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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


ZUINKAA, A BRUXINHA PUTA / Carlos Cunha
ZUINKAA, A BRUXINHA PUTA / Carlos Cunha

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

ZUINKAA, A BRUXINHA PUTA

 

Ela é conhecida como Zuinkaa, a bruxinha puta. Num mundo, em que as pessoas vivem tão cheias de crendices, de crenças absurdas e de fé ardorosa no incrível e no impossível – como ETS, macumbas ainda, e até no lero-lero das estórias do Paulo Coelho - nada como acreditar, ver e vivenciar as estripulias da menina! Afinal é motivo de hilaridade e chacota para alguns e de punhetas saradas batidas por muitos, pois puta é puta e deixando a bruxaria de lado, só a idéia da existência dum bucetão poderoso mexe totalmente com a libido da meninada.
Dizem que ela tem os cabelos de um tom roxo e compridos, que é muito bela e que vaga nas madrugadas, voando em sua vassoura – está certo que nunca ninguém disse ser uma Firebolt ou uma Nimbus 2001, como as encontradas nas estórias do Harry Poter, mas todos falam que é uma vassoura aparentemente comum e que ela tem um cabo bem grosso de madeira, no qual a bruxinha dela não cai por ter sempre o seu bucetão inchado encaixado nele e que isso lhe da o equilíbrio.
Quem já a viu afirma não ser possível não ficar enfeitiçado pelo sorriso doce e delicado que ela carrega debaixo do chapéu enorme e pontudo, de mesma cor roxa dos cabelos, como o resto do traje que cobre seus ombros deixando de fora um par de seios enormes e maravilhosos. Afirmam ser só um pedaço rasgado de uma capa que não chega nem até a cintura e que daí pra baixo ela está sempre peladinha, com exceção dos sapatos de saltos enormes que nunca tira...

 

*                             *                              *


O bando de crianças se divertia imensamente. Nas mãos, abóboras escavadas lembravam caveiras e eram iluminadas por velas no interior, e quase todas carregavam caixas de sapatos com enfeites semelhantes. No dia de Todos os Santos os pequenos da família se espalharam pelas ruas do bairro, fazendo a maior algazarra, enquanto os adultos estavam reunidos em volta de uma enorme churrasqueira, já bastante embriagados. A família comemorava uma triste imitação importada do Hallowen feito na “estranja”. Na verdade – com exceção das crianças e dos velhinhos da família, que encantados com a alegria dos netos e bisnetos, eram estimulados pelo contato e pela confraternização que explodia no ar – o resto aproveitava a data como mais uma desculpa pra encher a cara.
Enquanto consumiam o garrafão de cachaça amarelinha que tinham ido buscar á tarde em um alambique, as caixas de cerveja que eram mantidas geladas dentro de outras caixas enormes de isopor com pedras de gelo e todo o estoque de bebida alcoólica que tinham em casa, as crianças paravam em frente a uma casa e se punham a gritar:

- Esta casa cheira a broa, aqui mora gente boa.

Se a porta não se abrisse e pessoas bondosas e alegres surgissem por ela carregadas de doces, romãs, frutas e outras guloseimas para distribuir entre elas, iam para outra cantando e fazendo a maior festa.

- Esta casa cheira a alho, aqui mora um espantalho!


Passava da meia noite e as crianças e os idosos, bastante cansados com as brincadeiras e as emoções da noite, já dormiam felizes, enquanto o pessoal continuava bebendo. Dizer quem ali estava mais bêbado era impossível.
Quase todos dormiam embriagados. O Agenor tinha desmaiado na grama, ao lado da churrasqueira, e com a boca aberta roncava enquanto uma baba grossa escorria de sua boca. Vários outros se encontravam na mesma situação e ali só continuava rindo e falando mole era a Rita, que conversava com o cunhado que estava mais bêbado do que ela. Ele se chamava Antonio e era irmão do Agenor.

- Rita, você acredita em bruxaria?

- Eu não, só acredito no que vejo!

- Então você acredita em mim? Ta me vendo, não ta?

- É claro que to te vendo, mas que conversa mais maluca! Que é que tem que haver eu ta te vendo com bruxaria?!

- É que eu acredito, e se você acredita em mim não vai duvidar que eu seja capaz de conhecer uma bruxa quando vejo.

- Que conversa mais doida! E você já viu uma bruxa?

- É claro que já! Melhor, to vendo uma agora em minha frente. Aposto que você é a Zuinkaa disfarçada.

- Zuinkaa, quem é afinal essa tal Zuinkaa?

- Ué, você nunca ouviu as estórias sobre ela?! Dizem que ela tem poderes enormes, que faz um encantamento que deixa um cara de “pau duro” durante três dias direto. Daí ela trepa com ele o tempo todo e ele nunca fica cansado.

A Rita deu uma gostosa gargalhada, olhou com desprezo para o marido que estava desmaiado ali perto e falou:

- Eu em, bem que queria ser essa tal Zuinkka e ter esses poderes. Já faz um tempão que teu irmão não mete comigo. Tenho tentado de tudo, mas não consigo fazer o pau dele ficar duro.

- Aposto que você está direcionando seu feitiço pra pessoa errada e que se usar ele comigo vai dar certo. Não quer tentar?

- Antonio! – a Rita falou o nome do cunhado e ficou paralisada e de boca aberta em frente a ele, até que finalmente conseguiu dizer encantada com o que via – Que pica enorme cunhadinho!

Ele tinha tirado pra fora seu enorme cacete e o balançava para ela, que como hipnotizada se ajoelhou em frente ao Antonio e meteu a boca nele. Ali no gramado, com o Agenor e os outros desmaiados, o Antonio meteu na cunhada, chupou a buceta e comeu o cu dela com vontade. Depois de muita putaria, os dois também tombaram ali mesmo e dormiram tranqüilos.
De manhã cedo estavam todos novamente em volta da churrasqueira, e comendo o resto da carne que tinha sobrado, falavam do porre que tinham tomado.

- Puta que pariu, bebi que nem um porco! – O Agenor dizia enquanto sua cabeça latejava por causa da ressaca que o atingia.

- Eu também, falava outro que tinha também caído com o porre homérico da noite passada. Não quero nem ver bebida por um bom tempo.

- É vocês encheram a cara a tal ponto que, se a Zuinkka tivesse aparecido por aqui ninguém tinha visto ela, não é Antonio? – A Rita comentou e deu uma de suas sonoras gargalhadas.

- Zuinkka, quem é Zuinkka mulher? – o Agenor perguntou sem entender nada do comentário da esposa.

- Deixa pra lá Agenor, afinal você não acredita em bruxaria, não é? – A Rita respondeu pro marido e entrou na casa dando risadas, depois de piscar maliciosamente para o cunhado, que apesar da tentativa de disfarçar não conseguia apagar o brilho que havia em seus olhos quando olhava o enorme rabo da cunhada entrando pela porta adentro.

Só ele... Só ele entendeu o comentário e sabia o quanto a estória da Zuinkaa era verdadeira! “Puta que pariu a Zuinkaa de fato existe!” – ele pensou e deu também uma sonora gargalhada.

 

                                                                                            Carlos Cunha

 

                      

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