa.
Eu clareei a garganta quando Lance soltou minha mão.
— Isso soa como algo de Hollywood. — brinquei, meus dedos apertando meu copo. Lance olhou para Ace, que estava rindo de algo que Mallory acabara de dizer, e depois voltou para mim.
Ele lambeu os lábios e assentiu. — Sim. Tenho certeza de que você sabe exatamente como é.
Jesus, pensei, enquanto meu pulso disparava, e engolia em torno do nó agora alojado na minha garganta. Ele estava se referindo à noite em que Ace havia me havia dito o que fazer, inclusive ficar nu para um clube inteiro cheio de estranhos? Mas antes que Lance pudesse dizer qualquer outra coisa, Ace estava voltando para o meu lado, sua mão descansando mais uma vez na parte inferior das minhas costas enquanto Mallory voltava para suas duas escoltas, colocando uma palma em seus peitorais.
— Vocês estão sendo bonzinhos com Dylan, não estão, garotos?
Alejandro ergueu uma mão e passou os dedos ao longo da mandíbula e depois ergueu os olhos para os meus, e o brilho perverso deles fez os dedos de Ace afundarem em minha cintura.
— Claro, Mal. Eu estava apenas apresentando Lance.
Eu a assisti virar o rosto para o “gerente”, e o olhar suave que estava nos olhos de Lance enquanto ele retornava seu olhar me confirmou. Esses três eram muito mais do que gerente e clientes, e quando um anúncio soou que o filme começaria em quinze minutos, Mallory olhou por cima do ombro para nós e disse:
— Bem, é melhor entrarmos e pegarmos nossos lugares. Parece impossível para os planejadores desses eventos colocarem três assentos juntos. Números irregulares e tudo isso. Mas fico tão louca se não puder estar no meio dos meus homens. Ou pelo menos em algum lugar próximo.
Quando ela adicionou uma piscadela pungente, meu queixo praticamente caiu no chão com a implicação, e se a reação silenciosa de Ace ao meu lado fosse alguma indicação, ele também leu as entrelinhas de suas palavras.
— Não demorem, vocês dois. — disse Alejandro enquanto começavam a se afastar. — Afinal, você é a estrela, Ace. Não ficaria bem se você fosse chamado e não estivesse à vista.
Eu vi Ace levantar a mão em um gesto mecânico de adeus, e uma vez que estavam fora da vista, eu me virei para olhar para ele e disse:
— Juro que cada vez que nos encontramos com eles, eu tenho aproximadamente cerca de um milhão de perguntas.
Ace levantou o copo para os lábios e bebeu todo o líquido. — Eu... umm... Ela estava dizendo o que eu acho que ela estava dizendo?
Eu sorri para Ace, que ainda estava olhando para o trio que estava saindo do lobby. Sempre me surpreendia como alguém como Ace, uma enorme estrela de cinema que você pensaria ter visto e ouvido tudo, ficava tão chocado com esse tipo de coisa.
— Que os três são muito mais do que amigos? Se é isso que você acha que ela estava dizendo, então, ahh, sim. Eu acredito que ela estava. Alejandro estava definitivamente implicando isso.
Os olhos de Ace alargaram-se. — Então naquela noite no Syn era...
Eu acenei lentamente. — Lance. E se eu tivesse que adivinhar, Mallory não estava muito longe.
— Porra. Oh meu Deus.
Eu ri de sua reação, porque era exatamente o que senti quando descobri. — Eu não posso decidir se você está escandalizado que Mallory possa ter nos visto, ou o fato de que ela está envolvida com dois homens que também estão muito envolvidos um com o outro.
— Eu também não posso. — disse Ace, e então balançou a cabeça. — Eu estou... estou sem palavras. Mas Alejandro está certo - precisamos entrar para que possamos assistir a sua grande estreia.
Oh, Deus. Por um segundo, consegui esquecer isso, mas com uma frase, Ace trouxe de volta à superfície todos os nervos que eu tinha esquecido. — Ugh, eu realmente não estou ansioso por isso.
— Você vai ser ótimo.
— Não. — eu disse, balançando a cabeça. — Você vai ser ótimo. Eu vou ser como um acidente de trem.
— Eu duvido muito disso.
— Eu não. Ron provavelmente editou todas as minhas partes.
Ace sorriu para o meu comentário e depois tirou o copo dos meus dedos. — Você não tem motivos para estar nervoso. Além disso, você tem cenas comigo, lembre-se, e eu sou a estrela. Você será fantástico. Mas... talvez você precise relaxar um pouco antes de entrar.
— Ace, temos quinze minutos.
— Então, é melhor você parar de falar — ele disse, e depois colocou o copo sobre uma das mesas que estavam espalhadas por todo o lobby e disse três palavras que nunca me cansaria de ouvir de sua boca: — E vir comigo.
Capítulo 8
EXPOSIÇÃO INDECENTE
ACE
Eu peguei a mão de Dylan e o afastei da área do bar, deixando para trás Mallory e Alejandro, assim como seu “gerente”.
Jesus, quem sabia que ela tinha aquilo nela? Ou devo dizer, quem sabia que ela os tinha nela. Mas bom para ela. Ela parecia feliz, e era óbvio que os outros dois naquela pequena tríade estavam satisfeitos, então, o que quer que fizesse seu barco flutuar era da sua conta. Assim como o pequeno fato que eu estava prestes a usar isso contra Dylan para que ele relaxasse... era o nosso.
Se houvesse um modo infalível de tirar a mente de Dylan do fato de que ele estava prestes a se observar pela primeira vez na grande tela, seria distraí-lo de uma maneira que eu sabia que ele não teria esperança de resistir. E não havia nada que meu homem desfrutava mais do que uma distração que vinha na forma de um lugar público, com alto risco e a sugestão de uma audiência.
Como diabos eu acabei com um exibicionista? E aliás, como não sabia que eu totalmente curtia esse tipo de coisa? E porra, como gostava. Dylan estava no papo, e o mais tarde com que eu o tinha provocado quando estávamos nos preparando para a noite, estava aqui.
Ao levá-lo a um longo corredor longe do principal, vi uma porta de saída e um salão estreito que levava a parte de trás do prédio. A passarela vazia mal iluminada pelas lanternas chinesas penduradas no teto, e as paredes vermelhas e o tapete, davam ao espaço um clima ilícito quando pensei sobre o que exatamente eu estava prestes a fazer.
— Ace. — Dylan sussurrou, puxando minha mão, e quando eu olhei por cima do meu ombro para ele, ele me deu um olhar que dizia “onde diabos estamos indo?”.
Eu não respondi, simplesmente deixei meu olhar viajar por ele, e quando meus olhos voltaram para os dele, percebi que ele tinha pego o lábio inferior entre os dentes. Ah, sim, Dylan estava finalmente começando a entender.
Sabendo que não poderíamos demorar, voltei e recomecei minha busca por... Ahh, sim, isso é perfeito.
A uma curta distância do corredor estreito havia uma pequena alcova. Ela estava escondida de quem caminhasse por este corredor, mas ainda era pública o suficiente para que alguém viesse explorar, o que significava que o que eu estava prestes a fazer, ainda precisaria ser feito com um pouco de privacidade.
— Ace... — ele disse, mas não havia tempo para conversar, e com um puxão final no pulso de Dylan, eu o arrastei para as sombras e coloquei suas costas contra uma das paredes. Quando fiquei contra a frente dele, peguei seu outro pulso e os fixei na superfície em que suas costas e cabeça agora estavam apoiadas.
— Jesus. — ele disse enquanto eu empurrava meus quadris contra o dele, esmagando minha ereção contra aquela escondida dentro de suas calças pretas. — Mas que porra, Ace?
Eu não respondi nada além de deixar um sorriso perverso enrolar minha boca quando varri meus lábios sobre o topo dos dele. Eu podia provar um pouco da tequila que ele bebeu há alguns minutos, enquanto suspirava e relaxava contra mim, inclinando a cabeça para frente para obter um gosto mais profundo. Mas eu levantei minha cabeça e a sacudi. — Não temos tempo para tudo isso.
O peito de Dylan subiu e desceu contra o meu, enquanto ele começava a mover seus quadris no mesmo ritmo que os meus.
— Então temos tempo para quê? — ele perguntou quando suas pálpebras baixaram para meio mastro, e quando seus dentes penetraram em seu lábio inferior cheio, eu resmunguei. Ele sabia exatamente o que fazia comigo quando ficava assim. Sedutor, flexível e meu para ser tomado. Isso me fazia querer girá-lo, arrancar suas calças e afundar meu pau em seu corpo apertado e disposto. Mas, novamente, não tínhamos tempo para isso.
Em vez disso, soltei uma das suas mãos e, como se eu tivesse dado a ordem em voz alta, Dylan manteve seu braço em sua cabeça como se estivesse preso lá. Então eu abaixei minha mão entre nossos corpos para alisar a palma sobre o pau duro que eu podia sentir esboçado nas calças dele.
Quando seus olhos se fecharam e um suave gemido deixou sua garganta, eu me inclinei e beijei o lado de seu pescoço antes de arrastar minha língua até sua orelha, onde sussurrei:
— Nós temos tempo para eu terminar o que comecei em nosso quarto mais cedo.
A cabeça de Dylan virou-se e seus olhos se abriram para encontrar os meus, e o desejo e a luxúria pura em suas profundezas eram como um fósforo íntimo e idênticos à fome que eu sabia que estava claramente óbvia nas minhas.
Porra, ele era irresistível.
— Aqui? — ele perguntou, mas não fez nada para negar ou refutar meus avanços. Oh não... de forma alguma Dylan pararia isso. Ele queria tanto quanto eu, e essas circunstâncias apenas aumentavam seu desejo.
Movi meus dedos para o botão de suas calças enquanto segurava seu olhar e, enquanto eu escorregava e puxava o zíper para baixo, assenti. — Bem aqui.
Sua mão saiu da parede para agarrar os dedos que eu estava prestes a escorregar dentro de suas calças. Quando ele os parou, a poucos milímetros de distância de mergulhar debaixo do tecido que estava no meu caminho, pensei que ele poderia estar tendo um momento de indecisão antes de eu...
— Então eu acho que você deveria fazer isso de joelhos. — ele disse.
Tudo bem, pensei. Sem indecisão aqui. O bastardo sexy agora lambendo seus lábios sabia exatamente o que ele queria. E se era eu de joelhos, então foda-se, era exatamente para onde eu estava indo.
DYLAN
Quando uma das sobrancelhas de Ace levantou-se, a expressão arrogante fez com que meu pau pulsasse ainda mais, se é que era possível. Ele realmente vai fazer isso? Aqui? Agora? Deus, eu certamente esperava que sim, porque se ele parasse, eu teria que encontrar o banheiro mais próximo e cuidar das coisas sozinho. Era isso ou matá-lo por me fazer ficar neste estado, para começar.
Quando o anúncio que o filme começaria em quinze minutos foi feito, os nervos que eu consegui controlar sobre andar no tapete vermelho reapareceram ao pensar em me ver na tela pela primeira vez. Mas quando Ace deu dois passos para trás, mais fundo na alcova, e me virou até minhas costas estarem bloqueando a entrada, meu pulso disparou e alguma ansiedade que eu sentia desapareceu quando ele se abaixou.
As sombras o engoliram e as silhuetas carmesim esculpiram um padrão erótico sobre as linhas afiadas e masculinas de sua mandíbula e bochechas enquanto ele se situava diretamente na minha frente, levando suas mãos até minhas coxas e apertando.
— E agora? — ele perguntou, e o timbre ronco de sua voz deslizou pela minha espinha até minhas bolas. Ace estava de tirar o fôlego ajoelhado aos meus pés, e o fato de ele estar aguardando meu próximo pedido quase fez meus joelhos cederem. — Dylan?
Não estando prestes a perder essa experiência, eu coloquei minha mão esquerda na parede e desci minhas calças e boxer para libertar meu eixo dolorido. Tive o cuidado de manter minhas roupas no lugar, simplesmente puxando o material para baixo, até se acumularem debaixo do meu pau e bolas, oferecendo-os para o homem tão gentilmente implorando por isso.
Quando meu comprimento corado entrou em vista e estava à um sussurro de distância dos lábios de Ace, envolvi meus dedos em torno da base e me guiei para a boca dele. Sem hesitar, ele me engoliu da ponta até a base e graças a porra eu tinha a minha mão na parede, porque estava certo de que sensação de sua boca quente e úmida me cercando teria me derrubado na minha bunda se não houvesse algo para me agarrar.
— Maldito inferno, Ace. — eu disse, e levantei minha outra mão para segurar a parte de trás de seu pescoço. Enquanto esfregava minha palma acima de sua cabeça, eu deixei seu restolho raspar em minha pele, e gemi enquanto ele me chupava ainda mais forte. Meus quadris puxaram para trás, e então automaticamente empurraram para frente, deslizando ao longo de sua língua ansiosa enquanto meus dedos massageavam sua cabeça.
O som que escapou de Ace soou como aquele de um homem selvagem. Era um cruzamento entre um grunhido e um rosnado. Prazer e frustração me devoravam enquanto ele me chupava, determinado a me destruir com um orgasmo que me deixaria ininteligível.
Não querendo perder um único segundo, olhei para baixo para onde Ace agora estava me engolindo tão profundamente que seu nariz estava escovando o cabelo loiro curto que cercava meu pau, e quando seus olhos encontraram os meus, o desejo sexual neles me fez deixar ir sua cabeça e agarrar sua jaqueta.
Eu o puxei, de repente precisando daquela boca na minha, aquele corpo contra o meu, e Ace captou a mensagem alta e clara. Sem uma única palavra minha, ele pôs-se de pé, me empurrou de volta contra a parede e enrolou o punho em torno do meu pau duro, e se não fosse por sua boca voraz batendo na minha, o gemido alto que ele tirou de mim teria nos entregado.
ACE
As mãos de Dylan vieram e agarraram meus bíceps, cavando no tecido da minha jaqueta enquanto eu enfiava minha língua entre seus lábios. Minha mão estava subindo e descendo em um ritmo rápido, e com cada golpe em sua carne, Dylan praticamente subia um pouco mais em meu corpo.
Ele estava me usando como uma âncora, enquanto ele metodicamente bombeava seu pau através do meu punho, e o pré-sêmen pegajoso revestindo minha mão fazia meu paladar ficar com ciúmes enquanto a sugestão do gosto dele ainda se demorava na minha língua.
Puxei meus lábios para longe dos Dylan enquanto o gemido revelador de seu iminente orgasmo escapava, e quando sua cabeça caiu para trás e descansou contra a parede atrás dele, deixei meu olhar percorrer suas lindas características.
Seus cabelos loiros ainda estavam artisticamente bagunçados - eu tive a certeza de manter minhas mãos fora deles –, seus lábios estavam inchados e se separavam, enquanto ele ofegava e gemia com cada puxão da minha mão, e suas bochechas estavam coradas de sua excitação quando seus olhos se abriram e trancaram com os meus.
— Você é tudo o que eu jamais sonhei que poderia ter. — eu disse. — Você é tão perfeito para mim, Dylan. Perfeito. Pra. Caralho.
Ele empurrou os quadris para dentro do meu punho e puxou-me para ele, e não pude me impedir de baixar minha cabeça e acariciar seu pescoço. Sua respiração aumentou, assim como seus movimentos, enquanto ele empurrava de forma desesperada em minha mão, agora ansioso pela libertação, e quando as luzes escureceram mais uma vez, eu disse em sua orelha:
— É melhor você se apressar. Eles não começarão sem nós. Eu sou a estrela.
— Oh, Deus... — o lembrete de onde estávamos e a quantidade de pessoas que esperavam que nós entrássemos e pegássemos nossos lugares estava voltando para ele.
— Isso é certo. — eu disse, enquanto as luzes apagavam pela segunda vez. — O teatro inteiro está agora ficando cheio. Ron está me procurando. A imprensa está nos procurando. E todos estão se perguntando para onde fugimos. Mas não vou a lugar nenhum, Daydream. Não. Até. Que. Você. Goze.
Dylan puxou-me para tão perto quanto conseguiu, enquanto seu corpo inteiro vibrava, e então baixou a cabeça para morder meu ombro através da minha jaqueta enquanto as luzes apagavam pela terceira e última vez e Dylan finalmente gozou.
Capítulo 9
OPOSTOS POLARES
ACE
— Ace, benzinho, você faria a gentileza de deixar Clara saber que estamos prontos para as bebidas? — minha mãe disse quando Dylan e eu entramos na sala de estar formal, onde ela estava empoleirada na borda de um sofá com meu pai. Em frente a eles, e parecendo completamente fora de lugar, embora aparentemente desconfortáveis com isso, estavam Ziggy e Sunshine. Ziggy usava um par de calça comprida com uma camisa de botão e uma gravata borboleta, enquanto Sunshine usava um vestido solto coberto por um padrão de boémia exótica, uma flor enfiada atrás da orelha, e ambos descansavam casualmente contra o sofá branco.
Eles eram uma explosão de cor no quarto imaculadamente branco, e isso não era um exagero. Do tapete às paredes, do mobiliário até as cortinas pesadas e o lustre pendurado, tudo era da cor da neve e tão frio. Alguns toques de ouro aqui e ali, mas nem um único toque caseiro a ser visto. Não ficaria surpreso se envolvessem tudo em plástico entre as visitas.
Dylan e eu chegamos a Chicago ontem à noite, mas ao invés de ficar na casa dos meus pais, eu tinha reservado um quarto em um hotel no centro da cidade que se orgulhava das vistas espetaculares da cidade. Ele nunca tinha estado em Windy City antes, e as temperaturas e as rajadas de vento frio que tínhamos suportado enquanto eu mostrava os arredores a ele tinham provado que o apelido era mais do que exato13.
Quando Dylan rodeou o sofá e sentou-se em uma cadeira vazia no final dos dois sofás, fui para a cozinha como um bom filho. Poucos minutos depois, voltei com Clara e uma bandeja cheia de champanhe no reboque. Ela se recusou a me deixar tocá-lo, e muito menos servi-lo, então peguei a cadeira em frente a Dylan e segurei um sorriso enquanto o via levantar uma taça de champanhe da bandeja. Ele odiava essas coisas, e eu tinha a sensação de que seus pais sentiam o mesmo, mas não hesitaram em tomar o que foi oferecido.
— Vamos brindar? — disse meu pai, uma vez que eles receberam suas bebidas.
— Sim, claro. — disse Sunshine.
Ziggy ergueu o champanhe e acenou com a cabeça, e então seu olhar viajou entre mim e Dylan.
— Um brinde — ele concordou, e eu vi meu pai abrir a boca para começar, mas Ziggy continuou em vez disso. — Que suas raízes estejam emaranhadas para sempre, seus troncos robustos e fortes, seu amor tão doce quanto uma rosa de verão, sua paixão picante como uma pimenta... — então ele piscou para Dylan. — E seus membros tão longos e duros quanto um pepino de vinte centímetros.
Minha mãe engasgou e começou a tossir, o gole de champanhe voltando até pousar em sua saia e meu pai rapidamente pegou um guardanapo da mesa de café de vidro na frente deles e entregou a ele antes de dar-lhe alguns tapinhas firmes nas costas. Depois que ela enxugou o queixo, ela acenou para ele.
— Isso foi, uh... um discurso bem diferente. — disse meu pai quando abaixei meu champanhe e os Prescotts tomaram goles educados de suas bebidas antes de colocá-las sobre a mesa, para nunca mais ser tocada novamente.
— Obrigado. Você tem um jardim? — Ziggy perguntou, esticando a mão na parte de trás do sofá atrás de Sunshine. — Eu acho que todos os significados da vida podem ser resumidos por meio de suas mãos na sujeira.
Meu pai arqueou uma sobrancelha. — É mesmo?
— Claro que é. Se conectar com a Mãe Natureza é tão poderoso... como uma droga, sabe?
— Uh, não, acho que não. — ele se moveu desconfortavelmente no sofá e olhou para minha mãe, que tomou a sugestão.
— Então... Sunshine, não é? Estou assumindo que é apenas um apelido. — disse ela.
— Oh, não, esse é meu nome de nascimento. Sunshine Honeydew Atwater. Bem, Prescott agora. — disse Sunshine, colocando a mão na coxa de Ziggy e sorrindo para ele.
— Você falou Honeydew? — perguntou meu pai.
Sunshine assentiu com orgulho. — Era a comida favorita da minha mãe enquanto ela estava grávida de mim. Ela colocava em tudo. Ouvi dizer que havia até mesmo lasanha de honeydew.
Dylan e eu rimos com ela enquanto os lábios de minha mãe se enrolavam com desgosto, mas quando eu olhei para ela, ela rapidamente suavizou sua expressão.
— Certo. — disse ela, pegando o champanhe novamente. — Suponho que é uma iguaria lá na Flórida.
— Oh, não. — Sunshine balançou a cabeça. — Simplesmente o desejo de uma mulher grávida. Você sabe como é isso. Com Lennon, eu comia couves de bruxelas com tudo. Mas e você? Você implorou por algo estranho enquanto estava carregando Ace?
— Sim. Champanhe. — ela ergueu sua taça e depois engoliu o resto do líquido enquanto os olhos de Sunshine se arregalavam.
Um silêncio incômodo encheu o lugar, e olhei através da mesa de café para Dylan, e quando eu olhei, o sorriso mais ínfimo apareceu de um lado de sua boca. Ele estava gostando disso. Mas eu não aguentava o silêncio, então, quando ninguém encheu o vazio, assumi a liderança.
Girando para os Prescotts, eu disse:
— Obrigado novamente por vir. Eu sei que falo pelos meus pais quando digo que agradecemos que vocês tenham viajado até aqui.
— Estamos felizes em fazê-lo. — disse Sunshine, e depois olhou para os meus pais. — Estávamos ansiosos para conhecê-los por um tempo.
Meu pai limpou a garganta. — E Chicago é tudo o que você esperava que fosse?
— Bem, não estávamos esperando o frio. — Ziggy disse com uma risada, acenando com a cabeça para a roupa de verão da Sunshine. — Mas não é tão ruim. Não tenho certeza de que eu poderia viver em uma cidade grande de novo, já que na verdade não há terra suficiente para o jardim por aqui, mas você tem um lugar muito poderoso.
— Nós agradecemos. — disse minha mãe. Quando Clara entrou na sala, ela acenou e tirou outro copo de champanhe da bandeja. — Alguém mais precisa de uma nova recarga?
Sunshine e Ziggy sacudiram a cabeça, e tive a sensação de que minha mãe assumiu que não eram grandes bebedores. Se ao menos os tivesse visto em torno da fogueira com o vinho caseiro. Agora, isso seria algo que a maioria das pessoas pagaria para ver.
— Então, uh... vocês dois tiveram a chance de ver Insurrection 2? — perguntou meu pai, e depois sorriu. — Eles têm cinema lá em um país tão pantanoso?
Minha cabeça girou em sua direção. — Papai...
— O quê? — ele disse. — É só uma brincadeira. Mas vocês têm todos os tipos de pântanos e jacarés e tudo isso lá, certo?
— Sim, peguei um grande jacaré no outro dia. — disse Ziggy, coçando o queixo. — Deve ter sido um de dois metros, talvez? Deve dar para o almoço de toda esta semana.
Os olhos de minha mãe se arregalaram. — O que?
Sunshine riu e acariciou o joelho de Ziggy. — Ele está brincando. Não temos jacarés na nossa propriedade. Não que nós saibamos, de qualquer forma.
Ziggy assentiu. — Sim, suponho que Lennon é o único animal que temos por agora.
— E Lennon é seu cão? — perguntou minha mãe.
— Nosso filho. — respondeu Sunshine.
— Oh. — as unhas francesas de minha mãe tocaram o lado do copo. — O seu outro filho também é um modelo?
— Oh céus, não. — Sunshine jogou a cabeça para trás e riu quando Ziggy disse:
— Dylan é o único menino bonito em nossa família.
— Então, o que ele faz?
Pensando nisso, na verdade eu não sabia o que Lennon fazia e, com muita honestidade, se a expressão divertida no rosto de Dylan era alguma indicação, eu não tinha certeza de que queria saber.
Sunshine e Ziggy se olharam por um longo momento, parecendo ter uma conversa silenciosa.
— Ele é um... aparador de árvores. — disse Ziggy finalmente. — Ele apara as árvores.
— Oh, também temos cirurgiões de árvores aqui. Elas estão sempre caindo em linhas de energia no inverno.
Hmmm, eu tinha a sensação de que não era exatamente o tipo de árvores com que Lennon estava lidando. Quem diabos daria a Lennon uma motosserra? E de alguma forma, duvidava que as árvores fossem da variedade bonsai também.
— Cirurgião de árvore, essa é uma boa maneira de chamar isso. — disse Dylan com um resmungo.
— De qualquer forma — eu disse, tentando parar a conversa antes que meus pais percebessem que a linha de trabalho de Lennon era da variedade ilegal. — O que vocês acharam de Dylan no filme? Ele fez tudo bem, não é?
— Meu Daydream parecia tão bonito naquele uniforme branco da Marinha. — disse Sunshine, aproximando-se para espremer a mão de Dylan. — E esse pequeno discurso no final que você disse para o Ace? Eu quase queria que vocês dois se beijassem, mas então eu tive que me lembrar que era um filme e ele estava casado com aquela mulher, seja lá qual for o nome dela.
— Eu gostei da parte em que ele meteu porrada. — disse Ziggy. — Realmente credível. Embora meu filho nunca se afogue na vida real. Ele cresceu na água.
— Viu só? — eu disse, dando a Dylan um olhar sério. — Eles adoraram. — após a estreia algumas semanas atrás, os nervos de Dylan desapareceram, mas o crítico analisando cada pequeno movimento que ele fazia saiu para jogar.
— Eles têm que adorar. Eles são meus pais.
— Bem, achamos que vocês dois fizeram um trabalho esplêndido. Foi a maior estreia de Ace em dois anos. — disse minha mãe, e arqueei uma sobrancelha em sua direção. Eu aposto um punhado de dinheiro que minha mãe não assistiu meus filmes - ela assistia os números do bilhete semanal.
Com essa nota, eu precisava sair daqui. De pé, eu disse:
— Eu vou verificar o jantar. Dylan, você gostaria de se juntar a mim?
Poderia ter sido um convite, mas era mais provável que o olhar no meu rosto o fizera saltar e me seguir para a cozinha, onde Clara e alguns outros funcionários estavam preparando o jantar.
— Tudo bem? — Dylan perguntou, sua mão indo no meu ombro, e eu me virei para encará-lo.
— Isso é um desastre.
— O quê? O encontro dos nossos pais? Acho que vai muito bem.
— Meu pai basicamente os chamou de pessoas do pântano.
— Sim. — Dylan encolheu os ombros. — Eles provavelmente tomaram isso como um elogio.
Esfreguei o rosto com as duas mãos, e então me afastei do caminho para que a equipe pudesse levar o assado e as batatas à sala de jantar.
— Você sabe, eu sempre pensei que seria o único embaraçado pelos meus pais. No entanto, aqui estamos. Nos escondendo na cozinha por causa dos seus. — Dylan afastou as mãos do meu rosto e segurou-as.
— Eu simplesmente não quero que ninguém te magoe. E se eles magoarem seus pais, você vai ficar magoado.
— Ace, você precisa parar de se preocupar. Meus pais não são facilmente ofendidos, mas você é muito doce. — ele se inclinou para beijar minha bochecha. — Agora, vamos nos sentar, jantar bem e relaxar.
— Eu sei. Mas...
— Mas nada. Vamos passar esta noite, para que possamos voltar para o nosso quarto de hotel. Aquele chuveiro de cabeça-dupla parece ser divertido.
— Você está tentando me distrair.
— Você sempre está tentando me distrair. Não me faça usar um dos seus métodos na casa de seus pais.
Eu dei-lhe um sorriso malicioso, e então ele o beijou.
— Agora, vamos comer alguma coisa antes que eu tenha vontade de comer outra coisa. — disse ele, e me puxou de volta para a sala de estar.
DYLAN
Nós tínhamos acabado o prato principal quando a mãe de Ace, Patricia, finalmente abordou a razão pela qual estávamos todos lá.
— Ace aqui tem sido bastante misterioso sobre os planos do casamento, Dylan. Vocês finalmente decidiram um local? Uma data? Deve haver algo que você possa nos dizer. — disse ela.
Tossi e trouxe meu guardanapo para os meus lábios quando olhei ao meu lado para Ace. Ele ainda não havia contado a sua família dos nossos planos?
— Oh, estamos tão entusiasmados com o casamento. E a Flórida é tão agradável em maio, com todas as flores florescendo pela primavera. — disse Sunshine, enquanto uma pequena crème brûlée14 era preparada diante dela.
A testa de Patricia enrugou. — Você falou na Flórida? Em maio? Tipo, dentro de dois meses?
Oh merda, pensei, quando Ace me chutou debaixo da mesa. Faça algo, dizia o chute.
— Bem, hum, ainda estamos finalizando os planos e queríamos te contar pessoalmente — eu disse, apontando um sorriso para sua mãe. — Mas sim, encontramos um local incontornável na Flórida e, como nós dois temos tempo em maio, pensamos: por que perder tempo?
Sua boca puxou para uma linha tensa, com a mandíbula apertada enquanto ela atirava adagas na direção de Ace. — É assim, Ace Samuel? Ambos achavam que a Flórida em maio era a localização e o tempo perfeitos? Conveniente para todos? Hmm?
Sob a mesa, coloquei a mão em sua perna, porque, de outra forma, eu quase podia vê-lo perder o controle e explodir.
Ace tomou um longo gole de sua água antes de voltar a colocá-la na mesa, levando seu tempo para responder à pergunta.
Aproveitando o tempo para se acalmar primeiro, para ser mais exato.
— Nós — ele disse, inclinando a cabeça na minha direção, — Escolhemos o dia e o lugar que era melhor para nós.
— Bem. Gostaríamos de saber, ou você deveria ter a cortesia de pegar o telefone para contar a sua mãe. Gostaríamos de ter sugerido o clube como uma opção. Eles fazem belos eventos para celebridades o tempo todo, por isso teria sido perfeito. — sua mãe fungou, levantando o queixo de uma forma arrogante. — Mas eu suponho que você tomou sua decisão.
O maxilar de Ace apertou, e senti os músculos em sua coxa tencionarem sob minha mão. — Considerando que até algumas semanas atrás eu não sabia que você estava interessada em participar, você deveria se considerar sortuda que está pelo menos convidada, então tente conter sua consternação por nossos planos, no mínimo.
Sua mandíbula caiu, e ela rapidamente olhou através da mesa para o marido.
— Não há necessidade de ser rude — disse ela. — Dan, você não vai dizer alguma coisa?
Dan deu um forte suspiro. — Ace, não fale com sua mãe assim.
— Ok, tudo bem, vamos simplesmente nos acalmar. — disse Ziggy, sempre o pacificador. — Talvez possamos falar sobre em que eles precisam de nós, sim? — então seu olhar foi para mim e Ace. — Há algo com que os meninos precisem de nossa ajuda?
— Na verdade, estávamos pensando que talvez possamos ter o jantar de ensaio em sua casa. — disse Ace. — Talvez arrumemos as coisas perto do gazebo? Obviamente nós cuidaremos de todos os aluguéis, mas...
— Inferno, sim. — disse Ziggy.
— Que ideia maravilhosa — Sunshine concordou. — Ficaremos muito felizes em ter o jantar de ensaio no quintal.
— No quintal — murmurou Patricia, balançando a cabeça.
Ace olhou para ela. — Você tem algo a dizer?
— Eu acho que seria melhor se...
— Não? — Ace interrompeu. — Bom.
Patricia ficou surpresa, e então seus olhos viraram para os meus e ela colocou um sorriso falso no rosto. — Dylan, querido. Existe alguma coisa que possamos fazer?
Ace estava certo de que não tínhamos certeza se eles estariam aparecendo ou não, então nós não pensamos exatamente em incluí-los em nenhum dos nossos planos. Mas quando olhei ao redor da mesa, meus olhos pousaram em um copo de vinho e tive uma ideia.
— Na verdade, podemos precisar de sua ajuda com as bebidas e a decoração. Estou um pouco fora do meu ambiente com isso, e eu não conheceria um bom vinho mesmo que me golpeasse no rosto. — eu disse.
Um sorriso genuíno ergueu os lábios, e todo o seu rosto visivelmente iluminou. — Eu poderia fazer isso. Eu adoraria fazer isso. Dan, você ouviu isso?
— Ouvi, Patricia. — disse ele.
Eu devolvi o sorriso dela. — Ótimo. Eu a colocarei em contato com nossa planejadora de casamento, Paige, e vocês duas podem começar a trocar algumas ideias.
— Oh. Bem, se não for problema, acho que gostaria de trabalhar com você diretamente sobre isso, Dylan. — disse Patricia.
— Eu?
Ela assentiu. — Eu acho que é importante que eu conheça o homem com quem meu filho se casará, e essa é uma ótima oportunidade para nós mantermos contato.
Agora, por essa eu não esperava, e uma espiada no rosto de Ace me disse que ele também ficou chocado com a oferta.
— Certo. Isso seria ótimo. — eu disse.
Patricia me deu outro sorriso radiante e, em seguida, bateu no topo da sua crème brûlée até que ela abriu, e quando os outros seguiram o exemplo, eu me inclinei para Ace.
— Viu? Nada com que se preocupar.
— Obrigado. — sussurrou.
Quando olhei a mistura de personalidades reunidas ao redor da mesa dos Locke, senti uma sensação de satisfação com o que nós conseguimos esta noite. Acabamos por mostrar que mesmo as pessoas mais improváveis poderiam se unir em nome do amor.
Capítulo 10
DOENTIO E FODIDO RELACIONAMENTO
ACE
Depois de nossa viagem a Chicago, tudo começou a se mover a um ritmo recorde. Paige estava ocupada arrumando todos os detalhes finais conosco para que os floristas, músicos, locais e o pessoal da restauração pudessem ser reservados e pagos, e eu juro que não havia um dia que Dylan não estivesse falando com ela no telefone confirmando algo novo. Felizmente, ele era muito mais organizado do que eu, e sempre tinha uma resposta para o que quer que Paige estivesse falando. No entanto, se ela não pudesse falar com Daydream, ela não tinha nenhum escrúpulo em tentar explodir meu telefone até que um de nós atendesse - assim como ela estava agora.
Olhei para a minha braçadeira onde meu telefone estava amarrado, e quando eu vi seu nome piscar na tela, eu olhei para a tela da esteira e os doze minutos que tinha feito em minha corrida de sete milhas. Dylan acabara de terminar a sua e partira para tomar banho, e imaginei que se a ignorasse um pouco mais, ela esperaria alguns minutos e depois voltaria a ligar.
Quando o zumbido parou e a música começou de novo, enxuguei o suor da minha testa, determinado a correr essas últimas duas milhas, mas nem um minuto depois, o telefone começou a tocar de novo. Eu estiquei o meu corpo, prestes a ignorar, assim eu poderia terminar meu treino, quando percebi o nome na tela. No entanto, não era Paige essa vez, era Mitchell & Madison, e considerando que era um pouco mais de sete onde Logan estava, sua chamada de fim de noite só poderia significar uma coisa - Brenda.
Não estando prestes a ignorar esta chamada em particular, apertei o botão de PARAR na esteira e passei de um ritmo de corrida constante para uma caminhada rápida quando alcancei o telefone.
— Boa tarde, Mitchell. Você está ligando tarde. Você não tem uma vida?
— Recentemente? Não muito, sinto muito em dizer isso. O trabalho está uma loucura, e é por isso que ainda estou no escritório e não em casa, onde eu preferia estar.
— Eu te entendo. As horas longas tem seu preço. — disse, e embora meu trabalho e o de Logan não pudessem ter sido mais diferentes, sabia que trabalhar em dias úteis de doze a dezesseis horas e o tempo que passava longe daqueles que você amava poderia ser frustrante, mas uma parte necessária da sua carreira.
— Isso elas têm, mas também podem ser gratificantes. Olhe para você e seu filme com recorde de bilheteria no momento.
Eu ri, mas tive que admitir que Dylan e eu não podíamos estar mais satisfeitos com os comentários divertidos e a multidão que Insurrection 2 estava atraindo. Já havia ultrapassado os números de bilheteria do primeiro filme no final de semana e ainda estava firme e forte.
— Sim, está indo muito bem. Todos os envolvidos estão entusiasmados com o seu sucesso. Até mesmo falamos sobre um terceiro filme.
— Claro que sim. Fodidos gananciosos. — disse Logan, mas eu podia ouvir o sorriso em sua voz.
— Ei, quando você encontra uma coisa boa...
— Sai e casa com isso? — Logan brincou.
— Eu ia dizer: por que não montá-la?
— Oh... bem, eu sou um fã de montar coisas.
— Mas não de casar com elas? — eu ri do espertinho na outra extremidade do telefone, sabendo de sua aversão a todo tipo de matrimônio. Nunca conheci outra pessoa como Logan Mitchell. Ele era inteligente e rápido como um chicote, brusco como uma barra de ferro, e não tinha absolutamente nenhum filtro. Na verdade, não achava que o mundo poderia lidar com dois dele.
— De qualquer forma... — Logan disse, e eu deixei de implicar com o pobre bastardo.
— Sim?
— Eu estava ligando devido o seu pequeno problema. Ou devo dizer, o seu grande problema.
Peguei a toalha do trilho da esteira e passei-a sobre o rosto e os cabelos antes de empurrá-la ao redor do pescoço. — Brenda?
— A primeira e única. Ela quer se encontrar com você e Dylan.
Eu congelei no lugar, deixando as palavras de Logan afundarem, e quando elas finalmente fizeram sentido, eu consegui dizer:
— O quê?
— Eu sei. Não é o que vocês queriam...
— Não, não é, porra. — eu disse, quando balancei meu punho ao meu lado. Deus, essa cadela me fazia querer socar algo.
— Olhe, basicamente, seu advogado...
— Espera. Ela tem um maldito advogado? Desde quando?
— Eu acho que desde que ela foi contratada por esta editora. Entrei em contato com o agente dela e eles me entregaram a um... Sr. Walter Parks. Nunca ouvi falar dele ou de sua prática, mas ele disse que quer se encontrar.
Minha mente corria a uma milha por minuto, enquanto tentava compreender o que poderia estar passando na cabeça de Brenda. Por que ela gostaria de nos ver? Tinha que haver algum tipo de truque.
— Não. — eu disse novamente, pensando no homem atualmente no andar de cima tomando banho. Da última vez que Dylan viu Brenda tinha sido uma bagunça total. Ela era venenosa, e toda vez que se aproximava dele, ela contaminava o que ele estava tentando recuperar. Sem mencionar que, o que ela o fez passar era suficiente para me fazer querer causar danos físicos à mulher.
Então, sim, estar na mesma sala que ela realmente não parecia ser o curso de ação mais inteligente aqui. — De maneira nenhuma eu farei Dylan passar por isso de novo.
— Eu entendo que isso não é o que você quer. Mas Ace, talvez falar com ela com advogados presentes é a coisa mais inteligente que você poderia fazer aqui. Vou ter um dos nossos associados indo no meu lugar, e você pode negociar seus termos com ele. Dessa forma, tudo estará registrado e não haverá surpresas.
Sem surpresas, sim, certo. Ouvi o barulho de água parar e fechei os olhos, pensando em como eu iria dizer a Dylan essa novidade. Porra. Supostamente, esses deveriam ser os meses mais felizes de nossas vidas. Eu não queria que isso fosse ofuscado por esta besteira de Brenda.
— Ace? — disse Logan, tirando-me dos meus pensamentos. — O que você quer que eu faça?
Eu esfreguei uma mão sobre o meu rosto e então soltei um suspiro.
— Deixe-me falar com Dylan. Eu não quero fazer nada até saber o que ele quer. — eu olhei o relógio na parede. — Posso te ligar de volta... em trinta minutos?
— Certo. Por que não? Não é como se eu tivesse uma vida.
Eu ri do tom frustrado de Logan. — Ei, no próximo mês você terá um fim de semana inteiro.
— Sim, sim. E essa é a única razão pela qual eu vou atender o meu telefone quando você ligar mais tarde. Cabo está parecendo muito legal agora.
— Estamos ansiosos por isso também. Ok, deixe-me ir conversar com Dylan e nós vamos ligar de volta. — eu disse enquanto saía da nossa academia de casa, e subi as escadas até o segundo andar, dois degraus de cada vez.
— Eu estarei esperando. — disse Logan, antes que ele desligasse e eu abri a porta do meu quarto e de Dylan.
DYLAN
— Que lugar é esse? — eu perguntei, enquanto Ace e eu entrávamos em um elevador estreito com um horrível tapete cinza no dia seguinte.
— Eu não faço ideia. Logan me assegurou que é um lugar de encontro discreto e neutro.
— Por quê? Porque o prédio foi abandonado anos atrás?
Ace riu quando ele pegou minha mão na dele, e a confiança que eu consegui de seu toque foi esmagadora. Quando ele me contou pela primeira vez sobre Brenda querendo nos encontrar, eu não tinha estado a bordo. A mera menção de seu nome me fazia querer correr na direção oposta. Mas quando ele mencionou o que Logan havia dito sobre como obter as coisas registradas, eu sabia que isso provavelmente era a coisa mais inteligente a se fazer, mesmo que isso significasse ter que vê-la novamente.
Eu posso fazer isso, disse a mim mesmo quando fiquei ao lado de Ace, e quando ele olhou para mim, eu vi a determinação em seus olhos e soube que com ele ao meu lado, eu poderia fazer qualquer coisa.
— Você está bem? — Ace perguntou, tocando sob meu queixo.
— Sim. — eu disse, mesmo quando meu estômago começou a amarrar-se em nós.
— Apenas pense que esta é a última vez que terá que lidar com ela.
— Esperançosamente.
Os olhos de Ace se endureceram. — Definitivamente, Dylan. Depois de hoje, ela nunca mais se aproximará de você. Isso irá entrar no fodido registro, você pode contar com isso.
Nas palavras de Ace, meu coração inchou, e eu me perguntei naquele momento como era possível estar tão satisfeito com o resto da minha vida, ainda assim estar tão nervoso neste momento.
— Obrigado. — eu sussurrei e Ace levantou as mãos para poder pressionar os lábios na parte traseira das minhas.
— Você nunca precisa me agradecer por cuidar de você. Estou feliz em fazê-lo.
— E em dois meses, legalmente será seu trabalho.
Ace riu e depois beijou meus lábios. — Não está vindo rápido o suficiente.
— Para mim também. — eu disse, quando o elevador parou e soltou um zumbido que provavelmente antes era um sonoro ding, mas agora parecia estar dando seus últimos suspiros. Respirei fundo e instantaneamente me arrependi enquanto o cheiro úmido de mofo enchia minhas narinas. — Você tem certeza de que este lugar é seguro?
A porta do elevador se abriu precariamente e Ace franziu a testa. — Eu acho que sim. Não consigo imaginar que Logan nos enviaria a qualquer lugar que não fosse...
Quando a porta abriu, revelou um homem com cabelos castanho-avermelho que nos aguardava sob uma luz fluorescente, uma pasta na mão. Ele era alto, um par de centímetros mais alto do que nós dois, e estava vestido com um terno cinza imaculado. Ele não sorriu nem fez nada além de olhar para nós dois, e embora ele não parecesse muito mais velho do que Ace ou eu, ele tinha uma vantagem nele – e era seu olhar direto. Seus olhos cinzentos eram como granito.
— Sr. Locke, Sr. Prescott. — disse ele, quando saímos do elevador e paramos na frente dele. Ele estendeu a mão e Ace foi o primeiro a agarrá-la. — Eu sou Joel Priestley. Logan me enviou para ajudar com as negociações hoje.
— Certo — disse Ace, enquanto agitava a mão do homem, e se Priestley estava impressionado com quem ele estava encontrando, você não saberia. Seu rosto permaneceu severo e seus lábios estavam apertados em uma linha séria. — Obrigado por nos encontrar hoje.
— Claro. Quando Logan liga e pede um favor, eu sei que tem que ser algo importante. — Priestley virou-se para mim e estendeu a mão. Ao pegá-la, ele acrescentou: — Ele odeia dever qualquer coisa. Sem mencionar que seu ego raramente deixa qualquer um lutar contra suas batalhas além de ele mesmo.
— Parece com Logan mesmo. — disse Ace enquanto Priestley dava um forte aceno e soltava minha mão. — Falando sobre o Sr. Mitchell, onde diabos ele nos enviou hoje?
Priestley olhou ao redor do corredor e depois encolheu os ombros. — Ele disse para fazer isso discretamente. Uhh... meu cliente sugeriu aqui. Este é um dos seus edifícios.
Olhei na direção de Ace, perguntando-me se ele estava tão inseguro quanto a tudo isso, mas, surpreendentemente, ele parecia calmo.
— Agradecemos por isso. Sério. — disse Ace.
— Isso não é um problema. Ok, bem, se vocês estiverem prontos, podemos entrar. O outro grupo chegou há cerca de dez minutos.
Olhei para o meu relógio e vi que estávamos na hora, por isso parecia que Brenda estava, o quê? Ansiosa? Claro que estava. Este era provavelmente o dia mais feliz de sua vida. Ela estava prestes a negociar para ganhar uma fortuna, e tudo porque ela não tinha escrúpulos em lavar a roupa suja da família. Enquanto eu queria nada além de enterrá-la de uma vez por todas.
Passei uma mão pelo meu cabelo e soltei uma respiração instável. Deus, ela não pode simplesmente cair fora?
— Você nos daria apenas um segundo? — disse Ace, e Priestley dirigiu-se pelo corredor para esperar por nós. — Ei? Olhe para mim.
Eu me virei para Ace, e ele segurou minhas bochechas, embalando-as nas palmas das mãos.
— Nós vamos resolver isso, ok? Lembre-se, você e eu.
Assenti com a cabeça o melhor que pude, e os olhos de Ace suavizaram.
— Você é a pessoa mais forte que já conheci, Dylan Prescott.
Eu fiz uma careta. — Eu não me sinto muito forte.
Ace passou o polegar sobre meu lábio inferior. — Você é mais forte do que pensa. Um verdadeiro lutador. E nós vamos entrar lá e chutar a bunda dela hoje. Entendeu?
— Entendi.
— Bom — disse Ace, e depois baixou os braços para que ele pudesse pegar minha mão. — Agora vamos, assim poderemos sair logo daqui.
ACE
Com a mão de Dylan na minha, nós caminhamos pelo corredor até a porta que Priestley agora tinha aberto para nós. Eu não tinha ideia do que esperar, mas a sala de conferências de luxo atrás da porta velha e espalhafatosa não era.
No interior, os pisos eram de madeira dura polida, e uma dúzia de cadeiras de couro cercavam a mesa oval no centro da sala. Havia uma mesinha em uma extremidade com bagels, frutas frescas, rosquinhas, garrafas de água, suco e uma cafeteira. E ao lado dela estava uma câmera montada em um tripé apontado para a mesa.
Sim, era hora de obter tudo isso registrado. Obrigado, Logan.
— Mesmo quando Mitchell não está aqui — eu disse na orelha de Dylan. — Ele ainda está aqui.
Era óbvio para mim que Logan fez este cara, Priestley, vir neste lugar antes de nos mandar para cá, considerando a condição do exterior. A única razão pela qual eu não perdi o controle no salão foi porque queria manter Dylan o mais relaxado possível. Mas essa pequena revelação por trás da porta... Talvez tenha acabado de salvar a vida de Logan - talvez.
— Dylan — Brenda disse ao homem rígido ao meu lado, e enquanto ela se sentava em uma das cadeiras no lado oposto da mesa, os dedos de Dylan apertaram os meus. — Que prazer ver você de novo.
Rangi meus dentes, mordendo o impulso de dizer a ela para não falar com ele, mas não precisava ter me incomodado - ela já estava se desviando de Dylan, sua atenção agora diretamente em mim.
— E Sr. Locke. Eu queria poder dizer o mesmo sobre você, mas a memória da última vez que nos encontramos deixa um gosto bastante amargo na minha boca.
Eu esperava que ela não estivesse esperando que isso tivesse machucado meus sentimentos. — Confie em mim quando digo que o sentimento é mútuo, Brenda.
— Tudo bem — disse Priestley, passando por Dylan e por mim, onde ainda estávamos a passos da entrada. — Agora que as brincadeiras estão fora do caminho, todos poderiam se sentar?
Olhei atentamente para Brenda enquanto ela retomava lentamente seu assento. O cabelo com luzes e estilizado estava melhor do que o mal pintado que tínhamos visto pela última vez, e a jaqueta salmão e saia recatada emparelhada com uma blusa de seda cor de creme era um disfarce agradável para cobrir a bruxa que era por dentro.
Quando Dylan e eu nos sentamos em frente a ela, notei a quarta pessoa na sala e não perdi a maneira como ele estava nos observando. Com os cabelos negros empurrados para longe do rosto, o homem no terno marrom tinha seus olhos cor de canela estreitados que continuavam a ir de Dylan para mim. Muito parecido com os de uma cobra.
Priestley colocou a maleta na mesa e o som do bloqueio das fechaduras fez a mão de Dylan apertar a minha, e eu odiava que ele estivesse de novo em uma situação em que se sentia tão desconfortável. Tão indefeso.
— Então, para o benefício de todos aqui — disse Priestley, seu tom cortante e todo negócios. — Vamos gravar esta reunião, e uma cópia será arquivada com toda a papelada e contratos, uma vez que ambas as partes vieram para um acordo agradável. Alguém tem alguma dúvida?
Apenas uma. Isso já acabou?
DYLAN
Eu não tirei meus olhos de Brenda desde que me sentei na mesa, e mesmo agora, enquanto ouvia o nosso advogado explicar o porquê da câmera e o fato de ele estar ativando-a agora, não me fez desviar o olhar.
Eu não podia acreditar que ela estava fazendo isso. Que ela estava disposta a escrever um livro sobre o horror que foi minha infância. Ela não entendia que isso era diferente do que apenas falar sobre isso? Isso significava que seria escrito. Para sempre acessível. Incapaz de ser apagado. E o pensamento de todas as coisas terríveis que eu testemunhei, ouvi, e fui forçado a passar em meus anos mais jovens não eram coisas que eu alguma vez queria citar ou descrever em livros, revistas ou jornais. O pensamento de como isso não só me afetaria, mas também a Ace, me fazia querer esganar a mulher que agora estava olhando para mim com olhos que via diariamente no meu espelho.
— Por que você está fazendo isso? — eu exclamei, sem perceber que ia dizer isso.
Os lábios brilhantes de Brenda se abriram em um sorriso que eu sabia que ela estava tentando fazer parecer doce, mas seus olhos ainda tinham aquele brilho malicioso que ela não podia esconder de mim. — Fazendo o que, bebê? Eu apenas quero ver você. Mas seu noivo está fazendo isso impossível.
— Isso é uma besteira — Ace resmungou, olhando para Priestley, que se sentara do meu outro lado, e finalmente encontrei-me sendo o único a acalmá-lo.
— Ele está certo — eu disse, colocando minha mão na coxa de Ace. — Isso é uma mentira e você sabe disso. Mas o que estou tentando entender é, por que se incomodar com as mentiras?
Brenda apertou as mãos sobre a mesa e depois se deslocou em seu assento antes de dirigir-se a seu advogado. — Vamos começar?
— Por que você está fingindo ser alguém que você não é? — à medida que a espinha de Brenda se enrijecia, senti uma onda de confiança passar por mim. Eu estava sob sua pele. — Nós dois sabemos que você ficaria mais confortável em sua saia de lycra e com um top do que vestida como uma bibliotecária, como está agora.
— Isso basta, Sr. Prescott. — disse o homem com aparência sombria sentado à esquerda de Brenda, enquanto ele me olhava. — Se você cansou de falar da roupa de minha cliente, então talvez possamos chegar ao motivo pelo qual todos estamos aqui hoje. Sr. Priestley?
Eu mordi as palavras que queria dizer ao imbecil tentando me intimidar com seu olhar mortal. Mas em algum lugar nos últimos cinco minutos eu encontrei minha espinha dorsal, meu espírito de lutador, como Ace havia chamado. E eu seria condenado se a deixasse me fazer sentir menos humano por estar simplesmente em sua presença. — Eu ficaria mais do que feliz em começar. Mas antes de nós fazermos isso, acho que você deveria se apresentar. Você não acha?
Eu podia ver Ace olhando para mim pelo canto do meu olho, e eu só esperava que ele aprovasse minha nova atitude, porque, honestamente, eu não tinha certeza de que conseguia controlá-la.
— Certamente. Eu sou o Sr. Parks. Advogado de Brenda.
— Eu imaginei. — eu disse, enquanto estava sentado na minha cadeira e ergui uma sobrancelha para minha... mãe. — Mas com ela eu tenho que ter cuidado. Veja, eu aprendi em uma idade jovem a nunca assumir quem estava pagando quem em qualquer cenário.
Ace limpou a garganta e, quando olhei em sua direção, esperava ver uma reprimenda silenciosa, mas não, ele estava me olhando com orgulho e admiração. O canto de seus lábios levantou-se, e foi essa aprovação ali mesmo que me fez piscar para Ace, deixando-o saber que eu estava mais do que pronto para concluir esses procedimentos.
— Sr. Priestley — eu disse, voltando-me para encará-lo. — Se você quiser começar, não consigo pensar em nada que eu queira mais do que acabar com isso.
Pensei ter visto um brilho divertido no olhar de Priestley. Mas antes que eu pudesse confirmar, seus traços bonitos assumiram uma expressão feroz que poderia ter me assustado se ele não estivesse do meu lado.
— Claro, Sr. Prescott. Por favor, vamos proceder.
— Vamos. — eu disse quando olhei de volta para Brenda. — Você quer dinheiro; Isso é claramente óbvio. Não só para nós, mas agora para o mundo inteiro.
— Dylan — Brenda ecoou, e o som do meu nome caindo de seus lábios praticamente fez minha pele coçar. — Isso não precisa ser tão feio.
— Me desculpe, como isso pode ser diferente de feio quando você está envolvida?
— Bem, você não desenvolveu um pouco de complexo? — ela disse, seus olhos se deslocando para Ace. Mas quando ele permaneceu em silêncio e impenetrável em sua tentativa óbvia de mais uma vez irritá-lo, ela voltou seu foco para mim. — Acha que você é algo especial agora, Daydream?
Quando meu apelido caiu de sua língua, minhas mãos apertaram em punhos sobre a mesa. — Não me chame assim.
— Por que não? Não é esse o seu apelido? É do que todos o chamam desde que ele — disse ela, apontando para Ace com uma inclinação do queixo — Propôs-lhe na televisão nacional. Você sabe, para alguém que agora tem tudo, você certamente não parece muito satisfeito. Ou generoso.
Tentei evitar que minha boca ficasse aberta com desgosto. — Você é inacreditável.
— Eu sou? — ela perguntou, então soltou uma risada que enviou um arrepio pela minha espinha. — Eu não sei por que você está sendo tão crítico. Não sou pior do que você é.
— E porque você acha isso? Você está nos chantageando. Ameaçando espalhar sua imundície pelo melhor lance.
— Enquanto você espalha as pernas e fode o seu melhor lance.
Aquilo fez Ace empurrar a cadeira para trás da mesa para que ele pudesse se levantar. Mas antes que ele pudesse fazer algo, Priestley estava ali para intervir.
— Brenda, você não quis essa reunião para que pudesse discutir termos com meus clientes em relação a algum tipo de acordo? — ele perguntou, e isso me deu a chance de colocar minha mão sobre a de Ace, onde ele havia batido com na superfície da mesa. Eu precisava voltar sua atenção para mim, e não para a vil criatura em frente a nós, e quando a tive, eu incitei-o a sentar-se de novo. Eu não queria que Brenda tivesse algum motivo para fazer isso ser o que não era, e conhecendo-a bem, ela não teria problemas em acusar Ace de agressão.
Ela sorriu para Ace e então seus olhos foram para Priestley. — Eu fiz.
— Então comece a falar. — ele disse em um tom que a desafiava a desobedecer, e Priestley imediatamente se tornou minha segunda pessoa favorita na sala.
Brenda fez uma demonstração de clarear a garganta quando Ace voltou a se sentar, e eu me assegurei de segurar sua mão que ele agora descansava na coxa.
— Se eles querem que eu quebre o contrato com os meus editores, então eles precisam fazer com que valha a pena.
Meus olhos foram para o Sr. Parks, e eu me perguntei o que ele pensava sobre Brenda falando tão casualmente sobre a renúncia ao contrato. Mas ele não parecia incomodado no mínimo. E quando ela abriu a boca e falou novamente, eu soube o porquê.
— Eles também precisam ter certeza de ter o dinheiro para pagar o adiantado que já recebi. É por isso que o Sr. Parks está aqui.
— Espere um segundo — eu disse, e me inclinei sobre a mesa. — Você não só quer que paguemos por seu silêncio, mas você também quer que paguemos a empresa que comprou e pagou por seu lixo, em primeiro lugar?
— Sim. Isso resume tudo.
Eu sabia que meus olhos tinham que estar perto de engolir meu rosto inteiro, porque puta merda do caralho, essa cadela estava louca. — E quanto você deve, Brenda?
Brenda alisou as mãos pelas coxas e suspirou. — Um milhão e meio de dólares.
Se não estivesse sentado, talvez eu tivesse acabado de cair na minha bunda. Mas no caso, eu estava precariamente perto de cair do meu banco.
— Um milhão e meio de dólares. Esse foi o seu adiantamento? E você espera que paguemos isso e ainda mais? — eu estava tão horrorizado que minhas palavras me deixaram. Minha boca estava ocupada movendo-se para cima e para baixo, mas nada estava saindo.
A mão de Ace mais uma vez enrolou em um punho, e eu estava perto de deixá-lo subir na porra da mesa e estrangulá-la.
Priestley deslizou um pedaço de papel para mim, retirando minha atenção da mulher esperando alguém para falar, e quando olhei para o contrato na minha frente, o número no topo da página e a grande quantidade de zeros depois dele simplesmente não estava se registrando. Estávamos realmente prestes a entregar tanto dinheiro a ela e só esperaríamos que ela fosse embora? Bem, não, meu cérebro me lembrou quando eu olhei para a câmera e o advogado severo ao meu lado - era por isso que eles estavam lá. Para fazer a lei ser cumprida e certificar-se de que se a pagássemos tanto, ela sairia das nossas vidas e ficaria fora delas para sempre.
Mas ainda sim…
Enquanto eu estava sentado, incapaz de me mover, olhei para Ace, que puxou sua mão para colocá-la em cima do papel na mesa. Como duas pessoas em uma corrida de revezamento, foi a vez dele de pegar o bastão, e ele parecia entender isso, mesmo quando não tinha palavras.
Lentamente, Ace deslizou o papel sobre a mesa para Brenda, e quando ela pegou e o leu, contei todas as batidas do meu coração enquanto eu estava sentado lá esperando que ela dissesse sim, então esse pesadelo poderia finalmente acabar.
Pareciam ter se passado horas enquanto lia o documento em sua mão, e quando ela entregou para o Sr. Parks e depois olhou para nós dois, a luz maliciosa em seus olhos me disse que não seria tão fácil assim.
— Bem, obrigada a ambos por sua generosa oferta — ela disse enquanto se afastava da mesa e se levantava.
— Espere um minuto. — eu disse, levantando-me.
— O que foi? — perguntou Brenda enquanto passava as mãos pelos lados das pernas.
Eu olhei para ela como se ela tivesse perdido sua mente maldita, e então apontei para o papel que o Sr. Parks agora estava deslizando em sua bolsa de couro. — Você tem que assinar e devolvê-lo se você espera ver algum desse dinheiro.
— Oh, Dylan — ela disse, e depois soltou uma risada com malícia suficiente para fazer o cabelo na parte de trás do meu pescoço ficar de pé. — Não vou fazer isso hoje. É uma grande decisão. Eu quero levar meu tempo com isso e pensar sobre tudo o que você está oferecendo.
— Sua vadia — disse Ace, enquanto se levantava ao meu lado. — Você não o fez passar por humilhações o bastante? Apenas assine a maldita papelada.
Brenda encolheu os ombros quando puxou a alça de sua bolsa para cima e sobre o braço dela. — Hmm, não. Eu quero pensar sobre isso. Eu voltarei a você uma vez que tomar minha decisão final, Sr. Locke. Foi muito bom fazer negócios com vocês dois.
Quando ela se afastou de nós, ocorreu-me que esta poderia ser a última vez que eu a veria – que teria que vê-la - e vê-la sair pela porta parecia ser uma maneira apropriada de terminar esse nosso doentio e fodido relacionamento.
— Ela vai assinar. — disse Priestley, e quando a porta bateu atrás dela, foi como o prego final no caixão, fechando a vida que eu tive uma vez para que pudesse finalmente enterrá-la.
Capítulo 11
ESTRANHAS RELAÇÕES
DYLAN
— Ace... você deve estar brincando comigo sobre este lugar. — disse Dylan, deixando cair sua bolsa de transporte na entrada da nossa cobertura no resort de luxo mais exclusivo de Cabo San Lucas.
— É muito? — eu perguntei.
— Um andar inteiro? Sim, isso pode ser um pouco demais. — ele atravessou a sala de estar para a varanda de porta aberta que mostrava El Arco15 e as águas aquamarine do Oceano Pacífico. Quando parei atrás dele, envolvi meus braços em volta de sua cintura e repousei meu queixo em seu ombro. — Mas eu não vou reclamar sobre essa visão. — disse ele, cobrindo meus braços com os dele.
— Se você fizesse, eu ficaria tentado a deixar você em uma dessas estalagens esquisitas que Lennon nos disse.
Dylan riu. — Aquelas que você pode obter qualquer droga sob o sol por cinco dólares? Vou passar.
Houve uma batida na porta e eu beijei seu ombro antes de responder. Faltava um mês e um pouco mais antes do nosso grande dia, e neste fim de semana voamos junto de alguns dos nossos amigos mais próximos para o nosso hoorah16 final - nossa despedida de solteiro. Era um grupo eclético com certeza, e tínhamos algumas surpresas nas mangas para conhecer melhor a todos. Agora que a filmagem com Ronaldo tinha acabado, eu estava mais do que pronto para relaxar e aproveitar as próximas semanas. E mesmo que ainda não tivéssemos ouvido falar de Brenda, decidimos tirá-la de nossa mente - pelo menos neste fim de semana.
Quando eu abri a porta, um jovem que não parecia ser velho o suficiente para beber nos Estados Unidos me deu um sorriso nervoso e enxugou a mão nas calças antes de estendê-la em minha direção.
— Carlos, à sua disposição. — disse ele.
— Perdão?
— Uh, eu... — ele parecia nervoso. Então ele descompactou a bolsa que carregava e puxou um gravador de vídeo.
— Ohh, certo, certo. Você é nosso videógrafo no fim de semana. Ótimo, entre. — eu me afastei, e ele caminhou cautelosamente atrás de mim, seus olhos se arregalando um pouco enquanto olhava ao redor.
— Dios mio. — ele disse em voz baixa, enquanto eu pedia para que se sentasse em um dos sofás, e então eu peguei o oposto do dele.
— Então, Carlos, obrigado por fazer isso por nós. Eu sou Ace, e esse é Dylan — eu disse, quando Dylan deu um sorriso amigável ao sujeito e sentou-se ao meu lado. — Basicamente, o que queremos é que você capture tudo o que acontecer neste fim de semana e esteja em todos os lugares. Temos vários amigos chegando para celebrar conosco, e gostaríamos que você estivesse lá para filmar tudo.
— Ah, sim. Sim. — disse ele, balançando a cabeça.
— Ótimo. — eu disse. — Então, esta noite, todos estarão chegando, e nós escrevemos uma lista de nossos convidados e os números dos quartos, e a que horas você pode esperá-los. Nós deixamos algumas coisas em seus quartos, então gostaríamos que você filmasse suas reações e realmente os seguisse ao redor durante o fim de semana. Eles estarão cientes de que você está lá para filmá-los, então nada está fora dos limites. — quando Carlos continuou acenando ansiosamente, eu virei para onde Dylan tinha ido pegar a lista de sua bolsa. — Estou esquecendo de algo?
— Não, acho que é isso. — ele entregou a Carlos o papel. — Aqui está a lista dos números das suítes dos convidados, bem como o itinerário para o fim de semana. Muito obrigado por fazer isso por nós.
— Si, señor. — o menino olhou para o papel, o que nós também tínhamos convertido para o espanhol apenas no caso, e parecia ser uma coisa boa que nós fizemos.
— Você tem alguma pergunta para nós? — perguntei.
Carlos tirou a câmera da bolsa novamente e pressionou o botão de ligar antes de erguê-la.
— Oh, estamos começando agora? — eu disse. — Tudo bem, vamos lá.
Ele ergueu três dedos e contou em espanhol. — Tres, dos, uno...
DIA UM - Quinta-feira à noite
— Oh, ele já está filmando? — Dylan perguntou, e então deu um pequeno aceno para a câmera. — Bem-vindos ao nosso fim de semana de despedida de solteiro em Cabo.
Ace moveu-se para ficar ao lado de Dylan, cujo braço lhe rodeou a cintura. — Estamos realmente ansiosos para ver todos neste fim de semana, e obrigado a todos por se juntarem a nós. Significa muito para Dylan e para mim que vocês deram uma pausa em suas vidas por um fim de semana. Nós achamos que este diário de vídeo seria um bom presente para todos vocês, bem como uma maneira de salvá-los da prisão, se necessário.
— Ele está brincando. — disse Dylan. — Lennon, se comporte.
— Mas, acima de tudo, esperamos que vocês tenham um ótimo momento aqui em Cabo. Pedimos desculpas antecipadamente pelo que estamos fazendo com vocês amanhã.
Dylan balançou a cabeça e sorriu. — Não, nós não pedimos.
— Você está certo. Nós não pedimos. Adios.
A câmera oscilou, e depois houve três batidas na porta da suíte 304. Com a lente focada no olho mágico em antecipação à abertura da porta, um “fodido inferno” abafado soou claramente através do microfone. Um riso seguiu isso, então o chocalho de uma corrente soou antes que a porta se abrisse.
O rosto de Derek Pearson encheu a tela então, com os cabelos castanhos, a pele bronzeada da Flórida e um sorriso alegre.
— Posso ajudá-lo? — ele perguntou, então levantou uma garrafa de cerveja para seus lábios e tomou um gole.
— Sr., hmmm, Devaney?
— Não, homem errado, meu amigo.
— Oh. — houve o som de papel farfalhando e então: — Você é o Sr. Pearson, então?
O sorriso de Derek virou uma carranca quando ele deixou cair o braço da porta e gesticulou para a câmera com a garrafa. — Sim, eu seria. Olha, se você estiver com a imprensa...
— Oh não, não. O Sr. Ace e o Sr. Dylan me enviaram.
Uma das sobrancelhas de Derek se arqueou.
— Oh, eles enviaram, não é? E onde estão esses dois pombinhos? Nem mesmo aqui para cumprimentar seus convidados, Prescott? — Derek disse para a câmera. — Deixe-me adivinhar, você está se esfregando com Jergens17 novamente.
— Derek? Derek? Quem está na... — enquanto Jordan Devaney, a.k.a.18 Posh, parava ao lado de seu noivo, ele hesitou, abriu um sorriso deslumbrante para a câmera e colocou uma mão no bíceps tatuado de Derek. — Oh, olá. — ele disse, acenando um pedaço de papel na frente de seu rosto, sua vibrante camisa laranja em forte contraste com a camiseta preta de Derek. — Você deve ser Carlos. — disse Jordan, entregando o papel que ele segurava para Derek.
— Si.
— Um videógrafo para toda a viagem? — Derek leu. — Você deve estar me fodendo. — enquanto ele continuava, ele riu. — Você viu essa notação no final: seja legal. Aposto que foi Dylan.
Jordan empurrou Derek para fora do caminho e gesticulou para a câmera. — Sim. Eu vi. Posso ler, Derek. Então deixe o pobre garoto entrar.
À medida que os dois se afastavam, a câmera escaneou a impressionante suíte, passando do interior cinza e branco para as janelas e portas de vidro que tinha vista para o oceano.
O som do fechamento da porta foi ouvido em seguida, seguido de duas novas vozes do lado esquerdo do quarto e, à medida que a câmera girava para localizar de onde estava vindo, Daniel Finley e Brantley Hayes atravessaram uma porta adjacente de mãos dadas.
— Esses quartos são irreais. — disse Finn, parando no quarto quando viu seu novo convidado. — O que há com a câmera?
— Aparentemente, Prescott pensou que seria legal ter todos nós fazendo algo incriminador gravado em fita ou alguma merda assim. — disse Derek, juntando-se a Brantley, que acabara de sentar-se perto da porta aberta da varanda.
— Oh, não seja tão dramático. — disse Jordan enquanto buscava o Pinot Grigio. — Eles estão apenas registrando uma boa lembrança com seus amigos.
Brantley ergueu o mesmo pedaço de papel que havia sido deixado em todos os quartos e leu: — “Carlos estará seguindo cada movimento. E queremos dizer todos os movimentos. Não diga que você não foi avisado.” Isso não soa como se estivessem atrás de boas lembranças, Jordan. Isso soa como...
— Eles querem que envergonhemos a nós mesmos? — Derek interveio, depois se virou para Jordan. — Me dê a garrafa, Posh. Vou pegar um copo para você.
Finn aproximou-se de Brantley e colocou uma mão no ombro dele. — Eu não acho que você tenha que se preocupar, professor. Todos sabemos que de nós três, você tem menos probabilidade de se envergonhar. — Finn então deu um olhar aguçado para os outros dois na sala. — Quanto a vocês dois, tentem se controlar. Eu já estou ocupado com um grande número de casos. A última coisa que eu preciso fazer é representar vocês.
Derek afastou Finn quando Jordan mostrou sua língua e, uma vez que todos tinham uma bebida na mão, levantaram os copos e fizeram um brinde. — Para evitar problemas!
— Shayne, por que tem um cara com uma câmera nos seguindo? — Ryleigh Phillips, uma linda morena com o cabelo arrumado em forma de laço, perguntou a mulher andando pelo corredor ao lado dela.
— Como eu deveria saber? — respondeu a ruiva, apertando a mão do belo rapaz ao lado dela que usava suspensórios, seu namorado, Nate Ryan. — Eu não fui seguida por câmeras desde que eu falei que estava namorando Ace de mentirinha.
Paige revirou os olhos quando ela se virou de onde estava levando o grupo para a churrascaria do resort. — As vadias não leram a nota e o itinerário que Ace e Dylan deixaram nos seus quartos? Ele afirmou claramente que teríamos um perseguidor todo o fim de semana. Eu acho que nós deveríamos fingir que ele não está lá.
— Tudo o que vi antes de Quinn tirá-lo da minha mão era algo sobre uma caça ao tesouro, e é por isso que todos nós temos t-shirts de cores diferentes colocadas na cama. — disse Shayne.
— Caça ao tesouro bêbados. — Dawson, o marido roqueiro de Paige, corrigiu, enquanto ele puxava uma cadeira para ela em uma grande mesa de jantar circular.
De repente, uma mulher pequena vestida de couro, apesar das temperaturas sufocantes, agarrou o fim da câmera e colocou o rosto nela.
— Ace Locke, o que você tem, vinte e um? Uma caçada bêbados? Eu deveria chutar sua bunda por isso — disse ela.
O namorado de Ryleigh, Hunter Morgan, falou então quando abriu o menu. — Vamos, Quinn, esta deve ser sua coisa. Mas não use quaisquer habilidades Missão Impossível que você tem na manga. Na verdade, talvez você ficar bêbada antes do jogo torne mais justo para o resto de nós.
Quinn, a amante de couro, deu à câmera um sorriso impertinente.
— Não posso prometer nada. — então ela piscou e se juntou ao resto dos casais sentados à mesa. Ela não parecia se importar de que ela fosse a única do grupo lá sem um encontro. Na verdade, ela pôs as botas no banco vazio ao lado dela enquanto examinava o menu.
A loira, Paige, jogou seu invólucro de canudinhos na direção de Nate. — Sinta-se à vontade para pedir uma bebida. A idade legal é apenas dezoito aqui.
Nate ergueu um dedo do meio na direção dela enquanto sacudia a cabeça, mas o pequeno sorriso em seu rosto fez com que uma de suas covinhas se aprofundasse. — Você ainda vai dizer isso quando eu tiver trinta anos, não é?
Paige encolheu os ombros. — Provavelmente. Mas ainda estamos muito longe desse acontecimento.
— Apenas cinco anos — disse Nate. — Mas se você for uma indicação, parece que sua mente começou a ir lá uma vez que você bateu os trinta, hein?
— Você é uma merda. Se eu não fosse uma mulher casada, eu te colocaria em meu joelho e o espancaria. Na verdade, Shayne, você planeja fazer isso depois, certo? — disse Paige.
A câmera balançou de novo e abaixou, como se Carlos estivesse sentando em uma cadeira, e então seu inglês quebrado pôde ser ouvido.
— Como vocês conheceram o Sr. Ace? E o Sr. Dylan? — ele disse, deslizando a câmera ao redor do grupo até que alguém falou.
Dawson, o cara com um longo cabelo loiro escuro puxado para trás na nuca e com alguns fios em torno de seus olhos escuros, abriu um sorriso e depois disse:
— Oh, então isso é como a hora de perguntas e respostas, hein? — então ele se moveu para a frente e descansou os cotovelos na mesa. — Ok, então, deixe-me ver se posso resumir tudo, porque se uma das meninas o fizer, podemos estar aqui a noite toda.
— Foda-se — disse Paige, e as outras garotas atiraram-se também sobre ele, mas isso apenas fez Dawson rir.
— Então, aparentemente, tudo começou enquanto Shayne trabalhava para esta cadela casamenteira e conheceu Ace. Bem, Ace, meu homem, ainda estava fingindo que ele gostava de buceta, então Shayne fingiu ser sua namorada por um tempo até que tudo explodiu em seu rosto. Estou dizendo isso corretamente?
Nate ergueu a bebida dele. — Continue.
Dawson tomou um longo gole de sua vodka e depois disse:
— Então, depois disso acontecer, acho que Ace sentiu como se devesse a Shayne por ser uma namorada de mentira tão ruim ou o que quer que você chame, então ele investiu em uma empresa de casamenteiros para ela e depois contratou minha mulher, Paige, para administrarem toda essa coisa de casamento juntas. O resto de nós conheceu Ace e Dylan através de Shayne e Paige, embora, claro, soubéssemos quem diabos ele era de todos os filmes que ele fez.
— Filmes? Que tipo de filmes o Sr. Ace faz? — perguntou Carlos.
Hunter inclinou-se para a frente. — Você não conhece os filmes que Ace Locke fez, amigo? Você não tem filmes aqui em Cabo?
— Ace Locke? — repetiu Carlos, e quando ele falou o nome de novo, foi em um tom animado, como se não tivesse percebido que o Ace para quem ele estava filmando era uma das maiores estrelas do mundo. — Ace Locke? O Ace Locke? Sr. Ace Locke de Last Guttersnipe?
Risos estouraram ao redor da mesa, e Paige levantou a bebida para a câmera. — E isso aí, Ace, que resume você.
TOC. TOC. TOC.
Um minuto passou.
Então dois.
Então...
TOC. TOC. TOC.
— Espere um segundo — alguém disse por trás da porta da suíte número 308. Houve algumas vozes abafadas quando passaram outros minutos, e então o bloqueio foi destravado e a maçaneta girou. No entanto, ao contrário de Derek, que abriu toda a porta, o ocupante deste quarto simplesmente abriu uma fenda.
A câmera balançou até pousar nos olhos escuros espiando por trás da porta e, quando um cacho marrom caiu na frente dos olhos do homem, Carlos perguntou:
— Sr. Morrison?
Os olhos de Tate Morrison se arregalaram. — Sim, esse sou eu.
— Eu sou Carlos. Eu registro sua chegada e sua reação à mensagem do Sr. Ace e o Sr. Dylan.
O que se podia ver dos lábios de Tate curvaram-se em um sorriso malicioso, e então ele disse:
— Um segundo — e fechou a porta. A corrente que trancava a porta se abriu para revelar Tate, que encheu a porta com um par de calções desabotoados e nada mais.
— Ei — ele disse, acenando para a câmera e sorrindo como se tivesse um segredo. E quando o quarto espaçoso e a cama grande entraram em vista, os lençóis amarrotados e as roupas descartadas nas malas fechadas tornavam mais do que óbvio o que esse segredo era. — Entre. — disse Tate, conduzindo Carlos para dentro e fechando a porta. — Nós, umm... estamos apenas lendo sobre o que esperar neste fim de semana.
A câmera seguiu Tate enquanto ele se dirigia para a mesa de café, onde o envelope de boas-vindas estava aberto e as informações estavam meio tiradas, como se não tivessem chegado muito mais longe do que isso.
— Você é ahh... o cara do vídeo, certo? — disse Tate.
— Si.
Tate assentiu enquanto gesticulava sobre o ombro até o banheiro, então começou a andar para trás, ainda completamente na imagem. — Ok, deixe-me ir pegar...
— Tate, quem quer que esteja na porta, livre-se deles e volte aqui. — falou alguém no banheiro. — Seu traseiro é meu hoje à noite.
Os pés de Tate pararam onde ele estava, e ele ergueu um dedo com uma expressão que parecia uma mistura de desculpa e “só um segundo”. Então ele girou em seus calcanhares e desapareceu no banheiro.
Houve uma conversa sussurrada e, em seguida:
— Sério? Agora? Ok, vamos. — e então o vídeo capturou Tate ressurgindo com Logan Mitchell caminhando atrás dele. Os cabelos negros do advogado estavam bagunçados de um banho óbvio e uma toalha estava enrolada em torno de seus quadris enquanto ele acenava e parava ao lado de Tate.
A câmera mudou-se de Tate para Logan e, em seguida, voltou para Tate, como se Carlos não estivesse certo de onde concentrar a lente. Mas então, Logan sentou-se no final da cama e Tate tomou o lugar ao lado dele, e Carlos aproveitou a chance.
Logan sorriu de uma maneira que disse que sabia que tinha sido pego e não se importava. — Agora, antes de julgar muito, Locke, você realmente esperava algo menos? Foi um longo voo, e você sabe que odeio voar, então Tate fez a única coisa que ele sabia que funcionaria para me colocar no avião. Ele prometeu que se eu fosse bom, ele me recompensaria.
Tate revirou os olhos, quando Logan virou-se e pressionou os lábios em sua bochecha e disse:
— E eu devo ter sido muito bom, porque esse foi um inferno de uma recompensa.
Tate beijou Logan rapidamente antes de dar-lhe um empurrão para fazê-lo enfrentar a câmera. — O que Logan quer dizer é, obrigado pelo convite. Este lugar é uma loucura, e estaremos lá embaixo amanhã ao meio dia. Conforme instruído.
Logan franziu a testa. — Onde disse isso?
— Logo na parte sobre o videógrafo. Carlos.
— Ohhh certo. — disse Logan, e então olhou para a câmera, seus olhos azuis brilhando com malícia. — Devo ter esquecido então. Essa é a parte que você estava lendo porque a minha boca estava che...
— Então, vamos vê-los amanhã ao meio dia. — Tate disse, enquanto Logan ria.
— Claro que vamos. Talvez. Se Tate ainda puder andar.
Tate riu e Logan levantou-se.
— Se é isso tudo, Carlos, acho que terminamos. — Carlos estava caminhando para trás agora, a tela cheia com mais pele desses dois do que havia sido gravado de todos os outros juntos. — O que está prestes a acontecer em seguida é uma coisa que ainda temos que filmar, e não faremos isso esta noite. Vejo você pela manhã, Locke... e nem tente agir como se não estivesse no seu quarto fazendo o mesmo.
Então Carlos estava fora da porta e no salão do resort, capturando o sorriso de Logan e o riso de Tate.
Dava para ouvir o som de inspirar e soprar, e a câmera pulou para cima e para baixo enquanto Carlos andava por um corredor deserto. Bem, deserto, exceto pelas três figuras amontoadas, um homem alto e dois caras mais baixos, e o mais alto parecia estar entregando dinheiro para os outros.
— Sr. Lennon? Eu achei você? — disse Carlos.
Ao som de sua voz e à medida que a luz da câmera de vídeo se acendia, os três homens olharam bruscamente para trás, e então os dois rapazes com que Lennon estava falando se espalharam pela noite.
— Aw, caaara — disse Lennon, e então suspirou e fechou os olhos antes de estender os pulsos. — Eu disse a Dylan que eu ficaria fora da prisão desta vez, mano.
Carlos ainda estava sem fôlego, mas conseguiu dizer:
— Procurei você por todo o hotel e...
— Sim, tenho certeza que você procurou, amigo. Vá em frente e acabe com isso. — Lennon balançou os pulsos. — Se você puder ter certeza de que elas não estão muito apertadas, isso seria massa, cara.
— Uh... eu não entendo.
Um dos olhos de Lennon se abriu. — As algemas. Você pode colocá-las agora.
Quando Carlos não se moveu, Lennon abriu os olhos completamente e olhou mais de perto para o cara atrás da câmera de vídeo, e então olhou em torno dele, e quando ele não viu um carro de polícia, disse:
— Cara. Por que você está me filmando? É um documentário sobre o quão fácil é conseguir drogas em Cabo? Porque eu não estou interessado, cara.
— Sr. Ace e Sr. Dylan me pediram para filmar.
— Para me controlar?
— Para o casamento. Para a, uh, festa?
— Festa? — a testa de Lennon enrugou, e então ele percebeu. — Oh ho ho, ceeeeeeerto, cara. Cara, você não é ninguém, apenas um cara de vídeo, hein? Não brinca. — então ele congelou e soltou um longo gemido, sua mão esticando através de seus cabelos estilo Beatles. — Aw, caaaara. Você assustou minha oferta sem motivo, então. Rápido, vá embora e talvez eu consiga que eles voltem.
— Você quer drogas?
— Shh, eu não disse isso.
— Você disse drogas...
Lennon assentiu, mas disse: — Nããão, cara, eu não disse drogas. Eu estava tendo... estranhas relações com meus novos amigos. Agora, porque você não desliga a câmera e volta para o hotel?
— Mas o Sr. Dylan e o Sr. Ace...
Uma das mãos de Lennon cobriu a lente, e ele disse:
— O que eles não sabem não vai machucá-los. Si, amigo?
E então a tela ficou preta.
Capítulo 12
TEM CHEIRO DE ESPÍRITO DE EQUIPE
DIA DOIS - Sexta-feira, meio-dia
— Eu ainda não entendi por que fiquei com a camisa cor-de-rosa. — gritou Logan, puxando a brilhante camiseta fúcsia que ele usava com um par de calções cáqui. — Lembre-me de chutar a bunda de Ace quando o vermos.
Tate revirou os olhos e puxou Logan para fora do elevador e em direção ao Salão Santiago De Las Coras, onde o itinerário lhes havia dito que se reunissem ao meio dia. — Não. Não vai. Você pode ter a boca como arma, mas Ace poderia levantá-lo durante horas e não suar.
— Obrigado pelo voto de confiança.
Tate parou no meio do átrio e virou-se para encarar o parceiro. Dirigindo os nós dos dedos ao longo do lado da mandíbula de Logan, ele disse:
— Eu simplesmente não quero que ninguém machuque esse rosto sexy. Ou quebre essa mandíbula. Fazê-la ficar fechada para curar, tiraria pelo menos uma ou duas das minhas atividades favoritas.
— Somente uma ou duas?
— Logan, sem traseiro sendo chutado. Diga.
Logan suspirou. — Tá. Sem chutes.
— Bom. — Tate beijou-o nos lábios, e então pegou sua mão novamente.
Quando Logan caminhou ao lado dele, ele deu uma olhada em Tate. — Você está bem gostoso de amarelo.
— Você diz isso sobre tudo o que eu uso.
— Somente porque é verdade. Eu falo isso sobre tudo o que você não usa também.
As portas para a sala de reuniões estavam abertas e, quando entraram, ficou claro que eram os últimos a chegar. Pelo menos uma dúzia ou mais de outras pessoas se moviam em diferentes cores néon de amarelo, azul, verde, roxo e rosa. Logan imediatamente viu um de seus colegas de equipe em rosa, uma loira com um riso alto, cuja identificação dizia “Paige”. Então seu olhar passou pelos outros até que ele viu um homem alto de frente para ele, suas costas largas esticando a camisa rosa que ele vestia. Como se ele pudesse sentir o olhar de Logan, o homem se virou, e quando ambos olharam um para o outro, maldições voaram de suas bocas.
— Caralho, você está aqui, Mitchell? — disse o homem, Finn.
Logan, nunca sem palavras, abriu e fechou a boca antes de balançar a cabeça como se estivesse limpando-a. — Você deve estar brincando comigo.
Carlos disse por trás da câmera: — Vocês se conhecem?
Logan bufou, ainda olhando na direção do outro homem. — Não tão bem quanto ele gostaria.
— Oh, dá um tempo. — disse Finn. — Isso foi há anos.
O parceiro de Finn, Brantley, caminhou em direção ao outro casal e estendeu a mão para Tate.
— É bom te ver novamente, Tate. — disse Brantley, balançando a mão, e então seu foco se voltou para Logan. — Nós todos ficamos bem na última vez que estávamos no mesmo quarto, então vamos tentar lembrar disso.
— Ooh la la, o que é isso de ficarem juntos? — Paige disse, caminhando até ficar ao lado de seus dois companheiros de equipe. — E eu posso ficar no meio?
Seu homem, Dawson, estava diretamente atrás dela com uma camisa amarela, e ele se debruçou por trás dela para apertar a mão de Tate.
— Parece que estamos no mesmo time. Assim como Nate. — disse Dawson, balançando a cabeça para o cara em questão.
Os olhos de Logan se estreitaram quando ele examinou Dawson e depois Nate. — Quem fez essas equipes? Tate está em uma equipe com os caras gostosos e estou preso com Finn?
— Caras gostosos e heterossexuais. — disse Paige. — Então, não tenha ideias.
— Isso é importante. Certo, Tate? — Logan piscou para ele.
— Sua boca já o colocou em problemas, Mitchell? — a voz de Ace surgiu de onde ele estava na entrada da sala, e quando todos se viraram para ele e Dylan, um sorriso malicioso cruzou os lábios de Ace. — Seu rosto está da mesma cor que sua camisa. Eu sabia que era uma boa cor para você.
— Eu sei que este fim de semana deveria ser tudo sobre você, mas foda-se, Ace. — respondeu Logan.
Ace apertou Logan no ombro.
— É bom te ver também. — então ele fez um gesto para que Dylan viesse. — Logan, Tate, este é Dylan Prescott, em breve Dylan Locke-Prescott. Eu acho que vocês são os únicos que ainda não se conheceram.
Dylan girou lentamente na frente deles e ergueu uma sobrancelha. — Então? Eu passei?
Quando Logan sorriu, Tate disse:
— Será que eu deveria querer saber?
— Logan me pediu para dar uma volta para ele durante a nossa conferência na web. Apenas me perguntando como eu serei avaliado na vida real.
— Bem, eu não posso avaliá-lo exatamente daqui, mas Ace parece muito satisfeito. — disse Logan. — Pessoalmente, gosto de alguém um pouco mais alto, mais bronzeado e com cabelos castanhos encaracolados.
— Espertinho. — disse Ace, e então seus olhos varreram os amigos reunidos. — Tudo bem, primeiro, obrigado a todos pela vinda ao Cabo. Dylan e eu não podemos esperar para passar o fim de semana com vocês, mas achamos que nós deveríamos quebrar um pouco o gelo. Eu sei que muitos de vocês não se conhecem, então nós o colocamos aleatoriamente em grupos de três. — então ele acenou com a cabeça para Dylan, que assumiu o controle.
— Vocês terão duas horas para encontrar as pistas e fazerem os desafios listados. Cada equipe terá um ponto de partida diferente, e há dez pistas ao todo. Uma vez que vocês acharem a pista e completarem o desafio final, vocês serão exibidos no salão de cocktail, onde Ace e eu estaremos esperando com um prêmio para o time vencedor. — Dylan olhou para Ace. — Devemos dizer-lhes qual é o prêmio?
— Digamos que o prêmio para cada membro da equipe vencedora vale milhares de dólares. Isso é um incentivo para jogarem de boa? — disse Ace.
— De repente, não parece ser uma tarefa tão difícil lidar com você. — disse Finn a Logan.
— Tudo bem, meninos. — disse Paige. — Todos nós temos que ficarmos juntos para ganhar isso.
— Escolha errada de palavras. — disse Logan.
Paige deu-lhe um sorriso cheio de maldade. — Não, isso foi inteiramente intencional.
Ace tirou uma pilha de envelopes de seu bolso traseiro, e cada pessoa se reuniu com os outros com as mesmas camisas coloridas. Ele entregou a cada equipe um dos envelopes e instruiu-os a não abri-lo até sua autorização.
— Vocês têm duas horas — disse Ace, e depois olhou a hora em seu telefone. — Pronto... atenção eeee... vão.
A câmera balançava enquanto Carlos seguia três pessoas de camisas roxas. O grupo era eclético, com certeza. Shayne, com seus cachos vermelhos, estava liderando a equipe enquanto ela corria pelo corredor, suas longas pernas devorando o espaço. Diretamente à sua direita estava Jordan, que era um pouco mais baixo, e usava os shorts amarelos mais brilhantes imagináveis, que de alguma forma conseguiram complementar a vívida camisa roxa que ele usava. Hunter estava a sua esquerda, e suas costas e músculos largos preenchiam o material roxo de uma maneira que fazia a cor nele parecer qualquer coisa, exceto ridícula.
— A pista disse algo sobre a arte asteca subaquática. — disse Shayne, quando eles rodearam um canto e passaram pelo lobby aberto do resort. — Isso tem que ter algo a ver com uma piscina ou uma fonte, vocês não acham?
Jordan, que estava apertando um copo de cocktail em uma mão, que de alguma forma conseguiu trazer o canudo para os lábios enquanto ele corria, tomou um gole como se fosse uma garrafa de água e ele estivesse numa maratona e depois disse:
— Sim. Você está certa. Havia uma fonte em algum lugar por aqui. Lembro-me de vê-la no meu caminho. Azulejos azuis...
— Você está certo — Hunter cortou. — Na forma de uma cobra.
— Uma serpente. — disse Jordan, enquanto olhava para o outro homem. — Era uma serpente de duas cabeças. Deus, onde foi que vi?
Shayne parou abruptamente no meio do lobby e virou-se para encarar os dois homens atrás dela e da câmera. — Quer dizer que você se lembra que era uma serpente de cabeça dupla, mas não pode lembrar onde você viu?
Quando ambos ficaram em silêncio, ela jogou as mãos no ar e murmurou:
— Homens. Inúteis, é o que vocês são.
— Bem, pelo menos, lembramos que a vimos. — afirmou Jordan.
— Sim, mas não aonde. Por que você não vai perguntar? — ela sugeriu.
— Não vou perguntar. — disse Hunter. — Tenho certeza de que podemos encontrá-la.
— Típica resposta masculina.
— Ei — Jordan disse, e tomou outro gole de seu coquetel. — Eu vou levar como a ofensa que é.
— Esperem aqui. — disse ela, e correu para a mesa de check-in. A câmera seguiu sua corrida louca pelo chão de azulejos, e enquanto ele se aproximava dela, a pegou conversando animadamente com o homem atrás do balcão. Ele sorriu para ela, ela sorriu em resposta, e então ela estava de volta para os outros dois esperando por ela.
— Certo. Ele disse que está no pátio do leste. Por aqui. — disse ela, apontando para um conjunto de maciças portas duplas de vidro.
Quando correram novamente, a câmera gravou seu progresso quando Hunter abriu a porta e Shayne passou primeiro, seguida por Jordan, que se certificou de se virar e oferecer uma curiosa reverência, sua mão livre segurando a perna do calção quando ele dirigiu um sorriso para Hunter e disse:
— Obrigado, bonito.
Hunter riu. — Sem problemas.
Eles correram pela passarela coberta que estava alinhada com hibisco exuberantes, e quando eles chegaram ao fim e a passarela se abriu para um pátio aberto onde o sol estava brilhando, Shayne gritou:
— Bingo!
Em um lado da fonte havia algo parecido com um pequeno bar. Havia um homem de pé atrás dele, e no topo havia três taças e uma garrafa de álcool azul ao lado de um envelope. Ao caminharem para obter seu primeiro desafio, Hunter disse:
— Eu sou o único que está um pouco nervoso sobre o que está nesse envelope?
Jordan e Shayne riram e, ao mesmo tempo, olharam para ele e disseram:
— Sim.
— Olá — disse o barman, enquanto estendia o envelope em direção a Shayne. — Aqui está a sua primeira tarefa. Depois de lê-la e completá-la, vou derramar para vocês um shot e os enviarei em seu caminho. Vocês entenderam?
— Oh Deus. — Hunter murmurou.
— Sim. — Shayne respondeu, quando Jordan colocou o copo vazio no bar temporário e perguntou:
— Posso deixar isso aqui com você, então? Tenho a sensação de que eu posso precisar das minhas mãos livres para isso.
Quando o barman sorriu e assentiu com a cabeça, Jordan esfregou as mãos, voltando a encarar Shayne. — Ok, vamos lá.
Os olhos de Shayne se moveram sobre as palavras no pequeno cartão que ela segurava, e eles ficaram mais abertos com cada linha que ela lia.
— Em voz alta, Shayne. Você precisa ler em voz alta. — Jordan lembrou-a.
— Oh, certo. A tarefa é: formar uma pirâmide de líderes de torcida e recitar um canto para os hóspedes do hotel verem. O registro da tarefa será feito pelo barman.
Ela olhou para ambos os homens, e a câmera pegou Hunter franzindo o cenho e Jordan batendo palmas. — Oh, isso vai ser muito divertido!
— Para quem? — Shayne perguntou. — Eu não vou ser jogada no ar. De maneira nenhuma. Esqueçam.
— Eu nem sei o que é uma pirâmide de líderes de torcida, o que quer que seja. — disse Hunter. — Vamos somente recitar o canto.
— Bem, para sorte de ambos, sou voluntário para estar no topo. É assim que eu gosto, aliás. — disse Jordan. — E tenho certeza de que podemos encontrar algo atrevido. Veja, Shayne — ele disse, arrancando o cartão dela e deixando cair no topo do bar. — Este homem é útil.
Hunter balançou a cabeça, parecendo um pouco desconcertado por Jordan enquanto todos se amontoavam, tentando cantos que rimavam. Os próximos minutos de filmagem foi divertido, enquanto Jordan tentava explicar a melhor forma de erguê-lo em cima de suas cabeças, mas quando finalmente pareceram concordar com algum tipo de ação, Jordan pediu que o barman viesse, e deu-lhe o telefone dele.
— Ok, então eu tenho a sensação de que isso será rápido e bagunçado, então é melhor você conseguir gravar isso de primeira.
— Sem problemas. — disse o barman, pegando o telefone e recuando para que ele pudesse pegar os três e a fonte na imagem. E então ele gritou: — Pronto quando vocês estiverem.
Os três se alinharam e começaram a bater as mãos. Então todos começaram a cantar:
— Viemos ao Cabo para um casamento, agora estamos todo suados. Nós preferíamos estar junto à piscina em nossas costas, mas em vez disso, temos umidade escorrendo por nossas fendas. É melhor esse prêmio ser um papoco, então não nos deixe no sufoco.
Quando o canto chegou ao fim, Hunter e Shayne agarraram Jordan sob cada braço e ajudaram-no a subir, assim ele tinha um pé em ambas as coxas, então ele jogou as mãos no ar e aplaudiu como um louco.
— Maldito inferno. — disse Hunter, uma vez que ele parou de rir e Jordan tinha descido. — Estou feliz que o shot é no final, porque preciso de um.
— Whoa, cara, você está de volta. — Lennon disse para a câmera, e então ergueu as mãos. — Nada para ver aqui.
— Sr. Lennon, você não recebeu suas drogas na noite passada? — disse Carlos, e os olhos de Lennon se arregalaram quando seus colegas, Brantley e Quinn, levantaram as sobrancelhas.
Lennon soltou uma risada estrangulada. — Ele está brincando. Ele não fala inglês.
— Certo. — Quinn disse, seus olhos escuros conhecedores, mas ela não parecia saber se era verdade. Ela jogou seus longos cabelos pretos sobre o ombro e examinou o cartão de desafio. Sua equipe já estava na pista número seis, muito além do que o resto das outras equipes estavam, principalmente devido ao fato de que Quinn e Brantley eram rígidos seguidores de tarefas e Lennon estava disposto a fazer qualquer coisa, por mais ridículo que fosse.
— Ok, então, para essa, tudo o que precisamos fazer é escalar uma árvore. — ela franziu a testa e virou o cartão. — É só isso? Todos nós só temos que escalar uma árvore e tirar uma foto nossa ao mesmo tempo?
— Depois de ter que fazer uma dança na frente de todos na sala de jantar, vou fazer essa de boa. — disse Brantley, com as mãos nos quadris enquanto examinava os jardins ao ar livre. Logo ele franziu a testa. — Uh... onde diabos estão todas as árvores?
Lennon revirou os olhos como se Brantley estivesse cego e apontou para as dezenas de palmeiras espalhadas pela propriedade. — E do que você chama isso?
— Eu as chamo de palmeiras. Como você espera escalar uma dessas? — respondeu Brantley.
Enquanto ele apertava as palmas das mãos, quase podia ver as rodas girando na cabeça de Lennon, mas depois de alguns minutos silenciosos, ele encolheu os ombros. — Sim, tudo bem. Não sei como vou chegar lá, irmão.
— Merda. — Quinn bateu no lábio e caminhou na frente deles.
— Que tal nós simplesmente nos envolvermos em torno da base como coalas... — Lennon começou, mas Quinn ergueu a mão e o calou enquanto continuava a andar.
Finalmente, ela parou, um sorriso auto satisfeito torcendo os lábios. — Consegui. Brantley, tire sua camisa.
Ele recuou. — Com licença?
— Você me ouviu. Preciso da sua camisa.
— Espere um segundo, por que você não quer minha camisa? — disse Lennon.
Quinn suspirou e estendeu a mão. — Ok. Tire.
O braço de Lennon passou por seu peito e a outra mão caiu até a virilha, como se estivesse cobrindo suas partes íntimas.
— Você só me quer pelo meu corpo. Nunca pela mente.
— Oh, por amor da porra, alguém me dê a porra da sua...
— Aqui — disse Brantley, puxando a camisa azul de seus shorts xadrez e retirando-a sobre sua cabeça. Ele entregou a Quinn, que imediatamente rasgou a coisa ao meio com as mãos nuas.
— O que diabos você está fazendo? — disse Brantley.
— Escolha uma árvore. — disse Quinn, amarrando as extremidades da camisa, assim elas faziam um pequeno círculo. Brantley não perdeu tempo discutindo, mas apontou para uma árvore de tamanho médio, não muito longe de onde eles estavam, e uma vez que eles deram a um dos operários do resort, o telefone de Brantley para gravá-los, eles seguiram o caminho.
— Você não está planejando nos pendurar da árvore, está? Porque eu não sei se não vou cair, cara. — disse Lennon, passando a mão pelos cabelos.
Quinn colocou a camisa no chão e arrancou as botas, e então colocou os pés dentro do círculo, ajustando-o para rodear seus tornozelos. Suas mãos se estenderam na frente dela para agarrar a árvore, e então ela pulou na base da árvore como um macaco-aranha, agarrando-a por entre as pernas enquanto ela virava seus pés para dentro. Então ela se empurrou, usando as pernas, e enquanto eles estavam completamente boquiabertos, ela rapidamente trouxe os pés para cima na árvore e repetiu o movimento.
— Socorro, cara. Onde você aprendeu a escalar uma árvore assim? — Lennon disse, protegendo o rosto com a mão enquanto a observava subir mais alto.
Brantley assobiou. — Estou impressionado. O que você disse que fazia para ganhar a vida?
Quinn apenas sorriu para ambos enquanto ela alcançava um ponto no meio da árvore, e então ela arrancou o laço de seus tornozelos e disse:
— Próximo. E se apressem, porra. Não consigo aguentar essa coisa para sempre.
Brantley tirou os chinelos e colocou os pés dentro do círculo antes de olhar para Quinn.
— Eu não sei como você acabou de fazer isso, e depois de cinco shots? Jesus. — ele soltou uma respiração e imitou o que ela tinha feito, colocando as mãos na árvore e depois pulando sobre ela. — Oh porra. — ele disse, suas pernas já tremendo do esforço, e quando ele se impulsionou, quase perdeu o controle.
— Ha, vamos, cara, você não pode deixar uma garota te vencer — provocou Lennon.
— Ouvi isso. — gritou Quinn.
Brantley grunhiu e puxou as pernas um pouco antes de endireitar-se. Ele não estava a mais de três metros do chão quando disse:
— Isso seria muito mais fácil com uma camisa.
— Tragam os seus traseiros para cá, caras.
Aumentando seu aperto na árvore, Brantley subiu um pouco mais alto e depois chutou o laço da camisa das pernas, que Lennon pegou prontamente. Ele pulou na árvore, perdeu o equilíbrio e caiu em sua bunda.
Explosões de riso vieram de cima, quando Lennon tentou novamente e falhou.
— Não é tão fácil, não é? — Brantley disse, sorrindo para o cara limpando a testa com a borda de sua camisa.
— Cara, eu tive alguns shots extras quando vocês não estavam olhando. Eu não sabia que estaríamos escalando árvores.
— Tudo bem, não posso ficar aqui por muito mais tempo — disse Quinn. — Então, porque você não apenas abraça a base para que ele possa tirar a foto rapidamente?
Brantley riu, e então lutou para manter seu aperto firme. — Ohh, você acabou de dizer um bocado aí. Mas, sério, Lennon, apenas faça como um coala, como você disse.
Lennon soltou um grande suspiro exagerado e depois envolveu seus braços e pernas ao redor da árvore quando o membro da equipe tirou a foto e, uma vez que terminou, ele pulou.
— Bem, isso foi divertido. — disse Lennon, limpando as mãos em seus shorts com padrões selvagens enquanto ele se dirigia para o bar para pegar seu shot. — Então, o que é o próximo desafio? — ele disse por cima do ombro.
— Uh. — Brantley olhou para Quinn e depois seu olhar pousou no chão abaixo. — Como diabos vamos descer?
— Então você era casado? Com uma mulher? — Dawson perguntou enquanto Tate pegava o envelope de sua quinta pista, que estava localizada em frente aos elevadores que subiam às suítes.
— Dawson — Nate, seu outro companheiro de equipe, disse, admoestando a falta de decoro de seu amigo.
Dawson olhou para ele e perguntou:
— O quê? Pensei ter ouvido alguém dizer que ele é hétero? Ou costumava ser. — Dawson então voltou-se para um Tate ainda silencioso. — Não estou tentando ser metido, acho que é meio legal...
— Legal? — perguntou Tate.
— Sim, quero dizer, não estou julgando você, nem nada. Nem pense nisso. Na verdade, eu fiz... — Dawson parou abruptamente quando seus olhos encontraram os de Nate, que agora estavam largos como pires.
Tate riu quando abriu o envelope. — Oh, não pare por aí. Mas para responder sua pergunta, sim, eu já estive casado. Com uma mulher.
— E agora você está com um cara? Com Logan?
Tate assentiu. — Mhmm. Já faz anos.
— Simples assim?
— Bem, não — disse Tate, e tirou o cartão de desafio. — Há muito mais do que acordar um dia e dizer, oh sim, hoje eu vou gostar de pau.
Dawson franziu a testa, mas Nate foi o único a perguntar:
— Tipo o quê?
Os olhos de Tate foram para o homem que tinha ficado quieto sobre essa linha de interrogatório até agora. — Tipo tudo. Tipo... muito para entrar em detalhes quando devemos ganhar uma corrida.
— Sim, desculpe-me. Você está certo. — disse Nate, e então olhou para Dawson. — E você nunca respondeu sobre o que você fez.
— Que tal você apenas usar sua imaginação? Você me conhece e conhece Paige. Há muito que você acha que não fizemos?
— Ahh, ok — disse Nate, balançando a cabeça. — Você está certo. Não quero detalhes. Ouvir sobre a guerra de Nutella foi mais do que suficiente para mim, e isso foi de segunda mão.
Dawson encolheu os ombros como se quisesse dizer, veja, e Tate acenou com o cartão no ar. — Já terminamos de fofocar como um grupo de garotas...?
— Tive que perguntar, cara — disse Dawson. — Eu acho super interessante.
— Tenho certeza que sim, mas se quisermos ganhar, precisamos ficar ocupados.
— Concordo. — disse Dawson. — Leia isso.
Tate segurou o cartão e olhou para ele, e então ergueu os olhos para os dois homens olhando para ele com expectativa.
— O quê? — disse Nate. — É horrível?
— É ... — Tate olhou para Dawson e inclinou a cabeça para o lado. — Você consegue uma melodia para combinar com essa aparência de roqueiro que você tem?
— Uhh... por quê?
— O cartão diz: pegue o elevador até o sexto andar, toque uma porta aleatória e faça um Rickroll. Seu bartender gravará seu desempenho.
— O que diabos é um Rickroll? — perguntou Nate.
— Há uma nota no fundo que diz: Um Rickroll é cantar qualquer música de Rick Astley para um amigo/estranho.
Dawson soltou uma risada alta que ecoou ao redor do corredor. — Você está falando sério? Esses idiotas.
Tate balançou seus cachos enquanto Dawson se esticava e apertava o botão para o andar de cima. Quando as portas se abriram, o barman entrou e Carlos se juntou a eles. Nate clicou no botão do sexto andar e, à medida que o elevador começou a subir, Dawson disse: — Então vamos fazer o mais óbvio?
— Se por isso você quer dizer cantar “Never Gonna Give You Up”, acho que lembro-me do coro. — disse Tate.
— Sim, era o que eu estava pensando. — disse Dawson, antes de olhar para Nate. — Você tem idade suficiente para conhecer essa música?
— Você é quase tão engraçado quanto sua esposa com esse tipo de merda — disse Nate.
— Ei, apenas verificando.
— Sim, claro que sei disso.
— Que tal eu cantar a letra rapidamente com você, apenas no caso. — sugeriu Dawson.
Eles cantaram a música, e então houve um forte ding e as portas do elevador se abriram.
— Não posso acreditar que estamos prestes a fazer isso. — disse Tate.
— Não posso acreditar em nada do que fizemos até agora — disse Nate. — Aquela torcida foi a pior até agora. Nem mesmo rimava.
— Ei, pelo menos estamos um pouco bêbados para esta parte.
— Obrigado, porra. — murmurou Tate.
Eles caminharam pelo corredor, pararam na frente de um quarto aleatório e olharam por cima dos ombros para os dois homens gravando.
— Apenas para que você saiba, Ace — disse Dawson. — O retorno é uma cadela. Aprendi isso de Paige, e você sabe o quão perigoso isso me faz. — então ele voltou para a porta e disse: — Vocês dois estão prontos?
— Eu acho — disse Tate, assim que Nate disse:
— Não.
— Uma vez que a porta se abrir, eu vou contar até três, então começamos.
— Entendido. — disse Nate.
Dawson ergueu a mão, bateu na porta e, quando se abriu e uma linda mulher loira apareceu, Dawson riu e olhou para Tate. — Acha que pode fingir por dois segundos?
Tate olhou para ele. — Foda-se.
— Uhh, olá? — a mulher disse, e Dawson lhe deu o sorriso de derreter corações pelo qual ele era conhecido. — Posso ajudar?
— Ok, meninos. — disse Dawson. — Um. Dois. Três.
E então eles três cantaram sua melhor interpretação de “Never Gonna Give You Up”.
Ao final, a mulher estava rindo tanto que estava chorando, e a câmera pegou Tate entregando-lhe o cartão de desafio. Ela leu e depois lançou-lhes um sorriso brilhante enquanto limpava lágrimas de alegria de seus olhos.
— Isso foi... Bem... — ela riu. — A pior interpretação que já ouvi.
Os três assentiram, sabendo que era verdade.
— Pedimos desculpas profundamente — disse Nate, e quando ela fechou a porta, ela olhou diretamente para a câmera e disse:
— Espero que estes três ganhem. Isso foi tão horrível que eles merecem o que quer que o prêmio seja.
Capítulo 13
CONTOS DE PAU
DIA TRÊS - Sábado, meio-dia
— Com licença? Ryleigh Phillips, vencedora da caça ao tesouro, poderia me passar o protetor solar, por favor? — Derek disse para a morena que se encontrava ao lado dele na piscina na tarde seguinte.
— Claro que sim, fabuloso companheiro do time verde vencedor da caça ao tesouro, Derek Pearson, eu adoraria. — respondeu Ryleigh, entregando-lhe a garrafa de protetor por sua cadeira.
Do outro lado dela, Quinn soltou um resmungo desagradável, e Ryleigh ergueu os óculos de sol para olhar para a amiga.
— Desculpe, integrante do time perdedor da caça ao tesouro, Quinn, você tem algo a dizer? — perguntou Ryleigh.
— Sim. — respondeu Quinn. — Vocês são idiotas.
— Oh, ouch. — Ryleigh olhou para Derek. — Você ouviu do que ela nos chamou, Derek, companheiro vencedor da caça ao tesouro?
Derek sentou-se e jogou um pouco do protetor solar em sua mão antes de esfregá-lo em seu peito tatuado. — Eu ouvi isso, vencedora da caça ao tesouro, Ryleigh. Parece que alguém é uma má perdedora. Muito invejosa.
— Não tenho inveja, e perdi. — disse Hunter, enquanto nadava até o limite da piscina e apoiava os braços sobre a borda.
— Isso é porque eu ganhei, e você irá para a viagem de uma semana em Veneza comigo. — disse Ryleigh.
O sorriso no rosto de Hunter cresceu.
— Ah, sim. Bom trabalho, querida. — então ele deu uma olhada em Quinn, que tinha uma careta furiosa no rosto. — Desculpe — disse ele, sem se preocupar.
— Eu sabia que deveria ter ido fazer snorkeling19 com os caras — Quinn resmungou, e depois saiu da cadeira. — Eu vou nadar. Idiotas.
Ryleigh e Derek riram quando ela saiu e depois se acomodaram em suas cadeiras.
— Pobre Quinn. Eu não acho que ela já perdeu algo antes em sua vida. — Hunter observou, se afastando quando ele ficou de pé ao lado deles.
— Eu não acho que ela tinha uma chance com esse cara, Lennon, em sua equipe. Como deveria saber que precisava mantê-lo em uma coleira, assim ele não fugiria antes do último desafio? — disse Ryleigh. — No entanto, eu me sinto meio ruim. Talvez eu devesse dar-lhe o seu lugar no avião, Hunter.
Hunter resmungou.
— Sobre o meu cadáver. — ele disse, e então ficou de pé sobre ela para sacudir as gotas de água de seus cabelos enquanto ela gritava e se rendia.
DIA TRÊS - Sábado à noite
A câmera balançou para cima e para baixo como se Carlos estivesse correndo novamente e, à medida que Ace apareceu, ele desacelerou.
— Desculpe, Sr. Ace — disse Carlos, lutando para recuperar o fôlego. — Adormeci. Filmei a noite toda.
— Tudo bem, Carlos. — disse Ace, estendendo a mão fora de vista da câmera, na direção do ombro do cara. — Estamos prestes a começar as coisas, então você está na hora certa. Vamos ter alguns cocktails especiais entregues antes do início da festa.
— Si, señor. Estou pronto.
Carlos seguiu-o para fora das portas de vidro do vestíbulo e pelo pátio exterior que havia sido preparado para a festa. Linhas de centenas de luzes coloridas cintilavam no céu noturno, e o som do cover da banda de pop era levado pela brisa quente do oceano.
Ace juntou-se a Dylan, onde ele estava na beira do pátio com vista para as ondas que se moviam.
— Sr. Prescott, você está delicioso. — disse Ace, acariciando o pescoço de Dylan.
Dylan sorriu. — Não comece algo que você não pode terminar.
— Quem diz que não posso terminar?
Dylan virou-se para encará-lo e seus braços rodearam a cintura de Ace. — Eles estarão aqui em breve.
— Você sempre gostou de uma audiência.
— Sim, mas tenho a sensação de que algumas pessoas dessa audiência podem se transformar em participantes dispostos.
Com uma risada, Ace beijou o canto da boca de Dylan. — Você pode estar certo sobre isso. Talvez uma orgia seja um pouco selvagem demais para uma despedida de solteiro.
— Ninguém jamais disse — respondeu Dylan. — Mas eu prefiro só você. Mais tarde. — ele apertou um beijo gentil nos lábios de Ace, que se tornou mais profundo quando a banda começou a tocar uma melodia otimista. Poucos minutos depois, seus convidados começaram a chegar.
Ao redor da grande fogueira estavam as cadeiras de vime almofadadas que tinham sido empurradas para formar um círculo. Ace fez um gesto para que todos se sentassem, e quando o último convidado - Lennon, é claro - chegou, Ace deu a todos um amplo sorriso.
— Então, para dar o pontapé inicial esta noite, temos algumas bebidas personalizadas vindo para vocês. Uma vez que Ryleigh é especialista em todas essas bebidas com nomes loucos, pedimos que ela criasse alguns cocktails projetados para cada um de vocês. — Ace fez um gesto para que os garçons pairando na entrada viessem, cada um carregando um copo de Martini com um líquido colorido diferente e uma etiqueta pendurada no tronco.
O primeiro copo foi para Finn, que leu a etiqueta.
— Animal de estimação do professor. — disse ele, rindo enquanto olhava para Brantley.
— Animal de estimação do professor? — Shayne perguntou, sua testa franzida. — Será que isso quer dizer algo?
Com um sorriso malicioso, Dylan disse:
— Oh, quer dizer alguma coisa, sim. Brantley ali era o professor de Finn na faculdade.
Os olhos de todos em volta do fogo se arregalaram, e alguém até bateu Brantley nas costas. — Bom trabalho, ‘prof’. Então, o que o seu diz?
Brantley levantou a etiqueta.
— Raposa Prateada. Eu vou levar como um elogio. — disse ele, passando as mãos pelos cabelos escuros que estavam cobertos de prata.
— Ooh, o que é o meu? — Paige disse, enquanto estendia a mão para o copo com as duas mãos. Quando ela leu a etiqueta, olhou para Ace e Dylan. — O clichê de Vegas? Sério, caras?
O grupo riu e Ace disse:
— Você não pode culpar ninguém além de si mesma por ficar bêbada e casar em Vegas, P. I. T. A20. Felicidades.
— Fodido. — disse Paige, e quando Dawson recebeu um Martini escuro, ela disse: — Aquele é chamado Alma Sombria ou algo assim?
— É Brett Michaels. — Dawson sorriu. — O cara sabia usar delineador de olhos, o que posso dizer?
Conforme o restante das bebidas foram entregues, risadas surgiram entre elas. A de Tate, Big Red, foi um sucesso para ele, já que era o seu sabor favorito de goma de mascar, assim como a Viúva Negra de Quinn, a quem todos pareciam pensar que era uma ninja assassina vestida de couro.
— Shayne, qual foi o seu? — Paige gritou.
— Ladra de Berço. — Shayne revirou os olhos e apontou para Brantley e Finn. — Tudo bem, nossa diferença de quatro anos não é nada comparada a de nove anos deles. Vamos ser realistas.
— Eu já posso adivinhar o que é o meu, então. — disse Nate ao lado dela, e quando ele virou sua etiqueta, assentiu. — Sim. Quase maior de idade. — ele segurou o Martini. — Tem álcool nisso, então?
Ryleigh lançou-lhe uma piscadela. — É um Shirley Temple21 adulterado.
Nate simplesmente esfregou o rosto antes de beber tudo.
Quando Ace e Dylan receberam seus copos, Ryleigh disse:
— Tudo bem, para nossos noivos gatos, nós temos...
— Coisa Quente para mim. — disse Ace, sorrindo para sua mistura de Fireball Whiskey.
— E Crédulo Sonhador para mim. — Dylan tomou um gole de sua bebida e deu um aceno de aprovação. — Tem gosto de hippie em um copo. Eu gostei. — então ele abaixou o copo e apontou para as bebidas chegando a Ryleigh e Hunter. — Como vocês não podem se nomearem, fizemos as honras.
A bebida de Hunter, um Bata Com Esse Martelo Grosso, aludia ao seu sonho de possuir sua própria empresa de construção... pelo menos, isso foi o que foi dito em voz alta. O sorriso malicioso no rosto de Ryleigh sugeria que isso talvez significasse algo mais.
— Vamos ver o que vocês fizeram com a minha. — disse Ryleigh. — Uau, Deixe Isso Para a Pepeca. Um aceno de cabeça para o meu amor pelas coisas antigas. Estou tão impressionada.
— E um aceno para algo seu que eu particularmente gosto. — disse Hunter.
— Obrigado, obrigado. — Dylan curvou-se antes de voltar sua atenção para o irmão dele. — Lennon, você está acordado.
Lennon parecia saber o que estava a caminho dele, porque o sorriso dele cresceu quando a bebida verde brilhante foi entregue a ele.
— Doce Mary Jane — ele disse, e então virou a etiqueta. — Puta merda. É realmente chamado de Sweet Mary Jane. Porra, como você sabia?
— Acho que foi sorte. — respondeu Ryleigh.
Um Martini cor-de-rosa brilhante com um pouco de açúcar na borda apareceu e, enquanto todos olhavam para ver com quem ficaria, todos os olhos foram para Jordan, cuja camisa naquela noite era quase o mesmo tom de rosa. Ele pegou o Martini e lambeu um pouco do açúcar na borda do copo. — Oh, Tão Posh22.
Quando um garçom parou na frente de Derek com um Martini efervescente, Derek olhou para Dylan com os olhos cautelosos e então pegou a bebida. Um olhar para a etiqueta fez com que ele balançasse a cabeça, e então apontasse para Dylan.
— Foda-se — disse Derek.
— Bem... — Dylan arranhou o queixo e então começou a rir, o que só parecia irritar ainda mais Derek.
— Eu vou te matar, Prescott.
Dylan se escondeu atrás de Ace. — Eu gostaria de ver você tentar.
— Bem, o que diz? — Jordan perguntou, e quando Derek se recusou a responder, ele pegou a etiqueta e leu. E então um ataque de risos escapou dele quando o olhar de Derek se voltou para Jordan. — Oh, gato, não tem nada de que se envergonhar. Acontece que gosto de Estilo Cachorrinho. Especialmente o seu.
— Jesus Cristo. — disse Derek, largando o copo sem tomar um gole. — Ok, quem é o próximo?
— Deixou o melhor por último, hein, Ace? — disse Logan.
— Bem, este foi feito especialmente para você pelo seu namorado ali. Está vindo, trocadilho intencional23.
Logan estreitou os olhos para Ace, e depois se virou para ver um garçom com um Martini que estava transbordando de chantilly. Parecia um shot gigante, e a boca de Logan se separou quando viu. Quando pegou o copo, ele tirou um pouco de chantilly no topo e depois empurrou o dedo para dentro da boca enquanto olhava para Tate. — Mmm, é Creme Doce?
Os olhos de Tate brilharam. — Você terá que ver por si mesmo.
Logan agarrou a etiqueta e ficou em silêncio por um longo momento, como se ele estivesse certificando-se de que leu direito. Então seu olhar percorreu o homem.
— Você é um filho da puta sujo.
— Eu acho que você quis dizer que você é o filho da puta sujo. — disse Tate, inclinando a cabeça para o chantilly em seu copo.
Erguendo sua bebida, Logan anunciou:
— O Lambe Sêmen, senhoras e senhores. Bom até a última gota.
DIA TRÊS - Duas horas depois
— Então, a que horas eles estarão aqui?
A câmera aproximou-se de Paige e Quinn enquanto elas estavam de pé junto ao bar, terminando suas mais recentes misturas alcoólicas.
— Cerca de quinze minutos ou mais. — disse Quinn depois de olhar para o telefone.
— E você tem certeza de que eles sabem que queríamos uma festa de iguais oportunidades, certo?
— Eu disse que conhecia algumas pessoas, não?
— Sim, mas...
— Maldição, você é controladora. — disse Quinn, então tomou um gole de sua bebida. — Dawson gosta disso, não é?
— Ainda não o ouvi reclamar.
— Por quê? Ele geralmente está amordaçado?
— É quem geralmente... oh... — Dawson disse, aparecendo por trás de Paige e envolvendo seus braços em volta de sua cintura. — Às vezes, se eu tiver sorte.
Paige jogou a cabeça para trás e riu, mas a falta de negação tornava difícil decidir se o que Dawson acabara de dizer era verdadeiro ou falso.
— Nada me surpreenderia quando se trata de vocês dois — disse Quinn. — Mas eu tenho que dizer, há alguns aqui esta noite que me chocaram.
Quando os três se viraram para a pista de dança, a câmera girou para capturar a direção em que todos estavam olhando, e lá, no centro do pátio, agitando a bunda, estava Jordan. Seus quadris estavam circulando e seu corpo brilhava quase tanto quanto sua camisa cor-de-rosa, mas não era o que aparentemente estava chocando os três de pé junto ao bar observando o furacão comandando o espaço da dança. Essa honra iria para a Raposa Prateada, Brantley, que estava lá dançando com Jordan e Finn. O professor tinha Finn colado em sua frente, que estava se esfregando nele, e Jordan estava gritando atrás deles em encorajamento.
Era uma visão improvável com certeza, mas depois de vários shots mais cedo, Finn conseguiu tirar seu homem de sua concha para arrasar naquela pista de dança, e era óbvio que esse grupo de amigos festejavam em Sunset Cove.
A câmera então varreu até onde o homem desaparecido daquele grupo em particular, Derek, estava de pé ao lado de Dylan. Os dois estavam com cervejas na mão e rindo de alguma coisa à medida que a câmera focava em seus rostos e aumentava o zoom para escutar a conversa.
— Cara, este fim de semana foi fora da porra desse mundo. — disse Derek.
Dylan apontou um amplo sorriso para seu amigo e bebeu um gole de cerveja. — Eu sei. Eu juro, às vezes não posso acreditar que esta seja a minha vida.
— Acredite, Prescott, porque você está prestes a se casar com isso.
Dylan riu e olhou por cima do ombro, então a câmera moveu-se para seguir a sua linha de visão e pousou em Ace, que estava de pé com Logan e Tate, então rebobinou para Dylan.
— Eu sei. Sou muito sortudo, hein?
— Eu não sei sobre o sortudo. Você é bonito, no entanto. Eu vejo o apelo.
— Isso significa que eu estou perdoado por antes? — perguntou Dylan.
— Foda-se não. E não pense por um minuto que eu vou esquecer essa merda também.
— Eu não esperaria nada menos. — disse Dylan, então bateu em Derek no ombro. — Eu acho que você deveria ir pegar seu homem lá. Eles começaram a tocar Britney, e todos sabemos como ele reage a ela.
— Oh, Deus. Não me lembre disso. — resmungou Derek, e então seus olhos se moveram para Jordan, que estava no processo de remover a camisa. Ele dirigiu-se para o homem dançando, e a câmera seguiu atrás dele. — Jesus, Posh... — foi tudo o que foi ouvido, porém, porque Jordan tinha jogado sua camisa no rosto de Derek, abafando seus protestos.
— Cara, você tem um isqueiro? — Lennon perguntou a Tate, erguendo um baseado.
— Uhh — Tate disse enquanto se voltava para o irmão de Dylan. A câmera permaneceu diretamente nos dois no meio de uma conversa um tanto estranha até que Tate agitou a cabeça com um sorriso e disse: — Você sabe que estamos em um lugar público, certo?
Lennon tirou o cabelo do rosto dele, e seus olhos vermelhos tornaram mais do que óbvio que este não seria o primeiro que ele fumaria esta noite. — Bem, umm... não é como se estivéssemos na América. E é legal, tipo, em três estados lá, certo?
— Certo. — Tate riu, olhando em busca de algum tipo de bote salva-vidas. — Mas eu não tenho um isqueiro. Desculpa.
— Droga. Ninguém fuma aqui. Eu sabia que deveria ter comprado um. Talvez seja hora de mudar para o plano B.
— Eu tenho medo de perguntar o que é.
— Bom. — declarou Lennon. — Porque se eu não te contar, então nunca aconteceu.
Uma carranca franziu a testa de Tate até quando seus lábios se contraíram. — Não tenho certeza que é assim que funciona.
— Como o que funciona? — a câmera mudou para a direita para pousar em Logan, que passou um copo para Tate.
— Nada. — disse Tate, balançando a cabeça.
— E você está mentindo. — Logan respondeu, seus olhos se deslocando para Lennon. — O que tá rolando?
— Você tem, tipo... olhos super azuis, cara. Eles são reais?
Logan soltou um riso alto. — Da última vez que chequei, sim.
— Cara, eles são o máximo. Tipo, as pessoas pagariam por eles.
— Meus olhos?
Tate bufou ao lado de Logan e bebeu o licor no copo que ele tinha entregue enquanto Lennon se aglomerava mais perto deles e baixava a voz, como se estivesse transmitindo um segredo.
— Ei... vocês dois viram os macacos?
Os olhos de Tate e Logan se arregalaram enquanto olhavam um para o outro e depois voltaram para Lennon. Então Logan balançou a cabeça e disse:
— Não, cara. Onde você os viu? — Tate bateu em seu braço, e Logan olhou para ele. — O que? Você sabe que quer vê-los também.
— Caaaara, Ace os trouxe totalmente. Você não os viu nas árvores?
— Nas palmeiras? — perguntou Tate.
— Sim... eles estavam lá em cima se balançando, cara. — Lennon ergueu os olhos e a câmera seguiu sua linha de visão para... absolutamente nada. Então voltou para se concentrar nos dois homens tentando duramente não caírem em ataques de riso. — Eles estão apenas se balançando.
— Então, hum, você é o irmão adotivo de Dylan, certo? — perguntou Logan.
— Sim, mas estamos espiritualmente conectados.
— Espiritualmente?
— Sim, irmãos espirituais, cara, sim. Renascidos da terra no jardim de rosas da minha mãe.
— Ceeerto — disse Tate finalmente. — Bem, eu não sei sobre você, Logan, mas eu preciso desesperadamente de outra bebida. Ou três.
Lennon sorriu para os dois e acenou.
— Não se esqueçam de cuidar dos macacos. Especialmente se vocês receberem uma bebida frutada. Eles gostam de fruta. — então ele estava caminhando para a noite, deixando os dois parecendo igualmente divertidos e desconcertados.
Quinze minutos mais tarde, o pátio escureceu, exceto o fogo que se espalhava em pequenas chamas cintilantes.
— Uh, Sr. Ace? — disse Carlos, embora estivesse muito escuro para ver qualquer coisa. — Sr. Dylan? Eu não vejo... as luzes estão apagadas.
De repente, um holofote avançou na extremidade do que tinha sido usado como uma pista de dança, iluminando as cinco figuras vestidas com longas vestes pretas com capuzes. Eles estavam com a cabeça baixa, as pernas espalhadas e as mãos atrás das costas.
— Oh merda, estão prestes a fazer Eyes Wide Shut? — gritou alguém. Quando as figuras não se moveram, os convidados da festa se aproximaram, muitos deles sentando em lugares onde podiam, como se antecipando um show que estava prestes a começar.
Dylan olhou para Ace com uma pergunta em seus olhos, mas Ace apenas balançou a cabeça e disse:
— Eu não tenho ideia.
Começou um zumbido, vindo de pessoas que estavam instalados na entrada do pátio e ficou mais alto até que uma batida forte soou, e as cabeças das figuras se afastaram do holofote para enfrentar o público. Então, quando uma batida sexy e pulsante começou a tocar, cada um deles baixou lentamente os capuzes, revelando quatro homens e uma mulher. No ritmo da música, todos abriram seus zíperes, e altos assobios e gritos soaram quando revelaram... não muito atrás deles.
— Oh meu Deus. — disse Ace, com os olhos arregalados enquanto as vestes saíam. Os caras eram todos musculosos e as cuecas que usavam cobriam apenas seus paus, enquanto a menina não usava nada além de franjas nos seios e uma calcinha tão pequena que parecia ser uma parte de sua pele.
Cada um começou a moer no ritmo da música, embora todos se movessem em uma dança coreografada, e sobre a música, Carlos disse:
— Oh, não. Oh nãããão, Sr. Ace.
A câmera percorreu os rostos dos convidados, cujas expressões variavam de perplexidade à excitação.
— Inferno, sim. — gritou Jordan, levantando-se na cadeira e dançando enquanto eles faziam sua performance - passando as mãos sobre seus tanquinhos e entre suas coxas para massagear-se.
— Nate, você é muito jovem para ver isso. Feche seus olhos. — brincou Dawson, voltando a cobrir o rosto de Nate com uma mão enquanto ele descrevia a cena diante dele. A dançarina olhou em sua direção, movendo-se de forma sugestiva com o ritmo, e quando Paige fez um gesto para que ela viesse, ela não perdeu tempo. As franjas em seus seios balançaram em seus rostos enquanto sacudia o peito na frente deles e depois começou a dar-lhes uma lap dance.
— Caramba, é disso que eu estava falando. — Jordan disse antes de se arrumar no assento ao lado de Derek e acenar para os quatro bailarinos masculinos restantes. — Eu sou o próximo, eu sou o próximo.
Quando um deles se dirigiu em sua direção, os outros se dirigiram na direção oposta, puxando alguns dos convidados para dançar, e um deles seguiu direto para os noivos.
Foi um fisiculturista bronzeado que lançou um sorriso impertinente para Ace e Dylan quando ele parou na frente deles e moveu seus quadris de um lado ao outro.
— Quem é o primeiro? — ele perguntou, olhando entre os dois, e quando nenhum deles conseguiu encontrar suas palavras, ele moveu as pernas pelo lado de fora das de Ace e deu alguns passos pequenos até ele passar por cima do colo de Ace. Quando ele começou a girar em cima dele, o dançarino pegou a mão de Dylan e a colocou sobre sua bunda.
Os lábios de Dylan se contraíram com diversão com o desconforto no rosto de Ace. As costas de Ace estavam completamente retas, e as mãos em seus lados, como se ele não soubesse o que deveria fazer com elas, ou se ele deveria fazer qualquer coisa.
Dylan deu um aperto firme na bunda do dançarino onde ele colocara sua mão e depois levantou-se.
— Você pode relaxar, Papi. Eu tenho isso. — disse Dylan, e quando o stripper se afastou do colo de Ace, Dylan montou em suas coxas. Ace finalmente soltou um sorriso perverso, claramente gostando muito mais desse arranjo, quando suas mãos foram para os quadris de Dylan e puxaram-no para perto. Mas Dylan colocou uma palma em seu peito e balançou a cabeça.
— Uh uh, Sr. Locke. Você pode olhar, mas sem tocar. — Dylan disse enquanto se inclinava e sussurrava contra seus lábios. — Pelo menos, ainda não.
Quando a multidão percebeu o que estava acontecendo com os noivos, eles se reuniram ao redor deles e soltaram assobios e gritos, e a câmera deu um zoom em Ace e pegou sua mandíbula pulsando e sua sobrancelha se elevando. — Tudo bem, Daydream. Faça o seu pior.
Dylan percorreu os dedos pelo maxilar de Ace.
— Oh, eu pretendo. — então ele ergueu a mão e fez um gesto para mudarem a música.
À medida que a pesada batida saía dos alto-falantes, Dylan descansou a mão em um dos ombros de Ace e começou a girar seus quadris no ritmo da música tocando. As mãos de Ace estavam em punhos no topo de suas coxas enquanto o homem sensual que pairava acima dele começou a destruir seu controle. A multidão que os rodeava claramente não estava diminuindo o desejo de Dylan de dar um show para seu homem e, à medida que a batida começava a acelerar, Dylan pegou a bainha de sua camisa e começou a puxar lentamente por seu corpo, provocando um gemido de Ace, que fez Dylan prontamente deixar cair de volta no lugar.
— Maldita provocação. — disse Ace, e o brilho diabólico que acendeu os olhos de Dylan enquanto afundava os dentes no lábio inferior fez Ace esticar a mão para tocá-lo e Dylan disse:
— Não.
Ace voltou a fechar as mãos em punhos, enquanto Dylan mais uma vez começava a puxar a camisa, então ele rolou os quadris no mesmo tempo que o ritmo, mas desta vez ele não parou. A camisa saiu em um puxão suave que fez com que todos a sua volta gritassem.
— Tire!
— Dê a ele, Dylan!
— Faça-o suar!
A câmera varreu o grupo de amigos, que estavam rindo, batendo palmas e batendo no ar. A imagem, então, voltou para os dois noivos, e Dylan agora estava correndo as palmas das mãos pelo seu torso nu enquanto ele girava seu corpo de uma forma sexy que tinha seus quadris flexionando e deixando óbvia a ereção escondida atrás de seu zíper, a poucos centímetros do rosto de Ace.
Os olhos de Ace agora estavam estreitados, e ele parecia um homem sendo torturado em vez de seduzido, mas isso não era tão chocante. Ele estava sendo torturado pelo homem que agora desabotoava seus shorts, e quando os olhos de Ace caíram nas mãos de Dylan, ele respirou fundo.
— Não se atreva. — Ace grunhiu, e a risada de Dylan era sexy e baixa quando ele se afastou antes que Ace tivesse a chance de agarrá-lo. Dylan segurou os pulsos de Ace e dirigiu suas mãos para o lugar exato que ele queria, exatamente sobre sua bunda.
Com as mãos agora cheias do traseiro firme e empinado se contorcendo em seu colo, Ace puxou Dylan o mais perto que conseguiu e beijou aquela boca sorridente. Os gritos que soaram então na câmera foram altos e grosseiros, enquanto Ace dirigia as mãos para cima e para baixo das costas nuas de Dylan, e eles se devoravam como se fossem os únicos lá.
À medida que a canção parou e os quadris de Dylan também, ele começou a rir como a provocação que era. Ace, que estava beijando seu ombro, depois o mordeu gentilmente e disse para a multidão estridente observando:
— Tudo bem, tudo bem. O show acabou, pessoal. Espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu.
DIAS ATUAIS - Casa de Ace e Dylan
DYLAN
— Olhe para o seu rosto — eu disse, rindo enquanto jogava um travesseiro na direção de Ace. — Você ficou tão horrorizado com aqueles dançarinos.
— Eu não estava horrorizado. Eu estava…
— Mortificado? Aterrorizado?
— Você faz parecer que nunca tive um homem nu no meu colo antes. — disse Ace, e o brilho nos olhos dele teve o efeito desejado. Pulei para fora do sofá e sentei no colo dele em dois segundos, estreitando meus olhos para ele.
— Você quer dizer assim? — perguntei, e ele me beijou gentilmente.
— Mhmm, exatamente assim. — disse Ace. — Temos um ótimo grupo de pessoas na nossa vida, não é?
— Com certeza. — eu disse, sorrindo contra seus lábios. — Já mencionei o quanto estou feliz por me casar com você?
— Você pode ter dito algo nesse sentido uma ou duas vezes... por dia.
Eu me inclinei para olhar para ele, e quando seus olhos azuis brilharam, olhei com expectativa para ele. — E…
Ace puxou-me de volta para ele e colocou os lábios na minha orelha, e quando um arrepio passou por minha coluna vertebral, ele disse:
— E eu estou impaciente como o inferno para casar com você.
— É ruim que eu realmente queira que você me leve até o altar agora?
Ace riu e deslizou para a borda do sofá, e, com uma exibição impressionante de força, ficou de pé comigo embrulhado em volta dele.
— Jesus, Dylan, você é como um maldito macaco todo envolvido em mim.
Quando ele começou a caminhar pelo corredor e se dirigiu para a escada, eu fiz uma careta para ele e perguntei:
— Falando nisso... você realmente levou macacos na viagem?
A risada de Ace escapou para fora dele enquanto subia as escadas dois degraus de cada vez. Nunca recebi uma resposta naquela noite à minha pergunta. Mas o mistério teria que ser deixado em Cabo, porque eu não me importava muito.
Capítulo 14
NADA ALÉM DE UM DAYDREAM
ACE
— Ace, como você está se virando? Você precisa de alguma... — os passos de Paige vacilaram quando entrou no vestiário e eu me virei. — Ajuda — ela terminou, e sua cabeça inclinou de um lado para o outro enquanto me avaliava. Havia um pequeno sorriso em seus lábios, e quando seus olhos se encontraram com os meus, eles estavam arregalados.
O designer puxou o fundo do casaco de smoking preto feito sob medida que eu usava, e então ele foi para o lado de Paige para ter uma visão melhor do seu trabalho.
— Então? O que você acha? — perguntei.
— O que eu acho? — disse Paige. — Eu acho que Dylan é um homem muito sortudo, é isso. Ace, você está... incrível. — então ela apertou a mão do homem de pé ao lado dela. — Outro trabalho maravilhoso, Nikito. Não tenho certeza de que alguém projeta um smoking como você.
Nikito soprou as unhas e as limpou no ombro, um olhar presunçoso no rosto. — Isso eu sei.
— Como está o smoking de Dylan? — eu perguntei a Paige.
— Você não quer saber. Você verá em duas semanas.
Deus, restavam realmente apenas duas semanas até o nosso casamento? Parecia que tudo passara em um borrão de tempo e eventos que se misturavam, mas, mesmo tão rápido como tudo fora, senti como se estivesse esperando toda a vida para casar com o homem no vestiário há apenas algumas portas de distância de mim.
— Ace? — Paige estalou os dedos na frente do meu rosto, e eu me afastei dos meus pensamentos. — Perguntei se há outras alterações que precisam ser feitas.
Olhei para o terno que se encaixava como uma luva e sacudi a cabeça. — Está perfeito. Obrigado.
— Parece que você ganhou um vencedor aqui. — disse Paige a Nikito. — Vocês encerrem aqui, e quando terminarem, Dylan estará pronto para você.
Nikito assentiu, e depois que Paige saiu da sala, despi-me rapidamente e dei-lhe as roupas para pendurar e depois preparar para enviar para a Flórida. Quando ele saiu da sala, meu celular começou a tocar, mas quando eu o peguei da cadeira para desligá-lo, percebi quem estava ligando e respondi.
— A que devo o prazer de uma chamada no fim de semana, Logan? — falei.
— É chamada de “eu queria falar com vocês antes, mas as horas extras foderam minha agenda e minha vida sexual”.
Eu riu. — Obrigado por compartilhar. Por que as horas extras?
— Apenas um grande caso farmacêutico que tem sido uma dor na bunda.
— Grande caso...?
— Farmacêutico. Merda chata. Mas não é por isso que eu liguei para você.
— Não? Você só queria ouvir minha voz? Faz muito tempo desde Cabo?
Eu poderia praticamente ver Logan revirar os olhos para mim pelo telefone. — Eu estava ligando para lhe dar uma atualização sobre a situação da Brenda.
Meu estômago caiu. Se ela não tivesse finalmente concordado com o acordo, eu não poderia ser responsabilizado por minhas ações. Eu não permitiria que o nome de Dylan fosse arrastado para a lama porque ela estava procurando um dinheiro rápido.
— Por favor, me diga que você tem boas notícias. — eu disse. — Caso contrário, não tenho certeza de que eu quero ouvi-lo.
— Ela pediu um pouco mais do que sua oferta — disse Logan.
— Quanto mais?
Logan me disse a quantia - e, por pouco, ele quis dizer apenas um zero extra - mas eu nem hesitei.
— Feito. — eu disse. — Se essa é a quantia que vai nos fazer ficar livres dela para sempre, então ela pode ter. Mas isso é rígido, certo? Ela não poderá dizer, pensar ou fazer qualquer coisa que pertença a Dylan ou a mim mesmo?
— Ela nem vai ter permissão nem para comprar um bilhete de cinema para um filme de Ace Locke quando eu acabar com ela.
Soltei um suspiro de alívio, o peso das mentiras de Brenda tendo sido um fardo mais pesado do que percebera. Eu não podia esperar para contar a Dylan. O longo pesadelo finalmente terminou.
— Obrigado. Agradecemos por isso mais do que você sabe.
— Eu sei. — disse Logan. — Havia também algo que eu pretendia falar em Cabo, mas os strippers nos distraíram um pouco. Olhe, você precisa considerar seriamente um pré...
— Não.
— Você não me deixou terminar.
— Se começa com “pré”, não preciso de você.
— Um pré-nupcial é inteligente para alguém com tanto dinheiro como você, Ace. Eu não seria um bom advogado se não sugerisse isso.
Suspirando, sentei-me na cadeira com os cotovelos nos joelhos. — Eu sei, e eu aprecio isso. Mas não vou entrar no meu casamento com um pedaço de papel que divide os nossos bens se algo acontecer. Que Deus não permita que isso aconteça, mas e se acontecer, e então? Eu lhe daria metade do dinheiro que eu ganhei enquanto estávamos juntos? Grande negócio de merda.
— Ace...
— Ele nem me deixou pagar o jantar na maioria das vezes. Ou Cabo. Ou o casamento. Ele é um bundão teimoso, e ele não se importa com o dinheiro.
— As pessoas mudam quando ficam irritadas. — disse Logan. — A ex-esposa de Tate era uma cadela amarga do inferno quando se divorciaram. Eles não começaram assim. Merda acontece.
— Bem, essa merda não vai acontecer conosco.
Logan suspirou. — Você nem vai pensar sobre isso, não é?
— Não. Não há nada em que pensar. Não preciso de um acordo pré-nupcial com Dylan. Não vou começar nossa vida juntos dessa forma.
— E você está bem com potencialmente perder metade de tudo se... — Logan era sábio o suficiente para não terminar essa afirmação.
— Se Dylan me deixar, nada disso me deixaria mais feliz. Nem milhões de dólares.
Ele ficou em silêncio por um longo momento, e depois disse:
— Justo o suficiente.
A conversa sobre dinheiro estava dando nós no meu estômago. Eu estava tão desesperado para mudar de assunto e limpar a sala da tensão pesada que havia aparecido, que perguntei:
— Esse grande caso não o impedirá de ir ao casamento, não é?
— Não, eu vou poder limpar minha agenda por um ou dois dias.
— Eu aprecio isso. E obrigado por cuidar de mim.
— Tinha que dizer isso. Mas eu nunca assinaria um desses com Tate também.
As minhas sobrancelhas se ergueram. — Oh? Você está pensando em tornar as coisas oficiais?
— E de repente eu tenho tanto trabalho que tenho que fazer. Vejo você em algumas semanas, Locke. — Logan disse, e então a linha foi desligada.
A mudança de assunto me deixou rindo enquanto me vestia. Eu não podia imaginar estar com Dylan e não querer estar com ele de todos os modos - incluindo legalmente. Mas Logan e Tate deveriam ter seus motivos para isso, já que estavam felizes juntos durante anos.
Me chame de bastardo egoísta, mas eu queria esse anel no dedo de Dylan. E era para onde nos iríamos em seguida.
DYLAN
— Então? Você não me dirá nada? — Ace perguntou, enquanto ele pegava minha mão e caminhávamos até a entrada da frente de Harry Lane Jewelers.
Eu balancei minha cabeça. — Não.
— É preto?
— Não vou falar.
— Azul? Tem colete? Gravata-borboleta? Me diga algo.
— Ace, você não pode saber o que vou vestir antes de me ver no dia do casamento. Ouvi dizer que dá má sorte.
— Um homem pode tentar. — disse ele. Então ele abriu a porta para mim e nós dois entramos. As joias mais deslumbrantes que você já viu em sua vida piscaram para a luz do sol que entrava, as peças trancadas com segurança atrás de dezenas de caixas de vidro espalhadas pelo primeiro andar do joalheiro famoso. Mas não iríamos parar lá. Nós nos dirigimos direto para os elevadores que nos levaram ao terceiro andar, onde Harry Lane trabalhava pessoalmente com clientes selecionados para criar peças personalizadas únicas.
— Ace — disse Harry, dando-lhe um beijo nos dois lados do rosto, e então ele se virou para fazer o mesmo comigo. — Dylan. É bom ver vocês dois. Vocês estão prontos para ver suas alianças de casamento?
Dei um sorriso largo para Ace e depois segui Harry para as bancas colocadas na frente de uma vitrine de vidro. Havia duas caixas negras fechadas colocadas na nossa frente, e quando Harry assentiu com a cabeça para que as abrissem, Ace e eu nos olhamos.
Eu vou usar o que está nesta caixa pelo resto da minha vida. À medida que essa realização me bateu, eu esperava sentir meu coração começar a bater rápido, ou minhas mãos começarem a suar, mas uma sensação de calma se instalou no fundo dos meus ossos. Ace ergueu as sobrancelhas para mim, como se quisesse perguntar se eu estava pronto para fazer isso, e eu assenti. Então, cada um pegou uma caixa e abriu-a, e o que me cumprimentou quase me tirou o fôlego.
Envolvido em uma almofada preta estava um anel de ouro branco com um redemoinho preto que percorria toda a sua circunferência e combinava perfeitamente nossos anéis de noivado de diamante com a almofada preta. Ace ergueu sua aliança idêntica para fora da caixa e tentou colocá-la em seu dedo anelar, mas quando não passou do nó, ele franziu a testa e olhou para mim.
— Eu peguei o seu? — perguntei. Peguei o anel que segurava, e depois de Ace retirar o dele, eu o empurrei para o seu dedo anelar, e desta vez, ele se encaixou perfeitamente.
— Muito melhor. — ele disse, sorrindo quando colocou o anel de noivado e olhou para a mão dele. — Uau.
Eu segui seu exemplo, colocando ambos os anéis - que também se encaixavam - e os estendendo em direção à luz. Eles reluziram para mim, um design original e único que Harry havia feito por nós.
— Impressionante. — eu disse suavemente, incapaz de tirar meus olhos deles. — Nunca pensei em usar algo assim.
— Alguma coisa tão legal? — Harry riu. — Vocês dois trabalharam duro. Vocês merecem se mimarem.
Olhei para ele então, meus olhos um pouco nebulosos.
— Não. Eu quis dizer uma aliança de casamento.
Ace apertou minha perna então, e engoli com força, olhando para os anéis.
— Você gosta deles? — perguntou Ace.
— Adoro eles. E você?
— Eles são perfeitos. — ele deu uma última olhada neles e depois colocou a aliança de casamento dentro da caixa, e eu me obriguei a fazer o mesmo. — Harry, você se superou. Obrigado por estes. Eles são verdadeiramente requintados, e teremos orgulho de usá-los.
— Oh, você me lisonjeia. — Harry disse, um rubor em suas bochechas. — Por favor, continue.
Nós rimos e nos despedimos, e depois nos dirigimos de volta para o carro com nossas sacolas na mão. Havia paparazzi na calçada, mas eu estava de bom humor, e Ace deve ter sentido o mesmo, porque ele acenou quando passamos.
— Viu só? Essa coisa de casamento não é tão ruim. — disse Ace quando ligou seu Range Rover.
Eu ri e tirei sua bolsa dele. — Isso é porque quase terminou e não há mais decisões que precisam ser feitas.
— Isso não é inteiramente verdade — disse ele. — Você esqueceu o mais importante.
— Que nomes usaremos para fazer o check-in no The Floridian? Eu estava pensando em Príncipe Encantador, mas isso pode ser óbvio demais.
Ace revirou os olhos. — Eu vou deixar você continuar a ter ideias sobre isso. Mas não, eu estava me referindo a sobremesa. Espero que você esteja com fome.
— Morrendo de fome. — eu disse, pegando o cinto na calça de Ace, e ele riu antes de me afastar.
— Talvez depois que o fornecedor entregar as amostras de bolo.
— Ah, está certo. Mmm... bem, estou sentindo um pouco doce agora mesmo. — eu disse, e me inclinei para colocar meus lábios sobre sua orelha. Um paparazzo saiu da calçada e parou na frente do carro para tirar uma foto, e, felizmente, para Ace, ele não podia ver a mão que eu deslizei sobre sua coxa para apertá-la, porque então eu sussurrei: — Parece certo que eu também deva ter o gosto tão doce quanto.
Capítulo 15
INCONTROLÁVEL DENTE DOCE
DYLAN
— À quanto tempo estamos esperando o fornecedor? — eu perguntei, enfiando minha cabeça na porta do banheiro onde Ace estava sob o spray do chuveiro. Depois de um longo dia de provar os smokings e comprar os anéis, nesta quente tarde de maio, a primeira coisa que nós dois fizemos quando chegamos em casa foi nadar. A água tinha estado perfeitamente moderada para o clima atual, e era a maneira ideal de relaxar antes de nos sentarmos de frente ao que eu esperava que fosse um caminhão cheio de bolo.
— Eles disseram quatro. Então, se você quiser descer e deixá-los entrar, eu serei rápido.
Abaixei os olhos pela curva musculosa de sua bunda, e quando passaram vários minutos e não respondi, Ace olhou por cima do ombro e sorriu. — Um de nós precisa responder à porta, Daydream, então saia daqui antes de arrastá-lo para o seu segundo banho em dez minutos.
— Tudo bem, ok. — eu disse, empurrando o batente. — Eu vou. Mas uma nota: não estou feliz com isso.
O riso de Ace me fez sorrir quando o ouvi falar “devidamente anotado”, assim que atravessei o corredor e subi as escadas. Quando meus pés pousaram no chão do vestíbulo, a campainha tocou como se estivesse me esperando, e mal consegui conter minha excitação sobre a perspectiva de sentar e experimentar todas as coisas assadas e geladas que eu sabia que estavam prestes a ser entregues para meu consumo, oh, e de Ace.
Abri a porta para encontrar uma jovem com cabelos azuis brilhantes e óculos de moldura grossa empoleirados no nariz. Ela estava vestida com uma saia que era preto e branco e uma blusa que tinha o estilo de uma jaqueta de chef, mas adaptada para complementar sua figura em vez de ficar pendurada como um saco.
Ela estava de pé com a cabeça inclinada para trás enquanto tentava absorver a magnificência que era a casa de Ace... não, nossa casa. E quando ela percebeu que alguém estava agora na frente dela, ela voltou a atenção para frente e soltou um sorriso nervoso.
— Desculpe. — disse ela. — É só que, nunca estive por essas áreas, e essas casas...
Eu poderia entender sua admiração. Afinal, eu tinha ficado desse jeito naquela primeira noite no aniversário de Ace.
— Não, está tudo bem. Entendo. Elas são enormes.
Seus olhos arregalados me disseram que estava totalmente de acordo com minha avaliação antes que ela piscasse um par de vezes e parecesse controlar-se.
— Novamente, desculpe. Eu sou Lily, da Creative Cakes, e fomos chamados por uma... — ela parou de falar para tirar um pedaço de papel do bolso da saia e desdobrou. — Por uma Paige Iris Traynor-Ashcroft Dawson. Sério, esse é o nome dela? — ela perguntou, e uma de suas sobrancelhas arqueou enquanto olhava para mim.
Eu não pude evitar a risada que me escapou na pergunta, porém, porque vamos encarar isso, esse nome era enorme. Mas o que realmente me fez sorrir foi a estranha à nossa porta. Ela não era nada como a atendente acolhedora e treinada internacionalmente que eu esperava que nos entregasse nossas amostras, isso e saber que Paige nos conhecia tanto, ainda mais do que achávamos. Eu sorri para a mulher e disse:
— É realmente grande, hein?
— Não brinca. — disse Lily, enquanto amassava o papel e enfiava-o no bolso. — Então, de qualquer maneira. Onde eu estava?
Eu ri e me encostei contra a porta. — Você foi chamada por Paige...
— Oh, certo. Certo. Nós fomos chamados e pediram que trouxéssemos uma amostra de sabores de bolo adequados para casamentos. Perguntei se precisávamos trazer poucas, mas ela me disse que não era preciso e que poderíamos trazer todas as amostras que eu poderia enfiar na minha van.
Eu me mexi para que pudesse olhar por cima do ombro de Lily para a camionete rosa e branca estacionada em nossa entrada, e então voltei minha atenção para ela. Seus olhos se estreitaram atrás de seus óculos, e ela estava me contemplando como se tentasse descobrir de onde me conhecia, mas quando me pegou olhando, ela simplesmente ofereceu um sorriso educado.
— E quantos você pode enfiar lá? — eu perguntei.
— Cinquenta e sete, aproximadamente.
Minha boca ficou aberta. — Cinquenta e sete bolos?
Ela refletiu isso por um momento e depois assentiu. — Sim, tenho certeza que tinha cinquenta e sete.
— Puta merda.
— Dylan. — Ace gritou enquanto eu estava parado ainda tentando envolver minha cabeça em torno da ideia de experimentar cinquenta e sete amostras de bolo. — Dylan, é o fornecedor... Oh, olá. — disse Ace, quando ele parou atrás de mim.
Se Lily estava boquiaberta com a casa, ou que foi-lhe dito para nos entregar todo o suprimento de açúcar e farinha da Costa Oeste, isso não foi nada em comparação com a forma como a sua boca se abriu e fechou enquanto tentava compreender o fato de ela estar agora olhando e conversando com Ace Locke.
— Você deve ser Lily, de Creative Cakes. — disse Ace, e Lily, a pobre Lily, acenou com a cabeça lentamente, como se estivesse vendo um unicórnio e tivesse medo de assustá-lo.
Eu ri, me divertindo sempre com as reações das pessoas ao conhecerem Ace, e depois me afastei para que ele estendesse a mão para a mulher – ou para que ele pudesse sacudir a dela, ou para que talvez a impedisse de cair.
— Eu sou...
— Ace Locke. — disse ela. Você sabe, apenas no caso de ele não saber. Então ela estendeu a mão e pegou a de Ace.
Ace riu enquanto ela apertava, e uma vez que o soltou, ele colocou a palma no meu ombro e apertou. — Sim, esse seria eu. E vejo que você conheceu Dylan.
Lily não disse nada enquanto continuava a ficar de pé e apenas olhar para ele, e achei que era melhor eu entrar por um momento até ela se lembrar de como... falar.
— Sim, estávamos apenas discutindo os bolos.
— Oh, sim. — disse Ace, batendo palmas e esfregando-as como se estivesse ansioso. Uhhh... de alguma forma eu tinha a sensação de que essa animação o deixaria quando descobrisse quanto tinha que provar. — Eu estou ansioso por isso.
Eu sorri para ele e peguei sua mão, decidindo que a melhor maneira de informá-lo sobre o tanto de sobremesa que ele estava prestes a consumir seria permitir-lhe um olhar para a quantidade que Lily estava prestes a transportar para nossa casa.
— Que tal você nos mostrar o que trouxe, Lily? — sugeri.
— Oh... claro. — ela disse, finalmente localizando sua língua. Então ela girou em seus saltos e começou a caminhar até a camionete, mas, a meio caminho, ela parou abruptamente e girou para olhar diretamente para mim.
— Eu sou tão grosseira. — ela disse, pegando-nos completamente desprevenidos com suas ações erráticas enquanto ela estendia sua mão para mim, assim como tinha feito com Ace.
Eu ri e peguei a mão dela, e enquanto apertava, ela disse:
— É tão adorável conhecê-lo, assim como a ele. E eu sabia que você parecia familiar. E justo quando o reconheci, ele desceu as escadas e, bem, ele meio que fez meu cérebro derreter pelos meus ouvidos.
O riso alto que deixou Ace, na verdade, também me fez rir. Esta Lily era uma figura. Na verdade, ela me lembrava de Sunshine.
— Tudo bem, Lily. Eu entendo. — eu disse. — Confie em mim.
Ela soltou um suspiro aliviado e depois virou-se e dirigiu-se até o final da van.
Nós dois seguimos atrás dela, e Ace inclinou-se para a minha orelha. — Eu gosto dela.
Eu assenti. — Eu também. Ela é...
— Doida varrida?
Eu ri e bati no peito de Ace, e então puxei uma profunda inspiração.
— Você tem um cheiro bom. — eu disse a ele quando paramos atrás da van e a observamos destrancar e depois pegar as duas maçanetas.
Ace acariciou o nariz nos cabelos úmidos em meus ouvidos e disse:
— Então faça... — quando Lily abriu as portas traseiras da van, ele endureceu ao meu lado e disse: — Maldito inferno. Quantos bolos tem aí?
E Lily e eu nos viramos para encará-lo com sorrisos combinados e dissemos:
— Cinquenta e sete.
ACE
Era um pouco depois das duas horas desde que Lily carregou seu carrinho várias vezes - e atravessou nossa porta da frente com todas as cinquenta e sete amostras de bolo. Sim. Cinquenta. E. Sete.
Nós a instruímos a levá-las para a sala de jantar, onde Dylan tinha limpado o longo mobiliário de madeira que ele havia dito que era chamado de “mordomo”, e ela os empilhou em oito linhas codificadas por cores e então nos entregou um menu.
Ela explicou que os bolos foram divididos em categorias que vão desde sabores tradicionais, até os ricos, coloridos, e a grande quantidade de opções e aromas doces começaram a me sobrecarregar.
Dylan, por outro lado, era como uma criança numa loja de doces. Pela forma como seus olhos se iluminaram enquanto ela explicava as dezenas de opções que tínhamos, era como se ela tivesse lhe dado um bilhete para o seu parque de diversões favorito. Agora, nós estávamos, horas depois, com as nossas três principais opções estabelecidas na mesa da sala de jantar à nossa frente.
Era uma escolha entre um bolo de champanhe rosa com creme feito de rum e crosta de nata batida, ou um bolo de veludo vermelho cheio de mousse de chocolate gelado com creme de manteiga de baunilha ou um bolo de chocolate com um recheio que consistia em mascarpone24 regado com Bourbon, e era finalizado com geada de chocolate escuro.
O desenho do bolo já havia sido decidido, então isso era puramente pelo fator sabor. Eu ficaria feliz com qualquer um. Enquanto acabasse.
— Então, o que você acha? — perguntou Dylan, enquanto olhava através da mesa para onde eu estava sentado. Tínhamos acabado de provar a última rodada de amostras e estávamos prontos para encerrar essa parte dos planos de casamento, mas eu sabia que precisávamos escolher um, então peguei os olhos de Dylan e disse:
— Eu ficaria feliz com qualquer um desses. Existe um em particular que você gosta?
Os olhos de Dylan voltaram para os bolos sobre a mesa e os cartões de plástico que mostravam os produtos finais de como seria cada um nos desenhos que escolhemos há um mês atrás. Ele fez hmms e ahhhs em suas escolhas, e a maneira como ele torceu e franziu os lábios me fez inclinar na minha cadeira para vê-lo.
— Deus, eu poderia me sentar aqui e apenas olhar para você por horas — eu disse, e quando sua cabeça virou, seus olhos encontraram os meus e brilharam.
— É? — o sorriso lento de Dylan era contagioso quando ele se sentou em sua cadeira, suas mãos ainda na mesa.
— É. — disse-lhe, certificando-se de manter meus olhos focados nele, e quando respirou fundo e soltou um suspiro instável, eu sabia que ele podia sentir o calor percorrendo-me enquanto estava sentado lá, desejando-o como louco Ele se levantou e veio até mim.
— Por favor — disse Dylan. — Sinta-se livre para dizer mais.
O canto dos meus lábios enrolou em sua arrogância, e baixei os olhos para os três pratos entre nós e perguntei:
— Você fez sua escolha?
Dylan inclinou-se para a frente, passou o dedo através do creme no bolo de champanhe rosa e empurrou-o entre os lábios, e quando ele puxou-o, balançou a cabeça. — Ainda não.
Eu passei minha língua ao longo do meu lábio inferior enquanto o observava tocar um pouco do mousse no segundo bolo, o de veludo vermelho e repetir o movimento. À medida que seus olhos baixavam para meio-mastro e ele fazia uma cena ao lamber esse dedo, eu me levantei e seus olhos me seguiram. Quando ele não interrompeu meus movimentos, eu caminhei em direção ao seu lado da mesa, onde ele pegou uma amostra do terceiro bolo e peguei seu pulso, puxando-o para mim.
Uma vez que ele estava de pé, eu puxei a mão de Dylan para poder chupar seu dedo entre os meus lábios, e enquanto eu o limpava e ele foi retirar, eu assegurei-me de morder a ponta. Dylan sorriu, um sorriso pecaminoso que fez meu pau pulsar, e então ele deu uma volta ao meu redor, assim minha bunda estava contra a mesa e ele estava pressionado na minha frente. Ele empurrou uma perna entre as minhas e colocou as palmas das mãos contra meu peito, depois se inclinou, apertou seus lábios na minha mandíbula e beijou uma trilha até minha orelha.
Eu gemi e agarrei sua cintura, balançando os quadris para a frente, para que pudesse massagear minha ereção latejante contra a que eu podia sentir por trás do material de seu short.
— Eu acho que conheço uma maneira de escolher meu favorito. — disse Dylan.
— Oh sim?
— Mhmm. — as mãos de Dylan deslizaram por minha camisa, onde as deslizou debaixo do material para apertar a pele tensa dos meus abdominais. — Mas isso exigirá um gosto final. Um gosto especial.
Meus olhos caíram quando ele enfiou os dedos no botão do meu short, os desfez e sussurrou contra o meu maxilar:
— Eu quero desnudá-lo e comê-los de você, Sr. Locke.
E foda-me, se isso não pareceu o céu.
— Eu acho que essa é a melhor maneira para eu fazer uma... decisão fundamentada. — disse Dylan, então se afastou de mim para que ele pudesse me olhar nos olhos quando deslizou a mão sob meus shorts e boxer para envolvê-la em torno do meu pau duro. — Você não acha?
Um estrondo deixou minha garganta enquanto o homem sexy me atormentando soltou meu tesão e deu um passo para trás. Eu estreitei meus olhos, prestes a alcançar Dylan, quando ele balançou a cabeça e apontou para minhas roupas.
— Tire.
Eu estava prestes a dizer algo em resposta quando Dylan pegou sua própria camisa e a retirou sobre sua cabeça, e todos os pensamentos que tive sobre ele ser mandão desapareceram. Se ele quisesse estar no comando, eu estava mais do que disposto a deixá-lo tomar as rédeas esta noite.
Eu rapidamente removi meus shorts, boxers e camisa, e quando estava nu e orgulhoso diante dele, Dylan apertou a ereção que ainda estava escondida atrás de seu short.
— Maldição, Ace. Você realmente faz o cérebro de uma pessoa derreter.
Peguei meu pau e rodeei a base dele enquanto os olhos quentes de Dylan queimavam um caminho perverso em cima de mim. Quando ele aparentemente terminou, gesticulou com o queixo para o assento que havia desocupado e disse:
— Sente-se.
E pro inferno, se eu estivesse prestes a desobedecer.
DYLAN
Quando Ace tomou o assento que acabara de desocupar, ele abriu as pernas para mim, e eu estava achando difícil impedir que minha boca se abrisse, porque bom Deus, ele parecia magnífico sentado nu na nossa sala de jantar.
Ele tinha uma mão enrolada em torno de sua ereção grossa e, em vez de ficar envergonhado ou desconfortável de qualquer maneira em sua situação atual, Ace tinha um brilho confiante em seus olhos que gritava arrogância e conhecimento de que ele sabia o quanto eu o achava gostoso naquele momento. O quanto o achava irresistível. E ele estava certo.
— E agora? — perguntou ele, enquanto desabotoava meu short. Mas não podia tirá-lo. Não se eu quisesse passar por isso sem me perder cedo demais.
— Agora — eu disse, enquanto caminhava até a mesa e deslizava os pratos para mais perto de mim. Eu mergulhei dois de meus dedos no primeiro bolo, o champanhe rosa com o creme de rum, e depois me movi entre as pernas de Ace e passei-o sobre seu mamilo. — Agora eu vou prová-lo. — eu disse, e coloquei uma mão em seu bíceps enquanto abaixava minha cabeça para deslizar minha língua sobre seu mamilo esquerdo. Um grunhido deixou-o enquanto minha língua molhada tocava sua carne lisa e lambia o creme e o chupava de seu peito antes de mordê-lo suavemente. A mão de Ace chegou até a parte de trás do meu cabelo, e ele ergueu minha cabeça para que pudesse levar meus lábios em um beijo selvagem.
Sua língua mergulhou na minha boca e varreu o interior, e o sabor dele, bem como o do creme, me fez gemer e aprofundar o beijo. Maldição, Ace era um mestre quando se tratava de se beijar, e enquanto ele enrolava a língua com a minha, eu quase esqueci meu objetivo - mas eu não seria influenciado. Então, com a mão ainda descansando no bíceps, afastei-me dele.
— Como foi isso? — ele perguntou, quando lambi o creme de meus lábios e o vi fazer o mesmo.
— Nada mal. — falei com um encolher de ombros.
— Nada mal, hein?
— Mhmm... — eu disse, olhando os outros dois pratos na mesa. Eu mergulhei meus dedos no recheio de Bourbon no bolo de chocolate escuro, e então voltei entre as coxas espalhadas de Ace. Sua mão direita estava masturbando seu eixo enquanto seus olhos caíam para o punhado de sobremesa que eu segurava, e quando fiquei de joelhos na frente dele, suas sobrancelhas se ergueram.
— E onde você planeja provar esse? — perguntou ele.
Juntei minhas mãos e esfreguei o recheio de mascarpone em ambas as palmas das mãos e, com os olhos trancados nos dele, peguei seu pau duro. Ace amaldiçoou e soltou-se para que eu pudesse assumir o controle, e quando seus olhos se fecharam, eu comecei a acariciá-lo metodicamente com minhas mãos lisas.
ACE
Como no inferno Dylan esperava que eu durasse muito mais do que isso estava além de mim, enquanto ele corria seu punho escorregadio no meu pau, cobrindo-o com... Foda-se, eu nem poderia lembrar o que estava naquele bolo quando Dylan baixou a cabeça para que ele pudesse arrastar a língua da base do meu pau até a ponta, que ele chupou e, então, soltou com um pop.
— Dylan. Jesus Cristo.
Meus dedos do pé enrolaram contra o chão de madeira de nossa sala de jantar quando ele desceu novamente para começar na base, masturbando, lambendo e provocando com aquela língua talentosa por todo o meu pau duro.
Eu me inclinei para agarrar as mechas lindas de seus cabelos e, enquanto meus dedos se torciam nele, Dylan soltou um gemido que fez minhas bolas apertarem junto com minhas mãos. Ele me chupou com aquela boca quente e apertada dele, tomando seu tempo e mergulhando mais abaixo, e então ele espalhou o doce chocolate para que pudesse chupar a pele do meu saco entre seus lábios. E foda-se, se meu cara não fez minha bunda se afastar desse assento para poder empurrar mais perto do rosto dele.
— Porra. Foda-se... Dylan. — eu disse, ofegante. Mas eu deveria ter sabido melhor, porque Dylan sentou-se de novo em seus calcanhares e sorriu para mim como um demônio. Ele tinha uma mancha de mascarpone em seu nariz, e isso me fez gemer ao vê-lo parecendo tão adorável depois que ele acabou de causar estragos no meu corpo. O depravado estava gostando de me torturar demais. — Você está me matando, sabia disso?
Dylan sugou os lábios quando ele se pôs de pé e desabotoou os calções. — Bem, não morra. Tenho planos para você.
Eu engoli enquanto seus calções caíam no chão e ele os empurrava para longe, e só então consegui perguntar:
— Que tipos de planos?
Agora, tão nu quanto eu, o pau de Dylan estava afastado de seu corpo como um convite enquanto se movia para o último pedaço de bolo na mesa - o de veludo vermelho. Ele tocou o prato e, quando ele caminhou até mim, deslizou-o na mesa até parar ao nosso lado. Então ele empurrou os dedos para o centro do rico bolo carmesim e pegou o recheio de mousse de chocolate e a geleia de baunilha e pisou entre minhas pernas. Quando ele olhou para mim, colocou os dedos no meu lábio inferior e eu abri a boca para ele. E quando ele disse:
— Chupa. — quase gozei.
Peguei seu pulso com uma mão e sua cintura com a outra, puxando-o o mais perto que podia, e quando eu lentamente chupei os dedos na minha boca, ele empurrou os quadris para a frente, e sua ereção deixou uma trilha pegajosa contra meu estômago.
Apertei minha mão firmemente ao redor de sua cintura, então, mantendo-o no lugar enquanto apontava meus olhos para ele e arrastava minha língua entre seus dedos, enquanto deixava que ele esmagasse seu pau contra mim.
Quando seus olhos se fecharam e um gemido deixou seus lábios perfeitos, trouxe meus outros dedos para a parte inferior de suas costas até o topo de sua fenda e flertei com o buraco apertado lá.
— Ace, eu... eu quero... Ahh, inferno do caralho. — ele disse, seus olhos se abrindo enquanto eu puxava minha boca de seus dedos e pedi-o para subir em mim.
Dylan não hesitou. Ele montou em minhas coxas, e quando nossas ereções se esfregaram, ele agarrou meus ombros e inclinou os quadris para a frente.
— O que você quer? — eu perguntei quando ele começou a balançar contra mim, e então Dylan olhou para o bolo restante na mesa ao nosso lado.
— Mais. — ele disse, e eu ri.
— Você realmente tem um dente doce hoje... não é?
Ele alcançou o bolo e pegou um punhado, e desta vez colocou os dedos na minha boca. Deixei meus lábios se abrirem e, depois que manchou minha boca, queixo e mandíbula com o creme, ele passou as mãos ao redor do meu pescoço, me puxou e me beijou com força.
O som que o deixou então era um de felicidade, enquanto ele se contorcia em cima de mim, a degustação de bolos começando oficialmente agora quando ele desesperadamente começou a perseguir seu orgasmo. Sua língua deslizou sobre a bagunça que ele fez em meus lábios e então escorregou para esfregar na minha, enquanto sua mão se movia entre nós para agarrar nossas ereções. Eu puxei minha boca da dele quando um som estranho me deixou, e então minha cabeça caiu para trás enquanto ele mordiscava minha mandíbula e movia o punho para cima e para baixo de nós.
Eu estava muito perto quando o agarrei, pensando em quão sexy, pegajoso e gostoso era isso, enquanto nos devorávamos lá na sala de jantar, e quando o corpo de Dylan ficou rígido contra o meu e ele gemeu meu nome, a sensação de seu sêmen atingindo meu estômago fez meu próprio clímax explodir.
Quando nós dois voltamos de nossos orgasmos extraordinários, nossa respiração estava ofegante, mas uma vez que conseguimos formar uma frase coerente, Dylan torceu as sobrancelhas e disse:
— Eu acho que o de veludo vermelho ganha. O que você acha?
E eu tinha que concordar: o de veludo vermelho de repente parecia algo que ficaria em nossas memórias nos anos que viriam.
Trocadilho definitivamente intencional.
Capítulo 16
PILOTO DE FUGA
DYLAN
Era incrível como as coisas poderiam ser diferentes quando você saía de Los Angeles, onde nós éramos seguidos constantemente por paparazzi, e se quiséssemos jantar fora em algum lugar, tínhamos que estar preparados para que nossa refeição fosse interrompida cinco mil vezes por pessoas que se aproximavam com um papel para Ace autografar ou uma foto.
Aqui na Flórida? Um chapéu simples, óculos de sol e roupas casuais eram suficientes para você poder misturar-se com o resto dos passageiros que passavam do Terminal B.
Quando nos dirigimos pela escada rolante para pegar nossa bagagem, coloquei minha palma no corrimão atrás de Ace e fiquei mais perto. Em um esforço para manter os olhares em nossa direção no mínimo, não demos as mãos quando saímos do nosso portão e já sentia sua falta. Neste ponto, os espectadores que se fodessem.
Ace sorriu para mim, e seus dedos levemente roçaram minha cintura antes de caírem de volta ao seu lado.
— Você tem certeza de que Derek estará aqui? — ele perguntou. — Eu posso pedir um motorista.
— Não, ele estará aqui. Enviei-lhe uma mensagem quando aterrissamos, e ele disse que acabara de estacionar. Eu aposto que ele está... — minhas palavras pararam na minha garganta quando eu olhei para a pequena multidão de pessoas reunidas no fundo da escada rolante esperando por seus entes queridos. Uma em particular se destacou, e quando eu vi o que ele escrevera na placa que ele erguia orgulhosamente no ar, eu resolvi rir.
Ace seguiu meu olhar para onde Derek, vestido com uma regata branca e shorts de camuflagem, estava erguendo uma placa que dizia: CONVENÇÃO JERGENS.
— Esse fodido. — eu disse, ainda rindo quando chegamos ao fundo da escada rolante e rodamos nossas malas para onde ele estava com um sorriso sorrateiro em seu rosto. — Placa legal, idiota.
Derek baixou os braços e riu, e então ele agarrou minha mão e me puxou para um abraço, me dando palmadas nas costas antes de fazer o mesmo com Ace. — Pensei que você gostaria disso, já que era isso que estava fazendo em Vegas quando foi preso.
Eu gemi. — Você nunca vai deixar isso pra lá, não é?
— Jamais. — disse Derek, conduzindo o caminho para a esteira de bagagem. Nós ficamos de pé ao lado enquanto esperávamos um vislumbre da nossa bagagem, e Derek era sábio o suficiente para ficar quieto em vez de nos envolver em uma conversa. Havia muitas pessoas em pé. Uma dica de que Ace estava lá - ou se ele realmente dissesse algo com aquele tom familiar dele - e nunca sairíamos do aeroporto.
Eu vi nossas malas, e Derek e eu fomos em direção à esteira. Paige já havia enviado nossos smokings para o casamento, juntamente com os da festa de casamento, então nós embalamos o suficiente para as três noites que estaríamos na Flórida antes de dar um passeio para a nossa lua de mel. Ainda não sabia para onde iríamos, desde que Ace queria que fosse uma surpresa, mas, honestamente, ele poderia me levar para qualquer lugar e eu não reclamaria. As roupas que ele me havia dito para arrumar não me deram muita indicação - elas variaram de sunga a jeans, o que poderia ser qualquer lugar. Ou talvez tivéssemos mais de um destino? Eu não podia esperar para descobrir.
Uma onda de calor descongelou o frio do aeroporto quando seguimos Derek para fora das portas automáticas e paramos na calçada cheia de pessoas esperando para atravessar o pátio de estacionamento. Do canto do meu olho, vi o que parecia ser uma câmera de notícias, e meu coração parou no peito enquanto eu olhava para ver quem já nos encontrara.
Mas meu pânico diminuiu quando a equipe de TV local continuou entrevistando o chefe de transporte do aeroporto sobre as preocupações de trânsito da construção acontecendo no local.
Soltei um suspiro de alívio e não pensei duas vezes em segurar a mão de Ace. De repente, seu corpo esbarrou no meu com força, quando alguém trombou com ele e sua bagagem bateu no chão.
— Sinto muito. — a mulher disse para Ace antes de se esforçar para levantar sua mala de grande porte.
A mão de Ace foi até o ombro dela e ele disse:
— Permita-me. — antes de erguer facilmente a mala. Ela agradeceu e continuou enquanto Ace se voltava para mim, mas o dano já havia sido feito.
— Esse cara tem a voz de Ace Locke — disse um garoto perto da adolescência, olhando para Ace de onde ele e sua família estavam ao nosso lado.
Sua mãe rapidamente o calou, mas quando o menino repetiu, ela suspirou e disse:
— Tanner, esse não é Ace... — então ela olhou bem para Ace e eu de pé ao lado dela e engoliu.
Tudo aconteceu tão rápido então. A luz para atravessar a rua ficou verde, a multidão começou a avançar, e Ace abaixou os óculos de sol para o menino e piscou o olho antes de sairmos para a rua. Os outros ao nosso redor devem ter testemunhado a troca, porque de repente, eu ouvi meu nome e o de Ace serem chamados, e a equipe de TV parou a entrevista para olhar em nossa direção.
— Uh, você pode querer acelerar, Derek. — eu disse. — Seu carro não está longe, certo?
Derek olhou por cima do ombro para as pessoas que nos seguiam e seus olhos se arregalaram.
— Ah, merda. Merda, merda. — suas longas pernas começaram a se mover mais rápido, enquanto nós corríamos pra a garagem e seguíamos direto para o Jeep. Ele tinha estacionado no primeiro andar – obrigado, porra – e mais rápido do que eu já tinha visto, ele empurrou nossas bolsas na parte de trás e estava no banco do motorista pronto para ir.
Uma vez que estávamos todos dentro, ele dirigiu feito louco, e não parou até que teve que pagar o atendente.
— Maldito inferno. — disse Ace, puxando o chapéu para baixo. — Você já pensou em uma carreira diferente, tipo guarda-costas?
Derek entregou ao atendente o bilhete de estacionamento, e quando olhei no espelho lateral, vi a van de notícias local virar na extremidade do estacionamento.
— Podemos talvez discutir um segundo emprego para Derek quando estivermos na interestadual?
Ace riu e olhei por cima do ombro para onde ele estava sentado no banco de trás. — Isso não é engraçado, Sr. Locke. Você deveria ficar sob o radar.
— Eu estava.
— Isso significa não falar ou sorrir para as pessoas.
Ace inclinou-se para a frente e agarrou meu queixo, beijando meus lábios rapidamente.
— Eu não sorri. Eu pisquei. Agora, coloque seu cinto, acho que Derek está prestes a testar a potência de seu Jipe, e enquanto eu sei que você ama um carro rápido, prefiro ter você inteiro quando chegarmos.
Eu me ajeitei no banco quando o portão levantou, e fiel às palavras de Ace, assim que coloquei o cinto de segurança no lugar, Derek bateu o pé no acelerador e tirou o Jeep da garagem.
ACE
Se Derek alguma vez quisesse uma segunda carreira, eu estava certo de que ele poderia pegar o posto de guarda-costas acima mencionado, ou inferno, até mesmo um de motorista de dublês com a maneira como ele estava navegando pelas ruas apertadas do aeroporto antes de atravessar quatro pistas de trânsito para bater na rampa de entrada da interestadual. Enquanto ele pousava na rampa e entrava no fluxo de tráfego, meus olhos se dirigiram para Dylan, que tinha uma mão na barra de apoio e a outra estava golpeando o ar enquanto ele ria como um maníaco.
Sim, ele era louco por velocidade. Outra razão pela qual ele era tão perfeito para mim.
— Você está bem aí, Locke? — Derek falou por cima do ombro. — Eu sei que você está mais acostumado a uma viagem relaxante na parte de trás de uma limusine e champanhe e essas merdas.
— Eu estou bem. Obrigado pela preocupação.
— Pode haver um Red Bull em algum lugar por aí.
Eu ri disso. — Mais adrenalina adicionada pode ser um pouco de exagero.
Derek ergueu a cabeça para me olhar nos olhos.
— Preocupado com sua segurança? — ele perguntou, mostrando os dentes para mim.
— Estou enquanto você estiver olhando para mim e não para a estrada.
— Por favor, eu conheço esta estrada como a parte de trás da minha mão.
— Se é tudo a mesma coisa, porém... olhos na estrada, Pearson. Tenho algum lugar importante para estar esse fim de semana.
Derek voltou a olhar para a frente enquanto ele continuava a dirigir pela agitada interestadual, e enquanto ele entrava e saía do trânsito, não consegui limpar o sorriso do meu rosto. Esta foi a primeira vez na minha vida que me diverti enquanto tentava deixar para trás os paparazzi persistentes. Além disso, meu status de passageiro significava que eu podia sentar e assistir Dylan sem ter que me concentrar em mais nada. Ele tinha apoiado o braço na borda da porta do carro onde ele descera a janela, e seus cabelos loiros estavam voando por todo o lugar enquanto a brisa quente se filtrava pelo telhado aberto e as janelas do Jipe. Ele estava conversando animadamente com Derek sobre algo que eu não conseguia ouvir, e quando ele começou a rir e virou o rosto para trás, o sol pegou seus traços lindos e suas madeixas douradas, e ele quase brilhou.
Uau. Como era possível ter vivido mais de trinta anos sem esse homem na minha vida? Parecia impossível. Porque enquanto estava sentado lá olhando para ele, eu percebi o quanto ele era essencial para mim. Era como se ele tivesse soprado a vida em minha alma, me acordado pela primeira vez quando ele passou na frente do meu carro naquele dia no estúdio - e em dois dias eu iria casar com ele. Quão malditamente sortudo eu sou?
— Ace? — disse Derek.
Dylan girou em seu assento para olhar para mim, e quando percebi que Derek tinha acabado de dizer meu nome, balancei a cabeça e perguntei:
— Desculpe, o que?
— Eu disse — disse Derek. — Você tem certeza de que está pronto para casar com esse cara para sempre?
Mesmo com seus aviadores espelhados no lugar, eu sabia que os olhos de Dylan estavam colados no meu rosto enquanto eu lentamente assentia com a cabeça. — Sim. Eu tenho certeza.
Dylan se esticou e bateu no meu joelho. — Certeza absoluta?
Derek riu. — É isso, Locke. Não deixe que ele saiba o quanto você está ansioso. É ruim o suficiente que ele tenha tudo o que quer, porque tem um rosto bonito.
Dylan parou de dar uma bofetada na minha perna para golpear Derek no ombro.
— O quê? — disse Derek. — Você sabe que estou certo. Quantas vezes conseguimos entrar em um clube porque você...
— Cale a boca, Derek.
Arqueei uma sobrancelha para Dylan, depois abaixei meus óculos de sol para encontrar os olhos de Derek no espelho retrovisor manchado em torno das bordas. — Você não ouse parar aí. Ele nunca me disse as fofocas sobre o que aprontava antes que eu estivesse por perto.
A boca de Dylan se abriu, um ar de indignação tomando conta de seus belos traços. — Isso é porque é...
— Incriminador? — Derek forneceu.
— Não é importante. É o que eu diria.
— Oh, vamos lá. — disse Derek. — Ele sabe que com um rosto como o seu, você não era um monge.
Dylan enviou adagas mentais na direção de seu amigo, e não pude deixar de colocar lenha na fogueira. — Espera, você quer dizer que eu não fui o seu primeiro?
— Que tal vocês dois irem foder a si mesmos? — disse Dylan.
— Aww, mas essa atividade é muito mais divertida quando alguém está envolvido. — disse Derek, depois disse em voz baixa: — Como você sabe.
— Meu Deus. Se você não se calar, eu vou chutar sua bunda.
— Tudo o que estou dizendo é que você tem um rosto bonito e Locke precisa saber como se defender contra isso.
Eu me movi para a frente no meu assento, então e agarrei a parte de trás do pescoço de Dylan e puxei sua boca para a minha para parar completamente seus protestos. Ele gemeu, e uma de suas mãos segurou minha bochecha, e quando eu me afastei, parecia que todos os argumentos tinham deixado seu cérebro.
Abri o sorriso que ele me acusou de dar antes, e quando ele simplesmente balançou a cabeça, eu disse a Derek:
— Não se preocupe comigo, Pearson. Eu sei exatamente como ganhar um argumento com Daydream.
DYLAN
Uma meia hora mais tarde, Derek virou em Palm Way, uma longa estrada cercada por grama exuberante, flores exóticas e palmeiras alinhadas de cada lado. Ele conseguiu perder a van da TV em algum lugar ao longo do caminho, pelo que agradecemos, mas sabíamos que era apenas uma questão de tempo antes de a imprensa voltar a LA para descobrir onde estávamos, e pior ainda, descobrir o que exatamente estava prestes a acontecer.
Por sorte, não optamos por um casamento do lado de fora, e o hotel seria uma verdadeira fortaleza no sábado, então não havia como os paparazzi se aproximarem o suficiente para obter uma boa foto.
Depois de passar por um ponto de controle de segurança, destravei o cinto de segurança e me inclinei para a frente até ficar entre Derek e Dylan, observando o brilhante hotel branco diante de nós. Contra o céu azul brilhante e sem nuvens, e com seus ângulos vitorianos e seu telhado vermelho profundo, o Hotel Floridian parecia ainda melhor pessoalmente do que nas fotos.
Derek puxou o Jeep sob uma entrada coberta, e imediatamente a equipe do hotel abriu as portas e pegou nossa bagagem.
— Você vai ficar? — Dylan perguntou a Derek, enquanto colocava sua mala no ombro.
— Não, eu tenho que voltar, liderar algumas equipes de TV em uma perseguição selvagem. — ele sorriu para mim. — Veja vocês amanhã à noite na casa dos seus pais. Cinco horas, certo?
— Certo. E obrigado pelo passeio. — eu disse. Ace ecoou meus sentimentos e acenou, e seguimos a equipe que nos conduzia para a entrada do hotel.
— Oh, meu Deus. — eu parei dentro das portas de vidro e olhei para o candelabro maciço pendurado no centro do átrio, e então meu olhar varreu a sala, vendo as elegantes varandas brancas que contavam várias histórias e os elevadores que se assemelhavam a gaiolas douradas. A fraca melodia que tocava do pianista no meio do átrio podia ser ouvida no fundo, dando destaque a conversa dos que estavam sentados ao redor dos vários sofás e cadeiras ou dançando nos andares de cima.
Ace apareceu ao meu lado e apontou para a grande escada que levava para o segundo andar. — Perfeito para alguém caminhar até o altar, você não acha?
Não consegui afastar meus olhos. Era perfeito. Absolutamente perfeito. E quando eu olhei para Ace para dizer-lhe isso, o membro da equipe, percebendo que não estávamos mais o seguindo, voltou e nos deu um sorriso amigável.
— Me sigam, senhores. — ele disse, e liderou o caminho até a recepção, onde fomos recebidos por outro rosto sorridente.
— Check-in? — a mulher, cuja identificação dizia Pam, perguntou. Quando nós assentimos, ela disse: — Sob qual nome?
Ace olhou para mim, esperando para ver o nome que decidi, e eu sorri. — Eu acredito que está sob Príncipe Encantado. Espere, não... Tico e Teco.
— Tico e Teco? — disse Ace, com os olhos arregalados e incrédulos. — Isso é um pouco óbvio, você não acha?
Eu toquei meu lábio, fingindo pensar sobre isso.
— Você pode estar certo sobre isso. Oh, eu sei em qual nome que está. — olhei de um lado para o outro para me certificar de que ninguém estava escutando, e então me inclinei sobre a mesa para sussurrar: — A Dama e o Vagabundo.
— O quê? — disse Ace, e então seu sorriso caiu quando ele percebeu que eu estava falando sério. — Não. De jeito nenhum. A Dama e o Vagabundo?
— Shh — eu disse, olhando por cima do ombro para garantir que ninguém ouvira. — É, supostamente, um segredo.
— Agradeça a Deus por isso. — disse Ace, balançando a cabeça para a mulher, que nos observava com uma expressão divertida. — Tudo bem. Suponho que poderia ter sido pior.
— Qual é a sua definição de pior? — perguntei.
— As irmãs do Frozen. Alguma princesa. Branca de Neve e Zangado.
— Porque nós dois sabemos quem seria o mal-humorado aqui — eu brinquei, e então olhei de volta para a funcionária na mesa, que aparentemente já procurava nossa reserva enquanto estávamos falando, porque seus olhos ficaram um pouco largos.
— Peço desculpas por não reconhecê-los mais cedo, senhores Dama... e o... Vagabundo. — disse ela, entregando-nos os dois cartões-chave da nossa suíte.
— Não precisa se desculpar, Pam. — disse Ace, enfiando o cartão-chave no bolso. — Tenho certeza de que todas as mudanças de nome que meu noivo disse para você foram confusas. Além disso, eu não pareço exatamente com uma dama... — ele me lançou um olhar. — Ou um vagabundo
Eu ri até a nossa suíte do último andar, que tinha vista para a praia branca arenosa e as águas cristalinas do lago Berry. Era opulento, o que era de se esperar de um hotel tão grande, mas não era algo com o qual alguma vez me acostumaria. Eu só ficaria lá naquela noite e o sábado à noite, desde que amanhã à noite, estaríamos na casa dos meus pais para o jantar de ensaio. E nós escolhemos seguir a tradição de não nos ver no dia do nosso casamento, até eu caminhar por aquela grande escadaria que Ace havia apontado anteriormente.
Um tremor de excitação e uma pitada de nervosismo me percorreu, e quando a porta fechou-se atrás de nós, os braços de Ace foram ao redor da minha cintura e me puxaram para trás. Ele me empurrou para a cama California King, trancando minhas mãos acima da minha cabeça enquanto ele empurrava meus quadris.
— Você, Daydream, está em uma enorme quantidade de problemas. — disse ele, mas o toque de seus lábios significava que era o tipo de problema pelo qual eu teria um bom castigo.
Eu me contorci sob seu aperto, apenas para forçá-lo a aumentar seu controle sobre mim. — Hmm. Você é muito forte para uma dama.
Os olhos de Ace escureceram enquanto ele pairava acima de mim.
— Você está implicando que você é o vagabundo nesta equação? — então, tão rápido quanto ele me empurrou para a cama, ele nos girou para que eu estivesse deitado acima dele. — Continue. Prove.
Capítulo 17
RAÍZES INCOMUNS
ACE
Após nosso pequeno deslize no aeroporto, eu sabia que seria apenas uma questão de tempo antes do mundo saber o que estávamos fazendo na Flórida, e estava certo. Por sorte, as precauções de segurança já estavam em vigor para o local do casamento, que a partir de hoje tinha sido bloqueado, enquanto Paige supervisionava os preparativos, bem como o jantar de ensaio na casa dos Prescotts, que era para onde nos dirigíamos.
E porque gostávamos de fazer coisas de maneira não tradicional, não tivemos o ensaio de antemão. Seria preciso horas para que a equipe que Paige reuniu preparasse as coisas, e uma vez que só tínhamos o local em bloqueio por mais vinte e quatro horas, estaríamos tendo nossos ensaios durante o dia amanhã - separadamente. O que estava bem para mim, porque eu queria que a sensação de quando Dylan descesse por aquela grande escada quando estivesse caminhando em minha direção fosse de verdade. Ligar sua vida com a minha e a minha com a sua em frente a todos os nossos amigos e familiares.
À medida que nosso motorista chegou ao primeiro ponto de controle de segurança pela longa estrada de terra que levava ao nosso destino, vários dos carros que nos seguiam se afastaram do lado da estrada, as câmeras passando pela janela quando disparavam.
— Viu só? — eu disse, apertando a mão de Dylan uma vez que fomos permitidos dirigir pela estrada agora isolada. — Foi uma ótima ideia ter a festa aqui no meio do nada.
Dylan olhou por cima do ombro para os carros que ainda estavam estacionados no lado da estrada, incapazes de ir mais longe. Ele se virou e deixou escapar uma grande exalação e depois sorriu para mim. — Ótimo pensamento da sua parte.
— Nah, foi ideia de seus pais. — eu disse, quando foi permitida nossa passagem pelo segundo ponto de controle. Havia três no total, sem mencionar a segurança civil, que já estavam estacionados em torno da casa dos Prescotts. E quando a casa de dois andares apareceu, os olhos de Dylan arregalaram. Ziggy e Sunshine colocaram piscas por todos os lados - penduraram nas numerosas árvores que cercavam a propriedade, entrecruzando entre a casa e o gazebo, e quando o carro parou, eu também podia ver o quão longe eles iam. Era bastante impressionante.
— Sunshine, Ziggy. — eu disse, quando saímos do carro e percebemos ambos vindo nos cumprimentar. Eu coloquei um beijo na bochecha de Sunshine e depois apertei a mão de Ziggy enquanto ele me puxava para um abraço e me batia nas costas. Ambos estavam vestidos para o clima quente, ela em um longo e fluido vestido de verão e Ziggy em calções com uma camisa de linho branco solta, que era semelhante a que Dylan e eu escolhemos para a noite. O sol iria se pôr em breve, o que proporcionaria um pouco de alívio do calor e, espero, uma brisa agradável e fresca, mas não precisávamos que alguém passasse mal pelo calor, então nós nos certificamos de especificar o código de vestimenta casual em todos os convites.
— Oh, vocês dois estão tão bonitos. — disse Sunshine, recuando para dar uma boa olhada em nós. — Zig, eles não parecem tão felizes.
O braço de Dylan passou pela minha cintura quando Ziggy sorriu para nós.
— Eles parecem um casal de recém-casados. — disse ele.
— Quase recém-casados. — corrigiu Dylan. — Mas dê-me vinte e quatro horas e farei com que isso aconteça.
Não pude evitar, eu o beijei ali, em frente de seus pais, e o sorriso de Dylan cresceu quando me afastei. Eu sempre fui tão cauteloso com ele em público, sempre me certificando de que as câmeras não capturariam nada além de nossas mãos dadas, mas Dylan era o oposto completo. Ele amava demonstrações de afeto em público, não conseguia obter o suficiente delas. Ele me disse antes que amava o selo de propriedade que mostrava ao resto do mundo quando o beijava e reivindicava o que era meu. Eu não tinha certeza de que ficaria confortável o suficiente para fazer isso na frente das câmeras, mas pelo menos aqui, na segurança de nossos amigos e familiares, poderíamos ser nós mesmos e não nos preocupar com o mundo exterior.
Quando Dylan pareceu encontrar novamente o seu pensamento, ele olhou para os pais e perguntou:
— Todos já chegaram?
— Ah, sim. — disse Sunshine com um sorriso. — Vocês dois são os últimos a chegar aqui, mas antes de irmos, Zig e eu queríamos levá-lo até o gazebo por um minuto, se não se importarem.
Assenti com a cabeça, enquanto Dylan pegava minha mão. — Claro, Sunshine. Você conduz e nós seguiremos.
Ziggy estendeu seu cotovelo para sua esposa, e uma vez que passou o braço por ele, ela se dirigiu por um caminho pavimentado que conduzia ao redor do lado da casa e da horta de Ziggy.
Quando passamos por caixas quadradas, olhei para a placa saindo de uma e perguntei:
— Como está a plantação de pimenta este ano, Ziggy?
O pai de Dylan olhou para mim com um sorriso largo, como se ele também estivesse relembrando a primeira vez que vim aqui. — Elas estão ótimas. Ardentes o suficiente para...
— Queimar os cabelos da minha bunda? — eu perguntei, lembrando suas palavras como se ele tivesse dito isso ontem.
Dylan riu ao meu lado e então se inclinou para sussurrar:
— Não é um problema para o seu traseiro suave.
Meus olhos encontraram o dele. — Bajulador.
— Você sabe.
— Você sabe para onde estamos indo? Eu deveria estar assustado?
Dylan encolheu os ombros, mas a luz maliciosa em seus olhos dizia que talvez.
Quando saímos da horta, a propriedade de Ziggy e Sunshine, espalhada em toda a sua largura, estava iluminada por todos os piscas, e na parte de trás da propriedade, eu pude ver uma longa mesa de madeira com velas brilhando no centro.
Todos os nossos convidados estavam de pé bebendo e falando, e à distância, sob a conversa baixa estava tocando a melodia dos Mamas & Papas, “California Dreamin.” Em outras palavras, era exatamente assim que eu imaginava que uma festa realizada por Ziggy e Sunshine pareceria.
— Por aqui. — disse Sunshine, acenando para chegarmos mais perto do gazebo, onde ela parou na frente de cinco roseiras. Lembrei-me de Dylan dizendo-me o quão importante o jardim de rosas de sua mãe era para ela e como ela havia escolhido uma para todos na família, e quando Dylan e eu paramos diante das belas flores, Dylan apertou meus dedos e olhou para mim.
— Então — disse Dylan. — Zig e Sunshine queriam lhe dar um presente para o casamento, ou, você sabe, te tornar parte de nossa família.
Eu podia sentir meu coração batendo acelerado na adoração pura que eu podia ver nos olhos de Dylan quando seus lábios se curvaram em um sorriso tímido.
— Isso é certo. — disse Sunshine, e quando olhei para onde ela estava, ao lado da rosa, eu sabia que era o Novo Amanhecer de Dylan. — Estávamos tentando pensar em algo que talvez você não tenha, o que foi difícil porque, bem, porque você é você. Mas queríamos dar-lhe algo um pouco diferente. Algo significativo. E Zig e eu não conseguimos pensar em nada que significa mais para nós do que nossa pequena família e nossas raízes incomuns. Raízes que você agora faz parte. — Sunshine juntou as mãos na frente dela, e eu vi o brilho aquoso de seus olhos quando ela parou de falar. Engoli o enorme nódulo que acabara de se formar na minha garganta.
Ali mesmo, naquele momento, me senti mais aceito do que jamais me senti em toda a minha vida, com a mão de Dylan na minha, e estas duas pessoas maravilhosamente abertas, que nos aceitaram da sua maneira e sem preconceito - Dylan quando o adotaram, e eu, o homem que poderia ter – e tinha – trazido muita agitação para a vida de seu amado Daydream.
— Nós pensamos que era hora de você tomar seu lugar ao lado de Daydream, ambos amanhã no seu grande dia e aqui, onde o coração da nossa família está. Onde você sempre pode voltar para casa sempre que precisar.
Dylan abraçou meu lado, descansando a cabeça no meu ombro, enquanto Ziggy se movia para ficar ao lado de sua esposa, onde colocou a palma da mão sob uma grande flor carmesim.
— Esta rosa é para você. É chamada de Primeiro e Único. — ela disse com um sorriso orgulhoso quando olhou entre Dylan e eu, e não pude evitar a risada que me escapou quando Dylan adicionou na voz do locutor do filme:
— Ace Locke.
Eu ergui nossas mãos unidas para poder colocar um beijo nos nossos nós dos dedos, e então, gentilmente, soltei-as para caminhar até Sunshine e puxá-la em um caloroso abraço. Ela envolveu seus braços ao redor do meu pescoço e beijou minha bochecha, e assim que sussurrou:
— Bem-vindo à família, Ace. Estamos tão felizes por você e Daydream. — passou pela minha cabeça o fato de que ela tinha o cheiro de como eu imaginava que o sol teria. Quente, reconfortante e de casa. Algo que nunca tive com minha própria mãe enquanto crescia.
— Muito obrigado. Isso significa... — pela primeira vez, eu me encontrei sem palavras enquanto dava um passo atrás e a soltava. — Isso significa o mundo para mim.
Estendi a mão para apertar a estendida de Ziggy, que ele usou para me puxar para que pudesse me dar um abraço firme e bater as palmas das mãos nas minhas costas. — Estamos tão felizes que você quase tenha atropelado nosso garoto, Ace.
Eu soltei uma risada e olhei de volta para Dylan, cujos olhos estavam lacrimejantes, então eu voltei para o meu cara, embalei seu rosto e disse:
— Eu também.
Dylan sorriu para mim e não pude deixar de beijar seus lábios antes de me voltar e perguntar a Sunshine:
— Você acha que poderia podar esse pequeno botão para mim amanhã colocar no meu smoking?
O prazer em seus olhos a meu pedido foi claro, quando Dylan pediu que ela fizesse o mesmo, e então Ziggy bateu as mãos juntas e disse:
— Tudo bem, já chega de toda essa conversa melosa. É hora de irmos e enchermos a cara de vinho caseiro. Temos um casamento para comemorar.
DYLAN
Todos fomos jantar quase que imediatamente, o cheiro de churrasco era tentador demais para continuar esperando por muito tempo.
— Esta é a terceira melhor coisa que já coloquei na minha boca. — disse Jordan, pegando uma segunda remessa de salada de batata.
O encontro de Lennon, uma mulher a quem nos foi apresentada como Lorraine, disse:
— Quais são as duas primeiras?
Antes que Jordan pudesse pensar em respondê-la, joguei meu guardanapo amassado na direção dele.
— Você sabe que nossos familiares estão sentados nesta mesa. — eu disse, um aviso em minha voz. Não que meus pais se importassem, mas Ace poderia ter um derrame na menção de línguas e pau.
Jordan me lançou um sorriso atrevido e deu de ombros antes de gemer em torno de outra grande mordida.
O álcool estava claramente subindo para a cabeça de todos.
Eu tinha certeza que Ziggy serviria vinho de muscadine, mas Sunshine disse que tinha ficado tudo bem em fazer aguardente, então era aguardente de maçã que estava sendo servido.
Uma hora e meio copo depois, e eu estava começando a pensar que era ainda mais perigoso do que o vinho.
— Você parece que está se sentindo bem aí. — disse Ace, apoiando seu braço na parte de trás da minha cadeira.
— Eu prometo me limitar a um bom zumbido. Seus pais, no entanto... — eu assenti com a cabeça para onde Ziggy e Sunshine estavam alimentando Dan e Patricia estava bebendo a aguardente como se fosse água. Parecia estar funcionando, no entanto. Eu não achava que alguma vez tinha visto os pais de Ace rirem antes, mas algo que Ziggy disse fez com que a cabeça de Patricia caísse para trás de tanto rir, enquanto Dan batia a mão contra a mesa.
— Oh, porra. — disse Ace. — Eles estão acabados.
Eu acenei com a cabeça, mordendo um sorriso. — Ziggy e Sunshine parecem ter esse efeito sobre as pessoas.
— Eles parecem estar tendo um bom tempo, pelo menos. Eu estava um pouco preocupado.
Espremendo sua coxa, eu disse:
— Eu sei que você estava. Mas eles estão em boas mãos.
— Enquanto ninguém estiver vomitando no final da noite, acho que estamos bem. — Ace beijou minha testa, e um coro exagerado de “awws” soou do outro lado da mesa, cortesia de Derek, Jordan, Nate, e Shayne.
Mostrei o dedo para eles e sorri. — Vocês estão apenas com ciúmes porque não estão noivos do homem mais incrível que já pôs o pé neste planeta.
— Na verdade — disse Jordan, um olhar passando entre ele e Derek. — Isso não é inteiramente verdade.
— Ah, é verdade. — disse Shayne, pegando a mão de Derek para dar uma olhada em seu anel de noivado. — Parabéns, vocês dois.
— O dele é legal, mas olhe o meu. — Jordan se esticou por Derek para mostrar o deslumbrante anel de noivado de diamantes que ele usava, o que contrastava completamente com o anel simples de Derek. E isso não dizia muito sobre essas duas personalidades opostas?
Enquanto Jordan continuava a exibir o anel para que todos pudessem ver, Lennon disse:
— Calma, irmão. Essa é uma pedra grande que você tem aí.
— Obrigado. — disse Jordan com orgulho. — Mas e você?
— Eu o quê? — perguntou Lennon.
Jordan revirou os olhos. — Os dois pombinhos pensam em ter diamantes próprios?
Lennon e Lorraine olharam um para o outro e então começaram a rir, um riso histérico que fez lágrimas caírem de seus rostos.
— Eles pensam que somos... que nós... — Lennon não conseguia terminar sua frase.
— Eu sei. — disse Lorraine, e então, quando ela começou a se acalmar, tomou um gole da sua aguardente e se endireitou, seus olhos cintilando. — Nós não estamos juntos. Lennon e eu temos uma amizade colorida.
A mesa ficou mortalmente silenciosa.
O riso abafado de Lennon se acalmou então. — O que? É como namorar, mas sem toda a pretensão de ter que pagar pelo jantar e filmes e essa merda. Derek, cara, vamos, diga a eles.
Os olhos de todos dispararam para Derek, que olhou em volta para se certificar de que não havia outro Derek na mesa.
— Eu?
— Oh, sim, por favor, ilumine-nos sobre o assunto de amizade colorida. — disse Jordan, e tomou um gole da sua aguardente, o dedo mindinho esticado.
— O que é um amigo colorido? — perguntou alguém no final da mesa, e todas as cabeças giraram na direção da mãe de Ace, que estava ouvindo a conversa, os olhos examinando-os.
— Nada. Não é nada, mãe. — disse Ace.
Patricia franziu a testa. — Não aprecio ser a única que não sabe o que isso significa. Além disso, se é divertido, quero fazê-lo.
— Oh, meu Deus. — Ace tomou o resto de sua bebida em um longo gole enquanto eu ria e esfregava suas costas.
Sunshine recarregou o copo de Patricia e o empurrou em sua direção.
— Não se preocupe, Ace, eu tenho isso. — disse Ziggy, e depois dobrou as mãos na mesa e olhou Patricia nos olhos. Quando ele falou, era como se estivesse explicando uma simples equação matemática para uma criança. — Veja, Patty, amigos coloridos são quando duas pessoas ocupadas decidem que não têm tempo para todas as coisas que vem com um relacionamento, mas querem ter um parceiro estável para satisfazer suas necessidades sexuais. Então, essencialmente, dois amigos que se tornam amantes, mas não parceiros. Isso faz sentido?
— Ohhh. — Patricia assentiu e balançou na cadeira um pouco. — Então, Ace é amigo colorido do seu filho?
— Mãe! — o rosto de Ace esquentou, mas antes que ele pudesse dizer mais, Ziggy o resgatou.
— Na verdade, Ace e Dylan estão em um relacionamento. Eu não acho que o termo se aplica a eles, considerando que eles vão casar amanhã. Lennon, por outro lado, ele e Lorraine foram amigos há anos, mas ela acabou de terminar com seu namorado e não está procurando uma coisa estável. Apenas um pouco de alívio para a coceira, se você sabe o que estou dizendo.
— Oh, por favor, calem a boca. — disse Ace, gemendo no meu pescoço. — Seu pai possui uma arma?
— Apenas dizendo como é, isso é tudo — disse Ziggy.
— Cuidado, Lennon. Foi assim que Derek e eu começamos, e agora temos anéis chamativos e estamos construindo nossa casa. — Jordan ergueu a mão esquerda novamente.
Derek agarrou sua mão e disse:
— Melhor amigo colorido que já tive.
— Comporte-se, He-Man. — disse Jordan, mas ele tinha um grande sorriso nos lábios.
Pobre Ace ainda estava resmungando ao meu lado, e não queria que ele se lembrasse desta noite de forma diferente do que maravilhosa, então eu empurrei minha cadeira para trás, e uma vez que estava de pé, estendi minha mão para ele. Ele inclinou a cabeça e, quando nossos olhos se encontraram, sorri e perguntei:
— Você dançaria comigo, Sr. Locke?
— Eu adoraria. — disse Ace enquanto colocava seu guardanapo na mesa e se levantava. Enquanto seus dedos quentes se enrolavam nos meus, eu fiquei mais perto dele e acariciei minha palma sobre seu peito.
— Bom. Porque não tenho certeza de quão estável eu ficaria sem você.
Quando seu sorriso reapareceu, espiei por seu ombro largo para a mesa de nossos amigos e família.
— Lennon, você pode colocar a música para tocar?
— Estou indo. — disse ele, ficando de pé.
Eu então apontei para Shayne, Nate, Jordan e Derek, e torci meu dedo enquanto levava Ace para o centro do quintal iluminado de Ziggy e Sunshine. — Eu sei que todos vocês podem dançar. Eu vi seus movimentos em Cabo, então é melhor vocês levarem seus traseiros para lá com a gente.
Quando “Joy to the World” por Three Dog Night começou a tocar, Lennon gritou:
— Jeremiah era um sapo-boi! — e isso foi tudo que levou. Com copos de aguardente em nossas mãos, eu estava ali mesmo com ele cantando sobre vinho fino e me sentindo o rei do mundo, e na verdade eu realmente sentia isso. Com o braço de Ace enrolado em minha cintura, meus pais convencendo seus pais a se juntarem a gente, dançando ao redor do quintal, senti o amor e a alegria no mundo.
— Eu amo você. — disse Ace no meu ouvido enquanto eu envolvia meus braços ao redor de seu pescoço.
— Espero que sim, caso contrário, amanhã seria muito estranho.
Ace riu no meu ouvido, e o arrepio que percorreu minha pele me fez tremer contra ele. — Não haverá nada estranho sobre amanhã, Daydream.
— Mhmm. — eu disse em seu pescoço e coloquei meus lábios contra sua pele quente. Eu podia ouvir nossos amigos rindo e cantando atrás de nós, mas naquele momento era como se eles tivessem desaparecido. — Esta noite é a última vez que direi boa noite ao Sr. Locke.
Ace afastou-se um pouco e me olhou nos olhos, um sorriso descontraído curvando os seus lábios sensuais. — Isso é verdade. Embora eu pense que você gostará do meu sobrenome amanhã.
— Isso é um fato. — eu disse a ele, puxando-o de volta contra mim. — Eu te amo. Seja qual for o seu nome.
— Você sabe, eu realmente acredito nisso.
Eu beijei o lóbulo de seu ouvido e sussurrei:
— Bom. Porque você é muito mais do que um nome.
— Você tem certeza que tem que ficar aqui esta noite? — Ace perguntou, arrastando os dedos para baixo da minha bochecha enquanto “I Can’t Help Myself” por Four Tops apareceu e eu me afastei de seus braços um pouco e abanei meu dedo para ele.
— Não me tente. Camas separadas esta noite, Sr. Locke.
Ele agarrou minha mão e puxou-me de volta para ele, girando-me ao redor enquanto cantava para mim que era mais fraco do que um homem deveria ser porque ele era um tolo apaixonado25. Eu ri com alegria e joguei minha cabeça para trás, e não tinha certeza de quanto mais poderia amar o homem que me segurava. Mas eu sabia de uma coisa: amanhã eu pensaria em uma maneira de dizer isso a ele.
Capítulo 18
SEM SEGUNDOS PENSAMENTOS
ACE
Dylan: Ainda bem que você vai se casar comigo hoje. Não gosto de dormir sem você.
Eu ri quando a mensagem de Dylan apareceu na manhã seguinte e rapidamente digitei uma resposta.
Eu: Também sinto sua falta. Não posso esperar para vê-lo em algumas horas.
Dylan: Vamos realmente fazer isso, certo? Você não vai me deixar no altar enquanto você aproveita a nossa lua de mel sem mim?
Eu: Bem, merda. Fui peeeeego.
Dylan: Isso não é engraçado.
Eu: Você não está com o pé atrás, está?
Dylan: Nunca. Apenas estou me assegurando que você não está.
Oh, meu homem estava nervoso. Eu poderia dizer que ele precisava de alguma garantia e levantei um dedo para Paige me dar um minuto. Estávamos no átrio com metade da minha festa de casamento tendo uma revisão para a cerimônia que aconteceria em poucas horas, enquanto a equipe continuava a organizar tudo atrás de nós.
Enquanto ligava para o número de Dylan, saí do alcance das outras pessoas, e quando ele respondeu, eu sorri.
— Bom dia, Sr. Prescott. — eu disse. — Espero que seja a última vez que te chamarei assim.
Dylan deu uma pequena risada e depois soltou um suspiro. — Isso é estranho, certo? Por que estou nervoso? É só você.
— Apenas eu. Nada mudou.
— Ainda.
— Um... — minha testa franziu enquanto caminhava. — Está tudo bem? Quero dizer, você não está pensando em desistir, não é?
— O que? Não, claro que não.
Eu soltei a respiração que nem percebi que estava segurando. Eu nunca diria a ele, mas achava que meu coração tinha parado por um minuto. — Bom. Porque eu enviaria alguém aí para pessoalmente colocá-lo no carro. Eu sou uma grande estrela de cinema. Tenho conexões.
— Oh, estou ciente da grande estrela que você é, Sr. Locke. Está em toda a TV.
— O quê está na TV?
— Nosso casamento. Há helicópteros por toda parte.
Claro que sim. — Amor, esqueça essa porcaria.
— Eu fiz.
— Você sabe que tudo isso não tem nada a ver conosco, certo? Nós sabíamos que uma vez que a imprensa descobrisse, iriam vir atrás nós, mas eles não serão capazes de chegar perto de você. Ou do local.
— Eu sei. E eu juro que não estou com o pé atrás. Eu simplesmente não posso acreditar que é o dia do meu casamento, é tudo. É um pouco surreal.
Olhei por cima do meu ombro para onde Paige estava dirigindo Shayne e o ministro para o local onde eles estariam de pé no altar improvisado. — Eu sei o que você quer dizer.
— Mas Ace, eu não tenho dúvidas sobre você. Nenhuma. Eu só senti sua falta ontem à noite. E esta manhã. E pelo menos duas vezes no banho.
Aquilo fez um sorriso torcer meus lábios.
— Também senti sua falta. E todo esse “não ver o noivo até o dia do casamento” é besteira.
— Ace. — Paige gritou, fazendo um gesto para que eu encerrasse a ligação para que pudéssemos terminar.
— Eu não percebi que você estava no meio do seu ensaio. — disse Dylan. — Você deve terminar.
— Não vou sair do telefone até eu saber que você virá.
Dylan riu. — O carro para nos levar até aí acabou de chegar aqui, então sim, eu vou.
— Você promete?
— Ace, nada neste mundo poderia me impedir de caminhar por esse corredor hoje. Agora estou pegando minha bolsa e descendo as escadas enquanto falamos. Então termine esse ensaio e volte para o andar de cima antes que eu o veja e decida fazer coisas com você antes do casamento.
— Estou tentado a arruinar tudo aqui de repente...
— Ace Locke, você desligue o telefone e traga o seu rabo aqui, ou você vai foder meu cronograma. E ninguém fode meu cronograma. — os braços de Paige estavam cruzados enquanto ela me encarava, me desafiando a desobedecê-la.
— Tudo bem, acho que Paige pode ter uma coronária, então eu vou deixar você ir. — eu disse, voltando para o altar. — Mas me envie uma mensagem quando chegar, assim eu saberei que você está aqui.
A risada de Dylan não tinha nenhuma sugestão do nervosismo anterior que estava presente, e eu relaxei.
— Vejo você em breve, Sr. Locke. Eu serei o de branco.
— Estou ansioso por isso. Eu te amo.
— Eu também te amo.
Guardando meu celular, eu disse:
— Desculpe, apenas me certificando de que não teremos um noivo fugitivo. — antes que Paige pudesse entrar em pânico, levantei minhas mãos. — Estou brincando. Ele está a caminho.
— Jesus, não faça isso comigo. — ela disse, e soprou um uma mecha de cabelo loiro que tinha escapado de seu cacho e roçava em sua bochecha.
— Ele estava enlouquecendo um pouco. Tive que acalmá-lo.
— Oh não. — Shayne disse, sua boca se abrindo. — Ele não está tendo segundos pensamentos, está? Vou chutar sua bela bunda se estiver.
— Não, não. — eu disse quando subi os degraus para onde as duas mulheres estavam esperando por mim. — Ele viu algumas filmagens dos helicópteros que podemos ouvir agora, e eu acho que ele meio que...
— Entrou em pânico? — Shayne perguntou.
— Sim.
— Sei, entendi. — disse Paige, e então olhou por cima do meu ombro e levantou uma mão, estalando os dedos. — Pare aí mesmo. — ela gritou, e olhei por cima do meu ombro para ver um jovem congelado no lugar segurando um enorme recipiente de flores. — Elas vão para lá. — disse Paige, apontando a escada atrás de nós. — Ficarão presas no corrimão.
O jovem acenou com frustração. — Ah, claro. Desculpa.
— Não há tempo para pedir desculpas. Basta levá-las a Beth.
O homem correu ao redor do altar e subiu as escadas, e uma vez que ele estava fora do alcance do ouvido, eu perguntei:
— Eu deveria estar preocupado com a segurança de alguém na organização do evento de hoje?
Paige olhou para a prancheta e disse:
— Somente a sua, se você não aparecer a tempo.
— Estarei aqui. Todos estaremos aqui.
Paige levantou a cabeça e olhou entre mim e Shayne. — Certifique-se de que isso se cumpra, senhorita Callahan. Você está no comando.
Enquanto Paige se afastava, sem dúvida para gritar com algum outro empregado que não seguiu suas ordens, não pude evitar a risada que escorregou. — Ela está definitivamente em seu elemento mandando nas pessoas, não é?
— Isso ela está. — concordou Shayne. — Você está muito relaxado para alguém que está prestes a casar com outra pessoa.
Deslizei as mãos nos bolsos do meu short e virei para Shayne com o que eu sabia que tinha que ser um sorriso ridículo. — O que posso dizer? Eu estou feliz.
Os olhos de Shayne se suavizaram enquanto ela assentia, e então olhou ao redor do piso térreo de The Floridian que estava no meio da sua transformação. Espalhadas atrás de nós, na parte principal do átrio elegante, havia filas de cadeiras brancas decoradas com tiras de cetim também brancas e adornadas com flores em diferentes tons de azuis, malva e branco. Todos os sofás de pelúcia e espreguiçadeiras comuns tinham sido removidos e a configuração atual dos nossos mais de duzentos convidados tinha todos de frente para o altar que estava situado na base da grande escadaria.
Eu suponho que deveria ter ficado um pouco nervoso com o fato de que, junto com todos os nossos amigos e familiares, eu estaria lá observando Dylan descer por esses degraus e vir em minha direção. Mas, honestamente, eu simplesmente não estava.
— Você realmente está, não é? — Shayne disse, virando-se para mim. Ela tinha os olhos cheios de lágrimas, e enquanto olhava para mim, eu não pude deixar de alcançá-la e atraí-la para um abraço. Quando passou os braços por minha cintura, ela riu na minha manga e disse: — Eu não sei por que estou chorando.
Aumentou meu aperto e disse contra a sua têmpora:
— Deve ser uma coisa feminina. — e obtive a reação exata que eu esperava.
Ela empurrou para trás e me golpeou no peito.
— Típica resposta masculina. — ela disse enquanto limpava uma lágrima de seus olhos. — Talvez eu esteja tirando logo isso do caminho para não parecer um guaxinim nas fotos do casamento.
— Você ficará bonita. Não importa o que.
Ela se inclinou e beijou minha bochecha, e quando recuou, eu escutei um forte assobio rasgar o barulho da movimentação constante dos trabalhadores. Nós dois nos dirigimos para a entrada de porta dupla para ver Derek de pé dentro do átrio.
— Hora de sair daqui, Locke. Seu noivo está prestes a chegar, e dá má sorte vocês se verem até esse momento mágico.
Shayne agarrou meu braço pelo cotovelo e me puxou para fora do altar enquanto eu gritava:
— Sempre classudo. Aprecio isso, Derek.
— Sempre. — ele gritou de volta. — Agora, saia daqui.
E com isso, eu tinha ido embora.
DYLAN
Minhas palmas não pararam de suar. Pode ter tido algo a ver com o helicóptero e dezenas de furgões de notícias que nos seguiram desde o momento em que deixamos o bairro dos meus pais até a Interestadual. E mesmo agora, quando passamos pelo ponto de controle de segurança para o hotel que manteria as vans longe, o mesmo não poderia ser dito para o espaço aéreo.
Limpei minhas mãos sobre minhas calças e fechei os olhos, trazendo à mente o rosto de Ace e a maneira como ele parecia quando me pediu para casar com ele. Mesmo com uma audiência, eu tinha sido inconsciente de qualquer coisa ou alguém além do homem de joelhos na minha frente, olhando-me com amor nos olhos. Será o mesmo hoje à noite, eu disse a mim mesmo. Não importava quem mais estivesse lá, ou se houvesse câmeras ou helicópteros, ou até mesmo nossos amigos e familiares. Hoje não era sobre ninguém além de nós dois, e eu precisava me lembrar disso e parar de enlouquecer.
— É normal, Daydream. — disse Sunshine, acariciando minha perna, e quando eu abri meus olhos, ela sorriu para mim. — As borboletas. Eu também tive no dia em que me casei com seu pai. Não foi, Zig?
— Ela tinha. — Ziggy assentiu. — Sua mãe aqui é a imagem da calma sempre, mas naquela manhã era como se algum estranho tivesse invadido seu corpo e enchido sua cabeça de dúvidas. Ela me ligou quatro vezes antes do meio dia.
Sunshine fez um som de desdém e balançou a cabeça.
— Eu não tinha dúvidas; Essa é a palavra errada. Eu sabia que estava tomando a decisão certa, e estava ansiosa para me casar com ele, mas era uma coisa tão grande. Iria alterar toda a minha vida, e eu sabia que ela jamais seria a mesma. E espero que seja o mesmo com você, e com o mundo inteiro assistindo vocês dois? Os nervos são compreensíveis, confie em mim.
— Inferno, estou surpreso por você não estar tendo um ataque de pânico. — disse Ziggy, olhando para o helicóptero que fazia círculos enquanto esperava que saíssemos do carro. O motorista parou por baixo da entrada coberta o mais perto possível das portas da frente e depois abriu a porta dos fundos.
Quando Ziggy saiu primeiro, perguntei a Sunshine:
— Então, o que a fez finalmente se acalmar?
— No dia do casamento? Minha mãe me deu aguardente. Senti-me muito melhor depois disso. — ela pegou a mão oferecida por Ziggy e saiu do carro, me deixando com os olhos arregalados e pegando minha bolsa antes de seguir o exemplo.
— Obrigado. — eu disse ao motorista, apertando sua mão antes de acompanhar meus pais quando entraram no hotel.
Ziggy riu quando viu minha expressão. — Se você preferir não beber um shot, sempre podemos conseguir algo para você relaxar. Tenho certeza de que Lennon tem algo que pode ajudar.
— Não. — eu disse com força, e depois engoli. — Quero dizer, isso não será necessário.
— Isso é inteligente — disse Sunshine, acariciando minha bochecha. — Sem contar o efeito que essas coisas teriam sobre você, e não precisamos de um noivo narcoléptico em nossas mãos.
Eu gemi.
— Vocês não estão ajudando. Por uma questão de fato... — minhas palavras pararam quando entramos no átrio que havia sido completamente transformado durante a noite. — Meu Deus.
O hotel era considerado um dos mais elegantes do país, e da Flórida, mas sob a direção de Paige, estava requintado além dos meus sonhos mais loucos. Um tecido branco drapejado como um dossel descia do teto, bloqueando completamente as varandas do andar de cima e destacando o candelabro deslumbrante que pendia no centro da sala. Isso deu à sala uma sensação mais íntima, e quando olhei para todas as cadeiras montadas em frente ao mandril de flores no altar, tive que me segurar em uma das colunas.
— Isso realmente está acontecendo. — eu disse a ninguém além de mim. Tudo estava se tornando real agora. Este momento tinha levado meses para chegar, e em poucas horas, eu seria Dylan Locke-Prescott.
Puta merda.
— Dum dum da dum, dum dum da dum. — Derek cantou, um sorriso no rosto quando ele veio de onde estava de pé com Paige e alguns de seus assistentes. Ele ainda não estava no paletó, mas estava mais formal do que jamais tinha visto. Calças pretas e uma camisa de manga curta de gola branca que não poderia ser parte de seu guarda-roupa normal.
— Olhe para você. — eu disse, dando-lhe uma aprovação uma vez. — Tudo isso para causar uma boa impressão?
— Não se acostume, Prescott. Não planejo me vestir assim para mais nada além do meu próprio casamento, e eu posso ir de cargo nele.
— Jordan te mataria. — eu disse, examinando os trabalhadores adicionando os toques finais, e então olhei para cima, desejando que pudesse ver além do dossel para onde nosso quarto estava localizado no último andar.
— Foda-me. Ele provavelmente me fará usar rosa ou alguma merda assim. — disse Derek, e quando eu não respondi, ele seguiu meu olhar. — Ele já está em seu quarto. Eu o chutei para longe.
Empurrei minha cabeça em sua direção. — Você fez o que?
— Sim. — ele disse com orgulho. — Eu disse a Ace que era má sorte ver você antes do casamento e para cair fora. De nada.
— Como ele parecia? Como ele estava? Ele disse alguma coisa?
Derek me olhou como se tivesse crescido duas cabeças em mim. — Uh... ele parecia normal, eu acho. Por quê?
Eu corri minhas mãos sobre minhas calças novamente e comecei a andar na frente dele. — Então ele parecia bem? Tipo, não estava preocupado ou estressado ou... nada disso?
— Você acordou outra pessoa esta manhã, hein? — Derek estalou os dedos na minha cara. — Sai dessa.
Merda, Derek estava certo. Qual era o meu problema?
— Você tem sido uma bola de energia desde a despedida de solteiro, praticamente saltando das paredes sobre casar, e agora que o grande dia está aqui, você parece querer sair correndo.
— Não está ajudando, Derek.
Derek enfiou um braço em meus ombros. — Você sabe que esse cara está de quatro por você, certo?
Olhei para o meu amigo mais próximo, e o homem com quem vivi por anos, e Derek sorriu. — Quero dizer, não me pergunte por quê. Não pode ser por seu humor eternamente feliz, e estou certo de que não tem nada a ver com o seu rosto, o que, de acordo com Ace Locke, para o tráfego... então deve ser porque ele o ama.
Não consegui parar o sorriso que atravessou meus lábios.
— Lá está. — disse Derek. — É disso que estou falando. Dylan, você está prestes a se casar com a porra do Ace Locke. É melhor ter um sorriso grande o suficiente para agradar o mundo inteiro de fãs desapontados que achavam que tinham uma chance. Tanto os homens quanto as mulheres.
Quando ele falou isso, não pude deixar de fazer o que ele disse. Meu sorriso cresceu ainda mais, e sim, minha animação subiu. Porque não só eu casaria com Ace Locke, iria casar com o homem mais maravilhoso do mundo.
— Você acha que ficará nervoso no dia do seu casamento? — perguntei enquanto Derek e eu nos dirigíamos para a base da escada, que mais tarde eu iria descer.
— Não. Eu acho que ficarei mais nervoso em deixar Jordan organizá-lo.
Eu ri, pensando em Posh e sua tendência para o drama. — Isso é verdade; você pode querer ficar de lado e deixar o que tiver de acontecer, acontecer.
— Ahh... você já viu os seus closets? Não, esse cara precisa de alguém para segurar a sua bunda, e como nós dois sabemos, ele não me escuta...
— Já estava na hora de vocês dois aparecerem. Eu estava prestes a enviar a cavalaria. — disse Paige enquanto dava a volta pelo altar para ficar na base da escada.
— Eu poderia ter que contratar esta chefe de tarefas. — disse Derek, parando ao meu lado.
— Contratar-me para...
— Seu casamento com Jordan. — eu disse, e os olhos de Paige se iluminaram.
— Ohhh... — ela tirou um cartão da prancheta e entregou-o para Derek. — Você pode me ligar no segundo que estiver pronto. Eu vou te dar o desconto dos amigos. — disse ela.
— Isso também vem com um pacote de babá? Porque é disso que eu realmente preciso. Você deve cuidar de Posh para que ele não fique louco.
Paige riu. — Eu sou do tipo serviço completo. Você precisa de mim para colocá-lo em uma coleira? Considere isso feito. Eu também posso ser discreta sobre o fato de que você quer que ele esteja posto em rédea curta.
Derek soltou uma risada barulhenta enquanto pegava o cartão e enfiava-o no bolso. — Agradeço por isso. Ele não precisa de outro motivo para me colocar na minha bunda.
— Então, estamos todos resolvidos. — disse Paige, e antes que Derek pudesse responder, ela olhou para mim e apontou com a caneta. — Comecemos por você…
Uh, oh.
— Isto, meu querido Daydream, é por onde você vai descer dos céus e caminhar em direção ao seu homem que estará esperando lá. — ela gesticulou atrás de nós para a linda decoração, mas meus olhos estavam muito ocupados seguindo a grande escada até o topo. Os corrimãos haviam sido cobertos pelas faixas de seda para combinar com o dossel no átrio, e as flores pareciam ter crescido magicamente de algum lugar até se alinharem na magnífica escada. De repente, eu me perguntei por que pensei que era uma boa ideia que eu fosse o único a descer.
— Eu... ah... Eu não me lembro de ter tantos passos. Ou ser tão íngreme.
Paige riu quando começou a subi-la, gesticulando para que eu seguisse.
— Você vai ficar bem. Você não vai usar saltos... — ela parou e olhou para mim. — Ou você vai?
— Sem saltos.
— Ei, apenas checando. Mas, basicamente, quando lhe dissermos que tudo está pronto para ir, você vai sair por aqui. — disse ela, apontando para uma porta no segundo andar quando acabamos de subir. — Essa é uma suíte que preparamos para você se preparar e aguardar.
Assenti com a cabeça e engoli, e Paige pegou minha mão e apertou. — Você vai ficar bem. Deixe tudo comigo. Nós vamos deixar você saber quando sair. Então você vai ouvir a música, e então vai descer e reivindicará o homem sexy que espera no fundo da escada como seu.
— Ok. Eu posso fazer isso.
— Claro que você pode. — disse Paige, e depois olhou para Derek. — Certifique-se de que ele estará pronto. Ace disse que ele tende a mantê-lo esperando. Este é o dia em que seu traseiro precisa ser punido.
Derek a saudou. — Sim, senhora.
— Bom. Agora, alguma dúvida?
Apenas cerca de um milhão, pensei, mas antes que eu pudesse falar qualquer uma, escutei um grande barulho de hélices de helicóptero, e porra, ele parecia estar muito mais baixo do que quando eu cheguei.
— Mas que merda? — Derek disse, e dirigiu-se até a janela no topo da escada. Ele praticamente esmagou o nariz no vidro tentando ver, e então começou a rir. Eu estava prestes a me juntar a ele e ver qual era a agitação, mas ele levantou a mão e disse:
— Não, você não vai.
Franzi o cenho quando ele se virou com um sorriso no rosto. — O que está acontecendo?
Derek enfiou as mãos nos bolsos e encolheu os ombros. — Oh, nada - aparentemente, o cara do filme, Ace Locke, pensou que seria legal ir para a maldita varanda acenar para seus fãs.
Quando minha boca caiu, eu tentei pensar, tentei formar palavras, mas quando nada veio, Derek caminhou até mim, me bateu nas costas e disse:
— Vamos te arrumar, Prescott. Aparentemente, seu homem está ansioso para protagonizar o maior papel de sua carreira.
Capítulo 19
TROPEÇAR E MORRER
ACE
Uma batida na porta soou, e quando eu disse para entrar, o som de “Chapel of Love” filtrou-se pelo quarto antes que Shayne aparecesse. Ela estava sorrindo para mim enquanto dançava para dentro e cantava.
Depois de ligar a música no celular, ela colocou-o na mesa de café e agarrou minha mão, puxando-me para ela. Eu ri enquanto ela usava-me para girar e continuava a cantar junto.
— Vamos, Ace. — disse ela. — Dance comigo.
Seu entusiasmo era contagioso, e eu me encontrei me juntando a ela. Girei-a e depois puxei-a de volta para mim, seu vestido comprido azul-gelo esvoaçava delicadamente.
— Você é ridícula. — eu disse quando a música chegou ao fim, mas o enorme sorriso na minha cara disse a ela que não me importava. — E você está bonita.
Shayne sorriu e olhou para o vestido de cetim, suavizando-o com as mãos. — Nossa, obrigada. Você e Paige fizeram um excelente trabalho escolhendo isso. E quanto à dança, não consigo me controlar. Estou tão animada por você. Deus, Ace, você vai se casar.
Eu ri, mas as borboletas no meu estômago estavam ficando loucas. Em menos de uma hora, eu seria um homem casado, e enquanto o pensamento não me deixava nervoso, me deixava ansioso para ver o homem de quem eu senti falta o dia todo.
— Você não viu Dylan, viu? — perguntei.
— Não. Acho que Derek e Lennon estão com ele, no entanto.
— Sim, ele pareceu um pouco nervoso no telefone mais cedo.
Shayne ergueu a mão para endireitar minha gravata e, então, correu as mãos pelas lapelas do meu paletó preto. — Ele estará lá. Não se preocupe.
— Eu não estou preocupado.
Ela olhou para mim e arqueou uma sobrancelha, e eu me calei.
— Ok, talvez eu gostaria de ter certeza de que ele está bem. — eu disse.
— Eu posso verificá-lo, se quiser.
— Sim?
Shayne esfregou meu braço e sorriu.
— Eu voltarei em poucos minutos. — então ela pressionou alguns botões no telefone, e quando “Chapel of Love” começou a tocar mais uma vez, ela piscou para mim e desligou o telefone antes de sair da sala.
Precisando fazer algo ao invés de pensar sobre o que poderia estar passando pela mente de Dylan no momento, eu fui até o banco na janela e abri-a apenas o suficiente para espiar as águas azuis brilhantes do lago. Estava tão tranquilo lá hoje, sem barcos permitidos, e até mesmo a praia estava deserta. Não havia hordas de paparazzi esperando lá embaixo, pois não podiam chegar perto do hotel. O único som que podia ser ouvido era o zumbido distante de um helicóptero, que desaparecera por um tempo depois de eu ter permitido que tirassem uma foto minha na varanda usando meu smoking. Eu esperava que isso os saciaria o bastante para nos deixar em paz, mas deveria saber que sem Dylan, eles não ficariam felizes. Pelo menos no átrio, a música tocando seria suficiente para afogar o som.
Houve outra batida na porta, e então minha mãe enfiou a cabeça para dentro.
— Está tudo bem nós entrarmos por um minuto? — ela perguntou, e eu deixei que ela e meu pai entrassem.
Quando me sentei no sofá em frente a eles, minha mãe cruzou e descruzou as pernas nos tornozelos, e ela parecia estar se perguntando como dizer o que quer que fosse que veio dizer.
— Tem algo que querem me dizer? — eu perguntei, não tendo certeza de que queria ouvir o que fosse que saísse de sua boca. Eu ainda me lembrava do dia em que eles vieram para L.A. para me dizer que erro eu estava cometendo por estar com Dylan, e que Deus não permita que algo assim seja dito hoje. Eles seriam expulsos daqui mais rápido do que poderiam piscar. Eu teria zero escrúpulos sobre isso, sendo meus pais ou não.
Minha mãe olhou para o meu pai, e ele deu um pequeno aceno de cabeça antes de limpar a garganta e olhar para mim.
— Ace — ele disse. — Nós, uh, queríamos dizer...
— Sim?
— Lamentamos por dificultarmos tanto no início de sua relação com Dylan.
Eu pisquei. Espere, volte só um segundo.
— Nós não fomos exatamente... receptivos sobre as escolhas que você fez com relação a com quem você passava seu tempo. Nós achávamos que estávamos protegendo você, ajudando você, mas... — meu pai olhou para minha mãe e então soprou um suspiro. — Nós estávamos errados.
Puta merda. Eu realmente os ouvi pedir desculpas? O inferno estava congelado? Talvez houvesse um pingo de aguardente restante em seu sistema. E seja lá o que for, me deixou muito atordoado para falar.
Minha mãe falou, então:
— Dylan é adorável, e podemos ver o quanto ele se importa com você. Sua família é... interessante, mas legal. Eles também parecem ter seus melhores interesses no coração, e Ace? Isso é tudo o que sempre quisemos para você. Nós queremos que você seja feliz.
— Dylan me faz feliz. Mais do que feliz. — eu olhei para baixo para onde estava torcendo a aliança na minha mão esquerda. — Ele é tudo para mim.
Minha mãe se inclinou e colocou a mão na minha, e eu olhei para ela. — Se é ele quem você quer, então você tem nosso apoio total.
— Obrigado. — eu sussurrei, e meus olhos se encontraram com os do meu pai. — Isso significa muito.
Ela me deu um aperto firme e então eles ficaram de pé, e segui o exemplo. Seus olhos viajaram sobre meu smoking, e eu poderia jurar que havia lágrimas em seus olhos.
— Você está tão bonito. — disse ela, balançando a cabeça.
Depois de trocar abraços, meu pai me bateu no ombro.
— Nós vamos vê-lo lá embaixo, filho. — ele disse, e eu assenti. Nós trocamos adeus e fechei a porta atrás deles, mas meus dedos se demoraram na maçaneta. Eu não esperava sua aprovação, e muito menos desculpas, e embora eu teria sido rápido em expulsá-los se eles tivessem começado a falar mal sobre Dylan novamente, não poderia negar que era um alívio ter sua aprovação. Meus pais eram muitas coisas, mas ainda eram a única família que eu tinha.
Só por mais alguns minutos, uma voz na minha cabeça me lembrou, e um sorriso puxou meus lábios. Indo para onde Shayne tinha deixado seu telefone, bati em “repetir” no celular e depois me estiquei ao longo do sofá, enquanto a música enchia o quarto novamente.
Quarenta minutos mais, pensei, olhando o relógio na parede e fechei os olhos, trazendo à mente o rosto bonito de Dylan. Acho que poderia esperar tanto tempo.
DYLAN
— Dylan? O que você acha?
A voz de Sunshine atravessou meus pensamentos distantes enquanto estava sentado diante da penteadeira que havia sido instalada na suíte. Quando Derek me trouxe aqui anteriormente, as coisas ficaram um pouco caóticas. Entre os meus pais correndo tentando localizar Lennon - que ainda estava desaparecido - Derek se preparando e, claro, eu, o quarto tinha sido um turbilhão de pessoas entrando e saindo. Enquanto isso, eu tinha sido instruído a não colocar meu smoking até o último minuto, e fui direcionado para um assento onde um cabeleireiro, que se apresentara como Cariello, havia me dito para ficar sentado. E era lá que eu estava agora, trinta minutos depois, meus cabelos finalmente me agradando enquanto olhava do espelho para minha mãe, que estava segurando uma linda rosa vermelha que ela cortou da roseira Primeiro e Único que ela nos mostrou ontem à noite. Deus, pareciam ter se passado dias.
— Eu perguntei se você acha que Ace vai gostar. Será que era isso que ele tinha em mente? — disse ela.
Meus olhos foram para sua outra mão, onde ela tinha uma flor de tamanho semelhante, porém de cor diferente, para mim, e então eu peguei seu olhar e sorri. — Ele vai adorar. Você vai levá-la agora?
Sunshine sorriu para mim, mas balançou a cabeça. — Oh não, Ziggy quer ir e ter um pequeno bate-papo de homem para homem com ele antes...
— Espera. O que? — eu disse, e girei no assento. — Sobre o que Ziggy quer falar com ele? Algo está errado?
Sunshine moveu-se para colocar as rosas em seus recipientes em uma mesa no quarto, e então trouxe uma cadeira com ela para sentar-se em frente a mim. A mulher que segurou minhas mãos definitivamente parecia a mesma Sunshine que me adotou e me criou como seu. Mas o elegante vestido de chiffon azul meia-noite que Paige tinha feito-a usar fazia Sunshine parecer alguém da realeza.
Ela tinha diamantes brilhando em seus ouvidos para combinar com um colar requintado, e ela estava positivamente radiante com seus cachos e pele impecável. Ela era linda, e esta noite parecia a orgulhosa mãe de um príncipe.
— Você quer parar de se preocupar? — ela disse, e inclinou-se para a frente para passar os dedos pela minha testa. — Nunca te vi tão ansioso antes.
Abri minha boca para refutar sua reivindicação, mas ela simplesmente balançou a cabeça e voltou a pegar minhas mãos.
— Tudo bem sentir-se nervoso. Este dia nunca mais irá acontecer, então você quer que tudo dê certo. Mas Daydream, você precisa relaxar um pouco e aproveitar.
Respirei fundo e depois soltei, enquanto ela apertava minhas mãos gentilmente.
— É isso aí. Agora de novo.
Fechei os olhos e repeti a respiração profunda, e então voltei a expirar, e desta vez quando abri meus olhos, eu disse:
— É só... Deus, Shine. Eu o amo tanto. Na verdade, não acredito que isso esteja acontecendo.
— Está.
— Eu sei, mas... como? Por quê? Quero dizer... — eu parei, me sentindo um pouco ridículo. Nunca pensava no fato de que Ace era quem ele era, mas hoje...
— Por que o quê, Dylan?
— Por que eu? Quero dizer, ele é... ele é...
— Assim como você. — ela disse, sabendo claramente para onde eu estava indo. — Hoje, ele é apenas um homem apaixonado. Assim como você.
Engoli. Ela estava certa. Claro que ela estava certa. Mas com toda a agitação lá fora e os helicópteros, o lembrete de que eu estava prestes a casar com Ace Locke estava sempre ali, e era hora de eu afastá-lo. Era hora de aproveitar esse momento, porque eu nunca mais iria ter outro.
Olhei para o relógio na parede e vi que precisava me vestir se quisesse chegar na hora certa - e não havia como chegar tarde. — Ok. Você está certa. E eu preciso me vestir.
— Sim, você precisa. — ela disse, quando nós dois ficamos de pé.
— E é melhor dar isso a Ziggy e dizer-lhe para fazer sua pequena conversa ser rápida. Ele não tem muito tempo até que Ace tenha que ocupar seu lugar.
Sunshine beijou minha bochecha, juntou as rosas e dirigiu-se para a porta assim que abriu e Derek entrou em seu smoking. Ele acenou para Sunshine, e quando ela fechou a porta, eu assobiei e gesticulei para Derek dar uma volta. — Eu sempre disse que você ficava bem de terno.
— E eu te disse que odeio usar essas coisas, então é melhor você ter gostado, Prescott.
Eu assenti. — Gostei muito.
— Da última vez que usei um desses, você me vendeu pelo melhor lance.
Eu ri enquanto me dirigia para o banheiro, onde minha roupa estava pendurada. — E por sorte, você está aqui esta noite com seu encontro.
— Sim, sim. Jordan está feliz de não lhe custar milhares de dólares para me colocar na cama esta noite.
Depois de puxar minhas calças, peguei a camisa de botão e escorreguei nela.
— Oh? — Eu gritei. — E o que será necessário?
— Não muito. — Derek riu. — Jordan sabe que eu sou fácil quando se trata dele. Inferno, naquela noite do leilão, se ele não estivesse namorando com outro idiota, eu teria cedido facinho.
E essa era a razão exata pela qual Derek era a escolha perfeita como meu padrinho. Ninguém poderia me fazer rir como ele, e não achava que havia um cara tão descontraído por aí. Fechei minhas calças e depois peguei a gravata. — Oh, eu não sei. Você era muito teimoso naquela época.
— Porque Posh estava sendo um idiota.
— Hmmm... eu não sei. Eu acho que você gostou de jogar duro para conseguir. — eu disse quando terminei com a gravata e agarrei minha jaqueta. Eu encolhi os ombros e depois coloquei meus sapatos, e dei a mim mesmo uma checada final uma vez que estava na frente do espelho.
Porra, era incrível como uma roupa poderia fazer você se sentir, e enquanto olhava para mim mesmo, eu imaginei a reação de Ace ao me ver, e de repente todo o nervosismo desapareceu. O meu cara iria ficar sem fala quando me visse nesse smoking.
Derek ainda estava falando sobre como Jordan era uma dor na bunda - de uma maneira boa - quando eu saí da suíte e fiquei à vista.
— Puta merda do caralho, Prescott.
— Eu estou bonito? — perguntei, enquanto puxava as mangas do meu paletó, ficando mais confortável.
— Se você está bonito? Umm... Locke tem sorte que ele vai estar no final da escada, porque se ele te visse de pé naquele altar esperando por ele, poderia tropeçar na porra dos próprios pés para chegar até você.
Eu ri alto assim que houvesse uma batida na porta e Shayne enfiou a cabeça para dentro.
— Ei. Ace queria que eu parasse e verificasse... — suas palavras pararam abruptamente quando ela me viu, e então um enorme sorriso dividiu seus lábios brilhantes. — Ele vai morrer quando ele o vir.
— Viu? — Derek disse, e cruzou os braços. — O que eu disse? Tropeçar e morrer. Você conseguiu, Prescott. Agora, onde diabos está o seu irmão?
ACE
— Ziggy. — meus lábios se curvaram em um sorriso quando o pai de Dylan entrou na suíte. Eu nunca o vi tão bem vestido. Eu quase não o reconheci com seus longos cabelos presos em um rabo de cavalo baixo e vestindo um terno azul escuro sob medida. — Uau, olhe para você.
Ziggy fechou a porta atrás dele e olhou para a roupa dele.
— O que posso dizer? Essa bonita planejadora de casamentos disse que Shine adoraria, e vocês, garotos, aprovariam, então...
— Bem, ela fez um bom trabalho. Você está ótimo.
— E você — Ziggy sacudiu a cabeça, incapaz de conter seu sorriso. — Eu acho que você está prestes a fazer do meu filho um homem muito feliz.
— Espero que sim.
— Eu sei disso. Agora, Shine queria que eu desse isto para você. — ele disse, segurando a caixa clara que continha minha rosa. Ele gentilmente levantou a rosa de um vermelho profundo, arrancada da roseira que eles tinham plantado para mim em seu gazebo, e disse: — Posso?
Eu assenti com a cabeça, e ele passou a fixar a rosa na minha lapela.
— Em nossa família, avançamos em nosso próprio ritmo. Podemos ser um pouco diferentes, e isso nem sempre é bom com as tradições dos outros. Mas você nos abraçou, tal como somos. Você abraçou nosso Daydream. E assim como ele é nosso, agora você também é. Você é parte de nós, de nossa família, nossas raízes, e essa flor é um símbolo disso. — Ziggy terminou de prender a flor e se afastou, verificando sua obra. Então ele olhou para mim com a expressão mais séria do que jamais tinha visto em seu rosto, e sua mão foi para o meu ombro. — Obrigado. Dylan teve uma vida difícil, e sempre haverá uma parte dele que irá lutar com esses demônios do passado. Mas com você... você o fez mais feliz do que jamais o vimos.
Eu tive que morder a parte de dentro da minha bochecha para evitar que meus olhos ficassem úmidos com suas palavras, e Ziggy apertou meu ombro.
— Mantenha-se inspirando. — disse ele. — Sejam bons um para o outro. Com amor e respeito, vocês dois podem superar qualquer coisa que seja jogada em vocês. Eu acredito.
Engolindo com dificuldade, encontrei seus olhos.
— Obrigado, senhor. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para fazê-lo feliz. Para lhe dar a vida que ele merece.
Um sorriso amplo e cheio de aprovação iluminou o rosto de Ziggy. — Eu sei que você vai. E certifique-se de que ele lhe dará o mesmo em troca.
— Ele já faz. — meus olhos ficaram embaçados, assim que Shayne abriu a porta, e quando ela nos viu, parou.
— Desculpe, vou voltar. — disse ela, voltando para trás, mas Ziggy acenou.
— Não, eu tenho que descer as escadas. — ele disse a ela, e então virou-se para me encarar e agarrou meus braços para me puxar para um forte abraço de urso. Eu o abracei, esse homem que me aceitou desde o primeiro momento que me conheceu, sem perguntas. Ele e Sunshine tinham corações de ouro e criaram o melhor homem que já conheci. E agora, eu era o bastardo sortudo que passaria o resto da minha vida com Dylan Prescott. E ainda mais do que isso, ganhei essa incrível família no processo.
— Você vai ser um ótimo marido. — Ziggy disse, e então ele se afastou. — Vejo você lá embaixo.
— Diga obrigado a Sunshine por mim. — eu disse, indicando mais do que apenas a rosa na minha lapela.
Quando Ziggy saiu da sala, Shayne se aproximou de mim e passou os dedos ligeiramente sobre a rosa.
— É linda. — disse ela. — Dylan está usando a dele também. E você deve saber que ele está além de animado para chegar lá e te ver.
— Ele está?
— Sim. E Paige está fazendo suas rondas finais, então, se houver algo que você precisa fazer, faça agora.
— Estou pronto. — disse, querendo falar aquelas palavras com todas as fibras do meu ser. Eu acariciei o bolso da minha calça, onde os votos que escrevi estavam dobrados e prontos, e então fui até o cofre, onde eu estava mantendo a aliança de casamento de Dylan. Eu entreguei a pequena caixa para Shayne, que a abriu e ergueu a aliança fina até a luz.
— É linda, Ace. Você quer que eu mantenha na caixa ou segure?
— Você pode segurá-la. — eu disse, e observei quando ela deslizou o anel no polegar.
— Eu vou guardá-la com a minha vida. — disse ela.
— Obrigado. — eu estendi minhas mãos para ela, e ela as pegou, dando-lhes um aperto. — Obrigado por ser minha madrinha, Shayne. Você sempre esteve lá para mim, e eu aprecio isso mais do que você imagina. Estou feliz que você estará de pé ao meu lado hoje.
— Jesus Cristo, Ace. — disse Shayne, puxando uma de suas mãos para esfregar o canto do olho. — Eu sei que usei rímel impermeável hoje, mas por favor, não me diga mais coisas doces agora mesmo ou serei a mulher com faixas negras por todo o rosto.
Eu ri e puxei-a para perto, descansando minha cabeça contra a dela e suspirando enquanto pensava em quão longe chegamos nos últimos dois anos. Se não fosse pela mulher em meus braços, nunca teria sido corajoso o suficiente para escolher viver minha vida por mim, e eu não teria encontrado a melhor coisa que já aconteceu comigo. Eu devia tanto a ela, e era uma dívida que felizmente pagaria pelo resto da minha vida.
— Ace? Shayne? Vocês estão prontos para fazer isso? — disse Paige, quando entrou na suíte no modo planejadora de casamento completo. Ela usava um calção preto sob medida com uma blusa de seda azul clara que combinava com a cor do vestido de Shayne, e havia um fone de ouvido em seu ouvido.
— Estamos prontos. — eu disse.
Shayne e eu nos separamos, e ela sorriu para mim antes de tirar o buquê do vaso que havia sido instalado perto da porta. Respirei fundo e olhei para mim mesmo no espelho, puxando minhas mangas e me certificando de que estava tudo ok. Eu joguei uma bala de menta do meu bolso quando ouvi Paige dizer:
— Você o encontrou? Bem, muito obrigada. Sim, certifique-se de que ele não vai a lugar nenhum. Estou indo com Ace agora.
Quando franzi minha testa em questão, Paige revirou os olhos. — Malditos padrinhos. Não é possível mantê-los na linha. Mas não se preocupe, Lennon está lá agora.
Não pude deixar de rir, claro que Lennon estava MIA26. Não seria um evento se ele não sumisse pelo menos uma vez.
Paige endireitou os ombros e me deu um aceno de aprovação uma vez antes de inclinar a cabeça em direção à porta. — Pronto para ir?
— Eu nunca estive mais preparado para algo na minha vida. — eu disse. — Vamos fazer isso.
Capítulo 20
PERFEIÇÃO DE PARAR O CORAÇÃO
DYLAN
Quando a orquestra na varanda começou a tocar Elvis Presley “Can’t Help Falling in Love”, Paige virou-se para mim e assentiu.
— Essa é sua sugestão, Daydream. — disse ela, me dando um sorriso caloroso. — Vá pegá-lo.
Oh Deus, pensei, sacudindo minhas mãos. Lá vamos nós.
Sunshine colocou sua mão no meu braço, levando-nos da suíte para a grande escadaria. Ela era uma presença calmante ao meu lado, e eu estava agradecido naquele momento que ela seria a pessoa que andaria comigo. Eu não podia ver Ace ou os convidados ainda de onde estávamos em pé, e aproveitei para respirar profundamente. Sunshine apertou meu braço enquanto eu exalava, e descemos as escadas até a plataforma, onde finalmente vi o homem para quem estava caminhando me aguardar.
É isso. Toda a sua vida está prestes a mudar.
Essa foi a última coisa que passou por minha mente, porque quando chegamos ao patamar e nos voltamos para os convidados de onde estávamos no topo, todo pensamento consciente evaporou.
Eu sabia que todo mundo estava olhando para mim. Eu podia sentir seus olhos, mas meus olhos estavam no homem alto e de ombros largos de pé no altar, no topo da escada, ao lado do ministro. Em um smoking branco feito sob medida e uma camisa branca de botão, com a rosa que meus pais lhe deram ornamentando sua lapela, ele era o homem mais bonito que eu já tinha visto.
Quando os olhos de Ace encontraram os meus, sua respiração pareceu parar, e então um sorriso lento se espalhou por seu rosto bonito. E assim, o nervosismo que eu senti o dia inteiro desapareceu, e em seu lugar havia uma alegria como nunca senti antes. Esse era o meu homem olhando para mim, e era assim que sempre sonhei que alguém me olharia. Como se eu fosse seu mundo inteiro.
E ele era o meu.
— O primeiro e único... — Sunshine sussurrou no meu ouvido e nunca quatro palavras foram mais perfeitas. Eu sabia que o sorriso no meu rosto tinha que ser enorme enquanto ela acariciava meu braço e começamos nossa descida. Com cada passo que dava, minha inclinação para correr para Ace tornava-se mais forte, e se não fosse por Sunshine ao meu lado, nada poderia ter me feito descer as escadas em um ritmo constante. Ela tinha sido minha âncora por tantos anos, a única constante em minha vida, mas enquanto olhava para o homem que me observava com devoção absoluta em seus olhos, eu sabia que ele era meu futuro.
Quando chegamos ao fundo da escada, finalmente desprendi meu olhar de Ace momentaneamente para olhar Sunshine, cujos olhos tinham umedecido com lágrimas não derramadas. Eu beijei sua bochecha e sussurrei:
— Obrigado. — e quando eu me endireitei, ela estendeu a mão até meu rosto. Então ela olhou para Ace, que também a saudou calorosamente com um beijo.
— Cuide do nosso menino. — disse ela.
— Eu vou. — Ace prometeu, e então Ziggy veio para escoltar Sunshine para seus assentos na primeira fila.
Ace estendeu sua mão em minha direção, e coloquei minha palma na dele, juntando nossos dedos quando subimos no altar. Até aquele momento, eu tinha me concentrado apenas no homem que agora estava ao meu lado, mas agora olhei para cima, para o arco de flores brancas e azuis que pendiam sobre o altar, e mais adiante, para o lustre que refletia a luz do drapejado tecido branco que ondulava através do teto e ao redor das bordas. E foi quando eu notei que Shayne, Derek e Lennon estavam de cada lado de nós, bem como o mar de rostos olhando para nós, nossos amigos e familiares que se reuniram para nos ajudar a celebrar esse momento, que nos observavam agora com sorrisos em seus rostos.
Voltando-me para Ace, peguei sua outra mão e depois pisquei o olho para ele. — Então... como você está, coisa quente?
ACE
— Muito melhor agora. — eu disse, enquanto meus olhos seguiam o homem deslumbrante de frente para mim - e ninguém ia me apressar enquanto eu o devorava com os olhos agora que ele estava perto o suficiente para tocar.
Quando Dylan apareceu pela primeira vez no patamar no topo da grande escadaria, os suspiros e ofegos auditivos de nossos convidados me fizeram virar para ver o homem de quem eu tinha sentido falta o dia todo. Mas nada me preparou para a visão que Dylan era quando ele finalmente apareceu.
Como eu, ele estava usando um smoking que tinha sido adaptado para caber nos longos músculos de seu corpo magro. Mas, ao contrário de mim, o seu era todo branco, com exceção das lapelas negras, gravata e botões que pontuavam uma linha no centro de seu peito até desaparecer por trás do único botão que mantinha o casaco branco junto. Com os cabelos loiros puxados para longe de seu rosto impressionante, e seus olhos trancados no meu, a imagem geral que ele fazia era de uma perfeição de parar o coração.
O sorriso encantador que iluminou a expressão de Dylan enquanto ele estava lá me lembrou que eu estava encarando demais, mas não me importava. Eu queria essa memória, esse momento, impresso em minha mente pelo resto da minha vida. E uma vez que fiquei satisfeito, que cataloguei cada detalhe para relembrar mais tarde, eu disse:
— Você está de tirar o fôlego.
O amor que brilhava de seus olhos era evidente quando ele pegou minha mão e passou o polegar por ela. — Você também. Tive a sorte de ter Sunshine me segurando.
À medida que o ministro caminhava ao nosso redor, eu não olhava para outro lugar além de Dylan. Era como se eu não o visse há meses em vez de um dia, e a expressão em seu rosto me disse que ele sentia o mesmo. Não foi até que o ministro limpou a garganta e a multidão riu que nós dois parecemos perceber que havia alguém além de nós dois que participavam do evento de hoje.
Com um sorriso torto, puxei os olhos para longe de Dylan, e ele também virou a cabeça para o homem de cabelos grisalhos vestido com um terno preto de pé na nossa frente. Ele nos deu um sorriso largo e depois disse:
— Estamos prontos para começar?
Quando nós dois assentimos, o ministro olhou para os convidados. — Sejam todos bem-vindos, ao adorável Floridian. Hoje estamos aqui para testemunhar a união de Ace Samuel Locke e Dylan Prescott no santo matrimônio. Vocês estão aqui porque esses dois homens convidaram vocês a compartilharem e comemorarem seu amor e compromisso um com o outro...
O ministro continuou a falar sobre amor e risadas e a promessa de um amanhã. Mas em algum lugar ao longo do caminho, os dedos de Dylan apertaram os meus, e quando eu olhei para ele, o olhar que ele me deu fez minha mente bloquear tudo além dele. Porque esse olhar era irreal. Seus olhos brilharam e suas covinhas deliciosas apareceram, e quando ele me pegou completamente preso nele, o provocador lambeu o lábio inferior, e precisei me controlar para não puxá-lo para mim e beijar sua deliciosa boca.
— Ahh... Ace.
À medida que meu nome se registrou, voltei-me para o ministro e ri. — Estou prestando atenção, eu juro.
Enquanto os hóspedes riam, o ministro olhou entre nós dois e disse:
— É hora de ler seus votos. Eu acredito que você vai primeiro?
— Certo, sim. — eu disse, e soltei as mãos de Dylan para que pudesse tirar o pedaço do papel do meu bolso. Uma vez que eu o tinha na minha frente, li as palavras que eu memorizara apenas para checar pela terceira vez, e então olhei para o ministro, que assentiu e disse:
— Quando você estiver pronto.
Eu enfrentei Dylan, cujas mãos agora estavam juntas enquanto ele esperava que eu começasse, e com o coração acelerado, peguei uma das mãos dele. Enquanto seus dedos entrelaçavam com os meus, eu engoli uma vez, e então comecei.
— Dylan, antes de te conhecer, não acreditava no destino ou no amor à primeira vista. E se alguém me dissesse que isso aconteceria comigo, eu teria dito que eles estavam loucos. Mas eu ainda me lembro do primeiro dia que vi você: eu estava sentado no trânsito em Hollywood Boulevard e lá estava você. E por razões que ainda não entendia completamente, continuei voltando para ver você. Todos os dias, todas as semanas. Então, como se eu tivesse sonhado essa vida, você literalmente entrou no meu caminho e me fez ver você. Realmente te ver. Você me mostrou como seria a vida quando se é corajoso o suficiente para deixar ir e dar uma chance, e eu quero ter essa chance com você.
Dylan mordeu o lábio inferior e soltei sua mão para puxar suavemente o lábio com o polegar. O queixo dele tremeu e sua mão subiu para segurar a minha lá para que ele pudesse beijar a minha palma. Então ele ligou os dedos com os meus de novo, e engoli com força antes de continuar.
— Eu amo a maneira como você morde o lábio assim. — eu disse. — E eu amo a maneira como você ilumina um quarto, apenas por estar nele. Eu amo o quão confiante é você, e adoro a rara ocasião em que você fica adoravelmente tímido quando está fora do seu ambiente. Eu amo o quão forte você é e o destemor que você mostra quando outras pessoas se encolheriam. Você me incentiva a ser um homem melhor e lutar pelo quê e quem eu amo.
Dobrei o papel e enfiei-o no bolso, e então Shayne pisou no altar e me entregou o anel.
— Dylan Prescott, você mudou completamente a minha vida para melhor e em todos os sentidos, e agradeço por ter assumido essa vida louca comigo. Você será meu, agora e para sempre?
— Eu ficaria honrado. — disse Dylan, um sorriso no rosto enquanto eu colocava a aliança em seu dedo.
— E agora, Dylan, se você quiser dizer os votos que você escreveu... — disse o ministro, e Dylan deu um aceno de cabeça. Ele desdobrou o papel que guardara no bolso, e sua mão tremia ligeiramente.
DYLAN
— Quando eu era jovem, eu sempre imaginei o que seria casar. Nunca pensei que me casaria. Essa não era uma opção, e não era algo que eu pensava que poderia acontecer. Mas eu ainda imaginava os “e ses”. E se eu conhecesse um homem com quem gostaria de passar o resto da minha vida? Como seria ele? Mas nunca em todo esse tempo que sonhei, pensei que o protagonista na minha vida seria o Ace Locke. — eu disse, e uma risada leve ecoou em torno da sala.
— Mas isso é apenas um nome. Um incrivelmente famoso, e um que eu estava mais do que familiarizado antes de nos conhecermos, mas o homem por trás desse nome é muito mais do que o que o mundo vê. Você, Ace, é o homem mais generoso e altruísta que já conheci. Você dá do seu tempo, seu dinheiro, a si mesmo a todos ao redor, e eu tenho tanta sorte de ser aquele em quem você se apoia. Você ama dura e ferozmente, e nunca me senti mais seguro do que quando estou em seus braços.
Ace limpou o canto de seus olhos e respirou profundamente antes de encontrar meus olhos novamente.
— Vê-lo se assumir foi uma das coisas mais valentes que já vi, e acho que foi o que me fez realmente me perguntar sobre o homem por trás da câmera. Eu só queria conhecê-lo. Você acabou de dizer que nunca acreditou no destino... Eu também nunca acreditei, até que conheci você. Todos os dias me sinto grato por ter você na minha vida e conhecê-lo, e não posso esperar para ser seu marido.
Derek me entregou o anel e peguei a mão esquerda de Ace na minha.
— Ace Samuel Locke, eu prometo amá-lo por todos os dias da minha vida, e nada me daria maior prazer do que estar para sempre ao seu lado. Você quer se casar comigo?
As palavras mal saíram da boca antes que os lábios de Ace estivessem apertados contra os meus, suas mãos espremendo meu rosto. Quando ele se afastou, suas palavras eram um sussurro nos meus lábios. — Eu aceito.
Eu ri com a minha testa apoiada contra a dele. — Você pulou uma parte.
— Não pude me controlar.
— Nesse caso — disse o ministro, sorrindo para nós dois. — Pelo poder que o estado da Flórida em mim investiu, agora os declaro unidos em casamento. Agora você pode beijar seu marido. Novamente.
À medida que as saudações e os aplausos encheram o quarto e os nossos entes queridos ficaram de pé, os braços de Ace circularam pela minha cintura, quando o meu enrolou em volta do pescoço dele e eu beijei meu marido pela primeira vez... bem, pela segunda vez.
E foi melhor do que qualquer coisa que eu poderia ter imaginado.
Capítulo 21
TEHO VOCÊ SOB MINHA PELE
DYLAN
A batida rápida e pulsante vinda de dentro do grande salão de baile fez as portas duplas, onde Ace e eu estávamos lá fora, vibrarem, e ele olhou para mim e piscou.
— Parece que uma festa está rolando por lá. — disse Ace, seu polegar varrendo minha mão.
— Você sabe, eu lembro da última vez que fiquei do lado de fora de um clube sem saber o que iria acontecer lá dentro... — eu disse, e os olhos de Ace escureceram com o lembrete de nossa noite na discoteca erótica de Syn.
— Agora, aquela foi uma boa noite. Uma que pode até valer a pena repetir um dia desses, mas não acho que a maioria das pessoas além dessas portas aprova uma orgia.
— Ahem. — disse Paige atrás de nós, lembrando-nos de que não estávamos sozinhos.
— Viu? Os desviantes sexuais estão todos fora da sala. — disse Ace, olhando por cima do ombro para onde Paige sorria para ele.
— Nem todos eles. Meu marido ainda está lá dentro. E tenho certeza de que há coisas que Lennon fez, mesmo que eu não queira saber. — ela disse, e então ergueu o dedo enquanto parecia ouvir algo sobre seu fone de ouvido. — Verifica. Troque a música e eu os enviarei.
Quando a música mudou, Paige apareceu atrás de nós e colocou as mãos nos nossos ombros.
— Tudo bem, vocês dois. Aproveitem a sua festa. — então ela assentiu com a cabeça para os dois homens que estavam de pé na nossa frente, e eles abriram as portas.
E puta merda, que festa era! O mesmo tecido branco drapejado que estava presente na cerimônia também estava em vigor no salão de baile, mas a sala estava iluminada com luzes azuis e roxas, dando-lhe uma sensação intimista de boate. Todos os olhos estavam em nós quando entramos no salão de mãos dadas, e o DJ disse:
— Todo mundo, sejam bem-vindos na recepção de Ace e Dylan Locke-Prescott!
Gritos e aplausos vieram de todos os lados, nossos amigos nos pararam enquanto caminhávamos pelo corredor improvisado para receber abraços e parabéns. Mas, à medida que a música mudava novamente e a música que escolhemos para a nossa primeira dança começou, Ace me liberou e me conduziu até a pista de dança.
Seu braço enrolou em minha cintura, me mantendo apertado contra ele, e a mão que ele segurava pousou sobre o seu coração. Começamos a balançar com a música enquanto a voz suave de Sinatra soava na sala e eu cantarolei junto com a letra que poderia ter sido escrita especificamente para nós. Eu podia sentir a firme pressão da mão de Ace na parte inferior das minhas costas enquanto seus lábios roçavam a concha da minha orelha, e enquanto girávamos na pista de dança, ele começou a cantar:
— Eu tenho você sob minha pele...
Um arrepio percorreu a minha coluna vertebral enquanto seu fôlego quente soprava sobre minha bochecha e eu recuei um pouco para olhar em seus olhos azuis. A maneira fácil com que seus lábios se curvaram em um sorriso teve meu coração acelerando enquanto a música aumentava, e ele recuou antes de me girar com uma risada. Eu ri enquanto retomava minha posição contra ele e sacudi a cabeça.
— Tão jovial, Sr. Locke-Prescott.
— Pensei que você gostaria. — disse ele, e o sorriso encantador que acrescentou quase fez meus joelhos cederem.
— Você é muito bom para o seu próprio bem.
— Você acha?
— Mhmm...
Ace se inclinou para me beijar, e quando ele ergueu a cabeça, eu sussurrei:
— Mantenha isso e você pode ter sorte mais tarde.
— Nesse caso... — Ace me girou pela segunda vez, me puxou de volta, e desta vez me inclinou para trás, e durante todo o tempo eu estava rindo com ele. Então ergueu as sobrancelhas e disse:
— Bem?
Coloquei o braço em volta de seu pescoço enquanto a canção terminava e o beijei com força. — Definitivamente, terá sorte.
À medida que a música terminava e os aplausos nos rodeavam, lembrei-me dos nossos convidados enquanto eu ficava ao lado de Ace. Nós oferecemos pequenas reverências e abraçamos nossos entes queridos, e à medida que a música mudava, Ace passou o braço pelo meu cotovelo e disse no meu ouvido:
— Hora de nos sentar, marido.
Olhei para ele e assenti, disposto a segui-lo para onde quisesse me levar hoje à noite.
Nós nos dirigimos para a frente da sala, onde uma mesa comprida havia sido montada para acomodar a festa de casamento, e eu tinha que admitir, ver os dois assentos vazios no meio para Ace e para mim fazia algo engraçado em meu interior. Era assim que sempre seria agora, ele e eu. Eu e ele.
Quando ficamos atrás da mesa, Ace puxou minha cadeira para mim e, quando eu ia me sentar, ele se inclinou e me beijou.
— Eu te amo. — ele disse, e graças a Deus pela cadeira, porque realmente, eu estava bastante certo que ter toda a atenção de Ace em mim de tal forma estava perto de causar um curto-circuito no meu cérebro. Ele tomou o assento ao meu lado, e uma vez que estava lá, ele pegou a mão que eu coloquei na mesa e trouxe para a coxa dele. Olhei para ele e ele sorriu. — Desculpe, mas a menos que você precise desta mão para comer ou beber, eu a quero em mim, esta noite. Mesmo que seja somente assim.
Inclinei-me para beijar sua têmpora. — Ávido?
— Sim. — disse ele. — Eu não o vi desde ontem, e Dylan, você está... — os olhos de Ace percorreram meu smoking, e com a maneira ousada que ele me inspecionou, eu sabia que ele estava tentando encontrar as palavras certas. — Droga. Você está inacreditável.
Meu rosto se aqueceu com sua confissão, e quando me inclinei para capturar seus lábios, eu deixei minha mão escorregar para dentro de sua coxa. Quando ele gemeu, tirei minha boca da dele e disse:
— E você está incrivelmente bonito. Muito sexy. Então, se você quiser minha mão em você, é aí que vai ficar.
O som de uma conversa e uma cadeira em movimento me fizeram olhar para além de Ace, e vi Shayne se levantar com um sorriso nos lábios.
Pegos.
Eu dei mais um beijo rápido em Ace e, de repente, voltei a minha posição na cadeira, minha mão ainda descansando em sua perna enquanto olhava para as mesas redondas espalhadas pelo grande salão de baile.
Shayne tocou o garfo na borda do copo de champanhe, e Paige rapidamente se aproximou e entregou-lhe um microfone. Shayne pegou e, timidamente, disse:
— Olá, — e uma vez que ela teve a atenção de todos, ela deu um sorriso nervoso. — Uau, há muitos aqui nesta noite, hein? Eu acho que quando Ace me disse que tinha que fazer um discurso como parte dos meus deveres de madrinha, não pensei completamente em todo o assunto de muita gente me ouvir falando.
Risos soaram ao redor da sala, o que pareceu aumentar sua confiança um pouco quando ela se virou para nos enfrentar.
— Ace e Dylan, vocês dois se tornaram mais do que apenas meus amigos. Vocês são minha família, e estou tão feliz que vocês se encontraram. Eu sei que tem sido uma longa jornada para vocês dois. Ambos tiveram que superar obstáculos que quebrariam homens mais fracos, mas que só deixou vocês mais fortes. — seus olhos se encontraram com os de Ace. — Quem teria pensado quando nos conhecemos que seria aqui que as coisas acabariam? Posso dizer honestamente que nunca te vi tão feliz, e não há um homem ou mulher lá fora que merece essa felicidade mais do que você. E Dylan, sua família chama você de Daydream por um motivo. E não é só porque você é um colírio para os olhos.
Houve um par de assobios, e Derek gritou:
— Rostinho bonito. — enquanto ria.
— Um colírio do caralho para os olhos — Ace sussurrou, e plantou um leve beijo abaixo da minha orelha antes de se inclinar para trás e colocar o braço sobre a parte de trás da minha cadeira.
— Agora, eu sou uma casamenteira. — continuou Shayne. — É o que eu faço para ganhar a vida, e não tenho vergonha de dizer que sou boa no que faço. Mas mesmo eu não conseguiria escolher um par mais perfeito do que vocês dois. Eu sei que falo por todos nesta sala quando digo que não lhe desejamos nada além de felicidade, agora e sempre. Felicidades para vocês e parabéns. — Shayne ergueu o copo de champanhe, e todos no salão seguiram o exemplo. Tomamos um gole dos nossos drinques e explodimos um beijo na direção de Shayne, e então era a vez do meu padrinho.
Oh, porra. Meu padrinho era...
— Lennon — disse Ace, obviamente tentando não rir. — Oh Deus, aqui vamos nós.
— Eu não tinha pensado nisso — eu sussurrei de volta, enquanto Lennon se levantava e também tocava o garfo no copo. Ele parecia bem sóbrio em seu terno com seus cabelos normalmente cortados em forma de tigela agora puxados para trás, mas não me enganei com a aparência dele. De jeito nenhum.
Shayne olhou em nossa direção com um olhar que dizia: “você tem certeza disso?” antes de entregar o microfone para Lennon. Ele engoliu o resto do champanhe e depois pegou o copo de seu encontro e segurou-o.
— Mano e Ace. — ele disse, enquanto um sorriso que parecia um pouco malicioso atravessava seu rosto. — Eu ecoo totalmente o que esta linda senhora disse aqui. Mesmo a parte sobre os parabéns e outras coisas. Certo. — ele tomou um gole de sua bebida. — Então, sim, quando Daydream me pediu para ser seu padrinho, quero dizer, fiquei louco e essa merda, porque eu amo esse cara. Mesmo que ele não seja meu irmão de verdade, ele ainda é meu irmão honorário. Ele é um pouco mais puritano do que eu, mas... — a testa de Lennon franziu e então ele começou a rir. — Bem, talvez não seja puritano, porque ele parece um pouco gayritano27, o que não é uma palavra, talvez, mas deveria ser.
Uma risada torceu no meu peito, e não pude me segurar naquele momento. Meu irmão era ridículo, mas ele nunca deixaria de me fazer rir, disso eu tinha certeza.
— Sim, certo, irmão. — disse Lennon, estendendo seu braço com a mão fechada em um punho, como se eu possivelmente fosse atravessar a mesa para fazer um “toca aqui”, o que só fez com que eu e Ace ríssemos com mais força. — Ok então, escutem, eu tenho uma história. É uma boa história, então vocês devem ouvir. Espera, eu já disse isso. — ele tomou outro gole de seu borbulhante. — A primeira vez que eu conheci Ace, tentamos fazê-lo ficar bêbado com o vinho caseiro de Ziggy, mas esse cara deve ter um estômago de ferro fundido, porque ele engoliu essa porra como um profissional.
Quando houve resmungos de riso, Lennon parou e então percebeu o que ele havia dito.
— Ohh. — ele disse, olhando para mim. — Ele engole como profissional, Daydream?
— Bem... — eu disse, acariciando meu queixo, fingindo pensar sobre isso, enquanto a mão que eu tinha sob a mesa acariciava algo completamente diferente.
Ace alcançou a mão até meu pulso. — Se você responder isso, eu vou chutar sua bunda.
— Oh, vamos lá, querido. Todos devem saber o quanto suas habilidades são lendárias. — eu sorri para ele e antes que pudesse responder a Lennon, Ace me impediu pressionando seus lábios contra os meus. Enquanto seus olhos estavam fechados, eu ergui todos os meus dez dedos e a multidão riu, o que fez Ace se afastar.
Lennon riu no microfone. — Certo, irmão.
— Que porra você acabou de fazer, Prescott? — perguntou Ace, olhando entre mim e Lennon.
— Locke-Prescott, você quer dizer. — eu disse. — E você deve saber que nunca diria nada que não fosse verdade sobre meu marido.
— Isso deveria me fazer sentir melhor? Você pagará por isso mais tarde.
— Mmm, espero que sim. — eu disse, voltando minha mão para seu colo.
— Ok, então eu estava indo para algum lugar com essa história. Onde eu estava? Um... — Lennon olhou para a mesa, como se as palavras fossem aparecer magicamente na toalha de mesa.
— Duas mentiras e uma verdade. — gritou Ziggy, e Lennon girou e apontou para seus pais.
— Sim. Bom — disse ele. — Ace, esse bastardo esperto, é muito bom nesse jogo. Você pode dizer que ele é um bom ator. Me fez acreditar que ele foi para a Antártica. Quem vai lá? Não Ace, com certeza. De qualquer forma, o ponto é, não são muitas as pessoas que conhecem o clã Prescott e vivem para lembrar, mas ele não só viveu, como também queria se casar com meu irmão depois disso. O que é louco, mas isso me fez pensar que talvez o Ace também seja louco e talvez seja o que o torna perfeito para o Daydream, sabe?
— Jesus, obrigado. — disse Ace, fingindo ofensa.
— Cara, você sabe o que quero dizer. Vocês simplesmente se encaixam, você sabe, como... — Lennon tentou manobrar as mãos para se unirem enquanto segurava o microfone e o copo de champanhe. — Como purê de batata e ketchup, cara.
— Ew — eu disse, esfregando o nariz. — Não.
— Tudo bem, como o abacaxi e o molho de churrasco na pizza. — disse Lennon.
— Sim, isso não é melhor. — disse Ace. — E o que há com as analogias de alimentos?
— Desculpe, cara, estou com fome. — Lennon esfregou o estômago e manteve o microfone lá, então um roncado de fome passou pelos alto-falantes.
Abaixei minha cabeça em minhas mãos, meus ombros tremendo de riso, e quando eu enxuguei as lágrimas do meu rosto, disse:
— Bem, por que você não encerra o discurso para que possamos comer?
— Ah, sim. — Lennon assentiu e levou o microfone de volta para a boca. — De verdade, porém, eu amo vocês, e estou muito feliz por estar aqui com vocês e estou feliz por vocês. Além disso, este champanhe é realmente bom. Então, obrigado por isso também.
— Vou brindar a isso. — disse Ace, levantando o copo e depois assentimos enquanto o resto de nossos convidados nos deu um brinde antes de tomar goles de suas bebidas.
— Obrigado, Lennon, por... sempre ser você. Agora espero que o resto de vocês esteja tão faminto quanto ele. — eu disse, e depois sussurrei para o garçom atrás de nós: — E eu preciso de cerca de cinco shots de tequila agora, obrigado.
ACE
Um par de horas depois, depois do jantar ter sido servido e muito vinho ter sido consumido, Dylan e eu nos juntamos a nossos amigos e familiares na pista de dança para nos divertir a noite toda.
Era maravilhoso ver tantos de nossos amigos mais próximos e familiares sob o mesmo teto para nos ajudar a comemorar, e como sempre, quando se tratava de uma abundância de álcool e diferentes personalidades, era divertido ver como as pessoas agiam quando deixavam suas inibições caírem.
Shayne e a equipe de Paige não eram tímidas em dançar até altas horas da noite, e tinham sido as primeiras a irem para a pista de dança quebrar o gelo. Lembrei-me da primeira reunião que tive com a australiana ruiva. Nós tínhamos estado em Las Vegas e, quando os quadris de Dylan se moveram contra os meus, eu pude ver Shayne enrolada em torno de seu homem, Nate, que estava muito impressionante esta noite em um terno que ostentava seus famosos suspensórios. Paige finalmente colocou a prancheta de lado e tirou o fone de ouvido e estava dançando com o marido, Dawson, e quando um dos garçons passou por ela, e ela foi dizer algo, Dawson a puxou para longe e, do que podia ver, estava repreendendo-a para deixar de brigar com alguém por alguns minutos.
— Você está se divertindo? — perguntou Dylan, chamando minha atenção para o homem em meus braços, e eu assenti com a cabeça enquanto ele enrolava seus braços ao redor do meu pescoço. Nós tínhamos removido nossos paletós um pouco mais cedo, mas isso não diminuiu em nada a beleza dele. As luzes ao redor da pista de dança pulsavam com a batida da música, e cada vez que elas pegavam os olhos de Dylan, podia jurar que eles brilhavam para mim.
— Muito. — eu disse, apertando meus braços em torno de sua cintura. — E você?
— Eu não acho que eu já estive mais feliz em toda a minha vida. — disse Dylan, e o rubor de suas bochechas era uma boa indicação sobre as poucas bebidas que ele havia tido e a quantidade de músicas que ele havia dançado.
— Todos os outros parecem estar se divertindo.
Dylan olhou ao nosso redor, e seus olhos pousaram em seus pais dançando de um lado na pista de dança e meus pais sentados na mesa com taças de champanhe em suas mãos. — Alguns mais do que outros?
— Talvez. — eu disse a ele. — Mas você pode realmente ver minha mãe dançando “The Humpty Dance”?
Dylan inclinou a cabeça para trás e começou a rir, e não consegui me impedir de beijar do seu maxilar até o ouvido.
— Eu sou oficialmente o homem mais sortudo do mundo esta noite.
— Não. — ele disse, trazendo os olhos para os meus. — Esse seria eu.
— Que tal nós dois nos consideramos os bastardos mais sortudos do mundo e deixar em um empate?
Ele sorriu e, à medida que a música diminuía, Dylan alcançou as laterais da minha gravata e disse:
— Falando em gravatas28...
Ahh, eu sabia o que estava por vir. Nós tínhamos discutido com Paige sobre o que queríamos lançar para as senhoras e os senhores hoje à noite, e decidimos que uma boa maneira de relaxar seria ficarmos mais casuais à medida que a noite avançasse. Então, sim, as gravatas iriam sair.
— Tudo bem, todos. — Paige disse em um microfone, tendo, obviamente, conseguido se afastar de Dawson. — Se todas as pessoas solteiras fabulosas puderem se reunir aqui — ela disse, indicando um lado da pista de dança. — Nossos noivos estão prontos para prever seu futuro.
Houve vários gritos, mas, como esperado, alguns resmungaram e grunhiram. Eu vi Jordan com Derek apontando para dois casais que conhecia muito bem.
Daniel Finley estava rindo de seu parceiro, Brantley, que estava balançando a cabeça como se estivesse sendo arrastado à força, e quando meus olhos pousaram no meu advogado, eu sussurrei na orelha de Dylan:
— Eu já volto.
Eu me deparei com os seis, e parei na mesa onde Logan e Tate estavam sentados bebendo a bebida que estava em suas mãos.
Oh, isso seria divertido.
— O que está fazendo, Mitchell? Você não ouviu Paige? Todas as pessoas solteiras têm que se levantar. — eu disse.
Logan ergueu o copo para os lábios e tomou um gole, e então olhou para Tate. — Da última vez que chequei, não estou solteiro.
Eu ri quando ele se virou para Tate, que estava empurrando a cadeira para trás e se levantando. — Da última vez que chequei, você também não se casou.
— Foi o que eu acabei de dizer a ele. — disse Jordan, e Tate riu de ambos.
— Ei, sejam gentis, caras. Logan é alérgico a casamentos. Estou surpreso que ele ainda não esteja se coçando...
— Foda-se. — disse Logan, seus olhos viajando até Tate, que estendeu sua mão para ele.
— Leve seu traseiro para lá, advogado. Eu prometo que não é contagioso.
Quando Logan levantou-se e endireitou sua jaqueta imaculada, ele se assegurou de pegar sua bebida enquanto caminhava ao redor do assento e pegava a mão de Tate, resmungando o tempo todo. Eu ri até os dois se encaminharem para Finn e Brantley para se juntarem aos outros esperando que eu voltasse para que pudessem começar, e então eu fui até Dylan.
Quando uma música sexy e sedutora começou a tocar, eu examinei a sala até encontrar Paige, e depois ergui o dedo médio. Ela riu e me soprou um beijo. Se ela pensava que eu iria fazer um strip-tease na frente de todas essas pessoas, ela teria outra coisa vindo.
Esse pareceu ser o mesmo pensamento de Dylan, a julgar pelo brilho em seus olhos enquanto estava parado na minha frente.
— Eu acho que essa gravata precisa ir. — ele disse, puxando uma das pontas até a gravata se desfazer. Então ele deslizou o tecido do meu pescoço e desabotoou o botão superior da minha camisa, pressionando um beijo contra a cavidade da minha garganta.
Eu gemi, minhas mãos indo para seus quadris. — Estou a cerca de dois segundos de te jogar sobre o meu ombro e levar você para o andar de cima.
— Porra! Promete? — Dylan mordeu o lábio, provocando, e então entregou a gravata para Paige refazer o nó. — Mas primeiro, talvez você deva me despir.
— Você é uma provocação. — eu disse, puxando o final de sua gravata, e quando caiu nas minhas mãos, segurei os dois lados e puxei Dylan contra mim. Usando a gravata para mantê-lo bem onde eu o queria, capturei seus lábios em um beijo que nos deixou sem fôlego - e mais, um beijo que o deixou incapaz de abrir a boca e nos forçaria a deixar a recepção mais cedo.
— Uau, eu normalmente diria: vamos buscar um quarto para que possamos assisti-los; mas seus pais estão aqui, caras — disse Paige, tirando a gravata de mim e rapidamente refazendo o nó antes de entregá-la a Dylan. Então ela me deu minha gravata e nos fez ficar de costas para a multidão de solteiros reunidos a poucos metros de distância.
— Quando eu disser, joguem-na para a próxima pobre alma que precisa que eu planeje seu casamento. — Paige disse, e nós assentimos. — Eeeeeee agora.
Nós jogamos nossas gravatas sobre nossas cabeças e nos viramos para ver Ryleigh pular e pegar a primeira, seguida por...
— Oh foda-se, Locke. — disse Logan, com uma careta no rosto enquanto tirava a gravata do gim e tônico.
— Merda. — disse Tate ao lado dele, e então sua mão cobriu sua boca quando ele começou a rir. Logan olhou para ele enquanto levantava a gravata.
— Na verdade — eu disse. — É Locke-Prescott agora, então talvez vocês dois devessem começar a pensar em mudanças de nome. Será Mitchell-Morrison? Ou talvez Morrison-Mitchell?
— A porra do nome Logan Mitchell soa bem para mim. — disse Logan, enquanto Tate continuava a rir.
— Bem — disse Tate. — Logan gosta de ser o dominante, então talvez o nome dele venha primeiro.
A testa de Logan franziu quando olhou para Tate, e ele ficou quieto por um longo momento.
— Foi uma piada. — disse Tate, cutucando Logan, e então ele pegou o gim e o tônico dele. — Vou buscar outra bebida.
Ao sair para o bar, o olhar de Logan seguiu-o, e então Ryleigh estava ao seu lado, agarrando o braço dele.
— Pronto para tirar nossa foto? — ela disse, um enorme sorriso no rosto, como se nunca tivesse estado tão animada. Logan deixou-a arrastá-lo para o fotógrafo, e o olhar miserável em seu rosto me fez morder um sorriso.
— Pobre cara. — disse Dylan, colocando o queixo sobre o meu ombro, os braços em volta da minha cintura. — Você deveria ter jogado para Shayne.
— Nah, ela provavelmente deveria esperar até Nate ter idade suficiente para beber antes de pensar em casamento. — brinquei.
— É melhor você se alegrar de ele não ter te ouvido dizer isso. — Dylan beliscou meu lóbulo. — Agora vem a parte divertida.
DYLAN
A “parte divertida” tinha sido esmagar o bolo de casamento de veludo vermelho por todo o rosto bonito de Ace. Não era exatamente o mesmo que lambê-lo de seu abdômen, mas pedi a Paige que enviasse uma fatia para o nosso quarto para mais tarde.
Tudo depois disso tinha passado em um borrão, porque antes que eu soubesse, Paige tinha dirigido todos para fora para nos verem partir. Tinha sido uma noite cheia de mais diversão e risada do que muitas em toda a minha vida, e eu lembraria dela para sempre.
— Obrigado. — eu disse a Paige, depois que Ace me ajudou a colocar meu paletó. — Este casamento foi além de tudo o que eu poderia esperar.
— Concordo. — disse Ace. — E com toda essa sua autoconfiança, já tínhamos expectativas altas. Mas você se superou. — ele a abraçou. — Obrigado, Paige.
Ela o apertou de volta antes de colocar seus braços em volta de mim. — Qualquer coisa para meus caras. E eu quero dizer qualquer coisa. Aniversários de cinco anos, festas de aniversário, chá de baby...
— Whoa, whoa, whoa. — disse Ace, acenando com as mãos. — Não vamos colocar a carroça antes dos bois.
— Você sempre deve estar preparado para o que a vida jogar em seu caminho. — disse Paige e depois nos empurrou pela porta.
À medida que nos afastamos, os rojões acesos que nossos amigos e familiares sustentavam iluminavam o céu escuro, enquanto nos dirigíamos ao Rolls-Royce branco que nos esperava. Mas antes de termos chegado a meio caminho do carro, fogos de artifício explodiram pelo céu.
O dia inteiro tinha sido um sonho se tornando realidade e, à medida que Ace parou ali para tomar meus lábios com os dele, eu sabia que nunca houve um momento mais perfeito na minha vida.
— Eu te amo. — ele sussurrou contra meus lábios, e eu sorri.
— Eu te amo mais.
— Nunca.
— Nós veremos isso.
Ele beijou meus nós dos dedos e continuamos indo na direção do carro, e antes de entrarmos, nós acenamos para todos, e eu tirei uma foto mental, uma que eu poderia olhar de novo daqui a cinquenta anos a partir de agora e identificar como o começo do meu felizes para sempre.
Capítulo 22
SUJAS E FODIDAS PROMESSAS
DYLAN
Eu gemi com Ace pressionando beijos ao longo da minha coluna vertebral, começando na base do meu pescoço e, em seguida, abrindo caminho para baixo. Seus lábios eram macios e mornos contra minha pele, e eu estava contente de poder me deitar o maior tempo possível. Depois de vários dias passeando em La Ville-Lumière, um dia na cama com meu novo marido parecia uma ótima ideia.
— Mmm, isso é bom. — eu disse, sorrindo contra o travesseiro. Estava muito brilhante no quarto para abrir meus olhos ainda, o que significava que eu dormi por muito tempo ou Ace instalou holofotes direcionados para nossa cama. Imaginei que fosse a primeira opção.
— Eu não usei você demais na noite passada, usei? — ele perguntou enquanto seus lábios roçavam minhas costas. Ele estava se aproximando exatamente de onde eu queria sua boca em mim, e empurrei meus quadris no colchão, meu pau endurecendo com o atrito no lençol.
— Vale a pena. — eu disse, assim quando seus dentes roçaram a curva da minha bunda, fazendo com que meus quadris inclinassem. Mas em vez de se mover para baixo, Ace lambeu de volta para cima em minha coluna vertebral.
O filho da puta me provocaria até a morte.
Com um grunhido, eu me virei e empurrei Ace em suas costas antes que ele percebesse. Surpresa acendeu seu rosto antes de se transformar em um sorriso.
— Há algo que você queira, Daydream? Você parece um pouco impaciente esta manhã. — ele não lutou quando coloquei suas mãos acima de sua cabeça e empurrei em sua cintura. Minha ereção esfregou contra a sua através do material fino de sua cueca boxer, a que infelizmente ele colocara em algum momento antes de eu ter acordado.
— Maldição, estou impaciente. E o que diabos você está fazendo com roupa? Quero você nu e preso a esta cama o dia todo.
As sobrancelhas de Ace ergueram-se. — Preso, hein?
— Você se opõe?
— Nem um pouco. Não me lembro de ver algemas em sua bolsa.
— Então eu suponho que teremos que nos contentar com outra coisa. — houve uma batida na porta e olhei para Ace. — Deixe-me adivinhar. Você leu minha mente e eles estão fornecendo algemas agora?
— Espertinho. — disse, enquanto eu soltava seus braços, e então ele se sentou e me beijou antes de se levantar. Ele pegou um dos robes que jogamos sobre a cadeira em nossa pressa na noite passada para sair do chuveiro e chegar na cama, e ele puxou-o sobre seus ombros largos e amarrou-o na cintura. — Você deve saber que existe um motivo pelo qual eu estou me vestindo agora, e apenas um motivo.
Ace abriu a porta e, quando um garçom do hotel rolou um carrinho de prata para dentro, joguei rapidamente o lençol sobre meus quadris.
Obrigado pelo aviso, querido.
Depois que ele foi embora, eu fiquei de pé e peguei um dos robes também. Eu fiz uma pilha em meu prato com os vários tipos de café da manhã que Ace tinha pedido, de repente faminto, mas provavelmente era porque eu sabia que precisaria da energia em aproximadamente, oh, dez minutos.
Nos esparramamos na cama, nos alimentamos e observamos através das cortinas brancas a Torre Eiffel erguida diante de nós.
— Eu poderia me acostumar com essa visão. — eu disse depois de limpar meu prato e engolir tudo com uma xícara de café.
— Eu disse que você viria aqui um dia. É tudo o que você pensou que seria?
— Não. — eu disse, e Ace girou de onde ele estava colocando nossos pratos no carrinho.
— Bem. Isso é decepcionante...
Eu me afastei da borda da cama e puxei-o para a frente pelo cinto para que ele estivesse de pé entre minhas coxas.
— Você não me deixou terminar. — eu disse, puxando um dos extremos lentamente para que o nó se soltasse.
A boca de Ace se curvou.
— Oh? — então seu olhar viajou para onde eu estava desatando. — Por favor, continue.
Com o cinto desfeito, espalhei o robe, tirei sua cueca boxer e, então, deixei minhas mãos viajarem sobre os músculos de seu estômago duro.
— O que eu ia dizer era... — agarrei sua cintura e puxei-o para mim. Minha língua percorreu um lado de seu V profundo, e eu o senti estremecer. — Que Paris... essa lua de mel... nosso casamento... você...
A respiração de Ace parou sua garganta enquanto eu corria minha língua pelo outro lado do seu V, e os dedos que ele enfiou no meu cabelo para me segurar contra ele, apertaram. Segurando suas bolas em uma mão, puxei um pouco para trás e beijei a ponta do seu pau. Então olhei para ele e disse:
— Foi mais. Muito mais do que eu poderia ter pensado em desejar.
A língua de Ace passou pelo lábio inferior enquanto ele olhava para mim. Apertei suavemente seu saco quente, e quando um gemido deixou sua garganta, saí da cama e fiquei de joelhos.
— Dylan...
Ergui meus olhos e notei o quanto os dele tinham escurecido. — Sim, querido?
O lado dos lábios de Ace entortou. — Eu gosto disso.
— Qual parte? — perguntei enquanto me inclinava para frente e corria minha língua da base de seu pau até a ponta e depois me sentei para sorrir para ele. — Dessa parte?
— Definitivamente. Mas eu estava me referindo ao carinho.
— Oh... é por causa do carinho? Ou o fato de eu dizer isso enquanto estou de joelhos aos seus pés?
— Isso também. — disse Ace, e estendeu a mão para acariciar seus dedos pelo meu cabelo. Minha cabeça recuou com o prazer de tê-lo me tocando, e quando um gemido emergiu da minha garganta, ele apertou os dedos nos fios mais longos, torceu os dedos e puxou. Abri os olhos e me levantei, e quando eu estava à nível dos olhos com sua ereção corada, olhei para ele e perguntei:
— Há algo que você quer, Ace?
Ace arrastou os outros dedos pelo meu maxilar e coloquei as duas mãos em suas coxas musculosas para manter o equilíbrio enquanto ele agarrava meu queixo e me pedia para abrir a boca. Sem hesitação, separei meus lábios e depois rodeei a base de seu eixo enquanto o puxava entre meus lábios.
Ele não se moveu rápido, ao invés disso, lentamente deslizou ao longo da minha língua, como se o calor molhado de minha boca fosse a melhor coisa que ele já sentiu ao redor de seu pau. Apertei meus lábios ao redor dele e o chupei para dentro enquanto eu enfiava os dedos em sua coxa e me mantinha firme.
— Jesus, Dylan.
Meu nome fez meus olhos se erguerem para os dele, e com a boca cheia, havia pouca coisa que eu pudesse fazer, mas a luxúria perversa nos olhos de Ace me disse que não precisava de palavras. Ele captou a mensagem – que eu estava pronto para deixá-lo louco no segundo que ele desse o sinal.
Ele respirou fundo e, quando seus olhos se fecharam e puxou os quadris para trás, baixei os olhos, pronto para que ele deslizasse para casa, e Ace não decepcionou. Com um golpe grosseiro de seus quadris, seu pau logo estava de volta onde tinha estado, perto do fundo da minha garganta, e com prazer o engoli.
Meu próprio pau estava latejando sob o robe que ainda usava enquanto Ace entrava e saía da minha boca, seus movimentos ficando cada vez mais rápidos, e era uma vitória por si só que eu não precisava mais dizer a Ace que poderia se soltar comigo - ele simplesmente fez.
À medida que a excitação aquecia minha pele, eu não consegui me impedir de chegar até o cinto na minha cintura, e enquanto Ace continuava usando a minha boca da forma mais deliciosa imaginável, desamarrei o nó e empurrei o material para fora do meu caminho.
— Oh, porra. Sim, Dylan, masturbe-se.
Ace deslizou da minha boca para dar um passo para trás, e quando fiquei de pé, peguei o final do cinto no meu robe e empurrei o resto do material para o chão.
Os olhos de Ace estreitaram-se quando eu afundei meus dentes no meu lábio inferior e balancei a fina tira de material no dedo.
— E o que você planeja fazer com isso? — perguntou Ace.
Dei um passo em direção a ele, peguei um de seus pulsos e enrolei o cinto ao redor, prendendo-o. Quando uma das sobrancelhas de Ace arqueou, eu sorri e disse:
— Eu planejo te prender na minha cama, Sr. Locke-Prescott. Assim como lhe disse que faria.
ACE
Dylan Locke-Prescott era o homem mais sexy que eu já tinha visto. E, embora eu sempre tenha sabido que isso era verdade, nunca me foi tão aparente do que agora, enquanto ele estava nu diante de mim, amarrando os cintos de nossos robes nos meus pulsos.
— E você só quer que eu deite e...
Dylan puxou ambos os cintos, dirigindo-me para a cama king-size de dossel. — E deixe-me fazer o que eu quiser.
Não vendo nenhum problema com isso, segui sua liderança enquanto ele subia na cama e, uma vez que eu estava no centro, Dylan rapidamente montou em minha cintura e disse:
— Mãos acima de sua cabeça, coisa quente.
Eu sorri com o tom mandão, mas ergui minhas mãos sobre a minha cabeça como ele havia instruído. Eu fui recompensado por minha obediência quando Dylan se inclinou, pegou as extremidades da “algema” esquerda e a envolveu no poste de ferro na cabeceira de cama. Sua ereção estava pressionada contra meus abdominais e seu mamilo estava bem na minha boca, e enquanto ele estava ocupado amarrando meu braço no lugar, não consegui me impedir de passar a língua na superfície plana. Dylan empurrou, sentou-se e olhou para mim.
— Uh uh... nada disso. Não até eu dizer.
— Sinto muito. — eu disse, tentando fazer uma expressão de inocência, mas meus lábios se contraíram, me entregando.
— Eu não acho que você sinta. — disse Dylan, e se inclinou para que seus lábios estivessem à um sussurro de distância do meu. — Mas você sentirá...
— Me ameaçando?
O filho da puta sexy traçou sua língua em meu lábio inferior, e quando meus quadris se inclinaram automaticamente, ele riu.
— Promessas. Sujas e fodidas promessas.
Engoli e apertei os olhos.
— Agora se comporte enquanto eu amarro seu outro braço — disse ele.
Isso não foi um problema, visto que eu de bom grado ficaria aqui até que ele cumprisse todas as promessas sujas.
Quando terminou, ele se abaixou no meu peito e me deu um sorriso perverso. Ele acariciou seu pau, que pairava acima da minha clavícula, apontando para minha boca.
— Eu quero que você me chupe. — ele disse, enquanto seu polegar circundava a cabeça de seu pau.
— Tão mandão hoje. Onde estão os seus modos?
— Oh, desculpe. Eu quis dizer que quero que você me chupe agora. — então ele provocou meu lábio inferior com seu pau, espalhando o pré-sêmen. — Por favor.
Eu lambi meus lábios, o gosto salgado dele fazendo-me gemer, faminto por mais, e ele empurrou a cabeça de sua ereção para mim mais uma vez. Porra, eu amava quando ele ficava assim, exigente e sem timidez em pegar o que ele queria. À medida que seu pau entrava na minha boca, eu o chupei para dentro, levando-o mais fundo. Instintivamente, eu puxei minhas mãos, querendo segurar a base de seu pau duro e mantê-lo mais perto enquanto fodia minha boca, mas ele amarrou meus pulsos firmemente a cabeceira, de modo que tudo que eu poderia fazer era deixá-lo assumir o controle.
Eu queria devorá-lo, mas Dylan estava decidido a ser uma provocação. Ele segurou a base de seu pau enquanto deslizava pela metade em minha boca, puxava para trás e repetia o movimento. Eu gemi ao seu redor, querendo mais, e ele riu antes de puxar completamente.
Então ele se inclinou sobre mim, seus braços descansando ao lado da minha cabeça, sua boca tão próxima que estava quase tocando a minha.
— Você parece frustrado. — ele disse, e me beijou uma vez, duas vezes, e depois mordiscou meu lábio inferior. — Me diga o que você quer. Quero ouvir você pedir.
— Maldição, Dylan. — eu expirei, enquanto me retorcia sob ele, precisando mais do homem com a intenção de me deixar absolutamente louco.
— Isso não é um pedido. — disse ele, afastando o pau da minha boca e lutei contra os nós em meus pulsos.
— Se você não me deixar te chupar para que possa me foder em breve, eu...
Eu nem tive que terminar a ameaça. Dylan empurrou o pau de novo entre os meus lábios, e desta vez o levei até a parte de trás da minha garganta, saboreando a plenitude dele. Ele soltou-se e manteve-se firme segurando a cabeceira da cama com as duas mãos, com ambos os joelhos de cada lado da minha cabeça para melhor controle.
— Oh porra, Ace. — ele disse, sua cabeça caindo para trás. — Isso é tão bom.
Eu continuei a enlouquecê-lo, passando a língua na cabeça do pau dele quando ele puxava, e levando-o profundamente quando empurrava para dentro.
Deus, adorava o gosto dele. A sensação dele em mim e sob mim. Saber que eu era o único que podia dar e receber todo seu prazer. Era como uma droga - a mais viciante, uma que eu desejava e nunca parecia ter o suficiente.
As coxas de Dylan começaram a tremer, e seus movimentos tornaram-se erráticos quando ele disse:
— Ace... porra, eu vou... Oh, Deus, você tem que parar para que eu possa te foder.
Não foi até que eu o deixei ir, seu pau saindo da minha boca com um pop, e ele estremeceu, respirando pesadamente. Enquanto tentava manter seu orgasmo à distância e ganhar o controle de si mesmo, ele desatou meus pulsos, apertando beijos neles, uma vez que estavam livres.
E onde eu o colocaria de costas para torturá-lo da mesma maneira que ele acabara de fazer comigo, desta vez, eu estava contente em deixar que me provocasse. De forma egoísta, queria que ele me fodesse tão forte que eu ainda o sentiria quando embarcássemos no avião para Vanuatu amanhã.
Não que ele soubesse para onde estávamos indo a seguir. Ainda tinha algumas surpresas na minha manga.
Dylan agarrou o lubrificante da gaveta na mesa de cabeceira e se moveu entre minhas coxas.
— Eu quero você assim. — ele disse, cobrindo seu pau antes de voltar para mim. Os dedos que ele acabou de lubrificar acariciaram meu períneo, indo mais longe até que um escorregou dentro do meu buraco apertado, seguido por outro.
Eu amaldiçoei e apertei-o enquanto ele me esticava, me preparava para ele. Ele engoliu minhas maldições com sua boca, sua língua mergulhando para dentro para obter um gosto de si mesmo, e ele gemeu. Sem tirar os lábios dos meus, ele colocou os dedos na cabeça de seu pau, alinhando-se contra mim, mas ainda não empurrando.
— Você me quer? — ele perguntou, e quando acenei com a cabeça, ergueu uma sobrancelha. — O quanto você me quer?
Eu sabia o que ele iria perguntar, mesmo antes que as palavras estivessem fora de sua boca. Havia um olhar selvagem em seus olhos, um que dizia querer perder o controle e foda-se se não era exatamente pelo quê eu estava desesperado. Casar com Dylan não mudou o fato de que eu queria que ele me marcasse em todos os sentidos, que me fodesse e me fizesse dele a qualquer hora e em qualquer lugar.
Segurando seu olhar, eu disse:
— Quero que você me dê tudo. Tudo, Dylan.
Um sorriso lento cruzou seu rosto.
— Eu estava esperando que você dissesse isso. — e com isso, ele empurrou para dentro de mim com um grande impulso, e quase perdi a respiração.
DYLAN
Nunca me acostumaria com a sensação de deslizar para dentro de Ace. Todo o seu corpo era um verdadeiro testemunho do que se poderia conseguir quando uma pessoa cuidava de si mesma. Mas os músculos firmes que eu gostava de olhar e de babar não eram nada comparados com o músculo apertado que espremia a base do meu pau. Eu me inclinei sobre ele, meus antebraços descansando de cada lado de sua cabeça enquanto meu pau latejava aonde estava enfiado. As mãos de Ace moveram-se para agarrar minha cintura e seus olhos estavam trancados em meu rosto enquanto estava por cima dele, meu peito contra o dele enquanto eu desejava que meu corpo se controlasse. Havia algo a ser dito sobre uma rapidinha quando a excitação tomava conta. Mas não tinha como estar nesse tipo de clima hoje. Eu lentamente puxei meus quadris, retirando-me do ajuste apertado do corpo de Ace, e o jeito que ele fechou os olhos e rangeu os dentes juntos me avisou que estava pronto para aceitar tudo o que eu fosse fazer.
Maldição, ele ficava magnífico sob mim. Se eu tivesse paciência, teria tomado meu tempo para realmente estudá-lo. Mas, enquanto o corpo de Ace se inclinava em direção ao meu, eu sabia que não podia esperar. Eu o queria de uma maneira que beirava a loucura. Louca luxúria.
— Abra seus olhos, coisa quente. — disse, e quando esses olhos azuis encontraram os meus, eu encostei meus dedos nos lençóis ao lado de sua cabeça enquanto meus quadris inclinavam para a frente até que eu estivesse profundamente dentro dele de novo. Os dedos de Ace se afundaram em minha cintura, puxando-me o mais perto possível, enquanto eu me abaixava sobre ele.
— Porra. Dylan... — disse, e desta vez enfiou uma mão na parte de trás da minha cabeça enquanto ele se inclinava para longe da cama e capturava minha boca com um beijo feroz. Eu abri para ele em um instante, amando a maneira vigorosa que sua língua entrou na minha boca e esfregou contra a minha enquanto sua outra mão deslizava sobre minha bunda, pedindo-me que me movesse.
Com os dedos emaranhados nos lençóis e os meus lábios sendo devorados, comecei a balançar meu corpo contra o de Ace. Sua bunda era apertada e quente, e eu estava amando me perder dentro dele enquanto meus quadris aumentavam de ritmo. Uma das pernas de Ace moveu-se e envolveu a parte de trás da minha coxa enquanto ele se fodia contra mim, me incentivando o máximo que podia, e eu empurrei-me para longe dele, puxando minha boca para longe enquanto plantava minhas mãos na cama do lado de sua cabeça.
Ace mordeu o lábio enquanto ambas as mãos se moviam para minha bunda e ele me incitava a me mover mais rápido. Quando ele olhou para mim, eu comecei a flexionar meus músculos de forma que seus olhos seguissem do meu abdômen ondulante até onde meu pau estava desaparecendo dentro e fora dele.
— Maldito seja, você é sexy pra caralho. — ele disse, e sua voz era tão reverente que soava como uma oração. Seus dedos flertavam com a fenda da minha bunda enquanto eu continuava a entrar e sair dele, e em um dos meus impulsos para baixo, Ace deslizou um dedo dentro de mim e meus dedos do pé se enrolaram.
— Ace. — resmunguei em advertência, mas ele não pareceu muito preocupado com o forte golpe de meus quadris. Ele simplesmente gemeu e fez isso novamente... e novamente.
— Jesus, Ace. — disse, enquanto ele continuava a olhar para mim com seu dedo enfiado em mim. Eu me inclinei sobre ele até que a trilha pegajosa de pré-sêmen que seu pau tinha deixado revestisse meu estômago. — Enrole sua perna ao redor da minha cintura. — eu disse contra seus lábios, querendo-o tão aberto para mim quanto pudesse, e quando ele imediatamente obedeceu, seus olhos escureceram. Balancei minha língua sobre seu lábio inferior e as pálpebras de Ace baixaram à meio mastro até eu inclinar meus quadris para a frente. Ele amaldiçoou e seus olhos me prenderam por um segundo com o calor abrasador que pude ver neles, e então sussurrei contra seus lábios:
— Melhor você aguentar, coisa quente.
Esse foi todo o aviso que ele teve. Em seguida, tomei sua boca com um beijo brutal, e as mãos de Ace apertaram minha bunda enquanto eu começava a bombear dentro e fora dele.
Uma e outra vez eu tomei o que precisava do homem fenomenal que estava sob mim, e mal podia acreditar que ele era meu. Seu peito subia e descia com cada respiração que ele dava quando se soltou e parou de pensar em algo além do que eu estava dando a ele. E eu estava fazendo exatamente como ele havia pedido. Estava dando ao meu homem tudo o que eu tinha.
À medida que nossos corpos se moviam juntos, a selvageria do momento não foi perdida por mim. Eu podia sentir o suor, o pré-sêmen e o lubrificante ajudando o ato animal que acontecia na cama, e isso mudava ainda mais este momento.
Tínhamos o doce.
Tínhamos o delicado.
E aqui mesmo neste momento, tudo era primitivo.
Eu estava fazendo-o meu de todas as maneiras que poderia, e Ace estava deixando. Foda-se, ele seria para sempre meu.
Eu podia sentir o corpo de Ace contorcendo-se debaixo de mim e sabia que ele estava se aproximando, então liberei uma mão e a abaixei para segurar seu pau. Quando meu punho o rodeou, o gemido que rasgou a garganta de Ace foi um de total satisfação. Era livre e sem restrições, e o melhor som que eu já tinha ouvido na minha vida. Então, ele arqueou a cabeça para trás e apertou os olhos. Ele puxou meu corpo para tão perto e profundo quanto podia, e então ele gozou em nós dois enquanto eu explodia dentro dele.
Quando eu me deitei sobre ele, minha testa descansando contra a dele, me perguntei se alguma vez iria ter o suficiente desse homem. Era bem óbvio para mim que isso poderia nunca acontecer, e quando os braços de Ace envolveram minha cintura e seus lábios se curvaram contra os meus, eu sussurrei:
— Eu amo você.
E nada tinha soado mais perfeito em meus ouvidos do que quando ele me beijou, me puxou para o lado dele e respondeu:
— Eu também te amo, Sr. Dylan Locke-Prescott.
Enquanto olhávamos para a vista panorâmica de Paris, a vida me pareceu completa. Nunca imaginei que ficaria tão feliz quanto estava agora, com o homem dos meus sonhos deitado contra mim e a vida inteira à nossa frente. Mas com Ace na minha vida, eu sabia que poderia lidar com qualquer coisa que surgisse em nosso caminho. Este capítulo era apenas o começo, e não podia esperar para ver o que aconteceria a seguir.
Epílogo
Quatro anos e dois meses depois...
ACE
Eu passei meu polegar ao longo dos dedos de Dylan, tentando acalmar seus nervos, assim como os meus. Eu podia sentir a emoção e a apreensão emanando de seu corpo enquanto o motorista nos leva pelas ruas do centro de San Francisco. Sua mão na minha coxa me deu um aperto de reconhecimento, embora seus olhos nunca deixassem o prédio alto que ele olhava pela janela traseira do Town Car.
E tanto quanto eu estava tentando ser forte para nós dois, não podia negar que, quanto mais chegávamos ao Reilley Plaza, mais precisava do conforto de seu toque para me manter aterrado. Por dois anos e meio criávamos esperanças, apenas para vê-las sendo esmagadas no último minuto, e rezei para que não voltasse a acontecer. Eu não tinha certeza de que algum de nós teria a força para tentar novamente, mas algo no meu intestino me disse que era isso. Desta vez, daria certo. Desta vez, seria real.
— Isso vai acontecer. — eu disse para mim mesmo, mas Dylan levantou nossas mãos e beijou minha palma.
— Eu amo você. — ele afastou os olhos da janela e me encarou quando o carro parou em frente à entrada do Reilley Plaza. Onde eu esperava ver a preocupação em seus olhos que podia sentir-se emanando, em vez disso, havia uma determinação lá, como se sua mente estivesse preparada e tentando convencer seu corpo a seguir o exemplo. Foi esse olhar que me fez apaixonar por ele há cinco anos, e era o mesmo que nos conduziu por esse caminho que mudaria nossas vidas para sempre.
— Eu também te amo. Sempre. — e não importa o que, foi a adição não dita, mas que foi entendida. Estávamos, e tínhamos estado tão felizes, e se hoje não fosse conforme o planejado, se saíssemos de lá só nós dois, então estaríamos bem. O tempo curaria a dor e talvez tentássemos um dia novamente. Ou talvez a vida tivesse um plano diferente para nós.
Dylan respirou profundamente e lentamente soltou, e seus dedos escovaram os fios de cabelo, que ele mantinha curto e loiro agora.
— Estamos prontos para fazer isso? — perguntou, e não foi perdido por mim que ele queria dizer mais do que simplesmente sairmos do carro.
As palavras que eu queria dizer estavam alojadas na minha garganta. Em vez de responder em voz alta, eu decidi deixar meu corpo falar. Segurei seu queixo entre o polegar e o indicador, dizendo-lhe com meus olhos exatamente o que eu não conseguia falar em voz alta antes de selar essa promessa com um beijo suave.
Quando eu puxei para trás, ele sorriu para mim e assentiu, tendo recebido a resposta que já sabia. O motorista abriu a porta, e Dylan saiu primeiro, e quando eu saí do carro, ele pegou minha mão.
Embora a quantidade de paparazzi tenha diminuído um pouco nos anos em que estivemos juntos, ainda os encontrávamos quase que diariamente. Vivendo em Los Angeles, era inevitável, mas conseguimos escapar até aqui sem sermos detectado, e eu estava agradecido de que ninguém estivesse aqui para documentar o que poderia ser o dia mais feliz - ou, o pior de nossas vidas.
O escritório estava localizado no sexto andar, e quando as portas do elevador se abriram e entramos no lobby, um rosto sorridente nos cumprimentou.
— Ace e Dylan Locke-Prescott, bom dia. É bom ver vocês novamente. Obrigada por estarem disponível em tão breve aviso. — Anna Hendrix, a intermediária e dona da SF Placement Services, saiu de trás da recepção para nos cumprimentar calorosamente. — Como eu disse na noite passada, esta é uma situação de emergência, que normalmente exigiria o protocolo de adoção adequado, mas os familiares restantes disseram que entregarão todos os direitos para os pais adotivos. Então, se esta for a escolha certa...
Ela não teve que continuar. O aperto de Dylan em minha mão aumentou, e ele encontrou sua voz primeiro.
— Nós entendemos.
Eu não orava muitas vezes, mas me encontrei fazendo isso mais vezes ultimamente do que nunca. Deus, deixe esse ser nosso filho... Tinha sido uma decisão que Dylan e eu tomamos bastante cedo em nosso casamento. Mesmo com nossas carreiras indo melhor do que nunca – eu me arriscara a produzir filmes agora, além de atuar, e Dylan ainda modelava para campanhas em todo o mundo – o desejo de ter uma família era um lembrete constante em nossas mentes. Eu sabia que Dylan estava pronto para dar um passo atrás em sua carreira para se concentrar em ter filhos e, após várias tentativas de adoção fracassadas ao longo dos anos, nossa esperança de isso acontecer começou a diminuir. Não é que não conseguimos encontrar uma criança para adotar em algum lugar fora da Califórnia - poderíamos ter viajado para qualquer lugar e nos tornado pais há muito tempo - mas nós tínhamos nosso coração em algo específico. Ou, devo dizer, em uma criança cujas circunstâncias eram bem específicas.
Dylan nunca tinha esquecido de onde ele havia vindo. A vida difícil que tinha tido como o filho de uma prostituta, um cafetão e um viciado em drogas tinha vindo com um preço, e eu sabia que seu coração estava pronto para resgatar uma criança da vida que ele tinha vivido em sua adolescência.
Anna sorriu para nós. — Vocês gostariam de conhecê-lo agora?
Engoli com dificuldade e olhei para Dylan.
— Sim. — eu disse, mal acima de um sussurro. — Por favor.
Ela nos conduziu através de um labirinto de corredores e finalmente parou em frente a uma grande janela que parecia uma sala de aula. Havia uma cuidadora de pé na frente do menino, curvada para ajudá-lo a escolher um lápis.
— Sintam-se livres para assistir o tempo que quiserem. Nós podemos vê-lo, mas ele não pode nos ver. — disse Anna.
Acho que nem eu ou Dylan respiramos enquanto aguardávamos o primeiro vislumbre do menino que se tornaria nosso. Que poderia se tornar nosso, eu me corrigi.
Quando a mulher levantou-se e observou o menino rabiscar uma página em branco na mesa diante dele, uma pitada de cabelo loiro apareceu.
A mão de Dylan foi para a janela como se ele pudesse se aproximar. — Qual o nome dele? — ele perguntou.
— O nome dele é Aiden. — disse ela, e quando o menino derrubou o lápis e se virou para pegá-lo, meu coração parou e o aperto de Dylan aumentou.
Com dedos minúsculos para combinar com sua idade de dois anos, Aiden pegou seu lápis, seus cachos loiros saltando em torno de suas orelhas. Então ele olhou para cima, direto para nós, embora ele não tivesse ideia de que estivéssemos lá, e um sorriso com covinhas acendeu seu rosto.
— Oh meu Deus. — Dylan sussurrou. — Ele é perfeito.
— Ele é. — eu disse, acenando com a cabeça, lágrimas embaçando meus olhos. Era estranho o quanto ele parecia uma versão mais jovem do homem ao meu lado. Ele não parecia um menino cuja mãe tinha tido uma overdose no dia anterior, deixando-o em uma casa suja e cheia de homens estranhos. Não, Aiden era inocente, assim como Dylan fora.
E assim, a peça perdida que estávamos procurando por anos de repente se encaixou no lugar. Não havia dúvida em minha mente de que estávamos olhando para o nosso filho. Esse sentimento de certeza que experimentara somente uma vez antes, quando pus os olhos em Dylan, fez meu peito se expandir, meu coração encher e transbordar com as emoções percorrendo-me naquele momento.
Quando eu olhei para onde Dylan estava assistindo Aiden com um olhar de admiração em seu rosto, uma lágrima deslizou pelo canto do olho e eu envolvi meu braço em volta de sua cintura para aproximá-lo e beijá-lo.
— Esse é o nosso filho. — eu sussurrei, e ele acenou com a cabeça contra meus lábios enquanto eles roçavam contra a sua testa.
Aiden correu para a cuidadora, segurando o lápis como se ele tivesse ganhado um prêmio, e ela felizmente pegou e mudou para uma nova cor. Então ele voltou a desenhar, seu pequeno braço movendo-se em grandes traços.
Nós o observamos, hipnotizados, pelo que pareceram horas, fascinados com todas as expressões que ele fazia, e a maneira como ele gostava de correr pela sala para a mulher persegui-lo. Ele era brincalhão, de modo algum a criança retirada e tímida que esperávamos de uma vida impactada como a sua tinha sido.
Dylan respirou fundo. Já era tempo. Hora de abrir essa porta e entrar no próximo capítulo de nossas vidas.
A mão de Anna foi ao botão, e ela esperou pacientemente que nós acenássemos.
Meu olhar voltou-se para Dylan, e não havia dúvida em seu rosto, sem nervosismo em seu corpo. Essa determinação em seus olhos ainda estava lá, e junto dela estava a mesma emoção que eu tinha visto quando ele me olhava - amor. Amor irrestrito, inquebrável e inegável. Era o mesmo olhar que eu sabia que estava refletido em meus próprios olhos.
Eu o beijei, meus lábios suavemente encontrando os dele, e até mesmo aquele breve toque enviou um arrepio por mim.
Quando me afastei, sorri. — Você está pronto para conhecer o nosso filho?
— Não há nada que eu amaria mais.
E então, juntos, caminhamos pela porta aberta para abraçar nosso futuro.
Notes
[1] No original, ela diz a expressão “name-dropping”, que tem vários significados, dependendo do contexto. Aqui, ela quer utilizar o nome do Ace e do Dylan para conseguir um lugar, data e etc., para o casamento deles o mais rápido possível, então “name-dropping” no caso, vai ser a prática de mencionar casualmente os nomes de pessoas famosas que alguém conhece para impressionar os outros para conseguir o que quer.
[2] Destination wedding é quando os noivos escolhem uma cidade diferente da sua para realizar a cerimônia de casamento. Normalmente os casais escolhem cidades históricas ou praianas para criar um cenário bonito ou uma cidade que tenha a ver com a história deles.
[3] No original, ele diz a palavra “tight” que é tenso, apertado e etc., daí o trocadilho.
[4] Ilhas localizadas no Caribe.
[5] Body Glove é uma marca de artigos esportivos.
[6] No original, ele diz “wiped out”, que pode significar: limpo, destruído, varrido, apagado e etc.
[7] Aqui ele faz um trocadilho com a palavra “suck” que significa sugar, chupar e etc. No caso, o Ace não curte acampar, mas vai aguentar isso (chupar isso, no original) por causa do Dylan.
[8] Trocadilho com a palavra “come” que quer dizer: chegar, gozar e etc.
[9] Boicotar: Punir alguém ou alguma coisa simplesmente repudiando o mesmo.
[10] Um Love Lock ou Love Padlock é um cadeado que namorados trancam a uma ponte, cerca, portão, monumento ou dispositivo elétrico semelhante para simbolizar seu amor. Normalmente, os nomes ou iniciais dos namorados, e talvez a data que se conheceram, estão inscritos no cadeado, e sua chave é jogada fora (geralmente no rio mais próximo) para simbolizar seu amor inquebrável.
[11] No original: Banner Step and Repeat. São esses “cartazes” que os atores ficam na frente durante a estreia e que geralmente tem o pôster e o nome dos estúdios que produziram o filme.
[12] É um coquetel à base de tequila.
[13] Windy City: Cidade do Vento ou Cidade Ventosa, no português.
[14] Crème brûlée é uma sobremesa feita com creme de leite, ovos, açúcar e baunilha, com uma crosta de açúcar queimado por um maçarico, jogando fogo em uma bebida alcoólica que se deita sobre o creme.
[16] Hoorah pode ser usado em uma demonstração de motivação ou elevação do moral, pode ser usado como uma forma de confirmação e pode ser usado para expressar alegria e excitação com algo.
[17] Jergens é uma marca de produtos de pele.
[18] A. K. A. significa: Também Conhecido Como.
[19] O Snorkeling ou apneia é uma prática esportiva de mergulho em águas rasas com o objetivo de recreação, relaxamento e lazer. O mergulhador usa apenas uma máscara, nadadeiras e um tubo de aproximadamente 40 centímetros para respirar sob a água.
[20] Como dito no outro livro, P. I. T. A. quer dizer Pain in the Ass, traduzido pro português: Dor na bunda.
[21] Shirley Temple é um drink não-alcoólico.
[22] Para quem não lembra, Posh é o apelido que o Daniel e o Derek deram para o Jordan, e para não perder a graça, eu preferi não traduzir o nome completo da bebida.
[23] No original ele diz a palavra “come”, que significa “vir”, “gozar” e etc.
[24] É um tipo de queijo cremoso.
[25] É a letra da música “I Can’t Help Myself”.
[26] É uma sigla militar que quer dizer: desaparecido em combate.
[27] Aqui o Lennon faz um trocadilho com as palavras: strait-laced (puritano) e gay-laced (que se adaptado pro português seria algo bem próximo de gayritano), já que “straight” é hétero em inglês.
[28] No original, o Ace diz: “How about we both count ourselves as the luckiest bastards and leave it at a tie?”
Tie é laço, gravata e várias outras coisas no português, por isso o Dylan diz: Por falar em gravatas...
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