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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


A HONRA DE STYGIAN / Lora Leigh
A HONRA DE STYGIAN / Lora Leigh

 

 

                                                                                                                                                

  

 

 

 

 

 

Esta era a última coisa que ela precisava este ano, Liza Johnson pensou enquanto passava ao longo do percurso de corrida deserto que cortava o Parque Window Rock Nation Navajo.

Este deveria ser o seu ano.

Era suposto ser o ano em que sua vida começaria de fato, ou assim o avô de sua melhor amiga havia prometido a ela.

Orrin Martinez, um dos conselheiros espirituais secretos das seis tribos, havia buscado por ela. Ela não tinha ido à procura de seu conselho, até o momento, tinha? Ele não tinha razão no mundo para mentir para ela e ainda assim ele havia feito exatamente isso.

Ou, pelo menos, era assim que parecia.

Porque este não era o seu ano.

Era o ano das Castas.

A chegada das castas e do diretor Agência de Assuntos das Castas exigindo acesso a um dos bens mais sagrados de Navajo, um banco de dados de perfis de DNA que o Conselho da Nação Navajo mantinha sob a mais estrita segurança, colou em movimento eventos que inquietaram Liza de maneira que ela não conseguia explicar.

A convocação conjunta dos chefes das Seis Tribos, cuja única missão era a aquisição e proteção dos perfis, haviam colocado toda sua família, bem como as famílias de seus amigos, em agitação.

Essa parte sagrada dos Navajo não foi deixada para a política proteger.

E proteger isso estava se tornando perigoso não só para seus amigos, mas também para si mesma.

Uma das melhores amigas de Liza tinha quase sido raptada pelo homem que havia tentado estuprá-la semanas antes. Outro amigo foi baleado tentando defendê-la. E agora aqui estava ela, arriscando não apenas a si mesma, mas também seu disfarce para escapar dos soldados que estavam perseguindo-a por motivo desconhecido.

Havia trabalhado, treinado e aprimorado suas habilidades para trabalhar com a Agência de Aplicação da Lei Navajo.

—Eles estão entrando, — a voz disse suavemente sobre o pequeno link eletrônico - quase invisível – escondido em seu ouvido. —Apenas faça saltar essas mamas, querida, e seja uma boa menina. Nós cuidaremos do resto - Oh, merda Cullen.

Liza conseguiu não rir, mas ela podia ver exatamente o que tinha acontecido. O guru em comunicações e eletrônicos deles, Reever Jacobs, obviamente tinha tomado um golpe de seu comandante, Maverick Cullen.

Paquerador, sensual, provocante como o inferno e um assassino completo, Reever amava uma boa luta e – como ele mais frequentemente afirmava -- corromper uma boa mulher.

Seu comandante, Cullen, raramente concordava com suas filosofias diferentes, mas Reever era um inferno de um especialista em comunicações e um guerreiro comparável aos que viveram durante os anos dourados da Nação Apache.

O recorte circular da grande colina, propriamente chamada Window Rock, levantava-se atrás dela. Os primeiros raios aquecidos de sol estavam quase acariciando a terra e ainda tinham que ficar a pino para alcançar o pequeno vale de choupos e pinheiros pelo qual o caminho passava.

—Atenção, Diane Broen chegando a você. Atrás dela, movendo-se rápido, são as suas sombras. Prepare-se para uma festa, Munchkin.

Liza quase sorriu para o apelido que Cullen e Reever lhe deram quando eles se conheceram, nove anos atrás.

Ainda era baixa, mas agora, ele só a chamava Munchkin quando estavam em uma missão ou designados juntos, felizmente.

—Aqui vamos nós, — Reever anunciou em voz baixa. —Durona Broen vem visitar.

Liza sentiu a presença atrás dela, no segundo que esta moveu para o lugar. Os pelos na parte de trás do pescoço levantaram em antecipação ao perigo e uma certeza de que estava empurrando sua sorte muito além do seu limite esta manhã.

Ela girou, jogando seu corpo para o lado antes de ficar agachada e olhar para Diane Broen com os olhos apertados.

A outra mulher parou, arqueando as sobrancelhas em surpresa zombeteira quando Liza encarou com desconfiança. —O que você quer? — Tensa e preparada, ela olhou para Diane.

Esta mulher era uma mercenária altamente treinada e amante de um dos executores Casta mais confiável da Agência. O que diabos ela estava fazendo aqui?

—Uma boa corrida? — Diane perguntou com um pequeno sorriso quando ela cruzou os braços sobre os seios e olhou de volta para Liza, curiosa.

Uma boa corrida, seu traseiro.

—Você está mentindo. — Cortou e claramente desconfiou, Liza permaneceu em guarda, quando Diane encarou. —Agora, o que você quer e por que você está me seguindo?

—Quem treinou você? — Diane perguntou ao invés de responder à pergunta.

Nunca confie em alguém que responde a uma pergunta com uma pergunta, seu pai sempre a alertou.

—Ninguém que você conheça, estou certa, — Liza zombou de volta. —Agora, o que diabos você quer?

A outra mulher inclinou a cabeça para o lado enquanto Liza considerava suas opções se esta mulher acabasse por ser o inimigo.

Enrijecendo, preparou-se para o ataque.

—Calma, Liza, — Cullen, obviamente observando-a de perto, murmurou através do link eletrônico. —Vamos ver o que ela quer.

Oh, ela tinha toda a intenção, de pelo menos dar a outra mulher a chance de mostrar sua mão. Diane Broen fazia parte da comunidade Casta, bem como a Agência de Assuntos das Castas, agora que sua irmã, Rachel Broen, estava casada com o diretor da Agência, Jonas Wyatt.

Não que houvesse muita chance de chutar a bunda da Sra. Broen se ela tivesse que chutar, Liza sabia. Mas seria capaz de segurá-la até que a ajuda chegasse.

Ou até que pudesse correr.

—Eu não sou ameaça para você, — disse a outra mulher com um sorriso suave e amigável quando Liza se esticou, seu olhar movendo-se rapidamente enquanto procurava por sinais de que os soldados do Conselho que ela conhecia tinham entrado.

Não tinha tempo para ficar de bate-papo durante toda a manhã.

—Então gentilmente parta pelo mesmo caminho que você veio, — disse Liza, desesperada para se livrar dela. Como diabos ela deveria obter as informações que ela precisava quando não havia uma chance de os soldados do Conselho se moverem enquanto Diane estivesse aqui.

Diane sorriu para ela com tristeza. —Desculpe, Liza, mas nós realmente precisamos conversar. Só por um momento, você entende. Poderíamos voltar para o hotel para a conversa se você preferir? — Ela olhou na direção das Suítes Navajo. —Prometo que não vai demorar muito.

O olhar de Liza oscilou por cima do ombro de Diane.

Por preciosos segundos teve que lutar contra o pânico ameaçando rasgar através dela e alcançá-la, com a visão de figuras em movimento atrás da outra mulher.

Fazia parte da Rede Secreta de Castas Navajo por mais de um ano agora e nunca esteve tão assustada quanto agora.

Um momento de estática em seu ouvido confirmou que Cullen e Reever ainda estavam lá. —A Agência das Castas estão se movendo rápido atrás deles. Temos tudo sob controle, — assegurou Cullen, mas ela ouviu a preocupação em seu tom. —Veja se pode manter os bastardos falando. Se você não puder, só não se esqueça de se jogar no chão quando eu der a ordem.

—Ele é inofensivo, — declarou Diane quando a voz suave de Cullen desapareceu.

Ele?

Oh, o que estava vindo atrás da outra mulher estava longe de ser inofensivo.

Engolindo firmemente, Liza olhou para a outra mulher. —Temos que sair daqui.

—Thor não machucará você. — Exasperação e impaciência enchiam a voz de Diane, bem como a sua expressão, como se estivesse lidando com uma debutante ou uma mulher nervosa quase histérica.

—Querida, eu vi esse gostosão de vocês, o Thor, e ele é um. Não quatro, — Liza assegurou-lhe.

Diane virou-se, a mão chicoteou em suas costas, onde a arma estava no coldre. Ela apenas segurou como se precisasse da garantia de que estava lá.

A adrenalina fluía como uma corredeira através da corrente sanguínea de Liza enquanto ela e Diane agora encaravam quatro Castas Coiotes, seus olhares divertidos, armas preparadas e prontas.

E se Liza não estava enganada, ela e a agente da Agência de Assuntos das Castas estavam agora em um inferno de um monte de problemas, porque eles não se pareciam com os mocinhos.

Nem o que parecia ser um macho humano, que saiu das sombras de um pé de carvalho grande, a vários passos da outra mulher. Ele não parecia nem um pouco amigável também.

Liza o reconheceu. Tinha o visto correr na frente da casa várias vezes. Inferno, ele ainda parou para conversar com ela quando Cullen tinha acompanhado-a ao supermercado nas últimas semanas.

John Malcolm, ele chamou a si mesmo, ainda que ela e Cullen tivessem certeza de que não era seu verdadeiro nome, apesar do fato de que a verificação de antecedentes que Reever fez sobre ele – e as placas de seu veículo – houvesse confirmado.

Agora ela sabia por que não esteve confortável durante esses breves encontros. Não foi a sua paquera ou o seu interesse sexual flagrante nela. Era porque ele era o inimigo.

—Malcolm. — Diane Broen sussurrou o nome com uma ponta de dor.

Ela obviamente o conhecia, e estava mais do que evidente que de alguma forma ele a traiu.

Liza jurou que podia sentir a dor emanando da outra mulher. Estava na voz e na expressão dela enquanto olhava para o homem quando ele se adiantou.

—Eu pensei que era Brick, — Diane sussurrou quando ele sorriu para ela.

Brick era outro membro da equipe de quatro homens que Diane comandou desde a morte de seu tio, Liza conhecia. Cullen conseguiu descobrir a identidade da maioria dos homens em sua equipe, mas, infelizmente, ainda faltava um.

Este, ela adivinhou.

Malcolm riu, um som cruel, maldoso. —A boa cartada de Gideon teria me pego se eu não conseguisse encontrar uma forma de me livrar do bastardo estúpido do Brick e jogá-lo no caminho. O filho da puta nunca percebeu isso também.

Interessante.

Ele devia estar falando sobre o ataque que Gideon Cruz havia feito na equipe em D.C..

—Onde está o Thor? — O roçar de medo na voz de Diane advertiu Liza de que o Viking desmedido deveria estar por perto.

O fato dele não estar, obviamente não era um bom sinal.

O sentimento súbito desconectado de assistir ao invés de participar da vida oprimiu Liza naquele momento. Todos os seus sentidos pareciam centrados em tomar cada pingo de informação, cada expressão, cada detalhe.

As qualidades únicas de sua memória fotográfica cuidariam do resto.

—Ele está um pouco baqueado, chefe. — Malcolm zombou de Diane. —Pode ter algo a ver com a faca que enfiei em seu peito. Acredito que eu até consegui perfurar o pequeno coração gelado do bastardo.

—A Agência está entrando— a voz de Cullen era apenas um sussurro quando a alertou da chegada da cavalaria. —Thorsson está ferido, mas respirando. Mas estes não são os soldados que estávamos alvejando. Temos outro grupo entrando

Enquanto Cullen falava, Liza via como Diane puxava a pistola laser das costas e mirava no coração de Malcolm enquanto disparava.

—Liza, corra, — ela ordenou, sua voz forte, estoica.

Diane ia matá-lo; Liza percebeu isso. Infelizmente, Malcolm não estava sozinho ali e aquela pistola laser talvez só desse um disparo antes dos soldados Coiotes caírem sobre ela como cães raivosos.

O link em seu ouvido ligou novamente com um macio, apito eletrônico.

—Fique no seu lugar. — Cullen falou baixinho, como advertência. —A mantenha aí.

—Correr para aonde? — Liza forçou a dúvida preencher a sua voz quando contestou a ordem de Diane. —Você já percebeu que há quatro Coiotes aqui, senhora? Parece-lhe que tenho uma chance?

Um daqueles Coiotes sorriu.

A inclinação dos seus lábios, que cobriam os caninos curvos, teve seu olhar aflito sobre ele.

Havia algo em seu olhar quando encontrou o dela. Diversão, definitivamente, mas talvez também uma dica de um piscar de olhos? Ele estava flertando?

Ou havia algo mais ali?

—O primeiro que se mover morrerá, — Diane estalou enquanto jogava o olhar de volta para Liza. —Agora, dê o fora daqui.

—Se ela correr, um de nós vai persegui-la, — disse o Coiote líder murmurando com um sorriso irreprimível. —Nós não podemos resistir. É como um cão com uma bola. Nós apenas temos que buscar. — Ele balançou as sobrancelhas de brincadeira.

Ele estava definitivamente flertando. Mas houve também um ligeiro aumento na tranquilidade.

O que diabos estava acontecendo aqui?

Por um momento, Liza só podia olhar para o casta paquerador, ciente de que a mulher em pé na frente dela estava fazendo o mesmo. Era óbvio que estava tão surpresa quanto Liza, se a expressão que Liza vislumbrava no perfil dela era qualquer coisa a considerar. Claro, todas as castas tinham a capacidade de fazer a maioria das mulheres considerarem fugir na direção oposta da deles mais frequentemente do que não.

—Malcolm, onde você achou seus Coiotes? — Diane perguntou com desconfiança insultante. —Eles são uns porra louca.

—Eles são fodas de eficazes, — Malcolm retrucou. —Eles pegaram seu traseiro, não é?

Liza sabia quão verdadeiro isso era.

—Onde está o seu companheiro, pequena guerreira? — O Coiote murmurou sedosamente enquanto seus olhos cinza escuro dançavam com um sorriso e ele olhava para Malcolm, em seguida de volta para ela. —Eu posso cheirar a sua marca em você e é fresca. Você sabe que quando ele puser suas mãos em você, vai mostrar exatamente como uma casta pune pequenas companheiras desobedientes, certo?

A marca de acasalamento?

Liza tinha visto na parte inferior do pescoço de sua amiga Isabelle. Assim, a informação que Cullen tinha de que Diane Broen era a companheira Lawe Justice era evidentemente verdadeira.

—Vá para o inferno! — Diane grunhiu furiosamente.

O Coiote fez uma careta para ela. —Ah, vamos lá, está tão quente como o inferno lá e meu AC já não é tão bom. Vamos tentar algo mais frio.

Liza olhou para ele em completa descrença ao perceber que a expressão de Diane espelhava a sua própria.

—Ótimo, um comediante, — Liza murmurou enquanto continha a vontade de revirar os olhos.

—Sim, e tudo antes do café da manhã. — Diane suspirou. —Eu acho que devo estar enjoada.

—Eu avisei para não trazê-lo, Malcolm. — Outro Coiote falou por trás permanecendo cuidadosamente entre o resto dos Coiotes e ela e Diane. —Ele vai começar a jogar seus jogos incessantes de novo.

—Loki, pare de jogar o galanteador, porra, — Malcolm virou-se para o Coiote que flertava. —Estamos aqui para sequestrar uma companheira de casta, não ver se conseguimos seduzi-la.

Companheira Casta? Não estavam aqui para Liza então?

—Ainda estou amadurecendo. — O Coiote encolheu os ombros com uma expressão de desagrado fria, muito experiente, e muito cruel enquanto o que estava atrás dele quase sorriu em resposta.

—Ele tem tanto bom senso quanto seu irmão, Farce, tinha, — outra voz arrastada. —Lembra o que aconteceu com ele, Loki? O final errado de uma arma Felina, eu acredito.

Loki deu de ombros com um sorriso displicente. —Sim, mas ele não era tão charmoso quanto eu, também. Eu só encanto os felinos para a morte.

Liza tinha a sensação de que não havia nada lúdico ou encantador sobre as quatro castas, mas definitivamente havia algo acontecendo que não estavam revelando ao único ser humano com eles.

—Liza, vá! — Diane sibilou novamente.

—Nós vamos persegui-la. — O Coiote mais alto, mais largo atrás do Loki deu um passo adiante para lembrá-las antes de alcançar o bolso da camisa e puxar um charuto fino.

Com diversão preguiçosa, ele guardou sua arma no coldre antes de acender a ponta, enchendo o ar da manhã com o cheiro do tabaco.

Diane virou-se para Malcolm, deixando Liza para tentar e decifrar a expressão em seu rosto por seu tom de voz. —Vou te matar primeiro.

Malcolm sorriu complacentemente. —Não, Diane, você não vai, — ele assegurou a ela. —Porque se você fizer isso, vamos levar a sua pequena amiga atrás de você também. E acho que você sabe o que vai acontecer com ela depois. Você tem apenas um tiro. Isso vai deixar três Coiotes para ela lidar. Acha que ela vai sobreviver?

Por um breve segundo, uma lembrança veio à tona. Não era um flashback ou um pesadelo lembrado. Era uma memória fora do lugar, que ela sabia que não poderia ser dela.

Cerrando os punhos e tomando fôlegos lentos e profundos, ela se foi como se nunca tivesse existido.

Mas existiram, assim como várias outras existiram nas últimas semanas.

A opressão que se instalou em seu peito era como um peso esmagador.

—Mantenha-os falando, — Cullen ordenou. —A ajuda está quase lá.

Era malditamente melhor se apressarem. As coisas não estavam parecendo muito boas aqui, em sua opinião.

—Eu prefiro lutar, — Liza sussurrou para Diane, na esperança de distrair a outra mulher de fazer qualquer coisa que pudesse prejudicar suas chances de sobrevivência, antes que a ajuda chegasse.

Diane acenou com a cabeça lentamente. —Você tem uma arma?

Nenhum que ela estivesse pronta para revelar no momento. Pelo menos, não mais do que uma.

—A faca, é tudo o que tenho. — Liza forçou arrependimento preencher a sua voz.

Diane respirou, dura e profundamente. —Não deixe que eles te levem. Seria muito melhor usar a faca em si mesma do que ser capturada por eles. Uma vez que eles venham por mim, corra para o hotel. Castas estarão procurando por mim. Vão cuidar de você.

—Estou surpreso, Sra. Broen, — o Coiote ruivo falou lentamente enquanto se movia à frente do galanteador. Fumaça rolava preguiçosamente do charuto preso entre os dentes enquanto seus olhos cinzentos brilharam maliciosamente. —Já ouvi falar de seu companheiro. Eu estou chocado por ele não estar ao seu lado nos enfrentando com essa atitude idiota dele. Ou ele fez como sempre jurou que faria e correu para o outro lado no minuto em que percebeu que estava acasalado?

—Ele está só um pouco atrasado, — assegurou-lhe Diane.

—Mais como esperar que ela seja a boa moça e fique em sua cama, em vez de sair para salvar essa vadia. — Malcolm acenou com a arma na direção de Liza. —Como você sabia que estávamos vindo por ela, Diane?

Isso era algo que Liza gostaria de saber ela mesma.

Ela só esperava que Cullen fosse capaz de fazer o que era tão bom e ler nas entrelinhas desta pequena conversa a informação que ele estava procurando.

Liza permaneceu cuidadosamente quieta quando Diane recuou protetora para cobri-la, a arma na mão de Malcolm nunca se movendo.

—Pobre Malcolm, — Diane balbuciou em um tom divertido. —Você simplesmente não conseguiria me encarar sozinho, não é? Você tinha que trazer os valentões para te proteger.

O olhar de Malcolm se estreitou de ódio quando o silvo sibilante do link de comunicação soou no ouvido de Liza.

—Prepare-se, — Cullen murmurou. —Reforços estão se infiltrando. Eles estão aí, basta ser cuidadosa.

Suas atualizações eram tudo que a mantinham sã no momento. Seu coração estava batendo forte contra o peito, correndo em um ritmo aterrorizado e apertando sua garganta com o pânico.

Malcolm fez uma careta quando o Coiote com o charuto riu maliciosamente. —Soa como um desafio para mim, pequeno homem. — Nossa, poderia essa equipe ser mais ridícula?

Estava começando a duvidar disso.

—Cale a boca, — Malcolm bramou, com o rosto corando como um tijolo vermelho enquanto seus olhos brilhavam com fúria. —Ninguém lhe perguntou.

—Ninguém tinha que me perguntar. — O Coiote deu uma risada baixa, divertida mais uma vez. —Ela é bonita como o inferno, Malcolm.

—E ela pode chutar o traseiro de Malcolm até o inferno e voltar, — Diane garantiu a todos. —Ele sabia que teria que enfrentar-me. — Ela balançou a cabeça para Malcolm. —Ele não veio pela menina. Ele veio por mim.

O Coiote virou a cabeça para Malcolm. —Isso é verdade, Malcolm?

Os lábios de Malcolm afinaram com raiva. —Dois coelhos com uma cajadada só, certo? Ela teve seu tio e o segundo dele em comando mortos para que ela e aquele bastardo do Thor pudessem assumir a equipe. Eu disse que queria sangue.

—Essa não era a missão, — ele foi lembrado quando o Coiote brevemente apertou o charuto entre os dedos e afastou de seus lábios. Ele não parecia feliz.

Diane riu. Era um som forçado de diversão, mas foi divertido mesmo assim.

—Quatro Coiotes. — Ela suspirou. —Para me dominar? Isso é medo de mim, Malcolm?

Sua mandíbula enrijeceu, apertou as mãos na arma.

—Se você me quer, venha lutar comigo, — ela sugeriu com uma risada. —Eu te desafio.

Cada Coiote ali pareceu se animar.

Liza olhou para a parte de trás da cabeça de Diane, incrédula. Todo mundo sabia que não se fazia um desafio em frente de Coiotes. Bem ou mau, não havia um Coiote vivo, era dito, que não aceitaria um desafio razoável.

Ou era esse o ponto? Esta mulher poderia saber mais sobre Castas Coiote que a maioria. Era mais do que apenas uma agente da Agência; era a cunhada do diretor. Sem dúvida, ela conhecia todas as suas forças, suas fraquezas, e exatamente como chegar até eles.

—Mil na garota, — o líder murmurou, comprovando a hipótese.

—Cale a boca, Dog, — Malcolm estava enfurecido, seu corpo tremendo de fúria enquanto passava as mãos pelo seu cabelo escuro curto.

—Eu cubro os seus mil no picão. Ele tem músculos onde ela não tem. — Loki fez a aposta antes de virar para os outros dois. —Mutt, Mongrel? Vocês dois estão dentro?

—Mil na garota, — outro Coiote falou lentamente.

—Mil no picão. — O de cabelo preto intenso, o último assentiu com a cabeça.

Malcolm estava prestes a explodir com a raiva subindo por ele. Uma onda de vergonha vermelha tomou conta de seu rosto quando os olhos castanhos olharam de volta para Diane com desdém puro.

Diane sorriu em antecipação.

—Facas ou punhos? — Perguntou ela, evidentemente, sabendo seus pontos fortes, bem como suas fraquezas, tão bem como conhecia as Castas Coiote.

—Você prostituta do caralho, — ele rosnou, os dentes cerrados, enquanto um músculo pulsava em reação rápida pelo aperto de seus dentes.

—Eu ganho, nós vamos embora, — ela exigiu enquanto mantinha os olhos em Malcolm.

—Matarei você primeiro, — Malcolm declarou, com o rosto ainda mais avermelhado quando as chamas de fúria queimaram sob sua carne.

—Aceite o desafio ou parta, — Dog gritou. —Nós não vamos levá-la sem a luta.

Liza não podia acreditar nisso. —Eles estão apostando minha segurança em uma luta do caralho? — Murmurou incrédula, sabendo que Cullen estava lá e rezando para que ele tivesse uma explicação que fizesse sentido.

—Nós pegamos isso, — prometeu Cullen quando Liza lutou para respirar. —A Agência Castas tem todos vocês cobertos. Basta estar pronta para rolar quando eles te retirarem. Capturaremos um dos Coiotes chegando por trás desta confusão quando isso acabar e o interrogaremos.

A bagunça dos Coiotes menos-que-sanguinários estourou em torno dela. Eles pareciam dizer o suficiente, cruéis o suficiente, contudo Liza detectou o flash de riso no olhar de Dog mais uma vez quando ela encontrou seus olhos.

Liza olhou para o quadro ao seu redor, perguntando-se frequentemente se as Castas transformavam perigo em uma piada.

Ela particularmente não gostava disso.

O riso de Dog foi claramente de antecipação, então ele balançou a cabeça tranquilamente. —Chicoteie a bunda dele e você parte. Ele chicoteia a sua – você não resiste. Então é isso?

Diane deu um aceno de cabeça, acordo firmado quando sorriu para Malcolm. —É uma aposta.

Quando Diane aceitou os termos, os executores da Agência de Assuntos das Castas saíram da cobertura das árvores e os rodearam.

Liza ainda estava tentando obter uma contagem de cabeça quando um dos poucos casais que conhecia, Megan Fields Arness Campos e seu marido, Braden Arness, se aproximou dela e segurou seu braço.

Megan murmurou, —Vamos, — no seu ouvido.

Ela não queria sair.

Liza tinha que forçar-se a segurar o protesto involuntário. Queria ficar. Precisava ficar. A luta que estava prestes a começar, sem dúvida, exibiria uma variedade de movimentos hábeis que ela ainda tinha que aprender por tentativa de ver os agentes da equipe de treinamento de luta da Agência a uma distância.

Fazendo careta, seguiu Megan, sabendo que convencer a outra mulher e seu companheiro para que ela ficasse não iria acontecer.

O link em seu ouvido em silêncio, que era o procedimento padrão do Controle sempre que sabia que outra Casta estava dentro de distância de audição.

A audição aguda e senso de olfato excepcional eram apenas dois dos sentidos extraordinários que possuíam. Então um chiado de estática e qualquer Casta, dentro de um pé de distância iriam senti-lo.

—Bem, olhem quem irá se juntar a festa, meninos, — Dog balbuciou quando Megan e Braden apressaram-na. —Parece que a aposta está suspensa.

—O inferno que está. — A última coisa que ouviu foi o amante de Diane entrando na briga, sua voz um rugido forte, animalesco.

Esse rugido, esta fúria crua, transformou em um flash de outra memória ameaçando invadir, para superar a realidade enquanto Liza era empurrada rapidamente para a segurança.

Esses flashes estavam ocorrendo com mais frequência desde que as Castas chegaram a Window Rock, trazendo com elas um medo desconcertante que Liza às pressas empurrou para trás.

Não mostre fraqueza.

Não mostre medo.

Não mostre misericórdia.

Não mostre remorso.

Essas foram as primeiras coisas que foram ensinadas quando eles foram aceitos para a Rede Secreta de Castas Navajo.

A capacidade de uma Casta para sentir essas emoções específicas era muito bem aperfeiçoada para permitir que qualquer das pessoas que trabalham com a rede saia sem ter sido treinada – rigorosamente – para escondê-las.

E agora, esse treinamento estava chegando malditamente à mão.

Inferno, isto tinha vindo a calhar por quase dois meses agora.

E agora, Liza quase foi abordada por Castas, em uma manhã de corrida, arquitetado para saber exatamente porque o Conselho de Genética tinha chegado na aba da Agência de Assuntos das Castas.

A Agência não estava dizendo a verdade sobre do que eles estavam atrás, o engano foi detectado e confirmado por suas próprias fontes. Infelizmente, essas fontes também não tinham ideia de exatamente do que as Castas estavam atrás.

 

 

 

 

Observando Diane Broen entrar numa briga enquanto as Castas ao redor dela estavam apostando em quem seria o vencedor, quem seria o perdedor e quantos golpes seriam necessários para isso, parecia fascinante. Ainda assim, Megan e Braden estavam forçando-a a afastar-se da briga.

Na verdade, isto era insano.

As mesmas Castas que a princípio surgiram com intenção de sequestrar a ela e a executora humana, Diane Broen, agora pareciam estar trabalhando do lado do Escritório das Castas. Eles encorajaram as apostas com a promessa de que Diane ganhasse, eles iriam embora sem o prêmio que deveriam pegar e pelo qual foram pagos.

Ou seja, a própria Liza.

Ela assistiu até que foi empurrada para dentro de um Dragoon e não podia ver mais nada. Malditos, ela não era mais nenhuma criança, ainda que fosse exatamente assim que estava sendo tratada.

Quando a cena desapareceu da vista, ela voltou-se e olhou para frente, seus braços cruzados abaixo dos seios enquanto permanecia em silêncio.

O fone, quase invisível no canal de seu ouvido, estava silencioso, desativado no lado de Cullen. E não seria reativado novamente até que chegassem onde quer que a levassem, ou até que a rede de agentes seguindo-a a perdesse de vista.

Até então, estaria por sua própria conta.

Engolindo com força, tentou colocar outra polegada de distância entre ela e o grande Casta sentado ao seu lado.

Stygian Black. Ele era um Lobo um tanto solitário de acordo com as informações que Cullen conseguira adquirir. Um Casta Lobo que trabalhava exclusivamente em casos sem solução, que envolviam laboratórios escondidos de Castas e/ou Castas desaparecidas ou seus companheiros.

Ele não era uma Casta que trabalhava bem com os outros, dizia o relatório. E ele era do tipo que poderia facilmente matar um homem, ou uma Casta, que ficasse em seu caminho, enquanto a vítima estivesse olhando para ele. Ainda assim, esteve trabalhando com o Escritório de Assuntos das Castas por anos, e o fez sem matar ninguém.

Era uma prova da habilidade de Jonas Wyatt enquanto comandante ou simplesmente seu controle sobre a genética animal que eram tanto uma parte das Castas que ele comandava? Qualquer coisa que fosse, ela não poderia fazer nada a não ser admirar sua capacidade em trabalhar com um homem cujo animal estava tão perto da superfície como este estava.

Seu olhar voltava-se para ela a cada poucos segundos como que para estar certo que ela ainda estava sentada ali. Os olhos negros brilhavam com diversão toda vez que ela o pegava olhando-a. Cada vez que ela o pegava, ele deliberadamente permitia que seus olhos se movessem rapidamente para o topo de seus seios que estavam além do bojo de seu sutiã esportivo.

Quando sentiu seu olhar fixar-se nela uma vez mais, virou sua cabeça e o encarou através dos cílios. O fato de que podia sentir quando ele estava olhando para ela, quando tudo o que se movera foram seus olhos, era claramente desconcertante. Incomodando-a ainda mais, estava o fato de que seus mamilos estavam endurecendo mais a cada olhar. Tal resposta a um homem, qualquer homem, não era uma situação com a qual queria lidar, especialmente com um Casta.

—Você está confortável? — sua voz retumbou com um primitivo, erótico som que enviou um calafrio correndo acima por sua coluna.

—Não realmente, — murmurou.

Ela estava claramente desconfortável com o calor viajando através de suas terminações nervosas enquanto a carne sensível de seu clitóris vibrava.

Na opinião dela, esse era o homem errado, ou Casta, e a hora errada para essa atração.

—Você poderia sentar em meu colo, — sugeriu com um sorriso lento enquanto ele dava tapinhas na dura e musculosa coxa. — Há muito espaço.

Oh, inferno.

O verdadeiro problema no que se referia à questão é que ela estava muito, muito tentada.

—Não, obrigada. — Sacudindo a cabeça para frente, ela olhava entre os bancos dianteiros para a estrada além.

—Eu ficaria mais do que feliz em acomodá-la. — Inclinando-se mais perto, ele quase sussurrou as palavras em seu ouvido.

Oh, ela simplesmente apostaria que ele ficaria.

—Não. — Ela não tinha fôlego para dizer isso — obrigada — da segunda vez.

Arrepios estavam correndo sobre sua pele, rasgando sua espinha, e ela jurava, crepitando na parte inferior de seu estômago. Sua carne estava aquecendo, os mamilos estavam sensíveis e a necessidade de toque era como uma dor logo abaixo da carne. Uma dor que não tinha ideia como amenizar porque, ela estaria condenada, se pensasse que seria aconselhável dormir com ele.

Mas sim, ela queria dormir com ele. Queria que ele a tocasse, que a segurasse, que desse a ela o que até agora conseguira negar a si mesma. Dividir uma cama com um homem, ou com um Casta, e aprender todas as coisas sobre sexo que realmente não despertara seu interesse até agora.

E por que agora?

Nuca tivera uma reação como esta com qualquer homem, muito menos uma Casta.

Enquanto sentava de volta no banco, ela o espiou, engolindo profundamente ante a impressão de pura força bruta que o rodeava como um manto invisível.

A pele escura, mais do que qualquer outra Casta que ela vira antes, havia rumores de ter o DNA de um Lobo negro selvagem e uma sacerdotisa voodoo, e a pele bronze escuro refletia ambos.

Seus olhos eram tão negros quanto à meia-noite, com o que às vezes pareciam ser pequenos pontos de azul. Sua mandíbula tão dura, tão arrogante e barbaramente talhada, ela sabia que ele poderia ser teimoso como o inferno.

Maçãs do rosto salientes, fortes, sobrancelhas arqueadas, e uns cílios negros longos grossos, que simplesmente a deixaram com inveja.

A pele dele a fascinava. Mais escura do que o mais forte bronzeado, mas não era negra. Era simplesmente de um escuro, escuro tom de terra que ela imaginava se segurava o calor e a vibração da terra como parecia a ela que fazia.

O nome, Stygian Black; o nome combinava com ele.

Os olhos negros, a carne de noz marrom, o ar de poder e força.

Maldição, ela podia senti-lo observando-a novamente. Seus ombros estavam formigando.

Estreitando os olhos, ela olhou para cima, olhou.

Ela podia passar sem outra avaliação, se ele não se importasse. Se ela ficasse muito mais interessada no fato de que ele estava olhando o topo das curvas de seus seios.

O som de Braden limpando a garganta do banco do motorista enquanto deslizava cerca de uma polegada a janela do lado do motorista, disparou uma onda de fúria e constrangimento que tingiu seu rosto. Provavelmente estava cobrindo todo o seu corpo, maldição.

Comprimindo os lábios, ela considerou chutá-lo, mas ele estava usando aquelas malditas botas pretas que as Castas usavam com seus uniformes. Ela lera que as botas eram tão resistentes que mesmo a picada de uma cobra não poderia sequer penetrá-las. Duvidava até que ele fosse sentir seu pé batendo em sua canela.

Ele sorriu.

O bastardo.

—Deixe-me em paz. — Empurrando as palavras através dos dentes cerrados enquanto apertava suas coxas contra aqueles estremecimentos de excitação, imaginava se não haveria uma forma de abrir a porta e simplesmente empurrá-lo do carro em movimento.

—Como eu estou incomodando você?— ele murmurou com tamanha falsa inocência que a Casta ao lado dela realmente riu.

Se ela apenas tivesse conseguido alguns anos mais de treinamento. Essa coisa de arremesso de veículo era algo que Cullen era realmente bom; talvez ela pudesse convencê-lo a ensiná-la.

De qualquer forma, em um confronto físico com um homem como Stygian, sua única esperança seria simplesmente correr.

E ela teve um pressentimento que dizia que não correria longe o suficiente para fugir deste Casta.

Se o olhar em seus olhos era uma indicação, correr não seria uma opção.

Não, uma casta esperaria que ela suavemente ficasse no lugar até que ele ordenasse o contrário.

Ela não pensava assim.

Voltando-se para olhar pela janela da frente, Liza apertou os braços sob os seios e deu-lhe algo mais para olhar. Ou para babar, ela pensou. Ele estava definitivamente agindo como um cão.

Sim, ela sabia que o sutiã esportivo ressaltava seus seios e deixava sua barriga descoberta. Sabia que suas calças de corrida eram um tanto apertadas e não estava usando calcinhas por baixo delas.

Mas ele precisava agir como se também soubesse disso?

Porque cada vez que seu olhar movia-se sobre ela, o calor que se alastrava por sua carne era simplesmente irritante. Ela não precisava disso. Essa era a última coisa que precisava. Uma atração por um Casta iria estragar completamente seus planos e ela realmente não precisava disso nesse momento.

Uma virada brusca para direita jogou-a contra ele antes que ela pudesse se segurar. Instantaneamente, seu braço estava ao redor dela, a poderosa carne nua de seu antebraço aquecendo a pele onde seu braço tocava, enquanto a mão rapidamente agarrou seu quadril.

Ela teve que engolir seco enquanto segurava na borda de seu assento, recusando-se a olhar para ele.

Ela ouvira que as Castas não tinham pelos verdadeiros no corpo. O que eles tinham eram pequenos, quase invisíveis pelos que mais pareciam uma fina pele.

Ela acreditava nisso agora.

Ela podia sentir isso.

Cada invisível pelo sedoso acariciava sua pele muito sensível em todos os lugares que tocava.

O Desert Dragoon sacudia atravessando o terreno acidentado até atingir o ponto mais suave da Estrada em direção ao hotel e, felizmente parou de jogá-la contra ele a cada segundo.

Infelizmente, isso não fez com ele tirasse o braço.

Todavia, se não fosse por essa força em volta dela e os dedos segurando em seu quadril, ela teria sido jogada no banco do motorista, quando o veículo fez uma parada abrupta na entrada dos fundos do hotel.

As Castas desceram do carro. Stygian Black ergueu Liza para fora do veículo.

Em seguida, cercada por grandes corpos musculosos, foi empurrada através da entrada para o elevador. Em poucos segundos, ela saiu para a segurança do quinto andar, que estava reservado exclusivamente para as Castas.

Será que agora as explicações viriam?

Era melhor que eles, condenados sejam, explicassem. A última vez que ouvira, as Castas não estavam isentas das repercussões legais de sequestro. Era melhor que Jonas Wyatt, o chefe dos capangas, tivesse algumas malditas respostas.

E não fez isso apenas para descobrir que ele não estava ali?

Em vez disso, uma equipe de Castas estava no local, com seus detectores eletrônicos.

Cada membro do time que a trouxera foi escaneado completamente antes de Stygian pegar o objeto de um dos membros da equipe e voltar-se para ela com um sorriso.

—Apenas acabe logo com isso, — ela ordenou, frustração correndo solta por seu corpo enquanto ela levantava os braços e esperava.

E rezava para que o fone de ouvido e os implantes em sua pele fossem indetectáveis como Cullen estava certo que eram.

—Mal humorada hoje, não é?— Stygian sorriu antes de mover o aparelho em formato de pá sobre seu corpo.

—Você não acha que com toda a tecnologia que vocês rapazes têm a sua disposição, vocês não deveriam estar trabalhando com esse material eletrônico tão antiquado — Ela olhou para o dispositivo de 20 anos com ceticismo.

—Não deixe a aparência te enganar, — ele murmurou enquanto corria o objeto sobre sua cabeça.

Seu coração quase saiu de seu peito quando ele parou em sua orelha. Um segundo depois o dispositivo estava se movendo novamente, então parando no outro lado também.

Graças a Deus Cullen insistiu, em desativar o fone de ouvido completamente quando estivesse na presença de Castas.

Dando a ela uma pequena, piscadela galanteadora, ele voltou e entregou o aparelho à Casta ao seu lado antes de, surpreendentemente, caminhar para a porta e deixar completamente a suíte.

Liza voltou-se para Megan questionando. — Onde ele está indo?

—Ele é parte da força independente de segurança, — Megan respondeu, seu olhar marrom divertido. — Confie em mim, ele voltará.

Confiar nela? Uma vez, anos atrás, ela confiara em Megan Fields com sua vida. Agora, confiar não era tão fácil. Ela era companheira de um Casta, e porque era a companheira de um Casta, seu primeiro pensamento era para a comunidade das Castas, em vez dos amigos, em muitas áreas, inclusive família.

Confiar nela? Confiar em qualquer um deles?

Liza olhou ao redor do quarto, apreciando os olhares duros e posturas prontas de cada pessoa dentro do quarto.

Ela realmente não pensava assim.

Entrando no quarto conexo, Stygian olhou os monitores na parede, observando enquanto Srta. Liza Johnson se mexia desconfortável e olhava ao redor com expressão resignada.

Voltando-se para Jonas, ficou verdadeiramente surpreso. Ele sempre seria, não importa onde o visse, o impiedoso, inflexível, manipulador diretor do Escritório de Assuntos das Castas, que neste momento estava embalando delicadamente a criança que ele tomara como sua própria.

Amber estava aconchegada contra seu peito, delicada e frágil, seus normalmente brilhantes olhos azuis fechados, sua respiração gentil e tranquila.

Esta era uma das raras vezes que, estando em sua presença, ele não sentia a dor do bebê. Por agora, apesar do inferno que ela passou nos últimos dois anos, estava em paz.

—Apenas mantenha sua voz baixa e você não irá perturbá-la, — Jonas assegurou.

Passando a mão na parte de trás do pescoço, ele empurrou para trás a frustração antes de fazer caretas. —Eles atacaram, como nós sabíamos que fariam.

Jonas assentiu, pensando por um momento antes de responder.

—A Equipe de Malcolm colocou-se em movimento no minute em que pensaram que ela estava desprotegida, — ele murmurou enquanto Stygian o observava mais perto. — Eu estava ouvindo os relatórios enquanto eles chegavam aqui. A propósito, Lawe e Diane estão bem. Eles estão voltando para o hotel agora e devem aparecer nos próximos cinco minutos.

—Ela chutou o traseiro dele então?— Stygian perguntou com um sorriso quando pensou no arrogante e traidor Malcolm.

—Havia alguma dúvida?— Jonas sorriu. — Ela é um inferno de aquisição para o Escritório, embora Lawe tenha definitivamente abandonado a posição de diretor assistente.

O que não era realmente uma surpresa.

—Lawe prefere o campo e agora ele tem uma companheira com quem dividir isso, — ele concordou quando os lábios de Jonas se apertaram.

O diretor esteve certo que Lawe Justice iria aceitar a posição de diretor assistente.

Aqueles que conheciam Lawe sabiam que não.

Jonas, então, lançou um olhar para o monitor, observando Liza atentamente, antes de murmurar, — a Srta. Johnson também não estava sozinha, estava?

Stygian resmungou com o comentário. — Essa garota nunca está sozinha. Ela tinha duas sombras em sua bunda e duas deitadas mais atrás do minuto em que deixou sua casa, exatamente como em todas as manhãs. E eles são malditamente bons. Eles sempre são malditamente bons. E ela sabia que eles estavam ali.

Jonas virou a cabeça, suas sobrancelhas levantando com curiosidade ante a informação. —Realmente?

— Condenadamente certo, — ele grunhiu. — Acrescente a isso, que ela tem um fone de ouvido encaixado, completamente sem sinal, naquela delicada pequena orelha e três implantes de pele. Um em cada quadril e um em seu ombro esquerdo.

—Então as sombras são amigáveis?— Jonas encostou-se em sua cadeira cuidadosamente, apoiando os pés calçados na caríssima mesa de café, como que para garantir que nenhuma mudança de movimento perturbasse seu bebê.

Ela não se moveu. Uma pequena mão descansava no pescoço dele, a outra estava sob sua pequena bochecha. O vestido rosa e branco suave com babados parecia em desacordo com a camisa preta e o coldre que estava no peito de Jonas.

—As sombras são amigáveis. — Stygian assentiu. — Entre ela e eles está o inimigo. — Ele suspirou. — Aqueles que eu vi na outra manhã quando ela saiu para o trabalho não fazem parte da Equipe de Dog. Mas já sabíamos isso.

Jonas assentiu lentamente enquanto ele gentilmente, ritmadamente, acariciava as costas de sua filha.

Ela era a razão para que Jonas estivesse ali; a razão por ele estar desesperadamente procurando por fantasmas.

—O que nós temos, Stygian? — ele perguntou enquanto olhava para a cabeça minúscula escondida sob seu queixo.

Os cabelos da menina que uma vez foram marrons grossos, levemente cacheados, estavam agora coloridos em três tons. Louro dourado, com listras vermelhas e fios castanhos, como se a natureza não tivesse decidido ainda qual seria a cor do cabelo da criança.

—Inferno se sei. — Stygian respirou asperamente. — Todavia, ela é importante para alguém, condenadamente importante. Ela e as amigas com quem divide a casa, Claire e Chelsea Martinez.

—Primas, — Jonas disse suavemente.

Stygian assentiu. — Antes do ataque a companheira de Malachi, apenas Liza Johnson e Claire Martinez tinham estas sombras. Chelsea pegou as suas depois do ataque à sua irmã.

—Liza então foi a isca esta manhã, — Jonas sugeriu.

Stygian assentiu. —O fone de ouvido estava ativo até que Branden e Megan a colocassem no Dragoon. Foi desconectado antes que ela entrasse no veículo e não mais reativado desde então.

—Você ainda tem a frequência bloqueada?

Stygian assentiu novamente. — Nós conseguimos antes de termos Jammer nisso. Sua conexão estará interrompida pelas próximas horas.

—Deixe-a esperar por enquanto então, — Jonas sugeriu. — Veja se suas sombras saem da toca novamente. Eu quero uma identificação deles.

—Você pensa que se a mantivermos aqui por tempo suficiente, eles farão um movimento?

Esse era Jonas, manipulador e calculista como um inferno quando estava atrás de alguma coisa.

Ou alguém.

Neste caso, estava atrás de duas mulheres e dois Castas Bengala. As duas garotas desapareceram doze anos antes, e muitos acreditavam que elas estavam mortas.

Quanto aos dois Castas, sabiam que um estava vivo matando os técnicos de laboratório e cientistas que trabalharam no experimento secreto dos laboratórios farmacêuticos da companhia Brandenmore de Pesquisas.

—Eu não acho que eles farão um movimento. — Jonas sorriu. — Desbloqueie a transmissão, vamos rastreá-la de volta aos seus amigos quando for reativada e veremos o que eles sabem.

Stygian arqueou as sobrancelhas. — Eles podem ter abandonado o link uma vez que foi bloqueado. Esse parece ser o procedimento normal.

—Mas nós também bloqueamos as marcas dos implantes de localização, — Jonas apontou. — Se ela fosse importante para você, o que faria?

Cerrando a mandíbula, Stygian sabia exatamente o que ele faria, se ela fosse importante ou não. Ela era uma mulher e parte da missão. Não havia uma verdadeira Casta viva que se afastasse.

Uma verdadeira Casta cujo senso de lealdade e honra era maior do que os das Castas do Conselho, cuja honra estava mais próxima dos criminosos humanos.

O que era exatamente de onde a maioria daquelas Castas em particular — Honor Roberts, Fawn Corrigan e os Bengalas Judd e Gideon— vieram. — Eu sou um Casta,— Stygian finalmente declarou após considerar a questão de Jonas, a respeito da escolha que ele faria. — As sombras dela são humanos. Eles são curingas.

Os Coiotes do Conselho eram mais humanos do que Castas, mais mercenários e impiedosos do que leais.

As Castas leais ao Conselho não eram conhecidas como os mais exigentes ou os mais confiáveis. Eles eram um furúnculo na bunda das comunidades de Castas a serem evitados a todo custo.

Ou até que o Conselho os enviasse. Nesse caso, toda e qualquer Casta associada à comunidade de Castas pularia entre eles e seus objetivos.

Desta vez, Stygian estava certo que o objetivo do Conselho era o mesmo das Castas: a procura pelas quatro vítimas detidas pelo gigante farmacêutico Phillip Brandenmore em um secreto laboratório médico experimental de genética.

—Curingas ou não, eles estão protegendo alguém, — Jonas discordou. — Eles não estão aprisionando ou tentando apreender ou controlar. Eles estão encobrindo, e eles são protetores. Essa é a diferença.

Cruzando seus braços sobre seu peito, Stygian olhou para o diretor. Havia momentos em que Jonas parecia incrivelmente ingênuo quando se tratava de humanos, o que era surpreendente considerando as táticas de manipulação do gelado Casta.

Jonas sorriu de volta a ele. — Reveja os vídeos que os executores fizeram das sombras, — ele sugeriu. — Isso é o que eles são, literalmente, e ela sabe que eles estão lá. Ela se comunica com eles sempre através desse maldito link de comunicação na orelha e ela tem afeto por quem quer que esteja do outro lado da transmissão.

—Eu assisti aos vídeos, — Stygian resmungou.

Ele odiava admitir, mas Jonas simplesmente poderia estar certo.

—Você é um inferno de comandante, Stygian, — Jonas declarou então. — Mas a coisa de Lobo solitário que você gosta de fazer não tem te ajudado a entender os seres humanos.

—Quem quer entendê-los?— Humanos não eram exatamente seu tipo preferido de companhia.

Vir para o Escritório não fora fácil para ele, mas uma vez que sua equipe começou a acasalar e assentar, Stygian encontrou-se numa encruzilhada. Os caminhos que foram oferecidos a ele não eram exatamente o que ele teria preferido.

Treinar uma nova equipe, ou aceitar a posição que Jonas ofereceu e comandar uma equipe já treinada e precisando apenas de um comandante disposto a guiá-los? Eles eram Castas que ele conhecera, Castas com quem lutara em pelo menos uma ocasião, e Castas que ele confiava. Mas não era a mesma equipe com quem lutou que chegou a conhecer e podia contar não importando a situação.

—Você precisa entendê-los, — Jonas o alertou quando Amber se moveu, um murmúrio infantil de desagrado soando de seus lábios carnudos.

O olhar de Stygian dirigiu-se para a pequena menina. Ela não estava emanando nenhuma dor, mas algo a estava desagradando.

Jonas continuava a massagear suas frágeis costas, seu olhar preso no pequeno rosto que ficou à vista quando ela mudou de posição e estendeu-se contra seu peito. Sua cabeça estava na curva de seu braço antes de terminar de manobrar para a posição que estava procurando.

O sorriso que curvou os lábios do diretor era condenado surpreendente.

Pura ternura.

—Essa reunião está encerrada, — Jonas declarou firmemente ainda que suave. — Volte para ela, mantenha-a ocupada. Uma vez que o link seja reativado, eu a encontrarei. Vamos ver o que acontece quando seus amigos souberem o que nós realmente estamos procurando.

—Essa é uma boa ideia?— Stygian nunca foi do tipo que dava ao suspeito inimigo qualquer tipo de informação.

—Ela contará a eles de qualquer forma, — Jonas o lembrou. — Dessa forma, poderemos rastrear a transmissão para a fonte e identificar as sombras. O que poderá nos ajudar a descobrir o porquê eles a estão seguindo e por que ela está trabalhando com eles.

—Você considerou que eles podem simplesmente ser amigos que estão preocupados com ela? Amigos com a mesma paranoia e recursos que você tem? — A companheira e esposa de Jonas, Rachel Broen-Wyatt, passou pelo limiar da porta que levava ao quarto da suíte.

Encostada na moldura de madeira, uma mão enfiada no bolso do jeans, a outra apoiada em seu elegante quadril, amor impregnado em sua expressão quando seu olhar pousou no homem e na criança através do quarto.

Nenhuma Casta poderia sequer duvidar do puro, profundo amor de alma que existia entre o casal. De repente o quarto estava perfumado com o poder desse amor. Sensual, ainda que puro, inocente ainda que erótico, as emoções que circulavam entre os dois eram quase íntimas demais para o conforto de Stygian.

—Olá, Stygian. — Rachel endireitou-se de sua posição e moveu-se lentamente dentro do quarto. — Eu vejo que mais uma vez, vocês estão enredados em um dos esquemas de Jonas. — Puro orgulho a envolvia apesar do tom provocador de sua voz.

—Assim parece. — Ele concordou, de repente incerto do que deveria fazer consigo mesmo.

Enfiando as mãos nos bolsos das calças de seu uniforme, esperou enquanto ela cruzava o quarto para seu marido, então se inclinou para ele.

Seu cabelo caía em cascata sobre seu rosto, escondendo o beijo de saudação enquanto Jonas levantava a mão, seus dedos espalhados para tocar o rosto e pescoço dela.

Aquele perfume; Stygian aprendera a associá-lo com as mais profundas emoções divididas entre casais. O que Jonas e Rachel dividiam era tão profundo quanto o que dividiam os casais juntos por uma década.

Era raro sentir tal profundidade de emoções depois de apenas poucos anos.

O beijo durou apenas alguns segundos. Um verdadeiro beijo de saudação, mas o impacto da dedicação entre os dois, fez correr um arrepio na espinha de Stygian.

Sem um, o outro deixava de existir, ele pensou, e essa realização seria aterradora para a criança aninhada entre eles, caso viesse a acontecer.

Então, quando a mãe se afastou e sua atenção, junto com a de Jonas, voltou-se para a criança, ele sentiu um calafrio como um presságio rasgando-o.

Amber acordou, e de repente o que fora uma partilha de amor entre dois transformou-se em um círculo de pura emoção.

Não havia nada sensual ou erótico nisso. Todavia, estava além da profundidade da alma, e pela primeira vez Stygian podia sentir a enormidade do que Jonas iria enfrentar se perdesse a batalha pela vida da garotinha.

—Mama, Papa canta. — Amber deitou nos braços de Jonas e claramente contou um segredo que ele preferia que ela mantivesse para si mesma. — Papa canta bonito Mama.

A risada de Rachel estava repleta com amor quando ela endireitou-se e olhou para seu companheiro. — Papa canta, não canta? — Ela perguntou à garotinha. — O que Papa canta Amber?

—Uh, Rachel... — Definitivamente havia uma linha de diversão no tom de Jonas.

—Papa canta coite mal vá tchau-tchau. — Amber riu, obviamente ciente de que estava contando um grande segredo. — Coite ruim vá tchau-tchau, boom, boom,— ela de repente cantou enquanto Jonas lutava para reprimir sua risada e Rachel voltava um olhar de ira zombeteira a ele.

—Jonas, que vergonha, — ela o repreendeu, embora seu tom carecesse de ira. — Eu pensei que estivéssemos ensinando Amber a ser compassiva e gentil?

—Para ser justo, isso é chamado “coloque-os para fora de sua miséria”. — Jonas riu, entregando a garota à sua pequena mãe. — Traidora, — ele acusou a garotinha, mas seu sorriso e tom de voz era qualquer coisa, menos punitiva.

—Papa me chamou ´dora, Mama,— Amber fez um pequeno muxoxo, porém seus olhos azuis estavam brilhando com risada infantil quando seus braços se envolveram ao redor do pescoço de sua mãe enquanto ela voltava-se para seu Papa. — Não me chama ´dora Papa. — Ela apontou o pequeno dedo para ele, obviamente imitando suas ações.

Jonas riu com a ordem infantil antes de levantar-se e roubar um beijo da bochecha da garota. — Então não traia o Papa, — ele avisou-a, a risada em sua voz era outra surpresa.

Stygian seria maldito se ele pudesse sequer se lembrar de ter visto riso no olhar de Jonas, muito menos ouvi-lo em sua voz.

—Vamos lá, traidora, vamos te dar banho e vesti-la para o jantar. Você acha que você e seu Papa poderiam conter-se na briga de comida hoje à noite? Aquelas cenouras não estavam fáceis para Erin limpar...

Ela continuou dentro do outro quarto quando sua voz desapareceu e a risada de Amber tornou-se indistinta, fazendo Stygian sentir mais falta daquilo do que estava disposto a admitir.

Aquele momento de ternura, de intimidade familiar era quase mais do que Stygian podia suportar. E naquele momento, a jovem mulher esperando no outro quarto saltou em sua mente.

Pele como a mais macia das sedas; olhos cinzentos doces, suaves; e um corpo que poderia tentar um monge. Seios cheios confinado sob o sutiã esportivo, quadris suavemente arredondados e coxas tonificadas. Lábios com a menor curvatura sensual e um temperamento que poderia testar até mesmo a Casta mais paciente.

Estar ao seu lado no Dragoon fora um teste não apenas para sua paciência, mas também para seu autocontrole. Ele não queria nada mais do que provar aqueles doces lábios antes de mover-se para outras partes do corpo dela.

—Controle seu desejo, Lobo, ou começarei a pensar que ela é sua companheira, — Jonas murmurou, divertido.

Stygian franziu a teste para ele. — Inferno, um Casta não pode nem mesmo ficar mais com tesão sem ser acusado de estar acasalando.

Os lábios de Jonas torceram em uma insinuação de sorriso. — Verdade, Lobo. Muito verdadeiro. — Então acenou para os monitores. — Vá para lá, a distraia um pouco. Uma vez que o link for reativado, eu me juntarei a vocês. Mantenha os outros distantes dela para o caso de que os implantes de pele que ela está usando estejam programados para desligar tudo, uma vez que o calor do corpo de uma Casta seja detectado.

Castas têm a temperatura corporal que corre um ou dois graus mais alta do que os humanos e fazem com que alguns eletrônicos muito facilmente se desliguem se eles forem programados corretamente.

Stygian assentiu, voltou e dirigiu-se à sala de estar onde a jovem mulher esperava.

E ele começou a rezar...

Rezar para que ela não fosse sua companheira. Rezar para que ela fosse sua companheira.

E rezar para que ele pudesse mantê-la viva.

 

Esperar não estava no alto na lista das coisas que ela gostava, Liza admitiu quando ela foi forçada a esperar por Jonas Wyatt.

E esperar quase uma hora antes de se ver cara a cara com ninguém menos que o grande diretor mal de Assuntos Casta não ia ajudar.

Não que ela não o tinha encontrado antes.

Ela tinha.

Apenas nunca como isto.

E definitivamente não com o que parecia serem os Alfas dos pacotes do Lobo e do Coiote, bem como Callan Lyons, líder do Orgulho Felino e reconheceu o porta-voz das comunidades Casta, entrando atrás dele juntamente com mais de meia dúzia de outras castas.

A sala de repente parecia muito pequena, o ar à sua volta muito grosso e pesado com a testosterona masculina e o poder dominante.

— Srta. Johnson, — Jonas cumprimentou-a cordialmente enquanto ela se levantava de seu assento e Jonas entrava na frente dela. — Nós precisamos de sua ajuda.

A mandíbula de Liza apertou furiosamente enquanto ela levantava. — Você precisa mais do que a minha ajuda e com certeza vai precisar de uns poucos bons advogados.

Ela realmente não estava feliz sobre isso. E se os comentários de Cullen e Reever eram qualquer indicação, então eles estavam furiosos. A equipe de soldados Coiote que tinha efetivamente seguido Liza tinha conseguido desaparecer completamente.

Reever já havia ameaçado de ter vários homens na sala neutralizados. Jonas estava ameaçando castrá-los ele mesmo.

— Nós só salvamos sua vida, — afirmou Jonas, como se isso fosse uma benção e ela lhe devesse.

Ela não pensava assim.

— As pessoas simplesmente estão em perigo, — ela retrucou. — Deixe-me dizer-lhe agora... —Ela foi subitamente distraída pela mão de Jonas fatiando rapidamente no ar quando Diane Broen, Lawe Justice e Rule Breaker cada um moveram-se rapidamente e silenciosamente.

Eles estavam fazendo uma varredura no quarto enquanto ela e Jonas observavam, e agora estavam levantando o que parecia serem pequenos dispositivos eletrônicos a partir de vários pontos do luxuoso quarto.

Dispositivos de escuta.

A sala havia sido grampeada.

Jonas olhou para o dispositivo que Diane entregou-lhe, a sua expressão lentamente apertando em nítidas linhas de gelo.

Alguém conseguiu deslizar na sua suíte. Eles haviam invadido a segurança da sua companheira e a segurança da criança.

O sinal pegou carona com os seus próprios dispositivos sem fio e os traiu.

E Jonas não tinha ideia de quanto tempo tinha estado em seus quartos.

Ou se havia mais, muito menos como Gideon Cross tinha realmente conseguido levá-los para dentro.

Fodido bastardo Bengala! Ele era como um fantasma assombrando cada área da vida de Jonas agora.

Virando-se para Lawe, ele ergueu a mão e fez um círculo lento, com o dedo indicador, indicando um completo blackout eletrônico na suíte, ruído branco, assim como interferência tecnológica.

Infelizmente seria bloqueada a transmissão entre a Srta. Johnson e seus protetores, mas a segurança de sua família superava qualquer possível manipulação da casta Bengala.

Gideon Cross tinha acabado de subir as apostas.

Jonas voltou-se então e olhou de volta para Liza Johnson e no cheiro do seu medo, captou mais alguma coisa.

Seu sentido do olfato foi classificado fora das habilitações. Ele foi criado para ser um dos mais fortes Castas sensoriais já criados.

Se houvesse uma casta mais forte, então eles ainda não foram revelados.

E o que ele perfumou com intensidade no DNA desta mulher o fez sorrir lentamente.

O jogo estava apenas começando.

Não seria fácil, e aproximaria condenadamente perto de quebrar suas próprias regras pessoais, mas ele tinha que fazer o que tinha de ser feito.

Não apenas para as duas jovens mulheres e dois Castas Bengala afetados pelo soro que o monstro do Brandenmore havia criado, mas para a filha de Jonas também.

Pela pequena e doce inocente que sua companheira havia dado à luz e a tinha sob sua guarda e ele a considerava como sua.

Por Amber, ele tinha que fazer este trabalho.

Liza observou um sorriso cruzar os lábios do Casta e a forma como estes olhos de mercúrio líquido pareciam iluminar com antecipação.

Ele parecia um predador que tinha finalmente encontrado a sua presa.

Um arrepio de medo correu até sua espinha e apertou a barriga com pânico iminente.

— Como eu disse, precisamos de sua ajuda, repetiu ele, — o sorriso gelado e implacável ascendeu o pânico dentro dela. — E, em contrapartida, nós vamos garantir que você esteja protegida contra os homens determinados a sequestrar você.

Se a tivessem deixado sozinha para começar, ela poderia ter conhecido o que diabos aqueles homens eram.

Ela cruzou os braços sobre os seios e olhou de volta para o quarto cheio de Castas. Ela não perdeu o fato de que Stygian tinha se movido mais perto dela, sua postura protetora.

Evidentemente, Jonas também estava percebendo isso, se o movimento de seus olhos em direção a Stygian era qualquer indicação.

Voltando ao diretor arrogante, determinada a esconder o seu interesse no Casta que ela não queria nada com ele, Liza dirigiu a sua atenção para Jonas.

— Pelo que tenho visto, Diretor Wyatt, isto é tudo o que você pode fazer para proteger a vocês, — ela sugeriu friamente. — O que poderia me fazer acreditar que você poderia fazer algo para me proteger?

Seus lábios torceram com uma pitada de diversão, embora o seu olhar brilhasse perigosamente.

— Nós fizemos muito bem, eu acredito, — ele disse com voz arrastada. — Nós não perdemos nenhum dos nossos homens e conseguimos capturar todos os que não foram mortos dos que nos atacaram, assim como você. Essas são probabilidades bastante boas, se você me perguntar.

Grande. Isso significava que não havia mais ninguém para Cullen e Reever interrogar.

— Mas eles continuam atacando as Castas, — ressaltou. — E as chances não são sempre tão grande Diretor. Eu ouço notícias com bastante frequência.

— Se você ouve as notícias, então você deve estar ciente do fato de que não só as castas correm o risco do Conselho de Genética e seus partidários, — disse ele. — Eles fazem outros alvos na ocasião.

— Infelizmente sim, — ela concordou. — Mas eles não teriam me atacado se não fosse por ela.

Ela acenou para Diane Broen, a executora humana que trabalhava para o Departamento de Assuntos da casta. — Ela foi a única que veio por mim, não para mim.

Ela sabia mais. Ele sabia mais. Mas ela deveria estar inconsciente do fato de que ela tinha sido o alvo? Manter essa impressão seria preferível.

— E é aí que você está errada. — Ele sorriu de volta para ela, e Liza encontrou-se rangendo os dentes em troca. Teve a esperança de que ela podia dar a impressão de não saber de nada. —Diane aconteceu de ter estado lá para distrair a sua atenção por um momento, nada mais. Era de você que eles estavam atrás.

Ele parecia muito completamente satisfeito ao transmitir essa informação.

Mais uma vez, Liza deixou a sua atenção se desviar para Stygian enquanto ele dava vários passos para o lado dela. Com os braços cruzados sobre seu peito largo, o uniforme preto de combate e botas pesadas, seus longos cabelos negros amarrados para trás em sua nuca, ele poderia ter sido um guerreiro de mais de dois séculos atrás.

Havia algo sobre a sua postura, os ombros retos, a pronta preparação em seu corpo musculoso. Ele não era uma casta que seria fácil para pegar desprevenido.

– Eles não têm motivo de vir por mim, — ela respondeu quando se forçou a encarar o diretor mais uma vez.

Jonas era conhecido como um grande manipulador. Até mesmo seus próprios executores eram conhecidos por amaldiçoá-lo para as profundezas do inferno por suas maquinações.

– Você não pensaria assim, — ele concordou. — Eu tenho que admitir eu não posso ver nenhuma razão para eles a terem como alvo. Mas o fato é que eles têm.

Estreitando os olhos, Liza manteve os braços cruzados sobre os seios, enquanto ela desejava está usando uma jaqueta leve. Alguma coisa, qualquer coisa em que pudesse colocar as mãos dentro, poderia ter encontrado uma maneira de esconder uma parte de si mesma.

— Então estamos de acordo que eu não sou seu alvo. — Ela encolheu os ombros quando lutou com a necessidade de desaparecer. — Isso significa que eu posso sair agora?

Ela estava de repente muito consciente da escassez de seus shorts de corrida e do top. Sua barriga estava nua, com as pernas ficando frias no gelado do ar-condicionado da sala. Quando o olhar de Stygian cintilou na carne exposta da sua barriga, esta de repente aqueceu, aquecendo como se fosse suas mãos tocando-a ao invés de apenas o olhar dele.

Ela se ruborizou em seguida.

Droga.

Porque o rosto e pescoço não eram as únicas partes de seu corpo ruborizadas e em aquecimento. Seus mamilos estavam endurecendo, o clitóris se tornando sensível, umidade aglomerando entre as coxas.

Sua resposta a ele não era apenas chocante, era assustadora.

E ela não queria fazer parte dela.

— Eu disse que não podia ver a razão pela qual, não que não era o alvo, — ele apontou como se falasse a uma criança em tom paternalista pela sua estupidez.

— Estou certa de que eu não sei por que iriam me ter como alvo, — ela assegurou ao diretor. — O que eu sei é que eu não estou no clima para o terceiro grau, aqui. Vocês não fizeram nada, além de causar problemas desde que chegaram. Primeiro Isabelle foi sequestrada e quase se entregou aos ensandecidos Coiotes Poderosos que estavam tentando levá-la, um amigo quase foi assassinado na frente dela e agora estou sendo abordada durante a minha corrida matinal não mais do que semanas depois. O que vem depois com todos vocês?

A cada acusação, a expressão de Jonas virou mais escabrosa, enquanto Stygian olhou-a com maior intensidade.

— Seu rapto pode ser o próximo.

Liza seguiu Jonas com seu olhar quando ele caminhou para a longa mesa contra a parede.

— Deixe-me mostrar-lhe uma coisa, — ele sugeriu. Virando-se, ele indicou que ela deveria segui-lo.

O olhar de Liza se voltou para Stygian antes que ela se virasse e se movesse cuidadosamente para a mesa.

Ela tinha uma sensação de que não queria ver o que o diretor estava puxando dos arquivos empilhados ali.

Pisando a seu lado, ela olhou para as fotos ele estava depositando sobre a mesa.

As brilhantes fotos oito por dez eram de uma criança muito doente, sua pequena cabeça nua de cabelos, olhos azuis cheios de tristeza.

Ela estava pálida, obviamente, com dor, e olhava para a câmera com um sentimento de resignação.

Seu coração bateu mais rápido, sua garganta ficou apertada com medo. Ela tentou dizer a si mesma, convencer a si mesma que era por causa da dor de uma criança, vista tão claramente nos assustados e gastos olhos azul.

Mas isso não explicava o flash de uma sensação há muito esquecida, atacando-lhe o braço. A sensação de agulhas fantasmas inseridas em um braço tão fino, já tão machucada e abusada, enviou uma onda de choque de horror viajando através dela tão rapidamente que antes que ela pudesse reagir, ela se foi.

O que foi isso? Não poderia ser uma memória, porque Liza sabia que ela não esteve tão mal quando era uma criança.

A foto seguinte era de outra jovem, apesar de sua doença não ser tão aparente. Seus olhos e cabelos castanhos escuros estavam em torno de seu rosto pálido. Seus lábios estavam rachados e secos, o olhar distante, como se estivesse forçando-se a ver além da câmera.

Ela estava vivendo, mas ela não estava realmente com eles.

Eles estavam desesperados para puxá-la de volta. E se ela nunca voltou? E se ela foi embora dentro de si e nunca mais voltou para eles? Todo o planejamento, todo o engano e as mentiras teriam sido para nada?

Liza sentia sua respiração apanhada enquanto ela lutava para esconder o choque e o medo que quase a subjugou. Cerrando os dedos em punhos e enfiando-os sob a dobra dos braços, ela manteve seu olhar centrado no canto das fotos até que a onda de desorientação recuou.

Mas ela não conseguia manter os olhos longe delas por muito tempo.

Havia fotos das duas meninas juntas, então, havia imagens da menina careca com dois adultos, Liza assumiu que eram os seus pais.

O homem alto e largo tinha um olhar assombrado em seu olhar, enquanto o rosto da mãe estava cheio de dor e amor. Eles não estavam olhando para a câmera, mas eles estavam de pé ao lado da cama do hospital onde a criança dormia.

Dormindo?

Ou morta?

Havia outras fotos.

As duas meninas com duas Castas. Era óbvio porque estavam exibindo seus incisivos nas fotos. Embora em seus olhos, Liza pudesse vislumbrar que o inferno em todos os quatro era claramente duradouro.

Compaixão a encheu, bem como um sentimento de tristeza.

— Quem são eles? — Olhando para o diretor, ela teve que se deter de esfregar no frio que, de repente correu sobre seus braços. — Será que elas vão ficar bem?

Jonas reuniu as fotos juntas antes de recolocá-las no arquivo.

— Elas cresceram, — afirmou. — A que está com seus pais é a Honor Roberts. O que ela tinha foi diagnosticado como leucemia uma doença particularmente de crescimento rápido e fatal. Não há nenhuma cura conhecida ou procedimento de remissão, mesmo agora.

— A outra garota era Fawn Corrigan. Aos dois meses de idade, ela estava perto da morte, com diagnóstico de AIDS infantil e com apenas algumas semanas para viver. Como você viu na foto, aos dez anos, ela ainda estava viva.

— Mas ainda doente, afirmou.

— Não necessariamente, — disse ele. — Será que você conhece alguma delas?

— Por que eu? — Seu olhar empurrou de volta ao seu com um franzir duro de testa. — As duas meninas estavam com dois machos da Casta jovens. Não há machos da casta dessa idade em Window Rock que eu esteja ciente.

Apertando seu estômago, ela se recusou a permitir-se a pensar sobre eles, ou a reação dela para as fotos.

— Essas fotos foram tiradas a mais de uma década atrás. — A impaciência óbvia em sua voz foi refletida nos redemoinhos de escurecimento no cinza dos seus olhos.

— Então por que eu iria conhecê-los? — Ela olhou ao redor da sala para as Castas reunidas ali antes de voltar seu olhar de volta para o diretor. — Por que você não me diz o que diabos está acontecendo aqui Diretor Wyatt? Isso seria um inferno de muito mais fácil do que os jogos que parecem desfrutar tanto.

Se ela não estava enganada, a ele particularmente não importava o fato de que ela aludiu para o seu hábito de deliberadamente manipular qualquer um e todos que ele entrava em contato.

Megan Fields Arness se adiantou. — Liza, o ponto é que estamos à procura das duas meninas. Encontrá-las é da maior importância para as Castas, para garantir que o Conselho de Genética não as pegue para fins de pesquisa ou o que eles têm em mente. Não há nada de nefasto ao menos no desejo das Castas de encontrá-las.

O conhecimento de que Megan poderia mentir para ela, provavelmente estava mentindo para ela, tinha ela lutando contra a picada das lágrimas.

Ela havia conhecido Megan a maior parte de sua vida.

O avô da Megan assim como o avô da Isabelle, Chelsea e Claire eram ambos parte dos chefes das Seis Tribos. Além disso, a família Martinez era uma unidade muito estreita e socializava em conjunto com frequência.

Eles eram amigos ou então ela havia pensado. Amigos não deveriam mentir entre si a este ponto.

— Bem, não há nada nefasto nisso, pelo menos sobre o fato de eu não ter visto ou ouvido falar delas. Mas eu gostaria de saber o que diabos elas têm haver comigo? — Liza olhou para Megan, encontrando seu olhar e desejando poder encontrar aquela sensação de calma que Megan parecia conter em seus olhos castanhos escuros.

— Essas meninas são atualmente o foco de uma pesquisa pelo Conselho de Genética, bem como as Castas, — Megan disse a ela. — Elas faziam parte de um experimento que durou mais de uma década. As duas meninas e as duas castas sobreviveram, mas desapareceram cerca de dez anos atrás. Nós temos que encontrá-los antes que o Conselho de Genética o faça.

E se os quatro haviam desaparecido e nunca mais aparecido, então era evidente que eles não queriam ser encontrados.

— Por quê? — Liza a questionou. — Por que você acha que tem o direito para encontrá-los ou adquiri-los?

Porra, ela sentiu pena das agora ex-crianças a serem caçadas por duas dessas poderosas, forças impiedosas.

— Se não fizermos isso, — Stygian disse, avançando, sua voz sombria e áspera, abrasiva sobre seus sentidos, como veludo, — então confie em mim Srta. Johnson, o Conselho de Genética fará com certeza eles lamentarem o fato de que o Conselho encontrou-os em vez de as Castas.

Ela teve que conter fisicamente o arrepio que queria correr em toda a sua carne ao som de sua voz acariciando seus sentidos. Isto a lembrou de sexo, escuro ímpio.

De pecado na mais prazerosa das maneiras.

Cada célula do seu corpo formigava com o som. Seus seios se tornaram inchados e pesados, os mamilos tensos e ansiosos para o toque. E entre as coxas, o clitóris pulsava em alerta máximo quando ela de repente se deu conta do vazio em sua vagina.

Porra.

Ninguém tinha o direito de fazer uma mulher tão consciente do fato de que um homem não iria possuí-la.

— Bem, se pudesse ajudá-lo, eu o faria, — ela assegurou, recuando com cuidado, ele se colocou logo atrás de Jonas Wyatt. — O fato é, porém, eu não posso. Como disse, eu não os conheço, nem sei quem eles são.

Jonas puxou outro arquivo livremente.

Abrindo-o, tirou duas fotos aleatoriamente. A primeira era de um dos rapazes da Casta nas fotos antigas. A segunda era, obviamente, uma versão de "depois".

Nada poderia deter o arrepio que correu sua espinha com as mudanças do menino para o homem.

Duros e frios olhos cor de âmbar olhavam vivamente para fora da fotografia, com um brilho que era quase aterrador quando adicionados às listras da Casta Bengala que atravessava o rosto até sua testa, através de seu olho direito, sobre a ponte de seu nariz e em toda sua bochecha esquerda, sobre a sua mandíbula, e seguia em volta da nuca. Para onde seguia a partir daí ela não estava certa.

A selvageria da marca, a qualidade primitiva de seu olhar e a intenção predatória inerente teria sido terrível se estivesse em pessoa ao invés de uma foto.

— O que ele tem a ver com isso agora?

— Gideon Cross está procurando por essas duas meninas que se tornaram mulheres. Sua intenção não é parar dizer olá, Srta. Johnson, — Jonas a advertiu. — Se você seguiu as histórias da criação da casta e suas fraquezas, então estou certo que você já ouviu falar de febre psicótica emergente em selvagens.

Liza balançou a cabeça lentamente.

— Gideon é suspeito de ter sido lançado no nível cinco da febre feral por experimentos do Conselho de Genética. E ele está procurando por essas duas mulheres, porque ele acredita que uma delas é responsável por esta febre. Ele não vai se incomodar em questioná-las. Ele vai atacar de qualquer maneira. Ele vai matá-las. E ele não se importa que elas não tenham nada a ver com sua doença.

— Uma delas tem alguma coisa a ver com isso? — Perguntou ela, seu olhar subindo para Jonas, mas não para a Casta atrás dele.

— Stygian? — Jonas falou baixinho.

— Diretor?

— Você quer responder à pergunta da Srta. Johnson?

— Elas não têm nada a ver com isso, Srta. Johnson, — Stygian respondeu. — Uma vez que a febre selvagem tenha ido tão longe, nada tem lógica. Ela estava no lugar errado, na hora errada, por isso ele a culpa por isso. Simples assim.

Ela queria que ele continuasse falando. O som de sua voz era uma carícia para os sentidos, e ela não queria que parasse.

Ainda assim, ela balançou a cabeça, forçando o seu olhar de volta para Wyatt. — Isso não muda o fato de que eu não conheço as meninas que cresceram e se tornaram mulheres ou onde elas estão. Nem tenho qualquer informação sobre as Castas nessas fotos. E mesmo que eu tivesse, eu duvido que fosse lhe dizer, Sr. Wyatt.

Ela deu um sorriso a ele determinada que parecesse tão debochado e confiante como ela poderia fazê-lo.

Ela não confiava nele. Não tinha a intenção de tentar confiar nele. Tinha ouvido demasiadas histórias sobre os jogos de Wyatt tentando interferir nas vidas daqueles que entraram em contato com ele.

— Eu posso ver que sua popularidade o precede, Jonas. — Megan deu uma risada, claramente fácil quando Jonas prendeu-a com aquele olhar estranho e prateado.

— Verdade, ao que parece, — Jonas demorou antes de voltar-se para Liza.

Ela olhou para ele, recusando-se a recuar apesar do receio, ela podia sentir o aperto em seu estômago.

— Posso ir agora? — Perguntou ela.

— Stygian. — A voz de Jonas era baixa quando Liza olhou por cima do ombro mais uma vez, só para ter o seu olhar capturado e mantido pelo Casta posicionado atrás do diretor.

— Diretor, — ele respondeu a Wyatt.

— Quer fazer o favor de escoltar a Srta. Johnson até a sua casa?

— Com prazer.

— Obrigado. — Jonas estava sorrindo agora, e a visão lhe deu uma pontada de pânico apertando sua garganta ao invés de gerar temor em seu estômago.

Seu olhar estreitado sobre ele. Ele estava tramando algo. Ela podia apenas senti-lo.

— Srta. Johnson. — Stygian contornou Jonas, seu braço poderoso chegando a indicar a porta. — Por aqui.

Com prazer.

Com um último olhar desconfiado no olhar extremamente confiante e satisfeito no rosto do diretor, Liza se virou e fez seu caminho até a porta.

Ela podia sentir a Casta grande por trás enquanto ela caminhava. Outro Casta sabia que o nome deste era Rule Breaker abriu a porta e deu um passo atrás.

Assentindo para ele, ela saiu rapidamente, ansiosa para colocar esta particular experiência atrás dela, chegar em casa e descobrir o que diabos estava acontecendo.

Ela não podia evitar pensar no que viu nessas fotos: as imagens das duas garotas, então, claramente com dor e cheias de medo.

Especialmente a menina com os pais.

Que tipo de pais poderia deixar seus filhos serem transformados em monstros pelo Conselho de Genética e simplesmente deixá-la com eles? Sozinha? Com dor?

Certamente, aqueles pais tinham que ser muito cruéis.

Assim como monstruosos.

Exceto, não era a crueldade que tinha visto nos olhos da mãe e do pai na foto com sua filha.

Tinha sido agonia.

  

Megan olhou para a porta, estendendo seus sentidos, seguindo a jovem quando ela fez seu caminho até o elevador com Stygian.

Ela fechou os olhos lentamente, deixou seus sentidos suavemente adentrar nas emoções de Liza Johnson e procurou qualquer indício de Honor Roberts, Corrigan Fawn, um Bengala chamado Judd ou um chamado Gideon.

A única dica que encontrou deles era uma compaixão profunda e um sentimento de inquietação e descrença de que os pais de Honor Roberts haviam deixado sua filha com monstros.

Não havia sinal da menina Honor, entretanto, nem de Fawn.

Quando Liza entrou no elevador com Stygian, Megan rapidamente recuou dos sentidos dela, um rubor desfalcou seu rosto quando as imagens súbitas que passaram pela cabeça de Liza começou a inflamar seus sentidos.

Algumas coisas eram simplesmente invasivas, e permanecer na mente da garota naquele momento era apenas isso.

Abrindo os olhos para encontrar todos olhando para ela só aumentou a cor em suas bochechas. Limpando sua garganta, ela olhou para seu companheiro com um olhar sugestivo. — Talvez nós tenhamos coisas para aprender. — Ela riu, pensando nas imagens mentais que tinha passado pela mente de Liza no segundo que ela e Stygian estavam sozinhos.

E a reação de Stygian foi tão forte que Megan tinha percebido isso também.

Braden lhe deu um daqueles olhares lentos, de olhos sonolentos que nunca deixavam de fazê-la sentir calor no corpo e sua boceta formigando.

Ele só tinha que olhar desta forma para ela.

— Vocês dois podem ter um quarto após esta reunião acabar, — Jonas resmungou, cruzando os braços sobre o peito e olhando de volta para eles.

Ele tinha direito de olhar ameaçador.

Megan ficou sóbria instantaneamente, o conhecimento que o tempo estava se esgotando para a criança de sua companheira estava no topo da mente dele.

— Ela não sabe nada sobre eles. — Ela suspirou, balançando a cabeça. — Ela não sabe deles, ou tem qualquer de suas memórias. É mais um beco sem saída.

— Isso é impossível. — Diane Broen adiantou.

Diane era uma executora, uma arma letal, assim como seu companheiro. E assim como Megan e seu companheiro, Diane era uma executora desesperada para salvar a criança que todos amavam.

— Não há nenhuma maneira dela poder ter escondido isso de mim, Diane, — Megan disse a outra mulher com cuidado. — Sua mente e as emoções não estiveram fechadas totalmente. Ela era um livro aberto todo o caminho até sua luxúria por Stygian, que a propósito, é seu companheiro. Você não pode esconder apenas algumas parte de si mesmo psiquicamente dessa forma. Um empático pode ler tudo de você, ou nada de você.

— Um empático só pode ler o que é parte de você, — afirmou Jonas enigmaticamente, imediatamente o aviso enviou foguetes através de seus sentidos empáticos. — Não o que talvez tenha sido extraviado.

 

A porta do elevador deslizou fechando com um farfalhar suave do ar, deixando Liza fechada em um espaço que parecia demasiado pequeno com Stygian ao lado dela.

— Essas mulheres que vocês estão procurando não tem nada a ver comigo, — afirmou quando uma onda de excitação percorreu a aquecendo.

Assim que ela experimentou a sensação de inundações de calor, Liza se viu levantada, pressionada contra a parede do elevador e o comprimento de ferro quente de Stygian com a ereção alojada entre suas coxas, atormentando-a através das camadas de sua roupa.

Os shorts curtos de corrida e top fino para exercício eram de pouca proteção contra o calor ardente do seu corpo e sua fome.

— O que...? — Separou seus lábios, para respirar ou para o seu beijo?

Liza não estava certa, mas ela sabia que precisava dos dois, doía pelos dois a tal ponto que levou vários batimentos cardíacos para perceber que ela estava segurando a respiração.

E que suas mãos estavam segurando a largura rígida de seus ombros.

— O quê? — Ele rosnou. — O que você está questionando, Liza? Minha fome ou a sua?

Seu estômago apertou, ondulando em resposta à fome em sua voz quando um grunhido retumbou por baixo da palavra.

— Deixe-me ir. — A demanda foi prejudicada pela necessidade choramingando em seu corpo.

Inferno, ela podia muito bem estar lhe implorando para continuar por toda a negação que não havia em sua voz.

— Deixar você ir? — Ele pressionou mais apertado no berço de suas coxas enquanto suas mãos as separaram ainda mais. — Você tem certeza que é o que você quer?

O preto em seus olhos piscou com azul, fascinando ela com o brilho da cor.

Seus seios tremeram contra a largura rígida de seu peito enquanto sua respiração acelerava. O calor liberado em seu rosto, espalhando por seu corpo enquanto ela lutava para manter seus cílios a deriva de fecharem.

Quando ela olhou para ele, sentiu uma de suas mãos movimentando de seus quadris um segundo antes de sua mão bater contra o painel de controle do elevador. A cabine parou as luzes piscando antes que parasse e os mantivessem estáveis. A voz eletrônica avisou: — Por favor, seja paciente, estamos trabalhando para redefinir a operação.

Os olhos de Liza se arregalaram.

— Não deixe o hotel. — Ele abaixou a cabeça e raspou a barba de dias contra a concha sensível de sua orelha tinha os olhos fechando em situação desesperadora.

— Eu não posso ficar aqui. Por que eu iria querer?

— Para ficar comigo? — Ele sugeriu, seus lábios tocando logo abaixo da orelha, enviando arrepios de sensação incrível correndo ao longo das suas terminações nervosas.

Para ficar com ele?

Deus, ela queria ficar com ele.

Ela não o conhecia, só sabia sobre dele. Ela observou-o por semanas enquanto ele se movia sobre a periferia de sua vida, sempre surpresa ao vê-lo, mas sempre esperando a sua presença.

— Isso não vai funcionar.

— Não vai? — Quando ele se aninhou contra seu ouvido, calor e necessidade ardente brilharam através de seus sentidos. — Então por que você está me segurando como se nunca fosse me deixar ir?

Suas unhas estavam mordendo o tecido de sua camisa como se desesperadas para chegar a sua carne.

O lado sensual dela estava desesperado para chegar à pele nua, para senti-lo contra ela, o calor dele, o prazer dele lhe acariciando.

— Por que você está me molestando contra a parede? — Ela acusou de volta, mas mais uma vez não havia raiva em seu tom de voz, nada para realmente abalar-se com o fato de que ela quis dizer isso.

Se ela quis dizer isso.

— Eu quero você, Liza, — ele raspou a orelha dela então. — Desde o momento que te vi a noite que se aproximava do seu amigo Malachi, eu queria você. Eu queria você malvadamente.

As palavras a afetou mais pela simplicidade pura da declaração do que a aspereza do seu tom.

— Você quer me atrair pra dentro. — Esse era o seu medo, sua certeza. — Seja para o que for que Wyatt acha que pode me usar, você quer me convencer a permitir.

O conhecimento disso doía.

Isso doía profundamente dentro dela, mas nada fez para mudar o poder da excitação construindo-se entre suas coxas.

— É isso que você realmente pensa? — Com sua cabeça erguida, a raiva colorindo em tons de azul seus olhos brilhantes, quase ultrapassando o negro quando ele olhou para ela.

A raiva não pôde ofuscar a fome em seu olhar. Ela estava lá: clara, brilhante e sem remorso.

— Não faça isso comigo, Stygian, — ela sussurrou ao invés de responder à pergunta. — Não destrua minha vida.

— Eu poderia completá-la.

Mas algo a advertiu de que também poderia destruí-la, e que a destruição aterrorizaria um núcleo escuro, escondido que ela raramente se permitiu vislumbrar.

Ela estava certa de que teriam tido uma discussão, que ela poderia ter vindo com uma, se o elevador não tivesse dado um empurrão pequeno e retomado a sua jornada para baixo.

Seus pés estavam se estabelecendo no chão e recuando de Stygian quando as portas se abriram para a entrada do hotel. Meia dúzia de Castas estavam esperando para entrar.

Recuaram para trás, suas expressões inescrutáveis, olhares fechados enquanto eles alternavam entre ela e Stygian.

— Desculpe-me. — Abaixando a cabeça, Liza saiu correndo do elevador e se dirigiu para a saída.

— Devagar, — murmurou Stygian quando ele veio para o lado dela, acompanhando-a ele colocou sua mão no meio das suas costas nuas.

— Por quê? — Empurrando através das portas e caminhando para o lado do pátio da entrada, ela virou-se em frustração quando plantou as mãos nos quadris e confrontou-o. — Por que deveria? Todos sabiam, — ela mordeu-se entre os dentes cerrados. — Todos sabiam o que estávamos fazendo. — Os lábios dela fecharam apertados.

Stygian torceu os lábios num meio sorriso de pura apreciação masculina quando ele olhou para ela.

— Que queríamos um ao outro? Querida, não precisaria sentidos de Casta para descobrir isso quando essas portas se abriram. Qualquer pessoa com um conhecimento da luxúria teria percebido em um microssegundo.

Só o que ela precisava. Uma reação a um homem que qualquer um poderia ver em um microssegundo.

— Leve-me para casa, agora. — Ela tinha que ficar longe dele.

Oh Deus, o link tinha estado ativo?

Ela não o tinha ouvido desligar depois de ter reativado na suíte, segundos depois de que a massa de Castas haviam se afastado dela.

Ela não precisava disso.

Afastando as franjas de cabelo que tinham caído para frente em seu rosto, ela se virou e olhou ao redor da entrada do hotel.

— Você tem uma carona aqui, ou iremos andando? — Voltando-se para ele, ela jurou que podia sentir o carinho do seu olhar quando fitou seus seios antes de deslizar lentamente de volta ao seu rosto.

— Temos uma carona. — Ele encolheu os ombros antes de levantar a mão, sem tirar os olhos dela, e dando um aceno rápido para trás com seus dedos.

Ela não poderia desviar o seu olhar do dele.

Ela não queria.

Quando a mão abaixou Liza percebeu que havia algo de inquietante, mas algo tão seguro nas profundezas daqueles olhos preto-e-azuis.

Ela estava muito consciente do veículo movimentando para o lado deles e começando a parar.

— A nossa carona. Abrindo a porta do passageiro, ele a olhou em expectativa.

O SUV de luxo era tudo: preto, bancos de couro puro e uma onda suave de ar fresco.

Pegando a mão que ele estendeu para ela, Liza entrou no veículo, instalou-se no banco e teve uma pequena vacilação quando a porta se fechou suavemente.

Um segundo depois Stygian deslizou para o banco do passageiro da frente e deu ao Casta sombrio atrás do volante o local de destino.

Havia algo de quase surreal sobre a carona.

Sentada no conforto de couro do veículo de luxo, Liza fechou os olhos e tentou dizer a si mesma que isso ia dar certo. Tudo ia ficar bem.

Seus protestos foram rapidamente apagados por outro flash de uma imagem.

A limusine, os assentos de luxo e macios, o casal sentado em frente a ela agoniado.

A mulher mais velha segurava sua mão: sua incrivelmente pequena, pálida e infantil mão.

Liza puxou os olhos abertos, a cabeça virando-se para olhar pela janela escura quando o veículo fez o seu caminho em direção a sua casa.

O que ela estava vendo? E de onde foram que aquelas imagens, aquelas memórias, tinham vindo? Por que elas estiveram subitamente piscando por sua cabeça?

O que estava acontecendo com ela?

 

Gideon observava.

Ele era um observador excelente.

Foi uma das coisas que ele tinha sido treinado para fazer quando era uma criança, mas também era uma parte inerente de sua genética.

Escondido na parte superior de espessos e agulhados galhos de uma imponente árvore de pinheiro, ele observava a suíte que Jonas e sua família se hospedavam.

Eles encontraram a maioria dos dispositivos que ele tinha colocado no lugar. Colocá-los na sala para começar foi uma puta cadela.

Havia mais dois escondidos.

Um estava escondido na eletrônica do vídeo e da tela da televisão, ainda bem, ele ainda podia ver e ouvir muito do que se passava, e mais um na suíte, com conexão ao vivo.

Aquele, ele ainda se recusava a utilizar. O bebê estava lá. O bebê e sua mãe, e durante esta fase do efeito do soro sobre seu pequeno corpo... Seus lábios se apertaram.

Ele não podia suportar ouvir a sua dor.

Havia muitas lembranças lá.

Muitas imagens escuras de outra criança que olhava para ele, com lágrimas nos olhos enquanto ela lutava bravamente para ser corajosa.

Ele não pestanejou.

Seus olhos não se encheram de lágrimas.

Mas a garganta apertou com uma emoção que só vinha quando essas memórias obscuras o invadiam mais uma vez. Emoções que se recusava lamentavelmente a deixar entrar mais uma vez, ele se recusava a rever.

— Suas sombras se evaporaram. Sua localização foi abandonada no momento que nossas equipes chegaram.

Gideon não estava certo de quem era a voz. Ele não se atreveu a correr o risco de ativar a parte de vídeo do dispositivo no momento.

— Então não temos ideia de quem são, ou se ela faz parte disso. — Jonas rosnou.

— Ainda não, — respondeu a Casta. — Nós estamos trabalhando nisso.

— Deixe-me saber o momento em que você tiver notícias, — Jonas ordenou.

Um segundo depois, o som de uma porta se fechando foi ouvido, em seguida, silêncio encheu a sala.

Gideon arriscou verificar o dispositivo de vídeo amarrado em seu pulso, em seguida.

A imagem veio através disto: a imagem de Jonas em pé nas portas de vidros de correr, de costas para a tela de vídeo, as mãos apoiada arrogantemente em seus quadris.

Ele era um digno adversário a se desafiar.

Havia dias que Gideon se questionava...

Jonas se virou, seu olhar centrado na tela quando torceu os lábios.

— Fodido espião, — disse ele, em tom gelado. — Sai, Gideon, eu te desafio.

O monitor foi desativado, Gideon fez uma careta.

Inferno, ele não esperava isso.

De alguma forma, Jonas sabia que o dispositivo estava lá.

Gideon não podia confiar em qualquer uma das informações que ele pegou nas últimas horas agora. Não que houvesse muita coisa para aproveitar realmente.

Liza Johnson não sabia nada, e os Alfas das comunidades das Castas estavam todos em um único local.

Não tinha qualquer porra de informações que valesse a pena até agora.

Era quase divertido.

Ele esteve dando cabeçadas com Jonas Wyatt, de uma forma ou de outra há dois anos. Elas eram muito mesmo, na verdade, quando se tratava de vitórias e derrotas de um contra o outro.

Ele pensou que Jonas podia ver isto de outra maneira.

Gideon tinha a informação que Jonas queria, informação que ele achava que ele precisava.

Gideon poderia dizer-lhe que não havia ninguém que soubesse, nem mesmo Honor e Fawn ou Judd, poderiam ajudá-lo.

Brandenmore havia injetado a criança, não havia dúvida sobre isso. A menina que Jonas tinha tomado como sua própria tornou-se um experimento e nunca tendo pisado em um laboratório.

— Vamos, Gideon. — A ligação de áudio ainda estava ativada. — Eu sei que você ainda tem um link aqui. Enfrente-me. Enfrente-me com o que você tem e eu vou ajudá-lo com o que você precisa.

Gideon desativou o link.

Ele não queria se atrever a ouvir os desafios, ou os gritos choramingados da criança.

Jonas Wyatt não tinha nada que ele queria.

Ainda.

 

Manobrando a clássica Harley pelo estacionamento lotado do Desert Rose, Stygian fez uma careta torcendo os lábios com o pensamento de entrar no prédio.

Ele era uma espécie de Casta solitária. Ele raramente tinha trabalhado com uma equipe de mais de quatro homens até se juntar a Agência de Assuntos das Castas.

Ele não gostava de multidões, ele não gostava da imprensa com dezenas ou mais de corpos humanos caindo sobre ele, como pareciam fazer em casas noturnas e bares.

Mas essa noite Liza estava lá.

Sua companheira.

Filho da Puta, ele não esperava encontrar sua companheira nessa terra árida.

Inferno ele não esperava encontrar sua companheira de forma nenhuma, na verdade.

Estacionando sua Harley, e engatando o sistema antirroubo, ele saiu da moto muito consciente dos olhares fixos nele.

Os clientes estavam espalhados no bar, alguns se socializando, alguns fazendo seu caminho para os veículos enquanto dois casais na sombra haviam sido tomados por uma aquecida luxúria.

Inferno, se ele tivesse Lisa esticada na parte de trás de uma caminhonete, a última coisa que ele teria em sua mente seria um Casta sarnento que havia acabado de entrar/chegar.

Empurrando para trás os longos fios de cabelo que haviam caído sobre a testa, ele fez seu caminho para a entrada e entrou.

Estreitando seu olhar, ele procurou no interior até que ele a encontrou.

Um grunhido retumbou de sua garganta quando ele viu os quatro homens com os quais ela estava sentada.

Deputado Maverick Cullen, um ex-forças especiais especialista em demolições, Esteven Jacobs e seu irmão, um especialista em comunicações do mesmo time, Reever Jacobs. Próximo a eles um homem que até as Castas ainda não tinham informações. A única coisa que eles concordavam era que ele deveria ser o Judd Bengala, Klah Hunter.

Ele não tinha se mostrado até nove anos atrás em Window Rock, e sobreviveu fazendo biscates. Ele nunca tinha ficado muito tempo em um trabalho, e ele nunca tinha feito muitos amigos fora os irmãos Jacobs e o deputado.

Claire e Chelsea Martinez sentadas cada uma em um lado de Liza e todos os sete do grupo estavam inclinados estreitamente e falando baixo.

Stygian tinha notado, porém, que o olhar de Klah Hunter tinha localizado ele na hora que entrou no bar.

Movendo-se pelo lugar, Stygian viu quando todos eles se endireitaram, e Liza virou sua cabeça lentamente em direção a ele.

Longos fios que ele sabia que tinham que ser de seda viva, loiro escuro destacados e listrados, seu cabelo corria por cima do ombro e caiam do outro lado no fino material de seda azul marinho cobrindo os seios.

Ela veio para o bar direto do escritório. A saia fina branca e a blusa de seda azul escuro pareciam tão malditamente sexy agora quanto parecia naquela manhã quando ele a observava sair de casa.

Enquanto ele se aproximava da mesa, os quatro homens o observavam com cautela.

Stygian pegou uma cadeira, virou-se e se inclinou ao lado de Liza.

Os homens lhe deram um olhar de pura antipatia.

Ocupando a cadeira, inclinou-se contra a traseira e encontrou cada um de seus olhares com firmeza.

—O que você está fazendo aqui? —Liza sibilou quando o silêncio em torno da mesa tornou-se claramente desconfortável.

—Mesmo Castas desfrutam de uma cerveja gelada de vez em quando— ele deixou um sorriso tocar seus lábios enquanto o arco perfeito de suas sobrancelhas abaixava em um arco feroz.

—Eu aposto que eles fazem. — O sorriso de Chelsea estava cheio de prazer provocante quando ela sentou-se e olhou entre ele e Liza. —De acordo com Malachi, eles gostam de mexer com nossas cabeças ainda mais.

Stygian teve que rir. Chelsea Martinez não era de manter seus pensamentos espertinhos para si mesma, ou adoçá-los muito.

—Isso é sempre um pensamento agradável, — ele concordou com um sorriso rápido pegando o cenho franzido de Liza voltando-se para um olhar em sua periferia. —Embora para ser honesto, eu prefiro uma abordagem muito mais simples.

—Ah, é mesmo?— Liza murmurou. —E como você conseguiu isso? Pensei que as Castas eram alérgicas a honestidade.

Ele podia ver como ela se sentiu depois do seu encontro com Jonas dois dias antes.

—Não é tanto como alergia é apenas cautela. — Inclinando os braços no trilho superior do encosto, ele virou a cabeça para ela, garantindo que ela vislumbrasse a furiosa excitação dentro dele.

Dois dias.

Ele conseguiu manter a distância por dois dias miseravelmente longos, e ele tinha o suficiente.

Ela era sua.

Sua companheira.

Ela seria sua mulher.

Seu mundo e sua vida.

Se ele pudesse convencê-la a correr esse risco.

Bem, se ele conseguisse roubar um beijo daqueles lábios doces.

Poderia ter sido mais fácil se ele não estivesse ciente do fato de que Isabelle Martinez, companheira de Malachi Morgan, já havia avisado suas amigas dos fenômenos do acasalamento.

—Você não é bem vindo aqui Casta. — Klah Hunter manteve a voz baixa, mas seu tom não era nada senão dominante e cheio de advertência.

Stygian não se deu ao trabalho de sequer olhar em sua direção.

—Dança comigo. — Olhando nos olhos de Liza, ele sabia que se não a tivesse contra ele logo, ele provavelmente acabaria se envolvendo em uma briga.

—Se ela quisesse dançar com você, ela teria te convidado, — Klah estalou. —Esta é uma reunião só de amigos, Casta. Você não está em posição de se candidatar a esse título.

—Eu não estou me candidatando para o cargo de amigo. — Ele assegurou ao outro homem- Casta?

Ele não se preocupou em explicar a posição que ele estava procurando. Inferno ele não era exigente nesse ponto. Ele se tornaria um missionário se isso era tudo que ela tinha a oferecer.

Porém ele foi parcial ao estilo cachorrinho.

Ele estava certo, no entanto, de que aquele não era o tipo de posição que nenhum deles tinha em mente.

—O que exatamente você tem em mente, então? — Maverick Cullen falou enquanto ele se inclinava para trás em sua cadeira e erguia a garrafa de cerveja gelada aos lábios. —Ou eu deveria matar você por pensar que você pode ter mais de Liza do que ela está disposta a te dar?

—Whoa, o suficiente. — Liza se virou para todos eles então. — Eu não preciso de guarda-costas, e não preciso de ninguém para defender minha honra.

Os quatro homens se viraram com o cenho franzido para ela.

O ar da dominância masculina súbita, puxou um rosnado ameaçador dos lábios de Stygian.

Sua mulher.

Sua companheira.

Ele nunca permitiria que outro homem ordenasse a ela para fazer qualquer coisa. Especialmente se estivesse em oposição direta ao que ele queria.

—Eles não estão dizendo a verdade em relação ao porque eles estão aqui, Liza, você sabe, assim como o resto de nós. — Klah argumentou. — Ele não tem nada para tratar com você.

—Talvez ele tenha outras coisas em mente. — Chelsea sorriu. — Coisas que não são do seu negócio, Klah.

A cadeira de Liza raspou para trás na mesa, uma pitada de medo e nervosismo subitamente perfumando o ar ao seu redor.

—Vamos dançar então, — ela murmurou enquanto ele se punha de pé ao lado dela. — Ao invés de começar a luta que você parece com intenção de começar.

—Eu? — Ele quase riu quando ela agarrou seu pulso. Ele permitiu que ela tivesse a impressão de que ela estava puxando-o para a pista de dança. — Esses são seus amigos, bebê, não meus.

A batida rápida e dura da música country desapareceu, e enquanto eles saíam para a pista de dança, a banda aliviou para uma música lenta e sensual em seu lugar.

Ele pegou uma pequena maldição murmurada enquanto ela a soltava de seus lábios brilhantes. E não conseguiu segurar uma risada baixa quando ele a tomou em seus braços.

—Como você sabia que eu estava aqui? — Ela perguntou. Suas mãos pequenas pressionadas contra seu peito quase defensivamente.

O fato de que ela sentiu que teria que se proteger contra ele, seu companheiro, tinha-lhe enrijecido em arrependimento.

Seus dedos estavam esfregando contra algodão fino de sua camisa, porém, fazendo-o se perguntar se ela estava procurando o calor de seu peito. Esse gesto, por menor que fosse, lhe deu esperança de que talvez uma parte dela sabia que podia confiar nele.

—Eu faço ser da minha conta saber onde você está. E com quem você está.

Apertando o braço em volta dela, ele a trouxe para mais perto, deleitando-se na resposta do seu doce corpo, o pesado pulsar da vida na veia dela em seu pescoço, e da fome que ele podia ver se construindo pelo seu perfume em seu corpo pequeno.

A necessidade de cobri-la, para empurrar no calor líquido de sua vagina, estava deixando ele louco.

—Porque você faz isso ser da sua conta? — Confusão a enchia agora —Eu não sou nada para você, Sr. Black.

Ah, como ela estava errada.

Stygian olhou para o cinza de seus olhos e sentiu algo mais que a bravata que ela estava lutando tanto para sustentar enquanto ele a segurava contra ele.

—Talvez eu gostaria de mudar isso.

Liza olhou para o Casta, sentindo seus corpos balançando em perfeito acordo, mesmo antes dela estar ciente do seu corpo estar se movendo junto ao corpo muito maior.

Ela não podia acreditar que ele disse isso. Que ele tinha deixado suas intenções tão claras, tão rapidamente.

—E se isso não é o que eu quero?

—Eu acho isso muito difícil de acreditar, — ele respondeu —Como você disse quando saímos do hotel, que seria impossível perder o fato de que você está muito interessada.

—Oh Deus, eu odeio as Castas e seu olfato aguçado. —Ela teve que arrancar seus olhos dos dele, mas ela não podia forçar seu corpo para longe dele.

—Venha comigo esta noite. — Foi mais uma demanda que um pedido. —Nós poderíamos apenas andar por aí por algum tempo. Talvez encontrar um bom lugar para parar e conversar.

Seus lábios se entreabriram em recusa. Ela não podia se dar ao luxo de se envolver com ele.

Não com ele ou com qualquer outro homem.

—Eu trouxe a moto. — Sua cabeça abaixou, seus lábios em seu ouvido, o calor de sua respiração provocando a carne sensível. — O vento nos seus cabelos, a noite nos rodeando.

—Perigo nos perseguindo? Uma Casta que, obviamente, está à procura de um fantasma e que acredita que eu poderia levá-lo a ela? — Ela perguntou, incrédula. — Isso soa como algo inteligente para você?

—Você acha que eu não iria protegê-la? Que eu permitiria que você estivesse em perigo onde quer que eu a levasse?

—Controla o mundo tão facilmente, não é?— Ela bufou. —Além disso, eu não estou exatamente vestida para um passeio de moto.

Mas ele podia sentir o desejo dentro dela de ir com ele. Para ter essa chance.

—Fale com Chelsea, veja se ela pode trocar de roupa com você, — ele sugeriu. — Vamos Liza seja corajosa, — ele se atreveu a dizer para ela.

Ele sentiu sua necessidade de fazer exatamente isso, de sair de si mesma. O animal dentro dele podia sentir essa necessidade.

Essa escuridão, tão bloqueada no interior de uma mulher, tão escondido em seu subconsciente que ele se perguntou se ela estaria ao menos ciente disso.

—Porque eu?— A pergunta foi sussurrada em seu ouvido quando ele se inclinou mais para perto dela, acariciando os cabelos do seu pescoço enquanto ele a movia em torno da pista de dança.

—Porque você? —O barulho do ronco foi involuntário em torno de sua esbelta coluna do pescoço enquanto ele falava. — Porque eu tenho estado tão duro por você, e só por você, nos últimos dois dias, que eu juro que meu pau vai ter uma marca permanente do zíper do meu jeans.

Seu fôlego travou.

Liza sentiu uma necessidade enorme de empurrar seus próprios limites, e pedir a Chelsea para trocar de roupas com ela, para escorregar na garupa de sua motocicleta, e escapar para a noite com ele.

—Eu quero você, Liza, — disse ele. —Meus lábios nos seus, lento e fácil, em seguida, mais profundo, mais duro. Quero lamber seus lábios, prová-los. Então eu quero provar o resto de você. Cada centímetro do seu doce corpo.

Cada centímetro?

Suas coxas apertaram, seu clitóris estava inchado, a umidade se juntando entre as dobras de sua vagina com o pensamento dele tocando-a, saboreando-a.

—Eu não posso fazer isso. — Ela não sabia se podia se permitir tomar o que ele estava oferecendo. As implicações dos custos poderiam ser bem mais do que ela poderia suportar.

Ela podia senti-lo. Profundamente, bem profundo dentro de si mesma, ela podia sentir o conhecimento de que, se permitisse que Stygian a levasse, ela poderia estar se destruindo de uma maneira que ela nunca quis enfrentar.

—Não. — A música sumia do caminho enquanto ela saia dos seus braços, se obrigando a ficar longe dele, agitando duramente sua cabeça. — Eu não posso fazer isso. Eu só não posso.

Segurando seu braço enquanto ela tentava se afastar dele, Liza se descobriu diante de um adulto dominante da Casta com a luxúria dirigida em ter a mulher que ousou excitá-lo de tal maneira.

—Isso não é um adeus, — ele assegurou a ela. —Nós não terminamos. Eu vim aqui para passar a noite com você, Liza. E eu pretendo fazer exatamente isso.

Conforme uma melodia rápida começou tocando da banda, Stygian deu um olhar duro ao cantor antes de conduzir Liza da Pista de dança. O fato de que ele não estava satisfeito com a música era mais do que evidente.

O fato de que ele a queria era mais que evidente.

Malachi tinha a advertido que um Casta uma vez que tivesse a certeza que a mulher que ele queria estava tão atraída por ele, só poderia ser afastado se ele soubesse que o objeto do seu desejo, e de sua afeição, ou o que for que eles chamam, se suas objeções fossem mais fortes que sua necessidade.

Castas não forçavam os aspectos sexuais, eles não perseguiam, nem assediavam. Eles encantavam, seduziam e brincavam. Eles construíam a fome e a necessidade até que suas amantes em potencial caíssem nos seus braços.

Ele tinha sido uma fonte de informações depois que ele e Isabelle tinham se tornado amantes.

Ou companheiros.

Um tremor de apreensão patinou em suas terminações nervosas enquanto ele a levava de volta para a mesa onde seus amigos esperavam.

Os planos que ela e sua equipe estavam discutindo antes da sua chegada teriam que esperar. Stygian estava à espreita e tinha encontrado sua presa. Ele não iria embora tão cedo.

Os problemas inerentes a tal decisão de sua parte, faziam seu estômago se apertar de medo. A equipe já havia perdido Isabelle por causa do seu relacionamento com Malachi e o seu voto de nunca revelar a ninguém do que ela tinha sido uma parte, especialmente a um amante ou marido fora da rede.

O fato de que Malachi era de fora da rede e não tinha aprovação para estar a par daquela informação, havia machucado todos eles. Porém essa era uma decisão que ninguém na equipe tinha permissão para tomar.

Quando chegaram à mesa, Liza fez rapidamente sua próxima decisão, sem ter tempo de levar em consideração as repercussões do mesmo.

—Eu estou indo para casa, — ela disse sentindo Stygian endurecer ao seu lado.

Cullen, Steven, Reever e Klah, todos viraram olhares acusatórios sobre Stygian.

—Sim eu acho que eu também estou pronta para ir. — Chelsea levantou-se e pegou sua bolsa no chão. — Você vai comigo? — Ela olhou para Stygian com um sorriso. —Ou com ele?

—Você. — Puxando seu blazer leve da parte de trás de sua cadeira, ela agradeceu a Deus que Chelsea tinha feito rapidamente sua decisão.

—Então eu acho que vou voltar também, porque eu vim com elas. —Claire se juntou a elas, movendo-se da sua cadeira e recolhendo sua bolsa e sua jaqueta leve. Ela também estava vestida com as roupas que tinha usado para trabalhar naquela manhã, uma blusa de algodão leve e uma saia de seda.

Deus estava sorrindo para Liza.

—Nós vamos segui-las para casa. —Steven concordou e os quatro homens levantaram também.

Ao lado dela, ela jurava que Stygian sorriu.

Ela estava certa disso com sua cabeça abaixada. —Muito, muito bom, — ele murmurou em seu ouvido. —Você me surpreendeu. — Isso soava como se ele raramente se surpreendesse.

—Boa noite Sr. Black, — ela disse.

—Boa noite Srta. Johnson. —Balançando a cabeça ele deu um passo para trás e segundos depois desapareceu na pressão dos corpos enquanto fazia seu caminho para a saída.

—Isso não é bom, — afirmou Klah suavemente.

Liza olhou para o Navajo escuro, vendo os olhos quase negros e a raiva queimando dentro deles.

Klah era o guru deles em planejamento e logística. Havia momentos em que seus instintos eram tão fortes que os outros membros da equipe juravam que ele era vidente.

—Mas talvez não seja mau. — Ela encolheu os ombros. —Ele não pode saber nada de qualquer maneira. Ele está apenas... — Ela parou, balançando a cabeça.

—Somente com excitação? — Chelsea sugeriu provocando. —Querida, esse Casta está malditamente interessado e malditamente certo de que você também está com tanto tesão por ele como ele está por você.

—Ela não está. — Retrucou Klah enquanto ele e os outros homens as rodeavam e começavam a se mover para a saída.

—Reever, tome o primeiro turno na casa das meninas, — ordenou Cullen, ignorando a exclamação de Klah. —Esteven você terá o segundo, e Klah terá o terceiro. Eu tenho trabalhos pelos próximos três dias, mas posso puxar os membros das outras equipes na área para cobri-los até que a situação seja resolvida.

—Esse pode ser o motivo pelo qual parece que alguém está nos perseguindo. — Liza sugeriu enquanto eles deixavam o clube. —Alguém pode estar usando a presença das Castas aqui para extrair tantos membros quanto for possível e obter informações sobre a rede ao invés de qualquer outra coisa.

—Isso é sempre possível, — Cullen concordou. —Mas eu prefiro garantir a sua segurança, de Claire e de Chelsea.

—Não tire os da rede, — Liza sugeriu — Nós temos bastante amigos que são membros militares ou executores da lei que poderiam estar dentro. Eu preferia não arriscar as identidades das equipes envolvidas na transferência. Nós somos a única equipe que não está envolvida nessa fase.

E os membros das equipes raramente tinham as identidades dos membros das outras equipes. Era uma garantia, uma precaução, para o caso de um ser capturado. Ou no caso de algum membro se tornar ganancioso e decidir vender as informações para o Conselho de Genética.

Isso havia acontecido apenas uma vez antes em todas as décadas da Rede Navajo Underground ou Rede Secreta Navajo. Mas se tinha acontecido uma vez poderia acontecer de novo.

—Vamos ver o que podemos fazer, — respondeu Cullen sem dar uma indicação se concordava ou não.

Não que ele não confiasse em sua opinião, ela disse a si mesma. Ela, Claire e Chelsea eram membros Junior do grupo, e de muitas maneiras ainda estavam em formação.

Quando eles chegaram ao carro, Liza cedeu à curiosidade e olhou ao redor do estacionamento. Ela não podia ver Stygian, mas ela tinha certeza de que ele estava lá. Ele não era um homem – um Casta - que desistia facilmente.

—Todos esses Castas quentes e bonitos vão me fazer começar a desejar um que se enlouqueça por mim. — Chelsea estava rindo apesar da declaração, enquanto ela colocava seu pequeno sedan para a estrada e voltava para Window Rock.

A noite se fechava ao redor deles, e quando Liza abriu a janela do lado do passageiro não poderia se ajudar com o desejo de que aquele vento que estava chicoteando ao seu redor, fosse o vento de quando ela estivesse andando na garupa de Stygian na moto que ele alegava estar andando.

E sem dúvida ele tinha. Ele era grande o bastante, forte o suficiente, ousado o suficiente para arriscar a vida e a integridade física em uma noite quente no deserto em uma estrada que poderia conter um monte de surpresas.

—Graças a Deus é sexta-feira — Claire suspirou. —Esta não é uma semana que eu gostaria de repetir.

O planejamento e implantação de várias atribuições concebidas para atrair pelo menos um dos sombras a observá-los, tinha sido um exercício fútil.

Até a manhã em que Liza tinha ido correr. Ela tinha certeza de que não teria que lidar com a Secretaria de Executores dos Assuntos da Casta.

Liza, assim como os outros, tinha certeza que capturar uma das equipes que a estavam seguindo, seria moleza. Só que eles perceberam que aquela —moleza premiada, — se transformou, em nada, enquanto Liza foi ficando imersa numa batalha sensual, com um dos mais poderosos Casta. Ele não parecia ser do tipo que desistia facilmente.

Ou fizesse qualquer coisa facilmente.

Ele iria tomá-la como ele vivia, ela pensou. Com confiança, poderosamente.

Ele iria segurá-la com aquelas mãos fortes e grandes, iria beijá-la até sua submissão sem sentido, hipnotizada por seus lábios e invadiria não apenas os seus lábios, mas seu coração também.

—Você está me ouvindo Liza?— Chelsea reclamou enquanto Liza lutava para voltar daquele lugar onde Stygian estaria com os braços a envolvendo e seu beijo estaria lhe aquecendo.

Afinal, ela pensou cansada, ela tinha estado muito fria recentemente.

—Não, eu sinto muito, Chelsea. Eu estava pensando em outra coisa. —Ela respondeu a sua amiga enquanto empurrava de volta as imagens dela e de Stygian juntos.

—Ou alguém, — Chelsea sorriu maliciosamente do banco ao lado dela.

—Aquele Casta, sem dúvida.

—Ele é arrogante. — Liza acusou.

—Ele é fodidamente quente. —Chelsea riu.

—Ele é muito dominante— Liza tentou novamente

—Sim, bem, ele poderia me amarrar na cama e bater na minha bunda qualquer dia que ele quisesse... — Proclamou Chelsea.

—Porra, Liza, eu sei que você não vai recusar essa chance de ter a mais incrível aventura sexual da sua vida. Você sabe, os paus da Casta de Lobos devem ser duas vezes mais grossos que os de qualquer homem humano. E você sabe o que ouvimos que eles fazem.

—E Isabelle não vai dizer nada de qualquer forma, se o seu Coiote faz aquela coisa da Casta Coiote quando goza. — Claire ariscou. —Você acha que seus paus realmente engrossam mais quando eles ejaculam dentro de uma mulher?

—O fato de Isabelle se recusar a dizer é uma boa indicação. —Chelsea suspirava como se estivesse antecipando. —Não admira que eles tenham fãs fanáticas. Eu acho que quero entrar para o clube.

—Chelsea você ignora o que as Castas oferecem, — Claire disse enquanto Liza ficava com a sua boca seca de pensar em ser tão primorosamente esticada e com o auge da liberação do seu prazer.

—Assim como você, — destacou Chelsea. —Não é como se eu fosse a única.

—Então porque estamos dizendo a Liza para ter o seu Casta sobre ela?— Claire perguntou claramente se tornando mais divertida com o momento.

—Bem, somente porque me tira do sério ter que lidar com essas criaturas mandonas. — Chelsea riu.

Fazendo careta Liza observava a paisagem escura enquanto eles faziam seu caminho pelos arredores de Window Rock, seguindo a caminhonete cabine dupla de Cullen que ele e Reeve dirigiam. Klah e Steven estavam andando atrás delas na Land Roover de Klah.

Entrando na garagem da casa, Liza conteve um suspiro de alívio antes dela e de suas amigas saírem do carro. Depois que Isabelle se mudou com Malachi, sua prima Claire decidiu morar com elas.

É claro que, os homens tiveram que entrar e verificar a casa de um lado ao outro.

Liza se perguntou se eles iriam fazer aquilo com eles mesmos? Ela duvidava muito.

Na verdade, ela sabia que eles não o fariam. Inferno, alguém tinha quebrado a casa de Klah na semana em que as Castas chegaram e ele ainda não tinha chamado ninguém até depois de verificar tudo ele mesmo.

Mas não havia ninguém dizendo que ela, Claire e Chelsea poderiam cuidar de si mesmas. Eles se recusavam a ouvi-las.

Será que eles realmente acreditavam que ela iria mentir?

Quando a busca foi concluída, e todas as despedidas foram feitas, os quatro homens, finalmente, saíram.

Quando a porta se fechou atrás deles, Liza a trancou em um piscar de olhos, em seguida, virou-se, cruzou os braços sobre os seios mais uma vez e enfrentou suas amigas que ainda estavam silenciosas.

—Bem, — ela perguntou quando elas não disseram nada.

Claire moveu-se para a sala e ligou à televisão, ela aumentou o volume o suficiente para que não fossem ouvidas da cozinha, nada do que elas iriam dizer seria ouvido por causa do barulho da televisão.

—Eu não disse nada sobre isso no carro, mas você não se lembra do que Isabelle disse sobre o acasalamento enquanto ela estava no hospital? — Claire advertiu sombriamente. — Será que você deixou ele te beijar enquanto vocês dois estavam na pista de dança?

Liza arregalou os olhos com a lembrança do que Isabelle havia afirmado sobre o que os beijos de um Casta poderiam fazer a uma mulher. —Tinham que ser as drogas que eles deram a ela. Lembram-se, ela teve uma reação a elas?

Isabelle tinha apenas metade de sua mente funcionando por causa da dor depois de seu sequestro por Holden Mayhew. Certamente seu aviso de que o beijo de um Casta podia era aditivo e que deveriam tomar cuidado com o acasalamento, deveria ser alguma demência causada pelas drogas e amplificada por sua afeição pelo seu próprio Casta.

—Liza, ela não estava brincando, — assegurou Claire com seu olhar penetrante enquanto se aproximava.

Chelsea tinha chegado perto, e ouvia com muita atenção.

—Você não pode ter certeza disso Claire. — Liza balançou sua cabeça de forma decisiva. —Não há nenhuma prova.

Claire engoliu em seco e falou antes de Chelsea. — Não é uma prova exatamente. Mas lembrem-se quando os médicos das Castas chegaram e assumiram os seus cuidados?

Liza assentiu, assim como Chelsea.

—Eu os ouvi falando quando saí para tomar um pouco de ar. Um dos médicos disse ao outro que não estava gostando de sua reação aos medicamentos enquanto ela estava no calor do acasalamento, e que o hormônio de acasalamento estava reagindo de forma estranha.

Liza olhou para a outra mulher em descrença.

—E você só está nos dizendo isso agora? — Chelsea sibilou em descrença. —Claire como você pode esconder isso de nós? Já tem um mês. Poderíamos ter beijado dezenas de Castas até agora.—

Liza balançou sua cabeça para a outra menina, olhando para ela com surpresa. —Dezenas?— Ela piscou para Chelsea, incerta. —Desculpa amiga, mas eu não sou mais uma adolescente há muito tempo. Eu acho que não beijei tantos meninos assim quando era uma adolescente. Inferno, eu não beijei essa quantidade na minha vida inteira.

—Eu estava brincando. — Chelsea suspirou. —Você sabe o que eu quis dizer.

Claire mordeu o lábio indecisa antes de soltar uma respiração profunda. —Eu achei que tinha entendido mal alguma coisa, e eu sabia que Malachi nunca faria mal a ela. — Ela levantou suas mãos com indecisão.

—Mas essa noite eu sabia que tinha que dizer a vocês duas quando eu vi como Liza estava reagindo ao Sr. Black. —Seus olhos se abriram um pouco, as profundezas castanhas cheias de preocupação. — Eu ainda não estou certa se não entendi alguma coisa errada.

Quero dizer, realmente estávamos todos em estado de choque. E aterrorizados. Eu poderia ter entendido mal a conversa toda.

Liza soltou um suspiro duro. —Uau, — ela disse em descrença. —Essas histórias dos tabloides são verdadeiras então.

Era inconcebível. Contudo, não importava o quanto ela desejasse manter afastada essas informações de Claire, ela sabia que não poderia.

A reação de Isabelle a Malachi Morgan tinha sido muito intensa para ser considerada normal, e Liza, assim como Chelsea e Claire tinham visto isso.

Mas essa era Claire. Ela mantinha para si mesma o segredo de outras pessoas muito bem guardado.

Seus amigos sempre se preocuparam com o profundo poço de reserva que ela possuía, e com a sua natureza tranquila, que muitas vezes permitiam aos outro passar por cima dela, até seus amigos colocarem um ponto final nisso.

—Porra se essas histórias dos tabloides forem verdadeiras, — Chelsea sibilou. — Então isso faz deles máquinas de sexo incrementada com esteroides naturais. — Ela engoliu em seco, sua expressão quase vidrada com admiração. —Seria como...

—Isso é o suficiente, Chel. — Liza segurou suas mãos rapidamente. —Chega de adjetivos, ok?

A —maquina de sexo com esteroides— foi o suficiente para fazer o corpo de Liza vibrar com amplificado interesse. Ela nem precisava ouvir mais nada para lhe assegurar que se permitisse Stygian Black em sua cama, iria arruiná-la para qualquer outro homem ou Casta. Por toda vida. Ponto.

—Mas somente quando eles faziam aquela coisa de acasalamento. — Claire lembrou. —Era sobre isso que os tabloides diziam, e sobre o que os dois médicos estavam falando, isso era verdade. Lobos só tinham um companheiro para vida toda na natureza, certo? Fazia sentido que Lobos Castas seguissem esse curso. Como também os Leões.

—Mas, Tigres, Coiotes e todas essas outras espécies maravilhosas não, — Chelsea lhe assegurou.

—Então é um capricho da natureza, ou sua criação. — Chelsea deu de ombros. —Seja o que for, é algo que obviamente eles estão desesperados para esconder, caso contrário os cientistas das Castas já teriam deixado isso vazar para o mundo eles mesmos há muito tempo.

—Talvez. — Liza suspirou.

Ela estava superaquecendo com certeza. Liza podia sentir o seu corpo queimando como o inferno, com a ideia de ter um homem, inferno, um Casta que pertencia a ela, e somente a ela.

—Estamos falando de ter uma licença para ser um idiota. — Chelsea deu um assobio baixo enquanto ela olhava para Liza. — Inferno, homens normais são um pé no saco. Mas um que não permitiria que você fosse tocada por outro homem? Uma relação onde não havia a ameaça de um divórcio? Um beijo viciante do qual você não poderia se afastar, não importando o quão chateado ou como de saco cheio você estivesse, ou quão ruim estivesse sua dor de cabeça?

Whoa, falando sobre um banho de água gelada.

—Eu não penso assim, — Liza informou a ambas. —Não nessa vida.

—Quanto é verdade, e quanto é inventado? — Chelsea questionou em descrença. —Quanto você pode acreditar? Certamente não poderia ser tão ruim, ou Isabelle já teria atirado em Malachi por agora. Ela não era nenhuma princesinha quando ela tinha que se defender.

—Meio a meio, talvez? — Claire sugeriu.

—De jeito nenhum, — respondeu Chelsea, balançando a cabeça enquanto soltava os ricos fios de seu cabelo preto dos clipes de tartaruga. —Eu diria, pelo menos, setenta e cinco por cento tem que ser pura ficção. Isso deixa vinte e cinco por cento em seu favor. As máquinas de sexo com um beijo afrodisíaco. Eu diria que era viciante. Desculpe, meninas. — Ela deu de ombros descuidadamente. — Isso não iria acontecer para qualquer homem nessa vida. Seria muito fácil para eles nos governar. Deus não permitiria isso. Ele tem senso de humor, você sabe.

Liza assentiu lentamente.

Chelsea tinha que estar certa.

Havia sempre freios e contrapesos.

A natureza não poderia ter dado aos machos da Casta tal vantagem sobre as fêmeas tanto da Casta quanto humanas.

—Então vamos falar sobre qualquer dessas coisas pra Ashley e para as outras quando elas chegarem aqui amanhã? — Chelsea perguntou.

—Deus, não! Elas são Castas! — Liza olhou para sua amiga como se ela tivesse perdido a cabeça de alguma forma. — Eu as amo loucamente, Chelsea, mas não vamos mencionar isso para ninguém. Nós vamos manter isso somente para nós mesmos.

As quatro fêmeas da Casta, Ashley Truing, Emma Truing, Chimera Broussard e Shiloh Gage, haviam treinado as meninas para fazer parte da Rede Secreta Navajo nos últimos seis meses.

A rede secreta era composta por um grupo de Navajos que ajudavam as Castas que necessitavam se manter no anonimato completo e em um refúgio seguro do Conselho de Genética.

A Rede os ajudou mantendo-os na clandestinidade, uma vez que conseguiam escapar dos laboratórios, eles os abrigavam, davam assistência médica e garantiam que eles conseguissem enterrar quem e o que haviam sido.

—Talvez nós pudéssemos achar uma maneira de interrogá-las. — Claire sugeriu. —Ver, se elas irão nos dar uma pequena dica. Tudo baseado nas histórias dos tabloides, é claro.

Liza balançou a cabeça ferozmente. — Não podemos dar a elas a oportunidade de mentir para a gente, ou pior ainda, esperar ter mais lealdade delas do que sua própria amizade. Nós manteremos isso para nós mesmas e vamos ver o que acontece.

—Isso significa que você vai ser a primeira cobaia? — Chelsea balançou sua sobrancelha sugestivamente. —Você vai dar detalhes, certo? Certamente você não iria nos torturar como faz Isabelle? Ela não nos diz nada.

—Sim, eu pareço descabelada e estúpida. — Liza bufou. —Isso significa que devemos olhar para os nossos próprios rabos e esquecer sobre beijar um deles. Pelo menos por enquanto, — emendou. Ela não poderia negar-se pelo menos a possibilidade de ser capaz de beijar Stygian.

Ao menos em uma data posterior.

As outras duas concordaram.

—Malachi supostamente teria reuniões com Wyatt e os Alfas nos próximos dias. Nós poderemos falar com Isabelle sem Malachi por perto então, — Chelsea decidiu.

—Talvez. — Liza mordiscou sua unha nervosamente. —Nós veremos.

Quando Chelsea endireitou seus ombros e olhou para elas com aquele olhar que era totalmente dela: determinada de pura teimosia. —Oh, acredite em mim, ela o fará. Eu prometo a vocês. — Ela sorriu maliciosamente. — Eu vou simplesmente derramar algumas lágrimas para minha irmã mais velha. Aposto como ela vai vir correndo para descobrir qual é o problema com sua irmãzinha.

—Perverso. — Liza expirou em antecipação.

—Perigoso, — alertou Claire, apesar de sua admiração com a ousadia de Chelsea.

Mas elas estavam de acordo.

No momento era esperar para ver.

E, definitivamente, manter-se no circuito. O que uma soubesse teria que dizer para as outras duas.

Seria a única maneira de ter certeza.

 

Colocando os pés dentro da água, ela fechou os olhos, e exatamente como durante a reunião com Jonas Wyatt, ela foi atacada com as imagens das fotos que o diretor havia lhe mostrado.

Ela viu seus olhos, sentiu sua dor, seu medo. Seria muito difícil não sentir. Essas fotos eram gráficas com suas imagens detalhadas dos sofrimentos das crianças.

Recuando do chato, ela abriu os olhos rapidamente, sem vontade de ver mais.

Seus pais sempre lhe diziam que ela sentia as coisas muito profundamente, que ela deixava as coisas incomodá-la demais. Que essa vulnerabilidade tinha feito ela se machucar mais de uma vez.

Embora ela nunca tivesse se apaixonado.

Ela era virgem, e ela não tinha a menor ideia de qual seria a sensação de querer um homem totalmente, e tão completamente que ela estaria disposta a desistir de sua liberdade e de seu próprio controle para ele.

Ela não tinha certeza se poderia fazê-lo também. Ela gastou anos demais, mantendo-se distante. Ela não tinha certeza de que conseguiria deixar ir agora, e se entregar a qualquer homem. E infelizmente, ela não tinha certeza se poderia lhe dar seu corpo, sem dar seu coração.

Mesmo por um Casta que olhava para ela com aqueles olhos pretos com azul e uma expressão que assegurava a ela que ele guardava todos os segredos do prazer, e que ele estaria mais do que disposto a compartilhar.

Ele estaria mais do que disposto a lhe mostrar todos os segredos dominantes e sensuais com os quais ela sonhava, e todo o fogo de prazer pelo qual ela ansiava.

Por um preço.

Sempre por um preço.

Nada vinha de graça, sua mãe a tinha avisado.

Havia sempre um preço.

Um preço para rir, um preço para amar.

Um preço para viver.

Agora, ela se perguntava, exatamente qual seria o preço de Stygian Black?

 

Liza não tinha imaginado que a situação com Stygian poderia ficar pior.

Certamente ela teria alguns dias para acalmar seus nervos.

Em vez disso, na manhã seguinte, ele estava na sua porta, vestido em jeans justos uma camiseta escura, e com a pecaminosa Harley preta estacionada em sua garagem.

Ela supôs que ele não estava mentindo na noite anterior sobre ter uma. Não é que ela acreditasse que ele pudesse ter mentido.

—Por que você está aqui? — Agarrando a porta desesperadamente com seus dedos, ela olhou para ele com uma careta.

Um sorriso curvou seus lábios. — Eu esperava que pudesse te convencer a sair comigo esta manhã. — Ele olhou para o short branco, que mal cobriam suas coxas, antes de seu olhar desviar para a suave camisola de algodão pêssego que ela usava. — Vamos Liza. Coloque algum jeans e viva perigosamente por alguns minutos. Você sabe que você quer.

Oh, ela queria, mais do que ele poderia saber.

—Hoje não. — Balançando a cabeça ela recuou e se preparou para fechar a porta.

O leve sorriso em seus lábios disparou uma explosão de sensações direto para seu ventre. Ele apertou com um pesado soco de necessidade, enfraquecendo e enviando umidade entre as coxas dela mais uma vez.

—Eu não estou lidando com você esta manhã.

Liberando a porta, ela caminhou de volta para a cozinha, procurando desesperadamente uma forma de combater sua reação a ele.

Virando-se para encará-lo quando alcançou a pia, Liza separou seus lábios, ofegante por encontrá-lo tão perto de seu nariz que ele estava quase enterrado na sua camisa de algodão.

Levantando os olhos, ela percebeu como seus braços a rodeavam, com suas mãos apoiadas no armário atrás dela prendendo ela dentro.

Sim, houve essa posição dominante que tanto a excitava quanto advertia de que estava andando pelo caminho mais perigoso que ela jamais poderia imaginar.

Seus olhos apontaram para cima trancando-se com os seus, enquanto seus braços estavam apoiados de cada lado dela, seu olhar cheio de intenção enquanto a observava de perto.

—O cheiro de sua excitação está prestes a colocar nós dois em um inferno de um monte de problemas.

Seus olhos se arregalaram, porque ela estava perto o suficiente para sentir sua ereção pressionando contra seu estomago. Enquanto ela deixava cair seu olhar, ela assistia a batida do sangue na veia ao lado de seu pescoço com uma gota de suor ao longo da coluna forte.

Ela teve que lamber seus lábios.

Deus, ela queria prová-lo.

Ela queria morder seu pescoço. Apenas afundar seus dentes nessa parte escondida e segurar firme enquanto ele a montava.

Um tremor rasgou sua coluna enquanto uma dolorida necessidade surgia através de seu núcleo. Seus sucos derramando, revestindo as dobras sensíveis e aquecendo ainda mais o clitóris.

—Você sabe que eu posso sentir o cheiro, Liza? — O som de sua voz era definitivamente um grunhido.

Ela sacudiu a cabeça lentamente.

Sua cabeça baixou até que seus lábios estavam acariciando sua orelha. — Se o cheiro do calor de verão fosse viciante, eu estaria adorando sua boceta para toda vida.

Ela se afastou dele, rompendo seu domínio com uma facilidade que lhe assegurava que ele simplesmente teria que deixá-la ir.

Olhando para ele, Liza disse a si mesma que ela certamente foi insultada pela sua linguagem crua e que ela não poderia fazer uma afirmação tão estúpida passar por seus lábios.

—Eu me recuso a ser uma foda de verão para você, — ela o informou, se perguntando exatamente quantos problemas aquela falsidade em particular iria levá-la se tivesse que enfrentar seus pecados.

—Então você bem pode sair agora e deixar de me perseguir. Eu lhe asseguro que não estou gostando.

Ele riu da mentira tão obvia. E ela sabia que ele podia senti-lo tão facilmente como ele podia sentir a construção de sua excitação percorrendo seu corpo.

—Você é tão bonita mentindo como quando está falando a verdade, — ele disse divertido. — Mas, nesse caso, eu poderia satisfazer a verdade se você tivesse o espírito para enfrentá-la.

Liza puxou a barra da blusa antes de cruzar seus braços sob os seios e tentar olhar para ele.

—Essa é uma complicação que eu não preciso em minha vida, — ela finalmente disse a ele enquanto tentava injetar alguma aparência de determinação em seu tom. — Você não é uma complicação que eu preciso em minha vida.

—Felizmente a vida gosta de nos lançar algumas bolas curvas, — afirmou, uma pitada de riso levando-a a encontrar seu olhar mais uma vez. — Porque eu acho que definitivamente, estou gostando da complicação que você pode ser. Vamos, Liza, me de uma chance. Você pode desfrutar de mim. É apenas um passeio na parte traseira da minha moto. Nada mais.

Pelo menos ele não disse abertamente e pediu-lhe para montá-lo.

Ela não se atreveu a permitir-se considerar isso. Ela era muito fraca diante de sua paquera, na certeza de que ele iria balançar seu pequeno mundo.

Não havia nada mais certo para minar sua determinação do que permitir-se admitir qualquer fraqueza a ele. Ele era um Casta, e ela estava certa de que toda aquela testosterona que dirigia a Casta e sua dominância estaria com certeza testando sua vontade.

A partir do que ela tinha visto entre sua amiga Isabelle e seu novo amante, Malachi, Castas gostavam nada mais do que empurrar as mulheres que chamavam de companheira em acessos de raiva ou excitação.

Como se fosse uma prerrogativa que eles tinham inventado para si mesmos.

—Eu também não preciso dessa bola curva especial, — ela lhe assegurou enquanto se movia para sair da cozinha.

Em vez disso, ela teve seu braço agarrado por sua mão grande enquanto era virada e mais uma vez ficava pressionada contra o gabinete.

Mantida lá, capturada entre seu corpo duro e o armário de madeira atrás dela, realmente não havia como fugir.

Nenhuma escapatória dele, ou da excitação que queimava através da sua vagina apertando seu ventre.

—Essa bola curva vai ser inevitável, — ele lhe assegurou enquanto ela olhava para ele sentindo o sangue correr para seus mamilos, seu clitóris, e depois surgindo em excitamento de volta ao seu coração sobrecarregado.

—Poucas coisas são inevitáveis, Stygian, — ela lhe assegurou, tinha certeza de que era tudo que ela poderia fazer para manter seu tom de voz o mesmo e confiante.

A parte de manter seu tom de voz o mesmo, ela foi um pouco fraca. Pensando sobre isso, ela pode ter sido um pouco negligente no departamento da confiança também. Embora ela estivesse ficando muito boa na parte de se resignar.

Conformada com o fato que a necessidade estava crescendo.

Resignada com o fato de que não havia nenhuma forma de evitá-la.

Inferno, conformada com o fato de que em breve, muito em breve, ela estaria lhe implorando para foder.

Vendo, seu coração disparado, sua respiração irregular, Liza entreabriu os lábios, com sua cabeça baixa, os lábios quase tocando os dela, tão perto que ela jurava que poderia sentir o calor deles acariciando suas curvas mais suaves.

—Eu não quero seu beijo até que eu tenha certeza de que a simples expectativa dele vai me deixar louco.

—Castas já são loucos, — ela disse a ele, sua voz fraca, agora ela estava amaldiçoando-se mentalmente por isso. — Então não tente colocar a culpa em mim, e você pode apenas manter a sua antecipação, porque eu estou inclinada a manter meus beijos para mim mesma.

No entanto, ela foi inclinando a cabeça para o lado para dar-lhe maior acesso ao lóbulo de sua orelha quando sentiu seus lábios se roçando contra ele.

—Você não sabe o que está tentando. — O som áspero, primitivo de sua voz fez seu coração saltar uma batida antes de correr o dobro.

—Deixe-me ir e isso não vai ser um problema, — ela disse a ele, mesmo sabendo no fundo de sua alma que a última coisa que ela queria era que ele a soltasse.

A última coisa que ela deveria fazer era permanecer lá em seus braços, não enquanto ela queria seu toque como mais nada em sua vida.

E esse pensamento, tão chocante, tão terrível, levou-a a empurrar suas mãos para ele, ao invés de simplesmente absorver o calor através de sua camisa em sua carne.

—Deixar você ir não é tão fácil Liza, — seus lábios se moviam mais abaixo, roçando o pescoço dela, intensificando aquele arco de sensação escaldante do pescoço direto para seus mamilos, em seguida para o clitóris.

Liza se obrigou a arrastar uma respiração profunda, só para descobrir seus sentidos infundidos com o cheiro da meia-noite e das florestas. E não havia uma única maldita floresta em qualquer lugar próximo. O que significava que era o cheiro da Casta lhe prendendo, tentando com aquele cheiro exuberante e sensual.

—Torne isso mais fácil. — Forçando as palavras através de seus lábios era mais difícil do que ela jamais imaginou que seria. — Deixe-me ir Stygian, porque não é isso que eu quero.

Ele endureceu contra ela.

Oh Deus, se ele não desse logo ouvidos a ela, estaria em pouco tempo lhe implorando para beijá-la, tocá-la, para transar com ela ali mesmo contra o armário da cozinha, onde seus amigos poderiam entrar a qualquer momento.

—Liza tem uma moto estranha na entrada. Você acha que é –Oh – A voz de Chelsea diminuiu para nenhuma enquanto Liza culpando-se tentava, mais uma vez, sem sucesso, empurrar Stygian de forma ampla para longe dela.

Sua cabeça virou, pegando a expressão chocada de sua amiga, paralisada na porta do pátio. Era como se ela fosse incapaz de afastar o olhar da visão de Liza tão perto do corpo muito maior de Stygian.

—Feche sua boca Chelsea, — Liza ordenou irritada, enquanto empurrava Stygian novamente. — Ele vai me deixar ir ou eu vou ver o quanto de dano posso fazer quando eu começar a dirigir meu joelho em certas partes do seu corpo. — Ela lançou um olhar decididamente ameaçador com um sorriso apertado enquanto esticava o joelho se preparando.

Seus cílios baixaram novamente, aquele malvado olhar de foda-se, cravando direto para seu núcleo e apertando seu ventre com uma necessidade intensa que quase roubou seu fôlego.

Ela ia sair com ele. Liza sabia que iria.

Ela era simplesmente muito fraca, e ela queria estar perto dele, queria tentar sua própria destruição tão desesperadamente.

Era um suicídio emocional.

Isso é o que era, um suicídio emocional e ela estava impotente contra a voz sussurrando dentro de si apenas para ir para ele. Para tentar o destino. Para tentar a destruição.

Para tentar um Casta.

—Eu estou saindo agora de manhã, Chel, — ela disse a sua amiga com o olhar fixo em Stygian mais uma vez. — Eu vou levar meu telefone comigo para o caso de você precisar de mim.

Se Cullen chamar e os planos mudarem ou se Ashley, Emma, Quimera e Shiloh decidirem chegar mais cedo que o normal.

Mas será que quaisquer dessas coisas realmente importam?

Porque esse era o trabalho da Rede Secreta da Casta Navajo encontrá-la primeiro, e oferecer-lhe asilo.

Esse era seu trabalho, e se este Casta tinha informações de como encontrar as duas mulheres e a Casta Bengala que eles estavam procurando, então talvez isso pudesse ajudá-la a encontrá-los primeiro.

—Você vai com ele? — De olhos arregalados e divertidos, Chelsea fez a pergunta com inocência artística. — Na parte de trás de uma moto?

Sim, Liza poderia entender claramente a confusão da sua amiga. Liza se recusava até mesmo a andar em um conversível por causa de um acidente em que ela tinha estado quando era uma adolescente.

Ela quase havia sido uma criança rebelde, ambas ela e Claire. A primeira vez que ela escapou e pegou o carro de Joe Martinez para dar uma volta, tinha sido sua última, no entanto sua rebeldia tinha acabado rapidamente quando Claire perdeu o controle do carro que cambaleou sobre um penhasco deserto, quase matando as duas.

Uma motocicleta estava sempre fora de questão.

Até Stygian.

—Vou mudar de roupa. — Dando-lhe um último olhar, Liza deu a volta e saiu da sala, perguntando-se desesperadamente se tinha perdido a cabeça.

Stygian observou ela ir com um sorriso querendo puxar seus lábios enquanto Chelsea olhava para ele com cautela.

Ele podia sentir as perguntas que ela queria fazer e também sua hesitação.

—Liza não anda em motocicletas. — Ela franziu a testa para ele colocando as mãos em seus quadris.

—Então parece que ela esta em seu estado de espírito aventureiro hoje. — Ele podia sentir isso sobre ela, sua necessidade de alcançar e fazer mais, de viver perigosamente.

Havia uma coragem dentro dela que ela não permitia que o mundo visse. Os únicos que viram foram sua equipe de trabalho na Rede Secreta Navajo.

Ele sabia da Rede Secreta, Jonas sabia da Rede Secreta.

A organização havia feito, e na ocasião ainda fazia, resgate de Castas das instalações experimentais avançadas dos laboratórios de alto nível do Conselho de Genética por mais de um século.

Essa era a extensão da informação que eles tinham. A despeito do Escritório das Castas estarem no local para investigar a organização e identificar seus membros, até agora o único membro suspeito era Liza. E só por ter sido dolorosamente obvio que ela estava fazendo mais do que apenas dar uma corrida agradável quando John Malcolm tinha se mudado com ela.

—Ela não está no estado de espírito aventureiro, — Chelsea deu de ombros enquanto se inclinava contra a moldura da porta.

—Você está enfeitiçando ela como Malachi Morgan fez com minha irmã. Castas deveriam ser fuzilados por roubar o senso comum de uma mulher como vocês fazem.

Isso era exatamente o porquê dos Alphas se recusarem a confirmar os rumores sobre o acasalamento nos tabloides.

Era exatamente como seriam vistos – como uma forma de estupro ou mesmerismo.

—E sua irmã acredita que foi enfeitiçada? — Arqueando sua testa ele manteve seu tom tingido com diversão.

—Sua irmã acredita no felizes para sempre, e no homem pelo qual ela está apaixonada. — Foi Liza que respondeu a pergunta enquanto saia do seu quarto.

Ela estava vestida em jeans que moldavam e acariciavam sua bunda deliciosa, dando-lhe belas e longas pernas, parecia exótico. O top branco de algodão sem mangas tinha pequenas tiras segurando-o no lugar, e ele estava apostando que o sutiã que ela usava por baixo era sem alças.

Ela estava usando um, tanto quanto ele odiava essa ideia. Ele podia ver apenas um contorno mais fraco sob o tecido da blusa.

—Então lá vai você, — ele comentou com a resposta da pergunta que ele havia feito a Chelsea. —Tudo está bem, porque eu sei como um fato que Malachi é dedicado a Isabelle.

—E não é isso tão incomum que chegue a ser inacreditável. — Chelsea bufou. — Castas são os maiores garotos maus, e todos nós sabemos que os maiores garotos maus não podem ser domados.

Arqueando suas sobrancelhas Stygian se voltou para Liza. — Você está pronta?

—Onde exatamente você a está levando? — Chelsea exigiu. — Dessa forma eu saberei para onde enviar o grupo de busca para encontrar seu corpo morto quando ela não voltar para casa.

Coçando o lado do seu queixo ele debatia momentaneamente em assegurar que Liza não corria nenhum perigo com ele. Chelsea, porém estava definitivamente em perigo de ser amordaçada.

—Vamos Chelsea, — Liza repreendeu-a delicadamente. — Eu não acho que o Sr. Black vai permitir que qualquer coisa aconteça comigo.

Sorrindo para ele, ele quase estremeceu ao olhar em seus olhos. — Afinal de contas, seu chefe se interessa muito em todas as lindas informações que ele se recusa a aceitar que eu não tenho.

Sim, ele sabia que estava chegando, ele somente não tinha certeza de que forma esse comentário engraçadinho seria feito.

Agora ele sabia.

—Exatamente. — Encarando Liza, então Chelsea, ele concordou ironicamente com ela com um sorriso apertado. — Se não fosse por isso eu não teria nada mais que intenções assassinas.

Suas intenções poderiam não ser puras, mas a última coisa com a qual ela tinha que se preocupar era que ele iria lhe prejudicar em sua cama.

—No entanto eu gostaria de saber para onde estamos indo, — Liza lhe informou enquanto empurrava algumas notas e sua identificação em seu bolso de trás da calça jeans.

Ele poderia jurar que elas estavam confortáveis o suficiente para não caber nem um sopro de ar.

—Eu pensei que poderíamos fazer um passeio pelo lago, — disse a ela. — Eu vou lá todos os dias para alimentar os patos. — Isso e para investigar a área de vários quilômetros para o oeste, onde Liza e Claire tinham passado sobre um penhasco árido que quase resultou em sua morte.

Mesmo 12 anos depois, Stygian encontrou evidências do acidente, mas ele também encontrou evidências de que algo mais havia acontecido durante esse tempo.

Existia uma tenda de suor não muito longe do acidente no desfiladeiro abaixo, embora um grande esforço foi feito para garantir que todas as provas fossem apagadas.

No entanto, certas coisas não poderiam ser apagadas.

As rochas de grandes dimensões utilizadas na fogueira tinham sido espalhadas sobre o canyon, mas mesmo depois de uma década, as marcas e manchas de certas ervas utilizadas no ritual ainda se mantinham na rocha.

Essas ervas e raízes medicinais em particular, eram uma combinação tão estranha, seu cheiro era tão forte, que mesmo após tanto tempo, enviava um calafrio correndo direto pela coluna de Stygian. Confuso com isso, ele tinha trazido Braden e sua empática Megan para o canyon, para ajudar a resolver o problema.

No momento em que ela pegou a primeira pedra, ela a deixou cair como se ainda tivesse o calor do fogo, e se recusou a ir mais longe no canyon.

—Tudo bem então, você sabe onde vamos estar. — Liza afirmou enquanto se virava para Chelsea.

—Sim, felizmente o lago não é difícil de ser dragado. Quando o velho homem Dunkirk caiu de seu barco e se afogou no último verão, eles descobriram até mesmo aquele saco de ossos presos no fundo. Lembra-se disso? — Ela perguntou a Liza.

E Liza se lembrava disso. A descoberta daquele saco de ossos tinha literalmente precedido os pesadelos e estranhos flashes da memória de alguma outra pessoa.

Um ano de sonhos torturados, de acordar gritando, certa de que ela estava morrendo nas chamas do acidente, só para ver o sonho torcido se tornar em algo muito mais sinistro. Não tinha sido um acidente, ela estava queimando dentro, ela tinha sido queimada de dentro para fora, presa a uma mesa de metal, gritando por misericórdia.

—Se você estiver pronta podemos ir então, — ele disse, enquanto aqueles olhos azuis rodeados de preto pareciam ver diretamente dentro da alma dela quando ele encontrou com seu olhar.

O desejo de limpar as mãos ao longo dos lados do seu jeans era quase irresistível.

—Tenha cuidado, pelo amor de Deus, — Chelsea gritou enquanto Liza saia de casa.

—A última coisa que eu preciso fazer, Liza, é ver você morrer novamente.

Liza se encolheu, a reação quase forte o suficiente para roubar o fôlego com a memória.

A escuridão esmagadora, o som de vozes, cantando, ou eram cânticos? E depois a sensação da alma sendo rasgada da segurança do seu corpo.

—Liza. — Stygian estava lá, uma mão segurando-lhe o braço, a outra indo ao redor da cintura quando ela sentiu os joelhos ameaçando ceder.

A preocupação encheu a sua voz quando ela percebeu que estava segurando a moldura da porta desesperadamente, arrastando duras respirações, o peito apertando em algo parecido com pânico.

—Eu estou bem. — Agitando fortemente a cabeça ela se forçou a ignorar o fato de que ele era a única razão para que ela ainda estivesse de pé, apesar de estar se segurando na madeira pesada que envolvia a porta.

Se liberando ela caminhou com cautela deliberada, obrigando-se a ir para a moto.

—Você tem certeza? — Sombria, perigosa, sua expressão parecia mais selvagem do que nunca, os planos e ângulos apertados em evidência.

—Memórias ruins. — No entanto ela ainda não conseguia arrastar oxigênio suficiente. — Sinto muito.

—Do que ela estava falando? — O rosnado em sua voz deveria ser mais assustador que sensual.

No entanto, sensual era exatamente a reação que foi causada.

—Ela quis dizer que eu morri por alguns minutos, — ela admitiu. — Claire e eu estivemos em um acidente quando tínhamos 15 anos. Os paramédicos me perderam várias vezes antes de chegarmos ao hospital.

—Chelsea estava no acidente com você também? — Ele perguntou enquanto a levava para a Harley.

— Não, ela não estava com a gente, — ela disse engolindo com força. — Ela estava com o pai quando recebeu a notícia de que estávamos no fundo do canyon. Ela chegou com ele pelo que eu entendi.

Chelsea nunca pareceu se lembrar muito daquilo, exceto as três vezes que ela jurou que tinha sentido uma parte de Liza lutando para morrer.

Ela permitiu que Stygian a segurasse enquanto ele balançava uma perna poderosa sobre o assento da moto, antes de se preparar com o outro pé e se balançar atrás dele.

Ela nunca tinha estado em uma motocicleta, tinha?

—Capacete. — Levantou um dos capacetes do guidom e entregou a ela.

Colocando sobre sua cabeça, ela então se sentou em silêncio, depois de colocar as tiras em seu lugar.

—Estamos ligados por meio de aparelhos de comunicação no capacete. — Sua voz veio de trás do capacete acolchoado, uma voz áspera, grossa, masculina cheia de preocupação e interesse perigoso.

—Apenas ignore os gritos de terror. — Ela tentou rir da corrida que seu coração deu enquanto ela colocava suas mãos timidamente em sua dura cintura.

—Aqui, — agarrando-lhe os pulsos, ele a puxou para frente.

Seus seios pressionando contra suas costelas em menos de um segundo, o calor do seu corpo afundando através de suas roupas, direto para seus mamilos e sensibilizando-os instantaneamente.

—Segura forte querida. — Ele rosnou através do link. — Te deixar cair da garupa da minha moto, não seria o ponto alto do meu dia.

—Não é exatamente o que está na minha lista também, — lhe assegurou enquanto a tristeza e o terror de minutos antes começaram a diminuir.

—Então nós estamos de acordo.

Conforme suas palavras sumiam, a besta da máquina ligou e começou a latejar com o poder controlado entre suas coxas.

A vibração pesada era escandalosamente sensual.

Com seus braços apertados ao redor da cintura de Stygian, os joelhos pressionados contra suas coxas, Liza encontrou-se cada vez mais excitada em apenas um segundo.

Deus, o que ele fez com ela.

Calor de acasalamento.

As fofocas haviam listado os sinais uma e outra vez, da necessidade esmagadora, quase incontrolável encabeçando a lista.

Mas o número um era o beijo.

Todos concordavam que o beijo vinha primeiro, em qualquer lugar.

Nos lábios, no pescoço, o coração dela batia mais pesado com o pensamento, nos mamilos ou no clitóris.

O pensamento dos seus lábios tocando-a em qualquer uma dessas áreas foi o suficiente para suas coxas se apertarem em uma reação involuntária.

Uma reação que ela não podia controlar, e que ela estava começando a temer que fosse mais sua fome e muito menos algum fenômeno animalesco impossível de controlar.

Mas ela não tinha que admitir isso para Stygian.

 

Window Lake brilhava iridescente azul e verde sob o céu sem nuvens, suas águas calmas batiam suavemente na margem debaixo dos imaculados álamos-do-Canadá e pinheiros que sombreavam o abrigo de piquenique onde Stygian a levava em sua Harley.

Ele rapidamente desmontou antes de colocar a mão na parte de baixo das suas costas impulsionando-a com uma ligeira inclinação. O abrigo de seis mesas fora construído para pegar a brisa suave que ondulava sobre o lago.

A água era alimentada por um vasto, e anteriormente desconhecido lago muito abaixo do chão. O lago foi descoberto quando uma companhia petrolífera recebeu permissão para perfurar na área.

O óleo camuflou o lago subterrâneo, mas uma vez que a broca perfurou, ultrapassando após a camada de petróleo que estavam buscando, e rompeu a fina camada de rocha que os separavam, todo o inferno se soltou e Window Lake nasceu.

Indo até a mesa, Liza sentou-se lentamente, com os cotovelos apoiados sobre os joelhos, de frente para a água. Stygian sentou-se também sobre a mesa à sua frente, de frente para ela, observando-a atentamente.

— Agora, por que era tão imperativo eu dar este passeio com você? Inclinando a cabeça, ela o observava com curiosidade. — Você esteve determinado a deixar-me sozinha desde o encontro com Jonas.

— Eu não posso simplesmente desejar passar mais tempo com uma mulher bonita? Ele perguntou sua expressão pensativa agora. — Você é inteligente, bonita, interessante. Que outra razão poderia eu ter?

— Informação? Ela estava certa que era muito mais do que simples interesse masculino. Castas nunca faziam qualquer coisa por uma razão insignificante.

— De acordo com você, você não tem nenhuma informação.

Nenhum homem devia ser capaz de expor tanta zombaria e confiança com uma afirmação tão simples.

Franzindo os lábios e olhando para ele com tristeza, ela admitiu que estivesse mordendo muito mais do que podia mastigar com este homem.

— Então, estamos aqui apenas para conhecer melhor um ao outro? Cruzando uma perna sobre a outra, apoiou o cotovelo no joelho e apoiou o queixo na palma da sua mão enquanto o contemplava.

— É tão errado assim? Divertimento encheu o olhar preto e marinho.

— Depende porque você está tão interessado. E por que ela estava tão interessada, quando o pensamento de um amante nunca estivera no alto em sua lista de prioridades?

Os homens tendiam a acreditar que as mulheres deviam ser protegidas, controladas.

Liza não tinha a intenção de ser controlada.

— Você soa como se tivesse chegado às suas próprias conclusões quanto ao meu interesse. Apoiando as mãos na mesa atrás dele, ele se inclinou para trás e a olhou com perversa diversão masculina.

Dando de ombros, Liza arqueou as sobrancelhas ao seu comentário. — Há um monte de boatos, quando o interesse de uma Casta envolve uma mulher. Rumores de beijos que causam dependência, capacidade de uma Casta de controlar seus amantes através de alguma reação hormonal aos beijos. Todas essas histórias podem deixar uma garota nervosa.

Ela estava nervosa.

Ela vira Isabelle nas semanas quando se tornou amante de Malachi, e os sinais de que os rumores podiam ser verdade estavam todos lá.

— Você está ouvindo rumores? A risada que deixou seus lábios combinava com o riso em seu olhar. — Eu pensei que você soubesse mais sobre isso, considerando que sua amiga é amante de uma Casta. Eles estão pensando em se casar, você sabe.

Liza não podia controlar seu próprio escárnio naquele ponto. — Eles estão juntos há menos de dois meses e já estão discutindo sobre casamento. Isabelle está tão envolvida com essa Casta, que nada mais importa além disso.

Mesmo a posição que Isabelle atingira na equipe em que treinou desde que era adolescente não era mais importante.

Por alguma razão, Isabelle agora se considerava um perigo para a equipe, e nenhum deles conseguiu descobrir o motivo.

A menos que o boato de que amantes que estavam "acasaladas" com uma Casta levavam um cheiro que outras Castas podiam detectar. Especialmente Castas Coyote que trabalhavam para o Conselho de Genética. Adicione isso ao fato de que os ataques registrados contra Castas e seus amantes nos últimos anos, do suspeito Conselho de Genética, foram contra Castas que estavam comprometidos com seus amantes. Tão comprometidos que não havia tempo, nem espaço e nenhum interesse em qualquer outra coisa.

— Aonde você quer chegar, Liza? Inclinado para frente, com os pés em botas firmemente plantados no banco enquanto plantava seus amplos antebraços sobre os joelhos, ele a observava, pensativo. — Eu juro, posso sentir em sua pequena mente a suspeita batendo em torno de algo aqui.

— Os rumores de “calor de acasalamento"? Ela questionou. — Se é por isso que você está cheirando em torno de mim, então eu apenas gostaria de dizer agora que prefiro não estar tão acorrentada a um homem que não possa ficar cinco minutos fora de sua vista.

Um sorriso curvou seus lábios, mas a diversão se dissipara apenas levemente de seu olhar pelo lapso de um segundo. Se não estivesse observando a sua expressão de perto, teria perdido isso.

— Vamos, Liza, ele a repreendeu gentilmente. — Se existisse você não acha que alguém já teria descoberto?

Ela deu de ombros para a questão. — O Jornal National Rumor diz que há uma ordem de matança contra quem quer que seja que verificar as informações de calor do acasalamento das Castas.

Stygian tinha que rir disso. Não porque não fosse verdade. Porque ela foi direto ao ponto e não hesitou em informar que não estava interessada.

Ele a deixaria ir se não soubesse do fato que ela malditamente estava mais do que interessada. Ela poderia mentir com os lábios, mas seu corpo ainda não aprendera a colaborar.

— Esse jornaleco? Querida, você deve tentar ler o National Press. É mais fato do que fantasia. Ele fugiu da questão implícita com cuidado.

Não que estivesse disposta a recuar. Ele duvidava que ela desistisse de muita coisa.

—O National Press é de propriedade da família Tyler, Liza bufou. — A irmã mais nova é casada com Callan Lyons, líder do Orgulho Felino. Eu não iria acusar exatamente o jornal de ser imparcial, você iria?    

Ela o tinha lá. Mas nesse momento, ele apegou-se às suas evasivas, em vez da verdade e orou para que ela não o empurrasse mais próximo da mentira.

Mentir para a sua companheira de alguma forma simplesmente parecia errado.

— Sim, ele é, concordou com um aceno de cabeça. — Isso não significa que John Tyler relate ficção. Ele é um maldito defensor da verdade nos artigos que ele publica também.

— E ele simplesmente recentemente se casou com uma Casta felina. Ela sorriu presunçosamente.

Bem, inferno, essa informação era tão cuidadosamente enterrada que até mesmo os Alfas das outras comunidades das Castas não sabiam disso.

— Acho que devemos discutir isso mais tarde, ele sugeriu — mais tarde, depois que mostrasse a ela, ao invés de dizer, toda a verdade envolvendo calor do acasalamento.

— Por que mais tarde, Stygian? Quando? Depois que você me beijar e me amarrar tão irrevogavelmente a você que eu não tenha outra escolha, a não ser manter os seus segredos?

Muito bonito.

O pensamento debochado trouxe uma onda de culpa formigando em seus sentidos.

— Vamos, Liza. Suspirando, ele coçou o queixo e a olhou pensativo. — Você precisa de tão desesperadamente de uma desculpa por me querer, que vai acreditar em qualquer lixo de história que você encontrar para explicá-la?

— Por que não? Sua testa arqueou sugestivamente. — è melhor do que acreditar que eu estou de repente tão cansada de viver que eu escolhi suicídio por Casta.

— Suicídio por Casta? Incredulidade encheu sua expressão.   — O que você entende por um? Bebê, nós podemos nos matar fodendo, mas eu nunca iria prejudicá-la fisicamente.

Seu rosto corou, mas o súbito escurecimento de seus olhos cinza e o adicional cheiro de sua boceta quente garantiu-lhe que não era de raiva ou vergonha.

— Suicídio emocional por Casta. Ela deu de ombros, embora o aroma sutil de sua desconfiança em volta dele era como uma nuvem invisível.

— Suicídio emocional? Ele a questionou. — Você acha que está em perigo de perder o seu coração para mim, Liza?

— Só se você estiver em perigo de ser honesto comigo. Ela bufou. — Eu detesto mentirosos.

— Honestidade vai nos dois sentidos, bebê, ele retrucou. — Se você quer então você tem que dar também.

Como poderia uma mulher cheirar e ter uma aparência tão fodidamente inocente, não importava a provocação?

— Seu chefe não tem dúvida me investigou tão profundamente que muitos de vocês sabem da última vez eu me masturbei.

Ela nem sequer corou quando ela faz a declaração.

Sensualidade, inocência e ousadia pura.

Porra, ela deveria ter nascido uma Casta.

— As partes sobre masturbação estão realmente incertas, afirmou com um sorriso. — Mas da próxima vez que você for lá, eu não me importaria de um convite para acompanhá-la.

O sorriso que aflorou em seus lábios teve seu pau inchando absurdamente duro e suas bolas puxando tão apertadas que se sentiu torturado.

Inferno, nenhuma mulher devia ter a capacidade de destruir os sentidos de um homem tão facilmente.

— Eu vou manter isso em mente. O olhar que ela jogou a ele foi menos do que reconfortante.

Ele não iria ficar sentado esperando esse convite.

Mas poderia ter sido pior.

Droga, ele estava se matando aqui, ansiando por ela como ele nunca ansiou por nada em sua vida.

Ele estava aqui em uma missão. Uma missão em que vinha trabalhando há mais de uma década: Encontrar Honor Roberts. Esta mulher não parecia ser a que ele estava procurando, mas seria amaldiçoado se conseguiria puxar-se para longe dela.

Observando enquanto ela virava a cabeça, seus olhos se movendo para o lago novamente, enquanto sua expressão se tornava pensativa, ele percebeu que não havia nada sobre essa mulher que ele não gostasse.

Sua força. Sua vontade. Seu orgulho e determinação.

Ela o tornaria louco, mas cada instinto que possuía lhe assegurou que esta mulher era aquela com quem ele alegremente passaria os seus dias e noites.

— Minha família e eu costumávamos fazer piquenique aqui quase todos os domingos durante anos, quando eu era criança, disse ela suavemente, nostalgia e cautela misturado com um aroma quase indetectável de decepção.

O que ela poderia estar escondendo dele aqui? Agora?

Ou ela estava tentando distraí-lo?

Ele não tinha dúvidas disso, ao menos. Felizmente para ela, ele já estava muito distraído e realmente queria apenas passar algumas horas com ela.

Ela era sua companheira, afinal.

A necessidade de conhecê-la, para entender a mulher por trás dos segredos era quase tão feroz quanto sua necessidade de possuí-la. Para acasalar e marcá-la como sua. Inferno, para envolvê-la em tanto prazer que ela não poderia nem mesmo considerar viver um único dia sem ele ou seu toque.

— Eu não acredito que já estive em um piquenique, disse ele com um leve sorriso. — Isso não era exatamente parte de nossa formação.

Uma leve ruga se formou em sua testa, embora não olhasse de volta para ele. — Toda criança devia saber como é legal fazer um piquenique. Eu me lembro de quando a primeira Casta veio aqui para Window Rock após Callan Lyons fazer seu incrível pronunciamento de que as Castas existiam. Ele se chamava Gabriel. Estava ali à procura de sua família. Ele contou a meu pai o que o treinamento das Castas significava verdadeiramente.

Stygian assentiu. — Mais da metade das Castas criadas morreram nos primeiros três meses por falta de tato e cuidado. As enfermeiras não nos seguravam ou nos abraçavam. Elas só nos alimentavam. Removiam as fraudas abaixo de nós quando estavam sujas e nos davam banho quando era preciso.

Stygian não se lembrava disso, apesar de algumas Castas alegarem lembrar-se de seus próprios anos infantis.

Ser uma Casta fora um inferno até o resgate.

Mas a vida não era ruim agora. Na verdade, às vezes, era condenadamente boa.

— Será que Gabriel encontrou sua família? Stygian finalmente perguntou quando Liza não disse mais nada.

Ela respirava pesadamente. — Uma meia irmã. Sua mãe foi uma das sortudas. Ela foi liberta, em vez de morta, depois de dar à luz seu segundo filho. Mais tarde, ela teve uma filha, mas morreu no parto. Gabriel desapareceu com ela logo após encontrá-la.

Stygian a observava de perto, sabendo que havia mais da história do que o breve momento na vida de Gabriel, que ela mencionou. Como muitas Castas, Gabriel, seja ele quem for, saíra à procura de raízes que geralmente eram destruídas muito antes de uma Casta sequer escapar.

— Então, você me diz alguma coisa agora, ela exigiu seu olhar pensativo.

— Pergunte. Ele responderia se pudesse.

— Por que você se chama Stygian?

Ele riu com a pergunta.

— As Castas desenvolveram um hábito nos laboratórios, muito antes da nossa libertação, de nomear-se. Muitos, como Gabriel, adquiriram nomes bíblicos. Eles acreditavam que se tomássemos os nomes daqueles que Deus abençoou, a partir da Bíblia, então Ele iria nos abençoar também dando-nos a chance de ver os Céus, como muitos de nossos primos humanos têm como certo.

— Você não adotou um nome bíblico, ressaltou.

— Verdade. Inclinando a cabeça em concordância, ele permitiu um sorriso curvar seus lábios.

— Eu tive um treinador que nem sempre seguia as diretrizes do Conselho. A partir do momento que eu tinha dez anos até o meu resgate aos 20, ele me convenceu de que minhas chances de vida após a morte eram tão boas quanto os de qualquer ser humano já nascido.

— Um homem ou uma mulher não pode ter seu primeiro sopro de vida sem o presente da alma que só Deus pode legar. Ela recitou a declaração que o presidente Andrews fizera quando aceitou e transformou em Lei os mandatos da Lei das Castas.

— Exatamente, ele concordou.

— Então por que você escolheu o nome Stygian Black? Ela olhou para ele, seus inocentes olhos cinza sombrios.

Ela não tinha ideia da tentação que era naquele momento.

Não havia compaixão vinda dela, só lamento e tristeza pelo inferno que as Castas haviam conhecido na infância.

— Na verdade, minha mãe biológica escolheu, disse ele. — O treinador estava emparelhado com ela, eu cresci próximo a ela antes dela de morrer nos laboratórios. Ela pediu a ele para encontrar uma maneira de garantir que eu carregaria o nome que escolheu para mim.

— Então, por que Stygian? Ela perguntou de novo. —Especialmente Stygian Black?

— Ela queria que eu carregasse o nome de seu pai. Que foi conhecido por sua vingança impiedosa décadas antes de seu nascimento. Quando sua esposa e filho foram levados por seus inimigos, ele começou a derramar o sangue das famílias dos sequestradores, começando com os primos e prosseguiu até que eles foram devolvidos a ele. Eles foram mortos, no entanto. No momento em que ele terminou cada membro das três linhagens da família fora varrido da face da terra. O meu treinador acreditava que ela queria a vingança mesmo, e ela queria que eu fosse o instrumento dela.

— E você era?

Stygian balançou a cabeça com a pergunta. — Eu não mato crianças ou inocentes, não importa a provocação. E isso é o que teria acontecido.

Houve mais de uma vez que ele jurava que sua mãe se revirou no túmulo com raiva da sua escolha.

— E quanto a você? Perguntou ele, parando até que ela deu-lhe um olhar interrogativo. — Quem criou Liza Johnson? Uma mulher disposta a enfrentar uma equipe de soldados Coyote com não mais do que uma faca em seu tênis, três marcas de pele em seu corpo e um link de comunicação que só Deus sabe quem enfiou em sua orelha muito pequena? O que faz você pensar que pode enfrentar quatro homens que você acreditava serem soldados enviados pelo Conselho de Genética e sobreviver sem ajuda?

Ele esperava que o bastardo que lhe permitiu fazer isso fizesse as pazes com seu criador. Porque Stygian pretendia matá-lo por se atrever a enviar sua companheira em tamanho perigo.

Não que ela parecesse inclinada a responder-lhe.

Oh não, não poderia ser tão fácil.

Seus olhos se estreitaram. — Por que você não me diz por que o beijo de uma Casta é tão viciante? Ou você pretende esperar até que eu não possa ir embora antes de me dizer a verdade?

Bingo.

Sua expressão nunca mudou, mas Liza assegurou a si mesma que não era estúpido. Ela tinha levado alguns minutos para descobrir isso, mas uma vez que ela tinha, estava certa de suas conclusões.

— Eu perguntei primeiro, Stygian rosnou.

Sua expressão poderia não ter mudado, mas o seu tom com certeza sim.

Ela virou a mesa em cima dele, e ele não gostou.

Por sinal, ele parecia completamente surpreso pelo fato de que ela o fizera.

Um segundo depois, ela estreitou os olhos no sorriso presunçoso que puxou a seus bem-moldados, lábios sensuais.

— Vou aceitar os rumores de que uma Rede Secreta da Castas Navajo que ajuda as Castas e seres humanos a fugirem do Conselho de Genética é verdade. Eu também vou assumir que você é parte dessa rede.

Um riso suave deixou seus lábios. — Você sabe o que "assumir” faz, lembrou a ele. — Faz de você um asno.

— Touché, felicitou-a. — Mas a declaração tem base.

Ela cruzou os braços sobre os seios defensivamente, mas Stygian sentiu seu divertimento.

Porra, ela estava curtindo cada minuto da perigosa mímica.

Stygian conhecia bem as consequências de permitir a Liza obter maiores informações sobre o calor de acasalamento o que podia contrariar a postura das Castas de que era tudo boato e falsas acusações.

A Lei das Castas – os mandamentos das Castas em vez daqueles transformados em Lei pelo Presidente Andrews, proibia expressamente a partilha de informações antes de o acasalamento ocorrer.

Se Liza traísse a informação antes ou depois do acasalamento, então a Lei da Casta podia querer ver os dois mortos. A menos que Liza estivesse grávida, então seriam apenas presos pelo resto da vida.

— Estamos em um impasse, então? Perguntou ela quando ele não disse mais nada.

— Não exatamente. Ele sorriu e considerou sua bravata. — Você sempre pode me deixar beijar você. Isso resolveria o problema de uma vez por todas.

Só então os riscos da descoberta, e as leis que proibiam expô-la, se revelariam a ela. Talvez, então, isso significasse alguma coisa para ela também.

— E correr o risco de estar a sua disposição e convocação noite e dia, porque estou tão viciada no seu beijo que não posso ir embora? Ela bufou com o pensamento. — Tudo bem, Sr. Black.

Muito para o sutil desafio. Não que ele realmente esperasse que ela se apaixonasse por isso.

— Pelo menos há uma maneira de provar ou refutar a teoria. Ele encolheu os ombros. — O que você tem a oferecer para refutar a minha suspeita de que você faz parte da Rede Secreta da Casta Navajo que transfere e resgata Castas que o Conselho tem como alvo?

— O mesmo que você tem. Ela encolheu os ombros como uma sobrancelha um pouco mais inclinada do que a outra e riso brilhavam em seus olhos. — Sim, soa como um impasse para mim.

Oh, ele poderia mostrar-lhe um impasse.

Stygian se levantou devagar, se ajeitando antes de passar para ela.

— Só porque você não está mentindo não significa que eu não posso sentir o cheiro da trapaça embaixo de suas palavras.

Enfrentou-a enquanto a fome primitiva rasgando-o lutava por dominá-lo. Manter as mãos longe dela era possivelmente a mais difícil batalha de sua vida.

— Só porque eu sou humana, não significa que não possa sentir a sua trapaça, informou-o desafiadoramente enquanto olhava para ele com os olhos apertados.   — E não acho que você possa me intimidar tão facilmente.

Ela se endireitou, raiva queimando para juntar-se à irritação que ela podia ver fermentando dentro dele.

— É um jogo malditamente perigoso que você e seus amigos estão jogando, Liza. Passando os dedos pelos cabelos, Stygian apertou sua mandíbula e lutou para negar o instinto animal de vinculá-la a ele imediatamente. De transformar a sua necessidade de lutar contra o Conselho de Genética e seus soldados em uma fome tão quente que iria borbulhar nos sentidos deles.

— Eu e meus amigos? Ela apoiou os dedos finos sobre a curva dos quadris, de frente para ele com desconfiança feminina inata. — Desculpe-me, Sr. Black, mas os Navajos não vieram para sua terra exigindo seus tesouros mais preciosos, nem mentimos para vocês procurarem por fantasmas que podem ou não existir. Você e os seus vieram até nós. Seu queixo levantado teimosamente acintoso. — Vocês todos, mas assumiu a nossa capital. Vocês tentam forçar nosso presidente a se curvar às suas vontades e tirar vantagem de um acordo que a nação Navajo fez de boa fé para ajudar as Castas em sua batalha pela liberdade. Você — e um dedo delicado foi de repente empurrado com arrogância feminina no centro do seu peito — tem feito tudo isso e muito mais. Se um país estrangeiro tentasse isso com o presidente dos EUA, a guerra teria sido declarada.

Seu dedo se retirou.

A mão delicada retornou ao seu quadril, dedos abertos, as pernas ligeiramente afastadas adotando inconscientemente uma postura de combate.

— E você acha que reter a informação para punir Jonas, é de alguma forma justificado, porque não viemos para vocês suplicando? Mordeu fora entre os dentes cerrados.

— E você acredita, que porque não sabemos onde três vítimas torturadas pelo Conselho de Genética estão se escondendo, que vocês podem tentar investigar e exigir acesso a cada parte de nossas vidas? Ela questionou incrédula. — Não lhe devemos nada, Sr. Black. Mas, por mais de um século, cada vez que uma Casta chegou à Nação Navajo em busca de ajuda, nós a demos. Se pudéssemos ajudar aquele pobre pequeno bebê, então não tenho dúvida de que cada Casta na Nação Navajo estaria na porta de Jonas Wyatt tentando fazer exatamente isso.

— Até agora, os Navajos sempre estenderam às Castas todas as informações que necessitavam. Até que as informações que precisavam, possivelmente impostas por uma promessa para com o outro.

— Ouça o que diz, ela retrucou. — Que promessa foi feita e para quem? Você acha que eu menti para Jonas, quando ele praticamente me raptou e questionou-me sobre pessoas que nunca vi em toda minha vida?

— Você veio para que o hotel com um link ativo, possivelmente de um inimigo, e nem sequer tentou informar-nos, ele rosnou para ela. — Você e sua organização clandestina deliberadamente nos enganaram para a sua própria programação.

Descrença encheu sua expressão e o cheiro suave de verão virou para uma infusão com flashes de calor quando ela olhou para ele.

— Eu sou uma agente secreta da Agência de Aplicação da Lei Navajo, ela rangeu para fora. — Eu era parte da operação para atrair as Castas Coyote me observando nas últimas semanas e não tinha nada a ver com o Gabinete de Assuntos das Castas, Jonas Wyatt ou qualquer Casta, fora os que estão atualmente me perseguindo. Isso não era seu negocio, nem era de qualquer interesse de Wyatt ou qualquer outra pessoa, muito obrigada.

Não era uma mentira. Ela era uma agente da divisão secreta do Gabinete de Aplicação da Lei Navajo. A operação foi conduzida por vários dos agentes dessa divisão, e as Castas teriam sido entregues às autoridades competentes, se capturados, Liza sabia.

Se Stygian, Jonas ou qualquer das comunidades das Castas fizesse o que ela e Cullen esperavam que eles fizessem, e invadissem os computadores dos Escritórios de Advocacia de Execução, então, iriam encontrar a mesma informação.

Stygian olhou para ela, os lábios bem juntos quando conteve a maldição que teria passado escorregando dos seus lábios.

Uma agente secreta? Sua companheira era uma investigadora tentando fazer falar soldados Coyote tão implacáveis que, mesmo sua própria Casta se recusara a reclamá-los?

— Não há nenhum registro de que trabalha com a Agência. Só mais um segundo, uma observação mais conflituosa e ele ia beijá-la.

A necessidade foi batendo por meio dele. Estava correndo em suas veias o sangue batendo duro e pesado através de seu pau.

— Bem, agora, se essa informação fosse tão fácil de encontrar, então a parte secreta seria um pouco inútil, não é? A questão foi atada fortemente com sarcasmo. — O que eu deveria fazer Stygian? Colocar um anúncio no jornal em primeiro lugar, só para você?

Se ela não parasse, o domínio tênue que ele tinha de seu controle seria fuzilado. O desafio e a pura vontade obstinada foram despertando uma parte dele que ele não tinha ideia de como forçar para trás.

Antes de Stygian perceber que estava em movimento, antes que pudesse se conter, tinha as mãos sobre ela.

Segurando um quadril com uma mão, puxou-a para ele. Enfiando os dedos da outra mão pelos cabelos, puxou a cabeça para trás para o seu beijo.

— Vincule-me, ligue-me a você, sem o meu conhecimento sobre o que você está fazendo ou como isso irá afetar minha vida, e eu prometo, vou fazer sua vida um inferno que nunca irá esquecer.

Seus lábios estavam quase sobre os dela.

As glândulas sob a língua estavam inchadas e latejando, doloridas para o calor de seu beijo.

 

Ela sabia maldita seja. Ela sabia o que estava fazendo com ele. Ela sabia da necessidade angustiante que o estava rasgando, e ainda assim, o estava desafiando, tentando forçá-lo a dizer o que precisava saber e ele praticamente quase desistiu.

— Desta vez, ele rosnou furiosamente, seus quadris pressionando os ela, seu pau batendo na parte inferior do seu estômago. — Desta vez você ganha. Mas esteja preparada. Seus lábios estavam quase tocando os dela. — Esteja preparada, Liza, porque você é minha. Minha. E eu prometo a você, eu vou te reivindicar em breve.

E era uma afirmação que ele jurou que ela nunca iria escapar.

Seus lábios se separaram, ele podia ver seu ar zombeteiro, a pequena língua sarcástica dela se preparando para empurrá-lo ainda mais, para desfiar os fios finais segurando o animal dentro dele que estava rosnando pela liberação.

E ele podia sentir o destino se preparando para chutar sua bunda completamente, porque sabia, sabia que iria beijá-la. Foi precisamente nessa conclusão, aceitando a renúncia quando uma explosão de repente arrancou estilhaços do poste de madeira atrás dela e levou quase uma batida do coração para ele registrar.

Um batimento cardíaco que poderia ter custado a vida da companheira de sua vida.

 

Liza soube, no instante em que os estilhaços de madeira começaram chover em torno eles, exatamente o que acontecera.  

O barulho de uma arma não pode ser ouvido, mas com a cobertura que um atirador de elite teria na floresta ao seu redor, um silenciador seria suficiente.

— Abaixo!

A palavra explodiu de ambos enquanto eles foram para o lado, rolando sobre a pequena inclinação que conduzia para a margem e a água batendo abaixo quando outro projétil atingiu a mesa de piquenique.

— Ah, sim, o mais seguro passeio que eu já arranjei. Liza bufou quando ela jogou um olhar duro a Casta. — Diga-me que, pelo menos, há um rádio com você.

Aplanando-se contra a inclinação, ela teve que resistir à tentação de espreitar por cima e tentar obter a posição o atirador.

— Nós estamos cobertos.

Oh, ele parecia muito complacente enquanto ele mantinha um agarre apertado em volta da sua cintura a impedindo de verificar acima para ver se alguém estava se movendo sobre eles.

Virando a cabeça, ela olhou para ele em seu lugar. — Essa é a ideia de Jonas para atrair alguém ou alguma coisa? Ela perguntou, lutando contra a vontade de chutá-lo, já que Jonas não estava lá para tomar o golpe ele mesmo.

— Se for, então eu mesmo vou matá-lo. Stygian rangeu os dentes enquanto movia um braço em torno dela e virava o pulso para olhar o relógio. Manobrou o braço ainda segurando-a com ele, pressionou um pequeno cilindro ao lado. — Rule, você tem os olhos no filho da puta?

— Olhos sobre ele. Estamos nos movendo dentro. Fique onde está, uma voz veio através do link quando o relógio desapareceu lentamente para revelar, no mostrador de horas, a imagem do Casta Leão Rule Breaker.

A vontade de rosnar estava começando a apertar sua garganta.

— Bastardos, ela murmurou.

— Só tecnicamente, Rule falou lentamente, sem uma mudança de expressão. — Segure firme. Temos uma equipe movendo-se em sua posição.

Segure firme sua bunda.

— Nós estamos muito expostos aqui, alertou Stygian. — Se eles não têm um protocolo sobre o filho da puta atirando em nós, então vamos ficar parafusados aqui.

— Diga a ela para segurar a calcinha, Rule disse como se ela não estivesse lá. — Podemos não ter um protocolo sobre o atirador, mas temos imagens térmicas em torno de você. Ele não vai chegar perto o suficiente para fazer qualquer dano.

— E ele tinha imagem térmica antes de sermos baleados? Ela questionou. — Se ele tinha, então está muito aquém no trabalho, Stygian.

Stygian não disse uma palavra.

Olhando para ele, ela quase revirou os olhos para a fúria preta e azul brilhante em seu olhar.

— Vamos sentar aqui como alvos de papel à espera de algum aborrecido bastardo da Casta venha nos tirar? Perguntou ela.

Seus olhos se estreitaram.

— Mantenha-a lá, Lobo, Rule avisou. — Estamos nos movendo dentro e a equipe de Dog terá vistas sobre ele dentro de segundos.

Liza bufou novamente.

Estreitando os olhos, ela olhou em volta, analisando o ambiente tranquilo e sem turistas naquele extremo especial do lago.

— Sedução, ela murmurou. — Você só tinha que ir à rotina de sedução, não é?

— Eu espero que ela esteja falando com você, Lobo. Rule riu.

— Mexam-se Rule, rosnou Stygian, o grunhindo em sua voz um som perigoso, primitivo.

— Consegui.

Sujeira explodiu acima de suas cabeças, o projétil havia conseguido enterrar-se no chão, obviamente, vindo de trás.

Liza notou que nenhum deles se preocupou em fazer barulho.

Seguindo-o, lançou-se para a direita, subindo para a cobertura duvidosa das pedras empilhadas ao longo da margem a vários metros de distância.

— Qual o caminho? As costas contra a pedra fria quando ela se agachou atrás da proteção de pedra, ela olhou para Stygian.

Ele encontrou uma pequena rachadura entre os dois blocos que ele esteve espiando antes

— Quem está lá fora tem que ser o pior tiro do mundo, ele meditou com fúria animalesca. — Apenas o suficiente para me irritar fodidamente.

— Veio para fora sem uma arma de novo. Liza revirou os olhos, apesar da preocupação, ela podia sentir a excitação afiada e a adrenalina atada batendo através dela.

— Sim, por que você não faz isso? Ele respondeu de volta.

— Infelizmente, a minha faca de confiança está escondida na minha bota. Ela suspirou quando estendeu a mão e ativou o fone em seu ouvido. Ela sabia que ela o pegara por um motivo. — Embora tenha deixado a arma de confiança em casa. Você prometeu me proteger, lembra?

— Sim, eu me lembro. Ele suspirou. Mas estava se tornando mais claro no momento de que sua companheira podia fazer um bom trabalho de proteger a si mesma.

— Nós estamos no nosso caminho, Munchkin. Cullen afirmou. — Estamos indo a partir da doca leste. ETA é de dois minutos ou menos. Reever tem um olho em sua localização e tomando conta.

Ela observou como Stygian virou a cabeça lentamente, seus agudos sentidos de Casta ouvindo, sem dúvida pegando o som da voz de Cullen em seu ouvido.

— Cuidado com as Castas, afirmou suavemente enquanto ela virou a cabeça para falar, na esperança de impedir que Rule a ouvisse — Eu não tenho um bom pressentimento sobre isso, Cullen.

Eles estavam sendo retirados. Reever estava nas árvores em algum lugar, seu rifle sniper acessível e elegante preparado e pronto, enquanto Cullen corria em direção a eles. Steven estaria em algum lugar por perto, e Claire e Chelsea teriam sido alertadas para a situação de Liza enquanto só Deus sabia qual posição estava tomando Klah.

Algumas vezes, Klah assustava até mesmo a ela.

— Eles levam uma Casta do Gabinete e vamos ter problemas, querida, Stygian avisou.

— Se Cullen descobre que o Gabinete estava por trás deste pequeno show, então haverá ainda mais problemas, alertou a ele, por sua vez. — Que diabos está acontecendo aqui, Stygian?

Foi um movimento calculado projetado por Jonas Wyatt para tirar os Membros Casta da Rede Secreta para fora em campo aberto? Ou foi o Conselho determinado a encontrar os projetos de investigação que a Rede Secreta tinha escondido ao longo dos anos?

— Quando eu descobrir prometo que quem está por trás disso vai pagar o inferno por isso, jurou.

Fosse o que fosse ele não estava envolvido.

— Eles o têm, Rule anunciou calmamente. — As atenções estão voltadas ao seu atirador. Ele está procurando a sua localização. Filho d... Ela sentiu que a maldição foi interrompida provavelmente, devido ao tiro ouvido em torno do lago.

Pelo menos, eles ouviram.

A réplica explosiva foi abafada, vinda do Oriente quando o som do cruzador da Patrulha Navajo podia ser ouvido no lago correndo para a margem.

— A cavalaria está aqui, ela murmurou.

— Limpeza no corredor cinco, Rule declarou com tranquilo asco enquanto Liza e Stygian erguiam-se lentamente para os seus pés quando o cruzador diminuiu no lago até a margem. —Jacobs apenas arrancou a cabeça de nosso atirador.

— Melhor a cabeça dele do que a de vocês. Pulando do cruzador, o olhar penetrante de Cullen estava escuro o suficiente para rasgar a confiança de alguém quando ele de repente agarrou o braço de Liza e a virou para o cruzador. — Consegui...

As palavras se romperam quando Liza sentiu um solavanco no aperto de Cullen sobre ela, antes de ser liberada.

Balançando ao redor ela viu, os lábios separando em estado de choque ao ver Cullen, normalmente invencível, de repente ser atirado contra a maior das rochas, com as costas quase saltando contra a pedra quando um rosnado, enfurecido e primitivo rasgou da garganta de Stygian. Seus lábios foram descascados de seus dentes, seus incisivos piscando no brilho da luz do sol quando uma mão fechou brutalmente em torno da garganta de Cullen.

Cullen olhou de volta para a aberração calmamente, como se isso fosse uma ocorrência diária.

— Quando você tiver terminado de... Cullen começou.

— Toque-a de novo e você vai perder a sua garganta do caralho. Era como ouvir um lobo tentando falar, sua voz era tão selvagem, tão animalesca.

Liza só podia assistir em estado de choque, vendo os dedos de Stygian flexionarem lentamente ao em torno da coluna forte da garganta de Cullen enquanto o outro homem simplesmente olhava para ele indiferente, com os braços relaxados ao seu lado, o olhar zombando.

A batalha de vontades foi travada em silêncio, nenhum dos homens pestanejou ou deixou cair seu olhar, enquanto pareciam presos em algum estranho momento do tempo enquanto a violência zumbia no ar.

— Deixe-o ir! Liza retrucou enquanto ela olhava os dedos de Stygian apertarem de novo.

Cullen não estava se movendo. Ele não tirava os olhos do Stygian, nem estava tentando se defender quando Liza sabia que ele podia. Ela vira isso antes.

Os dedos de Stygian flexionaram ao som de sua voz.

— Eu disse para deixá-lo ir! Saltando para frente, travou os dedos em torno do pulso de Stygian, puxando-o para trás e quase perdendo o equilíbrio quando seu braço cedeu puxão forte que ela exerceu sobre ele.

Stygian a pegou, seu braço indo em volta de sua cintura, enquanto a puxava contra ele, ignorando as suas lutas, enquanto ele e Cullen continuavam a olhar um ao outro.

Stygian podia sentir o poder, a promessa da violência e a capacidade de lutar que pulsava debaixo de carne do outro homem, mas Maverick Cullen não usava esse poder. Em vez disso ficou quieto e silencioso, apesar do agarre apertado em volta do pescoço.

— O que você está escondendo? Stygian rosnou para ele.   — Por que você permite que uma Casta possa quase rasgar sua garganta?

O olhar de Cullen moveu lentamente para Liza. —Por ela.

Liza ficou imóvel.

Stygian podia senti-la agora: vigilante, silenciosa, seu corpo tenso com a resposta que o outro homem deu.

— Por mim? Liza estalou. — Por que diabos você faria isso por mim? Você devia ter chutado a sua bunda do caralho.

Fúria estava derramando a partir dela, o cheiro dela ardente quando ela arrancou para fora de seu domínio.

— Deixa para lá Liza, disse Cullen então, sua voz suave enquanto Stygian permitia-lhe continuar a manter seu olhar.

Ele era maldito se pudesse decifrar o que o outro homem estava tentando dizer silenciosamente.

Ele ainda não aprendera as silenciosas mensagens de merda que todo homem-macho humanos parecia praticar.

— Ok eu vou deixar pra lá, ela retrucou.

Stygian virou a cabeça, vendo como ela seguia para o cruzador e, em um movimento gracioso, agarrou o lado de baixo do navio e saltou para dentro dele. — Vou deixá-lo ir, esquecê-lo, ignorá-lo, e porra, eu vou mesmo fingir que não aconteceu.

Stygian sabia que isso era uma mentira. Ela estaria jogando isso nele pelos próximos anos, ele podia sentir.

— Foda-se, murmurou Cullen. — Ela vai ficar reclamando comigo por anos.

O comentário se associou a seus pensamentos tão completamente que Stygian não podia deixar de jogar um rosnado ao outro homem. Era o animal andando apenas sob a pele, ele se recusou a voltar imóvel e em silêncio para aquele lugar dentro de sua psique, onde normalmente observava silencioso e contente.

Ele não estava contente por muito tempo.

— Rosne tudo o quiser. Cullen bufou. — Você foi o único que recuou quando ela pediu, não eu. Então, qual de nós você acha que ela tem mais vontade de bater.

As narinas de Stygian queimavam. Ele teria gostado de ir pela garganta do homem novamente, mas antes que pudesse mover-se para fazê-lo, Cullen conseguiu saltar para o cruzador na água e pular atrás do volante da embarcação.

Um movimento de seu pulso e foi habilmente atirando para trás antes de dar uma guinada forte na água, cavar fundo e cortando através do lago antes de Stygian poder dar mais do que passo em direção ao barco.

Em vez disso, ele ficou na margem vendo a sua companheira ir ao cruzador e desaparecer na curva pequena da margem para o cais leste.

— Acho que ele precisa de uma surra. Rule saltou silenciosamente para a margem, seguido de quatro Castas.

— Sem dúvida, Stygian rosnou quando ele se virou para a outra Casta lentamente. — O Gabinete tem algo a ver com este ataque? Perguntou ele, referindo-se ao hábito de Jonas Wyatt de fazer uma tentativa de atrair tanto amigos como inimigos para fora da toca, encenando um ataque.

— Não com a sua companheira na linha de fogo. Rule deu uma dura sacudida de sua cabeça, seus cabelos negros abanando contra a lateral de seu rosto quando os seus profundos olhos azuis estreitaram contra o brilho da luz solar. — E ele não teria colocado um de seus executores, onde qualquer um poderia tirá-lo. Um dos homens de Cullen apenas vislumbrou o bastardo que estava atirando em vocês dois como se fosse nada mais do que cuspir a distância. Ele balançou a cabeça em direção ao penhasco que se erguia no outro lado do lago. — Ele deu um tiro lá de cima do penhasco próximo a cabeça do atirador, e isso não é merda.

Não era uma façanha fácil.

Stygian sentiu os músculos de sua mandíbula flexionarem. — Você tem a identidade dele?

— Tivemos que usar a identificação de impressões digitais. Rule encolheu os ombros. —O relatório voltou como um ex-treinador para o Conselho de Genética. O que ele estava fazendo aqui, porém, eu não estou certo. Em quem ele estava atirando? Você ou sua companheira?

—Ambos, Stygian diminuiu antes de ir para a borda da margem e rapidamente fazer o seu caminho de volta para onde ele e Liza estiveram sentados. — Como ele conseguiu nos acompanhar com você observando?

— Não há nenhuma maneira. Um duro aceno categórico de cabeça Rule. — Ele tinha que já estar aqui.

— Ele não poderia saber onde eu a estava levando, ou que estaria aqui, resmungou Stygian enquanto se movia rapidamente para a moto. — Eu quero um relatório completo o mais rápido possível e quero saber cada segundo da porra da sua vida desde o dia em que ele entrou no Conselho de Genética e eu quero para ontem.

— Sim, vocês lobos são muito impacientes. Rule suspirou, embora ele estivesse longe o suficiente dele para evitar qualquer ataque que Stygian poderia fazer para a observação inteligente que saiu de sua boca. — Por que você não tenta com o Jonas?

— Ele é o próximo. Girando a chave para dar partida na moto, Stygian estava queimando borracha, um segundo depois que ele arrancou a partir do estacionamento e voltou para o hotel.

Era melhor Jonas ter algumas respostas de merda.

 

— Ele fez o que? Foi a exclamação chocada de Ashley que chamou a atenção da Liza tirando-a do alinhamento da posição de combate que Emma estava tentando ensiná-la.

Oh inferno. Oh inferno.

Ela nunca deveria ter dito, não deveria ter contado a Chelsea e Claire o que havia acontecido antes do tiroteio no início da tarde, Liza pensava quando sua atenção foi arrancada de sua adversária para as três mulheres do outro lado da sala.

Ela encontrou-se com a bunda no chão e olhando para Emma Truing com surpresa um segundo depois.

— Mantenha a sua mente sobre o bastardo tentando matar sua bunda, não sobre a menina bonita com a voz engarrafada em sexo enquanto ela joga o cabelo. Emma bufou.

Liza sentou-se e abaixou a cabeça, respirando pesadamente enquanto sentia o suor rolando pelas costas e a dor logo abaixo de sua pele em cada ponto onde Emma havia tocado. Ela esfregou o braço irritado onde a fêmea da Casta a tinha agarrado tão – oh tão casualmente – em um aperto tirando-a da posição quando jogou Liza fora de equilíbrio.

— Você está ficando mais forte, Liza murmurou quando ela olhou para Ashley, Chelsea e Claire onde elas estavam cochichando e rindo com diversão, enquanto Shiloh e Chimera encaravam Liza com diversão. Suas mãos pesam como martelos esta noite.

Emma arqueou a sobrancelha. — Sério? Ashley jura que eu trato a todos como bebês.

— Ela me trata como bebê. Ashley lançou um olhar duro a sua irmã — Cada Coiote na cidade tem me tratado como bebê também. É condenadamente humilhante.

Ashley era delicada, incrivelmente bonita e tão estragada como qualquer debutante, e cada vez que reclamava sobre ser expulsa de uma luta, Liza tinha vontade de rir. Ela não parecia capaz de golpear uma mosca, muito menos cometer algo do caos sangrento que ouviu falar que a outra mulher era capaz de fazer.

— E eles vão continuar mimando você ou responder à minha faca em sua garganta uma noite, afirmou Emma, o tom frio e duro de uma indicação de sua completa dedicação à ameaça.

— Pare de interromper a conversa por aqui se vocês duas não se importam. Ashley exibiu os incisivos agressivamente em sua tentativa de ignorar as ameaças de sua irmã. — Em, você ouviu falar do pequeno passeio de Liza e Stygian para o lago mais cedo hoje?

— Você quer dizer aquele onde Stygian a teve presa contra esse lugar sob o abrigo um segundo antes de o atirador tentar reorganizar sua cabeça? Emma sorriu. – Claro que sim, os detalhes sobre a nervura protetora de Stygian foram comentados por mais de uma Casta antes de sairmos do hotel esta noite.

Liza olhou para as meninas se amontoavam no lado da sala. – Só o que eu preciso, um grupo de Castas fofocando sobre mim quando deveriam ter estado olhando para os bastardos me usando como prática de alvo.

– Querida, você deveria ter esperado isso no momento em que você pulou naquela Harley com ele, a Casta Jaguar Shiloh Gage falou sem esconder o sarcasmo. — Castas são mais ruidosos que qualquer mulher já nascida. Eles são os maiores fofoqueiros também. O fato de que você conseguiu escapar da bala de um assassino profissional é apenas alimento para a fábrica de boatos. O que eu não acredito é que ele realmente voltou para casa em vez de apressá-la direto para a cama.

Emma e Ashley riram da declaração. — Eu ainda não posso acreditar que ele não te beijou.

Ashley riu, seus olhos cinzentos brilhando em uma alegria que não tinha visto desde que fora baleada por Holden Mayhew.

E apesar de Liza estar condenadamente feliz de que a outra garota parecesse estar se recuperando tão bem, ela ainda não estava satisfeita que Chelsea tivesse colocado sua cabeça no cepo para divertir Ashley.

Pelo menos Chelsea e Claire não disseram às outras meninas que ele se recusou a negar a existência do calor do acasalamento. Essa parte, elas juraram nunca dizer. Ela devia tê-las feito jurar sobre o resto também. Pelo menos, até elas saberem com certeza sobre a coisa de punição por morte.

No entanto, lá estavam elas, todas olhando para ela depois que sua amiga foi tão amável em informá-las do que poderia ter acontecido antes do tiroteio.

— Quanto você disse a elas, afinal? Liza questionou-a com desconfiança.

Ela devia ter-lhes dito para não falar que quase se beijaram. Não falaria da próxima vez.

Chelsea deu um leve encolher de ombros e um sorriso afetado. — Provavelmente mais do que você acharia confortável, mas vamos lá, Liza, foi muito interessante.

Liza sentiu o alastramento de calor através de seu rosto enquanto ela se lembrava da sensualidade que endureceu a expressão de Stygian.

— Ótimo, ela murmurou, apoiando o rosto contra seus joelhos levantados.

— Oh inferno, eu só não posso acreditar que Stygian ficou tão fresco, Shiloh falou. — Ele nem sequer fica desagradavelmente sexy com as fêmeas da Casta que ele leva para sua cama. Ele nem sequer é conhecido por flertar.

Ah, ele sabia como flertar, exatamente como ele sabia como deixar uma mulher louca de raiva.

— Por que vocês não encontram outra coisa para falar? Liza exigiu.

— Porque, isso é tão interessante, Shiloh assegurou com escárnio estudado. — Vamos, Liza, é simplesmente inusitado ouvir de Stygian realmente indo a um encontro.

— Bem, vocês podem pelo menos fazer uma pausa, nos deixar terminar aqui, declarou Emma, enquanto se encaminhava de volta para o centro do tapete onde Liza sentou-se, finalmente respirando regularmente. — Vamos, menina má, levante sua bunda preguiçosa e veja se você não pode encontrar uma maneira de, pelo menos me por na extremidade. Virando a palma da mão, ela deu a Liza um aceno para trás. — Para cima e para eles.

Liza revirou os olhos quando chegou a seus pés e se deu um sacudiu os braços soltos para relaxar os músculos de seu endurecimento.

— Acalme-se com essas suas patas, ela ordenou a outra menina. — Oh inferno, meus braços ainda doem.

— Maricas. Pare de ser covarde e tentar escapar.

Covarde por escapar dela?

Liza olhou de volta para ela.

Nunca fora covarde para escapar de nada.

Observando cuidadosamente Emma, ela foi capaz de evitar o primeiro conjunto de jabs bem como a tentativa de Emma de desengatar dela.

Liza focou sua memória na luta que ela conseguiu lembrar entre Diane Broen e um de seus ex-mercenários. Ela se concentrou em coordenar seus movimentos para coincidir com a simetria praticada que a Executora do Gabinete tinha usado.

Por que não tentou isso antes? Ela perguntou-se distante.

Ela observara tanto as Castas praticando sparring ao longo dos anos, que ela já deveria ter incorporado o que ela os vira fazerem.

Ela bloqueou a próxima tentativa de Emma para agarrá-la e jogá-la no tapete. Era como se ela tivesse deslizado na pele de outra pessoa, ela começou a se mover automaticamente. Bloqueando, marcando, movendo-se ofensivamente, em vez de na defensiva, até que ela tinha Emma realmente dissolvendo em suor.

Ela vira as Castas Cullen, Reever, e Klah lutando sparring a maior parte de sua vida, e resistira ao impulso de tentar usar as manobras que viu. Seu corpo sempre se sentiu pronto, preparado para executar os movimentos, mas a sua confiança em colocar em prática o que vira sem treinamento a segurou.

Até esta noite.

Até que o desejo de fazê-lo superou sua falta de confiança e ela descobriu que possuía um talento que nunca reconheceu antes. Era um talento que ela percebeu que tinha desde seu acidente com Claire. O acidente de carro, o fogo que quase tomou a vida de ambas, e deixou cada uma com talentos sutis que por algum motivo ficaram aterrorizadas para revelar. Talentos que elas só compartilharam em segredo uma com a outra.

— Nossa! Emma murmurou enquanto Liza bloqueava outro movimento e voltava-se para ela rapidamente com um golpe ofensivo em sua mandíbula, então, seguiu com um na barriga.

Emma mal teve tempo para bloquear antes de perceber, outro movimento deslizou na consciência da Liza e foi direto para os impulsos instintivos atirando através de seu cérebro, então, ao seu corpo.

Emma enviou um golpe em sua mandíbula. Varrendo para trás e indo para o chão, Liza se pegou em seus ombros e braços, as pernas balançando para fora quando ela rolou e varreu Emma fora de equilíbrio.

Quando a Casta caiu, Liza estava lá, seu punho entrando e parando próximo da garganta de Emma, no que teria sido um golpe fatal para um ser humano. Para uma Casta, no mínimo, causaria uma incapacidade prolongada, dando a Liza uma chance de escapar.

Quando Liza piscou ao ver o choque no rosto de Emma, ela rapidamente pulou para trás, olhou para suas mãos, em seguida, para as Castas e suas duas amigas olhando para ela em descrença com os olhos arregalados.

Nos olhos de Claire, porém, Liza viu medo e um aviso desesperado.

Medo de que as mudanças vividas nos minutos após a sua recuperação fossem detectadas e passassem serem vistas de outra forma aos olhos dos seus entes queridos.

O aviso de que ela estava circulando a linha e colocando as duas em perigo.

— Quem diabos é você e onde Liza foi? Emma sentou-se lentamente, seu olhar se estreitou.

— Eu disse que ela estava se segurando, Shiloh cantou em triunfo quando seu riso zombeteiro encheu o porão. — O que eu venho lhe dizendo há meses e você não pode ver? Cada maldita vez que ela poderia ter mostrado que conseguia revidar esses malditos movimentos ela recuava como um bebê assustado.

— Eu nunca mostrei a ela como se mover. Emma observou Liza como se fosse um quebra-cabeça particularmente complicado.

— Nem eu, declarou Ashley.

— Não, nós não. Mas você já esqueceu o que Liza faz para se divertir? Ela compra vídeos de luta e pratica sem nós. Eu disse a você o tempo todo que ela ia chutar seus traseiros um dia, quando você menos esperasse.

A suspeita, graças a Deus. Oh, graças a Deus. Desviou-se do olhar de Ashley e Emma, enquanto Shiloh se aprofundava na explicação.

Chelsea balançou a cabeça com espanto enquanto Claire lentamente começou a relaxar.

— Eu assisto Castas lutarem também, lembrou a todos. — As sessões de sparring podem ficar realmente interessantes.

— Não deve ser fácil lutar sozinha Emma apontou, um começo de uma carranca estragando suas sobrancelhas.

— Eu que o diga, Liza respirou mais ou menos aliviada quando ela caiu sobre o tapete e respirou fundo. — Você tem alguma ideia de quantos machucados eu consegui aqui embaixo?

Não era uma mentira. Não houve fraude na declaração. Essa parte era fácil de garantir, especialmente quando ela foi capaz de esconder o rosto contra os joelhos e simplesmente se concentrar na respiração.

Uma respiração dentro, uma fora. Uma dentro, uma fora.

— Bem, inferno, eu realmente agora eu posso dizer a Link que você está quase pronta. Emma deu um aceno curto. — Claire vai demorar um pouco mais, mas ela está chegando lá.

— Eu obviamente, não vou estar na linha de frente, disse Claire com diversão. — Eu prefiro dirigir de qualquer maneira.

E nisso, Claire era excelente.

— Sim, ela tem a habilidade de conduzir como uma porra louca exclamou Ashley com excitação súbita. — Ela nunca vai perder o controle de um veículo novo.

A lembrança súbita teve Liza respirando dura e profundamente. Sua cabeça se ergueu, os olhos abrindo largamente.

Ela não queria ver aquilo piscando em sua mente de novo, ou sentir o que ela sentiu quando viu a escuridão da morte se abrindo ao seu redor.

Ela podia jurar que ouvira os gritos dos mortos. E não era uma luz branca o que vira. Gora a escuridão. Nada. Tal vazio de nada completamente que abalou sua alma.

A mesma visão que Claire enfrentou quando o carro explodiu ao redor delas, a força da explosão soprando as portas abertas e jogando-as das chamas um segundo antes do veículo ser engolido por elas.

— Ok, chuveiro. Liza saltou para seus pés, sentindo o resíduo pegajoso de suor secar em sua carne. — Que tal uma pizza? Ela perguntou às outras. — Nós poderíamos telefonar agora, antes de tomar banho e comer quente.

As outras concordaram em uníssono enquanto Chelsea, Claire e Liza se dirigiram para os chuveiros.

As quatro fêmeas da Casta fizeram o seu caminho para o chuveiro do ginásio que havia sido construído na casa pelos proprietários antes que se mudarem, o fazendeiro deixou três quartos no porão que agora servia como um ginásio totalmente funcional.

Liza pediu a pizza antes de ir para o seu quarto e se despir rapidamente.

Entrando no chuveiro, deixou a água quente levar fora, não apenas as memórias que não queria recordar novamente, mas também aquela sensação irritante logo abaixo da carne em cada área que Emma tocou durante a luta.

Ela se sentia ferida até os ossos em várias áreas, em outras, ela sentia como se de alguma forma se tornou alérgica ao toque da Casta.

Não foi até que ela tomou banho, se secou e se vestiu com calças de algodão soltas e uma camiseta que ela começou a se sentir humana mais uma vez.

Ela rapidamente torceu um elástico nos fios úmidos de seu cabelo trançado quando um grito horrorizado perfurou o silêncio da casa.

— Claire! Um sopro de medo correu de seus pulmões quando Liza sentiu a sensação arrebatadora ativar o piloto automático através dela mais uma vez.

Ela não se apressou.

Claire gritou novamente, mas como se estivesse observando alguém, Liza rapidamente abriu a cômoda para pegar a potente arma guiada por laser e carregada de munição que seu pai havia lhe dado após Isabelle ter sido atacada por Holden Mayhew.

A distância entre ela e suas ações recuaram lentamente até que ela estava se movendo, felizmente já não observando a si mesma, para a porta do quarto. Apagando as luzes, Liza abriu a porta e saiu em um giro, seu olhar varrendo a sala.

O grito de Claire foi mais fraco desta vez, o som de uma luta em um quarto, indicando o perigo em que sua amiga estava.

Conselho de controle das Castas.

No momento seguinte, o som de tiros abalou a casa.

Liza estremeceu com cada explosão, contando quatro até mesmo quando ela correu para o quarto de Claire.

— Chelsea! Emma! Ela estava gritando para as outras quando ela agarrou a maçaneta da porta de Claire e tentou abri-la com um empurrão.

Bloqueada.

Claire nunca trancava a porta.

O som de vidro quebrando e o rosnar de uma Casta encheu a noite quando Chelsea estourou de seu quarto, do outro lado da casa, levantando a voz com medo quando ela gritou o nome de Claire.

Ao mesmo tempo, ela podia ouvir Ashley, Emma e Shiloh rasgando as escadas do porão, gritando ordens e gritando algo para Chelsea quando chegaram à cozinha.

Liza não hesitou. Levantando a arma, ela disparou na maçaneta da porta, vendo o botão de metal quebrar e voar a partir de sua posição de segurança quando a porta foi liberada.

 

Chutando-a, Liza se atirou para o quarto, sua arma instantaneamente levantada, encontrando seu primeiro alvo enquanto se erguia de costas para a parede e congelava.

Sangue espalhado ao longo da parede do outro lado do quarto, onde um Casta Coiote estava caído, olhando para o vazio, sem vida, fora da cena diante dele.

O grito de Claire perfurou a noite novamente, mas ela estava apoiada em um canto, uma arma similar a que Liza tinha, nas mãos tremendo, apontada alternadamente para Stygian, e então para Rule Breaker, para Coiote e, finalmente em Dog. Seu dedo pressionava o gatilho.

— Claire. Por favor, me ajude, Liza gritou, mantendo o apelo apenas fraco o suficiente para furar a neblina de Claire com o aparecimento de dor na sua expressão.

— Liza? Claire não parecia confusa ou incerta, mas a arma ainda estava tremendo, quando Stygian e os outros a observavam agora, claramente em dúvida sobre o que fazer em seguida.

— Claire. Foi Dog que falou, a sua voz segurando um tom calmante e tranquilo que Liza não esperava realmente que ele pudesse possuir. — Você se lembra de mim, querida?

Claire olhou para ele, com os olhos arregalados, seu rosto aterrorizado totalmente sem cor, embora apenas um olhar frio, duro encheu seu olhar.

Claire lambeu os lábios e deu um aceno espasmódico. — Por que você está aqui? Você está com eles? Ela fez um gesto para o Casta morto.

— Eles? Dog olhou ao redor. — Há mais, Claire?

— Havia dois. Um soluço quebrou em sua voz. — Eles estavam esperando quando eu vim do chuveiro. Lágrimas caiam de seus olhos enquanto ela segurava a arma. — Vocês estavam com eles também?

— Claire, Stygian não vai nos machucar. Liza colocou sua própria arma de lado, a realidade se fixando, quando ela começou a tremer tão duro como Claire.

O olhar de sua amiga saltou para ela, em seguida de volta para as Castas. Na porta do quarto Ashley, Emma e Shiloh estavam segurando Chelsea para trás para mantê-la calma.

— Liza. Os lábios de Claire tremeram violentamente. — Eles estavam vindo para nos levar, ela sussurrou de repente. — Eles vieram para tomar nós duas, e eles vieram para nos ferir.

— Eu sei, Liza assegurou-lhe rapidamente. Ela precisava deixar Claire calma e tranquila. Ela não podia dizer mais. — Claire, Dog, Stygian e Rule estão aqui para nos ajudar, querida. Deixe-me ficar com sua arma.

Liza deu um passo na direção dela.

Um estrondo baixo, quase imperceptível de um rosnado aflito ecoou através do quarto, fazendo com que a cabeça da Liza se sacudisse em volta e Claire empunhasse a arma para cima, seu dedo pressionando o gatilho novamente.

A arma estava apontada diretamente para o peito de Stygian.

— Claire, por favor, não machuque Stygian. O súbito tremor aterrorizado em sua voz deve ter perfurado o terror de Claire tempo suficiente para que sua amiga finalmente percebesse para quem ela estava apontando a arma e quem estava jogado contra a parede, morto.

Eles sabiam do Coiote.

A arma, de repente caiu da mão de Claire.

Em um movimento tão rápido que Liza jurou ser um borrão, Rule pegou a arma um segundo antes dele pegar Claire em seus braços.

Ela caiu contra seu peito, inconsciente, deitada molemente contra ele enquanto Stygian e Dog, Emma, Ashley e Shiloh, de repente começaram a se mover.

Rule levantou Claire em seus braços e correu através da casca vazia de um quadro onde a grande janela do quarto havia estado uma vez. Lá fora, as luzes estavam rodando, piscando quando o som de um heli-jato pousou no pátio exterior.

Stygian estava estalando ordens no link de comunicação em seu ouvido enquanto Dog ia rapidamente para o corpo do Coiote morto.

Então, e só então é que Liza viu o outro corpo estendido sobre o outro lado da cama.

Apenas as botas eram visíveis.

Aproximando-se, Liza levou a mão trêmula aos lábios quando ela de repente virou-se para Stygian.

Ele estava dirigindo os Coiotes do sexo feminino, dando ordens em um tom duro, comandando quando ele se virou rapidamente para ela como se ele soubesse exatamente onde ela estava.

Seu olhar caiu a seus pés.

— Nós temos outro! Stygian de repente gritou. — Informar a limpeza têm dois assaltantes. — Repito, temos outro corpo.

Passando por cima dela, ele olhou para o humano, estendido de costas, seu olhar escuro olhando sem vida para o teto.

Esguio, cabelo castanho escuro caia para trás de seu rosto enquanto os pálidos, duros ângulos planos do rosto parecia torcido em uma expressão de perplexidade.

— O irmão de Holden Mayhew, ela sussurrou. — Seu nome é Harlen.

Lisa achava que apenas Holden Mayhew era o psicótico da família.

Evidentemente ela estava errada.

Um mês antes, seu irmão tinha morrido tentando primeiro um estupro, em seguida, semanas mais tarde, sequestrar Isabelle Martinez.

A fúria de Holden, na sua incapacidade de ter a sobrinha do presidente da Nação o deixou tão furioso quando ele descobriu que ela era amante de uma Casta, que ele tentou raptá-la e vendê-la aos Coiotes que eram leais ao Conselho de Genética que propuseram dar-lhe uma fortuna por ela.

Fora o seu irmão Harlen, quem primeiro avisou Holden do interesse de Isabelle em Malachi. Liza realmente não acreditou que tal insanidade pudesse ser hereditária.

— Ela matou os dois, Liza sussurrou quando ela voltou seu olhar para o Coiote ainda sentado, imóvel contra a parede, o seu sangue pulverizado em torno dele a partir da ferida no peito que ele apresentava.

— Bom para ela. O tom de Stygian era selvagem. — O pai dela foi notificado e está sendo levado para uma seção segura do hospital agora. Ela está apenas em choque, inconsciente, mas queremos ter a certeza de que ela está bem de outra forma.

Liza assentiu. Joe estaria no hospital. Ele iria garantir que apenas os curandeiros da Nação supervisionassem seu cuidado, em vez das Castas, que poderiam mais do que certamente usar isto para proveito próprio, se tivessem a chance.

— Este era o meu quarto, Liza percebeu de repente.

O olhar de Stygian empurrou de volta para ela quando duas Castas passaram por eles e começaram a preparar os corpos para o transporte.

— O que você disse? Ele rosnou.

Liza voltou seu olhar para ele. — Até uma semana atrás, disse ela fracamente, — este era o meu quarto. Eu queria pintar as paredes do quarto que foi de Isabelle antes de me mudar, e nós não fomos capazes de fazê-lo rapidamente. Claire estava dormindo no sofá, até que concluíssemos. O acabamento demorou dias. Ela teve que engolir antes que pudesse ir em frente. — Eles estavam vindo atrás de mim novamente, não estavam Stygian?

Ela podia sentir isso. Seu estômago estava apertado com medo, seu peito se apertou com o pânico.

— Eles têm estado atrás de você desde antes da manhã que Diane Broen te encontrou naquela pista de jogging, ele concordou. — Nós te avisamos disso, Liza. Naquela manhã, avisamos que você era um alvo.

— Mas isso não faz sentido, ela sussurrou. — Stygian, eu não posso ajudá-los a conseguir qualquer coisa que queiram. Nem ao menos sei o que eles querem. Por que vir atrás de mim?

Agarrando seu braço, Stygian se moveu cuidadosamente para a sala de estar, onde Chelsea, Ashley, Emma e Shiloh estavam esperando.

Chelsea virou-se para se juntar a eles, mas depois de um comentário rápido, sussurrado de Ashley, hesitou antes de ela recuar para as outras três meninas.

— Stygian, o que diabos está acontecendo? Ela perguntou de novo, mantendo a voz baixa, calma.

— Eu não tenho certeza ainda, Liza. Um movimento rápido de sua cabeça a fez perceber o quanto seu cabelo fluía, como o de um guerreiro, ao redor de seu rosto.

Caindo de seus ombros largos, os fios negros como um corvo pareciam segmentos vivos de seda grossa.

Mesmo agora, em meio a um perigo que ela não esperava e não tinha ideia de como lidar, tudo que ela queria fazer era tocá-lo. E tê-lo tocando-a.

Ela queria os seus braços em volta dela, porque de repente, ela se sentia tão só e tão condenadamente à deriva em um mundo que ela não tinha ideia de como entender.

Nada fazia sentido há muito tempo.

— Venha aqui. Como se ele tivesse lido sua mente, sentido sua necessidade, como se de alguma forma, os incríveis sentidos primais que possuía fossem capazes de ver o coração da mulher e o medo obstruindo sua mente, seus braços estavam ao seu redor, e ele foi envolvendo-a perto do calor de seu corpo.

Ela não percebera como se tornara gelada, o quão fria ela estava. Ela não percebera o quanto ela precisava do calor de seu corpo para paralisar o gelo movendo-se lentamente através de seu sistema.

— Oh Deus, Stygian. Segurando seus braços entre seus corpos, seus dedos apertando sobre o tecido de sua camisa, sobre a batida reconfortante de seu coração, ela deixou o arrepio de terror obter o seu caminho.

Ele a atravessou, sacudindo-a até que ela se sentiu fraca, arrancando várias lágrimas de seus olhos, apesar de sua tentativa de segurá-las.

— O que está acontecendo comigo? Ela sussurrou, quase com medo de deixar que as palavras saíssem. — Por favor, me diga o que está acontecendo.

Ela sentiu como se estivesse rasgando por dentro, torcendo em tantas direções que nada mais fazia sentido.

O combate de sparring e a liberação repentina das suas habilidades que ela lutou tão duro para esconder.

Os gritos de Claire e sua reação, tudo isso fora da realidade em que fora treinada por tanto tempo.

Nada disso fazia sentido. Nada disso engrenava com o mundo que ela conhecia e entendia.

— Nós vamos descobrir isso, bebê. Sua cabeça inclinada sobre o dela, o carinho sussurrado em seu ouvido enquanto ele praticamente a embalava, aliviando os medos terríveis rasgando através dela. — Eu não sei o que está acontecendo, mas eu prometo, nós vamos descobrir isso.

Stygian a segurou tão perto de seu próprio corpo como podia, tentando compartilhar o calor do corpo, para aquecer o frio gelado de sua carne quando ela tremeu e estremeceu em seus braços.

Olhando para Ashley por cima de sua cabeça, ele articulou a palavra “cobertor”, preocupado com o frio incomum a atacando.

Sem dúvida, era sua reação ao choque rasgando-a, mas a gravidade disso o estava preocupando. E estava preocupando a Chelsea também.

A outra garota estava ao telefone, se ele não estava enganado, ela estava falando, se não com o seu tio, o presidente da Nação Navajo, então com seu pai, Terran Martinez. Não haveria tempo para tomar as amostras de sangue e saliva de Claire Martinez que Jonas queria, no hospital por técnicos certificados que poderiam testemunhar ter coletado, antes dos curadores Navajos os alcançarem.

Stygian não ficaria surpreso se os curadores estivessem esperando no hospital. Havia definitivamente forças determinadas a ficar entre as Castas e Liza e Claire.

Felizmente, Rule correu com ela direto para o heli-jato e tomaria as amostras por si mesmo antes de chegar ao hospital, apenas para garantir que elas foram coletadas.

Não seria exatamente o que era necessário, já que não havia os suprimentos necessários no heli-jato. Mas o que estava lá podia ser o suficiente para coletar as amostras que Jonas necessitava para um teste de DNA de grande profundidade.

Enquanto Ashley avançava com o cobertor e ajudava Stygian a envolvê-lo em torno Liza, ela rapidamente chamou sua atenção.

— Não é possível no heli-jato, Ashley sussurrou sua voz baixa o suficiente para ele duvidar que Liza ouvisse. — Navajo interceptou Rule. O transporte é por Nação Navajo, aplicação da lei seguindo Rule e Dog para assegurar a chegada.

As sobrancelhas de Stygian levantadas.

Agora aquilo era condenadamente incomum. Tanto para impedi-los de obter as amostras no heli-jato.

Mas não era a primeira vez que acontecia.

Ter médicos Casta cuidando de Isabelle Martinez após a tentativa de sequestro por Holden Mayhew fora quase impossível.

Como Liza, ele estava começando a se perguntar o que diabos estava acontecendo.

Apertando os braços em torno da mulher que ele sabia em sua alma era sua companheira, e engolindo o sabor do hormônio liberado das glândulas sob a língua, Stygian levantou-a suavemente em seus braços e se virou para o quarto que Chelsea e Emma informaram ser o de Liza.

Ele a queria longe do barulho e do conhecimento dos corpos sendo retirados de quarto de Claire. Ele a queria calma e quente e capaz de falar.

Ele queria saber por que sua companheira de repente atraiu a atenção dos Soldados Coiotes do Conselho de Genética, tudo quanto ele sabia, sem sombra de dúvida, era que pela primeira vez em sua vida, alguém era exatamente como parecia.

Problemática.

Um passado sombrio.

Erros cometidos que agora ele sabia que lhe causou dor.

Estava tudo lá.

E ela seria toda dele.

Em breve.

 

Ela tinha que estar sonhando.

Liza beliscou a carne suave no interior de seu braço.

Porra, isso dói.

Olhando para a marca, ela olhou para a área avermelhada da pele que o pequeno ferimento tinha deixado.

Ok, então um beliscão poderia realmente machucar em um sonho. Ela iria concordar com isso.

O que mais poderia provar que isto era um sonho?

Quando era mais nova, tinha truques que usava, só para assegurar-se de que estava realmente viva e não era apenas um fruto da imaginação de alguém.

Ou um dos pesadelos de seus pais.

Ela roía suas cutículas até que elas ficavam em carne viva.

O que sempre assegurou que era realmente uma pessoa real.

Ela olhou para as unhas.

Porra, suas cutículas pareciam boas demais. Agradável e saudável de forma que elas não foram quando ela era uma adolescente.

O que mais ela poderia fazer?

Não havia muito para escolher. Afinal, chegou a um ponto, quando ela teria que admitir que estivesse ou dormindo ou acordada, certamente ela iria chegar a esse ponto em breve.

Se doesse então era suposto ser real.

Certo?

Ela poderia beijar Stygian, alguns diabretes demoníacos sugeriram silenciosamente. Apenas beijá-lo duro e profundo e ver se essa coisa de acasalamento era verdade.

Se fosse, então, iria garantir-lhe que ela estava viva.

— Liza? Procurando de onde estava sentada no confortável sofá da suíte do hotel, que as Castas praticamente reivindicaram, ela olhava para a xícara de café que Rachel Broen Wyatt, a esposa de Jonas Wyatt, estava colocando na mesa em frente. – Aqui está um pouco de café. Irá contribuir para aliviar o choque.

Choque? Eles achavam que ela estava em choque? Bem, Deus abençoe seus corações.

Na verdade, eles não tinham ideia de como pequenas coisas jamais a chocaram.

Não era o choque, era mais a noção de que isso simplesmente não poderia estar acontecendo. Ela não poderia ser um alvo.

Ela era uma pessoa anônima.

Ela era ninguém.

Não havia nenhuma razão no mundo para o infame Conselho de Genética pudesse querer torná-la um alvo. Nem mesmo por informações sobre a Rede Secreta da qual ela era parte. Até a véspera, as Castas não tinham certeza que ela era parte disso.

Liza aceitou o café. Estava cremoso e doce. Estranhamente, do jeito que ela gostava.

— Você está bem? Rachel ajoelhou-se ao lado dela, os olhos escuros cheios de humilde preocupação.

— Tudo bem. Ela engoliu em seco antes de levantar o copo para beber o líquido quente e doce novamente.

Ele estava aquecendo seu interior.

Um pouco, de qualquer maneira.

Mas não conseguiu aliviar aquela sensação de irrealidade, e ela realmente não estava com vontade de se beliscar novamente.

Além disso, a esposa do diretor a estava observando, o que provavelmente não seria racional aos seus olhos.

— Eu sinto muito sobre isso, Liza, Rachel disse suavemente, seu olhar pesado com culpa. — Eu odeio o perigo que você está agora.

— O que você tem a ver com isso? Fazia muito pouco sentido de que essa mulher iria sentir culpa por algo que ela não havia orquestrado.

O marido dela, talvez, mas não ela.

— Amber é minha filha, Rachel sussurrou. — Ela é a razão pela qual estamos tão desesperados para encontrar Gideon.

Ah, sim, o bebê.

Liza respirou asperamente. — Eu gostaria de ter podido ajudar. Se isso fosse aliviar o que seu bebê está passando Sra. Wyatt, então talvez isso fizesse um pouco mais de sentido para mim.

— Por favor, me chame de Rachel. Indo para o sofá, Rachel virou-se para encará-la.

Liza tomou um gole do café novamente, esperando ganhar algum tempo e um pouco mais de seu equilíbrio antes que fosse realmente forçada a conversar e fazer sentido.

— Infelizmente não um, mas quatro dos envolvidos nos experimentos que criaram a droga que foi dada a Amber podem ajudar. Rachel fez uma careta quando uma jovem Casta colocava outra xícara de café sobre a mesa para a esposa do diretor.

A Casta mignon era menor do que a maioria das fêmeas da Casta. Ela era delicada, quase frágil, com cabelos castanhos nos ombros e escuros olhos verdes suaves.

— Obrigado, Erin. O sorriso de Rachel estava cansado quando ela levantou os olhos para a mulher mais jovem. —Amber ainda está dormindo?

— Sim, senhora Erin respondeu com um aceno de cabeça. — E a febre parece ter diminuído um pouco.

Os olhos de Rachel fecharam com alivio por longos momentos antes de abri-los novamente.

— Eu estarei na cozinha se você precisar de mim, Erin disse antes de se virar e ir para o outro lado da sala.

— Todo mundo está aqui por mais alguém do que apenas Gideon então? Porque que não era a história que tinha sido dada ao presidente da Nação Navajo.

Rachel balançou a cabeça. — Gideon é o único do grupo que as Castas foram capazes de rastrear. O outro menino e as duas meninas simplesmente desapareceram. Sua voz engrossou. — As duas meninas são realmente as únicas sobre as quais nós precisamos de informações, mas se Gideon é tudo o que podemos encontrar, então talvez ele possa lembrar algo de seu tempo com as meninas e os tratamentos que foram oferecidos. Qualquer coisa, Liza, que ele possa lembrar é melhor do que o nada que temos agora. Emoção encheu sua voz, e as lágrimas reuniram-se em seus olhos.

Liza estendeu a mão e pegou a xícara de café e o pires, que estavam balançando perigosamente nas mãos de Rachel e colocou-os sobre a mesa.

A angústia de Rachel não era forçada. Seu amor e sua preocupação com a filha chegaram à sua alma. Por um momento, por mais estranho que parecesse, Liza jurou que podia sentir a dor, o desespero e o medo que a outra mulher estava sentindo.

Seu coração estava realmente quebrando pela mãe forçada a assistir a filha sofrer.

Como devia ser horrível, um pesadelo para além de comparação ter de assistir, dia a dia, enquanto sua filha ficava mais doente, mais fraca, mais pálida.

— Eu sinto muito. O sorriso de Rachel estava trêmulo enquanto ela rapidamente limpava os olhos e olhava ao redor da sala. — Graças a Deus Jonas não está no quarto ainda. Tentamos ser fortes um para o outro.

Ela parou quando a porta da suíte se abriu e Jonas entrou, junto com Stygian, Malachi, Isabelle, o pai de Isabelle, Terran, o presidente da Nação Ray Martinez. Havia ainda Lawe Justice e sua esposa Diane Broen-Justice. Atrás deles seguia Rule Breaker - inferno de nome - e uma mulher pequena, de cabelos escuros. Liza na verdade a reconhecia.

Elyiana Morrey era a especialista em genética e fisiologia das Castas Felina e a principal médica especializada. Atrás dela estava outra mulher, seu longo cabelo preto pendurado em tranças finas quase até a cintura, seu tom de pele café com leite apenas uma sombra mais leve do que o de Stygian.

Demorou um pouco a reconhecer, mas ela vira a foto dela em um artigo sobre a comunidade Haven da Casta Lobo. Dra. Nikki Armani, a medica especialista na genética da Casta Lobo.

Era uma convenção de Castas, e não tinha ideia de como inferno ela conseguira um convite pessoal.

— Srta. Johnson, Jonas avançou. — Eu entrei em contato com o seu pai. Ele está em Nova York a negócios Navajos.

Liza fechou os olhos por alguns instantes.

De repente ela era uma criança de 10 anos de idade?

Eles estavam chamando os pais dela?

Abrindo os olhos, ela disparou um olhar fulminante para Stygian antes de virar-se para Jonas.

— Por que você ligou para os meus pais? Eu não estou ferida.

— É uma cortesia básica, ele respondeu friamente. — Nós ampliamos nossa oferta de fornecer a proteção necessária para garantir que as ocorrências desta noite não se repitam. Se a oferta for aceitável para você, então ele está de acordo que o Gabinete de Assuntos da Casta proporcione sua segurança até o seu retorno em uma semana.

Liza encostou-se no sofá, cruzou os braços sobre os seios e virou seu olhar sobre Stygian mais uma vez.

Ela não estava se divertindo ainda.

Ele era bastante bonito, mesmo quando fez uma careta antes de virar um olhar muito mais duro para Jonas.

Mas Jonas era quem ele era, o bastardo que ele podia ser, simplesmente ignorou.

E não era interessante que o seu pai concordasse com a oferta das Castas para protegê-la? Ele conhecia seu disfarce, caso alguém chegasse muito perto. Seu status como um agente secreto da Agência de Aplicação da Lei Navajo lhe dava uma desculpa para muitas das atribuições que ela tinha com a Rede Secreta Navajo.

Inferno, seu pai foi a razão para que ela e Claire fizessem parte da Rede Secreta Navajo. Ele realmente convenceu o pai de Claire, Ray, que seria no melhor interesse de Claire saber como se proteger caso fosse feita uma tentativa de raptá-la por causa da posição de seu pai.

— E quem será o meu cão de guarda, ela perguntou curiosamente. — Tenho permissão para aprovar ou vetar a sua escolha?

— Bem, o Gabinete não fornece tais serviços a não ser por uma taxa bastante alta, afirmou friamente. — E isto é uma espécie de bônus.

— Portanto, a resposta é não. Ela deu um breve aceno espantado de sua cabeça antes de olhar para a sua companheira.

Rachel não seria de nenhuma ajuda, Liza percebeu.

Ela estava olhando para ele como se ele fosse o sol, a lua e as estrelas, tudo em um macho demasiado arrogante. No que a ela concernia, seu marido não poderia fazer nada errado. Era evidente em sua expressão e em seu olhar adorador que convencê-la de que seu marido estava sendo um idiota seria um desperdício de tempo.

— A resposta é não, concordou Jonas. — Mas eu não acho que você vai discordar das opções que temos a oferecer.

— E tudo sem ter que me preocupar a minha pequena linda cabeça sobre a discussão envolvendo isso. Oh, sim, isso estava realmente indo bem mais com ela.

Ele estava indo tão bem que ela estava quase tremendo com a força da raiva se acendendo dentro dela.

Malditos sejam! Todos um deles.

Ela não precisava das Castas para assumir sua vida e protegê-la.

Ela era uma parte do grupo de Cullen por uma razão.

Ela sabia que deveria ter pedido desculpas ao banheiro feminino antes de Jonas e seus executores imbecis chegarem. Tudo o que ela precisava era um link.

— Eu acho que devo informar que a partir de agora, sempre que você estiver nesta sala, o link de comunicação que tem com os seus amigos não estará ativo. Não há outras discussões que envolvam negócios da Casta que serão ouvidos por Cullen Maverick, Reever e Steven Jacobs, ou Klah Hunter, Jonas informou-lhe com a sua frieza característica.

Ela lançou o olhar para Stygian. — Devo assumir que você está envolvido com isso?

Uma carranca, lentamente confusa vincou a sua testa escura. — Eu assumi que contaria com a sua aprovação.

Ok, isso era simplesmente o suficiente. Movendo-se imediatamente a seus pés, ela não se preocupou em esconder a raiva ou a sua opinião de todos e cada um deles, bem como dos seus chamados planos.

— Asnos arrogantes, retrucou furiosamente, seu olhar abrangeu toda a sala cheia de homens e as poucas mulheres que arrastaram com eles. — Vocês tinham que tomar essa decisão a portas fechadas sem ao menos contar com minha opinião? Vocês chamaram meu pai sem sequer me permitir, sua filha, a vítima de tudo isso, a chance de até mesmo falar com ele?

Ela não lhes deu a oportunidade de responder. Ela não queria nem ouvir.

— Estou tão fora daqui. Pisando em torno da pequena mesa de café, ela se virou propositadamente para a porta.

— Liza, Stygian rosnou enquanto ela rapidamente seguida atravessando toda a sala. — Você não pode simplesmente sair daqui.

Ah, é?

— Apenas me observe garotão. Seu lábio curvado em desgosto. — Eu vou te mostrar o quão rápido eu posso e simplesmente vou ficar bem longe daqui.

Ela estava caminhando o inferno fora daqui, e ele poderia beijar sua bunda enquanto ela fazia seu caminho certo o inferno fora deste hotel junto com ele.

— Liza vamos lá, escute-os. Isabelle traidora que era, emprestou sua voz ao protesto.

Aliás, ela não podia acreditar.

Ela se virou e olhou para a amiga. — Eu simplesmente não posso acreditar Isabelle, que você faria parte de tal reunião e não exigiu que eles me incluíssem. O que diabos houve com sua cabeça? Ela deslizou um sorriso de escárnio para a Casta ao seu lado. — Ou isso é uma questão que eu ainda tenho que perguntar? Será que ele tem você em tal rédea curta de merda com a besteira do acasalamento que até mesmo a amizade já não importa?

Ela queria chorar. Ela queria gritar pela raiva e pela traição que a estava comendo viva.

Queimou claro para a sua alma, fazendo-a doente do estômago com a evidência de que nada ou ninguém importava para sua amiga, mas só essa Casta maldita que a segurava refém com seu beijo.

— Eu avisei a eles que você ia ficar puta. Isabelle suspirou seu olhar preocupado se não exatamente solidário ao dilema de Liza e de Claire.

— Droga, Isabelle, você me conhece melhor do que isso, ela gritou, com os punhos cerrados ao seu lado quando a necessidade de atacar começou a substituir todos os outros impulsos batendo através de seu sistema.

Isabelle, acima de todos os outros, sabia exatamente o que Liza estava sentido por dentro.

— Liza, eu sei que você está chateada, mas, honestamente, tudo isto foi feito muito às pressas por conferência telefônica, enquanto estávamos a caminho daqui. Não houve reunião secreta e nenhuma decisão deliberada feita sem você. Os olhos escuros de Isabelle brilharam com dor quando Malachi virou-se para ela, seu braço deslizando ao seu redor como se soubesse como se sentisse a dor dela. Como se tudo o que havia lido sobre os acasalamentos da Casta, fosse que o primeiro impulso da Casta ainda era o bem-estar de seu amante.

Era realmente muito ruim que o maldito Stygian não conseguisse sentir o mesmo.

— Bem, isso é exatamente o que parece para mim, ela retrucou furiosa consigo mesma por ter cogitado que ela poderia querer esse apoio a partir de um conceito tão corrupto. — Não importa se foi feito no saguão, no elevador ou em uma sala de reuniões de merda, isso ainda foi feito e ainda foi feito sem o meu consentimento. Ela se virou para Stygian, machucada, doendo em tal profundidade que ela sentiu como se um ferida áspera tivesse cortado em sua alma. — Como se eu fosse uma maldita criança sem a capacidade de obter ajudar se eu precisasse.

— A ajuda que você teve foi um pouco ineficaz, Stygian rosnou os pontinhos de azul encheram os olhos brilhando de raiva. — Eles estavam desarmados e completamente inconscientes do perigo até que Claire gritou por socorro. As duas já teriam sido sequestradas ou mortas no momento em que chegassem.

— Ainda não é sua escolha. Apunhalando um dedo trêmulo na direção de Jonas, ela mal conteve a necessidade de gritar a sua raiva.

— E como eu disse, a decisão é a mesma que teria sido tomada se tivéssemos esperado até chegar a este ambiente para discutir, Jonas rosnou. — Algo parecido com o rosnado de Stygian mais veemente que sua equipe e ninguém mais irá fornecer sua proteção. Se você discordar da decisão, então você tem minha permissão para discutir isso com ele.

— E você estava no telefone com meu pai enquanto tudo isso estava acontecendo? Ela acenou-lhe o braço em direção a Jonas furiosamente. — Isso é um monte de conversa, exigente e rosnando no espaço de tempo que levou para atender no lobby, pegar o elevador e fazer o seu caminho para esta sala, Sr. Wyatt. Encarando de volta Isabelle e sua família, os lábios de Liza se curvaram em desgosto. — E você ainda conseguiu chamar o advogado do seu presidente, e o único membro da família de Claire que você sabia que ficaria do lado dela. A prima que sua Casta conseguiu hipnotizar.

—Oh, Liza. Isabelle suspirou dolorosamente. — Não foi assim.

— A chamada foi feita para seu pai segundos depois que o pai de Claire foi informado do ataque e após a chegada dela ao hospital, afirmou Stygian, seu tom aborrecido. — Se você quer acelerar a sua independência pela quantidade de tempo que seria necessário para dar explicações, talvez você pudesse guardar a adrenalina que está acabando contigo para quando você realmente venha a necessitar.

Ela estava tremendo, tremendo com o conhecimento de que sua vida estava lentamente sendo tomada e não havia uma maldita coisa que pudesse fazer sobre isso.

— E talvez você possa parar de tentar levar a minha vida completamente. Você e seus amigos, ela exigiu com raiva quando lançou um olhar para Jonas e os outros Alfas. — Você está me fazendo sentir como uma megera, Stygian, quando eu sei malditamente bem que você poderia ter me consultado antes de tomar qualquer decisão sobre a minha vida, minha proteção ou que estaria protegendo-me.

Isso era exatamente o que ela sentia. A megera que não tinha ideia de como ser grata pelo fato de que eles estavam tentando protegê-la.

Parecia mais que eles estavam tentando usá-la. Que de alguma forma, haviam trazido perigo para ela.

Ela sabia, sabia em sua alma que era hora de voltar atrás e deixar Cullen e sua equipe, bem como as Castas assumir a busca de quem ou o que a estava perseguindo. Ela não tinha experiência suficiente, ainda não, para lidar com o perigo que a rodeava e a Claire.

Mas Deus, eles poderiam ter pelo menos lhe permitido ter uma palavra a dizer em sua própria vida.

— E talvez isso seja verdade, Srta. Johnson, Jonas falou, seu tom calmo, suave e agradável, enquanto ele simplesmente conhecia o inferno dela. — Estávamos apenas tentando nos antecipar a fim de estabelecer tantas garantias quanto possíveis não apenas si mesma, mas também para suas amigas Claire e Chelsea.

Como se ela precisasse ser lembrada de que suas amigas estavam em perigo também. Se não tivesse estado lá com elas? Se não tivesse visto Claire inconsciente, os corpos dos Coiotes...

Ela teve que engolir com força.

— Claire está bem? Ela estava machucada? Ela sussurrou. Sua amiga não era uma lutadora, mas ela aprendeu a lidar com uma arma como se não fosse da conta de ninguém.

Seu treinamento valeu a pena, mas ela pagou um preço, e Liza não estava certa sobre o preço que Claire finalmente pagou.

Jonas assentiu. — Ela está bem. Ambos os tiros foram para matar e também causar danos. Ela sabia o que estava fazendo.

— Essa é a parte interessante, Liza. Terran avançou o rosto de bronze coberto não apenas com a tristeza do passado, mas também a preocupação que brilhava no seu olhar. — Minha sobrinha matou dois Coiotes, assassinos altamente treinados, com uma arma que foi proibida por mais de uma década. Eu gostaria de saber onde ela adquiriu considerando o fato de que nem você nem Claire, deveria sequer ter contatos para adquirir tais armas perigosas.

Seus lábios se separaram antes de ela rapidamente os fechar.

Oh menino. Claire usou a Glock. E ela não apenas esqueceu que não tinha mais a porra de 10 anos e respondia a tutores que elas não tinham ideia de quem eram?

Liza respirou profundamente, lutando para forçar para trás uma fúria que Terran realmente não merecia. Ele estava sinceramente preocupado e realmente desconhecia a vida que sua sobrinha tinha escolhido para viver. — Eu prefiro que ela tenha uma Glock ilegal para matá-los que a alternativa, ela retrucou defensivamente, sabendo que não havia nenhuma maneira no inferno para encobrir o fato de que Claire tinha tido essa arma.

— Nós não estamos discutindo isso Liza, Stygian rosnou.

— Não, estamos debatendo se você vai estar ser autorizado a intervir e tomar conta da minha vida, ela respondeu combativamente. — Essa parece ser a matéria em debate. Ela lançou um olhar para Terran quando ele cruzou os braços sobre o peito e a olhou desconfiado.

Ele e Joe Martinez eram os melhores amigos de seu pai.

Ela também suspeitava que Terran fora comandante uma equipe de agentes secretos. Ele iria suspeitar o que ela estava fazendo, no que estava trabalhando, mas ele nunca poderia questioná-la, a menos que ele fosse a seu pai. E se o fizesse então seu pai nunca iria mentir para ele. Mas, conhecer a verdade talvez pudesse fazer mais danos a Terran considerando que perdeu sua irmã há mais de 30 anos para o Conselho de Genética.

Sem dúvida, pelo que valeu a pena, Stygian e seus companheiros de Casta executariam o direito sobre suas objeções. Porque se ela não seguisse o plano deles, seus pais iriam voltar de Nova York. Os olhos do seu pai estariam cheios de preocupação. Sua mãe olharia para ela com medo e apreensão.

Nenhum desses era o olhar que queria ver. Só porque seu pai sabia que ela era parte da rede Secreta da Casta não queria dizer que ele não teria pesadelos onde sua segurança estava em pauta. Havia uma razão para que ela fosse colocada com uma equipe de apoio, em vez de resgate ou transferência.

— O que você vai fazer Liza? Stygian perguntou, pensando rápido e duro, tentando impedi-la de verdade de fazer ou dizer algo que ela iria se arrepender.

Tentando mantê-la segura.

As Castas ao seu redor inalaram novamente, obviamente detectando o cheiro que Stygian captou somente o menor indício momentos antes.

Um perfume que ele não esperava, não sem um beijo. Um toque. Algo mais do que o contato que eles tiveram a este ponto.

Ela olhou para eles antes de virar para Stygian, furiosa. — Diga-lhes para parar com isso.

A mandíbula de Stygian agrupou quando seus cílios baixaram sobre seus olhos azul-preto e ele olhou para ela. — Eu não posso fazê-los parar.

— Por quê? Deliberadamente, os lábios apertados, ela fez a pergunta que ele realmente não queria responder.

Inferno.

Seu cheiro já estava nela.

Merda! Como isso aconteceu?

Calor de acasalamento. Era impossível esconder dos sentidos de uma Casta. Cada Casta que entrasse em contato com o cheiro dela estaria sendo avisado por ele.

Mesmo que ele não tivesse detectado isso antes de entrar na sala, como fez Alfa Wolfe Gunnar, o Alfa da Casta de Lobo que esteve silenciosamente aguardando sua chegada, olhou entre os dois, suas narinas dilatadas, Stygian sabia exatamente o que estava farejando.

— Eu odeio Castas, ela rosnou.

Deus, o que ele precisava. A fúria queimando dentro dela era como jogar carvão no fogo. Isso fazia o calor mais quente, fazia queimar mais brilhante, mais extenso. E adicionado a isso agora havia um ressentimento pelo qual não podia culpá-la.

Wolfe virou-se para Stygian, uma sutileza saindo de seus lábios.

— Eu tenho uma sensação de que ela realmente não odeia Castas, ele murmurou em diversão.

E sua companheira iria deixar passar esse comentário facilmente?

— Eu costumava gostar de você. Ela cruzou os braços sob os seios, inclinou seu quadril e olhou para o Alfa. — Onde está sua esposa, afinal? E por que diabos ela iria deixá-lo sozinho?

Wolfe riu ao insulto e deu uma pequena sacudida de sua cabeça.

— Liza? Stygian chamou sua atenção de volta para ele antes que ela pudesse realmente ofender seu Alfa. O que era exatamente o que ela estava pensando em fazer. — O que você vai fazer quando sair daqui? Muitos dos Coiotes do Conselho são indistinguíveis dos seres humanos, exceto por outras Castas. Você nunca vai saber quem eles são. Você nunca sabe quando eles vão atacar. Quando eles levarem você, eles vão usá-la para drenar o seu pai até deixá-lo seco. Ele vai mentir. Ele vai enganar. Ele vai roubar. Ele vai fazer o que for preciso, dar-lhes todas as informações que eles pedirem, o que ele puder pensar que eles querem para fazê-los parar de machucar você. E eles vão te machucar.

Ver o terror que brilhou em seus olhos era quase mais do que ele podia suportar.

Tomando uma dura e profunda respiração, seu olhar preso ao dela, obrigando-se a ver e sentir o aperto de dor passar por ela.

Ela era sua companheira. A partir deste momento, a aceitação de quem e o que ela era para ele iria determinar o amor que continuaria a crescer entre eles.

Ele podia danificar o seu frágil orgulho de mulher agora, e ver as brasas do amor que ele vislumbrou aquecer entre eles, murchar a nada, ou ele poderia construir lentamente as chamas no inferno que iria levá-los através das décadas. Mas agora neste momento, como ele lidasse com isso, seria ou atiçar as brasas ou danificar o fogo para sempre.

Perto disso a imortalidade poderia ser o inferno, ele imaginou amarrado a uma mulher cujo ódio resultava da recusa de seu companheiro de respeitá-la e honrá-la.

— Por quê? Não houve lágrimas, apenas estoicismo e um senso de resignação relutante. — Diga-me o que eles querem de mim.

Ela sabia que não podia lutar contra a proteção, mas na medida em que estava interessada, ela não teria que aceitar graciosamente.

Ou ter gratidão.

— Não é você que eles querem, afirmou a ela, seu olhar deslizando para Terran, antes de retornar a sua companheira. — Como dissemos, eles querem Honor Roberts, Fawn Corrigan e os dois Castas Bengala que faziam parte de um dos experimentos mais imorais que se tem notícia, que foram realizados na história da genética da Casta. Como nós, eles seguiram Gideon, um dos Bengalas. Aqui para Window Rock. Eles não vão embora até que eles os capturem, ou nós os façamos mantendo-os sob a proteção da Casta, enquanto não houver nenhuma evidência a ser encontrada de que eles estão mortos. Ele olhou para Terran Martinez.

O Representante legal dos Navajos está trabalhando para bloquear o pedido das Castas para acessar o banco de dados genético Navajo que nunca absolutamente mentiu para as Castas, mas a dica da fraude estava sempre lá.

— Isso não tem nada a ver comigo. Liza cerrou os dentes sobre as palavras, a raiva e mágoa claramente sentida por todas as Castas lá.

Especialmente por Stygian.

— Você, Claire e Chelsea agora tem tudo a ver com isso, Liza. Terran respirou expirou asperamente, aceitando a verdade ele mesmo quando antes ele lutara contra. — Eu sinto muito. Se houvesse algo que eu pudesse fazer para parar isto.

Ela deu uma sacudida dura de sua cabeça, obviamente recusando-se a discutir com Terran, por algum motivo. — Eu entendo.

Mas ela entendia?

Stygian podia ver seu rosto, seus olhos.

Não havia entendimento ali.

Mas também não havia ressentimento. Pelo menos, não para Terran.

— Se tivéssemos a informação precisamos, se tivéssemos, na base de dados, os perfis genéticos que combinavam com Gideon, então poderíamos encontrá-lo. Se o encontrarmos, nós vamos encontrar os outros, Stygian informou. — Encontrá-los a todos, Liza, e isso tudo acaba.

O cheiro de raiva de Terran era inconfundível, assim como o cheiro de rejeição de Liza para a solução rodou pela sala. A energia apertou seu peito.

Ela concordava com a decisão de Terran.

Filho da puta. Ela estava concordando em ceder para acabar com esta luta por sua independência, para não ver os Navajos abrirem o Banco de Dados Genético para as Castas. Que diabos esses registros asseguravam que ocasionava a Nação Navajo estar tão assustada?

Ele não conhecia um único membro do Conselho Navajo ou cidadão de Window Rock que não se sentia da mesma maneira. Cada membro em uma posição para ajudar a causa das Castas morreria antes de dar a informação. Mesmo para uma causa tão digna como Amber.

— Temos uma mensagem para todos os membros que fizeram doações ao Banco de Dados Genético, afirmou Terran asperamente, — solicitando qualquer membro disposto a fornecer a sua informação genética a se apresentar. Ninguém tem. Até a Casta em questão fazer esse pedido, o Banco de Dados não pode ser aberto para combinar com o perfil.

E só a Casta solicitando poderia receber a informação.

Eles poderiam ter trabalhado na ideia se soubessem de uma única Casta nascida da linhagem de Gideon. Infelizmente, para seu conhecimento, essa ninhada fora destruída há muito tempo.

A suspeita de que Gideon iria se refugiar com parentes de sangue era alta. Ele sabia que as Castas iria encontrar um obstáculo em rastreá-lo através das linhagens de sangue, como Gideon saberia que Jonas iria usar todos os meios possíveis para fazer exatamente isso.

Os lábios de Liza se separaram em uma furiosa careta feminina, que era unicamente encantadora e ainda assim cheia de angústia emocional, era tudo que Stygian poderia fazer para segurar um grunhido de fúria.

Agora ele sabia exatamente porque as Castas ficavam tão malditamente irritadas quando seus companheiros estavam irritados.

— Eu quero ir para casa. Ela inalou cansada e, de repente, Stygian podia sentir o cansaço puxando por ela.

Cansaço e incerteza e um sentimento de derrota.

Porque ela sabia que não poderia ir para casa. Ela sabia que o lugar que ela havia chamado de casa seria negado a ela até que Honor, Fawn, Judd e Gideon estivessem juntos.

O cansaço e a incerteza ele podia entender. Ele poderia até mesmo permitir. A derrota era outra coisa completamente diferente.

— Hoje não. O danos na casa ainda não foram reparados, e nós ainda estamos tentando rastrear algumas pistas sobre as duas Castas que Claire matou. Um quarto foi reservado aqui para você. Você pode voltar para casa quando for seguro novamente, Stygian assegurou, cerrando os punhos em seus lados com a necessidade de ir até ela.

Essa necessidade era uma fome que assolava e rasgava suas entranhas, ele ainda podia sentir o conhecimento de que fazê-lo agora seria causar mais mal do que bem. Liza não queria a sua força no momento, ela precisava dele. E ela nunca estaria segura que ela fizera tudo o que podia para escapar do destino e tinha colocado obstáculos em seu caminho no momento.

— Ele está certo, Liza. Terran virou-se para ela quando Stygian observava seus lábios se separarem e o brilho de batalha ingressar em seu olhar. — Deixe-nos ter as janelas reparadas e conseguir alguma segurança adicional para a casa. Então vamos repensar o assunto.

Mais uma vez, ela inclinou-se ao pedido de Terran, enquanto ela estava pronta e ansiosa para lutar com Stygian.

Seus dentes de trás rangeram a tal ponto que ele ficou surpreso que eles não quebrassem com a pressão.

— O que realmente importa Terran? Liza falou então, a desilusão amarga em seu olhar começando a incomodar Stygian de maneira que não podia explicar até para si mesmo. — A única diferença entre o Conselho de Genética e as Castas é a maneira pela qual eles conseguem extrair as informações de suas vítimas. Ela voltou-se para Jonas então. — Não importa como eles me machuquem como eles me torturem ou quanto disso eles fazem para que meu pai assista. Não há nenhuma maneira que ele possa acessar essas informações, Sr. Wyatt. Não há nenhuma maneira que eu possa acessá-lo.

— Qualquer informação pode ser acessada Sra. Johnson. Era Rachel, que se adiantou.

Sombria. O rosto pálido pela falta de sono, as olheiras sob seus olhos que atestavam a sua preocupação e apreensão pela sua filha, ela falou com o conhecimento carregado de certeza.

Liza balançou a cabeça. — Essa informação é importante demais para deixar ao acaso, Rachel. O Banco de Dados Genético Navajo é o único de seu tipo no mundo. O único que vai permitir que a maioria das Castas encontre o seu lugar no mundo. Assim como suas mães, seus avós, seus tios e seus primos que foram levados de suas casa, suas terras, seus mundos. O cheiro de lágrimas chegou a Stygian, tão sutil como a brisa da primavera, como se aquecido com o beijo de verão. — É a única maneira que algumas famílias que perderam seus parentes alguma vez saberem o que aconteceu com eles. Você acha que as salvaguardas que temos não são as melhores que poderiam ter sido concebidas ou providenciadas?

Rachel apertou as mãos a sua frente, enquanto encolhia os ombros defensivamente. Um gesto inconsciente diante da possibilidade de que os planos que seu companheiro estabeleceu para encontrar as respostas que salvariam sua filha pudessem falhar.

— É uma informação, Rachel disse então. — A qualquer momento, as informações são reunidas no Banco de Dados, não importa onde ou por quem, quando outro souber disso, suspeitar disso, então isso está em perigo de ser descoberto. O Banco de Dados Genéticos Navajo tem estado seguro apenas porque ninguém de fora o conhecia, além de um grupo muito pequeno e porque aqueles que fornecem a informação genética tinham uma razão para permanecer em silêncio. Mas, agora, outros que não têm tanta lealdade ao que vocês guardaram sabem disso, Liza. E a menos que seja dissolvido e todas as informações destruídas, então o Banco de Dados está em risco.

Ele estava em risco.

Liza olhou para a outra mulher e viu as lágrimas brilhando em seus olhos, a agonia que repercutiu em sua alma quando ela enfrentou o possível destino de sua filha.

Liza daria qualquer coisa para ajudá-la a salvar a perfeita, doce menina.

O banco de dados não iria salvá-la, no entanto.

Encontrar Gideon não iria salvar Amber.

E Honor Roberts e Fawn Corrigan não existiam no banco de dados.

Não existiam dentro da Nação.

— Meu pai não trairia algo em que está comprometido, nem mesmo por mim. Ela virou-se para Stygian, o conhecimento abrangente de uma certeza que revolveu através de sua alma já cicatrizada. — Ele não pode trair o que ele próprio não tem acesso. Se você não acredita em mim, pergunte a Terran.

Ela se virou para o pai de Isabelle com uma sobrancelha arqueada.

Encarando-a de volta por um longo, silencioso momento, ele finalmente assentiu com um movimento acentuado da cabeça.

— Isso é verdade, ele concordou – e então ele tinha que estragar tudo. — Mas eu concordo com as Castas, Liza. O Conselho de Genética iria acreditar no contrário e não iria recuar com o pensamento de torturar para obter as respostas que eles acreditam que poderiam ser alcançadas.

Ela se sentiu traída. Traída e com raiva.

Ela precisava ir para casa. Se ela permanecesse presa aqui neste hotel, como se supunha que ia fazer o seu trabalho?

— Não se preocupe Srta. Johnson, tenho certeza de que seus amigos vão encontrar uma maneira de parar e dizer Olá. O sorriso de Jonas era apertado e difícil. — Pelo menos você deixou o link de comunicação em casa esta noite.

— Se eu soubesse que nós teríamos essa adorável reunião, eu o teria pego antes de sair.

— Cullen não tem nada que colocar você nisso, Terran mordeu fora. — Tenho certeza que seu pai terá algo a dizer sobre isso.

Com os lábios apertados, ela se virou para Jonas. — E quais os contos de fadas que você tem oferecido para Terran, Sr. Wyatt?

— Eu não lido com contos de fadas Srta. Johnson, ele assegurou-lhe friamente. — Eu lido com fatos e nada mais. Não houve um pingo de desculpas em seu olhar ou na voz.

Que a deixou apenas uma alternativa.

— Meu pai tem conhecimento desde que isso começou Terran. Ela suspirou cansada. — Ele sempre apoiou minha decisão de fazer o que eu sentia que era necessário. Ele não vai voltar atrás dessa decisão.

Deus, ela estava cansada.

Malditamente cansada de aturar essa porcaria muito mais tempo.

Empurrando as mãos nos bolsos de suas calças de algodão, ela virou-se lentamente de volta para Stygian, obrigando-se a encontrar o seu olhar. — Eu estou cansada. Ou me leve para casa ou me mostre meu quarto. Eu acho que eu já tive o suficiente para o dia.

— Eu posso fazer isso, ele concordou.

Havia algo sobre esse acordo que simplesmente não assentou bem com ela.

Algo que apenas tinha o sabor de um homem com uma intenção.

A excitação que ardia entre eles era outro aviso.

Ela o alertou para não se acasalar com ela sem o seu conhecimento.

Ele não a beijara. Ele não a tomara.

Mas ainda assim, ela jurava que podia sentir o cheiro e a intensidade sutil da fome que queimava entre eles.

Ela não devia ser capaz de sentir o cheiro de qualquer coisa. Mas o delicado, indetectável para os sentidos cheiro da união de um homem e uma mulher ainda parecia despertar seus sentidos ao cheiro.

E esse conhecimento a aterrorizava de maneira que não queria enfrentar no momento.

— Onde é o meu quarto então? Ela perguntou.

Ele levantou a mão, esfregando-a na parte posterior do pescoço, antes de sua expressão tornar-se puro, macho predador.

— Comigo, respondeu.

A respiração paralisou em seu peito, seu coração contraiu, a vergonha e a raiva queimando dentro dela como um rastro de lava escorrendo de sua alma.

Seu quarto.

Ela então não estava surpresa.

— Eu não penso assim. Se ela soava beligerante, talvez fosse porque ela era.

— Você vai ferir meus sentimentos se você continuar me rejeitando, Liza. Seus cílios baixaram, o calor no brilho de seu olhar queimava seus sentidos.

— Você teria que ter sentimentos em primeiro lugar, ela retrucou certa de que não era o momento.

Nenhum homem, ou Casta, com qualquer indício do eram emoções, poderia ficar em pé e fazer o que ele fizera com ela esta noite.

Roubar a sua independência.

Pegar tudo o que ela era e nem mesmo permitir-lhe a chance de lutar por isso.

— Então, onde exatamente seria isso? Era tudo o que poderia fazer para forçar a palavra de seus lábios.

Ela não ia se preocupar em discutir ou recusar-se a ficar. Eles não iriam deixá-la sair de lá hoje à noite, e ela era inteligente o suficiente para saber isso.

— Vamos. Ele estendeu a mão para ela.

Liza não podia obrigar-se a aceitá-la. Ela não podia permitir-se a tocá-lo.

Porque ela o queria.

Ela o queria, apesar do ter sentido que foi manipulada como o inferno. Ela o queria, apesar do consciência de que estava sendo usada.

Usada para pegar um assassino.

Usada para salvar uma criança.

Mas ela estava sendo usada de qualquer forma.

Lentamente, ele abaixou a mão.

— Por aqui. Virando-se, ele a levou da suíte de Jonas enquanto ela ignorou Isabelle sussurrar seu nome.

Uma vez que a porta se fechou atrás deles, ele moveu-se pelo corredor, olhando para trás apenas uma vez para ver se ela o seguiu.

Enquanto ela estava quebrando por dentro e não sabia por quê.

Enquanto seus próprios gritos ecoaram dentro de sua cabeça e ela não sabia de onde esses gritos vieram, ou por quê.

Enquanto ela ansiava por ele como ela nunca ansiou por nada em sua vida.

Liza o seguiu.

 

— Você está voltando?

O tom áspero perfurou no coração de Audi Johnson.

Ele se sentava na parte de trás do SUV enquanto corria para o aeroporto tão dilacerado por dentro que sua alma se sentia maltrapilha e crua.

Ele segurou o telefone com uma mão, a mão de sua mulher com a outra e olhou para fora da janela para as luzes da cidade, enquanto o motorista enfrentava trânsito, pedestres e tempo.

— Estou indo para o aeroporto agora, ele respondeu.

— Claire está sendo vigiada, foi-lhe dito. — Liza está sob a proteção das Castas.

Os olhos de Audi se fecharam brevemente antes de abri-los mais uma vez.

— Os Seis já se reuniram? Perguntou.

— Apenas dois receberam a visão de voltar, disse a voz do outro lado. — Esse tempo está se aproximando, mas ainda não está aqui.

Ele teve que lutar contra as lágrimas e lutar contra o conhecimento de que, quando isso acontecesse ele perderia mais do que jamais imaginou ser possível.

Ele nunca acreditou que ele seria incapaz de salvar sua filha disto. Que mais uma vez, ele iria perdê-la. Deus sabia que lutou, manipulou e usou cada corda que ele pôde puxar para salvá-la a partir deste dia, sempre acreditando que era possível. Sempre acreditando que ele pudesse impedi-la de se machucar novamente.

Ao lado dele, sua esposa lutou contra um soluço que escapou apesar da batalha.

— Nós vamos estar lá o mais rápido possível, disse o outro homem.

— Nós estaremos esperando por você.

A chamada foi desligada.

Na sensação do tremor nos ombros de Jane tremendo lhe liberou a mão para envolver seus braços em volta dela, puxando-a para perto de seu peito.

— Eu não posso fazer isso, ela sussurrou entre lágrimas, seus dedos apertando a jaqueta leve que ele usava enquanto o pano amortecia suas lágrimas. — Por favor, Audi, não me deixe perdê-la novamente. Por favor.

Ele teve que lutar contra suas próprias lágrimas, seu sentimento de fracasso.

— Nós não temos escolha. O som da sua própria voz, áspera com as lágrimas presas dentro dele, roçando seus sentidos. — Nós concordamos Jane. Por suas vidas, nós concordamos. E ela é nossa filha. Ela precisa de nós.

Ah, Deus, doía.

Suas entranhas estavam rasgando, sentia como se unhas irregulares estivessem rasgando seu peito com satisfação demoníaca.

— Ela é meu bebê, Jane soluçou dolorosamente, a sua dor outra dentada rasgando dentro de seu coração. — Isso não era para acontecer, Audi. Ela não deveria ser tirada de nós de novo.

— Ninguém vai levá-la. Eu vou mantê-la segura, jurou, mas sabia o que estava enfrentando. Foi uma promessa vazia na melhor das hipóteses, e Jane sabia.

— Por que eles a querem? Seus punhos cerrados contra seu peito enquanto ela tremia com sua raiva. — Por que, Audi? Por que eles vêm por ela? Liza é nada para eles. Não há nenhuma maneira que ela possa ser de utilidade para eles. Não há nenhuma maneira que qualquer um pudesse saber. A última frase foi apenas um sopro de som.

Audi sabia por que, assim como sabia do perigo de sua filha enfrentou por causa disso.

— Vou consertar isso Jane, ele prometeu, fechando os olhos e rezando para que não estivesse mentindo para sua esposa, pela segunda vez no seu casamento.

Assim como ele rezava para que essa filha não pagasse pelo seu fracasso em protegê-la como ele falhou com a primeira. Deus o ajude, Liza era a filha que ele e Jane sempre sonharam. Ela era uma lutadora, inteligente e habilidosa, compassiva e amorosa. Não havia um osso de manipulação em seu corpo ou um único desejo de torturar sua família.

Ela deu propósito às suas vidas em um momento em que ele se perguntava se iriam derivar para sempre em uma névoa de culpa que nunca parecia encontrar alívio.

No entanto, a partir do momento que ela abriu os olhos e o chamou de "pai", ele sentiu uma cura começar. Assim como Jane também.

Ela era uma verdadeira mãe para Liza.

Sua filha aprendeu a cozinhar, a limpar, a rir e brincar. Ela convenceu-o a ensiná-la a andar de skate, como escalar, e, finalmente, ela permitiu que ele a ensinasse a dirigir.

Se ele a perdesse...

Deus os ajudasse a ambos se eles a perdessem.

 

Liza aprendeu há muitos anos como evitar os fatos da vida.

Entrando no quarto de hotel e vendo duas camas separadas por uma pequena mesa, ela suspirou pesadamente.

— Realmente? — Ela virou-se para ele com desagrado. — Eles não tinham um quarto maior? Talvez, uma suíte?

Ele ergueu os ombros, um sorriso sensual curvando seus lábios, apesar das sombras que pairavam nos seus olhos escuros. — O “Hotel” está cheio, querida.

Claro que estava.

— Você tem algumas de suas roupas para dormir no guarda-roupas. — Ele indicou-lhe o móvel com quatro gavetas por baixo da TV. — Isabelle mandou um dos oficiais seguir-nos até ao hotel, volta para eles. Também existem roupas aí dentro.

— Ótimo, um homem qualquer apalpando minhas roupas. — Era a única coisa que ela podia fazer para reter o arrepio que surgiu perante tal pensamento.

— Não foi assim, Liza. — A frustração em sua parecia apenas aumentar ainda mais a sua fúria.

Virando-se para ele, ela cruzou os braços por baixo dos seios e o confrontou com uma raiva que já não conseguia esconder. — Não foi assim, Stygian? Algum parvo remexeu nas minhas calcinhas de seda e sutiãs? Pensa que eles não os cheiraram enquanto escolhiam os vestidos. Que eles não me imaginaram nua ou em uma das camisolas de seda que uso para dormir? Desde quando qualquer Casta é melhore do que qualquer outro homem no que diz respeito à luxúria?

Deixando cair os braços, ela virou-se em direção ao banheiro, para ficar o mais longe possível dele. Para estrangular a fúria que rasgava através dela antes que sufocasse a ambos.

Antes que ela tivesse a certeza do que estava acontecendo, Liza encontrou-se sendo puxada e agarrada contra o peito dele, a sua grande mão ainda segurava o braço com que a puxara para ele.

—Realmente acredita que eu iria permitir que algum outro homem fizesse algo assim tão malditamente íntimo? Rosnou ele, chocando-a.

Isso era possessividade na voz dele. Tão baixo aquele grunhido primitivo tinha uma veia de pura, determinada possessão que incitava a sua independência e puxava para a mulher que desejava pertencer.

A algo. A alguém.

— Eu realmente não sei o que você faria, sei Stygian?— A respiração dela encontrou-se de repente pesada, áspera.

A necessidade de saber se Isabelle estava certa sobre o beijo de uma Casta sendo aditivo era de repente demasiada. Se não fosse aditivo, então o que dizer do afrodisíaco que supostamente continha?

Ela lambeu os lábios, desesperada por saber a resposta.

— Nenhum Casta macho tocou na sua roupa, na sua seda ou nos seus vestidos, — rosnou ele. — Ashley escolheu cada uma das peças e ela sozinha arrumou tudo aqui antes que a Casta que a levou a casa voltasse. Nunca, jamais, Liza — os lábios dele estavam tão próximos dos dela que ela podia jurar que quase os podia sentir contra os seus—eu permitiria que outro homem tocasse nalguma coisa que fosses usar tão intimamente contra seu corpo.

Respirar era uma tortura. O peito estava tão apertado com a necessidade de deter o gemido que crescia dentro dele, que ela se sentiu tonta com a batalha. Cada segundo que ela sentia o calor do peito dele passando pela roupa até aos seus sensíveis, duros mamilos, podia sentir a carne entre as suas coxas ficar mais molhada.

Ela o queria.

Ela nunca desejou tanto um homem assim na sua vida. Ela pensou que essa parte dela morrera no acidente quando tinha 15 anos. Antes disso, existiu pouco interesse no sexo oposto. Depois disso, não existiu nenhum.

Até Stygian.

— Eu odeio isto, — sussurrou ela de repente enquanto os seus dedos se enrolavam contra os poderosos músculos do peito dele, desesperada por impedir-se de rasgar o corpo dele.

— Odeia o quê?— a mão livre dele segurou o seu rosto, o seu polegar roçou a curva roliça do seu lábio inferior.

Oh, ele sabia o que. Ela podia ver isso na repentina intensidade que surgiu no seu olhar, sentir as chicotadas no ar entre eles e torturando ambos com a necessidade por isso.

Quando a sua língua passou pela secura dolorosa dos seus lábios, ela lambeu a ponta do polegar dele. De repente, um explosivo gosto da carne masculina passou pelos seus sentidos, sobrecarregando-os por um segundo explosivo.

—Eu nunca quis— a respiração dela tornou-se dolorosa. — Eu nunca quis isso Stygian. Não queria ser despedaçada assim. Ser destruída por algo que eu não podia controlar ou provocado por um homem que está muito consciente das minhas fraquezas.

Ela não podia suportar. Ser jogada a isso. A dor e o desejo, a fome por alguma coisa e não tinha um nome para dar àquilo pelo qual ela ansiava.

Para ela, era a pior provocação possível.

— Provocar você?— A voz dele estava de repente áspera, irritada enquanto ele colocava um braço em volta das costas dela e a puxava para mais perto. — Eu nunca te provoquei, Liza. E prometo, que sou inteiramente sincero sobre isso. Sobre você.

Ele baixou a cabeça e os seus lábios tocaram-se.

Ela estava a tremendo. Como uma folha numa tempestade ou qualquer outro cliché que deslizou por seu cérebro de repente em alerta.

Tremores da reação começaram a rasgá-la enquanto os seus lábios se separavam com a firmeza que ele fazia contra eles, abrindo-os, possuindo-os.

A língua dele acariciou os lábios dela, jogando com eles e lambendo a língua dela.

De repente, ela sabia o que Isabelle quis dizer. O beijo dele era como uma tempestade de verão, relâmpago e trovoada, caos clamando, passando pelo seu corpo enquanto o gosto do calor do verão corria através dos seus sentidos.

Os lábios dele estavam tão próximos dos dela, as mãos dele puxando-a enquanto a sentia a pressão da sua ereção contra o estômago, a fez inclinar os seus quadris e ela arquear-se para encontrá-lo.

O sangue trovejava pelas suas veias, a necessidade ardente corria pelo seu corpo, clamando por mais, queimando qualquer objeção que ela pudesse fazer.

O desejo queimava por ela de maneira que ela nunca poderia ter antecipado. Chiava por toda a sua carne, sensibilizando-a, criando uma base receptiva para cada toque que ele deveria derramar sobre ela.

E ela queria cada um dos toques.

A língua dele jogou com os lábios dela, provocando e aquecendo-os. Ela lambeu de volta, adorando aquele selvagem, tempestuoso gosto. Então se afundou novamente entre os seus lábios, dando-lhe somente alguns segundos para fechar os lábios sobre ele, contendo o gosto que enchia o seu corpo antes que este recuasse uma vez mais.

Oh Deus, o prazer era atroz.

Seus mamilos endureceram furiosamente. A pressão do sutiã contra as pontas sensíveis era quase agonia, de modo que ela tirou-o.

Não era o tecido que ela queria que lhe tocasse. Eram as mãos dele, os seus dedos. Ela queria sentir a carne dele contra a dela criando aquele endurecimento, aquele impulso elétrico que corria por sua pele.

Ela ansiava por isso.

Ela precisava chegar mais perto.

Colocando as suas mãos em torno do pescoço dele, ela arqueou-se para ele, mas mesmo assim não era suficiente.

—Eu não posso te tocar assim, — gemeu ela, puxando pela camisa dele enquanto ele soltava os lábios dela por um segundo. —Eu preciso te tocar mais, Stygian.

Tanta coisa para não ser aquele tipo de garota.

Pelo menos ela só queria ser uma escrava sexual deste homem.

Oh sim, ela podia lidar com a coisa de escrava sexual.

Pelo menos, durante uma noite ou duas.

Definitivamente, durante uma vida ou duas.

—Oh. — Os seus olhos abriram-se quando sentiu a mão dele por baixo da sua camisa, a calejada, áspera pele acariciando suas costas. —Eu gosto disso.

Não, ela adorou.

Ela arqueou-se ao toque dele, as suas pestanas vagavam fechadas enquanto a sua mão a tocava mais para baixo, curvava-se em volta do seu quadril e depois se movia para a sua barriga, sua caixa torácica.

Abrindo os seus olhos, uma respiração sôfrega foi arrancada dos seus pulmões quando a palma da mão dele segurou o montículo inchado do seu peito.

Por que a sua mão estava de repente agarrando o pulso dele, não estava certa.

Ela olhou para baixo onde os seus dedos se enrolavam no seu pulso forte, a sua carne era muito mais pálida do que a dele, a sensação dos pelos invisíveis sob a pele dele suavizaram a sua resistência.

Respirando com dificuldade, quase incapaz de conseguir o oxigênio suficiente, ela levantou o olhar para ele uma vez mais. Liza pressionou a mão dele mais firmemente contra a curva do seu peito. Ainda olhando para ele, ela deixou que o seu próprio polegar passasse sobre seu o tenso, endurecido mamilo.

Oh, isso foi bom.

Deixando que os seus cílios se fechassem uma vez mais, sentindo a caricia do seu olhar onde a sua mão estava sobre a dele, ela deixou que o seu polegar roçasse pelo mamilo sensível enquanto ele olhava.

A respiração dele foi ficando mais pesada, o calor contra a sua pele parecia abrasador. O aumento da fome no seu interior estava de repente pedindo por mais sensações, ampliando e torturando ambos com a necessidade que ela estava achando impossível de negar.

Desenhando com o polegar para trás, um gemido passou pelos lábios dela, Liza esta preparada para atacar a pequena ponta de seu seio quando de repente, Stygian tomou o controle da caricia.

Com o polegar e o indicador, ele segurou a ponta do seu mamilo e rolou-o entre eles, então os lábios dele roçaram pela mandíbula dela.

—Livre-se desta camisa.

Olhando para ele enquanto a sua mão livre lutava para puxar a sua camisa, Liza soltou o pescoço dele para agarrar a bainha e puxou-a sobre cima da cabeça.

Oh, meu deus.

Um brutal, extasiante calor envolveu o seu mamilo antes que a camisa tocasse o chão.

A pressão do polegar e indicador em torno do mamilo aumentou, ordenhando a carne e torturando as terminações nervosas que subitamente queimaram em êxtase por mais.

Oh Deus, oh Deus, não era assim que uma Casta se aproveitava.

Com o seu corpo arqueado para trás, os seus seios foram empurrados para frente e para cima, Stygian baixou a cabeça e de imediatamente sugou a ponta dolorosamente sensível para a sua boca.

O grito que sai da sua boca chocou-a.

A velocidade com que enterrou as mãos no cabelo dele, apertando os fios e a tentativa de puxa-lo para mais perto, a surpreendeu.

A língua dele açoitava a dureza dos seus mamilos, Liza encolheu-se de prazer, estremecendo nos seus braços enquanto gritos trêmulos saiam dos lábios dela.

O seu mamilo estava extremamente quente. Muito sensível. O prazer que açoitava a sua ponta com golpes impiedosos rasgava através dos seus sentidos e empurrou-a para um reino de tal prazer que ela se sentiu torturada por ele.

—Oh sim, Stygian, por favor. Sim ,— gemeu, inclinando a cabeça para trás, esfregando a sua boceta dolorida contra o duro músculo da coxa dele enquanto os seus quadris se inclinavam para ele.

Quanto ele a levantou mais perto, a coxa dele ficou empurrava contra as dela enquanto puxava os seus quadris para baixo e movia-se ritmadamente contra a sua sensível e molhada carne. Mesmo com o algodão macio das calças ela podia sentir o raspar de seus jeans, o calor ardente da carne dele e ela queria mais. Muito mais.

Ela se sentiu tão vazia.

Massageando a carne firme dos seus seios com seus dedos, Stygian dedicou-se ao pico agonizantemente apertado de seu seio. Rolando a língua sobre o ponto sensível, sacudindo-a contra ele, lambendo-o, esfregando o lado de sua língua sobre a dureza de pedra que cresceu cada vez mais suave. Aquilo doía, a dura carne exigia.

Ela jurou que nunca realmente sentira o interior ardente do seu sexo e a solidão que sentia. Mas ela sentia agora. Ele apertou e apertou mais e uma camada lisa de sucos saiu dela, criando uma fricção provocante que apenas ampliou a necessidade por mais.

—Por favor. — Os seus dedos estavam enterrados no cabelo dele. —Oh Deus, o que você está a fazendo comigo?

Ele levantou a cabeça.

—Não pare. — Os olhos dela estavam abertos em choque, ela olhou para ele enquanto o assistia arrancar a camisa.

Os rígidos abdominais estavam flexionados. Os músculos do seu peito ondulavam enquanto o cabelo dele fluía ao redor dos ombros dele.

O seu olhar azul escuro era penetrante, cheio de uma exigência que o corpo dela estava respondendo com uma força incrível.

—Paramos agora, ou acabamos, Liza? — A sua voz soava atormentada.

—Parar?— O choque encheu-a. - Parece que eu quero parar, Stygian?

O que diabo estava errado com ele?

O que aconteceu com um homem que toma o que lhe é oferecido e apenas corre na manhã seguinte, em vez de fazer perguntas antes mesmo de conseguir uma mulher na sua cama?

—Eu não quero arrependimentos pela manhã, — afirmou em tom áspero.

Ela teve que fechar as mãos em punhos para evitar tocá-lo.

Todo aquele olhar severo, primitivo e a carne masculina não fizeram nada além de seduzir os seus dedos e lábios para explorar, para beijar.

Passou pela sua cabeça que aquilo fosse um erro. Permitir que ele parasse para falar, para ser o homem que ele era, era definitivamente um erro.

Porque agora, a única coisa que ela conseguia pensar era, que diabo ela estava fazendo?

Ela podia senti-lo em sua língua, mesmo agora, quando a sensação do beijo dele deveria estar saindo dos seus lábios. Mas não estava. Ele ainda estava lá, as suas curvas sensíveis ainda estavam inchadas e ansiavam por mais.

—Não, — sussurrou ela, repentinamente sobrecarregada por uma emoção que ela não reconhecia ou compreendia. —Não faça isso, Stygian. Não me faça escolher assim.

—Os nossos amanhãs significam muito para mim, Liza.

—Balelas. — Um rasgo de raiva passou através dela enquanto ela se empurrava para fora dos seus braços, confrontando-o furiosamente. —Pensa que eu não reconheço um jogo pelo controle quando o vejo? Deus, apenas o tome isso e pare de falar.

Ela mal podia respirar agora pelas as emoções surgiam por ela, à fome e a necessidade dolorida pelo retorno do seu toque.

Ah, mas ela não estava tendo isso.

Ela o desejava. Ela o queria tanto, que era tudo o que ela podia fazer, para não se jogar de volta nos braços dele. Mas quando ele ficou ali olhando para ela, a sua expressão dominante, cheio de arrogância, a única coisa que ela queria fazer era chutá-lo.

Sacudindo a camisa da cama, ela vestiu-a furiosamente.

—Os nossos amanhãs significam muito para mim, — zombou ela, as suas mãos se se moveram para os quadris enquanto ela se inclinava e enfrentou-o com uma onda de antagonismo, que ela mal podia respirar através dela. — Pelo amor de Deus, Stygian, se o amanhã malditamente significa tanto para você, então deveria ter mantido a boca fechada e apenas me fodido quando teve a chance.

—Como qualquer outro homem teria feito?— Os braços dele estavam cruzados sobre o peito, e por um segundo, ela odiou o fato de que ele não a estivesse segurando. Que ele estivesse bloqueando o calor sem o qual ela jurou que iria congelar.

—Bem, sim, isso mesmo, — estalou ela de volta para ele. —O que quer de mim? Eu devo primeiro te fazer algumas promessas? Eu pensei que esse era o seu trabalho? Vem, Stygian, dê-me as promessas vazias, liberte-me, depois me deixa em paz.

Seu pai sempre a avisara que a sua boca grande ainda lhe custaria algo que ela não queria perder.

Foi o seu temperamento, ela deveria tê-lo lembrado. Um temperamento que ela herdara dele, então ele não poderia culpá-la.

Mas naquele momento, ela teve a sensação de que iria acabar por custar-lhe a noite que ela realmente queria passar na cama daquele Casta. Apenas uma noite para se perder nos braços dele, talvez dormir lá por um pouco, perder a cabeça com ele novamente, para depois enfrentar a realidade da qual era só queria fugir esta noite.

— O que acha que tudo isso significa para mim?— perguntou ele, olhando-a com uma expressão selvagem, o seu olhar começava a brilhar com raiva. — Estar uma noite com uma mulher que não significa nada? Isso é tudo o que quer, Liza? Algumas horas que consegue esquecer rapidamente quando voltar à realidade e um homem que se contenta em desaparecer da tua vida?

—Posso ter essa sorte?— Deus, não, não era isso que ela queria, mas mesmo assim as palavras saíram dos seus lábios antes que ela os pudesse controlar.

—Depois daquele beijo?— O duro e triunfante sorriso que apareceu nos seus lábios tinha feito com que o seu coração parasse de bater no seu peito.

Foi um lembrete. Ela queria saber a verdade sobre o acasalamento antes que ele a beijasse, certo? Então porque é que ela tinha falado no assunto?

Respirando asperamente, a necessidade de oxigênio de repente bateu dentro dela, Liza olhou para ele, o temperamento que sempre fora a sua ruína explodiu com a satisfação que vislumbrou nos olhos dele.

—Depois daquele beijo?— exclamou furiosamente. —Desculpe, Casta, mas não foi condenadamente poderoso como você estava esperando que fosse. Eu acho que já tenho a minha resposta. Aqueles tabloides estão cheios de merda.

Girando em volta, ela foi para o banheiro com a intenção de se trancar e tomar um banho o mais frio possível.

Ela deu talvez dois passos – contá-los não estava no topo da sua lista de prioridades – quando no momento seguinte, estava de volta contra a parede e olhando para ele quando a primeira lágrima deslizou lentamente a partir do canto do olho.

Oh Deus, ela odiava chorar. Ela nunca chorava na frente de ninguém, chorar na frente dele era humilhante.

Ele era tão forte, tão dominante e determinado. Ela também queria ser forte perante os olhos dele.

As lágrimas não eram um sinal de força, muito obrigada.

—Só me deixe ir— Disse rispidamente, aquelas malditas lágrimas raspavam na garganta dela, Liza tentou desviar o olhar e segurar a dor.

Encontrar o olhar dele foi a coisa mais difícil que fizera ultimamente, mas forçou-se de qualquer maneira. Ela encontrou o seu olhar e jurou que se visse pena lá, ela iria bater com o joelho diretamente nas bolas dele.

Os lábios dele curvaram-se. —O perfume da tua boceta chorando por mim apenas encobre a tua fome por me fazer mal, Liza.  

Forçando o desdém no enrolar do seu lábio e o combate contra as lágrimas levaram tudo o que ela tinha. —Porque não me chama de ‘ companheira’. É assim que Malachi chama à Isabelle. E ambos sabemos que é por isso que a minha boca esta salivando pelos teus beijos quase tanto como a minha boceta deseja o teu pau.

Vulgar, destinado a ser um insulto. Teria sido quase isso se não fosse pelo rouco, sensual tom na sua voz. E ela poderia ter sentido um pouco de vergonha se os olhos dele não estivessem de repente dilatados em pura, não diluída luxúria enquanto um primitivo, animalesco grunhido retumbou no peito dele.

Se eles estiveram perto anteriormente, um segundo depois não seria possível que um sopro de ar deslizasse entre os seus quadris enquanto as mãos dele agarravam o traseiro dela, levantando-a e num movimento suave tinha as coxas espalhadas, os joelhos estavam presos em torno dos quadris dele enquanto a ereção dele apertava, dura, contra o v formado pelas suas coxas.

De repente, outra vez, não existia suficiente ar no quarto.

Respirar nunca fora tão difícil. Os seus mamilos fortemente pressionados contra o peito dele a cada respiração que tomava, e seu clitóris estava tão inchado, tão sensível que a sensação de suas calcinhas passando por ele parecia tortura.

—Quando eu enterrar meu pau na nessa boceta apertada, Liza, você desejar ter dado mais atenção àquilo que você pensa que sabe, — ele avisou-a, duramente. Ele mordiscou os lábios dela, então lambeu a pequena ferida.

Liza engasgou-se, os seus lábios separaram-se, e quando se abriram, o Stygian estava lá.

Seu beijo era incrivelmente quente. Era tanta a fome que ela apenas podia sentir o prazer rasgando através dela em uma onda de sensação tão intensa que ela jurou quase teve um orgasmo a partir disso. Ela podia senti-lo crescer, pulsando, andando na beira da libertação com um intensidade tão profunda que ela estremeceu com a sua necessidade.

Tão rapidamente, ele libertou-a.

Ela abraçou-se quando se descobriu sozinha, a parede era a única coisa entre ela e a perda de equilíbrio completo.

Olhando para Stygian enquanto ele andava para longe, as mãos dele desalinhando o cabelo em frustração, ela quis saber exatamente como ele conseguiu aquilo.

Ela não se poderia ter afastado dele mesmo se a sua vida dependesse disso. Evidentemente que a fome a estava afetando mais profundamente do que a ele.

Voltando-se para ela, os reflexos azuis nos olhos dele pareciam brilhar enquanto a sua expressão era apertada com tal selvageria que um arrepio foi enviado pela sua coluna.

—Companheira. — Seus lábios foram puxados para trás mostrando um sorriso de pura luxúria. —Minha companheira.

Confiança e poder o enchiam. Onde estava a justiça naquilo quando de repente ela se sentia tão… feminina. Muito mais fraca que ele, e por alguma razão insondável, pronta para implorar para se submeter a ele.

Em vez disso, ela forçou-se a levantar o queixo voluntariamente.

—Sua?— Afastando-se da parede, respirando com esforço. —Nem pensar, Stygian, só porque ocorreu uma maldita reação química isso não me faz sua. Tampouco me faz querer sequer sua. Então talvez queira considerar de maneira como fala, garanhão, porque essa está apenas me irritando.

Com isso, ela foi para o banheiro, batendo a porta e trancando-a.

Ela tinha a certeza absoluta que não queria que ele cheirasse esta mentira em particular.

 

Liza aprendera ao longo dos anos a delicada arte da mentira enquanto trabalhava, primeiro com o seu pai na divisão de segurança da sede da Nação Navajo, e então quando começou o treinamento para trabalhar com a Rede Secreta Casta.

As Castas podiam cheirar uma mentira ou mesmo a intenção de enganar. Aprender a mentir no caso de ter que conversar com um Casta tornou-se uma segunda natureza. Mas ela nunca precisou aprender como mentir sobre a sua atração por um Casta, ou sobre a sua necessidade. E mentir sobre isso se tornou de repente imperativo. De outra maneira, Stygian iria acabar com poder suficiente sobre ela para garantir que estivesse disposta a fazer qualquer coisa que ele lhe pedisse. Tal como ela suspeitava que Isabelle estivesse disposta a fazer tudo o que Malachi pedisse. Agora entendia, mais ou menos, porque sua amiga ficava tão solidamente com o homem que a chamara de “companheira”. Especialmente se ele lhe desse a ilusão de respeito e uma escolha.

Não que ela tenha discutido as suas suspeitas com o Stygian. Claro que ele iria negar tudo. Afinal, que homem ou Casta neste caso, gostaria de admitir que a sua mulher não tivesse escolha.

Ou não?

Enquanto tomava banho, vestia-se e aplicava a maquiagem para o trabalho da manhã seguinte, ela tinha que admitir que não se sentisse inclinada a dar a Stygian nada mais que sexo. E honestamente, a necessidade pelo toque dele estava tornando-se mais forte, tão desesperadora que não estava certa quanto tempo iria demorar antes de começar a pedir por ele.

Chorar por ele.

Gritar por ele.

Era realmente divertido uma vez olhando pela perspectiva correta. Isso era, se a pessoa em questão não fosse aquela que estava sofrendo, então realmente seria divertido, disse ela para si mesma enquanto se dirigiam para a Sede nessa manhã.

Sim, ela estaria realmente muito divertida, se não estivesse queimando por dentro com a necessidade pelo toque dele. A sua posse.

Estava certa que deveria estar traumatizada com isso, afinal, como virgem, deveria estar aterrorizada pela fome por algo que nunca tinha experimentado anteriormente.

— Eu acho que você deveria preencher um requerimento para um afastamento enquanto esta situação continuar, —disse Stygian enquanto o SUV preto dos Assuntos Castas passava pela entrada da Sede da Nação Navajo.

— Eu acho que deve fazer o teu trabalho e deixar-me fazer o meu. — Ela cerrou os dentes e amaldiçoou-se pela rápida, impensada resposta.

Maldição, ela não queria ser tão conflituosa.

Não queria, mas seu sentia-se miserável. Estava demasiado sensível, a sua carne estava quente, os seios estavam inchados e o clitóris demasiado tenso.

Ela estava muito excitada e muito chateada e demasiadas outras coisas para considerar lidar com ele numa base menos hostil.

Porque, no fim da questão a culpa era toda dele.

— O que quer que faça, Liza?— Ele agarrou o braço dela antes que ela pudesse abrir a porta. — Tirar vantagem da situação sem te dar a oportunidade de considerar para onde estava indo? E, claro, ele apenas teve de avançar e jogar-se com força total no confronto, não era?

— Porque eu sou tão estúpida que eu não poderia saber que estava indo diretamente para uma daquelas camas confortáveis, — ironizou ela. — Por que, você fez a coisa certa, é claro Stygian. Longe de você permitir-se ser apenas um homem para variar. Deixar a situação andar e ter um pouco de diversão. Eu aceito, que seria muito inoportuno.

Droga.

Pressionando os seus lábios com força, ela prometeu a si mesma que iria manter as observações inteligentes na sua imaginação.

Que diabos estava errado com ela? Não podia negar a necessidade que sentia por ele, a sua raiva por ele, ou as respostas verbais que ela nunca tivera problema em controlar. Pela primeira vez na sua vida, queria um homem. Queria-o de tal maneira que mesmo antes de ele ter partilhado aquele gostoso hormônio e aquela ardente luxúria com ela, já sofria por ele. Ela queria-o como nada que quis antes na vida.

O conhecimento disso era simplesmente aterrador, porque a sua reação a ele era tão forte, tão avassaladora que sentiu como se estivesse a vir de alguém totalmente diferente da pessoa que conhecia como sendo ela.

Mais de uma vez ela sentiu o poder disso, uma possessividade e um desejo que mal podia conter, misturada com uma resposta tão primitiva que era mais animal que humana. Como se a sua necessidade por ele, o — acasalamento— como eles chamavam, a fizesse mais Casta que humana.

— Você está empurrando o seu limite.

— Oh, eu tenho um limite?— com os olhos arregalados em falsa inocência, ela olhou para ele como se nunca tivesse imaginado tal coisa. — Por que, Stygian, você deveria ter me avisado antes.

— O que eu deveria ter feito era ter-te mandado para cima daquela cama do caralho e espancado o teu rabo antes de te foder para ficar com um melhor estado de espírito, — rosnou ele enquanto a soltava.

Antes que ela se pudesse voltar, ele já estava fora do veículo e caminhando ao redor em direção à sua porta.

Ela teria lançado os comentários acalorados que passaram pela sua mente se eles não tivessem sido completamente afastados pela visão que ela teve dele espreitando, de uma forma puramente predatória, com a cabeça elevada, ombros para trás, peito tão largo como o inferno, enquanto ele chegava ao lado do passageiro. A visão da ereção volumosa nos jeans dele e o vento que soprava fazia a camisa colar-se ao corpo dele tirando-lhe o fôlego.

A sua boca ficou seca, ela começou a umedecer os lábios tão rapidamente como a sua vagina começou a salivar com a necessidade por ele.

Oh inferno, oh inferno, oh inferno.

A sua porta foi aberta.

Stygian estava com os lábios entreabertos, como se quisesse dizer mais alguma coisa antes que as narinas e os olhos deles ficassem brilhantes de luxúria nesse mesmo instante.

Uma maldição saiu dos lábios dele quando Liza saiu do carro e lançou-lhe um sorriso satisfeito. Pelo menos ela não era a única dolorida com a necessidade.

Ela esperava que ele estivesse a sofrer.

Ela realmente esperava que as bolas dele doessem com a necessidade.

— Nós definitivamente vamos discutir isso depois, — avisou-a enquanto lhe agarrava o braço e levou-a através das portas de vidro da sede do Conselho.

— Claro que vamos, — murmurou ela. — Eu vou para casa hoje à noite. Me recuso a ficar trancada num quarto minúsculo de hotel contigo novamente.

— Nós vamos ter uma suíte esta noite, — assegurou-lhe ele. — Este quarto era apenas temporário.

— Não vai acontecer. — Puxando o braço que ele segurava, virou-se e mostrou o seu cartão de identificação ao segurança antes que o Stygian fizesse o mesmo.

— O inferno é que não. Você não viu que a sua casa não é segura, Liza?

— O que eu vi foi que a menos que eu me tranque numa caixa eu nunca mais vou estar segura novamente. — Ela não gostou da onda de medo que correu através dela perante tal conhecimento.

— Isso não é necessariamente verdade, — assegurou-lhe ele enquanto a levava para a zona dos elevadores.

— Não é?— De repente, uma sensação de cansaço ofuscou a raiva. — Vamos, Stygian, você sabe que é verdade. Uma vez que o Conselho de Genética determina uma vítima, elas desaparecem, de uma maneira ou de outra. Isso, ou acabam casados com uma Casta e colocados dentro das paredes do Santuário ou Haven. Eles não têm pequenas casas de tijolo com cercas brancas

— Não é verdade. — O elevador abriu-se, vazio para variar e eles entraram. — Existem vários casais que vivem em zonas residenciais. A adaptação nem sempre é necessária, mas é possível.

Ela lançou-lhe um olhar conhecedor.

— Jarek e Lyra Jorden não contam. — Suspirou ela. — Essa rua tornou-se outra área Casta com mais de três quartos das casas tomadas por casais Casta onde um dos parceiros é Casta.

Os lábios dele apertam-se.

— Diz-me que eu posso adaptar-me apenas um pouco quando tudo isto terminar e que ficarei a salvo.

A sua mandíbula flexionou-se e a expressão dele escureceu.

Liza não disse mais nada. Não existia mais a dizer, ela tinha feito o ponto. A vida dela nunca mais seria a mesma e ambos sabiam disso.

Eles chegaram ao terceiro e último andar do Quartel da Nação com um suave ping do elevador.

Um segundo depois, as portas deslizaram silenciosamente.

E Liza quase que carregou no botão para voltar ao átrio.

— Liza. — Sua mãe saltou do sofá na sala de recepção, os seus expressivos olhos azuis estavam cheios de medo e preocupação enquanto Stygian conduzia Liza de dentro do elevador.

Quase como se fosse consciente da sua inclinação para correr.

Jane Johnson correu para ela, com os braços abraçando-a enquanto Liza devolvia o abraço, os seus olhos fecharam-se durante um momento, grata pelo calor e amor com que a sua mãe a rodeava.

— Nós voltamos o mais rápido que pudemos. — A mãe de Liza segurou seus ombros enquanto ela se inclinava para trás com olhos azuis cheios de lágrimas, depois passou a mão por sua bochecha, a mão macia tremia enquanto colocava de lado o cabelo de Liza por cima do ombro.

Era um hábito que a sua mãe tinha. Ela iria meter todo o cabelo de Liza para trás como se quisesse ter a certeza de que via o seu rosto por inteiro. — Estás bem querida? Papai e eu estávamos apavorados quando Jonas Wyatt nos telefonou ontem à noite.

— Mãe, eu estou bem. — Ela ainda não se percebera o quanto estava magoada quando Jonas Wyatt lhe disse que seus pais concordaram em ficar em Nova York se as Castas lhe providenciassem proteção. Uma parte dela sabia que os seus pais iriam vir correndo não interessava qual a confiança que tinham nela, simplesmente porque a amavam. A ideia de que eles não estavam chegando a casa causou uma dor oculta que se começava a construir no seu interior, mas que ela se recusou a reconhecer até agora.

Ela ainda não percebera até ao momento o quanto precisara dos seus pais.

— Esse Jonas Wyatt continuava a falar por cima do teu pai como se ele nem sequer tivesse falado, — disse Jane irritada, uma carranca vincava o seu delicado rosto. — Então ele calou-se e deixou o diretor falar e concordou com a proteção, e tudo o resto que aquele homem arrogante prometeu. Então ele desligou o telefone e fomos embora. Claro que, você sabe que eu já estava fazendo as malas enquanto eles falavam. — Ela riu de alegria enquanto deslizava o braço em volta da cintura da sua filha Liza e puxou-a carinhosamente. — Como se fossemos afastar-nos num momento como este.

— Obrigada, Mãe. — Liza parou e deixou sua mãe abraçá-la novamente, sentindo uma segurança da qual ela dependia tão fortemente.

Os seus pais estariam sempre lá, e o seu amor sempre fora demonstrado. Liza percebeu que a incerteza dos últimos dias fora pior simplesmente porque ela sabia que os seus pais não estavam perto o suficiente para tocá-la, para correr para eles.

— E aqui está o teu pai. — Jane largou-a, parando o tempo suficiente para lhe dar um beijo carinhoso na sua bochecha antes que Liza visse o seu pai sair do gabinete de Ray Martinez.

Alto e largo, com 56 anos o seu pai ainda era um homem bonito e poderoso.

Com a cabeça cheia de cabelos loiro escuro que fora cortado curto, quase num estilo militar, enquanto as duras, características esculpidas do seu rosto se suavizaram ao ver a sua filha.

Liza não esperou.

Ela correu ao longo da sala para se encontrar envolvida pelos fortes braços do seu pai enquanto ele se inclinava para recebê-la.

— Papai, — sussurrou ela, sem saber o que dizer enquanto os braços dele se apertavam ao redor dela.

— Eu te tenho, querida. — Ela sentiu o seu beijo na testa, o calor do seu amor e a sua preocupação.

— Desculpe por não ser forte, — sussurrou ela contra o seu peito. — Me desculpe, por não ter resolvido isto antes que eles lhe telefonassem.

Ela nunca quis que a vida que escolheu preocupasse os seus pais, e rezava que o treinamento que tinha fosse suficiente para resolver uma situação em que a sua vida estivesse em perigo.

— Querida, — repreendendo-a suavemente enquanto segurava a parte de trás da sua cabeça contra o seu coração. — Não importa se é minha filha, ou meu filho ou o quanto foi forte, eu viria correndo na hora que eu soubesse que estava em apuros. Não sabia disso?

Ela sempre soube, e esse conhecimento sempre lhe tinha dado a confiança que a ajudou a tomar várias decisões na sua vida.

— Você e a mãe não tinham que voltar tão depressa, — disse ela, sabendo que devia esconder rapidamente o sentimento de perda que ela sentira quando Jonas lhe disse que eles não estavam voltando e que se construíra dentro dela.

— Eu não?— Ele puxou-a para trás para olhá-la com um daqueles carinhosos sorrisos de aprovação que sempre a encheram com uma sensação de satisfação. — Querida, nem um batalhão de coyotes me manteria afastado. — Ele beijou-lhe a testa novamente antes de olhar por cima do ombro. — Será que é a este jovem que devo agradecer a sua segurança?

— Bem, ele não é assim tão jovem, — murmurou ela, lançando um olhar por cima do ombro. No último segundo, o seu pai viu o brilho do seu olhar, porém, o calor no olhar dela e a maneira como o seu olhar permanecia na Casta que tomou uma posição protetora atrás da porta da sala.

Ela estava apaixonada.

Essa constatação picou o seu coração de pai, ao mesmo tempo em que o encheu de orgulho, mas também uma fúria nascida do medo. Ele não poderia permitir tal coisa. Este homem iria destruir a vida da sua filha.

Ele leu o relatório sobre este Casta.

Stygian Black era um poderoso executor, mas ele também era um que tinha uma palavra e código próprio. Ele era um homem – um Casta – que Audi sabia que iria seguir a sua filha em qualquer batalha que ela escolhesse e sempre olharia pelas costas dela, proteger o seu corpo demasiado delicado, e guardando o seu coração demasiado compassivo.

Ele também iria, Audi sabia, instigar a revelação de segredos que Audi tinha orado nunca precisassem ser revelados.

E ele odiava o Casta por isso. Odiava-o pelo fato que ele sabia que Stygian iria levar a sua filha para longe dele. Na altura que a Casta terminasse em Window Rock, a criança que ele amava, a criança pela qual ele morreria, deixaria de existir. E esse conhecimento fê-lo desejar ser o homem que ele tinha sido 30 anos antes. O homem que podia matar sem sofrer uma consciência nascer da alma que ele tinha encontrado quando conheceu a sua Jane.

— Para mim, ele é um jovem. — Seu pai riu quando ele a puxou para o seu lado e estendeu a mão para Stygian. — Sr. Black? É bom conhece-lo finalmente, — mentiu ele de forma convincente o suficiente para que a sua filha relaxasse de alívio.

— Eu também, senhor. — Stygian adiantou-se e aceitou o aperto de mão do pai dela, sua expressão era respeitosa como a seu comportamento. — Eu espero que tenha completado o seu negócio?

— Está tudo bem. — O seu pai concordou.

Liza conhecia o seu pai, e por isso, ela sabia que ele iria passar grande parte do seu tempo ao telefone agora que estava de volta, completando o tal negócio.

— Você pode voltar agora, pai. — Ela olhou para ele, sabendo que ela estava bem.

Ele tinha voltado por ela, ele estava ali para protegê-la, apoiá-la. Sabendo que ele tinha feito aquele sacrifício, por muito que ela se arrependesse, mesmo assim acalmou a menina que sempre tinha precisado da orientação do seu pai e da sua oferta de proteção.

— O inferno que posso. — Ele olhou para todos menos para baixo, para ela enquanto a sua mãe dava um olhar firme. — Eu acho que estamos bem aqui, Liza. Eu não vou a lugar nenhum enquanto isto está a acontecer. Ray informou-me dos ataques, e parece-me que é um pouco mais perigoso do que o Sr. Wyatt deixou transparecer. O seu olhar passou descontroladamente para Stygian e aprofundou-se. — Ele ignorou as minhas chamadas a manhã toda enquanto vinha pelo caminho. Levou uma eternidade para conseguir falar com ele.

Stygian esfregou desconfortavelmente a parte de trás do seu pescoço. — O Sr. Wyatt tem uma tendência para fazer isso, — concordou ele. — Eu vou falar com a esposa dele para ter a certeza que ele entra em contato.

— Não há necessidade. — O seu pai resmungou. — O Sr. Wyatt e eu temos falado. Eu tive que ouvir a sua pregação sobre tornar a situação mais perigosa ao retornar. Eu juro, que a Jane já tinha tudo embalado e pronto para partir antes que o homem me acabasse de contar todas as razões pelas quais não era necessário aqui, e tive que ouvir isso tudo outra vez. A noite passada, eu apenas concordei com ele, desliguei o telefone e fui direto para o aeroporto. É mais que óbvio que ele precisa crescer como pai se ele não imaginava que eu não estaria aqui o mais rapidamente possível.

Stygian observava Audi e Jane Johnson com sua filha, mas ele prestava mais atenção em Liza. No aroma de seu alívio e na redução desse medo mantido firmemente dentro dela.

Ela precisava deles aqui, percebeu.

Ela sabia que estava segura, sabia que Stygian nunca permitiria que fosse ferida, mas seu pai sempre fora seu protetor, e ela precisava dele também. Stygian percebeu então que ele nunca deveria ter concordado com a decisão de Jonas em assegurar que o pai estaria bem para concluir seus negócios antes de voltar.

— Eu gostaria de discutir a segurança que você está usando para assegurar a proteção dela, — Sr. Johnson informou enquanto Liza soltava-se de seu abraço e dirigia-se para a porta de saída de seu escritório.

Stygian podia sentir a raiva firmemente controlada do outro homem, e sua antipatia. Ele não estava enganando ninguém a não ser Liza, e possivelmente sua esposa. Esse conhecimento o preparou para o que ele sabia estava por vir.

Eles a seguiram até a pequena sala de estar em frente a ela, enquanto ela movia-se para sua mesa, sua mãe a seguiu aproximando-se e conversando calmamente sobre a viagem para Nova York.

— Eu gostaria de saber também o que você descobriu sobre o assassino que atirou nela. — A raiva de Audi era tão pesada agora que Stygian jurava que poderia começar a brilhar vermelha ao redor dele a qualquer momento. O fato de que ele estivesse se contendo, escondendo-o tão bem de sua filha, era uma prova do seu aperfeiçoado controle adquirido quando era um jovem da Black Ops.

— Sim, senhor. — Stygian assentiu, mantendo-se polido, respeitoso.

Um assassino do Escritório de Assuntos das Castas, Mathias Slaughter, contou uma vez que o pai de sua companheira decidiu que ele nunca seria bom o suficiente para sua filha, ainda assim Mathias tratava o homem com o maior respeito e consideração simplesmente porque sua companheira sempre amaria aquele homem enquanto seu pai. A dor que ela sentira se seu companheiro e seu pai se detestassem seria muito grande, o assassino afirmou. O Lobo dentro dele sentiu a garotinha que cada mulher era, que precisava sempre ter a ilusão de que seu pai não poderia fazer nada errado. Essa era uma garantia, uma rede de segurança que nem mesmo uma Casta poderia fornecer.

Stygian não entendera esse raciocínio à época, mas agora, quando sentiu o olhar de desaprovação do pai de Liza, isto fez mais sentido. Ele nunca gostaria que sua companheira se ferisse, que perdesse aquela inocência, a parte vulnerável dentro dela que o amor por seu pai mantinha viva.

Por apenas um segundo, no elevador, ele sentiu a relutância dela em encarar os pais. Essa parte dela estivera aterrorizada de que seu pai a desaprovasse por suas ações e escolhas como adulta, e Stygian sentiu a necessidade dela pela aprovação de seus pais.

Agora, era como se parte daquela profunda dor que ela sentia fosse lentamente diminuída. O receio da desaprovação de seus pais se afastou, deixando-a mais forte, mais confiante em si mesma. A excitação ainda estava queimando por seus sentidos, mas a sensação de abandono a deixara.

Ela era próxima de seus pais, e eles eram dedicados a ela.

Tirar sua companheira de sua casa e daquelas a quem ela amava seria como Malachi dissera sobre Isabelle: como roubar parte da alma de seu corpo.

— Sr. Black. O presidente e eu gostaríamos de discutir com você as medidas de segurança das Castas para nossas filhas. — Audi Johnson voltou-se para ele então, sua expressão relaxada e amigável, embora seus olhos contassem outra história.

O relatório das Castas dizendo que Audi Johnson estivera na Inteligência do Exército junto com Ray Martinez anos atrás não fora exagerado.

Só o que ele precisava, um pai indignado. Sem dúvida ele sentiu claramente o interesse de Stygian em sua filha.

— Sim, senhor. — A inquisição.

Seu pai não estava nem um pouco satisfeito com a forma como essa situação fora lidada ou os ataques a sua filha, e estava claro que as Castas foram responsáveis pela súbita atenção que ela recebeu do Conselho de Genética.

Stygian quase permitiu que seus lábios se curvassem num sorriso ante a latente raiva e ar de determinado antagonismo que ele pode subitamente sentir vindo do pai de Liza. Jonas criou uma situação aqui, e como sempre, um de seus executores seria forçado a enfrentar as chamas que ele acendeu.

— Papai. — Suave, o tom gentil de sua filha, com uma pitada de repreensão.

Audi voltou-se para ela. — Eu preciso ter certeza que eles sabem o que estão fazendo, querida. Este é meu trabalho.

E ela não acreditou nele nem por um momento.

— Confie em mim, — ela disse suavemente, mas mesmo Stygian ouviu a ponta de aço em seu tom.

Lentamente, o comportamento de seu pai suavizou, mas apenas ligeiramente. Dando a sua filha um rápido aceno, ele olhou para Stygian e indicou o escritório do Presidente Navajo.

Com um último olhar para a expressão preocupada de Liza, ele deu a ela um sorriso seguro antes de seguir seu pai.

Com uma rápida batida na porta do escritório do Presidente, Audi Johnson abriu-a antes de caminhar para dentro.

A tensão dentro do escritório era espessa o suficiente para ser cortada com uma faca, como dizia o ditado.

O presidente da Nação Navajo Ray Running Wolf Martinez não estava sozinho. Sentado atrás da pesada mesa de nogueira, ele estava olhando para o homem em frente.

Jonas Wyatt.

De pé ao lado do escritório, entre duas janelas altas e largas, estava, Rule Breaker e o Casta Russo, conhecido apenas como as Cavalier. As Castas Leão e Coyote nem sempre se davam bem, a menos que estivessem trabalhando com Jonas. E eles só trabalhavam juntos com Jonas quando a situação pudesse se tornar explosiva.

Stygian acenou para os dois executores de alto nível antes de encarar Jonas com uma pergunta silenciosa.

— Seu chefe mentiu para nós, — Audi afirmou enquanto se movia para ficar atrás de Ray Martinez quando ele lançou um olhar curto para Jonas. — Ele tentou minimizar o perigo em que nossas filhas estão enfrentando, como também as razões para isso.

— Você deveria ter esperado isso. — Stygian suspeitava que essa era exatamente a razão para que eles estivessem ali agora.

Stygian sabia que Jonas não contava com o retorno de Johnson. Ele claramente acreditava que o pai de Liza iria curvar-se à sua sabedoria e ficaria parado em Nova York, onde não poderia interferir ou começar a chamar seus próprios contatos ou instigar sua própria investigação.

— Eu voltei por uma razão, — Audi grunhiu.

Jonas, tão arrogante como sempre, em silêncio não característico sentou, sua expressão curiosa enquanto ele observava os dois homens atrás da mesa.

— Essa não é uma situação que eu aprecie, — Audi Johnson afirmou, seu olhar abrangendo todos eles.

— Liza precisava de seu retorno para o bem de seu coração, não por sua segurança,— Stygian acrescentou, imaginando se o outro homem pretendia tentar tirar sua filha da proteção das Castas. E ele poderia, Stygian temeu. Liza confiava em seus pais acima de qualquer coisa e de todos, e o homem que duvidasse disso seria estúpido. — Minha vida estará entra ela e qualquer perigo que possa persegui-la, Sr. Johnson. Ele não estava certo sobre o que dizer ou como dizer. Ele era uma Casta, treinada para matar em silêncio, não em seduzir ou enganar. Ele não era dado a declarações floridas nem era dado a tranquilizar ninguém de qualquer forma. Tudo o que ele tinha era sua força e a verdade. A pura determinação em garantir que sua companheira sobreviveria não importando os obstáculos.

Ambos, Ray e Audi observaram-no cuidadosamente, ainda que não dissessem nada.

Nos olhos do pai de Liza, Stygian viu abrandar-se, ainda que ligeiramente, o antagonismo que brilhava ali.

—Muito bem, — Jonas murmurou, antes que virasse para os dois homens, suas palavras, porém, não tinham a habitual zombaria. — Nós terminamos agora, senhores?

O presidente olhou para ele. — Diretor Wyatt, esta Nação não é seu playground pessoal, — ele declarou com gelado desdém. — E eu me ressinto de sua atitude.

Jonas lentamente levantou-se.

A tensão aumentou dez vezes enquanto sua expressão apertou-se. Inexpressivo, seu olhar de mercúrio livre de emoções, ele era a Casta que fora criado para ser: impiedoso, poderoso, especialista em arquitetar manipulações cheio de intenções no que dizia respeito à Nação Navajo.

Estes dois homens tinham todo o direito de não apenas não confiar nele, mas também serem altamente desconfiados de qualquer e todos os motivos que Jonas pudesse apresentar. Ele era um homem lutando por mais do que a própria vida, ou pela sobrevivência das Castas agora. E ele fora perigoso o suficiente com essas intenções. Agora, ele estava lutando pela vida da sua criança, e esta criança era mais preciosa para ele do que até mesmo sua própria alma.

O olhar de Audi Johnson estreitou quando o presidente Navajo lentamente seguiu o exemplo e levantou-se também.

— Minha filha encontra-se com uma febre alta o suficiente para matar outra criança. — Seu tom estava tão duro, tão discordante, que Johnson e Martinez encolheram. Stygian olhou para ele, surpreso por vê-lo colocar suas cartas na mesa tão claramente. Um movimento inédito para Jonas. — Minha filha está com dor e olha para mim, senhores, e pergunta como só uma criança de dois anos pode perguntar, por que isso dói tanto e por que o papai não pode corrigir isso. — Pela segunda vez a inédita ocorrência que Stygian sabia nunca seria mencionada, o olhar de Jonas brilhou com umidade de uma emoção que ia além das lágrimas. — Então não pense por um momento que eu não estarei aqui, tomando posse do que eu puder, testando suas fraquezas e traindo quem for para salvar minha filha. Exatamente como você faria. Então não vamos enganar um ao outro agora ou no futuro. Esta criança é mais importante para mim do que toda a sua fodida Nação, e sua falta de cooperação é algo que considero não só condenável, mas imoral. Stygian sentiu seu peito apertar. Ele vira a si mesmo. Vira a dor e o medo nos olhos da garotinha quando os episódios de febre a atingiam. E ele sabia, se aquela criança fosse sua e de Liza — sua por adoção ou por sangue não faria diferença — ele faria o que fosse preciso, para garantir que a dor não fosse nunca mais sentida.

— Não há nada que possamos fazer. — A voz de Ray Martinez soou verdadeira quando uma súbita raiva parecia lutar dentro dele. Entendimento brilhava em seu olhar, enfatizado pelo aperto de seus punhos e pela frustração em sua voz. — Nós fizemos uma requisição ao povo e ninguém voltou com um acordo. Eu não tenho acesso aos códigos do banco de dados, Diretor Wyatt. Eu não posso acessá-lo para você.

— Eu quero Honor Roberts e Fawn Corrigan. — Sem mais luvas de pelica quando Jonas fez sua exigência. — Foda-se seu banco de dados, Senhor Presidente. Eu não poderia me importar menos com isso, não mais do que Gideon Cross pode. Ele está aqui pela mesma coisa, e por Deus, se eu não encontrar essas garotas primeiro, então ele pode matá-las uma vez que as encontrar — Ele encostou-se à mesa as palmas abertas sobre ela, sua expressão selvagem. — É isso que você quer? O olhar de ambos Johnson e Martinez brilhou com medo antes que eles pudessem esconder.

Não havia forma de Jonas ter perdido isso. E Stygian não tinha dúvidas de que o diretor não estava certo sobre o que exatamente era esse medo. O que Stygian sabia era que, de alguma forma, os dois estavam escondendo alguma coisa.

O pai de Liza endireitou os ombros. — Doze anos atrás, — ele afirmou gravemente, — houve um acidente no deserto várias noites antes de nossas filhas caírem do alto de uma ravina no deserto. Duas garotas morreram nesse primeiro acidente.

O rosnado de Jonas estava repleto de violência. — Não há registros disso.

— Um jovem Casta estava viajando com elas. Ele nos disse que as garotas estavam fugindo do Conselho de Genética e implorou-nos que não registrasse isso. Nenhum de nós sabia do acidente ou das mortes. Nós decidimos atender ao pedido do Casta dando a ele tempo para fugir. Quando ninguém veio procurar por eles, nós decidimos manter isso fora dos registros. Até você chegar Diretor Wyatt, ninguém parecia se importar. Stygian estreitou seu olhar.

Eles não estavam mentindo. Havia o aroma da verdade e esmagadora tristeza, quase pesar, como se eles tivessem conhecido as garotas. Mas não havia razão para acreditar que eles estavam mentindo.

Jonas olhou para os dois homens; tanto Rule quanto Cavalier estavam olhando de perto também.

— O que você fez com os corpos?— A voz de Jonas soou estrangulada.

— Eles foram incinerados no deserto, presumivelmente para esconder sua existência ali, — Audi afirmou — O jovem Casta foi embora naquela noite e afirmou que até mesmo seu passado estava morto. Nós assumimos que as duas garotas eram Castas também, e do mesmo laboratório que ele.

— E você só está me contando isso agora por quê? — Jonas perguntou.

— Porque só agora você nos contou a verdade de por que você está aqui, — Presidente Martinez declarou implacável. — Se você tivesse sido honesto desde o começo, Diretor Wyatt, talvez você tivesse sido informado mais cedo.

— Eu quero ver a área onde os corpos foram enterrados, — Jonas os informou, seu tom de voz insinuando que ele não teria seu pedido negado. — Nós sairemos com a primeira luz da manhã. — Ele voltou-se para Stygian. — Eu precisarei de você lá, mas para assegurar a proteção da Sra. Johnson, talvez você deva trazê-la também.

— Não há necessidade disso, — Audi Johnson rejeitou a ideia instantaneamente. — Eu cuidarei dela enquanto ele estiver fora.

O sorriso de Jonas era frio. — Você estará conosco. Assim como ela. Com isso, ele voltou-se, fez um sinal para as duas Castas irem com ele e caminhou para fora do escritório.

Quando a porta se fechou com um barulho um tanto quanto alto atrás dele, os dois homens viraram-se para Stygian, seus olhares acusadores, como se fosse sua culpa que eles fossem forçados a enfrentar o diretor.

Ele sacudiu rapidamente a cabeça. — Eu raramente concordo com ele, mas eu não o confrontaria, porque eu duvido que vocês tenham alguma sorte nisso.

Apenas a companheira de Jonas era conhecida por ser capaz de sobrepuja-lo numa discussão ou falar mais alto do que ele quando a situação pedia.

— Então você deve falar com ele, — Audi anunciou. — Número um, não há razão para Liza estar no deserto à primeira luz da manhã. E não há razão para que o Diretor Wyatt e seu séquito permaneçam aqui em Window Rock. Ele tem a informação que precisa, agora ele pode ir embora. E eu acredito que você deve discutir isso com ele. As sobrancelhas de Stygian levantaram quando uma risada escapou dele. — Por que eu faria isso? A própria ideia era ridícula. Judd e Gideon ainda estavam lá fora, e as informações que eles tinham poderiam ser usadas.

Ele levantou a mão antes que os dois homens pudessem dizer qualquer coisa mais. — Deixe me dizer algo a vocês dois, — ele rosnou. — Isso me ofende em um nível que eu mal posso entender, como que vocês, que em determinado ponto quase perderam suas filhas, pudessem considerar pedir que aquele homem desista da batalha que está lutando. — Um rosnado escapou. — Peguem suas fodidas bundas vão até aquele hotel e vejam aquela criança. Vejam-na lutando por ar, a maldita febre queimando-a viva de dentro para fora, quão dolorosamente ela luta para simplesmente respirar. Fodam-se vocês dois. Vão até lá e vejam para o que vocês fodidamente estão pedindo que ele volte as costas. — O pensamento da dor de Amber, suas lágrimas, era enfurecedor. — Vocês estão pedindo que ele se afaste antes que ele saiba em sua alma que não deixou nada por procurar. Vocês estão pedindo a ele que desista da vida desta criança. E deixe-me dizer a vocês algo agora mesmo, senhores. Ele morreria e veria suas bundas esquecidas por Deus no inferno antes disso.

— Por que você está gritando sobre algo que meu Pai nunca faria? Stygian virou-se.

A consciência de que Audi Johnson e Ray Martinez não queriam Liza naquele escritório mais do que ele queria bateu forte em Stygian. O fato de que isso era sua maldita culpa não foi caiu bem para ele.

Passando os dedos por seu cabelo, ele olhou para ela, mais irritado consigo do que com qualquer um, e simplesmente furioso com os dois homens atrás dele.

Porra, e ela adorava o Pai. Inferno, ele conhecia aquele olhar nos olhos dela. Papai não poderia fazer nada errado ele não iria desiludi-la sobre isso. Porque ele poderia fazer coisas erradas. Ele estava fazendo agora mesmo, ali de pé exigindo que Jonas deixasse Window Rock antes que soubesse que não existe maneira no inferno que ele pudesse salvar sua filha.

— Você iria ver Amber, não iria, Pai? Se você soubesse de qualquer coisa que pudesse salvá-la, você diria a ele. — Ela estava na porta, e pela primeira vez desde que a conhecera, Stygian viu total confiança em seus olhos.

Filho da puta. Por que ela não poderia olhar para ele daquela forma?

Ela era sua companheira. Sua mulher, e ela o olhava com tanta suspeita que isso devorasse sua alma.

Voltando-se, ele olhou para o bastardo em quem ela colocava mais fé e, antes que pudesse impedir, ele disse, — Eu estou certo que o Diretor Wyatt estaria mais do que feliz em permitir a visita, Sr. Johnson, se você e o Presidente Martinez tiverem em mente aceitar os convites. Os dois homens o encararam com olhares escuros, hostis.

— Nós podemos agenda essa visita por conta própria, — o presidente disse suavemente quando lançou um sorriso tranquilizador a Liza. — Nós a avisaremos uma vez que tenha sido definido, querida. — Claro, Tio Ray,— ela declarou, sua voz suave, mas com um lampejo de dúvida que Stygian sabia que seu pai ouviu.

O olhar dela voltou-se para ele então, o cinza suava repleto com uma sombra de dúvida.

— Posso ir para casa agora? Ela não perguntou a seu pai ou seu chefe. Ela não estava pedindo permissão para sair, ela estava perguntando se estava bem ela voltar para sua casa em vez da suíte que eles estavam.

Stygian começou a negar, sacudindo a cabeça.

— Eu acho que é melhor você voltar para casa comigo e com sua mãe, Liza. — Audi moveu-se de trás da mesa do presidente da Nação, caminhando lentamente para porta enquanto Liza ficava tensa.

— Isso não vai funcionar, Pai. — Suas mãos crispadas na frente dela, quando Stygian percebeu o tremor em seus dedos e a incerteza em seu olhar quando ela olhava para seu pai.

Ver isto rasgou seu coração. Pois, possivelmente pela primeira vez na vida, ela estava vendo o humano em seu pai em vez do super-herói que ele sempre fora para ela.

— Liza, sua vida está em perigo. — Ele parou alguns metros dela, de repente consciente da distância que ela colocou em redor de si mesma.

Stygian odiava sentir isso. Odiava como ela repentinamente recuava para dentro de si mesma, observando, esperando, enquanto outra parte dela parecia estar considerando o que era, subitamente tão doloroso para ela.

— Sim, eu concordo com você, Pai, é isso. — Ela respirou profundamente enquanto Stygian tentava e falhava em conter a urgência em ir até ela. — Mas tanto quanto eu amo você e Mamãe— e tanto quanto eu respeito sua força— mesmo eu sei que as Castas estão melhor qualificados e melhor capacitados para me proteger. — E o que ele descobriu deixou de ser falado: que ela nunca seria capaz de viver com a realidade quando seu pai morrera para que ela pudesse viver.

Aproximando-se dela, mas não a tocando, ele podia sentir sua luta para manter a distância mesmo quando ela parecia inclinar-se mais perto.

Stygian podia sentir suas incertezas, uma determinação crescendo lentamente dentro dela, e um medo e dor que ela enterrara tão profundamente, enterrara até agora dentro de si, que ele se perguntou se ela ainda sabia a razão para isso.

O olhar de Johnson neles, sem dúvida apreciando a surgimento da cumplicidade que o acasalamento parecia trazer.

— Então, sua equipe Casta pode vir para casa também. — O sorriso do pai dela estava apertado, a hostilidade em seu olhar mal escondida quando ele o encarou Stygian.

Audi ainda via sua filha, apesar de sua posição na Agência Secreta de Castas ou com a Agência Navajo de Aplicação da Lei, como uma criança vulnerável em vez da mulher que ele sabia que ela era. Ele era um homem lutando para negar que sua filha era uma mulher, o que fazia pouco sentido para Stygian.

Certamente, Liza era inexperiente no que dizia respeito a homens, ele podia sentir isso, assim como ele podia sentir o perfume da sexualidade imaculada que garantia a ele que fora um longo tempo desde que ela teve um amante. Mas tanto quanto seu pai estava preocupado, ela era tão pura e intocada quanto uma jovem virgem.

— Não, Pai. — Ela balançou a cabeça novamente. — Eu sei que você ficará preocupado, mas se eu for para casa, sair novamente será ainda mais duro para todos nós do que foi antes. Eu estou segura. E enquanto eu ficar onde estou, sob a proteção das Castas, você estará seguro também.

Caminhou alguns passos até seu pai, deixou-se abraçar por ele antes de alcançá-lo e colocar um beijo em seu rosto. — Eu te amo, Papai. E eu amo a Mamãe, mas eu tenho que fazer isso da maneira que sinto ser a melhor. Eu venho tomando minhas próprias decisões há muito tempo para ser capaz de desistir dessa liberdade agora. — Enquanto se afastava de seu pai, ela voltou-se para Stygian. — Você está quase terminando?

—Quase,— ele concordou. — Alguns minutos mais.

— Estarei lá fora. Não comece a gritar com ele novamente. Isso aborrece a secretária de Ray, e imagino que já tem o suficiente do próprio Ray.— Ela tentou sorrir a seu pai e para o homem que ela chamava de “tio” antes que sua expressão se tornasse tão femininamente teimosa e autoritária que ele sabia o que estava vindo antes de sair dos lábios dela. — E eu verei você e Ray esta tarde no hotel. Nós faremos uma visita a Amber.

— Liza, se ela está tão doente — As narinas de Audi queimaram, seu olhar começando a se fechar quando ele começou a protestar enquanto Ray Martinez enrijeceu e de repente o cheiro de engano bateu em Stygian tão duro que ele fez de tudo para não reagir.

— Então nós todos precisamos ver. — Seus lábios tremeram por um rápido segundo quando Stygian sentiu o medo, aprofundando-se lentamente dentro dela. — Por favor, Pai, — sua voz baixou incerteza enchendo-a em seguida. — Isso é algo que eu preciso que você faça.— Ela olhou para Ray então. — Eu preciso que ambos façam isso.

Audi olhou para longe dela um segundo como se procurando força para negar seu pedido.

Essa esta sua intenção, Stygian podia ver isso em seu olhar fechado quando seus olhos encontraram os de Liza novamente. Então, em num piscar de olhos, a determinação que ele conseguiu juntar, estilhaçou-se. Uma careta torceu sua expressão antes que ele desse um lento, resignado aceno. — Nós estaremos lá querida.

Stygian pegou a expressão de Ray. Audi podia ser incapaz de negar algo a sua filha, mas Stygian estava certo que Ray não teria problemas com isso. Ele não tinha intenção de aparecer.

— Bom. — Liza deu um logo, quase cansado suspiro. — Eu irei trabalhar então. Ela, no entanto, aproximou-se de seu pai, em vez da porta. Audi a encontrou ao lado da mesa de Ray, seus braços abrindo para ela enquanto ele aceitava o abraço de sua filha. Os braços dela envolveram-se ao redor do pescoço dele e por um segundo, ela agarrou-se a ele com desespero que nasce do medo de uma jovem e das incertezas de uma filha.

Beijando sua testa, Audi a libertou um momento depois, então assistiu silenciosamente quando ela virou deixou o escritório. Quieto, pensativa, Stygian podia sentir a mulher e a filha duelando dentro dela e a necessidade que estava lutando para esconder, o medo que ela se recusava a revelar.

Ela não falou quando se aproximou dele. Caminhando para ela o suficiente para forçá-la a parar, ele agarrou seus ombros e inclinou a cabeça ao seu ouvido. — Eu farei com que Jonas saiba que eles virão.

Ela assentiu trêmula, e o aroma de suas lágrimas quase o fez dobrar-se. — E eu sairei cedo, — ela o informou. — Logo após o almoço, se isso for possível.

— Qualquer coisa que você queira é possível. — Libertando-a, ele deixou suas mãos ficarem em seus ombros por um momento antes de soltá-la e vê-la sair do escritório.

Quando a porta fechou-se atrás dela, ele voltou-se para os dois homens observando silenciosamente.

Seu pai não permaneceu em silêncio por muito tempo.

— Eu sei do que você está atrás — Audi Johnson falou furiosamente, cuidadoso em manter sua voz baixa. — Afaste-se da cama de minha filha, Casta. Ela merece algo melhor do que alguém como você.

— Melhor do que uma Casta?— Ele deu uma risada curta e zombeteira como se ele estivesse agora forçado a enfrentar a razão pelo desagrado do homem. — Bem, agora, isso não é só ruim, porque eu sou exatamente o que ela irá ter. E manter.

— Não aposte nisso.— Audi estalou. — Ela tem melhor senso do que permitir a si mesma ser enganada por você por mais tempo.

Stygian olhou para os dois homens então, sentindo sua determinação em vê-lo fora da vida de Liza, para sempre.

Isso não iria acontecer.

— Por Liza, eu vou garantir que ela desconheça o fato de que você desaprova o homem que ela escolheu, porque a destruíra se alguma vez ela descobrisse que você acredita que ela é muito incompetente a ponto de escolher ser enganada, ou que você acredita que o homem por quem ela se apaixonou é de alguma forma inferior, — ele grunhiu — Mas nunca duvide, Sr. Johnson, se você tentar destruir o que eu estou construindo com sua filha, eu terei certeza de levá-la tão fodidamente longe que você nunca mais terá a chance de feri-la novamente. Eu fui claro?

Os lábios de Audi curvaram-se em desprezo. — Ela nunca iria.

— Sim, ela iria, — Stygian assegurou — A confiança dela enquanto mulher e guerreira originaram-se da sua crença nela. Se ela descobrir que você mentiu para ela, que sua crença nela era uma ilusão, então você a destruirá. Quando você destrói uma jovem garota que ainda vive e respira em sua alma, então você irá destruir os laços que a mantiveram nesta área tão firmemente. E quando você fizer isso, eu juro, ela irá embora comigo.

Ele não deu a eles a chance de responder antes que ele virasse e abrisse a porta. Saindo para a área externa do escritório, ele enfrentou a astuta tristeza no olhar de Liza e a preocupação e medo em sua mãe.

O animal dentro dele levantou-se com consciência predatória.

Ela sabia. Uma parte dela estava ciente que estava acontecendo mais coisas no escritório do que ele ou seu pai gostariam que ela soubesse.

Tomando uma cadeira na área externa do escritório, perto da porta, Stygian recostou-se, decidido a reprimir a raiva fingindo que ela não existia.

Ele deveria ter esperado isso, ele percebeu. Era um problema comum para aquelas Castas que acasalavam com mulheres humanas. Mesmo que professavam falta de preconceito, subitamente o encontrava em excesso, sempre que suas filhas, ou suas parentes próximas, encontravam-se acasaladas com uma Casta. Enquanto ela trabalhava, seu pai entrava e saia, movendo-se pelos escritórios e cuidando dos negócios como chefe da segurança da sede das Nações e o presidente da Nação Navajo. Audi mantinha a ilusão de polidez e Stygian seguia o exemplo. Mas inferno, Liza não era tola, e ela era tão malditamente intuitiva que ele jurava ela poderia ser uma excelente Casta.

Logo após o almoço, e ela esteve determinada a trabalhar até este horário, então ela desligou seu computador e organizou os papéis em sua mesa antes de levantar seu olhar para ele.

— Estou pronta para ir, — disse a ele. — Enviei um e-mail para Ray e pedi expedientes de meio período por um tempo, e ele concordou.

— Além disso, ele e seu pai sabiam que Liza precisava concentrar-se em sua segurança agora, — Jane declarou gentilmente enquanto seguia sua filha e tirava seus pés do sofá em frente à mesa de Liza.

Stygian tinha poucas dúvidas que a mudança de horários fora ideia da mãe. Ela estivera nervosa, ansiosa, cada vez que o elevador apitava em chegada, e Stygian sabia que cada vez que as portas se abriam, Jane se preparava para algum problema.

Ela estava apavorada pela segurança de sua filha, ainda mais do que seu marido estava.

— Muito bem. — Stygian assentiu, aliviado pela decisão. — Vou telefonar para baixo e terei o carro pronto.

— Na verdade, há um elevador que vai diretamente para a área subterrânea de estacionamento. — Jane sorriu para ele. — Eu conversei com Audi, e seu motorista pode estacionar ao lado dos elevadores por enquanto. Isso deve eliminar quaisquer problemas que possam surgir. A garagem subterrânea é usada apenas por Ray, de alta segurança, os visitantes, e os chefes tribais, e está fortemente protegida. Tudo já foi arranjado e os guardas em serviço foram informados.

Stygian tinha conhecimento da garagem e fez uma nota para discutir acordos de estacionamento antes de partirem. Ter isso cuidado pela mãe de Liza era um alívio. A raiva primal que o outro homem despertara dentro dele mais cedo ainda tinha que ser resolvida. Stygian conteve sua surpresa. Sua mãe permanecera no escritório com eles, conversando com Liza sempre que sua filha tinha tempo e mantendo cheio o suprimento de café.

— Obrigado, Sra. Johnson. — Ele concordou cordialmente.

— Não, obrigada você, Stygian. E chame-me Jane. — Aproximando-se dele, ela colocou suas mãos entre as dela e olhou para ele, seus olhos úmidos com emoção. — Apenas cuide de meu bebê. Qualquer coisa que você precise para garantir sua proteção, você apenas tem que nos deixar saber e isso será providenciado. Afastando-se, ela voltou-se para sua filha, despediu-se e retribuiu ferozmente o abraço de Liza. — Eu estarei aqui quando você vier amanhã, — sua mãe prometeu.

— Mãe, isso não é necessário. — Surpresa enchia sua voz. E medo. Ela não queria sua mãe ali. No caso de haver perigo, ele não queria seus pais em nenhum lugar perto dela.

— É muito necessário Liza, — sua mãe assegurou-lhe firmemente. — Você é minha filha, e eu estarei aqui. Agora, descanse, e nós conversaremos amanhã. Ele sabia agora de onde Liza conseguiu sua teimosia, ele pensou divertido, enquanto Liza pegava sua bolsa e pasta e aproximava-se dele.

Ela estava mais distante do que estivera mais cedo, enquanto eles iam para o lobby e andavam em direção da SUV estacionada fora das portas. Abrindo a porta de trás, ele ajudou-a entrar antes de segui-la. Acenando para Flint quando ele deu uma olhada no espelho retrovisor, deu sinal verde para saírem antes de alcançar e cobrir as mãos de Liza que estavam crispadas em seu colo.

Ela estava lutando com alguma coisa, lutando com algum medo ou incerteza que talvez ela não entendesse. Ele podia sentir sua confusão, e também aquela dor escura se formando mais forte e quente dentro dela, e ele suspeitava, causando a fuga silenciosa.

Ele odiava a ausência de emoção, da sensação de calor que sempre foi uma parte dela.

Como inferno ela fazia isso? Era voluntário ou inconsciente? E onde inferno ela ia?

Esfregando o polegar nas costas da mão dela, aquecendo a pele fria, ele emitiu o incomum, calmante, som de uma questão primordial.

Era um som que nunca fizera antes, que nunca ouvira — algo entre um meio grunhido e uma baixa e questionadora respiração com os lábios fechados. Como se o animal que ele carregada dentro de si a estivesse chamando para fora de si mesma.

A cabeça dela moveu-se rapidamente ao redor e seu coração deu um salto difícil.

O animal que ele era se enfureceu dentro dele antes que aquela centelha do espírito dela se mostrasse e a surpresa afastasse sua ira.

Apenas uma centelha. Apenas um indício da mulher que ela era.

E o que ele sentiu vindo dela quase congelou sua alma em terror.

Por um segundo, ele não sentiu a mulher que ele conhecia, de alguma forma.

Por um brevíssimo momento, ele sentiu uma estranha, uma estranha que ele tocou.

Com seu olhar preso ao dela, todo o seu ser aberto enquanto Stygian deu ao animal primitivo rédeas livres para chamá-la, ele percebeu que abrira uma porta dentro dela que nunca imaginara existir, e por um segundo ele jurou que receberia uma resposta para sua chamada animalesca.

E, assim rapidamente, tudo estava acabado.

Quem quer que fosse o que quer que fosse, quase avançou, recuou apenas rapidamente.

— Está tudo bem? — Liza perguntou, e ele sentiu sua confusão, sua incerteza sobre o que havia acabado de acontecer.

Ele não sabia o que fora aquilo. Ele não tinha ideia de como identificar ou descrever o que ele sentiu o que ele apenas vislumbrara dentro dela.

Mas ele estava determinado a descobrir. De uma forma ou de outra ele iria descobrir exatamente quem ou o que ele encontrou escondido tão profundamente dentro da psique da mulher que ele amava.

Da mulher que ele estava determinado a marcar como sua companheira.

 

Audi observava da janela enquanto o SUV levava de volta ao hotel, a filha por quem dera a alma para proteger há doze anos.

Punhos cerrados, o queixo doendo de tensão, ele quase se encolheu sabendo que ela estava dividindo um quarto com esse Casta.

Stygian Black.

Se ele ainda não fosse amante de Liza, seria em breve.

— O que vamos fazer? — Perguntou ao amigo ao seu lado, sabendo que eles não esperavam isso.

Em todos os anos que tinha sido proteger as meninas que chamavam a sua própria, que nunca haviam antecipado esta.

Em todos os anos em que estiveram protegendo as garotas tratando-as como suas, eles nunca anteciparam isso.

— Elas serão protegidas. — A mesma dor que o torcia também enchia a voz de Ray.

— O que vamos fazer, Ray? — Sua pergunta não foi respondida. — A proteção delas neste momento não está em duvida. Elas estão protegidas, se nossos segredos serão descobertos, é outra coisa.

Olhando para o homem que resistiu a uma guerra, um campo de concentração e à política da Nação Navajo, Audi finalmente percebeu que estavam enfrentando as consequências das escolhas que fizeram ao longo dos anos.

Ray respirava pesadamente — Lembre-se daqueles textos que lemos sobre Castas e acasalamento? E as suposições do Pai de que esses rumores fossem verdadeiros? — Ele finalmente perguntou.

Audi fechou os olhos por alguns instantes.

Deus, não.

Se essas histórias fossem verdadeiras ele teria perdido sua filha para sempre.

— Isabelle. — Ray disse o nome de sua sobrinha asperamente. — Ela já não usa seu próprio médico, mas um médico exclusivo da Casta. Ela apresenta todos os sinais de um acasalamento com uma Casta, e quando Terran questionou Malachi, o Casta apenas olhou para ele em silencio. Que prova mais um homem precisa?

Liza lhe diria se tal fenômeno tivesse ocorrido entre ela e o escuro Casta Stygian? Ela era incrivelmente leal aos seus amigos, ele sabia. Se ela acasalasse com uma Casta, então suas emoções estariam envolvidas.

Sua lealdade não seria mais para sua família em primeiro lugar, mas para o Casta.

E se sua lealdade fosse para a Casta em primeiro lugar, então ela poderia, ainda que não intencionalmente, acabar traindo a todos. E possivelmente destruir-se no processo.

Audi poderia lidar com a traição involuntária, afinal, ela não tinha ideia dos segredos que abrigava em seu interior. Afinal, ele e Ray não cometeram um crime, nem fizeram nada que pudesse trair suas filhas. Era o que isso faria com ela, era o fato que a filha que ele amava poderia não mais existir, que ameaçava destruí-lo.

Inferno, isso iria destruí-lo. A ele e a Jane. Iria destruí-los de formas que Ray e sua esposa não poderiam entender. Diferente de Audi e Jane, eles não desenvolveram a proximidade e os laços com sua filha, Claire, que existia entre eles e Liza.

Liza era a vida deles, de Jane e dele. Eles trabalharam incansavelmente para protegê-la, para garantir a ela felicidade, independência e bem estar.

E agora, tudo estava sendo ameaçado.

Que Deus os ajudasse se eles a perdessem, porque Audi sabia, eles nunca iriam sobreviver.

Não estava indo embora.

A separação involuntária da mente e do corpo, da emoção e do eu interior. E ela não conseguia encontrar o caminho de volta.

Enquanto Stygian estacionava na entrada de sua casa, Liza olhou como se não reconhecesse o lugar. Como se alguma outra pessoa o tivesse alugado. Alguma outra pessoa tivesse convidado seus melhores amigos para dividi-lo. Alguma outra pessoa tivesse colocado suas coisas ali da mesma forma que ela faria.

Após retornar para o hotel, ele teve Flint e Rule pegando outro veículo para segui-los.

Ela pediu para voltar aqui. Não gostava do confinamento do hotel ou do quarto que compartilhavam. Não gostava da sensação de prisão ou de estar sendo observada a cada segundo.

Agora ela estava aqui e, ela se perguntava, onde “era” aqui.

Pelo canto do olho, Liza estava ciente de Stygian olhando para ela, sua expressão mais selvagem do que o normal, a pele escura bronzeada do rosto esticada sobre os ângulos planos e agudos que formavam o rosto.

Ele estava furioso com a decisão dela.

Ele poderia ter sido Navajo se não fosse a cor escura de sua pele.

Claro, ela não tinha dúvida de que havia genes Navajos em seu DNA. Quase todas as Castas tinham o DNA Navajo ou de uma das outras tribos que juntaram à Nação no inicio do século.

— Aonde você vai quando desaparece, Liza?

A pergunta a pegou desprevenida, mas não o suficiente para eliminar a distância mental e emocional entre eles.

Um encolher de ombros era tudo que poderia dar.

Para ser honesta, não sabia onde estava neste momento. Estava se escondendo? Ou estava encontrando algumas coisas que só encontrava em seus pesadelos?

Estranhamente, porém, ela sentia algo: a sensibilidade no clitóris inchado, a prontidão de seus mamilos também inchados, a dor por baixo de sua pele pelo seu toque. A necessidade de seu beijo.

O que era estranho, ela nunca sentira tal excitação por um homem, especialmente não no momento em que essas emoções causavam essa distância que a puxou para trás da realidade.

Oh inferno, ela nunca desejou um homem tão ansiosamente.

— Você não vai fazer isso. — Não havia raiva em sua voz.

O que também era estranho. Até mesmo seus colegas da casa sabiam que Liza ficava irritada quando se deixava perder, como dizia Claire.

E o que era isso, ele não ia deixá-la se distanciar?

Ela olhou para a casa, o gramado verde muito bonito, bem regado, os botões que floresceram em abandono através dos pequenos canteiros e a abundancia de arbustos.

A casa térrea de adobe estilo rancho parecia brilhar, acolhedora. As janelas e cortinas abertas, o tecido diáfano, transparente nublando a vista, dando a sua casa uma aparência serena.

Ela trabalhou duro para transformar a casa de aluguel em um lar. Claro, o dono, um bom amigo de seu pai, já havia dito que a casa seria sua quando ela estivesse pronta para comprá-la.

Ela não compara, mas talvez devesse ter feito.

— Liza. — Ele a tocou.

Um simples toque, com a almofada de seus dedos calejados, acariciando seu braço.

Um tremor ondulado sobre sua carne, ela lutou duramente pra controlar-se, tremia por dentro, ocultando suas emoções.

— Eu não quero falar. — Manter o escudo ao redor de sua alma sensível não era fácil. — Eu só preciso pensar um pouco.

— Você não está pensando, você está se escondendo. —Ele acusou-a novamente. — Você está se escondendo tão bem que nem mesmo com meus sentidos de animal, consigo encontrá-la.

Como se isso fosse uma coisa ruim. Ela estava agradecida por isso.

O tom áspero de sua voz, ligeiramente exigente e dominante, tinha o poder de deixá-la nervosa, apesar de assegurar-lhe de que ele pretendia arrastá-la de volta de onde quer que ela tivesse ido se esconder.

— Vou entrar. — Sentiu-se com cem anos quando segurou a maçaneta da porta e virou-se para soltá-la.

— Não. — Facilmente ele a parou enquanto seus dedos se enroscavam em torno do seu braço. — Vamos fazer um passeio agora.

— Onde? — Realmente, não importava onde. Não importava se ela fosse para dentro. Não importava se ela não fosse.

— Onde você e Claire sofreram um acidente, quando você tinha quinze anos.

Pânico roubou seu fôlego enquanto isso batia em seu estômago como um soco de horror. Não, ela não podia voltar lá. Ela nunca voltara para o lugar onde o acidente ocorreu e ela não o faria agora.

—Não. — Sacudiu o aperto e ela estava solta, fora da SUV e caminhando rapidamente para a casa enquanto puxava sua bolsa do ombro, abria-a, e tirava a chave da casa do seu interior.

Ela nunca teve a chance de usá-la.

A porta da frente se abriu e um maldito Casta Coiote fumante de charutos, com um sorriso presunçoso e olhos cinzentos inclinou-se contra a moldura da porta com uma confiança arrogante.

— Olá, crianças. — Ele sorriu com o charuto preso entre os dentes, antes de agarrá-lo em seus dedos e tirá-lo de seus lábios.

— O que ele está fazendo na minha casa? — Virando-se para Stygian, Liza se viu de volta à realidade com uma rapidez que deixou sua respiração ofegante.

A distância se foi. A incapacidade de sentir o pânico, o medo, mas especialmente a fome primordial e a necessidade desesperada de algo que ela não tinha ideia de como descrever, desabou dentro dela quando o abrupto aparecimento do Coiote enviou uma descarga de adrenalina através dela.

Dog se endireitou na moldura da porta, sua expressão transformando-se da arrogância presunçosa para somente negócios.

— Ele está apenas ajudando seus homens a completar o sistema de segurança que o Escritório ordenou para o apoio na vigilância da casa. — Ele disse-lhes. — Peço desculpas pela inconveniência, senhora.

— Não me chame de senhora e, por favor, saia da minha frente. — Esbarrando nele ao passar, Liza entrou na sala para encontrar Chelsea, uma mala ao lado dela enquanto ela olhava ao redor da casa com o cenho franzida.

— Você esta indo embora? — Liza chegou a parar, suas emoções já um caos com as muitas sensações e suspeitas, repletas de confusão.

— Eu acho que você sabe que não podemos ficar aqui, Liza. — Chelsea suspirou, seus olhos castanhos sombrios. — Malachi e Isabelle ofereceram o seu quarto extra até que isso acabe. — Seus lábios inclinados no canto. — Além disso, existem algumas Castas relaxando por aqui. — Seus olhos deslizaram para o Casta esticado para trás na parte inferior da escada, apoiado em seus cotovelos a observá-los com silêncio zombeteiro.

Loki. Fingiu e brincava com encanto e sensual abandono, mas havia algo atormentando e raiva dentro dele.

Ela quase não reteve o grito agonizante preso na garganta quando o medo bateu dentro dela. Como ela sabia que? Como ela podia sentir essas emoções agitando dentro do Casta? E por que ela sentiu as mentiras de seu pai e os seus enganos no escritório? Sentiu-os com tanta força que era como olhar dentro dele e ver o seu ódio por Stygian e seus medos para com ela.

— Eu entendo. — Obrigando-se a acenar com a cabeça como se entendesse, mas Liza admitia malditamente não coisa nenhuma. — Esperamos que tudo isso acabe logo.

— Isso é o que nós esperávamos quando a equipe de Malachi apareceu. Você sabe, eu gosto de Ashley e as meninas que nos visitam, mas estes Castas do sexo masculino são um saco. — Chelsea deu de ombros quando ela olhou ao redor da sala para os Castas Coiote que trabalhavam lá. — Oh bem. Eu acho que nós temos que ver o lado bom e o ruim, certo?

— Assim nós fomos ensinados. — Liza concordou, com a dor da derrota rasgando-a.

Ela odiava isso. Odiava tudo o que estava perdendo e tudo que podia sentir ameaçando vir vivo de dentro dela. E por um momento, odiava a si mesma, pela fraqueza que poderia sentir. Medo. Pânico. Estava tudo lá.

O conhecimento de que havia algo no limite da sua mente esperando para destruí-la a atormentava.

A necessidade doendo, excitação e queima pelo toque de Stygian só parecia piorar a situação. Tudo o que começou a despertar dentro dela, começou junto com essa fome por um Casta.

— Vamos lá, Liza, nós sabíamos que isso ia acontecer quando Isabelle estava quase tomada. — Chelsea suspirou vendo a dor de Liza. — Acabamos lutando contra isso, odiando o fato de que tivemos de desistir da nossa liberdade por um tempo.

Talvez tudo o que Chelsea estivesse desistindo fosse a sua liberdade, pensou Liza. Ela, porém, sentia que perdia muito mais do que a sua liberdade.

— Talvez. — Liza deu de ombros. — Diga Isabelle e Malachi eu disse oi.

O que mais poderia dizer? Ela não poderia implorar a Chelsea para não sair quando ela sabia que nem mesmo ela poderia ficar. Não agora. Talvez nunca.

  

Avançando sobre ela, Chelsea deu-lhe um abraço apertado. — Não vai demorar muito, Liza. — Ela prometeu. — E você sabe que nós vamos invadir aquele hotel que eles te mantêm presa e vamos ter uma noite fora só de meninas.

— Eu vou esperar você para isso. — Um abraço, apertado breve e Liza soltou sua amiga antes de voltar atrás.

— Bem, vamos lá, Loki. — Chelsea deu ao Casta um daqueles olhares tipo “você-é-meu- escravo” que ele já estava tão bem familiarizado.

Loki se afastou das escadas com um sorriso preguiçoso e diversão brilhando em seus olhos escuros e cinzentos. — Por favor, não está em seu vocabulário, querida?

—Tampouco é ‘querida’. — Ela assegurou-lhe. — Então vamos começar. Isabelle me prometeu o almoço.

—Almoço soa bem. — Loki parecia um pouco mais enérgico com a menção de comida.

— Você não foi convidado. — Chelsea informou-lhe.

O Casta somente riu para isso, enquanto pegava sua mala e a seguia até a porta da frente com Dog, Mongrel e Mutt, se despediam de Stygian e também saíram.

A casa estava vazia, apenas para ela e Stygian agora.

Virando-se para ele, seu olhar pousou instantaneamente nele, os reflexos de azul no fundo negro da noite mais intensos do que antes.

— Você sempre sabe, não é? — Ela teve que forçar uma respiração, difícil e profunda diante daquela percepção. — Não importa o que eu estou sentindo. Não importa a quão excitada ou quanto irritada eu estou.

— Ou quão distante você está. — Ele inclinou a cabeça em concordância.

— Você pode sentir isso com todo mundo? — Envolveu os braços sobre os seios, ela considerou como ela se sentiria se ele pudesse sentir a excitação de cada mulher para ele.

Porque, sem dúvida, houve algumas mulheres mais do que interessadas em levá-lo para suas camas.

Seus lábios franzidos, pensativo. — Em algumas situações. — Finalmente admitiu. — Mas os nossos sentidos em relação aos nossos companheiros são incrivelmente intensificados, Liza. É assim que eu sei quando você se retirou para o ponto que você mal está no mesmo plano com o resto de nós mortais.

Ela se encolheu, afastando o olhar do seu e desviando-o quando ele aproximou-se dela.

— É como eu soube o momento em que essa distancia começou a afastar e a sua necessidade por mim, chutava em vingança. O calor de acasalamento pode aliviar quando você faz isso, mas isso também irá trazer você de volta para mim. Você pode ter encontrado uma maneira de retardá-la às vezes, de forma que ninguém mais pode, mas você pagará por isso quando retornar.

— Então você admite que ele existe? — Por que será que não ficou surpresa? Ou com raiva? — Então, vocês tem que esperar até beijar o seu companheiro antes de poder falar sobre isso?

Ele balançou a cabeça. — Não, eu tenho que esperar para ter certeza que você não irá revelar a ninguém, nem mesmo os amigos ou familiares. Porque as notícias são parcialmente verdadeiras. Calor de acasalamento tem o potencial de destruir-nos porque nós não entendemos completamente por nós mesmos. Como você pode garantir aos outros que não é algo que devemos temer, se você não consegue explicar exatamente o que é?

— Então, por que me diz agora? —

Ele olhou para ela, seu olhar sombrio, intenso. — Porque nós dois sabemos onde está indo. Você sabe o que esta chegando e você, e você ainda virá a mim. Você sabe para onde está indo. Por que lutar por mais tempo? —

— Por que eu? — Voltando-se para ele, ela fez a pergunta que atormentara desde o momento em que ela percebeu que algo não estava exatamente certo com a atração que sentia por ele. Que era mais intenso, mais primitivo.

— Se eu soubesse que eu teria o único segredo que poderia salvar as Castas da extinção se o mundo alguma vez soubesse sobre o calor do acasalamento, Liza. — Seus dedos se enroscaram em torno de seu braço quando ele puxou-a mais perto.

O calor de seu corpo encontrou o frio no dela antes de entrar nesse núcleo de lava quente fervendo de excitação crescendo dentro dela.

A dura, involuntária respiração, empurrou os seios contra seu peito, enquanto ele a trouxe ainda mais perto com uma mão em seu quadril. Quando ela se apoiou contra seu corpo, a comprimento da sua ereção marcando a parte inferior do estômago enviou uma onda de calor devorando-a furioso através dela.

— Vê? — Ele murmurou, enquanto, ele pôs os seus lábios contra sua têmpora. — É como fogo e gasolina. Um toque é tudo o que é preciso para fazer a excitação queimar mais forte, torná-lo atormentador e doloroso, até que nada ajuda, a não ser outro toque mais profundo.

Firmou seu toque, agarrando a seda de sua camisa e retirando-a da cintura de sua saia. Pressionando a mão por baixo do material, a palma da mão calejada acariciava a sua coluna, enviando um arrepio feroz em toda a sua carne como prazer queimado a partir de cada ponto de contato.

— E o calor não para? Poderia ser possível? Será que os tabloides tinham razão? Que os Castas, como alguns dos seus primos animais, acasalavam para toda a vida?

— Não para. — Sua respiração estava mais pesada agora, seu tom de voz mais áspero, rouco, com cabeça baixa, os lábios roçando seu pescoço, o calor úmido de sua língua lambendo contra sua carne.

Inclinando a cabeça para o lado, Liza quase implorou por mais. Apenas que uma negligente carícia em seu pescoço era suficiente para aumentar vertiginosamente a sensação correndo por suas terminações nervosas atingindo o ponto máximo em seu clitóris inchado e na profundidade apertada de sua boceta.

Seus quadris se moveram involuntariamente, esfregando o nó sensível de seu clitóris contra o músculo duro da coxa, enquanto seus lábios permaneceram na base do pescoço, o rosto esfregando contra a carne sensível do ombro.

Cada toque do calor úmido de sua língua em sua pele fazia com que seu corpo se apertasse mais. Prazer e uma violenta necessidade por mais começou a acumular em seu sistema.

— A noite Isabele conheceu Malachi, — ela sussurrou, arrancando as palavras dela enquanto seus dedos se moviam sem parar sobre os ombros. — Eu vi você naquele bar.

— Eu podia sentir o seu calor, — Ele rosnou e com os dentes arranhou os pontos sensíveis na curva entre o pescoço e o ombro. — Eu esperei por você, Liza. Um bom tempo, bem depois de o bar ter fechado, eu ainda esperava, certo de que você voltaria.

Liza sentiu uma onda de pesar e de fome que se rasgou por dentro dela. Levantando sua cabeça, ele encontrou seu olhar, o azul dos olhos dele como estrelas negras em um fundo de meia-noite.

— Eu não vou esperar mais. — Ele disse segurando a barra da blusa e puxou-a.

Levantando seus braços, Liza forçou-se a reprimir um gemido enquanto a intensidade erótica começava a construir o calor superaquecendo terminações nervosas que ela não conhecia ou sabia que seu corpo possuía.

A blusa escorregou para o chão, enquanto mão dele moveu-se para o pequeno botão e zíper no lado de sua saia. Em segundos, isso também escorregou para o chão, deixando-a vestida apenas com o sutiã branco, combinando com tanga de renda e meias que ela usava com sapatos pretos de saltos altos que ela vira Stygian olhar furtivamente.

— Deus tenha misericórdia. — Ele sussurrou, como se torturado. Ele tirou sua camisa, seu olhar nunca deixando a visão dela.

Quando ele puxou a camisa sobre o seu magro, musculoso estômago, as mãos de Liza foram para o cinto de sua calça jeans, tateando, tremendo enquanto soltava e empurrava o cinto para o além do passante de metal.

Sentia-se como uma colegial. Deus, como ela ansiava por este sentimento ao longo dos anos: a excitação e o medo, a antecipação e o receio pelo desconhecido.

Quando o passante de metal e o zíper cederam sob seus dedos, Liza ofegou em choque com a largura e o peso de sua ereção. Levantando o olhar para o rosto de Stygian, ela balançou a cabeça lentamente.

— Não há nenhuma maneira. — Ela teve que engolir passando a secura que atacou a sua boca, mas seus lábios ainda se contorceram em uma veia de diversão. — Meu Deus, Stygian, isso simplesmente, não vai caber. — E que não era sua virgindade falando.

— Oh, eu não acho que vamos ter um problema com o ajuste. — Ele assegurou a ela. — O problema será parar quando eu estiver dentro de você. — Sua expressão era tão apertada tão intensa que uma vez mais ela sentiu aquele soco de reação no seu estômago. Um aperto em seu ventre, o aperto de sua boceta aquecida, o pulsar de seu clitóris antes que ele a pegasse em seus braços.

— O que você está fazendo? — Surpresa, colocou os braços em volta do seu pescoço.

— Você está me matando aqui, — ele rosnou enquanto caminhava para o quarto. — Se eu não chegar ao quarto, eu vou acabar-te fodendo no chão da sala.

Oh Deus.

Ela prendeu a respiração, forçando-se para segurar seu controle.

Mas Deus, como ela o queria.

Ela podia sentir os músculos internos de sua boceta retesados, apertando, uma sensação de vazio atacando o interior de seu núcleo sensível.

Ela podia sentir seus sucos movendo-se vagarosa e cuidadosamente ao longo das paredes internas indo abaixo para os lábios inchados.

Alcançando o quarto, em vez de colocá-la na cama, ele virou-a para que ela ficasse em seus pés de frente para ele, uma mão em concha na bochecha, enquanto sua cabeça baixava aos seus lábios, beijando-a mais uma vez.

Uma mão deslizou em torno de seu quadril para a curva de seu traseiro.

Ela esfregou contra sua coxa, moendo o botão inchado de seu clitóris contra o músculo rígido.

Era tão bom. Ela queria chorar com o prazer rasgando através dela.

O sangue trovejou através de seu corpo, batendo tortuosamente em seu clitóris, seus sucos reunindo ao longo das dobras de sua boceta, sensibilizando-a ainda mais. Pequenos miados, gritinhos deixaram seus lábios, seus braços se apertaram ao redor do pescoço dele, espetando os dedos em seus cabelos.

De repente, cada toque, cada sugestão de um sabor picante que acariciou contra a língua era mais quente, a sensação amplificada e tão forte que a teria deixado de joelhos se Stygian não tivesse uma mão presa à curva de seu traseiro para ajudá-la montar sua coxa.

Ela nunca conhecera uma fome assim.

O inferno, ela nunca conhecera fome por um homem, ponto final, até agora.

E isso era muito mais do que esperava.

Movendo a mão de seu rosto, ele alisou ao longo do seu pescoço, ombro, entre os seios.

Seu sutiã solto, as delicadas rendas separando os bojos antes que ele empurrasse em volta do peito inchado. Ele colocou sua mão ao redor da curva por baixo e levantou os lábios dos dela.

Lançando a cabeça para trás, ela forçou seus cílios abertos, olhando para ele com atordoado prazer enquanto o polegar dele roçava sobre um mamilo e seus lábios se moviam cada vez mais perto do pico rígido.

— Stygian. — O choro de seu nome o fez parar.

Foi apenas uma pausa. Durou somente o tempo suficiente para encontrar-se deitada de costas sobre a cama, olhando para ele com surpresa.

Em um segundo ele tirou seu jeans e deitou-se sobre ela. Apoiando-se com uma mão, ele enganchou os dedos da outra na banda de sua calcinha. Com um empurrão rápido, ele arrancou a delicadas rendas de seus quadris.

Seu suspiro de choque foi seguido de um grito violento quando no momento seguinte Stygian expandiu suas coxas e a sua língua varreu através das dobras inchadas de sua boceta, deslizando ao redor do seu torturado e dolorido clitóris.

As suas mãos foram para a cabeça dele, deslizando através de seu cabelo antes de puxar um punhado de fios com um aperto desesperado. Seus lábios cobriram seu clitóris, ele sugou o calor para dentro de sua boca e pôs a língua nele como uma chicotada ímpia.

— O que você está fazendo comigo? — O grito abafado encheu-se de uma necessidade angustiante de a liberação. Os quadris de Liza levantaram e rangeram contra os lábios dele, enquanto o orgasmo permanecia fora do alcance.

Cada toque de ardente de sua língua contra o feixe de nervos supersensíveis a deixava gritando sem fôlego, seus quadris balançando, dirigindo a carne superaquecida dura contra os seus lábios, enquanto ela implorava para a liberação.

Lambendo, acariciando, seus dedos acariciando a partir da parte de dentro de suas coxas para a entrada apertada de sua boceta, Stygian não deu trégua. Fome primitiva e dominação masculina preenchiam cada toque, cada grunhido primitivo que retumbava em seu peito.

Acariciando sobre a abertura estreita para a vagina, os dedos paralisaram, apertado, trabalhando com dois dedos calejados a carne vibrante além do tecido interior.

— Por favor. — Ela apertou os dedos em seus cabelos e levantou seus quadris quando um grito abafado de fúria despertou e deixou seus lábios, quando as mãos presas em suas coxas, mantendo-as abertas, segurando-a, ainda. —Maldito seja, Stygian, porra. Foda me. Oh Deus, por favor, me faça gozar, Stygian.

Ela não estava certa se deveria sentir medo do que deixou livre naquele momento, ou se ela deveria deleitar-se com a fome primitiva do animal que tomou conta dela.

Seus lábios dele estavam puxados para trás, aqueles os incisivos perversos estavam brilhando na demanda. Seus olhos uma vez negros com pontos azuis, eram agora de um surpreendente azul safira que brilhavam com uma fome violenta.

Mãos duras a pegaram sob os joelhos, dobrando-os, empurrando-os para trás enquanto ele se ajoelhava diante dela.

Ela levantou os quadris e olhou para a largura da escura e pesada ereção aconchegada entre as dobras de sua vagina. Lentamente, levantou o olhar para o seu e, ela jurou, em seu rosto, que podia ver uma sugestão da parte Lobo de onde sua genética fora tirada.

Companheira. Seu olhar estreitado quando um rosnado levantou os lábios.

Ao mesmo tempo, os olhos dela se arregalaram com o pulso de seu pênis contra a entrada de sua boceta, a sensação de um fluido aquecido esguichando contra o tecido apertado, lá dentro, trazendo um suspiro chocado de seus lábios.

— Stygian? — Ela tremia sob ele as mãos apertando a seus antebraços poderosos quando um formigamento elétrico começou a emanar através do interior de sua carne.

— Está tudo bem, baby. — O som de sua voz era um ruído áspero sensual.

Depois, ele seguiu em frente.

O estiramento queimava eroticamente, tanto que ela teve que prender a respiração, porque o prazer era incrível. Sensual.

Quando o prazer começou a dar lugar a uma pitada de desconforto, Stygian parou novamente. A extensão da cabeça mal havia estava dentro dela, pulsando aquecida.

O tecido interior flutuava em torno da carne dura de ferro que ela lutava para aceitar, para ajustar-se à invasão.

Um pulsar forte da cabeça precedeu outro jato do fluido de seda, como se ele já estivesse encontrando a sua libertação, porém ela sabia que isso não era possível. Seu corpo estava rígido e tenso sobre o dela, seu o pau duro como ferro e latejante. E o que quer que tenha sido liberado, como o anterior, parecia afundar nos músculos internos de sua boceta, aliviando-a, aquecendo-a.

Oh Deus. O involuntário aperto de sua vagina em torno da cabeça de seu pênis foi seguido pela sensação incrível que disparou como seta em linha reta a seu clitóris.

Tremendo, ela olhou para ele, ofegante, lutando para respirar enquanto outro jato a enchia novamente e a cabeça de seu pênis entrava mais profundo nela.

O calor começou a florescer através de seu corpo. O alongamento de sua carne interior, o prazer/dor lento de cada polegada ousada do seu pênis enchendo-a, fez seu corpo zumbir com o êxtase se aproximando de tal forma que ela estava gritando com sua intensidade.

Então ele parou.

Os olhos dela amplamente abertos.

— Por que você não me contou? — ele rosnou.

— Achei que você saberia. — Ela respirou asperamente. "Deus, você sabe sempre tudo, certo?

Seu pau estava quase enterrado além da cabeça latejante e, que diabos ele queria? Que ela se desculpasse por ser virgem?

— Você é virgem. — Soou como uma acusação.

Liza piscou para ele, meio tentada a rir.

— O que você quer desculpas? — Ela gemeu. — Eu disse a você que você era muito grande.

—Não é muito grande. — Ele rangeu para fora, apenas quando mais um jato pesado surgiu a partir de seu pau ainda sensibilizando as profundezas suaves de sua boceta. — Droga, Liza, você não estava pronta para isso.

Seus olhos se estreitaram nele. — Ainda não estou pronta? Você tem a metade do seu pau dentro de mim, e você acha que eu não estou pronta?

— Você é virgem, porra.

— Eu prometo que não é contagioso! — Seus joelhos levantados, agarrados aos quadris dele. — Pare de arranjar desculpas, Stygian. Agora termine isso ou eu juro que eu estou indo. —

Ele avançou.

Stygian sentia cada pulso do fluido pré-semen quando ele jorrou fortemente a partir da cabeça de seu pênis. A sensação era de êxtase, um prazer que nunca experimentara e que ele sabia que nunca experimentaria com outra mulher.

Ele sabia que ela era inexperiente, mas Deus o ajudasse, não esperava que ela fosse virgem.

Ele sentiu o rasgar de sua inocência, sentiu o indefeso orgulho masculino crescendo dentro dele, e teve um momento para sentir um lampejo de divertimento para ele. Esta era sua companheira. Sua mulher. Ela estava embaixo dele, o aperto de sua boceta espremendo a tal ponto que ele jurou que não conseguiria conter a sua liberação um segundo mais longo. E ela esperou por ele.

Tecido sensível ondulado ao longo da cabeça do seu pau, acariciava o eixo então apertando novamente. Suas pernas enroladas em torno de seus quadris, suas unhas curtas pequenas perfurava suas costas.

E ela estava matando-o.

— Stygian. — Ela chorou como se ele fosse a única âncora em seu mundo.

E ela era sua âncora.

Ela era mais que sua companheira.

 

No momento em que percebeu quem ela era, o que significava para ele, ela começou a roubar seu coração.

Essa mulher perfeita, era mais do que ele sequer imaginou que pudesse merecer.

—Oh Deus. Oh Deus, sim. — Liza sentiu chamas lambendo o corpo dela.

A roçar de seu peito contra seus mamilos enquanto ele se abaixava contra ela, a sensação de sua ereção batendo dentro dela, criando um atrito interminável, que enviava faíscas através de cada ponto erógeno do corpo dela, a estava destruindo.

Movendo-se contra ele, levantando seus quadris, para moer-se, sentindo cada centímetro do pênis, pesado grosso penetrá-la, era como agonia e êxtase.

Cada estocada dentro dela parecia apertá-la ainda mais. Sua boceta ondulava em firmes pulsos sobre seu pau, seu clitóris tornava-se mais inchado, mais sensível com cada golpe de sua pélvis contra ele.

Cada jato de líquido quente que sentia parecia sensibilizá-la ainda mais

Sensação era como um caleidoscópio de cores brilhando através de seus sentidos até que o mundo parecia romper em torno dela.

Êxtase derramado por ela em um orgasmo, ela sabia que morreria se não tivesse novamente. O orgasmo explodiu com uma força que roubou seu fôlego, ergueu-a contra ele e soltou um grito de lamento derramando de seus lábios.

Ele cravou os dentes em seu o ombro onde este se encontrava com o pescoço, a sensação dos incisivos afiados perfurando sua pele, mal se percebia, como seus próprios dentes no músculo rígido do seu peito.

Ele a montou duro, batendo dentro dela, levando-a ainda mais alto mesmo quando ela se abalou e tremeu por sua libertação. Só para descobrir que o êxtase pode vir novamente.

Rapidamente.

Com um último impulso poderoso dentro dela, sentiu a primeira explosão de sua liberação jorrando dentro dela. Com esse primeiro jorro ardente, veio uma sensação de que ela não poderia nomear, embora soubesse o que era.

Seu pênis começou a enchê-la ainda mais. A partir da metade para cima, o já demasiado espesso eixo, parecia estar ainda mais inchado, estirando-a, revelando terminações nervosas que ela não esperava, o pulsar do nó endurecido contra o tecido supersensível mandou-a ainda mais longe, jogando-a duramente em um turbilhão de sensações que limpou toda a realidade de seus sentidos.

Ela era pura sensação, puro prazer. Um segundo orgasmo rasgou através dela, detonando com uma força que a teria deixado gritando se ela tivesse fôlego para fazê-lo.

Tudo o que ela podia fazer era segurar. Sua mordida apertada contra o peito, as unhas cavando em seus braços, seu corpo tremia, estremecendo com tal força que as lágrimas começaram a correr de seus olhos.

No meio dela, empurrando-os através de um paraíso de êxtase, ela jurou que se sentiu olhando para baixo, tão profundamente dentro de si mesma que ela ficou chocada. Chocada ao ver o núcleo de seu espírito de mulher queimando para fora, abertura e aceitação.

E assegurando-lhe que ela pertencia a ele.

Pertencia a ele com tal singularidade terrível que ela se perguntou se iria se recuperar.

Pertencia a ele como se ela nunca tivesse pertencido a si mesma.

À medida que a violência de sua libertação começou a diminuir, os tremores se transformando em ondas de sensação, ela perdeu a força para mordê-lo. Liberando-o, ela caiu de volta para o travesseiro, as mãos deslizando de seus braços enquanto ela desabava, exausta, mental e emocionalmente completa de uma maneira que nunca sonhou ser possível.

— Minha. — Ele rosnou em seu ouvido novamente.

E isso era tudo o que poderia fazer para impedir-se de concordar com ele.

A única coisa que a parou foi o repentino pavor que, neste momento, ela não era nem mesmo ela.

O temor de que após este momento, ela simplesmente viveria para isso. Para o seu toque. Seu beijo. Para sua posse.

Para a certeza de que este homem, que neste momento no tempo, a modificara de maneiras que ela jamais seria livre.

 

Stygian ficou em silencio enquanto ele se levantou da cama e foi para o banheiro pega uma toalha molhada com água morna, antes de voltar para limpar a prova de sua liberação do corpo de Liza.

Ela estava exausta, quase dormindo e, apenas um murmurar de protesto deixou seus lábios, enquanto ele separava suas coxas e limpava a essência lisa misturada com seu sangue de virgem das pregas suaves de seu sexo e suas coxas.

Sua companheira virgem. Ela o tinha encontrado com uma fome e uma necessidade que ele nunca poderia esperar de tal inocência. Ela o havia levado seguro em um aperto que ainda ondulava seu pênis e apertaram o nó de acasalamento como se ela tivesse sido feita para ele e só para ele.

Agora, como ela estava mais dormindo do que acordada, ele podia sentir algo mais, também. À parte dela que se escondia tão profundo, recusando-se a sair totalmente, mas despertando.

O animal dentro dele andava inquieto agora, uma ponta de desconfiança crescendo dentro dele.

Não, ela tinha estado lá o tempo todo, ele percebeu. Apenas esperando este momento, para provar que alguém em algum lugar havia enganado, não apenas os Castas, mas também Liza.

Finalizando, ele voltou para o banheiro, começou a limpar-se, em seguida, voltou para cama e sua companheira, onde parecia que ela tinha lutado para fazer o seu caminho sob a colcha pesada.

Seus lábios se curvaram em um sorriso divertido. Ela conseguiu puxar o cobertor sobre os ombros, mas nada mais.

—Vamos, docinho. — Levantando-a em seus braços, ele puxou o cobertor, a colcha e o lençol de cima da cama antes de colocá-la no meio do colchão.

Movendo-se ao seu lado, sentiu o peito apertar quando ela enrolou-se em uma pequena bola e sua súbita sensação de incerteza chegou a ele.

Ele colocou a sua bochecha na dela antes de puxá-la de encontro a ele.

—Você acha que eu vou deixar você dormir em isolamento agora? — Ele perguntou enquanto ela estava rigidamente ao lado dele. — Vamos, Liza, eu sei que você precisa de calor. Venha a mim e eu vou te aquecer.

Ela virou-se lentamente. — Então, ou eu durmo encostada em você ou eu posso ficar com frio? — Uma insinuação de olhos cinza apareceu por entre os cílios estreitos.

—Você prefere as colchas? — Ele perguntou, enquanto, passava a mão carinhosamente ao longo de sua coluna vertebral. — Vou mantê-la muito mais quente.

—Eu tenho um coberto elétrico, Stygian. — Ela lhe disse, mas não se afastou dele.

—Você não vai precisar dele. — Ele prometeu, saboreando a sensação de sua pele de seda contra a palma de sua mão.

Ao mesmo tempo, ele sentiu a mão dela, tão suave, que foi surpreendido com o calor vivo de uma carícia fugaz contra seu peito antes que a mão se acalmasse.

—Eu machuquei você? — Ela perguntou, então, olhando com a ponta dos dedos sobre a mordida viciosa que ela deu em seu peito.

Não, mas ainda estava pulsando. A mordida foi profunda, mas não havia sangue, sem dor no músculo, como se o calor de acasalamento tivesse sido transferido para sua saliva que foi dada a ferida para garantir que não causasse dor verdadeira, só de leve, mas estava lá.

O sentimento desta sensação era uma que ele não queria mudar.

—Teria que ser uma mordida muito mais dura para me fazer reclamar, — ele garantiu a ela quando acariciou sua bochecha contra sua testa. — É a sensação que vai me lembrar do prazer que lhe dei.

Então, ela ficou em silencio, mas ele podia sentir seu pensamento, sentir a carranca enrugando sua testa antes que ela virasse a cabeça para trás mais uma vez a olhar para ele na penumbra.

Não estava escuro ainda, mas estava quase. As pesadas cortinas foram puxadas sobre as janelas e o recurso de escurecimento recém-instalado nas janelas de segurança havia sido ativado.

—Inglês não é sua primeira língua, não é? — Ela o surpreendeu com a pergunta.

—Eu não tenho nenhuma primeira língua, na verdade. — Ele disse a ela. — Meu treinamento envolveu três línguas de estudos: Inglês, Espanhol e Russo, que começou no meu nascimento e continuou com a minha formação.

—Por que russo? — A curiosidade em seu tom de voz era um grito longe da bisbilhotice, mas o interrogava sempre que tinha uma chance.

—Eles acreditavam que seria o mais fácil para eu aprender como meu DNA paterno e animal veio da Rússia.

—Sério? — Interesse sonolento encheu sua voz. — De onde foi que sua genética paterna realmente veio?

Stygian sorriu. — Atila o Huno. Direto da fonte. Quando seu local de sepultamento foi encontrado, eles recuperaram DNA suficiente para realmente controlar seus descendentes. Eles usaram seu DNA para criar minha genética.

—Atila o Huno? — Surpresa encheu sua voz agora. — Droga. Eu acho que estou impressionada, agora. — Ela estava realmente rindo para ele e ele não pôde deixar de sorrir.

—E sua genética materna? — Ela perguntou depois da brincadeira em tom sugestivo. — Este tem que ser bom.

Sem dúvida, ela já sabia ou havia pelo menos lido a história parcial, que poderia ter sido alcançada em alguns registros que tinham sido recuperados.

Movendo os travesseiros mais confortavelmente atrás dele, ele levantou-a contra seu peito até que ela sentou-se confortavelmente contra ele o lençol e a colcha puxados para os seios agora.

—Seu nome era Nera. — Ele respondeu. — O Conselho de Genética a escolheu por seus laços com uma das maiores sacerdotisas de vodu que havia nascido no Caribe e corriam rumores de que teria sido muito poderosa. Eles a mantiveram por vinte anos, mas só conseguiram engravidá-la duas vezes. Exatamente depois que sua filha nasceu, ela desapareceu de sua cela e nunca mais foi vista.

—Ela escapou, então? — Surpresa coloriu sua voz.

Stygian olhou para seus lábios levantando em um leve sorriso. — Quem sabe. Um minuto ela estava aparecendo em seus monitores e no minuto seguinte ela estava longe de ser encontrada em sua chamada. Sua filha bebê de apenas seis semanas de idade desapareceu também. Eles passaram anos procurando por elas na mesma área onde ela havia sido raptada originalmente, por cada soldado e Casta enviado após seu desaparecimento.

Droga estava orgulhoso dela. Ela conseguiu escapar fazendo um danado de bom trabalho.

—De onde ela foi raptada?

—Ela nasceu no Haiti, mas foi criada na floresta tropical da Jamaica. Ela tinha dezessete anos quando foi sequestrada por causa de rumores sobre seus laços genéticos tanto com um antigo sacerdote, como uma sacerdotisa da religião . Mas os rumores nos laboratórios dizem que ela era tão poderosa por si mesma que ela quase saiu dos laboratórios comigo quando eu era um bebê. Depois que ela foi isolada com contato limitado enquanto eles continuavam a tentar engravidá-la. Levou vinte anos antes de ela conceber novamente. Cada vez que ela estava impregnada de um embrião que não era de seus óvulos seu corpo imediatamente rejeitava. Finalmente conseguiram, mas seis semanas depois, simplesmente, desapareceu.

—Alguma vez você procurou por ela? — Liza perguntou, agora, com um toque de melancolia desesperada em sua voz.

—Uma vez. — Ele admitiu. — Passei quase dois meses em uma selva tão escura que eu juro jamais ter entrado em uma igual. Uma noite eu acordei para encontrar-me rodeado por seis dos maiores guerreiros da selva me olhando. O maior se moveu para o fogo que eu tinha feito antes de dormir, se sentou e começou a explicar a ameaça que eu representava para Nera e sua filha. E apesar de seu carinho por mim e sua preocupação, ela não podia permitir que me aventurasse mais longe. Em seguida, quatro soldados Coiotes mortos foram atirados para o campo da escuridão. Suas gargantas eram fenda eu nem sabia que estavam me seguindo. Eu fui embora ao amanhecer e a deixei em paz.

—Como é triste. — Ela se encheu de tristeza por ele e Stygian percebeu que ele nunca havia sentido simpatia ou compreensão por sua perda de qualquer outra pessoa em sua vida.

—Não tão triste. — Ele disse a ela e percebendo isso ele mesmo. — Eu encontrei a minha própria paz. Ela e minha irmã estão vivas e protegidas. Isso era o que importava para mim.

—Você não sentiu que sua filha era mais importante do que o seu filho? — Ela levantou contra ele, a indignação de repente saindo para tocá-lo de maneiras que ele não tinha ideia de como expressar.

—Eu era um homem crescido. — Ele ressaltou. — Eu tinha vinte anos quando ela e minha irmã deixaram os laboratórios. A criança mal teria 10, por então. Sua segurança era mais importante.

—Ter que optar por deixar uma criança ir deve ter sido doloroso. — Não havia a menor margem de uma emoção em sua voz que ele não conseguisse entender.

—Eu era um homem crescido. — Ele repetiu. — Eu entendi a sua escolha.

—E ela nunca entrou em contato com você depois disso?

Ele deixou o olhar vagar sobre ela, tomando no balanço do cabelo que mal cobria seus seios, o cabelo loiro escuro longo que caia em torno de seu rosto e ombros, alguns fios pesados caindo sobre os seios, antes de responder com um pequeno sorriso. — Não. E eu não esperava que ela fizesse.

Ele podia sentir a sua tristeza alcançando-o. Não foi pena, algo que ele não teria tolerado, ao contrário, era uma tristeza sincera de que essa escolha tinha sido exigida.

—Eu assisti todos os documentários sobre as Castas. — Disse ela suavemente. — Os cientistas e soldados eram monstros em seu tratamento. Para tirar algo tão essencial como pais e familiares e cometer um crime querendo ou precisando que eles fossem desumanos.

—Esse era o ponto. — Ele lembrou. — Fomos levados a acreditar que não éramos humanos, Liza. Que as emoções de amor, da família eram todas as coisas que não tínhamos capacidade de sentir e muito menos para sofrer ou sentir falta. Como se pudessem nos forçar a sermos tão frios e insensíveis como os robôs que eles queriam que fôssemos.

Ele não iria enfurecer-se.

Ao mesmo tempo, falar daqueles anos obscuros e aterrorizantes teria levado rapidamente a um caminho de raiva que conduziria inevitavelmente a fúria.

Permitir que tais emoções aflorassem agora, significaria liberar o abraço que ele tinha sobre o calor suave que enchia seus braços. No momento, simplesmente, não valia a pena. Foi há muito tempo e se os Castas fossem diligentes, se Stygian fosse extremamente cuidadoso, então, esses seriam dias que ele nunca seria forçado a repetir.

—Lembro-me de ver o elenco de vídeo quando Callan Lyons revelou a existência das Castas. — Liza disse então. — Era como se o mundo estivesse segurando a respiração, certos de que devia ser alguma farsa horrível. Que não havia maneira de os seres humanos poderem ser tão desumano. Que tais monstros poderiam existir. Só para descobrir que era muito pior do que tinham imaginado.

—Pior, sim. — Ele concordou, deixando seus dedos enroscados no comprimento de seu cabelo pesado. — Mas a liberdade era muito mais doce, as realizações dos presentes que foram dados, na verdade, tornaram-se mais valiosos. Eu não trocaria quem e o que eu sou, porque ao fazê-lo eu teria perdido esta noite e eu teria perdido te amar.

Ela se retraiu.

Stygian sentiu como uma sensação de choque.

Sua reação foi tão rápida, tão instantânea que ele quase perdeu esse ponto crítico em puxá-la de volta.

Um rosnado puxou seus lábios, enquanto sua mão envolvia o pescoço dela, puxou-a para si com tanta rapidez que teve essa tentativa interna de desaparecer emocionalmente dele pausada.

—Você não vai. — Ele rosnou, seus lábios quase tocando os dela, segurando seu olhar, choque enchendo-a, enquanto seus lábios se separaram em um suspiro. — Você não vai fugir de mim desse jeito, Liza. Nunca mais. Você me entende?

—Não. — Seus dedos se enroscaram em seu peito como se ela pudesse forçá-lo a libertá-la com uma resistência tão insignificante. — Deixe-me ir.

—Pequena covarde. — Ele pôs pra fora, sentindo o ataque de sua raiva que começou a queimar dentro de sua mente. — Você corre e se esconde, como uma criança com medo da responsabilidade de ser um adulto. Eu acasalei com uma mulher ou uma criança no corpo de uma mulher?

—Você nem sequer me avisou do que estava por vir. — Ela o acusou de repente. — Eu não aceitei isso.

—O inferno que você não aceitou. — Seu riso era áspero amargo. — Você sabia, Liza. Negue tudo que você desejar. Você assistiu Isabelle e Malachi por semanas, você sabia que havia mais do que apenas o amor que você pode ver nas expressões de um para o outro. Uma emoção tão profundamente feroz é mais do que os seres humanos experimentam sem algo paranormal abastecendo. Admita: Você sabia. E eu lhe disse antes que eu a trouxesse a esta cama que você é minha companheira. Que o calor do acasalamento nos vinculou.

Ela tentou sacudir a cabeça para empurrar as garras de seus dedos da parte de trás de seu pescoço.

—Minta na minha cara. — Ele rosnou. — Vá em frente, companheira. Diga as malditas palavras, eu te desafio.

—Pare de me pressionar. — O grito foi arrancado de seu coração. — Você não me disse que me amava.

Stygian sentiu a dor, sentiu algo a rasgando, algum conhecimento crescendo dentro dela aterrorizando-a. Isto o aterrorizava. Deus lá em cima sabia o que ele suspeitava que fosse. Esse medo foi mais do que simplesmente o medo de uma mulher do desconhecido, de um coração partido ou de um homem cujo domínio era diferente de qualquer um que ela tinha conhecido antes.

Não, esse medo era pura autodefesa.

—Eu não vou deixar você ir. — Beliscando em seus lábios, ele levantou-a para ele, uma mão empurrando o lençol de seu corpo, deixando-a deitada no peito dele, nua e quente e cheia de emoção, tanta emoção que jurou que seu coração poderia quebrar com dor dela. — Você sabia aonde isso ia. Você acha que a natureza e Deus teriam nos obrigado a ficar tão bem juntos, sem o amor estar no cerne desses títulos?

—Pare com isso, Stygian. — Ela tentou exigir, mas ele tinha ouvido o suficiente.

Baixando a cabeça, ele pegou seus lábios em um beijo que ele temia que fosse roubar sua alma de seu corpo.

As glândulas sob a língua estavam pulsando com uma infusão súbita de hormônio. O sabor picante que encheu a boca era mais rico mais aquecido do que antes do reforço do hormônio em resposta a sua negação dele, sua negação do acasalamento que já havia sido estabelecido.

A genética animal que ele levava nunca permitiria que ele fosse embora, nem iria permitir que ela se retirasse.

Sua língua passou por seus lábios, acariciou contra a dela e deu-lhe o gosto de pura luxúria. Uma ambrosia criada para vincular o coração perfeito para sua alma de Casta.

E ela era o seu coração perfeito. Sua companheira.

Segurando-a para ele com uma das mãos em volta de seu pescoço, sua mão livre acariciou a curva dos seios, as costas da mão acariciou o montículo inchado quando de repente ela gemeu, abriu os dedos contra o peito e deixou as unhas pequenas beliscar sua carne.

Quando sua língua se retirou, a dela entrou. Ela lambeu sobre a dele, o atraiu de volta para o calor de sua boca, em seguida, atraiu um gemido selvagem saindo de seu peito quando ela agarrou-o com os lábios e sugou aquele sabor com delicada ganância.

Seu pênis empurrou por atenção, grosso e duro, furioso. A sensação da boca dela sobre a sua língua aumentou a fome que crescia dentro dele.

Ele queria seus lábios ao redor de seu pênis. Ele queria que ela o sugasse para o calor úmido de sua boca, acariciando-o, sensualmente, com sua língua.

Puxando para trás de seu beijo, Stygian tinha a intenção de silenciosamente levá-la para a dureza de carne furiosamente palpitante entre suas coxas. Inferno, ele teria implorado pelo toque dela. Em vez disso, ele a olhou em estado de choque quando os lábios dela foram para seu peito, sua língua lambendo sobre ele, passando pelos discos duros de seus mamilos antes de mover para baixo.

Mãos de seda acariciaram, unhas curtas rasparam em sua carne dura, se movendo para baixo dos músculos apertados de seu abdômen ao comprimento dolorosamente duro de seu pau.

—Companheira, — ele rosnou, envolvendo os dedos de uma mão em torno da base da ereção pesada para segurar a ejaculação do fluido pré-seminal que explodiria em sua boca com a menor provocação. — Sua boca, tão doce e quente.

Ele assistiu, fascinado, enquanto seus lábios se moviam sobre seu estomago inferior, sua língua mergulhando no recuo de seu umbigo antes de passar na cabeça grossa de seu pênis, enquanto ele soltava uma respiração baixa.

Afundando os dedos em seus cabelos, seus cílios abaixaram e, viu sua língua rosa, aquecida, começando a cair sobre a crista ingurgitada de seu pau.

Levantou os cílios, olhando para ele, o rosto corado, os lábios entreabertos quando ela começou a saborear, lamber e provar de sua ereção.

—Esse é o meu doce amor, — ele rosnou, apertando os dedos em seu cabelo enquanto seus lábios se separaram ainda mais, em seguida, com um grunhido, seus quadris se levantaram com um puxão com a boca de repente cercando a ponta, queimando.

E ela sugando para baixo da crista ingurgitada, até que sua boca estava cheia com a cabeça latejando.

Sua língua amarrada, acariciando a carne ultrassensível e outro grunhido primitivo passou rasgando sua garganta. Sentiu sua mandíbula bloqueada pela tensão, as glândulas sob a língua latejante, tão cheia do hormônio de acasalamento que estava próximo da agonia.

Seu pênis pulsava, o eixo ameaçando um surto de líquido pré-seminal, quebrando seu controle. O calor de sua boca aquecida foi o gatilho, como o calor escorregadio de sua boceta teria sido.

Com cada pincelada de sua boca que ele podia sentir, o cheiro da excitação dela aumentava. Era como se a sua recusa em permitir a retirada emocional dela, tivesse a jogado mais profundo, mais duro em sua própria fome.

Era isso o que ela lutou para rejeitar?

A fome física era mais do que a necessidade de sexo em um acasalamento. Era um vínculo. Não havia como uma companheira de Casta se esconder, nenhum prazer ou orgasmo fingidos. Havia um prazer que afundava direto em sua alma e as emoções construídas eram muitas vezes as mais temidas.

Sua boca trabalhou sobre a cabeça de seu pau, sugando, lambendo-o, gemendo quando um jato pequeno de pré-sémen escapou de seu controle. O gosto dele contra sua língua fez o que ela tinha ouvido, como o boato tinha sugerido. O hormônio que estava no fluido foi mais potente, mais rico, mais quente do que qualquer um que a língua dele poderia possuir. Ele era um afrodisíaco potente.

Sensualidade parecia estender-se por seu corpo, transformando-a em uma mulher sedutora, cintilante de fogo. Seu olhar se tornou mais lânguido, prazer impregnando sua expressão, e enquanto ele a olhava, ele jurou que sentiu a mulher que escondia dentro dela começar a surgir.

Fome e calor, emoção e necessidade. Eles começaram a se chocar e se aglutinar em seu interior. Suas mãos acariciaram das coxas para os quadris e costas. Ela chupou o pau dele como se fosse seu doce preferido, aquele que ela temia que lhe fosse negado no futuro.

E ele estava se preparando para negar os dois porque não atreveria a se permitir derramar em sua boca. Ele tinha que estar dentro dela, enchendo-a.

—Não mais. — Ele estava a segundos de encher a sua boca, um lançamento que faria pouco para aliviar a fúria do início da fome que começava a arder por ela depois da liberação de um pouco de pré-sémen.

—Não. — É claro que ela teria que protestar quando ele a puxou.

Movendo-se para colocar ela de volta, surpresa o encheu quando ela montou em seus quadris, uma mão pequena ao redor de seu pênis.

—Deixe-me ter você agora. — Ela gemeu. — Deixe-me levá-lo, Stygian.

O calor úmido de seu sexo acariciando a ponta do seu pênis, queimando-o com o fogo puro e doce da fome dela.

Quando ela colocou a cabeça inchada na entrada, Stygian sentiu a primeira explosão facilitando, característica do líquido jorrando dentro dela.

Sem ele, a largura e espessura de seu pênis teria apenas machucado, o nó que se estenderia dentro dela, trancando-se a ela quando seu sêmen jorrasse para as profundezas quentes de seu ventre, teria sido a dor em vez de prazer.

Sentiu-se cheia, a cabeça inclinada para trás, seus olhos cinza escureceram e quando os fios pesados de seu cabelo acariciaram suas coxas sensíveis, ela abaixou e com uma mudança de seus quadris, tomou a cabeça de seu pau dentro dela.

Era como ver o animal vivo dentro dele, Liza pensou vagamente, enquanto observava Stygian incendiar o olhar, o preto recuando sob o brilhante azul safira.

Com a crista grossa latejando dentro dela, outra ejaculação aquecida jorrou de seu pênis, enchendo-a, aliviando a tensão em sua boceta ao mesmo tempo em que ampliava o prazer.

Arrepios de deliciosa sensação explodiram em sua vagina. Terminações nervosas tornaram-se mais sensíveis, mais exigentes. Cada trecho incrível do tecido ultrassensível revelou terminações nervosas que pulsavam em maior necessidade e enviou chamas elétricas enquanto tal sensação exuberante corria através dela, isto a obrigou a levantar a cabeça, a inclinar-se em seu peito largo como apoio, uma vez que venceu a última barreira de seu controle.

Ela não queria controlar nada.

Ela não queria mais lutar.

Ela havia passado tantos anos lutando com alguma fome sem nome, alguma necessidade, que ela foi encontrar a resposta aqui, em seus braços, ao encontrá-lo, ela não precisava mais lutar contra isso.

Mudando seus quadris, levantando e abaixando-se de novo, Liza não conseguia segurar o choramingo, gemidos de prazer caiam de seus lábios. Com cada curso descendente de sua apertada vagina, ao longo do comprimento de seu pênis, o fluido aquecido derramava dentro dela novamente. Com cada arranco os músculos tensos cediam, permitindo que ela tomasse mais dele, enquanto a necessidade e tensão incrível para a liberação amplificou-se.

Segurando em seus ombros, mordendo as unhas em sua carne, ela forçou os olhos abertos, olhando para o brilho do gene brilhando nele enquanto ele olhava de volta.

Com seus dedos apertados em seus quadris, sua expressão era apertada com uma fome selvagem, cada plano e ângulo definindo com clareza brutal a dica para o animal primitivo masculino que anda abaixo de sua carne.

—Eu preciso disso. — Ela gritou desesperadamente, movendo-se mais duro, mais rápido, desesperada para forçar cada centímetro de sua ereção dentro dela. — Por favor, Stygian. Eu preciso disso.

Ela precisava de tudo dele.

Elevação, voltando, sentindo o derramamento de seus sucos para o eixo latejante enchendo-a, Liza podia sentir o prazer fora de controle dentro dela. Como um vento chicoteando vicioso através de seus sentidos, mas este vento estava cheio de sensações de amarração e a promessa de êxtase.

Desespero superou em cada turno e curso descendente de seus quadris. Cada pulsar de seu clitóris inchado e o aperto de sua vagina era uma agonia de sensações que ela mal podia suportar.

Suas mãos apertadas em seus quadris novamente antes de deslizar para o traseiro. Mantendo-a imóvel, ele permitiu que um grunhido irrompesse de sua garganta um segundo antes de ele subir em cima, seu eixo bombeando em um curso completo.

Liza inclinou a cabeça para trás, um grito de lamento escapou de sua garganta como prazer e dor combinados para enviar seus sentidos girando em uma espiral.

Uma vez que ele estava totalmente incorporado dentro dela, ela não podia ficar parada. Ela precisava dessas estocadas longas, duras. Ela precisava do prazer ardente, da dor dos eixos pesados movendo dentro dela, deixando-a louca com um êxtase que ela não poderia ter antecipado.

Ela queria tudo dele.

Sua posse dura.

Os braços em torno dela.

E o seu beijo.

—Oh Deus, me beije. — Ela sussurrou, a necessidade de seu gosto andando por ela tão duro quanto a largura pesada de seu pênis.

Sua mão segurou a parte de trás do seu pescoço, puxando-a para frente com um movimento tão poderoso, dominante, enviando uma onda de pura sensação rasgando em suas terminações nervosas.

Com fome e cheio de luxúria, sua língua deslizou por seus lábios, lambeu sua língua e deu-lhe o gosto que ela estava desejando.

Chamas lambiam suas entranhas. Transpiração orvalhando sua pele, tornando uma capa impermeável entre os corpos, quando os golpes de Stygian se tornaram mais quentes e poderosos.

Cada estocada no interior das profundezas de seu sexo arrastou um grito assustado perto de seus lábios, o som vibrando em seu beijo quando Stygian deu um grunhido áspero, primitivo.

No segundo seguinte, ele já não estava apoiado contra os travesseiros, mas deitado com os seus quadris para cima, enterrando seu pênis para o coração dela.

Explosões começaram detonando em seu interior enquanto que cada estocada dura, feroz parecia se conectar com cada terminação nervosa trazendo à consciência dolorosa.

Ela queria gritar, em vez disso, ela perdeu o fôlego. O poder, a profundidade da sensação pura não permitiu outra resposta, nenhuma outra função. Ela estava tremendo, estática, arremessou da realidade para um lugar tão brilhante, tão cheio com a sensação de luz e êxtase que mesmo a respiração não podia ser autorizada a interferir.

Stygian sentiu a potência de sua ejaculação. Os jatos jorrando de seu lançamento, a força do inchaço em seu pau quando este os prendeu juntos, o rugido feroz que saiu de seus lábios, assegurou-lhe que ele estava lá com ela. Espiral em chamas tão brilhante, tão branca quente que ela sabia que uma parte dela – uma parte de suma importância, intrínseca - havia sido perdida para ele.

E teria sido aterrorizante. Devia ter sido terrível. Mas mesmo quando ela perdeu essa parte de si mesma, ela poderia ter jurado que sentiu uma parte dele entrando em sua alma também.

Não haveria mais distância, não deste homem, deste Casta que tinha permissão para acasalar.

O que ela estava pensando?

Deitada em seu peito, lutando para recuperar o fôlego, ainda sentindo os tremores correndo por ela, Liza não conseguia explicar, nem para si mesma, por que ela tinha dado esse passo para testar os rumores nos tabloides.

Ashley havia alertado anos atrás, para agir com cuidado quando se lida com os machos Casta e sua sexualidade. Ela tinha dito a Chelsea, Liza, Claire e Isabelle que havia perigos que nunca poderiam imaginar.

Bem, ela podia imaginá-los agora.

Agora que ele estava levantando os lábios de seu pescoço, colocando um beijo suave na carne tenra onde ele tinha mordido uma vez.

Lentamente, ela podia sentir o alívio do nó de ferro que a tinha enchido.

Eles estavam exaustos, e ela estava morrendo de fome. Com fome demais para dormir, e também cansada para se levantar e cozinhar.

—Eu poderia pedir a Jonas para enviar-nos um pouco de comida do hotel, — ele disse como se lesse seus pensamentos.

Seus pensamentos, ou o rosnar de sua barriga.

—Ok, — ela murmurou.

—Você tem que se mover, companheira. — Ele riu dela.

—Por quê? O telefone esta ao lado da cama. Use-o.

—Desculpe, querida, esta linha não está segura o suficiente para me satisfazer. — Um beijo rápido em seus lábios e ele foi rolando com ela.

Depositando-a de volta, Stygian levantou-se da cama e caminhou nu para a outra sala.

Liza ficou onde estava. Suas pernas ainda estavam como geleia. Ela jurava que ia cair de cara no chão, se tivesse de andar de fato.

—Temos que voltar para o hotel.

Foi a dureza da voz de Stygian que a fez voltar-se para as costas e olhar para ele com uma careta.

—O quê?

—Se vista. Gideon Cross foi avistado numa estação de serviço apenas a uma hora atrás em Window Rock e ele estava perguntando sobre você e Claire. Não há tempo de sobra, Liza. Nós temos que sair.

—Como você sabe disso? — Agarrando a colcha para seus seios, ela olhou para ele, a apreensão começou a crescer através dela. — Por que ele se deixou ser visto?

—Eu não sei por que, — ele grunhiu. — Ashley e Emma avistaram-no e chamaram. No momento em que elas se viraram, ele estava correndo para longe em uma moto de trilha e entrou no deserto. Perderam-no de vista.

Ele estava perguntando sobre ela e Claire?

Liza podia sentir-se tremer de dentro para fora. Sentiu de repente terror correndo por ela.

Ela podia sentir, sentir algum conhecimento crescendo dentro dela. Havia algo que precisava dizer a ele, mas tão rapidamente quanto o pensamento passou pela cabeça, foi embora de novo.

Onde estava aquela distância interna que havia encontrado tão facilmente mais cedo?

Onde estava a habilidade de recuar? Para esconder do súbito e arrepiante medo e do flash de um rosto?

Mas não era o macho mais velho com uma Bengala cruzando o seu rosto. Não eram demoníacos olhos amarelos brilhando com raiva como nas fotos que Jonas Wyatt havia lhe mostrado.

Não. Era um homem jovem. Em tal dor, tão feroz e tão determinado a ajudá-los.

Liza tropeçou da cama, subitamente doente do estômago, tampando a boca com a mão, com medo que ela fosse perder o seu orgulho e o almoço que tinha comido antes, ali mesmo, no chão.

Ela queria se esconder.

Ela queria ir embora.

Oh Deus.

Oh Deus, ela teve que ir embora.

Ela teve que fugir e só havia uma maneira de fazê-lo. Havia apenas um lugar para se esconder. Havia apenas aquele lugar tão profundo dentro de si mesma que não havia nenhuma chance de perigo.

—Liza, pare. Você está segura. Ouça-me, bebê, você está segura.

Stygian a segurou. Suas mãos estavam embrulhadas em torno de seus braços, segurando-a em seus pés, sua voz era calma, firme, insistente, segurando-a para o presente, quando tudo o que ela queria fazer era afundar tão profundamente dentro de si mesma quanto possível.

—Você esta segura, — disse ele novamente. — Você tem tempo para um banho rápido. Dog e sua equipe estão entrando e eles nos escoltarão para o hotel, junto com Flint e Rule, onde Claire e a equipe enviada para buscá-la irá nos encontrar. Tudo está bem.

Ela assentiu com a cabeça lentamente.

Tudo estava bem.

Tudo, menos Liza. Porque em poucos minutos ela conseguiu perder seu senso de treinamento, sua independência e sua certeza de que não apenas Stygian, mas também Cullen e a equipe poderiam estar lá para apoiá-la. Por um momento terrivelmente sombrio, ela estava sozinha enfrentando a morte quase certa.

Ela não podia deixar que isso acontecesse com ela. Ela não podia perder-se dessa forma toda vez que algo acontecesse. Ela não podia deixar que essas escuras memórias escondidas, que não eram exatamente memórias, que não poderiam pertencer a ela, corroessem seu controle.

E ela não iria permitir, ela prometeu a si mesma, nunca mais.

Nunca ela seria fraca novamente.

 

Claire estava esperando com seus pais, assim como Liza, na Suíte Presidencial, sentada tranquila e silenciosamente, suas mãos envoltas em seu colo enquanto ela olhava para eles.

Entrando na sala, Liza olhou para a reunião de Castas e seus pais, suas expressões calmas, selvagens ou apenas sem emoção.

—Bom, estamos todos aqui. — Jonas Wyatt moveu-se para o centro da sala quando Liza sentou-se lentamente na lateral da namoradeira ao lado da cadeira que sua amiga escolheu.

Olhando rapidamente para seu pai, ela ficou surpresa com a ira que brilhou em seus olhos, e o medo mal escondido de sua mãe.

—O que está acontecendo. — Ela perguntou ao diretor.

Ela preferiria ouvir qualquer noticia ruim de alguém que não estava certa de gostar do que ouvi-la de qualquer outra pessoa.

—Gideon Cross, o quarto membro do experimento Brandenmore Omega, chegou a Window Rock, e ele está especificamente perguntando sobre vocês duas. O que você, Srta. Johnson e a Srta. Martinez tem a ver com tudo isso?

Ele não estava perguntando a ela, ele a estava interrogando.

Liza sacudiu sua cabeça. —Nada. Eu não sei o porquê ele pergunta sobre nós, ou o que ele deseja, não mais do que sabemos por que o Conselho de Genética nos tem como alvos.

Mas uma parte dela sabia.

—Você está ciente que o departamento de saúde local foi invadido há duas semanas atrás e que somente seus arquivos de infância e os de Claire estão desaparecidos?— Jonas perguntou então.

Não, ela não sabia disso.

—Pai?— Ela se virou para seu pai interrogativamente. —Você sabia?

O departamento de saúde certamente poderia tê-lo informado da situação eles tivessem sido incapazes de alcançá-la

Claro, não havia razões para que eles não pudessem tê-la encontrado, além disso a prima de Ray Martinez era diretora de lá.   Se ele tivesse pedido que ela o deixasse ciente de qualquer problema antes que Liza e sua filha fossem informadas, então era isso exatamente o que iria acontecer.

—Não havia sentido me preocupar você. — Declarou seu pai como se isso tudo não tivesse importância.

Ela só podia piscar de volta para ele.

Ela não iria repreender seus pais na frente de estranhos, mais havia um sentimento de descrença e até mesmo de traição, por ele ter retido algo importante.

—Nós podemos discutir isso depois, Liza,— ele prometeu a ela, como se tivesse percebido o seu sentimento de traição. —Eu não estava escondendo isso de você intencionalmente.

Sim, ele não estava, mas uma vez mais, não iria confrontá-lo aqui e agora. Não quando havia tantos olhos interessados que estavam assistindo curiosos, suspeitos, analisando cada movimento, cada olhar, cada palavra dita.

Não quando Stygian a impedia de recuar, de esconder-se dentro de si pelos laços invisíveis de um acasalamento que ela ainda não entendia.

Ela se voltou para Jonas, determinada a conter a raiva crescente dentro dela.

—Eu gostaria de saber por que o Conselho de Genética e Gideon Cross nos têm como alvos tanto quanto você, — ela informou a Jonas. —Não somos ninguém, Senhor Wyatt. Uma assistente e uma recepcionista?— Ela quase riu do absurdo de tudo isso. —Por que nós fomos marcadas, por causa de duas meninas que ninguém tem visto em mais de doze anos?

—Evidentemente, por alguma razão eles acreditam que vocês são essas garotas, ou que poderiam leva-los a elas, como eu já expliquei.

—Então explique novamente, Senhor Wyatt.— Com o olhar fixo, nos estranhos olhos de prata do diretor, ela o encarou de volta confrontando-o. —Estou cansada de ouvir sobre estas duas meninas e todas as razões pela qual todos esses idiotas acham que podemos levá-los a elas. Nós não sabemos quem são elas. Nós não as conhecemos. E nós, certo com o inferno, não podemos ajudar ninguém a encontrá-las. Então me diga por que diabos eles continuam vindo atrás de nós?

Ela teve o suficiente.

—Se nenhuma das opções se aplica, Senhorita Johnson, então eu não tenho ideia—.

—E você é um mentiroso, — ela o acusou rudemente quando ficou em pé, seu olhar deslizando para a esposa de Wyatt, Rachel.

Ela reparou que a outra mulher não estava pulando imediatamente em defesa do seu marido.

Deixe outra mulher chamar Stygian de mentiroso e veja o quão rápido Liza poderia estar em seu rosto.

Em vez disso, Rachel Broen-Wyatt olhou rapidamente para seu marido com uma preocupação sombria.

Wyatt arqueou uma sobrancelha com curiosidade zombeteira. —E como você poderia saber se eu estiver mentindo?— ele perguntou. —A menos que você soubesse de alguma coisa que você não queria que fosse revelado.

Liza olhou de volta para ele, segurando uma mistura de sensações e memórias que pareciam determinadas a tomar conta dela.

Agora não. Nem mesmo um indício de que suas dúvidas pessoais poderiam escapar ou cada Casta ali cairia sobre ela como um bando de animais selvagens.

—Pare com os jogos, Jonas. — Foi Stygian, em vez de seu pai, ou do pai de Claire, que caminhou a partir do lado da sala.

Exceto Stygian.

Ele ficaria entre ela e o inferno, ela percebeu de repente. Uma parte dela realmente pode sentir – sentir como se ele fosse uma parte integrante do seu ser – determinado a protegê-la.

Liza sentiu a mão dele se fixar em suas costas, um peso quente que a puxou de volta da pequena distância que ela conseguiu atingir sem perceber.

Uma distância que precisava desesperadamente agora mesmo. Ela fora deliberadamente recuando da realidade, se escondendo do mundo ou o que quer que sejam verdades ou conhecimentos que não queria que visse até que Stygian entrasse em sua vida. Agora, percebia não apenas o que o alívio desses distanciamentos foram, mas também como seria fácil se esconder de qualquer verdade que não quisesse aceitar. Bem como os pesadelos. Esses nebulosos, e aterrorizantes sonhos a assombravam por muitos anos. Os quais nunca lembrava, e não queria lembrar.

Ela sempre fizera isso? Seria porque ela não queria que fosse real? Que não queria enfrentar o que estava começando a suspeitar que fosse a verdade?

—Eu não penso que seja o único jogador. — Jonas suspirou enquanto o escárnio atenuava sua expressão, deixando uma espécie de cansada aceitação. —E eu não acho que sua companheira esteja jogando, Stygian. Tudo o que ela sabia, obviamente ou foi roubado, ou é um conhecimento do qual ela está inconsciente até mesmo que possua.

O olhar do diretor tirou o pai e Ray do que estavam dizendo. Ele acreditava que eles sabiam a verdade, e Liza estava certa que eles sabiam.

—Você não sabe de que diabos você está falando.— Seu pai se adiantou, raiva, ecoando em seu tom de voz, mesmo quando Liza vislumbrou um lampejo de culpa. —Você acha que eu não saberia sobre minha própria filha? Que eu não saberia se ela tivesse sido substituída por outra? — Zombaria pesada encheu seu tom e marcou sua expressão.

—Chega Audi, — sua mãe protestou, assim quando ela pôs a mão em seu braço, seus dedos tremendo ao mesmo tempo em que encontrou o olhar de Liza. —Isso é perturbador Liza. —Vamos ver o que podemos fazer para ajudá-la, sem perturbá-la mais ainda.

O amor que ela sempre viu no olhar de sua mãe estava lá. Havia também todo o amor e a aceitação que ela sempre conheceu. Sua vida, até agora, fora encantada. Amava seus pais, um passado sem incidentes, um bom emprego.

Ela tinha tudo, exceto um marido, crianças e uma cerca branca.

—Senhor Wyatt, — ela disse suavemente, nunca tirando os olhos de sua mãe. —Se eu fosse quem você e o Conselho de Genética querem que eu seja, eu não saberia disso? — Ela voltou-se para o diretor, sacudindo sua cabeça ao ver a expressão solene em seu rosto. —Eu gostaria de ser Honor Roberts ou Fawn Corrigan, e se eu pensasse por um minuto que eu poderia ajudar sua filha, então eu o faria. Mas eu estou me cansando e assegurar que não sou nenhuma dessas meninas, nem as conheço ou sei onde estão, quem são, ou o que aconteceu com elas.

Respirando arduamente, virou-se para Stygian. —Podemos ir a qualquer pequeno compartimento do quarto que está designado a sua equipe? É quase meia-noite, eu estou cansada e eu tenho que estar no trabalho pela manhã.— Ela virou-se para Claire. —Claire, se você estiver hospedada aqui no hotel, então eu gostaria de falar com você no café da manhã.

—Claire não vai ficar, — Ray Martinez falou, em voz baixa e, pela primeira vez desde que eram adolescentes, sem qualquer emoção quando ele veio para ela e Claire.

Liza voltou-se para sua amiga lentamente.

Claire estava de cabeça baixa, o olhar escondido. Liza conhecia aquele olhar. Ela quase esquecera disso. Vendo Claire tão silenciosa e imóvel, sua atenção focada totalmente em suas mãos, era uma imagem que ela não via desde antes do acidente.

Por um breve segundo, não foi Claire que viu sentada ali. A menina que viu era muito mais jovem, seu cabelo com vários tons escuros, seu corpo apenas um pouco mais cheio.

Piscando, a imagem recuou, desaparecendo tão rapidamente quanto as lembranças que a atormentavam.

—Sr. Martinez, sua estará mais segura aqui. — Naturalmente seu comando endureceu o tom de Jonas.

—Ela vai comigo.— Ray estava no ponto de beligerância.

Liza tinha que concordar com Jonas dessa vez. Se Gideon Cross estava de fato em Window Rock e perguntando sobre ela e Claire, então pelo menos nesse momento, o hotel era o lugar mais seguro.

Liza voltou-se para seu pai.

Seus pais estavam em silêncio, o olhar de desculpas de seu pai, enquanto Ray e Maria Martinez ficavam rígidos, sem emoção.

—Você pode deixá-la ficar esta noite, — ela sussurrou para o presidente da Nação. —Dar as Castas uma chance de pegar Gideon Cross em vez de dar-lhe uma chance de atacá-la.

Uma carranca pesada e cheia de expressão de Ray apareceu então. —Eu não pedi para o seu conselho.

Liza conhecia bem aquele tom. Ray estava furioso com a situação, e ela temia que ele fosse culpar Claire, assim como ele fazia quando ela e Claire eram crianças.

Ela se voltou para sua amiga.

Claire estava balançando a cabeça, suplicando em silêncio a Liza que não começasse um confronto que só resultaria em problemas adicionais para ela.

—Eu já tive o suficiente— Liza suspirou à medida que se voltava para Stygian, recusando-se a olhar de novo para o seu pai ou de Claire. —Eu estou cansada. Eu quero ir para a cama.

—Temos duas suítes reservadas aqui para você, — Jonas informou-a quando adiantou-se novamente. —Claire estará do outro lado do corredor com Ashley e Emma Truing, se ela decidir ficar. Rule, Mordecai e da equipe de Dog terão os quartos de cada lado de vocês duas. Vocês estarão protegidas.

—Do que?— Liza bufou, balançando a cabeça. —Você sabe, Diretor Wyatt, você tem que descobrir por que estamos em perigo antes que você possa eliminar o perigo. Boa sorte com isso, por sinal. Porque eu vou ser amaldiçoada se puder descobrir isso.

Ela moveu-se para a porta, consciente, inesperadamente, de Claire se movendo por trás dela, silenciosa, muito malditamente silenciosa, recusando dar adeus aos seus pais.

—Liza.— Foi seu pai, que se adiantou antes que ela pudesse sair da sala.

Como ele fazia quando ela era criança, ele estava diante dela, olhando para ela, sua expressão cheia de culpa. —Eu vou corrigir isso, menina, — ele prometeu.

Quantas vezes ele prometeu isso a ela? Ele iria consertá-lo. E ele sempre o fizera antes.

Ela estava terrivelmente assustada que dessa vez ele não pudesse consertar.

—Eu sei que você vai tentar pai.— Ela assentiu com a cabeça, o peito apertado com o conhecimento de que ele não poderia consertar o perigo em que ela estava, não importa o quanto ele quisesse.

—Eu não vou deixar que eles te machuquem, — prometeu ele, e em seus olhos, ela viu a sua determinação de garantir a sua segurança.

—Diga-me, — ela exigiu a voz rouca. —Você viu Amber?

A partir de sua visão periférica viu o olhar de Rachel para ela enquanto Jonas estreitava os olhos sobre ela.

Arrependimento e culpa cintilaram na expressão de seu pai quando ele desviou o olhar dela.

—Eu aposto que Jonas jurou que nunca deixaria alguém ou alguma coisa machucar Amber novamente depois que ele conseguiu mantê-la longe de Brandenmore.— Lágrimas queimaram seus olhos enquanto uma escapava de seu controle e descansou em sua bochecha. —E agora, ela ainda está sofrendo por causa de algo que ela não pode controlar. Algo que foi dado a ela sem nenhuma chance, ou até mesmo sem a menor honestidade para combater.

Audi apertou a mandíbula espasmodicamente enquanto seu olhar balançava de volta para ela. —Eu não tenho o que quer,— ele mordeu fora com raiva.

—Então, não vai machucar você ver a criança que nenhum de nós pode ajudar, vai? Para entender, o pai, em vez de encontrá-lo em antagonismo. O Navajo fez uma promessa às Castas. Essa promessa era estender a eles tudo o que fosse necessário para ajudar a sua batalha pela liberdade, a segurança e o bem-estar que eles pudessem fornecer. Não houve nenhum adendo que excluísse qualquer coisa, em qualquer tempo. Isso era tudo o que eles poderiam ter feito, quando eles poderiam ter feito.   E talvez isso seja algo que você e Ray estejam esquecendo.

Quando seu pai não disse mais nada, Liza só podia sacudir a cabeça. Virando e caminhando para a porta, ela fez uma pausa enquanto Stygian abriu-a e saiu na frente dela. Ela se voltou para os pais de Claire lentamente. —Eu costumava pensar que você era tão engraçado e tão amável Ray. Claire costumava rir o tempo todo, e ela sabia como se divertir. E você sabia como ser um pai, mas agora, você só quer empurrá-la e o perigo que está ao lado dela. Eu acho que a política realmente não conhece nenhuma lealdade ou amor além dela mesma.

Ray só olhou para ela.

—Liza, isso não é verdade, — protestou suavemente Maria Martinez. —Isto não é política.

—Então talvez você deva explicar um dia destes a Claire exatamente o que é, Mari. Porque agora mesmo, eu não consigo pensar em nenhum outro motivo para vocês dois virarem as costas para ela,— Liza insinuou amargamente. —E isso é exatamente como ela se sente aposto eu. Como se as duas pessoas que deveriam estar dispostos a lutar por ela, para protegê-la, agissem como se eles nem sequer a conhecessem.

—Chega Liza.— A voz de Claire era firme, impassível, apesar do brilho de dor em seus olhos, quando Liza olhou para ela. —Eu estou cansada, e eu tenho certeza que você também. Estou saindo agora.

—Você está saindo com a gente,— Ray deu um passo adiante, só para parar quando Cavalier moveu-se para bloquear seu caminho. —Você vai sair com a gente ou você e Liza podem esquecer de voltar a trabalhar até que esta situação esteja totalmente resolvida. Eu não vou permitir que você se arrisque tão facilmente nem creio que devemos colocar a Nação em perigo.

Ele estava mentindo.

Nem a sede da Nação, nem a própria Nação estavam em perigo, Liza e Claire estavam. Tirar seus empregos parecia ser a sua maneira de puni-las por se recusarem a obedecer-lhe.

—Eu já por enviei a minha demissão, — Claire a surpreendeu com sua resposta. —E eu sinto muito, Pai, por todos os problemas que você tem lidado.

Não houve lágrimas, sua voz não era rouca, mas Liza jurou que podia sentir a dor rasgando a amiga. Que ela podia sentir a dor angustiante, bem como a sensação de abandono completo que a encheu quando ela saiu do quarto, Dog a sua frente, com Mutt e Mongrel atrás.

—Por que eu tenho um sentimento que nenhum de nós vai voltar quando isso acabar?— Liza perguntou aos dois homens.

Audi estava olhando para o amigo como se não o conhecesse, enquanto Maria afastou-se dele, virou-lhe as costas e foi, obviamente, enxugando os olhos. Ray observava, de olhos secos, mas sua expressão puxada em linhas de dúvida e incerteza. Ao contrário dos outros observando ele, Liza podia ver o tormento furioso dentro dele.

O que estava impulsionando estes dois homens? Que medos e emoções fizeram que cada um deles viesse aqui, um para tentar proteger a filha, o outro que apareceu com a intenção de levá-la embora?

—Quando isso acabar, os empregos estarão lá, se quiserem.— Ray deu de ombros como se não importasse, mas seus olhos escuros brilharam com tormento.

—Não é de admirar que Jonas questionasse a honestidade entre os dois, no que dizia respeito a esta situação,— Liza sussurrou dolorosamente. —Eu questiono a mim mesma.

Lançando um ultimo olhar aos Martinezes, Liza virou-se e moveu-se para a porta também.

—Stygian, depois de estabelecer a Srta. Johnson e Srta. Martinez, eu gostaria de um tempo pra discutir algumas coisas com você, — Jonas pediu.

Stygian assentiu pouco antes de abrir a porta e pisar fora da suíte. Depois de uma rápida olhada ao longo do corredor, voltou-se e acenou para ela e Claire antes que ele e o time de Dog acompanhassem da suíte de Jonas.

Havia algo de surreal sobre a viagem para a suíte de luxo que lhes fora dada desta vez. Tão duro como Liza tentou, novamente suas tentativas para se esconder dentro de si foram frustradas e, a cada passo a sua confusão aumentou.

Veja, ela disse a si mesma, foi por isso que ela entrou em pânico mais cedo. Por que o medo tomou conta dela desde que ela descobrira que Gideon estava na cidade e perguntando sobre ela e Claire. Em qualquer outro momento, ela teria se permitido recuar, ir um passo atrás de um véu sem emoções, sem medo. Tornou-se mais fácil lutar quando não havia medo das consequências. Sem medo de morrer.

—Você está bem?— Stygian perguntou depois que a sala foi completamente verificada e Claire escoltada até seu quarto por Dog e sua equipe.

Ela não gostou do olhar no rosto de Claire ou o conhecimento amargo no olhar de sua amiga. Era como se ela tivesse olhando para um estranho.

Ela se voltou para Stygian, o homem que lhe assegurou que ele era seu companheiro, atraentes jeans, camiseta escura e expressão sóbria quando ele ficou em silêncio e a observou. Sua expressão era intransigente, seu olhar cintilante com a demanda azul. Não havia como dar-lhe, mas ele não estava levando também.

Ele estava exigindo um parceiro. Ele estava exigindo uma mulher que ela não tinha certeza de existir.

Comprido, fios macios de cabelos negros estavam amarrados para trás na nuca, revelando os recursos poderosos e selvagens de seu rosto, que só ampliou o brilho de azul em seu olhar. Ele parecia um guerreiro. Seu guerreiro.

—Responda-me, Liza, — exigiu. —Você está bem?

—Eu estou bem.— O que mais poderia dizer? O que mais ela poderia sentir?

—Não minta para mim.— Antes que ela pudesse se virar, ele teve seu queixo em sua mão, forçando a cabeça para trás, pegando seu olhar e segurando-a com a seu. —Algo está errado, eu posso sentir isso. Algo mais do que Gideon, seus pais, Claire ou as suspeitas de Jonas.

—Você pode sentir o cheiro?— Ela bufou. —E você não acha que isso seria suficiente para arruinar o dia de qualquer garota?

—Não, eu posso sentir isso, — repetiu ele, ignorando o último. —Eu não tenho que cheirar suas emoções. Você é minha companheira, eu sempre irei senti-la.

Isso era impossível de acreditar, mas ela sabia que ele não estava mentindo. Ela podia ver a verdade da afirmação em seu olhar.

—Eu precisava disso, não é? Essa coisa de acasalamento, — ela perguntou, resignada, quase divertida com a falta de raiva que sentia. Ela deveria ter ficado furiosa com ele. —O que você fez para mim, Stygian? Por que você fez isso?

Ela não podia escapar. Não havia nenhuma maneira de recuar mais. E, tanto quanto ela odiava aquela a distância quando criança, quando adolescente, ela descobriu que aprendeu a confiar nela quando adulta. Ela desejou que, neste momento, ela ainda pudesse acessá-la. Porque ela teria feito que esta maldita situação com Gideon fosse muito mais fácil de lidar.

—O que eu fiz para você?— Houve um rugido primitivo em sua voz como mergulhando em sua cabeça, seu olhar se tornou atento quando ele caminhou ao redor dela em um círculo apertado. —Fiz mal a você, companheira? Eu já roubei de você ou de alguma forma a prejudiquei?

Pausando, seu peito em suas costas, com a mão em seu quadril, Stygian penteava seu cabelo em suas costas quando um arrepio correu-lhe a carne. O calor de seu hálito quente acariciou sua nuca um segundo antes de sentir a aspereza de seus incisivos contra a pele sensibilizada.

Um tremor de prazer quase requintado chiou-lhe a espinha. Seus mamilos se endureceram a sensibilidade dolorosa, seu clitóris inchou e vibrou com a crescente demanda, enquanto sua vagina apertou entre o vazio dolorido entre as coxas.

Não havia nada de inofensivo ou sereno sobre Stygian, assim como sua resposta a ele não havia apagado. Estava quente, exigente, explosivo. Todas essas coisas que ela nunca se permitiu sentir com mais ninguém.

—Eu acasalei com você, Liza, — ele sussurrou em seu ouvido. —Você nasceu para ser minha companheira, minha mulher. De todas as mulheres do mundo, só você poderia ser minha, agora. Assim como eu sempre lhe pertenci. Você com certeza não pode correr da Natureza, você não pode se esconder e você não pode negar o que temos.

—Eu não pedi para correr, ou me esconder, — informou ela, seus cílios se fecharam, a sensação de seus lábios a apenas um sopro de seu pescoço, enviando calafrios correndo por ela.

—Mas você me negaria se pudesse, — afirmou.

Ela poderia lhe negar? Se ela pudesse se afastar dele, ela faria isso?

Ela não faria isso.

Trancada dentro da atmosfera repentinamente carregada de sensualidade, Liza sabia que não tinha vontade de sair.

—Eu não te negaria, Stygian, mesmo se eu fosse capaz de fazê-lo.— Ela não ia mentir para ele neste momento. Ela não ia mentir para si mesma.

Ela não poderia, mesmo que quisesse, porque ele sabia que seria mentira. E não havia como negar o fato de que, se ela pudesse ter escolhido uma aventura para destruir sua vida, esta teria sido o que ela teria escolhido, e esse o homem que ela teria escolhido para ter com ela.

Como que para recompensá-la por não negá-lo, seus lábios se depositaram contra sua nuca, tomando pequenos beijos lentos ao longo da coluna de seu pescoço.

A textura de veludo áspero de seus lábios, a volta aquecida de sua língua contra sua carne era incrivelmente sensual. Ele adicionou combustível às chamas latentes entre suas coxas e aquecendo seu clitóris.

O que ele fazia com ela deveria ser considerado ilegal. O que ele fazia seu corpo sentir, parava os batimentos de seu coração, deveria ter sido banido há muito tempo pelas Nações Unidas e entrar na Convenção de Genebra. Ou algo assim.

Enquanto suas mãos alisavam seus quadris, correndo, suas grandes mãos tomando seus peitos inchados, Liza sabia que ele estava prestes a destruir a mulher que ela lutou por muitos anos para ser.

Ele estava destruindo a segurança que ela havia construído para si e a segurança que ela lutou tanto para alcançar.

Ela descansou a cabeça em seu ombro, sentindo os cabelos arrastando para baixo de seu braço nu, a pele revelada pela blusa sem mangas de verão que ela apressadamente vestiu antes.

—Deixe-me esconder, — ela sussurrou enquanto ele começou a puxar a leve camisa para cima, sobre seus seios, em seguida, tomando-lhe os pulsos em um aperto gentil, levantou os braços para permitir que ele a removesse por completo.

—Por que se esconder?— Seus dentes roçaram sua orelha, enviando arrepios eróticos correndo pelas suas costas. —Vamos sair e brincar, Liza, — ele a desafiou. —Viva para mim.— Ele beliscou seu lóbulo da orelha antes de explodir um caminho de prazer pelo pescoço enquanto suas mãos voltaram para seus seios.

Seus braços curvados para trás, segurando em seu pescoço, enquanto seus dedos roçaram em seus mamilos, as gemas tão inchadas, tão sensível ao toque que o prazer era insuportável.

Viver para ele?

Ela estava vivendo muito bem para si mesma. Ela indo muito bem. Ela só precisava se esconder um pouco mais.

Mas se esconder não ia acontecer quando ele a tocava.

Quando ela podia sentir a força de sua ereção em suas costas. Quando ela podia sentir os dedos cheios e acariciando os mamilos dela enquanto seus dentes arranhavam o seu pescoço e sua língua lambeu um caminho de fogo de prazer ao longo dela.

—Você está me destruindo, Stygian, — ela sussurrou enquanto os dedos de uma mão liberam a pequena trava da saia que ele já tinha removido de seu corpo uma vez.

—Você me completa, Liza, — ele jurou quando o material reunido a seus pés, deixando-a vestida apenas com a calcinha fio dental que ela usava e um sutiã de renda branco combinando.

Como ela poderia completá-lo quando ela não estava mesmo certa de que ela própria estava completa?

Uma palma, ampla calejada deslizou de seu peito para viajar para baixo de sua barriga, sobre seu estômago, sobre o elástico da calcinha.

Deslizando por baixo da faixa, seu abraço apertado quando ela prendeu a respiração, suas coxas abriram quando seus dedos encontraram as dobras saturadas de seu sexo.

—Novamente?— Choque e espanto encheram sua voz. —Faz apenas algumas horas.

Ela não esperava que ele a quisesse agora, não depois que Jonas tinha ordenado seu retorno rápido para a suíte. —Sempre, — ele gemeu quando a ponta de seu dedo encontrou a entrada apertada, fechada de sua boceta. —Eu quero você no meu leito de morte.

—Jonas ficará chateado se você não voltar para sua suíte,— ela lembrou a ele quando ela inclinou a cabeça para o lado para dar-lhe maior acesso à parte de trás do seu pescoço.

—Jonas vai lidar com isso.— Suas mãos se apertaram em seus quadris, puxando-a mais contra eles e a ereção endurecida sob seus jeans. —Eu tenho coisas mais importantes para ver primeiro.

Seus cílios se fecharam e ela prendeu a respiração ao sentir os dedos pressionando entre suas coxas e encontrando a fenda saturada de sua boceta. Ele passou sobre seu clitóris inchado, deslizando ainda mais entre a carne inchada depois encontrou a entrada apertada do sua boceta.

A grosa de seus dedos contra a abertura sensível ao seu núcleo interno teve seus quadris inclinados para fora quando sua cabeça caiu para trás contra seu ombro.

—É uma coisa de acasalamento, certo?— Sem fôlego, ela separou suas coxas ainda mais, desesperada para sentir os dedos malvados, urgentes dentro das profundidades quentes e escorregadias de sua vagina.

—Eu duvido.— Ele respirou fora aproximadamente. —Deus, Liza, eu queria que você 24 horas por dia, sete dias por semana antes mesmo de começar o calor de acasalamento.

—Você não me conhece 24 horas por dia, 7 dias por semana, — protestou ela, mal conseguindo falar ou pensar quando sentiu ele esfregando dentro dela com cada curso superficial de seu dedo.

—Eu vi você desde o momento que sua amiga Isabelle atravessou a barra para reivindicar Malachi,— ele disse a ela, sua voz áspera, cheia de tesão. —Eu a observei e a segui do trabalho e de volta para casa todas as noites. Eu vi quando você saiu da piscina e o sol adorando seu corpo e como você saiu à noite para nadar nua.

Ela teria corado se o pensamento dele observando-a na escuridão não fosse malditamente excitante. Porque fora nele em quem pensou sobre como a água acariciava seu corpo nu.

Gemendo de prazer quando o outro dedo juntou-se ao primeiro para estender seus músculos internos com o calor delicioso, Liza aumentou seu aperto em seu pescoço, mal reconhecendo a tensão em seus braços a partir da posição. Tudo que ela sabia era a sensação incrivelmente sensual de seus dedos acariciando dentro dela, a almofada da palma da mão esfregando contra seu clitóris e enviando mil sensações aquecidas correndo através de seu sistema.

—Tão bom,— ela sussurrou, incapaz de conter as palavras quando o prazer se tornou insuportável, tão intenso que quase roubou o fôlego. —Oh Deus, Stygian, é tão bom.

Seus dedos empurraram mais fundo dentro dela, enviando seus sentidos correndo com a subida constante ao êxtase como as palavras rasgaram de seus lábios.

Empurrando o tecido delicado, suave, seus dedos abrindo dentro dela, esticando os músculos tensos e envio de crises tremulas requintado calor em torno de seu clitóris, apertando o pequeno botão com atormentada necessidade.

—Eu preciso de você, Liza.— Ele gemia em seu ouvido, a lima áspera de sua voz enviando uma onda de corridas de prazer seu ventre e apertando-o com calor furioso.

Sua calcinha foi empurrada para fora do resto do caminho passando os quadris com a mão livre quando sua boceta apertou e apertou os dedos a enchendo.

—Oh, sim.— As palavras saíram de seus lábios como o erotismo envolvido em torno de seus sentidos, ampliando sua fome dele.

Como a calcinha longe de suas coxas, um grito vibrou em seu peito enquanto seus dedos deslizaram livre do aperto sensual que ele tinha sobre eles.

Ela encontrou-se debruçada sobre o sofá.

Levantando a perna na altura do joelho, Stygian inclinou contra as almofadas quando ela apertou seus ombros para a espessura dos travesseiros.

Liza agarrou a parte de trás do sofá sobre pesado os travesseiros, lutando para respirar, sentindo seus sentidos cambaleando quando ela se perguntou se nunca mais iria ter controle de si mesma novamente.

Ela poderia ter, assegurou-se, uma vez mais, um minuto.

Talvez alguns anos.

Além dos pensamentos que rondavam por sua mente, eles foram rapidamente apagados pela largura do calor e ferro quente da cabeça de seu pau aconchegar contra a entrada lisa de seu sexo.

Ela estava tão molhada suas coxas estavam úmidas. O calor se espalhou sobre as dobras inchadas e sensíveis do broto de seu clitóris. Pulsos de intensa sensação varreram o pequeno broto, ecoando em na boceta dela e enviando mais da resposta lisa derramando de sua vagina.

—Tão bonita.— Ele gemeu, as mãos apertando seus quadris quando ele a segurou no lugar. —Doce bebê, doce. Eu não consigo pensar em nada além disso. —Seus quadris deslocados, pressionando a cabeça grossa contra a entrada da sua vagina enquanto o surto aquecido de pré-semem ejaculado dentro dela.

Ela foi descobrir essa parte de fora. O fluido aquecido permitiu que os músculos tensos, apertados para dentro para se adaptar à largura excessivamente espessa da ereção começando a enchê-la.

A cada surto, facilitou ainda mais, o tecido em seu interior aquecido ainda mais, e intensificou a necessidade de seu pênis surgindo profundo e duro.

Ela revirou os quadris contra a penetração, permitindo que a carne dura e aquecida para começasse a empurrar dentro dela.

Cada impulso raso abriu-a ainda mais, fez queimar mais brilhante, mais quente do que antes.

Gritos roucos rasgaram de seus lábios, caindo nos travesseiros, enquanto ele continuava a empurrar dentro dela, dentro e fora, trabalhando cada centímetro dentro dela com uma paciência que a estava matando.

Ela queria que ele empurrando dentro dela, empurrando com rígidos, cursos longos, fode-la com a fome que ela podia sentir furiosamente dentro dele.

Com cada jorro do fluido aquecido dentro dela, o desespero por ele cresceu. A necessidade de tê-lo batendo em seu interior construído com uma vingança.

—Mais.— O sufocado gemido foi involuntário, arrancando um grito de seus lábios cheias de luxuria e de sentidos quando ele empurrou totalmente dentro dela, enterrando seu pau ao máximo nas profundidades apertadas de sua vagina. —Por favor, Stygian, por favor.

A carne pesada pulsava dentro dela, o sangue pulsando nas veias pesadas e vibrando contra as paredes internas de aperto em torno dele.

—Por favor, o que, bebê?— Ele gemia, vindo sobre ela, seu joelho apoiado ao lado dela quando ele agarrou sua coxa e apertou seus quadris contra seu traseiro.

—Sim. Oh Deus, sim. — O grito quebrado rasgou dela com explosões de êxtase correndo através de seu corpo.

Seu pênis esticado até que ela estava certa de que ela não poderia ter mais. Até que ela soubesse que sem a adição do nó de acasalamento se tornar ereto ao longo do eixo não havia nenhuma maneira que ela pudesse aceitar a largura adicional.

Outro jorro aquecida de pré-semem a encheu, a Casta naufrágio fluido hormonal na carne sensível, apertando-o ao mesmo tempo que aumentou a capacidade do tecido para aceitar a largura que estava tomando.

No entanto, fez isso, cada jorro a fazia mais quente, fazia a necessidade de experimentar os golpes duros, de condução dentro dela mais brutal.

—Droga. Ah inferno, bebê. Continue fazendo isso.— Stygian gemeu em seu ouvido. —Continue acariciando meu pau com aquela doce, boceta apertada.

Sua vagina apertou ainda mais. O aperto involuntário dos músculos que rodeavam a sua carne arrastaram um grito áspero de ambos.

—Então, bom pra caralho, — ele sussurrou, seus lábios se movendo em seu pescoço, sua língua tomando gosto pequenos de sua carne como seus dentes arranhando-o. —Ah, querida, você é tão quente, tão doce e bom, eu poderia ficar assim para sempre.

Mas seus quadris estavam se movendo contra ela, seu pênis flexionando dentro dela, o tiro pré semem mais difícil, mais quente contra suas paredes internas quando a fome aumentou a cada segundo que ele permaneceu dentro dela.

—Por favor.— Seu irregular gemido era quase impossível de pronunciar com o prazer enviado garfos irregulares de sensação rasgando de seu ventre e através de seu clitóris. —Por favor, Stygian.

—Diga-me, companheira.— Ele mordeu seu pescoço eroticamente. —Diga-me o que você quer. Como você quer que eu a agrade?

Os longos fios escuros, meia-noite de seu cabelo caíram em torno de seu rosto para acariciar seus braços, os topos de seus seios. O calor suave, tão em desacordo com a carne dura e músculos poderosos do homem foi um estímulo que quase lançou-a em êxtase completo.

A necessidade de orgasmo foi substituindo. Foi em cada pulsar de seu coração e cada pulso rápido de sangue através de suas veias. Foi em cada gemido, cada grito, e cada respiração que ela desenhou.

—Foda-me, — ela gritou, o soluço, desesperado irregular arrancando de seu peito quando a fome chegou a um passo de febre. —Por favor, Stygian, por favor, me foda duro - Oh Deus ...

Movendo, puxando para trás, em seguida empurrando para a frente, Stygian definindo um ritmo duro, rápido, que teve o seu choro, implorando, empurrando de volta para ele com cada impulso, forte chocante dentro de sua vagina.

Cada curso duro, dentro das profundidades aquecida de sua vagina estando de costas arqueadas, levantando seus quadris e apelos incoerentes saindo de seus lábios.

No entanto, ele não estava com pressa de encontrar a sua liberação. Ele não tinha pressa para empurrá-la ao orgasmo.

Como o eixo de largura mergulhou várias vezes nas profundezas saturadas de seu sexo, suas mãos grandes percorriam de seus quadris, até a barriga e os seios.

Colocando os globos inchados quando ele empurrou para dentro das profundezas de sua vagina dolorida, ele rosnou em seu ouvido, seu polegar tocando seus mamilos, enviando tumultos de sensações elétricas pulsando através de seu corpo.

Quando ela jurou que ela não aguentaria mais, que o prazer iria destruí-la, suas mãos se moveram de seus seios, fazendo o caminho de retorno para seus quadris. Lá, uma mão agarrou a carne trêmula enquanto a outra deslizou carinhosamente sobre a curva de seu traseiro.

Puxando para trás, forçando-a a liberar o grampo sensual em seu pênis, seus dedos deslizaram entre as bochechas de seu traseiro. Retornando em um golpe duro, corajoso, um dedo calejado pressionado contra a entrada proibida que encontrou lá.

Instinto ainda calmo. Tendo seu estremecendo de prazer enquanto esperava.

Stygian nunca parou. Movendo-se contra ela, enchendo-a, recuando, seu eixo dentro dela com golpes cada vez mais duros como o prazer construído com intensidade brutal. Ao mesmo tempo, a mão no quadril movendo mais baixo e com o outro, a propagação das curvas, o envio de uma sensação de picada de sensações na entrada escondida.

Com cada impulso duro dentro dela, as sensações em seu traseiro aumentaram. A separação de sua carne, a ponta de seu dedo esfregando contra a entrada enrugada, deslizando interior para reunir seus sucos com facilidade de volta, esfregando, pressionando, deslizando. Prazer construído por uma névoa dourada que tudo destruído, mas a condução, corrida descontrolada para liberar. Para esse momento quando bateu êxtase através de seu corpo e, de alguma forma, Stygian perfurou sua alma.

Liza cravou as unhas nas almofadas do sofá, ofegando por ar com o prazer esmagador impregnado cada partícula de seu ser.

A sensação de Stygian contra suas costas, rodeando-a, abraçando-a, levando-a com um desespero e da fome que em volta dela com calor, ela sentiu-se queimando por ele, envolto em torno de seus sentidos.

Fortemente lubrificado com seus sucos, a ponta de seu dedo escorregou dentro da entrada confortável de seu traseiro, aumentando a fúria de sensações em espiral através de seu corpo.

Seus quadris arqueados, dirigindo a largura de espessura de seu pênis mais profundo, apresentar o seu dedo ainda dentro dela quando ela saboreou cada flash de prazer / dor, cada curso de êxtase de êxtase ofuscante. As sensações envolvidas em torno dela, queimavam, e através de suas terminações nervosas com cada impulso interior, cada pulso do pré-semêm que a enchia e cada toque das mão de Stygian a acariciando.

Com seu pênis empurrando dentro de sua vagina, seus dedos, cronometrando cada curso em ritmo com o outro, o prazer começou a montar seu disco rígido, com pulsos elétricos como uma tensão crescente em espiral através de seu corpo.

Com cada curso duro, ela foi empurrada para fora, atirado para mais perto do centro de queima de libertação.

Isso estava se construindo em seu clitóris, nas profundezas de sua vagina. Apertando seus músculos, enviando calafrios e ondas de calor de corrida através de sua carne.

Seus dentes passaram sobre a curva de seu ombro, raspando sobre a carne sensível com as unhas desbloqueadas a partir da parte de trás do sofá e chegando de volta, trancando em seu cabelo e segurando firme.

Ela precisava dele mais perto. Então fechou a sua carne se sentiu conectada. Tão perto que ela sabia que nunca seria sem ele, não importa a distância que os separava.

—Sim, — ela ofegou. —Oh Deus, Stygian, sim. Bem ali. Não pare. Não pare.

Ele não parou.

As estocadas aumentaram no poder.

A penetração em seu traseiro foi mais profunda, acariciando, acariciando terminações nervosas nuas e finalmente enviá-la arremessado para o cataclismo de lançamento.

A labareda incandescente da primeira sensação irrompeu em torno de seu clitóris antes de atingir a profundidade de sua vagina. Um gemido longo, quebrado de prazer saiu de seus lábios, sufocada com falta de ar, presa contra as almofadas Ela enterrou a cabeça dentro

Stygian fixou seus incisivos na curva de seu ombro, perfurando a ferida que já estava lá quando seu pau afundou dentro dela novamente.

O primeiro jorro de esperma foi seguido pela inchaço da sua ereção dentro dos músculos pesados fixados nele.

Espalhando sua carne, empurrando para ele e trancar sua ereção dentro dela, a força do nó de acasalamento assegurado não havia como escapar de sua liberação, uma vez que a encheu.

Não havia como escapar do homem.

Não havia como escapar das emoções que de repente correram por ela com a mesma força de seu sêmen derramando dentro dela.

Medo.

Esperança.

Amor.

Ela não queria sentir qualquer das emoções que ela não conseguia segurar por mais tempo.

Estremecendo embaixo dele, com o braço dobrado para manter o domínio que tinha sobre seu cabelo quando ele cobriu-a por trás, a sensação de seus dentes trancados em seu ombro, a certeza de que mais do acasalamento o mantinha juntos, a afligiu. As emoções queimando dentro dela agora a seguraram para ele, abrindo uma parte dela que ela não sabia que possuía, e ela sentiu que ele se mover para a direita dentro.

Ele estava preso a seu corpo.

Ele estava preso em seu coração.

Ele havia invadido sua alma.

E Liza sabia que nunca poderia estar livre dele.

 

Stygian rodeou os braços por ela, segurando-a perto de seu peito, o ritmo de seu coração um som reconfortante sob seu ouvido depois que ele levou-a para a cama e a colocou contra ele.

Com a mão apoiada na força dura dos músculos do seu abdômen, Liza tentou forçar suas emoções, sua necessidade de ser uma parte dele, compartilhar.

Isso tinha começado no momento em que o conheceu, percebeu. Essa necessidade de compartilhar cada parte de si mesma, ser com ele o que ela nunca foi com qualquer outra pessoa.

Ninguém a conhecia, nem mesmo Claire ou Chelsea ou Isabelle, não totalmente. Ela nunca quis que ninguém a conhecesse também, até agora.

Até Stygian.

Ah, ela tinha amigos. Amigos que conheciam partes dela, que cuidavam dela, aqueles que confiavam nela com suas vidas. A pessoa que eles viam era gritantemente distante da pessoa que estava lá dentro dela. A pessoa que ela era por dentro parecia vir à tona, de uma maneira que nunca se apresentou antes, aqui, nos braços de Stygian.

—Às vezes, sinto-me como se eu nunca tivesse sido real — ela sussurrou, incapaz de deter a necessidade de partilhar o que ela nunca tinha compartilhado com ninguém. — Não era tão ruim antes do acidente em que Claire e eu estivemos envolvidas. Quando isso começou, pensei que era involuntário, porque eu não podia fazê-lo parar. Mas, na semana passada percebi que talvez não fosse involuntário, que talvez fosse eu o tempo todo. — E o conhecimento disso pesava em seu coração como uma pedra maciça ameaçando esmagá-la.

—Você é muito real, Liza. Quente, viva, respirando. Como você pode não se sentir real? — perguntou, seus dedos acariciando seu ombro nu, roçando a marca de acasalamento e lembrando-a de uma forma que nada mais podia, que ela finalmente pertencia a algum lugar.

Ela pertencia a alguém.

—Eu sou? Eu fui? — Inclinando a cabeça para trás olhou para ele, sentindo a miséria brotando dentro dela. — Às vezes, é como se não houvesse essa outra pessoa que está apenas esperando dentro de mim, aguardando seu tempo, sabendo que ela estará livre. — Seus olhos se encheram de lágrimas quando admitiu a ele o que ela sabia que nunca poderia admitir a ninguém. E havia muito mais. Tantos secretos, ela sentia esperando para serem libertados, e um conhecimento de que ela poderia libertar...

—Confie em mim bebê, — ele sussurrou o azul de seus olhos segurando seu olhar, vinculando-a a ele enquanto ela jurou que podia sentir o mesmo em sua alma. — Eu não iria traí-la. Nem por ninguém. Nem por nada. Você entende isso não é?

Será que ele suspeitava o que ela desconfiava? O que ela estava começando a acreditar? Que de alguma forma o impossível havia acontecido.

—Eu me lembro de quando tinha cinco anos, — ela exclamou, miséria ecoando no tom baixo de sua voz — Lembro-me de meu pai me ensinar a andar de bicicleta. Eu me lembro do meu primeiro dia da terceira série. Lembro-me de estar sempre com minhas amigas Isabelle, Chelsea e Claire. Lembro-me disso Stygian.

Essas lembranças eram tanto uma parte dela que ela sabia que esses eventos tinham ocorrido.

Stygian ficou tenso debaixo dela, os dedos parando seus movimentos acariciantes por um momento enquanto Liza rezou silenciosamente por uma resposta. Qualquer resposta que não fosse o que ela sabia que tinha que começar a discutir. Um assunto que manteve o aperto em seu peito em tal pânico que se sentia como se tivesse que lutar para respirar, para viver, porque o terror escuro subindo em sua mente era algo que temia mais do que temia a verdade.

—Eu vou te proteger, — jurou baixinho, seu tom surdo com sinceridade e sua crença de que ele poderia fazê-lo.

—A que custo? — Uma risada amarga escapou. — E se não houver proteção Stygian? E se realmente não sou quem você e Jonas esperam que seja, mas sou apenas uma louca em vez disso? Isso é sempre uma possibilidade. Isso é mais uma possibilidade do que algum milagre que eu de repente adquira as memórias de uma menina morta e sua vida. Você não vê isso?

—Eu vejo um monte de possibilidades querida. — Ele suspirou. — Mas a sua insanidade, ou qualquer possibilidade disso, não é uma opção. Se isso fosse verdade, os instintos animais que possuo já me teriam avisado da possibilidade.

Liza olhou para o teto miseravelmente, sem saber o que sentir ou como lidar com as suspeitas crescentes dentro de sua mente.

Ela não podia ignorá-las, nem podia evitar a verdade por mais tempo.

—Quais foram às experiências de que Honor Roberts fazia parte? — Sua garganta estava tão apertada com medo, que mal conseguia engolir.

—Foram os projetos de pesquisa Ômega, que pesquisava o desenvolvimento exclusivo da redução de idade e resistência a doenças e capacidade de cura que foi encontrado nesses casais que acasalaram.

Redução de idade? Resistência a doenças e capacidade de cura?

Pânico, medo, uma certeza de que essa informação poderia destruí-la, começou a invadi-la.

—E o calor de acasalamento faz isso? — Ela sussurrou dolorosamente.

Seus braços apertados ao redor dela. — Callan e Merinus Lyons só envelheceram fisicamente por um ano inteiro desde seu acasalamento há mais de 14 anos atrás. Seu pai John Tyler, estava morrendo de doenças do coração, até que ele acasalou com um de nossos Executores do sexo feminino no ano passado. Seu corpo realmente começou a curar por si só. Depois que ele acasalou, seus órgãos voltaram à condição privilegiada, e sua pele perdeu 10 por cento dos danos do envelhecimento.

Calafrios estavam correndo sobre sua carne. As implicações do que outros considerariam milagres começou a correr em sua mente. Porque o que alguns considerariam milagres, outros ao invés considerariam um sinal do mal.

—Isso é o que vai acontecer comigo? — Ela sussurrou.

—Isso já ocorreu se de alguma forma, você é Honor Roberts. As notas de pesquisa que encontramos sugerem que retarda o envelhecimento aos 25 anos sem acasalamento em indivíduos que receberam o soro quando crianças que sofreram de doenças fatais. Infelizmente Brandenmore tinha terminado essas pesquisas antes que pudéssemos encontrá-las. Apenas Honor e Fawn podem terem sobrevivido.

Seus dedos doíam de estar apertando no edredom que os cobria.

—Os testes de sangue, — ela começou.

—Os exames de sangue não iriam funcionar, — injetou Stygian. —A natureza do projeto não muda apenas o tipo de sangue, mas também a genética. Atua como uma espécie de calor de acasalamento, que aparece como um vírus genético para o corpo. A única maneira inconclusiva de provar que você não é Honor Roberts é um teste profundo de genética Core Level para coincidir entre você e seu pai.

—Por que não um DNA swab ? — Ela não podia mentir mais. Ela sentia como se não pudesse respirar.

Sentando-se, Liza apertou os cobertores em seus seios e olhou para ele.

—Porque, com os avanços da medicina, mesmo dez anos atrás, o DNA de superfície pode ter sido alterado. Tudo que você precisa é de um cientista familiarizado com DNA Clean Slate, que é o que Honor Roberts apresentaria, no momento.

—Clean Slate, — ela murmurou. — O Projeto Ômega mudou sua composição genética, a ponto de que poderia ter sido tão facilmente reprogramada?

DNA Clean Slate era um processo complicado. Ele literalmente mudava a tipagem genética de uma pessoa a partir de um tipo para outro e permitia a cientistas e médicos identificar os principais componentes das linhas genéticas que poderiam ser alteradas. Era necessário outro sujeito, um Beta, cujo sangue ou composição genética não permitisse certas doenças ou complicações de saúde. Até agora, apenas tinha sido efetivamente feito em animais, na medida em que o mundo sabia.

—O Projeto Ômega simplificava o DNA Clean Slate, — ele disse a ela fortemente. — Mas uma vez que a fase do projeto terminou, Brandenmore decidiu que era hora de terminar com Fawn, Judd e Gideon. O pai de Honor fazia parte do Conselho de Genética o que a manteve fora da seleção de finalização. Em vez disso, uma vez que os outros três desapareceram e eles aprenderam que havia mais no soro quando as crianças cresceram, eles decidiram começar a pesquisar mais uma vez. Somente restava Honor, e a influência de seu pai não era grande o suficiente para salvá-la disso. Foi então que seus pais optaram para ajudá-la a desaparecer.

—Optaram para ajudá-la? — Ela se perguntou enquanto imaginava como teria sido para os seus pais.

O pai de Honor era militar, ele não teria chorado, ela pensou. Ele teria mantido a cabeça erguida, mas seu olhar teria estado úmido. Sua expressão teria sido atada com a miséria.

— O pai dela jogou para salvar a vida dela quando tinha menos de dois anos de idade, lutando contra isso apenas poucas semanas depois ela poderia ter morrido. Ele juntou-se ao Conselho de Genética, contribuiu para isso. Mentiu para eles, foi enganado por eles que ela sobreviveria e viu a matança de Castas inocentes, — afirmou, com a voz cheia de pesar, mas ainda as palavras cortando profundo, suas imagens cruéis fazendo-a estremecer. — Era quase muito tarde, mas os cientistas conseguiram. Dez anos depois, estava em casa com seus pais, feliz, livre da leucemia e negociando para se livrar da babá que tivera nos laboratórios.

—Seu pai achava que a babá estava só sob seu controle, mas mais tarde soube que foi o Conselho que ordenou sua lealdade. Ela relatou os sinais de anomalias que Honor esteve mostrando e que a menina não foi capaz de esconder, e os cientistas estavam desesperados para readquirir ela.

Liza se acalmou, seu olhar em suas mãos enquanto ela pegava no cachecol que jazia sobre as pernas. —Que tipo de anomalias?

Porque ela tinha anomalias, bem como, aqueles que ambas, ela e Claire, haviam sido instruídas a manter escondida, nunca revelar para não comprometer sua segurança. Isso explicava por que suas famílias sentiram que faria com que as suas vidas fossem tão irremediavelmente danificadas em uma idade em que foram premiadas com habilidades únicas.

—Honor tinha uma memória fotográfica, mas a babá percebeu que a menina poderia observar os movimentos em qualquer dança ou luta, e em poucos dias ela poderia executá-los perfeitamente. Ela não apenas lembrava perfeitamente, mas sabia como aplicá-lo e quando. Assim como Shiloh declarou que você era capaz de fazer a noite em que Claire foi atacada.

Liza não levantou o olhar, mas manteve-os em suas mãos, as unhas, o edredom. Qualquer coisa, menos em Stygian, em qualquer lugar, menos no fato de que ela estava morrendo por dentro.

—E Fawn? — Ela perguntou.

—Eles não estavam certos sobre Fawn. — Estendendo a mão, ele empurrou de volta a onda longa de cabelo quase no quadril que tinha caído sobre o rosto. — Ela mostrou sinais de decifração de código avançado, mesmo antes do fim das experiências. Precisamos que era a capacidade de decifrar o código nos arquivos que Brandenmore havia escondido. Até o momento, até mesmo os nossos melhores decifradores de código só conseguiram decodificar uma quantidade muito mínima dos arquivos que encontramos.

—Então, você acha que há algo nos arquivos de lá que vai ajudar a Amber? — Ela perguntou em voz baixa.

—Neste momento, estamos dispostos a tentar qualquer coisa, — admitiu. — Os códigos que alguns já conseguiram romper nos levam a acreditar que é possível. É muito possível.

Liza tinha uma memória fotográfica. Ela poderia observar certos movimentos, a dança nem tanto, que tivessem despertado seu interesse quando era uma menina, mas no combate, era como se o seu cérebro pudesse telegrafar os movimentos e as ações de sua visão.

E Claire, oh Deus os ajude, Claire poderia descobrir um enigma em segundos. Quebra-cabeças, mesmo os mais difíceis, era uma brincadeira de criança para ela.

Ela podia sentir-se tremendo, tremendo de dentro para fora.

Balançando a cabeça ela olhou para ele, incerta, forçando para trás o medo. Ela teve que forçá-lo de volta para ser capaz de pensar, de dar sentido de tudo.

—Eu não posso ser qualquer uma delas, — ela sussurrou. — Como eu poderia ser Stygian? Não é possível.

Mas era possível. Era possível o suficiente para que sonhos, pesadelos e memórias que não eram exatamente memórias, que não eram exatamente claras se reunissem em sua mente.

Levantando sua mão de novo, ele escovou as costas de seus dedos sobre seu rosto enquanto ele a olhava com serena confiança, que ela faria qualquer coisa para ser capaz de atingir.

—Eu li um artigo antes do resgate, — disse ele então. — Os rumores de criação da Casta haviam começado a vazar, e algum jovem repórter empreendedor tinha escrito sobre a possibilidade. Ele afirmou inequivocamente que a manipulação da genética humana e animal nunca poderiam resultar em uma vida, um ser, inteligente. Algumas coisas que ele declarou parecia muito possível, mas quando em aplicação prática, altamente impossível. E eu tinha que sorrir, porque era aquela criatura que ele havia considerado impossível que estava lendo o artigo.

—Um teste profundo genético Core Level poderia revelar a verdade, — ela sussurrou. — A manipulação do DNA Clean Slate não pode passar por isso.

—Provar a verdade não irá revelar os segredos, — afirmou então. —E são os segredos que Jonas precisa para salvar Amber.

Eram os segredos que eles precisavam.

Ela olhou para ele vendo as longas e retas mechas de fios macios do cabelo preto meia-noite enquanto elas arrastaram ao redor de seu rosto forte, a coluna muscular do pescoço, os ombros largos e tórax poderoso. Ele era brutalmente bonito, e olhava para ela com uma intensidade que a fez se sentir como se ela fosse à única mulher no mundo.

Para ele, ela era a única mulher no mundo, pensou espantada. No entanto, ela se perguntava como ela poderia estar tão surpresa.

Ela tinha esperado por ele.

Ela esperou por ele para tocá-la, trazê-la para a vida, para acordá-la.

—Nós vamos para o deserto amanhã, — disse ele então. — Só você e eu, com a equipe de Dog cuidando de nós. Nós vamos para o local do acidente antes de ir para a área onde a tenda de suor foi erguida. Vamos voltar Liza. Vamos ver se podemos encontrar qualquer coisa que você pode ter perdido.

—E se eu não voltar Stygian? — Seus lábios tremeram, enquanto as lágrimas escureceram seus suaves olhos cinzentos. Ela temia ser sugada de volta para uma realidade sem fim, onde ela só podia ver o mundo passar, em vez de vivê-lo?

—Eu não vou deixar você ir. — Apertou os dedos em seus cabelos, puxou a cabeça para trás, olhando através da escuridão para o brilho do seu olhar. — Nunca, Liza. Você nunca mais vai estar do lado de fora olhando para dentro. Você sempre será uma parte de mim, e eu nunca vou deixar você ir.

Ela não falou. Quando ele afrouxou o aperto em seu cabelo, ela deitou a cabeça sobre seu peito de novo e, ele sabia, encarou a escuridão.

—Eu não conseguia sentir nada quando eu estava lá, — disse ela suavemente. — Sem remorso, sem amor ou ódio. Sem medo.

—E agora? — Deus, ela o estava matando. As emoções foram crescendo dentro dela como um golpe para o seu coração.

Se ao menos ele estivesse aqui para salvá-la, puxá-la da escuridão que ela tinha estado mantida por tanto tempo.

—Agora, eu sinto muito, — disse ela fracamente. — Eu não sei o que eu estou sentindo, e não sei como lidar com o que estou sentindo. Eu só queria que, quando eu era mais nova, que tivesse o conhecimento de como guardar a mim mesma, em vez de deixar-me desaparecer.

Ele a teria mantido com ele, assim como ele estava segurando-a agora, até que ela tivesse idade suficiente para ser sua realidade.

Ou, será que ele teria mantido a garota errada, e, eventualmente, a mulher errada?

A questão assolou em sua mente quando ela ficou em silêncio e finalmente caiu no sono em seu peito.

Esse acidente, tudo tinha mudado a noite que Claire Martinez tinha tomado o carro esporte de seu pai, Liza com ela, voando sobre um desfiladeiro e de alguma forma perdendo o outro lado.

As duas meninas não haviam sido encontradas por horas e quando foram localizadas seus pais não tinha chamado a EMS imediatamente. Em vez disso, eles tinham convocado os chefes das seis tribos, os homens de medicina da Nação. Só depois de terem tratado as meninas, uma ambulância foi chamada e elas foram levadas para o hospital.

O relatório do acidente havia sido acessado por Diane Broen antes dela chegar a Window Rock. Sua natureza desconfiada tinha lido alguma coisa nesses eventos que mesmo as Castas não tinham conseguido decifrar. Algo que até Stygian tinha sido incapaz de descobrir.

De acordo com os exames de sangue e os testes genéticos de nível superficial, Liza não era Honor Roberts. O DNA dela era diferente, mas o DNA utilizado para os testes foram coletados antes das experiências realizadas nos laboratórios Brandenmore. As amostras de sangue e tecidos foram àquelas coletadas quando ela era uma menina jovem, hospitalizada para a doença degenerativa que havia estado matando-a lentamente.

Tinha sido feito uma análise completa do nível de seu DNA? Uma que foi para o centro do genoma, tais como aqueles feitos para detectar a genética recessiva da Casta? Depois de tudo, o soro utilizado nas duas meninas tinha sido derivado de hormônios da Casta, enquanto que o utilizado nas Castas havia sido derivado de ambos: Castas e hormônios humanos.

Exceto que, o DNA delas foi comparado ao de seus pais?

Quando ele sentiu o deslizamento no sono, Stygian encontrou sua mente em disparada. Havia muitas perguntas, e muitos mistérios que cercavam sua companheira e sua amiga Claire Martinez.

O fato, porém, era o de que não havia nenhuma evidência até mesmo para levantar a suspeita de que Liza e Claire não eram exatamente o que elas alegavam ser. Nada além do fato de que desde que eram crianças não houve amostras de tecido, sangue ou saliva não foi coletado de nenhuma das garotas, mesmo durante a sua estadia no hospital depois do acidente.

A partir do momento em que deixaram o hospital, suas personalidades tinham ficado diferente. Sua aparência havia sido alterada a partir das cirurgias plásticas necessárias, supostamente por causa de danos causados em relação ao veículo batendo no desfiladeiro.

O fato de que amostras de sangue e tecidos não foram coletados em seguida, era altamente suspeito e beirava a ilegalidade.

Havia as suspeitas de Diane Broen, havia as suspeitas de Jonas e a sua própria, mas o que não havia era a prova. Não havia nenhuma prova de que ela era alguém diferente do que ela deveria ser.

Quando ele olhou para o teto, ele ouviu o leve zumbido de seu telefone via satélite, que ele fixou na mesa de cabeceira. Olhando rapidamente a mensagem de texto, ele teve de fechar os olhos por alguns instantes.

Cinco minutos. Conectando a suíte.

A mensagem era de Jonas.

Foda-se, ele não precisava disso.

Lidar com Jonas não era algo que ele queria fazer esta noite, não enquanto suas próprias emoções estavam em tumulto. Não enquanto ele ainda estava tentando processar o fato de que sua companheira provavelmente não tinha ideia de quem ela realmente era.

Não enquanto ele ainda estava tentando obter um controle sobre a suspeita de que, de alguma forma, a real Liza Johnson tinha deixado de existir em algum lugar do tempo desde o acidente de carro.

Em seu lugar ficou Honor Roberts, mas sem as lembranças de honor ou o conhecimento de quem era ou quem ela tinha sido. E se Liza Johnson era realmente Honor Roberts, então isso significava que Claire Martinez seria provavelmente Fawn Corrigan, o alvo que segundo rumores, Gideon Cross estava determinado a matar.

Com uma careta apertada, ele levantou-se da cama.

Liza estava dormindo. Stygian colocou os cobertores sobre os seus ombros para garantir que ela não se resfriasse.

Reunindo suas roupas, Stygian fez o seu caminho para a sala de estar anexa e vestiu-se rapidamente. Uma vez que ele puxou as botas baixas e empurrou a bainha da calça jeans por cima delas, Stygian fez o seu caminho até a porta do outro lado da sala, ativando o teclado digital, então socou o código para desativar os bloqueios.

Fechando a porta cuidadosamente atrás dele, ele atravessou a sala para a entrada e abriu a porta para admitir Jonas, Rule, Lawe e Mordecai.

Os rumores da recusa recente de Lawe Justice ao cargo de diretor-assistente do Departamento de Assuntos da casta não mudou o fato de que ele ainda era um dos assessores de maior confiança de Jonas. O fato de que ele estava ali para a reunião exigida por Jonas provava isso.

—O que você quer Wyatt? — Stygian suspirou cansadamente quando ele fechou a porta silenciosamente. — Liza está dormindo, mas ela pode não estar por muito tempo. Então o que tem a dizer que você não queira que ela escute, agora é a hora de fazê-lo. Ele não tinha ideia do que o diretor queria, mas ele podia sentir o fato de que o que quer que fosse, Liza ficaria ofendida por isso. O fato de que o diretor insistiu na reunião depois que ela provavelmente teria dormido era a primeira indicação.

O olhar no rosto de Jonas não era reconfortante.

Olhando ao redor da sala, o diretor voltou-se para ele lentamente. — Você é um péssimo anfitrião Stygian. Não há uma maldita coisa aqui para beber.

—Sim, bem, eu acho que você me ensinou bem então. — Ele bufou. —Nunca houve um tempo em que eu fui ao seu escritório em que você compartilhasse comigo qualquer um dos seus uísques, dos quais você tem tanto orgulho.

Os lábios de Jonas desdenharam em um canto quando ele inclinou a cabeça em reconhecimento. — Talvez eu tenha cometido um erro nisso, — afirmou com a voz baixa. — Eu posso tomar uma bebida, quando eu voltar para a minha suíte. O que eu não posso esperar é para adquirir a informação de que ficou emparelhado com a Sra. Johnson. Você está mais próximo?

Stygian cruzou os braços sobre o peito e olhou para trás em Jonas. — O que você acha?

As narinas de Jonas flamejaram quando ele obviamente lutou contra a raiva. — Nós não temos muito tempo, Stygian. Não apenas por causa de Amber. O Conselho começou a transferência de cientistas-chave ambos em genética de fisiologia da Casta e do calor de acasalamento para altamente seguros laboratórios secretos, enquanto conhecidos altos membros de sua guarda de elite vem fazendo o seu caminho no deserto a vários quilômetros daqui.

A Guarda de Elite do Conselho de Genética havia através das décadas, sido encarregada com o sequestro das mulheres de alto perfil, cuja genética foram consideradas essenciais para a criação de vários projetos. Eles eram os melhores. Os mais altamente treinados, esquivos e competentes especialistas de rapto no mundo.

—Há mais coisas acontecendo aqui e mais jogadores do que eu possa acompanhar de uma vez. — O Rosnar de Cavalier foi áspero sua voz quase arruinada, quando ele enfrentou Stygian sua expressão abrandou. — Tenho acompanhado as transmissões dos soldados no deserto, bem como entre o Presidente Martinez e seu chefe de segurança, Audi Johnson. Johnson e Martinez, ambos estão discutindo o desfiladeiro onde Liza e Claire esteve. Eles estão falando sobre se ou não, o limparam, o suficiente.

Ou não fizeram o suficiente.

Stygian fez uma careta quando a raiva começou a queimar dentro dele. Os Johnson e os Martinez sabiam exatamente o que tinha sido feito. Eles sabiam como suas filhas tinham sido trazidas de volta dos mortos, e agora Stygian queria saber.

—Seus pais estão mentindo para nós, — Jonas disse entre dentes, os olhos de prata piscando com fúria implacável. — Você sabe disso e eu sei disso. Com meias-verdades e negações cuidadosamente anotadas, eles estão mentindo através de seus dentes. A única maneira que nós estamos indo para obter a verdade deles é forçando-os para fora.

Stygian rangeu os dentes ao saber que em relação aos pais de Liza e os pais de Claire, Jonas estava totalmente certo. — Onde isso nos deixa?

—Com Liza, — declarou Jonas suavemente, embora sua expressão fosse determinada. — Eu quero trazer Ely e Cassie aqui Stygian. Ely pode cruzar as amostras como ela sempre faz para o calor de acasalamento, e Cassie pode fazer o que diabos é que ela faz. Nós poderíamos obter as respostas que precisamos. E, se tivermos sorte, talvez Ely possa chegar a algo usando os testes de acasalamento novos que ela tem desenvolvido.

Dr. Elyiana Morrey, cientista chefe das Castas e médica, trabalhou incansavelmente em encontrar as respostas sobre o porquê e como do calor de acasalamento. Ela estava certa de que as respostas estavam nas camadas mais profundas dos fios genéticos, e realmente tinha encontrado uma maneira de começar a comparar o DNA antes e depois do calor de acasalamento. Agora, ela só precisava dos novos companheiros para trabalhar.

Porque o calor de acasalamento, como tudo na natureza, como todos os vírus que se desenvolveram, nunca permanecia o mesmo.

—Vou discutir isso com ela...

—Discutir isso iria contra o objetivo, — Jonas protestou então. — Se, como eu suspeito, um ritual levou essas memórias e as substituiu por outra pessoa, então alertá-la advertirá as salvaguardas colocadas sobre ela. Arriscar isto está fora de questão. Além disso, se ela tiver consciência da identidade de Cassie quando ela a conhecer, então ela vai estar em guarda. Isso também vai roubar qualquer vantagem que temos.

E era inteiramente possível Liza ter ouvido falar de Cassie. Ela era amiga de Ashley, Emma e Shiloh, e Cassie não era um assunto tabu como o calor de acasalamento era. Ela poderia muito bem saber das habilidades de Cassie olhar dentro de uma pessoa e ver os segredos que os assombravam. Se eles soubessem que estavam assombrados por eles ou não.

—Você está me pedindo para fazer algo que nenhuma Casta ainda tenha feito, — rosnou. —Você quer que eu traia a minha companheira, mentindo para ela.

—Eu quero você para salvá-la. — Jonas suspirou cansado quando ele passou os dedos pelo cabelo e fez uma careta de raiva amarga. — Ela e a minha filha. Se não descobrir a verdade da forma certa ou errada, então o Conselho de Genética vai levá-la e descobrir por si mesmos. E se eles levá-la, então você nunca poderá encontrá-la novamente.

Esse era o maior medo de Stygian. Que de alguma forma os soldados Coiote enviados por ela pudesse realmente conseguir levá-la. Se eles a levasse, eles poderiam desaparecer com ela de uma forma que Stygian nunca poderia encontrá-la.

Passando os dedos pelos cabelos, ele se virou e andou para longe do diretor, recusando-se a olhar para as outras Castas lá.

—Amber está se tornando mais doente a cada semana Stygian. — Foi Rule que falou quando Stygian andou para as amplas janelas do outro lado da sala. — As febres estão vindo com mais frequência e elas estão cobrando cada vez com mais força.

—Liza é minha companheira, — disse ele amargamente.

Ela era seu coração, sua alma. Eles estavam pedindo para trair cada parte de si mesmo.

—E Amber é uma criança, — Jonas disse suavemente. — Liza é uma mulher adulta, com a capacidade de fazer escolhas para determinar o seu próprio destino. Ela suspeita Stygian, nós dois sabemos que ela faz. Ela não está fazendo nada para descobrir a verdade.

Cruzando os braços sobre o peito Stygian olhou para o deserto além do hotel, desejando como o inferno que ele encontrasse uma maneira de impedir que isso acontecesse.

—Estamos indo para o local do acidente esta madrugada, — disse-lhes. — Ela quer saber.

—Ela vai lutar contra isso. Ela provavelmente está lutando contra isso agora, — disse Mordecai atrás dele. — Mas eu tenho uma sugestão.

Stygian voltou lentamente. — E isso seria?

—Ela mantém um diário pessoal em seu laptop. Eu tentei acessá-lo, mas ela não está o mantendo desde que ela está aqui.

—E você sabe que ela tem um diário como? — Stygian rosnou para ele.

—Eu estava perto quando ela o desligou da última vez que tinha o computador on-line, — Mordecai admitiu. — Consegui tirar algumas palavras-chave, no entanto, que eu usei para ter a certeza de que ela poderia ter informações lá. 'Sonhos', 'pesadelos', 'laboratórios' e 'dor'.

Stygian ficou ainda mais tenso.

—Tudo o que você tem a fazer é ligá-lo e conectar a uma unidade flash, eu vou cuidar do resto. Você não tem de roubar uma senha ou hackear você mesmo, — Jonas assegurou.

Stygian jogou ao outro Casta um olhar duro. — E você acha que isso vai desculpar o fato de eu traí-la? Em seus olhos ou quaisquer outros? Eu sempre vou ser a única Casta que deliberadamente quebrou a confiança que seu companheiro lhe deu.

—Uma companheira que se recusa a confiar em você? — Rule rosnou para ele. — Ela suspeita que seja Honor Roberts Stygian, assim como você faz.

Stygian se virou para eles novamente, o olhar que ele atirou a cada um deles preenchido com a zombaria crescendo dentro dele. — Não importa se ela confia em mim ou não. Isso não é desculpa para traí-la.

—Desconfiança desculpa muitas coisas, meu amigo, — Rule disse, como se lembrando de algo que ele já não soubesse. — Mas, se não há confiança, não há amor. Que tipo de lealdade qualquer um de nós deve ter por uma companheira que se recusa a amar?

—Qual lealdade qualquer um de nós deve ter por uma companheira que se recusa a amar?

Nesse ponto, Liza levantou bruscamente da cama puxou o vestido por cima da cabeça, recolheu seu manto do chão e o colocou com um encolher furioso de seus ombros.

Ela não podia acreditar no que tinha ouvido.

Abraçando o manto com um movimento furioso, ela varreu a partir do quarto e se dirigiu para a sala de conexão.

De onde tinham perdido suas mentes?

Só para começar, será que eles tinham esquecido que a suíte de conexão era ligada no interfone do telefone do quarto? Stygian tinha configurado ele mesmo no caso de alguém, qualquer um, tentassem invadir sua suíte.

Eles foram listados para hospedar-se na suíte de conexão, não na que eles estavam dentro na verdade. A precaução foi tomada para garantir que ele e Liza teriam uma vantagem começar a fugir.

Em vez disso, tinha dado a Liza uma vantagem a mais.

Uma vantagem a mais nos planos que Jonas Wyatt tinha, e por quê.

Segurando a porta de conexão da suíte, ela abriu-a com força suficiente para que o som disso batendo na parede atrás dela tivesse Jonas, Rule Breaker e Mordecai Savant balançando para o lado, com as armas projetadas e niveladas em Stygian quando ele pulou na frente dela.

Pisando em torno dele ela enfrentou os outros três furiosamente antes prendendo Jonas Wyatt com o olhar.

—Alguma vez veio a mim e me pediu para fazer um exame de sangue simples, ou para pedir permissão para acessar o banco de dados quando você me disse que precisava? Você mentiu para mim continuamente, Jonas. Para mim e para o Conselho da Navajo. Mas nem uma vez você pediu ajuda. — Ela disse, sua voz tremendo com sua raiva quando ele e os outros lentamente colocaram suas armas no coldre.

—Teria me ajudado? — Jonas perguntou.

—Se eu pensasse por um minuto que seria usado só para Amber, aí sim, teria, — ela estalou de volta para ele, seus dedos enrolando em punhos, fúria queimando por ela. — Mas, como Stygian disse, não haveria uma chance, haveria?

—A guerra não é bonita, — Rule rosnou.

—Isso não é uma guerra. — Ela odiava isso. Ela odiava. Ela odiava a fúria sombria rasgando por ela. — Você iria usar qualquer um, qualquer coisa, para conseguir o que você queria não iria, Wyatt? Você quer saber o que eu poderia ser, mas você ainda quer o banco de dados. Você ainda acredita que vai levar você a Gideon Cross não é?

E a informação estava em seu diário. Os chefes dos Seis tinham realmente sugerido que ela mantivesse a informação escrita em algum lugar seguro, apesar de seus protestos. Ela nunca tinha entendido por que, nem tinha dado muita atenção nos últimos meses também.

—Eu usaria algo ou alguém para salvar minha filha, — ele rosnou os incisivos perigosos ao lado de seus dentes piscando de advertência. — Não duvide disse nem por um segundo.

—E fingir que sou Honor Roberts vai fazer isso por você? Ordenando a Stygian que traísse a única pessoa que iria destruí-lo se o fizesse?

—É por isso que correu aqui tão rapidamente ao invés de esperar para ouvir sua resposta? — Jonas perguntou-lhe então, de repente zombando de sua raiva. — Com medo que ele concordasse em fazer o que eu lhe pedi Srta. Roberts?

—Ele não teria feito isso, — ela zombou de volta para ele. — Se ele fosse fazer isso, já teria feito. Ele teve semanas para ajudá-lo a trair-me e ele ainda se recusou. O que mais seria necessário para convencê-lo? O que mais seria necessário para conseguir o inferno fora de Window Rock?

—O que seria necessário? — Ele deu um passo para frente, só para fazer uma pausa no grunhido súbito e temível que soou do peito de Stygian com a ameaça inerente a jogada de Jonas. — Seria necessário obter Fawn Corrigan e a maldita Casta que você chama de Judd. Os três, e eu poderíamos atrair Gideon. Então eu teria o que preciso para salvar a minha filha.

—E o que você precisa para salvar sua filha? — Liza cruzou os braços sobre os seios e olhou para ele com curiosidade. — Diga-me Sr. Wyatt, o que eles têm que ela necessita, se você não pode acessar suas memórias?

—O que quer que permaneça em seus corpos do soro utilizado por Brandenmore. As mudanças que ocorreram em seus corpos seriam aparentes em você e Fawn, enquanto Gideon e Judd iriam mostrar as alterações na fisiologia da Casta. Isso é o que eu quero.

Enquanto ele falava, o terror perseguia por ela.

Era tudo o que podia fazer para manter sua expressão fechada, para conter suas emoções e sua raiva. Para conter seu medo.

Porque quando ele falou, ela se viu, mas ela não estava sozinha. Observando médicos, vendo os impressos depositados ao lado deles, lendo as informações. Isso fazia sentido.

Por apenas alguns segundos, ela estava lá. Uma fórmula, uma criança cheia de gritos de dor e o conhecimento que mais uma vez os testes realizados iriam doer. Mais uma vez eles estavam indo para experimentar o inferno.

Ela não percebeu que estava segurando a respiração.

Ela não tinha percebido que por um breve segundo, a dor que irradiava através dela podia ser sentida por cada Casta na sala.

E cada um deles vacilou.

—Basta! — Os braços de Stygian de repente a envolveram, puxando-a contra o peito um segundo antes que ela fosse capaz de escorregar de volta para aquele lugar distante, remoto, que ela tinha sido incapaz de acessar desde que ele a tinha levado.

—Eu sinto muito. — Ela estava quase ofegante novamente.

Deus, ela não arquejou em tanto tempo.

—Eles podem ter o código maldito, — ela sussurrou com voz rouca. — Eu vou dar-lhes a maldita coisa. Apenas tire-os daqui.

—O código não é o que eles precisavam, — ele disse a ela, sua voz grossa com fúria agora. —Não era o código. Era isso Liza. Era a dor que ele queria acessar, e você está dando a ele exatamente o que ele queria.

Mas era isso?

Olhando para Jonas, ela viu um homem atormentado. Seus olhos brilharam com mercúrio enfurecido, sua expressão se tornando tensa quando ele lutou para limpá-la livre de emoção.

Não, a sua dor não era o que Jonas queria mais do que ele queria ver a dor de sua própria filha. Ele só queria respostas, respostas e a chave para salvar a criança que ele amava como se fosse criada a partir de sua genética, em vez de outro homem.

—Você não entende que eu iria ajudá-lo se pudesse, — ela de repente gritou para Jonas, desesperada, com o medo que ela de repente sentiu crescer dentro de si. — Você acha que eu a denegaria para o mesmo inferno?

—Não, — ele disse sua voz gritante. — Não para o mesmo inferno, — ele finalmente respirou cansado. — Mas, para evitar o inferno? Sim, eu acredito que para evitar o quer que o inferno possa estar aguardando para você no outro lado, você ficaria feliz em percorrer as chamas com os pés descalços e com um sorriso. — Ele balançou a cabeça escura, virou-se para os dois homens a observá-los e empurrou sua cabeça para a porta antes de voltar para ela. — Eu rezo para que você perceba que tudo o que você está lutando para fugir poderia muito bem ser a única esperança de vida da minha filha.

—Se isso é verdade, se ela está morrendo porque Brandenmore deu-lhe tudo o que ele deu as meninas que ele encerrava antes, então como elas sobreviveram? Se isso está matando Amber, Jonas, por que não os matou?

Seus dedos estavam cavando no braço de Stygian quando ela exigiu a resposta, exigiu saber a única coisa que ninguém parecia estar a discutir.

— Porque, — Jonas respirou com cansada impotência — Eu não sei, Liza. Tudo o que sei é que dia a dia eu assisto sua luta para viver. Para respirar através da dor. E a cada dia eu vejo a mesma pergunta em seus olhos. — Por que você não me ajuda papai? —E isso está me matando como nada que os cientistas de merda que me criaram poderiam ter feito. Eu prometo-lhe isso. Não há inferno maior do que ver isso em seus olhos, ouvir seus gritos, e saber como eu sou impotente para salvá-la, se a morte é verdadeiramente o que ela está enfrentando. E se é. — Seus olhos brilharam de repente, com uma promessa de gelo. — Se eu a perder por causa de sua recusa em enfrentar tudo do que você está tentando fugir, então eu te juro, eu terei malditamente certeza de que irá pagar por isso.

Antes do grunhido súbito e feroz vibrando no peito de Stygian pudesse terminar, Jonas foi até a porta e caminhou de volta para sua própria suíte.

Quando a porta se fechou atrás dele, foi Liza que se encolheu. Não a partir do som do aço coligando com aço, mas a percepção de que havia a possibilidade muito real de que ele estava certo. Se ela era Honor Roberts, não estaria ela desesperada, terrivelmente desesperada para não voltar para as memórias de um inferno que tinha empurrado ao assumir a identidade de uma menina morta?

Levantando o olhar para Stygian, ela o olhou, sabendo dos sacrifícios que ele estava fazendo por ela. Ele a viu como sua companheira. Como a mulher criada para ele e só para ele, e por ela, ele estava disposto a trair os votos que ele tinha feito quando foi para o Escritório do Gabinete da Casta como um Executor. O voto de colocar a segurança de todas as Castas, acima de sua própria segurança.

Quebrar uma promessa não seria fácil para um homem como Stygian.

—Eu quero ir para o deserto agora, — ela disse a ele quando ela o encarou. — Eu quero ir para o local do acidente. E eu quero ver onde a tenda de suor está. Agora.

—Liza... — ele começou.

—Não, eu quero ir agora, — ela exigiu. — Eu quero saber quem eu sou Stygian. Eu tenho que saber quem eu sou.

Ela tinha um pressentimento, porém, de que ela já sabia.

 

Não demorou muito para Stygian organizar a excursão para a área onde Liza e Claire tinham tomado o carro esportivo de Ray Martinez sobre um penhasco do canyon.

Após 12 anos, a prova do acidente deveria ter sido totalmente apagada, em vez disso, ainda havia vários sinais dos destroços, bem como a sweat lodge erguida às pressas que tinha sido colocada a uma curta distância de onde o veículo havia batido na parede oposta da garganta.

Quando Liza saiu do Dragoon Desert e avaliou os danos à parede de pedra, ela não tentou lutar contra as lembranças ou sensações que varreram por ela.

Uma das razões porque ela estava começando a suspeitar que ela fosse Honor Roberts era a imprecisão distante das memórias de sua vida antes do acidente, bem como as memórias que pareciam determinadas a atormentá-la desde que Stygian havia entrado em sua vida.

Lembrava-se bem de partes da sua infância, especialmente aquelas coisas que seus pais relembraram com ela. Piqueniques no lago, celebrações, aniversário, certos momentos divertidos ou mesmo embaraçoso em sua vida. E, embora as memórias estivessem lá, elas tinham essa qualidade, igualmente vagamente incertas. A falta de detalhes, ou mesmo períodos de tempo, quando ela não podia se lembrar de certas memórias de jeito nenhum.

Agora, de pé ao lado das múltiplas luzes do Dragoon virada para a parede de pedra, não estava sendo os flashes do acidente que passava por sua mente.

Estava vendo o acidente.

Olhando para a rachadura não natural na pedra pela força do veículo ao bater nela, ela sentiu um flash de luz de suas memórias através de lágrimas. O chão balançando com a explosão quando chamas suplantou o veículo, e se lembrou de olhar para baixo para ver claramente os dois corpos que tinham sido arremessados.

Seu pai havia lhe dito que a memória era o resultado de ter —morrido— mais de uma vez naquela noite.

Três vezes.

Ela morreu três vezes. A última vez tinha sido na ambulância quando estava sendo transportada para o hospital.

Movendo-se para a parede do desfiladeiro, a respiração pesada e irregular, ela estendeu a mão, tocou a pedra fria, então colocou sua testa contra ela.

O que ela poderia sentir movendo-se em seu cérebro? Em suas memórias? O que em nome de Deus realmente tinha acontecido naquela noite?

—Onde é que a sweat lodge foi montada? — Virando-se para Stygian, ela reconheceu o fato de que ela havia se obrigado a fazer a pergunta.

—Dog e sua equipe estão tentando reconstruí-la com os materiais que foram usados originalmente, — ele disse a ela quando ele a levou da área dos faróis iluminando para a curva da parede de pedra, uma vez que prosseguia a cortar o terreno.

Ele estava fora de vista.

Enquanto seguia a curva, as luzes do Dragoon de Dog derramavam-se sobre a cerca da estrutura feita de madeira.

Havia um monte de peças que faltavam ela percebeu. Eles estavam todos enegrecidos do fogo que tinha sido usado para tentar destruí-los, carbonizados, alguns mais podres do que outros. Ela imaginou que os desaparecidos eram em sua maioria cinza.

—Nós encontramos a madeira queimada na parte de trás de uma caverna mais para baixo da garganta, — afirmou Stygian enquanto ele ficava atrás dela. —A tentativa de esconder isto era óbvia.

—Como você sabia que era parte de uma sweat lodge? — Envolvendo os braços sobre os seios, ela se deu uma chance para se aclimatar à tensão invadindo seu corpo.

—O perfume das ervas usadas ainda estavam na madeira, mas, muito mais sobre as pedras usadas para o fogo do ritual curador. Várias das Castas na área de trabalho com os chefes das seis tribos reconheceram o aroma das ervas imediatamente quando apresentamos as pedras para eles.

No momento em que seus olhos se encontraram sobre a estrutura, memórias começaram a bater em seu cérebro.

Lembrou-se de caminhar para a entrada. Ela não estava sozinha.

Virando a cabeça lentamente, ela olhou para a curva de seu ombro, onde uma mão tinha sido colocada. Larga, forte, mas a carne tinha sido envelhecida. Não tinha sido um jovem que tinha andado com ela naquela noite.

Como ela poderia ter ido para a tenda se tinha sido jogada do veículo? E Liza sabia que ela tinha sido lançada dele. Seu pai tinha explicado os destroços para ela muitas vezes ao longo dos anos. Como os chefes das Seis haviam estado na garganta naquela noite, reunidos na tenda, então ela sabia que tinha estado lá. Como partiram para o local e tentaram prestar ajuda médica até que os paramédicos pudessem chegar.

Nem uma vez tinha sido mencionado que haviam sido levadas, ou que eles estavam conscientes o suficiente para andar, para o sweat lodge.

—Os chefes das Seis estavam aqui naquela noite em um sweat lodge — disse ela, tentando encontrar uma explicação para as contradições. —Eles estavam se encontrando, como eles às vezes fazem para discutir assuntos da Nação Navajo.

—As ervas utilizadas em tais casos são diferentes, de acordo com as Castas que falamos, — ele disse suavemente. —As ervas utilizadas no fogo naquela noite foram algumas que as Castas nunca souberam que os chefes misturassem em um sweat lodge. Uma delas era uma erva ritualística, usada apenas quando a sua medicina mais forte é necessária.

Ela assentiu com a cabeça e se obrigou a dar um passo mais perto da entrada.

—É seguro?

—Eu iria permitir que você entrasse sem antes avisá-la se não fosse seguro? — Ele questionou.

Ela queria sorrir, mas não conseguiu encontrar a leveza de espírito para permitir o movimento de seus lábios para fazê-lo.

—Você sabe, eu me lembro de entrar no carro com Claire, e lembro-me de nos dirigimos para cá. Eu me lembro de estar tão determinada a ser uma rebelde. Para fazer todas as coisas que nossos amigos estavam fazendo de modo que não seria considerada fraca.

—Você nunca poderia ter sido fraca. — A confiança em sua voz a envolveu e lhe deu força.

—Antes do acidente, Claire e eu estávamos no começo de nos tornar uma dor na bunda para nossos pais. Depois que acordamos no hospital, era como se nossas personalidades inteiras mudaram. Até mesmo nossos amigos comentaram que estávamos tão radicalmente diferentes que era como se eles nem sequer nos conhecessem. Ela e Claire também tinha se preocupado porque era como se elas realmente não soubessem quem eram seus amigos mais próximos.

—E isso poderia ser explicado pela mesma razão que as cirurgias plásticas e as diferenças em suas características, — ressaltou.

—Por causa do acidente. — Inalando profundamente ela se aproximou, abaixou a cabeça e entrou nos restos da sweat lodge.

A realidade era como uma miragem espelhada que começou a brilhar ao seu redor. O passado e o presente começaram a bater juntos, tentando fundir-se e detendo-se para separar as imagens nebulosas que passavam diante dela e depois fugindo tão rapidamente.

Ela e Claire foram colocadas no chão, ensanguentadas, quebradas. Havia um senso de urgência nos homens que encheram a pequena tenda e animando o fogo mais quente, mais brilhante, como o cheiro da água e o cheiro de ervas encheram seus sentidos.

Mas ela não estava deitada no chão. Ela estava observando-se?

O murmúrio de vozes sussurrando o passado em seus ouvidos, e imagens sombreadas movia-se sobre a tenda. Respirar grosseiramente, ela sentiu seus sentidos sendo bombardeados por memórias que não eram memórias, mas tópicos bastante nebulosos de informação que fazia tão pouco sentido. Cerrando os punhos, ela lutou para manter sua mente aberta para manter o seu medo para trás.

Havia algo lá, as informações que ela precisava. Liza podia sentir a deriva por sua mente, apenas fora do alcance.

—O que diabos aconteceu? Ah Deus, Liza! Ela virou-se, esperando ver seu pai. Sua voz estava tão irritada, tão agoniada e cheia de horror.

Mas ele não estava lá.

Stygian ficou olhando-a em silêncio, seu olhar atento, sua expressão sombria.

—Eu não entendo, ela sussurrou, voltando-se, as imagens delgadas de um passado que não fazia sentido correndo sobre ela novamente.

As duas meninas, ela e Claire, foram dispostas em um lado do fogo. Por outro lado, ela podia sentir-se trêmula quando a memória percorreu por ela, eram duas outras meninas.

Claire virou para olhar para ela, a Claire que não estava quebrada e sangrenta — Eu nunca vou vê-la novamente, ela sussurrou enquanto uma lágrima caiu por sua bochecha. Juntando os dedos com ela, Liza tentou dar-lhe conforto amigo onde a confusão e o medo só existiram. —Talvez seja melhor assim, Liza sussurrou. —Talvez seja a única coisa que vai nos manter vivas.

As memórias, nebulosas e frágeis como estavam, se afastaram. Mas ela não ficou com nada para preencher o lugar de onde a memória tinha estado. Ela permaneceu lá, uma parte dela agora, retirada das profundezas do seu subconsciente e agora uma parte de suas lembranças conscientes.

Ela não era Liza Johnson. Liza Johnson tinha morrido naquela noite e Honor Roberts tinha tomado seu lugar.

Ela não tinha as memórias, ainda. Ela não tinha ideia de como ajudar Jonas Wyatt, mas o que ela tinha era a promessa de Orrin Martinez.

—Um dia, nomeada por o que poucos homens conhecem — Honor — Um dia filha, você vai perceber, que você viveu a todos os sonhos de seu pai tinha quando ele lhe deu um nome de tal distinção. Sei agora, seu coração e sua alma ressoam com ele, e em sua nova vida você vai levar com você o conhecimento que vai aliviar a carga de perda para os pais que tinham essa esperança, e um dia, você vai encher o coração e a alma de alguém o qual nunca realmente acreditou que ele tinha isso.

Stygian.

Ela encheu seu coração e alma, assim como ele encheu o dela. Mas havia tantos outros sonhos, e tantos outros que fizeram parte dela. E admitindo que, que ela foi... O que ela foi...

Oh Deus, oh Deus.

—Liza! Stygian a pegou antes de seus joelhos poderem entrar em colapso, antes que o choque pudesse roubar não apenas a sua força, mas também seu controle. —Liza, você está bem?

—Tire-me daqui. — Ela estava indo para ficar doente. —Tire-me daqui, Stygian.

E ele fez exatamente isso. Sem perguntas, sem exigências. Levantando-a em seus braços e levando-a a partir dos restos da tenda de suor, ele levou-a para longe do passado e de volta ao presente.

Nada poderia roubar a memória daqueles dias escuros e aterrorizantes pouco antes do ritual que tinha tirado dela e de Fawn os pesadelos e as mentiras nas quais tinham vivido, e tinha em vez disso dado-lhes a paz e a existência protegida que Liza Johnson e Claire Martinez tinham estado tão determinadas a abandonar.

E agora, nada poderia roubar-lhe a compreensão de por que eles foram forçados a tomar tal decisão terrível.

Ela nunca mais poderia esconder o que ela era.

 

Mas, não foi tão fácil como Stygian esperava que fosse, e Liza não estava cooperando quando ele pediu para explicar exatamente o que tinha acontecido naquele deserto condenado.

Fechou-se em si mesma.

Não era a distância que ele tinha experimentado dela antes. Essa distância completa emocional e espiritual, que garantiu a seus instintos animais que ela não era nada mais do que um escudo perfeito, respirando.

Este era diferente, mas não menos desconcertante. Era como se uma parte dela estava tão concentrada em outra coisa a ponto de não haver espaço para qualquer coisa ou qualquer outra pessoa.

Esse foco estava erradicado completamente o calor de acasalamento, e estava enfurecendo ele.

O animal que vivia sob sua pele ficou furioso por ela.

Seu pênis estava torturado. Ele estava tão malditamente duro, tão fodidamente com fome pelo gosto dela, o toque dela, que estava prestes a deixá-lo louco.

Dois dias depois, Stygian podia sentir seu nível de frustração se movendo em sobrecarga e ameaçando seu controle a ponto de que ele estava se tornando perigoso.

Onde estava o calor de acasalamento e como ela tinha conseguido amortecer quando nenhum outro companheiro tinha conseguido fazê-lo?

Calor, igualmente como no sexo em um nível quase constante?

Calor, quando seu companheiro morria por seu toque 24 horas por dia e todos os dias da semana?

Calor no fato de que eles deveriam foder como coelhos e ser incapazes de ficar longe um do outro?

Fodendo.

Lutando.

Falando.

Transando.

Esse era o calor de acasalamento.

Onde diabos estava o Calor do Acasalamento que cada outra casta afirmou ter experimentado, e, no entanto, parecia que estava sendo negado a ele?

Não era que ele não estivesse passando por isso, porque Deus sabia que ele estava.

Sua língua estava tão condenadamente inchada que parecia que uma porra de uma bola de golfe estava presa sob cada lado de sua língua. O pulsar pesado do fluido contido dentro era quase doloroso, e cada pequena gota de umidade que empurrava livre para se lançar em seu sistema era torturante em seu efeito sobre o seu corpo.

Seu pênis estava tão inchado e duro que era malditamente perto do insuportável. As veias pesadas pulsavam com sangue e luxúria, apertando até o ponto que ele sabia que não haveria facilidade, sem o toque de sua companheira. E o toque não parecia próximo. A luxúria que deveria está queimando com torturada fome dentro dela não estava acontecendo.

Pelo menos, isso não vinha acontecendo nos últimos dois dias ou noites.

Confusão, medo e uma dor latente enchia a mente de sua companheira até o ponto que parecia que não havia espaço para a luxúria. Esse foco interior, confusão e medo que giravam através de seus sentidos eram tão intensos que ele não poderia rompê-lo.

E ela se recusava a discutir o assunto.

Ela não iria considerar discutir seu passado, as dúvidas que ele tinha percebido dentro dela a respeito de quem ela era, ou o que sentia ou lembrava-se agora.

Jonas o culpou por isso. Culpou-o por isso a tal ponto que ele mal conseguia conversar com o homem civilizadamente. Se Jonas tinha mantido seus malditos planos de trair Liza para si mesmo, então talvez, pensou Stygian, ele teria tido a oportunidade de vincular sua companheira ao seu coração e tido uma oportunidade de ajudá-la com a situação emocional complexa que ela estava enfrentando agora.

Stygian não queria nada mais do que tocar a sua companheira, para beijá-la. Para amá-la.

Para aliviar o medo e a incerteza rasgando por ela e que a mantinha fora de seus braços.

A ligação que vinha com o calor de acasalamento era algo que ele tinha almejado nos anos desde que ele soube do fenômeno. Ansiava a chance de ser uma parte de uma mulher, seu coração, sua alma, sua vida, ele compreendia que não seria mais uma pessoa singular, mas sim uma parte de um todo. Fundido com tanta força com sua companheira que suas almas seriam uma entidade.

No entanto, isto não estava lá com ele e Liza.

Como se o calor de acasalamento em si, de repente parou no meio do processo.

Ele podia cheirar sua necessidade, ela estava lá, enterrada sob sua confusão. Ele podia cheirar sua excitação, e apenas uma sugestão do calor de acasalamento, mas era a mesma que tinha sido desde quando ele sentiu seu retiro até agora dentro de si mesma e ele não estava certo de como encontrá-la.

A distância espiritual não estava mais lá, como tinha estado antes. Em vez disso, parecia que todas as emoções, o medo, a dor e a confusão que ela havia mantido a distancia ao longo dos anos foram rasgando por ela. E ele não tinha ideia de como ajudá-la. Nenhuma ideia de como trazê-la de volta para ele.

Nada do que ele tinha tentado tinham funcionado nos últimos dois dias.

Ela não se levantou para qualquer disputa verbal que ele tentou.

Ela evitou seu toque e pediu um tempo com dor profunda de tal forma que recuar para dar-lhe este tempo estava matando-o.

Ela estava segurando-se em bloqueio de tal forma que ele sabia que encontrar a chave para libertar o que ela estava lutando para esconder dentro de si parecia ser impossível. E ele sabia, os instintos animais que o governavam sabiam, se ele não fizesse algo logo, ele poderia muito bem a perder para sempre.

Esses instintos animais estavam em fúria. Como se o animal que ele poderia ter sido andasse furiosamente dentro dele, a tensão da situação construída a ponto de lançamento, de alguma forma, estava se tornando uma necessidade.

Andando inquieto pela sala de estar, ele se virou para ela ao som da abertura da porta do quarto, seu olhar estreitando mergulhou sobre a calça cinza de algodão e a regata cômoda que fazia conjunto.

A parte superior da regata alisava os seios atrevidos, abraçando as curvas exuberantes apenas o suficiente para fazer com que a sua boca enchesse de água. E foda-se, mas seus mamilos estavam duros. Os bicos inchados debaixo de seu sutiã, apontando contra o laço abaixo e recusando-se a se esconder de seu olhar.

A necessidade de lamber os pequenos pontos rígidos queimava as terminações nervosas sensíveis ao hormônio inchando sua língua e era quase irresistível.

Um grunhido retumbou em sua garganta, atraindo o seu olhar de surpresa.

Sua paciência estava chegando ao fim.

Sua companheira. Ela foi criada para lhe pertencer, maldita por isso, ela não iria manter-se e os laços do vínculo para seu coração por muito tempo.

Porra seria fácil puxar o material de seu corpo.

Sem mencionar que era sexy como o inferno.

Ele estava apenas a um sopro de se recusar a avisá-la de que o beijo que vinha poderia colocá-la no âmbito da mente para o sexo selvagem e descontrolado que o animal dentro dele estava exigindo ele iniciar.

Seu beijo iria garantir o calor então. Iria fazer aquilo para o que foi concebido para torná-la tão louca por ele, como ele estava por ela.

Ele deu um passo e parou.

Não. Ele não faria isso. Se for para haver qualquer paz em seu coração se ela tinha chegado a ele de livre e espontânea vontade, então ele tinha que forçar-se a ter a paciência que ela tinha pedido a ele dois dias antes.

Como não podia foder sua companheira, ficava a opção de luta com seus parceiros. Uma ou outra ia ter que acontecer.

Ele iria lutar.

—Nós iremos para a academia no andar de baixo, — ele disse a ela enquanto ela se virou para a cafeteira.

E só Deus sabia que ele daria tudo para permitir a ela uma xícara de café. Normalmente, a cafeína era como um lance de chute-na-bunda de alta energia para calor de acasalamento. Mas a sua paciência estava no fim. Ele não achava que iria sobreviver esperando para ver se isso iria realmente funcionar.

Porque agora, ela parecia boa o suficiente para comer, da cabeça aos pés.

Seu cabelo ainda estava úmido do chuveiro, assentado em longos cachos loiros escuros que caíam quase até a cintura. Uma onda longa acenava sobre o peito e tentava-o para movê-lo de lado. Escová-lo por cima do ombro enquanto ele afastava a alça da regata e começava a saborear a carne macia e acetinada.

As calças de algodão macio que ela usava deslizariam sobre suas curvas suaves.

—Você pode ir para a academia no andar de baixo, — afirmou com um encolher de ombros enquanto servia o café. —Eu tenho trabalho a fazer.

Ela virou-se e caminhou para o laptop como para ligá-lo e fez exatamente isso. Assim como havia feito nas duas noites. Ela olhou para a tela, sua expressão inerte, suas emoções aleatórias quando ela fingiu trabalhar.

Colocando a xícara de café na mesa ao lado do sofá, ela se virou para abrir a tela do dispositivo.

—Então, traga o laptop com você, — ele rosnou. —Eu não me importo uma merda. Vou para a academia, e se você goste ou não, você vai comigo.

Nada brilhou em seus normalmente expressivos olhos cinzentos. Não raiva, medo ou incerteza. Ela olhou para ele com um olhar em branco e os dentes cerrados.

—Arrume-se e vamos, Liza. Agora.

Ela deve ter visto algo em seu olhar que a advertiu a não cruzar essa linha.

Olhando para o laptop, ela suspirou antes de fechar a parte superior e protegê-lo. —Eu gostaria de voltar a tempo para realmente dormir esta noite, — informou ela.

—Por quê? — Ele teve que forçar-se a estrangular a construção da raiva dentro dele. —É sexta-feira à noite, não domingo, e não é como se você tem um trabalho para voltar.

—Não, eu não, mas tenho outras coisas que posso estar fazendo, além de estar na minha bunda e verificando o aspecto de minhas unhas. — Sua voz nunca levantou, nunca mudou de inflexão. —Há mais em minha vida do que um trabalho Stygian, ou o que aconteceu desde que você veio para ela.

—Tais como? — Observando como ela se movia em direção a ele, era tudo o que podia fazer para não empurrá-la para o chão e montá-la.

Seu pau pulsava com uma fome que foi se tornando dolorosa, imperativa e as glândulas inchadas sob sua língua pulsava em demanda aquecida.

—Tal como a cadeira dos Eruditos Navajo da Fundação I, angariadores de fundos que ajudam com o museu, e a programação que eu faço para os chefes dos Seis para visitar as escolas do país. Será que você teve sequer o cuidado de verificar qualquer coisa que eu faça, além do que pode ou não pode ajudar as Castas em sua pequena agenda aqui, — ela questionou sem inflexão.

—Eu não sei Liza, eu gostava bastante da torcida da universidade e os projetos de captação de recursos que você estava fazendo lá, — ele falou lentamente. —Você não tem uma reunião chegando em breve?

—Que você nem pode assistir.

Ah, essa atitude, despreocupada sem emoção dela iria conseguir obter sua bunda em apuros.

Melhor ainda, ele estava indo para obter sua bunda fodida.

A necessidade de levá-la para baixo, para aquecer a sua excitação ao ponto de ebulição e encontrar esse ponto de submissão feminina foi se tornando uma fome infernal e sabia que nenhum deles ia escapar. Especialmente se ela mantivesse esta atitude.

—Se você tem que fazer isso, vamos acabar com isso. Eu estarei pronta para a cama mais cedo hoje, — afirmou enquanto se dirigia para a porta.

Stygian cerrou os dentes, forçando para trás seu grunhido quando ele a seguiu.

Ela estaria pronta para a cama mais cedo hoje?

Ah, ela não quis mencionar a cama agora. Ela realmente queria fazer o seu melhor para manter sua mente fora daquela cama.

—Isso é estúpido, me arrastando por aí desta forma, — ela informou quando ela parou na porta e virou-se para encará-lo. —Eu tenho coisas para fazer, Stygian.

Não havia raiva em seu rosto. Nenhuma em seus olhos.

Filho da puta, ele não estava acoplado a um manequim de merda, e sua impressão de ser um estava começando a irritá-lo infernalmente.

Ele não ia entrar em um confronto com ela, ele disse a si mesmo... Disse ao animal rosnando dentro dele.

Ele seria condenado se ele forçasse a luxúria que ele sabia estava a subir dentro dela, mesmo sabendo que se ele a deixasse puta o suficiente, isso iria aliviar a dor torturante em suas bolas.

Ela não tinha escolha.

Se ele empurra-se duro o suficiente, ela iria queimar dentro dela também. Era sobre o empurrão que ele tinha problema. Ele queria uma companheira disposta, aquela que viesse a ele sem um empurrão ou coerção.

Que viesse a ele porque ela precisava e doesse por ele tão desesperadamente quanto ele doía por ela.

Abriu a porta e permitiu que ela o precedesse, de repente ele foi atingido por uma leve sugestão de cheiro de acasalamento. Apenas uma sugestão nada ostensiva ou pesada.

O que diabos estava acontecendo com isso?

Cada companheira que ele já entrou em contato havia segurado um cheiro de acasalamento pesado. Era sempre inconfundível, e sempre pesado o suficiente para garantir que todos os outros machos da Casta fossem avisados de manter distância.

—Por que você precisa ir para a academia, — ela perguntou quando eles se viraram para o salão para se juntar a Flint, Mutt e Dog. O fato de que o cheiro de acasalamento fosse tão sutil teve seus instintos animais andando inquieto.

Olhando para os três homens, a única coisa que aliviou a ascensão perigosa da possessividade foi o fato de que cada um deles parecia completamente inconsciente de Liza como algo diferente de sua companheira, apesar do cheiro de acasalamento ser menor do que a força normal.

Estranhamente Mutt, sendo em seu estado normal carrancudo, estava no mais bom humor dos três.

—Uau, estamos tendo uma festa hoje, — observou ironicamente Liza quando ela também, obviamente, percebeu a falta de humor geral.

—Sem brincadeira, — Mutt resmungou. —Esta com certeza não foi a porra do Quatro de Julho pelas últimas vinte e quatro horas. Eu juro que eles irão, — ele sacudiu a cabeça em direção a Flint e Dog — começar a me deprimir logo. — Seu deliberado sotaque do country tinha apenas a quantidade certa de pronúncia na exata velocidade lenta e deliberada necessária para puxar o sotaque do sertão.

Ninguém jamais teria imaginado que o Coiote do Conselho de Genética chamado Mutt realmente era tão bom falador que detectava qualquer tipo de sotaque que era geralmente impossível.

—O que há? — Stygian perguntou quando todos eles entraram no elevador, automaticamente colocando Liza protetoramente entre os quatro no centro do cubículo.

—O que dá é ficar preso bancando a babá nesta cidade maldita, — Dog rosnou irritado, cruzando os braços sobre o peito largo. —Eu prefiro estar fora caçando.

—Caçando o quê? — Flint resmungou. —Mesmo a presa natural está ficando escondido. Como se eles estariam em qualquer perigo de merda de qualquer maneira. Estes três apenas desfrutam da perseguição. Dê-lhes a chance de matar e eles perdem todo o interesse.

—Sim, pelo menos a nossa perseguição é realmente o tipo de caça. Muitos de nós não estamos ultrapassando eles, — Mutt resmungou. —Você é estranho, Flint.

—Dê-me uma pausa, — Liza murmurou. —Vocês são todos estranhos.

—Senhora, você é um pé no saco, você e sua amiga, — Dog rosnou, obviamente a falar de Claire. —Esse pequeno diabinho vai me deixar louco.

A falta de qualquer animosidade contra Liza tinha deixado Stygian revirando os olhos, em vez de ameaçar arrancar a cabeça do Dog fora. Era malditamente raro ver Dog reagir a qualquer coisa em qualquer outra forma que escárnio ou sarcasmo. O fato de que Dog estava tão irado por uma mulher havia lhe deixado perguntando-se se o Coiote...

—Eu me mataria antes de acasalar com essa pequena megera, — Dog rosnou quando Stygian inalou profundamente. —Então pare de procurar pelo maldito odor. A capacidade máxima não está acontecendo.

Flint riu enquanto Stygian balançou a cabeça. Claire ficaria feliz em saber que, até agora, o cheiro de acasalamento não foi detectado. Isso não queria dizer que iria ficar assim, no entanto.

—Eu acho que essa sessão de luta é exatamente o que todos nós precisamos, — Mutt rosnou quando as portas do elevador se abriram, depositando-os na academia privada que Jonas tinha arranjado em uma das salas de conferência no piso térreo. —Eu poderia aguentar chutando seus traseiros ao inferno e voltar. Pode fazer todo este imposto tédio interior realmente valer a pena.

—Você está indo lutar? — Descrença completa encheu sua voz quando ela virou-se para enfrentar Stygian. —Você me trouxe aqui para que eu pudesse assistir a quatro de vocês lutarem?

Olhando para o olhar estreitado de sua companheira, Stygian de repente se sentiu mais na defensiva do que ele gostava. E ele descobriu que com certeza não gostava de ser defensivo na frente de Liza.

—Não, eu te trouxe aqui para que você pudesse fazer esse trabalho que você estava reclamando enquanto eu luto, — ele rosnou, escondendo sua confusão ao sentir o cheiro de... inveja?

Ela estava com inveja?

Isto provou ser verdade o boato de que o treinamento intenso era para todos os membros da Rede Secreta de Casta Navajo e explicava por que Liza e Claire foram capazes de negar ser uma parte dela, apesar dos relatórios recebidos apontarem que as mulheres eram. Elas não seriam oficialmente empossadas até a sua formação estar completa.

—E, obviamente, para combater o tesão. — O Sorriso zombeteiro de Dog estava de volta. —O que aconteceu com o calor de acasalamento, Stygian? Você devia está lutando com sua companheira na cama não com seus amigos no ginásio. Ele riu com o que ele considerou uma piada.

—Cale a boca Dog, — Stygian ordenou, olhando para ele.

O filho da puta estava certo também, o que apenas chateava Stygian ainda mais.

—O que ele deve fazer é deixar-me sozinha em nossa suíte para trabalhar em vez de arrastar-me até aqui para assistir a um bando de meninos crescidos lutarem — Liza estalou, o cheiro repentino de sua raiva que derramava dela de madressilva como na primavera.

Que diabos tinha finalmente conseguido irritá-la de qualquer maneira?

Se fosse seu desejo perfumando o ambiente tão docemente. Se fosse, ele não teria de treinar com esses brutamontes.

—Stygian, por que você apenas não ajuda a sua pequena doçura a encontrar um lugar para trabalhar, — Dog sugeriu, com um sorriso rígido.

—De preferência um lugar onde ela pode nos assistir chutar o seu traseiro, — Mutt concordou com seu melhor sorriso, que na verdade era um inferno de uma carranca.

Mutt teria feito um inferno como garoto-propaganda para o bicho-papão Coiote. Stygian não tinha dúvida que as mães assustariam seus filhos para o bom comportamento com um rosto semelhante ao que poderia levá-los no escuro se não se comportassem.

—Sim, por que você não faz isso, Stygian, — Liza concordou com um sorriso zombeteiro. Então eu poderei assistir vocês quatro unidos em cada outro idiota semelhante.

Voltando-se para ela, sobrancelha arqueada sugestivamente, Stygian soube que ela sabia exatamente por que estavam ali.

Silenciosamente.

Seu olhar preso ao dela. Ele estava indo sobre estes três como um idiota, ou ele ia acabar fodendo ambos cegamente na suíte no andar superior.

Foi a sua escolha.

Liza não tinha que ser uma Casta, ela não tem que ter um incrível senso de olfato para detectar a luxúria abastecendo seu olhar. Estava lá, queimando como uma chama azul neon em seus olhos negros.

Ela sabia que ele estava excitado, sabia que ele a queria nos últimos dois dias, mas ela não sabia que estava queimando tão brilhante ou tão quente como estava. Tão brilhante ou tão quente como ela tinha estado e cada vez ela se permitiu puxar para trás e partir para o trabalho que ela estava determinada a terminar primeiro.

Ativando seu calcanhar, ela andou por todo o ginásio, ela tentou empurrar para trás sua própria fome de responder.

Ela não podia ir por isso agora. Ela não podia lidar com a necessidade que existia entre eles, com a fome que atormentava sempre que ela se permitia esquecer o fato de que ela não era quem ela acreditava que era por tantos anos.

Ela estava aceitando, mas não era fácil. Ela deveria ter suspeitado antes das Casta chegarem, e ela provavelmente teria a partir das suas inclusões nos sonhos que a teria feito lembrar.

Sonhos que ela tinha permitido... Não, os sonhos que ela se obrigou a empurrar para o fundo de sua mente, quando ela acordava. Sonhos que ela se recusou a permitir-se em persistir. Sonhos que existiam para enchê-la com medo e pavor e fez com que ela seguisse o caminho para outro lugar, apenas a realidade exterior, onde nenhuma emoção, nenhum receio, nenhum medo e nenhuma dúvida, nenhuma verdade poderia tocá-la.

Um caminho que havia encontrado em um sonho.

Um sonho onde ela tinha se mostrado uma maneira de escapar.

Eu estou aqui, ela disse a si mesma no sonho. Eu me escondo aqui, porque eu não gosto do mundo. Porque é assustador e cruel e eu só quero ficar longe dele. Você pode ir lá também. Você pode se esconder em meu lugar, porque eu não preciso mais.

Por que demorou tanto tempo para ela se lembrar?

Movendo-se para a pequena área dividida criada evidentemente para aqueles que não estavam interessados em coparticipação das palhaçadas dos homens, Liza sentou-se lentamente no sofá surpreendentemente confortável de frente para o ginásio.

Colocando o laptop na mesa do café, ela passou as mãos sobre o rosto antes de empurrar os dedos pelo cabelo e respirar com força.

Esse caminho para aquele lugar não real estava fechado para ela agora. Ele tinha estado fechado para ela desde a noite que Stygian tinha feito amor com ela.

Ou acasalado a ela.

Mas os sonhos ainda estavam lá e desta vez, os sonhos não estariam enganando sua memória uma vez que ela acordasse.

—Deus, isso é tão louco.

Erguendo a cabeça, ela olhou para o ginásio, observando com um sentimento de inveja como os quatro homens estavam realmente batendo uns aos outros nas esteiras.

Inferno, ela não tinha conhecimento desse espaço aqui. Se ela tivesse, ela teria chamado Claire e lhe pediria para se juntar a ela. Elas poderiam ter convidado Ashley e Emma.

Seus lábios torceram zombeteiro. Talvez ela não tivesse. Elas, obviamente sabiam que o ginásio existia e não tinham sugerido nas poucas vezes que ela tinha falado com elas.

Mas, se tivesse talvez ela não tivesse tido a oportunidade de assistir ao espetáculo que ela estava assistindo agora.

Flint veio em Stygian com um duro chute voador, pegando seu ombro forte e fazendo nada mais do que chutar de volta. Agarrando o tornozelo de Flint, Stygian torceu duro. O outro homem capotou no ar, seguindo a direção que poderia ter torcido o tornozelo da perna antes de empurrar livre.

Vindo em um agachamento, Flint mal conseguiu saltar para fora do caminho quando Stygian jogou um chute lateral duro em seu caminho. Sem dar a outra Casta uma chance para se recuperar, Stygian foi para ele novamente.

Um soco duro no queixo empurrou a cabeça de Flint de volta, mesmo quando ele revidou com outro para o mais jovem e duro da Casta, abdômen e músculo-embalados.

Flint voltou-se. Mal capturando o mesmo ele conseguiu se recuperar e enviar um soco duro para o lado da cara de Stygian.

O som do punho batendo na carne e osso fez Liza estremecer apesar do fascínio que ela estava sentindo.

O fascínio, bem como o início de excitação se construindo entre suas coxas. Seu clitóris estava tão inchado que estava de repente, acaloradamente, muito consciente do fato de que tinha passado mais de 48 horas desde que ele tinha a tocado.

Desde que ele tinha a beijado.

E o seu beijo era simplesmente... Delicioso.

O gosto era um pouco como doces de canela, café e chocolate. Ela adorava doces de canela, café e chocolate, especialmente quando ela provou em seu beijo.

Pressionando as coxas, ela se lembrou de que realmente não tinha tempo para considerar seu beijo agora. Ou seu toque. Ou a forma como a ponta de sua língua fez aquela pequena coisa como um redemoinho em torno de seu clitóris.

Ela não poderia considerar o prazer agora, ou o quanto ela tinha perdido. Ela definitivamente não queria considerar como seria boa a sensação de tê-lo movendo-se sobre ela, movendo-se dentro dela.

A sensação de seu aperto na vagina, derramando a umidade nas dobras além era tão sensual, tão incrivelmente erótico quando combinada com a memória de seu beijo que ela jurou a fome apertando seu ventre iria fazê-la louca.

Ela o queria agora.

Doía por ele agora.

E ele estava lutando, muito ocupado com seus amigos para se importar.

Ela estava pronta para rolar os olhos para si mesma neste momento.

Empurrando o laptop aberto e entrando no banco de dados Navajo à distância, Liza lembrou-se de que ela era a única que não podia lidar com sua própria vida no momento.

Stygian não havia pedido a ela para permitir que a confusão e o medo construído dentro dela ficassem entre eles.

Ela fez isso sozinha.

Abrindo o arquivo de Centro Comunitário, ela tentou se concentrar nos planos para renovar e adicionar a ala das crianças para o novo centro que tinha sido construído na zona oeste da cidade, alguns anos antes. Ela tinha sido encarregada de levantar o dinheiro, e eles tinham concluído o arrecadamento dos fundos vários meses antes para a expansão, bem como computadores adicionais para o programa de tutoria, depois da escola.

Ela estava no meio do arquivo quando o movimento estranho da tela que vinha acontecendo várias vezes nas últimas semanas aconteceu de novo. Franzindo a testa, ela rolou na parte inferior, perguntando por que seu pai não tinha sido capaz de consertá-lo, enquanto ele tinha o laptop na semana anterior. Quando ele piscou novamente, ela cometeu o erro final de levantar o olhar e permitir que a sessão de luta na academia chamasse sua atenção novamente.

Nos últimos dois dias, ela tinha lutado com ela mesma, forçou-se a juntar fragmentos de memórias, para encontrar uma solução dentro de si. Para aceitar o que ela descobriu, que ela sabia quem era. A necessidade por ele tinha estado abaixo da superfície, a fome por ele sempre esteve lá, na borda de seus pensamentos e de sua necessidade. Mas a necessidade de saber quem ela era, e por que ela acreditava que ela era Liza Johnson, tinha tomado tanto dela que não tinha escolha a não ser recuar e juntar os pedaços que ela conhecia dos fragmentos de sonhos, as lembranças que não tinha realmente pareciam memórias.

Ela não era quem ela pensava que era, mas não havia nenhuma maneira de provar para si mesma. Não havia uma única memória, um único sonho ou instância que ela poderia usar para identificar que ela era Honor Roberts ou Fawn Corrigan. Não havia memórias de uma ou outra que ela pudesse puxar.

Enquanto ela observava a disputa das Castas, de repente ela endureceu quando o punho de Flint foi para o rosto de seu companheiro.

Stygian saltou para trás do golpe em seu rosto, mas não antes dele ser acertado.

Seus lábios estavam divididos, a dica avermelhada de sangue estragava a perfeita curva masculina.

Ah inferno, Flint tinha dividido o lábio de Stygian?

Isso não iria fazer doloroso beijá-la mais tarde?

Ela poderia beijar o dodói.

Lambendo os lábios com o pensamento, os seios incharam ainda mais e a onda de fome de correu através de seu corpo enquanto seu clitóris pulsava em necessidade renovada.

Renovada? Não, não renovada, não tinha parado de pulsar desde que ela observou o inicio da luta.

Ela queria treinar com ele. Ela queria que ele a derrubasse, tirasse a calça de seu corpo, levantando-a de joelhos e fodesse com ela em um orgasmo gritando.

Isso seria seriamente pedir muito?

Não era como se ela não estaria disposta a dar também.

Sua língua correu sobre os lábios de novo, quase involuntariamente neste momento. Ela podia lembrar o gosto dele, a força e o poder da cabeça larga de seu eixo.

Assim, grosso.

Ela tinha ouvido que os Castas Lobo e Coyote eram mais grossos que o normal, seus pênis, grosso o suficiente para esticar uma mulher até que ela estivesse certa de que era impossível levá-lo.

Sua experiência, ela tinha ouvido, assegurada que seus amantes aguentassem, talvez não com facilidade, mas definitivamente com prazer.

Requintado, prazer, aquecido e torturante.

Umidade saiu escorrendo de sua vagina, escorregadia, preparando-a...

Apertando as coxas, ela forçou um gemido e lutou para voltar sua atenção para o arquivo em que estava trabalhando. E o ocasional piscar da tela era mais irritante do que um problema real.

Ou, ele teria sido se sua mente estivesse na verdade, sobre o arquivo que ela deveria estar trabalhando.

Voltando o olhar para o ginásio e os combatentes ainda indo de um para o outro, o desejo de estar no tapete com seu companheiro só foi ficando mais forte.

Ela queria ser quem estava lutando com ele.

Ela era sua companheira por uma razão.

Ela não era a flor de estufa que ele tão obviamente acreditava que ela era.

Esta flor de estufa fez uma semana de teste final antes de sua nomeação para se tornar uma das mais profissionais da força de resgate mais secreta do mundo.

Ela poderia treinar com ele.

Ela duvidava que pudesse levá-lo, mas sabia que ele iria levá-la.

Sensualmente.

Eroticamente.

Molhar a calcinha era um eufemismo para a mancha de umidade agora reunida em sua boceta.

Fome não chegava nem perto de descrever a necessidade correndo através de seu corpo.

Seus mamilos estavam tão duros que a renda de seu sutiã estava tão abrasada que era doloroso.

Liza não queria nada mais do que para puxar suas roupas... Não, ela queria Stygian a rasgar as roupas de seu corpo. Para ela com tal força, com tal desejo incontrolável que nada importava, além de transar com ela. Além de empurrar o comprimento amplo de seu pênis dentro dela, deixando-a louca com cada impulso até que a ímpia ereção adicional a enchesse, prendendo-se dentro dela quando sua libertação jorrasse para as profundezas da sua vagina.

Ela o queria até que ela se sentisse em chamas por seu toque. Até o algodão macio da calcinha e suas calças e regata eram tão irritante, tão impossível de suportar que ela não queria nada mais do que tirar a roupa.

Ela precisava estar nua.

Ela precisava de seu companheiro nu.

Agora!

 

Tal como as sessões de lutas foram, esta era uma das mais ásperas.

Stygian sabia que teria hematomas em lugares que ele não tinha tido contusões nos últimos anos. Onde havia combatentes Coiotes havia golpes baixos, e isso era apenas um fato da vida.

Isso significava hematomas em lugares que um homem normalmente não tinha de se preocupar com contusões quando lutava com eles. Ele realmente não conseguia se lembrar de uma vez em que lutando com um Leão ou um lobo, ele tivesse ficado com o braço deslocado por um chute debaixo do braço.

Como o Dog do inferno tinha conseguido isso, ele não estava certo ainda. Tudo o que sabia era que o sujo bastardo tinha pegado ele distraído, ao mesmo tempo Flint veio para ele com um gancho de direita.

Movendo-se rapidamente para o lado para evitar um golpe duro em seu um nariz — ninguém poderia acusar Flint de jogar limpo — Stygian retornou com um poderoso golpe no estômago do outro Casta, seguido rapidamente por um gancho de esquerda que Stygian amorteceu apenas um pouco, antes de conectar com a mandíbula de Flint.

Mesmo amortecendo o soco, Flint foi arremessado contra a parede acolchoada. Seu cabelo escuro pingando de suor quando ele balançou a cabeça, Flint veio por ele.

Bloqueando um chute duro apontado para seu abdômen, Stygian estava em processo de varrer a perna do outro homem debaixo dele quando o cheiro o pegou.

Como uma marreta, o cheiro de desejo feminino rasgou através de seus sentidos.

Ele congelou, sua cabeça levantou, atraindo o mais doce, mais viciante perfume, que ele poderia ter imaginado.

No mesmo fôlego Flint deu um golpe poderoso em sua barriga com um chute que quase o derrubou.

Uma corrente de ar exalou dos pulmões quando Stygian se viu colidir com a parede acolchoada.

Atingido pelo aroma da luxúria da sua companheira.

Deus o ajudasse, ele tinha que tirar os outros fora daqui. Não havia nenhuma chance de que ele retornasse para a sua suíte antes dele enterrar seu pau dentro das profundezas exuberantes, madressilva doces de sua vagina.

Pegando Flint vindo para outro chute forte, Stygian agarrou seu tornozelo, torcendo e depois saltou de volta quando o outro Casta fez uma inversão no ar que teria terminado com o pé na mandíbula de Stygian se ele tivesse ido uma respiração mais rápido.

Aterrissando de cócoras, Flint sorriu de volta para ele.

—Você está ficando velho Stygian, — afirmou. — Você nem ficou malditamente perto de derruba-me como na semana passada quando você respondeu ao mesmo chute. Mas então, — levantou as sobrancelhas sugestivamente, — o cheiro de fome da sua companheira não estava lá para tentá-lo também. Não é?

—Você foi mais rápido desta vez, — argumentou Stygian quando ele ignorou o comentário a respeito de sua distração.

—E você é um inferno de muito mais lento. — Flint riu quando tanto Dog como Mutt fez uma pausa em sua luta. — Você está fora do jogo, meu amigo.

Inferno se isso não era verdade, mas até Flint foi aliviando de volta, o acordo tácito de que a sessão de luta acabou, entendida por todos eles.

O cheiro de necessidade de uma companheira enviava uma mensagem a qualquer outra Casta na área para manter a distância, para ir bem longe do perfume se possível, em todas as oportunidades para que o casal acoplado tivesse a chance de ficar sozinhos.

Inalando bruscamente, ele pegou o cheiro dela novamente.

Excitação e uma adição de mais alguma coisa o tiveram estreitando o olhar sobre ela.

O cheiro da excitação era mais forte, um perfume sutil por causa da distância, mas não a mesma coisa. Mas também estava combinado com o cheiro de inveja e uma agressividade natural que tiveram seus instintos animais uivando e seus lábios transformando-se em um sorriso de satisfação.

—Tempo para tomar banho, — Flint anunciou, embora a atenção de Stygian nunca oscilasse de Liza. — Vamos assegurar o quarto ao sairmos.

Sua atenção estava completamente focada em Liza quando ela se levantou do sofá e aproximou-se das esteiras principais. Ele era apenas distantemente consciente dos assobios suaves indicando que a total segurança havia sido ativada na entrada do ginásio.

Haveria Executores da Casta parados no elevador e depois mais longe ao longo do corredor, enquanto ele e Liza estivessem no ginásio.

Stygian antecipou que eles estariam lá por um tempo.

—Lute comigo agora. — Sua demanda devia tê-lo surpreendido.

Mas não o surpreendeu.

Ele já suspeitava do papel que ela ambicionava desempenhar na Rede Secreta das Castas Navajo. Ele deveria ter suspeitado disso há muito mais tempo.

Ela era uma massa de contradições, enganos e confusões. Ele nunca poderia pegar qualquer coisa pelas expressões de seu rosto, até que ele aprendesse as respostas para as perguntas que ela proporcionava.

Movendo-se novamente, Liza tirou fora as sandálias em que ela escorregou antes de deixar o quarto. Deixando os pés descalços, as unhas dos pés pintadas de um rosa doce muito sutil, ela pisou no tapete.

Sua excitação já não estava misturada com a inveja. Era agora infundida com uma pitada de agressividade sexual feminina e independência.

O cheiro intrigante teve seu pau inchando incrivelmente mais duro, pulsando com uma demanda que ele não tinha intenção de deter.

Um grunhido soou em sua garganta enquanto os lábios se curvaram em um rosnado, lento e dominante.

—Um desafio, companheira? — Ele perguntou quando se ajoelhou e retirou as macias botas de couro usadas pelos Executores.

Afrouxando os laços, segurando seu olhar no dela, Stygian ficou a removê-las sem pressa, recusando a permitir se atrapalhar sequer com um cadarço enquanto ela observava.

Orgulho masculino.

Ele sorriu ao pensamento disso.

É claro, ele não podia se permitir a parecer menos do que completamente dominante e seguro em sua presença. Deus não permita esta independente notável mulher jovem, jamais ter sequer um momento para duvidar de sua capacidade de amá-la.

De protegê-la.

Ele tinha que provar a ela que ele era seu companheiro natural.

Removendo suas ajustadas meias pretas, Stygian endireitou-se e olhou para ela em silêncio por longos momentos.

—Você é minha companheira, — ele finalmente disse, ao ouvir o rugido primitivo que encheu sua voz. — Eu sou bem capaz de não apenas proteger a sua segurança Liza, mas também seus segredos. Só tem que dar eles a mim para custodiar.

Alcançando para trás e recolhendo os cabelos, ela juntou os longos fios em uma trança frouxa antes de prendê-lo com o elástico que estava em volta do pulso.

—E se eu não souber os segredos que eu estou mantendo? — Ela o surpreendeu com a resposta.

—Então, eu diria que você está se escondendo deles, — ele respondeu, ignorando o flash de desacordo em seu olhar, a dica de raiva que escureceu a cor cinza suave.

Ela não discutiu, em vez disso, ela se virou.

O pequeno punho de aparência delicada de repente deu um golpe, não ao abdômen repleto de músculo, mas sim na área vulnerável abaixo, entre o umbigo e a faixa de seus jeans, a apenas um sopro da cabeça inchada de seu pênis.

O golpe lhe roubou a respiração um instante antes de se virar para ela. Indo para longe, ele quase conseguiu, antes dela de repente cair rolar e surgir atrás dele.

Antes que ele pudesse assimilar a surpresa, o seu pezinho desembarcou na parte de trás do joelho, roubando o equilíbrio e quase o levando para o chão antes dele se refrear em um agachamento.

O agachar e rolar que ela executou antes de chegar por trás dele não era um contragolpe típico pelo risco de ser atingida por trás, mesmo para os seus Executores do sexo feminino. Por sua altura e falta de força física, isso funcionou perfeitamente. Ele também deu a ela a abertura de vir de novo por ele antes que pudesse responder com um contra-ataque.

Dentro de duas respirações, ele foi colocado na defensiva pelo fato de que, com graça ágil, ela conseguiu escapar de suas mãos e ficar fora de seu alcance.

E ele não estava brincando com ela.

Stygian tinha toda a intenção de colocar as mãos sobre ela e despi-la, primeiro da pequena regata que ela usava. O que apertavam seus seios e mostrava claramente os mamilos duros, pontiagudos sob o que parecia ser a renda de seu sutiã.

Os movimentos que ela estava usando não eram aqueles que ela teria sido treinada pelas fêmeas Coiote. Eram movimentos da Casta do sexo masculino com a adição de um gracioso toque feminino, um arco inesperado, chute ou soco. E ela realmente tinha se agachado, baixo e rápido e rolado o que a colocou fora do alcance.

Ele ficou impressionado.

Ele ficou ainda mais impressionado, para não dizer muito desconfiado com o fato de que ela usou tão bem. Tão bem que ele estava começando a suspeitar que não fossem Ashley e Emma, que tinha estado a treiná-la. Um macho da Casta, de alguma forma a esteve treinando tão secretamente que ele não tinha ouvido falar sobre isso.

E ele não teria pensado que fosse possível.

Permanecendo alerta, mantendo os olhos nela, Stygian arqueou as sobrancelhas ironicamente quando ela o circulou, procurando uma abertura para enterrar o punho muito pequeno em alguma área vulnerável, sem dúvida.

Quando ele viu a sua abertura, ele se moveu.

Abaixando a quase agachado enquanto ela se movia para ele, Stygian conseguiu torcer e vir atrás dela, ambos os braços envolvendo em torno dela, prendendo ela e acorrentando-os para o seu lado.

Ela não tentou mover os braços. Sua reação natural primeiro teria sido lutar com a parte superior do seu corpo. Pelo menos, isso era o que deveria ter acontecido.

Em vez disso, em outro lance surpreendente, ela levantou as duas pernas. O calcanhar de uma bateu em seu joelho, levando-o para o tapete.

A maioria dos homens, guerreiros, soldados, teriam perdido o seu agarre. Stygian ficou realmente bastante orgulhoso do fato de que ele manteve o agarre sobre ela.

Intensa satisfação o encheu, quando ele conseguiu lutar e a levar para o tapete debaixo dele, seu corpo segurando o dela preso firmemente entre ele e o tapete.

—Quem está treinando você? — Ele rosnou quando ele deu-lhe uma pequena mordida erótica na orelha. — Diga-me companheira, com quem você tem treinado?

Não que isso realmente importava, foi o pensamento de Stygian quando ele revirou os quadris contra a curva suave de seu traseiro e permitiu a ela sentir a ereção endurecida sob seu jeans. Não importava porque a partir de agora, ela só iria jogar com ele. Ele seria o seu único parceiro de treino. Apenas ele a estaria treinando para fazer qualquer coisa maldita.

Liza podia sentir seus sucos derramando de sua boceta, amortecendo as dobras, assim como a calcinha, quando Stygian forçou uma dura coxa entre as pernas dela, forçando-a abertas, em seguida espalhando-as ainda mais para permitir que seus quadris encaixassem no berço que ele criou.

—Responda-me companheira, — ele murmurou enquanto seus incisivos deslizaram ao longo da nuca. — Qual macho da Casta se atreveu a treiná-la de forma eficaz?

Ela forçou um riso de seus lábios, ela teve que forçá-lo, porque tudo o que ela queria fazer era gemer e implorar para ele foder com ela.

—Porque nós, pequenos seres humanos insignificantes não estamos autorizados a utilizar qualquer um dos movimentos de sua Casta? — Ela sabia melhor, mas empurrá-lo era a ordem do dia.

Empurrando-o a perder o controle.

Empurrando-o para foder.

Empurrando-o para forçar seu controle nela e para permitir uns poucos momentos de paz a partir dos pensamentos e medos que mantinham girando em sua mente.

—Nenhum macho Casta treinou-me para nada. Ela manteve o escárnio espesso em sua voz.

Ele poderia detectar uma mentira em sua voz, e ela tinha que ter cuidado aqui.

Nenhum macho da Casta tinha estado a treiná-la, em vez disso, as fêmeas Coiote Ashley, Emma e Shiloh, e ocasionalmente a fêmea da Casta Jaguar, Chimera, e varias fêmeas da Casta Lobo. O outro treinamento que ela tinha era dos homens que faziam parte da equipe que tinha sido designada para a Rede Secreta.

Será que os grandes e duros homens Castas acham que suas pequenas congêneres não têm a capacidade de treinar alguém?

—Quem vem treinando você, então? Ele rosnou em diversão quando ela sentiu seu pênis pressionando o vão entre suas coxas, empurrando contra a entrada de seu sexo através de suas camadas de roupas.

Ela queria as roupas longe deles.

Ela o queria.

Queria ele duro e profundo e, oh Deus, levando-a com uma força e uma fome que a enviasse em espiral culminando em uma liberação enlouquecedora.

—Quem disse que alguém estava me treinando?— Fechando os olhos, as unhas enrolando na esteira onde tinha os pulsos firmados, Liza deixou as sensações, a excitação e a intensa sensualidade derramarem-se sobre ela.

—A partir de agora, se você quiser aprender a lutar, você pode vir a mim. — Sua cabeça baixou, seus dentes arranhando a lateral de seu pescoço.

—Vir a você para aprender a lutar? — Ela lutou para respirar, para combater as lágrimas de emoção que ameaçava inundar seus sentidos também. —Realmente, Stygian, eu vi Castas com suas mulheres. Elas não têm permissão para lutar. — Ela sorriu com uma curva sensual e tentadora de seus lábios. — Eles só conseguem transar.

—Sério? — Ele murmurou em seu ouvido, seu pau empurrando em excitação, a sensualidade em sua voz. — Fêmeas Coiote lutam. Ashley e Emma são dois dos nossos melhores guerreiros.

—Fêmeas da Casta, — argumentou ela, sem fôlego. — A companheiras humanas não são dadas as mesmas opções.

—Quem disse? — Sua língua bateu em uma área de nervos particularmente sensível onde ele tinha mordido duas noites antes.

Prazer cantou através de seu corpo com uma rapidez que a deixou ofegante e teve mais de seus sucos lisos deslizando por sua boceta.

—Os rumores de Diane Broen e cada discussão que ela e Lawe tem tido. — Ela estava quase sussurrando quando uma de suas mãos empurrou sob sua regata.

—Mas Castas Leão são idiotas, — ele rosnou sua voz cheia de fome sexual.

—O que? — Liza mal conseguia entender o que ele estava dizendo, enquanto seus dedos liberava o prendedor da frente do sutiã e segurava o peso inchado de um seio.

—Eu disse, Castas Leão são idiotas, — repetiu ele, a luxúria escura, afiada no som de sua voz, acariciando seus sentidos enquanto seu polegar acariciava o pico requintadamente duro de seu mamilo.

—Castas são idiotas. — Seus dedos escavaram na esteira novamente quando sua outra mão, dedos longos e poderosos começaram a empurrar abaixo da faixa baixa das calças de algodão.

E tudo o que ela podia fazer era respirar.

Inferno, ela não dava a mínima se ela estava respirando ou não, desde que ele se mantivesse tocando-a.

Seu toque era como luxúria viva. Quente e hipnotizante, ele lhe roubou a razão, deixando-a indefesa debaixo dele.

O ar em torno deles era grosso e pesado com o calor erótico.

Seu corpo duro em cima dela era tão estimulante, tão poderoso e excitado, ela se sentiu perdida na sensação de seu peso contra ela.

—Castas lobo não são idiotas, embora, — ele assegurou, quando as pontas de seus dedos roçaram os cachos na parte superior de sua vagina.

Liza sentiu o aperto involuntário de suas coxas, de sua vagina, o deslizar exuberante de seus sucos se derramando do seu corpo.

Seus dedos lustrando os cachos que abrigava o topo de seu monte. Só ali ela havia deixado uma cobertura suave. Abaixo, as dobras inchadas foram cuidadosamente depiladas, excessivamente sensível e aquecida, ansiando por seu toque, por mais do que a pressão firme de seu pênis e suas roupas entre ele e ela.

Seus dentes passaram contra seu pescoço, mais uma vez, o chamuscar do prazer através de cada célula de seu corpo.

As sensações ásperas de seus incisivos sobre ela, enviou uma onda de sensação eletrificada rasgando em suas terminações nervosas, o aquecimento, queimando em sua mente.

Um duro estremecimento de prazer correu por ela quando excitação saltou para um duro, soco de desejo-fome na base de seu ventre.

Liza lutou para montar a onda de tensão muscular e do tremor sensual de repente, inundando seus sentidos.

Para fazer isso durar.

Para recuar do inicio do orgasmo que parecia tão perto, mas manteve-se fora de seu alcance.

O erotismo de tê-lo cobrindo-a por trás, o comprimento de seu corpo aquecido segurando-a no chão, com as mãos prendendo-lhe os pulsos, a teve arqueando seu traseiro, pressionando o cume de seu pênis com mais força contra sua vagina enquanto suas coxas se espalhavam ainda mais.

Ela jurou que ia vir de pura emoção. O domínio extremo e consciência sexual era uma enxurrada de sensações tão intensa que era quase uma carícia física.

Prazer em êxtase inundou seu corpo.

Atravessou-a.

Correu em suas terminações nervosas, apertando seu clitóris e sua vagina para uma conscientização dolorosa.

Ela não devia se sentir assim.

Não importa os rumores de que ela tinha ouvido falar de calor de acasalamento. Não importa o que seus próprios instintos lhe diziam.

Ela não devia estar sentindo isso.

Isto não era apenas sexual. Não era só prazer. Não era apenas uma necessidade de ser fodida até a pura exaustão, e Deus sabia que era a mais alta necessidade em sua mente. Que foi rapidamente chegando a um ponto crítico e limpando a mente de qualquer outro instinto.

Era muito mais do que uma necessidade intensa de liberação.

Mais do que uma necessidade de ser preenchida.

Superava a necessidade de sentir carne contra carne, seu pau enterrado dentro dela, ou a detonação de um orgasmo que ela sabia que iria deixá-la voar em êxtase puro.

Era mais do que ela jamais imaginou que ela poderia ter, porque misturado com as sensações extremas e onda após onda de prazer havia o conhecimento instintivo que também era uma necessidade nascida da emoção.

Queimando nas profundezas de sua alma estava o conhecimento que o coração que havia conseguido manter bloqueado contra toda a dor havia sido violado. Stygian, de alguma forma encontrou uma maneira de esgueirar-se e levá-lo de novo.

Ele o preencheu, possuiu. Ele o controlava sem esforço e ela não tinha ideia de como ele havia conseguido fazê-lo.

Lutando para fazer sentido, se puxar de volta da corrida sem fim de sensações para reparar a violação, ela ficou chocada com a sensação súbita do som de tecido rasgando.

Sua regata foi arrancado dela em um clarão, o algodão ultra macio puxado facilmente de seu corpo, apenas para ser jogado descuidadamente de lado. A sensação de seu peito largo e nu e estômago vindo em suas costas agora nuas arrastou um grito rouco de sua garganta.

—Por favor, — ela gritou novamente, estremecendo nas sensações girando fora de controle dentro dela.

—Oh, companheira, eu tenho toda a intenção de agradar a você, — ele murmurou, seus lábios em sua orelha, acariciando o escudo sensível. — Uma e outra vez. Até que nenhum de nós possa se mover. Até mesmo a necessidade de ar ser esquecida.

A mão em volta da curva de seu seio deslizou livre. Ofegando por ar muito necessário, ela estava mais do que ciente dele trabalhando em soltar a calça e empurrando o material quando ele a ergueu apenas o suficiente para empurrar o tecido para baixo por suas coxas.

Levou apenas segundos, um fôlego, segundos destrutivos para remover as calças que usava.

Ainda assim, ele não voltou para ela. Ele não a cobriu e começou a empurrar dentro dela como ela precisava.

—Por que você fez isso comigo? — Ela não conseguiu segurar o choro mais do que ela podia segurar a onda de sentimentos emocionalmente destrutivos crescendo dentro dela.

—O que eu fiz para você, bebê? — Nu agora, cobrindo-a, a crista ingurgitada de seu pênis mal pressionando contra as dobras escorregadias de sua vagina, ele sussurrou a pergunta enquanto seus lábios acariciaram por cima do ombro. Com o queixo, ele afastou seu cabelo quando ele caiu por cima do ombro, seus lábios voltando para a carne muito sensível enquanto uma mão empurrava sob seus quadris, encontrou os cachos na parte superior de sua vagina, em seguida, empurrou além.

Liza empurrou, estremecendo nas ondas de prazer que deslizou por ela quando seus dedos encontraram o calor inchado de seu clitóris.

—Não há nada que eu queira mais do que afundar no calor aconchegante de sua boceta, — ele gemeu quando ele deixou seus lábios encontrar a marca que ele fez na curva de seu ombro. — Para sentir esse doce, aconchegante calor úmido em volta do meu pau. Sugando-o com todo o prazer que você deu quando você o tomou em sua boca.

Os quadris dela rolaram, esfregando contra seus dedos, lutando para chegar mais perto da cabeça larga de seu pênis que ele colocou contra as dobras de sua boceta.

— Quando você gozar, provocando minha própria libertação, a sensação do aperto de sua boceta no nó do acasalamento poderia me deixar em meus joelhos, se eu fizesse como eu fantasiei e a fodesse contra uma parede.

—Por favor. — O grito foi arrancado dela.

—Ah Deus, como eu fantasiei sobre você, — ele sussurrou, mordiscando seu ombro. —Eu sonhei com você chupando o meu pau, Liza. Observando como leva meu pau com seus lábios, sentindo sua pequena boca quente trabalhar sobre ele.

Uma onda de calor, aquecido inundou sua boceta quando erupções elétricas de sensação intensa chicotearam em cada célula de seu corpo.

—Você está pronta para gozar para mim, — apenas com o pensamento disso, ele rosnou, seus lábios se movendo para a marca em seu ombro novamente, roçando sobre ela, enviando outra nítida explosão de prazer selvagem rasgando por ela. — Enquanto meus dentes estavam bem trancados em seu ombro e meu pau estava trancado em sua pequena boceta apertada, eu pensei que eu ia morrer de prazer.

Estremecimentos correram através de seu corpo quando ela virou a cabeça para o lado, com a intenção de implorar por seu beijo, pedindo para provar, quando o sabor viciante e avassalador bateu com tanta força que a fez choramingar.

Ela não podia suportar. O que tinha sido antes apenas um desejo de seu beijo era de repente uma necessidade, agonizante, imperativa. A fome que ela não podia lutar e não queria negar a si mesma.

Ele estava esperando por ela.

Quando a cabeça dela virou, os dedos de sua mão livre se fecharam em seu cabelo, puxando a cabeça dela mais perto enquanto inclinava a sua para ela, seus lábios capturando os dela, sua língua surgindo entre eles.

Instantaneamente os lábios apertaram sobre os dele, sua língua pressionando contra a sua, acariciando, tirando o gosto exuberante e picante até sua boca, enquanto o hormônio de acasalamento derramava pelas glândulas inchadas bem abaixo.

O elixir, selvagem e sensual afundou em seu sistema imediatamente. De repente, cada toque era mais intenso, cada sensação tão vividamente erótica que ela quase foi conduzida sobre o pico de êxtase com cada novo toque.

Isto era o êxtase.

Seus lábios cobrindo os dela, sua língua fodendo por eles, bombeando o hormônio aquecido dentro dela, infundindo-a com tal fome poderosa sem fim que ela sabia que nunca seria livre dela.

Ela nunca seria livre dele.

Conforme ele a beijava, os golpes provocando levemente contra seu clitóris pararam de repente. Suas mãos agarraram seus quadris enquanto ele preparava o seu peso sobre os joelhos e cotovelos e puxou seu traseiro acentuadamente para cima.

Ele usou os joelhos para pressionar as coxas mais distantes, esticando-a bem aberta, guiando a cabeça latejante de seu pênis para a entrada flexível de sua boceta.

Com cada batida dura de sangue em suas veias sua boceta cerrava, com espasmos de incrível necessidade.

O primeiro jorro escaldante do fluido pré-seminal dentro da abertura desesperadamente sensível, arrancou um grito dela enquanto com os lábios, ele o sufocou.

Ela estava gritando em seu beijo quando afiadas bifurcações chocantes de prazer doloroso começou a atacar sua vagina e clitóris. Isso irradiava pela carne íntima e atormentava, torturando-a com uma fome que ela perdeu o controle, o seu coração parando por um segundo.

Os quadris dela bateu para cima e para trás, obtendo a cabeça de seu pau totalmente em tal impulso, afiado e ofuscante, esticando o prazer que a teve separando os lábios dos dele para lançar seu grito em busca de ar.

A intensidade da fome, a necessidade, a inundação de prazer e demanda correndo por mais, estavam voando através de seu sistema como espiral fora de controle.

Cada impulso do fluido jorrando de seu pau teve sua boceta ondulando, apertando, desesperada por mais.

Seus dedos agarraram desesperadamente a borda do tapete, travando no material pesado quando ela segurou firme, o tumulto colidindo no êxtase furioso por seu corpo quando ele puxou de volta, em seguida, enterrando seu pau latejando dentro dela mais uma vez.

Ele pulsava inundando sua boceta com calor escaldante quando o fluido de rico hormônio a encheu mais uma vez.

Terminações nervosas mais sensíveis de repente, ficando vivas, empurrando mais perto da superfície de sua carne como se desesperadas para sentir cada pulsar de seu pênis dentro dela.

Trabalhando sua largura dura dentro dela, estirando-a, queimando a carne macia com o êxtase, Stygian balançou contra ela, possuindo mais e mais de sua alma, ao mesmo tempo em que ele possuía cada centímetro de sua carne interior.

O comprimento duro de seu pênis se separando de sua entrada, empurrando para dentro, a enchendo cada vez mais com cada impulso, até que com um golpe duro se enterrou até o punho dentro dela.

Um grito saiu de seus lábios, encontrando o grunhido duro, primordial que deixou sua garganta enquanto seu tórax a cobria de volta mais uma vez. Segurando seus quadris elevados, suas coxas encolhendo e apertando contra as dela, começou a trabalhar o comprimento amplo de seu pênis dentro dela, empurrando, acariciando, empurrando uma e outra vez. Cada invasão conduzida, enviava seus músculos a espasmos internos em torno dele enquanto terminações nervosas gritavam com as sensações de êxtase aprofundando em seus sentidos.

Os dedos de Stygian apertaram em seus quadris quando ele segurou-a no lugar para cada estocada da largura feroz de seu pênis. Trabalhando dentro do calor aconchegante de sua vagina, o eixo amplo acariciando o tecido violentamente sensível, empurrando-a mais perto, mais forte, em direção ao centro do êxtase ardente.

—Stygian, por favor, — ela implorou, as sensações de agonia, tão cheias de tal prazer, afiado, brutal, que ela temia que fosse perder sua mente. — Oh, Deus, por favor. Foda-me. Foda-me mais duro.

Fora de sua mente com o total arrebatamento erótico, ela se perdeu para ele. O controle se foi. Não poderia coexistir com tais sensações requintadas.

Os escudos protegendo seu coração e alma evaporou, virou pó sob a certeza de que este homem, este Casta, era a âncora que iria protegê-la por meio de qualquer tempestade.

Liberando seu domínio dessas emoções pareceu abri-la ainda mais para o prazer, permitindo-lhe construir com nítida intensidade, mais aquecido.

Ela não podia suportar.

Ela não poderia viver com isso.

Enquanto sua carne interior chupava o vaivém de sua ereção, ela não pode deixar de soltar uma mão do tapete, o braço dela curvando para trás para enterrar os dedos nos longos fios de seda de seu cabelo que caía por cima do seu ombro e no rosto.

Ele lambeu a marca em seu ombro.

Seus incisivos arreliando sobre a pequena ferida, e ela sabia... Liza estremeceu com o conhecimento.

Suas coxas apertaram, sua boceta agarrou seu pênis apertado, se contraiu e com um grito desesperado, agoniado, sentiu-se de repente, vagando pelo centro, em chamas ofuscantes de puro êxtase, um arrebatamento que implodiu, caiu dentro dela e começou desencadeando uma série explosiva de fogos de artifício que irradiavam através de seu corpo.

Atrás dela, Stygian ainda estava transando com ela. Os rígidos, golpes dirigidos ascendeu dentro dela com uma força que desencadeou uma explosão de êxtase após outra.

Pulsando violentamente, o sangue pulsando nas veias pesadas, cada estocada mais afiada que a outra, explosão brutal na rajada de libertação com ele enterrando totalmente dentro dela, com um último impulso desesperado. Um rosnado soou atrás dela um fôlego antes que os incisivos afiados afundassem na marca de acasalamento mais uma vez.

Ela estava empurrando debaixo dele.

Ela estava derretendo em torno dele.

A sensação de sua liberação jorrando dentro dela, o nó de acasalamento de repente, estendendo numa parte do comprimento já largo de seu pênis, trancando-a no músculo desesperadamente flexível que ordenhava com ele, mandou-a entrando de cabeça em uma explosão de puro êxtase violento.

Uma agonia de êxtase a segurou suspensa, explodindo uma e outra vez dentro das profundidades agitadas de sua boceta. Jorro após jorro de sêmen aquecido jorrou dentro dela, enchendo as profundezas de sua vagina, enquanto as lágrimas de agonia e êxtase derramavam de seus olhos.

Parecia que nunca terminava. As ondas e mais ondas de sensações incrivelmente intensas, estas rasgavam a realidade de sua mente e manteve seus quadris empurrando contra o dele, seu corpo tremendo, até que ela temeu que não houvesse nenhuma maneira de sobreviver.

Mas, como cada pulso de êxtase se tornou mais curto, menos dramático, até que, finalmente, com uma última onda de sensação eletrificada, Liza encontrou-se desmoronando contra o tapete, encharcada de suor e fraca com exaustão.

Atrás dela, seu pênis ainda está bloqueado nos músculos sobrecarregados de sua vagina, sua língua lambendo a marca de acasalamento, facilitando a mordida, a respiração de Stygian era áspera, rosnados emanava de sua garganta a intervalos irregulares.

Quando o prazer diminuiu e uma sombra da realidade voltou, ela podia sentir a mudança dentro de si. Algum sentimento, algum conhecimento do qual ela ainda não estava certa, ela sabia que iria mudar para sempre.

O conhecimento causou uma onda de medo só esperando para rasgar através dela.

—O que você fez para mim? — Ela estava muito cansada, também drenada para sentir qualquer coisa diferente de saciedade no momento.

Saciedade, e uma certeza de que não havia se preparado para o que estava por vir.

—A mesma coisa que você fez para mim. — Sua voz estava pesada, escura e indolente com o prazer e libertação que tinha varrido por ele também.

—E o que é isso? — Ela teve que forçar cada palavra de seus lábios.

Esgotamento estava fazendo sua voz arrastada, pesada. Fazendo com que se preocupar fosse impossível. O medo não teve uma chance.

Ainda.

Enquanto esperava que ele falasse ela sentiu-o estremecer acima dela, o nó que havia trancado dentro dela lentamente recuando e perdendo a posse de sua carne interior.

—O que é isso? — Ele suspirou. — Posse. Você é minha dona Liza. Isso é o que garante o acasalamento. Coração. Corpo. Deus, a minha alma. Você já possui tudo. Nós pertencemos um ao outro de uma maneira que nunca pertencemos antes. De uma maneira que eu nunca imaginei que eu poderia pertencer a ninguém. — Seus lábios pressionados contra seu ombro, quente, preguiçoso, com satisfação. — Eu te amo, Liza. Com cada parte do meu corpo, meu coração e minha alma. Eu te amo.

Trepidação foi crescendo dentro dela agora. Ela já tinha começado a suspeitar da verdade, e a certeza disso agora a encheu de pavor.

—Eu não estava no mercado para ser uma propriedade, — ela sussurrou quando o pânico tentou e não conseguiu subir dentro dela. — Eu gostava de mim deleitável e livre e única, muito obrigada.

—Eu acho que você é muito deliciosa, — ele disse enquanto aliviava seu pênis lentamente do aperto de sua boceta e caiu ao seu lado antes de puxá-la contra o calor do seu peito. — Você é livre. Você é única, — disse ele suavemente quando ele escovou sua bochecha contra seu cabelo. — Mas, você tem que admitir Liza, é bom fazer parte de alguém, não é? Por que você era o sonho que me manteve lutando pela minha liberdade, pela a sobrevivência de todas as Castas. Para este momento no tempo, para o coração de uma mulher que eu sabia que me aguardava. Certamente isso não é assim tão terrível, é?

Aterrorizante? Não, não era aterrorizante.

Erguendo-se o suficiente para olhar para as profundezas de seus sonolentos olhos, agora azul escuro, Liza vislumbrou o selvagem, o núcleo sombrio e primordial do homem agora.

Ele era como a própria terra: seguro, forte e imprevisível como a mais selvagem tempestade.

E ele queria pertencer a ela?

Ele acreditava que lhe pertencia?

—O que faz você pensar que eu o mereço? — Ela sussurrou em seguida, os lábios tremendo com uma súbita onda de pânico iminente.

—O que poderia fazer você acreditar que você não merece? — Ele escovou o cabelo para trás, o gesto tão carinhoso, tão gentil que o seu coração se apertou em tal emoção que enviou um eixo de agonia irradiando através de seus sentidos.

—Ah, Liza. — Sua expressão se suavizou, embora ainda, a arrogância e poder do macho dominante estavam lá. —Você merece algo melhor do que eu poderia ser. Mas eu sou um bastardo egoísta. Completamente e irrevogavelmente irredimível onde a minha necessidade de você está em causa. Eu morreria sem o seu coração para me aquecer agora. Eu deixaria de existir se eu pensasse que nunca ia ter o seu amor. Eu disse a você, não importa o medo, não importa os segredos que você tem nada pode mudar o que eu sinto por você. Nada pode tocar a minha determinação para proteger e segurar você. Você e seus segredos, você deve confiar em mim com eles. Eu sou seu, querida. Mas eu não sou o único que pertence. Você pertence agora também. Pertence a mim.

Ela pertencia, e ela podia sentir isso, quer ela acredite que seja seguro ou não. No que quer que ela acreditava, antes dele, ela tinha até mesmo desejado isto.

Ela pertencia a ele.

E ela sabia, de alguma forma, de alguma maneira, ela sabia...

—Você vai me destruir.

 

No momento que a segunda-feira chegou, Liza estava mais do que pronta para uma pausa das emoções em espiral convergindo por ela.

A única coisa que salvou era a excitação sexual sempre presente que parecia uma chama entre eles com apenas um olhar.

Embora isso não ajudasse quando dormia.

Quando os sonhos a invadia e a deixava ainda mais confusa.

Quem era ela?

Enquanto ela se vestia para o trabalho a questão continuava atormentando-a, tal como tinha atormentado desde que ela tinha ido ao local do acidente cinco noites antes.

—Vocês sabem, jovens crianças, a escolha que vocês fizeram esta noite? — Joseph Redwolf, avô da companheira de Braden Arness, Megan Fields Arness, sussurrou em sua mente.

Segurando o pincel do rímel com cuidado ao aplicar a maquiagem, Liza lutou para ignorar a memória que não era realmente uma memória.

Realmente era como um sonho.

Assim como suas memórias de sua infância eram, até o dia depois dos destroços, Liza realmente não tinha claras, concisas memórias.

Finalizando o rímel, ela pegou o brilho labial que normalmente usava antes de seu olhar cair sobre a cor do tubo que Stygian tinha embalado.

Ele havia coletado a maioria de suas roupas e acessórios adicionais, incluindo a maquiagem no banheiro, no dia anterior. Ele tinha escolhido pela maior parte coisas que ela preferia usar, com exceção de vários tubos de batom colorido.

Ela comprou para usar no Halloween com o traje gótico que tinha intenção de usar na noite de Doçuras ou Travessuras. Em vez disso, ela, Claire, Chelsea e Isabelle tinham sido chamadas pelos guerreiros que lutavam pela Rede Secreta da Casta Navajo.

O trabalho não tinha sido perigoso. Tinha sido mais uma missão de treinamento, pois elas forneceram a distração enquanto os guerreiros tinham ajudado uma Casta jovem a escapar misteriosamente anos antes, por debaixo dos narizes dos agentes do Conselho de Genética enviados para encontrá-la.

As Castas e os seres humanos alvo do Conselho de Genética necessitando de resgate ou ajuda eram muito menos agora do que tinha sido nas últimas décadas. Aqueles guerreiros os havia escondidos ao longo dos anos, porém, às vezes precisava de ajuda adicional se o Gabinete de Assuntos da Casta ou o Conselho de Genética conseguiam localizá-los.

A fêmea jovem que tinha se mudado no outono havia sido uma Casta que um dos guerreiros Navajo tinha escondido, junto com sua mãe, quando ela era apenas um bebê.

Onde a menina tinha sido levada, nem ela, nem os seus amigos guerreiros que a moveu jamais saberiam. Ela foi passada para outra equipe e, Liza sabia, seria passada várias vezes mais antes dela ser realocada para assegurar o sigilo de sua localização final.

Pegando o tubo de batom e abrindo, ela olhou para a tonalidade escura da cor de bagas de framboesa maduras. Voltando o olhar para o espelho, ela se candidatou a cor, passando nos lábios, em seguida olhou para si mesma.

A cor fazia seus olhos parecer mais brilhante, sua tez mais cremosa. Trazendo um brilho ao efeito natural da maquiagem que ela usava e fez seus lábios parecerem apenas um pouco exuberantes, com uma pitada de beicinho sensual.

Respirando fundo, ela alisou as mãos sobre o ajuste confortável da saia verde maçã e olhou para ela, bem como o casaco de seda branco que ela usava em conjunto.

Isso estava tão bom quanto, ela disse a si mesma antes de virar e caminhar para fora do banheiro.

Se sentando ao lado da cama, ela pegou sua pasta e seu laptop para colocá-lo dentro em segurança.

Agarrando-o, ela fez uma nota mental para entregá-lo a seu pai, quando ela chegasse ao escritório. Aquele piscar na tela estava prestes a deixá-la louca. Para não mencionar o que estava fazendo para os olhos. Enquanto estivesse lá, ela pretendia chegar à verdade de seu passado também.

Ray entendia tudo, mas demitiu a Claire e a ela a última vez que ela o tinha visto, mas inferno, ele já havia demitido as duas antes. Pelo menos uma vez por ano, ele discordava de algo que elas diziam ou faziam, em seguida, após um ou dois dias, ele superava isso. Ele nunca tinha demitido elas realmente. Ele amava Claire. Seu pai a amava. Não tiraria o sustento delas.

Saindo do quarto, ela encontrou Stygian e Flint na sala de estar, enquanto esperavam para levá-la para o escritório.

—Eu vou chegar atrasada, — ela disse a eles enquanto ela caminhava em direção à porta.

—Você sempre acha que vai chegar atrasada, — Stygian rosnou, abrindo a porta e a escoltando para o corredor com Flint os seguindo.

A borda de tensão que existia entre eles no fim de semana não havia diminuído, assim como a ponta de pânico tentando alcançá-la não diminuíra.

Ela lutou contra o pânico com a mesma determinação obstinada com a qual ela lutou contra as emoções que ameaçavam alcançá-la. E lá estava o cerne do problema.

Stygian queria a emoção. Ele queria cada parte dela, porque, como afirmou, ela tinha cada parte dele.

E isso era o que faziam os companheiros. Eles davam um ao outro cada parte de si mesmos.

E Liza estava aterrorizada por isso.

Porque ela não tinha ideia de quem ou o que era cada parte de si mesma.

Ladeada pelos dois Castas enquanto ela deixava o hotel, Liza se perguntou o que seria de sua vida se o perigo era cada vez maior? Será que alguma vez seria possível voltar para a vida que já teve?

Será que ela queria?

Entrando na parte de trás do SUV enquanto Flint tomava o assento de motorista e Stygian do passageiro dianteiro, Liza sentou-se e fechou os olhos.

Ela deveria ter verificado sábado as mensagens de seu telefone e e-mail. Seu trabalho não começava quando ela batia o ponto. Muitas vezes corria bem tarde na noite, assim como nos seus fins de semana.

Este fim de semana, Stygian tinha desviado sua atenção.

Cada vez que a tocava, cada vez que ele a beijava, ela havia queimado por ele. Mesmo depois do exame da médica da Casta e do tratamento hormonal que ela havia dado a Liza, a excitação ainda estava lá.

Isto era negável às vezes com a ajuda do hormônio, enquanto que sem o hormônio, negar isto era impossível.

Felizmente, o escritório não era muito longe do hotel. Era só uma questão de minutos no semáforo antes de Flint dirigir até a entrada da frente da sede da Nação Navajo. A Câmara da Nação Navajo e sede ocupavam os principais escritórios de todos os ramos do governo, bem como os escritórios do presidente e vice-presidente.

Agarrando sua pasta, ela permitiu Stygian ajudá-la a sair do SUV, os saltos de dez centímetros de altura que ela usava faziam a saída do veículo mais difícil de manobrar do que do seu carro menor.

—O presidente Martinez tem várias reuniões em todo o prédio hoje, — disse ela a Stygian quando eles entraram na área de recepção. — Esta tarde, ele almoça em Window Rock e tem várias reuniões com donos de cassino sobre uma nova legislação sobre os cassinos. Tente não assustar ninguém fora.

—Eu vou fazer o meu melhor, — ele murmurou quando chegaram à mesa de segurança.

Colocando a palma da mão sobre o scanner biométrico, virou-se para avançar para as barras de segurança que reforçavam a segurança do resto do edifício.

O flash de vermelho e o zumbido baixo e estridente de negação a teve parada em choque e olhando para a tela. Acesso negado.

Ela sentiu o movimento de Stygian mais perto, em resposta aos dois guardas de segurança que cerraram fileiras na frente dela. Liza olhou ao redor da entrada espaçosa enquanto ela lutava para entender o sentido do acesso negado.

Quando ela olhou para cima, Ronnie Shiloby, chefe da equipe do presidente Navajo estava se movendo rapidamente dos elevadores para a mesa de segurança.

—Liza. — Seu sorriso era apertado, seu olhar preocupado quando ele passou pelos guardas de segurança e acenou. — Você não recebeu a mensagem do seu pai, querida? Eu sei que ele chamou, foi a primeira coisa que fez esta manhã.

Apenas alguns centímetros mais alto do que Liza, os expressivos olhos azuis de Ronnie estavam preocupados, a sua expressão tensa quando ele puxou a seda azul de sua jaqueta.

—Que mensagem? — Ela se sentiu tonta enquanto se perguntava o que a mensagem poderia ter explicado sobre o indeferimento eletrônico em lhe permitir passar pela segurança do seu escritório.

—Venha comigo. — Indicando a entrada da frente pela qual tinham acabado de entrar, Ronnie foi à frente, segurando a porta aberta enquanto ela e Stygian saíam mais uma vez.

—Aqui. — Indicando a curva profunda do edifício que depois se ramificava em um conjunto de escritórios, Ronnie abriu o caminho por arbustos discretos para um pequeno pátio fora da cafeteria, onde vários guarda-sóis, mesas e cadeiras correspondentes foram colocados.

—Eu quero ver meu pai, — Liza exigiu quando ele parou logo na entrada do pátio. — Eu quero saber o que está acontecendo.

—Eu não sei o que está acontecendo querida, — ele respirou duramente antes de passar os dedos pelos cabelos preto grisalhos.

As linhas de expressão se aprofundaram em sua testa enquanto ele a olhava fixamente. — Eu sei que ele ligou e deixou uma mensagem para você, Claire, Chelsea e Isabelle. Desde que você e Claire estavam no hotel, ele pediu as outras para encontrá-lo lá também. — Olhou o relógio. — Ele deve estar lá a qualquer minuto.

Liza girou nos calcanhares e caminhou rapidamente para o SUV.

—Liza, você sabe que tem que haver uma explicação razoável, — Ronnie afirmou quando ela se afastou dele, seu tom de voz preocupado agora enquanto Stygian abria a porta do SUV pela segunda vez naquela manhã.

Virando-se, ela enfrentou o chefe de equipe furiosamente. — Não Ronnie, não há explicação para o cancelamento do meu acesso antes de discutir comigo, respondeu ela, com a voz trêmula enquanto deixava Stygian ajudá-la no banco de trás antes de balançar a cabeça para enfrentar Ronnie, mais uma vez. — Eu acho que devo supor que fui demitida?

Sua garganta foi apertando com lágrimas e raiva ao saber que tudo pelo o que ela tinha trabalhado estava sendo levado sem qualquer explicação.

Ronnie balançou a cabeça, passando os dedos pelos cabelos mais uma vez quando ele olhou para ela em pedido humilde de desculpas. — Eu realmente sinto muito Liza.

Eles se conheciam bem. Este era o segundo mandato de Ray, e apesar de que Liza havia simplesmente acabado de se mudar para a posição de assistente pessoal, de seu trabalho anterior como programadora do presidente, quando a anterior assistente dele, Isabelle, tinha aceitado uma posição no escritório dos chefes das seis tribos, ela conhecia Ronnie bem.

Além do fato de que eles tinham trabalhado juntos por mais de seis anos, eles também se conheciam de anos antes. Seu pai havia trabalhado com Ray por mais de doze anos desde a sua aposentadoria precoce como militar, onde ele e Ray se conheceram.

Antes de Ray se tornar presidente, ele tinha sido um delegado por mais de oito anos. Ele havia contratado Audi Johnson, ex-militar, como chefe de segurança para as Câmaras da Nação Navajo, mas Liza e sua mãe já haviam se mudado para a Nação quando Liza tinha apenas 10 anos.

Quando o SUV dirigiu para o estacionamento do hotel mais uma vez, Liza cavou em sua bolsa, em busca de seu telefone por satélite.

Ela estava à beira de esvaziar o conteúdo quando ela se lembrou de deixar o dispositivo em sua mesa de cabeceira antes de tomar banho.

Nenhuma chamada veio através disso antes de sair do hotel, no entanto, tampouco uma hora antes. Se ele tivesse chamado, ele tinha feito isso provavelmente antes de partir para o hotel.

Ele poderia tê-la chamado antes dele cancelar sua liberação. Isso teria sido a coisa paternal para fazer, não é?

No minuto que a porta do SUV se abriu e Stygian ia para ela, Liza estava fora do veículo e caminhando para o hotel. Ela não parou na recepção para ver se seu pai tinha chegado.

Flint estava ao telefone com Jonas enquanto ele dirigia para o hotel, e não havia dúvida de que ele iria deixá-la saber em breve.

—Por que seu pai cancelou o seu acesso? — Stygian perguntou quando eles entraram sozinhos no elevador e apertou o botão do quinto andar.

—Risco de Segurança, dispensa, rescisão. — Ela encolheu os ombros. — Qualquer um dos três significa que eu estou fora do trabalho.

—Será que ele chamou?

—Eu deixei meu telefone na suíte. — Ela fez uma careta quando agarrou as alças de sua bolsa e pasta em um aperto firme. — Eu nunca fiz isso. Mas não faz muito tempo que saí certo? Se ele tivesse chamado antes de eu sair, eu teria ouvido o telefone tocar.

—Seu pai está esperando na suíte adjacente ao lado do nosso quarto, — ele disse a ela antes de murmurar uma afirmativa para Flint que ele havia dado a ela a mensagem.

Aqueles malditos comunicadores auriculares. Jonas não a deixava ter um.

—Devo dizer-lhe que vai demorar um pouco? — Ele perguntou, sua voz suave quando o elevador veio para uma parada suave.

—Não. Enfrentar ele agora é apenas tão bom quanto depois. Preferível, mesmo.

Sua mão pega na base das suas costas. O toque foi surpreendentemente reconfortante e muito agradável. Por um segundo, um momento fora do tempo, ela podia sentir seu pênis empurrando dentro dela, seus lábios nos dela. Ela podia sentir seu beijo, sentir o seu toque.

—Agora você está apenas me deixando excitado, — ele falou lentamente quando chegaram à suíte ao lado da deles.

Liza permaneceu em silêncio.

Stygian deu uma dura batida que foi respondida rapidamente por Dog.

Uma carranca cobria o rosto, enquanto seus claros olhos cinzentos eram da cor de aço, duro e frio.

—Junte-se à festa, — convidou em voz baixa. —Nós apenas estamos todos ficando prontos para nos divertir.

Liza entrou e olhou ao redor da sala.

Seu pai estava com Ray Martinez, do outro lado da sala. Ray encostava-se à mesa atrás dele, com os braços cruzados sobre o peito, uma carranca pesada puxando a testa enquanto seus olhos escuros brilharam de raiva.

Audi Johnson levantou-se para o lado da mesa, as mãos apoiadas nos quadris, lábios finos com impaciência óbvia. No outro lado do presidente da Nação, seu consultor jurídico e Isabelle e o pai de Chelsea, Terran Martinez de pé, encostado na parede, em vez de na mesa.

—Você apareceu no trabalho antes de você perceber que tinha sido demitida?

Chelsea sentava-se no sofá ao lado de Claire, que estava com a cabeça baixa, concentrando-se em seus dedos.

—Basicamente, — Liza concordou movendo-se para o sofá para se juntar a suas amigas, sempre ciente de Stygian perto dela. No sofá entre Claire e Chelsea, Isabelle e Malachi sentavam-se em silêncio também. Isabelle estava obviamente chateada, Malachi parecia furioso.

Ela se virou para o pai dela. — Você não ligou pai. Você deixou a segurança me negar acesso.

Os lábios de seu pai apertados. — Eu fiz à chamada Liza, a chamada não passou. Eu tentei entrar em contato com você desde as três da manhã. Eu soube por volta das seis do sábado que o sinal do seu telefone tinha de alguma forma sido hackeado e seu telefone estava ligado a uma outra fonte e enviando dados para ele.

Ela piscou para ele. — Eu não estava enviando qualquer coisa.

—Não, você não estava, — ele concordou. — Assim como você não estava enviando de seu laptop, mas ambos estavam no processo de um grande carregamento. Eu consegui cortar o carregamento e a conexão, mas o seu telefone e chips Wi-Fi do laptop foram permanentemente desabilitado.

—A tela do laptop estava piscando novamente neste fim de semana, — afirmou, movendo-se para colocar a pasta no chão como se de alguma forma a incriminasse. — Exatamente como aconteceu no mês passado.

Seu pai concordou. —Há uma falha de segurança grave, com cada um de seus eletrônicos, — disse-lhes. — As Castas, obviamente, não estão incluídos nessa declaração. — Houve uma veia de animosidade em seu tom agora.

—Existe alguma maneira das Castas poderem ajudar, Sr. Johnson? — Malachi ofereceu cordialmente.

—Oh, não tenho certeza...

—Pai, não... — Liza soube pelo seu tom de voz, o olhar em seus olhos.

—Você e seus amigos podem fazer as malas para o inferno e sair da terra Navajo. E levar estes seres malditos de Deus agentes do Conselho de Genética com vocês.

A expressão de Isabelle brilhou com fúria quando ela esteve a meio caminho de seu assento em defesa de seu amante.

Malachi a pegou instantaneamente, puxando-a de volta ao seu lado enquanto ele se inclinava, com a cabeça sobre a dela ele sussurrava algo em seu ouvido atentamente.

—Isso é o suficiente! — Liza avançou, dominada pela descrença absoluta de que seu pai havia dito tal coisa. — Isso é injusto, pai, e você sabe disso.

Sem importar qualquer de seus sentimentos pessoais, seu pai ainda considerava Isabelle a sobrinha favorecida. Mais dizer uma coisa dessas para o homem que ela amava era horrendo.

—Isso não é da sua conta, Liza. — Ele usou esse tom frio, firme o que lhe assegurou que ele ainda a considerava uma criança e muito fácil de controlar.

—Oh, bem agora, eu só tenho que implorar para discordar. — Ele ensinou-a a levantar-se firme e lutar por aquilo que ela acreditava.

Ela nunca imaginou que um dia seria com seu pai, ela tinha que defender uma amiga, no entanto.

—Confie em mim Liza, não tem nada a ver com você, — repetiu ele, seu olhar taciturno e cheio de raiva.

—Quando o meu amante é um das Castas que você está tentando expulsar da terra Navajo, então sim, eu acredito que é o meu negócio.

O choque de seu pai foi surpreendente. — Não há nenhuma maneira de eu ter ouvido corretamente. — Seu olhar era mais frio, mais duro agora do que antes, chocando-a.

Certamente ele já havia adivinhado?

—Por que você está tão surpreso? — Cruzou os braços sobre os seios mais uma vez. — Você sabia que estávamos compartilhando uma suíte. Você sabia que ele tinha estado na casa quando fomos atacados. Quanto a Malachi, você parece estar esquecendo o que Holden Mayhew teria feito a Isabelle se Malachi não estivesse lá.

—O que ele fez, não teria acontecido se não fosse por ele. — O dedo do Audi apontou na direção de Malachi. O Casta seguiu sua companheira quando ela saltou do sofá novamente.

—Porque ao invés de tentar entregá-la para o Conselho de Genética, ele teria apenas a estuprado ele mesmo. — Claire surpreendeu a todos do modo como ela estava, a fúria ruborizando seu rosto.

—Claire, o que está errado com você? — Seu pai retrucou seu olhar desconfiado. — Filha da puta, você está nisto?

A acusação enchendo de silêncio de repente a sala quando todos os olhos voltaram-se para o presidente da nação.

Liza não podia acreditar que as palavras haviam deixado seus lábios. Que ele se atreveu a dizer algo tão horrível para Claire, especialmente na frente de tantas pessoas.

O olhar no rosto de Claire estava tão cheio de torturada dor, Liza só podia olhar para ela miseravelmente antes de voltar a seu próprio pai novamente.

—Então se enfrentamos qualquer um de vocês, então é óbvio que temos de estar em alguma coisa? Não podemos ser as adultas que estão simplesmente doentes e cansada de serem tratadas malditamente como crianças, poderíamos? — Liza perguntou-lhes como o peito apertado com dor.

Ray sempre lutou agressivamente contra a independência de Claire com todas as armas que ele poderia vir a obter. Esta era uma delas. Acusando-a de usar drogas com os amigos do passado, ou não se preocupar com sua família, o que fosse preciso para fazê-la recuar e obedecer às suas exigências, em vez de viver como ela desejava fazer.

Atrás dela, Stygian deixou a mão apertar em seu quadril quando ele se aproximou.

Ela estava certa de que ninguém o ouviu, mesmo ela não fez, mas ela sentiu o grunhido retumbando em seu peito.

—Eu não disse isso, — Ray estalou de volta para ela.

—Nenhum de nós fez. — Seu pai olhou para ela como se não a conhecesse, porém.

—Não, esta é a mesma acusação que ele usou quando ela tentou sair e ir para a faculdade na Califórnia, e a mesma que ele usou quando ela tentou ter um trabalho no cassino em vez de recepcionista na sede da Nação Navajo. Pelo amor de Deus, ela é sua filha e nem obteve o emprego de assistente. Ela foi empurrada para baixo para ser uma maldita recepcionista como se ela fosse uma humilde prima distante que ele se sentia responsável por ela, — ela acusou Ray. — E ele usou o mesmo tom de escárnio e nojo quando ela anunciou que estava se mudando para a casa comigo também.

—Que outro motivo ela teria para me tratar tão desrespeitosamente? — Ray cobrou.

—Não houve desrespeito, Pai. — Claire endireitou os ombros quando ela lutou contra as lágrimas. A visão partiu o coração de Liza. — Você não pode suportar a verdade agora, mais do que você pôde suportar quando eu era mais jovem. Estou começando a me perguntar se não teria preferido ver Isabelle estuprada ou assassinada a vê-la com um Casta. Assim como eu me pergunto se não teria preferido que morresse naquele acidente.

—Basta. — Terran avançou, seus olhos escuros brilhando com raiva quando ele olhou para Ray e Audi. — Eu vou ser amaldiçoado se vou ficar aqui e o ouvir insultar a minha criança, bem como a sua própria. Nós não estamos aqui para discutir quem as nossas filhas adultas tomaram como amantes. Nós estamos aqui para discutir a sua segurança e o fato de que a segurança que colocou em seus celulares e laptops foram anulados. — Ele virou-se para Liza. — Isso, minha querida, é a razão da sua liberação de segurança, de Chelsea, de Claire e de Isabelle ter sido negada tão rapidamente. O sinal que nós seguimos trocou do seu telefone para o seu computador portátil, deslizou passando pela criptografia e começou a enviar arquivos para um local que ainda temos que localizar.

Liza foi perseguida por Stygian para a próxima sala. Ela atravessou a sala para o seu quarto e pegou seu telefone em cima da mesa-de-cabeceira.

Voltando, ela jogou o telefone sobre a mesa ao lado do pai antes de ir para o sofá, coletando seu laptop e o deixando cair a seus pés. — Estão ai. Se você tivesse me escutado no mês passado, quando eu lhe disse que estava agindo de forma estranha, talvez você tivesse encontrado o problema antes de agora.

Seu pai olhava com uma dura carranca quando ela se virou de volta para Stygian.

Seu braço deslizou em volta dela, puxando-a para o seu lado quando ela olhou desafiadora de volta para seu pai. — Ainda estou demitida?

—Até que se determine o que está acontecendo, sim, você está. — Foi Ray Martinez que afirmou o óbvio. Sem dúvida, ele foi o que deu a ordem para revogar a sua segurança também.

Liza balançou a cabeça lentamente, seu olhar nunca deixando o do seu pai.

—Liza, eu sei que você está magoada e irritada, — disse ele. — Mas, em vez de culpar a nós, você e Isabelle deve olhar para seus novos amigos. Seu olhar se mudou para Malachi e Stygian. — Nós não podemos rastrear, mas sabemos muito bem que o sinal não deixou o hotel.

Stygian sentiu sua companheira tensa, sentiu até o fundo de sua alma a súbita suspeita e raiva que invadiu seu corpo delicado. E ele sabia que ela estava se lembrando da noite em que ela tinha ouvido Jonas tentando convencê-lo a traí-la colocando uma escuta em seu telefone e laptop para obter o código de acesso ao banco de dados Navajo.

—Eu acho que é hora de ir papai, — afirmou Liza então, o perfume de sua dor cortando sua alma. —Precisamos ficar prontas e ir a procurar de trabalho, assim parece. Desde que não temos mais empregos.

Ela não poderia descrever a dor que flui através dela ou o sentimento de traição que ela sentia.

—Liza, não podíamos arriscar a possibilidade de que quem estivesse usando os telefones e laptops para invadir o banco de dados pudesse realmente conseguir esquivar por entre as camadas finais de segurança, — argumentou seu pai quando frustração apertou sua expressão. — Certamente você entende isso.

—Eu entendo que você vive a menos de 20 minutos deste hotel, — ela explodiu furiosamente. —Vinte minutos, pai. E em vez de dirigir até aqui para me dizer o que estava acontecendo, você me deixou entrar nos escritórios apenas para ser parada pela segurança como se eu fosse uma criminosa.

Fazendo uma careta, ele virou a cabeça por um segundo. Ele cruzou os braços sobre o peito, apoiou os pés separados e apenas olhou para ela silenciosamente.

—Então agora eu só obtenho o seu rosto militar, — acusou ela, sua voz grossa. — De sua parte, o assunto está encerrado, certo?

—Pedi desculpas Liza, — afirmou com firmeza. — Quando eu tive as minhas informações juntas eu vim aqui, mas você já tinha saído.

—Você ligou para o meu telefone, sabendo que estava comprometido, e uma chamada não iria passar. Você não pôde chamar Stygian ou Jonas, mas obviamente você chamou os outros.

—Papai me chamou, — afirmou Claire com uma raiva dura e fria que Liza considerou atípico dela, quando ela deixou Liza saber que seu pai não havia tentado parar a humilhação que tinha sofrido anteriormente.

—Claire é o suficiente, — advertiu o pai dela, seu tom áspero, mais duro do que Liza o tinha ouvido falar desde que tinha acordado de acidente quando eram adolescentes.

—Deus, isso é incrível, — Isabelle olhou para os dois homens, confusão vincando seu rosto. —Claire e Liza sempre se comportaram acima de qualquer suspeita. Elas nunca fizeram nada para envergonhar qualquer um de vocês, e esta é a única maneira que vocês podem tratá-las agora que elas não estão seguindo as suas ordens?

—Isabelle isso não é verdade, — argumentou Audi. Liza notou que sua voz era mesmo sincera. —Isso não tem nada a ver com os erros que as meninas estão cometendo com seus atuais amantes.

—Oh, desculpe-me! — Isabelle falou então. — Nossos erros com nossos amantes? Você pode ir para o inferno! Quanto a você tio Ray, você pode saltar e acusar Claire de usar drogas, porque ela teve a coragem de discutir com você? E você não podia sair de seu conforto e alertar sua filha para não ir ao escritório depois que você cancelou sua liberação? Sinto muito, Audi, mas isso é exatamente o que parece.

—Isabelle. — Foi Terran que entrou naquele ponto. — Há coisas que você não entende querida.

—Por que eles não explicam pai? — Chelsea levantou-se lentamente de sua cadeira também. —Porque é óbvio que os dois, — ela acenou para os pais de Liza e Claire, — não estão interessados em explicar qualquer maldita coisa.

Terran fez uma careta, elevando sua mão para esfregar a parte de trás do seu pescoço quando ele olhou para os outros dois homens, sua expressão incerta. Finalmente, ele deu uma sacudida breve de sua cabeça, quando sua expressão ficou resignada.

—Eu vou embora daqui, — Chelsea disse, o fato de que ela estava no fim de sua paciência era mais do que óbvio. — Eu contive os meus dentes fechados com as meias-verdades e manipulações acontecendo aqui. — Ela virou-se para Liza. — Quando nossos pais decidirem ser honestos conosco e nos dizer o que diabos está acontecendo, eu espero que alguém me avise. — Ela saiu da sala, a porta fechou batendo atrás dela.

—Ela está segura? — Liza perguntou a Stygian baixinho enquanto sua amiga batia para fora da sala.

—Ela está segura. — O rosnado em sua voz enviou um calafrio correndo por sua espinha.

Ela não se atreveu a olhar para trás em sua expressão, não enquanto ela estava assistindo a trepidação nos olhos de seu pai quando ele olhou para trás dela.

—Senhores. — Stygian avançou então. —Saiam.

A ordem foi dada em tal tom de voz, primitiva e furiosa, que Liza se encolheu.

O pai de Liza chispou vermelho de volta para ele. — Esta reunião não acabou.

—É o fim. — Enquanto ele falava, a porta se abriu e entrou Flint com Dog, Mutt, Mongrel e Loki. Atrás deles entrou Jonas Wyatt.

—O que está acontecendo aqui? — Liza perguntou a Stygian com a voz baixa.

—Esta sala está ligada com a segurança Casta. — Abaixando a cabeça, ele respondeu em um tom que ela duvidava que alguém além dela pudesse ouvir. — Jonas esteve assistindo.

—Você colocou uma escuta em meu laptop, Stygian? — Enquanto ela tinha sua atenção, tinha-o perto o suficiente para perguntar onde ninguém mais podia ouvir, ela aproveitou a oportunidade.

—Eu nunca trairia minha companheira. — O tom ameaçador de sua voz era quase o suficiente para deixá-la nervosa.

Era um aviso, ela não ousou questioná-lo ainda mais, e não se atrevia a não acreditar nele.

O animal estava tão próximo que estava claro em sua voz, o domínio e força arrogante o sombreando.

Não, ele não a tinha traído, ela poderia apostar sua vida nisso.

 

Liza observava com um olhar severo, enquanto Jonas e seu pai estavam de pé, olhando um ao outro.

Os dois homens tinham incrivelmente uma forte personalidade, cada um com uma arrogância inata que sem dúvida contestava ao outro.

Eram dois homens que nunca se dariam bem. Eles raramente iriam se olhar olho no olho.

E um era tão teimoso quanto o outro.

Jonas não deixaria Window Rock até que ele tivesse as respostas, de uma forma ou de outra.

Se seu pai sabia dessas respostas envolvendo sua filha, então o inferno iria congelar antes que ele contasse a Jonas qualquer maldita coisa.

Infelizmente, contudo uma menina estava sofrendo e ela e Claire estavam em uma montanha-russa que não conseguia parar.

—Eu acredito Sr. Johnson, que foram convidados a sair. — Stygian deu a volta por ela, colocando seu corpo em uma posição protetora na frente dela.

—Isso é ridículo, Stygian, — ela murmurou.

Virando a cabeça e prendendo-a com o olhar, seus lábios formaram as palavras: — Confie em mim.

Ela suspirou. Ela confiava nele, só que seria apenas bom saber o que diabos estava acontecendo, para dar sentido a seu pai e as atitudes de Ray Martinez.

—Liza, você sabe que eu nunca iria machucá-la, — afirmou seu pai ao vê-la em silêncio.

Não, ele nunca iria machucá-la fisicamente, mas emocionalmente, ela estava aprendendo, era outra coisa.

—Pai, isso é exatamente o que você fez. — O pranto engrossou sua voz, humilhando-a, fazendo-a se sentir como a criança que ele obviamente acreditava que ela era.

—Seus sentimentos estão feridos, mas eu prefiro muito mais os seus sentimentos ou seu orgulho chamuscado contra a alternativa, — afirmou misteriosamente.

—E essa alternativa seria? — Foi Jonas quem falou quando seu pai, Ray e Terran viraram-se para sair da sala.

Audi parou sua expressão apertada, piscando os olhos cinzentos de raiva. — A situação que você provocou Diretor Wyatt. Você está colocando sua vida em perigo, — ele mordeu fora, incapaz de esconder a raiva em sua voz. — Você e sua recusa em permitir o passado morrer.

—Audi pare, — Ray retrucou com a voz baixa.

—Minha recusa em permitir que a minha filha morra? — Jonas retrucou, o mercúrio líquido de seu olhar mudando perigosamente. — Nós pedimos a sua ajuda quando chegamos, sua e do Presidente Martinez. Você se recusou. Eu não vou sair daqui até que eu tenha as respostas que vim em busca.

—Não temos o que você quer, — rosnou o pai dela, surpreendendo-a com a fúria frustrada em sua voz.

—E você acha que o seu ponto de vista pode realmente dissipar a mentira de merda que cheiro cada vez que são questionados sobre isso. — Jonas estava de repente em cima dele, levantou a sua voz a fúria nela, nariz para nariz, e um aviso de fogo perigoso ecoando em seu tom. — Deixe-me dizer-lhe com o que você está lidando Sr. Johnson. Você está lidando com uma Casta cujos sentidos são muito superiores àqueles que obviamente são treinados para mentir a uma Casta.

Pânico apertou através dela.

Por quê?

Liza podia sentir o medo crescente nas profundezas de sua alma, um sentimento de pânico horrível de tal forma que parecia a premonição apocalíptica.

—Diga-me Sr. Johnson, exatamente o que você está escondendo?

Ela queria gritar.

Liza teve que lutar para segurar um grito de negação, uma demanda furiosa por Jonas parar, para ele sair, para que o pai mantivesse seus segredos como sempre tinha feito.

Seu coração estava acelerado em seu peito, o sangue trovejando em suas veias com tanta força que ela ficaria surpresa se todos na sala não podiam ouvi-lo.

—Tranquila. — A voz de Stygian era tão suave, tão baixa que ela se perguntou por um momento se ela ouviu. — Seus segredos estão seguros.

Ela ouviu. A atenção de todos estava em Jonas e seu pai, por que ninguém o viu abaixar a cabeça ou as palavras que ele sussurrou em seu ouvido.

—Audi manteve seus segredos todo esse tempo, Jonas não vai tirá-los dele. Eu dou a minha palavra. — Mais uma vez, tão baixo, tão sereno, chegando apenas a seus ouvidos.

Sua frequência cardíaca diminuiu.

Stygian não mentiria para ela. Ele não lhe daria a sua palavra, a menos que ele estivesse certo.

—Eu estou mantendo muitos segredos de você diretor Wyatt, — seu pai disse sarcasticamente. —Muitos. Mas eu garanto, se eu pudesse lhe dar qualquer informação, qualquer pista em seus esforços para salvar sua filha, então gostaria de fazer isso.

O olhar de dor que passou pelo rosto de Jonas foi tão grande, tão profundo, que Liza teria dado qualquer coisa naquele momento para ajudá-lo.

—Eu tenho uma filha, — disse Audi, quando Jonas voltou-se lentamente. — E eu sei a dor que você está passando. Se eu pudesse ajudar a sua filha você não teria sequer que pedir.

—Vocês foram convidados a sair, — a voz de Jonas era rouca agora. — Por favor, façam isso.

Recuando, ele observou os três homens. Sua expressão era de pedra fria, mas seus olhos se enfureceram com agonia.

Observando quando seu pai, Claire e Isabelle saíram da sala, Liza então voltou sua atenção para Jonas.

Sua cabeça abaixada enquanto ele lentamente sacudiu-a e disse baixinho: — Ele disse que se pudesse me daria o que eu precisava, não que ele não tem. — Ele voltou seu olhar para ela. — Ele estaria disposto a queimar no fogo do inferno por você, não é?

Seu pai nunca iria sacrificar sua filha por Jonas. Esse conhecimento girava em torno deles, atingiu-lhe o coração e provocou uma única lágrima a escorregar livre de seus olhos.

—Papai esqueceu-se de levar o meu laptop, — disse ela, incapaz de suportar a dor em seus olhos ou o medo que ela não poderia mais lutar. — Se você pode romper a nova configuração de segurança do meu pai no banco de dados com isso, então fique a vontade. Talvez seja mais fácil com o laptop em si, em vez de apenas armadilhas. — As últimas palavras ela disse com deboche doloroso quando ela pegou a pasta e entregou a ele. — Enquanto você está lá, se você puder ignorar o arquivo de diário, eu apreciarei isso. Eu tendia a recolher senhas, embora ninguém esteja realmente ciente do hábito. — Ela parou e, em seguida, olhou para Jonas quando o pânico cresceu dentro dela novamente. — Ninguém está ciente disso, além de um dos chefes dos seis, foi ele quem sugeriu que eu fizesse isso.

—Senhas? — Sua voz era mais grossa, o som áspero e brutal em sua intensidade quando ele aceitou o laptop.

—É. Senhas. — Ela se recusou a sentir culpa. Ela estava apavorada das escolhas que estava fazendo, mas ela não teria medo.

Isto tinha ido longe demais. Se não havia nada a esconder, então o que ela estava fazendo não machucaria ninguém. — Como a chave de segurança do meu pai para acessar o banco de dados. Eu quero a sua palavra que isto não vai ser usado para mais nada Jonas, e você vai destruirá o arquivo, uma vez que você tenha terminado.

—Eu juro que não importa o que for encontrado, as únicas informações que eu vou usar são aquelas que irão ajudar a minha filha, ou aquelas que estejam envolvidas nos experimentos Brandenmore.

Havia um aviso em seus olhos. Se ela fosse uma dessas garotas, ele não iria se afastar disso.

Consolou-se com o fato de que os códigos de acesso que ela já havia —coletado— eram aqueles que não eram prejudiciais: os códigos do banco de dados genéticos. Códigos pessoais de internet de seus pais e aqueles em seus computadores domésticos.

Os códigos de acesso à Internet da casa de Ray também estavam lá, mas só porque Liza e Claire frequentemente trabalhavam em sua casa quando Claire passava o fim de semana lá. Mesmo o código para o laptop de seu pai estava lá, o que ele usava para manter a informação necessária para a segurança da Nação. Ela orou para que Jonas fosse tão fiel à sua palavra como ela sempre soube que ele era.

Se ela era quem ela esperava que ela fosse então não havia mal nenhum a ser feito.

Nenhuma informação sobre a Rede Secreta da Casta Navajo poderia estar nas redes ou computadores que poderiam ser comprometidos. Se estivesse, então talvez ela nunca foi avisada de que tal informação era proibida de ser escrita, ou colocada em um computador.

Abandonando o laptop para ele, ela afastou o pânico e o medo do que poderia ser encontrado. Ela não podia viver consigo mesma se soubesse que poderia ter salvado a vida de Amber Wyatt.

—Jonas, meu pai me ama, qualquer que sejam os seus defeitos, qualquer que sejam os seus segredos, meu pai me ama.

—Será que você se submeteria a um teste de DNA Core Level? — Jonas perguntou então.

Core Level. O mais profundo teste genético disponível e o único nível que pode identificar uma Casta recessiva. Era também o único nível em que a prova da adulteração genética poderia ser provado.

—Você acredita que meu pai obteve adulteração na minha genética? — Ela perguntou a ele. —Essa tecnologia até agora é uma coisa de ficção científica, Diretor Wyatt.

—E as Castas eram apenas uma parte de ficção científica cem anos depois do primeiro que foi criado, — disse ele suavemente.

Liza juntou as mãos, os dedos segurando um ao outro em um aperto feroz quanto ela lutou para controlar os temores que não tinha fundamento e o pânico que não tinha razão.

—Sem testes de DNA, Jonas. — Foi Stygian que rejeitou a ideia.

Enquanto Liza lutava para manter o controle sobre os gritos assustados que mantinha seus lábios trêmulos, Stygian agarrou seu quadril enquanto ele estava atrás dela e encarou o diretor.

Um espasmo que Liza só poderia descrever como agonia atravessou o rosto de Jonas, antes dele olhar para longe deles por um momento. Voltando-se, ele balançou a cabeça lentamente antes de concentrar aqueles olhos estranhos nela.

—Obrigado pela ajuda Sra. Johnson.

—Jonas, eu preciso discutir algumas de suas novas medidas de segurança antes de sair, — afirmou Stygian quando ele lentamente a soltou.

—Discutiremos no caminho de volta para a minha suíte, — Jonas respirou asperamente. — Amber teve uma noite difícil e eu gostaria de voltar, para Rachel poder descansar.

Esse nó penoso de culpa escaldante agarrou o peito de Liza quando Stygian passou por ela e seguiu Jonas para fora da porta.

Deixada sozinha, Liza respirou duro, profundo, antes de cobrir o rosto com as mãos e lutar contra os soluços crescendo em seu peito. Enquanto a memória do que ela havia dito a Stygian três noites antes corria por sua mente.

—Você vai me destruir.

Ela tinha acabado de dar a Jonas Wyatt os meios para fazer isso ela temia, e ela havia feito isso pelo homem ao qual ele deu seu coração.

Tão forte tão destemido e cheio de honra como ele era, ela não podia permitir que ele a visse tão fraca como ela sabia que era.

Ela estava apavorada.

—Por quê? — Jonas perguntou quando eles entraram no salão e começaram a se mover em direção à suíte presidencial.

—Fale com Dash, — Stygian pediu-lhe quando ele pegou o braço do diretor para atraí-lo a uma parada. — Eu preciso de Cassie aqui.

Ele não sabia o porquê, ele não tinha ideia de por que seus instintos estavam certos de que os testes de DNA eram a resposta errada, mas Cassie, a pequena pária misteriosa que via fantasmas, era o caminho certo.

—Dash recusa-se a levá-la para fora. — Os lábios de Jonas puxados para trás em um grunhido frustrado. — Você acha que eu já não tenha tentado isso?

—Tente mais uma vez Jonas, — Stygian insistiu com ele. — Você sabe como funciona o Dash e a Cassie. Dash não irá se recusar a um pedido dela, porque ela está esperando alguma coisa. Diga a ele para dizer-lhe que chegou o tempo. Diga a ela que eu preciso dela aqui, Jonas. Minha companheira precisa dela.

Uma vez, quando Cassie era uma menina, ela havia parado enquanto ele se movia através do quintal da casa de Orgulhos Dominantes. Ela olhou para ele, solene e misteriosa, e disse-lhe que chegaria o dia quando ele precisaria dela para ajudar sua companheira, de que sua companheira iria fazer uma escolha que exigiria a sua ajuda. Cassie prometeu que estaria lá para ele.

O tempo havia chegado.

Olhando para ele, Jonas suspirou quando ele assentiu com a cabeça. — Vou entrar em contato com Dash. — Sua expressão ficou interrogativa. — Tem certeza que isso é o que você quer Stygian? Se ela vê Liza como qualquer pessoa diferente do que ela é, ela não vai segurar, você sabe disso.

Ele sabia disso. Ele odiava, mas ele sabia que era a única resposta.

—Um teste de DNA Core Level não vai convencer Liza de qualquer coisa, e se sua genética foi eliminada e substituída, não haverá maneira de saber ao certo quem ela era antes da eliminação — Stygian disse. — Cassie vai ver mais do que o DNA. Ela vai ver os seus medos, uma memória, um pesadelo ou o que diabos é que Cassie vê que vai puxar essas memórias livres, se ela é Honor ou Fawn.

—Ela é Honor Roberts Stygian, — disse Jonas em seguida seu olhar intenso. — Eu posso sentir isso. Eu sinto isso. Essa mulher é Honor Roberts e eu sei, sem sombra de dúvida, ela pode nos ajudar a salvar Amber.

Jonas olhou para Stygian, odiando saber no que estava colocando seu Executor, odiando o que ele sabia daquela jovem mulher, que ele alegava ser sua companheira, iria passar em breve.

—Eu vou protegê-la Stygian, — jurou com um desespero que ardia dentro de sua alma. — Eu juro para você, se for necessário, eu vou dar a minha própria vida para protegê-la se eu estiver certo. Eu vou fazer o que for preciso, porque eu sei que juntas, ela e Fawn Corrigan são tudo o que pode salvar Amber.

—Como? — Stygian rosnou em frustração agora, desconhecendo até o momento que a questão se enfurecia dentro dele. — Como elas podem ajudá-lo Jonas? Elas eram crianças. Elas não têm ideia da composição do medicamento.

—Honor Roberts tinha uma memória fotográfica antes de entrar naquele laboratório, — Jonas sussurrou, de repente a esperança queimando em seus olhos. — A razão pela qual o Conselho de Genética a queria de volta depois que a entregou para o seu pai, era por causa das anomalias notadas pela babá que o Conselho controlava. Ela desenvolveu uma memória fotográfica e muitas vezes foi deixada com as notas codificadas e diagramas que os cientistas usaram durante o desenvolvimento dos soros que testaram lá. Judd e Gideon desenvolveram as memórias fotográficas após os testes começarem. Cada um dos três em algum momento a cada dia viram as notas e arquivos sobre os testes e o soro utilizado. Fawn Corrigan nunca viu os códigos pelo que sabemos, mas a enfermeira disse-nos o que ela nunca disse aos cientistas: Honor, Judd e Gideon poderiam escrever ou desenhar o que viram, e Fawn poderia traduzi-los. Ela poderia decifrar um código sem a chave, Stygian. Ela poderia decifrar todos os arquivos que temos, todas as notas, tudo o que não fomos capazes de decifrar, onde os experimentos estão em causa. Com as memórias de Honor dos soros específicos e experimentos, sua memória dos códigos utilizados, combinado com o pouco que sabemos do soro em questão que Brandenmore deu a Amber, e todas as perguntas seriam respondidas.

Juntos, eles têm a capacidade de salvar a vida da filha de Jonas e ajudar os cientistas a decifrar todos os arquivos criptografados que foram deixados ao longo de décadas de pesquisa da Casta e os fenômenos de acasalamento.

Um sem o outro não iria funcionar.

—Nós também temos Gideon para nos preocupar. — Jonas suspirou, olhou pelo corredor para a suíte que ele e sua família ocupavam. — Ele já sabe onde Liza e Claire estão. Ele está provavelmente um passo à frente de nós. — Ele se virou para Stygian. — E ele não poderia se importar menos sobre Amber ou o que isto faria para seus pais ao perdê-la. Tudo o que ele se preocupa é matar Honor Roberts, Fawn Corrigan e o Casta Bengala que foram uma parte dessas experiências com ele.

—Ele não vai pegá-la, — Stygian rosnou orando a Deus para ser forte o suficiente para manter Liza fora do alcance de Gideon.

Jonas balançou a cabeça e apertou o seu ombro, em seguida virou-se e continuou até o corredor.

Stygian assistiu-o ir. Os ombros de Jonas estavam tão retos como sempre, com a cabeça levantada, tão arrogantemente como nunca tinha sido. Mas Stygian podia sentir o cansaço arrastando pelo diretor, assim como o medo.

Se eles perdessem Amber, então a companheira de Jonas, Rachel, nunca mais seria a mesma. Inferno, ninguém que conheceu a criança jamais seria o mesmo.

Dois anos de idade, brilhante como o inferno, amorosa, generosa. O coração de Stygian sentia que interiormente a criança estava brilhando com tanta compaixão que vendo a sua dor, sentindo o medo dela, pode humilhá-lo como nada mais que ele já havia conhecido.

Este feitiço especial causado pelo soro que tinha sido injetado, durava mais tempo do que qualquer outro. No máximo até as últimas semanas, o feitiço duraria alguns dias a uma semana e depois a criança sairia da fraqueza e dor, e mais uma vez ela seria brilhante, infantil.

Desta vez ela estava ficando mais fraca, a dor às vezes tão forte que Stygian podia sentir isso mesmo através da distância entre a suíte de Jonas e a sua própria.

Houve momentos em que ele jurou que podia sentir as lágrimas da criança pequena.

E não havia nada que pudesse fazer para ajudá-la. Ele segurou Honor Roberts em seus braços todas as noites e ouviu os pesadelos que a atormentavam.

Seus apelos para a dor parar, o terror que a preenchia, quando ela implorava que —eles— não a machucassem novamente, o estava matando. Tudo o que ele podia fazer era segurá-la através dos sonhos que ele sentiu a enchia de horror e orar para ela se lembrar deles quando ela acordasse.

E ela nunca fez.

Ela nunca se lembrava e ele nunca mencionava, porque seus instintos animais freavam as palavras cada vez que ele começava a falar com a sua companheira.

Voltando à suíte, Stygian seguiu o cheiro de sua companheira na suíte que eles dividiam e parou na porta de conexão, apenas observando-a enquanto ela estava na frente das cortinas pesadas que bloqueavam a pequena varanda exterior.

—Como é que eles fazem isso? — Ela perguntou em voz baixa, embora ela nunca afastasse a vista das cortinas. — Como alguém pode mudar algo tão básico como memórias de um adolescente, suas esperanças e seus sonhos? — Sua voz tornou-se mais suave, a dor se tornou mais profunda. — Como eles poderiam roubar parte de uma pessoa e dar-lhes outra pessoa?

Ela virou-se para ele, então, e as lágrimas que brilhavam em seus olhos, a umidade em suas bochechas, partiram seu coração.

—Diga-me. — Liza soluçou então, sua respiração engatando quando ela colocou os braços sobre os seios e lutou para segurar a raiva que teria tido seus gritos. — Diga-me como eles poderiam fazê-lo, Stygian? Como poderia a ciência ter atingido esse pico?

Ela não podia lutar mais contra a verdade. Ela não podia lutar contra o conhecimento de que, mesmo que ela não fosse Liza Johnson, então ela ainda não tinha ideia de quem ela era.

Ou o que ela era.

Se ela tivesse sido uma das experiências de Phillip Brandenmore, então só Deus sabia o que ele havia feito para algo tão básico como seu próprio DNA.

—A ciência não chegou a esse pico. — Ele finalmente suspirou. — O DNA pode ser alterado, mas nunca mudado completamente. Um teste de DNA Core Level como discutimos anteriormente, não é a resposta. Porque esses testes de genética pode em certos casos ser alterado, mas nada pode mudá-lo de volta. Quanto às memórias, eu não posso explicar isso Liza.

Miserável, tão assustada com o que estava por vir, era tudo o que ela poderia fazer para conter os tremores que trabalharam por ela. Terror esperou à margem de seu controle, apenas esperando para atacar, para assumir a sua mente com todos os sombrios pesadelos, mal se lembrava de que a assombravam no sono.

—Foi o que aconteceu no fim de semana do acidente. — Ela identificava pelo menos isso.

—Eu me lembro de acordar no hospital, e havia ataduras em meu rosto. Papai disse que o acidente o tinha danificado, mas eu me lembro de pensar então, sensorialmente, que ele não estava sendo honesto, não completamente. E quando eles removeram os curativos, houve um segundo em que eu não conheci a pessoa que me mostravam olhando para mim no espelho.

Ela se lembrava disso.

Quando Stygian a tomou em seus braços, Liza se lembrava desse momento tão claramente como ela sempre se lembraria do primeiro beijo que ela tinha compartilhado com Stygian.

Olhando no espelho pequeno, ela tinha visto seus olhos, seu cabelo, seu rosto. Seu nariz estava muito arredondado, o arco da sobrancelha não combinava. Havia algo de estranho na forma dos seus lábios e nas afiadas maçãs do rosto salientes. Mas também houve o conhecimento de que havia várias cicatrizes estragando seu corpo que eram muito velhas para ter sido causado por esse acidente.

—Stygian. — Seus lábios tremiam quando mais lágrimas escaparam de seu controle e deslizou de seus olhos. — Eu estou com medo. Eu estou tão assustada.

Ela estava subitamente aterrorizada com o que estava por vir, de que memórias poderiam derramar livres quando Liza Johnson aceitasse nas profundezas de sua alma, que ela já não existia e liberasse quem estava lá dentro.

—Não. — Isso era um puro rosnar do lobo selvagem, um rosnar baixo de perigo. Primitivo e feroz como qualquer animal que caminhava sobre quatro patas. — Nenhum medo, Liza. Confie em mim. Confie em mim para guiá-la por isso. Para segurar você quando doer, para protegê-la se houver perigo.

Em poucos passos estava diante dela as mãos segurando os ombros, segurando-a firme, capturando seu olhar enquanto erupções de azul brilhante brilhavam no fundo negro do seu olhar.

—Confie em mim Liza, eu vou te proteger.

Os lábios tremendo, o peito apertado com a necessidade de chorar, Liza deitou a cabeça contra seu peito.

Ela precisava ouvir, sentir a batida de seu coração.

Ela precisava do calor dele envolvendo em torno dela, segurando, proporcionando um refúgio em uma tempestade de emoções em espiral e medos.

—Sem medo bebê, — ele sussurrou novamente, os braços envolvendo em torno dela sua cabeça baixando até que seus lábios estavam contra sua orelha, sua força segurando-a em seus pés.

—Não importa o que virá, não importa o que aconteça, não importa quem você é, eu vou estar aqui e eu vou te abraçar.

Enrolando os dedos no material de sua camisa, ela fechou os olhos com força.

—Me abrace agora, — ela gritou, a dor cavando tão fundo dentro dela que ela sentiu como garras fechando e cavando em seu coração.

Um suspiro de surpresa saiu de seus lábios quando ele curvou o braço sob seus joelhos e a ergueu até que ele estava embalando-a em seus braços.

Um sentimento de fraqueza feminina intensa a varreu quando ela enrolou seus braços em volta de seu pescoço e deixou cair à cabeça em seu ombro.

—Eu vou sustentar você bebê, — ele prometeu quando ele se virou para o quarto, mas em vez de colocar ela na cama ele se sentou na cadeira pesada e larga que estava no canto da sala. —Eu sempre vou te abraçar.

Segurando a parte de trás da cabeça dela enquanto ela olhava para ele, ele a segurou no lugar, baixando a cabeça, seus lábios unindo-se contra os dela.

Em menos tempo do que levou para o seu coração bater, Liza estava pronta para ele.

 

Os seios dela estavam inchados e sensíveis, seu clitóris palpitante, sua vagina se tornou úmida e dolorida. Sua pele estava sensível, a marca de acasalamento na curva de seu ombro e pescoço, formigava, ficando quente. Ela queria que ele tocasse a marca, queria os lábios dele nos dela, queria sentir a língua dele lambendo sobre a marca.

Os lábios dela doíam pelo beijo dele, seu corpo queimado pelo toque dele. Os dedos dela formigavam com a necessidade de sentir o corpo dele debaixo deles. Para acariciar seu corpo poderoso, sentir seus músculos flexionando sob a escura carne bronzeada.

Olhando para ele, sensualidade sonolenta trovejando através do corpo dela, um pequeno gemido descontrolado saiu de seus lábios quando a língua pressionou contra a abertura dos lábios dela. O sabor de especiarias e canela do beijo dele infundiu seus sentidos, aqueceu seu sangue, e a fez arquear mais perto, desesperada por mais dele - para aprofundar mais o beijo, duramente. Por toda a fome dele, conduzida e descontrolada, enquanto ambos perderam seus sentidos no prazer.

Fechando os lábios na língua dele, Liza atraiu mais do gosto sensual para seus sentidos, divertindo-se com as sensações deliciosas que começaram a girar através de seus sentidos.

Somente aqui poderia encontrar a paz. Somente nos braços de Stygian, no beijo dele, em seu toque.

Virando-se, deslocando nos braços dele até que pudesse cavalgar suas coxas poderosas, Liza se entregou completamente para o prazer crescendo dentro dela. Arrastando a saia acima para permitir que suas coxas se espalhassem ainda mais sobre as dele, Liza ancorou sua vagina dolorida contra o cume duro do pênis enquanto crescia debaixo dos jeans dele.

Rapidamente soltou os três pequenos botões abaixo do pescoço dela, Stygian então agarrou a bainha, puxou os lábios dos dela e enquanto Liza lentamente levantou os braços, ele tirou a parte de cima dela.

O abrigo foi jogado de lado descuidadamente, esquecido enquanto ele encontrava o fecho frontal do sutiã e o estalava aberto.

—Stygian. — Arqueando de prazer enquanto as mãos dele tocavam seus seios, Liza sentiu pontinhos de prazer aquecido começando a queimar por ela.

O raspar sensual das palmas ásperas da mão dele acariciando a curva embaixo de sua carne sensível enviando uma onda de calor queimando em seus mamilos. Os doces picos endureceram ainda mais, tornando-se tão inchados e sensíveis que a necessidade pelo toque era quase dolorosa.

Ainda apertadas, as pontas endurecidas latejavam, pulsando em necessidade, enquanto os dedos dele evitavam o botão repleto de nervos e acariciava a carne em torno deles. Ele a estava matando. Ela precisava de seu toque lá – não, não apenas seu toque.

—Por favor. — Ela não podia lutar contra a necessidade ou segurar a demanda.

Os dedos dela se enterraram no cabelo dele, apertando os fios longos e leves para dirigir os lábios dele para os botões apertados, doloridos de seus mamilos.

O calor úmido da boca dele cercou uma ponta macia. Calor úmido fechou sobre ela e começou a desenhar na carne sensível com fome puxando da boca dele. A língua dele entrou no jogo. O calor construído estava cercando seu mamilo rosa com cada lambida da língua dele. Cada vez que ele lambia sobre o bico, em torno dele, esfregava a língua contra ele, Liza choramingava com as sensações crescentes.

Os dedos dela apertaram no cabelo dele, segurando-o mais perto, exigindo mais.

—É tão bom, — ela sussurrou com voz rouca, o som de sua própria voz chocando-a, mas não o suficiente para puxá-la de volta do caos espiralando de prazer que começava alcançá-la.

E se sentia bem. Muito melhor do que bem.

Lutando para respirar, Liza se arqueou nos braços dele enquanto ele beijava um caminho lento e ardente para o outro seio para o pico delicado implorando por atenção também. Os lábios dele o cercava, sua boca sugando o duro bico pontudo enquanto as coxas de Liza apertaram. Seus quadris se moveram contra ele, esfregando sua fenda contra o jeans que cobria o pau debaixo dele.

A sensação atirou do mamilo dela para seu clitóris enquanto os dentes dele raspavam contra a ponta dura. Agarrando-a entre os dentes e trabalhando sobre ela, Stygian usou a língua para atormentá-la com prazer ardente.

Lambendo, acariciando, esfregando contra o pico apertado, Stygian a empurrou mais perto de um abismo de prazer que ela não fazia ideia como aliviaria de volta.

—Oh Deus, sim. — O calor líquido da boca dele trabalhando o broto apertado de seu mamilo estava destruindo seu autocontrole.

Cada sorvo da boca dele, cada ataque da língua contra o pico pulsante enviava chamas de calor incrível correndo sobre ela antes da afiada sensação atirar de seu mamilo para o clitóris.

Prazer queimava em volta dela, brilhando em todo o resto do seu corpo, enquanto sentia as mãos dele puxando a saia na distância restante partindo do topo de suas coxas até os quadris.

Os dedos dele alisaram as faixas elásticas da cinta-liga dela, em seguida, voltou para o material solto do caleçon que ela usava. Deslizando a mão sob a abertura da perna do material, levou apenas alguns segundos para os dedos dele encontrarem o broto inchado pulsando de seu clitóris.

—Stygian. Oh, por favor, por favor, sim. — Erguendo para ele os lábios abertos enquanto ele descia sobre os dela mais uma vez, Liza não conseguiu segurar seus gemidos de prazer.

As sensações estavam tão boas.

O prazer estava açoitando sobre ela.

Estava batendo em seus mamilos onde os dedos de uma mão puxavam os picos sensíveis.

Aquilo apertou em torno de seu clitóris enquanto ele raspou contra ele, com os dedos da outra mão, esfregando contra ele, excitando-a enquanto gemia com o toque dele.

Do clitóris dela, o toque acariciante dele deslizou através dos sucos pesados dela para a entrada dolorida da apertada vagina. Circulando a carne, lisa, aquecida, seus dedos tocaram, acariciaram, empurrando-a para a margem, implorando por mais.

Ela precisava do toque dele lá. Precisava que ele a enchesse, empurrando dentro dela, transando com ela.

Os lábios dele se ergueram dos dela, se movendo ao longo da linha do queixo antes de encontrar o contorno da sua orelha. Esfregou os dedos dele contra a entrada da vagina antes de empurrar a grossa ponta de um dedo dentro.

Prazer desesperado a inundou. Luxuriantes, escorregadio, os sucos dela derramavam nos dedos dele, facilitando seu caminho quando a penetrava ainda mais.

—Tão doce e quente, — ele rosnou em seu ouvido quando ela se abateu sobre o empalamento, desesperada para sentir o toque dele mais profundamente, mais duro.

—Você sabe que amo te foder, Liza? Empurrar meu pau dentro de você e sentir o quão quente e escorregadia sua boceta fica para mim?

O dedo recuou apenas para voltar, a estocada queimando através dos sentidos dela com a adição de um segundo dedo.

Firme, calejado, trabalhou-os mais fundo dentro dela, esfregando o tecido sensível com extrema experiência.

Movendo-se dentro dela, Stygian separou os dedos, enviando pulsos elétricos de pura sensação através da carne íntima. Arcos ardentes de prazer percorreram os músculos delicados que ele estava empalando, arrancando um gemido rasgado dela enquanto a vagina apertava desesperadamente ao redor de seus dedos.

—Está sentindo como você está apertada em torno dos meus dedos? Tão doce e apertada. Quando você aperta em volta do meu pau assim, é tudo o que posso fazer para não gozar no segundo que entro em você.

Um gemido de prazer crescente se libertou dos lábios dela enquanto os dedos dele se retiraram apenas para voltar com uma estocada mais profunda, mais dura.

Sensação queimava por ela. Dedos de prazer erótico, ofuscante, rasgavam através de cada terminação nervosa de seu corpo. Cada golpe dos dedos dele apertando através do tecido acolhedor, enviava ondas de prazer correndo para seu clitóris e apertando seu ventre.

—Tão bonita. — A voz dele era um grunhido, rosnado primitivo em seu ouvido. — Adoro ver seu rosto enquanto você me toma, Liza. — Os dedos dele trabalharam duro dentro dela, a fodendo apenas com força suficiente para construir a fome crescente mais forte dentro dela.

Os lábios dele acariciaram seu pescoço, a língua lambendo a marca de acasalamento sensível antes de um ardente prazer rastrear para as duras pontas de seus mamilos aguardando o toque dos lábios dele mais uma vez.

Quando chegou, o calor úmido cercou o pico apertado, sugando-o profundamente, atraindo para a boca dele enquanto a língua lambia e provava o broto atormentado.

Os dedos dele empurravam dentro dela, deslizando livre para o punho cerrado de sua vagina, voltando a acariciá-la cada vez mais perto da borda da liberação.

Quadris se contorciam contra a penetração de seus dedos, os lábios dela entreabertos, ofegante por ar, Liza forçou seus olhos abrirem para olhar para Stygian.

—Ainda não, — ela sussurrou desesperadamente enquanto o prazer começava a atingir um ponto crítico. — Por favor, Stygian. Ainda não.

Os golpes aliviaram, acalmaram, até que ele estava enchendo-a, mantendo-a equilibrada na ponta da liberação.

—Ah bebê, você está tão perto, — ele murmurou. — Eu poderia jogá-la acima da borda. Sentir enquanto você goza em torno de meus dedos.

—Eu preciso sentir você. — Deslizando as mãos no peito dele, ela puxou o primeiro botão da camisa dele, depois o segundo.

A vagina dela involuntariamente apertou em torno de seus dedos, o derramamento de umidade deslizando ainda mais enquanto ela lutava para encontrar mais do que prazer solitário.

—Deus, Liza. — A mão livre dele deslizou para seu quadril, segurando-a com firmeza, quando ela deslizou sua mão para o calor do peito nu dele.

—Preciso sentir tudo de você. — Ela moveu-se para o próximo botão, lutando para respirar, lutando para não gozar enquanto ele acariciava o tecido ultrassensível com apenas as pontas de dois dedos. — Por favor, Stygian.

Lentamente, muito lentamente os dedos dele deslizaram livres das profundezas apertadas do sexo dela. Com as duas mãos, ele agarrou as bordas de sua camisa e puxou.

Botões estalaram do tecido e voaram em todas as direções. O rasgar do material antes que ele o jogasse descuidadamente no chão teve um sorriso completamente feminino de presunção sensual curvando os lábios dela.

Dela.

Ele era apenas dela.

Levantando seu corpo do dele, os dedos dela foram ao cinto e rapidamente o soltaram. Puxando as abas de metal que prendiam o jeans, ela abriu a calça enquanto as mãos dele se juntaram à batalha para empurrá-lo abaixo dos quadris.

O comprimento pesado do pênis dele cresceu entre eles, a cabeça larga fluiu escura, o duro comprimento venoso pulsava imperativamente enquanto Liza deslizava a mão da ponta para a base e de volta novamente.

Lábios entreabertos, o olhar dela ainda estava travado com o dele, Liza se ergueu contra ele. Com uma mão firme no comprimento largo de seu pênis, ela descansou a cabeça contra o lado dele, os lábios dela em seu ouvido quando se abaixou contra ele.

A cabeça da ereção dele pressionada contra a entrada apertada. Em segundos, um pulso de fluido pré-seminal ejaculou da ponta e enviou uma onda de calor sensual para aquecer sua vagina.

Os braços em volta dela, segurando-a mais perto enquanto as mãos dela deslizavam para seus ombros, os dedos dela se enrolaram contra os poderosos ombros dele enquanto seus quadris começaram a se mover, se levantando para ela. Duras mãos seguravam os quadris dela firmemente, movendo-a, ajudando-a a levá-lo em pequenos incrementos alongados enquanto gemidos de prazer raspavam na garganta dela.

—Sim, — o grito baixo e desesperado escorregou dos lábios. — Abrace-me Stygian. Oh, Deus, não me deixe ir.

—Nunca, — ele rosnou enquanto seus quadris empurraram em um golpe duro, curto, forçando seu pênis mais profundo.

Escorregadia, molhada, sua vagina apertou o invasor de ferro e duro enquanto Liza começou a se mover com ele, montando-o lento, fácil, levando-o centímetro por centímetro, até que o eixo de espessura estava alojado totalmente dentro dela, esticando-a com força erótica.

Impulsos marcantes de prazer arrebatador correram através dela.

Movendo sobre ele, subindo e descendo enquanto sensação após sensação começou a inundar os sentidos dela, Liza entregou-se ao voo em espiral do êxtase e ao companheiro se movendo sob ela com ferozes movimentos ascendentes de seus quadris.

Primitivo e intenso. Erótico e furioso, com uma sensualidade impossível de superar, cada impulso acima o pênis dele golpeava, acariciava, raspava contra a carne macia e enviava faíscas de prazer tão quente, tão afiados, queimando explosões de êxtase que não havia como resistir.

Não resistindo ao rápido voo em espiral para o centro furioso, requintado de felicidade.

Explodindo ao seu redor, dentro dela, o prazer detonou com uma força que lhe roubou o fôlego.

As unhas dela se cravaram em seus ombros enquanto Liza abaixava a cabeça, os lábios dela se abriram, os dentes se prenderam no duro músculo da curva do pescoço dele enquanto os incisivos dela morderam a marca de acasalamento que ela fez.

Um grunhido soou no ouvido dela, feroz e cheio de dominação primitiva, enquanto Liza sentiu-se afundando nas ondas de sensação que eletrificou, explodiu mais e mais, e enviou uma onda de êxtase de fogo rasgando-a de novo e de novo, até que estava estremecendo nos braços dele. A sensação do inchaço adicional em seu pênis prendendo-o dentro dela enquanto ele derramava sua liberação era outra corrida sensual da sensação violenta que enviou outra explosão menor, rasgando através dela.

Era como estar cercado por prazer, conectado a pura sensação e sentindo isso correr debaixo de sua carne, por suas veias, chiando em torno de seu clitóris e cruzando sua vagina.

Presa nos braços dele, ela sussurrou seu nome, as sensações tão intensas que ela se esqueceu de segurar a emoção.

—Eu te amo. — Ela suspirou ofegante enquanto o pulso final estremeceu de prazer através dela. — Oh Deus, Stygian, eu te amo.

E ela amava.

Ela o amava, sem fôlego, completamente.

Enquanto ela não estava olhando, ele roubou seu coração, e ela sabia que não existia nenhuma chance de voltar atrás e ser a mesma.

Agora, ela só esperava que pudesse sobreviver.

—Eu te amo. — Ele a beijou suavemente na têmpora antes de se mover.

A respiração afiada da reação abriu os lábios dela na onda de prazer quando ele saiu dela. Ainda parcialmente ereto, seu pênis acariciou nas terminações nervosas violentamente sensíveis, enviando uma onda de prazer escaldante através dela antes de diminuir mais uma vez, saciado pelo momento.

—Deite aqui um segundo, querida. — Ele a deitou na cama antes de se livrar dos seus jeans completamente e se mover para o banheiro.

Retornando momentos depois, ele limpou a prova, a mancha molhada de sua excitação das coxas e das dobras da vagina dela com um pano úmido. Em seguida, secou-a delicadamente, puxou as cobertas sobre ela antes de se mover de volta para o banheiro.

O som de água corrente trouxe um sorriso ao rosto dela.

Quando ele voltou para a cama e deslizou sob os cobertores com ela, Liza enrolou contra seu peito, precisando de seu calor, precisando dele segurando-a. Sentindo a mão dele acariciando seu cabelo, seus dedos roçando seu couro cabeludo, Liza deixou-se afundar no conforto que ele estava oferecendo.

—Não permita que eu me perca, Stygian, — ela sussurrou quando o esgotamento dos últimos dias começou a alcançá-la.

Emoções, pesadelos, medo e raiva a atormentaram, fazendo o sono dela agitado, seus sonhos sombrios e impossíveis de lembrar quando acordava.

—Eu não vou deixar você se perder, bebê, — ele prometeu enquanto a acalmava.

Por uma vez, não existe distância, não existe tempestade emocional, sem desespero para manter-se distante, e sem excitação. Havia apenas o conforto que ele estava oferecendo a ela e uma enorme sensação de segurança.

—Durma Liza, — ele sussurrou, sua voz suave, as mãos incrivelmente ternas enquanto ele a acalmava. — Bem aqui, descanse contra mim, vamos descobrir nosso próximo passo depois. Prometo.

E ele sempre manteve sua palavra.

Os olhos dela se fecharam, sua respiração se estabilizou e ela permitiu que o sono se estabelecesse sobre ela.

Talvez, foi o seu último pensamento, talvez, nos braços de Stygian os pesadelos ficariam longe. Talvez ela pudesse dormir, apenas por pouco tempo. Apenas tempo suficiente para encontrar a força para enfrentar o que ela temia estar chegando.

A destruição de tudo o que ela acreditava que ela fosse, de tudo que sua vida foi.

Porque a vida como ela a conheceu acabou.

 

Stygian olhou para a paisagem do deserto do topo da coluna de pedra esférica que se erguia acima do fundo do vale, logo atrás do hotel, seu olhar se estreitou, seus instintos animais zumbindo em perigo.

Algo estava lá fora.

—O que você ouviu de seus contatos, — questionou Dog calmamente.

—Sei que eles estão aqui, apenas não fui capaz de encontrá-los. Desde a notícia de que Cassie Sinclair estava chegando à área, mais equipes foram enviadas para fora, mas como os outros, não vislumbraram nada.

O Conselho de Genética estava enviando suas melhores equipes agora, evidentemente. Com a criação da droga de redução de odor, estava se tornando mais e mais difícil rastrear os bastardos avançando também.

—Eles precisam comprar o material em algum ponto, — afirmou. —Existem homens da cidade observando isso?

—Temos várias equipes observando.— Uma borda de irritação tingiu o tom de Dog. —Mas o que diabos estamos observando e como podemos cobrir todas as malditas empresas que poderiam fornecer seus suprimentos? E se eles seguirem instruções diretivas e trabalharem com seres humanos para suprir suas necessidades, então estaremos fodidos lá.

Não era essa a verdade. Window Rock possuía dezenas de empresas abastecendo homens autônomos, caçadores, turistas de fim de semana e a lista continuava.

—Por que essa área?— Stygian perguntou enquanto mapeava o terreno novamente, com especial atenção para o pequeno cânion que corria ao lado da estrada. —O que eles estão procurando? Tem que ser mais do que apenas Honor, Fawn, Judd e Gideon. Eles têm de estar atrás de algo mais.

—Não tenho certeza, mas não havia sinais de movimento a noite no cânion antes destas últimas semanas. Loki estava voando sobre o deserto, 37 km em cada sentido, para rastreá-los. Ele é capaz de acompanhar e explicar todos os movimentos, exceto este e outros cerca de 7 km a leste do hotel.

Stygian esfregou o queixo, pensativo. —Qualquer conversa?

—Estranhamente, nada.— Dog balançou a cabeça. —Se não fosse por Loki, não saberíamos sobre isso.— Ele acenou com a cabeça em direção ao cânion.

—Este é o mesmo cânion que Liza e Claire bateram quando estavam com 15 anos. Aquele onde as tiramos?

—O mesmo cânion que também encontramos evidências de um alojamento molhado— Dog disse a ele. —Você sabe, a medicina Navajo está envolvida na história. Existem rumores de um monte de coisas que eles são capazes de fazer ainda.

—Tais como?— Stygian perguntou distraidamente, enquanto olhava através dos binóculos para o cânion.

—Tenho Chimera trabalhando com José Redwolf o agora avô de Megan Arness. Pelo que ela descobriu, há uma lenda de que as memórias de um guerreiro que está morrendo podem ser passadas para um guerreiro que precisa da habilidade ou da informação que poderia ir embora para sempre. Não existem informações se já foi feito antes, mas a lenda existe. Ela também aprendeu que eles estiveram rasgando e queimando registros de mais de uma década atrás, que estavam contidos em um local seguro, secreto, onde os chefes tribais disseram para armazenar a história escrita de seus segredos e as receitas utilizadas para certos rituais, transmitidas desde muito antes que suas terras fossem invadidas pelo homem branco.

Stygian baixou os binóculos, os braços apoiados na borda da pedra que estava encostado.

—Os curadores Navajo falam que ainda sabem muitos dos antigos rituais, — disse ele, pensativo. —Quão próximo é a localização do cânion secreto, de onde as meninas morreram?        

—Não temos a menor ideia. Mesmo Chimera não sabe onde está. Mas ela cheirou as cinzas sobre a roupa de Joseph quando ele voltou do deserto. E ele não mentiu quando ela perguntou o que tinha sido queimado. Ele disse a ela que estava queimando o passado de outro.

Maldição.

Maldição.

Ele podia sentir isso.

Em seu intestino, Stygian podia sentir as vibrações de uma interferência que provavelmente havia salvado a vida de Liza quando criança, mas poderia custar-lhe que a vida agora.

Liza?

Para os amigos, a família dela, era Liza Johnson. Foram as memórias de Liza Johnson que ela carregou, mas não a personalidade de Liza Johnson. Assim como não era o destino de Liza Johnson estar neste lugar, neste momento. Era de Honor Roberts. E agora, Honor já não possuía a informação que poderia salvar sua vida.

—Ao mesmo tempo em que a destruição ocorreu, dois homens, supostamente de uma unidade que Audi Johnson treinou, enquanto o militar apareceu também. Cullen Maverick e Klah Hunter. Suspeitamos que Klah seja Judd.— Dog encostou-se na pedra que estavam usando como abrigo, o olhar dele estreitando em alvos distantes, no sol apertando no horizonte, ou nos alvos distantes, de pé em flagrante alívio quando eles se olharam mais uma vez.

Entre os dentes, ele apertou um charuto, frio e fino que ainda não estava aceso. Cruzando os braços sobre a camisa cor do deserto que cobria seu peito, o Coyote assistiu Stygian avaliar.

—Coisas estranhas aconteceram, — Stygian murmurou.

Inferno, ele sabia melhor do que isso.

Judd não teria deixado as meninas sem sua proteção. Mesmo nos laboratórios, tanto Judd quanto Gideon arriscaram suas vidas mais de uma vez para proteger as meninas. —Houve um ataque informado sobre duas adolescentes e um jovem, combinando com Honor, Fawn, e a descrição de Judd, assim como dois nativos americanos que os acompanham, seis horas de Window Rock, menos de vinte e quatro horas antes do acidente,— Dog continuou. —Vários soldados identificados em trabalhos para Brandenmore Research foram encontrados mortos, assim como, obviamente, seus corpos foram abandonados lá, em vez de onde foram mortos.

—A rede secreta, que sempre ajudou as Castas na fuga e mudança está falando dos traseiros de Claire e Liza toda vez que saem do hotel. As castas que estavam aqui, antes de Liza e Claire entrarem em nosso radar, os boatos dizem que os membros dessa rede nunca deixaram uma matança quando foi feita, apenas se matar fosse necessário, — Stygian murmurou.

—É verdade, — concordou Dog. —Nós também temos o fato de que existe uma equipe observando Liza e Claire, um relatório que as duas meninas sempre tiveram sombras. Sombras que nossas Castas jamais poderiam identificar ou rastrear. Eles são malditamente bons, Stygian, se podem fugir de nós.

—Eu já os vislumbrei, — Stygian admitiu. —Cada vez que enviei Flint ou um de minha própria equipe para segui-los, eles simplesmente desapareceram.

—O que seu intestino está dizendo?— Dog perguntou quando Stygian não disse mais nada. —O que seus instintos animais estão dizendo a você?

O bastardo sabia exatamente o que seus instintos lhe diziam, Stygian pensou enquanto ele olhou para fora no deserto mais uma vez.

—Quando isso acontecer, não importa o quanto suspeite disso, vai destruí-la, — ele retrucou, irritado com o pensamento. —Ela acreditava que era uma pessoa. Seus pais, seus amigos, todos a tratavam como se ela fosse Liza Johnson. Para definitivamente aprender, a verdade irá destruí-la.

—Não se memórias de Honor ainda estão lá, — afirmou Dog. —Se ela está tendo pesadelos, então não há dúvida de que elas estão. Alguém simplesmente sobrepôs as memórias de Honor com as de Liza. Eles fizeram apenas o suficiente para mantê-la segura e para mantê-la viva.

—E agora as Castas destruirão a segurança, — Stygian replicou. —O que é um bom presente para dar a minha companheira.

Ele respirou mais ou menos com o pensamento. —É uma pena que os registros médicos de Liza do laboratório foram destruídos. Nós sabemos que o DNA dela foi alterado pelos tratamentos que recebeu lá, mas não temos ideia de pra que foi alterado. Você já perguntou a ela se já fez um teste de nível de núcleo de DNA?

—Essa não é a resposta, — Stygian argumentou. —Como você disse, não temos ideia de como o DNA de Honor foi mudado. Não provaria nada.

—Provaria que ela não está relacionada à Audi Johnson,— Dog lembrou. —Só porque ela carrega seu cheiro familiar não significa outra coisa senão o fato de que ela viveu como sua filha, em sua casa, durante muitos anos. Um teste de nível de núcleo de DNA poderia revelar a verdade.

—Poderia.— Stygian concordou. —A menos que uma limpeza genética tenha sido feita, o que suspeitamos que foi.

—Você acha que seu pai natural jamais teria permitido que a genética dela não fosse programada, Stygian?— Zombaria preencheu a voz do Coiote agora. —Quem você está enganando, meu amigo, e por quê?

Graças a Deus, Liza não fez essa pergunta, ou parecia suspeitar da verdade do amor do pai de Honor para ela. Não, seu pai natural nunca teria permitido tal coisa. Mais do que Stygian permitiria que o teste do nível central para o simples fato de dizer que ela era Honor Roberts não a ajudaria. Apenas a colocaria em perigo.

—Vocês bastardos e a besteira de acasalamento,— Dog respondeu irritado. —Vocês desejam proteger suas companheiras de obter um arranhão mesmo que isso significasse arriscar pontos em longo prazo.

—Você vai entender quando encontrar sua companheira, — Stygian lhe informou enquanto a memória do êxtase entrou em choque com todo o medo que tinha por ela.

Nada mais importava, retirar todas as chances de dor, de risco, de qualquer coisa, a não ser o que traria um sorriso a seus olhos, o riso de seu coração.

—Gosto de pensar que não ignoraria a realidade,— Dog rosnou. —Minha companheira terá sempre que lutar. Se ela não estiver preparada para isso, então ela vai ter que ficar preparada. Ela vai ter que enfrentar o conhecimento que o inferno espera por ela a cada minuto do dia, e espero ser homem o suficiente Casta - suficiente, para não esquecer isso só porque ela é minha companheira.

—Só porque ela é sua companheira, nada importa, exceto protegê-la daquele inferno. Nada importa, exceto tratá-la com gentileza, a compaixão por ela, a chance de crescer. Vê-la lutar vai destruí-lo. Sabendo que ela pode ter que lutar irá lembrá-lo de toda a fraqueza e limitação que você tem. Ela vai mudar cada regra que você vive e toda a crença que você esteve certo nunca pode ser alterada.

—Deus, apenas vai me matar primeiro.— Dog resmungou.

Pelo que Stygian teve que rir. —Ela vai encher sua alma com tal luz, Dog, com certeza humilde de tal forma que você simplesmente não vai merecer o prazer que ela vai te trazer, que, de repente, a sua criação, o inferno de treinamento, todo ele, de repente, vai valer a pena, porque trouxe a esta mulher que só a morte pode roubar de você. E apesar de a morte dela significar a sua também, ainda, vale a pena cada momento que você tiver e passar com ela.

 

         Acasalar-se com Liza fora a experiência mais humilhante de sua vida, e lhe deu mais prazer e felicidade do que já conhecera.

         Mesmo em meio ao perigo e à luta para garantir a segurança dela, Stygian sabia que não haveria nenhuma outra mulher, nenhuma outra vida que ele enfrentaria se isso significasse não tê-la em sua cama e em sua vida.

         —Como eu disse, poupe-me do acasalamento se for tudo isso, — Dog resmungou, —Eu acredito que prefiro simplesmente seguir em frente e comer uma das minhas próprias balas.

         Stygian foi salvo de uma resposta quando os dispositivos de comunicação que usavam em seus ouvidos foram de repente ativados.

         —Esteja pronto. Chegada em andamento.

         A falta de identificação garantiu a ele e a Dog que era a família Sinclair que estava aterrissando no heliporto do hotel.

         Os Sinclair estavam chegando um dia antes do que era esperado.

         Stygian virou-se para encarar Dog, certo de que o Casta o atraíra até ali para permitir que Jonas completasse alguns dos pequenos dramas manipuladores que ele tinha em mente. Dog estava simplesmente tão surpreso. Seus olhos arregalados, enquanto lentamente se endireitava da rocha.

Ambos se atiraram de suas posições ao mesmo tempo, pulando sobre o penhasco que levada à posição que eles tomaram para rastrear o deserto.

Batendo na suave inclinação com a sola de suas botas, braços estendidos, Stygian foi deslizando agachado até que correu para alcançar a base das colunas de pedra que se projetavam altas acima do chão do deserto.

Eles estavam aproximadamente a 55 km de distância do hotel até que alcançassem o Dragoon estacionado no fundo da torre.

Ele esta ferrado. Não havia chance no inferno que ele conseguisse chegar ao hotel antes de Cassie encontrar Liza.

—Chegada concluída. Justice, Breaker, confirmar posições e garantir acesso seguro à base dois.

—Confirmado, em posição e acesso à base seguro. Chegada concluída e na rota.

—Esteja ciente, Equipe Três, detectada movimentação ao longo da área sete.

—Equipe Três saindo,— Loki respondeu à chamada.

—Equipe Três confirmada, informe a base dois quando estiver em posição e avistado movimento.

—Eu acho que Dash ainda mantém a proibição sobre os Coiotes na presença de sua princesa,— Dog rosnou com irritação enquanto eles atingiam a base da coluna de rocha que eles tomaram como vigia e saíram a plena corrida através da curta distância de onde o Dragoon estava escondido.

Dash Sinclair raramente permitia Coiotes na presença de sua filha, por causa da angústia que a tomava com as visões que a bombardeavam.

—Controle, esteja ciente, executor Black e C traço um a caminho.— Ele fez um sinal a Dog ao invés de nomeá-lo. —Eu requisito que minha companheira permaneça em segurança até minha chegada,— Stygian ativou o link ao seu ouvido quando eles pularam dentro do Dragoon. —ETA em vinte.

Não havia forma de que o Dragoon ganhasse velocidade suficiente, com seu peso e o arsenal de armas, para atravessar o acidentado terreno entre sua localização e o hotel.

—Requisição anotada,— Controle respondeu brandamente.

—Controle, esteja ciente, Requisito segurança exclusiva para minha companheira até minha chegada, — ele rangeu enquanto o Dragoon avançava das sombras escondidas de dentro da caverna que eles encontraram para estacioná-lo.

A requisição era uma exigência. Como companheiro de Liza estava em seu direito pedir, e ser atendido.

—Repita, executor Black,— Controle voltou. —O sinal está se deteriorando.

—Uma porra que está,— ele gritou quando o Dragoon pulou leito de rio, raso e seco, e Dog amaldiçoava ao seu lado enquanto se agarrava nas alças de segurança penduradas nas barras acima deles. —Controle informe o diretor.

—Repita, executor Black,— Controle interrompeu a exigência. —Por favor, repita seu link de comunicação está desaparecendo.

—Jonas, eu vou fazer da sua companheira uma fodida viúva,— Stygian gritou para o link. —Você bastardo conivente, não faça isso.

Ele pisou no acelerador, sabendo que não havia mais velocidade para ser encontrada quando o veículo saltou sobre o terreno acidentado, levantando uma nuvem de poeira que quase obstruiu a visão externa.

—Você está gastando seu fodido fôlego à toa, Lobo,— Dog rosnou ao lado dele. —Você conhece Wyatt e você conhece aquela pequena bruxa esquisita que é a Sinclair. Pare de perder o seu tempo ameaçando Wyatt e descubra como você vai lidar com as consequências ao invés.

—Matando Jonas,— Stygian estalou de volta.

—Sim, você e o resto do mundo,— Dog zombou —Boa sorte lá.

Stygian rosnou em fúria, rasgou através de um riacho raso e lutou para acertar o veículo quando ele quase fez o carro subir inclinação irregular à força.

O Dragoon não fora feito para velocidade ou para o terreno no qual estava sendo usado, mas ele tinha pouca escolha. Ele precisava chegar até Liza. Precisava fazê-lo antes de Cassie, e ele sabia não havia nenhuma chance no inferno...

 

Cassie inclinou a cabeça para o lado e considerou a mulher mais velha que entrou na sala de estar da suíte que estava sendo mostrada a ela e seu pai, Dash, vinda do quarto de conexão.

Imediatamente, seu olhar foi além de Liza Johnson, para a forma obscura de uma mulher jovem, aproximadamente da mesma idade, que se movia atrás dela. A forma tinha longos cabelos loiros, olhos cinza, bochechas altas e seus lábios eram exuberantes, mas com uma ligeira semelhança com a mulher conhecida como Liza Johnson.

A moldura natural do cabelo beijado pelo sol era como um halo ao redor da cabeça do espírito, enquanto seus olhos cinza observavam Liza com uma mistura de tristeza e medo. Essa era a Liza Johnson real, Cassie sentiu. A mulher que a jovem garota teria se tornado se ela não tivesse morrido em um acidente feroz no fundo de um cânion.

—Liza Johnson,— Rule Breaker—Deus amava seu coração, mas ela amava seu nome — deu um passo à frente para as apresentações. —Dash Sinclair e sua filha, Cassie.

Liza parou no meio da sala, observando-os com cautela, seus olhos cinzentos escuros se movendo entre os três antes de se fixarem nela. Cassie sentiu um lampejo de trepidação.

—Eu vejo que você já ouviu falar de mim.— Cassie suspirou enquanto seu olhar se movia para a forma enevoada de uma jovem garota agora bem perto de Liza.

—É bom conhecer vocês dois.— Liza estendeu a mão para aceitar o aperto de mão de Cassie, antes de tomar também a Dash.

Seu pai ainda era tão bonito como fora no dia em que a resgatou junto com sua mãe, Cassie pensou, mas essa era uma das raras vezes que uma mulher não suspirava olhando a áspera, perigosa boa aparência de seu pai.

—Uma evasiva muito boa à minha declaração.— Cassie riu.

Não zombe dela, Vidente, criticou o espírito. Ela está enfrentando mais do que você pode entender.

Espíritos a criticavam constantemente nestes dias.

—Sim, Srta. Sinclair, Eu ouvi sobre você.— Liza assentiu, seu olhar escurecendo, não com medo, mas com um lampejo de resignação ao invés. —Se você está procurando por Stygian.

—Não, eu estou aqui para conhecê-la, — assegurou Cassie antes de dirigir-se ao pai. —Pai, eu tenho certeza que vou ficar bem agora, — prometeu a ele. —Poderíamos, Srta. Johnson, conversarmos por um minuto em particular?

Seu pai franziu o cenho.

Você não deveria estar aqui. Você vai estragar tudo. Vá embora. Eu encontrarei você mais tarde.

Sim, os espíritos aprenderam a fazer exatamente isso. Apesar de que esse especificamente chamara por ela. Cassie o sentira mesmo antes de Stygian requisitar sua presença. Ela sentira esse espírito desde o momento que ela o conhecera, sabendo que eles estavam de alguma forma ligados.

—Eu estarei do lado de fora,— seu pai prometeu.

O espírito voltou-se para Liza então.

Diga a ela para sair. Você está cansada. Você sabe que Stygian vai querer que você espere por ele antes de falar com essa mulher.

Uma careta enrugou a testa de Liza. —Deveríamos esperar por Stygian,— ela disse, apesar de sua mandíbula ter se apertado e seu olhar brilhado de irritação a si mesma como se ela atendesse a inconscientemente a exigência do espírito ao seu lado.

Cassie colocou as mãos na parte de trás de sua calça jeans observando a mulher e o espírito com o coração pesado. —Eu estou aqui para ajudá-la, Liza.— Ela olhou para o espírito enquanto falava antes de encontrar o olhar da mulher mais uma vez.

Enquanto ela falava, Cassie não estava surpresa em ver o ser de cabelo escuro que lentamente oscilava dentro da visão da outra mulher.

Isso era tudo o que ela podia fazer para reprimir sua surpresa chocada quando o espírito de Honor Roberts apareceu, olhando como se ela seria sem a cirurgia plástica que a fazia parecer-se com Liza Johnson. As alterações em seu rosto não foram drásticas. Seus lábios foram ligeiramente preenchidos, o nariz aristocrático foi arredondado, as maçãs do rosto foram acentuadas, e a cor de seus olhos escurecida de azul para cinza.

As duas garotas não eram muito parecidas antes das alterações, mas apenas o suficiente fora feito para deixá-la mais perto das características faciais de Liza Johnson, enquanto as diferenças entre Honor e Liza foram explicadas como resultado dos danos que foram corrigidos depois do acidente.

         Era óbvio que o verdadeiro espírito de Liza estava desgastado. Ela estava cansada de prolongado meio estado, nem viva e ainda não morta. Enquanto Honor Roberts parecia ser paciente, e cuidadosa com a presença de Cassie.

Não é a hora. Honor Roberts balançou sua cabeça enquanto observava Cassie com preocupação. Você não pode fazer isso agora.

Oh, como ela queria conversar com estes espíritos, para descobrir os segredos que escondiam. Para conhecer seus pensamentos, seus medos nesse estado; uma presa à terra através de magia antiga, a outra mantida em silêncio, incapaz de pegar seu lugar de direito dentro do corpo ao qual estava presa, ainda que não pudesse compartilhar.

—Liza, você não acha que é hora de conversarmos?— Cassie perguntou, prendendo o olhar da outra mulher, desejando que ela pudesse ouvir os dois espíritos que a ladeavam.

—Srta. Sinclair Estou certa que você está aqui para me ajudar,— ela disse tensa. —Mas você não é alguém com quem eu possa lidar agora. Se eu quisesse conversar com algum dos fantasmas que me segue, então eu teria seis chefes tribais que estariam mais do que dispostos falar comigo.

        Oh sim, certo, como se eles fossem te dar qualquer resposta. A jovem loura ao lado dela rolou os olhos sarcasticamente. Aqueles velhotes nem mesmo atenderão seus telefonemas quando ela tiver coragem de chamá-los.

—Você está certa que de eles estão dispostos a ajudar?— Cassie perguntou enquanto retirava as mãos dos bolsos das calças e moveu-se para perto da cadeira. —Eles respondem às chamadas que tem feito a eles?

Liza sorriu levemente. —Jonas provavelmente disse a você que ele confiscou meu telefone no segundo em que teve chance para isso. Ele sabia o tempo todo que eu estava tentando alcançar os chefes.

         Cassie assentiu enquanto Liza sentou-se lentamente no sofá em frente a ela.

—Na verdade, ele não mencionou,— ela disse, seu sorriso solidário. —Mas conhecendo Jonas, não tenho dúvida que ele simplesmente fez isso. Ele está muito preocupado com Amber.

Você pode desenhar um mapa rodoviário para essa maldita Casta e ainda assim ele ignora o óbvio , a visão de cabelos escuros amaldiçoou Jonas, como a maioria das criaturas vivas também fazem. Ele não ouviria se ele pudesse nos ver e ouvir, também. Ele é como um daqueles cães de ferro-velho   que simplesmente de recusam a deixar alguma coisa ir.

Amber é sua garotinha. A outra visão suspirou enquanto repreendia a morena. Ele não pode deixar isso ir, e você sabe disso.

Assim como você sabe que ele está se recusando a ver a verdade, O espírito de Honor afirmou irritado.

Cassie fez de tudo para manter sua expressão neutra, para não revelar seu completo espanto com estes dois. Não era de admirar que a mulher que conhecida como Liza Johnson não pudesse navegar seu caminho através da deriva dos pesadelos e fragmentos de memórias para encontrar o lugar que ela precisava estar.

Para relembrar.

Há um tempo e um lugar, Cassie. O espírito de Honor de repente voltou-se para ela, a figura ondulante, nebulosa quase olhando para ela como se tivesse lido seus pensamentos. O tempo não chegou ainda.

Mas o lugar era aqui? Era isso o que ela quis dizer?

—Srta. Sinclair, você me ouviu?— a mulher conhecida como Liza a questionou, um traço de irritação se mostrando em seu tom.

Cassie piscou e se virou para ela rapidamente, só percebendo agora que sua atenção estava focada sobre os dois espíritos ligados à outra mulher.

—Eu sinto muito.— Balançando a cabeça, ela sorriu, um pouco envergonhado. —Minha atenção se desviou.

—O que você vê?— A questão imediata era quase um sussurro, e um repleto de medo. —Diga-me quem você vê, Cassie.

Ainda não, Cassie, o verdadeiro espírito pertencente à mulher, Honor, virou-se para ela rapidamente, uma vez mais, sua voz suplicando, implorando embora sua expressão estivesse coberta de exigência. O caos ainda não chegou. Você tem que esperar.

—Não é tanto o que eu vejo, como o que eu sinto.— Cassie focou em outra mulher com um suspiro.

Ela aprendera há muito tempo a não desobedecer os espíritos que vinham para ela quando eles faziam tais exigências. Ela não tinha ideia do destino que aguardava a mulher, nem sabia que parte dos dois espíritos estavam jogando.

—Então o que você sente?— Havia uma ponta de medo, mas sua voz estava cheia com a necessidade de saber, de entender o que estava acontecendo com a vida que uma vez ela pensou que conhecia.

Cassie olhou para as figuras ondulantes, seus rostos sombrios, o medo doloroso e incerteza que os encobria.

Cassie, aqueles que fizeram isso, aqueles que me esconderam e deram a ela a vida que Liza era incapaz de viver, sabiam o que estavam fazendo, assim como sabem o que está vindo, Honor sussurrou enquanto as duas formas começavam a ondular, lentamente se dissipando. Deixe-me segura, por favor, por favor deixe a mim e a Stygian seguros.

Se alguma coisa acontecesse com a mulher conhecida como Liza Johnson, se ela morresse, então Stygian iria segui-la, Cassie sabia. Ele era um Casta intenso, conhecido como um lobo solitário, e ele acasalou-se com esta mulher. Ele se entregou a ela de corpo e alma. Se ele a perdesse, então as Castas iriam perdê-lo.

Os dois se afastaram, desaparecendo lentamente enquanto a mulher conhecida como Liza a observava com incerteza e curiosidade.

—O que você vê?— Liza perguntou novamente suavemente, quase suavemente demais para se ouvir, como se ela estivesse apavorada com o que estava para vir.

Cassie suspirou cansada. —Eu não vim aqui para ver nada, Liza. Stygian é um dos meus amigos mais queridos, assim como são Jonas e Rachel. Eu estive preocupada com todos vocês e queria ter certeza de que não havia nada que eu pudesse fazer para ajudar.

Por que ela estava aqui?

Cassie queria enfurecer-se, para gritar. Os espíritos que ela vira hoje não eram aqueles que mais precisavam dela. Ainda que no momento em que encontrou Stygian, os sentiu atados a ele.

Havia outro?

Ela olhou ao redor do quarto, abrindo seus sentidos, chamando por qualquer outro que pudesse estar escondido com medo de se revelar.

Mas não havia nada lá.

Não havia nenhum outro espírito escondido no quarto, nenhuma área na pequena sala de estar que parecia borrada, ou ondulando. Não havia nenhum indício de presença paranormal, e ainda que Cassie pudesse sentir esse grito, o único que ressoou dentro de seus sentidos no momento em que Jonas chamou com o pedido de Stygian. —Se houvesse qualquer coisa que você pudesse fazer para ajudar, então só Stygian está ciente disso.— Liza suspirou enquanto ela puxava o longo cabelo sobre o ombro nu e sentou-se no sofá.

O top sem mangas de algodão e jeans que a outra mulher usava parecia bacana e confortável, mas Liza estava qualquer coisa menos confortável naquele momento. Ela estava fora de equilíbrio, se sentia assim por causa da presença de Cassie.

—Se não há nada que eu possa fazer, então vou ver Rachel e Jonas.— Levantando-se, Cassie olhou ao redor uma vez mais, pensando onde a presença que a chamara estava escondida.

Liza levantou-se também, sua expressão contraída, a tensão a estava rasgando por dentro, evidente em seu rosto e nas sombras em seus olhos.

—Se você precisar de mim Liza, eu sou realmente boa em guardar segredos— Cassie prometeu-lhe sinceramente. —Eu posso ser uma amiga muito boa.

—Eu também ouvi isso sobre você.— O pequeno sorriso que Liza deu a ela era uma garantia de a outra mulher acreditava em Cassie, mesmo se não estivesse disposta a aceitar sua oferta.

—Peça a Stygian para me chamar mais tarde então?— Cassie pediu enquanto dirigia-se para a porta.

—Você vai dizer-lhe algo que você não me contou?— Liza a parou com a pergunta.

Voltando-se, Cassie não podia deixar de sorrir. —Se eu o fizer, Liza, ele é seu companheiro, e eu conheço Stygian bem o suficiente para saber que ele iria dizer a você qualquer coisa que eu pudesse contar a ele.

Alívio perfumava o ar quanto Liza assentiu, um pouco de sua tensão diminuendo quando Cassie deixou o quarto.

Agora o que? Ela pensou quando seu pai a encontrou do lado de fora da porta. Por que inferno era tão importante que ela estivesse aqui.

 

Quando o elevador parou no quinto andar e as portas se abriram sem problemas, Stygian foi imediatamente ciente das forças de segurança adicionais ao longo do andar.

Dash fora lentamente acumulando sua própria equipe para garantir a segurança e proteção de sua família. Cassie era um dos membros mais valiosos da comunidade das Castas, simplesmente por causa do seu amor por ela.

Quando criança, ela conseguira puxar o Santuário como também Haven juntos e criou laços que se tornaram inquebráveis enquanto ela amadurecia.

Ela fora a única criança híbrida da Casta Lobo por muitos anos, e foi aceita pelo Orgulho Felino que a adotou por meses por que Dash e Elizabeth Sinclair foram forçados a deixa-la em seus cuidados.

Como uma jovem adulta e a única Casta que parecia ter habilidade para efetivamente discutir a lei Casta sem revelar os segredos escondidos e protegidos, ela se tornou ainda mais importante.

Acenando para os homens da Casta Lobo que estavam alinhados no hall que levava à suíte de Jonas, Stygian dirigiu-se para a entrada, e caminhou para dentro quando um executor em treinamento abriu a porta para ele.

—Stygian!— O grito feliz cantou da voz de Cassie enquanto ela pulava da cadeira, seu longo cabelo negro voando ao redor da sua muito delicada forma enquanto ela corria através do quarto.

Vestida com jeans, tênis brancos, e uma camiseta branca dizendo REGRAS DAS CASTAS, em preto, ela parecia mais uma criança do que uma jovem mulher rapidamente chegando ao seu aniversário de vinte e um anos.

Ela parou alguns centímetros dele, seus olhos azuis brilhando provocadores quando olhou para ele.

—Você, cachorro,— ela o acusou com um sorriso. —Saiu e acasalou-se e agora eu não posso sequer lhe dar um abraço. Diga se está totalmente feliz e eu perdoarei você.

Stygian não pôde deixar de rir. Cassie tinha alguma coisa sobre ela que simplesmente convidava a rir.

—Venha aqui, imp .— Apesar da ligeira irritação que vinha com abraçar outra mulher que não fosse sua companheira depois do acasalamento, ele ainda apanhava a pequena forma em seus braços enquanto ela jogava os dela ao redor de seu pescoço. —Confie em mim, eu estou totalmente feliz com minha companheira. Agora, como você está, querida?

Ninguém que conhecesse a mulher jovem e frágil poderia não gostar dela. Ela era repleta de encanto e compaixão, e apesar das sombras sempre presentes em seus olhos, ela espalhava felicidade onde quer que fosse.

—Eu estou completamente aborrecida agora que Styx acasalou-se,— ela disse a ele com um beicinho, enquanto recuava um passo. —Com quem eu deveria causar problemas agora?

Stygian sorriu de volta a ela. Styx Mackenzie, o Escocês ruivo da Casta Lobo, que fora seu parceiro de crime em todas as suas travessuras até que acasalou-se um ano antes.

—Eu estou certo que as Castas estão em pé, alinhados para ajuda-la a causar problemas.— Ele riu antes de voltar-se para o pai dela e apertando sua mão. —Dash, bom ver você.

O homem era moreno, de olhos azuis, passando de 1,83 de altura e ainda no seu auge, apesar do fato de que já estava na casa dos quarenta.

O acasalamento, como em todas as Castas, parecia que o congelara na idade que ele tinha quando acasalou com a humana Elizabeth Colder.

Tal como atrasara o envelhecimento dela também.

—Elizabeth, você está linda como sempre,— Stygian jurou enquanto passava o dorso da mão sobre a seda de seu cabelo onde ele caía em seu ombro direito.

A saudação parecia vir naturalmente ao longo dos anos. Companheiras do sexo feminino eram incrivelmente sensíveis ao toque de qualquer macho que não o seu companheiro. O simples ato de tocar as mãos em cumprimento era um tanto doloroso se uma fêmea estivesse no calor do acasalamento, e isso era algo que uma Casta iria infringir a outra companheira.

Após a primeira fase do acasalamento, o calor vinha em ciclos em vez como o ciclo menstrual da mulher. Houve momentos, porém, que o calor em si não era detectável após companheiros estarem juntos seis meses ou mais.

Mas amigos e familiares desenvolveram o hábito de, ao invés de tocar, passarem as costas de seus dedos ao longo do lado direito da cabeça da fêmea, em um gesto de carinho, apenas no calor de acasalamento.

—Você está tão bonito como sempre, Stygian.— Ela sorriu antes de voltar para o lado de seu companheiro. —É bom ver você de novo.

—E eu já conheci a sua companheira,— Cassie disse a ele quando voltou sua atenção para ela. —Estou surpresa que você me pediu para vir, no entanto. Acho que até você percebeu que não há respostas a serem encontradas agora. E uma vez que forem reveladas, eu não acredito que seja algo que você – ou Liza – estejam prontos para saber.

Esse conhecimento estava lá fora agora.

Stygian a olhou, em silêncio, perguntando-se por que ela fizera essa declaração e por que ela iria se colocar que entre ele e Jonas.

—Eu queria que ela tivesse a oportunidade de conhecer a si mesma, — ele disse, recordando-se que deveria ter lembrado que Cassie raramente usava tato quando estava por perto daqueles que amava. E ela realmente amava Jonas Wyatt – pobre garoto. —Essas lembranças não serão fáceis para ela aceitar. Mas eu sou esperto o suficiente para saber o perigo que ela está enfrentando, Cassie. Eu não vou arriscá-la, porque eu poderia não estar pronto para saber o que a verdade pode ser.

Cassie não disse nada, apenas olhou para além dele, seus olhos azuis brilhando neon agora.

Como ela fazia o que fazia, ninguém sabia com certeza. O que ela realmente via, ouvia ou sentia, ninguém poderia detectar. Diferente da maioria das Castas e humanos, ainda não havia uma Casta que pudesse sentir qualquer coisa do que Cassie estava sentindo.

Cassie viu a forma ondulando em sua visão. Ela quase se encolheu. Cada parte de sua alma cheia de dor, cheia de uma agonia que não conseguia entender.

Calafrios percorreram seu corpo – quentes e então frios, enquanto Cassie sentia que enfraquecia com a visão do espírito que lentamente materializou-se ao lado de Stygian.

Essa não era Honor. Não era Liza.

Quem era ela? O que ela queria e quem ela pertencia?

O espírito estava balançando a cabeça lentamente, com as mãos unidas em frente a ela, com o cabelo cor de caramelo fluindo sobre seu rosto enquanto seus olhos castanhos voltaram-se para Cassie suplicantes.

Quem era ela?

Oh, Deus, quem era ela?

Por que a dor desta mulher ia diretamente para dentro de seu crânio como pontas de aço? Por que o seu medo, como um cobertor pesado e quente, fazendo com que respirar se tornasse difícil, para se concentrar nas informações que ela poderia ter sentido a partir do espírito de frente para ela.

—Cassie?— Ela ficou em silêncio por tanto tempo, a tensão na sala crescendo tão pesada, que ele não pôde resistir à necessidade de lembrá-la que todos precisavam de respostas.

Seus lábios se curvaram com uma ponta amarga de diversão. —Eu nem sempre tenho as respostas, — ela declarou em voz baixa, voltando-se para ele como se focar sua atenção tivesse se tornado uma tarefa.

Ele mal conteve sua surpresa, sabendo pelo sussurro calmo de sua voz, que a mensagem era somente para ele.

O que diabos estava acontecendo? Qual era a mensagem em seus olhos de neon, o apelo que ele podia sentir lá? Remexendo os cabelos com os dedos sem parar, ela se afastou dele, as sombras em seus olhos pareciam escurecer.

—Eu acho que preciso descansar um pouco,— afirmou, em seguida, com a voz calma quando ela se virou para os pais. —Eu gostaria de ir para o meu quarto agora.

—Você pode ir comigo e sua mãe,— Dash afirmou antes de virar para Jonas. —Conversaremos mais tarde.

—Só me deixe saber quando, — Jonas concordou enquanto as Castas Lobo os acompanhava, levando-os da suíte.

Stygian observou Cassie com os olhos apertados, sabendo — assim como ele estava certo que o restante sabia, — que ela estava escapando. Ela ainda não estava pronta para revelar tudo o que sentiu e viu.

—Há dias em que tenho a tendência a esquecer o quão irritante uma criança pode ser,— declarou Jonas assim que a porta se fechou atrás de Cassie e seus pais.

Todos tinham essa tendência, embora Stygian raramente sentisse sua dor, ou a sensação de uma mensagem silenciosa, como agora.

Stygian sabia quem era Liza. Pelo menos, ele estava certo de que ela era Honor Roberts em vez de Fawn Corrigan. Ele sabia do fato de que ela não nascera Liza Johnson. Honor Roberts para todos os efeitos e propósitos, estava morta. Ela morreu no deserto, há doze anos, à noite em que Liza Johnson e Claire Martinez foram para o Cânion em um carro esporte que não pertencia a elas.

Honor Roberts morreu em lugar de Liza. Ou pelo menos, seu espírito morreu. Porque não havia dúvidas na mente de Stygian que Liza sempre acreditou até o fundo de sua alma, que era filha de Audi e Jane Johnson.

E, Stygian sabia, seu pai conhecia a verdade.

Audi Johnson sabia que Liza não era sua filha, porém Stygian não podia ter certeza a respeito de Ray Martinez acreditava.

Se Ray Martinez sabia ou desconfiava, então Stygian pretendia fazer ao homem uma visita e um conselho sobre como tratar sua filha com respeito em vez de ressentimento.

—Antes de voltar para o seu quarto, precisamos falar sobre algumas revisões na segurança que eu quero fazer.— Jonas passou os dedos cansadamente por seu cabelo enquanto se movia para a mesa de reuniões que fora preparada para que fosse possível abrir não só mapas desenhados à mão e notas, mas também vários blocos de notas eletrônicos.

—O que você ouviu sobre a movimentação de Dog mapeando o deserto?— Stygian perguntou quando eles chegaram à mesa. —Ele voltou para encontrar-se com seus homens.

Controle informou que ele estava no local e rastreando, mas ele ainda não foi visto.— Entregou a Stygian um bloco de notas eletrônico, e pegou o seu. —Aqui estão as mudanças que estou considerando.

Stygian ouvia, mas ele observava o diretor tanto quanto ele fazia os planos que seriam executados.

Jonas raramente mostrava os sinais físicos de cansaço ou preocupação, e ele não envelhecera um dia desde que o seu acasalamento, mas a preocupação vincava sua testa agora e havia sombras nos olhos de mercúrio que não estavam lá antes.

Amber estava piorando.

E o conhecimento disso estava tirando toda a escolha das mãos de Stygian.

Algo teria de ser feito em breve.

 

Dog moveu-se no lugar, observando as quatro Castas Coiotes esperando na saliência do penhasco do cânion.

Movendo-se com confiança, Mongrel e Mutti o ladeavam, ele moveu-se ao longo da parede do cânion antes de caminhar para dentro da caverna do penhasco.

As quatro Castas olharam para cima, seus rostos endurecidos bruscamente recortados, os olhos gelados, duros.

—Os satélites rastrearam seus traseiros,— ele rosnou para os homens, irritação contaminando sua voz. —Eu disse a vocês para tomarem cuidado com seus fodidos traseiros.

O comandante bufou com a informação. —Sim, nós sabíamos disso. Deixe-os em guarda por enquanto, isso os fará mais vulneráveis quando nós nos movermos.

Thane poderia ser um bastardo, e ele era uma das poucas Castas que Dog não gostaria de contrariar. Ele também era uma das poucas Castas a quem confiaria sua vida. Os três chacais que se seguiram a Thane eram da mesma laia, apesar de suas personalidades variadas. Todos os quatro eram duros, frios, quase mortos por dentro. E nada ou ninguém importava mais do que preservar a comunidade das Castas.

Não importa o custo para eles mesmos.

Dog olhou para a outra Casta por longos momentos enquanto Loki, Mutt e Mongrel passavam atrás dele.

Thane era tão alto quanto ele, aproximadamente 1,95 cm, poderosamente musculoso e sem medo, ele era um inimigo mortal. Sua coloração era diferente da maioria das Castas. Em vez cabelos que iam do loiro claro para castanho claro, o dele era negro como breu, os olhos azuis, herança irlandesa de sua mãe claramente aparente.

—Você ainda está com raiva?— Dog perguntou, sabendo que Thane não estava contente com a perda de um de seus homens em uma operação contra um novo laboratório escondido no Oriente Médio, que estava prendendo Castas raptadas.

—O bastardo era um desejo de morte ambulante, — Thane admitiu. —Não há por que ter raiva.

Assentindo, Dog moveu-se para o fogareiro e derramou uma xícara de café em uma das canecas de metal extras, sentando-se próximo ao fogo.

—Precisamos avançar em breve, — disse-lhes o Dog. —A menina Sinclair chegou, e só Deus sabe o que ela poderia sentir ou revelar. Fiquem fora da vista desses fodidos satélites para que possamos pelo menos culpar os bastardos do Norte. Dessa forma, Jonas não vai enviar uma equipe atrás de vocês enquanto fazem seu trabalho.

—Nós sabemos o que estamos fazendo, — afirmou Thane.

—Talvez eu esteja apenas relembrando-o a você,— Dog zombou. —Algum problema com isso?

Ele não estava disposto a tratar o comandante da Casta de forma diferente do que ele faria com qualquer outro, mesmo que o respeitasse mais.

Thane curvou os lábios rígidos em diversão.

—Não tenho problema com isso, Dog, — ele demorou. —Eu estava apenas relembrando você também.

Como se ele precisasse de lembretes, de qualquer tipo.

—Movam-se para suas posições, — disse-lhes, seu olhar em cada um dos homens. —Esperem pelo meu sinal.

—Você acha que pode manobrá-los assim tão fácil?— Thane perguntou enquanto os outros observavam com curiosidade.

—Eu posso manobrar qualquer coisa ou qualquer um,— Dog informou-lhe confiante.

Ele conhecia seus limites, mas suas habilidades para ser tão calculista e implacável como Jonas Wyatt estavam em dúvida. —Vocês quatro, apenas garantam que estão no lugar correto. Eu não quero arriscar nossa programação e certo como o inferno não quero arriscar nossos planos aqui. Há muita coisa em jogo.

—Do que você está falando? Talvez seja hora de você deixar-nos saber o que diabos está acontecendo aqui, Dog,— um dos mais jovens coiotes do grupo de Thane desdenhou ironicamente. Dog não tinha tempo para desafiá-lo, mas ele não poderia deixá-lo ir. Em um poderoso movimento dominante, Thane de repente estava em seus pés e arremessando a Casta mais jovem contra a parede de pedra da caverna, enquanto a faca que carregava em sua coxa estava pressionando a jugular da outra Casta. —Preciso saber, — Thane murmurou, seus lábios cheios de cicatrizes puxando para trás em um grunhido demoníaco enquanto um rugido retumbou em seu peito. —Se você precisasse saber, então teria dito.— Não havia medo nos olhos da outra Casta, apenas o conhecimento que ele tinha empurrado longe demais.

—Há limites, garoto,— Thane disse a ele, sua voz brutal quando olhou nos olhos do jovem Casta. —Passe por cima da linha de novo, e você não terá outra chance.

—Entendido.— A outra Casta não baixou seu olhar, ele não desviou o olhar. Não mostrou submissão; o que ele mostrou, porém, era concordância. Isso era tudo o Thane necessitava.

Recuando, ele libertou a outra Casta e voltou para a posição em que estava antes, perto do fogo baixo e levantou sua xícara de café para saboreá-lo para ele como se nada tivesse acontecido.

—Então, estamos todos na mesma página aqui?— Dog olhou ao redor para cada homem, seus acenos assegurando-lhe que tudo e todos que estavam no local e conheciam seus lugares.

Terminando seu café, ele colocou o copo de volta no lugar antes de caminhar para a abertura.

—Estejam no lugar a tempo ou vocês perderão metade de sua comissão, — informou a todos sem olhar para trás. —E fiquem fora da vista desses malditos satélites.

—Dog.

Era Thane quem o parara olhando para trás.

—O que você vai fazer quando Jonas descobrir o jogo que você está jogando aqui?

Dog arqueou uma sobrancelha. —Ele nunca vai saber.

 

— Quero sair dessa suíte, e hoje à noite.

Liza estava esperando na sala de estar quando Stygian entrou na suíte.

Vestindo jeans, botas de salto baixo estilo country e um top branco de algodão, ela parecia um sonho molhado vindo à tona.

O jeans agarrava a bunda e as pernas dela como a mão de um amante, fazendo-o simplesmente ter um ciúme infernal com o pensamento de que outro homem pudesse ter todos os pensamentos desagradáveis que estavam rolando na mente dele.

Os longos fios pesados, do cabelo loiro escuro estavam levantados partindo dos lados do rosto dela e presos no topo da cabeça, em seguida, deixando-os cair nas costas dela.

O top encobria os seios dela antes de desaparecer para a cintura do jeans extremamente baixo, que estava presa com um cinto largo. Aquele cinto e o algodão do top presos nos jeans dela, ele jurou, eram as únicas coisas que cobriam as curvas superiores de sua vagina.

—Não é seguro.

—O que não é seguro é me manter presa nesta sala mais uma noite, — o alertou, o cheiro não era apenas da irritação dela, mas também do pânico afiado que mal a segurava, atingindo seus sentidos.

Por que o pânico? O que aconteceu para deixar o sentimento desesperado do medo que ela estava lutando para manter preso?

—Temos sinais de duas equipes diferentes no deserto observando este hotel. Diga-me que certamente, não estão prestando atenção em você e Claire e vou levá-la onde quiser ir.

Ele cruzou os braços sobre o peito e olhou para ela, imaginando como se atreveria levá-la onde outros homens a pudessem ver, observar, talvez tentar tocá-la sem o animal dentro dele ficando completamente furioso.

Como era apenas o pensamento de que uma coisa dessas pudesse acontecer.

—Tudo bem, estou certa que não estão olhando para nós, — ela disse com um encolher de bravata e um ar de superioridade. —Agora, quero sair deste quarto.

Ele teria se divertido, se não fosse pelo fato de que podia sentir seus instintos primitivos passeando furiosamente apenas com o pensamento de qualquer outro homem tocá-la, chegando a ela, ou de qualquer forma ameaçando seu tênue controle sobre suas emoções.

E estava bem ciente do fato de que seu domínio sobre as emoções era tênue.

Foda-se!

Ele estava se recusando a permitir a saída dela por causa do perigo, ou por causa de seu ciúme e medo de perdê-la? 

Não havia uma única fêmea da Casta, companheira ou não que não estivesse constantemente em perigo, mas eles não estavam trancados em suas respectivas comunidades, em uma base permanente. Inferno, alguns deles nem sequer vivem nas comunidades da Casta, e até agora, a proteção deles, mesmo em tempos de perigo foi eficaz.

Havia formas de garantir a liberdade deles, bem como sua segurança, e Stygian sabia disso.

—Por quê? Você não está aqui há tempo suficiente para ter contraído a febre da cabana, então por que é tão imperativo que saia hoje à noite?

—Porque finalmente tive o suficiente. — Seu queixo ergueu, os olhos apertaram. — Chega, Stygian. Agora tire daqui.

Sim, ela teve o suficiente. O cheiro de sua determinação em sair do hotel estava tão pesado no quarto que Stygian não podia sentir mais nada vindo dela.

Ele acenou com a cabeça lentamente. — Vai levar algumas horas para organizar tudo.

—Claire e Chelsea estão indo bem, — informou ela. — Então, enquanto você estiver escolhendo os guarda-costas, escolha os delas.

Ele teria sorrido, se não fosse pelo fato de que seu pênis estava dirigindo um aumento da fome agonizante furiosa por ele.

Ela era quente como o inferno, quando estava toda teimosa assim. Ela o fez querer cobri-la e mostrar-lhe todas as maneiras que ele definitivamente poderia controlar todas as agressões femininas que assolavam através dela.

Liza viu a labareda de excitação, mais brilhante, mais quente do que viu antes enquanto brilhava no olhar dele. Ceder a ele era um desejo que não era fácil empurrar para trás. Ele puxou-a com pesar e afligiu a determinação correndo através dela.

Ela não podia ficar neste quarto por mais tempo.

Ela não podia olhar no espelho por mais um segundo e ver a menina que ela foi, o medo que conheceu, o desespero que foi uma grande parte dela naquele verão.

Lembrando que foi uma cadela, e as lembranças não eram reconfortantes.

Elas estavam cheias de medo e a dura realidade de tudo o que foi tomado de tantos.

Cada vez que olhava para o espelho, via os resultados da cirurgia plástica que foi feita. Um pouco aqui, um pouco ali, uma inclinação dos olhos, a diferença em suas maçãs do rosto. Apenas o suficiente para fazê-la parecer o suficiente como Liza Johnson.

Apenas o suficiente para fazer Fawn parecer Claire.

E lembrou-se daquele ritual, as palavras ditas, o cheiro das ervas, a cadência dos cânticos e da sensação de suor orvalhando da tenda, enquanto choveu sobre ela.

E naquele momento - naquele segundo doloroso - quando Honor Roberts dormiu, e que Liza Johnson escorregou dentro dela.

Começou devagar, momentos depois de Cassie Sinclair ter deixado o quarto. Um fragmento aqui. Um fragmento lá. Nada sólido ou concreto ainda, mas o suficiente.

A perda de quem ela foi a salvou.

A morte de duas jovens, enterradas com extrema cerimônia, e o máximo sigilo, permitiu a ela e a Fawn viver em paz, por um tempo pelo menos.

Hoje à noite, ela queria tirá-los fora de sua mente, desaloja-los de sua consciência e encontrar com eles amanhã.

Não esta noite.

Além disso, ela também precisava discutir algumas coisas com Claire.

Será que a outra mulher se lembraria tão bem?

Qual era a razão para o medo em cada vez que Liza quase se entregou?

—Liza? — Ela quase se encolheu quando ele se moveu para ela, seu tom de voz profundo, áspero como as pontas de seus dedos quando roçaram sua bochecha. — Onde você esteve, bebê?

Passando a língua sobre os lábios nervosamente, ela deu uma sacudida rápida de sua cabeça. — Estou bem aqui, Stygian. Estou apenas esperando que você me leve a algum lugar. Ainda tenho que sair deste maldito quarto e não posso lidar com isso por mais tempo.

Pensativo, com um brilho de incredulidade e ceticismo, olhou para ela antes de assentir lentamente.

—Vamos ver se consigo tirar você daqui por algumas horas então, — disse ele, enviando uma explosão de antecipação através dela.

—Obrigada. — Alívio disparou através dela.

—Vou organizar as coisas com segurança para que os outros possam ir bem, — disse a ela enquanto se afastava, sentindo a sensação de calor em volta dela sempre que ele estava próximo.

Virando-se, ela se moveu para a janela e olhou para a escuridão que cercava o hotel.

Esfregando seus braços para dissipar o frio que corria por eles, ela recuou da janela, de repente desejando que Stygian ainda estivesse lá.

As janelas eram a prova de balas e laser, o quarto era altamente seguro.

Mas Gideon Cross arranjou uma escuta no quarto de Jonas Wyatt, que ela sabia certamente era ainda mais seguro.

Havia algo que não estava certo, porém, algo fora do lugar, fora de sincronia.

Inclinando a cabeça, ela olhou para a escuridão, perguntando o que estava faltando, ou o que foi acrescentado.

Algo não estava bem.

Enquanto o pensamento corria através de sua mente, uma labareda de luz cegante, de repente brilhou através da sala. A explosão resultante pareceu balançar todo o hotel.

Liza foi para o chão, rolando instintivamente, em sua memória fotográfica a localização de cada peça de mobiliário piscando em sua mente enquanto subiu atrás do sofá.

Cacos de vidro espalhados ao seu redor, como se a III Guerra Mundial tivesse irrompido nas Suítes Navajo. Piscando um vermelho brilhante e amarelo, as luzes de emergência enviavam um caleidoscópio de cor correndo pela sala enquanto Liza agachou-se e rapidamente olhou ao redor do sofá.

Três figuras mascaradas vestidas de negro, estavam se movendo através da sala. Dois para o quarto, enquanto o mobiliário começou a ser jogado de lado, atirando-o para fora de seu caminho. O escudo eletrônico preto cobrindo o rosto dava-lhe um olhar autômato, enquanto a fita vermelha de rolagem da tecnologia de detecção automática brilhava no topo do escudo.

Merda!

Lançando atrás dos móveis antes que a cabeça dele virasse para ela, Liza respirou duro. Ela tinha apenas alguns segundos para encontrar um lugar para se esconder, ou para alcançar a porta.

A trava de segurança interna foi engatada quando Stygian saiu. Levaria um tempo precioso para deslizar de lado, tempo ela não tinha.

Apressadamente movendo-se para o lado oposto do sofá, Liza mergulhou atrás da cadeira pesada, que já havia sido jogada de lado em um batimento cardíaco, pulando do sofá batendo contra ele.

A porta de conexão para a suíte que estava logo à frente dela se abriu, duas figuras correndo da sala.

—Ela não está lá, — disse uma voz rouca.

—Ela está aqui. A seguimos quando saiu da janela foi para dentro. Encontre-a, droga. Não houve tempo suficiente para passar pela porta.

—Ideia brilhante explodir as luzes, — outro retrucou.

O outro não falava.

Onde ele estava?

Liza olhou ao seu redor, o coração acelerado, com medo de fazer o movimento de correr para a porta de ligação e da saída que levava ao corredor.

Com as mãos plantadas contra o chão, com o corpo pronto para saltar através da distância, ela considerou suas chances.

A cadeira saiu voando.

Gritando o nome de Stygian, Liza correu para a porta de ligação enquanto mãos duras agarraram seu braço e um rosnado ecoou através de seus sentidos.

Voltando para o aperto e chutando a perna para fazer a conexão com o joelho de seu agressor, ela foi tomada de raiva. O acolchoamento pesado sobre a área vulnerável minimizou a força do golpe, que não trouxe mais do que um grunhido gutural com seu agarre apertado.

Enquanto ele trouxe o outro braço para agarrar o pescoço dela, os dedos dele apenas roçaram a carne antes que ela os batesse longe, girou novamente e caiu, gritando com a chave de braço um segundo antes que ele a soltasse.

O pé dela bateu na canela dele.

Acolchoado.

Raiva estrangulada escapou na risada triunfante que ecoou ao seu redor enquanto um outro, de repente agarrou o outro braço e em poucos segundos ela teve seus braços torcidos por trás dela.

—Depressa, droga, não temos o dia todo. — A ordem foi dura, de repente, um automático grito ensurdecedor começou estrondar pelos corredores externos.

Jogando todo seu peso contra o aperto que os dois homens possuíam sobre ela, Liza chutou ambos os pés para fora, conectando com o peito do terceiro e enviando-o de volta tropeçando enquanto os outros dois perderam o controle sobre ela.

Caindo no chão, ignorou a mordida de dor que sentiu em sua carne através do tecido da calça jeans e em suas mãos desprotegidas quando bateu nos cacos de vidro abaixo.

Chutando para fora outra vez, ela tropeçou de novo enquanto agarrava a base pesada de uma lâmpada que caiu da mesa ao lado dela. Balançando para fora, ela deixou um grunhido satisfeito escapar dos lábios enquanto aquilo se conectou com a viseira do assaltante que estava dando as ordens. O estalo do escudo sensível enviou uma emoção de prazer correndo através de sua mente enquanto se abaixou do outro antes de girar perto, segurando o escudo e arrancando-o de seu rosto.

Deixe-os se juntar a ela na droga do escuro.

—Porra. Tire essa pequena encrenqueira. Ela apenas arrancou meu escudo!

—Temos Castas no salão! Temos Castas no salão! — Outro gritou.

—Saia!

Liza se virou a tempo de ver três figuras escuras saltando da janela quebrada, braços abertos. Um segundo mais tarde, três sombras pareciam riscar através do ar enquanto erupções de luz explodiram do lado de fora.

A porta da suíte explodiu para dentro e em um ofuscante, brilho horrível, Liza viu como uma dúzia de Castas se apressaram para a sala.

Isso já havia acontecido antes...

 

Soldados se apressaram para a sala, forçando Honor, Fawn e Judd começarem a disparar. Eles não precisavam ter cuidado de não matar.

Eles precisavam matar ou seriam mortos.

Correndo na noite, um veículo gritando uma parada quando a porta se abriu e Judd então correu para ele.

O resto era um lampejo de memória. A corrida pelo deserto, os guerreiros Navajo que estavam tentando explicar o plano deles.

Duas meninas estavam morrendo à uma hora de distância de um acidente em um cânion. As filhas de dois membros altamente confiáveis da Nação Navajo. Ninguém jamais questionaria a identidade delas. Ninguém saberia quem eram, ou o que aconteceria se o ritual funcionasse.

Um ritual que faria os espíritos de Honor e Fawn dormirem enquanto o conhecimento, as memórias parciais, e a identidade das outras meninas se tornariam delas.

Não seus espíritos. Não havia mágica que poderia manter os espíritos delas, e aqueles que amavam nunca tolerariam isso. Mas as memórias, o conhecimento, de que era diferente.

Mas eles tiveram que se apressar.

Tempo diminuiu.

Velas tremeluziam enquanto ela e Fawn foram empurradas dentro do áspero alojamento suado. Seis curadores Navajo estavam sentados em um semicírculo ao redor do fogo brilhante.

De um lado das brasas, deitadas em duas camas com cobertores dobrados, estavam duas meninas, tão quebradas, tão perto da morte que sentiu a agonia a rasgando.

Estas eram as meninas cujos lugares iriam tomar.

As explicações foram feitas às pressas, uma hora antes enquanto estavam correndo pelo deserto com Terran Martinez, o filho de um dos anciãos espirituais, agora sentado em frente a ela.

As duas meninas caíram em um desfiladeiro horas antes. Seus espíritos haviam sido levados, eles haviam dito, tendo já ultrapassado a vida, mas uma parte deles permaneceu. O suficiente para que um antigo ritual pudesse ser realizado antes que os corpos tomassem seu último suspiro.

Esse ritual daria a Honor e Fawn as vidas que foram tiradas em um cânion remoto quando o carro das meninas explodiu e os deixou livres.

Muita velocidade, a confiança da juventude e a inexperiência ao volante resultaram no acidente.

O destino, Terran tinha sussurrado, sua sobrinha e sua melhor amiga encontraram o destino, providenciaram a Honor e Fawn os meios de fuga.

Orrin Martinez acenou com a mão para as duas camas improvisadas que estavam ao lado de cada menina. "Tome seu lugar", sua voz raspou através do alojamento erguido dura e rapidamente. "A areia está caindo através do vidro da vida, e o tempo está se esgotando."

Honor deitou-se, seu coração acelerado, a garganta apertada, enquanto o homem loiro que disseram ser Audi Johnson e sua esposa, Jane, tomaram seus assentos no outro lado do fogo.

Um dos curadores sussurrou algo, um segundo depois, Audi e Jane estenderam a mão e deixaram cair o que parecia ser um punhado de plantas secas sobre as brasas e pedras no centro do abrigo.

Faíscas voaram, banhando o ar com pontinhos de vermelho enquanto o cheiro acre então doce de repente encheu o ar e atravessou seus sentidos.

"Vocês tem conhecimento, jovens crianças, da decisão que farão esta noite?"

Foi uma cena de filme ocidental mais antigo que já viram. Não que já fossem autorizadas a assistir muita televisão, onde passaram a maior parte de suas vidas.

Mas sabia que, enquanto seus olhos encontraram os de Fawn, essa era a única decisão que poderia fazer.

O vapor que subia do poço central, o silvo de água escorrendo sobre as pedras em brasa e o cheiro acre das ervas secas que flutuavam pungentes grossas e pesadas no ar, todos adicionados ao sentido de descrença que giravam em sua cabeça.

"Sei a decisão que tomei", respondeu ela, embora sua voz estalando com medo, e com lágrimas.

Enrugado, seu rosto vincado e o olhar profundo, escuro refletindo sua simpatia, o chefe das Seis Tribos assentiu lentamente.

Ela virou a cabeça para ver a amiga. Como sempre, o estoicismo a definia. Olhando para o teto acima, o olhar resignado, sua expressão calma. Era mais do que coragem, que a preenchia. Não havia medo, sem pânico, nada, mas aquela resignação rasgava em seu coração.

Fawn não havia conhecido a paz, a falta de dor, tanto física ou emocional, por quase toda sua vida.  

Mesmo aqui, em meio a estas preocupações cuja única era a de sua segurança e seu conforto, ela não conhecia a paz.

Mas então, nenhum deles já conheceu, não realmente. As razões para que apenas fossem diferentes, os anos de estar tão doente, de conhecer tanta dor, agora eram uma grande parte deles.

"Saiba, que quando isso acabar, você será mais forte. Não haverá medo, não haverá pesadelos para combater. Você será a criança que vai sussurrar ao Todo-Poderoso o que deseja ser”, ele sussurrou para Fawn, sua expressão tão gentil, tão cheia de ternura que até mesmo ela sentia uma parte da calma dela com o som dele.

Assistindo Fawn, ela viu a vergonha que encheu a amiga. O medo de que ela sempre se sentiu envergonhada, a fez se sentir fraca. Ela não quis ouvir quando eles tentaram dizer a ela que aquilo só a fez mais forte.

"Ah coração de criança, cujo coração e compaixão mantêm dentro de seu pequeno corpo", o chefe parecia entender cada um desses medos, até o ponto que, como Fawn finalmente virou a cabeça e olhou para o olhar escuro dele, os lábios dela tremeram e Honor viu os olhos dela se preencher de tal esperança.

O sentimento de pura paz e certeza que tomaram a expressão dela de repente deixou Honor grata que Judd se convenceu a tomar este único caminho onde elas poderiam encontrar a segurança.

"Criança". Ele se virou para ela, em seguida, estendendo a outra mão para ela.

Ela não estava com medo.

Ela enfrentou seus medos e conhecia os monstros que se escondiam no escuro. O desconhecido não era tão aterrorizante quanto todos os terrores que seu passado continha.

"Vocês veem estes quatro?" Ela seguiu enquanto Orrin estendeu a mão e fez um gesto para os guerreiros, os rostos deles riscados com pintura de guerra, seus impassíveis olhos escuros na luz das brasas da fogueira. "Eles vão guiá-las em sua jornada. Vocês não conhecem seus rostos, mas a força deles facilitará seus caminhos e ajudarão a manter os segredos que vocês têm escondido por tanto tempo.”

Ela assentiu com a cabeça. Não era a dor que ela jamais temeria. Ela conhecia a dor. Dor que queimou suas entranhas e enrolou em sua mente até que orou a Deus para morrer.

Não, a dor era o menor dos seus medos, porque aprendeu a dominar isso.

"Não haverá nenhum medo, não haverá nenhuma dor", prometeu então a Fawn, dor rasgando na voz dele. Fawn estava tremendo e uma única lágrima deslizou pelo canto dos olhos dela. "Será apenas paz."

Um trêmulo sorriso, de esperança, tremeu nos lábios dela.

"É hora, então." Orrin sentou-se, sua cabeça levantando, as palmas das mãos dele viraram para cima enquanto um canto baixo começou a encher o alojamento.

Honor estendeu a mão para Fawn e segurou-a, sabendo como sua amiga se sentia sozinha, muitas vezes depois que perdeu Gideon. Como o medo que sentia agora, sabendo que mesmo que não se lembrasse dele, também estavam perdendo Judd também.

"Eu não vou vê-lo novamente", Fawn sussurrou. "Eu não o conhecerei."

Ela sabia que Fawn falava e respirava suavemente.

Pelo que Judd disse, Gideon mataria todos agora, se pudesse.

"É o melhor. Isso vai mantê-la segura. Ele te matará se puder.”

A respiração da jovem prendeu enquanto lutava para conter um soluço. "Ele não iria me matar, Honor. Sei que ele não faria isso."

"Criança". Orrin Martinez agarrou-lhe a mão, puxando-a do olhar de Fawn cheio de lágrimas. "Nem o destino, o destino, nem a batalha que você está para lutar nesta terra pode ser evitado. Só pode ser retardado. Para cada uma de vocês.” Ele recuou, enquanto o canto começou mais uma vez. "Para cada uma de vocês, um protetor será enviado. Quando for o tempo, quando as memórias deverão surgir para guiar a batalha você deve lutar, seu protetor deve aparecer. Um em forma de caos, e um..." Ele olhou para Fawn com olhos suaves. "Um, minha cara, na forma da morte."

Um arco de luz brilhante encheu a sala com o grito estrangulado de medo de Fawn, e outra erva foi jogada no fogo queimando, as perversas pedras vermelhas que sibilaram com a água enviando uma onda de vapor que preencheu, a tenda úmida enquanto o canto aumentou.

Luzes queimaram. Os ventos rugiam fora. Havia gritos, tanto assustados quanto cheios de raiva, de fora da barraca. Ela juraria que ouviu tiros.

Honor voltou seu olhar para Fawn e olhou para o cruzamento de madeira que formavam o teto baixo e viu como as gotículas de vapor pareciam vir do ponto do teto antes de descerem como franjas para baixo, caindo em seu rosto, seus braços, suas pernas.

Seja qual fosse a reviravolta reunida fora, dentro ela estava segura.

Ela pensou que estaria quente no alojamento, mas estava fresco. Umidade tomava conta de sua carne superaquecida e acalmava, então pareceu encher seus pulmões com um gosto ligeiramente doce, levemente amargo.

A cada gole, o gosto da umidade a confortava, enviando uma letargia através dela e pela primeira vez em muito tempo que conseguia se lembrar, não sabia o que o amanhã traria.

Ela sabia o que isso poderia trazer.

Eles explicaram isso a ela.

Eles haviam dito a ela como o nada seria um conforto. Como os anos de dor e tristeza lentamente aliviariam e quem e o que ela foi, mas seriam memórias para outros.

Quem e o que ela foi não seriam mais até o caos preencher a noite.

Hoje à noite, Honor Roberts e Fawn Corrigan morreriam.

Os seis chefes do Povo, os anciãos que vieram juntos de mais de uma tribo de Nativos Americanos, para ajudá-las, para salvá-las, preencheram Fawn com admiração.

Não era admiração que Honor sentia, no entanto. Era gratidão.

Por fim, a luta para viver, para sobreviver, era uma luta que outros poderiam debater. Talvez agora, ela e Fawn tivessem a chance de apenas viver.

Pelo menos, por um tempo.

  

O que levou horas para realmente acontecer surgiu através de seus sentidos em questão de minutos. Estava lá, como uma cascata de imagens assustadoras clicando no lugar, puxando nas eventuais, memórias meio formadas que a atormentaram ao longo dos anos a reconstruindo da alma para fora.

Mas, enquanto isso aconteceu, uma sensação de dor esmagadora estremeceu através dela.

Ela era Honor Roberts, sem família, sem passado, uma herança ou um verdadeiro lugar no mundo.

—Caos, — sussurrou enquanto olhava para Stygian onde ele se agachou na frente dela. — Uma noite de caos, Stygian.

Preocupação e uma pitada de força se reunindo brilhou nos olhos dele.

Ela sabia o que ele estava fazendo, ele soube o que aconteceu naqueles poucos momentos que piscaram, que ela teve apenas olhando para eles, nem ouvindo, nem vendo o que estava acontecendo ao seu redor.

—Stygian.

Os dedos dele pressionaram contra os lábios dela para silenciá-la. — Vamos tirar você daqui, enfaixar esses cortes. — Levantando-a em seus braços, Stygian estava com toda a intenção de tirá-la fora daquele inferno antes que Jonas chegasse e sentisse o cheiro que Stygian tinha sentido no momento em que se aproximou de Liza.

O cheiro do conhecimento.

Era o cheiro de resignação, verdade e a consciência de que o perfume de Liza mudou drasticamente. Mudou mais do que o calor de acasalamento pudesse ser o responsável.

Como se uma rolha fosse puxada livre, permitindo que uma parte física que estava perdida, bem como o subconsciente, o cheiro dela inteira, de repente mudou, e Stygian sabia o por que.

Ela não estava se escondendo mais.

O que quer que tenha acontecido, no entanto, ela conseguiu evitar as três formas que foram vistas voando no quarto, fez mais do que causar alguns arranhões nos joelhos, palmas das mãos e no rosto.

Aquilo fez muito mais.

—Stygian, — Jonas estava se movendo para a sala, o seu tom sombrio e exigente.

Tarde demais.

Olhando para sua companheira, viu no conhecimento do olhar dela que a prestação de contas estava aqui.

—Mais tarde, Jonas! — Avançando com passos largos no quarto deles, ele a colocou na cama, virando e encontrando Jonas, antes que ele pudesse abrir caminho para o quarto.

—Mais tarde, — ele repetiu, dando um passo além do limiar e segurando a porta aberta apenas alguns centímetros para garantir que poderia ouvir se Liza estivesse em perigo novamente.

Deus, ele não seria capaz de deixá-la sozinha nem um segundo por anos, por toda a vida.

Terror ainda o estava rasgando, apertando suas entranhas e queimando em sua mente.

O conhecimento de que o ataque contra o hotel foi projetado para levar sua companheira, chegou no momento em que o sinal de sua segurança vibrou no relógio que ele usava.

A explosão das janelas disparou o alarme e deu-lhe os preciosos segundos que necessitava para voltar do elevador e correr de volta para ela.

Se ele tivesse sido realmente mais rápido e estivesse antes com as portas fechadas dentro do cubículo, em seguida, teria estado muito longe dela.

Se as Castas que estavam se dirigindo ao bar estivessem alguns segundos mais lentos e não estivessem com tanta pressa, então, com aquilo estaria tudo tomado e sua companheira teria ido.

—Preciso saber o que aconteceu, Stygian, — Jonas rosnou, seu olhar se estreitou, suas narinas dilataram, enquanto pegava o cheiro dela. — E ela precisa ser interrogada.

—Eu disse mais tarde, droga. — O rosnado animal, murmurou as palavras dele, o primitivo som predatório chamando a atenção de cada Casta que se reuniu no quarto deles.

Stygian podia sentir os olhos deles sobre ele, a raiva deles surgindo e seus animais se preparando para a batalha.

Estranhos olhos prateados brilharam de repente em um rosto duro.

—Você me toma como tolo, — Jonas rosnou, apesar de seu tom ser lançado baixo e Stygian teve que se esforçar para ouvi-lo.

—Eu tomo você como uma Casta que não tem ideia de quando voltar atrás e manter suas maquinações para si mesmo, — Stygian retrucou. — Você vai se afastar. Esta é minha companheira que quase desapareceu, e estarei condenado se você levá-la de mim antes que eu saiba que ela está ilesa.

Recuando, Stygian não deu a outro homem a chance de comentar ou discutir antes de fechar a porta fortemente reforçada em seu rosto bloqueando-a.

O som das barras de metal dentro da porta de aço encaixando no lugar podiam ser ouvidas até mesmo em outra sala. As implicações do que fez, não foram perdidas para ele.

Ele poderia ter feito de Jonas um inimigo para toda a vida.

A segurança de sua companheira, tanto física quanto emocional, era muito mais importante.

—Liza. — Movendo-se para onde ela sentou-se na cama, seu olhar no chão, Stygian se ajoelhou diante dela, colocando uma mão sob o queixo para levantar o olhar dela para ele. — Você está bem, querida?

Ela balançou a cabeça lentamente, as lágrimas contidas em seus olhos lentamente caindo.

—O que está errado, querida? — Tocando o rosto dela, sentiu medo nas lágrimas através dele. — Diga-me onde dói.

Ela engoliu com força, escapando um gemido de seus lábios enquanto mais lágrimas caíam.

— Vamos, Liza, me diga o que está errado. — Mantendo a voz baixa, teve que lutar para empurrar atrás um uivo de raiva pura da dor que sentia irradiando através dela.

Não era dor física.

Não havia ossos quebrados, sem lesões internas, ele saberia se houvessem, o cheiro deles teriam o atingido no primeiro segundo que correu de volta para o quarto deles.

Os lábios dela tremiam mais enquanto ela os separou.

—Liza está morta.

O coração dele parecia continuar ainda em seu peito enquanto um soluço rasgou dela.

Enquanto ela bateu a mão sobre os lábios, ele viu como ela lutava por controle, ganhou, em seguida, engoliu em seco novamente contra a dor construindo na alma dela.

—Não, querida. — Ele balançou a cabeça.

—Ela está morta, — ela sussurrou novamente, envolvendo os braços sobre o estômago e curvando-se, com a cabeça tocando o ombro dela, enquanto ele instintivamente envolveu os braços em torno dela. — Oh Deus, Stygian. Ela está morta. Ela morreu há doze anos e, agora, — um arrepio correu por ela. — E agora, eles vão me encontrar, e ela vai morrer de novo.

Resignação preenchia a voz dela com um fio de dor, tremeu com isso e partiu contra as emoções e percebeu que ela era a única responsável por despertar.

—Olhe para mim. Olhe para mim, companheira. — Endurecendo sua voz, ele a obrigou a levantar a cabeça e olhar para ele mais uma vez. — Você me trouxe à vida. Você me mostrou tudo o que tenho para viver, você pode imaginar por um segundo, mesmo uma batida de coração que eu permitiria que alguém a levasse de mim agora?

—Você sabe quem sou, — ela sussurrou, a voz dela tão baixa que ele estava lendo os lábios mais do que a ouvindo. — Você sabe. Eles sabiam, — os olhos dela brilharam com terror. — Eu não posso esconder mais. Se não posso esconder, eles vão me encontrar.

—Quem vai encontrar você? Diga-me quem vai encontrar você? — Que inimigos ela temia e podia imaginar que ele não poderia destruir?

Ela estendeu a mão, dedos frágeis tremendo enquanto ela tocava em seu rosto. — O Conselho de Genética, — ela sussurrou. — Você sabe quem, e sabe por quê.

—Por quê?

—Tenho uma memória fotográfica, Stygian. Tenho isso desde o nascimento, e o soro que me foi dado só aumentou este poder. É por isso que eu precisava morrer. É por isso que quando Liza Johnson morreu, me foi dada a vida dela. Sei todos os pontos fracos deles e nunca vão me permite viver agora.

O animal dentro dele levantou-se, esticou e sorriu em antecipação.

—Oh, bebê, te prometo, eles não vão tocar em você. Nem agora, nem nunca.

Ela balançou a cabeça. — Você não pode pará-los.

—Eu não posso, mas querida, confie em mim, você pode. — Ele sabia que ela poderia e sabia exatamente como ela faria isso.

—Como? Como, Stygian, posso impedi-los? Eu não posso nem mesmo escapar deles. — Ela estava tremendo em seus braços e ele odiava isso.

Ele odiava a dor dela.

Ele odiava a raiva engarrafada.

E Deus o ajudasse, ele odiava a parte que ele tinha que jogar isso.

 

O terror perseguindo dentro dela o estava matando, aquilo a estava matando, e ele não permitiria isso.

—Da mesma forma que Calan os parou, — prometeu a ela, suas mãos tocando o rosto dela, desenhando seus lábios nos dele para um beijo, precioso, embora muito curto. — Do mesmo jeito, Honor. Mas em vez de dizer ao mundo, você vai dizer ao Gabinete da Casta. Quem você é. As experiências e os segredos que o Conselho está tão desesperado para esconder. Você vai lhes dizer tudo. E você vai enfraquecê-los como eles nunca foram enfraquecidos antes.

Ela balançou a cabeça de novo, lentamente, o terror só crescia nos olhos dela. — Não é assim tão fácil.

—Será...

—Você não entende, — gritou, a agonia dela queimando seus sentidos. — Não é apenas comigo. Eu não tenho todas as informações. Nós formamos uma equipe, Stygian. Eu, Fawn, Judd e Gideon. Nós formamos uma equipe e você só tem a mim. Fawn não vai se lembrar até que ela morra, — ela soluçava enquanto Stygian sentiu sua alma congelar, sentiu a fúria nas lágrimas por ele. — E eu não vou te dizer onde ela está. Eu não vou, Stygian. Eu não trocaria a vida dela pela minha própria ou Deus me ajude, mesmo pela de Amber. Eu não vou fazer isso.

—Você não pode saber disso. — Agarrando os ombros dela, ele deu-lhe uma pequena sacudida, desesperado para fazê-la ouvir, para fazê-la entender. — Querida, ouça-me. Se nós soubermos quem ela é, onde ela está, nós podemos e vamos protegê-la. Eu juro para você.

—E Judd, você pode encontrá-lo? E sobre Gideon? — Raiva estava construindo nela agora mesmo enquanto a dor manteve suas lágrimas caindo. — Ele vai matá-la, assim como ele jurou que ia me matar e Judd. Ele quer nos ver todos mortos, Stygian, e confie em mim, Gideon é forte o suficiente para fazê-lo. E ele é louco o suficiente. Ele não vai parar até que ele roube nosso último suspiro.

—Por quê? — Stygian enfureceu, a fúria rasgando-o e enfurecendo o animal dentro dele em um frenesi selvagem. — Por que, Honor? Por que ele quer ver todos vocês mortos?

—Porque Judd e Fawn o obrigaram a viver, — ela chiou desesperadamente. — Eles não iriam deixá-lo escapar à morte e, sem mim, eles não têm a chave para levar sua dor embora quando fizeram a transfusão com sangue de Fawn naquela noite. Nós éramos uma equipe. Estávamos certo de que, acreditando que o Conselho de Genética não poderia nos matar se eles precisassem de todos nós. Nós destruímos a nós mesmos e nem sequer sabíamos disso. — Ela olhou para ele, torturado, o cheiro de sua dor rasgando sua alma. — Nunca imaginamos, Stygian, que um de nós iria querer matar outro de nós. Muito menos, todos nós.

Lutando contra as lágrimas, Liza lutou para se controlar o suficiente para não entrar em colapso completo, em soluços dolorosos.

Ela passou 12 anos, acreditava que passou sua vida com uma família amorosa, longe do Conselho de Genética e do perigo que representavam.

Ela deixou uma família amorosa, no entanto. Um pai que arriscou sua vida e de sua mulher para ajudá-la a encontrar Orrin Martinez. Uma mãe que arriscou perder para sempre a criança que sonhou por tantos anos e o marido que amava com todo seu coração.

Seus pais haviam se dedicado a eles e para ela.

—Eu estava com dois anos quando fui diagnosticada com leucemia. — Ela não podia ficar parada. — Era uma leucemia particularmente resistente, fatal.

Movendo-se rapidamente em seus pés, ela passou os dedos pelo cabelo, querendo arrancar os fios cuidadosamente destacados, medicinalmente coloridos de seu couro cabeludo.

Atrás dela, Stygian moveu-se, observando-a atentamente.

Ela podia sentir seu olhar, sentir o tormento e a preocupação voltados para ela, envolvendo em torno dela.

Assim como seriam os braços dele em volta dela se ela permitisse.

Ela queria isso.

Ela precisava dele para segurá-la com uma intensidade semelhante ao desespero puro, e ela não podia permitir isso.

—Você ainda está aqui, — ele disse atrás dela.

Sim, ela ainda estava aqui.

—Meus pais me amavam. — A respiração dela engasgou dolorosamente quando ela se virou de costas para ele. — Eles me amavam tanto que quando ofereceram a meu pai um lugar dentro do Conselho de Genética Experimental na Divisão de Genética, ele aceitou com entusiasmo. Você vê, ele sabia sobre Brandenmore. E ele ouviu os rumores do projeto que ele estava trabalhando. — Ela podia sentir a raiva, a dor, cruzando-a, ameaçando mandá-la gritando em pura loucura.

— Ele sabia sobre o Projeto Omega? — Sua voz era cuidadosamente nivelada.

Liza podia sentir o esforço que custou para ele se segurar. Uma parte distante dela percebeu que ela estava sentindo isso, e percebeu porquê.

O porquê a estava rasgando em partes.

—Eu fui colocada no laboratório de Brandenmore duas semanas antes do que os médicos previram que meu corpo seria consumido pela leucemia. — Ela virou-se de costas para ele, lutando e não conseguindo conter as lágrimas. — Fiquei lá por dez anos. Dez anos tão infernais que rezei para morrer quase todas as noites que estive naquele inferno. Implorei aos meus pais para me deixarem morrer e implorava a todo cientista, técnico e soldado com quem podia falar.

Cruzando os braços desesperadamente sobre seu estômago, ela se agachou com o horror do inferno que se lembrava de existir dentro dela e lutou para permanecer em seus pés.

Ela não precisou lutar por muito tempo. Em um batimento cardíaco os braços dele estavam ao seu redor, seu peito largo pegando suas lágrimas enquanto a segurava contra ele.

—Eles os torturaram, — ela soluçou, dor rasgando-a enquanto seus gritos ecoaram através de suas memórias. — Implorei e pedi-lhes para parar. Eu implorava a eles para pararem. Eu gritava e ameaçava e ainda tive que ouvir os gritos deles.

Fawn não era capaz de falar por dias após os tratamentos.

Gideon rosnava como um gato selvagem, enquanto os olhos dele irradiavam aquele estranho, âmbar predatório.

Judd olhava para o teto, se recusando ou incapaz de dormir até que seu corpo pudesse funcionar mais uma vez.

—O que eles fizeram com você? — A mão dele, larga quente segurou a parte de trás da cabeça dela, segurando-a a ele enquanto ela se agarrava a seus ombros, suas unhas cavando o material da camisa dele enquanto ela lutava apenas para segurar sua sanidade.

A memória dela era tão incrivelmente precisa que a qualquer momento ela poderia puxar o detalhe da maioria dos minutos mais escuros, o segundo mais agonizante daqueles anos lá.

Balançando a cabeça, os dedos apertando em sua camisa, Honor sentia como se estivesse afundando em uma piscina de puro ácido emocional. Não havia nada além de dor no passado, e ela percebeu o porquê de cada dia de sua vida depois que se tornou Liza Johnson.

—Diga-me.

A criatura primitiva que ajudou a criá-lo ecoou na voz dele. Homem e animal existiam em tal harmonia dentro dele que havia momentos em que ela realmente podia esquecer que ele era uma Casta. Se ela quisesse. Mas, Honor percebeu, ela queria sempre saber exatamente quem e o que ele era.

—Eu rezei para morrer.

O rosnado que vibrou na garganta dele estava tão semelhante aos que Gideon e Judd emitiam sempre que eles foram forçados a cuidar dela e Fawn após os tratamentos.

—Eu era a única à que mostravam alguma bondade. Papai não poderia mesmo forçá-los a mostrar misericórdia à Fawn, e ele tentou. Ele tentou tão duramente. — Ela olhou para ele, balançando a cabeça enquanto lutava e falhava em segurar os soluços. — Ele fez tudo o que podia. Ele os subornou, ele implorou a eles, e ainda assim, não se importaram quando ela gritou e gritou de dor.

Seu pai havia se enfurecido com os cientistas, ele mesmo foi acima de suas cabeças e pediu misericórdia ao próprio Conselho.

E eles se recusaram.

—Ela era tão pequena, Stygian. — A voz dela quebrou enquanto sentia seu coração quebrando pela criança que Fawn foi. — Ela era tão delicada que, às vezes eu me perguntava como ela prendia a cabeça nos ombros dela. No entanto, ela sempre fez. Ela virava as costas para nós, e eu podia ver os ombros dela tremendo enquanto ela soluçava em silêncio. Enquanto ela colocava os braços minúsculos através de seu estômago e se balançava, silenciosamente implorando por conforto. E apenas Gideon poderia forçar os cientistas a deixá-lo ir até ela. Era sempre Gideon que a abraçava, que a balançava, e, às vezes, ele até cantava para ela.  

E como sentiu inveja quando viu o rapaz balançar sua amiga. Enquanto ela o observava levantar a cabeça e olhar para as barras acima das gaiolas que foram forçados a estar dentro, enquanto os cientistas observaram os laços crescentes entre os quatro.

—Uma vez que os experimentos se aproximavam do fim, pensei que estávamos todos sendo liberados. Meus pais vieram para mim, me levaram para casa, e tentei duramente me aclimatar em ser livre, mesmo que uma parte minha soubesse que eu nunca seria livre. Dois anos depois, alguém do Conselho chegou, porém, e eles exigiram que o Papai me devolvesse para os laboratórios. Eu era a única que restava, disseram-lhe. Judd, Gideon e Fawn morreram em uma tentativa de fuga.

Honor lembrou a agonia que cortou por ela quando ouviu que seus amigos se foram, e com eles a informação de que se acumulou ao longo dos anos.

—Mas você sabia mais, — ele incentivou a continuar.

Honor balançou a cabeça. — Não a princípio. O mensageiro do Conselho estava dizendo ao Papai como eles sabiam sobre as nossas memórias fotográficas, e como eles precisavam de tudo o que vi para iniciar o projeto, mais uma vez, porque Gideon e Judd destruíram os arquivos e dados na tentativa de fuga. Isso foi quando soube que eles estavam vivos. Gideon nunca teria permitido deixar Fawn para morrer. Assim como Fawn não teria permitido que Gideon morresse. Naquela noite, o Papai colocou em prática o plano de fuga que já havia traçado para mim. Ele conseguiu encontrar alguém que sabia que poderia me esconder. Este homem entrou em contato comigo dentro de horas depois do Papai dizer ao mensageiro que precisava de alguns dias para organizar tudo. Meu pai fez de tudo para que eu estivesse no local onde o contato dele poderia me levar embora. Algumas semanas depois, eu estava reunida com Fawn e Judd. Fugíamos continuamente. — Ela tentou secar as lágrimas que continuavam a cair. — Nós nunca tivemos qualquer paz. Então, uma noite, eles nos encontraram antes que pudéssemos fugir. Eles caíram no quarto exatamente como fizeram esta noite. E antes que pudesse pensar, Fawn, Judd e eu estávamos atirando. Estávamos atirando para matar, em vez de ferir, lutando por nossas vidas, porque nós sabíamos que eles nos matariam com os testes, se tivéssemos de sofrer novamente. Nós conseguimos fugir, assim como o homem que me ajudou a escapar chegou com outro e nos levou ao local onde duas meninas estavam morrendo no deserto.

—E então você se tornou Liza Johnson, — ele sussurrou.

Ele estava morrendo por dentro com ela. A dor queimando a alma dela o estava rasgando em pedaços também. A agonia do sangue que ela foi forçada a derramar naquela noite, a vida que ela foi forçada a tomar, não importava o motivo, sempre a assustaria agora. Aquilo a atormentaria, assim como o conhecimento que foi a morte de outra menina que havia sido sua única fuga do inferno certo.

Deitada com a cabeça contra o peito dele, concentrando-se na batida do coração dele, ela balançou a cabeça cansada. — E então eu me tornei Liza Johnson.

—Claire Martinez é Fawn, não é? — Ele lhe perguntou então. — Liza e Fawn ambas morreram no naquele acidente, não é, Honor?

Ela balançou a cabeça. — Eles levaram Fawn embora.

E eles precisaram.

Ela precisava ser cuidadosa. Então, muito, muito cuidado para mantê-lo longe de sentir a mentira que sabia precisava dizer.

— Eu sou seu companheiro, — ele disse, em seguida, os lábios no ouvido dela, sua voz tão suave que ela precisou se esforçar para entender as palavras. — Minha primeira lealdade é para você, e deixe-me dizer-lhe, você cheira a mentira, querida. Se você quer escondê-la, protegê-la até que aquelas memórias retornem, então você vai ter que me deixar ajudar. Sem sua confiança, companheira, eu não posso fazer nada. Eu não sou nada.

Ela se afastou para olhar para os olhos da cor do azul mais escuro.

Ela poderia confiar nele?

Será que ela ousaria?

Deus a ajudasse, ela realmente possuía uma escolha?

—Era um ritual, — ela sussurrou. — Os chefes medicinais fizeram. Eles nos deram a vida de Liza e Claire e levaram completamente as lembranças de quem nós éramos e do que fomos até que chegasse a hora de lembrar. Uma teria suas memórias retornadas em uma noite cheia de caos, a outra... — Ela engoliu em seco. — A outra com sua morte.

—E você não sabe qual é qual?

Uma risada tensa triste escapou dos lábios dela. — Eu diria muito bem que esta noite foi um caos. E sei que nenhum dos bastardos morreu. — Um soluço escapou e mais lágrimas caíram. — Isso deixa a morte de Fawn. — Balançando a cabeça, ela endureceu seu aperto nos ombros dele, medo e desespero construíram dentro dela novamente. — Isso deixa a morte dela, Stygian. Eu jurei que iria protegê-la. Jurei, oh Deus. — Os dedos dela fecharam na camisa dele enquanto ela balançava com a dor e o medo a rasgando. — Oh Deus, Stygian, como Claire Martinez ela não conhece qualquer paz. Ela não teve um momento para ser feliz, porque Ray não pode perdoá-la, — ela chorou. — Ele não vai perdoá-la porque Claire morreu e ela viveu, e não há nenhuma maneira que ela pudesse se passar por ela. Eu quebrei todas as minhas promessas a ela, porque prometi protegê-la.

Ele não podia fazer nada além de abraçá-la. Segurá-la. Balançá-la. Tudo o que podia fazer era tentar confortá-la, porque a dor dentro dela o estava matando. Para senti-la tremer tão violentamente, para sentir a dor rasgando seu corpo esbelto e sentir sua sensação de fracasso, como se fosse o dele próprio, era mais um inferno do que os vinte anos que passara nos laboratórios de merda.

E estaria condenado se permitisse que ela falhasse nisso, porque perder a jovem mulher que ela sempre lutou para ajudar a proteger a mataria.

— Nós vamos protegê-la, Liza.

A porta entre os quartos se abriu.

Olhando ao redor, Liza encarou Jonas com terror.

Ele sabia.

Ela podia ver nos olhos de prata líquidos.

Ele sabia.

De alguma forma, ele ouviu tudo.

Stygian rosnou em fúria implacável, seus músculos se agruparam enquanto ele se moveu para longe dela, para saltar para Jonas enquanto o outro homem levantou o pequeno dispositivo eletrônico que sabia de alguma forma permitiu a ele ouvir tudo o que foi dito.

—Todos vamos protegê-la. — Um animalesco, grosso, primitivo tão áspero e terrível que parecia raspar em todas suas terminações nervosas saiu da garganta dele.

—Não. — Ela tentou se empurrar do agarre de Stygian, de repente, aterrorizada com o que Wyatt faria para ganhar as respostas que precisava para proteger sua filha.

Ela não conseguia parar de soluçar.

Lutando para se livrar de Stygian, ela só queria fugir, para chegar a Fawn, para escondê-la.

—Pelo amor de Deus, as melodramáticas estão me deixando louco. — A porta bateu atrás dele com um estalo de aço contra aço que reverberou pela sala. Raiva brilhava no olhar de mercúrio líquido dele, assim como repulsa e irritação.

—Você vai destruí-la, — ela gritou.

—Leve a sério. — Exasperação encheu sua voz, bem como a expressão dele. — Não importa que as mães dizem aos filhos histórias sobre o bicho-papão das Castas, eu não sou uma pessoa cruel, senhorita. — Ele fez uma pausa, inclinou a cabeça para o lado antes de sua expressão apertar e uma determinação selvagem encher seu olhar. — Senhorita Johnson. Estou bem ciente do ritual que cobriu suas memórias com as das duas meninas que morreram há doze anos. Forçar aquelas memórias nunca foi meu objetivo. Apenas esperava o acasalamento, ao invés de permitir que as memórias se libertassem. Sempre soube de seus segredos.

—Você não poderia ter conhecimento. — Não havia nenhuma maneira. Ninguém presente naquela noite jamais teria falado disso.

Cruzando os braços sobre o peito, ele olhou para ela com confiança. — Minha querida, às vezes alguém tem que aprender a manobrar aqueles com que se preocupa para completar seus destinos, em vez de se encontrar com a morte, — ele suspirou. — Eu sabia que Honor e Fawn estavam em Window Rock. Eu sabia que de alguma forma seu pai e o presidente da Nação estavam envolvidos. Isso me levou a suspeitar que, talvez, o acidente de suas filhas ao mesmo tempo do desaparecimento de Honor e Fawn poderia ter sido fatal. Isso teria permitido às duas jovens a derradeira fuga se as mortes de Liza Johnson e Claire Martinez nunca fossem reveladas. O que era uma simples suspeita quando isso começou, ao longo das semanas, foi confirmada. Que é apesar do fato, tão maravilhosa, como um milagre é, como adepto, enquanto a terra obedece aos pedidos de homens como Orrin Martinez e Joseph Redwolf, ainda, o cheiro da genética deixado dentro de você depois dessas experiências ainda estava lá se uma Casta soubesse o que estava procurando. E eu sabia o que estava procurando, minha querida.

Ela mal tinha consciência do fato de que as unhas dela estavam marcando o braço de Stygian.

—Se você descobriu isso, — ela sussurrou, — então Gideon também descobriu.

Jonas bufou com ceticismo. — Minha querida, não imagino que Gideon Cruz tenha descoberto qualquer coisa disso. E se ele tiver, — o sorriso que puxou os lábios dele foi definitivamente divertido desta vez. — Se ele fez, então confie em mim, a última coisa que ele vai fazer, uma vez que eu termine com ele, é querer matar.

As lágrimas tinham parado.

Stygian quase poderia, perdoar Jonas, os jogos dele pelo simples fato de que Liza, inferno, Honor, já não estava chorando.

Sua companheira. Ele não podia suportar as lágrimas dela ou sua dor.

Não importava o nome dela, não importava quem ela achava que era ou quem foi. Ela era a outra metade de sua alma.

—O que você quer dizer?

Por um segundo, a gentileza brilhou no olhar dele antes que ele mudasse para uma diversão calculada. — Gideon é um homem louco por causa da sua incapacidade de fazer como o animal dentro dele exige. Para proteger. Para garantir a segurança de quem ele estava vinculado. O animal está rasgando-o à parte, arranhando o subconsciente do homem e criando uma loucura que só uma coisa vai curar.

Honor balançou a cabeça. — Não há uma cura?

—Claro que há, — assegurou a ela, os lábios dele curvando brevemente enquanto cruzava os braços sobre o peito, inclinou a cabeça para o lado e olhou com seus olhos da cor de prata viva. — Tudo o que ele tem a fazer é ouvir o animal dentro dele. Tudo o que tem a fazer é encontrar sua companheira, e protegê-la.

Ela piscou para ele. — Quem é a companheira dele?

—Fawn, — Stygian disse suavemente atrás dela. — Filho da puta, é por isso que ele está tão enfurecido. Ela é sua companheira. O bastardo não é feroz, ele está no calor de acasalamento.

—Fawn era uma jovem mulher quando forçou aquela transfusão nele sem o conhecimento ou a medicação que os cientistas estavam usando para controlar o que acreditavam ser a febre selvagem que vinha disso. Mas o animal dentro de Gideon também sabia que ela ainda era muito jovem para acasalar sem consequências, — explicou Jonas. — É por isso que o animal dentro dele ficou louco quando isso aconteceu. As partes opostas de sua psique, de repente chegando juntas, fazendo o que fosse necessário para forçar a volta do calor de acasalamento até que ela tivesse idade suficiente, estivesse forte o suficiente para suportar o acasalamento de uma Casta. Agora, só preciso manobrá-lo para o lugar certo, na hora certa, para garantir que ele perceba isso. Uma vez que ele faça, então, o animal estará rasgando-o à parte por dentro, agora que a mulher tem idade suficiente para lidar com o acasalamento, vai se estabelecer e o companheiro vai emergir.

—Você sabe onde ele está se escondendo? — Ela sussurrou, sentindo os braços de Stygian apertar ao redor dela, segurando-a mais perto, protegendo-a.

—Gideon nunca se esconde, — ele suspirou então. — Ele está aqui, bem debaixo de nossos narizes, de alguma forma. Assistindo, esperando, esperando para dar o bote quando levar você a Fawn. Assim como os soldados do Conselho estão. É por isso que não vamos deixar ninguém saber que você se lembrou de nada. No que diz respeito a todos os envolvidos, você ainda é Liza Johnson e Claire Martinez é exatamente o que ela parece ser.

—Como? — Ela sussurrou. — Qualquer casta que estiver perto de mim vai cheirar o engano. Toda vez que alguém me chama de Liza. Sempre que eu fingir ser ela, aquele cheiro vai estar lá.

Ele olhou para ela por muito tempo, pensativamente por segundos. Tempo suficiente para que Stygian finalmente rosnasse em advertência.

—Onde está Judd? Quem é ele? — Ele perguntou, com um raio de diversão em seu olhar quando olhou por cima do ombro para seu companheiro.

Ela balançou a cabeça. — Eu não sei, Jonas, e essa é a verdade. Eu não o vejo desde a noite do ritual, e não porque esqueci quem ele era. Judd nunca chegou perto de mim de novo.

Mas sabia que ele estava perto.

—Não segure informação de mim, Liza. — Jonas suspirou quando ele rondou mais perto, sua intenção no olhar. — Diga-me, enquanto olho para você agora posso sentir o cheiro da verdade do que você está dizendo, mas também posso cheirar sua mentira.

—Então, qualquer Casta pode, — ela sussurrou, lutando contra as lágrimas se juntando novamente.

—Não nesta vida, — ele rosnou, virando-se para Stygian. — Você cheira a mentira dela?

Liza olhou para seu companheiro, vendo a confusão atravessar o rosto dele.

Ele inalou lentamente então estreitou seu olhar sobre ela e respirou novamente. — Tudo o que cheiro é a sua verdade. Ela nunca o viu.

—Mas o subconsciente dela sabe que viu, — Jonas sussurrou. — Esse é meu presente, Stygian. Você e sua companheira já sabem o que ninguém além de minha própria companheira sabe. Mesmo os cientistas que conheciam morreram por minha mão. Eu não dou a mínima para o que você acredita. Posso sentir, e até mesmo cheirar, o que só seu subconsciente sabe.

Liza balançou a cabeça. — Tenho uma memória fotográfica mais forte do que você pode perceber, — informou ela, com a voz áspera, tão rouca de lágrimas que não parecia humana. — Eu saberia se tivesse visto ele.

—Só se seu subconsciente precisar que você saiba, — afirmou deliberadamente. — E a complicação adicional da genética da sua Casta faz com que parte de você seja muito mais forte. Ainda mais forte do que a extraordinária memória de vocês.

Choque fez Stygian apertar os braços em volta dela quando Liza se afastava dele.

—Ele é maluco, — ela gritou. — Eu não sou uma Casta.

Stygian balançou a cabeça, olhando para ela como se estivesse acabando de perceber isto. — É por isso que o calor de acasalamento era tão diferente. É a razão pela qual sua capacidade de lutar é tão extraordinária. E por que seu cheiro me pegou de surpresa, enquanto corri para o quarto. A genética da Casta.

Ela estava balançando a cabeça enquanto falava. —Não é possível, — sussurrou entorpecida.

—Não é apenas possível, é um fato, — Jonas assegurou. — Agora, só temos de descobrir como usá-lo para manter a Honor Roberts escondida até que possamos encontrar os outros. — Seu olhar brilhou perigosamente então. — Eu sei quem é Fawn, Liza. Sei que Claire Martinez é a menina que escapou desses laboratórios com você, mas preciso saber qualquer fraqueza que ela tenha, bem como seus pontos fortes. Se estamos indo para salvá-la e Gideon, então preciso saber quem e o que estou enfrentando. E preciso saber onde posso encontrar Judd.

Liza se sentia entorpecida por dentro. Tudo o que acreditou nas semanas anteriores era uma mentira. A vida que teve, os queridos pais dela, os amigos que pensaram que ela havia crescido. Era tudo uma farsa. Uma farsa que a manteve viva nos últimos doze anos e que agora precisava defender para salvar a única irmã que conheceu.

Ela balançava a cabeça, enquanto olhava para Jonas.

—Fawn sempre foi tão pequena. Judd e Gideon costumavam chamá-la de pequena fada. Todos os anos, no aniversário de Claire, uma fada era deixada onde ela pudesse encontrá-la. E elas eram sempre muito, muito caras. Ela as mantém em um depósito seguro na cidade onde pode olhar para elas sempre que quiser.

Jonas assentiu. — Isso satisfaria Fawn. — Então, seu olhar aguçado sobre ela. — E você?

—Devo diverti-lo de alguma forma, ele está sempre me deixando facas. E aprendi como usar cada uma que é enviada. — A respiração dela prendeu dolorosamente. — Mas não sei quem as deixa ou como fazem isso.

Ele não deixava facas pequenas femininas também. Elas sempre eram letais destinadas a uma coisa e apenas uma coisa: sangue derramando.

—Para onde vamos a partir daqui, Jonas? — Stygian perguntou atrás dela. — Não jogue comigo, no que diz respeito a ela. O tempo para suas manipulações no que diz respeito à Liza e eu acabou.

Liza. Ela precisava ser Liza, não Honor. Pelo menos por um tempo mais longo.

—Agora, estamos rastreamento os atacantes dela. — A expressão dele apertou mais uma vez. — Uma vez que os tivermos em custódia e soubermos o quanto o Conselho de Genética sabe sobre eles, vou lidar com esse fim. Até então, o que você se lembrar daqueles anos e o soro que lhe foi dado, preciso saber. — Agonia brilhou no olhar dele. — Se eu perder minha filha, Srta. Johnson, então não importa a batalha que estamos lutando ou a necessidade de avançar com cautela. Prometo a você, não será um cientista ou um indivíduo associado a essa organização que vou permitir continuar a respirar. Isso, eu prometo.

Essa promessa Liza sentiu no fundo de sua alma.

—Ainda não me lembro de tudo. — Ela estava segurando a Stygian como se fosse uma tábua de salvação, apavorada que estivesse afundando nos medos rasgando-a agora. — Mas... — Ela tirou as mãos de Stygian para esfregar na dor em suas têmporas. — Jonas. — Ela olhou para ele miseravelmente. — Havia tantas injeções, e só Gideon sabia o que cada uma era. Fui designada para os cientistas que trabalharam com as transfusões de sangue e que analisaram os dados sobre os exames de sangue e os hormônios diferentes que mostraram neles. Fawn trabalhou com os técnicos que codificavam as informações, e Judd estava com o grupo que criou e administrou os medicamentos para os efeitos colaterais diferentes. Gideon estava com Brandenmore e seus cientistas enquanto eles criaram os soros para os diferentes grupos e os administrava.

—Havia mais além de seu grupo? — Jonas rosnou.

—Infelizmente. — Ela teve que morder os soluços que ainda doíam em seu peito enquanto mais lágrimas caíam. — Eu não sei quantos, ou no que eles estavam focados. Apenas Gideon sabia.

A mandíbula de Jonas apertou enquanto seu olhar cintilou com uma fúria brutal.

—Então vamos nos certificar de atrair Judd e Gideon para dentro. Até então, — ele continuou. — Ninguém fora de um grupo muito seleto, escolhido por mim, saberá que agora você está ciente de sua identidade ou que estamos cientes que você é alguém que não seja Liza Johnson. Nem mesmo seus pais saberão. Claire Martinez, especialmente, será mantida no escuro.

—O que você vai fazer? — Ela perguntou enquanto os braços de Stygian a envolviam mais uma vez.

Ele permaneceu em silêncio, mas era como se ela pudesse senti-lo, sentir o cálculo cuidadoso e os planos que estava trabalhando consigo mesmo, enquanto ela e Jonas falavam.

Soltando os braços de seu peito, ele deslizou-os nos bolsos da calça dele enquanto seus lábios se curvaram ironicamente, mais uma vez. — Porque, Srta. Johnson, vou fazer exatamente o que venho fazendo nos últimos meses. Vou puxar os dois últimos pedaços. Assim que tiver vocês quatro juntos, então peço a Deus, terei a chave para salvar minha filha.

Com isso, ele moveu-se para a porta, com calma, com cuidado abriu-a e entrou na sala de estar da suíte. A porta se fechou atrás dele, quase silenciosamente enquanto arrepios corriam pela espinha de Liza.

—Será que ele vai mantê-la segura, — ela sussurrou.

—Como uma companheira nos braços de seu amante, — ele suspirou quando colocou seus braços em volta dela e puxou-a contra o calor do seu peito. —Ela só pode não desfrutar da experiência.

Virando-se para ele, exausta, ainda rasgada e cheia de dúvidas, ela permitiu que os braços dele a rodeassem, envolvendo-a no conforto e no calor pelo que sempre sofria.

—Eu não teria perdido isso, — ela disse a ele, sentindo seus lábios em sua têmpora, a batida do coração dele debaixo de sua orelha.

—Perder o que, amor? — Ele perguntou delicadamente, como se não soubesse.

Ele precisava saber.

Inclinando a cabeça para trás, ela olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas, mas desta vez, lágrimas de gratidão, de alegria.

—Você. — Sua voz estava grossa com essa emoção. — Eu não teria perdido o que temos, Stygian. Por nada.

A mão dele se levantou, alisando o cabelo dela para trás em suas têmporas, em seguida, segurou o lado de sua cabeça, enquanto a dele abaixava para a dela. — Nem eu, companheira. Não pelo mundo, ou a segurança de qualquer pessoa no mesmo, teria perdido um único momento que tivemos, ou todos os momentos que virão.

Ela não teria perdido isso por nada, agora ela só rezava pelo passado, ela conseguiu escapar por doze anos não encontrou uma maneira de voltar e destruí-los. Então, ela não pensou, se arrependeu ou teve medo. Enquanto os lábios dele deslizaram sobre os dela, sua língua acariciando contra eles, separando-os e enviando bifurcações brilhantes de prazer escaldante correndo através de seu corpo, Liza sabia que não havia nada na face da terra que poderia tê-la convencido a perder este momento, esta vida e este homem.

O sabor do calor de acasalamento encheu os sentidos dela, fluindo através dela, sensibilizando suas terminações nervosas e deixando-a úmida, carente, querendo o toque dele, seu abraço como nunca precisou de alguma coisa antes.

Envolvendo os braços ao redor do pescoço dele, ela se agarrou a ele, sentindo o calor e a dureza incrível do corpo dele enquanto ele a levantava mais perto. Enquanto ele agarrava os quadris dela, levantando-a e levando-a de volta à cama, quando ele se aproximou dela, Liza sentiu uma fraqueza sensual feminina que pairava sobre ela.

Este foi o prazer mais incrível. Observando-o chegar sobre ela enquanto ele se inclinava para perto, os dedos de uma mão se movendo para os botões da blusa de algodão leve que ela usava e, lentamente, soltando-os.

A frequência cardíaca dela saltou quando as costas dos dedos dele roçaram os montículos de seus seios. Um gemido sussurrado escapou dos seus lábios quando ele estalou o fecho da frente do sutiã abrindo e aliviou as taças dos seios inchados.

—Sim, Stygian. — As mãos dela se moviam dos ombros para o cabelo dele, alcançando a fina tira de couro que afastava os fios sedosos do rosto dele.

—Ainda não. — Prendendo-lhe os pulsos, puxou-os de volta por cima da cabeça dela, ancorando-os no colchão com uma mão enquanto os lábios dele abaixavam para as pontas duras de seus mamilos.

Arqueando-se, lutando contra o agarre dele, ela gemeu quando o calor da língua lambia sobre a ponta dura de pedra e a mão livre dele deslizou ao longo de seu quadril antes de passar pelos pequenos botões de metal de sua calça jeans.

As pernas dela mudando, coxas apertando enquanto o calor começava a construir em sua vagina, facilitando sua umidade ao longo das dobras inchadas, ela chutou os tênis pra fora, desesperada para fazer o que fosse preciso para estar tão nua tão depressa quanto possível.

Quando os sapatos dela bateram no chão, o último botão soltou no mesmo momento, e os lábios entreabertos de Stygian cobriram desesperadamente o broto inchado de seu mamilo.

—Oh Deus. —Liza arqueou enquanto ele chupava a ponta em sua boca, a língua atacando-o ao mesmo tempo em que começou a empurrar os jeans e calcinhas de seda. Tirando-os sobre os quadris dela quando ela se ergueu para ele, empurrando o jeans para as coxas, em seguida, até os joelhos para que Liza pudesse ficar com suas pernas livres, ele resmungou um grunhido de aprovação em seu peito com antecipação.

A mão dele acariciou começando no joelho dela, movendo-se lentamente para cima, as pontas dos dedos calejadas acariciando-a na parte interna da coxa, quando suas pernas se separaram para o toque íntimo. Os dedos dele se moveram para as lisas, dobras nuas de sua vagina, facilitando um golpe contra a carne inchada da entrada apertada, enquanto o prazer a bombardeava e queimava lampejos de sensação aquecida correndo pelas terminações nervosas dela.

Os sucos dela escapavam de sua carne interior, encontrando os dedos dele queimando e escorregando quando ela se arqueou contra ele, sentindo o arco elétrico de prazer/dor que atingiu seu ventre quando a boca dele se apertou em seu mamilo, sua língua queimando enquanto ele o chicoteava.

Levantando a cabeça do pico, apertado latejando de um mamilo, ele moveu os lábios para o outro, sugando para dentro e lambendo-o, atormentando-o. Os dentes dele agarraram o pacote de nervos, desenhando um grito assustado de prazer quando ela tentou levantar as mãos, tentou tocá-lo.

A cabeça dele levantou.

O azul dos olhos dele apagou as íris escuras, brilhando entre seus cílios grossos quando olhou para ela, observando o rosto dela enquanto seus dedos acariciavam de dentro da abertura apertada da vagina dela para o broto, inchado pulsando de seu clitóris.

—Stygian, — ela gemeu, arqueando para ele, levantando seus quadris quando ficou desesperada para um toque mais profundo, mais duro. — Por favor, não me provoque.

—Provocar você? — A aspereza da voz dele acariciou contra seus sentidos, somando-se às sensações. — Ah, companheira, não é provocação o que tenho em mente.

Os dedos dele circularam seu clitóris, facilitando ao longo da lisa e quente fenda e seguindo o calor úmido que derramou de sua vagina e deslizou abaixo para queimar a entrada proibida para seu traseiro.

O corpo inteiro dela estava queimando. Sensações estavam rasgando através dela, brilhando através de seus sentidos e rasgando seu controle quando Stygian abaixou a cabeça e os lábios dele cobriram os dela. Enquanto ele liberou seus pulsos, Liza levantou os braços, envolvendo-os em torno do pescoço dele, segurando-se a ele quando a língua dele acariciou a dela, provocando-a, tremendo contra os lábios dela até se fechar sobre ela e sugar avidamente enquanto o sabor e o calor do hormônio de acasalamento começavam a acelerar através de seu sistema.

A excitação construída, a rasgava, fazendo-a desesperada por mais, pelo pau dele dentro dela, acariciando as profundezas apertadas de sua vagina.

Os gemidos deles começaram a encher o quarto, desesperados e cheios de tormento quando a fome começou a queimar através do sistema deles e atacar os sentidos de Liza.

Ela puxou a camisa dele, puxando-a das costas musculosas antes de achatar suas mãos e desliza-las à barriga dele para empurrar sob o material.

—Tire isso, — ela gritou quando os lábios dele se moveram dos dela para espalhar beijos famintos para a mandíbula, e pescoço dela. — Tira isso agora.

Dobrando os joelhos, ele empurrou a bainha, com a intenção de fazer exatamente isso, quando ela levantou-se também e começou a puxar em seu cinto. Soltando o couro, ela empurrou-o para fora do caminho dela pelos botões da calça jeans, puxando os fechos separando o material e para liberar a largura pesada de seu pênis.

Ela não se preocupou em olhar para ele. O eixo grosso, latejava fortemente raiado, pulsando com a necessidade de preenchê-la com a sua libertação. Para engrossar dentro dela e prendê-la tão intimamente dentro que não haveria como qualquer um deles escapar.

Nem fisicamente ou emocionalmente.

—Quero provar você, — ela sussurrou quando uma gota de pré-sêmen aliviou da fenda na crista da largura.

Dobrando a cabeça, levantando o olhar para prender os olhos nos dele, ela deixou sua língua lamber sobre a cabeça queimando do pênis, seus músculos internos apertando enquanto a necessidade queimou seu clitóris, inchando ainda mais.

—Ah inferno, bebê. — Uma mão enterrada no cabelo dela, arrancando-o solto do prendedor que o manteve para trás do rosto dela, enquanto os lábios entreabertos dela deslizaram sobre a cabeça inchada. — Ah foda sim. Envolva sua linda boca em torno dele.

Ela estava bêbada de emoção agora, voando para uma supernova de sensações enquanto os dedos cerrados de Stygian em seu cabelo puxavam os fios criando uma sensação de prazer/dor que a abalou em seu núcleo. Quando seus lábios cercaram a cabeça do pênis dele, ela os estendeu com a mesma picada erótica, enquanto o pênis dele estava empurrando em sua vagina. A fome por ele começou a dominá-la.

A cabeça espessa encheu sua boca, pulsando quando ela usou sua língua para lamber e esfregar na parte inferior enquanto provava o sal e a essência masculina dele e gemia com sua necessidade de mais.

Era tão erótico, tão sexualmente carregado com os dedos elétricos da sensação que picavam sobre a carne dela, dirigindo-a mais para o calor perverso de uma fome que ela não poderia resistir.

Quem ela foi não era quem ela era. O amigo dela era alguém diferente daquele que Liza acreditou que fosse.

Não importava que eles escolheram tomar este destino. Tudo o que importava era encontrar-se aqui e agora. Com o pau de seu companheiro empurrando entre os lábios, esticando-os quando um grunhido retumbou em seu peito pelo prazer, que era tudo que importava.

O mundo fora da pesada porta de aço poderia ir para o inferno por tudo o que ela estava ciente no momento.

Enquanto os lábios dela sugavam, sua língua acariciava, Liza empurrou o jeans que estava até abaixo das coxas dele, dando-lhe acesso ilimitado ao saco apertado, sem pelos das bolas dele.

Oh Deus, ela precisava de mais dele.

Acariciando a carne bem desenhada sob seu pênis enquanto trabalhava sobre a cabeça inchada, lambendo-a, sugando-a, ela provocou a carne abaixo com seus dedos enquanto o acariciava e provocava com sua fome impiedosa.

Ela precisava levá-lo para a beira do controle, onde nada importava, apenas ela. Onde o único pensamento dele fosse enterrar-se tão profundamente dentro de sua vagina que eles não seriam mais dois indivíduos, mas fundidos em um. Aquele lugar onde os prazeres, tanto físico quanto emocional, se juntavam e os queimavam de dentro para fora, fundindo-os juntos.

—Doce Liza. — Ele gemeu acima dela. — É isso aí, bebê, chupe meu pau. Trabalhe essa boca bonita sobre ele.

A vagina dela apertou, derramando mais de seus sucos enquanto o clitóris pulsava desesperadamente e sua vagina doía e sentia a largura pesada cavando entre as coxas.

—Ah, bebê, vou morrer aqui, se você não parar.

Seu pênis parecia engrossar na boca dela, a cabeça pulsando, batendo no céu de sua boca enquanto ela gemia de emoção, excitação rasgando através dela ao saber que ele estava perto, tão perto de gozar para ela.

Quando este pensamento cintilou através do cérebro dela, um jato pesado de pré-sêmen que sempre a preenchia quando o pênis dele começava a penetrar sua vagina encheu sua boca.

Ela teve apenas um segundo para reconhecer o sabor do hormônio de acasalamento que o beijo dele continha. Isso, e a sensação aquecida de um gosto parecido com canela e café antes que ele estivesse se empurrando pra trás dela, puxando sua ereção dos lábios dela. Um segundo depois, ela se encontrou virada de barriga, enquanto as mãos dele agarraram seus quadris e a arrastava para ele, empurrando seus joelhos abaixo dela a até que estava ajoelhada na beira da cama.

A cabeça do pênis dele deslizou através da fenda de seu traseiro, fez uma pausa na abertura minúscula lá, e quando os lábios dela entreabriram num grito, a ejaculação aquecida jorrou contra sua entrada traseira, penetrando-a, e de repente enviou um ofuscante, ardente fogo de sensação rasgando sua carne proibida.

—Minha, — ele gemeu acima dela com uma mão moldando a curva de seu quadril e a outra segurava seu pênis jorrando contra a entrada de seu ânus fechado.

Segundos depois, um outro jato duro disparou contra a abertura, penetrando ainda mais, relaxando a abertura apertada e enviando uma onda de necessidade correndo pela espinha dela.

Oh Deus, ela não esperava isso, não assim, não tão cedo. Ela poderia ter sentido dor com isso quando o dedo dele a perfurou ali, mas ela não imaginava...

—Minha companheira, — ele rosnou acima dela novamente, inclinando-se sobre ela, a carne nua de seu peito contra suas costas enquanto a dura cabeça de ferro pressionava, separando a entrada extremamente apertada e esticando-a para acomodar a largura excepcionalmente espessa tentando penetrá-la.

Prazer rasgou por suas terminações nervosas quando um grito raspou a garganta dela, os dedos cavando os cobertores debaixo e atrás dela Stygian começou a trabalhar a largura em seu interior. Cada vez que seus músculos apertavam na cabeça dura do pau escavando dentro do tecido anteriormente inexplorado.

Êxtase agonizante, não deveria existir tal coisa, ela pensou vagamente, perfurando seu ânus ao longo com o pênis dele, disparando através das terminações nervosas expostas até que ela estava gritando para os cobertores e reforçando a penetração.

—Nada mais de se esconder de mim, — ele rosnou em seu ouvido, os dentes dele beliscando seu lóbulo enquanto os quadris dele pressionavam contra ela de novo, empurrando ainda mais dentro de seu traseiro, quando um jorro do lubrificante natural aliviava e relaxava sua carne, abrindo caminho para cada curto impulso que o empurrava ainda mais dentro dela.

Liza estava perdida em uma névoa de sensações que não faziam sentido. A necessidade de mais. Mais profundo. Mais duro.

Dor e prazer combinados enquanto a ejaculação de pré-sêmen queimava dentro do tecido interior de seu traseiro, relaxando-o, sensibilizado ainda mais e queimando com uma agonia de pura sensação quando seu pênis escorregou mais profundo. Penetrando o apertado anel de músculos dentro da entrada, de repente ele estava totalmente alojado dentro dela, deslizando até o final enquanto ela gritava no calor penetrante do êxtase próximo que a inundava.

Ela não podia se manter acima. Ela estava tentando, mas seus braços estavam trementes quando as sensações começaram a exigir sua atenção, sua força total. Apertando sobre a grossa penetração, os músculos internos de seu traseiro convulsionaram ao redor do pênis dele, flexionando e tremendo em reação à posse quando sentiu os travesseiros de repente, sendo empurrados debaixo dela.

Ela caiu contra eles, sua cabeça virando para o lado enquanto Stygian cerrava os dentes levemente na marca que deixou em seu ombro e seus quadris começaram a se mover.

Cada impulso raso dentro de sua carne tenra enviou uma onda de calor furioso marcante em seus sentidos. Fraqueza feminina surgiu através dela, uma onda de submissão sexual abrindo sua mente em partes, seu coração e alma de mulher que ela nunca soube que existia.

Não, ela nunca iria se esconder dele novamente.

—Minha, — ele rosnou de novo antes de sua língua lamber contra a marca, enviando outra faísca de sensação para atacar suas terminações nervosas, para empurrá-la mais alto, mais profundo para o vórtice espiral de prazer, dor, êxtase e a força dominante da posse de Stygian.

Os quadris dela se moviam com cada impulso, empurrando para trás quando ele entrava, enquanto gritos saiam de seus lábios cada vez que ele recuava. Sentindo firmemente dentro das profundidades muito sensíveis, esticando os músculos lá, queimando-a viva com um prazer que construiu a uma altura crítica, Liza estava certa de que nunca sobreviveria.

Quando o prazer começou a queimar as terminações nervosas dela, a sensação da mão dele que empurra entre as coxas, os dedos dele separando as dobras de sua vagina, a deixando em choque. Um segundo depois dois dedos penetraram as profundezas de sua vagina, acariciando dentro enquanto ele se retirava parcialmente do seu traseiro, apenas entrando de volta enquanto seus quadris empurravam para frente novamente.

Quando ele sincronizou os golpes de seus dedos com o comprimento de seu pênis inchado, seus golpes se tornaram mais duros, mais profundos, mais rápidos.

Liza estava gritando o nome dele, ou respirava, tentando gritar no prazer agonizante construindo dentro dela, queimando através de sua mente e rasgando seus sentidos. Cada impulso nas entradas sensíveis só a empurrava mais alto enquanto o choque elétrico de cada impulso acariciando começou a incendiar suas terminações nervosas.

Ela estava voando fora de controle. Falta de ar, o peito apertado, o corpo dela tenso até que estava certa de que quebraria, certa de que não poderia suportar mais.

Ela explodiu com um grito.

O clitóris dela explorou contra a almofada da palma da mão quando pressionou contra ele, sua vagina flexionou e apertou os dedos empurrando quando sentiu as contrações explosivas que começaram a atacar-lhe a carne interior. Seu pênis saltou para trás, deixando apenas metade do eixo de aço enterrado dentro dela quando ela sentiu o alargamento do eixo do lado de fora da entrada.

A liberação dele entrou em erupção dentro dela em duros, jatos de fogo, enchendo o traseiro, enquanto os dentes prendiam no pescoço dela, Liza começou a tremer, empurrando debaixo dele em êxtase, uma possessão ardente do espírito feminino de que não tinha nenhuma esperança, não desejaria nunca reter.

Ela não queria nada mais do que este prazer. Nada mais do que ser possuída por seu Casta, seu companheiro. Sendo realizada por ele, protegida por ele.

—Oh Deus, Stygian, — ela gritou, incapaz de conter as palavras rasgadas dentro dela por mais tempo. — Oh Deus, eu te amo. Eu te amo. — Ela estava chorando as palavras, os votos, a promessa de se manter sempre com ele, de segui-lo, mesmo que isso significasse segui-lo para a morte.

Stygian rosnou no ombro dela, os quadris dele empurrando, empurrando o nó do acasalamento inchado contra suas bochechas traseiras, outra explosão de fogo de liberação a encheu enquanto sua vagina apertava nos dedos dele em mais um aperto estremecendo de êxtase.

Ela estava perdida no prazer, na posse, e na Casta, ela sabia que nunca deixaria sua dor e perdeu.

Ela já não escondia nada, pelo menos não deste homem. Aqui, nos braços dele, era quem ela era, quem queria ser, no entanto, precisava ser.

Aqui, realizada para ele, ela estava segura, protegida e amada.

Ela sofreu o inferno e depois se perdeu. Agora, nos braços, do seu amor, encontrou o paraíso e ela mesma. E sabia que ele iria protegê-los ambos com a mesma determinação feroz e força de vontade que usou para encontrá-la.

Para sempre.

Stygian iria segurá-la para sempre.

 

 

                                                                                                    Lora Leigh

 

 

 

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