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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


WRENCH / Addison Jane
WRENCH / Addison Jane

 

 

                                                                                                                                                

  

 

 

 

Se há esqueletos em seu armário, Wrench os encontrará.
As habilidades que possui o colocaram na prisão em mais de uma ocasião. Mas ele continuará fazendo o que for necessário para proteger sua família — os Brothers by Blood MC. Se isso significa tempo atrás das grades, que seja.
Ele nunca pensou que sua lealdade ao clube terminaria.
Ele estava errado.
Quando Sugar — a mãe da filha do seu presidente — retorna, ele sabe que ela está fora dos limites. Sua força e beleza o puxam, e quanto mais perto eles colocam pedaços quebrados de sua alma, ele descobre.
Ele quer lutar por ela, deixa-la inteira.
Mas ele precisa tomar uma decisão — lealdade ou amor — antes de perder a ambos.
Sugar veio do dinheiro, mas nunca deixou que isso a definisse.
Quando cresceu, foi tratada como uma pária e, eventualmente, as pessoas que deveriam cuidar e apoiá-la atiraram-na aos lobos.
Ela passou anos tentando se reconstruir, lutar pela vida que merece e provar que todos estavam errados. Mas há coisas que ainda a perseguem, segredos que sabe que não poderá esconder para sempre.
Voltar ao clube é um risco que ela tinha que assumir para dar a sua filha a família que ela nunca teve.
Quando seus demônios mostram sua cara feia, Wrench está ao lado dela. Ela se sente segura e protegida em seus braços, ele vê a verdade dentro dela e não corre.
Mas os segredos e mentiras estão aumentando, e eles têm o poder de esmagar as pessoas que eles amam.
Com o passado e o presente a ponto de colidir, até onde ambos irão para proteger o futuro da família?

 

 

 

 

 

 


CAPÍTULO UM

WRENCH


Quatro meses antes

 

Não posso me impedir de observar quando ela sai com Harlyn. No sol seu cabelo muda, brilhando como cobre, em oposição às escuras mechas de quando a vi pela primeira vez.

Ela é linda, impressionante pra caralho, mas completamente fora dos limites.

Talvez seja isso que faz a atração tão forte. Talvez seja isso que me puxa, mesmo sabendo que não poderei tê-la.

Olhe, mas não toque.

Cerro os punhos enquanto me debruço no batente da porta, incapaz de afastar meus olhos.

Sugar esteve longe por anos.

Quando a merda bateu no ventilador com o clube, Optimus decidiu enviar Sugar e Harlyn para longe, na esperança de manter a mulher que amava e sua filha prestes a nascer, protegidas da guerra que ocorria e que matou seu pai. Foi uma jogada ousada, mas entendi, sabendo que ele possivelmente não seria capaz de lidar com a perda de uma outra pessoa que estivesse sob seu cuidado em tão pouco tempo.

Foi Sugar que decidiu ficar escondida e não voltar. Pelo que entendi, teve medo do perigo que parece constantemente rodear o clube podendo colocar seu bebê em risco. Ela fez o que tinha que fazer, mas depois de encontrar um rato em nossas fileiras, que prejudicou sua segurança, Op assumiu a obrigação e, finalmente, a chamou de volta.

Não lembro de Sugar ter tais curvas. Talvez seja algo que desenvolveu depois de Harlyn nascer, mas no momento, estou contente por saber que ela pertenceu ao meu irmão, e nunca pensaria em tocar algo tão precioso para ele.

Mas agora ela está aqui, e embora saiba que é errado, cobiçar a mãe da filha do meu presidente ... Porra! Não consigo manter a cabeça no lugar.

Com a máfia respirando no nosso pescoço, fui colocado de babá.

Ok ... então, não fui exatamente colocado, eu me ofereci.

Afasto-me da porta e caminho para o quintal enquanto Sugar acomoda-se numa das muitas mesas ao ar livre, enquanto observa Harlyn saltar por todo o parque.

“Como a aguenta?” Pergunto sentando no lado oposto ao de Sugar.

Ela vira e sorri para mim, os dentes brancos e perfeitamente retos, e uma pequena covinha aparece em sua bochecha esquerda. “Tento meu melhor ...”, ela ri, obviamente, um pouco sem fôlego, “..., mas essa garota tem energia demais. Ela me faz sentir tão velha.”

Bufo. “Sim, porque vinte e cinco é praticamente uma idosa.”

Seus olhos brilham, e ela sorri. “E quantos anos tem, então?”

Coloco minha mão sobre o coração e engasgo. “Ninguém nunca lhe disse que não deve perguntar a idade de um motociclista?”

Um riso suave deixa seus lábios e ela revira os olhos. “Tenho certeza de que isso é com mulheres... nunca deve perguntar a uma mulher sua idade.”

“Um pouco sexista se quer saber. Motociclistas têm sentimentos, também.”

“Eles têm?” Ela pergunta ironicamente. “E eu aqui pensando que são todos imbecis que ignoram qualquer sinal de emoção.”

“Isso é muita presunção.”

Ela ri e balança a cabeça, o som fazendo meu coração acelerar no peito.

Deus, o que não daria para ouvir esse som uma e outra vez.

Porra! Estou me transformando num idiota apaixonado?

“Então foi posto conosco hoje, hein?” Continua ela, seus olhos indo para onde Harlyn balança numa barra de metal como um macaco.

“Não posto, por assim dizer... na verdade, meio que gosto da criança. Ela tem certa imprudência.”

Harlyn, embora passando cinco anos longe de Op, é realmente muito parecida com ele. Ela é confiante, tem personalidade, e quando fala, mostra o que pensa.

Ela pode ter crescido longe, mas há uma motociclista pirralha dentro dela, com certeza.

“Não tenho certeza de onde essa imprudência vem,” Sugar ri.

Dou de ombros. “Vou dizer... tal mãe, tal filha.”

Seus olhos se voltam para mim, ardentes, brincando e fazendo meu pau se contorcer dentro do jeans. Obrigado a porra pela mesa entre nós, ou não tenho dúvida de que ela veria o vulto lentamente começando a crescer e pressionar contra o zíper.

“Realmente não estou certa de que me conhece bem o suficiente para fazer esse tipo de suposição,” ela responde, mas seu rosto se ilumina e um grande sorriso puxa os lábios rechonchudos.

Ela está flertando comigo.

Sinto-me como um maldito adolescente pela maneira que estou ansiando por sua atenção, meu coração acelerando cada vez que seu rosto se ilumina.

Inclinando-me para trás, cruzo os braços sobre o peito e sorrio. “Tenho certeza de isso mudará em breve.”

Seu rosto fica vermelho e começo a sorrir, sabendo que posso afetá-la com algo tão pequeno quanto palavras e seu sorriso é um impulso em meu ego. Nesse ponto, não me importo se ela está fora dos limites. Não estou fazendo nada, minhas mãos estão para mim, minhas palavras, no entanto, são um jogo totalmente diferente. E estou me preparando para jogar.

“Mãe, pode me empurrar no balanço?” Harlyn diz pulando do topo do playground. Meu coração dá uma guinada, e levanto, embora saiba que não chegarei a tempo de pegá-la. Ela cai e tropeça um pouco, mas endireita-se e olha para nós com um sorriso largo. Tudo ao mesmo tempo em que me sinto prestes a vomitar.

Sugar apenas ri quando levanta e segue Harlyn para o balanço, olhando por cima do ombro com um sorriso maroto. “Ela é um pouco audaciosa, vai aprender isso bem rápido.”

Porra.

Meu coração continua acelerado enquanto a observo.

O que sobre esta mulher me faz sentir como um adolescente apaixonado?

Ela é linda, impressionante pra caralho, mas não é como se as meninas do clube que pairam em torno não fossem igualmente atraentes de olhar. Elas são sexys, e na maior parte acima de qualquer coisa que desejo, e sempre é um ponto alto quando realizam minhas fantasias sexuais. Mas Sugar, por outro lado, tem essa vibração que grita 'não sou apenas um pedaço de bunda.'

E por alguma razão, eu porra amo isso.

Tenho certeza de que cada irmão no clube gosta de ter buceta sem fim às nossas portas, apenas esperando um convite. Isso não significa, porém, que todos não chegamos a um ponto onde essa merda simplesmente não é o suficiente. Quanto mais velhos ficamos, mais desejável fica ter uma mulher ao seu lado do que apenas alguém para aquecer sua cama.

Não pensei muito sobre isso até recentemente com Kit reivindicando uma das nossas meninas como sua, e Optimus perdendo a maldita mente sobre seu relacionamento maluco com Chelsea.

Questiono o que os deixou tão loucos e obcecados por estas meninas. Quer dizer, me importo com ambas, elas são doces, fortes e seguem as regras do clube, sem agir como uma cadela.

É algo que acho que nunca pensei ser possível por um longo tempo, ter uma mulher que possa se encaixar neste estilo de vida sem ser uma moça com fome de poder. Meus irmãos de alguma forma encontraram o melhor dos dois mundos, e quanto mais vem à tona, mais me pergunto se isso é algo que quero também.

Quero ter filhos? Sim, um dia quero ter meus pequenos e vê-los crescer dentro desta vida, e possivelmente se juntar ao clube e continuar o legado que comecei. Mas não quero qualquer puta de rua como mãe deles. Quero que eles tenham uma mãe como eu tive — forte, amorosa, bonita e leal.

Lambo os lábios enquanto me apoio, a mesa de piquenique rangendo sob o peso do meu corpo. Não sou um cara pequeno, e esse é o completo oposto na verdade. Não fui sempre assim, no entanto.

Todo mundo sabe que computadores são a minha coisa e me meteram em problemas mais vezes do que posso contar. Crescendo, fui aquela criança magricela, o nerd na escola que todos gostavam de atormentar. Fui espancado nos corredores, preso em armários, e alvo de piadas por quase todas as crianças na escola. Isso me tornou um solitário, porque se eles não estavam me provocando sobre meus óculos fundo de garrafa, me evitavam por completo, com medo de que se tentassem uma amizade seriam os próximos da lista negra.

O engraçado é que nunca os culpei por se manterem longe. Não queria que se sentissem da maneira que me senti ou ir ao inferno que suportei, e no final, sabia que teria minha vingança contra as crianças que me fizeram tão mal.

Nunca subestime o garoto nerd. Podia não ser capaz de lutar fisicamente, mas quando atletas começaram a ser suspensos da escola por ver pornografia nos computadores da biblioteca e metade da minha classe foi impedida de se formar porque suas notas eram horríveis, saí com um enorme sorriso no rosto e meu dedo do meio no ar.

Minha irmã é a única que sabe o que fiz. Ela teve minha guarda desde os quatorze anos, e depois de anos me vendo voltar para casa com olhos negros e contusões — depois que descobriu o que fiz, tudo o que fez foi me dar um high five e rir.

Danica é sete anos mais velha que eu. Não tivemos um pai e nossa mãe era a mulher mais brilhante, incrível, linda e amorosa. Mesmo como mãe solteira, ela fez com que tivéssemos todo o necessário, trabalhando em dois empregos, e lutou para sermos as melhores pessoas que pudéssemos todos os dias de sua vida. Infelizmente, ela perdeu a vida para o câncer de mama muito cedo. Nunca houve um dia onde não questionei se ela está orgulhosa do homem que me tornei.

Sou um criminoso, tornei-me um com o tempo, machuquei pessoas, e tenho manchas de sangue em minhas mãos que são um lembrete permanente da minha lealdade com os Brothers by Blood. Teria ela olhado para o outro lado? Virado as costas e se chateado com a pessoa que sou? Ou será que entenderia e veria o amor e o compromisso que tenho com essas pessoas, um reflexo do modo como ela me criou?

Dani desistiu de tudo, seu excelente trabalho em Nova Iorque, para voltar para casa e cuidar de mim para que eu pudesse terminar a escola. Devo a ela minha vida, minha educação e sanidade por não permitir ao tribunal que me colocasse no sistema.

Vejo muito dela em Sugar.

Enquanto alguns dos irmãos criticam sua opção por não retornar, e de certa forma, também discordo por manter Optimus longe de sua criança, mas sei que ela fez o melhor com o que tinha na época e sua prioridade era Harlyn. Ela não estava acostumada ao nosso mundo, ela não sabia sobre como funcionava. Tudo o que viu foi perigo e derramamento de sangue. Então desistiu de sua vida aqui, sua família e Optimus, a fim de colocar Harlyn em primeiro lugar.

Não posso porra discutir com isso. Na verdade, admiro-a por ter força para tomar essa decisão. Não deve ter sido fácil construir uma vida em outro lugar, sozinha.

É outro lembrete de quão forte pra caralho ela é.

Uma mulher com esse tipo de força ao meu lado... porra.

“O almoço está pronto!” A voz profunda do meu presidente diz do pátio, fazendo-me congelar. E lá está, o lembrete de por que não posso tê-la.

Optimus deixou bem claro que quem tocar Sugar, perde o colete.

O clube é minha vida, minha família.

Mas Sugar é todo o caralho que quero numa mulher. E Harlyn? Porra! Essa garota é especial.

Ignoro a dor em meu peito quando me viro e vejo o homem que me pegou e colocou sob sua asa, dando-me a mais incrível família que poderia desejar — uma família que não posso ficar longe.

“Sim, Prez. Sem problemas."

 

Capítulo dois

SUGAR

 

O clube de campo em Helensville é vasto e impressionante, para dizer o mínimo. A grama impecável do campo de golfe, com homens e mulheres em trajes brancos rindo, enquanto bebem margaritas ao sol. Estive lá mil vezes, mas a cada vez que piso no chão, nunca deixo de me sentir inferior e fora de lugar.

Lambendo os lábios secos, ajusto minha roupa - a camisa de seda rosa pastel e uma calça social preta, que eu mesma fiz. Uso um par de sapatos de salto agulha, sabendo que minha preferência normal de chinelos ou sapatos baixos teria me fechado as portas instantaneamente, não importa qual nome tenha.

O zumbido alto de uma Harley parando no estacionamento ao meu lado não é surpresa, e olho para ver quem teve a alegria de me seguir hoje.

Leo tira o capacete e sorri ao desligar o motor. “Precisa de mim para entrar?”, ele pergunta examinando o grande edifício atrás de mim.

“Tenho certeza que eles não deixam ralé como você entrar.” Sorrio.

Leo gargalha. "Isso é uma vergonha. Talvez algumas dessas senhoras pode estar precisando de um pouco de tempero em suas vidas.”

Rio e viro a cabeça para as portas da frente, dizendo por cima do ombro, “Vou deixá-las saber que está aqui apenas no caso de decidirem fazer um passeio pelo lado selvagem.”

Seu profundo riso me enche de coragem quando abro as portas e entro. Os rapazes do clube foram incríveis desde que chegamos, nunca reclamando de ter de nos seguir, e sempre dispostos a animar o humor de Harlyn enquanto ela se esforça para descobrir tudo o que pode sobre a fraternidade.

A senhora atrás da recepção fez questão de me dar uma óbvia olhada, antes de voltar para o computador. “Como posso ajudar?” Ela pergunta com uma ligeira zombaria.

A noção de que ela já me rebaixou, mesmo que eu fiz um esforço para me fazer apresentável, é quase suficiente para me fazer abandonar a missão. Mordo a língua, lutando contra o impulso de dizer à mulher mais velha quão desatualizado seu senso de moda é, e como sei que a camisa que ela usa saiu direto do Walmart.

Em vez disso, belisco a palma da minha mão e respiro fundo antes de responder: “Meu nome é Su... quer dizer, Anna Sulivan. Estou aqui para ver meus pais, Judy e Martin Sulivan.”

Isto faz suas orelhas se levantarem e as costas endireitar quando ela vira para mim e mais uma vez me olha de cima a baixo. “A única filha que já veio visitá-los é Eva. Não consigo lembrar de conhecê-la...” ela deixa as palavras suspensas no ar como se tivesse me pego numa terrível mentira.

“Então deve ser nova aqui, querida.” Sorrio, esperando que as palavras vão irritá-la.

Sucesso!

Ela estreita os olhos que estão arregalados atrás das lentes de vidro grosso e levanta da cadeira, contornando a mesa. “Eles estão na sala de jantar. Vou levá-la.”

Sorrindo, estendo a mão, gesticulando para ela liderar o caminho. “Oh, isso será ótimo, obrigada.”

Ela não confia em mim, e acho engraçado quando segue pelo corredor comigo atrás como se ela fosse algum tipo de carcereira pronta para me trancar e jogar a chave fora. Passamos pelo restaurante até que finalmente avisto meus pais em seu estande favorito no canto da sala. Judy e Martin Sulivan são observadores. Bem, não, são mais do que isso. Eles não gostam de apenas ver, eles gostam de julgar.

Crescendo, minha irmã e eu pensamos nisso como uma espécie de jogo. Enquanto meus pais riam sobre quem estava com quem, e se alguém comia um hambúrguer em vez de uma salada ou mastigava com a boca aberta, Eva e eu observávamos as roupas das pessoas e discutíamos o que estava certo ou não e quem ganhava os prêmios de mais bem vestidas.

Não foi até que fiquei mais velha que percebi quão crítico meus pais eram e como esse hábito nojento passou para nós. Tremo quando paramos em frente à mesa dos meus pais. O cabelo loiro com permanente da minha mãe faz meu coração parar enquanto espero que eles reconheçam nossa presença.

“Desculpe-me, Sr. e Sra. Sulivan, mas parece que tem um visitante,” a senhora diz a contragosto, se afastando para avaliar como eles vão me receber.

Pego os olhos do meu pai primeiro, e por um breve segundo, um turbilhão de emoções começa a cruzar seu rosto. Elas variam de surpresa para alívio, graças a Deus. Mas logo somem.

Minha mãe tosse enquanto tenta engolir um gole do vinho caro, sua mão indo para a garganta. “Anna?”

Com o óbvio reconhecimento, minha carcereira dá uma bufada forte e gira nos calcanhares, voltando para a sala de jantar. Boa viagem.

Trocando o peso de pé, fico sem jeito na borda da mesa, sem saber o que fazer ou dizer.

“Hum ... gostaria de sentar?” Meu pai finalmente diz, e um suspiro de alívio deixa meus pulmões enquanto deslizo para dentro da cabine ao lado dele. Uma parte minha quer abraçá-los e permitir que seu calor me envolva. Mas essa não é a aura que estão emitindo. Não é a mesma de quando eu era jovem, e meu pai me puxava para debaixo de seu braço e contava histórias sobre seu dia no tribunal. Ou quando minha mãe me levantava no balcão da cozinha, assistindo com temor nosso chef privado misturar e criar as mais magníficas sobremesas e doces.

Essas são as coisas que lembro sobre meus pais. Embora nossa vida em casa não seja o que chamaria de normal. Ainda há momentos íntimos, pedaços do meu passado que lembro e me fazem ver que um dia eles realmente se importaram.

Eles podem ser esnobes que gastam dinheiro como se fosse confete, mas amavam minha irmã e a mim e queriam que crescêssemos membros bem-sucedidos da sociedade, só que não qualquer sociedade, mas a deles.

Infelizmente, eu falhei, destruí seus sonhos e, essencialmente, pisei neles. O calor dessas memórias se foi, e agora em seu lugar estão duas pessoas que parecem quase com vergonha de me ter na mesma mesa que eles.

Sou a filha sobre a qual não falam, a filha que foi entregue para outra pessoa na esperança de que me tornasse alguém. Seu pequeno segredo sujo, isso é o que me tornei.

Sentar ao lado deles é quase doloroso. É como se um frio me envolvesse, e é neste momento, que sei que o resultado disto não será o que tão desesperadamente desejo.

“Quando... você hum... voltou?” Minha mãe pergunta educadamente enquanto empurra a comida pelo prato. É uma salada, claro. Uma senhora não se atreve a comer qualquer coisa em público que possa fazer bagunça.

“Alguns dias atrás,” respondo, brincando com minhas mãos debaixo da mesa.

“Oh,” ela diz, balançando a cabeça enquanto coloca uma pequena folha alface na boca.

Meu pai limpa a garganta quando coloco a faca e o garfo na mesa. “Será que Peter sabe que está em casa?”

Meu estômago torce, esperava pelo menos alguns momentos com eles antes que o nome levantasse sua cabeça feia. “Não, e ele não precisa saber.”

O rosto da minha mãe torce desagradavelmente. “Ele é seu marido, Anna. Você escondeu-se por quase seis anos. Ele merece saber que está de volta, de modo que podem sentar e..."

“Não vamos sentar para fazer qualquer coisa” sussurro acentuadamente, precisando que me ouçam, mas ao mesmo tempo, no fundo da minha mente não querendo os desrespeitar. Reviro meus ombros novamente enquanto eles observam, em choque, minha explosão. “Peter e eu não temos nada para discutir. Nós não funcionamos. Não devemos ficar juntos. Isso é tudo."

“Oh, Anna. Pare de ser dramática e lembre-se do que este homem fez por você”, minha mãe ralha enquanto meu pai continua a desfrutar de seu grosso bife malpassado. “Houve problemas, mas você amadureceu, e a coisa madura a se fazer é sentar e discutir seu relacionamento como adultos civilizados.”

Eles esqueceram, são completamente ignorantes a Peter e ao homem que vive por trás da máscara. Não fico zangada com eles por não saber. Acho que a culpa é minha por nunca contar, assumindo que iriam optar por tomar seu lado sobre o meu.

Quanto mais penso sobre ele, mais doente me sinto. Preciso terminar isso e ter a resposta que preciso para sair de cabeça erguida, e nunca mais me questionar.

“Quero saber se querem encontrar minha filha, Harlyn.” Finalmente consigo cuspir. Quando as palavras saem, sinto como se estivesse liberando algum tipo de peso dos meus ombros.

Vejo o olhar que compartilham e isso diz mais do que quaisquer palavras poderiam.

Não, eles não querem conhecê-la.

Não, eles não querem que ela seja parte de suas vidas.

Não, ela não é boa o suficiente.

Isso me irrita, me enche de desgosto que possam facilmente ignorar uma criança. Uma menina linda que nunca terão qualquer contato ou fotos, mas que é essencialmente parte deles.

Meu pai engole, pegando o guardanapo e limpando a boca antes de colocá-lo de volta no colo. “Filha?” Ele está tentando engolir a surpresa, posso dizer.

“Quantos anos ela tem?” Os olhos de minha mãe me encaram com desconfiança, seu corpo ainda congelado.

Respiro fundo. “Quase seis.”

Seus olhos se arregalam, obviamente, não precisando de muito tempo para fazer as contas.

“Anna! Você manteve uma criança longe de Peter? Pensei ter te educado melhor” ela sussurra enquanto seus olhos percorrem a sala para se certificar de que ninguém pode ouvir.

Ajusto meus ombros e levanto o queixo. “Você fez, e é por isso que ela não é filha dele.”

A mão da minha mãe voa para o peito, agarrando a camisa delicada de chiffon preto como se seu coração fosse parar a qualquer momento.

A boca de meu pai abre, mas ele não diz nada.

“Como... como pode ser tão vergonhosa!”, ela engasga. Mas não há decepção em seus olhos. Não. Com a decepção posso lidar. Em algum momento, durante nossa infância, todos tomamos más decisões que desapontaram nossos pais, mas elas são rapidamente resolvidas ou esquecidas. Aqui não é um desses momentos. Não. O olhar nos olhos de minha mãe é de vergonha completa e constrangimento.

“Pense sobre essa criança. Como vai cria-la sozinha e dar tudo o que precisa? Como pode ser tão egoísta? E se ela-”

“Ela terá tudo o que precisa, porque tem um pai amoroso e uma família incrível” argumento, cerrando os punhos debaixo da mesa.

“Quem?”, ela pergunta.

Não respondo, olhando diretamente em seus olhos, o meu levemente estreito, desafiando-a a juntar os pontos em sua cabeça e chegar a uma conclusão.

"Deus me ajude! Não me diga que é com o lixo motociclista que via? Pensei ser apenas uma fase, uma rebelião estúpida até que sossegasse.”

“Eles não são lixo,” rebato, batendo a palma da mão sobre a mesa.

Meu pai aproveita esse momento para intervir. Seu tom calmo não faz nada para diminuir a tensão entre nós. “Peter foi muito gracioso durante os últimos anos, Anna. Ele nunca expressou qualquer coisa além de desgosto e tristeza por sua decisão de se afastar do casamento...” abro a boca para falar, mas ele me cala, erguendo a mão o que só faz o meu corpo queimar de frustração. “Não podemos ser vistos incentivando tal comportamento, até que tenham discutido seu relacionamento e decidido como avançar.”

“Não haverá avanço,” digo com desgosto. “Você não tem ideia de quem esse homem verdadeiramente é, e não há maneira no inferno que coloque minha filha ou a mim perto dele.”

Minha mãe recua na cadeira, horrorizada com minhas palavras.

Senhoras nunca falam de seus maridos em tais formas, nunca em público de qualquer maneira.

“Anna!”, ela me repreende.

Saio da mesa, ambos me encarando com olhos arregalados. “Se vão escolher o lado dele, tudo bem. Mas saibam, estão perdendo um relacionamento com uma menina surpreendente, inteligente e linda.”

Posso ver as pessoas ao meu redor em outras mesas girando e começando a olhar. Os olhos de minha mãe vão de um lado para o outro quando ela percebe que estamos nos tornando o centro das atenções na grande sala de jantar.

Ótimo.

Por uma vez eles serão os julgados e parecerão indignos. Pela primeira vez, saberão o que é não estar no topo.

Talvez seja isso que precisam.

“Minha filha, sua neta, tem uma família incrível. Uma que não se importa de onde ela vem. Uma que é cheia de falhas e um pouco louca, mas que daria a vida para mantê-la feliz. Eles não são ricos, famosos, ou íntegros cidadãos, mas deram-nos mais do que precisamos. Ela vai crescer e se tornar algo importante, sem você, sem seu nome, e sem seu dinheiro.” Com isso viro e começo a caminhar em direção à porta, olhos me seguem, alguns divertidos outros horrorizados.

Mantendo minha cabeça em pé, forço os ombros para trás, mesmo quando meu corpo treme, e não paro até alcançar meu carro. Não vou deixá-los me afetar ou derrubar.

Harlyn não precisa deles. Tudo o que disse é verdade. Ela tem um clube cheio de tios e tias, e uma família que a vê como a menina mais preciosa da terra. Ela tem tudo o que precisa.

Então, por que dói tanto?

“Você está bem?”, a voz de Leo é rouca, tirando-me dos pensamentos.

Balanço a cabeça, tirando os saltos e os jogando no banco de trás. “Não sei porque esperava um resultado diferente. Sabia que seria desta maneira, mas ainda não pude me impedir.”

Ele esfrega a barba. “Esperar pelo melhor, mas conhecendo o pior. Não há nada que eles têm que você ou Harlyn precisem, querida.”

Respiro fundo, exalando lentamente. "Eu sei…"

“Não está chateada porque você ou Har estão fora. Está chateada porque sabe que não há como voltar atrás. Está feito. Antes não tinha tanta certeza, porque não sabia ao certo o que diriam, e agora é definitivo. Eles estão fora de sua vida. Está acabado."

Suas palavras fazem sentido. Se eles não querem saber de Harlyn, então não há nenhuma razão para estarem na minha vida por mais tempo. Com ou sem pais. Agora sou somente eu, e protegerei minha filha de qualquer coisa que possa machucá-la inclusive deles.

"Eu só quero ir para casa."

Leo sorri. “Vamos para casa então.”

 


Quando dirijo de volta para o clube, não consigo parar as poucas lágrimas perdidas que escorrem por meu rosto. Nem tenho certeza do que esperava quando me aproximei dos meus pais para que soubessem que estou de volta. Acho que uma parte do meu coração se perguntou se sentiram minha falta, ou se pensaram em mim. Houve uma pequena parte que desejou que tivessem, apesar de nosso passado e das opiniões diferentes sobre o que é importante na vida.

Eles escolheram sua reputação ao longo do nosso relacionamento há muito tempo. Dinheiro e importância vem primeiro. Sua filha, que os ajudou durante um dos momentos mais negros de sua vida, foi esquecida.

Não vou me afogar em mágoa ou criticar suas escolhas. É quem eles são e o que me fez a mulher que sou hoje. A forma como fui criada me forçou a tomar minhas próprias decisões sobre a vida.

É isso que quero ser quando crescer?

Ou será que tomarei uma decisão consciente para mudar meu caminho?

Embora tenha escolhida a última, ainda sinto uma pontada no coração, sabendo que essas pessoas, que eu amo e que me criaram, não podem me aceitar como uma pessoa independente. Ou afastar seu desdém por quem sou, de modo a ser parte da vida de sua neta.

Pensei estar em acordo com isso há muito tempo, mas não, estupidamente imaginei um mundo onde mudaram de ideia. Respiro fundo várias vezes ao parar no complexo do Brothers By Blood e enxugar as lágrimas. Olhar para o edifício me ajuda a reunir força. Há pessoas lá dentro que amam a mim e a Harlyn incondicionalmente, mesmo que não haja nenhuma ligação de sangue entre nós.

Eles não se importam. Eles ainda nos colocam em primeiro lugar, amam e protegem como se fossemos seus. E isso fala mais alto do que duas pessoas que não podem ignorar seus problemas para me aceitar.

Não vou deixá-los me arrastar para baixo.

Não vou deixá-los nos arrastar para baixo.

 

Capítulo três

Wrench

 

Há algo seriamente suspeito acontecendo nessa besteira com Anthony DePalma. Nada bate e não conseguimos descobrir o que tem a ver com Chelsea, e por que estão tão obcecados por sua relação com Optimus.

Claro, meu presidente idiota está fazendo o que faz de melhor. Afastando-a e causando uma briga entre eles. Todos podemos ver e sentir a tensão dentro do clube, mas ele não admite. A culpa que carrega por causa de seu passado vai continuar a levá-lo a tomar decisões de merda. E a única coisa que mudará isso é algo catastrófico acontecer. Então, pode ser tarde demais para ele ver seus erros.

Saio para o pátio, precisando desesperadamente esticar meus membros e dar a meus olhos doloridos uma pausa do computador. Op me mandou pesquisar tudo e qualquer coisa que puder, encontrar até mesmo o menor pedaço de informação para resolver o enigma.

Eu sou bom, porra de ótimo no que faço, mas, infelizmente, sou um homem, e pesquisar sozinho através de arquivo depois de arquivo e e-mail após e-mail, está levando muito tempo.

Vejo Sugar sentada do outro lado do pátio numa mesa com Chelsea e caminho até lá, apreciando a forma como o sol bate nas minhas costas depois de estar enfiado no meu quarto por tanto tempo cercado pela escuridão. Meu corpo começa a zumbir quanto chego mais perto delas. Bem, quanto mais perto chego dela.

Vi Sugar esta manhã, enquanto pegava algo para comer, ela pegava açúcar na cozinha, segurando uma caneca de café nas mãos e olhando o espaço. Ela contou que iria ver seus pais hoje e dizer-lhes sobre Harlyn. Mas pude ver que ela estava nervosa. Sugar sabia que sua reação não seria de alegria, mas desejei em silêncio que eles fossem imparciais e não agressivos.

Sugar vem do dinheiro, mas você nunca diria. Ela segura-se com força e equilíbrio, mas não há nada esnobe ou tenso sobre isso. Ela sabe quem é, e não tem medo de lutar por esse fato. Ela também não tem vergonha do clube ou das pessoas nele, apesar de ter sido criada entre algumas das mais chiques e poderosas pessoas da cidade.

“Como foi a visita?” Ambas as meninas pulam ao som da minha voz, a mão de Chelsea indo diretamente para seu coração.

“Jesus Cristo” ela exclama, inalando profundamente.

Coloco minhas duas mãos sobre a mesa e abaixo a cabeça. Os lábios de Sugar levantam um pouco quando ela me olha, antes de voltar a atenção para a mesa. Meu pau se agita por saber que ela está afetada com minha presença. Quanto mais tempo passo ao redor dela mais à vontade ela se torna.

Parte de mim quer que ela se solte, mas a outra gosta da forma como ela cora quando ouve minha voz. Sei que ela está lutando contra a atração entre nós e eu também deveria. Disseram-me para ficar longe. Optimus deixou bem claro para todo o clube. Mas quando ela está perto, é como uma batalha que sei que não posso ganhar.

“Como era de se esperar. Acredito que as palavras 'nojento', 'vergonhoso' e 'lixo motociclista foram usadas.” Ela tenta falar como uma piada, mas pela forma como seus ombros caem, posso ver que a magoaram mais do que ela achou que iria. “Não sei porque pensei que contar sobre sua neta os faria agir diferente.”

Cerro a mandíbula e mordo a língua, sabendo que se começar a falar, perderei os limites. Ela ignora a fúria em mim enquanto fala com Chelsea sobre seus pais, e como se tornou ligada ao clube.

“Esses caras, eles não são falsos. Eles não fazem nada para impressionar.” Ela lambe os lábios, um sorriso se contorcendo no canto de sua boca perfeita. “Eles são o que são, e foda-se... se não gostar.”

Chelsea ri e concorda com a cabeça, e não posso deixar de sorrir quando seus olhos passam para mim nervosamente.

“Não é verdade?” Chelsea ri.

“Então, eles nem sequer querem conhecer Harlyn?”, pergunto, meu tom claramente cheio de aborrecimento.

Um riso estridente nos tira da conversa, enquanto vejo a batalha de Blizzard com Harlyn por cima do ombro, ameaçando fazer cócegas se ela não lhe der a localização do sorvete.

“Nunca!”, ela grita, rindo ainda mais

Tenho que admitir algo sobre a criança: ela tem todos nós em seu dedo mindinho. Ela é uma surpreendente juíza de caráter para alguém tão jovem. Enquanto Blizzard e Optimus foram os únicos a passar tempo com ela ao longo dos últimos cinco anos, no instante em que entrou no clube, ela soube, sem dúvida, que poderia confiar em cada motociclista malditamente assustador neste lugar. Ela se tornou uma princesa, e sabe o quê? Nenhum de nós liga nem um pouco.

“Harlyn tem tudo o que precisa. Não importa se querem conhecê-la ou não,” Sugar murmura ao se levantar. Seus olhos focados na menina que é seu mundo, e rapidamente está se tornando uma parte importante do meu. "Ela está feliz."

Quando passa por mim, indo para o pátio onde Harlyn e Blizzard continuam sua épica batalha, coloco a mão em seu ombro. Ela me encara, nossos olhares se conectando. Posso ver tristeza dentro dela, uma emoção que ainda sinto-a exalar, da mulher que sempre exala apenas emoção e força. Com um simples aperto da minha mão, ela abaixa a cabeça, reconhecendo minha demonstração de apoio antes de correr gritando por Harlyn pelo quintal.

“Sabe que Optimus vai matá-lo, certo?” Chelsea adverte em voz baixa.

Mas nessa fase, não me importo.

Se Sugar precisa de mim, eu porra estarei lá para ela.

Não importa o que.

“Algumas coisas valem o risco” murmuro antes de virar e ir embora.

Sim, algumas coisas valem o risco. E sei que estou prestes a me jogar no fundo de uma piscina cheia de merda, mas não me importo. Se me afogar irá mantê-la à tona, é exatamente o que farei.

 


“Tem algo que podemos usar?” Op pergunta quando entro. Op está sentado no bar, com os olhos voltados para onde Chelsea ainda está do lado de fora, um leve sorriso em seu rosto enquanto ouve o riso e alegria que Harlyn trouxe ao clube. É uma pausa agradável da tempestade de merda em que estamos.

Acho que todos esperamos sermos atingidos com algo tão forte que vai tirar nossa estabilidade. Não é incomum ter perigo rondando o clube, mas também não esteve tão louco faz um bom tempo. Não quando se está olhando constantemente sobre o ombro esperando alguém pronto para explodir sua maldita cabeça. Nós estamos na borda e afundando rapidamente.

Balanço a cabeça. “Desculpe, homem. Estou tentando. Mas há um monte de merda para ver, e sou apenas um cara. Os lugares que estou tentando entrar, têm servidores seguros. No momento em que entro, e eles veem que estou lá, tenho que recuar e começar de novo.”

Ele esfrega o rosto, finalmente, voltando o olhar para o meu. “Aprecio as longas horas que está trabalhando. Sei que não é fácil e pode ter impacto na sua condicional.”

Encolho-me. “O clube vem primeiro, cara. Não se preocupe com isso.”

Ele está certo! Se eu for pego mexendo em registros do governo novamente, não haverá somente uma multa de duzentos dólares. Estarei por um longo período na prisão. Ainda estou em condicional por uma merda que puxei anos atrás. Fui pego com arquivos confidenciais no meu computador que o governo torceu e fez parecer como se fossem de atos terroristas contra o país.

Esse não era o caso.

Outro capítulo me pediu para procurar um cara que queria ser prospecto. Echo, o presidente do clube, teve suas suspeitas sobre a história do cara e estava com um palpite de que ele era um agente secreto trabalhando para o FBI. Acontece que seu palpite foi certeiro e não cobri meus rastros rápido o suficiente. Uma porra que nunca deveria ter deixado acontecer. Mas não teve solução quando o clube o confrontou com o que descobri, ele iria lutar e, por sua vez, o clube teve que responder.

O clube inteiro poderia ter sido derrubado, o nosso e o deles.

Mas depois de fazer um acordo judicial, onde admiti agir sozinho, e o fato de que nunca tive qualquer contato com o agente, eles me multaram e deixaram arquivar a investigação, ou assim dizem.

Fazem três malditos anos.

Não é a primeira vez e provavelmente não será a última. Mas o problema é que tenho uma liberdade condicional de dez anos, uma onde jurei não possuir um computador nem usar minhas habilidades novamente. O juiz disse que sou um risco para a segurança nacional.

Foi proibido de hackear.

É quase risível que pensaram de alguma forma poder me fazer cumprir essa merda. No dia que eu saí, comprei um sistema inteiramente novo.

O clube precisa de alguém que possa fazer merda que outras pessoas não podem. Que pode encontrar a informação mais valiosa que esses bastardos pensam estar escondendo, e usá-la para nos proteger.

Então foda-se a lei, se isso significa fazer o que é melhor para meu clube e meus irmãos. Tempo na cadeia vale a pena. Sempre me faz rir quando penso sobre como os meninos escolheram seus nomes de estrada. A maioria dos meninos no clube são bons com motores, motos ou carros. Eles cresceram em torno deles ou são autodidatas, é parte da razão pela qual se apaixonaram por ser um membro do clube.

Eu embora, sou bom com as mãos de outras maneiras. Dê-me um computador e meus dedos se movem sobre as teclas mais rápido do que qualquer pessoa normal pode acompanhar. Dê-me um conjunto de ferramentas, e não posso sequer nomeá-las ou dizer para que são usadas.

Quando era prospecto, um dos membros exigiu que eu o ajudasse a arrumar uma moto. Sendo um bom prospecto, simplesmente concordei, pensando que não poderia ser tão complicado.

Eu estava errado.

No minuto que ele me pediu para pegar uma chave inglesa, fiquei ali, olhando a caixa de ferramentas por uns bons cinco minutos antes dele perceber que eu não tinha ideia do que estava fazendo. Em seguida, ele prontamente me chutou da garagem e me disse para mandar alguém que soubesse o que fazer.

Infelizmente, todo o clube achou meu erro hilariante e a partir daí o nome pegou1.

“Quer uma bebida, Wrench?” Ham pergunta de trás do bar, bem quando Sugar passa pela porta, a cabeça inclinada para trás enquanto ri.

Limpo a garganta enquanto assinto. “Sim, eu quero uma...”

Uma explosão sacode o edifício, paralisando Optimus e eu por um segundo. A cerveja que ele tem na mão cai no chão. Seguro com força a barra do bar, tentando me equilibrar enquanto minha mente analisa através da confusão. Pode ter sido apenas segundos, mas pareço estar congelado lá para sempre, incapaz de lutar contra o zumbido em meus ouvidos. Isso é até os gritos de Harlyn cortarem o ar, e Blizzard correr através das portas do pátio com a criança sobre o ombro e um braço puxando Sugar.

“Leve-as para meu quarto”, Op diz correndo para a frente, verificando-as rapidamente e dando um leve beijo na cabeça de Sugar.

Cerro os dentes, mas não há tempo para ter ciúmes. “Wrench! Arrume armas. Precisamos ver o que está acontecendo”, Op grita por cima do ombro.

Meus olhos se movem pelo corpo de Harlyn e Sugar, buscando qualquer lesão, antes de eu virar e saltar por cima da barra, Ham me entregando uma espingarda já carregada.

Aperto seu ombro. “Bom trabalho, garoto.”

Irmãos correm pela escada, saltando três ou mais degraus de cada vez, armas já em mãos, preparados para a guerra. Blizzard orienta as meninas enquanto Neil passa pelas portas abertas, respirando pesadamente com uma Chelsea mole por cima do ombro.

Optimus entra na frente, levantando o queixo e segurando seu rosto. Seus olhos estão abertos, mas ela está em transe.

Outra explosão menor nos faz assumir posições defensivas, e Optimus salta em direção a porta da frente como se fosse a porra do Exterminador ou algo assim, tomando o rifle de Leo quando anda e coloca-o na mira. Um chute de sua bota pesada faz a porta se abrir.

Avanço às pressas, me perguntando se terei tempo para puxá-lo do caminho antes de uma chuva de balas atingir seu corpo, mas nada vem. Em vez disso, o crepitar do fogo é o único ruído enchendo o ar, e quando vou atrás do meu presidente, meus olhos vasculham a rua à procura do inimigo. Posso sentir o calor intenso que parece irradiar da árvore através do parque.

Onde o carro de Chelsea deveria estar.

E agora tudo o que resta é uma massa carbonizada, quase além do reconhecimento.

A merda acaba de ficar séria.

 

Capítulo quatro

Sugar

 

Harlyn está roncando ao meu lado, mas quase não noto o ruído suave, minha mente ainda se recuperando dos acontecimentos de hoje. Sento na beira da cama, olhando para a luz que começa a desvanecer contra as cortinas antes de lançar o quarto na escuridão.

Recebo-a esperando que por milagre uma vez que a escuridão caia, eu finalmente seja capaz de fechar os olhos e dormir sem ouvir os gritos da minha criança assustada, encolhendo-me à medida que perfuram meus tímpanos. Os gritos de Harlyn são como algo saído de um filme de terror, e, sem dúvida, me assombrarão por um longo tempo. Nunca a vi ou senti tão assustada em toda a vida. Mesmo quando tinha três anos e quebrou o pulso, não muito mais que um gemido deixou sua boca. Ela é uma criança forte, às vezes um pouco forte demais. Quero que ela seja confiante e independente, mas também preciso que ela saiba que não é invencível.

Estendo a mão e abro a gaveta ao lado da nossa cama, buscando até encontrar um pequeno saco. Lentamente o abro, esperando que o barulho não acorde minha filha. Absorventes estão lá, um disfarce inteligente. Buscando debaixo deles, solto uma respiração calmante quando meus dedos tocam o pequeno recipiente de comprimidos na parte inferior.

Você não precisa delas.

A voz é suave, mas fraca. Infelizmente, foi dominada pela aceleração do meu coração e a neblina que cobre minha mente.

Eu preciso de algo.

Abrindo o frasco, pego uma pequena pílula na mão antes de colocar o recipiente quase vazio de volta em seu esconderijo. Agarrando o cobertor com uma mão e a pílula com a outra, me ancoro quando cada parte da minha mente me diz para não fazer. Optimus prometeu que voltar significava estarmos seguras, mas me sinto tão longe disso no momento. Há coisas que preciso considerar, não apenas este perigo, mas outros problemas que Op e o clube ainda não estão cientes. Arrisquei muito voltando, mas cheguei a um ponto onde preciso considerar o que é melhor para Harlyn e parar de ser egoísta.

Uma batida suave na porta tira-me da batalha interna. Meu corpo treme quando coloco a pílula embaixo do travesseiro. Ela escorrega dos meus dedos e na pressa, cai na parte de trás da cama. Lágrimas rolam por meus olhos, mas em vez de tentar pegá-la, olho para verificar se Harlyn ainda dorme profundamente antes de sair da cama e ir em direção à porta. Abro um centímetro, esperando ver Optimus, mas em vez disso encontro Wrench parecendo cansado de pé do outro lado. Lambo meus lábios enquanto o observo, seu boné na cabeça mal me deixando ver seus olhos.

“Posso entrar?”, ele pergunta, a voz rouca e áspera.

Ao abrir a porta, dou um passo para o lado e permito que passe, suavemente fechando-a atrás dele.

Seus olhos encaram o corpo adormecido de Harlyn, e vejo seu ombro cair um pouco como se aliviado ao vê-la relaxada e em sono profundo. "Como ela está?"

Sua preocupação óbvia pelo bem-estar de Harlyn aquece meu estômago e traz um sorriso ao meu rosto. Algo que não achei poder fazer depois do que aconteceu. “Ela está bem. Um pouco assustada, mas com todos vocês ao redor não acho que vá durar muito. Ela se sente segura perto dos irmãos.”

"Ela deveria. Sabe que vamos protegê-la... e a você.” Seu olhar é intenso, me queimando como se tentasse transmitir alguma mensagem implícita. "Como está se sentindo?"

A pergunta me pega de surpresa, e por um segundo abro a boca para revelar cada emoção. Meu coração me diz para compartilhar com ele, que me sinto segura e confortável o suficiente para mostrar meus mais profundos e obscuros medos com está simples pergunta. Talvez seja a maneira como seus olhos me encaram, desafiando-me a dizer uma mentira e falar que estou perfeitamente bem. Por alguma razão, sei que ele irá me empurrar, não aceitando nada menos que a verdade, de modo que é o que lhe dou.

“Estou com medo”, digo simplesmente, dando de ombros. “Já estive aqui antes, e sei como é. Mas Harlyn ... ela nunca teve medo de absolutamente nada na vida.”

Mesmo na sala escura, ainda vejo a maneira como seus músculos tensionam quando cerra os punhos. Ele é uma força poderosa, seus ombros largos e braços grossos fazendo meu corpo doer quando os imagino ao meu redor, me segurando, me protegendo.

“Vou lutar com cada respiração que tenho para ter certeza que nada aconteça com ela”, ele diz calmamente.

“Por quê?” A pergunta sai da minha boca antes que tenha um segundo para filtrá-la. Minha curiosidade ganha. Entendo que os irmãos aqui sintam algum tipo de responsabilidade por Harlyn já que ela é filha de seu presidente. É seu dever certificar-se de que ela tenha tudo o que precisa, e dela estar tão segura e feliz quanto humanamente possível. Mas é o tom de sua voz, e a maneira como suas palavras soam mais do que apenas o voto de um irmão, e mais como uma promessa pessoal que me faz questioná-lo.

“Porque ela é parte de você”, ele responde, dando um passo para a frente.

Inconscientemente reajo, dando um passo para trás como você faz quando alguém entra em seu espaço pessoal. Ele para por um momento, e posso dizer que analisa qual será seu próximo passo. Energia vibra no ar entre nós, mas ainda não tenho certeza do que significava ou por que está assim.

Wrench tem sido doce, carinhoso e me apoiou ao longo dos últimos dias. Encontrei-me apreciando a forma como ele abertamente flerta com comentários inteligentes e piadas e não tem medo de mostrar sua atração apesar dos óbvios avisos de Optimus.

Acho meio que legal alguém arriscar ter seu traseiro chutado para flertar comigo e me elogiar. É como se ele estivesse me colocando em primeiro lugar, e Deus, faz um longo tempo desde que alguém, incluindo eu mesma, me coloquei em primeiro lugar.

Tomando um segundo dentro do silêncio, permito que meus olhos vaguem por seu corpo, começando pelo rosto. Metade está coberto, e por algum motivo me incomoda. “Por que sempre usa um boné?”

Ele levanta a mão e agarra a aba, levantando-a por apenas alguns segundos, enquanto corre a mão sobre o cabelo loiro desalinhado. É selvagem e indomável, como se ele tivesse repetido o gesto centenas de vezes por dia. Em seguida, ele vira a aba e colocou-a para trás, de modo que seu rosto está visível.

"Melhor?"

Sorrio. “Isso não responde exatamente minha pergunta, mas sim ... está melhor.”

Ele sorri, o olhar brincalhão em seu rosto queimando através do meu corpo e me puxando. Ele continua de boca fechada, não me dando qualquer explicação, então sigo em frente. Com o pouco de luz que foi deixada na sala, posso agora ver a cor de seus olhos, um tom suave de azul escuro com uma pitada de cinza quando a luz os atinge. Ambos são suaves e ferozes, me prendendo por alguns segundos extra antes de eu conseguir cortar a tentadora conexão.

Sua mandíbula está levemente coberta pela barba. Está assim desde que chegamos, e imaginá-lo com um rosto bem barbeado é quase impensável. Um rosto macio de bebê num homem como Wrench simplesmente não é algo que posso imaginar, não combinaria com sua personalidade.

De repente, quero saber como será quando ele me beijar. Será rústico e arranhado, ou fará cócegas contra meus lábios quando roçá-los em sua mandíbula? Quero saber qual será a sensação da barba percorrendo as partes mais sensíveis da minha pele e os lábios macios amenizando a queimadura que isso causará.

Minhas coxas se apertam, e respiro mais rápido.

Jesus, preciso parar.

Viro, afastando meus olhos, à procura de qualquer coisa dentro da pequena sala que possa focar minha atenção enquanto luto para ter mais ar em meus pulmões.

“Você estava me secando?”, ele pergunta, brincando.

“Não ... Quer dizer, eu não estava.”

Sua profunda risada percorre meu corpo. Parece tão porra de cliché, mas apenas o som instantaneamente traz um sorriso ao meu rosto e meu corpo relaxa. O tom baixo é masculino e me envolve como um casaco quente.

Puxo a barra da minha camisola gigante mudando o peso de pé para pé. “O que está acontecendo lá fora?”

“Não muito, Blizzard arrastou Op para o X-Rated para resolver merda nos negócios, enquanto o resto de nós está tentando arrumar as coisas. Um par de caras levou o carro de Chelsea, tentando descobrir o que causou a explosão.” Ele não está escondendo nada ou tentando proteger-me, dizendo-me que é apenas uma coisa menor e que não devo me preocupar.

Ele é sincero, deixando-me saber que isto é tão grave quanto pensei. Wrench não suaviza a realidade e aprecio isso.

Meu instinto começa a se agitar novamente, e meus olhos se movem sobre minha linda menina que dorme pacificamente. “Talvez seja um erro”, sussurro enquanto caminho até o pé da cama e a olho. “Talvez não devêssemos ter voltado.” Há tantos riscos aqui, os que não posso sequer sonhar, e alguns que estão em meus pesadelos todas as noites.

Posso me sentir ficando nervosa, meu estômago revirando e a mente correndo a um milhão por hora. Inalando profundamente pelo nariz, tentando acalmar minhas emoções violentas quando meus olhos vão até a cama onde a pílula caiu.

Eu quero isso.

Calor envolve minhas costas. Ele não está me tocando, mas com seu corpo tão perto posso senti-lo, sua força, sua energia, o apoio silencioso que dá enquanto contemplo se cometi um erro terrível. O impulso de correr lentamente começa a sumir.

“Você está errada”, ele argumenta, sua respiração quente diretamente em meu pescoço. Eu tremo. Quero virar e perguntar porquê. Discutir com ele sobre como esse não é o lugar de Harlyn. Como não posso esquecer seu olhar ou os sons dos seus gritos de medo quando a explosão aconteceu. Mas ele não me deixa, nem sequer dá um momento para eu me expressar.

“Você e eu sabemos que merda acontece aqui. E há algo acontecendo agora que não posso explicar. O que posso dizer é que você e Harlyn estão envolvidas e que não há nenhum outro lugar nesta terra maldita que seja mais seguro do que onde está agora.” Suas palavras tiram o ar dos meus pulmões. “Nada vai te machucar. Nada vai machucá-la. Porra eu prometo.”

Olho para a frente, incapaz de me mover quando ele usa a mão para afastar o cabelo do meu pescoço. Meus lábios se abrem quando sua boca roça a pele nua do meu ombro onde a camisola escorregou. Não é um beijo, apenas um toque suave, quase fazendo cócegas e me tentando, ao mesmo tempo. Quero ceder, permitir que suas promessas assumam meus pensamentos e me façam sentir como se estivesse a salvo. Infelizmente, Wrench nem ninguém está ciente das outras batalhas que enfrento. Há outras coisas, outros monstros que escondo, aqueles que não são fáceis de escapar, e mesmo eles não podem me proteger.

O clube não é o único que luta com demônios, e não são os únicos que foram enganados por alguém que conheciam. Neste momento, quero desesperadamente contar a ele, pedir ajuda e permitir-lhe cumprir sua promessa. Mas, ao fazer isso, sei que trarei uma nova tempestade ao clube, um novo nível de loucura e pânico, num momento em que já estão lutando para manter a cabeça no lugar.

“Mamãe?” A voz suave de Harlyn força Wrench a recuar e ele coloca espaço entre nós dentro de um segundo. Um movimento respeitoso.

Corro para o lado da cama quando Harlyn senta, seu pequeno corpo tremendo e os olhos se enchendo de lágrimas. “Baby, está tudo bem. Acabou,” digo a ela sentando na cama e puxando-a para meu peito.

“As pessoas más estão tentando nos machucar?”

Meu coração doí quando a aperto mais forte, lágrimas queimando em meus olhos quando olho para onde Wrench de pé, observando em silêncio. Não sei o que dizer.

Posso mentir e dizer que não, que foi apenas um acidente?

Possivelmente. Mas e se acontecer novamente? Então como ela confiará em mim?

“Hey Har,” Wrench diz finalmente, fazendo com que Harlyn olhe para cima, surpresa.

“Oi Wrench”, ela responde com um sorriso suave. "O que está fazendo aqui?"

Avançando, ele senta no final da cama. “Seu pai me pediu para vir verificar você e sua mãe. Como está?"

Ela limpa a garganta antes de responder. Posso dizer que ela não quer admitir que está com medo, mas apenas como Op e Blizzard, ela rapidamente criou um estranho vínculo com Wrench. Ela gosta dele e de sair com ele, e por sua vez, é importando para ela que ele parou um segundo para perguntar como se sente.

“Eu não gostei do ruído”, ela responde, baixando a cabeça. “Todo mundo estava correndo e enlouquecendo. Foi assustador."

Wrench assente. “Você está certa, foi.”

Harlyn inclina a cabeça, olhando para ele. "Você ficou com medo?"

“Um pouco, mas não por muito tempo. Quando tem um susto como esse, sempre sente um pouco de medo, e seu coração bate um pouco mais rápido”, diz Wrench com Harlyn ouvindo atentamente quando ele usa a mão para simular a batida de um coração. “Mas não estou mais com medo.”

Harlyn se inclina um pouco mais perto. "Por que não?"

“Porque vi um monte de desenhos animados,” Wrench responde com um sorriso.

Harlyn ri. “Você é bobo.”

Ele sorri. “Pense comigo, garota. Você já viu Batman perder? Já viu um daqueles caras assustadores derrotar o Superman?” Harlyn ouve atentamente suas palavras, e não posso deixar de sorrir. “Não, porque eles são os mocinhos e os mocinhos sempre ganham. E sabe quem são os mocinhos aqui?”

Um sorriso largo enche suas bochechas. “Papai é um bom rapaz!”

"Exatamente!"

“E você, e tio Blizzard”, ela continua. “Mas vocês não têm superpoderes.”

Wrench engasga dramaticamente. "Tem certeza disso?"

Não posso deixar de sorrir e rir quando Wrench, e Harlyn começam a discutir todo o clube e quem tem superpoderes. Ela se afasta e vai para seu colo enquanto eles discutem se o superpoder de Blizzard tem algo a ver com a visão de raios-X, uma vez que não importa onde ela esconda o sorvete, ele sempre parece encontrá-lo e comer tudo.

“Mamãe, qual é o superpoder de Wrench?” Harlyn pergunta alegremente, ambos voltando sua atenção para mim.

Quando os olhos de Wrench encontram os meus e um sorriso puxa seus lábios, não consigo parar o rubor que se forma em minhas bochechas. Fico grata nesse momento pela iluminação fraca, na esperança de que ele não possa ver o quanto fico afetada por um olhar.

"Eu não sei. Talvez ele seja inteligente, e é por isso que ele tem para ficar de boné o tempo todo, para manter o grande cérebro dentro da cabeça. Ou talvez seja seu ego,” murmuro a última frase em voz baixa, mas pelo sorriso que toma conta de seu rosto, sei que ele me ouviu alto e claro.

“Você tem um cérebro grande?”, pergunta Harlyn, estreitando os olhos enquanto se inclina, como se inspecionando o tamanho de sua cabeça.

Os olhos de Wrench não deixam os meus quando ele respondeu: “Sim! Mas cada parte do meu corpo é muito, muito grande, por isso não parece estranho ou fora de proporção.” O grande sorriso estampado em seu rosto diz tudo, e não posso parar a gargalhada subindo.

“Acho que vocês precisam de roupas de super-herói,” Harlyn diz animadamente enquanto pula do colo de Wrench. “Vou pegar minhas canetinhas e meu caderno de desenho.”

E com isso, minha menina não está mais com medo. Ela sai correndo do quarto com um sorriso no rosto. Harlyn é uma garota esperta. Sei que não há maneira dela realmente acreditar que estes homens têm poderes reais ou lutam contra o crime no tempo livre, mas de alguma forma, apenas falar sobre como cada um deles é especial, e imaginar como irão protegê-la, deu-lhe uma sensação de conforto. O medo não pode ter desaparecido completamente, mas o conhecimento de que sua família são os mocinhos, deu a ela o que precisa para acreditar neles e saber que eles irão mantê-la segura.

“Obrigada”, digo a Wrench com absoluta sinceridade.

Ele dá de ombros. “Ela só precisa de tranquilidade, algo que tenho certeza que Op teria feito. Ele está apenas um pouco preocupado agora.”

Levanto, balançando a cabeça. “Gostaria que ele apenas visse como suas ações estão ferindo Chelsea. Por que ele continua lutando contra as emoções? Se são reais, ele precisa segui-las, e não deixar que toda essa besteira fique no caminho.”

Wrench se levanta e contorna a borda da cama, então ele está em pé na minha frente novamente, a aura em torno dele de repente, tornando difícil respirar. “Às vezes, não é assim tão fácil.”

“Eu sei, mas às vezes, simplesmente é.”

Não tenho certeza de como o mundo mudou naquele instante. O ar na sala, a batida do meu coração, o olhar em seus olhos ... foi nesse segundo que tudo mudou. Uma mão áspera embala meu rosto, levantando meu queixo suavemente, como se eu fosse de porcelana. Até o momento que reúno juízo suficiente para reagir, os lábios de Wrench pressionam fervorosamente contra os meus, um forte contraste com a maneira como sua mão toca meu rosto.

É como se ele não conseguisse decidir se quer ser gentil ou mostrar suas verdadeiras cores e dar-me o homem que sei que ele é. Derreto contra ele. Seu corpo de repente, me engolindo, meu corpo se movendo por conta própria como se houvesse um ímã nos atraindo.

Descobri que não importa como o suave se mistura com a agressividade, o modo como sua boca devora a minha, lutando, desafiando-me a recuar. Enquanto suas mãos traçam padrões ao longo do meu corpo, as pontas dos dedos se arrastam sobre meu pescoço, meus braços, minha cintura, como se ele não pudesse decidir em que lugar quer parar. A queimadura que começou dentro de mim volta. Não incendeia, não é instantâneo e devastador, mas sim lento e tortuoso. É uma exploração do desejo, a necessidade de descobrir algo novo sobre o outro.

Minhas mãos se apoiam em seu peito, minhas unhas arranhando contra o couro do colete do clube enquanto lutamos sem fôlego, nossas línguas girando e enrolando juntas. Sinto-me tonta, mas quando balanço ele me pega, e por um breve momento, realmente sinto que este homem nunca me deixará cair.

Passos rápidos soam no corredor, alertando-nos e forçando nossos corpos a se separarem. Harlyn aparece na porta, segurando seus suprimentos antes de correr para dentro e despejá-los na cama.

Afasto-me, lutando para respirar, meu coração batendo de forma irregular contra o peito. Minhas bochechas coradas, sem dúvida num vermelho carmesim profundo.

“O que foi isso?”, sussurro, esperando que Harlyn esteja distraída demais para ouvir enquanto folheia seu livro, em busca de uma nova página para desenhar.

Olho pelo canto do olho, Wrench ainda me encara, seus olhos brilhando com algo que me diz que ainda não terminou, que este não é o fim.

"Talvez esteja certa. Talvez às vezes sejam simplesmente fáceis”, ele responde enigmaticamente.

“Wrench, desenhe comigo.”

Com uma piscada, ele se vira, ajustamento discretamente à frente das calças quando o faz, não passando despercebido aos meus olhos.

Jesus! O que diabos aconteceu?

 

Capítulo cinco

Wrench

 

“Optimus ... Harlyn e eu estamos enlouquecendo. Estamos trancadas dentro deste maldito lugar fazem dias.” O protesto de Sugar chama minha atenção quando finalmente consigo me arrastar da cama. Tive um turno no X-Rated na última noite e um idiota levou uma faca. Depois que ele ficou bêbado demais, e uma das meninas no bar decidiu dar um fora, ele a atacou e merda aconteceu.

Infelizmente para nós, alguém chamou a polícia antes que tivéssemos a chance de lidar com ele, o que significa que tive de manter o filho da puta estúpido inteiro. Com uma das nossas meninas sendo assassinada há um pouco menos de uma semana, eles usaram a desculpa para passar um pouco mais de tempo no clube do que o normal, tomando declarações de cada pessoa maldita lá dentro.

Era bem depois das quatro da manhã, antes de eu consegui ir para a cama, e mesmo depois de toda essa besteira, o momento de loucura desapareceu, e fui deixado com meus pensamentos totalmente consumidos por Sugar. Ela tem um nome apropriado.

Porra, a mulher é doce.

Tudo o que posso pensar é em usá-la como meu pirulito pessoal, quero tê-la nua e lambê-la da cabeça aos pés. Não sei o que me empurrou sobre a borda na semana passada. Nenhum de nós mencionou o ocorrido, mesmo que fiz questão de passar tempo com ela e Harlyn a cada maldito dia, não importa o quanto me matasse não a tocar.

Estamos tensos agora com Optimus tendo caras em Anthony DePalma, observando-o vinte e quatro horas por dia, bem como Chelsea, agora que ela decidiu se afastar do clube.

Acho que todos nos perguntamos quanto tempo iria levar essa besteira cansar e ela oferecer-lhe uma escolha, tudo ou nada. O que nenhum de nós esperava, era o fato do idiota realmente escolher nada, e deixá-la sair pela maldita porta. Chelsea esteve aqui por quase quatro anos, e nos últimos três eles foram exclusivos.

Puta que pariu.

É uma mancha de grandes proporções.

Agora o bastardo está vagando em torno do clube no pior dos humores, procurando por qualquer razão para ir atrás desse chefão da máfia, só assim pode matar alguém e depois afundar na fossa.

“Preciso de vocês aqui, é o lugar mais seguro”, Op diz a Sugar quando entro na cozinha com eles.

“Harlyn ama aqui, mas a garoto está virando este lugar de cabeça para baixo. Ela está cansada, precisa sair, estimular sua mente para poder realmente estar cansada e dormir à noite,” Sugar revida, jogando as mãos no ar. “Pode tira a cabeça da bunda por um maldito minuto?”

Engasgo com uma risada, mas o som é alto o suficiente para interromper a batalha entre eles e chamar a atenção para mim.

“Não comece”, Op retruca, apontando em minha direção quando se vira e arranca sua xícara da cafeteira.

Sorrio. “Aww, alguém tem o cenho franzido. Preciso chamar Chelsea para que ela possa foder esse mal humor de você?”

“Não force, idiota”, ele avisa, segurando o café como se fosse sua tábua de salvação. Fico surpreso por não ser um copo de uísque, para ser honesto.

“Vou levá-las para meu lugar hoje,” Vejo-me falando ao me encostar na bancada da cozinha de tamanho industrial. “Sabe que é seguro como o inferno lá e há tanta merda para Harlyn fazer que irá satisfazê-la por alguns dias.”

Os olhos de Sugar se iluminam, não tenho certeza se de surpresa ou excitação com o pensamento de sair desta prisão, mas a forma como se iluminam me deixa ainda mais determinado a fazer isso acontecer.

Tenho uma casa fora da cidade, e um monte de terra. Esteve vazia na maioria das vezes, já que gosto de estar aqui com meus irmãos e familiares, em vez de no meio do nada sozinho. É uma casa, mas o clube é meu lar.

A enorme casa tem um lago artificial e ruínas de uma fábrica de concreto onde o clube muitas vezes acampa e faz churrascos no verão. É meio assustador, mas também muito bonito com a mistura de placas de edifício invadidas pela natureza, e agora coberta de grama e trepadeiras.

“Não sei sobre isso ...” Optimus diz, mas posso dizer que ele está considerando.

Revirei os olhos. “Cara, você tem merda o suficiente em suas mãos agora. Como realmente quer que sua ex te chateie e sua filha constantemente entre no escritório pedindo para jogar Monopoly?”

Os olhos brilhantes de Sugar rapidamente se estreitam, e seguro uma risada, é bonito como ela pensa ser intimidante. "Porra! Vamos levar Ham também apenas por segurança se isso te faz se sentir melhor, princesa.”

“Está cruzando uma linha fina, Wrench. A porra da linha fina...” ele rosna, mas não dura muito tempo, e logo ele joga as mãos no ar. "Ok. Mas esteja de volta antes do anoitecer, e te mato se qualquer uma delas volta com sequer um fio de cabelo do caralho fora do lugar.”

Levanto as mãos em sinal de rendição. “É isso aí, chefe.”

Ele olha para mim quando sai da cozinha e vai para sala de jantar movimentada onde metade do clube já está tomando café da manhã.

“Não tem que mudar sua rotina para fazer isso por nós,” Sugar diz timidamente, mas posso ver que está ansiosa para sair deste lugar. Inferno, não a culpo, mesmo eu odeio estar aqui muito tempo, e porra moro aqui por tanto tempo quanto posso lembrar.

“Não é fora do meu caminho”, digo balançando a cabeça e indo para o lugar vazio de Op ao lado da máquina de café. “Não estive em casa para verificar as coisas, por isso será bom voltar e se certificar que tudo ainda está tickety-boo2.”

Sua suave risada me faz olhá-la pelo canto do olho. "Algo engraçado?"

Ela cobre o riso com uma tosse falsa, trazendo a mão à boca. “Uh ... tickety-boo?”

“O que há de errado com tickety-boo?”

Posso dizer que ela está escondendo um sorriso quando se recusa a mover a mão cobrindo a boca. “Nada, absolutamente nada”, ela murmura. “A menos que seja... a fada madrinha da Cinderela.”

“Tenho certeza de que era bippity-boppity-boo”, brinco, tocando a ponta de seu nariz com o dedo, antes de virar e ir para a porta. Sorrio, ouvindo seus passos suaves me seguindo.

“Então agora você é um especialista em princesa da Disney?”

Estalo a língua e sorrio por cima do ombro para ela. “Esse é um segredo que nunca vou contar.”

Sua boca abre e fecha, antes de sua testa franzir. “Não posso dizer se está falando sério.”

Simplesmente rio antes de me virar e sair para o pátio. “Ham”, digo, chamando a atenção do jovem garoto de onde está empurrando Harlyn nos balanços. “Traga Harlyn, vamos para minha casa por um tempo.”

Ele ergue a mão para me dizer que me ouviu, e giro ao redor para encontrar Sugar ainda me olhando para mim com curiosidade. “Sua mente está trabalhando horas extras.”

Ela dá de ombros, mas o canto da boca sobe em sorriso. “Só tentando descobrir se é mais um fã da Branca de Neve, ou se prefere uma loira como Rapunzel. Vamos lá, pode me dizer.”

Meus olhos percorrem a área em torno de nós quando dou dois grandes passos até que nossos corpos estejam separados por apenas alguns centímetros de ar. Abaixo minha cabeça, meus lábios roçando o lóbulo de sua orelha. Sua respiração instantaneamente acelera e meu pau estremece em resposta. "Rapunzel. Todo aquele cabelo ao vento em torno de meu punho enquanto a pego... mmm...” levanto a mão, puxando alguns fios de seu cabelo. Quando recuo, ela lambe os lábios, e um tremor visível percorre seu corpo.

Ela limpa a garganta, finalmente encontrando voz depois de alguns longos segundos. “Descobriu uma maneira de transformar princesas da Disney em algo sujo.”

“Não faça perguntas que não quer saber as respostas, pirulito,” digo com uma piscada.

Ela bufa. "Pirulito?"

“Sim, sabe, uma coisa açucarada que você lambe? Seu nome é Sugar ... Quero-”

Antes que possa terminar a frase, Harlyn corre através das portas do pátio e bate em minha perna. Consigo agarrá-la antes que ela tropece, e a pego no colo.

“Estamos realmente indo para um lugar que não é aqui?”, Pergunta ela com tanta excitação que suas palavras parecem quase insulto juntos.

Rio. “Sim, criança. Pegue seu maiô e alguns bons sapatos, temos exploração a fazer.”

“Maravilha”, ela exclama, saltando de meus braços e no chão. Lentamente me acostumei com a garota apenas atirando-se de alturas, ou saltando de uma pessoa para outra, sem qualquer medo ou aviso. Sugar estava certo, a parte audaciosa dela é forte e essa porra me deixa nervoso.

Harlyn decola até a escada com Ham atrás dela.

“Talvez deve trabalhar nesse apelido”, diz ela, finalmente, batendo no meu peito. “Ou ficar com Sugar antes de se envergonhar.”

“Vou pensar em alguma coisa, não se preocupe, pirulito”.

Sua risada enche a sala enquanto se ir para as escadas. “Vou me vestir e pegar minhas coisas enquanto pensa em algo.”

Eu irei. Ela pode contar com isso.

O clube sempre a conheceu como Sugar. Um apelido que Optimus deu-lhe a primeira vez que se encontraram, um que ficou preso. Para todos aqui, é o que ela sempre será, mas essa parte de homem das cavernas de quer uma parte dela que possa chamar de minha. Algo que, quando vier para ela, seja meu.

Soa estúpido.

Porra! Eu sei que soa estúpido.

Eu não posso porra tê-la. Isso ficou claro em inúmeras ocasiões. No entanto, cada vez que estamos próximos, a merda vo pela janela e volto para onde essa porra começou – comigo desejando a ex-Old Lady do meu presidente, implorando para alguém chutar a porra da minha bunda.

Porra.

Por que me ofereci para passar o dia inteiro com elas?

Jesus Cristo, isso não vai acabar bem.

Sem. Chance. No. Inferno.

 

Capítulo seis

Sugar

 

“Caramba,” engulo em seco enquanto desço do carro. “Este lugar é lindo.”

Wrench vem para meu lado, os olhos seguindo os meus enquanto observo os penhascos enormes que emolduram um lado de um belo e grande lago. O sol reflete nas águas de um azul profundo, sem uma ondulação na superfície. O ar está parado e quente, um dia de verão perfeito, as condições em torno me empurrando em direção à água.

“Oh meu Deus, isso é estupidamente legal”, Harlyn grita pulando do carro e imediatamente se dirigindo para a praia em miniatura que vai para a água.

“Harlyn ...” digo com um olhar severo no rosto.

Ela suspirou dramaticamente e gira. “Estupidamente não é palavrão, mãe.”

“Sim, mamãe.” Wrench ri, seguindo Harlyn pela areia. Por um momento, só paro e olho, sem me importar que ele está sendo um idiota e zombando de mim.

“Você tirou as botas”, comento, assim que ele estende a mão para a bainha da camisa. Seu colete se foi faz tempo, mas por alguma razão, vê-lo sem as botas de motociclista em seus pés só parece ... estranho.

Suas mãos param. “Você já teve areia nos sapatos antes? Essa merda é desconfortável.” Então, num movimento rápido, ele tira a camiseta por cima da cabeça e a joga sobre uma cadeira próxima, antes de mexer no botão da calça jeans.

Um nó se forma na minha garganta e luto contra ele, sabendo que se engolir irei mostrar claramente o quanto quero ver seu corpo. Isso, e eu pareço uma pervertida com tesão, mostrando minha emoção por observá-lo se despir.

Ele baixa as calças, revelando um par de calções de banho que para acima do joelho.

“Vamos, Wrench,” a voz de Harlyn diz, seguida pelo som doce da água que espirra quando ela entra na água até os joelhos. Seu riso ilumina, saltando e ecoando no ar.

Sorrio, o ruído melódico enchendo meu coração e afastando a apreensão que senti na última semana.

Minha menina está feliz. Nós tivemos um susto, mas o que notei foi que todos e cada um dos irmãos no clube fez um ponto para encontrar Harlyn, e lembrá-la o que significava para eles. Não posso me impedir de imaginar se isso tem algo a ver com Wrench. Ele passou horas com Harlyn, desenhando, criando, tentando ajudá-la no que estivesse acontecendo para que ela pudesse estar em paz.

Não ligo para o que dizem, ver um homem com seu filho é um lugar de importância em suas vidas, bem como o homem, que fez isso. Isso muda a forma como o vê. Talvez até mesmo altera as emoções que tem por ele, porque essa pequena pessoa que sempre foi a coisa mais importante em sua vida, é agora também importante na dele.

Meus olhos observam enquanto ele pega Harlyn sob os braços e jogou-a para o ar, seu corpo desaparecendo abaixo da superfície da água num respingo em expansão antes de aparecer novamente, rindo e exigindo mais. Os músculos de seus braços flexionam quando ele balança antes de jogar Harlyn, seus gritos encantados navegando com ela através do ar. Quando ele vira de costas para mim, a primeira coisa que noto é a tatuagem, idêntica à de Optimus com o nome do clube e insígnia. Avanço, os dedos movendo-se por vontade própria, balançando ao meu lado como se ameaçando parar de funcionar, se eu não deixá-los tocar a pele com tinta.

“Quantos irmãos têm uma tatuagem igual a sua e de Ops?”, pergunto, conseguindo afastar minhas mãos curiosas e desviar meu corpo para o lado onde há um punhado de cadeiras de praia e espreguiçadeiras. Ham já ocupa uma, perto de onde Wrench e Harlyn estão brincando.

“Não posso nem imaginar”, ele responde sem se virar, os olhos observando Harlyn cuidadosamente quando ela nada de volta para ele. “Provavelmente não tantos quanto pensa.”

“Então não é como uma coisa obrigatória?”, pergunto, curiosa. Mesmo que tenha Harlyn e tecnicamente namorado Optimus por alguns meses, ainda há muito sobre o clube que não sei. Não é como se houvesse um curso que pode ter em ser um motociclista. As regras variam para cada clube, e muitas vezes de forma tão dramática que um elogio para um clube, pode ser um insulto para outro.

Clubes como os Brothers by Blood, na maioria, entendem que as pessoas nem sempre concordam ou entendem seu modo de vida, e são paciente. Mas alguns socariam sua cara por demonstrar curiosidade.

“Não, nem todo irmão com colete decide fazer uma. Mas cada um deles tem tatuado algo que os identifica como parte do clube. Não é lei, mas mais por respeito ... para mostrar a lealdade.”

Ouço em silêncio enquanto ele explica algumas das tatuagens dos outros irmãos, tudo isso enquanto mantêm minha filha feliz.

O sol arde acima, o calor lambendo minha pele, me aquecendo lentamente de fora para dentro.

Ham começa a despir-se, fazendo um caminho até a água. “Hey Har, quer nadar até a plataforma comigo?” Ele diz, ganhando um brilhante sorriso em troca.

“Posso, mãe?”, pergunta ela, abaixando-se em torno de Wrench e indo para mim.

Harlyn é uma grande nadadora. É uma coisa que fazemos juntas. Desde que ela era apenas um bebê, nadou pelo menos duas vezes por semana, faça chuva ou faça sol. Ela ama a água, e eu amo o tempo que eu tenho para gastar com ela, rindo e aprendendo, vendo-a ficar mais e mais confiante.

“Claro baby. Mas fique perto de Ham, parece muito profundo lá.” Olho para onde Ham está observando. "Seja cuidadoso."

Ele me dá uma saudação com um sorriso atrevido. “Meus olhos não vão deixá-la, mamãe ursa”, ele diz com confiança antes de girar e correr para a água. “O último lá é um ovo podre!”

“Hey,” Harlyn diz depois dele. “Trapaceiro!”

Os dois afundam na água, rindo e brincando enquanto nadam para longe.

“Você precisa passar um pouco de protetor solar antes de se queimar,” Wrench avisa caminhando até a areia.

Encolho-me. Ele está certo. Minha pele é sedosa e pálido, muito tempo sob este calor e serei uma merda de lagosta. "Merda! Eu passei em Harlyn, mas esqueci de mim.”

Levanto, pegando minha bolsa do chão e buscando até encontrar o frasco de protetor solar que sabia ter escondido ali. Quando viro para sentar, noto Wrench agora ocupando meu lugar. Quando vou sentar na cadeira ao lado, ele pega minha mão e me puxa de volta.

“Sente, vou passar em suas costas e ombros.” Suas palavras, mesmo inocentes, fazem meu sangue correr para um milhão de diferentes partes do meu corpo. Ok, talvez não um milhão, talvez apenas uma. Deve ser verdade, porque meu clitóris subitamente pulsa no mesmo ritmo que meu coração, e sem dúvida não demorará muito até que a parte de baixo do biquíni tenha uma pequena mancha de umidade para todos verem.

Paro por um segundo, a mão no pulso não me permite escapar, as mesmas mãos que agora imagino se movendo por meu corpo. Meus ombros, minhas costas, minha cintura, os dedos afundando em cada músculo enquanto massageia o líquido frio na minha pele quente.

“Sugar”, seu grunhido suave me traz de volta à realidade, e pulo. Com meus olhos limpos do sonho, finalmente sou capaz de trazer seu rosto em foco. Ele olha para mim com uma intensidade que não consigo nem explicar. Seus ombros tensos, os olhos estreitos e a mandíbula cerrada, quase como se tivesse projetado minha imaginação numa tela grande para ele ver. “Você pode simplesmente se sentar, mulher?”

Ele puxa minha mão, e vou com o movimento. Ele monta a cadeira longa e me posiciona entre suas pernas, nós dois virados para a água. Há muito espaço para nós dois, a cadeira tem um assento longo, onde pode deitar e tomar sol, exatamente o que planejo fazer assim que minha pele estiver protegida dos raios de sol.

“Isso será frio,” Wrench avisa enquanto ouço o esguichar do produto nas mãos e depois fechá-lo novamente.

Endireito minhas costas e estreito os olhos. “Puta merda!” Grito quando ele coloca as duas mãos sobre meus ombros e começa a esfregar em círculos. Sua profunda risada me incomoda como se estivesse tendo prazer em me atormentar. Não é apenas o líquido que está frio, a água esfriou sua pele, mas quanto mais ele move as mãos por minha pele quente, mais parecemos encontrar um estranho equilíbrio.

Olho para cima e através do pequeno lago para ver Ham ajudando a empurrar Harlyn para a pequena plataforma que flutua no centro, ela treme sob o peso de seu corpo enquanto caminha até a borda.

“Vá!” Ham diz ela, segurando o lado.

Ela olha para mim e levanta a mão no ar, acenando antes de apertar o nariz com os dedos e saltar. A água se agita em torno de seu pequeno corpo, voando no ar antes de atingir a água enrolada numa bola.

Wrench ri baixinho enquanto suas mãos continuam a deslizar suavemente por toda minha pele. “Ela é uma aventureira.”

Espero até que sua pequena cabeça apareça fora da água, as bochechas iluminadas com o mais lindo sorriso quando ela nada de volta para Ham. Então respiro e deixo o ar encher meus pulmões doloridos. “Ela ainda me deixa nervosa... às vezes só assusta a porra fora de mim com este comportamento destemido. Mas não posso reclamar ou lutar contra, porque ela me faz tão feliz.”

“Você é uma ótima mãe”, comenta ele, as palavras suaves e mais significativas do que acho que ele pretendia. “Muitas estariam gritando com ela, ou constantemente flutuando ao redor dela e a sufocando com proteção.”

Seus polegares movem-se entre minhas omoplatas, e ele pressiona para baixo com pressão suficiente para relaxar os músculos e arrancar um suave gemido de meus lábios.

“Jesus”, sussurro, parcialmente envergonhada, mas principalmente mentalmente implorando para ele fazer de novo. Nunca foi de sair e gastar dinheiro em coisas como massagens, sempre pareceu muito pessoal ter alguém tocando meu corpo dessa maneira. Mas com Wrench. Porra! Suas mãos são perfeitas.

As pontas dos dedos vão mais baixo, traçando cada lado da minha espinha. Arqueio as costas e inconscientemente deixo cair a cabeça enquanto ele realiza sua magia.

“Nunca teve qualquer contato assim antes?”

Minha pele cora, mas não posso me obrigar a afastar, meu corpo implorando desesperadamente para ele explorar ainda mais. “Costumo passar meu próprio protetor solar,” brinco, puxando meu lábio entre os dentes quando ele atinge a base da minha espinha e aperta. “Foda-me”, sussurro, inalando bruscamente.

Um rosnado baixo da Wrench enche meu ouvido e me faz ofegar, sua boca agora junto da minha orelha tendo abandonado completamente o protetor solar. “Alguém já lhe disse para não dizer coisas que não significam o que quis dizer?” ele sussurra, os pelos em seu queixo roçando meu pescoço e criando um arrepio. Suas mãos se movem para meus quadris, segurando-os firmemente e puxando meu corpo para trás até que minha bunda pressiona contra sua frente, e é óbvio naquele momento o que minhas duas palavras causaram. Tento juntar minhas pernas, com medo de que pode ser tão óbvio o que seu toque faz comigo. Mas antes que possa, mãos fortes agarram minhas coxas e as mantêm cativas.

“Wrench” silvo, meus olhos nervosamente passando pelo lago encontrando Ham e Harlyn nadando até o outro lado e caminhando pelo penhasco pegando flores silvestres.

“Encoste-se,” ele exige antes que seus lábios pressionem minha mandíbula.

Eu não devo.

Não. Nós não devemos fazer isso.

Ele estará em apuros, e Op perderá sua mente.

Meu coração dispara quando ele aperta os quadris para a frente, o comprimento de seu pênis pressionando entre as bochechas de minha bunda, a única coisa separando os dois é sua sunga e meu biquíni. No entanto, eu porra desejo que eles não existissem.

Sua mão desliza pelo topo das minhas coxas, e antes que possa protestar, afasta a frente do meu biquíni, quase me fazendo levantar quando faz contato com meu clitóris inchado.

“Eu disse, se incline para trás, Sugar,” ele ordena, desta vez um pouco mais duro e com um pouco de motivação. Já posso sentir meu biquíni ficando molhado enquanto ele continua a deslizar os dedos, provocando. “Realmente quero ter um gosto.”

A outra mão de Wrench envolve meu ombro, pressionando a palma contra minha garganta. Ele usa esse braço para me puxar, por isso, seu peito pressiona contra minhas costas. Posso sentir seus músculos, tensionando contra mim, enquanto ele me segura. Ele usa o polegar para virar minha cabeça para a direita, sua mão segurando-me enquanto ele toma posse da minha boca. É um beijo sexy e forte que faz meu coração disparar.

Foi-se o homem tão determinado a me tocar com mãos suaves, roçando-as por mim como se eu fosse tão frágil. Em seu lugar esta energia crua, necessidade fervorosa e luxúria. E para ser completamente porra honesta, estou cedendo a sua magia.

Meu corpo pede, implora, para Wrench me levar de qualquer maneira que ele queria.

Não consigo sequer lembrar quanto tempo faz desde que fui completamente fodida, e com Wrench não sei se ele me tratará como uma princesa, ou me foderá como uma prostituta. Talvez uma mistura de ambos.

Pressionando meus quadris para frente, espero que ele pegue a dica e afunde os dedos sob o tecido fino que está me impedindo de chegar a qualquer pico.

Ele se afasta, um sorriso preguiçoso deixando-me saber que ele efetivamente entendeu minhas ações. “Você quer que eu te toque?”

Balanço a cabeça, engolindo o nó na garganta quando ele move a mão do meu pescoço e desce lentamente por meu peito, tão dolorosamente lento que não posso sequer prever onde ele está indo.

“Diga, quero te ouvir dizer as palavras.”

Lambo meus lábios, eles já estão inchados e feridos de seus beijos. “Quero que você ... me toque.”

“Mmmmm...” ele geme. “E onde quer que te toque, Sugar?”

Fodido imbecil.

Faço uma careta. “Wrench, só ... me toque.” Estou sem fôlego, necessitada e muito ciente do fato de que fui de mãe responsável para completa e absolutamente puta dentro de minutos. Mas, Deus, só quero que ele me toque.

“Diga,” ele ordena, seus movimentos parando e fazendo-me gemer de decepção.

“Wrench ...”

“Tootsie Roll3...”

Rosnando baixo na garganta, finalmente cedo, minha buceta necessitada apenas querendo tanto senti-lo. “Toque minha buceta, por favor. Toque-me, foda-me... qualquer coisa.”

Com as duas mãos em meu colo agora, ele usa uma para afastar o biquíni, enquanto a outra toca deliciosamente por entre minhas dobras molhadas, sacudindo meu clitóris palpitante.

“Oh meu Deus”, sussurro, virando a cabeça para olhar em seus olhos.

Eles estão queimando, me consumindo com desejo e paixão. “Vai gozar para mim?”

Oh Deus, eu vou, e não vai demorar muito. Fazem anos. Anos e anos de noites sozinha com um vibrador e minha mão. Ter Wrench me tocando parece totalmente divino, aqui no aberto, seu dedo me tocando como uma guitarra.

“Sim”, gemo, empurrando meus quadris para a frente quando ele usa dois dedos para me penetrar. "Porra! Droga."

Ele geme, “Você é tão molhada. Gostaria de poder tirar meu pênis e apenas entrar em você.”

Meus quadris por vontade própria começam a se mover contra sua mão, minhas mãos agarrando seus braços e as unhas afundando na pele. Lembro de pensar o quão doloroso deve ser, mas estou simplesmente muito alta para ligar.

Meus músculos começam a tensionar quando o imagino libertando seu pênis e me enchendo. “Oh Deus, eu vou gozar.” Meus músculos começam a tremer e sinto uma onda de prazer começar a me atingir. Luto para respirar, mordendo o lábio inferior para me impedir de gritar. Minhas costas arqueiam e me contorço em seu aperto, mas ele não desiste, sussurrando em meu ouvido, me incentivando a cavalgar a onda e deixá-la me levar.

Sem fôlego e formigando, recosto-me contra o peito de Wrench, a cabeça em seu ombro enquanto meu corpo continua a tremer pelo orgasmo.

“Tão porra de linda.” Wrench sorri, dando um leve beijo em minha bochecha.

Coro, mas quando ele se afasta, capturo seus lábios nos meus da única maneira que sei como dizer ... bem ... porra wow.

Ele ri suavemente, levantando a mão à boca, sua língua saindo e lambendo os dois dedos que me tocaram. “Mmm ...” ele geme.

Minha boca está aberta, eu sei o que ele está degustação enquanto seus olhos se fecham e ele os chupa.

Eu.

Ele está me provando.

Seus olhos se abrem e imediatamente encontram os meus. “Apenas doce como imaginei que seria.”

Bato em seu peito, incapaz de parar o calor inundando minhas bochechas. “Pare, seu animal.”

Ele sorri. “Está tudo bem, baby. Da próxima vez vou provar diretamente da fonte.”

"Ei mãe! Veja o que encontrei”, Harlyn interrompe, chamando-nos enquanto nada com um punhado de margaridas na mão.

Wrench aperta minha coxa e sussurra em meu ouvido: “Porque sabe que agora que tentei uma vez, haverá uma próxima. Meu pobre pau pode realmente entrar em combustão se não houver.” Ele me orienta para a frente, agarrando estrategicamente uma toalha do chão para colocar sobre seu colo quando deslizo para falar com minha menina. Não consigo ficar de pé, minhas pernas ainda tremendo e se contraindo e meu biquíni completamente encharcado.

“São lindas, baby, só esperava você vir para nadarmos.”

Harlyn sorri. "Sim! Vamos!” Ela agarra minha mão, me puxando da cadeira antes de virar para Wrench. “Você vem Wrench?”

“Sim criança, vou encontrá-la em um minuto. Só tenho que ter um momento.”

Harlyn levanta uma sobrancelha para ele, mas logo dá de ombros. Não posso deixar de sorrir para ele, porém, e tudo o que ganho é um olhar cheio de promessas escuras e sensuais.

Promessas em que quero me deleitar.

Mas isso também pode colocar nós dois em muita merda.

Quanto uma promessa vale nestes dias?

Acho que estamos prestes a descobrir.

 

Capítulo sete

Sugar

 

Passamos o dia todo na propriedade de Wrench, ele ajuda Harlyn a explorar as ruínas que foram deixadas da fábrica de cimento. Eles escalam as antigas lajes enquanto Wrench conta tudo sobre a história do lugar.

Então, quando a luz do dia começa a escurecer, todos vamos para um dos quartos pequenos, observando como as paredes tornam-se vivas com obras de arte brilhante. Nomes, imagens, provérbios, tudo enche o espaço, pintado com algum tipo de tinta que brilha no escuro. É estranho, mas não posso me impedir de amar a maneira que Harlyn se ilumina a cada vez que Wrench começa a explicar outro pedaço de escrita. Ela está ansiosa para ouvir as histórias das pessoas que não são apenas parte de sua vida, mas parte de sua família agora.

Wrench não me toca de novo, à excepção de um toque cavalheiresco nas minhas costas para me guiar em torno do entulho caído, ou para oferecer sua mão enquanto subimos e exploramos. Sei que ele está tentando se comportar, sabendo que seria inadequado fazê-lo na frente de Harlyn, mas fico desapontada.

Estúpida.

No dia depois da excursão, a merda bate no ventilador. O ginásio onde Chelsea estava trabalhando é destruído. Ela teve sorte de conseguir sair viva. Felizmente, para a sanidade de todos dentro do clube, foi o pontapé final, e o que Optimus precisava para perceber o quão incrivelmente idiota está sendo e finalmente reclama sua menina. Estou feliz por ele, por ambos.

Sei que pessoas estão me olhando de lado, esperando talvez o ponto que eu vá quebrar e tentar lutar por ele. Isso é uma coisa que nunca acontecerá. Nós apreciamos a companhia um do outro, mas éramos jovens, há seis anos. Eu era a jovem riquinha que o bad boy queria corromper, e ele era o motociclista que me deu a fuga que eu precisava no momento.

É isso.

Nunca fui a única e vê-lo com Chelsea torna isso malditamente óbvio. Mas estou feliz que ele achou uma mulher para estar ao seu lado e ser a pessoa que ele precisa que ela seja.

Meu amor por Optimus é vasto, ele me deu o presente mais precioso que poderia ganhar, e por isso, sempre o amarei e adorarei. Ele não sabe, mas ter Harlyn possivelmente salvou minha vida. Há segredos e mentiras enterrados dentro de mim, segredos que ele e o clube estão completamente alheios, e por agora, gostaria de manter assim.

Gostaria que tivéssemos criado nossa filha juntos, mas as coisas e nunca serão mais do que isso.

Durante todo o caos que se seguiu, fazem dias desde que vi Wrench. Quando Harlyn começou a perguntar por ele, a Optimus explicou as habilidades dele com um computador e como rastreia pessoas e consegue informações que a maioria das outras pessoas nunca seria capaz de encontrar. Esse é seu superpoder aparentemente.

Não posso deixar de ficar impressionada e talvez um pouco decepcionada. Gosto de sua companhia e a maneira como ele me faz sentir uma adolescente novamente. Meu corpo aquece quando ele está por perto, e não posso deixar de lamber os lábios enquanto admiro sua estatura e a maneira como ele se segurou. Quanto mais observo, mais percebo que ele está quieto, não exibido como muitos dos membros do clube. Desde nosso dia, ele passa a maior parte de seu tempo trancado no quarto, saindo apenas para a igreja ou pegar comida, e mesmo assim seus olhos mal notam qualquer outra pessoa na sala.

Lembro-me constantemente que ele está fazendo um trabalho, tentando não ficar desapontada quando ele não me diz oi ou como normalmente faria, visita visitar Harlyn. Ela sente falta de seu novo amigo, mas acho que mesmo ela sente a tensão no ar e opta por manter isso para si mesma.

A última semana ou mais tinha foi um teste para todos, mas é óbvio que ter Chelsea de volta no clube torna tudo um pouco mais brilhante, pelo menos por algumas horas antes da tempestade cair novamente, e desta vez, quase a leva.

Não é até este ponto que percebo quão séria as coisas realmente são. Ouvir sussurros sobre a máfia e ver Chelsea naquela cama de hospital - sem saber se ela rá acordar novamente, me perguntando se sua mente está muito danificada, atinge a todos como uma tonelada de tijolos.

A mim especialmente, encontro-me buscando conforto, um que consegui evitar desde que voltei. O estresse e medo de me desligar, está enterrado no fundo do meu intestino, girando e me atormentando até saber que não posso fazê-lo por mais tempo sem um indulto.

Tenho que me perguntar se tem parcialmente a ver com Wrench e como ele parece ocupar minha mente, ou como sempre que está por perto. Eu apenas sinto-me... em paz. Sua promessa de não deixar nada machucar Harlyn ou eu realmente afundou em meus ossos, e pela primeira vez desde sempre, acredito em suas palavras.

Mas, com sua ausência, eu fraquejo.

“Vai até o hospital ver Chelsea?” Skylar, uma das meninas do clube pergunta enquanto a ajudo a limpar a cozinha depois do almoço.

Balanço a cabeça. “Sim, Op já levou Harlyn até lá para passar um par de horas com ela. Sua fala está quase normal, mas ela ainda está lutando um pouco com o movimento nas pernas e outras coisas.”

O sorriso de Skylar é triste. “Ainda não posso acreditar que ela quase se foi, ouvi os meninos dizerem que ela realmente morreu mais de uma vez. É assustador.” Seus olhos estão vidrados, quase como se tivesse visto um fantasma.

Estendendo a mão, acaricio seu braço. "Você está bem?"

Ela pisca e sacude a cabeça. “Sim, é apenas difícil sabe, o pensamento de perder alguém com quem realmente se preocupa.”

Levanto uma sobrancelha. “Parece que fala por experiência própria.” Realmente não sei muito sobre Skylar. Ela é uma menina doce, nunca brigando como algumas das outras meninas do clube, e é simplesmente feliz fazendo o que ela precisa para sobreviver. Ela não fala muito sobre seu passado. Tudo o que sei é que sua família é extremamente religiosa, mas que ela não tem as mesmas crenças.

Ela engole em seco e assente. “A decisão de se afastar de minha família não foi tomada levianamente. Não foi até que perdi a única pessoa que realmente me compreendeu, que percebi quão sozinha estava com eles.”

As palavras de Skylar são enigmáticas e confusas, com a voz tranquila como uma criança recordando um pesadelo que teve.

“Alguma vez já tentou encontrar seus pais? Como disse, perder alguém que ama pode realmente abrir os olhos para o mundo e mostrar o que é importante”, digo suavemente, embora saiba que não foi o que aconteceu no meu caso. Meus pais ainda estão felizes em me afastar e fingir que não existo.

Ela balança a cabeça, me encarando com olhos arregalados. "Não. Voltar lá ... seria ...” seus olhos vagam enquanto tente encontrar as palavras certas, “... prejudicial. Minha família está aqui agora.”

Meu coração aquece com suas palavras, posso dizer que é uma luta sequer pensar em se afastar da família e começar uma nova sozinha. Mas, assim como eu, nós duas encontramos uma família no clube, e isso é tudo que importa.

Puxo-a em meus braços para um abraço, seu corpo relaxando. “Não pense sobre isso. Basta lembrar que Chelsea voltará e tudo está bem novamente.”

O perigo se foi, tirou um pesado fardo das costas do clube. Harlyn e eu estamos procurando apartamentos em Athens, decidindo ficar perto depois de uma longa conversa com Optimus. Ele quer a filha em sua vida. Eu acho que, quase perder Chelsea o fez perceber a rapidez com que alguém pode ser levado, e depois de passar anos mantendo Chelsea à distância, ele agora se recusa a fazer o mesmo com Harlyn.

Eu entendo.

Entendo como ele se sente e o que se passa em sua cabeça, então concordo. Minimizar a situação é dizer que Harlyn adorou. Ela tem o clube, seus novos amigos e seu pai. É como um sonho para ela, e porra, não importa a trepidação na minha mente, farei o que tiver que fazer para mantê-la feliz. Mesmo que isso signifique me colocar em risco.

Solto o pano de prato e afasto alguns fios de cabelos do meu rosto. “Vou pegar algumas coisas na loja e então ir até o hospital.”

Skylar me dá um sorriso e acena. “Mande um oi para Chelsea.”

“Farei”, respondo antes de correr para fora da sala e ir para o estacionamento.

Optimus me surpreendeu com um carro novo para Harlyn e eu. Não estava realmente preocupada, mas é um desportivo vermelho bonito que tem a quantidade certa de velocidade que eu amo. Saio do complexo, acenando para Ham quando ele abre os portões para permitir-me passar, e vou para a cidade. Athens não é enorme, mas está bem. A população grande é o suficiente para apoiar as empresas locais e mantê-las prosperando. Cresci na cidade mais próxima, em Huntsville, muito maior e mais rica, mas enquanto dirijo pela rua principal de Athens, não posso deixar de sorrir e imaginar como um dia posso abrir minha loja aqui.

Minha paixão é roupa e design. Isso é o que eu quero fazer - ter minha marca e vendê-la a mulheres todos os dias com preços acessíveis. Tenho centenas de desenhos em casa. Optimus trará nossas coisas para Athens.

Não posso esperar para voltar ao trabalho. Costurar e criar, é a minha paz, é onde me sinto completa, pelo menos tão completo quanto posso estar. Depois de passar tempo com o clube, tenho uma nova carga de inspiração motociclista para roupas, a ampla gama de personalidades e formas corporais, ajudando a expandir minha mente e sonhos.

Um arrepio percorre-me no instante em que entro no minimercado. “Que ar condicionado potente,” resmungo, esfregando os arrepios que se formaram em minha pele. Pegando um carrinho, caminho pelo corredor, lembrando que Chelsea comentou precisar desesperadamente de KitKat. Estou numa missão. Em pé na frente da seção de doces, lambo meus lábios, olhando a grande variedade de doces e chocolate.

Talvez possa pegar algumas coisas para mim já que estou aqui.

“Nunca pensei que seria tola o suficiente para voltar para a cidade,” uma voz suave comenta, fazendo meu corpo tensionar e congelar no local. “Ele sabe que está de volta?”

Respiro fundo, segurando o carrinho de compras em minhas mãos enquanto giro para ver um dos fantasmas do meu passado. “Eric,” cumprimento-o, forçando um sorriso. "Olá."

Seus olhos azuis combinam com o sorriso acolhedor. “Ele não sabe, não é?”

Suspiro, revirando os olhos para o teto. “Dado que vi mamãe e papai a mais de uma semana e, basicamente, disse-lhes para ir se foder no meio do clube de campo, vou adivinhar que ele provavelmente sabe.”

Eric sacude a cabeça. “Por que voltou? Onde está hospedada?”

“No MC fora da cidade ... com minha filha.”

Seus olhos se arregalam e a boca abre. “Bem, isso é informação demais comprimida numa frase. Exagerou no pensamento?"

“Não, particularmente não.”

Não há constrangimento entre Eric e eu, não gosto de pensar que deveria haver. Eric foi – é – o melhor amigo e confidente de Peter. Ele e sua esposa iam jantar conosco, pelo menos uma vez por semana, e é comum ter ele perto da casa de Peter nos fins de semana.

Eric não é como Peter, e em um ponto que tive momentos de clareza, perguntei-me por que ele não com Eric que meus pais escolheram me casar. Ele é bem-sucedido, fazendo um nome para si mesmo e seus negócios com trabalho duro e dedicação. Ao contrário de Peter, que escolheu seguir os passos da família e herdar cada centavo e sucesso que veio com seu nome.

Quando Optimus finalmente decidiu me mandar para longe, com sua criança crescendo em meu estômago, Eric me pegou no ato. E, surpreendentemente, ele me ajudou a fazer as malas e sair pela porta antes que meu marido voltasse para casa.

“Tem certeza que este é o melhor lugar para você?” Eric pergunta me seguindo pelo corredor. “Ele não vai recuar e parecer um olhar um tolo com você de volta.”

Pego várias barras de chocolate na prateleira, mordendo o lábio. “Eu sei, mas não posso esconder para sempre. Em algum momento, terei que enfrentar meus demônios e mostrar que ele não pode se meter comigo.” Minhas palavras chocam até mesmo a mim, sabendo o que Peter fez comigo e até que ponto ele irá a fim de me machucar. Mas chegou a hora de manter minha posição e lidar com as consequências de minhas ações e lutar contra a vergonha que me segue. Isso, e tenho mais para lutar por agora, não irei aceitar sua merda. Pelo menos, é isso que digo a mim mesma quando o pequeno saco que abriga meus segredos queima um buraco na minha bolsa, gritando quão mentirosa sou.

Eric ri e balança a cabeça, seu cabelo castanho claro agitando ao redor da cabeça. "Uau! Perguntei-me por um longo tempo se iria ouvi-la dizer essas palavras. Obviamente, não era bem assim, mas algo semelhante.”

Não escondo meu sorriso quando o olho. “Não sou a menina fraca que costumava ser. Tenho as coisas sob controle agora, e pessoas atrás de mim. Não estou mais sozinha e isolada.”

Seu sorriso se torna mais forçado quando ele se aproxima e coloca a mão no meu ombro. “É bom ver que está se sentindo melhor e mais forte. Espero que isso seja o suficiente, porque você e eu sabemos que ele não é do tipo de recuar, Anna.”

"Eu sei. Mas sabe o que? Tenho uma menina para pensar agora. Então ele pode vir com toda sua merda, porque não vou deixar que ele a machuque.”

“Olhe para você, mamãe ursa...” Ele ri. “Só saiba que estou por perto se precisar. Ele e eu não somos tão próximos como antes. Seu ego, acredite ou não, só aumentou quando saiu.”

Encolho-me, a ideia de Peter ficar pior do que já era, é apenas uma receita para o desastre. “Manterei isso em mente.”

Ele me puxa para um abraço e dá um beijo leve no topo da minha cabeça.

"Sugar!"

Merda.

Olho para cima vendo Wrench de pé no final do corredor do supermercado com os braços cruzados sobre o peito, a mão se contraindo como se qualquer momento fosse pegar sua arma e atirar em Eric. Instantaneamente, me afasto, dando a Eric um sorriso de desculpas tímido para que ele devolve.

“Vejo-te por aí, Annabelle”, ele murmura, os olhos indo para Wrench por breves segundos, aumentando a tensão girando no ar já frio antes de se virar e ir embora.

Por um segundo, minha respiração para.

Annabelle.

Não pare. Isso não sou - isso não é comigo.

A cara dele.

Suas palavras.

Entorpecida.

Estou dormente. Quero estar insensível.

Wrench vem em minha direção, seus olhos estreitos e irritados. “Que diabos foi isso?” Ele agarra meu ombro.

O choque de seu toque me traz de volta. Respiro fundo, minhas costas tensionando com a acusação sutil, e viro de costas. “Cresci por aqui, também, Wrench. Eu conheço pessoas."

Sua mão pega meu braço, girando-me de volta. “Você não precisa se misturar com pessoas como ele.”

Puxo meu braço e dou um passo para trás. “Você nem sequer o conhece. Só porque ele usa um belo terno e tem um trabalho profissional, não significa que ele é um completo idiota.”

“Lobo em pele de cordeiro”, ele responde, mas antes que possa interrogá-lo, ele pega minha mão e me puxa para o caixa. “Vamos, vamos ao hospital.”

Não discuto, dada que esta é a mais longa conversa que tivemos em quase uma semana. Mas ele está enganado se acha que vou deixar outro homem me tratar como merda e tentar me controlar.

De jeito nenhum.

De novo não.

Nunca mais.

 

Capítulo oito

Wrench

 

Sigo o carro de Sugar para o hospital, estacionando ao lado dela e a esperando pacientemente sair, minha mente ainda correndo a um milhão de quilômetros por hora.

Ham ligou e avisou que ela ia para o hospital visitar Chelsea. Estava voltando ao clube para fazer algum trabalho nos livros do X-Rated quando vi o carro dela no estacionamento do supermercado. Vê-la com a porra de Eric Deanwell, e seus lábios nela porra fez meu corpo se descontrolar. Quis matar o babaca com minhas mãos.

Deanwell é um advogado da promotoria local que fez um grande nome para si. Um dos processos judiciais que fazem dele um nome familiar foi a porra do meu. Ele fodeu a mim e outro irmão em mais ocasiões do que posso contar. Sua abordagem anti-MC realmente aumentou ao longo dos últimos anos, não apenas dentro do Alabama, mas em todo o país, onde ele palestrou sobre nosso modo de vida e as empresas criminosas. Dizer que ele é um espinho no meu cu seria um eufemismo porque o vasculhei em mais de uma ocasião, e o homem é completamente limpo. Ele é o bom moço, tentando tornar o mundo um lugar melhor. E isso me deixa com ainda mais raiva.

Sugar saia de seu carro, o saco de compras na mão, e me ignora completamente enquanto caminhamos em direção à entrada principal. Optimus me enterrou profundamente na merda até os cotovelos durante a semana passada. No começo, numa tentativa de encontrar informações sobre a família de Chelsea, em seguida, pesquisar através de documentos e mais documentos tentando encontrar algo que pudesse ligar os milhares de pontos para tentar explicar por que a máfia está tão na nossa bunda. Mesmo agora, depois de tudo dito e feito e parecer que a tempestade acabou, ainda estou estressado e no limite.

“Maldição”, amaldiçoo, agarrando o braço de Sugar e puxando-a para o primeiro quarto vazio que vejo e fechando a porta atrás de nós. Pego a sacola de sua mão e deixo-a cair no chão antes de usar meu corpo para apoiá-la contra a parede.

"O que está-"

“Sinto muito, ok,” rosno, abaixando minha cabeça e pressionando a testa contra a dela. “Deanwell e eu temos... uma história. Vê-lo te tocar, vê-lo te fazer sorrir, simplesmente não foi a porra de divertido para mim. OK?"

Seus olhos se fecham e ela respira fundo. “Não é como se fossemos melhores amigos. Ele costumava ... ele era próximo da minha família. Isso é tudo."

Levanto minha mão, tocando seu rosto e segurando sua mandíbula. “Sei que estou um pouco ausente.”

“Wrench, está tudo bem. Não tem que explicar. Eu sei como funciona”, ela diz suavemente, o tom de sua voz parecendo completamente genuíno. “O clube precisa de você, e você ajudou a encontrar Chelsea, ajudou a salvá-la. Essa é a coisa mais importante. Não é como se estivéssemos num relacionamento ou algo assim.”

“Foda-se”, sussurro antes de encontrar sua boca e reivindicar seus lábios. Sou um avarento, filho da puta egoísta. Aqui estou no hospital, apoiando meu presidente enquanto ele passa por um dos momentos mais difíceis de sua vida, mas ainda assim, estou em algum quarto beijando a mãe de sua filha.

Jesus Cristo, eu vou para o inferno.

Os braços de Suga envolvem meu pescoço e ela me puxa para perto, deslizando seu corpo contra o meu, seus seios perfeitos pressionando contra meu peito, provocando e me testando.

Sugar sabe, ela entende. O clube é parte da minha vida. Porra! É a minha vida. E ela não está reclamando sobre isso ou tentando chamar minha atenção, ela não reclama sobre como a ignorei nos últimos quatro ou cinco malditos dias, depois de um momento tão íntimo entre nós no lago. Não. Ela nunca me repreenderia por colocar meus irmãos em primeiro lugar. Ela pode não entender ou saber tudo sobre o estilo de vida do clube, mas compreende o quanto é importante para mim. Isso é tudo o que importa.

Minha língua traça seus lábios antes que eu recue, minha boca instantaneamente indo para seu pescoço, deixando um rastro de beijos por toda a pele macia. Ela tira meu boné e o joga no chão antes de seus dedos percorrerem meu cabelo. Eles tocam os fios de forma tão suave, as unhas arranhando meu couro cabeludo enquanto a atormento, chupando e mordiscando seu pescoço.

“Wrench”, ela suspira quando uma das minhas mãos agarra seu traseiro e aperta através de seus jeans.

“O que, KitKat?” murmuro, esperando algo sobre sermos pegos.

Em vez disso, suas mãos escorregam do meu cabelo e correm pelo meu peito até chegarem ao botão da minha calça jeans. “Você teve sua diversão, esta é a minha vez.”

Meu coração para. Juro por um minuto que não posso me mover quando ela afasta minha mão e fica de joelhos. “Porra,” silvo.

Ela faz um rápido trabalho no meu jeans, abrindo-os, com os olhos arregalados quando meu pau duro salta livre. Sugar lambe os lábios, seus dedos finos e longos envolvendo meu comprimento. Apoio minhas mãos contra a parede quando ela me acaricia lentamente da base até a cabeça.

Sinto-me tonto, não muito bem capaz de compreender que porra está acontecendo. Sugar realmente está de joelhos na minha frente, olhando meu pau como se quisesse engoli-lo todo? Foi está realmente acontecendo ou estou tão fodido sobre esta mulher que meu cérebro está criando esses cenários impossíveis?

Um golpe de sua língua e estou perdido, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos. Sua boca quente e úmida me envolve e solto um longo gemido. Suas mãos agarram meus quadris, as unhas afundando na pele enquanto sua cabeça se move, subindo e descendo, cada vez me levando mais para dentro, mais profundo do que jamais poderia ter imaginado.

Cerrando os dentes, finalmente arrisco um olhar para a mulher que consumiu meus pensamentos nas últimas semanas. Seus olhos me encaram, um sorriso suave no rosto e sua mão percorrendo minha espessura. Afundo uma mão trêmula em seu cabelo espesso, enredando os dedos nos fios e dando um puxão suave. Sua boca se abre, os olhos brilhantes de emoção quando guio sua boca de volta para a cabeça do meu pau. Ela coloca a língua para fora e a percorre por todo o comprimento, enviando um choque direto para minha espinha.

“Cadela insolente”, rosno, fazendo-a rir.

Vozes no corredor nos fazem olhar para a porta, mas não nos movemos. Não. Não dou a mínima para quem entrar pela porta agora, isso ainda acabou, e eles só podem assistir ao show. As vozes aumentam, mas logo passam e começam a desaparecer novamente pelo corredor.

“Melhor se apressar,” aviso. Minha outra mão aperta seu seio, sentindo o mamilo duro como pedra. “Mmmmm,” gemi, apertando-o entre os dedos.

Ela engasga, e uso a oportunidade para entrar em sua boca. Seus lábios se fecham em mim, e de repente não tenho controle quando ela suga mais forte do que pensei ser humanamente possível. Meu comprimento desliza para dentro e para fora, conforme ela acelera.

A construção é rápida, nossa pressa para terminar misturada com a forma como sua língua percorre o lado do meu pau. A cabeça atinge a parte de trás de sua garganta enquanto empurro meus quadris para frente e ela engasga, mas recusou-se a desistir. Sua mão vai para minhas bolas e é isso, sou um caso perdido.

"Merda! Vou gozar,” amaldiçoo, pensando que ela irá recuar, mas ela só levanta a mão e me suga com força quando explodo em sua boca. Ela toma tudo que dou, sua garganta trabalhando para engolir minha porra.

Minhas pernas tremem, e mais uma vez levanto as mãos, pressionando-os contra a parede às suas costas. Meu corpo estremece, e um grunhido baixo retumba na garganta. Depois de alguns segundos, Sugar se levanta, escorregando entre meus braços. Minha respiração está pesada contra seu cabelo solto. Ela ri, meu olhar preguiçoso a encarando quando ela puxa o lábio inferior entre os dentes.

“Droga mulher,” murmuro. Deixo minhas mãos irem para suas costas e puxo-a para frente. Meu pau ainda duro fica entre suas pernas, a textura do jeans contra minha pele sensível quase o suficiente para me fazer gozar novamente.

“É melhor ir andando”, diz ela com um sorriso. “Antes que alguém venha nos procurar.”

Afasto o cabelo do rosto, notando o rubor em suas faces, apesar da atitude confiante. “Quando fiz aquela menina tímida no lago se tornar uma maldita sereia?” É como ver a diferença entre quente e frio.

Ela foi tão reservada quando a toquei, afundando os dedos em sua vagina. É como se ela quisesse fugir, correr e se esconder de vergonha. No entanto, aqui está ela, num hospital cheio, ficando de joelhos e engolindo minha porra como uma maldita prostituta. Mas ela não é nada disso, e acho que é por isso que achei tão gostoso. Sugar é uma mulher de classe, linda e mãe forte, que levou um tempo para sair de sua concha e não faz questão de chamar a atenção para si mesma. E ela quer tanto me foder que ela está disposta a arriscar sermos pegos e expulsos por atentado ao pudor, só para devolver o favor que dei a ela dias atrás.

Por um segundo, vejo seus olhos se arregalarem como se estivesse confusa ou chocada com o que acabou de fazer.

“Hey,” murmuro, estendendo a mão para ela. Ela dá um passo para trás, olhando para baixo e balançando a cabeça antes de levantar o olhar assustado e substitui-lo por um sorriso alegre.

“Vamos”, ela ri, recusando-se a reconhecer minha preocupação.

Ela abaixa-se sob meu braço e pega sua bolsa enquanto pego minhas calças do chão e coloco meu pau para dentro, antes de fechá-las. Quando viro, ela segura a sacola de compras numa mão e meu boné na outra.

Agarro seu pulso e puxo para frente, fazendo-a cair contra meu peito enquanto pego meu boné de volta e coloco-o.

“Pronto?”, ela pergunta com um sorriso.

“Isso será difícil?” Resmungo.

Ela se afasta e vai para a porta, correndo os dedos pelos cabelos para tentar domá-los. “Não, não será porque eles não sabem. Só nós.”

Ela abre a porta, sem sequer olhar para ver se alguém está vindo antes de sair.

“Esse é o problema”, murmuro, balançando a cabeça enquanto a sigo.

Esta mulher é tudo, e quero ser parte de sua vida e ver onde isso pode ir. Nunca quis reivindicar uma mulher antes e mantê-la como minha. Mas aqui estou, escolhendo agora para querer esse compromisso, e pegando a única mulher que não poderia ter.

Optimus vai me matar.

Nem mesmo é um eufemismo.

Mas estou disposto a enfrentar o pelotão de fuzilamento se isso significar tê-la para sempre.

 

Capítulo nove

Sugar

 

Beijo Harlyn na testa enquanto estamos fora da escola. “Tenha um bom dia, menina.”

Ela revira os olhos para mim. “Vou tentar,” ela murmura enquanto se afasta.

No meu íntimo sei que há algo acontecendo, minha normalmente vibrante bebê não está cooperativa e usa cada maldita desculpa que existe para não ir à escola privada em que a matriculamos. A culpa revolve meu estômago enquanto entro no carro e ligo o motor. Não quero que ela esteja infeliz. Inferno, passei os últimos seis anos lutando para conseguir o completo oposto. Ela gostava de sua antiga escola, com um grande grupo de amigos e professores simpáticos. É um claro contraste com o está sentindo agora, e odeio ter forçado essa mudança.

É ainda mais difícil para mim explicar o porquê.

Quase impossível, na verdade.

Só quero o melhor para ela, não tenho certeza por que as pessoas não podem entender isso.

Dirijo de volta para nossa nova casa. Ainda estamos desembalando, mas Optimus rapidamente mandou todas as nossas coisas da antiga casa em Athens e estou grata. Lentamente começa a se parecer mais e mais um lar, um conforto que procuro desesperadamente. Preciso de normalidade, estrutura, mas no momento parece ser apenas uma bagunça atrás da outra.

Quando paro na calçada e viro o carro, meu celular toca. Apanho-o e abro a mensagem com um sorriso no rosto, esperando que seja de Wrench. Ele virá esta manhã para me ajudar a desfazer as malas e organizar os móveis. Wrench está se tornando um acessório bem-vindo a minha vida. Há algo sobre ele, algo que não consigo explicar, que me faz sentir apenas... feliz.

Quando abro meu telefone, imediatamente percebo que a mensagem que recebi é de um número desconhecido. Minha mão começa a tremer quando pressiono para abri-la. Por um breve momento, fico aliviada quando uma mensagem em branco aparece.

Talvez tenha sido um erro, um acidente.

Então ouço uma voz, uma voz que não ouço há muito tempo, uma que assombra minhas memórias e contamina meus sonhos.

É a minha voz.

“Por favor, eu preciso dele.”

Lágrimas saltam aos meus olhos quando escuto o que parece um sonho, a porra de um pesadelo. É a minha voz, mas está distorcida, afetada por meses e meses de abuso.

“Não posso aguentar o ruído. Por favor, Peter.”

“Está tudo bem, Annabelle. Eu tenho o que precisa,” Peter promete, seu tom de voz suave e reconfortante.

Um leve suspiro aliviado soa e sei que naquele momento ele colocou a pílula em minha mão, e eu soube que tudo ficaria bem.

O barulho iria parar.

É aí que a gravação termina.

Mas meu coração continua a bater contra o peito. Minha pele arde, me sinto suja, imunda. O ar ao meu redor parece estar esquentando, queimando minha pele enquanto seguro o telefone na mão trêmula.

Não, isso não é comigo.

Alcanço minha bolsa e estendo a mão para a maçaneta da porta, a brisa suave me tocando enquanto saio do carro sufocante parece felicidade completa. Respiro fundo, mas o ar fresco não faz nada para acalmar a onda de náusea que me domina. Batendo a porta do carro, corro para casa, tropeçando nas escadas e caindo para a frente. Luto para levantar, precisando entrar na casa, imagens dele rodando dentro do meu cérebro, memórias que evito completamente.

Finalmente conseguindo entrar pela porta da frente, bato com força os painéis de vidro. Espero pelo rompimento, mas ele nunca vem. Neste momento, não posso me importar menos se quebrar todos os malditos painéis nesta casa, só há uma coisa que procuro e está escondida na minha mesa de cabeceira.

Você não precisa dele.

Lute contra isso!

A voz na parte de trás da minha cabeça grita, exigindo que eu pare e respire. Mas estou lutando para respirar agora, não posso respirar quando minha garganta lentamente se fecha, cortando a fonte essencial de vida.

Caio de joelhos ao lado da cama, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Meu corpo se fecha, a escuridão chega e meus membros parecem pesados. Não posso chegar até a gaveta, eu não posso me mover. As paredes da sala começam a se aproximar. Sei que deveria correr para a porta, mas meu cérebro não consegue descobrir como levantar meu corpo. Movo minha cabeça de lado a lado, o som de zumbido nos ouvidos ficando-se mais alto. É como a televisão quando fica com a tela granulada, meu cérebro é uma confusão de cores difusas e ruídos.

Jogo a cabeça para trás, batendo-a contra a cama, tentando afastando o zumbido, apenas por um momento para que possa alcançar minhas pílulas.

Uma. Só preciso de uma.

O espaço se torna menor, me apertando, comprimindo minha respiração.

"Sugar?"

Sua voz me atinge no peito, e de repente respiro fundo.

Wrench.

Olho para cima, vendo-o de pé na porta. Mesmo através do borrão de lágrimas, posso dizer que seu rosto está cheio de preocupação. Com cada passo que dá em direção a mim, o peso no meu corpo se levanta, e consigo respirar.

“Ei...” Ele sussurra baixinho. “O que está acontecendo?” Seu olhar se move para minhas pernas, arregalando os olhos. Olho para baixo, há um grande arranhão na minha canela, sangue escorre em gotas pelo chão.

Ele corre, o movimento muito rápido. Eu grito, puxando meus joelhos para o peito e virando a cabeça, esperando que seu toque vá queimar minha pele. Mas ele nunca chega.

Olhando pelo canto do olho, vejo quando ele se ajoelha ao meu lado, seus movimentos agora lentos e deliberados. Minha respiração é rápida, mas não superficial, meu coração parece que vai explodir a qualquer momento no peito e revestir o quarto com meu sangue. Engulo a bile que se forma na minha garganta.

Ele ergue as mãos, mostrando que não vai me tocar. “Eu só preciso saber o que aconteceu. Eu quero ajudar."

“Você não pode,” digo asperamente. “Só não me toque.”

Ele assente, mas posso dizer que está lutando para se segurar, as sobrancelhas franzidas com medo e os olhos esquadrinhando a sala como se esperasse que um monstro saltasse a qualquer momento.

O que ele não sabe é que o monstro está na frente dele.

As cores do quarto vão desaparecendo, quase como se eu estivesse em algum tipo de filme preto e branco. A escuridão se esconde nos cantos, ameaçando me engolir a qualquer momento, sentindo meu medo, procurando quaisquer deficiências que possa usar como vantagem.

Ele se arrasta de costas contra a parede, alguns centímetros separando nossos pés, quando ele dobra os joelhos e descansa seus braços neles, os olhos constantemente me observando. Encaramos um ao outro, sem palavras enquanto ele sustenta meu olhar.

Meu corpo treme e quero desesperadamente que isso pare. Eu quero correr, mas simplesmente não consigo descobrir como. É isso, o mundo está desmoronando ao meu redor, e não há como parar. Não posso sequer lutar para sair, é fodidamente inútil tentar.

Espero que ele comece a rir de mim, aponte e me diga quão fraca sou. Não posso discutir.

Eu sou fraca.

Eu preciso dos comprimidos.

Eles vão me fazer passar por isso.

Eles vão tornar tudo melhor.

Insensível, quero ser insensível.

Estou quebrada, torcida e inutilizada.

Espero julgamento atingir os olhos de Wrench. Ele deve saber. Ele deve estar tão desgostoso. Vergonha se constrói no meu intestino, e enrolo os braços em volta dos joelhos, puxando-os para meu peito, sem me importar quando olho para baixo e vejo que o sangue está manchando meus braços.

Isso te fará se sentir melhor.

As palavras me fazem querer vomitar enquanto rodam mais e mais em minha cabeça. Grito em voz alta e jogo a cabeça para trás. Minha mão se contrai. Quero alcançar a gaveta onde elas estão escondidas. É uma batalha interna - lutar contra a escuridão sozinha ou ceder a única coisa que sei que oferecerá paz.

Eu quero uma, apenas uma.

Não, preciso de mais do que uma.

Então posso me perder no esquecimento e nunca mais voltar. A dor desaparecerá, assim como o barulho.

Isso é o que mais odeio.

O barulho.

Ele nubla meus sentidos, me levando ao ponto da insanidade.

Mas quando olho através da sala para Wrench, seus punhos cerrados como se quisesse saltar do chão a qualquer momento para revidar contra os demônios, me proteger como prometeu, que é quando percebo... não há barulho.

A sala está em silêncio, tão silenciosa que tudo o que posso ouvir é sua respiração pesada e o jeito que ele está cerrando os dentes. Posso ouvir o chiado de seu colete de couro quando ele se move. Ele quer estender a mão para mim, posso sentir e ver o quanto está lutando para se segurar.

Isto é diferente, uma experiência que nunca tive antes. Pela primeira vez, não estou lutando contra isso sozinha.

Durante estes momentos, são normalmente as pílulas que me confortam, afugentam as sombras e trazem de volta a cor para o mundo. Elas são minhas aliadas. Mas quando ele se senta lá, em silêncio, sua força avassaladora, suas palavras de proteção repetindo mais e mais na minha cabeça, posso ver as sombras se afastando.

O sol começa a brilhar através da janela, iluminando o quarto novamente. Talvez esteve sempre lá, talvez minha mente tenha simplesmente o bloqueado, mas de qualquer forma, a escuridão vai lentamente sendo forçada de volta para os cantos da sala.

Meus pulmões se expandem mais, tomando respirações profundas, preenchendo urgentemente meus pulmões e cérebro. Meu corpo continua a tremer e tremer, mas seguro o olhar de Wrench. Ele não tem que falar, me tocar, ou tentar me consolar com palavras. Para ser honesta, se ele fizesse, pioraria as coisas.

É como se ele soubesse que sua presença é o suficiente, o silêncio em seus olhos fala mais do que mil palavras que possa dizer. A luz do sol se move pelo chão do quarto. Sinto como se o tempo estivesse se movendo rapidamente, mas, na realidade, sei que horas passaram. Meu corpo continua a tremer, mesmo quando a corrida do meu coração passa de um zumbido rápido para uma lenta batida. Quando meus dedos começam a aquecer, finalmente olho para baixo. A luz do sol está tocando minha mão, aquecendo minha pele, lançando luz em mim.

Lambo meus lábios. "Você acha que sou louca."

“Estive sentado aqui por três horas, sem dizer uma palavra, mas isso é o que pensa que ouviu?” Ele responde calmamente.

“Eu...” Luto para encontrar uma resposta.

“Vou te preparar um banho,” ele diz suavemente. "Tudo bem?"

Olho minha perna, os degraus de madeira que levam à minha porta da frente a feriram quando tropecei. O sangue mancha ambos os braços e gotículas sujam o tapete ao lado do meu pé. A dor volta lentamente para meus sentidos, e estremeço.

“Sim... isso seria bom.”

Ele fica de pé e vai em direção à porta, mas meus olhos começam a se confundir novamente. “Wrench.” Engulo em seco.

Ele gira para me encarar, seus olhos em alerta. "Sim…"

“Posso... Posso ir com você?” Não quero estar sozinha. Mesmo que ele não esteja me tocando, apenas tê-lo lá, saber que estou segura, saber que ele irá lutar por mim, me calma.

Ele avança, estendendo a mão para mim. Coloco meus dedos manchados de sangue nos dele, só percebendo então que há outro machucado na palma. Ele a segura cuidadosamente enquanto me levanta, mas minhas pernas tremem.

“Posso te pegar?”, ele pergunta, mantendo distância. Talvez ele pense que vou correr, ou talvez esteja com medo de que possa quebrar novamente a qualquer momento, e ele não quer esperar mais três horas enquanto tento acalmar.

Limpo a garganta. "Sim."

Ele coloca uma mão em minhas costas, abaixa-se e engancha seu braço sob meus joelhos. Levantando-me do chão, ele me embala contra seu corpo e me enrolo em seu peito. O cheiro de sua pele, o som do seu coração batendo, tudo se reúne em torno de mim como uma capa protetora.

Ele me viu quebrar e perder minha mente, mas está aqui, e não correndo para as montanhas. Ele não está chamando alguém como Optimus para vir e lidar comigo, e até agora, não vi sequer um flash de julgamento em seus olhos.

Seria bom dizer que ele me viu no meu pior e ainda está disposto a ficar ao meu lado.

Mas isso seria uma mentira.

Isso é ruim, eu mesma admito, mas o pior ainda está por vir.

Ele ainda não viu nada.

 

Capítulo dez

Wrench

 

Abaixo a tampa do vaso sanitário antes de colocar Sugar em cima dela. Ela não diz nada, todo seu corpo ainda treme e posso dizer que sua mente está em outro lugar, mesmo enquanto seus olhos me seguem ao redor do minúsculo banheiro. Depois de abrir a torneira da banheira, viro para ela, tirando meu colete e pendurando-o na parte de trás da porta. Minha camisa é a próxima, e a jogo no chão ao lado da porta para que ela não molhe.

Realmente não sei o que estou fazendo.

Tenho um milhão de perguntas passando na cabeça.

O que diabos aconteceu?

Devo chamar Op e deixá-lo saber?

Será que preciso de ajuda?

Mesmo enquanto contemplo todas estas coisas, a única que se destaca acima do resto é que preciso estar lá, confortá-la, ajudá-la a passar por tudo contra o que ela esteja lutando. Lidei com o meu quinhão de ataques de pânico ao longo dos anos, minha mãe sofria deles dia sim dia não depois que foi diagnosticada com câncer de mama.

Embora fosse o que fosse que Sugar tenha está no mais extremo da escala, sei que bater de frente e exigir respostas não tornará isso melhor. Ela precisa de espaço para respirar.

“O que está fazendo?” Ela pergunta num sussurro quando alcanço a fivela do meu cinto.

“Nós vamos tomar um banho,” respondo sem olhar para ela. Em vez disso, continuo a retirar meus jeans e os jogo com a minha camiseta.

Ela desvia o olhar quando me viro. Um rubor se espalha por suas bochechas e sorrio, balançando a cabeça. “Não estou tentando entrar em suas calças. Podemos sentar em extremos opostos da banheira se quiser, mas vou entrar com você e limpar esses arranhões.”

Ela lambe os lábios, e coloca os braços ao redor de seu corpo, curvando-se em si mesma, enquanto me observa testar a água, que está na temperatura certa, e, em seguida, fechar as torneiras.

Estendo a mão, e até mesmo enquanto a toma ela continua a desviar o olhar. “Vai precisar tirar essas roupas, doçura.”

Pego um pequeno sorriso aparecendo no canto de sua boca. “É bom ver que ainda está nessa de apelidos ridículos,” diz ela num tom abafado.

Puxo-a para seus pés, movendo-me lentamente enquanto retiro sua camiseta pela cabeça. “Não se preocupe, docinho, vou encontrar um que combina com você.”

Ela me permite retirar sua roupa, nos movemos a passos de caracol, mas não me importo. Isto não é sexual, não é sobre satisfazer meu pau ou foder os pensamentos de sua cabeça. Isto é sobre conforto e intimidade, e compartilhar suas falhas com outra pessoa e não a ter te julgando. Quero saber o que a fez ter essas crises, quero conhecer cada pequeno pedaço dela incluindo as partes assim – quebradas. Meus sentimentos por ela são fortes, preciso que ela saiba que a vi por quem é e ainda estou aqui, não importa o quão fodido e louca essa merda fique.

Vê-la assim me assustou pra caralho?

Sim. Um milhão de vezes, sim.

Mas imediatamente quis fazer o que diabos poderia para afastar qualquer dor, ansiedade, ou pânico que ela estivesse sentindo. E se isso significa sentar no chão com ela pela porra de horas a fio, com a boca fechada, porque ela precisa saber que alguém está lá, então isso é o que farei.

Entro na banheira primeiro. Felizmente, é grande o suficiente para acomodar meu corpo, bem como o dela muito confortavelmente. Ela me segue, seu corpo afundando na água. Com nós dois lá, de frente para o outro, o nível da água está perto de transbordar. Mas não me importo.

Ela é minha prioridade.

Pego uma toalha ao lado da banheira e estendo minha mão. Ela levanta a perna da água, colocando seu tornozelo nela. Concentro-me no machucado, mesmo depois de estar na água por apenas alguns minutos, ele já parece muito melhor. Com um pouco do sangue lavado, posso dizer que parece doloroso, mas está longe se ser tão ruim quanto imaginei.

“Acho que eu bati num dos pregos que está saindo dos degraus,” explica ela. “Eu estava correndo e tropecei.”

Balanço a cabeça, as lesões fazem mais sentido agora, com as marcas correspondentes em sua mão onde teria tentado evitar a queda. “Não é muito profundo,” digo enquanto lavo suavemente, removendo o sangue seco.

Ela tira o sabão do suporte e começa a lavar as manchas de sangue em seus braços. Se a estou machucando, ela disfarça muito bem porque nem uma vez recua.

“Vou colocar uma bandagem nisso quando sairmos.”

Ela cantarola em acordo antes de aconchegar os joelhos em seu peito e deslizar ainda mais na água, o que eleva a água até seu queixo.

Relaxamos em silêncio por um tempo, minha bunda dolorida grata pela água quente dado que acabei de ficar sentado no chão por mais de três horas. Como consegui ficar lá por tanto tempo não tenho ideia do caralho, foi um milagre realmente. Mas estava com medo de que um movimento iria mandá-la de volta para onde começou.

“Obrigada,” ela finalmente sussurra enquanto se senta um pouco mais alto. “Obrigada por não pirar e não me tocar.”

Dou de ombros. “Você me disse para não tocar.”

Ela brinca com seu cabelo sob a água. “Sim, às vezes as pessoas não escutam, no entanto. Às vezes eles pensam que sabem melhor.”

Bato meus dedos na borda da banheira. “Você tem os ataques muitas vezes?”

Ela balança a cabeça. “Não por um tempo muito longo. Eu geralmente sou muito boa em... controlá-los, posso dizer quando estão vindo. Esse só me atingiu como um caminhão.”

Lavo meu rosto. “Minha mãe costumava ter ataques de pânico com bastante frequência. Eu costumava sentar com ela, ela disse que a fazia se sentir melhor.”

Minha mãe sempre dizia que precisava de apoio, mas não do tipo de abraçá-la e dizer que 'tudo ficaria bem.' Porque quando alguém está nesse estado de espírito - onde o mundo parece estar desmoronando - a última coisa que querem é sentir como se estivesse diminuindo suas emoções.

“Por que ela tinha ataques de pânico?” Sugar pergunta com curiosidade.

“Quando foi diagnosticada com câncer de mama, eu tinha apenas onze. Minha irmã estava saindo da faculdade, e já estava trabalha em dois empregos para nos ajudar,” digo a ela enquanto minha mão cai abaixo da água e roça a pele suave de sua panturrilha. “Mamãe começou a ficar ansiosa. Minha irmã estava trabalhando para ajudar a pagar as contas, e no momento, embora houvesse uma boca a menos para alimentar, com as contas médicas da mamãe, também seria apertado perder a pouca renda da minha irmã.”

“Oh wow,” Sugar diz. “Isso deve ter sido tão difícil.”

Meu dedo arrasta preguiçosamente sobre sua perna e afundo mais profundamente na água, encostando minha cabeça na borda da banheira.

“Sim, Dani tentou ficar, mas minha mãe se recusou a deixá-la desistir de sua educação, dizendo que conseguiria se virar. E nós fizemos, apesar de ela ter ataques de ansiedade mais do que uma vez por semana.” Sorrio quando lembro de minha mãe, e quão difícil ela era. “Ela lutou. Nós fizemos funcionar. Ela entrou em remissão por um tempo, e as coisas pareciam boas, ela trabalha e conseguia o suficiente para vivermos confortavelmente. Então, um dia, o câncer voltou como uma cadela, e ela simplesmente não pode lutar contra.”

Sugar avança, com a mão pegando a minha sob a água, o movimento faz com que a água voe por todos os lados. “Sinto muito,” diz ela com sinceridade, e eu sorrio.

“Ela era muito legal. Uma dessas mães que sabe que não enganar com suas merdas, mas que ainda faz coisas divertidas como irritar sua irmã mais velha com você, e te dá high-five quando você descobre como quebrar contas bancárias... contanto que não roube todo o dinheiro.” Rio e balanço a cabeça, apreciando as memórias que tenho de uma das mulheres mais incríveis do mundo.

O rosto de Sugar se ilumina, e noto que a cor está voltando para suas bochechas. “Espero que quando Harlyn ficar mais velha ela me descreva como uma mãe legal.”

“Você já é o melhor tipo de mãe. Jovem, sexy, bem-sucedida e um pouco durona. Quando ela ficar mais velha, todos os seus amigos homens vão querer ficar por perto para grupos de estudo apenas para que possam fantasiar com você,” digo a ela, minha risada ecoando no banheiro.

De repente, um esguicho de água me acerta no rosto e estou cego.

“Isso não é sequer engraçado”, ela protesta quando limpo as gotas de meus olhos.

“Foi um elogio...” Rio. “Não que eu vá deixar isso acontecer. Provavelmente acabarei preso por bater a merda de alguns colegiais que tentarem tocar seu seio.”

Um sorriso gentil cruza seus lábios. “Planeja estar aqui por muito tempo, hein?”

“Planejo estar aqui tanto quanto seja possível caralho,” respondo honestamente, olhando-a diretamente nos olhos.

Ela limpa a garganta, óbvia emoção sufocando-a. “Eu... uh... de repente me sinto meio mal por jogar água em você,” ela diz com um sorriso fraco.

Levanto minha mão da água, e enquanto está pingando, eu a agito nela.

Ela engasga em choque por um segundo antes de estreitar os olhos para mim. "Isso é guerra."

“Pode vir, jujuba.”

 

Capítulo onze

Wrench

 

“Ei, garota”, digo, bagunçando o cabelo de Harlyn com a mão enquanto passo. "O que está acontecendo?"

“Tarefa,” ela responde, o tom de voz baixo e cheio de frustração.

Debruço-me sobre o bar, agarrando duas garrafas de água da geladeira, antes de voltar para a mesa onde ela está sentada, olhando fixamente uma pasta de trabalho à sua frente.

O clube está bastante vazio. Blizzard tem as mãos cheias cuidando de Jayla e tentando evitar o clube a todo custo, devido ao retorno de Rose. Tenho que admitir, a menina tem bolas do tamanho de um pequeno país. Por causa dela, Chelsea quase perdeu a vida e Blizzard foi baleado depois de apaixonar por uma mulher que é essencialmente o inimigo. No entanto, ela voltou para cá com seu coração na manga, implorando para fazer as pazes pela tempestade de merda de que causou meses atrás. Não se importou que poderia ter sido morta à primeira vista e o que seria, na minha mente, completamente justificado.

Ela tem coragem, tenho que admitir.

As coisas estão calmas por um tempo, negócios como o normal. Mas com a mãe de Blizzard chegando e pedindo ao clube por ajudar, já posso sentir a mudança no ar.

Problemas estão vindo.

“Você tem dúvidas?” Pergunto, entregando a Harlyn uma das garrafas antes de arrastar uma cadeira e sentar com ela.

Ela pega a garrafa fria e começa a desenhar na condensação que se reúne nela, evitando claramente olhar para mim. "Você gostou da escola?"

Eu bufo. “Sim, acho que gostei. Eu era muito bom nisso.” Ela rapidamente move a mão, agarrando o livro na frente dela e batendo-o fechado. “Hey!” Digo surpreso, agarrando a mão dela na minha e impedindo-a de pegá-lo e jogá-lo no chão.

"A escola não presta! Eles são arrogantes crianças ricas,” ela zomba, olhando o objeto ofensivo.

“Calma aí, Rambo,” provoco, puxando sua mão e guiando-a em torno da mesa. Harlyn foi suspensa por alguns dias ou menos uma semana atrás, por socar uma criança no estômago quando ele disse alguma merda sobre o clube. “Que diabos está acontecendo?” Abro minhas pernas para que ela possa ficar entre elas colocando-nos no mesmo nível dos olhos.

“Eu só não gosto, Wrench.” Ela suspira, a luta a deixando. “Não sei por que não posso simplesmente ir para outra escola.”

“Porque sua mãe quer que tenha uma boa educação. Às vezes, temos que fazer coisas que não queremos fazer se sabemos que, no final, vai nos beneficiar.” Retruco, apoiando a escolha de Sugar em enviar Harlyn à escola local particular em vez da pública, mesmo que não concorde inteiramente.

Ela não é minha filha, não tenho uma palavra a dizer, e sei que Sugar está apenas tentando fazer o que acha ser melhor.

As coisas têm tido altos e baixos entre a gente desde o dia em que a encontrei em seu quarto, à beira de um colapso mental. Ela nunca me ofereceu qualquer explicação de como acabou dessa maneira, mas depois de algumas horas apenas andando por sua casa, desembalando e rindo juntos, ela pareceu se recuperar rapidamente. Ao dizer se recuperar, realmente quero dizer saltar.

Alguns dias é como se nada mais existisse além de nós. Outros, a única visão que tenho dela é correndo pela casa do clube gritando por cima do ombro que tem uma nova ideia e precisa desenhá-la antes que desapareça. Ela tem estado cheia de determinação, seu foco mudando para a loja que planeja abrir. É bom vê-la tão apaixonada, a menina quebrada bonita que vi enrolada numa bola em seu quarto é como uma memória ruim que ela deixou para trás. Uma que nenhum de nós quer lembrar, mas que não conseguíamos esquecer. É apenas bom para porra vê-la feliz novamente, mesmo que esteja ocupada demais para mim.

“Não costumava ser assim na minha antiga escola, porque não sabiam quem era meu pai.”

Meu estômago afunda, faz sentido agora. “É ruim, hein?”

Ela desvia o olhar, e imediatamente sei que estou certo. pego seu queixo na mão e viro seu rosto para olhar para mim. “Nada que essas crianças têm a dizer é importante, Har. Eles não sabem quem você é. Eles não conhecem quem realmente é seu pai, e não conhecem o clube. Acha que algum deles tem tantas pessoas prontas para bater em qualquer um que falar mal deles?”

Ela balança a cabeça.

“Acha que qualquer um deles anda na garupa de uma moto como você faz com seu pai, ou que a mãe deles os deixa impressionante pra caralho com uma roupa igual sua mãe?” pergunto a ela, sabendo bem que nenhum daqueles riquinhos de merdas chega perto da família que Harlyn tem.

Ela ri suavemente. "Não. Precisa ver os rostos dos outros pais quando papai me pega.”

Sorrio. “Exatamente criança. Você tem muito mais do que eles. Então não deixe que suas palavras tolas cheguem até você. Você é melhor que isso."

Ela me surpreende jogando seus braços em volta do meu pescoço e me abraçando. Não perco um segundo em pegá-la e apertá-la com força contra o meu peito.

“Você é o melhor, Wrench,” ela sussurra.

“Você sabe que tenho suas costas,” digo a ela. “Tome uma posição e deixe eles saberem que não vai aceitar mais merda, mas tente não dar nenhum soco. Sua mãe perdeu a cabeça com isso.”

Sugar se assusta quando foi chamada para a escola para lidar com a cena, e com Optimus não foi melhor. Tem sido um problema após outro. No entanto, Sugar está determinada a mantê-la ali, apenas dizendo uma e outra vez que é onde Harlyn precisa estar.

Não estou vendo isso.

Tudo o que estou vendo é uma pobre criança que está gritando para alguém nota-la e ninguém está escutando. Sugar se enterrou numa pilha de sonhos e aspirações, nem mesmo reconhecendo o fato de que estou pronto para colocar meu colete em risco por ela, e agora estou tomando um chá de cadeira. E com o retorno de Rose e com a mãe de Blizzard aparecendo e pedindo ajuda ao clube, a mente de Op não está no jogo também.

Há um monte de merda acontecendo, mas não tanta que possa fazer algo sobre isso. Exceto estar lá para essa menina quando ela precisa de mim, como em tempos como estes.

Harlyn ri e se afasta, seus olhos brilhando com humor. “Mamãe não gostaria que xingasse assim.”

Eu rio. “Se tiver um problema, você diz a ela para vir falar comigo.”

Ela não precisará afinal porque meu plano agora é encontrá-la primeiro.

Optimus entra na sala, sua sobrancelha levantada em questionamento quando fico em pé. “Papai está aqui agora, aposto que ele vai te ajudar com a lição de casa.”

Ele revira os olhos, mas se aproxima de qualquer forma. “É em momentos como estes que gostaria de ter ficado mais tempo na escola.”

Sorrio. “Hora de cumprir seus deveres, pai.” Com as costas de Harlyn para ele, ele murmura as palavras 'foda-se' antes de se sentar à mesa. “Onde está Sugar de qualquer forma?”

“Harlyn ficará aqui esta noite, ela quer pegar alguma merda nova de design. Há uma loja vazia no centro, mas o proprietário não vai alugar para ela a menos que saiba com certeza que ela tem um negócio rentável para colocar lá,” ele explica enquanto arrasta sua cadeira mais perto de Harlyn e olha por cima de seu ombro. Ele geme alto. "Matemática! Claro, teremos matemática hoje.”

Rio, batendo-lhe no ombro antes de caminhar para a porta. “Vou visitar minha irmã. A gente se fala mais tarde."

“Traidor,” resmunga. “Tudo bem, tudo bem, vamos fazer essa merda.”

“Papai,” Harlyn adverte em tom de provocação.

Praticamente posso vê-lo revirar seus olhos do outro lado da sala. “Coisas... vamos fazer essas coisas.”

Saltando na minha moto, vou em direção à cidade. Minha irmã não mora muito longe da nova casa de Sugar, então nas últimas semanas a uso como um disfarce. Odeio fazer isso, e as palestras que vem cada vez que chego estão começando a ficar velhas. Estou andando numa linha fina pra caralho, que sei que logo será cruzada, e serei forçado a lidar com as consequências das minhas ações. Quero dizer a Op, deixá-lo saber que Sugar se tornou uma parte importante da minha vida e que ele pode me bater, atirar em mim, me suspender, mas, tanto quanto estou preocupado estou me apaixonando por ela, e preciso dela comigo.

Sugar, por outro lado, está determinada a manter a paz entre nós, e não deixar que o que quer que temos, afete a dinâmica do clube. Eu a ouvi e apreciei sua preocupação com a irmandade e meu relacionamento com Op e os outros, mas é como se ela não pudesse ver que, manter este segredo está realmente fazendo o oposto.

Estou mentindo, me esgueirando, traindo a fé e confiança que eles tem em mim, e, tanto quanto estou preocupado, isso é muito pior do que lidar com a tensão que ser honesto criaria. Sei que Optimus pode mudar de ideia, no entanto. Ele ficará fodidamente chateado que fui contra ordens diretas, e não posso culpá-lo por isso. Sabia exatamente o que fazia quando decidi ir atrás de Sugar. Mas, também sei que Op entenderá o que significa não ter nenhum controle sobre quem seu coração quer.

Sugar é isso.

Não posso lutar contra a maneira que meu corpo e mente querem lutar desesperadamente para fazê-la feliz. Não posso lutar com a forma como seu corpo instantaneamente relaxa quando a toco, e como por causa de coisas assim, de repente sinto como se tivesse um propósito.

Ela é uma mulher forte. Aquela que sei que pode lidar com as duras realidades da vida do clube. Aquela que nunca questionou meu compromisso ou brigou quando precisei colocar o clube em primeiro lugar.

Tive mulheres que constantemente precisavam de atenção, respostas e segurança. Às vezes, eu simplesmente não podia dar. Não podia responder às suas perguntas, não podia explicar por que tive que sair no meio da noite, quando meus irmãos ligaram, não podia aliviar suas inseguranças quando eram sobre o estilo de vida do clube e as empresas que pertencem a ele ou as mulheres que constantemente estavam ao redor.

Sugar, ela não precisa de nada disso.

Ela só entende.

Às vezes não estou realmente certo de onde estamos, o que somos. Nós dois temos vidas. Ainda tenho que fazer meus deveres com o clube, e ela não só está tentando criar uma criança, mas também começar seu próprio negócio. Posso dizer que ela está ficando estressada, tentando fazer muito de uma vez, queimando a vela em ambas as extremidades do caralho, mas ela não me deixa ajudar.

E desde que Blizzard nos pegou na sala de reuniões há alguns dias, acho que isso a atingiu tão forte que não a vi ou falei com ela desde então.

Eu a deixei ter seu espaço, o tempo que precisava para pensar.

Mas, tanto quanto me importo, o tempo acabou.

 

Capítulo doZe

Sugar

 

Música explode na minha sala enquanto estou sentada no meio do chão, tantos papéis espalhados em torno que não tenho certeza de como irei escapar da bagunça quando finalmente for necessário eu me levantar. Meu lápis rabisca por todo o bloco que seguro encostado no meu joelho, linhas afiadas formando saias e tops, belos desenhos que mal posso esperar para encontrar tecido para que possam ganhar vida.

Esta é minha fuga, tem sido por um longo tempo. É uma maneira de me concentrar, manter minha mente fora das coisas que me perseguem, dos sussurros no meu ouvido que me levam para a borda. Isto me mantém ocupada quando tudo o que quero fazer é perder a cabeça e afundar no buraco de onde eu saí, e me lembra que tenho um propósito, que posso fazer algum tipo de bem, e dar às pessoas algo que podem não ter tido antes.

Cresci numa família rica, onde nunca usa qualquer coisa que não venha com uma etiqueta ou um nome de designer conhecido. O dinheiro não é nenhuma despesa, você tem que parecer e agir como se tivesse acabado de sair de uma passarela em todos os momentos, mesmo se estiver apenas até a rua comprar leite. Cresci pensando que era normal, que as pessoas que se vestiam com algo que parecesse nada menos do que perfeito estavam abaixo de mim.

Mas conforme cresci, percebi que é tudo falso, que o mundo em que vivia era falso.

Uma parte minha sempre sentiu como se eu fosse diferente das meninas com quem fui para a escola. Liberdade e emoção parecem fora de alcance quando tem pais que te fazem se sentir como se não pudesse nem espirrar sem se preocupar se as pessoas vão te olhar de soslaio.

Eu frequentei uma escola de meninas, onde o foco era menos na educação e mais em nos preparar para sermos esposas e membros da sociedade perfeitas. Aprendemos como cruzar as pernas, como cozinhar, como cumprimentar os convidados e como fazer festas para centenas de pessoas.

Acho que isso não foi tudo um desperdício afinal.

Foi nas lições sobre estilo e beleza onde encontrei meu amor por desenhar e criar. Minha mãe pensou que tivesse ganhado na loteria no dia em que chegou em casa e disse a ela que precisava desesperadamente ir ao shopping fazer compras. Ainda me lembro do olhar em seu rosto quando seus olhos se iluminaram com alegria e ela praticamente saltou da cadeira, pegando sua bolsa no caminho para o carro. Ela desejava normalidade, ela queria uma imagem de família perfeita que pudesse rivalizar com a de realeza, e eu estava arrastando-os para baixo.

Até aquele momento, eu já estava tão frustrada com o jogo e suas regras que comecei a me rebelar e me recusar a participar de bailes da empresa do meu pai ou jantares e comecei a sair com um grupo de crianças mais velhas na cidade que iam a escola pública. Eles não eram crianças horríveis, a maioria tinha ambições e sonhos para o seu futuro. Eles queriam ir para a faculdade, ganhar seus diplomas e trabalhar duro para ter sucesso. Mas também sabiam como se divertir, como fazer a maior parte de suas jovens vidas e vivê-las ao ponto de não se arrependerem.

No entanto, eu ainda passava a maior parte do meu dia na escola aprendendo a colocar um pedaço de merda de carne na minha boca e mastigar 'como se eu tivesse um segredo.' Só de pensar nisso fico zangada.

Minha irmã mais velha Eva, porém, é a filha perfeita, a estudante modelo. E quando se formou no colegial, já tinha um anel em seu dedo e fazia planos para casar. Seu marido era filho de um dos parceiros de negócios do meu pai. Um babaca rico que, como minha irmã me disse, enquanto estava bêbada em sua despedida de solteira, tinha um pau pequeno.

No entanto, ela sequer pensou duas vezes antes de casar com ele.

Desesperada para ser a esposa troféu para a qual foi criada.

Não falo com ela fazem oito anos.

Muito parecida com meus pais, ela me renegou quando atingi a fase na minha vida em que as pessoas começaram a perceber que eu era... diferente. Meus pais pensaram que era só uma fase, tentaram lidar com isso como algum tipo de transtorno desafiador que poderiam curar com pílulas e regras estritas. Mas isso só me empurrou ainda mais para a escuridão. Isso me isolou, fazendo-me sentir como uma aberração ou esquisitona.

Vergonha me seguiu, e a forma como as pessoas olhavam para mim de lado como se eu tivesse algum tipo de doença, me deixava doente.

Acho que ainda é um dos meus maiores medos. Saber que, se as pessoas descobrirem a verdade sobre a escuridão que abrigo dentro de mim, irão me ver como menos capaz, que irão me tirar a dignidade pela qual lutei tanto ao longo dos últimos seis anos para ganhar de volta.

Não sou mais aquela pessoa.

Vejo vislumbres dela ocasionalmente. Após a mensagem de voz e meu colapso, tentei o meu melhor para guiar as coisas na direção oposta. Estou tentando manter as coisas sob controle, mas não posso afastar a sensação de que algo está por vir.

Wrench é minha graça salvadora.

Seu toque, sua presença, tudo acalma os demônios que estão tentando se libertar. Wrench não é como um monte de caras, nem mesmo como os outros membros do clube. Ele não exige minha atenção constantemente, ele não precisa sempre me tocar ou me beijar como se fôssemos adolescentes com tesão. Ele me deixa ter meu espaço quando preciso, ele me deixa fazer o que preciso fazer, mas ele me encoraja a perseguir minhas paixões. Ele está contente com o tempo gasto com a gente, não só eu, mas Harlyn também. Ele tem certeza que ela é uma prioridade em sua vida, mesmo que isso signifique sair com ela quando não estou por perto. Sinto como se pudesse respirar novamente.

O único problema? Ele quer ser honesto com Optimus e o clube, para que saibam que o que estamos sentindo um pelo outro é real. É mais real do que qualquer coisa que já senti. Mas estou com medo, e sei que ele está ficando frustrado.

E se ele perder o colete?

E se por minha causa, tudo o que importa for tirado dele?

Ele me diz que Optimus irá entender. Que irá ver isso. Se não imediatamente, então, eventualmente, mas não posso deixar de pensar dos riscos.

E se ele me culpar?

E se ele me der um ultimato e decidir ir embora?

Deixei meu esconderijo secreto, sentindo-me mais confortável com Wrench do que nele. Ele pode me proteger, o calor que cria dentro do meu corpo é um que nunca senti antes com outra coisa senão... bem... as pílulas. Estou num nível elevado, parece como se nunca fosse descer, um que nunca quero perder.

“Puta merda, você foi roubada.”

Meu corpo salta quando sua voz explode dentro do pequeno espaço, mas logo se acalma quando olho e o vejo encostado na parede com um sorriso no rosto. Pego o controle remoto do estéreo e desligo a música antes de levantar meu corpo dolorido.

Quanto tempo fiquei sentada ali?

“Não é tão ruim assim,” respondo, mostrando minha língua para ele como uma criança mimada.

Ele ri. “Você diz isso enquanto se levanta da pequena ilha cercada por um mar de papéis. Você não poderia ter empilhados ou arrumado?”

Reviro os olhos e estendo meus braços bem abertos. “Preciso ser capaz de ver todos, então sei quais designs já elaborei, e então às vezes posso combinar uns com os outros para fazer roupas ou coleções inteiras,” Divago, explicando o método da minha loucura. “Há um processo que tenho que passar, sabe.”

Ele estende as palmas das mãos para cima e se inclina para trás. “Ok fashion Nazi, deveria apenas sair e te deixar com isso, então.”

“Não...” Eu sorrio. Fico feliz em vê-lo e sentir sua energia. Os últimos dias foram difíceis, mas me joguei no trabalho, e isso manteve meu foco por tempo suficiente. “Pelo que devo o prazer?”

Caminho na ponta dos pés por todos os meus desenhos, deve haver pelo menos uma centena, mais ou menos. Sorrio em vitória quando consigo chegar do outro lado sem perturbar muito da minha bagunça.

Ele dá de ombros, mas um sorriso enche seu rosto. "Não sei. Vi Harlyn na sede do clube. Op disse que ela ficará lá esta noite.”

Meu corpo zumbe, suas palavras tem uma sugestão sútil, mas me causa arrepios. Mordo meu lábio enquanto dou um passo para mais perto dele. “Sim, eu precisava de tempo extra para ter tudo resolvido para amanhã, para meu encontro com o proprietário do edifício do centro.”

Movo meu braço ao redor da sala. Não é só os papéis que tomaram conta, mas também quatro prateleiras que armazenam roupas que já fiz ou comprei de outras mulheres têm ambições como as minhas e precisam dos seus trabalhos exibidos aos compradores. Isso e há uma estação configurada no canto com minha máquina de costura e pilhas de material e linhas.

“Parece uma fábrica aqui”, ele ri, cruzando os braços sobre o peito.

“Sabe, isso não é uma má ideia. Como você é com uma agulha e linha? Eu poderia te colocar para trabalhar,” brinco, movendo as sobrancelhas.

Ele se afasta da parede, chegando a mim com dois grandes passos, nem mesmo parando antes de se curvar e enganchar as mãos sob minhas pernas e me levantar. Grito de susto, passando os braços ao redor de seu pescoço enquanto minhas pernas circulam sua cintura e seguram firme quando ele se vira e segue o curto corredor.

“Sinta-se livre para me colocar para trabalhar, mas tenho um trabalho diferente em mente,” ele sussurra enquanto adentra meu quarto e chuta a porta fechada atrás dele. Ele cai sobre a borda da minha cama, meu corpo ainda agarrado ao seu. Nossos rostos estão a apenas um sopro de distância, nossos narizes quase roçando um no outro.

Passo minha mão por seu pescoço, puxando o boné de sua cabeça e jogando-o no chão. “O que tem em mente exatamente?” pergunto enquanto roço meus dedos por seu cabelo, alisando-o.

Suas mãos se movem para meus quadris, segurando-me confortavelmente contra ele enquanto seus lábios descem sobre os meus. “Isto,” ele murmura antes de nossas bocas se encontrarem. Começa suave, mas estou carente, desesperada para senti-lo em mim, dentro de mim, em qualquer lugar do caralho que possa ter. Até agora, o sexo esteve fora das cartas, com nós dois nos contentando em tocar, brincar, criar mapas do corpo do outro e guardar na memória.

Wrench está determinado a esperar, dizendo-me que quando chegar a hora será um momento onde podemos nos perder um no outro, e não precisar nos preocupar com Harlyn chegando da escola ou alguém vindo procurá-lo.

Aperto meu corpo contra o dele, me perco em seus beijos e na maneira que suas mãos trilham minhas costas e coxas – cada mão trilhando seu próprio caminho.

“Droga,” ele rosna, se afastando e respirando fundo. Seus olhos se abaixam, observando meu vestido. Eu o fiz sozinha. É bonito e de verão, uma estampa de flor amarela brilhante com botões que percorrem todo o comprimento dos meus seios até a barra.

“Este é um dos seus?” Ele pergunta, e me ilumino.

"É. Você gosta?"

“É fácil de consertar?”

Levanto minha sobrancelha e olho para baixo. "O que você quer dizer? Não é-"

Ambas suas mãos alcançam a bainha, e engasgo quando ele puxa com o que parece ser pouco esforço. Os botões começam a saltar, voando pela sala enquanto ele puxa mais e mais, até o último botão que o mantém unido logo acima dos meus seios voa, batendo no meu espelho de maquiagem.

Estou exposta, minha boca aberta enquanto olho para baixo, o que resta de um dos meus vestidos favoritos de verão. “Você só... Eu não posso...”

“Eu fiz, e é melhor acreditar,” diz ele com um sorriso satisfeito no rosto.

Sem me dar um segundo para responder, ele se levanta comigo ainda agarrada a ele e se vira, me colocando na cama sobre as colchas macias. Fico lá, de boca aberta quando ele joga seu colete do clube na cadeira no canto do meu quarto e puxa a camisa sobre a cabeça.

“Melhor fechar essa boquinha bonita, jujuba, antes de eu colocar algo nela,” ele diz quando agarra meus tornozelos e me puxa em direção à borda da cama.

Meu vestido rasgado cai em torno do meu corpo e ele enfia os dedos na minha calcinha, puxando-as por minhas pernas. Com um movimento do pulso, as manda voando pela sala, seus olhos ainda nos meus, seu sorriso arrogante enviando uma emoção por meu corpo.

Com uma mão na parte de trás de cada uma das minhas coxas, ele empurra minhas pernas. Tudo o que posso fazer é ver como ele se inclina para frente e passa a língua por meu centro.

“Foda-se,” nós dois gememos, seus olhos escurecendo numa névoa de luxúria.

Ele se inclina para a frente novamente, desta vez, tomando meu clitóris na boca, sugando e rodando a língua ao redor do broto inchado como se fosse seu pirulito favorito.

Apoio-me nos cotovelos, observando enquanto ele usa a boca para me atormentar, minha respiração cada vez mais errática enquanto ele lambe a umidade que está criando. Seu toque que normalmente me acalma e pacifica, agora eletriza meu corpo.

Jogo a cabeça para trás e torço o edredom em minhas mãos enquanto luto para respirar. Meus quadris têm mente própria enquanto se erguem em direção a sua boca com cada toque, implorando por mais, gritando por algum tipo de libertação. Ele não permite isso, porém, se afastando, assim que o calor de um orgasmo começa a se construir em mim.

Ergo a cabeça e o olho para ele. “Sério?” digo asperamente, incapaz de encontrar minha voz normal, minha garganta seca.

Ele libera a fivela da calça e, em seguida, o botão. Antes que caia no chão, ele engancha a mão no bolso e tira sua carteira que está presa a uma corrente. Isso é algo que notei que um monte de meninos faz, assumo que é no caso de caírem enquanto eles estão de moto. Com dois dedos ele puxa um preservativo antes de deixar tudo cair com um baque pesado no chão.

Seu pênis salta livre, sem boxers ou cuecas, apenas seu duro comprimento diretamente apontando para mim.

Puxo meu lábio inferior entre os dentes enquanto o vejo rolar o preservativo. É estranhamente erótico para caralho vê-lo se tocar, e então levo minha mão entre minhas pernas. Ele estende a mão, agarrando-a antes que eu possa me tocar e meu lábio inferior cai como quando estou de mau humor.

“Nem sequer pense nisso,” ele rosna, usando suas garras para me levantar. Minhas pernas tremem, mas ele me segura. Seus lábios brilham à luz, e por um momento me pergunto se ele me beijar, eu me provarei.

“Vire e fique de joelhos,” ele ordena com o rosto severo.

Estremeço. Não posso discutir. A atração de um homem que sabe o que quer me queima. Faço como foi dito, viro e subo na cama, ajoelhando na borda. Ele se aperta atrás de mim, mas quando me inclino para a frente para me apoiar em minhas mãos, ele coloca a mão no meu peito me segurando. Com a mão livre, ele pressiona seu pênis entre as minhas pernas até que a cabeça fique contra minha buceta.

“Esperei muito tempo,” ele geme, seus lábios roçando minha orelha.

“Então se apresse, inferno,” respondo, arqueando as costas e espalhando minhas coxas, instando-o a fazer alguma coisa.

Nada, porra.

Num movimento rápido, ele empurra os quadris para frente, seu pau entrando em mim.

“Deus!” grito, agarrando seu pulso, onde ele me segura contra seu corpo, enquanto a outra mão vai para trás e se engancha ao redor de seu pescoço. Minha cabeça fica contra seu ombro enquanto ele continua a me penetrar, uma estocada torturante após a outra.

Seus lábios encontram meu pescoço, começando embaixo do meu queixo, eles percorrem pressionando leves beijos em minha pele aquecida, por cima do ombro e de volta.

“Tão bom,” gemo, mordendo os lábios e permitindo que meus olhos se fechem.

Suas mãos ásperas puxam meu sutiã, abaixando as taças e liberando meus seios. Ele toma um em sua mão, apertando-o com força e beliscando o mamilo entre os dedos. Encontro seu ritmo, empurrando meus quadris para trás enquanto ele joga para frente, forçando-o a ir mais profundo e mais forte.

“Tão linda, porra,” ele sussurra sem fôlego. Seus dedos enroscam meu cabelo, e ele força minha cabeça para o lado. "Abra seus olhos."

Eu os forço a abrir, apenas para encontrar uma imagem de mim mesma. Inalando acentuadamente, nos vejo pelo espelho da minha penteadeira. Suas mãos no meu corpo, o arco das minhas costas e a forma como nos movemos juntos é hipnotizante. Seus músculos contraem a cada vez que ele se impulsiona, seu abdômen, seus bíceps, até os músculos da sua bunda foram feitos para serem admirados.

Eles são tão perfeitos, caramba, até mesmo lindos.

Ele se move mais rápido, seus olhos encontrando os meus no espelho enquanto sua mão desce por minha barriga ligeiramente arredondada e ele começa a esfregar o dedo do meio em volta do meu clitóris. Minha respiração fica pesada e a mente nebulosa. Não sei o que eu quero mais. Meus quadris lutam para descobrir no que querem ter mais pressão, meu pequeno broto ou se querem que ele vá mais fundo dentro de mim.

“Porra,” amaldiçoo. “Wrench, maldito!”

Ele ri no meu ouvido conforme cada impulso se torna mais rápido e mais forte. Pego um punho de seu cabelo na minha mão e seguro firme, montando-o mais duro.

“Você vai gozar em mim, e vai ser incrível, caralho,” ele silva. "Está pronta?"

Nós dois assistimos no espelho, nossos olhos conectados quando ele move seu dedo para frente e para trás sobre o meu clitóris, mais e mais rápido.

Atinge-me como uma tonelada de tijolos, e grito enquanto meu corpo treme. Contorço-me em seus braços quando ele se recusa a parar o ataque em meu corpo, o prazer esmagador me faz sentir como se eu estivesse caindo do penhasco mais alto só para acertar o fundo num choque e explosão de cores.

“Merda!” Ele amaldiçoa, seus impulsos desacelerando e seus dentes rangendo em meu ouvido. “Filha da puta, Jesus.”

Suor se forma no meu cabelo, minha pele parece estar pegando fogo. Luto por ar, meus pulmões famintos gritando e meu coração batendo tão rápido que é como um zumbido constante. Com um último impulso, ele se força dentro de mim, minha buceta apertando ao seu redor como o tremor de um terremoto.

“Sua boceta está tentando manter meu pau preso,” Wrench geme no meu ouvido quando passa os braços em minha cintura e me segura contra ele. Sou grata, sem saber se nesse momento, caso ele me solte terei um colapso.

“Bom,” digo sem fôlego. “Porque o que fez com ela deve ser ilegal, porra.”

Ele ri. “Você é ilegal, caralho. Eu me sinto como um viciado, não tenho certeza se alguma vez terei o suficiente.”

Tento não me assustar com o uso dessas palavras, lembrando-me que ele não quis ofender. “Você tem que ir para casa em algum momento, então acho que é melhor tomar sua dose.”

Seus lábios frios pressionam contra minha pele quente e suspiro. “Não tenho certeza que terei uma dose alguma vez, mas pelo resto da minha vida juro que vou lutar por qualquer coisa que me der.”

Tudo.

Eu quero lhe dar tudo.

Mas com tudo, vem a verdade. Vem partes minhas das quais qualquer pessoa normal fugiria. Vem o medo de que eu seja a única sem nada.

 

CAPÍTULO TREZE

WRENCH

 

Fico em pé observando enquanto ela anda em torno da cozinha, pegando uma e outra vez os ingredientes que precisa para fazer o jantar. Ela salta da despensa até a geladeira e depois volta novamente quando não pega tudo do que precisa.

“Quanto café teve hoje?” Sorrio.

Ela olha por cima do ombro para mim, o sorriso mais brilhante em seu rosto. Ele me aquece. Ela chegou tão longe ao longo dos últimos dois meses, seu amor pela vida e emoção pelo futuro é contagioso. Sugar passa por mim, dando um beijo rápido na minha bochecha enquanto pega o sal do outro lado do balcão.

“Posso ter tido alguns copos...” Ela ri. “Estou animada. Assim que fizer o jantar, vou começar novos designs. Então tenho que me encontrar com o homem do centro sobre o arrendamento da loja antes de pegar Harlyn na escola.”

“E onde eu entro nesse plano?” Pergunto, revirando os olhos. Ela que me pediu para vir esta manhã, mas parece que isso sumiu da sua mente.

Ela para e me olha com uma careta zombeteira. "Oh, me desculpe. Não estou te dando atenção suficiente?”

Ando em direção a ela, e seus olhos se iluminam de emoção quando coloco as mãos em ambos os lados do balcão, prendendo-a. abaixo minha cabeça, pressionando minha testa na dela. “Eu mal te vi nos últimos dias, estou tentando fazer um esforço aqui.”

Estou me apaixonando por esta mulher, posso sentir em minhas entranhas.

Quero estar perto dela, quero sentir sua energia, falar com ela sobre meu dia, assistir filmes com ela e Harlyn. Não me importo que porra seja, contanto que a envolva. Mas semana passada ou mais, ela parece ter pego mais e mais merda, e considerando o fato de que já temos que ter nosso tempo juntos onde podemos encaixar, estou começando a me perguntar se os sentimentos são compartilhados.

Suas mãos serpenteiam até meu peito e se estabelecem em volta do meu pescoço, os dedos entrelaçados. "Ok, sinto muito. Seu esforço é notado, e a partir de agora vou tentar mais passar esse tempo com você quando temos isso.”

Ela se levanta na ponta dos pés e pressiona seus lábios nos meus. A eletricidade flui através de nós, a forma como seu corpo amolece e se aproxima me diz que ela sente também.

“Bem, agora é um momento tão bom quanto qualquer outro. Só vai sentar por um segundo,” gemo, agarrando a cintura de Sugar e arrastando-a comigo para o sofá.

Sua risada enche o ar, e não posso deixar de sorrir para o som que nunca me canso de ouvir. Nas últimas semanas Sugar se transformou nesta mulher brilhante e corajosa. Ela é enérgica e cheia de vida, e é incrível vê-la florescer e tomar conta de seu futuro. Mas não tenho ideia de onde entro nisso.

Está começando a me comer por dentro ver esta mulher crescer, mas ter que ficar nas sombras e não estar lá ao lado dela, onde seu homem deve estar. Não que nós tivéssemos falado sobre esse aspecto do nosso relacionamento, ou se isto é um relacionamento. Não discutimos formalidades ou detalhes, decidindo apenas seguir com o fluxo e ver aonde nos leva.

Mas está chegando um ponto onde não quero apenas ir com o fluxo.

Estou doente pelas desculpas de merda que tenho que dar quando eu dispenso uma das meninas do clube, e estou fodido de cansado de mentir para meu presidente e um dos meus melhores amigos. Op me deu mais apoio do que poderia imaginar. O clube esteve lá para mim e me deu uma casa e uma família quando estava trancado por dentro, sem ninguém para ter minhas costas. Todos tinham as minhas costas, e agora estou cagando para toda a confiança e lealdade que lutei tanto para mostrar e provar a eles. Isso está apodrecendo na minha alma e porra, não posso aguentar muito mais.

Não me importo se Optimus me bater para caralho, o que ele provavelmente fará. Só quero parar de me esconder.

“Mas preciso terminar o jantar e elaborar mais alguns projetos,” ela protesta enquanto a sento no meu colo, recusando-me a deixá-la sair. “Tenho tanta coisa para fazer.”

Sugar mostrou seus projetos para o proprietário do edifício do centro alguns dias atrás, e ele ficou mais do que impressionado com sua organização e entusiasmo. Desnecessário dizer que ela tem o contrato de arrendamento e não demorará muito antes de estar abrindo sua loja dos sonhos. Estou orgulhoso dela, e Harlyn está mais do que animada por ver sua mãe tão bem, embora posso dizer que a própria Harlyn está parecendo e agindo pior pelo desgaste.

Passando os braços ao redor de seu corpo se contorcendo, a puxo contra mim e aperto os lábios em seu pescoço. Ela se derrete, seu corpo afundando em mim e seus olhos fechando.

“Maldita mulher, você está fazendo muito,” reclamo enquanto dou beijos suaves ao longo de sua mandíbula. “Você fica acordada todas as horas da noite, caramba, você mal come, e não sei o que está fazendo. Mas se não for cuidadosa, vai se matar.”

Ela me olha nos olhos por um breve segundo, e meu coração afunda. É apenas um flash, mas juro que nesse momento há tristeza e medo total e absoluto girando dentro dela. Dizem que os olhos são o espelho da alma, e o que vi, não é bonito. Ela pisca, e assim, tudo foi embora.

Sugar ri suavemente e move os quadris. “Poderia fazer muito mais se parasse de me distrair.”

Eu bufo. “Bem, sinto muito que eu ache difícil não tocar em você quando está por perto. Está se tornando extremamente duro.”

“Mmm... Posso sentir o quão duro está se tornando,” ela responde, rebolando os quadris.

“Acho que é hora de falarmos com Optimus,” digo a ela, sabendo que se não fizer isso agora, vamos ficar muito consumido em nós mesmos novamente.

Seu corpo fica imóvel, e ela imediatamente se afasta. Eu a solto com um suspiro pesado e sigo enquanto ela se põe de pé.

"Não. Isso é má ideia.”

“Olha, ele vai ficar puto, não há nenhum jeito de contornar isso. Mas porra! Estou farto de me esgueirar e esconder. Quero ser capaz de passar mais tempo com você e Harlyn sem me preocupar com os irmãos nos pegando.” Pensei muito sobre isso nos últimos dias. Vendo Op e Chelsea felizes e dedicados um ao outro, eu quero essa merda.

“Wrench, apenas não estou pronta para vê-lo te machucar, e não sei se estou pronta para explicar isso para Harlyn,” Sugar protesta quando recua e anda por toda a sala. Foi-se a mulher feliz e despreocupada, e em seu lugar está mais uma vez uma menina assustada e vulnerável. Uma que conheci antes.

Eu deveria ter parado aí. Deveria ter visto os sinais que ela está mandando. O jeito que ela está curvada em si mesma. Mas estou irritado. O sentimento de traição pesa no meu estômago.

“Acha que Harlyn não ficará bem com essa merda? Nós nos damos muito bem, sabe disso.”

“Vai causar tensão no clube. Vai causar merda entre você e Op, e não quero isso,” ela argumenta, sacudindo a cabeça.

Estas são apenas desculpas, as quais estou doente e cansado de ouvir.

“Eu não quero que ninguém se machuque.”

“E quanto a mim, hein? E sobre o que eu quero?” Respondo, cruzando os braços sobre o peito. “Isto é apenas diversão para você? É por isso que não quer que as pessoas saibam? Porque nunca planejou ser mais do que isso?”

“Pare,” ela chia. “Não faça isso.”

“Bem, é o que parece,” insisto, movendo-me para a frente.

“Bem, você está errado,” ela grita. "Você significa muito para mim. Eu pensei que soubesse!”

Estendo a mão, agarrando-lhe a sua. Ela luta contra mim, mas seguro ainda mais forte. “Então vamos apenas contar a eles. Podemos fazer essa merda e sair do outro lado. Quero ver onde isso pode levar.”

“Eu só... Eu não...” ela gagueja como se sua boca estivesse lutando para encontrar as palavras que ela precisa dizer. “Por favor, não estrague isso. Eu não posso perder... Eu não posso te perder. Isso vai me quebrar.” Ela arranca a mão do meu aperto e recua. Suas mãos indo para a cabeça, as palmas das mãos empurrando contra as têmporas. Não consigo entender o que ela está dizendo, porque ela não faz nenhum maldito sentido.

“Sugar, o que está acontecendo com você?”

“Você precisa ir embora,” diz ela, de repente, sua respiração se tornando pesada.

"O que-"

"Vá! Só, por favor... vamos falar sobre isso mais tarde. Não, eu só não posso agora.” Ela está tremendo, e rapidamente estou em alerta total.

Balanço a cabeça, avançando para ela. "Não. Me diga o que diabos está acontecendo.”

Ela levanta as mãos defensivamente, me parando nos meus rastros. “Você só precisa ir,” ela sussurra, o estalo em sua voz é quase o suficiente para me quebrar.

Não consigo encontrar palavras, é como se ela estivesse com medo. Não sei o que dizer ou falar para fazê-la sair desta mudança repentina. Ela está desaparecendo. Aquele medo nos olhos dela está olhando diretamente para mim, e por um momento me pergunto se fodi tudo para sempre.

“Hey... está tudo bem. Tudo bem, eu vou. Vou voltar mais tarde e ver Harlyn. Prometi que ia levá-la ao parque. Está tudo bem?” Mantenho minha voz baixa, com medo de que vá assustá-la, mas minha mente está fazendo hora extra. Quero confortá-la, mas já sei que da última vez que ela ficou assim, ela se recusou a ser tocada.

Ela balança a cabeça, recusando-se a olhar para mim.

“Tudo bem, vou te ver em poucas horas quando Harlyn chegar da escola.”

“Ok, isso está bem.”

Olho para ela por alguns momentos antes de me virar e ir para a porta. Toma cada pedaço de autocontrole dentro de mim, ir embora e deixá-la assim, sem saber como diabos ela se perdeu tão de repente. Quero puxá-la para meus braços e abraçá-la forte, não me importando se ela irá lutar comigo.

Preciso de respostas, mas não estou disposto a arriscar ela se retirar completamente, a fim de obtê-las. Se forçar, posso perdê-la para sempre e agora, eu não posso.

 


Sugar


Consigo me segurar até ouvir sua moto se afastar da casa.

Então eu despedaço.

Lágrimas escorrem por meu rosto, e luto para recuperar o fôlego entre soluços ensurdecedores.

Isto não pode estar acontecendo.

Quero correr pela casa gritando, pedindo-lhe para voltar. De repente, me sinto tão sozinha, como se as cortinas em minha mente estivessem se fechando, e não importa o quanto lute para manter a luz que flui dentro, não é o suficiente.

Wrench se tornou uma espécie de conforto, alguém que me faz sentir bem, me faz sentir normal. Bloqueei a maioria das memórias daquele dia, mas lembro que ele sentou comigo por horas. Sem dizer e fazer nada, só esperando até que eu estar pronta. Então ele me tratou como uma princesa... a porra de uma princesa... não uma aberração, ou uma viciada. Ele não me xingou. Porra! Ele mal fez perguntas, contente em deixar eu me encontrar novamente.

Quando estamos juntos, ele me faz rir, me faz sentir como se pudesse falar com ele sobre qualquer coisa, mas acima de tudo ele me faz sentir essa paixão e emoção que não sentia há muito tempo. Há coisas que retenho, coisas que só um punhado de pessoas sabe. Que tem principalmente a ver com a forma como as pessoas reagiriam quando eu contasse a verdade, o julgamento e pena em seus olhos ou o medo do desconhecido. Isso me assusta, honestamente assusta para caralho, mas quando estou com Wrench, é a primeira vez em que me senti obrigada a dizer a alguém porque senti que talvez... eu não sei... que talvez ele pudesse possivelmente me amar mesmo assim.

Ele me viu no meu pior, e não fugiu.

Mas apesar de tudo, posso me sentir mudando. A decisão de ficar - mudar do nosso espaço seguro no clube, me esgueirar com Wrench, as mentiras, encontrar uma escola para Harlyn e meu foco no desenvolvimento da minha loja e marca – estão cobrando seu preço. Houve a sensação de que as coisas não estão bem, e quando aquilo veio soube que não era bom. Em vez de reconhecer e enfrentar de frente, o empurrei para o lado, mais preocupada em organizar minha vida e a de Harlyn. Com as sombras rastejando, o foco é sobre onde exatamente errei. Lutei contra o incômodo na parte de trás do meu cérebro por muito tempo, mas sei que não posso forçá-lo a ficar lá para sempre.

Minha vida consiste em passar por isso a cada dia, levando-o passo a passo e me concentrando em mim mesma e minha filha. Meus medos e apreensões são colocados de lado quando Wrench está por perto. É como se não importassem. É como se eu soubesse que ele me aceitaria por mim, todo o resto que se dane. E por um longo tempo, realmente senti que poderia ser uma realidade irreal.

Então, joguei as pílulas na pia. O que não levei em consideração, foi o que aconteceria se Wrench se afastasse ou fosse tirado de mim? E se Optimus tentar nos separar? E se eu me recusar a dizer ao clube sobre nós, e Wrench finalmente desistir do que temos?

Talvez esteja sendo irracional. Ele disse que vai voltar. Mas e se ele começar a exigir respostas que não posso dar sem deixá-lo entrar, e mostrar esse lado de mim que sempre foi desprezado, o lado que sempre me faz sentir vergonha.

Foi tudo um erro estúpido, e agora estou caindo.

Estou de volta a cova da qual lutei tanto para me arrastar, e as pessoas estão começando a notar. Meu inferno está voltando com força total, e eu o deixei por muito tempo. Não há nada que possa fazer para pará-lo.

As sombras estão tomando conta.


“Abra a boca”, Peter pediu, sua mão acariciando meu cabelo suavemente.

Eu ansiosamente segui suas instruções, desesperada para ganhar o indulto que ele ofereceu, a fuga da minha própria mente.

Ele me deu a pequena pílula e a engoli avidamente. Os efeitos dela nunca eram instantâneos, mas logo que eu a senti descer por minha garganta todo o meu corpo relaxou. Estava lá agora, e em breve o caos maníaco em minha mente ia embora, e eu estaria bem.

Peter sabia o que estava fazendo, ele trabalhou por um longo tempo neste negócio, ele sabia exatamente o que eu precisava e ele ficou ao meu lado. Ele entendeu o que eu estava passando, e estava disposto a fazer o que tinha que fazer, a fim de me fazer sentir melhor.

Alguns dias eram melhor do que outros, mas em dias como hoje, onde eu estava lutando para simplesmente respirar, eu lhe implorei pelas drogas. Em uma parte fechada, e escura da minha mente, eu sabia que estava rapidamente me tornando uma viciada, mas me recusei a tomar conhecimento daquela pequenina voz que me pediu para parar.

Apenas mais um dia. Só mais uma pílula.

Mais uma, disse a mim mesma, e então eu estaria bem.

“Vou convidar alguns amigos aqui para o jantar,” Peter disse enquanto ele me ajudou a deitar na cama. “Você não vai sequer saber que estamos aqui. Apenas relaxe, Annabelle.”

A maneira como ele disse meu nome era tão suave, tão suave. Eu já podia sentir meu corpo começando a derreter, meus sentidos se tornando insensíveis, meu corpo parecia estar flutuando.

E minha mente... em branco.

Isso era o que eu queria.

Eu queria afundar no abismo negro onde não havia barulho.

“Annabelle...” Eu podia ouvir meu nome sendo falado. “Eu vou fazer você se sentir bem novamente.”

Por favor, sussurrei em minha cabeça.

Eu só queria me sentir bem novamente.

 

CAPÍTULO QUATORZE

SUGAR

 

“Saia,” Optimus ordena, a voz fria e distante.

Não consigo respirar, suas palavras me marcando no peito como ferro quente, embora soubesse que estavam vindo. Eu o empurrei ao limite, e fiz propositalmente, culpando o clube pelos problemas que Harlyn está tendo na escola. Quero que ele empurre de volta, mas agora que o fez, posso sentir a espiral chegando, sugando-me em suas profundezas.

Balançando a cabeça, seguro a mão de Harlyn, meu coração quebrando quando a vejo agarrar a perna de Blizzard, com lágrimas escorrendo pelo rosto. É como se ela quisesse que ele a protegesse, como se ele fosse sua rede de segurança, sua força, e eu o elo mais fraco.

Não a culpo, na verdade, estou quase feliz. Ela precisa dele, de Op, e todo o clube, porque estou prestes a ir embora, e ela precisa estar protegida - protegida de mim.

Mal capaz de entender uma palavra que ele diz, corro para a porta, deslizando por Wrench enquanto passo. Seu aroma enche meu nariz e chego a um impasse, perguntando-me o que fazer.

Se devo apenas voltar e dizer a verdade.

Será que entenderiam?

E se tiver escondido por muito tempo para pedir ajuda?

Corro diretamente para o carro. Entrando, minhas mãos tremem enquanto ligo o motor e saio do composto.

Wrench não retornou aquela noite para passar o tempo com Harlyn, o clube foi chamado para ajudar Blizzard e Rose. Uma parte do meu cérebro ri, dizendo que é a fuga que ele precisa, uma desculpa para correr de mim e meu temperamento de montanha russa.

Enquanto ele esteve fora, as coisas pioraram.

Houve um pacote deixado na minha porta. Sem nome, apenas um envelope branco e uma nota. A caligrafia não era familiar, mas o conteúdo sim. Pílulas brancas minúsculas. As que passei os últimos seis anos tentando evitar. As que contêm memórias da minha autodestruição e vício. Eles estavam me provocando, rindo da minha cara, e mesmo quando as joguei no vaso sanitário, minha mão tremia pairando sobre a descarga, querendo saber se será realmente tão ruim se só tomar uma.

Sempre só uma.

Mais uma, e vou me sentir melhor.

Apenas mais uma.

Quando Harlyn apareceu na porta, a escolha foi retirada e as vi girar, desaparecendo nas tubulações, dissolvendo-se em nada.

Ele veio à minha casa, e não tenho dúvida de que enviou a mensagem de voz, há algumas semanas. Eric está certo. Ele não deixará isso passar. Ele não será feito de tolo e permitirá que eu volte e tenha uma vida normal. Não é algo que ele quer, e ele virá para mim. Ele conseguirá, custe o que custar. Mas desta vez, lutarei de volta, mesmo que tenha que fazer sozinha. Mesmo que tenha que fugir novamente.

Pelo menos agora sei que Harlyn está segura. Optimus vai protegê-la, os irmãos vão vigiá-la e dar o amor e apoio que precisa, enquanto luto para colocar minha vida de volta nos trilhos. Tenho que fazer isso por ela, e tenho que fazer sozinha.

Cometi o erro de pensar que Wrench poderia me salvar, que ele poderia ser tudo o que preciso e me proteger do passado e meus demônios.

Agora estou começando a perceber que a única pessoa que pode fazer isso, sou eu.

 


Há uma forte batida na porta da frente. Suspiro enquanto me empurro do sofá e sigo pelo corredor para atender. Há apenas um punhado de pessoas que vem aqui. Nenhuma delas quero encarar com lágrimas escorrendo pelo rosto, e meu coração parecendo ter quebrado em pedacinhos por todo meu belo piso de madeira.

Posso ver a forma de um homem enchendo minha porta através da janela. Sei exatamente de quem é a silhueta. Ombros largos, posição decidida, e a sombra do boné que cobre sua cabeça. Paro em frente e respiro fundo.

“Abra a porta, Sugar.” Sua voz não aumenta ou grita, mas ele sabe que estou perto da porta. Ele sempre sabe quando estou perto.

Inalando, reviro os ombros, me preparando para o ataque.

Wrench não espera nem um segundo, assim que a porta destrava, ele a empurra e entra, forçando-me para trás enquanto a fecha. Pulo com o alto estrondo que faz, mesmo esperando por isso. Meus nervos estão abalados, minha mente corre, mas meu corpo está lento, resquício de muitas noites sem dormir. Wrench me olha por debaixo da aba do boné, seus olhos me penetrando como se estivesse passando por todos os segredos em minha cabeça.

“Pare com isso,” resmungo baixinho antes de virar e marchar pelo corredor para minha sala de estar.

Há papéis e pastas espalhadas por todo o chão. As alegrias de abrir meu próprio negócio. Empurrando a papelada para fora do caminho com o pé, me viro para enfrentar Wrench. Meu corpo está rígido, meus pés afastados enquanto me preparo para o que ele tem a dizer. Sei que não será bom. Passar tempo com Wrench me permitiu ver lados dele que sei que não mostra fora da irmandade. Ficamos muito próximos. Mas arruinei isso. E preciso que continue assim.

“Sabe o quão difícil é ver Harlyn se lamentando pelo clube?”

Minha respiração para. Ele não golpeia na primeira base, ele vai direto para um home run.

“Nunca vi aquela criança sem uma porra de sorriso no rosto. Agora? Agora temos sorte de vê-la sem lágrimas.”

Segurando meu estômago, tenho que me esforçar para impedir a bile que está subindo.

Esta é minha filha.

Ela é meu mundo. Meu tudo. E a estou machucando.

Engulo em seco, lágrimas atacando meus olhos.

Tem sido difícil nos últimos dias, lutando contra o desejo de não ir para sua escola e socar seu professor. Minha menina está sendo intimidada e provocada, e estou à beira de um colapso mental enquanto permito que o pai dela lide com o problema. Em vez de tomar a frente e ser a mãe que devo.

A única coisa que me impede é ela estar mais segura com o clube do que comigo. Nunca quis causar dor, mas até descobrir meu próximo passo, pelo menos, sei que eles vão cuidar, se preocupar com ela e dar muito amor.

Meu coração dói ao pensar sobre o quanto sinto saudades.

Sentindo as mãos de Wrench em meus ombros, olho para ele através da névoa nublando minha visão.

"Não é muito tarde. Venha, fale com Op e podemos resolver o que está acontecendo.” Sua voz agora é suave, reconfortante.

Quero segurá-lo, confiar que posso ir até eles e manter todos seguros. Mas a verdade é que eles não sabem com o que irão lidar. Meu passado está se aproximando. Sabia que voltar para Athens teria enormes riscos, mas como uma tola pensei que talvez depois de cinco anos as pessoas esqueceriam, que seguiriam em frente.

Elas não seguiram, e posso sentir as nuvens escuras que começaram a rolar. A única diferença entre agora e antes, é que não sou mais uma jovem com medo. Encontrei um lugar aqui, e Harlyn tem o pai e a família que perdeu pelos primeiros cinco anos de sua vida. Estou seguindo meus sonhos e começando um novo negócio.

E então, há Wrench. O homem que me faz sentir mais viva do que já senti na vida.

Não deixarei nada disso ser tirado de mim.

Agora tenho algo pelo que lutar e não fugirei.

Endireitando meus ombros, respiro fundo. “Eu vou resolver o problema. Vai ficar tudo bem.” As palavras são mais para meu benefício do que dele.

Seus olhos brilham com frustração. “Você está sendo uma merda egoísta.”

Saio de seu alcance, afastando-me e colocando distância entre nós. "Pense o que quiser. Eu não me importo.”

Afastar Wrench é doloroso, mas mantenho minha posição. Ele pode ver dentro de mim, posso sentir. Ele sabe que algo está errado e quanto mais próximos ficamos, mais perigoso é para ele.

“Acho que você deve sair.”

Vejo sua mandíbula cerrar. "Talvez esteja certa. Coloquei meu colete na linha por você, arrisquei a confiança do meu irmão. E para quê? Por uma cadela arrogante que não pode sequer se levantar e fazer o certo por sua filha.”

A faca me corta, suas palavras atingindo todas as marcas com precisão.

"Não se preocupe. Nós vamos cuidar de Harlyn. Vou mantê-la segura, feliz e amada, porque aquela garota merece.” Seus passos irritados ressoam através do meu corpo enquanto ele vai para o corredor. Meu corpo estremece quando a porta fecha atrás dele, e o som de uma moto arrancando e acelerando enquanto desce a rua, me gela até os ossos.

Caio no sofá, meu corpo frio e tremendo.

Não sei quanto tempo fico lá, incapaz de me mover sem arriscar derramar o conteúdo do meu estômago no chão. Meu coração me diz para ir atrás dele, que ele está certo, que preciso ir ao clube e pedir ajuda. Sou um soldado solitário num campo de batalha, sem saber de qual direção o inimigo vai atacar. Só sei que ele irá, não está apenas se escondendo nas sombras - ele é a sombra.

Um toque enche o espaço solitário e vazio da minha sala de estar. Viro para a mesinha lateral, sem me preocupar em verificar o ID conforme pego o telefone.

“Alô?” Digo, sem fôlego.

“Oh, Annabelle. Oh... como senti sua falta.” Nunca esquecerei a voz profunda e o tom sarcástico torturante que ele guarda só para mim.

Meus dedos afundam na almofada do sofá, raiva fervendo dentro de mim. “O que quer, Peter?”

Ele estala a língua com uma risada. "Agora. Isso não é jeito de falar com seu marido.”

 

CAPÍTULO QUINZE

WRENCH


Três Semanas Depois

 

“Op não virá essa noite?” Slider vira a cadeira e a monta, colocando a cerveja sobre a mesa.

Kat cai de joelhos no palco em nossa frente e sorri amplamente. Leo revira os olhos, mas estende a mão e coloca uma nota de cinquenta dentro de seu fio-dental, puxando o elástico para deixá-lo bater contra sua pele. Eu me encolho com o som, sabendo que ardeu. Leo dá um sorriso quando ela vira e começa a rastejar para o lado oposto do pequeno palco onde há quatro homens de ternos com dinheiro nas mãos.

Rio. “Chel não está se sentindo bem. Ele quer manter um olho nela.”

Gemendo, Slider joga a cabeça para trás. “Ele não sai mais. Especialmente agora que Harlyn está no clube o tempo todo.”

Estreito os olhos para ele. “Chama-se ser pai, filho da puta.”

“Leo está aqui,” ele se defende.

“Carly está com ela,” Leo responde, imperturbável pela idiotice do Slider. “Ela tem estado na minha bunda ultimamente sobre ao que Macy está sendo exposta.”

Volto minha atenção para longe de Slider. "Por quê?"

Leo toma um gole de sua bebida. “Aparentemente, quando estava lá na semana passada ela chamou seu primo de idiota.” Não perco o pequeno sorriso que toca o canto de sua boca.

Eu sorrio. "Sério? O que o primo estava fazendo?”

“Sendo um idiota, acho.”

Rio. Leo ama sua menina. Macy tem três anos, e cresceu dentro do clube. Sempre me perguntei por que Leo não mudou para sua casa depois que a esposa morreu dando à luz a sua menina. Mas acho que estar dentro do clube ajudou a mantê-lo saudável.

“Deveria exigir mais cinquenta por essa pequena façanha, Ethan,” Kat inclina-se sobre nossa mesa, com as mãos sobre a superfície. Ela deve ter acabado de sair do palco, porque seus peitos estão pendurados livremente e o dinheiro ainda forra o tecido rosa brilhante que cobre seu sexo. Ela é a única garota que trabalha aqui que pode se safar falando assim com um membro ou usar seu nome real, sem ser demitida. Ela está conosco por muito tempo, e todos temos um fraquinho por ela. Até que ela sobe no palco, então não há nada suave em qualquer lugar.

Ela é o sexo com pernas.

E sabe disso.

“Bem, Katrina, que tal reservar um quarto na parte de trás e vou te compensar com isso?” Leo espalma à frente de sua calça jeans, um largo sorriso no rosto.

Recuando, Kat cruza os braços sobre o peito, bloqueando nossa visão de seus seios falsos. Ela sorri. “Prefiro os dólares.”

Bufo uma risada junto com meus irmãos.

Leo ri. “Mande uma das meninas com outra rodada de bebidas.”

Kat revira os olhos, mas sorri. "Certo."

Quando ela sai, observo seus quadris balançando sedutoramente de lado a lado. Pergunto-me em silêncio, porque um dos meninos ainda não pegou Kat e a reclamou como propriedade. Ela é quente, sexy como o inferno, tem um coração de ouro, e a mistura certa de atitude e obediência que se procura numa Old Lady. Ela tem um menino em casa, de três anos, acho. Ela é stripper para cuidar dele e se matriculou na faculdade para ser assistente social. Kat sabe o que quer e onde quer estar, e não há nada que vá impedi-la de chegar lá.

Talvez se tudo fosse diferente poderia ver onde as coisas podem ir. Mas há outra mulher debaixo da minha pele, uma que não vejo há vinte e dois dias..., mas quem está contando?

Sugar Sullivan.

“Wrench.” Minha cabeça vira ao ouvir meu nome. Ham, um dos nossos prospectos, fica me olhando com a sobrancelha arqueada.

Limpo a garganta. "O que?"

“Connor quer ter uma conversa com você na parte de trás”, explica ele, apontando com o polegar por cima do ombro.

Uma das meninas coloca uma bandeja de bebidas na mesa, assim que me levanto. Pego uma cerveja, minha boca salivando quando sinto a frieza da garrafa contra minha mão. Tomo um gole antes de cumprimentar meus irmãos e ir para o fundo, até o escritório de Connor. A porta está aberta, então entro, fechando-a atrás de mim.

Connor olha para cima de sua cadeira. "E aí, cara."

Agarro à frente do meu boné e viro-o na cabeça para que esteja para trás. “Precisa de mim para alguma coisa?”

Ele balança a cabeça e gesticula para o assento oposto da mesa. Dou de ombros e rodeio a cadeira, sentando e sorvendo minha cerveja. Connor folheia algumas coisas em silêncio por um momento, antes de puxar uma única folha de papel e passar sobre a mesa para mim.

Faço uma careta, mas me inclino e a pego, virando de modo que possa ler o que está escrito. “Ruby Danby, dezenove, loura, olhos azuis...” Olhando para ele, levanto a sobrancelha. “Este é o perfil para uma das suas garotas?”

“Ela começou a algumas semanas,” explica ele enquanto olho a foto e detalhes.

“Teve problemas?”

Ele balança sua cabeça. "Ela é boa. Faz as danças. Já é popular com os clientes para privadas. Nunca discute ou causa merda com as outras meninas...”

Rio baixinho. “Então, por que estou aqui?”

“Ela está do lado errado da trilha.”

Estreitando os olhos, olho dele para os detalhes de Ruby. Por um momento estou confuso, a maioria de nossas meninas luta todos os dias e não vive nas melhores casas ou apartamentos. Pagamos bem, mas na maior parte, ainda mal conseguem viver, uma vez que muitas estão pagando por coisas como escola, faculdade, crianças ou cuidados para membros da família. Mas quando olho o endereço, não posso deixar de ficar surpreso.

“A menina vem de dinheiro.”

Onde ela vive é um dos bairros mais ricos da cidade.

“Exatamente,” diz ele, recostando-se no assento.

“Garota rica se rebelando contra os pais?” Questiono, usando uma explicação totalmente plausível. Não será a primeira stripper ou menina de clube que conheço que está procurando por um pequeno passeio no lado selvagem, a fim de quebrar as regras estritas de seus pais.

“É possível, mas simplesmente não entendo a vibe dela.”

Aperto os lábios. “Quer que eu pesquise a fundo?”

Ele sorri. “A menos que conheça alguém que possa fazer isso... o que é que faz, não?”

Rindo, empurro a cadeira e coloco o pedaço de papel no bolso de trás antes de pegar minha cerveja pelo gargalo e desviar ligeiramente em sua direção. “Conhece alguém tão foda quando eu? Okay, certo. Vou conseguir a informação.”

Eu o ouço rindo atrás de mim enquanto caminho para fora de volta para o bar. Uma mão enrola no meu braço quando vou em direção à mesa onde deixei os meninos. Congelando, viro e olho por cima do meu ombro. Sou recebido por um par de olhos castanhos brilhantes e lábios vermelhos brilhantes.

“Wrench,” Kayden ronrona meu nome, afundando as unhas em meu músculo com apenas a quantidade certa de pressão que faz meu pau se contorcer. “Há um quarto livre lá atrás.”

Sorrio, deixando meus olhos vagarem por seu corpo com pouca roupa. Seu vestido apertado mal cobre a bunda redonda e seus mamilos duros aparecem através do tecido fino, me fazendo querer lamber os lábios. A roupa não faz nada para disfarçar as tatuagens surpreendentes que cobrem seu corpo da cabeça aos pés. Elas são muitas, rosas e videiras trilhando e enrolando por toda a sua pele, e sempre são a trilha perfeita para minha língua.

“E como sabe disso?” Pergunto a ela, inclinando a cabeça de lado.

Ela não responde, mas puxa o lábio inferior entre os dentes e move seu corpo um pouco mais perto, então minha mão roça suavemente contra o tecido que cobre seu sexo.

Kayden e eu temos uma dinâmica estranha. Fiquei com ela mais vezes do que todas as outras meninas, mesmo as meninas do clube. Ela realmente não tem uma conexão com o clube e deixou claro que não quer se juntar e ser uma stripper ou menina do clube, mas simplesmente quer meu pau.

Poderia finalmente ter cedido e entregue a ela exatamente o que quer. Ela é sexy, e sabe quando recuar e fechar a boca.

Ela poderia ter sido uma Old Lady.

Infelizmente para ela, alguém roubou seu lugar.

 

Capítulo dezesseis

Sugar

 

“Sinto falta de você, mamãe”, Harlyn sussurra ao telefone, trazendo lágrimas aos meus olhos.

“Sinto falta de você também, menina. Mas vou vê-la na parte da manhã, e podemos ir até a loja para que possa ter uma visita pessoal antes de abrir. Papai vai te levar,” digo a ela, tentando emocionalmente aliviar a nós duas, enquanto luto com meu coração. Ele grita para que eu vá para o clube agora e pegue minha filha de volta.

Mas não posso.

É melhor assim.

Por agora.

Depois de dizer boa noite, Optimus volta ao telefone. Encolho-me, sabendo que ao longo das últimas semanas, nossa relação está bastante fodida. É totalmente minha culpa. Posso admiti-lo, apenas não para ele. Tem sido uma montanha-russa de altos e baixos. Momentos em que quase cedi e chamei Wrench. Quero pedir-lhe para vir e apenas sentar-se comigo, sabendo que sua presença, sua voz, será o suficiente para tirar a dor.

“Vamos ver você de manhã”, diz ele com a voz rouca, quase sem emoção.

“Sim ...” respondo, minha garganta arranhada com lágrimas não derramadas. “Ei, Op?”

Há silêncio por um momento, e pensando que ele desligou, espero os sinais sonoros.

"Sim?"

Engulo em seco, forçando-me a dizer as palavras que tentei lutar contra ao longo dos últimas semanas. "Eu sinto muito."

Ele solta um suspiro pesado. “Você precisa me dizer o que está acontecendo, Sugar”.

Meus olhos fecham, e agarro o telefone firmemente, desejando que meus lábios dissessem as palavras que ele quer ouvir.

Que preciso de sua ajuda.

Que ele precisa dar um passo e assumir.

Mas lutei até agora, lutei para voltar ao caminho certo. Sabendo que tenho que fazer isso por Harlyn. E se há algo restante entre Wrench e eu para salvar, nunca irá funcionar a menos que fique em meus próprios pés primeiro.

“Eu vou ficar bem, eu vou.”

As palavras não saem. Meu cérebro se recusa a deixar Optimus e o clube perderem-se nesta maldita bagunça que pareço ter feito da minha vida. Nunca esperei que voltar atrairia a atenção da pessoa que passei os últimos seis anos evitando. Optimus acha que ele está protegendo-me e a sua filha de algum drama do clube e da guerra que matou seu pai, e eu fui egoísta e disposta a deixá-lo acreditar que era apenas isso. Queria que ele pensasse que é dele e do clube que estava fugindo.

Não é, e um dia, em breve, ele saberá a verdade.

Apenas não hoje.

“Amanhã”, ele diz em voz baixa, mas posso ouvir a agitação em seu tom e sei que a suavidade é puramente por Harlyn.

“Amanhã,” Ecoo antes de desligar e cair de costas na cama. “Maldição!”

Pressionando as palmas das mãos nos meus olhos, tento conter o fluxo de lágrimas que parece ter tomado conta da minha vida. Se não é Harlyn, é a loja. Se não é a loja, são os sentimentos estúpidos que pareço ter por um certo irmão que não vejo em mais de três semanas.

É um ciclo interminável de decisões de merda que, não importa o quanto de progresso que pense ter feito, nunca deixa de me jogar de volta para essa porra de buraco.

Estou assustada.

Petrificada.

Mas não vou desistir.

 


“Obrigada, meninas, por ter vindo”, digo em voz alta, ganhando a atenção de muitos olhos. “É muito bom ter seu apoio. Especialmente, desde que sei que não tenho estado muito ao redor ultimamente.”

Chelsea coloca a mão no meu ombro. "Está bem. Vamos fazer o que pudermos para estar lá para você.” Encontro seus olhos, eles são suaves e compreensivos, e realmente não mereço isso. “Só estou um pouco irritada por não ser capaz de comprar qualquer coisa até que esses moleques serem despejados.” Ela ri, acenando com a mão para a barriga saliente.

“O que esperamos que não seja tão cedo”, Rose interrompe. “Os bebês precisam de muito mais cozimento, o que significa mais roupas para mim.”

Rio quando Chelsea ignora Rose, o resto das meninas se juntando.

Hoje é o dia de abertura da minha loja. As meninas chegaram cedo para me ajudar a organizar, mas em poucos minutos, estarei abrindo as portas ao público. Estou com medo e nervosa, mas tê-las lá comigo alivia meus medos ligeiramente. Se ninguém entrar nas próximas horas, pelo menos, sei que tenho essas mulheres maravilhosas ao redor.

Algumas das roupas nas prateleiras são meus projetos. Outras, escolhi através de cuidado e profundidade para encontrar a roupa perfeita que complementaria a minha própria. Barata, mas bonita, e roupas em que qualquer mulher pode se sentir linda e poderosa.

“Sugar?” Um leve toque no meu ombro me faz pular. Viro-me para encontrar Harmony me olhando com a cabeça ligeiramente inclinada. "Você está bem?"

Forço uma risada e tomo um gole do vinho que tenho na mão. "Sim, desculpe. Tanta coisa para pensar. Interminável, sabe?”

Ela estende a mão e me dá um tapinha no braço. “Você vai chegar lá. Este lugar parece incrível e estou a ponto de arrastar cerca de dez roupas para o provador.” Ela levanta um braço cheio de roupas. “Estes couros parecem incríveis.”

Sorrio, sabendo que seriam um sucesso com essas meninas. “Tenho uma menina através do país que os faz à mão. Se não se encaixarem, posso ter suas medidas enviadas e ela pode fazer um personalizado.”

Sua boca abre. "De jeito nenhum! Isso soa incrível. Às vezes tenho dificuldade para caber em calças.”

“Porque tem uma bunda incrível e quadris estreitos”, diz Chelsea, colocando um braço em volta dos ombros de Harmony.

Harmony olha por cima do ombro. “Não é realmente tão grande.”

“Não realmente. Mas grande quantidade de produtos produzidos em massa não são ajustados suas medições e dimensionamento. Assim, mesmo se a sua bunda é um ou dois centímetros maior, mas sua cintura é do tamanho certo, você tem a grande lacuna na parte de trás das calças”, explico, girando em torno dela e puxando o cós da calça jeans que ela usa e mostrando onde caiu um pouco.

“Huh ...” Ela ri. “Realmente nunca pensei nisso antes.”

“Provavelmente porque elas parecem surpreendentes em você de qualquer maneira.” Rio, guiando-a para a parte de trás da loja onde há dois provadores.

Kat passa por mim, com uma lingerie nas mãos. “Menina, não me disse que ia ter roupa de stripper aqui.”

Chelsea bufa quando Kat esgueira-se para o vestiário. “Isso é roupa íntima!”

Sua cabeça espia por de trás da cortina com um sorriso atrevido. "Mesma coisa."

Respiro fundo enquanto caminho em direção à frente da loja, segurando o sinal em meus dedos e viro para que se leia 'Aberto'. Então movo a fechadura e abro a porta, acolhendo novos clientes.

Todas aplaudem e gritam, levantando suas taças em celebração. Meu estômago está uma mistura de nervos e euforia. Finalmente consegui. Tenho uma loja, uma para chamar de minha, para fazer dela tudo o que quiser.

Sonhos estão se tornando realidade.

“Harlyn viu isso?” Skylar perguntou quando volto para a recepção e fico atrás do balcão.

Balanço a cabeça. "Ontem. Ela teve sua visita particular. Ela continua me dizendo que vai trabalhar aqui quando ficar mais velha. É adorável.”

Skylar sorri. "Sem dúvida. Ela realmente se parece com você. Todas vemos de alguma forma, eu acho. Você está trabalhando duro para o que quer e tornando-o realidade.”

Esquivo-me por um segundo, mas aceno com a cabeça aceitando o elogio, mas com toda a verdade, não me faz sentir melhor. Essas meninas não sabem a verdadeira luta em que estou, o sentimento de perda que tenho todos os dias sabendo que logo, a merda vai bater no ventilador e eles irão me ver como escória. E mereço isso.

Isso é exatamente como me sinto, as mentiras e enganos enchendo meu corpo com pesar e auto aversão. Só espero que tudo vá acabar logo, então posso seguir em frente, com Harlyn e nossas vidas.

“Espero que ela veja isto e perceba que tudo é possível. Conversamos sobre isso por tanto tempo agora que realmente só quero que ela saiba que os sonhos são possíveis”, digo a Skylar enquanto passo minha mão sobre o balcão.

Ela inclina-se contra ele com um sorriso largo. “Tenho irmãs pequenas que estão perto de sua idade sabe”, ela diz, mantendo a voz calma, mas posso ouvi-la inchar com orgulho. Fico surpresa com sua admissão, Skylar não compartilha muito.

Inclino-me para a frente, esperando que continue. “Deve ter sido difícil deixá-las para trás.”

Ela solta uma respiração instável, mas mantém seu sorriso e acena com a cabeça. "Foi. Penso nelas todos os dias. A vida com meus pais não era exatamente luz do sol e arco-íris, eles eram rigorosos, e as penalidades para a desobediência eram duras.” Seu corpo fica rígido e seus olhos se movem para longe. “Só espero que elas estejam fortes e juntas.”

Coloco minha mão sobre a dela, sentindo um pouco de sua dor. Sei o que é crescer com pais dominadores que esperam que siga todas as regras. Não pode ter sido fácil para ela se afastar e deixar as irmãs, sabendo que teriam que sofrer as mesmas lições que ela, e espero que sejam tão fortes como ela é e poder sobreviver a isso.

“Quantos irmãos têm?”, pergunto, curiosa para saber mais sobre essa garota misteriosa e ansiosa, para manter minha mente fora das primeiras horas de abertura da loja.

Ela me olha para mim, torcendo as mãos nervosamente. “Um ... catorze, eu incluída? Isto é, se não houver mais agora. Sete irmãos, seis irmãs.”

Meu queixo cai. “Quatorze filhos?” Fico boquiaberta, a encarando com admiração. Após dar à luz Harlyn, não tenho certeza quantos mais nascimentos posso aguentar. “Sua mãe não sente dor?”

Ela ri desconfortavelmente. “É complicado.” Ela vira lentamente e vai para a parte de trás da loja onde as outras meninas estão olhando prateleira após prateleira de roupas, enquanto só a encaro com admiração.

Skylar é borbulhante e brilhante, mas com sua aversão, sei no fundo do meu coração que eu não sou a única a tentar abafar demônios do passado. Espero por ela que eles fiquem lá.

Para minha surpresa, há uma quantidade razoável de movimento começando a fluir através da loja, algumas são amigas das meninas, e outros apenas pessoas que ouviram falar da abertura e vieram dar uma olhada. No geral, suas reações às roupas e atmosfera parecem positivas, e estou me sentindo em êxtase.

Até que olho para cima para dizer adeus ao cliente que estou atendendo e vejo seu rosto.

Minhas entranhas caem no chão, e luto para respirar quando ele entra na minha loja. Seus olhos se movem ao redor da sala, observando as mulheres que circulam e conversam animadamente umas com as outras.

Por um segundo me pergunto se tenho tempo de me esconder, abaixar, correr e escapar dele. Mas não há tal sorte, seus olhos escuros fecham em mim e um sorriso presunçoso puxa o canto de sua boca quando ele dá grandes passos por toda a sala.

“Annabelle”, ele murmura, o sussurro do meu nome em seus lábios é suficiente para me afundar, mesmo o balcão estando entre nós.

Meus olhos percorrem a sala, verificando para ver se alguém estava prestando atenção à interação. Quando estou satisfeita que eles estão distraídos, meu rosto forma uma carranca. “Que diabos está fazendo aqui?”, sussurro, forçando minha voz a ser dura e fria, apesar de tudo o que quero fazer é esconder -me.

Ele coloca a mão sobre o balcão de vidro e inclina-se. “Pensei que iria vir e ver o que meu dinheiro comprou.” Seus olhos vagam. “É um lugar agradável, pode dar certo com algum trabalho, no entanto. Deixa qualquer um aqui?”

Posso vê-lo olhando algumas das meninas do clube, é óbvio que ele sabe quem elas eram.

“Não é qualquer um,” Silvo em resposta. “Mas, infelizmente, você só entrou, não tive tempo para bater à porta na sua cara.”

Sua risada alta chama a atenção das pessoas ao nosso redor, e rapidamente forço um sorriso como se estivéssemos compartilhando uma piada. “Sugiro que dê a volta e tenha uma conversa comigo antes de todas essas senhoras encantadoras ouvirem o que tenho a dizer”, ele ameaça, enviando um arrepio por minha espinha.

Não duvido que ele faça o que disse, então rapidamente afasto minha raiva e tento acalmar meu corpo. “Harmony!” Chamo. Ela captura minha atenção e vem ficar ao meu lado. “Qualquer chance de olhar a loja por alguns minutos. Este é um velho ... amigo ... que está na cidade, e só quero conversar rapidamente.”

Harmony sorri para Peter. "Sem problemas. Temos as coisas sob controle. Faça uma pausa.” Ela conduz-me para fora do balcão e Peter segue de perto atrás de mim, enquanto levo-nos para o fundo da loja até o depósito.

Fechando a porta atrás dele depois de entrar, giro em meus saltos com um olhar sério. "O que pensa que está fazendo?"

Ele ri. "Uau! Vejo que cresceu uma espinha dorsal em você em algum lugar ao longo dos últimos anos. Mas acho que você precisa quando gasta tanto tempo com neandertais como aqueles motociclistas.”

Dou um passo para frente. “Foda-se.”

Seus olhos brilham, e dentro de um segundo me vejo asfixiada, sua mão segurando minha garganta e forçando meu corpo para trás contra a parede mais próxima. Agarro as mangas do paletó sem sucesso. “É melhor ficar quieta, Annabelle. Não quer as meninas correndo aqui, não é?”

Não, eu não quero.

Não posso deixá-las ver isso. Elas não podem saber.

Acalmo meu corpo, tentando respirar o pouco ar que ele está permitindo sem entrar em pânico. Após alguns momentos, ele levanta seu punho e dá um passo para trás apenas alguns centímetros e ajusta as abotoaduras.

“Boa menina”, diz ele, fazendo meu lábio franzir com desgosto. “Temos coisas para discutir. A primeiro é aquela menina linda que já vi com-”

“Ela não é a sua,” rebato. “Deixe-a fora disso.”

Ele estala a língua para mim. “Agora, por que acreditar que qualquer coisa que diga quando parece ter uma história de más decisões”, ele zomba. “Mas qualquer coisa para ter seu alivio, certo?”

Um arrepio percorre-me, e luto para respirar.


“Você quer isto não é, baby?”, Ele perguntou, sua voz escorregadia e suave. “Sabe que vai te fazer se sentir bem.”

Ele equilibrou a pílula em seu dedo, segurando-a na minha frente.

Havia três outros homens na sala, todos assistindo, lambendo os lábios, seus olhos queimando buracos através da minha roupa. Eu sabia o que queriam.

Meu corpo se contraiu e estremeceu, meu cérebro lutando para ouvir o que ele estava dizendo através do ruído que havia retornado. Era como se houvesse pessoas na minha cabeça gritando, lutando para serem ouvida umas sobre as outras, me deixando louca.

“Eu quero isso”, sussurrei, nem mesmo capaz de ouvir minha própria voz.

Um dos homens no canto ficou de pé e começou a andar para a frente, com os olhos brilhando, quase impressionado com a situação, suas mãos se movendo para seu cinto.

“Então sabe o que fazer.”


Engulo em seco, lágrimas transbordando em meus olhos enquanto olho Peter. Ele tem um sorriso presunçoso no rosto que me diz que sabe exatamente que pensamentos e memórias me atingiram.

“É bom ver que não esqueceu seu lugar.” Ele ri.

Limpo a garganta, empurrando os ombros para trás e piscando as lágrimas que ameaçam cair. Não permitirei a ele a satisfação de saber o quanto suas ações ainda me afetam. Recuso-me a deixá-lo saber como elas destruíram minha vida.

“Ela não é a sua,” digo novamente, desta vez um pouco mais alto. “Fiz um teste de DNA. Posso provar."

Ele inclina a cabeça curiosamente para o lado. “Vou precisar ver, antes de apresentar uma petição ao tribunal pela custódia.”

Inclino meus ombros. “Você não ousaria. Ela pertence à Optimus, e ele vai rasgá-lo em pedaços antes que permita que a leve.”

Ele dá um passo para a frente, levantando a mão, eu me preparo para o impacto, mas ele nunca vem. Em vez disso, ele escova os dedos suavemente por meu cabelo. “E então o que ele fará para você, Hmm? Ele não sabe, não é? Ele não tem ideia sobre qualquer coisa. Eu ... sua história ... sua saúde?”

Meu lábio enrola enquanto sua mão afunda mais baixo, seus dedos passando através de meu peito. “Vou trazer os resultados do DNA,” rosno, afastando sua mão.

“Boa menina ...” Ele ri. "Amanhã à noite. Vamos jantar com os seus pais. O lugar habitual. Dezanove horas. Não se atrase, Annabelle.” Com isso, ele dá um passo para trás. “Você provavelmente deve me acompanhar até a porta. Não quer que suas amigas fiquem desconfiadas, não é?”

Arrumo minhas roupas e endireito os ombros, formando a máscara perfeita de uma mulher relaxada. Ele ri enquanto caminho para a porta do depósito, abrindo-a. Quando sinto a mão nas minhas costas, resisto ao impulso de virar e socá-lo no rosto, mas posso sentir os olhares das pessoas ao nosso redor à medida que andamos através da pequena loja. Chelsea está sentada junto à porta da frente com Rose e olha para cima, conseguindo disfarçar a surpresa em seu rosto rapidamente e cobri-la com um sorriso educado.

“Ei, quem é esse?”, ela pergunta, olhando Peter.

“Apenas um amigo”, respondo enquanto corro para a porta.

Peter ri. “Só consegui convencê-la a ir a um encontro comigo. Tem sido definitivamente uma luta.”

Cerro meus dentes juntos e ambas as meninas sorriem, mas posso dizer que são forçados.

“Isso é ótimo, ela precisa de um pouco de diversão”, Rose diz educadamente antes de conseguir sair.

“Vejo você amanhã”, Peter diz com um sorriso triunfante antes de virar, dar a volta a seguir para a calçada.

Estou abalada, ele me pegou desprevenida e me colocou numa posição onde não tenho escolha a não ser concordar. Agora tenho que entrar e fingir que tudo está ótimo.

Outra mentira.

Elas estão começando a se acumular.

 

Capítulo dezessete

Wrench

 

Uma batida forte na porta do quarto me faz gemer de aborrecimento. "Sim?"

Ela abre quando viro minha cadeira para longe do computador. Estou no fundo de um trabalho de detetive para o clube, tentando ter qualquer informação que puder sobre o marido de Hadley. Optimus me pediu isso depois de falar com Judge. Judge está com as mãos amarradas, há pouca informação que ele pode reunir sem chamar muito a atenção dos federais para quem trabalha.

Se ele começar a fazer muitas perguntas sobre o marido de Hadley, outro agente que se tornou corrupto, há uma chance de que alguém dentro do FBI na lista de pagamento diga a ele.

É uma situação de merda, especialmente tendo em conta que esta agência governamental tem uma das redes mais difíceis, e penetrar nelas é difícil. É como uma casca de ovo, dura por fora, mas uma vez lá dentro as coisas são mais suaves e fáceis de se infiltrar. Mas pode levar horas, dias, semanas, para passar através do escudo. E já estou lutando para manter a cabeça no jogo.

Blizzard aparece na porta, “Op nos quer lá embaixo. Deacon ligou para dizer que ele precisa conversar com a gente.”

Faço uma careta. “O inferno está prestes a congelar?”

O clube e Deacon, que é o chefe do Departamento de Polícia em Athens, tem uma relação tensa na melhor das hipóteses. Sua história com o clube é uma série de altos e baixos, incluindo ele tentando entrar nas calças de Chelsea quando o relacionamento dela e de Op ficou difícil. Ele vir aqui voluntariamente fala por si só sobre a forma como esta reunião está provavelmente, prestes a acontecer.

Afasto-me da mesa e forço meu corpo a se levantar. Esticando meus músculos doloridos de mais de cinco horas sentado na mesa do computador, sigo Blizzard para fora do meu quarto e pelo corredor para as escadas.

“Encontrou alguma coisa boa?” Ele pergunta enquanto descemos para a sala principal do clube.

Bufo. “Não quebrei o escudo ainda. Teremos sorte se encontrar algo antes da merda atingir o ventilador e precisarmos voltar à defensiva.”

O canto da sua boca puxa para cima enquanto vai para a porta da frente. “Pensei que fosse bom nesta merda? Ficando lento com a idade?”

Eu o empurro e ele ri enquanto caminhamos para onde Optimus, Eagle, e Ham já estão esperando na porta da frente. “Precisava de todos aqui para isso?” Pergunto curiosamente, encostado na cerca com os braços cruzados.

Op dá de ombros. “Não realmente, mas quando esse idiota vem, só gosto de fazer um show.”

Rindo levemente, balanço a cabeça. Op é realmente protetor com Chelsea. Ele não gosta que ela e Deacon ainda tenham uma amizade, mesmo depois de toda a merda que passamos. Embora Deacon nos ajudou com as coisas no passado, Optimus ainda é cauteloso de seus motivos, e por que ele desistiu de uma alta posição na DEA em Nova Iorque e estabeleceu-se em Athens para dirigir o insignificante departamento de polícia daqui.

Quando um carro escuro para baixo da estrada, todos ficamos tensos, não é o carro da polícia de Deacon.

Minhas mãos se movem mais perto da cintura, e observo Ham entrar pela pequena porta para chegar a sua espingarda. Op passa para o lado quando o carro para na calçada, e a janela rola. Todos relaxamos quando notamos Deacon no banco do motorista. Ele está sozinho, mas não está vestido com seu uniforme de polícia.

“Você precisa conversar?” Op pergunta, desconfiado, sua sobrancelha levantada.

Deacon responde. “Sim, mas a merda que preciso falar com você pode me fazer ser demitido. Prefiro não o fazer de pé no meio-fio.”

Minha curiosidade desperta e posso dizer que a de Op também.

Op acena com a mão para o clube. “Estacione perto da parede.”

Deacon assente e para com os pneus esmagando o cascalho. Todos seguimos o carro para dentro do portão quando Ham fecha-o.

“Esta merda não soa bem”, Blizzard comenta enquanto caminhamos pelo estacionamento.

Optimus não responde à medida que continuamos em torno do lado do clube e encontramos Deacon em pé na varanda.

“Vou precisar de uma bebida para isso?” Op pergunta enquanto senta numa das cadeiras do pátio, Deacon e o resto de nós seguindo seu exemplo.

“Tem atenção indesejada vindo em sua direção”, diz Deacon, ignorando o comentário e indo direto ao que interessa. “Há um par de detetives vindo à cidade. Eles estão fazendo perguntas sobre o clube. Cavando ao redor para ter informações sobre você e qualquer associação que possa ter.”

Optimus levanta os lábios num sorriso de escárnio. “Que porra é essa que estão tentando encontrar?”

“Eles estão muito interessados no X-Rated,” Deacon responde, levantando a sobrancelha, como se dissesse 'se há algo que preciso saber é melhor falar agora.'

“O X-Rated é limpo como a porra de um assovio” Blizzard protesta, cortando-o.

“E as meninas? E sobre elas?"

Os olhos de todos se movem para mim. Eu fiz toda a investigação, incluindo a último que Connor me deu. Todas estão limpas. "Todas tem uma verificação completa, e acabamos de fazer testes aleatórios de droga em todas as meninas e voltaram limpos”, digo.

Deacon assente. “Para o que as testou?”

Dei de ombros. “O de sempre... anfetaminas, cocaína, maconha”

"Medicamentos de prescrição?"

Estreito os olhos, mas aceno com a cabeça. “Algumas das meninas estão com coisas diferentes para ajudar com a depressão e essa merda. Enquanto estão fazendo seu trabalho, isso é assunto delas, não nosso.”

Demos apoio às nossas meninas, tanto quanto possível, mas a realidade é que ser uma stripper não é exatamente um trabalho glamoroso. Algumas das meninas estão lá porque elas não têm outra maneira de ganhar dinheiro e algumas por outras questões em suas vidas, cicatrizes do passado que não vão embora sem a ajuda de um comprimido feliz ou dois. Não as julgamos por isso e muitas vezes oferecemos apoio se elas sentem que precisava de ajuda.

Os sons de um portão abrindo e um carro parando no composto me faz tensionar.

“É apenas Sugar deixando Har,” Optimus comenta casualmente, mas não relaxo. Não a vejo pela porra de semanas. Ela está evitando o clube como a peste, e por sua vez, evitando qualquer coisa e tudo a ver comigo. Disse alguma merda dura e porra, eu me arrependo. Até tentei me desculpar, mas sua única resposta foi simplesmente fique bem longe.

Tive a porra suficiente, passei por sua casa demasiadas vezes para contar, perguntando se deveria entrar. Meu instinto diz que ela precisa de mim, mas minha cabeça diz para dar-lhe espaço. Não posso dizer com certeza quanto tempo meu cérebro irá prevalecer sobre a agitação interior que me diz que as coisas não estão bem.

“Há uma nova droga construindo uma reputação em algumas das principais cidades. E parece que, por algum motivo, está se movendo nesta direção,” Deacon continua a explicar. “Foi usada há alguns anos como uma prescrição médica e não tenho ideia de como conseguiram passar pela FDA4. Foi apenas por alguns meses antes de ser retirada de distribuição devido aos efeitos colaterais. É tóxico como o inferno e viciante. O nome da rua que estão usando é 'Maniac'”.

Blizzard faz uma careta. “Ela foi usada para que?”

“Tratar distúrbios psicológicos, esquizofrenia e tal,” Deacon explica simplesmente. “Eles conseguiram proibir, mas não antes do Cartel e outros saltarem sobre a merda maldita e descobrirem como reproduzi-la. Qualquer um que está no tráfico de mulheres descobriu quão bem funciona. Faz as meninas tão complacentes que não sabem o que está acontecendo ao seu redor. E com uma rodada estão completamente viciadas, e vão fazer tudo e qualquer coisa, a fim de conseguir mais.”

“Jesus fodido Cristo,” Op pragueja. “Não a nenhuma maneira no inferno que essa merda venha para minha cidade. Sabe que não toleramos essas besteiras.”

“Eu sei, mas vai ter dificuldade em provar se há alguém em seu clube que está usando, ou tentando vender para as meninas,” Deacon diz com medo em seus olhos. “Terá um tempo terrível explicando essa merda.”

Cerro os dentes. “Acha que uma das meninas está tentando nos sujar?”

Deacon pigarreia e balança a cabeça. “Não tenho ideia do caralho de qual é o plano. Se é apenas um viciado tentando sobreviver...” ele coça a cabeça, “... poderia ser simples. Eles só precisam de ajuda-”

“Ou ...” Op rosna, ouvindo a hesitação na voz de Deacon.

Deacon franze os lábios por um momento antes de responder. “Ou ... alguém está tentando te encrencar. Pode me dizer que esses detetives estão apenas trabalhando num palpite? Não, alguém lhes deu a informação.” Ele suspira. “Vocês são conhecidos por manter a merda daqui. Basicamente, todo mundo tem medo de passar drogas através de todo o estado por causa das repercussões que vocês causam.”

Blizzard geme e baixa a cabeça. “Mas se formos apanhados, vamos para baixo-”

“Será uma porra de área livre para todos”, termino, cerrando os punhos em torno dos braços da minha cadeira.

“Maldição!” Optimus diz, de pé rapidamente e jogando a cadeira frágil para o lado. “Como se não tivéssemos o suficiente acontecendo agora.”

Ele está certo.

Já estamos lidando com merda de Hadley, tentando impedir o ex-marido de caça-la, e já é complicado e perigoso o suficiente. Agora temos algo vindo de mais de uma porra de direção.

Deacon se levanta. “Tenho uma pista sobre um negociante do outro lado da fronteira, na Geórgia. Vou falar com o detetive encarregado, e ver se posso enviá-lo por um tempo. Meu conselho embora... descubra se realmente existe algo acontecendo e tire daqui rápido. Porque eles estarão de volta.”

O rosto de Optimus está cheio de raiva, mas ele dá a Deacon um aceno de cabeça. “Nós vamos resolver isso.”

Se Deacon está esperando agradecimento, isso é tudo o que vai receber. Deacon abaixa a cabeça e vira para ir embora, contornado o edifício.

“Hey Sugar”, ouço-o dizer em voz baixa, meu corpo respondendo ao som de seu nome.

Só então, Harlyn aparece, com um largo sorriso no rosto. Não posso deixar de sorrir de volta. “Mamãe me levou para a loja e me deixou experimentar algumas roupas.” Ela sorri, feliz. Ela salta para cima e para baixo na minha frente, e rio.

“Elas são um pouco grandes para não acha, garota.”

Harlyn revira os olhos. “Sim, mas quando eu ficar mais velha e ir ao baile, mamãe disse que fará meu vestido, e que meu encontro terá uma gravata combinando. Meu vestido será azul.”

Op engasga, e Blizzard solta uma risada estrondosa assim que Sugar aparece.

“Garota, dará a seu pai um ataque cardíaco falando de bailes e encontros. Ele não está preparado para isso ainda.” Ela força um sorriso, mas posso ver a tensão em seu rosto e corpo. Sua mão treme. Levanto a sobrancelha, mas ela rapidamente coloca as mãos nos bolsos da frente da calça jeans e desvia o olhar.

“Papai, quando eu conseguir um namorado, vai ser bom para ele, certo?” Harlyn pergunta enquanto caminha para seu pai.

Optimus sacude a cabeça. “Sem namorados.”

A mandíbula de Harlyn cai. "Isso não é justo."

Sugar solta uma pequena risada e Optimus a olha de cara feia. “Não até que esteja ... com trinta”, diz ele bruscamente antes de virar e correr para dentro das portas do pátio.

Harlyn vai atrás dele. “Trinta!”, ela protestou quando o segue através da sala principal e pelo corredor até seu escritório assumo, suas vozes desaparecendo na distância.

Blizzard acena com a cabeça para Sugar. "Você está bonita."

Ela limpa a garganta e dá um sorriso tímido. "Obrigada."

Seus olhos vêm para mim, um aviso tácito antes que ela se afaste. Viro meu boné na cabeça, o silêncio desconfortável entre nós algo que não estou acostumado. Nunca foi assim, sempre foi fácil.

“Não te vejo faz um tempo”, digo a ela.

Ela engole o nó na garganta. "Sim. Não queria que Harlyn ficasse confusa com eu estar aqui e não saber por que não pode simplesmente voltar para casa comigo. É melhor manter os dois locais separados.”

Balanço a cabeça. “Isso é bastante complicado para vocês.”

Vejo-a estremecer. “Preciso ir.”

Quero pedir-lhe para ficar. Mais do que isso, na verdade, quero queria fechar a distância entre nós, puxá-la em meus braços e levá-la para a porra do meu quarto. Ela entrou em minha alma, fez seu caminho e uma casa lá. Eu sei disso. No tempo que fiquei sem vê-la, fui capaz de me convencer de que posso dar-lhe tempo, que as coisas ficaram bem. Mas agora, estou voltando para o primeiro dia, quando ela entrou no meu coração maldito e nunca mais saiu.

“Sim”, digo casualmente. “Vejo você em breve.”

Seus olhos se arregalam com minha escolha de palavras, com razão. Elas foram propositais.

Estou dizendo a ela, não tão sutilmente, que seu tempo acabou.

Posso ver que ela está fazendo o melhor, gastando mais tempo com Harlyn e a levanto para casa em algumas noites. Algo aconteceu, e um dia descobrirei o que, mas estou cansado de sentar nas arquibancadas.

E vou arriscar mil vezes se isso significar um home run.

 

Capítulo dezoito

Sugar

 

Olho-me no espelho, observando minha saia lápis preta até os joelhos e a blusa colorida. Meu cabelo está num coque apertado, com apenas algumas mechas soltas enquadrando meus olhos tristes.

Após o dia rindo e brincando com Harlyn, meu plano era ignorar a ordem de Peter para jantar com ele e meus pais.

Assim que cheguei no clube, Harlyn correu para falar com Ham, precisando que todos os irmãos ouvissem sobre seu dia comigo na loja. Não sorri em muito muito tempo, mas vê-la vestida com roupas enormes e ainda assim parecer uma princesa.

Fiquei grata por ter Skylar lá, Op concordou em deixá-la ter um tempo longe de seus deveres de menina de clube para me ajudar a dirigir a loja quando meu outro funcionário não pode. É apenas dois dias por semana, mas como se espera que as meninas no clube não tenham outros empregos, enquanto estão lá, realmente significa muito que Op faça uma exceção.

Nós dois estamos tentando.

E as coisas estão ficando cada vez melhores.

Até que ouvi a conversa que Deacon estava tendo com os meninos. Eu parei, com a intenção de virar e voltar pela outra porta quando percebi que estavam tendo uma profunda discussão e não quis interromper.

As palavras 'medicamentos de prescrição' me chamaram a atenção, e então quando Deacon continuou com a explicação e no que está sendo usado, soube imediatamente do que ele falava.

Meu instinto afundado e minhas mãos começaram a tremer.

Sei exatamente o que a droga pode fazer. E a razão pela qual sei, é porque é a mesma que Peter me viciou. A mesma que ele me torturou e provocou. A mesma com que ele destruiu minha vida e dignidade, e que me assombra a cada dia. A mesma que sua empresa produziu, em seguida, subornou e chantageou para ter a aprovação da FDA.

Sei que ele está envolvido nessa merda, e tenho que fazer alguma coisa, mesmo que isso signifique ter um papel que detesto. Como vou sorrir e bancar a filha e esposa perfeita, realmente não tenho certeza. Passei tanto tempo, tentando afastar os traços que meus pais enraizaram em minha mente e corpo. Tempo que ao longo dos últimos seis anos vivi para me libertar. Agora aqui estou, me forçando no mesmo caminho do qual tentei escapar, mas desta vez por razões diferentes.

Pego minha bolsa, abrindo-a para verificar que tenho tudo que preciso para encontrar Peter, esperando que seja o suficiente para provar a ele que Harlyn não é sua e eliminar essa partir da equação e mantê-la fora de sua vista. No meio do exame de DNA estão os papéis do divórcio, os que me livrarão dele para sempre e talvez, finalmente, permitam-me ter alguma sanidade.

Penso em Wrench ao fechar a porta da frente.

Ele é do tipo para casar?

É algo que sequer pensou?

Balanço a cabeça, pensando que a ideia é estúpida.

Vê-lo hoje causou uma corrida de emoções. Como me fez sentir bem. Como me fez feliz e libertou minha mente pelos breves momentos que estivemos juntos. Mas nós dois temos responsabilidades, coisas de que não podemos escapar. Sua lealdade é para o clube, e tenho certeza de que tanto quanto Optimus está em causa, a lealdade de Wrench significa que me tocar pode fazê-lo perder tudo que mais valoriza.

Agora que estou pensando claramente, não sei se posso ser responsável por isso. E como é injusto exigir que ele esconda essa informação de seus irmãos, sua família.

Realmente amo o clube. Pode ter havido momentos em que os culpei, culpei Optimus pelo fato de que não poder voltar para casa. Eu disse isso, o perigo que envolve o clube é demais para mim e ainda mais quando Harlyn está envolvida.

Eles foram apenas meu bode expiatório. Coloquei meus medos e apreensões neles, a fim de fazer parecer que estava fazendo a coisa certa. Não é justo, e não é sobre o clube, Optimus, seus irmãos ou mulheres que amam seus homens.

Chegará um momento em que terei que admitir a verdade e assumir a culpa e vergonha das minhas ações, só espero que ele seja capaz de me perdoar e compreender que fiz isso por eles e por minha filha.

Respiro fundo enquanto entro no carro e olho para o restaurante na minha frente que guarda tantas memórias. Elas não eram necessariamente ruins, porque durante os tempos que estive lá, era um pouco feliz, ou pelo menos contente com minha vida e o jeito que vivia.

Peter tinha charme, tenho que admitir. Logo no início do relacionamento ele e eu bebemos vinho, saímos para jantar e surpreendentemente ele me tratou mais como uma pessoa do que meus pais fizeram durante toda minha adolescência. Sabia na época que não era exatamente o que queria, estar com um homem que fosse como eles em mais de uma maneira, mas senti que ele me mostrou um lado diferente de sua personalidade, que era relaxado e despreocupado.

O trabalho que ele fazia era para ajudar famílias, encontrar curas para doenças e produzir um medicamento que ajudaria as pessoas através da dor, ajudando-os a ter uma vida normal. Ele queria prolongar a vida das pessoas, ajudo-as a experimentar mais. Admirei isso, porque parecia que vir de um lugar verdadeiro em seu coração. Mas não demorou muito até perceber suas verdadeiras intenções exatamente pelo que eram.

Entro no interior do edifício e imediatamente há um garçom oferecendo-se para tomar meu casaco. Sorrio graciosamente. “Estou aqui para ver Peter Davenport.”

Seus olhos brilham e ele se apressa para pendurar meu casaco antes de estender o braço. “Por favor, siga-me, senhora.”

Música harmônica suave toca ao fundo, e patronos conversam calmamente entre si e devoram a comida. O cheiro deveria me deixar salivando, dado que não comi o dia inteiro devido ao nervosismo, mas tudo o que faz é revirar meu estômago ainda mais.

O garçom para na parte de trás do restaurante e dá um passo para o lado, revelando Peter numa grande mesa redonda, bebendo um copo de vinho. Ele olha para cima e ao me ver, colocando o copo sobre a mesa e se levanta.

Um cavalheiro.

Certo.

“Uma bebida para a senhora?”, O garçom oferece, pegando um pequeno bloco de notas.

Balanço a cabeça. "Vodca."

Ele levanta a sobrancelha. “Um ... misturada com?”

“Pura”, digo bruscamente, olhando pelo canto do olho e tendo prazer na forma como o nariz de Peter franze por meu pedido .

O garçom sai correndo, e coloco minha bolsa sobre a mesa antes de sentar ao lado dele, silenciosamente grata que a mesa é grande o suficiente para que haja bastante espaço entre nós.

Ele lentamente afunda em sua cadeira e mais uma vez pega o copo. “Você está linda”, elogia. “Não poderia ter posto algo um pouco menos ousado?”

“Vou precisar disso para enfrentar meus pais ...” e a você, adiciono silenciosamente.

Ele gira o vinho no copo, bem como um connoisseur faz quando degusta variedades. “Você está sendo um pouco dramática, Annabelle.”

Não expresso meu desagrado pelo uso do nome.

Optimus me deu o nome de Sugar na primeira noite que nos conhecemos, e todos os seus irmãos e amigos do clube instantaneamente aderiram ao apelido. Tenho quase certeza que a maioria nem sequer sabe qual meu nome verdadeiro.

Annabelle.

Tão formal, tão distinto e adequado como a forma como é pronunciado.

Não gostava na época, mas depois de mais de cinco anos sendo Sugar, quase parece que quando Peter o usa, está falando com outra pessoa.

Acho que de certa forma está.

Ele não conhece a pessoa que sou agora, ele não sabe como cresci.

Ele não me conhece. E, por enquanto, é assim que quero permanecer.

Só estar em sua presença me enoja, me fez querer arremessar a toalha branca e imaculada diante de mim. sei que não posso esconder a maneira que me arrepio quando ele está perto, a reação automática do meu corpo a ele é se esconder, é assim que tem sido por um longo tempo. E mesmo que queira ser forte, por agora, é melhor que se sinta no controle, e que sou a mais fraca.

Ignoro o comentário dele e coloco minha bolsa pesada sobre a mesa, pegando os papeis do DNA para mostrar a ele. “Aqui ... Tenho certeza que não preciso explicar isto para você, não é?”

Ele os pega da minha mão, casualmente correndo os olhos por eles, sem nenhuma emoção. “Eu vejo,” ele finalmente diz depois de alguns minutos. “Posso ficar com isso?”

Faço uma careta. "Acho que sim. Apenas saiba que tenho cópias, assim como o lugar onde o DNA foi feito e nosso médico particular. Oh... e um advogado.” Não estou disposta a deixá-lo pensar que pode fazer algo desagradável com os exames sem que eu tenha provas em vários lugares.

Ele ri. "Anotado."

O garçom aparece e serve minha bebida, antes de dar um passo para trás e falar, “Sr. e Sra. Sulivan informam que algo surgiu, e não estarão presentes no jantar de hoje à noite.”

Noto o pequeno sorriso nos lábios de Peter quando ele toma outro gole de vinho.

Cuzão do caralho.

Quando ficamos sozinhos de novo, silvo para ele sob a respiração. “Sabia que eles não viriam, não é?”

Ele dá de ombros. “Há algo errado comigo jantando sozinho com minha esposa? Eles estavam bastante animados com a perspectiva quando mencionei hoje cedo, e se ofereceram para deixar-nos ter um tempo juntos.”

Puxo minha bolsa do colo. “Bem, pode desfrutar de um tempo sozinho.” Quando vou me levantar ele estala a língua para mim.

“Bryce Lawson ... Aposto que ele tem ficha criminal, não é?”

Congelo ao ouvi-lo usar o nome real de Optimus. Um nome que apenas entreguei a ele no pedaço de papel que tem no bolso. Meu sangue começa a ferver de raiva. “Isto não é sobre Harlyn, não é? Já sabia que ela não era sua.”

Seus olhos brilham de alegria como se estivéssemos jogando cartas e ele sabe que tem uma mão mais forte. “Ela parece razoavelmente saudável. Pergunto-me cujos genes ela tem mais... o dele ou o seu,” ele comenta casualmente enquanto reorganiza a faca e o garfo na mesa. “Uma mãe viciada, um pai criminoso. É fácil para uma garota como ela se perder no sistema.”

Instantaneamente meus olhos sobem, e minha garganta fecha.

Ele está interessado em Harlyn.

Não é algo que ele quer e vai usar para tentar chegar até mim. Ele vai usá-la para me chantagear como um fantoche.

“Você chega perto da minha filha ... e vou te matar”, sussurro entre os dentes cerrados.

Ele arregala os olhos por um breve segundo antes de encontrar a compostura novamente, seus olhos escurecendo.

Pensei ter coberto todas as minhas bases a esse respeito. Não há dúvida de que Harlyn pertence a Optimus. No curto tempo que estive com Op, Peter e eu não tivemos nada sexual, então não há chance. Mas agora Peter me prendeu. Posso ver as engrenagens em movimento no seu cérebro, o prazer doentio que ele sente em saber que tem uma espécie de poder sobre mim que ninguém mais tem. Ele tem a capacidade de mudar minha vida, me trancar e jogar a chave fora. Não estou a ponto de deixá-lo usar Harlyn como um peão em seus jogos mortais, no entanto. Não há nenhuma maneira no inferno, e agora, só há uma opção que posso pensar que vai mantê-la a salvo dele e de mim.

Levanto, minha cadeira se inclinando e caindo no chão. “Acho que terminamos aqui.”

Seus olhos brilham quando ele se move para ficar de pé. “Agora, Anna. Não vá fazer nada estúpido. A última coisa que quero é você ou aquela menina se machuquem. Seria uma vergonha para Harlyn ver sua mãe ser afastada, ou pior ...” ele faz uma pausa, certificando-se de que seus olhos encontrem os meus, ‘... ser morta”.

“O que diabos quer de mim?” exijo, minha mão enrolada na alça da bolsa.

Seus olhos brilham, um sorriso demoníaco puxando seus lábios. “Você me magoa, eu te magoo ... e a todos que se preocupa.”

Agora entendo.

Eu o fiz de tolo, uma esposa fugitiva que desapareceu há seis anos e voltou com uma criança, uma criança que não é dele. Ele parece estúpido, e em seu mundo, as pessoas não o fazem de bobo e sobrevivem.

“Deixe minha família em paz”, rosno, minha mão coçando para avançar e arrancar o sorriso presunçoso de seu rosto. Em vez disso, forço-me a virar e ir para a porta, meu corpo tremendo e as pernas instáveis.

Não permito que ele me veja desmoronar, no entanto. Prefiro me esfaquear no olho com uma agulha do que deixá-lo ter prazer em me irritar.

O ar fresco da noite me atinge, me forçando a dar uma respiração muito necessária, o ar pousando meus pulmões e me permitindo respirar. Meus saltos clicam no concreto quando corro para o meu carro, mexendo na bolsa em busca das minhas chaves e meu celular. Estou desesperada para entrar no interior do veículo e fazer a chamada que tanto vai me devastar quanto relaxar.

 

Capítulo dezenove

Sugar

 

O jantar de ontem à noite com Peter abalou meu interior.

Sabia que precisava fazer algo para lutar, então fiz a ligação que nunca pensei que teria que fazer, algo que pode ferir as pessoas de quem gosto, mas que, no final, vai protegê-los.

Tomei uma decisão - é necessário afastar a atenção longe do clube e ter todas as informações que puder antes de ir para eles e me defender.

Primeiro, preciso ter todas as minhas bases cobertas, nada pode dar errado.

Foi um longo dia. Trabalhei na loja, fiz pedidos e meu cérebro está frito. Agora aqui estou, em pé dentro do meu quarto por pelo menos vinte minutos, sem rumo, perguntando-me o que diabos farei primeiro.

“Controle-se mulher,” rosno sob a respiração quando abandono minha missão e vou para a sala de estar.

“Eu não sei ...” A voz me assusta, e viro a cabeça em direção à porta, meu cabelo voando em torno enquanto tento me concentrar no homem que estou ansiando por meses, que de repente está em pé na minha casa. “Meio que gosto quando desmorona, mas apenas quando está em minhas mãos.”

Respiro fundo enquanto o observo. Seu boné está para trás, ele tem os braços cruzados sobre o peito, fazendo minha boca salivar quando se inclina contra a parede apenas no limite da porta da frente. A camisa preta justa abraça seu corpo, e com o colete em cima, ele é o epítome de todos os bastardos ruins com quem não deve foder.

Ele dá um passo para dentro do quarto e tropeço em meus pés. "O que está fazendo aqui?"

Ele ergueu as sobrancelhas. “Tenho que ter uma razão para vir até aqui agora?”

Depois de meses se esgueirando e nos conhecendo mente, corpo e alma, transamos e não o ver durante semanas foi uma das coisas mais difíceis que já tive que fazer. Há algo entre nós que não podemos negar. Apreciamos a companhia um do outro. Ele me fez sorrir e rir nos dias em que lutei para sair da cama. E a maneira como ele é com Harlyn, Deus se ele não derrete meu coração e minha calcinha ao mesmo tempo.

Endireito meus ombros, ganhando confiança. “Bem, desde a última vez que esteve aqui me chamou de cadela egoísta e uma mãe horrível, e decidi que você pode, pelo menos, bater na porta da frente se decidir voltar.” A animosidade no meu tom não passa despercebida, mas demora muito para tirar um homem como Wrench de seu jogo.

“Eu disse isso não foi?”, Ele diz, com o rosto afundando com pesar antes de caminhar e ficar tão perto de mim que não posso deixar de inalar seu cheiro. Não é o que se espera do cheiro de óleo de motor e couro. Wrench sempre cheira a perfume caro, o tipo que conheço bem crescendo em torno de empresários esnobe e garotos ricos que honestamente parecem tomar banho com perfume ao invés de água.

O seu é sutil, porém, o suficiente para puxá-la querendo mais, mas não o suficiente para perturbar todos os seus sentidos. Estou feliz porque quando fico em torno de Wrench, quero usar cada um deles.

“Sim, você disse,” respondo, forçando uma carranca no rosto e enganchando meus dedos nos passadores da calça para que eu não fique muito perto.

Ele, por outro lado, não tem escrúpulos em tomar o que quer, quando quer. “Sinto muito.” Ele estende a mão, afastando alguns fios de cabelo de onde pendem em volta do meu rosto e torcendo-o entre os dedos. “Você o escureceu”, comenta ele, estudando-o de perto.

Um arrepio percorre minha espinha e levanto meu queixo. “Precisava de uma mudança.”

Não é uma mentira completa, a mudança é algo que preciso e fiz por um capricho na noite passada depois de uma viagem de duas horas até a loja, mas provavelmente não por qualquer motivo que ele possa saber. Peter odeia meu cabelo escuro. Minha cor natural é uma mistura de castanho e vermelho. Ele sempre disse que quando é mais escura, que me fez parecer forte e inacessível, que não era suficientemente sofisticado.

Então é o olhar que estou procurando sem sofisticação, desinteressante, indigna.

Se vou desempenhar meu papel em seu jogo, quero parecer pouco atraente e quase repugnante para ele. Não quero que ele me queira.

“Por que está aqui, Wrench?” Finalmente encontro coragem para perguntar, apesar do fato de que seu toque, mesmo insignificante em meu cabelo, esteja me deixando louca.

Ele tira o boné com a mão livre, expondo seu cabelo loiro bagunçado que sei que ele odeia. Ele o joga do outro lado da sala, e vejo quando atinge a parede e cai no chão. Com a distração, ele aproveita a oportunidade, abaixando a cabeça e pressionando os lábios contra meu pescoço, seu corpo nivelado com o meu. Tropeço, mas ele me segura, suas mãos pressionando contra minhas costas e me segurando.

Sua língua serpenteia para fora, lambendo a pele debaixo da minha orelha e forçando um suspiro em meus lábios. “Estou aqui porque nós dois sabemos que é o que queremos. E eu por exemplo, estou cansado lutar contra.”

“Wrench”, sussurro, lambendo meus lábios, a boca completamente seca.

“Diga-me para sair,” ele provoca, com a boca correndo por meu pescoço enquanto beija mais e mais. “Diga-me para sair agora que sairei e juro por Deus do caralho ... não vou voltar.”

Quero dizer exatamente isso, tento forçar minha boca a dizer as palavras, sabendo que ele irá sabendo que não são ameaças vazias.

Mas não posso.

Ele está certo, e por minha vida, não posso negar esse fato. Wrench me faz sentir viva. Cada toque ou roçar de lábios contra minha pele me eletrifica e tira o entorpecimento que se instalou em meu corpo.

Isso é tudo o que quero. Sentir algo. Qualquer coisa.

Não quero mais ser insensível.

Ele me dá mais do que isso, ele me dá emoção e riso, e nos poucos momentos que ele está comigo, é como se eu pudesse liberar minhas preocupações e me sentir segura em seus braços.

Suas mãos se movem para a curva da minha bunda, os dedos fazendo cócegas. “Você tem cinco segundos”, ele alerta, pressionando sua testa na minha. "Um…"

Lambo meus lábios, finalmente apertando o 'foda-se' e passando minhas mãos por seu abdômen. Seus músculos tensionam com meu toque e sinto uma centelha de poder, sabendo que ele está tão afetado quanto eu.

“Dois ...” ele rosna com os dentes cerrados.

Seus olhos ardem nos meus e posso sentir seu hálito quente em meus lábios. Preciso disso, preciso dele. Estou cansada de correr por medo. Talvez seja egoísta, depois de tudo o que fiz a Harlyn e Optimus, mas quero ter algo para mim.

"Três"

“Cinco,” digo, recusando-me a pensar mais, empurrando para a frente e pressionando meus lábios nos dele. Ele está pronto para mim, me pegando e levantando do chão. Ele dá poucos passos. Minhas costas batem contra a parede. Engulo em seco, e ele usa o momento de fraqueza, sua língua afundando dentro da minha boca.

Não consigo respirar, mas não me importo. Só o quero ao meu redor, sugando o ar dos meus pulmões, roubando minha alma com um beijo. Meus braços envolvem seu pescoço, mantenho-me perto enquanto seus quadris me prendem contra a parede, segurando meu corpo, moendo contra mim. Suas mãos espalmam minha bunda, seus dedos afundando tão forte que eu já posso dizer que terei contusões como prova desta noite.

Estou morrendo de medo dos meus sentimentos por Wrench, assustada que ele possa me destruir se decidir se afastar... novamente. Lutei tanto nas últimas semanas para ter minha mente num lugar onde consigo pensar direito, e onde posso ser independente.

Ainda não é o bastante e estou preocupada que isso vá desfazer todo o trabalho que tive e me levar de volta para aquele lugar. Quer queira admitir ou não, Wrench me dá uma força que não posso negar, e agora, força é o que preciso, a fim de lutar e ter minha vida de volta ao normal. Bem, tão normal quanto minha vida pode ser.

Wrench se afasta e estou ofegante, sugando ar para meus pulmões famintos. “Sem essa porra de fugir. O que quer que tenha que fazer, quero estar com você”, ele diz, sua respiração pesada e os olhos diretamente nos meus como se pudesse ver dentro da minha alma.

Acho que talvez ele possa.

Wrench me viu quebrar, ele me viu lutar com a diferença entre a realidade e as mentiras criadas por minha mente.

“Não é assim tão fácil”, sussurro, torcendo meus dedos em seu cabelo e dando um puxão. Ele geme, mas não desiste.

“Deixe-me entrar”, ele suplica. “Não estou prometendo que vou consertar você, mas estou prometendo ficar ao seu lado e aceitá-la. A verdadeira você ... a que tenta esconder.”

Meu coração dispara, trovejando dentro do peito como se fosse sair a qualquer momento.

Ele não quer me consertar.

Quanto tempo passou desde que ouvi essas palavras?

Nunca.

Todos querem me conserta. Todos pensam que estou quebrada.

Eu pensei estar quebrada.

Encaixo minha boca na dele, sem saber outra maneira de expressar como estou me sentindo. Ele devolve o beijo, com emoção e paixão. Seguro-o enquanto ele nos move novamente, desta vez para a mesa da cozinha, colocando-me na borda. Febrilmente, ele puxa minha calça jeans, então o ajudo, levantando os quadris para fora da mesa quando ele finalmente a afasta e puxa por minhas pernas. Inclinando-se sobre meu corpo e levantando minha camisa, ele dá beijos suaves como penas no meu estômago.

“Quão resistente é a mesa?”, ele pergunta, um tom atrevido em sua voz.

“Não tenho certeza”, respondo com um estremecimento. “Nunca fiz sexo nela antes.”

Ele ri enquanto sua língua sai e circula meu umbigo. “Primeiro em tudo.”

Tenho uma sensação de que teremos um monte de primeiras vezes. Ele se afasta, rapidamente se despindo, jogando peças em todas as direções. A camisa acaba cozinha, seu colete do outro lado do sofá e as calças de alguma forma param na porta do quarto depois de derrubar um abajur.

Não posso deixar de rir. “Você está destruindo minha sala de estar.”

Ele sorri quando abre um preservativo que tirou de Deus sabe onde dentro do caos, e joga a embalagem pela sala também. “Não se preocupe, destruirei outra coisa em segundos.” Meu queixo cai em estado de choque, e ele geme. “Feche-a, ameixa açucarada, antes de eu preenchê-la.”

Mordo meu lábio inferior enquanto afasto minha calcinha. A frieza da mesa de madeira envia um arrepio por minha espinha e todo meu corpo treme. Ele segura minha camisa, movendo-se rapidamente como se lutasse para manter a compostura.

Com minha camisa e sutiã esportivo voando sobre a cabeça, de repente sinto-me nua. Minha reação imediata é me cobrir, mas ele segura minhas mãos antes que possam chegar aos seios. Colocando meus pulsos numa de suas grandes mãos, ele se inclina sobre mim e aperta-os na mesa acima da minha cabeça. Luto, testando sua força, mas não posso escapar. Ele me segura com força o suficiente para restringir qualquer movimento, mas não tão apertado para doer.

“Isso não é justo”, protesto sem ar, porque estou tão porra de excitada – sua boca pairando na minha enquanto ele me segura no lugar.

Seus olhos brilham. “Você está certa.” Ele me solta e caminha para onde seu jeans estão numa pilha ao lado do abajur. Ele anda com tanta confiança e arrogância que deveria ser ilegal. Seus músculos apertam com força enquanto se move, suas tatuagens orgulhosamente se mostrando. Estou tão fascinada que não percebi que ele segura algo em suas mãos até que ele estala o objeto juntos e me faz pular.

Cinto.

Meus olhos se arregalam enquanto observo-o gira-lo ao redor antes de estabelecer-se no meio das minhas pernas, seu pau coberto pelo preservativo saltando ao redor com o movimento.

“Wrench ...” aviso, sem saber exatamente o que fará com esta adição.

“Você confia em mim?”, ele pergunta, envolvendo o cinto em torno de sua mão e, em seguida, desenrolando-o novamente.

Movo-me desconfortavelmente, não porque ele me deixou nervosa, mas porque estou um pouco excitada. Balanço a cabeça. "Sim, confio em você."

Seus olhos ardem com apreço. “Dê-me suas mãos”, ele ordena.

Lentamente estendo as mãos para frente, entregando-me a ele.

Confiando nele.

Ele envolve o cinto nos meus pulsos firmemente, mas ainda confortável e aperta a fivela. Então ele desliza a mão pelo restante do material e envolveu-o em sua mão. Puxo as restrições e ele puxa de volta, com força suficiente para me fazer suspirar. Um sorriso toca seus lábios, e com a mão livre, ele agarra seu pênis, acariciando-se para cima e para baixo algumas vezes enquanto observo. Meus quadris movem-se por vontade própria, querendo se aproximar, mas com minha bunda já na borda da mesa não posso alcança-lo e ele sabe disso.

Faço uma careta de aborrecimento e ele ri levemente. "Carente."

Puxo novamente minhas mãos, e em resposta ele as move por sobre minha cabeça, pressionando-as na mesa quando se inclina sobre mim. Seus lábios roçam meu rosto e seu corpo duro me prende à mesa. Empurro quando a cabeça de seu pênis roça meu clitóris. A primeira vez pode ter sido acidental, mas, em seguida, ele continua uma e outra vez, deixando-me louca e sei que ele está me torturando.

Levanto os quadris, moendo contra quando ele me acerta, em seguida, mergulha para dentro.

Não é o suficiente para aliviar parte da tensão que estou sentindo. Rosno em agitação.

“Vai se comportar agora e não ser tão mal-humorada?”, Ele pergunta, sua respiração fazendo cócegas no meu ouvido.

“Sim”, respondo instantaneamente, mordendo o lábio para não gemer enquanto ele me recompensa entrando todo o caminho em mim. Não dura muito embora quando ele se estabelece lá, mas em vez sair outra vez, ele move os quadris, pressionando seu pênis em direções diferentes, me esticando. “Droga,” amaldiçoa suavemente.

“Foda-se,” ele geme, puxando e empurrando de volta, mais forte dessa vez. Uma vez que o impulso começa, sei que será difícil parar. Seus dentes atacam meu pescoço, uma pequena mordida após a outra ele arrasta-os até a minha clavícula.

Entrelaço meus dedos, apertando-os quando sua língua encontra meu mamilo, girando e chupando enquanto respira com dificuldade. Mesmo quando ele se levanta, mantenho minhas mãos no lugar, expondo meu corpo para seu olhar cheio de luxúria, quando ele agarra minhas coxas e seus quadris se movem mais forte.

Minhas costas arqueiam para fora da mesa, já um pouco lisa com meu suor, a acumulação de algo surpreendente aquecendo meu corpo, eletrizando-o a um ponto onde penso pensei que faíscas reais podem começar a voar em torno de nós. Seus olhos prendem os meus, eles são tão intensos, tão cheios de emoções que nunca vi dentro de um homem antes, e não esse que me encara. É como se ele quisesse me consumir como se quisesse me possuir. Se é isso que ele quer, estou feliz de entregar as chaves do meu coração porque este homem não é como qualquer outro que conheci. Ele é sexy, inteligente e paciente. Ele segura-se com força, mas nunca mente, nunca fingiu ser quem não é.

O que temos é genuíno, é real. Há uma conexão que não tenho certeza se entendo, mas só sei na minha alma que está lá.

Gemo alto, o som de nossos corpos se encontrando criam o ritmo perfeito. “Wrench por favor”, gemo, tentando manter meu corpo no lugar com o poder de seus golpes tornando isso difícil e começo a me mover para trás sobre a mesa.

Não, preciso estar mais perto dele. Posso sentir a construção começando dentro de mim e preciso tanto. Envolvo as pernas em sua cintura, ancorando-me a ele e forçando-o mais profundo.

“É isso, pegue o que precisa”, ele rosna enquanto sua mão mergulha entre as minhas pernas e seu polegar esfrega meu clitóris inchado.

“Merda!” Grito quando o mundo em torno quebra em pedaços. Sinto como se estivesse caindo, mas não há nenhum apoio, não tenho nada para agarrar. Meu corpo explode, e grito gritei o nome dele quando as ondas do orgasmo rolam mais e mais. É tão intenso, tão porra de forte que me pergunto se nunca vai parar.

“Foda-se!”, ele amaldiçoa. “Você está espremendo a vida de mim.” Ele pega o cinto e puxa meu corpo para cima. Deslizando a cabeça através do espaço em seus braços, ele me posiciona na borda da mesa, meu corpo trêmulo agarrado a ele.

O novo ângulo me faz jogar a cabeça para trás, seu pênis agora pressionando para cima, enquanto ele altera sua postura e ângulo. Não posso aguentar, meus braços ligados ao redor de seu pescoço tornando-se dormentes e meu cabelo grudando nas costas, fazendo cócegas na minha pele suada. Seu corpo se move vigorosamente contra o meu, seu peito roçando meus mamilos duros e sensíveis.

Explodo novamente, desta vez, arrasto-o comigo pelo penhasco quando minha buceta aperta firmemente em torno de seu pênis. Eu, de alguma forma, consigo puxar com força seus cabelos em minhas mãos cativas, movendo sua cabeça para trás.

"Assim. Porra. Perfeito”, ele geme com cada impulso enquanto se esvazia. Suas mãos se movem sobre meu corpo, lados, seios e costas.

“Porra”, digo sem fôlego quando finalmente olho para cima e encontro seus olhos. Seu corpo pressiona contra o meu, sua testa encontrando a minha quando ele tem dificuldade em ficar em pé. É realmente perfeito. Não quero me mover. Posso ficar aqui para sempre, nós dois simplesmente perdidos num estado orgástico como se nada mais na vida importasse.

Eventualmente, seus olhos entram em foco e sua mão sobe para meu rosto. “Você é tão porra de linda. Posso te ver gozar várias vezes.”

Lambo meus lábios e sorrio. “Se cada vez for assim, pode realizar esse desejo.”

 

Capítulo vinte

Sugar

 

“Foda-se,” Maldito Wrench por me acordar do sono mais tranquilo que me lembro em muito tempo.

Salto da cama, olhando em volta quando ele pula e pega sua calça jeans do chão.

É então que ouço os sons de motos e meu coração para. “Op está deixando Harlyn esta manhã.”

“E não podia me dizer isso antes?”, ele retruca.

Afasto os cobertores e corro para minhas gavetas, pegando qualquer roupa que possa encontrar para colocar.

As motos param fora do apartamento, e de repente me viro em horror.

“É sua moto lá fora?”

Ele está colocando o boné, a aba cobrindo os olhos. “Não, vim a pé.”

Wrench mora na sede do clube, mas ele também tem um apartamento não muito longe daqui, onde sua irmã mora com o namorado.

Não é incomum para ele ficar lá e ajudá-la com o material técnico que precisa ser feito para seu negócio em casa.

Graças a Deus, porque se Optimus visse sua moto fora do meu apartamento às oito da manhã, estaríamos mortos.

Poucos segundos depois, há uma batida na porta.

“Fique aqui,” sussurro enquanto saio do quarto, fechando a porta atrás de mim. Quando chego a sala de estar, deixo escapar um gemido suave antes de pegar a roupa que eu usava na noite passada.

“Wrench do caralho, tem de jogar merda por todos os lados.”

BANG. BANG. BANG.

“Estou indo”, grito, meus olhos procurando algum lugar para esconder as coisas até Optimus sair.

Correndo contra o tempo, vou para a cozinha e abro a despensa, jogando tudo lá dentro.

Tento impedir meu coração de acelerar quando corro até a porta da frente, respirando fundo e colocando um sorriso no rosto antes de abrir a porta.

“Mamãe,” Harlyn diz, pulando em mim.

O sorriso não parece mais tão forçado, em seguida, rio suavemente e aperto minha menina em meus braços. Ela segura firme, com os braços em volta do meu pescoço e enfiando o rosto no meu.

Fecho os olhos, sentindo seu cheiro. Eu a vi no dia anterior, mas pedi a Optimus para me dar mais tempo.

Harlyn tem sido minha vida por tanto tempo.

Nos quase seis anos que estivemos longe, realmente não tive nenhum amigo. Morávamos num belo apartamento, sozinhas.

Ficamos bem na companhia uma da outra, e agora estou longe dela, de nós.

Olho para cima, vendo Optimus de pé na porta, olhando para nós com um sorriso suave nos lábios, Slider e Ham de pé atrás dele olhando a mesma coisa.

Limpo a garganta e dou um passo para trás.

“Desculpe... entre.”

Eles tiram as botas pesadas e entram.

“Ainda estava dormindo?”, pergunta Op, seus olhos se movendo pela sala.

Dou um sorriso tenso. "Sim, desculpe."

Ele dá de ombros. “Como está a loja?”

Harlyn recua em meus braços com um largo sorriso no rosto. “Podemos ir lá novamente hoje?”

Rio, beliscando suavemente sua bochecha.

“Está fechada hoje, querida. Pense que hoje poderia ser o dia de fazer biscoito!”

Ela salta para cima e para baixo.

"Sim! Podemos guardar um pouco para eu levar para o clube amanhã?”

Aperto os lábios como se estivesse pensando muito sobre isso.

“Eu não sei, posso comer tudo.”

Harlyn ri, o som como uma bela melodia para meus ouvidos.

“Não, temos que compartilhar com o papai.”

Olho para Optimus, pronta para uma alguma piada sobre como ele não gosta de biscoitos, mas escapa dos meus lábios quando vejo o que ele está segurando entre dois dedos.

A embalagem do preservativo rasgado.

Eu congelo, Harlyn vira para sorrir para o pai dela, e ele a esconde.

“Sim, adoraria que sua mãe compartilhasse comigo...”

Engolindo o nó na garganta, me inclino e coloco Harlyn no chão.

“Diga adeus ao pai e depois vá lavar as mãos”, digo a ela, apertando a mão em suas costas.

“É melhor começar a assar agora se vamos alimentar todos esses caras.”

Ela salta alegremente em Optimus, dando-lhe um abraço rápido e acenando adeus a Slider e Ham quando corre pelo corredor até o banheiro.

Op não perde a oportunidade.

“Você tem que estar brincando comigo.”

“Op ... não é ... quer dizer ...” não consigo encontrar palavras, minha boca seca e meu estômago revirando.

Como posso explicar isso?

Como diz a pessoa que está tomando conta da sua filha, que em vez de assumir a responsabilidade por ela e fazer o meu trabalho como mãe, estou ocupado me divertindo?

Slider e Ham caminham silenciosamente até a porta, enquanto Op avança, raiva piscando em seus olhos. “Um dia em breve, vamos ter uma pequena conversa sobre essa pessoa que está se tornando.” Abro a boca para falar, mas ele me corta. "Não. Não quero saber o que tem a dizer. Harlyn estava na sede do clube, sentindo saudades suas como uma louca, perguntando porque sua mãe está muito ocupada, perguntando por que ela não está em primeiro lugar na sua vida. E você está aqui, fazendo sabe Deus que porra.”

“Tenho idade suficiente para tomar minhas próprias decisões, Op. Não é da sua conta com quem eu durmo”, argumento, tentando encontrar um argumento e não deixar que suas palavras, tão verdadeiras, me derrubem.

Um sorriso escuro aparece em seu rosto, e ele joga a embalagem em mim. “Acha isso, não é? Bem, estou te dizendo agora... quando se trata da porra da minha filha, tem tudo a ver comigo.”

Ele gira nos calcanhares e vai em direção à porta. Vejo em silêncio enquanto ele calça as botas e, em seguida, faz uma pausa, seus olhos encontrando os meus. “E quando eu descobrir quem ele é-”

Estreito os olhos. “Não ouse.”

Ele ri, balançando a cabeça. “Harlyn precisa estar de volta às seis. Tenha um bom dia.”

Então ele sai e não posso me mover. Fico ali, olhando a porta aberta, sem saber o que fazer.

“Mãe?” Viro ao ouvir o som da voz de Harlyn. Ela sorri animadamente. “Podemos assar agora?”

Afasto a névoa escura de preocupação e culpa que se instalou em mim e quando o rugido de três motos desaparece na estrada, tento erradicar o sentimento em meu intestino me dizendo que este é apenas o começo. Limpo a garganta, curvando-me e pegando a embalagem da camisinha, colocando-a no bolso antes que Har possa vê-la.

“Yeah querida, sabe onde o livro está. Escolha algumas coisas que quer fazer e comece a juntar os ingredientes. Só vou lavar as mãos, também.”

"Ok!"

Tranco a porta da frente antes de correr pelo corredor, direto para o quarto.

Wrench está sentado no final da minha cama, os cotovelos repousam sobre os joelhos e sua cabeça está baixa.

“Você precisa ir”, digo, fechando a porta e me recostando contra ela, com as pernas ainda tremendo.

“Op sabe que tive alguém aqui.”

Ele balança a cabeça e se levanta.

“Sim, eu ouvi.”

Quando ele finalmente olha para cima, posso ver suas feições tensas como se estivesse irritado ou frustrado. Ele aproxima-se, pegando o boné e colocando-o para trás, assim não cobre seu rosto.

Suas mãos vão à minha cintura, e derreto instantaneamente, uma onda de emoções me inundando.

“Eu não posso fazer isso, é demais.”

“Você sabe, ele está certo sobre uma coisa. Todos sabemos que há algo que não está nos dizendo, e sabemos que é por isso que deixa Op ter Harlyn.” Encolho-me com cada palavra que ele diz porque sei que depois de amanhã, a merda vai bater no ventilador. “Se você-”

“Não”, digo bruscamente, colocando as mãos em seu peito e empurrando-o.

“Vamos, querida”, ele rosna, mantendo a voz baixa.

“Segredos nunca permanecem em segredo para sempre. Um dia, algo vai acontecer, e sem qualquer apoio, vai tudo desmoronar ao seu redor.”

“O que estou fazendo é para impedir que isso aconteça. E se acontecer, pelo menos Harlyn estará bem longe dele”, argumento, empurrando-o novamente.

Desta vez, ele recusa-se a mover.

Ele cerra o punho, colocando-o na parede ao lado da minha cabeça e inclinando-se ameaçadoramente.

“E então o quê? Vai deixar Harlyn sem mãe? Temos que dizer no futuro que sua mãe poderia ter estado com ela, mas não quis o suficiente?”

“Pare com isso,” silvo, deslizando debaixo de seu braço e me afastando.

“Saia antes que Harlyn o veja.”

“Não”, ele anda para trás.

“Vou sair e dizer oi para Harlyn. Talvez saia mais tarde.”

Faço uma careta para ele. "Porquê?"

“Porque gosto da garota, ok? Ouvi-a rir antes...” ele balança a cabeça antes de se inclinar contra a porta do quarto. “...não a ouço tão feliz faz um tempo. Apenas será bom vê-la de novo, aquela garotinha atrevida.”

Minha mão estende e a coloco sobre meu coração. Isso machuca. Tão doce quanto suas palavras são, tanto quanto quero cair em cima dele neste momento ao ouvi-lo falar tão docemente sobre minha filha, tudo o que posso sentir é dor no meu peito.

Um lembrete de que preciso me apressar e ter essa merda feita.

Um lembrete de que Wrench realmente é o cara que imaginei que ele.

“Ok”, sussurro.

Seus olhos se abrem. "OK?"

“Você pode ficar ... por pouco tempo.”

Ele estreita os olhos rapidamente, revirando os ombros em agitação. “Você ouviu-”

“Ou pode simplesmente ir”, digo rapidamente, interrompendo-o.

Ele suspira profundamente. "Tudo bem, tudo bem. Passos de bebê, eu entendo.”

Passos de bebê.

Talvez ele esteja certo.

 

Capítulo vinte e um

Sugar

 

“Obrigada por fazer isso,” digo com um suspiro pesado quando me sento.

Eric sorri por cima da mesa para mim. Não é o seu habitual sorriso feliz, é um triste, mas compreensivo. Quando liguei do meu carro depois de me encontrar com Peter, quase não fui capaz de formar as palavras que precisava para explicar o que queria. Ele ouviu, e até mesmo questionou se era a escolha certa, mas, nesta fase, simplesmente não posso ver uma alternativa. Não seria capaz de viver comigo mesma se algo acontecesse a Harlyn ou os irmãos por causa da vingança de Peter contra mim, então estou tirando-os da equação. Começando com minha menina.

"Esta não é a lei que prático", Eric começa quando reúne os papéis em sua mesa. "Tive que pedir a um associado para revisar o que escrevi, mas não se preocupe, é tudo confidencial."

Assinto. Não que isso importe de qualquer maneira, assim que os papéis forem entregues, todos saberão.

Eric levanta com os papéis na mão e dá a volta na mesa, sentando na cadeira ao meu lado e virando o corpo para o meu. Seu anel de casamento brilha na luz e não posso deixar de sorrir.

"Como está Lisa?"

Eric olha para cima, surpreso com minha pergunta. Ele limpa a garganta antes de responder. "Lisa desapareceu há um ano."

Fico em estado de choque. "Meu Deus! Eu sinto muito, não tinha ideia.” Sinto-me fodidamente horrível, e ele claramente parece chateado, a cor sumindo de seu rosto.

Ele assente. "Sim ... ela uh ... saiu uma noite com amigos, a última vez que soube estavam se divertindo. Então nada. Liguei para a polícia na manhã seguinte, eles checaram as fitas de segurança, mostraram ela e seus amigos saindo com um grupo de caras que tentavam dar drogas às garotas.” Ele balança a cabeça. “Todos recusaram e há filmagens deles saindo do bar, mas é isso. Ela simplesmente nunca chegou em casa.”

Sua voz é rouca de emoção e estendo a mão, colocando a minha sobre a dele.

"Sinto muito, Eric."

Ele me dá um sorriso suave. "Cheguei a um acordo com isso, mas nunca consegui tirar meu anel. Acho que não estou pronto para seguir em frente ainda, e é um impedimento para muitas mulheres.”

Lisa e eu não éramos próximas, mas durante o tempo em que Peter e meu relacionamento eram novidade e a escuridão não tinha se firmado, ela e Eric sempre se juntavam a nós para jantares, ou nós os víamos na maioria das reuniões sociais. Ela era uma menina doce, jovem, ambiciosa e borbulhante. Estar perto dela era fácil e eu gostava, especialmente quando me sentia fora do lugar. Não demorou muito para que parassem de visitar tantas vezes e, na maioria das vezes, eu não saberia se estavam lá de qualquer maneira.

"De qualquer forma, vamos apenas passar por isso", diz ele, tirando a atenção de si mesmo e entrando no modo advogado, sem dúvida um lugar onde suas emoções não estão em jogo. Sei que Wrench tem um grande desgosto por ele, mas também entendo por quê. Quando está trabalhando, ele é duro e direto. Ele acredita na lei e não tem problema em cumpri-la ou afastar pessoas que não a seguem.

"Faça uma leitura e me deixe saber o que acha." Ele me entrega os papéis e respiro fundo enquanto examino as palavras, a bílis na minha garganta subindo quanto mais leio a página. Sinto lágrimas nos meus olhos quando chego ao fim e pego a caneta que Eric oferece.

“"Você não tem que fazer isso, sabe. Tenho certeza de que o que está fazendo ...” Ele me dá um olhar aguçado. Eric sabe a verdade, é uma das razões pelas quais me sentia tão à vontade com ele, porque ele nunca me julgou ou me tratou de forma diferente. "Nós podemos encontrar outra maneira de trabalhar com isso."

Balanço a cabeça, minha mão tremendo quando coloco a caneta no papel e assino meu nome.

Bem ali na linha pontilhada.

Uma lágrima cai dos meus olhos, diretamente sobre a carta e rapidamente a enxuguei antes que possa manchar a tinta. Folheio todas, assinando as cópias e outros documentos antes de entregá-los diretamente a Eric.

Ele respira fundo e me encara com olhos tristes. "Vou tê-los entregue para você", diz ele em voz baixa.

"Amanhã. Mande-os amanhã,” peço. Prometi a Harlyn que jantaria com ela no clube hoje à noite e não quero ter que cancelar.

"Ok, não há problema", ele concorda. “Há algo que possa fazer para ajudar? Isso é tudo por causa do Peter?”

Mordo meu lábio, posso sentir o peso do que acabo de fazer esmagando meu peito.

Não, não posso quebrar agora.

Agarro os braços da cadeira e me forço a ficar de pé, meu corpo balançando levemente enquanto tento me segurar. Olhando para a janela e indo direto para ela, precisando que a luz me cerque para que possa respirar enquanto tentava lutar contra a escuridão.

“Annabelle… Ei, tudo bem. Apenas respire,” Eric diz, sua mão nas minhas costas, esfregando em círculos suaves.

Não está bem. Não quero ouvir que tudo ficará bem. Recuo para longe, mas ele continua me seguindo. Não quero ser tocada. Luto para manter a cabeça limpa. Ele está apenas tentando ajudar, tentando me acalmar, mas o que ele não percebe é que isso só está piorando as coisas.

Coloco minhas mãos no parapeito da janela. Minhas pernas parecem poder ceder a qualquer momento, então empurro com força, mantendo meu corpo ereto. Jogo a cabeça para trás enquanto lágrimas escorrem por meu rosto, permitindo que meu corpo se banhe na luz do sol que atravessa a janela. As sombras não conseguem me pegar aqui, elas não conseguem me alcançar na luz.

A mão de Eric para nas minhas costas e de repente um calafrio me enche.

"Parece que tem alguém te esperando lá fora", diz ele, com uma nitidez na voz.

Lentamente abaixo meu olhar, tentando me concentrar na respiração enquanto uso uma mão para afastar as lágrimas. Ele está certo, há alguém esperando por mim, e ele parece fodidamente chateado quando se inclina contra sua moto, com os braços cruzados sobre o peito e as pernas cruzadas no tornozelo.

Wrench.

Algo clica no meu cérebro, e de repente preciso chegar até ele.

Ele é conforto.

Ele sabe do que preciso.

"Chame Wrench", digo asperamente. "Por favor." Olho para Eric, sua testa franze e posso ver a apreensão. Não é segredo que a firma de Eric e os Brothers by Blood não são exatamente amigos. Como disse, Eric é firme em suas crenças sobre a lei, e os irmãos, bem, eles gostam de ter sua própria opinião sobre isso.

Incapaz de me segurar por mais tempo, caio de joelhos.

Eric recua, cerrando os dentes. “Tudo bem, vou chama-lo. Mas só porque odeio te ver você.” Ele sai correndo da sala, e torço meu corpo, pressionando as costas contra a parede ao lado da janela e enrolando meus braços em volta dos joelhos. A sala está começando a encolher e é cada vez mais difícil respirar. Quero fugir, mas sei que não posso. Sei que não faz sentido porque não irei muito longe.

Lutei tanto tempo, lutando para superar essa merda e melhorar sozinha, mas não estou em casa e não tenho as coisas que preciso para me ajudar. Ele está aqui, porém, e só preciso dele. Preciso senti-lo no quarto, então estaria a salvo das sombras.

“Ela está aqui”, ouço Eric dizer com uma óbvia tensão na voz.

“Juro por Deus porra, se tiver feito algo com ela...”

Wrench aparece na porta e dá uma olhada para mim enrolada no chão e seu rosto suaviza. Ele se vira para olhar para fora da porta. “Fique aí. Não entre porra.”

“Esse é o meu escritório.”

“Não dou a mínima”, Wrench diz antes de bater à porta.

Eu pulo e ele se encolhe. "Desculpe, sugar pop5", ele diz baixinho enquanto se move em minha direção. Quanto mais perto ele chega, mais fácil consigo respirar, sugando ar para meus pulmões.

Ele senta no chão e diz duas palavras que inundam meu corpo e permitem que meus músculos finalmente relaxem. "Estou aqui."

Não "você vai ficar bem.'

Não "você precisa se acalmar."

Apenas... estou aqui.

Ficamos sentados em silêncio, os sons dos pássaros cantando nas árvores do lado de fora é o único ruído. Wrench simplesmente me observa enquanto com o tempo lentamente começo a desenrolar meu corpo e me esticar. Ele não empurra ou me encoraja a fazer qualquer coisa ou me toca.

Ele sabe.

Olho para o relógio pendurado sobre a porta.

Uma hora. É o tempo que leva. Meu corpo doí, meus músculos clamam para estar numa posição diferente. Mas Wrench permaneceu o mesmo, com seus joelhos dobrados, as mãos pairando sobre eles casualmente.

Apenas me observando.

“Eu quero ir para casa”, sussurro, finalmente.

Ele assente e se afasta do chão, ficando de pé. Então ele vem em minha direção e estende a mão. Eu a seguro, e ele me puxa para meus pés. "Vamos tomar aquele banho."

Balanço a cabeça. "Sim, por favor."

 

Capítulo vinte e dois

Wrench

 

Sento no sofá da sala de estar, esperando que ela se vista. Não trocamos nenhuma palavra desde que chegamos em sua casa. Corri para preparar um banho, sentei no banheiro com ela enquanto ela permitia que seu corpo relaxasse e retomasse algum tipo de função cerebral.

Notei que na última vez que ela teve esse tipo de episódio – embora fosse muito pior do que isso - ela levou o resto do dia para se sentir normal novamente. Ela estava no limite, movimentos súbitos a assustavam, ela queria ter conversas simples e apenas relaxar seu corpo. Acho que ajudou a mente dela a se regenerar do que parecia um trauma.

Então eu esperei... esperei até que ela estivesse pronta para conversar. Porque, francamente, estou pronto e tenho perguntas que precisam de respostas fodidas.

Ver o carro dela do lado de fora do escritório de Eric Deanwell quase me fez colidir a moto com os carro à frente. Fui lá verificar uma das meninas da X-Rated, onde morava, e o que fazia, porque hoje é seu dia de folga. Tudo parece bem, e a encontrei em casa cuidando de dois irmãos mais novos enquanto a mãe dela pegava um turno extra no hospital. Voltava para a cidade para checar outra quando vi o carro de Sugar.

Dizer que fique fodidamente chateado, é um eufemismo. Não só estava pronto para rasgar Deanwell ao meio, mas também a minutos de telefonar para Optimus e deixá-lo lidar com isso. Não sabia se conseguiria manter a calma sem espancar o bastardo.

No entanto, o que encontrei definitivamente não é o que esperava.

"Você não ligou para Op", afirma Sugar calmamente ao entrar na sala, secando o cabelo molhado com uma toalha azul. Seus movimentos são lentos, mas posso ver em seus olhos que está alerta. Sei que não devo insistir, mas estou estava lutando para encontrar qualquer maldito motivo no mundo para ela estar naquele escritório. Isso combinado com seu estranho comportamento no último mês ou mais, e estou começando a ficar muito preocupado com o que diabos está acontecendo.

Ela está trabalhando com ele?

Ele está forçando-a a dar informações sobre o clube?

Qual pelo maldito nome de Deus é a conexão?

"Não, não liguei para ele", respondo, antes de adicionar. "Ainda não de qualquer maneira."

Ela se encolhe, mas assente enquanto caminha até a pequena área de serviço e joga a toalha na máquina de lavar. "Obrigada."

“"Não me agradeça ainda. Porque se não conseguir respostas em breve, vou ligar para ele e não há maneira que ele vá te deixar sair de sua novamente." Digo asperamente. Sei que se Op souber o que aconteceu, ele vai derrubar a porra do mundo. E se necessário vou dizer a ele. Mesmo que isso signifique colocar minha própria bunda na merda, só para proteger o clube.

"Eu entendo", ela diz baixinho enquanto senta do outro lado do sofá. Ela baixa a cabeça, mas isso não parece ser de cansaço, a expressão em seu rosto é de vergonha e culpa.

"Por favor", imploro suavemente. "Preciso saber com o que diabos estou lidando aqui... está acontecendo há muito tempo. Nós dois sabemos que está escondendo algo, e sabemos o quanto melhor irá se sentir se...”

"Eu sou bipolar."

As palavras saem de sua boca com pressa, como se ela as forçasse a sair antes que pudesse se convencer a não o fazer. Seus olhos encaram a frente, olhando para o nada, sem emoção.

“"Bipolar?" Questiono, sem saber se ouvi corretamente. Conheço o termo, tenho uma ideia básica do que é, mas não tenho certeza do porque é importante. "O que está tentando dizer?"

Ela me encara como se eu tivesse duas cabeças. “Tenho Transtorno Afetivo Bipolar. Isso afeta minhas emoções, me dá altos extremos e, às vezes, baixos debilitantes.”

"Os ataques de pânico..." digo, meu cérebro pegando o que ela está dizendo.

Ela balança a cabeça lentamente, puxando os joelhos para o peito e continuando a evitar meus olhos. “Tudo começou quando eu era adolescente. Tinha semanas onde me sentia como se fosse invencível achando difícil ficar parada e me concentrar na escola. Eu era desafiadora e um pouco louca. Só queria sair, me divertir, fazer coisas estúpidas e que se fodessem as consequências.”

Posso dizer, mesmo quando ela explica suas emoções e suas ações, que está vendo isso em sua mente como se fosse um filme antigo de si mesma.

“Então os baixos começaram a me bater. Eu me recusava a sair de casa, não querendo reconhecer que havia um mundo lá fora. Sentia-me sem esperança e vazia. Meus pais não ajudaram, só queriam uma filha perfeita. Uma que pudessem mostrar e usar na competição contra seus amigos... ” ela balança a cabeça, sua voz em um sussurro suave que me esforço para ouvir, mesmo no silêncio completo da sala. “Mas o que tinham era eu. Se não estivesse causando estragos e envergonhando-os, estava me recusando a comer e sentada no meu quarto pensando em desistir da vida.”

Quero estender a mão e puxá-la para meus braços, sentindo a energia negativa em torno dela. Quero que ela saiba que estou aqui, mas sei que não preciso dizer as palavras. Ela sente-se confortável a minha volta, mesmo se estamos em silêncio, ela se sente à vontade, e isso é tudo o que quero que ela saiba enquanto exibe sua alma para mim.

“Eles pensaram que eu era louca. As pessoas olhavam para mim como se eu fosse uma aberração, algum tipo de ato secundário. No mundo em que cresci, é algo que sempre é enterrado com os esqueletos no armário. Mas todo mundo já tinha notado, então não havia como esconder que algo estava errado comigo.” Seus dedos tocam um fio solto em suas calças, puxando-o, torcendo-o nos dedos. “Eles finalmente me diagnosticaram quando tinha dezessete anos. Mas, tanto quanto meus pais estavam preocupados, eu já tinha manchado muito sua reputação. Estava quebrada, e eles queriam me passar para outra pessoa resolver.”

Finalmente estendo a mão e pego a mão dela, passando seus dedos nos meus. Ela finalmente encontra meus olhos, e posso ver a dor refletida neles. Isso é difícil, ela está despindo sua alma e, como todas as pessoas de sua vida que sabem sobre sua desordem, ela espera que eu fuja.

Não irei correr.

"Você não é bipolar", digo a ela suavemente.

Ela olha para mim com uma careta. "Sim, eu sou, vivo com isso há mais de dez anos."

Aperto a mão dela. “Você não é bipolar… você tem transtorno bipolar. Não define quem você é, é apenas parte de você.”

Seus olhos começam a ficar bem e ela aperta minha mão. Posso dizer o quanto as palavras significam para ela como se ninguém tivesse tido tempo de explicar isso antes. Ela cresceu num mundo onde segredos e problemas são escondidos da sociedade, e coloca essa máscara de perfeição. Ela vista como se fosse uma pessoa de fora, e foi levada a sentir vergonha e repulsa por essa parte de sua personalidade que nunca poderá mudar.

E quero socar a cara de cada uma dessas pessoas.

Quem são eles para dizer que esta parte dela não é bem-vinda?

A família deveria aceitar as pessoas com quem se importam, amando-as como um todo, apesar das falhas. Todos nós as temos. O clube está cheio de homens e mulheres, todos com pedaços faltando ou coisas com as quais eles lutam diariamente, mas, como família, apoiamos essas pessoas. Nós nunca os desprezamos por causa de seus problemas.

"Não é onde isso termina", ela sussurra, seu corpo tensionando.

Seguro sua mão, me preparando para qualquer coisa que ela possa contar. Sei no meu que coração nunca mudará como me sinto sobre ela.

“"Eu sou casada", ela diz, seu corpo se curvando sobre si e um tremor percorrendo-a. Minha boca fica seca, abre e fecha, mas não consigo encontrar nenhuma palavra. Ela respira fundo e as unhas se enterram no braço do sofá enquanto continua: “O nome dele é Peter Davenport, somos casados há mais de seis anos.”

A matemática não é difícil, mas ainda estou chocado. "Você casou antes de conhecer Optimus?"

“Durante”, ela responde, virando-se para me olhar nos olhos. “Nós nos casamos no dia que parti grávida de Harlyn. Op nunca soube, e descobrir sobre Harlyn e a decisão de Op de me mandar embora para me proteger foi minha graça salvadora e quando ele ofereceu, eu aceitei.”

Pego meu boné e viro de modo que fique para trás, esfregando meu cabelo curto antes de levantar. "Não entendo, porra. Quem é esse cara e por que precisa se esconder dele?”

Ela aponta para o sofá. "Sente-se, por favor."

Aperto meu queixo, mas faço o que ela pede, virando meu corpo para encará-la enquanto ela senta no extremo oposto. “Peter é o homem que meus pais escolheram para eu casar. Como muitas famílias ricas, é tudo sobre conexões, riqueza crescente, e quem tem sobrenome acima de sentimentos e emoções reais.” Ela balança a cabeça quase como se desapontada consigo mesma. “Quando ele veio e começou a me cortejar, já me sentia fora do lugar, como se quisesse correr, mas não tivesse para onde ir. Quando o conheci ele era doce, quase entendendo minha… doença, e começou a fazer promessas que eu achava serem genuínas. Como se talvez ele fosse o único que me daria uma fuga.” Lágrimas brotam em seus olhos enquanto ela me encara, a emoção em sua voz uma mistura de frustração e vergonha.

“Deixe-me adivinhar, ele não era nada disso,” rosno suavemente, achando difícil não estender a mão e puxá-la para meus braços. Quero consolá-la e dizer que tudo ficará bem, mas preciso de todas as informações primeiro, porque se esse babaca a tiver machucado, deixarei o filho da puta de joelhos, onde ele me implorará para não matá-lo.

“A família de Peter é dona de uma empresa que desenvolve e testa medicamentos para diferentes doenças e distúrbios. Eles foram muito bem sucedidos no passado, então a marca é forte e quase intocada”, ela continua a explicar. “O que não sabia na época era que havia uma razão específica pela qual ele me escolheu. Ele queria me usar como seu boneco de testes pessoal, ele queria ver o quão longe ele poderia empurrar meus limites.”

Pulo do sofá, incapaz de ficar parado por mais tempo, a raiva dentro de mim assumindo. Ando pela sala enquanto Sugar está sentada, seus olhos me observando enquanto continuo para frente e para trás.

“Preciso saber o que isso significa. E preciso que entenda que quando me disser, posso ficar chateado e irritado, mas isso não é com você.” Sei que tinha que dar a ela algum tipo de aviso. Posso sentir que o que ela está prestes a dizer não vai me fazer sentir melhor e que provavelmente lutarei para não dar o fora daqui com minha arma e caçar o idiota.

Ela lambe os lábios secos e assente. "Ele começou-me com este medicamento..." Sua voz é rouca e crua. “Eu já tomei outros antes, eles funcionavam na maior parte, mas ainda tinha crises. Peter me disse que era porque não eram fortes o suficiente.”

"O que ele fez?" silvo, tentando me manter calmo, mas precisando que ela chegue ao ponto antes que me descontrole.

Ela baixa a cabeça. "Você já sabe o que fez, porque é a mesma droga que discutiram com Deacon no outro dia."

Meus olhos se arregalam quando luto para lembrar o nome da medicação que Deacon disse estar sendo a sensação no tráfico. Isso me atinge. "Maniac?"

Ela olha para cima e acena com a cabeça quando uma lágrima corre por sua bochecha. “Ele me viciou. As pílulas me deixaram entorpecida... elas bloquearam todo o barulho e a loucura, e continuei querendo mais e mais.” Suas mãos começam a tremer, e as lágrimas correm. "Chegou ao ponto em que eu fazia quase qualquer coisa para tê-las... qualquer coisa."

"Foda-se", amaldiçoo, avançando. Abaixo-me e envolvo os braços ao redor dela, puxando-a para seus pés. Ela se agarra em mim como se eu fosse sua tábua de salvação, soluçando em meu peito enquanto a embalo.

“"Eu não queria que ninguém soubesse", ela chora. “Já passei tanto tempo sendo desprezada por minha desordem, vista com nojo como se eu fosse lixo. E então ele usou isso contra mim, me transformando numa pessoa que nunca quis ser, me tornando uma viciada.”

Seguro-a perto, sentindo minhas próprias lágrimas saírem quando sinto a dor e angústia percorrendo seu corpo e o meu. A vontade de matar está em minhas veias, posso sentir me queimando. Agora, tudo que quero fazer é matá-lo, e não será rápido. Ele precisa sentir a dor lenta e torturante que o levará até a beira do penhasco, mas não o deixaria pular.

De repente, um pensamento me ocorre e recuo, passando o dedo sob o queixo de Sugar e erguendo seus olhos injetados de sangue. "O que isso tem a ver com você no escritório de Deanwell?"

Ela engole em seco, seus dedos afundando no colete do clube. “Precisava proteger as pessoas que me importam, precisava manter Harlyn longe dos meus erros.”

Faço uma careta. "O que isso significa?"

"Isso significa que Peter não pode usá-la ou machucá-la para chegar até mim... porque ela não é mais minha.”

 

Capítulo vinte e três

Sugar

 

Wrench quer saber tudo. Cada pequeno detalhe - sobre Peter, nosso relacionamento, sobre a conexão com Optimus.

Posso sentir meu coração acelerado quando me aninho ao lado dele e forço as palavras a saírem, mas enquanto falo, percebo que meu corpo se sente um pouco mais leve com cada palavra. Estou compartilhando isso com alguém, não é mais meu segredo, algo que só conversei com médicos e terapeutas.

“Em um ponto ele me tirou as pílulas. Acabar com a queda foi um dos piores momentos da minha vida,” explico, colocando minha cabeça no peito de Wrench. "Acho que foi tudo parte deste jogo que ele fazia... ver como eu agiria sem elas no meu sistema."

O batimento cardíaco de Wrench pressionando meu ouvido me dá coragem. Ele está aqui comigo, ouvindo, respirando minhas palavras. Ele não está fugindo, ele não me olha para se eu fosse um monstro ou como se tivesse nojo.

"Ele teve que ir ao trabalho por um tempo, e não queria me levar com ele, então fui ver meus pais. Foi quando conheci Optimus. Meus pais tiveram que fazer uma aparição na feira da cidade, o clube estava lá, Op conversou comigo ... bem ... ele deu em cima em mim.” Sorrio para a memória, mas quando o corpo de Wrench fica tenso, rapidamente sigo em frente. “Isso me fez sentir bem num momento em que estava para baixo. Então, quando ele me convidou para sair com eles, aceitei com as duas mãos.”

“Foi tão fácil assim?" Wrench pergunta, com um aperto na voz.

Eu me afasto e olho para ele. "Não. Não foi. Mas como não tomava remédio, voltei a pensar irracionalmente e a fazer escolhas por capricho. Sair com o clube... a diversão, a liberdade que tinham... foi o começo de uma nova alta. Uma que nunca pensei que pudesse descer.”

Ele olha nos meus olhos, posso dizer que é difícil para ele ouvir essas coisas, mas que ele sabe que precisa. Ele quer me entender, ele quer ouvir a minha dor e o que passei, mesmo que isso possa machucá-lo.

"Conheci o clube, Op e seu pai ... então de repente tudo atingiu o ventilador", digo com tristeza.

Wrench inala lentamente. "A guerra ficou séria e Dealer foi morto."

Aconchego-me mais perto, e ele envolve os braços ao meu redor. Sei o quanto esses garotos se importavam com o pai de Op, ele era seu líder deles e amigo. Ele era da família para eles e perdê-lo foi um choque para todos.

Limpo a garganta, fechada de emoção. "Eu me senti responsável", sussurro. “Op o deixou lá no bar para vir e estar comigo. Eu tentei estar lá para Optimus, mas isso me pesou e sem nada para equilibrar as emoções, eu quebrei.”

Sua mão acaricia meu braço para cima e para baixo, me confortando, mas ainda posso sentir a culpa no meu estômago. Se não fosse tão carente, não teria pedido a Op para vir naquela noite, estar comigo em vez de proteger seu pai.

"Não foi sua culpa", Wrench diz suavemente. “Se Op estivesse lá, poderíamos ter perdido os dois.”

Respiro fundo, é algo que o próprio Optimus me disse uma e outra vez, mas nunca levou a dor embora. Dealer me tratou como um dos seus, mesmo nas poucas semanas que passei com eles.

"Meus pais ligaram para Peter e ele chegou em casa, e quando veio, me ofereceu a única coisa que eu não queria, mas que sabia que iria anestesiar a dor que estava sentindo", explico, mal conseguindo forçar as palavras, com vergonha das minhas ações. "Não lembro muito, mas em algum momento, quando estava no alto, caí da escada na casa de Peter e ele me levou ao hospital. Eles fizeram testes, e nada foi quebrado ..., mas disseram que eu estava grávida.”

Minha mão inconscientemente foi para meu estômago levemente arredondado, onde carreguei minha filhinha. Ela se tornaria meu tudo, e só espero que um dia ela entenda o que estou fazendo para protegê-la.

“Peter assumiu que era dele e me arrastou para o tribunal naquela tarde para nos casar. Deus me livre que ele assumisse um filho ilegítimo. O que isso faria com sua reputação e de minha família seria catastrófico.” Não consigo disfarçar o sarcasmo na minha voz. "Eu fui junto, mas sabia no meu coração que não era dele... então, assim que ele saiu de casa, comecei a embalar minhas coisas.”

“Jesus Cristo", Wrench amaldiçoa, tirando o boné da cabeça e esfregando o cabelo. "Esta é uma porra de bagunça."

“Eric veio ver Peter e me pegou arrumando as malas. Peter tinha me dado outra pílula, então eu estava tão alta que mal conseguia me mexer, mas estava determinada a dar o fora, sabendo que ele descobriria de uma maneira ou de outra que o bebê não era dele e todo o inferno iria desabar."

Wrench levanta o lábio. "Ainda não gosto desse idiota."

Assinto. “Eu sei, mas ele me ajudou. Ele me colocou em um táxi e me mandou para o clube. Quando Op decidiu me mandar embora, isso salvou minha vida e a de Harlyn.”

"Por que não nos disse logo? Por que manteve essa merda escondida tanto tempo?", pergunta ele, e não posso culpá-lo.

“Pensei estar sob controle, enquanto fiquei fora. Durante anos, tomei remédio e funcionou bem. Encontrei um médico e trabalhamos para encontrar o que é certo para mim. Não havia estresse, mas se me sentisse afundando, tomaria pílulas alternativas que ajudariam,” explico, esperando que ele entenda. "A merda que fiz enquanto estava com Peter... as coisas que fiz para conseguir a pílula mágica..." Balanço a cabeça, não posso forçar as palavras porque isso trará de volta memórias, aquelas que consegui esconder na parte de trás do meu cérebro por anos.

A mão de Wrench esfrega minhas costas. “Por que acha que isso mudaria as coisas? Por que acha que não estaríamos lá para você? Op está perdendo a cabeça por causa dessa merda.”

"Não estou pronta para dizer a ele", sussurro.

Sei que o que Wrench diz é verdade, mas o medo do julgamento e auto aversão que tenho dentro de mim não está pronto para lidar com as ramificações. Agora com Peter planejando algo. Sei que ele queria me machucar, vi em seus olhos. Preciso descobrir uma maneira de detê-lo e precisa fazer isso para que, se as coisas derem errado, o clube não seja prejudicado também.

Sei o quão irracional soa, mas com Harlyn sob seus cuidados, estou mais determinada do que nunca a protegê-los. Sei que Optimus irá perder a cabeça quando descobrir o que fiz, mas é o que quero. Preciso da conexão cortada para que eles não possam ser derrubados junto comigo.

Meu telefone toca e me afasto de Wrench para pegá-lo na bolsa. Puxando o celular, vejo uma mensagem de Optimus.


OP: Precisa vir aqui agora.


“Merda” amaldiçoo, jogando o telefone de volta na bolsa. "Eu prometi a Harlyn que jantaria com ela." São cinco e meia, e não quero decepcioná-la. Não hoje à noite, não quando sei que amanhã Op irá receber os papéis e se me deixará ver minha filha depois disso é outra questão.

Wrench se levanta, seu corpo cansado e mole, posso dizer que revelei muita merda hoje e ele está sentindo. Eu também estou.

"Vou segui-la até lá, direi que te encontrei na cidade", ele diz quando se aproxima e pressiona seus lábios nos meus antes de ir para a porta.

Respiro fundo e pego minhas coisas, seguindo-o.

 


O clube está quieto quando caminhamos pela porta principal. O bar está vazio e a sala desolada. Incomum para esta hora da noite, quando os meninos estão normalmente ocupados comendo e bebendo após um longo dia ou se preparando para uma longa noite.

Olho para Wrench, que obviamente está pensando a mesma coisa.

Ao dar um passo em direção à porta da sala de jantar, Optimus, Chelsea e Blizzard saem do corredor que leva ao seu escritório e à sala de reuniões. Abro minha boca para perguntar onde todos estão, mas antes que possa, ele levanta um punhado de papéis - aqueles que reconheço instantaneamente, aqueles que assinei hoje. Meu intestino afunda.

“Que porra é essa?" Ele exige, seus olhos cheios de desgosto e raiva.

Chelsea puxa a mão dele, os olhos dela implorado para ele se acalmar. Mas ele não vai, ele vai me rasgar em pedaços.

E não o culpo nem um pouco.

Wrench fica ao meu lado enquanto eles se movem em nossa direção. Quero correr, minha respiração se tornando mais pesada.

Isso não é para acontecer.

Ele não deveria ter recebido até amanhã.

Eu não estou pronta.

“Responda-me!”, ele grita, sua voz ecoando na sala. Meu corpo sacude de medo.

Agora sei por que o clube está vazio.

"São documentos da custódia", respondo em voz baixa.

“Sei disso. De acordo com isto... você está desistindo dela.” Posso ver a dor passar por seus olhos enquanto ele diz as palavras que não suporto ouvir. Pisco, lágrimas caindo no meu rosto enquanto olho em seus olhos. "Por quê? Eu quero saber por quê.”

"Eu ... eu só ..." Não consigo encontrar as palavras que preciso, minha garganta fechando cada vez que tento falar.

"Você está tentando destruí-la?" Ele diz e meus olhos se arregalam.

"Não!" Protesto, meu coração doendo com suas palavras cruéis. "Que tipo de mãe acha que sou?"

Seu lábio se curva. "As palavras patética, egoísta e negligente me vêm à mente."

"Ei! Isso é o suficiente,” Wrench rosna. “Você não tem ideia do que está acontecendo. Então não fale merda ou vai se arrepender mais tarde.”

“Wrench, pare!" Aviso, agarrando seu braço, não querendo que ele se envolva. Este não é o problema dele, é meu.

Optimus estreita os olhos e Blizzard amaldiçoa baixinho. Chelsea olha entre nós, e até eu posso ver sua percepção começando a surgir.

"Jesus Cristo", Op finalmente diz, as peças finalmente clicando no lugar. "Você tem que estar brincando comigo. Não ouviu quando disse a todos para ficarem longe dela?”

Wrench empurra os ombros para trás. “Merda acontece, Op. Não pode impedir por quem se apaixona. Você sabe disso.”

“Apaixona!” Optimus avança, mas Blizzard pega-o pelos ombros. “Eu te avisei! Está disposto a perder seu colete por uma cadela que nem mesmo assume a responsabilidade por sua filha?

"Optimus!" Chelsea ofega em choque.

Suas palavras me atingem no peito e luto para respirar. Fico me lembrando que é o melhor. Ele precisa se afastar, ele precisa me odiar. Estou os protegendo.

Wrench dá um passo à frente. "Porra, não fale com ela assim." Tento alcançá-lo, mas ele afasta minha mão. "Você não tem ideia do que está acontecendo.”

“Sou a porra do seu Presidente, se alguma coisa está acontecendo, então preciso saber muito bem o que é", Optimus surta, continuando a lutar contra o controle de Blizzard. "Embora, estou começando a me perguntar se quero no meu clube alguém que não pode seguir uma ordem simples.”

“Pare!" Eu choro, lágrimas escorrendo por minhas bochechas. "Por que diabos acha que eu não queria contar a você? Por causa disso…"

Nesse momento, Optimus liberta-se e voa para a frente. Seu punho recua e com um poder que nunca vi antes, ele acerta Wrench no queixo. Wrench cai no chão, mas Op está em cima dele num segundo socando seu rosto. Wrench nem tenta revidar, aceitando a punição que ele sabia estar vindo.

"Pare com isso!" Grito.

"Optimus!" Chelsea chama enquanto corre para frente.

Blizzard se move num piscar de olhos, usando seu peso corporal para afastar Optimus do corpo de Wrench. Caio de joelhos ao lado de Wrench, ele está atordoado, mas posso ver o fogo em seus olhos. Ele quer me proteger, mas se recusa a atacar Optimus. Wrench senta, respirando pesadamente, olhando seu presidente, que o encara como se quisesse matá-lo. Blizzard age como árbitro, ficando entre eles.

"Porra, pare com isso", Blizzard ordena, olhando para Op. "Entendo que está chateado, e tem o direito de estar, mas você vai matá-lo.”

A sobrancelha de Wrench está cortada e seu olho já começa a inchar. O sangue escorre de seu rosto pelo colete e nariz.

"Espanque-me o quanto quiser, isso não vai mudar a maneira que me sinto sobre ela", cospe Wrench, sangue e saliva voando de sua boca. "Mas não se atreva a dizer merda sobre ela quando não tem a mínima ideia do que ela passou. A última coisa que precisa é das pessoas que ela ama e está tentando proteger, magoando-a ainda mais.”

Inclino a cabeça, vergonha e arrependimento me enchendo.

Deveria ter deixado Wrench falar com Op há muito tempo.

Deveria saber que descobrir dessa maneira os separaria.

“Por que está fugindo de Harlyn? Por que me deu a custódia?” Optimus pergunta, com o tom mais baixo, mas ainda tão severo quanto antes. "E o que diabos ele está falando sobre nos proteger?”

Olho para Wrench, que me observa com cuidado enquanto usa sua camiseta para limpar um pouco do sangue do rosto. Sei que ele quer que eu diga a eles e será melhor acabar com isso abertamente. Mas sei que Optimus tentará se envolver, ele tentará ajudar e, por sua vez, colocará um alvo nas costas do clube.

Até que saiba o que Peter está fazendo, tenho que manter sua raiva e ódio direcionados apenas a mim. Está claro agora, porém, que há mais uma pessoa que tenho que proteger.

Levanto-me do chão. “Só preciso que mantenha Harlyn segura e feliz, algo que não posso garantir. O que significa que estava certo, sou uma mãe inútil.”

Optimus me observa atentamente enquanto Blizzard o ajuda a ficar de pé.

"Eu amo Wrench..." As palavras saem dos meus lábios tão facilmente, tão fluidas. Elas não me assustam, de alguma forma me fazem sentir quase mais forte. "Mas se o ultimato que está dando é o clube ou nós, então terei certeza que o clube venha em primeiro lugar."

"Sugar", Wrench rosna enquanto luta para ficar de pé.

Eu o ignoro, me virando e indo para a porta, mesmo quando meu cérebro me diz para ir até ele. Ele está sofrendo, ele só foi espancado e agora saio quando ele precisa de mim.

Mas ele também precisa falar com Optimus, de irmão para irmão.

O relacionamento deles está em jogo e estou dando a ele esse tempo. Quer sejam minutos ou para sempre.

 

Capítulo vinte e quatro

Wrench

 

Chelsea limpa o corte acima do meu olho com um pano molhado enquanto sento no bar, três uísques depois.

"Você não deveria estar bebendo", ela diz suavemente antes de acrescentar: "Você também tem sorte de que isso provavelmente não precisa de pontos."

"Você também tem sorte que Op está ficando velho e não pode dar um soco como costumava fazer", Blizzard ri.

Optimus bufa, mas não responde à sua observação. Em vez disso, volta sua atenção para mim. "Você poderia ter me dito."

Agarro o copo na minha mão, bebendo o pouco que foi deixado no fundo antes de responder: “E como gostaria que eu fizesse isso? Você ainda teria me batido.”

"Talvez", ele responde honestamente. "Mas não teria ficado tão louco. Quando descobri que ela estava com alguém, pensei que quem quer que fosse, era a razão pela qual ela começou a foder com Har. Percebi que ela colocava algum babaca antes de sua filha. Então, quando descobri que era um dos meus, vi vermelho.”

Balanço a cabeça. “Eu amo a criança, sabe disso. Não faria nada para machucá-la.”

"A raiva nos deixa loucos", Chelsea diz suavemente.

O telefone de Op começa a zumbir do outro lado do bar e ele olha para baixo. "Droga, é Leo." Ele o pega e me olha. "Nós não terminamos."

"É a história dela para contar, não a minha", respondo simplesmente, apesar de levar tudo o que tenho para me impedir de explicar o que ela contou. Optimus gostará de saber, e quando descobrir, vai se odiar por não perceber mais cedo que havia algo errado.

Ele me olha, deixando-me saber que não vai desistir dessa merda. Mas, por enquanto, tem problemas maiores para lidar. Leo e Hadley estão fugindo, e temos uma tempestade na nossa porta dos fundos enquanto tentamos descobrir como lidar com isso.

Esse é o foco dele agora, e oro a Deus que me dê tempo suficiente para conversar com Sugar e deixar o clube saber o que está acontecendo.

Ele atende e, ao mesmo tempo, me afasto de Chelsea, indo para meu quarto. Quero ir atrás dela, mas também preciso apenas respirar por um momento antes de ir vê-la.

Sentado na beira da minha cama, abaixo a cabeça enquanto tento reunir meus pensamentos. Está fora agora, não há mais como esconder o que sentimos um pelo outro, mas também sei que esse caminho não será fácil. Levará tempo para recuperar a confiança que quebrei com meus irmãos, mas estou disposto a fazer isso e aguentar suas listas de merda, se isso signifique ser capaz de ter essa mulher em minha vida.

Parte minha se pergunta se a atração - o vício - que tenho por Sugar é porque sinto uma necessidade irresistível de salvá-la. Quero protegê-la de seu ex-marido, mas também ajudá-la a superar a dor que sofreu no passado.

Mas não é só isso.

Tratava-se de encontrar esta mulher, que apesar de suas falhas, apesar do fato de que foi colocada no inferno, lutou mais do que alguns dos homens mais fortes que conheço para sobreviver.

O vício não é uma coisa fácil de superar. Nunca se livra de um vício, ele está para sempre com você. É um caso de escolher alimentá-lo ou não. Não só isso, mas durante esses tempos difíceis, ela conseguiu criar uma das crianças mais incríveis que já conheci. Ela colocou a própria merda de lado, enterrou-a na parte de trás de sua mente, e deu o por sua filha.

Eu amo Harlyn.

Percebi há muito tempo que Sugar e Harlyn são um pacote, e isso não é apenas bom para mim, mas quero passar um tempo com as duas. É mais do que apenas uma atração física e sexo explosivo. É como se ela me entendesse e ao meu papel no clube e o papel do clube dentro de mim. Ela não fica com ciúmes, nunca exige estar em primeiro lugar. E embora tente fazer isso com a maior frequência possível, há simplesmente momentos em que não é possível.

Tempos como esses em que temos associados fugindo por suas vidas e precisando de nós, apoiando-os a cada passo. Ou momentos em que nosso estilo de vida ou reputação são ameaçados, e temos que tomar uma posição.

Uma mulher que aceite a vida que levamos é um diamante raro.

Optimus sabe, e é por isso que ele acabou reivindicando Chelsea. Leo, Blizzard e Kit, todos sabem disso, e é por isso que seguram suas mulheres com as duas mãos e se recusam a deixá-las ir.

Se ela pode aceitar a parte boa, a loucura e o perigo, ela é algo especial. E Sugar passou pelos três e ainda está de pé, ainda tentando colocar o clube e minhas relações com meus irmãos em primeiro lugar, mesmo que isso signifique a nossa relação fique em espera.

Estou preocupado com esse ex-marido e a vingança que ele parece ter contra ela. Felizmente, tenho minhas maneiras de descobrir as informações que preciso.

Assim que vou em direção ao meu computador, determinado a desenterrar alguma merda nesse bastardo, há uma leve batida na minha porta. Suspiro pesadamente e mudo de direção. Quando abro, fico surpreso ao ver quem está do outro lado.

"Hey," Slider diz cautelosamente.

Ele parece uma merda, não há outro jeito de explicar. Seu rosto está pálido, e parece que perdeu muito peso desde a semana passada, mesmo sabendo de sua condição. Dou espaço e ele balança a cabeça enquanto entra. Sentando no meu computador, observo enquanto ele se abaixa até a beira da cama, cada movimento que faz parece causar de dor.

"Ouvi o que aconteceu", ele finalmente diz, olhando-me nos olhos. "Op não aceitou bem, estou supondo." Ele acena para meu rosto, que sem dúvida parece ter sido atropelado por um caminhão. Posso sentir meu nariz, mandíbula e olhos inchados. Preciso colocar gelo nessa merda e tentar amenizar.

"Isso é um eufemismo", zombo.

“Ela está escondendo algo, e Op está perdendo a cabeça. Não só tem que lidar com Leo e Hadley, mas isso foi a merda do copo de água”, ele diz seriamente.

Sorrio. "Foi a gota d’ água."

Ele força um sorriso. "Sabe o que quero dizer, idiota."

Respiro fundo. “Ela tem esqueletos no armário, e eles voltaram com força. Ela está tentando fazer o que acha melhor para proteger as pessoas com quem se importa. Mas porra, cara, não quero apenas ficar parado e vê-la se machucar quando sei que há algo que posso fazer sobre isso.”

Ele assente. “Segredos como esse nunca são bons. Eles machucam as pessoas. Coloquei Hadley na mesma posição, e no começo, fiquei com raiva dela por ter dito ao clube, senti que não era dever dela compartilhar esse tipo de merda.” Ele abaixa a cabeça. “Mas agora, sou muito grato que ela fez. Sou grato que ela teve coragem de fazê-lo.”

Posso ouvir o que ele diz, que preciso estar em sintonia com Optimus e deixá-lo saber, que Sugar ficará puta comigo, mas, a longo prazo, será melhor.

"Por que você não nos disse?" Pergunto suavemente. Não quero que ele fique na defensiva. Só quero saber. Teríamos ficado ao lado dele, nós sempre ficamos.

Ele limpa a garganta, os dedos fechados em punhos em seu colo. É estranho ver alguém que sempre foi a vida da festa. A pessoa com quem sempre pode contar para dizer uma piada numa situação tensa, desmoronando diante de seus olhos. Quero vê-lo sorrir, ouvi-lo dizer algo que me fará rir, mas em vez disso, tudo que vejo é meu irmão caindo aos pedaços.

"Eu estava com medo, cara", ele finalmente responde, sua voz tão baixa que tenho que me esforçar para ouvi-lo. “Temi que tudo isso fosse tirado de mim. Que as pessoas me olhariam de forma diferente. Estou destinado a ser aquele cara ... aquele que está sempre feliz, que pode levar uma bala e contar uma piada sobre ter sangue no carpete. É o que sou."

"Você também é alguém que significa tudo para as pessoas daqui", retruco. “Nunca iríamos julgá-lo por passar por essa merda. Nunca pensaríamos que é menos forte ou menos digno de ser nosso irmão.”

Uma lágrima escorre de seu rosto e imediatamente me levanto, puxando-o da cama e envolvendo os braços ao seu redor. No começo, ele tenta fugir, empurra contra mim, mas só seguro forte.

"Nós te amamos, filho da puta", silvo, tentando controlar minhas emoções. "Pare de tentar se esconder e nos deixe estar lá por você."

"Não quero arrastar vocês para baixo comigo", ele rebate mesmo quando seu corpo fica mole em meus braços e ele me abraça de volta.

"Nós vamos ao inferno com você se for o que precisa", retruco. “Somos um todo. Não há como arrastar uma pessoa. Um cai, todos caímos. E fazemos isso com um maldito sorriso em nossos rostos.”

Ele solta um soluço alto e enterra o rosto no meu ombro.

Um movimento chama minha atenção e olho para cima encontrando Optimus e Blizzard em pé na porta. Seus olhos brilham com lágrimas não derramadas, e sem dizer uma palavra eles entram e nos cercam. Slider pula quando sente dois outros corpos em nossa volta. Nem uma palavra é dita enquanto ficamos ali em silêncio, Slider quebrando em pedaços, nós três segurando-o.

Esta é minha irmandade.

Quatro homens de pé numa porra de quarto, braços em volta um do outro enquanto lutamos contra as lágrimas, fazendo nosso melhor para recolher as peças do nosso irmão quebrado e mostrar a ele que estamos lá.

Não importa que porra aconteça.

Todos demos um passo atrás, Optimus me olha e posso ver as palavras em seus olhos. Isso é o que segredos fazem, eles nos separam.

Nós somos mais fortes juntos, e quanto mais cedo Sugar perceber isso, melhor. Antes que ela afunde demais e antes de perdermos outra pessoa.

Limpo a garganta e olho Slider. “Você se sente à vontade para uma corrida? Posso precisar de sua ajuda com algo.”

Talvez se ele falar com ela, pode ajudá-la a ver algum tipo de razão. Ele pode me ajudar a convencê-la de que fazer merda sozinha e tentar esconder seus problemas nunca é bom. Talvez se ela puder ver a dor em seus olhos, ela entenda.

Ele levanta a sobrancelha enquanto limpa as bochechas. "Sim, eu acho. Eu tenho tempo.”

Optimus e Blizzard dão-lhe tapinhas nas costas.

“Hadley e Leo estão voltando. Eles estarão aqui amanhã, e há muita merda que precisamos discutir", Optimus diz enquanto vai para a porta. "Vou precisar de vocês aqui.”

"Sem problema", respondo.

Slider assente. "Estarei aqui."

Dou-lhe um tapinha nas costas. "Que tal um passeio?"

 

Capítulo vinte e cinco

Wrench

 

Slider e eu não chegamos a Sugar.

Ele caiu da moto.

Isso me assustou para caralho.

Ele desmaiou, e tive que assistir impotente enquanto sua moto deslizou pela estrada, jogando-o nos arbustos. Fui com ele ao hospital e passei a maior parte do dia lá enquanto tentaram o melhor para consertá-lo. Não foi uma ameaça à vida, mas com todos os problemas que ele já tem, está fraco.

É aí que a merda bateu no ventilador.

As coisas com Sugar foram forçadas de lado - uma das vezes que o clube precisa estar em primeiro lugar.

Com um plano em prática, fiquei confinado no clube. Sabíamos que estava chegando, mas não pudemos ter certeza quando. A única coisa que sabíamos era que, quando chegasse, precisávamos de todas as mãos possíveis. Acontece que não importa quantas mãos temos, o poder de fogo ou se nosso plano é sólido. Dois dias depois me sentei com Slider no hospital - grato por não ter visto meu irmão morrer naquele dia, grato por ele ter conseguido sobreviver e ser forte o suficiente para resistir - nós o perdemos.

Sento no clube, olhando a parede, a sensação de morte enchendo o quarto. Soluços suaves são o único som enchendo a sala enquanto todos nos reunimos, tentando entender o que aconteceu.

Sinto-me entorpecido.

Perder um irmão nunca é fácil, e isso aconteceu muitas vezes durante meu tempo com o clube. Faz parte do nosso estilo de vida, cada um abraçando o fato de que um dia pode ser conosco. Nenhum de nós fugindo ou recuando. Mesmo quando estamos com medo, ficamos altos e juntos porque essa é a essência de quem somos.

Muitos de nós viemos de vidas em que perdemos amigos ou familiares, onde crescemos lutando para encontrar um lugar no mundo. Os Brothers by Blood deram a todos uma família que ficará ao seu lado e enfrentará o fogo do inferno se isso significar proteger as pessoas com quem nos importamos.

Se estamos relacionados por sangue ou não, nunca teve importância. É sobre ganhar seu lugar numa família através de lealdade e confiança. Algumas pessoas dizem que não pode escolher sua família, mas estão erradas. Eu escolhi a minha.

Isso é foda.

O sofá afunda ao meu lado e olho pelo canto do olho para ver Optimus me encarando, os olhos injetados, mas o rosto é uma máscara severa. Ele é nosso líder, ele tem que se manter forte por nós e nos fazer caminhar. Ele é o único que nos empurra para a frente, apesar de perder uma parte importante do nosso quebra-cabeça. Deve ser muita pressão para ele segurar, mas se há alguém que pode fazer isso, é ele.

"Saia daqui", diz ele duramente, mas com uma rachadura na voz.

Afasto-me, surpreso com as palavras.

Seus ombros caem e ele balança a cabeça. “Você precisa dela agora. Então vá até ela.”

Olho para ele, me perguntando se estou tão profundamente atordoado agora que meu cérebro está ouvindo coisas que não podem ser verdade. Os últimos dias foram ocupados, mal tive tempo para respirar enquanto coordenava com Judge e seus garotos para ter certeza de que tudo correria bem.

Quando a merda bateu no ventilador, um dos homens de Simon foi capaz de embaralhar o sinal no carro em que levou Hadley. Levou quase vinte minutos para passar através de suas defesas e achar o dispositivo de rastreamento on-line para que pudéssemos encontrá-los. A cada segundo que passou, me perguntei se seria tarde demais, se minhas habilidades não eram boas o suficiente para resgatar Hadley, e se seria o responsável por Leo perder outra pessoa que ama.

Meu cérebro está frito, estou no piloto automático.

"Eu deveria estar aqui com vocês", falo. "Se os encontrasse mais rápido-"

"Pare com isso", retruca Optimus. "Não foi sua culpa. Nenhum de nós poderia tê-lo parado e ele não nos gostaria disso também. Ele quis sair como um herói, ele estava com medo de apodrecer e se perder. Ele conseguiu o que queria."

Solto uma respiração instável.

“Harlyn está com ela. As duas vão precisar de você,” ele diz, seu rosto caindo. “Tenho que estar aqui agora. Não posso apoiar todo mundo, então preciso que faça isso por mim. E sei que é o que precisa também.”

Minha garganta está apertada e restrita. Optimus pode estar bravo, irritado com o que fiz e os segredos que sabe que ainda escondo, mas isso não é importante agora.

"Sim... ok."

Nós dois nos levantamos ao mesmo tempo e viramos para encarar um ao outro.

"Posso não gostar muito agora, mas você é meu irmão, e te amo seu idiota," ele rosna enquanto nos encaramos. "Vá."

Respiro fundo, acariciando-o no ombro quando passo e vou direto para minha moto. Ele está certo, preciso dela. Não é apenas um relacionamento onde ela se apoiará em mim e eu a segurarei. Não, funciona nos dois sentidos.

 

Bato na sua porta da frente, ouvindo o som do riso que vem de dentro. Apoio as mãos contra a porta quando ouço passos vindo em direção à entrada. Quando sua silhueta enche o vidro entre nós, meu corpo estremece, e sinto minhas emoções aumentando na boca do meu estômago.

A porta se abre e ela fica na minha frente com um sorriso no rosto.

Eu amo isso.

Desde que nos conhecemos, sempre foi minha missão encher seu rosto de brilho, ouvi-la rir e vê-la sorrir. Mas quando ela estuda meu rosto, o sorriso lentamente some, e ela respira fundo. Olho em seus olhos, tentando fazer minha boca se mover, mas falhando completamente.

Ela imediatamente corre para frente, me atingindo com tanta força que quase nos joga para trás pela escada. Afundo o rosto em seu cabelo, lutando para recuperar o fôlego, tentando meu melhor para não quebrar em sua varanda.

"Estou aqui", ela sussurra. "Estou bem aqui.”

Ficamos ali por um tempo que parecem horas, com ela pressionada firmemente contra meu peito, eu apenas sentindo seu cheiro, apenas sabendo que ela está lá.

Quando Harlyn grita para ela, obviamente se perguntando porque demora tanto tempo, finalmente nos separamos, e digo as palavras que até aquele ponto consegui evitar. "Slider está morto.”

Seus lábios franzem e ela respira instável antes de olhar por cima do ombro e entrar. "Harlyn vai ficar despedaçada."

Tiro o boné e coço a cabeça antes de colocá-lo de volta. "Optimus ... ele precisa estar no clube agora."

Ela assente. "Eu sei. Vamos. Acho que precisamos sentar e conversar.”

Meu intestino se agita enquanto caminhamos para dentro, de mãos dadas. Slider pode ter estado ausente nas últimas semanas, mas ele e Harlyn criaram um vínculo desde que Sugar e ela voltaram. Ele é bobo e imaturo na melhor das hipóteses, algo que as crianças todas amam.

Harlyn ergue os olhos de seu lugar na mesa da sala de jantar, livros de colorir, canetinha e biscoitos espalhados ao redor. Seus olhos instantaneamente vão para onde nossas mãos estão unidas e seus olhos se iluminam. "Eu sabia!" Ela sorri quando salta de sua cadeira. “Vocês estão apaixonados? Como papai e Chelsea?”

Olho Sugar, que apenas sorri. “Temos algumas coisas para falar com você, menina. Por que não vem sentar?

 

Sugar


"Lembro que uma vez ele tentou fazer bolhas comigo e engoliu a mistura de bolhas." Harlyn sorri quando nos sentamos no sofá e conversamos sobre Slider e como ele é importante para nós. Ela está no colo de Wrench, seus braços ao redor dela e sua cabeça no peito dele.

Ela está de pijama, se preparando para dormir. Falei com Op, e ele disse que provavelmente é melhor que no humor do clube agora, ela fique aqui esta noite. Entendo que é sem dúvida uma decisão difícil para ele, mas também sei que há um clube inteiro de irmãos e mulheres que estão olhando para ele neste momento. Eles esperam que ele seja forte por eles.

Harlyn chorou mais cedo quando explicamos que ele se foi. Embora fomos por um caminho mais fácil para ela entender e explicado que ele estava doente, não faz doer menos.

"Lembra quando ele tentou nos convencer que poderia voar?" Rio baixinho.

Harlyn revira os olhos. "Ou quando disse que tinha um elefante de estimação morando em suas calças."

Wrench e eu nos entreolhamos e tentamos conter o riso.

"Só Slider." Wrench ri quando ele balança a cabeça. "Acho que é hora de ir para a cama, senhorita", diz ele enquanto segura Harlyn nos braços e se levanta.

Ela boceja e se aconchega mais perto dele. "Estará aqui de manhã?"

Ele olha para mim e assinto. Quero que ele fique. Quero estar lá para ele, consolá-lo em seu tempo de necessidade, assim como ele faz comigo. Todo o resto não importa neste momento. A merda com Peter, o drama com Op. Nada é importante agora.

"Sim, garota, estarei aqui."

 

Capítulo vinte e seis

Sugar

 

O funeral do Slider é emocionante e sincero. Não há muito a ser dito, mas com toda a honestidade, não precisamos de muitas palavras. Slider foi uma alma brilhante cuja vida fala por si. Ele foi embora muito jovem, mas também não pudesse dizer que ele não viveu.

Wrench passou os últimos dois dias tentando achar sua irmã. Com a ajuda de Judge, finalmente conseguiu localizá-la e informá-la do que houve. Acho que é tarde demais para eles, e isso parte meu coração, mas vê-la lá dizendo adeus é edificante.

Esperançosamente, com os irmãos ao seu redor, eles podem ter um pouco de paz em saber que ele era amado e estimado. E apesar do que passaram quando crianças, ele nunca estava sem um sorriso no rosto.

Ele encontrou uma família aqui.

Paro ao lado da esquina da igreja enquanto os meninos o levam para fora. Queria que Wrench estivesse com seus irmãos, e Harlyn foi decidida em estar lá para seu pai.

Uma lágrima escorrego por meu rosto enquanto eles o colocam dentro do carro fúnebre, a enorme quantidade de pessoas que veio se despedir é impressionante. Irmãos de outros clubes dos Estados Unidos vieram oferecer condolências e celebrar a vida de um homem que ninguém jamais esquecerá.

"Deve ser tão triste perder alguém que se importa", a voz vem de trás de mim.

Minha coluna se endireita e olho por cima do ombro, encontrando Peter a poucos metros, imitando minha postura. Seu ombro está apoiado contra a parede, e as mãos pendiam de lado, uma casualmente segurando uma arma como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Dou um passo para trás na sombra da igreja, o pequeno beco não suficientemente largo para eu esticar os braços. Virando, estreito meus olhos para ele. "Vá para casa, este não é o lugar nem a hora, a menos que queira ser morto."

Com os irmãos já em um lugar de merda, só levará uma palavra de Peter, e alguém quebrará. Isso é sobre apreciar e celebrar a vida de Slider. Não há maneira no inferno que eu vá deixá-lo transformar isso em algo destrutivo.

Ele dá de ombros. “Eu me pergunto quantas balas posso disparar. Quantas pessoas posso derrubar antes mesmo deles pensarem em pegar suas armas.”

Endireito a postura e dou um passo para trás. Ele levanta a arma, apontando diretamente para mim, e congelo.

"Vamos dar uma voltinha, não é?", ele pergunta, mesmo sabendo que naquele momento não há opção. Cerro meus dentes e desço o beco, esperando como o inferno que ninguém passe e questione minha saída.

Ele me guia entre dois outros edifícios antes de sairmos numa rua onde há uma limusine esperando. O motorista para na porta, mantendo-a aberta para nós. Ouço o rugido de motos começarem e meu estômago afunda enquanto corro para entrar no carro, sabendo que eles irão em direção ao cemitério. Peter toma seu tempo, e observo pela janela enquanto as motos contornam a esquina e se dirigem para nós.

Nenhum deles parece formar uma progressão atrás do carro fúnebre. Avisto Wrench, e meu intestino cai quando seus olhos se dirigem para a limusine por um breve segundo, sentindo como se ele estivesse me olhando diretamente. Sei que ele não pode me ver, o vidro nas janelas muito escuro, mas é como se ele pudesse sentir que estou lá.

“Leve-nos para casa”, ordena Peter, e o motorista assente com firmeza quando fecha a porta e vira para o lado do motorista. Mal nos movemos antes de Peter abrir o bar e se servir de uma bebida. Não é incomum vê-lo segurando um copo de vidro, girando champanhe ou bebendo vinhos caros.

Não apenas em jantares ou encontros. Ele toma um copo com o almoço ou leva um para o escritório enquanto trabalha. Ocasionalmente, até encontrei copos vazios no banheiro, mas até agora, parece normal.

"Gostaria de uma bebida?" Ele pergunta, seus olhos brilhando com o que parece alegria ou excitação.

Franzo o nariz. "Não, não quero", digo duramente, sabendo que ele pode ter posto algo em um dos copos. Se esse é seu plano, me viciar novamente, espero que saiba que sei exatamente o que está fazendo.

Ele dá de ombros sem se importar e volta a se sentar. Quero vomitar. Não me sinto presa faz um longo tempo, sentar num carro com o homem que fez sua missão de vida me destruir, traz de volta a sensação.

“Ouvi um sussurro no vento que visitou Eric,” ele começa, não reprimindo o desgosto quando menciona o nome do amigo. Eric disse que não são mais próximos, mas talvez Peter não esteja feliz com o fato de Eric estar seguindo em frente com sua vida se distanciando de sua loucura. “Tirando a criança da equação. Jogada inteligente."

Ele assente como se quase apreciasse as ações que fiz contra ele. Sei que não é uma informação que apenas flutuou na brisa, ele teve que procurar por ela.

“Doeu? Saber que um de seus amigos me ajudou?” Zombo. Sem aviso, ele bate a palma da mão contra a janela do carro. Pulo e me afasto, meus olhos arregalados.

"Eric não é meu amigo", ele zomba, seus olhos brilhando com fogo. "Ele me traiu."

Eu o observo cautelosamente enquanto sua raiva enche o carro com tensão. Acho que ele sabe o que Eric fez, sabe que ele me ajudou a escapar.

Claro que ele sabe.

Decido jogar pelo seguro, manter minha boca fechada e não apertar seus botões. Quanto mais confortável ele estiver comigo, melhor. Preciso que ele compartilhe informações, reclame e delire para que eu possa de alguma forma descobrir qual é o seu papel dentro de tudo isso.

Foi só para me machucar?

Ele tem algum motivo oculto?

As drogas que controla estão obviamente se tornando maiores do que antes. É óbvio que ele quer espalhá-las por todos os estados, mas quando pessoas ou clubes como os Brothers by Blood estão em seu caminho, ele tem que recuar ou revidar.

Peter não é de recuar.

Paramos do lado de fora da casa que muitas vezes assombrou meus sonhos. É exatamente como me lembro, da pouca memória que tenho de estar lá. É realmente linda. De estilo vitoriano e existe há muitos anos. Enquanto tenha o exterior antigo, foi redesenhada para parecer moderna com cores escuras e alvenaria que emolduram a grande porta.

Pelo que entendi, está na família de Peter há muito tempo. É a razão pela qual ele mora aqui e escolhe viajar a trabalho, em vez de estar em tempo integral em Nova Iorque, onde a empresa de sua família está e onde seus pais moram. Ele me disse uma vez que as lembranças que tem da casa significam algo para ele, elas são importantes em sua mente.

Esforço-me para entender como alguém tão destrutivo e sem coração pode sentir algo. Acho que a seu modo, ele realmente acredita que o que fez comigo era do meu interesse. Como se quase sentisse que colocou seu coração e alma em nosso relacionamento e eu o desprezei.

Não, ele me destruiu.

Se não pode ver isso, então há mais problemas aqui do que pensei.

Saio do carro e respirei fundo sabendo que isso será doloroso. Peter pode ter lembranças agradáveis daqui, aquelas que o atraem e o mantem aqui. Mas toda lembrança que tenho dentro desta casa me fazer querer sair correndo e gritando.

Minhas mãos tremem, meus olhos giram de um lado para o outro enquanto tento descobrir se posso fazer isso. Realmente quero reviver essa dor?

Quando olho para o lado, Peter está me observando, segurando a arma na mão. Percebo agora que ele nunca a abaixou, exceto para se servir de uma bebida. Seus olhos me encaram, quase me desafiando a tentar escapar, a promessa de que irá me caçar como um animal evidente em seu olhar demoníaco.

Ele acena com a cabeça em direção à casa. "Vamos entrar e conversar."

Meus pés parecem ter sido mergulhados em chumbo, cada passo mais pesado que o anterior. Meu peito já está apertado quando Peter se aproxima e abre a porta, esperando de lado e me guiando primeiro.

O cheiro é a primeira coisa a me atingir, e imediatamente senti como se estivesse me afogando.

Peter tem duas empregadas domésticas, elas mantêm a casa tão perfeitamente limpa que praticamente te seguem, pegando coisas e limpando maçanetas em que toca.

Ele gosta das coisas limpas - limpas demais. Ele odeia bagunça nos negócios e em sua vida pessoal.

O cheiro de produtos de limpeza e água sanitária me atinge no rosto, e de repente, estou de volta onde comecei. De volta ao portal do inferno.


De pé no centro da sala, posso sentir seus olhos em mim.

Minha visão estava nebulosa, mas pude ver alguns de seus movimentos, algumas das sombras. Podia ver o branco de seus olhos enquanto me estudavam com genuína curiosidade, enquanto outros olhavam como se eu fosse sua próxima refeição.

Havia uma voz na minha cabeça, embora parecesse à distância, como se tivesse sido empurrada muito para trás agora para causar algum impacto no que acontecia.

Corra, ela disse - não, grite.

Era a minha voz, queria que eu corresse, dar o fora dali e me salvar. Mas mesmo que quisesse ouvir, não conseguia me mexer. Meu corpo estava dormente, do jeito que gostava. Meus membros não se sentem mais meus. Quero que a voz vá embora também. Eu odiava o barulho, é por isso que estava neste lugar para começar, para escapar do barulho.

Então empurrei mais para trás, escondendo-a.

Com cada pílula que tomei, pareceu ficar mais quieta, me deixando em silêncio e feliz.

Estava cansada de me machucar, cansada de sentir que não era normal e ser olhada como se fosse uma aberração. Peter estava me salvando, ele estava me salvando. Sem mais calmantes ou colapsos onde considerei acabar com minha vida, sem mais loucuras ou estados maníacos onde envergonhei minha família.

Peter se importava, queria tirar minha dor e queria estar lá para mim. Mas a fim de conseguir as pílulas que eu queria, tive que ajudá-lo também.

Uma porta se abriu. Eu não conseguia mexer a cabeça para ver quem tinha entrado, parecia ter um tijolo nos meus ombros. Senti a onda de ar passar por meu corpo - quando bateu meu corpo nu, arrepios estouraram na minha pele.

Vozes zangadas falavam baixinho no canto. Estavam abafadas, mas quase consegui entender algumas das palavras.

"... precisa parar ..."

“… Mostre a eles o que pode fazer…”

Não significou nada, meu cérebro lutando para juntar o que as vozes diziam. Outra rajada de vento passou por mim e a porta foi fechada em segundos. Foi quando Peter saiu para a luz, seu rosto contorcido de raiva.

Meus olhos se arregalaram quando ele segurou outro comprimido entre os dedos. Eles eram tão pequenos, mas eram tudo. Eles eram a minha cura e a única coisa que já me ajudou a me sentir menos louca.

“O que vai fazer por isso, Annabelle?” Ele perguntou com os dentes cerrados.

Algo o perturbara, eu podia dizer. Poderia consolá-lo, perguntar se ele estava bem, mas em vez disso, tudo que podia ver era a pílula.

"Qualquer coisa", sussurrei, a voz na parte de trás da minha cabeça chorando de dor. Eu precisava silenciá-la. Lambi meus lábios. "Qualquer coisa."

"Fique de joelhos e implore por mim."

Então eu fiz.

 

Capítulo vinte e sete

Sugar

 

Gemo e rolo de lado. Algo úmido foi colocado na minha testa, esfriando minha pele. É bom. Quero que fique lá. Meus olhos se abrem, a luz brilhante me fazendo os estreitar. Tudo é um borrão, formas e cores que parecem formar um arco-íris torto. Minha cabeça doí, muito, mas não consigo entender o porquê.

"Não se sente", diz Peter, sua voz por perto.

Então me atinge, o cheiro, as lembranças, a vergonha toda inundando-me de uma só vez. Seguro minha mão na boca para impedir que o vômito se derrame pelo chão.

"Merda", ele amaldiçoa. "Aqui."

Uma tigela de vidro é empurrada na frente do meu rosto e rapidamente a pego, metade do meu corpo pairando sobre a borda do sofá enquanto esvazio o conteúdo do meu estômago em algo que parece uma fruteira de cristal.

Lentamente, forço meu corpo a sentar, colocando a tigela entre as pernas e pendurando a cabeça sobre ela. Uma mão afasta meu cabelo, puxando-o para trás e para longe do rosto. Isso envia um arrepio por minha espinha e me afasto. Meus olhos se estreitam enquanto limpo minha boca com as costas da mão.

"Não se atreva a me tocar", digo, minha voz tremendo.

Não estou exatamente com medo de Peter, mas ele tem o poder. Ele sabe coisas sobre mim, tem provas da merda que fiz. Ele tem o poder que pode usar contra o clube, para fazê-los parecer mal. O que ele não tem, é uma porra de bússola moral. Isso é perigoso quando misturado com sua necessidade de estar no topo e as conexões que ele tem na manga.

Quantas pessoas ele chantageou para ter este medicamento no mercado?

Deacon disse que não tem ideia de como foi aprovado pelo FDA. Provavelmente porque foram pagos para calar a boca, ou substituídos por pessoas mais fáceis de manipular.

"Não sei o que quer de mim", digo finalmente quando ele apenas me olha do outro lado do sofá.

"Eu te perdoo", ele responde, seu rosto suavizando. "Eu preciso que saiba que te perdoo por correr e que mesmo que me machuque, estou disposto a seguir em frente."

Acho que meu cérebro vai explodir neste momento. De que diabos ele está falando, me perdoar? Seguir em frente?

Coloco a tigela no chão e me levanto, meu corpo vacilando por um momento antes que encontre equilíbrio. Devo ter desmaiado. As emoções e memórias se tornando demais para lidar, então meu corpo desligou para tentar me proteger. Mesmo que tenha, posso sentir minhas mãos tremendo, e pelo canto do meu olho vejo as sombras começando a se infiltrar. Preciso lutar, e preciso fazer agora antes de quebrar.

"Você me perdoa?" Pergunto, balançando a cabeça e dando um passo para trás quando ele fica de pé. Peter não é pequeno, ele é alto e, embora não seja musculoso como Wrench, ele ainda é forte o suficiente para ser intimidante. “E toda a dor que me fez passar? Porque eu não te perdoo.”

Suas sobrancelhas se juntam. “Eu estava te ajudando. Você acha que foi fácil para mim ver que tem esses ataques e te ver desmoronar? Acha que gostei de ver alguém que me importo com tanta angústia e dor?

“Você me usou para testar essa droga. Você me viciou nestas malditas pílulas,” grito, lágrimas enchendo meus olhos. As sombras estão chegando, mas estou tentando meu melhor para forçá-las de volta. Eu preciso, não posso arriscar o que acontecerá se eu quebrar agora, aqui com ele.

Ele dá um passo ameaçador para frente. “Elas te fizeram melhor. Você me implorou por elas e não pude dizer não. Elas te ajudaram.”

Meus olhos se arregalam. Não posso acreditar no que estou ouvindo, não faz sentido. "Você ao menos ouve o que está dizendo?" Digo, esfregando meu peito com a palma da mão, tentando manter o sangue bombeando e permanecer alerta. Peter parece iludido como se realmente acreditasse que o que ele fez me ajudou como se não tivesse me destruído completamente e me transformado em um zumbi.

Seu rosto suaviza. “Eu estava te ajudando a ser normal... se sentir normal. E tinha que provar para as pessoas que a droga... funciona. Eles precisavam ver. Pessoas assim, eles não entendem como é para pessoas como nós passarem o dia lutando para manter nossa posição social quando todos esperam que caiamos.”

Recuo, o fato dele estar justificando a maneira como ele me usou quase me fez pegar a tigela e vomitar novamente. Ele sacode a cabeça, vindo em minha direção com a mão estendida, ele pretende tocar meu rosto, mas saio do caminho e vou para a porta, desesperada por ar, com medo de ficar presa nesta sala com ele e tê-lo ao meu redor.

Continue lutando, droga.

Sua mão agarra meu braço, puxando-o com força e torcendo meu corpo, batendo-me contra a parede. O baque alto faz os quadros na parede tremerem, nenhum de nós se movendo um centímetro até que o som para.

Sua respiração se espalha contra meu rosto enquanto ele fica em cima de mim, suas feições duras agora se tornando ferozes e implacáveis. "Você me fez parecer um tolo", ele cospe. "Depois de tudo o que fiz por você, você fugiu com o bebê de outro homem".

Ofego, não achei que ele soubesse.

"Acha que sou idiota? Acha que não consegui descobrir que os horários e as datas não batiam. Pensei em casar com você provaria meu compromisso. Mostrar a você que não me importo e aceitar a você e a criança de qualquer maneira, mas tudo que você fez foi jogar tudo na minha cara,” ele ruge, e me espremo contra a parede, esperando por algum milagre que possa afundar nela.

Ele enfia a mão dentro do paletó e me esforço para respirar quando ele puxa a arma que usou antes. Meus joelhos estão fracos, e luto uma batalha perdida tentando me impedir de desmoronar.

"Sou um homem de negócios, Annabelle. As pessoas olham para mim. Elas veem grandeza e, no entanto, você é minha fraqueza. Um homem como eu não pode ter uma fraqueza.” Ele bate a arma contra a parede ao lado da minha cabeça. “Você está comigo... ou agora é onde quebro nossa conexão para sempre. Não vou te deixar me derrubar novamente, não vou deixar me fazer de idiota." Ele torce a arma de modo que o cano esteja pressionado contra minha testa e lágrimas começam a cair por minhas bochechas.

Peter se perdeu. Não há como chegar até ele, nenhum raciocínio. Talvez eu o tenha levado ao limite? Ele pareceu tão respeitoso e genuíno para começar, sempre um cavalheiro e sempre me lembrando que estaria lá comigo, apesar da minha condição.

Então as drogas começaram, e foi como se ele tivesse perdido a cabeça.

"Eu-"

Ding dong.

A cabeça de Peter vira para o lado, claramente irritado com a interrupção. Fico presa na parede, mesmo quando ele dá um passo para trás e acena a arma na minha frente. "Não se mova".

Posso ver parte da porta de onde estou. Ele se aproximou e abre. "O que quer, Ruby?" Ele pergunta asperamente quando uma pequena menina loira entra. Mesmo que ela esteja de costas, posso dizer que ela é jovem.

"Ele não vai me dar nada. Preciso de você,” sua voz suave implora. Suas mãos estão penduradas nos lados, ambas tremendo profusamente. Ela tem uma tatuagem nas costas, parecia escrita, elegante e cursiva, mas não conseguia entender o que diz.

"Eu lhe disse para não vir aqui", Peter responde.

Preciso sair daqui.

Ele empurra-a para a porta, mas ela luta. Suas vozes se tornando baixos sussurros irritados. Conheço esta casa, posso sair enquanto ele está distraído, mas primeiro tenho que forçar meu corpo a se mover.

Wrench. Se puder chegar até ele, ficarei bem.

Mantenho a imagem de Wrench em minha mente. Ele está de pé ao meu lado, ele não me toca, mas está lá.

Lute de volta, droga.

Dê o fora.

Dou um passo lento e depois outro. Há uma passagem traseira que leva desta pequena sala de estar para a cozinha. Vou para lá, congelando quando chego à porta. Não há luz lá dentro, é longo e escuro. Estou com medo, uma vez que as sombras me peguem e não consiga ir mais longe. Esta sala, tem luz, grandes janelas permitem que o sol entre.

Olho para elas. Estão abertas, apenas um pouco, apenas o suficiente para caber meu corpo.

Mudo de caminho e tropeço em direção à janela. Ainda posso ouvir Peter e a jovem discutindo na porta da frente o que me estimula. Minhas mãos trêmulas apertam a moldura da janela e levanto a perna, deslizando-a através da abertura.

Posso fazer isso. Se não soubesse o que Peter faria para me manter aqui. Suas ilusões de estarmos juntos fazem com que ele pareça louco.

Ele é fodidamente doido.

Escorrego metade do meu corpo através do espaço, segurando a armação enquanto levanto minha outra perna e fico pendurada por um momento, respiro fundo enquanto me preparo para pular no jardim abaixo.

A janela está no lado da casa, a salvo da vista da varanda da frente, mas tenho com medo que o barulho o alerte. Então eu o ouço gritar, e neste momento salto, caindo nos arbustos sob a cobertura de sua voz. Fico lá por um momento, sem saber o que fazer a seguir.

Onde posso ir?

Para onde correr?

Não tenho telefone, não tinha como entrar em contato com alguém para vir me buscar.

Porra! Mal consigo me mover, minha respiração ficando mais pesada enquanto luto para me manter acordada e alerta.

Apenas corra.

Luto contra meu cérebro, apesar de cada parte dele gritar comigo para me acovardar. Limpando as mãos e joelhos, rastejo pelos arbustos, posso sentir varetas afiadas cutucando minha pele, mas não sinto dor. O modo de sobrevivência está ativo, e preciso passar por isso, assim como todos os outros episódios que tive. É difícil pensar que não sou louca, que isso acabará, mas tento de qualquer maneira.

A limusine está vazia na entrada da garagem. Não consigo ver o motorista por perto, então corro pelo gramado e me abaixo atrás dela. Duas respirações profundas e então saio, assim que a porta da casa se fecha atrás de mim. Tropeço quando cheguei à trilha, me impedindo de cair, em seguida, avançando novamente. Lágrimas correm por meu rosto enquanto corro, escondendo meu rosto enquanto os carros passavam, provavelmente me olhando como se eu fosse uma lunática.

Nada de novidade nisso.

Sei que Peter irá me procurar, então tomo uma rua lateral.

Minhas pernas estão fracas e luto para respirar através da torrente de lágrimas que correm por meu rosto. Desço outra rua, há apenas casas e casas, e não sei o que fazer.

Bater numa porta?

Espero que me deixem usar o telefone e não chamem a polícia.

Tento procurar em minha mente. Eu moro aqui. Deveria saber o caminho para fora, mas minha cabeça está nublada, e o barulho implora para encher meus ouvidos. Meus pés começam a se arrastar e tropeço, caindo com força no concreto.

Um carro passa rápido e ouço gritos estridentes.

"Não", balanço a cabeça, tentando me levantar. Estou no gramado de alguém ... se conseguir chegar até a porta.

"Annabelle!"

"Não", grito, afundando meus dedos na grama, tentando me afastar da estrada.

Uma mão toca meu ombro e grito, virando e atacando.

"Hey!" Eric recua, com os olhos arregalados quando se levanta as mãos em sinal de rendição. "Não vou te machucar. Eu só quero saber se você está bem.

Segurança. Eric, ele é segurança.

"Eu preciso ... preciso ir", gaguejo. "Peter…"

Sua testa franze e ele estende a mão para mim. Eu me encolho. Não quero ser tocada.

"Ok, tudo bem", diz ele, esfregando o rosto. "Pode entrar no carro?"

Olho para a rua, seu carro está estacionado no meio-fio. Se puder chegar lá, estaria segura.

Assinto.

Apenas chegar ao carro.

Respirando fundo, me forço a ficar de pé. Eric fica ao meu lado enquanto dou um passo atrás do outro em direção a seu carro. Ele abre a porta, segurando-a enquanto deixo meu corpo cair, os assentos de couro se sentindo como o céu contra minha pele quente.

Ele corre e fica do lado do motorista.

“Preciso ligar para Wrench”, consigo dizer quando ele se afasta e segue pela estrada.

"Pode ligar da minha casa", ele diz calmamente, seus olhos passam rapidamente da estrada para mim e depois de volta. "Ficará tudo bem."

Há aquelas palavras que odeio ouvir, que me fazem sentir como se minhas emoções e meus colapsos fossem sem motivo. Mas ignoro isso.

Estou a salvo agora. E logo Wrench estará aqui.

 

Capítulo vinte e oito

Wrench

 

Depois de carregar o corpo de Slider no carro funerário, olho em volta, procurando Sugar. Meu peito doí e tudo que quero é senti-la comigo. Ao avistar Harlyn, me abaixo na multidão ao lado dela. Ela automaticamente estende a mão para mim e a pego nos braços.

"Você viu sua mãe?" Pergunto enquanto a embalo contra meu lado.

Ela balança a cabeça. Posso dizer que hoje tem sido difícil para ela, seus olhos constantemente examinando a multidão como se não estivesse ciente de quantos irmãos há. Eles vieram de todos os lugares para prestar seus respeitos, e Harlyn está completamente maravilhada.

“Eu a vi há alguns minutos, mas ela parece ter ido embora ", diz Chelsea, movendo-se ao meu lado.

Sei que Sugar queria nos dar espaço. Ela quer que eu passe tempo com meus irmãos, esteja lá para eles e sinta o apoio que compartilham. Sei que ela se sente fora de lugar, ela sente como se os olhos estivessem constantemente sobre ela, julgando-a pelo que fez. E ela e Optimus mal trocaram uma palavra. Mas agora ela desapareceu e, no fundo, sinto uma pontada, dizendo que há algo errado.

Os garotos já estão em suas motos, se despedindo de suas mulheres. Nós vamos ao cemitério e ajudaremos a enterrar nosso irmão, enquanto as mulheres e visitantes vão ao clube para se preparar para o serviço a seguir. Haverá muita bebida, festa e comemoração.

Todos sabemos que uma vez que o funeral termina, não há mais luto pela vida de nosso irmão. Uma vez que nos despedimos, a única coisa a fazer é celebrar a existência de Slider.

Faço uma careta, entregando Harlyn para Chelsea enquanto observo meus irmãos indo para as motos. “Se vê-la, pode dizer que a estou procurando?”

Chelsea assente com um sorriso suave. "Vou levar Harlyn de volta ao clube. Talvez ela já esteja lá.”

Aprecio que ela tente aliviar minhas preocupações, mas sei que ela não está.

Sei disso no meu íntimo.

Todos subimos em nossas motos. O rugido poderoso de nossos motores juntos é como um número musical, um coro de embalar os motores, cada moto com seu próprio som distinto que a diferencia das outras, mas que, quando juntos criam uma harmonia perfeita. Quando o carro funerário passa por nós, saímos para a rua, um após o outro. Somos uma linha de proteção para nosso irmão, apoiando-o enquanto ele viaja para seu descanso final, jurando nunca o deixar para trás ou ser esquecido.

 


Minha pele está suja e empoeirada quando chegamos ao clube. Nós revezamos cobrindo a sepultura de Slider, enterrando-o lentamente enquanto lembramos das coisas sobre ele que fizeram nosso clube inteiro. É assim que nos lembramos dos caídos. Infelizmente, temos muita prática nisso.

A festa já está em pleno andamento, a música enche meus ouvidos enquanto os meninos e eu desligamos nossas motos. Todos vamos direto para o bar, preciso de uma bebida. Tomo apenas uma antes de ir em busca de Sugar. Olhando ao redor da sala, não consigo vê-la. Talvez ela tenha ido para casa, sentindo-se muito desajeitada ao redor do clube.

"Hey Wrench", diz Ham quando me acomodo numa banqueta. Ele passa um pedaço de papel para mim. “Alguém ligou para você. Eles deixaram esse número. Disse que era urgente.”

Faço uma careta, olhando o pedaço de papel, não reconhecendo o número lá.

Op está me olhando quando levanto a cabeça, talvez ele também esteja ciente de que Sugar não está por perto.

Tiro meu celular do bolso e disco enquanto sigo o corredor para a sala de reuniões. Preciso de um espaço tranquilo. Toca algumas vezes antes que uma voz masculina profunda atenda.

"Eric Deanwell ", a voz rouca responde.

O cabelo na parte de trás do meu pescoço se levanta instantaneamente, e tenho que me impedir de perder a mente neste momento. "Quer me dizer por que diabos está chamando o clube me procurando?" Silvo. Como também não encontro Sugar, estou pronto para acabar com esse idiota.

Eu o ouço zombar. "Você é muito mais educado quando te vejo no tribunal."

“Confie em mim, isso é para meu benefício, não para o seu. O que quer?"

Ele não fala por um momento e estou pronto para desligar. “Annabelle está aqui. Algo aconteceu, e ela está pedindo para você vir buscá-la,” ele explica, com tensão na voz.

O idiota não gosta de mim, e o sentimento foi mútuo. Ele me encarou e a meus irmãos no tribunal do que qualquer outro advogado do estado. Não quero ser amigo dele.

"O que ela está fazendo com você?" Rosno.

Ele suspira dramaticamente, e se pudesse passar através do telefone e envolver os dedos ao redor de sua garganta, eu fodidamente faria. “Apenas venha buscá-la. Vou te mandar meu endereço.”

A linha fica muda e bato meu punho na parede mais próxima. Acontece de ser o punho que ainda segura meu celular, e sinto o vidro esmagar sob meus dedos.

"Vai me dizer o que está acontecendo?”

Olho por cima do ombro para ver Optimus encostado na parede, me observando. Seu corpo está tenso como se estivesse pronto para eu lutar de volta, ou pelo menos pronto para eu acabar com ele para que possa me socar novamente.

Odeio esconder essa merda.

Ele é como um irmão para mim há tanto tempo que nem parece ser meu líder. Ele é apenas da família, isso é tudo.

Quando minha irmã e seu namorado lutavam para pagar o aluguel, ele ofereceu um dos apartamentos que o clube tem na cidade, apenas para ajudá-los a sobreviver. Ele fez isso sem sequer pensar duas vezes porque, se eu me importava com eles, ele também se importa.

Ele fez passar o tempo da prisão me visitando sempre que possível, às vezes uma vez por semana, às vezes uma por mês, mas me mantinha são.

Abaixo a cabeça. "Cara, eu nem saberia por onde começar."

"Que tal pelo começo?" Ele oferece, caminhando em minha direção.

"Está-"

“Não é sua história para contar. Entendo essa merda,” ele corta, parando na minha frente e cruzando os braços sobre o peito. “Mas o que acontece quando essa história tem um final trágico? Um que poderíamos ter evitado juntos, então vai se arrepender de não contar.”

Bato meu punho na parede novamente. "Ela está tentando mantê-lo fora disso. Ela está com medo de que, se você se envolver, vai te arrastar para baixo. É por isso que desistiu de Har. Quanto menos coisas puderem ser usadas contra ela… melhor “.

Ele assente. "Eu entendo o que é querer afastar as pessoas, para que elas não se machuquem, mas lembra do que aconteceu, não é?"

Encolho-me, as lembranças de ver Chelsea quebrada e machucada na cama de hospital, sem saber se ela iria acordar, ou se seu cérebro sofreu danos demais. Nós quase a perdemos, tudo porque Optimus passou muito tempo tentando afastá-la e, em vez disso, se viu no meio de uma maldita guerra.

Optimus está certo, Sugar não pode seguir sozinha. Sei que ela tem culpa e medo de que o clube de alguma forma pague por seus erros, mas o que ela precisa entender é que não há um dia que passe onde não levaria os problemas de meus irmãos nos ombros se for menos para eles carregarem.

Qual é o sentido de fazer parte do clube se não pode confiar neles para estar ao seu lado no momento de necessidade?

Suspiro. “Deixe-me ir buscá-la. Apenas aproveite a noite com os meninos, e podemos conversar amanhã.”

Ele assente, entrando em sintonia comigo enquanto volto pelo corredor. "Onde ela está?"

Paro na porta da sala principal, onde as pessoas estão dançando e brincando. "Promete não me socar no rosto?"

"Não", ele diz severamente, estreitando os olhos.

“Ela está na casa de Eric Deanwell.” Vacilo, esperando a raiva vir dele, mas ele não se move.

“Eric Deanwell?”

"O primeiro e único."

Ele balança a cabeça. "Vá, e fodidamente a pegue," ele diz, sua voz uma mistura de choque e desapontamento. "Você está certo, vamos lidar com essa merda amanhã porque agora, preciso ficar tão bêbado que esqueça o que acabou de me dizer, e não vá com você socar o imbecil."

"Notável", comento, dando uma saudação rápida e abaixando o corpo enquanto vou para a porta.

O passeio é rápido, e estou grato pelo fato de que o idiota Deanwell more na cidade. Tudo o que quero fazer é chegar à minha mulher e descobrir o que diabos aconteceu.

Entrar no subúrbio chique faz minha pele arrepiar. Não é de se admirar que Sugar estivesse tão desesperada para escapar desse lugar. Já posso ver pessoas espiando por suas cortinas, posso imaginar seus dedos prontos para discar ao 911 enquanto passo.

“Jesus fodido Cristo,” murmuro enquanto olho as portas da frente de grandes dimensões feitas de madeira pesada. Elas parecem poder impedir a entrada de um tanque de merda.

Madeira super reforçada?

Até rio quando vejo as maçanetas da porta - porra de ouro, é claro.

Provavelmente ouro de verdade, provavelmente paga pelo clube com a quantidade de negócios que lhe entregamos.

Balanço a cabeça enquanto bato o punho contra a porta.

Tudo o que quero é pegar Sugar e dar o fora desse lugar.

Não pertenço aqui, e ela também não.

 

Capítulo vinte e nove

Sugar

 

Sento na varanda de Eric, olhando o quintal. Com a ameaça de Peter e o espaço aberto e luz, meu coração lentamente começa a desacelerar. Às vezes, leva horas para descer de algo tão estressante, outras só preciso do ambiente certo. Isso e o fato de que sei que Wrench está a caminho.

Eric finalmente entrou em contato com ele, e sei que não demorará até ele estar aqui. Enquanto sou capaz de lentamente começar a acalmar meu corpo, isso é menos sobre ser capaz de sair da minha mente e mais sobre precisar que ela se sinta seguro novamente.

Uma porta abre atrás de mim e meu corpo pula.

"Desculpe", Eric diz suavemente. Ele sorri quando vem ficar na minha frente. "Como se sente?"

Limpo a garganta, me inclinando para trás no conforto do balanço enquanto ele se move lentamente para frente e para trás. "Melhor."

Ele assente enquanto senta numa cadeira por perto e seguindo meu olhar para o quintal. É muito bonito, as flores podadas e os arbustos desenhados. Pequenos caminhos de grama entram e saem por diferentes partes do jardim, e tento imaginar como a grama macia se sentirá sob meus pés. Não há paredes aqui, sem sombras se aproximando, me levando a um canto.

“Lisa gostava de jardinagem", diz ele do nada, chamando minha atenção. Seus olhos ficam focados na beleza exuberante. "Odiava vê-los morrer e cresceram quando ela desapareceu, então contratei alguém para vir e cuidar deles, então ainda estariam aqui..." ele faz uma pausa, seus olhos brilhando com emoção, "...no caso dela voltar."

Mordo meu lábio. "Acha que ela vai?"

Seu corpo parece cair antes de seus olhos se moverem para os meus. "Nunca contei a ninguém, porque nunca tive nenhuma prova, mas acho que Peter tem algo a ver com o desaparecimento dela."

Sinto meu rosto empalidecer. "Por quê?"

Ele dá de ombros. “Lisa era curiosa. Ela gostava de ter respostas para perguntas, e quando saiu, sabia que ela poderia dizer que havia mais do que o que Peter disse às pessoas.”

"Acha que ela chegou muito perto?"

“Não tenho certeza", ele responde com tristeza, batendo os dedos no braço da cadeira.

Ficamos em silêncio por um tempo, os sons das árvores farfalhando e os pássaros cantando nos cercando de paz e tranquilidade. Minha mente e meu corpo estão impacientes e cautelosos enquanto tento ouvir sons de uma moto. Tento não imaginar como ele ficará zangado quando me encontrar. Sua fúria e raiva são assustadoras.

"Como conseguiu fugir?" Eric finalmente pergunta.

"Uma garota bateu na porta enquanto estava lá", explicou, tentando lembrar o som de sua voz e seu longo cabelo loiro que pendia nas costas. Não consegui ver o rosto dela, mas era óbvio que ela era jovem e ele a manipula. "Eles estavam discutindo, então consegui escapar pela janela.”

Espero que a garota esteja bem.

Eric franze a testa. "Que tipo de garota?"

Puxo meus joelhos para mais perto do peito, abraçando-os com força. “Acho que ele a chamou de Ruby. Ela parecia tão jovem. Tenho certeza que..." Limpo a garganta e deito a cabeça nos joelhos “... ela procurava drogas.”

As mãos de Eric se fecham ao redor dos braços da cadeira. "Só mais uma para adicionar à lista."

"Espero que não."

O rugido de uma moto encheu o ar calmo e sinto meu corpo relaxar.

Wrench está aqui.

"Volto em um segundo", Eric diz a contragosto enquanto se levanta e caminha pela casa dizendo, "Entre. Está aberta!"

Sinto por ele. Ele perdeu a mulher que amava, nem mesmo sabe se ela ainda está em algum lugar ou se morreu. Tudo possivelmente por causa de sua conexão com Peter. Quanto mais penso nisso, mais apenas desejo que alguém o leve, prenda, e jogue fora a chave. Este mundo não está melhor com ele, na verdade só piora. Peter está machucando pessoas, muitas pessoas, com essa droga que criou.

Ele já me destruiu. Levou muito tempo para encontrar a pessoa que eu costumava ser, feliz, motivada, forte. Um passo para dentro daquela casa e, mais uma vez, era uma bagunça quebrada. Estou envergonhada com o quão forte ele ainda me afeta, mesmo depois de tudo que foi feito para seguir em frente da tortura que ele me fez passar.

Botas pesadas soam furiosamente contra o chão de madeira da casa de Eric, e me forço a ficar de pé quando as portas abrem. Ele vem direto para mim, um olhar duro no rosto, mas preocupação em seus olhos. Estendo meus braços e ele me pega, apertando contra seu peito. Sua respiração pesada bagunça meu cabelo indomado e inalo o cheiro de seu colete. Foi conforto.

Ficamos assim por longos minutos até que Eric pigarreia, nos tirando do momento.

Wrench mantém os braços a minha volta quando ele afasta e olha por cima da minha cabeça. "Quer me dizer o que aconteceu?"

Suspiro. Sei que ele não está feliz por eu estar aqui, mas Eric me salvou, e esteve lá por mim em mais de uma ocasião. Com tudo o que está acontecendo, tenho a sensação de que Wrench terá que se acostumar com Eric envolvido.

“Peter apareceu no funeral. Ele ameaçou machucar as pessoas se eu não fosse com ele,” explico suavemente, segurando firmemente a roupa de Wrench, meu corpo ainda fraco. “Ele me levou para sua casa. E então, quando estava distraído, eu escapei. Eric me encontrou correndo pela rua.”

"Que conveniente," Wrench rosna suavemente.

“Olha, pode não gostar de mim, mas também me importo com o bem-estar dela. Peter a perdeu e seu foco está nela”, explica Eric, permanecendo firme. "Não ia deixá-la lá. Que tipo de homem acha que sou?”

"Realmente quer que eu diga?" Wrench responde.

Bato no peito dele. "Pare. Isso é o suficiente,” aviso gentilmente.

"Você precisa fazer algo", Eric diz.

As narinas de Wrench se alargam. "É melhor ver o que está dizendo, advogado. Não quer que as pessoas saibam que está trabalhando com o inimigo.”

Viro para olhar Eric, que claramente não está impressionado, sua mandíbula cerrada.

"Tudo bem, acho que terminamos aqui", digo calmamente, tentando esfriar a temperatura que de repente começou a queimar ao nosso redor. Encontro os olhos de Eric. “Obrigada por me ajudar. Não tenho certeza do que teria feito.”

Seu rosto suaviza dramaticamente quando ele volta a atenção para mim.

Os braços de Wrench se apertam ao meu redor. Um maldito homem das cavernas.

“Estou aqui, se precisar de mim, realmente quero dizer isso", diz ele com sinceridade. “Sei que Peter tem alguns problemas. Algo precisa ser feito e você precisa estar segura.”

Wrench bufa e agarra minha mão, um braço ao redor da minha cintura enquanto me leva pela casa de Eric e para o meio-fio onde sua moto está. Entregando seu capacete, ele não diz nada quando o coloca na minha cabeça e afivela debaixo do queixo. Ele sobe na moto e liga o motor, esperando que eu suba atrás. Olho por cima do meu ombro, vendo Eric em pé na porta da frente, observando. Aceno antes de montar a moto atrás de Wrench e envolver os braços em sua cintura.

“Está na hora de conversarmos com Op", ele diz seriamente, com a voz alta sobre o som alto de sua Harley.

Meu intestino afunda, mas meu cérebro diz que ele está certo. Respirando fundo, meu corpo começa a sentir-se mais forte enquanto seguro-o firmemente. Wrench é como uma âncora, me segurando no reino da sanidade, me lembrando que se importa, que não pensa menos de mim por causa da minha desordem.

Ele está certo.

Não sou bipolar.

A bipolaridade é apenas parte de mim, algo que às vezes me arrasta para baixo, algo que às vezes me levanta, algo com o qual viverei pelo resto da vida. E estou bem com isso porque sei que não me define. Isso não me impede de fazer tudo o que sempre quis. Pode ser difícil às vezes, mas também me fortalece. Vale a pena a luta para provar que posso fazer qualquer coisa.

Ter que olhar nos olhos de Optimus e contar minha história, provavelmente me fará chorar, posso até quebrar, mas não fugirei.

 

CAPÍTULO TRINTA

WRENCH

 

Levo Sugar para casa para pegar suas coisas, ela não discutiu quando disse para embalar roupas suficientes para algum tempo. Com Peter tendo a coragem de aparecer na porra de um funeral MC e apenas leva-la para longe, estou começando a perceber que este idiota tem bolas maiores do que lhe dei crédito. Ou isso, ou ele simplesmente é louco, e nem um dos dois é um bom sinal para nós. Então Sugar precisa estar onde ela pode ser melhor protegida.

Isso, e preciso puxar a cabeça da minha bunda e encontrar alguma informação possamos usar para derrubá-lo. Eric está muito certo sobre isso, ao menos.

Com o momento reflexivo de Sugar ainda não muito bem, consigo esgueira-la pela porta de trás e apressá-la para meu quarto. Com a festa ainda em toda velocidade, ninguém nos nota, faz uma pausa nisso, ou nos chama para perto.

Sei que Optimus quer falar com ela em breve, mas por esta noite, quero que meus irmãos e nossa família se concentrem em Slider. Isso e não tenho certeza se ela será capaz de lidar com uma explicação agora, depois de um susto tão grande.

Sugar está segura, isso pode esperar.

“Como está se sentindo?” Pergunto quando ela senta na beira da minha cama e estendo a mão, digitando a senha do computador.

Ela cai para trás, os braços acima da cabeça. “Completamente esgotada, como de costume, quando tenho um episódio.”

"Apenas relaxe. Durma um pouco”, digo a Sugar quando sento ao seu lado e afasto o cabelo do rosto. “Vou fazer algumas pesquisas, todo o resto pode esperar até amanhã.”

Ela vira para mim, seus olhos atordoados e cansados. “O que acha que Op vai dizer?”

Posso ouvir o tremor em sua voz, e tanto quanto quero tranquilizá-la, sei que a honestidade é melhor. “Ele vai ficar chateado... talvez com raiva. Mas tem que lembrar que é porque se importa com você. Ele te ama, e não quer vê-la ferida.”

Ela lambe os lábios secos. “Não quero vê-lo magoado.”

Abaixo a cabeça e roço os lábios nos dela. “Não pense sobre isso agora, vamos lidar com isso amanhã.”

Ela relutantemente concorda com a cabeça e se arrasta por minha cama. Então ela tira a roupa e entra debaixo das cobertas. “Eu te amo”, ela sussurra, fazendo meu coração disparar.

“Também te amo”, respondo, dando um passo para trás. "Agora durma."

Ela assente com a cabeça, mas seus olhos já estão meio fechados, seu corpo completamente drenado, como de costume, quando ela tem um episódio ou um dia estressante.

Sento no computador, digitando nas teclas. Este é meu elemento, este é o lugar onde meus pontos fortes aparecem. Irei descobrir tudo e qualquer coisa deste babaca, e vou queimá-lo até o chão maldito.

Ele não pode se esconder de mim.

Ninguém porra pode.

Se há esqueletos em seu armário vou encontrá-los, e então usá-los contra ele, porque ele fodeu com a mulher errada.

Com a minha mulher.

 


É fim de tarde no dia seguinte, quando finalmente tiro Sugar do quarto e desço as escadas. Ela ainda está se sentindo fora, mas entende agora o quão importante é esse clube - nossa família - agora sabe com o que estamos lidando.

Ela tentou lutar sozinha por muito tempo.

Ela tentou nos proteger, mas agora é nossa vez de protegê-la.

Optimus está sentado na sala de jantar almoçando com Chelsea, Harlyn, Blizzard, Rose e Jayla. Ainda há irmãos em torno das outras mesas, mas na maior parte eles acordaram e pegaram o longo passeio para casa.

Op nos vê entrar e balanço a cabeça. Ele diz uma palavra tranquila para a mesa e Chelsea levanta com ele, enquanto Rose beija Blizzard suavemente e puxa as meninas para mais perto, direcionando sua atenção para um livro de imagens, enquanto os outros se afastam.

“Igreja”, Op assente enquanto pega a mão de Chelsea e seguimos pelo clube até o quarto que usamos como igreja. Chelsea puxa uma cadeira ao lado de Op, e Blizzard toma seu lugar de costume, enquanto Sugar e eu nos sentamos em frente, sua palma da mão suada na minha.

O quarto estava tranquilo, e Chelsea oferece a Sugar um sorriso de apoio. Ela precisa.

Respirando fundo, ela coloca seu coração e alma em cima da mesa. “Há tantas coisas para dizer, só não sei por onde começar”, ela diz suavemente, olhando para mim. “Acho que tentei fugir de mim mesma e meu passado por muito tempo e agora ele está preso a mim. Pensei que poderia lidar com isso por conta própria, mas como se vê, fazer isso apenas criou um buraco e feriu mais pessoas.”

Optimus assente. “Precisamos saber o que estamos lidando para poder ajudar. O clube é família, e você faz parte. Os problemas de uma pessoa recaem sobre todos. Mas isso é o que nos torna fortes, o fato de que estarmos juntos quando uma pessoa está se sentindo fraca.”

“Estamos aqui para você”, Chelsea ecoa. “Vamos estar, confie em mim porque, correr e se esconder só piora as coisas. Como afastar as pessoas que se preocupam quando mais precisa delas.”

Sugar fica em silêncio por alguns momentos e olho para ela. "Quer que eu-"

“Não, preciso fazer isso” ela responde com um sorriso agradecido.

E então ela começa a contar.

 


“Tem certeza que quer fazer isso?” Optimus pergunta enquanto caminhávamos ao longo da rua procurando a casa na noite. As luzes da rua estão acesas, mas dão uma vibração estranha ao bairro de classe alta.

Essa é a coisa sobre as pessoas ricas. Enquanto penduramos nossas falhas e são como uma bandeira para todo mundo ver, sem vergonha de saber se as pessoas irão nos julgar, essas pessoas mantem seus segredos e demônios trancado firmemente em suas casas perfeitas e gramados bem cuidados. Eles têm muito a esconder, todos e cada um, e a coisa sobre os segredos é que todos eventualmente aparecem.

“Está aqui”, digo, apontando para a casa. é basicamente o que esperava, dramática, moderna, exagerada.

Blizzard e Optimus andam atrás de mim quando caminhamos até a entrada.

Depois de ouvir Sugar, mais uma vez explicar sua história hoje, minha mente está muito mais clara enquanto ouvia os detalhes de seu passado, o trauma que ela passou apenas para sentir como se fosse uma pessoa normal, e depois a traição - tudo foi como um chute na porra do intestino.

A informação que encontrei sobre ele é pequena. Meu palpite é que seus pais estavam desesperados para esconder o fato de que criaram um psicopata e fizeram tudo para ter coisas como registros médicos e testemunhos destruídos. Ele é o filho de ouro, o único que foram capazes de ter depois de anos e anos de tentativas. Ele tem que ser o único a assumir o negócio da família que lutaram para criar, manter seu nome no centro das atenções e sua marca forte. Odeio dizer-lhes, porém, ele pode ser um grande empresário, mas também é um maldito criminoso. Não é exatamente a pessoa que quero representando meu nome de família.

Paramos na porta da frente, e eu levantei meu punho, batendo tão forte quanto posso. Quero que ele saiba que estou aqui e quero que ele saiba que não estava feliz.

Eufemismo.

Estou realmente sentindo uma euforia boa, porra.

A porta abre e tenho a minha primeira vista desse bastardo. Ele está usando um terno, apesar de ser nove horas e não parecer que vai sair. Talvez ele só goste de se sentir importante. Foda-se.

“Peter Davenport presumo,” digo com os dentes cerrados. Pelo menos ele tem a decência de parecer um pouco nervoso como seus olhos viajando entre meus irmãos e eu.

"E você é?"

Ele sabe quem somos, mas seguirei seu jogo.

“Meu nome é Wrench. Esse é Blizzard, e Optimus.” Sorrio. “Pode conhecê-lo como o homem que engravidou sua mulher.”

Blizzard ri baixinho enquanto Op apenas bufa e revira os olhos.

Peter franze os lábios, ele não gosta de ser desprezado ou se sentir inferior.

“Isso deve fazer de você o homem que tem seus restos, hein?”, ele responde, mas já estou preparado para isso e apenas rio.

“Somos uma grande família, sabe... amor livre e toda essa merda.”

Seus dedos ficam brancos enquanto agarra o batente da porta. Não posso dizer se ele quer me dar um soco, ou se está se preparando para ser dispensado.

Não estou aqui para uma luta, no entanto. Estou aqui para estabelecer a lei porra, na esperança de que se ver o quão forte somos, vá correr chorando para sua mãe. Provavelmente estou sonhando. Homens como ele não exatamente recuam, e se tiver que usar a força, eu porra farei, mas pelo menos ele não pode dizer que não foi avisado. Ainda irei desfrutar em vê-lo borrar as calças, o troco por fazer minha mulher ter medo de sua própria mente todos os dias durante o tempo que teve suas garras nela.

“O que quer?”, ele pergunta finalmente, permanecendo em sua posição e empurrando os ombros para trás. “É melhor fazê-lo rápido antes que eu chame a polícia.”

“Sabe o quê, deve fazer isso. Eu me pergunto como eles se sentem sobre coisas como sequestro”, digo, abaixando a voz e inclinando-me. “Esta é sua advertência... Eu espero que ouça. Porra deixe-a em paz.”

Sua mandíbula aperta. "Ela é minha esposa. Vou fazer o que acho ser melhor.”

“Você obviamente não entendeu a dica no dia que se casou e ela fugiu por seis anos porra”, Blizzard diz sarcasticamente atrás de mim. “Grávida de outro homem, posso acrescentar.”

Sorrio. “Você a machucou uma vez, mas não vou deixar acontecer novamente.”

“Ela precisava da minha ajuda”, ele protesta. “Eu a ajudei!”

“Você porra a destruiu,” rosno. “Você a transformou em uma pessoa que ela nunca quis ser. Tudo porque queria uma cobaia ao seu alcance. Alguém para testar suas malditas drogas.”

Os olhos de Peter correm ao redor, como se estivesse assustado que pessoas me ouvissem. Não dou a mínima, que ouçam, que eles saibam. Seus segredos não irão ficar escondidos por muito tempo.

“Estou dizendo de novo”, falo, abaixando minha voz e prendendo sua atenção. “Fique porra longe dela. E pare de tentar correr drogas pela cidade e usá-las para foder com o clube.”

Ele franze a testa como se ele não entendesse o que estou dizendo.

“O clube não vai a lugar nenhum, e nem eu. Então quer vir para nós? Quer persegui-la? Terá que passar por mim primeiro.”

Vejo seu temperamento inflar, e ele agarra a porta, jogando-a para a frente e batendo na minha cara.

“Prazer em conhecê-lo, idiota,” digo antes de virar e caminhar de volta.

Blizzard ri baixinho e sacude a cabeça. “Sente-se melhor, princesa?”

Na verdade, não.

Mas, por agora, é tudo que tenho. Avisá-lo embora, e esperar que ele seja inteligente o suficiente para ouvir minhas palavras.

Pelo olhar em seu rosto, porém, isso é discutível.

 

CAPÍTULO TRINTA E UM

SUGAR

 

“Merda,” Wrench amaldiçoa quando ele pula no SUV.

Harlyn murmura baixinho no banco de trás, mas logo volta a dormir. Esteve assim durante os últimos quinze minutos. Fomos jantar com a irmã de Wrench e seu namorado e paramos no caminho de volta ao clube, porque estou suando frio.

Os últimos dias foram tranquilos. Trabalhei na loja com a perspectiva de sair um pouco, observando cada movimento, e agora que estamos a céu aberto, meu peito parece muito mais leve. Como se a pressão das minhas mentiras tivesse me impedido de respirar fundo o bastante e agora meus pulmões estão cheios.

É bom ser capaz de passar um tempo no clube de novo, reconstruir as relações que tinha antes e ter as pessoas entendendo quem realmente sou. As meninas não foram tímidas sobre fazer perguntas, sua curiosidade e como querem entender enche meu coração. Sem mencionar o fato de que Wrench e eu não temos que nos esconder mais.

Sei que Op ainda se sente estranho sobre nós, mas está se acostumando a ideia, e isso é tudo o que posso pedir.

“O quê?”, sussurro, minhas sobrancelhas arqueando.

Ele liga o motor e sai da garagem, indo na direção oposta da que íamos. “Uma das meninas do X-Rated foi encontrada morta em sua casa, e Deacon disse que os detetives que conseguimos evitar até agora estão fazendo um caminho mais curto para o clube, com um mandado de busca, porra.”

Isso não é bom.

Fazemos as poucas quadras para o clube de strip em tempo recorde, os pneus derrapando quando Wrench para no estacionamento. “Vou verificá-la e, em seguida, voltarei. Pode precisar levar Harlyn para casa, e eu pego uma carona, mas vou te deixar saber.”

Balanço a cabeça. "Está bem. Vá”, digo mandando-o para fora.

Ele corre para a porta, parando por um segundo para falar com Ham que está esperando do lado de fora com um par de seguranças, e depois entra. Ham faz o caminho para o SUV, e saio, indo para o lado do motorista falar com ele.

“Isso será confuso, não é?” pergunto quando me recostando no carro de Wrench, meu estômago revirando de nervoso quando imagino o estresse que está lá dentro neste momento. O clube de strip, tanto quanto sei, é completamente limpo. Mas se essas pessoas querem vingança contra o clube, e parecia que sim, vão rasgá-lo em pedaços, até encontrar algo.

Ham assente. “Segunda menina que perdemos este ano... primeiro Haley e agora isso. Ruby era uma garota doce, também. Jovem, bonita”

“Você disse, Ruby?”, pergunto, minhas sobrancelhas subindo.

Ele assente. “Sim, Ruby é a garota que encontraram. Não parece bonito também.”

“Como ela é?”

Seus olhos sobem, como se estivesse à procura de uma foto dela dentro de seu cérebro. “Baixa, longos cabelos loiros, magra ...”

“Tatuagens?” Não posso fazer a pergunta sem minha voz tremer.

Seu nariz enruga. “Sim, algumas... costas, estômago, uma em cada ombro, e tinha algo escrito em sua mão.” Sua mão se move para tocar cada um lugar em seu próprio corpo quando fala.

Meus pés de repente se movem por vontade própria, levando-me em direção ao prédio. “Cuide de Harlyn,” digo por cima do ombro e recebo um olhar confuso de Ham.

Ruby. Ela é a mesma menina que apareceu na casa de Peter à procura de drogas. É óbvio que eles eram próximos, que ela o conhecia, e que esteve lá antes. Também é óbvio que ela era viciada, e enquanto corro dentro do meu cérebro começo a juntar o quebra-cabeça. Alguém disse a estes detetives que o clube tem algo a ver com as pílulas que estão chamando de 'Mani.'

Peter estava, obviamente, fornecendo isso a jovem, e ela trabalhava aqui.

Coincidência?

De jeito nenhum.

Se encontrarem drogas no local, o clube está fodido.

Eles vão fechar está merda e ir até o inferno tentando provar que o clube está lidando com isso ou qualquer coisa que eles puderem colocar a culpa neles, a fim de derrubá-los. Eles terão mandados de busca para o clube, vão puxar qualquer que seja a merda que têm sobre os meninos e conseguir todas as câmeras de vigilância e papéis.

Tudo por causa de Peter.

Como se ele não tivesse me machucado o suficiente, agora está derrubando as pessoas que cuidaram de mim também. Assim que alcanço as portas para o clube, luzes vermelhas e azuis piscam atrás de mim chamando a atenção.

“Merda,” silvo, entrando e desesperadamente procurando por Wrench. Quando não consigo encontrá-lo, vou para o corredor ao lado que leva aos escritórios e vestiários.

Quando viro o corredor, colido em algo duro. Duas mãos me pegam, segurando firme em meus ombros então não caio para trás. Wrench vira com o movimento, então está de frente para o corredor.

Optimus corre do bar, de pé atrás dele. "Que diabos está fazendo?"

“A menina, Ruby...” luto para formar as palavras, minha respiração pesada, uma ode à forma imprópria que estou. “Ela estava na casa de Peter. Ela estava à procura de drogas.”

“Tudo bem, todo mundo parado. Ninguém se move,” uma voz forte diz, e segundos depois a música é cortada. Wrench me solta e vira o corpo na direção da voz. Passos pesados ecoam pela sala, sem dúvida, sendo preenchida por oficiais.

Ao lidar com um MC, eles tendem a levá-lo com vigor.

Meu coração dá um pulo.

Preciso fazer alguma coisa.

“Temos um mandado de busca que cobre tudo dentro deste lugar. Incluindo pertences pessoais dos empregados,” a voz profunda fala alto, o som ressoa pelas paredes.

Os armários das meninas.

Sei que ninguém pode me ver além de Wrench e Op. O corredor é disfarçado por uma parede longa e é acessível apenas pelo lado do bar, principalmente para escondê-lo de clientes que decidem ir à procura das meninas que lhes deram tesão. Lentamente dou um passo para trás, vendo se os sapatos não rangem ou clicam.

Wrench não pode me olhar sem chamar a atenção, mas posso ver que ele sabe que estou prestes a fazer algo pela forma como sua mandíbula aperta com força e suas mãos cerram.

Não perco mais tempo, movendo-me como um ninja no corredor, além do escritório e para o vestiário das meninas.

Kat olha para cima de onde ela está colocando uma camisa longa em cima de um sutiã de renda que comprou de mim semana passada. “Os policiais estão aqui?”

“Qual o armário de Ruby?” Corro pelo local, esperando que algo possa me dar pelo menos uma pista.

“Hum ... este,” ela responde, batendo em um ao lado dela. "Por quê?"

Salto para a frente e puxou a pequena alça, mas está trancado. “Merda... ela estava com alguma coisa.”

Kat imediatamente levanta e começa a tirar um grampo da cabeça, dobrando-o com os dentes enquanto mantém os olhos na porta. Então ela me empurra para fora do caminho e começa a mexer no pequeno espaço, o clipe cedendo contra a porta de metal.

Posso ouvir as ordens que sendo ditas no corredor. Pessoas sendo informadas para sair do caminho. Ameaças do que será feito contra os que se recusarem.

“Porra”, diz Kat com um tremor, e me encolho, sabendo que ela encontrou algo.

“Vocês dois... procurem no corredor,” uma voz baixa ordena, e meus olhos se arregalam. O bloqueio atrás de mim clica e duas mãos puxam a parte inferior da minha camisa.

Engulo em seco quando minha camisa é puxada sobre a cabeça e jogada do outro lado da sala. “Vou pedir desculpas por isso mais tarde”, Kat diz urgentemente, quando dois homens correm para o quarto. Meu instinto é me cobrir, mesmo que ainda esteja usando um sutiã e um par de jeans incrivelmente justos.

Eles pararam e Kat e eu congelamos.

Ela engasga enquanto só fico ali, como um cervo pego por faróis. “O que estão fazendo aqui?”, um dos homens pergunta severamente, seus olhos flutuando para meus seios antes de rapidamente passar para longe. Ambos são oficiais, seus crachás em exposição orgulhosos e armas nas mãos, como se fossem atirar em alguém.

Meu coração começa a correr, e minha boca fica seca.

“Minha menina aqui está nervosa em sua primeira noite, estou apenas dando-lhe uma rápida conversa de estimulo,” Kat diz, sacudindo meu corpo quando a palma de sua mão bate na minha bunda.

Pulo, mas ela não tira a mão dela imediatamente, os dedos puxando o cós da minha calça, colocando algo dentro. É um pacote de plástico, duro e irregular, e já sei o que ela está tentando esconder. Não há outra opção, se a pegarem com isso na mão, ela está ferrada.

“Você meninas precisam se juntar aos outros,” um dos oficiais diz bruscamente, os olhos evitando qualquer uma de nós. Pelo menos ele tem um pouco de respeito.

Kat me empurra na frente, com as mãos sobre meus ombros, guiando-me para a porta. “Não tem problema, senhor”, ela diz educadamente, e tento forçar um sorriso enquanto passo por eles. No segundo que saímos, ouvi sua busca começar, chaves tilintando contra portas de armários.

Corremos pelo corredor, tropeçando no final, quando vimos os meninos alinhados ao longo da borda do palco, um grupo de oficiais os revistando eles, enquanto outros vasculham mesas e cadeiras, e tiram garrafa após garrafa do bar atrás do balcão.

“Senhoras, juntem-se a linha. Um de nossos oficiais feminino estará aí num momento”, um homem com um bigode e um crachá no pescoço diz, empurrando meu ombro na direção do palco.

Meus olhos procuram Wrench, mas ele ainda está sendo revistado, sem camisa enquanto um homem mais velho passa as mãos nele, seu rosto franzido em agitação. Optimus está feito, colocando as coisas de volta e puxando seu colete sobre seus braços com um olhar de desafio nos olhos.

Kat e eu o cercamos de ambos os lados.

“Pegue seu traseiro”, diz Kat em voz baixa.

“Desculpe?” Optimus rosna, olhando para ela como se tivesse brotado uma cabeça extra.

Kat bufa. “Ponha a mão nas calças de Sugar e agarre sua bunda”, ela silva.

Ele olha para mim pelo canto do olho, e dou um rápido aceno de cabeça. Ele respira fundo. “Por que não está usando uma...” suas palavras somem e seu corpo congela quando senti as pontas dos dedos na parte de trás da minha calça e ele sente o saco plástico. “Que porra é essa?” Ele pega, movendo-se apenas perto o suficiente do meu corpo para cobrir sua mão enquanto enfiou-a no bolso da calça jeans, e rapidamente se afasta de nós, quando uma oficial mulher se aproxima e começa a revistar Kat. Ela vai junto com um sorriso educado enquanto procurando com delicadeza, mas completamente.

“Está satisfeito com meus malditos meninos agora?”, Ele pergunta em voz alta, apontando sua atenção para o que assumo ser o homem no comando. “Minha filha está no carro do lado de fora, e preciso que um deles vá levá-la para casa.”

O oficial vira e sinto um nó na garganta. “Não tenho que deixar qualquer um ir até que estar fodidamente terminado. Pegue uma das meninas para levá-la”.

“Eu vou”, Kat oferece rapidamente assim que sua revista termina e a mulher dá um passo em minha direção.

O oficial faz uma careta, mas assente. “Tudo bem, você está limpa.”

Ela caminha em direção a Op, jogando os braços em sua cintura, ambos estrategicamente desviando os corpos para longe dos policiais. Tento não olhar, alívio me enchendo quando Kat se vira e vai rapidamente para a porta. Meus olhos se encontram com os de Optimus, e ele ergue o queixo ligeiramente, então sei que ela conseguiu levar o pacote para fora.

“O resto é melhor estarem confortáveis, porque pode ser uma longa noite do caralho.”

E isso é exatamente o que foi.

 

CAPÍTULO TRINTA E DOIS

WRENCH

 

“Temos que fazer algo sobre esse idiota, e temos que fazê-lo agora”, Op diz quando nos sentamos na igreja na manhã seguinte. Ficamos no X-Rated até a porra de três horas, lidando com os idiotas e então tivemos que passar algumas horas tentando trazer de volta um pouco de ordem a bagunça que fizeram no lugar para podermos abrir hoje.

Graças a Deus por Sugar e Kat e seu raciocínio rápido. Conseguimos tirar as pílulas do clube sem ser notado, e com isso mostramos a porra dos policiais que não tínhamos nada.

Olho o pequeno saco com cerca de vinte pílulas jogado no meio da mesa. Toda essa merda por causa dessas coisinhas. Eles são o que Peter usou para atormentar Sugar. Elas são o que traficantes estão usando para traficar mulheres, e são o centro de uma investigação sobre o clube e o que alguém está tentando usar para ter total certeza que seremos derrubados.

“Não é coincidência que Ruby começou a trabalhar com a gente pouco mais de um mês atrás,” começo, me recostando na cadeira. “Também não é coincidência que o X-Rated e o clube estão na lista desses idiotas de merda. Eles querem nos derrubar.”

Blizzard bate o dedo na mesa. “Isso não significa que estão trabalhando com ele, no entanto. Quero essa merda fora das ruas, tanto quanto eles. Infelizmente, alguém apontou o dedo para nós, e agora somos o único foco.”

“Não alguém,” Optimus corrige, com a testa franzida. “Peter fodido Davenport.”

“Qual seu jogo afinal? Será que ele realmente acha que, ao levar-nos para baixo vai de alguma forma ter todo o estado viciado nessa merda de 'Maniac'?”, Leo pergunta. “Parece estúpido perder tanto tempo e esforço em algo tão pequeno.”

“Não exatamente”, digo me manifestando. “Ele é doente, misturado com um pouco de louco. Consegui desenterrar o arquivo mais recente que pude encontrar de uma visita ao hospital anos atrás, e o médico diagnosticou Transtorno de Personalidade Narcisista.”

Cam bufa. “Então ele é um idiota?”

Balanço a cabeça. “Está merda vai muito além de ser um idiota. É sobre ser o melhor. Seu cérebro não pode entender o fato de alguém ser melhor do que ele em algo. Ele está tão focado em ser superior que acredita que está realmente fazendo isso. Ele acha que as pessoas não devem se opor a ele, porque ele é um maldito porra louca incrível”.

“Então, basicamente essa coisa toda é sobre ele estar chateado por estarmos aqui e impedindo seu pequeno negócio paralelo de seguir em frente”, Blizzard conclui. “Ele odeia que somos mais poderosos do que ele.”

Balanço a cabeça. “Não há um segundo, e ele vai fazer o que for preciso... sem exagero ... para chegar onde precisa.”

“E sobre a obsessão que tem com Sugar?”, pergunta Op, cruzando os braços sobre o peito.

Levanto meu boné da cabeça e coloco-o sobre a mesa para que possa correr os dedos pelo cabelo. “Do que posso dizer, essas pessoas também sentem como se precisassem encontrar outra pessoa perfeita para amarem. Com a educação de Sugar e o status social de sua família, misturado ao fato de que ela também tem um transtorno psiquiátrico que afeta a maneira como seu cérebro pensa, tudo o que ele vê é o casal perfeito. Ela pode levá-lo a lugares, e entende sua loucura.”

A sala fica em silêncio, e posso dizer que alguns dos meus irmãos estão um pouco estranhos. Depois de explicar a Optimus a situação com Sugar, decidimos que é melhor que o clube também esteja envolvido no processo de compreender exatamente o que está acontecendo.

Estou orgulhoso dela, e como naquele mesmo dia, ela ficou na frente destes homens e, pela segunda vez, explicou tudo. Acho que isso lhe deu força para finalmente ser capaz de se levantar e dizer, 'Esta é uma parte minha. Não é algo que vai embora. Mas também não é algo que deixarei me destruir.'

E depois de tudo, cada um dos homens olha para ela de forma diferente, mas não de maneira negativa. É como se estivessem vendo ela toda, em vez do que sempre mostrou ao mundo. Ela colocou suas falhas em cima da mesa e as exibiu, e eles não podem deixar de respeitá-la por isso. Mesmo agora, porém, ainda posso ver que eles não têm certeza de como tratá-la, ou talvez se perguntem se devem agir diferentes em torno dela.

Fiz um monte de investigação sobre o transtorno bipolar, e depois de passar tempo com Sugar e vê-la quando ela estava no seu pior, sinto ter um bom entendimento.

Suspiro. “Eis as respostas às suas perguntas. Não... não precisam prestar atenção ao que dizem ao seu redor. Sim... se sentir como se precise saber de algo, pergunte a ela. Ela irá responder, desde que sinta que não vai julgá-la. Esse é seu principal medo. A única coisa que a assombra mais é quando desenvolveu como adolescente, sua família e amigos e até mesmo os médicos... eles a fizeram sentir como se fosse algum tipo de aberração.” Balanço a cabeça, incapaz de acreditar que nos dias de hoje, onde é mais comum as pessoas lutarem com coisas como depressão, ansiedade e semelhantes, ainda façam os outros se sentirem um esquisitão que foi quebrado e não é bom o suficiente.

Kev levanta a mão, e aceno para ele. “Ela disse algo sobre gatilhos e ataques de pânico. O que acontece se ela tiver um?”

“Na maior parte, a medicação faz um bom trabalho de controlá-los. Ela terá seus momentos de estresse ou gatilhos que vão empurrá-la sobre a borda, se ela pirar, não a toquem ou digam que vai ficar tudo bem. Basta deixá-la saber que está lá para ela,” explico.

Vejo Eagle e Leo balançando a cabeça em concordância.

Eagle pigarreia. “Sofri muito com estresse pós traumático quando saí do exército. Seu cérebro prega peças, às vezes, e pode ser difícil determinar o que é realidade e o que é fantasia.”

Balanço a cabeça, apreciando o fato de que ele pode entender onde quero chegar e o que Sugar passa.

“Wrench!” As portas da igreja se abrem, e levanto, jogando a cadeira para trás quando Chelsea vem correndo. “Você tem que vir aqui... agora.”

Corro em volta da mesa, Optimus na minha bunda e meus irmãos logo atrás. Entrando na sala principal, a primeira coisa que vejo é o Sugar em pé na parte inferior da escada, seu telefone no ouvido, mas um olhar vazio no rosto.

“Hey,” digo suavemente enquanto corro para a frente. “Passe-me o telefone.”

Ela faz exatamente isso antes de descer o degrau. Ela parece estar olhando o espaço, não realmente ciente do que está acontecendo.

“Alô?” digo bruscamente enquanto seguro o telefone no ouvido, olhando para Op que observa Sugar com preocupação.

“Ela se apavorou, não foi?”, Eric diz pesarosamente, e rosno baixo em minha garganta.

“Quer me dizer o que inferno aconteceu?”

Ouço um sussurro no fundo e uma porta se fechando. “Porque senti que ela deveria saber antes de ver em toda a televisão maldita”, ele responde com impaciência. “Peter foi morto ontem à noite, eles o encontraram em sua casa esta manhã, quando os empregados apareceram.”

Quase deixo cair o telefone quando ele explica como seus pais foram notificados pela polícia, ligaram e ela precisa ir identificar o corpo porque não serão capazes de chegar um voo até hoje à noite. Eles querem saber se é ele, esperando que seja só um erro.

“Como?”, pergunto, tentando fazer com que meu cérebro se mantenha funcionando. Sugar me olha, sua boca numa linha dura e a pele um pouco pálida.

“Baleado duas vezes na cabeça, enquanto estava na cama,” Eric responde, quase com tristeza. “Karma em certo sentido, acho, mas ainda assim... vão pegar quem fez isso...”

Ele deixa as palavras no ar, e meu rosto endurece. “Espero que façam”, digo friamente. Não perdendo a insinuação de que sei exatamente o que aconteceu. “Gostaria de dar um high five em quem teve coragem.”

“Deixe que saiba que ela provavelmente vai ouvir de mim em breve. Ainda estou listado como o executor de sua vontade.” Meu lábio levanta com raiva. “E uma vez que ainda estavam casados-”

“Sim, tudo bem,” rebato, interrompendo-o. O lembrete, um pequeno soco no meu intestino. Tenho certeza que ele ama isso.

Desligo e seguro o telefone firmemente no punho.

Sugar lentamente se vira e olha diretamente em meus olhos. “Acabou?” Ela pergunta. O choque do que aconteceu começando a desaparecer e uma expressão de alívio assumindo. Passo os braços em volta de seus ombros e puxou-a para meu peito. Seus braços envolvem minha cintura e ela respira fundo.

“Não vamos passar à frente das coisas e assumir nada”, Blizzard interrompe, sempre a voz da razão. “Sei que parece ter terminado, mas lamento dizer, pessoas como ele tendem a deixar assuntos inacabados para trás.”

Sugar cai em meus braços, e tanto quanto quero a tranquilizar que está tudo bem e que tudo foi dito e feito, Blizzard está certo. Não é tempo para relaxar, é tempo de ter todas nossas coisas nos eixos e pensar nos fatos.

Mesmo assim, porém, não posso deixar de estar um pouco feliz que alguém levou o bastardo para o túmulo. Especialmente tendo em conta a quantidade de contenção que me levou para não o fazer após a merda que aconteceu no funeral de Slider.

Queria este filho da puta morto, assim como Op e o resto do clube, mas com pessoas importantes, como ele, temos que fazer a merda da maneira certa. As pessoas vão notar se ele desaparecer. Elas irão procurar, irão investigar, e com os laços de Sugar com o clube, seremos os primeiros de sua lista. Um pequeno erro e estamos fora.

Não que isso importe agora. Ele se foi, e não fomos nós.

Sabemos que seremos os alvos, mas eles não encontrarão nada.

E podemos seguir adiante porra.

 

Capítulo trinte e três

Sugar

 

Não tenho certeza de como me sentir.

Exultante ou imparcial?

Peter se foi. Está confirmado, e em todos os noticiários.

Não derramo uma lágrima por sua morte. Uma vez que o choque passa, tudo o que sinto é que a pressão no meu peito sendo liberado. Passei tanto tempo me preocupando com este homem, o poder que ele tem e o que poderia fazer para machucar minha família. Passei noites me preocupando com Wrench, perguntando se ele fez algo para tirar Peter de nossas vidas e se posso perdê-lo para sempre.

Nossas vidas. Isso não é apenas sobre mim. Isso é sobre ele também.

De alguma forma, os repórteres conseguiram meu telefone, e meu celular começou a ficar fora do gancho maldito com pessoas querendo declarações ou informações sobre o que aconteceu. Fui sido interrogada pela polícia, onde fizeram pergunta após pergunta sobre nosso relacionamento.

Optimus me disse para não contar a eles sobre Peter me sequestrar, e Eric garantiu que não diria uma palavra sobre isso. Nenhum deles quer dar à polícia qualquer razão para apontar o dedo para mim ou olhar mais fundo.

Estou grata por Deacon que estava na entrevista e ao advogado do clube, Matthew, que ficou ao meu lado, pronto para cortar se as coisas fossem muito intensas.

Eles queriam saber minha história de vida. Se eu precisava de dinheiro. Como nossa relação estava. Por que sai por tanto tempo e escolhi voltar agora a Athens. Eles estão à procura de uma razão para me culpar por sua morte. Eles não vão encontrar uma, porque tenho um álibi hermético com um clube cheio de pessoas que prontas para atestar que eu estava lá.

“Tem certeza que não quer que eu vá com você?”, Pergunta Wrench, seu rosto tenso.

Balanço a cabeça. “Não, precisa estar aqui. Não vai levar muito tempo, só preciso assinar alguns papéis e deixar Eric saber que não quero nada de tudo o que ele me deixou.”

“Quero que leia tudo o que assinar. Sei que Matthew os viu, mas seja cautelosa, e apenas... tenha certeza”, diz ele, segurando meu olhar com intensidade.

Vou em encontrar com Eric em seu lugar para ver o testamento de Peter. Já tinha digo que não quero nenhuma parte do dinheiro sujo de Peter e ele entende. Só quero fazê-lo logo para tornar isso uma parte do meu passado, uma memória e poder começar a esquecer e me recuperar.

Wrench, por outro lado, tem coisas que precisa fazer no clube. Eles sabem que a polícia vai aparecer, é apenas questão de tempo, sabendo de minha conexão com eles e Optimus. Com as exigências de liberdade condicional de Wrench, ele precisa se livrar de toda a merda no computador e armazenar em outro lugar. Mas antes disso, ele precisa certificar-se que não há evidências de que o clube fez qualquer coisa.

Está levando muito tempo. Aparentemente, não é tão fácil apenas destruí-lo. Não. Há evidência em todos os lugares que podem colocá-lo na merda mais profunda do que conseguiria sair.

Deacon conseguiu segurá-los o máximo possível, mas estão vindo para o clube. Eles sabem que o clube tem motivo para querer matar Peter. Especialmente quando veio à luz que Ruby, a jovem que foi morta, cresceu na área e era filha de dois de seus amigos mais próximos. As pessoas viram os dois juntos.

Meu estômago torce quando imagino o que ele fez para a pobre menina. Graças à Optimus e o clube, tive uma fuga. Ela não teve, e pagou o preço.

“O que quer dizer com ter certeza?” Pergunto com uma sobrancelha levantada quando suas palavras totalmente entram no meu cérebro.

Ele revira os olhos e cruza os braços sobre o peito, apoiando o cotovelo na barra. “Só estou dizendo... já disse antes, se quiser manter o dinheiro-”

“E eu disse antes, não quero isso”, respondo, interrompendo-o efetivamente.

Já tivemos esta discussão. Wrench quer que eu tome decisões sobre o que fazer, mesmo que isso signifique aceitar o dinheiro que ele sabe que irá manter nossa família por toda a vida. Wrench não está sofrendo por dinheiro, ele tem um bom rendimento e dinheiro escondido, junto com uma casa e propriedades.

E eu tenho meu negócio. Mesmo através de todas as besteiras que aconteceram, ele ainda está correndo razoavelmente bem, graças principalmente à Skylar e algumas meninas que contratei. Não ganho milhões, isso é certo, mas posso ganhar a vida.

“Vá e faça o que precisa fazer,” digo a ele, ficando na ponta dos pés para pressionar um beijo suave em seus lábios, recusando-me a discutir mais. “Vou te ver num par de horas... talvez menos.”

Ele assente, mas posso dizer que não está feliz com isso. “Aqui está seu novo celular, adicionei todos do clube.” Pego-o e coloco no bolso. Com a mídia me perseguindo, ele sentiu ser melhor apenas mudar de número e começar de novo. Concordei, grata por não ter que lidar com chamadas e mensagens dia e noite. Beijo-o em agradecimento, mas sua carranca permanece.

A animosidade de Wrench com Eric ainda é tão forte como sempre, mesmo tendo em conta a quantidade de vezes ao longo das últimas semanas, que ele me apoiou e nos ajudou.

“Eu te amo”, digo com um sorriso antes de me afastar.

Seu rosto suaviza. "Amo você também. Apenas acabe com isso para que possamos seguir em frente...” ele sorri, ‘...e comemorar.’

Aceno e consigo um sorriso dele antes de virar e ir para a porta.

Isso acabará em breve.

Posso sentir.

 


“Venha”, diz Eric com um sorriso caloroso.

Decidimos nos ver em sua casa, em vez do escritório, principalmente porque os meios de comunicação ainda estão nos perseguindo por uma história, acampando fora de seu negócio, esperando-o sair em todas as horas. Felizmente, eles não tiveram coragem de fazer a mesma coisa na sede do clube, então estive escondida lá, pelos últimos dias. Eric faz um gesto para a mesa da sala de jantar, onde há uma enorme quantidade de papéis em pastas e canetas prontas.

“Matthew deu uma olhada neles e fez as alterações que solicitou. Então, estamos prontos, eles só precisam de sua assinatura.”

Wrench é cauteloso e tenho a certeza de que seu advogado passou por cada detalhe da droga do testamento, e isso garante no que diz respeito aos meus próprios desejos, que tudo está coberto.

Não quero nada.

Nem um único centavo.

Não qualquer coisa que possa me amarrar a ele.

Tudo que quero é esquecer.

Sento-me à mesa, sentindo-me quase bem sobre o que está prestes a acontecer. Não estou assustada ou apreensiva, estou apenas ok. Bem com o fato de que meu marido está morto, um conceito que muitos achariam devastador ou debilitante, algo que esmagaria seu mundo. A diferença é que não amava esse homem. As únicas emoções que sentia por ele eram raiva e ressentimento pelo que ele fez comigo. O mundo é um lugar melhor sem ele, tanto quanto estou preocupada, o meu especialmente.

Eric se senta ao meu lado e um após o outro, leio cada papel e coloco minha assinatura na parte inferior, assim como Wrench insistiu. Eric senta pacientemente comigo, oferecendo-me um sorriso de apoio ocasional.

“Último”, diz ele, deslizando o papel na minha frente e, em seguida, ficando em pé. “Quer uma bebida para comemorar?”

Penso sobre isso por um segundo quando a caneta paira. “Sim, na verdade, isso será ótimo”, respondo com um sorriso antes de voltar minha atenção para o papel.

Ele se move para seu bar e pega alguns copos. “Uísque certo?” Ele ri.

Sorrio. "Você me conhece tão bem."

Um minuto depois, ele coloca o copo sobre a mesa quando minha caneta percorre o papel, e pressiono um ponto final antes de levantar a caneta com uma respiração profunda e a colocar de lado.

“Uau”, digo enquanto reúno os papéis e os bato sobre a mesa para coloca-los numa pilha. "É isso aí."

Eu os entrego, e ele sorri enquanto desliza-os numa pasta cinza. “É isso aí”, ele repete e pega seu copo, o gelo dentro tilintando. Ele ergueu-o. "Aqui está o seu."

Sorrio. "Obrigada."

Nossos copos batem juntos, e levo a bebida aos meus lábios, saboreando o gosto do líquido e a forma como ele queima quando reveste minha garganta. Ele é forte, mas refrescante, e sinto meu corpo instantaneamente relaxar, meus ombros caindo quando me recosto na cadeira confortável.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas bebericando em nossos copos, aproveitando o fim do que parece ser uma parte da minha vida que não conseguia escapar.

“Qual é a sensação de ser uma mulher livre?” Eric pergunta com um sorriso.

Dou de ombros, acho que há muito tempo já me vejo como livre de Peter, mas agora está apenas consolidado. E a ideia de que posso seguir em frente sem sua presença me assombrando, parece boa. Tomo outro longo gole.

“Incrível realmente,” respondo, meu corpo parecendo leve e solto.

Quão forte é essa bebida?

Minha mão fica fraca, e a deixo cair na mesa, o vidro batendo contra a madeira. Minha respiração fica superficial, e estou achando difícil me mover, meu corpo se tornando dormente.

É um sentimento que estou familiarizada.

A sensação que conheço tão bem.

Viro a cabeça lentamente para olhar Eric.

“Bom, fico feliz”, diz ele, sua boca se contorcendo num sorriso sádico. “Porque esta é a última vez que se sentirá assim.”

 

Capítulo trinta e quatro

Wrench

 

“Eles estão aqui”, Ham grita entrando no clube.

Estou sentado no bar tomando uma bebida, uma vez que finalmente consegui apagar meus rastros e links para o meu computador e mover toda minha merda para o quarto de Leo. Deixamos o computador com jogos para Macy e merda para o clube de modo que na maior parte, ele simplesmente parece de uso familiar ou de negócios normais.

“Droga,” amaldiçoo, terminando toda a cerveja que Jess acabou de me entregar, sabendo que provavelmente precisarei dela para passar as próximas horas tendo esses idiotas vasculhando nossa merda. Eles nunca encontrarão nada, isso tenho a porra de certeza, mas ainda vai irritar a todos vê-los virar tudo de cabeça para baixo, assim como fizeram no X-Rated.

“Eles estão esperando nos portões, solicitando que saia,” Ham diz quando Optimus fica de pé.

Ele revira os olhos. “Claro que estão, filhos da puta exigentes.”

Abaixo a garrafa de cerveja e sigo meu presidente e irmãos para fora, um sinal de solidariedade quando nos aproximamos do portão onde há três carros de polícia estacionados.

Vejo Blizzard olhar de soslaio para Optimus. “Não há muitos”, observa calmamente.

Ele está certo, três carros e seis oficiais, incluindo Deacon que tinha os ombros quadrados e um olhar tenso no rosto estando atrás dos dois detetives. Morris e Chapman, como tão elegantemente se apresentaram para nós no X-Rated, enquanto basicamente nos despojaram procurando e destruindo nosso estabelecimento. Morris é baixo e gordo, enquanto Chapman é alto e magro. O par perfeito.

Optimus acena para Ham abrir os portões, e ele corre para frente, abaixando-se para a tranca do portão. As grandes portas tremem quando abrem lentamente e ficamos entre eles.

“Meninos,” Morris diz com um rosto severo, enquanto Chapman não consegue tirar o sorriso dos lábios.

“Espero que tenha um mandado de busca, ou terei que pedir-lhe educadamente para sair,” Optimus diz para eles, cruzando os braços sobre o peito.

Chapman dá um passo adiante, mas nenhum de nós recua apesar de seu propósito de tentar nos intimidar. “Não temos um mandado de busca...” ele diz, seus olhos derivando sobre cada um de nós enquanto ficamos juntos como um grupo sólido. Fico surpreso, mas tento não deixar transparecer.

“Então sugiro que saia”

Seus olhos finalmente param em mim e seu sorriso fica mais amplo. “Mas temos um mandado de prisão.”

Mostro os dentes. “Que porra está falando?”, pergunto duramente quando ele puxa as algemas do cinto.

Morris dá um passo ao lado dele, empurrando um pedaço de papel nas mãos de Optimus. Seus olhos o percorrem rapidamente, Blizzard lendo por cima de seu ombro enquanto espero um veredicto.

“Foda-se,” Optimus amaldiçoa. Ele acena com o papel no ar. “Isso é uma besteira do caralho, e sabe disso! Podemos provar que ele não fez nada.”

“Que diabos está acontecendo?”, quero saber, olhando entre meu presidente e os detetives.

“Ryan Taylor,” Chapman começa, e faço uma careta para meu nome de nascimento, um nome que ninguém me chama agora, exceto minha irmã. “Você está preso pelo assassinato de Peter Davenport...” O resto das palavras se tornam um grande borrão, um borrão que ouvi milhões de vezes enquanto ele lê meus direitos. Mesmo a sensação das algemas fechando em meus pulsos é familiar, mas essa faz meu estômago revirar e meu temperamento ferver.

Olho para Op e meus irmãos que assistem com carrancas profundas. Op tem os papéis em seu punho como se isso fosse a única coisa impedindo-o de distribuir socos.

“Vamos encontrá-lo na delegacia,” Op diz avançando e me dando tapinhas no ombro e olhando diretamente em seus olhos. Sei o que ele está procurando, mesmo que eu tivesse no clube naquela noite que ele foi morto, ele precisa saber que não sai em algum momento e fiz isso. Que não atirei no idiota. Sei que, de qualquer forma, ele e o clube irão ficar ao meu lado, mas, primeiro, é um caso de saber exatamente com o que estão lidando.

Balanço a cabeça, deixando-o saber que não fui eu.

Seja qual forem as provas que conseguiram para um mandado de prisão é uma merda absoluta, e tem que haver uma maneira de porra provar isso.

Op assente, ouvindo as palavras que não disse, enquanto Chapman me empurra em direção a uma das viaturas policiais. Rosno profundamente na garganta e me afasto quando ele coloca a mão na minha cabeça para me empurrar.

Chapman ri. “Acho que já fez isso várias vezes, hein?” Ele gargalha quando coloca o cinto de segurança sobre meu corpo e recua, batendo a porta.

Olho meus irmãos, a Optimus já está direcionando-os para suas motos enquanto Blizzard assiste, seu celular no ouvido e sua boca se movendo rapidamente.

Morris sobe no lado do motorista e dobra-se, enquanto Chapman fica ao meu lado no banco traseiro. “Você tem o direito de permanecer em silêncio e toda essa merda, mas se há alguma coisa que precisa nos dizer, estamos totalmente dispostos a ouvir.” Morris sorri no espelho retrovisor quando liga o motor e afasta-se do meio-fio, os outros dois carros de polícia seguindo atrás de nós.

“Sim, tenho uma pergunta, na verdade,” digo, olhando Chapman, que me observa com um sorriso presunçoso. “Você pode chupar meu pau?” Pergunto a ele, apreciando a forma como seu rosto cai instantaneamente.

Morris ri, mas Chapman é rápido para retaliar, acertando seu punho em minha mandíbula. Imediatamente sinto o gosto de sangue encher minha boca, e viro a cabeça, cuspindo-o contra a janela.

O líquido gosmento manchado com carmesim escorre pelo vidro. Então me viro e o encaro. “Feri seus sentimentos ou alguma merda?”

Desta vez, ele dá outro soco, direto nas minhas costelas. Mal me encolho, tensionando meus músculos enquanto posso ver seu rosto se tornando cada vez mais vermelho, frustrado que não estou quebrado. Seguro minha fúria, sabendo que preciso manter a calma e não ser manipulado por estes idiotas.

Não fiz nada de errado, não toquei naquele filho da puta do Davenport.

Tenho fé que meus irmãos vão encontrar a evidência de que precisam. Tem que haver algo no clube que aponte para minha presença lá naquela noite, e não em sua casa atirando e o matando. Sem dúvida, eles já estão no telefone com Sugar para levá-la para fazer uma declaração, é com ela que estive toda a noite.

Quando chegamos à delegacia, meus irmãos não ficam muito atrás, parando as motos no meio-fio e descendo. A porta abre abriu e Cruiser saí, Optimus dando uma olhada no meu lábio partido e virando sua raiva para Chapman.

“Dez malditos minutos no carro e ele sai sangrando. Melhor ter uma boa explicação.”

Chapman abre a boca para se defender enquanto Matthew, o advogado do clube, aparece, descendo a escada da polícia.

“Eu também quero saber,” ele diz com firmeza, olhando para mim por uma resposta.

Sorrio. “Eu só lhe fiz uma pergunta.”

Matthew revira os olhos quando Morris me empurra em direção à delegacia.

“Consiga essa merda resolvida”, ouço Optimus dizer atrás de mim.

“Vou descobrir o que está acontecendo e te deixar saber”, Matthew assegura.

A delegacia de polícia está razoavelmente vazia quando me levam pela recepção e, em seguida, até uma das salas de interrogatório que conheço tão bem. Eles me soltam antes de pressionar meus ombros e forçar-me numa cadeira velha e deteriorada. Bufo em aborrecimento e esfrego as marcas vermelhas em torno de meus pulsos.

Matthew se senta ao meu lado, sua pasta caindo sobre a mesa com um baque alto. “Gostaria de ver o mandado.”

O oficial de pé ao lado da porta coloca alguns papéis sobre a mesa e Matthew os agarra, arrastando-os para seu lado. Ambos Morris e Chapman se sentam à mesa, descansando casualmente enquanto Matthew examina os papéis.

Depois de alguns minutos, ele finalmente fala, colocando os papéis em cima da mesa. “Ok, então diz que não há evidência razoável? O que é isso?"

Morris volta seu olhar ao meu. “Você já foi à casa de Peter Davenport, Sr. Taylor?”

Cerro meu queixo e franzo os lábios. “Sim, uma vez.”

“Quando foi isso?”, Ele pergunta, pegando uma caneta e rabiscando no bloco de notas a sua frente.

“Semana passada,” respondo honestamente. “Ele estava assediando minha mulher. Fui com meu presidente e vice-presidente dizer-lhe para se afastar.”

Mais rabiscos.

“Você forçou sua entrada?” Chapman diz, atraindo meus olhos para ele.

"Não. Fui educado pra caralho e ele bateu a porta na minha cara,” digo, falando sério.

“E o que disse a ele depois que ele supostamente abriu a porta?”

Reviro os olhos. “O que te disse, merda ... para se afastar porra da minha menina e deixá-la em paz.”

Chapman sorri. “Você quer dizer sua esposa, certo? Annabelle Sullivan?”

“Acho que todos sabemos exatamente quem está sendo discutido aqui”, Matthew interrompe impaciente. “Faça seu maldito ponto.”

Morris olha para o oficial de pé ao lado da porta e dá-lhe um aceno de cabeça. O oficial sai da sala. “Então você não tocou a porta em tudo, além de bater,” Morris diz, virando o rosto presunçoso de volta para nós.

"Não. Bati, ele a abriu, tivemos a conversa, em seguida, ele bateu a porta na minha cara. Feliz?"

A porta se abre novamente, e um grande saco de provas é colocado sobre a mesa na nossa frente. Inclino-me para frente, tentando descobrir o que diabos está lá dentro.

“Se isso for verdade, então por que são suas impressões digitais na maçaneta da porta de Peter Davenport?”, pergunta Chapman, inclinando-se para trás e ligando os dedos atrás da cabeça. “Acabou de admitir que só esteve lá uma vez, e durante esse tempo não abriu a porta, só bateu.”

Estudo o objeto. Por um momento estou confuso. Não toquei a porra da maçaneta da porta de Davenport, não tentei abrir ou qualquer coisa.

Mas então me lembro ...

Morris concorda. “O que significa que deve ter estado lá outro dia ... ou outra noite.”

“Há uma coisa errada com sua teoria, meninos,” digo com uma risada.

O rosto de Chapman cai rapidamente, e ele se inclina para frente como se estivesse pronto para morder a porra da minha cabeça. "E o que é isso?"

“Essa não é maçaneta da porta de Peter Davenport.” Mesmo quando digo as palavras, a realidade do que realmente está acontecendo surge e meu estomago vai parar na garganta. “É de Eric Deanwell.”

 

Capítulo trinta e cinco

Sugar

 

Não posso fazer nada enquanto me esforço para me levantar no banco de trás de seu carro, minhas mãos e pés amarrados. Eric salta para o assento do motorista e segue tão rapidamente da calçada para a rua, que meu corpo é arremessado como uma boneca de pano. Estou dormente, nem sequer sinto nada quando minha cabeça é esmagada contra a porta e meu pescoço dobro de modo não natural. Minha respiração está superficial e minha visão embaçada, meu cérebro trabalhando horas à mais para descobrir o que diabos está acontecendo.

Lambo meus lábios, eles estão secos e rachados. “O que...e?” Consigo perguntar, mas até mesmo quando o ar em volta de mim parecia pesado e todos os ruídos se tornam maçantes

Posso ouvi-lo rir. “Falaremos em breve, Annabelle, vai estar se sentindo muito sonolenta num minuto. Eu coloquei o suficiente de 'Maniac' apenas para te fazer se sentir bem, mas também adicionei um sedativo.” É como se ele estivesse longe, ou falando comigo através de um túnel. Estou me sentindo sonolenta e drenada, mas também posso sentir o 'Maniac' agindo, e estranhamente, me sinto meio que bem. É como se estivesse cochilando na cama mais confortável, o barulho do mundo bloqueado.

Apenas paz na minha mente.

“Não sou muito bom com esse tipo de coisa. Dosagens e outras coisas. Esse sempre foi o forte de Peter. Então, é melhor esperar que se caia no sono...” ele ri,‘... se for acordar novamente.”

Ouço suas palavras quando a escuridão começa a me consumir, minhas pálpebras fechando.

O que não consigo descobrir, é o porquê disso.

Mas estou muito insensível para me preocupar.

 


Gemo quando rolo, minha cabeça ainda parecendo estar nas nuvens, mas meu corpo funcionando um pouco melhor. Meus olhos abrem quando ouço a voz de Eric.

“Levante-se e brilhe, bela adormecida”, diz ele. Ele parece muito mais claro agora, muito mais em foco.

Torço meu corpo, percebendo que as restrições foram embora e tento empurrar-me para cima da cama. Meus braços e pernas tremem, e no segundo que estou na vertical, tenho que apertar os lábios e cobrir a boca para me impedir de vomitar.

“Aqui.” A lata de lixo é empurrada na frente do meu rosto bem à tempo, o conteúdo do meu estômago é expulso e respinga contra os lados.

Há suor na minha testa, e sinto frio como se estivesse em um congelador. Começo a tremer incontrolavelmente, e enquanto meu corpo está pirando, meu cérebro começa a lentamente colocar as peças juntas.

“Q... quanto tempo... tenho estado ... fora?”, pergunto, abraçando o mau cheiro que vem do meu corpo, sabendo agora que estou provavelmente longe de terminar.

Eric sorri de seu assento do outro lado da sala num grande sofá creme de três lugares, bebida na mão. Parece que estamos em algum tipo de quarto de hotel. E não apenas o típico quarto de motel 'que se permanece enquanto sequestra meninas’. Não, não com Eric. Este quarto é lindo.

Estou sentada no centro do que tem de ser uma cama King, com lâmpadas florais extravagantes estrategicamente colocadas em ambos os lados. Olho da cama para janelas do chão ao teto, com vista para a cidade.

Mas qual cidade?

Não tenho certeza, meu cérebro ainda incapaz de calcular a informação como deveria.

“Cerca de quatro horas, mais ou menos,” ele finalmente responde, puxando meus olhos de volta para ele.

Quatro horas?

Posso estar em qualquer lugar.

Isso, e agora tenho certeza do que está acontecendo. Estou caindo, tendo abstinência.

A dosagem de 'Manic' que ele me deu não é forte. Peter muitas vezes brincou com miligramas à mais ou à menos, a fim de ver quanto tempo os efeitos durariam antes que eu estar desejando mais.

Já podia sentir isso acontecendo, meu corpo querendo mais. O barulho está de volta, um zumbido baixo em meus ouvidos, que consegui escapar durante tantos anos. Meu estômago embrulha, e empurro meu rosto de volta na lata, encolhendo-me com o som de mais vômito saindo.

“Eu não entendo”, digo calmamente enquanto limpo minha boca com o braço.

Forço-me a respirar fundo pelo nariz e soltar através da boca, tentando acalmar meu corpo e minha mente enquanto gritam por algo para matar a dor.

“Você não é tão inteligente quanto te dei crédito, Annabelle,” Eric me insulta, levantando e caminhando em direção às grandes janelas. Ele olha para a cidade, pressionando a mão no vidro. “Peter realmente te amou, sabe.”

Minha reação imediata é de zombaria. "Difícil de acreditar."

Meu corpo estremece. Quero me mover e puxar os cobertores da cama, o frio na minha pele quase demais para suportar. Ele se vira para mim. Foi-se o olhar de compreensão e empatia que sempre recebi dele. Seu rosto agora é torcido neste homem que não conheço, seus traços frios e indiferente.

“Sabia que Peter tinha um transtorno psiquiátrico?”, ele perguntou casualmente.

Engulo. “Não até r... recentemente.”

Wrench encontrou em sua busca, mas meu cérebro simplesmente não consegue lembrar, a neblina ainda muito grossa.

Wrench.

Jesus, onde está Wrench?

Ele está lá fora, procurando por mim, o clube também.

E Eric, eles saem que estou com ele. Eles sabem.

Por favor, deixe-os saber, deixe-o me encontrar.

“Transtorno de Personalidade Narcisista”, diz ele lentamente. As palavras tocam um sino na minha cabeça. “Basicamente, ele pensava ser o melhor, o mais inteligente, o mais rico. Ele pensava que ninguém iria se comparar com o quão incrível ele era.” Suas palavras são duras, seu tom sarcástico como se estivesse falando de uma criança que disse a toda a sala de aula com plena confiança que ele é o Superman.

“Peter ajudou a descobrir a droga 'Maniac', mas fui eu que dei a ideia de que vendê-la. E assim usá-la para realmente ganhar dinheiro”, explica enquanto anda pelo quarto para onde há uma pequena garrafa de licor. Ele enche o copo e toma outro gole, lambendo os lábios antes de falar novamente. “No começo, ele não quis, ele não queria dividir você com ninguém, mas uma vez que começou a ver quanto poder isso lhe dava ... ele entrou comigo. Usamos você como uma... demonstração, eu acho. Aproximando os criminosos, deixando-os ver como a droga funciona... como você reagia”.

Encolho-me, estreitando os olhos enquanto tento lutar por memórias, sabendo que se virem agora será impossível. Elas me consomem. É difícil, a retirada com minhas emoções elevadas, arrastando-me por um caminho sombrio que tenho tanto medo.

“Infelizmente para ele, ele se apaixonou por você, e logo estava lutando para protegê-la”, Eric zomba como se a ideia fosse patética. “Ele mudou seu foco para longe do plano, e começou a perceber que, em vez de ajudá-la, isso estava realmente ferindo-a. Ele a deixou, pensando que fazia o que era certo, e veio me ajudar a construir nosso mercado em Nova Iorque.”

As peças do quebra-cabeça estão se encaixando, deslizando no lugar.

“Mas no momento em que ele voltou, e você se apavorou, pedindo-lhe para tirar a dor...”, diz ele com uma risada em sua voz, ele obviamente acha minha luta divertida, hilariante quase “, ... ele fez a única coisa que sabia que iria ajudar. Ele lhe deu as drogas. Mas eu sabia que, no momento em que voltasse para dentro de sua cabeça, iria tentar novamente sair.”

“Eu engravidei”, sussurro meus pensamentos em voz alta.

Eric ri alto, o ruído machucando minha cabeça, fazendo com que o zumbido fique mais alto. “Não poderia ter planejado melhor se tivesse tentado. Estive estado ao redor e fui o bom rapaz e disse-lhe para correr, mas você já estava na maldita porta, só tive que dar um pequeno empurrão.”

Solto mais vômito no interior da lata que já está começando a fazer o quarto feder.

Eric ri de novo, obviamente apreciando a dor de que sinto, sabendo exatamente como meu corpo está reagindo. Meus músculos doem, e minha cabeça nada enquanto luto para juntar-me novamente. Passei por isso antes, e sei que as próximas horas não serão bonitas.

“Peter foi um pequeno macaco útil pelos últimos seis anos, produzindo novas drogas, ajudando-me a testá-las, mas sabia que no momento em que voltasse para a cidade, ele iria lutar de novo. Ele te veria novamente e assumiria que é dele”, ele diz, revirando os olhos. “Isso é exatamente o que aconteceu. Então resolvi o problema antes que ele pudesse criar uma consciência.”

Ouço a dobra de um saco de plástico, e minha coluna tensiona. Forço-me a não olhar para ele. Sou forte, não faria o que ele quer que eu faça. Ele quer que eu porra implore por mais, que fique de joelhos para que ele possa me olhar, enquanto imploro para fazer a dor ir embora. Com meus olhos voltados para a janela, me recuso a olhar para ele enquanto o sol está se pondo sobre a vasta paisagem urbana. Uma que gostaria de poder descobrir o nome.

Wrench virá para mim.

Ele irá me encontrar, sei que fará.

Um pensamento surge em minha cabeça, então o expresso. "O clube. W... O que eles têm a ver com isso?”

“Mmm”, ele cantarola em aborrecimento. "O clube. Temos compradores no Alabama... grandes ... aqui mesmo na cidade.”

Essa declaração me aquece por dentro. Ainda estamos no Alabama, pelo menos, isso é uma coisa.

“Os Brothers têm sido uma dor na minha bunda por anos. Primeiro, só gostei de colocar os bastardos presunçoso longe. Eles pensam serem reis nestas partes. Então, quando quis introduzir o 'Maniac', os compradores ficaram hesitantes, sabendo que se o clube cheirasse isso acontecendo, não haveria guerra. Preciso que o clube acabe”.

Balanço meu corpo, tentando aliviar alguns dos sintomas que estou sentindo. “S... soa como se fosse bucetas6.”

Eric ri sombriamente. “Engraçado dizer isso. Buceta é apenas a palavra que pensava. Não no diz respeito a eles, embora, mas a você.”

O frio no meu corpo fica mais forte, suor escorre por meu cabelo e rosto. Ouço que ele diz. Lembro exatamente para quem ele está vendendo as pílulas.

Traficantes.

Malditos traficantes de humanos.

“C... como pôde fazer isso?” Gaguejo, segurando a lata de lixo em minhas mãos. O ruído em minha cabeça está se tornando mais forte, e quero bater a cabeça contra uma parede e gritar para ele parar. “E quanto a L... Lisa? O que ... ela diria?”

Tento desesperadamente jogar com o que acho ser seu lado humano. Descubro que, ele não tem um.

“L ... Lisa ...” ele zomba, “... está lá fora em algum lugar, fazendo exatamente a mesma coisa que você irá. Implorando por drogas, usando seu corpo para tê-las, sendo uma boa viciadinha. Não menti quando disse que ela era muito curiosa para seu próprio bem.”

Suspiro.

Ele vendeu a esposa.

Teve sua porra de esposa viciada e vendida.

Assim como fará comigo.

“Bem...” ele diz alegremente, seu tom mudando dramaticamente, “...vamos ter sua sessão de fotos terminada, e esperar que os compradores apareçam logo.”

Ele estende a mão e agarra meu tornozelo, luto, o lixo voa para fora da cama e para o chão, derramando o conteúdo em todos os lugares. Empurro-o, mas meus movimentos estão lentos e meu corpo fraco. Ele sobe em cima de mim, seu corpo prendendo o meu na cama. A mão de Eric vai para minha garganta, e ele aperta. Afundo as unhas em seus pulsos quando ele levanta a mão com uma pílula entre os dedos.

Não, de novo não. Não posso fazer isso novamente.

Fecho meus lábios e sua risada aumenta. “Tudo bem, então, vamos jogar do seu jeito. Quanto tempo pode prender a respiração, Annabelle?”

Ele solta minha garganta e usa os dedos para apertar meu nariz. Meu corpo treme na cama lutando para afastá-lo, mas estou ficando cansada, meus músculos já gritando para desistir, o barulho em meus ouvidos tornando difícil me concentrar.

Preciso lutar.

Estou ficando tonta, meus pulmões gritando por ar enquanto ele ri loucamente em cima de mim, como se ele soubesse que não posso ganhar.

Eu não posso.

Finalmente, incapaz de durar mais tempo, ofego por ar, e ele deixa cair a pílula na minha boca. Instantaneamente, tento cuspi-la, mas sua mão aperta meu queixo e ele fecha-o. Sei que não há combate, a pílula está derretendo na minha língua.

“Engula,” ele diz, apertando meu nariz novamente.

Eu não tenho escolha.

Ela escorrega na minha garganta com facilidade e Eric ri como um psicopata maldito quando saiu de cima do meu corpo agora mole. Lágrimas escorrem por meu rosto enquanto espero os efeitos tomarem conta de mim. E na parte de trás do meu cérebro a viciado em mim salta de alegria.

A abstinência terá ido em breve.

Assim como o ruído, levando um pedaço meu com ele.

 

Capítulo trinta e seis

Wrench

 

“Onde ela está, cara?” Pergunto à Optimus, meu corpo e mente absolutamente derrotados. Ela sumiu a mais de vinte e quatro horas e estou prestes a perder a minha mente.

Não dormi na noite passada, estou funcionando com pura adrenalina, e tenho meu computador executando o software de reconhecimento facial que Judge me enviou ontem à noite.

Morris e Chapman tentaram pelo maior tempo possível, mas quando saiu, Peter estava em sua lista de vigilância por um par de semanas agora, sendo o criador dessa assim chamada droga que tentavam erradicar.

Não levou muito tempo para que puxassem as fotos de sua casa do dia antes de seu assassinato e perceber que eu estava dizendo a verdade, as maçanetas foram trocadas.

O resto das evidências apontam para Eric Deanwell, e com Sugar desaparecida, posso ver o quão estúpidos eles se sentem, obviamente, por já terem o interrogado.

Bom, espero que gastem tempo perseguindo suas bundas ou escondendo as cabeças de vergonha. Porque se eu encontrar uma prova disso primeiro, vou matá-lo.

Agora é apenas depois do meio-dia, e eu ainda não tenho nada. O celular de Sugar foi jogado fora de Athens, e desde então, não temos uma ideia de merda de onde Eric a levou. Nesta fase, ela pode estar à meio mundo de merda, e não temos nenhum maldito indício.

“Calma,” Optimus diz severamente. “Nós vamos porra encontrá-la, prometo. Temos irmãos espalhados por todo o estado, Kit fez o mesmo com seus meninos. Se ela está por perto, seremos capazes de enviar alguém para ela em meia hora.”

Cerro os dentes.

Ambos, Op e Kit acionaram um punhado de irmãos por todo o estado e em grandes cidades ou vilas. É um risco que tenho que correr, meu instinto dizendo que ela ainda está por perto, que ele não teria tentado voar com ela. Isso, e durante a igreja na noite passada, conseguimos reunir algumas das peças do quebra. Eric tem estado na bunda do clube por muito tempo, sua vingança contra nós se tornando bastante óbvia. Ele quer nos destruir, mas quanto mais veio para nós, mais forte nós porra ficamos. Ele tentou derrubar todo o clube, mas não iriamos deixar, cada um dos nossos membros disposto a intensificar a cada maldita vez e receber um golpe pela equipe apenas para que o clube sobrevivesse.

Ele nos subestimou.

Infelizmente, nós o subestimamos também.

Há uma razão que ele querer levar o clube para baixo, e tem que ser simplesmente porque precisa reinar livre onde se mantém forte.

Vou matar o filho da puta.

Balanço minha cabeça. “Ela é tudo, cara.”

Optimus me olha diretamente nos olhos. "Eu entendo."

Graças a Deus Harlyn não está por perto, porque se eu visse a garoto agora, só poderia quebrar, sabendo que não fiz o que eu deveria e protegi sua mãe. Ela ficou com minha irmã ontem à noite, e ela vai buscá-la depois da escola também. Optimus está preocupado com ela fazendo perguntas, querendo saber onde Sugar está desde que ela fica no clube recentemente.

Tiro meu boné e coço a cabeça. Preciso tomar um banho ou algo assim, tentar acordar meu corpo, certificar-me que estou alerta. O pensamento de comer me fez sentir fisicamente doente, então não como. Quero a porra da minha mulher de volta, sei que ela está em pânico, possivelmente tendo um ataque e não posso porra estar lá para ela.

Meu coração doí, e toco meu peito. “Eu nunca porra pensei que poderia encontrar alguém que sentisse...” Luto para encontrar palavras. “... que eu só porra sentisse. Que me entenda, minha vida, quem eu sou. Nunca pensei encontrar alguém que teria todo esse medo de perder. Sinto como se estivesse faltando algo.”

Os últimos meses foram tudo menos bons ventos para nós, mas lutamos contra isso e não importa a porra que aconteceu, sempre voltamos juntos. Como ímãs malditos que não podem estar separados.

“Quando finalmente percebe, bate em você como uma tonelada de tijolos porra, vou dizer isso,” Blizzard concorda.

Ele e Rose tem seus próprios problemas. Ela machucou o clube, machucou todo mundo que Blizzard se importava, mas essencialmente isso não era ela. Ela foi enganada e manipulada. E ainda levou a Blizzard um longo tempo para confiar nela, no entanto. E quando ela estava em perigo, ele percebeu exatamente o que poderia perder.

“Wrench!” Hadley chama do topo das escadas com Macy em seu quadril. Corro e a olho. “Seu computador está fazendo sons malucos!”

Corro até as escadas, Hadley conseguindo saltar para fora do caminho há tempo quando passo por ela, Macy ri alto.

Posso ouvir o som quando alcanço minha porta e afasto a cadeira do computador do caminho quando me inclino sobre a mesa, examinando a tela.

“O que isso quer dizer?”, Pergunta Optimus, correndo atrás de mim e Blizzard logo atrás.

Olho para ele com olhos arregalados, olhando uma foto dela, exposta sobre uma cama, com os olhos fechados. Ela foi claramente posicionada de forma provocativa, mas não posso dizer se ela está acordada ou apenas recusando-se a olhar para a câmera.

A única coisa que sei com certeza.

Ela ainda está viva, e ainda está no estado.

“Por favor, não me diga que é o site que acho que é,” Optimus diz, com a voz carregada de medo.

Minha cabeça pende. "Sim. E ela foi vendida trinta minutos atrás.”

É um site de tráfico. Não posso nem porra acreditar que estas coisas ainda acontecem por aí, mas sei que o FBI os monitorava todos os dias, à procura de meninas desaparecidas na esperança de encontrar pistas. Aquelas onde as trocas são baixas. Infelizmente, muitas vezes demoram algumas semanas até eles serem derrubados, e novos são iniciados e circulam através da comunidade tentando afastar a polícia.

“Birmingham”, leio em voz alta, antes de virar para Op. “Temos um homem em Birmingham?”

“É lá que Leo está”, diz Hadley, enfiando a cabeça na porta.

Op assente e pega seu celular, pronto para fazer tantas chamadas quanto possível para mandar cada um para aquela cidade.

“Como diabos vamos descobrir onde ela está? Essa cidade é enorme”, Blizzard geme, andando pela sala.

Meu cérebro está selvagem. A imagem de Sugar deitada sobre a cama de calcinha, me olhando da tela do computador, com grandes letras vermelhas gritando VENDIDA na minha cara.

“Imagens de buscas de quartos de hotel na cidade. Veja se pode encontrar um que parece com o que ela está,” diz Hadley, falando novamente.

Suas palavras acendem um fogo em minha bunda, e a olho por cima do ombro. “Se não fosse mulher do meu irmão, eu te agora,” digo a ela com um sorriso.

Ela revira os olhos. “Você esquece, vivi com agentes do FBI durante anos. Sei tudo sobre os seus truques.” Ela me dá uma piscada e sai pelo corredor.

Rapidamente faço uma pesquisa de imagens de hotéis em Birmingham, Alabama. Blizzard e eu fazemos uma varredura por eles, enquanto Optimus está no fundo, chamando tantos irmãos quanto humanamente possível para estar lá.

“Hey”, Blizzard grita no meu ouvido, apontando para a tela. puxo a imagem de Sugar e coloco lado a lado. Eles são idênticos. Clico na imagem.

“Grand Regency Hotel,” leio em voz alta, em seguida, olho para a Optimus, que está imediatamente digitando uma mensagem no telefone. Quando ele olha para cima, estreita os olhos para mim.

“Tenho Leo indo para lá agora. Que porra está esperando?”

Não preciso ouvir as palavras, mas assim que alguém valida, estou correndo pela porta e indo para minha moto com meus irmãos logo atrás.

Como sempre estão.

 

Sugar


“Quer brincar comigo, minha pequena viciada?”

Não posso me mover, não posso escapar dele. Sinto sua mão escovando meu cabelo do rosto, seu toque frio contra minha pele quente. Eu quase gosto.

Não! Ele é o inimigo. Ele fez isso com você.

Aquela voz está de volta, gritando de algum lugar na minha cabeça. Tudo o que sei é que me sinto bem. As abstinências, elas estão piores do que antes. Pensei ser forte o suficiente para combatê-las, para passar, mas assim que as drogas saem, ele escorrega outra pílula através de meus lábios. E parei de lutar.

“Já lhe disse que 'Maniac' nunca realmente acaba com os sintomas? Quando engole isso intensifica-os, faz você se sentir como se precisasse de mais pílulas.”

Ele ri. Parece muito distante, mas posso senti-lo ao meu lado. Vejo sua silhueta quando ele me olha, sinto seus lábios em minha testa.

Suas palavras realmente não significam nada, estou dormente, num estado de indiferença e de paz.

Sei que elas são importantes, mas simplesmente não consigo descobrir o porquê.

“Recebi um telefonema de seu novo proprietário”, ele murmura em meu ouvido. “Ele estará aqui em breve para te ver.”

Ouço o que ele diz.

Mas não me importo.

Não consigo sentir nada.

Não quero sentir nada.

“Se ver minha esposa, diga a ela que disse oi.”

Eu quero ser insensível.

 

Capítulo trinte e sete

Wrench

 

Fizemos em uma hora, um passeio de pouco mais de uma hora e meia. Graças a porra da estrada livre, e mais uma vez Deacon teve nossas costas, nos dizendo onde os agentes de trânsito estariam, mas alertando-nos que, se pegassem nossas motos em alta velocidade, seria nosso problema para resolver.

Optimus um dia terá de reconhecer o quão frequentemente Deacon coloca sua bunda em risco pelo clube.

Leo nos encontra ao virar a esquina do hotel, estacionamento nossas motos no shopping algumas ruas depois. Tentamos seguir a curva dos edifícios quando fazemos o caminho para o hotel, não tenho certeza se ele será capaz de nos ver por uma janela ou algo assim.

“Liguei para o hotel e pedi que me passem seu quarto,” Leo explica enquanto corremos em direção ao prédio. “Felizmente ele é um idiota e imediatamente disse: 'Você não deveria ligar até hoje à noite.”

Antes de deixarmos o clube, tive a ideia se dar a Leo o nome de usuário da pessoa que comprou Sugar. Ele foi capaz de usar isso para mudar a hora da reunião com Eric, então ele pensa estar recebendo o comprador, mas estamos prestes a chegar primeiro. Isso alivia um pouco a dor em meu peito, saber que ela ainda está lá e pela a aparência das fotos que ele postou, não foi ferida.

O celular de Optimus toca pouco antes de atingir o edifício e todos paramos enquanto ele o verifica. “Quase todo mundo está aqui. Todos nossos meninos, Kit e seus rapazes devem chegar em vinte minutos.”

Dois clubes inteiros, que se reúnem nesta cidade, prontos para levar minha garota para casa. Empurro meus ombros para trás. Isso mostra o que fraternidade é. Homens que nunca viram Sugar, saindo de diferentes cidades e dirigindo por horas, dispostos a fazer o que for preciso, sem qualquer dúvida, porra, porque sabem o que ela significa para mim, e sabem o que ela representa para o clube.

Ela é minha Old Lady.

Família protege família.

Não importa o que, porra.

“Quero-a de volta agora”, digo severamente, ódio em minhas palavras. Sou como uma cobra, equilibrado e pronto para atacar. Meu veneno pronto para quem tentar entrar no meu caminho. Sangue será derramado hoje, e ficarei feliz em banhar-me nele.

Ninguém pega o que é meu.

Ninguém machuca as pessoas que eu porra me importo.

Passamos pelas portas da frente do hotel, a atmosfera de classe alta ostentosa tão incrivelmente Eric Deanwell. Como ele poderia ter escolhido qualquer outro lugar?

Leo dá um passo adiante, explicando para a menina atrás do balcão que estamos aqui para vê-lo.

“Ah, sim, ele está te esperando”, diz ela com um sorriso. “Ele está no piso superior, o que significa que o elevador abre diretamente em sua suíte. Então, uma vez que chegar lá, apenas aguarde alguns instantes e ele te deixará entrar.”

“Obrigado, senhora”, Leo responde educadamente, e segue na direção dos elevadores. Assim que está dentro e as portas fecham, todos estendemos a mão para nossas armas, verificando as câmaras e colocando-as de volta no lugar. Clico a trava de segurança, porque sei que não vou parar, na hora que tiver uma chance, ele será um homem morto. Ou talvez deva atirar na rótula de seu joelho e apenas brincar com ele por um tempo. Faze-lo sentir dor de verdade.

O elevador para no andar de cima e fico lá, nossas armas apontadas para a entrada, procurando qualquer coisa. Não sei se há homens com ele, ou se ele trabalha sozinho. Não tenho certeza do que esperar.

Um zumbido soa e lenta, mas seguramente o elevador abre. Saio, minha arma pronta, meu olho à procura de um alvo.

"No quarto. Por favor, venha até aqui”, a voz chama, o barulho ecoando contra as paredes. “Disse em seu primeiro e-mail que não estaria aqui até depois das seis. Estou bem com você chegando cedo, só passava o tempo.”

Olho para Leo, que assente. “Nosso plano de voo mudou no último minuto. Tem a menina aí?”, ele pergunta, baixando a voz apenas um pouco e tentando se livrar do sotaque sulista.

“Sim”, Eric responde. “Estou dizendo, as fotos simplesmente não fazem justiça.”

Blizzard entra no banheiro antes de irmos para o quarto. O olhar de Op encontra o meu e ele acena para eu ir primeiro, simplesmente porque sabe que se houver um tiro gostaria de ser o único a dispará-lo.

Pai de sua filha ou não.

Ela é minha agora.

Respiro profundamente, e, em seguida, passo pela porta, meu objetivo encontrando rapidamente o alvo. Deveria ter dado o tiro, mas o corpo mole de Sugar me abala quando ele a segura pela cintura ao seu lado. Eric moveu-se rapidamente dela, puxando Sugar para a frente de seu corpo, usando-a como escudo. A porra de um covarde.

“Coloque-a para baixo,” rosno, tentando manter minha arma estável enquanto olhava-a da cabeça aos pés.

Ela está vestida com uma camisola de seda que não impede a vista e mal chegou a suas coxas. Meu temperamento sobe mais ainda. Os olhos dela estão nos meus, mas não há nada por trás deles, eles estão em branco. Não há emoção, quase como se ela não me reconhecesse.

Meu coração acelera contra o peito. “Que diabos fez com ela?”

Ele leva alguns segundos, seus olhos se movendo de mim para Op e depois Leo, que ladeiam meu corpo em ambos os lados, mas nenhum de nós tem um tiro limpo.

“Ela está perfeitamente bem”, ele protesta quase presunçosamente. “Em tal estado de felicidade e paz que sua mente esteve ansiando tantas vezes.”

“Você a alimentou com aqueles malditos comprimidos de novo, não é”, grito, dando um passo para a frente. Tanto quanto posso dizer, ele não tem nenhuma arma. Posso correr para ele, o derrubar e afastar antes que ele possa fazer qualquer coisa para machucá-la.

Avanço, mas ele balança a cabeça, levantando a mão e sacudindo um pequeno saco, idêntico ao que encontramos no armário de Ruby no X-Rated.

“Você não quer fazer isso”, ele alerta, os olhos deslocando ao redor da sala, como se à procura de uma fuga. Ele não irá encontrar uma, no entanto. Não há nenhuma maneira que vá deixa-lo sair. Se não for desmaiado ou morto, ele não sairá desse quarto.

“Quer um pouco mais disso não é, minha pequena viciada?”, Ele sussurra para Sugar. Seus olhos se movem lentamente para o que ele segura na mão.

Ela balança a cabeça lentamente, como se estivesse em transe.

Não, esta não é ela.

Esta é a droga.

Ela está perdida dentro de sua própria mente. Ele a tem envenenada e ela não pode lutar contra.

“Abra a boca”, ordena, e ela responde rapidamente, seus lábios abrindo.

“Sugar, pare” Grito e por um segundo seus olhos focam, arregalando ligeiramente e me encarando. “Você não precisa delas. Estou aqui. Não irei a lugar nenhum."

Ela não responde, mas vejo um lampejo de reconhecimento em seus olhos antes que ele o afaste novamente com apenas um aceno do saco maldito. Ela é como um zumbi, nenhum pensamento, apenas seguindo sua necessidade de drogas, seu vício.

“Por que o clube, Eric?” Optimus fala, tentando mantê-lo falando. Na esperança de afastar sua atenção dela. “Você esteve tentando nos derrubar faz anos.”

Eric franze a testa. “O seu clube maldito e suas regras. As pessoas têm medo de vocês, e os que não tem não veem o Alabama como um estado que faz dinheiro, por isso não vale a pena lutar por isso”, ele zomba. “Mas eu vi a oportunidade, só precisava de você fora do caminho.”

“Então poderia começar a vender drogas e traficar mulheres?”, pergunto com desgosto.

“Se quer acreditar ou não, há um mercado para isso, e está acontecendo constantemente.” Eric ri, mas está se movendo nervosamente porque sabe que não há maneira de sair. “Alguém a comprou. Em trinta malditos minutos, eles a quiseram. Se não a tiverem, você está fodido. Eles virão atrás de você.”

“Esse é um risco que vou correr”, Optimus rosna, aumentando o aperto na arma em sua mão, o dedo pronto no gatilho.

Posso ver seu cérebro mudando mais e mais, considerando as opções, e espero pela sua vida e pela minha, que ele escolha não ir contra nós.

Acontece que, homens desesperados fazem coisas desesperadas.

Ele se arrasta seus corpos para trás. Sugar movendo-se com ele como um fantoche, embora seus olhos ainda estejam fixos nos meus. Ela está lá em algum lugar, ainda posso recuperá-la, mas depois disso, não tenho certeza de quanto tempo levará.

O som do elevador surpreende a todos por um segundo, alguém está no andar, querendo entrar. Eric usa a distração em sua vantagem. Ele segura-a na frente dele e inclinou sua cabeça para trás, despejando o conteúdo do saco em sua boca e pressionando-a fechada, então ela não tem escolha.

Seus olhos encontraram os meus, eles estão cheios de alegria, e não consigo me segurar por mais tempo. corro para ele e mais uma vez ele usa Sugar para se proteger, empurrando seu corpo para a frente e saindo pela porta aberta ao lado dele.

Seguro-a e tropeço para trás, mas ele só chega na metade do caminho da porta, seu corpo no ar, quando é atingido por uma rajada de balas. A metade inferior continua a avançar, enquanto a metade superior é jogado para trás com a força, atirando-o no chão, seus membros espalhados em posições estranhas e não naturais.

Blizzard salta sobre ele enquanto abaixo Sugar no chão e puxo sua cabeça para meu colo, tentando meu melhor para tirar o maior número de comprimidos de sua boca enquanto posso.

Sei que há muito mais.

Ela engoliu.

Blizzard estava tremendo de fúria. "Porra! Eu não pude fazer nada, se tivesse saído, ele teria me visto assim que não poderia dizer se ele tinha uma arma ou não.”

“Deixem-nos entrar”, uma voz vem dos alto-falantes na sala. É Kit, eles estão no elevador.

Leo corre para abrir as portas.

Movo seu corpo e bato em seu rosto, seus olhos completamente fechados agora.

“Precisamos levá-la ao hospital, porra,” Optimus diz urgentemente.

Estou prestes a levanta-la em meus braços quando um grupo de irmãos encheu a porta. Skins abre caminho através da multidão e cai de joelhos ao meu lado. Tecnicamente, ele não é nem uma prospecto ainda, mas está lentamente provando-se ao clube. Alguns dos irmãos naturalmente suspeitam, uma vez que ele era um agente do FBI apenas há alguns meses até sua operação ser encerrada.

“Onde ela está machucada?”, ele pergunta, os olhos vagando por seu corpo.

“Ele forçou um saco de pílulas por sua garganta,” digo, de repente, lembrando que ele costumava ser também um EMT7.

“Vire-a de lado”, ele ordena, e rapidamente obedeço, colocando-a de volta no chão e virando seu corpo. Posso sentir que sua respiração é fraca e não natural. “Desculpe Sugar”, ele pede desculpas antes de abrir sua boca e afundar dois dedos em sua garganta.

Sinto seu corpo convulsionar instantaneamente, e Skins consegue se afastar antes de uma onda de vômito atingir o chão.

Ele dá uma olhada rápida antes de se ajoelhar novamente e fazer a mesma coisa. “Desculpe bonita”, diz ele de novo quando empurra os dedos em sua garganta e, em seguida, afasta-se para trás quando mais bile e porcaria atingem o chão.

Está colorido, mas posso ver as pílulas dissolvidas dentro do líquido. Tento contá-las, perguntando-me quantas mais já entraram em seu sistema.

“Parece que temos muito pouco, mas ela ainda precisa de uma ambulância... pra ontem,” Skins diz, puxando seu celular do bolso e olhando Op.

Op concorda. "Faça a chamada. Você e Wrench vão com ela enquanto limpamos essa bagunça.”

Balanço a cabeça, pegando Sugar nos braços e correndo no meio da multidão de irmãos para o elevador com Skins ao meu lado, dizendo palavras em seu celular que não entendo. Tudo o que estou focado é no fato de Sugar ainda estar respirando, e enquanto ela respira, eu também o faço.

 

Capítulo trinta e oito

Sugar

 

Meus olhos abrem. Meu corpo dói em lugares que não tinha certeza de saber existir, e a dor na minha cabeça, é muito real. Gemo, me movendo, querendo tanto apenas fazer ir embora.

Por que ela não vai embora!

“Hey,” uma voz profunda e suave sussurra, fazendo-me tremer e as memórias vem como inundações.

Eu estava com Eric. Ele não é o homem que achei que fosse. Ele quer me machucar. Vender-me. Ele continuou me dando as pílulas, e parei de lutar com ele. Voltei a ser uma viciada, querendo apenas que a dor e o barulho fossem embora.

O barulho!

Posso ouvi-lo em meus ouvidos, é um zumbindo como se houvesse uma abelha voando ao redor da minha cabeça. Tento pará-lo e acabo com punhados do meu cabelo nas mãos.

“Sugar!” A voz sussurra, e paro. Ele agarra meus pulsos e gentilmente puxa-os para longe da minha cabeça, meus dedos lentamente se soltando do cabelo até que meus braços estão pressionados dos meus lados.

Não é ele.

Não é Eric.

Alguém.

Eric não me chama de Sugar.

Apenas o clube me chama de Sugar.

Forço meus olhos a se abrirem, minhas pálpebras tão pesadas que estou lutando apenas para movê-las, minha respiração pesada.

“Ei, está tudo bem. Estou aqui."

Lágrimas instantaneamente caem dos meus olhos, e deixo escapar um soluço alto.

É Wrench.

Meus olhos estão turvos, mas posso ver seu rosto, seu corpo, e o maldito boné que ele nunca tira. Esse boné que eu absolutamente porra amo. Ele não diz mais nada, apenas senta em silêncio, sua mão entrelaçada na minha e nossos dedos unidos. Isso me lembra da primeira vez que ele sentou comigo enquanto quebrei. Só que desta vez, quero seu toque. Minha cabeça está atordoada, e preciso senti-lo fisicamente comigo, preciso saber que ele não vai me deixar.

Ele segura um copo de água na minha frente, e avidamente tomo um gole, minha garganta crua e arranhada.

“Só um pouco”, Wrench adverte. “Ou ficará enjoada.”

Ele afasta o copo, e faço beicinho quando um tremor incontrolável atinge meu corpo. Com Wrench ao meu lado, o barulho logo desaparece no fundo, o som de sua voz profundamente masculina, muito mais poderosa. Os outros sintomas, no entanto, esses ainda estão lá. Minha mente está começando a voltar e juntar o que aconteceu, flashes de memórias enviando calafrios por mim. Os efeitos da droga acabando e deixando-me com os sintomas físicos, embora sejam muito debilitantes. Minhas mãos tremem enquanto procuro as mãos de Wrench, o calor de sua pele suave afastando o frio que está cobrindo minha pele.

“Você vai passar por isso,” ele diz simplesmente. “E estarei aqui com você.”

Cada parte de mim acredita nele.

Não há dúvidas em minha mente que Wrench está comigo.

É como um pesadelo. Como se fosse para a borda da piscina, apenas para ser pega e jogada no fundo novamente. Mas tenho mais de uma razão para lutar e voltar mais forte do que antes.

Wrench é meu abrigo na tempestade que me atingiu, a única coisa que me mantém na terra quando me sinto ser arrastada.

Em seguida, há minha menina. Harlyn é a razão pela qual continuo lutando, a razão de eu continuar a avançar. Estou numa missão para provar a ela que tudo é possível, não importa o quanto as pessoas tentem te derrubar.

Posso não ter acreditado em mim por um longo tempo, mas quero aprender a me defender agora.

Com ela me ajudando a seguir em frente e ele ao meu lado, não há maneira que possa perder.

 

Wrench


Sugar está no hospital há pouco mais de um dia antes que seus sinais vitais voltarem ao normal. A grande quantidade de drogas que ele lhe deu quase causaram a porra de uma overdose. Não é apenas 'Maniac' que ele forçou em seu sistema, mas também sedativos e outras pílulas. Basicamente, Eric quis torná-la uma drogada, viciada e com tesão. Todas as coisas que serviriam ao seu novo dono.

Infelizmente, enquanto ela sobrevive a mistura letal, ele fodeu ainda mais com o equilíbrio que ela lutou tão duro para encontrar em sua cabeça. Ela está tendo pesadelos que resultam em ataques de pânico três ou quatro vezes por noite, o que significa que nenhum de nós está tendo qualquer sono.

Os dias não são melhores. Encontro-a sentada, olhando para o espaço com aquele olhar vazio no rosto e isso assusta me assusta para caralho, pensando que talvez ela tenha tomado algo.

Harlyn não está lidando muito melhor vendo sua mãe tão quebrada, ela começa a responder na escola seus professores e ter discussões com os amigos. Então ela vem para casa e apenas se enrola ao lado de Sugar na cama, e as duas ficam assim durante horas. Não é fodidamente saudável, sem mencionar o fato de que agora estamos tentando achar o homem que a comprou, ele quer ela ou seu dinheiro de volta. Cem mil dólares.

Nunca um momento de tédio no inferno.

Estou sentado na igreja uma semana depois de levar Sugar para casa, e meu estômago está em nós. Estou prestes a pedir ao clube permissão para fazer algo, e não tenho certeza de como Optimus se sentirá sobre isso.

“Alguém tem algo?” Op pergunta a mesa.

Respiro fundo e levanto a mão. Todos os olhos caem sobre mim.

“Wrench, tem a palavra.”

Limpo a garganta e endireito meus ombros. “Quero levar Sugar embora”, digo claramente, vendo a confusão nos rostos dos meus irmãos. “Ela não está lidando bem. A medicação não está funcionando como deveria, e para ser honesto, acho que ela precisa de um lugar novo para endireitar sua cabeça novamente.”

A mandíbula de Op tensiona, os braços cruzados sobre o peito. “Quanto tempo acha que vai precisar?”

“Não há como saber quanto tempo leva”, Blizzard interrompe, olhando para Op. “Pode ser semanas ou meses, mas sabe que ele está certo. Ela não está indo bem, e Harlyn está apenas começando a afundar, também.”

Meus irmãos ao redor da mesa assentem, é óbvio com seus ataques de pânico e o jeito que ela simplesmente não consegue nem sorrir, mal pode suportar ser tocada por alguém que não seja Har ou eu, que ela precisa de espaço. Ela precisava de tempo para se concentrar no que é importante novamente. E se esse tempo for longe do clube onde não há esse lembrete, então que seja.

Optimus suspira e reclina-se na cadeira. “Dói vê-la assim”, ele diz calmamente.

Sugar e Op podem nunca ter estado plenamente apaixonados, mas compartilham uma criança, então tem um tipo diferente de amor. Optimus sempre cuidara e lutaria por ela, mas agora é meu trabalho protegê-la e ter certeza de que Harlyn, em poucas semanas ou meses ou o tempo que levar, tenha sua mãe de volta.

A mente de Sugar está delicada agora, e enquanto o clube é favorável, ele está estava cheio de caos, no melhor dos tempos.

“Tem algo em mente?” Leo pergunta do outro lado da mesa.

Balanço a cabeça e puxo um panfleto do bolso de trás, colocando-o sobre a mesa. “É no Texas. O programa em si dura algumas semanas, então veremos o que acontece. Nós ficamos lá enquanto for necessário para recuperá-la até um lugar onde ela seja... ela novamente.”

Olho para cada um dos meus irmãos ao redor da mesa, e todos acenam em apoio. Eles sabem que isso é o que precisa ser feito, e estarão nos apoiando porque é isso que, a porra, da família faz.

“Estamos com você”, diz Optimus sério. “Vamos fazer o que pudermos daqui. Dinheiro ou o que precisar, é seu.”

Balanço a cabeça. "Obrigado. A única coisa que preciso é cuidar dela, e descobrir o que diabos vamos fazer com esse cara que ainda acha que é seu dono. A única coisa que podemos fazer é tentar dar-lhe de volta o dinheiro. E isso vai levar algum tempo e esforço, sem que eu seja preso, o que é outra razão pela qual é melhor se sairmos.”

Minhas condições de condicional não me prendem ao estado, mas ainda preciso ter aprovação para sair, dado que será por um tempo.

Mas estes são apenas detalhes. Não me importa o que precise, eu porra passarei por isso se significar dar a Sugar o que ela precisa para lutar contra o trauma que sofreu.

Esta mulher é para mim.

Estou completo.

Ela é minha, e eu sou dela, e voluntariamente desistirei da minha vida e liberdade, se isso significar ajudá-la a voltar ao normal.

 

Capítulo trinta e nove

Sugar

 

Wrench segura minha mão enquanto dirigimos através da paisagem que sei que me parece familiar.

Meses e meses passaram, e agora estamos indo para casa.

É vinte e oito de dezembro. Perdemos o Natal por alguns dias e quase perdemos o nascimento dos meninos gêmeos de Op e Chelsea, Jackson e Oliver. Vi fotos e os meninos ainda estão no hospital, tendo chegado muito cedo, são lutadores e ficam mais fortes a cada dia maldito.

É isso, que nos estimulou a voltar para casa. Discutimos isso há mais de uma semana agora, nós dois temos certeza em nossas mentes que é hora. Meu coração dói para estar com minha filha e recomeçar nossas vidas, com o clube e com o homem que ficou ao meu lado nos bons e maus momento.

O homem cuja mão está apertada na minha, os dedos brincando com meu anel, o anel que ele me deu no Natal com promessas de amor e apoio para o resto da vida.

“Tootsie Roll?” Wrench diz da varanda da pequena cabana que moramos, trazendo um sorriso ao meu rosto. Ele nunca para de alterá-los. Todos os dias há um novo apelido, algum tipo de doces ou algo doce que ele gosta de me chamar.

Sei que começou como um jogo, buscando por algo que ele pudesse me chamar que fosse somente seu. Mas o jogo, por sua vez, se transformou apenas nisso, os novos nomes que surgem são algo especial para nós. Algo que faz ambos sorrirem.

“Estou aqui,” respondo, chamando sua atenção para onde estava alimentando Butternut, um dos cavalos de exploração agrícola.

Ouço seus passos pesados, a grama esmagando sob seus pés quando ele caminha para mim. Estamos no rancho faz quase três meses.

O primeiro mês foi um programa bastante intenso em que são especializados aqui, ajudar pessoas com doenças como a minha a lidar com suas emoções. No começo, foi difícil ver através da névoa, minhas noites ainda cheias de sonhos horríveis e memórias, e meus dias gastos sentindo falta da minha filha e me sentindo como se tivesse falhado com ela por me afastar quando ela mais precisa.

Mas Wrench ficou ao meu lado, e as pessoas que possuem o rancho, sabem o que estão fazendo, e me deram o tempo que preciso para me entender. Eles nos ensinaram habilidades, como me lembrar que não sou a única a lidar com os problemas que tenho, e me ajudaram a aceitar o fato de que não preciso me sentir como se fosse uma estranha, ou uma viciada porque a medicação me ajuda a passar por esses dias. Eles me ajudaram a ver que a culpa que nutria profundamente dentro de mim por causa do meu vício nas pílulas não é culpa minha e que estou dando os passos que preciso para tornar-me melhor para minha família e para mim mesma.

A fazenda é ocupada, mas também calmante. Há momentos onde se pode relaxar e ficar ao ar livre, um momento para acalmar nossas mentes, e há outros em que eles nos fazem trabalhar duro, mostrando-nos como lidar com situações estressantes quando acontecerem.

Não é tudo sobre aprender a respirar, é também sobre aprender meus limites e saber como me trazer de volta ou pedir ajuda quando sentir que estou caindo.

Claro, há momentos em que tudo é demais, quando sinto de Harlyn tão profundamente que meu coração doí, e parece que as sombras voltam. Mas eles também ensinaram Wrench a estar lá para mim, enquanto me deixa ter meu espaço, de modo que não confio somente nele para fazer tudo melhorar.

Estou mais forte por dentro.

Estou pronta para estar com minha família novamente.

Não temos certeza de quando, mas muito em breve iremos para casa. Wrench conseguiu pagar a dívida que foi colocada em mim, usando fundos de contas de Eric. Ele teve que fazê-lo lentamente, porém, retirando pequenas quantias ao longo do tempo. Estamos gratos que, tecnicamente, Eric ainda está classificado como desaparecido e não morto, de modo que não fecharam suas contas definitivamente, e mostrar que há dinheiro saindo é realmente bom para manter essa vida ideal, para que as pessoas se perguntem se ele apenas fez uma fuga.

Uma mão toca minhas costas, e sorrio enquanto seus braços trilham o caminho em torno da minha cintura. Nunca imaginei ter um homem como Wrench fazendo o que fez por mim. Ele se afastou de sua família e do clube por todo esse tempo, para se certificar de que eu tenha a capacidade e mentalidade que preciso para sobreviver. Lembro a cada dia o quanto ele me ama, e como ele estará ao meu lado não importa o que. E ele prova isso.

Ele não quer me prender como tantos outros pensarem poder.

“Ela vai ficar gorda se ficar o dia todo alimentando-a”, ele ri no meu ouvido, pegando sua própria mão cheia de frutas e oferecendo. Ela mordisca como a menina gananciosa que é.

“Não é esse o ponto do dia de Natal? Comer toda a comida que for humanamente possível e, em seguida, passar os próximos dois dias lamentando isso?” Rio.

Ele bufa. “Você pode ter um ponto. Na mesma nota, a comida está pronta, então é hora de comer.”

Ele agarra minha mão e me puxa para a casa enquanto rio alegremente.

Quando entro, ofego, e minha mão vai direto para a boca. A mesa com dois pratos de cada lado e as flores no centro. Há outra coisa, no entanto. Algo que faz o sorriso no meu rosto ficar mais amplo quando o olho.

Ele está sorrindo. “Romance não é exatamente a minha coisa, então só fui com o que sabia.”

Doces e barras de chocolate cobrem quase toda a superfície da nossa minúscula cabana. Há apenas um quarto, com exceção de um pequeno banheiro separado. Há todos os tipos de doces que pode imaginar espalhados pela cama, mesa de café, sofá e a pequena cozinha. É como se uma fábrica tivesse explodido lá dentro.

“Onde escondeu tudo isso?” Digo em reverência enquanto eu me movo pela sala.

Ele bufa. “Ocultar não foi a parte mais difícil, não poder comer é que me matou.”

Balanço a cabeça e rio. O corpo de Wrench é impecável de uma forma incrível. Ele treina todos os dias, mas nunca pensa duas vezes sobre o alimento que come. Odeio isso, meu ciúme começou quando avistei no espelho meu estômago ligeiramente arredondado.

Esqueci sobre isso quase instantaneamente, porém, quando me lembrei que sou a única mulher autorizado a apreciar seu abdômen duro como pedra e sentir seus fortes braços ao meu redor todas as noites.

“Isto é ...” Minhas palavras caem quando viro para falar com ele, apenas para encontrá-lo de joelhos com uma pequena caixa preta na mão. Ele ergue-a e abre a tampa para revelar um anel deslumbrante com dois diamantes em cima.

Lágrimas saltam em meus olhos, e mesmo que tente segurá-las, elas rapidamente começam a fluir por meu rosto enquanto pisco. “Wrench ...” sussurro.

“Quero que seja minha para sempre”, ele sussurra, me olhando diretamente nos olhos. “Vou te dar tudo que precisa. Estarei lá para você ... e Harlyn. Não vou tomar o lugar de seu pai, ela tem um incrível já, mas serei um homem que ela pode contar, que pode procurar ajudar com seus problemas. Serei um homem que vai lutar para que ambas sejam felizes pelo resto de suas vidas”.

Ajoelho e pulo em cima dele. Ele me segura, enquanto soluço suavemente em seu ombro.

Nunca imaginei que me casaria novamente, não que possa chamar meu casamento com Peter de casamento real. Ao crescer nunca sonhei com o casamento de conto de fadas, e o homem perfeito como as meninas em torno de mim faziam.

Mas o encontrei, porque isso simplesmente não é seu conto de fadas perfeito. Um conto de fadas perfeito não envolve motociclistas, viciadas, traficantes de mulheres e mães solteiras.

Mas este é o meu.

Este é o nosso.

“Isso é um sim?”, pergunta ele com uma gargalhada feliz.

"Sim!"


“Chegamos,” Wrench diz suavemente, cutucando meu ombro. Olho para cima quando os portões para o clube abrem, e Ham fica ao lado deles com um sorriso no rosto tão grande que penso que seu rosto pode se dividir.

Ele vira o corpo para caminhar de volta para a cabine, e ofego. “Ham foi aceito?”

Wrench ri. “Sim, Optimus me ligou dar meu voto.”

Bato nele com a palma da mão. “Não me disse isso.”

Ele apenas sorri, pois estamos entrando no clube e desliga o motor. Olho-o e ele encontra meus olhos. "Estamos em casa."

Posso sentir as emoções já brotando dentro de mim quando dou a sua mão um último aperto antes de ir para a maçaneta da porta.

Alguém me vence nisto.

A porta abre e vejo o rosto brilhante de Op. Olhamos um para o outro por um momento antes de seu rosto se abrir num sorriso largo. “Porra venha aqui”, diz ele abrindo os braços.

Salto, e ele me pega em pleno ar. Rio quando ele me aperta com força e me vira num círculo. “Droga é bom ter vocês finalmente em casa”, diz ele enquanto coloca meus pés de volta no chão. "Você parece bem."

"Eu me sinto bem."

Olho para ver os irmãos de Wrench aglomerados ao redor, cada um se revezando para abraçá-lo firmemente à medida que o recebe de volta.

Os sons de crianças rindo me fazem virar para a parede que esconde o quintal da frente da sede do clube. Meu estômago vira nervosamente, instantaneamente reconhecendo a risadinha feliz da minha filha.

“Vá”, Op diz, empurrando a parte inferior das minhas costas.

Dou um passo após o outro para o espaço depois do muro, minhas mãos tremendo e suor brilhando na minha testa.

Vejo-a primeiro.

Deus, ela cresceu.

Ela está correndo com Jayla, enquanto Blizzard observa da varanda com um sorriso. Seu cabelo está solto, e ele flutua com a brisa. Toco o meu, pensando em quão semelhante é.

Ela é minha menina.

O pedaço do meu coração que senti falta para caralho nestes últimos meses, mas também a parte que me fez lutar. Tenho que ser melhor para ela, tenho que mostrar a ela que às vezes as coisas são difíceis, mas com a família e amigos ao redor não há nada que não possamos conseguir.

O rosto da Blizzard se ilumina quando me vê, e ele ergue os dedos à boca, deixando escapar um assobio alto que para ambas as meninas. Elas olham para ele primeiro em confusão, e então seus olhos se movem para mim.

“Mamãe!” Harlyn grita as pernas levando-a tão rápido quanto podem para mim do outro lado da grama. Lágrimas escorrem em nossas bochechas enquanto me ajoelho a tempo de apanhar o corpo dela nos braços. Ela agarra-se a mim com força, nós duas incapazes de falar através das lágrimas enquanto sentamos na grama, envoltas nos braços uma da outra. Enterro meu rosto em seu cabelo, escovando os dedos por ele, tentando acalmá-la apesar do fato de que estar quebrando também.

Esta é minha vida.

Ficamos lá por um longo tempo até que nossos gritos diminuem. Posso sentir olhos nos observando, posso ouvir fungados no fundo enquanto assistem nosso emocionante reencontro.

Uma sombra cai sobre nós, e olho para cima vendo Wrench, os olhos injetados de sangue, mas segurando as lágrimas.

Ele cai de joelhos, e Harlyn finalmente vira a cabeça para ele. “Ei garota,” ele diz suavemente.

Ela não diz nada, apenas estende o braço e o engancha ao redor de seu pescoço, puxando-o para nosso pequeno amontoado.

Isso é felicidade.

Os braços de Wrench envolvem a mim e minha filha, nossa família nos rodeando.

“Você está de volta”, Harlyn finalmente murmura, recuando. Seus olhos estão vermelhos e sua respiração instável pela quantidade de choro.

“Estamos de volta”, confirmo.

“Estou feliz que está bem agora”, ela diz suavemente, meu coração acelerando nesse momento. “Tudo vai ficar bem agora.” Balanço a cabeça. “Tudo vai ficar bem agora.”

Eu estou em casa.

Nós estamos em casa.

 

Epílogo

Skylar

 

“O que acha desse vestido, Chelsea?” Pergunto quando puxo um mini vestido vermelho do fundo da loja. Ele tem um ligeiro brilho, mas nada muito chamativo e o decote em uma forma de baixo V acentuam os seios pequenos.

“Manda,” ela diz do provador, e levanto o vestido, enganchando o cabide na porta. Ela engasga e rapidamente abre a porta, espreitando através do pequeno espaço, mantendo seu corpo escondido.

Chelsea se tornou muito tímida desde que teve seus dois filhos quase sete semanas atrás. Foi-se o corpo da confiante menina do clube, que não poderia se importar menos sobre o que pensassem dela e de seu corpo, e em seu lugar está uma mãe, consciente de suas estrias e o ligeiro arredondamento das curvas.

Sei o que é se sentir feia e querer esconder seu corpo. Fui ensinada por toda a vida que meu corpo é algo para se envergonhar. Recuso-me a acreditar nisso agora, e me recuso a deixar uma mulher tão impressionante como Chelsea acreditar nisso também. O corpo de uma mulher é bonito, sexy e algo para ser estimado, não importa como pareça.

Ela estreita os olhos para mim enquanto apenas sorrio inocentemente. “Isso não vai caber em mim.”

Cruzo os braços sobre o peito e apoio a mão no quadril. Trabalhando na loja de Sugar nos últimos quatro ou cinco meses, vim a conhecer a figura de uma mulher bonita muito bem. Sei o que se encaixa e o que ficará bem, e com a orientação de Sugar ao longo das últimas semanas depois que ela e Wrench retornaram, estou ficando muito, muito boa em descobrir como colocar diferentes peças juntas para fazer uma roupa fabulosa.

“Não me venha com essa,” digo, revirando os olhos. “Você é basicamente do mesmo tamanho que era antes de engravidar. E esse vestido mostra suas pernas e peitos incríveis.”

“Sky ...” ela geme, fazendo beicinho como uma criança.

“Apenas experimente,” digo antes de girar e ir embora. “Você tem cinco minutos antes de eu entrar aí e puxa-lo sobre sua cabeça.”

Ouço-a bufar, e a porta fecha de repente, me fazendo sorrir.

Esta noite será a primeira noite que Optimus e Chelsea passaram um tempo sozinhos desde que os gêmeos nasceram.

Tem sido difícil lidar com Oli e Jack. Eles vieram mais cedo do que o esperado e o caminho para deixá-los saudáveis foi muito longo, mas com os meninos prósperos e felizes e saindo do hospital para casa, em apenas alguns dias, seus pais estão prontos para comemorar.

Farei tudo em meu poder para torná-lo especial e me certificar de que Chelsea se sinta forte, sexy e confiante novamente. Chelsea tem sido uma boa amiga para mim desde que cheguei. Ela não dá a mínima para mim, sou uma menina do clube, a menor na escala por assim dizer, e ela é a rainha, mulher do presidente, amada e adorada por todos.

A diferença é que ela esteve no meu lugar não muito tempo atrás, e ela respeita onde estou agora.

Tornar-me uma menina clube e transar com os meninos não estava no topo da lista de coisas que quero alcançar na vida, confie em mim. Minha educação me ensinou que o sexo não é algo para ser apreciado por mulheres, mas mais que isso, é um dever que temos com nossos maridos, a fim de reproduzir, e dar-lhes as crianças que irão continuar o legado da nossa fé.

Até um par de anos atrás, acreditava exatamente nisso, e sentia que esse era meu futuro. Casar, agradar meu marido, ter seus filhos. Isso é tudo que esperava do futuro.

Você pode dizer que foi meu amor por sexo que me levou aonde estou hoje. Foi isso que me ajudou a escapar e ver através dos ensinamentos de nossos anciãos. Mas também é o que me fez perder a única pessoa que realmente entendia meu coração.

Sei agora por que eles tentaram manter-nos longe, nos impedir de aprender e crescer, nos impedir de desfrutar de qualquer tipo de prazer, porque o mundo não é o que eles nos ensinaram, é muito mais surpreendente.

“Tem certeza?” A voz suave de Chelsea pergunta atrás de mim.

Viro para vê-la fora do provador, o queixo erguido, apesar da apreensão na voz. E é por isso que ela é uma puta rainha.

“Puta merda”, murmuro enquanto vou em direção a ela, meu queixo quase arrastando no chão. “Optimus vai ter uma porra de aneurisma quando te ver.”

Ela ri, seu rosto se ilumina quando torce o corpo para trás e para a frente, verificando-se completamente no espelho. Seu cabelo escuro flui em ondas ao redor dos ombros, e sua pele bronzeada está quase brilhante.

A porta tilinta atrás de mim, mas ignoro por um momento.

“Estou esperando,” sorrio.

Chelsea joga a cabeça para mim e revira os olhos. “Sim, sim, você estava certo.” Ela acena com a mão e caminha para o provador, e começo a voltar para a frente da loja com um sorriso no rosto.

Isso é até que vejo quem está de pé ao lado da porta da frente.

Meus olhos vão para Deacon primeiro. Ele é o chefe do departamento de polícia local e um amigo do clube. Embora seja estranho vê-lo entrar numa loja de roupas femininas, é a pessoa de pé ao lado dele que tira o ar dos meus pulmões e traz lágrimas aos meus olhos.

Seu cabelo preto como tinta pendurado numa trança que cai sobre a frente de seu ombro. O vestido rosa bebê de manga comprida que conheço conhecia tão bem está rasgado e sujo, encharcado de lama na parte inferior como se tivesse passado horas correndo pela floresta.

E se ela está aqui, sei que isso aconteceu.

Porque fiz a mesma fuga desesperada alguns anos atrás.

“Estou adivinhando pelo olhar em ambos os rostos que entendi isso direito,” Deacon diz suavemente, dando um passo lento para a frente como se estivesse se aproximando de um animal selvagem. “Sabe quem é esta menina, Skylar?”

Lágrimas escorrem de seus hipnotizantes olhos, os olhos verdes da menina que nunca podem ser duplicados. Ela ainda está congelada no local, as mãos na frente dela tão apertadas que seus dedos estão brancos. Ela está sendo obediente, sendo a mulher que foi criada para ser.

“Sim”, sussurro, minhas mãos tremendo enquanto dou um passo cambaleante para a frente.

Um soluço escapa da garganta de Emerald, e corro para a frente passando os braços em torno dela. Ela se agarra a mim, tremendo e sacudindo em meus braços, lutando para encontrar fôlego. Balançamos para trás e para a frente, lágrimas escorrendo dos meus olhos quando ela se agarra a mim como se eu fosse sua tábua de salvação.

Se ela está aqui comigo, essa declaração pode muito bem ser verdade.

A respiração de Emerald roça meu ouvido. “Eu escapei”, ela sussurra, com a voz trêmula.

“Ei, está tudo bem?”, pergunta a voz suave de Chelsea.

Olho para cima para vê-la analisando a situação, parecendo preocupada.

Os olhos de Chelsea encontram os meus e se suavizam, vendo o desespero no meu rosto. “Quem é esta?”, ela pergunta com cautela quando ninguém responde.

Limpo a garganta. "Está é minha irmã."

Se há esqueletos em seu armário, Wrench os encontrará.
As habilidades que possui o colocaram na prisão em mais de uma ocasião. Mas ele continuará fazendo o que for necessário para proteger sua família — os Brothers by Blood MC. Se isso significa tempo atrás das grades, que seja.
Ele nunca pensou que sua lealdade ao clube terminaria.
Ele estava errado.
Quando Sugar — a mãe da filha do seu presidente — retorna, ele sabe que ela está fora dos limites. Sua força e beleza o puxam, e quanto mais perto eles colocam pedaços quebrados de sua alma, ele descobre.
Ele quer lutar por ela, deixa-la inteira.
Mas ele precisa tomar uma decisão — lealdade ou amor — antes de perder a ambos.
Sugar veio do dinheiro, mas nunca deixou que isso a definisse.
Quando cresceu, foi tratada como uma pária e, eventualmente, as pessoas que deveriam cuidar e apoiá-la atiraram-na aos lobos.
Ela passou anos tentando se reconstruir, lutar pela vida que merece e provar que todos estavam errados. Mas há coisas que ainda a perseguem, segredos que sabe que não poderá esconder para sempre.
Voltar ao clube é um risco que ela tinha que assumir para dar a sua filha a família que ela nunca teve.
Quando seus demônios mostram sua cara feia, Wrench está ao lado dela. Ela se sente segura e protegida em seus braços, ele vê a verdade dentro dela e não corre.
Mas os segredos e mentiras estão aumentando, e eles têm o poder de esmagar as pessoas que eles amam.
Com o passado e o presente a ponto de colidir, até onde ambos irão para proteger o futuro da família?

 

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CAPÍTULO UM

WRENCH


Quatro meses antes

 

Não posso me impedir de observar quando ela sai com Harlyn. No sol seu cabelo muda, brilhando como cobre, em oposição às escuras mechas de quando a vi pela primeira vez.

Ela é linda, impressionante pra caralho, mas completamente fora dos limites.

Talvez seja isso que faz a atração tão forte. Talvez seja isso que me puxa, mesmo sabendo que não poderei tê-la.

Olhe, mas não toque.

Cerro os punhos enquanto me debruço no batente da porta, incapaz de afastar meus olhos.

Sugar esteve longe por anos.

Quando a merda bateu no ventilador com o clube, Optimus decidiu enviar Sugar e Harlyn para longe, na esperança de manter a mulher que amava e sua filha prestes a nascer, protegidas da guerra que ocorria e que matou seu pai. Foi uma jogada ousada, mas entendi, sabendo que ele possivelmente não seria capaz de lidar com a perda de uma outra pessoa que estivesse sob seu cuidado em tão pouco tempo.

Foi Sugar que decidiu ficar escondida e não voltar. Pelo que entendi, teve medo do perigo que parece constantemente rodear o clube podendo colocar seu bebê em risco. Ela fez o que tinha que fazer, mas depois de encontrar um rato em nossas fileiras, que prejudicou sua segurança, Op assumiu a obrigação e, finalmente, a chamou de volta.

Não lembro de Sugar ter tais curvas. Talvez seja algo que desenvolveu depois de Harlyn nascer, mas no momento, estou contente por saber que ela pertenceu ao meu irmão, e nunca pensaria em tocar algo tão precioso para ele.

Mas agora ela está aqui, e embora saiba que é errado, cobiçar a mãe da filha do meu presidente ... Porra! Não consigo manter a cabeça no lugar.

Com a máfia respirando no nosso pescoço, fui colocado de babá.

Ok ... então, não fui exatamente colocado, eu me ofereci.

Afasto-me da porta e caminho para o quintal enquanto Sugar acomoda-se numa das muitas mesas ao ar livre, enquanto observa Harlyn saltar por todo o parque.

“Como a aguenta?” Pergunto sentando no lado oposto ao de Sugar.

Ela vira e sorri para mim, os dentes brancos e perfeitamente retos, e uma pequena covinha aparece em sua bochecha esquerda. “Tento meu melhor ...”, ela ri, obviamente, um pouco sem fôlego, “..., mas essa garota tem energia demais. Ela me faz sentir tão velha.”

Bufo. “Sim, porque vinte e cinco é praticamente uma idosa.”

Seus olhos brilham, e ela sorri. “E quantos anos tem, então?”

Coloco minha mão sobre o coração e engasgo. “Ninguém nunca lhe disse que não deve perguntar a idade de um motociclista?”

Um riso suave deixa seus lábios e ela revira os olhos. “Tenho certeza de que isso é com mulheres... nunca deve perguntar a uma mulher sua idade.”

“Um pouco sexista se quer saber. Motociclistas têm sentimentos, também.”

“Eles têm?” Ela pergunta ironicamente. “E eu aqui pensando que são todos imbecis que ignoram qualquer sinal de emoção.”

“Isso é muita presunção.”

Ela ri e balança a cabeça, o som fazendo meu coração acelerar no peito.

Deus, o que não daria para ouvir esse som uma e outra vez.

Porra! Estou me transformando num idiota apaixonado?

“Então foi posto conosco hoje, hein?” Continua ela, seus olhos indo para onde Harlyn balança numa barra de metal como um macaco.

“Não posto, por assim dizer... na verdade, meio que gosto da criança. Ela tem certa imprudência.”

Harlyn, embora passando cinco anos longe de Op, é realmente muito parecida com ele. Ela é confiante, tem personalidade, e quando fala, mostra o que pensa.

Ela pode ter crescido longe, mas há uma motociclista pirralha dentro dela, com certeza.

“Não tenho certeza de onde essa imprudência vem,” Sugar ri.

Dou de ombros. “Vou dizer... tal mãe, tal filha.”

Seus olhos se voltam para mim, ardentes, brincando e fazendo meu pau se contorcer dentro do jeans. Obrigado a porra pela mesa entre nós, ou não tenho dúvida de que ela veria o vulto lentamente começando a crescer e pressionar contra o zíper.

“Realmente não estou certa de que me conhece bem o suficiente para fazer esse tipo de suposição,” ela responde, mas seu rosto se ilumina e um grande sorriso puxa os lábios rechonchudos.

Ela está flertando comigo.

Sinto-me como um maldito adolescente pela maneira que estou ansiando por sua atenção, meu coração acelerando cada vez que seu rosto se ilumina.

Inclinando-me para trás, cruzo os braços sobre o peito e sorrio. “Tenho certeza de isso mudará em breve.”

Seu rosto fica vermelho e começo a sorrir, sabendo que posso afetá-la com algo tão pequeno quanto palavras e seu sorriso é um impulso em meu ego. Nesse ponto, não me importo se ela está fora dos limites. Não estou fazendo nada, minhas mãos estão para mim, minhas palavras, no entanto, são um jogo totalmente diferente. E estou me preparando para jogar.

“Mãe, pode me empurrar no balanço?” Harlyn diz pulando do topo do playground. Meu coração dá uma guinada, e levanto, embora saiba que não chegarei a tempo de pegá-la. Ela cai e tropeça um pouco, mas endireita-se e olha para nós com um sorriso largo. Tudo ao mesmo tempo em que me sinto prestes a vomitar.

Sugar apenas ri quando levanta e segue Harlyn para o balanço, olhando por cima do ombro com um sorriso maroto. “Ela é um pouco audaciosa, vai aprender isso bem rápido.”

Porra.

Meu coração continua acelerado enquanto a observo.

O que sobre esta mulher me faz sentir como um adolescente apaixonado?

Ela é linda, impressionante pra caralho, mas não é como se as meninas do clube que pairam em torno não fossem igualmente atraentes de olhar. Elas são sexys, e na maior parte acima de qualquer coisa que desejo, e sempre é um ponto alto quando realizam minhas fantasias sexuais. Mas Sugar, por outro lado, tem essa vibração que grita 'não sou apenas um pedaço de bunda.'

E por alguma razão, eu porra amo isso.

Tenho certeza de que cada irmão no clube gosta de ter buceta sem fim às nossas portas, apenas esperando um convite. Isso não significa, porém, que todos não chegamos a um ponto onde essa merda simplesmente não é o suficiente. Quanto mais velhos ficamos, mais desejável fica ter uma mulher ao seu lado do que apenas alguém para aquecer sua cama.

Não pensei muito sobre isso até recentemente com Kit reivindicando uma das nossas meninas como sua, e Optimus perdendo a maldita mente sobre seu relacionamento maluco com Chelsea.

Questiono o que os deixou tão loucos e obcecados por estas meninas. Quer dizer, me importo com ambas, elas são doces, fortes e seguem as regras do clube, sem agir como uma cadela.

É algo que acho que nunca pensei ser possível por um longo tempo, ter uma mulher que possa se encaixar neste estilo de vida sem ser uma moça com fome de poder. Meus irmãos de alguma forma encontraram o melhor dos dois mundos, e quanto mais vem à tona, mais me pergunto se isso é algo que quero também.

Quero ter filhos? Sim, um dia quero ter meus pequenos e vê-los crescer dentro desta vida, e possivelmente se juntar ao clube e continuar o legado que comecei. Mas não quero qualquer puta de rua como mãe deles. Quero que eles tenham uma mãe como eu tive — forte, amorosa, bonita e leal.

Lambo os lábios enquanto me apoio, a mesa de piquenique rangendo sob o peso do meu corpo. Não sou um cara pequeno, e esse é o completo oposto na verdade. Não fui sempre assim, no entanto.

Todo mundo sabe que computadores são a minha coisa e me meteram em problemas mais vezes do que posso contar. Crescendo, fui aquela criança magricela, o nerd na escola que todos gostavam de atormentar. Fui espancado nos corredores, preso em armários, e alvo de piadas por quase todas as crianças na escola. Isso me tornou um solitário, porque se eles não estavam me provocando sobre meus óculos fundo de garrafa, me evitavam por completo, com medo de que se tentassem uma amizade seriam os próximos da lista negra.

O engraçado é que nunca os culpei por se manterem longe. Não queria que se sentissem da maneira que me senti ou ir ao inferno que suportei, e no final, sabia que teria minha vingança contra as crianças que me fizeram tão mal.

Nunca subestime o garoto nerd. Podia não ser capaz de lutar fisicamente, mas quando atletas começaram a ser suspensos da escola por ver pornografia nos computadores da biblioteca e metade da minha classe foi impedida de se formar porque suas notas eram horríveis, saí com um enorme sorriso no rosto e meu dedo do meio no ar.

Minha irmã é a única que sabe o que fiz. Ela teve minha guarda desde os quatorze anos, e depois de anos me vendo voltar para casa com olhos negros e contusões — depois que descobriu o que fiz, tudo o que fez foi me dar um high five e rir.

Danica é sete anos mais velha que eu. Não tivemos um pai e nossa mãe era a mulher mais brilhante, incrível, linda e amorosa. Mesmo como mãe solteira, ela fez com que tivéssemos todo o necessário, trabalhando em dois empregos, e lutou para sermos as melhores pessoas que pudéssemos todos os dias de sua vida. Infelizmente, ela perdeu a vida para o câncer de mama muito cedo. Nunca houve um dia onde não questionei se ela está orgulhosa do homem que me tornei.

Sou um criminoso, tornei-me um com o tempo, machuquei pessoas, e tenho manchas de sangue em minhas mãos que são um lembrete permanente da minha lealdade com os Brothers by Blood. Teria ela olhado para o outro lado? Virado as costas e se chateado com a pessoa que sou? Ou será que entenderia e veria o amor e o compromisso que tenho com essas pessoas, um reflexo do modo como ela me criou?

Dani desistiu de tudo, seu excelente trabalho em Nova Iorque, para voltar para casa e cuidar de mim para que eu pudesse terminar a escola. Devo a ela minha vida, minha educação e sanidade por não permitir ao tribunal que me colocasse no sistema.

Vejo muito dela em Sugar.

Enquanto alguns dos irmãos criticam sua opção por não retornar, e de certa forma, também discordo por manter Optimus longe de sua criança, mas sei que ela fez o melhor com o que tinha na época e sua prioridade era Harlyn. Ela não estava acostumada ao nosso mundo, ela não sabia sobre como funcionava. Tudo o que viu foi perigo e derramamento de sangue. Então desistiu de sua vida aqui, sua família e Optimus, a fim de colocar Harlyn em primeiro lugar.

Não posso porra discutir com isso. Na verdade, admiro-a por ter força para tomar essa decisão. Não deve ter sido fácil construir uma vida em outro lugar, sozinha.

É outro lembrete de quão forte pra caralho ela é.

Uma mulher com esse tipo de força ao meu lado... porra.

“O almoço está pronto!” A voz profunda do meu presidente diz do pátio, fazendo-me congelar. E lá está, o lembrete de por que não posso tê-la.

Optimus deixou bem claro que quem tocar Sugar, perde o colete.

O clube é minha vida, minha família.

Mas Sugar é todo o caralho que quero numa mulher. E Harlyn? Porra! Essa garota é especial.

Ignoro a dor em meu peito quando me viro e vejo o homem que me pegou e colocou sob sua asa, dando-me a mais incrível família que poderia desejar — uma família que não posso ficar longe.

“Sim, Prez. Sem problemas."

 

Capítulo dois

SUGAR

 

O clube de campo em Helensville é vasto e impressionante, para dizer o mínimo. A grama impecável do campo de golfe, com homens e mulheres em trajes brancos rindo, enquanto bebem margaritas ao sol. Estive lá mil vezes, mas a cada vez que piso no chão, nunca deixo de me sentir inferior e fora de lugar.

Lambendo os lábios secos, ajusto minha roupa - a camisa de seda rosa pastel e uma calça social preta, que eu mesma fiz. Uso um par de sapatos de salto agulha, sabendo que minha preferência normal de chinelos ou sapatos baixos teria me fechado as portas instantaneamente, não importa qual nome tenha.

O zumbido alto de uma Harley parando no estacionamento ao meu lado não é surpresa, e olho para ver quem teve a alegria de me seguir hoje.

Leo tira o capacete e sorri ao desligar o motor. “Precisa de mim para entrar?”, ele pergunta examinando o grande edifício atrás de mim.

“Tenho certeza que eles não deixam ralé como você entrar.” Sorrio.

Leo gargalha. "Isso é uma vergonha. Talvez algumas dessas senhoras pode estar precisando de um pouco de tempero em suas vidas.”

Rio e viro a cabeça para as portas da frente, dizendo por cima do ombro, “Vou deixá-las saber que está aqui apenas no caso de decidirem fazer um passeio pelo lado selvagem.”

Seu profundo riso me enche de coragem quando abro as portas e entro. Os rapazes do clube foram incríveis desde que chegamos, nunca reclamando de ter de nos seguir, e sempre dispostos a animar o humor de Harlyn enquanto ela se esforça para descobrir tudo o que pode sobre a fraternidade.

A senhora atrás da recepção fez questão de me dar uma óbvia olhada, antes de voltar para o computador. “Como posso ajudar?” Ela pergunta com uma ligeira zombaria.

A noção de que ela já me rebaixou, mesmo que eu fiz um esforço para me fazer apresentável, é quase suficiente para me fazer abandonar a missão. Mordo a língua, lutando contra o impulso de dizer à mulher mais velha quão desatualizado seu senso de moda é, e como sei que a camisa que ela usa saiu direto do Walmart.

Em vez disso, belisco a palma da minha mão e respiro fundo antes de responder: “Meu nome é Su... quer dizer, Anna Sulivan. Estou aqui para ver meus pais, Judy e Martin Sulivan.”

Isto faz suas orelhas se levantarem e as costas endireitar quando ela vira para mim e mais uma vez me olha de cima a baixo. “A única filha que já veio visitá-los é Eva. Não consigo lembrar de conhecê-la...” ela deixa as palavras suspensas no ar como se tivesse me pego numa terrível mentira.

“Então deve ser nova aqui, querida.” Sorrio, esperando que as palavras vão irritá-la.

Sucesso!

Ela estreita os olhos que estão arregalados atrás das lentes de vidro grosso e levanta da cadeira, contornando a mesa. “Eles estão na sala de jantar. Vou levá-la.”

Sorrindo, estendo a mão, gesticulando para ela liderar o caminho. “Oh, isso será ótimo, obrigada.”

Ela não confia em mim, e acho engraçado quando segue pelo corredor comigo atrás como se ela fosse algum tipo de carcereira pronta para me trancar e jogar a chave fora. Passamos pelo restaurante até que finalmente avisto meus pais em seu estande favorito no canto da sala. Judy e Martin Sulivan são observadores. Bem, não, são mais do que isso. Eles não gostam de apenas ver, eles gostam de julgar.

Crescendo, minha irmã e eu pensamos nisso como uma espécie de jogo. Enquanto meus pais riam sobre quem estava com quem, e se alguém comia um hambúrguer em vez de uma salada ou mastigava com a boca aberta, Eva e eu observávamos as roupas das pessoas e discutíamos o que estava certo ou não e quem ganhava os prêmios de mais bem vestidas.

Não foi até que fiquei mais velha que percebi quão crítico meus pais eram e como esse hábito nojento passou para nós. Tremo quando paramos em frente à mesa dos meus pais. O cabelo loiro com permanente da minha mãe faz meu coração parar enquanto espero que eles reconheçam nossa presença.

“Desculpe-me, Sr. e Sra. Sulivan, mas parece que tem um visitante,” a senhora diz a contragosto, se afastando para avaliar como eles vão me receber.

Pego os olhos do meu pai primeiro, e por um breve segundo, um turbilhão de emoções começa a cruzar seu rosto. Elas variam de surpresa para alívio, graças a Deus. Mas logo somem.

Minha mãe tosse enquanto tenta engolir um gole do vinho caro, sua mão indo para a garganta. “Anna?”

Com o óbvio reconhecimento, minha carcereira dá uma bufada forte e gira nos calcanhares, voltando para a sala de jantar. Boa viagem.

Trocando o peso de pé, fico sem jeito na borda da mesa, sem saber o que fazer ou dizer.

“Hum ... gostaria de sentar?” Meu pai finalmente diz, e um suspiro de alívio deixa meus pulmões enquanto deslizo para dentro da cabine ao lado dele. Uma parte minha quer abraçá-los e permitir que seu calor me envolva. Mas essa não é a aura que estão emitindo. Não é a mesma de quando eu era jovem, e meu pai me puxava para debaixo de seu braço e contava histórias sobre seu dia no tribunal. Ou quando minha mãe me levantava no balcão da cozinha, assistindo com temor nosso chef privado misturar e criar as mais magníficas sobremesas e doces.

Essas são as coisas que lembro sobre meus pais. Embora nossa vida em casa não seja o que chamaria de normal. Ainda há momentos íntimos, pedaços do meu passado que lembro e me fazem ver que um dia eles realmente se importaram.

Eles podem ser esnobes que gastam dinheiro como se fosse confete, mas amavam minha irmã e a mim e queriam que crescêssemos membros bem-sucedidos da sociedade, só que não qualquer sociedade, mas a deles.

Infelizmente, eu falhei, destruí seus sonhos e, essencialmente, pisei neles. O calor dessas memórias se foi, e agora em seu lugar estão duas pessoas que parecem quase com vergonha de me ter na mesma mesa que eles.

Sou a filha sobre a qual não falam, a filha que foi entregue para outra pessoa na esperança de que me tornasse alguém. Seu pequeno segredo sujo, isso é o que me tornei.

Sentar ao lado deles é quase doloroso. É como se um frio me envolvesse, e é neste momento, que sei que o resultado disto não será o que tão desesperadamente desejo.

“Quando... você hum... voltou?” Minha mãe pergunta educadamente enquanto empurra a comida pelo prato. É uma salada, claro. Uma senhora não se atreve a comer qualquer coisa em público que possa fazer bagunça.

“Alguns dias atrás,” respondo, brincando com minhas mãos debaixo da mesa.

“Oh,” ela diz, balançando a cabeça enquanto coloca uma pequena folha alface na boca.

Meu pai limpa a garganta quando coloco a faca e o garfo na mesa. “Será que Peter sabe que está em casa?”

Meu estômago torce, esperava pelo menos alguns momentos com eles antes que o nome levantasse sua cabeça feia. “Não, e ele não precisa saber.”

O rosto da minha mãe torce desagradavelmente. “Ele é seu marido, Anna. Você escondeu-se por quase seis anos. Ele merece saber que está de volta, de modo que podem sentar e..."

“Não vamos sentar para fazer qualquer coisa” sussurro acentuadamente, precisando que me ouçam, mas ao mesmo tempo, no fundo da minha mente não querendo os desrespeitar. Reviro meus ombros novamente enquanto eles observam, em choque, minha explosão. “Peter e eu não temos nada para discutir. Nós não funcionamos. Não devemos ficar juntos. Isso é tudo."

“Oh, Anna. Pare de ser dramática e lembre-se do que este homem fez por você”, minha mãe ralha enquanto meu pai continua a desfrutar de seu grosso bife malpassado. “Houve problemas, mas você amadureceu, e a coisa madura a se fazer é sentar e discutir seu relacionamento como adultos civilizados.”

Eles esqueceram, são completamente ignorantes a Peter e ao homem que vive por trás da máscara. Não fico zangada com eles por não saber. Acho que a culpa é minha por nunca contar, assumindo que iriam optar por tomar seu lado sobre o meu.

Quanto mais penso sobre ele, mais doente me sinto. Preciso terminar isso e ter a resposta que preciso para sair de cabeça erguida, e nunca mais me questionar.

“Quero saber se querem encontrar minha filha, Harlyn.” Finalmente consigo cuspir. Quando as palavras saem, sinto como se estivesse liberando algum tipo de peso dos meus ombros.

Vejo o olhar que compartilham e isso diz mais do que quaisquer palavras poderiam.

Não, eles não querem conhecê-la.

Não, eles não querem que ela seja parte de suas vidas.

Não, ela não é boa o suficiente.

Isso me irrita, me enche de desgosto que possam facilmente ignorar uma criança. Uma menina linda que nunca terão qualquer contato ou fotos, mas que é essencialmente parte deles.

Meu pai engole, pegando o guardanapo e limpando a boca antes de colocá-lo de volta no colo. “Filha?” Ele está tentando engolir a surpresa, posso dizer.

“Quantos anos ela tem?” Os olhos de minha mãe me encaram com desconfiança, seu corpo ainda congelado.

Respiro fundo. “Quase seis.”

Seus olhos se arregalam, obviamente, não precisando de muito tempo para fazer as contas.

“Anna! Você manteve uma criança longe de Peter? Pensei ter te educado melhor” ela sussurra enquanto seus olhos percorrem a sala para se certificar de que ninguém pode ouvir.

Ajusto meus ombros e levanto o queixo. “Você fez, e é por isso que ela não é filha dele.”

A mão da minha mãe voa para o peito, agarrando a camisa delicada de chiffon preto como se seu coração fosse parar a qualquer momento.

A boca de meu pai abre, mas ele não diz nada.

“Como... como pode ser tão vergonhosa!”, ela engasga. Mas não há decepção em seus olhos. Não. Com a decepção posso lidar. Em algum momento, durante nossa infância, todos tomamos más decisões que desapontaram nossos pais, mas elas são rapidamente resolvidas ou esquecidas. Aqui não é um desses momentos. Não. O olhar nos olhos de minha mãe é de vergonha completa e constrangimento.

“Pense sobre essa criança. Como vai cria-la sozinha e dar tudo o que precisa? Como pode ser tão egoísta? E se ela-”

“Ela terá tudo o que precisa, porque tem um pai amoroso e uma família incrível” argumento, cerrando os punhos debaixo da mesa.

“Quem?”, ela pergunta.

Não respondo, olhando diretamente em seus olhos, o meu levemente estreito, desafiando-a a juntar os pontos em sua cabeça e chegar a uma conclusão.

"Deus me ajude! Não me diga que é com o lixo motociclista que via? Pensei ser apenas uma fase, uma rebelião estúpida até que sossegasse.”

“Eles não são lixo,” rebato, batendo a palma da mão sobre a mesa.

Meu pai aproveita esse momento para intervir. Seu tom calmo não faz nada para diminuir a tensão entre nós. “Peter foi muito gracioso durante os últimos anos, Anna. Ele nunca expressou qualquer coisa além de desgosto e tristeza por sua decisão de se afastar do casamento...” abro a boca para falar, mas ele me cala, erguendo a mão o que só faz o meu corpo queimar de frustração. “Não podemos ser vistos incentivando tal comportamento, até que tenham discutido seu relacionamento e decidido como avançar.”

“Não haverá avanço,” digo com desgosto. “Você não tem ideia de quem esse homem verdadeiramente é, e não há maneira no inferno que coloque minha filha ou a mim perto dele.”

Minha mãe recua na cadeira, horrorizada com minhas palavras.

Senhoras nunca falam de seus maridos em tais formas, nunca em público de qualquer maneira.

“Anna!”, ela me repreende.

Saio da mesa, ambos me encarando com olhos arregalados. “Se vão escolher o lado dele, tudo bem. Mas saibam, estão perdendo um relacionamento com uma menina surpreendente, inteligente e linda.”

Posso ver as pessoas ao meu redor em outras mesas girando e começando a olhar. Os olhos de minha mãe vão de um lado para o outro quando ela percebe que estamos nos tornando o centro das atenções na grande sala de jantar.

Ótimo.

Por uma vez eles serão os julgados e parecerão indignos. Pela primeira vez, saberão o que é não estar no topo.

Talvez seja isso que precisam.

“Minha filha, sua neta, tem uma família incrível. Uma que não se importa de onde ela vem. Uma que é cheia de falhas e um pouco louca, mas que daria a vida para mantê-la feliz. Eles não são ricos, famosos, ou íntegros cidadãos, mas deram-nos mais do que precisamos. Ela vai crescer e se tornar algo importante, sem você, sem seu nome, e sem seu dinheiro.” Com isso viro e começo a caminhar em direção à porta, olhos me seguem, alguns divertidos outros horrorizados.

Mantendo minha cabeça em pé, forço os ombros para trás, mesmo quando meu corpo treme, e não paro até alcançar meu carro. Não vou deixá-los me afetar ou derrubar.

Harlyn não precisa deles. Tudo o que disse é verdade. Ela tem um clube cheio de tios e tias, e uma família que a vê como a menina mais preciosa da terra. Ela tem tudo o que precisa.

Então, por que dói tanto?

“Você está bem?”, a voz de Leo é rouca, tirando-me dos pensamentos.

Balanço a cabeça, tirando os saltos e os jogando no banco de trás. “Não sei porque esperava um resultado diferente. Sabia que seria desta maneira, mas ainda não pude me impedir.”

Ele esfrega a barba. “Esperar pelo melhor, mas conhecendo o pior. Não há nada que eles têm que você ou Harlyn precisem, querida.”

Respiro fundo, exalando lentamente. "Eu sei…"

“Não está chateada porque você ou Har estão fora. Está chateada porque sabe que não há como voltar atrás. Está feito. Antes não tinha tanta certeza, porque não sabia ao certo o que diriam, e agora é definitivo. Eles estão fora de sua vida. Está acabado."

Suas palavras fazem sentido. Se eles não querem saber de Harlyn, então não há nenhuma razão para estarem na minha vida por mais tempo. Com ou sem pais. Agora sou somente eu, e protegerei minha filha de qualquer coisa que possa machucá-la inclusive deles.

"Eu só quero ir para casa."

Leo sorri. “Vamos para casa então.”

 


Quando dirijo de volta para o clube, não consigo parar as poucas lágrimas perdidas que escorrem por meu rosto. Nem tenho certeza do que esperava quando me aproximei dos meus pais para que soubessem que estou de volta. Acho que uma parte do meu coração se perguntou se sentiram minha falta, ou se pensaram em mim. Houve uma pequena parte que desejou que tivessem, apesar de nosso passado e das opiniões diferentes sobre o que é importante na vida.

Eles escolheram sua reputação ao longo do nosso relacionamento há muito tempo. Dinheiro e importância vem primeiro. Sua filha, que os ajudou durante um dos momentos mais negros de sua vida, foi esquecida.

Não vou me afogar em mágoa ou criticar suas escolhas. É quem eles são e o que me fez a mulher que sou hoje. A forma como fui criada me forçou a tomar minhas próprias decisões sobre a vida.

É isso que quero ser quando crescer?

Ou será que tomarei uma decisão consciente para mudar meu caminho?

Embora tenha escolhida a última, ainda sinto uma pontada no coração, sabendo que essas pessoas, que eu amo e que me criaram, não podem me aceitar como uma pessoa independente. Ou afastar seu desdém por quem sou, de modo a ser parte da vida de sua neta.

Pensei estar em acordo com isso há muito tempo, mas não, estupidamente imaginei um mundo onde mudaram de ideia. Respiro fundo várias vezes ao parar no complexo do Brothers By Blood e enxugar as lágrimas. Olhar para o edifício me ajuda a reunir força. Há pessoas lá dentro que amam a mim e a Harlyn incondicionalmente, mesmo que não haja nenhuma ligação de sangue entre nós.

Eles não se importam. Eles ainda nos colocam em primeiro lugar, amam e protegem como se fossemos seus. E isso fala mais alto do que duas pessoas que não podem ignorar seus problemas para me aceitar.

Não vou deixá-los me arrastar para baixo.

Não vou deixá-los nos arrastar para baixo.

 

Capítulo três

Wrench

 

Há algo seriamente suspeito acontecendo nessa besteira com Anthony DePalma. Nada bate e não conseguimos descobrir o que tem a ver com Chelsea, e por que estão tão obcecados por sua relação com Optimus.

Claro, meu presidente idiota está fazendo o que faz de melhor. Afastando-a e causando uma briga entre eles. Todos podemos ver e sentir a tensão dentro do clube, mas ele não admite. A culpa que carrega por causa de seu passado vai continuar a levá-lo a tomar decisões de merda. E a única coisa que mudará isso é algo catastrófico acontecer. Então, pode ser tarde demais para ele ver seus erros.

Saio para o pátio, precisando desesperadamente esticar meus membros e dar a meus olhos doloridos uma pausa do computador. Op me mandou pesquisar tudo e qualquer coisa que puder, encontrar até mesmo o menor pedaço de informação para resolver o enigma.

Eu sou bom, porra de ótimo no que faço, mas, infelizmente, sou um homem, e pesquisar sozinho através de arquivo depois de arquivo e e-mail após e-mail, está levando muito tempo.

Vejo Sugar sentada do outro lado do pátio numa mesa com Chelsea e caminho até lá, apreciando a forma como o sol bate nas minhas costas depois de estar enfiado no meu quarto por tanto tempo cercado pela escuridão. Meu corpo começa a zumbir quanto chego mais perto delas. Bem, quanto mais perto chego dela.

Vi Sugar esta manhã, enquanto pegava algo para comer, ela pegava açúcar na cozinha, segurando uma caneca de café nas mãos e olhando o espaço. Ela contou que iria ver seus pais hoje e dizer-lhes sobre Harlyn. Mas pude ver que ela estava nervosa. Sugar sabia que sua reação não seria de alegria, mas desejei em silêncio que eles fossem imparciais e não agressivos.

Sugar vem do dinheiro, mas você nunca diria. Ela segura-se com força e equilíbrio, mas não há nada esnobe ou tenso sobre isso. Ela sabe quem é, e não tem medo de lutar por esse fato. Ela também não tem vergonha do clube ou das pessoas nele, apesar de ter sido criada entre algumas das mais chiques e poderosas pessoas da cidade.

“Como foi a visita?” Ambas as meninas pulam ao som da minha voz, a mão de Chelsea indo diretamente para seu coração.

“Jesus Cristo” ela exclama, inalando profundamente.

Coloco minhas duas mãos sobre a mesa e abaixo a cabeça. Os lábios de Sugar levantam um pouco quando ela me olha, antes de voltar a atenção para a mesa. Meu pau se agita por saber que ela está afetada com minha presença. Quanto mais tempo passo ao redor dela mais à vontade ela se torna.

Parte de mim quer que ela se solte, mas a outra gosta da forma como ela cora quando ouve minha voz. Sei que ela está lutando contra a atração entre nós e eu também deveria. Disseram-me para ficar longe. Optimus deixou bem claro para todo o clube. Mas quando ela está perto, é como uma batalha que sei que não posso ganhar.

“Como era de se esperar. Acredito que as palavras 'nojento', 'vergonhoso' e 'lixo motociclista foram usadas.” Ela tenta falar como uma piada, mas pela forma como seus ombros caem, posso ver que a magoaram mais do que ela achou que iria. “Não sei porque pensei que contar sobre sua neta os faria agir diferente.”

Cerro a mandíbula e mordo a língua, sabendo que se começar a falar, perderei os limites. Ela ignora a fúria em mim enquanto fala com Chelsea sobre seus pais, e como se tornou ligada ao clube.

“Esses caras, eles não são falsos. Eles não fazem nada para impressionar.” Ela lambe os lábios, um sorriso se contorcendo no canto de sua boca perfeita. “Eles são o que são, e foda-se... se não gostar.”

Chelsea ri e concorda com a cabeça, e não posso deixar de sorrir quando seus olhos passam para mim nervosamente.

“Não é verdade?” Chelsea ri.

“Então, eles nem sequer querem conhecer Harlyn?”, pergunto, meu tom claramente cheio de aborrecimento.

Um riso estridente nos tira da conversa, enquanto vejo a batalha de Blizzard com Harlyn por cima do ombro, ameaçando fazer cócegas se ela não lhe der a localização do sorvete.

“Nunca!”, ela grita, rindo ainda mais

Tenho que admitir algo sobre a criança: ela tem todos nós em seu dedo mindinho. Ela é uma surpreendente juíza de caráter para alguém tão jovem. Enquanto Blizzard e Optimus foram os únicos a passar tempo com ela ao longo dos últimos cinco anos, no instante em que entrou no clube, ela soube, sem dúvida, que poderia confiar em cada motociclista malditamente assustador neste lugar. Ela se tornou uma princesa, e sabe o quê? Nenhum de nós liga nem um pouco.

“Harlyn tem tudo o que precisa. Não importa se querem conhecê-la ou não,” Sugar murmura ao se levantar. Seus olhos focados na menina que é seu mundo, e rapidamente está se tornando uma parte importante do meu. "Ela está feliz."

Quando passa por mim, indo para o pátio onde Harlyn e Blizzard continuam sua épica batalha, coloco a mão em seu ombro. Ela me encara, nossos olhares se conectando. Posso ver tristeza dentro dela, uma emoção que ainda sinto-a exalar, da mulher que sempre exala apenas emoção e força. Com um simples aperto da minha mão, ela abaixa a cabeça, reconhecendo minha demonstração de apoio antes de correr gritando por Harlyn pelo quintal.

“Sabe que Optimus vai matá-lo, certo?” Chelsea adverte em voz baixa.

Mas nessa fase, não me importo.

Se Sugar precisa de mim, eu porra estarei lá para ela.

Não importa o que.

“Algumas coisas valem o risco” murmuro antes de virar e ir embora.

Sim, algumas coisas valem o risco. E sei que estou prestes a me jogar no fundo de uma piscina cheia de merda, mas não me importo. Se me afogar irá mantê-la à tona, é exatamente o que farei.

 


“Tem algo que podemos usar?” Op pergunta quando entro. Op está sentado no bar, com os olhos voltados para onde Chelsea ainda está do lado de fora, um leve sorriso em seu rosto enquanto ouve o riso e alegria que Harlyn trouxe ao clube. É uma pausa agradável da tempestade de merda em que estamos.

Acho que todos esperamos sermos atingidos com algo tão forte que vai tirar nossa estabilidade. Não é incomum ter perigo rondando o clube, mas também não esteve tão louco faz um bom tempo. Não quando se está olhando constantemente sobre o ombro esperando alguém pronto para explodir sua maldita cabeça. Nós estamos na borda e afundando rapidamente.

Balanço a cabeça. “Desculpe, homem. Estou tentando. Mas há um monte de merda para ver, e sou apenas um cara. Os lugares que estou tentando entrar, têm servidores seguros. No momento em que entro, e eles veem que estou lá, tenho que recuar e começar de novo.”

Ele esfrega o rosto, finalmente, voltando o olhar para o meu. “Aprecio as longas horas que está trabalhando. Sei que não é fácil e pode ter impacto na sua condicional.”

Encolho-me. “O clube vem primeiro, cara. Não se preocupe com isso.”

Ele está certo! Se eu for pego mexendo em registros do governo novamente, não haverá somente uma multa de duzentos dólares. Estarei por um longo período na prisão. Ainda estou em condicional por uma merda que puxei anos atrás. Fui pego com arquivos confidenciais no meu computador que o governo torceu e fez parecer como se fossem de atos terroristas contra o país.

Esse não era o caso.

Outro capítulo me pediu para procurar um cara que queria ser prospecto. Echo, o presidente do clube, teve suas suspeitas sobre a história do cara e estava com um palpite de que ele era um agente secreto trabalhando para o FBI. Acontece que seu palpite foi certeiro e não cobri meus rastros rápido o suficiente. Uma porra que nunca deveria ter deixado acontecer. Mas não teve solução quando o clube o confrontou com o que descobri, ele iria lutar e, por sua vez, o clube teve que responder.

O clube inteiro poderia ter sido derrubado, o nosso e o deles.

Mas depois de fazer um acordo judicial, onde admiti agir sozinho, e o fato de que nunca tive qualquer contato com o agente, eles me multaram e deixaram arquivar a investigação, ou assim dizem.

Fazem três malditos anos.

Não é a primeira vez e provavelmente não será a última. Mas o problema é que tenho uma liberdade condicional de dez anos, uma onde jurei não possuir um computador nem usar minhas habilidades novamente. O juiz disse que sou um risco para a segurança nacional.

Foi proibido de hackear.

É quase risível que pensaram de alguma forma poder me fazer cumprir essa merda. No dia que eu saí, comprei um sistema inteiramente novo.

O clube precisa de alguém que possa fazer merda que outras pessoas não podem. Que pode encontrar a informação mais valiosa que esses bastardos pensam estar escondendo, e usá-la para nos proteger.

Então foda-se a lei, se isso significa fazer o que é melhor para meu clube e meus irmãos. Tempo na cadeia vale a pena. Sempre me faz rir quando penso sobre como os meninos escolheram seus nomes de estrada. A maioria dos meninos no clube são bons com motores, motos ou carros. Eles cresceram em torno deles ou são autodidatas, é parte da razão pela qual se apaixonaram por ser um membro do clube.

Eu embora, sou bom com as mãos de outras maneiras. Dê-me um computador e meus dedos se movem sobre as teclas mais rápido do que qualquer pessoa normal pode acompanhar. Dê-me um conjunto de ferramentas, e não posso sequer nomeá-las ou dizer para que são usadas.

Quando era prospecto, um dos membros exigiu que eu o ajudasse a arrumar uma moto. Sendo um bom prospecto, simplesmente concordei, pensando que não poderia ser tão complicado.

Eu estava errado.

No minuto que ele me pediu para pegar uma chave inglesa, fiquei ali, olhando a caixa de ferramentas por uns bons cinco minutos antes dele perceber que eu não tinha ideia do que estava fazendo. Em seguida, ele prontamente me chutou da garagem e me disse para mandar alguém que soubesse o que fazer.

Infelizmente, todo o clube achou meu erro hilariante e a partir daí o nome pegou1.

“Quer uma bebida, Wrench?” Ham pergunta de trás do bar, bem quando Sugar passa pela porta, a cabeça inclinada para trás enquanto ri.

Limpo a garganta enquanto assinto. “Sim, eu quero uma...”

Uma explosão sacode o edifício, paralisando Optimus e eu por um segundo. A cerveja que ele tem na mão cai no chão. Seguro com força a barra do bar, tentando me equilibrar enquanto minha mente analisa através da confusão. Pode ter sido apenas segundos, mas pareço estar congelado lá para sempre, incapaz de lutar contra o zumbido em meus ouvidos. Isso é até os gritos de Harlyn cortarem o ar, e Blizzard correr através das portas do pátio com a criança sobre o ombro e um braço puxando Sugar.

“Leve-as para meu quarto”, Op diz correndo para a frente, verificando-as rapidamente e dando um leve beijo na cabeça de Sugar.

Cerro os dentes, mas não há tempo para ter ciúmes. “Wrench! Arrume armas. Precisamos ver o que está acontecendo”, Op grita por cima do ombro.

Meus olhos se movem pelo corpo de Harlyn e Sugar, buscando qualquer lesão, antes de eu virar e saltar por cima da barra, Ham me entregando uma espingarda já carregada.

Aperto seu ombro. “Bom trabalho, garoto.”

Irmãos correm pela escada, saltando três ou mais degraus de cada vez, armas já em mãos, preparados para a guerra. Blizzard orienta as meninas enquanto Neil passa pelas portas abertas, respirando pesadamente com uma Chelsea mole por cima do ombro.

Optimus entra na frente, levantando o queixo e segurando seu rosto. Seus olhos estão abertos, mas ela está em transe.

Outra explosão menor nos faz assumir posições defensivas, e Optimus salta em direção a porta da frente como se fosse a porra do Exterminador ou algo assim, tomando o rifle de Leo quando anda e coloca-o na mira. Um chute de sua bota pesada faz a porta se abrir.

Avanço às pressas, me perguntando se terei tempo para puxá-lo do caminho antes de uma chuva de balas atingir seu corpo, mas nada vem. Em vez disso, o crepitar do fogo é o único ruído enchendo o ar, e quando vou atrás do meu presidente, meus olhos vasculham a rua à procura do inimigo. Posso sentir o calor intenso que parece irradiar da árvore através do parque.

Onde o carro de Chelsea deveria estar.

E agora tudo o que resta é uma massa carbonizada, quase além do reconhecimento.

A merda acaba de ficar séria.

 

Capítulo quatro

Sugar

 

Harlyn está roncando ao meu lado, mas quase não noto o ruído suave, minha mente ainda se recuperando dos acontecimentos de hoje. Sento na beira da cama, olhando para a luz que começa a desvanecer contra as cortinas antes de lançar o quarto na escuridão.

Recebo-a esperando que por milagre uma vez que a escuridão caia, eu finalmente seja capaz de fechar os olhos e dormir sem ouvir os gritos da minha criança assustada, encolhendo-me à medida que perfuram meus tímpanos. Os gritos de Harlyn são como algo saído de um filme de terror, e, sem dúvida, me assombrarão por um longo tempo. Nunca a vi ou senti tão assustada em toda a vida. Mesmo quando tinha três anos e quebrou o pulso, não muito mais que um gemido deixou sua boca. Ela é uma criança forte, às vezes um pouco forte demais. Quero que ela seja confiante e independente, mas também preciso que ela saiba que não é invencível.

Estendo a mão e abro a gaveta ao lado da nossa cama, buscando até encontrar um pequeno saco. Lentamente o abro, esperando que o barulho não acorde minha filha. Absorventes estão lá, um disfarce inteligente. Buscando debaixo deles, solto uma respiração calmante quando meus dedos tocam o pequeno recipiente de comprimidos na parte inferior.

Você não precisa delas.

A voz é suave, mas fraca. Infelizmente, foi dominada pela aceleração do meu coração e a neblina que cobre minha mente.

Eu preciso de algo.

Abrindo o frasco, pego uma pequena pílula na mão antes de colocar o recipiente quase vazio de volta em seu esconderijo. Agarrando o cobertor com uma mão e a pílula com a outra, me ancoro quando cada parte da minha mente me diz para não fazer. Optimus prometeu que voltar significava estarmos seguras, mas me sinto tão longe disso no momento. Há coisas que preciso considerar, não apenas este perigo, mas outros problemas que Op e o clube ainda não estão cientes. Arrisquei muito voltando, mas cheguei a um ponto onde preciso considerar o que é melhor para Harlyn e parar de ser egoísta.

Uma batida suave na porta tira-me da batalha interna. Meu corpo treme quando coloco a pílula embaixo do travesseiro. Ela escorrega dos meus dedos e na pressa, cai na parte de trás da cama. Lágrimas rolam por meus olhos, mas em vez de tentar pegá-la, olho para verificar se Harlyn ainda dorme profundamente antes de sair da cama e ir em direção à porta. Abro um centímetro, esperando ver Optimus, mas em vez disso encontro Wrench parecendo cansado de pé do outro lado. Lambo meus lábios enquanto o observo, seu boné na cabeça mal me deixando ver seus olhos.

“Posso entrar?”, ele pergunta, a voz rouca e áspera.

Ao abrir a porta, dou um passo para o lado e permito que passe, suavemente fechando-a atrás dele.

Seus olhos encaram o corpo adormecido de Harlyn, e vejo seu ombro cair um pouco como se aliviado ao vê-la relaxada e em sono profundo. "Como ela está?"

Sua preocupação óbvia pelo bem-estar de Harlyn aquece meu estômago e traz um sorriso ao meu rosto. Algo que não achei poder fazer depois do que aconteceu. “Ela está bem. Um pouco assustada, mas com todos vocês ao redor não acho que vá durar muito. Ela se sente segura perto dos irmãos.”

"Ela deveria. Sabe que vamos protegê-la... e a você.” Seu olhar é intenso, me queimando como se tentasse transmitir alguma mensagem implícita. "Como está se sentindo?"

A pergunta me pega de surpresa, e por um segundo abro a boca para revelar cada emoção. Meu coração me diz para compartilhar com ele, que me sinto segura e confortável o suficiente para mostrar meus mais profundos e obscuros medos com está simples pergunta. Talvez seja a maneira como seus olhos me encaram, desafiando-me a dizer uma mentira e falar que estou perfeitamente bem. Por alguma razão, sei que ele irá me empurrar, não aceitando nada menos que a verdade, de modo que é o que lhe dou.

“Estou com medo”, digo simplesmente, dando de ombros. “Já estive aqui antes, e sei como é. Mas Harlyn ... ela nunca teve medo de absolutamente nada na vida.”

Mesmo na sala escura, ainda vejo a maneira como seus músculos tensionam quando cerra os punhos. Ele é uma força poderosa, seus ombros largos e braços grossos fazendo meu corpo doer quando os imagino ao meu redor, me segurando, me protegendo.

“Vou lutar com cada respiração que tenho para ter certeza que nada aconteça com ela”, ele diz calmamente.

“Por quê?” A pergunta sai da minha boca antes que tenha um segundo para filtrá-la. Minha curiosidade ganha. Entendo que os irmãos aqui sintam algum tipo de responsabilidade por Harlyn já que ela é filha de seu presidente. É seu dever certificar-se de que ela tenha tudo o que precisa, e dela estar tão segura e feliz quanto humanamente possível. Mas é o tom de sua voz, e a maneira como suas palavras soam mais do que apenas o voto de um irmão, e mais como uma promessa pessoal que me faz questioná-lo.

“Porque ela é parte de você”, ele responde, dando um passo para a frente.

Inconscientemente reajo, dando um passo para trás como você faz quando alguém entra em seu espaço pessoal. Ele para por um momento, e posso dizer que analisa qual será seu próximo passo. Energia vibra no ar entre nós, mas ainda não tenho certeza do que significava ou por que está assim.

Wrench tem sido doce, carinhoso e me apoiou ao longo dos últimos dias. Encontrei-me apreciando a forma como ele abertamente flerta com comentários inteligentes e piadas e não tem medo de mostrar sua atração apesar dos óbvios avisos de Optimus.

Acho meio que legal alguém arriscar ter seu traseiro chutado para flertar comigo e me elogiar. É como se ele estivesse me colocando em primeiro lugar, e Deus, faz um longo tempo desde que alguém, incluindo eu mesma, me coloquei em primeiro lugar.

Tomando um segundo dentro do silêncio, permito que meus olhos vaguem por seu corpo, começando pelo rosto. Metade está coberto, e por algum motivo me incomoda. “Por que sempre usa um boné?”

Ele levanta a mão e agarra a aba, levantando-a por apenas alguns segundos, enquanto corre a mão sobre o cabelo loiro desalinhado. É selvagem e indomável, como se ele tivesse repetido o gesto centenas de vezes por dia. Em seguida, ele vira a aba e colocou-a para trás, de modo que seu rosto está visível.

"Melhor?"

Sorrio. “Isso não responde exatamente minha pergunta, mas sim ... está melhor.”

Ele sorri, o olhar brincalhão em seu rosto queimando através do meu corpo e me puxando. Ele continua de boca fechada, não me dando qualquer explicação, então sigo em frente. Com o pouco de luz que foi deixada na sala, posso agora ver a cor de seus olhos, um tom suave de azul escuro com uma pitada de cinza quando a luz os atinge. Ambos são suaves e ferozes, me prendendo por alguns segundos extra antes de eu conseguir cortar a tentadora conexão.

Sua mandíbula está levemente coberta pela barba. Está assim desde que chegamos, e imaginá-lo com um rosto bem barbeado é quase impensável. Um rosto macio de bebê num homem como Wrench simplesmente não é algo que posso imaginar, não combinaria com sua personalidade.

De repente, quero saber como será quando ele me beijar. Será rústico e arranhado, ou fará cócegas contra meus lábios quando roçá-los em sua mandíbula? Quero saber qual será a sensação da barba percorrendo as partes mais sensíveis da minha pele e os lábios macios amenizando a queimadura que isso causará.

Minhas coxas se apertam, e respiro mais rápido.

Jesus, preciso parar.

Viro, afastando meus olhos, à procura de qualquer coisa dentro da pequena sala que possa focar minha atenção enquanto luto para ter mais ar em meus pulmões.

“Você estava me secando?”, ele pergunta, brincando.

“Não ... Quer dizer, eu não estava.”

Sua profunda risada percorre meu corpo. Parece tão porra de cliché, mas apenas o som instantaneamente traz um sorriso ao meu rosto e meu corpo relaxa. O tom baixo é masculino e me envolve como um casaco quente.

Puxo a barra da minha camisola gigante mudando o peso de pé para pé. “O que está acontecendo lá fora?”

“Não muito, Blizzard arrastou Op para o X-Rated para resolver merda nos negócios, enquanto o resto de nós está tentando arrumar as coisas. Um par de caras levou o carro de Chelsea, tentando descobrir o que causou a explosão.” Ele não está escondendo nada ou tentando proteger-me, dizendo-me que é apenas uma coisa menor e que não devo me preocupar.

Ele é sincero, deixando-me saber que isto é tão grave quanto pensei. Wrench não suaviza a realidade e aprecio isso.

Meu instinto começa a se agitar novamente, e meus olhos se movem sobre minha linda menina que dorme pacificamente. “Talvez seja um erro”, sussurro enquanto caminho até o pé da cama e a olho. “Talvez não devêssemos ter voltado.” Há tantos riscos aqui, os que não posso sequer sonhar, e alguns que estão em meus pesadelos todas as noites.

Posso me sentir ficando nervosa, meu estômago revirando e a mente correndo a um milhão por hora. Inalando profundamente pelo nariz, tentando acalmar minhas emoções violentas quando meus olhos vão até a cama onde a pílula caiu.

Eu quero isso.

Calor envolve minhas costas. Ele não está me tocando, mas com seu corpo tão perto posso senti-lo, sua força, sua energia, o apoio silencioso que dá enquanto contemplo se cometi um erro terrível. O impulso de correr lentamente começa a sumir.

“Você está errada”, ele argumenta, sua respiração quente diretamente em meu pescoço. Eu tremo. Quero virar e perguntar porquê. Discutir com ele sobre como esse não é o lugar de Harlyn. Como não posso esquecer seu olhar ou os sons dos seus gritos de medo quando a explosão aconteceu. Mas ele não me deixa, nem sequer dá um momento para eu me expressar.

“Você e eu sabemos que merda acontece aqui. E há algo acontecendo agora que não posso explicar. O que posso dizer é que você e Harlyn estão envolvidas e que não há nenhum outro lugar nesta terra maldita que seja mais seguro do que onde está agora.” Suas palavras tiram o ar dos meus pulmões. “Nada vai te machucar. Nada vai machucá-la. Porra eu prometo.”

Olho para a frente, incapaz de me mover quando ele usa a mão para afastar o cabelo do meu pescoço. Meus lábios se abrem quando sua boca roça a pele nua do meu ombro onde a camisola escorregou. Não é um beijo, apenas um toque suave, quase fazendo cócegas e me tentando, ao mesmo tempo. Quero ceder, permitir que suas promessas assumam meus pensamentos e me façam sentir como se estivesse a salvo. Infelizmente, Wrench nem ninguém está ciente das outras batalhas que enfrento. Há outras coisas, outros monstros que escondo, aqueles que não são fáceis de escapar, e mesmo eles não podem me proteger.

O clube não é o único que luta com demônios, e não são os únicos que foram enganados por alguém que conheciam. Neste momento, quero desesperadamente contar a ele, pedir ajuda e permitir-lhe cumprir sua promessa. Mas, ao fazer isso, sei que trarei uma nova tempestade ao clube, um novo nível de loucura e pânico, num momento em que já estão lutando para manter a cabeça no lugar.

“Mamãe?” A voz suave de Harlyn força Wrench a recuar e ele coloca espaço entre nós dentro de um segundo. Um movimento respeitoso.

Corro para o lado da cama quando Harlyn senta, seu pequeno corpo tremendo e os olhos se enchendo de lágrimas. “Baby, está tudo bem. Acabou,” digo a ela sentando na cama e puxando-a para meu peito.

“As pessoas más estão tentando nos machucar?”

Meu coração doí quando a aperto mais forte, lágrimas queimando em meus olhos quando olho para onde Wrench de pé, observando em silêncio. Não sei o que dizer.

Posso mentir e dizer que não, que foi apenas um acidente?

Possivelmente. Mas e se acontecer novamente? Então como ela confiará em mim?

“Hey Har,” Wrench diz finalmente, fazendo com que Harlyn olhe para cima, surpresa.

“Oi Wrench”, ela responde com um sorriso suave. "O que está fazendo aqui?"

Avançando, ele senta no final da cama. “Seu pai me pediu para vir verificar você e sua mãe. Como está?"

Ela limpa a garganta antes de responder. Posso dizer que ela não quer admitir que está com medo, mas apenas como Op e Blizzard, ela rapidamente criou um estranho vínculo com Wrench. Ela gosta dele e de sair com ele, e por sua vez, é importando para ela que ele parou um segundo para perguntar como se sente.

“Eu não gostei do ruído”, ela responde, baixando a cabeça. “Todo mundo estava correndo e enlouquecendo. Foi assustador."

Wrench assente. “Você está certa, foi.”

Harlyn inclina a cabeça, olhando para ele. "Você ficou com medo?"

“Um pouco, mas não por muito tempo. Quando tem um susto como esse, sempre sente um pouco de medo, e seu coração bate um pouco mais rápido”, diz Wrench com Harlyn ouvindo atentamente quando ele usa a mão para simular a batida de um coração. “Mas não estou mais com medo.”

Harlyn se inclina um pouco mais perto. "Por que não?"

“Porque vi um monte de desenhos animados,” Wrench responde com um sorriso.

Harlyn ri. “Você é bobo.”

Ele sorri. “Pense comigo, garota. Você já viu Batman perder? Já viu um daqueles caras assustadores derrotar o Superman?” Harlyn ouve atentamente suas palavras, e não posso deixar de sorrir. “Não, porque eles são os mocinhos e os mocinhos sempre ganham. E sabe quem são os mocinhos aqui?”

Um sorriso largo enche suas bochechas. “Papai é um bom rapaz!”

"Exatamente!"

“E você, e tio Blizzard”, ela continua. “Mas vocês não têm superpoderes.”

Wrench engasga dramaticamente. "Tem certeza disso?"

Não posso deixar de sorrir e rir quando Wrench, e Harlyn começam a discutir todo o clube e quem tem superpoderes. Ela se afasta e vai para seu colo enquanto eles discutem se o superpoder de Blizzard tem algo a ver com a visão de raios-X, uma vez que não importa onde ela esconda o sorvete, ele sempre parece encontrá-lo e comer tudo.

“Mamãe, qual é o superpoder de Wrench?” Harlyn pergunta alegremente, ambos voltando sua atenção para mim.

Quando os olhos de Wrench encontram os meus e um sorriso puxa seus lábios, não consigo parar o rubor que se forma em minhas bochechas. Fico grata nesse momento pela iluminação fraca, na esperança de que ele não possa ver o quanto fico afetada por um olhar.

"Eu não sei. Talvez ele seja inteligente, e é por isso que ele tem para ficar de boné o tempo todo, para manter o grande cérebro dentro da cabeça. Ou talvez seja seu ego,” murmuro a última frase em voz baixa, mas pelo sorriso que toma conta de seu rosto, sei que ele me ouviu alto e claro.

“Você tem um cérebro grande?”, pergunta Harlyn, estreitando os olhos enquanto se inclina, como se inspecionando o tamanho de sua cabeça.

Os olhos de Wrench não deixam os meus quando ele respondeu: “Sim! Mas cada parte do meu corpo é muito, muito grande, por isso não parece estranho ou fora de proporção.” O grande sorriso estampado em seu rosto diz tudo, e não posso parar a gargalhada subindo.

“Acho que vocês precisam de roupas de super-herói,” Harlyn diz animadamente enquanto pula do colo de Wrench. “Vou pegar minhas canetinhas e meu caderno de desenho.”

E com isso, minha menina não está mais com medo. Ela sai correndo do quarto com um sorriso no rosto. Harlyn é uma garota esperta. Sei que não há maneira dela realmente acreditar que estes homens têm poderes reais ou lutam contra o crime no tempo livre, mas de alguma forma, apenas falar sobre como cada um deles é especial, e imaginar como irão protegê-la, deu-lhe uma sensação de conforto. O medo não pode ter desaparecido completamente, mas o conhecimento de que sua família são os mocinhos, deu a ela o que precisa para acreditar neles e saber que eles irão mantê-la segura.

“Obrigada”, digo a Wrench com absoluta sinceridade.

Ele dá de ombros. “Ela só precisa de tranquilidade, algo que tenho certeza que Op teria feito. Ele está apenas um pouco preocupado agora.”

Levanto, balançando a cabeça. “Gostaria que ele apenas visse como suas ações estão ferindo Chelsea. Por que ele continua lutando contra as emoções? Se são reais, ele precisa segui-las, e não deixar que toda essa besteira fique no caminho.”

Wrench se levanta e contorna a borda da cama, então ele está em pé na minha frente novamente, a aura em torno dele de repente, tornando difícil respirar. “Às vezes, não é assim tão fácil.”

“Eu sei, mas às vezes, simplesmente é.”

Não tenho certeza de como o mundo mudou naquele instante. O ar na sala, a batida do meu coração, o olhar em seus olhos ... foi nesse segundo que tudo mudou. Uma mão áspera embala meu rosto, levantando meu queixo suavemente, como se eu fosse de porcelana. Até o momento que reúno juízo suficiente para reagir, os lábios de Wrench pressionam fervorosamente contra os meus, um forte contraste com a maneira como sua mão toca meu rosto.

É como se ele não conseguisse decidir se quer ser gentil ou mostrar suas verdadeiras cores e dar-me o homem que sei que ele é. Derreto contra ele. Seu corpo de repente, me engolindo, meu corpo se movendo por conta própria como se houvesse um ímã nos atraindo.

Descobri que não importa como o suave se mistura com a agressividade, o modo como sua boca devora a minha, lutando, desafiando-me a recuar. Enquanto suas mãos traçam padrões ao longo do meu corpo, as pontas dos dedos se arrastam sobre meu pescoço, meus braços, minha cintura, como se ele não pudesse decidir em que lugar quer parar. A queimadura que começou dentro de mim volta. Não incendeia, não é instantâneo e devastador, mas sim lento e tortuoso. É uma exploração do desejo, a necessidade de descobrir algo novo sobre o outro.

Minhas mãos se apoiam em seu peito, minhas unhas arranhando contra o couro do colete do clube enquanto lutamos sem fôlego, nossas línguas girando e enrolando juntas. Sinto-me tonta, mas quando balanço ele me pega, e por um breve momento, realmente sinto que este homem nunca me deixará cair.

Passos rápidos soam no corredor, alertando-nos e forçando nossos corpos a se separarem. Harlyn aparece na porta, segurando seus suprimentos antes de correr para dentro e despejá-los na cama.

Afasto-me, lutando para respirar, meu coração batendo de forma irregular contra o peito. Minhas bochechas coradas, sem dúvida num vermelho carmesim profundo.

“O que foi isso?”, sussurro, esperando que Harlyn esteja distraída demais para ouvir enquanto folheia seu livro, em busca de uma nova página para desenhar.

Olho pelo canto do olho, Wrench ainda me encara, seus olhos brilhando com algo que me diz que ainda não terminou, que este não é o fim.

"Talvez esteja certa. Talvez às vezes sejam simplesmente fáceis”, ele responde enigmaticamente.

“Wrench, desenhe comigo.”

Com uma piscada, ele se vira, ajustamento discretamente à frente das calças quando o faz, não passando despercebido aos meus olhos.

Jesus! O que diabos aconteceu?

 

Capítulo cinco

Wrench

 

“Optimus ... Harlyn e eu estamos enlouquecendo. Estamos trancadas dentro deste maldito lugar fazem dias.” O protesto de Sugar chama minha atenção quando finalmente consigo me arrastar da cama. Tive um turno no X-Rated na última noite e um idiota levou uma faca. Depois que ele ficou bêbado demais, e uma das meninas no bar decidiu dar um fora, ele a atacou e merda aconteceu.

Infelizmente para nós, alguém chamou a polícia antes que tivéssemos a chance de lidar com ele, o que significa que tive de manter o filho da puta estúpido inteiro. Com uma das nossas meninas sendo assassinada há um pouco menos de uma semana, eles usaram a desculpa para passar um pouco mais de tempo no clube do que o normal, tomando declarações de cada pessoa maldita lá dentro.

Era bem depois das quatro da manhã, antes de eu consegui ir para a cama, e mesmo depois de toda essa besteira, o momento de loucura desapareceu, e fui deixado com meus pensamentos totalmente consumidos por Sugar. Ela tem um nome apropriado.

Porra, a mulher é doce.

Tudo o que posso pensar é em usá-la como meu pirulito pessoal, quero tê-la nua e lambê-la da cabeça aos pés. Não sei o que me empurrou sobre a borda na semana passada. Nenhum de nós mencionou o ocorrido, mesmo que fiz questão de passar tempo com ela e Harlyn a cada maldito dia, não importa o quanto me matasse não a tocar.

Estamos tensos agora com Optimus tendo caras em Anthony DePalma, observando-o vinte e quatro horas por dia, bem como Chelsea, agora que ela decidiu se afastar do clube.

Acho que todos nos perguntamos quanto tempo iria levar essa besteira cansar e ela oferecer-lhe uma escolha, tudo ou nada. O que nenhum de nós esperava, era o fato do idiota realmente escolher nada, e deixá-la sair pela maldita porta. Chelsea esteve aqui por quase quatro anos, e nos últimos três eles foram exclusivos.

Puta que pariu.

É uma mancha de grandes proporções.

Agora o bastardo está vagando em torno do clube no pior dos humores, procurando por qualquer razão para ir atrás desse chefão da máfia, só assim pode matar alguém e depois afundar na fossa.

“Preciso de vocês aqui, é o lugar mais seguro”, Op diz a Sugar quando entro na cozinha com eles.

“Harlyn ama aqui, mas a garoto está virando este lugar de cabeça para baixo. Ela está cansada, precisa sair, estimular sua mente para poder realmente estar cansada e dormir à noite,” Sugar revida, jogando as mãos no ar. “Pode tira a cabeça da bunda por um maldito minuto?”

Engasgo com uma risada, mas o som é alto o suficiente para interromper a batalha entre eles e chamar a atenção para mim.

“Não comece”, Op retruca, apontando em minha direção quando se vira e arranca sua xícara da cafeteira.

Sorrio. “Aww, alguém tem o cenho franzido. Preciso chamar Chelsea para que ela possa foder esse mal humor de você?”

“Não force, idiota”, ele avisa, segurando o café como se fosse sua tábua de salvação. Fico surpreso por não ser um copo de uísque, para ser honesto.

“Vou levá-las para meu lugar hoje,” Vejo-me falando ao me encostar na bancada da cozinha de tamanho industrial. “Sabe que é seguro como o inferno lá e há tanta merda para Harlyn fazer que irá satisfazê-la por alguns dias.”

Os olhos de Sugar se iluminam, não tenho certeza se de surpresa ou excitação com o pensamento de sair desta prisão, mas a forma como se iluminam me deixa ainda mais determinado a fazer isso acontecer.

Tenho uma casa fora da cidade, e um monte de terra. Esteve vazia na maioria das vezes, já que gosto de estar aqui com meus irmãos e familiares, em vez de no meio do nada sozinho. É uma casa, mas o clube é meu lar.

A enorme casa tem um lago artificial e ruínas de uma fábrica de concreto onde o clube muitas vezes acampa e faz churrascos no verão. É meio assustador, mas também muito bonito com a mistura de placas de edifício invadidas pela natureza, e agora coberta de grama e trepadeiras.

“Não sei sobre isso ...” Optimus diz, mas posso dizer que ele está considerando.

Revirei os olhos. “Cara, você tem merda o suficiente em suas mãos agora. Como realmente quer que sua ex te chateie e sua filha constantemente entre no escritório pedindo para jogar Monopoly?”

Os olhos brilhantes de Sugar rapidamente se estreitam, e seguro uma risada, é bonito como ela pensa ser intimidante. "Porra! Vamos levar Ham também apenas por segurança se isso te faz se sentir melhor, princesa.”

“Está cruzando uma linha fina, Wrench. A porra da linha fina...” ele rosna, mas não dura muito tempo, e logo ele joga as mãos no ar. "Ok. Mas esteja de volta antes do anoitecer, e te mato se qualquer uma delas volta com sequer um fio de cabelo do caralho fora do lugar.”

Levanto as mãos em sinal de rendição. “É isso aí, chefe.”

Ele olha para mim quando sai da cozinha e vai para sala de jantar movimentada onde metade do clube já está tomando café da manhã.

“Não tem que mudar sua rotina para fazer isso por nós,” Sugar diz timidamente, mas posso ver que está ansiosa para sair deste lugar. Inferno, não a culpo, mesmo eu odeio estar aqui muito tempo, e porra moro aqui por tanto tempo quanto posso lembrar.

“Não é fora do meu caminho”, digo balançando a cabeça e indo para o lugar vazio de Op ao lado da máquina de café. “Não estive em casa para verificar as coisas, por isso será bom voltar e se certificar que tudo ainda está tickety-boo2.”

Sua suave risada me faz olhá-la pelo canto do olho. "Algo engraçado?"

Ela cobre o riso com uma tosse falsa, trazendo a mão à boca. “Uh ... tickety-boo?”

“O que há de errado com tickety-boo?”

Posso dizer que ela está escondendo um sorriso quando se recusa a mover a mão cobrindo a boca. “Nada, absolutamente nada”, ela murmura. “A menos que seja... a fada madrinha da Cinderela.”

“Tenho certeza de que era bippity-boppity-boo”, brinco, tocando a ponta de seu nariz com o dedo, antes de virar e ir para a porta. Sorrio, ouvindo seus passos suaves me seguindo.

“Então agora você é um especialista em princesa da Disney?”

Estalo a língua e sorrio por cima do ombro para ela. “Esse é um segredo que nunca vou contar.”

Sua boca abre e fecha, antes de sua testa franzir. “Não posso dizer se está falando sério.”

Simplesmente rio antes de me virar e sair para o pátio. “Ham”, digo, chamando a atenção do jovem garoto de onde está empurrando Harlyn nos balanços. “Traga Harlyn, vamos para minha casa por um tempo.”

Ele ergue a mão para me dizer que me ouviu, e giro ao redor para encontrar Sugar ainda me olhando para mim com curiosidade. “Sua mente está trabalhando horas extras.”

Ela dá de ombros, mas o canto da boca sobe em sorriso. “Só tentando descobrir se é mais um fã da Branca de Neve, ou se prefere uma loira como Rapunzel. Vamos lá, pode me dizer.”

Meus olhos percorrem a área em torno de nós quando dou dois grandes passos até que nossos corpos estejam separados por apenas alguns centímetros de ar. Abaixo minha cabeça, meus lábios roçando o lóbulo de sua orelha. Sua respiração instantaneamente acelera e meu pau estremece em resposta. "Rapunzel. Todo aquele cabelo ao vento em torno de meu punho enquanto a pego... mmm...” levanto a mão, puxando alguns fios de seu cabelo. Quando recuo, ela lambe os lábios, e um tremor visível percorre seu corpo.

Ela limpa a garganta, finalmente encontrando voz depois de alguns longos segundos. “Descobriu uma maneira de transformar princesas da Disney em algo sujo.”

“Não faça perguntas que não quer saber as respostas, pirulito,” digo com uma piscada.

Ela bufa. "Pirulito?"

“Sim, sabe, uma coisa açucarada que você lambe? Seu nome é Sugar ... Quero-”

Antes que possa terminar a frase, Harlyn corre através das portas do pátio e bate em minha perna. Consigo agarrá-la antes que ela tropece, e a pego no colo.

“Estamos realmente indo para um lugar que não é aqui?”, Pergunta ela com tanta excitação que suas palavras parecem quase insulto juntos.

Rio. “Sim, criança. Pegue seu maiô e alguns bons sapatos, temos exploração a fazer.”

“Maravilha”, ela exclama, saltando de meus braços e no chão. Lentamente me acostumei com a garota apenas atirando-se de alturas, ou saltando de uma pessoa para outra, sem qualquer medo ou aviso. Sugar estava certo, a parte audaciosa dela é forte e essa porra me deixa nervoso.

Harlyn decola até a escada com Ham atrás dela.

“Talvez deve trabalhar nesse apelido”, diz ela, finalmente, batendo no meu peito. “Ou ficar com Sugar antes de se envergonhar.”

“Vou pensar em alguma coisa, não se preocupe, pirulito”.

Sua risada enche a sala enquanto se ir para as escadas. “Vou me vestir e pegar minhas coisas enquanto pensa em algo.”

Eu irei. Ela pode contar com isso.

O clube sempre a conheceu como Sugar. Um apelido que Optimus deu-lhe a primeira vez que se encontraram, um que ficou preso. Para todos aqui, é o que ela sempre será, mas essa parte de homem das cavernas de quer uma parte dela que possa chamar de minha. Algo que, quando vier para ela, seja meu.

Soa estúpido.

Porra! Eu sei que soa estúpido.

Eu não posso porra tê-la. Isso ficou claro em inúmeras ocasiões. No entanto, cada vez que estamos próximos, a merda vo pela janela e volto para onde essa porra começou – comigo desejando a ex-Old Lady do meu presidente, implorando para alguém chutar a porra da minha bunda.

Porra.

Por que me ofereci para passar o dia inteiro com elas?

Jesus Cristo, isso não vai acabar bem.

Sem. Chance. No. Inferno.

 

Capítulo seis

Sugar

 

“Caramba,” engulo em seco enquanto desço do carro. “Este lugar é lindo.”

Wrench vem para meu lado, os olhos seguindo os meus enquanto observo os penhascos enormes que emolduram um lado de um belo e grande lago. O sol reflete nas águas de um azul profundo, sem uma ondulação na superfície. O ar está parado e quente, um dia de verão perfeito, as condições em torno me empurrando em direção à água.

“Oh meu Deus, isso é estupidamente legal”, Harlyn grita pulando do carro e imediatamente se dirigindo para a praia em miniatura que vai para a água.

“Harlyn ...” digo com um olhar severo no rosto.

Ela suspirou dramaticamente e gira. “Estupidamente não é palavrão, mãe.”

“Sim, mamãe.” Wrench ri, seguindo Harlyn pela areia. Por um momento, só paro e olho, sem me importar que ele está sendo um idiota e zombando de mim.

“Você tirou as botas”, comento, assim que ele estende a mão para a bainha da camisa. Seu colete se foi faz tempo, mas por alguma razão, vê-lo sem as botas de motociclista em seus pés só parece ... estranho.

Suas mãos param. “Você já teve areia nos sapatos antes? Essa merda é desconfortável.” Então, num movimento rápido, ele tira a camiseta por cima da cabeça e a joga sobre uma cadeira próxima, antes de mexer no botão da calça jeans.

Um nó se forma na minha garganta e luto contra ele, sabendo que se engolir irei mostrar claramente o quanto quero ver seu corpo. Isso, e eu pareço uma pervertida com tesão, mostrando minha emoção por observá-lo se despir.

Ele baixa as calças, revelando um par de calções de banho que para acima do joelho.

“Vamos, Wrench,” a voz de Harlyn diz, seguida pelo som doce da água que espirra quando ela entra na água até os joelhos. Seu riso ilumina, saltando e ecoando no ar.

Sorrio, o ruído melódico enchendo meu coração e afastando a apreensão que senti na última semana.

Minha menina está feliz. Nós tivemos um susto, mas o que notei foi que todos e cada um dos irmãos no clube fez um ponto para encontrar Harlyn, e lembrá-la o que significava para eles. Não posso me impedir de imaginar se isso tem algo a ver com Wrench. Ele passou horas com Harlyn, desenhando, criando, tentando ajudá-la no que estivesse acontecendo para que ela pudesse estar em paz.

Não ligo para o que dizem, ver um homem com seu filho é um lugar de importância em suas vidas, bem como o homem, que fez isso. Isso muda a forma como o vê. Talvez até mesmo altera as emoções que tem por ele, porque essa pequena pessoa que sempre foi a coisa mais importante em sua vida, é agora também importante na dele.

Meus olhos observam enquanto ele pega Harlyn sob os braços e jogou-a para o ar, seu corpo desaparecendo abaixo da superfície da água num respingo em expansão antes de aparecer novamente, rindo e exigindo mais. Os músculos de seus braços flexionam quando ele balança antes de jogar Harlyn, seus gritos encantados navegando com ela através do ar. Quando ele vira de costas para mim, a primeira coisa que noto é a tatuagem, idêntica à de Optimus com o nome do clube e insígnia. Avanço, os dedos movendo-se por vontade própria, balançando ao meu lado como se ameaçando parar de funcionar, se eu não deixá-los tocar a pele com tinta.

“Quantos irmãos têm uma tatuagem igual a sua e de Ops?”, pergunto, conseguindo afastar minhas mãos curiosas e desviar meu corpo para o lado onde há um punhado de cadeiras de praia e espreguiçadeiras. Ham já ocupa uma, perto de onde Wrench e Harlyn estão brincando.

“Não posso nem imaginar”, ele responde sem se virar, os olhos observando Harlyn cuidadosamente quando ela nada de volta para ele. “Provavelmente não tantos quanto pensa.”

“Então não é como uma coisa obrigatória?”, pergunto, curiosa. Mesmo que tenha Harlyn e tecnicamente namorado Optimus por alguns meses, ainda há muito sobre o clube que não sei. Não é como se houvesse um curso que pode ter em ser um motociclista. As regras variam para cada clube, e muitas vezes de forma tão dramática que um elogio para um clube, pode ser um insulto para outro.

Clubes como os Brothers by Blood, na maioria, entendem que as pessoas nem sempre concordam ou entendem seu modo de vida, e são paciente. Mas alguns socariam sua cara por demonstrar curiosidade.

“Não, nem todo irmão com colete decide fazer uma. Mas cada um deles tem tatuado algo que os identifica como parte do clube. Não é lei, mas mais por respeito ... para mostrar a lealdade.”

Ouço em silêncio enquanto ele explica algumas das tatuagens dos outros irmãos, tudo isso enquanto mantêm minha filha feliz.

O sol arde acima, o calor lambendo minha pele, me aquecendo lentamente de fora para dentro.

Ham começa a despir-se, fazendo um caminho até a água. “Hey Har, quer nadar até a plataforma comigo?” Ele diz, ganhando um brilhante sorriso em troca.

“Posso, mãe?”, pergunta ela, abaixando-se em torno de Wrench e indo para mim.

Harlyn é uma grande nadadora. É uma coisa que fazemos juntas. Desde que ela era apenas um bebê, nadou pelo menos duas vezes por semana, faça chuva ou faça sol. Ela ama a água, e eu amo o tempo que eu tenho para gastar com ela, rindo e aprendendo, vendo-a ficar mais e mais confiante.

“Claro baby. Mas fique perto de Ham, parece muito profundo lá.” Olho para onde Ham está observando. "Seja cuidadoso."

Ele me dá uma saudação com um sorriso atrevido. “Meus olhos não vão deixá-la, mamãe ursa”, ele diz com confiança antes de girar e correr para a água. “O último lá é um ovo podre!”

“Hey,” Harlyn diz depois dele. “Trapaceiro!”

Os dois afundam na água, rindo e brincando enquanto nadam para longe.

“Você precisa passar um pouco de protetor solar antes de se queimar,” Wrench avisa caminhando até a areia.

Encolho-me. Ele está certo. Minha pele é sedosa e pálido, muito tempo sob este calor e serei uma merda de lagosta. "Merda! Eu passei em Harlyn, mas esqueci de mim.”

Levanto, pegando minha bolsa do chão e buscando até encontrar o frasco de protetor solar que sabia ter escondido ali. Quando viro para sentar, noto Wrench agora ocupando meu lugar. Quando vou sentar na cadeira ao lado, ele pega minha mão e me puxa de volta.

“Sente, vou passar em suas costas e ombros.” Suas palavras, mesmo inocentes, fazem meu sangue correr para um milhão de diferentes partes do meu corpo. Ok, talvez não um milhão, talvez apenas uma. Deve ser verdade, porque meu clitóris subitamente pulsa no mesmo ritmo que meu coração, e sem dúvida não demorará muito até que a parte de baixo do biquíni tenha uma pequena mancha de umidade para todos verem.

Paro por um segundo, a mão no pulso não me permite escapar, as mesmas mãos que agora imagino se movendo por meu corpo. Meus ombros, minhas costas, minha cintura, os dedos afundando em cada músculo enquanto massageia o líquido frio na minha pele quente.

“Sugar”, seu grunhido suave me traz de volta à realidade, e pulo. Com meus olhos limpos do sonho, finalmente sou capaz de trazer seu rosto em foco. Ele olha para mim com uma intensidade que não consigo nem explicar. Seus ombros tensos, os olhos estreitos e a mandíbula cerrada, quase como se tivesse projetado minha imaginação numa tela grande para ele ver. “Você pode simplesmente se sentar, mulher?”

Ele puxa minha mão, e vou com o movimento. Ele monta a cadeira longa e me posiciona entre suas pernas, nós dois virados para a água. Há muito espaço para nós dois, a cadeira tem um assento longo, onde pode deitar e tomar sol, exatamente o que planejo fazer assim que minha pele estiver protegida dos raios de sol.

“Isso será frio,” Wrench avisa enquanto ouço o esguichar do produto nas mãos e depois fechá-lo novamente.

Endireito minhas costas e estreito os olhos. “Puta merda!” Grito quando ele coloca as duas mãos sobre meus ombros e começa a esfregar em círculos. Sua profunda risada me incomoda como se estivesse tendo prazer em me atormentar. Não é apenas o líquido que está frio, a água esfriou sua pele, mas quanto mais ele move as mãos por minha pele quente, mais parecemos encontrar um estranho equilíbrio.

Olho para cima e através do pequeno lago para ver Ham ajudando a empurrar Harlyn para a pequena plataforma que flutua no centro, ela treme sob o peso de seu corpo enquanto caminha até a borda.

“Vá!” Ham diz ela, segurando o lado.

Ela olha para mim e levanta a mão no ar, acenando antes de apertar o nariz com os dedos e saltar. A água se agita em torno de seu pequeno corpo, voando no ar antes de atingir a água enrolada numa bola.

Wrench ri baixinho enquanto suas mãos continuam a deslizar suavemente por toda minha pele. “Ela é uma aventureira.”

Espero até que sua pequena cabeça apareça fora da água, as bochechas iluminadas com o mais lindo sorriso quando ela nada de volta para Ham. Então respiro e deixo o ar encher meus pulmões doloridos. “Ela ainda me deixa nervosa... às vezes só assusta a porra fora de mim com este comportamento destemido. Mas não posso reclamar ou lutar contra, porque ela me faz tão feliz.”

“Você é uma ótima mãe”, comenta ele, as palavras suaves e mais significativas do que acho que ele pretendia. “Muitas estariam gritando com ela, ou constantemente flutuando ao redor dela e a sufocando com proteção.”

Seus polegares movem-se entre minhas omoplatas, e ele pressiona para baixo com pressão suficiente para relaxar os músculos e arrancar um suave gemido de meus lábios.

“Jesus”, sussurro, parcialmente envergonhada, mas principalmente mentalmente implorando para ele fazer de novo. Nunca foi de sair e gastar dinheiro em coisas como massagens, sempre pareceu muito pessoal ter alguém tocando meu corpo dessa maneira. Mas com Wrench. Porra! Suas mãos são perfeitas.

As pontas dos dedos vão mais baixo, traçando cada lado da minha espinha. Arqueio as costas e inconscientemente deixo cair a cabeça enquanto ele realiza sua magia.

“Nunca teve qualquer contato assim antes?”

Minha pele cora, mas não posso me obrigar a afastar, meu corpo implorando desesperadamente para ele explorar ainda mais. “Costumo passar meu próprio protetor solar,” brinco, puxando meu lábio entre os dentes quando ele atinge a base da minha espinha e aperta. “Foda-me”, sussurro, inalando bruscamente.

Um rosnado baixo da Wrench enche meu ouvido e me faz ofegar, sua boca agora junto da minha orelha tendo abandonado completamente o protetor solar. “Alguém já lhe disse para não dizer coisas que não significam o que quis dizer?” ele sussurra, os pelos em seu queixo roçando meu pescoço e criando um arrepio. Suas mãos se movem para meus quadris, segurando-os firmemente e puxando meu corpo para trás até que minha bunda pressiona contra sua frente, e é óbvio naquele momento o que minhas duas palavras causaram. Tento juntar minhas pernas, com medo de que pode ser tão óbvio o que seu toque faz comigo. Mas antes que possa, mãos fortes agarram minhas coxas e as mantêm cativas.

“Wrench” silvo, meus olhos nervosamente passando pelo lago encontrando Ham e Harlyn nadando até o outro lado e caminhando pelo penhasco pegando flores silvestres.

“Encoste-se,” ele exige antes que seus lábios pressionem minha mandíbula.

Eu não devo.

Não. Nós não devemos fazer isso.

Ele estará em apuros, e Op perderá sua mente.

Meu coração dispara quando ele aperta os quadris para a frente, o comprimento de seu pênis pressionando entre as bochechas de minha bunda, a única coisa separando os dois é sua sunga e meu biquíni. No entanto, eu porra desejo que eles não existissem.

Sua mão desliza pelo topo das minhas coxas, e antes que possa protestar, afasta a frente do meu biquíni, quase me fazendo levantar quando faz contato com meu clitóris inchado.

“Eu disse, se incline para trás, Sugar,” ele ordena, desta vez um pouco mais duro e com um pouco de motivação. Já posso sentir meu biquíni ficando molhado enquanto ele continua a deslizar os dedos, provocando. “Realmente quero ter um gosto.”

A outra mão de Wrench envolve meu ombro, pressionando a palma contra minha garganta. Ele usa esse braço para me puxar, por isso, seu peito pressiona contra minhas costas. Posso sentir seus músculos, tensionando contra mim, enquanto ele me segura. Ele usa o polegar para virar minha cabeça para a direita, sua mão segurando-me enquanto ele toma posse da minha boca. É um beijo sexy e forte que faz meu coração disparar.

Foi-se o homem tão determinado a me tocar com mãos suaves, roçando-as por mim como se eu fosse tão frágil. Em seu lugar esta energia crua, necessidade fervorosa e luxúria. E para ser completamente porra honesta, estou cedendo a sua magia.

Meu corpo pede, implora, para Wrench me levar de qualquer maneira que ele queria.

Não consigo sequer lembrar quanto tempo faz desde que fui completamente fodida, e com Wrench não sei se ele me tratará como uma princesa, ou me foderá como uma prostituta. Talvez uma mistura de ambos.

Pressionando meus quadris para frente, espero que ele pegue a dica e afunde os dedos sob o tecido fino que está me impedindo de chegar a qualquer pico.

Ele se afasta, um sorriso preguiçoso deixando-me saber que ele efetivamente entendeu minhas ações. “Você quer que eu te toque?”

Balanço a cabeça, engolindo o nó na garganta quando ele move a mão do meu pescoço e desce lentamente por meu peito, tão dolorosamente lento que não posso sequer prever onde ele está indo.

“Diga, quero te ouvir dizer as palavras.”

Lambo meus lábios, eles já estão inchados e feridos de seus beijos. “Quero que você ... me toque.”

“Mmmmm...” ele geme. “E onde quer que te toque, Sugar?”

Fodido imbecil.

Faço uma careta. “Wrench, só ... me toque.” Estou sem fôlego, necessitada e muito ciente do fato de que fui de mãe responsável para completa e absolutamente puta dentro de minutos. Mas, Deus, só quero que ele me toque.

“Diga,” ele ordena, seus movimentos parando e fazendo-me gemer de decepção.

“Wrench ...”

“Tootsie Roll3...”

Rosnando baixo na garganta, finalmente cedo, minha buceta necessitada apenas querendo tanto senti-lo. “Toque minha buceta, por favor. Toque-me, foda-me... qualquer coisa.”

Com as duas mãos em meu colo agora, ele usa uma para afastar o biquíni, enquanto a outra toca deliciosamente por entre minhas dobras molhadas, sacudindo meu clitóris palpitante.

“Oh meu Deus”, sussurro, virando a cabeça para olhar em seus olhos.

Eles estão queimando, me consumindo com desejo e paixão. “Vai gozar para mim?”

Oh Deus, eu vou, e não vai demorar muito. Fazem anos. Anos e anos de noites sozinha com um vibrador e minha mão. Ter Wrench me tocando parece totalmente divino, aqui no aberto, seu dedo me tocando como uma guitarra.

“Sim”, gemo, empurrando meus quadris para a frente quando ele usa dois dedos para me penetrar. "Porra! Droga."

Ele geme, “Você é tão molhada. Gostaria de poder tirar meu pênis e apenas entrar em você.”

Meus quadris por vontade própria começam a se mover contra sua mão, minhas mãos agarrando seus braços e as unhas afundando na pele. Lembro de pensar o quão doloroso deve ser, mas estou simplesmente muito alta para ligar.

Meus músculos começam a tensionar quando o imagino libertando seu pênis e me enchendo. “Oh Deus, eu vou gozar.” Meus músculos começam a tremer e sinto uma onda de prazer começar a me atingir. Luto para respirar, mordendo o lábio inferior para me impedir de gritar. Minhas costas arqueiam e me contorço em seu aperto, mas ele não desiste, sussurrando em meu ouvido, me incentivando a cavalgar a onda e deixá-la me levar.

Sem fôlego e formigando, recosto-me contra o peito de Wrench, a cabeça em seu ombro enquanto meu corpo continua a tremer pelo orgasmo.

“Tão porra de linda.” Wrench sorri, dando um leve beijo em minha bochecha.

Coro, mas quando ele se afasta, capturo seus lábios nos meus da única maneira que sei como dizer ... bem ... porra wow.

Ele ri suavemente, levantando a mão à boca, sua língua saindo e lambendo os dois dedos que me tocaram. “Mmm ...” ele geme.

Minha boca está aberta, eu sei o que ele está degustação enquanto seus olhos se fecham e ele os chupa.

Eu.

Ele está me provando.

Seus olhos se abrem e imediatamente encontram os meus. “Apenas doce como imaginei que seria.”

Bato em seu peito, incapaz de parar o calor inundando minhas bochechas. “Pare, seu animal.”

Ele sorri. “Está tudo bem, baby. Da próxima vez vou provar diretamente da fonte.”

"Ei mãe! Veja o que encontrei”, Harlyn interrompe, chamando-nos enquanto nada com um punhado de margaridas na mão.

Wrench aperta minha coxa e sussurra em meu ouvido: “Porque sabe que agora que tentei uma vez, haverá uma próxima. Meu pobre pau pode realmente entrar em combustão se não houver.” Ele me orienta para a frente, agarrando estrategicamente uma toalha do chão para colocar sobre seu colo quando deslizo para falar com minha menina. Não consigo ficar de pé, minhas pernas ainda tremendo e se contraindo e meu biquíni completamente encharcado.

“São lindas, baby, só esperava você vir para nadarmos.”

Harlyn sorri. "Sim! Vamos!” Ela agarra minha mão, me puxando da cadeira antes de virar para Wrench. “Você vem Wrench?”

“Sim criança, vou encontrá-la em um minuto. Só tenho que ter um momento.”

Harlyn levanta uma sobrancelha para ele, mas logo dá de ombros. Não posso deixar de sorrir para ele, porém, e tudo o que ganho é um olhar cheio de promessas escuras e sensuais.

Promessas em que quero me deleitar.

Mas isso também pode colocar nós dois em muita merda.

Quanto uma promessa vale nestes dias?

Acho que estamos prestes a descobrir.

 

Capítulo sete

Sugar

 

Passamos o dia todo na propriedade de Wrench, ele ajuda Harlyn a explorar as ruínas que foram deixadas da fábrica de cimento. Eles escalam as antigas lajes enquanto Wrench conta tudo sobre a história do lugar.

Então, quando a luz do dia começa a escurecer, todos vamos para um dos quartos pequenos, observando como as paredes tornam-se vivas com obras de arte brilhante. Nomes, imagens, provérbios, tudo enche o espaço, pintado com algum tipo de tinta que brilha no escuro. É estranho, mas não posso me impedir de amar a maneira que Harlyn se ilumina a cada vez que Wrench começa a explicar outro pedaço de escrita. Ela está ansiosa para ouvir as histórias das pessoas que não são apenas parte de sua vida, mas parte de sua família agora.

Wrench não me toca de novo, à excepção de um toque cavalheiresco nas minhas costas para me guiar em torno do entulho caído, ou para oferecer sua mão enquanto subimos e exploramos. Sei que ele está tentando se comportar, sabendo que seria inadequado fazê-lo na frente de Harlyn, mas fico desapontada.

Estúpida.

No dia depois da excursão, a merda bate no ventilador. O ginásio onde Chelsea estava trabalhando é destruído. Ela teve sorte de conseguir sair viva. Felizmente, para a sanidade de todos dentro do clube, foi o pontapé final, e o que Optimus precisava para perceber o quão incrivelmente idiota está sendo e finalmente reclama sua menina. Estou feliz por ele, por ambos.

Sei que pessoas estão me olhando de lado, esperando talvez o ponto que eu vá quebrar e tentar lutar por ele. Isso é uma coisa que nunca acontecerá. Nós apreciamos a companhia um do outro, mas éramos jovens, há seis anos. Eu era a jovem riquinha que o bad boy queria corromper, e ele era o motociclista que me deu a fuga que eu precisava no momento.

É isso.

Nunca fui a única e vê-lo com Chelsea torna isso malditamente óbvio. Mas estou feliz que ele achou uma mulher para estar ao seu lado e ser a pessoa que ele precisa que ela seja.

Meu amor por Optimus é vasto, ele me deu o presente mais precioso que poderia ganhar, e por isso, sempre o amarei e adorarei. Ele não sabe, mas ter Harlyn possivelmente salvou minha vida. Há segredos e mentiras enterrados dentro de mim, segredos que ele e o clube estão completamente alheios, e por agora, gostaria de manter assim.

Gostaria que tivéssemos criado nossa filha juntos, mas as coisas e nunca serão mais do que isso.

Durante todo o caos que se seguiu, fazem dias desde que vi Wrench. Quando Harlyn começou a perguntar por ele, a Optimus explicou as habilidades dele com um computador e como rastreia pessoas e consegue informações que a maioria das outras pessoas nunca seria capaz de encontrar. Esse é seu superpoder aparentemente.

Não posso deixar de ficar impressionada e talvez um pouco decepcionada. Gosto de sua companhia e a maneira como ele me faz sentir uma adolescente novamente. Meu corpo aquece quando ele está por perto, e não posso deixar de lamber os lábios enquanto admiro sua estatura e a maneira como ele se segurou. Quanto mais observo, mais percebo que ele está quieto, não exibido como muitos dos membros do clube. Desde nosso dia, ele passa a maior parte de seu tempo trancado no quarto, saindo apenas para a igreja ou pegar comida, e mesmo assim seus olhos mal notam qualquer outra pessoa na sala.

Lembro-me constantemente que ele está fazendo um trabalho, tentando não ficar desapontada quando ele não me diz oi ou como normalmente faria, visita visitar Harlyn. Ela sente falta de seu novo amigo, mas acho que mesmo ela sente a tensão no ar e opta por manter isso para si mesma.

A última semana ou mais tinha foi um teste para todos, mas é óbvio que ter Chelsea de volta no clube torna tudo um pouco mais brilhante, pelo menos por algumas horas antes da tempestade cair novamente, e desta vez, quase a leva.

Não é até este ponto que percebo quão séria as coisas realmente são. Ouvir sussurros sobre a máfia e ver Chelsea naquela cama de hospital - sem saber se ela rá acordar novamente, me perguntando se sua mente está muito danificada, atinge a todos como uma tonelada de tijolos.

A mim especialmente, encontro-me buscando conforto, um que consegui evitar desde que voltei. O estresse e medo de me desligar, está enterrado no fundo do meu intestino, girando e me atormentando até saber que não posso fazê-lo por mais tempo sem um indulto.

Tenho que me perguntar se tem parcialmente a ver com Wrench e como ele parece ocupar minha mente, ou como sempre que está por perto. Eu apenas sinto-me... em paz. Sua promessa de não deixar nada machucar Harlyn ou eu realmente afundou em meus ossos, e pela primeira vez desde sempre, acredito em suas palavras.

Mas, com sua ausência, eu fraquejo.

“Vai até o hospital ver Chelsea?” Skylar, uma das meninas do clube pergunta enquanto a ajudo a limpar a cozinha depois do almoço.

Balanço a cabeça. “Sim, Op já levou Harlyn até lá para passar um par de horas com ela. Sua fala está quase normal, mas ela ainda está lutando um pouco com o movimento nas pernas e outras coisas.”

O sorriso de Skylar é triste. “Ainda não posso acreditar que ela quase se foi, ouvi os meninos dizerem que ela realmente morreu mais de uma vez. É assustador.” Seus olhos estão vidrados, quase como se tivesse visto um fantasma.

Estendendo a mão, acaricio seu braço. "Você está bem?"

Ela pisca e sacude a cabeça. “Sim, é apenas difícil sabe, o pensamento de perder alguém com quem realmente se preocupa.”

Levanto uma sobrancelha. “Parece que fala por experiência própria.” Realmente não sei muito sobre Skylar. Ela é uma menina doce, nunca brigando como algumas das outras meninas do clube, e é simplesmente feliz fazendo o que ela precisa para sobreviver. Ela não fala muito sobre seu passado. Tudo o que sei é que sua família é extremamente religiosa, mas que ela não tem as mesmas crenças.

Ela engole em seco e assente. “A decisão de se afastar de minha família não foi tomada levianamente. Não foi até que perdi a única pessoa que realmente me compreendeu, que percebi quão sozinha estava com eles.”

As palavras de Skylar são enigmáticas e confusas, com a voz tranquila como uma criança recordando um pesadelo que teve.

“Alguma vez já tentou encontrar seus pais? Como disse, perder alguém que ama pode realmente abrir os olhos para o mundo e mostrar o que é importante”, digo suavemente, embora saiba que não foi o que aconteceu no meu caso. Meus pais ainda estão felizes em me afastar e fingir que não existo.

Ela balança a cabeça, me encarando com olhos arregalados. "Não. Voltar lá ... seria ...” seus olhos vagam enquanto tente encontrar as palavras certas, “... prejudicial. Minha família está aqui agora.”

Meu coração aquece com suas palavras, posso dizer que é uma luta sequer pensar em se afastar da família e começar uma nova sozinha. Mas, assim como eu, nós duas encontramos uma família no clube, e isso é tudo que importa.

Puxo-a em meus braços para um abraço, seu corpo relaxando. “Não pense sobre isso. Basta lembrar que Chelsea voltará e tudo está bem novamente.”

O perigo se foi, tirou um pesado fardo das costas do clube. Harlyn e eu estamos procurando apartamentos em Athens, decidindo ficar perto depois de uma longa conversa com Optimus. Ele quer a filha em sua vida. Eu acho que, quase perder Chelsea o fez perceber a rapidez com que alguém pode ser levado, e depois de passar anos mantendo Chelsea à distância, ele agora se recusa a fazer o mesmo com Harlyn.

Eu entendo.

Entendo como ele se sente e o que se passa em sua cabeça, então concordo. Minimizar a situação é dizer que Harlyn adorou. Ela tem o clube, seus novos amigos e seu pai. É como um sonho para ela, e porra, não importa a trepidação na minha mente, farei o que tiver que fazer para mantê-la feliz. Mesmo que isso signifique me colocar em risco.

Solto o pano de prato e afasto alguns fios de cabelos do meu rosto. “Vou pegar algumas coisas na loja e então ir até o hospital.”

Skylar me dá um sorriso e acena. “Mande um oi para Chelsea.”

“Farei”, respondo antes de correr para fora da sala e ir para o estacionamento.

Optimus me surpreendeu com um carro novo para Harlyn e eu. Não estava realmente preocupada, mas é um desportivo vermelho bonito que tem a quantidade certa de velocidade que eu amo. Saio do complexo, acenando para Ham quando ele abre os portões para permitir-me passar, e vou para a cidade. Athens não é enorme, mas está bem. A população grande é o suficiente para apoiar as empresas locais e mantê-las prosperando. Cresci na cidade mais próxima, em Huntsville, muito maior e mais rica, mas enquanto dirijo pela rua principal de Athens, não posso deixar de sorrir e imaginar como um dia posso abrir minha loja aqui.

Minha paixão é roupa e design. Isso é o que eu quero fazer - ter minha marca e vendê-la a mulheres todos os dias com preços acessíveis. Tenho centenas de desenhos em casa. Optimus trará nossas coisas para Athens.

Não posso esperar para voltar ao trabalho. Costurar e criar, é a minha paz, é onde me sinto completa, pelo menos tão completo quanto posso estar. Depois de passar tempo com o clube, tenho uma nova carga de inspiração motociclista para roupas, a ampla gama de personalidades e formas corporais, ajudando a expandir minha mente e sonhos.

Um arrepio percorre-me no instante em que entro no minimercado. “Que ar condicionado potente,” resmungo, esfregando os arrepios que se formaram em minha pele. Pegando um carrinho, caminho pelo corredor, lembrando que Chelsea comentou precisar desesperadamente de KitKat. Estou numa missão. Em pé na frente da seção de doces, lambo meus lábios, olhando a grande variedade de doces e chocolate.

Talvez possa pegar algumas coisas para mim já que estou aqui.

“Nunca pensei que seria tola o suficiente para voltar para a cidade,” uma voz suave comenta, fazendo meu corpo tensionar e congelar no local. “Ele sabe que está de volta?”

Respiro fundo, segurando o carrinho de compras em minhas mãos enquanto giro para ver um dos fantasmas do meu passado. “Eric,” cumprimento-o, forçando um sorriso. "Olá."

Seus olhos azuis combinam com o sorriso acolhedor. “Ele não sabe, não é?”

Suspiro, revirando os olhos para o teto. “Dado que vi mamãe e papai a mais de uma semana e, basicamente, disse-lhes para ir se foder no meio do clube de campo, vou adivinhar que ele provavelmente sabe.”

Eric sacude a cabeça. “Por que voltou? Onde está hospedada?”

“No MC fora da cidade ... com minha filha.”

Seus olhos se arregalam e a boca abre. “Bem, isso é informação demais comprimida numa frase. Exagerou no pensamento?"

“Não, particularmente não.”

Não há constrangimento entre Eric e eu, não gosto de pensar que deveria haver. Eric foi – é – o melhor amigo e confidente de Peter. Ele e sua esposa iam jantar conosco, pelo menos uma vez por semana, e é comum ter ele perto da casa de Peter nos fins de semana.

Eric não é como Peter, e em um ponto que tive momentos de clareza, perguntei-me por que ele não com Eric que meus pais escolheram me casar. Ele é bem-sucedido, fazendo um nome para si mesmo e seus negócios com trabalho duro e dedicação. Ao contrário de Peter, que escolheu seguir os passos da família e herdar cada centavo e sucesso que veio com seu nome.

Quando Optimus finalmente decidiu me mandar para longe, com sua criança crescendo em meu estômago, Eric me pegou no ato. E, surpreendentemente, ele me ajudou a fazer as malas e sair pela porta antes que meu marido voltasse para casa.

“Tem certeza que este é o melhor lugar para você?” Eric pergunta me seguindo pelo corredor. “Ele não vai recuar e parecer um olhar um tolo com você de volta.”

Pego várias barras de chocolate na prateleira, mordendo o lábio. “Eu sei, mas não posso esconder para sempre. Em algum momento, terei que enfrentar meus demônios e mostrar que ele não pode se meter comigo.” Minhas palavras chocam até mesmo a mim, sabendo o que Peter fez comigo e até que ponto ele irá a fim de me machucar. Mas chegou a hora de manter minha posição e lidar com as consequências de minhas ações e lutar contra a vergonha que me segue. Isso, e tenho mais para lutar por agora, não irei aceitar sua merda. Pelo menos, é isso que digo a mim mesma quando o pequeno saco que abriga meus segredos queima um buraco na minha bolsa, gritando quão mentirosa sou.

Eric ri e balança a cabeça, seu cabelo castanho claro agitando ao redor da cabeça. "Uau! Perguntei-me por um longo tempo se iria ouvi-la dizer essas palavras. Obviamente, não era bem assim, mas algo semelhante.”

Não escondo meu sorriso quando o olho. “Não sou a menina fraca que costumava ser. Tenho as coisas sob controle agora, e pessoas atrás de mim. Não estou mais sozinha e isolada.”

Seu sorriso se torna mais forçado quando ele se aproxima e coloca a mão no meu ombro. “É bom ver que está se sentindo melhor e mais forte. Espero que isso seja o suficiente, porque você e eu sabemos que ele não é do tipo de recuar, Anna.”

"Eu sei. Mas sabe o que? Tenho uma menina para pensar agora. Então ele pode vir com toda sua merda, porque não vou deixar que ele a machuque.”

“Olhe para você, mamãe ursa...” Ele ri. “Só saiba que estou por perto se precisar. Ele e eu não somos tão próximos como antes. Seu ego, acredite ou não, só aumentou quando saiu.”

Encolho-me, a ideia de Peter ficar pior do que já era, é apenas uma receita para o desastre. “Manterei isso em mente.”

Ele me puxa para um abraço e dá um beijo leve no topo da minha cabeça.

"Sugar!"

Merda.

Olho para cima vendo Wrench de pé no final do corredor do supermercado com os braços cruzados sobre o peito, a mão se contraindo como se qualquer momento fosse pegar sua arma e atirar em Eric. Instantaneamente, me afasto, dando a Eric um sorriso de desculpas tímido para que ele devolve.

“Vejo-te por aí, Annabelle”, ele murmura, os olhos indo para Wrench por breves segundos, aumentando a tensão girando no ar já frio antes de se virar e ir embora.

Por um segundo, minha respiração para.

Annabelle.

Não pare. Isso não sou - isso não é comigo.

A cara dele.

Suas palavras.

Entorpecida.

Estou dormente. Quero estar insensível.

Wrench vem em minha direção, seus olhos estreitos e irritados. “Que diabos foi isso?” Ele agarra meu ombro.

O choque de seu toque me traz de volta. Respiro fundo, minhas costas tensionando com a acusação sutil, e viro de costas. “Cresci por aqui, também, Wrench. Eu conheço pessoas."

Sua mão pega meu braço, girando-me de volta. “Você não precisa se misturar com pessoas como ele.”

Puxo meu braço e dou um passo para trás. “Você nem sequer o conhece. Só porque ele usa um belo terno e tem um trabalho profissional, não significa que ele é um completo idiota.”

“Lobo em pele de cordeiro”, ele responde, mas antes que possa interrogá-lo, ele pega minha mão e me puxa para o caixa. “Vamos, vamos ao hospital.”

Não discuto, dada que esta é a mais longa conversa que tivemos em quase uma semana. Mas ele está enganado se acha que vou deixar outro homem me tratar como merda e tentar me controlar.

De jeito nenhum.

De novo não.

Nunca mais.

 

Capítulo oito

Wrench

 

Sigo o carro de Sugar para o hospital, estacionando ao lado dela e a esperando pacientemente sair, minha mente ainda correndo a um milhão de quilômetros por hora.

Ham ligou e avisou que ela ia para o hospital visitar Chelsea. Estava voltando ao clube para fazer algum trabalho nos livros do X-Rated quando vi o carro dela no estacionamento do supermercado. Vê-la com a porra de Eric Deanwell, e seus lábios nela porra fez meu corpo se descontrolar. Quis matar o babaca com minhas mãos.

Deanwell é um advogado da promotoria local que fez um grande nome para si. Um dos processos judiciais que fazem dele um nome familiar foi a porra do meu. Ele fodeu a mim e outro irmão em mais ocasiões do que posso contar. Sua abordagem anti-MC realmente aumentou ao longo dos últimos anos, não apenas dentro do Alabama, mas em todo o país, onde ele palestrou sobre nosso modo de vida e as empresas criminosas. Dizer que ele é um espinho no meu cu seria um eufemismo porque o vasculhei em mais de uma ocasião, e o homem é completamente limpo. Ele é o bom moço, tentando tornar o mundo um lugar melhor. E isso me deixa com ainda mais raiva.

Sugar saia de seu carro, o saco de compras na mão, e me ignora completamente enquanto caminhamos em direção à entrada principal. Optimus me enterrou profundamente na merda até os cotovelos durante a semana passada. No começo, numa tentativa de encontrar informações sobre a família de Chelsea, em seguida, pesquisar através de documentos e mais documentos tentando encontrar algo que pudesse ligar os milhares de pontos para tentar explicar por que a máfia está tão na nossa bunda. Mesmo agora, depois de tudo dito e feito e parecer que a tempestade acabou, ainda estou estressado e no limite.

“Maldição”, amaldiçoo, agarrando o braço de Sugar e puxando-a para o primeiro quarto vazio que vejo e fechando a porta atrás de nós. Pego a sacola de sua mão e deixo-a cair no chão antes de usar meu corpo para apoiá-la contra a parede.

"O que está-"

“Sinto muito, ok,” rosno, abaixando minha cabeça e pressionando a testa contra a dela. “Deanwell e eu temos... uma história. Vê-lo te tocar, vê-lo te fazer sorrir, simplesmente não foi a porra de divertido para mim. OK?"

Seus olhos se fecham e ela respira fundo. “Não é como se fossemos melhores amigos. Ele costumava ... ele era próximo da minha família. Isso é tudo."

Levanto minha mão, tocando seu rosto e segurando sua mandíbula. “Sei que estou um pouco ausente.”

“Wrench, está tudo bem. Não tem que explicar. Eu sei como funciona”, ela diz suavemente, o tom de sua voz parecendo completamente genuíno. “O clube precisa de você, e você ajudou a encontrar Chelsea, ajudou a salvá-la. Essa é a coisa mais importante. Não é como se estivéssemos num relacionamento ou algo assim.”

“Foda-se”, sussurro antes de encontrar sua boca e reivindicar seus lábios. Sou um avarento, filho da puta egoísta. Aqui estou no hospital, apoiando meu presidente enquanto ele passa por um dos momentos mais difíceis de sua vida, mas ainda assim, estou em algum quarto beijando a mãe de sua filha.

Jesus Cristo, eu vou para o inferno.

Os braços de Suga envolvem meu pescoço e ela me puxa para perto, deslizando seu corpo contra o meu, seus seios perfeitos pressionando contra meu peito, provocando e me testando.

Sugar sabe, ela entende. O clube é parte da minha vida. Porra! É a minha vida. E ela não está reclamando sobre isso ou tentando chamar minha atenção, ela não reclama sobre como a ignorei nos últimos quatro ou cinco malditos dias, depois de um momento tão íntimo entre nós no lago. Não. Ela nunca me repreenderia por colocar meus irmãos em primeiro lugar. Ela pode não entender ou saber tudo sobre o estilo de vida do clube, mas compreende o quanto é importante para mim. Isso é tudo o que importa.

Minha língua traça seus lábios antes que eu recue, minha boca instantaneamente indo para seu pescoço, deixando um rastro de beijos por toda a pele macia. Ela tira meu boné e o joga no chão antes de seus dedos percorrerem meu cabelo. Eles tocam os fios de forma tão suave, as unhas arranhando meu couro cabeludo enquanto a atormento, chupando e mordiscando seu pescoço.

“Wrench”, ela suspira quando uma das minhas mãos agarra seu traseiro e aperta através de seus jeans.

“O que, KitKat?” murmuro, esperando algo sobre sermos pegos.

Em vez disso, suas mãos escorregam do meu cabelo e correm pelo meu peito até chegarem ao botão da minha calça jeans. “Você teve sua diversão, esta é a minha vez.”

Meu coração para. Juro por um minuto que não posso me mover quando ela afasta minha mão e fica de joelhos. “Porra,” silvo.

Ela faz um rápido trabalho no meu jeans, abrindo-os, com os olhos arregalados quando meu pau duro salta livre. Sugar lambe os lábios, seus dedos finos e longos envolvendo meu comprimento. Apoio minhas mãos contra a parede quando ela me acaricia lentamente da base até a cabeça.

Sinto-me tonto, não muito bem capaz de compreender que porra está acontecendo. Sugar realmente está de joelhos na minha frente, olhando meu pau como se quisesse engoli-lo todo? Foi está realmente acontecendo ou estou tão fodido sobre esta mulher que meu cérebro está criando esses cenários impossíveis?

Um golpe de sua língua e estou perdido, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos. Sua boca quente e úmida me envolve e solto um longo gemido. Suas mãos agarram meus quadris, as unhas afundando na pele enquanto sua cabeça se move, subindo e descendo, cada vez me levando mais para dentro, mais profundo do que jamais poderia ter imaginado.

Cerrando os dentes, finalmente arrisco um olhar para a mulher que consumiu meus pensamentos nas últimas semanas. Seus olhos me encaram, um sorriso suave no rosto e sua mão percorrendo minha espessura. Afundo uma mão trêmula em seu cabelo espesso, enredando os dedos nos fios e dando um puxão suave. Sua boca se abre, os olhos brilhantes de emoção quando guio sua boca de volta para a cabeça do meu pau. Ela coloca a língua para fora e a percorre por todo o comprimento, enviando um choque direto para minha espinha.

“Cadela insolente”, rosno, fazendo-a rir.

Vozes no corredor nos fazem olhar para a porta, mas não nos movemos. Não. Não dou a mínima para quem entrar pela porta agora, isso ainda acabou, e eles só podem assistir ao show. As vozes aumentam, mas logo passam e começam a desaparecer novamente pelo corredor.

“Melhor se apressar,” aviso. Minha outra mão aperta seu seio, sentindo o mamilo duro como pedra. “Mmmmm,” gemi, apertando-o entre os dedos.

Ela engasga, e uso a oportunidade para entrar em sua boca. Seus lábios se fecham em mim, e de repente não tenho controle quando ela suga mais forte do que pensei ser humanamente possível. Meu comprimento desliza para dentro e para fora, conforme ela acelera.

A construção é rápida, nossa pressa para terminar misturada com a forma como sua língua percorre o lado do meu pau. A cabeça atinge a parte de trás de sua garganta enquanto empurro meus quadris para frente e ela engasga, mas recusou-se a desistir. Sua mão vai para minhas bolas e é isso, sou um caso perdido.

"Merda! Vou gozar,” amaldiçoo, pensando que ela irá recuar, mas ela só levanta a mão e me suga com força quando explodo em sua boca. Ela toma tudo que dou, sua garganta trabalhando para engolir minha porra.

Minhas pernas tremem, e mais uma vez levanto as mãos, pressionando-os contra a parede às suas costas. Meu corpo estremece, e um grunhido baixo retumba na garganta. Depois de alguns segundos, Sugar se levanta, escorregando entre meus braços. Minha respiração está pesada contra seu cabelo solto. Ela ri, meu olhar preguiçoso a encarando quando ela puxa o lábio inferior entre os dentes.

“Droga mulher,” murmuro. Deixo minhas mãos irem para suas costas e puxo-a para frente. Meu pau ainda duro fica entre suas pernas, a textura do jeans contra minha pele sensível quase o suficiente para me fazer gozar novamente.

“É melhor ir andando”, diz ela com um sorriso. “Antes que alguém venha nos procurar.”

Afasto o cabelo do rosto, notando o rubor em suas faces, apesar da atitude confiante. “Quando fiz aquela menina tímida no lago se tornar uma maldita sereia?” É como ver a diferença entre quente e frio.

Ela foi tão reservada quando a toquei, afundando os dedos em sua vagina. É como se ela quisesse fugir, correr e se esconder de vergonha. No entanto, aqui está ela, num hospital cheio, ficando de joelhos e engolindo minha porra como uma maldita prostituta. Mas ela não é nada disso, e acho que é por isso que achei tão gostoso. Sugar é uma mulher de classe, linda e mãe forte, que levou um tempo para sair de sua concha e não faz questão de chamar a atenção para si mesma. E ela quer tanto me foder que ela está disposta a arriscar sermos pegos e expulsos por atentado ao pudor, só para devolver o favor que dei a ela dias atrás.

Por um segundo, vejo seus olhos se arregalarem como se estivesse confusa ou chocada com o que acabou de fazer.

“Hey,” murmuro, estendendo a mão para ela. Ela dá um passo para trás, olhando para baixo e balançando a cabeça antes de levantar o olhar assustado e substitui-lo por um sorriso alegre.

“Vamos”, ela ri, recusando-se a reconhecer minha preocupação.

Ela abaixa-se sob meu braço e pega sua bolsa enquanto pego minhas calças do chão e coloco meu pau para dentro, antes de fechá-las. Quando viro, ela segura a sacola de compras numa mão e meu boné na outra.

Agarro seu pulso e puxo para frente, fazendo-a cair contra meu peito enquanto pego meu boné de volta e coloco-o.

“Pronto?”, ela pergunta com um sorriso.

“Isso será difícil?” Resmungo.

Ela se afasta e vai para a porta, correndo os dedos pelos cabelos para tentar domá-los. “Não, não será porque eles não sabem. Só nós.”

Ela abre a porta, sem sequer olhar para ver se alguém está vindo antes de sair.

“Esse é o problema”, murmuro, balançando a cabeça enquanto a sigo.

Esta mulher é tudo, e quero ser parte de sua vida e ver onde isso pode ir. Nunca quis reivindicar uma mulher antes e mantê-la como minha. Mas aqui estou, escolhendo agora para querer esse compromisso, e pegando a única mulher que não poderia ter.

Optimus vai me matar.

Nem mesmo é um eufemismo.

Mas estou disposto a enfrentar o pelotão de fuzilamento se isso significar tê-la para sempre.

 

Capítulo nove

Sugar

 

Beijo Harlyn na testa enquanto estamos fora da escola. “Tenha um bom dia, menina.”

Ela revira os olhos para mim. “Vou tentar,” ela murmura enquanto se afasta.

No meu íntimo sei que há algo acontecendo, minha normalmente vibrante bebê não está cooperativa e usa cada maldita desculpa que existe para não ir à escola privada em que a matriculamos. A culpa revolve meu estômago enquanto entro no carro e ligo o motor. Não quero que ela esteja infeliz. Inferno, passei os últimos seis anos lutando para conseguir o completo oposto. Ela gostava de sua antiga escola, com um grande grupo de amigos e professores simpáticos. É um claro contraste com o está sentindo agora, e odeio ter forçado essa mudança.

É ainda mais difícil para mim explicar o porquê.

Quase impossível, na verdade.

Só quero o melhor para ela, não tenho certeza por que as pessoas não podem entender isso.

Dirijo de volta para nossa nova casa. Ainda estamos desembalando, mas Optimus rapidamente mandou todas as nossas coisas da antiga casa em Athens e estou grata. Lentamente começa a se parecer mais e mais um lar, um conforto que procuro desesperadamente. Preciso de normalidade, estrutura, mas no momento parece ser apenas uma bagunça atrás da outra.

Quando paro na calçada e viro o carro, meu celular toca. Apanho-o e abro a mensagem com um sorriso no rosto, esperando que seja de Wrench. Ele virá esta manhã para me ajudar a desfazer as malas e organizar os móveis. Wrench está se tornando um acessório bem-vindo a minha vida. Há algo sobre ele, algo que não consigo explicar, que me faz sentir apenas... feliz.

Quando abro meu telefone, imediatamente percebo que a mensagem que recebi é de um número desconhecido. Minha mão começa a tremer quando pressiono para abri-la. Por um breve momento, fico aliviada quando uma mensagem em branco aparece.

Talvez tenha sido um erro, um acidente.

Então ouço uma voz, uma voz que não ouço há muito tempo, uma que assombra minhas memórias e contamina meus sonhos.

É a minha voz.

“Por favor, eu preciso dele.”

Lágrimas saltam aos meus olhos quando escuto o que parece um sonho, a porra de um pesadelo. É a minha voz, mas está distorcida, afetada por meses e meses de abuso.

“Não posso aguentar o ruído. Por favor, Peter.”

“Está tudo bem, Annabelle. Eu tenho o que precisa,” Peter promete, seu tom de voz suave e reconfortante.

Um leve suspiro aliviado soa e sei que naquele momento ele colocou a pílula em minha mão, e eu soube que tudo ficaria bem.

O barulho iria parar.

É aí que a gravação termina.

Mas meu coração continua a bater contra o peito. Minha pele arde, me sinto suja, imunda. O ar ao meu redor parece estar esquentando, queimando minha pele enquanto seguro o telefone na mão trêmula.

Não, isso não é comigo.

Alcanço minha bolsa e estendo a mão para a maçaneta da porta, a brisa suave me tocando enquanto saio do carro sufocante parece felicidade completa. Respiro fundo, mas o ar fresco não faz nada para acalmar a onda de náusea que me domina. Batendo a porta do carro, corro para casa, tropeçando nas escadas e caindo para a frente. Luto para levantar, precisando entrar na casa, imagens dele rodando dentro do meu cérebro, memórias que evito completamente.

Finalmente conseguindo entrar pela porta da frente, bato com força os painéis de vidro. Espero pelo rompimento, mas ele nunca vem. Neste momento, não posso me importar menos se quebrar todos os malditos painéis nesta casa, só há uma coisa que procuro e está escondida na minha mesa de cabeceira.

Você não precisa dele.

Lute contra isso!

A voz na parte de trás da minha cabeça grita, exigindo que eu pare e respire. Mas estou lutando para respirar agora, não posso respirar quando minha garganta lentamente se fecha, cortando a fonte essencial de vida.

Caio de joelhos ao lado da cama, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Meu corpo se fecha, a escuridão chega e meus membros parecem pesados. Não posso chegar até a gaveta, eu não posso me mover. As paredes da sala começam a se aproximar. Sei que deveria correr para a porta, mas meu cérebro não consegue descobrir como levantar meu corpo. Movo minha cabeça de lado a lado, o som de zumbido nos ouvidos ficando-se mais alto. É como a televisão quando fica com a tela granulada, meu cérebro é uma confusão de cores difusas e ruídos.

Jogo a cabeça para trás, batendo-a contra a cama, tentando afastando o zumbido, apenas por um momento para que possa alcançar minhas pílulas.

Uma. Só preciso de uma.

O espaço se torna menor, me apertando, comprimindo minha respiração.

"Sugar?"

Sua voz me atinge no peito, e de repente respiro fundo.

Wrench.

Olho para cima, vendo-o de pé na porta. Mesmo através do borrão de lágrimas, posso dizer que seu rosto está cheio de preocupação. Com cada passo que dá em direção a mim, o peso no meu corpo se levanta, e consigo respirar.

“Ei...” Ele sussurra baixinho. “O que está acontecendo?” Seu olhar se move para minhas pernas, arregalando os olhos. Olho para baixo, há um grande arranhão na minha canela, sangue escorre em gotas pelo chão.

Ele corre, o movimento muito rápido. Eu grito, puxando meus joelhos para o peito e virando a cabeça, esperando que seu toque vá queimar minha pele. Mas ele nunca chega.

Olhando pelo canto do olho, vejo quando ele se ajoelha ao meu lado, seus movimentos agora lentos e deliberados. Minha respiração é rápida, mas não superficial, meu coração parece que vai explodir a qualquer momento no peito e revestir o quarto com meu sangue. Engulo a bile que se forma na minha garganta.

Ele ergue as mãos, mostrando que não vai me tocar. “Eu só preciso saber o que aconteceu. Eu quero ajudar."

“Você não pode,” digo asperamente. “Só não me toque.”

Ele assente, mas posso dizer que está lutando para se segurar, as sobrancelhas franzidas com medo e os olhos esquadrinhando a sala como se esperasse que um monstro saltasse a qualquer momento.

O que ele não sabe é que o monstro está na frente dele.

As cores do quarto vão desaparecendo, quase como se eu estivesse em algum tipo de filme preto e branco. A escuridão se esconde nos cantos, ameaçando me engolir a qualquer momento, sentindo meu medo, procurando quaisquer deficiências que possa usar como vantagem.

Ele se arrasta de costas contra a parede, alguns centímetros separando nossos pés, quando ele dobra os joelhos e descansa seus braços neles, os olhos constantemente me observando. Encaramos um ao outro, sem palavras enquanto ele sustenta meu olhar.

Meu corpo treme e quero desesperadamente que isso pare. Eu quero correr, mas simplesmente não consigo descobrir como. É isso, o mundo está desmoronando ao meu redor, e não há como parar. Não posso sequer lutar para sair, é fodidamente inútil tentar.

Espero que ele comece a rir de mim, aponte e me diga quão fraca sou. Não posso discutir.

Eu sou fraca.

Eu preciso dos comprimidos.

Eles vão me fazer passar por isso.

Eles vão tornar tudo melhor.

Insensível, quero ser insensível.

Estou quebrada, torcida e inutilizada.

Espero julgamento atingir os olhos de Wrench. Ele deve saber. Ele deve estar tão desgostoso. Vergonha se constrói no meu intestino, e enrolo os braços em volta dos joelhos, puxando-os para meu peito, sem me importar quando olho para baixo e vejo que o sangue está manchando meus braços.

Isso te fará se sentir melhor.

As palavras me fazem querer vomitar enquanto rodam mais e mais em minha cabeça. Grito em voz alta e jogo a cabeça para trás. Minha mão se contrai. Quero alcançar a gaveta onde elas estão escondidas. É uma batalha interna - lutar contra a escuridão sozinha ou ceder a única coisa que sei que oferecerá paz.

Eu quero uma, apenas uma.

Não, preciso de mais do que uma.

Então posso me perder no esquecimento e nunca mais voltar. A dor desaparecerá, assim como o barulho.

Isso é o que mais odeio.

O barulho.

Ele nubla meus sentidos, me levando ao ponto da insanidade.

Mas quando olho através da sala para Wrench, seus punhos cerrados como se quisesse saltar do chão a qualquer momento para revidar contra os demônios, me proteger como prometeu, que é quando percebo... não há barulho.

A sala está em silêncio, tão silenciosa que tudo o que posso ouvir é sua respiração pesada e o jeito que ele está cerrando os dentes. Posso ouvir o chiado de seu colete de couro quando ele se move. Ele quer estender a mão para mim, posso sentir e ver o quanto está lutando para se segurar.

Isto é diferente, uma experiência que nunca tive antes. Pela primeira vez, não estou lutando contra isso sozinha.

Durante estes momentos, são normalmente as pílulas que me confortam, afugentam as sombras e trazem de volta a cor para o mundo. Elas são minhas aliadas. Mas quando ele se senta lá, em silêncio, sua força avassaladora, suas palavras de proteção repetindo mais e mais na minha cabeça, posso ver as sombras se afastando.

O sol começa a brilhar através da janela, iluminando o quarto novamente. Talvez esteve sempre lá, talvez minha mente tenha simplesmente o bloqueado, mas de qualquer forma, a escuridão vai lentamente sendo forçada de volta para os cantos da sala.

Meus pulmões se expandem mais, tomando respirações profundas, preenchendo urgentemente meus pulmões e cérebro. Meu corpo continua a tremer e tremer, mas seguro o olhar de Wrench. Ele não tem que falar, me tocar, ou tentar me consolar com palavras. Para ser honesta, se ele fizesse, pioraria as coisas.

É como se ele soubesse que sua presença é o suficiente, o silêncio em seus olhos fala mais do que mil palavras que possa dizer. A luz do sol se move pelo chão do quarto. Sinto como se o tempo estivesse se movendo rapidamente, mas, na realidade, sei que horas passaram. Meu corpo continua a tremer, mesmo quando a corrida do meu coração passa de um zumbido rápido para uma lenta batida. Quando meus dedos começam a aquecer, finalmente olho para baixo. A luz do sol está tocando minha mão, aquecendo minha pele, lançando luz em mim.

Lambo meus lábios. "Você acha que sou louca."

“Estive sentado aqui por três horas, sem dizer uma palavra, mas isso é o que pensa que ouviu?” Ele responde calmamente.

“Eu...” Luto para encontrar uma resposta.

“Vou te preparar um banho,” ele diz suavemente. "Tudo bem?"

Olho minha perna, os degraus de madeira que levam à minha porta da frente a feriram quando tropecei. O sangue mancha ambos os braços e gotículas sujam o tapete ao lado do meu pé. A dor volta lentamente para meus sentidos, e estremeço.

“Sim... isso seria bom.”

Ele fica de pé e vai em direção à porta, mas meus olhos começam a se confundir novamente. “Wrench.” Engulo em seco.

Ele gira para me encarar, seus olhos em alerta. "Sim…"

“Posso... Posso ir com você?” Não quero estar sozinha. Mesmo que ele não esteja me tocando, apenas tê-lo lá, saber que estou segura, saber que ele irá lutar por mim, me calma.

Ele avança, estendendo a mão para mim. Coloco meus dedos manchados de sangue nos dele, só percebendo então que há outro machucado na palma. Ele a segura cuidadosamente enquanto me levanta, mas minhas pernas tremem.

“Posso te pegar?”, ele pergunta, mantendo distância. Talvez ele pense que vou correr, ou talvez esteja com medo de que possa quebrar novamente a qualquer momento, e ele não quer esperar mais três horas enquanto tento acalmar.

Limpo a garganta. "Sim."

Ele coloca uma mão em minhas costas, abaixa-se e engancha seu braço sob meus joelhos. Levantando-me do chão, ele me embala contra seu corpo e me enrolo em seu peito. O cheiro de sua pele, o som do seu coração batendo, tudo se reúne em torno de mim como uma capa protetora.

Ele me viu quebrar e perder minha mente, mas está aqui, e não correndo para as montanhas. Ele não está chamando alguém como Optimus para vir e lidar comigo, e até agora, não vi sequer um flash de julgamento em seus olhos.

Seria bom dizer que ele me viu no meu pior e ainda está disposto a ficar ao meu lado.

Mas isso seria uma mentira.

Isso é ruim, eu mesma admito, mas o pior ainda está por vir.

Ele ainda não viu nada.

 

Capítulo dez

Wrench

 

Abaixo a tampa do vaso sanitário antes de colocar Sugar em cima dela. Ela não diz nada, todo seu corpo ainda treme e posso dizer que sua mente está em outro lugar, mesmo enquanto seus olhos me seguem ao redor do minúsculo banheiro. Depois de abrir a torneira da banheira, viro para ela, tirando meu colete e pendurando-o na parte de trás da porta. Minha camisa é a próxima, e a jogo no chão ao lado da porta para que ela não molhe.

Realmente não sei o que estou fazendo.

Tenho um milhão de perguntas passando na cabeça.

O que diabos aconteceu?

Devo chamar Op e deixá-lo saber?

Será que preciso de ajuda?

Mesmo enquanto contemplo todas estas coisas, a única que se destaca acima do resto é que preciso estar lá, confortá-la, ajudá-la a passar por tudo contra o que ela esteja lutando. Lidei com o meu quinhão de ataques de pânico ao longo dos anos, minha mãe sofria deles dia sim dia não depois que foi diagnosticada com câncer de mama.

Embora fosse o que fosse que Sugar tenha está no mais extremo da escala, sei que bater de frente e exigir respostas não tornará isso melhor. Ela precisa de espaço para respirar.

“O que está fazendo?” Ela pergunta num sussurro quando alcanço a fivela do meu cinto.

“Nós vamos tomar um banho,” respondo sem olhar para ela. Em vez disso, continuo a retirar meus jeans e os jogo com a minha camiseta.

Ela desvia o olhar quando me viro. Um rubor se espalha por suas bochechas e sorrio, balançando a cabeça. “Não estou tentando entrar em suas calças. Podemos sentar em extremos opostos da banheira se quiser, mas vou entrar com você e limpar esses arranhões.”

Ela lambe os lábios, e coloca os braços ao redor de seu corpo, curvando-se em si mesma, enquanto me observa testar a água, que está na temperatura certa, e, em seguida, fechar as torneiras.

Estendo a mão, e até mesmo enquanto a toma ela continua a desviar o olhar. “Vai precisar tirar essas roupas, doçura.”

Pego um pequeno sorriso aparecendo no canto de sua boca. “É bom ver que ainda está nessa de apelidos ridículos,” diz ela num tom abafado.

Puxo-a para seus pés, movendo-me lentamente enquanto retiro sua camiseta pela cabeça. “Não se preocupe, docinho, vou encontrar um que combina com você.”

Ela me permite retirar sua roupa, nos movemos a passos de caracol, mas não me importo. Isto não é sexual, não é sobre satisfazer meu pau ou foder os pensamentos de sua cabeça. Isto é sobre conforto e intimidade, e compartilhar suas falhas com outra pessoa e não a ter te julgando. Quero saber o que a fez ter essas crises, quero conhecer cada pequeno pedaço dela incluindo as partes assim – quebradas. Meus sentimentos por ela são fortes, preciso que ela saiba que a vi por quem é e ainda estou aqui, não importa o quão fodido e louca essa merda fique.

Vê-la assim me assustou pra caralho?

Sim. Um milhão de vezes, sim.

Mas imediatamente quis fazer o que diabos poderia para afastar qualquer dor, ansiedade, ou pânico que ela estivesse sentindo. E se isso significa sentar no chão com ela pela porra de horas a fio, com a boca fechada, porque ela precisa saber que alguém está lá, então isso é o que farei.

Entro na banheira primeiro. Felizmente, é grande o suficiente para acomodar meu corpo, bem como o dela muito confortavelmente. Ela me segue, seu corpo afundando na água. Com nós dois lá, de frente para o outro, o nível da água está perto de transbordar. Mas não me importo.

Ela é minha prioridade.

Pego uma toalha ao lado da banheira e estendo minha mão. Ela levanta a perna da água, colocando seu tornozelo nela. Concentro-me no machucado, mesmo depois de estar na água por apenas alguns minutos, ele já parece muito melhor. Com um pouco do sangue lavado, posso dizer que parece doloroso, mas está longe se ser tão ruim quanto imaginei.

“Acho que eu bati num dos pregos que está saindo dos degraus,” explica ela. “Eu estava correndo e tropecei.”

Balanço a cabeça, as lesões fazem mais sentido agora, com as marcas correspondentes em sua mão onde teria tentado evitar a queda. “Não é muito profundo,” digo enquanto lavo suavemente, removendo o sangue seco.

Ela tira o sabão do suporte e começa a lavar as manchas de sangue em seus braços. Se a estou machucando, ela disfarça muito bem porque nem uma vez recua.

“Vou colocar uma bandagem nisso quando sairmos.”

Ela cantarola em acordo antes de aconchegar os joelhos em seu peito e deslizar ainda mais na água, o que eleva a água até seu queixo.

Relaxamos em silêncio por um tempo, minha bunda dolorida grata pela água quente dado que acabei de ficar sentado no chão por mais de três horas. Como consegui ficar lá por tanto tempo não tenho ideia do caralho, foi um milagre realmente. Mas estava com medo de que um movimento iria mandá-la de volta para onde começou.

“Obrigada,” ela finalmente sussurra enquanto se senta um pouco mais alto. “Obrigada por não pirar e não me tocar.”

Dou de ombros. “Você me disse para não tocar.”

Ela brinca com seu cabelo sob a água. “Sim, às vezes as pessoas não escutam, no entanto. Às vezes eles pensam que sabem melhor.”

Bato meus dedos na borda da banheira. “Você tem os ataques muitas vezes?”

Ela balança a cabeça. “Não por um tempo muito longo. Eu geralmente sou muito boa em... controlá-los, posso dizer quando estão vindo. Esse só me atingiu como um caminhão.”

Lavo meu rosto. “Minha mãe costumava ter ataques de pânico com bastante frequência. Eu costumava sentar com ela, ela disse que a fazia se sentir melhor.”

Minha mãe sempre dizia que precisava de apoio, mas não do tipo de abraçá-la e dizer que 'tudo ficaria bem.' Porque quando alguém está nesse estado de espírito - onde o mundo parece estar desmoronando - a última coisa que querem é sentir como se estivesse diminuindo suas emoções.

“Por que ela tinha ataques de pânico?” Sugar pergunta com curiosidade.

“Quando foi diagnosticada com câncer de mama, eu tinha apenas onze. Minha irmã estava saindo da faculdade, e já estava trabalha em dois empregos para nos ajudar,” digo a ela enquanto minha mão cai abaixo da água e roça a pele suave de sua panturrilha. “Mamãe começou a ficar ansiosa. Minha irmã estava trabalhando para ajudar a pagar as contas, e no momento, embora houvesse uma boca a menos para alimentar, com as contas médicas da mamãe, também seria apertado perder a pouca renda da minha irmã.”

“Oh wow,” Sugar diz. “Isso deve ter sido tão difícil.”

Meu dedo arrasta preguiçosamente sobre sua perna e afundo mais profundamente na água, encostando minha cabeça na borda da banheira.

“Sim, Dani tentou ficar, mas minha mãe se recusou a deixá-la desistir de sua educação, dizendo que conseguiria se virar. E nós fizemos, apesar de ela ter ataques de ansiedade mais do que uma vez por semana.” Sorrio quando lembro de minha mãe, e quão difícil ela era. “Ela lutou. Nós fizemos funcionar. Ela entrou em remissão por um tempo, e as coisas pareciam boas, ela trabalha e conseguia o suficiente para vivermos confortavelmente. Então, um dia, o câncer voltou como uma cadela, e ela simplesmente não pode lutar contra.”

Sugar avança, com a mão pegando a minha sob a água, o movimento faz com que a água voe por todos os lados. “Sinto muito,” diz ela com sinceridade, e eu sorrio.

“Ela era muito legal. Uma dessas mães que sabe que não enganar com suas merdas, mas que ainda faz coisas divertidas como irritar sua irmã mais velha com você, e te dá high-five quando você descobre como quebrar contas bancárias... contanto que não roube todo o dinheiro.” Rio e balanço a cabeça, apreciando as memórias que tenho de uma das mulheres mais incríveis do mundo.

O rosto de Sugar se ilumina, e noto que a cor está voltando para suas bochechas. “Espero que quando Harlyn ficar mais velha ela me descreva como uma mãe legal.”

“Você já é o melhor tipo de mãe. Jovem, sexy, bem-sucedida e um pouco durona. Quando ela ficar mais velha, todos os seus amigos homens vão querer ficar por perto para grupos de estudo apenas para que possam fantasiar com você,” digo a ela, minha risada ecoando no banheiro.

De repente, um esguicho de água me acerta no rosto e estou cego.

“Isso não é sequer engraçado”, ela protesta quando limpo as gotas de meus olhos.

“Foi um elogio...” Rio. “Não que eu vá deixar isso acontecer. Provavelmente acabarei preso por bater a merda de alguns colegiais que tentarem tocar seu seio.”

Um sorriso gentil cruza seus lábios. “Planeja estar aqui por muito tempo, hein?”

“Planejo estar aqui tanto quanto seja possível caralho,” respondo honestamente, olhando-a diretamente nos olhos.

Ela limpa a garganta, óbvia emoção sufocando-a. “Eu... uh... de repente me sinto meio mal por jogar água em você,” ela diz com um sorriso fraco.

Levanto minha mão da água, e enquanto está pingando, eu a agito nela.

Ela engasga em choque por um segundo antes de estreitar os olhos para mim. "Isso é guerra."

“Pode vir, jujuba.”

 

Capítulo onze

Wrench

 

“Ei, garota”, digo, bagunçando o cabelo de Harlyn com a mão enquanto passo. "O que está acontecendo?"

“Tarefa,” ela responde, o tom de voz baixo e cheio de frustração.

Debruço-me sobre o bar, agarrando duas garrafas de água da geladeira, antes de voltar para a mesa onde ela está sentada, olhando fixamente uma pasta de trabalho à sua frente.

O clube está bastante vazio. Blizzard tem as mãos cheias cuidando de Jayla e tentando evitar o clube a todo custo, devido ao retorno de Rose. Tenho que admitir, a menina tem bolas do tamanho de um pequeno país. Por causa dela, Chelsea quase perdeu a vida e Blizzard foi baleado depois de apaixonar por uma mulher que é essencialmente o inimigo. No entanto, ela voltou para cá com seu coração na manga, implorando para fazer as pazes pela tempestade de merda de que causou meses atrás. Não se importou que poderia ter sido morta à primeira vista e o que seria, na minha mente, completamente justificado.

Ela tem coragem, tenho que admitir.

As coisas estão calmas por um tempo, negócios como o normal. Mas com a mãe de Blizzard chegando e pedindo ao clube por ajudar, já posso sentir a mudança no ar.

Problemas estão vindo.

“Você tem dúvidas?” Pergunto, entregando a Harlyn uma das garrafas antes de arrastar uma cadeira e sentar com ela.

Ela pega a garrafa fria e começa a desenhar na condensação que se reúne nela, evitando claramente olhar para mim. "Você gostou da escola?"

Eu bufo. “Sim, acho que gostei. Eu era muito bom nisso.” Ela rapidamente move a mão, agarrando o livro na frente dela e batendo-o fechado. “Hey!” Digo surpreso, agarrando a mão dela na minha e impedindo-a de pegá-lo e jogá-lo no chão.

"A escola não presta! Eles são arrogantes crianças ricas,” ela zomba, olhando o objeto ofensivo.

“Calma aí, Rambo,” provoco, puxando sua mão e guiando-a em torno da mesa. Harlyn foi suspensa por alguns dias ou menos uma semana atrás, por socar uma criança no estômago quando ele disse alguma merda sobre o clube. “Que diabos está acontecendo?” Abro minhas pernas para que ela possa ficar entre elas colocando-nos no mesmo nível dos olhos.

“Eu só não gosto, Wrench.” Ela suspira, a luta a deixando. “Não sei por que não posso simplesmente ir para outra escola.”

“Porque sua mãe quer que tenha uma boa educação. Às vezes, temos que fazer coisas que não queremos fazer se sabemos que, no final, vai nos beneficiar.” Retruco, apoiando a escolha de Sugar em enviar Harlyn à escola local particular em vez da pública, mesmo que não concorde inteiramente.

Ela não é minha filha, não tenho uma palavra a dizer, e sei que Sugar está apenas tentando fazer o que acha ser melhor.

As coisas têm tido altos e baixos entre a gente desde o dia em que a encontrei em seu quarto, à beira de um colapso mental. Ela nunca me ofereceu qualquer explicação de como acabou dessa maneira, mas depois de algumas horas apenas andando por sua casa, desembalando e rindo juntos, ela pareceu se recuperar rapidamente. Ao dizer se recuperar, realmente quero dizer saltar.

Alguns dias é como se nada mais existisse além de nós. Outros, a única visão que tenho dela é correndo pela casa do clube gritando por cima do ombro que tem uma nova ideia e precisa desenhá-la antes que desapareça. Ela tem estado cheia de determinação, seu foco mudando para a loja que planeja abrir. É bom vê-la tão apaixonada, a menina quebrada bonita que vi enrolada numa bola em seu quarto é como uma memória ruim que ela deixou para trás. Uma que nenhum de nós quer lembrar, mas que não conseguíamos esquecer. É apenas bom para porra vê-la feliz novamente, mesmo que esteja ocupada demais para mim.

“Não costumava ser assim na minha antiga escola, porque não sabiam quem era meu pai.”

Meu estômago afunda, faz sentido agora. “É ruim, hein?”

Ela desvia o olhar, e imediatamente sei que estou certo. pego seu queixo na mão e viro seu rosto para olhar para mim. “Nada que essas crianças têm a dizer é importante, Har. Eles não sabem quem você é. Eles não conhecem quem realmente é seu pai, e não conhecem o clube. Acha que algum deles tem tantas pessoas prontas para bater em qualquer um que falar mal deles?”

Ela balança a cabeça.

“Acha que qualquer um deles anda na garupa de uma moto como você faz com seu pai, ou que a mãe deles os deixa impressionante pra caralho com uma roupa igual sua mãe?” pergunto a ela, sabendo bem que nenhum daqueles riquinhos de merdas chega perto da família que Harlyn tem.

Ela ri suavemente. "Não. Precisa ver os rostos dos outros pais quando papai me pega.”

Sorrio. “Exatamente criança. Você tem muito mais do que eles. Então não deixe que suas palavras tolas cheguem até você. Você é melhor que isso."

Ela me surpreende jogando seus braços em volta do meu pescoço e me abraçando. Não perco um segundo em pegá-la e apertá-la com força contra o meu peito.

“Você é o melhor, Wrench,” ela sussurra.

“Você sabe que tenho suas costas,” digo a ela. “Tome uma posição e deixe eles saberem que não vai aceitar mais merda, mas tente não dar nenhum soco. Sua mãe perdeu a cabeça com isso.”

Sugar se assusta quando foi chamada para a escola para lidar com a cena, e com Optimus não foi melhor. Tem sido um problema após outro. No entanto, Sugar está determinada a mantê-la ali, apenas dizendo uma e outra vez que é onde Harlyn precisa estar.

Não estou vendo isso.

Tudo o que estou vendo é uma pobre criança que está gritando para alguém nota-la e ninguém está escutando. Sugar se enterrou numa pilha de sonhos e aspirações, nem mesmo reconhecendo o fato de que estou pronto para colocar meu colete em risco por ela, e agora estou tomando um chá de cadeira. E com o retorno de Rose e com a mãe de Blizzard aparecendo e pedindo ajuda ao clube, a mente de Op não está no jogo também.

Há um monte de merda acontecendo, mas não tanta que possa fazer algo sobre isso. Exceto estar lá para essa menina quando ela precisa de mim, como em tempos como estes.

Harlyn ri e se afasta, seus olhos brilhando com humor. “Mamãe não gostaria que xingasse assim.”

Eu rio. “Se tiver um problema, você diz a ela para vir falar comigo.”

Ela não precisará afinal porque meu plano agora é encontrá-la primeiro.

Optimus entra na sala, sua sobrancelha levantada em questionamento quando fico em pé. “Papai está aqui agora, aposto que ele vai te ajudar com a lição de casa.”

Ele revira os olhos, mas se aproxima de qualquer forma. “É em momentos como estes que gostaria de ter ficado mais tempo na escola.”

Sorrio. “Hora de cumprir seus deveres, pai.” Com as costas de Harlyn para ele, ele murmura as palavras 'foda-se' antes de se sentar à mesa. “Onde está Sugar de qualquer forma?”

“Harlyn ficará aqui esta noite, ela quer pegar alguma merda nova de design. Há uma loja vazia no centro, mas o proprietário não vai alugar para ela a menos que saiba com certeza que ela tem um negócio rentável para colocar lá,” ele explica enquanto arrasta sua cadeira mais perto de Harlyn e olha por cima de seu ombro. Ele geme alto. "Matemática! Claro, teremos matemática hoje.”

Rio, batendo-lhe no ombro antes de caminhar para a porta. “Vou visitar minha irmã. A gente se fala mais tarde."

“Traidor,” resmunga. “Tudo bem, tudo bem, vamos fazer essa merda.”

“Papai,” Harlyn adverte em tom de provocação.

Praticamente posso vê-lo revirar seus olhos do outro lado da sala. “Coisas... vamos fazer essas coisas.”

Saltando na minha moto, vou em direção à cidade. Minha irmã não mora muito longe da nova casa de Sugar, então nas últimas semanas a uso como um disfarce. Odeio fazer isso, e as palestras que vem cada vez que chego estão começando a ficar velhas. Estou andando numa linha fina pra caralho, que sei que logo será cruzada, e serei forçado a lidar com as consequências das minhas ações. Quero dizer a Op, deixá-lo saber que Sugar se tornou uma parte importante da minha vida e que ele pode me bater, atirar em mim, me suspender, mas, tanto quanto estou preocupado estou me apaixonando por ela, e preciso dela comigo.

Sugar, por outro lado, está determinada a manter a paz entre nós, e não deixar que o que quer que temos, afete a dinâmica do clube. Eu a ouvi e apreciei sua preocupação com a irmandade e meu relacionamento com Op e os outros, mas é como se ela não pudesse ver que, manter este segredo está realmente fazendo o oposto.

Estou mentindo, me esgueirando, traindo a fé e confiança que eles tem em mim, e, tanto quanto estou preocupado, isso é muito pior do que lidar com a tensão que ser honesto criaria. Sei que Optimus pode mudar de ideia, no entanto. Ele ficará fodidamente chateado que fui contra ordens diretas, e não posso culpá-lo por isso. Sabia exatamente o que fazia quando decidi ir atrás de Sugar. Mas, também sei que Op entenderá o que significa não ter nenhum controle sobre quem seu coração quer.

Sugar é isso.

Não posso lutar contra a maneira que meu corpo e mente querem lutar desesperadamente para fazê-la feliz. Não posso lutar com a forma como seu corpo instantaneamente relaxa quando a toco, e como por causa de coisas assim, de repente sinto como se tivesse um propósito.

Ela é uma mulher forte. Aquela que sei que pode lidar com as duras realidades da vida do clube. Aquela que nunca questionou meu compromisso ou brigou quando precisei colocar o clube em primeiro lugar.

Tive mulheres que constantemente precisavam de atenção, respostas e segurança. Às vezes, eu simplesmente não podia dar. Não podia responder às suas perguntas, não podia explicar por que tive que sair no meio da noite, quando meus irmãos ligaram, não podia aliviar suas inseguranças quando eram sobre o estilo de vida do clube e as empresas que pertencem a ele ou as mulheres que constantemente estavam ao redor.

Sugar, ela não precisa de nada disso.

Ela só entende.

Às vezes não estou realmente certo de onde estamos, o que somos. Nós dois temos vidas. Ainda tenho que fazer meus deveres com o clube, e ela não só está tentando criar uma criança, mas também começar seu próprio negócio. Posso dizer que ela está ficando estressada, tentando fazer muito de uma vez, queimando a vela em ambas as extremidades do caralho, mas ela não me deixa ajudar.

E desde que Blizzard nos pegou na sala de reuniões há alguns dias, acho que isso a atingiu tão forte que não a vi ou falei com ela desde então.

Eu a deixei ter seu espaço, o tempo que precisava para pensar.

Mas, tanto quanto me importo, o tempo acabou.

 

Capítulo doZe

Sugar

 

Música explode na minha sala enquanto estou sentada no meio do chão, tantos papéis espalhados em torno que não tenho certeza de como irei escapar da bagunça quando finalmente for necessário eu me levantar. Meu lápis rabisca por todo o bloco que seguro encostado no meu joelho, linhas afiadas formando saias e tops, belos desenhos que mal posso esperar para encontrar tecido para que possam ganhar vida.

Esta é minha fuga, tem sido por um longo tempo. É uma maneira de me concentrar, manter minha mente fora das coisas que me perseguem, dos sussurros no meu ouvido que me levam para a borda. Isto me mantém ocupada quando tudo o que quero fazer é perder a cabeça e afundar no buraco de onde eu saí, e me lembra que tenho um propósito, que posso fazer algum tipo de bem, e dar às pessoas algo que podem não ter tido antes.

Cresci numa família rica, onde nunca usa qualquer coisa que não venha com uma etiqueta ou um nome de designer conhecido. O dinheiro não é nenhuma despesa, você tem que parecer e agir como se tivesse acabado de sair de uma passarela em todos os momentos, mesmo se estiver apenas até a rua comprar leite. Cresci pensando que era normal, que as pessoas que se vestiam com algo que parecesse nada menos do que perfeito estavam abaixo de mim.

Mas conforme cresci, percebi que é tudo falso, que o mundo em que vivia era falso.

Uma parte minha sempre sentiu como se eu fosse diferente das meninas com quem fui para a escola. Liberdade e emoção parecem fora de alcance quando tem pais que te fazem se sentir como se não pudesse nem espirrar sem se preocupar se as pessoas vão te olhar de soslaio.

Eu frequentei uma escola de meninas, onde o foco era menos na educação e mais em nos preparar para sermos esposas e membros da sociedade perfeitas. Aprendemos como cruzar as pernas, como cozinhar, como cumprimentar os convidados e como fazer festas para centenas de pessoas.

Acho que isso não foi tudo um desperdício afinal.

Foi nas lições sobre estilo e beleza onde encontrei meu amor por desenhar e criar. Minha mãe pensou que tivesse ganhado na loteria no dia em que chegou em casa e disse a ela que precisava desesperadamente ir ao shopping fazer compras. Ainda me lembro do olhar em seu rosto quando seus olhos se iluminaram com alegria e ela praticamente saltou da cadeira, pegando sua bolsa no caminho para o carro. Ela desejava normalidade, ela queria uma imagem de família perfeita que pudesse rivalizar com a de realeza, e eu estava arrastando-os para baixo.

Até aquele momento, eu já estava tão frustrada com o jogo e suas regras que comecei a me rebelar e me recusar a participar de bailes da empresa do meu pai ou jantares e comecei a sair com um grupo de crianças mais velhas na cidade que iam a escola pública. Eles não eram crianças horríveis, a maioria tinha ambições e sonhos para o seu futuro. Eles queriam ir para a faculdade, ganhar seus diplomas e trabalhar duro para ter sucesso. Mas também sabiam como se divertir, como fazer a maior parte de suas jovens vidas e vivê-las ao ponto de não se arrependerem.

No entanto, eu ainda passava a maior parte do meu dia na escola aprendendo a colocar um pedaço de merda de carne na minha boca e mastigar 'como se eu tivesse um segredo.' Só de pensar nisso fico zangada.

Minha irmã mais velha Eva, porém, é a filha perfeita, a estudante modelo. E quando se formou no colegial, já tinha um anel em seu dedo e fazia planos para casar. Seu marido era filho de um dos parceiros de negócios do meu pai. Um babaca rico que, como minha irmã me disse, enquanto estava bêbada em sua despedida de solteira, tinha um pau pequeno.

No entanto, ela sequer pensou duas vezes antes de casar com ele.

Desesperada para ser a esposa troféu para a qual foi criada.

Não falo com ela fazem oito anos.

Muito parecida com meus pais, ela me renegou quando atingi a fase na minha vida em que as pessoas começaram a perceber que eu era... diferente. Meus pais pensaram que era só uma fase, tentaram lidar com isso como algum tipo de transtorno desafiador que poderiam curar com pílulas e regras estritas. Mas isso só me empurrou ainda mais para a escuridão. Isso me isolou, fazendo-me sentir como uma aberração ou esquisitona.

Vergonha me seguiu, e a forma como as pessoas olhavam para mim de lado como se eu tivesse algum tipo de doença, me deixava doente.

Acho que ainda é um dos meus maiores medos. Saber que, se as pessoas descobrirem a verdade sobre a escuridão que abrigo dentro de mim, irão me ver como menos capaz, que irão me tirar a dignidade pela qual lutei tanto ao longo dos últimos seis anos para ganhar de volta.

Não sou mais aquela pessoa.

Vejo vislumbres dela ocasionalmente. Após a mensagem de voz e meu colapso, tentei o meu melhor para guiar as coisas na direção oposta. Estou tentando manter as coisas sob controle, mas não posso afastar a sensação de que algo está por vir.

Wrench é minha graça salvadora.

Seu toque, sua presença, tudo acalma os demônios que estão tentando se libertar. Wrench não é como um monte de caras, nem mesmo como os outros membros do clube. Ele não exige minha atenção constantemente, ele não precisa sempre me tocar ou me beijar como se fôssemos adolescentes com tesão. Ele me deixa ter meu espaço quando preciso, ele me deixa fazer o que preciso fazer, mas ele me encoraja a perseguir minhas paixões. Ele está contente com o tempo gasto com a gente, não só eu, mas Harlyn também. Ele tem certeza que ela é uma prioridade em sua vida, mesmo que isso signifique sair com ela quando não estou por perto. Sinto como se pudesse respirar novamente.

O único problema? Ele quer ser honesto com Optimus e o clube, para que saibam que o que estamos sentindo um pelo outro é real. É mais real do que qualquer coisa que já senti. Mas estou com medo, e sei que ele está ficando frustrado.

E se ele perder o colete?

E se por minha causa, tudo o que importa for tirado dele?

Ele me diz que Optimus irá entender. Que irá ver isso. Se não imediatamente, então, eventualmente, mas não posso deixar de pensar dos riscos.

E se ele me culpar?

E se ele me der um ultimato e decidir ir embora?

Deixei meu esconderijo secreto, sentindo-me mais confortável com Wrench do que nele. Ele pode me proteger, o calor que cria dentro do meu corpo é um que nunca senti antes com outra coisa senão... bem... as pílulas. Estou num nível elevado, parece como se nunca fosse descer, um que nunca quero perder.

“Puta merda, você foi roubada.”

Meu corpo salta quando sua voz explode dentro do pequeno espaço, mas logo se acalma quando olho e o vejo encostado na parede com um sorriso no rosto. Pego o controle remoto do estéreo e desligo a música antes de levantar meu corpo dolorido.

Quanto tempo fiquei sentada ali?

“Não é tão ruim assim,” respondo, mostrando minha língua para ele como uma criança mimada.

Ele ri. “Você diz isso enquanto se levanta da pequena ilha cercada por um mar de papéis. Você não poderia ter empilhados ou arrumado?”

Reviro os olhos e estendo meus braços bem abertos. “Preciso ser capaz de ver todos, então sei quais designs já elaborei, e então às vezes posso combinar uns com os outros para fazer roupas ou coleções inteiras,” Divago, explicando o método da minha loucura. “Há um processo que tenho que passar, sabe.”

Ele estende as palmas das mãos para cima e se inclina para trás. “Ok fashion Nazi, deveria apenas sair e te deixar com isso, então.”

“Não...” Eu sorrio. Fico feliz em vê-lo e sentir sua energia. Os últimos dias foram difíceis, mas me joguei no trabalho, e isso manteve meu foco por tempo suficiente. “Pelo que devo o prazer?”

Caminho na ponta dos pés por todos os meus desenhos, deve haver pelo menos uma centena, mais ou menos. Sorrio em vitória quando consigo chegar do outro lado sem perturbar muito da minha bagunça.

Ele dá de ombros, mas um sorriso enche seu rosto. "Não sei. Vi Harlyn na sede do clube. Op disse que ela ficará lá esta noite.”

Meu corpo zumbe, suas palavras tem uma sugestão sútil, mas me causa arrepios. Mordo meu lábio enquanto dou um passo para mais perto dele. “Sim, eu precisava de tempo extra para ter tudo resolvido para amanhã, para meu encontro com o proprietário do edifício do centro.”

Movo meu braço ao redor da sala. Não é só os papéis que tomaram conta, mas também quatro prateleiras que armazenam roupas que já fiz ou comprei de outras mulheres têm ambições como as minhas e precisam dos seus trabalhos exibidos aos compradores. Isso e há uma estação configurada no canto com minha máquina de costura e pilhas de material e linhas.

“Parece uma fábrica aqui”, ele ri, cruzando os braços sobre o peito.

“Sabe, isso não é uma má ideia. Como você é com uma agulha e linha? Eu poderia te colocar para trabalhar,” brinco, movendo as sobrancelhas.

Ele se afasta da parede, chegando a mim com dois grandes passos, nem mesmo parando antes de se curvar e enganchar as mãos sob minhas pernas e me levantar. Grito de susto, passando os braços ao redor de seu pescoço enquanto minhas pernas circulam sua cintura e seguram firme quando ele se vira e segue o curto corredor.

“Sinta-se livre para me colocar para trabalhar, mas tenho um trabalho diferente em mente,” ele sussurra enquanto adentra meu quarto e chuta a porta fechada atrás dele. Ele cai sobre a borda da minha cama, meu corpo ainda agarrado ao seu. Nossos rostos estão a apenas um sopro de distância, nossos narizes quase roçando um no outro.

Passo minha mão por seu pescoço, puxando o boné de sua cabeça e jogando-o no chão. “O que tem em mente exatamente?” pergunto enquanto roço meus dedos por seu cabelo, alisando-o.

Suas mãos se movem para meus quadris, segurando-me confortavelmente contra ele enquanto seus lábios descem sobre os meus. “Isto,” ele murmura antes de nossas bocas se encontrarem. Começa suave, mas estou carente, desesperada para senti-lo em mim, dentro de mim, em qualquer lugar do caralho que possa ter. Até agora, o sexo esteve fora das cartas, com nós dois nos contentando em tocar, brincar, criar mapas do corpo do outro e guardar na memória.

Wrench está determinado a esperar, dizendo-me que quando chegar a hora será um momento onde podemos nos perder um no outro, e não precisar nos preocupar com Harlyn chegando da escola ou alguém vindo procurá-lo.

Aperto meu corpo contra o dele, me perco em seus beijos e na maneira que suas mãos trilham minhas costas e coxas – cada mão trilhando seu próprio caminho.

“Droga,” ele rosna, se afastando e respirando fundo. Seus olhos se abaixam, observando meu vestido. Eu o fiz sozinha. É bonito e de verão, uma estampa de flor amarela brilhante com botões que percorrem todo o comprimento dos meus seios até a barra.

“Este é um dos seus?” Ele pergunta, e me ilumino.

"É. Você gosta?"

“É fácil de consertar?”

Levanto minha sobrancelha e olho para baixo. "O que você quer dizer? Não é-"

Ambas suas mãos alcançam a bainha, e engasgo quando ele puxa com o que parece ser pouco esforço. Os botões começam a saltar, voando pela sala enquanto ele puxa mais e mais, até o último botão que o mantém unido logo acima dos meus seios voa, batendo no meu espelho de maquiagem.

Estou exposta, minha boca aberta enquanto olho para baixo, o que resta de um dos meus vestidos favoritos de verão. “Você só... Eu não posso...”

“Eu fiz, e é melhor acreditar,” diz ele com um sorriso satisfeito no rosto.

Sem me dar um segundo para responder, ele se levanta comigo ainda agarrada a ele e se vira, me colocando na cama sobre as colchas macias. Fico lá, de boca aberta quando ele joga seu colete do clube na cadeira no canto do meu quarto e puxa a camisa sobre a cabeça.

“Melhor fechar essa boquinha bonita, jujuba, antes de eu colocar algo nela,” ele diz quando agarra meus tornozelos e me puxa em direção à borda da cama.

Meu vestido rasgado cai em torno do meu corpo e ele enfia os dedos na minha calcinha, puxando-as por minhas pernas. Com um movimento do pulso, as manda voando pela sala, seus olhos ainda nos meus, seu sorriso arrogante enviando uma emoção por meu corpo.

Com uma mão na parte de trás de cada uma das minhas coxas, ele empurra minhas pernas. Tudo o que posso fazer é ver como ele se inclina para frente e passa a língua por meu centro.

“Foda-se,” nós dois gememos, seus olhos escurecendo numa névoa de luxúria.

Ele se inclina para a frente novamente, desta vez, tomando meu clitóris na boca, sugando e rodando a língua ao redor do broto inchado como se fosse seu pirulito favorito.

Apoio-me nos cotovelos, observando enquanto ele usa a boca para me atormentar, minha respiração cada vez mais errática enquanto ele lambe a umidade que está criando. Seu toque que normalmente me acalma e pacifica, agora eletriza meu corpo.

Jogo a cabeça para trás e torço o edredom em minhas mãos enquanto luto para respirar. Meus quadris têm mente própria enquanto se erguem em direção a sua boca com cada toque, implorando por mais, gritando por algum tipo de libertação. Ele não permite isso, porém, se afastando, assim que o calor de um orgasmo começa a se construir em mim.

Ergo a cabeça e o olho para ele. “Sério?” digo asperamente, incapaz de encontrar minha voz normal, minha garganta seca.

Ele libera a fivela da calça e, em seguida, o botão. Antes que caia no chão, ele engancha a mão no bolso e tira sua carteira que está presa a uma corrente. Isso é algo que notei que um monte de meninos faz, assumo que é no caso de caírem enquanto eles estão de moto. Com dois dedos ele puxa um preservativo antes de deixar tudo cair com um baque pesado no chão.

Seu pênis salta livre, sem boxers ou cuecas, apenas seu duro comprimento diretamente apontando para mim.

Puxo meu lábio inferior entre os dentes enquanto o vejo rolar o preservativo. É estranhamente erótico para caralho vê-lo se tocar, e então levo minha mão entre minhas pernas. Ele estende a mão, agarrando-a antes que eu possa me tocar e meu lábio inferior cai como quando estou de mau humor.

“Nem sequer pense nisso,” ele rosna, usando suas garras para me levantar. Minhas pernas tremem, mas ele me segura. Seus lábios brilham à luz, e por um momento me pergunto se ele me beijar, eu me provarei.

“Vire e fique de joelhos,” ele ordena com o rosto severo.

Estremeço. Não posso discutir. A atração de um homem que sabe o que quer me queima. Faço como foi dito, viro e subo na cama, ajoelhando na borda. Ele se aperta atrás de mim, mas quando me inclino para a frente para me apoiar em minhas mãos, ele coloca a mão no meu peito me segurando. Com a mão livre, ele pressiona seu pênis entre as minhas pernas até que a cabeça fique contra minha buceta.

“Esperei muito tempo,” ele geme, seus lábios roçando minha orelha.

“Então se apresse, inferno,” respondo, arqueando as costas e espalhando minhas coxas, instando-o a fazer alguma coisa.

Nada, porra.

Num movimento rápido, ele empurra os quadris para frente, seu pau entrando em mim.

“Deus!” grito, agarrando seu pulso, onde ele me segura contra seu corpo, enquanto a outra mão vai para trás e se engancha ao redor de seu pescoço. Minha cabeça fica contra seu ombro enquanto ele continua a me penetrar, uma estocada torturante após a outra.

Seus lábios encontram meu pescoço, começando embaixo do meu queixo, eles percorrem pressionando leves beijos em minha pele aquecida, por cima do ombro e de volta.

“Tão bom,” gemo, mordendo os lábios e permitindo que meus olhos se fechem.

Suas mãos ásperas puxam meu sutiã, abaixando as taças e liberando meus seios. Ele toma um em sua mão, apertando-o com força e beliscando o mamilo entre os dedos. Encontro seu ritmo, empurrando meus quadris para trás enquanto ele joga para frente, forçando-o a ir mais profundo e mais forte.

“Tão linda, porra,” ele sussurra sem fôlego. Seus dedos enroscam meu cabelo, e ele força minha cabeça para o lado. "Abra seus olhos."

Eu os forço a abrir, apenas para encontrar uma imagem de mim mesma. Inalando acentuadamente, nos vejo pelo espelho da minha penteadeira. Suas mãos no meu corpo, o arco das minhas costas e a forma como nos movemos juntos é hipnotizante. Seus músculos contraem a cada vez que ele se impulsiona, seu abdômen, seus bíceps, até os músculos da sua bunda foram feitos para serem admirados.

Eles são tão perfeitos, caramba, até mesmo lindos.

Ele se move mais rápido, seus olhos encontrando os meus no espelho enquanto sua mão desce por minha barriga ligeiramente arredondada e ele começa a esfregar o dedo do meio em volta do meu clitóris. Minha respiração fica pesada e a mente nebulosa. Não sei o que eu quero mais. Meus quadris lutam para descobrir no que querem ter mais pressão, meu pequeno broto ou se querem que ele vá mais fundo dentro de mim.

“Porra,” amaldiçoo. “Wrench, maldito!”

Ele ri no meu ouvido conforme cada impulso se torna mais rápido e mais forte. Pego um punho de seu cabelo na minha mão e seguro firme, montando-o mais duro.

“Você vai gozar em mim, e vai ser incrível, caralho,” ele silva. "Está pronta?"

Nós dois assistimos no espelho, nossos olhos conectados quando ele move seu dedo para frente e para trás sobre o meu clitóris, mais e mais rápido.

Atinge-me como uma tonelada de tijolos, e grito enquanto meu corpo treme. Contorço-me em seus braços quando ele se recusa a parar o ataque em meu corpo, o prazer esmagador me faz sentir como se eu estivesse caindo do penhasco mais alto só para acertar o fundo num choque e explosão de cores.

“Merda!” Ele amaldiçoa, seus impulsos desacelerando e seus dentes rangendo em meu ouvido. “Filha da puta, Jesus.”

Suor se forma no meu cabelo, minha pele parece estar pegando fogo. Luto por ar, meus pulmões famintos gritando e meu coração batendo tão rápido que é como um zumbido constante. Com um último impulso, ele se força dentro de mim, minha buceta apertando ao seu redor como o tremor de um terremoto.

“Sua boceta está tentando manter meu pau preso,” Wrench geme no meu ouvido quando passa os braços em minha cintura e me segura contra ele. Sou grata, sem saber se nesse momento, caso ele me solte terei um colapso.

“Bom,” digo sem fôlego. “Porque o que fez com ela deve ser ilegal, porra.”

Ele ri. “Você é ilegal, caralho. Eu me sinto como um viciado, não tenho certeza se alguma vez terei o suficiente.”

Tento não me assustar com o uso dessas palavras, lembrando-me que ele não quis ofender. “Você tem que ir para casa em algum momento, então acho que é melhor tomar sua dose.”

Seus lábios frios pressionam contra minha pele quente e suspiro. “Não tenho certeza que terei uma dose alguma vez, mas pelo resto da minha vida juro que vou lutar por qualquer coisa que me der.”

Tudo.

Eu quero lhe dar tudo.

Mas com tudo, vem a verdade. Vem partes minhas das quais qualquer pessoa normal fugiria. Vem o medo de que eu seja a única sem nada.

 

CAPÍTULO TREZE

WRENCH

 

Fico em pé observando enquanto ela anda em torno da cozinha, pegando uma e outra vez os ingredientes que precisa para fazer o jantar. Ela salta da despensa até a geladeira e depois volta novamente quando não pega tudo do que precisa.

“Quanto café teve hoje?” Sorrio.

Ela olha por cima do ombro para mim, o sorriso mais brilhante em seu rosto. Ele me aquece. Ela chegou tão longe ao longo dos últimos dois meses, seu amor pela vida e emoção pelo futuro é contagioso. Sugar passa por mim, dando um beijo rápido na minha bochecha enquanto pega o sal do outro lado do balcão.

“Posso ter tido alguns copos...” Ela ri. “Estou animada. Assim que fizer o jantar, vou começar novos designs. Então tenho que me encontrar com o homem do centro sobre o arrendamento da loja antes de pegar Harlyn na escola.”

“E onde eu entro nesse plano?” Pergunto, revirando os olhos. Ela que me pediu para vir esta manhã, mas parece que isso sumiu da sua mente.

Ela para e me olha com uma careta zombeteira. "Oh, me desculpe. Não estou te dando atenção suficiente?”

Ando em direção a ela, e seus olhos se iluminam de emoção quando coloco as mãos em ambos os lados do balcão, prendendo-a. abaixo minha cabeça, pressionando minha testa na dela. “Eu mal te vi nos últimos dias, estou tentando fazer um esforço aqui.”

Estou me apaixonando por esta mulher, posso sentir em minhas entranhas.

Quero estar perto dela, quero sentir sua energia, falar com ela sobre meu dia, assistir filmes com ela e Harlyn. Não me importo que porra seja, contanto que a envolva. Mas semana passada ou mais, ela parece ter pego mais e mais merda, e considerando o fato de que já temos que ter nosso tempo juntos onde podemos encaixar, estou começando a me perguntar se os sentimentos são compartilhados.

Suas mãos serpenteiam até meu peito e se estabelecem em volta do meu pescoço, os dedos entrelaçados. "Ok, sinto muito. Seu esforço é notado, e a partir de agora vou tentar mais passar esse tempo com você quando temos isso.”

Ela se levanta na ponta dos pés e pressiona seus lábios nos meus. A eletricidade flui através de nós, a forma como seu corpo amolece e se aproxima me diz que ela sente também.

“Bem, agora é um momento tão bom quanto qualquer outro. Só vai sentar por um segundo,” gemo, agarrando a cintura de Sugar e arrastando-a comigo para o sofá.

Sua risada enche o ar, e não posso deixar de sorrir para o som que nunca me canso de ouvir. Nas últimas semanas Sugar se transformou nesta mulher brilhante e corajosa. Ela é enérgica e cheia de vida, e é incrível vê-la florescer e tomar conta de seu futuro. Mas não tenho ideia de onde entro nisso.

Está começando a me comer por dentro ver esta mulher crescer, mas ter que ficar nas sombras e não estar lá ao lado dela, onde seu homem deve estar. Não que nós tivéssemos falado sobre esse aspecto do nosso relacionamento, ou se isto é um relacionamento. Não discutimos formalidades ou detalhes, decidindo apenas seguir com o fluxo e ver aonde nos leva.

Mas está chegando um ponto onde não quero apenas ir com o fluxo.

Estou doente pelas desculpas de merda que tenho que dar quando eu dispenso uma das meninas do clube, e estou fodido de cansado de mentir para meu presidente e um dos meus melhores amigos. Op me deu mais apoio do que poderia imaginar. O clube esteve lá para mim e me deu uma casa e uma família quando estava trancado por dentro, sem ninguém para ter minhas costas. Todos tinham as minhas costas, e agora estou cagando para toda a confiança e lealdade que lutei tanto para mostrar e provar a eles. Isso está apodrecendo na minha alma e porra, não posso aguentar muito mais.

Não me importo se Optimus me bater para caralho, o que ele provavelmente fará. Só quero parar de me esconder.

“Mas preciso terminar o jantar e elaborar mais alguns projetos,” ela protesta enquanto a sento no meu colo, recusando-me a deixá-la sair. “Tenho tanta coisa para fazer.”

Sugar mostrou seus projetos para o proprietário do edifício do centro alguns dias atrás, e ele ficou mais do que impressionado com sua organização e entusiasmo. Desnecessário dizer que ela tem o contrato de arrendamento e não demorará muito antes de estar abrindo sua loja dos sonhos. Estou orgulhoso dela, e Harlyn está mais do que animada por ver sua mãe tão bem, embora posso dizer que a própria Harlyn está parecendo e agindo pior pelo desgaste.

Passando os braços ao redor de seu corpo se contorcendo, a puxo contra mim e aperto os lábios em seu pescoço. Ela se derrete, seu corpo afundando em mim e seus olhos fechando.

“Maldita mulher, você está fazendo muito,” reclamo enquanto dou beijos suaves ao longo de sua mandíbula. “Você fica acordada todas as horas da noite, caramba, você mal come, e não sei o que está fazendo. Mas se não for cuidadosa, vai se matar.”

Ela me olha nos olhos por um breve segundo, e meu coração afunda. É apenas um flash, mas juro que nesse momento há tristeza e medo total e absoluto girando dentro dela. Dizem que os olhos são o espelho da alma, e o que vi, não é bonito. Ela pisca, e assim, tudo foi embora.

Sugar ri suavemente e move os quadris. “Poderia fazer muito mais se parasse de me distrair.”

Eu bufo. “Bem, sinto muito que eu ache difícil não tocar em você quando está por perto. Está se tornando extremamente duro.”

“Mmm... Posso sentir o quão duro está se tornando,” ela responde, rebolando os quadris.

“Acho que é hora de falarmos com Optimus,” digo a ela, sabendo que se não fizer isso agora, vamos ficar muito consumido em nós mesmos novamente.

Seu corpo fica imóvel, e ela imediatamente se afasta. Eu a solto com um suspiro pesado e sigo enquanto ela se põe de pé.

"Não. Isso é má ideia.”

“Olha, ele vai ficar puto, não há nenhum jeito de contornar isso. Mas porra! Estou farto de me esgueirar e esconder. Quero ser capaz de passar mais tempo com você e Harlyn sem me preocupar com os irmãos nos pegando.” Pensei muito sobre isso nos últimos dias. Vendo Op e Chelsea felizes e dedicados um ao outro, eu quero essa merda.

“Wrench, apenas não estou pronta para vê-lo te machucar, e não sei se estou pronta para explicar isso para Harlyn,” Sugar protesta quando recua e anda por toda a sala. Foi-se a mulher feliz e despreocupada, e em seu lugar está mais uma vez uma menina assustada e vulnerável. Uma que conheci antes.

Eu deveria ter parado aí. Deveria ter visto os sinais que ela está mandando. O jeito que ela está curvada em si mesma. Mas estou irritado. O sentimento de traição pesa no meu estômago.

“Acha que Harlyn não ficará bem com essa merda? Nós nos damos muito bem, sabe disso.”

“Vai causar tensão no clube. Vai causar merda entre você e Op, e não quero isso,” ela argumenta, sacudindo a cabeça.

Estas são apenas desculpas, as quais estou doente e cansado de ouvir.

“Eu não quero que ninguém se machuque.”

“E quanto a mim, hein? E sobre o que eu quero?” Respondo, cruzando os braços sobre o peito. “Isto é apenas diversão para você? É por isso que não quer que as pessoas saibam? Porque nunca planejou ser mais do que isso?”

“Pare,” ela chia. “Não faça isso.”

“Bem, é o que parece,” insisto, movendo-me para a frente.

“Bem, você está errado,” ela grita. "Você significa muito para mim. Eu pensei que soubesse!”

Estendo a mão, agarrando-lhe a sua. Ela luta contra mim, mas seguro ainda mais forte. “Então vamos apenas contar a eles. Podemos fazer essa merda e sair do outro lado. Quero ver onde isso pode levar.”

“Eu só... Eu não...” ela gagueja como se sua boca estivesse lutando para encontrar as palavras que ela precisa dizer. “Por favor, não estrague isso. Eu não posso perder... Eu não posso te perder. Isso vai me quebrar.” Ela arranca a mão do meu aperto e recua. Suas mãos indo para a cabeça, as palmas das mãos empurrando contra as têmporas. Não consigo entender o que ela está dizendo, porque ela não faz nenhum maldito sentido.

“Sugar, o que está acontecendo com você?”

“Você precisa ir embora,” diz ela, de repente, sua respiração se tornando pesada.

"O que-"

"Vá! Só, por favor... vamos falar sobre isso mais tarde. Não, eu só não posso agora.” Ela está tremendo, e rapidamente estou em alerta total.

Balanço a cabeça, avançando para ela. "Não. Me diga o que diabos está acontecendo.”

Ela levanta as mãos defensivamente, me parando nos meus rastros. “Você só precisa ir,” ela sussurra, o estalo em sua voz é quase o suficiente para me quebrar.

Não consigo encontrar palavras, é como se ela estivesse com medo. Não sei o que dizer ou falar para fazê-la sair desta mudança repentina. Ela está desaparecendo. Aquele medo nos olhos dela está olhando diretamente para mim, e por um momento me pergunto se fodi tudo para sempre.

“Hey... está tudo bem. Tudo bem, eu vou. Vou voltar mais tarde e ver Harlyn. Prometi que ia levá-la ao parque. Está tudo bem?” Mantenho minha voz baixa, com medo de que vá assustá-la, mas minha mente está fazendo hora extra. Quero confortá-la, mas já sei que da última vez que ela ficou assim, ela se recusou a ser tocada.

Ela balança a cabeça, recusando-se a olhar para mim.

“Tudo bem, vou te ver em poucas horas quando Harlyn chegar da escola.”

“Ok, isso está bem.”

Olho para ela por alguns momentos antes de me virar e ir para a porta. Toma cada pedaço de autocontrole dentro de mim, ir embora e deixá-la assim, sem saber como diabos ela se perdeu tão de repente. Quero puxá-la para meus braços e abraçá-la forte, não me importando se ela irá lutar comigo.

Preciso de respostas, mas não estou disposto a arriscar ela se retirar completamente, a fim de obtê-las. Se forçar, posso perdê-la para sempre e agora, eu não posso.

 


Sugar


Consigo me segurar até ouvir sua moto se afastar da casa.

Então eu despedaço.

Lágrimas escorrem por meu rosto, e luto para recuperar o fôlego entre soluços ensurdecedores.

Isto não pode estar acontecendo.

Quero correr pela casa gritando, pedindo-lhe para voltar. De repente, me sinto tão sozinha, como se as cortinas em minha mente estivessem se fechando, e não importa o quanto lute para manter a luz que flui dentro, não é o suficiente.

Wrench se tornou uma espécie de conforto, alguém que me faz sentir bem, me faz sentir normal. Bloqueei a maioria das memórias daquele dia, mas lembro que ele sentou comigo por horas. Sem dizer e fazer nada, só esperando até que eu estar pronta. Então ele me tratou como uma princesa... a porra de uma princesa... não uma aberração, ou uma viciada. Ele não me xingou. Porra! Ele mal fez perguntas, contente em deixar eu me encontrar novamente.

Quando estamos juntos, ele me faz rir, me faz sentir como se pudesse falar com ele sobre qualquer coisa, mas acima de tudo ele me faz sentir essa paixão e emoção que não sentia há muito tempo. Há coisas que retenho, coisas que só um punhado de pessoas sabe. Que tem principalmente a ver com a forma como as pessoas reagiriam quando eu contasse a verdade, o julgamento e pena em seus olhos ou o medo do desconhecido. Isso me assusta, honestamente assusta para caralho, mas quando estou com Wrench, é a primeira vez em que me senti obrigada a dizer a alguém porque senti que talvez... eu não sei... que talvez ele pudesse possivelmente me amar mesmo assim.

Ele me viu no meu pior, e não fugiu.

Mas apesar de tudo, posso me sentir mudando. A decisão de ficar - mudar do nosso espaço seguro no clube, me esgueirar com Wrench, as mentiras, encontrar uma escola para Harlyn e meu foco no desenvolvimento da minha loja e marca – estão cobrando seu preço. Houve a sensação de que as coisas não estão bem, e quando aquilo veio soube que não era bom. Em vez de reconhecer e enfrentar de frente, o empurrei para o lado, mais preocupada em organizar minha vida e a de Harlyn. Com as sombras rastejando, o foco é sobre onde exatamente errei. Lutei contra o incômodo na parte de trás do meu cérebro por muito tempo, mas sei que não posso forçá-lo a ficar lá para sempre.

Minha vida consiste em passar por isso a cada dia, levando-o passo a passo e me concentrando em mim mesma e minha filha. Meus medos e apreensões são colocados de lado quando Wrench está por perto. É como se não importassem. É como se eu soubesse que ele me aceitaria por mim, todo o resto que se dane. E por um longo tempo, realmente senti que poderia ser uma realidade irreal.

Então, joguei as pílulas na pia. O que não levei em consideração, foi o que aconteceria se Wrench se afastasse ou fosse tirado de mim? E se Optimus tentar nos separar? E se eu me recusar a dizer ao clube sobre nós, e Wrench finalmente desistir do que temos?

Talvez esteja sendo irracional. Ele disse que vai voltar. Mas e se ele começar a exigir respostas que não posso dar sem deixá-lo entrar, e mostrar esse lado de mim que sempre foi desprezado, o lado que sempre me faz sentir vergonha.

Foi tudo um erro estúpido, e agora estou caindo.

Estou de volta a cova da qual lutei tanto para me arrastar, e as pessoas estão começando a notar. Meu inferno está voltando com força total, e eu o deixei por muito tempo. Não há nada que possa fazer para pará-lo.

As sombras estão tomando conta.


“Abra a boca”, Peter pediu, sua mão acariciando meu cabelo suavemente.

Eu ansiosamente segui suas instruções, desesperada para ganhar o indulto que ele ofereceu, a fuga da minha própria mente.

Ele me deu a pequena pílula e a engoli avidamente. Os efeitos dela nunca eram instantâneos, mas logo que eu a senti descer por minha garganta todo o meu corpo relaxou. Estava lá agora, e em breve o caos maníaco em minha mente ia embora, e eu estaria bem.

Peter sabia o que estava fazendo, ele trabalhou por um longo tempo neste negócio, ele sabia exatamente o que eu precisava e ele ficou ao meu lado. Ele entendeu o que eu estava passando, e estava disposto a fazer o que tinha que fazer, a fim de me fazer sentir melhor.

Alguns dias eram melhor do que outros, mas em dias como hoje, onde eu estava lutando para simplesmente respirar, eu lhe implorei pelas drogas. Em uma parte fechada, e escura da minha mente, eu sabia que estava rapidamente me tornando uma viciada, mas me recusei a tomar conhecimento daquela pequenina voz que me pediu para parar.

Apenas mais um dia. Só mais uma pílula.

Mais uma, disse a mim mesma, e então eu estaria bem.

“Vou convidar alguns amigos aqui para o jantar,” Peter disse enquanto ele me ajudou a deitar na cama. “Você não vai sequer saber que estamos aqui. Apenas relaxe, Annabelle.”

A maneira como ele disse meu nome era tão suave, tão suave. Eu já podia sentir meu corpo começando a derreter, meus sentidos se tornando insensíveis, meu corpo parecia estar flutuando.

E minha mente... em branco.

Isso era o que eu queria.

Eu queria afundar no abismo negro onde não havia barulho.

“Annabelle...” Eu podia ouvir meu nome sendo falado. “Eu vou fazer você se sentir bem novamente.”

Por favor, sussurrei em minha cabeça.

Eu só queria me sentir bem novamente.

 

CAPÍTULO QUATORZE

SUGAR

 

“Saia,” Optimus ordena, a voz fria e distante.

Não consigo respirar, suas palavras me marcando no peito como ferro quente, embora soubesse que estavam vindo. Eu o empurrei ao limite, e fiz propositalmente, culpando o clube pelos problemas que Harlyn está tendo na escola. Quero que ele empurre de volta, mas agora que o fez, posso sentir a espiral chegando, sugando-me em suas profundezas.

Balançando a cabeça, seguro a mão de Harlyn, meu coração quebrando quando a vejo agarrar a perna de Blizzard, com lágrimas escorrendo pelo rosto. É como se ela quisesse que ele a protegesse, como se ele fosse sua rede de segurança, sua força, e eu o elo mais fraco.

Não a culpo, na verdade, estou quase feliz. Ela precisa dele, de Op, e todo o clube, porque estou prestes a ir embora, e ela precisa estar protegida - protegida de mim.

Mal capaz de entender uma palavra que ele diz, corro para a porta, deslizando por Wrench enquanto passo. Seu aroma enche meu nariz e chego a um impasse, perguntando-me o que fazer.

Se devo apenas voltar e dizer a verdade.

Será que entenderiam?

E se tiver escondido por muito tempo para pedir ajuda?

Corro diretamente para o carro. Entrando, minhas mãos tremem enquanto ligo o motor e saio do composto.

Wrench não retornou aquela noite para passar o tempo com Harlyn, o clube foi chamado para ajudar Blizzard e Rose. Uma parte do meu cérebro ri, dizendo que é a fuga que ele precisa, uma desculpa para correr de mim e meu temperamento de montanha russa.

Enquanto ele esteve fora, as coisas pioraram.

Houve um pacote deixado na minha porta. Sem nome, apenas um envelope branco e uma nota. A caligrafia não era familiar, mas o conteúdo sim. Pílulas brancas minúsculas. As que passei os últimos seis anos tentando evitar. As que contêm memórias da minha autodestruição e vício. Eles estavam me provocando, rindo da minha cara, e mesmo quando as joguei no vaso sanitário, minha mão tremia pairando sobre a descarga, querendo saber se será realmente tão ruim se só tomar uma.

Sempre só uma.

Mais uma, e vou me sentir melhor.

Apenas mais uma.

Quando Harlyn apareceu na porta, a escolha foi retirada e as vi girar, desaparecendo nas tubulações, dissolvendo-se em nada.

Ele veio à minha casa, e não tenho dúvida de que enviou a mensagem de voz, há algumas semanas. Eric está certo. Ele não deixará isso passar. Ele não será feito de tolo e permitirá que eu volte e tenha uma vida normal. Não é algo que ele quer, e ele virá para mim. Ele conseguirá, custe o que custar. Mas desta vez, lutarei de volta, mesmo que tenha que fazer sozinha. Mesmo que tenha que fugir novamente.

Pelo menos agora sei que Harlyn está segura. Optimus vai protegê-la, os irmãos vão vigiá-la e dar o amor e apoio que precisa, enquanto luto para colocar minha vida de volta nos trilhos. Tenho que fazer isso por ela, e tenho que fazer sozinha.

Cometi o erro de pensar que Wrench poderia me salvar, que ele poderia ser tudo o que preciso e me proteger do passado e meus demônios.

Agora estou começando a perceber que a única pessoa que pode fazer isso, sou eu.

 


Há uma forte batida na porta da frente. Suspiro enquanto me empurro do sofá e sigo pelo corredor para atender. Há apenas um punhado de pessoas que vem aqui. Nenhuma delas quero encarar com lágrimas escorrendo pelo rosto, e meu coração parecendo ter quebrado em pedacinhos por todo meu belo piso de madeira.

Posso ver a forma de um homem enchendo minha porta através da janela. Sei exatamente de quem é a silhueta. Ombros largos, posição decidida, e a sombra do boné que cobre sua cabeça. Paro em frente e respiro fundo.

“Abra a porta, Sugar.” Sua voz não aumenta ou grita, mas ele sabe que estou perto da porta. Ele sempre sabe quando estou perto.

Inalando, reviro os ombros, me preparando para o ataque.

Wrench não espera nem um segundo, assim que a porta destrava, ele a empurra e entra, forçando-me para trás enquanto a fecha. Pulo com o alto estrondo que faz, mesmo esperando por isso. Meus nervos estão abalados, minha mente corre, mas meu corpo está lento, resquício de muitas noites sem dormir. Wrench me olha por debaixo da aba do boné, seus olhos me penetrando como se estivesse passando por todos os segredos em minha cabeça.

“Pare com isso,” resmungo baixinho antes de virar e marchar pelo corredor para minha sala de estar.

Há papéis e pastas espalhadas por todo o chão. As alegrias de abrir meu próprio negócio. Empurrando a papelada para fora do caminho com o pé, me viro para enfrentar Wrench. Meu corpo está rígido, meus pés afastados enquanto me preparo para o que ele tem a dizer. Sei que não será bom. Passar tempo com Wrench me permitiu ver lados dele que sei que não mostra fora da irmandade. Ficamos muito próximos. Mas arruinei isso. E preciso que continue assim.

“Sabe o quão difícil é ver Harlyn se lamentando pelo clube?”

Minha respiração para. Ele não golpeia na primeira base, ele vai direto para um home run.

“Nunca vi aquela criança sem uma porra de sorriso no rosto. Agora? Agora temos sorte de vê-la sem lágrimas.”

Segurando meu estômago, tenho que me esforçar para impedir a bile que está subindo.

Esta é minha filha.

Ela é meu mundo. Meu tudo. E a estou machucando.

Engulo em seco, lágrimas atacando meus olhos.

Tem sido difícil nos últimos dias, lutando contra o desejo de não ir para sua escola e socar seu professor. Minha menina está sendo intimidada e provocada, e estou à beira de um colapso mental enquanto permito que o pai dela lide com o problema. Em vez de tomar a frente e ser a mãe que devo.

A única coisa que me impede é ela estar mais segura com o clube do que comigo. Nunca quis causar dor, mas até descobrir meu próximo passo, pelo menos, sei que eles vão cuidar, se preocupar com ela e dar muito amor.

Meu coração dói ao pensar sobre o quanto sinto saudades.

Sentindo as mãos de Wrench em meus ombros, olho para ele através da névoa nublando minha visão.

"Não é muito tarde. Venha, fale com Op e podemos resolver o que está acontecendo.” Sua voz agora é suave, reconfortante.

Quero segurá-lo, confiar que posso ir até eles e manter todos seguros. Mas a verdade é que eles não sabem com o que irão lidar. Meu passado está se aproximando. Sabia que voltar para Athens teria enormes riscos, mas como uma tola pensei que talvez depois de cinco anos as pessoas esqueceriam, que seguiriam em frente.

Elas não seguiram, e posso sentir as nuvens escuras que começaram a rolar. A única diferença entre agora e antes, é que não sou mais uma jovem com medo. Encontrei um lugar aqui, e Harlyn tem o pai e a família que perdeu pelos primeiros cinco anos de sua vida. Estou seguindo meus sonhos e começando um novo negócio.

E então, há Wrench. O homem que me faz sentir mais viva do que já senti na vida.

Não deixarei nada disso ser tirado de mim.

Agora tenho algo pelo que lutar e não fugirei.

Endireitando meus ombros, respiro fundo. “Eu vou resolver o problema. Vai ficar tudo bem.” As palavras são mais para meu benefício do que dele.

Seus olhos brilham com frustração. “Você está sendo uma merda egoísta.”

Saio de seu alcance, afastando-me e colocando distância entre nós. "Pense o que quiser. Eu não me importo.”

Afastar Wrench é doloroso, mas mantenho minha posição. Ele pode ver dentro de mim, posso sentir. Ele sabe que algo está errado e quanto mais próximos ficamos, mais perigoso é para ele.

“Acho que você deve sair.”

Vejo sua mandíbula cerrar. "Talvez esteja certa. Coloquei meu colete na linha por você, arrisquei a confiança do meu irmão. E para quê? Por uma cadela arrogante que não pode sequer se levantar e fazer o certo por sua filha.”

A faca me corta, suas palavras atingindo todas as marcas com precisão.

"Não se preocupe. Nós vamos cuidar de Harlyn. Vou mantê-la segura, feliz e amada, porque aquela garota merece.” Seus passos irritados ressoam através do meu corpo enquanto ele vai para o corredor. Meu corpo estremece quando a porta fecha atrás dele, e o som de uma moto arrancando e acelerando enquanto desce a rua, me gela até os ossos.

Caio no sofá, meu corpo frio e tremendo.

Não sei quanto tempo fico lá, incapaz de me mover sem arriscar derramar o conteúdo do meu estômago no chão. Meu coração me diz para ir atrás dele, que ele está certo, que preciso ir ao clube e pedir ajuda. Sou um soldado solitário num campo de batalha, sem saber de qual direção o inimigo vai atacar. Só sei que ele irá, não está apenas se escondendo nas sombras - ele é a sombra.

Um toque enche o espaço solitário e vazio da minha sala de estar. Viro para a mesinha lateral, sem me preocupar em verificar o ID conforme pego o telefone.

“Alô?” Digo, sem fôlego.

“Oh, Annabelle. Oh... como senti sua falta.” Nunca esquecerei a voz profunda e o tom sarcástico torturante que ele guarda só para mim.

Meus dedos afundam na almofada do sofá, raiva fervendo dentro de mim. “O que quer, Peter?”

Ele estala a língua com uma risada. "Agora. Isso não é jeito de falar com seu marido.”

 

CAPÍTULO QUINZE

WRENCH


Três Semanas Depois

 

“Op não virá essa noite?” Slider vira a cadeira e a monta, colocando a cerveja sobre a mesa.

Kat cai de joelhos no palco em nossa frente e sorri amplamente. Leo revira os olhos, mas estende a mão e coloca uma nota de cinquenta dentro de seu fio-dental, puxando o elástico para deixá-lo bater contra sua pele. Eu me encolho com o som, sabendo que ardeu. Leo dá um sorriso quando ela vira e começa a rastejar para o lado oposto do pequeno palco onde há quatro homens de ternos com dinheiro nas mãos.

Rio. “Chel não está se sentindo bem. Ele quer manter um olho nela.”

Gemendo, Slider joga a cabeça para trás. “Ele não sai mais. Especialmente agora que Harlyn está no clube o tempo todo.”

Estreito os olhos para ele. “Chama-se ser pai, filho da puta.”

“Leo está aqui,” ele se defende.

“Carly está com ela,” Leo responde, imperturbável pela idiotice do Slider. “Ela tem estado na minha bunda ultimamente sobre ao que Macy está sendo exposta.”

Volto minha atenção para longe de Slider. "Por quê?"

Leo toma um gole de sua bebida. “Aparentemente, quando estava lá na semana passada ela chamou seu primo de idiota.” Não perco o pequeno sorriso que toca o canto de sua boca.

Eu sorrio. "Sério? O que o primo estava fazendo?”

“Sendo um idiota, acho.”

Rio. Leo ama sua menina. Macy tem três anos, e cresceu dentro do clube. Sempre me perguntei por que Leo não mudou para sua casa depois que a esposa morreu dando à luz a sua menina. Mas acho que estar dentro do clube ajudou a mantê-lo saudável.

“Deveria exigir mais cinquenta por essa pequena façanha, Ethan,” Kat inclina-se sobre nossa mesa, com as mãos sobre a superfície. Ela deve ter acabado de sair do palco, porque seus peitos estão pendurados livremente e o dinheiro ainda forra o tecido rosa brilhante que cobre seu sexo. Ela é a única garota que trabalha aqui que pode se safar falando assim com um membro ou usar seu nome real, sem ser demitida. Ela está conosco por muito tempo, e todos temos um fraquinho por ela. Até que ela sobe no palco, então não há nada suave em qualquer lugar.

Ela é o sexo com pernas.

E sabe disso.

“Bem, Katrina, que tal reservar um quarto na parte de trás e vou te compensar com isso?” Leo espalma à frente de sua calça jeans, um largo sorriso no rosto.

Recuando, Kat cruza os braços sobre o peito, bloqueando nossa visão de seus seios falsos. Ela sorri. “Prefiro os dólares.”

Bufo uma risada junto com meus irmãos.

Leo ri. “Mande uma das meninas com outra rodada de bebidas.”

Kat revira os olhos, mas sorri. "Certo."

Quando ela sai, observo seus quadris balançando sedutoramente de lado a lado. Pergunto-me em silêncio, porque um dos meninos ainda não pegou Kat e a reclamou como propriedade. Ela é quente, sexy como o inferno, tem um coração de ouro, e a mistura certa de atitude e obediência que se procura numa Old Lady. Ela tem um menino em casa, de três anos, acho. Ela é stripper para cuidar dele e se matriculou na faculdade para ser assistente social. Kat sabe o que quer e onde quer estar, e não há nada que vá impedi-la de chegar lá.

Talvez se tudo fosse diferente poderia ver onde as coisas podem ir. Mas há outra mulher debaixo da minha pele, uma que não vejo há vinte e dois dias..., mas quem está contando?

Sugar Sullivan.

“Wrench.” Minha cabeça vira ao ouvir meu nome. Ham, um dos nossos prospectos, fica me olhando com a sobrancelha arqueada.

Limpo a garganta. "O que?"

“Connor quer ter uma conversa com você na parte de trás”, explica ele, apontando com o polegar por cima do ombro.

Uma das meninas coloca uma bandeja de bebidas na mesa, assim que me levanto. Pego uma cerveja, minha boca salivando quando sinto a frieza da garrafa contra minha mão. Tomo um gole antes de cumprimentar meus irmãos e ir para o fundo, até o escritório de Connor. A porta está aberta, então entro, fechando-a atrás de mim.

Connor olha para cima de sua cadeira. "E aí, cara."

Agarro à frente do meu boné e viro-o na cabeça para que esteja para trás. “Precisa de mim para alguma coisa?”

Ele balança a cabeça e gesticula para o assento oposto da mesa. Dou de ombros e rodeio a cadeira, sentando e sorvendo minha cerveja. Connor folheia algumas coisas em silêncio por um momento, antes de puxar uma única folha de papel e passar sobre a mesa para mim.

Faço uma careta, mas me inclino e a pego, virando de modo que possa ler o que está escrito. “Ruby Danby, dezenove, loura, olhos azuis...” Olhando para ele, levanto a sobrancelha. “Este é o perfil para uma das suas garotas?”

“Ela começou a algumas semanas,” explica ele enquanto olho a foto e detalhes.

“Teve problemas?”

Ele balança sua cabeça. "Ela é boa. Faz as danças. Já é popular com os clientes para privadas. Nunca discute ou causa merda com as outras meninas...”

Rio baixinho. “Então, por que estou aqui?”

“Ela está do lado errado da trilha.”

Estreitando os olhos, olho dele para os detalhes de Ruby. Por um momento estou confuso, a maioria de nossas meninas luta todos os dias e não vive nas melhores casas ou apartamentos. Pagamos bem, mas na maior parte, ainda mal conseguem viver, uma vez que muitas estão pagando por coisas como escola, faculdade, crianças ou cuidados para membros da família. Mas quando olho o endereço, não posso deixar de ficar surpreso.

“A menina vem de dinheiro.”

Onde ela vive é um dos bairros mais ricos da cidade.

“Exatamente,” diz ele, recostando-se no assento.

“Garota rica se rebelando contra os pais?” Questiono, usando uma explicação totalmente plausível. Não será a primeira stripper ou menina de clube que conheço que está procurando por um pequeno passeio no lado selvagem, a fim de quebrar as regras estritas de seus pais.

“É possível, mas simplesmente não entendo a vibe dela.”

Aperto os lábios. “Quer que eu pesquise a fundo?”

Ele sorri. “A menos que conheça alguém que possa fazer isso... o que é que faz, não?”

Rindo, empurro a cadeira e coloco o pedaço de papel no bolso de trás antes de pegar minha cerveja pelo gargalo e desviar ligeiramente em sua direção. “Conhece alguém tão foda quando eu? Okay, certo. Vou conseguir a informação.”

Eu o ouço rindo atrás de mim enquanto caminho para fora de volta para o bar. Uma mão enrola no meu braço quando vou em direção à mesa onde deixei os meninos. Congelando, viro e olho por cima do meu ombro. Sou recebido por um par de olhos castanhos brilhantes e lábios vermelhos brilhantes.

“Wrench,” Kayden ronrona meu nome, afundando as unhas em meu músculo com apenas a quantidade certa de pressão que faz meu pau se contorcer. “Há um quarto livre lá atrás.”

Sorrio, deixando meus olhos vagarem por seu corpo com pouca roupa. Seu vestido apertado mal cobre a bunda redonda e seus mamilos duros aparecem através do tecido fino, me fazendo querer lamber os lábios. A roupa não faz nada para disfarçar as tatuagens surpreendentes que cobrem seu corpo da cabeça aos pés. Elas são muitas, rosas e videiras trilhando e enrolando por toda a sua pele, e sempre são a trilha perfeita para minha língua.

“E como sabe disso?” Pergunto a ela, inclinando a cabeça de lado.

Ela não responde, mas puxa o lábio inferior entre os dentes e move seu corpo um pouco mais perto, então minha mão roça suavemente contra o tecido que cobre seu sexo.

Kayden e eu temos uma dinâmica estranha. Fiquei com ela mais vezes do que todas as outras meninas, mesmo as meninas do clube. Ela realmente não tem uma conexão com o clube e deixou claro que não quer se juntar e ser uma stripper ou menina do clube, mas simplesmente quer meu pau.

Poderia finalmente ter cedido e entregue a ela exatamente o que quer. Ela é sexy, e sabe quando recuar e fechar a boca.

Ela poderia ter sido uma Old Lady.

Infelizmente para ela, alguém roubou seu lugar.

 

Capítulo dezesseis

Sugar

 

“Sinto falta de você, mamãe”, Harlyn sussurra ao telefone, trazendo lágrimas aos meus olhos.

“Sinto falta de você também, menina. Mas vou vê-la na parte da manhã, e podemos ir até a loja para que possa ter uma visita pessoal antes de abrir. Papai vai te levar,” digo a ela, tentando emocionalmente aliviar a nós duas, enquanto luto com meu coração. Ele grita para que eu vá para o clube agora e pegue minha filha de volta.

Mas não posso.

É melhor assim.

Por agora.

Depois de dizer boa noite, Optimus volta ao telefone. Encolho-me, sabendo que ao longo das últimas semanas, nossa relação está bastante fodida. É totalmente minha culpa. Posso admiti-lo, apenas não para ele. Tem sido uma montanha-russa de altos e baixos. Momentos em que quase cedi e chamei Wrench. Quero pedir-lhe para vir e apenas sentar-se comigo, sabendo que sua presença, sua voz, será o suficiente para tirar a dor.

“Vamos ver você de manhã”, diz ele com a voz rouca, quase sem emoção.

“Sim ...” respondo, minha garganta arranhada com lágrimas não derramadas. “Ei, Op?”

Há silêncio por um momento, e pensando que ele desligou, espero os sinais sonoros.

"Sim?"

Engulo em seco, forçando-me a dizer as palavras que tentei lutar contra ao longo dos últimas semanas. "Eu sinto muito."

Ele solta um suspiro pesado. “Você precisa me dizer o que está acontecendo, Sugar”.

Meus olhos fecham, e agarro o telefone firmemente, desejando que meus lábios dissessem as palavras que ele quer ouvir.

Que preciso de sua ajuda.

Que ele precisa dar um passo e assumir.

Mas lutei até agora, lutei para voltar ao caminho certo. Sabendo que tenho que fazer isso por Harlyn. E se há algo restante entre Wrench e eu para salvar, nunca irá funcionar a menos que fique em meus próprios pés primeiro.

“Eu vou ficar bem, eu vou.”

As palavras não saem. Meu cérebro se recusa a deixar Optimus e o clube perderem-se nesta maldita bagunça que pareço ter feito da minha vida. Nunca esperei que voltar atrairia a atenção da pessoa que passei os últimos seis anos evitando. Optimus acha que ele está protegendo-me e a sua filha de algum drama do clube e da guerra que matou seu pai, e eu fui egoísta e disposta a deixá-lo acreditar que era apenas isso. Queria que ele pensasse que é dele e do clube que estava fugindo.

Não é, e um dia, em breve, ele saberá a verdade.

Apenas não hoje.

“Amanhã”, ele diz em voz baixa, mas posso ouvir a agitação em seu tom e sei que a suavidade é puramente por Harlyn.

“Amanhã,” Ecoo antes de desligar e cair de costas na cama. “Maldição!”

Pressionando as palmas das mãos nos meus olhos, tento conter o fluxo de lágrimas que parece ter tomado conta da minha vida. Se não é Harlyn, é a loja. Se não é a loja, são os sentimentos estúpidos que pareço ter por um certo irmão que não vejo em mais de três semanas.

É um ciclo interminável de decisões de merda que, não importa o quanto de progresso que pense ter feito, nunca deixa de me jogar de volta para essa porra de buraco.

Estou assustada.

Petrificada.

Mas não vou desistir.

 


“Obrigada, meninas, por ter vindo”, digo em voz alta, ganhando a atenção de muitos olhos. “É muito bom ter seu apoio. Especialmente, desde que sei que não tenho estado muito ao redor ultimamente.”

Chelsea coloca a mão no meu ombro. "Está bem. Vamos fazer o que pudermos para estar lá para você.” Encontro seus olhos, eles são suaves e compreensivos, e realmente não mereço isso. “Só estou um pouco irritada por não ser capaz de comprar qualquer coisa até que esses moleques serem despejados.” Ela ri, acenando com a mão para a barriga saliente.

“O que esperamos que não seja tão cedo”, Rose interrompe. “Os bebês precisam de muito mais cozimento, o que significa mais roupas para mim.”

Rio quando Chelsea ignora Rose, o resto das meninas se juntando.

Hoje é o dia de abertura da minha loja. As meninas chegaram cedo para me ajudar a organizar, mas em poucos minutos, estarei abrindo as portas ao público. Estou com medo e nervosa, mas tê-las lá comigo alivia meus medos ligeiramente. Se ninguém entrar nas próximas horas, pelo menos, sei que tenho essas mulheres maravilhosas ao redor.

Algumas das roupas nas prateleiras são meus projetos. Outras, escolhi através de cuidado e profundidade para encontrar a roupa perfeita que complementaria a minha própria. Barata, mas bonita, e roupas em que qualquer mulher pode se sentir linda e poderosa.

“Sugar?” Um leve toque no meu ombro me faz pular. Viro-me para encontrar Harmony me olhando com a cabeça ligeiramente inclinada. "Você está bem?"

Forço uma risada e tomo um gole do vinho que tenho na mão. "Sim, desculpe. Tanta coisa para pensar. Interminável, sabe?”

Ela estende a mão e me dá um tapinha no braço. “Você vai chegar lá. Este lugar parece incrível e estou a ponto de arrastar cerca de dez roupas para o provador.” Ela levanta um braço cheio de roupas. “Estes couros parecem incríveis.”

Sorrio, sabendo que seriam um sucesso com essas meninas. “Tenho uma menina através do país que os faz à mão. Se não se encaixarem, posso ter suas medidas enviadas e ela pode fazer um personalizado.”

Sua boca abre. "De jeito nenhum! Isso soa incrível. Às vezes tenho dificuldade para caber em calças.”

“Porque tem uma bunda incrível e quadris estreitos”, diz Chelsea, colocando um braço em volta dos ombros de Harmony.

Harmony olha por cima do ombro. “Não é realmente tão grande.”

“Não realmente. Mas grande quantidade de produtos produzidos em massa não são ajustados suas medições e dimensionamento. Assim, mesmo se a sua bunda é um ou dois centímetros maior, mas sua cintura é do tamanho certo, você tem a grande lacuna na parte de trás das calças”, explico, girando em torno dela e puxando o cós da calça jeans que ela usa e mostrando onde caiu um pouco.

“Huh ...” Ela ri. “Realmente nunca pensei nisso antes.”

“Provavelmente porque elas parecem surpreendentes em você de qualquer maneira.” Rio, guiando-a para a parte de trás da loja onde há dois provadores.

Kat passa por mim, com uma lingerie nas mãos. “Menina, não me disse que ia ter roupa de stripper aqui.”

Chelsea bufa quando Kat esgueira-se para o vestiário. “Isso é roupa íntima!”

Sua cabeça espia por de trás da cortina com um sorriso atrevido. "Mesma coisa."

Respiro fundo enquanto caminho em direção à frente da loja, segurando o sinal em meus dedos e viro para que se leia 'Aberto'. Então movo a fechadura e abro a porta, acolhendo novos clientes.

Todas aplaudem e gritam, levantando suas taças em celebração. Meu estômago está uma mistura de nervos e euforia. Finalmente consegui. Tenho uma loja, uma para chamar de minha, para fazer dela tudo o que quiser.

Sonhos estão se tornando realidade.

“Harlyn viu isso?” Skylar perguntou quando volto para a recepção e fico atrás do balcão.

Balanço a cabeça. "Ontem. Ela teve sua visita particular. Ela continua me dizendo que vai trabalhar aqui quando ficar mais velha. É adorável.”

Skylar sorri. "Sem dúvida. Ela realmente se parece com você. Todas vemos de alguma forma, eu acho. Você está trabalhando duro para o que quer e tornando-o realidade.”

Esquivo-me por um segundo, mas aceno com a cabeça aceitando o elogio, mas com toda a verdade, não me faz sentir melhor. Essas meninas não sabem a verdadeira luta em que estou, o sentimento de perda que tenho todos os dias sabendo que logo, a merda vai bater no ventilador e eles irão me ver como escória. E mereço isso.

Isso é exatamente como me sinto, as mentiras e enganos enchendo meu corpo com pesar e auto aversão. Só espero que tudo vá acabar logo, então posso seguir em frente, com Harlyn e nossas vidas.

“Espero que ela veja isto e perceba que tudo é possível. Conversamos sobre isso por tanto tempo agora que realmente só quero que ela saiba que os sonhos são possíveis”, digo a Skylar enquanto passo minha mão sobre o balcão.

Ela inclina-se contra ele com um sorriso largo. “Tenho irmãs pequenas que estão perto de sua idade sabe”, ela diz, mantendo a voz calma, mas posso ouvi-la inchar com orgulho. Fico surpresa com sua admissão, Skylar não compartilha muito.

Inclino-me para a frente, esperando que continue. “Deve ter sido difícil deixá-las para trás.”

Ela solta uma respiração instável, mas mantém seu sorriso e acena com a cabeça. "Foi. Penso nelas todos os dias. A vida com meus pais não era exatamente luz do sol e arco-íris, eles eram rigorosos, e as penalidades para a desobediência eram duras.” Seu corpo fica rígido e seus olhos se movem para longe. “Só espero que elas estejam fortes e juntas.”

Coloco minha mão sobre a dela, sentindo um pouco de sua dor. Sei o que é crescer com pais dominadores que esperam que siga todas as regras. Não pode ter sido fácil para ela se afastar e deixar as irmãs, sabendo que teriam que sofrer as mesmas lições que ela, e espero que sejam tão fortes como ela é e poder sobreviver a isso.

“Quantos irmãos têm?”, pergunto, curiosa para saber mais sobre essa garota misteriosa e ansiosa, para manter minha mente fora das primeiras horas de abertura da loja.

Ela me olha para mim, torcendo as mãos nervosamente. “Um ... catorze, eu incluída? Isto é, se não houver mais agora. Sete irmãos, seis irmãs.”

Meu queixo cai. “Quatorze filhos?” Fico boquiaberta, a encarando com admiração. Após dar à luz Harlyn, não tenho certeza quantos mais nascimentos posso aguentar. “Sua mãe não sente dor?”

Ela ri desconfortavelmente. “É complicado.” Ela vira lentamente e vai para a parte de trás da loja onde as outras meninas estão olhando prateleira após prateleira de roupas, enquanto só a encaro com admiração.

Skylar é borbulhante e brilhante, mas com sua aversão, sei no fundo do meu coração que eu não sou a única a tentar abafar demônios do passado. Espero por ela que eles fiquem lá.

Para minha surpresa, há uma quantidade razoável de movimento começando a fluir através da loja, algumas são amigas das meninas, e outros apenas pessoas que ouviram falar da abertura e vieram dar uma olhada. No geral, suas reações às roupas e atmosfera parecem positivas, e estou me sentindo em êxtase.

Até que olho para cima para dizer adeus ao cliente que estou atendendo e vejo seu rosto.

Minhas entranhas caem no chão, e luto para respirar quando ele entra na minha loja. Seus olhos se movem ao redor da sala, observando as mulheres que circulam e conversam animadamente umas com as outras.

Por um segundo me pergunto se tenho tempo de me esconder, abaixar, correr e escapar dele. Mas não há tal sorte, seus olhos escuros fecham em mim e um sorriso presunçoso puxa o canto de sua boca quando ele dá grandes passos por toda a sala.

“Annabelle”, ele murmura, o sussurro do meu nome em seus lábios é suficiente para me afundar, mesmo o balcão estando entre nós.

Meus olhos percorrem a sala, verificando para ver se alguém estava prestando atenção à interação. Quando estou satisfeita que eles estão distraídos, meu rosto forma uma carranca. “Que diabos está fazendo aqui?”, sussurro, forçando minha voz a ser dura e fria, apesar de tudo o que quero fazer é esconder -me.

Ele coloca a mão sobre o balcão de vidro e inclina-se. “Pensei que iria vir e ver o que meu dinheiro comprou.” Seus olhos vagam. “É um lugar agradável, pode dar certo com algum trabalho, no entanto. Deixa qualquer um aqui?”

Posso vê-lo olhando algumas das meninas do clube, é óbvio que ele sabe quem elas eram.

“Não é qualquer um,” Silvo em resposta. “Mas, infelizmente, você só entrou, não tive tempo para bater à porta na sua cara.”

Sua risada alta chama a atenção das pessoas ao nosso redor, e rapidamente forço um sorriso como se estivéssemos compartilhando uma piada. “Sugiro que dê a volta e tenha uma conversa comigo antes de todas essas senhoras encantadoras ouvirem o que tenho a dizer”, ele ameaça, enviando um arrepio por minha espinha.

Não duvido que ele faça o que disse, então rapidamente afasto minha raiva e tento acalmar meu corpo. “Harmony!” Chamo. Ela captura minha atenção e vem ficar ao meu lado. “Qualquer chance de olhar a loja por alguns minutos. Este é um velho ... amigo ... que está na cidade, e só quero conversar rapidamente.”

Harmony sorri para Peter. "Sem problemas. Temos as coisas sob controle. Faça uma pausa.” Ela conduz-me para fora do balcão e Peter segue de perto atrás de mim, enquanto levo-nos para o fundo da loja até o depósito.

Fechando a porta atrás dele depois de entrar, giro em meus saltos com um olhar sério. "O que pensa que está fazendo?"

Ele ri. "Uau! Vejo que cresceu uma espinha dorsal em você em algum lugar ao longo dos últimos anos. Mas acho que você precisa quando gasta tanto tempo com neandertais como aqueles motociclistas.”

Dou um passo para frente. “Foda-se.”

Seus olhos brilham, e dentro de um segundo me vejo asfixiada, sua mão segurando minha garganta e forçando meu corpo para trás contra a parede mais próxima. Agarro as mangas do paletó sem sucesso. “É melhor ficar quieta, Annabelle. Não quer as meninas correndo aqui, não é?”

Não, eu não quero.

Não posso deixá-las ver isso. Elas não podem saber.

Acalmo meu corpo, tentando respirar o pouco ar que ele está permitindo sem entrar em pânico. Após alguns momentos, ele levanta seu punho e dá um passo para trás apenas alguns centímetros e ajusta as abotoaduras.

“Boa menina”, diz ele, fazendo meu lábio franzir com desgosto. “Temos coisas para discutir. A primeiro é aquela menina linda que já vi com-”

“Ela não é a sua,” rebato. “Deixe-a fora disso.”

Ele estala a língua para mim. “Agora, por que acreditar que qualquer coisa que diga quando parece ter uma história de más decisões”, ele zomba. “Mas qualquer coisa para ter seu alivio, certo?”

Um arrepio percorre-me, e luto para respirar.


“Você quer isto não é, baby?”, Ele perguntou, sua voz escorregadia e suave. “Sabe que vai te fazer se sentir bem.”

Ele equilibrou a pílula em seu dedo, segurando-a na minha frente.

Havia três outros homens na sala, todos assistindo, lambendo os lábios, seus olhos queimando buracos através da minha roupa. Eu sabia o que queriam.

Meu corpo se contraiu e estremeceu, meu cérebro lutando para ouvir o que ele estava dizendo através do ruído que havia retornado. Era como se houvesse pessoas na minha cabeça gritando, lutando para serem ouvida umas sobre as outras, me deixando louca.

“Eu quero isso”, sussurrei, nem mesmo capaz de ouvir minha própria voz.

Um dos homens no canto ficou de pé e começou a andar para a frente, com os olhos brilhando, quase impressionado com a situação, suas mãos se movendo para seu cinto.

“Então sabe o que fazer.”


Engulo em seco, lágrimas transbordando em meus olhos enquanto olho Peter. Ele tem um sorriso presunçoso no rosto que me diz que sabe exatamente que pensamentos e memórias me atingiram.

“É bom ver que não esqueceu seu lugar.” Ele ri.

Limpo a garganta, empurrando os ombros para trás e piscando as lágrimas que ameaçam cair. Não permitirei a ele a satisfação de saber o quanto suas ações ainda me afetam. Recuso-me a deixá-lo saber como elas destruíram minha vida.

“Ela não é a sua,” digo novamente, desta vez um pouco mais alto. “Fiz um teste de DNA. Posso provar."

Ele inclina a cabeça curiosamente para o lado. “Vou precisar ver, antes de apresentar uma petição ao tribunal pela custódia.”

Inclino meus ombros. “Você não ousaria. Ela pertence à Optimus, e ele vai rasgá-lo em pedaços antes que permita que a leve.”

Ele dá um passo para a frente, levantando a mão, eu me preparo para o impacto, mas ele nunca vem. Em vez disso, ele escova os dedos suavemente por meu cabelo. “E então o que ele fará para você, Hmm? Ele não sabe, não é? Ele não tem ideia sobre qualquer coisa. Eu ... sua história ... sua saúde?”

Meu lábio enrola enquanto sua mão afunda mais baixo, seus dedos passando através de meu peito. “Vou trazer os resultados do DNA,” rosno, afastando sua mão.

“Boa menina ...” Ele ri. "Amanhã à noite. Vamos jantar com os seus pais. O lugar habitual. Dezanove horas. Não se atrase, Annabelle.” Com isso, ele dá um passo para trás. “Você provavelmente deve me acompanhar até a porta. Não quer que suas amigas fiquem desconfiadas, não é?”

Arrumo minhas roupas e endireito os ombros, formando a máscara perfeita de uma mulher relaxada. Ele ri enquanto caminho para a porta do depósito, abrindo-a. Quando sinto a mão nas minhas costas, resisto ao impulso de virar e socá-lo no rosto, mas posso sentir os olhares das pessoas ao nosso redor à medida que andamos através da pequena loja. Chelsea está sentada junto à porta da frente com Rose e olha para cima, conseguindo disfarçar a surpresa em seu rosto rapidamente e cobri-la com um sorriso educado.

“Ei, quem é esse?”, ela pergunta, olhando Peter.

“Apenas um amigo”, respondo enquanto corro para a porta.

Peter ri. “Só consegui convencê-la a ir a um encontro comigo. Tem sido definitivamente uma luta.”

Cerro meus dentes juntos e ambas as meninas sorriem, mas posso dizer que são forçados.

“Isso é ótimo, ela precisa de um pouco de diversão”, Rose diz educadamente antes de conseguir sair.

“Vejo você amanhã”, Peter diz com um sorriso triunfante antes de virar, dar a volta a seguir para a calçada.

Estou abalada, ele me pegou desprevenida e me colocou numa posição onde não tenho escolha a não ser concordar. Agora tenho que entrar e fingir que tudo está ótimo.

Outra mentira.

Elas estão começando a se acumular.

 

Capítulo dezessete

Wrench

 

Uma batida forte na porta do quarto me faz gemer de aborrecimento. "Sim?"

Ela abre quando viro minha cadeira para longe do computador. Estou no fundo de um trabalho de detetive para o clube, tentando ter qualquer informação que puder sobre o marido de Hadley. Optimus me pediu isso depois de falar com Judge. Judge está com as mãos amarradas, há pouca informação que ele pode reunir sem chamar muito a atenção dos federais para quem trabalha.

Se ele começar a fazer muitas perguntas sobre o marido de Hadley, outro agente que se tornou corrupto, há uma chance de que alguém dentro do FBI na lista de pagamento diga a ele.

É uma situação de merda, especialmente tendo em conta que esta agência governamental tem uma das redes mais difíceis, e penetrar nelas é difícil. É como uma casca de ovo, dura por fora, mas uma vez lá dentro as coisas são mais suaves e fáceis de se infiltrar. Mas pode levar horas, dias, semanas, para passar através do escudo. E já estou lutando para manter a cabeça no jogo.

Blizzard aparece na porta, “Op nos quer lá embaixo. Deacon ligou para dizer que ele precisa conversar com a gente.”

Faço uma careta. “O inferno está prestes a congelar?”

O clube e Deacon, que é o chefe do Departamento de Polícia em Athens, tem uma relação tensa na melhor das hipóteses. Sua história com o clube é uma série de altos e baixos, incluindo ele tentando entrar nas calças de Chelsea quando o relacionamento dela e de Op ficou difícil. Ele vir aqui voluntariamente fala por si só sobre a forma como esta reunião está provavelmente, prestes a acontecer.

Afasto-me da mesa e forço meu corpo a se levantar. Esticando meus músculos doloridos de mais de cinco horas sentado na mesa do computador, sigo Blizzard para fora do meu quarto e pelo corredor para as escadas.

“Encontrou alguma coisa boa?” Ele pergunta enquanto descemos para a sala principal do clube.

Bufo. “Não quebrei o escudo ainda. Teremos sorte se encontrar algo antes da merda atingir o ventilador e precisarmos voltar à defensiva.”

O canto da sua boca puxa para cima enquanto vai para a porta da frente. “Pensei que fosse bom nesta merda? Ficando lento com a idade?”

Eu o empurro e ele ri enquanto caminhamos para onde Optimus, Eagle, e Ham já estão esperando na porta da frente. “Precisava de todos aqui para isso?” Pergunto curiosamente, encostado na cerca com os braços cruzados.

Op dá de ombros. “Não realmente, mas quando esse idiota vem, só gosto de fazer um show.”

Rindo levemente, balanço a cabeça. Op é realmente protetor com Chelsea. Ele não gosta que ela e Deacon ainda tenham uma amizade, mesmo depois de toda a merda que passamos. Embora Deacon nos ajudou com as coisas no passado, Optimus ainda é cauteloso de seus motivos, e por que ele desistiu de uma alta posição na DEA em Nova Iorque e estabeleceu-se em Athens para dirigir o insignificante departamento de polícia daqui.

Quando um carro escuro para baixo da estrada, todos ficamos tensos, não é o carro da polícia de Deacon.

Minhas mãos se movem mais perto da cintura, e observo Ham entrar pela pequena porta para chegar a sua espingarda. Op passa para o lado quando o carro para na calçada, e a janela rola. Todos relaxamos quando notamos Deacon no banco do motorista. Ele está sozinho, mas não está vestido com seu uniforme de polícia.

“Você precisa conversar?” Op pergunta, desconfiado, sua sobrancelha levantada.

Deacon responde. “Sim, mas a merda que preciso falar com você pode me fazer ser demitido. Prefiro não o fazer de pé no meio-fio.”

Minha curiosidade desperta e posso dizer que a de Op também.

Op acena com a mão para o clube. “Estacione perto da parede.”

Deacon assente e para com os pneus esmagando o cascalho. Todos seguimos o carro para dentro do portão quando Ham fecha-o.

“Esta merda não soa bem”, Blizzard comenta enquanto caminhamos pelo estacionamento.

Optimus não responde à medida que continuamos em torno do lado do clube e encontramos Deacon em pé na varanda.

“Vou precisar de uma bebida para isso?” Op pergunta enquanto senta numa das cadeiras do pátio, Deacon e o resto de nós seguindo seu exemplo.

“Tem atenção indesejada vindo em sua direção”, diz Deacon, ignorando o comentário e indo direto ao que interessa. “Há um par de detetives vindo à cidade. Eles estão fazendo perguntas sobre o clube. Cavando ao redor para ter informações sobre você e qualquer associação que possa ter.”

Optimus levanta os lábios num sorriso de escárnio. “Que porra é essa que estão tentando encontrar?”

“Eles estão muito interessados no X-Rated,” Deacon responde, levantando a sobrancelha, como se dissesse 'se há algo que preciso saber é melhor falar agora.'

“O X-Rated é limpo como a porra de um assovio” Blizzard protesta, cortando-o.

“E as meninas? E sobre elas?"

Os olhos de todos se movem para mim. Eu fiz toda a investigação, incluindo a último que Connor me deu. Todas estão limpas. "Todas tem uma verificação completa, e acabamos de fazer testes aleatórios de droga em todas as meninas e voltaram limpos”, digo.

Deacon assente. “Para o que as testou?”

Dei de ombros. “O de sempre... anfetaminas, cocaína, maconha”

"Medicamentos de prescrição?"

Estreito os olhos, mas aceno com a cabeça. “Algumas das meninas estão com coisas diferentes para ajudar com a depressão e essa merda. Enquanto estão fazendo seu trabalho, isso é assunto delas, não nosso.”

Demos apoio às nossas meninas, tanto quanto possível, mas a realidade é que ser uma stripper não é exatamente um trabalho glamoroso. Algumas das meninas estão lá porque elas não têm outra maneira de ganhar dinheiro e algumas por outras questões em suas vidas, cicatrizes do passado que não vão embora sem a ajuda de um comprimido feliz ou dois. Não as julgamos por isso e muitas vezes oferecemos apoio se elas sentem que precisava de ajuda.

Os sons de um portão abrindo e um carro parando no composto me faz tensionar.

“É apenas Sugar deixando Har,” Optimus comenta casualmente, mas não relaxo. Não a vejo pela porra de semanas. Ela está evitando o clube como a peste, e por sua vez, evitando qualquer coisa e tudo a ver comigo. Disse alguma merda dura e porra, eu me arrependo. Até tentei me desculpar, mas sua única resposta foi simplesmente fique bem longe.

Tive a porra suficiente, passei por sua casa demasiadas vezes para contar, perguntando se deveria entrar. Meu instinto diz que ela precisa de mim, mas minha cabeça diz para dar-lhe espaço. Não posso dizer com certeza quanto tempo meu cérebro irá prevalecer sobre a agitação interior que me diz que as coisas não estão bem.

“Há uma nova droga construindo uma reputação em algumas das principais cidades. E parece que, por algum motivo, está se movendo nesta direção,” Deacon continua a explicar. “Foi usada há alguns anos como uma prescrição médica e não tenho ideia de como conseguiram passar pela FDA4. Foi apenas por alguns meses antes de ser retirada de distribuição devido aos efeitos colaterais. É tóxico como o inferno e viciante. O nome da rua que estão usando é 'Maniac'”.

Blizzard faz uma careta. “Ela foi usada para que?”

“Tratar distúrbios psicológicos, esquizofrenia e tal,” Deacon explica simplesmente. “Eles conseguiram proibir, mas não antes do Cartel e outros saltarem sobre a merda maldita e descobrirem como reproduzi-la. Qualquer um que está no tráfico de mulheres descobriu quão bem funciona. Faz as meninas tão complacentes que não sabem o que está acontecendo ao seu redor. E com uma rodada estão completamente viciadas, e vão fazer tudo e qualquer coisa, a fim de conseguir mais.”

“Jesus fodido Cristo,” Op pragueja. “Não a nenhuma maneira no inferno que essa merda venha para minha cidade. Sabe que não toleramos essas besteiras.”

“Eu sei, mas vai ter dificuldade em provar se há alguém em seu clube que está usando, ou tentando vender para as meninas,” Deacon diz com medo em seus olhos. “Terá um tempo terrível explicando essa merda.”

Cerro os dentes. “Acha que uma das meninas está tentando nos sujar?”

Deacon pigarreia e balança a cabeça. “Não tenho ideia do caralho de qual é o plano. Se é apenas um viciado tentando sobreviver...” ele coça a cabeça, “... poderia ser simples. Eles só precisam de ajuda-”

“Ou ...” Op rosna, ouvindo a hesitação na voz de Deacon.

Deacon franze os lábios por um momento antes de responder. “Ou ... alguém está tentando te encrencar. Pode me dizer que esses detetives estão apenas trabalhando num palpite? Não, alguém lhes deu a informação.” Ele suspira. “Vocês são conhecidos por manter a merda daqui. Basicamente, todo mundo tem medo de passar drogas através de todo o estado por causa das repercussões que vocês causam.”

Blizzard geme e baixa a cabeça. “Mas se formos apanhados, vamos para baixo-”

“Será uma porra de área livre para todos”, termino, cerrando os punhos em torno dos braços da minha cadeira.

“Maldição!” Optimus diz, de pé rapidamente e jogando a cadeira frágil para o lado. “Como se não tivéssemos o suficiente acontecendo agora.”

Ele está certo.

Já estamos lidando com merda de Hadley, tentando impedir o ex-marido de caça-la, e já é complicado e perigoso o suficiente. Agora temos algo vindo de mais de uma porra de direção.

Deacon se levanta. “Tenho uma pista sobre um negociante do outro lado da fronteira, na Geórgia. Vou falar com o detetive encarregado, e ver se posso enviá-lo por um tempo. Meu conselho embora... descubra se realmente existe algo acontecendo e tire daqui rápido. Porque eles estarão de volta.”

O rosto de Optimus está cheio de raiva, mas ele dá a Deacon um aceno de cabeça. “Nós vamos resolver isso.”

Se Deacon está esperando agradecimento, isso é tudo o que vai receber. Deacon abaixa a cabeça e vira para ir embora, contornado o edifício.

“Hey Sugar”, ouço-o dizer em voz baixa, meu corpo respondendo ao som de seu nome.

Só então, Harlyn aparece, com um largo sorriso no rosto. Não posso deixar de sorrir de volta. “Mamãe me levou para a loja e me deixou experimentar algumas roupas.” Ela sorri, feliz. Ela salta para cima e para baixo na minha frente, e rio.

“Elas são um pouco grandes para não acha, garota.”

Harlyn revira os olhos. “Sim, mas quando eu ficar mais velha e ir ao baile, mamãe disse que fará meu vestido, e que meu encontro terá uma gravata combinando. Meu vestido será azul.”

Op engasga, e Blizzard solta uma risada estrondosa assim que Sugar aparece.

“Garota, dará a seu pai um ataque cardíaco falando de bailes e encontros. Ele não está preparado para isso ainda.” Ela força um sorriso, mas posso ver a tensão em seu rosto e corpo. Sua mão treme. Levanto a sobrancelha, mas ela rapidamente coloca as mãos nos bolsos da frente da calça jeans e desvia o olhar.

“Papai, quando eu conseguir um namorado, vai ser bom para ele, certo?” Harlyn pergunta enquanto caminha para seu pai.

Optimus sacude a cabeça. “Sem namorados.”

A mandíbula de Harlyn cai. "Isso não é justo."

Sugar solta uma pequena risada e Optimus a olha de cara feia. “Não até que esteja ... com trinta”, diz ele bruscamente antes de virar e correr para dentro das portas do pátio.

Harlyn vai atrás dele. “Trinta!”, ela protestou quando o segue através da sala principal e pelo corredor até seu escritório assumo, suas vozes desaparecendo na distância.

Blizzard acena com a cabeça para Sugar. "Você está bonita."

Ela limpa a garganta e dá um sorriso tímido. "Obrigada."

Seus olhos vêm para mim, um aviso tácito antes que ela se afaste. Viro meu boné na cabeça, o silêncio desconfortável entre nós algo que não estou acostumado. Nunca foi assim, sempre foi fácil.

“Não te vejo faz um tempo”, digo a ela.

Ela engole o nó na garganta. "Sim. Não queria que Harlyn ficasse confusa com eu estar aqui e não saber por que não pode simplesmente voltar para casa comigo. É melhor manter os dois locais separados.”

Balanço a cabeça. “Isso é bastante complicado para vocês.”

Vejo-a estremecer. “Preciso ir.”

Quero pedir-lhe para ficar. Mais do que isso, na verdade, quero queria fechar a distância entre nós, puxá-la em meus braços e levá-la para a porra do meu quarto. Ela entrou em minha alma, fez seu caminho e uma casa lá. Eu sei disso. No tempo que fiquei sem vê-la, fui capaz de me convencer de que posso dar-lhe tempo, que as coisas ficaram bem. Mas agora, estou voltando para o primeiro dia, quando ela entrou no meu coração maldito e nunca mais saiu.

“Sim”, digo casualmente. “Vejo você em breve.”

Seus olhos se arregalam com minha escolha de palavras, com razão. Elas foram propositais.

Estou dizendo a ela, não tão sutilmente, que seu tempo acabou.

Posso ver que ela está fazendo o melhor, gastando mais tempo com Harlyn e a levanto para casa em algumas noites. Algo aconteceu, e um dia descobrirei o que, mas estou cansado de sentar nas arquibancadas.

E vou arriscar mil vezes se isso significar um home run.

 

Capítulo dezoito

Sugar

 

Olho-me no espelho, observando minha saia lápis preta até os joelhos e a blusa colorida. Meu cabelo está num coque apertado, com apenas algumas mechas soltas enquadrando meus olhos tristes.

Após o dia rindo e brincando com Harlyn, meu plano era ignorar a ordem de Peter para jantar com ele e meus pais.

Assim que cheguei no clube, Harlyn correu para falar com Ham, precisando que todos os irmãos ouvissem sobre seu dia comigo na loja. Não sorri em muito muito tempo, mas vê-la vestida com roupas enormes e ainda assim parecer uma princesa.

Fiquei grata por ter Skylar lá, Op concordou em deixá-la ter um tempo longe de seus deveres de menina de clube para me ajudar a dirigir a loja quando meu outro funcionário não pode. É apenas dois dias por semana, mas como se espera que as meninas no clube não tenham outros empregos, enquanto estão lá, realmente significa muito que Op faça uma exceção.

Nós dois estamos tentando.

E as coisas estão ficando cada vez melhores.

Até que ouvi a conversa que Deacon estava tendo com os meninos. Eu parei, com a intenção de virar e voltar pela outra porta quando percebi que estavam tendo uma profunda discussão e não quis interromper.

As palavras 'medicamentos de prescrição' me chamaram a atenção, e então quando Deacon continuou com a explicação e no que está sendo usado, soube imediatamente do que ele falava.

Meu instinto afundado e minhas mãos começaram a tremer.

Sei exatamente o que a droga pode fazer. E a razão pela qual sei, é porque é a mesma que Peter me viciou. A mesma que ele me torturou e provocou. A mesma com que ele destruiu minha vida e dignidade, e que me assombra a cada dia. A mesma que sua empresa produziu, em seguida, subornou e chantageou para ter a aprovação da FDA.

Sei que ele está envolvido nessa merda, e tenho que fazer alguma coisa, mesmo que isso signifique ter um papel que detesto. Como vou sorrir e bancar a filha e esposa perfeita, realmente não tenho certeza. Passei tanto tempo, tentando afastar os traços que meus pais enraizaram em minha mente e corpo. Tempo que ao longo dos últimos seis anos vivi para me libertar. Agora aqui estou, me forçando no mesmo caminho do qual tentei escapar, mas desta vez por razões diferentes.

Pego minha bolsa, abrindo-a para verificar que tenho tudo que preciso para encontrar Peter, esperando que seja o suficiente para provar a ele que Harlyn não é sua e eliminar essa partir da equação e mantê-la fora de sua vista. No meio do exame de DNA estão os papéis do divórcio, os que me livrarão dele para sempre e talvez, finalmente, permitam-me ter alguma sanidade.

Penso em Wrench ao fechar a porta da frente.

Ele é do tipo para casar?

É algo que sequer pensou?

Balanço a cabeça, pensando que a ideia é estúpida.

Vê-lo hoje causou uma corrida de emoções. Como me fez sentir bem. Como me fez feliz e libertou minha mente pelos breves momentos que estivemos juntos. Mas nós dois temos responsabilidades, coisas de que não podemos escapar. Sua lealdade é para o clube, e tenho certeza de que tanto quanto Optimus está em causa, a lealdade de Wrench significa que me tocar pode fazê-lo perder tudo que mais valoriza.

Agora que estou pensando claramente, não sei se posso ser responsável por isso. E como é injusto exigir que ele esconda essa informação de seus irmãos, sua família.

Realmente amo o clube. Pode ter havido momentos em que os culpei, culpei Optimus pelo fato de que não poder voltar para casa. Eu disse isso, o perigo que envolve o clube é demais para mim e ainda mais quando Harlyn está envolvida.

Eles foram apenas meu bode expiatório. Coloquei meus medos e apreensões neles, a fim de fazer parecer que estava fazendo a coisa certa. Não é justo, e não é sobre o clube, Optimus, seus irmãos ou mulheres que amam seus homens.

Chegará um momento em que terei que admitir a verdade e assumir a culpa e vergonha das minhas ações, só espero que ele seja capaz de me perdoar e compreender que fiz isso por eles e por minha filha.

Respiro fundo enquanto entro no carro e olho para o restaurante na minha frente que guarda tantas memórias. Elas não eram necessariamente ruins, porque durante os tempos que estive lá, era um pouco feliz, ou pelo menos contente com minha vida e o jeito que vivia.

Peter tinha charme, tenho que admitir. Logo no início do relacionamento ele e eu bebemos vinho, saímos para jantar e surpreendentemente ele me tratou mais como uma pessoa do que meus pais fizeram durante toda minha adolescência. Sabia na época que não era exatamente o que queria, estar com um homem que fosse como eles em mais de uma maneira, mas senti que ele me mostrou um lado diferente de sua personalidade, que era relaxado e despreocupado.

O trabalho que ele fazia era para ajudar famílias, encontrar curas para doenças e produzir um medicamento que ajudaria as pessoas através da dor, ajudando-os a ter uma vida normal. Ele queria prolongar a vida das pessoas, ajudo-as a experimentar mais. Admirei isso, porque parecia que vir de um lugar verdadeiro em seu coração. Mas não demorou muito até perceber suas verdadeiras intenções exatamente pelo que eram.

Entro no interior do edifício e imediatamente há um garçom oferecendo-se para tomar meu casaco. Sorrio graciosamente. “Estou aqui para ver Peter Davenport.”

Seus olhos brilham e ele se apressa para pendurar meu casaco antes de estender o braço. “Por favor, siga-me, senhora.”

Música harmônica suave toca ao fundo, e patronos conversam calmamente entre si e devoram a comida. O cheiro deveria me deixar salivando, dado que não comi o dia inteiro devido ao nervosismo, mas tudo o que faz é revirar meu estômago ainda mais.

O garçom para na parte de trás do restaurante e dá um passo para o lado, revelando Peter numa grande mesa redonda, bebendo um copo de vinho. Ele olha para cima e ao me ver, colocando o copo sobre a mesa e se levanta.

Um cavalheiro.

Certo.

“Uma bebida para a senhora?”, O garçom oferece, pegando um pequeno bloco de notas.

Balanço a cabeça. "Vodca."

Ele levanta a sobrancelha. “Um ... misturada com?”

“Pura”, digo bruscamente, olhando pelo canto do olho e tendo prazer na forma como o nariz de Peter franze por meu pedido .

O garçom sai correndo, e coloco minha bolsa sobre a mesa antes de sentar ao lado dele, silenciosamente grata que a mesa é grande o suficiente para que haja bastante espaço entre nós.

Ele lentamente afunda em sua cadeira e mais uma vez pega o copo. “Você está linda”, elogia. “Não poderia ter posto algo um pouco menos ousado?”

“Vou precisar disso para enfrentar meus pais ...” e a você, adiciono silenciosamente.

Ele gira o vinho no copo, bem como um connoisseur faz quando degusta variedades. “Você está sendo um pouco dramática, Annabelle.”

Não expresso meu desagrado pelo uso do nome.

Optimus me deu o nome de Sugar na primeira noite que nos conhecemos, e todos os seus irmãos e amigos do clube instantaneamente aderiram ao apelido. Tenho quase certeza que a maioria nem sequer sabe qual meu nome verdadeiro.

Annabelle.

Tão formal, tão distinto e adequado como a forma como é pronunciado.

Não gostava na época, mas depois de mais de cinco anos sendo Sugar, quase parece que quando Peter o usa, está falando com outra pessoa.

Acho que de certa forma está.

Ele não conhece a pessoa que sou agora, ele não sabe como cresci.

Ele não me conhece. E, por enquanto, é assim que quero permanecer.

Só estar em sua presença me enoja, me fez querer arremessar a toalha branca e imaculada diante de mim. sei que não posso esconder a maneira que me arrepio quando ele está perto, a reação automática do meu corpo a ele é se esconder, é assim que tem sido por um longo tempo. E mesmo que queira ser forte, por agora, é melhor que se sinta no controle, e que sou a mais fraca.

Ignoro o comentário dele e coloco minha bolsa pesada sobre a mesa, pegando os papeis do DNA para mostrar a ele. “Aqui ... Tenho certeza que não preciso explicar isto para você, não é?”

Ele os pega da minha mão, casualmente correndo os olhos por eles, sem nenhuma emoção. “Eu vejo,” ele finalmente diz depois de alguns minutos. “Posso ficar com isso?”

Faço uma careta. "Acho que sim. Apenas saiba que tenho cópias, assim como o lugar onde o DNA foi feito e nosso médico particular. Oh... e um advogado.” Não estou disposta a deixá-lo pensar que pode fazer algo desagradável com os exames sem que eu tenha provas em vários lugares.

Ele ri. "Anotado."

O garçom aparece e serve minha bebida, antes de dar um passo para trás e falar, “Sr. e Sra. Sulivan informam que algo surgiu, e não estarão presentes no jantar de hoje à noite.”

Noto o pequeno sorriso nos lábios de Peter quando ele toma outro gole de vinho.

Cuzão do caralho.

Quando ficamos sozinhos de novo, silvo para ele sob a respiração. “Sabia que eles não viriam, não é?”

Ele dá de ombros. “Há algo errado comigo jantando sozinho com minha esposa? Eles estavam bastante animados com a perspectiva quando mencionei hoje cedo, e se ofereceram para deixar-nos ter um tempo juntos.”

Puxo minha bolsa do colo. “Bem, pode desfrutar de um tempo sozinho.” Quando vou me levantar ele estala a língua para mim.

“Bryce Lawson ... Aposto que ele tem ficha criminal, não é?”

Congelo ao ouvi-lo usar o nome real de Optimus. Um nome que apenas entreguei a ele no pedaço de papel que tem no bolso. Meu sangue começa a ferver de raiva. “Isto não é sobre Harlyn, não é? Já sabia que ela não era sua.”

Seus olhos brilham de alegria como se estivéssemos jogando cartas e ele sabe que tem uma mão mais forte. “Ela parece razoavelmente saudável. Pergunto-me cujos genes ela tem mais... o dele ou o seu,” ele comenta casualmente enquanto reorganiza a faca e o garfo na mesa. “Uma mãe viciada, um pai criminoso. É fácil para uma garota como ela se perder no sistema.”

Instantaneamente meus olhos sobem, e minha garganta fecha.

Ele está interessado em Harlyn.

Não é algo que ele quer e vai usar para tentar chegar até mim. Ele vai usá-la para me chantagear como um fantoche.

“Você chega perto da minha filha ... e vou te matar”, sussurro entre os dentes cerrados.

Ele arregala os olhos por um breve segundo antes de encontrar a compostura novamente, seus olhos escurecendo.

Pensei ter coberto todas as minhas bases a esse respeito. Não há dúvida de que Harlyn pertence a Optimus. No curto tempo que estive com Op, Peter e eu não tivemos nada sexual, então não há chance. Mas agora Peter me prendeu. Posso ver as engrenagens em movimento no seu cérebro, o prazer doentio que ele sente em saber que tem uma espécie de poder sobre mim que ninguém mais tem. Ele tem a capacidade de mudar minha vida, me trancar e jogar a chave fora. Não estou a ponto de deixá-lo usar Harlyn como um peão em seus jogos mortais, no entanto. Não há nenhuma maneira no inferno, e agora, só há uma opção que posso pensar que vai mantê-la a salvo dele e de mim.

Levanto, minha cadeira se inclinando e caindo no chão. “Acho que terminamos aqui.”

Seus olhos brilham quando ele se move para ficar de pé. “Agora, Anna. Não vá fazer nada estúpido. A última coisa que quero é você ou aquela menina se machuquem. Seria uma vergonha para Harlyn ver sua mãe ser afastada, ou pior ...” ele faz uma pausa, certificando-se de que seus olhos encontrem os meus, ‘... ser morta”.

“O que diabos quer de mim?” exijo, minha mão enrolada na alça da bolsa.

Seus olhos brilham, um sorriso demoníaco puxando seus lábios. “Você me magoa, eu te magoo ... e a todos que se preocupa.”

Agora entendo.

Eu o fiz de tolo, uma esposa fugitiva que desapareceu há seis anos e voltou com uma criança, uma criança que não é dele. Ele parece estúpido, e em seu mundo, as pessoas não o fazem de bobo e sobrevivem.

“Deixe minha família em paz”, rosno, minha mão coçando para avançar e arrancar o sorriso presunçoso de seu rosto. Em vez disso, forço-me a virar e ir para a porta, meu corpo tremendo e as pernas instáveis.

Não permito que ele me veja desmoronar, no entanto. Prefiro me esfaquear no olho com uma agulha do que deixá-lo ter prazer em me irritar.

O ar fresco da noite me atinge, me forçando a dar uma respiração muito necessária, o ar pousando meus pulmões e me permitindo respirar. Meus saltos clicam no concreto quando corro para o meu carro, mexendo na bolsa em busca das minhas chaves e meu celular. Estou desesperada para entrar no interior do veículo e fazer a chamada que tanto vai me devastar quanto relaxar.

 

Capítulo dezenove

Sugar

 

O jantar de ontem à noite com Peter abalou meu interior.

Sabia que precisava fazer algo para lutar, então fiz a ligação que nunca pensei que teria que fazer, algo que pode ferir as pessoas de quem gosto, mas que, no final, vai protegê-los.

Tomei uma decisão - é necessário afastar a atenção longe do clube e ter todas as informações que puder antes de ir para eles e me defender.

Primeiro, preciso ter todas as minhas bases cobertas, nada pode dar errado.

Foi um longo dia. Trabalhei na loja, fiz pedidos e meu cérebro está frito. Agora aqui estou, em pé dentro do meu quarto por pelo menos vinte minutos, sem rumo, perguntando-me o que diabos farei primeiro.

“Controle-se mulher,” rosno sob a respiração quando abandono minha missão e vou para a sala de estar.

“Eu não sei ...” A voz me assusta, e viro a cabeça em direção à porta, meu cabelo voando em torno enquanto tento me concentrar no homem que estou ansiando por meses, que de repente está em pé na minha casa. “Meio que gosto quando desmorona, mas apenas quando está em minhas mãos.”

Respiro fundo enquanto o observo. Seu boné está para trás, ele tem os braços cruzados sobre o peito, fazendo minha boca salivar quando se inclina contra a parede apenas no limite da porta da frente. A camisa preta justa abraça seu corpo, e com o colete em cima, ele é o epítome de todos os bastardos ruins com quem não deve foder.

Ele dá um passo para dentro do quarto e tropeço em meus pés. "O que está fazendo aqui?"

Ele ergueu as sobrancelhas. “Tenho que ter uma razão para vir até aqui agora?”

Depois de meses se esgueirando e nos conhecendo mente, corpo e alma, transamos e não o ver durante semanas foi uma das coisas mais difíceis que já tive que fazer. Há algo entre nós que não podemos negar. Apreciamos a companhia um do outro. Ele me fez sorrir e rir nos dias em que lutei para sair da cama. E a maneira como ele é com Harlyn, Deus se ele não derrete meu coração e minha calcinha ao mesmo tempo.

Endireito meus ombros, ganhando confiança. “Bem, desde a última vez que esteve aqui me chamou de cadela egoísta e uma mãe horrível, e decidi que você pode, pelo menos, bater na porta da frente se decidir voltar.” A animosidade no meu tom não passa despercebida, mas demora muito para tirar um homem como Wrench de seu jogo.

“Eu disse isso não foi?”, Ele diz, com o rosto afundando com pesar antes de caminhar e ficar tão perto de mim que não posso deixar de inalar seu cheiro. Não é o que se espera do cheiro de óleo de motor e couro. Wrench sempre cheira a perfume caro, o tipo que conheço bem crescendo em torno de empresários esnobe e garotos ricos que honestamente parecem tomar banho com perfume ao invés de água.

O seu é sutil, porém, o suficiente para puxá-la querendo mais, mas não o suficiente para perturbar todos os seus sentidos. Estou feliz porque quando fico em torno de Wrench, quero usar cada um deles.

“Sim, você disse,” respondo, forçando uma carranca no rosto e enganchando meus dedos nos passadores da calça para que eu não fique muito perto.

Ele, por outro lado, não tem escrúpulos em tomar o que quer, quando quer. “Sinto muito.” Ele estende a mão, afastando alguns fios de cabelo de onde pendem em volta do meu rosto e torcendo-o entre os dedos. “Você o escureceu”, comenta ele, estudando-o de perto.

Um arrepio percorre minha espinha e levanto meu queixo. “Precisava de uma mudança.”

Não é uma mentira completa, a mudança é algo que preciso e fiz por um capricho na noite passada depois de uma viagem de duas horas até a loja, mas provavelmente não por qualquer motivo que ele possa saber. Peter odeia meu cabelo escuro. Minha cor natural é uma mistura de castanho e vermelho. Ele sempre disse que quando é mais escura, que me fez parecer forte e inacessível, que não era suficientemente sofisticado.

Então é o olhar que estou procurando sem sofisticação, desinteressante, indigna.

Se vou desempenhar meu papel em seu jogo, quero parecer pouco atraente e quase repugnante para ele. Não quero que ele me queira.

“Por que está aqui, Wrench?” Finalmente encontro coragem para perguntar, apesar do fato de que seu toque, mesmo insignificante em meu cabelo, esteja me deixando louca.

Ele tira o boné com a mão livre, expondo seu cabelo loiro bagunçado que sei que ele odeia. Ele o joga do outro lado da sala, e vejo quando atinge a parede e cai no chão. Com a distração, ele aproveita a oportunidade, abaixando a cabeça e pressionando os lábios contra meu pescoço, seu corpo nivelado com o meu. Tropeço, mas ele me segura, suas mãos pressionando contra minhas costas e me segurando.

Sua língua serpenteia para fora, lambendo a pele debaixo da minha orelha e forçando um suspiro em meus lábios. “Estou aqui porque nós dois sabemos que é o que queremos. E eu por exemplo, estou cansado lutar contra.”

“Wrench”, sussurro, lambendo meus lábios, a boca completamente seca.

“Diga-me para sair,” ele provoca, com a boca correndo por meu pescoço enquanto beija mais e mais. “Diga-me para sair agora que sairei e juro por Deus do caralho ... não vou voltar.”

Quero dizer exatamente isso, tento forçar minha boca a dizer as palavras, sabendo que ele irá sabendo que não são ameaças vazias.

Mas não posso.

Ele está certo, e por minha vida, não posso negar esse fato. Wrench me faz sentir viva. Cada toque ou roçar de lábios contra minha pele me eletrifica e tira o entorpecimento que se instalou em meu corpo.

Isso é tudo o que quero. Sentir algo. Qualquer coisa.

Não quero mais ser insensível.

Ele me dá mais do que isso, ele me dá emoção e riso, e nos poucos momentos que ele está comigo, é como se eu pudesse liberar minhas preocupações e me sentir segura em seus braços.

Suas mãos se movem para a curva da minha bunda, os dedos fazendo cócegas. “Você tem cinco segundos”, ele alerta, pressionando sua testa na minha. "Um…"

Lambo meus lábios, finalmente apertando o 'foda-se' e passando minhas mãos por seu abdômen. Seus músculos tensionam com meu toque e sinto uma centelha de poder, sabendo que ele está tão afetado quanto eu.

“Dois ...” ele rosna com os dentes cerrados.

Seus olhos ardem nos meus e posso sentir seu hálito quente em meus lábios. Preciso disso, preciso dele. Estou cansada de correr por medo. Talvez seja egoísta, depois de tudo o que fiz a Harlyn e Optimus, mas quero ter algo para mim.

"Três"

“Cinco,” digo, recusando-me a pensar mais, empurrando para a frente e pressionando meus lábios nos dele. Ele está pronto para mim, me pegando e levantando do chão. Ele dá poucos passos. Minhas costas batem contra a parede. Engulo em seco, e ele usa o momento de fraqueza, sua língua afundando dentro da minha boca.

Não consigo respirar, mas não me importo. Só o quero ao meu redor, sugando o ar dos meus pulmões, roubando minha alma com um beijo. Meus braços envolvem seu pescoço, mantenho-me perto enquanto seus quadris me prendem contra a parede, segurando meu corpo, moendo contra mim. Suas mãos espalmam minha bunda, seus dedos afundando tão forte que eu já posso dizer que terei contusões como prova desta noite.

Estou morrendo de medo dos meus sentimentos por Wrench, assustada que ele possa me destruir se decidir se afastar... novamente. Lutei tanto nas últimas semanas para ter minha mente num lugar onde consigo pensar direito, e onde posso ser independente.

Ainda não é o bastante e estou preocupada que isso vá desfazer todo o trabalho que tive e me levar de volta para aquele lugar. Quer queira admitir ou não, Wrench me dá uma força que não posso negar, e agora, força é o que preciso, a fim de lutar e ter minha vida de volta ao normal. Bem, tão normal quanto minha vida pode ser.

Wrench se afasta e estou ofegante, sugando ar para meus pulmões famintos. “Sem essa porra de fugir. O que quer que tenha que fazer, quero estar com você”, ele diz, sua respiração pesada e os olhos diretamente nos meus como se pudesse ver dentro da minha alma.

Acho que talvez ele possa.

Wrench me viu quebrar, ele me viu lutar com a diferença entre a realidade e as mentiras criadas por minha mente.

“Não é assim tão fácil”, sussurro, torcendo meus dedos em seu cabelo e dando um puxão. Ele geme, mas não desiste.

“Deixe-me entrar”, ele suplica. “Não estou prometendo que vou consertar você, mas estou prometendo ficar ao seu lado e aceitá-la. A verdadeira você ... a que tenta esconder.”

Meu coração dispara, trovejando dentro do peito como se fosse sair a qualquer momento.

Ele não quer me consertar.

Quanto tempo passou desde que ouvi essas palavras?

Nunca.

Todos querem me conserta. Todos pensam que estou quebrada.

Eu pensei estar quebrada.

Encaixo minha boca na dele, sem saber outra maneira de expressar como estou me sentindo. Ele devolve o beijo, com emoção e paixão. Seguro-o enquanto ele nos move novamente, desta vez para a mesa da cozinha, colocando-me na borda. Febrilmente, ele puxa minha calça jeans, então o ajudo, levantando os quadris para fora da mesa quando ele finalmente a afasta e puxa por minhas pernas. Inclinando-se sobre meu corpo e levantando minha camisa, ele dá beijos suaves como penas no meu estômago.

“Quão resistente é a mesa?”, ele pergunta, um tom atrevido em sua voz.

“Não tenho certeza”, respondo com um estremecimento. “Nunca fiz sexo nela antes.”

Ele ri enquanto sua língua sai e circula meu umbigo. “Primeiro em tudo.”

Tenho uma sensação de que teremos um monte de primeiras vezes. Ele se afasta, rapidamente se despindo, jogando peças em todas as direções. A camisa acaba cozinha, seu colete do outro lado do sofá e as calças de alguma forma param na porta do quarto depois de derrubar um abajur.

Não posso deixar de rir. “Você está destruindo minha sala de estar.”

Ele sorri quando abre um preservativo que tirou de Deus sabe onde dentro do caos, e joga a embalagem pela sala também. “Não se preocupe, destruirei outra coisa em segundos.” Meu queixo cai em estado de choque, e ele geme. “Feche-a, ameixa açucarada, antes de eu preenchê-la.”

Mordo meu lábio inferior enquanto afasto minha calcinha. A frieza da mesa de madeira envia um arrepio por minha espinha e todo meu corpo treme. Ele segura minha camisa, movendo-se rapidamente como se lutasse para manter a compostura.

Com minha camisa e sutiã esportivo voando sobre a cabeça, de repente sinto-me nua. Minha reação imediata é me cobrir, mas ele segura minhas mãos antes que possam chegar aos seios. Colocando meus pulsos numa de suas grandes mãos, ele se inclina sobre mim e aperta-os na mesa acima da minha cabeça. Luto, testando sua força, mas não posso escapar. Ele me segura com força o suficiente para restringir qualquer movimento, mas não tão apertado para doer.

“Isso não é justo”, protesto sem ar, porque estou tão porra de excitada – sua boca pairando na minha enquanto ele me segura no lugar.

Seus olhos brilham. “Você está certa.” Ele me solta e caminha para onde seu jeans estão numa pilha ao lado do abajur. Ele anda com tanta confiança e arrogância que deveria ser ilegal. Seus músculos apertam com força enquanto se move, suas tatuagens orgulhosamente se mostrando. Estou tão fascinada que não percebi que ele segura algo em suas mãos até que ele estala o objeto juntos e me faz pular.

Cinto.

Meus olhos se arregalam enquanto observo-o gira-lo ao redor antes de estabelecer-se no meio das minhas pernas, seu pau coberto pelo preservativo saltando ao redor com o movimento.

“Wrench ...” aviso, sem saber exatamente o que fará com esta adição.

“Você confia em mim?”, ele pergunta, envolvendo o cinto em torno de sua mão e, em seguida, desenrolando-o novamente.

Movo-me desconfortavelmente, não porque ele me deixou nervosa, mas porque estou um pouco excitada. Balanço a cabeça. "Sim, confio em você."

Seus olhos ardem com apreço. “Dê-me suas mãos”, ele ordena.

Lentamente estendo as mãos para frente, entregando-me a ele.

Confiando nele.

Ele envolve o cinto nos meus pulsos firmemente, mas ainda confortável e aperta a fivela. Então ele desliza a mão pelo restante do material e envolveu-o em sua mão. Puxo as restrições e ele puxa de volta, com força suficiente para me fazer suspirar. Um sorriso toca seus lábios, e com a mão livre, ele agarra seu pênis, acariciando-se para cima e para baixo algumas vezes enquanto observo. Meus quadris movem-se por vontade própria, querendo se aproximar, mas com minha bunda já na borda da mesa não posso alcança-lo e ele sabe disso.

Faço uma careta de aborrecimento e ele ri levemente. "Carente."

Puxo novamente minhas mãos, e em resposta ele as move por sobre minha cabeça, pressionando-as na mesa quando se inclina sobre mim. Seus lábios roçam meu rosto e seu corpo duro me prende à mesa. Empurro quando a cabeça de seu pênis roça meu clitóris. A primeira vez pode ter sido acidental, mas, em seguida, ele continua uma e outra vez, deixando-me louca e sei que ele está me torturando.

Levanto os quadris, moendo contra quando ele me acerta, em seguida, mergulha para dentro.

Não é o suficiente para aliviar parte da tensão que estou sentindo. Rosno em agitação.

“Vai se comportar agora e não ser tão mal-humorada?”, Ele pergunta, sua respiração fazendo cócegas no meu ouvido.

“Sim”, respondo instantaneamente, mordendo o lábio para não gemer enquanto ele me recompensa entrando todo o caminho em mim. Não dura muito embora quando ele se estabelece lá, mas em vez sair outra vez, ele move os quadris, pressionando seu pênis em direções diferentes, me esticando. “Droga,” amaldiçoa suavemente.

“Foda-se,” ele geme, puxando e empurrando de volta, mais forte dessa vez. Uma vez que o impulso começa, sei que será difícil parar. Seus dentes atacam meu pescoço, uma pequena mordida após a outra ele arrasta-os até a minha clavícula.

Entrelaço meus dedos, apertando-os quando sua língua encontra meu mamilo, girando e chupando enquanto respira com dificuldade. Mesmo quando ele se levanta, mantenho minhas mãos no lugar, expondo meu corpo para seu olhar cheio de luxúria, quando ele agarra minhas coxas e seus quadris se movem mais forte.

Minhas costas arqueiam para fora da mesa, já um pouco lisa com meu suor, a acumulação de algo surpreendente aquecendo meu corpo, eletrizando-o a um ponto onde penso pensei que faíscas reais podem começar a voar em torno de nós. Seus olhos prendem os meus, eles são tão intensos, tão cheios de emoções que nunca vi dentro de um homem antes, e não esse que me encara. É como se ele quisesse me consumir como se quisesse me possuir. Se é isso que ele quer, estou feliz de entregar as chaves do meu coração porque este homem não é como qualquer outro que conheci. Ele é sexy, inteligente e paciente. Ele segura-se com força, mas nunca mente, nunca fingiu ser quem não é.

O que temos é genuíno, é real. Há uma conexão que não tenho certeza se entendo, mas só sei na minha alma que está lá.

Gemo alto, o som de nossos corpos se encontrando criam o ritmo perfeito. “Wrench por favor”, gemo, tentando manter meu corpo no lugar com o poder de seus golpes tornando isso difícil e começo a me mover para trás sobre a mesa.

Não, preciso estar mais perto dele. Posso sentir a construção começando dentro de mim e preciso tanto. Envolvo as pernas em sua cintura, ancorando-me a ele e forçando-o mais profundo.

“É isso, pegue o que precisa”, ele rosna enquanto sua mão mergulha entre as minhas pernas e seu polegar esfrega meu clitóris inchado.

“Merda!” Grito quando o mundo em torno quebra em pedaços. Sinto como se estivesse caindo, mas não há nenhum apoio, não tenho nada para agarrar. Meu corpo explode, e grito gritei o nome dele quando as ondas do orgasmo rolam mais e mais. É tão intenso, tão porra de forte que me pergunto se nunca vai parar.

“Foda-se!”, ele amaldiçoa. “Você está espremendo a vida de mim.” Ele pega o cinto e puxa meu corpo para cima. Deslizando a cabeça através do espaço em seus braços, ele me posiciona na borda da mesa, meu corpo trêmulo agarrado a ele.

O novo ângulo me faz jogar a cabeça para trás, seu pênis agora pressionando para cima, enquanto ele altera sua postura e ângulo. Não posso aguentar, meus braços ligados ao redor de seu pescoço tornando-se dormentes e meu cabelo grudando nas costas, fazendo cócegas na minha pele suada. Seu corpo se move vigorosamente contra o meu, seu peito roçando meus mamilos duros e sensíveis.

Explodo novamente, desta vez, arrasto-o comigo pelo penhasco quando minha buceta aperta firmemente em torno de seu pênis. Eu, de alguma forma, consigo puxar com força seus cabelos em minhas mãos cativas, movendo sua cabeça para trás.

"Assim. Porra. Perfeito”, ele geme com cada impulso enquanto se esvazia. Suas mãos se movem sobre meu corpo, lados, seios e costas.

“Porra”, digo sem fôlego quando finalmente olho para cima e encontro seus olhos. Seu corpo pressiona contra o meu, sua testa encontrando a minha quando ele tem dificuldade em ficar em pé. É realmente perfeito. Não quero me mover. Posso ficar aqui para sempre, nós dois simplesmente perdidos num estado orgástico como se nada mais na vida importasse.

Eventualmente, seus olhos entram em foco e sua mão sobe para meu rosto. “Você é tão porra de linda. Posso te ver gozar várias vezes.”

Lambo meus lábios e sorrio. “Se cada vez for assim, pode realizar esse desejo.”

 

Capítulo vinte

Sugar

 

“Foda-se,” Maldito Wrench por me acordar do sono mais tranquilo que me lembro em muito tempo.

Salto da cama, olhando em volta quando ele pula e pega sua calça jeans do chão.

É então que ouço os sons de motos e meu coração para. “Op está deixando Harlyn esta manhã.”

“E não podia me dizer isso antes?”, ele retruca.

Afasto os cobertores e corro para minhas gavetas, pegando qualquer roupa que possa encontrar para colocar.

As motos param fora do apartamento, e de repente me viro em horror.

“É sua moto lá fora?”

Ele está colocando o boné, a aba cobrindo os olhos. “Não, vim a pé.”

Wrench mora na sede do clube, mas ele também tem um apartamento não muito longe daqui, onde sua irmã mora com o namorado.

Não é incomum para ele ficar lá e ajudá-la com o material técnico que precisa ser feito para seu negócio em casa.

Graças a Deus, porque se Optimus visse sua moto fora do meu apartamento às oito da manhã, estaríamos mortos.

Poucos segundos depois, há uma batida na porta.

“Fique aqui,” sussurro enquanto saio do quarto, fechando a porta atrás de mim. Quando chego a sala de estar, deixo escapar um gemido suave antes de pegar a roupa que eu usava na noite passada.

“Wrench do caralho, tem de jogar merda por todos os lados.”

BANG. BANG. BANG.

“Estou indo”, grito, meus olhos procurando algum lugar para esconder as coisas até Optimus sair.

Correndo contra o tempo, vou para a cozinha e abro a despensa, jogando tudo lá dentro.

Tento impedir meu coração de acelerar quando corro até a porta da frente, respirando fundo e colocando um sorriso no rosto antes de abrir a porta.

“Mamãe,” Harlyn diz, pulando em mim.

O sorriso não parece mais tão forçado, em seguida, rio suavemente e aperto minha menina em meus braços. Ela segura firme, com os braços em volta do meu pescoço e enfiando o rosto no meu.

Fecho os olhos, sentindo seu cheiro. Eu a vi no dia anterior, mas pedi a Optimus para me dar mais tempo.

Harlyn tem sido minha vida por tanto tempo.

Nos quase seis anos que estivemos longe, realmente não tive nenhum amigo. Morávamos num belo apartamento, sozinhas.

Ficamos bem na companhia uma da outra, e agora estou longe dela, de nós.

Olho para cima, vendo Optimus de pé na porta, olhando para nós com um sorriso suave nos lábios, Slider e Ham de pé atrás dele olhando a mesma coisa.

Limpo a garganta e dou um passo para trás.

“Desculpe... entre.”

Eles tiram as botas pesadas e entram.

“Ainda estava dormindo?”, pergunta Op, seus olhos se movendo pela sala.

Dou um sorriso tenso. "Sim, desculpe."

Ele dá de ombros. “Como está a loja?”

Harlyn recua em meus braços com um largo sorriso no rosto. “Podemos ir lá novamente hoje?”

Rio, beliscando suavemente sua bochecha.

“Está fechada hoje, querida. Pense que hoje poderia ser o dia de fazer biscoito!”

Ela salta para cima e para baixo.

"Sim! Podemos guardar um pouco para eu levar para o clube amanhã?”

Aperto os lábios como se estivesse pensando muito sobre isso.

“Eu não sei, posso comer tudo.”

Harlyn ri, o som como uma bela melodia para meus ouvidos.

“Não, temos que compartilhar com o papai.”

Olho para Optimus, pronta para uma alguma piada sobre como ele não gosta de biscoitos, mas escapa dos meus lábios quando vejo o que ele está segurando entre dois dedos.

A embalagem do preservativo rasgado.

Eu congelo, Harlyn vira para sorrir para o pai dela, e ele a esconde.

“Sim, adoraria que sua mãe compartilhasse comigo...”

Engolindo o nó na garganta, me inclino e coloco Harlyn no chão.

“Diga adeus ao pai e depois vá lavar as mãos”, digo a ela, apertando a mão em suas costas.

“É melhor começar a assar agora se vamos alimentar todos esses caras.”

Ela salta alegremente em Optimus, dando-lhe um abraço rápido e acenando adeus a Slider e Ham quando corre pelo corredor até o banheiro.

Op não perde a oportunidade.

“Você tem que estar brincando comigo.”

“Op ... não é ... quer dizer ...” não consigo encontrar palavras, minha boca seca e meu estômago revirando.

Como posso explicar isso?

Como diz a pessoa que está tomando conta da sua filha, que em vez de assumir a responsabilidade por ela e fazer o meu trabalho como mãe, estou ocupado me divertindo?

Slider e Ham caminham silenciosamente até a porta, enquanto Op avança, raiva piscando em seus olhos. “Um dia em breve, vamos ter uma pequena conversa sobre essa pessoa que está se tornando.” Abro a boca para falar, mas ele me corta. "Não. Não quero saber o que tem a dizer. Harlyn estava na sede do clube, sentindo saudades suas como uma louca, perguntando porque sua mãe está muito ocupada, perguntando por que ela não está em primeiro lugar na sua vida. E você está aqui, fazendo sabe Deus que porra.”

“Tenho idade suficiente para tomar minhas próprias decisões, Op. Não é da sua conta com quem eu durmo”, argumento, tentando encontrar um argumento e não deixar que suas palavras, tão verdadeiras, me derrubem.

Um sorriso escuro aparece em seu rosto, e ele joga a embalagem em mim. “Acha isso, não é? Bem, estou te dizendo agora... quando se trata da porra da minha filha, tem tudo a ver comigo.”

Ele gira nos calcanhares e vai em direção à porta. Vejo em silêncio enquanto ele calça as botas e, em seguida, faz uma pausa, seus olhos encontrando os meus. “E quando eu descobrir quem ele é-”

Estreito os olhos. “Não ouse.”

Ele ri, balançando a cabeça. “Harlyn precisa estar de volta às seis. Tenha um bom dia.”

Então ele sai e não posso me mover. Fico ali, olhando a porta aberta, sem saber o que fazer.

“Mãe?” Viro ao ouvir o som da voz de Harlyn. Ela sorri animadamente. “Podemos assar agora?”

Afasto a névoa escura de preocupação e culpa que se instalou em mim e quando o rugido de três motos desaparece na estrada, tento erradicar o sentimento em meu intestino me dizendo que este é apenas o começo. Limpo a garganta, curvando-me e pegando a embalagem da camisinha, colocando-a no bolso antes que Har possa vê-la.

“Yeah querida, sabe onde o livro está. Escolha algumas coisas que quer fazer e comece a juntar os ingredientes. Só vou lavar as mãos, também.”

"Ok!"

Tranco a porta da frente antes de correr pelo corredor, direto para o quarto.

Wrench está sentado no final da minha cama, os cotovelos repousam sobre os joelhos e sua cabeça está baixa.

“Você precisa ir”, digo, fechando a porta e me recostando contra ela, com as pernas ainda tremendo.

“Op sabe que tive alguém aqui.”

Ele balança a cabeça e se levanta.

“Sim, eu ouvi.”

Quando ele finalmente olha para cima, posso ver suas feições tensas como se estivesse irritado ou frustrado. Ele aproxima-se, pegando o boné e colocando-o para trás, assim não cobre seu rosto.

Suas mãos vão à minha cintura, e derreto instantaneamente, uma onda de emoções me inundando.

“Eu não posso fazer isso, é demais.”

“Você sabe, ele está certo sobre uma coisa. Todos sabemos que há algo que não está nos dizendo, e sabemos que é por isso que deixa Op ter Harlyn.” Encolho-me com cada palavra que ele diz porque sei que depois de amanhã, a merda vai bater no ventilador. “Se você-”

“Não”, digo bruscamente, colocando as mãos em seu peito e empurrando-o.

“Vamos, querida”, ele rosna, mantendo a voz baixa.

“Segredos nunca permanecem em segredo para sempre. Um dia, algo vai acontecer, e sem qualquer apoio, vai tudo desmoronar ao seu redor.”

“O que estou fazendo é para impedir que isso aconteça. E se acontecer, pelo menos Harlyn estará bem longe dele”, argumento, empurrando-o novamente.

Desta vez, ele recusa-se a mover.

Ele cerra o punho, colocando-o na parede ao lado da minha cabeça e inclinando-se ameaçadoramente.

“E então o quê? Vai deixar Harlyn sem mãe? Temos que dizer no futuro que sua mãe poderia ter estado com ela, mas não quis o suficiente?”

“Pare com isso,” silvo, deslizando debaixo de seu braço e me afastando.

“Saia antes que Harlyn o veja.”

“Não”, ele anda para trás.

“Vou sair e dizer oi para Harlyn. Talvez saia mais tarde.”

Faço uma careta para ele. "Porquê?"

“Porque gosto da garota, ok? Ouvi-a rir antes...” ele balança a cabeça antes de se inclinar contra a porta do quarto. “...não a ouço tão feliz faz um tempo. Apenas será bom vê-la de novo, aquela garotinha atrevida.”

Minha mão estende e a coloco sobre meu coração. Isso machuca. Tão doce quanto suas palavras são, tanto quanto quero cair em cima dele neste momento ao ouvi-lo falar tão docemente sobre minha filha, tudo o que posso sentir é dor no meu peito.

Um lembrete de que preciso me apressar e ter essa merda feita.

Um lembrete de que Wrench realmente é o cara que imaginei que ele.

“Ok”, sussurro.

Seus olhos se abrem. "OK?"

“Você pode ficar ... por pouco tempo.”

Ele estreita os olhos rapidamente, revirando os ombros em agitação. “Você ouviu-”

“Ou pode simplesmente ir”, digo rapidamente, interrompendo-o.

Ele suspira profundamente. "Tudo bem, tudo bem. Passos de bebê, eu entendo.”

Passos de bebê.

Talvez ele esteja certo.

 

Capítulo vinte e um

Sugar

 

“Obrigada por fazer isso,” digo com um suspiro pesado quando me sento.

Eric sorri por cima da mesa para mim. Não é o seu habitual sorriso feliz, é um triste, mas compreensivo. Quando liguei do meu carro depois de me encontrar com Peter, quase não fui capaz de formar as palavras que precisava para explicar o que queria. Ele ouviu, e até mesmo questionou se era a escolha certa, mas, nesta fase, simplesmente não posso ver uma alternativa. Não seria capaz de viver comigo mesma se algo acontecesse a Harlyn ou os irmãos por causa da vingança de Peter contra mim, então estou tirando-os da equação. Começando com minha menina.

"Esta não é a lei que prático", Eric começa quando reúne os papéis em sua mesa. "Tive que pedir a um associado para revisar o que escrevi, mas não se preocupe, é tudo confidencial."

Assinto. Não que isso importe de qualquer maneira, assim que os papéis forem entregues, todos saberão.

Eric levanta com os papéis na mão e dá a volta na mesa, sentando na cadeira ao meu lado e virando o corpo para o meu. Seu anel de casamento brilha na luz e não posso deixar de sorrir.

"Como está Lisa?"

Eric olha para cima, surpreso com minha pergunta. Ele limpa a garganta antes de responder. "Lisa desapareceu há um ano."

Fico em estado de choque. "Meu Deus! Eu sinto muito, não tinha ideia.” Sinto-me fodidamente horrível, e ele claramente parece chateado, a cor sumindo de seu rosto.

Ele assente. "Sim ... ela uh ... saiu uma noite com amigos, a última vez que soube estavam se divertindo. Então nada. Liguei para a polícia na manhã seguinte, eles checaram as fitas de segurança, mostraram ela e seus amigos saindo com um grupo de caras que tentavam dar drogas às garotas.” Ele balança a cabeça. “Todos recusaram e há filmagens deles saindo do bar, mas é isso. Ela simplesmente nunca chegou em casa.”

Sua voz é rouca de emoção e estendo a mão, colocando a minha sobre a dele.

"Sinto muito, Eric."

Ele me dá um sorriso suave. "Cheguei a um acordo com isso, mas nunca consegui tirar meu anel. Acho que não estou pronto para seguir em frente ainda, e é um impedimento para muitas mulheres.”

Lisa e eu não éramos próximas, mas durante o tempo em que Peter e meu relacionamento eram novidade e a escuridão não tinha se firmado, ela e Eric sempre se juntavam a nós para jantares, ou nós os víamos na maioria das reuniões sociais. Ela era uma menina doce, jovem, ambiciosa e borbulhante. Estar perto dela era fácil e eu gostava, especialmente quando me sentia fora do lugar. Não demorou muito para que parassem de visitar tantas vezes e, na maioria das vezes, eu não saberia se estavam lá de qualquer maneira.

"De qualquer forma, vamos apenas passar por isso", diz ele, tirando a atenção de si mesmo e entrando no modo advogado, sem dúvida um lugar onde suas emoções não estão em jogo. Sei que Wrench tem um grande desgosto por ele, mas também entendo por quê. Quando está trabalhando, ele é duro e direto. Ele acredita na lei e não tem problema em cumpri-la ou afastar pessoas que não a seguem.

"Faça uma leitura e me deixe saber o que acha." Ele me entrega os papéis e respiro fundo enquanto examino as palavras, a bílis na minha garganta subindo quanto mais leio a página. Sinto lágrimas nos meus olhos quando chego ao fim e pego a caneta que Eric oferece.

“"Você não tem que fazer isso, sabe. Tenho certeza de que o que está fazendo ...” Ele me dá um olhar aguçado. Eric sabe a verdade, é uma das razões pelas quais me sentia tão à vontade com ele, porque ele nunca me julgou ou me tratou de forma diferente. "Nós podemos encontrar outra maneira de trabalhar com isso."

Balanço a cabeça, minha mão tremendo quando coloco a caneta no papel e assino meu nome.

Bem ali na linha pontilhada.

Uma lágrima cai dos meus olhos, diretamente sobre a carta e rapidamente a enxuguei antes que possa manchar a tinta. Folheio todas, assinando as cópias e outros documentos antes de entregá-los diretamente a Eric.

Ele respira fundo e me encara com olhos tristes. "Vou tê-los entregue para você", diz ele em voz baixa.

"Amanhã. Mande-os amanhã,” peço. Prometi a Harlyn que jantaria com ela no clube hoje à noite e não quero ter que cancelar.

"Ok, não há problema", ele concorda. “Há algo que possa fazer para ajudar? Isso é tudo por causa do Peter?”

Mordo meu lábio, posso sentir o peso do que acabo de fazer esmagando meu peito.

Não, não posso quebrar agora.

Agarro os braços da cadeira e me forço a ficar de pé, meu corpo balançando levemente enquanto tento me segurar. Olhando para a janela e indo direto para ela, precisando que a luz me cerque para que possa respirar enquanto tentava lutar contra a escuridão.

“Annabelle… Ei, tudo bem. Apenas respire,” Eric diz, sua mão nas minhas costas, esfregando em círculos suaves.

Não está bem. Não quero ouvir que tudo ficará bem. Recuo para longe, mas ele continua me seguindo. Não quero ser tocada. Luto para manter a cabeça limpa. Ele está apenas tentando ajudar, tentando me acalmar, mas o que ele não percebe é que isso só está piorando as coisas.

Coloco minhas mãos no parapeito da janela. Minhas pernas parecem poder ceder a qualquer momento, então empurro com força, mantendo meu corpo ereto. Jogo a cabeça para trás enquanto lágrimas escorrem por meu rosto, permitindo que meu corpo se banhe na luz do sol que atravessa a janela. As sombras não conseguem me pegar aqui, elas não conseguem me alcançar na luz.

A mão de Eric para nas minhas costas e de repente um calafrio me enche.

"Parece que tem alguém te esperando lá fora", diz ele, com uma nitidez na voz.

Lentamente abaixo meu olhar, tentando me concentrar na respiração enquanto uso uma mão para afastar as lágrimas. Ele está certo, há alguém esperando por mim, e ele parece fodidamente chateado quando se inclina contra sua moto, com os braços cruzados sobre o peito e as pernas cruzadas no tornozelo.

Wrench.

Algo clica no meu cérebro, e de repente preciso chegar até ele.

Ele é conforto.

Ele sabe do que preciso.

"Chame Wrench", digo asperamente. "Por favor." Olho para Eric, sua testa franze e posso ver a apreensão. Não é segredo que a firma de Eric e os Brothers by Blood não são exatamente amigos. Como disse, Eric é firme em suas crenças sobre a lei, e os irmãos, bem, eles gostam de ter sua própria opinião sobre isso.

Incapaz de me segurar por mais tempo, caio de joelhos.

Eric recua, cerrando os dentes. “Tudo bem, vou chama-lo. Mas só porque odeio te ver você.” Ele sai correndo da sala, e torço meu corpo, pressionando as costas contra a parede ao lado da janela e enrolando meus braços em volta dos joelhos. A sala está começando a encolher e é cada vez mais difícil respirar. Quero fugir, mas sei que não posso. Sei que não faz sentido porque não irei muito longe.

Lutei tanto tempo, lutando para superar essa merda e melhorar sozinha, mas não estou em casa e não tenho as coisas que preciso para me ajudar. Ele está aqui, porém, e só preciso dele. Preciso senti-lo no quarto, então estaria a salvo das sombras.

“Ela está aqui”, ouço Eric dizer com uma óbvia tensão na voz.

“Juro por Deus porra, se tiver feito algo com ela...”

Wrench aparece na porta e dá uma olhada para mim enrolada no chão e seu rosto suaviza. Ele se vira para olhar para fora da porta. “Fique aí. Não entre porra.”

“Esse é o meu escritório.”

“Não dou a mínima”, Wrench diz antes de bater à porta.

Eu pulo e ele se encolhe. "Desculpe, sugar pop5", ele diz baixinho enquanto se move em minha direção. Quanto mais perto ele chega, mais fácil consigo respirar, sugando ar para meus pulmões.

Ele senta no chão e diz duas palavras que inundam meu corpo e permitem que meus músculos finalmente relaxem. "Estou aqui."

Não "você vai ficar bem.'

Não "você precisa se acalmar."

Apenas... estou aqui.

Ficamos sentados em silêncio, os sons dos pássaros cantando nas árvores do lado de fora é o único ruído. Wrench simplesmente me observa enquanto com o tempo lentamente começo a desenrolar meu corpo e me esticar. Ele não empurra ou me encoraja a fazer qualquer coisa ou me toca.

Ele sabe.

Olho para o relógio pendurado sobre a porta.

Uma hora. É o tempo que leva. Meu corpo doí, meus músculos clamam para estar numa posição diferente. Mas Wrench permaneceu o mesmo, com seus joelhos dobrados, as mãos pairando sobre eles casualmente.

Apenas me observando.

“Eu quero ir para casa”, sussurro, finalmente.

Ele assente e se afasta do chão, ficando de pé. Então ele vem em minha direção e estende a mão. Eu a seguro, e ele me puxa para meus pés. "Vamos tomar aquele banho."

Balanço a cabeça. "Sim, por favor."

 

Capítulo vinte e dois

Wrench

 

Sento no sofá da sala de estar, esperando que ela se vista. Não trocamos nenhuma palavra desde que chegamos em sua casa. Corri para preparar um banho, sentei no banheiro com ela enquanto ela permitia que seu corpo relaxasse e retomasse algum tipo de função cerebral.

Notei que na última vez que ela teve esse tipo de episódio – embora fosse muito pior do que isso - ela levou o resto do dia para se sentir normal novamente. Ela estava no limite, movimentos súbitos a assustavam, ela queria ter conversas simples e apenas relaxar seu corpo. Acho que ajudou a mente dela a se regenerar do que parecia um trauma.

Então eu esperei... esperei até que ela estivesse pronta para conversar. Porque, francamente, estou pronto e tenho perguntas que precisam de respostas fodidas.

Ver o carro dela do lado de fora do escritório de Eric Deanwell quase me fez colidir a moto com os carro à frente. Fui lá verificar uma das meninas da X-Rated, onde morava, e o que fazia, porque hoje é seu dia de folga. Tudo parece bem, e a encontrei em casa cuidando de dois irmãos mais novos enquanto a mãe dela pegava um turno extra no hospital. Voltava para a cidade para checar outra quando vi o carro de Sugar.

Dizer que fique fodidamente chateado, é um eufemismo. Não só estava pronto para rasgar Deanwell ao meio, mas também a minutos de telefonar para Optimus e deixá-lo lidar com isso. Não sabia se conseguiria manter a calma sem espancar o bastardo.

No entanto, o que encontrei definitivamente não é o que esperava.

"Você não ligou para Op", afirma Sugar calmamente ao entrar na sala, secando o cabelo molhado com uma toalha azul. Seus movimentos são lentos, mas posso ver em seus olhos que está alerta. Sei que não devo insistir, mas estou estava lutando para encontrar qualquer maldito motivo no mundo para ela estar naquele escritório. Isso combinado com seu estranho comportamento no último mês ou mais, e estou começando a ficar muito preocupado com o que diabos está acontecendo.

Ela está trabalhando com ele?

Ele está forçando-a a dar informações sobre o clube?

Qual pelo maldito nome de Deus é a conexão?

"Não, não liguei para ele", respondo, antes de adicionar. "Ainda não de qualquer maneira."

Ela se encolhe, mas assente enquanto caminha até a pequena área de serviço e joga a toalha na máquina de lavar. "Obrigada."

“"Não me agradeça ainda. Porque se não conseguir respostas em breve, vou ligar para ele e não há maneira que ele vá te deixar sair de sua novamente." Digo asperamente. Sei que se Op souber o que aconteceu, ele vai derrubar a porra do mundo. E se necessário vou dizer a ele. Mesmo que isso signifique colocar minha própria bunda na merda, só para proteger o clube.

"Eu entendo", ela diz baixinho enquanto senta do outro lado do sofá. Ela baixa a cabeça, mas isso não parece ser de cansaço, a expressão em seu rosto é de vergonha e culpa.

"Por favor", imploro suavemente. "Preciso saber com o que diabos estou lidando aqui... está acontecendo há muito tempo. Nós dois sabemos que está escondendo algo, e sabemos o quanto melhor irá se sentir se...”

"Eu sou bipolar."

As palavras saem de sua boca com pressa, como se ela as forçasse a sair antes que pudesse se convencer a não o fazer. Seus olhos encaram a frente, olhando para o nada, sem emoção.

“"Bipolar?" Questiono, sem saber se ouvi corretamente. Conheço o termo, tenho uma ideia básica do que é, mas não tenho certeza do porque é importante. "O que está tentando dizer?"

Ela me encara como se eu tivesse duas cabeças. “Tenho Transtorno Afetivo Bipolar. Isso afeta minhas emoções, me dá altos extremos e, às vezes, baixos debilitantes.”

"Os ataques de pânico..." digo, meu cérebro pegando o que ela está dizendo.

Ela balança a cabeça lentamente, puxando os joelhos para o peito e continuando a evitar meus olhos. “Tudo começou quando eu era adolescente. Tinha semanas onde me sentia como se fosse invencível achando difícil ficar parada e me concentrar na escola. Eu era desafiadora e um pouco louca. Só queria sair, me divertir, fazer coisas estúpidas e que se fodessem as consequências.”

Posso dizer, mesmo quando ela explica suas emoções e suas ações, que está vendo isso em sua mente como se fosse um filme antigo de si mesma.

“Então os baixos começaram a me bater. Eu me recusava a sair de casa, não querendo reconhecer que havia um mundo lá fora. Sentia-me sem esperança e vazia. Meus pais não ajudaram, só queriam uma filha perfeita. Uma que pudessem mostrar e usar na competição contra seus amigos... ” ela balança a cabeça, sua voz em um sussurro suave que me esforço para ouvir, mesmo no silêncio completo da sala. “Mas o que tinham era eu. Se não estivesse causando estragos e envergonhando-os, estava me recusando a comer e sentada no meu quarto pensando em desistir da vida.”

Quero estender a mão e puxá-la para meus braços, sentindo a energia negativa em torno dela. Quero que ela saiba que estou aqui, mas sei que não preciso dizer as palavras. Ela sente-se confortável a minha volta, mesmo se estamos em silêncio, ela se sente à vontade, e isso é tudo o que quero que ela saiba enquanto exibe sua alma para mim.

“Eles pensaram que eu era louca. As pessoas olhavam para mim como se eu fosse uma aberração, algum tipo de ato secundário. No mundo em que cresci, é algo que sempre é enterrado com os esqueletos no armário. Mas todo mundo já tinha notado, então não havia como esconder que algo estava errado comigo.” Seus dedos tocam um fio solto em suas calças, puxando-o, torcendo-o nos dedos. “Eles finalmente me diagnosticaram quando tinha dezessete anos. Mas, tanto quanto meus pais estavam preocupados, eu já tinha manchado muito sua reputação. Estava quebrada, e eles queriam me passar para outra pessoa resolver.”

Finalmente estendo a mão e pego a mão dela, passando seus dedos nos meus. Ela finalmente encontra meus olhos, e posso ver a dor refletida neles. Isso é difícil, ela está despindo sua alma e, como todas as pessoas de sua vida que sabem sobre sua desordem, ela espera que eu fuja.

Não irei correr.

"Você não é bipolar", digo a ela suavemente.

Ela olha para mim com uma careta. "Sim, eu sou, vivo com isso há mais de dez anos."

Aperto a mão dela. “Você não é bipolar… você tem transtorno bipolar. Não define quem você é, é apenas parte de você.”

Seus olhos começam a ficar bem e ela aperta minha mão. Posso dizer o quanto as palavras significam para ela como se ninguém tivesse tido tempo de explicar isso antes. Ela cresceu num mundo onde segredos e problemas são escondidos da sociedade, e coloca essa máscara de perfeição. Ela vista como se fosse uma pessoa de fora, e foi levada a sentir vergonha e repulsa por essa parte de sua personalidade que nunca poderá mudar.

E quero socar a cara de cada uma dessas pessoas.

Quem são eles para dizer que esta parte dela não é bem-vinda?

A família deveria aceitar as pessoas com quem se importam, amando-as como um todo, apesar das falhas. Todos nós as temos. O clube está cheio de homens e mulheres, todos com pedaços faltando ou coisas com as quais eles lutam diariamente, mas, como família, apoiamos essas pessoas. Nós nunca os desprezamos por causa de seus problemas.

"Não é onde isso termina", ela sussurra, seu corpo tensionando.

Seguro sua mão, me preparando para qualquer coisa que ela possa contar. Sei no meu que coração nunca mudará como me sinto sobre ela.

“"Eu sou casada", ela diz, seu corpo se curvando sobre si e um tremor percorrendo-a. Minha boca fica seca, abre e fecha, mas não consigo encontrar nenhuma palavra. Ela respira fundo e as unhas se enterram no braço do sofá enquanto continua: “O nome dele é Peter Davenport, somos casados há mais de seis anos.”

A matemática não é difícil, mas ainda estou chocado. "Você casou antes de conhecer Optimus?"

“Durante”, ela responde, virando-se para me olhar nos olhos. “Nós nos casamos no dia que parti grávida de Harlyn. Op nunca soube, e descobrir sobre Harlyn e a decisão de Op de me mandar embora para me proteger foi minha graça salvadora e quando ele ofereceu, eu aceitei.”

Pego meu boné e viro de modo que fique para trás, esfregando meu cabelo curto antes de levantar. "Não entendo, porra. Quem é esse cara e por que precisa se esconder dele?”

Ela aponta para o sofá. "Sente-se, por favor."

Aperto meu queixo, mas faço o que ela pede, virando meu corpo para encará-la enquanto ela senta no extremo oposto. “Peter é o homem que meus pais escolheram para eu casar. Como muitas famílias ricas, é tudo sobre conexões, riqueza crescente, e quem tem sobrenome acima de sentimentos e emoções reais.” Ela balança a cabeça quase como se desapontada consigo mesma. “Quando ele veio e começou a me cortejar, já me sentia fora do lugar, como se quisesse correr, mas não tivesse para onde ir. Quando o conheci ele era doce, quase entendendo minha… doença, e começou a fazer promessas que eu achava serem genuínas. Como se talvez ele fosse o único que me daria uma fuga.” Lágrimas brotam em seus olhos enquanto ela me encara, a emoção em sua voz uma mistura de frustração e vergonha.

“Deixe-me adivinhar, ele não era nada disso,” rosno suavemente, achando difícil não estender a mão e puxá-la para meus braços. Quero consolá-la e dizer que tudo ficará bem, mas preciso de todas as informações primeiro, porque se esse babaca a tiver machucado, deixarei o filho da puta de joelhos, onde ele me implorará para não matá-lo.

“A família de Peter é dona de uma empresa que desenvolve e testa medicamentos para diferentes doenças e distúrbios. Eles foram muito bem sucedidos no passado, então a marca é forte e quase intocada”, ela continua a explicar. “O que não sabia na época era que havia uma razão específica pela qual ele me escolheu. Ele queria me usar como seu boneco de testes pessoal, ele queria ver o quão longe ele poderia empurrar meus limites.”

Pulo do sofá, incapaz de ficar parado por mais tempo, a raiva dentro de mim assumindo. Ando pela sala enquanto Sugar está sentada, seus olhos me observando enquanto continuo para frente e para trás.

“Preciso saber o que isso significa. E preciso que entenda que quando me disser, posso ficar chateado e irritado, mas isso não é com você.” Sei que tinha que dar a ela algum tipo de aviso. Posso sentir que o que ela está prestes a dizer não vai me fazer sentir melhor e que provavelmente lutarei para não dar o fora daqui com minha arma e caçar o idiota.

Ela lambe os lábios secos e assente. "Ele começou-me com este medicamento..." Sua voz é rouca e crua. “Eu já tomei outros antes, eles funcionavam na maior parte, mas ainda tinha crises. Peter me disse que era porque não eram fortes o suficiente.”

"O que ele fez?" silvo, tentando me manter calmo, mas precisando que ela chegue ao ponto antes que me descontrole.

Ela baixa a cabeça. "Você já sabe o que fez, porque é a mesma droga que discutiram com Deacon no outro dia."

Meus olhos se arregalam quando luto para lembrar o nome da medicação que Deacon disse estar sendo a sensação no tráfico. Isso me atinge. "Maniac?"

Ela olha para cima e acena com a cabeça quando uma lágrima corre por sua bochecha. “Ele me viciou. As pílulas me deixaram entorpecida... elas bloquearam todo o barulho e a loucura, e continuei querendo mais e mais.” Suas mãos começam a tremer, e as lágrimas correm. "Chegou ao ponto em que eu fazia quase qualquer coisa para tê-las... qualquer coisa."

"Foda-se", amaldiçoo, avançando. Abaixo-me e envolvo os braços ao redor dela, puxando-a para seus pés. Ela se agarra em mim como se eu fosse sua tábua de salvação, soluçando em meu peito enquanto a embalo.

“"Eu não queria que ninguém soubesse", ela chora. “Já passei tanto tempo sendo desprezada por minha desordem, vista com nojo como se eu fosse lixo. E então ele usou isso contra mim, me transformando numa pessoa que nunca quis ser, me tornando uma viciada.”

Seguro-a perto, sentindo minhas próprias lágrimas saírem quando sinto a dor e angústia percorrendo seu corpo e o meu. A vontade de matar está em minhas veias, posso sentir me queimando. Agora, tudo que quero fazer é matá-lo, e não será rápido. Ele precisa sentir a dor lenta e torturante que o levará até a beira do penhasco, mas não o deixaria pular.

De repente, um pensamento me ocorre e recuo, passando o dedo sob o queixo de Sugar e erguendo seus olhos injetados de sangue. "O que isso tem a ver com você no escritório de Deanwell?"

Ela engole em seco, seus dedos afundando no colete do clube. “Precisava proteger as pessoas que me importam, precisava manter Harlyn longe dos meus erros.”

Faço uma careta. "O que isso significa?"

"Isso significa que Peter não pode usá-la ou machucá-la para chegar até mim... porque ela não é mais minha.”

 

Capítulo vinte e três

Sugar

 

Wrench quer saber tudo. Cada pequeno detalhe - sobre Peter, nosso relacionamento, sobre a conexão com Optimus.

Posso sentir meu coração acelerado quando me aninho ao lado dele e forço as palavras a saírem, mas enquanto falo, percebo que meu corpo se sente um pouco mais leve com cada palavra. Estou compartilhando isso com alguém, não é mais meu segredo, algo que só conversei com médicos e terapeutas.

“Em um ponto ele me tirou as pílulas. Acabar com a queda foi um dos piores momentos da minha vida,” explico, colocando minha cabeça no peito de Wrench. "Acho que foi tudo parte deste jogo que ele fazia... ver como eu agiria sem elas no meu sistema."

O batimento cardíaco de Wrench pressionando meu ouvido me dá coragem. Ele está aqui comigo, ouvindo, respirando minhas palavras. Ele não está fugindo, ele não me olha para se eu fosse um monstro ou como se tivesse nojo.

"Ele teve que ir ao trabalho por um tempo, e não queria me levar com ele, então fui ver meus pais. Foi quando conheci Optimus. Meus pais tiveram que fazer uma aparição na feira da cidade, o clube estava lá, Op conversou comigo ... bem ... ele deu em cima em mim.” Sorrio para a memória, mas quando o corpo de Wrench fica tenso, rapidamente sigo em frente. “Isso me fez sentir bem num momento em que estava para baixo. Então, quando ele me convidou para sair com eles, aceitei com as duas mãos.”

“Foi tão fácil assim?" Wrench pergunta, com um aperto na voz.

Eu me afasto e olho para ele. "Não. Não foi. Mas como não tomava remédio, voltei a pensar irracionalmente e a fazer escolhas por capricho. Sair com o clube... a diversão, a liberdade que tinham... foi o começo de uma nova alta. Uma que nunca pensei que pudesse descer.”

Ele olha nos meus olhos, posso dizer que é difícil para ele ouvir essas coisas, mas que ele sabe que precisa. Ele quer me entender, ele quer ouvir a minha dor e o que passei, mesmo que isso possa machucá-lo.

"Conheci o clube, Op e seu pai ... então de repente tudo atingiu o ventilador", digo com tristeza.

Wrench inala lentamente. "A guerra ficou séria e Dealer foi morto."

Aconchego-me mais perto, e ele envolve os braços ao meu redor. Sei o quanto esses garotos se importavam com o pai de Op, ele era seu líder deles e amigo. Ele era da família para eles e perdê-lo foi um choque para todos.

Limpo a garganta, fechada de emoção. "Eu me senti responsável", sussurro. “Op o deixou lá no bar para vir e estar comigo. Eu tentei estar lá para Optimus, mas isso me pesou e sem nada para equilibrar as emoções, eu quebrei.”

Sua mão acaricia meu braço para cima e para baixo, me confortando, mas ainda posso sentir a culpa no meu estômago. Se não fosse tão carente, não teria pedido a Op para vir naquela noite, estar comigo em vez de proteger seu pai.

"Não foi sua culpa", Wrench diz suavemente. “Se Op estivesse lá, poderíamos ter perdido os dois.”

Respiro fundo, é algo que o próprio Optimus me disse uma e outra vez, mas nunca levou a dor embora. Dealer me tratou como um dos seus, mesmo nas poucas semanas que passei com eles.

"Meus pais ligaram para Peter e ele chegou em casa, e quando veio, me ofereceu a única coisa que eu não queria, mas que sabia que iria anestesiar a dor que estava sentindo", explico, mal conseguindo forçar as palavras, com vergonha das minhas ações. "Não lembro muito, mas em algum momento, quando estava no alto, caí da escada na casa de Peter e ele me levou ao hospital. Eles fizeram testes, e nada foi quebrado ..., mas disseram que eu estava grávida.”

Minha mão inconscientemente foi para meu estômago levemente arredondado, onde carreguei minha filhinha. Ela se tornaria meu tudo, e só espero que um dia ela entenda o que estou fazendo para protegê-la.

“Peter assumiu que era dele e me arrastou para o tribunal naquela tarde para nos casar. Deus me livre que ele assumisse um filho ilegítimo. O que isso faria com sua reputação e de minha família seria catastrófico.” Não consigo disfarçar o sarcasmo na minha voz. "Eu fui junto, mas sabia no meu coração que não era dele... então, assim que ele saiu de casa, comecei a embalar minhas coisas.”

“Jesus Cristo", Wrench amaldiçoa, tirando o boné da cabeça e esfregando o cabelo. "Esta é uma porra de bagunça."

“Eric veio ver Peter e me pegou arrumando as malas. Peter tinha me dado outra pílula, então eu estava tão alta que mal conseguia me mexer, mas estava determinada a dar o fora, sabendo que ele descobriria de uma maneira ou de outra que o bebê não era dele e todo o inferno iria desabar."

Wrench levanta o lábio. "Ainda não gosto desse idiota."

Assinto. “Eu sei, mas ele me ajudou. Ele me colocou em um táxi e me mandou para o clube. Quando Op decidiu me mandar embora, isso salvou minha vida e a de Harlyn.”

"Por que não nos disse logo? Por que manteve essa merda escondida tanto tempo?", pergunta ele, e não posso culpá-lo.

“Pensei estar sob controle, enquanto fiquei fora. Durante anos, tomei remédio e funcionou bem. Encontrei um médico e trabalhamos para encontrar o que é certo para mim. Não havia estresse, mas se me sentisse afundando, tomaria pílulas alternativas que ajudariam,” explico, esperando que ele entenda. "A merda que fiz enquanto estava com Peter... as coisas que fiz para conseguir a pílula mágica..." Balanço a cabeça, não posso forçar as palavras porque isso trará de volta memórias, aquelas que consegui esconder na parte de trás do meu cérebro por anos.

A mão de Wrench esfrega minhas costas. “Por que acha que isso mudaria as coisas? Por que acha que não estaríamos lá para você? Op está perdendo a cabeça por causa dessa merda.”

"Não estou pronta para dizer a ele", sussurro.

Sei que o que Wrench diz é verdade, mas o medo do julgamento e auto aversão que tenho dentro de mim não está pronto para lidar com as ramificações. Agora com Peter planejando algo. Sei que ele queria me machucar, vi em seus olhos. Preciso descobrir uma maneira de detê-lo e precisa fazer isso para que, se as coisas derem errado, o clube não seja prejudicado também.

Sei o quão irracional soa, mas com Harlyn sob seus cuidados, estou mais determinada do que nunca a protegê-los. Sei que Optimus irá perder a cabeça quando descobrir o que fiz, mas é o que quero. Preciso da conexão cortada para que eles não possam ser derrubados junto comigo.

Meu telefone toca e me afasto de Wrench para pegá-lo na bolsa. Puxando o celular, vejo uma mensagem de Optimus.


OP: Precisa vir aqui agora.


“Merda” amaldiçoo, jogando o telefone de volta na bolsa. "Eu prometi a Harlyn que jantaria com ela." São cinco e meia, e não quero decepcioná-la. Não hoje à noite, não quando sei que amanhã Op irá receber os papéis e se me deixará ver minha filha depois disso é outra questão.

Wrench se levanta, seu corpo cansado e mole, posso dizer que revelei muita merda hoje e ele está sentindo. Eu também estou.

"Vou segui-la até lá, direi que te encontrei na cidade", ele diz quando se aproxima e pressiona seus lábios nos meus antes de ir para a porta.

Respiro fundo e pego minhas coisas, seguindo-o.

 


O clube está quieto quando caminhamos pela porta principal. O bar está vazio e a sala desolada. Incomum para esta hora da noite, quando os meninos estão normalmente ocupados comendo e bebendo após um longo dia ou se preparando para uma longa noite.

Olho para Wrench, que obviamente está pensando a mesma coisa.

Ao dar um passo em direção à porta da sala de jantar, Optimus, Chelsea e Blizzard saem do corredor que leva ao seu escritório e à sala de reuniões. Abro minha boca para perguntar onde todos estão, mas antes que possa, ele levanta um punhado de papéis - aqueles que reconheço instantaneamente, aqueles que assinei hoje. Meu intestino afunda.

“Que porra é essa?" Ele exige, seus olhos cheios de desgosto e raiva.

Chelsea puxa a mão dele, os olhos dela implorado para ele se acalmar. Mas ele não vai, ele vai me rasgar em pedaços.

E não o culpo nem um pouco.

Wrench fica ao meu lado enquanto eles se movem em nossa direção. Quero correr, minha respiração se tornando mais pesada.

Isso não é para acontecer.

Ele não deveria ter recebido até amanhã.

Eu não estou pronta.

“Responda-me!”, ele grita, sua voz ecoando na sala. Meu corpo sacude de medo.

Agora sei por que o clube está vazio.

"São documentos da custódia", respondo em voz baixa.

“Sei disso. De acordo com isto... você está desistindo dela.” Posso ver a dor passar por seus olhos enquanto ele diz as palavras que não suporto ouvir. Pisco, lágrimas caindo no meu rosto enquanto olho em seus olhos. "Por quê? Eu quero saber por quê.”

"Eu ... eu só ..." Não consigo encontrar as palavras que preciso, minha garganta fechando cada vez que tento falar.

"Você está tentando destruí-la?" Ele diz e meus olhos se arregalam.

"Não!" Protesto, meu coração doendo com suas palavras cruéis. "Que tipo de mãe acha que sou?"

Seu lábio se curva. "As palavras patética, egoísta e negligente me vêm à mente."

"Ei! Isso é o suficiente,” Wrench rosna. “Você não tem ideia do que está acontecendo. Então não fale merda ou vai se arrepender mais tarde.”

“Wrench, pare!" Aviso, agarrando seu braço, não querendo que ele se envolva. Este não é o problema dele, é meu.

Optimus estreita os olhos e Blizzard amaldiçoa baixinho. Chelsea olha entre nós, e até eu posso ver sua percepção começando a surgir.

"Jesus Cristo", Op finalmente diz, as peças finalmente clicando no lugar. "Você tem que estar brincando comigo. Não ouviu quando disse a todos para ficarem longe dela?”

Wrench empurra os ombros para trás. “Merda acontece, Op. Não pode impedir por quem se apaixona. Você sabe disso.”

“Apaixona!” Optimus avança, mas Blizzard pega-o pelos ombros. “Eu te avisei! Está disposto a perder seu colete por uma cadela que nem mesmo assume a responsabilidade por sua filha?

"Optimus!" Chelsea ofega em choque.

Suas palavras me atingem no peito e luto para respirar. Fico me lembrando que é o melhor. Ele precisa se afastar, ele precisa me odiar. Estou os protegendo.

Wrench dá um passo à frente. "Porra, não fale com ela assim." Tento alcançá-lo, mas ele afasta minha mão. "Você não tem ideia do que está acontecendo.”

“Sou a porra do seu Presidente, se alguma coisa está acontecendo, então preciso saber muito bem o que é", Optimus surta, continuando a lutar contra o controle de Blizzard. "Embora, estou começando a me perguntar se quero no meu clube alguém que não pode seguir uma ordem simples.”

“Pare!" Eu choro, lágrimas escorrendo por minhas bochechas. "Por que diabos acha que eu não queria contar a você? Por causa disso…"

Nesse momento, Optimus liberta-se e voa para a frente. Seu punho recua e com um poder que nunca vi antes, ele acerta Wrench no queixo. Wrench cai no chão, mas Op está em cima dele num segundo socando seu rosto. Wrench nem tenta revidar, aceitando a punição que ele sabia estar vindo.

"Pare com isso!" Grito.

"Optimus!" Chelsea chama enquanto corre para frente.

Blizzard se move num piscar de olhos, usando seu peso corporal para afastar Optimus do corpo de Wrench. Caio de joelhos ao lado de Wrench, ele está atordoado, mas posso ver o fogo em seus olhos. Ele quer me proteger, mas se recusa a atacar Optimus. Wrench senta, respirando pesadamente, olhando seu presidente, que o encara como se quisesse matá-lo. Blizzard age como árbitro, ficando entre eles.

"Porra, pare com isso", Blizzard ordena, olhando para Op. "Entendo que está chateado, e tem o direito de estar, mas você vai matá-lo.”

A sobrancelha de Wrench está cortada e seu olho já começa a inchar. O sangue escorre de seu rosto pelo colete e nariz.

"Espanque-me o quanto quiser, isso não vai mudar a maneira que me sinto sobre ela", cospe Wrench, sangue e saliva voando de sua boca. "Mas não se atreva a dizer merda sobre ela quando não tem a mínima ideia do que ela passou. A última coisa que precisa é das pessoas que ela ama e está tentando proteger, magoando-a ainda mais.”

Inclino a cabeça, vergonha e arrependimento me enchendo.

Deveria ter deixado Wrench falar com Op há muito tempo.

Deveria saber que descobrir dessa maneira os separaria.

“Por que está fugindo de Harlyn? Por que me deu a custódia?” Optimus pergunta, com o tom mais baixo, mas ainda tão severo quanto antes. "E o que diabos ele está falando sobre nos proteger?”

Olho para Wrench, que me observa com cuidado enquanto usa sua camiseta para limpar um pouco do sangue do rosto. Sei que ele quer que eu diga a eles e será melhor acabar com isso abertamente. Mas sei que Optimus tentará se envolver, ele tentará ajudar e, por sua vez, colocará um alvo nas costas do clube.

Até que saiba o que Peter está fazendo, tenho que manter sua raiva e ódio direcionados apenas a mim. Está claro agora, porém, que há mais uma pessoa que tenho que proteger.

Levanto-me do chão. “Só preciso que mantenha Harlyn segura e feliz, algo que não posso garantir. O que significa que estava certo, sou uma mãe inútil.”

Optimus me observa atentamente enquanto Blizzard o ajuda a ficar de pé.

"Eu amo Wrench..." As palavras saem dos meus lábios tão facilmente, tão fluidas. Elas não me assustam, de alguma forma me fazem sentir quase mais forte. "Mas se o ultimato que está dando é o clube ou nós, então terei certeza que o clube venha em primeiro lugar."

"Sugar", Wrench rosna enquanto luta para ficar de pé.

Eu o ignoro, me virando e indo para a porta, mesmo quando meu cérebro me diz para ir até ele. Ele está sofrendo, ele só foi espancado e agora saio quando ele precisa de mim.

Mas ele também precisa falar com Optimus, de irmão para irmão.

O relacionamento deles está em jogo e estou dando a ele esse tempo. Quer sejam minutos ou para sempre.

 

Capítulo vinte e quatro

Wrench

 

Chelsea limpa o corte acima do meu olho com um pano molhado enquanto sento no bar, três uísques depois.

"Você não deveria estar bebendo", ela diz suavemente antes de acrescentar: "Você também tem sorte de que isso provavelmente não precisa de pontos."

"Você também tem sorte que Op está ficando velho e não pode dar um soco como costumava fazer", Blizzard ri.

Optimus bufa, mas não responde à sua observação. Em vez disso, volta sua atenção para mim. "Você poderia ter me dito."

Agarro o copo na minha mão, bebendo o pouco que foi deixado no fundo antes de responder: “E como gostaria que eu fizesse isso? Você ainda teria me batido.”

"Talvez", ele responde honestamente. "Mas não teria ficado tão louco. Quando descobri que ela estava com alguém, pensei que quem quer que fosse, era a razão pela qual ela começou a foder com Har. Percebi que ela colocava algum babaca antes de sua filha. Então, quando descobri que era um dos meus, vi vermelho.”

Balanço a cabeça. “Eu amo a criança, sabe disso. Não faria nada para machucá-la.”

"A raiva nos deixa loucos", Chelsea diz suavemente.

O telefone de Op começa a zumbir do outro lado do bar e ele olha para baixo. "Droga, é Leo." Ele o pega e me olha. "Nós não terminamos."

"É a história dela para contar, não a minha", respondo simplesmente, apesar de levar tudo o que tenho para me impedir de explicar o que ela contou. Optimus gostará de saber, e quando descobrir, vai se odiar por não perceber mais cedo que havia algo errado.

Ele me olha, deixando-me saber que não vai desistir dessa merda. Mas, por enquanto, tem problemas maiores para lidar. Leo e Hadley estão fugindo, e temos uma tempestade na nossa porta dos fundos enquanto tentamos descobrir como lidar com isso.

Esse é o foco dele agora, e oro a Deus que me dê tempo suficiente para conversar com Sugar e deixar o clube saber o que está acontecendo.

Ele atende e, ao mesmo tempo, me afasto de Chelsea, indo para meu quarto. Quero ir atrás dela, mas também preciso apenas respirar por um momento antes de ir vê-la.

Sentado na beira da minha cama, abaixo a cabeça enquanto tento reunir meus pensamentos. Está fora agora, não há mais como esconder o que sentimos um pelo outro, mas também sei que esse caminho não será fácil. Levará tempo para recuperar a confiança que quebrei com meus irmãos, mas estou disposto a fazer isso e aguentar suas listas de merda, se isso signifique ser capaz de ter essa mulher em minha vida.

Parte minha se pergunta se a atração - o vício - que tenho por Sugar é porque sinto uma necessidade irresistível de salvá-la. Quero protegê-la de seu ex-marido, mas também ajudá-la a superar a dor que sofreu no passado.

Mas não é só isso.

Tratava-se de encontrar esta mulher, que apesar de suas falhas, apesar do fato de que foi colocada no inferno, lutou mais do que alguns dos homens mais fortes que conheço para sobreviver.

O vício não é uma coisa fácil de superar. Nunca se livra de um vício, ele está para sempre com você. É um caso de escolher alimentá-lo ou não. Não só isso, mas durante esses tempos difíceis, ela conseguiu criar uma das crianças mais incríveis que já conheci. Ela colocou a própria merda de lado, enterrou-a na parte de trás de sua mente, e deu o por sua filha.

Eu amo Harlyn.

Percebi há muito tempo que Sugar e Harlyn são um pacote, e isso não é apenas bom para mim, mas quero passar um tempo com as duas. É mais do que apenas uma atração física e sexo explosivo. É como se ela me entendesse e ao meu papel no clube e o papel do clube dentro de mim. Ela não fica com ciúmes, nunca exige estar em primeiro lugar. E embora tente fazer isso com a maior frequência possível, há simplesmente momentos em que não é possível.

Tempos como esses em que temos associados fugindo por suas vidas e precisando de nós, apoiando-os a cada passo. Ou momentos em que nosso estilo de vida ou reputação são ameaçados, e temos que tomar uma posição.

Uma mulher que aceite a vida que levamos é um diamante raro.

Optimus sabe, e é por isso que ele acabou reivindicando Chelsea. Leo, Blizzard e Kit, todos sabem disso, e é por isso que seguram suas mulheres com as duas mãos e se recusam a deixá-las ir.

Se ela pode aceitar a parte boa, a loucura e o perigo, ela é algo especial. E Sugar passou pelos três e ainda está de pé, ainda tentando colocar o clube e minhas relações com meus irmãos em primeiro lugar, mesmo que isso signifique a nossa relação fique em espera.

Estou preocupado com esse ex-marido e a vingança que ele parece ter contra ela. Felizmente, tenho minhas maneiras de descobrir as informações que preciso.

Assim que vou em direção ao meu computador, determinado a desenterrar alguma merda nesse bastardo, há uma leve batida na minha porta. Suspiro pesadamente e mudo de direção. Quando abro, fico surpreso ao ver quem está do outro lado.

"Hey," Slider diz cautelosamente.

Ele parece uma merda, não há outro jeito de explicar. Seu rosto está pálido, e parece que perdeu muito peso desde a semana passada, mesmo sabendo de sua condição. Dou espaço e ele balança a cabeça enquanto entra. Sentando no meu computador, observo enquanto ele se abaixa até a beira da cama, cada movimento que faz parece causar de dor.

"Ouvi o que aconteceu", ele finalmente diz, olhando-me nos olhos. "Op não aceitou bem, estou supondo." Ele acena para meu rosto, que sem dúvida parece ter sido atropelado por um caminhão. Posso sentir meu nariz, mandíbula e olhos inchados. Preciso colocar gelo nessa merda e tentar amenizar.

"Isso é um eufemismo", zombo.

“Ela está escondendo algo, e Op está perdendo a cabeça. Não só tem que lidar com Leo e Hadley, mas isso foi a merda do copo de água”, ele diz seriamente.

Sorrio. "Foi a gota d’ água."

Ele força um sorriso. "Sabe o que quero dizer, idiota."

Respiro fundo. “Ela tem esqueletos no armário, e eles voltaram com força. Ela está tentando fazer o que acha melhor para proteger as pessoas com quem se importa. Mas porra, cara, não quero apenas ficar parado e vê-la se machucar quando sei que há algo que posso fazer sobre isso.”

Ele assente. “Segredos como esse nunca são bons. Eles machucam as pessoas. Coloquei Hadley na mesma posição, e no começo, fiquei com raiva dela por ter dito ao clube, senti que não era dever dela compartilhar esse tipo de merda.” Ele abaixa a cabeça. “Mas agora, sou muito grato que ela fez. Sou grato que ela teve coragem de fazê-lo.”

Posso ouvir o que ele diz, que preciso estar em sintonia com Optimus e deixá-lo saber, que Sugar ficará puta comigo, mas, a longo prazo, será melhor.

"Por que você não nos disse?" Pergunto suavemente. Não quero que ele fique na defensiva. Só quero saber. Teríamos ficado ao lado dele, nós sempre ficamos.

Ele limpa a garganta, os dedos fechados em punhos em seu colo. É estranho ver alguém que sempre foi a vida da festa. A pessoa com quem sempre pode contar para dizer uma piada numa situação tensa, desmoronando diante de seus olhos. Quero vê-lo sorrir, ouvi-lo dizer algo que me fará rir, mas em vez disso, tudo que vejo é meu irmão caindo aos pedaços.

"Eu estava com medo, cara", ele finalmente responde, sua voz tão baixa que tenho que me esforçar para ouvi-lo. “Temi que tudo isso fosse tirado de mim. Que as pessoas me olhariam de forma diferente. Estou destinado a ser aquele cara ... aquele que está sempre feliz, que pode levar uma bala e contar uma piada sobre ter sangue no carpete. É o que sou."

"Você também é alguém que significa tudo para as pessoas daqui", retruco. “Nunca iríamos julgá-lo por passar por essa merda. Nunca pensaríamos que é menos forte ou menos digno de ser nosso irmão.”

Uma lágrima escorre de seu rosto e imediatamente me levanto, puxando-o da cama e envolvendo os braços ao seu redor. No começo, ele tenta fugir, empurra contra mim, mas só seguro forte.

"Nós te amamos, filho da puta", silvo, tentando controlar minhas emoções. "Pare de tentar se esconder e nos deixe estar lá por você."

"Não quero arrastar vocês para baixo comigo", ele rebate mesmo quando seu corpo fica mole em meus braços e ele me abraça de volta.

"Nós vamos ao inferno com você se for o que precisa", retruco. “Somos um todo. Não há como arrastar uma pessoa. Um cai, todos caímos. E fazemos isso com um maldito sorriso em nossos rostos.”

Ele solta um soluço alto e enterra o rosto no meu ombro.

Um movimento chama minha atenção e olho para cima encontrando Optimus e Blizzard em pé na porta. Seus olhos brilham com lágrimas não derramadas, e sem dizer uma palavra eles entram e nos cercam. Slider pula quando sente dois outros corpos em nossa volta. Nem uma palavra é dita enquanto ficamos ali em silêncio, Slider quebrando em pedaços, nós três segurando-o.

Esta é minha irmandade.

Quatro homens de pé numa porra de quarto, braços em volta um do outro enquanto lutamos contra as lágrimas, fazendo nosso melhor para recolher as peças do nosso irmão quebrado e mostrar a ele que estamos lá.

Não importa que porra aconteça.

Todos demos um passo atrás, Optimus me olha e posso ver as palavras em seus olhos. Isso é o que segredos fazem, eles nos separam.

Nós somos mais fortes juntos, e quanto mais cedo Sugar perceber isso, melhor. Antes que ela afunde demais e antes de perdermos outra pessoa.

Limpo a garganta e olho Slider. “Você se sente à vontade para uma corrida? Posso precisar de sua ajuda com algo.”

Talvez se ele falar com ela, pode ajudá-la a ver algum tipo de razão. Ele pode me ajudar a convencê-la de que fazer merda sozinha e tentar esconder seus problemas nunca é bom. Talvez se ela puder ver a dor em seus olhos, ela entenda.

Ele levanta a sobrancelha enquanto limpa as bochechas. "Sim, eu acho. Eu tenho tempo.”

Optimus e Blizzard dão-lhe tapinhas nas costas.

“Hadley e Leo estão voltando. Eles estarão aqui amanhã, e há muita merda que precisamos discutir", Optimus diz enquanto vai para a porta. "Vou precisar de vocês aqui.”

"Sem problema", respondo.

Slider assente. "Estarei aqui."

Dou-lhe um tapinha nas costas. "Que tal um passeio?"

 

Capítulo vinte e cinco

Wrench

 

Slider e eu não chegamos a Sugar.

Ele caiu da moto.

Isso me assustou para caralho.

Ele desmaiou, e tive que assistir impotente enquanto sua moto deslizou pela estrada, jogando-o nos arbustos. Fui com ele ao hospital e passei a maior parte do dia lá enquanto tentaram o melhor para consertá-lo. Não foi uma ameaça à vida, mas com todos os problemas que ele já tem, está fraco.

É aí que a merda bateu no ventilador.

As coisas com Sugar foram forçadas de lado - uma das vezes que o clube precisa estar em primeiro lugar.

Com um plano em prática, fiquei confinado no clube. Sabíamos que estava chegando, mas não pudemos ter certeza quando. A única coisa que sabíamos era que, quando chegasse, precisávamos de todas as mãos possíveis. Acontece que não importa quantas mãos temos, o poder de fogo ou se nosso plano é sólido. Dois dias depois me sentei com Slider no hospital - grato por não ter visto meu irmão morrer naquele dia, grato por ele ter conseguido sobreviver e ser forte o suficiente para resistir - nós o perdemos.

Sento no clube, olhando a parede, a sensação de morte enchendo o quarto. Soluços suaves são o único som enchendo a sala enquanto todos nos reunimos, tentando entender o que aconteceu.

Sinto-me entorpecido.

Perder um irmão nunca é fácil, e isso aconteceu muitas vezes durante meu tempo com o clube. Faz parte do nosso estilo de vida, cada um abraçando o fato de que um dia pode ser conosco. Nenhum de nós fugindo ou recuando. Mesmo quando estamos com medo, ficamos altos e juntos porque essa é a essência de quem somos.

Muitos de nós viemos de vidas em que perdemos amigos ou familiares, onde crescemos lutando para encontrar um lugar no mundo. Os Brothers by Blood deram a todos uma família que ficará ao seu lado e enfrentará o fogo do inferno se isso significar proteger as pessoas com quem nos importamos.

Se estamos relacionados por sangue ou não, nunca teve importância. É sobre ganhar seu lugar numa família através de lealdade e confiança. Algumas pessoas dizem que não pode escolher sua família, mas estão erradas. Eu escolhi a minha.

Isso é foda.

O sofá afunda ao meu lado e olho pelo canto do olho para ver Optimus me encarando, os olhos injetados, mas o rosto é uma máscara severa. Ele é nosso líder, ele tem que se manter forte por nós e nos fazer caminhar. Ele é o único que nos empurra para a frente, apesar de perder uma parte importante do nosso quebra-cabeça. Deve ser muita pressão para ele segurar, mas se há alguém que pode fazer isso, é ele.

"Saia daqui", diz ele duramente, mas com uma rachadura na voz.

Afasto-me, surpreso com as palavras.

Seus ombros caem e ele balança a cabeça. “Você precisa dela agora. Então vá até ela.”

Olho para ele, me perguntando se estou tão profundamente atordoado agora que meu cérebro está ouvindo coisas que não podem ser verdade. Os últimos dias foram ocupados, mal tive tempo para respirar enquanto coordenava com Judge e seus garotos para ter certeza de que tudo correria bem.

Quando a merda bateu no ventilador, um dos homens de Simon foi capaz de embaralhar o sinal no carro em que levou Hadley. Levou quase vinte minutos para passar através de suas defesas e achar o dispositivo de rastreamento on-line para que pudéssemos encontrá-los. A cada segundo que passou, me perguntei se seria tarde demais, se minhas habilidades não eram boas o suficiente para resgatar Hadley, e se seria o responsável por Leo perder outra pessoa que ama.

Meu cérebro está frito, estou no piloto automático.

"Eu deveria estar aqui com vocês", falo. "Se os encontrasse mais rápido-"

"Pare com isso", retruca Optimus. "Não foi sua culpa. Nenhum de nós poderia tê-lo parado e ele não nos gostaria disso também. Ele quis sair como um herói, ele estava com medo de apodrecer e se perder. Ele conseguiu o que queria."

Solto uma respiração instável.

“Harlyn está com ela. As duas vão precisar de você,” ele diz, seu rosto caindo. “Tenho que estar aqui agora. Não posso apoiar todo mundo, então preciso que faça isso por mim. E sei que é o que precisa também.”

Minha garganta está apertada e restrita. Optimus pode estar bravo, irritado com o que fiz e os segredos que sabe que ainda escondo, mas isso não é importante agora.

"Sim... ok."

Nós dois nos levantamos ao mesmo tempo e viramos para encarar um ao outro.

"Posso não gostar muito agora, mas você é meu irmão, e te amo seu idiota," ele rosna enquanto nos encaramos. "Vá."

Respiro fundo, acariciando-o no ombro quando passo e vou direto para minha moto. Ele está certo, preciso dela. Não é apenas um relacionamento onde ela se apoiará em mim e eu a segurarei. Não, funciona nos dois sentidos.

 

Bato na sua porta da frente, ouvindo o som do riso que vem de dentro. Apoio as mãos contra a porta quando ouço passos vindo em direção à entrada. Quando sua silhueta enche o vidro entre nós, meu corpo estremece, e sinto minhas emoções aumentando na boca do meu estômago.

A porta se abre e ela fica na minha frente com um sorriso no rosto.

Eu amo isso.

Desde que nos conhecemos, sempre foi minha missão encher seu rosto de brilho, ouvi-la rir e vê-la sorrir. Mas quando ela estuda meu rosto, o sorriso lentamente some, e ela respira fundo. Olho em seus olhos, tentando fazer minha boca se mover, mas falhando completamente.

Ela imediatamente corre para frente, me atingindo com tanta força que quase nos joga para trás pela escada. Afundo o rosto em seu cabelo, lutando para recuperar o fôlego, tentando meu melhor para não quebrar em sua varanda.

"Estou aqui", ela sussurra. "Estou bem aqui.”

Ficamos ali por um tempo que parecem horas, com ela pressionada firmemente contra meu peito, eu apenas sentindo seu cheiro, apenas sabendo que ela está lá.

Quando Harlyn grita para ela, obviamente se perguntando porque demora tanto tempo, finalmente nos separamos, e digo as palavras que até aquele ponto consegui evitar. "Slider está morto.”

Seus lábios franzem e ela respira instável antes de olhar por cima do ombro e entrar. "Harlyn vai ficar despedaçada."

Tiro o boné e coço a cabeça antes de colocá-lo de volta. "Optimus ... ele precisa estar no clube agora."

Ela assente. "Eu sei. Vamos. Acho que precisamos sentar e conversar.”

Meu intestino se agita enquanto caminhamos para dentro, de mãos dadas. Slider pode ter estado ausente nas últimas semanas, mas ele e Harlyn criaram um vínculo desde que Sugar e ela voltaram. Ele é bobo e imaturo na melhor das hipóteses, algo que as crianças todas amam.

Harlyn ergue os olhos de seu lugar na mesa da sala de jantar, livros de colorir, canetinha e biscoitos espalhados ao redor. Seus olhos instantaneamente vão para onde nossas mãos estão unidas e seus olhos se iluminam. "Eu sabia!" Ela sorri quando salta de sua cadeira. “Vocês estão apaixonados? Como papai e Chelsea?”

Olho Sugar, que apenas sorri. “Temos algumas coisas para falar com você, menina. Por que não vem sentar?

 

Sugar


"Lembro que uma vez ele tentou fazer bolhas comigo e engoliu a mistura de bolhas." Harlyn sorri quando nos sentamos no sofá e conversamos sobre Slider e como ele é importante para nós. Ela está no colo de Wrench, seus braços ao redor dela e sua cabeça no peito dele.

Ela está de pijama, se preparando para dormir. Falei com Op, e ele disse que provavelmente é melhor que no humor do clube agora, ela fique aqui esta noite. Entendo que é sem dúvida uma decisão difícil para ele, mas também sei que há um clube inteiro de irmãos e mulheres que estão olhando para ele neste momento. Eles esperam que ele seja forte por eles.

Harlyn chorou mais cedo quando explicamos que ele se foi. Embora fomos por um caminho mais fácil para ela entender e explicado que ele estava doente, não faz doer menos.

"Lembra quando ele tentou nos convencer que poderia voar?" Rio baixinho.

Harlyn revira os olhos. "Ou quando disse que tinha um elefante de estimação morando em suas calças."

Wrench e eu nos entreolhamos e tentamos conter o riso.

"Só Slider." Wrench ri quando ele balança a cabeça. "Acho que é hora de ir para a cama, senhorita", diz ele enquanto segura Harlyn nos braços e se levanta.

Ela boceja e se aconchega mais perto dele. "Estará aqui de manhã?"

Ele olha para mim e assinto. Quero que ele fique. Quero estar lá para ele, consolá-lo em seu tempo de necessidade, assim como ele faz comigo. Todo o resto não importa neste momento. A merda com Peter, o drama com Op. Nada é importante agora.

"Sim, garota, estarei aqui."

 

Capítulo vinte e seis

Sugar

 

O funeral do Slider é emocionante e sincero. Não há muito a ser dito, mas com toda a honestidade, não precisamos de muitas palavras. Slider foi uma alma brilhante cuja vida fala por si. Ele foi embora muito jovem, mas também não pudesse dizer que ele não viveu.

Wrench passou os últimos dois dias tentando achar sua irmã. Com a ajuda de Judge, finalmente conseguiu localizá-la e informá-la do que houve. Acho que é tarde demais para eles, e isso parte meu coração, mas vê-la lá dizendo adeus é edificante.

Esperançosamente, com os irmãos ao seu redor, eles podem ter um pouco de paz em saber que ele era amado e estimado. E apesar do que passaram quando crianças, ele nunca estava sem um sorriso no rosto.

Ele encontrou uma família aqui.

Paro ao lado da esquina da igreja enquanto os meninos o levam para fora. Queria que Wrench estivesse com seus irmãos, e Harlyn foi decidida em estar lá para seu pai.

Uma lágrima escorrego por meu rosto enquanto eles o colocam dentro do carro fúnebre, a enorme quantidade de pessoas que veio se despedir é impressionante. Irmãos de outros clubes dos Estados Unidos vieram oferecer condolências e celebrar a vida de um homem que ninguém jamais esquecerá.

"Deve ser tão triste perder alguém que se importa", a voz vem de trás de mim.

Minha coluna se endireita e olho por cima do ombro, encontrando Peter a poucos metros, imitando minha postura. Seu ombro está apoiado contra a parede, e as mãos pendiam de lado, uma casualmente segurando uma arma como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Dou um passo para trás na sombra da igreja, o pequeno beco não suficientemente largo para eu esticar os braços. Virando, estreito meus olhos para ele. "Vá para casa, este não é o lugar nem a hora, a menos que queira ser morto."

Com os irmãos já em um lugar de merda, só levará uma palavra de Peter, e alguém quebrará. Isso é sobre apreciar e celebrar a vida de Slider. Não há maneira no inferno que eu vá deixá-lo transformar isso em algo destrutivo.

Ele dá de ombros. “Eu me pergunto quantas balas posso disparar. Quantas pessoas posso derrubar antes mesmo deles pensarem em pegar suas armas.”

Endireito a postura e dou um passo para trás. Ele levanta a arma, apontando diretamente para mim, e congelo.

"Vamos dar uma voltinha, não é?", ele pergunta, mesmo sabendo que naquele momento não há opção. Cerro meus dentes e desço o beco, esperando como o inferno que ninguém passe e questione minha saída.

Ele me guia entre dois outros edifícios antes de sairmos numa rua onde há uma limusine esperando. O motorista para na porta, mantendo-a aberta para nós. Ouço o rugido de motos começarem e meu estômago afunda enquanto corro para entrar no carro, sabendo que eles irão em direção ao cemitério. Peter toma seu tempo, e observo pela janela enquanto as motos contornam a esquina e se dirigem para nós.

Nenhum deles parece formar uma progressão atrás do carro fúnebre. Avisto Wrench, e meu intestino cai quando seus olhos se dirigem para a limusine por um breve segundo, sentindo como se ele estivesse me olhando diretamente. Sei que ele não pode me ver, o vidro nas janelas muito escuro, mas é como se ele pudesse sentir que estou lá.

“Leve-nos para casa”, ordena Peter, e o motorista assente com firmeza quando fecha a porta e vira para o lado do motorista. Mal nos movemos antes de Peter abrir o bar e se servir de uma bebida. Não é incomum vê-lo segurando um copo de vidro, girando champanhe ou bebendo vinhos caros.

Não apenas em jantares ou encontros. Ele toma um copo com o almoço ou leva um para o escritório enquanto trabalha. Ocasionalmente, até encontrei copos vazios no banheiro, mas até agora, parece normal.

"Gostaria de uma bebida?" Ele pergunta, seus olhos brilhando com o que parece alegria ou excitação.

Franzo o nariz. "Não, não quero", digo duramente, sabendo que ele pode ter posto algo em um dos copos. Se esse é seu plano, me viciar novamente, espero que saiba que sei exatamente o que está fazendo.

Ele dá de ombros sem se importar e volta a se sentar. Quero vomitar. Não me sinto presa faz um longo tempo, sentar num carro com o homem que fez sua missão de vida me destruir, traz de volta a sensação.

“Ouvi um sussurro no vento que visitou Eric,” ele começa, não reprimindo o desgosto quando menciona o nome do amigo. Eric disse que não são mais próximos, mas talvez Peter não esteja feliz com o fato de Eric estar seguindo em frente com sua vida se distanciando de sua loucura. “Tirando a criança da equação. Jogada inteligente."

Ele assente como se quase apreciasse as ações que fiz contra ele. Sei que não é uma informação que apenas flutuou na brisa, ele teve que procurar por ela.

“Doeu? Saber que um de seus amigos me ajudou?” Zombo. Sem aviso, ele bate a palma da mão contra a janela do carro. Pulo e me afasto, meus olhos arregalados.

"Eric não é meu amigo", ele zomba, seus olhos brilhando com fogo. "Ele me traiu."

Eu o observo cautelosamente enquanto sua raiva enche o carro com tensão. Acho que ele sabe o que Eric fez, sabe que ele me ajudou a escapar.

Claro que ele sabe.

Decido jogar pelo seguro, manter minha boca fechada e não apertar seus botões. Quanto mais confortável ele estiver comigo, melhor. Preciso que ele compartilhe informações, reclame e delire para que eu possa de alguma forma descobrir qual é o seu papel dentro de tudo isso.

Foi só para me machucar?

Ele tem algum motivo oculto?

As drogas que controla estão obviamente se tornando maiores do que antes. É óbvio que ele quer espalhá-las por todos os estados, mas quando pessoas ou clubes como os Brothers by Blood estão em seu caminho, ele tem que recuar ou revidar.

Peter não é de recuar.

Paramos do lado de fora da casa que muitas vezes assombrou meus sonhos. É exatamente como me lembro, da pouca memória que tenho de estar lá. É realmente linda. De estilo vitoriano e existe há muitos anos. Enquanto tenha o exterior antigo, foi redesenhada para parecer moderna com cores escuras e alvenaria que emolduram a grande porta.

Pelo que entendi, está na família de Peter há muito tempo. É a razão pela qual ele mora aqui e escolhe viajar a trabalho, em vez de estar em tempo integral em Nova Iorque, onde a empresa de sua família está e onde seus pais moram. Ele me disse uma vez que as lembranças que tem da casa significam algo para ele, elas são importantes em sua mente.

Esforço-me para entender como alguém tão destrutivo e sem coração pode sentir algo. Acho que a seu modo, ele realmente acredita que o que fez comigo era do meu interesse. Como se quase sentisse que colocou seu coração e alma em nosso relacionamento e eu o desprezei.

Não, ele me destruiu.

Se não pode ver isso, então há mais problemas aqui do que pensei.

Saio do carro e respirei fundo sabendo que isso será doloroso. Peter pode ter lembranças agradáveis daqui, aquelas que o atraem e o mantem aqui. Mas toda lembrança que tenho dentro desta casa me fazer querer sair correndo e gritando.

Minhas mãos tremem, meus olhos giram de um lado para o outro enquanto tento descobrir se posso fazer isso. Realmente quero reviver essa dor?

Quando olho para o lado, Peter está me observando, segurando a arma na mão. Percebo agora que ele nunca a abaixou, exceto para se servir de uma bebida. Seus olhos me encaram, quase me desafiando a tentar escapar, a promessa de que irá me caçar como um animal evidente em seu olhar demoníaco.

Ele acena com a cabeça em direção à casa. "Vamos entrar e conversar."

Meus pés parecem ter sido mergulhados em chumbo, cada passo mais pesado que o anterior. Meu peito já está apertado quando Peter se aproxima e abre a porta, esperando de lado e me guiando primeiro.

O cheiro é a primeira coisa a me atingir, e imediatamente senti como se estivesse me afogando.

Peter tem duas empregadas domésticas, elas mantêm a casa tão perfeitamente limpa que praticamente te seguem, pegando coisas e limpando maçanetas em que toca.

Ele gosta das coisas limpas - limpas demais. Ele odeia bagunça nos negócios e em sua vida pessoal.

O cheiro de produtos de limpeza e água sanitária me atinge no rosto, e de repente, estou de volta onde comecei. De volta ao portal do inferno.


De pé no centro da sala, posso sentir seus olhos em mim.

Minha visão estava nebulosa, mas pude ver alguns de seus movimentos, algumas das sombras. Podia ver o branco de seus olhos enquanto me estudavam com genuína curiosidade, enquanto outros olhavam como se eu fosse sua próxima refeição.

Havia uma voz na minha cabeça, embora parecesse à distância, como se tivesse sido empurrada muito para trás agora para causar algum impacto no que acontecia.

Corra, ela disse - não, grite.

Era a minha voz, queria que eu corresse, dar o fora dali e me salvar. Mas mesmo que quisesse ouvir, não conseguia me mexer. Meu corpo estava dormente, do jeito que gostava. Meus membros não se sentem mais meus. Quero que a voz vá embora também. Eu odiava o barulho, é por isso que estava neste lugar para começar, para escapar do barulho.

Então empurrei mais para trás, escondendo-a.

Com cada pílula que tomei, pareceu ficar mais quieta, me deixando em silêncio e feliz.

Estava cansada de me machucar, cansada de sentir que não era normal e ser olhada como se fosse uma aberração. Peter estava me salvando, ele estava me salvando. Sem mais calmantes ou colapsos onde considerei acabar com minha vida, sem mais loucuras ou estados maníacos onde envergonhei minha família.

Peter se importava, queria tirar minha dor e queria estar lá para mim. Mas a fim de conseguir as pílulas que eu queria, tive que ajudá-lo também.

Uma porta se abriu. Eu não conseguia mexer a cabeça para ver quem tinha entrado, parecia ter um tijolo nos meus ombros. Senti a onda de ar passar por meu corpo - quando bateu meu corpo nu, arrepios estouraram na minha pele.

Vozes zangadas falavam baixinho no canto. Estavam abafadas, mas quase consegui entender algumas das palavras.

"... precisa parar ..."

“… Mostre a eles o que pode fazer…”

Não significou nada, meu cérebro lutando para juntar o que as vozes diziam. Outra rajada de vento passou por mim e a porta foi fechada em segundos. Foi quando Peter saiu para a luz, seu rosto contorcido de raiva.

Meus olhos se arregalaram quando ele segurou outro comprimido entre os dedos. Eles eram tão pequenos, mas eram tudo. Eles eram a minha cura e a única coisa que já me ajudou a me sentir menos louca.

“O que vai fazer por isso, Annabelle?” Ele perguntou com os dentes cerrados.

Algo o perturbara, eu podia dizer. Poderia consolá-lo, perguntar se ele estava bem, mas em vez disso, tudo que podia ver era a pílula.

"Qualquer coisa", sussurrei, a voz na parte de trás da minha cabeça chorando de dor. Eu precisava silenciá-la. Lambi meus lábios. "Qualquer coisa."

"Fique de joelhos e implore por mim."

Então eu fiz.

 

Capítulo vinte e sete

Sugar

 

Gemo e rolo de lado. Algo úmido foi colocado na minha testa, esfriando minha pele. É bom. Quero que fique lá. Meus olhos se abrem, a luz brilhante me fazendo os estreitar. Tudo é um borrão, formas e cores que parecem formar um arco-íris torto. Minha cabeça doí, muito, mas não consigo entender o porquê.

"Não se sente", diz Peter, sua voz por perto.

Então me atinge, o cheiro, as lembranças, a vergonha toda inundando-me de uma só vez. Seguro minha mão na boca para impedir que o vômito se derrame pelo chão.

"Merda", ele amaldiçoa. "Aqui."

Uma tigela de vidro é empurrada na frente do meu rosto e rapidamente a pego, metade do meu corpo pairando sobre a borda do sofá enquanto esvazio o conteúdo do meu estômago em algo que parece uma fruteira de cristal.

Lentamente, forço meu corpo a sentar, colocando a tigela entre as pernas e pendurando a cabeça sobre ela. Uma mão afasta meu cabelo, puxando-o para trás e para longe do rosto. Isso envia um arrepio por minha espinha e me afasto. Meus olhos se estreitam enquanto limpo minha boca com as costas da mão.

"Não se atreva a me tocar", digo, minha voz tremendo.

Não estou exatamente com medo de Peter, mas ele tem o poder. Ele sabe coisas sobre mim, tem provas da merda que fiz. Ele tem o poder que pode usar contra o clube, para fazê-los parecer mal. O que ele não tem, é uma porra de bússola moral. Isso é perigoso quando misturado com sua necessidade de estar no topo e as conexões que ele tem na manga.

Quantas pessoas ele chantageou para ter este medicamento no mercado?

Deacon disse que não tem ideia de como foi aprovado pelo FDA. Provavelmente porque foram pagos para calar a boca, ou substituídos por pessoas mais fáceis de manipular.

"Não sei o que quer de mim", digo finalmente quando ele apenas me olha do outro lado do sofá.

"Eu te perdoo", ele responde, seu rosto suavizando. "Eu preciso que saiba que te perdoo por correr e que mesmo que me machuque, estou disposto a seguir em frente."

Acho que meu cérebro vai explodir neste momento. De que diabos ele está falando, me perdoar? Seguir em frente?

Coloco a tigela no chão e me levanto, meu corpo vacilando por um momento antes que encontre equilíbrio. Devo ter desmaiado. As emoções e memórias se tornando demais para lidar, então meu corpo desligou para tentar me proteger. Mesmo que tenha, posso sentir minhas mãos tremendo, e pelo canto do meu olho vejo as sombras começando a se infiltrar. Preciso lutar, e preciso fazer agora antes de quebrar.

"Você me perdoa?" Pergunto, balançando a cabeça e dando um passo para trás quando ele fica de pé. Peter não é pequeno, ele é alto e, embora não seja musculoso como Wrench, ele ainda é forte o suficiente para ser intimidante. “E toda a dor que me fez passar? Porque eu não te perdoo.”

Suas sobrancelhas se juntam. “Eu estava te ajudando. Você acha que foi fácil para mim ver que tem esses ataques e te ver desmoronar? Acha que gostei de ver alguém que me importo com tanta angústia e dor?

“Você me usou para testar essa droga. Você me viciou nestas malditas pílulas,” grito, lágrimas enchendo meus olhos. As sombras estão chegando, mas estou tentando meu melhor para forçá-las de volta. Eu preciso, não posso arriscar o que acontecerá se eu quebrar agora, aqui com ele.

Ele dá um passo ameaçador para frente. “Elas te fizeram melhor. Você me implorou por elas e não pude dizer não. Elas te ajudaram.”

Meus olhos se arregalam. Não posso acreditar no que estou ouvindo, não faz sentido. "Você ao menos ouve o que está dizendo?" Digo, esfregando meu peito com a palma da mão, tentando manter o sangue bombeando e permanecer alerta. Peter parece iludido como se realmente acreditasse que o que ele fez me ajudou como se não tivesse me destruído completamente e me transformado em um zumbi.

Seu rosto suaviza. “Eu estava te ajudando a ser normal... se sentir normal. E tinha que provar para as pessoas que a droga... funciona. Eles precisavam ver. Pessoas assim, eles não entendem como é para pessoas como nós passarem o dia lutando para manter nossa posição social quando todos esperam que caiamos.”

Recuo, o fato dele estar justificando a maneira como ele me usou quase me fez pegar a tigela e vomitar novamente. Ele sacode a cabeça, vindo em minha direção com a mão estendida, ele pretende tocar meu rosto, mas saio do caminho e vou para a porta, desesperada por ar, com medo de ficar presa nesta sala com ele e tê-lo ao meu redor.

Continue lutando, droga.

Sua mão agarra meu braço, puxando-o com força e torcendo meu corpo, batendo-me contra a parede. O baque alto faz os quadros na parede tremerem, nenhum de nós se movendo um centímetro até que o som para.

Sua respiração se espalha contra meu rosto enquanto ele fica em cima de mim, suas feições duras agora se tornando ferozes e implacáveis. "Você me fez parecer um tolo", ele cospe. "Depois de tudo o que fiz por você, você fugiu com o bebê de outro homem".

Ofego, não achei que ele soubesse.

"Acha que sou idiota? Acha que não consegui descobrir que os horários e as datas não batiam. Pensei em casar com você provaria meu compromisso. Mostrar a você que não me importo e aceitar a você e a criança de qualquer maneira, mas tudo que você fez foi jogar tudo na minha cara,” ele ruge, e me espremo contra a parede, esperando por algum milagre que possa afundar nela.

Ele enfia a mão dentro do paletó e me esforço para respirar quando ele puxa a arma que usou antes. Meus joelhos estão fracos, e luto uma batalha perdida tentando me impedir de desmoronar.

"Sou um homem de negócios, Annabelle. As pessoas olham para mim. Elas veem grandeza e, no entanto, você é minha fraqueza. Um homem como eu não pode ter uma fraqueza.” Ele bate a arma contra a parede ao lado da minha cabeça. “Você está comigo... ou agora é onde quebro nossa conexão para sempre. Não vou te deixar me derrubar novamente, não vou deixar me fazer de idiota." Ele torce a arma de modo que o cano esteja pressionado contra minha testa e lágrimas começam a cair por minhas bochechas.

Peter se perdeu. Não há como chegar até ele, nenhum raciocínio. Talvez eu o tenha levado ao limite? Ele pareceu tão respeitoso e genuíno para começar, sempre um cavalheiro e sempre me lembrando que estaria lá comigo, apesar da minha condição.

Então as drogas começaram, e foi como se ele tivesse perdido a cabeça.

"Eu-"

Ding dong.

A cabeça de Peter vira para o lado, claramente irritado com a interrupção. Fico presa na parede, mesmo quando ele dá um passo para trás e acena a arma na minha frente. "Não se mova".

Posso ver parte da porta de onde estou. Ele se aproximou e abre. "O que quer, Ruby?" Ele pergunta asperamente quando uma pequena menina loira entra. Mesmo que ela esteja de costas, posso dizer que ela é jovem.

"Ele não vai me dar nada. Preciso de você,” sua voz suave implora. Suas mãos estão penduradas nos lados, ambas tremendo profusamente. Ela tem uma tatuagem nas costas, parecia escrita, elegante e cursiva, mas não conseguia entender o que diz.

"Eu lhe disse para não vir aqui", Peter responde.

Preciso sair daqui.

Ele empurra-a para a porta, mas ela luta. Suas vozes se tornando baixos sussurros irritados. Conheço esta casa, posso sair enquanto ele está distraído, mas primeiro tenho que forçar meu corpo a se mover.

Wrench. Se puder chegar até ele, ficarei bem.

Mantenho a imagem de Wrench em minha mente. Ele está de pé ao meu lado, ele não me toca, mas está lá.

Lute de volta, droga.

Dê o fora.

Dou um passo lento e depois outro. Há uma passagem traseira que leva desta pequena sala de estar para a cozinha. Vou para lá, congelando quando chego à porta. Não há luz lá dentro, é longo e escuro. Estou com medo, uma vez que as sombras me peguem e não consiga ir mais longe. Esta sala, tem luz, grandes janelas permitem que o sol entre.

Olho para elas. Estão abertas, apenas um pouco, apenas o suficiente para caber meu corpo.

Mudo de caminho e tropeço em direção à janela. Ainda posso ouvir Peter e a jovem discutindo na porta da frente o que me estimula. Minhas mãos trêmulas apertam a moldura da janela e levanto a perna, deslizando-a através da abertura.

Posso fazer isso. Se não soubesse o que Peter faria para me manter aqui. Suas ilusões de estarmos juntos fazem com que ele pareça louco.

Ele é fodidamente doido.

Escorrego metade do meu corpo através do espaço, segurando a armação enquanto levanto minha outra perna e fico pendurada por um momento, respiro fundo enquanto me preparo para pular no jardim abaixo.

A janela está no lado da casa, a salvo da vista da varanda da frente, mas tenho com medo que o barulho o alerte. Então eu o ouço gritar, e neste momento salto, caindo nos arbustos sob a cobertura de sua voz. Fico lá por um momento, sem saber o que fazer a seguir.

Onde posso ir?

Para onde correr?

Não tenho telefone, não tinha como entrar em contato com alguém para vir me buscar.

Porra! Mal consigo me mover, minha respiração ficando mais pesada enquanto luto para me manter acordada e alerta.

Apenas corra.

Luto contra meu cérebro, apesar de cada parte dele gritar comigo para me acovardar. Limpando as mãos e joelhos, rastejo pelos arbustos, posso sentir varetas afiadas cutucando minha pele, mas não sinto dor. O modo de sobrevivência está ativo, e preciso passar por isso, assim como todos os outros episódios que tive. É difícil pensar que não sou louca, que isso acabará, mas tento de qualquer maneira.

A limusine está vazia na entrada da garagem. Não consigo ver o motorista por perto, então corro pelo gramado e me abaixo atrás dela. Duas respirações profundas e então saio, assim que a porta da casa se fecha atrás de mim. Tropeço quando cheguei à trilha, me impedindo de cair, em seguida, avançando novamente. Lágrimas correm por meu rosto enquanto corro, escondendo meu rosto enquanto os carros passavam, provavelmente me olhando como se eu fosse uma lunática.

Nada de novidade nisso.

Sei que Peter irá me procurar, então tomo uma rua lateral.

Minhas pernas estão fracas e luto para respirar através da torrente de lágrimas que correm por meu rosto. Desço outra rua, há apenas casas e casas, e não sei o que fazer.

Bater numa porta?

Espero que me deixem usar o telefone e não chamem a polícia.

Tento procurar em minha mente. Eu moro aqui. Deveria saber o caminho para fora, mas minha cabeça está nublada, e o barulho implora para encher meus ouvidos. Meus pés começam a se arrastar e tropeço, caindo com força no concreto.

Um carro passa rápido e ouço gritos estridentes.

"Não", balanço a cabeça, tentando me levantar. Estou no gramado de alguém ... se conseguir chegar até a porta.

"Annabelle!"

"Não", grito, afundando meus dedos na grama, tentando me afastar da estrada.

Uma mão toca meu ombro e grito, virando e atacando.

"Hey!" Eric recua, com os olhos arregalados quando se levanta as mãos em sinal de rendição. "Não vou te machucar. Eu só quero saber se você está bem.

Segurança. Eric, ele é segurança.

"Eu preciso ... preciso ir", gaguejo. "Peter…"

Sua testa franze e ele estende a mão para mim. Eu me encolho. Não quero ser tocada.

"Ok, tudo bem", diz ele, esfregando o rosto. "Pode entrar no carro?"

Olho para a rua, seu carro está estacionado no meio-fio. Se puder chegar lá, estaria segura.

Assinto.

Apenas chegar ao carro.

Respirando fundo, me forço a ficar de pé. Eric fica ao meu lado enquanto dou um passo atrás do outro em direção a seu carro. Ele abre a porta, segurando-a enquanto deixo meu corpo cair, os assentos de couro se sentindo como o céu contra minha pele quente.

Ele corre e fica do lado do motorista.

“Preciso ligar para Wrench”, consigo dizer quando ele se afasta e segue pela estrada.

"Pode ligar da minha casa", ele diz calmamente, seus olhos passam rapidamente da estrada para mim e depois de volta. "Ficará tudo bem."

Há aquelas palavras que odeio ouvir, que me fazem sentir como se minhas emoções e meus colapsos fossem sem motivo. Mas ignoro isso.

Estou a salvo agora. E logo Wrench estará aqui.

 

Capítulo vinte e oito

Wrench

 

Depois de carregar o corpo de Slider no carro funerário, olho em volta, procurando Sugar. Meu peito doí e tudo que quero é senti-la comigo. Ao avistar Harlyn, me abaixo na multidão ao lado dela. Ela automaticamente estende a mão para mim e a pego nos braços.

"Você viu sua mãe?" Pergunto enquanto a embalo contra meu lado.

Ela balança a cabeça. Posso dizer que hoje tem sido difícil para ela, seus olhos constantemente examinando a multidão como se não estivesse ciente de quantos irmãos há. Eles vieram de todos os lugares para prestar seus respeitos, e Harlyn está completamente maravilhada.

“Eu a vi há alguns minutos, mas ela parece ter ido embora ", diz Chelsea, movendo-se ao meu lado.

Sei que Sugar queria nos dar espaço. Ela quer que eu passe tempo com meus irmãos, esteja lá para eles e sinta o apoio que compartilham. Sei que ela se sente fora de lugar, ela sente como se os olhos estivessem constantemente sobre ela, julgando-a pelo que fez. E ela e Optimus mal trocaram uma palavra. Mas agora ela desapareceu e, no fundo, sinto uma pontada, dizendo que há algo errado.

Os garotos já estão em suas motos, se despedindo de suas mulheres. Nós vamos ao cemitério e ajudaremos a enterrar nosso irmão, enquanto as mulheres e visitantes vão ao clube para se preparar para o serviço a seguir. Haverá muita bebida, festa e comemoração.

Todos sabemos que uma vez que o funeral termina, não há mais luto pela vida de nosso irmão. Uma vez que nos despedimos, a única coisa a fazer é celebrar a existência de Slider.

Faço uma careta, entregando Harlyn para Chelsea enquanto observo meus irmãos indo para as motos. “Se vê-la, pode dizer que a estou procurando?”

Chelsea assente com um sorriso suave. "Vou levar Harlyn de volta ao clube. Talvez ela já esteja lá.”

Aprecio que ela tente aliviar minhas preocupações, mas sei que ela não está.

Sei disso no meu íntimo.

Todos subimos em nossas motos. O rugido poderoso de nossos motores juntos é como um número musical, um coro de embalar os motores, cada moto com seu próprio som distinto que a diferencia das outras, mas que, quando juntos criam uma harmonia perfeita. Quando o carro funerário passa por nós, saímos para a rua, um após o outro. Somos uma linha de proteção para nosso irmão, apoiando-o enquanto ele viaja para seu descanso final, jurando nunca o deixar para trás ou ser esquecido.

 


Minha pele está suja e empoeirada quando chegamos ao clube. Nós revezamos cobrindo a sepultura de Slider, enterrando-o lentamente enquanto lembramos das coisas sobre ele que fizeram nosso clube inteiro. É assim que nos lembramos dos caídos. Infelizmente, temos muita prática nisso.

A festa já está em pleno andamento, a música enche meus ouvidos enquanto os meninos e eu desligamos nossas motos. Todos vamos direto para o bar, preciso de uma bebida. Tomo apenas uma antes de ir em busca de Sugar. Olhando ao redor da sala, não consigo vê-la. Talvez ela tenha ido para casa, sentindo-se muito desajeitada ao redor do clube.

"Hey Wrench", diz Ham quando me acomodo numa banqueta. Ele passa um pedaço de papel para mim. “Alguém ligou para você. Eles deixaram esse número. Disse que era urgente.”

Faço uma careta, olhando o pedaço de papel, não reconhecendo o número lá.

Op está me olhando quando levanto a cabeça, talvez ele também esteja ciente de que Sugar não está por perto.

Tiro meu celular do bolso e disco enquanto sigo o corredor para a sala de reuniões. Preciso de um espaço tranquilo. Toca algumas vezes antes que uma voz masculina profunda atenda.

"Eric Deanwell ", a voz rouca responde.

O cabelo na parte de trás do meu pescoço se levanta instantaneamente, e tenho que me impedir de perder a mente neste momento. "Quer me dizer por que diabos está chamando o clube me procurando?" Silvo. Como também não encontro Sugar, estou pronto para acabar com esse idiota.

Eu o ouço zombar. "Você é muito mais educado quando te vejo no tribunal."

“Confie em mim, isso é para meu benefício, não para o seu. O que quer?"

Ele não fala por um momento e estou pronto para desligar. “Annabelle está aqui. Algo aconteceu, e ela está pedindo para você vir buscá-la,” ele explica, com tensão na voz.

O idiota não gosta de mim, e o sentimento foi mútuo. Ele me encarou e a meus irmãos no tribunal do que qualquer outro advogado do estado. Não quero ser amigo dele.

"O que ela está fazendo com você?" Rosno.

Ele suspira dramaticamente, e se pudesse passar através do telefone e envolver os dedos ao redor de sua garganta, eu fodidamente faria. “Apenas venha buscá-la. Vou te mandar meu endereço.”

A linha fica muda e bato meu punho na parede mais próxima. Acontece de ser o punho que ainda segura meu celular, e sinto o vidro esmagar sob meus dedos.

"Vai me dizer o que está acontecendo?”

Olho por cima do ombro para ver Optimus encostado na parede, me observando. Seu corpo está tenso como se estivesse pronto para eu lutar de volta, ou pelo menos pronto para eu acabar com ele para que possa me socar novamente.

Odeio esconder essa merda.

Ele é como um irmão para mim há tanto tempo que nem parece ser meu líder. Ele é apenas da família, isso é tudo.

Quando minha irmã e seu namorado lutavam para pagar o aluguel, ele ofereceu um dos apartamentos que o clube tem na cidade, apenas para ajudá-los a sobreviver. Ele fez isso sem sequer pensar duas vezes porque, se eu me importava com eles, ele também se importa.

Ele fez passar o tempo da prisão me visitando sempre que possível, às vezes uma vez por semana, às vezes uma por mês, mas me mantinha são.

Abaixo a cabeça. "Cara, eu nem saberia por onde começar."

"Que tal pelo começo?" Ele oferece, caminhando em minha direção.

"Está-"

“Não é sua história para contar. Entendo essa merda,” ele corta, parando na minha frente e cruzando os braços sobre o peito. “Mas o que acontece quando essa história tem um final trágico? Um que poderíamos ter evitado juntos, então vai se arrepender de não contar.”

Bato meu punho na parede novamente. "Ela está tentando mantê-lo fora disso. Ela está com medo de que, se você se envolver, vai te arrastar para baixo. É por isso que desistiu de Har. Quanto menos coisas puderem ser usadas contra ela… melhor “.

Ele assente. "Eu entendo o que é querer afastar as pessoas, para que elas não se machuquem, mas lembra do que aconteceu, não é?"

Encolho-me, as lembranças de ver Chelsea quebrada e machucada na cama de hospital, sem saber se ela iria acordar, ou se seu cérebro sofreu danos demais. Nós quase a perdemos, tudo porque Optimus passou muito tempo tentando afastá-la e, em vez disso, se viu no meio de uma maldita guerra.

Optimus está certo, Sugar não pode seguir sozinha. Sei que ela tem culpa e medo de que o clube de alguma forma pague por seus erros, mas o que ela precisa entender é que não há um dia que passe onde não levaria os problemas de meus irmãos nos ombros se for menos para eles carregarem.

Qual é o sentido de fazer parte do clube se não pode confiar neles para estar ao seu lado no momento de necessidade?

Suspiro. “Deixe-me ir buscá-la. Apenas aproveite a noite com os meninos, e podemos conversar amanhã.”

Ele assente, entrando em sintonia comigo enquanto volto pelo corredor. "Onde ela está?"

Paro na porta da sala principal, onde as pessoas estão dançando e brincando. "Promete não me socar no rosto?"

"Não", ele diz severamente, estreitando os olhos.

“Ela está na casa de Eric Deanwell.” Vacilo, esperando a raiva vir dele, mas ele não se move.

“Eric Deanwell?”

"O primeiro e único."

Ele balança a cabeça. "Vá, e fodidamente a pegue," ele diz, sua voz uma mistura de choque e desapontamento. "Você está certo, vamos lidar com essa merda amanhã porque agora, preciso ficar tão bêbado que esqueça o que acabou de me dizer, e não vá com você socar o imbecil."

"Notável", comento, dando uma saudação rápida e abaixando o corpo enquanto vou para a porta.

O passeio é rápido, e estou grato pelo fato de que o idiota Deanwell more na cidade. Tudo o que quero fazer é chegar à minha mulher e descobrir o que diabos aconteceu.

Entrar no subúrbio chique faz minha pele arrepiar. Não é de se admirar que Sugar estivesse tão desesperada para escapar desse lugar. Já posso ver pessoas espiando por suas cortinas, posso imaginar seus dedos prontos para discar ao 911 enquanto passo.

“Jesus fodido Cristo,” murmuro enquanto olho as portas da frente de grandes dimensões feitas de madeira pesada. Elas parecem poder impedir a entrada de um tanque de merda.

Madeira super reforçada?

Até rio quando vejo as maçanetas da porta - porra de ouro, é claro.

Provavelmente ouro de verdade, provavelmente paga pelo clube com a quantidade de negócios que lhe entregamos.

Balanço a cabeça enquanto bato o punho contra a porta.

Tudo o que quero é pegar Sugar e dar o fora desse lugar.

Não pertenço aqui, e ela também não.

 

Capítulo vinte e nove

Sugar

 

Sento na varanda de Eric, olhando o quintal. Com a ameaça de Peter e o espaço aberto e luz, meu coração lentamente começa a desacelerar. Às vezes, leva horas para descer de algo tão estressante, outras só preciso do ambiente certo. Isso e o fato de que sei que Wrench está a caminho.

Eric finalmente entrou em contato com ele, e sei que não demorará até ele estar aqui. Enquanto sou capaz de lentamente começar a acalmar meu corpo, isso é menos sobre ser capaz de sair da minha mente e mais sobre precisar que ela se sinta seguro novamente.

Uma porta abre atrás de mim e meu corpo pula.

"Desculpe", Eric diz suavemente. Ele sorri quando vem ficar na minha frente. "Como se sente?"

Limpo a garganta, me inclinando para trás no conforto do balanço enquanto ele se move lentamente para frente e para trás. "Melhor."

Ele assente enquanto senta numa cadeira por perto e seguindo meu olhar para o quintal. É muito bonito, as flores podadas e os arbustos desenhados. Pequenos caminhos de grama entram e saem por diferentes partes do jardim, e tento imaginar como a grama macia se sentirá sob meus pés. Não há paredes aqui, sem sombras se aproximando, me levando a um canto.

“Lisa gostava de jardinagem", diz ele do nada, chamando minha atenção. Seus olhos ficam focados na beleza exuberante. "Odiava vê-los morrer e cresceram quando ela desapareceu, então contratei alguém para vir e cuidar deles, então ainda estariam aqui..." ele faz uma pausa, seus olhos brilhando com emoção, "...no caso dela voltar."

Mordo meu lábio. "Acha que ela vai?"

Seu corpo parece cair antes de seus olhos se moverem para os meus. "Nunca contei a ninguém, porque nunca tive nenhuma prova, mas acho que Peter tem algo a ver com o desaparecimento dela."

Sinto meu rosto empalidecer. "Por quê?"

Ele dá de ombros. “Lisa era curiosa. Ela gostava de ter respostas para perguntas, e quando saiu, sabia que ela poderia dizer que havia mais do que o que Peter disse às pessoas.”

"Acha que ela chegou muito perto?"

“Não tenho certeza", ele responde com tristeza, batendo os dedos no braço da cadeira.

Ficamos em silêncio por um tempo, os sons das árvores farfalhando e os pássaros cantando nos cercando de paz e tranquilidade. Minha mente e meu corpo estão impacientes e cautelosos enquanto tento ouvir sons de uma moto. Tento não imaginar como ele ficará zangado quando me encontrar. Sua fúria e raiva são assustadoras.

"Como conseguiu fugir?" Eric finalmente pergunta.

"Uma garota bateu na porta enquanto estava lá", explicou, tentando lembrar o som de sua voz e seu longo cabelo loiro que pendia nas costas. Não consegui ver o rosto dela, mas era óbvio que ela era jovem e ele a manipula. "Eles estavam discutindo, então consegui escapar pela janela.”

Espero que a garota esteja bem.

Eric franze a testa. "Que tipo de garota?"

Puxo meus joelhos para mais perto do peito, abraçando-os com força. “Acho que ele a chamou de Ruby. Ela parecia tão jovem. Tenho certeza que..." Limpo a garganta e deito a cabeça nos joelhos “... ela procurava drogas.”

As mãos de Eric se fecham ao redor dos braços da cadeira. "Só mais uma para adicionar à lista."

"Espero que não."

O rugido de uma moto encheu o ar calmo e sinto meu corpo relaxar.

Wrench está aqui.

"Volto em um segundo", Eric diz a contragosto enquanto se levanta e caminha pela casa dizendo, "Entre. Está aberta!"

Sinto por ele. Ele perdeu a mulher que amava, nem mesmo sabe se ela ainda está em algum lugar ou se morreu. Tudo possivelmente por causa de sua conexão com Peter. Quanto mais penso nisso, mais apenas desejo que alguém o leve, prenda, e jogue fora a chave. Este mundo não está melhor com ele, na verdade só piora. Peter está machucando pessoas, muitas pessoas, com essa droga que criou.

Ele já me destruiu. Levou muito tempo para encontrar a pessoa que eu costumava ser, feliz, motivada, forte. Um passo para dentro daquela casa e, mais uma vez, era uma bagunça quebrada. Estou envergonhada com o quão forte ele ainda me afeta, mesmo depois de tudo que foi feito para seguir em frente da tortura que ele me fez passar.

Botas pesadas soam furiosamente contra o chão de madeira da casa de Eric, e me forço a ficar de pé quando as portas abrem. Ele vem direto para mim, um olhar duro no rosto, mas preocupação em seus olhos. Estendo meus braços e ele me pega, apertando contra seu peito. Sua respiração pesada bagunça meu cabelo indomado e inalo o cheiro de seu colete. Foi conforto.

Ficamos assim por longos minutos até que Eric pigarreia, nos tirando do momento.

Wrench mantém os braços a minha volta quando ele afasta e olha por cima da minha cabeça. "Quer me dizer o que aconteceu?"

Suspiro. Sei que ele não está feliz por eu estar aqui, mas Eric me salvou, e esteve lá por mim em mais de uma ocasião. Com tudo o que está acontecendo, tenho a sensação de que Wrench terá que se acostumar com Eric envolvido.

“Peter apareceu no funeral. Ele ameaçou machucar as pessoas se eu não fosse com ele,” explico suavemente, segurando firmemente a roupa de Wrench, meu corpo ainda fraco. “Ele me levou para sua casa. E então, quando estava distraído, eu escapei. Eric me encontrou correndo pela rua.”

"Que conveniente," Wrench rosna suavemente.

“Olha, pode não gostar de mim, mas também me importo com o bem-estar dela. Peter a perdeu e seu foco está nela”, explica Eric, permanecendo firme. "Não ia deixá-la lá. Que tipo de homem acha que sou?”

"Realmente quer que eu diga?" Wrench responde.

Bato no peito dele. "Pare. Isso é o suficiente,” aviso gentilmente.

"Você precisa fazer algo", Eric diz.

As narinas de Wrench se alargam. "É melhor ver o que está dizendo, advogado. Não quer que as pessoas saibam que está trabalhando com o inimigo.”

Viro para olhar Eric, que claramente não está impressionado, sua mandíbula cerrada.

"Tudo bem, acho que terminamos aqui", digo calmamente, tentando esfriar a temperatura que de repente começou a queimar ao nosso redor. Encontro os olhos de Eric. “Obrigada por me ajudar. Não tenho certeza do que teria feito.”

Seu rosto suaviza dramaticamente quando ele volta a atenção para mim.

Os braços de Wrench se apertam ao meu redor. Um maldito homem das cavernas.

“Estou aqui, se precisar de mim, realmente quero dizer isso", diz ele com sinceridade. “Sei que Peter tem alguns problemas. Algo precisa ser feito e você precisa estar segura.”

Wrench bufa e agarra minha mão, um braço ao redor da minha cintura enquanto me leva pela casa de Eric e para o meio-fio onde sua moto está. Entregando seu capacete, ele não diz nada quando o coloca na minha cabeça e afivela debaixo do queixo. Ele sobe na moto e liga o motor, esperando que eu suba atrás. Olho por cima do meu ombro, vendo Eric em pé na porta da frente, observando. Aceno antes de montar a moto atrás de Wrench e envolver os braços em sua cintura.

“Está na hora de conversarmos com Op", ele diz seriamente, com a voz alta sobre o som alto de sua Harley.

Meu intestino afunda, mas meu cérebro diz que ele está certo. Respirando fundo, meu corpo começa a sentir-se mais forte enquanto seguro-o firmemente. Wrench é como uma âncora, me segurando no reino da sanidade, me lembrando que se importa, que não pensa menos de mim por causa da minha desordem.

Ele está certo.

Não sou bipolar.

A bipolaridade é apenas parte de mim, algo que às vezes me arrasta para baixo, algo que às vezes me levanta, algo com o qual viverei pelo resto da vida. E estou bem com isso porque sei que não me define. Isso não me impede de fazer tudo o que sempre quis. Pode ser difícil às vezes, mas também me fortalece. Vale a pena a luta para provar que posso fazer qualquer coisa.

Ter que olhar nos olhos de Optimus e contar minha história, provavelmente me fará chorar, posso até quebrar, mas não fugirei.

 

CAPÍTULO TRINTA

WRENCH

 

Levo Sugar para casa para pegar suas coisas, ela não discutiu quando disse para embalar roupas suficientes para algum tempo. Com Peter tendo a coragem de aparecer na porra de um funeral MC e apenas leva-la para longe, estou começando a perceber que este idiota tem bolas maiores do que lhe dei crédito. Ou isso, ou ele simplesmente é louco, e nem um dos dois é um bom sinal para nós. Então Sugar precisa estar onde ela pode ser melhor protegida.

Isso, e preciso puxar a cabeça da minha bunda e encontrar alguma informação possamos usar para derrubá-lo. Eric está muito certo sobre isso, ao menos.

Com o momento reflexivo de Sugar ainda não muito bem, consigo esgueira-la pela porta de trás e apressá-la para meu quarto. Com a festa ainda em toda velocidade, ninguém nos nota, faz uma pausa nisso, ou nos chama para perto.

Sei que Optimus quer falar com ela em breve, mas por esta noite, quero que meus irmãos e nossa família se concentrem em Slider. Isso e não tenho certeza se ela será capaz de lidar com uma explicação agora, depois de um susto tão grande.

Sugar está segura, isso pode esperar.

“Como está se sentindo?” Pergunto quando ela senta na beira da minha cama e estendo a mão, digitando a senha do computador.

Ela cai para trás, os braços acima da cabeça. “Completamente esgotada, como de costume, quando tenho um episódio.”

"Apenas relaxe. Durma um pouco”, digo a Sugar quando sento ao seu lado e afasto o cabelo do rosto. “Vou fazer algumas pesquisas, todo o resto pode esperar até amanhã.”

Ela vira para mim, seus olhos atordoados e cansados. “O que acha que Op vai dizer?”

Posso ouvir o tremor em sua voz, e tanto quanto quero tranquilizá-la, sei que a honestidade é melhor. “Ele vai ficar chateado... talvez com raiva. Mas tem que lembrar que é porque se importa com você. Ele te ama, e não quer vê-la ferida.”

Ela lambe os lábios secos. “Não quero vê-lo magoado.”

Abaixo a cabeça e roço os lábios nos dela. “Não pense sobre isso agora, vamos lidar com isso amanhã.”

Ela relutantemente concorda com a cabeça e se arrasta por minha cama. Então ela tira a roupa e entra debaixo das cobertas. “Eu te amo”, ela sussurra, fazendo meu coração disparar.

“Também te amo”, respondo, dando um passo para trás. "Agora durma."

Ela assente com a cabeça, mas seus olhos já estão meio fechados, seu corpo completamente drenado, como de costume, quando ela tem um episódio ou um dia estressante.

Sento no computador, digitando nas teclas. Este é meu elemento, este é o lugar onde meus pontos fortes aparecem. Irei descobrir tudo e qualquer coisa deste babaca, e vou queimá-lo até o chão maldito.

Ele não pode se esconder de mim.

Ninguém porra pode.

Se há esqueletos em seu armário vou encontrá-los, e então usá-los contra ele, porque ele fodeu com a mulher errada.

Com a minha mulher.

 


É fim de tarde no dia seguinte, quando finalmente tiro Sugar do quarto e desço as escadas. Ela ainda está se sentindo fora, mas entende agora o quão importante é esse clube - nossa família - agora sabe com o que estamos lidando.

Ela tentou lutar sozinha por muito tempo.

Ela tentou nos proteger, mas agora é nossa vez de protegê-la.

Optimus está sentado na sala de jantar almoçando com Chelsea, Harlyn, Blizzard, Rose e Jayla. Ainda há irmãos em torno das outras mesas, mas na maior parte eles acordaram e pegaram o longo passeio para casa.

Op nos vê entrar e balanço a cabeça. Ele diz uma palavra tranquila para a mesa e Chelsea levanta com ele, enquanto Rose beija Blizzard suavemente e puxa as meninas para mais perto, direcionando sua atenção para um livro de imagens, enquanto os outros se afastam.

“Igreja”, Op assente enquanto pega a mão de Chelsea e seguimos pelo clube até o quarto que usamos como igreja. Chelsea puxa uma cadeira ao lado de Op, e Blizzard toma seu lugar de costume, enquanto Sugar e eu nos sentamos em frente, sua palma da mão suada na minha.

O quarto estava tranquilo, e Chelsea oferece a Sugar um sorriso de apoio. Ela precisa.

Respirando fundo, ela coloca seu coração e alma em cima da mesa. “Há tantas coisas para dizer, só não sei por onde começar”, ela diz suavemente, olhando para mim. “Acho que tentei fugir de mim mesma e meu passado por muito tempo e agora ele está preso a mim. Pensei que poderia lidar com isso por conta própria, mas como se vê, fazer isso apenas criou um buraco e feriu mais pessoas.”

Optimus assente. “Precisamos saber o que estamos lidando para poder ajudar. O clube é família, e você faz parte. Os problemas de uma pessoa recaem sobre todos. Mas isso é o que nos torna fortes, o fato de que estarmos juntos quando uma pessoa está se sentindo fraca.”

“Estamos aqui para você”, Chelsea ecoa. “Vamos estar, confie em mim porque, correr e se esconder só piora as coisas. Como afastar as pessoas que se preocupam quando mais precisa delas.”

Sugar fica em silêncio por alguns momentos e olho para ela. "Quer que eu-"

“Não, preciso fazer isso” ela responde com um sorriso agradecido.

E então ela começa a contar.

 


“Tem certeza que quer fazer isso?” Optimus pergunta enquanto caminhávamos ao longo da rua procurando a casa na noite. As luzes da rua estão acesas, mas dão uma vibração estranha ao bairro de classe alta.

Essa é a coisa sobre as pessoas ricas. Enquanto penduramos nossas falhas e são como uma bandeira para todo mundo ver, sem vergonha de saber se as pessoas irão nos julgar, essas pessoas mantem seus segredos e demônios trancado firmemente em suas casas perfeitas e gramados bem cuidados. Eles têm muito a esconder, todos e cada um, e a coisa sobre os segredos é que todos eventualmente aparecem.

“Está aqui”, digo, apontando para a casa. é basicamente o que esperava, dramática, moderna, exagerada.

Blizzard e Optimus andam atrás de mim quando caminhamos até a entrada.

Depois de ouvir Sugar, mais uma vez explicar sua história hoje, minha mente está muito mais clara enquanto ouvia os detalhes de seu passado, o trauma que ela passou apenas para sentir como se fosse uma pessoa normal, e depois a traição - tudo foi como um chute na porra do intestino.

A informação que encontrei sobre ele é pequena. Meu palpite é que seus pais estavam desesperados para esconder o fato de que criaram um psicopata e fizeram tudo para ter coisas como registros médicos e testemunhos destruídos. Ele é o filho de ouro, o único que foram capazes de ter depois de anos e anos de tentativas. Ele tem que ser o único a assumir o negócio da família que lutaram para criar, manter seu nome no centro das atenções e sua marca forte. Odeio dizer-lhes, porém, ele pode ser um grande empresário, mas também é um maldito criminoso. Não é exatamente a pessoa que quero representando meu nome de família.

Paramos na porta da frente, e eu levantei meu punho, batendo tão forte quanto posso. Quero que ele saiba que estou aqui e quero que ele saiba que não estava feliz.

Eufemismo.

Estou realmente sentindo uma euforia boa, porra.

A porta abre e tenho a minha primeira vista desse bastardo. Ele está usando um terno, apesar de ser nove horas e não parecer que vai sair. Talvez ele só goste de se sentir importante. Foda-se.

“Peter Davenport presumo,” digo com os dentes cerrados. Pelo menos ele tem a decência de parecer um pouco nervoso como seus olhos viajando entre meus irmãos e eu.

"E você é?"

Ele sabe quem somos, mas seguirei seu jogo.

“Meu nome é Wrench. Esse é Blizzard, e Optimus.” Sorrio. “Pode conhecê-lo como o homem que engravidou sua mulher.”

Blizzard ri baixinho enquanto Op apenas bufa e revira os olhos.

Peter franze os lábios, ele não gosta de ser desprezado ou se sentir inferior.

“Isso deve fazer de você o homem que tem seus restos, hein?”, ele responde, mas já estou preparado para isso e apenas rio.

“Somos uma grande família, sabe... amor livre e toda essa merda.”

Seus dedos ficam brancos enquanto agarra o batente da porta. Não posso dizer se ele quer me dar um soco, ou se está se preparando para ser dispensado.

Não estou aqui para uma luta, no entanto. Estou aqui para estabelecer a lei porra, na esperança de que se ver o quão forte somos, vá correr chorando para sua mãe. Provavelmente estou sonhando. Homens como ele não exatamente recuam, e se tiver que usar a força, eu porra farei, mas pelo menos ele não pode dizer que não foi avisado. Ainda irei desfrutar em vê-lo borrar as calças, o troco por fazer minha mulher ter medo de sua própria mente todos os dias durante o tempo que teve suas garras nela.

“O que quer?”, ele pergunta finalmente, permanecendo em sua posição e empurrando os ombros para trás. “É melhor fazê-lo rápido antes que eu chame a polícia.”

“Sabe o quê, deve fazer isso. Eu me pergunto como eles se sentem sobre coisas como sequestro”, digo, abaixando a voz e inclinando-me. “Esta é sua advertência... Eu espero que ouça. Porra deixe-a em paz.”

Sua mandíbula aperta. "Ela é minha esposa. Vou fazer o que acho ser melhor.”

“Você obviamente não entendeu a dica no dia que se casou e ela fugiu por seis anos porra”, Blizzard diz sarcasticamente atrás de mim. “Grávida de outro homem, posso acrescentar.”

Sorrio. “Você a machucou uma vez, mas não vou deixar acontecer novamente.”

“Ela precisava da minha ajuda”, ele protesta. “Eu a ajudei!”

“Você porra a destruiu,” rosno. “Você a transformou em uma pessoa que ela nunca quis ser. Tudo porque queria uma cobaia ao seu alcance. Alguém para testar suas malditas drogas.”

Os olhos de Peter correm ao redor, como se estivesse assustado que pessoas me ouvissem. Não dou a mínima, que ouçam, que eles saibam. Seus segredos não irão ficar escondidos por muito tempo.

“Estou dizendo de novo”, falo, abaixando minha voz e prendendo sua atenção. “Fique porra longe dela. E pare de tentar correr drogas pela cidade e usá-las para foder com o clube.”

Ele franze a testa como se ele não entendesse o que estou dizendo.

“O clube não vai a lugar nenhum, e nem eu. Então quer vir para nós? Quer persegui-la? Terá que passar por mim primeiro.”

Vejo seu temperamento inflar, e ele agarra a porta, jogando-a para a frente e batendo na minha cara.

“Prazer em conhecê-lo, idiota,” digo antes de virar e caminhar de volta.

Blizzard ri baixinho e sacude a cabeça. “Sente-se melhor, princesa?”

Na verdade, não.

Mas, por agora, é tudo que tenho. Avisá-lo embora, e esperar que ele seja inteligente o suficiente para ouvir minhas palavras.

Pelo olhar em seu rosto, porém, isso é discutível.

 

CAPÍTULO TRINTA E UM

SUGAR

 

“Merda,” Wrench amaldiçoa quando ele pula no SUV.

Harlyn murmura baixinho no banco de trás, mas logo volta a dormir. Esteve assim durante os últimos quinze minutos. Fomos jantar com a irmã de Wrench e seu namorado e paramos no caminho de volta ao clube, porque estou suando frio.

Os últimos dias foram tranquilos. Trabalhei na loja com a perspectiva de sair um pouco, observando cada movimento, e agora que estamos a céu aberto, meu peito parece muito mais leve. Como se a pressão das minhas mentiras tivesse me impedido de respirar fundo o bastante e agora meus pulmões estão cheios.

É bom ser capaz de passar um tempo no clube de novo, reconstruir as relações que tinha antes e ter as pessoas entendendo quem realmente sou. As meninas não foram tímidas sobre fazer perguntas, sua curiosidade e como querem entender enche meu coração. Sem mencionar o fato de que Wrench e eu não temos que nos esconder mais.

Sei que Op ainda se sente estranho sobre nós, mas está se acostumando a ideia, e isso é tudo o que posso pedir.

“O quê?”, sussurro, minhas sobrancelhas arqueando.

Ele liga o motor e sai da garagem, indo na direção oposta da que íamos. “Uma das meninas do X-Rated foi encontrada morta em sua casa, e Deacon disse que os detetives que conseguimos evitar até agora estão fazendo um caminho mais curto para o clube, com um mandado de busca, porra.”

Isso não é bom.

Fazemos as poucas quadras para o clube de strip em tempo recorde, os pneus derrapando quando Wrench para no estacionamento. “Vou verificá-la e, em seguida, voltarei. Pode precisar levar Harlyn para casa, e eu pego uma carona, mas vou te deixar saber.”

Balanço a cabeça. "Está bem. Vá”, digo mandando-o para fora.

Ele corre para a porta, parando por um segundo para falar com Ham que está esperando do lado de fora com um par de seguranças, e depois entra. Ham faz o caminho para o SUV, e saio, indo para o lado do motorista falar com ele.

“Isso será confuso, não é?” pergunto quando me recostando no carro de Wrench, meu estômago revirando de nervoso quando imagino o estresse que está lá dentro neste momento. O clube de strip, tanto quanto sei, é completamente limpo. Mas se essas pessoas querem vingança contra o clube, e parecia que sim, vão rasgá-lo em pedaços, até encontrar algo.

Ham assente. “Segunda menina que perdemos este ano... primeiro Haley e agora isso. Ruby era uma garota doce, também. Jovem, bonita”

“Você disse, Ruby?”, pergunto, minhas sobrancelhas subindo.

Ele assente. “Sim, Ruby é a garota que encontraram. Não parece bonito também.”

“Como ela é?”

Seus olhos sobem, como se estivesse à procura de uma foto dela dentro de seu cérebro. “Baixa, longos cabelos loiros, magra ...”

“Tatuagens?” Não posso fazer a pergunta sem minha voz tremer.

Seu nariz enruga. “Sim, algumas... costas, estômago, uma em cada ombro, e tinha algo escrito em sua mão.” Sua mão se move para tocar cada um lugar em seu próprio corpo quando fala.

Meus pés de repente se movem por vontade própria, levando-me em direção ao prédio. “Cuide de Harlyn,” digo por cima do ombro e recebo um olhar confuso de Ham.

Ruby. Ela é a mesma menina que apareceu na casa de Peter à procura de drogas. É óbvio que eles eram próximos, que ela o conhecia, e que esteve lá antes. Também é óbvio que ela era viciada, e enquanto corro dentro do meu cérebro começo a juntar o quebra-cabeça. Alguém disse a estes detetives que o clube tem algo a ver com as pílulas que estão chamando de 'Mani.'

Peter estava, obviamente, fornecendo isso a jovem, e ela trabalhava aqui.

Coincidência?

De jeito nenhum.

Se encontrarem drogas no local, o clube está fodido.

Eles vão fechar está merda e ir até o inferno tentando provar que o clube está lidando com isso ou qualquer coisa que eles puderem colocar a culpa neles, a fim de derrubá-los. Eles terão mandados de busca para o clube, vão puxar qualquer que seja a merda que têm sobre os meninos e conseguir todas as câmeras de vigilância e papéis.

Tudo por causa de Peter.

Como se ele não tivesse me machucado o suficiente, agora está derrubando as pessoas que cuidaram de mim também. Assim que alcanço as portas para o clube, luzes vermelhas e azuis piscam atrás de mim chamando a atenção.

“Merda,” silvo, entrando e desesperadamente procurando por Wrench. Quando não consigo encontrá-lo, vou para o corredor ao lado que leva aos escritórios e vestiários.

Quando viro o corredor, colido em algo duro. Duas mãos me pegam, segurando firme em meus ombros então não caio para trás. Wrench vira com o movimento, então está de frente para o corredor.

Optimus corre do bar, de pé atrás dele. "Que diabos está fazendo?"

“A menina, Ruby...” luto para formar as palavras, minha respiração pesada, uma ode à forma imprópria que estou. “Ela estava na casa de Peter. Ela estava à procura de drogas.”

“Tudo bem, todo mundo parado. Ninguém se move,” uma voz forte diz, e segundos depois a música é cortada. Wrench me solta e vira o corpo na direção da voz. Passos pesados ecoam pela sala, sem dúvida, sendo preenchida por oficiais.

Ao lidar com um MC, eles tendem a levá-lo com vigor.

Meu coração dá um pulo.

Preciso fazer alguma coisa.

“Temos um mandado de busca que cobre tudo dentro deste lugar. Incluindo pertences pessoais dos empregados,” a voz profunda fala alto, o som ressoa pelas paredes.

Os armários das meninas.

Sei que ninguém pode me ver além de Wrench e Op. O corredor é disfarçado por uma parede longa e é acessível apenas pelo lado do bar, principalmente para escondê-lo de clientes que decidem ir à procura das meninas que lhes deram tesão. Lentamente dou um passo para trás, vendo se os sapatos não rangem ou clicam.

Wrench não pode me olhar sem chamar a atenção, mas posso ver que ele sabe que estou prestes a fazer algo pela forma como sua mandíbula aperta com força e suas mãos cerram.

Não perco mais tempo, movendo-me como um ninja no corredor, além do escritório e para o vestiário das meninas.

Kat olha para cima de onde ela está colocando uma camisa longa em cima de um sutiã de renda que comprou de mim semana passada. “Os policiais estão aqui?”

“Qual o armário de Ruby?” Corro pelo local, esperando que algo possa me dar pelo menos uma pista.

“Hum ... este,” ela responde, batendo em um ao lado dela. "Por quê?"

Salto para a frente e puxou a pequena alça, mas está trancado. “Merda... ela estava com alguma coisa.”

Kat imediatamente levanta e começa a tirar um grampo da cabeça, dobrando-o com os dentes enquanto mantém os olhos na porta. Então ela me empurra para fora do caminho e começa a mexer no pequeno espaço, o clipe cedendo contra a porta de metal.

Posso ouvir as ordens que sendo ditas no corredor. Pessoas sendo informadas para sair do caminho. Ameaças do que será feito contra os que se recusarem.

“Porra”, diz Kat com um tremor, e me encolho, sabendo que ela encontrou algo.

“Vocês dois... procurem no corredor,” uma voz baixa ordena, e meus olhos se arregalam. O bloqueio atrás de mim clica e duas mãos puxam a parte inferior da minha camisa.

Engulo em seco quando minha camisa é puxada sobre a cabeça e jogada do outro lado da sala. “Vou pedir desculpas por isso mais tarde”, Kat diz urgentemente, quando dois homens correm para o quarto. Meu instinto é me cobrir, mesmo que ainda esteja usando um sutiã e um par de jeans incrivelmente justos.

Eles pararam e Kat e eu congelamos.

Ela engasga enquanto só fico ali, como um cervo pego por faróis. “O que estão fazendo aqui?”, um dos homens pergunta severamente, seus olhos flutuando para meus seios antes de rapidamente passar para longe. Ambos são oficiais, seus crachás em exposição orgulhosos e armas nas mãos, como se fossem atirar em alguém.

Meu coração começa a correr, e minha boca fica seca.

“Minha menina aqui está nervosa em sua primeira noite, estou apenas dando-lhe uma rápida conversa de estimulo,” Kat diz, sacudindo meu corpo quando a palma de sua mão bate na minha bunda.

Pulo, mas ela não tira a mão dela imediatamente, os dedos puxando o cós da minha calça, colocando algo dentro. É um pacote de plástico, duro e irregular, e já sei o que ela está tentando esconder. Não há outra opção, se a pegarem com isso na mão, ela está ferrada.

“Você meninas precisam se juntar aos outros,” um dos oficiais diz bruscamente, os olhos evitando qualquer uma de nós. Pelo menos ele tem um pouco de respeito.

Kat me empurra na frente, com as mãos sobre meus ombros, guiando-me para a porta. “Não tem problema, senhor”, ela diz educadamente, e tento forçar um sorriso enquanto passo por eles. No segundo que saímos, ouvi sua busca começar, chaves tilintando contra portas de armários.

Corremos pelo corredor, tropeçando no final, quando vimos os meninos alinhados ao longo da borda do palco, um grupo de oficiais os revistando eles, enquanto outros vasculham mesas e cadeiras, e tiram garrafa após garrafa do bar atrás do balcão.

“Senhoras, juntem-se a linha. Um de nossos oficiais feminino estará aí num momento”, um homem com um bigode e um crachá no pescoço diz, empurrando meu ombro na direção do palco.

Meus olhos procuram Wrench, mas ele ainda está sendo revistado, sem camisa enquanto um homem mais velho passa as mãos nele, seu rosto franzido em agitação. Optimus está feito, colocando as coisas de volta e puxando seu colete sobre seus braços com um olhar de desafio nos olhos.

Kat e eu o cercamos de ambos os lados.

“Pegue seu traseiro”, diz Kat em voz baixa.

“Desculpe?” Optimus rosna, olhando para ela como se tivesse brotado uma cabeça extra.

Kat bufa. “Ponha a mão nas calças de Sugar e agarre sua bunda”, ela silva.

Ele olha para mim pelo canto do olho, e dou um rápido aceno de cabeça. Ele respira fundo. “Por que não está usando uma...” suas palavras somem e seu corpo congela quando senti as pontas dos dedos na parte de trás da minha calça e ele sente o saco plástico. “Que porra é essa?” Ele pega, movendo-se apenas perto o suficiente do meu corpo para cobrir sua mão enquanto enfiou-a no bolso da calça jeans, e rapidamente se afasta de nós, quando uma oficial mulher se aproxima e começa a revistar Kat. Ela vai junto com um sorriso educado enquanto procurando com delicadeza, mas completamente.

“Está satisfeito com meus malditos meninos agora?”, Ele pergunta em voz alta, apontando sua atenção para o que assumo ser o homem no comando. “Minha filha está no carro do lado de fora, e preciso que um deles vá levá-la para casa.”

O oficial vira e sinto um nó na garganta. “Não tenho que deixar qualquer um ir até que estar fodidamente terminado. Pegue uma das meninas para levá-la”.

“Eu vou”, Kat oferece rapidamente assim que sua revista termina e a mulher dá um passo em minha direção.

O oficial faz uma careta, mas assente. “Tudo bem, você está limpa.”

Ela caminha em direção a Op, jogando os braços em sua cintura, ambos estrategicamente desviando os corpos para longe dos policiais. Tento não olhar, alívio me enchendo quando Kat se vira e vai rapidamente para a porta. Meus olhos se encontram com os de Optimus, e ele ergue o queixo ligeiramente, então sei que ela conseguiu levar o pacote para fora.

“O resto é melhor estarem confortáveis, porque pode ser uma longa noite do caralho.”

E isso é exatamente o que foi.

 

CAPÍTULO TRINTA E DOIS

WRENCH

 

“Temos que fazer algo sobre esse idiota, e temos que fazê-lo agora”, Op diz quando nos sentamos na igreja na manhã seguinte. Ficamos no X-Rated até a porra de três horas, lidando com os idiotas e então tivemos que passar algumas horas tentando trazer de volta um pouco de ordem a bagunça que fizeram no lugar para podermos abrir hoje.

Graças a Deus por Sugar e Kat e seu raciocínio rápido. Conseguimos tirar as pílulas do clube sem ser notado, e com isso mostramos a porra dos policiais que não tínhamos nada.

Olho o pequeno saco com cerca de vinte pílulas jogado no meio da mesa. Toda essa merda por causa dessas coisinhas. Eles são o que Peter usou para atormentar Sugar. Elas são o que traficantes estão usando para traficar mulheres, e são o centro de uma investigação sobre o clube e o que alguém está tentando usar para ter total certeza que seremos derrubados.

“Não é coincidência que Ruby começou a trabalhar com a gente pouco mais de um mês atrás,” começo, me recostando na cadeira. “Também não é coincidência que o X-Rated e o clube estão na lista desses idiotas de merda. Eles querem nos derrubar.”

Blizzard bate o dedo na mesa. “Isso não significa que estão trabalhando com ele, no entanto. Quero essa merda fora das ruas, tanto quanto eles. Infelizmente, alguém apontou o dedo para nós, e agora somos o único foco.”

“Não alguém,” Optimus corrige, com a testa franzida. “Peter fodido Davenport.”

“Qual seu jogo afinal? Será que ele realmente acha que, ao levar-nos para baixo vai de alguma forma ter todo o estado viciado nessa merda de 'Maniac'?”, Leo pergunta. “Parece estúpido perder tanto tempo e esforço em algo tão pequeno.”

“Não exatamente”, digo me manifestando. “Ele é doente, misturado com um pouco de louco. Consegui desenterrar o arquivo mais recente que pude encontrar de uma visita ao hospital anos atrás, e o médico diagnosticou Transtorno de Personalidade Narcisista.”

Cam bufa. “Então ele é um idiota?”

Balanço a cabeça. “Está merda vai muito além de ser um idiota. É sobre ser o melhor. Seu cérebro não pode entender o fato de alguém ser melhor do que ele em algo. Ele está tão focado em ser superior que acredita que está realmente fazendo isso. Ele acha que as pessoas não devem se opor a ele, porque ele é um maldito porra louca incrível”.

“Então, basicamente essa coisa toda é sobre ele estar chateado por estarmos aqui e impedindo seu pequeno negócio paralelo de seguir em frente”, Blizzard conclui. “Ele odeia que somos mais poderosos do que ele.”

Balanço a cabeça. “Não há um segundo, e ele vai fazer o que for preciso... sem exagero ... para chegar onde precisa.”

“E sobre a obsessão que tem com Sugar?”, pergunta Op, cruzando os braços sobre o peito.

Levanto meu boné da cabeça e coloco-o sobre a mesa para que possa correr os dedos pelo cabelo. “Do que posso dizer, essas pessoas também sentem como se precisassem encontrar outra pessoa perfeita para amarem. Com a educação de Sugar e o status social de sua família, misturado ao fato de que ela também tem um transtorno psiquiátrico que afeta a maneira como seu cérebro pensa, tudo o que ele vê é o casal perfeito. Ela pode levá-lo a lugares, e entende sua loucura.”

A sala fica em silêncio, e posso dizer que alguns dos meus irmãos estão um pouco estranhos. Depois de explicar a Optimus a situação com Sugar, decidimos que é melhor que o clube também esteja envolvido no processo de compreender exatamente o que está acontecendo.

Estou orgulhoso dela, e como naquele mesmo dia, ela ficou na frente destes homens e, pela segunda vez, explicou tudo. Acho que isso lhe deu força para finalmente ser capaz de se levantar e dizer, 'Esta é uma parte minha. Não é algo que vai embora. Mas também não é algo que deixarei me destruir.'

E depois de tudo, cada um dos homens olha para ela de forma diferente, mas não de maneira negativa. É como se estivessem vendo ela toda, em vez do que sempre mostrou ao mundo. Ela colocou suas falhas em cima da mesa e as exibiu, e eles não podem deixar de respeitá-la por isso. Mesmo agora, porém, ainda posso ver que eles não têm certeza de como tratá-la, ou talvez se perguntem se devem agir diferentes em torno dela.

Fiz um monte de investigação sobre o transtorno bipolar, e depois de passar tempo com Sugar e vê-la quando ela estava no seu pior, sinto ter um bom entendimento.

Suspiro. “Eis as respostas às suas perguntas. Não... não precisam prestar atenção ao que dizem ao seu redor. Sim... se sentir como se precise saber de algo, pergunte a ela. Ela irá responder, desde que sinta que não vai julgá-la. Esse é seu principal medo. A única coisa que a assombra mais é quando desenvolveu como adolescente, sua família e amigos e até mesmo os médicos... eles a fizeram sentir como se fosse algum tipo de aberração.” Balanço a cabeça, incapaz de acreditar que nos dias de hoje, onde é mais comum as pessoas lutarem com coisas como depressão, ansiedade e semelhantes, ainda façam os outros se sentirem um esquisitão que foi quebrado e não é bom o suficiente.

Kev levanta a mão, e aceno para ele. “Ela disse algo sobre gatilhos e ataques de pânico. O que acontece se ela tiver um?”

“Na maior parte, a medicação faz um bom trabalho de controlá-los. Ela terá seus momentos de estresse ou gatilhos que vão empurrá-la sobre a borda, se ela pirar, não a toquem ou digam que vai ficar tudo bem. Basta deixá-la saber que está lá para ela,” explico.

Vejo Eagle e Leo balançando a cabeça em concordância.

Eagle pigarreia. “Sofri muito com estresse pós traumático quando saí do exército. Seu cérebro prega peças, às vezes, e pode ser difícil determinar o que é realidade e o que é fantasia.”

Balanço a cabeça, apreciando o fato de que ele pode entender onde quero chegar e o que Sugar passa.

“Wrench!” As portas da igreja se abrem, e levanto, jogando a cadeira para trás quando Chelsea vem correndo. “Você tem que vir aqui... agora.”

Corro em volta da mesa, Optimus na minha bunda e meus irmãos logo atrás. Entrando na sala principal, a primeira coisa que vejo é o Sugar em pé na parte inferior da escada, seu telefone no ouvido, mas um olhar vazio no rosto.

“Hey,” digo suavemente enquanto corro para a frente. “Passe-me o telefone.”

Ela faz exatamente isso antes de descer o degrau. Ela parece estar olhando o espaço, não realmente ciente do que está acontecendo.

“Alô?” digo bruscamente enquanto seguro o telefone no ouvido, olhando para Op que observa Sugar com preocupação.

“Ela se apavorou, não foi?”, Eric diz pesarosamente, e rosno baixo em minha garganta.

“Quer me dizer o que inferno aconteceu?”

Ouço um sussurro no fundo e uma porta se fechando. “Porque senti que ela deveria saber antes de ver em toda a televisão maldita”, ele responde com impaciência. “Peter foi morto ontem à noite, eles o encontraram em sua casa esta manhã, quando os empregados apareceram.”

Quase deixo cair o telefone quando ele explica como seus pais foram notificados pela polícia, ligaram e ela precisa ir identificar o corpo porque não serão capazes de chegar um voo até hoje à noite. Eles querem saber se é ele, esperando que seja só um erro.

“Como?”, pergunto, tentando fazer com que meu cérebro se mantenha funcionando. Sugar me olha, sua boca numa linha dura e a pele um pouco pálida.

“Baleado duas vezes na cabeça, enquanto estava na cama,” Eric responde, quase com tristeza. “Karma em certo sentido, acho, mas ainda assim... vão pegar quem fez isso...”

Ele deixa as palavras no ar, e meu rosto endurece. “Espero que façam”, digo friamente. Não perdendo a insinuação de que sei exatamente o que aconteceu. “Gostaria de dar um high five em quem teve coragem.”

“Deixe que saiba que ela provavelmente vai ouvir de mim em breve. Ainda estou listado como o executor de sua vontade.” Meu lábio levanta com raiva. “E uma vez que ainda estavam casados-”

“Sim, tudo bem,” rebato, interrompendo-o. O lembrete, um pequeno soco no meu intestino. Tenho certeza que ele ama isso.

Desligo e seguro o telefone firmemente no punho.

Sugar lentamente se vira e olha diretamente em meus olhos. “Acabou?” Ela pergunta. O choque do que aconteceu começando a desaparecer e uma expressão de alívio assumindo. Passo os braços em volta de seus ombros e puxou-a para meu peito. Seus braços envolvem minha cintura e ela respira fundo.

“Não vamos passar à frente das coisas e assumir nada”, Blizzard interrompe, sempre a voz da razão. “Sei que parece ter terminado, mas lamento dizer, pessoas como ele tendem a deixar assuntos inacabados para trás.”

Sugar cai em meus braços, e tanto quanto quero a tranquilizar que está tudo bem e que tudo foi dito e feito, Blizzard está certo. Não é tempo para relaxar, é tempo de ter todas nossas coisas nos eixos e pensar nos fatos.

Mesmo assim, porém, não posso deixar de estar um pouco feliz que alguém levou o bastardo para o túmulo. Especialmente tendo em conta a quantidade de contenção que me levou para não o fazer após a merda que aconteceu no funeral de Slider.

Queria este filho da puta morto, assim como Op e o resto do clube, mas com pessoas importantes, como ele, temos que fazer a merda da maneira certa. As pessoas vão notar se ele desaparecer. Elas irão procurar, irão investigar, e com os laços de Sugar com o clube, seremos os primeiros de sua lista. Um pequeno erro e estamos fora.

Não que isso importe agora. Ele se foi, e não fomos nós.

Sabemos que seremos os alvos, mas eles não encontrarão nada.

E podemos seguir adiante porra.

 

Capítulo trinte e três

Sugar

 

Não tenho certeza de como me sentir.

Exultante ou imparcial?

Peter se foi. Está confirmado, e em todos os noticiários.

Não derramo uma lágrima por sua morte. Uma vez que o choque passa, tudo o que sinto é que a pressão no meu peito sendo liberado. Passei tanto tempo me preocupando com este homem, o poder que ele tem e o que poderia fazer para machucar minha família. Passei noites me preocupando com Wrench, perguntando se ele fez algo para tirar Peter de nossas vidas e se posso perdê-lo para sempre.

Nossas vidas. Isso não é apenas sobre mim. Isso é sobre ele também.

De alguma forma, os repórteres conseguiram meu telefone, e meu celular começou a ficar fora do gancho maldito com pessoas querendo declarações ou informações sobre o que aconteceu. Fui sido interrogada pela polícia, onde fizeram pergunta após pergunta sobre nosso relacionamento.

Optimus me disse para não contar a eles sobre Peter me sequestrar, e Eric garantiu que não diria uma palavra sobre isso. Nenhum deles quer dar à polícia qualquer razão para apontar o dedo para mim ou olhar mais fundo.

Estou grata por Deacon que estava na entrevista e ao advogado do clube, Matthew, que ficou ao meu lado, pronto para cortar se as coisas fossem muito intensas.

Eles queriam saber minha história de vida. Se eu precisava de dinheiro. Como nossa relação estava. Por que sai por tanto tempo e escolhi voltar agora a Athens. Eles estão à procura de uma razão para me culpar por sua morte. Eles não vão encontrar uma, porque tenho um álibi hermético com um clube cheio de pessoas que prontas para atestar que eu estava lá.

“Tem certeza que não quer que eu vá com você?”, Pergunta Wrench, seu rosto tenso.

Balanço a cabeça. “Não, precisa estar aqui. Não vai levar muito tempo, só preciso assinar alguns papéis e deixar Eric saber que não quero nada de tudo o que ele me deixou.”

“Quero que leia tudo o que assinar. Sei que Matthew os viu, mas seja cautelosa, e apenas... tenha certeza”, diz ele, segurando meu olhar com intensidade.

Vou em encontrar com Eric em seu lugar para ver o testamento de Peter. Já tinha digo que não quero nenhuma parte do dinheiro sujo de Peter e ele entende. Só quero fazê-lo logo para tornar isso uma parte do meu passado, uma memória e poder começar a esquecer e me recuperar.

Wrench, por outro lado, tem coisas que precisa fazer no clube. Eles sabem que a polícia vai aparecer, é apenas questão de tempo, sabendo de minha conexão com eles e Optimus. Com as exigências de liberdade condicional de Wrench, ele precisa se livrar de toda a merda no computador e armazenar em outro lugar. Mas antes disso, ele precisa certificar-se que não há evidências de que o clube fez qualquer coisa.

Está levando muito tempo. Aparentemente, não é tão fácil apenas destruí-lo. Não. Há evidência em todos os lugares que podem colocá-lo na merda mais profunda do que conseguiria sair.

Deacon conseguiu segurá-los o máximo possível, mas estão vindo para o clube. Eles sabem que o clube tem motivo para querer matar Peter. Especialmente quando veio à luz que Ruby, a jovem que foi morta, cresceu na área e era filha de dois de seus amigos mais próximos. As pessoas viram os dois juntos.

Meu estômago torce quando imagino o que ele fez para a pobre menina. Graças à Optimus e o clube, tive uma fuga. Ela não teve, e pagou o preço.

“O que quer dizer com ter certeza?” Pergunto com uma sobrancelha levantada quando suas palavras totalmente entram no meu cérebro.

Ele revira os olhos e cruza os braços sobre o peito, apoiando o cotovelo na barra. “Só estou dizendo... já disse antes, se quiser manter o dinheiro-”

“E eu disse antes, não quero isso”, respondo, interrompendo-o efetivamente.

Já tivemos esta discussão. Wrench quer que eu tome decisões sobre o que fazer, mesmo que isso signifique aceitar o dinheiro que ele sabe que irá manter nossa família por toda a vida. Wrench não está sofrendo por dinheiro, ele tem um bom rendimento e dinheiro escondido, junto com uma casa e propriedades.

E eu tenho meu negócio. Mesmo através de todas as besteiras que aconteceram, ele ainda está correndo razoavelmente bem, graças principalmente à Skylar e algumas meninas que contratei. Não ganho milhões, isso é certo, mas posso ganhar a vida.

“Vá e faça o que precisa fazer,” digo a ele, ficando na ponta dos pés para pressionar um beijo suave em seus lábios, recusando-me a discutir mais. “Vou te ver num par de horas... talvez menos.”

Ele assente, mas posso dizer que não está feliz com isso. “Aqui está seu novo celular, adicionei todos do clube.” Pego-o e coloco no bolso. Com a mídia me perseguindo, ele sentiu ser melhor apenas mudar de número e começar de novo. Concordei, grata por não ter que lidar com chamadas e mensagens dia e noite. Beijo-o em agradecimento, mas sua carranca permanece.

A animosidade de Wrench com Eric ainda é tão forte como sempre, mesmo tendo em conta a quantidade de vezes ao longo das últimas semanas, que ele me apoiou e nos ajudou.

“Eu te amo”, digo com um sorriso antes de me afastar.

Seu rosto suaviza. "Amo você também. Apenas acabe com isso para que possamos seguir em frente...” ele sorri, ‘...e comemorar.’

Aceno e consigo um sorriso dele antes de virar e ir para a porta.

Isso acabará em breve.

Posso sentir.

 


“Venha”, diz Eric com um sorriso caloroso.

Decidimos nos ver em sua casa, em vez do escritório, principalmente porque os meios de comunicação ainda estão nos perseguindo por uma história, acampando fora de seu negócio, esperando-o sair em todas as horas. Felizmente, eles não tiveram coragem de fazer a mesma coisa na sede do clube, então estive escondida lá, pelos últimos dias. Eric faz um gesto para a mesa da sala de jantar, onde há uma enorme quantidade de papéis em pastas e canetas prontas.

“Matthew deu uma olhada neles e fez as alterações que solicitou. Então, estamos prontos, eles só precisam de sua assinatura.”

Wrench é cauteloso e tenho a certeza de que seu advogado passou por cada detalhe da droga do testamento, e isso garante no que diz respeito aos meus próprios desejos, que tudo está coberto.

Não quero nada.

Nem um único centavo.

Não qualquer coisa que possa me amarrar a ele.

Tudo que quero é esquecer.

Sento-me à mesa, sentindo-me quase bem sobre o que está prestes a acontecer. Não estou assustada ou apreensiva, estou apenas ok. Bem com o fato de que meu marido está morto, um conceito que muitos achariam devastador ou debilitante, algo que esmagaria seu mundo. A diferença é que não amava esse homem. As únicas emoções que sentia por ele eram raiva e ressentimento pelo que ele fez comigo. O mundo é um lugar melhor sem ele, tanto quanto estou preocupada, o meu especialmente.

Eric se senta ao meu lado e um após o outro, leio cada papel e coloco minha assinatura na parte inferior, assim como Wrench insistiu. Eric senta pacientemente comigo, oferecendo-me um sorriso de apoio ocasional.

“Último”, diz ele, deslizando o papel na minha frente e, em seguida, ficando em pé. “Quer uma bebida para comemorar?”

Penso sobre isso por um segundo quando a caneta paira. “Sim, na verdade, isso será ótimo”, respondo com um sorriso antes de voltar minha atenção para o papel.

Ele se move para seu bar e pega alguns copos. “Uísque certo?” Ele ri.

Sorrio. "Você me conhece tão bem."

Um minuto depois, ele coloca o copo sobre a mesa quando minha caneta percorre o papel, e pressiono um ponto final antes de levantar a caneta com uma respiração profunda e a colocar de lado.

“Uau”, digo enquanto reúno os papéis e os bato sobre a mesa para coloca-los numa pilha. "É isso aí."

Eu os entrego, e ele sorri enquanto desliza-os numa pasta cinza. “É isso aí”, ele repete e pega seu copo, o gelo dentro tilintando. Ele ergueu-o. "Aqui está o seu."

Sorrio. "Obrigada."

Nossos copos batem juntos, e levo a bebida aos meus lábios, saboreando o gosto do líquido e a forma como ele queima quando reveste minha garganta. Ele é forte, mas refrescante, e sinto meu corpo instantaneamente relaxar, meus ombros caindo quando me recosto na cadeira confortável.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas bebericando em nossos copos, aproveitando o fim do que parece ser uma parte da minha vida que não conseguia escapar.

“Qual é a sensação de ser uma mulher livre?” Eric pergunta com um sorriso.

Dou de ombros, acho que há muito tempo já me vejo como livre de Peter, mas agora está apenas consolidado. E a ideia de que posso seguir em frente sem sua presença me assombrando, parece boa. Tomo outro longo gole.

“Incrível realmente,” respondo, meu corpo parecendo leve e solto.

Quão forte é essa bebida?

Minha mão fica fraca, e a deixo cair na mesa, o vidro batendo contra a madeira. Minha respiração fica superficial, e estou achando difícil me mover, meu corpo se tornando dormente.

É um sentimento que estou familiarizada.

A sensação que conheço tão bem.

Viro a cabeça lentamente para olhar Eric.

“Bom, fico feliz”, diz ele, sua boca se contorcendo num sorriso sádico. “Porque esta é a última vez que se sentirá assim.”

 

Capítulo trinta e quatro

Wrench

 

“Eles estão aqui”, Ham grita entrando no clube.

Estou sentado no bar tomando uma bebida, uma vez que finalmente consegui apagar meus rastros e links para o meu computador e mover toda minha merda para o quarto de Leo. Deixamos o computador com jogos para Macy e merda para o clube de modo que na maior parte, ele simplesmente parece de uso familiar ou de negócios normais.

“Droga,” amaldiçoo, terminando toda a cerveja que Jess acabou de me entregar, sabendo que provavelmente precisarei dela para passar as próximas horas tendo esses idiotas vasculhando nossa merda. Eles nunca encontrarão nada, isso tenho a porra de certeza, mas ainda vai irritar a todos vê-los virar tudo de cabeça para baixo, assim como fizeram no X-Rated.

“Eles estão esperando nos portões, solicitando que saia,” Ham diz quando Optimus fica de pé.

Ele revira os olhos. “Claro que estão, filhos da puta exigentes.”

Abaixo a garrafa de cerveja e sigo meu presidente e irmãos para fora, um sinal de solidariedade quando nos aproximamos do portão onde há três carros de polícia estacionados.

Vejo Blizzard olhar de soslaio para Optimus. “Não há muitos”, observa calmamente.

Ele está certo, três carros e seis oficiais, incluindo Deacon que tinha os ombros quadrados e um olhar tenso no rosto estando atrás dos dois detetives. Morris e Chapman, como tão elegantemente se apresentaram para nós no X-Rated, enquanto basicamente nos despojaram procurando e destruindo nosso estabelecimento. Morris é baixo e gordo, enquanto Chapman é alto e magro. O par perfeito.

Optimus acena para Ham abrir os portões, e ele corre para frente, abaixando-se para a tranca do portão. As grandes portas tremem quando abrem lentamente e ficamos entre eles.

“Meninos,” Morris diz com um rosto severo, enquanto Chapman não consegue tirar o sorriso dos lábios.

“Espero que tenha um mandado de busca, ou terei que pedir-lhe educadamente para sair,” Optimus diz para eles, cruzando os braços sobre o peito.

Chapman dá um passo adiante, mas nenhum de nós recua apesar de seu propósito de tentar nos intimidar. “Não temos um mandado de busca...” ele diz, seus olhos derivando sobre cada um de nós enquanto ficamos juntos como um grupo sólido. Fico surpreso, mas tento não deixar transparecer.

“Então sugiro que saia”

Seus olhos finalmente param em mim e seu sorriso fica mais amplo. “Mas temos um mandado de prisão.”

Mostro os dentes. “Que porra está falando?”, pergunto duramente quando ele puxa as algemas do cinto.

Morris dá um passo ao lado dele, empurrando um pedaço de papel nas mãos de Optimus. Seus olhos o percorrem rapidamente, Blizzard lendo por cima de seu ombro enquanto espero um veredicto.

“Foda-se,” Optimus amaldiçoa. Ele acena com o papel no ar. “Isso é uma besteira do caralho, e sabe disso! Podemos provar que ele não fez nada.”

“Que diabos está acontecendo?”, quero saber, olhando entre meu presidente e os detetives.

“Ryan Taylor,” Chapman começa, e faço uma careta para meu nome de nascimento, um nome que ninguém me chama agora, exceto minha irmã. “Você está preso pelo assassinato de Peter Davenport...” O resto das palavras se tornam um grande borrão, um borrão que ouvi milhões de vezes enquanto ele lê meus direitos. Mesmo a sensação das algemas fechando em meus pulsos é familiar, mas essa faz meu estômago revirar e meu temperamento ferver.

Olho para Op e meus irmãos que assistem com carrancas profundas. Op tem os papéis em seu punho como se isso fosse a única coisa impedindo-o de distribuir socos.

“Vamos encontrá-lo na delegacia,” Op diz avançando e me dando tapinhas no ombro e olhando diretamente em seus olhos. Sei o que ele está procurando, mesmo que eu tivesse no clube naquela noite que ele foi morto, ele precisa saber que não sai em algum momento e fiz isso. Que não atirei no idiota. Sei que, de qualquer forma, ele e o clube irão ficar ao meu lado, mas, primeiro, é um caso de saber exatamente com o que estão lidando.

Balanço a cabeça, deixando-o saber que não fui eu.

Seja qual forem as provas que conseguiram para um mandado de prisão é uma merda absoluta, e tem que haver uma maneira de porra provar isso.

Op assente, ouvindo as palavras que não disse, enquanto Chapman me empurra em direção a uma das viaturas policiais. Rosno profundamente na garganta e me afasto quando ele coloca a mão na minha cabeça para me empurrar.

Chapman ri. “Acho que já fez isso várias vezes, hein?” Ele gargalha quando coloca o cinto de segurança sobre meu corpo e recua, batendo a porta.

Olho meus irmãos, a Optimus já está direcionando-os para suas motos enquanto Blizzard assiste, seu celular no ouvido e sua boca se movendo rapidamente.

Morris sobe no lado do motorista e dobra-se, enquanto Chapman fica ao meu lado no banco traseiro. “Você tem o direito de permanecer em silêncio e toda essa merda, mas se há alguma coisa que precisa nos dizer, estamos totalmente dispostos a ouvir.” Morris sorri no espelho retrovisor quando liga o motor e afasta-se do meio-fio, os outros dois carros de polícia seguindo atrás de nós.

“Sim, tenho uma pergunta, na verdade,” digo, olhando Chapman, que me observa com um sorriso presunçoso. “Você pode chupar meu pau?” Pergunto a ele, apreciando a forma como seu rosto cai instantaneamente.

Morris ri, mas Chapman é rápido para retaliar, acertando seu punho em minha mandíbula. Imediatamente sinto o gosto de sangue encher minha boca, e viro a cabeça, cuspindo-o contra a janela.

O líquido gosmento manchado com carmesim escorre pelo vidro. Então me viro e o encaro. “Feri seus sentimentos ou alguma merda?”

Desta vez, ele dá outro soco, direto nas minhas costelas. Mal me encolho, tensionando meus músculos enquanto posso ver seu rosto se tornando cada vez mais vermelho, frustrado que não estou quebrado. Seguro minha fúria, sabendo que preciso manter a calma e não ser manipulado por estes idiotas.

Não fiz nada de errado, não toquei naquele filho da puta do Davenport.

Tenho fé que meus irmãos vão encontrar a evidência de que precisam. Tem que haver algo no clube que aponte para minha presença lá naquela noite, e não em sua casa atirando e o matando. Sem dúvida, eles já estão no telefone com Sugar para levá-la para fazer uma declaração, é com ela que estive toda a noite.

Quando chegamos à delegacia, meus irmãos não ficam muito atrás, parando as motos no meio-fio e descendo. A porta abre abriu e Cruiser saí, Optimus dando uma olhada no meu lábio partido e virando sua raiva para Chapman.

“Dez malditos minutos no carro e ele sai sangrando. Melhor ter uma boa explicação.”

Chapman abre a boca para se defender enquanto Matthew, o advogado do clube, aparece, descendo a escada da polícia.

“Eu também quero saber,” ele diz com firmeza, olhando para mim por uma resposta.

Sorrio. “Eu só lhe fiz uma pergunta.”

Matthew revira os olhos quando Morris me empurra em direção à delegacia.

“Consiga essa merda resolvida”, ouço Optimus dizer atrás de mim.

“Vou descobrir o que está acontecendo e te deixar saber”, Matthew assegura.

A delegacia de polícia está razoavelmente vazia quando me levam pela recepção e, em seguida, até uma das salas de interrogatório que conheço tão bem. Eles me soltam antes de pressionar meus ombros e forçar-me numa cadeira velha e deteriorada. Bufo em aborrecimento e esfrego as marcas vermelhas em torno de meus pulsos.

Matthew se senta ao meu lado, sua pasta caindo sobre a mesa com um baque alto. “Gostaria de ver o mandado.”

O oficial de pé ao lado da porta coloca alguns papéis sobre a mesa e Matthew os agarra, arrastando-os para seu lado. Ambos Morris e Chapman se sentam à mesa, descansando casualmente enquanto Matthew examina os papéis.

Depois de alguns minutos, ele finalmente fala, colocando os papéis em cima da mesa. “Ok, então diz que não há evidência razoável? O que é isso?"

Morris volta seu olhar ao meu. “Você já foi à casa de Peter Davenport, Sr. Taylor?”

Cerro meu queixo e franzo os lábios. “Sim, uma vez.”

“Quando foi isso?”, Ele pergunta, pegando uma caneta e rabiscando no bloco de notas a sua frente.

“Semana passada,” respondo honestamente. “Ele estava assediando minha mulher. Fui com meu presidente e vice-presidente dizer-lhe para se afastar.”

Mais rabiscos.

“Você forçou sua entrada?” Chapman diz, atraindo meus olhos para ele.

"Não. Fui educado pra caralho e ele bateu a porta na minha cara,” digo, falando sério.

“E o que disse a ele depois que ele supostamente abriu a porta?”

Reviro os olhos. “O que te disse, merda ... para se afastar porra da minha menina e deixá-la em paz.”

Chapman sorri. “Você quer dizer sua esposa, certo? Annabelle Sullivan?”

“Acho que todos sabemos exatamente quem está sendo discutido aqui”, Matthew interrompe impaciente. “Faça seu maldito ponto.”

Morris olha para o oficial de pé ao lado da porta e dá-lhe um aceno de cabeça. O oficial sai da sala. “Então você não tocou a porta em tudo, além de bater,” Morris diz, virando o rosto presunçoso de volta para nós.

"Não. Bati, ele a abriu, tivemos a conversa, em seguida, ele bateu a porta na minha cara. Feliz?"

A porta se abre novamente, e um grande saco de provas é colocado sobre a mesa na nossa frente. Inclino-me para frente, tentando descobrir o que diabos está lá dentro.

“Se isso for verdade, então por que são suas impressões digitais na maçaneta da porta de Peter Davenport?”, pergunta Chapman, inclinando-se para trás e ligando os dedos atrás da cabeça. “Acabou de admitir que só esteve lá uma vez, e durante esse tempo não abriu a porta, só bateu.”

Estudo o objeto. Por um momento estou confuso. Não toquei a porra da maçaneta da porta de Davenport, não tentei abrir ou qualquer coisa.

Mas então me lembro ...

Morris concorda. “O que significa que deve ter estado lá outro dia ... ou outra noite.”

“Há uma coisa errada com sua teoria, meninos,” digo com uma risada.

O rosto de Chapman cai rapidamente, e ele se inclina para frente como se estivesse pronto para morder a porra da minha cabeça. "E o que é isso?"

“Essa não é maçaneta da porta de Peter Davenport.” Mesmo quando digo as palavras, a realidade do que realmente está acontecendo surge e meu estomago vai parar na garganta. “É de Eric Deanwell.”

 

Capítulo trinta e cinco

Sugar

 

Não posso fazer nada enquanto me esforço para me levantar no banco de trás de seu carro, minhas mãos e pés amarrados. Eric salta para o assento do motorista e segue tão rapidamente da calçada para a rua, que meu corpo é arremessado como uma boneca de pano. Estou dormente, nem sequer sinto nada quando minha cabeça é esmagada contra a porta e meu pescoço dobro de modo não natural. Minha respiração está superficial e minha visão embaçada, meu cérebro trabalhando horas à mais para descobrir o que diabos está acontecendo.

Lambo meus lábios, eles estão secos e rachados. “O que...e?” Consigo perguntar, mas até mesmo quando o ar em volta de mim parecia pesado e todos os ruídos se tornam maçantes

Posso ouvi-lo rir. “Falaremos em breve, Annabelle, vai estar se sentindo muito sonolenta num minuto. Eu coloquei o suficiente de 'Maniac' apenas para te fazer se sentir bem, mas também adicionei um sedativo.” É como se ele estivesse longe, ou falando comigo através de um túnel. Estou me sentindo sonolenta e drenada, mas também posso sentir o 'Maniac' agindo, e estranhamente, me sinto meio que bem. É como se estivesse cochilando na cama mais confortável, o barulho do mundo bloqueado.

Apenas paz na minha mente.

“Não sou muito bom com esse tipo de coisa. Dosagens e outras coisas. Esse sempre foi o forte de Peter. Então, é melhor esperar que se caia no sono...” ele ri,‘... se for acordar novamente.”

Ouço suas palavras quando a escuridão começa a me consumir, minhas pálpebras fechando.

O que não consigo descobrir, é o porquê disso.

Mas estou muito insensível para me preocupar.

 


Gemo quando rolo, minha cabeça ainda parecendo estar nas nuvens, mas meu corpo funcionando um pouco melhor. Meus olhos abrem quando ouço a voz de Eric.

“Levante-se e brilhe, bela adormecida”, diz ele. Ele parece muito mais claro agora, muito mais em foco.

Torço meu corpo, percebendo que as restrições foram embora e tento empurrar-me para cima da cama. Meus braços e pernas tremem, e no segundo que estou na vertical, tenho que apertar os lábios e cobrir a boca para me impedir de vomitar.

“Aqui.” A lata de lixo é empurrada na frente do meu rosto bem à tempo, o conteúdo do meu estômago é expulso e respinga contra os lados.

Há suor na minha testa, e sinto frio como se estivesse em um congelador. Começo a tremer incontrolavelmente, e enquanto meu corpo está pirando, meu cérebro começa a lentamente colocar as peças juntas.

“Q... quanto tempo... tenho estado ... fora?”, pergunto, abraçando o mau cheiro que vem do meu corpo, sabendo agora que estou provavelmente longe de terminar.

Eric sorri de seu assento do outro lado da sala num grande sofá creme de três lugares, bebida na mão. Parece que estamos em algum tipo de quarto de hotel. E não apenas o típico quarto de motel 'que se permanece enquanto sequestra meninas’. Não, não com Eric. Este quarto é lindo.

Estou sentada no centro do que tem de ser uma cama King, com lâmpadas florais extravagantes estrategicamente colocadas em ambos os lados. Olho da cama para janelas do chão ao teto, com vista para a cidade.

Mas qual cidade?

Não tenho certeza, meu cérebro ainda incapaz de calcular a informação como deveria.

“Cerca de quatro horas, mais ou menos,” ele finalmente responde, puxando meus olhos de volta para ele.

Quatro horas?

Posso estar em qualquer lugar.

Isso, e agora tenho certeza do que está acontecendo. Estou caindo, tendo abstinência.

A dosagem de 'Manic' que ele me deu não é forte. Peter muitas vezes brincou com miligramas à mais ou à menos, a fim de ver quanto tempo os efeitos durariam antes que eu estar desejando mais.

Já podia sentir isso acontecendo, meu corpo querendo mais. O barulho está de volta, um zumbido baixo em meus ouvidos, que consegui escapar durante tantos anos. Meu estômago embrulha, e empurro meu rosto de volta na lata, encolhendo-me com o som de mais vômito saindo.

“Eu não entendo”, digo calmamente enquanto limpo minha boca com o braço.

Forço-me a respirar fundo pelo nariz e soltar através da boca, tentando acalmar meu corpo e minha mente enquanto gritam por algo para matar a dor.

“Você não é tão inteligente quanto te dei crédito, Annabelle,” Eric me insulta, levantando e caminhando em direção às grandes janelas. Ele olha para a cidade, pressionando a mão no vidro. “Peter realmente te amou, sabe.”

Minha reação imediata é de zombaria. "Difícil de acreditar."

Meu corpo estremece. Quero me mover e puxar os cobertores da cama, o frio na minha pele quase demais para suportar. Ele se vira para mim. Foi-se o olhar de compreensão e empatia que sempre recebi dele. Seu rosto agora é torcido neste homem que não conheço, seus traços frios e indiferente.

“Sabia que Peter tinha um transtorno psiquiátrico?”, ele perguntou casualmente.

Engulo. “Não até r... recentemente.”

Wrench encontrou em sua busca, mas meu cérebro simplesmente não consegue lembrar, a neblina ainda muito grossa.

Wrench.

Jesus, onde está Wrench?

Ele está lá fora, procurando por mim, o clube também.

E Eric, eles saem que estou com ele. Eles sabem.

Por favor, deixe-os saber, deixe-o me encontrar.

“Transtorno de Personalidade Narcisista”, diz ele lentamente. As palavras tocam um sino na minha cabeça. “Basicamente, ele pensava ser o melhor, o mais inteligente, o mais rico. Ele pensava que ninguém iria se comparar com o quão incrível ele era.” Suas palavras são duras, seu tom sarcástico como se estivesse falando de uma criança que disse a toda a sala de aula com plena confiança que ele é o Superman.

“Peter ajudou a descobrir a droga 'Maniac', mas fui eu que dei a ideia de que vendê-la. E assim usá-la para realmente ganhar dinheiro”, explica enquanto anda pelo quarto para onde há uma pequena garrafa de licor. Ele enche o copo e toma outro gole, lambendo os lábios antes de falar novamente. “No começo, ele não quis, ele não queria dividir você com ninguém, mas uma vez que começou a ver quanto poder isso lhe dava ... ele entrou comigo. Usamos você como uma... demonstração, eu acho. Aproximando os criminosos, deixando-os ver como a droga funciona... como você reagia”.

Encolho-me, estreitando os olhos enquanto tento lutar por memórias, sabendo que se virem agora será impossível. Elas me consomem. É difícil, a retirada com minhas emoções elevadas, arrastando-me por um caminho sombrio que tenho tanto medo.

“Infelizmente para ele, ele se apaixonou por você, e logo estava lutando para protegê-la”, Eric zomba como se a ideia fosse patética. “Ele mudou seu foco para longe do plano, e começou a perceber que, em vez de ajudá-la, isso estava realmente ferindo-a. Ele a deixou, pensando que fazia o que era certo, e veio me ajudar a construir nosso mercado em Nova Iorque.”

As peças do quebra-cabeça estão se encaixando, deslizando no lugar.

“Mas no momento em que ele voltou, e você se apavorou, pedindo-lhe para tirar a dor...”, diz ele com uma risada em sua voz, ele obviamente acha minha luta divertida, hilariante quase “, ... ele fez a única coisa que sabia que iria ajudar. Ele lhe deu as drogas. Mas eu sabia que, no momento em que voltasse para dentro de sua cabeça, iria tentar novamente sair.”

“Eu engravidei”, sussurro meus pensamentos em voz alta.

Eric ri alto, o ruído machucando minha cabeça, fazendo com que o zumbido fique mais alto. “Não poderia ter planejado melhor se tivesse tentado. Estive estado ao redor e fui o bom rapaz e disse-lhe para correr, mas você já estava na maldita porta, só tive que dar um pequeno empurrão.”

Solto mais vômito no interior da lata que já está começando a fazer o quarto feder.

Eric ri de novo, obviamente apreciando a dor de que sinto, sabendo exatamente como meu corpo está reagindo. Meus músculos doem, e minha cabeça nada enquanto luto para juntar-me novamente. Passei por isso antes, e sei que as próximas horas não serão bonitas.

“Peter foi um pequeno macaco útil pelos últimos seis anos, produzindo novas drogas, ajudando-me a testá-las, mas sabia que no momento em que voltasse para a cidade, ele iria lutar de novo. Ele te veria novamente e assumiria que é dele”, ele diz, revirando os olhos. “Isso é exatamente o que aconteceu. Então resolvi o problema antes que ele pudesse criar uma consciência.”

Ouço a dobra de um saco de plástico, e minha coluna tensiona. Forço-me a não olhar para ele. Sou forte, não faria o que ele quer que eu faça. Ele quer que eu porra implore por mais, que fique de joelhos para que ele possa me olhar, enquanto imploro para fazer a dor ir embora. Com meus olhos voltados para a janela, me recuso a olhar para ele enquanto o sol está se pondo sobre a vasta paisagem urbana. Uma que gostaria de poder descobrir o nome.

Wrench virá para mim.

Ele irá me encontrar, sei que fará.

Um pensamento surge em minha cabeça, então o expresso. "O clube. W... O que eles têm a ver com isso?”

“Mmm”, ele cantarola em aborrecimento. "O clube. Temos compradores no Alabama... grandes ... aqui mesmo na cidade.”

Essa declaração me aquece por dentro. Ainda estamos no Alabama, pelo menos, isso é uma coisa.

“Os Brothers têm sido uma dor na minha bunda por anos. Primeiro, só gostei de colocar os bastardos presunçoso longe. Eles pensam serem reis nestas partes. Então, quando quis introduzir o 'Maniac', os compradores ficaram hesitantes, sabendo que se o clube cheirasse isso acontecendo, não haveria guerra. Preciso que o clube acabe”.

Balanço meu corpo, tentando aliviar alguns dos sintomas que estou sentindo. “S... soa como se fosse bucetas6.”

Eric ri sombriamente. “Engraçado dizer isso. Buceta é apenas a palavra que pensava. Não no diz respeito a eles, embora, mas a você.”

O frio no meu corpo fica mais forte, suor escorre por meu cabelo e rosto. Ouço que ele diz. Lembro exatamente para quem ele está vendendo as pílulas.

Traficantes.

Malditos traficantes de humanos.

“C... como pôde fazer isso?” Gaguejo, segurando a lata de lixo em minhas mãos. O ruído em minha cabeça está se tornando mais forte, e quero bater a cabeça contra uma parede e gritar para ele parar. “E quanto a L... Lisa? O que ... ela diria?”

Tento desesperadamente jogar com o que acho ser seu lado humano. Descubro que, ele não tem um.

“L ... Lisa ...” ele zomba, “... está lá fora em algum lugar, fazendo exatamente a mesma coisa que você irá. Implorando por drogas, usando seu corpo para tê-las, sendo uma boa viciadinha. Não menti quando disse que ela era muito curiosa para seu próprio bem.”

Suspiro.

Ele vendeu a esposa.

Teve sua porra de esposa viciada e vendida.

Assim como fará comigo.

“Bem...” ele diz alegremente, seu tom mudando dramaticamente, “...vamos ter sua sessão de fotos terminada, e esperar que os compradores apareçam logo.”

Ele estende a mão e agarra meu tornozelo, luto, o lixo voa para fora da cama e para o chão, derramando o conteúdo em todos os lugares. Empurro-o, mas meus movimentos estão lentos e meu corpo fraco. Ele sobe em cima de mim, seu corpo prendendo o meu na cama. A mão de Eric vai para minha garganta, e ele aperta. Afundo as unhas em seus pulsos quando ele levanta a mão com uma pílula entre os dedos.

Não, de novo não. Não posso fazer isso novamente.

Fecho meus lábios e sua risada aumenta. “Tudo bem, então, vamos jogar do seu jeito. Quanto tempo pode prender a respiração, Annabelle?”

Ele solta minha garganta e usa os dedos para apertar meu nariz. Meu corpo treme na cama lutando para afastá-lo, mas estou ficando cansada, meus músculos já gritando para desistir, o barulho em meus ouvidos tornando difícil me concentrar.

Preciso lutar.

Estou ficando tonta, meus pulmões gritando por ar enquanto ele ri loucamente em cima de mim, como se ele soubesse que não posso ganhar.

Eu não posso.

Finalmente, incapaz de durar mais tempo, ofego por ar, e ele deixa cair a pílula na minha boca. Instantaneamente, tento cuspi-la, mas sua mão aperta meu queixo e ele fecha-o. Sei que não há combate, a pílula está derretendo na minha língua.

“Engula,” ele diz, apertando meu nariz novamente.

Eu não tenho escolha.

Ela escorrega na minha garganta com facilidade e Eric ri como um psicopata maldito quando saiu de cima do meu corpo agora mole. Lágrimas escorrem por meu rosto enquanto espero os efeitos tomarem conta de mim. E na parte de trás do meu cérebro a viciado em mim salta de alegria.

A abstinência terá ido em breve.

Assim como o ruído, levando um pedaço meu com ele.

 

Capítulo trinta e seis

Wrench

 

“Onde ela está, cara?” Pergunto à Optimus, meu corpo e mente absolutamente derrotados. Ela sumiu a mais de vinte e quatro horas e estou prestes a perder a minha mente.

Não dormi na noite passada, estou funcionando com pura adrenalina, e tenho meu computador executando o software de reconhecimento facial que Judge me enviou ontem à noite.

Morris e Chapman tentaram pelo maior tempo possível, mas quando saiu, Peter estava em sua lista de vigilância por um par de semanas agora, sendo o criador dessa assim chamada droga que tentavam erradicar.

Não levou muito tempo para que puxassem as fotos de sua casa do dia antes de seu assassinato e perceber que eu estava dizendo a verdade, as maçanetas foram trocadas.

O resto das evidências apontam para Eric Deanwell, e com Sugar desaparecida, posso ver o quão estúpidos eles se sentem, obviamente, por já terem o interrogado.

Bom, espero que gastem tempo perseguindo suas bundas ou escondendo as cabeças de vergonha. Porque se eu encontrar uma prova disso primeiro, vou matá-lo.

Agora é apenas depois do meio-dia, e eu ainda não tenho nada. O celular de Sugar foi jogado fora de Athens, e desde então, não temos uma ideia de merda de onde Eric a levou. Nesta fase, ela pode estar à meio mundo de merda, e não temos nenhum maldito indício.

“Calma,” Optimus diz severamente. “Nós vamos porra encontrá-la, prometo. Temos irmãos espalhados por todo o estado, Kit fez o mesmo com seus meninos. Se ela está por perto, seremos capazes de enviar alguém para ela em meia hora.”

Cerro os dentes.

Ambos, Op e Kit acionaram um punhado de irmãos por todo o estado e em grandes cidades ou vilas. É um risco que tenho que correr, meu instinto dizendo que ela ainda está por perto, que ele não teria tentado voar com ela. Isso, e durante a igreja na noite passada, conseguimos reunir algumas das peças do quebra. Eric tem estado na bunda do clube por muito tempo, sua vingança contra nós se tornando bastante óbvia. Ele quer nos destruir, mas quanto mais veio para nós, mais forte nós porra ficamos. Ele tentou derrubar todo o clube, mas não iriamos deixar, cada um dos nossos membros disposto a intensificar a cada maldita vez e receber um golpe pela equipe apenas para que o clube sobrevivesse.

Ele nos subestimou.

Infelizmente, nós o subestimamos também.

Há uma razão que ele querer levar o clube para baixo, e tem que ser simplesmente porque precisa reinar livre onde se mantém forte.

Vou matar o filho da puta.

Balanço minha cabeça. “Ela é tudo, cara.”

Optimus me olha diretamente nos olhos. "Eu entendo."

Graças a Deus Harlyn não está por perto, porque se eu visse a garoto agora, só poderia quebrar, sabendo que não fiz o que eu deveria e protegi sua mãe. Ela ficou com minha irmã ontem à noite, e ela vai buscá-la depois da escola também. Optimus está preocupado com ela fazendo perguntas, querendo saber onde Sugar está desde que ela fica no clube recentemente.

Tiro meu boné e coço a cabeça. Preciso tomar um banho ou algo assim, tentar acordar meu corpo, certificar-me que estou alerta. O pensamento de comer me fez sentir fisicamente doente, então não como. Quero a porra da minha mulher de volta, sei que ela está em pânico, possivelmente tendo um ataque e não posso porra estar lá para ela.

Meu coração doí, e toco meu peito. “Eu nunca porra pensei que poderia encontrar alguém que sentisse...” Luto para encontrar palavras. “... que eu só porra sentisse. Que me entenda, minha vida, quem eu sou. Nunca pensei encontrar alguém que teria todo esse medo de perder. Sinto como se estivesse faltando algo.”

Os últimos meses foram tudo menos bons ventos para nós, mas lutamos contra isso e não importa a porra que aconteceu, sempre voltamos juntos. Como ímãs malditos que não podem estar separados.

“Quando finalmente percebe, bate em você como uma tonelada de tijolos porra, vou dizer isso,” Blizzard concorda.

Ele e Rose tem seus próprios problemas. Ela machucou o clube, machucou todo mundo que Blizzard se importava, mas essencialmente isso não era ela. Ela foi enganada e manipulada. E ainda levou a Blizzard um longo tempo para confiar nela, no entanto. E quando ela estava em perigo, ele percebeu exatamente o que poderia perder.

“Wrench!” Hadley chama do topo das escadas com Macy em seu quadril. Corro e a olho. “Seu computador está fazendo sons malucos!”

Corro até as escadas, Hadley conseguindo saltar para fora do caminho há tempo quando passo por ela, Macy ri alto.

Posso ouvir o som quando alcanço minha porta e afasto a cadeira do computador do caminho quando me inclino sobre a mesa, examinando a tela.

“O que isso quer dizer?”, Pergunta Optimus, correndo atrás de mim e Blizzard logo atrás.

Olho para ele com olhos arregalados, olhando uma foto dela, exposta sobre uma cama, com os olhos fechados. Ela foi claramente posicionada de forma provocativa, mas não posso dizer se ela está acordada ou apenas recusando-se a olhar para a câmera.

A única coisa que sei com certeza.

Ela ainda está viva, e ainda está no estado.

“Por favor, não me diga que é o site que acho que é,” Optimus diz, com a voz carregada de medo.

Minha cabeça pende. "Sim. E ela foi vendida trinta minutos atrás.”

É um site de tráfico. Não posso nem porra acreditar que estas coisas ainda acontecem por aí, mas sei que o FBI os monitorava todos os dias, à procura de meninas desaparecidas na esperança de encontrar pistas. Aquelas onde as trocas são baixas. Infelizmente, muitas vezes demoram algumas semanas até eles serem derrubados, e novos são iniciados e circulam através da comunidade tentando afastar a polícia.

“Birmingham”, leio em voz alta, antes de virar para Op. “Temos um homem em Birmingham?”

“É lá que Leo está”, diz Hadley, enfiando a cabeça na porta.

Op assente e pega seu celular, pronto para fazer tantas chamadas quanto possível para mandar cada um para aquela cidade.

“Como diabos vamos descobrir onde ela está? Essa cidade é enorme”, Blizzard geme, andando pela sala.

Meu cérebro está selvagem. A imagem de Sugar deitada sobre a cama de calcinha, me olhando da tela do computador, com grandes letras vermelhas gritando VENDIDA na minha cara.

“Imagens de buscas de quartos de hotel na cidade. Veja se pode encontrar um que parece com o que ela está,” diz Hadley, falando novamente.

Suas palavras acendem um fogo em minha bunda, e a olho por cima do ombro. “Se não fosse mulher do meu irmão, eu te agora,” digo a ela com um sorriso.

Ela revira os olhos. “Você esquece, vivi com agentes do FBI durante anos. Sei tudo sobre os seus truques.” Ela me dá uma piscada e sai pelo corredor.

Rapidamente faço uma pesquisa de imagens de hotéis em Birmingham, Alabama. Blizzard e eu fazemos uma varredura por eles, enquanto Optimus está no fundo, chamando tantos irmãos quanto humanamente possível para estar lá.

“Hey”, Blizzard grita no meu ouvido, apontando para a tela. puxo a imagem de Sugar e coloco lado a lado. Eles são idênticos. Clico na imagem.

“Grand Regency Hotel,” leio em voz alta, em seguida, olho para a Optimus, que está imediatamente digitando uma mensagem no telefone. Quando ele olha para cima, estreita os olhos para mim.

“Tenho Leo indo para lá agora. Que porra está esperando?”

Não preciso ouvir as palavras, mas assim que alguém valida, estou correndo pela porta e indo para minha moto com meus irmãos logo atrás.

Como sempre estão.

 

Sugar


“Quer brincar comigo, minha pequena viciada?”

Não posso me mover, não posso escapar dele. Sinto sua mão escovando meu cabelo do rosto, seu toque frio contra minha pele quente. Eu quase gosto.

Não! Ele é o inimigo. Ele fez isso com você.

Aquela voz está de volta, gritando de algum lugar na minha cabeça. Tudo o que sei é que me sinto bem. As abstinências, elas estão piores do que antes. Pensei ser forte o suficiente para combatê-las, para passar, mas assim que as drogas saem, ele escorrega outra pílula através de meus lábios. E parei de lutar.

“Já lhe disse que 'Maniac' nunca realmente acaba com os sintomas? Quando engole isso intensifica-os, faz você se sentir como se precisasse de mais pílulas.”

Ele ri. Parece muito distante, mas posso senti-lo ao meu lado. Vejo sua silhueta quando ele me olha, sinto seus lábios em minha testa.

Suas palavras realmente não significam nada, estou dormente, num estado de indiferença e de paz.

Sei que elas são importantes, mas simplesmente não consigo descobrir o porquê.

“Recebi um telefonema de seu novo proprietário”, ele murmura em meu ouvido. “Ele estará aqui em breve para te ver.”

Ouço o que ele diz.

Mas não me importo.

Não consigo sentir nada.

Não quero sentir nada.

“Se ver minha esposa, diga a ela que disse oi.”

Eu quero ser insensível.

 

Capítulo trinte e sete

Wrench

 

Fizemos em uma hora, um passeio de pouco mais de uma hora e meia. Graças a porra da estrada livre, e mais uma vez Deacon teve nossas costas, nos dizendo onde os agentes de trânsito estariam, mas alertando-nos que, se pegassem nossas motos em alta velocidade, seria nosso problema para resolver.

Optimus um dia terá de reconhecer o quão frequentemente Deacon coloca sua bunda em risco pelo clube.

Leo nos encontra ao virar a esquina do hotel, estacionamento nossas motos no shopping algumas ruas depois. Tentamos seguir a curva dos edifícios quando fazemos o caminho para o hotel, não tenho certeza se ele será capaz de nos ver por uma janela ou algo assim.

“Liguei para o hotel e pedi que me passem seu quarto,” Leo explica enquanto corremos em direção ao prédio. “Felizmente ele é um idiota e imediatamente disse: 'Você não deveria ligar até hoje à noite.”

Antes de deixarmos o clube, tive a ideia se dar a Leo o nome de usuário da pessoa que comprou Sugar. Ele foi capaz de usar isso para mudar a hora da reunião com Eric, então ele pensa estar recebendo o comprador, mas estamos prestes a chegar primeiro. Isso alivia um pouco a dor em meu peito, saber que ela ainda está lá e pela a aparência das fotos que ele postou, não foi ferida.

O celular de Optimus toca pouco antes de atingir o edifício e todos paramos enquanto ele o verifica. “Quase todo mundo está aqui. Todos nossos meninos, Kit e seus rapazes devem chegar em vinte minutos.”

Dois clubes inteiros, que se reúnem nesta cidade, prontos para levar minha garota para casa. Empurro meus ombros para trás. Isso mostra o que fraternidade é. Homens que nunca viram Sugar, saindo de diferentes cidades e dirigindo por horas, dispostos a fazer o que for preciso, sem qualquer dúvida, porra, porque sabem o que ela significa para mim, e sabem o que ela representa para o clube.

Ela é minha Old Lady.

Família protege família.

Não importa o que, porra.

“Quero-a de volta agora”, digo severamente, ódio em minhas palavras. Sou como uma cobra, equilibrado e pronto para atacar. Meu veneno pronto para quem tentar entrar no meu caminho. Sangue será derramado hoje, e ficarei feliz em banhar-me nele.

Ninguém pega o que é meu.

Ninguém machuca as pessoas que eu porra me importo.

Passamos pelas portas da frente do hotel, a atmosfera de classe alta ostentosa tão incrivelmente Eric Deanwell. Como ele poderia ter escolhido qualquer outro lugar?

Leo dá um passo adiante, explicando para a menina atrás do balcão que estamos aqui para vê-lo.

“Ah, sim, ele está te esperando”, diz ela com um sorriso. “Ele está no piso superior, o que significa que o elevador abre diretamente em sua suíte. Então, uma vez que chegar lá, apenas aguarde alguns instantes e ele te deixará entrar.”

“Obrigado, senhora”, Leo responde educadamente, e segue na direção dos elevadores. Assim que está dentro e as portas fecham, todos estendemos a mão para nossas armas, verificando as câmaras e colocando-as de volta no lugar. Clico a trava de segurança, porque sei que não vou parar, na hora que tiver uma chance, ele será um homem morto. Ou talvez deva atirar na rótula de seu joelho e apenas brincar com ele por um tempo. Faze-lo sentir dor de verdade.

O elevador para no andar de cima e fico lá, nossas armas apontadas para a entrada, procurando qualquer coisa. Não sei se há homens com ele, ou se ele trabalha sozinho. Não tenho certeza do que esperar.

Um zumbido soa e lenta, mas seguramente o elevador abre. Saio, minha arma pronta, meu olho à procura de um alvo.

"No quarto. Por favor, venha até aqui”, a voz chama, o barulho ecoando contra as paredes. “Disse em seu primeiro e-mail que não estaria aqui até depois das seis. Estou bem com você chegando cedo, só passava o tempo.”

Olho para Leo, que assente. “Nosso plano de voo mudou no último minuto. Tem a menina aí?”, ele pergunta, baixando a voz apenas um pouco e tentando se livrar do sotaque sulista.

“Sim”, Eric responde. “Estou dizendo, as fotos simplesmente não fazem justiça.”

Blizzard entra no banheiro antes de irmos para o quarto. O olhar de Op encontra o meu e ele acena para eu ir primeiro, simplesmente porque sabe que se houver um tiro gostaria de ser o único a dispará-lo.

Pai de sua filha ou não.

Ela é minha agora.

Respiro profundamente, e, em seguida, passo pela porta, meu objetivo encontrando rapidamente o alvo. Deveria ter dado o tiro, mas o corpo mole de Sugar me abala quando ele a segura pela cintura ao seu lado. Eric moveu-se rapidamente dela, puxando Sugar para a frente de seu corpo, usando-a como escudo. A porra de um covarde.

“Coloque-a para baixo,” rosno, tentando manter minha arma estável enquanto olhava-a da cabeça aos pés.

Ela está vestida com uma camisola de seda que não impede a vista e mal chegou a suas coxas. Meu temperamento sobe mais ainda. Os olhos dela estão nos meus, mas não há nada por trás deles, eles estão em branco. Não há emoção, quase como se ela não me reconhecesse.

Meu coração acelera contra o peito. “Que diabos fez com ela?”

Ele leva alguns segundos, seus olhos se movendo de mim para Op e depois Leo, que ladeiam meu corpo em ambos os lados, mas nenhum de nós tem um tiro limpo.

“Ela está perfeitamente bem”, ele protesta quase presunçosamente. “Em tal estado de felicidade e paz que sua mente esteve ansiando tantas vezes.”

“Você a alimentou com aqueles malditos comprimidos de novo, não é”, grito, dando um passo para a frente. Tanto quanto posso dizer, ele não tem nenhuma arma. Posso correr para ele, o derrubar e afastar antes que ele possa fazer qualquer coisa para machucá-la.

Avanço, mas ele balança a cabeça, levantando a mão e sacudindo um pequeno saco, idêntico ao que encontramos no armário de Ruby no X-Rated.

“Você não quer fazer isso”, ele alerta, os olhos deslocando ao redor da sala, como se à procura de uma fuga. Ele não irá encontrar uma, no entanto. Não há nenhuma maneira que vá deixa-lo sair. Se não for desmaiado ou morto, ele não sairá desse quarto.

“Quer um pouco mais disso não é, minha pequena viciada?”, Ele sussurra para Sugar. Seus olhos se movem lentamente para o que ele segura na mão.

Ela balança a cabeça lentamente, como se estivesse em transe.

Não, esta não é ela.

Esta é a droga.

Ela está perdida dentro de sua própria mente. Ele a tem envenenada e ela não pode lutar contra.

“Abra a boca”, ordena, e ela responde rapidamente, seus lábios abrindo.

“Sugar, pare” Grito e por um segundo seus olhos focam, arregalando ligeiramente e me encarando. “Você não precisa delas. Estou aqui. Não irei a lugar nenhum."

Ela não responde, mas vejo um lampejo de reconhecimento em seus olhos antes que ele o afaste novamente com apenas um aceno do saco maldito. Ela é como um zumbi, nenhum pensamento, apenas seguindo sua necessidade de drogas, seu vício.

“Por que o clube, Eric?” Optimus fala, tentando mantê-lo falando. Na esperança de afastar sua atenção dela. “Você esteve tentando nos derrubar faz anos.”

Eric franze a testa. “O seu clube maldito e suas regras. As pessoas têm medo de vocês, e os que não tem não veem o Alabama como um estado que faz dinheiro, por isso não vale a pena lutar por isso”, ele zomba. “Mas eu vi a oportunidade, só precisava de você fora do caminho.”

“Então poderia começar a vender drogas e traficar mulheres?”, pergunto com desgosto.

“Se quer acreditar ou não, há um mercado para isso, e está acontecendo constantemente.” Eric ri, mas está se movendo nervosamente porque sabe que não há maneira de sair. “Alguém a comprou. Em trinta malditos minutos, eles a quiseram. Se não a tiverem, você está fodido. Eles virão atrás de você.”

“Esse é um risco que vou correr”, Optimus rosna, aumentando o aperto na arma em sua mão, o dedo pronto no gatilho.

Posso ver seu cérebro mudando mais e mais, considerando as opções, e espero pela sua vida e pela minha, que ele escolha não ir contra nós.

Acontece que, homens desesperados fazem coisas desesperadas.

Ele se arrasta seus corpos para trás. Sugar movendo-se com ele como um fantoche, embora seus olhos ainda estejam fixos nos meus. Ela está lá em algum lugar, ainda posso recuperá-la, mas depois disso, não tenho certeza de quanto tempo levará.

O som do elevador surpreende a todos por um segundo, alguém está no andar, querendo entrar. Eric usa a distração em sua vantagem. Ele segura-a na frente dele e inclinou sua cabeça para trás, despejando o conteúdo do saco em sua boca e pressionando-a fechada, então ela não tem escolha.

Seus olhos encontraram os meus, eles estão cheios de alegria, e não consigo me segurar por mais tempo. corro para ele e mais uma vez ele usa Sugar para se proteger, empurrando seu corpo para a frente e saindo pela porta aberta ao lado dele.

Seguro-a e tropeço para trás, mas ele só chega na metade do caminho da porta, seu corpo no ar, quando é atingido por uma rajada de balas. A metade inferior continua a avançar, enquanto a metade superior é jogado para trás com a força, atirando-o no chão, seus membros espalhados em posições estranhas e não naturais.

Blizzard salta sobre ele enquanto abaixo Sugar no chão e puxo sua cabeça para meu colo, tentando meu melhor para tirar o maior número de comprimidos de sua boca enquanto posso.

Sei que há muito mais.

Ela engoliu.

Blizzard estava tremendo de fúria. "Porra! Eu não pude fazer nada, se tivesse saído, ele teria me visto assim que não poderia dizer se ele tinha uma arma ou não.”

“Deixem-nos entrar”, uma voz vem dos alto-falantes na sala. É Kit, eles estão no elevador.

Leo corre para abrir as portas.

Movo seu corpo e bato em seu rosto, seus olhos completamente fechados agora.

“Precisamos levá-la ao hospital, porra,” Optimus diz urgentemente.

Estou prestes a levanta-la em meus braços quando um grupo de irmãos encheu a porta. Skins abre caminho através da multidão e cai de joelhos ao meu lado. Tecnicamente, ele não é nem uma prospecto ainda, mas está lentamente provando-se ao clube. Alguns dos irmãos naturalmente suspeitam, uma vez que ele era um agente do FBI apenas há alguns meses até sua operação ser encerrada.

“Onde ela está machucada?”, ele pergunta, os olhos vagando por seu corpo.

“Ele forçou um saco de pílulas por sua garganta,” digo, de repente, lembrando que ele costumava ser também um EMT7.

“Vire-a de lado”, ele ordena, e rapidamente obedeço, colocando-a de volta no chão e virando seu corpo. Posso sentir que sua respiração é fraca e não natural. “Desculpe Sugar”, ele pede desculpas antes de abrir sua boca e afundar dois dedos em sua garganta.

Sinto seu corpo convulsionar instantaneamente, e Skins consegue se afastar antes de uma onda de vômito atingir o chão.

Ele dá uma olhada rápida antes de se ajoelhar novamente e fazer a mesma coisa. “Desculpe bonita”, diz ele de novo quando empurra os dedos em sua garganta e, em seguida, afasta-se para trás quando mais bile e porcaria atingem o chão.

Está colorido, mas posso ver as pílulas dissolvidas dentro do líquido. Tento contá-las, perguntando-me quantas mais já entraram em seu sistema.

“Parece que temos muito pouco, mas ela ainda precisa de uma ambulância... pra ontem,” Skins diz, puxando seu celular do bolso e olhando Op.

Op concorda. "Faça a chamada. Você e Wrench vão com ela enquanto limpamos essa bagunça.”

Balanço a cabeça, pegando Sugar nos braços e correndo no meio da multidão de irmãos para o elevador com Skins ao meu lado, dizendo palavras em seu celular que não entendo. Tudo o que estou focado é no fato de Sugar ainda estar respirando, e enquanto ela respira, eu também o faço.

 

Capítulo trinta e oito

Sugar

 

Meus olhos abrem. Meu corpo dói em lugares que não tinha certeza de saber existir, e a dor na minha cabeça, é muito real. Gemo, me movendo, querendo tanto apenas fazer ir embora.

Por que ela não vai embora!

“Hey,” uma voz profunda e suave sussurra, fazendo-me tremer e as memórias vem como inundações.

Eu estava com Eric. Ele não é o homem que achei que fosse. Ele quer me machucar. Vender-me. Ele continuou me dando as pílulas, e parei de lutar com ele. Voltei a ser uma viciada, querendo apenas que a dor e o barulho fossem embora.

O barulho!

Posso ouvi-lo em meus ouvidos, é um zumbindo como se houvesse uma abelha voando ao redor da minha cabeça. Tento pará-lo e acabo com punhados do meu cabelo nas mãos.

“Sugar!” A voz sussurra, e paro. Ele agarra meus pulsos e gentilmente puxa-os para longe da minha cabeça, meus dedos lentamente se soltando do cabelo até que meus braços estão pressionados dos meus lados.

Não é ele.

Não é Eric.

Alguém.

Eric não me chama de Sugar.

Apenas o clube me chama de Sugar.

Forço meus olhos a se abrirem, minhas pálpebras tão pesadas que estou lutando apenas para movê-las, minha respiração pesada.

“Ei, está tudo bem. Estou aqui."

Lágrimas instantaneamente caem dos meus olhos, e deixo escapar um soluço alto.

É Wrench.

Meus olhos estão turvos, mas posso ver seu rosto, seu corpo, e o maldito boné que ele nunca tira. Esse boné que eu absolutamente porra amo. Ele não diz mais nada, apenas senta em silêncio, sua mão entrelaçada na minha e nossos dedos unidos. Isso me lembra da primeira vez que ele sentou comigo enquanto quebrei. Só que desta vez, quero seu toque. Minha cabeça está atordoada, e preciso senti-lo fisicamente comigo, preciso saber que ele não vai me deixar.

Ele segura um copo de água na minha frente, e avidamente tomo um gole, minha garganta crua e arranhada.

“Só um pouco”, Wrench adverte. “Ou ficará enjoada.”

Ele afasta o copo, e faço beicinho quando um tremor incontrolável atinge meu corpo. Com Wrench ao meu lado, o barulho logo desaparece no fundo, o som de sua voz profundamente masculina, muito mais poderosa. Os outros sintomas, no entanto, esses ainda estão lá. Minha mente está começando a voltar e juntar o que aconteceu, flashes de memórias enviando calafrios por mim. Os efeitos da droga acabando e deixando-me com os sintomas físicos, embora sejam muito debilitantes. Minhas mãos tremem enquanto procuro as mãos de Wrench, o calor de sua pele suave afastando o frio que está cobrindo minha pele.

“Você vai passar por isso,” ele diz simplesmente. “E estarei aqui com você.”

Cada parte de mim acredita nele.

Não há dúvidas em minha mente que Wrench está comigo.

É como um pesadelo. Como se fosse para a borda da piscina, apenas para ser pega e jogada no fundo novamente. Mas tenho mais de uma razão para lutar e voltar mais forte do que antes.

Wrench é meu abrigo na tempestade que me atingiu, a única coisa que me mantém na terra quando me sinto ser arrastada.

Em seguida, há minha menina. Harlyn é a razão pela qual continuo lutando, a razão de eu continuar a avançar. Estou numa missão para provar a ela que tudo é possível, não importa o quanto as pessoas tentem te derrubar.

Posso não ter acreditado em mim por um longo tempo, mas quero aprender a me defender agora.

Com ela me ajudando a seguir em frente e ele ao meu lado, não há maneira que possa perder.

 

Wrench


Sugar está no hospital há pouco mais de um dia antes que seus sinais vitais voltarem ao normal. A grande quantidade de drogas que ele lhe deu quase causaram a porra de uma overdose. Não é apenas 'Maniac' que ele forçou em seu sistema, mas também sedativos e outras pílulas. Basicamente, Eric quis torná-la uma drogada, viciada e com tesão. Todas as coisas que serviriam ao seu novo dono.

Infelizmente, enquanto ela sobrevive a mistura letal, ele fodeu ainda mais com o equilíbrio que ela lutou tão duro para encontrar em sua cabeça. Ela está tendo pesadelos que resultam em ataques de pânico três ou quatro vezes por noite, o que significa que nenhum de nós está tendo qualquer sono.

Os dias não são melhores. Encontro-a sentada, olhando para o espaço com aquele olhar vazio no rosto e isso assusta me assusta para caralho, pensando que talvez ela tenha tomado algo.

Harlyn não está lidando muito melhor vendo sua mãe tão quebrada, ela começa a responder na escola seus professores e ter discussões com os amigos. Então ela vem para casa e apenas se enrola ao lado de Sugar na cama, e as duas ficam assim durante horas. Não é fodidamente saudável, sem mencionar o fato de que agora estamos tentando achar o homem que a comprou, ele quer ela ou seu dinheiro de volta. Cem mil dólares.

Nunca um momento de tédio no inferno.

Estou sentado na igreja uma semana depois de levar Sugar para casa, e meu estômago está em nós. Estou prestes a pedir ao clube permissão para fazer algo, e não tenho certeza de como Optimus se sentirá sobre isso.

“Alguém tem algo?” Op pergunta a mesa.

Respiro fundo e levanto a mão. Todos os olhos caem sobre mim.

“Wrench, tem a palavra.”

Limpo a garganta e endireito meus ombros. “Quero levar Sugar embora”, digo claramente, vendo a confusão nos rostos dos meus irmãos. “Ela não está lidando bem. A medicação não está funcionando como deveria, e para ser honesto, acho que ela precisa de um lugar novo para endireitar sua cabeça novamente.”

A mandíbula de Op tensiona, os braços cruzados sobre o peito. “Quanto tempo acha que vai precisar?”

“Não há como saber quanto tempo leva”, Blizzard interrompe, olhando para Op. “Pode ser semanas ou meses, mas sabe que ele está certo. Ela não está indo bem, e Harlyn está apenas começando a afundar, também.”

Meus irmãos ao redor da mesa assentem, é óbvio com seus ataques de pânico e o jeito que ela simplesmente não consegue nem sorrir, mal pode suportar ser tocada por alguém que não seja Har ou eu, que ela precisa de espaço. Ela precisava de tempo para se concentrar no que é importante novamente. E se esse tempo for longe do clube onde não há esse lembrete, então que seja.

Optimus suspira e reclina-se na cadeira. “Dói vê-la assim”, ele diz calmamente.

Sugar e Op podem nunca ter estado plenamente apaixonados, mas compartilham uma criança, então tem um tipo diferente de amor. Optimus sempre cuidara e lutaria por ela, mas agora é meu trabalho protegê-la e ter certeza de que Harlyn, em poucas semanas ou meses ou o tempo que levar, tenha sua mãe de volta.

A mente de Sugar está delicada agora, e enquanto o clube é favorável, ele está estava cheio de caos, no melhor dos tempos.

“Tem algo em mente?” Leo pergunta do outro lado da mesa.

Balanço a cabeça e puxo um panfleto do bolso de trás, colocando-o sobre a mesa. “É no Texas. O programa em si dura algumas semanas, então veremos o que acontece. Nós ficamos lá enquanto for necessário para recuperá-la até um lugar onde ela seja... ela novamente.”

Olho para cada um dos meus irmãos ao redor da mesa, e todos acenam em apoio. Eles sabem que isso é o que precisa ser feito, e estarão nos apoiando porque é isso que, a porra, da família faz.

“Estamos com você”, diz Optimus sério. “Vamos fazer o que pudermos daqui. Dinheiro ou o que precisar, é seu.”

Balanço a cabeça. "Obrigado. A única coisa que preciso é cuidar dela, e descobrir o que diabos vamos fazer com esse cara que ainda acha que é seu dono. A única coisa que podemos fazer é tentar dar-lhe de volta o dinheiro. E isso vai levar algum tempo e esforço, sem que eu seja preso, o que é outra razão pela qual é melhor se sairmos.”

Minhas condições de condicional não me prendem ao estado, mas ainda preciso ter aprovação para sair, dado que será por um tempo.

Mas estes são apenas detalhes. Não me importa o que precise, eu porra passarei por isso se significar dar a Sugar o que ela precisa para lutar contra o trauma que sofreu.

Esta mulher é para mim.

Estou completo.

Ela é minha, e eu sou dela, e voluntariamente desistirei da minha vida e liberdade, se isso significar ajudá-la a voltar ao normal.

 

Capítulo trinta e nove

Sugar

 

Wrench segura minha mão enquanto dirigimos através da paisagem que sei que me parece familiar.

Meses e meses passaram, e agora estamos indo para casa.

É vinte e oito de dezembro. Perdemos o Natal por alguns dias e quase perdemos o nascimento dos meninos gêmeos de Op e Chelsea, Jackson e Oliver. Vi fotos e os meninos ainda estão no hospital, tendo chegado muito cedo, são lutadores e ficam mais fortes a cada dia maldito.

É isso, que nos estimulou a voltar para casa. Discutimos isso há mais de uma semana agora, nós dois temos certeza em nossas mentes que é hora. Meu coração dói para estar com minha filha e recomeçar nossas vidas, com o clube e com o homem que ficou ao meu lado nos bons e maus momento.

O homem cuja mão está apertada na minha, os dedos brincando com meu anel, o anel que ele me deu no Natal com promessas de amor e apoio para o resto da vida.

“Tootsie Roll?” Wrench diz da varanda da pequena cabana que moramos, trazendo um sorriso ao meu rosto. Ele nunca para de alterá-los. Todos os dias há um novo apelido, algum tipo de doces ou algo doce que ele gosta de me chamar.

Sei que começou como um jogo, buscando por algo que ele pudesse me chamar que fosse somente seu. Mas o jogo, por sua vez, se transformou apenas nisso, os novos nomes que surgem são algo especial para nós. Algo que faz ambos sorrirem.

“Estou aqui,” respondo, chamando sua atenção para onde estava alimentando Butternut, um dos cavalos de exploração agrícola.

Ouço seus passos pesados, a grama esmagando sob seus pés quando ele caminha para mim. Estamos no rancho faz quase três meses.

O primeiro mês foi um programa bastante intenso em que são especializados aqui, ajudar pessoas com doenças como a minha a lidar com suas emoções. No começo, foi difícil ver através da névoa, minhas noites ainda cheias de sonhos horríveis e memórias, e meus dias gastos sentindo falta da minha filha e me sentindo como se tivesse falhado com ela por me afastar quando ela mais precisa.

Mas Wrench ficou ao meu lado, e as pessoas que possuem o rancho, sabem o que estão fazendo, e me deram o tempo que preciso para me entender. Eles nos ensinaram habilidades, como me lembrar que não sou a única a lidar com os problemas que tenho, e me ajudaram a aceitar o fato de que não preciso me sentir como se fosse uma estranha, ou uma viciada porque a medicação me ajuda a passar por esses dias. Eles me ajudaram a ver que a culpa que nutria profundamente dentro de mim por causa do meu vício nas pílulas não é culpa minha e que estou dando os passos que preciso para tornar-me melhor para minha família e para mim mesma.

A fazenda é ocupada, mas também calmante. Há momentos onde se pode relaxar e ficar ao ar livre, um momento para acalmar nossas mentes, e há outros em que eles nos fazem trabalhar duro, mostrando-nos como lidar com situações estressantes quando acontecerem.

Não é tudo sobre aprender a respirar, é também sobre aprender meus limites e saber como me trazer de volta ou pedir ajuda quando sentir que estou caindo.

Claro, há momentos em que tudo é demais, quando sinto de Harlyn tão profundamente que meu coração doí, e parece que as sombras voltam. Mas eles também ensinaram Wrench a estar lá para mim, enquanto me deixa ter meu espaço, de modo que não confio somente nele para fazer tudo melhorar.

Estou mais forte por dentro.

Estou pronta para estar com minha família novamente.

Não temos certeza de quando, mas muito em breve iremos para casa. Wrench conseguiu pagar a dívida que foi colocada em mim, usando fundos de contas de Eric. Ele teve que fazê-lo lentamente, porém, retirando pequenas quantias ao longo do tempo. Estamos gratos que, tecnicamente, Eric ainda está classificado como desaparecido e não morto, de modo que não fecharam suas contas definitivamente, e mostrar que há dinheiro saindo é realmente bom para manter essa vida ideal, para que as pessoas se perguntem se ele apenas fez uma fuga.

Uma mão toca minhas costas, e sorrio enquanto seus braços trilham o caminho em torno da minha cintura. Nunca imaginei ter um homem como Wrench fazendo o que fez por mim. Ele se afastou de sua família e do clube por todo esse tempo, para se certificar de que eu tenha a capacidade e mentalidade que preciso para sobreviver. Lembro a cada dia o quanto ele me ama, e como ele estará ao meu lado não importa o que. E ele prova isso.

Ele não quer me prender como tantos outros pensarem poder.

“Ela vai ficar gorda se ficar o dia todo alimentando-a”, ele ri no meu ouvido, pegando sua própria mão cheia de frutas e oferecendo. Ela mordisca como a menina gananciosa que é.

“Não é esse o ponto do dia de Natal? Comer toda a comida que for humanamente possível e, em seguida, passar os próximos dois dias lamentando isso?” Rio.

Ele bufa. “Você pode ter um ponto. Na mesma nota, a comida está pronta, então é hora de comer.”

Ele agarra minha mão e me puxa para a casa enquanto rio alegremente.

Quando entro, ofego, e minha mão vai direto para a boca. A mesa com dois pratos de cada lado e as flores no centro. Há outra coisa, no entanto. Algo que faz o sorriso no meu rosto ficar mais amplo quando o olho.

Ele está sorrindo. “Romance não é exatamente a minha coisa, então só fui com o que sabia.”

Doces e barras de chocolate cobrem quase toda a superfície da nossa minúscula cabana. Há apenas um quarto, com exceção de um pequeno banheiro separado. Há todos os tipos de doces que pode imaginar espalhados pela cama, mesa de café, sofá e a pequena cozinha. É como se uma fábrica tivesse explodido lá dentro.

“Onde escondeu tudo isso?” Digo em reverência enquanto eu me movo pela sala.

Ele bufa. “Ocultar não foi a parte mais difícil, não poder comer é que me matou.”

Balanço a cabeça e rio. O corpo de Wrench é impecável de uma forma incrível. Ele treina todos os dias, mas nunca pensa duas vezes sobre o alimento que come. Odeio isso, meu ciúme começou quando avistei no espelho meu estômago ligeiramente arredondado.

Esqueci sobre isso quase instantaneamente, porém, quando me lembrei que sou a única mulher autorizado a apreciar seu abdômen duro como pedra e sentir seus fortes braços ao meu redor todas as noites.

“Isto é ...” Minhas palavras caem quando viro para falar com ele, apenas para encontrá-lo de joelhos com uma pequena caixa preta na mão. Ele ergue-a e abre a tampa para revelar um anel deslumbrante com dois diamantes em cima.

Lágrimas saltam em meus olhos, e mesmo que tente segurá-las, elas rapidamente começam a fluir por meu rosto enquanto pisco. “Wrench ...” sussurro.

“Quero que seja minha para sempre”, ele sussurra, me olhando diretamente nos olhos. “Vou te dar tudo que precisa. Estarei lá para você ... e Harlyn. Não vou tomar o lugar de seu pai, ela tem um incrível já, mas serei um homem que ela pode contar, que pode procurar ajudar com seus problemas. Serei um homem que vai lutar para que ambas sejam felizes pelo resto de suas vidas”.

Ajoelho e pulo em cima dele. Ele me segura, enquanto soluço suavemente em seu ombro.

Nunca imaginei que me casaria novamente, não que possa chamar meu casamento com Peter de casamento real. Ao crescer nunca sonhei com o casamento de conto de fadas, e o homem perfeito como as meninas em torno de mim faziam.

Mas o encontrei, porque isso simplesmente não é seu conto de fadas perfeito. Um conto de fadas perfeito não envolve motociclistas, viciadas, traficantes de mulheres e mães solteiras.

Mas este é o meu.

Este é o nosso.

“Isso é um sim?”, pergunta ele com uma gargalhada feliz.

"Sim!"


“Chegamos,” Wrench diz suavemente, cutucando meu ombro. Olho para cima quando os portões para o clube abrem, e Ham fica ao lado deles com um sorriso no rosto tão grande que penso que seu rosto pode se dividir.

Ele vira o corpo para caminhar de volta para a cabine, e ofego. “Ham foi aceito?”

Wrench ri. “Sim, Optimus me ligou dar meu voto.”

Bato nele com a palma da mão. “Não me disse isso.”

Ele apenas sorri, pois estamos entrando no clube e desliga o motor. Olho-o e ele encontra meus olhos. "Estamos em casa."

Posso sentir as emoções já brotando dentro de mim quando dou a sua mão um último aperto antes de ir para a maçaneta da porta.

Alguém me vence nisto.

A porta abre e vejo o rosto brilhante de Op. Olhamos um para o outro por um momento antes de seu rosto se abrir num sorriso largo. “Porra venha aqui”, diz ele abrindo os braços.

Salto, e ele me pega em pleno ar. Rio quando ele me aperta com força e me vira num círculo. “Droga é bom ter vocês finalmente em casa”, diz ele enquanto coloca meus pés de volta no chão. "Você parece bem."

"Eu me sinto bem."

Olho para ver os irmãos de Wrench aglomerados ao redor, cada um se revezando para abraçá-lo firmemente à medida que o recebe de volta.

Os sons de crianças rindo me fazem virar para a parede que esconde o quintal da frente da sede do clube. Meu estômago vira nervosamente, instantaneamente reconhecendo a risadinha feliz da minha filha.

“Vá”, Op diz, empurrando a parte inferior das minhas costas.

Dou um passo após o outro para o espaço depois do muro, minhas mãos tremendo e suor brilhando na minha testa.

Vejo-a primeiro.

Deus, ela cresceu.

Ela está correndo com Jayla, enquanto Blizzard observa da varanda com um sorriso. Seu cabelo está solto, e ele flutua com a brisa. Toco o meu, pensando em quão semelhante é.

Ela é minha menina.

O pedaço do meu coração que senti falta para caralho nestes últimos meses, mas também a parte que me fez lutar. Tenho que ser melhor para ela, tenho que mostrar a ela que às vezes as coisas são difíceis, mas com a família e amigos ao redor não há nada que não possamos conseguir.

O rosto da Blizzard se ilumina quando me vê, e ele ergue os dedos à boca, deixando escapar um assobio alto que para ambas as meninas. Elas olham para ele primeiro em confusão, e então seus olhos se movem para mim.

“Mamãe!” Harlyn grita as pernas levando-a tão rápido quanto podem para mim do outro lado da grama. Lágrimas escorrem em nossas bochechas enquanto me ajoelho a tempo de apanhar o corpo dela nos braços. Ela agarra-se a mim com força, nós duas incapazes de falar através das lágrimas enquanto sentamos na grama, envoltas nos braços uma da outra. Enterro meu rosto em seu cabelo, escovando os dedos por ele, tentando acalmá-la apesar do fato de que estar quebrando também.

Esta é minha vida.

Ficamos lá por um longo tempo até que nossos gritos diminuem. Posso sentir olhos nos observando, posso ouvir fungados no fundo enquanto assistem nosso emocionante reencontro.

Uma sombra cai sobre nós, e olho para cima vendo Wrench, os olhos injetados de sangue, mas segurando as lágrimas.

Ele cai de joelhos, e Harlyn finalmente vira a cabeça para ele. “Ei garota,” ele diz suavemente.

Ela não diz nada, apenas estende o braço e o engancha ao redor de seu pescoço, puxando-o para nosso pequeno amontoado.

Isso é felicidade.

Os braços de Wrench envolvem a mim e minha filha, nossa família nos rodeando.

“Você está de volta”, Harlyn finalmente murmura, recuando. Seus olhos estão vermelhos e sua respiração instável pela quantidade de choro.

“Estamos de volta”, confirmo.

“Estou feliz que está bem agora”, ela diz suavemente, meu coração acelerando nesse momento. “Tudo vai ficar bem agora.” Balanço a cabeça. “Tudo vai ficar bem agora.”

Eu estou em casa.

Nós estamos em casa.

 

Epílogo

Skylar

 

“O que acha desse vestido, Chelsea?” Pergunto quando puxo um mini vestido vermelho do fundo da loja. Ele tem um ligeiro brilho, mas nada muito chamativo e o decote em uma forma de baixo V acentuam os seios pequenos.

“Manda,” ela diz do provador, e levanto o vestido, enganchando o cabide na porta. Ela engasga e rapidamente abre a porta, espreitando através do pequeno espaço, mantendo seu corpo escondido.

Chelsea se tornou muito tímida desde que teve seus dois filhos quase sete semanas atrás. Foi-se o corpo da confiante menina do clube, que não poderia se importar menos sobre o que pensassem dela e de seu corpo, e em seu lugar está uma mãe, consciente de suas estrias e o ligeiro arredondamento das curvas.

Sei o que é se sentir feia e querer esconder seu corpo. Fui ensinada por toda a vida que meu corpo é algo para se envergonhar. Recuso-me a acreditar nisso agora, e me recuso a deixar uma mulher tão impressionante como Chelsea acreditar nisso também. O corpo de uma mulher é bonito, sexy e algo para ser estimado, não importa como pareça.

Ela estreita os olhos para mim enquanto apenas sorrio inocentemente. “Isso não vai caber em mim.”

Cruzo os braços sobre o peito e apoio a mão no quadril. Trabalhando na loja de Sugar nos últimos quatro ou cinco meses, vim a conhecer a figura de uma mulher bonita muito bem. Sei o que se encaixa e o que ficará bem, e com a orientação de Sugar ao longo das últimas semanas depois que ela e Wrench retornaram, estou ficando muito, muito boa em descobrir como colocar diferentes peças juntas para fazer uma roupa fabulosa.

“Não me venha com essa,” digo, revirando os olhos. “Você é basicamente do mesmo tamanho que era antes de engravidar. E esse vestido mostra suas pernas e peitos incríveis.”

“Sky ...” ela geme, fazendo beicinho como uma criança.

“Apenas experimente,” digo antes de girar e ir embora. “Você tem cinco minutos antes de eu entrar aí e puxa-lo sobre sua cabeça.”

Ouço-a bufar, e a porta fecha de repente, me fazendo sorrir.

Esta noite será a primeira noite que Optimus e Chelsea passaram um tempo sozinhos desde que os gêmeos nasceram.

Tem sido difícil lidar com Oli e Jack. Eles vieram mais cedo do que o esperado e o caminho para deixá-los saudáveis foi muito longo, mas com os meninos prósperos e felizes e saindo do hospital para casa, em apenas alguns dias, seus pais estão prontos para comemorar.

Farei tudo em meu poder para torná-lo especial e me certificar de que Chelsea se sinta forte, sexy e confiante novamente. Chelsea tem sido uma boa amiga para mim desde que cheguei. Ela não dá a mínima para mim, sou uma menina do clube, a menor na escala por assim dizer, e ela é a rainha, mulher do presidente, amada e adorada por todos.

A diferença é que ela esteve no meu lugar não muito tempo atrás, e ela respeita onde estou agora.

Tornar-me uma menina clube e transar com os meninos não estava no topo da lista de coisas que quero alcançar na vida, confie em mim. Minha educação me ensinou que o sexo não é algo para ser apreciado por mulheres, mas mais que isso, é um dever que temos com nossos maridos, a fim de reproduzir, e dar-lhes as crianças que irão continuar o legado da nossa fé.

Até um par de anos atrás, acreditava exatamente nisso, e sentia que esse era meu futuro. Casar, agradar meu marido, ter seus filhos. Isso é tudo que esperava do futuro.

Você pode dizer que foi meu amor por sexo que me levou aonde estou hoje. Foi isso que me ajudou a escapar e ver através dos ensinamentos de nossos anciãos. Mas também é o que me fez perder a única pessoa que realmente entendia meu coração.

Sei agora por que eles tentaram manter-nos longe, nos impedir de aprender e crescer, nos impedir de desfrutar de qualquer tipo de prazer, porque o mundo não é o que eles nos ensinaram, é muito mais surpreendente.

“Tem certeza?” A voz suave de Chelsea pergunta atrás de mim.

Viro para vê-la fora do provador, o queixo erguido, apesar da apreensão na voz. E é por isso que ela é uma puta rainha.

“Puta merda”, murmuro enquanto vou em direção a ela, meu queixo quase arrastando no chão. “Optimus vai ter uma porra de aneurisma quando te ver.”

Ela ri, seu rosto se ilumina quando torce o corpo para trás e para a frente, verificando-se completamente no espelho. Seu cabelo escuro flui em ondas ao redor dos ombros, e sua pele bronzeada está quase brilhante.

A porta tilinta atrás de mim, mas ignoro por um momento.

“Estou esperando,” sorrio.

Chelsea joga a cabeça para mim e revira os olhos. “Sim, sim, você estava certo.” Ela acena com a mão e caminha para o provador, e começo a voltar para a frente da loja com um sorriso no rosto.

Isso é até que vejo quem está de pé ao lado da porta da frente.

Meus olhos vão para Deacon primeiro. Ele é o chefe do departamento de polícia local e um amigo do clube. Embora seja estranho vê-lo entrar numa loja de roupas femininas, é a pessoa de pé ao lado dele que tira o ar dos meus pulmões e traz lágrimas aos meus olhos.

Seu cabelo preto como tinta pendurado numa trança que cai sobre a frente de seu ombro. O vestido rosa bebê de manga comprida que conheço conhecia tão bem está rasgado e sujo, encharcado de lama na parte inferior como se tivesse passado horas correndo pela floresta.

E se ela está aqui, sei que isso aconteceu.

Porque fiz a mesma fuga desesperada alguns anos atrás.

“Estou adivinhando pelo olhar em ambos os rostos que entendi isso direito,” Deacon diz suavemente, dando um passo lento para a frente como se estivesse se aproximando de um animal selvagem. “Sabe quem é esta menina, Skylar?”

Lágrimas escorrem de seus hipnotizantes olhos, os olhos verdes da menina que nunca podem ser duplicados. Ela ainda está congelada no local, as mãos na frente dela tão apertadas que seus dedos estão brancos. Ela está sendo obediente, sendo a mulher que foi criada para ser.

“Sim”, sussurro, minhas mãos tremendo enquanto dou um passo cambaleante para a frente.

Um soluço escapa da garganta de Emerald, e corro para a frente passando os braços em torno dela. Ela se agarra a mim, tremendo e sacudindo em meus braços, lutando para encontrar fôlego. Balançamos para trás e para a frente, lágrimas escorrendo dos meus olhos quando ela se agarra a mim como se eu fosse sua tábua de salvação.

Se ela está aqui comigo, essa declaração pode muito bem ser verdade.

A respiração de Emerald roça meu ouvido. “Eu escapei”, ela sussurra, com a voz trêmula.

“Ei, está tudo bem?”, pergunta a voz suave de Chelsea.

Olho para cima para vê-la analisando a situação, parecendo preocupada.

Os olhos de Chelsea encontram os meus e se suavizam, vendo o desespero no meu rosto. “Quem é esta?”, ela pergunta com cautela quando ninguém responde.

Limpo a garganta. "Está é minha irmã."

 

                                                                                                    Addison Jane

 

 

 

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