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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


A GUERRA DE MERCURY / Lora Leigh
A GUERRA DE MERCURY / Lora Leigh

 

 

                                                                                                                                                

  

 

 

 

 

 

Eles foram criados, eles não foram concebidos.

Eles foram treinados, eles não foram educados.

Ensinaram-lhes a matar, a destruir, e agora eles usarão seu treinamento para garantir a sua liberdade.

Eles são as Raças. Criaturas geneticamente modificados com o DNA dos maiores predadores da terra. O lobo, o coiote, o leão, o puma, o leopardo, o jaguar, o tigre; os animais mais letais e caçadores do mundo. Eles deveriam ser os poderosos exércitos de uma sociedade fanática com a intenção de ter seu próprio exército pessoal, o Conselho de Genética Mundial. Um poderosíssimo exército de homens com extraordinários instintos animais de caçar, matar e sobreviver.

Até que o mundo soube de sua existência. Até que o Conselho de Genética Mundial perdesse o controle de suas criações, e suas criações começaram a mudar o mundo.

Agora eles são livres. Com a união das Raças do mundo inteiro eles criaram suas próprias comunidades, sua própria sociedade e sua própria segurança, lutando para ocultar um segredo que poderia destruí-los.

O segredo do calor do acasalamento. A substância química, biológica, a reação sentimental de uma Raça para o homem ou mulher querida para ser seu ou sua para sempre. Uma reação física que une definitivamente vincula um homem e uma mulher para sempre. Uma reação que altera mais que apenas as respostas físicas ou exalta a sensualidade. A natureza tornou o calor do acasalamento no Calcanhar de Aquiles das Raças. É sua força, contudo sua fraqueza. A Mãe Natureza, contudo não terminou sua obra criadora.

O homem tentou perverter a criação divina da Natureza. Eles, as Raças eram essas aberrações, criados de animais... Agora a Natureza vai mostrar ao Homem exatamente como Ela preservar refinando as Raças com força e vida.

Seus homens são fortes. Eles se dobram, eles nunca se quebram. Eles são os pináculos de força do nascimento. Construídos para lutar, para sobreviver, para proteger.

Proteger suas fêmeas sejam elas amantes, companheiras ou irmãs.

O homem os criou. Mas Deus os adotou. E agora a Mãe Natureza se ocupará de sua sobrevivência definitiva.

Os assassinos se tornarão amantes, advogados, estadistas, e heróis. E por isso tudo, eles partirão para se unir a uma companheira ou companheiro, o seu coração, uma nova vida e fundar uma verdadeira Dinastia.

 

 

 

 

Ele era uma fera selvagem, um animal. Ele foi criado, uma mistura de homem e leão, e o animal estava enjaulado dentro dele. Poderoso, forte, com habilidade para correr, caçar, cheirar o inimigo no vento bravio ou na mais suave das brisas, tudo estava preso, contido no interior mais sombrio do seu subconsciente humano.

Quando foi totalmente preso, ele urrou. O homem determinou-se a ser livre para andar na terra, mas o animal foi forçado se esconder. Ele enxergava profundamente a alma dos homens e matava homens, por isso ele foi para sempre controlado, contido.

Mas a sua força cresceu mais forte. As drogas que o mantiveram dominado e contido, continuaram mesmo fora dos laboratórios, os anos de liberdade que os homens conheciam, a falsa sensação de segurança que os homens desenvolveram, ajudou a fortalecer a criatura selvagem que se escondia dentro dele.

O animal esperou. Rondou. Só rugia nos pesadelos, enquanto esperava a sua hora. O tempo certo. Os homens tinham certeza que controlaram o animal dentro dele. Certo que as drogas que os cientistas lhe deram nos laboratórios controlariam o animal e o homem. Pensaram que tinham matado o animal que lutou ferozmente para sobreviver.

Mas não estava morto. Nunca partiu. Só se escondeu muito bem escondido e depois adormeceu... Esperando pela oportunidade de ser livre. Um sono forçado pelas drogas. Um sono que construiu uma imensa raiva dentro da fera que agora estava acordado.

Estava acordado e arranhando para ser livre.

Mas foi paciente, assim o animal pensou. Ele se continha até que o homem o deixasse livre. Era a parte homem, a parte que ele foi, que ele é. Esse homem poria o animal em liberdade logo.

Logo que o animal estivesse bastante forte. Estivesse cansado de ficar preso. As tentativas de matá-lo quase tiveram sucesso. Mas só conseguiram que o animal enfraquece e de se escondesse tão profundamente dentro da inconsciência primitiva do homem que até as partes mais vitais dele foram escondidas, e ordenou que a parte homem que sobrevivesse.

Mas quando ele decaiu, as drogas construíram uma fortaleza inquebrável de barras de aço de liga forte em volta dele. Eles aprisionaram o animal. Martelaram pregos gigantescos em sua alma e encheu-o de dor. E enfraqueceu o animal, enfraqueceu tanto que certamente se fosse uma ferida fatal teria matado o homem.

E o homem ficou diligente. O homem não tinha nenhuma razão de dar a rédea ao seu coração, ou abrir a sua alma. Já que o homem acreditava que sua alma estava perdida. Só o animal sabia melhor. E o animal esperou… Esperava pelo homem para encontrar a sua alma...

 

-Você terminou os exames? Jonas entrou no pequeno laboratório, com Jackal atrás dele. Maldito pessoal de segurança, Callan disse que como a força de segurança de Jonas agora protegia Vanderale, então mandou que ele providenciasse um guarda-costas. Um guarda-costas humano. Era muito bom saber que Jonas podia se dar bem com outro homem.

Ele olhou para Elyiana Morrey e ela se enrijeceu, erguendo a mão para esfregar a nuca. Os músculos tensos sob o casaco de laboratório branco revelando a irritação que ela sentia.

Ela fazia muito isso ultimamente. Assim que ele tivesse um tempo lhe mostraria quem era o chefe ali. Agora não tinha tempo para se ocupar com jogos de poder com ela.

-Sim terminei os exames. Ela apanhou uma pasta, virou e foi até a mesa perto dele, bateu com a pasta na mesa e voltou ao que ela trabalhava antes. Ignorando completamente tanto ele como o seu guarda-costas, Jackal.

O silêncio encheu o laboratório quando Jonas fitou o arquivo, franziu a testa no seu conhecido gênio mal humorado. As Raças femininas não tinham TPM, portanto ele não entendia suas mudanças de humor como ele se forçava a entender as poucas fêmeas não-raça no complexo.

Ele decidiu a alguns meses que Ely estava apenas contrariada.

Ele, entretanto, gostava disto nela. Às vezes. Ele entendia-a e podia lidar com isso. Mas ela agora estava excepcionalmente contrariada e ele não recebeu aquilo muito bem.

-Gostaria de explicar os exames que você fez? Ele finalmente pediu a ela.

-Está no arquivo.

-Não quero ler seus rabiscos científicos. Ele permitiu um rugido baixo vibrar em sua garganta. -Diga-me o que preciso saber.

Ela se virou lentamente para encará-lo, ele viu a raiva queimando nos olhos dela.

-Seus jogos estão fora de controle, ela cuspiu, encarando nervosamente Jackal. –Suas maquinações e manipulações convenientes ainda vão matar alguém. E esta conversa não é assunto para ele. Ela apontou o dedo para o guarda-costas, o olhando com raiva.

Jonas a encarou surpreso. Diabos, ele sempre achou que ela gostava de Jackal. Ele esfregou seu queixo pensativamente, tentando descobrir o que a irritava tanto. Ele só pôde pensar em uma coisa.

-Você ainda está chateada por causa de Dawn e Seth?

Era a única explicação que ele achou para a raiva dela. Ele ordenou os tratamentos de hormônios para nivelar todo o efeito do calor no corpo de Dawn quando o hormônio de acasalamento no sistema de Seth tinha começado a desaparecer. Dawn estava perdendo o companheiro e Jonas não estava disposto a permitir que isso acontecesse, não importava o quanto ele pessoalmente não gostasse de Seth Lawrence. Entretanto, havia poucos homens a quem Jonas gostava. Droga! Tinha muito poucas pessoas que ele podia dizer que realmente gostava.

O resto daquela missão, entretanto, foi para o inferno numa jogada. Ele teve sucesso ao garantir que Dawn e Seth ficassem juntos, mas o sangue que foi derramado era motivo de preocupação.

Os lábios de Ely apertaram-se com raiva teimosa.

Jonas expirou em resignação, apanhou o arquivo e o abriu.

Dentro de segundos ergueu as sobrancelhas e voltou a encará-la.

-Eu pensei que as drogas que os cientistas lhe deram nos laboratórios inverteram isto?

-Ele não toma nenhuma droga há sete anos, ela estalou. -E isso não é o estado atual dele neste momento. Isso é o que aconteceu quando eu fiz o teste com o teste de acasalamento da Srta. Rodriquez.

Agora isto era interessante. Jonas esfregou a mandíbula quando continuou lendo do início ao fim os exames que Ely tinha feito.

Os exames que ela projetou para determinar a compatibilidade de acasalamento eram complicados. Uma mistura de saliva, sangue e a amostra de sêmen do macho, combinado com a saliva, sangue e as amostras de hormônios da mulher.

-Jonas, ele matou as pessoas quando ele fez tumulto nos laboratórios, Ely sussurrou angustiadamente.

Jonas sacudiu a mão. -Ele tinha perdido sua amiga...

-Sua companheira, ela bateu. -O hormônio de acasalamento estava em seu sangue. Desculpamos aquele episódio o tempo todo em que ele esteve na terapia medicamentosa, porque ela era sua companheira. Esta mulher não é a sua companheira e a adrenalina da fera está lá em seu sangue. Ele está entrando novamente em deslocamento selvagem e você não pode negar isto. Esse relatório prova isto. O dedo dela apunhalou na direção do arquivo.

Jonas sacudiu a cabeça novamente quando continuou a ler o relatório.

Ela amaldiçoou. –Raios, você pensa que sabe tudo. Eu vi os vídeos da agitação dele quando soube que aquela leoa tinha morrido. Ele matou o doutor, o treinador e dois dos Coiotes que tentaram derrubá-lo.Ele estava quase selvagem. Se esta mulher for trazida para cá...

-Então vai protegê-la com a mesma ferocidade que teve quando aqueles cretinos mataram alguém que ele gostava muito. Ele encarou-a. - Isso não é prova de que ele está voltando ao estado selvagem. E não é prova de que irá se transformar, então por que está tão preocupada por causa dele?

Ely normalmente era calma quando as Raças estavam envolvidas.

Quem buscava respostas alternativas e as razões dos resultados dos exames que eles fizeram. Ela não era de tirar conclusões precipitadas em quaisquer exames. Aquele era o seu trabalho.

-Porque você não vai dizer nada a ele. Ele podia ouvi-la ranger os dentes.

-Eu te conheço. Você vai jogar com ele e o porá em perigo.

-Filha da puta, ele xingou quando sua raiva aumentou. -Você acha que tudo isto é um jogo para mim, Ely? Que eu não ligo a mínima para os meus homens ou para as pessoas por quem eu estou esfolando meu rabo para salvar?Você pensa que eu arrisco minha maldita vida diariamente contra os Supremacistas e defendo a Lei de Raça para ter fortes emoções?

Ele tinha vontade de bater em alguma coisa. E se a raiva de Jackal não parasse de queimar como fogo selvagem em suas costas, então ele ia bater nele.

Jonas nitidamente respirou fundo para acalmar seu temperamento. Forçar-se a se acalmar, sempre era um esforço de sua parte, mas libertar sua fúria nunca o fez ganhar coisa alguma, sendo assim, prá que gastar seu tempo?

-Não sei por que você faz, e não gosto, ela sussurrou. -Mas você tem que avisá-lo.

-Não. Ele fechou o arquivo com os relatórios dos exames e voltou ao balcão.

-Eu sabia, ela zombou. -Você só respondeu à sua própria pergunta Jonas. Você tem prazer em arriscar sua maldita vida.

-Eu não faço os meus homens se arriscarem desnecessariamente, ele rosnou. -Nem recorro à paranóia de medos e interferir com o trabalho que eles têm a fazer, e nem você vai. O que você vai fazer minha pequena e boa doutora é manter um olhar muito cuidadoso nele enquanto ela estiver aqui. Quero sangue, saliva e sêmen testado semanalmente para os hormônios selvagens. Se, eu disse “se”, o hormônio do acasalamento ou o hormônio selvagem for detectado, em seguida, iremos informar-lhe da situação. Até lá, você vai manter a sua linda boca fechada.

-Isso pode não ser bom o suficiente. Eu não posso prever...

Ele taxou logo. -Então é melhor aprender a prever. Merc está sozinho, Ely. Ele está acostumado a ficar sozinho. Mas isso não significa que ele não lamenta o que ele pensa que perdeu. Tanto quanto sabemos, Raças acasalam apenas uma vez. Mercury está convencido de que aquela leoa era a sua companheira. Até que vejamos de outra maneira, você não dará a ele nenhuma esperança. Até que vejamos de outra maneira, você não plantará a sua paranóia na cabeça dele. Você me entendeu sobre isso?

Ela o olhou furiosa. –Aquela leoa era a companheira dele. O hormônio do acasalamento comprovou isso, Jonas.

-Você me entendeu? Ele baixou a voz, a determinação engrossou seu tom de voz quando a encarou.

Segundos depois, os cílios dela tremeram e baixaram e ela assentiu brevemente. O pequeno sinal de submissão bastaria por enquanto. Porém, quando tivesse tempo, ele definitivamente iria colocar uma rédea curta na pequena cientista Raça e mostraria quem mandava ali. Ela estava confrontadora demais para o trabalho que tinham pela frente.

-Muito bem. A Srta. Rodriquez chegará daqui a duas semanas. Quando ela chegar, pegue amostras dela. Pode ser que haja algum problema com os que Vanderale nos forneceu e faça um novo exame. Eu quero saber o resultado quando você fizer. Se os resultados não mudarem, então nós prestaremos muita atenção na situação. Isso é tudo que podemos fazer.

-Ele pode matá-la como também a si mesmo se aquele hormônio for liberado em sua circulação sanguínea em um momento de tensão. A voz dela estava cansada enquanto tentava anular sua submissão natural.

Maldita Raça. Maldita Genética.

Ela submeteu-se a ele mais pelo projeto que por escolha. Batia de frente com ele toda vez que se reuniam.

-Ou ele pode se acasalar com ela, então viveriam felizes para sempre, ele replicou sarcasticamente. -Até que saibamos de um jeito ou de outro, nossas mãos estão amarradas.

-Eu poderia avisá-lo que as drogas para fazer o recesso do hormônio selvagem em sua genética não funcionaram como deveria, ela sugeriu.

-E ele fugir? Ele passou os dedos pelos cabelos frustrado. -Você não conhece Merc muito bem, Ely. Eu sim. Mantenha a boca fechada e mantenha-me atualizado neste assunto. Eu cuido do resto.

Caramba que inferno! Ele não precisava disto. Ele precisava de Merc para afastar de possíveis problemas à jovem enviada por Vanderale, não para acasalar com ela ou enlouquecer ele. E ele com certeza não precisava de Ely batendo de frente com ele.

Ele virou e deixou o laboratório, fechando a porta cuidadosamente atrás dele apesar do desejo de bater com toda a força aquela maldita porta. Em horas como essa, ele lamentava não ser um homem que bebia bebida alcoólica. Uma boa dose de bebida agora ajudaria.

 

Duas semanas mais tarde

O jato particular taxiou na pista, encaminhando-se para o hangar aquecido que o aguardava, logo as enormes portas de metal se fecharam para prender o calor no interior enquanto os motores se silenciavam.

Longos minutos depois, a porta se abriu e Ria Rodriquez saiu para o patamar da escada que o piloto tinha baixado. Ela olhou em volta do hangar.

Uma longa limusine preta estava estacionada bem distante das asas do jato e quando ela olhou, uma porta se abriu e Mercury Warrant saiu do carro.

Olhos amendoados e inclinados marrom-amarelado, a linha dos cílios era preta, como se tivesse aplicado uma leve camada de delineador. Ela viu que seus cílios eram cheios. O seu nariz era longo e reto, embora um bocado arrogante, aliás, muito mais arrogantemente definido do que era possível em um homem normal. Os seus lábios eram um pouco finos, mas aquele lábio inferior, no centro era de uma abundância tão tentadora que fez com que ela lambesse os próprios lábios, como ela sempre fazia ultimamente enquanto estudava as fotos das Raças com as quais estaria em contato direto.

-Senhorita Rodriquez, estamos indo à Venezuela para apanhar Senhor Dane. Se você precisar de nós, não hesite em pedir resgate. Informou o piloto.

Girou e olhou seu piloto. Piloto de campo. Desalinhado, seus olhos fixos e duros, mas havia um brilho de calor neles quando a olhou.

Ela era usada para trabalhar com as raças escondidas do mundo. Aqueles a quem Vanderale retirou dos laboratórios, ou através das missões. Os que foram listados como mortos. Como Burke tinha sido.

-Diga ao Senhor Dane para, por favor, lembrar-se da jóia que ele me prometeu, murmurou. -Estou prestes a ganhar isso.

Burke olhou a limusine e a Raça que a esperava. -Ele é uma Raça calma, ele disse calmamente. –Entretanto perigoso. Mais perigoso do que nós podemos perceber.

Ria encolheu os ombros. Ele não era aquele que ela veio buscar. Ela já tinha listado suas suspeitas iniciais e já tinha enviado a lista ao Sr. Dane. A pessoa ou pessoas que eles buscavam nunca iria encará-la com olhos tão cativantes, ou com tal interesse selvagem.

- Ele vai ser meu guarda-costas, não o meu alvo, ela recordou Burke com um sorriso.

Ele respirou fundo. –Eu informarei ao Sr.Dane para acrescentar à jóia. Porque se esse for o seu guarda costas, não estou certo de qual de vocês devo ter mais pena. Mas eu gosto de você ganhando de alguém.

-Você é um bom homem, Burke. Ela sorriu amável. Amigavelmente acariciou de leve o braço dele numa breve despedida. -Diga ao Sr. Dane que as esmeraldas parecem especialmente perfeitas ao lado dos diamantes. Estou muito ansiosa para ver o quanto ele aprecia o risco que estou correndo.

Burke sorriu enquanto a escoltava até a alguns passos da limusine.

-Sr. Warrant. Vejo que o Sr. Diretor Wyatt não despertou a tempo de encontrar-me. Ria conteve o impulso de verificar o cabelo que ela enrolou num coque abundantemente grosso durante o seu vôo, ou checar a roupa deselegante que tinha posto.

Droga! Ela realmente sentia falta de suas roupas e assessórios elegantes. Mas ela faria tudo para obter os maiores resultados. E por mais que não gostasse da pessoa com quem negociaria a partir de agora, ela faria somente por amor aos Vanderales, ela os amava e devia sua vida a eles.

-O Diretor Wyatt está detido em DC, Mercury informou-a enquanto olhava curiosamente o piloto.

-Mais alguma coisa que eu deveria contar ao Sr. Dane? Burke perguntou-lhe enquanto liberava o seu braço e se virava para ajudar o co-piloto com a bagagem e o laptop dela.

-Sim Burke, informe-o que eu ganhei afinal a aposta que nós fizemos. O diretor Wyatt não apareceu para me receber.

Ela notou com o canto dos olhos, a careta que Mercury fez ao seu comentário.

-Eu anotarei isso. Burke assentiu e seus cabelos negros e desgrenhados flutuaram ao vento enquanto se inclinava para o porta-malas aberto da limusine e guardou sua bagagem dentro.

Enquanto ele e o co-piloto corriam de volta ao jato, Ria se virou e olhou fixamente para Mercury, tentando não sentir demasiado feminina em sua presença.

Ele era alto, largo e absolutamente delicioso. Selvagem e másculo── a combinação fez algo estranho em sua as partes íntimas femininas que a surpreendeu.

Os lábios dela se contraíram quando ele voltou a olhar do piloto de Vanderale para ela.

-Eles estavam no hospital com o primeiro Leo, ele comentou. -Eles são Raças. Ela confirmou com a cabeça quando ele se aproximou e abriu a porta para ela.

-Eles são. Ela deslizou no couro suntuoso, se acomodando do outro lado enquanto Mercury se acomodava no assento de frente para ela.

Ela olhou à seção do motorista para ver Lawe Justice. Ela quase riu ao nome dele. Ela amou alguns dos nomes que as Raças escolheram para eles quando tiveram a chance. Lawe Justice(Justiça da Lei) Rule Breaker(Interruptor de Regra), dois Raças da força de segurança principal de Jonas Wyatt e Mercury Warrant.

Mercury, o mensageiro dos deuses. Deveria ter sido Ares. Quão hábil aquele nome seria se os cientistas que o criaram não aniquilassem completamente os instintos primitivos que tinha possuído. De acordo com o arquivo sobre ele, parece ter sido uma das maiores criações de Raças que os cientistas criaram.

Leo trabalhou para salvar as Raças durante longos anos, Mercury falou friamente. -Em vez de trabalhar para garantira que nós fossemos todos libertados.

Ela soube que houve uma ponta de hostilidade contra as Raças que estiveram no hospital e tinham jurado silêncio relativo ao primeiro Leo que tinha chegado para observar o bem-estar do filho dele, Callan Lyons.

Callan Lyons, líder do Clã Felino e a maldição na vida de Leo I. Leo não compartilhava a convicção do filho, que as Raças deveriam ser livres e fugir para criar um lugar seguro para eles no mundo. Para Leo a única proteção que eles poderiam ter certeza de segurança, ele acreditava, era que as Raças deveriam viver ocultos entre a população não-raça até que os números deles fossem maiores. E Ria não estava certa de quais dos dois argumentos ela sentia que era o certo. Mas por agora, ambos os lados ainda existiram.

-Eu me recuso a debater as escolhas de Leo; elas são próprias deles, ela mostrou, olhando fixo para ele.

-Mas você faz parte da família dele, Mercury rebateu calmamente. Ele sempre discutia calmamente, ela leu no arquivo. -Você soube o que ele era desde o princípio.

Ela sorriu a isso. -Surpreendentemente, Sr. Warrant, eu não sou uma Raça. Eu sou simplesmente uma humilde e pequena secretária que faz as ofertas de negócios de Vanderale. Nada mais. Eu sou muito humana e sou razoavelmente saudável com meus vinte e oito anos de idade, ao contrário dos Srs. Dane e Leo. Eu tento com muita dificuldade não ficar fazendo cálculos de matemática perto deles.

Eles eram muito mais velhos do que aparentavam. Muito mais velhos mesmo. E o segredo da existência deles como Raças era primordial. E esse segredo estava em perigo se a informação que Dane recebeu fosse verdadeira.

-Secretária? O olhar de Mercury correu por seu corpo, e ela ficou contente em ter vestido a jaqueta antes de deixar o avião, porque ela jurava que seus mamilos estavam endurecendo dolorosamente embaixo da blusa fina que usava. -Por que eu tenho dificuldade de acreditar nisso?

Ele estava suspeitando. Seu era direto e ela pensou que notava uma pequena pitada de azul nos olhos dele. Ela quase sacudiu a cabeça quando ela olhou mais de perto e só viu as sombras escuras ambarinas das íris.

-A minha personalidade encantadora? Ela arqueou uma sobrancelha, cheia de charme.

Os lábios dele se contraíram. –Eu vi seus comunicados oficiais com Jonas, Srta. Rodriquez. Confie em mim, encanto e charme não é o adjetivo que eu aplicaria a eles.

-Firmemente encantadora, então? Ela sugeriu.

Ele limpou a garganta. -Eu achei a reação que eles produziram em nosso diretor foi interessante. E divertido.

Ria sorriu e desejou que ele soltasse todo aquele cabelo cheio e longo, presos na tira de couro atrás do pescoço musculoso.

Ela queria ver os cabelos fluindo em torno de seus ombros, ruivo escuro,castanhos e negros fundidos criando a cor pesada, de uma verdadeiramente juba leonina, seus dedos coçaram de vontade de tocá-los.

Estranho, Leo tinha um cabelo semelhante e ela nunca, mas nunca mesmo, sentiu a menor vontade de tocar seus cabelos. Evidentemente, a esposa dele, Elizabeth Vanderale, com toda certeza cortaria a mão dela se ousasse levantar a mão para tocar no homem dela.

Na maior parte do tempo, Leo usava seus cabelos naturais e soltos sobre os ombros, mas quando ele era obrigado a estar em público ele usava uma tintura temporária. E assim como Mercury, ele usava os cabelos penteados para trás com gel e amarrados na nuca.

Leo era considerado um patife, mercenário e um cretino homem de negócios. Mas ninguém jamais ligou a palavra Raça ao nome dele.

O dono da multinacional Vanderale Indústrias que o pai dele tinha lhe deixado, Leo Vanderale era uma lei para ele. E para as Raças que o conheceram.

-Eu me conformarei com personalidade divertida, ela finalmente declarou.

-Você pode precisar. Ele sentou no canto do banco, apoiou um cotovelo no descanso acolchoado que ele tinha abaixado, o outro braço estendeu para trás do banco.

Ela olhou à seção do motorista e captou Lawe contraindo os lábios enquanto os olhos azuis frios dele encaravam o espelho retrovisor.

-Assim, Srta. Rodriquez, o que pôs um carrapicho no rabo do Leo que ele lhe enviou aqui somente algumas semanas depois de correr para o lado do filho dele no hospital?

Mais exatamente, dois meses, pensou Ria. E infelizmente, se o Leo descobrisse o que ela estava fazendo e onde ela estava fazendo, ele estava sujeito a esfolá-la viva e pendurá-la para secar até a morte. Isso não era um pensamento agradável.

-Leo é um homem de negócios, Sr. Warrant, ela o informou, seguindo a linha que Dane tinha tomado. – O Santuário e suas Raças lucram muito devido a liberalidade Vanderale. Os recentes ataques contra o Santuário e os pontos fracos dentro da comunidade interessam muito a ele. Tanto profissionalmente como também pessoalmente. Ele iria desfrutar de grande prazer em visitar o filho dele e o seu neto. Ele tem falado de assistir quando a nora dele der à luz ao segundo filho. Porém ele não pode fazer isto enquanto houver risco do mundo descobrir o quem e o que ele é.

Os lábios dele se curvaram zombando. A visão daquela boca a fez conter o desejo louco de lamber descaradamente os próprios lábios. Maldição, ele a fazia se sentir fraca e muito mulher.

Percebia agora que aquela fraqueza poderia ameaçar o trabalho dela. Ela procurava outro espião, e as conseqüências da informação escoando para fora do Santuário possivelmente poderiam destruir a comunidade das Raças como um todo. Em uma nota diferente, permitindo-se a envolver-se com Mercury também tinha o potencial para magoá-la pessoalmente.

Ela nunca pessoalmente se envolvia com ninguém, ela lembrou-se de seu lema. Aquele caminho conduzia direto ao desastre total, nada mais que isso, e ela realmente não precisava de mais desastres em sua vida.

-Srta. Rodriquez.

Ela convidou-o para usar o nome dela. -Ria, por favor.

Srta. Rodriquez a fazia se sentir velha.

-Ria. A sobrancelha dele arqueou. -Por que tenho um pressentimento que há muito mais em você do que mostra na vista?

Ela arregalou os olhos como se não pudesse imaginar. Roupas desalinhadas, sem maquiagem. Ela fez um excelente trabalho ao aparentar pouco valor como ninguém ali esperava.

-Confie em mim, Sr. Warrant, o que você vê é o que você consegue. Ela sorriu para ele suavemente. -Claro que, eu posso ter um caráter bastante ruim quando a situação pedir isto. Eu nem sempre sou agradável.

Ele a encarou silenciosamente e ela sentiu que ele estava vendo mais do que ela queria. Ele definitivamente via mais do que qualquer um teve a preocupação em procurar.

Pela primeira vez na sua vida Ria admirou-se de não ter fugido de um homem que ela não podia continuar a se esconder dele. Os seus olhos incitaram-na a compartilhar os segredos dela; a turbulência dos olhos âmbar cheios de   curiosidade e interesse, a convidou a contar coisas que ela sabia que nunca deveria contar.

“Brinque com fogo e você receberá queimaduras”. Ela lembrava, há muito, muito tempo atrás, quando sua mãe a aconselhou rindo dela por sempre cuidar das pessoas.

“-Eles enganam você, minha pequena Ria, ela falava constantemente. Elas mentem e elas sorriem, e quando tiver tomado tudo que você tem para dar, eles encontrarão outra para usar.”

Ela ainda era muito pequena, mas ela lembrava aquelas palavras.

A lembrança que tinha disto a fez desviar o olhar de Mercury, para as montanhas sinuosas no caminho que atravessavam enquanto ela se deslizava para a envolvente caverna de solidão sempre que permitia.

Sua mãe morreu antes dela completar seis anos. Ria passou três dias, sozinha no apartamento, chorando por sua mãe, enquanto sua mãe estava deitada em um necrotério frio.

Ela poderia ter ficado lá indefinidamente se um vizinho não percebesse que ninguém tinha mencionado a filha da secretária de Leo Vanderale. Sua filha não foi sequer incluída no seu arquivo pessoal. As pessoas que trabalhavam com ela não sabiam sequer sobre a filha que Mary Rodriquez tinha gerado. Até a morte de Maria.

Ria até foi deixada em paz.

Ela empurrou de volta as lembranças. Eles não tinham lugar aqui. Ela não se permitiu pensar nisso por anos. Ela era o que era, e ela devia aos Vanderales por sua vida após a morte de sua mãe.

E ela estava aqui, ainda entregando os recados para Dane, e ainda fazendo negociações para ele. Ainda participando de seus joguinhos, porque eles acendiam um sorriso diabólico dentro dela e se atrevia a ser corajosa, quando ambos sabiam que não era absolutamente corajosa.

Ela estava sendo corajosa agora tudo bem, e desta vez, Leo só poderia pendurá-la para secar por falta dele, de sua parte faria como o combinado a risca.

O Santuário era o bebezinho de colo de Leo, por assim dizer. Callan Lyons era o filho que ele não conheceu até que a revelação das Raças se espalhou em todo o mundo. Ele era o filho que Leo não foi capaz de estender a mão, de chegar perto.

Dane era o seu herdeiro, e Leo sempre foi louco de amor por Dane, com um ponto. Ele respeitava Dane, mas conhecia seu filho bem o suficiente para saber que Dane vivia como um grande animal selvagem, muito mais do que Leo viveu em sua temerária vida feliz.

Leo era um homem de família. Ele era um excelente líder de grupo e ele provou isso para as Raças que ele protegeu em sua propriedade africana. E ele sentiu dor pelos filhos quando soube que o Conselho tinha criado a partir do sêmen e dos óvulos que tinham roubado dele e de sua companheira. E ele sofreu pelos seus netos. Netos que Dane parecia não ter nenhuma pressa em lhe dar.

-Eu espero que você tenha sido honesta com Jonas acerca das suas razões para estar aqui, Ria, Mercury falou calmamente então. -Ele pode ser um canalha quando você mente para ele.

Sim, sim , tal pai, tal filho, Jonas Wyatt era também o filho de Leo e estava mais como ele que qualquer outro, pensou Ria.

Ela se voltou para ele com um sorriso. -Eu conheço o pai dele, Sr. Warrant e a maçã não caiu longe da árvore como se diria. Não se preocupe, enquanto ser honesta e franca é mais umas das minhas falhas.

Dane teria rido nas suas costas com aquele comentário e ela sabia disso.

Mas Mercury acenou a cabeça e não disse nada mais. Mas ele ainda a olhava. O seu olhar fixo preso nela, e ela jurava que o rubor que aumenta em baixo de sua roupa se afundava até em seus ossos.

Maldição, ela estava feliz que seu olfato não era tão bom como a maioria das Raças, mas a forma como os olhos dele estavam se estreitando e suas narinas abertas, suspeitava que ele sentia a excitação crescendo no corpo dela.

Ela era uma mulher. Maldição se ele não era mais belo exemplar de homem e Raça. Ela não estava acasalada e não estava morta. Ela tinha todos os instintos das outras mulheres, e todos aqueles instintos se revoltavam para provar exageradamente, o perigoso e o delicioso que ele era.

Isso não queria dizer que ela deixaria seus instintos primitivos de mulher agissem.

A janela subiu entre a seção do motorista e o passageiro. Ria virou e deu um olhar interrogativo para Mercury.

-Lawe gosta de abrir a janela dele. Pode estar muito frio para você, ele declarou, mas os olhos dele disseram algo completamente diferente. Algo que a fez abaixar a cabeça dela e virar para olhar para fora da janela.

Sim, ela estava excitada, e sem dúvida o motorista Raça sabia.

Ela deu uns mentais encolhem os ombros. Da mesma maneira que ela não duvidou que em pouco tempo eles se acostumaram a isto. Mulheres ao redor do mundo, em blogs, site da Web divisam as Raças e uma variedade de outras comunidades on-line, ambos os insultando e cobiçando depois que os cientistas os criaram e perderam o controle sobre eles.

A população humana era fascinada pelas Raças. Elas tinham um pouco de medo, mas também despertavam a excitação por eles. Em pouco mais de uma década tinham os tornado no fantasma da noite escura, bem como os amantes sombrios que invadiam sonhos de mulher. Às vezes era divertido. Na maioria das vezes conseguiu recordar-lhe como os seres humanos podem ser volúveis.

Porque não demoraria muito para virar a situação contra as Raças, e se os rumores que Dane ouviu fossem corretos, então aquela maré poderia subir muito mais cedo que todos esperavam. E poderia ser mais terrível que qualquer um imaginou.

 

O animal abriu os olhos cansados, não estava certo do que o tinha forçado a despertar. O homem. As emoções do homem estavam deslizando. O animal pôde sentir a franqueza nas defesas do homem, a chance para sair, fugir. Sentir a liberdade. Doce liberdade.

Ele apurou todos os seus sentidos, lentamente, cautelosamente; o homem revelou uma chance.

Então parou. Piscou. Fitou através dos olhos do homem. Inalou pelas narinas do homem. Provou o ar através da língua do homem e teve que conter seu rugido.

Abaixou, fitando, cheirando, provando. Tinha esperado. Tinha enfraquecido. Usado. Tão perto da morte. Mas tinha lutado. E tinha esperado.

Para isto.

Olhos escuros espiavam ao homem por baixo de cílios abaixados. Não era um olhar recatado, era um olhar cauteloso. Cílios escuros, tom mais claro que os olhos dela. Cabelo escuro estava preso quando deveria estar livre.

E o cheiro dela.

Foi com isto que ela o havia acordado. Seu perfume.

O animal sentiu algo semelhante à alegria correndo por ele. O cheiro do perfume dela era como misericórdia. Era como o calor no meio do frio. O cheiro dela era como pertencer a um lugar onde ele era bem-vindo.

Foi cuidadoso. O homem ainda estava atento. O animal deixou o cheiro daquele perfume de doçura demorar em sua cabeça, só por um momento. Tão gostoso, um verdadeiro prazer que revolveu em sua cabeça, antes de se retirar.

O animal abaixou-se agora, totalmente desperto, não entorpecido. A presença da mulher encheu-o de esperança, renovou até a última onça de força que ele precisava apenas para sobreviver.

As emoções do homem, o animal podia senti-los esticar, as correntes que o seguravam estavam mais fracas, porque o homem estava confuso. O homem estava tratando suas emoções; não precisava estar em guarda pelo animal que quase morreu há muito tempo.

Ele era apenas um homem. O animal poderia sentir o pensamento quando o homem aliviou a guarda dele. Ele era apenas um homem, não precisava se preocupar. Ele podia olhar esta mulher. Ele podia querer esta mulher.

E o animal a olhava. E a queria. Abaixou, esperando, agora com a fome crescendo onde antes não havia nenhuma força e nem mesmo fome.

O animal vigiava. Esperava. Sabendo que a liberdade chegaria em breve.

 

-Oi, Sr. Wyatt. Que prazer conhecê-lo finalmente. Ria aceitou o aperto de mão de Jonas Wyatt quando entrou no escritório dele no Santuário e deu uma olhada a sua volta, no escritório bem mobiliado.

Não era extravagante de jeito nenhum, mas era grande, espaçoso e confortável. A escrivaninha de nogueira foi usada pelos cientistas de Conselho que tinham controlado a propriedade antes das Raças tomarem posse de tudo.

Escuros, pesados arquivos estavam colocados ao longo das paredes. Ele mantinha seus arquivos perto dele.Cópia em papel era um pouco antiquado, mas pelo menos ele manteve-os por garantia. Ela sabia que seu gabinete no DC era totalmente eletrônico e livres de quaisquer linhas externa do seu gabinete que não fosse o PDA e o laptop que muitas vezes viajava com ele.

-Eu tinha trazido café da cozinha. Jonas estendeu a mão para a pequena área off ao lado da sala.

Um divã, sofá e duas cadeiras em torno de uma deslumbrante mesa de café pesada de nogueira. O café posto em bandeja de prata, no centro da mesa, com um sedutor perfume que tentou os sentidos dela.

-Meu ponto fraco. Ela sorriu, com evidente apreciação enquanto ele a conduzia ao sofá. -Eu devo admitir que quando meu corpo não se adapta bem aos diferentes fusos horários, como costumava antes. Eu recorro ao uso da cafeína.

Jonas fez um pequeno som reservado em sua garganta, uma espécie de cruzamento entre um gemido e um zumbido irritado de suspeita.

Ele sentou de frente para ela, enquanto Mercury silenciosamente sentou-se ao lado do divã.

-Eu deveria servir? Ela indicou o serviço de café posto diante deles.

A sobrancelha de Jonas arqueou. -Se você gosta. Ele se recostou enquanto ela servia o café e dava então uma xícara a Mercury antes de se servir, equilibrou a xícara no pires de porcelana delicada e se recostou.

Erguendo a xícara pela asa, ela inalou primeiro, o cérebro reluzindo em antecipação antes de tomar um gole cautelosamente. Era realmente difícil de achar um bom café.

Ela estava contente por descobrir essa bebida foi uma das melhores opções. Suas pálpebras quase se flutuaram em êxtase.

Jonas sorriu. -Você gosta do seu café, ele comentou enquanto bebia o seu, olhando-a com os olhos únicos cor de prata.

-Eu adorei o meu café. Ela tomou outro gole e, em seguida, relaxou mais contra o sofá e olhou entre ele e Mercury.

Ela havia chegado no dia anterior e foi levada para a cabana que Dane tinha alugado para ela. Ela ficava na borda do Santuário, mas não dentro do limite do composto propriamente dito.

Cerca de quinhentos metros a partir da cabana, um limite garantido foi criado. Ela sabia que a maior parte do equipamento foi projetado para ser sem vedação. Tanto Vanderale Industries, assim como as várias empresas de Seth Lawrence tinham contribuído para a segurança do Santuário.

Os leões vagavam na área das fronteiras do Santuário e as Raças patrulhavam incansavelmente. Ela tinha ouvido os leões a rugir na noite anterior, obviamente patrulhando o perímetro apesar das temperaturas frias que desceram por cima da montanha.

Foi só o primeiro dia de outubro e as temperaturas já estavam baixando na zona fria. Ela podia sentir aquele frio indo para os ossos dela.

-Eu entendo as preocupações de Vanderale, Srta. Rodriquez. . .

-Oh, por favor, me chame Ria. Ela sorriu brandamente a ele. Não há nenhuma necessidade para ter cerimônia. Afinal de contas, eu conheço bastante bem sua família.

A expressão dele ficou branca, mas os olhos prateados chamejaram com animosidade súbita.

-Duvido muito disso, ele resmungou.

Ela piscou para ele. -Mas eu tenho. Seu pai e seu irmão cuidaram de mim após a morte da minha mãe. Eles foram muito gentis.

Seus olhos estreitaram-se quando ela literalmente esfregou em seu nariz o fato de que ele não podia mais tratá-la exatamente como uma empregada. E ele certamente parecia não aceitar muito bem o fato de seu parentesco. Ao contrário de Callan, a mãe de Jonas não era Elizabeth, a companheira de Leo. Os cientistas usaram o esperma de Leo e o óvulo de outra cientista do Conselho, em sua criação.

Mercury deslocou perigosamente na cadeira ao lado dele, transformando o seu olhar sobre Jonas, o olhar âmbar escurecido brilhando antes de voltar a Ria

-Ria. Jonas sorriu para ela com escárnio pesado. -Como eu tenho certeza que você sabe, eu a investiguei da mesma maneira que sei que Dane, ele rosnou o nome, - Investigou o Santuário e todos os seus habitantes. Os Vanderales não a adotaram. E você não é uma filha estimada.

Ria pôs a xícara na mesa, cruzou as mãos no colo e encarou-o placidamente. Ele não estava falando algo que ela não sabia.

-Sr. Wyatt, eu nunca insinuei qualquer coisa dessas. Eu disse que eu conheço bastante bem a sua família. Eu já trabalho para Leo e Dane desde que eu tinha dezoito anos, como você sabe. Pagaram toda a minha educação, e antes disso me alimentaram e me vestiram e me deram cultura. Diante de tudo que fizeram por mim... Ela se inclinou para frente apenas o suficiente para deixá-lo saber que ela não se intimidava com o olhar fixo dele. -... Nunca duvide disso, eu sou uma amiga querida da família Vanderale, e como tal, minha lealdade é absoluta à família, à sociedade e as Industrias Vanderale e ao trabalho ao qual fui incumbida de fazer sob sigilo.

-Fui enviada para catalogar, analisar e, em essência, para determinar se o Santuário é seguro o suficiente para continuar a receber todos os pequenos brinquedos tecnológicos para fazer certas jogadas de primeira. Não restam dúvidas de que a minha opinião tem peso. E não duvide que meu trabalho seja seguro, não importa que você faça protestos. Agora, ela se recostou no sofá, vamos fazer isso de uma maneira civilizada ou vou ouvi-lo rosnar e ver o brilho afiado e pontudo dos caninos em minha direção, como o seu irmão faz, quando ele está exageradamente chateado?

Jonas rosnou.

-Jonas. Mercury se inclinou para frente, praticamente na frente de Ria, protegendo-a.

Ria manteve seu olhar sobre a perigosa mudança de cor dos olhos de Jonas, enquanto Mercury chamava a sua atenção.

-Que? Jonas perguntou cuidadosamente.

-Se você quebra mais alguma mobília neste escritório, Ria deu uma olhada em torno da sala, falando antes de Mercury, -Então Callan pode começar ao limitar sua conta de despesas de escritório. Eu estava revisando os registros de provisão de escritório semana na semana passada. Parece que em seis meses este escritório foi remodelado com duas mesas de centro de nogueira diferentes, como também um metal um muito resistente. Você perdeu três escrivaninhas em um ano e a vidraça em seu apartamento foi substituída duas vezes. Você tem muito mau gênio não é, senhor?

-E mais alguma coisa. Ele disse com um sorriso forçado.

Ria esperou que ele dissesse a verdade enquanto ela olhava o chão. Ela sabia a verdade. As janelas de vidro no apartamento dele quebraram devido a várias tentativas contra a vida dele. O metal da mesa de centro explodiu pela rajada de um explosivo que passou despercebido pela segurança dele, um explosivo de tecnologia altamente avançada. Porém, as duas mesas de madeira foram devido ao seu mau temperamento.

Finalmente, ela permitiu que ele visse seu olhar brilhante, para que ele entendesse a sua posição de domínio. Ele não tinha pesquisado sobre ela o bastante. Ela não se curvava nem mesmo para Dane.

-Muito bem. Ela respirou profundamente. -Eu realmente não desejo me antagonizar com você. Mas é melhor para todos nós saberem com antecedência por que estou aqui. O meu trabalho é determinar se os fundos que o Santuário recebe regularmente, se devem continuar, se devem aumentar, se devem diminuir ou se devem ser tudo totalmente suspenso.

O seu trabalho é garantir que eu tenha total e irrestrito acesso a todos os seus arquivos que envolvam qualquer tipo de compra, pagamentos, contratos ou prestação de serviços terceirizado contratados pelo Santuário tanto na forma eletrônica como na forma de arquivos impressos. Eu gostaria de começar a trabalhar amanhã se você não se importa.

Ela se curvou, pegou seu café e sorveu um gole enquanto cruzava suas pernas e esperou.

Ele continha obviamente seu rosnado, enquanto que Mercury a olhava com um brilho de divertimento nos olhos.

Jonas, infelizmente, parecia-se demasiado com Dane. Infelizmente para ele, porque Ria tinha aprendido como tratar com Dane com o passar dos anos. Recebia seu bônus na forma de jóias luxuosas de todo o mundo como forma de pagamento por permitir a ele manipulá-la. E assim ele fazia, manipulava-a.

Ela sorriu para Jonas. -Eu realmente sou uma pessoa muito agradável. Café ajuda bastante..

Mercury bufou. Jonas olhou com raiva para ela.

-Dane Vanderale está por trás disto, mão está? Ele sorriu com zombaria.

-É por isso que Leo está repentinamente tão interessado em como o dinheiro que ele investe aqui dentro está sendo gasto...

Ria franziu a testa. -Leo não pode ser manipulado, Sr. Wyatt. Quando você conseguir conhecê-lo, entenderá isso.Talvez do modo mais duro, da mesma forma que Dane fez muitas vezes.

Jonas suspeitava, entretanto, e isso não era um bom presságio para Dane. Ou para ela. Leo não a despediria, mas rapaz, ele garantiria que ela desejasse que ele tivesse feito algo tão humano como simplesmente demiti-la.

Leo a conhecia. Ele sabia como fazê-la ter sentimento de culpa. E ele poderia fazer isso com força chocante.

-O que exatamente você precisa? Jonas perguntou-lhe entre dentes.

-Como eu declarei anteriormente, cópias impressas e informações de cópias eletrônicas relativo a compras, contratos, vendas ou negociações que interessam para minha auditoria contábil. As únicas coisas que eu não preciso são arquivos individuais de laboratório das Raças ou arquivos secretos de missões. Qualquer coisa relativa aos negócios financeiros do Santuário deverá estar disponível para mim.

-E isto vai levar quanto tempo? Ele rebateu.

O pesar brilhou dentro dela, porque soube que estava perto de antagonizar com ele, talvez fazendo dele um inimigo. E ele a lembrou tanto de Dane. Ela gostava muito de Dane, ainda que fosse um manipulador, um homem calculista e controlador, que a convenceu para vir até aqui.

Leo ia matar a eles dois, mas o perigo que o Santuário corria a horrorizou. Olhou de Jonas para Mercury e abandonou seu comportamento marginal abrandar-se.

-Esperamos que não por muito tempo, ela disse a ele. – Na verdade, Sr. Wyatt, fazer de você um inimigo não é o meu desejo, mas nem mesmo isso é algo que perturbará em meu trabalho. Embora, eu juro a você, a viabilidade do Santuário significa muito para mim, assim como para Leo e Dane. Não estou aqui para por em risco a sua segurança, eu estou aqui para reunir informação financeira. Tudo que eu preciso é a sua cooperação. Não importa a minha vontade, eu sei que Leo e Dane estarão dispostos a continuar a trabalhar com o Santuário, em continuar o relacionamento que o Santuário goza com Vanderale.

Mesmo que vazasse dinheiro feito uma peneira toda rasgada, Leo nunca consideraria suspender os fundos. O Santuário podia vazar dinheiro pelo ralo até inferno se congelasse e Leo ainda despejaria dinheiro nele. Mas esse não era o caso. Não era dinheiro que estava vazando, era algo muito mais vital.

-Você terá o que precisa. Jonas ficou em pé. -Na parte da manhã.

Ela se levantou também, consciente que Mercury também se endireitava.

-Espero ansiosamente para isso. Ela pôs o café sobre a mesinha e estendeu a mão mais uma vez. –Foi um prazer conhecê-lo.

Ele apertou firme sua mão, mas ele não correspondeu ao seu aperto; ele não tentou mostrar-lhe sua força, e sua raiva. Porque ela sabia que ele estava furioso.

-Mercury, leve-a de volta para sua cabana. Você, Lawe e Rule serão as suas seguranças pessoais. Certifique-se de que ninguém a mate. Porque hoje parece que ela não se preocupa muito sobre seu próprio bem-estar. E ela terá de estar no laboratório de Ely na parte da manhã para o exame médico.

Ria parou.

-Não haverá nenhum exame, Sr. Wyatt. Eu forneci os exames necessários antes da minha chegada. Não darei mais nenhum dado.

Ele parou e se voltou para ele, um músculo pulsava em seu queixo antes dele sorrir.

-Você gosta de brincar com fogo, não é verdade, a Srta. Rodriquez?

Ela deixou escapar uma leve risada quando olhou para ele.

-Sr. Wyatt, Dane diz muitas vezes que é exatamente o que faço melhor. Acho que minha mãe me acusou disso várias vezes também. Mas na verdade você não achara em mim um inimigo.

-Eu não considero mulheres meus inimigos. Ele encolheu os ombros e no seu rápido sorriso ela viu todo o charme que ele era capaz de jogar. –Talvez, combatentes.

Aquilo a tocou. Ela assentiu concordando antes de se virar ao se guarda-costas pessoal. Foi o suficiente para fazer uma mulher desejasse que a palavra tivesse outra conotação diferente. Como ela nua e na cama dela.

Relacionamento muito ruim e também não se misturam. Além disso, ela soube que Raças acasalavam. Eles eram brincalhões, eróticos e maus, mas sempre que amavam uma mulher vinha com um acasalamento. E acasalamento era quase instantâneo.

Por enquanto, ela não teve nenhum desejo incontrolável no ponto que o seu corpo estava preocupado. Irracional talvez, mas isso não contava.

Ela lutou para restabelecer o equilíbrio mais uma vez conforme Mercury a escoltava da casa da propriedade para a limusine. Deslizando na parte de trás, ela o viu se sentar de frente para ela antes que o carro começasse a mover da calçada.

Os dois foram em silencio enquanto atravessavam os portões e um grupo de manifestantes que cantavam do lado de fora.

Fazer alarde de boatos abastecia os protestos. Rumores de desejos sexuais forçados devido a um vírus que as Raças possuíam estavam novamente nas fofocas. Também havia a história do assassino profissional que se uniu às Raças.

Os alardes abasteciam combustível aos protestos no portão e agitação e suspeita em torno das duas Raças do Santuário e à Raça de Lobo do Composto do Porto.

-Você forçou a barra com Jonas. Eu sugeriria não forçar outra vez por um tempo. Mercury indicou enquanto se dirigiram de volta à cabana.

Olhou deu uma olhada para ele silenciosamente antes de falar. -Jonas, como Dane, exige alguma compreensão para tratar com ele. Se ele pensava que eu seria fácil de atropelar, ele gastaria seu tempo negando o que preciso e vetando minhas tentativas.

Mas isso não muda o fato que enfrentá-lo não foi fácil. Seu coração pulsou na garganta com freqüência e controlar toda a sugestão do medo foi quase impossível.

-Lidar com Jonas não é a mesma coisa que lidar com Dane Vanderale, Ria. Não se engane. Ele pode ser um inimigo difícil..

-Como Dane pode. Ela encolheu os ombros.

Ela o olhou, a posição que ele escolheu a tentando. Ela queria se aconchegar no seu peito. Aquecer-se de encontro a ele.

Ilógico. Irracional. Insano.

Na noite anterior ela sonhou muito com ele. Ele tinha saído para patrulhar a área em torno de sua cabana, ela sabia. Estava muito próximo. Demasiado tentador.

Pelo menos ele não entrou realmente na cabana. Ela não partilhava seu espaço muito bem, não importa o quanto ela fosse atraída por um homem.

Ela era uma teimosa solitária. Decidiu isso há muito tempo. Pessoas partiam com muita facilidade. Elas entram, faz você se acostumar com a presença delas e depois partem, deixando, deixando você sozinho. Foi uma lição difícil de aprender, e lembrava-se sempre que isso acontecia de se perguntar como seria partilhar uma casa de verdade com alguém.

-Por que vocês não têm um amante?

Colocado na cabeça dela em torno da questão.

-Desculpe-me? Ela piscou para ele em choque e seu corpo quase queimou ao ver a olhada que ele dava nela.

Sua expressão era decididamente sensual.

-Por que vocês não têm um amante? Ele perguntou de novo, pronunciando bem as palavras, como se ela tivesse problemas de compreender o Inglês. -Você é bonita. Solteira. E você está sozinha.

-Eu não vejo uma mulher pendurada em seu braço, ela rebateu. -Talvez eu tenha deixado em casa.

Ele negou com a cabeça. -Não há um cheiro de homem sobre você. Se você tivesse um amante, o cheiro de sua excitação iria se fixar em volta de você por semanas, mesmo que estivesse separada dele. Então você não tem um amante.

-E eu não o considero isso um assunto seu, disse-lhe, esforçando-se para a calma.

-Eu transo.

Seu coração pulou no peito dela, o sangue subiu à cabeça, e quis saber se aquela reação era um início de um derrame cerebral. Porque isso nunca tinha acontecido antes.

-Eu não. Ela olhou-o cautelosamente agora.

-Dane não devia tê-la enviado aqui sozinha, ele disse a ela com voz calma, muito macia, perigosa. -Você é tentadora, Senhorita Rodriquez. E você é um desafio. Duas coisas que uma Raça têm uma alguma dificuldade para ignorar.

Ela estava derretendo no assento dela. Tentadora e um desafio? Ela era comum e sabia disto. Para temperar isto, ela usava roupas íntimas sensuais e o presente que Dane trazia. Não eram sempre jóias. Às vezes uma echarpe, às vezes algo tão simples quanto uma obra de arte estranha achado em um mercado desconhecido.

Ela gostava de bonitas coisas em volta dela, porque sabia que não era tão bonita. Ela não era tentadora. E apesar da afirmação dele, ela não seria muito de um desafio se decidisse a quisesse em sua cama.

-Você não precisa jogar comigo, Mercury, disse a ele, ciente que não podia encobrir uma ponta de tristeza na sua voz. – Eu faço meu trabalho. Não é importante a tentação para mim.

E podia tentá-la. Podia ser sua queda.

 

Ele a olhou. Aquele coque ridículo onde no qual o cabelo dela estava trançado e preso à nuca, tentava desenrolar-se. Quando ela olhou para ele, os olhos marrons quase cor de chocolate, estavam irritados. A face suavemente arredondada, cremosa e queixo teimoso eram intrigantes. Mas havia outras partes dela que o deixavam louco.

Se ela continuasse contraindo os músculos aquela bunda, ele ia fodê-la. Então, que Deus o ajudasse, ele ia pô-la ajoelhada de quatro, levantaria aquela horrorosa saia marrom dos seus quadris e mostraria a ela a loucura de provocar um meio homem-animal adulto,uma faminta Raça de leão.

Mercury Warrant apoiado contra a parede do pequeno escritório de Gloria "Por favor me chame de Ria” Rodriquez estava usando, e lutou para manter a mesma fachada fria que teve que manter no último mês.

Não era fácil. Especialmente quando ela caminhava da mesa para grande armário cheio de papéis para percorrer os arquivos empilhados. Muitas vezes ela se inclinava e ficava um tempo estudando cada conteúdo do arquivo antes de escolher um, a horrível saia marrom moldando seu lindo traseiro como uma mão carinhosa.

Como a sua mão queria tocar aquela bundinha linda, apertar, e separar os globos carnudos enquanto via sua grossa ereção entrar devagar no calor úmido e macio até o fim.

Ele andava com o pênis endurecido, e após quatro semanas disso, começava de longe a irritá-lo. Levantou-se desligado ao pensar nela, pensando em seu rosto e seu corpo nu com as pernas escarranchadas nele.

Os dias que passou com ela só estimularam esse desejo que agora começava a aferroar, a beliscar nas suas bolas com fome.

Ele queria a pequena Jane comum(Jane é uma mulher de aparência muito comum e sem graça, mas que todos a acham magnífica e absolutamente bela). Ele queria jogá-la na cama e foder o buraco dela até que o desejo fosse destruído e sua mente ficasse livre dela.

-Você foi o especialista mecânico antes que se tornasse a parte da equipe do Sr. Wyatt? Ela virou a cabeça, e o fitou com os seus olhos agudos, marrons. –Foi você que estabeleceu as especificações das motocicletas para montanha que enviamos para cá?

O “nós”, na pergunta dela, significa Indústrias Vanderale, o benfeitor mais que generoso do Santuário.

Ele acenou com cabeça logo.

-Os seus arquivos de laboratório não relataram seus conhecimentos em mecânica. Sua especialidade era reconhecimento e de armas com um talento significativo em assassinato e tortura.

Sua especialidade era reconhecimento e de armas com um talento significativo em assassinato e tortura.

Ele levantou uma sobrancelha.

-Você faz isso soar como um histórico da faculdade.

Ela o olhou fixo silenciosamente, a sua expressão imóvel.

-A capacidade não foi relatada porque não havia qualquer possibilidade de desenvolver o talento.

Ele finalmente disse.

-Quando cheguei aqui, havia algumas motocicletas velhas em uma das garagens. Passei o meu tempo consertando-as.

Jonas disse para cooperar com ela. Bom, cooperaria. E teve que admitir que gostou de ver a pequena chama de interesse nos seus olhos dela sempre que ele dava a resposta que ela perguntava, como ela queria. Gostaria de dar a ela um lote inteiro de mais respostas do que ela quisesse perguntar.

-Então você achou a habilidade enquanto você estava se recuperando? Ela esticou-se e virou na direção dele, pondo as mãos nos bolsos de sua saia fina enquanto apoiava seu quadril contra a mesa.

Recuperando. Agora havia uma palavra para ele.

Ele assentiu. Era difícil falar com ela quando tudo que ele queria fazer era rosnar de luxúria. Ele sentia o desejo de berrar crescer em sua garganta e lutou novamente. Porra, ele devia estar muito tempo sem uma mulher. Talvez ele devesse encontrar uma. Rápido. Ou ele ia acabar na cama com uma possível catástrofe. A emissária de Vanderale não era alguém para se aparafusar em volta. Literalmente.

-Você solicitou mais seis motocicletas, com eletrônica avançada, armas e poder. -Você adicionou as especificações? Ela perguntou.

Ele assentiu novamente. Essas motos seriam um terror nas montanhas que o governo cedeu às raças.

As motos foram despidas até terem somente o peso necessário para permitir movimentar-se em alta velocidade e montar com armas e munições. GPS e Sistema avançado de conexão via satélite foram contidos em escudos a prova de bala nas motocicletas, e seus motores foram modificados para um grande aumento de potência.

-E quais seriam as conseqüências se as motos não fossem aprovadas? Aquela pergunta impressionou-o. Eles precisaram daquelas motos. -Mais Raças morreriam, ele respondeu-lhe. -Acompanhar em alerta com respeito aos truques usados pelos Puristas(grupo extremista violento que concorda e atua junto com o Conselho de Genética, cuja ideologia é que as Raças não são humanos e por isso devem morrer) para entrar na área protegida é primordial. Aquelas motos ajudaram as equipes que têm de patrulhar os perímetros, que cresceram nos últimos anos.

-Os avanços tecnológicos que você pediu aumentam o preço das máquinas por milhares de dólares por moto, ela falou. -Sem mencionar munições e tempo de satélite que estarão instaladas nelas. Neste ritmo, Vanderale precisará colocar em órbita um satélite exclusivamente para o Santuário. Você sabe o custo disso?

-Vanderale lucra muito bem, ele lembrou a ela. –Quantos de nosso pessoal vocês tem trabalhando na segurança das novas instalações que vocês fizeram no Oriente Médio?

-Pessoas a quem pagamos um salário excelente, ela argumentou. -Não há troca de favores, Mercury.

Besteira! Ele encarou-a zombeteiramente. -Me conte do seu executivo que salvamos no Irã mês passado, Srta. Rodriquez. A comunidade das Raças fez o que nenhuma outra equipe de resgate de poderia fazer, pois cobrariam muito alto e não seriam tão eficientes como somos. Quanto valia a vida dele para você?

Os lábios dela se contraíram nesse ponto.

-Você está certo. Ela encolheu os ombros. -O Sr. Vasquez é muito importante para Vanderale. Ele está indo bem, por sinal. Considerou que estava num inferno de uma aventura.

Ela mudou de posição novamente, cruzando um tornozelo na frente do outro enquanto se apoiando contra a escrivaninha, e ele jurou que ouviu o som suave de suas coxas se roçando. E que não poderia estar acontecendo, porque ao contrário outras raças , apenas a sua audição não evoluiu, mais avançada.

Deus, ele queria erguê-la naquela maldita escrivaninha e enterrar a cabeça entre as coxas dela. Ele desejava saber se ela era tão doce quanto imaginava que ela era. Se ela estava tão molhada e quente quanto ele estava duro.

Ela gritaria para ele? Ele queria o grito dela, implorando com a cabeça dela esticada para trás e todo aquele enorme coque preso à nuca do pescoço totalmente livre.

-O Santuário precisa dessas motocicletas, ele disse. -Com uma equipe motorizada com essas motos, nós teremos uma vantagem a mais sobre os Puristas que tentam deslizar para dentro das fronteiras do Santuário e assassinar ou seqüestraremos os diretores do Gabinete de Governo Felino e suas famílias. Nos últimos meses, fizeram mais duas tentativas de entrarem no Edifício Sede do Santuário.

Ela se voltou aos arquivos esparramados sobre a mesa antes de escolher um e retornar à escrivaninha dela.

Mercury a observou se sentar e abrir o arquivo. A cabeça dela se curvou, exibindo a pele macia do pescoço, seu batia fortemente embaixo da pele. Ele trincou os dentes junto com o desejo de raspar os dentes no pescoço dela.. Sentir a pele delicada, provar e talvez morder um pouquinho.

Merda. Ao pensamento, o pau palpitou, as bolas se apertaram num comichão que tinha uma pontinha de prazer tão forte quanto quase doloroso. Mercury passou a língua rapidamente sobre os dentes, vendo se tinha uma inchação das glândulas embaixo da língua, procurou também por algum gosto diferente na boca dele. Qualquer coisa que indicasse o calor de acasalamento. Não que ele esperasse isto, mas ele tinha que ter certeza.

Não havia nenhuma inchação das glândulas, nenhum derramando do hormônio de acasalamento que sinalizaria que ela era dele.

O que teria feito, ele desejou saber, se tivesse a prova ali? Se ele soubesse que não tinha perdido uma pessoa no mundo que ele sabia que era só dele? Que os sonhos que voaram tantas vezes por sua mente enquanto dormia poderia tornar-se realidade?

Ele apertou a mandíbula, dominado pelo pensamento de acasalar com ela. Em tirar dela qualquer opção de escolha, marcá-la como a mulher dele. A sexualidade que o calor de acasalamento produzi ia era intenso,muito forte. U desejo sexual avassalador.

Infelizmente era algo que o Mercury nunca passaria. Ele tinha perdido sua companheira há anos, uma vida que ele lutava para esquecer diariamente.

Ele não tinha marcado a pequena Leoa que gostava muito e também não tinha reclamado a posse do corpo dela. Ele nunca a possuiu, nunca a beijou, mas naquele instante se lembrou da fome primordial para tocá-la, beijá-la. A sensibilidade na língua, a percepção primitiva, o cheiro e a luxúria dela, cada chance que teve de ver. A raiva dele e aflição quando ela morreu em uma missão que quase resultou na morte dele.

Ela foi a companheira dele. E Raças de Leão só acasalam uma vez, assim com seu primo, O Leão. Mas ele podia transar. E ele estava muito determinado a foder sua pequena “Jane” até ouvi-la gritando num orgasmo.

-Vanderale contribuiu com mais de vinte milhões de dólares ao Santuário só no ano passado, ela murmurou enquanto analisava outro arquivo.

-Sr. Wyatt tem uma lista muito impressionante de necessidades no arquivo que ele nos enviou para a ajuda financeira do ano que vem.

Mercury não disse nada. Ele não fazia parte do Gabinete de Governo e no momento, os desejos de Jonas foram a última coisa na mente dele. Ele estava muito ocupado observando atentamente os seios dela que vislumbrava atravez da blusa, eles subiam e desciam com a respiração, enquanto desejava saber qual seria a cor dos mamilos e se as curvas macias em baixo da blusa eram tão generosas como ele desconfiava que eram.

O som da garganta dela clareando, o fez levantar o olhar para ela. Mercury a encarou, enquanto mantinha uma expressão impassível apesar do fato que ela o pegou enquanto ele esteve olhando de soslaio os peitos dela.

Além do mais, ele gostou de ver o intenso rubor na linda face, a maneira que seus olhos castigaram-no por trás dos óculos de leitura.

-Sei que você está provavelmente entediado. Ela suspirou, a sua expressão resignada. -Mas isso me deixa desconfortável.

-Por quê?

A surpresa brilhou nos olhos de chocolate escuro dela. Mercury não gostava tanto de chocolate como algumas das Raças, mas ele teve de admitir que esta mulher poderia fazê-lo adorar aquilo.

       -Por quê? Ela perguntou, com uma desconfortável risada. -Talvez porque você e eu sabemos que não é por interesse, mas apenas uma tentativa de divertir-se. Sei que as últimas semanas não foram fáceis para você, arrastando-se atrás de mim. Além disso, as mulheres não gostam de ter seus seios observados disfarçadamente. Você devia saber disso a essa altura.

-Não quer dizer que entendo isto, disse ele e encolheu os ombros. -O fato de eu achar seus seios muito interessantes não deveria se tornar uma questão. Você parece ter lindos seios. Você devia usar blusas que os realcem, em vez de tentar escondê-los.

As mulheres eram criaturas estranhas. E ele não estava nem um pouco entediado. Estar com ela era qualquer coisa, menos chato.

-Como o senhor se sentiria se tudo que eu fizesse fosse olhar com cobiça para sua braguilha Ela perguntou. –Eu o estaria insultando.

-Pode olhar com cobiça ao meu pau. Só de pensar que ela olharia para ele , ficou com o pau imediatamente erguido e mais duro, latejando na fome lamentável de ser notado por ela.

Quando ela abaixou o olhar, seus olhos se arregalaram e rapidamente desviou o olhar e o encarou.

-Reação normal quando um homem acha uma mulher atraente. Ele viu o desprazer dela com cara amarrada. –Você prefere que eu não tenha nenhuma reação a tudo?

- Sim. Ela fechou com força a pasta de papéis.. -Eu não tenho tempo para romance aqui.

-Eu lhe pedi um caso? Ele amarrou a cara; ele sabia que não tinha pedido nada. -Eu disse que eu acho você atraente.

-E você fica duro para toda mulher que você acha atraente?

Agora aquela pergunta o incomodou. Não houve muitas mulheres que ele achou atraente naquele sentido.

- E você fica molhada para todo homem que se aproxima de você? Ele por sua vez perguntou. Porque ela estava molhada. Ele podia cheirar a excitação dela, o interesse dela. Ele esteve cheirando isto há dias e estava o deixando-o completamente louco. Era a primeira vez que ele cheirava a luxúria de uma mulher, de modo claro pelo quarto. Ele podia se parecer com o leão do qual os genes dele foram retirados par sua criação, mas ao contrário da crença popular, os sentidos dele não eram de nenhum modo tão forte quanto as outras Raças. Ainda assim seus sentidos eram mais fortes que um humano, mas. . . Aquele cheiro estava tentando-o novamente.

O perfume doce do nascer do amanhecer. Aquele perfume indescritível, sutil do despertar, úmido do calor e da aventura. Era a isso que ela cheirava, e Mercury amava o amanhecer.

A pele dela agora estava toda coberta de cor-de-rosa suave, e com o cheiro de sua excitação, ele podia sentir sua confusão.

-Eu não estou molhada, ela se remexendo no assento e apertando as coxas juntas o máximo que podia.

Mercury deixou um sorriso curvar seus lábios. Ela sabia que o olfato das Raças era muito mais forte que o dos humanos, e não tinha nenhuma idéia da sua própria fraqueza por ele. Ela também saberia que ele veria sua mentira, numa tentativa de negar a atração que crescia entre eles.

Ele não a intimidou nisto. Ele manteve sua posição contra a parede, os olhos dele fixos nela, apesar do fato que queria por as mãos sobre ela.

Ela inalou forte em desaprovação antes de se virar para os arquivos e ignorando-o completamente. Isso foi excelente para ele; acostumar-se com uma fome tão forte como aquela levava tempo de qualquer maneira. Tempo e paciência. Ele tinha ambos.

 

Ria estava agitada. Ela nunca foi agitada ou envergonhada, ou tão acesa por um homem como ela esteve durante o último mês. Mas ela estava agora. Ela encarou o arquivo que detalhava as motocicletas para todo terreno que a Vanderale Indústrias forneceu originalmente ao Santuário, como também as notas e textos explicativos das modificações que Mercury Warrant tinha feito nelas.

Modificações que ele incorporou nas especificações para as motocicletas novas que eles quiseram. Mas a mente dela não estava nas motocicletas, armas fixas e o preço astronômico. Sua mente estava fixa no homem.

Ou na Raça. Mercury mostrava mais das características físicas do que todas as raças de leão que ela conheceu até agora.

Maçãs do rosto altas e olhos marrons diferentes do normal, quase âmbar, mas não muito. Havia uma linha escura, mas suave em torno dos olhos e pálpebras, como se alguém tivesse aplicado uma linha bem leve de delineador para os olhos. Cílios espessos emolduravam os olhos e devam-lhe uma aparência sensual. Os seus lábios eram um pouco finos, mas bem desenhado e mais sexy do que deveriam ser. O seu nariz era longo, com a ponta mais achatada e proeminente que a maior parte de Raças.

Longo, grosso, marrom, preto e avermelhado, o cabelo dele era totalmente mesclado nessas cores e caiam até seus ombros. Diferente de Callan Lyons, com seu cabelo marrom cor de ouro e características generosas, Mercury parecia o resumo das Raças. Ele realmente parecia um leão num corpo de homem. Ela via claramente as qualidades primitivas, ferazes que ela sabia que ele lutava para conter. Como se ele pudesse esconder quem ele era, especialmente dele mesmo.

Deixou o arquivo que lia cobrir sua mão enquanto a colocava sobre a abertura de cartão de memória em que ela tinha inserido um chip "fantasma", um dos novos especialmente com memória aumentada que seria indetectável pelos sistemas das Raças.

Deslizou livremente na sua mão e enfiou bem na manga de sua blusa. As mensagens eletrônicas, as ordens de compras e encomendas que ela esteve investigando foram capturadas e gravadas no chip, com mais gravações em vários outros chips que ela tinha deslizado para fora do escritório nas últimas semanas.

Parece que o Santuário tinha de se preocupar, mais até do que Dane tinha imaginado, se os fatos que ela sabia eram verdadeiros.

-Eu estou pronta para ir para casa. Ela fechou o arquivo e se levantou da cadeira.

Ela não podia manter a mente dela no arquivo ou o trabalho que ela foi fazer ali. Ela estava muito consciente dele, muito ciente da sensualidade que estava crescendo entre eles.

-Eu avisarei a Jonas que nós estamos partindo. Ele assentiu enquanto acionava o link de conexão com a unidade de comunicações do Santuário ao lado da face dele.

-Nós não estamos partindo. Eu sou. Ela voltou até a escrivaninha que continha os arquivos que ela tinha puxado para analisar. -Eu não preciso de escolta.

-Não foi isso o que me foi dito, ele a informou antes de voltar à atenção à ligação. -Jonas, nós estamos prontos para voltar para a casa. Ele escutou por um momento antes de responder. -Minha bolsa está no Jipe. Eu permanecerei em contato de lá.

Ria apoiou as mãos nos quadris dela enquanto o encarava. -Exatamente o que quer dizer com isso?

Seus olhos se estreitaram sobre ela. -Houve outra tentativa de invasão do perímetro dos limites do Santuário no lado leste da montanha.

-E daí?

Ele conteve o sorriso. –E daí que de agora em diante, você terá um guarda costas dentro de casa, ou seja, eu, assim como um do lado de fora junto com você, sempre que não estiver Santuário. Não podemos arriscar que ocorra o seu rapto ou morte, Ria.

-Em outras palavras, você? Oh não, isso não ia funcionar. De jeito nenhum, não tinha como. -Você terá que dizer ao Sr. Wyatt, que eu recuso sua companhia encantadora. Você pode ficar do lado de fora com seu amigo.

-Isso assustou você, pois não pode resistir a mim? Sua sobrancelha arqueou e havia uma arrogante confiança em seu sorriso.

-Desculpe-me? Ele não pode ter dito o que ela achava que ele disse.

-Você me ouviu, disse ele. -Você está com tanto medo de não poder lidar com sua resposta a mim, que poria sua vida em perigo?

Agora aquilo era um desafio. Ela odiava desafios. Para começar foi um desafio a fez pousar ali, no Santuário das Raças.

-Eu não teria problemas em resistir a você, Sr.Warrant, ela rebateu com voz fria, apesar do calor que corria por seu corpo. -Isso não tem nada a ver com você, e sim tudo a ver com privacidade. Gosto de viver sozinha.

Ele cruzou os braços sobre o peito, seu amplo e poderoso tórax, e a encarou com um olhar severo.

-Não estamos dispostos a arriscar sua vida por causa de sua privacidade, ele informou a ela.

-Você pode aceitar as condições ou vamos ser forçados a chamada Vanderale Indústrias e informá-los do perigo e a sua falta de cooperação. Tivemos garantia de que você ia cooperar com todas as medidas cautelares que estabelecemos no Complexo.

Merda. Ela ia matar seu chefe. Se o Santuário se queixasse, iria passar não só pelo seu departamento, mas chegaria até a escrivaninha do presidente e proprietário do Vanderale, Leo Vanderale. E ninguém, mas ninguém se metia entre ele e o seu amado Santuário. Exceto seu chefe. Dane Vanderale podia ser o filho e herdeiro potencial, mas ele ainda respondia perante o seu pai, tal como ela. E ele não tinha nenhuma idéia de que ela estava aqui. Ela estava presa numa armadilha e sabia disso.

-Não se você tem uma mulher enforcer que você possa designar para ficar dentro da casa? Ela revidou com irritação. -Alguém que tenha ao um pouco de senso de humor?

-Eu tenho senso de humor. Ele talhou novamente. Por exemplo, eu acho muito divertido você estar com medo de ficar sozinha comigo.

-Com medo? Ela sorriu com satisfação. -Você tem uma opinião superestimada do seu apelo sexual, Sr. Warrant. Somente não quero provocar em você uma ereção vigorosa em volta da minha casa e invadindo minha privacidade. Se eu quisesse isto, eu teria trazido um homem comigo.

Sim, é verdade. Ela não teve sexo por muitos anos e não tinha vontade de fazer a um bom tempo. Por alguma razão, ela não se sobressaiu no sexo tão facilmente como em seu trabalho.

Ela se dava melhor com seu vibrador do que com os homens.

-Sem levar em conta a minha opinião ou o seu querer, fui designado para ficar na casa, e vou obedecer às ordens do meu chefe. Não temos enforcers o suficiente para circular nessas circunstâncias. Você vai ter que me suportar.

Que ótimo! Ela fitou-o,franzindo os lábios com desagrado quando encontrou seu olhar fixo. Seu olhar quente. Ele olhava-a exatamente como os leões selvagens patrulhavam a sua propriedade privada, observando o jantar sendo levado para a toca. Isso era enervante.

-Isto não vai funcionar, ela mordeu – É sexta-feira. Eu sequer vou entrar nos limites do Santuário nos próximos dois dias.

Ele encarou ela silenciosamente, como se ela sequer tivesse falado. Deus, ela odiava quando ele fazia isso.

-Eu preciso falar com Jonas, ela insistiu. -Agora

-Não é possível. Ele está se preparando para voltar hoje à noite a Washington para reuniões este fim de semana e ele atualmente está liderando conferência sobre o Gabinete de Governo. Você terá que esperar até segunda-feira.

Ela rangeu os dentes. Queria bater o pé e xingar, mas odiou a idéia de dar motivos a ele para se divertir com o desconforto que ela sentia. Ele parecia estar encantado em fazê-la perder o equilíbrio.

-Isto não vai funcionar. Ela puxou sua bolsa da beirada da escrivaninha. –Não, de jeito nenhum.

Ele se endireitou quando ela se aproximou da porta, cheio de graça animal e confiança sexual. Ele estava vestido com o uniforme preto de executor Raça e todo o equipamento de missão, uma mini-metralhadora Uzi presa do lado dele, uma faca embainhada em uma coxa e uma pistola automática na outra. Ele era muito alto, muito largo, muito sensual e muito perigoso.

-Funcionará bem. Você estará em total segurança, ele garantiu a ela abrindo a porta do escritório e permitiu que passasse.

Ele roçou contra seu corpo, seu ombro raspou de leve contra o tórax dele, o calor dele envolvendo-a quando passou perto dele. Deus!Ela adorava quando ele fazia isso. Amava a sensação de força e poder protetor que sentia envolta dela. Isso não queria dizer que gostava da idéia de lidar com ele todo o fim de semana. Ela aproveitava aquele tempo longe dele, para afastar para longe a crescente atração e o desejo físico. Como diabo supunha que faria isso, com ele perto dela vinte quatro horas por dia?

-Isto não vai funcionar, ela murmurou outra vez enquanto se dirigia pelos corredores vazios dos escritórios subterrâneos.

-Você se preocupa demais. Ele andava muito perto dela.

-Você não está preso a um homem enorme um fim de semana inteiro, ela suspirou. -Gosto da minha privacidade, Sr. Warrant.

-Você sobreviverá Srta.Rodriquez.

Talvez.

Deus, ela queria ele. Queria o que ela não podia ter, porque Ria não era mulher de “uma noite”. Aprendeu há muito tempo que eles não eram para ela, e ela estava determinada a nunca ser enganada ou usada por eles outra vez. E Mercury Warrant jamais seria outra coisa. Seu arquivo não tinha declarado que era considerado um companheiro sobrevivente? A mulher que seu coração e sua alma tinham escolhido para ele tinha morrido. Mercury Warrant não podia dar o seu coração para outra mulher, porque já foi dado para sua companheira morta. E Ria sabia que ela não suportaria ir embora se desse a ele o resto de seu coração.

 

-Aqui é seu quarto. Ria abriu a porta para o quarto menor da pequena cabana. Ainda assim, era grande o bastante para a cama, cômoda e um pequeno banheiro anexo. O quarto dela era a suíte maior, com uma cama de tamanho grande, banheiro grande com banheira e armários embutidos, era bem confortável. Era quase tão grande quanto seu quarto em Johannesburg, mas era o suficiente para suas necessidades ali.

Mercury se mudou para o quarto e lançou sua bolsa sobre o acolchoado grosso que cobria a cama antes de ir até a enorme janela.

Ele fechou as janelas antes de puxar as cortinas pesadas e voltou para a sala de estar. Ria apertou os lábios com irritação antes de segui-lo.

Ele efetuou o mesmo na pela sala de estar, então a cozinha, fechando todas as persianas e puxando as cortinas sobre as enormes janelas.

-Mantenha-as fechadas, disse a ela antes de ir para seu quarto.

Ria o seguiu silenciosamente, mordendo sua língua, contendo seu temperamento como fez até agora.. Bom, entendia a necessidade; afinal de contas, se os Puristas podiam ter sorte o suficiente para matá-lo, seria uma condecoração muito importante no peito do assassino. Mercury era considerado um dos melhores perseguidores e enforcers que as Raças já possuíram. Isso não queria dizer que ela tinha que gostar dele.

Em seguida, ele puxou um pequeno dispositivo eletrônico do cinto de utilidades do seu lado e foi para a sala de estar novamente. O receptor era um dos Vanderale e o melhor que podia ser encontrado.

Até agora, não havia nenhum dispositivo de escuta desenvolvido que pudesse escapar de sua sensível eletrônica de última geração Mas ela não se lembrava de ter lido sobre aquilo na listagem de equipamentos que foram enviados ao Santuário.

-Como você conseguiu o R72? Ela perguntou, observando quando ele percorreu rodapé e em volta dos móveis.

-Chegou no mês passado, com meia dúzia de outras coisas por correio especial de Leo Vanderale. Ele rosnou o nome. Parece que Mercury teve uma discussão com o primeiro Leo na mesma época que Jonas. –Por isso Jonas acha que é tão difícil de acreditar que ele pense em reduzir os fundos de um mês para o outro.

-Eu não tomo decisões, eu apenas as sigo. Ela disse.

-Hum, ele murmurou enquanto se movia pelo resto da casa antes de aparentemente ter certeza que não havia escuta.

Ele envolveu o pequeno receptor de novo no pacote especial anexado ao seu cinturão antes de olhar para ela, seu olhar encoberto, sua aparência parecendo mais perigosa na luz fraca da casa.

-Eu tenho trabalho a fazer, ela finalmente suspirou. –Há comida e bebidas na geladeira. Fique à vontade.

Ela virou-se e chefiado em direção a ela quarto.

-Você não vai jantar?

Ria parou no meio da sala. O que foi aquele fio de emoção que ouviu na voz dele? Era realmente aquilo que havia?

Solidão?

Ela se virou para ele, vendo mais do que o homem de pé e silencioso, com a cabeça erguida e os ombros eretos. Sua expressão era fria, quase branda, mas algo assolador em seus olhos. Eles eram predatórios, ainda cheios de uma tristeza que machucou o coração dela.

Havia algo nos olhos dele que ela sempre reconheceu dentro de si mesma. Um desejo, uma fome que nenhuma quantidade de comida jamais poderia preencher.

Para ela, era simplesmente o desejo de um lugar para pertencer. O que Mercury desejava, ela não tinha nenhuma idéia. Ela sabia, no entanto, que quanto mais tempo ela permanecesse aqui, sentia no fundo do coração que ela não desejaria mais partir tão rapidamente quanto desejava no início.

Merda. Ele queria ficar ali com ela. E ela não gostava disso.

-Eu normalmente tomo banho primeiro. Na verdade, geralmente ela comia um sanduíche, curvada na frente do computador e batalhava com os arquivos que tinha roubado durante o dia. Será que ela ainda tinha alguma coisa para o jantar? Ela pensou rápido. -Por que não pede uma pizza da cidade enquanto tomo um banho?

-Vou fazer a encomenda enquanto você toma banho.

Bem, claro que não poderia trabalhar naquela noite; ela soube no minuto que a testa dele relaxou.

-Vou me apressar e tome logo seu banho antes que a pizza chegue aqui, ele disse um segundo mais tarde. – Pizza parece bom. O que você quer na sua? Ele perguntou indo para o telefone.

-Completa com tudo que tem direito, ela disse. –Peça o que você gosta, eu vou comer qualquer pizza que você pedir.

Ele acenou enquanto apanhava o telefone e digitava eficazmente nos números.

Maldição, ela era uma babaca. Tirando o sapato de salto alto, seguiu para o quarto, desejando saber se ela talvez tivesse cometido um grande erro. Ela tinha trabalho a fazer; não tinha tempo para entreter uma Raça que sofria por uma companheira que ele nunca teria.

Quem ligava para o quanto ele era solitário? — Ela não podia fazer nada sobre isso. O homem estava abandonado por alguém que já não existia, sua companheira estava morta a muitos anos. Não era o seu problema e não podia resolvê-lo. Ela o ajudaria se pudesse, mas ela não podia ressuscitar mortos, como Dane muitas vezes lhe lembrava.

Mas ela podia desejar...

 

Ela vai ser fodida. Mercury fez o voto no minuto que ela se virou e entrou no seu quarto com todas aquelas ondas marrons de cabelo sedoso caindo pelos ombros até no meio das costas. Ela vestia uma calça de algodão cinza claro, parecia ser uma calça de pijama ou calça de ficar em casa, como se lembrava de Merinus chamá-los. De pernas largas e parecendo um maldito uniforme. Ele odiou aquilo.

Com a calça ela usava um agasalho longo até a coxa, outro maldito uniforme igual à calça. Deus, ele esperava que pelo menos a roupa íntima dela fosse sexy. Se ela não tivesse, ele ia comprar muitas para ela. Muitas calçinhas sexy para ela. Vermelha e preta. Seda macia e renda delicada.

-Dá prá parar de olhar para mim desse jeito? Um rubor cobriu seu rosto novamente. Ela parecia quase que uma virgem assim vermelhinha...

-Assim como? Ele realmente não percebeu que olhara de um modo anormal

-Como se você estivesse me despindo, ela replicou, indo rápida à cozinha e puxando duas cervejas da geladeira. -Um mês em sua companhia e é admirável que de algum modo eu ainda tenha qualquer tipo de modéstia.

Ele arreganhou os olhos para ela. –Se que cor é a sua calcinha?

Ela olhou para ele, seus olhos arregalados de choque, sua expressão indignada. -Isso não é da sua conta. Posso perguntar-lhe sobre sua cueca?

Ele olhou para baixo vendo os jeans que tinha mudado.

-Eu nunca uso cueca. Desculpe. Nós não tivemos o hábito de usar isso nos laboratórios.

Ela interrompeu o processo de pôr as cervejas sobre a mesa, enquanto ele cruzava os longos braços sobre seu tórax e esperava.

-TMI, ela murmurou finalmente. –Isso é apenas TMI.

Transmissão de Muita Informação. Ele concordou. Ok, ele entendia isso, Cassie Sinclair sempre rejeitava aquilo.

-Apenas no caso de você estar querendo saber. Sorriu.

-Bem, eu não estava.

O perfume suave de uma mentira era fácil de detectar. Seu sorriso de abriu mais. Às vezes, ele quase gostava de ser uma Raça.

-Beba sua cerveja e me deixe em paz. Você é realmente espaçoso, sabia disso? Jonas não me disse que você era uma raça quieta?

Arqueou sua testa enquanto pegava a cerveja e torcia a tampa da garrafa.

-Bem, eu não quero pensar em Jonas com roupas de baixo, ele riu. –Portanto, não há nada a dizer.

-Bem, você pode parar de perguntar sobre as minhas. Se seu rosto podia ficar mais rosado, agora ficou.

Ele se sentou à mesa, inclinou-se para trás em sua cadeira e pensativamente olhou fixamente para ela..

-Você me quer. Eu posso cheirá-la. Porque você nega?

-E você acha que tudo o que importa é querer? Ela perguntou se virando e indo até os armários de louças. -Há mais coisas na vida do que apenas desejar ou querer, Mercury.

Pôs os pratos na mesa antes de enfrentá-lo outra vez, sua expressão séria.

-Me querer é tão ruim assim?

Não, querer a ele não era assim tão mau, pensou Ria consigo mesma enquanto o olhava fixamente, surpresa com o animal descontraído, sensual que tinha se tornado, como se de algum modo ao mudar o uniforme de enforcer para calças jeans e uma camiseta de algodão alterassem por completo sua personalidade.

-Isso depende do que queremos, ela suspirou, continuando a olhá-lo de modo fixo, muito atenta. –Vamos ser honestos neste ponto. Não há nenhuma possibilidade de haver qualquer coisa entre nós além de ficarmos uma só noite ou um caso cheio de mentiras e enganos. Eu não quero nenhum dos dois.

-Você quer amor. Inclinou-se lentamente, como se pudesse entender aquilo. -Um compromisso.

-E o que há de errado com isso? Abriu sua cerveja e tomou a bebida rápido. Precisava de algo que acalmasse seus nervos.

-Não há nada de errado com isso, Ria, ele respondeu suavemente. -Mas o que a faz pensar que automaticamente não sou capaz de cuidar de você? Não estou dizendo que faço. Ele repentinamente fechou a cara. -Mas eu não sou incapaz disso só porque sou uma Raça.

-Não, é porque você já emparelhou. Li seu arquivo, Mercury. Qualquer outra mulher será sempre em segundo lugar, Ria respondeu, mantendo sua voz macia, tranqüila. –Na verdade eu não fico muito bem em segundo lugar.

Quando encontrou o olhar dele, olhos que escureceram e se estreitaram, frios em sua avaliação. –O acasalamento é uma reação química, estalou. -Não quer dizer que estou morto nem que minhas emoções foram extintas.

-Não, significa que sexo sempre será apenas isso, sexo.

-E há algo de errado com isso? Ele rosnou. Rosnou de verdade! Não era apenas um tom mais profundo como acontecia com alguns homens, ele emitiu um som real, uma rosnadura áspera, grave de sua voz.

-É tudo de acordo com o seu ponto de vista. Ela bebeu sua cerveja novamente, utilizando-a para se distrair da feroz carranca na cara dele. -Para mim, sexo tem de significar mais. Tenho que sentir mais do que apenas excitação e desejo. E ela estava sentindo mais do que apenas desejo, por esta Raça, nas últimas semanas.

-Você nunca teve uma noitada só de sexo?

-Não por escolha, ela retrucou. -Olha isto não é um debate. É a minha escolha. Eu escolhi não ter nenhum sexo com você. Está vendo por que eu não queria você aqui? Porque eu preferia uma mulher para ficar comigo em vez de você? Eu sabia que você ia me incomodar sobre isso.

-Te incomodar? Ele saiu do seu lugar, seu rosto se descontraiu num piscar de olhos. -Eu ainda não incomodei você. Eu simplesmente quero respostas.

-Diga isso a alguém que acredita em você. Ela revirou os olhos ao fazer a declaração. -Vá lá, Merc. Você quer sexo. E você não se importa com o que você tenha de fazer para me levar para a cama, você vai fazê-lo. Esqueça a forma como isso pode me machucar, ou como irá afetar a forma como eu faço o meu trabalho. Ela parou em seguida, estreitando os olhos. -Ou é este o ponto? Está tentando influenciar a minha decisão quanto à causa do refinanciamento das Raças?

Raiva intensa encheu os olhos dele e não era uma visão agradável. Também não era mágoa o que ela esperava ver. Ela precisava pertencer. Nunca poderia pertencer a ele porque já tinha dado parte dele mesmo que agora pertencia a outra mulher. Uma mulher morta.

-Eu pareço um maldito gigolô do Jonas? Ele resmungou entre dentes.

Ria pôs a mão no quadril, pôs a cerveja na mesa com um golpe e o enfrentou.

-Oh, apenas vá em frente e finja que ele não está sobre isso, ela cobrou. –Esta não seria a primeira vez que um de seus enforcers seduz um alvo para Jonas conseguir o que ele quer. Ele é frio. Calculista e manipulador.. E nunca não deixa nada e nem ninguém ficar no caminho do que ele quer. Vá em frente e negue isto.

Jonas é o filho de seu pai. Dane gostava de citar com divertimento. Jonas Wyatt foi criado a partir do sêmem colhido de Leo antes de sua fuga dos laboratórios um século antes. Os relatórios que ela leu sobre o diretor do Gabinete de Assuntos das Raças, talvez tenha todos os mais sombrios traços da personalidade de Leo Vanderale. Ele era extremamente assustador.

-Não sou um maldito fantoche para Jonas Wyatt, Mercury rosnou. E maldição se ele não deu uma boa rosnada desta vez.

Ele estava enfurecido.

-Então por que razão essa repentina pressão para eu dormir com você? Estou aqui há um mês e você só agora você está vindo com esses olhares quentes e flertando com pequenos comentários?

-Você queria que eu pulasse sobre você no primeiro dia? Maldição, lamentável que eu não tivesse sabido disso, porque tudo que podia pensar era em te curvar por cima daquela escrivaninha, empurrar para bem longe aquela saia horrível da sua bunda e olhar o meu pau se enfiar profundamente até minhas bolas baterem na sua pequena concha quente. Os seus lábios se levantaram com um rosnado quando ele mostrou seus caninos para ela. -Desculpe querida, pensei que você poderia precisar de um pequeno período de tempo para me conhecer e eu cortejá-la.

O que ele disse incendiou sua mente e outras partes. Oh Deus, ela nunca seria capaz de sentar-se naquela escrivaninha confortavelmente novamente.

-Pervertido, ela disse acusadoramente, lutando para se defender contra ele. Contra o fato que ele tentava..., qual foi o termo ultrapassado que ele usou? ...Cortejá-la?

-Pervertido? Ele resmungou. -Isto não é ser pervertido, querida, mas eu posso te dar algo para trabalhar se for isso que você quer.

Seus dentes tremiam e seus lábios pressionando numa linha fina enquanto continha as palavras zangadas e impetuosas que vieram à sua boca. Queria repreendê-lo, queria garantir a ele que ela não queria ter nada com a sua raça sarnenta. Infelizmente, não era verdade. E ele provavelmente podia cheirar a mentira de qualquer jeito. Deus, ela odiava as Raças.

- Não o ponha para fora, ela finalmente se forçou a dizer. -Melhor ainda, tente não pensar em mim de nenhuma maneira. Isto é loucura.

-Loucura é ficar tão malditamente duro que estou quase explodindo dentro da minha calça. Ele coçou a cabeça frustrado antes de pegar sua cerveja da mesa e tomar um grande gole. –Loucura é ficar sentindo o cheiro da sua vagina quente me querendo e eu tentar ignorar isso. Se você quer se desembaraçar de mim, então talvez seja melhor você fazer algo para não ficar excitada perto de mim.

Ela ficou morta de vergonha.

-Eu odeio Raças, ela murmurou. -Você sabe por quê? Você e seus malditos narizes afiados. Só porque eu quero, não quer dizer que eu devo. Inferno, eu adoro e desejo muito um bolo de queijo mas eu sei o que acontece quando eu como cheia de prazer. Vai tudo direto para os meus quadris. Isso significa que eu devo comer assim mesmo?

Ele a olhou cheio de descrença. -Você está me comparando a um bolo de queijo? Pura fúria masculina ofendida e afronta brilhou nos olhos dele.

Ela xingou. -Bem, o mesmo princípio se aplica.

Não via isso como sendo ofensivo ou outra coisa. Ela amava bolo de queijo. Especialmente bolo de chocolate com queijo.

-O diabo que isso funciona.

Não houve nenhuma chance de evitá-lo. Nenhuma chance de fugir dos braços que a puxaram ou dos lábios que de repente cobriram os seus

Mas, puxa vida! O homem sabia beijar.

Os lábios dele sobre os seus eram como um veludo áspero, a língua raspando nos lábios dela, empurrando contra eles, procurando um jeito de entrar na sua boca, enquanto ela choramingava em baixo de cada arremetida deliciosa da língua dele. As mãos dele se moveram para o traseiro dela , segurando as curvas de sua bunda e puxando-a contra ele, levantando ela na ponta dos pés encaixando-a direto em seu pênis excitado, enquanto as mãos dela envolviam seus ombros para se firmar.

Ela estava dominada. Aquilo era tudo que havia para ela. Uma lamúria baixa de fome estalou em sua garganta quando seus lábios se separaram para ele, então a sua língua dele se entrelaçou com a sua, lambendo nela, enviando contrações de sensação erótica diretamente entre as coxas dela.

Agora sim , isto era um beijo. Até isso, ela nunca tinha sido beijada. Ele comeu sua boca, fodeu sua boca, engoliu sua boca, depois mordeu sua boca, soltou um rosnado selvagem quando ela rodeou a língua dele e depois chupou faminta a língua dele, enquanto permitia que ele arremetesse seu pau com impulsos controlados de vai e vem contra o sexo dela.

Ela sentia o pau, ele estava grosso e duro, pressionando direto na junção de suas coxas enquanto ele se curvava sobre ela, remexendo seus quadris num delicioso balanço, pressionando o comprimento inchado de seu pênis contra seu clitóris em chamas, enquanto ela lutava para conter seu repentino desejo, totalmente descontrolado.

Seu beijo, seu toque, seu abraço, a deixaram aflita pelo sexo dele dentro de seu corpo. Dos seios ao sexo dela, sentia um desejo tão imperativo que tudo que queria fazer era rasgar as roupas dele, exigindo que ele a jogasse sobre a mesa e a possuísse agora. Duro. Rápido.

-Oi gente, aqui está a pizza. Você vai para compartilhar?

Da mesma maneira rápida como ele a tinha agarrado, Mercury a empurrou para trás dele, quase a atirando na segurança relativa da cozinha enquanto girava e sacava rápido a arma do coldre preso em sua poderosa coxa..

-Uau! Agüenta aí, grandalhão. Lawe levantou suas mãos, inclusive a caixa de pizza, os olhos azuis normalmente frios estavam agora cheios de diversão quando encarou Mercury. -Você não respondeu a porta para o rapaz da pizza, então eu fiz as honras e paguei a conta. Eu deveria pelo menos provar um pedaço, você não acha?

Mercury xingou baixinho enquanto Ria sentia o rosto queimar de vergonha.

Ótimo. Simplesmente ótimo. Outra Raça e outro maldito nariz sensível.

-Rule está com fome também, Lawe comentou quando ninguém falou.

-Será que vocês dois não trazem comida? Mercury reclamou.

-Você nos faria comer sanduíches frios enquanto come pizza quente? A expressão de Lawe pareceu murchar. -Cara, isso é um pouco cruel. O que aconteceu com a camaradagem? Amizade? Para compartilhar igualmente? Sacudiu sua testa para Ria enquanto Mercury retornava o olhar com raiva. -Você tem a cerveja? Eu juro que senti cheiro de cerveja.

Mercury guardou sua arma em seu coldre enquanto um rosnado vibrava em seu peito e girava para Ria.

-Isto não acabou. Ele murmurou para ela. –Sem nenhuma chance.

O inferno que não tinha. No que lhe dizia respeito, estava definitivamente acabado. Aquilo estava acabado ou ela ia acabar com o coração partido. E se terminasse com o coração partido, então, seria simplesmente horrível.

 

O animal abaixou-se, rosnando de frustração, dividido entre sua fome e sua certeza de que era preciso ter paciência. Ainda não podia se arriscar a se revelar. O homem não estava pronto para aceitar que o animal ainda estava vivo e espreitava. Que o animal tinha fome e estava se enfurecendo.

Mas o animal podia esperar. As correntes das drogas já não o limitavam. Já não dormia o sono do pesadelo onde não havia nenhum acordo. Logo, o homem desejaria, e precisaria, e o animal sabia que então estaria livre.

 

Mercury passeava pela sala de visitas depois que Ria foi para seu quarto. Podia ver a luz por baixo da porta e sabia que estava pronta para trabalhar. Embora o que uma admirável secretária fazia que tomasse tanto tempo na frente daquele maldito computador, ele não estava certo.

Secretária, a bunda dele que era. Ela não era nenhuma secretária. Exatamente o que ela era ele não sabia, mas ela era mais do que uma simples funcionária burocrática.

Era muito inteligente. Agia e pensava muito rápido. E era muito malditamente "sexy".

Flexionou seus ombros, lutando para relaxar a tensão dilacerante que cortava seu corpo. Era uma sensação incômoda, as aferroadas da consciência que apertaram seus músculos e deixaram sua carne muito sensível.

Ele queria o seu toque.

Lembrava da sensação de suas mãos em seu cabelo quando a beijou, arranhando suas costas enquanto aquele quente e baixo lamento saia da boca dela. Queria sentir as mãos dela em seu corpo nu, os lábios dela em sua garganta, em seu pescoço. Queria ela com uma fome que começava a deixá-lo louco.

Ele passeava pela maldita sala de estar como um animal enjaulado, sentindo as paredes de fecharem sobre ele e a liberdade estivesse o aguardasse logo atrás da porta do quarto de Ria. Não era para onde ele poderia correr,onde ele poderia ser livre, na escuridão da noite. Não, a liberdade acenava no outro quarto, em uma cama muito grande para uma mulher pequena, onde possuiria o corpo dela até que gritasse por misericórdia.

Eram esses gritos de prazer que ele precisava ouvir. Louco para ouvir.

Ele parou no meio da sala, percebendo chocado que pequenos rosnados vibraram em seu peito. Predatório, primitivo, som rouco. Sons que Mercury não estava completamente confortável em ouvir. Ele rosnava quando ele escolhia, e ele não escolheu deixar o som livre.

Ele agitou a cabeça, lutando para afastar a sensação de desequilíbrio e de um desejo quase esmagador de forçar a porta do quarto de Ria e possuí-la. Curvá-la sobre a cama, desnudar sua linda bunda e simplesmente tomá-la.

Ele agitou a imagem clara da sua cabeça enquanto ele achou-se dando passos determinados, enérgicos para a para a porta. Ele nunca havia, em qualquer momento, feito nada tão irracional. Ele não ia começar agora.

Ela era apenas uma mulher. Havia dezenas de mulheres, Raça e não-Raça, que ele poderia ter com apenas um estalar dos seus dedos. Mulheres que sorririam, suspirariam e gritariam por ele quando possuísse seus deliciosos corpos. Ele não precisava de Ria. Ele somente a queria.

Desejar não era igual a precisar.

Ou assim ele tentou convencer-se quando se aproximou silenciosamente da porta da rua , antes de abri-la e sair para a varanda ampla e sombreada, na escuridão da noite.

Ele inalou vigorosamente, empurrando para longe qualquer exigência primitiva que o fazia ser tão irracional. Verificou sua língua outra vez. Nada, nenhuma glândula inchada. Nenhum líquido de hormônio atormentando sua língua e o enchendo de luxúria. Não que ele esperasse por isso.

Conteve sua decepção. A cada ano que passou muitas raças se acasalaram, e encontraram um sentimento de paz e equilíbrio na liberdade que encontraram. Um equilíbrio que Mercury sabia não seria para ele.

Sua companheira tinha morrido há muito tempo. Estava sozinho.

Inclinou-se de encontro a um poste pesado e observou o veludo preto da noite e a floresta que cercam a cabana alugada de Ria e lembrou-se dos anos sombrios antes de ser resgatado pelas Raças guerreiras livres. Não que seu cativeiro tivesse sido tão duro quanto o dos outros. Os cientistas nos laboratórios sul-americanos onde ele foi criado, tinham governado com cabeças mais calmas. Houve orientações rigorosas, mas as Raças não foram torturadas só para ver o quanto eles poderiam suportar.

Eles foram treinados desde o nascimento. Eles foram abraçados e acariciados por pouco tempo por suas zeladoras( Ou criadoras, mães que abrigaram no ventre o feto da experiência genética e deram à luz às Raças), mas cada dia das suas vidas, mesmo ainda crianças, receberam lições duras de que eram Raças. Entretanto, para Mercury, foi uma vida de isolamento quase completo das outras Raças. Seu treinamento foi mais exato, o seu corpo e a sua mente empurrada mais duramente. E ele esforçou-se por ter sucesso, porque o êxito significava mais tempo com o pequeno grupo com o qual ele convivia aqueles laboratórios. Significava uma chance de ver uma pequena Leoa sorria timidamente para ele e fazia saltar o coração dele.

Quando eles envelheceram mais, eles foram severamente treinados, mas não horrivelmente. E ainda assim Mercury não se lembrava de um dia em sua vida quando não sonhou com a liberdade. De correr com o vento no rosto, de provar coisas novas por sua própria escolha. De um dia quando não lhe exigiriam que matasse, mas só em situações de autodefesa.

Ele se lembrou de Alaiya. Forte, confiante, a Leoa jovem era cheia de vida e ele a amou. Com toda a paixão de um rapaz e a alma de um guerreiro, ele a tinha a amado.

Ele raramente falou com ela. Nunca a tocou. Ele ainda lembrava o dia que os cientistas acharam o estranho hormônio no sêmen e na saliva dele e a confusão que se armou. Dele assim como de os cientistas. E lembrou-se de quando Alaiya morreu.

O animal interior dentro de sua alma nunca esteve longe da superfície, mas quando ele soube da morte dela, ele perdeu o pequeno controle que tinha aprendido a ter. As drogas que eles ministram todos os dias em seu sistema durante anos para conter o animal selvagem foram impotentes contra a inundação de adrenalina animalesca que correu por ele aquele dia.

Ele nem mesmo a tocou, nem mesmo a possuiu. Ele não a tinha beijado. Mas o pensamento da morte dela o deixou muito furioso.

Mercury sacudiu a cabeça ao pensar. Parecia impossível que ele estivesse destinado a viver sua vida sozinho, porque uma mulher que ele nunca tocou, jamais possuiu, tinha morrido.

Embora talvez, ele estivesse melhor assim. A pior coisa que uma Raça podia ter era uma fraqueza, um ponto fraco que o desequilibra. Uma companheira, um filho, era o ponto máximo da fraqueza. A perda da família podia matar a alma de um homem, mas também podia destruir completamente o equilíbrio mental de uma Raça. Mercury jurou a si mesmo há muito tempo que manteria sob controle sua sanidade mental.

Ele queria Ria. Ele desejava Ria como nunca quis outra mulher em sua vida, mesmo Alaiya. Mas não havia a menor chance dela chegar perto de sua alma. Nunca.

 

Ria acordou com os olhos turvos na manhã seguinte quando abriu a porta de seu quarto e se deparou com uma cena que não esperava, não importa as circunstâncias. Em vez de dormir no quarto disponível, Mercury estava encostado na parede ao lado da porta de quarto dela, o olhar sonolento dele segurando seus olhos enquanto ele se aproximava.

O tórax dele estava nu. Gloriosamente, inacreditavelmente, forte, duro e nu. Ele tinha um físico muito bem definido. Todos aqueles músculos poderosos se contraíram e ondularam sob sua pele quando se levantou e fez com que Ria perdesse a pouca sanidade mental que tinha sobrado.

Tudo que ele usava era uma calça fina de algodão e a arma que apanhou no chão ao lado dele. Bom Deus, ela não podia lidar com aquilo.

Ela sentia uma avalanche de respostas sensuais subindo pelo corpo, excitando suas terminações nervosas, ela se forçou a controlar a respiração.

-Onde você dormiu? Ela estremeceu ao som rouco da própria voz.

Mercury encarou o chão por um longo momento antes de levantar os olhos para ela mais uma vez.

-Acho que dormi na frente da sua porta. Disse com cansada aceitação, como se ele não acreditasse nisto totalmente.

Ria estremeceu ao pensar longe. Deus! Era muito cedo para isso.

-As camas são confortáveis, ela murmurou, passando por ele e seguindo para a cozinha e à cafeteira que ela tinha preparado na noite anterior

-Sim. Elas são. Sua voz era fria, mas ainda assim ela não conseguiu afastar a sensação que ele ocultava a própria confusão com sonolência.

Ela encheu a cafeteira com água e ligou, em seguida, virou-se para ele.

-Não toque no bule. Não se sirva do café primeiro. A primeira xícara é minha. Entendido?

Os olhos dele se estreitaram, o seu olhar foi rápido do café para ela antes dele concordar cautelosamente. - Tudo bem.

-Bom. Eu vou tomar banho. Preciso voltar para o escritório esta manhã. Ela virou-se e voltou ao seu quarto.

-Por que você precisa voltar ao escritório? Eu pensei que você não estava trabalhando nos fins de semana. Havia suspeita em sua voz. Inferno! A voz dele exasperou seus nervos.

Ela parou na porta.

-Não fale comigo. Não me questione. Nenhum comentário, nada até que eu beba meu café. Estremeceu com o esforço que fez para pensar. –Apenas... Seja invisível ou algo parecido.

Ela foi para o quarto dela e bateu a porta de quarto, ignorando a surpresa na face dele. Ela apenas não pôde controlar o pensamento. Se ele falasse com ela, se exigisse uma resposta dela, não haveria jeito que ela pudesse sequer fingir ser civilizada.

Acordar não era o passatempo favorito dela. Especialmente acordar em lugares estranhos, e ver um homem que ela desejava lamber como um doce gostoso.

Ela era uma madrugadora, mas uma ranzinza. Ela podia rosnar para uma Raça logo assim que acordava de manhã em qualquer dia da semana. E se qualquer um ousasse tocar o café antes dela beber a primeira xícara fresca, então ela poderia ficar radical. Era só provar que já sentia um gosto diferente depois disso, ela jurava que fazia. E se fosse o café dela, ela saberia. A primeira xícara era só dela, ou alguém pagaria por isto.

Certo, ela era uma cadela; ela admitiu prontamente isto. Mas inferno, ela ficou sem sexo por anos, trabalhou muito tempo e aguentava uma quantidade pequena de frustração no trabalho dela. Ela merecia ter alguns caprichos.

Meia hora mais tarde, vestiu uma saia preta em cima dos joelhos e uma blusa de seda branca, Ria prendeu o cabelo num coque frouxo e calçou sapatos de couro que ela usava no escritório - em qualquer escritório que ela estivesse trabalhando no momento, e foi para a cozinha.

O cérebro dela estava funcionando pela metade e contanto que Mercury não tivesse desarrumado o café dela, então ela poderia tolerar a ele. Contanto que ele não estivesse dormindo novamente em frente à porta dela.

Isso era um pouco estranho. Não estava de fato correndo em qualquer perigo, especialmente com mais duas Raças de plantão na porta da frente.

Mercury estava em pé na cozinha perto da mesa para uma xícara de café quando ela entrou no espaço. Ele estava vestido com o uniforme preto com as insígnias de identificação dos Executores do Gabinete de Governo das Raças, o uniforme era excelente, ficava muito bem nele, seu cabelo estava levemente úmido após o banho.

Ela atrapalhou de propósito a xícara dele, quando viu a mão dele se mover direto para a cafeteira. E se aquilo foi uma risadinha que ouviu nas costas dela, então ela ia acabar dando um chute no traseiro dele.

Voltando com a fumegante xícara cheia, ela se afastou dele e sentou-se à mesa da pequena sala de jantar separada da pequena cozinha.

Enquanto ele não tentasse falar com ela, ela estaria bem.

O primeiro golinho do café escuro, saboroso foi o néctar dos deuses que começou a disparar as células cerebrais dela.

O segundo e o terceiro levaram a lentidão pesada e começou a aliviar a mente dela. Ela conseguiu alcançar com dificuldade o controle remoto e ligou a televisão de última geração fixa na parede de frente para ela para assistir o jornal de notícias da manhã.

Esteve ciente o tempo todo de Mercury, quando ele levou a xícara dele à mesa e se sentou ao seu lado, à sua esquerda. Ele se recostou na cadeira e a observou com divertimento silencioso. Ela podia aguentar o seu divertimento silencioso. Contanto que ele permanecesse em silêncio o por um algum tempo.

Finalmente, a primeira infusão de cafeína penetrava em seu sangue e foi para seu cérebro, quando virou para o seu com companheiro silencioso.

-Você esqueceu o bule, informou-o.

A testa marrom dourada levantou. –Eu suponho que deveria ter trazido comigo?

-Bem, se você não estivesse aqui eu teria trazido o bule comigo. Não era o que faria todo o mundo? –Então esta é a sua tarefa.

Os lábios dele se contraíram, mas não comentou nada. Em vez disso ele levantou-se e foi até a cozinha. E Ria apreciou a vista. Aquela calça justa do uniforme preto moldava os músculos do traseiro da Raça era de fato muito bonita. A forma que fez sua mão ansiar tocar e experimentar aqueles músculos duros da bunda dele.

-Você é o cão de manhã, sabia disso? Ele disse quando voltou com o bule.

-Pois bem, pegue a primeira xícara de café antes de mim e você vai mudar de opinião. Eu sou realmente um demônio do inferno. Você é esperto o suficiente para ficar fora do meu caminho.

Ele serviu o café para ela.

-Sem açúcar ou creme? Ele parecia surpreso quanto ela tremeu.

-Deus não. Porque motivo?

Ele grunhiu quando voltou para o seu lugar e se serviu de mais café.

-Você vai ter que fazer outro bule, ela disse se inclinando para frente, pondo o braço em cima da mesa e prestando atenção ao noticiário da manhã. Ela sentiu falta deles na noite anterior.

-Eu?

-Uh-huh. Ela aumentou o som para pegar os índices dos mercados de ações asiáticos antes de alcançar na mesa a pasta de couro e pegou um bloco de anotações, o abriu e fez as anotações. Ela talvez devesse telefonar para seu corretor de investimentos.

Ela o ouviu limpar a garganta, mas ignorou-o. Ele estava dividindo a bebida dela. Um bule era normalmente o bastante para ela.

-Só uma palavra de aviso. Você pode não gostar de meu café, ele disse.

-Três colheres medidas da lata de café e ponha num filtro novo e um bule cheio de água filtrada e ligue a cafeteira. Você não pode estragar tudo. Ela apontou o dedo majestosamente na direção da cozinha. Ficou tão surpresa por ele ter ido obediente para a cozinha, que ficou muito curiosa para saber até onde ela poderia pressioná-lo a fazer o que ela queria.

Sim, com toda certeza ela era uma vadia manipuladora! Mas tinha consciência e resignação com suas poucas fraquezas e aprendeu a conviver com elas.

Ela viu os noticiários financeiros e, em seguida, virou de canal e viu o noticiário do mundo, ela estava consciente de Mercury trazendo o bule de café fresco para a mesa. Mantendo os olhos fixos no noticiário, ela empurrou a sua xícara na direção dele, e esperou ele encher sua xícara. E levantou a xícara até os lábios.

O primeiro gole... foi horrível.

Os olhos dela arregalaram de espanto, encarando fixo a xícara, e depois para Mercury.

-Você fez isso de propósito, ela o acusou espantada. -Por que você fez isso?

Uma careta enrrugou a testa dele quando pôs o bule sobre a mesa e olhou zangado para ela.

-Fazer café bom exige uma habilidade especial, porra, ele rosnou para ela. -Eu não tenho essa habilidade Agora viva com isso.

Viver com isso? Ela abriu a boca para recusar. Antes que as palavras pudessem deixar seus lábios, ele abaixou seu rosto em cima do dela. Sim, muito perto do rosto dela..

Apoiando os braços na mesa e os olhos marrons ardendo de raiva.

-Eu disse viva com isto. O rosnado estrondoso de raiva não era fingido. Mercury, ela achava, não gostava de jogos de intimidação.

Ria limpou a garganta nervosamente. -Você podia ter me avisado.

Ele se sentou lentamente. -Eu tenho certeza que fiz isso. Mas sua atitude de 'Demônio de Inferno' escolheu me ignorar. Agora, se quiser ir ao Santuário, quando terminar seu maldito café, nós podemos chegar a tempo para o café da manhã completo que servem lá.

Um café da manhã completo! Ela o encarou de olhos arregalados. Tá bom, era esse o problema dele. Os homens ficavam irritados quando tinham fome.

- Lá no escritório do Dane sempre tinha bolo.

O olhar que ele deu a ela foi mal-humorado. Com certeza. Talvez sem bolo. Claro que isso não significava que ela beberia o resto daquele café. Mas ela soube apenas que em alguns assuntos não estaria a ponto de ser intimidada.

 

Ele podia cheirá-la. O cheiro de sua excitação, o cheiro de sua alma. O cheiro chamava ao animal, causando dor nele, fazendo-o sofrer. Ele a queria. Ele queria segurá-la, tocá-la, marcá-la antes que fosse afastada para longe dele, antes que qualquer coisa ou alguém pudesse afastá-la do seu abraço e tomá-la dele para sempre.

Mas ele esperou. A espera estava matando-o. Ele tinha esperado por um tempo tão longo, tinha se forçado a ter paciência durante tantos anos. Só um pouco mais de tempo. Ele não podia pressionar demais o homem ou consciência faria com que o homem se contivesse mais uma vez.

Não seria contido. Enquanto o homem dormia, o animal acordou. Ele caminhou pela mente do homem, e então destruiu todas as algemas enferrujadas que permaneceram e que foram presas no homem. E protegeu a mulher. Sua mulher.

Em breve, o homem não teria escolha a não ser deixá-lo livre. Doce, preciosa liberdade.

 

Inferno! Como ele acabou dormindo ao lado da porta de Ria em vez do quarto de hóspede que ela tinha mostrado? Mercury não conseguia entender como acordou lá, sabendo que ele foi dormir em outro lugar. Inferno, ele andou durante seu sono. Não era impossível para uma Raça andar durante o sono? Alguma lei não escrita, ou algo parecido? Tinha que ter.

No entanto, essa era a única explicação. Não importa que a explicação fosse horrível. O fato era, quando ele acordou, era onde estava sentado, ao lado da porta dela. E ele sentia como se não tivesse dormido um piscar os olhos. Sentia-se cansado, deixando-o frustrado e destruindo com o resto de seu controle. Mercury orgulhava-se sempre de seu controle.

Mas quando esteve no escritório de Ria que tinha insistido em voltar várias horas mais tarde, ele encontrou-se com mais freqüência com o nariz franzido, achando o perfume dela ainda mais tentador.

Ele verificou sua língua novamente. Ele não podia parar de fazer isso ultimamente. Não havia nenhuma sensibilidade na língua, nenhuma inchação das glândulas, nenhum dos sinais do calor de acasalamento, exceto o fato de sua incapacidade de pensar em qualquer outra coisa senão em foder ela.

-Você não tem que ficar aqui olhando de modo ameaçador para mim a manhã inteira, ela informou-o enquanto matinha seu olhar no arquivo tinha aberto diante dela.. -Sou perfeitamente capaz de trabalhar sozinha, você sabe.

-Eu acho que sim. Ele não iria a nenhum lugar sem ela.

Ela levantou os olhos para ele sem levantar a cabeça, sua expressão agora menos amigável. -Se você não parar de me olhar irritado, Mercury eu te chutarei para fora.

-Você pode tentar. Na verdade ele adoraria se ela tentasse. Estava morrendo para encontrar uma desculpa para por as mãos nela.

Ela respirou profundamente muito exasperada antes de voltar sua atenção ao arquivo que analisava detalhadamente. Estava muito atenta naqueles papéis. Podia literalmente sentir o funcionamento de sua mente enquanto lia, sentiu que ela procurava por alguma coisa.

Um olhar severo franziu sua testa e seus dedos esfregaram a ponta de uma página. Como se estivesse trabalhando com um enigma, afagando o papel na tentativa de persuadi-lo em dar-lhe os segredos ela precisava.

Mercury olhou de relance para baixo para o papel, vendo um dos relatórios novos que foram enviados à Agência em Washington na semana anterior, relativo a uma tentativa de invadir o equipamento de comunicações no mês anterior. Era bastante direto e detalhado.

O hacker tinha conseguido se infiltrar no satélite que o Governo das Raças usa. Os peritos das comunicações do Santuário rastrearam a conexão até a Alemanha quando então o hacker terminou a conexão e desapareceu.

-Isto nunca aconteceria com um satélite da Vanderale, ela suspirou enquanto correia os dedos sobre as primeiras linhas do relatório. –Você pensaria que seu governo teria alguns protocolos que funcionam realmente.

Sua voz era depreciativa.

-O satélite é de uma geração mais antiga. Nós nunca tivemos problemas até que o hacker conseguiu passar a primeira defesa entrando com a senha correta de passagem na primeira tentativa.

Ela agitou sua cabeça lentamente. -Que não devia ter sido possível a menos que alguém tenha lhe dado a senha.

Ela continuou a olhar fixamente o papel enquanto mordia seu lábio inferior pensativamente.

-O código de entrada muda diariamente, ela murmurou.

Seu dedo correu sobre outra linha de palavras impressas.

-Estranho, disse agitando a cabeça e virar para a página seguinte. –Vocês precisam de um programa mais avançado.

-Precisam do financiamento para pagar por isto.

Ele viu o olhar dela quando levantou a cabeça lentamente dos arquivos, sua era expressão pensativa quanto ela o olhou.

-Vocês precisam atualizar seus sistemas o mais rápido possível, ela salientou. -Vocês têm milhões de dólares de equipamento da Vanderale que sequer nem está no mercado ainda. Isso faz com que seja um risco de segurança. Portanto, um risco financeiro à companhia Vanderale. A menos que tenha algo nestes arquivos para me convencer do contrário, aí então eu não poderia de consciência limpa sugerir a suspensão do apoio financeiro, Mercury.

Jonas ia amar ouvir isso.

-Continue procurando, então, Grunhiu. -Fomos capazes de contrariar a cada tentativa de invasão de nossos arquivos. Pegaremos todos em breve.

-Faz um ano que os hackers começaram as tentativas de invasão, ela recordou. -Até agora, vocês já perderam vários agentes, devido ao vazamento de informações, e a segurança foi violada nos limites do perímetro do Santuário, pelo menos mensalmente. A taxa de sucesso na execução desses atentados é preocupante. Estou pensando na possibilidade de vocês terem um espião operando dentro do Santuário.

-Não é possível. Será que era?

Inferno, ele esteve investigando isto por mais de seis meses. Não havia nenhum modo das informações vazarem para além dos limites do Santuário, porém seus inimigos encontraram uma maneira do lado de dentro de algum jeito. E as informações estavam saindo.

-Qualquer coisa é possível, ela murmurou antes de voltar sua atenção ao arquivo por um longo momento.

Ela analisava com toda a concentração de sua mente. Ele podia sentir sua mente funcionando tão aceleradamente que ele não soube descrever o sentimento que de repente se moveu no interior dele.

A pele dele se arrepiou com aquele sentimento, seus músculos ficaram tensos enquanto o sentimento invadia todo o seu corpo. Os cabelos de sua nuca se arrepiaram, formigando seu pescoço, um sentimento que o incomodou muito.

Mercury não estava acostumado aos sinais de consciência primitiva felina que foram concedidos pela natureza às outras Raças. As drogas que os cientistas lhe deram por muitos anos antes te seu resgate, detiveram e contiveram a sua genética animal, até que exterminaram completamente não só as respostas instintivas de sua genética de leão, mas também a intensidade selvagem, incontrolável que ele possuía.

Mas agora, enquanto ele observava a concentração de Ria analisando com tanta atenção os arquivos do Santuário, os pêlos da nuca dele pareciam se arrepiar num aviso.

-Você acha que vai encontrar um espião nesses arquivos? A suspeita ecoou pesadamente na voz dele.

Ela ergueu os olhos, a expressão depreciativa, novamente.

-Esse não é o meu trabalho, ela informou. -Meu trabalho é determinar se vocês têm controle total da situação, para então permitir que vocês tenham acesso a todos os caríssimos e modernos equipamentos de última geração tecnológica que as Indústrias Vanderale fabricam e enviam graciosamente em primeiríssima mão para o Governo das Raças, equipamentos que até mesmo não foram para a linha de produção em escala em nível de mercado mundial. Isto quer dizer que esses equipamentos não estarão à venda nas lojas por pelo menos três anos. As informações desses equipamentos são muito importantes para as Indústrias Vanderale. Não se engane Mercury. Eu não estou aqui para fazer o seu trabalho para você.

Ela fechou com força o arquivo em suas mãos, seus olhos brilharam com uma ponta de raiva enquanto se levantava e voltou à mesa de arquivo. Devolveu o arquivo para a pilha, antes de se debruçar sobre outro.

Ela inclinou-se.

A saia apertou sobre seu traseiro bem desenhado.

Cheios, globos carnudos lindos que encheram os olhos dele.

Seus punhos se apertaram com força, como um animal possuído, como se uma súbita neblina de fome primitiva o envolvesse.

Ele tinha que tê-la.

 

Num minuto ela procurava o arquivo que se lembrava de ter visto no dia anterior, no minuto seguinte havia uma vara de ferro pressionando a fenda do seu traseiro através de sua saia e da calça de Mercury. Os olhos arregalados dela voaram para os braços fortes que se transformaram em verdadeiras barras de ferro que a prenderam numa armadilha nos lados, pesados braços musculosos, com mãos fixadas que agarravam cada lado da escrivaninha, enquanto rosnava baixo em seu pescoço.

Oh inferno! Isto não era bom. Ela sentia vontade de se virar para ele, balançar seus quadris contra o seu pau duro e sentir a pulsação de sua fome feroz.

-As câmeras, ela repentinamente conseguiu respirar, lembrando-se da pequena peça eletrônica no canto da sala atrás deles.

-Eles não podem ver nada, ele resmungou em sua orelha. -Puxe sua saia para cima, para mim.

-Não vou fazer isso, ela resmungou escandalizada. -Não estou de acordo com isso.

-Faça isso ou eu faço. E se eu te tocar, não posso deixar você ir embora até que eu entre todo dentro dessa sua pequenina concha quente que eu sinto o cheiro. Agora puxe a porra da saia para cima.

Ria estremeceu. Encurvada sobre a mesa como ela estava, com os cotovelos apoiados na mesa, estava em uma das posições as mais vulneráveis que uma mulher podia estar. E ele queria piorar a situação para ela?

-Merc...

-Agora. Sua respiração estava difícil no seu ouvido, luxúria ecoando na necessidade imperiosa em suas palavras.

Ria combateu o calafrio que correu por sua espinha e o impulso incontrolável de fazer como ele ordenou.

-Mercury...

-Faça-me fazer isso e está tudo acabado, ele rosnou com os dentes afiados em seu ouvido. –Eu vou te foder, Ria. Aqui e agora. Se eu te tocar com as minhas mãos, nós dois estaremos nos fodendo nessa mesa, e não me importo com quem estiver vendo.

Oh Deus.

Ela se deitou contra a mesa, sentindo-o se mover quando ela desceu as mãos para os lados da saia.

Ela estava fazendo isto de fato? Ela subiu lentamente a saia para cima das pernas, descobrindo as coxas e as curvas nuas do traseiro dela. E sua bunda estava nua. A calcinha que usava era muito pequena para cobrir os globos arredondados do traseiro carnudo e empinados.

Enquanto fazia isto, ela sentia a excitação crescendo, florescendo. A vagina estava se umedecendo, preparando-se para ele, ansiando por ele.

-Porra, você tem um perfume tão doce. O sussurro brusco a fez trincar os dentes quando a saia parou nas coxas. -Como o amanhecer. Eu adoro o amanhecer, Ria.

Ria arquejou em resposta, ansiosamente puxando mais a saia agora. Ele estava com ao pau tão duro e tão quente como o ferro recém forjado no fogo, queimava a ela através do tecido das calças do seu uniforme preto, oh Deus, agora ele estava se remexendo, esfregando a vara dura contra ela.

Ela estava tão molhada que podia sentir sua calcinha úmida.

-Sim, sussurrou ele de repente com os lábios no pescoço dela. -Sim. Deixe-me sentir a sua bunda com meu pau, querida. Eu adoro o seu traseiro. Tão gostosa. É tão bom.

A saia dela foi afastada do traseiro, enrolada para cima dos quadris enquanto ele apertava os quadris dele contra sua bunda enquanto ela apoiava seus braços sobre a mesa. Ele ondulou contra ela, sob as calças dele, ela sentia a palpitação da sua pica.

-Eu quero ver você. Seus dentes roçavam o pescoço dela. -Quero ver seus seios nus, os seus mamilos duros por mim. Deixe-me ver eles.

-A câmera, ela ofegou.

-Ninguém pode ver você. Liberte seus lindos seios para mim. Faça isto. O resmungo duro, primitivo na voz dele fez Ria tremer de luxúria. Ela nunca esteve tão excitada em toda sua vida. Era tão excitante com a ameaça da câmera de vídeo que os assistia.

Então a mão dela abriu os botões enquanto um gemido deixava os lábios dela.

-Sim. É isso aí, querida, ele gemeu, seu cabelo longo caindo em cima do ombro dela enquanto ele a olhava desabotoar a blusa. –Sim, mostre esses lindos seios para mim. Eles estão inchados, Ria? Eles doem ansiando por minha boca?

Eles doíam, eles estavam tão inchados, os mamilos dela raspando contra o bojo do sutiã quando eles endureceram e incharam.

Ela desabotoou os botões da blusa até que finalmente conseguiu libertá-los.

-Puxe a camisa de sua saia, ele comandou com a voz severa e áspera e enviando tremores de excitação pelo corpo dela. –Faça! Rápido!

Ela puxou a blusa, mordendo seu lábio inferior enquanto desabotoava.

-Tire o sutiã. Sua respiração estava forte, difícil, pequenos golpes de ar soprando no pescoço dela. -Deixe-me ver seus peitos, querida. Eu quero olhar. Deixa-me ver e eu vou esperar para provar eles. Eu prometo. Dá-me isso. Doce Deus, só um pouco, Ria.

Ela não podia acreditar nisso. Era tão erótico que ela estava derretendo. Sua voz em seu ouvido, comandando ela, e ela o obedecendo. Seus dedos foram para o colchete, soltando lentamente sentindo arrepios de excitação por seu corpo.

Quando soltou o sutiã, ela tirou os bojos e expôs os pesados seios, sentiu ele apertar o pau duro com força contra sua bunda.

-Que bonito, ele respirou.

Ria olhou suas curvas maduras. Seus seios eram grandes mas agora estavam muito inchados pela excitação e seus mamilos duros e eretos como soldados em guarda. Eles queimavam, desesperados para serem tocados. Para serem tomados.

-Toque neles. Deixe-me vê-la tocar em seus mamilos.

-Não. Ela respondeu chocada.

Um segundo depois os dentes dele roçaram no pescoço dela, enviando um arrepio de prazer que pulsou fortemente em seu atormentado clitóris.

-Faça. Sua voz mudou, tornando-se mais profunda, mais sombria. -Faça isso ou eu vou fazer. E se eu te tocar com minha mão, não haverá mais volta, eu não vou conseguir parar. Não Ria, não vou parar antes de ver meu pau estar enterrado tão fundo dentro de você que nunca mais você ficará livre de mim.

A câmera. Oh Deus, ela tinha de lembrar-se da câmera. Ela tinha de lembrar o juramento que fez a si mesma de não deixá-lo possuí-la, para não se apaixonar por ele. Se ele a tomasse, ele tinha razão, ela nunca mais estaria livre. Não haveria nenhum modo de esconder seus sentimentos dele.

-Mercury, ela sussurrou nervosamente. -Isso é muito perigoso.

-Agora. A voz dura a forçou a agir.

Subiu a mão, e o seu polegar e o indicador pressionou o mamilo com esmagada sensualidade.

-Meu Deus! Porra! Sim. Mostre-me o que quero, Ria. Mostre-me como te fazer gozar quando eu de tocar com a minha boca.

Ela rodou a carne dura dos mamilos, e gemeu em êxtase quando os quadris dele apertaram o seu pau contra sua bunda a forçando a roçar o clitóris contra a beirada da mesa. Ela tremeu, estremeceu e apertou mais excitada, com os dedos tocando o mamilo dela.

-Seus mamilos estão se avermelhando, ele sussurrou. -Eu posso ver a linda cor rosada, querida. Exatamente como se estivessem em minha boca. Minha língua. Meus dentes.

Ria se empurrou contra ele ao pensamento dos dentes dele raspando em cima dos mamilos excitados. Oh, ela queria isso. Ela queria isto tão desesperadamente que estava em chamas.

Os quadris dela pinotearam contra a mesa, esfregando o clitóris com mais força contra a fricção enquanto outro gemido saia dos lábios dela.

A câmera de vídeo. Se lembre da câmera de vídeo.

-Eu vou foder você, Ria. Eu vou rasgar essa calcinha fora seu corpo e empurrar profundamente todo comprimento da minha vara, de uma só vez até o fundo dentro dessa sua racha deliciosa e molhada. Eu quero te ouvir gritar gozando, cheia de prazer. Eu quero gozar como louco quando eu te foder duro e tão rápido que você não vai poder lutar contra mim. Que tudo que você poderá fazer será me aceitar todo dentro do seu corpo e gozar.

O resmungo primitivo e selvagem enviou um arrepio de medo e desejo por ela. Ela podia senti-lo por baixo das calças dele, ele estava tão grosso e comprido, e ela soube que gritaria quando ele a penetrasse. Gritaria mas depois imploraria por mais porque sabia que adoraria sentir seu pau enorme fodendo ela.

Ela apertou o mamilo, sentindo as sensações crescendo no clitóris, sabendo que o orgasmo dela estava se aproximando em um segundo. Ela doía por isto. Tinha fome por isto. Se ela não tivesse isto...

Um trovão retumbou no ouvido dela, e não fez sentido nenhum a princípio. Ela sentiu o puxão de Mercury atrás dela, ouviu o rosnado feroz.

-Não Porra!

Então ela percebeu exatamente o que era.

A voz da Dra. Morrey chamou do lado de fora da porta. -Mercury, eu preciso de você em meu escritório quando você tiver tempo, por favor. Lawe pode cuidar da Srta. Rodriquez. Você está aí dentro?

-Oh. Meu. Deus. Oh Deus. Deixe-me ir, ela gemeu afobada enquanto o empurrava.

Seus dedos prenderam o sutiã rapidamente, o ouviu xingar revoltado em suas costas. Voltar à realidade nunca foi tão difícil como agora. Ela sentia o medo frenético correr forte por suas veias em vez da volúpia de segundos atrás.

-Mercury, você está aí? A maçaneta girou. Inferno, quando ele tinha trancado a porta?

-Só um minuto, Ely, ele rosnou.

Ria sentiu o rubor queimar seu rosto e descer por seu corpo, o som da voz dele. Não havia como ignorar a luxúria, a fome, na voz dele. Inferno, a boa médica provavelmente esteve assistindo a cada segundo da quente preliminar nas câmeras. Merda. Esta não eram bom. Era horrível e vergonhoso.

Ela finalmente conseguiu arrumar sua roupa e por a blusa para dentro da saia, mantendo-se de costas para Mercury.

-Ria.

Merda. Ela sentiu sua aproximação. O calor do seu corpo envolvendo-a, infundindo-lhe excitação, tornando a molhar os olhos dela com emoção, com o desejo do seu toque.

-Vá. Ela indicou a porta, sua mão suspensa tentando impedir a aproximação dele. -Veja o que ela quer. Maldição. Deixe-me sozinha, Merc. Apenas vá merda.

Segundos depois ela ouviu a porta se fechando, ele fez exatamente como pediu.

Ele partiu.

 

Exames. Sangue. Saliva. Sêmen.

O animal recuou com cuidado para sua caverna mental, contendo o desejo de rugir furiosamente por ter sido puxado tão bruscamente do prazer que desfrutava com a mulher.

Passou tantos anos tão sozinho, enquanto dormia aquilo não doía tanto e nem o calor também não machucava. Agora o calor estava aqui, pressionando o homem para amar em vez de negar levando toda a consciência do animal..

Deveria se mover cuidadosamente, abrir as camadas da fome do homem uma de cada vez aos pouquinhos para evitar a suspeita. Mas não teve cuidado o suficiente. Deveria ter sabido que a situação era muito perigosa, mas o homem estava enfraquecido com o desejo. Ele sofria e tinha fome pelo que ara somente dele e o animal poderia sair livre, pensando que sua fuga pudesse ficar escondida dentro das sombras da luxúria do homem.

Se não tivesse nenhum cuidado, o animal sabia que seria revelado. Não podia se arriscar a exposição. Eles poderiam fazê-lo dormir novamente e não era forte o bastante de sobreviver um segundo ciclo de prisão nas horríveis correntes que o prenderiam em um sono cheio de sofrimento e pesadelos.

Tinha que se esconder muito bem. Apenas por um pouco mais de tempo, ele tinha que ficar escondido e muito quieto. Pelo menos até que nenhum olho o observasse e nenhuma cientista tirasse as odiadas amostras de exame para achá-lo. Até que estivesse sozinho com o doce cheiro macio de sua companheira.

 

-Está tudo bem, doutora? Mercury abaixou por suas costas, a camisa preta do uniforme de Executor da Força de Segurança das Raças, deslizando-a por sua cabeça e olhando para a doutora Elyiana Morrey que armazenava outro tubo de ensaio de seu sangue em sua pequena coleção de sangue.

Apelidaram a ela de O Vampiro do Santuário. Todas as vezes que uma raça estava por perto com algum sintoma, lá estava ela com sua pequena maleta de coletas olhando para eles fixamente com aqueles olhos marrons de filhote de cachorro. Uma fêmea felina não devia ter olhos de filhote de lobo, mas essa fêmea felina tinha.

Emocional demais, Mercury sempre pensou. Ela estava como uma louca tentando achar respostas para todas as anomalias que apareciam nas Raças desde que foram libertadas do cativeiro dos laboratórios.

Ela foi uma aluna nota dez dos cientistas do Conselho, ela era um gênio em um nível que nunca foi atingido dentro do Conselho de Genética. Com seu resgate dos laboratórios ela voltou sua luta para achar um modo de aprender os segredos de seus próprios corpos deles.

-Ei, doutora, você não respondeu. Ele arrumou a camisa por dentro da calça do uniforme, olhando cuidadosamente para ela agora.

-O que disse você? Ela se voltou para ele, o olhar ligeiramente distante quando focalizou nele.

Ele conteve o sorriso. Ele gostava da Ely.

-Eu perguntei, está tudo bem?

-Tudo bem. Ela assentiu, se voltando aos frascos, os armazenando os no aparelho de análise.

-Então, por que mais exames? Você acabou de fazer esta coisa toda na semana passada. -Ele se levantou, olhando-a cuidadosamente enquanto colocava seus coldres em seu corpo. Eles eram uma parte dele agora, ele se sentia nu sem eles.

-Você sabe como é. Ela disse. -Já está a três meses em estreito contato com uma mulher. Gosto de acompanhar de perto seus exames neste caso. Por via das dúvidas.

Por via das dúvidas. Ele expirou pesadamente, silenciosamente.

-Ela não é minha companheira. Ele rosnou a palavra, porque pela primeira vez desde que soube que o calor de acasalamento que ele tinha desapareceu não havia nenhuma chance disto afetá-lo.

-Na verdade eu nunca acreditei que você realmente se acasalou Merc, ela o lembrou. -Minha experiência com isto diz que é preciso mais do que desejar ou gostar de alguém profundamente. Ela se voltou para ele, compassiva. -Você sentiu alguma mudança desde que a Srta. Rodriquez chegou aqui?

Ela foi até ele, a mão nua dela, sem luvas que usava normalmente, pressionou o pulso dele para conferir a pulsação.

Então ela esfregou o braço dele, quase como um gesto reconfortante, antes de bater suavemente como faria com uma criança.

Nesse ponto, ele a olhou com suspeita.

-Eu ganho também uma chupeta também? Ele perguntou cautelosamente.

-Você não respondeu minha pergunta, Merc, que ela lhe lembrou. Sentindo qualquer coisa incomum?

-Bem, doutora, não há nenhum aumentando das glândulas debaixo de minha língua, mas você conferiu isso, então sabe isso. Nenhum gosto estranho em minha boca e nem aquele latejamento em meu minha língua está excessivamente dolorida, ele informou com uma extremidade de desgosto. -Há qualquer outra coisa que eu deveria estar atento procurando?

Os lábios dela se contraíram. -Você tem os sintomas abaixo, eu vejo.

-Bem difícil não estar com a maldita epidemia que parece estar acontecendo, bufou ele. -Lawe e Rule estão constantemente em cima disto. Eu penso que eles gostam de suas vidas livres e despreocupadas.

-E você não gosta? Ela se apoiou contra a mesa, enquanto o olhava cuidadosamente.

-Você é psiquiatra agora, doutora? Ele sorriu para ela. -Venha, guarde seu jaleco de doutora. Diga para mim o que você realmente quer saber e nós trabalharemos nisso.

-Ela assentiu a isso, um riso claro deixando sua garganta. -Você me pegou, Merc. Você está atraído pela Srta. Rodriquez, Merc?

-Ela é uma mulher. Ele arqueou as sobrancelhas. -Eu sou um homem e eu não sou acasalado. E Jonas me ordenou a ficar vinte e quatro horas por dia tomando conta dela. O que você acha?

Ela acenou com a cabeça a isso, mas algo brilhou nos olhos dela que o fez franzir a testa e olhar com desconfiança para ela.

-Tem alguma coisa errada nisso tudo, Ely? Algo que eu não sei?

-Confie em mim, Merc, se algo estivesse errado, Jonas seria o primeiro a saber e você seria o segundo. Cadeia de comando. Ela rolou os olhos. -Se você quiser saber de algo em primeira mão, você terá que conversar com ele.

-Então ponhamos isto de outro modo, ele rosnou se cansando do sentimento que havia um jogo muito sutil que estavam jogando neste assunto. – O que te leva a suspeitar que seja possível eu acasalar com a Srta. Rodriquez quando nenhum dos sintomas está nos exames e nem em mim?

Ela suspirou a isso. -Honestamente, não há nenhuma suspeita. Como disse você, com todos os acasalamentos recentemente, e o fato de que eu procurava a anos indícios de sinais no caso de Kane e Sherra, apenas estou sendo cuidadosa. E uma palavra de advertência a você – as câmeras na sala de controle me mostraram que você estava agindo de forma incomum com respeito à secretária na sala de arquivos, é meu trabalho verificar o hormônio de acasalamento.

Mercury acautelou-se a isso. -Incomum como?

-Eu deveria informar a você que, só porque eles não podem ver o que você está fazendo exatamente não significar eles não estão refletindo sobre o que viram sobre isto. Ela fez careta. -Eu recebi a chamada logo antes vir até você. Eles tiveram medo. Ela inalou lentamente. -Eles pensaram que talvez você estivesse fazendo algo que a Srta. Rodriquez pode não ter concordado em fazer.

As narinas de Mercury tremeram de raiva enquanto lutava para controlar a pura fúria masculina. -Eles pensaram que eu estava estuprando ela?

-Há uma linha tênue, Merc, disse. -Pensaram apenas que pode haver um problema. Eu verifiquei isto e agora levarei o sangue que exigiram e amostras de sêmen e as amostras hormonais. Eu o informarei o que eu encontrar nos exames.

-Não há nenhuma linha tênue, ele rangeu para fora. –Droga!Não significa não, Ely. Ele conteve com força a raiva violenta que o comia por dentro. Podia senti-la crescendo, jorrando em sua cabeça até que uma onda vermelha corou no canto de seus olhos.

-Como eu disse, era apenas uma sugestão. Seu olhar brilhou de raiva ao ver a agulha perfurar suas veias retirar sangue e novamente transferir para o frasco.

Furor correu por ele. Os olhos dele levantaram, e ele estava totalmente consciente do rosnado que retumbou de sua garganta e Ely parou olhando-o com surpresa.

-Esqueci-me da última mostra de sangue que preciso. Ela retirou a agulha de seu braço de forma eficiente e passou para o tubo de exames a partir da agulha.

Ele apertou os punhos, o desejo de empurrar puxar seu braço quase o esmagando. Ele precisava do sangue de volta. Ele não podia arriscar... Ele estendeu a mão para alcançar o tubo, segurou o pulso dela depressa e ela encarou-o chocada.

-Mercury.

-Você não precisa deste sangue. Ele sentia como se estivesse olhando de longe, com os olhos de outra pessoa, sentindo a raiva de outra pessoa. Ele não podia permitir que pegasse aquele sangue.

Mas ele não tinha nenhuma razão para isto. Nenhuma razão para a raiva, nenhuma razão para não confiar nela, exceto o fato de que alguma coisa o avisava que não podia confiar em ninguém. E por isso ele se sentia meio confuso.

Ele soltou as mãos dela devagar, olhando para o frasco de sangue em seu punho.

-Você está mentindo para mim, Ely, afirmou, observando-a de perto, inalou profundamente. Ele sabia que nunca cheirava emoções como as outras raças, por vezes, mas ele agora ele jurava que podia sentir o cheiro do engano, da mentira.

Ela engoliu em seco. -Você não está agindo sozinho, Mercury, ela sussurrou. -Você está certo que não há nada errado?

- E você está? Ele tinha que ficar longe dela, cada palavra que saia de seus lábios era um rugido. Ocupou a mão dele fora. -Dê-me o frasco.

-Eu não posso fazer os exames sem ele. Ela empalideceu? Era medo que estava cintilando em seus olhos?

-Você tem bastante. Faça com o que tem.

Enquanto falava, a porta do laboratório abriu e Kane, chefe da Segurança do Santuário e Callan Lyons o Líder das Raças Felinas entraram na sala.

Mercury olhou para cima e viu a câmera de vídeo. Como nos laboratórios do Conselho. Sempre tinha alguém observando. Como poderia ter esquecido aquilo? Sempre a suspeita, sempre olhos seguindo em toda parte e prevendo cada passo.

Girou de volta a Ely. -Eu pedi direito, lembrou-a.

-Merc, o que está acontecendo aqui? A voz de Kane questionou, mas Mercury poderia sentir seu líder de grupo o observando atentamente, seguindo pista, cheirando o perigo na sala.

-Ele não gosta de dar sangue de repente, Ely disse nervosa, afastando-se de Mercury.

Merc não a tocou desta vez quando ele deu um passo na frente dela.

-Tenha certeza de que você adquiriu tudo que precisa naquele frasco de sangue, Dra. Morrey, ele disse suavemente. -Porque você não vai conseguir mais nenhum.

-Vocês foram ordenados...

O rosnado dele pegou a todos de surpresa. Estrondeou poderosamente, feroz e ameaçador no tórax dele.

-Eu não sou o gigolô de Jonas ou uma marionete dele. Diga-lhe que se foda se é isso que ele pensa. Ele deu um olhar raivoso aos outros dois homens.

Kane o olhava angustiadamente; a expressão de Callan estava pensativa. Mercury teve o bastante. Ele passou pelos dois e abriu a porta e saiu, se movendo pelo corredor estreito como os do laboratório do Conselho. As câmeras de vídeo o seguiram; ele podia os sentir agora como ele nunca sentiu antes. Como uma marca contra as costas dele, queimaram na carne dele e enviaram uma onda de raiva que correu por ele.

Ele foi ao primeiro andar, virou abaixo o corredor e voltou ao escritório de Ria onde ela ergueu a cabeça surpresa.

-Merc? Ela perguntou cautelosamente quando ele foi até o canto da sala, ergueu o braço e arrancou a câmera de vídeo da parede, antes de se virar para ela.

Ria o encarou chocada. Estavam muito brilhantes os olhos dele, com uma cor âmbar dourado perfeito, com faíscas azuis minúsculas. Ela jurava que brilharam como as estrelas azuis contra um puro fundo de ouro.

Tão grande como ele era, ele pareceu maior de repente, os músculos mais duros, os ombros mais largos. Os dedos dele apertaram ao redor da câmera.

-Eu estava te estuprando? Ele rosnou para ela, os caninos dele flamejando e algo mais que raiva que queimava nos olhos dele.

-Com licença? Ela se levantou lentamente da escrivaninha.

-Eu estava te estuprando? A câmera voou da mão dele para bater na parede em frente a ela e então ela entendeu. Não era só raiva, era traição. Algo na voz dele, na expressão dele, mostrava isto.

-Você não me estava me estuprando. Ela negou lentamente com a cabeça.

Ele chegou mais perto da escrivaninha, a encarando, comendo ela com os olhos. Ela quase sentia seu olhar acariciando o rosto dela.

-Você fica assustada comigo. Ele rosnou. –É por isso que você está dizendo isso? Você tem medo de mim, Ria? Ele zombou de repente. -É por isso que você está relutante em aceitar o meu toque, sentir prazer comigo? É porque seria como ser fodida por um animal selvagem?

-Deixe-me ouvir isso de novo de seus lábios e eu vou te mostrar um animal selvagem, ela retrucou atrevida, com as mãos no quadril olhando com raiva para ele. -Você pode estar enfurecido, Mercury Warrant, mas isso não é razão para tomar o nome de Deus em vão. Acalme-se ou saia.

Ria voltou a se sentar à poltrona da escrivaninha, embora seu estômago pulasse nervosamente. Ele estava quase enfurecido, furioso por causa de alguma coisa séria. Aquela raiva, aquele olhar duro, solitário nos olhos dele fez algo a ela que não devia. Ele a fez sentir a dor dele, e a pior coisa que podia acontecer era ela sentir o suficiente para suspirar de dor por ele.

-Responda-me. As suas mãos bateram com um soco curto, mas forte, um som abafado ma mesa de madeira. -É por isso que você está mostrando relutância em me aceitar em sua cama? Você tem medo de mim?

Ela levantou seus olhos, fixando os olhos nele. -A única coisa que estou com medo é onde você está menos preocupado. Ela afirmou claramente. –Que é não permitir que você nunca mais faça café novamente. Fora isto, não, de jeito nenhum você me amedronta ou assusta. Mas neste momento, você está começando a me deixar muito zangada.

Ele acendeu nela o desejo de tocá-lo. Ela teve que se conter de erguer a mão e tocar o queixo tenso dele. Quem ousou sugerir que ele pudesse forçar ela a fazer qualquer coisa?

Ele ficou de pé, se apoiando na escrivaninha, o cabelo longo moldando suas feições agora tão selvagens, que ela deveria estar apavorada. E não morrendo de vontade de tocar ele.

Então a porta de escritório foi aberta, batendo com força contra a parede enquanto ela via o queixo de Mercury se apertar com fúria, viu também como os olhos dele se acenderam mais luminosos. Ele permaneceu imóvel e muito silencioso, olhando fixo para ela enquanto ela olhava por trás dele e viu Callan Lyons e Kane Tyler na porta dela.

-Eu posso ajudar os senhores em alguma coisa? ela perguntou educadamente.

O olhar de Callan foi para a câmera de segurança que estava no chão da sala.

-O que aconteceu à câmera de vigilância? Ele perguntou. A expressão dele era dura, os olhos apertados e perigosos e ele parecia muito poderoso para um homem que esteve quase morto há dois meses.

Ria se levantou. Eu não aprecio tagarelice, ela afirmou enquanto juntava os documentos da sua escrivaninha e se movia em torno dele, consciente da aproximação de Mercury, que deslizou para perto dela como proteção, pondo-se entre ela e os outros dois homens. –Eu sei que o que aconteceu antes pode não ter sido politicamente correto em tal colocação, mas vim ao Santuário com a garantia de que teria uma segurança bem informal. Ela virou e apoiou-se contra a mesa dos arquivos que ela usava sempre. -Pedi que o Mercury o desligasse. Ela viu a câmera e sorriu. –Acho que ele atendeu ao meu pedido ao pé da letra.

-Eu arranquei a porra da câmera da parede antes de ela pudesse dizer uma palavra, Mercury rosnou enquanto ela rolava os olhos. -Eu não me escondo atrás das saias de uma mulher.

Bem, ele era o primeiro homem na vida dela que faz aquela reclamação. A maioria dos homens que ela conheceu, com a única exceção de Dane, implorou pedir emprestadas as saias dela para se safar de alguma situação se Leo estivesse em qualquer lugar por perto.

-Ele é sempre tão arrogante? Ela perguntou a Callan.

Callan ergueu a mão dele ao ombro e os executores atrás dele voltaram da porta que fecharam ficando apenas eles quatro sozinhos.

-Mercury normalmente é razoavelmente calmo, Kane declarou, os olhos azuis pálidos observando a cena com curiosidade agora.

Mercury estava calado, o olhar dele estava fixo e firme constantemente nela, as matizes azuis dos olhos dele quase a hipnotizando.

-Eu não disse que ele não estava tranqüilo, eu disse que ele era arrogante, ela declarou. -Eu me desculpo por nossas ações mais cedo...

Mercury rosnou. Aquilo ia acabar com os nervos dela. Ela o cortou com um olhar silencioso e continuou fitando. Ele estava lutando para manter algum tipo de controle, claramente ele tentava evitar fazer alguma coisa. Ele estava de pé rígido como um tronco duro entre ela e os outros dois homens, a expressão dele era como uma pedra e sombria em sua ferocidade.

-Ou talvez não. Ela cruzou os braços sobre os seios e se apoiou contra a escrivaninha. –Será que alguém poderia me explicar o que está acontecendo aqui? Ela lhes perguntou então. -Ely arrasta para fora daqui um homem perfeitamente razoável e ele volta aqui furioso o ponto de arrancar a câmera de vigilância da parede e me pergunta se ele estava me estuprando? Eu estou um pouco confusa aqui.

Kane amaldiçoou. Callan fez careta, mas ninguém falou. E algo selvagem e impiedoso flamejou nos olhos de Mercury. Aquele olhar deveria fazê-la ter cautela em vez de fazer seu coração saltar com excitação. E não deveria tê-la feito se lembrar do que sentiu quando ele ficou por trás dela, rosnando para que acariciasse os seios para ele ver.

Mas ela poderia ver o que acontecia aqui, e por que isto estava começando a irritar a ela. Ela esperou por semanas que alguém ia tentar distraí-la do serviço. Mas ela não esperava por isto. Mas talvez outros tenham visto o que ela só estava começando a se suspeitar. Que ela se habituaria a Mercury e que ele poderia se tornar uma fraqueza para ela.

-Kane? A voz de Mercury estava muito tensa, profunda e tão sombria que ela quase tremeu.

-Sim, Merc? Kane perguntou cautelosamente.

-Você poderia assegurar que a Srta Rodriquez seja adequadamente protegida enquanto ela volta à cabana dela, por favor? Shiloh Gage talvez seja a melhor escolha para colocar dentro da casa com ela por esta noite. Ela o encarou em surpresa.

-Eu cuidarei disto, Mercury, Kane lhe respondeu. –Mas a Ely precisa de você de volta ao laboratório.

Os lábios de Mercury se suspenderam de sobre os dentes quando se virou para olhar o outro homem. Evidentemente, o que Kane Tyler viu o chocou tanto quanto a Ria momentos antes.

-Diga a Ely que ela já tem tirou tudo que precisava de mim. Com isso, ele abriu a porto e espiou o corredor antes de sair muito determinado pelo corredor, momentos depois, Ria ouviu uma porta bater, ruidosamente.

-Srta Rodriquez, eu vou te pedir um favor, Callan disse cuidadosamente. -Por favor se apresente ao laboratório e assim Ely pode fazer coletas de sangue e amostras de saliva. Eu prometo à Srta que o exame será o mais inofensivo possível

-Que inferno! Ela endireitou repentinamente furiosa. – Droga! O que você fez a ele?Você o acusou de tentar me estuprar?

-Ele tocou em você enquanto você não estava olhando. Momentos depois, parecia que ele estava te tocando sem o seu consentimento, Kane a informou. -Eu tive pouco tempo para ver as fitas antes de irmos para os laboratórios. Eu admito, Santuário é um pouco informal, mas se havia algo acontecendo aqui, algo que você estava pouco disposta a participar, agora é a hora de nos dizer isto.

Parecia que Kane Tyler não acreditava em tal coisa, mas isso não impediu que a raiva crescesse dentro dela. Que diabos eles pensaram que estava acontecendo? E como eles tiveram a temeridade para sugerir algo tão absurdo como se Mercury Warrant pudesse fazer algo tão horrível?

-Talvez eu estivesse disposta. Ela estava pasma com a própria raiva que a inundou agora. -Isso é o que você consegue por ser tão malditamente intrometido, Sr. Tyler. Você conseguiu me humilhar no meio do que deveria ter sido uma tarde de sábado perfeitamente agradável e você insultou e traiu um amigo. Desprezo subiu dentro dela quando olhou duramente. -Talvez você devesse me levar de volta para minha cabana. E não aborrecesse a outra segurança. Eu estava bem confortável com o que eu tinha. Eu não me daria bem com outro.

Eles poderiam não entender lealdade, mas os asseguraria que ela sim. Era o que fez vir ao Santuário, no meio desta bagunça que começava a irritá-la.

-Um executor a acompanhará.

-Eu chamarei Dane Vanderale, meu chefe. E eu terei um heli-jato da Vanderale estacionado em sua pista de aterrissagem em trinta minutos se meus desejos forem ignorados neste caso. Ela já teve o bastante. Até mesmo Dane não podia mais bajulá-la para que continuasse ali. -Não é de admirar que você não consiga detectar espiões no Santuário. Você está muito ocupado suspeitando daqueles que são totalmente leais a você. Para observar e obter uma pista aqui. Eu não sou uma Raça, nem respondo ao Santuário, e no que me diz respeito, todos vocês podem ir para o inferno.

O sotaque saiu livre.O que nunca aconteceu. Ela nasceu e cresceu na África do Sul e o trabalho dela habitualmente requeria que ela passasse a impressão de ela ser de qualquer lugar, qualquer um menos dos escritórios da Família Vanderale.

Eles a irritaram tanto que o sotaque tinha saído livre.

-Está tudo esclarecido entre nós, senhores? Droga! Ela ainda estava lá. -Eu quero um veículo para mim, imediatamente. Seus enforcers podem congelar-se até a morte do lado de fora pois tudo que darei será maldições. Mas se um tentar entrar na minha cabana, então aquela chamada será feita. Ela puxou a bolsa do chão, pôs no ombro e olhou furiosa para eles. -O veículo. Agora.

Desta vez Callan xingou, abriu a porta e saiu, deixando-a em paz com Kane Tyler, que a fitou com curiosidade. – Eu pensei que o Mercury tinha perdido a companheira dele, ele meditou.

O queixo dela ficou tenso e teve que esconder o tremor de seus lábios. –Estou absolutamente certa que ele fez. Eu estava desavisada que usasse o acasalamento para defender um homem acusado indevidamente. Você sabe Tyler, eu sou desapontada demais com você. Para ser honesta, eu tive uma opinião melhor da força interna de Santuário.

-Talvez eu estivesse errado sobre isso. Kane suspirou. -Algumas coisas podem parecer dessa forma, ele suspirou. -Mas confia em mim, nem sempre é tão fácil. Venha, eu vou providenciar seu carro e sua escolta.

Não que qualquer um ajudasse o humor dela. E não ia ajudar Dane , quando acabasse com isto. Ele a enviou na incumbência deste espião maldito. Os dois sabiam que o Santuário tinha um espião muito perigoso, mas o primeiro Leo queria visitar. Ele queria passar tempo com o neto dele e a criança que a mulher de Callan esperava e Ria sentia que ele queria pôr Jonas Wyatt no lugar dele.

O Leo era o Leo. Poderoso. Arrogante. Cabeçudo e teimoso. Ele era amedrontadoramente inteligente, em controle, e certo dele. Todas as qualidades que Jonas irritava a todos que entravam em contato com ele.

 

Quando Kane viu a Srta Rodriquez sair, os executores a seguindo, ele soltou uma maldição.

-Ely acha que ele vai se tornar um selvagem novamente, Callan falou quietamente da porta. -Isso era por que ele não queria que ela ficasse com o último frasco de sangue.

Deslocamento feral fazia Mercury quase que louco. A morte da Leoa que ele quase se acasalou, tinha ativado uma onda de tal adrenalina violenta no corpo dele que teve de ser preso em uma cela especial nos laboratórios até que uma droga fosse produzida para controlá-lo.

Kane sacudiu a cabeça. -Eu não acredito nisso. Eu vi aqueles vídeos de Merc de anos atrás igual a você fez Callan. O que está acontecendo com Mercury agora não é nenhuma dessas besteiras de febre de selvageria.

-Ela está fazendo os exames iniciais agora, neste último frasco de sangue. Ela pensa que ele está começando a perder o controle.

Kane tinha visto o vídeo de segurança. O que ele viu o interessou muito, o fez se perguntar o que diabos estava acontecendo, mas não o fez se preocupar com a sanidade de Merc. Evidentemente, Callan sentia o mesmo ou agora eles estariam enviando agentes executores atrás de Mercury. Mas Ely não fez determinações sem qualquer prova.

-Eu não vejo nada que indique força. Ele apoiou suas mãos em seu quadril e fitou o portão de entrada para o Santuário, fazendo uma careta ao ouvir o burburinho de vocês do outro lado do portão de ferro.

Protestavam, novamente. Eles estiveram se ajuntando no decorrer das últimas semanas, sem dúvida atraídos por mais histórias de horror em manchetes sobre sacrifícios humanos. Abanando a cabeça, ele se virou para trás e vi o líder do grupo felino Callan com curiosidade.

-Que prova temos nós que ele acasalou àquela menina de Raça que morreu? Ele se voltou enquanto fazia a pergunta. -Nós poderíamos estar assistindo uma outra anomalia de calor de acasalamento?

-Ely diz que não. O hormônio de acasalamento foi descoberto nele nesses laboratórios, da mesma maneira que a febre feral foi descoberta, Callan lhe falou. -O hormônio de acasalamento estava gravado no DNA dele nos exames semanas antes dela morrer. Misturado com isto estava o hormônio desconhecido que eles não puderam explicar. Parecia se misturar com o sangue dele, como a adrenalina, ou talvez com a adrenalina durante momentos de tensão, raiva ou situações de perigo. Estava presente depois de várias missões também. O dia que ele soube que a menina foi morta, ele se ficou uma fera selvagem. Inferno, Kane, ele furou com a mão dele o tórax de um Coiote e arrancou o coração dele. Até mesmo para uma Raça isso não é normal.

Kane se lembrava daqueles vídeos também.

-Eles estavam zombando sobre a morte dela. O treinador estava rindo e o cientista era menos que simpático pela perda da menina. Qualquer um de nós teria feito qualquer coisa diferente ao saber da perda de alguém que nós gostamos?

Callan olhou para ele enquanto caminhavam para a mansão. -Depois de contê-lo, o cientista teve a idéia de extrair sangue imediatamente. A adrenalina estava tão elevada junto com o hormônio desconhecido que eles decidiram que era algum tipo de febre, um ataque de selvageria animal. Eles o usaram para pesquisar sobre isto, então o cientista chefe desenvolveu uma terapia de droga para controlar isto.

-Um super dopante, Kane grunhiu.

-A droga aperfeiçoada para controlar esse hormônio. Eles ainda estavam testando-o quando o resgate ocorreu. Ele foi lentamente retirado da quimioterapia após o resgate, mas nunca houve uma mudança em seu controle, até agora, suspirou Callan quando entrou em seu gabinete. -E eu tenho que concordar com Ely, ele não age como se fosse ele mesmo. Mercury nunca demonstrou raiva por alguém no Santuário antes.

-Não até que alguém o acusou de tentativa de estupro de uma mulher? Talvez sua mulher?

Callan esfregou uma mão sobre o seu rosto enquanto se sentava em sua cadeira e respirou profundamente. -Até agora. E Ely parece não saber o que diabos está acontecendo.

O que Kane duvidava muito, e quando ele encarou Callan, ele sabia que seu cunhado sentia o mesmo.

Eles tinham lutado por esta luta fazia onze anos agora. A batalha para preservar a liberdade das Raças e se segurar os segredos deles até que entendessem eles. A batalha para proteger suas esposas e filhos.

Kane pensou no filho dele, não muito mais jovem que o filho de Callan e sentia a mesma preocupação que sabia que atravessou a mente do outro homem. Eles não podiam arcar com a perda de controle de Mercury. Ele era uma Raça que amedrontava as criancinhas pequenas na rua, pelo amor de Deus.. Os traços faciais dele eram de um animal selvagem, como de um leão esculpido numa face humana.

-E agora? Ele expirou pesadamente.

-Tire Lawe da cabana e mande encontrar Mercury. Vou chamar Jonas de volta de DC, Merc é um dos seus agentes; talvez ele possa nos ajudar a descobrir o que diabos está acontecendo aqui. E como controlar isso.

-E a mulher? Kane perguntou. -Será que podemos nos dar ao luxo de irritar ela diante do que já temos?

- Os lábios de Callan torceram pensativamente à pergunta. -Nós temos de convencê-la a deixar Ely tirar amostras de sangue dela, mas depois que ela roubou aquele sangue de Merc, a Srta. Rodriquez não vai permitir que Ely se aproxime muito dela. Ele acariciou o lado do queixo pensando. -E eu juro, aquele vídeo parecia mostrar mais a cena de uma Raça de Leão muito excitado se acasalando do que tentando estupro em um ataque de deslocamento feral selvagem.

-E Ele se pôs entre ela e nós até que ele saiu da sala, Kane mostrou. -Ele estava protetor com ela e bravo. E eu não posso culpá-lo pela raiva.

-Ele perdeu o controle depois do episódio no laboratório. A voz de Callan agora apertada, difícil. -E isso não é aceitável. Ele é uma Raça. Nós fomos criados para ter controle sobre uma essa parte de nós mesmos e ele se sente perdido. Isso eu não posso tolerar. Mande já Lawe o procurar e o traga para o Santuário. Vamos ver se não podemos falar com ele e se o convencemos a voltar a retomar os exames dele.

-E se ele não fizer? Kane sentia que ele não ia aceitar fazer novos exames.

Callan cansado agitou a cabeça. -Inferno, eu nem mesmo quero considerar essa opção, Kane, e nem você.

 

Ely entregou os frascos para Charles Fayden, seu assistente de laboratório, com um sorriso vago se ofereceu para substituí-los para ela. Ele era uma das poucas Raças que ela permitia ajudar nos exames de acasalamento, e ele estava mostrando uma grande aptidão para eles.

Ela incluiu uma amostra do último frasco de sangue que ela tinha tirado de Mercury, transferiu para um tubo de análise, selou e o colocou na centrífuga de laboratório de última geração que as Indústrias Vanderale ajudou a ela para adquirir.

Ela esperou impacientemente, enquanto os hormônios individuais eram separados e, em seguida, extraiu da amostra e colocou no computador de análise. As respostas que apareceram segundos depois não trouxeram nenhum conforto.

Ela cobriu o rosto com as mãos por um longo tempo antes de olhar para os resultados mais uma vez. Os hormônios selvagens estavam definitivamente misturados às cepas de adrenalina agora. Aquele não era o primeiro em três frascos, mas sim o quarto frasco analisado, tirado na hora que a raiva aumentou nele, se revelado nele.

Aqueles olhos tinham-na apavorado. A cor quente de mel tinha endurecido em ouro fundido e no fundo do olho cor de ouro cintilou um leve tom de azul. Ela nunca tinha visto nada tão assustador em uma Raça em todos aqueles anos, ela sempre foi uma pesquisadora das Raças, mas nunca tinha visto aquilo. Pesquisava a muito mais tempo que os anos que eles foram libertados dos laboratórios.

Mas ele apenas confirmou o que ela já suspeitava, de que Mercury se tornou novamente uma fera selvagem. Os cientistas do laboratório em que ele foi criado detectaram o mesmo fenômeno.

Salvou os resultados, encaminhou-os ao programa de encriptação e enviou a mensagem com os anexos criptografados para Jonas via e-mail com assinatura digital, seguindo os parâmetros de segurança ordenados por ele. Ela não argumentava com ele ainda. Somente um relatório científico e um apanhado geral dos exames, em tom de relatório. Se ele não respondesse rapidamente, então ela iria a Callan. Esqueça-se da hierarquia de comando ele sempre lembrava a ela, mas Callan era seu líder de Raça, não Jonas. Não importa que ele cobice ou não a posição de líder.

Digitou sua senha de acesso no computador, armazenou as amostras e as salvou, depois esfregou a nuca cansadamente.

-Tudo bem, Dra. Morrey? Charles parou ao lado dela, fitando-a em seus olhos dóceis marrons esverdeados.

-Tudo bem, Charles. Sorriu de volta para ele antes se levantar de seu banquinho. -Estarei em meu escritório se você precisar de mim.

-Sim, minha senhora Assentiu antes de voltar aos exames que ela o incumbiu de fazer. Fazer combinações de companheiros potenciais de Raça era difícil, um trabalho demorado que exigia tempo e paciência. Ela estava contente por ter achado um assistente confiável.

Mas os exames em Mercury eram outro assunto.

Sentou-se em sua escrivaninha e cuidadosamente anotou a informação em seu diário. Ia ter que achar uma maneira de convencer Mercury a continuar os exames. Precisava desta informação, porque havia sempre a possibilidade de acontecer outra vez. Ninguém sabia o número de Raças que tinham desenvolvido a febre de fera selvagem antes dos resgates dos laboratórios. E ela esperava que ninguém jamais descobrisse.

 

Jonas olhou fixamente o relatório, seus olhos se apertaram ao ler os resultados que Ely enviou, antes de apertar a tecla do interfone com o escritório da sua secretária. Ou melhor, o escritório de sua robô ruiva, pensou com um gemido silencioso. Para uma mãe nova, a mulher era decididamente dedicada ao trabalho.

-Rachel, eu preciso o heli-jato preparado para um retornar ao santuário. Informe o Jackal que nós estaremos nos dirigindo para lá outra vez.

-Sim senhor, Sr. Wyatt.

Fêz careta ao ouvir sua competente voz indiferente. Ele perdeu sua última secretária, Kia, mas ela partiu em uma tempestade de lágrimas por alguma maldita razão há mais de três meses. Ele ainda não tinha entendido por que ela estava tão chateada com ele. Mas pelo menos ela tinha personalidade.

O bloco de papel sobre a escrivaninha agora estava tediosamente seco e limpo.

-Sr. Wyatt, você teve uma reunião com a Sra. Warden em uma hora. Devo remarcar?

-Deus sim, ele murmurou. A última reunião que ele teve com Diretor que ele tinha jurado que as Raças geneticamente transformadas estavam fora de mira quando ela exigiu respostas para o desaparecimento de um cientista de Conselho. Os olhos dela estavam com raiva e a pequena face atraente tinha ficado tensa, quase com antipatia. Por alguma razão, ela parecia não acreditar que ele não tinha nenhuma idéia de onde estava o cientista Jeffrey Amburg.

Não que ele não estivesse mentindo; ele sabia muito bem onde o cientista estava atualmente. Ele só não tinha nenhuma intenção de lhe falar.

-O Sr. Jackal está aqui, agora, senhor, ela disse ele. -O heli-jato aguardará sua chegada na cobertura, com destino ao Santuário. O senhor deseja mais alguma coisa?

Sim, uma secretária com um senso de humor seria um bom começo. Onde diabos a Merinus Tyler Lyons encontrou aquela robô?

Mas no momento sua secretária-robô era a menor de suas preocupações. Ele levantou sua mala sobre a escrivaninha, e a carregou com os relatórios e os arquivos, então desconectou seu PDA do computador. Ele tinha tudo agora.

Fechar seu gabinete tomou apenas alguns minutos, em seguida, ele caminhou até a porta abrindo-a enquanto Jackal se levantava, a sua expressão impassível como sempre. Mas desta vez notou que havia uma pitada de diversão em seu olhar.

Jonas deu um olhar duro a sua secretária. Ela o encarou, calma como sempre. Ele ia ter que informar a ela o quanto ele não apreciava vê-la entretendo os agentes-executores dele quando ela se recusava a entretê-lo.

A mulher maldita.

-Parece que estamos indo para casa para o fim de semana, Jackal, ele anunciou, afastando para longe de sua mente a falta de lealdade de sua secretária. Ele ia lidar com ela mais tarde.

-Tenha um bom fim de semana, Sr. Wyatt, ela disse quando ele deixou o escritório.

Ele não se incomodou em retornar a despedida.

-Há algum problema? Jackal perguntou enquanto passavam pelos corredores vazios do edifício do Ministério de Justiça. Sábado à noite não era exatamente a hora de pico.

Jonas fez careta, o potencial de uma catástrofe até agora reduzido a apenas "um problema" era ridículo.

-Mercury, ele informou com voz calma, uma vez que entraram no elevador e Jonas bateu o botão para a cobertura.

Jackal respirou fundo. -Aquela pequena assistente administrativa da Vanderale?

Assistente Administrativa, secretária ou o seja o que for era a sua bunda. A Srta. Rodriquez estava procurando alguma coisa; Jonas só não sabia ainda o que era.

-Essa é a minha suspeita. E Jonas esperava que sua suspeita fosse certa. Sua própria investigação em anos de laboratório do Mercury o fez chegar à conclusão que a febre de fera selvagem não era nada alé que pura raiva.

Por um tempo, Mercury ficou perto de um animal selvagem, feroz como um leão. Seu sentido de olfato estava fora dos registros, sua capacidade de correr distâncias longas tinha quebrado todos os recordes das Raças. Sua visão, audição, olfato e paladar—tinham sido excepcionais.

Até que ele começou a mostras os sinais de deslocamento de fera selvagem. Foi preso numa jaula enorme. Rosnava de irritação, se recusou a executar suas missões dentro de seus próprios parâmetros. E o hormônio desconhecido se unia à adrenalina que inundou o seu corpo nessas ocasiões de recusa de missões e irritação. A febre Feral ou deslocamento feral selvagem como os cientistas tinham-no chamado. Jonas preferia pensar nele como O Chamado Selvagem. Todos os sinais que Mercury tinha exibido nos laboratórios eram os mesmos sinais de um animal selvagem indo à loucura em sua procura pela liberdade.

Mas isso não explicava o que acontecia agora. Ou por que o hormônio se revelava de novo. A menos que, de alguma forma Mercury estivesse no acasalamento com a pequena “secretária ou assistente administrativa” como Jackal a chamou.

-Dê espaço de Merc, Jonas, Jackal o aconselhou quando entraram no heli-jato. -Se ele estiver agindo estranho, então ele merece isto. Aquele homem tem um jeito muito malditamente calmo.

E Jonas teria concordado com ele, até que o relatório de Ely chegou. Agora ele estava começando a se preocupar e preocupação não era algo que ele gostasse. Preferia a ação, movimento a frente decisivo. E neste caso, ele sentia que não ia ajudar muito.

 

A cabana estava muito quieta e ela tinha se acostumado à presença de Mercury. Até mesmo antes de ele ser nomeado para ficar dentro da cabana com ela, antes ele só entrava para checar as trancas e janelas por alguns momentos. Ele a fez se acostumar com ele, fazendo-a querer que ele ficasse por mais um pouco de tempo com ela antes dele sair da cabana.

Ela nunca teve certeza aonde ele ia depois que saia da cabana, mas ele sempre voltava na manhã seguinte para escoltá-la até o Santuário.

Agora ela se sentia perdida sem ele.

Havia bastante trabalho para fazer. Ela ainda tinha o chip de memória que tinha retirado escondida do Santuário esta semana, agora ela ia analisar, achar as discrepâncias que esteve achando com uma regularidade alarmante.

Alguém estava passando as informações do Santuário e vendendo para um laboratório de pesquisa determinada a destrancar o segredo da suspensão do envelhecimento que era acionado com o calor do acasalamento. Esqueça entender por que o calor de acasalamento acontecia, ou o desenvolvimento de algo para aliviar os sintomas disto. Não, todas estas pessoas se preocupam apenas com a inversão do envelhecimento e com a fortuna que criariam para si a custa do desespero de milhões de pessoas.

Seria um pesadelo na fabricação.

E ela ia trabalhar nos chips que continham a informação que interessa que em Santuário poderia estar vendendo esses segredos. Claro que ela não ia. Ela estava marchando no quarto dela, esfregando os braços com frio que parecia entrar na cabana e se perguntando onde Mercury tinha ido.

Quando se virou e voltou em direção à cama, um raspar na janela a fez girar rapidamente, e fitando surpresa quando a janela se abriu e Mercury, incrível com todo o seu um metro e noventa e quatro de altura de músculos, entrou facilmente em seu quarto. Fechou a janela, trancou e fechou as cortinas grossas antes de se voltar a ela.

-Como você passou pelo patrulhamento de Raças lá fora? Ela lhe perguntou surpresa.

Ele bufou. -Você não desliza passando por Lawe e Rule. Eles sabem que eu estou aqui. De repente, a longa camisola violeta e o roupão que usava pareciam muito pesados, muito quentes. Onde antes ela sentia frio, agora senti um calor enorme.

-O que diabos você pensa que está fazendo aqui? Ela assobiou quando ele encarou o quarto dela, os olhos âmbar mais escuro, com as pequenas faíscas de brilho azul neles. A expressão dele era sombria, o olhar dele estava muito parado e muito cheio com coisas ela não queria ver, porque eles mostravam coisas que ela não queria admitir, muito de perto de como ela se sentia.

-Nunca teve um homem entrado em seu quarto? Ele lhe perguntou enquanto se movia à porta do quarto, abriu e conferiu antes de se voltar a ela.

Ele trancou a porta e manteve o olhar dele preso no dela enquanto fazia isto.

-Você está com medo? Ele perguntou curiosamente.

Ria rodou os olhos. -Não, claro que não. Mas minha pergunta inicial permanece. Por que diabos você entrou furtivamente em meu quarto em vez de usar a porta?

-Talvez eu esteja tentando cortejar você? Ele arqueou uma sobrancelha e ficou sensual como o inferno. Que pena, ela sabia mais coisas do que ele dizia.

-Eu estou abrigando uma Raça fugitiva agora? Ela inclinou a cabeça o olhando de cima abaixo. –Dane compra jóias para mim para que eu permita ser envolvida nos pequenos esquemas dele. O que tem você para me oferecer, Sr. Warrant?

Oh, aquele sorriso. Apenas com uma ponta de amargura, mas faminto, confiante e muito controlado.

-Jóias não mantêm você quente à noite, ele lhe falou calmamente.

E isso era muito verdadeiro. Jóias era duras e frias e ela sempre achou pouco consolo neles diferente do conhecimento que eles tiveram o poder para conter Dane. Às vezes.

-E você pode? ela lhe perguntou.

Ele avançou. Um passo de cada vez, devagar, confiante de que assim forçaria a acalmar a respiração dela.

Ele poderia mantê-la quente na noite de inverno mais fria ela pensou. Ele era bastante grande, alto o bastante para envolver todo o corpo dela e manter o frio à distância.

-Você saiu hoje e esqueceu-se de seus deveres, ela o lembrou, ouvindo o nervosismo na voz dela. –E ainda supõe que eu o recompensarei agora?

Os olhos dele brilharam. -Eu nunca fui para longe de você. Você apenas não me viu. Você pode me recompensar por isso se sentir vontade.

Ele parou em frente a ela, encarando-a com todas aquelas sombras de fome selvagem nos olhos dele. Ela podia sentir o desejo crescer entre eles, se fortificando. Lutar contra isso não parecia ajudar muito, porque ela queria ceder muito desesperadamente.

-O que está você está fazendo aqui, Mercury? Ela suspirou, erguendo as mãos para colocar sobre o tecido preto da camisa de missão dele. Pesado, o tecido estava quente com o calor do corpo dele e ele realmente precisava tirar isto, ela pensou irracionalmente.

-Você tentou me proteger hoje, ele disse suavemente. -Eu acho que ninguém nunca pensou em tentar mentir para mim.

A voz dele era pensativa, como se ele tentasse entender por que ela tinha feito isto.

-Não era tanto como uma mentira, ela disse para se desculpar. -Eu fiquei muito contente de ver aquela câmera ir embora.

-Estou contente por poder o acomodar então. A curva dos lábios dele indicaram diversão, o que a fez apertar suas coxas uma contra a outra, excitada.

-Quebra câmeras de segurança com freqüência? A voz dela tremia tanto que era fácil ele perceber.

O sorriso dele aumentou; os dentes enfileirados e brancos, os olhos inclinados assumiram uma expressão sensual, sonolento. -Não com frequência, ele admitiu.

-Uma pessoa teria motivos para mentir freqüentemente para você? Ela mentia para Dane o tempo todo.

-Eu sou bastante honesto. Sua voz baixou mais ainda. –E quanto a aquelas saias feias que você usa, eu não preciso me esconder atrás delas.

-Minhas saias não são feias. Elas eram horrorosas.

-Essa é muito melhor. Ele ergueu a mão e tocou o ombro do roupão sedoso dela. -Você parece uma princesa vestida nisso. Todo esse cabelo solto em suas costas. Eu devia ser ferido pelas coisas que eu desejo fazer com você. Ela lambeu os lábios e inspirou forte.

-Como o que? Ela quase estremeceu ao perguntar.

Foi um dia infernal, ela pensou. A tensão de roubar informação de Santuário, o risco de saber que poderia ser pega a qualquer momento e agora isto. O conhecimento de que não tinha trabalhado rápido o bastante e ficar presa em suas próprias emoções.

Não. Nada de emoções, ela avisou a si mesma.

-Coisas como tirar a tristeza dos seus olhos, talvez? Ele baixou sua cabeça, pressionando os lábios contra a testa. -O que se passa por esta cabeça bonita quando seus olhos escurecem assim?

Sem emoções. Sem complicações.

Ela estava se enganando. Ele tinha enfeitiçado ela desde o primeiro momento em que o viu, e como olhava para ela agora. Ela estava derretendo contra ele como manteiga.

-Como você foi tolo de entrar sorrateiramente pela janela quando as portas funcionam perfeitamente bem? Ela perguntou ansiosamente. -Será que todos os homens das Raças são tão complicados?

-Hmm. Seus dedos se enroscaram nos cabelos, segurando firme sua cabeça dos lados. -Eu só quero um bom beijo de boa noite e depois vou embora.

-Você não tem que ir.

Ele parou com seus lábios quase tocando os dela.

-Tem o quarto de hóspedes, ela se apressou em dizer, sentindo seu coração pular contra o seu peito, o desejo correndo por ela.

Ele sorriu. -Apenas um belo beijo de boa noite, ele repetiu. -Muito inofensivo. Eu prometo.

Inofensivo? Como o inferno que seria!

Os lábios dele cobriram os seus com os mesmos resultados destrutivos como eles tiveram antes. Ela não pôde pensar, ela não queria pensar. As mãos dela se ergueram, enfiando os dedos nos cabelos compridos dele e ela gemeu de prazer.

Ela alguma vez conheceu um beijo tão bom, tão mau quanto o de Mercury? Ele não apenas moveu seus lábios contra os dela, ele lambeu, afagou e mordeu, quando finalmente a língua dele entrou dentro de sua boca e tocou a língua dela, estava tão pronta para ele que ela o chupou avidamente na sua boca.

Como se ela tivesse tropeçado num interruptor escondido, suas mãos seguraram a cabeça, segurando-a firme mais ainda. Os lábios dele se apertaram mais sobre os seus e foguetes explodiram na cabeça dela. Ela não queria que aquele beijo acabasse. Ela nunca mais queria perder este sentimento, o gosto dele, o tato dele, a certeza que nunca haveria outro beijo que abalasse a alma dela como este fez.

-Deus, você faz um homem esquecer o que ele veio fazer. Ele puxou os lábios dos dela, mas ele ainda a segurou. Suas mãos grandes segurando firme a cabeça dela, esfregando os dedos dele contra o couro cabeludo dela.

-Você veio para algo mais que o beijo? Ela o encarou, aturdida, entontecida.

-Eu preciso que você me prometa uma coisa. Ele pôs a testa dele contra a dela. Apenas uma pequena coisa.

-Tá bom. O que é? O corpo dela? Já era dele. Tudo que ele tinha que fazer era tomá-lo.

-Nenhum teste, ele disse suavemente. -Me prometa Ria, prometa que você não deixará ninguém levar amostras para os exames que Ely vai exigir. Ela levou um tempo para entender seu pedido, puxar a mente dela das visões dos lábios dele devorando seu corpo.

-Eu tinha nenhuma intenção disto, ela finalmente soltou. -Mas por que me perguntar? O que interessa?

-Eu não sei. Ele negou seu olhar ficando duro. -Eu não sei o que está acontecendo com ela e eu não quero você envolvida. Me prometa. Nenhum exame.

-Tudo bem. Eu prometo. Ela se afastou um pouco dele antes de voltar a olhá-lo. -É foi por isso que me beijou? Para me convencer?

O olhar dele mexeu com ela, lentamente, sua expressão mudou, escurecendo.

-Não, Ria. Esse beijo era porque eu estava morrendo para sentir seu gosto. E se eu não der logo o fora daqui, farei muito mais do que sentir o gosto do seu beijo.

Mas ele não estava se movendo tão depressa como ele queria dizer. Ele a puxou para ele novamente, os dedos dele abrindo o cinto do roupão dela. O cinto sedoso escorregou livre, as abas do roupão se abriram o bastante para revelar o corpete justo da camisola.

Ria o olhava insegura, respirando difícil, sentindo a ponta dos seios duros e apertados contra o tecido que os cobriam.

E ele viu isto. Os olhos dele com aquela cor sem igual de ouro velho e os dedos dele se ergueram, as costas deles roçaram no seio cheio que transbordava pelo decote do corpete da camisola roxa em estilo princesa.

-Se eu provar você aqui, eu não vou conseguir te deixar, ele murmurou rouco, erguendo os olhos para ela. -Eu vou guardar somente seu gosto comigo. E o levarei.

Havia algum problema nisso?

Ela estava tremendo, cada movimento dos seios apertando a carne dela mais firmemente contra os dedos dele.

-Boa noite, Ria. A mão dele se afastou lentamente dos seios cheios e se afastou dela.

Ela ficou de pé lá, como uma boba. Dolorida, o corpo queimando furiosamente para sentir mais do toque dele, e ela apenas ficou de pé lá enquanto ele partia apavorada para chegar até ele. Dolorida enquanto o via partir e se amaldiçoando por isto.

Ele podia ficar, mas ela sabia que uma vez permitisse o acesso a cama dela, ela estaria totalmente perdida com ele.

Ela olhou enquanto ele partia. Ela não protestou; ela não podia. Teria sido tão fácil de lhe pedir para ficar e tão difícil perdê-lo quando este trabalho terminar. Mais uma vez, ela estava brincando com fogo, mas ela temia que desta vez ela ia ser definitivamente queimada.

 

Domingo era um desperdício de tempo. Dane não pôde ser encontrado através dos canais normais que eles usaram quando era necessário entrar em contato com ele, e foi tão sério que Ria chegou perto de chamar Leo para informá-lo do plano louco de seu filho, que ela tinha realmente se achado discando o número antes de desligar com raiva o telefone.

Ela andava na cabana. Ela amaldiçoou os homens em geral e Raças em particular e passou uma noite inquieta rolando e se revirando numa cama que ela sabia que era muito grande para ela. Até mesmo quando olhou para a maldita janela.

Ela sabia que ele estava lá fora. Ela podia senti-lo a olhando e saber isto estava atormentando-a.

Quão fácil seria convidá-lo para dentro com ela? Para deixá-lo possuí-la? E quando ela fizesse, como seria fácil perdê-lo quando ele descobrisse a verdade de como ela enganou ele, assim como todos os outros no Santuário.

Era uma faca de dois gumes, este trabalho teve Dane enviado pelo seu Ontário. O segredo era imperativo, simplesmente por causa da natureza do que ela encontrou nos memorandos eletrônicos e despachos que foram enviados.

A tecnologia a ser utilizada era tão nova e indetectável que apenas os mais sofisticados programas poderiam encontrá-lo. Programas que ela possuía.

Segunda-feira de manhã, ela estava mais desligada que o normal e nem tentou ir para o Santuário até que o segundo bule de café fosse consumido.

Quando ela entrou na sala de arquivo minutos mais tarde, ela descobriu que a câmera havia sido substituída. Seus lábios se apertaram enquanto encolhia os ombros sob seu suéter, puxou uma cadeira para baixo da câmera e subiu nela.

-Ninguém me olhando, disse claramente, certa de que os olhos que a observavam podiam ler seus lábios antes dela cobrir a câmera com o suéter dela, depois disso pôde trabalhar.

Ela encontrou o padrão que esteve procurando na multidão de arquivos, memorandos e faxes que passaram pelo Santuário, a Agência de Negócios de Raça e para os vários órgãos do governo e privado e empresas que tinham negócios com o Santuário. O código era sutil e ela ainda não estava cem por cento certa do que achou, mas o conhecimento era como uma coceira em sua nuca. Aquilo que procurava estava ali. Ela tinha apenas que identificá-lo. Ela começou a pegá-lo na semana anterior, mas decodificar aquele código não ia ser fácil. Era um desconhecido sistema de números, letras e grifos estranhos e que não faziam nenhum sentido e achar os pontos de contato para onde o código era previsto, seria bem difícil.

Sacudindo a cabeça, ela foi à mesa de arquivo, apanhou vários arquivos que tinha separado para uma revisão adicional mais detalhada e voltou à escrivaninha dela.

Ela ligou o computador de gabinete, fazendo careta ao pensar que não podia usar o próprio laptop aqui. E ela não podia instalar o programa para detectar as transmissões agora.

Uma hora mais tarde ela ainda estava passando o primeiro arquivo, faxes e requisições para várias empresas em Washington DC Ela franziu testa para mais um memorando em particular quando a porta do escritório se abriu.

Ela conteve o desejo de virar para saber quem estava entrando pela porta. Mas pelo menos ele colocou uma xícara de café ao lado de seu cotovelo para conter a irritação, que estava prestes a suportar.

Sua cabeça levantou e ela encarou Jonas quando ele viu o tecido cobrindo a câmera. Seus olhos cinza prateados voltaram para ela e os seus lábios apertados.

-Você está ciente de que câmera está é para a nossa segurança, como também a sua?, perguntou a ela. -Como se supõe que saibamos que você não está roubando arquivos?

Ela baixou a cabeça novamente para o memorando que esteve lendo. Ele não queria que ela respondesse a essa pergunta. Ela já tinha se adiantado com incrível vantagem esta manhã e carregou os chips de memória que tinha trazido junto com ela para um estudo mais aprofundado.

-Se você trata Dane deste modo, então é uma surpresa ele não ter te despedido. Ele puxou a cadeira em frente à escrivaninha dela e a encarou.

-Dane sabe muito bem que me perturba quando estou trabalhando em um trabalho que ele me atribuiu, ela falou. -Entretanto, ele me paga um salário por hora exorbitante, portanto normalmente é o maior interesse dele me manter satisfeita e sem problemas.

-E quanto ele está te pagando por este trabalho? Ele se recostou na cadeira, os olhos prateados brilhando de curiosidade.

Ela quase aspirou.

-Seu irmão Dane tem o mesmo hábito irritante de fazer perguntas intrometidas em tom de sutil curiosidade. - Vá-se embora, o Sr. Wyatt, porém agradeço pelo café.

Ela notava sua relação com Dane e com o Leo em seu rosto.

Ela levantou a caneca e tomou um gole da celestial bebida antes de voltar sua atenção ao memorando. Mas ela não se concentrava em nada agora como tinha feito nos primeiros minutos após ter aberto o arquivo.

Ela sentia falta de Mercury. Ele a enchia de raiva, surpresa em onde foi parar o seu bom senso, que tinha sumido e agora estava mergulhada num sentimento de perda e solidão.

-Onde ele está? Ela finalmente perguntou quando Jonas continuou sentado na frente dela bebendo seu café silenciosamente.

Ela não ergueu a cabeça dos arquivos, mas nenhuma palavra do memorando fazia sentido, não sabia o que diziam.

-Ele passou a noite patrulhando sua cabana. Ele veio logo atrás de você e depois foi para o quartel para dormir.

Sua garganta apertou quando ela engoliu e forçou-se a olhá-lo.

-O que está acontecendo, Jonas? O Santuário parecia fraco hoje, os executores que guardam estavam mais silenciosos do que o normal, menos amigáveis.

Ele se inclinou para frente e pôs sua xícara sobre a mesa antes de relaxar novamente na cadeira. A camisa branca e calças de seda que usava não escondiam o corpo do homem poderoso.

-Mercury é uma anormalidade dentro da comunidade das Raças, disse ele para ela. Poucos do tipo dele os cientistas permitiram viver.

-O que você quer dizer “o tipo dele”? Ela já sabia desta informação, mas Jonas não sabia disso. E ela queria que ele lhe dissesse. Era difícil de combater uma batalha quando você não tinha certeza que batalha que você estava lutando.

Ele apertou o maxilar quando a encarou. –O tipo físico dele, os traços faciais dele que são tão semelhantes de um animal. Os cientistas do laboratório no qual ele foi criado o mantiveram afastado dos outros, temendo sua habilidade de fugir ou ajudar os outros a fugirem, se o que eles esperaram acontecesse.

Ela o encarou, continuou calada. Ele sorriu de leve e acenou com a cabeça num gesto sutil de aprovação.

Eles tinham razão. Mercury era mais esperto, mais rápido, forte e perigoso que as outras Raças dentro do laboratório. O treinamento dele era altamente avançado, mas com o passar do tempo e com a idade adulta, ele começou a mostrar sinais de um fenômeno que eles chamados febre feral; outros cientistas nomearam aquilo de deslocamento feral. Era algo que normalmente só infectava na fase infantil, quando as crianças se cansavam de ficarem presas. Só afetava Raças adultas que eram mais próximas do animal do qual foram criados com o seu DNA selvagem.

- A chamada da selva, ela sussurrou. – É assim que Leo chama isto. Ele diz que todas as Raças têm muito isto. Jonas inclinou a cabeça lentamente com a testa franzida.

-Ele tinha apenas vinte anos quando soube que a moça do grupo, que um dos cientistas estava observando de perto quando ele entrou em contato com ela, tinha sido morta. Ela tinha só quinze anos e foi enviada numa missão que nunca deveria ter feito parte. Quando ele atacou os dois coiotes que trabalhavam com os cientistas que trabalhavam com a moça não eram exatamente simpáticos. Mercury entrou em uma missão própria, o deslocamento feral já estava alta no sangue dele. Ele matou-os, com as mãos nuas, antes que os outros treinadores e guardas pudessem contê-lo.

-Doce céu, ela sussurrou. Ela não sabia os detalhes do acontecimento. -Com as suas mãos?

-Nós temos os vídeos do evento. Em certo ponto, Mercury deu um forte soco no peito de um Coiote e arrancou o coração de seu corpo. Ele levou dois tiros que deveriam ter feito um ferimento fatal, mas ele continuou andando. Ele arrancou a cabeça dos ombros de um cientista, o treinador. . . Ele fez uma pausa e agitou sua cabeça. –De mãos nuas, Ria, ele estripou um treinador. Assim que conseguiram conter ele e começaram a fazer exames, eles descobriram um hormônio que se ligou à adrenalina que circulava em seu corpo. Um deles não tem nome, nem tem nenhuma idéia de onde ele é produzido. Mas eles encontraram uma maneira de parar ele. Uma terapia que o manteve calmo, controlado.

Ria estava horrorizada. Ela não soube disto. Ela encarou Jonas, sentido o estômago se revolver, ao imaginar o horror dele ser controlado

-O que isso fez a ele?

Jonas contemplou seus dedos pensativamente de cara amarrada. –Eu perguntei a ele sobre isso uma vez. Ele disse que sentia como se estivesse andando em dois mundos. Um autômato. Com isso, ele perdeu todos os sentidos excepcionais que ele tinha em tão alta qualidade. Mas ele continuou impiedoso quando se tratava de matar. Esperto. Astuto. Ele não tinha compaixão, e isso era tudo o que os cientistas queriam desde o princípio. Quando ele foi resgatado, ele foi lentamente retirado da quimioterapia, e o seu ajustamento foi notável. Eu o considero um dos meus executores chefes mais fortes. Mas ainda assim, seus sentidos são apenas um pouco melhor que os não-raça. Sentido de visão, olfato, audição, tato e paladar ele só registra quando ele testa com cuidado.

Ria sentia o peito apertar. -E agora?

Jonas encolheu os ombros. -Ele não fala muito sobre isto. Mas o último exame que Ely analisou mostrou um estado avançado do deslocamento feral. Ela quer reiniciar a quimioterapia com as drogas calmantes.

Ela o encarou surpresa. A médica de toda a comunidade das Raças que tinha o respeito de todos sugeria algo tão horrível assim?

-Por quê? Ela ofegou escandalizada. -Por que ela faria isso se ele pode controlar isto?

-Porque ela acredita baseada no vídeo daquela câmera de segurança, ele indicou com a cabeça à câmera coberta, que Mercury estava a poucos minutos de te atacar sexualmente. Você não viu a expressão dele antes dele se mover até você. Suas feições pareciam mudar, tornou-se mais animalesco, e os olhos dele... Jonas fechou a cara.

-Azul, ela disse suavemente. -Faíscas azuis.

-A mulher que o concebeu era uma loira sueca de olhos azuis, ela contou que vinha de uma antiga família que no passado gerou muitos guerreiros conhecidos por sua selvajaria e seu furor nas batalhas. Os Vikings.

Ria se levantou, esfregando a mão na nuca enquanto fechava o arquivo que esteve trabalhando e se mudou Jonas à mesa de arquivo.

-Eu tenho um favor para lhe pedir, Ria, ele disse então, a voz dele calma quando ela parou à mesa e encarou os arquivos. -Eu quero que você venha para os laboratórios comigo. Eu quero que você tire amostras de sangue, hormônio e saliva para fazer um exame.

Ela encarou a parede, se lembrando da ordem de Callan para fazer isso, como também da promessa que Mercury tinha pedido a ela. Ele não confiava na doutora agora por alguma razão.

-Ely achou o hormônio de acasalamento nos exames dele? ela perguntou, entretanto ela sabia a resposta.

-Não. Ela não achou.

Não foi mais do que ela tinha esperado.

-Então não há nenhuma necessidade de me submeter a uma mulher que acusaria assim incorretamente e trair alguém que foi de bom grado fazer os exames. Ela se voltou lentamente a Jonas. -Ela o enganou, não foi Jonas? Ela deliberadamente o antagonizou para conseguir o que queria.

Ele a encarou, os olhos prateados solene e, pela primeira vez desde que o conheceu, sem o escárnio cínico que normalmente apareciam neles.

-Você é muito perceptiva, ele reconheceu. -Sim, ela o antagonizou deliberadamente para provar o que ela suspeitava

-Por quê?

Com aquela pergunta, ele sacudiu a cabeça. -Eu não tenho certeza do por que, ele disse finalmente. -Havia rastros do deslocamento feral achados quando os exames foram misturados com os resultados do sangue, saliva e hormônio seus, aquele que Vanderale nos enviou antes de sua chegada. Nós soubemos que você estaria em contato pelos próximos três meses com Mercury, Lawe e Rule. Nós fizemos um exame de precaução de acasalamento. O hormônio apareceu nesses exames onde eles não se apareceram nos exames feitos nas amostras dele sozinho ou com outras mulheres.

-E você está me falando isto por quê? Ela lhe perguntou. -De alguma maneira é minha culpa?

-Não é sua culpa, Ria somente uma anormalidade. Ele agitou a cabeça. -Um que me interessa.

-Você tem medo que ele me fira? Ela não podia imaginar isto, e não queria ouvir isto.

-Pelo contrário. Ele olhou para ela surpreso pela pergunta. -Eu acredito que o Mercury se destruiria antes de se arriscar a machucar você. Eu acho que é apenas coincidência que o hormônio apareceu nos exames de acasalamento. Um erro talvez da parte de Ely. Os exames não são infalíveis e sempre ocorrer um erro. Mas a opinião dela leva bastante de peso com o Gabinete de Governo. Se ela sugere que Mercury seja colocado na quimioterapia, então ele terá um das duas escolhas. Submeter se a isto ou deixar o Santuário.

-Eles não ordenariam que ele fizesse tal coisa.

Jonas se levantou lentamente. -Ely já preparou a papelada para apresentar ao Gabinete de Governo. Quando ela negociar isto dependerá muito de você.

-Eu? E agora ela o olhou com suspeita.

-Receba-o de volta na sua cabana, Ria. Pegue-o de volta como seu guarda pessoal. A menos que eu possa provar que Mercury não vai começar a arrancar corações e cabeças, no impulso do momento, então estamos todos ferrados. A comunidade das Raças está lutando para manter a opinião pública do seu lado. Levaria o bastante para virar a maré de aprovação no presente, e o Gabinete de Governo sabe disso. Se eu não puder provar isso é algo que ele pode controlar, então eles poderiam destruir involuntariamente um maldito bom aplicador, e um inferno de uma Raça.

-Você está me manipulando. Ela cruzou os braços sobre os seios cheios e o encarou com repugnância. -Eu conheço você, Jonas. Você e Dane são tão parecidos que é assustador.

Ele fez uma careta e deu um olhar que teria murchado uma personalidade mais fraca.

-Me insultando não chegará a lugar nenhum, ele declarou moveu aos pés dele. -Faça como quiser. Eu a informei somente da situação, da mesma maneira que Mercury sabe que está. Ele se levantou, a pegando de surpresa quando foi para a porta um segundo antes que abrisse.

E era Mercury. Seu olhar era plano, com o rosto inexpressivo quando ele entrou na sala. Ele não usava seu uniforme de executor; vez disso usava jeans, uma camiseta e botas pretas. Seu olhar perigoso, exótico e pouco satisfeito em encontrar Jonas lá.

-A advertindo? Mercury o questionou com uma ponta de sarcasmo quando entrou na sala.

-A notificando somente da razão por que ela receberá ordens do Gabinete de Governo das Raças para se submeter aos exames no laboratório depois. Jonas encolheu os ombros como se desinteressado.

-Você não fala sério. Os lábios dela enrolados em desgosto. -Creio que já tenho a minha opinião clara sobre isso sábado. Não haverá nenhum teste a ser feito. Lá estava, aquela maldita ponta de sotaque.

Ela estava furiosa porque eles consideravam em fazer até mesmo uma ordem. E ofendida por Mercury que eles ousariam fazer tal um movimento.

-Eles podem me pressionar com as ordens deles, ela o informou antes de se virar para Mercury. -E você gastou seu tempo bom maldito se aparecendo, não o fez? Você tem alguma idéia de como é faladora aquela Raça Shiloh que eles nomearam a mim?

Ela empurrou vários arquivos da gaveta e voltou à escrivaninha dela, enquanto lançava aos dois homens um olhar impaciente.

-Eu acho que isso foi a minha sugestão antes de partir. Os lábios de Jonas se contraíram quando olhou para Mercury. -Você ainda está de segurança e seu estado de missão não mudou. Ele acenou com a cabeça na direção dela. -Ela é sua preocupação em primeiro lugar a menos que você deseje ser substituído.

Os braços de Mercury cruzaram sobre o tórax dele. -Ordenaram que eu voltasse aos laboratórios. Eu recusei.

Evidentemente isso significou algo porque Jonas fez careta ao saber. Ele acenou com a cabeça finalmente. -Continue recusando.

Mercury grunhiu. -Eu não preciso de sua permissão, Diretor.

Jonas deixou um sorriso inclinar seus lábios, o olhar dele indo para Ria, então. -Eu a deixarei então com seu trabalho, ele disse a ambos. -Eu estarei aqui a alguns mais dias contudo. Se houver qualquer problema eu espero ser informado.

-Eu estou certo que você ouvirá ossos quebrando se for preciso. Mercury encolheu os ombros.

-E você está sem uniforme, Jonas rosnou quando percebeu isso finalmente.

A expressão de Mercury mais adiante endureceu, o maxilar se contraindo quando a tensão parecia engrossar e encher o quarto perigosamente. -Eu não preciso do uniforme para fazer meu trabalho.

Não, ele não precisava, ele parecia mais perigoso, mais excitante, com todas aquelas armas amarradas em cima do corpo dele com o jeans abraçou as pernas dele.

Mas os olhos de Jonas estreitaram. -―Onde está o uniforme, Merc?

Merc sorriu. Não era um sorriso amigável. -Eu fui informado que meu grau foi revocado até que eu me submeta a esses exames. Não se preocupe Jonas. Eu deixei minha opinião bem clara.

-Fazendo o que? A voz de Jonas estava fria agora.

-Pergunte a Callan. Ele encolheu os ombros, se virando na sala e olhando à câmera de segurança, silencioso e coberto pelo suéter de Ria, antes de voltar a Jonas. –Estou certo que ele espera você. Ele tomou a poltrona no canto, se sentou e ergueu uma das revistas mantidas na mesa ao lado.. Como se ele não estivesse furioso, como se a fúria não o comesse vivo.

Ria podia vê-lo, sentia o perigo no ar, assim como Jonas.

-Você queria quebrar quaisquer ossos Mercury? Ele finalmente suspirou.

-Não. Todos os ossos estão intatos e em bom estado de funcionamento, ele replicou.

O músculo da mandíbula de Jonas vacilou. ―O quanto os ossos de outros executores?

-Tudo intato e em bom estado de funcionamento. Mercury abriu a revista.

-Então o que fez você?

Mercury se instalou atrás confortavelmente n poltrona, cruzou um tornozelo em cima do joelho oposto e focalizou o olhar dele na revista. ―Acho que eles ainda estão tentando descobrir exatamente como consertar a minha mini-metralhadora.

Foi então que Ria percebeu o que estava faltando. A única arma, parecida com uma mini-Uzi, que os agentes das Raças usavam. Vanderale havia doado as armas para as raças e limitou a venda dos mesmos em qualquer outro lugar. Elas eram poderosos, mortal, e Mercury não estava usando a sua.

Raças, você tinha que amá-los, Ria pensou quando a expressão de Jonas virou tão mortalmente quanto Mercury. Os olhos prateados dele flamejaram, o corpo inteiro dele enrijeceu. Eles poderiam parecer mais selvagens na raiva deles que os animais dos quais foram criados.

-Eu falarei com você antes de você partir hoje à noite, ele declarou, a voz fria. –Entre em contato comigo antes de fazer assim.

-Seguramente. Mercury virou a página da revista, o olhar dele ainda olhando. -Eu farei isso, Jonas.

Ria ficou calada. Ela tinha certeza que um rosnado saiu dos lábios de Jonas quando saiu da sala batendo a porta atrás dele.

Mercury se moveu então, levantou-se foi até a porta, a trancou antes de voltar para a revista, permanecendo calado, quase pensativo, como lia.

Ria abaixou o olhar para a revista que ele lia, já gasto pelo uso dele, uma revista de engenharia de automotivos que era bastante popular, até mesmo em Johannesburg, com alguns designers de topo que trabalharam nos departamentos de produção da Vanderale.

Mercury parecia ficar bem lendo aquilo, mas a crescente tensão na sala era tão sufocante que, quando o telefone tocou ao lado dela, pulou e apenas escondeu um suspiro antes de chegar até o receptor do aparelho.

-Sim?

-Senhorita Rodriquez, aqui é Austin, do Centro de Controle de Segurança. Por favor, você poderia retirar a cobertura da câmera?

A arrogância na voz baixa e nasal a contrariou com as primeiras palavras da sua boca.

Seus lábios se apertaram quando olhou para Mercury. Ele estava olhando para ela por baixo dos cílios, o olhar daqueles olhos exoticamente inclinados tanto com intenção de maldade sexual e perigoso.

-Isso pode ser um pouco difícil, ela afirmou com uma forte ênfase na falsa doçura em sua voz. -Eu vou dizer-lhe, Austin, por que você não vem aqui e veja se você pode removê-lo você mesmo?

Ela desligou o telefone e olhou furiosa para Mercury.

–Pare de rosnar ou pode sair daqui agora. Meu dia tem sido bagunçado o suficiente.

E ela voltou a trabalhar. Concentração destruída, nervos abalados, mas ela estava determinada a encontrar o que Dane precisava, para que ela pudesse sair logo do Santuário e ir para bem longe do homem que ela sabia que iria quebrar seu coração se desse a ele a oportunidade.

 

Eles levaram o seu uniforme. Mercury estava sentado silenciosamente, o seu olhar preso sobre a revista, embora ele não tivesse idéia do que dizia.

Ele sentia-se estranho pois raramente usavam roupas civis. Elas eram bastante confortável, mas não eram as roupas especialmente feitas sob medida para o seu corpo.

E sua arma.

Ele quase rosnou novamente. Eles tinham confiscado a arma dele. Os executores que enviaram atrás dele foram bastante cortês, mas a raiva feral que quase o consumiu garantiu que a arma nunca seria usada novamente. Ela estava em tantos pedaços no quartel que sabia que não seria nada além de lixo.

Ele deveria ter saído. Inferno, ele mesmo considerou. Empacotar suas coisas e então, porque ele não tinha muita cosa mesmo, e bastava dar o fora. Ele teve bastantes ofertas de emprego ao longo dos anos, apoio financeiro fora do Santuário não seria um problema. Mas Ria não estava em qualquer outro lugar no mundo. Ela estava aqui e ela era a responsabilidade dele.

A fome dele.

Ele se mexeu na cadeira, ainda não estava acostumado às calças jeans como ele era ao uniforme, e conteve a raiva que ainda queimava dentro dele.

Maldita Ely. Que diabos ela estava tentando fazer com ele? A traição presa em sua garganta até que ele não podia descobrir como se desviar dele. Ele a considerava sua amiga, o que talvez tivesse sido o seu erro. Fazer amigos não foi fácil, mesmo aqui no Santuário. Ele lembrou a outras raças de onde vieram, e a maioria não Raças olhavam para ele com medo e fascinação, assustados para chegar perto demais dele.

Muitas vezes ele se sentiu como se do lado de fora olhando para ele, em busca de um calor que não existia e que ele nem sabia dizer o que era. Um lugar para ser seu, talvez.

Ele olhou suas mãos segurando a revista. Nas garras de suas unhas que cresciam muito rápido. Elas estavam mais espessas do que o normal, com uma pequena curvatura. Mantê-las aparadas e lixadas para ter uma boa aparência era uma tarefa trabalhosa. Se fosse deixada de lado, as unhas se tornariam perigosas garras no verdadeiro sentido da palavra. Garras de animal...

Ele quase se viu, ao pensar sobre elas, quase que recordou a sensação de como foi fácil as unhas grossas e duras, furarem a carne e os ossos mais fortes que seus dedos, quando perfurou o peito da Raça Coiote e arrancou seu coração.

Não teve nenhum trabalho. Foi tão fácil. A raiva que cresceu muitas vezes o cegando agora o fez se encolher involuntariamente de medo ao pensar naquilo. Agora, sentado em frente a Ria, sentindo a selvageria, uma vez que o lado selvagem era uma parte dele, ele sentiu um momento de preocupação.

Uma vez, muito tempo atrás, ele era um homem à vontade com a criatura selvagem que ele era. O animal e o homem coexistiam, senão em harmonia, em um estado de trégua. Agora, ele sentia que o animal selvagem dentro dele tinha desaparecido, mas a selvageria, a raiva estava crescendo. Ele sentia crescer, se esticava, a sua atenção centrou-se na mulher sentada tão silenciosamente na sala.

Ela não se concentrava na leitura dos arquivos mais do que ele se concentrava na revista. A tensão entre eles crescia, e crescia sufocante, tempestuosa.

-Você está com medo de mim agora? Ele virando a página da revista enquanto falava, fingindo ler. Sabendo que não lia e não leria mais nada.

-Eu tenho algum motivo para ter medo de você agora? Ela virou um dos documentos que ela provavelmente não lia antes conferi-lo com outro que ela puxou no computador.

Ele olhou para suas mãos novamente, se perguntando se elas poderiam realmente machucar algo tão frágil, tão doce como a mulher sentada na frente dele.

-E se eu lhe disser que eu não soube? Ele observou a revista, sabendo que ela olharia para ele, e ela finalmente levantou a cabeça surpresa.

-Então eu diria que você permite que sua boa doutora mexa um pouco com sua cabeça grande, não é? Aquela pequena ponta de sotaque o intrigou mais do que deveria e o fez ficar duro feito pedra como nunca esteve na vida dele.

As calças jeans justa contiveram a ereção dele. O uniforme de missão teria permitido que se sentisse confortável, mas não esconderia o engrossamento e a tenda que formaria. Claro que ele nunca teve nenhum problema em controlar a onda de luxúria que despertava a fome voraz no pau dele e apertava as bolas dele. Até Ria. Deste o momento que ele puxou o cheiro dela na primeira vez que a viu, ele soube que ela seria um problema ao bom senso e ao controle que ele lutou para conseguir.

Ele mudou de posição na cadeira, esperando aliviar a pressão.

-Por que eles levaram seu uniforme? Ela abaixou a cabeça outra vez, fazendo a pergunta como se não tivesse nenhuma preocupação entre eles dois.

-Eu sou agora um risco à comunidade. Ele encolheu os ombros. _―Se eu arrancar o coração do peito de algum deles, então eles não me querem fazendo isto usando as insígnias da comunidade das Raças. Os lábios dele torceram zombeteiramente.

-E isto algo é algo que você faz diariamente? Arrancar corações? Os lábios dela quase se contraíram e ele jurava que sentiu a diversão no movimento.

-Eu normalmente espero por permissão para fazer isso, ele informou laconicamente. —Nós fomos ensinados desse modo nos laboratórios. Meu treinador sempre me educou para eu estar certo de estar arrancando o coração do homem certo.

-Muito interessante. Ela acenou com a cabeça. ―Mas você está falando comigo e me distraindo.

Ele ia distraí-la. Ele olhou para a câmera de vigilância, desejando saber quanto tempo ia levar para os técnicos na sala de controle convencer alguém para ir ali retirar o suéter da frente da lente da câmera.

Ele olhou o relógio no pulso dele. Ele sentia que não demoraria muito tempo. Não teria tempo o bastante para ceder diante da excitação que crescia dentro dele e ele não sabia quanto tempo mais ele teria que esperar para tocar ela.

Ela estava toda abotoada; a blusa sem mangas que ela usava não era feia como as roupas que ela normalmente usava para trabalhar e a suave cor creme acariciava inacreditavelmente os seios sob o tecido.

Ela também usava outra daquelas saias horríveis. Desta vez era preta com uma pequena barra no joelhos. Uma saia tulipa era assim que Cassie tinha chamado aquilo uma vez quando ela estava tentando para convencer Elizabeth, a mãe dela a comprar uma para ela. Embora o que ela escolheu para ela fosse curtinho. Por alguma razão Cassie Sinclair achava que Mercury era a escolta perfeita para as viagens de compras dela e da mãe.

Ele teve que admitir que a saia de comprimento mais longo em Ria era sensual como o inferno. Quanto mais ela escondia suas curvas, mais ele ficava maluco de desejo de ver seu corpo.

A última coisa que ele precisava agora era ter um executor ou Ely, entrando na sala quando ele a tivesse derrubado sobre a escrivaninha novamente.

Ele puxou o ombro da camiseta que usava. Maldição, ele perdeu o uniforme. E talvez tenha perdido até mesmo o sentido de aceitação que uniforme tinha lhe dado. Um lugar para pertencer, não importa que por pouco tempo.

Ele não fez careta, ele não permitiu que sua expressão mudasse, mas sentia que se traía, dentro dele o desejo de sexo doía até o centro dos seus ossos. Ele nunca faria mal a alguém que não merecia isto. Ele sempre controlou sua força, ele sempre controlou suas ações porque sabia que aspecto físico dele era pouco confortável para todos ao redor dele.

Ele amedrontava até as Raças da mesma espécie que ele, com exceção de muito poucos. Ele amedrontava humanos que entraram em contato com ele e ele era muito atento quando as missões envolviam sua presença limitada entre os não-raça.

Quando os jornais informaram tudo que seus jornalistas fotografaram dele, ele era a imagem que seguia as crianças e adultos humanos nos pesadelos deles.

-O bicho-papão, um jornal o tinha intitulado.

Ele encarou a revista e sentia que uma compreensão sombria o enchia. Ele disse a si mesmo que tinha se encaixado aqui, no Santuário, mas ele estava errado. Ele só se ajustaria enquanto seguisse os parâmetros silenciosos estabelecidos que agora sentia que foram postos envolta dele.

Ele estava preso aqui tal como ele foi preso nos laboratórios, e nem mesmo percebeu isto.

Imediatamente após desta compreensão, a maçaneta da porta do escritório clicou e quando a fechadura não abriu, uma forte batida soou contra a madeira.

Ria ergueu a cabeça e o encarou.

-Eu ficaria muito desapontada se eu tiver que ver sangue, ela o informou. -Até mesmo a menor quantidade tem o poder para me deixar doente.

Um sorriso subiu aos lábios dele enquanto colocava a revista de lado, ficou de pé e destrancou a porta, depois voltou para cobrir Ria, protegendo-a com seu corpo.

Tudo dentro dele estava em alerta total; nada importava só protegê-la.

A porta abriu vigorosamente, batendo contra a parede ao lado antes de parar completamente aberta.

Mercury encarou a Raça que tinha a arma erguida, pronta para a batalha, e sentiu que o sentimento de raiva cresceu mais forte. Ele lutou ao lado desta Raça muitas vezes e, no entanto, aqui estava ele, com a arma levantada como para se proteger enquanto o magro e brilhante Austin, o mais importante técnico em Controle de Segurança, entrava com arrogância na sala.

Mercury olhou furioso à arma que a Raça segurava. Antes que Austin pudesse dar mais um passo adiante, Mercury o barrou, estendeu a mão e arrancou o poderoso rifle automático, tirando-o das mãos do guarda enquanto o empurrava e rosnava o aviso para ficar lá.

Cabelo loiro cheio de pontas, os olhos cinza dele um pouco malicioso, Austin zombou de Mercury enquanto avançava para ele. O cheiro de ego encheu a sala. Ele achava que estava seguro, capaz de mandar em outras Raças ao redor por causa da sua posição no Santuário e não pela força. A maior parte dos executores apenas o suportavam.

Olhando furioso para ele, Mercury viu quando Austin foi até o canto, retirou o suéter da câmera e lançou o suéter no chão.

Mercury rosnou furiosamente ao desrespeito descarado da ação. Ele levou sua mão à arma presa no coldre em sua coxa e a sacou enquanto o Executor de Raça dava um passo para trás, engolia firmemente e depois olhou do técnico para Mercury.

-Apanhe o suéter, Mercury ordenou ao pequeno técnico bastardo que sempre tinha pescado com isca falsa para subir.

Austin Crowl era um técnico em computação e um perito técnico de segurança, formado pelo Conselho, e o sentimento de poder cresceu ao longo dos anos no Santuário, quando ele passou a comandar através da sala de controle.

O sacana zombava dele com seus pequenos caninos.

-Ele pode levar o suéter até ela. E ele se moveu para se virar e sair da sala, claramente ignorando a Raça poderosa com quem ele estava tratando, bem como o fato que as regras normais que regiam todos os agentes não se aplicavam mais a Mercury.

Antes que Mercury pudesse se conter, ele já tinha posto a mão envolta da garganta de Austin e empurrado o outro homem para a parede, atento a Ria de pé perto da escrivaninha.

-Não há nenhum sangue, Ria, ele informou a ela, olhando a pequena cara pálida, desprezível de Austin. -Pelo menos ainda não.

-Merc, cara, deixe-o ir. O jovem executor Raça falou com uma ponta de nervosismo na voz enquanto Mercury mantinha sua mão ao redor da garganta do técnico.

Medo. O perfume disso bateu nos sentidos de Mercury, fazendo seus lábios se apertar, enquanto um rosnado retumbante cresceu no seu peito.

-Apanhe o suéter, Mercury rosnou na face de Austin quando o libertou apenas o bastante para mudar o aperto para a nuca e o forçar para baixo. De joelhos, Austin viu quando o outro homem apanhar o suéter, tomando fôlego e com dor pelo forte aperto que Mercury usava sobre sua nuca.

Seria tão fácil arrancar a pequena cabeça dele fora os ombros e vê-lo sangrar. O desprezo que ele entregou a Ria era intolerável. Não seria permitido.

Puxando-o de pé, Mercury fitou nos olhos dele, vendo o medo nos ossos de Austin enquanto tremia como um fraco covarde.

-Respeito. Ele deixou a palavra estrondear de sua garganta. -Na presença dela. Ou você morre   menininha. Ele usou o pior insulto que poderia ter usado à arrogante pequena Raça.

O olhar dele chamejou primitivamente, perfeitamente pressionado, a camisa amarela perfeitamente engomada, abotoou até a garganta e ofuscante contra a pele escura da Raça, o cabelo castanho arrepiado e cheio de pontas.

-Antes de você me desafiar, menininha, espere até crescer algumas bolas, ele rosnou, o empurrando para fora pela porta, quando mais uma vez Kane, Callan e Jonas corriam no corredor.

-Ele é louco, Austin ofegou, sua voz alta e aguda fazendo todos estremecerem quando ele apontou para Mercury. -Ele tentou me matar. Ordenaram que eu observasse esta sala e ele tentou matar-me por retirar esse maldito suéter.

Callan virou para ele, Jonas se apoiou contra a parede oposta e Mercury sentiu Ria passar para o lado dele enquanto ela olhava tudo, o cheiro da raiva dela flutuando envolta dele. O cheiro voava com tanta facilidade até ele, que até mesmo ele podia cheirar o que ela sentia.

-Mercury, deixe a câmera de segurança descoberta, pelo amor de Deus, Callan ordenou, olhando-o com raiva.

-Por quê? Eu estou com ela. Não há como roubar os arquivos enquanto eu estiver aqui vendo ela.

-Talvez não os arquivos, mas estamos preocupados com ela. Ely entrou na briga, mantendo uma distância cuidadosa quando o encarou angustiada.

-Droga Ely, desde quando não nos preocupamos com a Srta Rodriquez? Callan estalou. –Segurança é a minha preocupação aqui.

Mercury a encarou, sofrendo. Seu peito doía de verdade, sentindo vários olhos treinados sobre ele com desconfiança e cautela.

-Sr. Lyons, você deu a ordem para descobrir a câmera de vigilância? Ria perguntou com a voz insípida, cuidadosamente neutra.

-Srta. Rodriquez, esses arquivos são o coração e alma do Santuário, ele rebateu a ela, os olhos dele brilhando agora. -Eu não permitiria ninguém sozinha nesta sala com eles.

-Eu não estava sozinha, ela mostrou.

E Callan concordou. -Até que nós saibamos o que inferno está acontecendo aqui, é meu trabalho proteger todo o mundo. Até mesmo você, ele afirmou, irritado com Mercury.

-Eu voltarei agora para minha cabana. Ria virou, pegando sua bolsa e a garrafa térmica grande que usava para trazer café com ela. –Eu presumo que você terá notícias do meu chefe pela amanhã.

Ela saiu da sala, os quadris balançando, delicada mas com um andar de força e confiança e Mercury não hesitou em segui-la. Fodam-se! Ele pôs sua vida em risco pelo Santuário durante dez anos ou mais. Seguiu ordens e por muito tempo ele brincou de pequeno e bom felino e ainda assim até mesmo o Líder das Raças Felinas, seu líder não confiava nele.

-Mercury. Ele parou quando Callan rosnou o nome dele.

Virou-se lentamente, encarou o outro homem, os anos que acreditou que eram de confiança e amizade penderam entre eles, puxando a ele.

-Sua segurança não é menos importante do que o Santuário.

Mercury assentiu com a cabeça, mas sorriu cinicamente. Ele se opunha ao Líder das Raças Felinas dele. -Sim, não pode ter o bicho-papão arrancando corações com todos vendo, não é?Só quando ordenam.

Igual a como era nos laboratórios. Só quando ordenassem. Ele encolheu os ombros. -Minha missão é proteger a mulher. Até onde eu sei, eu ainda sou operacional. Ele olhou para Jonas. Todos eles olharam para Jonas.

E Jonas sorriu. -Até onde eu estou preocupado, você é. E a mulher está indo na sua frente, Executor. Ele indicou a porta em que ela desapareceu.

-Bom dia, Líder das Raças Felinas Lyons. Mercury cumprimentou com a cabeça respeitosamente a ele. Callan era um homem que ele respeitava, mesmo que Callan não confiasse nele. -Se você precisar de mim, certamente que o Diretor Wyatt me avisará.

Com isso, Mercury se virou e seguiu o caminho que Ria tomou. Ela não tinha partido. Ela esperava por ele encostada do lado do passageiro da caminhonete com a porta aberta, olhando a casa esperançosamente. Quando ele chegou, ela entrou no carro e esperou ele deslizar no banco do motorista.

Na frente deles, a picape quatro por quatro conduzida por Lawe liderava o caminho.

-Há um jogo de poder no Santuário, ela disse quando ele engrenou o carro e se dirigiu aos portões.

Ele olhou para ela surpreso. -Callan não permite isso.

Os portões se abriram, manifestantes correram envolta da picape à frente deles, depois em volta do carro deles. Agitando os cartazes e gritando: "Raças São Monstros aos Olhos de Deus e "Morte às Raças" era cantado por eles e seus rostos enfurecidos encheram as janelas.

-Animal, uma mulher gritou batendo na janela do motorista. Raças desgraçadas.

Mercury continuou dirigindo pela multidão até que desapareceu atrás deles, o som cantante na cabeça dele muito tempo depois que o som diminuiu.

E como o canto era a declaração de Ria. Um jogo de poder. Callan não permitia jogos de poder, mas ele não estava no auge de sua força ainda. O ferimento do tiro que quase o matou a dois meses o enfraqueceu muito e ele ainda estava se recuperando. Alguém estava se movimentando para ameaçar o Santuário enquanto o Líder das Raças Felinas estava debilitado?

Mercury negou com a cabeça. Ele não podia pensar nisso. Kane e Jonas vigiavam as costas de Callan, como faziam os irmãos de Callan, Taber e Tanner. Ele tinha uma capacidade extraordinária e uma aura de poder e competência a sua volta. Um jogo de poder não era possível. Mas outras coisas eram.

Mercury era apenas um executor despojado de suas armas e divisas de graduação de oficial de elite da Força Militar do Governo das Raças Felinas, tiraram até seu uniforme. E também os amigos que ele acreditava que tinha.

 

Callan bateu a porta de seu gabinete violentamente, depois que Jonas, seu guarda costas Jackal, Kane, Ely, o pequeno estúpido Austin e o executor que tinham apontado uma arma para Mercury entraram na sala.

Ele fez um sinal para Ely, Austin e ao executor no fundo da sala, fora do alcance de sua voz, enquanto ele acenava aos outros à sua sala e olhou furioso para Jonas.

-Por que diabo Mercury não estava de uniforme? Ele rosnou para Jonas. Ele nunca viu Mercury sem o seu uniforme, quando estava de plantão como um executor de elite.

Com respeito a Mercury, não foi ouvido por ele. E nesse ponto, parecia como uma bofetada deliberada contra à autoridade de Callan detinha dentro da comunidade.

Jonas o encarou com surpresa, antes de olhar de relance ao outro lado da sala. Ely tinha seus braços envolvidos sobre seus seios enquanto andava de um lado para o outro; o técnico e o jovem executor estavam nervosos encostados na parede.

Jonas se voltou e olhou fixo em Callan atentamente. -Porque você ordenou que as divisas de graduação dele fossem cancelados, revogados. Seu uniforme e sua arma foram tomados, Callan.

Callan encarou Jonas, calando, todo instinto dentro dele rugindo agora em desafio. Porque ele não tinha dado nenhuma ordem.

-Que diabos está acontecendo aqui? Ele manteve sua voz calma, baixa o suficiente para não ir além dos homens em torno dele, mas ele não conteve o rosnado retumbando em seu peito. -Não cancelei ou revoguei a graduação de ninguém. Menos ainda de Merc. Mas posso muito bem me preparar para fazer isso agora.

Ele voltou seu olhar furioso para os outros no fundo da sala.

Ely vacilou, o executor empalideceu, e se Austin Crowl pudesse se afundar as costas contra a parede, então ele se afundaria mais ainda agora.

-Você. Ele apontou para Austin. -Gostaria de dizer-me o que diabos você estava fazendo?

Austin piscou. -Seguindo suas ordens, senhor. Sua voz tremeu quando Callan parou para o olhar em choque furioso.

-Minhas ordens? Eu ordenei para antagonizar deliberadamente outra raça? Sua voz baixou ainda mais. Algo estava errado aqui, porque ele não tinha dado nenhuma ordem, e ele estava certo que não tinha revogado a graduação de executor de elite de Mercury.

Austin era agora uma pasta branca, os lábios dele tremiam quando os lambei nervoso. -Não, senhor. O Senhor ordenou descobrir a câmera de vigilância. Terror enchia sua voz. -Ele respondeu a chamada. Ele apontou ao executor jovem como se a falta fosse dele.

O executor jovem se levantou. Callan lhe deu crédito por isso, mas o olhar dele era totalmente de medo. -O Senhor pediu a Austin e quando ele desligou disse que era para nós descobrir aquela câmera de vigilância e para eu ir com ele.

Callan encarou os dois homens. Eles não eram mentirosos. Alguém tinha conseguido o personificar, dentro de sua própria casa.

Callan virou lentamente para Kane, abaixando a voz de novo. -Veja se você pode entrar no sistema. Veja se aquela chamada pode ser localizada. E eu quero as ordens que saíram relativas ao grau de Mercury sejam localizadas também. Descubra o que diabo está acontecendo aqui.

-Você não deu a ordem? Jonas perguntou com cuidado, seus olhos prata rodando com força assustadora.

Callan deu um olhar de desgosto quando Kane permaneceu calado. -Qualquer ordem desse nível seria dada a você, Jonas. Não a um executor jovem e de patente de graduação abaixo da de Mercury.

-Callan, você tem que fazer alguma coisa sobre Mercury, Ely declarou então, a voz dela subindo com raiva.

Desespero e medo tremiam na voz dela enquanto Callan olhava para Jonas e leu a tensão, forte raiva na expressão do diretor.

-Ely. Callan virou para ela, lutando para conter a raiva enquanto indicava que ela se sentasse antes dele. -Que tipo de jogo você está jogando com Mercury?

Kane e Jonas se levantaram de suas cadeiras também, vendo quando a doutora avançou cautelosamente e se sentou. Com um estalar de dedos, Callan mandou o técnico e o jovem executor saírem da sala..

-Ele é perigoso, Callan. Ela alisou seus cabelos com dedos nervosos e o encarou enquanto esfregava o pescoço, claramente preocupada, angustiada. -Estes exames não mentem. O Conselho desenvolveu os critérios para descobrir a febre feral. Está se desenvolvendo, crescendo e alguém vai morrer se você não o confinar e voltar ao tratamento com os medicamentos.

-Confinar Merc? Callan a encarou em choque. -Você quer prender Merc? E drogá-lo?

Descrença o encheu. Para onde foi a compaixão dela? Este não era a doutora que tinha vigiado as companheiras deles, a comunidade deles, e os protegeu quando as irregularidades nos sistemas deles ficaram todas erradas, enlouquecidas. A Ely que ele conhecia nunca teria considerado uma coisa dessas.

-É o único local seguro, ela argumentou, acreditando claramente no que dizia. -Callan, nós não podemos correr o risco dele virar um selvagem. Se a imprensa entende como uma sugestão disto, poderia nos destruir.

Besteira, todos os olhos viraram a Jonas.

-Como ousa! Ely rosnou ao se virar para ele. -Você está jogando seus jogos malditos novamente. Fale ao nosso Líder das Raças Felinas como você recusou me permitir trazer meus resultados para ele ou Mercury. Ordenando que eu não os revelasse. Você está arriscando as nossas vidas.

Callan assistiu a confrontação, inalando lentamente, profundamente, tentando entender as emoções ou o motivo do comportamento dela.

-E você é uma cientista paranóica com nada melhor para fazer do que perseguir sombras, Jonas grunhiu. -Você está irracional ultimamente, Ely. Já fez um teste em você mesma? Ele olhos com desgosto para ela.

-Você tem que fazer alguma coisa com ele. Ely se levantou quando Callan se recostou na cadeira e observava toda a cena com um sentimento de descrença.

-Sente-se, Ely, o Líder Felino ordenou.

-Não vou sentar aqui e ouvir os insultos dele, ela soltou. -Ele está protegendo Mercury enquanto que manipula a todos num jogo que ele está jogando, e eu já tive o suficiente dele. Quero que confinem a Raça e farei os exames nele. Eu exijo isto.

-Você exige isto? Ele se endireitou lentamente. -Por que razão você exige qualquer coisa? Ele olhou a cientista de perto agora. As feições dela estavam agitadas, os olhos brilhantes com a raiva que corria por ela.

-Eu levarei meus resultados ao Gabinete de Governo das Raças se você recusar me ouvir, ela rosnou na cara dele.

Ela estava desafiando-o, não só desafiando como também deliberadamente contestando ele.

-Você quer resolver agora? Ele olhou ao redor da sala. -Temos três do Conselho deliberativo do Gabinete de Governo das Raças aqui agora, discordando de suas sugestões. O que te faz pensar por um segundo que você pode receber o voto que precisa para considerar suas exigências?

Seus punhos se cerraram com a raiva que queimava dentro dela, o que era anormal em Ely. Ely era controlada, calma. Ela nunca se enfureceu desse jeito, nunca se rebelou e nunca sugeriu uma coisa tão odiosa quanto prender uma Raça.

-Você não é nem um pouco melhor do que o Conselho então, ela gritou. -Pelo menos eles tiveram o bom senso de confiná-lo numa cela e encontrar um tratamento para ele. Você só vai permitir que ele se destrua e destruir a comunidade das Raças no processo.

Todos eles a olharam chocados.

Callan deu se um segundo, então outro. Então antes que pudesse se controlar, ele estava com o rosto quase colado no rosto dela, com seus caninos a mostra e rosnando furioso, enquanto ela caía na sua cadeira, congelada e empalidecida.

Callan escorou suas mãos nos braços da cadeira dela, o rosto ainda colado na cara dela ameaçadoramente, se inclinado sobre ela, seus olhos sempre a encarando, impondo sua autoridade e domínio sobre ela, que sentiu a força do animal dentro dele se expondo, e ela o temeu.

Ele era o Líder das Raças Felinas. Eram as suas decisões que dirigiram sua comunidade com mão de ferro, e maldição ao inferno com ela, mas se submeteria a essas decisões. Ele continuava encarando de perto a ela, ele esperou até seu olhar deixar o dele e ir para o seu ombro em sinal de respeito, e o cheiro de medo superou o cheiro de sua arrogância.

-Você gostaria de repetir para mim o insulto que disse a pouco? Ele perguntou a ela, a forte aspereza do animal fluindo em sua voz furiosa. Ela baixou o olhar, insegura, respirando forte.

-Eu peço desculpas, ela sussurrou. -Eu não tinha o direito de dizer isso. Os olhos dela levantaram novamente, e ele viu o medo e a preocupação em seu olhar enquanto olhava seu ombro novamente. -Callan, estou assustada por Mercury, e por aquela mulher. Ele é perigoso e você não vai me ouvir, porque ele é seu amigo. Eu entendo isso. Mas você tem que fazer alguma coisa.

-Jonas. Callan manteve seu olhar sobre os olhos de Ely, bloqueando ela, impondo sua força, impondo seu comando. -Você ordenou a ela que mantivesse em segredo esta informação de mim?

-Eu ordenei sim, Líder das Raças Felinas. Jonas era mais esperto que a cientista, ele com voz calma.

Callan foi para trás, vendo como o olhar de Ely baixou, as mãos cruzadas em seu colo, sua postura mais calma agora.

-Por quê? Ele se virou para o diretor.

Em termos de poder dentro da hierarquia do Gabinete de Governo das Raças, Jonas era o segundo, mas ele, Callan Lyons era o Líder de Governo, poder absoluto. Se a situação ficasse crítica, Jonas podia eventualmente se impor em certas áreas limitadas de poder inerente exclusivamente a ele, Callan, o líder supremo das Raças Felinas, mas Jonas entendia a batalha que estavam lutando. Algumas vezes.

-Eu discordo da avaliação dela, afirmou Jonas calmo, confiante, embora Ely lançasse a ele outro olhar confuso.

-Você viu os exames? Callan perguntou a ele.

-Eu vi os resultados dos exames. Eu comparei esses resultados com o vídeo de segurança de Mercury e a Srta Rodriquez, como também o vídeo do laboratório no dia que Ely retirou o sangue do braço dele. Ela o enfureceu deliberadamente, e depois tirou o sangue dele. Os resultados do sangue colhido momentos antes, mais cedo, não mostraram nenhum do hormônio feral. Só estava no sangue que ela levou enquanto o acusou de tentar estuprar a mulher dele que o hormônio feral apareceu.

-Ela não é a mulher dele, Ely estalou. -Eu fiz todos os exames, Jonas. Não há nenhuma possibilidade disto.

Callan virou, e antes que ele pudesse deter-lo, soltou um rugido de fúria masculina. De Animal para animal, de Raça para Raça, o som teve o poder de chocar aos dois, porque era um rosnado diferente que Callan nunca utilizou. Era um aviso de força e poder, e que ela estava atravessando o limite.

Callan se voltou então para Jonas. -Qual a sua opinião agora, Diretor Wyatt? Ele rosnou.

-Callan, Mercury sempre teve o hormônio selvagem. Jonas suspirou. –Os relatórios de laboratórios mostram isso. A terapia medicamentosa que eles utilizaram apenas o manteve sob o seu controle. Ele matou quando ordenaram a ele. A droga o controlou; silenciou o desejo de liberdade dentro dele e a raiva que sentiu pela morte de seus amigos da mesma Raça. Você não o vê no campo de batalha, ou durante as missões. Eu sim. E eu bloqueei as tentativas de Ely de examiná-lo antes e depois das missões dele. A preocupação da Dra. Morrey por Mercury é louvável, mas desnecessária.

Os olhos de Callan se estreitaram. -Por que você bloqueou os exames, nessas vezes?

Jonas suspirou asperamente à pergunta. -Porque ele é o que foi criado, para estar no campo de batalha, lutando. Eu não tenho nenhum executor melhor que Mercury. Ele é esperto, impiedoso na batalha e é assustadoramente inteligente. Sua taxa de execuções mortais é muito menor que todos os executores porque ele tem força suficiente para derrubar o inimigo fisicamente, lado a lado, em grande número mas sem precisar matar, e ele é inteligente o suficiente e com muito controle para saber quando matar, e quando não matar.

-E não fui informado destes possíveis problemas por que razão? Callan rosnou para ele.

-Porque a Agência de Assuntos das Raças não é controlada pelo Santuário, Callan. Jonas declarou, embora respeitosamente. -Os executores são meus para zelar e se eu digo isso, é porque eu faço um maldito bom trabalho em zelar por eles. Eles têm que aguentar no meio do calor de acasalamento, aos supremacistas e manifestantes puristas protestando e se aglomerando em nossos traseiros toda vez que vê um de nós nas ruas. Esses são meus homens, e embora a Dra Morrey tenha pequenas suspeitas paranóicas, de manipulações que ela me acusa de alguma maldita estratégia brilhante, mesmo assim eu digo. Meus executores são um sucesso e tem êxito em todas as missões, e aquele relatório fala por si mesmo.

Kane falou então. -Eu quero saber o que fez a Dra. Morrey suspeitar o bastante para enganar um amigo e deliberadamente o enfurecer antes de tirar o sangue. Você sempre foi alguém em que pudemos confiar, Ely. Uma pessoa que poderíamos contar para descobrir o que acontecia com nossas companheiras, e nas Raças, com os corpos deles. Por que enganou Merc?

Ela encarou suas mãos.

-Isso é algo no qual estou interessado também, Callan declarou, fitando Ely. -Por que você focalizou seu olhar em Mercury?

Ela levantou a sua cabeça, mas não olhou em seus olhos. Fitou no seu ombro, o animal dentro dela percebendo o limite perigoso em que caminhava agora.

-Os exames de calor de acasalamento, ela disse baixo.

-Ele não é o companheiro dela, então qual é o problema? Além da adrenalina feral que se apareceu nele.

O olhar de Ely cintilou. -Ela fará ele piorar. Os hormônios dela intensificam a febre feral nele, ela sussurrou. -Por alguma razão, quando fiz exames de acasalamento neles o hormônio do tipo feral apareceram imediatamente na adrenalina. Ela o destruirá. A reação dele para ela o matará.

-Ou ela o completará, Jonas falou, desviando os olhos de Ely para Callan. -Eu estudei os relatórios de laboratório, Callan. Eu não acho que Mercury perdeu a companheira dele naqueles laboratórios sul americano; em vez disso perdeu o animal interior dele. Eu acho que Ria talvez seja a companheira dele, bem como a presença da força naquela adrenalina feral prova isto. Os resultados dos exames de Mercury nunca estão iguais aos das outras Raças. O DNA animal flutua em recessão, como pode confirmar Ely. Eu acredito que os resultados desses exames de acasalamento são mais uma indicação que ela é a companheira dele, ao invés de ser uma ameaça a ele. Eu acho que a leoa que morreu “poderia” ter sido um dia a companheira dele. Mas eu acredito que Ria é a companheira dele.

A raiva de Ely cresceu, o cheiro da raiva fez Callan dar a ela um olhar afiado.

-Respeitosamente, ela finalmente falou, onde obteve seu diploma se doutor em genética, Diretor Wyatt? Porque sua suposição é a carga mais perigosa de besteira que já ouvi.

-Respeitosamente, Dra. Morrey, Jonas declarou então, eu não preciso ser graduado para saber que não se deve trair um amigo. Mas parece que talvez sua finíssima educação falhou nesse quesito.

-Conheço a ciência, e eu conheço a genética de Raça, ela o fulminou com o olhar, embora estivesse mais calma que antes. –Todos conhecem a sua arrogância.

-Perguntamos a você, Ely, é possível de alguma forma que os seus resultados podem ter sido manipulados? Porque se você afastasse a sua mente seus conhecimentos científicos por tempo suficiente , perceberia que Mercury está sob total controle.

-Ely, saia da sala agora, Callan ordenou-lhe, olhando para ela, alguma coisa dentro dele endurecendo no sentido de certeza fanática que ele podia sentir o cheiro de manipulação. -Volte para seu laboratório. Vou avisar quando eu precisar falar com você de novo.

-Callan, você não pode deixá-lo continuar este jogo, ela disse com voz de choro, ficando de pé na frente dele com uma ponta de desespero.

-Procure e organize todos os seus relatórios e exames em ordem e mande por fax para este escritório, disse ele, sua voz dura. -Espero ver tudo dentro de uma hora.

Ela o encarou, respirando rápido, antes de apertar os punhos e sair da sala. Callan a observou sair, os olhos dele estreitaram, as próprias suspeitas despertas agora quando ele se voltou para Jonas.

-Qualquer ordem que eu der com respeito a Mercury virá de mim, pessoalmente. Ele virou para Kane. -Descubra quem está falsificando minhas ordens e traga essa pessoa a mim. Eu quero saber exatamente o que diabos está acontecendo aqui.

-O executor que retirou de Mercury sua arma e uniforme veio até mim depois, Jonas disse ele. -Ele disse que a ordem veio do escritório de Austin Crowl. O próprio executor atendeu a chamada. Alguém está representando você, no mínimo.

Callan esfregou a pele ainda sensível do peito dele onde levou um tiro meses atrás e virou a Kane.

-Esta sala está segura?

Kane se levantou, foi do outro lado de uma gaveta na escrivaninha de Callan e ergueu em sua mão detector digital de escuta.

-Diz que nós estamos limpos, ele murmurou, desligando o aparelho. Mas os olhos azuis pálidos dele estavam desconfiados.

Ele se afastou um segundo depois quando o telefone ao lado dele tocou.

-De modo nenhum alguém consegue me personificar diante de minha esposa, Callan rosnou quando ele encarou Jonas. -Se você estiver considerando uma ordem em dúvida, traga Merinus a mim. É a única precaução de segurança que nós vamos depender. Até então, descubra que merda é essa que está acontecendo aqui, e de onde estas ordens vieram.

-Cavalheiros. Kane suspirou quando abaixou o telefone que tocou momentos antes. -Nossos problemas apenas cresceram. O olhar de Callan era cortante.

Que inferno, era exatamente isso que precisavam... De um problema maior ainda. Como se lidar com Jonas e Ely cabeceando novamente em cima dos executores não fosse o bastante.

Kane olhou zombeteiramente para eles.

-A Srta. Rodriquez acaba se notificar ao seu chefe que o trabalho dela está sendo bloqueado, que ela foi insultada e pediu a ele que envie o heli-jato da Vanderale para levá-la até o aeroporto onde o jato particular da família Vanderale irá buscá-la. Agora podemos dar um beijo de adeus em nosso financiamento Foi bom enquanto durou.

 

Em toda sua vida Ria não se lembrava de ter estada tão furiosa quanto esteve ao sair do Santuário. Ela sequer podia explicar o motivo de tanta raiva queimando seu corpo todo tão poderosamente.

No momento que entrou na cabana, ela colocou o sua maleta sobre o balcão, tirou o laptop e o pôs na mesa e levantou a tela.

Ela abriu seu e-mail, muito consciente de que a sua conexão não era segura pela rede do Santuário e que com certeza seria interceptado. Ela não se incomodou em encriptar com segurança o e-mail que digitou para Dane, e teclou "enviar".

Ela sorriu. Ela não tinha nenhuma vontade de deixar Santuário, mas traria Dane nos traseiros deles como uma tonelada de tijolos.

-Você não vai a lugar nenhum. Mercury declarou quando passou por trás dela a caminho da cozinha. -E você precisa comer. Você não comeu hoje.

Ela apertou os dedos contra o balcão e engoliu a resposta malcriada que pairou nos seus lábios. Sim, ela era uma vadia. Ela sabia que era uma vadia, mas era uma atitude que funcionava para ela. Geralmente. Ela tinha a sensação que a conseqüência daquela atitude poderia ser mais do que poderia tratar. Além disso, sabia como ser uma vadia cautelosa. Era o caminho inteligente a seguir quando Dane estava de mau humor; ela esperava que também funcionasse com Mercury.

-Esta não é a hora de tratar-me como se eu fosse um de seus subordinados, ela o informou friamente, embora sentisse qualquer coisa menos frieza. ―O Santuário tem alguns problemas graves neste momento, Mercury.

-E cancelar o re-financiamento deles vai ajudar nisso? Roncou enquanto a enfrentava do outro lado do balcão. ―Se há um jogo de poder dentro das forças armadas do Santuário, então temos que descobrir quem e o que está fazendo isto, e onde tudo isso vai dar.

-Por que eu deveria me preocupar? Por que você deveria? Ela o olhou com raiva, ele a puxava a um limite que nem mesmo ela sabia que tinha. ―Acha que eu não li o sue arquivo no Santuário? Ela não tinha copiado os arquivos de laboratório. __―Você sabia Mercury, que o seu líder felino, desautorizou você? Seu sotaque saiu livre. Merda. ―Então, por que diabos eu me preocuparia? Obviamente você não.

Ela levou suas mãos trás e tocou o coque apertado na nuca, sua dor de cabeça aumentando a cada minuto que aquilo pesava em sua cabeça.

Os fios longos de cabelo ondularam pelos seus dedos como desviou e empurrou os seus dedos por ele em frustração.

-Você sabe... Ela partiu o silêncio enquanto se voltava para ele. ―Mercury?

Ele contornou o balcão, lentamente. Os seus olhos dourados eram ligeiramente próximos ao âmbar, com faíscas azuis que intensificaram mais a cor.

Viking Bárbaro. Uma vez, há muito tempo, seus antepassados tinham apavorado os conquistadores ingleses com sua brutalidade e força.

Porém não era selvageria ou ódio que ela viu nos olhos dele, era fome. Excitação. A mesma excitação sexual que a atormentava há dias desde o dia daquele beijo. O beijo que a deixou queimando toda noite, inflamada de desejo, a fazendo se virar e revirar na cama lutando contra o desejo pelo corpo dele e o desejo de proteger o coração dela.

-Eu gosto desta blusa. Parou na frente dela, as costas de seus dedos acariciando ao longo do ombro da blusa de seda que ela usava. ―Porque você não tira isso?

-Tirar? Ela sussurrou. ―Como louco isso seria?

Sua expressão parecia de repente mais selvagem que o normal? Seus olhos mais sensuais?

-Dessa maneira eu não teria que rasgar ela de você, disse com a voz áspera, olhando para seus dedos sobre o tecido sedoso antes de olhar para ela. -Eu não quero destruir essa sua roupa bonita.

Ela queria que ele rasgasse a blusa dela. Queria tanto que não entendia porque, e ela agora descobria coisas sobre si mesma que nunca soube antes. Queria que o amante dela fosse selvagem. Mas tanto quanto queria que ele rasgasse suas roupas, ela queria rasgar as dele também.

E isso a aterrorizava. Não era uma amante selvagem. Inferno, um de seus amantes até mesmo lhe disse e ela era muito educada na cama para o seu gosto. Mas Mercury, ela a fazia querer que ele fosse um amante selvagem. Ele a fazia uma selvagem..

Afastou-se dele, prestando atenção ao seu olhar brilhante, sua expressão zombadora.

-Está com medo? Perguntou-lhe.

-De você, ou de mim mesma? Perguntou-lhe nervosa, tentando sair de perto dele, somente para subir quando o braço dele a agarrou e envolveu sua cintura e a puxou a parando.

Olhou para cima, o fitou fixamente. Um metro e noventa e quatro era muita diferença para um metro e sessenta. O topo de sua cabeça mal chegava ao tórax dele, sua altura e largura a fazia se sentir completamente muito feminina.

-Por que você estaria amedrontada com você mesma? Ele perguntou, usando a outra mão para acariciar embaixo do cabelo dela , na nuca, como que a acalmando. Os dedos dele se entranharam nos fios sedosos, os acariciou, derrubou a cabeça dela mais para trás, sempre a olhando nos olhos.

Ria engoliu firmemente. -Nós já temos problemas o bastante; misturar isto com uma relação sexual entre nós não é uma boa idéia.

Ela mal podia respirar. E centrando-se em todas as razões pelas quais uma relação sexual era uma péssima idéia foi ficando mais difícil a cada segundo. Até a puxada em seu cabelo. A carícia por dentro dos fios de cabelo, no couro cabeludo. Ela nunca considerou seu cabelo particularmente sexy até este momento, até que ela o sentiu acariciar seus cabelos, gozando com o toque dele.

-Uma relação sexual entre nós um fato já determinado, disse ele, com um rosnado grosso na voz que enviou arrepios por sua espinha e seios. -Eu acho que você sabe disso, querida.

Ele a chamou de seu amor, e ele disse de uma maneira que nunca disse a ela antes, quando a mão dele apertou em seu quadril e puxou ela para mais perto dele.

Ela sentiu sua ereção sob o seu jeans, grosso e duro apertando o estômago dela.

-Mercury.

Sua cabeça abaixou. Sua mão deslizou sob o cabelo dela, fechou no lado do pescoço dela com o aperto mais erótico que sentiu, enquanto ele revolvia seus lábios contra os dela -Beije-me, Ria, ele sussurrou. -Não me deixe sozinho no frio. Aqueça-me, como só você pode me aquecer.

E supunha que ela negaria isso a ele?Nenhum homem jamais lhe pediu para aquecer ele. Para não deixá-lo fora no frio, onde ela sempre achou que estava sozinha e no frio também.

Mas não havia frio aqui. Quando os lábios de Mercury se abriram sobre os dela, apertando os lábios dela, só havia calor e prazer, a sensação de suas mãos a acariciá-la, construindo um incêndio no seu interior e acalmando uma parte dela.

Não supunha que seria assim. Ele já havia acasalado. Ele nunca poderia pertencer a ela. Não realmente de toda alma e para sempre pertencer somente a ela. Mas ela não podia negar que ele a queria.

Um soluço de rendição deixou seus lábios, encontrou seu beijo, suas mãos levantaram de seu tórax para seus ombros. E depois para o seu cabelo. Áspero, grosso, quente. Ela enfiou os dedos nos fios e puxou-o para ela enquanto ele a beijava lentamente, possessivamente.

A língua dele lambeu a dela. De leve, apenas o suficiente para fazê-la pensar do que a lambida da língua dela faria em outras partes do seu corpo. Ele era dominador, possessivo, mas carinhoso sobre os lábios dela, sobre a língua dela, e quando ele prendeu sua língua e chupou forte ela gemeu sentindo falta do gosto do hormônio do acasalamento. Um sabor que ela ouviu dizer que era condimentado e o homem dava para a mulher, deixando aos dois selvagens.

Ela deixou suas mãos acariciarem o couro cabeludo dele, ela se apertou contra ele, lambendo a boca dele, seus lábios o beijando, lutando para sua alma possuir uma parte da alma dele. Mesmo que fosse só por um breve momento, para reclamar uma parte dele como possessão dela.

Foi por isso que ela lutou contra o crescimento da atração entre eles. Porque sua entrega era controlada, levantou sua mão para ele, lutando contra o desejo de lhe dar partes dela que ninguém nunca tinha tocado antes.

Esse centro selvagem crescendo dentro dela, isso que a fazia querer rasgar as roupas dele e marcar ele. Esse interior feminino primitivo louco que não aceitava que ele pertencia a outra, mesmo que a outra estivesse morta.

Ele rosnou quando se separou dos lábios dela.

Ria abriu os olhos dela, fitando o olhar primitivo dele enquanto as mãos dele agarraram as curvas cheias do traseiro dela e as apertou. Ela estremeceu, fagulhas de desejo subindo pelo seu corpo a forçando a fechar os olhos, depois se forçou a abrir mais uma vez..

-Eu estou machucando você Ria? Ele disse calmamente, levantando a mão e tocando a face dela quando ela o fitou com surpresa. -Como eu estou machucando você, minha Ria?

Ela negou com a cabeça, enquanto puxava o cabelo dele, tentando o puxar para ela. -Não pare, Mercury. Beije-me mais.

Ele tocou suavemente ao longo do cabelo para trás seu ouvido quando ela queria que ele emaranhasse fortemente os dedos em seus cabelos.

-Por que você está fazendo assim? Ela gemeu. -Não me provoque.

-Diga-me como eu estou machucando você, ele exigiu, mas mesmo assim sua voz era suave.

Ela fechou os olhos sabendo que não haveria nada que ela pudesse esconder dele, e nem ele poderia esconder dela.

-Porque eu sou louca, ela sussurrou, abrindo os olhos novamente e olhando para ele. -Porque eu quero mais do que eu deveria.

Ele parou, sua expressão sombria, mas os olhos dele fitavam-na com consciência primitiva, com fome desesperada.

-O que quer você, Ria?

-Eu quero tudo de você.

-Então tudo de mim é exatamente o que você terá, ele a prometeu.

Seus lábios tomaram novamente os dela, beijou-a ferozmente, e ela sentia a selvageria dentro dele quando ele soltou a rédea. Ele chupou em sua boca, então bombeou a língua dentro da boca dela e a levantou nos braços e se virou e levou-a até o sofá.

Ele a depositou sobre as almofadas enquanto ele se curvava ao longo dela, ainda colado nos lábios dela, permitindo-lhe espaço para se retorcer por baixo dele, para que seu joelho pressionasse entre suas coxas.

-Tire. Ela separou seus lábios dos dele, puxando a camisa dele.

Ele agarrou a bainha e tirou. Então ele agarrou à frente de sua blusa e rasgou dela.

-Maldita blusa bonita. Ele estava olhando para o que tinha se revelado, e não o que ele tinha rasgado. -Merda. Ele correu as costas de sua mão sobre a curva cheia dos seios que subiam sobrando do sutiã de renda. -Eu sabia que eu podia ver as pontas dos seus mamilos embaixo desse maldito tecido, e agora eu sei por quê.

Porque seu sutiã era tão apertado e justo que pressionavam os mamilos através das rendas.

Ria tentou acalmar sua respiração, mas nada podia acalmá-la. Ela precisava de seu beijo de novo, ela precisava de mais dele. Ela levantou suas costas, se arqueou, exibindo seus seios e rezou para que ele cedesse a fome dele por eles.

E ele fez. Sua cabeça abaixou para eles, seus lábios cobrindo uma ponta sensível e chupando-o em sua boca.

Ria estava em êxtase. O prazer foi aumentando dentro dela como uma onda varrendo através de seus medos. Amanhã. Ela se preocuparia com as complicações amanhã. Agora, esta noite, ele era dela.

Ela tinha mais dele agora do que qualquer homem que ela já tinha sido no passado. O que importa se ele não estava se acasalamento com ela? Se ele não estava reclamando ela? Ela não queria ser mantida de qualquer maneira, não é?

Uma parte dela sofreu com a pergunta, mas foi governada ferozmente pela sensação de lava quente queimando sua carne. Era destrutivo o roçar da sua língua contra seu mamilo, mesmo através da renda do sutiã. O toque de suas mãos puxando a saia por de suas pernas, desnudando-as para ele, se virando para ver o resultado de seu trabalho.

Seu mamilo estava vermelho e enrugado. Os lábios dele cobriram o outro seio, chupou e lambeu, suas mãos vagando sobre sua coxa e, finalmente, rasgou a calcinha dos quadris dela.

Ria quase teve um orgasmo. Ela nunca teve a sua calcinha rasgada em seu corpo. Aquilo foi tão erótico, tão selvagem que ela sentiu sua vagina se encharcar de fluídos femininos e seu botão inchado pulsou loucamente em contrações palpitantes, quente e fazendo-a procurar desesperada por suas carícias.

-Linda. Ele inclinou para trás, passou os dedos de leve ao longo dos pêlos escuros entre suas coxas. –É tão macia e quente. Tão molhada. Os cachos umedecidos se colaram aos seus dedos.

Ria assistiu ele tocá-la, em seguida, ele a olhou quando ela tocou-o. Seus dedos pressionando contra seu duro abdômen, sentindo a sedosa carne beijada de sol, a pele e os músculos tensos.

Seus dedos grossos separaram a carne entre as coxas dela enquanto sentia-a mover os dedos para seu cinto. Ela queria que ele ficasse nu. Ela desejava tocá-lo.

Um grito fugiu de sua boca. Seu olhar focalizou entre suas coxas, onde ele enterrava lentamente, muito lentamente enterrava dois dedos enormes dentro dela. Movimentando-os em sua vagina apertada, torcendo-os com movimentos curtos de vai e vem de seu pulso e forçando uma lamúria em sua garganta.

Ele trancou o queixo cheio de desejo, seus lábios apertados, um rosnado baixo revelando as pontas dos caninos. Selvagem. Primitivo e bárbaro, ele a fazia selvagem. Suas costas se arquearam e ela abriu mais as pernas, subindo mais seus quadris para os dedos dele e gritou o nome dele.

Longos, grandes dedos. Oh Deus, ela jamais seria capaz de ver um homem com dedos, sem pensar nos dedos de Mercury. Sem lembrar isso. A sensação dos dedos dentro dela, acariciando-a, excitando-a até que ela se arqueou mais contra ele, seus quadris se agitaram enquanto ela lutava para ele ir mais profundo, mais rápido, mais forte.

-Estou indo provar você, Ria. A rosnadura na sua voz fez sua espinha tremer da cabeça aos pés e sentiu um prazer doloroso.

Ela abaixou a cabeça, sua mão soltou o cinto da calça dele para agarrar o pulso dele, para mantê-lo no lugar.

-Não pare, ela arquejou. -Por favor. Por favor, não pare.

Ele empurrou seus dedos dentro dela novamente, mais profundo, mais duramente, mais forte, e ela manteve a sua respiração, lutando pelo seu orgasmo como ele parou repentinamente. Ele não ignorou seu protesto enquanto abaixava seu corpo, puxando seu corpo para a beira do sofá e ele se ajoelhou no chão e abaixou a cabeça. O primeiro toque da sua língua contra seu clitóris congelou-a no lugar, o segundo toque fez seus quadris se mover aos arrancos. No terceiro toque ela estava perdida, enlouquecida. A sua língua áspera. Uma pontinha só de aspereza, somente o bastante para transformar sua excitação em prazer brutal e absoluto.

As mãos dela prenderam sobre o cabelo dele e se ergueu para ele sentindo os dedos escorregaram dela. Os dedos dele se retiraram e a língua dele mergulhou profundamente. As pernas dela se enrolaram ao redor dos ombros dele, os quadris dela se erguendo quando ele fodeu sua vagina com estocadas fortes, penetrantes da língua dele e rosnou na carne dela.

As mãos dele seguraram firme o traseiro dela, erguendo-a mais para ele e ela sentia as pontas das unhas dele perfurando sua carne e empurrou concha contra sua boca dele com um prazer tão extremo que sentia que seu coração dela fosse explodir no peito dela.

Ela estava indo para além do prazer, o desejo crescia selvagem, desesperado dentro dela. Ela tinha que gozar. Ele teve que deixá-la gozar.

Quando ele empurrou a língua dele bem fundo dentro dela com golpes mais ferozes, o dedo polegar dele foi para o clitóris e girou, acariciou e enviou ela para o vôo livre do orgasmo. Ela estava explodindo em pedaços e não se preocupou. Ela se agarrou a ele com ambas as mãos, segurou-o mais perto e gemendo de prazer, nem mesmo se aborrecendo por nunca ter gemido de tanto prazer na vida dela..

-Você é tão doce. A língua dele se retirou, levantou a cabeça para beijar suavemente a carne muito sensível do clitóris. Aquele toque suave a fez ofegar com o raio de sensação que correu por ela.

-Calma, meu amor, ele murmurou, ainda beijando, movendo a língua para baixo, não dando a ela nenhum tempo para descer do orgasmo, logo ele começou a fazê-la desejar por outro.

E ele fez isto, ternamente, suavemente. Os golpes mais macios da língua dele, os beijos mais suaves ao redor do clitóris dela.

-Eu quero tocar você, ela gemeu, as mãos agarrando os ombros dele enquanto as unhas curvas e poderosas dele, apertavam o traseiro dela contra sua boca com intensidade primitiva.

-Ainda não. Ele mordeu a coxa dela, fazendo-a choramingar com no limiar entre a dor e o prazer. Deixe-me provar você. Deixe-me ter você assim, Ria. Deixe-me encher meus sentidos de você. Eu quero seu sentir o seu gosto, seu cheiro comigo. Em meus poros. Do mesmo modo que eu darei uma parte de mim a você.

Uma parte dele.

Ela se gemeu o nome dele quando ele abriu mais as coxas dela e beijou os lábios inchados, a concha molhada dela. Então ele a chupou novamente. Dentro e fora.

Ele a deixou fraca. Ele a fez desesperada. As unhas dela se cravaram nos ombros dele, arranhou sua pele quando uma onda de luxúria começou a crescer e se agitar novamente dentro dela.

Ela precisava dele. Precisava mais que os beijos famintos dele e língua diabólica.

Lutando por ar, moveu as mãos dela até seus seios, envolveu eles e apertou-os com os próprios dedos dela e o sentiu parar. Ela apertou os mamilos entre os dedos polegares e indicadores, abriu os olhos e o encarou.

Ofuscado, quase louca de desejo que queimava o corpo dela até o fim da espinha, ela o observou a olhá-la, viu os olhos dele se dilatarem, os lábios dele descobriram os dentes quando rosnou fortemente.

Ele beijou subindo por seu corpo. As mãos dele se moveram para seu cinto, a sua calça. Ela teve só um segundo para vislumbrar a cabeça furiosamente excitada do seu sexo antes que dele se inclinar e colar os lábios cobrissem ferozmente o mamilo duro o chupando selvagemente na sua boca.

Um segundo depois, a cabeça do pau pressionou contra ela, quente, grosso, seda por cima do ferro, e pressionando forte. Ele fez uma pausa, a sua respiração áspera e quente, o suor cobriu os seus ombros de gotas de cristal, cintilando sobre os pelos curtos quase que invisíveis que cobriam seu corpo.

-Você me prometeu, ela lembrou-lhe bruscamente. -Você prometeu para mim, Mercury. A primeira vez. Forte e rápido. Você me encheria com tudo de uma só vez, enterrar tudo com um só golpe.

Ele colou sua testa contra seu ombro, e beijou mordiscando sua carne enquanto rosnava.

-Eu preciso disso, ela choramingou se arqueando contra ele, ofegando ao sentir a ereção dura e mais longa ainda contra sua concha. -Por favor. Você prometeu.

Suas mãos apertaram os quadris dela e ela se arqueou mais se aproximando. Ele rosnou novamente, seus lábios abertos, seus dentes prenderam seu ombro enquanto que seus quadris se juntaram e ele empurrou. Duramente. De uma só vez. Lançando o pênis bem no fundo dentro dela, enquanto o nome dele se tornava um grito de prazer tão doloroso que por um segundo, um momento ela viu tudo preto.

E ainda, ela não o tinha inteiro dentro dela. Ele recuou, movimentando-se para frente e para trás dentro dela devagar dessa vez. Ele pressionou a vara dura com força outra vez, duramente e profundamente. Ele enterrou todo o comprimento de seu pinto dentro dela e queimando-a com a fúria de seu desejo por ela, com uma fúria desesperada. O empalamento do ferro duro dentro dela ameaçou roubar sua mente dela enquanto sentia os delicados músculos internos de sua vagina se contraindo, em espasmos palpitantes apertando o pênis dele enquanto ele fodia dento da concha apertada dela.

E ele estava mordendo ela. Seus dentes trancaram no seu ombro, quando ele se tornou selvagem embaixo dele. Um braço enrolou os cabelos e firmou a cabeça dela mais firmemente a imobilizando, mantendo firme a sua mordida. A outra mão dele segurou firmemente suas costas quando ele começou a estocar mais fundo, ela cravou suas unhas nas costas dele enquanto os dentes dele se enfiavam mais em seu ombro e sua pica dura fodia ela profundamente em estocadas duras.

Cada estocada a levou mais alto, lançou-a mais além no redemoinho de sensações. Ela jurou que tinha esquecido como respirar. Respirar não importava. Quando eles acabassem, ele respiraria por ela. Ou ele morreria de falta de ar porque ela precisava de toda sua força por isto. Ia ao encontro de cada estocada, se mantendo apertada contra ele, sentindo os quadris dele se movimentando selvagemente, o pênis comendo ela, seus músculos apertando contra ela.

Sentia que voava nos braços dele. Era isso que Mercury a fazia sentir. Ela voou nos braços dele e gritou ou tentou gritar de prazer que o orgasmo produziu nela.

Era selvagem e pulsando. Estava preenchida com a sensação de queimar, correndo pelos nervos dela partindo-a em pedacinhos. Era a sensação final da estocada final dele, o jato pesado do sêmen quente dele, o rosnado no ombro dela e depois sentiu seus lábios cobrindo os seus enquanto os quadris dele se movimentavam mais rápido e profundamente, bombeando selvagemente, fodendo num vai vem brutalmente selvagem entre as coxas dela.

Era o prazer mais primoroso que ela imaginou que acharia nos braços dele e aquilo quase, quase obscureceu a dor. Porque não havia nenhuma lingüeta, nenhum pequeno pênis trancando-o dentro dela. Nenhuma extensão inchando a cabeça do pau dele para o segurar dentro dela enquanto a encha de sêmem, da semente de vida dele. Nenhum hormônio derramando dentro da vagina para garantir que ele nunca sairia da vida dela. Porém o que aconteceu foi isso, dor e êxtase e o conhecimento de ela estava definitivamente atada a ele. Ela quisesse ser ou não.

 

O animal rondou a mente do homem, cuidadoso para ficar nas sombras, esperando,, embora a raiva fosse um fogo no seu intestino e o desejo de agir parecia com uma fome de sangue.

Mas ele não podia mover-se ainda.

Ele tinha que descansar no lugar. Ainda estava tão fraco. As drogas tomavam muito tempo para desgastar-se, e ele levou um longo tempo para despertar. E ele nunca poderia ter despertado se não fosse por ela. Se não fosse pelo perfume doce dela que o animal sabia que pertencia irrevogavelmente a ele.

O homem vedou a sua reclamação. O animal se retirou apenas o suficiente para se fortalecer mais. Se movimentasse muito depressa, o homem poderia lutar contra isso. Se eles lutassem, seria uma batalha que ambos perderiam, porque quando o animal pisasse firme livre das suas amarras, sabia que nunca mais voltaria. Não haveria volta, nem mesmo para salvar a vida do homem.

A liberdade esperada. A sua companheira o esperava, e ele podia cheirar o seu perfume, a sua dor, o desejo dela de ser marcada, de ser reclamada, tal como o animal. Ela era selvagem e ela estava atada a ele. Mas ela sofria; o seu espírito estendia a mão ao animal, e ele desejou proteger aquele espírito na sombra da sua força.

Tão doce. Ele inalou o perfume dela enquanto a defesa do homem estava relaxada, enquanto o homem permanecia contra ela, perdido no prazer do seu orgasmo. O animal inalou a sua essência e ficou satisfeito. Ele se aproximou mais, somente um pouco mais perto da carne do homem, sentiu o seu calor, sentiu-a como uma chuva doce e ele ronronou cheio de prazer.

 

As pálpebras de Ria se levantaram um olhar severo em seu rosto enquanto sentia alguma coisa. Ela não ouviu. Ela sentiu. Mercury a mantinha apertada ao seu peito enquanto descansava de contra ela, pegando sua respiração, e poderia ter jurado… Ela esperou, prendendo sua respiração. Um pequeno ronronar resmungado?

Ela ouviu de novo e deixou um pequeno sorriso curvar seus lábios.

-Você está ronronando, ela murmurou.

Acalmou de encontro a ela. Enrijecido e parado.

-Eu não ronrono. Moveu-se, desprendendo-se dela, sua expressão ajustada agora, seus olhos na sua normal cor marrom âmbar enquanto arrumava suas roupas e depois a ajudou a se levantar do sofá.

Ria franziu a testa, em pé diante dele, abrindo a saia que estava enrolada no alto de seus quadris, deixou cair e saiu dela e pegou os restos das roupas dela em pedaços no chão.

-Eu conheço um ronronar quando eu sinto um, ela falou, irritada pela negação dele.

-Você sentiu então. Ele encolheu os ombros, o olhar dele encoberto quando ela parou e o encarou.

Ela não ia se deixar irritar, ela prometeu a si mesma. Este foi o melhor sexo que ela já teve em toda sua vida, por que discutir por causa de um maldito ronronar?

-O quê é? Você se envergonha dele? Perguntou para ele, desafiando a sua própria promessa.

Ele pegou sua camisa do chão e vestiu-a novamente. Ele estava completamente vestido agora e ela estava tão nua como no dia que ela nasceu.

Aquele pequeno detalhe teve o poder de irritá-la. Ele devia estar tão nu como ela estava no momento.

-Raças apenas não ronronam, ele informou a ela. -E você precisa de um banho. Eu aposto que podemos esperar a equipe dos agentes dentro de uma hora. Acho que não posso lidar com alguém vendo você nua como está.

- O que diabos você quer dizer que Raças apenas não ronronam? Sua nudez não a incomodava, e ela não iria até que os outros agentes chegassem. -Vamos, Mercury, que não foi uma grande coisa. Foi apenas um pequeno, muito pequeno ronronar...

-Raças só ronronam durante acasalamento, ele lhe falou duramente, a expressão dele sombria, quase arrependida. -Não há um acasalamento.

Isso falou a ela. Ela tentou acalmar um pouco a dor que era como uma faca afiada encravada no peito dela, mas caramba, não era fácil. E fez ela perguntar.a mente dela. Porque ela podia jurar que ela ouviu aquele pequeno estrondo lânguido, um ronronado. E agora ela se perguntava se só desejou   ouvir aquilo.

-Bem. Ela endureceu seu ombro e contraiu os lábios. Porque se ela não tomasse cuidado ela ia começar a tremer. -Isso me coloca em meu lugar, não é?

-Que droga!Ria. Ele chegou até ela, de cara amarrada.

-Tenho que tomar banho, como você disse. Você espera pela chegada de sua equipe de agentes, e desfilar nua não é meu passatempo favorito.

Ela se afastou dele e avançou rapidamente para o seu quarto.

-Endireite o sofá se você não se importa. Ela parou na porta e olhou para trás.

Ele não se moveu. Ele ainda ficou lá, olhando-a, a sua expressão arrogantemente impassível. As almofadas do sofá estivam em desordem, e só Deus sabia o que a equipe dele cheiraria quando eles entrassem na sala. Provavelmente seria sua humilhação completa.

-E há desinfetante aerosol no armário da cozinha, ela disse-lhe. -Faça o uso dele, por favor. Eu preferiria que a sua equipe não soubesse exatamente o que aconteceu aqui.

Os lábios dele separaram-se para falar, mas ela não pôde agüentar ouvir qualquer coisa ele tivesse a dizer. Ela não se importava com o que era. Ela deslizou para o quarto dela, fechou a porta atrás dela se apoiando nela com um soluço silencioso.

Apenas Raças no calor do acasalamento ronronam. Eles só ronronaram para as companheiras deles, não para mulheres que eram muito burras para criar uma couraça de aço nos corações dela contra o desejo de ouvir isto. E ela era um dessas mulheres estúpidas e burras.

Mercury olhou a porta fechada, apertando os punhos, desejando socar em algo que sentia crescer tão forte dentro dele que era quase impossível negar.

Ela não sabia que ele daria tudo para ronronar para ela. Saber que toda aquela coragem e paixão selvagem eram somente dele.

Antes de ele pudesse ajudar isto, ele correu a língua dele novamente em cima dos dentes dele e rosnou em fúria. Nada. Nem uma coceira, nenhuma inchação mais leve das glândulas, nem mesmo uma sensibilidade vaga para lhe dar esperança.

Ele passou os dedos pelos cabelos e fez como ela tinha pedido. Ele endireitou o sofá, ele borrifou o desodorizador aerosol. Mas ela não sabia que isso não ia encobrir o cheiro de sexo deles.

Ele se recusava a tomar banho, e lavar o cheiro dela de seu corpo. Precisava do seu cheiro nele, doce, delicado, fundindo com o seu para criar um outro cheiro, quando ele o inspirou, pareceu confortar a cólera que crescia dentro dele.

Pertencer a algum lugar, a alguém. Era algo que parecia que seria negado a ele sempre. Callan tirou suas divisas e distintivo de graduação dentro da hierarquia de executor de elite e confiscaram sua arma e uniforme. Ele ficou do lado da segurança do lugar, do Santuário, em vez de uma única Raça e logicamente Mercury nem mesmo o culpava por isto. A comunidade das Raças era muito mais importante que uma única Raça. Até mesmo uma Raça cujo desejo de pertencer era como uma fome na alma dele.

Ele se sentou no sofá, perto do cheiro de Ria, e inspirou, sabendo que ela estava no chuveiro, lavando o cheiro dele do corpo dela. O enfureceu saber que o sabão e a água lavariam o cheiro dele da pele dela.

O calor do acasalamento mudava o cheiro de cada companheiro. Os cheiros deles se entrosavam, criando um outro diferente, que não existia, e que nunca mais sairia da pele, esse novo cheiro não podia mais sair lavando a pele. Ele agora não sentia o novo cheiro entrosado na pele, porque ele podia distinguir entre o cheiro dela e o seu.

Ele parou, encarando suas mãos em confusão. O sentido de olfato dele estava mais afiado que tinha sido. Aquele conhecimento enviou um arrepio de cautela por sua coluna, cheirando a ele mesmo, e franziu a testa novamente. Talvez fosse. Ele sacudiu a cabeça. O que ele pensou que ter cheirado momentos atrás tinha isso embora. Não havia nenhum cheiro combinado, só o cheiro de sexo, do prazer que tinham compartilhado.

Ele perdeu nos laboratórios sua habilidade de distinguir cheiros. Quando as drogas mataram raiva feroz dentro dele, tinham matado também o animal que espreitava embaixo de seus sentidos.

Antigamente, ele se conhecia como duas metades. O homem e o animal. Eles existiam juntos, completos, até que o animal tinha lutado pela supremacia, pela liderança. Um tipo de loucura que normalmente significava a morte instantânea quando ela se mostrava numa Raça adulta

Em vez de matá-lo, os cientistas nos laboratórios onde ele foi criado desenvolveram uma droga. Uma droga que matou o instinto animal para o homem dominar sozinho. Mas ele também perdeu os poderes extraordinários de ver no escuro, de cheirar o perfume mais leve, perdeu o tato, o paladar. Ele se tornou mais implacável, mais astuto, mas ele perdeu o instinto animal dentro dele a ponto de ele era ligeiramente melhor que um não-Raça.

A Raça com a cara de um leão, e os instintos de um homem normal. Era hilário.

Ele se levantou do sofá e foi à cozinha. Abrindo seus armários, o seu refrigerador, ele não encontrou nada mais do que café e cerveja e uns bolos dinamarqueses velho. Oh! Bom Deus! Como essa mulher sobreviveu até hoje comendo isso?

Ele balançou a cabeça e foi para o telefone. Cinco minutos depois ele já tinha feito um pedido para o supermercado local, cujo proprietário muitas vezes ia caçar com ele. Ele não podia dar nota dez para o café dele, mas ele era um cozinheiro razoável E ele estava morto de fome nessa pequena cabana escura onde ela ficava depois do trabalho. E ele estava cansado da pizza rápida.

Ria não era sua companheira, mas sua companheira estava morta. Foi tomada dele antes que tivesse chance de saber o significado de estar acasalado com ela. Não significava que estivesse morto. E certo como o inferno, não queria dizer que não tinha sentimentos sob sua aparência diferente.

Tinha sentimento sim, e aquelas emoções estavam apertando, estavam crescendo dentro dele e estavam se focalizando em uma pequena mulher teimosa. Uma mulher com uma inteligência que o espantava frequentemente quando ela ficava atrás dele, mas observando atenta às pessoas. Prestava atenção e escutava. E o que ela via, ele sentia, era frequentemente muito mais do que outros faziam.

Como sua determinação de que havia um jogo de poder orquestrado dentro do Santuário. Quanto mais Mercury pensava nisso, mais ele se interessava, e mais ele percebia o quanto seria incrivelmente difícil investigar.

Não era mais um executor . Não poderia simplesmente entrar e andar nas áreas restritas do Santuário e começar a investigar as estranhezas que começava a juntar para si mesmo.

Algo não estava certo como devia ser. Podia sentir, podia detectar, mas não sabia o que era.

Foi até a porta da rua e foi para fora, não ignorando a fêmea do jaguar que assobiou para ele quando saiu pela porta.

-Está um frio maldito aqui fora, Shiloh resmungou. -E escutar você se divertindo não é nem um pouco divertido aqui fora. Você percebe que tive que passar a maior parte do tempo na maldita floresta, para evitar o som do miado estridente de gata?

Ele se virou e arqueou sua testa. A maioria de jaguares possuía pele escura e cabelo sedoso preto. Esta raça de jaguar era uma anomalia. O cabelo preto tinha frisos ruivos e dourados e sua pele era macia e branca, tinha uma aparência charmosa e original que nunca deixava de atrair olhares fixos.

Era um bocado mais baixa que a maioria das Raças femininas, mal um metro e sessenta e quatro, e por alguma razão impar os cientistas que a criaram permitiram que tivesse um temperamento.

-Shi, você está me aborrecendo, avisou a ela, escondendo seu sorriso, sabendo ela não faria isso a menos que realmente quisesse.

-Você ouve meus joelhos tremendo? rosnou puxando seu casaco mais apertado em torno dela.

Ele grunhiu naquilo. – O supermercado da cidade vai entregar alguns mantimentos. Eu preciso falar com Lawe e Rule. Certifique quando o entregador chegar não entre na casa. Pegue tudo e eu guardo tudo quando eu chegar.

-Você vai cozinhar! Acusou-o com uma pitada de descrença. –Enquanto eu fico presa do lado de fora? Mercury, isso não é justo.

-Se entenda com Jonas. Ele deu de ombros descendo o patamar pequeno e indo em direção às árvores. -Talvez ele te envie de volta ao Santuário.

O Mercury duvidava disso. Quando ele tivesse uma chance de se encontrar com a Jonas e contasse a ele suas suspeitas, sabia que o diretor começaria a mudar seu próprio pessoal, mantendo no lugar somente aqueles em quem ele confiava totalmente, longe das escalas de serviços importantes aqueles que ele não confiava.

A maioria das pessoas suspeitariam que Jonas dirigia uma revolta contra Callan e ao Gabinete de Governo das Raças, mas Mercury não percebia isso acontecer. Jonas era um dissimulado, um manipulador filho da puta, mas o Santuário e a Comunidade das Raças eram suas principais preocupações. E Mercury passou muito tempo como guarda-costas pessoal do homem para saber que Jonas não tinha revolta na mente. Ele conduzia todo mundo em seus loucos jogos de manipulação, sim, Mercury podia ver até que ponto Jonas podia ir quando ele estava preocupado. Mas uma rebelião, um golpe contra a segurança do Santuário? Isso não vinha da mente de Jonas.

Jonas não tinha nenhum desejo de governar. Gostava de bancar o senhor das marionetes e dos fantoches, e adorava meter o nariz onde não era chamado, mas não tinha o temperamento adequado para planejar tal tipo de jogo para chegar ao poder.

Se quisesse isso, Jonas desafiaria Callan de imediato, uma afronta declarada. Nunca permitiria uma diminuição da força na autoridade do Líder. Era isso que estava acontecendo. Alguém tinha esperado, observado, e quando Callan ficou ocupado em permanecer vivo e sarar dos ferimentos, estavam se movendo para incapacitar a estrutura do poder que o Gabinete de Governo das Raças tinha no Santuário.

Ele pressentia isto. Ele sentia, mas com suas divisas retiradas agora, ele não tinha nenhuma idéia de como investigar quem ou o que estava fazendo arruaça no Santuário.

Quando entrou na mata fechada e espessa da floresta, Lawe e Rule surgiram de repente ao lado dele. Todos se viraram para olhar a cabana, todos três fitaram em silêncio por um longo tempo.

-Ela não é minha companheira. Ele respondeu à pergunta silenciosa nos olhos deles.

Lawe grunhiu ao ouvir isso.

-Seja o que for. Rule rosnou. -Eu não sei nada sobre esta merda de calor de acasalamento, Mercury. Parece que não há nenhuma regra para ela. Você age como um acasalado.

Mercury pensou nisso, houve alguns momentos estranhos em que sentiu uma união com ela, algo indestrutível que ele não conseguia entender.

-Jonas fez contato há dez minutos, Lawe murmurou. -Está chamando Shiloh de volta ao Santuário antes de vir para cá. Parece que há um problema na Casa Grande.

-Que tipo do problema? Mercury olhou para seu amigo, prestando atenção quando Lawe se inclinou contra uma árvore, sua expressão implacável, seus olhos queimando com uma luz dura, selvagem.

-Ele vai explicar as coisas quando chegar aqui, mas saiu o aviso que Callan restabeleceu as suas divisas e graduação de agente especial de elite. Jonas te entregara o seu distintivo, uniforme e arma, quando ele chegar.

Mercury agitou sua cabeça. Ele não queria a reintegração, ele percebeu. Jonas deve ter encontrado um jeito de forçar Callan a reintegrá-lo. Desse jeito, a reintegração não significava nada para ele.

-Há alguma coisa acontecendo, disse ele calmamente. -Existem muitas irregularidades.

-Quer dizer o que? Rule agarrou sua arma, seu olhar astuto agora.

Mercury agitou sua cabeça. -Eu posso ver os fios e o sentido disso, mas eu não entendo onde isso vai dar. Ely se fixou em mim, embora, ela nunca tenha feito isso antes com outra Raça. Ela precisa de mim fora do caminho. Ou alguém fará isso. Apenas não funcionava para ele que ela estivesse envolvida em qualquer tipo de fraude, mas ele sabia que era possível. Era até mesmo provável.

-Ely? Lawe se endireitou e o olhou com incredulidade, mas depois concordou com a cabeça e a suspeita começou a encher seus olhos também.

-Nós precisamos ser cuidadosos. Mercury olhou fixamente para a cabana e pensou na mulher no interior. -Ria não veio até aqui apenas para decidir se deve ou não parar com o financiamento de Vanderale. Os arquivos que ela tem pesquisado não têm nada haver com financiamento, e tudo a ver com os envios de transmissões de informações. Ely conseguiu me separar do Santuário, mas não tanto quanto podia ter sem Jonas no seu caminho. Quando Jonas chegar, eu quero você na reunião.

-E Ria? Lawe perguntou. –Ela estará la?

Mercury encarou Lawe. –Ela estará lá ou não haverá nenhuma reunião.

Ela não era a sua companheira. Mas ele não tinha que se acasalar com ela para saber que ela pertencia a ele.

 

Ely encarou os resultados da análise enquanto tomava um gole da garrafa de água e sentia a raiva queimar sua mente. Ela estava sentada, reunindo as provas do que ela tentava convencer o Gabinete de governo das Raças e uma parte dela já sabia que eles não a escutariam.

Mercury era um executor forte, e não só em força física. As qualidades animais dele eram mais uma parte dele que qualquer um suspeitava. As drogas do Conselho podem ter parado as qualidades mais violentas do animal dentro dele e os sentidos que possuiu no passado, mas ele ainda era inteligente e esperto. Aquela inteligência animalesca era sem dúvida a característica mais perigosa dele, porque era mais forte que nas outras Raças ela socorreu desde os resgates.

Se não fosse a febre feraz, ele teria sido treinado para liderar e comandar. Poderia ter sido um forte alfa até mais forte que Callan. Porque era duro acreditar que havia um alfa mais forte que Callan.

Ela passou as mãos entre os fios doas seus cabelos lutando contra a raiva que queimava em seus olhos, lutando contra o aviso que o animal interior dela estava enviando em sua mente. Ela nunca se sentiu assim e soube que a pressão começava a chegar nela.

Se esticando, ela esfregou atrás do pescoço, lutando contra a dor de cabeça que parecia da nuca.

Sacudindo a cabeça, ela abriu um frasco de remédios para dor e tomou dois com água antes de voltar para seu computador.

Fez pressão sobre a sua raiva, forçou-se a se conter e fez sua mente trabalhar na análise das coletas laboratoriais que tomou de Mercury.

Havia algo no sêmen que sabia que era incorreto, algo estranho. A saliva também. Seu sangue foi corroído com a adrenalina feroz selvagem, e isso a apavorou. As imagens dos vídeos recolhidos nos laboratórios onde ele tinha matado quatro pessoas passava agora diante de sua mente.

Suas mãos, as unhas grossas e encurvadas como garras, tinham perfurado o tórax do soldado coiote, atravessando sua caixa torácica. A confusão sangrenta do coração do homem ainda estava na mão apertada de Mercury quando ele puxou sua mão para trás. Esse coração foi estraçalhado na cara do treinador antes que Mercury arrancasse a cabeça dele de seus ombros.

Isso não deveria ser possível. Para apenas rasgar a carne e o músculo, a cartilagem e a espinha tinham que estar afastadas mesmo que por um breve momento e só então poderia ter arrancado a cabeça. Só uma força descomunal ou uma fúria muito animalesca e selvagem, poderia arrancar instantaneamente uma cabeça como ela viu no vídeo.

Estremeceu, imaginando Callan ou Deus me livre, Jonas sendo desmembrados daquela maneira.

Jonas era seu castigo, mas sempre houve um sentimento de carinho entre eles, até agora. Ele tinha respeitado sua opinião mesmo que nem sempre acreditasse no que ela dizia. Ele a pressionava para encontrar novas respostas em suas análises e que pesquisasse mais, e por causa disso ela teve que analisar mais esses exames até que agora sua cabeça parecia que ia explodir.

-Desgraçado! O resmungo surpreendeu-a e desceu do seu tamborete e começou a passear a sala. –Droga, Jonas, eu não consigo encontrar nenhuma outra resposta.

E por que deveria de encontrar para ele? Este era o homem que tinha capturado sua própria irmã. O homem que chantageou a própria irmã, Harmony, que colocou na prisão de Lei de Raça no complexo. Mataria Harmony se ela não aceitasse fazer o que ele mandou.

Tal como ele matou outros.

Ele pensava que ela não sabia as coisas que ele tinha feito. As viagens de heli-jato das Raças que ele fez a um vulcão ativo, que borbulhava e fumegava, esperando com antecipação ávida pelos sacrifícios com que lhe alimentaria.

Os corpos que ele jogou para dentro. Cientistas do Conselho que foram mortos na lama fervente de rocha derretida do vulcão. Ele e seu piloto, o frio Jackal.

Jackal. Maldito. Ele protegia Mercury, e ele estava furioso com ela. Ele era apenas mais um assassino igual a Jonas. Todo mundo sabia. Mesmo sabia o Kane, chefe da segurança do Santuário. Jackal era um assassino. Ele deveria ter nascido uma Raça e não um humano.

Ela esfregou a mão no seu pescoço, tentando tirar a dor dali. Não podia deixar de encontrar uma maneira de convencer a diretoria do Gabinete de Governo que Mercury deveria ser confinado e obrigado a submeter-se aos exames necessários. Seria fácil dobrar a droga que o Conselho usou para controlá-lo. Ele tinha sobrevivido muito bem. Ele sobreviveria outra vez, e não haveria risco de mais mortes. Nenhum risco de perder as pessoas com quem ela se preocupava

Ela respirou profundamente, se forçando a ter a calma que precisava, voltou para o computador e ao equipamento de exames. Ela era uma cientista. O Gabinete de Governo respeitaria a sua decisão, ela sabia que Callan a chamou ao Gabinete para uma reunião. Uma reunião muito secreta. Ela estaria preparada e tudo daria certo. E ela garantiria que ela salvaria Mercury. Tal como acontecia com os outros, ela cuidaria dele. Ele era seu amigo e perder ele deixaria um vazio em seu interior. Ela não queria vê-lo morto. A febre feral selvagem não era culpa dele. Era culpa dos cretinos que o criaram. E ela encontraria um jeito de salvá-lo. Não importa que ela perca amigos no processo.

 

Mercury guardou os mantimentos quando Lawe os desempacotou, o olfato apurado da outra Raça averiguando cada artigo.

Mercury gostava do dono da mercearia. O homem era um caçador infernal e estava sempre disposto a abraçar a causa das Raças. Mas o Mercury via traição de todos os lados. Ele era cauteloso, ele dizia.

Quando terminaram, Lawe saiu outra vez, fechando a porta atrás dele, e Mercury olhou fixamente a porta fechada de Ria. Não tinha saído, e Lawe o informou com uma ponta de divertimento que o cheiro da sua raiva enchia a casa.

Raiva dela. E sabia de onde vinha aquela raiva. Era daquele maldito ronronado que ela estava convencida que ouviu. Ele agitou sua cabeça e foi até a porta do quarto dela, abriu lentamente e entrou no quarto.

-Eu pensei em preparar o jantar, ele disse muito calmo, ficando de pé na porta olhando para ela.

Ela estava sentada no meio da cama, seu laptop aberto na frente dela, um robe de seda cobrindo, o tecido macio, o tecido escorregadio caindo de um ombro.

-Pizza está muito bom. Não havia nenhuma ponta de sotaque na voz dela, mas ele diria que ela estava se controlando imperiosamente. Sua expressão era suave, seus olhos da cor de chocolate quando o olhou com olhos brilhantes.

-Estou indo cozinhar, disse ele. -Você precisa de algo mais nutritivo do que pizza.

-Não há nada que nutritivo do que uma pizza, ela informou a ele. –Além disso, depois de beber o café que você fez, eu estou com medo de qualquer comida que você fizer.

Ele inalou lentamente e deu um passo à frente fechando a porta atrás dele. Eu sei cozinhar. Eu disse-lhe que não sabia fazer café.

-Se você não sabe fazer café, então não há esperança para o menor talento, já que nem mesmo algo tão simples como água fervente e pó de café juntos num coador. Ela voltou seu olhar para o computador, como que o dispensando. –Peça alguma coisa. Isso é o que eu quero.

Ele fez careta antes de apertar os lábios e controlando seu impulso natural de fazer algo ao sutil desafio que ela lançou sobre ele.

Ele lembrou-se de que Jonas logo estaria ali. Ele teria suficiente batalha com ela, então. E quando Vanderale enviasse o heli-jato para ela, então, ele ia ter um inferno de uma briga para mantê-la aqui. Ele ainda não podia sair. Mas pressentia que a batalha que enfrentariam exigiria mais que ela ficasse que partisse.

-Ria, se você não se vestir e não for para a cozinha comigo quando eu cozinho, nós podemos acabar fazendo algo nesta cama que só vai te deixar mais irritada

Porque ele estava perto de dois segundos de rasgar aquela roupa de seu corpo e ia apreciar demais fazer alguns atos brutais com ela.

-Algo que pode me irritar? Ela perguntou-lhe então.

-Para começar eu teria que saber o que a irritou tanto, ele indicou. –Já que você parece não estar disposta a conversar...

-Quem disse que não estou disposta a conversar? Com isso, ela fechou o laptop e se sentou na cama, de frente para ele.

Cruzou seus braços sobre seus seios e o robe mal cobria suas coxas. Ele ia rasgar tudo com seus dentes.

-Foi você a única que saiu da sala de estar, ele salientou.

-E você me deixou para ir lá para fora, não foi Mercury? A voz dela ainda estava calma , mas ele via as sombras de raiva e dor nos olhos dela. –Você não se importou e mesmo agora você não se importa.

-Com o que não me importo? Ele rosnou. – Com o fato que eu nunca vou ter a minha própria companheira? Isso me faz um robô, Ria? Incapaz de amar? A mulher que poderia ter sido a minha companheira está morta, ele resmungou. -Será que isso muda alguma coisa entre nós?

Ele a viu respirar fundo, viu os lábios dela tremendo quando atravessou o quarto até ela.

-Ria, eu não estou morto por dentro. Ele agarrou o ombro dela e a forçou a olhar para ele. -O que você faz em mim, nenhuma outra mulher já fez, nem mesmo a mulher que poderia ter sido minha companheira. Ela era uma criança. Ela está morta. Ela não existe mais. Mas nós estamos vivos.

Seus braços se descruzaram lentamente enquanto a expressão dela se apertava, em seguida, a confusão e a incerteza que às vezes ele mesmo sentia , cruzaram o rosto dela.

-Eu não sei o que fazer com você, ela sussurrou, então. -Eu não faço ligações, Mercury, e você parece determinado a me fazer ficar aqui. Quando acabar, onde isso vai me levar? Sozinha novamente?

-Você quer promessas de mim? Perguntou ele, desejando ter muito mais para dar a ela. -Se o heli-jato chegar para você, vai ter que lutar comigo para chegar nele. Quando estiver na hora de ir para a cama, não vou dormir longe de você, você estará dormindo em meus braços. E quando chegar de manhã, e depois e depois de amanhã, enquanto Ely não tiver me prendido numa cela e injetado medicamentos   até eu ficar tonto de tanta droga, eu estarei abraçado bem apertado em torno de você quando você acordar. Que mais posso te dar neste momento?

Que mais poderia dar além dele mesmo?

Finalmente, ela balançou a cabeça dela. -Eu sabia que isso ia acontecer, ela sussurrou. -Eu sabia que você ia bagunçar completamente a minha vida de cabeça para baixo, Mercury. Eu sabia que devia ter ficado onde eu estava.

-Mas você veio. Ele abaixou a cabeça e prendeu o lábio inferior dela com seus dentes e acariciou com a língua dele. Então a raiva e a amargura abandonaram os olhos dela e começaram a chamas de desejo queimaram no brilho deles.

-Venha para mim novamente. Ele libertou o lábio inferior dela, para acariciar os lábios com língua dele, provando, amando o calor dela. –Mais uma vez, Ria, antes que nossas vidas vá para o inferno.

Então ele tomou o beijo que ele desejava. Os lábios dele se moveram sobre os dela, apreciando tocar os lábios cheios dela, o calor morno dos lábios doces dela e a língua dele abriu caminho entre os lábios macios, se enfiando dentro da boca dela.

O gemido dela se encontrou com o beijo dele. A língua dele entrelaçou na dela e o prazer daquilo não deveria ser tão intenso. Ele não devia ter sentido o latejamento doloroso na sua pica, como se ela estivesse acariciando com a língua o pênis dele. Ele não devia sentir o calor do corpo dela penetrando todos os poros do corpo dele.

Ele deixou as suas mãos dela retirarem sua camisa antes dele voltar aos seus lábios. Ele deixou-a desafivelar o seu cinto, afastar a sua calça. E quando as suas mãos suaves envolveram o comprimento pesado da sua pica dura, ele não teve nenhuma escolha senão se afastar um pouco dela.

Ele empurrou o roupão dos ombros dela e rosnou ao ver uma peça de seda e renda que ela usava por baixo do robe.

-Tire isto. Ele moveu para trás dela depois de desembrulhar os seus dedos do seu pau. -Não quero destruir mais de suas roupas.

Ele sentou-se na borda da cama e retirou suas botas e meias. Ele não ia fodê-la calçado coma as suas botas novamente. Ele queria pele contra pele, calor combinando com calor.

Quando ele levantou e tirou a calça, ela ainda estava diante dele, os olhos dela cheios de desejo e lambando os lábios com uma ponta de nervosismo.

-Você é enorme, ela finalmente sussurrou, estendendo-lhe a mão para pegar o pau grosso e palpitante novamente.

-E você já me tomou todo uma vez, portanto não temos um problema com isso. Ele não quis rosnar, mas estiva ainda lá. Animalesco. Áspero.

-Talvez mais de um problema que você pensa, ela disse a ele, os seus olhos, o seu rosto, seu perfume infernal, ele podia cheirar agora - se tornando uma exigência.

-Nenhum problema, ele a informou enquanto as mãos dela apertavam-se contra o seu tórax poderoso.

-Quero prová-lo agora. Ela se apertou contra ele, apertando-o contra a cama, surpreendendo-o com o pedido.

As mulheres queriam que ele as fodesse. Elas queriam-no selvagem e com desejo nos seus corpos, mas Mercury teve de admitir que esta foi a primeira vez que uma mulher quis prová-lo.

E esta, ele sabia, poderia destrui-lo com as suas carícias.

 

Ria ficou surpresa quando Mercury se submeteu à sua exigência para ele se deitar de costas. Ele moveu-se até que estivesse no meio da cama, as suas feições selvagens, sensuais. Os seus olhos inclinados, o reflexo azul nos olhos dele e as curvas bem desenhadas dos lábios sexy dele eram o suficiente para fazer qualquer mulher molhada.

Mas a aprovação dele em aceitar suas carícias enviou uma carga poderosa de fluídos femininos por sua vagina. Aquela pequena rosnadura sexy que ele deu quando ela acariciou suas pernas, e se moveu subindo pelo corpo dele, fazendo o coração dela palpitar como louco.

E o seu corpo. Aquele corpo foi definitivamente o tema das conversas de muitas mulheres que o viram. Os blogs online e a web site das Raças estavam cheios de conversas sobre o corpo dele. Um metro e noventa e quatro e amplo. Proporcional. As pernas eram musculosas e fortes, a força e poder sob a pele traria á tona os instintos femininos de qualquer mulher.

O instinto para submeter-se embaixo dele. Para fazer que ele a cobrisse, a possuísse, e arrancasse gritos de prazer dela.

Mas ela não esperava que ele se dispusesse a aceitar suas carícias tão facilmente. O animal masculino dentro dele era mais forte do que a maior parte dos homens; ela sabia só pelo tempo que passou com ele. E ele estava com fome. Muito e acordado. O comprimento grosso do seu cogumelo gigante aumentou o tamanho do saco pesado entre as suas coxas, ao longo da superfície dura do seu abdome musculoso.

Espessamente cheio de veias, a pele cor de bronze dourado, combinando com o resto da sua pele. Mas aquela vara grossa era ausente dos pelos fininhos que cobriam seu corpo.

Era seda sobre ferro, a cabeça enorme, úmida com um pouco de sêmem. E com uma Raça, não havia nenhuma necessidade de incomodar-se com o controle de natalidade ou doenças sexuais. Eles eram os amantes perfeitos. Ele quebraria seu coração e ela sabia.

Mas até lá, ela podia desfrutar. Abaixou a cabeça e acariciou com a língua ao longo da sua ereção, lambendo e acariciando. Ela provou a ponta grossa, contornou e chupou a ponta, sugando a essência dele com a língua e gemeu ao sentir o gosto dele. Parecia com a meia-noite. Como um fogo se queimando na lareira enquanto o vento frio soprou do lado de fora. Terreno. Nem doce, não azedo, mas limpo e completamente masculino. E ela queria mais dele.

Sua língua dançou por cima da fenda muito pequena, ciente que ela o fez crispar as mãos enquanto ele se arqueava contra ela.

Tanto poder. Ela pôde senti-lo pulsando no ar em volta deles e embaixo da cabeça grossa do seu pau. Enchendo ela. O poder de uma mulher por cima do animal selvagem que ele por dentro dele. Era inebriante. Um afrodisíaco todo próprio. E quando ela encheu a sua boca dele, aquele poder intensificou. O corpo dele ficou tenso, seus quadris se arquearam num empurrão selvagem como se ele não quisesse fazer nada mais que se enfiar na sua boca profundamente, assim como ele tinha tomado o seu corpo antes.

-Caramba! Sua voz retumbou. –Isto é tão danado de bom, Ria.

Ela lambeu e ao mesmo tempo chupava a cabeça grossa da pica dura. Insistentemente acariciou-o com a boca afoita e deixando seus sentidos se encher dele. O gosto dele, o calor dele.

 

Uma mão se levantou da colcha, tocou o lado da face dela e ele a olhou. Como se aquela experiência fosse especial, como se ele nunca tivesse tido uma mulher que o sugasse com a sua boca.

Como qualquer mulher poderia resistir? Ver o azul se intensificando nos olhos dele a fez enlouquecer de luxúria. A pequena prova que ela teve do sêmen dele a fez desejar mais, como se fosse viciante. Como se o gosto dele fosse tudo que ela precisasse para sobreviver.

Ela trabalhou a boca na cabeça do pau duro dele, chupou com a parte de trás da boca quase que na garganta, movendo freneticamente sua língua contra a fenda sensível e gemendo com a excitação que a encheu quando as mãos dele apertaram os cabelos dela.

Ela nunca gostou dos jogos de poder que os homens jogavam na cama. A dor que eles acreditavam que forçaria a reagir para a sua sexualidade. Havia cálculo em cada ato. Com Mercury não havia nada disso, mas cada puxão forte no seu cabelo a fez gemer de dor junto com um prazer que cutucou com força o fundo da vagina, numa aferroada dolorosa de desejo. Ela gostou daquilo com ele. Não foi calculado. Era prazer. Era o homem que a seguia naquele reino sombrio de desejos, de fomes que agora ela sabia que nunca foi saciado até o toque dele. E agora, só seria satisfeito até que ele a tocasse novamente.

-Maravilhosa, ele gemeu. – A sensação da sua boca, Ria. Droga! Ele se arqueou, pressionando mais contra a boca dela quando ela recuou.

Ela enrolou seus dedos em volta da pesada vara carnuda, sem esperança de rodear ele completamente, e acariciou. Seus lábios acariciaram a ponta, acariciou por baixo do cabo, lambeu e chupou o saco endurecido embaixo, enquanto as mãos dele se afundaram no couro cabeludo dela.

Ela sentiu a raspagem das unhas contra a sua cabeça. Aquelas garras embotadas, a representação física do animal dentro dele, e ela quase o sentiu naquelas garras.

O clitóris dela estava inchado, pulsando. O desejo estava esfaqueando pelo corpo dela e a fome por mais dele guiava a sua boca.

-Mantenha isto, Ria, eu vou gozar. A voz dele era grossa, quase um ronronado, com um rosnado que pulsou por baixo da voz. -Eu vou encher essa sua boca bonita se você não parar.

Ela sugou-o mais fundo, apertando os lábios e sua boca em volta da cabeça grossa e fodendo o pau dele com sua língua, contra o céu da boca. Ela amou isso, lavando ele; gemeu envolta dele.

A mão dele apertou mais na sua cabeça e ela choramingou com o prazer extático. Ela sugou-o mais, precisando do gosto dele. Ela precisava disso, morria por isso.

-Oh Ria! Você é maravilhosa. Ele puxou seu cabelo novamente.

Movendo o pinto para um lado ela raspou as unhas nas coxas dele e teria gritado pela força com a qual os quadris dele se moveram aos arrancos.

As suas mãos mantiveram-na contra seu pau; um rosnado deixou os lábios dele e sua porra jorrou forte, quente, enchendo boca sugadora daquele gosto selvagem enquanto ela lutava para mamar cada jato quente.

Ela estava quase gozando ao sentir o gozo e o gosto dele. O sabor era como fogo, queimando através de suas células e enchendo-a de alguma coisa tão selvagem quanto a luxúria que se queimava entre eles.

Quando ela tomou tudo que ele tinha para dar, ele a pegou de surpresa novamente. A chocou. Ele a puxou ao longo do corpo dele, agarrou os quadris dela e antes que ela percebesse sua intenção, que ele já tinha enterrado vários centímetros do pau duro dentro das profundidades molhadas da sua concha.

Ele ainda estava excitado. Ainda duro como ferro e faminto.

Resistindo à força das mãos dele, ela se ergueu, abrindo os olhos para encará-lo antes de se baixar sobre o pinto novamente, os centímetros entrando mais fundo, se mexeu sobre o pauzão amando cada segundo daquilo.

Ela nunca teve um amante que a possuísse depois de achar o prazer dele. Inferno, ela nunca esteve com um homem que achava o prazer dele mais de uma vez num período de quarenta e oito horas.

-Possua-me. Mercury a olhou.

Ela sorriu para suas feições ferozes. Luxúria selvagem raiou nos seus olhos, nos contornos agudos de seu rosto.

-Me tome.

Provocação. Desafio.

Mercury fitou nos olhos de Ria e viu coisas que nunca viu em outra mulher. Aceitação.

A luxúria animal estava subindo dentro dele, algo que ele sempre controlou e combateu antes, algo que ele não tinha nenhuma capacidade para lutar com Ria. E ele viu a aceitação dela disto.

Ele nunca teve uma mulher se abaixando sobre ele. Elas temiam a explosão da porra quente, tinham medo de serem infectadas pelo esperma.

Ele nunca teve uma que o tomasse. A sua Ria estava literalmente tomando-o todo. Lutando contra ele, o desafiando a possuí-la, implorando a ele.

-Você não quer que eu faça isso, Ria, ele gemeu com as mãos apertando os quadris dela. -Me leve, meu bem. Não faça isto a nós dois.

Ele não queria machucar ela. Ele não queria libertar a luxúria primitiva que palpitava nas veias dele, exigindo que ele fodesse furiosamente a xoxota dela como ele queria.

Ela fez um pequeno e sensual beicinho para ele, levantou seus quadris, remexeu-se contra o pênis duro, o provocando mais. Sua racha estreita, fodendo ele bem apertada, queimando sua carne dele, apertou e ordenhou a ponta grossa de seu pau. Mas somente a cabeça bulbosa, enorme. Ela o atormentava se esfregando no pau ele. Ela tentava uma parte dele que ele nunca permitiu crescer dentro dele.

-Talvez seja isto exatamente o que quero Mercury. Ela inclinou-se para frente e mordiscou os lábios dele..

Quando ele tentou pegar o seu beijo, ela afastou sua cabeça e soltou um riso suave, sexy.

-Ria. O aviso foi ignorado quando ela levantou novamente, quase soltando o pau dele do seu corpo, mas ele empurrou os quadris com força para cima, tomando mais dela, mas não bastante. Agora é uma hora incorreta para provocar, querida.

-Me tome novamente, Mercury ela sussurrou, suas unhas se fincando no tórax poderoso. –Eu te desafio.

Ele sentiu o suor cobrindo seu peito enquanto ele tentava se forçar para entrar mais nela e ela lutou contra isso. Ela estava em uma posição de controle, escorregadia e molhada, e tentando ele. Tentando alguma coisa que ele não reconhecia dentro da sua própria luxúria.

Ele tentou inspirar, clarear a cabeça da maré vermelha da luxúria que correu por cima dele, mas todo que ele pôde cheirar foi o desafio dela, o desejo dela por ele correndo por seus sentidos.

Ele se forçou para cima, contra ela e ela levantou novamente. As suas mãos apertaram-se nos seus quadris para prendê-la com força sobre ele, ela se mexeu, lutando até que ela ficou livre sem ele.

Aquilo foi a gota d’água.

-Eu desafio você, ela gemeu.

Com uma onda de poder, ele a ergueu, virou o estômago dela e subiu em cima dela. Ele a envolveu com um braço embaixo dos quadris dela, a ergueu, a firmou e se enterrou dentro dela.

Ela tomou uma parte dele na primeira estocada com um grito estrangulado. Ela tomou mais com o segundo; no terço golpe poderoso dos quadris dele, ele enterrou todo o comprimento do pau dentro dela e quase rugiu o triunfo dele quando ela gritou de prazer.

Isto era prazer. A sua racha se contraiu em espasmos em volta dele do cogumelo gigante, seus sucos derramados ao longo do pauzão duro e o seu corpo se retorceu com o prazer que se aproximava.

-Tomada. Ele subiu por cima dela, trancou os seus dentes no seu ombro para mantê-la no lugar e começou a empurrar com força dentro dela com toda a luxúria feroz e fome que esteve dentro dele por uma vida.

Não levou muito tempo para nenhum dos dois. Os golpes duros, poderosos do seu cogumelo gigante dentro da xoxota dela enviaram espasmos de puro prazer, que os dois logo estavam perto de gozarem. Mercury sentiu-a apertar-se, sentiu o espasmo de prazer da sua racha e ouviu o seu gozo no grito estrangulado que encheu a sua cabeça. Os gritos dela misturaram-se com as suas rosnaduras enquanto ele sentiu que o seu próprio orgasmo começava a vir sobre ele. Ele ainda continuou empurrando, acariciando, e rosnou com o poder do prazer. Gozou até que tivesse dado a ela tudo que tinha, mais que jamais pensou que poderia dar a uma mulher, e desabou sobre ela.

Diabos, ele ainda não tinha tirado a roupa dela. Ele não tinha acariciado e chupado os lindos seios dela. Ele não tinha provado o doce grelo entre suas coxas novamente. Ele tinha acabado de possuir ela. Selvagemente. Ele nunca gozou tão profundamente um orgasmo, de modo tão delicioso e explosivo.

Ele ainda estava deitado em cima dela e ainda enfiado nela, era tão gostosa ele pensou ao se remexer um pouco, só para senti-la, mas odiava o pensamento de puxar seu pau de dentro dela, de libertá-la da posse dele e enfrentar realidade mais uma vez.

Ela não tinha nenhuma idéia o poder dela sobre o pau dele e não era somente no aspecto físico. Aprofundou-se mais. E chamou alguma coisa nele, isso não fez sentido nenhum, algo que ele sabia que devia ser cauteloso e atento, mas ainda não pôde achar forças para procurar respostas para aquilo.

-Se você se mover eu vou te matar, ela suspirou sonolentamente.

-Eu sou pesado. Ele beijou seu ombro.

Ele a tinha mordido. Uma mancha de sangue tingia o ombro dela agora; a marca de quatro caninos afiados estava gravada na carne dela.

-Você está tão quente, ela suspirou e ele ouviu o cansaço na voz dela. -Eu estou tão cansada de estar fria, Mercury. Mantenha-me aquecida, só por mais alguns minutos. Por dentro e por fora. Deixe-me ficar aquecida.

Ele se acalmou contra ela, olhou para o perfil dela. As pálpebras cobriram os olhos dela e ele jurou que ela levou menos de dois segundos para cair no sono. E ela só queria estar aquecida por um mais alguns minutos.

Ele poderia recusar isso a ela? Ele sabia como era sentir frio,   aquele sentimento de que não havia nada para aquecê-lo, que a solidão tinha cavado seu caminho tão profundamente no interior dele, que ele nunca saberia o que era o verdadeiro calor humano.

Mas ela tinha aquecido ele.

Ele percebeu isso. Algo congelado dentro dele foi aquecido no momento que ele a viu e agora mesmo, do mesmo modo que agora há pouco a segurando assim, não havia nem mesmo o frio mais leve dentro dele ou por fora dele.

Ele não negaria seu calor a ela, pois ela tinha dado isto a ele.

Ele a segurou, deixando-a cair no sono, em seguida, empurrou o laptop esquecido para o canto da cabeceira antes de puxar o acolchoado sobre eles e relaxou ao lado dela.

Ela gemeu a perda, mas só até que ele a abraçou. Ele a envolveu com seus braços fortes, abraçou as pernas dela com as dele e dobrou a cabeça dela contra o pescoço dele, sua respiração suave contra ele era confortante.

E ele sentiu a necessidade de dormir. Apenas uma soneca. Só um pouco para restaurar seu equilíbrio mental. Porque de alguma forma, em algum lugar nele, Ria tinha abalado sua vida como nada tinha feito.

 

O animal observou com olhos cuidadosos e vigiando qualquer detenção. Ele forçou o homem adormecido a abrir os olhos, olhou pelos olhos do homem em volta dele e viu só a escuridão do quarto onde eles dormiam.

Olhou para baixo e viu a mulher. Em sua alma bruta, assolada pela dor sentiu que a primeira lasca de paz surgia. Aquela pequena luz que lhe deu a esperança.

A mulher enfraqueceu o controle do homem, o fez menos vigilante, menos desconfiado quando o animal veio à sua consciência.

As emoções do homem finalmente soltaram-se, e com isto, o animal podia sentir a liberdade somente nas bordas da sua mente.

Como ele estava cansado. Como sofreu, trancado tão profundamente dentro da mente do homem que a sua prisão parecia com o inferno cheio dos seus próprios rugidos.

Doce Ria. O homem pensou nela como Doce Ria. O animal viu mais. Muito mais. Enquanto o homem dormia, ele se esticou lentamente para fora e tocou o cabelo dela. Emoção apertou sua mente cansada, deu-lhe força. Ela deu força ao homem e ao animal.

O cabelo dela era macio, tão macio. O animal queria experimentar a sensação de tocá-la através da mão do homem. O homem dormia profundamente agarrado nela, mas ainda assim o animal se moveu cautelosamente, muito cautelosamente. Não podia permitir que esta mulher fugisse dele. O homem acreditava que ela tentaria partir. Ele estava se preparando para isto. O animal se recusou permitir aquilo.

A marca que o homem tinha feito no ombro dela há pouco estava debaixo da boca do homem. Lentamente, chegando mais perto, o animal deixou seu poder infiltrar-se no homem. Somente um pouco. Só o suficiente.

Segundos depois, o animal soltou seus macios ronronados quando o homem lambeu àquela ferida. O gosto de fome primitiva encheu a boca do homem, do animal em seu ser. Sentiu sua língua grossa, inchada, dolorida. Ele lambeu o ombro da mulher, sondado às feridas minúsculas que os caninos afiados fizeram e se derramando dentro do corpo dela.

Não muito, só um pouco. O gosto dela era o verdadeiro calor. O gelo que envolvia o animal enfraqueceu e enquanto lambia à carne macia do ombro dela, era como se aquele calor ativasse a sua força.

Força. Poderia ser livre agora. Poderia se libertar dos laços que o prendia, mas se fizesse, se agisse muito depressa, o homem lutaria.

O animal retrocedeu, sofrendo, mas mais forte. Não era o bastante. Não estava forte o bastante para a luta que o homem poderia empreender. E o homem sempre estava atento e vigiando. Mesmo agora, durante o sono ele lutava, ciente que algo estava diferente. Que algo se movia dentro dele.

O animal se escondeu na escuridão fria, o calor da mulher tão perto. Seus olhos se fecharam. Forçou-se a dormir. Porque a mulher estava bem perto dele. Entretanto, o animal estava tão fraco. . . E o perigo estava se aproximando.

 

Mercury acordou rapidamente. Por um momento, sentiu algo que não sentiu dentro dele durante tantos anos que no início, ele simplesmente não reconheceu. Aquela onda da adrenalina feral, uma raiva que rasgava através de sua mente enquanto suas garras se flexionaram, mas docemente, muito suavemente, porque a carne macia e doce embaixo das garras pertencia a Ria.

E ele nem tentou se mover. Não ainda.

As sombras passaram pela porta. Não havia cheiro. Nem cheiro de ser humano ou de uma Raça.

Havia cheiro de roupa, de perigo.

Um rosnado silencioso veio aos seus lábios; raiva bombeou pelo seu sangue. Ele não deixou de pensar sobre a febre feral ou os instintos animais que de repente aumentaram dentro dele.

Ele pode cheirar as armas que levavam o que era o suficiente para ele. Ele podia sentir o perigo rondando nas sombras que se infiltram através da noite.

Ele localizou-os, a sua visão noturna ainda encoberta, como geralmente era, mas ainda não era perfeita. Não era tão clara como foi antes da febre de deslocamento feral. Ele não podia ver seus rostos, mas podia seguir o rastro de seus corpos, vê-los se mover.

Eles pararam quando entraram no quarto. O de forma mais alta e larga guiou o outro por gestos para ir ao outro lado da cama e indicou que ele ao redor dele.

Talvez não fosse possível. Se eles se separassem, seria mais difícil derrubá-los. Apenas mais um segundo.

Ele esperou, com os músculos preparados, em seguida, com um rosnado de raiva ele saiu da cama.

Ele não questionou a adrenalina correndo nele; o estouro de poder ou a onda de força que queimou pelo corpo dele.

Eles estavam lá, no quarto de Ria, muito perto dela. Perto demais da mulher dele. Perto de pô-la em perigo. E isso era intolerável.

Ele bateu o primeiro contra a parede quando Ria gritou. Derrubou o segundo com um pontapé poderoso e bem dado nos rins e rolou em dor.

O inimigo deve morrer. Apenas ao último pensamento o salvou de concluir isto quando a primeira sombra voou em cima de Mercury.

Tinha que ser uma Raça. Nada mais poderia ser tão forte.

A luz iluminou de repente o quarto, momentaneamente cegando a vista de Mercury, mas não seus sentidos.

Seu braço se contorceu por fora, empurrando as costas da Raça, batendo na cômoda com força suficiente para rachar a madeira, enquanto sentia a segunda Raça vindo sobre a sua cabeça.

Seu braço voou rápido, sua mão envolveu em torno de uma garganta, o outro com arma na mão deu uma pancada na sua outra mão. Batendo na parede, a vista dele ainda ofuscada, se ajustando da escuridão para a luz, Mercury rosnou na cara do intruso.

-Você quer deixá-lo ir, amigo? Uma voz dura o informou que o cano da arma pressionava seu pescoço.

Mercury gelou.

-Mercury. O som da voz de Ria o inflamou.

O instinto fez sua mão, subir como um relâmpago, empurrou a arma, descarregou-a enquanto seu cotovelo fechava com força no mesmo momento que uma voz penetrou sua mente.

-Dane!Ria gritou o nome quando a vista de Mercury limpou, seus olhos se travarem fixo nos claros- olhos azuis, olhos protuberantes olhos de Ryan DeSalvo, o guarda costas que viajava com Dane Vanderale.

Mercury afrouxou o aperto apenas o bastante para conter-se de matar o outro homem antes de se virar,, seus olhos caíram sobre Dane com a Ria encurvada sobre ele, os olhos dela travados em Mercury cheios de horror.

Ele soltou DeSalvo lentamente, vendo como ele escorregava pela parede até o chão, sufocando a procura de ar para sue corpo.

Dane também respirava... Ainda.

Mercury rosnou novamente quando Ria ergueu a cabeça de Dane contra o seio dela. Ele não pôde mais parar. Pelado, furioso, ele agarrou o braço dela, e a arrastou para o outro lado da cama enquanto ela lutava contra ele.

Os punhos dela golpearam o tórax dele, chorando, lágrimas abundantes correndo soltas pelo rosto dela.

-Você quer que ele viva? Ele rosnou na cara dela, a adrenalina feral ainda correndo pelo corpo dele quando agarrou os ombros dela e a sacudiu apenas o bastante para obrigá-la a olhá-lo. – Toque nele e ele morre. Ele não reconheceu a própria voz. –Você está me entendendo Ria?

-Você está louco! ela gritou. -Ele não estava aqui para me machucar.

-E eu ia saber disso como? Ele só pretendia gritar com ela, mas saiu como um rugido primitivo.- Como saberia? Eu não sinto o cheiro, Ria. Não tenho o sentido de antecipação a perigo. Ele apertou-lhe os ombros novamente. –Então como saberia?

-Eu tenho que ajudar a ele. Ela estava chorando. Chorando por outro homem e ela nunca tinha derramado nenhuma lágrima por ele.

Ele abaixou o rosto até o dela, seu nariz quase se colou no nariz dela.

-Toque nele e ele morre. Se ela podia ficar mais branca, agora ela totalmente sem cor.. O rosto dela estava absolutamente branco quando ele a soltou ainda rosnando. Ele estava rosnando como um animal raivoso. Ele a soltou lentamente, apontando em advertência o dedo para ela e foi pegar as roupas dele, alerta nela.

Um movimento por detrás ele o fez se transformar num minuto, se virou e rosnou furiosamente novamente. Metade rugido, metade rosnado enfurecidos. Ryan DeSalvo parou com a sua mão que se esticava para perto da arma que ele tinha levado.

Atrás de Mercury, os soluços de Ria o machucavam, rasgando-o.

Ele deu um pontapé na arma para baixo da cama, deu um olhar de relance para Vanderale que ainda vivia e vestiu sua a calça jeans que estava no chão.

Como fechou o zíper , ele pulou da cama, ignorando o choro de Ria,a apertou na parede , quando a porta abriu e Raças entraram correndo.

Lawe e Rule, Jonas e Callan. Eles entraram e estacaram de repente, vendo chocados a cena diante dos olhos deles. Então olharam para Mercury quando ele rosnou avisando eles.

-Calma, Merc. Jonas respirava fortemente quando ele puxou do chão o robe de seda que Ria usou mais cedo e jogou para Mercury. -Cuide da sua mulher. Nós pegamos isto.

Merc pegou o robe, sentindo seu sangue fervendo de fúria em pensar em alguém vendo sua Ria nua. Ver ela se inclinar sobre Dane, nua, seu lindo cabelo longo flutuando em cascatas, ele quis matar Dane. Arrancar a sua garganta. Se Dane estivesse consciente, Mercury perguntou-se se ele não teria feito exatamente isso.

Ele virou-se para ela, ajudando-a a vestir-se enquanto as lágrimas continuavam a cair de seus olhos.

-Se continuar a chorar por esse sacana e eu vou perder a cabeça, ele rugiu, duramente, brutalmente, a violência enchendo sua voz, fazendo-a retroceder um passo.

-Você já perdeu a cabeça. Ela bateu em seu ombro, forte. Ela podia ter batido na cara e ele sabia disso. O fato dela ter se contido e dado um passo para atrás, era uma prova de seu medo.

Ele amarrou seu robe em torno da cintura dela suavemente.

-Se vista. Ele lutava agora contra o aumento da adrenalina. –Ponha roupa o suficiente para eu não enlouqueça. Faça agora.

Ria o encarou, bem como o brilho azul queimando em seus olhos agora, misturado com ouro velho que era difícil saber a verdadeira cor de seus olhos. Eles brilhavam selvagemente nos traços faciais dele. Febre feral selvagem apertava cada músculo e nervos, avisando-a que ele ainda não sabia controlar a fúria selvagem que correia sobre ele.

Ela deslizou em torno dele, lançando um olhar em direção a Dane apesar de Mercury rosnar de protesto. Ele estava vivo. Sangrando, mas Callan e Jonas e as duas raças rodeavam ele, assim como Ryan. Ou Rye, como Dane tinha o hábito de chamar-lhe.

Rye estava ferido e sangrava, sua camisa quase rasgada por ele e sua garganta machucada. Dane parecia pior. Sangue brotava da raiz do cabelo dele, manchando dele de sangue, seus lábios e nariz sangravam.

Ela volta a encarar Mercury. Ele cobria com sue corpo o corpo dela, suas mãos estendidas contra a parede, ignorando todos, enquanto ele nitidamente lutava para se controlar.

Que diabos tinha acontecido?

Ela reuniu suas roupas. Jeans e meias, um suéter grande. Roupa suficiente para que ele não perca sua mente, ele tinha avisado a ela.

Ela foi para o banheiro, insegura do que pensar, o que sentir. Incerta em como e em que tipo de animal seu amante tinha se transformado.

 

Foda. Dane acordou xingando lentamente, falou de forma incompreensível quando Mercury soltou suas mãos da parede e voltou ao quarto.

Andou através do quarto, puxou uma camisa limpa da cômoda que tinha o tampo de cima completamente rachado e a vestiu pela cabeça.

Ryan ergueu seu olhar do chefe dele e Mercury viu a desconfiança nos olhos dele. Da mesma maneira que ele viu aquilo em todo o mundo.

-Ele tem razão. Ryan concordou e expirou asperamente. –Dane entrou sorrateiramente. Ele gosta de jogar jogos com Ria. Droga! Ele pensou que seria engraçado assustar bastante a ela. Nós não sabíamos que ela tinha companhia até que nós já estávamos no quarto.

-A Bruxa de Li'l nunca tem companhia. Dane escolheu aquele momento para cuspir a acusação. -Ela é tão malditamente mal humorada que ninguém agüenta ficar a noite toda na mesma cama ao lado dela. Ele abriu os olhos e focalizou no Mercury. -O primeiro é você.

O rosnado de Callan era intimidador, furioso. -Você deslizou escondido dos guardas dela, invadiu a cabana e não pensou por um maldito minuto que poderia se mover furtivamente para cima de uma Raça que dormia na cabana com ela? Ele moveu-se aos arrancos aos seus pés, o seu longo cabelo dourado solto e flutuando sobre os seus ombros. –Filho da Puta! Você sabe de uma coisa? A Vanderale Indústrias pode enfiar no rabo seu dinheiro maldito porque estou cheio dos seus joguinhos. Ele apontou o dedo furiosamente em Dane. -Obviamente a genética fodeu a sua cabeça Dane, porque qualquer um nascido do Primeiro Leo teria mais sentido do perigo.

-Híbrido, Ryan aspirou. –Espere um pouco, Lyons, você verá que é divertido elevar um hibrido.

-Se ele cometer outro erro comigo de novo, vai descobrir logo como um híbrido morre, Mercury rosnou, se controlando, mas a raiva pairava sobre ele, quando Dane se sentou lentamente.

-Tirem-no daqui. Jonas se levantou, encarando Mercury, os olhos prateados frios e duros. –Para fora , na sala de estar e remendem a bunda dele antes que eu termine isto para ele. Ele correu as mãos pelo cabelo curto e o queixo de Mercury se apertou quando os outros Raças ajudaram a outra Raça aos pés dele.

-Dane. O rosnado ainda estava em sua voz.

Dane girou sua cabeça dolorida, recuando ao movimento.

-Invada nosso quarto outra vez sem aviso, e eu vou matar você.

-Você não vai matar ninguém. Se fosse, você já teria feito isso esta noite. Ria disse saindo do banheiro.

Mercury se voltou para ela, e algo dentro dele se acalmou instantaneamente.

Ela não estava pálida ou chorando. Seus olhos brilhavam de irritação, e um rubor de raiva tingia sua face.Ela vestia uma calça jeans e um suéter grande e não havia nada para ameaçar a raiva primitiva que tinha construído dentro dele de pensar que sua nudez era mostrada na frente de outros homens.

Mas ela não estava feliz com ele também. Ele pôde ouvir no tom da voz dela, viu no olhar que ela deu para ele.

-Inferno, Dane murmurou. –Rye, não trouxemos a mochila?

Rye sorriu. -Está na sala de estar.

-Não se preocupe. Dane era mancou ao ajudarem no a sair do quarto. –Eu tenho o seu maldito pagamento.

 

Ria pôs suas jóias na escrivaninha. Aquilo era um despojo absolutamente belo: vários, quase perfeitos diamantes, esmeraldas, rubis, tão brilhantes que quase a cegavam, uma pedra se sobressaia, um olho de tigre enorme que ela girou entre seus dedos com magia e majestade.

Ela colocou todas as pedras em uma bolsa aveludada, amarrou e enfiou no fundo bolso embutido de sua calça jeans, logo abriu seu celular e teclou a discagem direta para o número de emergência de Leo. Sua ameaça dela para Dane. Se o bônus não a agradasse, ela ia telefonar e mandado ele para o inferno e voltado para casa novamente.

Ela não era uma mercenária. Não era o valor real das pedras ou até mesmo a beleza das próprias pedras. Era o fato que elas pareciam impedir Dane de envolvê-la em jogos que eram muito confusos para considerar permitir que Leo descobrir. Ela tinha uma fraqueza por jogos, mas era um pouco cautelosa. Dane não tinha nenhuma.

Dizer que Mercury estava chateado por causa do pagamento era pôr as coisas suavemente. Ainda havia pequenos, diminutos rosnados trovejando na garganta dele. E aquelas faíscas minúsculas de azul não tinha deixado os olhos dele completamente.

Deslocamento feral era um fenômeno que Raças não podiam controlar, entretanto, e ele tinha todos os sinais disto, mas a situação estava firmemente sob controle. Dane ainda tinha seu coração dentro do peito e Rye ainda tinha a cabeça sobre os ombros. Ria se contentava com isso embora suspeitasse que Dane pudesse ter perdido mais sangue que sabiam.

-Olhe para ela, Rye. O tom dele estava divertido apesar da dor. -Eu estou surpreso por ela não ter pegado seus óculos de joalheria.

Ela virou de frente para ele, as vísceras dela ainda tremendo, ciente de como Dane esteve perto de morrer a horrorizava.

-Você tem uma viagem marcada para a Ásia semana que vem, ela disse. -Eu espero pérolas naturais asiáticas quando você voltar. Ele lhe deu um olhar encoberto e olhou a bolsa aveludada. -Eu acabei de lhe pagar uma fortuna.

-Duas fortunas não são o bastante pelo que você me fez passar esta noite, ela estalou, sentindo as lágrimas entaladas na garganta dela novamente. -Você perdeu sua cabeça, Dane.Ela não pôde controlar o sotaque ou passou despercebido na voz dela e ela sabia que todo homem no quarto poderia cheirar a dor e o medo dela.

Dane franziu a testa a isso, seu olhar indo para onde Mercury tentou colocar ela atrás dele.

-Eu diria que você escorregou um pouco o caminho sozinho, querida, ele disse. -Por que será que isso não me surpreende que você tenha se acasalado com um selvagem?

-Não há acasalamento. Mercury rosnou a negação, e Ria pensou que seu coração eia partir.

Diabos, ele podia ter apenas permanecido em silêncio.

Dane fitou os dois, seus olhos castanhos dourados pensativo por longos momentos.

-Me enganei, ele finalmente disse lentamente lançando um olhar para Rye. -Ela não faz nada de maneira fácil, não é?

Rye pôs a cabeça de volta no sofá e fitou o teto enquanto Dane se apoiava no canto e encarava de volta as outras raças no quarto. Especialmente seus irmãos, Jonas e Callan.

 

-Não comece, ela avisou deslizando de novo para perto de Mercury, certa que Dane ia começar a importunar Callan e Jonas. –Isso já foi longe demais.

Dane encolheu os ombros. -Muito bem. Você pediu retirada. Arrume suas malas e eu logo termos a limusine enviada do aeródromo particular em que nós pousamos. Rye e eu viemos caminhando. Entretanto, duvido que queira fazer o mesmo caminho Nós a teremos sã e salva em sua própria cama dentro de umas horas. Isso não seria agradável?

A cama fria, sua solidão. Sem o corpo duro, quente de Mercury.

Ela se voltou aos outros, seu olhar indo para Callan e as expressões desconfiadas, selvagens de Jonas. Eles não estavam contentes e eles sabiam que alguma coisa estava acontecendo.

-Isto foi muito longe, ela disse a Dane.

         Ele a encarou friamente. -Você vai quebrar seu coração, amor. Você sabe o que isso significa para você. Faz Leo rosnar de raiva. E Elizabeth tentará mimar você. Sei que você odeia isso.

Sua voz era gentil, era um lembrete suave de como ela poderia ser ferida facilmente, e um aviso. O aviso chegou um segundo antes dos braços de Mercury a rodearem, num abraço forte e quente, ele a puxou firmemente contra o peito dele.

Sua cabeça abaixou, seus lábios se colaram na orelha dela e rosnou baixo. -Você não vai embora. Ele mordiscou e lambeu dentro da orelha dela após rosnar sua exigência.

O olhar de Ria permanecia grudado em Dane, sabendo que ele via nos olhos dela coisas que tentava esconder até dela mesma.

-Nós temos que acabar com isto, Dane. Ela agarrou os pulsos de Mercury, atenta da suspeita dirigida a ela agora. -Não pode ir mais longe.

Mercury se enrijeceu contra ela; Callan e Jonas a observaram com expressões duras, implacáveis.

-Pois bem, eu acho que é o suficiente. Ele relaxou se recostando no sofá, um sorriso zombeteiro nos lábios dele. -Se não me deixarem sair daqui vivo, conte a Leo eu o fiz orgulhoso, ele riu.

Ria assentiu e virou para Callan. - Honrado Líder Lyon, é com profundo pesar que informo a você que não fui enviada aqui para analisar as despesas do Santuário para renovar o apoio financeiro da Vanderale Indústrias. Como sempre, esse apoio foi determinado por Leo Vanderale, o seu pai e não há nenhuma condição exigida.

Callan se pôs de pé lentamente, o poder gritava na postura dele, no brilho dos olhos âmbar, incandescendo quando a raiva animal começou a afluir dentro dele.

-Caralho! O que vocês dois vieram fazer aqui na minha propriedade? Olhou furioso para eles.

-Protegê-la. Dane se levantou também, atraindo o olhar de Callan que abandonou Ria para encarar Dane. –Lembre-se, amigo, ela é minha funcionária. Se você tem um problema com ela, você tratará comigo.

Callan voltou-se para Ria, o olhar em seu rosto encheu-se com tanta raiva que por um momento ela jurou que estava na frente de Leo.

-Para trás, Callan. Mercury rosnou, tentando puxá-la, protegendo-a outra vez atrás de seu corpo enorme. –Vamos ver o que ela tem a dizer primeiro.

-O que ela tem de dizer? Callan rugindo alto na cabana enquanto Jonas movia seus pés cautelosamente. -Você quer que eu ouça o que ela tem a dizer? Ela que entrou na minha casa com uma mentira? Sob as ordens deste pequeno cretino? Ele disse apontando para Dane.

-Gostaria de salientar um ponto, Leo e Elizabeth se uniram antes da minha concepção

Callan virou e rosnou na sua cara. Nariz a nariz. A raiva que provinha dele era uma coisa terrível de ver.

-Vê porque ele me trás bônus, murmurou Ria a Callan. -Isto é o que tenho de tolerar quando Leo descobre que o ajudei em um dos seus jogos. Mas geralmente é na minha cara que Leo grita.

Ela moveu-se ao lado de Mercury, puxando seu braço do confinamento em vão quando Callan a encarou. Ele deu uma olhada na cara de Mercury antes de rosnar furiosamente e ir para o outro lado da sala.

-Isto é o que Leo faz quando Elizabeth se põe na frente de Dane, ela sussurrou ao Mercury. Quase divertida. Se fosse Leo, ela poderia ficar satisfeita, mas quem sabia a genética que Callan realmente tomou?

Ele se voltou olhando furioso para ela. – Eu ouço muito bem cada palavra dita por sua boca, ele revelou.

-Continue rosnando para mim. Ela olhou-o cautelosamente embora o seu tom fosse aéreo. -Vou ganhar meia dúzia de perfeitas e raras pérolas na próxima semana e não mirradas como ele me traria de outra maneira. Ela encolheu os ombros, enterrando o seu medo. Quando se tratava com as Raças, nunca se deve admitir que tem medo deles. Mesmo de um.

-O que você estava fazendo na minha propriedade? Seu tom era cortante através da sala, e Ria engoliu em seco. Até mesmo Dane parecia um pouco receoso.

-Seguindo a pessoa ou pessoas responsáveis pelo vazamento de informações sobre o calor de acasalamento das Raças e a suspensão do envelhecimento para uma empresa farmacêutica que pesquisa um medicamento para explorar a sua capacidade para funcionar no corpo humano. Três não Raças já morreram e um está desaparecido, devido a essa pesquisa, a informação científica a respeito disso esta vazando de sua propriedade, O Santuário, Honrado Líder Lyon.

-Impossível, ele rosnou furiosamente. –Toda transmissão, cada fax, cada ar respirado dentro dos limites deste Complexo é monitorado. Não há nenhuma maneira de vazar nenhuma informação fora.

Não sem ser apanhado.

-Porém há. Ela disse-lhe suavemente. -Se você é treinado em criar um código para carregá-lo, então qualquer coisa você pode carregar para fora. A menos que alguém treinado para decifrar o código encontrá-lo. Eu encontrei o código, Sr. Lyons, agora eu só tenho que decifrá-lo.

O silêncio encheu a sala. Jonas, Callan e Dane a encararam em total descrença em suspenso.

-Você pode pagar a aposta quando voltarmos ao escritório, Dane comentou com Rye, que estava no sofá. –Eu te disse que ela faria o serviço, descobrindo tudo em menos de um mês.

-Você está me dizendo que alguém dentro da propriedade está dando nossos segredos a alguns cientistas cretinos do maldito Conselho? E ele sabia sobre isso? Seu dedo apontou acusadoramente Dane.

Ela respirava lentamente. -Não, Honrado Líder. Alguém está vendendo segredos relativos ao calor de acasalamento para um fabricante de medicamentos para experimentar em seres humanos. E eles estão fazendo isso para ganhar muito dinheiro no futuro com tratamento antienvelhecimento.

O rugido de raiva que abalou a cabana a fez recuar, e desta vez ela foi para trás de Mercury de boa vontade. Porque em mais de vinte anos lidando com Leo, ela nunca viu, nem sequer uma vez, em Leo a raiva que ela via agora em seu filho Callan

Em todos os anos desde que Dane se tornou adulto, Leo nunca saltou em cima de Dane como Callan fez agora. Jonas, Rye e Mercury lutaram para conseguir puxá-lo de volta, enquanto Dane se levantava lentamente e Ria viu atentamente o brilho de piedade em suas feições.

No momento que foi puxado para trás, Callan empurrou se soltando dos outros, indo para o outro lado da sala, lutando para se controlar.

Ela viu seus ombros enrijecidos de tensão, enquanto Mercury voltava para ela, obviamente, protegendo-a.

-Talvez devêssemos ter sido um pouco mais suaves, Dane comentou com deboche. -Parece que o Honrado Líder das Raças Felinas tem um pouco de um temperamento forte.

-Srta. Rodriquez, o celular de Leo é um número de linha exclusiva de discagem rápida? Jonas pediu cuidadosamente.

Ria permaneceu em silêncio.

-Ele está na minha discagem direta, Dane rosnou. -Você gostaria de chamá-lo e dizer-lhe que estamos investigando? Vá em frente, divida a lealdade dele entre o Santuário e os gêmeos que minha mãe deu à luz antes de voar para salvar seu filho mais velho. Estou certo que aqueles bebes não precisam dela, mesmo que pareçam estar doente no momento. Desgosto enchia sua voz. -Por que diabos você acha que ele não sabe sobre isso agora?

Isso não vai impedir Léo de explodir em Dane e ela a sua ira,quando soubesse tudo.

-Callan. Ria deu um passo a frente, ignorando o rosnado de aviso de Mercury quando Callan virou a cabeça, os olhos perigosos foram para ela, a raiva queimava nele tão à superfície que corria por ele em ondas. -Qualquer um golpe precisa de um evento para lhe dar impulso. Você quase morreu e você está se recuperando. Seus sentidos não estão de volta ao pico, Santuário está maduro para uma tomada agressiva de poder. Alguém está se movendo para destruí-lo de dentro para fora. Se as informações que Dane descobriu, estiverem corretas, então é só uma questão de semanas antes dos segredos vazarem completamente para os pesquisadores. Não podemos nos arriscar a isso. O meu trabalho era descobrir o culpado ou culpados. E havia muito poucas pessoas que nós estávamos absolutamente certos de não estarem envolvidos nisto, até que passei algum tempo sozinha analisando esses arquivos.

-Nós soubemos que você não estava envolvido, Dane falou, a voz dele severa. -Mas fora isso, nós não pudemos ter certeza. Quem está se movendo e está conseguindo passar as informações para fora é uma força forte junto as outras Raças, bastante deles, podem o apoiar. Há muito poucas raças fortes o bastante para fazer isto, Callan estalou.

-Exatamente, Dane concordou. –Não podemos correr o risco da informação que está vazando, e você confia no seu círculo íntimo com sua vida. Tivemos de assegurar que ninguém nesse círculo intimo estava envolvido antes de vir a você.

Callan girou para Mercury então. -Não havia nenhuma ordem para revogar sua graduação, disse-lhe. -E não havia nenhuma ordem para confiscar sua arma, seu uniforme ou forçá-lo ao exame médico.

-Você tem os memorandos entre escritórios que estão sendo falsificados? Os olhos de Dane estreitaram-se. -Você está usando o equipamento de rastreamento que enviamos a vocês no ano passado?

 

O olhar cáustico que Callan disparou nele era cheio de aversão.

-Então é você. Dane fez careta. Você ainda os segue?

-Nós ainda estamos trabalhando nele.

-Muitos dos memorandos que vêm do Santuário ao instituto de pesquisa e os contatos subsidiários têm vindo de um escritório, Ria informou a eles. -Eu rastreei a informação que cruza os memorandos assim como compras para três posições conectadas diretamente à Brandenmore Pesquisas.

-Quem? A voz de Callan era perigosa, selvagem, macho primitivo enfurecido que mais uma vez subia a tona na frente deles.

-Dos laboratórios das Raças disse Ria com voz macia. -Do escritório da Dr. Elyiana Morrey. E do computador pessoal do Honrado Líder das Raças, Lyons.

 

Mercury apoiou suas mãos na mesa e encarou fixamente a prova que Ria conseguiu tirar escondido dos arquivos e das mensagens eletrônicas que tinha copiado do escritório em que trabalhou dentro no Santuário. Prova de que as proteções não valiam merda nenhuma, porque sob a lente da câmera de vigilância ela conseguiu deslizar a evidência mais incriminadora contra o laboratório de Ely. A evidência era consideravelmente incriminatória também contra Callan.

-De qualquer modo, não estou inteiramente convencido com respeito à participação da Dra. Morrey, afirmou Ria. -Mas minhas suspeitas contra ela aumentaram com o passar dos dias. Sua agressividade quando eu me recusei a me submeter a seus exames logo após a minha chegada. Sua determinação para induzir a adrenalina feroz no sistema circulatório de Mercury, e sua insistência que ele seja confinado. Mercury foi treinado em uma grande variedade de áreas sensíveis e exigentes antes que o deslocamento feroz se mostrou. E mesmo depois, muitas das áreas em que ele se destacou ainda estão estáveis.

-Como diabo sabe de tudo isso? Jonas estalou. -A maioria dos registros das Raças do laboratório onde ele foi criado foi destruída.

-As Indústrias Vanderale invadiram os computadores dos laboratórios copiando tudo que interessava, quando você ainda usava fraldas, Dane zombou dele. -Nós tivemos esses arquivos durante anos. Leo estava organizando uma operação contra esse laboratório em particular para salvar várias das raças quando bateu a notícia de que os laboratórios estavam sendo atingidos. Mercury era uma das raças que mais o preocupava.

Mercury o olhou silenciosamente.

Dane suspirou. -Você foi treinado em códigos. Não se preocupe em negar isto. Vimos os seus arquivos. Você é treinado para somente criar e quebrar codificação sensível. Fazer isso era parte de várias de suas missões nos laboratórios.

-Não gosto disto. Mercury apontou para as cópias imprimidas de informações espalhadas sobre a mesa da cozinha. -Eu fui treinado no código militar, não em tudo que eles estão fazendo aqui.

Mas ele podia ver as linhas daquilo. Se ele estivesse no plantão da sala de transmissão se visse aquilo passando com certeza, teria capturado, mesmo que ele não pudesse decifrar aquilo, mas capturaria.

-Você era uma das criações mais bem sucedidas que o Conselho alcançou. Você é o mais forte dos encorajadores e você comanda com uma lealdade incrível. A única razão de você não liderar seu próprio comando é porque você o enterrou para baixo. Dane agitou sua cabeça. -Humildade não combina com você.

Mercury disparou nele um olhar chamejante. -Humildade nunca foi um dos méis interesses. Eu não comando porque o que eu faço é melhor servir trabalhando sozinho. É simplesmente isso.

-E esconde daqueles que podem contar o fato de você tem enfrentado o deslocamento da febre feroz, Dane salientou zombando. -Você sabia que o deslocamento feroz poderia retornar.

-Eu cuido disto. Ele encolheu os ombros. Ele esteve cuidando dele mesmo durante anos, e ele informou a Jonas suas suspeitas. Foi tudo que pode fazer.

-A lealdade de Mercury ou a sua capacidade de tratar-se não estão em questão, Callan informou a eles com voz fria agora.

A raiva consolidada à determinação fria. Mercury olhou para seu Líder de grupo, encontrando seu olhar através da mesa, e sentiu a certeza da confiança de Callan. E aliviou a raiva que tinha crescido em seu peito em pensar que o seu Líder, o homem a quem jurou lealdade até a morte, podia desconfiar dele.

-Quantos sabem que você não distribuiu aqueles comunicados oficiais? Dane perguntou a Callan.

As narinas de Callan chamejaram. -Kane e Jonas. Kane executou o diagnostico nas ordens que saíram, usando o equipamento Vanderale. Nem Ely nem os técnicos de segurança sabem que não enviei aquelas ordens.

Dane assentiu cruzando os braços sobre o peito e olhou para baixo as várias informações que Ria tinha escorregado do escritório dela.

-A informação foi codificada em código fechado e enviada em anexo dentro desses memorandos e relatórios de compras eletrônicos. Ela deslizou as folhas e as organizou em fileiras organizadas sobre a mesa. –Eu corri um meticuloso diagnóstico no corpo de cada mensagem, e vocês podem ver que um código foi inserido dentro dela. –Foi anexado às letras individuais dentro das palavras. Essa tecnologia é tão nova que até mesmo a Vanderale ainda está brincando com ela. A Brandenmore Pesquisas tem seu próprio setor eletrônico, entretanto, eles podem ter refinado o programa para o uso limitado como este aqui. Ela apontou seu dedo contra o código que tinha gerado quando ela imprimiu as mensagens utilizando o programa que a Vanderale inventou para exibi-lo. –Tomou mais de uma semana para eu seguir, capturar e entender isto, a partir da aparência dos sinais codificados, os rumores de que a informação está sendo enviada em etapas organizadas com um fim de prazo parecem corretos.

-Isto aqui veio do meu escritório. Callan disse ao pegar uma das mensagens soltas. –É uma ordem eletrônica de escritório. É uma mensagem que eu enviei, ele gritou.

–É. É isto é uma duplicata. Ela tirou outra folha de sua pilha, era um outro memorando que incluía a codificação. -Este é do seu computador pessoal. Ela aproveitou a deixa para continuar. –Este é aquele que de fato saiu na transmissão.

Ele levantou os olhos para ela lentamente. -Alguém está conseguindo interceptar as transmissões antes que elas saiam e anexam esta codificação?

Ela inalou lentamente quando concordou com a cabeça. –Essa é beleza desta nova tecnologia de alto desempenho e o perigo dela.

Os punhos de Callan apertaram-se, assim como sua expressão.

-Quantos departamentos no Santuário foram comprometidos?

-Até agora, eu achei isto em quase todos os departamentos, ela falou calmamente. –Embora, as principais entregas de transmissões em código sejam provenientes dos laboratórios. A parte da minha transmissão ao Dane no início do dia foi um pedido do programa de versão beta para descobrir a codificação de como a transmissão sai. Quando pedi o heli-jato por e-mail, na verdade eu pedia este programa.

Mercury olhou para ela, orgulhoso de saber em como ela era inteligente de verdade. Ele ainda estava inseguro da raiva ele que sentia pulsando no seu interior e ele não tinha nenhuma idéia como ela ia lidar com o que viu quando Dane entrou sorrateiramente no quarto.

Mas estava ao seu lado agora, dando-lhe a tranqüilidade de saber que ela estava segura.

Malditos cientistas do Conselho.

Esta mulher era sua, completamente sua. Não apenas sua mulher, mas sua companheira. Todo o seu instinto dentro dele estendeu-se para ela, se agarrando nela. Ele sabia que a falta do calor do acasalamento a machucava.

Ela não tinha nenhuma idéia do quanto o feria também.

-Quando pode ser instalado? Callan questionou-a.

-Quanto você confia incondicionalmente nas pessoas que vigiam as transmissões que partem do Santuário? Ela perguntou a ele. –Isto não poderá ser instalado sem o conhecimento dessas pessoas, Callan.

-Todas as comunicações, de partida como também de entrada, passam através de um escritório de segurança dentro da Casamata de Comunicações, Callan a informou. –Esse escritório é vigiado por minha irmã Sherra. Ela tem quatro Leoas que trabalham sob o comando dela, cada uma delas foi escolhida e treinada por ela.

-O quanto podemos confiar nas assistentes dela? Ria perguntou.

Mercury olhou para ela. A atitude dela sempre foi de respeito para Callan, nem uma vez ela mostrou qualquer ponta de desrespeito. Mas ela não recuava no que ela sabia, ou nas suas suspeitas.

-Ely não poder estar por trás de nada disso, e nem envolvida. Jonas falou finalmente, e Mercury sentiu a certeza em sua voz. Era uma certeza que ele não compartilhava.

- Ely está correndo assustada, disse suavemente Ria, a compaixão patente em sua voz, Mercury sabia que ela estava ciente que Ely era mais que apenas uma amiga para todos eles.

-Ely nos manteve sãos, Lawe disse se colocando ao lado de Jonas, olhando as provas incriminadoras sobre a mesa, antes de olhar Ria com amargura.

-O quanto os laboratórios são seguros? Ela perguntou então.

Jonas fez careta. -Ninguém entra ou sai sem permissão, é feito um escâner de retina e impressão digital para a autorização ser liberada. Então passam então para a segurança postagem. Mesmo para fazer os exames médicos, as Raças são escoltadas pelo executor(enforcer) de plantão.

-Você confia nos agentes de plantão? Ria perguntou.

-Foda-se, não é mais permitido confiar em ninguém agora? Callan rugiu. – Eles são Raças. Eles são os homens e mulheres que sobreviveram ao inferno e sabem das conseqüências que virão sobre nós se perdermos a aprovação pública de toda a sociedade. Eu não posso imaginar ninguém no Santuário capaz disto. Seus dedos apontavam os papéis na frente dele.

-Ainda assim, você sabe que até mesmo a pessoa mais confiável pode se a que fez um acordo, ela mostrou suavemente. - Taber provou isso.

Mercury encarou Callan. Todos eles se lembraram disso.

Quando Tanner, irmão de Callan trouxe a companheira dele para o Santuário, ela também trouxe a informação de que haveria uma tentativa de seqüestro do filho de Callan, que estava trabalhando. Taber, era um Leão que cuidava de David, foi aquele que tentou seqüestrar a criança, como também a mulher de Tanner, Scheme.

-Sim, Taber provou isso. Callan passou a mão sobre seu rosto e olhou o relógio no pulso. -A minha mulher e meus filhos estão sozinhos no Santuário, então agora corremos um risco maior do que já corremos.

-Eu contatei Jackal, Callan, Jonas disse calmamente. Ele informou a Kane, para avisar aos outros para estarem em guarda, atentos com suas companheiras e companheiros e seus filhos. Eles estão seguros.

Mas por quanto tempo? Mercury ergueu o olhar até Lawe e Rule antes de virar para Jonas.

-Nós precisamos de Rule e Lawe de volta ao Santuário. A principal família é de primordial importância e só Deus sabe o que poderia acontecer se alguém realmente decidido, tentar um golpe de surpresa agora. Nós temos a festa amanhã de noite, como também dignitários visitantes que chegam no dia seguinte. Nós não podemos nos arriscar com David ou a vida da criança ainda por nascer. Todos nós já sabemos quão mal é o Conselho e os cientistas farmacêuticos adorariam por as mãos deles numa companheira ou filhos nascidos destes acasalamentos.

- Está muito tarde para cancelar as festas, Jonas murmurou.

- E você não quer cancelar, Ria disse. –Horace Engalls das Indústrias Farmacêuticas Engalls estará presente, se eu me lembro direito da lista de convidado corretamente. Como também o Presidente da Brandenmore Pesquisas. Vejamos o que nós podemos descobrir durante estas festas. Eles não têm nenhuma idéia que nós estamos em cima deles, ela declarou. Vamos jogar direito, em posição de defesa para com eles.

-Como? Mercury podia sentir a mente dela funcionando a todo vapor; ele sentia a confiança e certeza que fluía dela.

-Coloque Lawe sobre Horace Engalls. E Rule sobre Phillip Brandenmore. Local de moradia fechada. Coloque as Raças Leoas nas convidadas deles. Certifiquem que não haja nenhum modo para transferirem informação enquanto eles estiverem aqui.

- Quem está transferindo a informação saberá que nós estamos sobre eles, Mercury mostrou antes de Jonas ou Callan poderem falar. Mas ele estava pensando, se movendo pela segurança que foi antecipadamente projetada para as festas e trabalhando com isto na cabeça dele. -Eles terão que usar as transmissões, ele disse então. -Nós teremos o programa instalado e pronto para uso. Se eles não puderem transferir informação cara a cara, eles terão que usar as transmissões depressa.

- Exatamente. Nós devemos localizar os computadores que originaram estes memorandos. O programa da Vanderale pode fazer isso, e pode interceptar e enviar os e-mails, documentos anexados, chat de bate papo pessoais ou memorandos voltar ao programa de Callan sem que alguém seja um perito. Callan, Kane, Dane e Rye podem fixar um horário para monitorar se que isto cause suspeita.

. "Caso contrário, ela acabará me valendo uma fortuna em jóias." "Isso é certo", Ria murmurou distraidamente como ela continuou esparramando os documentos ao redor

-Marcar com precisão. Dane falou em seguida. –Nós fomos convidados para a festa no final das contas.

Mercury não conseguiu prender o rosnado que subiu em sua garganta quando Dane se aproximou para mais perto de Ria. Dane fez uma careta ao ouvir e se afastou mais uma vez.

-Você vai ter que me deixar voltar às boas graças com ela, Mercury, disse ele rindo alto. -Caso contrário, ela vai acabar por custar-me uma fortuna em jóias.

-Isto é certo, Ria murmurou distraída enquanto continuava a espalhando e organizando os documentos sobre a mesa. –Jóias é sempre bom.

Ela não estava particularmente preocupada com Dane querendo voltar nas boas graças com ela ou permitindo que ele a distraísse do que ela estava colocando juntos.

Mercury se aproximou por trás dela, olhando sobre seu ombro, vendo como ela mudou as páginas, estudando-as, em seguida, moveu-as novamente. Quando ela acabou, o código disposto na mesa começou a parecer mais familiar.

-Você vê isto? Ela lhe perguntou, ela virou uma página e depois a virou de cabeça para baixo. Outro lado direito para cima.

-É um código do Conselho de Genética, Mercury percebeu quando ele estreitou os olhos àquilo. -Filhos da puta.

Jonas e Callan se aproximaram.

-Para o que você está olhando? Jonas perguntou.

Mercury olhou para Ria quando ela virou a cabeça e encarou-o.

-É por isto que eles o queriam preso e sedado, ela sussurrou.

-Eu não vejo nenhuma coisa que pareça familiar, Mercury, Jonas mordeu. -E eu também conheço o código do Conselho como você.

-Não é apenas o calor de acasalamento que eles procuram, Mercury respirou fundo. -Este código foi desenvolvido somente em um lugar. O laboratório foi criado por este código, Mercury leu várias linhas de transmissões em anexo, é o código para o deslocamento feral. Eles estão tentando duplicar isto.

Quando ele encarou o código de bits e peças começaram a mostrar um padrão. Números, grifos, caracteres, fórmulas científicas começaram a se reunir. Ele agitou a cabeça. Inferno, fazia muito tempo que ele tinha feito isto, interpretar códigos. -Levaria meses para juntar todos os códigos e peças todas para ter a informação sem uma chave para o código.

-Nós não precisamos da chave para o código para detê-los, Ria lhe falou,voltando aos documentos antes de olhar para Callan e Jonas. -Quem está por trás disso sabe de toda a história do laboratório de Mercury, sabe como ele se destacou nos exames com as outras Raças, como também a experimentação dos medicamentos nele com respeito ao deslocamento feral. Foram mortos as raças adultas quando mostravam os sinais disto, mas em Mercury não. Mercury é um do poucos que eles permitiram viver. Quem é sabe tudo isso.

-E Ely sabe de tudo isso, Mercury disse desapaixonadamente.

Assim como Jonas, ele achava isto difícil de acreditar que a doutora de quem tanto eles dependeram seria a que traiu um deles. Mas diferente de Jonas, ele tinha experiência de primeira mão de quão longe Ely iria provar para ele ser preso, algemado e drogado.

As drogas para o deslocamento feral o fizeram mais fácil de controlar, tinham transformado ele em um robô alienado. Antes do tempo a terapia de droga foi suspensa, ele nem mesmo sabia ao certo o que existiu dentro dele ou contra o que ele lutou. Era um mundo ao qual ela o devolveria a ele.

-Você pode passar despercebido o Dane hoje à noite na propriedade para instalar o programa? Ria pediu a Callan. -Ele também precisará do acesso à segurança principal do terminal na casamata das comunicações.

-Eu posso fazê-lo entrar, Jonas declarou.

-Nós temos aproximadamente dezoito horas para estar instalado e funcionando, ela somou.

Mercury estava lá quando ela virou para ele. Ele apoiou-se só o bastante para satisfazer os olhos dela, para ver como o olhar dela se moveu tão rápido quanto ela o tinha procurado, então se afastou novamente.

-Você se comporte. Ela apontou a Dane quando voltou depressa da sala de estar para o quarto. Mercury deixou o olhar deslizar a Dane então.

Dane arqueou uma sobrancelha zombeteiramente. -Deslocamento feral, ele murmurou. -Interessante.

Mercury olhou com raiva para ele. -Ela não corre qualquer perigo.

-Eu nunca imaginei que ela corresse. Ele sorriu. -Você sabe, eu tenho que admitir, vida animou um pouco desde que Leo se revelou a estas raças. Eu posso ver que vou ter que pegar o ritmo das diversões ou eu posso me queimar.

-Cale a boca, Vanderale, Jonas ordenou quando Mercury encarou Dane, se recusando a cair na armadilha dele.

-Invada o quarto dela novamente e você será mais que queimado , você será morto, ele lhe falou.

-Hmm, Dane murmurou. –Entretanto eu uma pena você não poder se acasalar. Ela seria uma excelente companheira. Uma mãe maravilhosa.

Mercury sentiu seu peito de apertar de dor. Ele encarou Dane, desejando ter matado ele quanto teve a chance.

-Dane, Jonas rosnou. –Já foi o bastante.

-Sim, foi. Dane encarou Mercury com um olhar cáustico. –Não se preocupe meu amigo. Quando ela estiver cansada das Raças cabeças dura daqui, ela voltará para casa. O sorriso dele era presunçoso, confiante. –E quando ela voltar, eu estarei à espera dela.

 

Mercury fechou a porta do quarto, então prendeu o pequeno alarme temporário, retangular em cima da fenda entre a porta e o batente.

Ele foi à janela, fixou outro alarme e então virou-se de frente para ela.

Ria resistiu ao desejo para esfregar as mãos dela por cima os braços dela como ela pisou do banheiro, uma vez mais no vestido dela, cansaço que arrasta a ela como ela pegou um olhar rápido da face dele.

Ria resistiu ao impulso de esfregar as suas mãos por cima dos seus braços quando ela saiu do banheiro vestida com seu roupão, estava muito cansada quando olhou para ele.

Primitivo e selvagem era pouco para expressar o que cobra o rosto dele. Os olhos dele estavam cheios de luxúria sexual, ardentes, sua carne estava tensa, esticado sobre os músculos poderosos e nos contornos de sua face.

O robe de seda branca transparente que ela usava poderia não estar sobre seu corpo. A forma como ele olhou para ela, despindo-a de seu robe, revelando as pontas endurecidas dos seus peitos e o orvalho que ela sabia que se juntava nos pentelhos entre as suas coxas.

-Vanderale tem sido o seu amante? Ele perguntou a ela, sua voz brusca, rangendo com o fervor animalesco.

Ria engoliu em seco. -Não nesta vida. Cresci vendo o homem jogar mais jogos que um mestre de xadrez.

Ela não tinha nenhuma intenção de permite que Dane jogasse jogos com o seu coração ou suas emoções. Mas Dane não estava por trás daquelas coisas do Santuário. Ele era um bom homem, mas seu foco era fixado na proteção de seus pais, irmãos e nas Raças que rapidamente estavam marcando presença na sociedade mundial. Ele faria qualquer coisa para proteger os dois. E se isso significasse quebrar o coração dela, ele pediria desculpas, se desculparia, mas ele faria isso não só uma, mas outras vezes.

-E quando você partir daqui? Ele retirou a camisa, antes de sentar na cadeira no canto e desamarrou as botas de forma eficiente. -Você vai levá-lo para sua cama depois de ter ficado comigo?

Quando ela partir daqui.

Ela virou as costas para ele, endireitou o laptop e arquivos que tinha colocado sobre a pequena mesa perto da cama, tentando não se sentir ofendida na sua fácil aceitação de que ela iria deixá-lo. Então as coisas não iriam durar entre eles.

Ela finalmente disse. -Eu não tenho intenções de ir para a cama com Dane.

Será que ela permitiria que qualquer homem fosse para sua cama, agora que esteve com Mercury? O pensamento daquilo enviou em sua mente um forte espasmo de dor, de negação

Ela se endireitou e se voltou para ele, respirando fundo ao vê-lo nu, excitado. Caramba! Todas as eram assim tão sexy?

Ele foi até ela, músculos flexionando a cada passo sob a pele bronze escura, a luz no quarto refletindo o brilho dourado dos pelos curtos que cobriam a pele sedosa.

Ela adorava a sensação desses minúsculos pêlos contra sua pele, acariciando-a.

-Você já está pronto para quando eu partir? Ela sussurrou, tentando esconder sua dor mesmo não podendo se contendo de perguntar.

Ela não queria deixá-lo. Ela não queria ficar sem ele.

-Eu posso te seqüestrar? Ele perguntou enquanto a acariciava nos ombros, os dedos dela correndo pelo tórax dele. -Quando fizer isto, eu quero te amarrar a minha cama e garantir que Dane Vanderale nunca mais possa te subornar e te levar do meu lado.

Ela o encarou, sentindo seu coração derreter. Os olhos dele amoleceram, cheios com fome de sexo, de desejo e viu também verdade.

-Você não quer que eu parta?

-Eu quero você em minha cama, do meu lado, para que possa te manter junto comigo, Ria. A mão dele se fechou no rosto dela. -Mas depois do que você viu hoje à noite, você agüentaria ficar?

Os lábios dela separaram.

-Você estava chorando por ele, ele rosnou para ela. -Lágrimas estavam caindo de seus olhos e você se ajoelhou em cima dele, nua, seu cabelo acariciando o corpo dele.

Ciúme puro pulsou selvagem na voz dele. Completo ciúme de Raça de macho primitivo.

Eles eram completamente territoriais em cima das mulheres deles. Ria sabia disso, viu isto com Leo e Elizabeth várias vezes durante anos.

Ria estremeceu ao se lembrar.

-Eu pensei que ele estava morto. Uma sobrancelha subiu quando olhou para dele. -Ele pode não ser meu amante, mas ele é meu amigo.

-Um amigo que entrou sorrateiramente em seu quarto enquanto você se deitava nua em meus braços. Um amigo que sabia que eu me deitei lá com você, ele mostrou.

O mesmo amigo que me informou que quando este serviço acabasse ele ia esperar por você quando retornar para casa.

A surpresa a fez girar de volta a ele, prestando atenção se aproximando mais. Ele estava completamente confortável, mesmo estando nu e excitado.

-Dane é tão hábil em seus pequenos jogos quanto Jonas. Ele deu de ombros e se virou para arrumar a cama. -Mas eu não vou me defender de algo que não aconteceu ou acontecerá se você não fizer mais parte de minha vida.

-Eu sempre serei uma parte da sua vida. Sua voz rugiu selvagem.

A grande vara dura estava de repente na bunda dela, o pau pressionando entre suas coxas, se esfregando contra sua racha, em seu buraco quente, ela estava sem fôlego em sua garganta.

Da mesma maneira que ele fez em cima da escrivaninha no escritório, ele se curvava sobre ela agora em cima da cama, as palmas dele se fincaram contra o colchão, o corpo maior, mais duro dele a prendendo no lugar enquanto a cabeça dela virava para surpresa.

-O que você quer Mercury? Ela lhe perguntou, insegurança enchia sua voz. -Raças acasalam. Eles acasalam a outra metade deles.

Ele se enrijeceu contra ela, uma tensão violenta; fluindo dele enchendo o ar, enquanto que apertava o peito contra ela com uma força que ela pensava que ia quebraria o coração dela.

-Eu não posso querer outra mulher do jeito que eu quero você. Ele beliscou amorosamente seu pescoço. –O Calor do acasalamento é uma maldição. Há muitas coisas que ficam anormais e com tantas irregularidades físicas que sinceramente não estou nem um pouco interessado nisso.

Lágrimas encheram os olhos dela quando ele a virou para ele, a esticou debaixo dele e manteve-a presa à cama, apesar dela lutar.

-Deixe-me ir, o Mercury. Ela sacudiu a sua cabeça, apertando as suas mãos contra o seu peito enquanto lutava para escapar.

Ela não ia deixá-lo ver suas lágrimas. Ela não ia chorar sobre algo não tinha nenhuma esperança da lutar, nenhum modo de mudar. Ela tinha aprendido bem isto há anos.

-Não posso deixar você ir.

A voz dele estava áspera e rouca, ela se encheu de desejo e emoção, ela se encheu de esperança para lutar, ela nunca foi muito boa em lutar por esperança.

Mercury. Ela respirava com força, a emoção quase a sufocando agora. -Você se acasalará com alguém, algum dia.

-Aquele tempo foi no passado, ele negou.

-E era sua companheira, ela disse com ira, a raiva daquilo machucando por dentro dela. -Você amou-a tão desesperadamente que você quase ficou louco quando a perdeu. Eu serei sempre a segunda.

-Você será sempre a minha primeira, ele rosnou na cara dela, silenciando-a, os riscos azuis aumentaram, queimaram, enquanto sua voz engrossava de desejo. -Sempre, Ria. Sempre a primeira.

Empurrou seus quadris entre as coxas macias dela, fazendo-a abrir as pernas para ele, ela ofegou excitada, e ele rasgou seu robe ao meio com mãos fortes, poderosas.

-Diga prá mim agora que você não me quer, ele exigiu, a cabeça grossa de sua pica pressionava a racha úmida entre suas coxas. -Diga-me agora, Ria, que você pode querer outro homem tão desesperadamente como você me deseja agora.

Ela não poderia desejar ninguém na vida, tanto quanto ela desejava Mercury. Ela não podia almejar, precisar ou sonhar com qualquer coisa, tanto quanto ela queria uma vida nos braços dele.

Quando ela fitou mais cedo nos olhos dele, enquanto a raiva selvagem e o ciúme feroz o consumiram e ele lutou para proteger a nudez dela dos outros, ela soube que nada mais importava para ela apenas Mercury

-Eu não estava chorando pelo Dane, ela admitiu. -Eu estava chorando porque eu tive medo.

Ele parou. -De mim?

A primeira lágrima escorreu. –De que eles tentariam prendê-lo novamente. Que eles veriam a sua proteção e ciúme como o deslocamento feral. E que eu ia perder você, Mercury. E não posso pensar em te perder.

Silêncio estendeu-se entre eles, o seu corpo forte cobria o dela, seu pau pulsava ao entrar no seu corpo.

Seus quadris empurraram, dividindo a racha suculenta e entrando mais dentro da concha, se enfiando dentro dela lentamente, até que carne molhada e apertada dela acolhesse com seu calor a pica grossa, latejante.

-Preciso de você mais do que preciso da liberdade. Ele sussurrou as palavras na sua orelha.

E mais lágrimas caíram. Porque ela sabia que as raças tinham uma necessidade visceral por liberdade, e ela suspeitava que a necessidade dele de ser livre, era mais forte do que quaisquer outras Raças.

-Você é minha companheira, Ria, ele sussurrou em sua orelha. -Na minha alma. Você é a minha mulher.

Ele se mexeu dentro dela, se enterrando mais fundo na carne aflita dela que o esperava. Ela o cercou com as pernas, se arqueando para ele e gemeu.

-Isto é que é liberdade. O rosnado dele era tenso, grosso com fome. -Aqui mesmo, enterrado dentro de você, correndo atrás do gozo com você. Esta é minha liberdade.

Ria embrulhou os braços nos ombros dele e se agarrou a ele. Quando ele estava enfiado bem fundo nela, ela não queria nada mais que sentir o pau dele se mexendo dentro dela, empurrando.

Ria envolveu os ombros dele e se agarrou nele. Quando ele estava profundamente dentro dela, ela queria somente sentir ele se mexendo com força.

Ele parou, enterrou todo o comprimento da pica, dividindo-a, queimando-a.

-Olhe para mim, minha doce Ria. Seus lábios lamberam de leve os dela. -Olhe para mim, querida. Veja o quanto eu preciso de você. Sinta como é que eu quero você.

Ela abriu os olhos encobertos com as lágrimas que escorriam.

-Sem lágrimas. Ele beijou seus olhos. -Só eu e você, Ria. Poderia negar isso a nós dois? Poderia partir e voltar ao frio, quando eu poderia estar ao seu lado, aquecendo você?

Ela não podia. Ela nunca poderia voltar ao frio, sabia disso. Não de boa vontade. Não sem machucar, sem sentir as partes dela que Mercury agora possuía chorando de agonia.

-Você sentirá falta de sua companheira, ela sussurrou.

-Como eu posso sentir falta de minha companheira? Ele beijou o canto dos lábios dela, lambeu o lábio inferior. -Ela está aqui, em meus braços. Eu não sentirei falta de você, Ria, porque eu não te deixarei partir.

Ele a beijou. Os lábios dele cobriram o seus, a língua entrou em sua boca e ela provou algo selvagem, indomado, na fome dele. Um sabor sutil que estava lá e foi embora depressa.

Ela abraçou o pescoço dele se segurando enquanto o sentia se mexendo dentro da concha molhada, o pesado cogumelo grosso dele acariciando lentamente e calmamente no fundo da buceta apertada

-Me segure, querida, ele gemeu com os lábios grudados no pescoço dela. –Me aperte bem gostoso e quente, só isso. E ela o apertou. Ela apertou com força os delicados músculos internos da vagina. Ela sentia sua xoxota apertando e chupando o pauzão dele, se contraindo ao redor da ponta grossa, acariciando ele e sendo acariciada no fundo. Ele cutucava gostoso no fundo, fodendo ela num delicioso vai e vem e ela voou nos braços dele.

O desejo cresceu, consumindo-a, criando uma chama diferente de qualquer sensação que já tinha experimentado com ele. Ela se arqueou correspondendo embaixo dele quando os quadris dele bateram forte contra o dela, enterrando a vara dura dentro dela, os dois gemendo com cada enfiada profunda dele.

Houve uma contração dentro da sua xoxota, mais forte, mais profunda do que antes. Sentiu um desejo profundo de sentir o gosto do beijo dele, ela se remexeu o agarrando implorando por seu beijo, em busca de seus lábios.

A língua dele se enfiou na boca dela quando o pau se enterrou mais profundo dentro dela. Ela estava delirando com o prazer, as estocadas profundas fodendo sua racha assim a língua comendo sua boca eram o céu, a enviando para o paraíso.

Ela fechou mais a boca, prendendo os lábios dele, chupando forte sua língua quando ele tentou retirá-la de sua boca, mas em seguida, ele se aproximou novamente. O instinto a guiava a abraçá-lo, prendê-lo tão profundamente dentro dela que nunca mais haveria um risco de perder ele.

-Abraça-me forte, ela gritou mesmo ele já fazendo exatamente isso. Ele apertou mais seus braços em torno dela, continuando a comer sua xana e estocando nela, guiando,atirando-a à beira da loucura quando de repente ela gozou, o prazer percorrendo seu corpo sedento.

Ela gozou, se partindo e derretendo ao redor do pau dele se arqueando contra ele e sentia sua xereca pulsando, contraindo pelo gozo. O botão duro agora livre da agonia do desejo e sentindo o pau dele ainda num vai e vem dentro da racha, ainda fodendo ela, ainda comendo ela com estocadas fortes e duras.

O gozo dele a encharcou, continuou bombamdo sua buceta com fúria selvagem enquanto gozava, explodindo sua porra quente profundamente, quando os caninos rasparam o ombro dela, ela gozou de novo.

Ela voou, gozando com ele. Ele era uma parte dela, derramando-se seu sêmem dentro dela, marcando-a com os dentes, seu toque e sua fome. Ela nunca mais ficaria livre dele. Mas ela sabia que, como ele disse antes, a liberdade existia naquilo. Só em estar com ele.

Passou alguns minutos antes que ele a levantasse até aos travesseiros, puxou os lençóis sobre eles e apagou as luzes. Ele não lhe deu nenhuma chance de sentir frio, porque logo seu enorme corpo envolveu totalmente o corpo dela.

-Eu não sei se posso me controlar e me conter de matar outro homem que tocar você. Até Mesmo Dane, ele disse a ela enquanto a beijava cheio de doçura a marca da mordida em seu ombro.

Ele sempre fazia aquilo. Fechava seus dentes em seu ombro rosnando quando gozava, e aquela dor parecia sempre com fogo alastrando pelo seu corpo e o gozo dele parecia rasgar por toda a sua circulação de seu corpo.

Ria fitou na escuridade então, sentindo-o dentro dela onde ele não devia ter sido capaz de invadi-la. Ele derrubou os escudos que rodeavam o coração dela e o tomou tão completamente como nenhum jamais fez.

-Eu odeio perder quando eu amo, ela sussurrou para a escuridão.

Cada vez que ela fez, ela se lembrava de uma criança, apenas seis anos, balançando-se na cama da mãe quando a noite veio e a mãe dela não tinha voltado ao seu pequeno apartamento.

Ela lembrava ter fome, frio e muito medo do escuro para sair da cama. Ela se lembrava que tinha chorado pela mãe, sabendo que não estava de volta para perto ela.

Aquela mesma dor a enchia toda vez que se permitiu sentir segurança ou sentir amor. Porque toda vez que ela fez assim, depois a deixavam. E ela nunca gostou de qualquer um como de Mercury.

-Eu não a deixarei, Ria. O estrondo de certeza em sua voz a fez relaxar nos braços dele. -Eu prometo a vocês. Eu manterei você aquecida.

A companheira dele estava morta, ela se lembrou. Se foi para sempre. E Raças só acasalam uma vez. Não era como se alguma mulher pudesse chegar e levá-lo para longe dela.

Ele poderia pertencer a ela. Ela poderia se deixar pertencer.

Ela deixou o medo e ansiedade se esvair dela até que adormeceu. Se sonhou que ouviu a Raça ronronar para ela enquanto ela dormia, então ela marcou que aquilo era o seu próprio desejo de saber, que pertencia a ele tão completamente como a Raça dizia que ela era querida por ele..

Se ela sentiu os lábios dele tocando os seus e provou algo tão selvagem e primitivo que a fez gemer, encheu a boca dela, então ela mergulhou mais profundamente no sonho. Porque sabia que nada podia ser tão fácil. Algo ou alguém o levaria dela. Afinal de contas, agora que ela estava jogando com o último fogo, havia nenhum modo a não ser queimado.

 

O animal esperou até que o homem dormiu. Só quando ele dormiu ficou seguro emergir. O homem estava observando, em guarda, fortalecendo o controle dele contra a liberdade do animal.

Mas agora dormia, com as defesas baixadas por causa da mulher, o animal achou aquele pequeno indício de liberdade.

Ele deu um passo à frente lentamente, abriu os olhos do homem e fitou a mulher. Ela dormia enroscada contra o peito do homem, sua expressão em paz. Porém, havia uma parte dela que não estava em paz.

O animal podia sentir a sua dor, até em seu sono, e ele procurou consolá-la. Ele deixou um estrondo suave de um ronronado sair de sua garganta, deixou vibrar contra o rosto dela enquanto ele estendia a mão e sentia o cabelo dela contra os dedos do homem.

Ela relaxou um pouco. Um pequeno sorriso tocou os lábios dela, lábios que se abriam para tomar o prazer do homem, o prazer do animal. Durante esses momentos o animal podia chegar mais perto,, sentir mais e o homem não percebia.

Mas mesmo assim, a mulher ainda não estava atada o suficiente a ele. O homem temia a sua partida. A Raça, o híbrido que tinha invadido a toca deles, pensou em levá-la com ele mais tarde. O animal sentiu a força do animal interior daquele homem. Não havia nenhuma ameaça de um acasalamento, mas havia a ameaça de que a Raça híbrida pudesse tocá-la, marcá-la, possuí-la.

O animal não podia permitir isto. Temia o que o homem também temia e nenhum outro homem podia possuir sua companheira. Ele deslizou para frente de sua cela, permitiu a si mesmo se expandir, só um pouco, só o suficiente para as glândulas na língua do homem começasse a engrossar um pequeno pedaço.

E o homem procurou a sua mulher, pôs seus lábios contra os dela e enfiou a língua dentro da dela.

O animal rosnou silenciosamente e assegurou que haveria mais do gosto que ligaria a mulher a ele. Bastante para alimentar o sistema dela, assegurar que nenhum outro poderia levá-la, nenhum outros seria permitido reclamá-la como companheira.

Quando o beijo despertou homem e animal, se retirou uma vez mais. O homem suspirou e comprimiu a cabeça dele contra o ombro dela, a língua dele lambendo em cima da mordida primitiva que tinha feito outra vez nela.

O resto do hormônio o alimentou naquela mordida, na carne dela.

O poder que tomou do animal para andar tão silenciosamente, se controlar com tal precisão foi muito cansativo.. Se o homem não considerasse o animal com horror. Se o homem não reforçasse as cadeias que cercam o animal toda vez que ele acordava, não teria sido tão difícil.

O animal se fundiria com o homem se ele permitisse isto. Protegeria aquele homem e a mulher. Verteria sua força no homem e lhe permitiria ser a Raça que ele foi criado para ser.

Mas agora, o cansaço o cobria. Desfaleceu mais uma vez dentro de suas cadeias e descansou. Não um verdadeiro sono, pois lá só havia o horror da escuridão e a noite eterna que conhecia há tantos os anos.

 

O dia seguinte amanheceu frio. Havia um indício de neve no ar, quando Ria e Mercury saíram da cabana para a limusine à espera em frente a porta, ela percebeu que estava definitivamente no inverno nas montanhas onde as Raças vigiavam a casa sua casa.

Ela se embrulhou mais no longo casaco de couro que Mercury tinha arranjado para ela. Ela usava outra saia, mas só porque ele tomou o jeans dela, quando ela ia vestir.

Não que Ria fosse uma pessoa de calças jeans; ela não era. Até mesmo o uso ocasional dela era principalmente vestidos. Calças jeans ela usava onde uma saia ou um vestido não podiam ser se aplicava no evento. Porém, teve que admitir que os acessórios, as saias e os vestidos que ela trouxe eram os piores que possuía. Elas eram do "personagem" que ela vestia, não a roupa preferida dela.

Entretanto, hoje ela usava uma das melhores roupas que tinha trazido. A saia tinha um corte muito bonito, não era volumosa, era um tecido de algodão de excelente qualidade, o corte da saia se alargava um pouco na altura dos joelhos, e a cor cinza claro não tirava a beleza da saia. A camisa de mangas compridas marrom combinava harmonicamente com seus olhos, que pareciam mais escuros e até um pouco mais bonitos.

Ria não dava importância para sua própria aparência. Ela sabia que era um pouco comum. Seus olhos eram o que tinha de melhor, eles eram grandes rodeados de cílios grandes e cheios, suas sobrancelhas eram muito bem desenhadas, combinava com sua pele levemente morena, uma elogiada herança das raízes, americana do lado da mãe e porto-riquenha de seu pai.

Quando ela entrou na limusine aquecida, Mercury se instalou confortavelmente contra ela, Ria não gostava, mas pensar na mãe que mal lembrava a levou a pensar no pai que não conheceu, pois ele já tinha falecido quando ela era um bebezinho.

Ela era tão só que às vezes, ao longo dos anos, ela sentiu dor naquela solidão. Até Mercury. Até que ele entrou em sua vida e preencheu todo aquele frio, lugares vazios, e a fez pensar como é que tinha sobrevivido sem ele.

Mas você não pode apreciar demais, ou sentir falta, do que você nunca teve, lembrou-se silenciosamente. Até Mercury, não teve nenhuma idéia da profundidade com que ela poderia pertencer a outra pessoa. Não soube o quão facilmente poderia perder nos braços de um homem o significado exato de quem e o que ela era.

E ela tinha feito isso ontem à noite. Quando ele sussurrou que ela era a companheira de sua alma. Que ela era a alma dele. Quando ele a envolveu do nos braços dele, a protegido com o corpo dele e a acalmou para dormir com as promessas dele.

-Você se preocupa demais.

Ria olhou para seu amante quando a mão dele entrou na abertura de seu casaco e alisou por baixo dela saia.

Ela estava desequilibrada desde que acordou. Ela não conseguia decidir se chorava ou se jogava ao chão e se esfregava contra ele. Agarrá-lo. E gozar de maneiras que ela não tinha gozado com ele ainda.

Ele a possuiu no chuveiro. A possuiu em seguida, quando ela bebia sua primeira xícara de café, e ainda estava queimando de desejo por ele, para ter ele dentro dela de novo.

-Será difícil assegurar que temos tudo sob lugar, uma vez que nós consigamos prender o traidor no santuário. Ela falou baixo, apesar de Mercury ter levantado a janela, e a raça Lawe, ter estado presente na reunião da noite anterior.

-Oh, ele vai ser capturado. E ele vai ser confrontado. O rosnado sombrio na sua voz era de um castigo.

Ria concordou com a cabeça. -Há mais de um. Apenas uma pessoa não poderia passar isso para fora.

-Não importa quantas existam. A mão dele subiu para o alto de sua coxa, tirando o seu fôlego quando seus dedos tocaram o tecido molhado de sua calcinha.

Desta vez, o seu rugido mudou para sexy, sensual.

Você ainda está molhada para mim.

Ele a ergueu nos seus braços, a encarando, aprovação e estimulação enchiam os olhos dele agora.

-Você é viciante, até mesmo sem o calor de acasalamento. Ela passou uma mão pelo cabelo dele e puxou os lábios dele aos seus.

Ela amava o beijo dele. A sensação dos lábios dele se movendo por cima dos seus, suas mãos segurando-a contra ele, enquanto a língua dele entrelaçava com a sua, e ela jurava que tinha apenas uma leve insinuação, do mesmo gosto que sentiu nos sonhos dela.

-Aquela câmera sai daquele escritório hoje, ele murmurou contra os seus lábios. -O Crowl pode enfiá-la no rabo se ele quiser. Não há nenhum jeito de eu conseguir esperar o dia todo para possuir você novamente.

Seu coração pulou ao saber que ele não teve o bastante dela. E ela era mulher bastante para admitir que ele alimentou aquela pequena parte do seu ego que era absolutamente feminino.

- Crowl poderia movimentar seu pequeno reforço se você tentar obstruí-lo novamente. Ela sorriu contra os seus lábios, amando a sensação de ficar perto dele. Assim pertinho, se beijando e conversando. Que ela podia ouvir seu coração bater contra o lado de um seio e sentir o calor do seu corpo envolvendo o dela, atravessando o casaco de couro.

Ele empurrou o casaco de ouro do seu ombro, puxou o suéter dela para o lado e tirou o ar dela quando ele lambeu por cima da marca que ele tinha deixado nela.

-Eu nunca marquei outra mulher, ele lhe falou, enquanto beijava pequena mordida suavemente. -Só você, Ria.

Ela não sabia que ela precisava daquela informação, mas ela teve. O vago medo que subia dentro dela se acalmou ao saber que ninguém mais, nem mesmo a menina que deveria ter sido a companheira dele, tinha levado a marca dele.

Ela inclinou mais a cabeça para o lado, e para os poucos momentos de privacidade que tinham desde que saíram, ela desfrutou do toque dele.

E Mercury gostava de tocar nela. Acariciar os cabelos dela. Ele se recusou a permitir que ela o prendesse naquela manhã. Ele estava solto a sua volta agora, fios compridos e pesados, perfeitos para ele correr por suas mãos e enchê-la de prazer.

Ela manteve o cabelo comprido por razões muito específicas. O estilo de solteira virgem procura não combinava muito bem com cabelo curto. Além disso, o cabelo curto tinha a tendência de fazer seu rosto parecer um pouco gordinho, não muito inteligente ou séria o suficiente. Ela precisava do visual de mulher inteligente.

Mas sabia que agora nunca mais cortaria o cabelo, ficaria para sempre com uma longa cabeleira. Só por causa disto. Os olhos dela se fecharam cheios de prazer quando os dedos dele se entranharam nos cabelos dela e a língua sugou com a ferida no pescoço dela.

-Nós estamos quase lá.

Ela não queria estar lá. Ela queria ficar aqui, para sempre.

De repente, Ria teve um pressentimento muito ruim sobre o Santuário, algo mais profundo que a conspiração que sabia que crescia lá. Aquela parte de intuição feminina estava crescendo dentro dela, avisando o perigo. Ela tinha dado muito de si e agora se arriscava a perder tudo.

 

Callan e os outros estavam cuidando de instalar o programa Ghost(fantasma) ao servidor e sistemas do Santuário e dentro do escritório, cobriram a câmera de vigilância, Ria cuidou de enviar os vários arquivos e informações através do programa independente que tinha anexado a uma unidade fantasma que agora ela podia usar no sistema de computador que foi dado a ela para trabalhar.

Não encontrou nenhuma linha externa no computador; estava completamente silencioso. Nem mesmo estava conectado a um servidor principal do Santuário. Não havia nenhum jeito de sair ou entrar, exceto pelo computador onde ela estava sentada.

A unidade de leitura fantasma era simples. Ele era instalado ao computador como outra unidade de disco rígido, mas uma vez que ele era desconectado, todos os sinais dele eram copiados completamente do computador em que foi instalado. Não havia nenhum modo de dizer que o programa esteve lá.

Eficiente para ela, porque lhe permitiu passar pelos arquivos que ela precisou decifrar para revelar o código, muito ruim para Dr. Elyiana Morrey, entretanto. Porque muitas das transmissões que Ria tinha questionado tinham vindo do escritório dela.

Enquanto trabalhava, ela estava muito consciente de Mercury que se senta na frente dela. Ele fazia como sempre, lia uma das revistas que ficavam na mesinha ao lado da poltrona, mas não como sempre, sua pele formigava com o desejo de se esfregar contra ele. Esfregar contra ele era um prazer em si. O atrito gostoso O cabelo fino que cobria o corpo do Mercury era—perfeito. A sensação era—oh, ela realmente não devia ir até ele.

-O olhar em seu rosto está me pedindo para foder você.

Sua cabeça subiu sentindo o rubor queimar seu rosto pelo modo como ele a olhava.

-Trancar a porta é fácil. Ele olhou a fechadura. -E muito simples.

Ela balançou a cabeça e voltou ao seu trabalho. Esta parte do seu trabalho era brincadeira de criança. Era simplesmente juntar os arquivos suspeitos, enviá-los através do programa, aguardar para o fantasma processar aqueles arquivos para a decifração necessária. O verdadeiro trabalho estava na hora de desencriptografá-los.

-O quanto você e Dane são íntimos? Ele perguntou a ela alguns minutos depois.

Ria ergueu a cabeça lentamente e o encarou. Ele tinha posto de lado a revista e a olhava, se inclinado para a frente na poltrona, um tornozelo sobre o joelho oposto, um cotovelo se apoiava no braço da poltrona enquanto ele coçava o queixo. A pose era tão sensual, tão viril, que ao ver aquilo ela queria consentir em ficarem sozinhos. Mas a pergunta, colocada com apenas a quantidade certa de interesse sério, a avisou que havia muito mais em baixo da superfície que um homem sexy e pensativo.

-Já não tínhamos acabado com isso? Ela perguntou.

-Não, você me respondeu satisfatoriamente, que não dormiu com ele e nem tem intenção de dormir com ele no futuro, ele disse rebatendo ela. -Isso não responde à pergunta por que ele sentiu que podia invadir seu quarto e porque ele exibe um ar de tanta proteção com você.

Ela concordou com o que ele disse.

-Minha mãe trabalhou para Vanderale. No escritório central. Quando um vizinho ouvir falar da morte de minha mãe, ele entrou em contato com Dane para descobrir se eu estava no carro na hora do acidente com ela, porque ele não ouviu falar de uma forma nenhuma de uma criança. Dane foi o único que me encontrou em nosso apartamento três dias depois.

Ela tinha tido fome, entretanto havia comida na cozinha. Ela teve sede e havia água disponível. Mas a mãe dela não estava lá e ela se comportou muito quietinha como uma menina boa. Ela não tentou subir na cadeira na frente da janela, e não tentou cozinhar. A mãe dela não tinha pedido ao vizinho para olhar Ria no fim de semana porque o vizinho estava doente. A mãe de Ria tinha segredos e ela ensinou a Ria como ficar sozinha para quando precisasse sair.

-Mamãe supunha que seria por apenas algumas horas, disse ela suavemente. –Ela me disse para ser boa até ela voltar.

-E ela não voltou?

Ria balançou a cabeça dela. -Dane chegou. Ele entrou no quarto, e no momento em que eu o vi, soube que o meu receio de que a minha mãe não voltaria era verdadeiro.

Ela se lembrava de tudo claramente como se fosse ontem. Ela tinha olhado para Dane quando ele entrou no quarto, a expressão dele era cheia de tristeza quando se sentou ao lado dela na cama, segurou ela em seus braços e a pôs sentada sobre o seu colo.

Ela sacudiu a cabeça. -Eu bebi água da torneira de banheiro. Eu consegui alcançar. Ela encolheu os ombros. Havia um pouco de queijo, um pouco de fruta na geladeira e eu comi. E eu dormi. Deitei na cama de minha mãe.

Durante três dias, sozinha. Mercury a encarou, enquanto ouvia o medo de uma criança na voz tranqüila da adulta de agora.

-Os Vanderale me tomaram sob a proteção deles, cuidaram bem de mim. Ela limpou a garganta dela. -Eles acharam uma família adotiva para cuidarem de mim. E quando isso não funcionou bem eles me pegaram e acharam uma outra para me assumir , eles pagavam muito bem a família para cuidar de mim , mas também na segunda família não deu certo, finalmente só acertamos na terceira quando eu já era uma adolescente. Dane aparecia sempre para me levar ao shopping. Comprava tudo que eu queria de roupas, sapatos, produtos de higiene e material escolar. Dane me dava todos os anos presentes de Natal, e às vezes, eu passava um fim de semana inteiro sozinha com ele e ás vezes na propriedade da família Vanderale quando eles estiveram lá.

Mas ela nunca teve sua própria família. Ela ia de um lado para o outro, de um lugar para outro, e ele teve a sensação de que em alguns daqueles lugares ela não foi feliz.

-Como você foi trabalhar para eles? Ele olhou-a, juntando as informações que Jonas tinha sobre ela junto com o que ela dizia agora.

Ela encolheu os ombros. -Eu estava na propriedade da família em um fim de semana quando tinha dezesseis anos. Eu estava deixando o Leo louco. Eu sempre fazia molecagens. Ela abaixou a cabeça. Mercuryo adivinhou que ela sempre procurou chamar atenção, procurando um lugar para se ajustar. -De qualquer maneira, ele me puxou até o escritório dele, me fez sentar na sua escrivaninha e me disse que se eu conseguisse achar o enigma nos naqueles documentos, então ele me ensinaria a montar um dos cavalos da propriedade. -Isso era o para o qual eu estava implorando. Ela sorriu. -Eu pensei que ele achava que eu não conseguiria fazer aquilo. Cinco minutos depois eu achei o código que ele estava procurando, mas eu também decifrei todo o código.

-E ele te ensinou a montar?

O olhar dela deslizou longe de seu. –Depois de algum tempo, sim.

Mas ele não a ensinou para passear a cavalo naquele dia, ele adivinhou.

-Eu voltei para a minha família adotiva, na semana seguinte fui transferida para uma classe de alunos especiais. Quando completei dezoito anos, Leo já tinha um apartamento, um cargo de trabalho e também uma vaga na universidade, tudo s minha espera. Fui para lá desde então.

E ela sempre esteve sozinha.

-Foi quando Dane começou a entrar furtivamente em meu quarto, ela suspirou. -Ele ia até lá e deixava coisas em meu travesseiro. Umas bugigangas. Ingressos para um filme ou concerto. Vales para uma loja de roupa. Mas normalmente era sempre na mesma época que eu conseguia encontrar a prova concreta da imprudência dele. Ela brilhou ao sorrir, um sorriso que lhe mostrou o quanto ela desfrutava do jogo tanto quanto o Dane. -Ele me subornou para me impedir de ir até o Leo, desde então ele me suborna. Leo gosta de se enfurecer com ele quando se expõe demais ao perigo. E ele se enfurece comigo porque eu não denuncio o Dane para ele, ela terminou zombeteiramente.

Leo não se enfureceria com ela novamente, Mercury se prometeu. Ele se certificaria que Dane, assim como Leo, entendessem claramente que a partir de agora, Ria não era mais a protegida de nenhum outro homem.

-Você nunca se casou?

Ela negou com a cabeça baixa, deixando o cabelo esconder sua expressão enquanto trabalhava, ou fingia trabalhar. Ele sentia a insegurança fluindo em torno dela.

-Você teve muitos amantes?

Ela encolheu os ombros. -Alguns, ela respondeu, ainda não olhando para ele.

-Ninguém que permaneceu? Ele perguntou suavemente.

Seu queixo levantou. O orgulho brilhava nos olhos dela agora, a sua expressão tensa quando o olhou com raiva para ele.

-Não preciso de um homem para me completar, ela informou-o se levantando e andou da escrivaninha até a mesa de arquivo. –Eu tive acompanhantes para as funções que exigiam a presença de um, e se eu decidisse que eu queria um amante, eu sabia como e onde encontrar um.

-Eu não duvido disso nem por um momento, Ria, ele murmurou. –Embora eu queira saber por que raramente você quis um

Ela o olhou de sobrancelhas franzidas. -E o que te fez tirar essa conclusão?

Ele passou rapidamente seus dedos em sua roupa. -Você tem um corpo lindo mas você se veste como uma tia solteirona. Você prende o cabelo num coque apertado e sempre trabalha com esses óculos do século passado em vez de ter feito uma cirurgia corretiva. Você se veste para se esconder.

A luz da batalha resplandeceu em seus olhos.

-Eu me visto para trabalhar, disse-lhe dura. -Isto, apontou para sua roupa, -É seguro. Despretensioso. E acaba com a imagem da pobre criança órfã que os Vanderales sentiram pena. Dá resultados. Eu não sou vista como uma ameaça, nem sou eu vista como alguém que precisa ser suspeitas na procura por segredos.

-E você não arrisca seu coração, porque você tem o seu protetor(Dane) como um escudo que grita para todo homem se manter afastado, ele lhe disse.

Ele podia vê-la agora. Tinha visto no momento que ela saiu do avião, aqueles olhos agudos que percebem tudo, o coque apertado no alto da cabeça e aquela roupa sem-graça cobrindo o corpo dela.

Ela ficou silenciosa. Cruzou os braços sobre os seios e o olhou impassível.

Aquele olhar fez algo crescer dentro dele que o levou a ficar cauteloso com deslocamento feroz que ele lidava com todo cuidado. Aquilo parecia com um alongamento primitivo, um arco de desafio a uma parte interior dele que não sentia a tanto tempo que estava em recesso.

Era como se o animal que os cientistas pensaram que tinham matado no interior dele estendesse a mão para pegar ela, exigindo que ele a puxasse, puxar para fora a mulher que ele sabia que se escondia atrás daqueles olhos.

-O que você usaria para mim, Ria? Ele perguntou, deixando seus olhos vagarem pelo corpo dela. -Você tem pernas magníficas. Saltos altos em vez desses saltos grossos você está usando?

Os lábios dela se apertaram firmemente.

-Você usa seda para dormir dentro da cabana, robes e vestidos que fazem minha boca babar de vontade de rasgar tudo do seu lindo corpo. Eu sei que seus seios são perfeitos, são a perfeição para minhas mãos, para meus lábios. Você usaria seda que mostrariam essas curvas? Saias que descobririam suas lindas pernas?

-Já está tentando me mudar Mercury? Ela perguntou com falsa doçura. –Na verdade você durou muito mais tempo que eu esperava.

Ele riu naquilo. Ele a pressionava, forçava, e escavava as necessidades que sabia que ela tinha. Trabalhou no escritório de Vanderale por tanto tempo que ela não sabia como ser outra coisa. Ele queria que ela fosse só ela mesma. Queria ver a mulher selvagem que ele sentia que ela era. A que arranhou seus ombros, que mordeu seu braço quando gozou, apenas quando ele mordeu seu ombro.

-Eu desafio você. Ele disse o que sabia que ela não queria ouvir. -Apenas um dia. Apenas comigo. Mostre a mulher que você esconde, Ria. Mostre-me como se veste, como ri. Mostre-me como vive.

Os olhos dela escureceram-se, pesar e dor, desejo e necessidade brilharam neles.

Ela negou com a cabeça e olhou para baixo em sua roupa. -O que você está vendo é o que você adquiriu Mercury.

Ele negou com a cabeça ao ouvir aquilo. - O que vejo é a casca da mulher que se abre e grita embaixo de mim toda noite. Quero tudo de você, Ria. Tudo.

-O que você vê é o que você conseguiu!Ela repetiu se endireitando da mesa onde esteve apoiada. Ela puxou os arquivos que precisava do arquivo e retornou à sua cadeira atrás da escrivaninha.

Ele esperava por ela.

Quando ela passou por ele, Mercury entendeu a mão pegando-a pelos seus quadris e puxando-a para o seu colo. Ele pegou os arquivos antes que ela os deixasse cair e os colocou em segurança na mesa enquanto imobilizava sua luta antes de beijá-la.

Ele beijou-a selvagemente e duramente, com o desejo súbito de enchê-la com toda a luxúria que o queimava fazendo-o soltar um rosnado feroz de sua garganta

Amaldiçoou-a. Ela o deixava louco para beijá-la. Era como afundar em puro fogo, sendo envolvido e adorando cada segundo daquilo.

Ele a queria nua; ele queria estar nu com ela. Queria sentir ela se esfregando contra ele, acariciando sua carne e implorando com esses pequenos gemidos desesperados para ele a fazer gozar.

-Mercury. Ela suspirou o nome dele quando os lábios dele deixaram os seus e ele abriu os olhos fitando o rosto dela, vendo a beleza ela tentava esconder do mundo.

Maçãs do rosto delicadas, como seu lindo cabelo. Longos e cheios e sensuais. Ele podia enterrar as mãos neles e nunca se preocupar, pois tinha bastantes ondas cheias, sedosas e longas para acariciar.

Aquele queixo teimoso. Sobrancelhas perfeitamente arcadas. E embaixo daquela roupa, criada para deixar homens loucos com as suas próprias fantasias do que ela poderia estar tentando esconder, era um belíssimo corpo.

-Seja selvagem comigo, Ria, ele cantarolou quietamente quando deixou um rastro de beijos por cima daquele pequeno queixo teimoso. -Pare de se esconder de mim. Não se esconda de mim.

Ele queria a mulher que ele sentiu que era no momento que a viu. A mulher dentro dela que se esforçava para emergir.

- Quem pode se esconder de você? Ela sussurrou nervosamente. -Você nem mesmo dá a uma mulher a chance de pensar antes de tirá-la da sua área de segurança.

-Você não precisa de uma zona de segurança, Ria, Ele lhe prometeu, levantando a cabeça para olhar nela, o sentimento forte, intenso que aumentava dentro dele, para tomá-la quando sentiu a bunda dela contra seu pau duro dentro do seu uniforme de missão. -Você nunca precisará disso. Tudo que você precisa é toda essa paixão selvagem dentro de você. Ele sorriu ao pensar nisto. -E você me deixará louco com isto, vou amar ver a mulher que você é.

Ria lutou contra o seu abraço, para se levantar puxar seus cabelos para trás, olhando para Mercury confusa.

Ele queria alguma coisa dela que ninguém jamais teve. Diabos, ele via coisas nela que manteve escondido, até de si mesma.

Ela pensou nas roupas que tinha em casa, roupas que usava para ela mesma e muito raramente permitia somente aos mais próximos dela a verem. Saias mais curtas, roupas ultra-feminina. Sapatos de salto alto que faziam suas pernas parecer mais longas, a faziam se sentir sensual

Ela negou tudo àquilo ao pensar isto e foi para longe dele, ignorando o olhar perigoso dele.

-Você está com medo. A voz dele era cheia de certeza. –O que a faz ficar tão assustada, Ria?

As coisas que ela sempre teve medo. Ver outra pessoa deixá-la sem as redes de segurança que construiu em volta dela.

-Você está pedindo demais e muito cedo.

-Eu só estou pedindo a mulher que eu sei que você está escondendo de mim. Eu lhe falei, eu não aceitarei isso. Eu quero tudo.

Ele queria tudo. Ele queria tudo dela, mas ela não podia ter tudo dele? De algum modo, apesar da incapacidade dela de controlar isso, ela não via justiça no que ele queria.

Negou com a cabeça, indo para longe dele, apenas um segundo mais tarde, sentiu ele por trás dela, pressionando contra o seu traseiro. Levantando a saia dela.

Ela não podia se mover. Como se as mãos dele tivessem o poder de prendê-la no lugar, com nada mais que um leve toque, ela parou.

-O que você quer de mim? Ele perguntou sua voz movendo por dela quando os lábios acariciaram a concha de sua orelha.

Ela balançou a cabeça dela. Ela não podia ter o que ela precisava dele. Ou pelo menos, ela temia que queria muito mais dele.

As mãos dele se moldaram e seguraram as curvas nuas da sua bunda. O biquíni pequeno que usava deixava-a nua, deixou os globos sensíveis nus embaixo das mãos dele.

Ria sentiu seu corpo corresponder as caricias dele, sentindo o toque em lugares que ela nunca deveria sentir prazer. Ela sentiu que seu interior a longo tempo esquecido gritava dentro dela. Aquilo exigia ação, exigindo que ela reclamasse o que sabia que era seu.

-Eu quero somente você, ela finalmente sussurrou.

-Você me deixa louco, Ria Ele sorriu contra o seu pescoço, seus dedos entrando embaixo do tecido das suas calcinhas, seguiu a pequena tira entre a racha de sua bunda até chegar na entrada dolorida da xereca. -Você tem a minha permissão

-Você já está louco, ela arquejou.

Ela parecia não doer respirar o suficiente, parecia não achar o equilíbrio enquanto ela o sentia mexer o dedo dentro da xereca dela.

Ria ofegou, arqueou para trás e sentindo os sucos crescendo entre as coxas com as carícias dele. Ela não conseguia o bastante dele. Não importava o quanto ela tentasse, não se saciava com as caricias dele.

-Só você me faz ter este tipo de loucura, Ria.

Mas outra mulher o enlouqueceu de outro modo. O tipo de loucura que quase o destruiu. O tipo que o fez matar com as próprias mãos quando soube que a tinha perdido.

-Você acha que eu seria diferente se perdesse você? A voz estará repentinamente selvagem na sua orelha, raiva pulsando na sua voz. – Sinto a sua dor, Ria, e sei o que está pensando. Ele a soltou, deixando-a ir tão rapidamente que ela quase caiu sem o apoio de seu corpo.

-Você não sabe o que estou pensando. Ela sacudiu a cabeça, mantendo-se de costas para ele, lutando para ficar sem expressão.

-Posso sentir o quanto você sofre, ele rosnou para ela. -Posso cheirar a sua dor e ela me rasga como uma lâmina.

Ela se voltou para ele, olhando-o quando ele empurrava o cabelo dele para trás de sua orelha.

-Vou controlar isto. Ela voltou para sua cadeira trôpega. -Não é você, Mercury, sou eu.

Era aquele sentimento vago de pânico que crescia dentro dela. O medo que sentiu quando era criança, quando sua mãe estava atrasada. O medo que sentiu antes de Dane chegar e levá-la a uma família adotiva, a levando para outra e outra.. Era o pânico que sentia doa vez que alguém ia embora para longe dela..

Ela sabia que isto ia acontecer. Ela ia perdê-lo.

Ela olhou para ele, vendo como o rosto dele estava tenso, fazendo-o parecer mais poderoso e sensualmente perigoso.

Um segundo depois ele ia até a escrivaninha dela. Ele puxou sua cadeira e se ajoelhou diante dela. Ela sabia o que esperava, mas não esperava que ele agarrasse seus quadris e levantasse rápido a saia dela, não pôde lutar contra ele.

Ela não queria lutar contra aquilo.

Ela chamou uma dura no ar como ele beijou o montículo sensível debaixo da sua calcinha, ela o encarou quando seu corpo se dobrou sobre ela, erguendo suas pernas sobre seus ombros, enquanto os seus lábios se moviam sobre sua calcinha molhada.

-O cheiro do seu desejo me deixa louco. Eu nunca cheirei outra mulher com uma luxúria como esta. Doce e selvagem, me dominando e tirando todo o meu controle.

Ela o encarou surpresa quando ele levantou uma perna dela, os olhos dele baixaram as pálpebras cobrindo seu olhar, quando ele tirou o sapato do pé dela, o jogou para o lado e apoiou o pé na ponta da escrivaninha ao lado dela.

-Eu adoro essa meia-calça. Ele beijou a carne nua na beirada rendada da meia-calça

-Você é um tarado. Ela suspirou, mas não era um protesto. Era um suspiro de total aprovação.

Ela pensava que nunca tinha se sentido tão maliciosa ou mais feminina como ele a fazia se sentir agora. Ela deveria estar envergonhada. Deveria sentir uma ponta de hesitação pelo menos, já que estava toda arreganhada para ele, exposta como estava, com seu pé sobre a mesa, descaradamente molhada e ansiosa.

-A porta. Ela engoliu em seco.

-Fechada, ele rosnou, levantando a sua outra perna por cima do braço estofado da cadeira. –A câmera de vigilância está coberta, e você está doce e molhada para mim. Eu vou comer você como eu comeria um doce, Ria. Bem aqui. Assim para o meu pequeno deleite.

Ele puxou sua calcinha para o lado, rosnou e lambeu a racha molhada, com uma lambida lenta,a ponta de sua língua estava só um pouco áspera, a pequena carne dela o excitava inteiramente.

-Eu amo seus cachos. Ele esfregou os lábios contra os cachos úmidos, soprou contra eles, e Ria engoliu os gemidos que ameaçaram sair de sua boca. -Eles estão tão molhados, tão macios contra os meus lábios

Ele soprou contra eles mais uma vez, criando uma carícia sutil que fez o clitóris inchar, dolorosamente. Quando ele passou a língua mais uma vez, foi uma lambida lenta. Uma lenta e longa lambida na entrada da vagina até o botão palpitante de seu clitóris. A aspereza da língua dele a enchia de prazer e suas mãos agarraram os cabelos dele com força, gemendo num lamento difícil de conter em segredo dentro de seus lábios. Ela tinha de ser cautelosa. Oh Deus, se ela começasse a gritar aqui, então cada Raça na casa principal ia ouvi-la.

Será que ela se importaria se toda Raça na casa a ouvisse? Ela sentia-se tão bem. Sua cabeça se revolvia contra o encosto da cadeira enquanto lutava para prender um grito. Ela não podia gritar.

Ela choramingou. Ela mordeu o lábio. Ela bateu suas mãos nos braços da cadeira e apertou, em seguida, mergulhou os dedos nos cabelos dele novamente e os puxou de novo.

A língua dele era perigosa. Perigosa e sensual e ondulava sobre ela como se adorasse o gosto dela. Como se nada importasse mais que isto, nada era tão importante quanto a deixar louca com o prazer que crescia forte e cortante dentro dela..

Ela estava no inferno. Ela ofegava, desesperada e oh assim muito perto de gozar. Esparramou mais as pernas na cadeira de escritório, sendo lambida como se ela tivesse exigido isso dele. Subindo os quadris para ele, o suor cobria sua pele quando sentiu que ele deslizava um dedo dentro da concha dela. Então dois. Logo ele estava bombeando os dedos profundamente na xoxota dela e retorcendo-os e acariciando enquanto os lábios dele cobriam o clitóris dela.

Ele sugou o pequeno broto duro dentro da boca dele. Ele beijou isto, lavou com a língua e puxou com um suave puxão dos lábios dele, criando uma fricção que finalmente, de modo devastador a enviou numa explosão de gozo completo.

Ela levantou as pernas, envolveu os ombros dele enquanto estremecia gozando. Tremia e mordia os lábios para esconder os gritos que se recusaram a ficarem calados.

Não havia como ficar quieta nos braços de Mercury. Somente não pode acontecer. A sua lamentação foi amortecida, mas sacudia seu corpo, parecia ecoar envolta dela e tomar impulso enquanto quando o prazer explodia por ela muitas vezes.

As lambidelas doces durante longos momentos a lançaram a alturas incríveis. As mãos sensíveis puxaram as suas pernas de seus ombros e ele endireitou-se, uma das mãos dele agarraram o pau duro quando se apertou contra ela.

-Tome tudo do de mim, ele exigiu, a sua expressão intensa, feroz. -Tudo que eu tenho.

-Eu vou gritar, ela gemeu roucamente, sentindo a cabeça larga do pau dele se apertando contra ela, possessivamente. -Oh, Mercury, eu vou gritar.

Os lábios dele cobriram os dela quando ele a penetrou, a empalou com estocadas fortes e pesadas. Movimentando nela. Dividindo sua racha. Ele cobriu os gritos dela, agarrou a bunda dela e a ergueu mais perto e afundou mais nela, antes de começar a foder ela.

Aquilo não estava lento e carinhoso. Não havia nenhum carinho, cautela ou suavidade. Estava tomando tudo dela e estava dando tudo para ela, estavam marcando um ao outro, compartilhando a respiração, as caricias e por fim veio o gozo supremo, que varreu a mente dela, fazendo-a estremecer gozando nos braços dele.

Braços que a abraçavam com força contra ele. Protegendo ela. E quando acabou tudo, acalmou finalmente os longos tremores.

 

Ria nunca tinha feito sexo no escritório em sua vida. Ela sabia que Dane tinha, e com bastante frequência. Ela cobriu as escapadas dele várias vezes, revirando os olhos para o hábito que ele tinha adquirido. Mas ela nunca viu os benefícios daquilo.

Até Mercury.

E se ela foi afetada pelo prazer que encontrou, então ela estava cheia de indecência, após o sexo, Mercury estava convencido disso quando se sentou na cadeira na frente da sua horas mais tarde.

Fingindo ler aquela maldita revista. Ele a olhava por cima da revista, suas pálpebras meio abaixadas em uma expressão decididamente sensual.

Entretanto, Ria controlou o desejo de experimentar as sensações novamente. Ela copiou o trabalho que precisava, removeu o drive Fantasma e enquanto ele a olhava, ela colocou o pequeno dispositivo cuidadosamente no sutiã dela, em baixo do seu seio.

A língua dele lambeu os lábios, e seu mamilo se endureceu.

-Pare com isso. Ela tentou não rir. -A primeira chance que eu tiver, informo ao Jonas como ele conhece pouco as suas Raças. Você é a Raça tranqüila, calma. Lembra?

As sobrancelhas dele ergueram. –Desculpe querida, seu peito não pode conter a minha atração por seus seios. Ela rodou os olhos enquanto se levantava para sair. Ela pegou o casaco de couro que ele deu para ela pela manhã e o pôs sobre seus ombros antes de se embrulhar em volta dela e apanhou sua bolsa.

Ela olhou para a câmera de vigilância sobre eles quando Mercury tirou sua jaqueta de lá. Ele sorriu para ela quando fez isso, então olhou para a câmera de vigilância e rosnou.

Ela só podia pensar em Austin Crowl puxando o alarme. -Eu pensei que Raças eram todos frios, duros e impiedosos, ela comentou quando ele pôs a jaqueta leve.

-Os cientistas experimentaram com inteligência avançada em Raças como Austin. Ele sacudiu a cabeça. -Eles não programaram o código genético dessas Raças para força e consciência predatória porque eles sentiam que daria a essas Raças em particular, o poder de derrubá-los.

Ela arqueou a sobrancelha. -Você poderia fazer o trabalho dele com suas mãos amarradas para trás. Eu vi seu arquivo.

-Mas eu não teria paciência. Ele encolheu os ombros. -Austin é bom no que faz ou pelo menos ele era. Ele sempre foi um pouco superior, um pouco altivo, mas ele foi um maldito estúpido no outro dia.

-Não, ele tinha confiança em si mesmo, ela declarou. -Ele pensou que tinha o poder o apoiando

Mercury concordou quando deixaram o escritório e caminharam pelo corredor abaixo até a entrada principal da casa.

-Ele pensou que tinha o apoio de Callan. A voz dele era baixa. –Vamos deixá-lo acreditar nisso por enquanto.

Mercury achava que Austin estava de algum modo envolvido no que acontecia no Santuário, mas Ria teve suas dúvidas. Austin Crowl era um chato irritante, mas nos arquivos dele e nas informações que chegaram até ela, não indicavam que ele era um traidor de sua própria gente.

Quando eles viraram no canto, os dois pararam lentamente. Ely saia de outro escritório. Ela parou no corredor, com expressão sombria e preocupada.

Mercury chegou mais perto de Ria, se colocando entre ela e a doutora, forçando Ria a avançar por trás dele.

-Mercury. Ely deu passos à frente lentamente, olhando entre eles. -Por favor. Fale comigo por um momento.

Sua voz tremeu, fazendo Ria olhá-la cautelosamente enquanto Mercury parava mais uma vez.

Elyiana Morrey foi especificamente criado contra a emoção. Ela foi treinada nas condições infernais dos laboratórios de Raça e fez experiências em sua própria gente.

-Ely, não tenho tempo de jogos, Mercury disse-lhe cansadamente. -Há muito para fazer hoje.

Ely olhou novamente a Ria, inalando lentamente.

-Seus cheiros estão mudando, ela disse em voz baixa. -Eu preciso fazer exame.

-Nenhum exame, Ely. A voz dele era firme. Não era indelicado; ele não estava bravo, mas o tom brusco era uma recusa.

Ely pôs suas mãos nos bolsos do jaleco branco de laboratório que usava e apertou com força seus dedos.

Ria prestou atenção ao comportamento da doutora, que não era tão tranqüilo quanto tentava aparentar.

-Mercury, você está disposto a arriscar desta forma todos os seus amigos? A doutora perguntou-lhe então. -Não se lembra como era horrível perder o controle e matar sem pensar?

-Chega Ely. Ele se endureceu enquanto Ria via a dor nos olhos da doutora.

-Mercury, você pode matá-la. Ela indicou a Ria. -Você sabe como seria fácil acabar com ela. Você quer arrancar o coração do peito dela?

Sua mão enrijeceu em volta de Ria. -Eu não matei amigos naqueles laboratórios. Sua voz era mortal. -Você sabe disso assim como eu.

-Mas você poderia matar amigos, agora, ela sussurrou urgentemente. -Tenho a cela confinamento pronta. Você tem que me deixar examiná-lo.

Ria teve o bastante.

-Você perdeu a posse do seu juízo, Dra. Morrey? Ela perguntou à outra mulher. –Confinamento numa cela? Por que razão?

-Porque num lugar pequeno e fechado vai forçar o ainda mais o deslocamento feral selvagem que ela acha que já começou a aparecer, Mercury disse, sua voz fria, sem emoção. -Ela não vai facilitar. Nos laboratórios, ela manteve-me num estado de fúria, que permitiu-lhe a pesquisa do fenômeno e criar uma droga para isto.

-É a única forma, Mercury. A voz da doutora escorregou e quebrou.

-Eu acho que em vez disso a boa doutora talvez tenha que ser confinada de uma vez, declarou Ria. -Estou pronta para sair agora.

Ria começou a seguir em frente.

-Desgraçada! Ely saltou na frente dela, raiva pura contorcendo seu rosto agora. -Você é o motivo do que está acontecendo. Eu avisei a Jonas o que iria acontecer. Isso aumentou a exposição a qualquer feromônio que está em seu sistema iria causar isso. Se ele matar, a culpa recai sobre seus ombros.

Mercury rosnou e deu passos entre eles. Para trás, Ely. Você não quer o confronto que isso vai virar.

A expressão da doutora se retorcia de raiva e medo quando olhou para Mercury.

-Sabe que você destruirá o Santuário se o tipo feral na sua adrenalina continuarem a se fortalecer em seu sistema e você vai acabar matando. A voz de Ely era um resmungo duro e áspero. -Pensei no seu bem, Mercury. Pensei que você se preocupasse mais com sua gente do que isto. E pensei que Callan também.

-Você acha que Callan pode me forçar naquela cela, Ely? Mercury lhe perguntou, o som gutural da sua voz fazendo a doutora e Ria vacilarem. -Não há Raças neste Complexo fortes o suficiente para me forçar e prender naquela cela. Você teria que me matar primeiro.

Ria viu a expressão da doutora. Ela viu o medo enlouquecedor resplandecer e queimar nos olhos expressivos de Ely.

-Estou solicitando ao Gabinete de Governo das Raças quando eles se reúnem, ela disse a Mercury então. -Você merece saber isto, Mercury. Você tem de fazer estes exames. Ele é o único modo de salvar todos nós. Como membro daquele gabinete, que é meu dever dizer-lhe que você já não tem permissão para sair dos limites do Santuário.

Ria congelou.. Ela chegou a ele lentamente, a mão dela agarrando o braço de Mercury quando o perigo pareceu chiar em volta dele.

-Formação do Conselho, eles prepararam bem você, não é Ely? Ele zombou. -Você já notou como facilmente recorre às táticas do Conselho quando não consegue as coisas do seu jeito?

Ely empalideceu.

-E, de acordo com a Lei das Raças, não pode limitar-me para qualquer lugar, sem um motivo justo.

-Exames iniciais mostram a motivação. A voz de Ely tremeu enquanto lágrimas enchiam seus olhos. -Eu não queria fazer isto, Mercury.

Ria reforçou se controle sobre o braço de Mercury. A tensão enchendo ele já era incrível, a raiva e a fúria aumentando por dentro dos músculos.

-Exames iniciais não são suficientes, Ely.

Eles viraram para encarar Callan, Kane e Jonas que estavam de pé no fim do corredor.

Com a visão periférica Ria viu o rosto de Ely. Apertou-se em uma máscara de traição pesarosa quando se virou para o líder dela.

-Respeitosamente, Líder Lyons, você não pode determinar isto.

-Não, Jonas respondeu por ele. –A Lei de raça fez essa determinação. Como um membro do Gabinete Governante, Ely, é seu dever apoiar o devido processo, não acusar ou tentar limitar um dos nossos. Até Mercury revelar incapacidade de controlar a raiva dele ou caso contrário comportamento destrutivo, então ele não pode e não será segurado contra a vontade dele, nem ordenado a sofrer qualquer prova até que ele seja julgado um perigo para as Raças ou seres humanos. A decisão será do Gabinete que foi convocação, Ely, e em vez disso será apresentado um protesto contra o abuso da sua posição.

-Você e sua regulamentação, Ely zombou. -Nós dois sabemos, Jonas, exatamente o que você acha da Lei de Raça que nós temos. Você a usa para seus próprios meios e propósitos. Como será quando o Gabinete de Governo descobrir o quanto você manipula a todos para conseguir tudo do seu jeito?

Jonas sorriu daquilo. -Ely, querida, disse ele suavemente. -Você acha que sabe tudo que pode prejudicar a mim ou a minha profissão? Se você quer fazer isso, fique à vontade para incluir isto na lista em sua petição de reclamação.

Sua voz era suave. Não havia nenhum aviso, nenhum sentimento de preocupação ou nervosismo.

Era como ver Dane trabalhando. Claro, Jonas tinha segredos suficientes para afundar Santuário, as raças e ele próprio. Mas, assim como seu irmão, ele nunca daria a uma pessoa informações suficientes para fazer mais do que irritar com o que já foi revelado.

-Você pensa tão pouco de mim assim? Ely o olhou com dor e pesar. Tudo que sentia se refletindo, na expressão dela, emoções que apareceram imediatamente no cheiro dela, notou Ria.

As Raças todas ficaram tensas, a encarado de perto com atenção, vendo cada ponta de confusão nos olhos delas.

-Eu acho que alguma coisa está errada, Ely, finalmente Jonas disse suavemente. -Eu acredito que talvez nós a deixamos sob muita tensão ou você está muito estressada. Eu acho que você precisa descansar, e pensar no caminho que está seguido. Quantas Raças confiarão em você quando souberem o que você está tentando fazer?

-Você se acha tão esperto. As mãos dela saíram dos bolsos do jaleco, os dedos apertaram como força a face ruborizada dela. -Você está arriscando tudo. Não só o Santuário e as Raças, mas o próprio Mercury e você sabe disso.

-Chega Ely. A voz de Callan foi tão intensa, tão exigente, quanto a chibatada de um chicote, fazendo com que a doutora vacilar. –Volte para seu escritório ou seu quarto. Isso é uma ordem.

-Líder das Raças...

-Isso é uma ordem, Ely!Sua voz nunca subia, mas alguma coisa nele, algum rosnado primitivo, fez a doutora retroceder.

Ela retrocedeu um passo e saiu passando entre eles, indo pelo corredor e se afastando deles enquanto Mercury rosnava baixo.

Ele se voltou para Callan. -Há algo errado aqui, ele finalmente admitiu. -Essa não é a Ely que eu conheço.

Jonas concordou, olhando a porta por onde a doutora tinha saído. –Tem razão, essa tampouco é a Ely que eu conheço, mas como você até que possamos julgar ela um perigo, nós não podemos força-lá a testar.

-Por que tentar forçá-la? Ria perguntou. -Faça a ela como ela fez com o Mercury. Engane-a.

-Nós precisaríamos primeiramente de um cientista com a capacidade de executar os exames.

Ria cruzou seus braços sobre seus seios. -Você sequestrou um cientista do Conselho no mês passado, não foi? Jeffery Amburg? Nunca foi libertado de sua custódia apesar das diversas tentativas por diversos governos para saber o que aconteceu com ele.

A testa de Jonas levantada. -Nós o libertamos. Nós temos como provar isto. O que lhe aconteceu depois que saiu do Santuário não é do nosso interesse.

Ria olhou fixamente para ele zombando. -Dê essa fala a alguém que não sabe das coisas. Eu sei sobre as celas aqui embaixo dos laboratórios, e eu aposto que Amburg está descansando bastante incomodado lá. Ponha o rabo dele para trabalhar.

-E garantir a segurança da experiência, como? Callan perguntou a ela friamente. -Ele é um cientista de Conselho, Srta. Rodriquez, não um aliado.

Mercury viu troca de palavras calmamente antes de virar a Jonas.

-Ponha Blade em cima dele. Blade tem bastante experiência médica e sentidos fortes o suficiente para ficar de olho nele. Se Ely é sincera, então ela vai concordar com o seu próprio teste primeiro. Diga a ela que se ela fizer isso, então eu vou me apresentar para mais uma coleta para exames.

Ele sentiu a surpresa de Ria, e viu os olhos de Jonas se estreitarem. –Você tem certeza que quer fazer isso, Mercury? Ele perguntou.

Não, ele não estava.

-Algo não está certo aqui , Jonas. Ely não é uma traidora. Eu correrei o risco se ela for.

-E o que faz qualquer um de vocês pensarem que Ely precisa de exame? Kane grunhiu. -Ela está assustada. Ela está correndo assustada e apavorada.

O Chefe de Segurança do Santuário era o menos confiante que a maioria das Raças quando chegou à segurança interna da propriedade.

-Nós não podemos prendê-la nos aposentos dela, Kane, Jonas rosnou. –As emoções de Ely estão se enfurecendo com muita força sobe a superfície calma e o cheiro dela está alterado apenas o bastante para me preocupar.

Isto era uma coisa que Mercury pegou sentiu também, contudo ficou calado. O seu sentido de olfato estava ficando a cada dia mais forte e a prova disto o preocupava. Ele tinha perdido aquele sentido quando a deslocação feraz selvagem foi "curada" nos laboratórios. E o olfato voltando era a nova prova de que ele tinha que manter o controle sobre a sua raiva e em suas emoções.

-Existe alguma forma dela ter sido comprometida? Mercury perguntou então.

Jonas negou com a cabeça. -O Conselho nunca conseguiu desenvolver uma droga que pudesse controlar-nos, Mercury, não a esse ponto. Mesmo a que usaram em você para o deslocamento selvagem não controlou completamente você. E qualquer um de nós teria sentido qualquer desequilíbrio biológico ou químico em Ely agora.

Mantenha-a restrita aos seus aposentos por vinte e quatro horas, Callan ordenou. -Nós não podemos correr o risco de outra confrontação dela com Mercury durante a festa hoje à noite.

Mercury o encarou com surpresa. -Eu não fui escalado para o esquadrão especial de segurança para a festa.

-Não, você está escalado para atender na festa com seu uniforme de traje a rigor, Callan rosnou. -Você e Srta. Rodriquez. Tanto Engalls e Brandenmore estarão presentes no evento. Quero que todos os olhos estejam sobre eles, e quero que a Srta. Rodriquez. Quero que fique lá cuidando para o caso de uma repentina transmissão seja registrada entrando ou saindo. Quero que isto interrompido, Mercury. Agora. Antes que eu mesmo ignore a Lei de Raça e mate os canalhas.

Com isto, ele virou e andou com gravidade pelo corredor, deixando Kane e Jonas expirando de surpresa.

Callan nunca desconsiderou a Lei de Raça. Ele tinha ajudado a formá-la, para se situar no sistema de leis que governariam as Raças e permitiriam que eles atuassem dentro da sociedade. Insinuar que ele ignoraria uma daquelas leis...

-Eu não esperava uma festa. Ria suspirou, mas Mercury ouviu a aceitação na sua voz. –Dane está sempre fazendo isso comigo.

-Dane não pediu a sua presença, eu que pedi, Jonas rosnou.

Ria encarou Mercury com um sorriso nos olhos-, embora ele sufocasse seu próprio riso.

-Há alguma diferença? Ela perguntou com falsa inocência enquanto passava por Jonas e ia para a frente da casa. -Estranho. Eu não achei nenhuma.

Ria puxou o casaco ao redor dela e entrou na limusine, mantendo a expressão composta até que a porta fechou e a janela subiu entre eles e o motorista.

-Um destes dias, alguém vai matar Jonas, ela contou a Mercury.

Mercury bufou. -Sim, alguém já tenta há meses até agora. Lembra daquelas janelas no apartamento dele que você mencionou quando chegou?

-Atiraram de fora. Ela inclinou-se. -Eu entendo o desejo, eu realmente posso. Eu mesma queria dar um tiro nele. Por que não forçou os exames de Ely até agora? Minha investigação em seus arquivos do laboratório assim como nos arquivos do Santuário não sugere a irracionalidade que ela está mostrando. A mulher está obviamente a beira de um colapso.

-Não é assim tão fácil. Mercury sacudiu a cabeça enquanto se mudava para o banco de frente para ela, em seguida, se inclinou para a frente. –A Lei das Raças, tudo que está nela, todos os valores que Callan e Jonas lutaram para ver postas em vigor para raças, é baseado em um simples ideal, Ria. A liberdade das Raças. Você não forçaria um humano comum a fazer exame psicológico. Se permitir que uma Raça seja forçada a fazer isso, então a Lei das Raças se torna nula e sem efeito, e todos nós seríamos animais novamente aos olhos do mundo inteiro.

Ria cruzou as pernas e encarou-o, cruzando as mãos cuidadosamente no colo enquanto pensava no que ele disse.

-Raças e humanos são lados diferentes da mesma moeda, ela o lembrou. -Você não é completamente humano, Mercury. Você é um meio humano de extraordinário E você ainda está aprendendo sobre o seu próprio corpo, seus hormônios, sua habilidade. Nesse caso, deveria haver uma cláusula de salvaguarda inserida na Lei.

-Existe. Ele concordou. -Mas só se mostrarmos que somos um perigo para nós mesmos ou aos outros. Não importa qual o lado da moeda nossa humanidade nos coloca, mas ainda temos direito aos mesmos direitos e privilégios da liberdade. Não podemos ignorar uma irregularidade no meu caso e a exigência de exame em Ely.

Dane facilmente teria, mesmo que significasse seqüestrar a raça em questão. Mas Ria discordou com muitas das decisões que sabia que Dane feito, pela razão que fosse.

-Ela está muito focada em você, ela finalmente disse a ele, preocupada com o comportamento irregular da doutora. -Fanatismo é possível em raças, assim como é nos humanos. E do mesmo modo destrutivo, talvez até mais.Ela está com a intenção em te colocar na prisão, não importa o que aconteça. Não importa o que ela tenha que fazer para alcançar isto.

Mercury a encarou, sabendo a verdade nas palavras dela. Ele sabia que isso era exatamente a pontaria de Ely, e pensar na traição dela o encheu de irritação.

-Você cheirou alguma coisa que pudesse indicar que ela estava drogada? Ria fez careta o olhando diretamente nos olhos.

-O que te faz pensar que eu possa cheirar isto se ela estivesse? Ele perguntou. -As drogas para o deslocamento feroz acabaram com o sentido de olfato em mim, lembra? (Nota da Revisora no Rodapé).

Ela o observou com diversão arrogante. -Realmente, Mercury, você deveria tentar mentir com um pouco mais seriedade. É tão fácil ver sua mentira quanto ver um papel celofane.

Os lábios dele se apertaram.

-Eu senti você inalando. Muito lentamente, muito profundamente, ela o informou. O que você cheirou?

Ele assentiu finalmente. -Raiva. Medo. E estava muito forte, mais do que deveria ter sido. Ela acredita no que diz. Ela acredita que o deslocamento feral selvagem está retornando e é impossível controlar.

Ely acreditava que ele de repente poderia perder a cabeça e ia destruir sua própria gente, seu povo, por quem ele protegeu por onze anos.

-E o que você acha? Ela inclinou a cabeça, seu olhar suave para ele. Não havia nenhum medo, nenhuma suspeita, era como se ela tivesse formado sua própria confiança nele e não tivesse nenhuma intenção de desistir disto.

Ele levantou a mão e tocou sua face, em seguida, fechou a palma no rosto dela. O desejo de tocá-la era esmagador. Quando ele fez aquilo, os dedo dela envolveram seu punho, o segurando contra ela.

Confiança. Completa confiança. Algo que ele nunca sentiu com mais ninguém. Nem mesmo no passado com jovem raça que quase foi sua companheira.

-Eu acho que rasgaria em pedaços quem ousasse fazer algum mal a você, ele finalmente disse com suavidade. -Não haveria nada na terá que me controlasse, senão a morte, para me controlar.

Ria o encarou, viu a verdade em sua expressão, a luz selvagem nos olhos cor de ouro e os reflexos azuis que brilhavam agora. Seja o que fosse aquele fenômeno que mudava a cor dos olhos dele, só o fazia parecer mais forte, mais selvagem, mais amedrontador para o inimigo.

Mas ele não era seu inimigo. Ele era seu amante, em todos os sentidos da palavra. De uma forma que nenhum homem jamais foi.

-Então você está sob controle, disse ela suavemente. -E não tenho nenhuma dúvida de que tudo vai ficar bem.

Se ele já não tivesse perdido o seu coração para ela, então Mercury jurava que ele teria perdido para ela agora.

-Isso deixa ainda um problema, no entanto, ela disse quando ele a puxou contra ele, arrastando-a para cima de seu colo, embora estivesse bem perto da cabana para fazer mais do que apenas isso. Somente segurar um ao outro.

-Há mais problemas? Ele rosnou. -Eles estão se acumulando até aqui, Ria.

Ele jurava que a risada suave e leve dela, aquecia sua alma.

-Eu me esqueci de mencionar o quanto eu definitivamente odeio festas, ela disse a ele. –E Dane sabe disso. Eu deveria dar um pontapé nele por isso. Ou contar ao Leo sobre ele. Não acho que este tipo de manobra pode ser reparado com um suborno.

Ele sorriu. Entretanto, a mente dele estava nas mãos dela. Tinha puxado o casaco e enfiado os dedos por dentro até o pescoço dele.

-Eu vou cuidar das manobras de Dane, ele prometeu-lhe. -Mas é uma festa pequena.

-Visitantes Vips e dignitários? Pelo menos trezentas pessoas na melhor das hipóteses.

-Trezentos e cinqüenta. Ele riu quando ela gemeu e enterrou o rosto no peito dele.

-Muitos.

-Não é muito, é uma festa de Natal Ria, ele disse. A lista original de convidados, até agora, estava em mil. Mas eles reduziram ao máximo por que estão prevendo neve, e Callan está arrancando os cabelos enquanto ele e Kane trabalham na logística de segurança para as crianças e as esposas deles e das outras Raças. Cada Raça disponível está sendo reagrupada para a nova escada para um turno especial de segurança de 24 horas. A festa começa às 20horas. Isso permite uma festa privada no dia de Natal. Quatrocentos, eu acredito.

Ela gemeu novamente e ele acariciou o cabelo dela ternamente enquanto ria. Ela o fazia rir. Ela o fazia feliz. Ela o fazia querer pegá-la e escondê-la de todos olhos, para se divertir com a alegria dela sem nenhuma distração.

-Nós poderíamos hibernar pelo inverno inteiro, ela sugeriu finalmente.

-Nós não somos ursos, ele riu, desfrutando do jogo.

-Nós poderíamos sair de férias. Os lábios macios beijaram o pescoço dele; a língua dela o acariciou. -Eu conheço várias praias retiradas. Nenhum frio. Nós poderíamos nos aquecer ao sol. Mergulhar na água fresca e deixar as ondas passar por cima de nós.

Seu pau já grosso, ficou ainda mais duro e ansioso para gozar dentro dela, pulsando forte ao pensar em Ria nua, seu corpo delicioso e dourado deitado na areia branca da praia enquanto a água vinha sobre ela e o sol aquecendo sua pele. Teria uma chance de tocá-la. Ele passaria um tempo infernal deixando ela se queimar ao sol e se banhar na praia, mas ele ia estar muito ocupado a tocando mesmo numa praia cheia de gente.

Ela se aproximou da orelha dele, mordiscou a ponta da orelha dele e disse sedutora.

-Eu quero você, ela sussurrou. -Mais uma vez. Porque será que estou queimando de desejo tão profundamente por você, mesmo você já tendo me tomado antes?

-Porque será? Ele se apoderou do cabelo dela, puxou-lhe a cabeça para trás e a beijou.

Não foi gentil, e ele queria se delicado. Mas o beijo foi feroz e faminto, duro e quente, queimando ele por dentro com a força de um fogo violento de prazer.

O beijo foi puro prazer, foi uma agonia de excitação que nunca foi se saciava por muito tempo, e foi um sopro de vida. Um sopro que ele temia que não poderia mais viver sem agora.

 

Mercury esperou entrar na casa com ela. Ele ainda conseguiu rosnar para Lawe e Rule saírem de casa depois de terem verificado completamente. No segundo que a porta foi fechada — e trancada―, ele logo a abraçou.

Ria estava tão inflamada, tão desesperada para tocá-lo, que ela foi rasgando a camisa dele, gemendo quando ele rasgou sua blusa em pedaços com aquelas garras encurvadas e puxou a saia de seu quadril.

Ele não se incomodou em ir para o quarto, ou o sofá. Ele levantou-a, e a pôs contra a parede enquanto ela abria as calças dele e libertava seu pau grosso.

Ele rasgou as calcinhas dos quadris dela e com uma única estocada forte ele enterrou o pau dentro dela. Tinha enterrado o pau tão profundamente nela que ele jurava que estava se perdendo nela.

As pernas dela abraçaram os quadris dele; o calor molhado da xereca estreita envolveu o pau dele como uma mão macia, apertando o pau com tanta força que ele apertou os dentes de prazer. O fez ansiar pela completa rigidez de sua língua, tal como ele tinha ouvido que acontecia quando o calor do acasalamento devorava completamente uma Raça.

Ele queria aquilo com ela. Queria tanto aquilo com ela que ele até podia jurar que sentia agora uma coceira na língua e uma pontinha de um leve sabor selvagem na sua boca.

Os seus lábios tomaram os dela, sua língua se lançando dentro da boca dela com gulodice enquanto suas coxas se enrijeceram e ele começou a se mexer dentro dela. Seu caralho doía, pulsava loucamente quando ele tentou fodê-la mais forte, fundo o bastante para gozar com o prazer agonizante que o enchia.

A xoxota dela o agarrou, o apertou. Os quadris dela se arquearam contra o pau dele, os lábios dela se abriram mais embaixo dos dele, chupando a língua dele, gemendo como se seu gosto fosse tão gostoso quanto a penetração do pau cutucando fundo dentro dela.

-Eu não posso tomar o bastante. Ele afastou os lábios dos dela, ela encaixou a cabeça contra o pescoço dele enquanto ele batia com força os quadris contra ela.

As mãos dele apertaram a bunda macia contra ele e os desejos dele o tomaram de assalto, o fazendo sentir tudo aquilo de um modo rico, profundo e diferente de qualquer coisa que ele já sentiu antes. Ele queria curvá-la, tomá-la de um jeito que sabia que ela nunca foi tomada. Por a sua marca nela de forma tão irrevogavelmente quanto possível. Até que ela soubesse claramente, que tanto o seu corpo quanto a sua alma pertenciam a ele.

Ela pertencia a ele.

-Mais forte. As mãos dela arranharam aos ombros dele, os lábios chupando o pescoço dele, raspando os dentes. Mordendo-o.

-Ai inferno. Porra sim Ria. Morda-me, meu bem. Me morde forte.

Mas ela já tinha. Os dentes dela se prenderam à base do lado do pescoço dele, enviando fogo e prazer orgásmico por ele.

A cabeça dele abaixou, os dentes buscando o ombro dela. Ele rosnou. Ele reclamou. Ele a mordeu enquanto a sentia gozando, explodindo em gozo ao redor do pau dele, sua vagina contraiu os músculos e o apertaram com força, chupando e engolindo o pau dele, até que ele rugiu gozando e explodindo de prazer, o rugido se tornou um rosnado enfurecido de gozo quase que doloroso pelas explosões furiosas de jatos quentes de sêmen que o fizeram querer dar um selvagem rugido leonino.

Aquilo foi intenso. A angústia e o prazer, o encheram junto com a raiva. Porque não havia nenhum acasalamento. E ainda assim Mercury sabia na sua alma que ela era sua companheira. Esta mulher. Ela agarrou-se a ele, as suas lágrimas umedeceram o seu pescoço, sabendo que ela sentia aquela parte perdida que comia ele por dentro.

Quando os tremores do gozo diminuiram, e ele conseguiu pensar, e encontrar o equilíbrio novamente, ele a abraçou firme, e se colocou de costas contra a parede e escorregou até se sentar no chão.

Lá, ele manteve-a contra ele, a sua cabeça ainda enterrada contra o pescoço dela, de olhos fechados.

-Você é minha companheira, ele sussurrou de encontro a sua garganta, contra a marca que ele não deixava se curar. Porque continuava a mordê-la sempre que a possuía, ferindo de forma que era muito além das marcas minúsculas em seu ombro.

Agitou sua cabeça. -Não tem importância Mercury. Levantou sua cabeça e olhou fixamente para ele, fazendo o coração dele doer.

Não havia nenhuma recriminação nos olhos dela. Estavam úmidos, mas um langoroso prazer enchia os eles, e emoção. Ela estava aberta para ele agora. Podia sentir o cheiro do desejo que poderia se renovar com a mais delicada caricia de seu toque e as emoções que ele não cheirava a muitos anos. Poderia detectá-los agora, flutuando em volta dele, entrando na sua alma.

-Eu te amo de qualquer maneira. Ela tocou seu maxilar, alisou a mão por seu pescoço. –Exatamente como você é, apenas como nós somos agora. Eu te amo.

-Eu te amo, ele repetiu as palavras tranquilas, que saíram fáceis de seus lábios. Ela não era apenas sua companheira, não importava a falta do calor do acasalamento. Ela era o seu coração.

Colocou a cabeça dela contra o seu ombro e expirou um pequeno suspiro de satisfação e de cansaço.

-Nós poderíamos hibernar hoje à noite, ela sugeriu finalmente sorrindo contra o pescoço dele. -Apenas se esconder.

Ele riu. Apesar da dor, a traição que sentia, por sua própria genética e por seu corpo se recusar a produzir o calor de acasalamento, teve que rir do divertimento em sua voz.

-Você chama o Dane e chamarei Callan, ele disse-lhe, e ele pensou. Se ela não quisesse ir, eles não iriam. Era tão simples.

Mas ela suspirou. -Dane faria beiço. Ele não é bonito quando ele faz beiço.

-Callan não faz beiço, Mercury riu. -Os jogos não são o seu estilo. Ele entenderia. Ele tocou os cabelos dela e alisou os fios longos. -Mas eu perderia provavelmente meu período de férias. Aquele divertimento ao sol que você esteve falando.

-Inferno. Números. Dane só fica avarento com os subornos. Ele não se incomoda em revogar meu tempo de férias.

-Você nunca tira seu período de férias? De qualquer maneira duvido que você faça isso. Ele ajudou-a a se levantar.

Ele viu-a então — o seu cabelo estava sujo, a roupa rasgada — e não conseguiu acreditar na fome que o consumiu quando entraram na cabana, que o fez fazer aquilo.

Ela franziu a testa zombeteiramente. -Sabichão.

Ele a fitou, sabendo que ele foi totalmente enlouquecido com ela. -Você vai tirar agora. Prometo a você, Ria. Você vai implorar por seu tempo de férias agora.

Se ela ficasse na Vanderale Industries. O Santuário precisava mais dela do que Dane ou Leo Vanderale. Mercury precisava dela com ele. Ele faria o que ela precisava fazer, o que ela queria fazer, mas ele não achava que ela seria tão feliz trabalhando com Dane quanto seria aqui.

-Malditas festas, ela murmurou, se afastando dele e indo em direção ao quarto antes de lançar-lhe um pequeno olhar quente sobre seu ombro. -Quer tomar banho comigo?

-Pergunta incorreta, ele rosnou. -Como você me guarda dele.

Ele a seguiu depois que ela riu, pensar em foder Ria no chuveiro fez caralho se erguer enlouquecido num arranco de antecipação.

Porra! Ele podia não estar no calor do acasalamento, mas estava malditamente perto daquilo. Por enquanto, por esta noite, ele iria se contentar com isto. Mas ele ia ter que parar de esfregar a sua língua contra os seus dentes, e esperar. Porque ele jurava que estava ficando dolorida.

 

Mais tarde naquela noite, quando Ria saiu do banheiro, colocando nas orelhas os brincos de pérola que ela tinha escolhido para usar, o cabelo estava preso e tudo que Mercury pode fazer foi esconder o resmungo dele.

Ele vestia o uniforme de ala. As calças pretas e jaqueta estavam imitando ele bastante. As botas de calçava eram um pé no saco, mas ele tolerava quando tinha que usar. Ele usava as insígnias da graduação dele, de segundo comandante, uma barra dourada estreita estava presa no ombro esquerdo da jaqueta. À direita estava a cabeça do leão de ouro que identificava sua classificação genética, e embaixo do leão a insígnia oficial da Agência de Negócios das Raças, um simples alfinete de bronze com as siglas BBA(Bureau of Breed Affairs).

Vestir o uniforme era um mal necessário. O cabelo de Ria preso não era.

-Solte o cabelo. Ele pretendia que aquilo fosse um pedido enquanto o olhar dele percorria de cima a baixo o simples vestido preto que ela usava. As mangas compridas cobriram os braços, e o tecido ia até o alto do pescoço.

A frente estava com um corte justo, levantando e arredondando os seios dela, dando uma sugestão mais clara dos seus contornos.

Ela usava um lindo colar de pérolas ao redor do pescoço iguais aos brincos e mais nada.

-Eu não vou soltar meu cabelo. Ela se moveu até a cômoda para conferir seus brincos. –Seria... Mercury.

Quando ela falou, ele foi por trás dela e puxou os grampos do coque e assistiu aquela massa cheia, dos longos cabelos sedosos se esparramarem por suas costas gloriosamente.

-Você não fez isso. Ela virou para ele, incrédula. –Desgraçado!

Os olhos dele se apertaram nela. Fique furiosa como quiser. Eu quero isto solto.

Os olhos dela se apertaram nele. -Eu querer o maldito bolo de queijo que eu mencionei antes, não significa que vou ter ele.

Ele rosnou. -Haverá quatro tipos diferentes de bolo de queijo no bufê. Eu pedi isto. Só para você. Todo coberto de chocolate.

Por um segundo ele jurou ver os olhos dela vidrados cheios de algo parecido com êxtase.

-Eu vou rever minha opinião sobre você. Ela fez um beicinho encantador de irritação. -Você é um homem cruel, mau. Seduzindo-me com bolo de queijo. Eu me vingarei. Você vai ver.

Ele sorriu para ela, as sobrancelhas se arqueando quando correu os dedos pelo cabelo dela e conteve o desejo feroz de beijá-la. Se ele a beijasse, ele nunca sairia daquela cabana com ela.

Ele deixou o olhar correr por ela novamente, notando como ela fez o corte do vestido esconder a mordida no ombro dela. Por alguma razão aquilo o aborreceu.

-Deixe o cabelo solto, ele falou. -Nós discutiremos o vestido depois.

-Sim, com um chicote e uma cadeira em minha mão, ela o informou maliciosamente. -Não comece dando ordens, Mercury. Eu não obedeço muito bem.

Ria deixou o cabelo solto, simplesmente porque estava aprendendo o quanto ele apreciava ver o cabelo solto em suas costas. Mas suas roupas, bem, como ela mesma às vezes desgostava delas, era imperativo.

Roupas de estilo, maquiagem glamourosa e projeção da imagem em público eram um perigo para o trabalho que ela fazia, e em festas como a que a liderança do Santuário oferecia esta noite ela conhecia muitas das pessoas que lhe enviaram para que investigasse.

-Você deve se vestir como você gosta, ele rosnou. –Mas eu juro, Ria, eu posso sentir seu desgosto com esse seu vestido.

Ela olhou nitidamente para ele. Ela odiava este vestido. Era simples, o corte e desenho era muito elegante. E era modesto. Ela nunca odiou tanto a modéstia quanto esta noite.

-O vestido é como vestir o seu uniforme de gala, menos ameaçador e mais civilizado que o uniforme que você trabalha. Minha linha de trabalho exige que eu apareça amigável, bem intencionada a qualquer momento. Não importa o trabalho ou o evento.

Ela foi até o armário e pegou um par de sapatos de saltos baixos. Ela teve que se impedir de encará-los com pesar. Era como seu vestido. Simples. Modesto.

Ela os calçou e se voltou para Mercury.

Ele estava encarando ela, a expressão dele sombria, os olhos dele naquela que cor estranha mais uma vez, como se algo vivesse dentro dele que ele nem sempre estava atento.

-Eu não tolerarei isto, ele mordeu de repente.

-Tolerar isso o quê? Ela replicou. -Minha recusa para fazer como você manda?

Se ele virasse Raça arrogante sobre ela agora, ela ia ficar furiosa.

-Sua recusa em fazer o que quer, ele rebateu. -Esse vestido. Esses sapatos. Eu nem sequer tenho que ver seu rosto para sentir o quanto você odeia essas malditas coisas. Onde estão as roupas bonitas, Ria? Ele olhou na direção do armário e depois para ela rosnando ao olhá-la.Roupas Simples. Saias feias. -Onde estão as roupas que você quer usar?

-Nas lojas. A voz dela era cortada, sua raiva subindo. –Aonde eles pertencem. Se eles estivessem aqui, eu iria vesti-los. Isso é simples. Eu disse a você, Mercury, eu não posso me arriscar quando investigo as pessoas levando-os a suspeitar de mim quando estou próxima a eles, tenho que fazê-los acreditarem em mim como uma “amiga” e não com desconfiança devido a roupas chamativas. A simples funcionária órfã, enviada pelas Indústrias Vanderale nunca poderá pagar essas roupas caras. Uma funcionária de escritório? Realmente! Quanto tempo você acha que eles confiariam em mim se eles me vissem vestida nesse tipo de vestido de festa que você está falando?

-Quem pôs isto na sua cabeça? Ele enfureceu-se, andando com arrogância até o armário. -Dane? Leo? Por minha vida se isso continuará. Você é uma bela mulher e você adora coisas bonitas e femininas. Por que você não deve tê-los?

-Porque é prejudicial ao meu trabalho, ela disse com a voz aumentando. –O meu emprego, Mercury. Lembra? Você teria acreditado que eu era nada mais que uma simples secretária que chegava para investigar a maldita contabilidade do Santuário se eu chegasse aqui vestida de seda pura e salto alto?

Ele a encarou, o reflexo azul nos seus olhos brilharam mais profundos, mais escuros. -Eu não teria tido inteligência para pensar, ele finalmente murmurou. -Eu estaria bastante ocupado te agarrando e te fodendo antes de entrar nos limites do Santuário.

Ela queria rolar os seus olhos para ele. -Nem você nem Jonas teriam me levado a sério.

Ele passou os dedos pelo seu cabelo, o seu olhar fixo correndo por cima dela. –Seu jeito de vestir é um “caia fora não estou a fim de sexo”, ele informou-a -Uma olhada em você, Ria, e todos sabem que é isto. Você acha que a razão pela qual as companhias que você investiga não suspeitam de você é simplesmente por causa de sua roupa? Isto não é verdade, Ria. Eles não suspeitam de você, porque são arrogantes e muito seguros da sua própria inteligência para acreditar que alguém seja mais inteligente que eles.

Ela sacudiu a cabeça. Ela não queria ouvir aquilo. Não era verdade. Ela devia aos Vanderale. Eles a mantiveram protegida e cuidada até que ela crescesse, eles a alimentara, vestiram, e lhe deram um teto e até providenciaram uma família para ela, cuidaram de tudo para que não ficasse sozinha, abandonada num orfanato.

-Você se esconde,, Ria, ele afirmou. -Aquela roupa não é por causa do seu emprego. Essas roupas, seu comportamento, sem maquiagem e cabelos presos — é assim que você pode se esconder.

Ela deu um olhar severo antes de remover dele e empurrar o seu agasalho do fim da cama.

-Você está pronto para ir? Ela puxou a capa pesada capa por cima do vestido e fechou no pescoço.

-Não estou longe não é Ria? Ele perguntou continuando a olhá-la.

-Não sei sobre o que você está falando.

-As roupas deselegantes. Seu cabelo torcido naquele coque perfeito e apertado. Mantêm todo mundo a uma distância. Tudo em você gritando bem alto. Caiam fora, vão embora. Mas eu não fui embora.

Não, mesmo assim ele não tinha ido embora.

-Não, você não foi embora, ela sussurrou finalmente. E ela se perguntou o que faria quando ele fosse embora.

Aquele pequeno instinto de aviso dentro dela não pararia. Ele continuava ecoando: “tenha cuidado Ria” e ela continuava ignorando.

Mas ela odiou aquele vestido e sapatos mais do que ela quando os pôs. Os argumentos dele a fizeram se lembrar dos poucos vestidos que possuía que a faziam se sentir viva e linda. Aqueles que ela desejou vestir agora, aqueles que combinavam com a maquiagem que ela preferia e os sapatos de salto alto que ela amava. E se lembrou de todas as vezes que vestiu tudo aquilo quando estava sozinha. Sem ninguém para admirá-la. Como se ela sempre estivesse mais segura sozinha.

Ela não pode ser ferida, se ninguém soubesse que ela frágil e fácil de ser magoada.

Até agora.

Agora, na viagem de volta ao Santuário, ao entrarem pela entrada bem guardada e depois no salão de baile brilhante da mansão principal, as acusações de Mercury repercutiam em sua mente.

Ela olhou brevemente Dane do outro lado do salão de baile, imerso numa conversa com vários dos acionistas corporativos do mais alto nível que ela já tinha investigado no passado. Dane se movia entre a multidão, os olhos prateados observando tudo, a advogada loira que os boatos diziam que estava envolvida com ele, esta ao seu lado.

Raças vestidas em uniforme de gala lotavam a mansão, assim como a estava a força de segurança pessoal de Kane Tyler, os homens que trouxe com ele quando veio para os primeiros passos no Santuário nos primeiros passos que as Raças livres deram no mundo.

Ela andou pela sala ao lado de Mercury, vendo os olhares que a percorriam despedindo-a. Eles sempre a despediram, e até agora nunca tinha percebido o quanto odiava se vestir daquele modo e até quando ia permitir aquilo.

Mercury viu algo completamente diferente. Quando eles andaram pelo salão e ele a apresentou aos homens e mulheres apresentes na festa, ele viu o quanto o nome dela ou ela mesma era reconhecida.

Ele viu como sua beleza fresca, totalmente dela intimidou outros. As mulheres viram a simplicidade das roupas dela e a graça real pelas que mostraram e eles se mudaram. Os homens deram uma olhada no braço do Mercury segurando ela e a maioria soube o terror que seria em tentar a raiva de uma Raça por causa da mulher dele. Não seria permitido. Ficar muito perto da companheira de uma Raça era correr o risco de morrer nas mãos sangrentas de uma Raça.

E ele sentia a insatisfação dela. O desejo de deixar todo aquele fogo selvagem dentro dela livre. Ela só se soltava livremente quando ele a possuía, a amava. Mas aquele fogo queimaria eternamente dentro dela.

Ele podia vê-la em cores fortes de vermelho― vinho e vermelho sangue. Ela iluminaria a noite com os longos cabelos soltos, com saltos altos e os vestidos luminosos que ele sabia que ela amava. E ela iluminaria todo o mundo a sua volta. Mas estava amedrontada. Podia sentir seu medo, e picou o animal que podia sentir se esticar dentro de mesmo, num chamado primitivo para a liberdade da mulher que ele amava.

Não tinha sentido esse instinto dentro de si por onze anos. Até o medo dela. Até que o cheiro dela entrou no Santuário e flutuou envolta dele e sentiu-a entrar dentro dele e despertá-lo, afastando as cadeias de controle, libertando e aliviando sua mente. Observando, esperando.

E mais. Sentiu algo mais, e que não fazia nenhum sentido.

Enquanto se misturaram e falaram, bebendo seu champanhe e prestando atenção ao Presidente das Engalls Farmacêutica tão próximo quanto à decência permitia.

Ela pode sentir a tensão do Mercury ao lado dela, aumentando enquanto conversavam, investigando de perto Horace Engalls, um dos homens esta passando as informações, e sua esposa esnobe, Cara Brandenmore Engalls.

Ria correu rapidamente na mente as informações que tinha sobre a mulher. Não havia nada muito importante sobre Cara. Ela estava no conselho de administração das Indústrias Farmacêuticas Engalls e da Brandenmore Pesquisas, da qual a Engalls era uma divisão.

Ela era a filha de Phillip Brandenmore, casada com o homem que o pai dela tinha escolhido para ela. Ela era dez anos mais jovem que Engalls e ela tinha se revoltado contra a lei de Raça quando veio para votação anos atrás.. Ela era uma figura poderosa em seu pequeno grupo, devia ser levada com cautela e considerada uma inimiga formidável.

Horace Engalls começou a cortesia amigável na esperança de adquirir Raças para fortalecer sua segurança nos laboratórios dele nos seus laboratórios. Ele foi recusado repetidamente. Mas ele e Brandenmore eram associados a um senador muito poderoso que Santuário gostava de manter feliz. O que significou que os dois homens tiveram convites que o senador pediu para eles.

Ria conhecia bem Cara, da mesma maneira que ela conheceu a mãe de Cara antes de Phillip Brandenmore se divorciar.

-Ria minha querida, o que está fazendo você aqui? O sorriso frio, superior de Cara escondia o coração de uma cobra quando viu onde a mão de Ria descansava...Dentro do braço de Mercury. -E com um... Homem. A pausa significativa fez Ria apertar os olhos. -Eu estou surpresa por Dane permitir isto.

Ria subiu uma sobrancelha. –Dane é meu patrão. Não é meu irmão.

-Eu sempre supus que era muito mais que isso. A risada de Cara foi leve, cruel. –Acho que estava errada?

-É possível que esteja. Ria disse delicada. –Mas, me diga como está Phillip? Eu não o vi hoje à noite. Ela olhou envolta do salão procurando o pai de Cara. -Eu esperava dizer um olá para ele.

-Ele teve que fazer uma parada inesperada a caminho do aeroporto. Os lábios de Cara se encurvaram com satisfação presumida. – A sua mais nova namorada de diversão, eu acredito, está atrasado. Ele deve chegar daqui a pouco.

-Espero vê-lo antes de eu partir então. Ria sorriu firmemente, acenando com a cabeça e também Horace. -Talvez possamos ter uma chance para conversar mais tarde.

-Oh, estou certa que nós vamos, querida. A risada falsa de Cara estava irritando os nervos de Ria. –Eu vou tornar isto certo.

Deu um olhar afiado na outra mulher antes de se mover. O sentimento de medo correndo por ela aumentou.

-Como está a segurança? Ela perguntou a Mercury, mantendo a voz baixa enquanto se moviam pelo salão e ele a puxou para a pista de dança

Ele dançava igual a quando fazia amor, ela pensou amolecendo conta ele e contendo um suspiro esperando ele conferir os pontos de segurança.

-Está tudo seguro, ele murmurou na orelha dela. -O que há de errado, meu bem?

A palavra de afeição enfraqueceu os joelhos dela. Que tola. Dane sempre a chamava de querida e meu bem. Dane sempre teve carinho por ela. Mas ainda assim agora com Mercury o efeito sobre ela foi completamente diferente.

Ela assentiu e abaixou a cabeça, deixando-o puxá-la para mais perto dele.

-Ria, logo mais nós precisamos conversar, ele disse com voz grossa e suavemente sedutora no ouvido dela, ele soltou um leve rosnado quando acariciou o lóbulo da orelha dela com a língua. Logo mais.

Ela fechou os olhos e sorriu. Ela sentia o pau duro dele sob a calça do elegante uniforme de gala das Raças. Ela o sentia quente e excitado, segurando-a tão perto quanto a convenção permitia.

-Nós temos que ficar muito tempo?

-Mais do que o tempo que nós vamos ficar. Droga, ele amaldiçoou, levantando a cabeça. -Vamos. Jonas há pouco nos chamou ao escritório de Callan.

Quando ele a soltou, ela olhou o receptor fino quase invisível na à orelha dele.

-O que há de errado?

A mão dele espalmou nas costas dela conduzindo-a na sua frente para as portas do salão de baile.

-Inferno se eu sei, ele murmurou. -Ele não está dizendo.

O medo instintivo aumentou nela. Ria não conseguia explicar aquilo; ela não podia forçá-lo a não ir para aquele escritório, mas todo instinto feminino que ela possuía estava gritando dentro dela:Corra Ria. Exigindo que ela fugisse.

Aquele instinto era uma parte dela. Ela sempre ouviu e atendeu aquilo. Que foi justamente nas poucas vezes que não viu seu coração quebrado e o orgulho em frangalhos. Era quando arrebentava o coração que muitas vezes via a piedade nos olhos de Leo e Dane. Sempre a pequena órfã triste, sozinha e pobre.

-Ria? Mercury perguntou quando entraram no saguão e caminhara à parte de trás do corredor. -Você está bem?

-Estou bem. Ela deu um sorriso que esperava não ser tão frágil quanto ela se sentia. -Eu acho que os sapatos estão beliscando meus pés ou alguma coisa.

Ou algo parecido. Quando mais perto se aproximavam daquele escritório, mais ela tinha que se conter para não se virar e correr.

-Eu odeio quando você mente para mim, ele rosnou suavemente.

-Eu odeio quando você me faz perguntas que eu não sei responder, ela rebateu. -Eu tive um sentindo ruim todo o dia.

Ela segurava o lado do vestido, erguendo um pouco a saia longa enquanto caminhavam pelo corredor cada vez mais perto do destino deles. Ela poderia correr agora, ela falou para si.

Maldição!Ela não era uma covarde. E sentia que não era nenhum perigo físico que a esperava. Ela não podia explicar a premonição. Ela nunca pode explicar.

-Jonas, Callan e Dane estão esperando no escritório de Jonas, ele lhe falou. -Dane não permitiria que você corresse perigo.

Ela sacudiu a cabeça. -Não é nenhum perigo.

Ela podia ver a porta. Estava fechado. Eles chegaram mais perto e ela quis gritar. Ela lambeu os lábios nervosamente, ignorou as palmas suando e esperou Mercury bater na porta.

Abriu, mas só parcialmente. Dane saiu.

-Mercury, eu estarei de pé aqui fora com a Ria. A expressão dele estava lívida.

-O inferno que você vai. Mercury a puxou para mais perto ao seu lado. -Ela não precisa de uma babá.

A porta se abriu.

-Mercury. O suspiro macio, feminino quebrou quando ela encarou a outra mulher com horror.

Cabelo dourado na altura dos ombros, olhos enormes como uma noz, marrons castanhos sombreados por cílios dourados. As maçãs do rosto altas, olhos exóticos e um sorriso trêmulo. E uma face que Ria tinha visto nos seus pesadelos durante as últimas semanas. Exceto que a face do pesadelo era mais jovem, suave―e a morte a tinha levado a anos atrás. Ou supôs-se que tinha..

-Alaiya? Choque enchia a voz de Mercury e o coração de Ria murchou.

Ela parou. Congelada.

Os braços da outra mulher tocaram a face dele, o acariciou, entretanto ele quase se retraiu. Os braços de outra mulher envolveram o pescoço dele e outra mulher se aconchegou contra o peito dele.

-Oh, Mercury. Foi há tanto tempo.

Aqueles olhos piscaram para Ria e por um momento Ria podia jurar que viu um breve olhar de prazer malicioso nos olhos da companheira de Mercury.

 

Ela estava se desintegrando em milhões de pedaços. Partículas e fragmentos de sua alma seriam encontrados a anos-luz de distância da Terra antes que a dor terminasse sua viagem.

Ela esteve tão certa de que ele era dela. Tão certa que tinha encontrado finalmente um lugar para pertencer, porque ele possuiu sua alma e nunca,ninguém jamais teve.

Sentiu que Mercury era puxado para longe dela. Sua mão deslizou das costas dela, e ela ouviu um rosnado. Um som irritado de dor que ela se perguntou se foi ela que fez aquilo.

Quis enfiar o punho naquele rosto perfeito. Queria arrancar aqueles cabelos perfeitos da cabeça da mulher. Queria gritar de raiva, medo e dor.

-Ria, querida. A voz de Dane estava em sua orelha. Estava cheia de sofrimento. -Querida. Espere. Você não querer quebrar aqui.

Ela negou com a cabeça e deu um para trás, puxando seu braço de sua mão. Não queria o toque de Dane nela. Não podia ser tocada, não agora. Não quando a dor estava explodindo em seu cérebro, quebrando seu coração, quase parando ele.

A palpitação lenta, morosa lembrou-a. A fez lembrar-se do momento quando soube que sua mãe nunca mais voltaria. Que estaria sempre sozinha. Devia ter se lembrado, devia ter sabido que tudo que viveu não foi real.

-Se você quebrar aqui, nunca se perdoará. A voz de Dane chicoteou nela, o homem silvou baixo com fúria quando Alaiya inclinou a cabeça até Mercury e falou com ele.

-Eu soube quando eu li o que aconteceu nos tablóide de notícias. Ela suspirou contra o Mercury. -Companheiros. Isso é o que nós somos, não é? É por isso que nunca o esqueci, Mercury.

Ria não pôde respirar. Oh Deus. Doeu. Estava esfaqueando o peito dela, rasgando a carne e os ossos dela, ela ia gritar com raiva e a dor por aquilo.

Não toque nele!

As palavras estavam ricocheteando na mente dela quando Mercury agarrou os pulsos da outra mulher e os empurrou. Apenas um pouco. Apenas o bastante para impedir Ria de desmoronar, de lhe implorar que não ele não a segurasse.

-Alaiya? Havia uma riqueza de surpresa, choque e talvez raiva.

Claro que ele estava bravo. Onze anos eles estiveram separados e aqui estava ela, meras horas depois que ele se comprometeu com outra mulher. Para alguns humanos estúpidos que há pouco não entendia onde ela esteve.

-Ria. O braço de Dane estava em volta dos ombros dela.

Ele tentava protegê-la. Como ele fazia toda vez que a via, como uma menina pequena. Ele envolveria seus ombros e tentaria protegê-la de tudo que tinha sofrido enquanto ele esteve fora. Mas não havia nenhum modo de protegê-la do que acontecia agora.

Feridas abertas, sangrando rasgavam a alma dela. Ela sentia o sangue sendo derramado em seu coração, mas não saiu nenhum som de sua boca.

-Que merda é esta que está acontecendo aqui? Gutural, áspera e cheia de fúria, a voz de Mercury ecoou em torno dela. Cortou ela. Ela olhou nos olhos dele, e eles estavam quase azuis. Eles não estavam âmbar. Eles não estavam dourados. Estavam azuis, a cor que tinha sido quando ele apresentou os primeiros sinais de acasalamento com Alaiya nos laboratórios.

Alaiya voltou. E, aparentemente, o animal de Mercury também.

-É preciso tomar muito cuidado com isto, ela sussurrou para ele, enquanto olhava Alaiya nos olhos. -Eu sei que faz muito tempo. Ela se afastou dele. -Você precisa-ela gesticulou -"conversar". Ela não pode imaginar qualquer outra coisa. Se ela fizesse, ela iria morrer. Bem ali, ela perderia a sua vontade de viver.

Ela não podia aguentar aquilo. Doía muito. Nada — senão abandono, nenhuma palavra fria de crueldade, cortante que falaram para ela no passado, causou tanta dor como ver agora Mercury abraçando outra mulher.

-Mercury, você pode entrar no escritório, por favor? A voz de Jonas era como um chicote cortando a tensão. –Dane, a Srta. Rodriquez ficará mais confortável na sala de recepção do outro lado do corredor.

Ela fitou Jonas. Os olhos dele pareciam prata viva, uma coisa separada do resto dele, faiscando e crepitando com a raiva tempestuosa quando a olhou.

Naturalmente, ele estava zangado. Ele acreditaria que o que aconteceu afetaria o trabalho dele. Que afetaria a relação do Santuário com os Vanderales.

Ela sacudiu a cabeça. Ela era a pobre pequena órfã pobre da família, mas não era realmente uma parte daquela família. Ela sempre soube disso.

Ela recuou, sentindo a mão de Dane no seu braço como uma corrente elétrica, dolorosa, não desejado.

-O inferno que ela vai.

Antes que Mercury dissesse essas as palavras ela já a segurava, puxando-la para o seu lado, o braço envolta das costas dela, puxando-a para ele.

-Não faça isso comigo. O som da sua voz surpreendeu-a. Era pouco aceitável, grosseira e bruta foi difícil de compreende. -Não me faça ver isto.

Os seus olhos estavam quase que azuis puro; agora o ouro cintilava em flashs muito pequenos e não o contrário.

-Isto não é o que você pensa. Ele olhou com raiva a sala antes de sair dela, longe da vista dos outros, apertando-a contra a parede e a encarou com olhos ferozes.

E a dor era imensa dentro dela. Ela tinha que se afastar dele. Antes que implorasse a ele. Antes que suplicasse a ele, Por favor não me deixe só.

Apertou as mãos contra o peito dele. –Cuide disto. Eu esperarei com Dane. Ela sacudiu a cabeça, sabendo que ele não voltaria para ela.

O calor do acasalamento parecia-se com uma droga, um vício. Ele não seria capaz de deixar a companheira dele até que o calor se acalmasse. E Ria já teria ido embora a muito tempo até lá. Muito tempo e longe.

-Mas que porra de caralho do inferno. Ele raivosamente xingou na cara dela. –Isso não vai acontecer.

-Mercury me escute, Dane falou, chegando calmamente por trás dele. -Você quer feri-la desse jeito, cara? Eu pude cheirar o calor de acasalamento em você no momento que Alaiya se jogou em seus braços. Negar isto não vai poupar Ria do sofrimento.

Os joelhos de Ria viram borracha.

Oh Deus! Não podia cair. Olhou fixamente Mercury com horror.

-Não é desse jeito. Ria, ouça-me. Suas mãos seguraram o rosto dela, a expressão dele angustiada. Meu bem, você tem que me ouvir. Não é desse jeito.

A cabeça dela abaixou. Ela soube o que ele ia fazer. Ele ia beijá-la. Deixar que ela provasse um sabor que ela não poderia mais ter. Deixe-la saber o que pertencia a outra mulher. E ele ia destruí-la com aquilo.

-Não! Ela levantou a mão e cobri a própria boca. -Deixe-me ir, Mercury. Deixe-me ir.

-Você é minha companheira. Ele forçou sua mão a baixar. –Porra! Você vai me ouvir.

-Merda! Deixe-a ir.

Dane girou em torno dele, e a puxou para longe dele, mas nenhum deles esperavam o que aconteceu em seguida.

Um rugido selvagem rasgou do peito de Mercury e Dane voou. Ele escorregou pelo chão encerado, terminando numa pilha contra a parede antes de agitar a cabeça e levantou com um rugido de raiva.

-Toque a minha companheira e você morre. Mercury colocou-se entre ela e Dane. –Você está me ouvindo Vanderale? Eu vou arrancar seu coração como eu fiz com aquele cretino maldito nos laboratórios e depois empurrarei seu coração por sua garganta abaixo.

A voz dele — aquela não era a sua voz.

Ria recuou dele, sacudindo a sua cabeça quando Callan, Kane e Jonas saíram apressados do escritório, pondo-se entre Mercury e Dane, enquanto Jonas continha seu irmão, rosnando de raiva quando Dane lutou contra ele, querendo se soltar para partir prá luta com Mercury.

-Mercury? Alaiya saiu do escritório. A seda sensual farfalhou quando se moveu, como o sussurro de um serpente. Sua voz foi quase infantilmente suave, confundido, mas os seus olhos, Ria olhava os olhos de Alaiya, e ela viu satisfação presunçosa lá. – O Sr. Vanderale não me tocou.

Ela tocou o braço de Mercury, que olhava fixamente a Ria.

-Não se afaste de mim. Ele apontou para Ria, lutando por controle, lutando obviamente contra a raiva que corria por ele com o calor do acasalamento.

Calor do acasalamento. Por ela. Ria olhou para a outra mulher e sentiu vontade de gritar de raiva.

-Parece que a festa está no final, ela sussurrou olhando para ele, dolorida até o fundo da alma. – Cuide de sua companheira, Sr. Warrant. Eu cuido de mim.

Ela sentiu o frio crescer, embora soubesse que não duraria por muito tempo. Estava se formando nas veias, cobrindo sua carne, lavando pela mente. O escudo de proteção era tão frágil quanto o gelo fino.

Os lábios de Mercury descobriram os dentes silenciosamente a advertindo com um rosnado selvagem enquanto a olhava. E ele poderia alcançá-la e tocá-la, se Alaiya não estivesse lá. Se ela não chegasse, deslizando as mãos dela nos ombros dele, os lábios dela apertando os dele antes que ele pudesse afastá-la dele.

E o Mercury se acalmou silencioso como a morte, contra ela.

Ria não suportou mais nada. Ela virou-se e correu, ciente de Dane atrás dela, chamando o seu nome, alcançando ela. Ele a parou na entrada do saguão a forçou a parar antes de envolver seus ombros e levou-a rapidamente para a porta.

O porteiro estava esperando com sua capa dela.

Dane agarrou a capa. Ria teve que correr. Ela tinha que fugir. Ela teve que escapar. Tinha que fugir da dor. Estava desmoronando tão acentuadamente e profundamente que pensava que pudesse sobreviver.

O primeiro soluço rasgou sua garganta quando apressou os passos, ignorando o eco de um rugido atrás dela.

A limusine de Dane esperava lá fora. Rye apressaram para abrir a porta e ela bateu por trás deles como Dane apressaram em sua parte traseira. Um segundo mais tarde, o carro estava puxando longe da mansão, um caminho através do corte caído neve como Dane embrulhados seu manto em torno dela.

-Está tudo bem, pequena visão, ele sussurrou, abraçando-a e balançando-a.

Ele havia feito isso também, quando a encontrou no apartamento, sozinha. Chamou-a de pequena visão e a tomou em seus braços.

-Isso também vai passar, Ria, ele murmurou contra o cabelo dela.

Seu coração estava partido. Seu peito era uma ferida viva, uma ferida aberta que sangrava muito. Respirar machucava. Viver machucava. Ela sentir seu corpo varrido pela dor, como farpas dolorosas de pura angústia, rasgando e ferindo sua carne.

-Supunha-se que estivesse morta, ela sussurrou. -Ela não deveria estar aqui.

Ela podia falar. Tão infeliz quanto ferida, ela ainda estava respirando.

-Eu sei querida. Seus braços a envolvendo. -Deus, Ria, eu vou matá-lo por fazer isto com você. Juro.

Ele realmente quis dizer aquilo. Ela sentiu o gelo em sua voz, cheia de raiva. E ela se acalmou.

-Eu vou morrer com ele.

Sua maldição flutuou no ar.

-Você está morrendo sem ele. Sua voz estava rouca. A voz de Dane nunca era rouca. Ele nunca se preocupou o suficiente sobre nada nem ninguém, exceto a família, para ficar zangado. E ela não era da sua família. Ela nunca foi.

Ela se afastou dele, odiando a sensação dele tocando-a, segurando-a. Odiava a sensação de qualquer coisa contra a sua carne agora.

-Estamos indo para o aeroporto, ele informou a ela. -Eu estou levando-a pra casa.

Ela negou com a cabeça. -Tenho um trabalho a fazer.

Havia o trabalho. Sua palavra. Ela devia. Ela devia aos Vanderales. Este último trabalho.

-Ria. Ele se inclinou para frente, ela se mudou para o canto oposto e se apertando contra a porta. -Deus, querida, eu não posso deixar você fazer isso para você mesma.

-Você não pode me parar, ela disse apagadamente.

Inexpressiva. Sem nenhuma emoção na voz dela, mas suas vísceras se rasgavam de dor, inúmeras vezes. Como um predador do inferno que sempre cutucava e rasgava sua carne, que crescia de novo. Essa era a dor que a cortava em duas.

Ela olhou para frente, vendo a neve caindo, os limpadores do pára-brisa do carro batendo rápido e limpando tudo.

-Me leve para a cabana, Rye.

-O chefe disse o heli-jato, querida, Rye lhe falou suavemente quando Dane olhou com raiva para ela.

Ela não olhou para ele. Ela olhou a neve.

-Me leve para a cabana.

-Não.

Ela virou e olhou para ele. –Acabou, Dane.

Ele a encarou, os olhos marrons dele duros, furiosos.

-Quer dizer o que?

-Se você não me levar de volta para a cabana, não me deixe terminar este trabalho, então eu irei ao Leo e exigirei isto. É meu trabalho. Eu terminarei isto.

Ele esfregou a mão no rosto, apertando o maxilar e ela podia vê-lo pensando, procurando a resposta certa.

-Nós iremos para a Ásia. Ele sorriu de repente, um sorriso suave e triste. -Eu ouvi falar de pérolas negras, Ria. Pérolas pretas naturais. Uma raridade. Eu as comprarei para você. Assim como outras coisas lindas que nós podemos achar, pequena visão.

Ela sacudiu a cabeça. Mais nenhuma jóia. Mais nenhuma pérola. Nada poderia compensar o que tinha perdido hoje à noite.

-Por favor, ela sussurrou. -Eu preciso ir para a cabana.

-Assim você pode tortura você mesma? Por Deus Ria, eu sei o que você vai fazer, meu bem. Eu já passei por isso. Você vai rolar naquela cama e fingir que nada aconteceu. Que ele logo estará voltando, que ele não é acasalado com aquela vaca felina que apareceu esta noite. -Ele agarrou os ombros dela. Chacoalharam eles. -Eu vou matá-lo, Ria. Está me ouvindo?

-Leva-me de volta. Ela o encarou triste. –Uma ligação para Leo e ele fica sabendo de tudo, Dane. Tudo. Vai me matar para me calar?

Ele a encarou chocado. -Você não quis dizer isso Ria. Ele balançou a cabeça amargamente. -Você não faria isso, mesmo com raiva.

-Eu nunca te pedi nada. A voz dela dura. -Os subornos foram idéia sua. Eu me diverti muito com isto. Ferir Mercury está além dos limites.

Mas ele tinha razão. Ela precisou se enrolar na cama que ainda estava cheia do cheiro de Mercury. Ela precisa se esconde sob as mantas e oh Deus. Oh Deus. Ela precisava fingir.

Ela embrulhou os braços sobre o estômago.

-Por favor, ela finalmente chorou. -Oh Deus, Dane, por favor, me leve de volta para a nossa cabana. Por favor.

A primeira lágrima caiu e ela lutou contra ela. Ela combateu valentemente. Ela enterrou a cabeça contra a porta e estremeceu e outro soluço partiu dela.

-Leve-a para a cabana, Rye. A voz de Dane era torturada. –Somente por esta noite. Deixe que ela fique hoje à noite.

Ela se balançou porque não suportaria permitir que Dane a tocasse. Ela estremeceu e engoliu os soluços. A face queimava e a garganta dela doeu com o desejo ardente de chorar e quando eles a levaram ao lugar que ela tinha começado a pensar como sua casa. Ria se despedaçou por dentro.

 

Ela entrou na cabana sozinha, atenta a Rule e Lawe que estavam atrás deles, e logo se espalharam em volta da cabana. Eles não falaram. Dane ficou no carro na hora que ela se refreou e retraiu sua mão do oferecimento da dele.

Ela entrou na cabana e sentiu-o. Ela podia sentir o cheiro dele no ar. O cheiro da paixão deles naquele dia, a sensação dele contra ela, entre as coxas dela quando ele a apertou contra a parede e a chamou de “minha companheira”. E tudo que pensou que podia aguentar, caiu sobre ela. Rasgando ela. Cavando buracos no espírito dela e assim que fechou a porta, ela se forçou a andar na casa.Para o quarto.

-Mercury. Ela sussurrou seu nome soluçando, agonizando quando derrubou a capa no chão e se deitou na cama e se arrastou até o travesseiro dele.

E ela uivou. As portas que trancavam a raiva e a dor se abriram e ela chorou angustiadamente. As mãos dela prenderam o cabelo quando se enrolou nela e as lágrimas caíram de seus olhos.

-Mercury! Ela gritou o nome dele na escuridão e ela chorou, morrendo por dentro, se sentia tão quebrada que parecia que nunca mais conseguiria juntar os cacos novamente e se levantar, como se o mundo tivesse se dissolvido em volta dela.

As ondas de choro cortaram ela, o nome dele era uma oração em seus lábios, ficou ali, cercada por seu perfume, por sua memória, por tudo que sabia que nunca seria dela. Sentiu-se morrer por dentro.

Puxou o travesseiro dele, cheirou e todo seu corpo doeu de saudade. A dor, era física e emocional, ferindo ela, se contorceu contra os encontro aos cobertores enquanto chorava, as lágrimas escorrendo dolorosamente.

Ela acreditou que ele a amava.

“Você é minha companheira. Maldito calor do acasalamento. Você é minha alma, Ria.”

Ele a beijou quando disse aquilo. Quando a água do chuveiro caia sobre eles, lavando-os naquele mesmo dia pela manhã. Enquanto a água do chuveiro se derramava sobre eles e vertia a paixão deles por cima.

“Minha companheira. Eu amo você, Ria. Você é o meu coração.”

Ela gritou o nome dele, enterrou a cabeça no travesseiro dele e rolou de dor. Ele não era o companheiro dela.

 

Dane estava apoiado contra o carro, sua cabeça baixa, neve que caia ao redor dele, consciente de Rule e Lawe que se aproximam lentamente enquanto o choro de Ria ecoava fora da cabana. Quando o som da dor dela seguiu na brisa silenciosa, cheia de aflição, ecoando na noite.

Ele ergueu a cabeça quando se aproximaram dele, silenciosos, os olhares sombrios.

-Alguém deveria entrar lá, Lawe disse suavemente. -Ela não deveria estar sozinha.

Dane curvou os ombros. -Ela precisa estar sozinha agora. Ela tem que aceitar isto.

Regra bufou a isso. -Mercury vai matar você seu filho da puta. Você nunca deveria tê-la levado para sair de lá.

Dane sacudiu a cabeça. -Se morrendo fizesse o Mercury ser o companheiro dela, então eu mesmo acabaria com minha própria vida. Ele olhou para a cabana. -Ela merecia o que encontrou com ele. E ela merecia que isso durasse para sempre em vez de disso que aconteceu.

-Merc não vai deixá-la ir embora, Lawe falou. -Quando você ouvir aquela Harley rondando neste caminho é melhor você correr Vanderale. Porque o inferno não vai contar o que ele vai fazer com você.

O nome de Mercury ecoou no ar novamente, um grito feminino angustiado de dor que fez todos vacilarem. Mas o Dane não ouviu uma Harley rondando pelo caminho. Ele ouviu o rugido de um leão. Um dos leões naturais que vagaram nos limites do Santuário. Atraído pelos gritos de Ria, estava rugindo sua própria raiva.

Ele sacudiu a cabeça novamente, abriu a porta da limusine e entrou.

Ele tinha escutado uma vez aquele choro. Quando ela era uma criança, pouco mais que um bebê, chamando pela mãe que foi embora para longe dela. Chorando de dor que cortava ela.

E até mesmo dentro da limusine ele não pôde bloquear os gritos dela. Ele fitou a noite, viu a pilha de neve em cima e escutou e ele sofreu. Porque agora, ele não podia poupá-la. Não havia nenhum modo de aliviar aquilo.

Ele procurou o celular no bolso do seu paletó de noite e retirou o telefone Ele encarou aquilo por um longo momento antes de ativar teclar a discagem rápida.

-Onde diabos você está? A voz de seu pai entrou na linha. Partes iguais de exasperação e preocupação enchiam sua voz.

-No Santuário. Lembra da festa? Ele respondeu.

Leo grunhiu. -Como está todo o mundo aí? Os filhos dele. Dane sabia sobre quem ele estava falando.

-Assim como você, ele riu. -Arrogante como o inferno e me deixando louco.

-Mais como você então, Leo declarou.

-Como as meninas estão? A mãe dele tinha dado à luz a gêmeas, duas meninas. Elas estiveram durante algum tempo doentes, mas Leo informou no dia anterior que elas pareciam estar melhor.

-Saudável como elas eram antes de pegarem aquele resfriado. Dane ouviu o alívio na voz de Leo. -Chegue logo em casa. Você pode dar uma de babá.

Dane fez careta. –Experimente uma babá profissional, será melhor para elas do que eu.

O silêncio encheu a linha.

-O que você fez Dane? Leo perguntou finalmente.

Dane encarou a neve lá fora e ouviu os gritos de Ria quando ecoaram na noite.

Ele suspirou cansado. -Ria está aqui.

-Por que a minha menina está aí, Dane? Leo perguntou.

Dane olhou a neve. Interpretando códigos. Alguém está deslizando segredos para a Engalls e Brandenmore, ele disse calmamente. -Eu a pus para investigar..

Leo ficou calado. –Boa escolha, ele comentou finalmente. –Então porque sinto que tem mais?

Esse era o seu pai! Às vezes Dane queria saber se Leo não estiva atento de todos os malditos jogos em que ele se envolvia.

Ele suspirou cansado, falou muito contando a seu pai a situação. Leo escutou, por uma vez sem explodir no meio da história. Leo gostava de explodir. A explosão o fazia se sentir melhor. Quando Dane terminou, ele permaneceu calado e olhou o maldito monte de neve. Pelo menos Ria não estava mais chorando.

-Você já identificou o traidor? A voz de Leo era dura, furiosa.

-Ainda não. Ela estava trabalhando nisto quando Alaiya apareceu.

-Eu estou com um jato preparado. Encontre-nos no aeródromo em Búfalo Gap. Sua mãe, as meninas e eu estaremos lá assim que for possível

-Isso não é bom, Leo, ele suspirou. Ele não esperava isso. -Nós não podemos nos arriscar ainda. E tenho certeza que não se pode arriscar a segurança das meninas e da mamãe.

-Leo Vanderale está chegando ao Santuário para conferir a análise financeira e ver como seu maldito dinheiro está sendo gasto, seu pai rosnou. –Diabos!Leo não tem que anunciar quem ele é. Arrume tudo. E eu quero aquele rapaz rude do Jonas pronto para prestar contas a mim. Diga para Callan liberar um bom espaço na propriedade para mim e minha comitiva. Eu levarei minha segurança comigo.

Dane esfregou a testa. -Eu estou levando-a para a casa dela amanhã. Ela estará pronta para ir.

Leo esperou. Escutou.

-Você não quer vê-la como ela está Pai. Ele raramente chamava Leo de “Pai”. -Me deixe levá-la para a casa dela. Nós cuidaremos dela lá.

Leo bufou. -Se você não estiver naquele jato à tarde, eu estarei saindo dele. Conte com isto.

-Eu contarei com isto, ele respondeu.

-Você ofereceu a ela suas bugigangas bonitas para arriscar o traseiro contra a minha raiva quando eu descobrisse o que vocês dois estavam fazendo? Leo finalmente rosnou.

-Sim. Fiz. Mas eles não eram o bastante. Não haveria bugigangas suficientes para aliviá-la agora.

-Inferno, Leo suspirou. -Cuide bem dela Dane.

-Eu sempre cuido. Dane desligou o celular e continuou fitando na noite. Ele sempre cuidava dela, contudo desta vez ele não tinha.

Fo então que ele viu, o primeiro leão poderoso entrou na clareira. O animal sacudiu a neve de seu corpo e da juba rica e majestosa, inclinou a sua cabeça para trás e soltou um rugido muito forte na noite.

Outro forte rugido se seguiu, e ainda outra chamada. Enquanto Dane olhava, Lawe e Rule se moveram cautelosamente das posições deles, indo para a limusine, Dane abriu a porta permitindo que as duas Raças entrassem para o calor do carro.

Rye não se incomodou de sair e para depois entrar pela porta na parte traseira. Ele simplesmente se afundou mais no banco do motorista e olhou para Dane com surpresa.

-Há muitos leões malditos lá fora, ele comentou incomodado.

Eles estavam gritando na noite agora, incitando outros animais para uma chegada rápida, Dane podia jurar que ele entendia e sentia aquele chamado animal, era uma convocação para uma tomada de posição em bando.

Outro animal entrou na clareira. Uma leoa, grito dela ecoou pela noite enquanto os leões cercava a cabana de Ria.

Uma dúzia de leões fortes e poderosos, enfurecidas, obedecendo um comando absoluto. Proteger a companheira de Mercury.

Dane sorriu quando abriu o pequeno bar localizado no centro do assento e tirou uísque e copos.

-Parece que a noite ficou muito interessante, meus amigos, ele falou devagar, se servindo da bebida. -Eu digo que nós devemos apreciar o espetáculo enquanto pudermos.

O companheiro de Ria estava vindo para ela. Ele temia que o acasalamento dele era com aquela vadia que tinha chegado aquela noite, e os instintos dele se enfureceram por causa disso. Ele teria que ligar de novo para Leo.

Ele levantou o copo numa saudação para seus companheiros, quando mais um outro leão apareceu. Maldição! Aqueles desgraçados eram enormes!

-Eu digo, quando Mercury chegar, nós apenas fingiremos que não estamos aqui. Lawe virou o copo de uísque e engoliu com um único gole. –Fiquem realmente quietos. Não façam contato visual.

Todos concordaram com a cabeça.

-Danada de boa idéia, Rule murmurou quando um leão rugiu um desafio para a limusine. -Sim. Danada de boa idéia.

 

Assim que os lábios de Alaiya tocaram os seus, Mercury congelou. Ele ficou completamente, totalmente silencioso, toda sua energia, toda sua consciência focalizada no animal que rugia de raiva estava quebrando e se libertando das cadeias mentais que o aprisionavam e Mercury só percebia agora que o animal esteve preso e não morto.

A sensação era como ter um pedaço do cérebro sendo arrancado, separando o crânio dele e libertando o animal. Puro instinto animal verteu nele, penetrando sua consciência com a força de uma explosão que destrói concreto. Destruindo as cadeias que Mercury não sabia que existiam.

Ele sentia o poder vertendo sobre ele, força poderosa surgindo no corpo dele e a adrenalina que eles chamavam de deslocamento feral o encheu com tal força violenta que até mesmo ele rosnou em advertência para as Raças que o vigiavam, sobre o perigo que ele poderia ser para eles.

Ele era uma ameaça. Agora ele era puro poder e raiva, homem e animal e o animal era poderosamente forte. Estava gritando, rugindo, e da garganta de Mercury saiu um selvagem rosnado estrondoso de perigo. De morte.

Ele podia cheirar Ria, Dane. Outro homem estava levando sua companheira para longe dele. O cheiro de outro homen a cercava agora. Outro homem a protegia com a sua força, cercando-a agora. Só uma coisa podia salvar Dane Vanderale de morrer.Não havia nenhum cheiro de luxúria nele. Só proteção e afeto. Só dor. Mas ele estava tentando levar a sua mulher embora. E por isso ele teria que pagar.

Mercury sentia o animal. Estava livre. A adrenalina o envolvia totalmente agora em ondas poderosas de pura selvageria, o deslocamento feral que antes só ameaçava quando o animal arranhou sua mente com raiva, agora estava livre. Totalmente livre.

Ele sentia seus músculos engrossarem, sangue bombeando neles. Ele sentia a força que sentiu no passado, há onze anos. Os sentidos ficaram afiados, mais luminosos. De repente, Mercury sentia e conhecia a posição exata de cada corpo em volta dele, cada cheiro individual, cada onda de raiva que enchia o corredor. E a suspeita, o conhecimento que a mulher que se apertou tão firmemente contra ele era não mais que uma fingida, uma perfeita jogadora.

Calculista. Manipuladora. Aquela mulher que estava ali por algo muito maior do que aquilo que ela reclamava somente agora.

Quando os lábios de Alaiya apertaram mais fortes os seus, a língua dela forçando os lábios fechados dele, sua mão imediatamente se soltou do braço dela, puxou e agarrou o pulso da outra mão que tentava o aproximar dela. Ele apertou o punho no outro braço de Alaiya e a afastou facilmente dele, apesar das lutas dela.

Ela estava tentando ter acesso ao hormônio que enchia a língua dele agora, na boca dele. O hormônio que tinha começado a correr por ele quando dançou mais cedo com a sua companheira, o cheiro do pânico e do medo dela agitou animal até que ele se esticou e lutou para alcançar ela.

Aquela foi a primeira vez que Mercury soube que o animal dele não estava morto. A primeira vez que ele soube que tudo que sua alma disse a ele era verdade. Ria era sua companheira.

Ele afastou Alaiya, ignorando o cheiro do desespero e raiva dela, e virou a cabeça para ver Jonas, com a seringa de extração de sangue em uma mão, a determinação para colher uma amostrar enchia os olhos prateados dele. Mas não havia nenhuma ameaça― somente respeito e simplesmente uma necessidade de saber.

Ele fitou nos olhos de Jonas, prata cintilando poderosamente, sabendo doa motivos para tentar tomar em vez de pedir. Porque eles sabiam que o animal gritava forte dento dele agora. Jonas sabia. Jonas não o temia, ele temia pelo que acontecia com Mercury.

Mercury sorriu para ele. Mostrando os caninos poderosos quando tomou a seringa, empurrou a agulha na sua veia e viu o sangue, diamante vermelho, encher a seringa de coleta.

-É disto que você precisa? Ele puxou a agulha e olhou em volta.

Ele sabia que Ria tinha ido, mas ele ainda podia senti-la. A sua angústia chegando até ale, implorando por ele, causando dor no animal dentro dele, que o fez rugir de raiva, destruindo e esmagando com sua fúria todo e qualquer controle que tinha dentro dele.

Mercury jogou a cabeça para trás e rugiu poderosamente de novo. A raiva era um ser vivo respirando em seu interior agora. Ele já não era metade Raça, nem mesmo era metade humano. Agora se sentia inteiro, as partes dele agora estavam juntas e completas, exatamente como no passado. A Mãe Natureza o dotou da força de um poderoso Leão. Era isso que ele era. Raça Leão.

Entregou o frasco de sangue na mão de Jonas, uma parte pequena dele que sabia que a comunidade precisaria para obter respostas com a análise dele. Eles não poderiam prendê-lo simplesmente porque o animal estava de volta. E se eles tentassem, eles morreriam.

Ele caminhou para seguir a sua companheira.

-Mercury aonde você vai? Alaiya estava novamente na frente dele, bloqueando seu caminho, ele rosnou de desgosto quando o corpo dela escorregando contra ele.

-Mercury, ela está segura. A garantia de Jonas atrás dele não o aliviou a fúria que corria por ele. –Vamos cuidar disto aqui primeiro. Dane, Lawe e Rule estão protegendo ela. Você pode ir para ela em breve.

-O inferno que ele pode. As mãos de Alaiya afundaram nos ombros dele, a expressão dela torcendo em raiva. -Você acha que vou perdê-lo para aquela pequena humana fraca?

Um silvo da seda farfalhava com os movimentos dela, que se esfregou contra ele que estava cheirando ela. O cheiro de vários homens estava agarrado ao corpo dela, cheiro de raiva e ciúme. O cheiro de uma mulher que queria coisas simplesmente porque elas não pertenciam a ela.

Ele se lembrou disso sobre ela. Lembrou de um tempo quando ela foi um desafio para ele, o pensamento de domesticar aquela parte dela. Ela tinha picado o senso animal de justiça e ele teria se acasalado com ela porque era a fêmea mais forte, a mais desafiante e, na ocasião, ele sentia o maior desejo de foder, já que o corpo dela tinha amadurecido.

Mas agora isso já não era válido. Agora o seu odor foi uma afronta para ele. Não foi nada em comparação com o odor doce do seu Ria. Com todas as suas pequenas contradições, a sua honra e os seus medos. Ele não se comparou com o calor de Ria, a sua bondade ou o prazer ele encontrou em cada sorriso que ele desenhou dela.

O cheiro de sua companheira era um elixir. Era néctar aos seus sentidos. E o cheiro que flutuava envolta dele agora era de destruição e sangue. Era morte e peste.

Ele permitiu o toque dela. Permitindo, só por um momento, se agarrar novamente a ele, deixando perceber que não havia nada para ela. O toque dela era uma abominação para ele. E a única maneira modo do animal interior dela perceber, era sentir o que ele sentia por ela. Já que ela não tinha bom senso.

Então ele agarrou os braços dela, ignorando o desconforto ao tocá-la. A língua dele estava áspera e inchada, o hormônio fluiu furiosamente agora na sua boca e ele engoliu. Ele engoliu e rosnou triunfante.

O animal que esteve dormido, que ele temeu que voltasse se fundia com a sua mente, abrindo caminho até aquele lugar frio e vazio que só ficava aquecido e cheio quando Ria o tocava.

E ele soube que era porque Ria fez com que o animal despertasse de qualquer isolamento que aquelas drogas o aprisionava. Aquele lugar frio e vazio dentro de sua mente foi o resultado das drogas e Ria salvou o animal que agora o enchia plenamente.

-Você é meu companheiro. As garras de Alaiya se fincaram nos braços dele, cheia de raiva em vez de desejo, quando ela recusou reconhecer todo instinto que ele sabia tinha, que ela mexia com algo que podia matá-la num segundo por insultar a companheira dele.

-E aí, onde você estava então? Ele perguntou com voz sombria e furiosa.

O desejo de ir até Ria retorcia dentro dele. Ele conteve o animal, só por um momento. A ida te Ria aconteceria e cuidaria para que ela nunca mais fosse para longe dele.

Os olhos de Alaiya dilataram e ele sentiu a mentira antes que ela falasse. Ele cheirou aquilo, uma escuridão, cheiro de esgoto podre que o enojou.

-Eu fui afastada de você, ela sussurrou.

-É mentira. Ele se afastou do toque dela. -Você joga como sempre jogou. Você fez como desejou e deu pouca atenção ao que deixou para trás naquele laboratório. Você era fodida pelo instrutor, Alaiya. Eu sabia disto. Você o matou, fugiu e se escondeu como a covarde que sempre foi. E eu lhe pergunto novamente, por que veio até aqui agora?

Ela apertou os lábios.

-Você ouviu falar de Ria, ele respondeu por ela. –O que significa que você tem um contato dentro do Santuário. Contato que você não deveria ter.

Ela olhou para Jonas por cima dos ombros de Mercury.

-Ela voltou para a Agência há seis meses, Mercury, Jonas contou. –Desde então uso ela como um agente secreto em certos setores.

Esse era Jonas. Sempre fazendo uso de uma ferramenta, não importa quão podre a pessoa fosse.

-E você não me disse que foi encontrada? Ele não tirou os olhos dela. Ele a observava, como se olha Omã cobra, enquanto ele ouvia as mentiras e os olhos dela se iluminavam.

-Ela não é sua companheira. Ele ouviu Jonas. -O cheiro dela não é uma parte de você e quando eu vi os exames que Ely fez de acasalamento, não mostrou nada. Não havia nenhum motivo para te informar.

Mercury concordou lentamente. Guiando na fúria, pulsando, latejando na cabeça dele, não algo fácil. O animal estava rugindo em sua mente, exigindo que fosse para a sua companheira. A verdadeira companheira.

-Isso não é verdade, Alaiya estalou. -O acasalamento foi lá nos laboratórios.

Mercury a repeliu. –O desejo de transar foi nos laboratórios, ele rosnou para ela. - A luxúria esteve lá, para a única fêmea de qualquer força.

-Então explique os exames, ela gritou com os punhos apertados, cheiro de ciúme exalava do seu corpo. –Eles fizeram exames. O mesmo calor de acasalamento que os tablóides alardeiam. Todos podem pensar que aqueles alardes eram besteira, mas lembro-me dos resultados dos exames, o Mercury. Lembro-me deles e de como você era possessivo todas as vezes que eles permitiram-no se aproximar de mim. Era o calor do acasalamento. O mesmo que emparelhamento que li uma vez num trabalho com Jonas.

Ele sacudiu a sua cabeça. -Não me preocupo com aqueles exames, Alaiya. Este calor que sinto é por minha mulher. A minha companheira. Por Ria.

-Raças só acasalam uma vez, ela silvou com o rosto vermelho de raiva.

-Nós não acasalamos, ele a lembrou antes de virar para Jonas. -Eu a quero presa para mais interrogatório. O olhar dele preso em seu chefe. Ele agora reconhecia melhor o poderoso animal em Jonas. Era como ele. Raça de Leão. E sorriu. Os segredos que Jonas guardava não estavam muito longe da pele, e de animal para animal emitiram um ao outro com sinal mudo de reconhecimento de força.

Jonas acenou com a cabeça lentamente. -Eu já sabia que quando ela chegasse hoje a noite ia te reclamar seu lugar como sua companheira.

A cronometragem foi perfeita. Neste momento, três fortes Raças masculinas não estavam mais nessa reunião. Eles estavam distraídos e Mercury cheio por completo deslocamento fera, percebeu aquilo. Sob qualquer outra circunstância poderia ter sangue derramado.

Mas o animal estava mais experiente, mais maduro, mais inteligente. E o homem conhecia a liberdade. Uma liberdade que o animal tinha fome.

-Presa? Alaiya rosnou. -Eu não serei presa. Eu vim aqui por você, Mercury. Você enlouqueceu quando pensou que tinha me perdido. Como pode dizer que não se importa?

Ele se voltou para ela, os olhos percorrendo sua figura arrumada com perfeição nas roupas perfeitas, mas ela não se comparava a Ria.

-Como você sabe o que aconteceu nesses laboratórios? Ele perguntou suavemente. –Trava-se de informação de alto nível, Alaiya. Você não poderia saber disto a menos que você tivesse um contato dentro desses laboratórios.

A luta para permanecer lúcido e são estava difícil e logo ele perderia o controle se não saísse logo. Se ele não fosse até a sua companheira.

Ele engoliu, seus joelhos enfraquecendo com o gosto do hormônio de acasalamento. O fazia lembrar Ria, o sabor como fundido com o perfume dela, com o doce desejo que lambeu mais de uma vez do corpo dela.

O pensamento de compartilhar isto com ela, de ver ela queimando por ele, estava fazendo seu pau mais grosso, mais duro como nunca esteve.

Quando ele falou, uma unidade de Raça entrou no corredor. Quatro Raças silenciosas com olhos fixos em Alaiya, sabendo das ordens nos olhos deles. Eles a levariam presa até que pudesse ser novamente interrogada.

Ele moveu para passar por Alaiya, nada era mais imperativo que voltar para Ria.

Porra, ela se atreveu a ir para longe dele. Deixou o companheiro com outra mulher. Ele lhe mostraria depressa o erro daquilo.

Mas até mesmo com esse pensamento em sua mente, seu coração se derretia por ela. Ela o amava muito para deixá-lo ir com outra sem nenhuma recriminação quando pensou que a companheira morta tinha voltado. Quando ela pensou que o calor de acasalamento que Dane sentiu nele era por Alaiya.

Ela era mais forte que ele. Ele nunca a teria deixado ir com outro

-Mercury. A mão de Alaiya agarrou seu braço, sobre o tecido do uniforme de gala que ele usava. -Eu nunca o esqueci. Nunca.

Ele encarou-a e por uma vez ele viu a verdade nos olhos dela. Apesar de todas os seus pontos fracos, havia partes de Alaiya que era divertida, intensa, no passado isso lhe deu a esperança que ela seria uma companheira merecedora para caminhar a seu lado. Mas agora ele achou uma mulher que chamava o animal e também o homem. Ria guardava a parte mais elementar dele. Ela chamou à vida o animal dentro dele. E ela tem o poder de controlar o animal.

Ele soltou-se do aperto de Alaiya. -Não me deixe pegar você na presença de minha companheira, novamente, ele avisou duramente. –O sofrimento que você causou deliberadamente a ela nesta noite dela, foi desnecessário. Você tocou o que você sabia que não era para tocar, o animal dentro de você a avisou que não era seu para tocar. Faça isto de novo, Alaiya, se prejudicar minha mulher de qualquer jeito, verá que o que eu fiz naquele laboratório no dia que me contaram em detalhes como você supostamente morreu, vai parecer brincadeirinha de criança e piada. Você está me entendendo? Fui claro?

Ela ficou branca, olhando para ele agora com os olhos brilhando de medo.

-Você fazia parte do meu bando, ele a lembrou. -E admito, era a mulher que eu teria tomado como minha companheira quando você amadurecesse. Mas independente do hormônio de acasalamento que estava aparecendo nos exames, deve ter havido um erro. Ou alguma irregularidade biológica. Você não é minha companheira.

-Como pode dizer isso? ela sussurrou.

Mercury sentia o animal arranhando mais forte, gritando de raiva na cabeça dele. O hormônio estava enchendo sua língua, tornando difícil pensar além da neblina de luxúria que o consumia.

Aquilo devia ser logo resolvido. Não importa o desgosto que o enchia pela demora.

-Eu digo isto muito facilmente, ele rosnou. -Naquela época eu era o seu líder de bando. No laboratório você era minha responsabilidade, assim como a outra mulher. Lá eu era um animal. O animal me regia e me guiava e o animal precisava acasalar. Simples. Ele virou e encarou Callan, reconhecendo o animal nele. Poderoso. Honrado. Realeza era nata nele. O animal dentro de Callan perfeitamente misturado com o homem, irmanados, fortes e permanentes. Callan era o líder.

Tão poderoso quanto Mercury sabia que ele era agora,sabia que seu animal existia, ele não teve nenhum desejo pelas responsabilidades que vieram com a posição de líder das Raças.

-Você é agora a responsabilidade de Callan. Talvez ele possa lidar com você.

-Eu não deixarei aquela vadia tomá-lo de mim.

As palavras mal acabaram de sair de sua boca quando o animal atacou. A mão dele estava envolta do pescoço dela, não feriu, mas definitivamente ameaçava.

Ofegando, com o medo finalmente contorcendo o rosto dela quando Mercury a puxou para perto e a cheirou. -O cheiro dos homens com quem você deitou ainda está impregnado em seus poros. O fedor de seu ciúme, ganância, a maldade que tem e tudo que você é, me enojam. Seu cálculo para roubar o que você sabe que pertence a outro me enfurece. Chegue perto da minha mulher novamente e eu não serei capaz de me controlar, Alaiya. Eu matarei você. Ninguém, homem ou mulher, ameaça o que é meu. Você me entendeu?

O olhar dela trancou no olhar dele, o desejo de desafiar o poder dele queimando em seus olhos, enquanto a mão dele apertava sua garganta e ele rosnava avisando-a, ameaçando-a.

-Sim. Seus olhos abaixaram, foram para o ombro dele. O perfume do reconhecimento da força dele flutuava sobre ela quando admitiu sua submissão ao poder dele. O animal dentro dela, a genética animal, a força e as qualidades que ele sabia que ela tinha, é que a fizeram sobreviver, e ele respeitou o animal. A mulher, ele nunca confiaria.

Ele a soltou e se voltou para Callan e Jonas. Os dois homens a que ele seguia na linha de batalha e respeitava.

-Conversaremos mais tarde, ele rosnou a eles. Não era um pedido. Ele os respeitava e também devia muito a eles, mas a sua mulher vinha antes deles.

Callan concordou com a cabeça enquanto Jonas olhava o frasco de sangue na mão dele.

-Faça os malditos exames, Mercury rosnou. -Talvez todos precisem saber exatamente com o que estamos lidando.

Ele sabia com o que eles estavam lidando. Pura genética animal Interna e externa.. Mercury realmente era um leão sobre duas pernas e aquele sangue provaria isto.

-Blade, ele falou ao executor Raça de Lobo no comando da unidade. –Avise ao de fora para trazerem minha Harley até aqui.

-Está nevando, Merc, o Executor de Raça o informou cuidadosamente. -Forte.

A Harley passaria por um temporal. Mercury tinha certeza.

-Fale com eles agora. Ele se voltou para Alaiya.

Ela foi contra a parede, o olhando com cuidado, o cálculo que havia em seus olhos antes se foram ao olhar para ele.

-Me ferre, Alaiya e este será seu último erro que comete.

Ele saiu do escritório e permitiu o animal caminhar com liberdade. Esteve contido, tão profundamente escondido dentro em seu interior que até mesmo ele ainda não sabia como sobreviveu.

Não estava mais preso e ia atrás de sua companheira.

Assim que saiu da mansão e foi para a Harley, ele aspirou profundamente.

Ele poderia cheirar agora. Sabia onde eles estavam Cada leão vivo, quatro patas que vagava na área, protegendo seus primos de duas pernas, os seguindo.

Ele rugiu selvagemente na noite, o animal e o homem que chamavam sua presença, a força deles. E as chamadas voltaram a ele. Uma sinfonia de gritos animais, rugidos encheram a montanha, o reconhecimento de todos os animais que se moviam para estar perto dele, em triunfo.

Ele estava atento da Raça de guarda do lado de fora, o olhando cautelosamente agora. O som dos leões tornou a chamá-lo, rugindo uma saudação e uma concordância ao chamando de fúria que ouviram dentro de Mercury..

Mercury rugiu novamente, enchendo a noite de um som que ele soube que possuía. Jogou a cabeça para trás e gritou com raiva e trunfo, convocando todos os leões da área para protegerem Ria, a sua companheira, seu rugido era estranhamente mais animal que humano.

E os animais responderam. Sentiu a resposta, os sentia seguindo ao destino dele. Eles eram o seu bando e protegeriam o que era seu. A sua mulher. A sua companheira. Por sua escolha e pela natureza.

A Raça que trouxe a Harley para ele recuou, prudência e respeito enchiam seus olhos quando Mercury o olhou.

A Raça o olhava com respeito e admiração para Mercury. Olhos tão azuis que poderiam rivalizar com um céu de verão, os cabelos eram uma juba espessa realçando os traços faciais leoninos e selvagens, os ombros largos e o corpo pareciam maiores que antes.

A Raça de Leão masculina viu algo que o deixou temeroso e respeitoso. porque aquela era a imagem de uma verdadeira Raça. A pura fusão de leão e humano. E ele estava enfurecido. Aquele rugido foi um rosnado de pura fúria e com aquilo tinha enviado uma mensagem. Uma mensagem tão primitiva e exigente, que a Raça quase que o seguiu imediatamente.

Proteja a companheira de Mercury.

 

Ria ouviu os rugidos quando parou de soluçar. Ainda chorava, mas já não soluçava. Seus soluços agora estavam em seu peito, saindo mais fracos junto com as lágrimas que incharam seus olhos e a deixaram dolorida e abandonado, se agarrando ao travesseiro de Mercury, ao seu cheiro foi o único consolo que encontrou.

A lembrança do seu sorriso veio a sua mente. O conhecimento em seus olhos quando a olhava. Ele a conhecia. Houve coisas não ela não lhe disse. Ele sabia quem ela era como ninguém, até mais que os Vanderales.

Ela não quis que ninguém a vissem como realmente era, então tinha escondido a verdadeira Ria. Mas Mercury a viu. Ele a sentiu a verdadeira Ria. E agora ela estava perdendo ele.

Ela tinha saído. Ela deveria ter lutado por ele? Seus soluços ficaram mais fortes ao pensar. Oh Deus, ela quis lutar por ele. Quis arrancar os olhos daquela mulher. Desgrudá-la de Mercury e puxar aquele cabelo perfeito que contornava o rosto perfeito.

E que bem traria? Onde o amor entra em vez do calor do acasalamento? Ela tinha feito a lição de casa antes de ir para o Santuário. Sabia que não podia negar que o calor existia. Mas o calor não apareceu entre Mercury e ela. Pelo menos, não com Mercury.

Sangrava de dor em cada poro de seu corpo ao pensar que outra mulher o tocava. Como é que sobreviveria? Como faria seu trabalho se partisse?

Ela se aconchegou mais ao travesseiro que segurava. Não podia ficar ali. Dane tinha razão. Não haveria jeito de sobreviver a isto ali, mas podia sobreviver se voltasse para a África do Sul. Lá Elizabeth ia paparicá-la, a mimaria com amor e Leo a olharia com decepção triste. Porque de novo ela tinha se machucado e abandonado a cautela com os homens novamente.

Não, não era isto, ela agora percebia. Era porque a conhecia realmente. Ele sabia que ela se recusou compartilhar a sua dor, ele sempre ficava desapontado porque ela não lutava quando se feria. Ela escondia e ela tentava se curar. E Leo só sabia lutar.

E Dane? Dane sempre trazia bugigangas para ela, quinquilharias e subornos caros quando ela se magoava. Como se não soubesse de nenhum outro modo de aliviar a dor dela. E ela sempre os aceitou, porque sempre soube que ele adorava vê-la sorrir. Mesmo que no fundo ela não se confortasse.

Ela viveu uma relação de órfã pobre porque se deixou ficar nela. Exatamente como Mercury a acusou, ele tinha se escondido. Manteve os homens a distância, guardando seu coração numa redoma. Porque não queria se machucar. Porque a menina de seis anos ainda existia dentro dela. Porque sabia que a vida podia levar facilmente o centro do seu mundo.

Ela ouviu o rugido de leões novamente, do lado de fora da cabana.

Os animais sentiam a morte de uma alma? De um coração? Eles estariam se amontoando como comedores de carniça para participar da destruição? Ela tinha visto leões na propriedade de Leo. Grandes e poderosos, eles sempre atacavam o mais fraco em um grupo primeiro. Aqueles que estavam feridos. E não podia lutar.

Pela primeira vez na vida ela estava disposta a lutar por alguém, sabia que uma batalha desesperada. Uma mulher não pode derrotar o calor de acasalamento.

Mas ele fez promessas a ela. A chamou de sua companheira. Ele a amou. Amor podia combater biologia, química. Podia mover montanhas.

Ela sacudiu a cabeça. Ela destruiria a ambos ao mesmo, não ia?

-De todas as evidências que adquiro, como também os exames que eu faço em mim e em Leo, eu afirmo que o calor de acasalamento vem sempre com amor. Elizabeth disse há mais de um ano para ela com a testa franzida, enquanto Ria trabalhava nas transmissões de Leo e atualizava segurança da criptografia dele. -O que você acha, Ria? Que o amor conquista tudo?

Ria estava olhando o computador para perceber o olhar de Elizabeth.

-Como eu saberia? Eu nunca estive apaixonada. E sorriu para outra mulher.

-Mas você me ajudou com muitos destes exames, Elizabeth salientou. -Os acasalamentos são o fortalecimento nas Raças americanas, mas tivemos acasalamentos raros entre o bando de Leo.

Ria respirou fundo. -O bando de Leo raramente deixa as planícies. O que supostamente estõa acasalando? As zebras?

Elizabeth riu daquilo, concordando com ela.

-Veja isto. Devoção Ria. Ela dispôs fotos tiradas dos casais acasalados. -Olhe para os olhos deles, as expressões deles quando olham um ao outro. Isto é mais que natureza biológica, substância química ou hormonal. É por isso que os exames de acasalamento nem sempre são conclusivos. Às vezes eles têm razão, às vezes eles não têm. Ria sabia que Elizabeth trabalhava com frequencia com a cientista Raça Ely Morrey.-Isto é amor. Amor, a predisposição para isto ou o animal sentiu que aquela mulher é de alguma maneira mais perfeita, mais merecedora que outra. Aí começa o calor de acasalamento.

Ria tinha encarado os quadros. O líder do bando felino Callan Lyons e sua esposa numa coletiva de imprensa depois que foi anunciado ao mundo o que eram as Raças. Taber Williams e sua mulher, Roni. Tanner e Scheme. Um executor, Tarek e sua esposa, Lyra. Nas expressões deles que o extra algo que sempre tinha fascinado Ria. Era amor. Sempre era amor. Calor acasalando tinha administrado, em todo exemplo, combinar a substância química, biológico e feromônio, é carinho.

Mercury a amava.

Ela ouviu o rugido. Mais perto, com raiva, a lembrando de Mercury.

Ele a amou. Ela sabia que sim. Sua alma se rasgava separando-se do corpo dela sem ele.

Ele não amava Alaiya. O calor do acasalamento vinha com afeição. Mercury mostrou vários sinais do hormônio de acasalamento nos laboratórios. Calor de acasalamento.

Ela enterrou a cabeça mais fundo no travesseiro dele, puxando o cheiro dele.

Ele era dela. Estava destinado a ser dela. No entanto, o que deveria ser seu foi para os braços da outra mulher. O cheiro do calor de acasalamento que Dane sentiu. No momento que Mercury viu Alaiya.

Ela ficou tensa para se mover, se levantar da cama, quando o estrondo de uma porta batendo a fez ficar mais tensa. Uma rosnadura encheu a cabana e a porta de quarto abriu com uma explosão, batendo com tanta força contra a parede que o quarto tremeu.

Ela se levantou na cama. A luz do banheiro o iluminando.

Mercury. Selvagem. Enfurecido.

-Você fugiu de mim, companheira Botões rasgaram da jaqueta quando a arrancou do corpo dele.

Ela assistiu em choque quando se despiu. Botas caíram com ruído surdo ao hão. As calças dele deslizaram dos quadris poderosos. O pau estava mais grosso, pulsando, os olhos dele estavam puro azul quando encarou a aparição que rodeava a sua cama.

-Mercury...

-Companheira, ele rosnou, os caninos brilharam quando se até a cama.

Ela viu encantada quando ele pôs um pé da cama. Parecia maior, os músculos mais poderoso, mais forte.

Ela engoliu firmemente. -Você não me acasalou Mercury. Ela disse com um soluço. Ela ia chorar novamente e não suportaria chorar na frente dele. Queria ser forte, dar a ele a chance de escolher sem se sentir obrigado por causa das promessas feitas a ela.

-Não há nenhum calor por mim. Ria disse com as lágrimas gotejando de seus olhos, lavando a dor da sua alma.

Os olhos dele flamejaram com raiva. Olhos azuis, com um flash de ouro queimando como fogo. Era como estivam nos laboratórios. Como eles brilharam para a outra mulher.

Ela estendeu a mão para ele, mas logo abaixou a mão, lutando contra o choro.

-Por que está aqui? ela sussurrou. -Por quê? Oh Deus, Mercury. Eu não posso agüentar isto. Eu não posso suportar te perder duas vezes. Não faça isso comigo.

O rugido que encheu o quarto a fez vacilar. Era animalesco, não era nenhuma Raça. Era cheio com todo o poder e a raiva de genéticas que de alguma maneira tinha crescido nele, aquilo agora fluía por ele. Aquele som era animal puro.

Quando a cabeça dele abaixou novamente, sua expressão na face dele a amedrontou. Porque sentiu neles que ele não a deixaria ir embora. Ela percebeu que ele ignoraria o calor de acasalamento e isso ia destruir o relacionamento deles dois.

Ela se moveu para saltar da cama e sair do quarto. Ele a pegou antes que tivesse tempo de fugir. Ele estava nela, empurrando-as para baixo, rosnando. Seus dedos se enroscaram no cabelo dela, prendeu-a no lugar e a luxúria selvagem que encheu o rosto face dele fez o coração dela pular de medo.

-Minha companheira, porra. O rosnado foi selvagem.

-Não... Porque ele ia beijá-la. Ia dar um beijo que pertencia a outra mulher. Não era dela.

E ela não pode podia fugir dele.

Os lábios dele desceram sobre os dela. Se inclinou e enfiou a língua dentro da boca dela com determinação faminta. Ganância. Com um desespero que aumentou seus sentidos e um sabor que a fez queimar por dentro.

Selvagem. Primitivo. Calor e raio, poder e fome devoradora. Encheu a sua boca. Aquilo cobriu sua língua e era tão bom. Como néctar.

Ela lutou por aquilo. Ela mordeu a língua dele, mas não forte. Quando o mordeu , mais daquele néctar encheu sua boca.

-Chupe minha língua, ele rosnou contra os lábios dela. –Tome.

-Não é minha! Ela gritou com ele, sua fúria crescendo agora. -Desgraçado! Os punhos dela socaram os ombros dele. -Não é minha!

Os lábios dele vieram sobre os seus novamente , ele bombou a língua dentro da dela, forçando o hormônio do acasalamento nela,

Oh Deus, era tão bom. Era tudo como que ela tinha sonhado que seria. Era impossível resistir.

Ela choramingou. Ela pediu a ele com lágrimas quando os seus lábios fecharam em cima dos dele insegura. Ela tirou aquilo dele. Ela o saboreou. E em segundos, ela foi consumida por ele.

 

Ela era sua companheira. Nada mais importava. Nenhum outro pensamento encheu a cabeça de Mercury ao sentir os lábios dela tomarem sua língua, sentiu-a hesitante, sugando, chupando o hormônio dele.

Ele sentiu seu prazer, sentia o desejo crescer ansiosamente dentro dela, e sua hesitação também. Ele estava se entregando, tudo que pertencia a ele agora era dela. O que sonhou em dar a ela era isso, o calor do acasalamento.

O calor o queimava, uma onda ardente de prazer e ânsia sexual. O animal e o homem fundidos, com ela. Não havia nenhuma luta ou discórdia pela liderança entre os dois. Para Ria, eles eram um.

Ele rosnou no beijo. As mãos dele se entranharam nos cabelos macios acariciando o couro cabeludo e a cheirou. Sua mulher. Ele precisava disto. Ansioso pelo cheiro dela. Desde o instante que ele a viu pela primeira vez, rezou por isso. Não entendia o porque de não ter percebido que não tinha se acasalado com ela.

O firme controle que ele se auto impôs depois da libertação dos laboratórios e a suspensão das drogas, devem ter bloqueado a sua capacidade de acasalá-la.

Ele não percebeu até que o animal dentro sentiu o medo e o pânico dela e sua premonição de perigo.

Ela libertou o animal. Desde a primeira vez que a viu, a cheirou e falou com ela, o animal se recusou a dormir. Tinha despertado atraído como o Mercury foi, pelo cheiro dela, a honra dela, pelo fato que ela foi criada para viver dentro da alma dele.

Agora, ela bebia do hormônio potente da sua língua, sabia que era forte, os rugidos que vinham do seu peito ecoavam em sua cabeça.

No momento ele era mais animal que homem. Ela tinha fugido dele. Ela tinha partido, se recusando ver a quem ela pertencia, a deixar que ele, seu companheiro, a protegesse.

Protegê-la era o seu maior prazer. Protegê-la, garantir sua sobrevivência e bem estar a qualquer preço, foi para isso que ele tinha nascido. Ele nasceu para essa mulher. Criado nos laboratórios sim, mas ele agora ia cuidar para afastar o frio de dentro dela, assim como ela o aquecia com seu carinho. Ela afastou a solidão fria, escura dentro dele. Ela venceu o frio e aqueceu-o com o calor de seu sorriso, trouxe o conhecimento doce que o animal e o homem que ele é realmente se pertencem.

Ela tinha corrido dele. Ela deixou que outra mulher se pusesse entre eles, e partiu, não importa a razão. Ela nunca partiria novamente.

Ela não ousaria pensar, mesmo que suspeite que a felicidade dele está em outro lugar, ela não pensaria em deixá-lo. Ela se agarraria nele com garras tão profundas e afiadas como uma leoa.

Ele mostraria a ela. O prazer dela era o dele. A segurança dela era a dele. Sua Ria ia aprender a possuir o que era dela.

-Você ousou me deixar. Ele afastou os lábios olhando-la, vendo o rubor na face inchada pelo choro, viu a fome de sexo que começava a encher seus olhos.

Ela sacudiu a cabeça. -O que você fez comigo?

-Tomei você. Ele tocou o tecido daquele vestido detestável. -E vou te tomar mais. E mais. Até que você perceba, Ria que não pode mais me largar.

Ele tinha que tocá-la. O leão dentro dele precisava estender sua marca no corpo dela. Os pêlos curtos ao longo do seu corpo formigavam, o hormônio de acasalamento em suas glândulas começando a vazar ao longo desses pêlos. Ele queria se esfregar contra ele. Encher os poros dela com o seu cheiro, só o dele..

Nunca mais outra Raça, macho ou fêmea, vai tentar tomar o que pertencia somente a ele.

-Você vai me matar, ela chorou.

Aquele som, os olhos cheios de lágrimas e cheiro da dor dela é que o estavam matando.. Ele viu o conflito nos seus olhos, as emoções que a machucaram, e ainda doíam nela e ele desejou nada mais que a aliviar. Tudo dentro dele exigia que a aliviasse, a acalmasse, e só sabia de um modo.

O único modo. Ele chamaria o animal dentro de Ria para a liberdade, talvez matasse aos dois. Era o único modo.

-Você é minha companheira. Ele tocou a face dela, desceu a cabeça e a beijou suavemente. Desculpava-se agora porque sabia que a raiva dela viria depois.

Mercury esfregou os lábios contra os dela, ouviu-a prender a respiração com a fome que a envolveu e o estrondo de prazer nele foi como uma trovoada, rosnando e ronronando.

Então ele lançou a língua novamente dentro da boca doce e injetou mais do hormônio do calor de acasalamento, uma parte dele sentiu dor. Sua companheira orgulhosa. Tão orgulhosa e tão amedrontada pelas emoções que estalava entre eles.

-Mercury. O suspiro dela o conteve, as mãos dele agarraram o tecido do vestido e logo depois o rasgou.

Ele queria a porra daquele vestido fora do corpo dela. No dia seguinte o armário se encheria de roupas que vestiram a sua Ria. Roupas que vestiriam o animal feminino que sabia que rondava dentro dela.

Entretanto, ela não era uma Raça. Mas o animal nele reconheceu o interior primitivo dela. E puxaria aquilo à superfície. Ele foi criado com a força, a arrogância, para garantir aquilo.

-O que você está fazendo? O grito foi de choque, mas sem medo.

Ele rasgou a roupa dela, rasgou o tecido delicado até não houvesse nada do vestido a cobrindo do olhar dele, então ele se acalmou.

Tranqüilo abaixou o olhar sobre o corpo dela. Agora via o que ela usava em baixo do vestido agora despedaçado. Uma liga sexy, meia de renda preta, calcinha e sutiã pretos. O sutiã meia taça era uma só um pedacinho de pano transparente, que empinavam os seios cheios para o alto, revelando os mamilos endurecidos. Os bicos rosa pálido rodeados de tentação escura.

Ao vê-los sentiu fome deles, o fez rosnar. Fez seu pau pulsar de fome dolorosa e lamber os lábios ao pensar saboreá-los.

Quando seus lábios cobrissem os bicos duros, o hormônio em sua boca afundaria dentro deles, o queimaria, enchendo-o de desejo de mamar o peito dela até que os dois gozassem com aquilo.

Então os lábios dele se abaixaram. Ele abaixou os olhos até às calcinhas dela. Ele não queria tirá-la. Era sexy como o inferno, o deixava louco de fome em ver ela.

Ele separou as pernas dela com as dele, inalando, cheirando a excitação sexual e o calor de acasalamento que já começava a circular no corpo dela.

Ela se arqueou na cama. A cabeça dele abaixou e a boca aberta cobriu um mamilo, chupando e puxando para dentro da boca enquanto ela gemia de prazer.

Por um momento, houve lucidez suficiente nele para perguntar-se o que ela sentia.

Ria mergulhou num redemoinho de sensações. Mercury sempre a satisfez. Ela não percebia mais nada, senão o prazer das carícias dele. Mas quando ela se arqueou, afundando a cabeça contra os travesseiros gemendo de prazer , ele lutou para saber o que ela sentia agora.

A boca de Ria estava cheia de gosto de luxúria sombria e primitiva. Luxúria primitiva. Não havia nenhuma outra descrição para isto. Gosto de homem, profundo como uma tempestade de montanha. Revigorante. Limpo. Como fagulhas ardentes. Que queimava.

Ela sentia aquilo pulsando por suas veias enquanto o gosto do beijo dele saciava uma fome que não imaginava que sentia.

Ela não podia lutar contra ele. Ela queria arranhar, agarrar e exigir que ele a possuísse agora, mas o prazer, oh Deus, o prazer a envolveu quando o viu levantar a cabeça e se posicionou entre suas coxas. Um segundo depois as calcinhas foram rasgadas do corpo dela.

Foi tão erótico! Era tão sexual! Tanto que não esperava o que ele fez em seguida.

As costas dela se arquearam e gemeu quando sentiu o mergulho de dedo dele dentro dela. Não foi uma entrada lenta, delicada. Foi uma penetração. Uma empalação. Ele abaixou os lábios sobre o bico sensível de um mamilo enrijecido.

O que ele estava fazendo com ela? A língua áspera raspou a ponta dura, chupou. Formigou e queimou quando chupava, comendo com fome seu seio e ela começou a se retorcer em baixo dele.

Era demais. O dedo bombeando dentro da apertada e molhado a concha e sua boca a matando de prazer mordendo e chupando o mamilo dela. Contrações palpitantes corriam dentro do seu sexo indo até o fundo do útero com um furor sexual que a fazia ficar sem fôlego de tanto prazer.

-Mercury. Ela suspirou seu nome, percebendo que suas unhas furavam a carne musculosa dos ombros dele em vez dos cabelos onde antes suas mãos estavam enganchadas. - O que vocês está fazendo comigo?

Ela jogou a cabeça para trás cheia de desejo e em êxtase. Medo e prazer, agonia e terror corriam por ela. Ela não sabia se rezava pedindo para gozar ou para morrer já que o prazer era insuportável de tão intenso.

- Estou dando a você o calor do acasalamento. Ele ergueu a cabeça, seus olhos eram puro cristal azul, com um filete de ouro brilhando dentro da cor de azul.

Ele abaixou a cabeça, os lábios cobriram o outro mamilo. E fez o mesmo que no outro, o devorou. Ela se contorceu e arranhando os ombros dele. Desejando ele dentro dela. A xoxota pulsando, palpitando de tesão com o dedo dele fodendo, bombando, acariciando dentro dela.quando gritou o nome dele novamente.

-Mercury. Não vou aguentar mais... Ela arquejou, lutando para se agarrar nele quando o medo começou a crescer.

Tinha lido nos relatórios sobre o calor do acasalamento e a lista de sensações e intensidade sentidas pela companheira, e ela não estava preparada para isso. A selvageria crescia dentro dela, queimando e rompendo todo controle que ela pensava ter.

Tudo que podia fazer era sentir.

Os lábios dele devoravam o seio, queimando-a, a língua e dentes raspando com força. Espalhando aquele hormônio através de sua pele. A aspereza de sua língua abria os poros minúsculos, introduzindo o hormônio nela.

-Você não pode fazer isto comigo! Ela tentou gritar, mas tudo que pode fazer foi dar um grito sufocado. – Maldição, Mercury. Você não pode fazer isto comigo!

Estava enchendo-a daquele hormônio afrodisíaco. Lambendo e injetando em sua carne enquanto ele rosnava contra o mamilo endurecido e começou a descer lentamente. Beijando, descendo e lambendo. Parando para chupar a pele dela, beijar, morder e arranhar com aqueles caninos. Ele a matava de tanto tesão, cada lambida fazia uma contração, uma ferroada dentro da sua xereca , um comichão ardente e palpitante.

Ela sabia para onde ele ia. Lá, onde sua excitação estava queimando tão profundamente, torturando-a, palpitando e comendo-a viva.

O dedo dele mergulhou fundo dentro dela, o pulso dele torceu, acariciando lá dentro, mas não era o suficiente.

-Você nunca mais fugirá de mim novamente. A voz dele era brava grossa, áspera. primitiva. -Você arrancou minha alma, Ria. Fugindo de mim Partindo com aquele cretino!

Ele mordeu sua carne e ela arqueou. Uma pequena mordida, foi muito prazeroso.

-Eu não posso fazer isto. A cabeça dela negou na cama. -Oh Deus, Mercury. Você me destruirá. Isto não é para mim. Você sabe que não é para mim. É para ela.

Ele ergueu a cabeça. -Você queima, Ria?"

Ela gemeu com a pergunta. Queimar não descreve o que ela sentia.

“Você está me matando.” Ela quis gritar, mas ela só ofegou.

-Você precisa de meu gosto de novo meu bem? Ele subiu sobre ela novamente, sua boca ficando pertinho da dela, e a boca dela se molhou, ansiando pela dele. O desejo pela boca dele a consumiu. –Me responda, minha doce Ria. Você precisa sentir mais do meu gosto?

-Por favor. Por favor. Ela se ergueu, colando ela mesma seus lábios aos dele, e tomou o beijo dele.

Seus lábios se abriram para a língua dele, e depois fechou a boca, chupando a tempestade de fogo contida no hormônio. Ela entendia. Em uma parte distante da mente lúcida entendia bem que permitiria que isso acontecesse. Sabia que só viveria se ele nunca mais a deixasse. Sua alma quebraria se soubesse que ele se lamentasse por esta noite. este momento, quando o desejo dele pila verdadeira companheira começasse a queimar nele.

Morte seria fácil comparado ao inferno que ela suportaria.

Mas agora, o paraíso estava aqui. O sabor do beijo dele em sua boca, a enchendo, fazendo- ter fome de sexo. Ela sentia todo o corpo dele contra ela, tocando-a. Os pêlos minúsculos, sedosos, tão macio contra sua pele.

A mão dele entre as coxas dela, o dedo médio enfiado dentro dela, num vai e vem gostoso cutucando no fundo da xereca , o dedo fodendo, acariciando, procurando lá no fundo um lugar para acariciar mais, e ela sentia o clitóris ardente, queimando, gritando por alívio.

Estava inchado, duro, com tesão. Precisando tanto do beijo dele, os mamilos precisavam de novo da boca dele. Ela precisou.

E ele estava dolorido de tesão.

Ele amamentou os mamilos duros, enviando contrações de dor dentro da xoxota onde o dedo continuava, flash de prazer agonizante contraindo seu útero até que ela se contorceu, se retorceu embaixo dele. Gritos sufocados encheram o quarto quando ele começou a se abaixar novamente.

Beijos, lambidas contra a carne dela. Provando, descendo pelo corpo lindo para baixo até que estava esticado entre as coxas dela, ele viu o grelo, o broto molhado do clitóris

Ria olhou para baixo. A boca dela secou, seus sentidos ofuscados, quando viu a língua se estender e endurecer. Então ele abaixou a língua cutucar o nó duro e reluzente.

Ria empurrou, vacilou; o traseiro arqueou para cima e caiu na cama, só tinha a mão dele no seu estomago, segurando o traseiro dela enquanto seus lábios fodiam o clitóris.

Ela gritou quando um coque elétrico a percorreu da cabeça aos pés e queimou e contraiu dentro do nó e da xereca. Ela gozou, sentindo o dedo que a invadia e os espasmos no clitóris, contraindo e pulsando e latejando contra a língua sugadora e torturante dele.

E queria mais, não era o bastante. Nada era suficiente. Ela estava morrendo de desejo e não era bastante.

-Por favor! Ela gritou, tentando puxá-lo para ela quando a língua dele subia e descia pelo clitóris. -Por favor, Mercury. Agora. Me tome na sua boca, vem. Por favor, me possua.

As coxas dela se arreganharam mais abertas para ele e ela gemeu quando o dedo dele saiu da xereca dela. Só para sentir as mãos dele levantando sua bunda a suspendendo, erguendo. A cabeça dele desceu mais e a língua mergulhou dentro da xereca. Lambendo, acariciando, ele não diminuiu. Ele mergulhou fundo dentro dela, a enchendo de hormônio, queimando o útero em carne viva enquanto ela se contorcia embaixo dele.

Oh Deus, se ele não fodesse ela, ia morrer. Estava entrando em combustão, e ia explodir em chamas e se extinguir para sempre.

-Por favor, ela choramingou. Implorou. Gritou seu nome até que gozou novamente, arqueando e empurrando contra ele enquanto sentia os sucos fluindo da xereca à língua dele.

O rosnado que ele soltou foi forte, cheio de fome voraz quando ele se levantou e arrastou as coxas dela para cima dele.

Mercury cheirava o calor nela agora. Dentro dela. Cheiro e gosto de doce caramelado e aumentou a luxúria dele em ponto de ebulição.

Seu pau pulsava como uma ferida aberta. E a cura para aquilo estava a apenas um centímetro de distância para engolir e chupar seu pau, a xoxota dela estava excitada com a infusão de pré-ejaculação de hormônio.

-Você sabe o que acontecerá, ele rosnou para ela quando o olhou, os olhos dela arregalados, o rosto brilhando de prazer.

-Você sabe o que vai acontecer, ele rugiu para ela quando o olhou com olhos muito abertos, brilhantes de prazer. -Quando eu te possuir, Ria. Quando eu entrar em você, sabe o que vai acontecer.

Ela negou com a cabeça, mas seus olhos diziam que sabia o que ele dizia. Sim ela sabia. Sabia o que ele ia dar para ela, quando ele gozasse dentro dela, a extensão que ele sentia palpitando embaixo da cabeça do pau se ergueria, engrossaria e endureceria exatamente como outro pau. Ele se travaria dentro dela. Iria derramar de hormônio pré-sêmem para começar a preparar seu corpo, adaptando-a, fazendo seu corpo receptivo ao sêmem alterado das Raças que poderia — como ele rezava — dar-lhe o seu filho.

-Por favor, ela sussurrou novamente com voz irregular,cheia de desejo quando ele apertou o seu pau contra ela.

Ela era tão pequena, apertada e ele estava mais que antes. Mais grosso. A expectativa crescia dentro dele, satisfação o queimava. Esta era a sua mulher. Sua companheira. Ele apertou os dentes e começou a penetrá-la.

Ele viu quando seu pau começou a afundar dentro do calor aveludado do seu corpo. Sua calcinha preta sexy e rasgada moldou a penetração. Ela puxou as coxas ligeiramente bronzeadas, se firmou e se arqueou sua xereca, agarrou o pau, o apertou com os músculos da concha até que ele urrou louco de prazer, sentindo o suor fluindo de seu corpo enquanto se segurava para conter o gozo.

Ria estava morrendo de prazer com a penetração. Tudo em Mercury parecia maior agora. Os ombros, corpo musculoso, o comprimento e a grossura do pau.

Ela arqueou e torceu-se embaixo dele, gemendo, pedindo enquanto a possuía. Ela sentiu mais que sua penetração no seu corpo. Mais do que o empalamento do seu pau em sua xoxota. Sentiu uma fome feroz guiando ela agora. Seu sangue era fogo puro. O suor que cobria seu corpo era lava. Cada nervo estava à flor da pele, mas ela desejava mais.

-Minha Ria.Ele subiu em cima dela com um gemido enquanto acomodava a seu caralho pesado dentro dela até a raiz. Ela sentiu a pressão de suas bolas em baixo, a palpitação do pau e o peso de seu corpo a cobrindo.

Ela sentia êxtase e agonia e só pode agarrar a ele quando ele começou a se mover. Lentamente no início. Muito lentamente. Aliviando-a, empurrando profundamente e lentamente, movendo-se dentro dela, sua xoxota apertando e se contraindo em volta do pau.

-Ponha suas pernas ao meu redor, Ria. O estrondo profundo, áspero em sua voz enviou um calafrio na espinha dela.

Ela negou com a cabeça. Ela não ia agüentar aquilo. Ele era muito grande dentro dela, agora a enchia completamente.

Os dentes dele beliscaram seu ombro. -Faça. Envolva as pernas em volta de mim, Ria. Em toda volta.

Ela choramingou, mas ergueu os joelhos e embrulhou as pernas ao redor dele.

-Deus! Mercury. As mãos dela arranharam aos ombros dele, quando o prazer parecia radiar dentro dela, mais luminoso, mais quente.

-Você é tão apertada Como uma mão quente e macia. Melhor. Muito melhor do que eu poderia imaginar.

Mercury se agarrava ao controle pela linha mais frágil. O hormônio de acasalamento tinha sensibilizado seu pau tão enormemente que se respirasse um pouco mais fundo ia explodir no prazer que o consumia agora.

Sentia a pressão dos músculos delicados que envolviam e apertavam seu pau, contraindo e afrouxando, em espasmos de gloriosos de ordenhamento enquanto se movimentava dentro da racha apertada da xereca dela.

O prazer era agonizante. A cabeça do pau pulsava. Ele sentia a farpa que pulsava debaixo da carne. Ele sentia aquilo. Era para ela. Tudo para ela. Subindo dentro dele como uma onda de loucura e o possuindo com uma fome que era além da luxúria.

Seu suor os cobria. Fazendo-o deslizar contra ela. Os mamilos duros e quente roçando contra o peito dele. Ela era apertada e quente, gemendo ele puxou a boca quando começou a mergulhar mais forte contra ela, movendo o caralho para dentro e para fora enquanto um desejo violento começou a arrebentar com qualquer medida de controle.

-Você não me deixará novamente. Ele beliscou a curva carnuda do seio dela. -Você nunca fugirá de mim novamente.

-Para onde ela fugiria? Como ela poderia fugir? Ela não poderia viver sem conhecer esse prazer novamente, sem sentir aquele fogo subindo dentro dela com tal êxtase.

Ria mordeu o lábio, se retorcendo contra ele quando o desejo cresceu mais, queimando, brilhando, mais quente ainda. Ela se arqueou para sentir cada estocada, gemendo, morrendo por mais.

E ele estava dando mais. Estocadas fortes, poderosas enterraram o pauzão dele dentro dela, que a acariciou interiormente, o desejo pelo gosto dele começou a dominar tudo mais.

Os lábios dela foram para o ombro dele. Respirações ofegantes, gritos sufocado deixaram a garganta dela sentindo as estocadas duras dele, bombando forte dentro dela, ela lambeu seu ombro, gemeu, gritou e depois o mordeu.

Como ele a tinha mordido tantas vezes. Ela trancou sobre a carne dura do ombro dele, segurou apertando e lambeu e chupou o sangue dele.

Mercury congelou contra ela. O corpo inteiro dele apertou, estremeceu então com um rosnado transbordante de fome, os dentes dele perfuraram o ombro dela como uma marca e os quadris dele deram uma estocada profunda dentro dela.

Ria teria gritado, mas o prazer, a necessidade pelo sangue dele, o tesão, o golpe furioso do corpo dele dentro de seu, apertando o útero dela, pulsando no clitóris dela.

Lágrimas encheram seus olhos ao sentir poder incrível e a beleza do que ele fazia com ela. Esse prazer―não era um simples prazer. Era voraz. Sem vergonha. Era pura sensação, ofuscante-quente e alcançando lugares dentro dela onde nunca soube que poderia sentir prazer.

O útero dela palpitava contraindo furiosamente. O clitóris explodiu em êxtase enquanto ela gozava no êxtase que explodiu, levando sua consciência totalmente.

Ela teve que gritar quando ele a fez gozar. Cavalgou como uma louca contra as estocadas furiosas, poderosas, que levavam sensações de chicoteamento correndo cada nervo de seu corpo.

Ela enterrou a cabeça no travesseiro. Sabia que arranhava os ombros dele, mas não pôde parar. Ela não pôde respirar ou gritar. Um fogo de artifício colorido explodiu diante dos olhos dela quando sentiu que ele lhe dava uma última e forte estocada, então ele gozou e derramou a porra quente dentro dela.

O gozo dele e algo mais. Ela sentia a farpa. Sentia aquilo crescendo, se esticando e engrossando, apertando sua concha e contraindo o pau dele e o trancando dentro dela. Ela arqueou o corpo e se empurrou para a frente, mas o tórax duro dele a prendeu no lugar, os dentes fortes a apertaram seu ombro, a lambeu e logo ela gritou. O prazer era demais para se conter. Gozou com violência completamente imersa em outro orgasmo, tirando o controle as respostas do corpo dela. Ela se arqueou e estremeceu, se estorceu desesperada pelo prazer e querendo ficar mais perto ainda.

A farpa era sem ponta. Como a ponta de um dedo polegar grosso, pesado que a apertava, oh Deus, acariciando no fundo da vagina, pulsando fortemente enquanto ele gozava dentro dela.

Ela sentia a porra quente jorrando daquela farpa grossa que os leões tinham, ela gozou com o esporro abundante, a porra ardente aumentou o prazer dela.

Mercury empurrou-se sobre ela, ergueu a cabeça do ombro dela, o rugido de triunfo, encheu o quarto quando estocou novamente contra ela, enfiando o pau e a farpa até o fundo dela.

O animal estava solto e ela devia estar apavorada. Ela sabia o que aquilo significava. Sabia que ele não era para ela. Mas não podia fugir dele. Ela se agarrou aos braços dele com mãos desesperadas, apertando as pernas envolta dos quadris dele sentindo um prazer intenso, sem fim, com o pau fodendo dentro dela. Deixou o prazer levá-la conforme o balanço das ondas de uma maré alta que invade uma praia. Ela era indefesa antes disso. Sua alma foi sacudida por tudo aquilo. Mas agora, aquilo amarrou cadeias que nunca permitiriam que ela fosse para longe dele.

Ela estava acasalada a ele. Sua companheira, fosse destinado a ela ou não, deveria estar sentindo satisfação por isso. Isto devia fazê-la acender.Tinha ganhado o homem e o animal que morava dentro dele. Ele a amava. A acasalou a ele.Mas nada podia esconder o fato concreto de que foi outra mulher que chamou o animal dentro dele para a liberdade.

 

Mercury se retirou lentamente do corpo exausto de Ria, fazendo uma careta de prazer quando a carne sensível do seu pau foi acariciada pela xoxota apertada.

Porra, ele ainda estava duro. Ainda duro e tão excitado que era doloroso. Mas recuperou o equilíbrio e sua sanidade dele.

Ele afastou o cabelo da face dela, os empurrou para trás, vendo como fazia beicinho e se aconchegava contra o tórax dele como se estivesse com frio.

Ela soltou um gemido quando os seus mamilos duros roçaram o peito dele. Eles ficaram mais duros e vermelhos. Ele quis chupá-los. Queria-os contra sua língua, sentir o gosto doce de sua pele.

Ele respirou profundamente e puxou o cobertor sobre ela, se deitando e chegando mais perto quando ela se esticou contra o corpo dele e deixou que a envolvesse. Suas mãos se afundaram nos fios sedosos, acariciando o couro cabeludo e depois os fios. Amando sentir aquilo.

Ele adorava tocá-la.

Ele franziu a testa, ao lembrar-se do confronto com Alaiya. Sentiu irritação quando ela o tocou. E quando o beijou, ficou congelado, se conteve para não matá-la. Ela soube; no momento que o viu, o cheirou, Alaiya sabia que ele pertencia à outra. E mais, ela fingiu dar uma de companheira ferida.

Em que jogo ela estava envolvida aqui? Definitivamente um que ele não queria tomar parte, mas um que sabia ter o poder de ferir Ria.

Alaiya era uma criatura perceptiva. Ela era fria e calculista, em muitas formas como Jonas. Embora o diretor de Negócios de Raça não tivesse a malignidade de sangue frio que Alaiya possuía.

Ele acariciou a cabeleira pesada de Ria enquanto pensava neste problema. Sua Ria. Ela era confiável, poderosa, uma força considerável com respeito ao que sabia. Códigos. Localização e decodificação de sinais em código em transmissões ocultas. Ela era a melhor que já conheceu, até mesmo dentro da comunidade das Raças.

Era a mulher que escondia aquilo que o interessava. Aquela que ele podia ver e sentir nela, aquela que ela recusava a mostrar, a libertar. Aquela mulher era selvagem e poderosa, uma companheira que suportaria longos anos o que acontecia com as Raças acasaladas.

Ela manteve aquela parte subjugada, negou-lhe a liberdade como Mercury recusou libertar o animal dentro dele. Porque a confiança de uma mulher foi destruída assim facilmente. Aquela mulher nunca se libertou porque Ria teve medo de perder aquela parte que lhe dava força.

Ela era uma contradição, sem dúvida. A mulher que não escondia tinha lógica, bom senso para negociação, socialmente e intelectualmente bem posicionada diante do mundo. A mulher que vivia diante do mundo escondia seu desejo por vestidos sensuais, sapato sexy de salto alto e maquiagem ousada. Esse ser oculto, cheio de vivacidade e selvagem.

Por ser vivaz e selvagem chamou sua atenção e o atraía. Fazia com que a mulher fosse alvo de especulação, de fofoca, de homens que quiseram nada mais que o nome dela gravado no pé da cama.

Ria não podia arcar com aquela vergonha que machucava. Assim como não se permitia a parecer mais do que a funcionária altamente qualificada que dependia dos Vanderale.

Lá estava. Ele fez uma careta de desagrado ao pensamento. Ria não podia se dar ao luxo de se tornar “visível”, porque temia perder as vantagens que tinha em seu emprego. Como o goiveiro amarelo, escondido no meio da multidão. Ninguém os notou. Ninguém os temia, ela disse. Mas era mais que isso. Ela tinha uma vantagem. A aprovação necessária de Leo I. Ela era uma ferramenta eficaz que ele usava frequentemente. E os Vanderales eram a única coisa duradoura na vida de Ria.

Ela temia perder aquela segurança. A família que a salvou. Eles não a adotaram, mas vigiaram o seu crescimento. Eles cuidaram de sua educação. Deram um emprego a ela. Ela era a criança pobre e órfã pobre que todos pensavam que a poderosa família sentia pena.

A mulher em seu interior mulher não tinha confiança em si mesma, na sua capacidade de chamar a atenção e no poder que Mercury sabia que ela tinha.

Ele rosnou ao pensar isto, seus olhos se estreitando na luz fraca que vinha da sala, enquanto pensava em cada caminho que ele deveria prosseguir.

Ele era o companheiro dela. Era seu trabalho dele protegê-la, garantir sua segurança, sua felicidade.

Ela nunca acreditaria que a acasalou. Aquela mulher oculta ia recusar a aceitar qualquer coisa como dela, porque achava que iria embora, que não era dela. Porque o calor de acasalamento não tinha se revelado completamente até o aparecimento de Alaiya.

Ele não podia culpá-la totalmente, mas ainda assim ele culpava. Sabia quando foi que despertou a fúria da mulher aterrorizada que tomavam algo que na verdade nunca tinha sido dela. Ela gritou de sofrimento. Tão forte e alto quanto o acasalamento calor a fez gritar.

Bastava dizer a ela que nunca teria o suficiente. E aquilo não foi o suficiente para ele. Ela o deixou furioso quando ela fugiu dele. Feriu seu orgulho e seus sentimentos. Esta era sua companheira.

Ela iria lutar por ele. Ela iria lutar por ele, ou não haveria fúria maior do que a dele.

Levantou a cabeça e focalizou na porta aberta do armário. Lá dentro só tinha as roupas feias que ela insistia em usar. Ele olhou para o relógio e sorriu arreganhando os dentes de satisfação.

Ele se levantou da cama, arrumou o cobertor ao redor dela e foi até o closet. Ele tinha algumas horas até que o calor do acasalamento a despertasse. Antes que o desejo começasse a arranhar por ela.

Ele entrou no closet, fechando a porta atrás dele e acendeu a luz. Virou-se, seus olhos se apertaram de desgosto nas roupas antes de olhar para suas mãos..

As garras estavam agora lixadas, mas ainda eram perigosas. Ele pegou a primeira saia silenciosamente da prateleira e o som de pano rasgado foi um sussurro na noite quando começou a destruição. Todo peça de roupa deselegante, feia e miserável que ela tinha foi jogado ao chão do close, rasgado. Saias, tops e calças compridas. Suéteres e blusas. Tudo ficou destruído e não haveria como consertar nada.

Os sapatos foram os próximos. Qualidade excelente, acabamento perfeito. Mas não foi nenhum obstáculo à raiva silenciosa que o envolvia. Sua mulher se escondia nesses sapatos simplórios, não permitiria mais isso.

Quando terminou com o closet, foi para a cômoda e suas gavetas. Ele não deixou nada da roupa íntima, mesmo as mais sensuais, os robes, as camisolas, calcinhas e sutiãs, meias. Ele jogou todos os artigos ao chão enquanto destruía tudo. Rasgou absolutamente tudo que ela trouxe para a cabana.

Exceto uma roupa. Uma calça jeans justinha. Uma camisa. Um par de botas de couro de cano curto até o tornozelo. Ela precisaria de algo para se vestir quando a levasse ao centro comercial de Buffalo Gap para comprarem roupas novas para ela. Roupas que combinassem com a mulher sexy e linda que ele sabia que ela era.

Pura arrogância masculina correu por ele. Sabia que tinha muita arrogância, não havia dúvida. Sabia que enfrentaria sua fúria na manhã seguinte, aquilo era uma coisa que ele não poderia evitar. Mas havia mais em jogo aqui do que a raiva e o orgulho dela. Sua confiança e fé nele estavam em jogo, e desgraçado ele seria se ela perdesse qualquer um desses.

Ele era seu companheiro. E desgraçada fosse se pensava que daria a outro o que era dele. Sabia que ela fugiria. Ele sabia que o amava, tinha sentido o cheiro de amor que flutuava sobre ela quando se amaram, quando dançaram, quando se olhavam. Ela era dedicada a ele. Ele sabia isso. E ainda assim, ela tinha fugido.

Sua abnegação era muito maior que a dele. Porque ele mataria o homem que tentasse tomá-la dele. Mesmo antes do acasalamento, ele teria despedaçado qualquer rival que aparecesse em seu caminho querendo o coração dela, arrancaria membro por membro. Rasgaria como ele fez com as roupas dela.

Então, como se aquelas tias de tecido rasgado não fossem mais importantes do que o suspiro da satisfação que ele deu, voltou à cama.

Ele se enrolou envolta do corpo dela mais uma vez, e quando o sono veio, ele sorriu.Ria estava certa, ele podia ronronar.

 

Ela estava queimando. Ria sentia uma excitação avassaladora que a puxou do sono, um desejo imperativo, seu corpo e sua mente gritavam por sexo, enquanto ela lutava contra a consciência. Ela não queria acordar, tinha sono. Ela ainda não estava pronta para encarar a realidade.

Não estava pronta para enfrentar suas próprias emoções. Emoções mais profundas que a envolviam mais que o calor do acasalamento a envolveram. A satisfação, de saber que ele a tinha escolhido. Boa vontade, embora não tivesse acreditado que fosse possível uma Raça fazer tal escolha. De acordo com Elizabeth Vanderale, não era possível. Mas Mercury tinha feito a sua própria escolha.

Afastou-se da mulher que a natureza escolheu para ele anos atrás e foi para ela, Ria. Tinha libertado toda sua força selvagem, sua fome selvagem sobre ela, que tomou, devorou tudo dele ansiosamente. Não apenas fisicamente, mas emocionalmente.

Algo dentro dela se aliviou, enquanto que outra parte ficou tensa. Ele a escolheu, por enquanto. Ela tinha medo que o outro sapato caísse mais tarde.

Deus! Era por isso que não se envolvia em relacionamentos. Esteve com medo de aprofundar suas emoções. Medo de amar, e não poder fugir, não conseguir ir embora. E era desse jeito que amava Mercury. Quando fugiu dele, ela não conseguiu ir para nenhum lugar mais longe que a cama onde eles compartilharam momentos inesquecíveis de amor.

O toque dele alimentou uma parte de sua alma que sempre esteve fechada para os outros.

Mas o corpo dela estava pronto para ser alimentado agora. Tinha fome do gosto de Mercury. Para as carícias dele. Sua posse e o seu beijo.

Ela se apertou contra ele, sentindo o pau enorme e duro apertando contra o estômago dela, a mão dele acariciando seus cabelos. As mãos dela o pressionaram contra ela, a sensação do toque da pele dele, os aqueceu, os excitou.

Ele estava acordado, mas porque não a possuía logo? Sabia que ele podia sentir o cheiro do seu desejo. Ela o viu inalando seu cheiro na noite passada, puxando-o forte em suas narinas e ronronando de prazer.

Então, por que ele estava esperando? Suas mãos o puxaram contra si, enquanto ela lutava para se controlar. Para se conter de atacá-lo. Devorá-lo.

-Se você me quer, então terá que tomar você mesma, companheira. O rosnado forte que ele soltou mostrou claramente que ele não dormia. Aquilo deu a ela a certeza que ainda estava tão quente, tão selvagem e tão excitado como na noite anterior.

Ela lutou para abrir os olhos, sentindo seu coração batendo quando ele a encarou com aqueles olhos azuis árticos. Olhos que se aprofundaram vendo dentro dela e a fizeram lembrar das fotografias de laboratório que ela tinha estudado antes de vir para o Santuário.

-Seus olhos mudaram de cor, ela sussurrou, se lembrando que tinha a mesma cor na noite anterior. A cor agora era até mais viva e brilhante.

-Meus olhos eram azuis até que eles tentaram destruir o que eu era, ele a informou, um flash de raiva que enviaram faíscas douradas no fundo dos olhos azuis. –Mas não é com a cor dos meus olhos que você precisa se preocupar.

O tom de sua voz não nenhuma ponta de desagrado. Mostrando que a tempestade, a perturbação emocional da noite passada já tinha passado. Pensar ainda era um processo delicado, mas ela estava chegando lá. Mas as emoções dela estavam inflamadas Ela sentia as emoções subirem, se rebelando, empurrando, puxando para se libertar do controle feroz que ela tinha sobre si. Ela teria que lidar depois com elas, entretanto. Assim que Mercury apagasse o fogo que queimava dentro de seu corpo.

-Com o que tenho de me preocupar então? Ela puxou o lençol sobre seus seios inchados quando ele olhou fixo para eles.

-Você me quer, Ria? Ele perguntou, com voz quente de desejo.

O nervosismo aumentou dentro dela enquanto tentava se controlar..

-Essa é uma pergunta idiota, Mercury.

Ele sorriu quando ela disse aquilo.

-Então venha para mim, ele disse-lhe. –É meu prazer aliviar o desejo no seu corpo. Tudo que você tem de fazer é tomar o que é seu.

Ela vacilou. Ele teve que dizer aquilo para ela assim. Ele sabia o que fazia; ela viu em seus olhos, na tensão em seu rosto.

Ela levantou o seu queixo, o olhando furiosamente. Ele a machucava. Ele não percebia o quanto a feria, temendo perdê-lo para uma mulher que não o merecia, que não esteve ao seu lado quando ele precisou dela. Em vez disso, a outra esperou até que Ria o amasse, precisasse dele.

-Eu supunha que você fosse uma Raça gentil, ela declarou, tentando ser fria, mas sua voz tremeu de desejo.

-Oh, eu sou muito gentil, ele a assegurou. –Sou até demais. Veja você, eu ainda não dei uma surra na sua bunda por ter fugido de mim ontem a noite. Embora a opção ainda permaneça de pé.

Ela tinha que protestar contra aquilo. Ela realmente tinha. Mas enquanto ele falava, ele afastou o lençol do corpo forte dele e ela perdeu a respiração, sua vontade de lutar a abandonou.

O pau enorme estava duro e erguido, quase chegava no umbigo dele, estava tão grosso e tão comprido, a cabeça do pau estava pulsando vivamente, estava avermelhada, grossa e enorme.

Ela lambeu os lábios. Sentiu vertigem, tão faminta, de repente tão desesperada para ter aquela pica dura, quente enfiada bem fundo dentro da sua xereca pulsante de tesão, que não suportou e choramingou baixinho de desejo.

Ela esticou a mão, desceu pelos músculos duros do tórax poderoso, acariciou até o meio do estômago dele e parou. Ela queria descer mais, queria tocar, sentir, tomar tudo dele para ela. Reclamá-lo como dela para sempre.

-Mercury. Ela ergueu o olhar para ele. Implorando.

-É tão fácil, Ria, ele sussurrou. –Pegar o que você deseja. Sempre será o meu maior prazer dar meu corpo a você, sabe disso.

-Tomar uma coisa que não minha, ela respondeu, a raiva crescendo ao pensar que o calor de acasalamento que ele sentia não apareceu por causa dela. Não foi ela que forçou o calor a apareceu no corpo dele. Foi a outra mulher.

O rosnado sombrio de aviso que retumbou da garganta dele a fez estremecer e vacilar.

Ele manteve os braços atrás da cabeça dele, mas fez saltarem os músculos e as veias sob sua pele.

-Não me pressione nesta manhã, Ria, ele avisou. –Aqui não há nada para Alaiya e minha paciência tem limites. Se você precisar de mim, eu estou aqui. Se você não fizer o que quer, então eu sofrerei o inferno por isto, mas vou tomar um banho e seguir em frente com o dia de trabalho.

-Desgraçado! Ela chorou, sofrendo, sangrando dentro da tempestade emocional que aumentava dentro dela.

-Desgraçada é a sua teimosia! Ele rebateu. -Você é minha mulher. Você vai aceitar esse fato ou sofreremos por isso. Agora se decida. Você que foder comigo ou quer brigar comigo?

Ela tinha toda a intenção de fazer os dois, mas tinha a sua prioridade no momento. Ele queria atormentá-la? Torturá-la? Então ela ia jogar o jogo dele, pelo menos enquanto pudesse suportar.

Ela colocou uma perna sobre a sua cintura, se posicionou sobre sua barriga, mais acima da cabeça grossa e erguida do seu pau, e se inclinou para a frente apoiando suas mãos nos ombros dele e espalhou os seus cabelos sobre ele.

Os lábios dela desceram sobre os dele.

-Dê aquilo para mim, ela exigiu, ansiando por sentir o gosto dele. –Me dê agora!

Tudo era seu. Seu toque. A posse dele, o coração dele era inteiramente dela, assim como o dela era dele quando ele a reclamou na noite passada.

A cabeça dele se levantou até a dela, seus lábios se abriram e sua língua se enfiou dentro da sua boca. As glândulas inchadas e pesadas, derramaram o sabor doce de luxúria na boca dela. Era viciador. Ela precisava disso. Desejou tanto aquilo que a fez se contorcer. Apertou o ventre contra ele e gemeu ao sentir o botão duro do seu clitóris sendo acariciado contra a carne musculosa de seu abdômen.

Ela estava adorando o prazer que sentia, no toque dele, no seu beijo, em saber que ele agora era totalmente dela., sim neste momento, ele era todo seu.

Ela chupou a língua dele, se enroscou com a dele e sentia que naquele beijo a alma dele se unia com a dela. Foi um beijo profundo, faminto, e todo só dela. Um rugido estrondeou no tórax dele, acariciando as pontas rijas de seus seios e enviou uma vibração de prazer que tremeu dentro dela.

Ela estava muito necessitada, muito faminta para esperar. Ele disse para tomar tudo que ela desejava. E ela precisava dele desesperadamente. Precisava tudo dele, fisicamente, emocionalmente.

Os quadris dela se ergueram, se abaixou sobre a cabeça dura que foi engolida pelas dobras apertadas, inchadas da xereca dela.

Mercury retirou a língua dele, mordeu os lábios dela e então de novo enfiou a língua fundo enviando mais do sabor doce quando ela começou a se mover sobre o pau duro.

A excitação explodiu dentro dela. Ela se controlou. Suas unhas se fincaram nos ombros dele ao sentir o hormônio invadindo a circulação sanguínea dela. Ela devorou o seu gosto enquanto seus quadris se moviam contra o pau dele. Ela desceu mais sobre o comprimento dele, gemendo na boca dele quando as mãos dele apertaram seus mamilos inchados.

Os dedos dele beliscavam os mamilos dela. A língua dele bombeou e rodava dentro da sua boca e ela tentava agarrar de novo a língua dele.. Mas ela controlou a profundidade da penetração enquanto se movia sobre o pau em cada movimento dos quadris dela, as estocadas a acariciavam, os golpes do pau a enchiam de prazer..

Ela controlou a força poderosa, primitiva do macho em baixo dela, sentia isso. Ela se gloriou nisto. Ele rosnou em baixo dela, mas ele não tentou fazê-la parar.

Quando ela levantou a cabeça, ela o encarou embaixo dela., vendo o suor na testa dele, a careta de prazer que revelavam os caninos ao lado da boca.

-Você me ama, Ria? ele gemeu. -Me dê isso, querida, Me ame

Ela o olhou, o amando com toda sua alma.

-Eu o amo com loucura, ela sussurrou finalmente e gritou de prazer quando os quadris dele empurraram forte para cima contra ela.

Ela tinha apenas metade do comprimento do pau dentro dela. Ele a partiria ao meio com o pau inteiro, ela jurava que aquele maldito hormônio fez tudo dele maior ou fez ela diminuir, porque o prazer que sentia com a penetração do pau enorme já a trouxe a beira de gozar.

-Deus, você é tão grande, ela gemeu.

-Você é tão apertada, ele rosnou de volta, revirando a caneca no travesseiro. –Me faça gozar, Ria. Eu vou enlouquecer de desejo.

Ela parou. Um rubor tingiu o rosto dele,ouro brilhou no fundo dos olhos azuis e excitação contorceram sua expressão.

Ele tinha o olhar de um homem que se agarra ao controle por um fio. Mas as mãos que agarravam seus seios não a feriram. Cada toque era um prazer para ela. Para excitá-la. Para ela ter tesão. O olhar dele era cheio de carinho, a amando da mesma maneira que ele fez antes daquela outra mulher aparecer para tentar destruir a vida dela. Ela não tinha nenhuma escolha, somente amá-lo do mesmo jeito, ou mais, porque estava desesperada para se preenchida profundamente por ele quanto possível.

-Ria. Porra se mova!Ele rosnou. –Me fode.

Ela se moveu lentamente, erguendo e abaixando os quadris e o olhando. Era desse jeito que ela estava quando ele a possuiu? Enlouquecida de prazer? Cheia de desejo que ricocheteava por ela?

Fome, necessidade e desespero encheram a expressão dele. Pulsava no pau dele, latejava dentro da xoxota dela e a fez se contorcer contra ele, gemendo de desejo..

Os dentes dele se apertaram a mandíbula com tensão.

-Você está me matando, ele gemeu, seus olhos eram lascas finas de azul quando a encarou.

Ele a estava matando.

Ela se ergueu e desceu mais fazendo o pau entrar mais fundo, arqueou-se e puxou seus seios das mãos dele enquanto se arrastava contra os músculos duros do estômago dele.

Isto era primoroso. O tomou um centímetro de cada vez, sentindo-o dividi-la em seu ritmo lento, sentindo sensações que ela nunca sentiu antes.

-Ria doce Ria, ele gemeu desesperadamente, suas mãos deslizaram de seus seios para seus quadris se movendo mais dentro dela. -Ah, querida. Tome tudo de mim.

-Ainda não, ela arfou, agitando sua cabeça, sentindo as mãos dele agarrando quadris embora ele não fizesse nada para penetrar o pau mais fundo dentro dela.

-Quando? A voz dele era torturada, metade sorrindo e metade resmungando.

Ela apertou o pau com sua xereca, e ele soltou um rosnado animalesco de prazer.

-Você está me torturando, ele a acusou, mas ela ouviu uma ponta de alegria na voz dele quando se moveu contra ele, o apertando, movendo ele dentro dela, sempre o apertando e o sugando para mais fundo dentro dela.

Momentos depois, ele estava completamente enterrado dentro dela, todo o comprimento da pica enorme que pulsava e a queimava, ela sentia o controle se desmoronando.

O desejo era uma chicotada ardente de prazer furioso que aumentava seu êxtase. Sentia as mãos de Mercury apertado seus quadris, sua cabeça revirou de prazer quando ele ergueu os quadris e lhe deu mais dele. Ainda permanecendo dentro dela, deixando-a achar o prazer dela assim como o seu.

Ela o montava como um garanhão duro e grosso pulsando de tesão com desejo de gozar dentro dela, ele se segurando só por ela. Ela viu sua testa regada de suor correndo para os fios grossos dos cabelos dele, os umedecendo. Ela contraiu-s outra vez sobre o pau, jogou o pescoço para trás quando o orgasmo começou subir dentro dela.

O seu corpo foi uma massa que pulsava de excitação. Um raio chamuscou por seus terminais nervosos. O prazer foi eletrizante, indo no fundo de sua alma e a possessão dele fornecia o fornecia o combustível, algo selvagem e poderoso dentro dela também.

-Mercury. Sua cabeça se inclinou mais ainda para trás quando gritou seu nome. -Oh Deus. Mercury!

Ela tentou continuar a mover-se, querendo mergulhar mais no pau dele enquanto gozava, mas ele era enorme, ele a rasgava. Ela tremia, arfava, sentindo-o perto de explodir dentro dela, então ele deu-lhe tudo. Tomou-a em seus braços. Suas mãos apertaram com força nos seus quadris enquanto se movia furiosamente embaixo dela, empurrando rápido e profundamente, empalando-a com a vara grossa, até que gritou rouco, depois se transformou num rugido primitivo, sufocado, enquanto gozava, se juntando a ela no prazer final daquela posse selvagem.

Isso não queria dizer que já tinha acabado. Ela desabou sobre o peito dele, sem notar que suas unhas se fincavam nos ombros de Mercury, quando sentiu a lingueta dura engrossar e se esticar, sentia aquilo se entranhar mais fundo no seu útero, fazendo-a gozar de novo e gemer implorando. Implorando por clemência, porque o prazer era tanto que parecia que a partiria em duas, e não sabia como voltar a ser o que era antes.

Passou um longo tempo antes que ela conseguisse levantar sua cabeça do peito poderoso de Mercury, antes de poder arrastar seu corpo saciado do dele e rolar para o lado do colchão.

Sentando-se, ela afastou o cabelo do rosto, olhou para o chão e congelou.

Esses as botas de inverno robustas dela não eram, em fragmentos? Isso a saia de lã cinza dela não era? A meia-calça dela? Os sapatos dela?

Oh Deus.

Ela se virou e olhou o armário. A porta estava aberta, a luz sobre ela era fraca. Ela sentia Mercury olhando-a ainda deitado, observando-a cuidadosamente.

Ela não pôde olhar para ele. Tudo que podia ver eram suas roupas. Rasgadas. Como se alguém as tivesse cortado com uma afiada tesoura. Os sapatos e botas de inverno, meias-calças e roupas íntimas. A única coisa que ela não viu foi o delicado conjunto de renda francesa que trouxe com ela. Não havia mais nenhum sutiã, tudo reduzido a frangalhos. Nenhuma meia-calça. Só a que ela usava e nem tinha percebido,

O choque lentamente se transformou em fúria. Ela viu a bagunça, pensando e avaliando cada peça do seu vestuário destruído em pedaços e se voltou lentamente para ele.

Ele a observava com aqueles olhos azuis frios que ainda pareciam brilhar, ainda queimando com chamas insaciáveis. A expressão dele era controlada. O olhar arrogante. Confiante.

-Por que maldita merda infernal você fez isso aqui?

Ele sorriu. -Eu já te disse o quanto gosto, adoro quando o seu sotaque aparece? Significa que a festa está a caminho. Tenha cuidado, Ria, não é só café que te faz mais quente. Mas também raiva.

Ela o encarou descrente. A arrogância, autoconfiança primitiva e calma completa na expressão dele a enfureceram.

-Você destruiu minhas roupas, ela o cortou.

Os olhos dele estreitaram. -Sim, acho que deveria ter feito isso a mais tempo.

-Por quê? Ela mal pôde formar a palavra e seus pensamentos.

Ele levantou-se, em seguida inclinou-se para ela, seu nariz colado no nariz dela.

-Eu estou farto de uma estranha. De sentir a mulher selvagem com que acasalei mas nunca podendo vê-la. Aquilo... Ele rosnou, apontando às roupas. -... Escondem minha companheira e eu não permitirei mais isto.

Ela retrocedeu, o encarando, tremendo, e não era de excitação. Era completa, total descrença e raiva.

-Você está louco, ela falou com raiva. -Sua companheira, o meu rabo. Sua companheira está de volta no Santuário rondando como uma gata no cio. Esperando você. Enquanto você me alimenta de um maldito hormônio para garantir que eu não te deixe. O que está errado, Mercury? Você não pôde lidar com o fato que não ter o hormônio do jeito que quis? Agora você tem de me transformar em algo para você aguentar tocar?

Ele saiu da cama com uma rosnadura pesada, primitiva o bastante para que alguma coisa dentro dela se rebelasse. Ele pensava que ela ia abaixar a cabeça ao ver a raiva dele? Que ela vacilaria?

Antes que ele pudesse dar o primeiro passo ela já estava na cara dele.

-Eu posso recuperar essas roupas, assim rápido. Ela ergueu a mão e estalou os dedos imperiosamente. -Uma Raça Vanderale entregará virá entregá-las. Uma Raça Vanderale atenderá qualquer pedido que eu fizer a ele. E você pode pegar esses farrapos... Ela zombou. -... E enfiá-los...

-Você quer que uma Raça Vanderale morra? Ele rebateu, o nariz dele quase tocando o seu, fúria era algo vivo nos olhos dele, um ser vivo, como o ser vivente dentro dela também. -Deixe uma Raça entregar mais um desses ofensivos trajes que você gosta de usar, e eu vou rasgar tudo em pedaços e vou partir para a Raça, que enviarei correndo e chorando para o Soberbo Senhor Leo a quem ele serve. Você é minha mulher, e maldito serei se você se esconder mais de mim.

-Alaiya é sua companheira, ela gritou na sua cara. –Ao me dar o hormônio, você desprezou o propósito que a Natureza criou o calor do acasalamento. Porque você precisa de um maldito harém em vez de uma mulher Mercury?

Ele riu. Um frio, calmo que penetrou a fúria dela que a fez olhá-lo cautelosamente enquanto ele se endireitava.

-Nós podemos ir às compras esta manhã. Eu salvei uma roupa.

-Desculpe! Seus punhos se apertaram; cheia de violência. -O que você disse para mim?

O olhar dele a fez retroceder um passo. Não por medo, mas por prudência. Aqueles olhos apertaram-se, chamejaram um ouro pesado e sua expressão cheia de tanta arrogância primitiva que ela não teve nenhuma idéia de como lutar contra aquilo.

-Eu disse, nós vamos fazer compras. Esta manhã. Depois que nós comermos e tomarmos banho, e se você precisar novamente de mim, me possuir. Nós iremos substituir todo seu guarda roupa.

-A roupa que você rasgou? A voz dela estava rouca, tensa de raiva e incredulidade.

A sobrancelha dele arqueou. -Eu acho que sim. Mas você pode tentar me convencer se quiser. Você é minha companheira as Raças são conhecidas por mimarem terrivelmente suas companheiras. Quer ver até onde vou mimá-la?

Ela desejou muito aquilo.

-Desgraçado! Ela xingou, incrédula, certa de que eles tinham perdido a mente ou ela a dela, e estava malditamente certa que não tinha perdido a dela.

-Foi apenas uma sugestão. Ele encolheu os ombros.

-Você é uma Raça suja, arrogante e egomaníaca, ela gritou. -Você é pior que Dane. Pior que Jonas. Você é pior que Leo. E aquele era o maior insulto de arrogância que podia dizer a alguém.

-Elogios ajudam. Ele sorriu e passou por ela, sua mão acariciou a bunda dela ao passar do seu lado e arrancando um grito enfurecido dela.

-Eu vou matar você.

-Se você for continuar no mesmo caminho que fizemos um ao outro hoje de manhã, ele se virou para ela. Eu vou morrer feliz.

A porta do banheiro fechou. Ela olhou em volta, ainda chocada, certa que estava sonhando. Os punhos apertam, um rosnado furioso deixou os lábios dela que teria rivalizado bem com o dele. E ouviu a risada dele. Ela ouviu aquilo. Ouviu ele rindo dela e antes que pudesse se conter, o pequeno relógio na mesa de cabeceira estava nas mãos dela, voando pelo quarto e quebrando na porta.

Ela estava de pé lá, arquejando então gemeu e se sentou na cama e encarou suas detestáveis roupas arruinadas no chão. Maldição! O que ela faria agora?

 

-Ufa! Mercury foi muito, muito cuidadoso em soltar tranquilamente o ar de sua respiração quando o silêncio encheu o quarto.

Ele apoiou as mãos contra a pia e esperou. Ela ficou no quarto. Ela não fugiu. Maldição se não sairia correndo nu pela neve para alcançá-la.

Ele podia cheirar a excitação e a fúria dela, e teve que admitir, caramba, ela era um desafio quando estava irritada.

Não que ele quisesse arriscar a ter logo outra briga. Como disse antes, homens Raças, geralmente mimam demais suas companheiras, especialmente durante o calor do acasalamento, quando as emoções e o senso de equilíbrio delas ficam descontrolados.

Raças masculinas eram altamente sexuais durante o calor de acasalamento, mas eles não experimentaram a excitação dolorosa, agonizante que a mulher acasalado sofria, especialmente uma que não era Raça. Eles não sentiam a ponta de raiva por não poder controlar suas emoções ou seus desejos. As mulheres acasaladas dependiam dos companheiros, e para uma mulher independente isso era um ajuste difícil a fazer.

Ria era um das mulheres mais independentes que ele já conheceu. No exterior era tão auto-suficiente, tão contida, que outros se desviavam dela inquietos. Os humanos desejam serem necessários aos outros, do mesmo modo que as Raças. As Raças não se sentiam confortáveis com aqueles que não os queriam ou precisavam deles, não queriam disputar com ninguém. Era assim que Ria afetava os outros. Eles recuaram para longe dela, a olhavam cautelosamente, inconscientemente atentos que ela estava repelindo-os.

Isso não ia funcionar no Santuário, ou em qualquer lugar dentro do mundo das Raças. Se ela não o reivindicasse como seu companheiro, nunca se sentiria feliz. Só ele fazer a aliança e fazê-la se sentir em casa, fazê-la entrar na vida dele sem a reivindicação dela, seria doloroso e angustiante para ela, não importa o quanto a mimasse, a amasse. Os medos dela sempre estariam lá. E as outras Raças também sempre sentiriam.

Ficou tenso quando ouviu a porta do quarto fechar. Franziu a testa e saiu depressa do banheiro.

A roupa que tinha deixado para ela tinha sumido.Maldição, se ela tivesse fugido novamente dele.

Ele ouviu outra porta fechar, mas não a porta da rua. Andando pela casa, ele parou na porta fechada do quarto de hóspedes e suspirou de alívio.

Ela estava lá. Tomando banho sem ele. Ele esperava tomar banho com ela, para acalmá-la.

Ele entrou no quarta de cara amarrada, procurando por algo, uma sensação, um cheiro que o quebrou ao meio. O cheiro de lágrimas misturada água. O cheiro da confusão dela, tão sombrio e desconhecido para ela.

O coração dele partiu. Cortou sua alma,

A água caía do chuveiro e Ria estava lá. Ele empurrou a cortina do box para vê-la, a cabeça dela estava contra a parede, e cobria o rosto com as mãos, e seus ombros tremiam com o choro.

-Ria, ele sussurrou.

-Não. Ela sacudiu a cabeça, a voz dela rouco. -Eu não choro. Eu nunca choro. Eu não sou assim. A voz dela era atormentada, bravo. -Me deixe sozinha. Por favor. Deixe-me controlar. Eu tenho que me controlar.

Ele entrou no box com ela, no vapor quente e a puxou para seu peito. Onde ela pertencia, e ele deixou-a chorar. Ele curvou a cabeça sobre a dela e fechou os olhos, sabendo como era difícil para ela. Ele sentia.sua dor.

-Eu amo você, Ria, ele sussurrou contra o cabelo dela. -Eu não posso dar mais nenhuma garantia que isso. Ele não daria mais nenhuma agora, porque sabia que ela não ouviria.

Ela chorou forte, seus braços envolveram a cintura dele, o agarrando enquanto suas lágrimas marcavam como ferro quente o tórax dele.

-Eu queria não te amar, ela chorava soluçando. –Eu não queria sofrer assim.

-Eu sei querida. Ele beijou o cabelo dela, acariciou suas costas. -Eu sei.

Ele a deixouela aliviar a tempestade de fúria, sempre a acariciando, a acalmando. Quando ela se apoiou calada contra ele, pegou uma toalhinha para lavar o corpo e a lavou. Suavemente. Ele limpou as lágrimas do rosto e dos lábios trêmulos dela com os seus lábios, escondendo o desejo que fazia sua língua se inchar tanto que queimava dentro dele. Para poder confortá-la.

Ele lhe deu o único conforto que sabia como dar. Seu amor.

 

Mais tarde o heli-jato do Santuário moveu-se rapidamente até o centro de Búfalo Gap, depois que Mercury a tirou do ombro dele e a pôs no banco na parte de trás, sob o olhar divertido do piloto.

Ela estava furiosa. Tão furiosa que mal respirava e quando eles desembarcaram no shopping, ela não teve nenhuma escolha senão se comportar com classe. Ela não entraria no jogo gritando com uma Raça arrogante para a imprensa se esbaldar com uma reportagem escandalosa sobre eles.

Mercury financiava tudo aquilo para ela. Ele chegou até mesmo a permitir que ela escolhesse uma roupa e provasse. Ela tinha acabado de se despir quando ele abriu a porta e roubou a roupa que ela tinha ido até a loja.

E ela ouviu-o — ele era um homem morto — ela ouviu-o dizer à balconista para livrar-se da sua blusa e calça. Ele estava morto. Ela ia matá-lo.

Ela saiu na roupa que escolheu. Calça comprida preta e camisa cinza. Ele olhou as roupas, apertou os punhos e rosnou com desaprovação quando perguntou a ela, muito calmamente: - Você quer sair desta loja nua?

Ela deixou a loja vestida com calças jeans azul, a calça justa acariciava seu bumbum que balançava docemente, atraindo mais olhares masculinos que ela já atraiu em toda sua vida e Mercury rosnou ameaçador aos homens que a olhavam. Junto com a calça jeans usava uma blusa carmesim que era um Deus nos acuda- era totalmente colada no seu corpo-muito simples, mas chamativa, por algum motivo ele permitiu que continuasse a usar o com o casaco de couro preto que ele tinha lhe dado antes.

Ele fez a mesma coisa na sapataria. Ela saiu da loja usando botas de cano curto no tornozelo, nem um pouco parecida com a que ele tinha destruído, essa bota era sexy demais, de salto alto e agulha. E sapatos. Tantos sapatos que a loja faria a entrega mais tarde na cabana. Sapatos de salto alto tão caros que ela estremeceu; botas de couro, botas forradas de pele, botas sexy, que enviaram uma onda de pânico quando ele se voltou para ela, intimidando-a, quase que forçando-a a experimentar e se levantar. Calçar eles. Sentir a sensação erótica do sapato desenhado não só para o conforto, mas também para a sedução.

Loja após loja. O shopping exclusivo, anexo até mesmo ao hotel mais exclusivo construído para os convidados do Santuário, possuía todo tipo de lojas exclusivas. Eles ficaram lá por horas. De loja em loja, com Mercury escolhendo roupas, a empurrando para o provador, sempre rosnando, ameaçando uma cena, puxando do canto escuro onde a mulher feminina e selvagem se escondia, ela estava gritando de alegria.

Ela não estava contente. Quando ele a forçou a entrar numa loja luxuosa de produtos de beleza e perfumaria, ela bateu os saltos dos sapatos com força e zangada, só para ouvi-lo sussurrar em seu ouvido que ele não tinha nenhum problema se soltasse uma notícia interessante para a imprensa, que falariam sobre eles por meses.

E a imprensa estava lá. Mercury era uma figura conhecida com a Agência de Assuntos de Raça. Um dos agentes de elite da diretoria. Ele podia não estar vestido para o trabalho, mas as calças de couro e camiseta preta que usava não escondiam o animal poderoso que ele era.

Couro preto pelo amor de Deus. Exibindo aquelas pernas poderosas e calçando botas pesadas. Uma camiseta que se esticava pelo tórax e antebraços. O cabelo estava amarrado na nuca, exibindo suas orgulhosas feições leoninas que fizeram os outros compradores o olharem com cautela.

Ela saiu com produtos de maquilagem e acessórios para os cabelos e um perfume tão pecaminoso que ela queria experimentar logo aquilo. Agora.

Ele a obrigou experimentar vestidos curtos. Calças de couro. Um colete de couro. Quem saberia que ele era assim tão maldito selvagem? Couro?

Ela devia ter sabido. Ela soube. Havia várias fotos de Mercury de uniforme e ao ver aquelas fotos ela ficou molhada, muito antes dela conhecê-lo.

Havia vestidos simples para trabalhar e saias, mas todas curtas, mas decentes. Confeccionados em tecidos nobres de algodão puro e sedas preciosas, camisolas finíssimas que se ajustavam em seus seios e mostravam tudo e muitos pares de meias sexy,sofisticados conjuntos de calçinha e sutiã que quase a fizeram desmaiar de susto ao pensar no alto custo daquilo tudo. Mercury estava gastando uma verdadeira fortuna e ele nem mesmo piscava ou estremecia.

-Eu te odeio, ela murmurou quando deixaram outra loja. Ele tinha permitido usar o casaco de couro simples até ali. Mas ele puxou o longo casaco dos ombros dela e o deu à vendedora da loja ordenando imperiosamente que o queimasse, e então pegou um outro casaco de um cabide, era uma jaqueta preta de couro, era mais justa, bem cortado e de cintura bem marcada, na altura do quadril comas mangas longas mais justas , ele a fez vestir o casaco.

O forro interno era macio como o céu. O couro se amoldou ao corpo dela, como fizeram as outras roupas, e chamava a atenção de qualquer olhar para o seu traseiro e coxas. Aquilo foi motivo para fazê-lo rosnar de novo.

Ela lamentava não poder protestar pelo gosto dele. Ela queria, mas não podia pois seria mentira, ele teve muito bom gosto em tudo que escolheu para ela.

-Você me amará novamente em algumas horas, ele prometeu sorrindo, ao cheirar a excitação sexual nela. –Talvez mais cedo.

-Eu realmente o odeio, ela assobiou.

-Eu ouço amor em sua voz, Ria. Ele a beijou depressa. -Venha, temos mais uma parada para fazer.

Mais uma parada. A um estilista exclusivo que tirou suas medidas a virando o tempo todo, mediu todo seu corpo e tagarelou alegremente enquanto Mercury escolhia várias modelos de vestidos para ela. Porque ela se recusou a escolher. Ela estava horrorizada. Enfurecida com o preço. E totalmente enfurecida com a beleza glamourosa dos vestidos de festa que ele escolheu. -Iremos a muitas festas, Ação de Graças, várias festas de Natal e Ano novo, que ele lhe contou. -Você irá a elas todas comigo.

-Meu trabalho já está quase terminando, ela o informou, se esforçando para mostrar uma calma que não sentia quando saíram da boutique.

Mercury parou de repente e a olhou.

-Você voltaria agora? Ele exigiu então. -Você me deixaria, Ria?

Ela parou também, o olhando silenciosamente. Ele poderia ir com ela para a África do Sul, mas sabia a mesma coisa que ele. O Clã de Leo já estava estabelecido, a hierarquia formada, da mesma forma que ali no Santuário. Não havia lugar lá para ele, enquanto que aqui. . .

Ela negou lentamente. Não, não haveria volta novamente ao que ela foi. E ela não pôde deixar Mercury. Ela provou isto na noite passada. Dane tinha oferecido a fuga, mas ela recusou.

-Não, ela sussurrou finalmente. –Ainda não.

-Não vai para sempre. A voz dele endureceu.

-Ainda não. Não até que ele perguntou a ela. Não até que ele não podesse negar a atração que Alaiya usaria com ele.

E então, ela tinha um medo horrível, pois não haveria nenhum lugar para fugir da dor.

-Você me ama, Ria. Ele a olhou nos olhos. -Eu posso cheirar isto fluindo de você, envolvendo-me, entrando em minha pele. Você não pode negar isto.

-Eu não nego, ela admitiu.

-Mas você lamenta? Raiva chamejou nos olhos dele.

E ela teve que negar com a cabeça. Não, ela não lamentaria isto. Ela morreria, com tristeza quando terminasse, mas ela não lamentaria isto.

-Eu não lamento o caminho que tomei de olhos abertos, ela lhe falou finalmente. -Mas não sou obrigada a gostar. Quando você perceber o erro que cometeu em relação a nós dois, Mercury, eu tenho um pressentimento muito ruim que você vai lamentar isso.

Ela caminhou novamente à frente dele e Mercury sorriu quando viu o doce balanço do traseiro dela. Ela tomou posse total das roupas novas que agora usava. Não só fisicamente, mas ele via a atitude dela, o comportamento selvagem que a tomou.

Mas ele teve que apertar os dentes quando viu o andar dela. Aquelas calças jeans envolvendo a bunda bem feita chamava a atenção assim como aquela brilhante jaqueta de couro preta chamava atenção para os quadris e coxas esbeltas. Ela era um sonho caminhando e se ele não a possuísse, não a penetrasse logo, ele ia ficar louco.

Ele consultou o relógio e fez careta. O mostrador verde o informou que Jonas queria falar com ele. Não imediatamente, não era uma emergência, mas ele precisava acabar aqui logo e voltar para o Santuário.

Namorar levava muito tempo. Tempo que ele não queria perder, pegar um traiçoeiro cretino que ele só podia matar por interferir deste modo nos planos dele.

Sacudindo a cabeça com o pensamento, ele seguiu sua mulher, vendo o mal humor dela, lançando rosnaduras baixinhas aos homens que a paqueravam, comiam, devoravam com os olhos deles. Mas o orgulho o encheu vendo a mulher sensual que ela estava ficando.

Tudo aquele cabelo deslumbrante, cheio estava solto e se movia nas costas dela a cada passo e os quadris balançando e sua bunda empinada balançava deliciosamente e todo homem que a via passar nos corredores e lojas do shopping a desejavam. Ele tinha uma mulher para o orgulhava, não só porque ela era sensual e linda, mas porque ela era inteligente, honrada e que o amava demais para tentar desistir dele.

Mulher tola. Ela não fazia idéia que ele não tinha nenhuma intenção de deixá-la fugir dele, nunca.

-Mais uma parada, ele anunciou quando a alcançou.

Ela respirou ruidosamente. Como se pensar em entrar em outra daquelas lojas cheias de coisas maravilhosas fosse detestável. Mas ele observou discretamente os olhos dela enquanto faziam compras, ela estava adorando, ela tentava esconder sua crescente excitação ao ver tanta coisa linda, o prazer em tocar e experimentar as roupas, mas se negando a mostrar que estava se divertindo e adorando as compras.

Se ela não quisesse de verdade, o teria deixado fazer uma dúzia de cenas e assistido tudo friamente. Mas ela queria, talvez quase tanto quanto ela o queria.

A parada pegou Ria de surpresa. A loja era de roupas exclusivas para usar com motocicletas, em qualquer estação do ano. Mercury comprou botas, calças de couro, luvas e uma jaqueta leve, ele levou tudo até ela e rosnou ordenando que experimentasse tudo.

E Ria teve que admitir que adorou tudo. Talvez até demais.

Quando voaram de volta ao Santuário, ela se perguntou se teria chance de usá-las. E quando entrou na mansão, Ria não controlou o tremor de raiva que correu por seu corpo.

Alaiya estava do outro lado do hall de entrada, apoiada contra a parede, vendo eles entrarem. O cabelo dourado acastanhado muito cheio se esparramava lindamente ao redor da face numa desordem atraente, mas artificial. Seus olhos marrons castanhos se estreitaram enquanto olhava Ria de cima a baixo em suas roupas novas, sorrindo com zombaria.

Por um segundo, Ria ficou divertida. Ela não era estranha a roupas bonitas;apenas nunca deixava ninguém a visse usando-as. Aquela mulher, ela não conhecia. Ela não estava preocupada com suas roupas.

Mas os olhos de Alaiya se iluminaram ao encarar Mercury com fome lasciva, Ria teve que apertar os punhos dentro da jaqueta nova para esconder sua raiva de Alaiya.

-Jonas está nos esperando em seu escritório, Mercury disse suavemente enquanto colocava a mão nas costas de Ria e caminharam em direção à outra mulher. -Ele está ficando impaciente.

-Isso parece ser um defeito nas Raças, Ria murmurou.

-Eu considero isto uma força, ele lhe falou divertido enquanto Alaiya se endireitava e tentava sorrir timidamente para Mercury.

-Mercury, eu poderia ter um minuto? Ela forçou um passo a frente dele, erguendo a mão para ele, mas abaixando a mão, os dedos tremendo num falso nervosismo que quase fez Ria rolar os olhos.

-Agora não, Alaiya. A voz dele encrespou enquanto andavam passando por ela.

“Talvez mais tarde”. Ele não disse aquilo. Mas Ria sentia que ele quis dizer. Ela separou os lábios para falar.

-Veja lá o que vai dizer Ria, ele a avisou de repente em voz baixa. –Lembre-se de como meu controle é pequeno quando você fica tão zangada que fica ardente. Sim, querida, você definitivamente está excitada.

Ela fechou os lábios depressa e lançou-lhe um olhar fulminante quando chegaram no corredor de acesso aos escritórios na parte de trás da mansão.

Só por despeito, só porque ela estava fervendo por dentro, ela acrescentou um balanço extra aos seus quadris, num rebolado cheio de sensualidade em sua bunda bem feita Oh, ela sabia fazer isto. Ela tinha feito freqüentemente isto quando era mais jovem, antes que soubesse melhor. Ela ouviu a respiração forte e rápida dele atrás dela, um segundo antes da porta do escritório dela abrir e Jonas sair.

Ele parou de repente, a encarando, inalou lentamente, então encarou Mercury atrás dela.

-Eu odeio os homens, ela murmurou, passando por ele com cuidado de não tocá-lo.

As poucas vezes que os balconistas ou vendedores tinham esbarrado nela no shopping, foram assustadoramente incômodas.

-Bem, pelo menos ela não odeia somente Raças, Jonas respondeu cautelosamente quando Mercury ficou atrás dela.

-Eu também odeio, ela o informou um pouco nervosa enquanto via a bagunça que tinham feito nos arquivos que ela tinha arrumado com todo cuidado na semana passada. -O que fez você ao meu escritório?

Ele e Mercury entraram e fecharam a porta.

-Culpe Dane, Jonas mordeu. –Ele estava se sentindo em casa aqui.

Ria fechou os olhos e contou até cinco. Ela acrescentou outros cinco por segurança antes de se voltar para Jonas.

-Nunca, jamais, permita que Dane Vanderale tenha acesso a qualquer coisa em seu escritório, ela o informou com estudada cortesia, enquanto lutava para controlar a raiva que ainda a queimava por dentro. – Ele fica bem no pequeno espaço dele, mas destrói qualquer outro.

Ela retirou a jaqueta, a pôs no encosto da cadeira e colocou as mãos nos quadris encarando a bagunça.

Sacudindo a cabeça, e pegou a faixa de cabelo que posto no bolso traseiro de seu jeans, juntou todo o cabelo na nuca e prendeu-o antes de se curvar sobre a mesa e recolher os arquivos dela.

Atrás dela, Mercury apertou os olhos dele sobre Jonas. Normalmente, o diretor era suave como seda, mas se ele estava olhando onde Mercury achava que ele estava. . . Inferno sim, ele estava.

Mercury foi para trás dela e se virou para ficar de frente para seu chefe, os lábios dele soltaram um rosnado que ele não pôde controlar totalmente.

Jonas franziu os lábios pego de surpresa e sacudiu a cabeça dele antes de se virar. Mas Mercury viu o sorriso em seu rosto.

-Estes arquivos precisam ser deixados em paz, Ria os informou, com um tom de voz que fez o pau de Mercury latejar dentro das calças.

Desafio e provocação enchiam o tom de voz dela.

-Fale com Dane sobre este assunto. Jonas encolheu os ombros. -Eu apenas acabei de carregar um pouco de informação que chegou depois da festa. Nós tivemos uma transmissão saindo do servidor seguro que não veio de nenhum dos computadores. Nós não pudemos localizar seu destino até o momento. E estava cheio de códigos. Dane, Callan e Kane estão no escritório de Callan.

-Um bom lugar para eles, Ria disse impaciente. -Você deveria ir ajudá-los.

Jonas fez uma careta quando olhou divertido para Mercury. O cheiro do calor de Ria, o cheiro adocicado de fome e desejo, enchia o pequeno escritório e a presença de Jonas e sua capacidade de cheirar aquilo, fez Mercury irritado.

Quando ela se voltou para eles, o olhar de Jonas foi direto para os seios dela. Mercury deu um rosnado baixo, quase silencioso de aviso antes de Jonas se virar novamente, sorrindo.

Mercury voltou o olhar para ela e quase gemeu. Aquele maldito top carmesim que ele só viu quando já estava vestida. Aquilo envolvia os seios dela como as mãos de um amante, mesmo com o sutiã por baixo do tecido vermelho, o desenho dos pequenos mamilos duros podia ser visto claramente.

Ele se voltou para Jonas. –Eu ficarei com ela.

-Você está sem uniforme. Jonas limpou a garganta antes de se voltar de novo.

Ria respirou fundo, zombeteira àquele comentário.

-Mercury decidiu que não gostava de minhas roupas ontem à noite, pausou sarcástica. -Ele rasgou tudo que eu tinha. Então eu rasguei a dele.

Na verdade foram dois uniformes. Mercury teria ficado enfurecido ao ver seus uniformes em pedaços a algumas semanas atrás. Seu uniforme, sua graduação, que identificava quem ele era. Agora ele encontrou algo muito mais interessante para entrar do que o uniforme que proclamava sua graduação.

-Tenho certeza que posso achar um artigo na Lei de Raça para apoiaria algum tipo de medida punitiva, Jonas grunhiu. –Os dois podem parar de destruir as roupas de um ao outro? Pelo menos até que tenhamos descoberto o que se passa por aqui?

Ria deu aos dois um olhar brilhante de raiva..

-Por que vocês dois não acham algo para fazer e me deixam trabalhar aqui? Ela disse a Mercury com um olhar penetrante.

-Eu tenho certeza que posso evitar aborrecer você, ele prometeu a ela.

Jonas suspirou. -Maldito calor de acasalamento. Lawe está ameaçando se unir a um monastério e Rule está ameaçando nos deixar. Por que você não tenta mostrar aos dois jovens que acasalar pode ser divertido em vez de confirmar tudo o que os livros dizem que o Calor deixam as Raças possessivas e completamente loucas.

-Eu estou tão bem quanto sempre estive. Mercury respondeu rápido.

-Isso é um pensamento amedrontador, Ria murmurou e ele quase riu. Ele teria rido, mas sabia que o temperamento dela estava subindo junto com o calor.

-Vou deixar vocês dois com isto, então. Jonas limpou a garganta novamente e abriu a porta para sair. –Divirtam-se crianças.

A porta fechou atrás dele, deixando-os presos, com o cheiro de excitação e confusão que cresciam em Ria.

Ela puxou vários arquivos da mesa, rodeou sua escrivaninha e os jogou com força antes de se sentar.

Mercury fechou a porta. Se por via das dúvidas ela decidir fazer travessuras. Ou ele.

-Deixe-a te tocar novamente na minha frente e eu arrancarei suas mãos. Os olhos castanhos atiravam fogo de chocolate através da escrivaninha.

Mercury arqueou a sobrancelha. –De quem?

-Você sabe quem, ela falou cortante, certeira. –Faça o que fizer Mercury, porém longe de mim. Não me deixe ver ela te tocando, porque eu não serei responsável por minhas ações.

Ele manteve o sorriso para ela. Lá ela estava. Sua mulher. Toda a atitude, fogo e excitação ardente. Ele concordou com a cabeça lentamente, apanhou a revista e fingiu ler. Agora já fazia um mês que ele esteve fingindo ler essa coisa maldita. Ele ainda não sabia nem um único artigo daquilo.

-Te ajudaria bastante ler essa revista se você endireitasse virando ela para cima.,ela disse cuidadosamente. -Se você vai fingir que lê isto, então finja com um pouco de decoro.

Ele sorriu atrás da revista. Mas ele não virou a revista para cima. E ele que tinha pensado que ela não tinha notado.

 

Ria não imaginou a agonia de desejo que Elizabeth Vanderale descreveu uma vez a ela quando lhe explicou o calor de acasalamento. Ela pode não ter entendido, pensou depois, sentindo os espasmos violentos no fundo do útero queimando como fogo sua xoxota.

Sentando à escrivaninha dela, apertou as coxas, o clitóris pulsando com desejo violento, Ria soube então que estava à beira de gritar por alívio.

Ela olhou disfarçadamente entre os cílios para onde Mercury sentou à sua frente. A poltrona confortável que estava no canto da sala para ele acomodava seu enorme corpo facilmente. Ele tinha esticado as pernas longas, o pau grosso entre as pernas pressionavam contra as calças de couro pretas. A camiseta se amoldou aos músculos que ondulavam no seu abdômen, e quando olhou, aqueles músculos agrupados, as coxas dele se moveram e ela jurava que o pau dele pulsou em baixo do couro.

Subindo, seus olhos finalmente encontraram os dele. Que brilhavam com desejo. Os penetrantes e azulados olhos queimavam de desejo contrastando com sua face escura quando a olhou. Ele ainda não tinha tentado tocá-la. Cada vez que ela passou por ele arrumando os arquivos na escrivaninha, ela rezou para ele se colar contra ela, estendesse a mão para pegá-la para ele. Ela o queria com uma violência que estava começando a corroer seus nervos, mas apesar a protuberância grossa e erguida dentro das calças, ele não mostrou nenhum sinal da mesma fome que o comia vivo.

O desejo era como uma chama que crescia por seu corpo, queimando o sexo dela. Desejo não só para foder, mas para se esfregar contra ele, ter os braços dele ao redor dela, para acariciar ele e o animal dentro dele, fazendo o corpo inteiro dela queimar como um inferno.

Ela se forçou a abaixar o olhar para a transmissão Jonas tinha baixado no computador. Definitivamente estava codificado, entretanto o código era muito mais curto e mais apressado. Ria esfregou a testa quando puxou outras transmissões da noite anterior e trabalhou em conjunto esses arquivos com os dela.

Houve um padrão, até aqui. O culpado que escoava informação achou um sistema que tinha conseguido se manter incógnito, livre de qualquer detecção por transmissões de saída nos trabalhos, anexando o código e os liberando então aos destinatários.

Cada transmissão foi para uma filial da Engalls Farmacêutica ou Pesquisas Brandenmore. A maioria delas foi para uma companhia filial de pesquisa e um bastante popular no Santuário para encomendar suprimentos, como por exemplo, a aspirina. Raças eram propensas a dores de cabeça moderadas quando mudava as estações, e eles usavam aspirina em grandes quantidades.

Porém, também havia uma ordem para outro medicamento para dor de cabeça. Uma um pouco mais forte. Ria franziu a testa, enquanto localizava as ordens e as transmissões anexadas a elas quando os moveu pelo rastreador do drive fantasma.

No último ano tinham crescido os pedidos para os remédios e tudo era entregue a uma única Raça. Dra. Ely Morrey.

Enquanto puxava e analisava mais arquivos com a testa franzida diante dos resultados, uma forte batida soou na porta.

-É Jonas, Mercury disse calmamente destrancando a porta e deixando a outra Raça para entrar na sala.

Mercury foi para o lado da escrivaninha dela quase que se grudando do lado dela, ela o olhou com suspeita. O que estava acontecendo com ele? Ele pensava que Jonas ia ser hostil e partir para o ataque ou algo parecido?

Ela quase que sacudiu a cabeça, em vez disso ergueu os olhos para Jonas quando a porta se fechou. O clique da maçaneta fez os olhos de Ria olhar a fechadura.

-Ely convocou a junta do Gabinete Governante, Jonas anunciou. -Uma sessão de emergência. Eles estão convocando para depois de amanhã

-Ela vai pedir a prisão de Mercury? Ria sabia que era essa a razão atrás da sessão de emergência.

Jonas concordou com a cabeça, a expressão dura e arrogante mais tensa..

-Ela já começou a convocar os membros do Conselho do Gabinete de Governo, que por sua vez entraram em contato com Callan, convocando sua presença como Líder das Raças e Presidente do Conselho deliberativo. Ela não vai conseguir o apoio que precisa, mas pode conseguir uma requisição para exames em Mercury para deslocamento feral e o calor de acasalamento.

-E a amostra de sangue que você tomou ontem? Mercury perguntou, pegando o olhar surpreso de Ria.

-Que sangue? Ela perguntou.

O olhar de Jonas encontrou o dela. Depois que você partiu ontem, Mercury se submeteu a uma amostra do sangue para fazer teste de deslocamento feral e calor de acasalamento. O que significa que também vamos precisar de uma amostra do seu.

-Para a Dra.Morrey foder tudo? Ela o encarou com descrença. -Eu realmente não penso assim, Jonas.

Jonas olhou novamente em Mercury, questionando-o com o olhar. A um leve aceno de Mercury, Jonas se voltou para ela.

-Nós temos outro cientista.

Ria sorriu com olhar sabido se recostando na sua cadeira e o encarou com zombaria. -Você está com Jeffery Amburg, não está Jonas?

Jonas cruzou os braços sobre seu tórax e virou o olhar para Mercury.

-Você confia nele para fazer os exames? Ele perguntou.

Mercury encolheu os ombros. -Ele é um assassino covarde, mas nada importa para ele a não ser exames e os resultados. Ele é cientista, Jonas. Da pior espécie. Mas ele vai seguir atrás do que quer que ele encontre.

Jeffery Amburg foi um dos cientistas nomeado para o laboratório de Mercury. Ele também foi o cientista que ajudou a desenvolver a droga para controlar o deslocamento feral quando Mercury enlouqueceu de raiva ao saber da morte de Alaiya. Ele também foi o cientista que pesquisou o hormônio que apareceu em Mercury que foi conhecido como o precursor do calor de acasalamento.

Ela foi surpreendida com a pontada de dor em seu peito. Já devia ter se acostumado à situação.

-Ele não vai tocar nela. Mercury disse indicando Ria. -Uma Raça pode retirar as amostras de sangue e saliva. Mais nada.

O queixo de Jonas se apertou.

-Isso não seria a minha decisão, Mercury? Não que ela quisesse fazer esses exames, mas a arrogância na voz dele fez os pelos de sua nuca se arrepiar numa advertência primitiva de irritação.

Ele a olhou intensamente. -Você quer que Amburg saia de lá vivo, Ria? Se eu visse as mãos dele em você, sabendo do sangue que suja as mão dele,eu não poderia se controlar.

Ela ignorou a declaração e se voltou para Jonas.

-Alaiya está sendo examinada?

O olhar dele foi para Mercury novamente.

-Eu não perguntei a Mercury, perguntei a você.

Ele fez que sim com a cabeça brevemente. -Um dos nossos agentes a escoltou para os laboratórios subterrâneos onde Amburg está preso. As amostras dela foram levadas algumas horas atrás.

-E ela estava mostrando sinais do calor de acasalamento?

Jonas não falou. Ria sentiu o coração apertar, queimando como brasa viva em seu peito.

-Estou vendo que sim. Ela se inclinou para frente, endireitou os documentos na escrivaninha e encarou a tela sem ver. –Avise-me quando você precisar que eu faça o exame de sangue e saliva. Eu estarei trabalhando até lá.

O silêncio encheu a sala por um longo momento.

-Eu enviarei a técnica de Amburg para cima quando eu sair. Ela é uma Raça jovem; já trabalhou em outros laboratórios, ajudando os cientistas lá, antes dos resgates. Ela cuidará bem de você.

Ria acenou com a cabeça e puxou outra transmissão em outro lugar.

Ela concentrou-se no trabalho. Ela sempre se concentrou no trabalho. O trabalho não traia, não consumia, não corroia suas emoções. -A propósito, sua transmissão de ontem à noite veio do quartel das Raças, em vez de um computador dos escritórios da Mansão como você pensava. De baixo nível, é uma saída em conjunto com algo grande e terminou no hotel em Bufalo Gap.

Ela empurrou a cadeira se afastando do computador quando Jonas chegou na beirada da escrivaninha. Levantando-se, ela cedeu sua cadeira e ficou de pé ao lado da escrivaninha quando ele se sentou. Ele fitou na tela a transmissão que ela tinha puxado e varrido pelo programa rastreador do satélite das Raças conectado ao computador do escritório.

-Como você achou isto? Os dedos de Jonas se moviam no teclado. -Nós não temos este programa.

- O nível de segurança do Santuário não é elevado o suficiente para permitir o uso deste programa, ela lhe falou. -Eu tive permissão para usar isso apenas a nível exclusivamente pessoal, dado pelo próprio Leo quando acordei hoje de manhã e conferi minhas mensagens.

O que significava que Dane veio sozinho. Por alguma razão isto a fez se sentir menos como uma intrusa. Dane telefonou para Leo quando a situação ficou fora do controle e dela. Ele esteve pronto a enfrentar a ira de Leo para levá-la de volta à África do Sul.

Ela cruzou os braços sobre seus seios, colocando de lado aquele pensamento enquanto franzia a testa ao achar outra informação.

-Por que Ely está comprando codeína de uma das filiais da Brandenmore? ela perguntou. -Eu pensava que todos os medicamentos e materiais de pesquisa que não eram encomendados a Vanderale Industries ou Lawrence Industries passariam para Engalls.

Jonas parou e ergueu o olhar afiado e mortal.

-Raças não tomam codeína, ele falou. -Não funciona bem em nossos sistemas como com os não-raça.

Ria encolheu os ombros. –Verifique as transmissões de pedido dela, os com a codificação anexada neles. Ela fez vários pedidos nos últimos seis a oito meses, com freqüência cada vez maior. Ela também está encomendando medicamentos de dor de alta concentração. Foi acrescentada morfina à lista do mês passado.

-Não houve qualquer requisição ou pagamentos para essas drogas, ele falou. -Eu saberia se houvesse.

-Então talvez ela esteja pagando por eles outro modo.

Um silêncio pesado encheu a sala de tensão perigosa, fazendo os pêlos dos braços e da nuca dela se arrepiarem.

Jonas puxou um comunicador do lado do cinto, prendeu-o à cabeça e puxou o minúsculo microfone para sua face.

 

-Jackal? Tranque o escritório da Dra.Morrey e coloque Blade, Noble e Mordecai dentro dos laboratórios até que todos os computadores sejam confiscados. Eu quero Ely confinada em seus aposentos e informe Callan e Dane que estou a caminho do escritório de Callan para uma reunião de emergência.

Ele desconectou a ligação, puxou o fone de ouvido e encarou Ria, fúria enchia os olhos dele.

-Quando você achou isto?

-Um pouco antes de você entrar. Ela encolheu os ombros. -Mas eu teria cuidado, Jonas. Fou muito fácil achar e eu não gosto disso.

-Ely não é nenhuma maga da eletrônica. Ele suspirou pesadamente. –Apenas para começar ela detesta computadores. Se não é um equipamento científico, então ela não tem nenhum valor para ela e abandona o uso dele. Eles teriam que manter isto simples.

A voz dele era pesada, cheia com pesar quando se levantou. –Imprima essa informação, puxe o programa aqui e quero instalado na rede pessoal que nós estamos reunindo para uso interno.

Ria sorriu firmemente. -Não sem permissão, Jonas.

-Nós precisamos deste programa, droga! As mãos apoiadas na escrivaninha enquanto rosnava para ela.

-Jonas. Mercury pôs entre eles, seu corpo enorme tenso, sua voz em tom de advertência. – Afaste-se.

Jonas empurrou a escrivaninha e olhou zangado para Mercury.

-Que se foda esta merda! Quando isto acabar, eu vou junto com o Lawe para um maldito mosteiro. Já tive o suficiente de Raças possessivas e essa besteira de calor de acasalamento que fazem meu trabalho um inferno. Cuidado, Mercury. Vou passar para você o meu trabalho.

Ele passou as mãos dele no cabelo curto e escuro, expirou fortemente antes de se voltar para Ria. -Você pode imprimir a informação pelo menos e levar ao escritório de Callan? Eu preciso de provas, Ria. Não suposição ou informação sobre um programa que não estamos autorizados a ter, ele zombou.

-Eu posso instalar o programa no computador de Callan. Preservará o programa fantasma por no máximo setenta e duas horas antes que se desligue, fique inoperante e indetectável à rede principal. Ou qualquer outra rede privada.

Ele acenou com a cabeça nitidamente quando saiu da escrivaninha e permitiu que voltasse à cadeira dela.

Sentar era um sofrimento para Ria. Apertou suas coxas ao redor do clitóris, lembrando-lhe o vazio dentro da vagina e apertou seu ventre com espasmos de desejo de sexo que parecia que ia comê-la viva.

Ela conteve o desejo de apertar a mão contra o ventre em protesto da dor e temeu que as próximas horas fossem ser impossível aquilo terminar.

Ela digitou a senha para liberar o programa do computador, inseriu outro programa fantasma para limpá-lo da unidade de disco e da rede, em seguida carregou o pequeno pen drive em que estava gravada a informação que precisavam.

Quando olhou para cima, foi para ver o olhar de Mercury fixo nela, a cor azul brilhando em seus olhos, queimando de desejo. Ele também a desejava, mas ainda assim não fez nada para aliviar o desejo nem dele e nem dela.

Se ela o quisesse, teria que ir até ele e o possuir.

Ela o encarou, quase sentiu o doce alívio, o desejo ardente, como estivesse forçando o pau pesado e duro dele dentro dela, enfiando todo o pau até a raiz e sentindo que o calor de acasalamento lhe dava um poder e controle total sobre ele. Isso sim podia ser mais viciante que o próprio calor de acasalamento.

Seus seios ficaram mais inchados, os mamilos dolorosamente duros sob o sutiã rendado que usava. Ela tinha vontade de arquejar. Como se fosse se levantar e tomar o que queria.

-Hoje, crianças, Jonas clareou a garganta, quebrando o clima de feitiço que envolvia Ria e Mercury- Hoje, se vocês não se importam.

Ria se levantou e olhou para os arquivos que tinha posto ao lado para comprovar a informação varrida na unidade de disco externa.

Ela queria sacudir a cabeça para clarear sua mente e os sentimentos que a golpeavam como raiva, desejo, preocupação e a certeza que viver sem ele não era agora uma escolha.

Ele tirou dela a escolha, disse a si mesma. Ele a escolheu como sua mulher em vez da mulher que a natureza tinha destinado a ele.

E se aquela mulher estivesse sofrendo como resultado disso?

Ela sacudiu a cabeça. Não funcionava assim. A pesquisa de Elizabeth provou que o calor de acasalamento só entrava em ação após uma troca de hormônio. Somente através de um beijo, ato sexual, ou até mesmo pelo sexo oral, mais do que apenas desejo. O hormônio só podia aparecer no calor de acasalamento com força total. A língua da Raça coça, mas as glândulas apenas inchariam no começo, logo após a Raça entrar em qualquer tipo de contato com seu par.

Levou tempo para se descobrir que o calor de acasalamento podia ser uma escolha. E obviamente, era possível um macho da Raça tomar outra companheira, se a troca de hormônio não foi feita. Como Mercury a acasalou. Sim ele a acasalou. E ela precisava que ele a acasalasse novamente antes que derretesse no chão numa poça de desejo.

Eles deixaram o escritório e Mercury apareceu ao lado dela, sua mão foi para as costas dela, deslizando para baixo sobre a blusa curta quando foram ao escritório de Callan no outro lado da mansão.

Quando eles entraram no corredor principal, ela estava lá. Olhos avarentos observaram Mercury, deslizando pelo corpo dele quando ele e Ria iam em sua direção. Ganância e luxúria consumiam os olhos de Alaiya, Ria apertou os punhos contendo o desejo de arrancar seus olhos.

Ela sentia a onda de violência subindo nela. Algo que ela detestou, temeu, dentro dela. Sempre houve uma parte de sua mente que ela manteve firmemente controlado, nunca permitiu ser livre, por uma razão.

Ela tinha se vestido de modo desanimado, raramente usava maquiagem e se manteve afastada de todos, para se proteger. Por isso.Ela odiava a violência em seu íntimo, ela sempre sentiu que tinha perdido algo muito importante para ela.

Lembrou-se da raiva que a consumiu quando era apenas uma criança e percebeu, quando sentiu finalmente, que a mãe tinha deixado ela para sempre. Não importa as razões, sua mãe tinha deixado ela sozinha.

A família adotiva dói forçada a contatar Dane. Ela tinha destruído o lindo quarto que Dane decorou para ela. Ela tinha despedaçado os brinquedos e os bichinhos de pelúcia e quando aquilo não aliviou sua fúria, ela tentou se libertar correndo.

Naquele momento, quando a consciência voltou, Ria lutou para aquilo nunca mais acontecesse. E agora ela sentia aquela mesma raiva, mais madura, mas presa junto com a raiva vinha o pensamento de perder o que reclamou com sua alma.

Mercury fez a escolha dele. Ela era a escolha dele. Se ele lhe pedisse liberdade, ela abriria as mãos e o deixaria ir, entretanto morreria por dentro. Mas aquela mulher não teria chance de levar nada dela.

Ela deixou seu olhar encontrar o de Alaiya enquanto Mercury andava ao seu lado e Jonas do outro. Como se estivessem protegendo-a. Ela não precisava da proteção deles e deixou Alaiya saber disso.

Ela prendeu os olhos da Taça fêmea, derramando sua raiva, frustração e determinação no olhar que lhe deu e teve a satisfação de ver olhos da outra mulher cintilar de ódio.

Oh não, esta batalha não ia ser assim tão fácil. Ria soube disso, e agora Alaiya soube disso também.

-Jonas. Os lábios de Alaiya subiram de repente. –Acabei de receber o resultado do exame de sangue.

-Mais tarde, Alaiya, Jonas ordenou enquanto se desviava dela para passar.

-Não, Jonas. Não mais tarde. A voz dela parou a todos.

Jonas rosnou para ela com raiva. -Você ultrapassa seus limites, agente.

Alaiya sorriu. -De acordo com a Lei de Raça, estou estabelecendo-os. O hormônio de acasalamento está circulando em meu sangue, Jonas. E combina com o de Mercury. Ela saiu do caminho, deslizou para frente e encarou Mercury com possessividade selvagem. Ele é meu companheiro.

Ria se sentiu quebrar por dentro. Mas em vez de tempestade da noite passada, agora sentia uma raiva selvagemente furiosa, queimando dentro dela.

-Raças têm apenas um a companheira, ela afirmou com lábios entorpecidos quando Mercury agarrou o braço dela, puxando-a da frente.

-Exatamente, Alaiya demorou. -E nós emparelhamos.

-E nós acasalamos, ela replicou friamente, vendo quando os olhos de Alaiya de repente se estreitaram. - Você pode cheirar isto. Você pode perceber, não pode Alaiya?

Os lábios da outra mulher se apertaram quando Mercury rosnou mais alto.

-Toque nele e você vai se ver comigo.

Ao ouvir isso, os lábios de Alaiya abriram num sorriso de satisfação. -Oh, acho que posso tomá-lo de você, ratinha. Ela soltou uma risada. –Não dispute.

-E eu acho querida, se você tentar isto, eu acho que vou ter que matá-la. Dane entrou ao mesmo tempo em que Mercury empurrou Ria para trás e rosnou na cara de Alaiya.

-Lembra do meu aviso, Alaiya? Ele estalou com voz fria.

- A Lei das Raças...

-Não jogue a Lei das Raças em mim. A voz dele era um estrondo poderoso, perigosa e violenta. –Lembre do aviso. Preste atenção nele. Ou você sofrerá as conseqüências.

-E eu não preciso de nenhum de vocês para ficar na minha frente. Ria empurrou Mercury, ficando do lado dele, a raiva e a excitação em seu interior, eram como lava ardente que corria com a fúria de um vulcão. –Deixe-a descobrir por si mesma com quem está lidando. Em seus próprios termos.

-Tão confiante Alaiya zombou.

-Tão maligna. Ria replicou friamente. -Não há nada para você aqui. Não importa sua crença.

Então ela deixou Mercury afastá-la. Não que pudesse tê-lo impedido; ele quase que a arrastava pelo corredor, passaram por Dane, dirigindo-se ao escritório de Callan, ondas de raiva fluíam dele.

-Ela é uma louca fodida, ele mordeu quando entraram no escritório de Callan. –Cuide disso antes que eu perca a paciência completamente.

-Oh sim, tentaremos não tirar sua paciência. Ela puxou o braço do aperto dele e lançou a ele um olhar furioso. -Especialmente considerando o fato que fui eu quem perdi período de mina."

A porta abriu e Dane espiou dentro. Num segundo ele estava cara a cara com Mercury.

-Cuide daquela gatinha raivosa, Dane mordeu furiosamente na cara de Mercury. -O que o diabos ela quis dizer com o exame de acasalamento combina com os seus? Isso é besteira, eu sinto seu cheiro por todo o corpo de Ria e o perfume dela em você

Mercury rosnou para ele, puxando Ria para trás dele enquanto a natureza das duas Raças ameaçava explodir. Homens malditos. Ela virou e encarou Jonas apoiado contra a parede, sacudiu a cabeça observando a cena com cinismo paciente.

-Deixe-os extravazar a raiva. Ele encolheu os ombros ao olhá-la. –Diga-me, Srta Rodriquez, Dane é seu irmão ou seu pai?

Ela suspirou cansada. -Acho que ele é meu castigo, mas fazer o quê...

-Você devia impedir aquela mulher de cercar a cada chance que tem. Dane gritava na cara de Mercury enquanto Callan se reclinava em sua poltrona atrás da escrivaninha e via Kane se sentar, evidentemente mais se divertindo com o confronto.

Mercury ficou calado. Ele cruzou os braços sobre o tórax poderoso e encarou Dane pensativamente. Era um olhar que deixava Ria muito nervosa.

-Amburg fará os exames em Mercury e Ria assim que fizermos a coleta de sangue, Jonas inseriu.

-Amburg! Dane virou para ele, incredulidade pura apertava seus traços. -Jeffery Amburg? O açougueiro dos laboratórios das Raças? Você perdeu sua cabeça de merda, homem?

A testa de Jonas franziu. -Nós não podemos confiar na opinião de Ely neste momento. Você tem uma alternativa melhor?

Silêncio encheu o quarto, mas Ria viu a expressão de Dane.

-Não faça isto, Dane, ela sussurrou nervosamente. -Não vale a pena.

A cabeça de Mercury girou indo para ela e a encarou com olhos furiosos.

-Se tenho uma alternativa melhor? Dane sorriu. Ela odiava quando uma Raça sorria assim. Todo sorriso mas sem diversão. -Oh, Jonas, você não faz idéia.

-Dane. Eu estou te dizendo. Não faça. Eu quero falar isto.

O olhar dele fixou nela, o que ela viu fez as mãos dela. -Por favor.

-Perguntarei pela última vez. Jonas inclinou a cabeça e observou os dois. -Irmão ou pai? O cheiro está em vocês, só levou um tempo para perceber isso. Por que você não nos contou que sua pequena secretária disfarçada era uma Raça mestiça?

-Seu Amburg não tocará nela, Dane rosnou então. -Você aguardará a chegada da avó dela. Elizabeth Vanderale é quem vai cuidar dos exames dela e ninguém mais. Ele se voltou para Ria com olhar pesado. -A informação que você quer lhes dar depende de você. Mas estes exames não serão conduzidos por fontes inseguras. Eu sinto muito, Ria. Eu não permitirei que você corra nenhum risco novamente.

Com isso, ele abriu a porta e saiu do escritório, deixando um silêncio mortal, três Raças e um humano muito curioso, Kane Tyler, a observavam atentamente.

-Bem. Ela respirou fundo. -Eu acho que é isso. Alguém tem uma xícara de café?

-Você sabe, eu posso dizer que eles são aparentados a você, Jonas, Callan riu.

Jonas olhou furioso para ele. -Eles são aparentados mais a você que a mim, Líder de Grupo.

Ao que Callan riu, antes de estreitar os olhos em Ria. -Ter Jonas como irmão não é diversão e jogos. Ter ele com seu tio talvez seja pior.

Ela jurava que viu Mercury empalidecer. Evidentemente, ter Jonas como parente não era uma prospectiva confortável.

Ela sorriu para todos eles. Um grande e lindo sorriso aberto.

-Senhores, se vocês lembram, temos um traidor para pegar e eu preferiria fazer isto antes do Leo e Elizabeth chegarem Vamos nos ocupar?

Não houve nenhum som. E não houve nenhum café na sala. Nenhum café, nenhuma resposta, nenhuma pergunta, nada, mas o calor que subia dentro dela e animal se esticando para se libertar dela.

Foda-se. Ela estava cansada de se esconder.

 

Mercury olhou sua companheira, e se encheu de orgulho como nunca. Orgulho e desafio. Sua pequena companheira era obviamente alguém a ser respeitada.

Quando a viu trabalhando com Callan, com a terceira xícara de café vazia ao lado dela, as faces coradas, os olhos queimando de excitação pelo trabalho, ele não pode conter sua admiração por sua força. Sua tenacidade incrível. Apesar de sua reação e silêncio ao desafio mudo dela.

Mais que qualquer reação dela.

Tinha se unido a uma Raça. Uma Raça mestiça. Com laço familiar e sanguíneo com Leo, Dane, Jonas e Callan. Um pensamento assustador.

A neta de Leo. Por que não era uma surpresa para ele?

-Olhe para os pedidos de medicamentos, Ria estava explicando a Callan, Kane e Jonas, virando a tela para lhes permitindo-os ver mais claramente. -Codeína, morfina e aqui, esta cadelinha. Ela apontou a um dos nomes mais longos na tela. -É semelhante a um alucinógeno. Ruim, más notícias para as Raças que trabalham em excesso e muito sobrecarregadas. O efeito que faz em nossos sistemas cerebrais é semelhante a aquele medicamento que o conselho criou para controlar o deslocamento feral em Mercury. Nós temos uma droga que controla a mente das Raças entrando no Santuário em pequenas quantidades, bem debaixo de seus narizes.

-E nem tentam esconder isto, Jonas mordeu. -Ely não nos drogaria.

-Ely que está sendo drogada, Jonas, ela declarou claramente.

-Um de nós teria cheirado isto, Mercury respondeu. -Alguns dos executores que vigiam os laboratórios têm o melhor olfato que foi desenvolvido nos laboratórios do Conselho. Ely não pode estar drogada.

Ela sacudiu a cabeça. -É quase indetectável. A droga tem um controle sobre a Raça; é altamente viciador ao cérebro e não é detectável até os efeitos que produz estejam em força total. Ela ainda está lutando contra isso. Eu não tenho o olfato que as Raças têm, por isso não posso detectar nada disto.

-Quais são seus talentos? Callan perguntou suavemente.

-Visão noturna excepcional e uma habilidade para abrir e interceptar códigos encriptados e investigar padrões. Eu sou uma perita em logística com especialização em procedimentos mentais. Como uma mestiça híbrida, naturalmente nascida do acasalamento de uma Raça e um humano, minha genética é praticamente impossível de ser descoberta sem um nível profundo de rastreio genético porque meu DNA está em recesso numa blindagem genética. Até o calor de acasalamento. Nenhum mestiço pode se esconder quando o calor de acasalamento se inicia. No meu caso, precisei do hormônio de acasalamento que Mercury produz para impulsionar meu DNA recessivo de mestiça aparecer.

- Você fala como se houvesse muitos mestiços híbridos para detectar os fenômenos, Kane sugeriu. -Quantos são?

O olhar dela era frio, controlado, mas queimaram ao responder. –Eu sou uma mestiça recessiva, você sabe disso agora. Quantos existem, onde eles podem estar ou por que eles são híbridos não é assunto seu.

As sobrancelhas de Kane arquearam. -Mas você é a neta de Leo. Isso significa que Dane é seu pai.

-Ou Callan ou Jonas ou quaisquer Raças que foram criadas usando o esperma deles ou qualquer criança nascida do acasalamento com as Raças que foram criadas deles. Você está fazendo perguntas a pessoa errada.

-Dane é seu pai? Callan rosnou. -Porque se ele for, então alguém deveria mostrar a ele as responsabilidades de família. Você esteve em uma série de famílias adotivas. Os Vanderales não a criaram. Leo e Dane, ambos negligenciaram sua segurança.

Ela levantou-se da escrivaninha e recolheu seu Pen drive que estava conectado ao PC de Callan. -Você tem setenta e duas horas para executar este programa e achar seu traidor, Líder de Grupo Lyons. Depois disso, ele se apaga. Não se preocupe em tentar copiá-lo, eu o criei. Confie em mim, eu sei qual é meu trabalho. Você não tem tempo para compreender ele.

-Ela é filha de Dane, Jonas mordeu. -Só ele é assim malditamente arrogante.

Ela simplesmente sorriu calmamente, mas Mercury soube o que os outros não. Não havia nenhuma calma nela.

-Eu preferiria que meu estado como híbrida permanecesse em segredo pelo maior tempo possível. Meu cheiro de Raça ficará inconfundível, mas levará muito tempo, mas prefiro que a verdade sobre isso permaneça entre nós, ela declarou.

-Ela põe muita confiança em nós, Jonas rosnou.

-Em você, Sr. Wyatt, eu confio tanto quanto confio em Dane. Embora eu ache que vocês dois vão acabar se estrangulando em suas próprias teias algum dia destes. Ela se virou para Mercury. –Estamos prontos para irmos?

-Mais que prontos. Ele sentia o desejo pulsar com força nele, adrenalina pura correndo por seu corpo, excitação queimando suas bolas e endurecendo ainda mais o pau já grosso.

Cada ângulo do corpo dela estava tenso com desafio. Ele podia ver isto agora, cheirar. Ela bebeu café contra o conselho dele. Cafeína só aumentava a excitação do calor de acasalamento. Ela tinha discutido com Dane e se encrespou toda contra Kane e respondeu às perguntas de Callan. E o animal interior dela estava forçando para ser livre, o calor do desejo pulsando forte nela agora, recusando-se a libertar o animal por sua incrível determinação.

O animal estava se esticando para ficar livre e Mercury sentia que o animal queria alcançá-lo.

Os arranhões nas suas costas e ombros faziam sentido agora. Só uma Raça feminina arranhava com tal força. E a mordida que pulsava em seu ombro. Ele deveria ter sabido. No momento que os dentes dela afundaram na pele dele, devia ter percebido com o que estava lidando.

Ele se levantou de sua cadeira quando ela saiu detrás da escrivaninha, seu corpo deslizando com poder sexual; a roupa nova, a mulher selvagem cresceu poderosamente, fazendo-a andar sensualmente e devagar, aquilo o fez apertar os dentes ao perceber os olhares que ela recebeu dos outros homens.

Não havia luxúria nos olhares. Todos eram bem casados, exceto Jonas. Mas havia curiosidade, e estavam evidentemente conscientes dela

Não se espantava dela ter escondido o animal interno por um tempo tão longo. Um olhar a ela agora, e não havia como esconder o animal feminino que espreitava sob a pele dela.

-Eu devo avisá-los, Alaiya ainda está rodeando, Jonas declarou.

Ria não falou, mas seus olhos queimaram com possessividade quando olhou para Mercury. Ele a encarou silenciosamente, desafiando-a em vez de tranqüilizá-la.

Se ela quisesse reclamá-lo, ele era dela para reivindicá-lo. Mas ela o reclamaria antes que mais uma garantia saísse dele.

O top carmesim que ela usava, as calças jeans justas e botas longas enfatizaram a mudança de poder dentro dela naquele momento e a expectativa rugiu dentro dele.

-Alaiya não me preocupa. Ela encolheu os ombros. E Mercury sabia que ela não mentia. Alaiya não a preocupava, mas aqueles exames de calor de acasalamento com certeza sim.

-Eu estou pronta. Ela foi até ele, balançando os quadris, seduzindo-o, tentando-o, o longo cabelo flutuando a sua volta como que o chamando; os seios duros, inchados e apertados dentro do top fizeram as mãos dele coçarem de desejo de tocá-los.

A língua dele pulsou com o hormônio de acasalamento quando suas mãos pousaram contra as costas dela e a conduziu à porta.

Ninguém falou atrás deles. Eles não seriam ouvidos se tivessem tentado. Estava na hora de voltar à cabana deles. Estava na hora de ver o animal interior de Ria pronto para brigar pelo que era dela.

 

O aeroporto particular que Dane adquiriu antes de chegar ao Santuário estava cheio de atividade. Três heli-jatos da Vanderale pousaram quando Rye puxou a limusine na clareira.

Os heli-jatos estavam derramando a força de segurança de Leo, Raças fortes de olhos duros e fortemente treinados, cruéis com um só propósito em vida, com exceção apenas de suas esposas acasaladas. A proteção de Leo e sua família.

Trinta Raças de sua segurança pessoal organizadas num circulo fechado de proteção antes de Leo sair do seu heli-jato. E como sempre, cresceu em Dane o temor do poder que o pai dele representava, quando ele apareceu.

O cabelo castanho-dourado era mais escuro em algumas mechas, com raios de preto e vermelho lançados quando ele envelheceu mais. Emolduravam uma face imponente cujos ossos fortes e angulosos não eram somente aparência. Leo era forte, imponente. Ele media um metro e noventa e quatro de altura, seus ossos e músculos soberbamente desenvolvidos o faziam quase que impossível de matar.

Em comparação, a mulher pequena, morena que saiu do heli-jato era inacreditavelmente frágil. A mãe de Dane ainda era uma beleza serena. Com o cabelo escuro na altura dos ombros e olhos suaves, ela confirmava a dignidade de Léo, com força e suavidade feminina.

Segurando-a bem perto de seu corpo poderoso, Leo virou e saiu do jato, aceitando dois pacotes pequenos presos em uma transportadora leve, à prova de balas.

Dane abaixou a cabeça naquele momento. Seus pais vieram em socorro de Ria, os bebês gêmeos seguros em seus braços, sabendo do preço da revelação de quem e o que eram fosse descoberto.

Já tinha perdido crianças antes. Meninos gêmeos na infância, assassinados em um ataque por Raças de Coiote que conseguiram descobrir a localização da propriedade onde Leo e Elizabeth estavam protegendo suas crianças.

Sua mãe quase morreu naquele ataque, assim como Leo. Leo ainda tinha as cicatrizes dos tiros do rifle de repetição no tórax, costas e nas coxas quando ele protegeu sua mulher e as crianças jogando seu corpo sobre eles. E ainda assim as balas atravessaram seu corpo, perfurando sua companheira e as crianças, quando então sua guarda pessoal de segurança, que naquela época era muito pequena, para efetuar o resgate.

Anos atrás, Dane pensou, esfregando as mãos no rosto. Tantos anos atrás. Quase um século. Levou cinco décadas para o corpo de Elizabeth e o calor de acasalamento poder voltar a produzir óvulos para então o esperma de Raça fecundá-los. E Dane nasceu. Agora, depois de outros cinqüenta anos, seus pais ainda eram fortes como jovens com uma saúde privilegiada, e novamente Elizabeth engravidou e mais uma vez tiveram gêmeos.

Fortemente armados, a força de segurança pessoal cercou Leo, Elizabeth e os bebês e os conduziu até Dane que os esperava na limusine, quando a força de segurança que tinha chegado finalmente com Dane chegaram com veículos para transportar a força de segurança do Leo à propriedade que Dane tinha alugado para o inverno.

Ou até que eles pudessem desocupar uma casa no Santuário. Ele preferiria muito ter suas irmãs e sua mãe protegidas dentro das paredes fortificadas do Santuário.

-Dane. Leo se aproximou quando Dane abriu a porta do carro. A mãe dele se aproximou e tocou o rosto dele quando ele se curvou respeitosamente para ela e ele sentiu o beijo rápido em sua face antes dela entrar no veículo e os bebês foram passados para ela.

-Filho. Leo o abraçou.

Seu pai sempre o abraçava como se fizesse muitos anos que não se viam em vez de apenas alguns dias. -Como vai a nossa menina?

Leo entrou na limusine, seguido rapidamente por Dane e dois seguranças Raça, com seus olhos e faces selvagemente duras.

Outros dois entraram na frente com Rye enquanto os outros se apressaram a entrar no Hummers que os esperavam em volta da limusine.

-Eles sabem que ela é mestiça. Ele encontrou o olhar do pai inquietamente. -Nós precisamos fazer exames rapidamente de calor, de deslocamento feral em Mercury e em uma Raça conhecida como Alaiya, número de laboratório seis zero ponto três sete, designação de laboratório Alfa Três.

Leo franziu a testa. –Pensava-se que ela era a companheira de Mercury, ele declarou a mente rápida, tão competente quanto qualquer varrida de computador. -Ela foi perdida em uma missão quando tinha quinze anos, ela e seu treinador foram dados como mortos.

Dane concordou. -Ela chegou à Agência de Negócios de Raça seis meses atrás e voltou-se para Jonas. Ele fez os exames exigidos nela e em Mercury; os resultados mostraram que não havia nenhum sinal de anormalidade ou da possibilidade do calor do acasalamento, assim ele nunca informou ao   Mercury que ela estava viva. Ela apareceu no Santuário outra noite, reivindicando Mercury como o companheiro dela. De acordo com os exames feitos ontem à noite no sangue de Mercury e no dela, mostrou o calor de acasalamento nela e combina com o de Mercury.

-Mas Mercury acasalou Ria, Elizabeth disse. -Eu fiz exames nela antes de enviar para o Santuário o sangue e saliva que eu retirar o DNA de Raça. Meus testes eram conclusivos, Dane; havia a viabilidade de calor de acasalamento realmente. Raças só acasalam uma vez.

O estado híbrido de Ria foi a razão de o Santuário ter dado amostras alteradas de seu sangue.

-Mas Mercury mostrou sinais de acasalamento antes do desaparecimento de Alaiya, Leo meditou.

Elizabeth sacudiu a cabeça enquanto abria as transportadoras protetoras para deixar as meninas livres para se movimentarem e também não deixar que ficassem muito quentes. -Eu avisei a vocês dois, os exames deles naqueles laboratórios não eram conclusivos. Sinais acasalando e o hormônio que apareceu mesmo sem contato físico não podem ser confiáveis. Os exames dos cientistas não eram avançados naquele tempo e não tinha nenhuma idéia que lidavam com o calor do acasalamento.

-Os exames de Ely também não são confiáveis. Dane suspirou. -Eu suspeito que ela esteja envolvida de alguma forma. Ela está confinada aos seus aposentos, e de acordo com Jackal, ela está enraivecida e muito agitada. Eu recebi um relatório de Ria, pelo computador pessoal de Callan, quando ela usou o programa espião para localizar aquelas transmissões, que a possibilidade de Ely estar sendo drogada com algo semelhante à droga usada em Mercury naqueles laboratórios. Ele falou o nome científico da droga e Elizabeth franziu a testa.

-Indetectável pelos sentidos das Raças até que o sujeito esteja bem comprometido, ela murmurou antes de se virar a Leo. -É uma droga poderosa que altera a mente, especialmente de Raças preocupadas com certas fraquezas. Eu precisarei de equipamento. Ponha um de nossos contatos americanos em alerta para minhas exigências. Isto tem que acabar aqui Leo. Não podemos deixar que sofram com isso. Com o equipamento certo e o conhecimento científico que adquiri...

-Poderia destruir a família Vanderale, Mãe, Dane interrompeu suavemente. -Pense nisto cuidadosamente. Se você se colocar à disposição do Santuário, a notícia vai vazar. Da mesma forma que vazou a informação sobre o calor do acasalamento e a suspensão do envelhecimento nos casais acasalados.

Elizabeth encarou suas filhas adormecidas. Ela acariciou com as costas dos dedos contra a face da menina mais próxima antes de erguer o olhar para Leo.

-Nós perdemos nossas crianças no passado,, ela sussurrou. -O que faremos Leo, se perdermos o David, o filho e herdeiro de Callan? Callan também é nosso filho. Criado do seu sêmem e do meu óvulo que os laboratórios roubaram de nós dois. Poderemos nos desculpar por nossa segurança ser mais importante?

-No momento eu devo. O pai de Dane era mais duro, freqüentemente mais lógico, e definitivamente menos disposto a tecer hipóteses. Mas Dane sabia o que viria de qualquer maneira. -Mas nisto, Elizabeth, eu estou começando a concordar com você. Eu não quero o Santuário sofra como sofremos Talvez, se Callan, Jonas, Dane e eu pudermos firmar alguns acordos enquanto estivermos aqui, então veremos o que mais podemos fazer

-Eu quero ir ao Santuário pela manhã antes de agir, ela falou o marido e ao filho. -As meninas irão conosco; o composto é mais seguro que a casa, especialmente com nossa força de segurança nos protegendo.

-Mãe, agora o Santuário é uma verdadeira bomba relógio prestes a explodir, Dane disse gemendo.

-Nós fomos convidados a comparecer à festa de Ação de Graças, Elizabeth o lembrou. O que fazemos em particular enquanto visitamos a família Lyons é outro assunto.

-E de repente a Vanderale doa ao Santuário um sofisticado e avançado equipamento médico e de pesquisa? Ele perguntou. –Os jornalistas vão enlouquecer com a notícia.

-Há maneiras de garantir silêncio, Leo falou. Eu cuidarei disso, Dane. Você coordena a segurança e ajuda Ria a descobrir o que diabos está acontecendo aqui. Eu quero que tome muito cuidado com isto, por isso quero um time de nossas próprias Raças no lugar. Permanentemente, Dane.

-Dane estremeceu. -Jonas não vai gostar disso, Pai.

Leo sorriu. Sorriso aberto, os olhos marrons âmbar cheios de diversão. -Aquele leãozinho. Ele descobrirá exatamente como conseguiu seus instintos de manipulação. Eu não sou velho, Dane, apesar da minha idade. Ainda sei o que estou fazendo aqui.

Isso era verdade. Infelizmente, Callan e o Santuário eram as fraquezas de Leo. E também Elizabeth. Porque Callan era uma das poucas crianças criadas com o DNA do casal. E Callan era um líder de Clã por excelência, assim como Leo era.

Se Dane não fosse tão confiante de seu lugar dentro da hierarquia do clã de seu pai, ele poderia ter ciúmes de seu irmão mais jovem. Em vez disso, ele estava muito preocupado. Diferente de Dane, Callan ainda não tinha percebido, ainda não viu tão limpo quanto um osso, exatamente como outras Raças podiam ser enganosas. Especialmente os traidores.

 

-Leo desembarcou, Ria disse suave ao puxar seu celular do quadril e leu a mensagem codificada. –Ele estará no Santuário pela manhã.

Como também Elizabeth. Ria se forçou a permanecer relaxada, calma, enquanto a limusine corria na estrada que levava a cabana. Amanhã, os exames começariam a ser feitos por alguém que ela confiava. Elizabeth sabia mais sobre calor de acasalamento e funcionamento do corpo das Raças que qualquer outro cientista poderia entender. Ela tinha vivido o acasalamento, as várias fases do calor, a concepção e nascimento de dois pares de gêmeos e Dane. Ela tinha se testado, experimentado nela mesma, e quando Leo começou a formar o próprio exército pessoal para salvar as crianças que ele soube que estavam sendo criadas com o esperma dele e os óvulos de Elizabeth, roubados antes da fuga deles dos laboratórios, ela teve outras Raças e outras companheiras para comparar com os resultados dela.

E agora teria a neta para testar. A neta dela e a gatinha radical determinada a roubar o companheiro que Ria tinha tomado.

Ria encarou através do vidro da janela da limusine quando parou em frente à cabana. As duas Raças do carro da frente chegaram a cabana e entraram logo para checar a segurança antes de Ria e Mercury entrarem

Será que eles sabiam? Ela quis saber. Lawe e Rule eram excepcionalmente perceptivos para uma Raça e eles eram da confiança de Jonas. Eles saberiam o que ela era? Ela não tinha qualquer dúvida que agora eles estavam conscientes que ela era uma Raça. Estava ficando impossível conter o animal dela. Antes de Mercury, não teve problemas. Antes do acasalamento, ela não teve nenhuma preocupação de se libertar, porque o controle dela era muito forte.

-Por que você não me disse? Ele perguntou calmo enquanto esperaram por Lawe e Rule.

Ria fitou a floresta coberta de neve, e predadores emitindo sons revelando a presença deles. Os leões pareciam seguir Mercury. Ela viu aquilo na África, na propriedade que Leo construiu no interior profundo do Congo. Lá, estava algumas Raças, iguais a Mercury que tinha o poder de se comunicar com as criaturas ferozes, selvagens.

-Eu falei para alguém uma vez, ela finalmente disse calmamente. -Meu primeiro namorado. Um mês depois, Dane teve que matá-lo. Ele procurou o Conselho, para negociar e me vender a eles.

Dane não teve clemência. No momento que soube o que aconteceu ao chegar ao novo apartamento dela, ele arrancou o namorado traidor da cama e ordenou que Ria fosse para o carro. Eles voaram para o Congo. Vinte e quatro horas depois, ela viu Dane dar um tiro no cérebro do amante dela. Ele tinha vinte anos. E ela pensava que o amava.

Ela empurrou os dedos pelo cabelo solto, atento a mão dele em cima de sua coxa, confortando, quente. Ela sacudiu a cabeça se recusando a olhá-lo.

-Porque os Vanderales não a criaram?

Ela sacudiu a cabeça. -Eles me vigiaram, mas Dane sempre vinha quando eu precisava dele. Mas não podiam se arriscar a curiosidade e perguntas que viriam se tomassem uma órfã e criasse. Especialmente uma órfã ligada a vítima de um ato violento. Minha mãe teve um acidente de carro com vários outros carros, mas o que ninguém sabia era que ela mesma bateu contra os outros. Ela se matou, a Raça de Coiote que a sequestrou e os ocupantes de dois outros carros, fez isso para proteger os segredos dos Vanderale. Quando os Vanderales souberam de mim eles tiveram medo que o Coiote que tinha morrido soubesse sobre ela e já tivesse informado ao Conselho, e eu seria o próximo alvo também. Eles me protegeram, mas eles se protegeram também.

-Dane é seu pai? Ele perguntou.

-Não. Dane é meu tio. Minha mãe era uma Raça que Leo e sua força de segurança resgataram dos laboratórios. Eles usaram o DNA de Leo e Elizabeth e a criaram. Eu sou a neta deles. Meus pais se afastaram de Leo depois do acasalamento deles. Quando meu pai morreu ela voltou, mas nunca contou a eles sobre mim.

-Eles abandonaram você, Ria, ele disse com voz calma, mas cheio com raiva. -Eles deveriam ter te criado.

-Eles fizeram exatamente como deviam. Ela virou para ele. –Na verdade, deveriam ter feito muito menos para se protegerem-se totalmente. Eu sou uma híbrida, Mercury, e nem mesmo uma híbrida muito eficaz. Meus talentos são simples, meu instinto animal está inativo. Para todos os efeitos eu sou apenas uma humana. Eles se arriscaram no pouco que fizeram e eu agradeço muito isso.

-Eles não a amaram, ele rosnou.

Ela sorriu tristemente à acusação. -Eles me amaram, Mercury. E eles me amam agora. Eu não lhe contei o que eu era porque nunca me esqueci do valor do silêncio. Meu namorado morreu na minha frente. Implorando-me clemência. Implorando-me que afastasse a raiva de Dane. Porque meu namorado me traiu. Ele queria a minha captura, como também a de Leo, Elizabeth e Dane. Meu mal julgamento podia ter destruído a todos nós. E Dane nunca mais fez aquilo novamente.

A porta da limusine abriu quando ela acabou de falar. Puxando o casaco mais junto ao corpo, ela nunca sentia frio quando saia com ele. Tudo que sentia era o calor, coçando no seu interior. Ela sabia que tinha esperado muito tempo. Saciar a excitação horrível que a corroia não seria fácil.. Nem seria suave.

Mercury a escoltou até a cabana entrou na frente e esperou-a entrar. Fechou a porta lentamente, depois a trancou.

O som do trinco foi como a explosão de uma bomba na mente dela. Seus joelhos enfraqueceram e a língua começou a coçar. Ela fechou os olhos. Não tinha glândulas em baixo da língua como o Mercury e não tinha o hormônio necessário para incitar o desejo de acasalar. Mas ela sentia anormalidades em seu corpo. Ela sentiu desde a primeira vez que entrou em contato com ele.

-Qual era o nome dele? Mercury lhe perguntou.

Ria soube o que quis dizer ele. Ela escorregou o casaco de couro de seus ombros antes de se sentar e desenlaçar as botas.

-Seu nome era Jason. Era o filho de um dos contratantes de Leo. Eles nunca perceberam o que tinha acontecido ao filho dele. Dane voltou num vôo com o corpo dele e colocou onde foi facilmente encontrado. Pareceu a todos como um assalto seguido de morte.

-Ele mereceu, Ria, Mercury rosnou.

Ela virou para ele lentamente. -Ele não mereceu aquilo. Eu podia salvá-lo. Dane olhou para trás, para os meus olhos, antes de matá-lo. Ele me deu uma chance e eu continuei calada. Porque sabia que eu ficasse do lado de Jason, então Dane, Leo e todas as Raças que eles salvaram durante anos nunca mais estariam seguras.

A escolha que Dane a forçou a fazer machucou seu coração. Mas aquela escolha nunca quebrou sua alma.

-O que não explica por que você não me contou que você é uma Raça, ele mostrou com voz tranqüila, mas ela sentiu a raiva dele.

-Como já não me considero uma Raça, híbrida ou outra coisa,, ela disse. -Eu não teria, contanto que eu possa manter aquela parte de mim controlada. Não havia nenhuma razão para lhe falar, simplesmente porque eu não tinha intenção de permitir ser livre.

Ele soltou uma rosnadura silenciosa enquanto a olhava do outro lado do quarto. Ele não tentou tocá-la. Ela estava queimando, sofrendo; a dor que corria pela excitação estava matando ela.

-Você lamenta nosso acasalamento? Ela perguntou então. Ela tinha esperado aquilo, mas não significava que recebia aquilo com prazer.

Ele se voltou lentamente a ela. -Eu disse que jogo?

-Você não me tocou. O dia inteiro.

A expressão dele se transformou. Ficou duro, selvagem, implacável.

-Você quer você pega. Sem desculpa. Reclame o que é seu ou você vai sofrer com isto. Sabendo o que sei agora, não terei clemência, Ria. Você é uma Raça, goste ou não, os instintos do animal estão em você. Pode usá-los, ou eu juro, faremos sexo sem todo aquele fogo selvagem, sexo quente que estamos loucos para fazer.

Ela o olhou surpresa. -Você não é sério, Mercury. Uma Raça masculina não espera que sua companheira faça o primeiro movimento para fazerem amor. Quando você perdeu seu juízo?

-Quando você dominou completamente minha mente e minha alma com sentimentos que jurei que nunca sentiria por uma mulher, ele rosnou para ela entre dentes. -Quando percebi que você partiria antes de lutar por aquilo que você quer. Um homem humano tem o seu orgulho próprio, uma Raça tem muito mais. Você me deseja, companheira? Venha me pegar.

 

Os olhos de Ria se esteiraram em Mercury. Aquela calça de contornava e mostrava o pau duro em baixo do tecido. As botas pesadas faziam as pernas dele mais poderosa, mais forte que antes. A camiseta colada no peito dele fazia sua boca encher d’água.

Vinha água a sua boa há um tempo. Ela precisava do beijo dele. Precisava do elixir de acasalamento para encher seus sentidos, levando-a por um caminho sombrio de desejo sexual e luxúria. Aquilo era uma ânsia. Uma insaciável ganância. As unhas dela se curvaram ao pensar de tomar o gosto da boca dele, degustar seu beijo, ela estava louca como uma viciada ansiando pelo gosto dele.

-Tire suas botas, ela avisou.

Ele franziu a testa, mas fez o favor a ela. Sentou-se na cama, abriu as fivelas e tirou as botas antes de se reclinar e esticar os braços sobre os travesseiros atrás dele.

A respiração de Ria ficou pesada, difícil.

-Algo mais?

Ela lambeu os lábios nervosamente. -A camisa. Ela chegou perto dele, os lábios abertos com dificuldade para respirar.

A camisa caiu, a pele ficou livre enquanto ela soltava um gemido baixo. O desejo a atacou com fome voraz, a dor em sua vagina a fazia ofegar e sua mão tremer ao apertar com força o próprio ventre enquanto Mercury a olhava com a testa franzida e olhos apertados.

-Você se conteve até sentir dor? Ele perguntou com voz sombria e pesada.

-Tire as calças. Agora. A voz dela se fortaleceu quando agarrou a bainha do top e rasgou tudo do corpo dela.

O sutiã meia taça vermelho moldava os seios enrijecidos, pesados e cheios dela. Os mamilos pressionavam a renda que mal os continha. Suas mãos abriram a calça jeans dela enquanto Mercury tirava a calça de couro dele.

Ela tirou a calça jeans, deixando-a onde caiu e foi até ele, se escarranchou em seu colo e desceu sua boca sobre a dele.

-Me dá ela gemeu, mordendo a curva inferior, tão faminta, que agora a dor aumentou quando seu corpo tocou o dele.

Ele inclinou os lábios sobre os dela, sua língua penetrou a dela que esperava faminta por ele.. Desesperada por ele. Luxúria selvagem encheu sua boca, desceu sobre sua mente uma nuvem vermelha e a fez chupar a língua dele com volúpia. As glândulas sob a língua dele estavam cheias de hormônio e se espalhou na sua boca. Derramou-se em sua circulação como uma tempestade encharcando a terra e fez um grito sufocado rasgar do tórax dela.

Ela esperou muito tempo. Sabia que tinha esperado muito, mesmo quando ficou cheia de desejo doloroso, recusou-se a tomar o que ela desejava. Porque tomar ele, significava que estava aceitando. Significava que ela estava permitindo aquela posse cuidadosa em que ela se deixou deslizar.

O animal tomou o que lhe pertencia. Ela era a mulher que sempre tinha se contido. A mulher que temia não pertencer a nenhum lugar.

Ela era a mulher e o animal, juntos agora. A besta que ela conheceu quando era criança, agora se esticando, se alongando cheia de fome quando o hormônio do acasalamento começou a circular no sangue dela.

As mãos dela acariciaram os ombros dele; ela queria lamber a pele dele, mas ainda não. Não até que este desejo fosse saciado.

Entre suas coxas sentia o pau duro cutucar, apertando contra o montinho macio dela. Ele estava tão grosso, tão duro. Ela desejava aquilo dentro dela. Mas ainda não. Ela precisava de outras coisas com maior desespero e ela os teria.

O beijo a inflamou; as imagens eróticas que varreram sua mente, desejos que nunca se permitiu saciar antes, começaram a cascatear por sua mente. Se ela ia tomá-lo, então queria tudo.

Mercury sentia o desespero no beijo dela, agora que estavam sozinhos aquele controle incrível que ela possuía estava desmoronando, sentia sua dor pelo desejo de ser fodida.

Ele quis saber como ela se sentia ao longo do dia. Mas não tinha notado nenhuma dor em sua expressão. Pois ele nunca teria permitido que ela sentisse dor por pura tolice. Mas ela não mostrou nenhum sinal de dor ou mesmo cheiro. Incômodo, sim. Um pouco zangada às vezes. Frustrada. Mas nenhuma dor como a que ele sabia que uma mulher acasalada sente quando não sacia seu desejo de sexo com seu companheiro.

Maldição. Ele se forçou a ficar com os braços levantados para trás, deixar o caminho livre para que ela o tomasse. Ele bombeou a língua na boca doce, sentindo o líquido de luxúria se derramar das suas glândulas, enchendo a boca de Ria, seus sentidos.

Ele podia cheirar o calor dela agora como uma droga viciadora, inundando sua mente. Ele sentia a dor, o desejo e as emoções que corriam sem o controle dela, e mais docemente que qualquer outra coisa, ele podia sentir o cheiro delicioso de uma Raça feminina acasalada pelo homem dela.

Não existia no mundo inteiro nenhum cheiro mais excitante, ele pensou. Era mais excitante ainda saber que o cheiro que a queimava daquela maneira era somente por ele, seu companheiro e ele tinha acreditado que nada podia ser mais quente, mais doce que isso. Até agora.

Uma fêmea de Raça queimava com um cheiro especial. Partes iguais dele e dela e mais um outro, por baixo do cheiro natural dela, um cheiro selvagem e que despertava nele o animal interior.

Ele apertou os dedos, lutando por se segurar em algo, qualquer coisa, em vez de agarrá-la e rasgar aquela linda calcinha molhada do corpo dela e logo depois se enterrar todo até o fundo dentro dela. Mas ele não podia possuí-la. Isto era para ela. A posse dela. A reivindicação dela.

Ela estava muito longe de se submeter, aceitar as palavras bonitas dele ou ouvir suas garantias de que ela era dele. Não, para reivindicar o companheiro dela, essa mulher Raça tinha que se firmar sozinha, saber sua própria força.

E maldição era ela que fazia. Depois dos primeiros momentos agitados sugando a língua e o hormônio dele, ela se acalmou um pouco. Os movimentos de sua boca ficaram mais sensuais, mais quentes. Ela saboreava o gosto, atraída por ele, puxando sua língua dentro da dela e depois enfiando a dela dentro da dele.

Ela entrelaçou sua língua com a dele, esfregado e a acariciando e o deixou louco. Resmungos saíram de seu tórax, estrondos profundos de puro prazer quando ela o levou à beira da loucura antes de se retirar a língua.

Ela lambeu os lábios. Correu a ponta da língua sobre os próprios lábios com os olhos fechados, com tanta moleza sensual que o fez apertar o maxilar, desejando ter mais um beijo dela..

-Eu não pensei que faria isto, ela sussurrou, com a voz mais feminina num ronronar de puro prazer enquanto o acariciava nos ombros, arranhando com suas unhas a pele forte dele.

-Você esperou muito tempo. Ele se enrijeceu, prazer correndo por sua espinha e suas bolas ao sentir as unhas dela o arranhando. -Eu devia te dar uma palmadas por esperar sentir dor em vez de me agarrar.

Ela se apertou a ele, se esfregando toda contra o pau grosso e apertando o clitóris coberto pela calcinha no calor duro do cacete grosso.

-Eu quis me esfregar contra você o dia todo. Ela se apoio, os mamilos queimando no tórax dele enquanto se esfregava contra ele, o olhando nos olhos, os lábios dela foram para o pescoço dele.

Mercury nunca imaginou que ele tivesse autocontrole para ficar ali e ser torturado assim. O calor úmido da vagina dela marcava o tecido da calcinha quando ela se esfregou contra o seu pau.

O toque dela era delicioso. Os lábios dela em seus ombros, as mãos o acariciando sues braços, enquanto os quadris dela se ondularam contra ele.

-Continue me tentando e não poderei aquentar até que você me monte e me tome dentro de você, ele gemeu.

Ela beliscou o pescoço dele em vingança.

-Maldita! Ele inclinou o pescoço para dar melhor acesso, amaldiçoando o prazer que o fez se arquear contra ela, a cabeça do pau pulsando forte com a deliciosa tortura.

Ela o beliscou novamente, fluindo prazer dos lábios dela para o seu pescoço. Inclinando a cabeça ele olhou o rosto expressivo cheio de prazer enquanto lambia e raspava sua carne com os dentes afiados.

Quando a pequena boca quente cobriu seu mamilo, ele pensou que ia gozar na hora. Todo músculo de seu corpo ficou tenso se segurando para não gozar. As bolas dele doeram de tanto prazer e desejo de gozar. O pau cresceu e pulsou e um gemido doloroso saiu de sua garganta.

Isso não a parou. Ele viu o sorriso que se abriu no canto de sua boca doce enquanto continuava a chupar seu peito, envolvendo o mamilo com a língua dela. A expressão dela era hipnotizada e o hipnotizando. Corado e cheio de sensualidade. Ela era a criatura mais linda que ele já viu.

-Você está pronto para me possuir?Ela beijou no meio do tórax musculoso, depois saiu de seu colo e se ajoelhou enquanto ela a olhava, quase fraco de antecipação.

-Não foi isso que nós tratamos, ele gemeu.

-Nós tivemos um trato? Ela beliscou o estômago dele, só um pouco acima do cogumelo palpitante e ereto dele.

-Entendeu? Ele ofegou.

-Talvez porque eu não tenha entendido. Ela ergueu as pálpebras e o encarou e ele viu a vulnerabilidade em seu olhar e uma ponta de confusão.

-Então talvez você precise entender isto. Ele a olhou implacável. Ele não cederia. Não importa o quanto isso o machucasse. Não importava que visse a teimosia dela crescer. Ela tinha que entender quem tinha se acasalado a ele. Que ela pertencia a alma dele. Fazê-la entender que ela tinha que escolher aceitar a união e ela o tomar o que era dela. |Do mesmo modo que ele tinha tomado o que era dele.

-Raças são teimosas. Ela abaixou a cabeça e assoprou de leve sobre a cabeça pulsante e muito sensível do pau.

-Você já devia saber disso, ele disse rouco quase um grito de prazer agonizante quando a boca quente dela cobriu a cabeça dolorida e puxou para sua boca.

-Ai inferno, ele rosnou empurrando os quadris, mergulhando a carne dura mais fundo na boca dela. -Ai Deus, Ria. Você está me matando.

Ela estava comendo ele com a boca faminta, a língua devoradora era um chicote quente de puro prazer carnal contra a cabeça sensível do pau. As unhas dele se fincaram nas almofadas da cama. Ele estava certo que o tecido rasgaria em segundos. As coxas dele se enrijeceram e se sentiu consumido por ela. Ele foi consumido por ela. Seu coração dele, sua alma, seu pau quente, ele sabia que não ia aguentar muito tempo se ela continuasse aquilo.

-Ria, ele gemeu. –Meu bem. Eu estou muito perto de gozar.

Ele apertou a cabeça ao longo do sofá, lutando para se controlar. Mas ela não parou. Chupou e lambeu, as mãos dela, docemente macias bombeava o caralho duro .

-Ria. Porra. Eu vou gozar. Sim as almofadas rasgaram, a espuma delas saíram com as unhas dele. –Filha da puta!

Soltou um grito sufocado quando a boca infernal chupou a cabeça, só a ponta da cabeça pulsante do pau, sugou e chupou e logo recebeu os jatos quentes quando ele gozou.

Agonia pura comia as bolas dele, a parte de baixo do pau queimava. A lingueta pulsou forte em baixo da carne dura, e se movimentou com a sucção da língua dela, fez a lingueta se libertar de seu confinamento enquanto ela bebia e chupava o sêmen dele. Ela chupou e lambeu e ele arquejava, o suor cobrindo seu corpo e o pau parecia ficar ainda mais duro, mais excitado que ele já sentiu antes.

Ele estava perto de enlouquecer. Adrenalina correndo por ele, a visão escureceu, desejo o enchia com uma força que ele não pôde controlar.

E ele cheirava o desejo dela. Encheu a cabeça dele, enquanto puxava o ar aos arrancos para seu pulmão, ele levantou a cabeça e viu quando ela subiu em cima dele, se arreganhando, a cabeça do pau enorme pressionando as dobras macias da xoxota molhada.

Ela começou a tomá-lo. Seus olhos se fixaram nele, sentindo as sensações quando o pau entrou nela, se enfiando no calor molhado que cercava a carne da sua xereca, se movendo para dentro dela.

E seus olhos. Tão escuros. Estavam cheios de prazer, possessividade. Ele rosnou para ela, vendo o prazer e o orgulho dentro dele quando viu a união do seu pau com a concha dela, uma união que ela ainda se recusava admitir. Que ela estava reivindicando ele igual a ele já tinha reivindicado a ela.

-O que você fez comigo? Ela sussurrou enquanto se movia sobre a carne dele, enfiando mais fundo dentro dela, fincando as unhas nos ombros dele. -Mercury, o que você fez comigo?

Ele não podia tirar suas mãos das almofadas. Se ele a tocasse, se ousasse sentir o calor da pele dela, então ele a possuiria.

-Eu te preenchi, Ria. Em todos os sentidos. De todos os modos. Ele sempre a encheria, a satisfaria, a seguraria, a aqueceria. Com a permissão dela ou não.

Ele era um homem Raça. O jogo que ele jogava agora, forçá-la a admitir que ele era o seu companheiro, ele só jogava porque tinha certeza do resultado. Caso contrário, ela nunca sairia da cama dele. Nunca daria um só passo longe dos olhos dele até que ela percebesse aquilo.

-Eu estou me enchendo, ela arquejou. –Você só fica aí deitado, Mercury. O gemido foi rouco ao descer mais um pouco e se enfiar mais um pouco dele se movendo sobre a vara grossa quando ele puxou e depois se empurrou com força para cima.

Deus, ele não ia aguentar muito tempo. Sentia a concha pequena, seu pau deslizando na quente e molhada xereca,aquilo estava matando ele de prazer.

Ele sentia o suor escorrendo pelo pescoço e até o suor não foi deixado para trás. Ela abaixou a cabeça e lambeu seu pescoço, os quadris dele se arquearam com força quando os dentes dela arranharam sua pele.

Ele se enterrou um centímetro dentro dela sem se conter, mas ao ouvir os gemidos de prazer em seu pescoço viu que valeu a pena.

Os lábios dela se moviam depressa em cima dele, chupando cada vez mais dele enquanto o calor do acasalamento começava a cercar os dois como chamas vivas de fogo e desejo.

A almofada rasgada com suas garras, o controle foi perdido quando ouviu o um grito profundo de Ria quando ela se empalou completamente mo pau duro dele.

Ok, ela o tomou. Ela o tomou todo. Era dele.

O resmungo que ele soltou era puramente selvagem. As mãos dele agarraram os quadris dela quando ele começou a empurrar uma sucessão de golpes fortes na pequena fenda de prazer, que o faz mergulhar num êxtase tão louco que ele nunca mais queria ficar livre daquele feitiço sexual.

Ria estava encantada em ver Mercury. Via como ele fechava os olhos em êxtase, sua face cheia de sensualidade. Não que ela tivesse cabeça para fazer qualquer outra coisa senão cavalgar o comprimento duro do cogumelo gigante.

O prazer a enchia. Desejo era como uma ferida viciante, devorando seu clitóris e o fundo da vagina. Os músculos internos se contraíram com selvageria dentro dela.

Mas ela tinha que ver..Ela tinha que se agarrar a alguma coisa, pois tudo dentro dela estava correndo para uma longa jornada de prazer.

As mãos dela moveram desesperadamente pelos ombros dele, o arranhando; a carne musculosa não cedeu para suas unhas, mas com certeza deixaria rastros na pele dele. Uma prova, uma marca. Mas não o suficiente.

-Mercury! Ela gritou seu nome.

Os dentes dela apertaram. Ela não morderia. Ela não ia morder. Ela o mordeu uma vez, mas ela conseguiu se conter. Não marcou sua pele, não colocou sua marca nele.

Ela sacudiu a cabeça.

-Faça isso agora, Maldita! Os olhos dele abriram, azul com reflexos cor de ouro. –Faça!

Ela gritou o nome dele, se empalando furiosamente nele, lutando contra o desejo, a obsessão, a compulsão.

-Você é minha! Ele rosnou. Se outro homem tocar o que é meu e eu o matarei. Eu o parto em pedaços, Ria. Qualquer um que ousar me desafiar e tentar machucar você, a loucura será a menor parte da minha força. Eu destruirei. Você é minha!

-Não! Ela não podia parar. Ela mergulhou mais forte contra ele, prazer junto com dor, dor junto com prazer, a sensação crescendo mais e mais em compulsão.

-Minha mulher! As mãos dele firmaram e fixaram os quadris dela e então a fodeu duramente, estocando forte nela e ela perdeu a vontade de lutar. Não, ela ganhou forças para lutar, sentia aquilo sendo despejado abundantemente dentro dela, ouviu a mulher selvagem gemer de êxtase animalesco e a cabeça dela abaixou sobre o pescoço dele, ela o mordeu.

Ela mordeu forte. Caninos afiados trancaram sobre ele com força para furar a carne. Mas perfurou. Ela provou o sangue; ela sentiu a própria saliva agora selvagem, cheia do hormônio dele que tinha dado a ela e agora ela injetava nele.

A cabeça dele abaixou no ombro dela; os dentes dele afundaram na carne macia dela; ele chupou e lambeu, lhe ensinando a marcar e ela marcou. O marcou quando ela gozou, e as unhas dela se fincando nos braços dele.

Com um rugido leonino Mercury gozou novamente dentro dela, o gozo dele foi mais feroz nesta segunda vez, fazendo a lingueta se estender rija, e acariciou dentro da vagina, nos músculos sensíveis dela e também do animal dentro dela, que respondeu às estocadas profundas com um grito que chocou Ria e Mercury rosnou de puro êxtase.

Músculos internos apertaram o pau e a lingueta, apertou com força e a lingueta derramou seu gozo, jorro quente de sêmem e ela gozou novamente, gloriosamente. A carne que apertava a lingueta se contraia ao redor, se trancando, prendendo o pau mais forte dentro dela, contraindo com uma força que fez os dois gritarem gozando em resposta.

Outro orgasmo veio sobre ela. Ela sentia a porra jorrando dele ao gozar no fundo dentro dela e os gritos deles ecoaram alto pela cabana.

Quando as últimas contrações de sensações de prazer se acalmaram, Ria desfaleceu contra ele. Ele ainda estava meio duro dentro dela, ainda grosso. A lingueta retrocedeu lentamente, mas o calor permaneceu.

Ela tinha esperado muito tempo, tempo demais para saciar a fome primitiva que ele ainda levaria horas para saciar. Ela tinha ajudado Elizabeth nos laboratórios, sabia os sinais, as pesquisas e ela sabia que não morreria se ela perdesse o Mercury agora. Ela mataria.

 

Ely andava em seu quarto. Ele era pequeno; ela tinha preferido pequeno. Até agora. Agora as paredes pareciam se aproximar dela e o medo parecia cravar pregos invisíveis em seu cérebro.

Estava chorando. Ela limpou as lágrimas antes de se encolher novamente e passear pelo quarto.

Jonas tinha tomado seu sangue. Ele veio até ela; pelo menos tinha feito isso. Ele tinha dito algo sobre codeína. Raças não podiam tomar codeína; ela sabia disso. Ela nunca indicaria codeína para qualquer Raça. Nem mesmo a humanos.

Ou qualquer outra coisa. Ela sacudiu a cabeça,tentando se lembrar do nome científico para ele. Tudo que podia lembrar era o nome de etiqueta de laboratório para aquilo. Eles chamavam aquilo de Mental. Simples. Ao ponto. Porque desorganizava a mente de uma Raça. Ela nunca ordenaria o uso daquele medicamento, ou outro de igual.

O que ele disse? Ela ergueu a cabeça, apertou as mãos na testa e rosnou.

Aquilo tudo era culpa de Mercury. O deslocamento feral. A lealdade de Jonas para Mercury ia matar a todos.

Ele tinha que ser confinado.

Havia uma cela no porão em baixo dos laboratórios, acolchoado, onde o Conselho prendia as Raças nas quais faziam experiências quando o Conselho eram os donos da propriedade.

Uma cela e um laboratório especial.

Ela parou, olhando o passado, cega do presente. Aquele laboratório- as lembranças do outro laboratório idêntico aquele eram horríveis. E ela não pôde parar de lembrar. As Raças presas em mesas,, seus corpos paralisados pelas drogas, seus tórax abertos e ela olhava. O coração, os pulmões, os órgãos internos protestando de dor agonizante que toda Raça suportava.

Sangue cobria suas mãos quando ela encarou o bisturi que segurava, e depois os olhos da Raça que a olhava. Raiva. Raiva desumana brilhava nos gelados olhos azuis dele. Azuis com uma ponta de reflexos dourados, como estrelas, cintilando com raiva.

Um rosnado saiu da garganta dela, então um choro estrangulado. Não, ela não faria isso com ele. Somente ia prendê-lo na cela. Isso era tudo. Eles poderiam tratar do deslocamento feral. Ela sabia como tratar. Ela cuidaria dele.

Mas primeiro tinha que passar pela Raça que guardava sua porta.

Ela foi até a cozinha pequena, tirou uma garrafa de água da geladeira e tomou um punhado de aspirinas com a água. Sua cabeça estava partindo em duas. Sentia como se alguém batesse em sua cabeça com um martelo.

Ela massageou a testa com a ponta dos dedos, lutando contra a dor. Ela tinha que pensar. Isso era tudo. Ela era muito inteligente e uma das raças com uma das mentes mais brilhantes criadas em cativeiro num laboratório do Conselho de Genética Mundial. Foi ensinada a agir secretamente e lutar. E como matar.

Ela se acalmou lentamente. Mercury estava fazendo isto. Ela sabia o que ele era. De algum modo ele conseguiu convencer Jonas e Callan que ele era inofensivo, e não era um perigo para o Santuário. E agora eles a estavam castigando.

A respiração dela se transformou num choro baixo. Eles estavam castigando ela. Era isso que Jonas estava fazendo com ela. Ele a castigava por ter tentado proteger os outros. Ele estava manipulando todo mundo. O deslocamento feral de Mercury era apenas um disfarce para encobrir o verdadeiro plano dele, essa era a única coisa que fazia sentido. E desta vez, ele ia destruir Santuário.

A menos que ela fizesse algo para impedi-lo.

 

A parte animal de uma Raça era viva e agia. Era quase uma exigência. Um animal preso dentro de um humano, influenciava sua mente, padrões de pensamento, hormônios, ações e reações.

Ria conseguiu por anos conter o animal, até agora. Esteve lá. Diferente de Mercury, ela sabia que seu animal estava vivo e atento. Elo apenas o controlava, impedia se ser livre. Até o calor do acasalamento.

O fenômeno de calor de acasalamento ainda era em muitas formas um mistério, até mesmo para a avó dela, Elizabeth Vanderale. Elizabeth era uma cientista brilhante, ela estudou aquilo por um século, testando nela mesma e nas poucas raças acasaladas do Clã de Leo. E nem mesmo ela tinha todas as respostas.

Ria desejou que ela tivesse algumas respostas de tarde, quando ela voltasse do laboratórios. A carne dela ainda estava queimando pelo exame que foi forçada a suportar. Silenciosamente. Ela nem mesmo foi capaz resmungar por aquilo, porque Mercury estava andando de um lado para o outro como um leão enfurecido no outro lado da cortina.

-Ele é tão intenso, sua avó Elizabeth comentou com rapidamente quando Ria saiu do quarto de vestir, vestida novamente na calça de couro preta, botas de salto alto preta e branca com um suéter de caxemira macio como seda que já tinha usado antes.

Elizabeth não se parecia com a mãe de alguém. Em um século, ela tinha envelhecido apenas uns dez ou doze anos. Sua aparência era de uma mulher entre trinta e cinco a quarenta anos apenas.

-Sim, ele é bem intenso. Ria olhou à tela, vendo a sombra dele enquanto ele passeava e Elizabeth correu o olhar novamente pelas novas roupas de Ria.

-Você mudou, Elizabeth disse suavemente. -Nas poucas semanas que ficou aqui, você finalmente de sua concha.

Ria se mexeu incomodada, olhando para outro lugar em vez de olhar Elizabeth.

-Eu não a traí, Ria sussurrou finalmente. -Jonas adivinhou.

-Jonas pode cheirar o cheiro da família. Elizabeth concordou. O sentido de olfato dele é excepcional, até mesmo para uma Raça. Tanto quando o filho de Callan, David. Mas, Ria, você nunca nos traiu e nós nunca suspeitamos que você nos trairia.

Ria afundou as mãos nos bolsos traseiros de sua calça justa. -Eu fiz uma vez. Ela ergueu os olhos para a avó.

-É que o que você acredita que pensamos? Elizabeth lhe perguntou. -Não, querida, Jason a traiu. Você era uma criança e nós estávamos tão preocupados em te proteger, em como garantir que todas as Raças do Clã ficassem seguras, protegidas, que nós não levamos em consideração sua necessidade da família. Que todas as Raças têm como você já sabe..

Elizabeth estava desculpando seus erros do passado e Ria já esperava isso dela. Eles sempre a desculpavam. Ela era jovem. Ela não tinha entendido. Eles tentaram desculpá-la pela sua escolha equivocada.

-Dane teria matado ele de qualquer modo Ria, Elizabeth disse suavemente, adivinhando o que ela pensava. -Ele lhe ofereceu a opção de não ver o que faria, ele não ofereceu que não puxaria o gatilho. Quando Jason tentou ganhar dinheiro negociando com o Conselho e traindo você, na verdade ele assinou uma autorização da própria morte. Não havia nenhum jeito de Dane deixá-lo viver.

-Jason não saberia de nada se eu não tivesse contado.

-E ele não teria morrido se tivesse um pouco de humanidade nele, Mercury rosnou ao entrar afastando a cortina e olhou para ela. –Não foi sua culpa ele ter morrido.

Elizabeth franziu a testa conforme Ria rangia os dentes.

-Eu avisarei sobre os resultados dos exames assim que os tiver, Elizabeth prometeu. -Eu colhi as amostra para o exame de Alaiya mais cedo.

A cabeça de Ria se levantou para a avó dela.

A expressão de Elizabeth era de pena. -Ela está mostrando os sinais do calor de acasalamento, Ria. Mas isso não significa nada. Somente significa que ela teve contato direto com seu companheiro.

-Ela beijou o Mercury.

O olhar de Elizabeth virou a ele, quase que acusadora.

-Não foi nada mais que uma leve pressão de lábios, ele se defendeu. -Você acha que eu arriscaria minha companheira em perigo por outra mulher com essa parte de mim?

Elizabeth fez careta. -Em todo calor de acasalamento que pesquisei, para começar tem que haver uma troca entre os dois do hormônio de algum modo e tem que ser compatível.

-Confie em mim, não houve nenhuma troca, Mercury rosnou. –Apenas com Ria.

-Um mistério interessante então. Elizabeth se voltou para os frascos e amostras que estavam sobre o balcão do laboratório, ao lado do equipamento que tinha chegado naquela manhã e posta para funcionar. –Agora vão. Eu adiantar bastante as coisas já começadas por aqui antes de Leo trazer as gêmeas para mim. Devo saber de alguma coisa em breve.

-Não esqueça a festa de hoje à noite, Ria a lembrou. -Dane já ordenou minha presença.

-Eu estarei lá. Elizabeth concordou com a cabeça, mas sem desviar os olhos das amostras dela. –Vão agora e nós falaremos depois.

Não era só a festa que Ria estava ansiosa para ir. Haveria verdadeiro alvoroço, com o bufê de Ação de Graças antecipado e o baile no Santuário. Leo estava espiando os corredores do andar superior, como havia doze Raças de sua segurança pessoal protegendo os gêmeos e as outras crianças Raça limitadas lá durante o dia. Ninguém foi permitido subir a escada sem autorização, inclusive Raças, fossem eles agentes executores ou convidados.

O quarto que deram a Ria e Mercury era no porão, do outro lado dos laboratórios. Seu vestido e acessórios a aguardavam lá; a cabeleireira designada a Merinus e às outras companheiras da família governante a atenderia também.

 

Era uma confusão. Era por isso que não gostava de festas, ela disse ao Mercury enquanto caminhavam em direção às escadas que conduziam ao primeiro andar da mansão. A antiga Ria não tinha que passar por isto. Não tinha que se preocupar com o que vestir e nem escolher o penteado adequado para embelezar seu rosto, e nem sorrir para todos os rostos surpresos quando a viam ou lidar com a falsa amizade.

Não que ela sentisse aquilo com a família governante. Mas esta festa era para os Presidentes das grandes corporações que eram benfeitoras das Raças, senadores e figuras políticas poderosas, bilionários e admiradores das Raças. E todos os olhos se fixariam nela, pois a maioria deles conhecia a simplória trabalhadora, a analista de contas, não a mulher que eles veriam hoje à noite.

-Eu poderia ajudar providenciar a segurança para a festa, ela disse a Mercury quando entraram no longo corredor. –Poderíamos encontrar um canto escuro e namorar.

-Você não está pensando em providenciar segurança. O canto escuro é uma possibilidade interessante. Ela ouviu o sorriso na voz dele. -E eu não estou trabalhando na segurança hoje à noite, pelo menos não de uniforme. Mas estarei observando tudo atentamente como representante dos Executores de Raça e um dos assistentes de Jonas. Ele sempre empurra para mim os tipos gordos e carecas que gostam de ouvir histórias de guerra.

Ela olhou para ele com o canto dos olhos. -E como você lida com isso?

-Eu normalmente rosno, mostro os caninos e os vejo correrem para se proteger, ele riu. -Até Jonas acha engraçado.

-Jonas.

Ela sentia suas mãos suando. Engalls e Brandenmore estariam na festa. Era óbvio que eles não conseguiram convites depois da ultima festa. Eles conseguiram este convite como conseguiram o anterior, mexendo nos pauzinhos invisíveis pedindo favores de última hora.

Quando Ria e Mercury viraram na esquina do corredor, outra porta se abriu mais à frente e Alaiya saiu do escritório de Jonas. O rosto vermelho de raiva e o queixo apertado quando encarou Ria.

-Oi outra vez, Ria murmurou.

Se não tivesse sentido a surpresa de Mercury, então com certeza sentira o cheiro quando ele a olhou rapidamente.

Ela quase mordeu o lábio. Sentiu a atitude de Raça se esticar dentro dela, em prontidão para defesa e ataque. Ela não liberou sua mente e foi guiada psicologicamente pela genética de Raça desde que era uma adolescente.

Mas Alaiya gelou quando viu. Seu olhar estudando Ria de alto a baixo, seu nariz inalando e seus olhos se enchendo de raiva.

-Raça! Ela silvou.

-Ai!Você acha que ela se refere a mim? Ria perguntou com falsa inocência quando a felina em seu interior rosnou em desafio.

-Inferno, Mercury murmurou. -Alaiya, afaste-se.

A outra mulher tomou a posição clássica de desafio, pés separados, mãos levantadas e encurvadas imitado garras.

Ria quase assobiou, mas saiu um som de surpresa, quando Mercury a empurrou para trás dele, falando com autoridade no minúsculo microfone em sua face, pediu reforços imediatamente e ordenou rosnando para Alaiya. –Eu te dei uma ordem, Raça! Retire-se imediatamente.

-Você realmente acha que preciso que você me proteja contra ela? Ria se apoiou contra a parede, espiando sobre o ombro dele e olhando com raiva e sorrindo triunfante para a outra mulher. -Eu posso cuidar dela.

Ela fez uma careta divertida para Alaiya, porém não havia nada de divertido subindo e se esticando dentro dela.

A expressão de Mercury ficou tensa de incredulidade ao olhá-la rapidamente.

-Nossos testes de acasalamento combinaram, Alaiya afirmou se aproximando, seu corpo preparado. -Você fede com o cheiro dela.

-Eu pensei que você cheirasse a uma Raça bonita como eu, Ria se sentiu forçada a indicar Mercury com uma ponta de diversão. –Colônia de Ria vai bem com seu cheiro de Raça, Merc.

-Pare! Mercury silvou quando Alaiya rosnou de novo

-Pegue ela Ria, e eu te darei umas boas palmadas na sua bunda em vez de nela. Uh-oh. Novamente havia aquela ameaça excitante em sua voz.

Ela relaxou contra a parede, virou a cabeça, para ter certeza que Alaiya visse claramente seu rosto e sua expressão, assim como as três Raças que vinham pelo corredor e Jonas apareceu na porta saindo de seu escritório e parou atrás de Alaiya.

Todos eles pareceram ficar congelados com o cheiro intenso que os envolveram. Ria sentia o cheiro nela. A raiva de Mercury combinava com a dela, o cheiro do acasalamento deles, seus hormônios sincronizados, o cheiro individual de cada um agora estavam misturados em perfeita unidade, combinados e ajustados um ao outro. E Alaiya. Ela era pura raiva e calor, um cheiro singular misturado com descontrole.

-Que diabos está acontecendo aqui? Jonas perguntou calmamente quando Alaiya rosnou de novo.

-Afaste-a dele! Alaiya apontou o dedo para Ria. -Eu exijo isto. Até que os testes de acasalamento fiquem prontos, eu exijo que ela seja separada dele

Jonas franziu a testa com surpresa quando Ria mostrou os dentes junto com um silvo olhando com raiva para ele.

-Tente, Ria rosnou. -Você não gostará das conseqüências, Jonas e ambos sabemos disso.

Porque Dane e Léo cairiam sobre ele como uma tonelada de tijolos. Ele, Alaiya e qualquer outro que ficasse entre ela e o seu companheiro.

Ela não se incomodou em rosnar, imitando o rosnado selvagem e continuo que saiam dos lábios de Alaiya. Simplesmente a encarou com os olhos apertados num desafio confiante.

-Alaiya, retorne para o quartel feminino, Jonas latiu. -Agora.

-Você está quebrando a Lei de Raça, a cadela gritou. -Você não pode separar casais acasalados e companheiros.

-Não foi acertado que você é alguma coisa de Mercury além de uma amolação, Jonas mordeu enquanto Mercury rosnava para Ria. Ela gostou quando ele fez isso.

-Eu não a deixarei aqui, reivindicando o que é meu!

Agora a raiva se tornou um cheiro amargo, feroz, picante, queimando a mente de Ria que lentamente se endireitou. Ela treinou com as Raças ferozes, lutou com eles e ao lado deles; sabia os sinais de uma Raça prestes a explodir. E Alaiya estava explodindo de raiva. O animal se quebraria e atacaria de qualquer maneira.

-Você voltará agora ao quartel! Jonas rosnou, seu rosto ficando selvagem quando sua agente executora Alaiya o desafiou, rosnando na cara dele desafiante.

Ria observou com interesse como o diretor de Negócios de Raça se transformava num feroz executor Raça, frio e eficiente como nunca. Alfa de Aço, a sua avó Elizabeth o chamava assim.

A mão dele se ergueu e envolveu o pescoço de Alaiya enquanto abria a porta do escritório e sem mais a lançou lá dentro fechando a porta e se virou para Mercury.

-Leve sua mulher para o escritório dela, ele ordenou. -Eu o avisarei quando isto for resolvido.

-Eu poderia ter cuidado perfeitamente dela, Ria anunciou entediada, o animal dentro dela se recolheu com decepção quando Jonas a olhou com uma sobrancelha erguida.

-Eu dei uma ordem, ele lhe falou suavemente.

Ria saiu de trás de Mercury, ignorando a surpresa de Jonas quando viu como ela estava vestida.

-Mas eu não sou nenhum de seus executores, Sr. Wyatt. Você não é meu líder de Clã e você não tem nenhum controle sobre mim, a menos que eu ouse desafiá-lo diretamente, ela o lembrou, saiu contornando Mercury quando ele rosnou advertindo. –E não duvide, eu cuidarei dela se me desafiar novamente.

Jonas a encarou pensativamente. –Que diabos aconteceu com você?

Ela sorriu. -Seu executor, meu companheiro. Talvez você deva discutir o problema com ele. Mas antes que você tente me dar mais alguma ordem sobre o que aquela felina lá dentro está interessada, então eu falaria com o Leo se eu fosse você. Porque você vai perder uma executora se ela me desafiar novamente.

-E como eu farei isso? Ele rebateu. -Alaiya é bem treinada, Ria. Ela não foi educada na cidade grande, ele falou com uma ponta de censura.

-E ela não foi treinada por Leo. Ela disse suave e com confiança. Pergunte a ele, Jonas. Veja o que está enfrentando antes de permitir que aquela mulher me desafie novamente. Porque eu a matarei.

-Digo a ele, amor? Dane se uniu à reunião. Apoiou-se contra a parede e arqueou as sobrancelhas, o longo cabelo castanho-dourado caindo sobre uma sobrancelha quando ele apertou o charuto entre os dentes.

-Este lugar está se tornando um jardim zoológico do caralho. Jonas fez uma careta antes de escancarar a porta e rugir. -Porra Alaiya pare agora antes que eu prenda você.

As rosnaduras de Alaiya, seu rugido felino e os sons de arranhões na madeira começava a acabar com sua paciência.

Dane observou Ria, seus lábios se abriram num sorriso vendo toda a sensualidade e o poder sexual que Ria possuía aparecendo em seu andar, as pernas longas, as roupas que mostravam a Raça excepcional e seu condicionamento físico.

Essa aqui é que era a sobrinha dele, que ele desejou por tanto tempo ver de volta. Aquela mulher que o tinha deixado louco, sempre tentando mante-la longe de problemas quando era adolescente. Ela agora estava madura e aquela maturidade ficou muito malditamente bem nela.

-Jonas, meu amigo, que ele suspirou. -Desde quando Leo emprega empregados ineficazes?

-Eu não me preocupo se eles empregam clones de robô projetados para negociar e esfolar, Jonas mordeu. -Espero que ela obedeça minhas ordens de comando enquanto ela estiver dentro do Santuário. Fim, Dane. A hierarquia aqui está estabelecida e suas regras não significam porra nenhuma para mim, mais do que Leo. Ela vai se retirar.

-Ela não vai, Ria falou com calma. -Ela é uma executora e uma Raça. Ela sabe o desafio que está fazendo. Eu posso ter sido uma pessoa tímida, Tio Jonas, ela rosnou suavemente, mas eu nunca tive medo de lutar. Informe sua executora de suas regras e sua hierarquia. Não a mim.

Mercury soltou a respiração sem som, orgulho feroz, esmagador enchendo seu peito quando olhou para Jonas, ergueu uma sobrancelha e sorriu. Inferno sim. Essa era a sua companheira.

-Alguém deveria dar um tiro em você.Jonas rosnou para ele.

-Me de um tempo, Ria disse se afastando dele. -Eu posso cuidar dele.

Mas o olhar de relance que ela deu a Mercury era qualquer coisa menos assassino. A menos que ela pretendesse matá-lo com sexo. Uma Raça podia morrer de felicidade? Nesse caso, pensou ele, inferno sim.

 

Ria entrou no escritório, segurou a porta enquanto seu companheiro entrava, então bateu a porta.

Ela o atacou. Ela estava queimando, consumindo de desejo e ele retribuiu, beijo com beijo, dando a ela o gosto selvagem de sua fome enquanto arrancavam as roupas um do outro.

Agradecida por nada foi rasgado naquela hora, mas em segundos ela estava dobrada sobre sua mesa de arquivo, o pau do seu homem empurrando exigentemente dentro dela.

-Toma, ele rosnou à orelha dela. Porra. Você é infernal. Você está tão quente gatinha. Te desafio, Ria. Eu te desafio.

Ela arqueou os quadris contra ele. Ele não tinha que desafiá-la; ela sentia o desafio enchendo-a enquanto os quadris dele batiam contra o seu, enterrando o pau completamente até o fundo quando ela virou a cabeça e o beliscou no queixo.

Na primeira chance, ela deixaria seus caninos crescerem e afiar. Era natural. Eles tiveram que ser serrados mensalmente. Ela tinha caninos bonitos. Sabia que tinha. Perfeitos para morder, unhas perfeitas para arranhar.

-Me segure. Ele se enterrou todo nela, enfiando a pica até o fundo, estocando brutalmente contra ela, logo o braço dela envolveu seu pescoço, o corpo dela se contorcendo contra ele e o beijando novamente. Queimava com o desejo mais luminoso, mais quente.

Sexo duro e rápido, o prazer foi brutal, os engolfando sem controle, o desejo correndo solto quando ela gozou com o primeiro orgasmo, que contraiu dentro da vagina até o fundo do útero dela, explodido no clitóris. O segundo rasgou a mente dela, o gozo a envolvendo e Mercury teve que rugir quando gozou, se trancando no fundo dentro dela, imobilizando-a sob ele, a lingueta engrossou e se alongou do pau e então o êxtase puro explodiu e os envolveu.

Ela gritou o nome dele. Felino, possessivo. Ela sentia aquela posse e a amedrontou. Se apoderando dela. E ela soube que estava perdida para ele.

-O que diabos aconteceu? Mercury perguntou arquejando sobre dela, os lábios colados em seu pescoço enquanto esperaram a lingueta se soltar, recuar na carne dele.

-Calor de acasalamento. Ela se esparramou contra a mesa, debruçada e respirando forte.

-Eu ainda estou vestido, ele grunhiu. -Inferno, eu nem mesmo desci minha calça até os meus tornozelos.

-A minha também. Sua roupa esta toda enrolada nas coxas, expondo o traseiro e sentia as calça dele pressionando sua bunda, mas ela não reclamou por isso.

-Então me diga companheira, ele rosnou, beliscando o pescoço dela, você realmente acha que acabará me dando um tiro?

Ela sorriu com o ressentimento masculino na voz dele. -Provavelmente com sua própria arma.

Porém ela não estava pronta para outro assalto de sexo bruto. Estava saciada, relaxada agora, o calor de acasalamento se acalmou, baixando o fogo devorador de antes..

Ele beliscou seu pescoço novamente, fazendo-a sorrir de satisfação, respirou forte quando ele se levantou, puxando o pau do interior da xoxota satisfeita.

-Fique quieta. A mão dele pressionando o traseiro dela.

Não havia nenhuma necessidade para isso, de qualquer jeito, não sabia se conseguiria se mover. Um segundo depois ela sentiu os movimentos suaves de uma toalha de mão entre suas pernas.

Ela encarou a parede, emoções pouco conhecidas a envolveram quando ele limpou a prova do acasalamento deles.

-Por que você está fazendo isso? ela lhe perguntou, franzindo a testa. -Eu posso me limpar.

- Fique quieta, companheira, eu tenho prazer em cuidar de você. Ele abaixou a cabeça e deu um beijo em uma das bandas da bunda arredondada e totalmente feminina e depois beliscou suavemente a outra banda, depois se endireitou.

-Você é muito estranho por isso. Ela se levantou, endireitando as roupas sem olhar para ele. Ela se sentia muito vulnerável agora e também sem equilíbrio.

O sexo era uma coisa; mas o modo como ele a tocou, o jeito como ele limpou seu traseiro era completamente diferente de tudo que experimentou.

- Gatinha independente, ele rosnou enquanto ia para o pequeno banheiro.

Então algo atraiu o olhar dela, fazendo- a apertar os olhos e soltar uma rosnadura quando ela viu.

Mercury voltou ao quarto, observou e gelou. A coberta que tinham posto sobre a câmera de vídeo ainda estava lá quando saíram do escritório mais cedo, agora tinham tirado.

-A porta estava trancada quando entramos. A voz dele era dura, cruel ao encarar a câmera. -Não havia nenhum cheiro incomum, nada para indicar que alguém esteve aqui dentro.

-Alguém obviamente esteve aqui, ela murmurou, indo até a escrivaninha e correu as mãos sobre a superfície e embaixo e puxou as gavetas.

Estreitando os olhos sobre ela, Mercury agarrou a jaqueta dela, e a lançou sobre a câmera e puxou o pequeno detector eletrônico do bolso de sua calça o ligou e começou guiá-lo e percorrer todo o escritório.

Ria continuou correndo suas mãos embaixo da sua escrivaninha procurando mini-escutas ou microcâmeras, procurando de cima para baixo.

-A sala está limpa, Mercury anunciou.

Ria parou. Ela tinha achado o que estava procurando.

-Verdade? Ela puxou o pequeno dispositivo de áudio embaixo da escrivaninha no fundo e segurou na palma da mão para examinar. A luz indicadora estava desligada, o dispositivo desativado, por enquanto..

Um rosnado estrondeou da garganta dele.

-Pare de rosnar, ela murmurou, examinando o receptor minúsculo cuidadosamente. –Isso não foi desenhado e fabricado pela Vanderale, nem é algo que a Lawrence fez. Vocês usam os dispositivos de alguma outra empresa? Ela sabia que o Santuário tinha muitos acordos políticos, mas contrato legal era exclusivamente com a Vanderale e a Lawrence Industries.

-Não que eu saiba. Aproximou-se dela, pegou o dispositivo e cheirou devagar, os olhos se apertando. -Tem um cheiro sobre ele, mas não posso detectar ele.

-Está morno, ela mostrou. –Estava ativo.

-Até que eu cobri a câmera de vídeo de vigilância, ele estalou. –Vamos!

Ela sabia aonde eles iam.

Ria rapidamente arrumou sua roupa enquanto Mercury saia do escritório, com a mão sobre a arma e falando calmamente no link ele imediatamente ativou em seu ouvido. Falava com pequenas interrupções em seu minúsculo microfone que contornava um lado de seu rosto enquanto andavam rápido pelo corredor, indo para a sala de segurança.

Quando se aproximaram da pesada porta de aço que protegia os sensíveis equipamentos de controle da segurança, Jonas avançou depressa do outro lado do corredor, com seis agentes executores da sua unidade seguindo-o de perto, com armas preparadas.

Jonas passou seu cartão de acesso sobre a fechadura de segurança eletrônica e esperou o scanner fazer a leitura em sua retina, em seguida, pressionou sua palma sobre a placa e esperou pela luz verde.

Quando o painel acendeu, ele abriu a porta. O cheiro que todos sentiram era inconfundível. Jonas imediatamente deu ordens concisas enquanto entravam na sala, caminhando lentamente, com atenção ao redor do corpo caído no chão, exibindo seus intestinos e olhando o teto   exibido, seus olhos estavam arregalados e cheios de horror, encarando o teto sem ver.

Austin Crowl. Seu sangue manchava o chão metálico, o fedor da morte o cercava enquanto Ria o olhava.

-Onde estão os assistentes dele? Jonas atravessou a sala, parou na porta para a outra seção e a abriu cuidadosamente.

Eles estavam lá. Um levou um tiro e o outro estava com a garganta cortada de uma ponta a outra.

-Contate o Lider das Raças Lyons. Inicializar a introdução do Comando Alfa, e comece o posicionamento. Nós fomos comprometidos.

Por alguém entre eles.

Ria encarou Mercury, vendo como seu companheiro e amante se transformava no executor. Olhos duros, frios, traços selvagens.

Jonas virou para Ria. -Você pode trabalhar este equipamento?

Ela acenou com a cabeça. -Eu posso.

-Entre aqui e acesse os arquivos de segurança. Eu quero saber o que eles viam, quem entrou aqui e como alguém conseguiu matar meus homens.

Ela entrou lentamente na sala, olhando Crowl com um senso de raiva e tristeza. Ele foi um sórdido e pequeno tirano, mas não merecia isto.

- Lider Lyons está iniciando Comando Alfa. Dane Vanderale está vindo para nossa posição; Leo Vanderale, sua esposa e os bebês estão seguros nos laboratórios, a força de segurança deles instalada.

-Vamos trabalhar. Jonas apontou o dedo na direção dos monitores. -Nós temos quatro horas antes desta maldita festa e eu quero saber que diabos está acontecendo. Agora!

Ele não era o único.

Comando Alfa é um procedimento de guerra em que se retiraria todas as esposas e crianças e a família do governante do Santuário para um local seguro por uma pessoa de total confiança, do conhecimento apenas de Callan, Jonas e do executor da força de segurança nomeada para o procedimento. Se Jonas decidisse que era necessário, podia forçar Callan a seguir o mesmo plano de evacuação. A proteção de toda a família governante estava sob a sua proteção e ele não hesitaria em usar sua autoridade neste caso sobre Callan.

-Este é um equipamento Vanderale, Ria murmurou, correndo os dedos nos teclados, tentando codificar os protocolos de segurança especial que o equipamento estabeleceu quando foi inicializado antes . -Eu preciso de Dane aqui. Este é um dos seus bebês. Você tem uma copia de segurança, mas você também tem um conjunto de protocolos para manter a segurança, não importa o quê. Protocolos que os técnicos não tinham conhecimento. Só Callan sabia o que eram.

Jonas deu-lhe um olhar profundo e pensativo. -Porque eu não fui informado desta situação?

-Necessidade de saber. Ela sorriu e agitou sua cabeça. –Seja quem for que fez isso, eles serão pegos, Jonas. O Santuário é a uma das prioridades de Léo. Você tem o melhor, a toda a volta, e este bebê. Ela introduziu novas ordens de comando ao programa do sistema, observando o código exibido quando ele subiu. – Este bebê dança!

E lá estava. Cinco níveis de segurança ativa, registrando agora. Ela só precisava de Dane para ajudá-la a terminar na varredura final agora.

O monitor brilhou, as imagens da última varredura chegando. Apareceu o escritório dela, transmissão gravada. Escritório de Callan, mostrando Dane, Callan e os homens da família governante, numa conversa sobre a sua escrivaninha, uma hora atrás, gravado, embora as salas não fossem autorizadas para a gravação.

E as crianças. Lá, o quarto para onde foram levadas as crianças do líder das Raças e as outras crianças do Complexo apareceram na tela.

-Mova Alfa seguro para três ponto sete, Jonas ordenou enquanto Ria trabalhava velozmente nos teclados, puxando informações da segurança atual.

-As crianças são consideradas de máxima prioridade por Leo, Elizabeth e os gêmeos estão lá agora. Eu preciso de Dane imediatamente na linha.

Mercury prendeu seu fone de ouvido à orelha dela.

-Relatório. A voz de Dane era dura. –Estou a caminho de sua posição. Alfa um e destacamento protegidos.

-Eu preciso de você aqui. Sem transmissão de fora, somente interna. O equipamento foi adulterado, mas os protocolos de segurança ainda estão em vigor. Eu preciso que você descubra onde as transmissões estão programadas para percorrer. Elas foram re-encaminhadas.

-Execute uma varredura completa do sistema e ela deverá exibir quando eu chegar. Vamos localizá-lo e queimar o maldito responsável.

Ela entrou com o comando, trabalhando furiosamente mantendo os olhos nos monitores de segurança que começaram a voltar on-line. Cada sala da mansão foi programada, menos quartos e banheiros. Foram exibidos a sala de estar, o salão de baile, áreas principais e corredores.

Ela viu Dane caminhando para o centro de segurança, a força de segurança de Leo a postos dentro e fora da sala da suíte onde Leo, Elizabeth e as crianças estavam. Estavam sendo escoltadas as companheiras para aquele quarto, as mães das crianças que corriam tanto perigo quanto seus filhos.

-Isto não é sobre as crianças, com informação a respeito delas, ela mordeu, falando mais para ela mesma enquanto continuava teclando, observando e analisando o sistema alternava nos computadores adulterados. -Por que levar as crianças se eles têm a informação que precisam? Por que correr este risco? Por quê? Padrões, ela continuou resmungando para si mesma, pouco atenta ao silêncio na sala enquanto lia as informações que corriam pela tela do computador. -Sempre padrões. Onde você está? Você está aqui, bebê, eu te sinto mover-se. Venha. Dê para mim.

Mercury a ouviu, inclinando-se para ela. O sussurro do sotaque, o tom curiosamente sensual da voz carinhosa dela enquanto teclava os comandos e trabalhava no sistema, o espantou.

Ele nunca tinha visto ou ouvido nada como aquilo. Enquanto ela trabalhava, acariciou, bajulou, pedindo para a informação aparecer, e finalmente começaram a ser exibidos.

Eles viram quando a Raça caminhava pelo corredor, o jaleco de laboratório escondendo as armas que estavam embaixo.

A porta para o centro de segurança abriu.

-Aí está você, entre. Nós montamos uma mesa de jogo lá na parte de trás. Vou recuperar meu dinheiro hoje à noite de você, Austin gritou de alegria.

A Raça sorriu, entrou e o monitor mostrou a matança que começou. Dane entrou na sala, caminhou e se sentou no centro de controle ao lado de Ria.

-Você está pronta, amor? Ele perguntou a ela suavemente.

Eles fizeram uma pausa. -Um. Dois. Vá.

Os dedos dos dois começaram a teclar comandos idênticos, simultaneamente no teclado e depois “Entre”

-Doce Deus, Jonas sussurrou ao ver o grupo de informações aparecerem em menos de um segundo depois. –Santa Mãe de Deus.

Dane e Ria o ignoraram. Eles trabalharam nos seus teclados, alimentando com ordens de comando, apressados em apagar informação codificada para se tornar impossível apagar, transferir ou interceptar.

Eles não queriam as crianças. Eles não queriam Leo. Esta informação era muito mais destrutiva. Os arquivos de fonte alimentados diretamente dos computadores do laboratório foram programados para processar e alimentar a uma outra posição, em outro local: acasalamentos, testes de protocolos e resultado de cada arquivo, toda porção de informação que trata de calor de acasalamento, a diminuição do envelhecimento entre acasalados e os resultados nas crianças híbridas, incluindo reações químicas genéticas e exames de DNA completos.

-Desgraçado!Dane amaldiçoou.

-Cuidado com a boca, Ria murmurou e continuou trabalhando.

Seus dedos voaram pelos comandos, enquanto trabalharam as informações foram apagadas, pagina por pagina, continuando a limpar, a transmissão exibida falhou.

A ultima traição, por um que eles confiaram.

“Transmissão falhou. Por favor, verifique as configurações de rede.” Esta mensagem exibiu um segundo antes da tela ficar totalmente branca.

-Seu sistema oficialmente caiu, Dane falou com voz arrastada, mas seu tom era selvagemente duro quando ele puxou um charuto do bolso de sua camisa, acendeu-o e estreitou os olhos no monitor onde a face do culpado agora estava exibida. -Eu posso matá-lo, o que você acha? Eu teria prazer em fazer isso.

-Então eu farei, Jonas rosnou. –Então eu farei.

 

Os convidados da festa não tiveram nenhuma idéia do que acontecia nos corredores subterrâneos onde as Raças estavam em alerta ou circulando pelo grandioso salão de baile e a sala de bufê. Eles não tiveram nenhuma idéia do perigo que se esgueirou entre eles ou dos traidores que jogavam um jogo que podia destruir muitas Raças e até mesmo humanos inocentes.

O plano para capturar algumas poucas Raças era simples, contudo tanto dependia da coordenação de todos os envolvidos. Se eles sentissem falta de um suspeito ou conspirador, então o plano inteiro estaria perdido. Eles não podiam aceitar isso. Eles não podiam deixar isso acontecer tanto quanto não podia deixar um único traidor inexplicavelmente desaparecer sem prestar contas.

Leo e Dane tinham relatado que o Conselho infiltrou traidores até entre as Raças resgatadas de seu Clã. O Conselho sempre era grande em colocar traidores entre as manadas e grupos pequenos, Raça especialmente treinada, especialmente fraca de cabeça e treinada com toda segurança para fazerem somente o que o Conselho programou para eles. Como essa Raça que tentava trair Santuário agora.

Exceto que não era pelo Conselho. Era por ganância. Pelo dinheiro que achavam que ganhariam, e a desonra de ter destruído a própria comunidade deles sem a ajuda do Conselho.

Callan e Merinus estavam na única entrada para o salão de baile, calmos e com toda aparência de que não sabiam da trapaça que fermentava e se desenrolava no Santuário. Mas eles sabiam e Callan já tinha proferido uma única sentença para as Raças que forem presas. Eles morreriam. Nenhuma exceção, nem mesmo para mulheres.

Merinus Lyons estava graciosa e cortês como sempre seu cabelo marrom estava preso num penteado sofisticado, exibia seu pescoço esbelto e o lindo colar de pérolas. Ela usava um vestido de bola que conseguiu ser fantástico e elegante, a varredura de material de bronze que flutua ao redor dela.

Roni Andrews estava com o companheiro dela e marido, Taber. Taber era vestido em um smoking preto, mas Ria soube as armas escondidas em baixo disto.

A família inteira do governante estava presente.lá, inclusive Dawn Daniels e o noivo dela Seth Lawrence. Eles se moviam entre os convidados, sorrindo, conversando,cumprimentando, mas a tensão estava lá. O cheiro da tensão teria sido detectável se não fosse por muitos dos convidados que estavam nervosos, alguns deles conheciam as Raças e a família governante pela primeira vez.

Ria envolveu sua mão no antebraço de Mercury, caminhando de braços dado com ele pela sala, seu longo vestido de noite de veludo esmeralda se arrastava majestosamente no chão do salão cheio, o olhar dela correu pela sala, achando vários do pessoal de segurança que Leo trouxera com ele.

-Você está com uma aparência quente demais, Mercury reclamou com um rosnado divertido quando olhos masculinos viraram para ela, refletindo interesse e logo depois medo quando o companheiro Raça rosnou para eles.

Mas ela ouviu o tom orgulhoso em sua voz. Por alguma razão, ele tinha prazer em ver sua genética animal, que portanto tempo ela controlo, mas que tinha vindo a tona desde que ele se acasalou com ela.

-A culpa é sua, ela o lembrou com voz baixa, e ela quase caiu na risada quando ele deu uma pequena palmada de advertência na bunda dela.

-Não me lembre. Eu estou pronto para explodir do jeito que você anda.

E ele estava. Ele estava duro em baixo do novo uniforme de gala e pronto para ela. Ele sempre estava pronto para ela, da mesma maneira que ela estava para ele.

Ela sorriu ao pensar nisso, se aqueceu com isso enquanto tentava se concentrar na segurança posicionada ao redor da sala.

Havia a expectativa da presença de Executores de Raça locais para tais eventos, mas ela sabia que havia mais deles em prontidão e fortemente armados.

Horace Engalls estava presente com sua esposa, na pista de dança entre a multidão, a expressão dele presumida, arrogante. Brandenmore estava dançando com nada menos que Alaiya, a Raça determinada a tomar o homem de Ria, mas Ria tinha decidido que não havia uma chance no inferno que ela deixaria a outra tomá-lo dela.

Exatamente quando se decidiu, Ria não sabia ao certo. Ela esteve pensando em ir embora de uma vez, e deixar Mercury ter a companheira que desde o princípio foi destinada a ele.

Mas ele não a deixou ir embora. Ele tinha entrado em seu coração e na sua alma e libertou uma parte dela que ela tinha jurado nunca libertar.

Ele era dela. Isso era definitivo. E agora ela faria Alaiya Jennings entender isso completamente, não importa o que os resultados dos exames mostrassem, Mercury nunca pertenceria a ela.

Mas isto ela cuidaria depois.

Ela e Mercury caminharam entre a multidão, se aproximando o suficiente de Roni Andrews e Merinus Lyons no caso de um ataque a tiros.

Eles não estavam contra uma Raça, mas várias. Quando Dane começasse a puxar os arquivos e decodificar com o programa espião, localizando movimentos e reuniões, eles encontrariam o que precisaram.

Padrões, sempre havia padrões e este tinha uma forma muito simples, baseado na arrogância completa e a certeza que eles tinham conseguido pegar toda a informação eles precisaram relativo à segurança do Santuário. Peritos técnicos, esses traidores não eram. Caso contrário, eles teriam percebido que sempre havia protocolos de recuperação de dados inseridos dentro de qualquer sistema de segurança. Especialmente um sistema Vanderale. Tecnologia de última geração era o jogo dos Vanderale e eles faziam isso melhor que qualquer um no mundo inteiro.

Jonas, Callan e Merinus estavam perto da entrada do salão de baile e lá estavam também Mercury e Ria se posicionaram atas deles fazendo um círculo fechado entorno do casal governante até entrarem no salão de baile.

Junto com Taber e Roni, eles cumprimentaram os convidados, sorrindo, os anfitriões perfeitos.

Quando Ria e Mercury se posicionaram atrás da família Lyons, Ria enrijeceu.

Ely Morrey apareceu na entrada, vestido num longo vestido preto, o cabelo penteado de modo muito atraente em torno do rosto dela. Ela parecia sociável e agradável, até que Ria viu seus olhos.

-Isto é mal ela sussurrou vendo Jackal de afastar de Jonas para ir até a doutora. -Ela chegou cedo.

Eles não esperavam aquilo. E se sua aparecia indicasse algo, ela parecia mais agitada que antes. Ela não deveria ter chegado se não somente mais tarde. Esperançosamente, não.

Jackal parou ao lado de Ely, ele dobrou sua cabeça morena quando sussurrou algo na orelha dela. Pedindo que permitisse que ele a escoltasse até o quarto dela.

Tristeza encheu os olhos de Ely. Traição, medo e lágrimas quando se virou e olhou para Jackal. A expressão dele era muito curiosamente suave para um homem que Ria sabia que não era nem um pouco suave e menos ainda carinhoso.

-Por favor, Ely, ele sussurrou. -Por mim.

Eles tiveram só um segundo de aviso. Antes que Jackal pudesse reagir, Ely agarrou as bolas embaixo do pau dele num aperto duro e grudou o aparelho de choque no pescoço dele, o vendo cair ao chão. Soltando-o, ela puxou uma arma de suas costas, debaixo da capa preta que ela usava sobre o vestido e apontou para Jonas.

Os convidados que estavam perto gritaram. Uma mulher xingou e um outro declarou em voz alta que as Raças não podiam mesmo ser civilizadas.

Executores estavam se posicionando. Callan e Taber puxaram suas esposas para trás deles; os convidados gritaram quando o movimento para sair do salão de baile foi impedido pelo fato que a única entrada estava agora guardada por uma cientista das Raças de olhos duros e selvagens, e só restava a sala de bufe anexa para conseguir se proteger lá dentro

-O que você está fazendo, Ely? Jonas a encarou friamente. –Retire-se e volte para seus aposentos.

Ela sorriu zombando dele, a arma automática letal apontada para o coração dele. Ela parecia pronta para usar aquilo. Fanatismo e ódio queimavam em seu rosto.

-Não me de ordens para retornar aos meus aposentos, seu maldito gato fodido, ela cuspiu. –Manipulador de merda. Vai destruir a todos nós

Os convidados ofegaram, e as Raças que cercaram ela por trás rosnaram.

-Eu tirarei o seu coração de seu peito, Jonas, que ela rosnou. -Eu não o deixarei fazer isto com o Santuário.

-Ely, você está descontrolada. A voz dele, apesar de toda sua bondade, vibrou num tom duro, frio de fúria. –Me dê a sua arma.

-Eu vou te dar um tiro, ela o avisou tirando uma seringa da manga larga de seu vestido. -Diga para o Mercury injetar isto no braço dele. Ela lançou a seringa. Jonas pegou facilmente e encarou a seringa.

-O que é isso, Ely?

-Veneno para o sistema de uma Raça, ela respondeu facilmente. -Parará o coração dele imediatamente e deixará o resto do sistema dele limpo. O deslocamento feral nunca ameaçará novamente o Santuário e quando eu o dissecar, eu o analisarei e descobrirei o que preciso para garantir que nenhuma Raça seja infectada.

-Você mataria o Mercury? Jonas perguntou.

A mão de Ria apertou o braço de Mercury sentindo o choque dele. A dor dele. Ely era sua amiga, ela sabia. Em quem confiava. E confiança não vinha facilmente ao companheiro dela.

-O que será da mulher dele, Ely? Você o afastaria dela?

Atrás deles, as Raças levaram os convidados para a sala de bufe, cuidadosamente separando Engalls e sua esposa e Brandenmore da multidão. Isolando-os deles. Eles tinham que ficar isolados, contidos.

Ely levantou a arma até que fosse na altura do coração de Jonas. –Injete em você, Mercury, ou ele morre.

Mercury se moveu para se afastar de Ria.

-Não! Ria assobiou. -Não perderei você assim.

Ele faria. Ela viu na cara dele. Se tomar aquilo fosse para garantir a segurança do Santuário, então ele faria.

-Seu primeiro dever é comigo, não com ele, ela gritou.

O maxilar dele enrijeceu e se moveu, seus olhos fixos em Ria, a avisando. Ela sentia a ligação entre eles, um laço tão forte que ela nunca se permitiu a se ligar com ninguém antes. Como se fosse, seu espírito ligado ao espírito dele, ele se comunicava com o espírito dela agora, prometendo a ela que tinha um plano.

Por Deus, ele tem melhor um plano e morte não era uma opção.

Lentamente ela soltou o aperto de seu braço, cheia de medo. Ela não deixaria isso acontecer. Ela não o deixaria fazer aquilo.

Como o soltou, ela pegou um movimento com o canto do olho. Duas figuras andando para alé da entrada do salão de baile, indo para o longo corredor que leva às portas principais. Todos os Executores de Raça estavam ocupados, saíram do salão de baile para proteger os convidados e a família governante.

Mercury chegou ao lado de Jonas. Alaiya Jennings se moveu lentamente no lugar que atraiu a atenção de Ria.

Em três, Ria falou devagar movendo os lábios, seu olhar se fixando em Ely lentamente.

Alaiya acenou com a cabeça num movimento lento, sutil.

Mercury pegou a seringa de Jonas.

Um. Dois. Eles saltaram.

Alaiya chamou a atenção de Ely enquanto Ria se movia para tomar a arma. Jonas bateu na arma. Ele torceu a arma da mão da doutora, e a pegou e a lançou para outra Raça enquanto rosnava: -Segure.

Eles correram do salão de baile e pararam de repente, com surpresa.

Dois assistentes de laboratório, um homem e uma mulher, estavam inconscientes no chão do vestíbulo enquanto Dane se afastava , com um charuto entre seus lábios, os braços cruzados sobre o peito poderoso e sorrindo para eles.

Ele ergueu a mão, mostrando entre seus dedos o que segurava, um pequeno chip externo.

-Decodificador. Ele sorriu. -Nós informaremos a Engalls e Brandemore da penalidade por foder com o Santuário?"

-Filho da puta, Jonas mordeu.

Dane ergueu a sobrancelha. -Eu espero você não esteja se referindo a mim, irmão. Eu posso ter que fazer uma exceção.

Lawe e Rule se materializaram de repente, prenderam as mãos dos assistentes de laboratório, apesar de inconscientes, e os puseram sobre seus ombros..

-O que faremos com a Ely? Mercury rosnou.

Jonas suspirou. –Coloque a na cela da prisão. Ele moveu a cabeça tristemente. -Inferno, eu estava esperando alguns dias com ela livre para essa merda limpar de sua mente. Mas só piorou.

Aquela droga. A droga que ela tinha abastecido o laboratório. Elizabeth informou que tinha achando aquilo entre os analgésicos e aspirinas vendidos diretamente sobre a escrivaninha de Ely só horas atrás. Eles sabiam que estava sendo abastecido de alguma forma a ela; eles só não entendiam como.

-Prisão será mais fácil. Elizabeth andou pelo corredor. -Eu cuidarei dela, Jonas. Eu examinei Jackal- quando ele acordar terá uma forte dor de cabeça pelo choque, mas ele ficará bem.

Jonas concordou com a cabeça e se voltou para Ria e Mercury, o olhar dele cheio de cansaço e tristeza. -Eu os deixei chegar até ela, ele sussurrou. -Inferno, eu mesmo investiguei esses dois. E ainda assim permiti que esses cretinos do Conselho chegassem até ela.

Ria sentiu os braços de Mercury a cercarem, a puxando para o peito dele, seu calor e segurança a envolvendo inteiramente.

-Eles foram treinados para enganar, todas as Raças foram Jonas, ela disse suavemente. –Checar eles sempre não é o bastante. Não somos nem um pouco diferentes dos que não tem a genética das Raças, apenas um pouco melhor no que fazemos ás vezes.

-Inferno! Ele mordeu novamente, passando as mãos nos cabelos escuros antes de fitar ao redor do vestíbulo.

Estava orgulhoso, altivo e enojado. O smoking preto que usava estava amassado; uma mancha de sangue manchava o punho de sua camisa, e sua expressão estava marcada com o peso em seu coração.

-Perder Ely seria doloroso, Jonas sussurrou finalmente. -Reze a Deus, para que Elizabeth possa concertar isto.

Rezar, isso era tudo que qualquer deles podia fazer. Ria concordou suas mãos se fechando em cima das mãos de Mercury quando ele as apertou contra o estômago dela, se colando contra as costas dela. Seguro. Quente.

Deus, ela podia tê-lo perdido. Se Ely em vez de Jonas, ela tivesse apontado aquela arma para Mercury, ela talvez não hesitasse em puxar o gatilho. Estava determinada em ver ele morto por uma doença que na verdade ele realmente nunca sofreu.

-Acho que estou pronto para deixar essa festa, Mercury falou na orelha dela, acariciando a concha enquanto o calor e a força dele a enchiam de força. -Os sujeitos foram capturados e esse vestido está me deixando louco.

Ela quase sorriu. -Sim, acho que estamos prontos para deixar esta festa.

-Eu acho que todos nós estamos, Jonas expirou asperamente. -Infelizmente, nós temos os convidados.

-E eu estou de folga e no calor de acasalamento, rosnou o Mercury. -Eu estou levando minha mulher para nossa cabana.

Porque a adrenalina correia dentro dela, combinando-se com o calor de acasalamento agora que o perigo tinha passado, agora que as Raças dispostas a destruir sua própria sociedade estavam presas.

Jonas concordou com a cabeça quando ele se virou. Ria virou, vendo quando ele andou até a entrada do salão de baile, parando quando Callan levava Ely em seus braços indo para o corredor.

A doutora estava inconsciente, seu rosto branco como papel, o fio de sangue sob o nariz dela provava o fato que a drogaram com uma droga potente para destruir a mente brilhante que ela possuía.

O rosto de Callan parecia esculpido em pedra; a esposa dele tinha o rosto molhado com lágrimas enquanto seguia atrás dele. Ely era uma parte apreciada da comunidade; ela era a esperança deles, pelas pesquisas e resultados sobre a própria fisiologia das Raças e ela era uma amiga.

-Ela sobreviverá, Elizabeth? Ria perguntou quando sua avó foi até ela, com Léo logo atrás dela em seus calcanhares, como ele sempre fazia.

-Se ela for bastante forte, Ria. Se ela for bastante forte.

Elizabeth bateu levemente em seu braço e se afastou, o braço de Leo logo envolveu sua esposa a puxando para perto dele enquanto seguiam Callan e Merinus.

Segundos depois, Horace Engalls, a esposa dele e Phillip Brandenmore foram escoltados do salão de baile sob a guarda de um executor, as expressões deles furiosas e apavorados.

Acabou, Ria pensou. Quando Mercury a virou para a porta e eles caminhara para deixar a festa, ela se deixou levar por Mercury, com o pensamento que finalmente tudo tinha acabado.

-Nós temos aproximadamente oito horas, Mercury rosnou na orelha dela quando entraram na limusine e o executor indicado para dirigir o carro deles os levou da festa que quase tinha se transformado em um banho de sangue. -Você acha que isso é bastante tempo?

Ele a ergueu até o colo dele, curvou sua cabeça sobre os lábios dela e a lambeu, com fogo, com doçura.

-Eu não o deixarei ir, ela sussurrou. -Eu não posso.

Ele tocou o cabelo dela, seu rosto. -Você acha que eu quero ser livre, Ria?

-E se ela for sua companheira? E se os primeiros testes estavam corretos, e significar que ela é a sua companheira?

Ele negou com a cabeça. -Ela não é minha companheira, Ria. Jamais. Ela nunca foi. Eu estou segurando minha companheira agora em meus braços.

-Eu amo você, Mercury, ela sussurrou com um soluço suave, quase sufocado. -Eu amo você demais.

-Nunca é demais, minha doce Ria, nunca é demais.

 

O animal não rondou. Não abaixou e luziu. Suspirou em satisfação, via sua companheira pelos olhos do homem, sentindo o animal da mulher que estendia a mão para ele.

O animal no homem ronronou, não ignorando a surpresa do homem quando o som retumbou em seu peito. Mas a mulher ronronou em resposta e ela riu com uma ponta de lágrimas.

Atrás dos olhos dela, dentro das profundidades inconscientes do ser dela, a companheira do animal o encarava feliz.

Eles eram animais contidos. Partes escondidas do homem e da mulher que já não eram forçados a silenciar. Genéticas, sim. Elas eram uma parte deles, contidos no espírito do homem e da mulher, separados , mas completamente unidos. E acasalados.

Animal com animal. Homem com a mulher.

E quando o homem levou sua companheira para a cabana deles, a pôs suavemente na cama deles e quando completaram a união de seus corpos como desejavam, os animais se uniram.

Eles estavam juntos como sempre esteve destinado para ser. Alma para alma. Coração para coração. Vivo e pulsando. Eram Raças e eles estavam orgulhosos.

 

Dois dias depois

O laboratório estava fresco para proteger o equipamento sensível que não precisava do calor que Ria mostrava. Ela sentou na maca de metal, se forçando a relaxar enquanto Mercury se apoiava contra a parede e a olhava silenciosamente.

Alaiya tinha exigido que os testes de acasalamento fossem completados depressa, principalmente porque sua estabilidade na Agência de Negócios de Raça estava sendo reconsiderada. Ela sabia que seu caminho era sair. Não fora do Santuário talvez, mas fora dos níveis superiores de hierarquia das Raças. Ela tinha ignorado as ordens de comando do chefe dela. O desafiou. E ela tinha perdido controle durante a última confrontação com Ria.

Executores Raça sempre tinham que manter o controle, até que o auge do calor de acasalamento ficasse estável. Ela não ficou estável.

-Vocês são companheiros. Elizabeth entrou no escritório que usava enquanto supervisionava o serviço de Ely no Santuário.

Elizabeth Vanderale estava em seu elemento aqui. Trabalhando com Raças, acrescentando ao seu conhecimento e experiência, assim como também Ely.

-E Alaiya? Ria sabia que era a companheira de Mercury, não havia nenhuma dúvida em sua mente e não tinha nenhuma intenção de deixá-lo ir. Não importa o resultado destes testes.

-Bem, ela definitivamente esta acasalada a alguém, mas o DNA dela não combina com calor e o sangue de Mercury. Ela fez uma careta e sacudiu a cabeça. -Alguém alterou os testes que Ely tinha feito. Eles têm alterado por meses, em várias Raças que ela fez exames. Não notou isto porque a droga já tinha começado a afetar sua mente. Charles, um dos seus assistentes de laboratório, lhe dissera que não procurasse as irregularidades e ela não fez.

A informação foi fácil de achar nos últimos dois dias. O número de testes alterados, transmissões codificadas e tentativas para drogar outras Raças.

Os dois assistentes de laboratório, Charles e a enfermeira mais velha, Maydene, estiveram trabalhando por quase um ano para Engalls e Brandenmore. Mas eles foram inteligentes onde vender a referida informação. Eles enviaram para fora, mas recusaram a dar o código para a decodificação até que eles tivessem recebido pagamento completo.

Algo que eles nunca veriam agora.

-Alaiya sabe? Mercury perguntou.

-Ela sabe, Elizabeth expirou pesadamente. -Mas ela não está aceitando. Ela jura que Mercury é o companheiro dela e que eu estou alterando os testes. Ela deverá ser evitada por algum tempo.

-Eu não tenho tempo para evitá-la. Ria desceu da cama e olhou Mercury. -Eu já contei a Leo. Eu não vou voltar ao escritório central quando vocês dois partirem. Eu assumirei um cargo aqui, no Santuário. Eles precisam de alguém em quem possam confiar no Controle de Segurança, alguém que entenda os sistemas que possuem e como monitorar tentativa de decodificar e invadir os sistemas. Leo vai direcionar um dos satélites mais novos para controle de Santuário e Dane nunca descansará se um de suas criações não estiver sendo bem cuidado. Ela sorriu com isso. Dane amava tecnologia. Especialmente tecnologia Vanderale.

-Eu já supunha isso. Elizabeth sorriu suavemente. -Leo e eu ficaremos aqui por algum tempo de qualquer maneira. Eu quero continuar supervisionando Ely. Ela está se refazendo bem, mas as drogas ainda estão em seu corpo, vai ser duro ela superar. Ela olhou para Mercury. -Você é amigo dela, você sabe. Ela está desolada pelo que quase fez.

-Ela ainda é uma amiga. Ele acenou com a cabeça nitidamente. -Eu serei nomeado definitivamente para trabalhar no Santuário. Eu serei o Chefe de Segurança que estamos reorganizando para o Laboratório e para Ely. Ela será cuidada de agora em diante.

Elizabeth concordou. -Eles podiam tê-la destruído. Recuperá-la das drogas não será fácil.

-Nós a traremos de volta.. Mercury era arrogante e seguro de si. Ria sorriu com orgulho.

-Então, Companheiro, pronto para ir para casa? Ela perguntou a ele. A cabana deles estava pronta, uma dentro das paredes seguras do Santuário, mas também dentro da montanha fortemente arborizada que cercava a propriedade.

O olhar de Mercury se acendeu, os olhos azuis que queimaram. Ela amava aqueles olhos.

Ela o amava.

Com um sorriso, ele a escoltou dos laboratórios e para o andar principal, incitando-a a andar mais rapidamente enquanto ele sussurrava em sua orelha exatamente como ele pretendia lhe dar prazer.

-A noite toda, rosnou ele enquanto ela prendia a risada.. No Sofá, na cadeira, no chão

-Nós temos uma cama, ela o lembrou.

-Eu estava pensando nisso. Ele beliscou a orelha dela em vingança quando entraram no vestíbulo.

E Alaiya saia de outra sala.

Ela não estava de uniforme. Usava jeans e caneleira de algodão, botas curtas e uma camiseta. Estava pronta prá briga.

-Continue, Mercury rosnou quando Ria parou.

Correr nunca foi a saída. Ria correu por toda sua vida, do amor, do que ela era. Ela não ia correr mais.

Ela leu o desafio na face da outra mulher, em seus olhos. Alaiya não aceitou que tinha perdido Mercury. Que ele não era o companheiro dela, e nunca seria.

-Você não quer fazer isto aqui, Alaiya , Ria a advertiu.

-Melhor aqui que em qualquer outro lugar, Alaiya zombou, vendo Mercury rosnar um aviso para Ria. -Seu falso companheiro vai proteger você? Ele combate suas batalhas por você? Ele sabe que você não é nada mais que a prostituta de Dane Vanderale?

Ria segurou Mercury quando ele se moveu para interceptar Alaiya, ele estava enrijecido de raiva. Ria virou a cabeça, o olhando com raiva.

-Essa briga é minha.

-O inferno que é, ele rosnou. -Eu a avisei.

-Você a avisou, mas só eu posso convencê-la.

Animal com animal. Ela se voltou para Alaiya, urrou e partiram prá briga.

Ria era uma Raça. Treinou com o mais forte, a Raça mais impiedosa já criada e treinada e agora ela lutava pela coisa mais importante, que pertencia somente a ela.

Mercury se apoiou contra a parede, cruzou os braços sobre o peito e lutou contra o desejo sinistro de interromper a luta e enviar Alaiya para o inferno.

Ele estremeceu quando Ria agarrou um punhado do cabelo de Alaiya e puxou com toda sua força.

Ria levou um soco no quadril quando foi para o lado para evitar um soco na barriga. Bateu com punho fechado em baixo do queixo de Alaiya, enviando-a para trás, e depois lhe deu um forte pontapé que lançou Alaiya contra a parede.

Alaiya voltou rosnando.

Mercury rosnou furiosamente quando Ria travou um punho ao queixo dela; então ele sorriu com frieza, satisfação orgulhosa quando o cotovelo de Ria bateu no rim de Alaiya e com um pontapé a derrubou, fazendo Alaiya deslizar pelo chão.

Alaiya estava mais lenta ao se levantar, mas não menos cruel quando se voltou para Ria com um pontapé forte.

-Mercury, sua companheira está lutando no meu vestíbulo? Callan perguntou quando saiu da sala de jantar.

-Eu acho que ela está ganhando também, Kane declarou.

-Nós não deveríamos fazê-las parar? Jonas se aproximou, assistindo a luta das Raças no vestíbulo.

-A deixe em paz. Dane sorriu da entrada. -Ela está apenas jogando com Alaiya. Espere só um pouco até ela começar a lutar sujo.

Alaiya rosnou, os dentes afundando no braço de Ria. O tempo parou. Dane e Jonas agarraram Mercury antes que ele arrancasse Alaiya de cima de sua companheira, mas naquele mesmo momento Ria sorriu.

Seu braço sangrava. Ela ergueu o braço, e bateu a cabeça de Alaiya com força contra a parede, uma vez, duas vezes, se soltou da mordida, e então ela lutou sujo. Deu um forte soco de punho fechado no rosto da outra mulher fazendo o sangue correr do nariz de Alaiya. Deu um pontapé alto, duro na cabeça, outro no joelho e Alaiya caiu.

Ria entrelaçou seus dedos no cabelo da outra mulher, levantou a cabeça dela do chão e então silvou.

-Ele é meu. Estamos entendendo uma à outra?

Alaiya gemeu.

-Me responda. A cabeça dela voltou ao chão novamente. -Nós estamos entendidas?

-Sim, Alaiya gritou, se rendendo, se submetendo, e olhou para Mercury. -Ele é seu.

Ria a largou. Não havia nenhum triunfo em seu rosto, nenhuma satisfação presunçosa. Havia um pequeno brilho de pesar e compaixão em seus olhos..

-Encontre seu próprio companheiro, Alaiya. Então ela virou e encarou a multidão que a assistia.

A sobrancelha dela subiu ao ver as Raças masculinas, mais de duas dúzias agora, estiveram assistindo com completa satisfação as mulheres lutando.

-Homens. Ela sacudiu a cabeça. -Raça ou humano, vocês todos são uns pervertidos.

-Acho que isso me faz o seu pervertido, Mercury riu. -Venha, companheira, vamos experimentar aquela teoria. Veremos como você luta comigo.

Ele a puxou para a porta, o riso dela o emocionando, acariciando seus sentidos, fazendo-o lembrar que ele estava acasalado. E que ele era amado. E a sua companheira era o seu maior tesouro.

 

 

Três semanas depois...

Jonas abriu a porta para a cela da prisão e entrou lentamente, seu peito doendo quando olhou a forma encolhida da doutora que ele tinha se afeiçoado muito ao longo dos anos.

O cabelo dela estava desgrenhado e fazia seu rosto mais pálido. Seu corpo muito pequeno estava encolhido no colchão no quarto acolchoado e ela parecia frágil, inacreditavelmente frágil, então se abaixou ao lado dela e a olhou por longos, longos momentos.

-Nós todos fomos reproduzidos nos laboratórios, ele finalmente falou com voz calma. -As drogas, para violar muitas de nossas mulheres, violar suas mentes e seus corpos. Você acredita que o que aconteceu a elas foi pela culpa delas mesmas? Que mereceram tal horror porque elas permitiram?

Era ficou silenciosa por tanto tempo que ele se perguntou se ela ia respondera ele.

-Não, ela sussurrou finalmente com voz rouca, enquanto continuava de costas para ele. Ela estava vestida com roupa limpa. Ele se certificou em ordenar que ela fosse mantida limpa; ela nunca o perdoaria do contrário. Ely era detalhista sobre sua aparência. Embora ela nunca os perdoasse por tê-la sedado para que a banhassem e se vestisse antes que a loucura a tomasse novamente.

-Então o que aconteceu não é sua culpa, ele disse se sentando no chão acolchoado e se apoiou contra a parede atrás dele. -Aconteceu porque todos nós não fomos cuidadosos o bastante. Nós fomos muito complacentes em áreas que acreditávamos que estávamos seguros. Não acontecerá outra vez.

Maldito ele seria se não garantisse isso. Ele teria pesadelo pelos próximos anos pelo colapso de Ely e o sofrimento que a comunidade passou ao pensar que a perderia.

-Não foi você, ela sussurrou, ainda se recusando a virar para ele, mas podia ouvir seus soluços chorosos. –Eles não fizeram isso a você. Não o obrigaram a fazer essas coisas.

Ela se rompeu em lágrimas e Jonas teve que piscar a queimadura em seus olhos, ele engoliu com dor suas lágrimas. Ely era mesmo uma criaturinha muito orgulhosa. Com seus olhos escuros aveludados e o pequeno queixo pontudo que mostrava sua teimosia. Mas mesmo com sua natureza obstinada havia mais que o orgulho de uma mulher quando lutava para tomar decisões muito difíceis e pesadas para seus ombros frágeis.

-Mas poderia ter sido facilmente eu, ele falou. -Ou Callan. Ou ainda Kane ou Tanner. Você os culparia, Ely? Você teria virado suas costas para eles e os culparia por algo que você percebeu , que partilhou a culpa? Nós fomos arrogantes acreditando que o laboratório era tão seguro e que nossos maiores tesouros impenetráveis. Foi nossa culpa você ter sido tocada por aquela maldade, não sua. Seu trabalho é nos proteger quando somos trazidos até você. O nosso é assegurar que nunca o mal invada o seu domínio. O fracasso foi nosso, gatinha, não sua.

Ela fungou e sacudiu a cabeça.

Ely não conheceu na pele os horrores dos laboratórios. Desde que nasceu ela foi uma criança brilhante, foi a criação perfeita dos cientistas que a criaram. A melhor genética, uma seleção especial de Genes Inteligentes que uma vez unificados, deram origem a criação dela, e ela foi tratada com extremo cuidado pelos cientistas desde menina para garantir que ela nunca fosse estragada.

Ela viu os horrores. Ela ficou horrorizada por eles e tinha lutou para proteger as Raças que ela foi criada para torturar. Mas ela nunca tinha experimentado aquela dor nela. Nunca até agora.

-Você não pode me olhar nos olhos e deixar me desculpar, mas você me socou na cara tão facilmente e me chamou de maldito gato fodido, ele a repreendeu. -Realmente, Ely. Onde está a justiça nisso?

Um riso choroso escapou dos lábios dela.

-E enquanto eu viver nunca vou me esquecer, do olhar no rosto de Jackal quando você agarrou as bolas dele. Você sabe, Ely, que o homem já viu tudo, já fez tudo, mas eu quase acredito que você o fez cair de joelhos.

Ela gemeu e cobriu a cabeça com as mãos. E talvez outros o chamariam de cruel por fazê-la lembrar o que ele sabia que a envergonhava. Mas Ely era feita de material mais duro disso ele tinha certeza. Além disso, outros nunca lhe permitiriam esquecer isto e já a preparava para o seu bem.

-Desgraçado! Ela sussurrou em prantos.

Ele suspirou. -"MGF", ele falou. –Maldito Gato Fodido. Você está atenta ao título que sussurram agora pelas minhas costas, você não é, Ely? Você realmente precisa levantar seu traseiro desse colchão e voltar a trabalhar, assim eu posso arrancar sua pele em troca.

Ela quase riu; ele sentiu.

-Ely. Ele disse o nome dela suavemente. -Olhe para mim, só por um momento.

Ele esperou pacientemente. Finalmente ela empurrou o cabelo para trás e se ergueu o bastante para virar e olhar para ele. Ele abriu os braços para ela. -Por favor, Ely. A culpa está me matando. Eu não protegi minha menina favorita. Perdoe-me. Por favor.

E as lágrimas dela desceram. Com os olhos vermelhos de cansaço e dor, quando abriu os lábios e começou a chorar. Ela se apoiou nos braços dele, contra o seu peito. Ela se encolheu contra ele e ele a envolveu em seus braços lutando contra as próprias lágrimas.

Doce Ely. Como ele poderia se olhar no espelho depois do que deixou acontecer a ela? Se ele não pudesse protegê-la, como poderia proteger a qualquer outro?

Ele a embalou; e sussurrou para ela, beijando sua testa suavemente.

-Nunca mais, gatinha, ele prometeu ternamente a ela. -Nunca mais. Eu juro.

 

 

                                                                                                    Lora Leigh

 

 

 

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