Gritos ecoavam em torno das paredes de aço.
O som retumbando, quebrando na área cavernosa e cortando os sentidos daqueles forçados a ouvir.
Não havia lugar para o som ir, nenhuma rachadura, nenhuma ventilação para o exterior. Não havia nenhuma maneira para que se dissipar facilmente. O som ricocheteou de parede a parede e do teto ao chão antes de fazer a viagem de volta para se misturar com os sons que continuaram agonizantes.
Em torno da sala de exame/operação estilo teatro, estavam celas de 12 metros por 8, criadas a partir de barras de aço e ferro. As celas corriam toda a extensão da parede de aço de um lado e eram ligadas por quadros de barras de ferro preto na frente.
As portas trancadas eram reforçadas; as fechaduras eram digitais, bem como a chave eletrônica e quase impossível de quebrar a não ser que se usasse a potência total, incluindo a dos geradores de apoio, estaria perdido. Só então se soltava as travas e permitia que os animais mantidos dentro fossem liberados.
Ou será que eram seres humanos?
Houve momentos em que até mesmo eles não tinham certeza de quem ou do que eles eram, além do fato de que eles haviam sido criados nas mãos dos médicos e dos cientistas que estavam causando uma morte infernal ao invés de criar uma vida infernal.
Os gritos ecoavam pela sala cavernosa outra vez, cheio de dor, medo e sabendo que o tempo tinha acabado e não havia escapatória.
Mas ela tinha chorado por dias. Lamentos inconsoláveis que tinham deixado trancados atrás das grades lutando contra a raiva que começava agitá-la para preenchê-las. Eles pareciam que tinham até afetado os guardas criados para subjugá-los. Homens, animais, cujos olhos não tinham nenhuma misericórdia, mas que agora pareciam olhar um para o outro em silêncio desconfortável enquanto o tempo da morte se aproximava. Enquanto as criações presas pareciam observá-los a crescer mais ainda, mais calmos e silenciosos do que nunca.
Eles eram os filhos dela, de uma certa maneira.
A concepção tinha ocorrido no ambiente artificial de um laboratório antes do óvulo fecundado ser transplantado em seu ventre e levada a termo. Como o momento do nascimento se aproximava, ela foi injetada com o paralisante monstruoso que haviam criado que paralisava tudo, menos as cordas vocais, deixando suas vítimas com apenas a capacidade de gritar. Uma vez que ela fosse contida, então a criança era retirada de seu corpo enquanto ela gritava em agonia.
Incapaz de se mover.
Incapaz de lutar.
Incapaz de controlar qualquer parte do seu corpo, exceto as cordas vocais que os cientistas se recusaram a silenciar.
Ela iria gritar até a voz dela quebrar e só o animalesco silêncio rosnado emergiria de sua garganta.
Mas ela não era um animal. Ela não era nem meio animal como os seus filhos eram. Ela era uma jovem mulher que tinha esquecido o que gentileza e liberdade eram. Ela conhecia apenas o cativeiro, a dor, as gestações sem fim e os partos forçados.
E agora ela só conhecia a agonia e o medo vicioso, de uma morte sem sentido, que os seus filhos foram forçados a assistir em silêncio indiferente.
A Casta número 107 sentou-se em seu canto da cela, com a cabeça encostada contra as barras de aço enquanto os soluços cheios de terror de sua mãe ecoavam pela sala mais uma vez.
Ele e aquele que chamava de irmão, a quem chamavam de 108, eram apenas alguns dos jovens no laboratório que foram produtos da genética dela. Nascidos não apenas de seu corpo, mas também de seu óvulo, que havia sido fertilizado in vitro com o esperma animal contaminado e geneticamente modificado utilizado para criar as Castas.
E eles eram forçados a permanecer em silêncio, aparentemente despreocupados, como se seus gritos não significassem nada. Como se eles não estivessem rasgando suas almas e rasgando suas entranhas em tiras cada vez que ela implorava, cada vez que ela gritava em agonia.
Cada vez que ela implorou a Deus por misericórdia.
A casta número 107 manteve os olhos fechados, sua respiração regular, e apelou a 14 anos de treinamento para manter o controle necessário para conter sua raiva e dor. Se apenas um dos jovens se abatesse, se apenas um deles mostrasse uma reação ou mostrasse uma emoção, então os três iriam morrer.
Como muitos já haviam morrido. Tantos já haviam conhecido a agonia desumana que os esperava quando eram amarrados na mesa de autópsia no centro da sala.
Um dia antes, os cientistas tinham torturado um dos seus animais de estimação preferidos também. Como se não pudessem saciar sua fome de sangue, gritos e agonia forçada sobre as castas. Sua vítima, o tenente Coyote Elder, tinha sido uma adição surpreendente de inclemência dos cientistas. Porque, estranhamente, num ato tão fora de caráter para um Coyote, Elder tinha tentado escapar com a mulher dos laboratórios e desligar os geradores que mantinham as criações dos cientistas enjauladas e sob controle.
Elder tinha falhado, no entanto. Ele tinha sido traído por um dos doze que agora se sentavam silenciosamente nas celas enquanto suas vozes represadas começavam a crescer em horror.
A Casta número 107 imaginava se este seria o horror final que iria abater a única mulher no grupo. A jovem do sexo feminino Cheetah também suspeitava ser filha natural da mulher. Aquela que jazia, como se dormindo, na cama pequena em uma cela distante.
Morningstar não estava sendo punida, entretanto, e todos sabiam disso. Todos tinham assistido a vivissecção de Elder no dia anterior e ouviram dos cientistas a conversa murmurada sobre um acasalamento. Então não foi surpresa para 107 quando arrastaram a mulher gentil, chorando da sala fechada onde ela estava confinada desde a tentativa falha de Elder de tirá-la do laboratório.
Seu longo cabelo preto e pesado fluía em torno de seu corpo nu, emaranhado e despenteado de sua batalha com os soldados que tiveram que arrastá-la para longe do corpo inconsciente de Elder, depois que eles foram capturados.
Agora ela estava louca de raiva pela morte de Elder, e a dor do toque dos soldados. Ela lutou contra eles como ele nunca a tinha visto lutar.
Ela xingou, se enfureceu, gritou obscenidades e chamou todos os tipos de maldições contra eles. Seus olhos normalmente castanhos escuros, estranhamente salpicados de azul, eram de um azul glacial agora, como chamas que queimavam em suas feições de nativa americana.
Ela chutou, lutou para se soltar de seus guardas e jurou vingança.
Sem sucesso.
— Bastardos! — ela gritou. — Eles virão atrás de vocês. Meu pai e o pai dele e aqueles que vieram antes. Eles visitarão vocês na calada da noite, seu sangue irá fluir. — Sua voz era áspera e selvagem, 107 nunca tinha ouvido um som da garganta de qualquer criatura, mesmo aqueles das raças torturados em uma base regular.
As narinas inflaram enquanto o cheiro dela chegava até ele.
Pelo canto do olho, ele podia vislumbrá-la enquanto eles a prendiam na mesa de autópsia no centro da sala de cirurgia. Uma vez que inserissem o Intravenoso e gotejamento lento do paralítico chegasse ao seu sistema, então ela seria incapaz de se mover, incapaz de lutar contra qualquer coisa que eles fizessem.
Não demorou muito para que a droga fizesse efeito. Seu corpo foi se soltando, e enquanto ela chorava de dor e horror, os técnicos de laboratório liberavam lentamente as tiras que a seguravam na mesa.
A Casta número 107 não podia ver os olhos deles, mas ele pegou uma pitada de medo humano e compaixão, de horror e desespero silencioso que não pertenciam a Morningstar.
Era a primeira vez que a droga paralisante tinha sido injetada, mas não era para tirar uma criança de seu corpo. A primeira vez que ela tinha sido colocada sobre uma mesa no centro da sala que não era para ser inseminada.
Ela estava ali para morrer e ela sabia disso.
Seus filhos sabiam disso.
A Casta número 107 obrigou-se a fechar os olhos mais uma vez. Concentrou-se nos odores dos humanos e dos Coiotes que fizeram parte dessa prática demoníaca.
Porque um dia ele estaria livre, ele prometeu. Um dia, ele iria encontrá-los, cada um deles, e ele garantiria que eles pagassem pelo inferno que eles criaram dentro destes laboratórios.
Até então, ele não podia fazer nada, apenas conter as emoções agitadas, queimando, rasgando sua alma. Ele não podia fazer nada, apenas guardá-las, colocá-las tão profundamente dentro de seu espírito que não havia chance de que elas jamais emergissem novamente.
Seu peito estava apertado enquanto ele lutava para contê-las. Seus olhos estavam úmidos. Castas não choravam. Eles não sentiam dor.
Ou assim eles foram ensinados.
Eles não foram nomeados, não foram abraçados, acarinhados ou amados.
Eles não saiam para brincar como jovens, nem foram permitidos ter festa do pijama como as crianças humanas tinham.
Porque eles não eram humanos.
Eles eram os animais que andavam sobre duas pernas e que se vestiam, falavam e agiam como seres humanos.
Mas eles não eram humanos.
O entendimento de que eles não eram humanos, que não nasceram, que eles foram criados, era uma de suas primeiras lembranças. Uma das primeiras lições que foram ensinadas.
— Nada vai mudar a morte de vocês. — Os lamentos de sua mãe estavam cheios de lágrimas. E medo. — Nada pode salvar vocês!
E nada poderia salvar sua mãe.
Os cientistas não seriam punidos. Não existiam leis para proteger as Castas ou a mulheres indefesas sequestradas para dar à luz a eles. Não haveria justiça para as criações que ganharam vida dentro destas paredes de aço. Ou aqueles enviados para a morte sobre a mesa mais além.
Morningstar gritava cheia de pânico enquanto o aço frio do bisturi tocava sua carne.
Era um som de horror, de histeria.
O cheiro dela se tornou mais forte. Ele reconheceu a fragrância original, fresca, misturado com o medo sombrio, e ele sabia que sempre se lembraria dela como a da única criatura que já tinha mostrado a ele a bondade.
Havia um outro cheiro misturado com ele, no entanto.
O perfume de Elder estava lá e um cheiro de algo mais profundo, mais forte, que ele sempre tinha associado a uma emoção profunda, sem nome. Uma emoção que ele tinha apenas cheirado quando a viu entre dois seres humanos. Seres humanos que tinham uma ligação que ele nunca tinha entendido.
Era um perfume que ele só tinha sentido quando estava em missão no ano passado. Um que ele tinha vindo a associar com o que os soldados tinham sarcasticamente chamado de amor. Uma mistura de desejo e calor de verão, de conforto e contentamento sobrepostos com uma pitada de adrenalina e emoção. E quando misturados, era uma fragrância que continha um chamado tão forte para ele, que fazia todo o possível para manter a compostura.
E agora se arrependia enquanto jorrava por dentro dele, ao mesmo tempo que ele lutava para conter sua raiva.
Contendo-a, empurrando-a para trás, tomava cada centímetro de força que ele possuía. Seu irmão, 108, estava sentindo a mesma raiva, contendo sua própria fúria.
Nenhuma reação.
Aqueles que existiam dentro deste laboratório tinham visto demasiados descendentes morrer da incapacidade de conter sua fúria, sua dor, o fato de que eles conheciam a emoção e não podiam escondê-la. Que eles conheciam a honra e recusavam-se a ignorá-la.
Eles não tinham permissão para fingir serem humanos. Somente os seres humanos tinham emoções e eles eram animais. Aqueles com a arrogância de acreditar que eles poderiam ser humanos, também foram mortos instantaneamente.
As Castas não eram autorizados a ter emoção, honra, lealdade a nada nem a ninguém fora dos seus criadores, e a eles com certeza não eram permitidos qualquer forma de vínculos entre si ou suas mães. Esses vínculos, quaisquer vínculos, eram a base para a morte instantânea.
— Por favor, Deus, me mate agora...!
Ela estava implorando agora.
Sua mãe. Seu nome era Morningstar e ela era filha de um curandeiro Navajo.
Em sua última missão na semana anterior, 107 havia enviado fotos ao pai dela, um mapa, uma carta solicitando a ajuda, pedindo que ele viesse e salvasse a mulher que tinha conhecido como sua filha.
Ninguém tinha chegado.
E agora Morningstar estava morrendo.
Ele não vacilou enquanto o som de seus uivos se tornava mais nítido, cheios de uma agonia terrível, e o cheiro do sangue dela e horror começava a encher a sala.
Seu olhar deslizou para seu irmão, 108.
Seu irmão gêmeo.
Eles compartilhavam uma outra ligação, que até agora não tinham revelado aos soldados, cientistas ou outras castas com quem compartilhavam as celas. Um vínculo e um conhecimento um do outro, que os levariam a ser mortos, se fossem descobertos. Eles compartilhavam o vínculo com a mãe também, e ele sabia que 108 compartilhava a agonia dela também.
Casta número 107 conhecia seu irmão como ele conhecia nenhum outro. Um conhecimento que lhes permitia perceber e vislumbrar as emoções e dentro do coração um do outro.
Ele teve que inalar lentamente, profundamente, enquanto o cheiro do sangue dela se tornava mais forte e seus gritos de agonia mais nítidos, com o conhecimento terrível do que estava sendo feito para ela.
Uma vivissecção. A dissecação de um corpo vivo.
E ele tinha que ignorá-la. Ele tinha que permanecer exteriormente não afetado.
Ele teve que fingir ser indiferente enquanto sua mãe estava sendo cruelmente torturada pelo cheiro deixado nela por Elder. Nela? O perfume que ele reconheceu em um nível primal era aquele que a marcou como pertencente a Elder. Era um perfume que ele nunca havia conhecido, nunca sentira antes.
Os sentidos de animais que eram tanto uma parte dele, sabiam em um nível primitivo. Que o conhecimento era transmitido ao homem, e embora isso confundisse o homem, ele ainda sabia para o que era uma marca de pertencer que penetrava até a alma e se recusava a ser negada. E neste lugar, no horror da vida em que nasceram, era uma sentença de morte.
Esta era a dor de pertencer a uma Casta? O pesadelo horrível de uma vivissecção por causa de uma mudança dentro do corpo dela? Uma mudança que cada Casta saberia, a marcava como pertencente a uma Casta, se ela tivesse tido a chance de viver? Um perfume que a marcava como pertencente somente a Elder.
Foi assim que Elder tinha sido capturado. Foi por isso que ele tinha sido incapaz de salvar a mulher a quem tinha se unido, porque outra Casta havia detectado a marca e a relatou. Porque uma das “crias” de Morningstar tinha traído o mais forte de todos eles.
Elder.
107 poderia ter entendido se tivesse sido outro Coyote que tivesse traído o comandante Coyote e delatado o cheiro aos seus mestres. Ele poderia ter entendido se tivesse sido um ser humano.
Mas não tinha sido. Tinha sido uma Casta. Tinha sido um dos filhotes da Casta que tinha sido protegido, nutrido e gerado dentro do corpo dela até que os cientistas o tiraram dela.
Era uma Casta que iria morrer, 107 prometeu a si mesmo. Ele mataria o filho da puta e ele garantiria que a Casta sofresse.
Aquele traidor sofreria nos quintos do inferno, assim como Morningstar Martinez agora sofria. Assim como seu companheiro, o Coyote Elder, tinha sofrido em sua tentativa de salvá-la. Ela e as Castas que ela tinha dado à luz.
O voto marcou a sua alma enquanto os gritos se tornavam ainda mais torturados, enquanto eles esfaqueavam em sua alma e quase quebravam seu controle.
Em seu íntimo se retorcia, enquanto ele continha toda a emoção. Era a única maneira de escondê-la. A única maneira de esconder a raiva.
Os músculos de suas coxas eram de aço rígido, as costas cerravam e se abriram dolorosamente. Ele não podia deixar que ninguém soubesse da agonia que rasgava através dele. Uma agonia que não se poderia comparar com a de sua mãe. Seus gritos nunca poderiam coincidir com os dela em agonia, dor e derrota.
E a única maneira de salvar seu irmão, para garantir que 108 não sofresse pelo erro de mostrar sua raiva, era enterrá-la. Enterrá-la tão profundamente dentro de sua alma que não existia, de modo que ele poderia funcionar em meio a ela.
Para enxugar a veia final de pesar, lealdade, e a necessidade de chamar alguma emoção própria, a necessidade de sentir e gritar de raiva.
Tudo o que restava agora era a necessidade de ser livre, a necessidade de saborear, tocar e segurar a liberdade. Conhecer a justiça, entender as leis que ele seguia.
A necessidade de ter um nome.
Ele sentou-se quieto e silencioso, mostrando que nenhuma raiva sua, a agonia ou o enterro lento da fome que havia começado a percorrê-lo no ano passado.
Tudo o que restava era a necessidade de liberdade, a fome pela justiça e a esmagadora fúria por vingança.
Ele queria regras, uma lei a seguir, e naquele momento ele percebeu que não havia nada, ninguém, que ele poderia seguir, apenas a si mesmo.
Ele precisava de justiça, mas se ele não a levasse por si mesmo, então ele nunca saberia, nunca saborearia ou a sentiria.
Ele se tornaria sua própria lei.
Ele se tornaria a sua própria justiça.
E nesse momento, 107 encontrou um nome.
Naquele momento, ele se tornou a própria lei, a sua própria justiça.
Lawe Justice .
Jonas Wyatt olhava para os arquivos espalhados sobre a mesa, fotos, diagnósticos médicos e relatórios de pesquisa gritando de volta para ele em preto e branco enquanto ele esfregava as mãos sobre o rosto cansado.
Os arquivos que finalmente tinham sido decodificados a partir das informações reunidas nos últimos meses eram horríveis. Storme Montague, filha de um dos cientistas chefes no isolado laboratório Omega Andes para pesquisas genéticas da Casta, tinha finalmente entregado as informações que ela tinha guardado por tantos anos.
A morte de Phillip Brandenmore, bem como os arquivos que sua sobrinha havia descoberto, deram-lhes as informações sobre a continuação dos projetos que tinham começado no laboratório Omega.
Continuações que tinham o poder de horrorizar até mesmo ele. E ele tinha acreditado que nem o Conselho de Genética, nem Phillip Brandenmore e suas pesquisas cientistas, poderiam horrorizá-lo ainda mais.
Então, muitas experiências em homens e mulheres inocentes, tanto humanos como Castas, acasalados e não acasalados, alguns testados com cuidado, outros torturados sem parar, eram mais do que ele poderia suportar de uma vez.
A verdade da crueldade que o homem poderia impor pesava em sua alma. A verdade da pura maldade do falecido Phillip Brandenmore, tinha uma tira de horror apertando seu peito.
Ele pensava que tinha visto o pior que o homem poderia fazer para seu companheiro, besta, ou a Casta que existia no meio. E talvez ele tivesse, mas o que ele vira nos arquivos diante dele era tão terrível, talvez pior ainda, porque não foram feitas em nome da pesquisa ou em nome de criar ou melhorar a espécie perfeita que o Conselho de Genética tinha imaginado.
Os arquivos aqui representavam a maldade na sua pior forma. Cientistas que tinham feito o pior que poderiam fazer em nome da ciência, curiosidade e, em seguida, em nome da imortalidade.
Abaixando suas mãos, ele olhou para os arquivos novamente antes de escolher um na parte de baixo da pilha.
Brandenmore havia detalhado este a respeito do som dos gritos das vítimas, desumanos e agonizantes. O som do horror de uma Casta medicamente paralisada a partir de um paralítico personalizado criado pelo Conselho de Genética, que deixava apenas a capacidade de gritar. Por alguma razão, os cientistas raramente tinham desabilitado a capacidade de suas vítimas ao som seu horror, seus pedidos ou sua agonia. E para esta vítima, tinha sido quase interminável.
Um Bengala do sexo masculino, cujo DNA animal era forte o suficiente para que ele fosse rotulado como "primal" superior. Por pelo menos dois anos, a ele tinha sido dada não apenas o soro que Brandenmore tinha criado para reprimir o envelhecimento e curar o câncer que ele tinha tentado eliminar de seu próprio corpo, mas também a droga de controle da mente, que ele havia criado. A droga que já havia sido comprovada ser desastrosa em outra Casta, Dra. Elyiana Morrey, quando ela tinha sido usada para convencê-la que um de seus Executores e decodificadores de código, Mercury Warrant, era um perigo para as Castas.
— Ele foi drogado com o paralisante que o Conselho criou e foi dissecado vivo ao ponto da morte, por três vezes. — Lawe Justice falou da cadeira em frente a ele, sua expressão, sua voz sem emoção, gelada em sua completa falta de sentimento.
As emoções estavam girando abaixo da superfície, embora Jonas pudesse senti-las, como um vulcão pronto para explodir.
— Ele escapou quando os cientistas e os soldados estavam preparando o laboratório para ele e para dois outros sujeitos, para a execução. Ele foi recapturado novamente, dez anos depois. Foi quando a vivissecção começou. Ele escapou da última vez apenas após a morte de Phillip Brandenmore, — afirmou Jonas enquanto ele abria o arquivo e olhava para o rosto da Casta, que tinha sofrido dois anos de testes viciosos e terríveis.
Pálidos olhos verdes olhavam de volta para um rosto duro de bronze cortado com uma tarja. De seu olho esquerdo, através de seu nariz e bochecha direita, a carne era de um ouro escuro vibrante na forma de uma tarja de Bengala.
Seus dentes estavam cerrados, os lábios puxados para trás em um rosnado enfurecido. Caninos afiados apareciam pelos lados dos dentes, brilhando claros e selvagemente afiados.
A imagem abaixo mostrava as grandes e largas mãos acorrentadas a uma maca enquanto um soldado segurava um dos dedos poderosos. O prego era ligeiramente arredondado e a pressão do soldado contra a almofada do dedo, a "garra," tinha sido forçada a partir do leito do prego. Apesar de ter sido arquivado por ser menos letal, era ainda mais duro do que uma unha humana normal, a sua construção e dureza quase igual ao osso, tornando-se uma arma formidável.
— Eles nomearam este. — Lawe comentou sobre o hábito dos cientistas do Conselho de dar números às Castas, em vez de nomes.
— Eles aprenderam o poder de um nome. — Jonas deu um suspiro. — Mas eles deram este nome errado eu acredito. Se queriam reforçar a sua submissão, então eles deveriam ter escolhido um nome muito menos poderoso do que Gideon .
Ele observou enquanto Lawe voltava sua atenção para a pasta idêntica que ele segurava. Jonas poderia adivinhar os pensamentos, os tormentos passando por sua mente.
As memórias.
Memórias da mulher que ele havia chamado de mãe e obrigou-se a permanecer imóvel, com toda a despreocupação aparente, enquanto ela morria debaixo de um bisturi durante uma vivissecção.
— Três vezes, — afirmou Lawe. — Cortaram-no aberto três vezes. — Sua cabeça balançou brevemente enquanto ele levantava o arquivo novamente. — E vamos puni-lo por fazer o mesmo com os bastardos que ele está caçando?
Havia uma veia de raiva na voz Lawe, a desaprovação que Jonas poderia concordar em silêncio, mas não tinha o poder de permitir que continuasse.
— E uma vez que as agências de notícias divulguem que uma Casta cometeu esses crimes, ao invés de um assassino serial? — Jonas questionou a desaprovação de Lawe. — Conseguiremos cobrir isto por um tempo. Lawe, mas não seremos capazes por muito mais tempo. Uma vez que a verdade seja divulgada, vamos ser forçados a matá-lo ou entregá-lo aos tribunais onde teremos a justiça deles contra a nossa. Eu prefiro muito mais capturá-lo, ver se o dano à sua mente pode ser revertido e salvá-lo. Parece não ser menos do que ele merece.
— E mais uma vez as Castas são forçadas a se curvar aos seus fabricantes, — acusou Lawe reprovadoramente.
Apesar do desprezo em seu tom, Jonas sabia da intenção por trás dele. Era a mesma intenção que ele sentiu quando fizera comentários semelhantes. A injustiça de ser obrigado a virar a outra face tantas vezes foi lentamente construindo uma aversão para a realidade da situação deles. E para os seres humanos em geral.
Castas não tinham escolha, senão angariar a boa vontade da sociedade e daqueles não contaminados pela genética animal que as Castas carregavam. Havia tantos deles, e tão poucas Castas, que se a opinião pública se voltasse contra eles, então eles estariam ferrados.
— A busca de Gideon pela menina Roberts está se intensificando, — disse Lawe enquanto ele lia mais. — Três dos cientistas envolvidos nos testes em que ela tomou parte a 20 anos atrás, bem como dois dos soldados, estão mortos. O único sobrevivente, uma mulher, técnica de laboratório, relatou que um homem caiu em seu quarto, a conteve e a questionou extensivamente sobre a fuga dos jovens Bengalas macho e segunda fêmea humana, bem como qualquer amizade que possa ter se desenvolvido entre eles e a menina Roberts enquanto ela esteve lá. — Seu olhar se levantou mais uma vez. — Ela estava apavorada, mas foi deixada viva. Ela foi a única que ele deixou viva.
— E por incrível que pareça, ela não chamou a polícia ou seus empregadores, — ponderou Jonas. — Ela me contatou em seu lugar.
— Ela disse por quê? — O olhar de Lawe se estreitou, uma vez que o levantou para Jonas.
— O conhecimento público de que ela fazia parte dos experimentos e torturas contra não apenas Castas, mas também seres humanos, que poderia potencialmente ser acusada e moverem um processo contra ela, e uma convicção de que poderia mandá-la para a prisão por seis a dez anos. — Jonas deu de ombros. — Ela estava esperando que eu fosse mais brando em troca das informações sobre Gideon e o que ele está procurando.
Ela tinha um tipo de apólice de seguro e Jonas estava com vontade de barganhar, como ela tinha imaginado que estaria. Afinal, a injeção que Phillip Brandenmore tinha dado na filha dele era agora de conhecimento público graças aos arquivos que Brandenmore havia escondido antes de Jonas conseguir raptá-lo. Alguns desses arquivos, as autoridades tinham encontrado antes que Jonas pudesse chegar até eles.
— Será que ela não se lembrar de nada mais do que afirmou em seu relatório inicial sobre a visita dele? — Lawe perguntou enquanto ele olhava para a próxima página e, lentamente, se enrijeceu.
Jonas balançou a cabeça, seu olhar consciente, enquanto ele ignorava a reação do comandante ao que ele tinha lido, ao invés de externalizar.
— Diane Broen e sua equipe devem voltar hoje à noite com o relatório. Eles questionaram a técnica e concluíram uma investigação sobre o desaparecimento da menina Roberts, 12 anos atrás, logo após os outros dois terem escapado da execução. Não há dúvida de que ela fugiu da casa dos pais dela. Estamos simplesmente incertos do por que, onde ela teria ido, ou como ela desapareceu tão facilmente. A partir dos arquivos de Brandenmore, e com base em sua amizade nos laboratórios, Gideon suspeita que os três estivessem juntos em algum lugar. Ele simplesmente não sabe onde. Diane esteve investigando seu paradeiro possível pelos últimos três meses. Eu acredito que ela sabe onde estão localizados os três e que ela está retendo a informação por algum motivo, até que ela chegue aqui.
Lawe ergueu a cabeça lentamente perante a admissão de Jonas que ele havia enviado Diane Broen e sua equipe para a linha de fogo. Durante anos, as Castas e seus inimigos a conheciam como a mercenária Diana. A caçadora. Fora a mesmo cobertura que sua irmã tinha perpetuado quando necessário. Comandando quatro machos humanos e, um de cada vez, duas Castas, ela tinha caçado Castas Coyote desonestos, assim como soldados do Conselho, treinadores, cientistas e apoiadores.
Na verdade, seu nome era Diane Broen, companheira de Lawe. A mulher que Jonas mandou em busca daquele que estava se tornando uma das Castas mais perigosas e trapaceiras, e das três vítimas da pesquisa que poderiam trazer a fúria do Conselho restante por cima da cabeça de Diane.
Jonas esperava uma reação de Lawe, mas a visão da raiva em chamas naqueles normalmente gelados, quase violeta, olhos azuis, foi surpreendente.
Era extremamente raro ver Lawe chateado. Era ainda mais raro vê-lo chateado por uma mulher.
Lawe estava ignorando completamente o fato de que Jonas acreditava que Diane poderia ter as informações que eles precisavam, claro. Nada importava naquele momento, ninguém importava, apenas sua companheira. Se ele tivesse ou não concluído o acasalamento.
— Enviá-la foi a escolha errada, — afirmou Lawe, sua voz retumbante com correntes selvagem.
O desafio subjacente nesse tom tinha arqueando as sobrancelhas de Jonas e ele ficou tenso no questionamento deliberado de sua decisão.
Ele se recusou a permitir-se a reagir, pelo menos no momento. Por Lawe. Forçou-se a exercer moderação ao invés de retaliação imediata como ele teria com qualquer outra Casta.
Lawe estava sendo preparado para assumir a cadeira de diretor assistente, que lhe permitia mais voz de opinião do que a maioria teria. Permitia-lhe privilégios que Jonas nunca teria dado a outro Executor ou líder alfa, Casta ou humano.
Jonas não tinha necessidade de um homem que concordava com tudo, mas ele seria amaldiçoado se ele fosse desafiado muito mais sobre esta decisão particular. Ou de qualquer decisão sobre a busca de três vítimas da pesquisa. Vítimas que poderiam ajudar a encontrar respostas para as mudanças que sua filha pequena estava experimentando. Mudanças que não faziam sentido e que até agora não poderiam ser revertidas ou explicadas.
Especialmente considerando o fato de que ele estava sendo desafiado pela mulher que tinha realizado essa pesquisa. A mulher que Lawe recusou a reivindicar. A companheira que ele recusou a marcar, ou a tomar. O acasalamento que ele estava tentando prender e conter como um animal de estimação. Uma decisão que Jonas altamente discordava e que ele iria bloquear a cada chance.
— E por que isso? — Jonas perguntou enquanto ele fechava o arquivo, restringindo a necessidade de flexionar suas garras em alerta.
Lawe não hesitou em responder-lhe também.
— A missão era muito perigosa. Lidar com as várias forças também procurando a menina, se transformou em um banho de sangue à espera de acontecer. Eu não a quero no meio disso e você também não deveria, considerando que ela é irmã de sua companheira.
— Acasale-se com ela, torne oficial, e acabe logo com isso, então você poderá lidar com a situação sozinho, — Jonas rosnou quando ele sentiu a picada das "garras" ameaçando esticarem livres. — Caso contrário, contanto que ela esteja fazendo com que seus homens cubram os Executores que temos atualmente em missões, eu pretendo usá-los.
E Lawe não poderia cumprir qualquer desejo que ele tivesse de realocar Diane, até que ele tivesse se acasalado totalmente com ela, a marcado e garantido o vínculo do acasalamento entre eles.
Mais ao ponto, até que ela aceitasse oficialmente o acasalamento, Lawe não tinha nenhum direito sobre onde ela ou sobre sua segurança, quando estivessem em causa. Era uma emenda à Lei da Casta que havia sido votada por unanimidade, depois que uma companheira do sexo feminino tinha rejeitado a Casta que a marcou, por causa de sua percepção da falta de honestidade e de seu tratamento para com ela.
Lawe olhou para Jonas por longos momentos, a genética animal que ele carregava dentro dele queimando, na necessidade de desafiar o diretor do Departamento.
Houve também o conhecimento condenatório que ele não tinha direito a esse desafio.
Ele deveria ter sabido que Jonas estava ciente de que o calor de acasalamento, estava se formando entre ele e Diane. Os exames de sangue tinham revelado o potencial para isso no momento em que foram realizados. Mas, ainda mais, Jonas teria detectado que ela carregava o cheiro de Lawe no momento em que Jonas a conheceu.
Um cheiro que o corpo dela havia se recusado a renunciar, desde a noite em que ele ajudara no resgate dela de uma cela de prisão síria, 16 meses antes.
Ele se recusou a dar o passo final que daria início ao calor do acasalamento após a fase preliminar ter passado. Mais um pouco e eles estariam queimando um pelo outro. No momento, era simplesmente irritante e um conhecimento do que estava negando a si mesmo.
Suficiente irritação que ele dirigia por muito tempo, no sentido oposto da menina.
As glândulas sob a língua estavam apenas ligeiramente inchadas; o hormônio dentro delas ainda não tinha começado a penetrar em seu sistema. O tesão que a necessidade causava ia e vinha com regularidade frustrante, mas a necessidade dela ainda não era uma mordida viciosa em suas bolas.
Ele estava simplesmente desconfortável.
Ainda não era um imperativo biológico, mas que seria necessário muito pouco para criar uma fome avassaladora que iria corroer a restrição que ele, até agora, tinha conseguido manter no lugar.
Permitindo a sua fome ter o seu caminho era um passo que ele ainda tinha que tomar.
Beijá-la ou tocá-la de qualquer maneira iria enviar o calor de acasalamento em uma espiral fora de controle. Isso era algo que ele se recusava a fazer.
Perder uma amante à crueldade das forças que tentavam destruir as Castas era uma coisa. Perder uma companheira, a mulher que iria aliviar sua alma e curar as amargas, feridas esfarrapadas que uma Casta mantinha dentro de si, era algo totalmente diferente.
Por um segundo, a memória de sua mãe, tão delicada e frágil sob o bisturi que a cortava, passou por sua mente. Ele ouviu seus gritos, seus pedidos, o momento em que sua voz quebrou e o perfume da sua morte horrível.
As chances de tal coisa acontecer com uma Casta e sua companheira eram muito maiores do que qualquer Casta queria encarar, especialmente aquelas que tinham acasalado.
Companheiras eram protegidas, mantidas atrás das paredes do Santuário, o complexo da Casta Lobo de Haven ou a recém-nomeada base Coyote acima de Haven, o nome de código apropriado de Cidadela. Cada casta não acasalada fizera uma promessa para proteger as fêmeas acasaladas e os filhos de um acasalamento, com a própria vida. Eles eram muito importantes. Eles eram vitais para a sobrevivência da Casta com que foram acasalados e para a sobrevivência futura das Castas como um todo. Não poderia haver chance de que eles fossem prejudicados.
Havia aqueles companheiros que permitiram que suas mulheres viajassem com eles, lutassem ao lado deles, mas eles eram poucos. E, embora os machos das Casta fossem forçados a permitir que as mulheres tivessem liberdade em prol da felicidade feminina, ainda era um risco que Lawe não poderia imaginar se permitir.
— Você vai perdê-la, — Jonas falou baixinho no silêncio, como se ele estivesse ciente dos pensamentos atormentando-o. — Assim como Dawn quase perdeu Seth quando ela separou-se dele. Continue a ignorá-la, Lawe, e a marca do seu perfume irá se dissipar e deixá-lo vulnerável a perdê-la.
Lawe olhou para ele enquanto uma fúria selvagem ameaçava queimar através de seu controle.
— Eu nunca a tive.
Os lábios do diretor se retorceram com uma borda de sabedoria e zombaria quando ele se sentou em sua cadeira, relaxado e à vontade, apesar do fato de que Lawe não conseguir controlar a tensão e a necessidade de confrontar o diretor sobre a posição de Diane no Departamento.
Ela era uma Executora, uma das bem treinadas, armadas, muitas vezes agentes secretos que lutavam para erradicar qualquer ameaça para a sobrevivência das Castas.
— Ela supostamente deveria enviar mensagem de texto de sua chegada, quando seu avião aterrissar hoje à noite, — afirmou Jonas, ignorando o desafio que Lawe dirigia silenciosamente em direção a ele. — Rule já a encontrou no hotel que usamos e obteve as informações que ela conseguiu. Eu sei que ela encontrou algo, mas ela parecia hesitante em discutir qualquer coisa eletronicamente ou por meio do celular via satélite que ela estava usando. Rachel diz que alguma coisa assustou a irmã, e eu estou assumindo que é a razão para reter a informação.
Lawe olhou para Jonas, pensativo, seu olhar se estreitando, as narinas se dilatando no entendimento súbito. Ele conhecia Diane. Se ela se assustou, então ela sentia que estava sendo rastreada ou de alguma forma vigiada.
Diane não era um indivíduo paranoico. E ela foi muito bem treinada para fazer tal erro vital.
Lawe cerrou os punhos enquanto ele forçava a ignorar essa ameaça súbita, sem nome, do animal dentro dele que estava no auge de enfrentar.
— E Gideon? — Lawe perguntou. — Quão perto você acha que ele está de encontrar a menina Roberts ou os outros?
Jonas suspirou perante a questão, uma sobrancelha levantada em um arco, lentamente zombando da contenção de Lawe.
— Ele está mais perto do que nós, eu acredito. Eu não vou saber ao certo até que Diane chegue e conclua seu relatório. Esperemos que ela tenha a informação de que precisamos e ela esteja disposta a entregá-lo.
— E se ele encontrá-la antes de nós? — Lawe perguntou.
Com isso, a boca de Jonas apertou.
— Se ele se tornar uma ameaça e não podermos capturá-lo, então o neutralizaremos. Convoque Dog, Loki, Mutt e Mongrel, e os mantenha prontos para partir em caso de Gideon ser encontrado. Eu não quero correr nenhum risco.
Lawe olhou para ele com surpresa pelos quatro nomes. Essas Castas eram os rastreadores mais altamente treinados e assassinos, a sair das criações do Conselho de Genética. Convocar todos eles era uma prova da ameaça que Jonas temia que Gideon pudesse se tornar.
E para revelar o fato de que eles eram agentes do departamento foi um movimento que Lawe não esperava que Jonas fizesse. Especialmente Dog, cuja cobertura era ainda a de um Coyote do Conselho controlado, embora fosse conhecido como free-lance na ocasião em que os interesses do Conselho estavam preocupados.
— Mande Rule reportar de volta para mim esta noite depois que ele se encontrar com Diane, — Jonas ordenou.
Jonas estava empurrando para esse confronto. Lawe rangeu os dentes de volta, hesitante para enfrentar este problema, ou Jonas, por muito mais tempo. O animal dentro dele estava no auge de resolver a questão de qualquer ameaça a seu acasalamento.
O lado humano, a lógica gelada que o governava, percebeu o erro que seria. Mesmo se Jonas ou a genética animal quisessem admitir isso, Jonas nunca colocaria Diane deliberadamente em perigo. Ela era irmã de sua companheira, ele iria protegê-la tanto quanto possível. Ainda assim, o fato de que ela estava enfrentando qualquer perigo, ponto, fez o estômago de Lawe apertar em reflexo.
Lawe levantou-se.
— Vou me encontrar com ela. — Ele não pode deixar de rosnar a sua resposta ou o comando de sua voz.
Ele seria condenado se ele permitisse que seu irmão, uma Casta com a genética tão semelhante à sua própria, ficasse próximo de Diane no momento. O medo silencioso que a regra poderia, talvez, acabar com acasalamento dela, era um risco grande demais. O medo podia ser apenas a possessividade atacando ao invés de qualquer risco real. Ainda assim, era uma ameaça que ele não podia ignorar.
Caso isso acontecesse, Lawe sabia que ele nunca iria controlar a fúria viciosa que entraria em erupção dentro dele contra seu irmão. Um irmão que havia arriscado a vida inúmeras vezes para salvá-lo.
Lawe moveu-se para a porta, a tensão em seu corpo quase impossível de controlar ou esconder, enquanto ele deixava o escritório de Jonas e se dirigia para o seu próprio.
Castas desonestos, deixando um rastro de sangue através de pesquisa dos cientistas envolvidos no desenvolvimento da Casta eram um problema. A jovem que a Casta estava procurando, e o perigo que ele representava para El,a e as duas vítimas de pesquisa com quem ela estava se escondendo, era nada menos do que horrível.
Mas não era o lugar para sua companheira lidar ou para encontrar qualquer das partes em falta. Era o seu lugar para ficar seguro. Ele pode não ter se acasalado com ela ainda, mas ela ainda era sua companheira.
Iria destruí-lo se ela fosse prejudicada, ou talvez até mesmo morta.
Deus a ajudasse quem ao menos a arranhasse, porque ele iria perder a cabeça, bem como sua perspectiva, e derramar uma faixa de sangue que podia muito bem destruir as castas para sempre.
Ela era tão essencial a ele como o ar que respirava.
Mas enquanto ele não a tivesse, contanto que ele mantivesse distância dela, seu controle, então talvez, apenas talvez, ele tivesse uma chance de sobreviver, de manter o controle e sua sanidade mental se o pior acontecesse.
Era a única chance que tinha de deter a raiva, a pura chama que ele podia sentir pronta para acender dentro de si. A raiva pelas vidas perdidas de muitas castas, também pelos muitos companheiros torturados, e muitos pesadelos que o assombravam.
O conhecimento que agora ele entendia como um Coyote, como Elder, uma criatura nascida para implacável sede de sangue, tinha dado a sua vida por uma minúscula, frágil e impotente casta, afundou-se dentro de sua alma.
Ele daria sua vida, ele daria sua alma por Diane.
Arlington, Virgínia.
Alguns diriam que ele era louco, e não estariam sendo menos do que completamente preciso.
Ele era louco.
Encarando o técnico de pesquisa impotente e apavorado diante dele, Gideon reconheceu esse fato, com uma sensação de remorso dolorido, amargo.
Sua sanidade fora tirada dele a cada dia, a cada injeção, a cada fatia do escalpelo contra a carne enquanto os monstros de Phillip Brandenmore conduziam suas experiências nele.
Tantos anos. Tantos ossos quebrados, tantas experiências endiabradas.
Tantas vezes ele rezou pela morte, e a morte não veio. Mas a loucura sim. Loucura e a sede opressiva do sangue de seus inimigos, e então o sangue daqueles que o haviam traído quando deveriam tê-lo permitido morrer.
Agachando-se até o chão onde ele havia deixado sua vítima aberta como uma águia, Gideon balançou a cabeça e encarou o pânico nos olhos castanho arregalados do pesquisador de tecnologia.
Gideon injetou nele a mesma droga que fora usada para paralisar as vítimas no Conselho e nos laboratórios de Brandenmore.
A mesma droga que havia sido usada nele.
Scott Connelly havia sido um bastardo particularmente sádico quando a questão eram as pesquisas as quais ele tinha sido atribuído. O mau que existia dentro dele, havia saído para se assegurar de que suas vitimas sentissem tanta dor quanto possível.
E elas sentiram dor. Uma dor agonizante e horrível que nunca poderia ser esquecida.
Todas menos uma. Apenas uma daquelas vítimas inocentes tinha sido poupada de sua crueldade, sua loucura. Aquela que Gideon considerava sua última presa.
Vingança pela noite em que a morte estava pronta para enganá-lo e recebê-lo com braços gentis, reconfortadores, e apenas o arrancaram dela. Para receber um sangue que havia manchado o dele, que havia criado uma febre dentro dele que ele não podia suportar. Uma ira de uma fera com a qual ele não podia existir.
Gideon ficou tenso com a memória, ainda tão clara e vívida, a agonia de tantos anos rasgando seus sentidos e fazendo um grunhido involuntário passar por seus lábios.
Os músculos se juntaram ao máximo como se estivessem se preparando para mover e matar, e ele sentiu a boca encher d’água pelo gosto de sangue.
O sangue do inimigo.
Um grunhido primitivo reverberou em seu peito, arranhando a garganta enquanto os caninos afiados apareciam nas laterais da boca.
Ele foi recompensado com gemidos de terror, e pânico. O ar ao redor dele cheirava a medo ,mas isso não ajudou em nada a aliviar a violência primitiva que circulava dentro dele.
Controle, era difícil de se ganhar. E havia sido ganho agora apenas porque era a sua vez de infligir a dor. Sua vítima o aguardava. O odor de seu terror flutuava pelo cômodo. Mas apesar de ser um aroma viciante, fazia pouco para satisfazer a ira construída dentro dele.
Gideon girou o escalpelo entre os dedos enquanto descansava os braços nas pernas superiores, os pulsos parando na extremidade de seus joelhos enquanto ele assistia o antigo técnico de pesquisa. Ele apenas sentiu a aspereza de sua calça jeans contra o lado inferior dos braços, onde as mangas da camisa branca que ele usava, estavam dobrada para trás. Normalmente, as cicatrizes brancas e finas naquela carne não toleravam bem a aspereza da roupa. Mas desta vez, ele mal sentia.
O sangue iria espirrar, ele pensou enquanto contemplava sua vítima. Mancharia a camisa e a calça jeans, mas roubar mais roupas não seria um problema.
—Gideon, por favor— Scott ofegou de sua posição, com as costas no chão, nu no frio do ar condicionado que Gideon havia colocado no máximo.
Qualquer sensação de toque na carne ou nos órgãos seria ampliada por causa da droga. As reações a cada sensação seriam mais puras, mais fortes, permitindo que os cientistas entendessem melhor o que cada ferimento afetaria no corpo.
O bastardo não podia nem ter um calafrio, mas seus dentes batiam de vez em quando. Aquele som era outro sinal de sucesso, de sua vingança ganha com dificuldade, e o ajudava a conter o animal sob a carne.
—Por favor, o quê?— Gideon disse rouco.
O som de sua própria voz nunca falhava em enfurecê-lo.
Quantas vezes tinha estado quebrada com gritos de dor?
Quantas vezes ele havia pedido, implorado e chorado por clemência?
Ele era um Prime, um Casta primitivo. Seu orgulho era tão intenso quanto sua força e habilidades animalescas naturais inatas. Ser levado a tal agonia, tal tortura horrorosa a ponto de implorar, de derramar lágrimas e pedir a morte, havia quebrado o orgulho até o fundo; mas não o havia destruído.
Mesmo nos laboratórios em que ele fora criado não havia dor tão horrorosa quanto a que os Castas eram conduzidos a implorar, a menos que os cientistas pretendessem a morte como a conclusão final daquela experiência.
Os cientistas que haviam criados os Castas nos Laboratórios Denali no Alasca, se orgulhavam da força e poder que enchiam suas crias. Eles não tinham nenhum desejo de quebrar o cabresto de seus Castas ao prejudicá-los a tal ponto.
Os cientistas, assistentes de pesquisas e os técnicos, dos soldados aos zeladores nas profundidades mais baixas das Pesquisa Brandenmore, sentiam grande prazer em fazer exatamente isto. Em transformar suas vítimas Castas em animais implorando por piedade.
E Scott havia sentido mais prazer que a maioria deles em torturar os dois Castas que estavam presos, no que Gideon suspeitava ser, as celas do inferno.
—Implore— Gideon sussurrou ao assistente. —Chore, Scott, e implore piedade ao monstro que você ajudou a criar.
O horror se intensificou nos olhos do homem enquanto os lábios tremiam com o conhecimento do que estava por vir. O olhar dele se concentrou no escalpelo e Gideon não pôde evitar e sorriu.
—Eu devo te dizer qual é a sensação?— Ele perguntou, abaixando a voz até que ela soou gentil, tranquilizante. Isso era nada menos do que aterrorizante para sua vítima.
Porque ele se lembrava. Por Deus, ele se lembrava da agonia, todo dia, cada segundo de sua vida.
O abdômen se apertou com as sensações ferventes do escalpelo fatiando nele enquanto a recordação rasgava por seus sentidos.
Ele rosnou em fúria, fazendo Connelly clamar em horror. Os olhos arreganhados, a certeza da morte relampejando no olhar.
—Por favor, Gideon... — Scott sufocou sozinho as lágrimas, engasgando por um segundo enquanto lutava para respirar. —Por favor, não faça isto. Apenas me mate. Apenas me mate agora.
Gideon sabia o que Scott sentia naquele momento. O modo em que o estômago cerrava e tinha espasmos, recuando em terror enquanto ele lutava para não vomitar. A luta para não implorar, porque pedir não ajudava.
Ainda assim o terror tinha uma mente própria depois de certo ponto, e as palavras se derramavam dos lábios de qualquer maneira.
—Sente até as entranhas— Gideon disse a ele com gosto. —A agonia começa com o primeiro corte, e você acredita que não pode ficar pior. — Ele se debruçou para perto, levando o escalpelo contra a ponta dos pelos cinzas enrolados, cobrindo o peito da vítima. —Mas pode ficar pior, Scott. Muito pior. E quando o ar frio encontrar o calor das suas entranhas, então você poderá jurar que cem escalpelos estão furando os seus órgãos, despedaçando-os com aço dentado e rasgando sua mente junto.
—Por favor, Gideon!— Scott gritou roucamente, as lágrimas começando a cair, o medo se erguendo dentro dele com um odor picante que Gideon inalou com satisfação.
Aquele odor estava ficando viciante. Como uma droga à qual ele não podia resistir. Agora ele sabia, ele sabia por que os Coiotes tinham sede de sangue. O odor doce e acobreado, a sensação deles deslizando como seda molhada nas mãos.
—Por favor— Gideon repetiu o apelo. —Por favor, Scott. Grite para mim em agonia. Por favor, sinta o que eu senti. Por favor, implore como eu implorei. Deus, por favor, deixe-me te assistir morrer como você me assistia cada vez que parava meu coração.
Então Gideon riu e deu uma olhada rápida para o líquido que fluía do pinto flácido do homem.
Scott estava se mijando.
O pobre covarde.
Isso era algo que Gideon não havia feito durante as experiências, mesmo quando o ar frio realmente havia batido em suas entranhas. Até que a dor havia sido pior do que o inferno na Terra, e o corpo dele havia lutado para morrer.
E não havia nada que ele quisesse mais do que fatiar o monstro naquele momento e permitir que ele sentisse a mesma agonia. Ver o sangue vazar da carne à medida que ela era separada. Ver o sangue correr junto ao peito e abdômen e formar uma poça no tapete macio embaixo deles.
Mas primeiro, antes de tudo, ele precisava de informações. Ele precisava de informações mais do que precisava cheirar a morte de sua vítima.
Pelo menos, no momento.
Ele podia esperar para matá-lo. Ele podia esperar até que Scott houvesse dito as verdades, que Gideon sabia que ele tinha. Verdades que o homem escondia de seus amigos, colegas de trabalho e padres. A verdade do paradeiro da pessoa para qual Scott havia demonstrado gentileza naqueles laboratórios. Mas ele não poderia esperar por muito tempo.
—Diferentemente de você e seu cientista, posso ser misericordioso. Eu não quero, mas posso ser. Se você cooperar.
Os lábios de Scott estremeceram à medida que ele soluçava, ranho gotejando do nariz e escorrendo ao longo da lateral da bochecha.
—Qualquer coisa, Gideon— ele implorou desesperadamente. —Qualquer coisa que você queira. Eu juro.
Gideon olhava para o cofre que ele havia achado mais cedo. Na parede através da sala, escondido, não muito imaginativamente, atrás de uma moldura de Scott, a esposa e os dois filhos.
Os filhos não pareciam tão patéticos e fracos quanto Scott. Surpreendentemente, eles se assemelhavam mais à mãe com as feições nórdicas fortes e olhos azuis firmes.
Como Scott Connelly havia conseguido achar uma esposa com tal força quando ele era um macho lamentavelmente patético? Como ele havia criado filhos cujo odor era misturado com o suor de trabalho duro e cujas palmas eram calosas por causa disso? Homens cujas reputações de honestidade e trabalho duro eram tão bem conhecidas na pequena comunidade ,que os pais frequentemente se asseguravam de que seus filhos seguissem os exemplos dos filhos dele?
Talvez eles não fossem filhos dele, Gideon meditou antes de voltar sua atenção para Scott. Infelizmente, Gideon não podia estar certo. As linhas genealógicas não eram odores particularmente sensíveis para ela. Suas forças primitivas corriam para outras áreas.
—A combinação para o cofre— Gideon exigiu, mantendo a voz baixa. —Eu a quero.
A combinação derramou dos lábios de Scott enquanto os dentes tiritavam com o frio que Gideon havia sido criado para ignorar.
Quando ele terminou, Gideon anuiu com a cabeça e então sorriu novamente. Ele sabia a imagem que ele apresentava.
Com a cicatriz do golpe do Bengala através do rosto, a força afiada de seu incisivo e o brilho glacial e impiedoso dos olhos verdes pálidos, ele parecia o animal que havia sido criado para ser. Essa imagem e o frio gelado nos olhos, assegurou ao pesquisador de que Gideon tinha toda a intenção de fazê-lo sofrer o quanto fosse possível.
Estranhamente, a cicatriz primitiva através do rosto era nova para ele. Não havia aparecido até a primeira vivisseção e transfusão de sangue viral dois anos antes. Apenas havia ficado mais escura a cada experiência horrorosa que ele havia sido forçado a suportar. A cada transfusão do único sangue que eles haviam achado que o corpo dele aceitaria depois que a fera o havia tomado doze anos antes.
O sangue dela.
Apenas o sangue dela era compatível. Apenas o sangue dela podia salvar sua vida e a cada transfusão a loucura parecia apertá-lo mais.
Ficando em pé, Gideon se moveu para o cofre, seguiu as coordenadas e zumbiu em satisfação quando a porta de aço se abriu.
Dinheiro, joias, títulos e várias identidades falsas enchiam o interior, junto com uma arma alimentada a laser.
Eram os itens típicos que qualquer um que trabalhasse no Conselho de Genética tinha em mãos, desde a revelação dos Castas e dos experimentos horrorosos que o Conselho de Genética praticava.
Ninguém que trabalhasse com os monstros responsáveis pela criação dos Castas, queria que alguém aprendesse que eles eram ligados. No momento, as pessoas estavam a favor dos Castas e não do Conselho.
Uma vez que tais indivíduos fossem identificados, não seria de se espantar que os Castas caíssem sobre eles com a fúria dos anos de tortura, sangue e morte. Muito discretamente, claro.
—Muito bom, Scott— Gideon murmurou de forma aprovadora enquanto ele enchia uma bolsa com os achados muito lucrativos.
Era seu melhor achado. Scott Connelly tinha sido um pouco mais econômico do que alguns, com o resultado financeiro de ter participando na pesquisa dos Castas no laboratório de Brandenmore.
Que pena. Ele iria perder seu tesouro escondido hoje à noite. Mas, homens mortos não têm nenhuma necessidade de riqueza, e se a pesquisa de Gideon estava correta, então a família da esposa dele protegeria a ela e os filhos da pobreza.
Jogando a bolsa em uma cadeira próxima de sua vítima, Gideon se abaixou ao lado dele mais uma vez e pegou o escalpelo de novo.
—Você prometeu— Scott soluçou de repente. —Você prometeu não me machucar.
—Não, eu disse que seria misericordioso— Gideon o lembrou pacientemente. —Mas nós não acabamos ainda. Há algumas outras coisas que eu preciso antes de ir embora.
Scott morreria, isso não havia dúvidas. A consciência de Gideon não permitiria que ele deixasse o bastardo viver, continuando a viver impune pelos crimes que havia cometido contra cada lei da natureza.
—Honor Christine Roberts— ele disse o nome lenta, claramente, observando os olhos de Scott o tempo todo. —Como eu posso achá-la?
Scott fora o vigia principal dela enquanto ela estava no centro de pesquisa. Havia registrado os efeitos do soro aplicado nela. Ele a havia vigiado depois de ela ter sido solta por seu pai, um general do Exército dos Estados Unidos que era ligado ao Conselho, e havia sido Scott quem havia procurado por ela depois que ela fugira doze anos antes.
Ela não havia sido a favorita dele, mas havia sido seu objeto de estudo mais importante. O único que ele sabia que o Conselho nunca se arriscaria a matar.
O olhar de Scott chamejou e o odor de medo espessou. Havia mais do que medo ali. Estranhamente, havia um odor de — afeto? Scott Connelly sentia algo por alguém? Algo que ele evidentemente nunca havia dito a ninguém se o odor queria dizer qualquer coisa. Mas ainda mais, ele sabia de algo. Gideon estava certo disso agora.
Gideon sorriu.
—O que você sabe, Scott? Diga-me, meu amigo, então eu poderei ir embora tão silenciosamente quanto cheguei.
Gideon correu o escalpelo ao longo do estômago do homem, assistindo a trilha fina de sangue escoar do arranhão fundo e arrancou um grito aflito de sua vítima. —Não perca seu tempo mentindo para mim. Eu posso farejar. E apenas vai me deixar mais puto se eu tiver que te perguntar novamente.
Ele deixou a ponta do escalpelo apertar mais fundo na carne vulnerável e suave da pélvis do homem. Uma conta de sangue desceu lentamente ao longo do interior da coxa dele.
—Ninguém sabe onde ela está— Scott balbuciou pateticamente, a voz alta, apavorada. —Tudo que os Coiotes que haviam trabalhado com Brandenmore puderam descobrir, foi que ela poderia ter estado em contato com uma das outras meninas que estavam nos laboratórios com ela, logo antes de ela ir embora.
Gideon quase amaldiçoou. Porra, ele não esperava por isso. Não havia ouvido os rumores de que o Conselho ou Brandenmore suspeitavam de que ela e as outras duas estavam vivas. Ele suspeitava que Scott soubesse, mas Scott era o único, e ele não acreditava que Scott revelaria esse conhecimento a qualquer outra alma viva.
—As outras duas foram exterminadas. — Gideon declarou a história que suas outras vítimas haviam contado. A história que eles haviam acreditado.
Gideon se deixou aparentar ser um pouco menos ameaçador, fingindo que não sabia da sobrevivência delas isso encorajaria o antigo pesquisador a falar. Se Scott pudesse salvar sua lamentável vida, ele entregaria a própria família, e seu projeto de pesquisa - desde que não fosse a sua favorita. Desde que essa pessoa não fosse a única criatura na face da Terra por quem Scott Connelly parecia possuir qualquer afeição. Mas, não havia nada tão importante para Scott quanto sua própria vida.
—Não, não. Elas não estavam. — Scott soluçou. —Deveriam estar. — A voz dele engatou violentamente com medo. —Elas estavam sendo transportadas para a instalação onde deveriam ficar. Então o Bengala conseguiu se soltar de suas correntes e atacar o motorista e o soldado que os transportavam. O furgão ficou destruído e as duas escaparam. Ninguém sabia para aonde elas haviam ido, mas acharam evidência de que havia outra pessoa lá.
Havia sim. Gideon estivera lá. Mas ninguém deveria saber disso. Mesmo depois de ele ter sido recapturado semanas depois, longe da área, fraco e quase morto, eles nunca haviam pensado em questioná-lo sobre eles. E Gideon nunca havia usado a informação. Mesmo quando teria aliviado a dor que eles infligiam, pelo menos uma vez.
Decepção ainda podia ser percebida na voz de Scott. Havia apenas uma pequena sugestão, e Gideon sabia que o pesquisador estava escondendo mais.
Gideon permitiu que o escalpelo raspasse ao longo do osso do quadril de Scott, descascando a pele em carne viva enquanto ele gritava de dor.
—O que você sabe, Scott? — Gideon abaixou a voz, o tom de advertência, uma aspereza perigosa.
Scott estava soluçando. Gideon sabia como era sentir uma camada fina de pele descascada da carne viva e a carícia agonizante do ar frio encontrando a carne.
—Pode doer mais— ele advertiu o assistente de pesquisa. —Muito, muito mais. Eu quero tudo Scott. Diga-me tudo o que você sabe.
Os lábios dele tremeram um segundo antes de ele chorar de dor e medo. E fúria. Gideon conhecia a agonia da fúria quando a força de vontade quebrava e o instinto de sobrevivência entrava em ação. —Elas estão com um índio velho. Eu não sei o nome ou quem ele era e estou me lixando. Ele estava procurando por uma menina que havia sido sequestrada décadas atrás pelo Conselho. Todo mundo sabe que ele estava procurando por ela. Tudo que eu tinha era um e-mail de contato. Ele era radical sobre sua identidade. Eu enviei um e-mail dizendo o local e a hora aproximada em que eles estariam lá. Mas Brandenmore achou alguns homens que viram este índio velho levá-las para um café três dias depois de sua fuga. Elas comeram e então foram para o oeste. Eles estavam em Missouri. A garçonete se lembrava deles claramente apesar do tempo, porque a menina parecia doente e o menino tinha um braço quebrado.
Ido para o oeste. E sim, a menina tinha estado doente. Com a enfermidade que ela havia infectado Gideon também. Que ainda o infectava.
—E uma equipe foi enviado? — Gideon perguntou.
—Não. Não. — Scott tragou firmemente. —A equipe ainda está em Missouri tentando identificar o índio. Faz muitos anos. Eles têm que achar o índio para achar as crianças que agora são adultos. E eles não têm nenhuma ideia de como eles devem estar agora. — Ele lambeu os lábios nervosamente, e esperou. —Eu destruí todas as fotos deles. Todos os arquivos porque eles supostamente deveriam estar exterminados.
Apenas Gideon havia sido recapturado. Porque eles o haviam deixado. Deixando-o no frio e vazio da noite depois de infectá-lo com a enfermidade dela. Depois de tê-lo tirado do abraço gentil da morte.
—Você deveria ter escapado. — Scott soluçou novamente. —Eu te dei os meios para fazer isto. Eu te ajudei também. — A ira encheu os olhos dele. —Ela me forçou a isso. — As lágrimas estavam despejando dos olhos dele, ranho correndo em fluxos. —Como você poderia ter escapado tão facilmente, Gideon, depois de tantos anos de fracassos? Você e o menino. Isso era tudo com o que ela se importava, você e aquele maldito menino.
Gideon não sabia disso.
Ele não era exatamente um menino, se Gideon se lembrava corretamente. Ele estaria nos seus trintas. Como Gideon, ele havia suportado a pesquisa por anos antes das meninas serem acrescentadas. A pessoa que havia sido programada para o extermínio, era uma coisinha submissa se Gideon se lembrava corretamente, e ele estava certo de que se lembrava.
Cabelos escuros e grandes olhos escuros. Ela tinha apenas quatorze anos na época da fuga, assim como a outra menina, Roberts. Foi apenas algumas semanas depois da fuga dos outro dois, que ela fora embora para casa.
Honor Roberts havia simplesmente desaparecido depois de deixar uma carta para sua mãe. Aquela carta, como Gideon próprio havia lido, era um adeus, e a esperança de que a mãe pudesse entender. Embora a mãe parecesse tão confusa quanto qualquer outra pessoa que a menina havia deixado.
Gideon não estava confuso.
Honor Roberts fora muito inteligente, mesmo nos laboratórios. E ela sempre parecia conhecer, e ouvir, mais do que seria bom para si mesma.
Ele estava apostando a própria vida no palpite que havia aprendido, ou suspeitado, de que os cientistas das pesquisas estavam tentando convencer o General Roberts a permitir que eles fizessem mais testes nela.
E ele estava apostando, uma vez mais, sua vida que os outros dois houvessem contado a ela. Eles haviam sido próximos nos laboratórios, então nem ferrando que eles haviam perdido completamente o contato depois que os outros dois ficaram livres.
Ele apenas sabia que tinha que achar a outra menina. Aquela com os grandes olhos escuros e expressão vulnerável. Aquela que ele havia abraçado apesar do castigo por vir, depois de uma sessão particularmente brutal e experimental com drogas que estavam injetando nela.
—Muito bem. — Gideon suspirou com as memórias inúteis. —O que mais Wallace te disse?
Ele ainda tinha que alcançar Wallace, mas ele estava em sua lista. Sua hora chegaria.
—Eles tinham uma lista— Scott ofegou. —Uma lista de nomes, de índios que eram conhecidos por estarem na área no momento, mas não viviam lá. Mas eu sei que a pessoa que eles estão procurando, não estava naquela lista. Quando eu ouvi que era um índio, eu soube quem era e não disse a eles. Percebi ao longo dos anos e me certifiquei de que seu nome nunca aparecesse.
Gideon pendeu a cabeça para o lado curiosamente. —Sério?
Ele não estava mentindo. Filho da puta ganancioso. Ele pensava que podia capturá-los e ganhar a recompensa, sem dúvida.
—Quem era?— Ele perguntou.
—Havia uma menina que o Conselho havia matado, quando descobriram que ela havia acasalado com um dos soldados Coiote— Scott disse rouco. —Vinte anos atrás. Morningstar Martinez. Ela fora tirada de Window Rock, Arizona, por causa dos supostos talentos psíquicos que ocorriam em sua família. Eu sei que o irmão dela, Terran Martinez, estava na área naquela época, mas ninguém mais o conhecia. E eu nunca disse a ninguém. — O olhar dele era atormentado. —Eu deixei passar, Gideon. Eu os ajudei a fugir. — Ele soluçou. —Isso não conta alguma coisa?
—Para alguma coisa— Gideon concordou, mentindo tão facilmente quanto os treinadores do Conselho o haviam ensinado enquanto ele estava sob seus cuidados nada gentis.
Esta informação era interessante. Muito, muito interessante. O Conselho de Genética sempre procurava por criadores que mostrassem, ou cujas famílias mostrassem, uma alta taxa psíquica ou outros talentos paranormais.
Gideon considerou as informações por longos momentos, se perguntando se ele podia satisfazer sua necessidade de vingança sem derramar sangue agora. Sem ouvir Scott Connelly gritar em agonia inumana.
Por que ele estava aborrecido? Ele se perguntou. Por que ele se importava se o filho da mãe acreditava que Gideon havia mentido para ele ou não, uma vez que ele havia começado a torturá-lo?
Porque, Gideon admitia, havia feito uma promessa.
Ele havia prometido piedade.
Cortar as entranhas do homem enquanto ele vivia não seria considerado misericordioso, ele pensou resignado. E, infelizmente, Gideon não podia pensar em uma morte pior para ele poder assegurar Scott de que a vivisseção seria menos dolorosa.
E isso era uma merda, ele admitiu para si mesmo.
Scott havia dado a ele algo que ninguém mais tinha, porém—ele havia tentado satisfazer o animal que rosnava inquietamente do lado de dentro. Isso contava para algo, ao menos para a clemência.
O pesquisador havia tentado ajudá-lo em sua fuga, Gideon não sabia disso. Mas o que ele sabia, diria a qualquer um que o torturasse. Gideon não podia permitir isto.
Infelizmente para Scott, isso não contava para uma moratória.
Gideon finalmente movimentou a cabeça devagar.
—Nenhuma vivisseção para você, Scott. Você fez o que os outros não conseguiram, me deu algo útil.
Alívio misturado com desconfiança encheu os olhos de Scott.
Não havia nada que Gideon pudesse fazer quanto à desconfiança, porque ele não poderia explicar que ele realmente morreria.
—Tenho que ir agora. — Gideon lançou o escalpelo de lado enquanto ficava de pé e deu uma olhada rápida em torno da sala.
O travesseiro pequeno no sofá chamou sua atenção. Movendo-se para ele, Gideon o pegou antes de retornar para a sua vítima.
—Aqui. Eu erguerei a sua cabeça para que você não se sufoque com o seu próprio ranho. — Ele bufou. —O que não seria um jeito confortável de se morrer.
—Gideon.
Ele pausou enquanto encavara o monstro impotente e vulnerável que um dia enchera seus pesadelos, mas não iria mais.
—Sim, Scott?— Arqueando a sobrancelha zombeteiramente ele encarou o rosto marcado com lágrimas enquanto ele se lembrava da zombaria que um dia o havia encoberto.
—Você está atrás da menina, não é? — Os lábios de Scott estremeceram enquanto mais lágrimas caíam. — Você está atrás de Fawn.
Gideon trancou o incisivo afiado em advertência.
—Estou atrás de todos eles, Scott. Todos. E pegarei o que me devem. Nunca duvide disso.
—Eu fiz de tudo para mantê-los escondidos. — Ele tragou firmemente. —Para te ajudar. Eu não sabia que eles usariam as vivisseções em você. Eu não estava lá no dia em que a decisão foi feita. Eles não me advertiram a tempo.
—Ninguém me advertiu também. — Gideon encolheu os ombros enquanto se movia uma vez mais para colocar o travesseiro embaixo da cabeça dele.
—Gideon, se eles a acharem primeiro... — Scott tragou firmemente. —Descobrirão que eu os escondi todos esses anos.
—E isto quer dizer? — Ele realmente não se importava.
—Ela é especial— ele sussurrou. — A última vez que eu testei o sangue dela, havia hormônios adicionais. As mudanças não faziam sentido. Mudanças que os cientistas a teriam matado, para entender - e ainda vão.
—E por que você se importa?— Gideon ergueu a cabeça de Scott para ajustar o travesseiro embaixo dela.
Abaixando-se atrás dele, ele empurrou o travesseiro no lugar.
—Ela é minha filha— Scott sussurrou.
—Mentiroso!— Gideon rosnou no mesmo momento em que torceu a cabeça de Scott com força brutal.
O som da espinha de Scott rachando se chocou com o odor da morte imediata enquanto Gideon fechava os olhos e lutava contra o choque, e o remorso, que ele insistiu em sentir.
Ele se recusou a considerar as palavras finais de Scott porque elas não importavam. Nada podia fazê-lo mais determinado a ter sua vingança, nem mesmo a paternidade de sua presa.
Ele deveria ser capaz de matar facilmente, ele pensou em vez disso, sem remorso ou culpa. Ele nunca deveria sentir a necessidade de manter sua promessa de clemência quando ele próprio nunca a havia recebido.
Ele apoiou a cabeça de Scott no travesseiro e encarou a figura flácida abaixo. Suavemente, ele fechou os olhos vazios que ainda refletiram o alívio miserável que ele havia sentido no momento de sua morte.
Gideon se recusou a reconhecer aquele vislumbre de resignação que havia ouvido na voz do homem. Como se ele soubesse que morreria em um segundo.
—Eu não poderia te permitir viver— ele disse suavemente enquanto olhava o rosto inanimado do homem que o havia torturado por tantos anos. —Os monstros não podem ter permissão de viver além de sua utilidade, Scott. E sua utilidade acabou.
Então o olhar dele foi pego pela fotografia daquela maldita família.
Puta que pariu. Ele não queria ver isto. Ele não queria ver nem considerar a família que retornaria mais tarde.
Ainda assim a consciência dele se recusava a permiti-lo fazer o contrário.
Ele vestiu sua vítima antes de levantá-lo e levá-lo para o sofá onde ele o deitou contra as almofadas como se o homem estivesse cochilando em vez de ter entrado no inferno. Então ele limpou a urina e o excremento do chão, deu fim aos trapos que usou e cuidadosamente retornou a sala à sua condição prístina.
A esposa de Connelly era considerada uma mulher compassiva, gentil. A semana que Gideon havia passado observando a família e aprendendo seus hábitos, ele havia achado razão para acreditar nisto.
Os dois jovens que eram seus filhos eram considerados amigáveis e generosos, que riam e apreciavam a vida com um senso de humor aparente e amor às pessoas.
Mesmo aos Castas.
Eles não mereciam achar o pai morto nu e obviamente torturado. Seria uma visão que eles nunca esqueceriam. Uma que Gideon lamentaria deixar para eles.
Mas onde ele havia achado a habilidade de se importar, ele não estava bem certo.
Scott Connelly não havia dado a mínima para ninguém ou para qualquer coisa naqueles laboratórios, exceto à menina cujos olhos grandes e escuros assistiam o mundo com resignação sombria. Gideon havia mostrado aos cientistas que havia achado durante os últimos meses a mesma falta de clemência que eles haviam mostrado a ele. Mas, enquanto ele assistia a família de Connelly durante a última semana, ele se achou lamentando pela esposa e os filhos que viviam sob a tirania do bastardo que raramente estava em casa e que se importava em quase nada com eles.
Eles estariam em paz agora.
Se apenas ele pudesse achar um minuto dessa paz também...
Saindo da sala de estar ele apagou as luzes, então saiu da casa tão silenciosamente quanto entrou. Partindo pela porta dos fundos, ele deixou o sistema de segurança desativado e não se preocupou com quaisquer impressões digitais que pudessem ter ficado.
Ele não tinha nenhuma.
Elas foram queimadas e descascadas há muito tempo, ficando apenas calos e carne encrespada no lugar.
Movendo-se pelas sombras do quintal, ele fez seu caminho até o parque à vários quarteirões da casa e então para onde havia estacionado a pick-up preta que havia roubado uma semana antes.
Jogando a bolsa de dinheiro e os outros artigos sobre o banco do passageiro, ele ligou o veículo e saiu da fenda escurecida onde havia estacionado.
Ele usaria sua identidade falsa e compraria um veículo na manhã seguinte e se livraria da caminhonete roubada. Faria a viagem adiante mais segura.
Se ele dirigisse dia e noite, alcançaria seu destino depressa.
Window Rock, Arizona, a casa de Terran Martinez e sua família.
Gideon havia ouvido falar de Morningstar Martinez e conhecia bem a história do Casta Coiote que havia acasalado com a Casta favorita do laboratório. As informações achadas durante as vivisseções haviam sido usadas na Pesquisa de Brandenmore e no soro criado lá.
E aparentemente a casa da infância dela era agora a casa da menina, que durante algum tempo, ele apenas havia conhecido como objeto número 4. A menina que agora pagaria o preço pelos últimos dois anos de experiências agonizantes que Gideon havia sofrido.
Quando ele a achasse, ela se acharia infligida com a mesma dor, o mesmo tormento e a mesma agonia que Gideon havia sofrido por sua causa.
A hora dela chegaria.
Mas primeiro, antes de tudo, havia um pequeno problema que ele precisava lidar. O time de mercenários, quatro homens e uma mulher, que procurava pela menina também.
Ele podia matá-los. Ou, ele poderia achar um jeito de fazer contato com a chefe, o único membro do time em quem ele confiava, e usá-lo para se assegurar de que ele estivesse perto o suficiente para tomar a menina quando ela fosse achada.
Não havia nenhuma dúvida de que sua presa nunca confiaria nele. Ele se lembrava de sua dor, sua fúria, as ameaças que ele havia feito enquanto ela o assistia com aqueles olhos escuros, torturados.
—Eu te acharei. — O grunhido que deixou a garganta dele, era animalesco e enfurecido com o sangue que fluía nele, queimando-o, acordando a genética animal que a perda de sangue dele havia silenciado. —Vocês dois pagarão. Eu me assegurarei disto.
—Você terá que nos achar primeiro, Gideon. — A voz de Judd havia falado suavemente de um ponto atrás da cabeça dele. Um ponto que Gideon não podia ver, porque ele não podia girar a cabeça. Ele não podia atacar. Ele só podia falar.
—Eu acharei os dois— ele jurou para ela à medida que ela soluçava.
—E eu me certificarei de que você não o faça— Judd prometeu. —Nós te esconderemos antes nós partir, nos certificaremos de que você esteja seguro. Mas você não saberá onde estamos. E nunca terá a chance de nos prejudicar.
Ele acharia ambos. E manteria a promessa que havia feito. Os dois pagariam.
Havia poucas coisas que Diane Broen odiava mais do que aterrissagens noturnas e forçar seu corpo cansado a ir para mais outro quarto de hotel.
Um dia destes, ela se prometeu enquanto entrava no salão de entrada do hotel caro e exclusivo para onde Jonas Wyatt os havia mandado, ela teria sua própria cama, seu próprio apartamento e suas próprias roupas para enchê-lo.
Em vez de qualquer uma daquelas que estavam mala, estivesse suja ou não.
—Chefe, não se esqueça da reunião que nós temos com o contador enquanto estivermos na cidade— Thor, o grande sueco loiro de voz profunda a lembrou enquanto eles entravam no hall do hotel em D.C. e se dirigiam para os elevadores.
—Nós temos um compromisso?— Ela perguntou enquanto arrastava as bolsas atrás de si e lutava para conseguir andar o suficiente para chegar ao quarto.
Três meses. Ela e os quatro homens que um dia haviam lutado com o tio dela e agora seguiam seus comandos, estavam na trilha de um dos objetivos mais enganosos para o qual ela já havia sido enviada.
Eles haviam seguido terroristas, salvado vítimas de sequestro, fornecido segurança para os mandatários do estado, reis e até alguns personagens sombrios, mas nunca na história de seu tempo, os homens do tio dela haviam falhado em completar um trabalho. Até agora.
Era como se ela tivesse desaparecido da face da Terra e a mensagem que havia recebido na noite anterior ao retorno à D.C. não tivesse concordado com sua mente.
Uma mensagem anônima havia sido deixada no seu quarto de hotel e uma advertência de que havia um espião muito perto dela. Um espião que não se importava em matar. E com a mensagem havia uma referência de um local que ela ainda não conseguia acreditar.
Inferno, ela não precisava disso.
—Eu marcarei um horário, chefe— Thor prometeu. —Mas você tem que ir.
—Sim, sim, sim— ela disse com um suspiro enquanto esmurrava o botão do elevador e assistia os números iluminados descerem enquanto o elevador se movia dos andares superiores de volta para o salão de entrada.
Ela havia acreditado na advertência, assim como a havia odiado. Havia coisas demais em jogo, e ela não arriscaria os homens sem mais informações.
Ela se debruçou contra a parede e encarou os quatro homens.
O sueco, Thor, era seu gerente financeiro. Ele os mantinha solventes e bem fornecidos. Ele pagava as contas e deixava os contracheques deles em dia. Próximo a ele estava Aaron, o perito de logística, emergências médicas e agente de viagens. Brick era seu perito em comunicações e fornecia as informações tecnológicas enquanto Malcolm cuidava das armas e, antes deles se juntarem à Agência de Negócios da Raça, havia programado suas missões.
Eles haviam perdido dois de seus homens depois de se juntarem à Agência. Castas que haviam lutado com eles desde que o time os havia salvado de um pequeno laboratório vários anos antes. Eles haviam partido para segurança do Santuário, a colônia felina na Virgínia.
Agora Diane e seu time restante eram consultores peritos da Agência, um título nobre para garotos de recados como ela gostava de pensar, mas a mantinha perto de sua irmã, Rachel, e a filha de Rachel, Amber.
Mantinha-a perto o suficiente para se assegurar de que nunca mais ela seria incapaz de ajudar a irmã e a sobrinha quando elas precisassem.
O elevador chegou com um aviso sonoro.
—Ei, chefe, quer que eu leve a sua bagagem?— A voz de Thor era mais suave enquanto ela abria os olhos e o encarava.
Ela estava cansada, e evidentemente parecia cansada também.
Ela estava ciente dos outros três homens a assistindo curiosamente.
—Eu mesma levo, Thor. — Ela se endireitou enquanto as portas abriam e um casal deixava o elevador. As expressões eram cautelosas enquanto o olhar se movia pelo grupo de aparência nada respeitável.
Diane riu silenciosamente para Thor enquanto ela entrava no elevador e pegava seu olhar enfadado. Ajustando a bagagem nos ombros, ela quase desejou ter estudado a oferta dele.
Sim, ela teria adorado ter feito Thor carregar o equipamento dela. Os ombros dele eram muito mais robustos dos que os dela, e ele carregava sua própria bagagem como se não pesasse nada. Mas o tio dela a havia advertido de que não importava o quão cansada ou ferida ela estivesse, ela tinha que carregar sua própria bagagem se queria que eles a respeitassem. No dia em que ela não pudesse carregar sua própria bagagem e não estivesse ferida, seria o dia em que seus homens começariam a protegê-la em vez de segui-la. Seria o dia que ela perderia seu comando.
Ela havia lutado muitos anos pelo respeito deles para arriscar. Ela não iria desistir dele porque estava sem dormir há algumas noites, para retornar aos EUA a tempo de seguir a ordem que havia recebido e completar sua missão.
—Cara, eu preciso de uma cerveja fria, uma mulher morna e uma cama suave— Aaron disse, suspirando enquanto se debruçava contra a parede do elevador, os olhos castanhos refletindo o mesmo cansaço que todos eles sentiam.
Diane bufou enquanto se debruçava contra a parede também e esperava pelo décimo andar. —Cerveja fria, chuveiro morno, e uma cama suave. — Ela suspirou.
O pensamento de um homem morno deslizou por sua mente e ela imediata e violentamente empurrou o pensamento de volta.
—Aqui vamos nós — Thor respirou em alívio quando as portas abriram. —Eu te informarei do encontro, chefe.
—Eu estarei lá— ela prometeu. —Assim que Wyatt ouvir meu relatório nós provavelmente seguiremos para aquelas férias que sonhamos.
Era a única distração que ela tinha para explicar seu desaparecimento assim que ela desse a entender, que desistiria desta missão.
Mas ela não iria desistir.
A menina que ela estava procurando era muito importante e havia muitas forças convergindo ao redor dela para Diane desistir agora.
—Noite, chefe. — Thor seguiu na direção oposta, para seu quarto.
—Noite, chefe— Malcolm ecoou enquanto cruzava o corredor para seu quarto.
—Até mais, chefe. — Aaron seguiu Thor, e foi mais além no corredor, os ombros inclinando apenas um pouco.
Aaron realizaria seu desejo de ir para casa ver seus pais. Brick poderia se encontrar com a mulher com quem vivia há alguns anos, e Malcolm tinha uma irmã que queria visitar. Thor havia falado sobre orçamentos, contadores e livros contábeis. Ela deu um tchau com as mãos descuidadamente sobre o ombro para seus homens enquanto seguia para seu quarto. Alcançando a porta, ela anuiu para os Castas Executores atribuídos para guardar o andar do hotel exclusivo em D.C. reservado para os Castas VIPs visitando a cidade.
Hoje à noite, ela estava em casa.
Ela podia sentir a sujeira dos últimos três dias no corpo, e as longas horas gastas no meio do deserto antes disso, não ajudavam. E não parecia importar aonde ela fosse, as informações que ela estava procurando sempre estavam à frente deles. Assim como a mulher que ela estava atrás.
Lawe começou a subir a escada, preferindo ela ao elevador para ajudá-lo a aliviar a tensão que apertava seus músculos.
Quando a porta da escada se fechou atrás dele, o som do elevador o fez pausar quando as portas abriram e Rule entrou no corredor.
Vestido de preto, o Casta Leão Executor com a insígnia no ombro direito e o cabelo preto puxado para trás revelando as feições e o brilho forte dos olhos de topázio, não parecia irmão gêmeo de Lawe. Havia uma semelhança, forte o suficiente para não colocar a linhagem genética em dúvida.
Ele pausou enquanto girava e via Lawe, um franzir marcando a sobrancelha.
—Jonas não mencionou que você viria para cá.
Os lábios de Lawe se apertaram.
—Você não fica cansado das maquinações dele?
Rule bufou.
—Todos nós ficamos. Se o fato de matá-lo não causasse apenas mais problemas, eu mesmo o mataria.
Era um refrão regular de cada Casta que entrava em contato com o diretor.
Rule balançou a cabeça e então encarou Lawe questionadoramente. —Por que você está aqui?
—Porque Jonas está brincando com a gente— Lawe rosnou. —Ele sabe que ela é a minha companheira, Rule.
Rule anuiu firmemente.
—Seria difícil não perceber. Ela estava com o seu odor quando a encontrei pela primeira vez. Fiquei pensando se você me diria quando acontecesse e por que você havia fugido dela.
A curiosidade no olhar do irmão gêmeo era impossível de não perceber. Lawe a havia ignorado por meses, e não pretendia explicar isso agora.
—Eu não acasalei com ela. — Os dentes de Lawe cerraram com a especulação nos olhos do irmão. —Jonas te mandou para tentar me forçar a isso.
Os lábios de Rule se afinaram. Ele não gostava dos jogos de Jonas mais do que qualquer outra pessoa, mas Lawe podia ver algo mais no olhar do irmão. Algo que o deixou tenso com a possibilidade de o irmão poder se tornar um problema quando a questão era Diane, assim como Jonas estava se tornando um problema.
—Não acasalou, é?— Rule perguntou suavemente. —Diga-me, Lawe, o que você pensa sobre a ideia de Jonas e Ely de que se um Casta não reivindica sua companheira, então um parente genético, ou irmão, pode ter essa chance?
As narinas de Lawe chamejaram com sua tentativa de conter a raiva instintiva que tomou seu corpo por causa da pergunta.
Jonas e o especialista em Castas, Dr. Ely Morrey, pareciam concordar que se uma fêmea não estava fisicamente acasalada, então o primeiro estágio do calor do acasalamento a deixava vulnerável para outros machos.
Esse primeiro estágio, quando quantidades minuciosas do hormônio apareciam nos pelos finos cobrindo o corpo do Casta, ou quando algo tão simples quanto uma alisada de lábios pela carne, podia atiçar hormônios suficientes para ativar sua habilidade de se tornar uma companheira. Isso, combinado com uma resposta sentimental, Ely havia levantado a hipótese, podia permiti-la acasalar com outro Casta.
Lawe não tinha nenhuma ideia se isso já havia acontecido no passado, mas de forma nenhuma ele permitiria Rule e Diane provarem isto.
—Não vá lá, Rule — Lawe o advertiu suavemente. —Não acho que o seu horóscopo disse que hoje era um bom dia para morrer.
Rule ergueu o braço e coçou a nuca enquanto dava um suspiro pesado.
—Jonas te quer fora disso— Rule disse enquanto descia o braço novamente. —Eu concordo com ele. Você não a quer, não quer o acasalamento e eu entendo isso. Isso não significa que ela deva ser deixada vulnerável para qualquer Casta completar o acasalamento. Um Casta talvez incapaz ou pouco disposto a utilizar as forças dela.
—Usá-la você quer dizer?— Lawe questionou com desdém glacial. —Não doure a pílula, Rule. Nós dois sabemos que Jonas não quer perdê-la e seu time. Ele sabe que eu a tirarei de cena no segundo em que eu puder.
Rule encolheu os ombros. —Ela é uma ótima guerreira. Você a destruirá se fizer isso, Lawe. Por outro lado, acho que eu podia lidar com isso.
Lawe não pôde evitar e riu, mas o som não era nada divertido. —Vá achar sua própria mulher. Esta aqui está fora de limites para qualquer Casta com a intenção errada de até mesmo tentar tal coisa.
—Mas você não a reivindicou—Rule assinalou suavemente. —Sabe, Lawe, nós somos irmãos. Gêmeos idênticos, apesar das diferenças em nossas aparências. Eu não quero amar uma mulher ao ponto disso marcar a minha alma. Se você não a quer como sua companheira, dê-me essa chance. Eu cuidarei dela.
Ele estava falando sério?
Lawe encarou Rule e uma vez mais foi atingido por um frio estranho que habitava nos olhos de seu irmão nos últimos meses. Havia a chance de o irmão dele estar realmente falando sério.
—Por que você apenas não foge para casa enquanto eu considero o seu pedido?— Lawe grunhiu mas sentiu o animal sombrio à espreita nele acordando e tentando tomar sua humanidade.
Os lábios de Rule tiveram um espasmo. —Enquanto você está considerando a ideia, eu apenas entrarei aqui e farei as coisas andarem, por que não?— Apesar da diversão, havia uma pontada de advertência no tom de Rule.
O grunhido que enrolou os lábios de Lawe e fez seus caninos relampejarem, foi a primeira indicação de que a genética animal estava se soltando da coleira na qual ele a mantinha.
Rule não voltou atrás. A sobrancelha ergueu e ele cruzou os braços através do peito e encarou Lawe. —Você não faz isto frequentemente— ele assinalou friamente. —Você está deixando ela te comandar.
—Não, você e Jonas que estão tentando fazer isso — Lawe rosnou. —Que diabo te faz pensar que pode me forçar a acasalar? Mesmo Cabal nos disse que ele não tinha nenhuma atração pela companheira de seu gêmeo Tanner. O que te faz pensar que seria diferente para você? Inferno, o que faz Jonas e Ely acreditarem que tal coisa pode até ser considerada?
—Porque eles foram criados de forma diferente, Lawe. Nós somos realmente gêmeos. Fraternais talvez, mas ainda assim a genética é mais forte do que Cabal e Tanner, e nós compartilhamos um laço que eles não possuem. Vale a pena descobrir se essa genética permitiria que eu reivindicasse a mulher que você não quer. Além disso, é uma informação que o Dr. Morrey pode ser capaz de usar no futuro se a minha habilidade de ser o companheiro dela for possível.
Lawe quase agitou a cabeça, desejando forçar um nível de convicção em seus sentidos. E realmente aceitar que seu irmão houvesse considerado tal coisa.
—Você tomaria o que é meu?— Lawe perguntou, pouco disposto a admitir sua confusão.
—Você não vai reivindicá-la, Lawe— Rule rosnou. Era um grunhido baixo que insinuava a mesma raiva interna que Lawe estava sentindo. —Você não a quer. Eu não quero uma companheira que possa me destruir. Parece uma troca suficientemente justa para mim.
—Você não a quer também. Não como ela merece. Então que diabo te faz pensar que valeria a pena a briga que eu vou começar? Caia fora daqui, Rule. — Não havia nenhuma chance de ele deixar seu irmão ao redor de sua companheira. —Saia daqui antes que eu faça algo que nós dois vamos nos arrepender.
O irmão dele começou a girar e ir pelo corredor em direção ao quarto de Diane. Lawe podia ver sua intenção, senti-la, e ele não iria aceitar isso.
Ele estava se movendo antes mesmo de estar ciente do impulso. Por aquele momento breve, o animal dentro dele se rebelou e agiu antes dele poder freá-lo.
Rule estava contra a parede enquanto Lawe apertava o antebraço contra sua garganta com força. Os Castas de guarda no corredor avançaram e então deliberadamente se contiveram de se mover de seus postos.
Os Vips que eles guardaram eram mais importantes do que sua curiosidade felina ou os instintos relativos à violência que se erguia entre os dois irmãos. Mas eles ainda assim assistiam curiosamente e Lawe estava muito ciente deles.
—Não!— Ele disse com um grunhido no rosto do irmão. —Não destrua o laço que tivemos desde o nosso nascimento, Rule. Dê o fora dessa porra.
Os lábios de Rule se curvaram em diversão apesar do braço poderoso que Lawe apertava em sua garganta.
A diversão zombeteira que ele tinha momentos antes retornou ao olhar. —O odor que você colocou nela pode se apagar eventualmente— Rule o advertiu. —Não é forte o suficiente para fazer qualquer coisa além de um Casta parar e então se assegurar de que ela é compatível com os Castas. Se eu não aproveitar a minha chance, então outro Casta irá. Qual você prefere, Lawe? Que outro acasale com ela ou aquele que você sabe que a protegerá com sua própria vida?
—Outro Casta não receberá a advertência que eu estou te dando. Eu apenas o matarei, porra. Fique longe dela, cacete, ou eu te farei desejar ter ficado longe.
Antes de o animal furioso nele poder atacar e prejudicar o irmão que ele havia prometido proteger, Lawe o soltou antes de bater o dedo no painel do elevador.
O som do elevador soou antes de a porta abrir.
—Por nós dois— Lawe declarou com muito mais restrição do que realmente sentia.
O olhar estava preso em um confronto mudo, um medindo o intento do outro e a força por trás antes de Rule finalmente dar um lento aceno com a cabeça.
—Desta vez— Rule declarou suavemente. —Só desta vez, Lawe. Mas antes de eu ver outro tomar o que eu sei que deveria ser seu, eu passarei à sua frente e eu mesmo a reivindicarei. De uma forma ou de outra, não importa a inimizade que poderá ser criada entre nós.
Lawe cerrou os punhos ao lado do corpo e se forçou a conter a raiva que pulsava em suas veias e mantinha seus instintos animais em uma extremidade afiada.
Ele odiava essa sensação. A de que existia outra entidade dentro dele e que ameaçava roubar o controle que ele havia polido ao longo dos anos.
O olhar permanecia bloqueado no do irmão até que as portas do elevador se fecharam e o pequeno cubículo levando Rule fez sua viagem de volta ao salão de entrada do hotel. Ele ficou lá de pé, assistindo os números dos andares passarem até alcançar o salão de entrada.
Ele se forçou a ficar lá, de guarda, e esperou enquanto lutava contra os instintos primitivos que o rasgavam.
Ele havia conseguido se manter à distância durante os últimos meses ,desde que havia salvado Diane e percebido que ela era sua companheira. Ele havia acorrentado seu impulso e se assegurado de que podia negar esse impulso selvagem de reivindicá-la. A cada vez que eles se encontravam a batalha ficava mais dura, mas ainda assim ele conseguia fugir.
Enquanto ele marchava para a porta dela, o controle que ele possuía pela maior parte de sua vida estava se desvanecendo. A parte animal dele estava arranhando seu caminho e tomando a vanguarda de seus sentidos, e sua atenção estava presa em um odor único, sutil.
O odor de sua companheira.
Companheira que até agora era a parte racional e lógica que o cérebro dele estava gritando para negar. Ele não podia tê-la. Ele não se permitiria arriscar. Mas ele podia se assegurar, pelo menos por um tempo, que o odor que ele havia colocado nela era forte o suficiente para manter até mesmo Rule a distância.
Por pouco tempo.
Diane terminou de jantar e limpou sua bagunça quando de repente pausou dentro da kitchenette, o olhar correndo para a porta com o som de uma chave nela.
O silvo suave era um som que a maioria das pessoas nunca teria percebido, mas a maioria das pessoas não havia sido treinada pelo tio paranoico dela.
Talvez paranoico fosse a palavra errada a se usar. O tio dela era muito cauteloso.
Nesse segundo, ela arrancou a arma do coldre que usava na parte de trás da calça. A pequena arma a laser usada na defesa pessoal, tinha o estilo antigo da Glock que o um dia o exército havia usado, mas continha todo o poder dos rifles a laser com mira ajustável.
O estouro de energia podia arrancar um homem do chão ou abrir um buraco do tamanho de uma bola de boliche.
—Abaixe a arma, gatinha. Sou só eu.
Diane congelou, a arma ainda segura na coxa por ambas as mãos enquanto a porta abria e ele entrava.
Sou só eu. Não existia “só” nessa história quando a questão era Lawe Justice. Não havia nada tão simples quanto essa palavrinha implicava.
Confiante, poderoso, um animal supremo e tão alfa quanto podia ser, ele entrou no quarto como se o local pertencesse a ele.
Ele era complicado, poderoso, misterioso e dissoluto, mau e sedutor, e o corpo inteiro dela pareceu inundar com calor ao vê-lo.
Diane permaneceu quieta, a mandíbula fixa em uma tentativa deliberada de demonstrar controle sobre si mesma e sua reação ao som sombrio, o tom de intenção sexual tão forte que fez o corpo dela querer se derreter.
Havia noites quando pensava nele, no toque pelo o qual ela doía de desejo, atormentando-a a ponto dela se perguntar se talvez ele já não possuísse uma parte dela. No mínimo, ele possuía suas fantasias, o erotismo dela, as fantasias sensualmente atormentadoras desde o primeiro momento em que ela havia aberto os olhos e o havia achado de pé sobre ela.
Alto, os ombros largos, o corpo poderoso, o cabelo preto comprido e espesso estava muito mais longo do que na última vez em que ela tinha visto. Ele parecia tão perigoso quanto ela sabia que era. Tão primitivo e barbaramente intenso quanto ela sentia que ele era.
A calça jeans encaixada nas pernas longas e poderosas, o quadril envolto por um cinto de couro nos quadris musculosos. A camisa de algodão branco, os braços cruzados no peito e um tórax impressionante. Botas pesadas cobriam os pés, uma correia de prata descendo pela bota.
Ele parecia gostoso o suficiente para uma provada, e a boca encheu d’água com a vontade de fazer exatamente isto.
A barba por fazer sombreava seu rosto, a maior parte dos Castas não conseguia ter uma barba cheia, mas aquela aparência sensual de matar poucos, se permitiam ter. E isso era exatamente como Lawe parecia hoje à noite. Um olhar que parecia despi-la até os ossos, de sexo selvagem e a necessidade de montá-lo até que ambos estivessem exaustos.
Não que fosse levar muito tempo para alcançar o esgotamento depois dos últimos três meses e por uma procura que a havia deixado quase louca. Mas havia sido um bom trabalho.
—O que você está fazendo aqui?— Primeiro guardando a arma, ela então soltou o coldre antes de caminhar pelo quarto. Passando pela pequena sala de estar enquanto Lawe entrava no quarto, ela se moveu para a cama onde deitou a arma na mesa de cabeceira antes de se virar para enfrentá-lo.
—O que eu estou fazendo aqui devia ser bastante óbvio. — As sobrancelhas negras dele formaram um V entre o gelo intenso dos frios olhos azul violeta, que a varriam.
Olhos muito frios. Ela nunca podia entender o que ele estava pensando, e ela com toda a certeza não tinha nenhuma ideia do que ele sentia de um segundo para o outro. Mas ela queria. Havia horas em que ela teria dado qualquer coisa para ver através do gelo do olhar dele.
—Se você diz isso— ela concordou com uma sugestão de escárnio. —Cheguei sã e salva, Lawe, então você pode voltar para seu próprio quarto, sua própria casa ou onde quer que você esteja dormindo agora. Entregarei meu relatório a você quando eu o passar para Jonas de manhã. Estou muito cansada para o interrogatório hoje à noite.
Ela frequentemente se perguntava onde ele dormia. E com quem. Havia um rumor de que Lawe passava pouquíssimas noites só e que sua sexualidade com toda a certeza não descansava.
Ela sabia que a Agência tinha vários apartamentos na cidade, assim como um acampamento seguro, onde ele e outros Executores de alto nível ficavam quando estavam em D.C.
Que diabo ele estava fazendo aqui tão tarde, simplesmente não fazia nenhum sentido. Lawe Justice raramente, se não nunca, ficava em hotéis a menos que tivesse a suíte presidencial. E ela sabia que as três suítes presidenciais estavam ocupadas pelos líderes russos dos Lobos, Coiotes, assim como o líder russo dos Felinos.
—Eu teria me preocupado com você se eu não soubesse que você havia chegado segura. — Ele a surpreendeu com a resposta. —Que ótimo que está bem. Você acabou de chegar e posso ver o quão pouco cuidou de si mesma. Que bem fez eu te salvar da morte certa se você apenas vai cometendo suicídio lentamente?
Nunca se poderia dizer que os Castas não protegiam seus recursos com todas as suas habilidades. Eles faziam isso. Ao ponto de ele estar aqui hoje à noite para se assegurar de que ela havia chegado bem e estava segura em seu quarto.
—Prefere que eu faça isso rápido? Está ávido para se livrar de mim, é?
Ele bufou.
— É muito ruim te ver enfraquecer dia a dia.
Por que, Deus porque, ela pensou com escárnio selvagem.
Sim, certo, era por isso que ele estava aqui, para averiguar a saúde dela.
Mentira.
Ele estava lá pela mesma razão que ela não conseguia tirar ele da cabeça. Porque nenhum dos dois tinha o autocontrole ou a força suficiente para ficar longe um do outro. E isso a apavorava. Nos dez meses desde que ele a havia salvado de uma sucursal do inferno no Oriente Médio, ele não havia apenas consumido as fantasias dela, mas também seus pensamentos e sua determinação de não gostar de ninguém exceto Rachel e Amber.
Ela não precisava disso. Não aqui, não agora, não agora que ela estava tentando tomar tantas decisões sobre sua própria vida em risco.
Enquanto ela se movia para enfrentá-lo, ela assistiu o olhar dele ir dela para a cama, e então voltar.
A cama era convidativa, estava pronta para eles se qualquer um dos dois tivesse a coragem de ir além.
O chuveiro a aguardava. Eles podiam compartilhá-lo, ela pensou, mas ficaria apertado. O pensamento da água aquecida caindo no corpo duro e nu dele fez com que os joelhos dela enfraquecessem com a excitação e a necessidade de tocá-lo.
Apenas tocá-lo.
Como ele a havia tocado na Inglaterra logo antes de ele partir e voltar para os EUA depois de salvá-la. O modo como ele havia acariciado a bochecha dela com os nós dos dedos.
Ou logo após Brandenmore finalmente ter sido capturado por Jonas Wyatt. Ele a havia encontrado em Nova Iorque naquela noite antes de ela voar para o Peru para outro trabalho.
Ele não a possuíra. Ele apenas a havia tocado, os dedos calosos dele brincando com a pele dela como se a sensação do toque fosse o próprio êxtase.
Ela nunca tinha ficara despida e nem ele. Ele não a havia tocado abaixo da cintura e ele não havia dado a ela a liberação que o corpo dela estava clamando. Mas ele fazia com que ela o desejasse.
Inferno, ela não deveria querê-lo assim. Ela não deveria se permitir querê-lo assim.
Ela deveria estar na cama dormindo por causa da diferença do fuso horário e da frustração, se ele fosse apenas embora. Ela podia se apressar e se masturbar, fazer uso do vibrador escondido em suas bolsas e então descansar por algumas horas antes dela ter que se encontrar com seu chefe.
—Bom, eu estou sã e salva— ela disse finalmente, quebrando o silêncio tenso e crescente entre eles. —Você pode parar de me proteger agora e me deixar dormir um pouco antes de eu enfrentar o chefão mala pela manhã.
Não que Jonas fosse realmente ruim, mas ela não o deixaria saber que ela realmente gostava dele. Ela tinha o pressentimento de que ele tomaria vantagem deliberada do fato, e isso não seria nada engraçado.
Assim como Lawe tomaria vantagem da fascinação que ela tinha por ele, se ele soubesse disto.
Deixá-lo saber seria o maior erro que ela poderia cometer.
Lawe continuava observando-a. O olhar era como uma carícia dominante e poderosa que ela não podia evadir.
A sensação daquele toque invisível nunca falhava em deixá-la nervosa e balançada. Ela podia sentir o sangue começando a correr apressado nas veias, o coração ficando eriçado e elevado. O clitóris inchado com fome dolorida e desespero sexual. Maldição, ela precisava que ele fosse embora, então ela poderia pelo menos tê-lo em suas fantasias.
—Por que você ainda está aqui, Lawe?— Ela perguntou. Ele estava destruindo os nervos dela com a intensidade de seu olhar azul violeta e com a certeza de que realmente havia emoções correndo por baixo daquela camada de gelo glacial e tranquila.
—Você deveria saber o porquê de eu estar aqui.
Ela agitou a cabeça em um movimento apertado, aos arrancos. Oh, Deus, agora não era a hora para isso. Não quando ela estava tão cansada, e tão fraca. —Eu não tenho nenhuma ideia, e realmente não dou a mínima.
Deus a ajudasse, ele a estava matando.
Se ela tivesse que ficar fascinada por um homem neste momento em sua vida, por que tinha que ser um Casta? E por que tinha que ser este Casta em particular? Havia um nível de independência dentro dela que francamente o apavorava e ela sabia o porquê.
Ele era protetor.
Ele a sufocaria com camadas de proteção se ela permitisse que ele fizesse isto. Isso era o que ele faria com qualquer mulher que ele chamasse de sua. Inferno, mesmo as amantes dele tinham sido conhecidas por reclamar da insistência dele de guarda-costas e alta segurança. Elas reclamavam de não poderem fazer compras, almoçar com as amigas e apreciar a vida.
Por um minuto, por pouco tempo, ela poderia gostar, mas Diane se conhecia e sabia que isso a destruiria. Ela e Lawe. Ele nunca poderia aceitar que sua mulher estivesse em perigo, e ele com toda a certeza não poderia aceitar que a mulher que ele pensava que fosse sua companheira, estivesse em perigo.
E ele pensava que ela era a companheira dele.
Ela quase estremeceu com o pensamento.
—Você precisa ir, estou cansada e preciso de um banho, e não posso lidar com você hoje à noite— ela replicou, se forçando a confrontar o único homem que já havia fantasiado em querer a vida inteira.
Ela tinha trinta anos de idade, pelo amor de Deus.
Ela havia se acostumado às acusações de que era frígida, lésbica, insensível, robótica. Não a ofendia ou a feria há muito tempo. Na maioria dos casos, ela sinceramente se divertia.
Para os homens que ela conhecia, dormir com uma mulher não era nada além de caçar um alce e colocar a cabeça em uma prateleira de troféus. Eles usavam os mesmos instintos e frequentemente a mesma astúcia.
Mas este homem, ele fazia com que ela sentisse algo. Esse Casta. Ele fazia o coração dela correr e o corpo aquecer. Ele fazia o clitóris dela inchar, os mamilos enrijecerem e, oh, sim, ela sabia muito bem e ele sentia isso.
Ele era um Casta, afinal. Todos aqueles sentidos poderosos. A sensação do olfato, a visão e a audição eram quatrocentas ou quinhentas vezes mais poderosas dos que a de um humano normal.
Ele provavelmente podia sentir o cheiro da boceta dela ficando úmida.
As narinas dele chamejaram enquanto ela permitiu que as sobrancelhas se arqueassem zombeteiramente.
Oh, sim, ele podia cheirar.
—Você se atrasou na chegada do aeroporto— ele declarou e ela percebeu que a voz dele era muito mais profunda do que ela estava acostumada a ouvir. Desde o momento em que ele havia falado antes. Como se a genética animal que ele carregava, de repente, houvesse ficado viva de um modo que nunca havia acontecido antes.
Ela estremeceu com o pensamento.
—Eu estou realmente cansada, Lawe. — Ela não tinha o tempo ou o coração para tomar parte na batalha que ela sabia que ele estava procurando. —Nós podemos adiar isto para amanhã?
Exatamente o que “isto” era, ela não estava certa de que realmente compreendia ainda. Tudo o que ela sabia era que se ela se permitisse tomar o que procurava, se ela esticasse os braços e o agarrasse, ela estaria cometendo um engano supremo. Um que podia acabar a destruindo.
Ela não queria um guardião ou um carcereiro, e isso era o que Lawe se tornaria. Ela não podia aguentar o pensamento.
—Engraçado, cada vez que estamos juntos e o odor de sua excitação começa a encher o ar, de repente você me corta depressa— ele meditou, chocando-a com o comentário. —Como você consegue, Diane? Conte-me o seu segredo, amor. Talvez então eu possa controlar a minha própria fome tão facilmente.
—Eu me lembro depressa de como os Casta podem ser chatos— ela o informou nitidamente. —Você acha que eu tolerarei por um minuto sequer ser controlada por você sem te dar um tiro? Então Jonas teria que atirar em mim. Rachel provavelmente choraria e— Ela encolheu os ombros como se tivesse ido longe o suficiente.
Os lábios dele se ergueram em diversão. —Pelo que vejo você já pensou longe.
—Gosto de estar preparada. — Enganchando os polegares no cinto ela continuou a assisti-lo cuidadosamente. —Como é o ditado? Antes só que mal acompanhada? Prefiro machos seguros e tranquilos, não Castas. Eles não me criticam tanto e me deixam ir e vir como eu quero.
Oh, grande engano. Ele a assistia com o olhar perigosamente estreito.
—E quantos desse machos não Casta você preferiu, Diane?— A voz dele se abaixou enquanto ele começava a se mover para mais perto, se tornando sedoso e sombrio, sedutor. Ele podia convencer uma mulher a tirar a calcinha apenas com a voz, ela pensou com uma extremidade de fome. E quando ele aumentasse o calor, como diabos ela conseguiria resistir a ele?
Ela ficou perfeitamente quieta enquanto ele se movia até ela. Ele ficou entre ela e a parede.
Ela deveria ter corrido, mas isso teria sido o mesmo que admitir a derrota. Além disso, ele era um macho Casta — a pior coisa que uma mulher poderia fazer era correr. Ela se tornaria uma presa então. Um encanto erótico que Lawe não ignoraria.
—Isso importa?— Ela teve que se forçar a permanecer quieta enquanto sentia a bochecha dele contra seu cabelo.
—Oh, importa. — Isso era definitivamente um grunhido em sua voz. —Mais do que você imagina.
Ela definitivamente ouviu um estalo baixo e perigoso dos dentes dele atrás dela enquanto ele terminava de falar.
—Que diabo você está fazendo?
Ela cedeu. Ela se moveu para longe dele, subjugada e desprevenida pelo efeito que ele tinha nela.
As mãos dele prenderam os ombros dela, segurando-a no lugar enquanto uma respiração afiada era expelida de seus pulmões.
—Eu quero te morder, Diane— ele rosnou. —Eu quero vir por trás de você, encher a sua doce boceta com o meu pau e prender meus dentes na lateral do seu pescoço enquanto eu sinto os tremores do orgasmo agitando seu corpo. Seja muito cuidadosa, querida, porque, confie em mim, será algo que nenhum de nós irá se recuperar. — O corpo dele se apertou mais contra as costas dela, os quadris imergindo, roçando, apertando o pau contra a fenda do traseiro dela enquanto ela sentia os joelhos enfraquecerem.
Uma mão caiu no quadril dela, segurando-a no lugar enquanto Diane tentava se livrar uma vez mais, a respiração áspera e desigual, enquanto o prazer começava a rasgar por seu corpo.
A outro mão dele acariciou do braço dela até a barriga, puxou a camiseta para cima e em uma piscada de olhos, ele estava próximo da carne curva inchada e sensível dos seios dela e os dedos dele buscaram e começaram a tocar um mamilo tenro.
—Lawe!— Ofegante, tomada de um prazer súbito, subjugante e incerto, os dedos dela agarraram o pulso dele em seu quadril enquanto ela sentia a respiração prender no peito por alguns preciosos segundos.
Entre as coxas a boceta cerrou e derramou os fluidos enquanto o clitóris começava a pulsar furiosamente.
A necessidade de gozar estava gritando por seu corpo, fazendo os músculos apertarem enquanto ela lutava para achar sensação suficiente contra o clitóris para fazê-la voar. Talvez então ela pudesse achar seu controle novamente.
Isto era o mais íntimo que eles já haviam chegado, o máximo que eles já haviam ousado se tocar. Ambos sabiam o que o calor do acasalamento faria a eles, da mesma maneira que eles sabiam o que havia lá, entre eles, proibido, mas pronto para sair de controle.
Algo estava definitivamente saindo de controle agora. Como um fogo-fátuo queimando tudo no caminho, as sensações e a ânsia queimavam a resistência e o bom senso dela.
—Lawe — ela sussurrou o nome dele desta vez, o gemido agonizado de excitação era uma indicação das sensações exaltadas que chamejavam através de suas terminações nervosas. —Por favor. Não faça isso comigo.
Ela não podia mais aguentar o pulsar de desespero. Os músculos da coxa apertando, não aliviavam a dor. Estava começando a sair de controle, a necessidade penetrante quebrava suas defesas e roubava sua habilidade de respirar.
Era apavorante. Exultante. Era a coisa mais perigosa que ela poderia se permitir acontecer.
—Deixe-me te mostrar o que você nunca achará com outro homem, Casta ou não. — Selvagem, feroz, ele rosnou as palavras na orelha dela enquanto a mão acariciava o quadril dela até o zíper da calça jeans.
Abrindo o zíper com um estalo, ele empurrou os dedos para o lado de dentro.
Ela devia pará-lo, ela sabia. Ela nunca deveria ter permitido que ele fosse tão longe. Ela não podia se permitir afundar nessas sensações.
Mas estava acontecendo.
As coxas dela se separaram enquanto os dedos dele encontravam os pelos suaves dos cachos entre as coxas.
Ele não a beijou. Mas naquele momento cada pensamento dela estava se concentrando no que ele estava fazendo, e não no que ele não estava.
Foram pouquíssimas preliminares, mas ela não precisava delas hoje à noite. Quando os dedos acharam a racha saturada e sensibilizada da boceta e as dobras inchadas da carne entre as coxas, ela se perguntou se ela, de alguma maneira, havia perdido a cabeça naquele momento.
Porque não havia nenhum modo do toque de qualquer homem, ou Casta, ser tão bom assim.
Ela realmente não sentia a sensação de repente estalando pelo corpo como algo tão distante quanto o prazer que rasgava por seus sentidos.
Um gemido deslizou pelos lábios dela. Áspero, roto, ecoava com o êxtase que se construía e a necessidade que ela não podia controlar.
Ela não queria controlá-la.
—Lawe, isso é perigoso!— A voz dela estava cheia com necessidade de mais, o medo de mais, a exclamação veio quando os dedos dele acariciaram ao redor do clitóris dela, agarrou-o e começou a bater nele.
Os joelhos dela fraquejaram enquanto ela arqueava sensualmente com o prazer eroticamente doloroso. Ela podia apenas respirar, as sensações eram muito brilhantes. Tudo o que ela podia fazer era abrir mais as coxas. Balançando os quadris para mais perto, Diane ergueu os braços para segurar na nuca dele enquanto os dedos dele soltavam o broto apertado, deslizavam mais e então afundavam dentro das profundidades apertadas da boceta dela.
Ela gemeu. Os músculos internos apertaram os dedos dele dobrados e convulsionaram ao redor deles.
—Sinta seu corpo ordenhando os meus dedos. — O grunhido no tom animalesco e primitivo, fez o útero dela se apertar com pulsação atrás de pulsação de excitação erótica. —É assim que você agarrará o meu pau, Diane. Tão gostoso e quente. Será como uma luva ao redor dele, envolvendo e sugando meu pau até que eu esteja explodindo dentro de você. — Os dedos dele empurraram mais fundo, a sensação áspera e calosa. —Até que eu esteja bombeando tão duro dentro da sua boceta que nós estaremos agonizando. Apertado tão firme dentro de você que nós nos perguntaremos onde começa um e o outro termina.
E ela não se importaria.
Ela estava tão perto.
Ela não se importaria de onde ele começaria e onde ela terminaria. Tudo o que ela se importava agora, era com o prazer e a necessidade de gozar que batia na circulação sanguínea como uma febre.
—Tão sedosa e quente. — Os dedos dele a aliviaram antes de ele empurrar dentro dela novamente, duro e fundo e arrancar outro grito roto dos lábios dela.
—Eu quero te saborear, Diane. — A voz dele era mais gutural, mais áspera do que nunca. —Eu quero te foder com a minha língua, saborear todos os seus fluidos doces e te sentir gozando por mim. Eu quero saborear o seu prazer até que eu esteja afogando em você.
—Lawe, por favor. — Ela não podia aguentar isto. A necessidade de gozar era crescente, apertada, queimando dentro dela até que ela sentiu como se chamas estivessem lambendo por seu corpo. —Apenas faça isto, maldição.
—Acasalar com você?— Os dedos dele estavam bem no fundo ela, acariciando, roçando contra as terminações nervosas como nunca a haviam tocado e ela estava muito sensível para aguentar isto por muito mais tempo. —Eu deveria me acasalar com você, Diane? Dar a você o meu beijo e te deixar louca com o calor que nos encherá?
—Por que você está fazendo isso comigo?— Ela gemeu quando a realidade ameaçou se intrometer.
Um gemido se formou no peito enquanto as sensações começavam a se fundir em uma conflagração quente e branca, sobre a qual ela não tinha mais nenhum controle.
Ela podia sentir a liberação se formando, sentia o útero, a boceta, o clitóris apertando, alcançando, se apressando em um êxtase impetuoso.
—Você é minha— ele sussurrou na orelha dela enquanto os dedos a acariciavam, esfregavam, empurrando o tecido tenso. —Meu odor te cobre. É o meu toque que você deseja e só ele satisfaz a sua bocetinha quente e gostosa.
Os dedos dele estavam se movendo mais duro dentro dela. Mais rápido. Ela podia sentir o início se despejar por ela, como uma onda saindo de controle, batendo nela, construindo, surgindo—
Ela queria gritar.
—Por que você está fazendo isso?— Ela clamou, desesperada para gozar enquanto ele a atormentava —Por favor, Lawe...
—Não pense em deixar outro ter você, Diane— ele rosnou na orelha dela, beliscou-a. — Porque nenhum outro te dará isso...
Mais duro.
Os dedos dele a fodiam com um ritmo que a fazia ofegar com a selvageria do prazer, alcançando, clamando e dando toda sensação quente e clara que ele soltava dentro dela.
Quando o êxtase bateu, ela não podia fazer nada além de se erguer para ele e arfar para pegar o ar, a boceta apertou os dedos, convulsionando, derramando mais de seus fluidos enquanto a liberação vinha com um poder que a deixou fora de controle.
Ela nunca havia conhecido algo tão intenso, erótico e primitivo. Um orgasmo nunca havia sido tão violento, um êxtase que não possuía nenhum controle, nenhuma negação ou realidade além de Lawe e a culminação de seu toque.
Com Lawe, não havia nenhuma forma de se segurar, nenhum modo de aliviar qualquer coisa ou controlar.
Ela era dele.
Dependia dele para ficar de pé e não cair no chão.
Dependia dele para se segurar, compartilhar seu calor, a batida do coração, protegê-la dos poucos momentos frágeis em que ela ficava indefesa e incapaz de se proteger.
Ela era dependente de Lawe para voltar ao seu próprio corpo depois de voar pelo tempo e espaço. Aliviar a selvageria de cada choque, sussurrar seu nome em sua orelha, trazê-la lentamente de volta para a Terra antes de ele tirar seus dedos do aperto convulsivo de seu sexo.
Afundando contra ele enquanto ele a girava em seus braços, uma mão apertando a cabeça dela contra seu peito enquanto o som do coração furioso dele batia contra sua orelha. Sob a batida furiosa um rosnar primitivo de macho reverberou enquanto um soluço quase rasgava do peito dela.
O aperto dele, o modo em que ele se embrulhava ao redor dela, o modo em que a havia desafiado a permitir o toque de outro, mesmo enquanto ele dava a ela um prazer que ela sabia que nunca alcançaria sem ele, provava todo medo que ela tinha dele.
Ele a possuiria.
Se ela permitisse, Lawe Justice roubaria toda sua independência, toda chance de ser a mulher que ela sempre havia lutado para ser.
Ela podia ser livre, ou ela podia ser sua companheira.
De pé em seus braços ela batalhou contra as lágrimas enchendo seus olhos.
Ela não poderia ter as duas coisas.
—Não posso ser alguém que eu não sou— ela sussurrou dolorosamente, não se preocupando em esconder o conflito dentro dela, assim como não se preocupou em esconder a dor.
Não havia nenhum modo de escondê-la fundo o suficiente para impedi-lo de sentir. Ela estava simplesmente muito fraca, e muito ferida.
—Como você sabe a extensão de quem você é?— A mão dele acariciou suavemente as costas dela enquanto ele colocava a pergunta suavemente. —Como você sabe, Diane, que o destino não te deu uma fuga que você não sabia que precisava?
Ela enrijeceu, a cabeça embalada contra o peito dele enquanto ela piscava de volta as lágrimas e aceitava o conhecimento de que Lawe nunca aceitaria o fato de que ela era exatamente quem tinha sido por toda a vida. A briga por justiça, a sensação de ser uma parte da luta, de simplesmente fazer diferença, apenas uma diferença, sempre foi o que ela era.
—Eu sei quem eu sou. — Da mesma maneira que ela soube que ele não podia aceitar isto. —Sei o que o destino me designou, Lawe. Você é a pessoa que não quer aceitar isto. Você não quer me aceitar.
Ainda assim, ela o aceitava. Cada parte dele. A arrogância. A genética, a força Casta e a confiança fenomenal que ele possuía.
Ela aceitava tudo o que ele era, e não havia nada nele que ela quisesse mudar.
Nada exceto sua recusa de ver quem ela era.
Sua companheira.
Mais do que uma metade biológica, ou até mesmo um nó sentimental. Uma companheira era mais que uma esposa, uma foda disposta ou a sobrevivência da espécie Casta.
Era seu equiparável feminino.
A outra metade dele.
Sua mão direita, e esquerda, se isso fosse o que ele precisasse.
Sua espada.
Guerreira para guerrear com ele.
E tudo o que ele queria, era que ela fosse o brinquedo que ele tiraria da estante para se divertir sempre que tivesse tempo.
Ela foi para trás e o encarou tristemente. O corpo ainda vibrava, o sexo doía e a ânsia por ele queimava mais quente e brilhante dentro dela.
Ele era sua outra metade também.
Sua mão direita.
Seu guerreiro, seu companheiro, sua força assim como sua fraqueza. Raiva bateu na alma dela por ele se recusar a aceitá-la como ela o aceitava.
—Eu preciso ficar só...
—Não, Diane...
A mão dela se ergueu rapidamente enquanto ela ia para mais longe dele. —Eu preciso pensar, Lawe. Preciso saber se eu posso ser o que você precisa, antes disso ir além.
—É muito tarde para negar. — O olhar chocado dela se virou para ele. —O calor do acasalamento não funciona assim.
O queixo dela se ergueu.
Nem fodendo.
—Nada decide por mim, Lawe. Nem calor do acasalamento, nem emoção ou necessidade. Nem mesmo você. Eu o aceitarei de boa vontade, ou não será uma parte da minha vida. E eu preciso considerar o que eu posso e o que eu não posso aceitar. — Ela marchou para a porta e a abriu lentamente enquanto ele a seguia. —Por favor, saia.
—Nós não acabamos.
Ela tomou as palavras de partida dele como uma declaração de intento.
—Nós nem começamos— ela o informou. —E nós não iremos, até que eu decida que estou pronta.
—Eu deveria ter apenas te beijado.
—E eu nunca deveria ter voltado para cá — ela retrucou. —Você não é meu chefe, nem meu carcereiro. Agora, por favor, saia. Pelo menos me dê a chance de aceitar o que não pode ser mudado aqui e continuar a partir daí.
Os lábios dele afinaram. E ele não respondeu. Ele marchou além dela, andando a passos largos no corredor antes de girar e seguir em direção aos elevadores uma vez mais.
Enquanto Diane fechava a porta, ela sabia que sua vida havia acabado de dar uma virada. E era, bastante possível, que fosse uma virada para a qual ela não estava completamente pronta.
Em algum lugar entre o ponto A e o ponto B, ela conseguiu perder sua mente de merda.
Em algum lugar entre Lawe se movendo atrás e um orgasmo que irrompeu como um vulcão dentro dela, seu bom senso tirou férias e deixou sua libido no comando.
Má ideia.
Ideia muito ruim.
Porque sua libido não tinha bom senso e com certeza não tinha instintos de auto-preservação.
De pé,embaixo da ducha na manhã seguinte, com os olhos fechados enquanto a água jorrava sobre seu corpo, Diane admitiu que podia ter cometido o pior erro de sua vida quando se permitiu aqueles poucos momentos de prazer.
Sim, de fato, permitir a Lawe Justice uma janela para a maior fraqueza de uma mulher era uma tolice. Seu toque era sua maior fraqueza, seu beijo sua fantasia, sua posse uma fome dolorida que rasgava em seus sentidos.
E seria sua destruição, se ela permitisse.
Ontem à noite deveria estar com algum tipo de avaria. Essa era a única maneira que permitira que isso acontecesse, assegurou a si mesma. Afinal, seu bom senso estava normalmente e firmemente intacto. Seu tio não a criou para ser boneca de ninguém ou seu animal de estimação favorito.
E podia ver tão facilmente Lawe tentando transformá-la em seu animalzinho de estimação favorito.
Ela estremeceu de horror pelo pensamento. Mas quase aconteceu ontem à noite. Ela permitiu que ele fizesse muito mais que tocar. Ela permitiu muito mais que a fraqueza que veio com um momento de prazer.
Ele a fez se arrepender por sua falta de vontade de ser um animal de estimação dos Castas por quantos segundos bloqueou seu orgasmo? Certo, pelo tempo que o arrebatamento a manteve em suas garras, que foi o tempo que teve para se arrepender.
A sensibilidade na sua carne esta manhã era irritante, contudo. A sensação de uma carícia fantasma contra seus mamilos sensíveis, a necessidade de seu beijo tentando seus sentidos. Todas essas coisas eram algo que simplesmente não precisava agora.
Porque sabia exatamente o que era.
Era o calor do acasalamento.
Deixou a água bater em cheio no rosto, querendo saber se poderia possivelmente lavar o conhecimento que de alguma forma essa genética animal selvagem que Lawe possuía, a escolhera como sua companheira.
Ela deveria estar honrada?
Quanto ele ficaria insultado se soubesse que não estava, ela se perguntava quando bateu na parede do chuveiro e deixou um rosnado muito humano de indignação passar por seus lábios.
Ela apenas, simplesmente, não precisava disso.
Não estava disposta a negá-lo, contudo se veria em problemas muito maiores do que já estava. Negar o fato que o calor de acasalamento estava pronto para iniciar um incêndio através de seus sentidos, era a pior coisa que poderia fazer.
Negar seria um erro ainda maior do que o feito. Talvez um beijo para ser compartilhado, ou até a transgressão final realmente teriam sexo e, em seguida, a agonia do calor varreria através dela e Lawe com uma força que seria destrutiva para ambos.
Diane estremeceu com o pensamento. Uma onda de fome debilitante a varreu, amolecendo seus joelhos ao pensar em ter o macho primitivo se movendo sobre ela.
Movendo-se nela.
Esticando sua carne interna...
A tomando...
Fodendo com ela como um homem possuído pela besta que sua genética derivava.
Oh sim, poderia então começar no prazer.
Era o pensamento que a posse era definitiva que a deixou completamente em pânico, no entanto. Era o pensamento de estar atada. Desamparada. Vendo a morte roubar aqueles que conhecia, aqueles que amava, e ser incapaz de detê-la.
Os pais dela, porque era muito jovem.
Seu tio, porque não confiou nela para ajudá-lo.
E Padric. Padric com os olhos sorrindo, seu sorriso desprendido e seu amor pela poesia. Ela não foi capaz de salvá-lo, porque nem ele nem seu tio ouviram suas advertências que o passado nunca iria completamente embora.
Com uma balançada dura de cabeça, Diane saiu do chuveiro e rapidamente se enxugou antes de vestir calça jeans, uma camisa de seda branca sem mangas, botas de couro meio desgastadas que ela preferia.
Ajeitar o cabelo era uma simples questão de passar os dedos por ele, enquanto espalhava um gel leve e organizava as ondas pesadas à medida que caíam até os ombros.
Arrumá-lo não era exatamente normal para ela, mas no momento precisava de toda autoconfiança feminina que pudesse. Enfrentar Lawe naquele encontro com Jonas não seria fácil.
Na verdade, tentava matar a excitação. Estava lavando seu corpo inteiro com o calor e fazia cada zona erógena no corpo dela se iluminar como o Quatro de Julho .
Maldição.
Tudo que ela era capaz de pensar era em rodar no corpo duro e poderoso. Se mover acima dele. Tomá-lo dentro dela. Senti-lo trabalhando o comprimento intumescido de seu pau em sua...
Controlando o poder requintado, excepcional, masculino...
Ela estremeceu novamente, olhou no espelho, em seguida, fez uma careta para a imagem totalmente feminina que viu no espelho.
Aos olhos dos homens com quem lutava e comandava, havia uma diferença entre ser fraca e fraqueza feminina. Assim como havia uma diferença entre ser mulher e possuir um lado “mocinha” que nunca afetou sua capacidade de levá-los, e ser uma mulher submissa. E submissa era algo que Diane sabia que nunca poderia ser. Por isso não afetava sua vontade de segui-la.
Seguiu a aplicação leve de maquiagem, só um pouquinho de uma base em pó. Passou mais tempo esfumaçando os tons de sombra aplicados em seus olhos e uma leve aplicação de rímel para alongar e engrossar os cílios. A camada de gloss para os lábios, então um nebulização leve de seu perfume favorito.
A mulher que olhou para ela não era a mulher que se registrara no hotel na noite anterior. Desgastada, exausta e lutando para carregar suas malas para o quarto dela, sentindo como se nunca fosse descansar o suficiente.
Esta manhã, descansada, de olhos brilhantes e se aproximando de uma mente clara, ela respirou fundo e deu um breve aceno para sua imagem. Determinada a nunca permitir que seu toque pudesse estar comprometido, mas mesmo agora, estava lidando com as consequências disso.
Sua boceta estava molhada e aquecida, ansiando por seu toque.
Seus mamilos estavam apertados e duros, ansiando por seus lábios, o toque de sua língua, sugados pelo calor de sua boca e a lixa de seus dentes.
Cada célula do seu corpo ansiava pelo calor dele, mas não estava agonizando. Era irritante. Malditamente irritante. Estava perto de uma compulsão, mas estava lidando com isso.
E ia continuar lidando com isso, prometeu a si mesma. Olhando para a imagem no espelho, decidiu que estava pronta para enfrentar o dia.
Ou Lawe.
Um rubor correu pelo seu rosto e abaixo do pescoço, pela memória do prazer escaldante que atravessou seu corpo no auge de seu toque na noite anterior. Um prazer que inundou todo o corpo dela. Foi tão inesperado, tão quente que estava indefesa contra ele.
A enfraqueceu, aqueceu, marcou uma parte que ela não conseguia explicar.
E a liberação...
Era um gemido escorregando por seus lábios?
Agarrando apertado o balcão, ela respirou forte e lutou contra a dor insidiosa, que insistia em atormentar as partes mais femininas de seu corpo.
Tinha que parar.
Ela podia sentir sua boceta molhando, apertando, se preparando para a posse definitiva e final do animal macho.
E tinha que impedir que isso acontecesse.
Agora.
Não podia ir neste encontro com Jonas Wyatt cheirando a necessidade sexual e incapacidade de se concentrar.
Não podia permitir que Lawe Justice transformasse sua mente numa desordem como esta.
Havia muito em jogo, não apenas para as Castas, mas para sua irmã e sua sobrinha também.
O soro que o gigante da pesquisa médica, Phillip Brandenmore, injetou em sua sobrinha, era tão desconhecido que não tinham ideia do que faria à criança.
Diane sabia que haviam mudanças em Amber. Podia vê-las quando passou mais de algumas semanas longe do bebê. E então houve a noite, quando Rachel chamou pela linha segura, enquanto Diane estava fora do país numa missão.
Rachel estava soluçando.
Sua filha estava ronronando, ela chorou, e as outras crianças assobiavam e batiam no bebê quando ela estava por perto, fazendo Amber chorar.
Amber não era Casta, mas estava agindo como uma Casta, e estava ficando com medo das outras crianças por causa de sua reação à ela. Ficava isolada, choramingando sempre que Rachel a levava perto de outras crianças, por causa de suas reações à ela. Amber estava agora com medo de todas as crianças, e tinha apenas oito meses de idade. Era muito pequena, muito jovem para enfrentar uma reação tão instintiva e primitiva dos outros da sua idade.
Rachel estava quase histérica e tentando esconder sua dor e medo de seu companheiro, Jonas. Rachel chamou sua irmã em vez disso e derramou o mundo de dor dentro dela a dor atormentando.
A agonia, enquanto as mudanças em seu bebê se tornavam mais perceptíveis, a estava destruindo. Soluçando, implorou apenas para Diane fazer o que estava acontecendo com Amber parar, quando ambas sabiam que se pudesse ser detido, em seguida, Jonas já teria feito o que fosse necessário para pôr fim nisso.
A mãe dentro de sua irmã estilhaçou e chorou pelas mudanças em seu bebê. Mudanças que eram tão incertas e desconhecidas.
A Rachel corajosa, forte e flexível esperou até seu companheiro ir para o DC e então se partiu. Foi então que ela, finalmente, chamou sua irmã e disse o que estava acontecendo com Âmbar após Brandenmore tentar sequestra-la naquela noite.
Diane correu de volta para os Estados Únicos no meio de uma missão apesar de sua raiva dos homens, e voltou para o lado de sua irmã.
O que viu por si mesma a chocou profundamente, e a apavorou.
Aos cinco meses de idade Amber a olhava com uma inteligência e compreensão que Diane não conseguia processar.
Amber não estava falando ainda, mas Diane tinha a sensação mais intensa que Amber sabia exatamente o que queria dizer se pudesse falar.
O medo que Amber fosse prejudicada no futuro rasgava aqueles que a amavam. Tanto assim que Diane começou a investigar imediatamente Phillip Brandenmore na busca pelos cientistas que o ajudaram a criar o soro.
Jonas tinha sua própria investigação andando, mas, como ela disse, Amber não seria sua primeira vítima. Um cientista nunca usava seu objeto de pesquisa mais importante no primeiro julgamento. E Amber era muito importante por algum motivo. A razão Diane ainda tinha que encontrar.
Havia outros.
Diane queria respostas e estava em posição de apertar botões e ir mais longe que os Castas. Eram vistos com a mesma intensidade que qualquer experiência sob um microscópio. Só podiam trabalhar nas sombras, mas o tipo de interação social que Diane era especialista, eles realmente não podiam fazer. Esse tipo de vida que Diane nasceu e viveu até ser uma adolescente.
Poderia subornar, fazer charme e ameaçar pessoas que os Castas tinham mais dificuldade em conseguir, nessa configuração mais social. E podia fazê-lo sem ter que matar mais tarde. Afinal, não havia maneira como ferir os Castas indo atrás dela. Só iam prejudicar sua irmã. E a si mesmos, se o mundo descobrisse que feriram a esposa do diretor do Escritório de Assuntos Castas.
Diane encontrou nos últimos três meses exatamente o que suspeitava. Encontrou provas que Brandenmore fez o mesmo experimento antes, e mais de uma vez. As cobaias deste primeiro teste foram mais de 20 anos atrás, e terminou quando o soro resultou em febre selvagem. No segundo teste, houve sucesso medíocre. Pelo menos, não perderam as cobaias do teste que usaram para ajudar a criar seu soro.
O mesmo soro que deu a Amber.
Três crianças. Um da raça Bengala macho, uma jovem que foi expulsa por sua família influente, quando foi diagnosticada HIV positivo, e uma criança registrada como sequestrada de sua família militar muito influente, e mantida por cinco anos. Aqueles foram suas segundas cobaias.
O Casta e a mulher expulsa deviam ter sido encerrados uma vez que os experimentos com o soro foram consideradas um sucesso e os cientistas se moveram para indivíduos adultos. A filha da família militar foi devolvida à sua família, livre da leucemia fatal que se espalhava rapidamente, diagnosticado na idade de dois anos.
Tudo começou com aquelas crianças. Crianças que agora eram adultos e, de acordo com uma mensagem anônima que recebeu através de um contacto que encontrou em Nova York antes de partir para a Argentina, ainda estavam vivos. Estavam mais que vivos, estavam prosperando. E tinham as respostas para os perigos, e mudanças que Amber agora enfrentava. Movendo-se para a sala de estar da suíte do hotel, Diane pegou a mochila que carregava onde quer que fosse e se dirigiu para a porta.
Estava alcançando a maçaneta da porta quando uma batida pesada soou do outro lado. Sabia quem batia. Thor não era exatamente tímido.
Um sorriso inclinava seus lábios enquanto abria a porta e olhava os quatro homens que comandava desde a morte de seu tio cinco anos antes.
E a maldita advertência que escorregava sob sua porta do hotel a assombrava.
Havia um espião perto dela. Estes quatro homens eram os mais próximos e as únicas pessoas, além de sua irmã, em quem Diane confiava. E não podia descontar o fato que cada vez que pensava que encontrou alguém que sabia alguma coisa, e compartilhou essa informação com seus homens, algo aconteceu com suas fontes.
—Tive a sensação que estaria pronta para rolar antes de uma hora humanamente decente, — resmungou Thor, seu olhar claro, mas seu comportamento da manhã normal. Rabugento como o inferno.
Esse era o problema. Não podia imaginar qualquer um de seus homens a traindo. Inferno. Sentia-se como uma traidora apenas por considerar que um deles pudesse traí-la.
—Perdeu seu café desta manhã, Thor? — Ela perguntou maliciosamente quando ele a olhou silenciosamente. —Vamos, ouvi que Jonas está com Rachel na cidade. Ela sempre se assegura que ele tenha um excelente café em seu escritório. — Fechando a porta firmemente atrás dela, saiu à frente dos outros enquanto ignorava a esperança que iluminava sua expressão melancólica.
—Chegou alguma informação nova, chefe? — Brick perguntou quando se dirigiram para os elevadores. —Estou pronto para ir para casa para umas pequenas férias.
Diane pôs algumas antenas um pouco antes de sair da Argentina. Ela encontrou vários cientistas e técnicos de investigação que trabalharam no laboratório Omega na Cordilheira dos Andes, bem como aqueles que trabalharam brevemente num laboratório pouco conhecido no Alasca, nas montanhas Denali.
Conseguir que qualquer um deles falasse, uma vez que conseguisse escapulir de seus homens não foi simples, no entanto. O medo era um inferno de silenciador e trabalhar em torno dela muitas vezes não era mais fácil.
Chantagem era uma palavra tão suja, e por isso muito eficaz quando os cientistas e assistentes de pesquisa ficavam aterrorizados, se o mundo descobrisse que trabalharam com Brandenmore ou com o Conselho de Genética.
Foi então que Diane descobriu sobre as três cobaias dos laboratórios de Brandenmore que desapareceram. Cobaias que foram tratadas durante anos com o soro que a Brandenmore criara.
Se esses três ainda viviam, significavam as respostas que ela precisava para Amber estavam lá também. Naquela noite, Diane encontrou a nota de aviso em seu quarto. A localização e o aviso que estava sendo traída por alguém próximo ä ela. Estava assinado, O Carrasco. Rumores diziam que um Casta estava matando os cientistas e alguns pesquisadores que trabalharam nos laboratórios secretos que Brandenmore atribuiu à pesquisa Casta.
—Evidentemente que não, — respondeu Thor, seu tom revoltado quando ela não falou. —É como se sumissem da face da terra, Diane. Não há nem mesmo uma pista de onde poderiam estar.
Oh, havia uma pista, Diane sabia, mas simplesmente não podia compartilhá-la ainda. Não até que conseguisse verificar por si mesma e descobrir exatamente o que estava acontecendo.
Odiava desconfiar de seus homens, mas não era estúpida também. Havia algo que simplesmente não parecia bem desde sua captura no Oriente Médio, 16 meses antes. Algo que nunca encaixou.
Inimigos de seu tio nunca deveriam tê-la encontrada enquanto estava na Síria. Não sabiam como ela se parecia. Ela usou passaporte e credenciais finais, e não tinha nenhum de seus próprios contatos lá. Não estendeu a mão para nenhum dos contatos de seu tio também.
Então, como sabiam não só onde estava, mas também que estava fingindo ser a essa hora?
Ela teve a sensação que fora traída então, mas apenas seus homens ficaram sabendo onde estava naquele dia, e o que estava fazendo. Ninguém mais sabia, e ela com certeza não demonstrara sua própria localização.
Seus pensamentos foram cortados quando a porta do elevador se abriu, deixando-os no lobby do hotel cheio.
—Muito mal esse maldito filho da puta do Brandenmore ter morrido, — Malcolm murmurou atrás dela. — Poderíamos ter arrancado as informações dele.
Que foi a sugestão de Malcolm desde o início. Diabos, seu desejo de Natal fora dois minutos com o homem morto, para garantir que sofresse antes de matá-lo novamente.
Um homem crescido que ainda fazia desejos de Natal. Ele nunca deixava de diverti-la.
Assim como pensar em Brandenmore nunca deixava de irritá-la.
Brandenmore fizera a cama e se deitara com o Conselho de Genética bem antes dele mesmo perceber isso. Seu pai e seu avô, ambos, apoiaram o Conselho de Genética e esperavam se beneficiar das experiências e criações que o Conselho concebera.
Através de sua conexão com eles e a revelação do retardo do envelhecimento com os acasalamentos Casta, Brandenmore fora atraído para pesquisar o fenômeno.
Um fenômeno que encontrou motivos para suspeitar que poderia não apenas retardar o envelhecimento, mas também curar qualquer doença humana que o companheiro humano pudesse ter.
Uma vez que desse a qualquer criança fêmea na puberdade seu soro, Brandenmore teorizou, então ela possuiria a habilidade de se acasalar com qualquer Casta também. O soro retardaria seu envelhecimento uma vez que atingisse sua maturidade sexual, curaria qualquer doença, e também garantia a concepção Casta híbrida e possivelmente ajudaria Brandenmore a encontrar a cura para o câncer que ocorria em sua família.
Isso não era exatamente verdade, como Diane entendera. O calor do acasalamento fazia muito mais que o soro de Brandenmore, e muito menos que os arquivos e as informações que Rachel lhe dera apontavam.
Castas acasalavam para a vida, Rachel disse à ela. Os Castas conhecidos que perderam o companheiro e sobreviveram à perda viviam, tristes vidas miseráveis. O soro não era um acasalamento. Não poderia aliviar ou curar um acasalamento. E no caso de Brandenmore, causou uma morte dolorosa e terrível.
—Wyatt enviou um carro para nós, — informou Aaron enquanto atravessavam o saguão e se dirigiam para a saída da frente. — Deve estar esperando fora do hotel.
Diane acenou com a cabeça ao invés de fazer o comentário mordaz que faria a qualquer outro momento.
Este encontro com Jonas era muito importante para qualquer possibilidade de transporte que não fosse o Escritório. Só esperava que entendesse a pista e encontrasse uma maneira de distraí-la dos homens antes do início da reunião.
—Um dos meus contatos me chamou na noite passada. — Thor se aproximou quando os outros homens avançaram. — Preciso me encontrar com ele esta noite. Ele pode ter alguma informação de onde o general Roberts e sua filha estão.
Ela olhou para ele, de repente, ciente do fato que estava garantindo que ninguém ouvisse ele falar, apenas ela.
—Quão confiável é seu contato? — Ela perguntou a Thor, mais uma vez, se congratulando por torná-lo seu tenente. Se o que estava dizendo à ela era verdade e não uma traição.
Ele se tornara um ímã de informação desde a promoção e o pequeno aumento de salário. Suspeitas de lado, nunca falhou em encontrar o que precisavam, não importa a missão em que estivessem.
—Confiável, — ele disse suavemente. —Mas prefiro manter isso entre nós no momento. Não há sentido em decepcionar os outros, enquanto estão sonhando com férias, — ele bufou.
Diane forçou um sorriso, mas teve que admitir, os outros estariam antecipando as férias se Jonas não descobrisse nada.
Estaria o homem determinado a traí-la tão ansioso para escapar de sua presença?
—Deixe-me saber quando sair, — ela disse calmamente. —Precisa de apoio?
—Não deveria, — respondeu ele. —Mas vou avisar quando verificar algumas coisas lá fora.
Isso era estranho para Thor. Ele raramente saia sem apoio, e nunca vira o vislumbre escuro da suspeita que vira em seus olhos agora. Apesar das desculpas que estava dando, havia outras razões para não ter informado aos restantes da reunião que estava montando. Olhando para cada homem, não podia imaginar qualquer um deles a traindo, embora soubesse, até a sola dos seus pés, que alguém a traiu na Síria. Ela também sabia que estava sendo observada nos últimos meses. Essa suspeita, uma coceira na sua nuca, não ia embora.
Movendo-se através da saída, Diane fez uma pausa, o olhar dela subindo e descendo pela rua lotada do DC quando uma carranca começou a franzir sua testa.
Jonas nunca se atrasava, e nem seus Executores ou motoristas.
—O carro não está aqui, — resmungou Thor, confusão e preocupação evidentes em sua voz.
—Engarrafamento, talvez? — Malcolm o consultou enquanto também começava a ficar tenso.
Diane sentia isso agora, aquela coceira peculiar na nuca, um alerta que não era antecipação.
Andando rápido em seus saltos tinha a sensação de ter um alvo pintado na cabeça. Direto entre os olhos. Um dedo no gatilho e que o dedo não ia esperar.
Viver pela espada, morrer pela espada, ela leu uma vez. Quando o caçador se tornava experiente o suficiente, ficava imediatamente ciente de se tornar a caça. Seu tio disse isso apenas semanas antes de ser morto naquela explosão do armazém.
Ela não estava sendo vigiada. Não estava apenas sendo rastreada. O dedo estava literalmente apertando o gatilho.
—Movam-se! — Ela gritou a ordem, seu olhar girando em torno, verificando os inocentes na linha de fogo, enquanto se movia para empurrar uma senhora idosa para a segurança das portas do hotel.
O som da bala chicoteou passando por sua cabeça com um gemido de perigo e morte, pouco antes de explodir no cimento e na parede de pedra do edifício atrás dela.
Gritos começaram a ricochetear em torno da calçada, quando outra rajada de tiros soaram e começou a chover balas. Gritos de choque e medo começaram a encher a multidão ocupada da manhã, que corria para o trabalho ou para os afazeres. Estavam agora correndo para salvar suas vidas quando outra rodada de armas automáticas começou a respingar pelas ruas movimentadas.
Buzinas de carros soavam, acidente de metal contra metal e gritos de histeria ecoavam em sua cabeça enquanto ela se mexia para puxar uma adolescente apavorada do lado da rua para a entrada do hotel.
Diane estava lutando para entrar, segurando a porta aberta enquanto empurrava uma criança, em seguida, viu Malcolm e Thor, de repente pegar Aaron sob o braço enquanto uma flor de cor vermelha começava a molhar o tecido de sua calça sobre sua coxa.
—Mexam-se! Movam-se! — Diane gritou para os presentes, abaixando a cabeça quando a janela grande ao seu lado explodiu e vidro começou a chover em torno dela.
O bastardo estava atirando nela.
Era apenas distantemente consciente dos gritos, sirenes e mais tiros.
Era uma rua movimentada, a não mais que algumas quadras da Casa Branca. A resposta imediata que convergia para a área seria engrossada com o serviço secreto, ATF, FBI e qualquer outra agência de execução baseada atualmente na cidade.
Mas as balas ainda estavam gemendo quando Diane gritou para Thor mover sua bunda enquanto arrastava uma jovem profissional através da porta e a histeria ameaçava a jovem.
Quando ela se virou, em busca de seus homens para garantir que estavam em segurança, foi subitamente agarrada pela cintura, puxada contra um peito duro e jogada através da entrada em cacos e cimento explodidos ao seu redor. O lado do prédio onde sua cabeça esteve, parecia que um punho de ferro batera no seu interior. Então estava voando pelo ar e batendo contra um peito duro no piso do átrio.
—Thor! — Ela estava ciente de Lawe saltando em pé num movimento felino gracioso que invejou quando correu para o Aaron ferido. — Como ele está?
— Fodidamente vivo, — Aaron rosnou, com o rosto áspero apertado de dor e fúria.
Estava estirado no chão com um torniquete que Brick rapidamente pusera em torno de sua coxa com um cinto.
Gritos, ordens berradas e Castas preenchiam a área. Frios olhos duros e armados pululavam pelo hotel e pela rua antes de desaparecer inteiramente quando Diane se virou, seu olhar indo para Lawe que estreitava os olhos com conhecimento.
—Estavam atirando em mim. — E ela não estava armada. —Droga, disse a Jonas que precisava de armas públicas permitidas.
A raiva de repente a inundou enquanto ela olhava em volta para as chorosas, feridas vítimas chocadas que encontraram segurança dentro do hotel.
—Que diabos está acontecendo? O que achou, Diane? — Lawe de repente estava em seu rosto, seus caninos piscando, e pela primeira vez, seus gélidos olhos azuis não estavam gelados.
Estavam queimando. Uma chama interior azul piscava dentro dos seus olhos, ardente e furiosa quando agarrou seus ombros e deu-lhe uma sacudida.
—Inferno se sei, — ela gritou de volta furiosamente quando se afastou dele e se mexeu pelo chão para seus homens. —Onde estava meu motorista? Se Jonas não tivesse sua merda e meu motorista estivesse lá fora, então não teria a porra dos tiros e meus homens não seriam feridos.
Aaron não era o único atingido. Brick e Malcolm estavam ambos sangrando, embora as feridas de Aaron parecessem ser piores.
Todos os três levaram tiros em suas pernas. Aaron foi atingido na coxa, Brick parecia ter uma ferida na carne, enquanto Malcolm amarrava um torniquete em sua perna. Nenhum dos ferimentos era fatal, mas definitivamente o suficiente para afastá-los por um bom tempo.
Lawe fez uma careta, sua expressão selvagem quando, mais uma vez, olhou ao redor da sala, enquanto o som das estridentes sirenes lá fora crescia. —O inferno se sei, mas prometo que vou descobrir.
O som de tiros cessou, como se com a possibilidade de pegá-la com uma das balas passasse e o atirador encontrasse coisas melhores a fazer que brincar com sua arma.
—Como de ruim está isso? — Ela questionou Thor quando se aproximou para verificar seus homens.
—Mal o suficiente. — Nojo enchia a voz do gigante. —Todos os três estão fora de combate. Vão sair de férias quer queiram quer não.
Também garantia que nenhum dos três tentaria segui-la, ou a trairia ainda mais, que seus esforços seriam adiados.
Aaron, Brick e Malcolm não pareciam felizes. Estavam olhando para ela, os lábios pressionados firmemente juntos, seus olhares fixos.
—Que diabos está acontecendo, chefe? — Aaron rosnou.
Diane deu uma sacudida rápida de sua cabeça.
— Não sei, Aaron, mas pretendo descobrir.
—Não vai fazer nada, — Lawe a agarrou por trás enquanto seus dedos de repente, agarravam seu braço, a puxando para parar. —Os cinco estão fora. O resto de vocês vai para casa. —Então se virou para Thor. —Leve Diane para o Santuário. Um heli-jet estará aqui a tempo de transportá-los para lá, e então o piloto vai voar para onde você precisar ir.
Diane congelou.
Seu olhar encontrou Thor quando Lawe começou a gritar ordens para os Castas ainda no lobby. A maioria dessas ordens se centrava em torno de protegê-la.
Como o inferno.
Estava consciente de seus homens olhando para ela. Brick, Aaron, Thor e Malcolm permaneciam em silêncio enquanto ela olhava para eles.
Podia sentir a desconfiança de repente, ver um vislumbre dela em seus olhares.
Ela não seria protegida. Levou muitos anos para provar a seus homens que poderia comandá-los. Que poderia protegê-los.
Infelizmente, no momento, precisava deles longe dela. Até que descobrisse o que estava acontecendo era o melhor.
Lawe se afastou como se suas ordens fossem tudo que importava.
—Chefe? — Thor a questionou suavemente. —O que vamos fazer?
—Parece-me que estamos indo para casa. — Brick bufou quando deu a ela um olhar acusador.
Nesse segundo, tão facilmente, Lawe estragou o próprio fundamento da sua vida.
—Chefe? — Thor perguntou de novo, seus olhos azuis se estreitando.
—Não encontrei nada ainda, Thor, — afirmou, mantendo a voz baixa. —Se não tivermos mais informações antes de amanhã, então parece que estamos de férias.
Seu sorriso era apertado. Sentia gelo por dentro. Congelada.
Ela sabia onde estava indo. Não tinha que entregar o que sabia; podia esperar. Se encontrasse quem ou o que estava procurando, então poderia chamar Jonas. Talvez então soubesse qual de seus homens era o traidor. Não que houvesse uma chance de ganhar qualquer ajuda deles agora. Lawe era outra história.
Como ousava pensar que poderia governar sua vida tão facilmente? Que poderia tomar tais decisões e forçá-la a seguí-las.
—Desde quando obedecemos Castas? — Malcolm soltou furiosamente enquanto as narinas de Thor queimavam e Malcolm amaldiçoava em voz baixa, enquanto o descontraído Aaron, fechava os olhos em desgosto.
Estava muito consciente da percepção dele, mas ainda mais, Diane estava ciente de sua percepção de si mesma, sua determinação de nunca ser fraca novamente. Os deixaria acreditar que Lawe poderia enfraquecê-la, no momento, de qualquer maneira. Até descobrir com que estava lidando e que diabos estava acontecendo, talvez fosse o melhor.
—Parece que todos vamos tirar férias, — afirmou. —Não há nada que possamos fazer com vocês três feridos de qualquer maneira. — Ela acenou para os três estirados no chão.
—Ele está enfraquecendo você, — murmurou Aaron sem abrir os olhos.—”Inferno de maneira de ser retirado do jogo”.
—É isso que realmente pensa? — Perguntou ela, levantando o queixo quando deliberadamente manteve sua suave voz, sua expressão clara.
—O que mais poderia pensar? — Ele grunhiu, se recusando sequer a considerar abrir os olhos.
—Pode pensar: “espero que tenha boas férias, chefe. A vejo quando estivermos todos curados" — ela disse suavemente antes de informar: —Receberá seu pagamento quando estivermos de volta ao trabalho.
Uma vez, há muito, muito tempo atrás, ela foi fraca. Não foi capaz de se proteger ou a Rachel, e não foi forte quando mais importava.
Jurou que não aconteceria novamente.
Nunca mais se permitiria ser tão fraca e tão dependente de alguém que, se falhasse com ela, então poderia destruí-la.
Inferno, talvez devesse apenas deixar Thor carregar suas malas na noite passada depois de tudo. Então poderia se acostumar a essa de suspeita em seus olhares.
Não podia negar a acusação, contudo. A oportunidade repentina pelas feridas não podia ser desperdiçada. Isso não significava que tinha que aceitar os insultos de Aaron.
Seus olhos se abriram lentamente.
—Se você fosse um homem...
—O quê? — Ela realmente riu dele. —Chutei sua bunda da última vez, Aaron. É mais forte, mas sou menor, e suas bolas são malditamente vulneráveis. Lembre-se disso.
As narinas inflaram com raiva instintiva, antes que olhasse para ela com ressentimento silencioso.
—Qualquer outra pessoa? — Ela encontrou o olhar de cada um de forma firme.
—Isso é muito bonito, Di, — Brick disse suavemente. —Controla o dinheiro e pode colocar-nos no chão. Mas há outras maneiras de ser fraca, e agora, aqueles Castas estão te tornando fraca.
Diane deu de ombros.
—Sua opinião. Agora, espero que todos desfrutem de suas férias. Pretendo aproveitar as minhas.
—Vamos. — Malcolm assentiu lentamente, os lábios curvados em diversão, ligeiramente zombeteiros. — Poderemos estar disponíveis quando nos chamar de volta.
—Sua escolha, — assegurou Diane, como se não duvidasse por um momento que todos saltariam ao seu comando.
Desviou o olhar para Thor e levantou a sobrancelha de maneira inquisidora.
—Tem algo a dizer?
Thor balançou a cabeça lentamente enquanto a observava, seus olhos se estreitando, a intenção no azul gelado, pensativo. O que significava exatamente, ela não tinha certeza e não iria perguntar.
—Estarei esperando, chefe, — ele finalmente declarou. —Saio de férias, assim como o resto dos idiotas farão. — Ele acenou para os outros homens. —Mas hoje não é meu dia de ser estúpido, por isso vou apenas dizer que vamos sentir sua falta.
Ela quase sorriu. Maldito espertinho. Pelo menos não suspeitavam que ela tinha seus próprios planos. Após o encontro com Jonas, sairia e veria se Honor Roberts estava onde suspeitava que ela estivesse, sem que ninguém soubesse.
Se Lawe queria se convencer que ela estava a caminho do Santuário, inferno, então, isso o ajudaria a dormir à noite, certo?
Mas ela não iria para o Santuário.
Ia à caça.
E sozinha. Seu tio a treinou como se proteger sozinha. Como controlar sozinha, caçar sozinha, como deslizar da vista e fazer o que tinha que ser feito se algo acontecesse e seus homens não estivessem com ela.
Trabalhar sozinha não era seu programa preferido, mas o único homem que confiava neste ponto era Lawe. Lawe nunca permitiria a caça para a qual estava se preparando.
Malcolm chamou sua atenção. —Eu me pergunto há quanto tempo seu Casta está à sua volta. Eu me perguntava como todos tinham tão maldita sorte nestes últimos seis meses. Alguns daqueles trabalhos que nos levou deveriam ser missões suicidas. Seus Castas estavam nos protegendo, porém, e se não eram eles?
—Não que eu saiba no momento, Malcolm, mas se ele e seus homens querem nos salvar de algumas balas, então para mim está bem.
Malcolm deu um suspiro de zombaria. —Não nos salvaram desta vez, não foi? Isso me faz pensar se talvez ele não organizou tudo. Para mantê-la fora da linha de fogo, não é?
Era.
—Só por agora, — ela disse logo. —Isso prometo a você, só por agora.
Lawe esteve a observando o tempo todo.
Ela não tinha como proteger a si mesma e seus homens como admitia. Sua preparação cuidadosa e planos alternativos, só poderiam dar confiança aos seus homens se ninguém interferisse.
Lawe interferiu.
O conhecimento tomou conta dela quando teve seus homens cuidados e retornaram aos seus quartos com os médicos.
A ferida de bala à moda antiga estava limpa e a bala cavou o duro músculo masculino e foi enfaixada na hora. O heli-jet Casta estava saindo do Santuário e voaria com seus homens para suas casas, antes de retornar para voar com ela e Rachel de volta ao Santuário.
Ou assim Lawe e Jonas pensavam.
Ela se recostou na poltrona de braços na sala de estar do piso inferior da suíte da cobertura que Jonas e Rachel ocupavam no hotel, após o ataque à Diane e seus homens. Sabia que outras Castas de alto nível estavam na residência também. Estava se tornando um maldito reduto Casta militar. Com um pé calçado em botas, apoiado sobre a mesa de café, o cotovelo apoiado no braço, enquanto o queixo descansava na palma da mão, Diane observava silenciosamente, enquanto Jonas e Lawe falavam do outro lado da sala.
Sua irmã estava ao lado de seu companheiro, e ao contrário de Jonas e Lawe, via a preocupação de Diane. Sua irmã a conhecia. Os lábios de Diane se retorceram com o pensamento. Rachel sabia bem que Diane não iria a qualquer lugar perto do Santuário.
Mas Rachel não veio até ela, uma vez que chegaram ao quarto. Ficou ao lado de seu companheiro, silenciosamente, alinhada com ele, e pela primeira vez, Diane percebeu que sua irmã não se virou para ela em primeiro lugar.
Lawe tinha uma equipe altamente treinada de Castas secretas a rastreando não sabia há quanto tempo, pensou enquanto observava.
Oh sim, sabia. Porque sabia quanto tempo se passara desde que começou sua coceira durante as missões. Não foi ferida numa missão desde a noite que Lawe, e uma equipe muito pequena de homens, a resgataram do castelo no Oriente Médio onde fora presa. Brigas de bar, no entanto, eram outra história. Diane estava se recuperando de uma briga de bar na Ásia, quando Thor disse a ela sobre o sequestro quase bem sucedido de sua sobrinha por Brandenmore.
Pensando sobre isso, teve algumas lesões por brigas desde seu rapto e suspeitava que fora decisão de Lawe colocar uma equipe em sua proteção. As lesões envolviam brigas de bar, normalmente iniciadas por Malcolm, o cabeça quente.
Diane imediatamente se retirou do trabalho atual, voltou com antecedência do cliente e saiu gritando sua insistência de que fosse feita a coleta programada que Thor conseguira. Ela voou direto para os Estados e imediatamente começou a seguir sua irmã.
Foram semanas de inferno depois que tentou seguir Rachel e fornecer apoio para as Castas tentar protegê-la.
Thor substituiu os pontos na perna mais de uma vez, a amaldiçoou por sua teimosia e a criticou quando ela caiu em exaustão.
E quando Lawe a encontrou, quase ficou irracional.
Lembrava claramente de caminhar para longe dele enquanto ele rosnava de raiva para as duas Castas que foram parte de sua equipe na época.
As Castas desde então a abandonaram e se juntaram ao Santuário. Ela fora inteligente o suficiente para enfrentá-los e exigir sua lealdade quando descobriu que Lawe esperava que relatassem cada movimento que ela fizesse. Essa demanda foram incapazes de cumprir. Sua primeira lealdade, como informaram, era para seu povo. Diane suspeitava que já assumiam que era companheira de Lawe. Isso significava que sua mais alta prioridade era sua proteção.
Diane já começava a suspeitar que esse algo que os atraía não era inteiramente normal.
Calor de acasalamento.
E ela marcou um ponto, assim como parecia que ele fizera, se afastando para longe de qualquer chance que ele queimasse plenamente, vindo à vida.
Quanto tempo desde que ele a tirou daquele inferno? Dezesseis meses? Houve momentos que ainda se sentia como se estivesse se recuperando da semana que ficou presa e sendo interrogada sobre seu falecido tio e suas atividades antes de sua morte.
E desde o resgate não fora ferida uma vez no cumprimento de uma missão.
Não era de admirar que o maldito Escritório de Assuntos Castas enviasse Executors espalhados sobre as missões que contratava. Estavam enviando seus Executores em muitas malditas missões pessoais, pensou causticamente.
E não somou dois e dois para chegar a quatro por ela mesma em todos esses meses. Sentiu a dor da auto-aversão a esse pensamento.
Ela viu os olhares nos olhos dos homens mais cedo e sabia que eles também avaliaram a situação corretamente.
Lawe tinha uma equipe a cobrindo sem seu conhecimento também. O que significava que eram mais que danados de bons.
Eram bons para caralho.
O número de "acidentes" que aumentara. Ferida a faca durante uma briga de bar, uma queda de um penhasco quando seu equipamento misteriosamente falhou.
A primeira vez que Rachel precisou dela, assim que descobriu que estava grávida, ainda na Suíça, Diane estava na Síria com a merda voando para todo lado.
Na segunda vez, quando Amber fora levada por Brandenmore naquela noite, Diane estava se recuperando de uma facada infligida durante uma briga de bar.
Na terceira vez, quando aquele bastardo caloteiro que era o pai de Amber estava tentando tomar legalmente Amber de sua mãe, Diane estava se recuperando de ferimentos sofridos quando seu equipamento falhou durante uma escalada de montanha.
Estranhamente seus chamados acidentes coincidiram com eventos que envolviam sua irmã ou sobrinha, num momento em que mais precisavam dela.
E finalmente juntava tudo isso, por quê?
Porque só na semana passada, após o Executor, que era como chamavam Gideon Cross, ter deixado essa mensagem para ela, na Argentina, começara a suspeitar que um de seus homens poderia estar tentando garantir que não fosse mais uma parte da vida de sua irmã, ou sua proteção.
Ela simplesmente não podia considerar Thor, pelo simples fato que fora o único a livrar o rabo o tempo todo. Mas, não podia confiar completamente nele também.
—Sabia que estavam na minha bunda? — Ela perguntou à Thor enquanto ficava silenciosamente atrás dela, os braços cruzados sobre o peito enquanto também observava o pequeno grupo.
—Não. Não, — disse ele logo.
Estava chateado, mas não era o único. O resto de seus homens também.
Aaron, Brick e Malcolm estavam em outro quarto. Aaron levou um tiro na coxa, Malcolm um na parte detrás de sua perna. Brick um na parte externa da coxa, uma ferida de carne que requereu remendos na pele, juntamente com dois pontos. Ele afirmou que era muito danado de nojento aturar Castas hoje à noite. Thor insistiu em ficar com ela. Como se precisasse de alguém para protegê-la.
Seu comando já começou a ruir, ou Thor estava mais preocupado com qualquer informação que pudesse perder?
Era o que ela mais confiava. Ajudava a planejar cada missão, sabia cada movimento que fazia e era o mais insistente que ela nunca fosse a parte alguma, ou fizesse alguma coisa sozinha.
E ela tinha um espião perto dela.
—Nem sequer suspeitei que estavam lá, até que começaram a verter para fora da madeira como baratas, hoje, — ela murmurou com rancor.
—Esse não é o único problema que temos, — Thor disse suavemente. — Não gosto de surpresas. Verifiquei nossos quartos enquanto eles estavam tratando os outros. Estávamos sob escuta, e não eram dispositivos Casta.
Então foi por isso que escapou do resto do grupo.
—Por quê? — Perguntou ela. —O que o fez suspeitar que estávamos sob escuta?
—Porque quem diabos estava lá fora tentando colocar um buraco em sua cabeça, sabia exatamente a hora para ficar esperando por você. — Baixa e retumbando com fúria, sua voz raspava acima dela. —Nunca saímos ao mesmo tempo, nunca usamos a mesma saída duas vezes. Não há como prever a porra de seus movimentos, chefe. É por isso que a seguimos, em vez de liderar, porque só você sabe o caminho que vamos.
Que era a maneira de seu tio também.
—Foi capaz de identificar o dispositivo? — Perguntou ela.
—Ainda não, mas estou trabalhando nisso, — disse ã ela.
Ela balançou a cabeça lentamente, quando a cabeça de Lawe de repente girou ao redor, seus olhos azuis se estreitando em Thor.
—Não vai voltar ao Santuário, — declarou Thor, a suspeita em seu tom assegurando que não acreditava de todo no plano que ela deu.
—Sim, até que mais informações cheguem.
Odiava mentir para ele. Thor era o único que conhecia melhor. Era o único que veio com seu tio, quando seus pais foram mortos, aquele que ajudou seu tio a deslizá-las para fora dos Estados Unidos e na África, quando ela e Rachel estavam em risco de segurança.
Ela franziu a testa para isso.
Seu tio, Colt Broen, levou ela e Rachel para o único lugar que estava certo que seria seguro, enquanto investigava a morte de seus pais.
—Vou me encontrar com meu contato à meia-noite. Ele chamou. Há um relatório que você tem uma sombra em seu rabo, — Thor disse à ela. —Ele ouviu falar sobre o tiroteio e me informou que alguém está tentando separá-la de sua equipe, mas não descobrimos o motivo. Algo não está bem aqui, Di, sabe disso.
—Deixe-me saber antes de sair e quero seu relatório no momento que a reunião acabar, — ela ordenou. —Continue trabalhando sobre por que alguém quer me separar dos meus homens.
—Sou tudo que resta para cobrir suas costas, Di, — afirmou preocupado. —Não faça algo estúpido e fuja por conta própria.
Se conhecia Thor, então ele a conhecia tão bem. Poderia se tornar um problema quando fizesse seu próprio movimento para o oeste.
—Não se preocupe, Thor, — ela murmurou, cobrindo os lábios com os dedos quando sua irmã olhou atrás para ela mais uma vez. —Estou tentando muito duro não fazer coisas estúpidas este mês.
Ele grunhiu, incrédulo pelo comentário.
Lawe se afastou de Jonas e Rachel antes que ela pudesse dizer qualquer coisa mais, caminhando para onde ela estava sentada e parando a apenas alguns centímetros dela enquanto olhava atrás para Thor, com intensidade de gelo.
—Acho que ele quer que eu saia, patroa, — Thor falou devagar, seu tom coberto de sarcasmo.
Diane curvou os lábios num sorriso frio.
—Vamos finalizar os arranjos mais tarde, Thor. — Ela terminou a conversa, a voz baixa, enquanto ela permanecia presa no olhar de Lawe. — Certifique-se de ter as contas em ordem e deixar o contador saber que teremos que mudar nosso compromisso para amanhã à noite.
Realmente não tinham um compromisso ainda, mas era o melhor que podia fazer para avisá-lo.
—Vou indo, chefe. — Thor assentiu bruscamente, deu um sorriso rígido para Lawe, então virou e caminhou rapidamente para a porta.
Uma das duas Castas de guarda no interior da sala abriu as portas para ele, depois as fechou e trancou quando saiu.
Olhando além de Lawe, Diane encontrou o olhar preocupado da irmã do outro lado da sala, e entendeu completamente por que Rachel não disse, e provavelmente não diria muito a ela por enquanto. Não até que soubesse exatamente o que Diane planejava. Ou mais ao ponto, não até que Jonas e Lawe percebessem isso.
Doeu. Sentiu como se sua irmãzinha a abandonasse. Como se a única pessoa que sempre defendeu, de repente fosse mais leal aos outros que a ela.
Não se preocupou em esconder seus sentimentos quando Rachel encontrou seu olhar. Diane deixou a dor, bem como descrença, encher os olhos antes de deliberadamente virar a cabeça.
Para encontrar o olhar de Lawe. Ela quase suspirou. Aquele olhar era taciturno e intenso, como se caso a olhasse duro o suficiente, profundo o suficiente, então poderia ler seus planos em seus olhos.
Não havia como ela permitir isso.
Os sentidos Casta eram muito primitivos. O menor indício de mentira ou subterfúgios e Diane teria tantos guardas Castas na bunda dela, que seria impossível se livrar deles. A única maneira de se esconder era a raiva. Tinha uma razão danada de boa para ficar zangada também. Um de seus homens a estava traindo ao ponto dela suspeitar que os acidentes anteriores, não foram acidentes realmente. Alguém estava tentando colocar um buraco altamente fatal em sua cabeça e sua irmã a estava abandonando.
—Ignorar sua irmã não é o movimento certo para agradar Jonas, — disse Lawe enquanto ela olhava para ele em silêncio.
Diane deu de ombros.
—Ela sabia que você tinha Castas na minha bunda?
Sem dúvida, ela sabia. Diane conhecia sua irmã, e sabia como Rachel se preocupava. Não iria culpá-la, mas definitivamente poderia usar isso em sua vantagem. Assim como Rachel esperaria que ela fizesse.
—A equipe foi uma decisão minha, — ele rosnou quando seu olhar brilhou com algo semelhante a pesar. —Estava quase morta na Síria, Diane.
—Oh, sem dúvida, — disse ela, a zombaria enchendo sua voz. —Duvido que Rachel ou Jonas não o incitaram, Lawe. Por alguma razão, ambos parecem acreditar que sou perfeitamente capaz de liderar minha própria equipe e salvar minha própria bunda sempre que necessário.
—Nenhum deles a viu como eu a vi no calabouço do Oriente Médio também, — ele arrebentou.
Diane saiu da cadeira, a raiva a empurrando em pé pelo tom de sua voz cortante.
—Você não é meu fodido guardião, — ela informou furiosamente enquanto um dedo afundava firmemente em seu peito antes que suas mãos fossem para seus quadris. — Coloque em sua cabeça, Lawe Justice. Não tive um guardião desde que tenho 21 anos de idade, e me recuso a aceitar outro agora. Especialmente um tão arrogante, autoritário e completamente superior, como parece ser.
Seu olhar se estreitou.
—Definitivamente vamos ter esta luta, — informou a ela. —Mas Jonas quer primeiro seu relatório.
—Não há nenhum relatório. — Cruzando os braços sobre os seios, estava confiante que o perfume que estava procurando quando as narinas inflaram não estava lá.
Realmente não havia relatório. Não ia dizer uma maldita coisa. Não nesta vida. Não enquanto corria o risco de perder o controle da missão que considerava ainda ativa. Que considerava sua responsabilidade pessoal.
—Disse a Jonas que não era confortável enviar informações eletronicamente, — lembrou a ela, seu tom se tornando frio, duro. —Se não havia nada a assinalar, para quê?
Ela zombou de volta em seu rosto.
—Porque estava sendo observada. Por alguma velha pequena razão pensei que era um inimigo ou um desses grupinhos irritantes que pensam que podem alcançar o prêmio antes de mim. Acha que queria que soubessem que não podia encontrar uma maldita coisa? Tenho uma reputação a zelar, Lawe. E também estou doente pela confiança exibida pelo Conselho quando se trata de encontrar sujeitos que não querem que a gente encontre.
Ela aprendeu enquanto as duas Castas estavam com sua equipe, exatamente como mentir para uma Casta. Inferno, até mesmo a ajudaram a aprender.
A testa com a carranca feroz de Lawe franziu, quando um rosnado levantou os lados de seus lábios.
—É por isso que o patife que chamam de Executor estava atirando em você. Porque achava que sabia alguma coisa, Diane. — Ele cuspia suas palavras, o gelo em seu tom quase cobrindo a raiva. —Por que diabos está arriscando a si mesma e seus homens dessa maneira?
—Deixe-o continuar pensando isso, então. — Um aceno de cabeça e um aceno devia ser suficiente para convencê-lo que realmente não dava a mínima. —Espero que o desgraçado tenha pesadelos sobre mim chegando lá primeiro. Onde quer que o inferno "lá" seja.
Ele passou os dedos pelos cabelos dele quando se virou para ela, deu dois passos e se voltou desconfiado.
—Passaram-se três meses, — lembrou a ela. —Não encontrou nada?
—Oh, encontrei muito, — informou a ele. —Os arquivos estão na minha mochila. — Ela balançou os dedos para a bolsa de couro que pegou nas escadas antes. —Brandenmore e seus cientistas foram monstros de coração frio, mas você já sabia disso. Estavam determinados a fazer os cientistas do Conselho de Genética parecem fofinhos ursos de pelúcia. Mas nenhum deles sabia onde a menina Roberts ou as outras duas cobaias anteriores estavam. Pelo que sabiam, o Bengala e a menina foram finalizados. Se sabiam de outra cosia, não disseram.
Ela não esperava que soubessem de algo diferente. Esperava que um dos técnicos tivesse feito amizade com a menina, ou talvez um dos assistentes dos cientistas, que se manifestaria, mas nenhum fez.
—Filho da puta, — ele rosnou, a exclamação uma lixa animalesca empurrando entre os dentes.
—Nenhuma das informações que encontrei se aplica a ela, — o informou. —E sabe o que mais, Lawe, estou cansada de procurar. Especialmente considerando o fato que já tinha uma equipe só esperando para me empurrar de fora e assumir o controle.
O olhar no rosto dele assegurou que faria exatamente isso.
—Não sabia que estava nessa missão, — ele finalmente disse a ela, sua voz áspera. —Tinha uma equipe cobrindo você, nada mais, no caso dos inimigos do seu tio a encontrarem novamente. Sequer me notificaram que Jonas enviou você. Até onde sabia, ainda estava nos detalhes de segurança, na Califórnia.
A expressão de desgosto no rosto a fez suspeitar que ele só poderia estar falando a verdade, mas isso não importava realmente. Uma vez que descobrisse o que estava fazendo, a teria empurrado de lado.
Ela bufou pela desculpa.
—Tudo para te ajudar a dormir à noite, idiota. E esse detalhe de segurança? Não sou uma maldita idiota. Sabia para o que estava lá. Um tapinha maldito na cabeça e um cantinho seguro para a mulherzinha fraca. —Ela virou a mão descuidadamente enquanto olhava para ele com nojo. —Agora, tenho relatórios em triplicado para escrever para seu chefe e umas feriazinhas para organizar para meus homens. Tenho contracheques a assinar e contas a pagar. Fazer um depósito na minha maldita conta para que eu possa conseguir isso. — Sua voz se levantou com raiva. —E me deixe sozinha.
Enquanto ele estava sem palavras, ou pelo menos não estava falando, ela passou por ele e atravessou a sala até a porta. Ela deu um rosnado furioso muito mais que humano para o guarda permanente dentro.
Havia mais dois fora e mais dois em cada extremidade do corredor. A mulher acasalada com o diretor do Escritório de Assuntos Castas estava presente, assim a segurança necessária não era menos impressionante que a das mulheres acasaladas com o alfa no próximo nível.
Isso não significava que havia um único maldita Casta no lugar que quisesse ter alguma coisa a ver no momento.
Sacudindo seu cartão-chave da parte detrás da calça jeans, Diane o deslizou através da fechadura eletrônica e abriu caminho para a sala.
Como sabia que estariam, seus homens estavam à espera, quietos e silenciosos, seus olhares se estreitando enquanto ela entrava.
—Chefe, não gosto dessas porras desses Castas dizendo a nós o que fazer, — Brick reclamou imediatamente quando ela fechou a porta atrás dela, com o rosto sombrio enrugado numa carranca. — Isso não é divertido para mim. E com certeza não gosto da minha perna destruída para que alguns bastardos mantenham seus segredos. Digo para sairmos deste inferno e voltar ao nosso trabalho real.
Seu trabalho real. Enfrentamentos militares e clientes privados que, naturalmente, pagavam muito melhor, mas apesar do franco-atirador mais cedo naquele dia, ainda era um inferno de muito mais perigoso. E os trabalhos garantiam mantê-la longe de sua irmã e sua sobrinha, se precisassem dela novamente.
Malcolm e Aaron murmuraram de acordo enquanto Thor se adiantava e jogava vários dispositivos eletrônicos de escuta na mesa longa e estreita ao lado dela.
Diane olhou para eles.
—Inferno, — disse ela, suspirando. — Quando encontrou estes?
—Quando voltamos, — ele disse suavemente. —Alguém entrou enquanto estávamos fora, chefe.
—Não é seguro aqui, — disse Aaron com raiva silenciosa. — E estes malditos Castas não fazem uma maldita coisa para protegê-lo.
Ela virou e olhou para a porta.
—Há guardas Casta até o salão, — afirmou. —Como alguém poderia ter entrado?
—Se estavam vestidos como funcionários do hotel mesmo com os Castas poderiam ter chegado aqui, — apontou Thor. — Os Executores estão longe o suficiente no salão para que algum cheiro os atinja.
— E quanto àqueles que estão no elevador? — Ela balançou a cabeça em confusão. — Não são dispositivos Casta.
Conhecia cada projeto que usavam, mesmo os ocultos. Jonas teve certeza que ela não arriscasse remover algum que os Castas colocassem, enquanto estava rastreando os cientistas de Brandenmore.
—Os funcionários do hotel, — disse Malcolm mais uma vez. —Tudo que tinham a fazer era olhar, agir e fazer sua parte.
—A menos que não te mostraram todos os seus dispositivos de escuta, — assinalou Aaron. —Apenas no caso de você decidir ver mais perto. — Ele estava olhando para ela. Aaron e Thor eram as duas mais fortes personalidades na unidade e geralmente os únicos a discutir com ela ou se aproximar com quaisquer divergências que os outros dois tinham.
Diane se inclinou mais perto e olhou para o que Thor desmontou. Tomando a lupa que Thor oferecia, pesquisou os componentes internos em silêncio.
A eletrônica não parecia Casta, mas qualquer coisa era possível quando vinha de homens e mulheres criados para serem mais astutos, mais cruéis que qualquer outra espécie na Terra.
Diane começou a sacudir a cabeça de novo, só para uma batida firme na porta a interromper. Deixou cair o queixo quando estourou uma respiração irritada. Deveria saber que não iriam deixá-la escapar.
Sabia quem era. Certo como o nome dela era o que era, sabia quem era.
Em vez de falar, se virou, encostou na mesa e esperou até que Thor chegasse à porta e abrisse.
Lawe e Jonas. Não esperava Jonas.
Thor olhou abaixo para Lawe.
Não que tivesse que baixar muito. Com 1,90m Lawe não era muito menor que Thor. O 1,98m de Jonas era exatamente da mesma altura.
—Thor, vamos conversar mais tarde, — Diane disse a advertência antes de olhar para os outros homens. — Os quatro precisam dormir um pouco. Seus cheques estarão prontos pela manhã e vamos todos para casa.
Thor grunhiu em desaprovação quando os outros levantaram de seus assentos. Aaron levantou, agarrou as muletas de Thor, de alguma forma conseguindo encontrar com os outros dois mancando até a porta.
—Mais tarde, chefe.
—A vemos, chefe.
—Intrometidos malditos, — resmungou Thor antes de empurrar a outra metade da porta dupla aberta e se mover através dela.
Brick a bateu quando ele e um Aaron mancando, deixaram por último o quarto, deixando-a sozinha com Jonas e Lawe. Pelo menos não sugeriram ficar e protegê-la, pensou com raiva. Não graças a Lawe. Ele assegurou que seus homens tivessem todos os motivos para questionar suas ordens, bem como sua competência.
Se encostando contra a mesa e cruzando um tornozelo sobre o outro, Diane esperou.
As portas fecharam quando Jonas e Lawe entraram na sala, parando a vários metros dela.
—Posso sentir o cheiro da irritação. — Os lábios de Jonas se enrolaram em diversão quando a olhou com aqueles olhos prata misteriosos.
—Imagino que possa vê-la bastante fácil também, — ela falou lentamente, seu olhar passando rapidamente por Lawe antes de voltar para Jonas. —Realmente prefiro não brigar com os dois no momento. Então saiam.
A cabeça de Jonas se inclinou zombando, mas não comentou enquanto ele e Lawe a olhavam em silêncio por vários momentos longos.
—Rachel está preocupada, — Jonas finalmente admitiu. — Estou aqui para ver se posso consertar a situação.
Os lábios de Diane se apertaram. Deu um olhar furioso para Lawe antes de se virar para o diretor.
—Então me diga, Jonas, por que o Escritório sente necessidade de espionar a mim e meus homens? Quando decidiu que não podia confiar?
—Não estava sendo seguida porque não é de confiança, — Jonas respondeu bruscamente, sua própria irritação vincando sua expressão. — Deve saber por que.
—Não estou falando de seus valentões Casta, — ela retrucou. —E deve saber disso.
Se não soubesse, juraria que ele não tinha ideia do que ela estava falando. Ele e Lawe se entreolharam antes que sentisse a tensão que, de repente, encheu a sala e se estendeu entre eles.
—O que aconteceu, Diane? — Era Lawe raspando a pergunta, não Jonas.
Sua testa se levantou.
Baixou as sobrancelhas numa carranca.
—Continue me dando esse olhar, querida, e prometo que terá razões para suspeitar de um inferno de monte de coisas, mas meus motivos não serão um deles.
—O que sabe sobre as escutas que encontrei no quarto? Colocadas aqui, enquanto estava convenientemente ocupada na suíte de Jonas? Diga-me, Lawe, acha que, agravada por seus Castas me seguindo, que podem ajudar minhas suspeitas quando se trata dos seus motivos?
A cabeça de Lawe girou de lado, seu olhar cortante para Jonas, quase com acusação.
—Não eu. — Jonas levantou as mãos em negação enquanto enfrentava a ira de Lawe. —Inferno, Lawe, você seria a quem eu daria a ordem que quisesse escutar alguém. Dei essa ordem?
Os lábios de Lawe se apertaram.
—Onde estão?
Silenciosamente ela apontou o dedo acima do ombro e viu cada homem se mover em torno dela até os dispositivos minúsculos que foram deixados sobre a mesa.
Nenhum homem os tocou. Se dobraram para perto, seus olhares treinados nos dispositivos enquanto observavam silenciosamente. Seus olhos se fixaram nas costas de Lawe, ajoelhado, e ela jurou que podia sentir água na boca por ele.
Seu sincronismo era incrivelmente ruim, para dizer o mínimo. O próprio fato que sua libido estivesse chutando agora, quando estava furiosa com ele, era suficiente para irritá-la.
Não precisava disso. Não queria isso. Não queria nada a ver com isso.
Pelo menos agora.
Ela e Lawe Justice eram como óleo e água.
Ela era independente e ele queria uma gatinha como companheira, esposa ou amante. Ela queria um homem que confiasse em suas habilidades e no tempo de vida que gastou se formando, se adaptando e aprendendo a proteger não apenas a si mesma e seus homens, mas àqueles que fora contratada para proteger e/ou resgatar.
Queria um parceiro para amante, e Lawe nunca seria um parceiro para sua companheira mais que fora com suas amantes. Mesmo as amantes Castas que tivera, foram forçadas a ficar atrás das paredes do Santuário ou ficar sem aquele perfeito corpo duro e incrivelmente sexy.
Apostava que até mesmo rosnava quando fodia.
O pensamento de ouvir aquele som rouco, perigoso, em sua garganta quando se aproximasse dela, dentro dela, foi o suficiente para enviar um arrepio de antecipação afluindo através dela.
E se ele fosse seu companheiro? Haveria a farpa, aquela extensão que sua irmã contou a ela que emergia sob a crista do pau de um macho felino, quando encontrava sua liberação dentro de sua companheira.
O rubor que cobriu as bochechas de sua irmã e o brilho do êxtase lembrado em seus olhos, foram suficientes para trazer Lawe imediatamente à mente de Diane.
Ela se virou para longe dele rapidamente.
Precisava de um retorno rígido de tais pensamentos ou...
—Tarde demais, ele já pode cheirar sua excitação. — A voz de Jonas fez sua carranca se tornar um olhar furioso de volta para ele.
Tanto ele como Lawe a observavam de perto.
—Espera que eu core? — Ela perguntou quando cruzou os braços sobre os seios, mais para esconder seus mamilos endurecendo do que pelo confronto. — Desculpe, meninos, parei de corar na minha adolescência. Gostaria de saber de onde essas escutas vieram, no entanto. — Ela indicou os dispositivos, então deu a Lawe um sorriso apertado. — Qualquer perfume que eu possa ter, não posso cheirar, para que eu possa ignorar.
A testa de Lawe arqueou.
—Contanto que não espere que eu o ignore.
—Posso não ser capaz de ignorar o fato que o calor de acasalamento está aí, mas posso com certeza ignorar qualquer cheiro de necessidade que eu, eu mesma, não consiga detectar, — ela o informou com firmeza. — E você pode ignorá-la também, Lawe, porque não vai acontecer. Fim. Você é arrogante, autoritário e sua atitude em relação às mulheres apenas me chateia para caramba. Não somos animais de estimação, e estarei amaldiçoada se vou bancar sua gatinha, por um segundo sequer. Agora pegue seus brinquedos lá e deêm o fora do meu quarto. Gostaria de dormir um pouco antes de ter que decidir como diabos vou reparar o dano que fez à minha equipe, quando mostrou a eles que fez seus meninos ronronarem cuidando de mim, em vez de respeitar minha capacidade de me proteger.
— Como fez naquela pequena aldeia da Síria no ano passado, quando os inimigos do seu tio puseram as mãos sobre você? Onde estavam seus homens, Diane? Me deixe dizer onde estavam, — ele a informou quando lançou um olhar duro, brutal e gelado. — Estavam confortáveis e seguros e não arriscaram suas bundas, porque Thor e os dois Castas com você no momento, tiveram o bom senso de entrar em contato com o Santuário. Tem alguma porra de pista do perigo que representaria, se seus captores tivessem um indício que estavam com a cunhada do diretor do Escritório de Assuntos Castas?
Lawe podia sentir. A perda de controle que sinalizava a determinação de Diane em desafiá-lo com palavras e atos. Podia sentir no cheiro dela a intenção de empurrá-lo, ver em seu olhar e sua expressão enquanto ficava ali olhando para ele.
—E quanto àqueles Coiotes que atravessaram seu couro com suas balas no ano passado? — Ela cobrou quando sua testa levantou zombeteiramente, a raiva brilhando em seus olhos castanhos escuros. —Nenhum de nós vive exatamente uma vida segura. Pare de tentar fingir que é o único que o faz.
—E tenho que ficar de lado quando tenho a capacidade de aumentar suas chances de sobreviver? — Ele podia sentir o rosnado ameaçador beirando sua voz.
Porra, podia sentir o animal dentro dele despertando por sua determinação em colocar sua vida em perigo. Como se incitasse o inimigo a atacar. Desafiando-o a fazer sua jogada e desafiá-la.
—O que deveria ter feito era deixar meus Castas na porra da minha equipe ao invés de levá-los para longe de mim e me dar a opção de contatar com você quando precisasse deles. — Sua voz se ergueu junto com sua raiva quando de volta para ambos.
—O atirador hoje foi Gideon, — Jonas informou em silêncio enquanto interrompia a batalha que se preparava para incendiar. — Estava seguindo vocês por semanas, Diane. A equipe de monitoramento viu sinais da sombra em seu rabo, mas não puderam verificar. Tudo que tinham era uma sensação. Capturar uma visão dele tem sido impossível, apesar de seus esforços, e sabe que meus homens são condenadamente bons.
Ela conhecia Gideon, o Executor, e não tinha intenção de matá-la, apesar das aparências. Não uma vez que ela mesma não fora atingida por uma das balas precisamente destinadas. Mas três de seus homens foram. Três que não podia ter certeza se não a traíam.
—E se seus homens não estivessem entre mim e ele, talvez aceitasse o conselho que deixei para ele na minha posição anterior e realmente saísse das sombras e marcasse um encontro, — ela de repente gritou para ele quando balançou suas mãos em fúria.
Em seu quarto, ela deixou uma resposta à mensagem que recebeu na Argentina. Fez todo o possível para chamar o Executor para uma reunião depois que ele deixou o aviso que estava sendo traída.
—Meu Deus, Jonas, percebe quantas vezes seus homens, por sua ordem, provavelmente, estiveram entre mim, meus contatos e minhas malditas missões? — Ela apontou o dedo na direção de Lawe quando uma névoa de descrença encheu sua mente.
Ela ficou furiosa.
Não havia cheiro tão intoxicante como a fúria feminina, a menos que fosse de luxúria feminina. E a luxúria definitivamente estava lá, Lawe pensou, enquanto sentia a fome queimando instantaneamente de repente travando sua mente.
Ela queria esconder. Queria negar. Ela negaria até o inferno e de volta se a confrontasse sobre isso. Ela se machucaria se tentasse machucá-lo e ambos sabiam disso.
Estava tão determinada a ficar sozinha, afastá-lo, que corria na direção oposta dele em todas as chances que tinha.
—Ambos se acalmem, — Jonas ordenou, seu tom áspero com irritação.
Virando-se para ele, Lawe percebeu que o outro homem não tirava os olhos dos dispositivos dispostos inocentemente sobre o brilho puro da mesa.
—Por que você não pega seu treinador e sai, — ela ordenou a ele, a ordem irritando os instintos animais que ameaçavam tomá-lo. — Então, vocês dois podem chorar a eletrônica juntos.
—Isto não é apenas eletrônica, — Jonas disse enquanto enfiava a mão no bolso para tirar um lenço cuidadosamente e envolvê-lo em torno das três escutas e as embolsar antes de voltar seu olhar para eles.
—Sério? — Seus braços deslizaram para permitir que suas mãos se apoiassem nos quadris desafiadoramente. —São alienígenas disfarçados de eletrônicos? Já não vi esse filme?
Jonas torceu os lábios.
—Só se conseguiu encontrar uma cópia que eu não pude. Esse filme tem mais de quarenta anos e é mais difícil de encontrar que Casablanca. Mas esses bebês são como impressões digitais. Só as vi duas vezes antes, o que significa que se Gideon as colocou no lugar, então posso ter uma maneira de rastreá-lo.
Diane centrou sua atenção sobre ele e não na raiva exigindo ação, subindo dentro dela.
—Tais como? — Diane perguntou.
Não que se importasse. Viria o dia que sua presa seria muito diferente.
—Tal como o mesmo sinal que usou para extrair informações, esses bebês podem ser usados para extrair informações deles, — disse a ela. —Vou explicar amanhã quando encontrarmos com Leo, Leo Vanderale. Vai precisar falar com você, assim como Thor, em relação a onde os encontrou e como estavam ligados à sua fonte de energia.
Ah sim, ela estaria nessa reunião. Além do fato que não tinha intenção de estar no DC amanhã, também não tinha intenção de enfrentar Leo Primeiro, a primeira fusão bem sucedida de DNA humano e animal, mais de cem anos antes.
—Falando de informação, vou tê-la antes de sair.
Autoritário, exigente e arrogantemente certo de si mesmo. Ela esperava que Jonas exigisse a informação, não Lawe. Diane riu da pura confiança que o Casta tinha em si mesmo e sua certeza que seria levada tão facilmente.
—Pode obter as informações ao mesmo tempo que Leo e seu Alfa o fazem, — bufou. —Não vou explicar as coisas duas vezes, Lawe.
E ele sabia disso.
Era um teste. Dependendo do que dissesse, então saberia se não tinha intenção de ir a essa reunião.
Seus olhos se estreitaram.
—A reunião é às dez, — Jonas informou enquanto ela e Lawe estavam presos numa batalha silenciosa travada apenas com seus olhos.
—Tudo bem. Agora pode sair. — Ela não tinha intenção de falar com Leo Vanderale no dia seguinte. Uma vez que o primeiro vislumbre de luz fizesse sua estreia, pretendia estar a caminho de Window Rock, Arizona.
Dando um aceno breve e agudo, Jonas se virou para Lawe.
—Vou contatar Callan e Leo hoje à noite. Quando terminar aqui... — Ele fez uma pausa antes de seus lábios abrirem um sorriso afiado. —Ou deveria dizer em vez disso, em algum momento desta noite, que deve entrar em contato com Ruler e deixá-lo saber que vai precisar de cada Casta na vizinhança quando o heli-jet chegar na parte da manhã.
—Eu vou cuidar disso, — prometeu Lawe, seu aceno afiado quando Jonas foi para a porta.
Quando a porta fechou e trancou atrás do Diretor, Diane se voltou para Lawe.
—Precisa sair com ele, — afirmou Diane, o peito apertado e dolorido enquanto lutava contra as lágrimas que não faziam sentido. Era mais forte do que isso, disse a si mesma. Não era tola para chorar sobre o homem como se fosse essencial para sua vida. Mas por alguma razão, a traição que sentia estava rasgando seu coração.
Lawe estava imóvel. Com seu olhar travado em Diane, tinha a sensação que a batalha de vontades iniciada poderia acabar por destruir a ambos.
Como ela sugeriu, deveria simplesmente sair com Jonas. Ficar aqui, aceitar esse desafio era a pior decisão que poderia tomar, mas isso era exatamente o que estava fazendo.
—Depois da noite passada, realmente acha que será assim tão fácil? — Perguntou ele com suavidade sedosa.
O olhar de Diane cintilou com um lampejo de emoção e expectativa em que podia sentir sua tentativa de lutar.
Tentativa.
Lawe sentiu seu próprio corpo se preparando, seu pau endurecendo, alongando, as glândulas inchando sob sua língua e uma leve sugestão do gosto incomum de especiarias e peras carameladas.
Não esperava isso.
Ouvira que o hormônio tinha gosto de canela, chuva de primavera, mesmo calor de verão. Mas nunca ouviu falar de peras carameladas.
—Não quero isso. — A declaração surpreendente o fez lutar com cada instinto que possuía para ignorá-la.
Jonas sugeriu que ele apenas fosse companheiro dela e acabasse com isso. Acasalar com ela não era seu curso preferido de ação, até que viu aquelas balas atingindo a parede de cimento acima de sua cabeça.
Até que quase a viu morrer diante de seus olhos.
Sua companheira.
Ela era sua, e fora os momentos roubados na noite anterior, ele não tocara nela. Mesmo assim, não a tinha beijado. Sentiu seu calor doce, mas não a tinha provado. Estava morrendo por isso. Queria lamber a carne aquecida de sua boceta, saborear o deslizamento lento de seus sucos quando encontrassem sua língua.
Ele a queria, com cada célula do seu corpo, com cada respiração que podia arrastar para seus pulmões.
—Não olhe para mim desse jeito, Lawe. — Havia uma ponta de falta de ar na voz dela, que fazia o suor saltar na sua testa e ao longo de suas costas enquanto ele lutava com a necessidade de beijá-la. Compartilhar o gosto erótico preenchendo seus sentidos.
A cabeça do seu pau latejava e a imperativa necessidade que o deixava duro e dolorido não era algo que iria embora tão cedo.
Essa ordem, porém, com a arrogância da fêmea quando exigiu que ele negasse a si mesmo o prazer de olhar, fez animal dominante dentro dele elevar sua cabeça em negação furiosa.
—Posso olhar para você quanto quiser, — ele rosnou, se aproximando dela, ciente que ela não estava recuando, não estava fugindo longe dele.
Uma mulher cautelosa como Diane deveria estar fugindo para proteger sua virtude, porque sua intenção era de roubar cada pedacinho dela.
E uma vez que tivesse sua virtude, teria sua submissão. Suas mãos realmente doíam para segurar as curvas de sua bunda, as abrir, mostrar uma fome erótica que levaria ao pleno reconhecimento feminino de que era seu companheiro, seu protetor.
Diane respirou lenta e profunda e ele quase podia ouvir o trovão do seu coração. Podia vê-lo definitivamente no pulsar forte de sangue na veia em seu pescoço.
—Acha que pode me intimidar? — Perguntou ela.
—Não estou tentando intimidá-la. — Intimidação não tinha nada a ver com o que tinha em mente. Claro que não. Queria foder com ela até que ambos estivessem exaustos, mas não tinha a intenção de intimidá-la.
A não ser que não tivesse outra escolha.
E só depois que saciasse a fome rasgando seus sentidos.
Ela olhou para ele agora, o nervosismo fluindo através de seus sentidos baseados na sua necessidade por ele, uma necessidade que estava lutando desesperadamente para negar. E podia sentir a luta, o desespero, e embora ele conseguisse entender por que lutava, mesmo aprovasse a luta, se recusava a permitir que ela estivesse menos desamparada do que ele.
—Combater isso não funciona, — ele murmurou enquanto se movia em torno dela, abaixando a cabeça, seus lábios em sua orelha. —Só deixa o corpo mais quente, a necessidade mais intensa. Só faz você mais faminta, não é, Diane, especialmente depois de ter um pequeno gosto tentador do mesmo.
Sua respiração acelerou.
Ele podia sentir o cheiro de seu calor, em seguida, queimando mais quente e mais selvagem do que nunca. Ele estava florescendo dentro dela, ultrapassando seu controle e chegando a ele quando parou atrás dela e permitiu que suas mãos se acomodassem em seus quadris, seus dedos envolvendo os ossos frágeis levemente.
—Bem aqui, — ele respirou sobre a veia pulsando ferozmente no pescoço. —Poderia ser a mais gentil das mordidas para começar. Queimaria através de nós dois, fazendo com que a fome fosse impossível negar, impossível de se afastar.
As mãos dela apertaram o topo da cadeira na sua frente. Um aperto duro e desesperado enquanto ele sentia sua luta para se segurar no último fio de seu controle. O mesmo que estava lutando para se segurar também.
—Não vou esperar muito mais tempo, — a advertiu, sabendo que não podia negar a borda instintiva de necessidade desesperada que começava a rasgar seus sentidos.
—E isso supostamente me faz entrar na linha? — A negação, o desafio, ainda estavam lá.
—Eu poderia esperar. — Ele não pôde resistir a roçar os lábios ao longo de seu pescoço.
Apenas seus lábios.
Não a lambeu. Não colocou uma camada de hormônio entre os lábios e sua carne.
E o animal dentro ficou furioso porque ele não fez.
Ela pulou contra ele, de repente, se movendo para escapar de seu controle quando ela se virou para encará-lo.
—Não.
Não.
Seus lábios se retorceram. Não era não. Era intrínseco, fosse um jogo ou não. Tinha o mesmo significado.
Iria acatar. Por enquanto.
—Temos um encontro com Jonas, Callan e Leo amanhã, — disse ela em seu lugar. —Vai estar lá para dar seu relatório.
Ela balançou a cabeça bruscamente, o cheiro de seu calor quase o drogando pela necessidade irresistível de prová-la como apenas seu companheiro poderia fazer.
Voltando-se, foi até a porta e saiu sem um adeus, sem resposta, pois perdia rapidamente o controle de seus instintos primitivos.
Mais um segundo. Outra respiração perfumada pelo desejo florindo, que se envolvia em torno dela e teria esquecido que ela dissera não. Teria esquecido a borda de medo que sentiu dentro dela.
Teria esquecido tudo e teria tomado sua companheira.
— Sinto muito, Diane, — Rachel falou de sua cama onde ela estava enrolada em torno da menina que piscava de volta para Diane enquanto ela se posicionava ao lado da cama.
Amber despertou antes mesmo de Diane desabilitar a tranca digital da janela e deslizar pela abertura estreita. Levantara sua pequena cabeça l, os olhos focando a janela enquanto Diane estava na borda de fora, considerando a tranca e os ocupantes do quarto para além da janela.
Ela observava o bebê agora enquanto um pequeno sorriso sonolento curvava os lábios pequenos. Inclinando suavemente para o lado seu rosto, Amber olhou para ela, o olhar sombrio, como se ela pudesse sentir o coração pesado da tia.
— Por que se virou contra mim, Rachel? — Diane perguntou suavemente enquanto ela se sentava sobre o colchão, seus dedos chegando a tocar a bochecha macia da sobrinha. — Por que você não falou comigo hoje à noite? Por que você não podia ficar comigo e não contra mim?
Por que sua irmã se virou contra ela? Ela mostrou que sua lealdade estava com Jonas e Lawe por estar na sala em uma conversa tranquila com eles, ao invés de estar em pé ao lado da irmã que estivera estado com ela toda sua vida.
— Foi porque eu não estava aqui quando você precisou de mim? Quando Amber precisou de mim? — Diane perguntou, a dor esfarrapada da memória rasgando-a quando sua irmã não falou.
— Deus não, — exclamou Rachel, sua voz ainda abafada e agora cheia de lágrimas e dor. — Eu nunca poderia culpá-la por aquilo, Diane. Não havia nada que você pudesse ter feito quando Brandenmore agiu.
Rachel fechou os olhos brevemente enquanto ela segurava a filha mais apertada.
A dor da memória ainda tinha o poder de trazer lágrimas aos olhos de Diane, bem como enviava um eixo de dor marcante ao seu coração. Seu olhar deslizou para Amber. Ela era tão doce e inocente, e Diane estava bem ciente de que ela havia falhado com a criança.
Enquanto Diane observava, ela via o brilho de lágrimas no rosto de sua irmã um segundo antes de um pequeno, quase silencioso rumor de um ronronar que saia do pequeno peito de Amber.
O único sinal que Rachel deu que ela havia escutado, foi um breve tremor de seus lábios enquanto Diane dava um pulo surpresa. Era a primeira vez que ela ouvia o som e achou que fosse completamente cativante. Mas com a reação da mãe, um gemido saiu dos lábios de Amber enquanto eles se enrugavam na ameaça de lágrimas.
— Jonas diz que ela pode sentir quando estamos com medo, ou se algo nos causa dor, — a voz de Rachel era irregular, obviamente, causando o grito confuso e as lágrimas que umedeciam os olhos da menina.
Por um momento, Diane desejou que ela ainda pudesse repreender a irmã como quando ela ainda era criança. Infelizmente, elas estavam muito além de tais recriminações. A necessidade de aliviar a confusão de Amber era uma que ela não poderia ignorar.
— Olha a mamãe, ficando toda chateada com um pequeno e bobo ronronar, Ambie. Ela só não percebeu o quão especial você é, querida? — Diane repreendeu o bebê quanto ela se inclinava e esfregava o nariz contra o pequeno nariz da sobrinha.
O sorriso de Amber tremeu por um momento antes de uma gargalhada de bebê abrir seus lábios e Diane erguê-la dos braços de Rachel. Afagou a pequena forma perto de seu próprio peito enquanto a pequena cabeça se inclinava para trás para olhar para ela, fazendo Diane derreter o coração com essa onda de amor, o que era muito doloroso.
— Ela parece uma mini você, — Diane sussurrou em reverência enquanto ela olhava para a irmã por apenas um segundo, seus olhos atraídos de volta para o bebê. — Ela está mais bonita a cada vez que a vejo, e cada vez que a vejo mais ela tem suas feições de quando você era um bebê. Eles estão vivos dentro dela. Mamãe e papai teriam se derretido por ela.
Sua irmã fungou enquanto uma lágrima descia por sua face.
— E você parece mais com a mamãe todos os dias, Diane. Às vezes, eu juro, é como tê-la aqui.
Ela não pôde deixar de rir.
Diane fez cócegas na barriguinha de Amber onde havia uma parte descoberta pelo pijama. Pernas rechonchudas chutavam enquanto o riso do bebê enchia a escuridão. Agarrando, os dedos pequenos encontraram a camisa de Diane, agarraram e seguraram firme enquanto Diane se inclinava e roçava um beijo em sua testa. Aquele pequeno som voltou, um pequeno ronronar fofo, mais forte, quase provocante. Um som de felicidade enquanto Diane abraçava o bebê contra ela e explodia outro beijo contra seu pescoço cheiroso.
A mão de Rachel apertou os lábios enquanto ela lutava contra um soluço, a dor e o medo tremendo através de seu corpo enquanto Amber, de repente ficava tensa. Ela lutou contra Diane até que ela pôde se virar e olhar de volta para a mãe em confusão.
— Ignore a mamãe, — aconselhou-a Diane e fez cócegas na barriga de novo, trazendo uma pequena e hesitante gargalhada antes de Amber olhar para a mãe novamente, como se pedindo permissão para uma alegria tão simples.
Diane baixou os lábios até o ouvido de Amber, o seu olhar encontrando o da irmã.
— Mamãe se esquece de que foi um desagradável tipo de soro Casta, que o velho médico mal lhe deu, — Diane lembrou a mãe, em vez da criança com quem ela estava falando. — O que ela esperava, hmmm? Lobos rosnarem talvez?
Rachel balançou a cabeça.
— Não é engraçado, Diane.
— Bem, você sabe, precisamos torná-lo engraçado, ou a nossa pequena chimpanzé aqui vai pensar que nós não a amamos como deveríamos. — Diane baixou a cabeça e rosnou ainda mais contra o pequeno ombro da sobrinha.
O pequeno vendaval de riso de Amber foi seguido por esse ronronar bonitinho. O segundo som soltou o seu olhar e moveu-se rapidamente para a mãe mais uma vez. Rachel não tinha ouvido dessa vez, ela tinha se concentrado no riso do bebê em vez disso, o medo desaparecendo enquanto sua filha parecia desfrutar deste momento de prazer inesperado.
— Rachel, você tem que aproveitar as mudanças que não são prejudiciais a ela, — Diane repreendeu enquanto ela continuava a provocar os risinhos do bebê. — Toda vez que ela ronrona ou faz um som que considere estranho, eu aposto que você está chorando. Ficando assustada.
— Diane, é errado, — Rachel sussurrou cansada.
Mais uma vez Amber começou a ficar um pouco assustada enquanto os lábios franziam e ela se virava para a mãe em busca de consolo.
— Eu gostaria de poder te bater. — Diane suspirou em decepção. — Você está deixando o seu próprio estresse afetá-la e roubar sua infância. Dê-lhe alguns risos, Rachel. Brinque com ela. Deixe-a ronronar ou rosnar ou qualquer coisa que ela precise fazer. Ela é tão preciosa. Preciosa demais para precisar se sentir aceita.
Diane continuou a falar com carinho gentil enquanto fazia cócegas, acariciando e provocando o bebê. Finalmente, ela teve a atenção de Amber mais uma vez enquanto Rachel a observava com compreensão e arrependimento angustiante.
— Como as outras crianças estão reagindo com ela agora? — Diane perguntou, sabendo que Rachel tinha mencionado problemas alguns meses antes.
— Eles rosnam para ela, estalam para ela sem pensar. — Rachel estendeu a mão e fez cócegas na barriga de Amber, enquanto mantinha o tom suave.
Amber não era idiota. Ela observou a mãe sombriamente por longos segundos antes de Rachel ser capaz de projetar um sorriso nela.
— Os pequenos moleques híbridos dando a minha garota um momento difícil? — Diane sussurrou enquanto Amber se enrolava mais perto dela e dava um bocejo sonolento.
— Eles não significam nada. — Rachel começou a protestar.
— Claro, Rachel, eu sei que eles não significam nada por isso. — Diane suspirou enquanto ela balançava o bebê delicadamente. — É a mudança em seu perfume que os assusta, talvez? Eles são apenas bebês também.
Ela queria dar algo para a irmã sustentar, algo para aliviar os temores que Diane sabia, a atormentavam.
— Não David, — Rachel sussurrou enquanto ela corria os dedos carinhosamente sobre as ondas pesadas de Amber. — o filho de Callen e Merinus não é um bebê, Diane. Rosna para ela se ele não para em primeiro lugar. Basta estar em torno dela e parece irritá-lo. Baixo, o rosnado involuntário retumba no peito antes que ele fique irritado e simplesmente saia da sala.
A voz de Rachel tremia dolorosamente.
— Ele está sendo preparado para a posição do pai, treinado para assumir. Ele é o alfa das crianças, você sabe as implicações de sua rejeição a Amber?
Diane alisou a mão nas costas do bebê, enquanto ela fazia um som pequeno de aflição, mais uma vez.
— Quais são as implicações, Rachel? — ela perguntou suavemente, porém o olhar que ela atirou a sua irmã estava repreendendo. — David está na puberdade, ele está passando não apenas pela maturação dos hormônios humanos, mas também dos animais. Ele era o favorito de Jonas antes de Amber. Inconscientemente, talvez ele se ressinta pelo amor que Jonas tem por ela, e seu DNA animal esteja simplesmente reagindo.
Jonas amava crianças, mas David tinha sido o seu favorito antes da chegada de Amber. Uma vez que Rachel tinha dado à luz, Diane ouvira que Jonas havia caído de amores pela criança. Nada neste mundo importava tanto quanto Rachel e a criança que reconhecera como sua. Embora Diane soubesse que David ainda recebia um pouco de atenção por parte do diretor.
— Quando está tudo dito e feito, ele ainda é humano, — ela lembrou a sua irmã. — Você disse a Merinus?
Rachel virou-se para olhar para o teto, um braço sobre sua barriga enquanto ela fazia uma careta pesadamente.
— Rachel? — Diane a apressou.
— Eu não vou até Callan ou Merinus, — Rachel murmurou, embora desta vez, ela mantivesse a raiva e a dor que sentia fora de seu tom.
— Por que não, Rachel? — Talvez sua irmã não pudesse, mas ela poderia.
— E você também não. — A cabeça de Rachel virou para o lado, a sua expressão feroz enquanto ela olhava para ela.
Os lábios de Diane se apertaram. Ela odiava quando Rachel podia tão facilmente adivinhar suas intenções.
— Por que você não pode ir até Merinus? — Diane perguntou ao invés de discutir. — Ela é mãe de David, ela pode falar com ele. Se não Merinus, então Callan.
Rachel fungou enquanto esfregava as mãos sobre o rosto dela antes de começar a devolver o olhar para Diane pesadamente.
— Porque eu me recuso a brincar de leva e traz com uma criança. — Ela suspirou.
Diane teve que rir.
— Mas, Rachel, são crianças que você está supostamente denunciando.
Os lábios de sua irmã quase se contorceram em diversão.
— Ria, Diane. — Ela sentou-se e foi então que Diane viu as lágrimas brilhando em seus olhos. — Eu não vou jogar como a mãe cadela e implorar a Merinus Lyons para por favor fazer o filho dela parar de ser tão maldoso com o meu bebê.
Diane estava confusa agora. Ela olhou para a irmã, querendo saber qual era o problema real era aqui.
— Eu quase fui para a escola com você durante os primeiros seis anos, porque as crianças mais velhas gostavam de intimidar você, — Diane lembrou com carinho de sua irmã. — Eu gritei com os professores e argumentei com os diretores. Então tio Colt entrou, olhou para todos eles e até visitou os pais e tudo, mas ameaçou-os. Mas o que aconteceu para parar, Rachel?
— Esta não é a escola, Diane. — Ela suspirou. — Chutar o valentão nas bolas não vai consertar isso.
E oh como sua irmã bebê tinha chutado o irritante e o deixou chorar. Diane amava essa memória.
— Não, ele não vai, — ela concordou razoavelmente. — Mas se você não falar com Merinus, Callan ou David, eu não me importo, eu irei.
Ignorando a careta de Rachel, colocou a agora dormindo Amber de volta na cama ao lado da mãe.
— Deixe isso, — ordenou a sua irmã.
— Não. Encontre a causa e a corrija, ou eu vou fazer isso por você. — Diane deu de ombros, sem se preocupar com os argumentos de sua irmã. — E você sabe que eu vou, Rachel. Essa é a minha sobrinha e ela é jovem demais para ter que suportar a atitude temperamental de um adolescente. Eu não vou suportar.
— Não é tão fácil, — Rachel sussurrou. — Eles são Castas, não crianças humanas, Diane. Assim como o pai dele é. Há mais envolvido do que a puberdade ou o temperamento adolescente.
— Besteira. — Diane estava em seu rosto, nariz a nariz, inclinando-se sobre Amber e fitando os olhos de sua irmã, mas ela manteve seu tom suave, gentil, sem um pingo de raiva ou emoção que pudesse despertar Amber. — É tão fácil. Encontre David, e pergunte qual diabos é o problema dele. Você acaba com isso, ou eu juro por Deus que eu vou.
Os olhos de Rachel se arregalaram com o tom de sua irmã.
— Você está falando sério.
— Por que está tão surpresa, Rachel? — Diane perguntou entre os dentes cerrados. — Eu a protegi quando você era pequena. Eu lutei por você. Você acha que há uma chance no inferno de que eu não fizesse o mesmo por seu bebê? Minha sobrinha? — Diane estendeu a mão, tocou as lágrimas no rosto da irmã, querendo chorar também. — Rachel, você é minha irmã. Nós fomos ao inferno juntas, e eu andaria no inferno por minha sobrinha. Você não percebe isso?
Rachel balançou a cabeça e Diane percebeu que sua irmã temia as mesmas coisas agora que ela temia quando era criança. Que suas ações prejudicassem alguém que ela amava ou de alguma forma ofendesse alguém que ela respeitava.
— Jonas é o chefe e os pais de David são adultos razoáveis, — Diane disse à sua irmã suavemente. — O seu companheiro é tanto um alfa como seu líder é. Será que ele sabe o que está acontecendo?
— Não totalmente, — respondeu Rachel.
— Conserte isso, Rachel, — Diane ordenou enquanto ela se aproximava e a abraçava delicadamente. — Conserte isso por Amber, ou eu vou fazer isso por você.
Diane saiu da cama e foi para a janela que havia usado como entrada.
— Você está indo embora, não é? Para encontrar a menina Roberts, — Rachel sussurrou, uma veia de medo enchendo sua voz. — Sozinha?
Diane se voltou lentamente.
— Você tem Jonas, — afirmou com firmeza, a voz baixa. — Sua lealdade é para com Jonas e suas causas, e é assim que deve ser. — Ela evitou os protestos de sua irmã com um olhar firme e um aceno rápido de sua mão. — Eu tenho minhas próprias batalhas para lutar, Rachel. Há coisas que tenho que fazer e eu não posso fazer isso se eu estou acorrentada a seu lado, ou trancada dentro do Santuário.
— Eu não quero que você arrisque sua vida por nós, — Rachel gritou, de repente, a suavidade de sua voz rouca em suas lágrimas. — Isso é o que você está fazendo, Diane, e eu não posso suportar isso. Eu morreria por dentro de se algo acontecesse com você por nossa causa, porque você sente que tem que nos proteger.
Diane abanou a cabeça.
— Não é isso o que estou fazendo, Rachel.
— É sim. — Ela ouviu a irmã se virar na cama. — Você ainda está perseguindo informações sobre Brandenmore, não é? Você ainda está tentando salvar Amber. — As lágrimas estavam mais espessas em sua voz agora. — Negociando sua vida pela dela. É por isso que você não vai aceitar Lawe.
— Não. — Diane se virou rapidamente, furiosamente. — Eu não sou o animal de estimação dele, Rachel. Eu não sou uma criança, que ele pode trancar em um quarto para minha própria segurança. Eu luto. — A raiva queimava em seu intestino, que flamejou através de sua mente. — Eu faço o que eu preciso, porque é quem eu sou. Isso é o que eu sou. E ele quer tirar isso de mim.
Aquilo doía. Quebrava seu coração. Isso rasgava algo que ela não ainda estava certa de reconhecer. Rasgava seu senso de justiça e seu senso de confiança.
— Ele quer que você esteja aqui para nós, — Rachel sussurrou, sua voz hesitante e preocupada.
— Mesmo se eu morrer confinada, Rachel? — perguntou ela dolorosamente. — Você sempre sonhou com uma família, um lugar para assentar e ter filhos. Jonas e Amber, eles são o seu sonho. Isso era o que você sempre quis. — Movendo-se para sua irmã Rachel, ela pegou suas mãos e as segurou com firmeza, olhando-a nos olhos, desesperada para fazê-la entender. — E o meu sonho? Alguma vez você se perguntou qual era meu sonho ou se eu tinha o direito a ele?
— Você faz isso por causa de mamãe e papai, e de como eles foram mortos. Tio Colt convenceu você... — Rachel chorou. — É por isso que você luta.
Diane balançou a cabeça outra vez.
— Não. Eu luto porque esse é meu sonho, Rachel. Eu não quero um carcereiro ou um protetor. Eu quero um parceiro. Eu quero alguém que me deixe lutar quando eu precisar lutar e me deixe descansar quando eu precisar descansar. Eu não quero que me digam quando eu preciso fazer um ou outro, porque, acredite, eu sei o que eu preciso e eu sei quando eu preciso. E o que eu não preciso é ser algemada ou trancada no Santuário, onde todos estão felizes e satisfeitos, porque eu estou segura. — Ela queria chorar com sua irmã. Ela queria uivar para a dor de nunca ter sido aceita pelo que ela precisava, mas sempre dando o máximo de si quanto possível. — Rachel, me deixe ser eu mesma, — ela sussurrou com um desespero, que ela não tinha percebido que estava preso dentro dela. — Se eu não posso ser eu, então não há razão para sequer existir ou lutar para viver. Você não entende isso?
Os braços de Rachel de repente estavam em volta dela, segurando-a apertado enquanto Diane colocava os braços em torno da irmã confortantemente.
— Eu sinto muito, Diane. — Inclinando para trás, ela olhou para cima, permitindo que Diane pudesse ver o verdadeiro arrependimento em seus olhos.
Diane limpou suas próprias lágrimas.
— Eu desejo que nós pudéssemos ser crianças novamente. Que a inocência que uma vez conhecemos ainda fosse uma parte de nós.
— Mas é. — os lábios de Rachel tremiam enquanto ela tentava sorrir. — Eu vejo em Amber. Eu vejo em seus olhos, o sorriso do papai, as sobrancelhas da mamãe. Eu vejo as crianças que já fomos e eu sei a felicidade que eu quero para ela. E eu vejo tudo o que Brandenmore poderia ter roubado se seu mal conseguisse levá-la para longe de nós.
— Eu não vou deixar isso acontecer, — Diane jurou. — Vou encontrá-los, Rachel. Eu juro que eu vou.
— Ajude-me, — Rachel sussurrou então, seus lábios tremendo agora. — Ajude a salvar meu bebê, Diane. — Um soluço silencioso sacudiu o frágil corpo de sua irmã. — Eu não sei se eu poderia sobreviver se eu a perder.
Diane teve que lutar contra suas próprias lágrimas à medida que suportavam uma a outra, o medo estava consumindo-as enquanto a esperança continuava a queimar dentro delas.
— Vou encontrar Honor Roberts, — Diane jurou. — Tudo o que os mantinha vivos, eu farei tudo em meu poder para ter certeza que Amber a terá.
Rachel limpou as lágrimas em seu rosto.
— Eu sei que você vai. — Ela fungou. — E eu vou te ajudar da forma que eu puder.
— Só acredite em mim, Rachel, — Diane pediu dolorosamente. — Não os ajude a me prender. Se somos verdadeiramente irmãs, acredite em mim como você fez quando éramos crianças.
Nos olhos de sua irmã viu o arrependimento, o amor e o medo. O temor que tinha estado lá desde a primeira vez que Rachel entendeu que Diane era parte da equipe do tio. Que sua irmã estaria arriscando a vida na linha de fogo.
— Sinto muito, — Rachel sussurrou. — Eu estava com Jonas, porque eu tenho pavor de perder você. De perder a única pessoa que conheço além de Jonas que poderia enfrentar um inferno por mim. Mas eu enfrentarei tudo por você também. Eu enfrentarei qualquer coisa para vê-la segura e saber que segurança não é o que você quer, mas me apavora.
— Eu sei! — E ela o fez.
— Mas a segurança iria matá-la mais rápido que uma bala, — Rachel adivinhou.
Era a verdade. Era a coisa mais verdadeira na vida de Diane. Ela encontrou o olhar de sua irmã, pois ambas piscaram para conter as lágrimas.
— Então faça o que você tem que fazer. — Rachel libertou-a então e se afastou com um sorriso choroso. — Faça o que você tem que fazer, Diane. Eu nunca vou ficar contra você de novo.
Era uma admissão que Diane sabia que não fora fácil para sua irmã.
— Obrigada, Rachel, — ela sussurrou. — Por ser minha irmã. Se você precisar de mim, se alguma coisa acontecer, eu direi onde estou indo, se você jurar manter segredo para si mesma.
Ela sabia que sua irmã Rachel ficaria insana se ela não soubesse onde Diane estaria. E ela sabia que Lawe iria encontrá-la, de uma ou outra maneira.
Inclinando-se, ela sussurrou no ouvido de sua irmã a informação, apenas no caso de Jonas ter deixado um dispositivo eletrônico escutando, desde que Diane entrou no quarto. Rachel assentiu enquanto Diane dava seu último abraço antes de se mover e se obrigar a sair.
Movendo-se para a janela, Diane conseguiu se contorcer pela abertura estreita na borda, antes de fazer seu caminho nas beiradas das várias janelas pelo canto e pelo tubo de drenagem que seguiam a linha de baixo do edifício de mais de vinte andares.
Ela sabia que Rachel estava observando enquanto ela puxava as luvas de seu bolso e, em seguida, enganchava um gancho de fecho de metal do seu cinto à corda que ela já tinha preparado. Dando a volta ao redor do tubo de metal, Diane fez seu trajeto até o chão. Agachada, ela se moveu rapidamente para os arbustos pesados que decoravam o gramado e levavam para o estacionamento mais adiante.
Levou apenas alguns minutos para chegar ao Land Rover que ela tinha destinado para sua viagem. Deslizando para dentro, ela suspirou fortemente, acionou o veículo e saiu da posição de parado.
Partir assim, sem seus homens, sem apoio, era desconhecido, mas estranhamente satisfatório. Ela sempre lutou com uma rede de segurança. Não havia rede agora. Apenas ela, sua formação e seus instintos.
E seu objetivo.
Salvar sua sobrinha. E talvez ela provasse a Lawe que era forte o suficiente para não apenas andar ao lado dele, mas para lutar ao lado dele. Sem a aceitação, sem sua capacidade de fazer o que ela tinha que fazer, Diane sabia, uma parte de sua alma iria morrer.
Então, ela não seria de utilidade para ninguém.
Especialmente para um companheiro.
Observando o veículo se afastar enquanto os primeiros raios da aurora começavam a se esticar na frágil luz do céu, Rachel respirou profundamente e tomou uma decisão que ela orou para que não fosse se arrepender.
Ela conhecia Diane, talvez melhor do que sua irmã gostasse. Ela tinha visto a dor em seus olhos, ouvi-a em sua voz quando ela tinha jurado que iria morrer se ela não pudesse lutar. Quando ela sussurrou com a dor da fome do parceiro que ela precisava.
E Rachel conhecia Lawe. O Casta cuidava de sua irmã. Inferno, ele amava Diane, ele simplesmente não estava pronto para admitir isso. Mas, o que ele não sabia era que ele amava por causa de quem Diane exatamente era e o que ela era, não pelo que ele pensava que queria que ela fosse.
Se Rachel permitisse que Diane saísse por conta própria e, Deus o livre, ela fosse ferida, então Lawe nunca iria perdoá-la por não lhe dizer onde ela estava indo.
Ela nunca iria se perdoar.
Primeiro, ela tinha que descobrir como dizer a ele sem Diane se sentir traída.
Demorou um pouco, mas ela tinha um plano.
Sorrindo, ela tomou banho, chamou a Casta Felina que tinha tomado a posição de babá e preparou-se para invadir a reunião pela qual Jonas tinha deixado a cama deles.
Sua irmã era teimosa como o inferno e tão obstinada.
Precisaria de manobras cuidadosas, tanto para com Diane bem como para com Lawe, mas Jonas havia lhe ensinado um pouco.
Rachel estava extremamente confiante do que ela poderia realizar. Que ela poderia garantir o acasalamento de sua irmã e o comandante da Casta. Rachel estava determinada a ver que sua irmã teria a vida que ela sonhara e a felicidade que ela merecia.
Diane estava atrasada.
Enquanto Jonas passava as novidades aos alfas Líderes e das matilhas, incluindo os dois que haviam viajado da Europa para representar o número crescente de Castas, saindo do esconderijo lá. Lawe sentiu seu cenho se aprofundar.
Eram dez e quarenta e cinco. Ela estava atrasada o suficiente para que se ela não estivesse lá dentro no quarto de hora seguinte, então ele iria caçá-la.
Ele já deveria ter feito isso, ele pensou, impaciente enquanto ele sentia a energia inquieta começando a chiar através de seu corpo. Seus instintos estavam em alerta, um sentido de consciência estimulando-o, avisando-o.
Algo não estava certo.
Diane nunca se atrasava. O que o deixava possesso permitir que Jonas o convencesse de que ela estava simplesmente irritada com todos eles e os faria esperar por muito tempo.
O que não era o estilo de Diane.
Ele podia sentir a tensão inundando seu corpo, um aviso de que algo não estava certo e ele que deveria ir agora, que ele deveria ir direto para os aposentos dela e encontrá-la.
Os homens dela haviam viajado horas antes, cada um indo para uma área diferente dos Estados Unidos. Mesmo Thor tinha ido embora.
Ela não iria sairia sozinha...
O inferno que ela não iria.
Por que não tinha visto as pistas?
Endireitando-se a partir da posição que ele havia tomado contra a parede, Lawe virou-se para sair da sala e verificar sua companheira muito independente.
Ele ainda não tinha dado o primeiro passo quando uma batida, dura e exigente soou na porta e o cheiro da companheira de Jonas alcançou seus sentidos.
O olhar de Lawe virou-se para Jonas enquanto um conhecimento repentino inundava seu sistema. Genética animal elevou seus sentidos enquanto ele mordia de volta um grunhido e se forçava a permanecer no local.
Um casta Executor virou-se para a porta e a abriu rapidamente. Rachel Wyatt entrou na sala em uma nuvem de raiva e ressentimento aquecido enquanto ela se virava para seu companheiro, o diretor do Departamento de Assuntos da Casta.
Jonas se virou para a porta enquanto a figura delicada de sua companheira entrava na sala.
A mulher que acasalou com Jonas era adorável, simpática e inteligente. Com sua feminilidade tranquila e determinação forte, ela era o perfeito contraponto para o seu gelado, cheio de arestas, macho. Havia pouco que Jonas conseguira encostar nela, mas também isso seria uma das poucas coisas que ela não perdoaria nele.
O cabelo castanho escuro e longo estava puxado em cima de sua cabeça em um toque clássico, óculos de armação fina pousavam em seu nariz, enquanto seu olhar se prendia no do marido. Sua expressão era apertada, seus lábios finos e o cheiro de sua raiva flutuavam pela sala como um cheiro doce, quente e rico.
— Rachel? — O tom na pergunta de Jonas, gentilmente sonora e curiosa, ainda tinha o poder de surpreender aqueles que só tinham conhecido o chicote duro de sua língua, antes que ele encontrasse sua companheira.
Como se o animal dentro de Jonas, que sempre andara impacientemente, furiosamente, de repente encontrasse consolo e uma paz repentina e avassaladora. E a paz descera sobre Jonas enquanto sua esposa virava-se para ele e alcançava a mão que ele estendeu para ela.
— O que vocês dois fizeram à minha irmã? — ela lhe perguntou, em voz baixa, seu tom acusador e angustiado enquanto ela olhava para o marido.
— Nada ainda, — Jonas garantiu a ela enquanto Lawe ignorava o olhar de retaliação nos olhos do diretor. — Embora eu esteja certo que Lawe tem algumas coisas em mente.
Rachel deu um breve, bufar menos-que-feminino ante a declaração.
— Eu duvido que ele vá ter a chance de fazer qualquer coisa. Depois de tudo o que você disse a ela na noite passada, ela se arrumou e saiu antes do amanhecer desta manhã. Eu perdi minha irmã, Jonas, e você permitiu que ele a fizesse fugir como se ela fosse alguma criminosa, sem direitos e sem capacidade de escolher seu próprio destino. Desde quando a decisão faz com que um companheiro suspeito, deva se tornar um prisioneiro?
Ela não estava satisfeita. E seu desagrado estava centrado mais sobre ele do que sobre o companheiro, Lawe sabia enquanto ele sentia sua própria fúria começando a apertar através de seu sistema. A dor que pulsava e queimava dentro dela, estendeu a mão para acenar para cada homem na sala, e para lembrá-lo das suas responsabilidades básicas para com sua companheira.
O da felicidade dela.
Lawe podia sentir a condenação, em cada olhar dirigido em sua direção.
Então, Jonas se virou e olhou momentaneamente para Lawe por ter a ousadia de fazer qualquer coisa para desagradar Diane e, com efeito, desagradar a sua irmã também.
— O inferno que ela tem. — Lawe lutou para segurar o ronco surdo no peito.
Ele sabia que nunca deveria tê-la deixado sozinha. Na noite anterior, alguma coisa o havia avisado para não tirar os olhos dela. Para não confiar nela. Mas ele nunca imaginara que ela se atreveria a tentar sair sem apoio. Sem os homens dela. Especialmente depois de sua captura e estar perto da morte não há muito tempo.
Ignorando o olhar de Jonas e dos outros castas em seu caminho, Lawe rapidamente começou a tentar descobrir o caminho que ela usaria e por quê.
A menina, Honor Roberts, sem dúvida, pensou furiosamente. Diane não tinha intenção de deixá-lo ir ou de permitir que qualquer outra pessoa assumisse a realização dessa missão. Jonas podia sentir um rosnado se formando em sua garganta ao ronco baixo de raiva que saía da garganta de Lawe. Como se ele se recusasse a acreditar que Diane Broen se atreveria a sair sem a sua permissão. Ainda que Jonas esperasse este movimento, Lawe ainda não tinha feito nada para impedi-lo.
A casta estava muito certo de si mesmo, também a certeza de seu poder sobre Diane apesar da falta de acasalamento entre eles. Isso espantou Jonas. Onde estava o seu amigo, o homem que ele considerava mais intuitivo do que qualquer outro, desaparecera?
— O inferno que ela definitivamente tem. — Rachel cruzou os braços sobre os seios e se virou para Lawe com olhos estreitos e com raiva. — Eu falei com ela algumas horas atrás, Lawe. Mesmo eu não sabia que ela estava partindo, até que ela deslizou no meu quarto para me contar. Eu a vi se sacudir debaixo da calha de metal vinte andares para baixo enquanto o sol se levantava, porque era mais fácil escapar do pelotão de estúpidos que você colocou atrás dela. O que você fez? Atuar como o Grande Casta e corajoso sobre ela de novo? — Ela não se preocupou em esconder o sarcasmo na voz. — Eu não avisei que você estava assustando-a? — Lágrimas não derramadas raspavam sua voz agora e brilhavam em seus olhos. — Você não pode acorrentá-la. Você não pode forçá-la a ser algum pequeno animal de estimação tímido. Você vai conseguir matá-la, forçando-a a se concentrar mais em sua luta pela liberdade do que em proteger a si mesma.
— Ela vai se matar por causa de sua própria maldita teimosia, — Lawe rosnou enquanto Jonas tentava esconder seu recuo.
Que não era a resposta que deveria ter saído da sua boca.
Rachel levantou as sobrancelhas, surpresa, e sua raiva furiosa.
— Então ela deve apenas ser uma pequena fêmea indefesa para você, como as outras conquistas feitas e deixá-lo sair e jogar tudo por você mesmo, não é? — Um riso acentuado deixou seus lábios. — Realmente, Lawe, eu pensei que você fosse mais esperto do que isso. Só porque você se deu ao status de militar ativo, a besteira burocrática e o planejamento logístico que você ama, não lhe dá o direito de aprisioná-la.
Lawe olhou para ela.
Jonas questionou se ele deveria ter pena do seu recém-diretor assistente ou chutar sua bunda. Ele viu o jeito que Lawe estava olhando para ela, seus olhos brilhando com fúria, e o olhar tinha um rosnado de aviso de vibração na garganta de Jonas.
— Continue tentando protegê-la Lawe, — disse Rachel dolorosamente. — Tudo o que você vai fazer é mantê-la fugindo. E cada vez que ela foge, ela vai se tornar mais difícil de encontrar e mais determinada a sofrer o calor sozinha, em vez de tentar fazê-lo funcionar com você. Ela trabalhou muito duro para desistir de sua independência ou para permitir que qualquer homem, especialmente uma casta, a controle. Você só vai fazer com que ela te odeie.
— Então, eu deveria permitir que ela continue se arriscando como se sua vida não importasse? — Lawe estava furioso, seus gélidos olhos azuis a estavam fitando com raiva enquanto sua expressão se apertava com uma dureza furiosa, a impressão de selvageria felina se intensificando.
— Isso, ou aprender a lutar ao lado dela, — sugeriu ela com uma dor interna tão agonizante, que cada casta no quarto a sentia. Especialmente Jonas. Ele podia sentir a amarração para ele, queimando direto em sua alma e queimando com temores atormentado o companheiro de sua irmã. — Porque se você se tornar a razão pela qual eu não vejo minha irmã, ou minha filha crescer sem sua tia, então eu prometo a você, eu farei tudo ao meu alcance para fazer uma maldição, para você pagar por isso.
Lawe rosnou, um estrondo baixo e profundo de confusão tão intenso do sexo masculino, que se não fosse pela dor de Raquel, a outras castas na sala teriam se divertido com o som.
— Rule! — Lawe gritou o nome de seu irmão. — Você está comigo.
— Estou? Eu não sei se eu quero ir com você, Lawe, — afirmou do outro lado da sala. Ao olhar de fúria que seu irmão dirigiu em sua direção, ele suspirou de cansaço ao invés de sua zombaria normal. — Tudo bem, mas eu acho que seria do meu melhor interesse ficar aqui. Essa coisa de acasalamento está se tornando contagiante e eu ainda não fui infectado, se é tudo a mesma coisa para você. Ao contrário de você, eu ainda estou evitando o assunto e me desdobrando para ficar livre.
Lawe se virou, e embora Jonas não pudesse ver sua expressão por mais tempo, ele observou o suspiro de Rule da renúncia enquanto uma careta apertava seu rosto.
— Bem! Bem, — reclamou. — Mas se eu acabar infectado, eu vou chutar o seu traseiro do caralho e vou fazer tudo que puder, toda vez que puder, para ter certeza de que seu pênis está bloqueado.
Lawe brandiu de volta para Jonas.
— Vou contatá-lo quando eu a encontrar.
Pura arrogância da Casta e um toque de superioridade masculina enchiam seu olhar e sua voz. Jonas poderia ter avisado a ele, então, e lá estava ele se dirigi,do para o problema. Mas inferno, ele sabia que a outra casta não queria ouvir.
Algumas coisas uma casta só tinha que aprender por si mesmo. E as lições que Diane estava se preparando para ensinar a Lawe, seriam aquelas que ele nunca iria esquecer.
Por mais doloroso que essas lições pudessem ser, certo como Lawe não tinha necessidade delas e jamais se curvaria a elas, Jonas sabia que seria uma aventura que Lawe nunca iria querer perder.
Afinal, Diane era sua companheira. Uma combinação perfeita, coração e alma, para o homem que ele era. Ele poderia ter esperado que sua companheira fosse menos do que uma guerreira do que ele?
— Sim, você faz isso, — disse Jonas com um grunhido enquanto Lawe e seu irmão se dirigiam para as portas.
Lawe empurrou um dos painéis abertos, seguiu por ele e não olhou para trás. Rule seguia mais lentamente e enquanto ele chegava à porta voltou-se para Rachel.
— Eu estou certo que você arranjou isso de alguma forma, — afirmou conscientemente, seu olhar estreitando sobre ela enquanto Jonas pegava uma pitada de alguma emoção desconhecida, um perfume que ele não reconhecia. — Eu não acho que foi muito desportivo de você, Rachel. Eu tenho meus próprios problemas que você conhece. Eu não precisava pegar emprestado o dele.
Enquanto a porta se fechava atrás dele, Jonas se voltou para sua companheira e arqueou as sobrancelhas para ela interrogativamente enquanto ela se encostava à mesa e sorria complacentemente.
A raiva se fora. Ela ainda estava sofrendo, mas Diane era sua irmã, uma irmã que sempre se colocava em perigo, por algum motivo, em batalhas que não eram dela, por homens, mulheres, crianças e criaturas, que nunca iriam oferecer a primeira palavra de agradecimento.
Ele estava ciente dos alfas atrás dele murmurando, sussurrando e se preparando para sair.
— O que você fez? — ele finalmente perguntou à sua companheira, a voz baixa enquanto ele olhava para ela em contemplação.
Rachel sorriu docemente, inocentemente.
— Vamos apenas dizer que cobri minhas próprias apostas de como minha irmã está preocupada. Vamos apenas esperar que Lawe seja inteligente o suficiente para descontar no marcador. Eu só dei a dica a ele, e ele deve aprender a ser o parceiro da minha irmã, em vez de seu carcereiro.
Ah, sua pequena companheira era mais astuta do que ele lhe dera crédito, ao que parecia. E Deus sabia, ele deu-lhe a abundância de crédito para esse lado astuto de sua natureza.
— Jogando, querida? — ele perguntou divertido, espantado, como sempre, que esta mulher perfeita era dele. Que ela o amava. Que ela era a mulher que Deus havia criado apenas para ele, quando seus criadores tinha lhe dito que tal ser superior nunca o reconheceria e definitivamente nunca mandaria um raio de sol em sua existência.
— E aqui você pensou que você era o mestre manipulador. — Ela deu uma risada baixa e suave, enquanto ele abaixava a cabeça para esfregar sua face contra a dela. — Querido, você pode conhecer as suas Castas, mas eu conheço a minha irmã, — ela sussurrou em seu ouvido. — Ela vai tê-lo ensacado e marcado antes mesmo de voltar de DC ou do Santuário. Ele vai estar acasalado com mais firmeza do que qualquer outra Casta que você já conheceu e amando cada minuto disso.
Com isso, ela virou a cabeça e apertou os lábios no rosto dele, dando um beijo de carinho tal que cada casta na sala de repente sentiu saudade de seu próprio companheiro.
Não era um desejo nascido da luxúria, mas um desejo nascido da gentileza e do abrandamento repentino que vislumbrou na casta, uma vez que tinham jurado ser criados com uma máquina para uma alma. Na verdade, o robô baseado na carne.
Enquanto ela se afastava momentos depois, o olhar dela estava cheio de calor enquanto ela olhava para os outros homens. Um pequeno sorriso inclinou em seus lábios.
— Onde é que ela foi, querida? Guardar essa informação não é algo que você possa fazer. E não é discutível.
Eles tinham um entendimento e ele deu-lhe a frase que indicava que não era uma situação onde ela poderia negar-lhe as informações de que ele precisava.
— E você vai dizer a ele, é claro. — Ela fez uma careta enquanto ela suspirava pesadamente. — Ela vai pegá-lo em casa, Jonas. Diane está indo para Window Rock. Direto no coração da família dele, eu acredito.
Sim, era.
O passado, o presente e o futuro estavam se unindo e Jonas sabia que a dor afetaria Lawe ainda mais do que Rachel poderia adivinhar.
— Lider Felino Lyon? — Seu tom era formalmente educado, fazendo Callan arquear as sobrancelhas antes de seu olhar estreitar.
Levantando uma mão, ele se levantou e indicou seu segundo em comando, Kane Tyler, que devia segui-lo, então ele moveu-se para Rachel. Não que isso fosse evitar os outros de ouvi-los falar, mas seu tom havia avisado a ele que enfrentar a sala com o que ela tinha a dizer podia ser desconfortável para ela.
— Rachel? — Ele parou na frente deles enquanto Jonas via sua companheira cautelosamente, de repente certo de que ela estava preparada agora para tomar o seu conselho e falar com Callan sobre a preocupação com a filha deles.
Rachel levantou o queixo e olhou diretamente para ele.
— Eu preferiria que você falasse com seu filho antes de mim. — Ela manteve seu tom de voz incrivelmente suave. Tão suave, que talvez os outros não pudessem ouvi-la depois de tudo. — A próxima vez que ele assustar a minha filha e mostrar aos outros a sua recusa em aceitá-la por rosnar e estalar para ela, vou levar o assunto para a mãe dele. Na sua idade, ele pode preferir que qualquer discussão sobre o problema venha de você primeiro.
As sobrancelhas de Callan baixaram.
— Há quanto tempo isso está acontecendo? — perguntou ele, cuidadoso de manter seu tom abaixo do nível de raiva.
— Desde que a minha filha foi ao Santuário, — informou a ele. — Sua recusa em aceitá-la está afetando as outras crianças, eu acredito. — Ela piscou rapidamente as lágrimas. — Esta é a razão pela qual eu já não venho para a casa principal, quando convidada e não mais participo de atividades com as outras esposas. Não posso deixar minha filha sozinha com eles, Callan. Especialmente se David está em casa.
Callan estava estranhamente silencioso. Um músculo assinalava ao lado de sua mandíbula, e por um momento, Jonas considerou puxar sua companheira para trás de seu alfa. Até Callan lançar de um olhar de desaprovação para ele, como se sentindo os pensamentos de Jonas.
— Perdoe-me por não ver um problema que existia, Rachel, — Callan disse suavemente. — E eu aprecio você trazer isso para mim, embora Merinus entrará em contato com você em breve, tenho certeza. Vamos discutir o assunto com David antes de nós três nos encontrarmos com você e seu companheiro, isso é aceitável?
Jonas sentiu a mão de Raquel roçar a sua. Envolvendo os delicados dedos dela, ele deu-lhe o apoio que ela de repente parecia precisar quando ela percebeu que o alfa dos Felinos, talvez, tivesse, muito mais compreensão do que ela acreditava.
— Obrigada, — ela sussurrou. — Estou certa de que estaremos disponíveis sempre que você precisar de nós.
Callan olhou para Jonas mais uma vez.
— Sua companheira é demasiado boa para você, — afirmou com um retorcer divertido nos lábios. — E muito mais intuitiva. Você deveria ter vindo a mim mais cedo, Jonas.
— Não o culpe. — Rachel balançou a cabeça. — Ele ficou quieto a meu pedido, Callan. Eu queria esperar. Eu não queria causar tensão num momento em que eu sei que outras questões são muito mais importantes. Mas, Diane não é tão paciente e eu tenho medo. Ela me fez fazer isso.
Diversão na proclamação quase infantil atraiu uma risada de Callan.
— Eu vou agradecê-la pessoalmente na próxima vez que a encontrar — ele prometeu. — E obrigado de novo.
Ao invés de beijar seu rosto, apertar sua mão, ou qualquer outra forma de toque que pudesse ter causado desconforto, Callan vez abaixou a cabeça para a dela e esfregou contra a dela por alguns instantes.
A aceitação, respeito e afeto inerente ao gesto, não foram perdidas por Jonas ou qualquer outro ocupante da sala. Daquele dia em diante, Rachel seria sempre considerado um membro do grupo pessoal de Callan, e seu círculo íntimo familiar.
— Cavalheiros. — Ela assentiu para os outros graciosamente enquanto Callan recuava. — Eu vou deixar você voltarem à sua reunião agora. E se eu fosse vocês, eu iria me preparar para as consequências quando eles retornarem.
Ela não explicou as consequências, mas ela não precisava. Se eles voltassem com as ex-vítimas Brandenmore, então seria autoexplicativo.
Sem outra palavra ela caminhou graciosamente pela sala, assentindo para o guarda casta que abriu as portas e depois a fechou atrás dela.
Jonas voltou para os alfas que tinham deliberadamente encontrado algo mais para assistir.
Todos, menos Leo, homem biologicamente chamado de seu pai. Os olhos cor de âmbar o observavam cuidadosamente, seus lábios retorceram com uma pitada de diversão astuta.
Ele tinha visto cada momento da troca e, Jonas suspeitava, ouvira muito mais do que ele, Rachel ou Callan desejavam. Mas seu olhar tinha suavizado enquanto sua expressão refletia um respeito que Jonas raramente vira no olhar das outras castas.
Foi então que Leo balançou a cabeça de volta para ele antes de afirmar, num tom que refletia carinho surpreendente.
— Eu acho que ela me assusta.
Jonas deu um suspiro de resignação enquanto seu peito parecia enfraquecer com o seu amor por ela.
— Sim, — ele falou lentamente. — Acho que somos dois.
Três dias depois.
Albuquerque, Novo México.
Gideon observava a janela do quarto de hotel cuidadosamente através da mira de seu rifle. A joia de ouro que Scott tinha sido gentil o suficiente para guardar no cofre, havia pagado o rifle de vigia altamente sensível no contato do mercado negro que ele havia feito anos antes, durante uma de suas breves fugas dos laboratórios Brandenmore.
Era uma arma antiquada, alimentada por munição, em vez de laser, antes de cada disparo.
O chiado suave da caixa alimentando os rifles a laser, podia ser facilmente percebido pelos Castas dependendo da distância. Mas muito mais fácil de discernir eram as duas luzes minúsculas ao lado da caixa. Essas luzes podiam ser vistas a quilômetros de distância pelos olhos sensíveis dos Castas.
Esta arma, porém, com seu aço fosco e a mira de vidro fumê, não podia ser detectada pelos Castas ou pelos humanos.
Até que tivesse disparado.
Esta arma, diferente das alimentadas a laser, era alta o suficiente para alertar até o humano mais tolo, que uma violência estava sendo cometida.
Não poderia ser regulada para ferir em vez de matar ou queimar em vez de perfurar. Não podia ser desviada por vidro refletor ou algum material parecido. Havia poucas coisas que podiam permanecer entre um homem e uma bala.
Ou uma mulher e uma bala.
No momento, a mulher em questão estava sentada confortavelmente na cadeira que ela havia movido para a lateral da cama, de frente para a janela. As cortinas estavam abertas e davam a ele uma linha clara para o tiro enquanto ela escorava as pernas esbeltas num jeans na mesinha baixa diante dela. As botas pareciam gastas e confortáveis, assim como a calça jeans desbotada e a camiseta apertada e sem manga que ela usava.
E ela o estava encarando, olhando bem na mira do rifle, provocando-o a atirar.
Gideon teve que sorrir.
Ele estava quase ficando aficionado por esta mulher, depois dos últimos três meses.
Ela tinha fibra, uma ousadia que nenhum outro adversário que ele conhecia possuía. Ela era corajosa, adorava um confronto e era misteriosa. E muito inteligente.
Inteligente o suficiente para saber que estava sendo seguida e esperta o suficiente a ponto dele quase a ter perdido mais de uma vez. Gideon nunca tinha chegado tão perto de perder uma presa como esta mulher desde que havia começado a segui-la.
Ela era uma ótima adversária, e ele não tinha nenhuma dúvida de que ela faria de um homem sortudo um ótimo amante.
Se ela sobrevivesse ao joguinho que eles estavam brincando no momento.
Ele quase invejou o homem que compartilharia a cama dela. Sem dúvida seria o Casta cujo odor ele havia descoberto nas roupas dela quando havia entrado para espionar o quarto dela mais cedo.
Aquele Casta teria uma mulher que a maioria dos homens apenas poderia sonhar em ter. Uma mulher que seria sua companheira. Ela entraria na batalha com ele, acalmaria sua alma, cuidaria de seus ferimentos, e o deixaria louco na cama quando o perigo tivesse terminado.
Ela podia não cozinhar porcaria nenhuma, como ele tinha ouvido um dos homens dela dizer, mas ela comandava quatro bastardos poderosos, territoriais, nada educados que viviam para a guerra. Três a seguiam de boa vontade, lealmente.
A pessoa que não era completamente leal ainda vivia, porque Gideon apenas havia conseguido identificá-lo nas últimas vinte e quatro horas. Se ele ainda estivesse viajando com ela, então Gideon já o haveria matado. Esta mulher merecia mais do que o traidor que a havia vendido para os inimigos de seu tio, ela merecia mais do que os supostos acidentes que haviam tramado para se livrar dela. Alguém a queria fora do jogo. Queriam impedi-la de ajudar o companheiro da irmã dela a proteger a irmã dela e a filha da irmã. De acordo com os rumores, agora que ela estava tão fortemente ligada aos Castas, alguém queria se assegurar de que se Colt Broen um dia ressurgisse, que ele não conseguisse pedir ajuda a ninguém.
Alguém estava muito assustado com a combinação que Diane Broen e seu tio representavam. Tão assustado que assim que perceberam que ela ou não sabia onde a base ou a casa de Leo estavam localizadas, ou que ela era forte o suficiente para manter seus segredos, decidiu que era melhor arrancar a cabeça dela fora.
Viva, ela representava uma ameaça. Uma ameaça que alguém não estava disposto a arriscar.
Gideon duvidou que ela houvesse percebido com que frequência aqueles três homens permaneciam entre ela e a mira de fogo. Se alguns deles estivessem lá agora, ele não tinha nenhuma dúvida de que estariam de pé entre ela e o rifle dele. Como o tio e o ex-amante dela haviam tentado permanecer entre ela e os inimigos que se seguiram. E eles haviam pagado por seus esforços com sangue.
Ela estava só agora. Ela havia deixado seus homens para trás, da mesma maneira que ele havia sugerido que ela fizesse na carta que ele havia deixado para ela na Argentina. Naquele momento, Gideon ainda não havia descoberto a identidade do traidor no time dela.
Agora, ele conhecia. Ele sabia quem tinha sido a causa da morte do amante dela, quem havia traído o tio dela, e que a havia traído também.
Por quê? Para ter um segredo que os pais dela haviam levado para o túmulo com eles. O segredo do local da Guarida do Leão, a casa do primeiro Leo.
Ela havia mandado todos para casa, três deles feridos pelas balas de Gideon. No momento, havia apenas um que Gideon estava certo de que ela pudesse confiar. Havia sido apenas nas últimas vinte e quatro horas que o traidor havia se traído e Gideon o havia identificado. Essa pessoa era um perigo para ela. As balas de Gideon haviam atirado em três que ele suspeitava do jogo e tinha sido uma advertência para cada um que ele havia atingido, e era melhor que eles prestassem muita atenção. Nenhum homem nem Casta poderia servir a dois mestres, e essa pessoa estava cometendo o engano possivelmente fatal de tentar fazer isso.
Ainda assim, ela o intrigava.
Ela o surpreendeu com a resposta que deixou à advertência dele na Argentina.
Venha e prove que o meu inimigo está próximo. Ficar me seguindo está apenas me deixando puta. Prefiro conversar em vez de ficar olhando por sobre o ombro. Se o que eu suspeito é verdade, então estamos trabalhando em direção à mesma meta. Combinar os nossos esforços seria muito mais efetivo.
E agora, ela estava dando a ele a oportunidade perfeita para discutir o que quer que ele desejasse com ela. Ela havia dado a ele oportunidades semelhantes depois de fugir do Casta que estava determinado a reivindicá-la.
Que pena que ele quisesse apenas usá-la, da mesma maneira que o traidor dentro do grupo dela fazia. Ele não tinha nenhuma intenção de se identificar para ela. Ele apenas a seguiria pelo prêmio que ela buscava, e ele se asseguraria de possuí-lo antes que ela pudesse tomar posse.
Nada disso mudava o fato de que Diane Broen o deixava totalmente confuso.
Ela era um enigma para Gideon, mas não era uma fascinação. Não era esta mulher que endurecia o pau dele quando ele pensava nela. O Casta cujo pau ela endurecia estaria aqui logo.
Gideon sabia que ele estava a apenas algumas horas à frente do Casta a seguindo. E aquele Casta estava puto. Lawe Justice havia rugido sua ira no segundo em que havia deixado a Agência de Negócios da Raça e pisado na caminhonete preta que o aguardava do lado de fora da Agência.
Gideon havia o assistido das sombras do outro lado da rua, e os olhos dele se estreitaram ao se perguntar se deveria dar um sorriso quando o Casta parou e encarou a direção de onde Gideon estava se escondendo.
Como se Lawe Justice soubesse que estava sendo observado. Percebesse, e soubesse de qual direção vinha. Como a mulher, ele seria um bom adversário, mas um muito mais perigoso se Gideon ousasse tentar prejudicá-la.
Infelizmente, eles apenas podiam se tornar inimigos se ela ameaçasse se meter entre ele e sua presa, em vez de levá-la até ela. Gideon não podia permitir isto. E ele tinha o pressentimento de que o Casta não conseguiria impedi-la de fazer isto.
Era lamentável que Gideon precisasse dela para atrair Judd, Fawn e Honor de suas identidades falsas.
Infelizmente para o Executor, ele tinha se atrasado em sua busca por algum tempo. Um pneu furado antes que ele passasse o quarteirão. Esse era um golpe de inteligência e sorte, Gideon pensou. O prego que havia perfurado o pneu tinha sido posto no momento em que o telefonema havia vindo até a garagem para a caminhonete.
Gideon havia ouvido o telefonema, preparado o veículo, e então escapado para preparar a área para o prego.
Ele havia achado incrivelmente divertido poder entrar sorrateiramente na garagem da Agência tão facilmente. Ele não poderia ir além, nos escritórios da agência, nem poderia se mover furtivamente com uma arma do lado de dentro. Os sensores eram muito sensíveis e impenetráveis para se sabotar.
Mas ele havia chegado perto o suficiente para determinar qual veículo que Lawe Justice havia pedido tão severamente. Estava próximo o suficiente a ponto do assistente da garagem ter jogado as chaves para ele, acreditando que ele era um ajudante para pegar o carro que o Casta havia pedido tão veementemente.
Duplicar o distintivo de segurança tinha sido uma droga. Havia levado mais de doze horas para preparar um que enganasse os sensores assim como os guardas e o assistente da garagem.
Sorte.
A sorte tinha estado ao lado dele por um minuto.
A jovem na mira de sua arma curvou a sobrancelha curiosamente como que perguntando por qual motivo ele não estava atento a ela. Sua demora em puxar o gatilho.
Provocando-o.
Quando ela provocasse seu companheiro da mesma maneira, aprenderia as consequências de tal tolice impulsiva, ele pensou com uma pontada de remorso. Uma pena, realmente, que ela já estivesse marcada pelo odor do Casta.
Se os tempos fossem outros, se ele fosse o mesmo Casta com dezenove, ou inferno, até mesmo com vinte e sete anos quando havia sido recapturado pelos soldados dos laboratórios de Brandenmore. Até então, ele havia desejado; ele se lembrava de como era rir, a luxúria, sonhar com a liberdade.
Se ele ainda fosse aquele Casta, então ele veria se uma companheira poderia ser arrancada de seu companheiro.
Um dia, ele poderia ter alcançado essa meta, ele pensou. Ou ele teria pelo menos uma chance. Ele teria dado tudo para tentar, e se divertido bastante na tentativa.
A mulher na visão bocejou como que entediada e cansada de esperar. Deu uma sacudida com a cabeça e um sorriso de repreensão, como se estivesse repreendendo-o por meramente assisti-la em vez de confrontá-la.
O que fazia com que ela acreditasse que ele a confrontaria?
O que fazia com que ela imaginasse que ele puxaria o gatilho?
Ele acariciou o gatilho. O dedo deslizando como faria com a carne de uma amante enquanto os lábios erguiam nos cantos como um sorriso.
—Viva pela espada e morrerá pela espada, meu tio sempre dizia — ela havia comentado com uma risada enquanto caminhava com seus homens dias antes no aeroporto em D.C. Os suecos que caminhavam com ela confirmaram com a cabeça em resposta ao conselho de que ela deveria prosseguir com cuidado assim que eles se encontrassem com o Diretor Wyatt.
Ela não tinha atendido o conselho. Em vez disso, jurou para ele que acharia os três que eles haviam sido enviados para reunir e que ela lamentaria suas ações mais tarde. Este trabalho, ela reivindicou, era muito importante. A sobrinha dela era muito importante para que ela falhasse.
Ela acharia todos assim que achasse a Sra. Roberts. Eles estariam com ela, Gideon sabia, e esta mulher tentaria levá-los de volta para os Castas para mais testes. Tratamentos mais brutais.
Uma faca fatiando a carne apenas para ver onde dói mais.
Mas Gideon sabia o que eles veriam. E não permitiria isto. Ele odiava essa mulher que estava atrás, mais do que odiava quaisquer cientistas que já tivesse encontrado. Mas até por seus crimes, admitidamente, uma criança tinha cometido o crime. Por mais terrível que tivesse sido, ele não permitiria que essa brutalidade acontecesse com ela.
A Srta. Broen estava se movendo na área onde a presa dela supostamente seria localizada. Movendo-se para tirar dele a vingança que ele vivia e respirava durante anos.
Ele não podia permitir isto.
Ele não permitiria.
Ele havia esperado muito tempo, lutado por muito tempo. E não seria enganado agora que o fim estava tão próximo.
A sanidade dele dependida de manter o voto que havia feito para si mesmo há tanto tempo.
Ele conhecia de forma geral a área em que eles estavam, e ele havia dado o local a esta mulher. Ela chegaria lá antes dele, mas, ele estaria por perto, e estaria assistindo. E assim que ela achasse sua presa, ele estaria lá para roubá-la dela. Se ele conhecia Judd, e ele conhecia, então ele sabia que as meninas estariam muito bem escondidas. Muito bem protegidas.
Talvez até compartilhassem a cama dele.
Ele teve que engolir um rugido de ira enquanto se focava na mulher uma vez mais. Focar no que ele sabia em vez do que ele suspeitava.
Ele sabia que assim que Lawe Justice chegasse, ele ficaria distraído pelo passado que o assombraria na forma da família que a mãe biológica havia tirado dele.
A mesma família que havia ajudado Judd e Fawn depois que Gideon havia desaparecido na escuridão na noite de sua fuga.
Terran Martinez havia chegado, da mesma maneira que Judd disse que ele iria. Um acordo que Scott Connelly parecia ser parte. Porque Fawn era sua filha.
Os dentes dele cerraram enquanto um grunhido escapava antes que ele pudesse mordê-lo de volta. Ele não aceitaria isto. Não podia aceitar.
Ele fez uma carranca e encarou através da mira a mulher com a sobrancelha curvada imperativamente.
Oh, sim, ela sabia que ele estava lá. Assistindo. Esperando. Ela não o estava provocando a puxar o gatilho, ela o estava provocando a tomar o que ambos queriam.
—Boa noite. — Ela falou as palavras ou simplesmente permitiu que seus lábios dessem forma às palavras?
Indiferentemente, ela se ergueu da cadeira e andou a passos largos para as cortinas, que puxou de uma vez, não o deixando olhar mais para ela e não deixando nenhuma brecha. Ela dobrou a parte inferior da cortina na armação da janela, assegurando-se de que não houvesse nenhuma fresta por onde um assassino pudesse mirar nela, então apagou as luzes do quarto.
Gideon suspirou com a perda. Havia algumas horas nesses últimos três dias em que ele a estava seguindo que ele não se sentia tão só. Ele sentia que alguém, que poderia até entender seu desespero, estava lá com ele. A batalha dela para salvar sua sobrinha era nobre. E ele compreendia. Infelizmente, também era uma que ela possivelmente iria perder.
Ela era sem igual, até mesmo para ele, e aprender mais sobre ela era imperativo antes de ele tomar o prêmio que ela acharia para ele. Ele não matava inocentes.
Mesmo os assistentes médicos nos laboratórios de Brandenmore tinham sido poupados. Ele não os culpava pelos horrores sofridos lá. Eles haviam lutado em várias ocasiões para aliviar a agonia ou adiar os testes, permitir a ele a chance de se recuperar antes de eles serem repetidos.
Vários haviam conspirados para ajudá-lo a fugir, mais de uma vez, apenas para falharem. Um havia morrido na tentativa. Outro havia morrido quando eles foram pegos tentando aliviar a dor em Judd. Eram as vidas deles ou as ordens que recebiam. Gideon nunca havia guardado rancor quando eles relutantemente seguiam as ordens.
Diane Broen, como aqueles assistentes, era inocente dos crimes que ele considerava castigáveis. Não havia nenhuma crueldade nela. Diferentemente de muitas, porém, havia uma necessidade feroz e ardente de sobreviver e proteger aqueles que ela amava. Apesar de existirem pouquíssimos que ela amasse. A irmã, a sobrinha. Dos quatro homens com que ela lutava, ele via lealdade a ela; não amor.
Com os suecos, entretanto, ele via amizade, respeito. Ainda assim, ele sabia que ela morreria para proteger alguns deles. Eles eram sua responsabilidade e estavam sob sua proteção.
Suspirando brevemente, ele abaixou a arma e esperou, cuidadosamente medindo a escuridão e as sombras antes de se mover. Havia outros olhos assistindo ela até que ele havia dado um fim nisso. Castas Coiotes haviam sido utilizados pelos cientistas pesquisadores que ainda tentavam continuar o legado de Brandenmore e a haviam localizado até o Tennessee antes de ele cortar as gargantas deles.
Eles haviam enviado uma dupla de homens para segui-la. As ordens eram, quando e se ela achasse Bengala, que havia escapado quase doze anos antes ou as duas meninas, eles deveriam levá-los de volta antes que a Agência de Negócios da Raça pudesse se mover para protegê-los.
Mas Gideon havia dado um jeito neles. Esta mulher ele permitiria viver, mas aqueles Coiotes mereciam apenas a morte.
Ele não permitiria que nenhum outro adversário tentasse localizar ou prejudicar sua presa ou a mulher guerreira que os acompanhava. Essa era uma prerrogativa só dele.
Os dentes dele trancaram com o pensamento.
A memória do sangue cor de cobre rico fluindo em suas mãos ,afiaram seus sentidos e fez com que um grunhido ameaçasse estourar em sua garganta.
Não ainda, ele disse a si mesmo enquanto desmontava a arma em partes individuais e a armazenava em um estojo próximo a ele. Então ele vestiu o chapéu que havia colocado mais cedo. Um chapéu de vaqueiro usado e manchado que sombreava a marca em seu rosto e combinava com as botas desgastadas que ele havia roubado junto. O odor na roupa afastaria quaisquer Castas de acidentalmente compreender que o individuo que passava por eles não possuía um odor próprio.
Estava se tornando uma droga, essa falta de odor. Era um alarme imediato a qualquer Casta que descobrisse. Exigia que Gideon roubasse roupas usadas em vez de ele usar as roupas novas e agradáveis que teria preferido.
A presa dele pagaria por isso também, ele havia prometido a si mesmo enquanto levantava o estojo e começava a se mover depressa para o caminho que levava para a saída dos fundos do hotel, no estacionamento.
Ele estava passando pela pick-up que havia comprado alguns dias antes quando quase endureceu, quase se denunciou. O veículo que estava parando e cruzando seu caminho era familiar demais para ele se sentir confortável.
Mantendo o passo, ele se moveu através do asfalto para os degraus de metal que levavam ao terceiro andar e o quarto que ele havia reservado a duas portas do quarto da Srta. Broen. Ele realmente havia reservado dois quartos: um que ele havia usado para entrar no dela e aquele em que ele estivera sentado entre ele e sua presa.
Os quartos, conectados por duas portas internas, fizeram possível a ele entrar no quarto dela e colocar os três dispositivos de escuta eletrônica que ele havia recolhido em D.C. Ele não havia sido visto entrando no quarto dela por câmeras e nem por qualquer um que pudesse denunciar para ela que alguém a estava observando.
Dois daqueles dispositivos ela havia achado imediatamente. Ele tinha que dar crédito a ela porque ele realmente havia tentado fazer com que ela não conseguisse encontrá-los dessa vez. O terceiro, ele acreditou, permaneceria escondido, indetectável por qualquer dos detectores da Raça ou aqueles que John Thorsson, o homem que a mulher chamava de Thor, que pegava os dispositivos de escutas caseiros ou "silenciosos", podiam registrar em modo desativado por curtos períodos de tempo.
Gideon estava contando com o dispositivo para dar a ele a identidade atual da mulher que ele estava procurando assim como sendo protegida pelos Castas. Ele teria que trabalhar e superar Casta Bengala, conhecido por ele apenas como Judd, para obter sua vingança.
Eles eram da mesma idade. E tiveram, por pouco tempo, compartilhado as mesmas celas, os mesmos testes, o mesmo inferno.
Então, a ordem de extermínio veio sobre eles. Eles escaparam durante o transporte para a instalação de extermínio. De alguma maneira, Judd havia conseguido se soltar antes mesmo de Gideon e dominou o guarda dos fundos do furgão. Gideon pegou o motorista, mas o bastardo conseguiu sacudir o furgão, fazendo as cicatrizes de uma abertura exploratória na lateral de Gideon reabrir e começar a derramar sangue.
Ele podia ter morrido então. Ele rezou para a morte vezes o suficiente para não se importar de morrer. Inferno, ele teria dado boas-vindas a ela com os braços abertos.
Mas ela se importava.
Friccionando os dentes, Gideon lutou contra a memória. Ela se importava de vê-lo vivendo, sendo torturado mais. Vê-lo sendo arrastado pelo inferno de modos que nenhum deles poderia ter imaginado.
Ele achou estranho que Judd não houvesse dito a ele quem os havia ajudado dando para o outro Casta, as chaves de suas celas. Gideon sempre havia se perguntado como Judd havia conseguido ganhar sua liberdade, mas suas feridas e o resultado das tentativas de Judd e da garota salvá-lo, não permitiram uma sessão de pergunta-e-resposta.
Os punhos de Gideon cerraram enquanto ele se movia para a janela, ficando de lado para olhar através da fresta estreita na lateral da cortina. Lá ele assistiu enquanto as portas foram abertas e Lawe Justice e seu irmão, Rule Breaker, saíram da caminhonete preta e olharam para o quarto que a Srta. Broen havia reservado.
Dois outros veículos pararam de cada lado, ambos semelhantes ao de Justice e em que o irmão dele estava. Havia três Executores em cada um daqueles veículos, num total de seis completando o time de oito homens comandados por Justice e seu irmão.
O Casta da Srta. Broen não daria nenhuma brecha quando a questão era a segurança dela. Mas ao vê-los, porém, dava para reconhecer a ameaça que eles representavam e isso fez um grunhido brotar na garganta dele. Ele sabia que eles chegariam logo, mas a complicação e o animal que ameaçavam subjugá-lo, enviou uma corrente de adrenalina e fúria por ele.
Eles ousariam tentar entrar no caminho dele? E tentar roubar o único consolo que ele tinha, a única esperança de achar a garota e obter sua vingança? Ele não permitiria isto.
Ele mataria todos antes de permitir que roubasse tudo que ele tinha trabalhado para conseguir ou a única chance que ele já tivera de achar paz.
Lawe subiu os passos enquanto Rule ficava para trás, perto da caminhonete. Gideon andou para a mesa onde o receptor e os fones pequenos estavam instalados.
O chefe, Lawe Justice, era conhecido por ser a mão direita do diretor da Agência de Negócios da Raça. Se o diretor sabia de algo, então Lawe Justice também sabia. Ele estava curioso para saber se alguma informação poderia surgir nesta reunião. Ou se a mulher dentro do quarto expulsaria o Casta tão depressa quanto ele havia entrado.
Ele sabia que Justice seguiria a mercenária. Havia um odor nela que ele havia deixado. Não era o odor do acasalamento, e não era aquela marca de posse que os Castas colocavam em suas fêmeas acasaladas. Ainda assim, era um odor que advertia para que outros Castas ficassem longe. Um odor que permanecia nela e assegurava que se um Casta avançasse nela, estaria fazendo uma invasão territorial.
A genética primitiva que era uma parte de Gideon recuou em desconforto, incerto sobre se aproximar da fêmea mais do que ele tinha feito, quando esbarrou nela no aeroporto na outra noite.
Justice não havia acasalado com ela.
Ele havia feito algo distante, muito mais primitivo.
Lawe Justice de alguma maneira havia conseguido marcá-la apenas com o suficiente de seu odor para assegurar à qualquer outro Casta de que ele havia marcado-a com a intenção de acasalar. Ela pertencia a um ser poderoso, perigoso e primitivo.
Um Casta que mataria para manter o que ele marcava como seu.
Lawe destrancou a porta e a abriu. Lentamente, ele entrou no quarto do hotel que Diane havia reservado pela noite e deu uma olhada rápida ao redor.
O som da água no chuveiro e o odor suave dela vindo flutuando do banheiro, o assegurou de que ela estava de pé sob a água corrente em vez de aguardando em algum canto escuro, esperando por uma armadilha.
Ela era realmente muito boa nisto. Ela era tão silenciosa quanto qualquer Casta, e capaz da mesma maneira e, quando necessário, impiedosa da mesma forma. Ela apenas não tinha a força deles. A força e habilidade de chamar no DNA o que dava a onda extra de poder, a adrenalina junto com o hormônio de fera, que aumentava a força e a falta de clemência.
O odor dela, além do cheiro artificial de amêndoa do sabão e xampu, o alcançou, fazendo-o fechar os olhos enquanto a fome pulsava em seu pau cheio e duro como ferro.
Deus, ele juraria que o odor dela era de paz, de consolo. Sempre que ela estava próxima, ele podia sentir essas qualidades tentando deslizar por sua guarda.
O odor dela era como uma farol. Ela tinha cheiro de primavera e calor do verão, que o perfurava como um parafuso de luxúria pura, que apertava suas bolas e enchia o pau com uma necessidade sexual furiosa e ardente.
Ela tinha cheiro de promessas, e só Deus sabia como ele havia percebido isso. Era um odor que ele não podia vencer, um cheiro cheio de calor que ia além da luxúria e fazia os braços dele doerem com vontade de abraçá-la.
Apenas abraçá-la.
Para achar e dar conforto.
Conforto era outra qualidade que ele nunca havia conhecido de verdade e não tinha nenhuma ideia de como havia conseguido identificar.
Enquanto ele trancava a porta do quarto, a porta do banheiro se abriu e uma nuvem de fumaça se derramou pelo quarto. Antes que Lawe pudesse respirar, Diane havia saído e por alguns segundos preciosos ele foi roubado de qualquer chance de respirar.
Água brilhava nos ombros. Uma pequena poça havia se formado através da clavícula. Sob a toalha, as pernas estavam visíveis com uma suavidade acetinada que demonstrava visitas regulares a salões para esfoliação. Não havia nenhuma marca de navalha, nenhuma vermelhidão de cera. Ela era muito cuidadosa com o próprio corpo. Ela era arredondada mas afinada, saudável mas sem a fixação em ser magra.
Ela era, para o macho e para o animal nele, a perfeição.
A excitação o tomou imediatamente, jogando seus sentidos no caos enquanto o frescor dela tomava seu controle. Ele nunca havia imaginado que havia uma fresta nas proteções que impediam que as emoções acordassem para o passeio formidável, e a determinação que ele um dia havia possuído de nunca sentir nada por outro ser.
Naquele momento, ele viu que não era bem assim. Ele sentiu as emoções o rasgando, correndo por seus sentidos e jogando suas convicções ao vento. E por um segundo —um incrível segundo— ele se imaginou lutando ao lado dela, compartilhando seus triunfos e ouvindo seu riso nos sucessos.
Um grunhido roncou no peito, rouco e solto e ele lutou para se impedir de cruzar o quarto e a puxar para ele. Se afastar de tomar o que ele tão desesperadamente precisava que ela desse a ele.
Diane congelou quando voltou ao quarto. Um rubor subiu às maçãs do rosto, encheu o olhar. Ela podia sentir o calor lavando o rosto antes de aumentar para um calor inflamado, e sair correndo para o sul para enviar uma onda de sensação queimando pela boceta. Ao mesmo tempo, o peito apertou, a emoção a inundou e a realização entristecida de que ela poderia tê-lo ou ter a liberdade, queimava como uma chama por sua mente.
Oh, Deus. Ela não precisava disso. Ela não precisava dessa emoção. Ela não precisava de qualquer outra coisa, ou outra pessoa, outra perda. E com Lawe, não havia outra opção. Ela podia ter o homem que desejava, ou a liberdade, que era o ar que ela respirava.
As coxas cerraram enquanto o clitóris começava a doer, a vagina derramando a umidade aquecida e lisa que fazia a boceta se sentir inchada, o clitóris mais sensível.
A excitação que a atormentava sempre que ela pensava nele, a atacou.
Mas ela não tinha que pensar nele agora, sua excitação, o corpo aquecido gritando. Ele estava aqui. Estava excitado. Lá para tomá-la. Pronto. Disposto.
Um gemido mudo e aquele desejo formigante de se esfregar contra ele fez fluir mais, aliviando as dobras inchadas da boceta indo amortecer as coxas também.
Diane podia sentir o corpo amaciando, as coxas enfraquecendo. Ela aumentou o aperto na toalha. Os dedos apertaram o tecido entre os peitos, segurando nele como se fosse tudo que a impedia de liberar aquela necessidade louca de tocá-lo.
De ser tocada por ele.
Como ele fazia isso com ela? Como ele fazia com que ela se sentisse tão vulnerável e necessitada? Como ele fazia com que ela o quisesse tão desesperadamente quando ela não havia sentido desejo por um homem em anos? Ela nunca havia desejado ninguém assim, ela percebeu. Esse “algo”, essa promessa etérea de mais. Essa satisfação e saciedade puras que ela havia visto em outras mulheres, que haviam se acasalado com machos da Raça e haviam achado sua realização.
A irmã dela. Lyra Jordan. Megan Arness. Merinus Lyons. Faith Arlington, e até Storme McKenzie e Ria Warrant. Companheiras fortes e vitais para os machos Castas arrogantes, dominantes e ainda assim amorosos, que aceitavam que suas companheiras eram mais do que meros receptáculos para continuar o legado dos Castas, ou bonecas de porcelana que precisavam ser sufocadas com proteção.
Aqui estava um assim. Por que diabo ela estava tão disposta a jogar fora seu orgulho e sua independência por um prazer momentâneo? Por que, neste segundo, ela de repente desejava ser menos independente e mais como a irmã, Rachel, apenas para agradar o Casta sombrio e depressivo diante dela?
Ele fazia com que ela sonhasse. Uma voz baixa, tão cheia de esperança, sussurrava dentro dela enquanto as memórias de tudo que ela havia perdido ao longo dos anos acordava para atormentá-la.
Ele fazia com que ela sonhasse sonhos vívidos de um futuro colorido com mais do que a cor do sangue. Ela havia começado a sonhar com um homem que a mulher, a parte dela que era uma guerreira e a parte dela que ainda era uma garotinha desesperada para achar controle e liberdade, podia se apoiar. Apoiar e ainda assim ser ela mesma.
—Por que você está aqui?— Ela forçou as palavras a passarem pelos lábios, forçou a se fazer a pergunta em vez de se mover para ele e implorar que ele a fodesse.
Ou que ele permitisse que ela o fodesse.
Qualquer um que fosse possível e que ela alcançasse o orgasmo o mais rápido possível.
Em vez disso, ela encheu o tom com uma irritação além do clarão que ela havia se forçado a colocar na expressão.
—Por que você está aqui?— Ele repetiu a pergunta com uma ênfase pesada no local. —Você não foi informada de que deveria pegar esta missão.
Essa era a coisa errada a se dizer e ele soube no momento em que as palavras passaram pelos lábios. Infelizmente, não havia nenhum modo de pegá-las de volta.
Diane sorriu de volta para ele docemente enquanto andava através do quarto, e Lawe não pôde evitar e a observou cautelosamente. Ela era muito bem treinada e rápida para caramba, e ele sabia disto.
Mas ela não foi para ele. Atacá-lo obviamente não estava na agenda de trabalho dela para hoje à noite. Pelo menos, não ainda.
Assistindo-o cautelosamente Diane se moveu para a parte inferior da cama mantendo o olha nele, o corpo tenso e pronto para correr enquanto ela pegava a mochila que estava sobre o colchão.
Uma mão ficou na toalha a cobrindo. Se apenas o desejo pudesse rasgá-la de seu corpo, então ela já estaria no chão toda rasgada.
Quase segurando a respiração, ele a assistia, o olhar centrado onde ela segurava a toalha com firmeza. Ele a desejava longe do corpo dela, cada músculo do corpo tenso enquanto ela soltava um pouco o tecido e dava a ele um vislumbre da carne bonita, tão perfeita.
A cabeça do pau pulsava, batendo furiosamente sob a calça jeans enquanto ele sentia as bolas apertando na base da seta espessa com a necessidade de liberdade. Logo embaixo da coroa cheia da ereção, a carne parecia estirar mais apertado, mais quente enquanto pulsava em necessidade.
A farpa estava lá, estirando apenas o suficiente para assegurá-lo de sua presença. Para assegurá-lo de que esta mulher era realmente sua companheira.
Sob a língua as glândulas que produziam o hormônio do acasalamento estavam inchadas à medida que pulsavam, doíam. A necessidade de empurrar a língua na boca e exigir que ela tomasse parte no beijo sensual e aquecido que derramaria o hormônio nos sentidos dela o estava subjugando.
—Pare de me olhar assim. — A demanda foi feita enquanto o odor da excitação dela começava a intoxicá-lo, enchendo seus sentidos e as glândulas sob a língua com o hormônio do acasalamento.
O confronto que ela parecia tão determinada a iniciar não estava ajudando, e nem o fato de que aquelas eram as roupas que ela estava puxando da bolsa.
Calça de ioga, uma camiseta, uma calcinha tão pequena que não era mais do que um triângulo de seda.
Prendendo a roupa com uma mão, e mantendo o aperto na toalha com toda a força com a outra, ela se moveu para rodear a parte inferior da cama e, Lawe sabia, retornar ao banheiro para se vestir.
Ele entrou no caminho dela, bloqueando sua fuga de forma tão eficaz, quanto barras de aço enquanto se assegurava de que ela teria que fazer contato pessoal e íntimo com o corpo dele para conseguir passar.
Ela o encarou cautelosamente enquanto pausava na parte inferior da cama.
—Essa é a droga desses quartos tão pequenos. — Ele deu uma olhada rápida em torno do quarto de hotel pequeno e barato enquanto ele permitia que um sorriso sentido, se arrastasse pelos lábios. —Duas pessoas não podem se mover por ele ao mesmo tempo sem, se encostar ou roçar um contra o outro. Isso considerando os quartos mais caros que os Castas preferem reservar para ter bastante espaço para se mover e evitar contato, se for isso o que eles desejam.
Enquanto ele falava, ele se abaixou, um joelho no chão e o outro curvado enquanto ele soltava o cadarço das botas de cano alto que usava.
Ela o olhava cautelosamente agora, uma sugestão de desespero enchendo o olhar enquanto ele se movia para a outra bota, desamarrava o cadarço, e então se endireitava e tirava cada uma das pernas.
—Que diabo você está fazendo?— Ela ofegou, sabendo exatamente o que ele estava fazendo. E o corpo dela sabia também. Ela podia sentir o sexo ficando mais molhado, mais quente, inchando as dobras sensíveis e fazendo o clitóris inchar mais.
—Você fugiu de mim, Diane — ele rosnou enquanto tirava a meia preta, fina e térmica dos pés. Então as mãos se moveram para o cinto de utilidade da calça, os dedos trabalhando para soltá-lo.
Os Casta tinham grunhidos diferentes para emoções diferentes: irritação, severidade, um grunhido bravo, um grunhido furioso. E havia este grunhido. Vinha do fundo com intento preguiçoso, faminto. Este aqui ecoou pelas terminações nervosas e fez com que a vagina dela se apertasse enquanto ela jurou que o som ecoava nas profundidades mais tenras de seu corpo.
—E eu fugirei de você novamente. — Ela tragou firmemente enquanto o desafiava, nervosamente, o aperto na toalha aumentando até que as juntas ficaram brancas. —Eu não sou sua boneca, Lawe.
—Você é minha companheira. — Ele ouviu o grunhido na própria voz, e se odiou por causa do domínio primitivo que vibrou em sua voz.
—Eu não sou sua para ser controlada como um brinquedinho novo que você pode colocar na estante até que se decida brincar com ele.
Se a boceta dela não estivesse aquecida, cheia com os fluidos suaves que ele estava morrendo de vontade de provar, então Lawe poderia ter prestado atenção naquela sugestão de desespero na voz dela. O medo aparente do toque dele, do calor do acasalamento, e ele teria sido forçado a ir embora.
Não era medo apesar da aparência. Ele sentia o cheiro de desespero, fome, confusão. Ela o queria; ela o desejava com a mesma fome que o arranhava com a vontade de tê-la e isso era tudo o que o animal que se erguia dentro dele reconhecia.
Eles estavam morrendo de vontade um pelo o outro, ainda assim ela pensava que poderia correr dele e que ele não a perseguiria?
O DNA animal dentro dele exigia que ele fizesse exatamente isto. Que a perseguisse. Que ele se tornasse o caçador, a força dominante que a ligaria a ele.
O que fazia com que ela acreditasse que ela podia se colocar em perigo e ele não estaria diante dela? Que ele não a protegeria com todas as suas forças? Que ele não daria sua vida e a vida de todo os Castas para vê-la em segurança, pela continuação dela.
—Colocar você em uma estante é a última coisa que eu quero fazer, amor — ele prometeu com tom de seda. —Mas brincar com você está definitivamente na mira.
Em vez de tirar a calça jeans depois do cinto solto, Lawe tirou a jaqueta fina e então a camisa fina e preta sem manga de seu corpo e a jogou para o lado.
A língua pequena, rosa e tentadora dela, chamejou sobre os lábios.
O cintilar da umidade na curva inferior e sensual fez as bolas dele se apertarem, a necessidade de tomá-la batendo por ele.
Ele estava tão duro que mal podia ficar de pé e respirar enquanto abria a calça jeans e, enquanto ela assistia, deixava o corpo nu.
—Você pensou que poderia fugir de mim sem ter consequências, companheira? Eu sou uma porra de um Casta. Fuja de mim e eu vou te perseguir. Desafie a mim, Diane, e eu vou aceitar o desafio. Você me vê como um pobre animal castrado que pode controlar tão facilmente assim?
—Castrado?— O olhar dela correu para a ereção dele. —Para falar a verdade não. Mas eu fui assegurada por Jonas várias vezes que você é bastante domesticado. Você ronrona no comando, Lawe? Ou apenas o Jonas tem o poder de dar as ordens?
Ela era louca, Diane decidiu, estava certa disso. O tio dela havia feito essa predição mais de uma vez, durante os anos antes de sua morte.
Ele estava obviamente certo. Apenas uma pessoa louca ousaria manipular um Casta de tal modo, não importando o quão inocente fosse.
Mas tanto Lawe quanto Jonas, mereciam cada momento de manipulação.
Jonas por ousar brincar com ela, e ela sabia que ele tinha feito isso. Ela não havia compreendido como, mas conhecia o monstro calculista e manipulador que ele era quando a questão era se assegurar de que todos os Castas fossem capaz de acasalar.
E Lawe, por fazê-la sentir. Por fazê-la querer. Por se recusar a ser um companheiro e um amante.
Ela não queria ou precisava sentir as emoções que a rasgavam em duas ou doer com necessidade por qualquer homem. Ela não havia pedido para ele entrar em sua vida e jogar todas as convicções e a vida que ela havia renunciado ao caos. E ela estava certa de que não havia pedido ao cunhado para ajudá-lo. Ela havia implorado a Jonas que achasse um jeito de fazer Lawe entender que nunca daria certo forçá-la a desistir da vida que a fazia se sentir feliz. Em vez disso, ele havia sugerido que ela se resignasse a desistir.
Ele a havia advertido sobre cutucar Lawe com a vara curta mais de uma vez.
Ele a havia advertido que Lawe não era um gatinho domesticado, mas um Casta Leão completo e em sua melhor forma.
Assim como ele a havia advertido que Lawe não aceitava ordens e com toda a certeza não ronronava no comando.
E a última advertência tinha sido de que o animal que Lawe compartilhava sob a pele iria um dia superar sua determinação de prendê-lo, e levaria a companheira de acasalamento que ele esperava.
Se o rosto duro e firme de Lawe, junto com sua ereção sobressaindo fosse sinal de qualquer coisa, o animal e o homem estavam quase de acordo que era a hora de reivindicar sua companheira e eles estavam preparados para provar isto.
Os olhos azuis glaciais chamejaram, então escureceram, a expressão apertou e o domínio primitivo de repente a marcou.
Era a hora.
Eles tinham fugido um do outro por mais de um ano, deliberadamente se aproximando e, quando a sugestão mais leve de emoção aparecia, eles apenas recuavam novamente.
Ela o provocava, e havia esquecido as advertências que Jonas havia dado a ela.
Ela havia corrido dele, lutando para escapar do que ela sentia ser inevitável. Jonas a havia advertido sobre correr. Ele a havia advertido sobre o predador que vivia dentro de Lawe, o animal dominante que moveria céus e terras, mataria ou correria o risco de ser morto, para possuir sua companheira. E ele daria o que quer que ela precisasse, qualquer coisas que ele soubesse instintivamente que ela precisava ter, apenas para deixá-la feliz.
Por mais de um ano ele havia ficado longe. Ele havia ignorado a fome, assim como ela havia feito. Ele havia ignorado a necessidade e deixado correr todas as emoções que ela não poderia lidar, e o conhecimento de que aceitá-lo significaria aceitar a gaiola que ele construiria ao redor dela.
Será que de alguma maneira ele havia sentido os monstros que se rebelavam para atacar as emoções dela cada vez que ela lutava para escapar dele? Porque ele sempre a deixava ir. Ou será que ele tinha estado preocupado demais com seus próprios monstros e sua batalha para ganhar deles?
Qualquer dos dois que fosse, ele obviamente havia se decidido que estava na hora de fazer algo sobre a fome que arranhava a ambos.
Diane exalou uma respiração de surpresa quando Lawe se moveu para ela e pegou-a em torno da cintura enquanto ela girava para fugir. Prendendo os quadris dela, ele a puxou, trazendo o traseiro dela contra o comprimento duro de seu pinto enquanto ele apertava contra ela, firme e dominantemente, o talo duro da ereção roçando contra a racha do traseiro dela.
E ela não podia evitar e se apertou contra ele, sentindo aquele ferro duro. Ela podia senti-lo contra ela do ombro até as coxas. Ela podia sentir a lima de sua carne, os pelos minúsculos e finos, quase invisíveis que o cobriam dos ombros até os tornozelos como uma pele de seda crespa.
—Vivendo perigosamente, querida? — Ele beliscou o lóbulo da orelha dela enquanto as mãos caíram para os pulsos dela, o aperto desesperado enquanto ela lutava para empurrar de volta o desejo, ou o medo. Ela tinha que deixar um deles ir porque ele obviamente não iria se permitir deixar que ele se fosse.
O desejo não estava se movendo de sua posição, estava apenas crescendo. O medo a prendia com unhas sangrentas e hesitava sob o toque dele enquanto ela sentia o calor incrível e sexual chiando na coluna.
— Assustada, minha gatinha selvagem? — Ele sussurrou contra a orelha dela, o calor da respiração como uma carícia contra a concha sensível da orelha.
— Assustada, eu?— O desafio no tom estava em conflito com a vulnerabilidade que ela sentia, sem mencionar a luxúria infernal se construindo no útero. —Pensei que me conhecesse melhor que isto, Lawe.
Mesmo enquanto ela negava, Diane sabia que era mentira. Uma exalação suave separou os lábios dela enquanto os dedos dele se apertaram, as unhas ásperas sobre a pele dos quadris enquanto ele a apertava mais firmemente, moendo o pinto mais duro contra a racha do traseiro.
O prazer chicoteou através das terminações nervosas, enviando labaredas afiadas de sensações correndo pelo corpo.
O medo se retirou enquanto o calor do corpo dele parecia penetrar no frio que a havia envolvido antes. Mas não havia ido embora. Ela se perguntou se um dia ele iria embora completamente.
Um tremor correu por ela com o toque da língua dele, uma lima encrespada contra a carne sensível logo embaixo da orelha. Naquele segundo, o medo tinha ido embora e o prazer havia obscurecido todo pesadelo que já a havia perseguido.
A necessidade era um demônio de garras afiadas rasgando o pinto de Lawe, mas mesmo isso não podia conter os sentidos animalescos que retraíram o odor de desejo de sua companheira, o calor da necessidade, e o frio dos medos que aliviaram sob o prazer esmagador.
Ele sentiu a genética animal se erguendo dentro dele. Cada Casta carregava a genética do animal que possuía. Alguns carregavam seus animais mais íntimos do que outros, e para alguns os instintos animais eram impossíveis se controlar quando o calor do acasalamento vinha e afundava as garras, bem no fundo do núcleo alfa primitivo de sua psique.
A necessidade de tê-la o estava rasgando. Ele tentou controlá-la. Ele lutou. Mas naquele momento, Lawe sabia que havia perdido a batalha.
Puxando-a, os dedos afundaram na nuca dela. Prendendo as mechas, ele a arrastou para trás e, antes de ele poder pensar ou considerar suas ações, a cabeça dele abaixou e os lábios cobriram os dela enquanto o instinto fazia com que ele empurrasse a língua entre os lábios dela e ele se enterrasse no calor daquela boca.
Achando a língua dela, ele esfregou contra ela e sentiu as glândulas sob ela começar a inchar e pulsar mais, bombeando o calor picante do hormônio do acasalamento que de repente se derramava dele para a mulher que o animal dentro dele havia escolhido como sua companheira.
Lawe havia ouvido falar da parte animal de um macho da Raça assumindo o comando. Como ele se erguia da vanguarda do desejo enquanto o hormônio do acasalamento começava a se derramar das glândulas para se misturar com a adrenalina, a fome e a luxúria que corria por ele e por sua companheira.
Agora, beijando Diane, tocando-a, Lawe sentiu a mordida primorosa de uma necessidade diferentemente de qualquer coisa que ele já houvesse conhecido na vida. Um prazer que ele percebeu que não queria ficar sem, não mais. Aquele buraco vazio em sua alma havia desaparecido. Uma dor tão escura, amarga e desconhecida que sempre havia existido dentro dele havia sido aliviada desde o momento em que ele percebeu o que ela era para ele.
Segurando a cabeça dela no lugar com uma mão, ele usou a outra para acariciar a carne suave e aquecida do traseiro dela, e então ao longo das costas.
Diane se ergueu contra ele, arqueando, um gemido baixo deixando a garganta enquanto ele sentia as mãos dela contra seu peito, os dedos enrolando, as unhas ásperas.
Ele estava queimando por ela. Os pelos minúsculos que cobriam o corpo pareciam tão sensíveis, tão brutalmente vivos enquanto ela os acariciava e ele jurou que eles estavam diretamente ligados às suas terminações nervosas.
Fome o arranhava. Uma fome sexual impossível de se negar, criando uma onda urgente e intensa de luxúria que o deixava apenas friamente ciente de suas ações.
Diane gemeu com o gosto aquecido e sem igual derramado da língua dele para a dela, para os sentidos e, ela jurou, até a alma.
Picante, doce, como peras cristalizadas. O gosto do beijo era o elixir mais viciante. O gosto parecia penetrar em cada canto da consciência dela.
E a deixava mais faminta. Fazia a necessidade tão afiada e intensa que ela só conseguia gemer em angústia enquanto atingia repetidamente em seu clitóris, nas profundidades tenras de sua boceta.
Empurrando outro grunhido animalesco, Lawe ficou tenso, o cume duro do pau pulsando imperativamente. Ainda submerso no beijo, deixou a mão de Diane viajar pelo seu peito nu, abdômen, até que ela estava correndo a palma da mão ao longo do cume aquecido da ereção pesada.
—Deus, Diane. — Ele segurou a cabeça dela para trás enquanto ela apertava os lábios contra o peito dele, se permitindo sentir o gosto da carne dura que cobria os músculos apertados e dobrando.
—Você está me provocando. — A voz dele era tão áspera que era animalesca, e enviou uma onda de prazer sensual por ela.
—Não quer que eu te provoque?— Diane sussurrou contra a pele sensível dele antes de a língua sair da boca para saboreá-lo uma vez mais.
Ela teve que apertar as coxas juntas, os músculos apertando convulsivamente à vista da carne pesada e estirada para fora de seu corpo.
Ela não podia evitar.
Ela havia fantasiado sobre ele por tanto tempo. Desde a noite em que ele havia invadido um acampamento sírio onde ela estava presa por seus sequestradores, a perna quebrada, o rosto inchado, a clavícula fraturada com as surras que havia suportado.
Ela deu uma olhada nas feições selvagens de um Casta que ela havia conhecido por Adam, e pela primeira vez em muitos anos, ela tinha sido mais do que uma soldada. Mais do que uma arma contratada.
Sangrando, com dor, certa de que iria morrer, e por um momento irracional, um piscar de olhos, ela tinha sido uma mulher e desejava ter encontrado tempo e ter um estojo de maquilagem à mão.
Um vestido bom.
Saltos altos.
E ela nunca tinha usado qualquer um dos três desde o segundo grau. Ela não havia achado uma chance.
Agora, com a língua sacudindo sobre a carne salgada, o comprimento pesado da ereção pulsando sob os dedos enquanto ela acariciava ao longo da seta espessa, a necessidade estava lá novamente.
A necessidade de ser uma mulher.
Ser a mulher de Lawe.
Sempre tinha estado lá, mas enchida com o gosto de peras cristalizadas, ampliou, bombardeando o corpo com necessidade.
—Doce, minha doce Diane. — Ele gemeu, as mãos apertado no cabelo dela. — Eu sonhei com você. Sonhei em foder você.
Um gemido sussurrado passou pelos lábios dela.
—Eu sonhei em ter os seus lábios no meu pau, assistindo enquanto eu fodo a sua boca, estirando os seus lábios bonitos.
O olhar dela se ergueu, encontrando o dele enquanto os dedos dele apertavam mais e começava a empurrá-la mais para baixo.
—Dê a mim o que eu quero, amor. Os seus lindos lábios. Eles em volta do meu pau como eu sonhei...
Levando-a para baixo com urgência, botando-a de joelhos Lawe assistiu quando Diane lambeu os lábios, separou-os e se debruçou adiante para tomar a cabeça densa do pinto dele e erguia a boca.
Lawe congelou imediatamente.
O corpo inteiro ficou tenso, os dedos se dobrando no cabelo dela. Apertando enquanto ela se acostumava com a largura aquecida enchendo sua boca, o pulsar feroz de poder e vida sob a língua.
Segurando a base da seta com uma mão, os dedos eram incapazes de envolver a espessura enquanto ela segurava a carne para cada lambida exploratória e golpe da língua.
Fazia muito tempo. Anos desde que ela havia conhecido a força e o calor do desejo de um homem. E ela tinha que admitir, ela nunca havia conhecido uma força ou espessura como essa enchendo sua boca.
—Diane. Foda, sim. Chupa, amor. Com essa boca gostosa. — A voz estrangulada, rasgada, o prazer no tom rouco e roto da voz ,fez a língua dela chicotear sob a crista sensível com fome renovada.
Cada golpe encontrava um pulsar feroz, um gosto sutil de calor poderoso e do macho que ele era. Ele encarnava a força e a fome, e ela se achou ficando intoxicada. Ela não era nada além de uma mulher aventureira, se não corajosa. E ousada.
E determinada a se destruir tendo este homem e tentando possuir algo que ela sabia que a destruiria.
Sugando a crista espessa do pau pesado enchendo sua boca tão profundamente quanto possível, Diane deixou a língua esfregar e acariciar o lado inferior com prazer. Na separação da carne no topo da crista dura como ferro, ela sentiu um pulsar pesado que parecia dobrar, expandir e retroceder.
O coração dela bateu mais rápido. O conhecimento da farpa localizada lá, sentindo sua advertência, pulsar e a extensão ameaçadora da carne, roubou sua respiração.
Rachel havia contado a ela, mas os detalhes tinham sido incrivelmente delineados. Diane sabia o que esperar, e o pensamento fez com que ela aumentasse o aperto enquanto banhava a área novamente.
—Ah, sim, minha gatinha selvagem. — Lawe gemeu sobre ela. — Fode tão bem. Tão gostoso. Com essa boca gostosa para cacete.
Ele enterrou a mão no cabelo dela e os dedos apertaram as mechas espessas. O beliscão leve do puxão era mais erótico do que deveria ter sido. Enviou labaredas incríveis de prazer perfurando o útero, cerrando-o enquanto o clitóris pulsava com necessidade dolorosa.
—Chupe, amor — ele rosnou, a lima erótica da voz acariciando os sentidos dela enquanto um gemido vibrava na garganta.
Ela tivera apenas dois amantes, e nenhum deles era de falar. Ouvir a voz áspera de Lawe sussurrando encorajamentos, ouvir o prazer nela, havia levado-a até a extremidade do orgasmo e ele ainda não a havia possuído.
—Diane, minha querida — ele sussurrou sobre ela enquanto ela acariciava a seta pesada com seus dedos, corria eles mais para baixo e permitia que as pontas dos dedos tocasse sobre a carne lisa e sedosa das bolas.
Os pelos finos e lisos dos Castas pareciam ser tão suaves quanto seda sob os dedos da mulher. Era mais suave, Diane decidiu, enquanto os dedos acariciavam as coxas dele. Quase como uma pele felpuda criada para o prazer sensorial da mulher.
Os dedos dele se apertaram no cabelo dela, puxando as mechas enquanto Diane rodava a língua em torno da crista pesada do pau, saboreando a cabeça e apreciando o gosto da carne.
Cada lambida apenas parecia fazê-la ficar mais faminta por ele. A cada provada, ela jurava que podia saborear a menor sugestão de peras doces se entrosando com o gosto da carne. Era um gosto viciante. Ela queria mais. Queria encher a boca com ele, saboreá-lo, experimentar cada gota de prazer que pudesse ser ganho disto.
Entre as coxas o clitóris estava inchado, pulsando com abandono furioso enquanto a necessidade inundava o corpo. Ela podia sentir os músculos da boceta convulsionando enquanto a fome a subjugava.
Os fluidos banhando a carne sensível, amortecendo as dobras entre as coxas e sensibilizando o clitóris ao ponto de o prazer chegar à extremidade de dor.
—Chega! Por Deus, Diane, eu não gosto disto. — A extremidade áspera da voz fez um calafrio correr pela espinha dela enquanto os dedos dele apertavam no cabelo e a puxavam de volta.
—Não. Lawe, por favor. — Frustração, necessidade e fome convergiram enquanto dedos fortes agarraram os braços superiores dela e a puxaram fazendo com que ela ficasse de pé.
Antes que ela pudesse protestar mais, os lábios dele estava nos dela novamente, as mãos correndo para a bunda dela onde ele a agarrou, ergueu, e então a girou e apertou as costas dela contra a parede.
Lawe podia sentir as mãos tremendo, sentia o controle que ele se orgulhava de ter derreter pelo avesso. Ele estava perdendo o controle. Perdendo-o em uma onda de calor e prazer que não fazia nenhum sentido, mesmo dentro do calor do acasalamento.
Ele tinha sua companheira voltada contra uma parede, os joelhos prendendo os seus quadris, o calor de sua boceta suave, de veludo, roçando contra a seta de seu pau.
Ele podia sentir a umidade de seus fluidos, lisos e molhados. Ele rolou os quadris, a suavidade luxuosa contra a carne sensível trazendo um esgar aos lábios, trancando os caninos enquanto ele abaixava a cabeça.
Ele queria saboreá-la. Ele queria tocá-la.
—Ah, Deus — ele sussurrou logo abaixo da orelha dela. —Eu preciso te foder, Diane. Como o ar que eu respiro, eu preciso de você.
Ele sentia que iria morrer se não entrasse dentro dela logo. E ao mesmo tempo, se ele não a tocasse, não a consumisse, então ele morreria dessa necessidade também.
Ele lambeu a carne suave logo embaixo da orelha dela e sentiu a respiração dela ficar mais rápida enquanto os quadris se moviam, o pequeno broto duro do clitóris roçando contra seu pinto.
Ele esfregou a língua contra ela, da mesma forma como ela tinha esfregado a língua contra a farpa escondida na crista pesada do pau. Um esfregar lento, saboreando. A carícia encheu a boca com o gosto dela e com o gosto do hormônio do acasalamento. E ambos eram semelhantes. Ambos enchiam seus sentidos com o gosto de especiaria adocicada, peras do verão suculentas fazendo-o beliscar a carne delicada com uma mordida compulsiva.
Um gemido ondulou por seu peito. Um som ofegante que apertou cada músculo de seu corpo enquanto os dedos dele se apertavam no cabelo dela, a palma envolvendo o escalpo enquanto ele girava a cabeça para os lábios dela.
Ele simplesmente tocou as curvas suaves com os lábios primeiro, se deixou sentir, respirar o ar enquanto ela o encarava com uma fome vulnerável que foi fundo na alma que ele havia sido treinado para acreditar que não possuía.
—Eu poderia te consumir — ele rosnou contra os lábios dela enquanto ele os lambia.
Os lábios dela se separaram, os olhos castanhos escuros incríveis se abrindo, as pestanas tremulando enquanto os olhos deles se encontravam.
Esse não era a guerreira que enxergava o mundo com suspeita e cautela. Essa era a mulher que ele daria a própria vida para proteger. Que fazia suas entranhas se apertarem com medo só com o pensamento dela encarando balas.
— Você está apenas me encarando — ela sussurrou contra os lábios dele enquanto aquela determinação de aço que ele normalmente via no olhar dela, relampejava por um instante.
—Você me hipnotiza. — Não era nada menos do que a verdade. —Você me destrói, Diane.
Os lábios dela se separaram para dizer mais e Lawe se achou impotente de fazer qualquer coisa exceto tomar vantagem.
A língua afundou além dos lábios dela, achando a dela enquanto ele sentia a dor e o pulsar das glândulas sob a língua enquanto batia com o calor da boca de Diane.
Aquele gosto de verão picante encheu seus sentidos novamente enquanto as pestanas dela fechavam e um gemido sussurrado e dolorido vinha dela uma vez mais. A mão livre dele deslizou do quadril dela até a curva do seio, girando para envolver a carne delicada enquanto o polegar apertava um mamilo endurecido.
Por mais que ele quisesse o beijo, ele queria aquele mamilo também. Ele queria puxá-lo para sua boca, banhar o broto tenro com a língua e sugá-lo com uma fome erótica que ele sentia que estava morrendo para provar.
—Lawe — ela sussurrou o nome dele enquanto ele a sentia se mover dos lábios para baixo, para a coluna esbelta do pescoço. —Isso não muda nada. Eu não deixarei que mude. Eu não te deixarei me acorrentar.
Ele deu um beliscão em vingança, puxando outro gemido dela enquanto ele lambia o pequeno ferimento erótico.
—Mudará tudo — ele a assegurou. — E eu nunca quis te acorrentar.
Mudaria a ambos, eles quisessem ou não. Da mesma maneira que os acorrentaria.
Segurando o peso leve dela para ele, Lawe a girou para a cama. Colocando o joelho no colchão ele a abaixou para o acolchoado, o olhar dele estreitado enquanto os olhos dela se abriam uma vez mais, encarando-o com um prazer ofuscado que o maravilhou.
Ele sempre agradava as mulheres que levava para a cama, ele se certificava disto. Mas ver nos olhos de sua companheira o prazer, fez com que seu estômago se apertasse e seu pau inchasse mais, ficando impossivelmente maior, com um orgulho que não fazia nenhum sentido para ele. Ele nem a havia trazido ao orgasmo ainda. Esse orgulho só deveria aparecer na conclusão, ainda assim, aqui estava ele, rugindo em resposta ao prazer que ele estava dando a ela.
Erguendo os quadris dela de entre suas coxas, ele permitiu que sua mão acariciasse a curva arredondada do seio dela e então descesse para a cintura curva, para o quadril, deslizando entre as coxas esbeltas e o calor úmido entre elas.
Quente, lisa, a umidade juntava nas dobras sedosas de sua boceta, espessa e pesada, aliviando o caminho para os dedos dele enquanto ele os deslizava pela racha estreita.
Os quadris dela empurraram, um pequeno grito estrangulado saindo dos lábios enquanto os quadris se curvavam, se erguiam para ele enquanto ele deixava apenas a ponta do dedo circular o pequeno broto endurecido do clitóris.
Sedoso, pulsando com excitação, o pequeno nó alcançava os dedos dele enquanto os quadris de Diane pulavam e se retorciam contra o toque dele. O odor de sua boceta, aquecido e de fêmea, atraía-o, fazendo sua boca encher de água para saboreá-la enquanto os lábios se moviam junto ao torso, levando-o para mais perto da umidade que o hipnotizava.
Entre as coxas o pinto dele era uma dor sólida, pulsando contra o acolchoado enquanto ele buscou tirar dela tanto quanto possível.
Dele.
Minha. A palavra ecoou pela cabeça dele em um pensamento primitivo, um rugido mudo de possessão primitiva enquanto ele deixava a bochecha roçar contra os cachos entre as coxas dela.
Limpa, feminina, apenas protegendo as dobras suaves, aqueles cachos estavam brilhando com os fluidos, um elixir adocicado que ele estava morrendo de vontade de provar.
Com uma lambida gentil, um toque tão suave quanto uma respiração, ele lambeu os cachos, sentindo-a parar embaixo dele.
Não de medo.
De antecipação.
Um som roto, animalesco, roncou na garganta dele enquanto ele corria com facilidade a língua na racha, ficando exaltado, passando a seda molhada na língua e saboreando êxtase puro enquanto a puxava contra ele.
—Lawe! Oh, Deus... — Diane se curvou, cegada pela onda de prazer que a rasgou como um caleidoscópio de luz e cor pura.
Apertando os dedos no cabelo dele, ela lutou para segurá-lo no lugar, a sensação da língua, apenas um pouco mais do que uma lima humana, fazendo correntes elétricas estalaram e correrem pelo pequeno broto enquanto enviavam sensações arrebatadoras serpenteando para atacar o útero.
Arqueando e a cabeça e jogando-a para trás, ela curvou os joelhos e apertou os pés na cama enquanto os quadris se apertavam para mais perto dele. Ela não conseguia ficar perto o suficiente, ela não conseguia sentir o suficiente, o prazer que se construía estava muito perto do momento certo que a enviaria além daquela extremidade de êxtase que a aguardava.
Estava logo ao alcance. Tão perto e atormentando a cada golpe da língua que a jogava mais perto daquela extremidade sem permitir que ela voasse.
—Muito bom — ela gemeu quando uma onda de calor perfurou seus clitóris, envolvendo-o e queimando com chamas sensuais. — Oh, Deus, Lawe. Eu não posso aguentar mais...
Ela precisava gozar. Uma vez só. Apenas o suficiente para aliviar a conflagração que queimava por ela.
Em vez disso, ele acariciou o clitóris, a acariciou, e a enviou para uma tempestade de sensação pura enquanto a segurava do orgasmo que ela estava lutando para alcançar.
Um gemido de prazer vibrou contra o broto sensível enquanto ela sentia os dedos dele, as pontas calosas acariciando o interior das coxas dela até as dobras inchadas da boceta.
Ela se ergueu novamente, os quadris apertando contra os lábios dele enquanto ela lutava para respirar, então segurou a respiração enquanto lutava para gozar.
Um gemido roto, tão diferente dela, cheio com pedido e um silvar de agonia e prazer escapou de sua garganta enquanto ela sentia as pontas atormentadoras dos dedos dele na entrada de sua vagina.
Não apenas um, mas dois. Largos, fortes, e esfregavam e acariciaram enquanto ele separava mais as coxas dela com sua mão livre. Abrindo mais as pernas e ela se arqueou para ele novamente, certa de que não poderia aguentar um toque tão íntimo sem explodir em necessidade pura.
Ainda assim ele conseguiu mantê-la equilibrada naquela extremidade mesmo enquanto os dedos dele começavam a estirar a entrada. Roçando, acariciando, aliviando dentro dela enquanto Diane sentia os fluidos se juntando e correndo mais enquanto o prazer erguia com um calor impossível.
Rachel não havia mencionado isto, ela pensou preguiçosamente enquanto aquela necessidade imperativa começava a queimar mais brilhante, mais quente que antes, mais alto do que ela poderia imaginar.
O calor do acasalamento.
Rachel disse a ela que era impossível lutar uma vez que começasse.
Ela não queria lutar. Surgia diante dela um território pouco conhecido, e mais perigoso do que qualquer missão que ela já tivesse participado. Adrenalina corria por seu corpo, cantava por suas veias e o gosto de peras confeitadas e especiarias encheu seus sentidos enquanto ela sentia aqueles dedos largos a penetrarem com uma punhalada súbita, dominante.
Um raio correu apressado para sua boceta, cerrando os músculos internos com espasmos involuntários enquanto um grito rasgava dos lábios de Diane. Aquecidos e pesados, os dedos a estiravam e enviavam um beliscão sensual de prazer doloroso pelo tecido delicado.
Os fluidos atravessaram o canal estreito enquanto ela se torcia embaixo dele, movendo os quadris para se ajustar ao golpe dos dedos dentro dela enquanto ela apreciava a invasão.
—Lawe!— Clamando o nome dele, ela segurou firmemente o cabelo dele novamente enquanto ela sentiu ambos os dedos puxarem e então empurrarem dentro dela vigorosamente.
Um joelho curvado, o corpo de repente desesperado por mais, lutando sem um pensamento consciente além de deslizar acima daquela extremidade mágica da liberação, Diane se curvou para mais perto. Tentado forçar os dedos dele a ir mais fundo.
Erguendo a perna para trás para escorar o pé no ombro de Lawe, os quadris dela trabalhavam enquanto os dedos dele a fodiam. A lima da carne era mais dura e áspera contra o tecido interno delicado e fez as terminações nervosas dela gritarem com prazer. A transpiração criava camadas na carne enquanto o prazer se expandia dentro dela, correndo por suas veias, incendiando-a. Quando os lábios dele soltaram o clitóris dela e apenas a língua, apenas a lima encrespada da língua começou a esfregar, chamejar e acariciar com lambidas rápidas e certeiras, Diane sentiu que um mundo começava a se desvendar.
O prazer era uma palavra tão mansa. Êxtase não chegava perto.
Uma supernova de sensações tão intensas que ela não podia compreender, explodiam dentro dela coma um chuva de estrelas. Cor e luz chicoteavam por sua mente, explodiam atrás das pálpebras enquanto um gemido de êxtase violento estourava de seus lábios.
Lawe veio sobre o corpo aos espasmos de sua companheira, os dentes cerrados, prazer e poder primitivo rasgando por ele enquanto ele a rolava de barriga para baixo e erguia os quadris dela para ele.
Os dedos dela apertaram no acolchoado. O odor da boceta, uma doçura suave, feminina enchia os sentidos dele, atraíam, possuíam-no. Segurando a base de seu pau, ele se moveu por detrás dela, uma mão segurando o quadril dela enquanto ele empurrava a cabeça inchada de sua ereção contra as dobras sedosas e molhadas de sua boceta e começou a entrar nela.
Os músculos internos delicados o agarraram imediatamente em uma alça que se aproximava da dor. Ordenhando a cabeça espessa e puxando-o mais para o fundo, o aperto dela aumentava e diminuía, os fluidos aliviando o caminho enquanto ele lutava para conter a resposta primitiva ao prazer de sua companheira.
Ele não havia antecipado isto.
Ele sabia que seria uma resposta animalesca. Ele sabia que quando conseguisse entrar entre as coxas dela, que ela soltaria o controle que ele havia lutado para manter por toda a vida.
Mas não à esta extensão. Ele não havia antecipado isto. Não havia antecipado que o animal dentro dele assumiria o comando completamente ou roubaria seu controle necessário, para assegurá-lo de que ele a tomasse com a gentileza, com a profundidade do prazer dolorido que ele queria tanto dar a ela.
Ele era um animal, e Deus o ajudasse...
Ele cerrou os dentes enquanto lutava e falhava em conter a resposta primitiva.
Um grunhido de fome rasgou de sua garganta enquanto ele se apertava dentro dela, empurrando, indo nela enquanto trabalhava os quadris, empurrando o pinto dentro dela com punhaladas curtas, rasas.
Ele não podia aliviar. Apesar do desejo de tomá-la lenta e calmamente. Apesar do voto que ele havia feito a si mesmo de que a tomaria de tal modo, ainda assim, ele a tomava como o animal que era.
Prendendo os quadris dela, ele se curvou sobre ela, os lábios no ombro dela, os beijos com a intenção de acalmá-la enquanto ele se enterrava dentro dela até o cabo, repetidas vezes. O aperto feroz da boceta o puxou mais para o fundo, tremulando contra a carne sensível de seu pinto enquanto ele sentia a dor e prazer da farpa pulsando logo abaixo da crista inchada.
Ele beliscou o ombro dela, então rosnou em auto-abominação com a ferocidade da mordida.
—Deus, sim!— O grito dela foi um choque tão grande para ele quanto a perda de controle.
Os quadris dela se moviam com cada punhalada, a boceta tentando agarrá-lo, cerrando apertada a cada golpe feroz dentro das profundidades úmidas enquanto os fluidos lisos aliviavam a possessão crua.
Não que o animal dentro dele se importasse. Estava queimando por ela, tão faminto que pela primeira vez na vida Lawe se sentiu impotente.
—Minha!— Ele rosnou na orelha dela, subjugado pela sensação de posse que corria quente e bem no fundo dele. —Você me entendeu, companheira? Você. É. Minha!
Ele tinha que ir tão fundo nela quanto possível. Ele tinha que mostrar, convencê-la, fazê-la ver que ela não poderia nunca mais fugir dele novamente. Assegurá-la de que ela nunca poderia negligenciar sua segurança como tinha feito no passado.
A sobrevivência dele dependida da dela.
—Diga-me, — ele rosnou enquanto empurrava dentro dela mais duro, mais rápido. —Diga-me, Diane. Você é minha!
—Foda-se!— Ela clamou. O odor dela chicoteou ao redor dele, luxúria, fome, fúria e uma necessidade que não fazia nenhum sentido ao cérebro primitivo dele.
—Oh, não, querida. Deixe-me te foder!— Ele rosnou de volta para ela enquanto a cabeça dele abaixava para a nuca dela, para a carne sensível onde o ombro encontrava o pescoço, e ele a lambeu com uma fome erótica, violentamente, segurando a mordida que ele precisava dar.
Os quadris dele batiam contra as curvas arredondadas do traseiro dela. Transpiração cobria os corpos de ambos, o deslizamento molhado da carne e o acoplamento primitivo criavam uma junção erótica e animalesca que fazia os sentidos espiralarem.
Controle. Ele sempre havia tido o controle de nunca tomar uma mulher assim.
Ele sempre havia tido consideração, o conhecimento do que sua força faria com elas.
E ainda assim, ele era impotente quando a questão era tomar sua companheira.
Impotente, cheio de tal ânsia que cada grito gutural de seu lábios, cada prova de seu prazer apenas o esporeava mais, empurravam-no fazendo com que ele a tomasse com toda a fome que queimava dentro dele, desde o dia em que o odor dela tinha acordado com um tapa o animal que vivia dentro dele.
E ele estava acordado agora.
A boceta dela apertou impossivelmente mais, o aperto em chamas dos músculos se intensificando, a resposta tremulando vibrando nas profundidades acariciando contra o pulsar da farpa que começava a emergir de seu cativeiro.
Lawe estava certo de que não poderia perder o controle dos impulsos animalescos dentro dele mais do que já tinha feito. Ele estava certo de que não poderia marcá-la mais fundo, certo de que o prazer não poderia queimar mais alto ou mais quente.
Ele deveria saber que a sua genética não era tão simples assim. Quando a boceta dela começou a ondular mais apertada ao redor do pau dele, quando seus fluidos começaram a vir mais quentes, o prazer definhando para uma explosão que ele podia sentir ondulando por ela, Lawe perdeu aquela extremidade final que mantinha seu controle.
Girando a cabeça enquanto empurrava o cabelo da nuca dela, os lábios se separaram sobre o local vulnerável e ele a mordeu.
Ele saboreou o sangue enquanto os caninos afundavam na carne. Saboreou o hormônio que fluía de sua língua enquanto sentia o pinto estremecer, sentiu o inchaço mais espesso, mais duro, enquanto o sêmen começava a esporear da ponta com êxtase violento.
Imediatamente, um grunhido surgiu do tórax enquanto a farpa emergia de sua posição logo embaixo da cabeça chamejada no topo do pau, estirando a carne, pulsando, inchando dentro dela e fechando naquela curva escondida no fundo da boceta dela, para derramar sua liberação.
Tremulando contra a carne ultra-sensitiva lá, achando os nervos logo embaixo do clitóris e urgentes dentro dela, a farpa bloqueou dentro dela e aumentou o êxtase para ambos.
Rápido explodiu repetidas vezes dentro deles.
Sob ele, Diane convulsionou novamente, a segunda onda, mais intensa do que a primeira, abastecida pela farpa esporeando e tremulando contra a curva sensível que segurava sua possessão.
Lawe rosnou contra a nuca dela, os quadris empurrando, a liberação esporeando dentro dela novamente, cegando-o com o prazer até que a última erupção enviou uma corrida de tremor por ele.
Os dentes dele ainda estavam presos no lugar, a língua lambendo, acariciando, aliviando o ardor que poderia existir se não fosse pelo hormônio se derramando no útero dela.
O hormônio do acasalamento.
Tirando os dentes da mordida rasa, ele a banhou novamente, desta vez com lambidas mais lânguidas enquanto ele sentia as pulsações finais do hormônio que vinha das glândulas sob a língua.
Cobrindo-a, Lawe sentiu o corpo relaxar na cama, exausto, as respirações suaves dela em compasso com o coração ainda correndo.
Ainda enterrado dentro dela, preso no lugar para permitir que sua liberação tivesse a chance de achar terreno fértil, Lawe lutava simplesmente para respirar.
Uma parte dele se sentia quebrada. Uma emoção muito próxima do terror começava a crescer insidiosamente dentro dele.
Ele podia perdê-la. Mesmo agora, vinte anos depois da vivisecção que havia matado sua mãe e o companheiro dela, ainda havia aqueles cientistas que usavam os grupos sanguíneos puros e outros vários inimigos dos Castas, para se assegurar de que existissem espécimes para que eles fizessem suas pesquisas.
Companheiros.
Os Castas que achavam aquele em que o corpo biológico, a parte química e os feromônios se completavam, os asseguravam de que eles ficariam juntos enquanto vivessem. Porque um era o complemento perfeito do outro para assegurar a concepção e a sobrevivência da espécie.
Ele havia ouvido dizer que Deus havia adotado alguns deles.
O reverendo que ele conhecia havia dito que Deus havia tocado a criação do homem e havia dado aos Castas uma alma para mostrar ao homem, de uma vez por todas, que apenas Deus podia dar a vida. E ainda assim outros diziam que eles não eram nada mais do que um erro da natureza, como um réptil. Cruéis e capazes de nada além da sobrevivência e atos maldosos.
E havia aqueles que dariam suas próprias crianças para possuir um Casta híbrido, uma criança de um par acasalado, para aprender os segredos sem iguais que os Castas poderiam um dia possuir.
A prova de algumas de suas habilidades quase certamente asseguraria a destruição dos Castas, se usadas de modo errado.
Isto era tudo que a informação continha. E era mantida limitada aos companheiros pela maior parte do tempo. Os homens e as mulheres entendiam exatamente o que perderiam se o mundo um dia soubesse.
Isso.
Suas almas.
—Diane — ele sussurrou o nome dela enquanto fechava os olhos pelo momento impossivelmente longo que ele levou para engolir aquela emoção escura que ameaçava engolfá-lo.
Ele a colocaria atrás das paredes protetoras do Santuário, bem no meio da colônia, cercada pelas cabanas, barracas e tocas dos Leões e Leoas, Lobos e Coiotes que ainda não haviam acasalado e que constituíam a comunidade Castas.
Uma vez lá, ela estaria protegida dos fanáticos assim como dos inimigos de seu tio. Os homens que a havia sequestrado quase um ano antes de ele ter sido mais um dos times que estavam procurando por ela. Eles eram os únicos que sabiam quem estavam procurando ou pelo menos sabiam o rosto da mulher, que eles acreditaram que podia levá-los ao homem que eles estavam buscando e os segredos que eles acreditavam que ele guardava.
Segredos que os rumores diziam que ela sabia também.
—Você é pesado, Lawe — ela respondeu momentos mais tarde, a voz sonolenta, preguiçosa.
Ela dormiria bem hoje à noite.
Ela nem sempre dormia bem, Jonas o havia informado vários meses antes depois que Diane havia passado alguns dias na nova ala da casa principal, que tinha sido construída por Jonas e sua companheira.
Jonas era um membro da família Pride, ele gostasse disto ou não, e o líder dos Pride, o meio irmão dele, Callan Lyons, havia insistido em construir a nova ala para alojar Jonas, sua nova companheira e sua filha. A casa principal era conectada a uma série de quartos e túneis subterrâneos protegidos, que um dia tinham sido usados para pesquisas dos Castas. Costumava ser um local de proteção das esposas e crianças acasaladas, nas poucas ocasiões em que a colônia havia sido atacada.
Lawe sabia que uma ala da casa principal era algo que ele nunca quereria para si mesmo. Ele nunca aspiraria tais coisas. Ele preferia um pouco de isolamento, e Lawe sabia que Jonas frequentemente sentia falta disto também.
A casa de Lawe era perto da casa principal, menos de dois quilômetros de distância. Como o chefe da Agência de Negócios da Raça, sua posição necessitava de proximidade com o diretor da Agência assim como a força dominante por trás dos times da Agência de Executores.
Ele havia trabalhado com Jonas em cada fase de cada operação e missão que saía da agência e se assegurava de que Jonas ficasse ciente de cada uma.
Diane seria protegida como qualquer um da família Pride, ele se asseguraria disto.
Forçando-se a sair de sobre ela, a farpa finalmente retratando de volta à sua posição sob a membrana do pau, Lawe desmoronou ao lado dela, esgotamento pesando nos músculos.
Ele não tinha conseguido fechar os olhos nas noites anteriores, desde que o atirador havia tentado arrancar a cabeça de Diane com um dos rifles de vigia antiquados que usava.
Antiquado, sim, mas a bala era bastante efetiva, altamente ilegal. As armas a laser possuíam mais controle, mas o tempo de resposta era muito mais lento. Esperar que uma arma tão grande carregasse antes de disparar em série, deixava muito espaço para o erro.
Uma compulsão completamente estranha o fez puxar sua companheira para perto dele, ajeitando-a contra seu peito e a protegendo com seu corpo.
Ele se certificou de estar entre ela e a porta e a janela. Por via das dúvidas.
Por via das dúvidas se alguém fosse estúpido o suficiente para ser bem sucedido e entrar pela porta ou tentar entrar no quarto. Por via das dúvidas se ele não fosse rápido o suficiente. Ele a protegeria, daria à ela uma chance de viver, uma chance de escapar, e talvez...
A mandíbula dele cerrou e o medo contra o qual ele havia lutado retornou.
Por via das dúvidas se ela tivesse concebido um filho dele.
—Diane, você sabe que isso não vai funcionar.
Lawe observava enquanto Diane limpava as armas. De forma eficiente, sem problemas, e com uma facilidade de quem tinha muitos anos de prática.
—Há quanto tempo você desmonta e limpa suas próprias armas? — Ele perguntou quando ela não fez comentários sobre a declaração anterior.
A expressão dela se suavizou então. O olhar era cheio de saudade e lembranças muito queridas.
—Desde que eu tinha apenas sete anos e ficava com o tio Colt enquanto meus pais estavam fora do país em suas viagens de negócios, — lembrou-se com uma risada suave. —Eles eram espiões, como você sabe. Agentes da CIA. Conheceram-se quando ambos estavam em Langley, logo depois que entraram na faculdade. E morreram juntos.
—Há várias informações faltando sobre as vidas de Raymond e Esmeralda Broen, ele afirmou, enquanto observava sua companheira verificar a limpeza do cano de uma das armas. — A morte deles e o que estavam perseguindo, são dois dos elos perdidos. Colt contou o que aconteceu?
Ela olhou para cima por um segundo, sua expressão se acalmando sombriamente.
—Ele me disse. — Ela suspirou pesadamente. —Tínhamos um acordo. Uma vez que eu conseguisse comandar minha primeira missão com sucesso, então ele me daria a informação. Só depois que fiz isso, ele disse aos outros que iríamos comemorar em “estilo familiar”. Sua ideia de estilo familiar foi me levar para a montanha em Kandahar , onde meus pais morreram. Eles foram emboscados e mortos enquanto monitoravam a identidade de um homem, cujos rumores diziam que era a cabeça de uma rede secreta que transportava arquivos, material genético, DNA fórmulas castas, embriões criogênicos e, possivelmente, muitas das crianças e jovens das castas que estavam faltando no momento.
As sobrancelhas dele se arquearam.
—Não sabia que a CIA estava trabalhando em nome das castas. Os últimos registros que tivemos, muitos de seus agentes estavam realmente envolvidos no controle de formação e informação dos vários laboratórios.
—Minha mãe deixou um diário, — ela disse, —vários deles, na verdade. Ela sabia que muitos dos agentes estavam trabalhando além da capacidade, mas também estavam desviando informações para aqueles que estavam trabalhando para revelar a brutalidade com a qual as castas estavam vivendo. Havia interesses opostos na CIA, segundo ela. Apenas alguns poucos setores estavam realmente envolvidos com o Conselho de Genética. Langley estava realmente tentando verificar os rumores, rastrear os laboratórios, e ajudar as castas a escapar. Eu dei o diário a Rachel no ano passado e acredito que ela o deu para Jonas.
Lawe assentiu.
—Sim, eu li sobre isso. Pelo que li, seus pais eram muito imprudentes, para um casal com duas filhas, que dependiam deles.
Era um traço que tragicamente compartilhavam com seu tio, Colt Broen. Como um mercenário, Colt estava na posição perfeita para canalizar informações para os Estados Unidos ou para garantir que os interesses dos Estados Unidos, bem como os da CIA, fossem preservados.
Raymond e Esmeralda Broen coordenavam suas viagens com suas missões, garantindo que, se eles não estivessem em casa para proteger suas filhas pequenas, então o irmão de Raymond estaria. Ainda assim, haviam morrido, enquanto suas filhas eram pequenas, e de acordo com os relatórios que Diane viu depois que ela entrou no Bureau, os inimigos de seus pais foram imediatamente atrás do tio, assim como das crianças.
Ela não fez comentários sobre sua crítica, e Lawe não poderia detectar qualquer outra emoção além de tristeza. Não havia raiva de seus pais ou seu tio, e nenhum ressentimento para com a vida que ela levou.
Mas então, ele não tinha dúvidas de que ela era capaz de, e definitivamente ela o faria, esconder qualquer emoção que não quisesse que ele visse.
As castas que tinham sido uma parte de seu grupo até o mês passado, ensinaram a ela como enterrar e esconder suas emoções. Como explicaram a Lawe, tornou-se um jogo entre eles e sua "comandante" para detectar seus humores, suas emoções ou outros vários estados que ela experimentava.
No final, Diane se tornou muito mais adepta a isso do que qualquer um deles teria imaginado.
—Eles são a razão pela qual você seguiu o seu tio para a guerra? — Ele perguntou finalmente.
—Os inimigos deles cuidaram disso, — ela afirmou com a voz endurecida enquanto olhava para ele. —Eles atacaram crianças, Lawe. Vieram atrás de nós como uma praga e se recusaram a desistir por anos. Como se eles fossem contar às crianças algum segredo que esconderam de seus superiores por anos.
—Se conseguirem capturá-la novamente, e matá-la sem a informação que estão procurando, você acha que eles, então, iriam atrás de Rachel e Amber? — Ele perguntou.
Diane queria rolar os olhos. Ele obviamente acreditava que estava marcando um ponto. Era um ponto que não tinha intenção de reconhecer. Ele nunca perdia uma oportunidade, nunca permitia preservar um momento descontraído.
—Me ignorar não vai resolver o problema que enfrentamos, —ele finalmente advertiu-a enquanto Diane lutava para evitar ranger os dentes.
—Não estou tentando ignorá-lo, — ela assegurou enquanto terminava de remontar a pequena arma laser portátil de defesa pessoal, que geralmente usava amarrada à sua coxa.
Ela estava travando os dentes e ele sabia disso. Ele não tinha necessidade de sentir o cheiro.
—Você acha que vou permitir que continue com esta pesquisa, Diane? Colocá-la em risco contra um assassino sobre o qual sabemos tão pouco, bem como quaisquer assassinos que foram enviados para eliminar os projetos de pesquisa de Brandenmore? Se é que eles estão vivos ainda. —Era a maneira errada de discutir isso, e Lawe sabia, mas seria amaldiçoado se pudesse descobrir uma alternativa melhor.
Ela riu para ele, embora o som não carregasse diversão. O que carregava era desilusão e um sentimento de dor. Ele podia sentir a sua dor como se fosse dele. E pela primeira vez em sua vida, Lawe sofria por mais que sua própria incapacidade de ser algo ou alguém diferente do que a pessoa que seu passado o transformara.
—Eu ajo como se precisasse de sua permissão para fazer alguma coisa? — Ela perguntou enquanto reembalava a arma e voltava-se para ele, o desprezo refletido claramente em seu olhar. —Realmente, Lawe, eu sou uma menina grande agora. Não preciso de sua permissão para ficar de fora depois que escurece.
Tecnicamente, ela estava certa, pois se reportava diretamente a Jonas.
—Estou certo que Rachel foi inteligente o suficiente para avisá-la sobre os efeitos do calor de acasalamento, — afirmou, em vez de amarrar e amordaçá-la como queria e forçá-la a voltar ao Santuário. —Você não pode simplesmente voltar para a mesma vida de antes. Não é assim que funciona.
Ele não podia deixá-la continuar nessa missão também. Ela não estava apenas enfrentando um casta raivoso com suspeita de estar no auge de uma febre selvagem induzida, mas também uma equipe de soldados Coyote leais ao Conselho, procurando a mesma presa. E se as castas que já lutaram com ela estivessem certas, também estava lidando com um traidor dentro das próprias fileiras.
Ninguém hesitaria em matá-la se ela se atrevesse a tentar interferir com sua aquisição da Casta Bengala Judd, Fawn Corrigan, ou Honor Roberts. E eles sabiam que ela estava fazendo exatamente isso, como fora evidenciado pelo atentado contra sua vida antes que ela fugisse com ele de DC . E se não a matassem, os cientistas do Conselho certamente adorariam colocar as mãos em uma fêmea que estivesse experimentando o calor do acasalamento.
— Posso fazer qualquer maldita coisa que eu quiser, Lawe. — Ficando de pé, embalou os materiais de limpeza antes de guardá-los em sua bolsa de munição e prendê-la firmemente.
Ficou de costas para ele, que era outra coisa que ele odiava. Diane era bastante hábil em mentir com os lábios e manter o cheiro disso encoberto, mas ainda não tinha aperfeiçoado a mentira com os olhos.
Era a única maneira que ele teria de detectar suas emoções por enquanto.
Apesar de ser capaz de esconder certas emoções e seus aromas, não poderia usar isso como um escudo confiável contra as castas por muito tempo. Especialmente Lawe.
— Qualquer Coyote que detecte o aroma do seu calor fará com que seja o seu trabalho sequestrá-la e confiná-la para o Conselho e seus cientistas, — ele argumentou. —Esse não é um lugar agradável para se estar, nem é uma forma agradável de morrer.
Ele estava se contendo e os esforços para fazê-lo estavam prestes a estalar os dentes enquanto os mantinha tão apertado, que suas mandíbulas doíam. Se ele fosse humano, não teria dúvida de que já teria enterrado as gengivas.
Nunca cerrara tanto os dentes ou com tanta frequência, como fazia quando ele e Diane se enfrentavam em um desacordo, o que acontecia muito, a cada vez que entravam em contato.
—Você deveria ter ficado em DC ao invés de me seguir, — ela disse assim que levantou um dos seus sacos da Duffel da cama.
A desilusão tomou conta dela. Contudo, haveria algum vislumbre de esperança de que ele iria permitir que ela continuasse? A parte triste era que ele tentou. Inferno, ele ainda estava tentando, mas tudo o que ele via cada vez que tentava formular um plano para deixá-la completar a missão, era o seu sangue. Seus gritos. Sua morte.
Puxando o zíper, ela abriu a bolsa e começou a embalar alguns itens que usou na noite anterior, colocando-os dentro da mala abarrotada. Era evidente que não tinha a intenção de ouvi-lo. O que só deixou Lawe com a ideia de amarrá-la e amordaçá-la.
—Não pressione assim, Diane. — A fúria fazia o calor de acasalamento ferver dentro dele. Emoções fortes, especialmente a raiva, tinham o efeito de intensificar a corrida dos hormônios sexuais e enviá-los para espetar todo o corpo. — Você não vai ganhar.
Nesse ponto, ela se virou para enfrentá-lo, o olhar em choque com o seu enquanto ele capturava um vislumbre das emoções que a queimavam e que, ainda, estava mantendo sob rígido controle.
Ele se surpreendeu com a capacidade dela. O marrom profundo de seus olhos tornou-se mais escuro, quase cor de vinho. A fúria tinha que estar comendo-a viva, para que seus olhos se tornassem de uma cor tão surpreendente. Mas não tanto quanto a dica do perfume lançado para ele.
—O que você vai fazer para me forçar a obedecê-lo, Lawe? — A cabeça dela inclinou para o lado, enquanto ele via sua luta para manter as emoções refreadas. — Vai me bater? Dar uma gravata antes de arrastar-me de volta ao Santuário? Porque essas são suas únicas opções.
—Eu nunca iria machucá-la, — ele disse, lutando contra o impulso de rosnar em indignação. Seus dedos estavam tensos, o desejo de apertá-los quase avassalador, enquanto enfrentava sua suspeita e seu olhar. —E sabe que eu nunca bateria em você.
—Então, sobrou a parte de me amarrar e amordaçar. — Seu quadril se arqueou, uma mão delicada repousada sobre ele, e o cheiro de sua fúria finalmente foi lançado para ele por um breve segundo.
Era violentamente quente, quase o queimando e fazendo com que quisesse dar um passo para detrás dela, quando o limite de dor bateu em sentidos. Deus, o que aconteceria se as emoções que ela mantinha normalmente com tanta intensidade de sentimentos, saísse de seu controle cuidadoso?
O lado animal dele se encolheu ao pensar que ele poderia ser a pessoa que a machucava. Que sua necessidade de protegê-la, de assegurar a vida dela, poderia ter criado um poço com tanta agonia.
—Essas são suas únicas opções, afirmou. — Porque eu me recuso a voltar ao Santuário e ser mantida trancada, como um animal de estimação favorito.
Um animal de estimação favorito?
Lawe sentiu sua mandíbula e seu pau se levantarem, com uma demanda imperativa enquanto ela o confrontava. Ele iria fodê-la até a exaustão, se não fosse pelo fato de que estaria fazendo o mesmo para si mesmo. Ao longo da noite ela provou que era mais do que receptiva a sua sexualidade, e a sua fome.
Assim como era mais do que capaz de acompanhá-lo em outras maneiras.
—Melhor um animal de estimação do que uma companheira torturada até a morte. Você sabe o que os cientistas do Conselho, monstros pesquisadores de Brandenmore ou mesmo geneticistas do governo castas, fariam se pusessem as mãos sobre você? Tem alguma ideia de qual é o meio preferido de aprender como o calor do acasalamento muda o corpo? Como uma dissecção é horrível? O que faria comigo ser forçado a assistir tal coisa acontecer com você? — Ele questionou, ouvindo a aspereza e a qualidade gutural de sua própria voz. —E você. Suportaria ouvir meus gritos enquanto eles me dissecariam vivo? Talvez mais de uma vez? Uma e outra vez? Porque, querida, certo como o inferno que eu gritaria. Mesmo o mais forte de nós, eventualmente, se quebra quando colocam a faca em nosso pescoço.
Diane quis se virar para longe dele. Queria esconder o conhecimento doloroso e horrível que ela estava bem consciente do que qualquer cientista faria para qualquer um deles agora.
—Eu vi isso. A agonia enfurecia seus olhos quando cruzaram com os dela, os dedos se curvando em torno de seu braço, enquanto a puxava para ele. —Eu assisti Diane. Forçado a fingir desinteresse. Forçado a não mostrar nenhuma maldita reação. — Animalesca, cheia de horror, sua voz raspava com as palavras. —Assisti enquanto eles faziam o primeiro corte no comandante Coyote, que cometeu o erro de se acasalar com uma das reprodutoras do laboratório onde Rule e eu estávamos confinados. Então, vi quando eles cortaram sua companheira. Minha mãe. A mulher que e Rule lutamos para libertar, desde quando mal tínhamos idade suficiente para perceber que estávamos cativos. Eu não pude rugir de raiva. Não pude pedir para parar, porque se eu o fizesse... —Sua expressão estava cheia de memórias atormentadas, arrastando um soluço abafado de seus lábios, — se eu o fizesse, então, três outros teriam morrido no laboratório. Poderia ter sido Rule. Ou a fêmea jovem Cheetah que mantinham separados de nós. Ou outro dos jovens que Morningstar Martinez estendeu a mão em seus sonhos.
Os lábios dela se entreabriram em surpresa.
—Em seus sonhos?
Lawe soltou-a lentamente e recuou. Empurrando os dedos pelos cabelos, ele respirou, dura e dolorosamente. —Em nossos sonhos. Tão distante quanto poderíamos lembrar. Morningstar vinha para os filhos que ela fora fecundada in vitro. Ela os embalava. Cantava para eles. Pintava imagens do lugar que ela chamava de lar, da família que estava certa que procurava por ela, e todas as alegrias que conhecera quando era criança.
Diane olhava, em silêncio, sentindo as lágrimas que teriam caído se não tivesse tantos anos de prática em mantê-las no lugar.
—Sua vida era um pesadelo, mas ela nos trazia alegria sempre que podia. E porque o comandante Coyote encontrou alegria com ela e se acasalaram, morreram da maneira mais horrível possível.
Ele tinha visto os pesadelos que temia que ela iria enfrentar. Não era de se admirar que estivesse tão determinado a prendê-la em um balão de algodão. Se ela pudesse sobreviver.
Ele e seu irmão, Rule, foram forçados a assistir, como se fossem indiferentes, enquanto sua mãe era assassinada dessa forma.
—Isso me mataria. — Ela sabia que perdera a batalha para esconder as emoções que a rasgavam por dentro, quando a cabeça de Lawe se jogou para trás, suas narinas queimando enquanto ele sentia o seu perfume. —Por saber que eu era a causa de tal destino para você, Lawe. Destruiria qualquer parte de minha alma que restasse no segundo que eu enfrentasse a morte.
Sim, ela sofria. Tinha pesadelos sobre a vida que ela sabia que as castas enfrentavam. O próprio pensamento de tudo pelo qual eles passaram, por muitas vezes, era mais do que ela poderia suportar contemplar longamente.
—Então não faça isso, — ele rosnou, seus caninos brilhando nos lábios puxados para trás de seus dentes, furiosamente. –Desista disso, Diane, e deixe os Executores do Conselho localizá-la em seu lugar.
—Isso me mataria, —ela disse novamente. —Estar trancada, incapaz de ser eu mesma, me faria odiá-lo, Lawe. Eu o odiaria e a qualquer casta com quem eu entrasse em contato novamente.
Ela lutara por muito tempo, sofrera muito. Sua liberdade, sua existência e a razão pela qual seguira os passos de seus pais e de seu tio e a guerra, estavam profundamente enraizadas dentro dela.
—Por quê? —A fúria e a dor borbulhavam dentro dele como um vulcão, ameaçando entrar em erupção.
—Porque não vou ser impotente de novo, —ela sussurrou. —Quando meus pais morreram eu era apenas isso, Lawe. Eu era impotente. Quando os assassinos dos meus pais seguiram meu tio para a nossa casa, Rachel e eu estávamos sozinhas com a nossa babá. — Ela estremeceu, a memória rasgando-a com uma força que nunca diminuía. —Eu não assisti a minha mãe morrer, mas ouvi os gritos da pessoa que eu e Rachel considerávamos mais do que apenas uma babá. A noiva de meu tio Colt morreu jurando-lhes que não estávamos lá, enquanto eu corria com Rachel e nos escondíamos. Tive que ouvir os gritos dela enquanto fazia a única coisa que poderia fazer para nos proteger, porque ninguém, ninguém, — ela gritou furiosamente, —ensinou-a lutar. Como sobreviver. E se você me trancafiar, então toda vez que eu ouvir sobre a morte de uma casta, toda vez que eu ouvir um companheiro ser assassinado tão selvagemente, vou culpá-lo!
Porque seus pais lutaram pelas castas. Seu tio lutou por eles. E o segredo que todos morreram para manter ainda era um que Diane sabia que tinha que ser preservado. Ela tinha informações que Lawe ainda não tinha. Algo que sabia que Leo temia que ela revelasse, cada vez que seus olhares se encontravam.
Não esperava que sua resposta pudesse causar tal reação em Lawe, no entanto. Antes que pudesse evitá-lo ele mostrou a incrível velocidade de seu DNA felino e atravessou a sala para pegar seu braço e erguê-la para ele novamente.
Seus braços eram como bandas de aço ao redor dela, segurando-a no lugar e mantendo-a contra o peito dele, apesar de sua tentativa inicial de colocar distância entre eles.
Olhando para ele, os olhos arregalados, seus sentidos chamuscavam com raiva e uma excitação, que sentia como se estivessem queimando fora de controle, ela vislumbrou o tormento que se alastrava nos olhos azuis.
— Melhor o seu ódio do que a sua morte. Ou o horror de vê-la desmontada peça por peça, porra. — Ele cuspiu suas palavras.
Não havia medo na posição dominante.
Qualquer um que estivesse em torno das castas, geralmente aprendia a conviver com tais exposições e tal arrogância. O tormento que ardia em seu olhar a afetava, apesar de tudo. Golpeava através de seu coração, apertava-o e deixava sua garganta grossa com as lágrimas não derramadas que ela se recusava a libertar.
—Você poderia confiar em minhas habilidades como confio nas suas, —ela gritou para ele, suas emoções impulsionadas pela raiva, por ele e contra ele, enquanto ele demonstrava sua total incapacidade de jamais considerá-la uma parceira digna. — Diga-me, Lawe, a sua vida vai ficar em compasso de espera com esse acasalamento também, ou só a minha?
Ela sabia qual era a resposta à sua pergunta. Não era difícil de adivinhar, exatamente, quem o acasalamento afetava e quem não afetava.
A expressão dele não fez mais do que confirmar suas suspeitas. Ela deu uma gargalhada de desprezo.
—Não se preocupe em responder, porque posso ver em seu rosto. Isso não vai acontecer. Você ainda vai lutar, ainda se arriscará e ainda espera que eu me sente naquela gaiola que os castas fizeram para suas companheiras e interprete a esposa obediente. Eu deveria estar descalça e grávida também?
O lampejo nos olhos dele, o vislumbre do anseio repentino que cruzou sua expressão antes que ele pudesse escondê-la, fez seu estômago se apertar. Com desejo ou de pura raiva, ela não tinha certeza.
—Então, você vai sair, se divertir, depois voltar para casa para transar comigo antes de me dar um tapinha na cabeça, e cair fora em direção ao por do sol novamente. — Oh, ela não achava que isso iria acontecer.
Ela não permitiria. Nem mesmo por um segundo.
Nunca se permitiu ser o capacho de nenhum homem, e não iria começar agora. Ela seria sua parceira, sua igual, ou não seria nada. Nada menos do que isso é aceitável.
—Pelo menos você estará viva, — ele falou entre dentes, a tempestade de gelo em seu olhar, quase assustadora quando olhou para ela.
—O inferno que estarei. — Empurrando contra o peito dele, tentou escapar de seu abraço, só para tornar-se consciente de como ele a segurava com firmeza sem parecer. —Não, Lawe, não estarei viva. Eu só existirei, e o odiarei por isso. Não estarei lá esperando por você. Farei como fui treinada para fazer durante toda a minha vida e o farei sozinha, se isso é o que tenho que fazer. Não deixarei você me encarcerar!
—Não vou permitir isso. — Uma mão se moveu para empurrar o cabelo na parte de trás de sua cabeça enquanto a promessa deslizava de seus lábios.
Ele não permitiria? Como se ela algum dia permitiria que ele tivesse algo a opinar sobre o assunto, mais do que já estava fazendo. Como se fosse dono dela.
A dor do entendimento apertou seu corpo até que estivesse à beira da agitação, a dor, a raiva, e incrivelmente, a onda de medo através dela, se misturava com uma excitação que não poderia se forçar a afastar.
Ela o queria. Queria que ele a tocasse, a abraçasse, para compartilhar o seu beijo e o gosto incrível de peras e especiarias que ele tinha. Queria que ele a aceitasse. Que ficasse ao lado dela. Que permitisse a felicidade que ela precisava, para tomar essa decisão por si mesma.
E queria chutar sua bunda para sempre, por imaginar que ela permitiria que ele tomasse tal decisão por ela.
—Desculpe-me, Lawe, não vou permitir que você a destrua, assim como o Conselho.
O choque das palavras, provenientes da voz profunda e normalmente explosiva de seu segundo em comando, fez Lawe se mover. Antes que Diane pudesse detê-lo, ele a colocou atrás de si, assim que Thor entrou no quarto, girando a chave entre os dedos, enquanto olhava para eles, com um tique nervoso de raiva pulsando ao lado de sua mandíbula. —Divertindo-se sozinha de novo, chefe? —Ele perguntou. —Pensei que concordamos que isso não aconteceria neste momento.
Ele estava chateado.
Os olhos azuis de Lawe estavam gelados. Seus traços pareciam esculpidos em pedra, e a raiva mantinha os lábios normalmente cheios, apertados, enquanto ela percebia que ele segurava todos os insultos puramente masculinos e arrogantes que poderia ter jogado pelo caminho.
Thor ignorava completamente o fato de que Lawe tinha pavio curto, armas a laser, pistolas de explosão rápida na mão apontada para ele, o dedo no gatilho um pouco firme. Mas não ignorava o fato de que Lawe estava tentando protegê-la. A ação levou Lawe a ganhar um dos famosos ataques de zombaria de Thor. Um levantamento na lateral do lábio, enquanto o desgosto enchia seus olhos.
—Pelo amor de Deus, Lawe, saia de perto de mim! — Ela empurrou a parte de trás dos ombros dele enquanto ele continuava a mantê-la atrás dele com a força de um braço, aparentemente sem esforço algum.
Caramba, ela poderia chutar a bunda dos homens que tinham o dobro de seu tamanho e eram puro músculos. Mas não conseguia movê-lo.
—O que ele está fazendo aqui? —A voz de Lawe era o rosnado de um animal.
—Afaste-se! — Ela finalmente conseguiu colocar poucos centímetros entre eles, antes que ele, lentamente, muito lentamente, permitisse sua liberdade.
Ela lhe lançou um olhar cheio com promessas de retribuição.
Ela não iria alimentar isso. —Esta é a razão número um da maioria dos parceiros envolvidos em qualquer tipo de trabalho militar ou camuflado, resultar em divórcio, —ela retrucou furiosamente.
—Companheiros não divorciam.
—Tenha cuidado, Lawe, —ela sugeriu, a voz rouca com a profundidade absoluta de sua raiva. —Você pode ser o primeiro.
—Eu vou vender as entradas. —No sorriso de Thor faltava qualquer diversão ou calor.
—Você deveria estar em férias, — ela se virou para o sueco enorme que estava na frente da porta, agora fechada.
—E você deveria estar visitando sua irmã antes de ir para o Santuário com ela. — Thor arqueou as sobrancelhas, com curiosidade e zombaria. —Acho que nós dois mentimos, hein?
Sim, ela mentira. Algo que nunca fizera a Thor desde que o conhecia.
—E eu tinha uma razão muito boa para isso, —ela o informou enquanto se movia ao redor de Lawe, apenas para fazê-lo pegar seu braço e segurá-la de volta silenciosamente.
Ele não dissera uma palavra. Ele olhou para Thor, com as sobrancelhas abaixadas, os olhos apertados, o corpo inteiro tenso e pronto para a ação.
Pelo amor de Deus, seu comportamento tão dominante e forte, fez sua boceta ficar furiosamente molhada, apesar da irritação revoltante que a ação lhe rendeu.
Ela decidiu que odiava as castas.
—As razões não importam. —Thor deu de ombros. —Apenas a ação.
Diane grunhiu frente à sua postura padrão de não se desculpar.
—Você estava me seguindo? — A suspeita de repente se levantou dentro dela, escura e feia.
Thor fora aquele que chegara com o seu tio para lhe contar sobre a morte de seus pais. Ele a segurou quando seu amante, o segundo em comando do seu tio, fora morto, e foi ele quem se sentou e rezou em sua cama de hospital depois de seu resgate, no inferno sírio.
Torná-lo suspeito de qualquer coisa, parecia nada menos do que um pecado.
No entanto, a suspeita estava lá.
—Eu não estava te seguindo, —afirmou com a voz reprimida. —Eu realmente estou seguindo a sua sombra. Só queria ver quem ele estava seguindo, quando o avistei serpenteando ao redor do hotel, na noite antes de você partir. Não sabia que você era a presa dele, até que ouvi você e o Leão discutindo aqui dentro. Faz sentido, no entanto, considerando o fato de que eu a avisei que alguém estava lá fora para matá-la. Virou-se para Lawe enquanto cruzava os braços sobre o peito largo. —Seus Castas não estão trabalhando direito, idiota. Não estavam à porta como deveriam estar.
—Por uma razão, — Lawe rebateu irritado. —Sabíamos que você a estava seguindo. A única razão de ter chegado até a porta, foi porque você não é considerado uma ameaça.
Diane estava mais preocupada com a revelação de Thor, do que com a discussão entre ele e Lawe. Ela saíra antes do amanhecer. Gideon Cross estava observando-a e ela sabia disso. Assim como soubera que ele estava espionando-a, apesar do fato de não ter sido capaz de avistá-lo.
Um dia desses, talvez, pudesse alcançá-lo e convencê-lo a ensiná-la esse pequeno truque.
Manter um passo à frente de seu companheiro, assim como de seus inimigos poderia muito bem estar no seu futuro. Ele não parecia estar lá fora para matá-la. Ela só não descobrira exatamente o que ele queria. Evidentemente, Lawe estava prestando muita atenção a Thor, especialmente na parte sobre Gideon a estar espreitando e do boato de que havia um preço por sua cabeça. Exatamente o que precisava, para Lawe tornar-se mais protetor do que já era. — Deixe-me ir antes que eu tenha que chutar seu traseiro, — ela murmurou, sua indignação e fúria mudando para uma simples raiva de chutar traseiros, enquanto ele lentamente, a soltava.
—Essa ameaça está ficando velha, —ele disse calmamente. —Ou chute-o ou encontre outra parte da minha anatomia para abusar.
Ela quase revirou os olhos. Ela não ia mesmo tocar nisso.
Empurrando os dedos pelo cabelo, olhou para a janela ao lado da porta. As cortinas ainda estavam fechadas e cuidadosamente dobradas perto da parede, para garantir que nem mesmo uma sombra pudesse ser revelada.
Soubera na noite passada que uma arma fora engatilhada para ela. Bem entre seus olhos, enquanto sentava-se na cadeira que, felizmente, havia mudado esta manhã. Se Thor não tivesse conhecimento de quem o rastreador estava seguindo, então não poderia tê-la visto na noite anterior tornando-se um alvo disposto.
—Você conseguiu vê-lo? — Ela perguntou a Thor.
Por longos momentos Thor olhou para ela em descrença, zombando que tivesse mesmo feito tal pergunta. Ele indicou sua janela com um movimento de cabeça. —Consegui um vislumbre dele com os binóculos de longo alcance, que adquirimos daqueles Coiotes no ano passado. —Os binóculos eram um inferno de muito mais do que de longo alcance, com visão noturna, sensores de calor e vários outros truques que Diane ainda não fora capaz de experimentar. —Ele tem um bom e poderoso fuzil de precisão preparado bem aqui, esse é o meu palpite. Eu vi a sombra do rifle, mas não consegui chegar perto o suficiente para vislumbrar suas feições ou impedi-lo de puxar o gatilho. — A última frase foi jogada para fora furiosamente.
—Que diabos você estava fazendo escorada na frente da janela, encarando esse filho da puta?
Ela revirou os olhos para ele, antes de seu olhar se voltar cauteloso ao som do estrondo de puro desagrado, que ouviu vibrar no peito de Lawe.
—Pare com isso. —Ela sussurrou a ordem enquanto seus nervos ficavam imediatamente no limite.
Ela não gostava daquele som.
—Estou pronto para imitá-lo, — Thor falou com irritação. —Pelo amor de Deus, Diane. Você não tem ideia com o que está lidando aqui.
—Maravilhoso. —Diane apoiou as mãos nos quadris novamente e olhou ao redor da sala enquanto dizia ironicamente: —E aqui estava eu, esperando que ele se contentasse com binóculos para assistir a minha figura feminina.
Nenhum dos homens tomou seu divertimento zombeteiro pelo que era.
—Esse assassino ainda está controlando-a e você insiste em permanecer nessa missão? — Lawe virou-se para Diane, a incredulidade passando por cima de qualquer controle que ele pudesse ter considerado impor em seu perfume. —Você perdeu a cabeça?
—Bem, ele não atirou em mim ainda. —Ela ignorou o brilho de suas presas perversas diante de sua exclamação.
—Bem, dê o maldito tempo a ele, — Lawe de repente gritou com ela. — Ele só fez sua primeira tentativa. Se na primeira você não tivesse sido bem sucedida, certo?
Seus olhos se arregalaram.
Nunca tinha ouvido Lawe gritar, e ela tinha visto ele e Jonas discutirem em mais de uma ocasião. Lawe sempre foi calmo, centrado e tranquilo. Os três C’s . Sempre o invejou.
Todos esses três C’s foram embora hoje de manhã, no entanto. O Casta diante dela estava pronto para explodir com a força da raiva furiosa dentro dele.
—Você precisa de Valium , —ela afirmou irritada. —Se ele quisesse me matar, então você ainda estaria limpando pedaços do meu cérebro, ao lado do hotel em DC. Pegue a pista Lawe. Ele não queria me matar. Queria me afastar da minha equipe para me impedir de ser morta por quem está me traindo. A melhor maneira de fazer isso era certificar-se de que não poderiam me seguir. —Ela olhou para Thor. —É uma coisa danada de boa que você seja o único que eu sei que posso confiar. Mas quero saber quem é. Estava esperando convencer Gideon a se juntar a mim o tempo suficiente para me dizer.
Ela se virou para seu segundo em comando. Era tarde demais para esconder alguma coisa dele agora.
Uma maldição passou sibilando pelos lábios de Thor um segundo antes de sua expressão se transformar em pedra.
—Eu vou matar o desgraçado, —ele jurou, sua voz retumbante com uma violência parecida com as Castas, e ele era uma pedra fria e séria. —Quando eu descobrir quem ele é, ele será uma maldita carne morta, Diane. Vai desejar que eu o tivesse entregado para seu companheiro, porque não há nenhuma casta na Terra que irá fazê-lo sofrer como eu.
—Ótimo, você vai fazê-lo sofrer, — Lawe sibilou enquanto segurava o braço de Diane e a puxava para encará-lo. —Que porra fez você pensar que poderia confiar no que uma casta selvagem tinha a dizer? E justamente quando ele informaria qualquer coisa...
—E por que diabos eu não te disse nada sobre isso quando aconteceu? — Ela perguntou docemente enquanto piscava seus cílios para ele e afetava um sexy sotaque sulino. —Por que, Lawe? Poderia ser por causa de todos os hormônios Casta em fúria, enlouquecendo dentro do seu corpo agora? Ou poderia ser o fato de que, olé, eu poderia muito bem lidar com isso sozinha?
—Oh e você o fez? — Ele era todo dentes. Seu sorriso era francamente desconcertante. —Bem, companheira, vamos ver o quanto você pode me aguentar, agora que eu sei sobre isso. E eu prometo, não vai ser nem de longe tão fácil como foi no passado. Pode apostar nisso.
Gideon puxou o receptor sem fio da sua orelha e jogou-o na mesa antes de passar a mão cansada sobre o rosto. Ele quase sorriu.
Caramba, ela era mais esperta do que havia lhe dado crédito. Mas, quando se tratava de seu companheiro, não estava lidando da maneira mais sensata. Desafiar uma Casta era simplesmente idiotice. Especialmente um macho Casta. Isso era o cúmulo da idiotice. Especialmente quando se tratava de seu companheiro.
Inferno, talvez devesse ter-se encontrado com ela antes que o Comandante Lawe chegasse. Mas tivera a intenção de manter as informações por um tempo maior. Talvez quando ele precisasse distraí-la depois de pisar entre ela e sua presa. Bem, a presa deles.
A verdade era que queria se encontrar com ela. Queria ver se poderia obter qualquer informação dela, talvez enganá-la ao fazê-la lhe contar mais do que ele já sabia, mas tinha a sensação de que não iria acontecer. Esforços inúteis nunca o atraíram. Teria sido divertido, porém, ele pensou enquanto retinha uma risada. Teriam jogado o mesmo jogo. Teria sido interessante ver se algum deles ganharia ou se apenas daria um empate, como suspeitava que seria. Na verdade, ele a respeitava. Sua força e ousadia eram quase lendárias, sua impecável integridade. Como seu tio antes dela, Diane Broen liderava homens em missões que nunca prejudicaram inocentes, apenas os salvava. Ela perseguia os monstros do mundo e tentava fazer a vida um pouco mais fácil para aqueles que ela ajudava.
Gideon desprezava traição e traidores, e Diane tinha um traidor em seu meio. Alguém que ela confiava passara informações de seu tio para os inimigos até que eles finalmente a encontraram na Síria e conseguiram raptá-la.
Gideon estivera rastreando um dos assistentes de escritório de Brandenmore enquanto ele tramava o rapto. Tinha certeza que Thor tinha a informação e sabia onde poderia encontrar uma equipe de castas, que poderiam estar dispostos a ajudar.
Ele devia muito ao tio dela.
Engraçado, como o mundo poderia ser pequeno. Fora seu tio Colt, que o ajudara durante uma das poucas vezes em que conseguira escapar dos laboratórios de Brandenmore.
Gideon estivera na Europa, quando fugira da equipe de Coiotes que procurava por ele. Colt Broen estivera seguindo os Coiotes por causa de um boato de que eles estavam atrás de um projeto de investigação muito especial. Sua curiosidade era muito perigosa. Isso também acabou sendo o motivo de sua morte.
Naquela época, porém, o mercenário ajudou Gideon e até permitiu que ele se juntasse à equipe e compartilhasse os pagamentos. Inferno, ele deveria ter ficado com eles em vez de acreditar que iria encontrar segurança no Santuário naquele momento.
Ele sequer chegou à pequena cidade de Buffalo Gap antes de ser emboscado, provando que nem mesmo o Santuário era seguro. Porque só ele e os Castas com quem conversara sabiam que ele estava chegando e qual rota iria tomar.
Ele pagara por aquela fuga. No entanto, não havia como impedi-lo de tentar novamente. E de novo. E de novo. Exceto, que Colt não estava lá para salvar seu traseiro. Talvez tenha sido melhor, pensou ele. Não que Thor fosse reconhecê-lo agora, nem ele sabia com quem ele havia se reunido na noite em que Diane fugira de DC. As sombras eram coisas maravilhosas, às vezes, e Thor era apenas inteligente o suficiente para desconfiar, e intuir o suficiente para juntar as informações que Gideon lhe dera.
Ela precisaria do sueco, ele receava. Gideon não poderia protegê-la, e ele tinha medo que Lawe estaria muito determinado a forçá-la a ficar em segurança, ao invés de assistir seus pequenos truques quando se tratava de escapar dele.
O som de vozes com raiva no fone de ouvido chamou sua atenção de volta para o confronto no outro quarto.
Ele sabia qual seria o resultado, embora estivesse certo que o Comandante Lawe não tinha ideia que iria perder esta rodada.
Diane não era uma mulher que qualquer homem ou casta pudesse proteger, trancando-a longe do mundo. Ela era uma mulher que sempre sentia a necessidade de encontrar uma maneira de lutar ao lado de seu companheiro. Se o casta queria um papel de parede, então deveria ter se acasalado com alguma senhorita tímida e ficado bem longe da guerreira que encontrara.
Porque não havia dúvida em sua mente que a mulher iria encontrar um caminho para a liberdade. E se não conseguisse encontrar seu próprio caminho para fora, então os homens que eram leais a ela encontrariam. Especialmente o que se chamava Thor.
Lawe empurrou seus dedos pelo cabelo, enquanto se virava para Diane, mais uma vez. A descrença disparava sua pressão arterial, nunca tinha ouvido falar de uma casta com pressão arterial alta, em seguida, misturava com a excitação que já mordia suas bolas, para criar um incêndio que ameaçava explodir dentro dele.
Encarou sua companheira. Ela estava tão séria como o inferno, quando se levantou e discutiu sobre um traidor em seu grupo, como se não tivesse quase morrido há 16 meses, por causa de sua traição.
E ela estava discutindo com um dos homens que deveria ser suspeito.
Ele tinha 34 anos e nunca estivera tão perto de perder o controle como estava agora. Mesmo quando era um bebê, ou cub, como eram chamados nos laboratórios, não estivera tão perto de uma raiva irracional como agora.
Ele vira amigos e irmãos morrerem.
Foi traído várias vezes por seus treinadores.
Fora traído por castas que acreditava serem seus amigos.
Viu sua mãe morrer por vivissecção e tinha visto inúmeras crianças castas sofrerem, até que suas mortes fossem uma misericórdia.
E mesmo assim, manteve seu controle, porque não tinha outra escolha. E agora, quando esse controle era ainda mais imperativo, podia sentir-se perdendo a força para mantê-lo.
—Não há maneira de definir uma armadilha quando a última coisa que eu preciso agora é fazer com que qualquer um deles saiba o que estou fazendo. —Diane abanou a cabeça pela sugestão de Thor, de querer encontrar uma maneira de prender o traidor dentro do grupo. —Além disso, isso pode esperar. Quero me concentrar em encontrar o material da pesquisa Brandenmore agora. Pelo que os outros sabem, eu estou no Santuário e Rachel me dará cobertura, se por acaso um deles tentar entrar em contato comigo.
—Você sabe onde ela está se escondendo, então? — Thor perguntou assim que se se encostou à parede, os braços cruzados sobre o peito, observando seu comandante sombriamente.
Diane respirou lentamente. Ele podia sentir a batalha que ela travava dentro de si, por um momento antes que a resignação se estabelecesse. Seus ombros se endireitaram enquanto sua cabeça se erguia com orgulho diante de qualquer decisão que ela estivesse silenciosamente contemplando.
—Eu sei onde eles estão. — Ela balançou a cabeça. —Window Rock, Arizona. Na noite em que a casta que chamavam Judd e a jovem humana, Fawn, deveriam ter sido executados, Judd de alguma forma conseguiu fazer com que o guarda batesse o veículo, pegou a menina e fugiu com um nativo americano, que fora contatado por uma fonte anônima vários dias antes. Ele os encontrou, os escondeu por vários dias, e depois os levou para Window Rock.
—E como você sabe disso? — Lawe podia sentir-se ficando tenso, a boca do estômago apertando como o olhar em seus olhos.
—Porque sou muito esperta, — ela respondeu zombeteiramente. —E a partir do momento em que tive essa informação comecei a investigá-lo. Ele é conhecido por desaparecer regularmente e por seu hábito de tentar ajudar Castas. Também estava perto da área onde Judd e Fawn Corrigan estavam sendo transportados para a execução na noite em que escaparam.
Lawe olhou para ela.
Ele podia sentir o gelo lutando contra o calor do acasalamento, para assumir mais uma vez. Para envolver sua alma, congelar o abismo emocional esperando para se espalhar por ele, e destruí-lo de uma vez por todas.
Window Rock, Arizona. Um nativo americano que estaria disposto a ajudar Castas. Um que Lawe conhecia, pelo fato de estarem procurando uma mulher jovem, em particular, que fora sequestrada décadas antes pelo Conselho. Terran Martinez, seu tio. Mas nem Terran nem o pai dele, estiveram lá por Morningstar Martinez. Sua irmã.
Mãe de Lawe.
—Todas as evidências que temos apontam para o extermínio, —assinalou Lawe.
—Porque ninguém foi deixado vivo para uma verificação, — ela lembrou.
—Restos foram encontrados na unidade de cremação, — argumentou. —O suficiente para provar que havia pelo menos dois corpos.
—E cada guarda no prédio estava morto, —ele lembrou. —Você achou os dentes? Matéria óssea? Qualquer coisa para verificar o DNA? Sexo? Eu sei como são as castas. Não havia nada lá ou eu saberia quando Jonas me deu o arquivo sobre Honor Roberts.
—E como você ficou sabendo sobre isso? — Ele perguntou, seu tom áspero. —Essa informação não surgiu em nenhum outro lugar.
Diante disso, Diane sorriu.
—Ninguém podia verificar suas mortes, nem mesmo os cientistas de Brandenmore e assistentes de pesquisa que eu consegui falar. Eu estava sondando a suspeita de sua fuga, quando Gideon deixou sua pequena nota para mim no meu quarto de hotel, informando-me que eu tinha um traidor no meu time e se eu quisesse achar quem eu estava procurando, deveria seguir para Window Rock e prestar muita atenção em Terran Martinez.
—E você confiou nesta informação? —Thor perguntou, surpreso.
Ela não podia culpá-lo, normalmente era a pessoa mais desconfiada que conhecia.
Ela suspirou pesadamente.
—Houve muitos acidentes, Thor. Eu já estava desconfiada. E uma vez que comecei a checar a informação e quando cheguei à Terran Martinez, comecei a somar tudo.
—Por que você não deu a Jonas esta informação no seu relatório? —Lawe rugiu. —Por que não me disse?
Diane sorriu para ele conscientemente.
—Porque eu não confiava na criptografia dos arquivos digitais e eu tinha que ter certeza que o nome de Martinez ou Window Rock não seriam pegos por ouvidos errados ou dispositivos de escuta. Quando percebi que você não tinha intenção de permitir que eu completasse a busca por ela, então continuei por minha conta. Este é o meu trabalho Lawe. Gideon Cruz pode ser um assassino e uma casta selvagem, mas o que o levou a me dar informações, me manteve viva. Alguém quer me tirar do caminho para que Âmbar ou Rachel, possivelmente ambas, fiquem mais vulneráveis. Cada "acidente" coincidiu com um evento onde Âmbar estava em perigo. Ela precisa de todos nós, não apenas castas, para protegê-la.
—Já pensou no fato de que alguém poderia estar usando você para atrair a sua irmã? — Lawe exigiu, sua voz áspera, torturada. —Por piedade, o que no inferno faz você acreditar que pode confiar em um casta que está matando até cientistas Brandenmore como carne de porco em um piquenique?
Ela revirou os olhos. Lawe tinha uma tendência a tornar-se irritante e cáustico quando ficava com raiva.
—Eu não disse que confiava nele. Eu disse que até agora, ele não mentiu para mim, — ressaltou.
—Por que ele contaria alguma coisa sobre a menina Roberts, ou sobre o casta? —Thor ponderou.
Diane olhou para ele, então, voltou-se para Lawe com zombaria. —Porque ele os quer também. Por alguma razão, ele está atrás do mesmo objetivo e, obviamente, acredita que tenho uma chance muito maior de atraí-los para fora. Ele vai me seguir. Observar-me. Tentará alcançá-los primeiro, uma vez que estão identificados. E eu pretendo evitar que isso aconteça.
—Como? — Lawe estalou. Sua paciência estava gravemente se esgotando.
—Vou deixá-lo saber quando perceber que é a hora. — Ela encolheu os ombros com indiferença. —Até então, apenas farei o que faço melhor, Lawe. Vou questionar, observar, ouvir e juntar os fatos. Se tudo isso falhar, vou apresentar-me ao Sr. Martinez como sua futura sobrinha e ver se isso ajuda.
Ela estava brincando.
Infelizmente, Lawe não estava em um estado de espírito para brincadeiras.
—Nem tente. — O rugido em sua voz fez arrepios correr por sua espinha. —Se você preza sua independência tanto quanto afirma, companheira, não se atreva a tentar.
Ela achava que reviver um sentimento do passado, era a última coisa que Lawe pretendia fazer, a mesma coisa que iria acabar acontecendo antes que essa missão fosse concluída.
Assim como tinha um pressentimento, muito ruim, que antes que isso acabasse seu coração provavelmente acabaria partido, ou talvez, ao invés dele, seu pescoço.
Lawe teve que afastar-se de Diane. Respirando profundamente, ele empurrou os dedos pelos cabelos e contemplou o quadro barato pendurado na parede em frente a ele.
Terran Martinez. Irmão mais novo de Morningstar. O irmão que procurara sua irmã, ou a prova de sua morte, por mais de 30 anos.
Então, o que aconteceu com a prova de sua localização, que Lawe enviara para o seu pai, Orin, uma semana antes que ela fosse morta? Lawe ficara com a família depois de seu resgate, mas nem ele nem Rule jamais se aproximaram deles.
Ele nunca fora a Window Rock para encontrá-los, nem à seu irmão, pelo que sabia. Nunca discutiu sobre sua mãe ou sobre sua morte com ninguém, embora soubesse que Rachel provavelmente enchera Diane com todos os detalhes. Elas eram íntimas a esse ponto. E ele nunca estendera a mão para deixar a mãe de seu pai saber o que acontecera com sua filha ou o fato que ela fora cremada e suas cinzas jogadas nas montanhas ao redor das instalações de terminação, no interior de Nova York.
Ainda ouvia os gritos de sua mãe em seus pesadelos. Ele poderia ouvir, ainda aqui, a certeza em sua voz que seu pai teria a sua vingança, que sua família iria punir a todos. E assim como ele previra silenciosamente, ninguém atacara o Conselho para fazê-los pagar por sua morte.
Ou teriam atacado?
Isso acontecera dias depois que as Castas daquele laboratório foram liberadas. A força enviada para libertá-los atingira os laboratórios Castas, escondidos nas montanhas nos arredores de Nova York, e as Castas foram libertadas do cativeiro de treinamento cruel e desumano a que eram submetidos.
Apertando os dedos em seus quadris por longos momentos, ele se obrigou a virar-se e confrontar Diane, mais uma vez.
—Não existem Castas Bengala em Window Rock — disse a ela. —O chefe da Nação Navajo é Ray Martinez, Diane. A mãe biológica de meu irmão mais velho. Eu mantive contato com eles. Eu saberia se houvesse alguma Casta Bengala lá.
O olhar de Diane era sombrio. Lawe podia sentir o calor reconfortante de sua compaixão estendendo a mão para ele. Ele quase desejava que ela tivesse mantido sua raiva porque sem ela, era malditamente difícil manter a sua.
Claro, ela saberia os fatos de sua história. As Castas que lutaram com ela antes que Jonas se acasalasse com sua irmã, provavelmente responderam todas as perguntas que ela fez. Parecia que seus homens achavam muito difícil dizer não a ela. E pareciam particularmente encantados com ela.
—A Casta genética de Judd foi embutida antes de sua fuga, — Diane o lembrou. —Esse foi a razão pela qual ele caminhou para o fim. De alguma forma, as drogas que estavam dando a ele começaram a ter a aparência de reverter o DNA das Castas.
Lawe franziu a testa diante da informação.
—Onde diabos você ouviu isso?
Seus lábios se retorceram.
— Argentina, Lawe. Vários cientistas e pesquisadores que trabalhavam com Brandenmore escaparam de lá, quando receberam a notícia que o FBI e o Escritório de Assuntos das Castas estavam se preparando para cumprir um mandado de busca na unidade e para promulgar a Lei das Castas contra qualquer pessoa encontrada lá.
Lawe assentiu firmemente.
— A Argentina revogou o acordo de extradição contra pesquisadores Castas e participantes individuais com as Nações Unidas, por crimes contra seres geneticamente alterados. Suspeitamos que eles recebem uma bolada anual em troca.
Diane, de repente, esfregou a parte superior dos braços, como se sentisse frio, e balançou a cabeça em concordância.
—Eu estive lá por três semanas. Vários dos assistentes de pesquisa com que conversei eram informantes dos Estados Unidos no grupo de cientistas que viviam lá. Um dos meus contatos conseguiu marcar uma reunião com vários deles. Uma vez que eles sabiam que eu não tinha a intenção de informar seus nomes ao Escritório das Castas, foram muito cooperativos.
E Lawe não tinha dúvida que ele sabia quem eram esses vários informantes. Eles poderiam jogar em querer garantia que as Castas não tinham conhecimento deles, mas a verdade era que ainda estavam vivos, pois estavam dando ao Escritório a mesma informação, ou mais do que deram ao governo dos Estados Unidos.
No entanto, o conhecimento de que ela conversara com eles deu margem a outra suspeita, que apertou seus ombros.
Seu olhar passou para Thor enquanto ele permanecia em silêncio na porta, braços cruzados sobre o peito largo, sua expressão pensativa enquanto ouvia a conversa.
O conhecimento de que Diane saíra sem ele, obviamente não agradava ao outro homem.
—Seus homens sabem com quem você falou? — O Escritório não podia se dar ao luxo de perder nenhum dos seus informantes na Argentina. Se o espião em seu grupo soubesse com quem ela conversara...
O olhar que ela lhe deu estava cheio de desdém, mas ela deslizou um pedido de desculpas silencioso para Thor.
—Eu já havia recebido o aviso de Gideon. Embora, na época, ele chamou a si mesmo de Executor. Eu não arrisquei. Saí à noite e encontrei-me com eles. Dê-me o crédito por saber como proteger meus contatos.
—Eu lhe dou crédito por muito mais que isso, mas quem está traindo você está fazendo um trabalho malditamente eficaz. E tê-lo lá fora, torna essa situação muito explosiva, especialmente considerando o calor de acasalamento. Estaremos muito distraídos por seus sintomas para sermos eficazes, tanto na pesquisa, quanto na proteção de quem encontrarmos lá. Se encontrarmos alguém. Não podemos continuar isso. —Ele suspirou, sabendo que estava perdendo seu tempo.
Ela nunca mais voltaria ao Santuário com ele até que isso estivesse terminado e ele sabia que aceitar qualquer coisa menos, poderia significar sua morte. Ele sabia disso, e o conhecimento queimava em suas entranhas como ácido. Essa era uma opção que ele não poderia enfrentar.
—Quando o calor do acasalamento diminuir, — ele começou, forçando as palavras a passarem por seus dentes cerrados, odiando o fato que estava mentindo para ela agora. Quando pudermos pensar de novo, podemos revisitar a opção de retornar aqui e encontrá-los.
Seus lábios franziram-se lentamente, a curva suave de um sorriso cheio de dor ao observá-lo muito de perto.
—Até lá, eles estarão mortos ou trancados em celas de pesquisa, — Thor murmurou enquanto Lawe lhe lançava um olhar sufocante.
Isso não vai acontecer, Lawe prometeu silenciosamente. Ele enviaria uma equipe atrás deles, uma equipe que ele sabia que iria assegurar a sobrevivência de qualquer um dos três que ainda estivessem vivos e chegariam ao Santuário de forma segura.
—Eu não vou deixar isso acontecer, — rosnou Lawe.
A sobrancelha de Thor se arqueou com espanto zombeteiro.
O bastardo não tinha intenção de se retirar, e ele não era um Casta. Não havia nenhuma maneira que Lawe pudesse obrigá-lo a cumprir qualquer ordem que ele desse.
—Você acha que sou estúpida, Lawe? — Diane perguntou em voz baixa. —Se enviar alguém atrás deles, eles fugirão no segundo em que desconfiarem que sua equipe entrou na reserva.
—E eles não fugirão quando você chegar? — Ele zombou. —Fugirão da mesma maneira, se não fugirem mais rápido.
—Ela sabe o que está fazendo, Casta, — Thor interrompeu, como se ela precisasse de um protetor. Ela tem um maldito protetor, Lawe pensou furiosamente. —E ela sabe como encontrar as pessoas sem fazê-las sentirem-se como presas. Se não soubesse, a equipe estaria falida.
—Porra, Thorsson, você está falando como um homem que quer ver sua comandante morta, em vez de mostrar a sua lealdade e fazer o que é melhor para ela, — ele virou-se para o outro homem.
Thor sorriu, sua expressão gelada e cortante.
—É uma coisa boa para você, que minha comandante enlouqueceria sem você, Casta. Caso contrário, discutiríamos essas palavras. Violentamente. Eu sempre protegi sua retaguarda, e eu sempre protegerei.
—É sua obrigação protegê-la, e não colocá-la ainda mais em perigo, incentivando-a a continuar esta pesquisa, nas circunstâncias atuais, — Lawe estalou novamente.
Thor riu enquanto Diane franzia a testa e cruzava os braços sobre os seios, enquanto observava.
—Você quer dizer, enquanto ela está no calor do acasalamento? — Thor perguntou com um bufar divertido. —Quando tinha dezesseis anos ela quebrou dois dos meus dedos para ganhar uma luta que tinha de vencer para viajar para a Nicarágua com a equipe para supervisionar as comunicações. Brick ainda tem uma cicatriz no pulso, onde ela o cortou para participar de um resgate de reféns na Califórnia, e o ex-segundo em comando de seu tio viu-se saltando sobre o seu traseiro, pelo menos uma vez por semana sempre que cometia o erro de sugerir que ela ficasse fora de uma missão. Ela venceu todas as batalhas que precisava vencer diante de meus olhos. Ela é minha comandante. Eu sigo suas ordens e protejo suas costas assim como ela protege as minhas. Você acasalar com ela não vai mudar isso.
Quando Thor disse que ela venceu todas as batalhas que precisava, Lawe sabia que ele estava se referindo à batalha para garantir sua lealdade.
Não havia cheiro de mentira vindo do outro homem, mas, novamente, como Diane, Thor provavelmente aprendera, com as duas Castas que faziam parte de sua equipe, como controlar certos cheiros. A mentira era a mais importante.
Diane provara seu valor no campo de batalha para seus homens, não havia dúvida disso, ou eles a teriam matado para tentar assumir o comando. Ela provou que podia proteger a seus homens e a si mesma. Provara sua capacidade de planejar, conspirar e orientá-los em inúmeras situações, em que sua habilidade para liderar excedeu a deles. No entanto, ela ainda tinha um traidor em seu grupo. Um traidor que queria prejudicá-la. A questão era, esse traidor seria Thor?
—Então eu vou amarrá-la e amordaçá-la antes de jogá-la em um heli-jato, —rosnou Lawe, precipitadamente, enquanto ignorava o bufar zombeteiro de Diane.
Inferno, ele nunca fora imprudente. Nunca, nunca fizera ameaças vazias até que deparou-se com a vontade obstinada de Diane. Qualquer outra mulher e ele teria uma equipe de Executores raptando-a e transportando-a para um local seguro, até que a situação fosse resolvida.
Mas Diane não era qualquer outra mulher. Ela era sua companheira. Além disso, provavelmente atiraria em suas rótulas na primeira oportunidade, pelo insulto.
—E você vai fazer com que ela te odeie, além de transformá-la em sua inimiga, — alertou Thor enquanto seu olhar disparava com fúria. —Porque você vai ter que me matar, Casta, para superar esse obstáculo. E confie em mim, eu sou seu favorito.
Seu favorito? Os olhos de Lawe se estreitaram sobre o mercenário, quando ele começou a avaliar qualquer outra ameaça que Thor pudesse representar. Diante desse olhar, Thor deu um sorriso confiante e provocador.
Abaixando a cabeça, Lawe estava apenas distantemente consciente de seus lábios curvando-se para trás para mostrar os caninos, enquanto um grunhido soava em sua garganta.
O perigo, a ameaça que o outro homem poderia representar, fez o animal primitivo que se escondia dentro dele, subir perigosamente.
Diane se adiantou depois do sorriso de Thor e, pela resposta selvagem e vibrando na garganta de Lawe. Ela podia ouvir a raiva na voz de Thor. Aquela raiva era algo que ele raramente mostrava, e o fato que ela saia dele era uma indicação que esse confronto deveria parar agora. Porque ele tinha a intenção de pressionar o botão que sabia que irritaria Lawe ainda mais.
Ainda mais perigoso, porém, era aquele som totalmente felino, e completamente enfurecido que Lawe estava fazendo. Ela nunca ouvira aquilo de nenhum Casta, e ela lutou com dois deles por vários anos, antes de Jonas e Lawe tornarem impossível mantê-los na equipe.
—Saia, Thor, — ela ordenou, certificando-se que seu tom transbordasse autoridade. Tinha que separar os dois antes que tivesse mais problemas em suas mãos do que ela poderia lidar.
Thor olhou para Lawe acusadoramente por longos momentos antes de se voltar para ela, os ombros tensos, sua expressão tensa com indignação enquanto a olhava. —Tem certeza, chefe?
—Eu dei a ordem, não dei? — O chicote de comando que atingiu sua voz antes que pudesse detê-lo, fez com que o olhar de Lawe se voltasse para ela.
Thor fez uma careta antes de voltar para Lawe.
—Não me faça seu inimigo, — Ele alertou Lawe. —Tome-a à força, e prometo que vou retaliar.
—Thor! Agora! —A última coisa que ela precisava agora era Thor fazendo seus jogos com Lawe.
Thor jogou a Lawe um olhar que até Diane compreendeu claramente. Um olhar que garantiu a Lawe que ele não hesitaria em atacar se sentisse que era isso que tinha que fazer. Era um lado que Diane sempre sentiu no outro homem. Thor a seguia, respeitava suas habilidades e seu comando, mas sempre a via primeiro como mulher e depois como soldado. Era sua única culpa, no que lhe dizia respeito, e uma das principais razões que ela o riscou da lista de traidores. Thor teve oportunidades demais para matá-la e fazer com que parecesse um acidente, se era isso que ele queria fazer. Ele não tinha que fazer nenhum joguinho.
—Eu realmente tenho que dizer uma terceira vez? — Terceira vez significava dinheiro de sua conta para a dela. E uma boa quantidade.
—Porra, tudo bem. Mas não é o maldito dinheiro. É o chute no traseiro que vem com ele, —Thor soltou, quando se virou rapidamente, abriu a porta com um empurrão furioso, então parou. Olhando por cima do ombro, encarou Lawe. —Ela realmente não pode chutar a minha bunda, você sabe, mas ela joga sujo e chuta minhas bolas, — disse ele, antes de sair caminhando e batendo a porta pesadamente atrás dele.
Ela se encolheu quando a porta de metal encontrou a moldura com força suficiente para sacudir as janelas.
—Adolescentes, — Diane murmurou enquanto olhava para a porta, e depois para Lawe.
Ela jurava que homens não eram mais que adolescentes crescidos.
Olhando para ele, teve que conter um suspiro. Ela lutou a boa luta e sabia que tinha que ignorar o calor abrasador que corria por seu corpo, enquanto Thor estava lá. No entanto, as ondas atormentadoras, o chicote da fome e a vontade incontrolável de se esfregar contra ele, eram quase impossíveis de negar.
A sensibilidade de seus mamilos, e seios, clitóris, e até mesmo de sua pele, fizeram-na se sentir como se cada nervo em seu corpo tivesse se transformado em zonas erógenas. Ela queria tomá-lo. Queria senti-lo. Queria queimar a raiva e a dor de seus olhos e por apenas alguns momentos, ansiava ser sua parceira, mesmo que apenas sexualmente.
Ela não tinha tempo para isso. Não tinha tempo de ser a gatinha sexual de algum Casta Leão. Tinha uma missão para terminar, mas tudo o que queria fazer era rastejar sobre seu corpo tenso e duro e senti-lo contra ela. Queria se esfregar nele.
Inferno. Ela não iria fazer isso. Esta não era a maneira de provar que poderia lidar com o calor do acasalamento e com a missão.
E ela não tinha escolha, além de provar isso ou teria que voltar atrás e dar a Lawe exatamente o que ele queria. O fim de sua liberdade.
Levantando a mão, ela empurrou-a sob os cabelos e esfregou nas sensações escaldantes que pareciam pulsar logo abaixo de sua pele.
A mordida que Lawe lhe dera, doía com uma sensação quente e quase trouxe um gemido aos seus lábios, quando ela tocou na ferida.
Sacudindo a mão para trás, ela olhou para ele antes de se voltar para a cama e pegar suas malas.
Puxando as botas curtas de caminhada do armário, junto com as meias limpas que empurrou dentro delas na noite anterior, Diane as jogou sobre a cama enquanto se preparava para sair.
—Você pode ir comigo ou pode puxar seu rabo de volta à Washington, eu realmente não dou a mínima, — ela disse, enquanto se preparava para sair.
Mentirosa. Mentirosa. A gatinha sexual interior estava cantando a palavra enquanto seu corpo gritava por sexo. Por sexo irracional, erótico e obsceno e mais uma daquelas mordidas primitivas na parte de trás de seu pescoço.
Ela se virou para informá-lo exatamente o que ele poderia fazer com a sua atitude protetora e possessiva e sua recusa em considerar qualquer coisa, além de sua própria maneira, quando de repente ele estava ali atrás dela. Ele agarrou seu braço e arrastou-a contra o calor emocionante de seu corpo muito maior, com os braços em torno dela, o calor dele parecendo penetrar através de sua carne diretamente para o núcleo da excitação que ardia ainda mais com sua proximidade.
Sua respiração ficou presa na garganta.
—Você quer tanto ser fodida que mal consegue suportar, muito menos se proteger e àquele gigante arrogante com quem você luta, — ele rosnou para ela. —E ainda assim você iria se afastar de mim?
—Num piscar de olhos, — Diane arremessou de volta para ele. —Se você é tão teimoso e chauvinista que não pode aceitar o fato que eu não posso ser qualquer coisa além do que sou, mais do que você pode, então está condenadamente certo, eu irei. Não vou implorar para que você seja meu parceiro, Lawe. Você deve ser intuitivo o suficiente para querer ser.
Ela morreria de excitação antes que implorasse para deixá-la ser outra coisa além dela mesma. Ela era quem e o que ela era e não iria pedir desculpas por isso. Assim como ele não poderia ser nada mais do que e quem ele era.
Ela não lhe pediu para mudar e sabia que ele não poderia, mesmo se ela pedisse.
Ele não tinha o direito de pedir isso a ela, também.
—Você mal consegue andar pela necessidade de foder, —ele acusou de novo, luxúria e ira ardendo em seu olhar, escurecendo o azul de seus olhos e intensificando a fome que ela sabia que ele já sentia.
O calor do acasalamento não era nada se não exigência. Exigente.
—Então foda-me e acabe logo com isso. —Ficando nas pontas dos pés, ela empurrou o nariz quase na sua cara, seu olhar travado com o fogo perverso e sexual nos olhos dele, enquanto ela sentia seu pau pressionando em seu estômago. —Vamos, Lawe, se você não irá comigo, então pelo menos me dê uma rapidinha antes que eu saia.
Ela nunca estivera tão furiosa com ninguém em toda a sua vida. Mesmo Padric, o segundo homem no comando de seu tio, e por um tempo tão breve, seu amante, não a fizera sentir tanta raiva, durante os anos que ajudou a treiná-la.
Ninguém ou nada, nunca a deixaram tão furiosa quanto Lawe conseguira. Assim como nada ou ninguém jamais a fizeram desejar como ele a fazia querer seu toque.
—Uma rapidinha antes de sair? — A incredulidade encheu sua voz e seus lindos olhos azuis. —Você perdeu a cabeça? Como se uma rapidinha fosse suficiente para qualquer um de nós.
Inclinando a cabeça, Lawe forçou a cabeça dela para trás, simplesmente enfiando seus dedos em seus cabelos e puxando.
A picada de prazer e dor atacando seu couro cabeludo parecia ecoar direto para sua boceta. Seus lábios se entreabriram em um suspiro crescente de excitação quando os lábios cobriram os dela, de repente. Sua língua avançou exigentemente, possuindo sua boca e controlando o beijo enquanto Diane subia para ele e afundava no prazer.
O sabor viciante de peras condimentadas, encheu seus sentidos quando o hormônio do acasalamento começou a derramar-se dele. Imediatamente nada mais importava, exceto aquele beijo e o homem que o dava. Nada importava, exceto segurá-lo com ela, compartilhando o beijo, e acariciando Lawe à um ponto sem volta, assim como ele a estava empurrando.
Mesmo sem aquele hormônio Diane tinha a sensação que nunca seria capaz de dizer não a ele. Havia algo em Lawe que tornava impossível que ela o ignorasse. Se era a dominação pura que desafiava cada centímetro de sua camada independente, ou o conhecimento sexual primitivo que brilhava em seus olhos azuis e enchia sua natureza exigente, ela não tinha certeza.
Fosse o que fosse, ele era fascinante para ela desde a noite em que a resgatara daquele inferno. E desde aquela noite não fora capaz de decidir se devia matá-lo ou transar com ele.
Ela não queria matá-lo.
Queria amarrá-lo em sua cama e ter seus momentos de prazer com ele. Queria acariciar cada centímetro de seu corpo largo e musculoso antes de cavalgá-lo até a exaustão. Só queria que ele precisasse dela como ela precisava dele, e a aceitasse como ela o aceitou. Pela primeira vez na sua vida, queria ser parte de alguma coisa, ao invés de alguém tentando manipulá-la a aceitar apenas uma parte menor do que ela merecia.
—Deus, Diane. — Lawe gemeu quando se afastou do beijo, seus olhos azuis em chamas com a necessidade e um tormento interior que enviou um raio de doloroso arrependimento apertando seu peito.
Ela podia ver o conflito enfurecendo dentro dele.
Podia sentir, e sabia que isso provavelmente destruiria a ambos antes que acabasse.
Porque ele só sabia ser protetor com ela.
E ela só sabia ser a mulher que seu tio criara, quando permitiu que ela visse o que fora feito aos corpos de seus pais.
Na mesma pulsação, percebeu que ele estava empurrando sua camisa para fora de seu jeans. Sentiu a fome pura e primitiva enfurecendo-o e sabia que não podia fazer nada, além de enfrentá-lo.
Levantando os braços, um gemido escapou de seus lábios quando o tecido passou por sua cabeça e os lábios de Lawe cobriram o pico apertado e violentamente sensível de seu seio.
Os músculos de sua vagina se apertaram. Seu ventre convulsionou com a fome voraz e uma onda de calor correu sobre sua pele como um incêndio fora de controle.
Quando ele se inclinou para ela, sua boca foi atraída para a dela com uma intensa fome masculina, os dedos estavam soltando seu cinto e eficientemente eliminando os botões de metal de seu jeans.
Era uma coisa danada de boa, que ainda não tivesse calçado suas botas, pensou com prazer atordoado, quando ele começou a empurrá-lo para baixo de seus quadris. Caso contrário, poderiam ter tido problemas.
A raiva intensificou a excitação já amplificada pelo calor do acasalamento, e a necessidade de tê-lo dentro dela agarrou os músculos de sua boceta.
—Depressa, — ela implorou enquanto agarrava a camiseta que ele usava, e a puxava, empurrando-a por suas costas até que sua cabeça se ergueu e ele estava rasgando-a de seu corpo.
Suas mãos se moveram para o cinto, e depois para o botão e zíper da calça jeans, enquanto ela chutava seus jeans para longe.
Lawe lidou com a calcinha rapidamente. Ele simplesmente rasgou-a de suas pernas, antes que seus braços fossem ao seu redor. Agarrando sua bunda, Lawe ergueu-a para a ele, enquanto ela levantava seus joelhos, envolvendo seus quadris e ele posicionava seu pau na entrada aquecida e macia de seu sexo.
Alguns segundos, depois sentia a cabeça inchada de seu pau pressionando dentro dela. Grossa e quente, a cabeça inchada empurrou contra a entrada quente enquanto a cabeça de Diane inclinava para trás e estremecimentos de prazer corriam sobre seu corpo.
—Há uma cama. — Ela ofegou, as unhas arranhando seus ombros quando a cabeça de seu pau, de repente, seguiu em frente.
Pontinhos de luz explodiram em seus cílios quando a crista forjou dentro dela. Dentro do próximo batimento cardíaco, no impulso seguinte, ele a esticou ainda mais. As sensações, tão perto do estase, misturadas com a dor da penetração rude, se tornaram o maior prazer que já experimentara.
O presente do calor do acasalamento, sua irmã lhe dissera. Levou horas para obter a informação de Rachel. É como estar suspenso em puro êxtase, êxtase aquecido. Ele queima, energiza e deixa uma mulher muito fraca para protestar contra qualquer toque que lhe é dado, e muito faminta para negar.
E Diane não podia protestar. Ela não tinha nenhum desejo de negar.
—Oh Deus, sim, — ela gemeu quando ele continuou a forjar dentro dela. Diane podia sentir o aconchego dentro de sua carne, como se ele não tivesse passado a noite anterior, quase toda a noite, enterrado dentro dela.
Apertando as pernas em torno de seus quadris, ela arqueou as costas e se moveu contra ele, forçando a crista ingurgitada a ir mais fundo. Cada impulso e pulsação da carne grossa, acariciava terminações nervosas sensíveis enquanto a adrenalina corria por seu corpo.
Era como estar no alto perigo de uma missão, só que melhor.
A sensação de seu pênis se movendo dentro dela, espetando-a com movimentos curtos e rápidos, a estava deixando louca de prazer. Cada carícia interna fazia com que isso aumentasse e apertasse dentro de seu corpo com uma intensidade violenta.
—Ali, querida. — Lawe gemeu quando se virou e cambaleou para a parede, colocando suas costas contra ela para apoiar-se. Seus joelhos se dobraram quando segurou-a no lugar e empurrou duro. O impulso feroz pegou-a desprevenida. O prazer açoitou seu corpo enquanto a súbita picada de prazer e dor do empalamento, deixou-a ofegante quando a transpiração começou a brilhar em sua pele.
—Ah inferno, sim, aperte meu pau desse jeito, Diane. Como se estivesse chupando-o com sua boceta pequena e aconchegante.
As sensações bateram em seu útero. A onda penetrante e ardente da reação apertada, detonou com um flash de calor dentro dela. O erotismo do momento e suas palavras foram muito longe, além do prazer, e ela não tinha ideia como descrevê-lo.
Movendo-se novamente, Lawe virou-a para a parede, imobilizando-a contra ela e com um empurrão duro de seus quadris golpeou até o cabo entre suas coxas. A fricção de sua carne dentro dela, a sensação de seu pau distendendo-a tão apertado, revelaram terminações nervosas não utilizadas para tal sensação, fez com que um grito rasgasse de seus lábios.
Era tão bom. Oh Deus, era tão bom.
Como poderia viver sem ele, viver sem isso, sequer por um dia?
A cabeça dela abaixou, os dentes correndo por seus bíceps rígidos antes de agarrarem-se a sua pele desesperadamente, para conter as palavras que lhe teriam dado tudo o que ele queria.
Por favor não vá embora.
Por favor, não perca mais uma oportunidade de sentir não apenas o prazer, mas as emoções que repentinamente chicoteavam por ela também. Porque só quando ele a segurou, quando ele a pegou, quando cedeu às suas próprias necessidades, fez Diane sentir como se ele estivesse lhe dando mais que apenas o prazer que derramava em seu corpo.
Seus quadris se contorceram, sua boceta apertando a carne grossa enquanto Lawe batia dentro dela.
Diane sentiu seus fluidos derramando, seus músculos ordenhando sua ereção cada vez que ele forjava seu caminho por sua boceta apertada e aconchegante.
A sensação de seu pau enterrado tão profundamente, a cabeça ingurgitada latejando na parte mais profunda de seu corpo deixaram seus sentidos cambaleando, sua boceta mais molhada e escorregadia. Suas mãos seguraram as curvas de sua bunda, flexionando os dedos na carne arredondada enquanto Diane sentia seu sexo ondulando ao redor da grossa invasão, tentando puxá-lo mais profundamente dentro dela.
—Lawe, — ela sussurrou o nome dele em um gemido despedaçado, enquanto a necessidade continuava a agarrar seus sentidos.
—Estou aqui, meu bem, — respondeu asperamente, enquanto sua cabeça abaixava, seus lábios se movendo para a coluna esguia de seu pescoço.
Os dentes correram por seu ombro enquanto ela sentia a mudança que lentamente se aproximava dele. A tensão apertou seu corpo quando Diane moveu os quadris, levantando-se, em seguida, retornando, enquanto ele rosnava contra seu pescoço.
Rosnado que vibrou através dela, fazendo com que seus quadris empurrassem enquanto sentia os impulsos de Lawe contra ela mais uma vez.
Ela não conseguia permanecer imóvel. Seus quadris rodavam e impulsionavam contra ele, quando começou a se mover dentro dela. Puxando para trás, em seguida, subindo profunda e duramente, a crista ingurgitada e o eixo duro acariciando e afagando sensíveis terminações nervosas internas e empurrando-a mais para perto do êxtase.
Os joelhos dela apertaram em seus quadris quando levantou e abaixou-se contra ele. Sua cabeça inclinada para o lado, enquanto os lábios viajavam entre o ponto entre o pescoço e o ombro. Seus lábios se fixaram ali, a língua lambendo, os dentes raspando sobre sua carne. Havia uma fome rude em seu toque que enviou trilhas de sensações ardentes correndo por ela, o prazer se tornando uma fome gananciosa que ela não podia negar.
Sua boceta segurou o vaivém de seu pau com desespero. A necessidade de liberação a apertava com uma fome tão violenta, que deixou seu pulso acelerado. A necessidade de seu beijo era esmagadora, um vício contra o qual não poderia lutar.
Um vício que ele parecia sentir.
Com um último arranhar dos dentes contra seu pescoço, Lawe levantou a cabeça, os lábios cobrindo os dela quando a apertou ainda mais contra a parede, segurando-a mais apertado quando começou a se mover com uma força que deixou Diane gritando com um prazer que a apertava com dolorosa força.
—Lawe. — Ela queria gritar seu nome, mas ele foi sussurrado de sua garganta.
A força da necessidade subiu dentro dela e todo seu corpo começou a tremer. Arqueando-se em seus braços e lutando contra ele, as unhas arranharam suas costas, precisando começar a dilacerá-la, começar a destroçá-la enquanto a fome avassaladora subia dura e rápida através de seu corpo.
Separando seus lábios dos dela, Lawe espalhou beijos por sua mandíbula, por seu pescoço. Pequenas mordidas, o raspar de seus caninos, então, quando as sensações abrasadoras correram por suas terminações nervosas, repentinamente ela explodiu em um inferno, sentindo os dentes furarem a linha vulnerável entre o pescoço e ombro.
Seu orgasmo explodiu através dela em uma série de rápidas ondas que a jogaram em um lugar de êxtase puro e exigente. Ela se perdeu nele. Ondulando no maremoto de seu prazer, enquanto Lawe se enterrava dentro dela profunda e duramente, seu pênis pulsando, engrossando e jorrando dentro dela, quando a farpa de repente surgiu. Tornou-se ferozmente, densamente ingurgitada, ondulando contra a carne macia e sensível e travando-se dentro dela. Diane sentiu o calor e o arrebatamento queimando, em um êxtase, um prazer maior, amplificado e intensificado pelas sensações que se abateram sobre seus sentidos.
Havia uma parte dela que percebia, distantemente, que cada vez que seu orgasmo aumentava e se expandia a partir das ondas de prazer que Lawe lhe dava, ela sentia uma parte de si mesma enfraquecendo, abrindo. Como se seu coração, sua alma ou algo estivesse se abrindo, apesar de sua determinação de manter essa parte fechada. Para se manter segura do abismo emocional que sabia que estaria à sua espera.
Desmoronando contra ele, tremendo, a respiração ofegante pelo êxtase e a agonia de emoções que a destroçavam livremente, forçando-a a reconhecê-las e reconhecer os medos que contivera por tanto tempo.
Agarrou-se a ele, aterrorizada que algo ou alguém o arrancasse para longe dela. Certa que as divergências que compartilhavam explodiriam em seu rosto.
Existiam muitas explosões que ameaçavam detonar fora de controle dentro dela. Muitas emoções que ela não podia controlar nem empurrar para trás, o suficiente para lhe dar a chance de controlá-las.
Em vez disso, levantou-se, pressionou os escudos que continha as emoções e que quase as deixou livres.
Diane estava apenas distantemente consciente dos lábios de Lawe ainda em seu pescoço, enquanto ele lambia e banhava sua pele.
Marcando-a.
Tudo o que ele fez nos últimos meses tivera um propósito e ela sabia disso. Forçá-la a liberar o que ela escondia dele. O que ela se recusava a lhe dar.
Seu coração inteiro. A parte de sua alma que só o homem que possuísse seu coração teria.
E Diane jurara a si mesma que nenhum homem jamais iria possuir seu coração e nunca, definitivamente, abriria essa parte de sua alma.
Ela estava apavorada, se ele possuísse aquela parte dela, então ele a controlaria. Porque se Lawe pudesse mudá-la, se ele pudesse forçar sua independência, para dar lugar à sua necessidade de protegê-la, ele faria isso num piscar de olhos.
—O pensamento de perder você me destrói, — ele sussurrou repentinamente em seu ouvido. —Quando vi você naquela cela imunda, espancada, quase quebrada, tão delicada e tão determinada a viver, você roubou uma parte da minha alma.
O choque a manteve em silêncio. Por ouvir este Casta forte, sempre tão emocionalmente frio, dizer tal coisa. Lawe não era um homem propenso a ceder à emoção. E certamente, mesmo para um Casta, ele parecia ainda mais disposto a experimentar a emoção que a maioria.
Mantendo os olhos fechados, ela só poderia apertar-se ainda mais contra ele. Não havia uma chance de esconder o que sentia. Sua habilidade de cheirar emoções e reconhecê-las era muito boa.
E ela sabia o que ele podia sentir dela.
A negação, a rejeição ao que ele estava oferecendo-lhe e a dor de ser incapaz de alcançá-lo e segurá-lo perto dela.
—Por quê? — Ele perguntou repentinamente, seu rosto ainda enterrado em seu pescoço. —Por que você não quer o que eu tenho para oferecer, Diane?
Ela sentiu as lágrimas apertarem sua garganta, e embora não pudesse sentir os cheiros como ele podia, e a dor não estivesse em sua voz, ainda assim, ela podia senti-las. Apertava seu peito e mandava uma dor cavando tão profundamente dentro dela ,que ela sabia que nunca iria escapar.
—Porque você se recusa a aceitar quem eu sou, — ela sussurrou com voz rouca. —Você também está me rejeitando, Lawe. A rejeição é apenas mais profunda. Eu o aceito por quem você é. Você se recusa a fazer o mesmo por mim.
Sua cabeça se levantou e recuou.
Ela ainda estava pressionada contra a parede, seu corpo ainda uma parte dela e o prazer... O prazer ainda pulsava dentro dela pela presença da farpa, uma vez que mantinha seu companheiro travado dentro dela.
—Você me aceita por quem eu sou? — Ele perguntou em voz baixa, sombriamente.—Se você aceitasse, Diane, então você me ajudaria. — Seus dedos tocaram seu rosto, acariciando sua pele suavemente. —Você nos ajudaria a encontrar uma forma de nos comprometermos. Em vez disso, você foge. E fugindo, não fará nada, além de nos destruir.
Enquanto olhava para ele e lutava contra as lágrimas com as quais não tinha experiência em lidar, Diane sentiu a farpa liberá-la lentamente, retraindo de volta para a capa de seu pau e levando com ela os ecos do êxtase que a mantinha em suas garras. Que mantinha Lawe em suas garras.
—Você se compromete? — Ela sussurrou. —Porque, honestamente, eu não vi nenhum indício em você que poderia indicar essa capacidade.
Deixando sua cabeça cair no ombro dela, ele lhe deu um beijo gentil antes de lentamente ajudá-la a deslizar de cima dele enquanto puxava seu pênis ainda semirrígido de seu boceta e recuava.
—Nós vamos para Window Rock, — ele disse suavemente, e Diane teve que engolir através do forte surto de emoção que apertou sua garganta diante da frieza em sua voz, porque quando ele olhou para ela, ela pôde ver o tormento ardente em seus olhos. —Tenha cuidado enquanto estivermos lá, — ele disse, enquanto a soltava completamente. —Lembre-se do que pode acontecer comigo, Diane, se alguma coisa acontecer com você, e vice-versa. Porque independentemente do que você acredita sobre mim, desde o dia em que percebi que você era minha companheira, afastei-me da condição ativa. Porque nada significa mais para mim que a sua vida, sua saúde e sua segurança. Eu nunca teria lutado novamente.
Ele não mencionou a sua felicidade. Estranhamente, o fato que isso fora esquecido, tinha o poder de furar o seu coração.
Ele não lhe deu uma chance de responder. Ela não poderia ter respondido de qualquer jeito, porque estava muito chocada, muito incerta sobre as implicações do que ele acabara de dizer e a emoção que ele não mencionara.
Para um Casta, nada era mais importante que a batalha pela segurança, a batalha para garantir que as Castas, como pessoas, sobrevivessem.
Tanto assim que todos os Castas não acasalados, fizeram um juramento para proteger, mesmo à custa de suas próprias vidas, todos os casais acasalados, macho ou fêmea, até que eles também encontrassem seus próprios companheiros, únicos quimicamente, biologicamente e hormonalmente.
Castas não acasalados compunham a maioria das forças de combate das Castas. Uma vez acasalados, eles se retiravam das operações, em vez de uma posição ativa, ou para as fileiras de proteção e segurança de qualquer base das Castas Felinas do Santuário, a base das Castas Wolf do Haven ou o próximo reduto Coiote recém-criado da Cidadela.
Era uma informação que ela tinha que processar, e Diane sabia, enquanto observava Lawe juntar suas roupas, antes que juntasse as dele, que agora ela não tinha escolha senão enfrentar as decisões das quais estivera fugindo.
A escolha de aceitar Lawe como seu companheiro, e ao fazê-lo também aceitar a perda de sua liberdade. Ou ela poderia negar a ambos e, eventualmente, mais cedo ou mais tarde, talvez, ser a causa da morte de ambos.
— Como você sabe que Thor não é o traidor em suas fileiras? — Lawe perguntou enquanto ela estava deitada em seu peito nu, exausta, mole e sonolenta enquanto o sol nascia brilhante e quente na manhã seguinte.
— Porque eu sei. — Ela bocejou, se perguntando se ela teria tempo para um cochilo.
Eles tomaram café da manhã mais cedo, então eles tiveram um ao outro como sobremesa. Ela tinha pelo menos dois dias de atraso e em vez de se apressar para empacotar as coisas e sair, ela estava considerando um cochilo no final da manhã. Se Lawe apenas fosse gentil e não começasse a fazer perguntas.
— Como é que ele te encontrou, querida? — ele perguntou. — Você não disse a ele aonde você estava indo. Você não contou a ninguém.
— Ele seguiu Gideon, lembra? — Ela desejava que ele desistisse. Defender Thor não estava em sua pauta. Ela precisava de uma soneca, então possivelmente do jantar antes de pegar a estrada com dois homens mal-humorados, territoriais e superprotetores.
— Isso não é resposta. — Era óbvio que ele não iria desistir.
— Ele se ofereceu para levar meu equipamento.
Bem, isso o calou. Talvez ela devesse ter tentado aquela explicação mais cedo.
Enquanto o silêncio continuava, ela se permitiu cair mais no sono.
— Ele fez o quê?
Bem, isso o calou por um minuto de qualquer maneira.
Expirando em resignação Diane se forçou a sentar e olhar para ele enquanto ela puxava o lençol sobre os seios.
— Eu disse, Thor se ofereceu para levar o meu equipamento.
— E como isso prova sua inocência? — ele perguntou como se a resposta não pudesse fazer sentido.
Puxando os joelhos para cima e envolvendo os braços ao redor, ela olhou para ele diretamente.
— Um homem não se oferece para levar o equipamento de uma mulher se a vê como um soldado. — Ela estava ciente do desgosto que estava pesando em seu tom. — Thor me segue, porque eu posso criar estratégias e cobrir as bases enquanto ele e os outros fazem o trabalho pesado. Ele começa a fazer a contabilidade que ele ama, assiste sua conta bancária crescer e tira férias uma vez por ano. Ele não vai correr esse risco.
— Diane, você pode ter que explicar isso um pouco mais. — Limpou a garganta com cuidado enquanto Diane escondia um sorriso. — Alguém em sua equipe está traindo você. Eles colocaram a sua bunda na mesa de cortar carne e todos eles desfrutam dos mesmos benefícios.
— Mas nem todos eles iriam levar um tiro por uma mulher que não conhecem ou arriscariam suas vidas para escorregar em uma aldeia inimiga deixando comida na porta da casa de uma viúva. A última de suas rações, devo acrescentar. — Ela balançou a cabeça com esse pensamento. — E ninguém, apenas Thor deliberadamente garante que ele, literalmente, esteja cobrindo minhas costas a cada missão que tomamos. Ele se apresenta para tomar uma bala por mim, assim como fez com o adolescente que resgatamos no ano passado, aquele velho inchado CEO que extraímos quando ele estava preso em um país em que ele não deveria ter estado, ou o adolescente sequestrado no ano anterior, enquanto estava em férias com os pais na Jordânia. Os outros nunca fizeram isso, mas Thor fez.
— Você coloca muita fé nele. — Ele balançou a cabeça com a explicação dela. — Assim como no maldito Gideon. O que faz você pensar que você pode prendê-lo?
Lawe viu seus lábios se arquearem em diversão.
— Gideon atirou em todos, menos em Thor. Ele atirou em Brick, Aaron e Malcolm. Ele estava tirando os jogadores que ele suspeitava, para fora do campo. Ele obviamente não suspeitava de Thor. Ou de você. — Ela indicou as razões com os dedos. — Ele não deixou apenas uma advertência do traidor no meu grupo, mas também o local onde ele suspeitava que Honor Roberts, Judd e Fawn Corrigan estavam. Ele também me levou na direção de vários contatos na Argentina que foram capazes de verificar as informações, bem como adicionar, possibilitando me dar algumas pistas para quando eu chegar lá, onde começar a procurar por ela.
Ele resmungou, mas a explicação fazia mais sentido do que queria admitir.
— O que faz você pensar que ele quer conversar?
— Ele não atirou em mim. — Ela deu de ombros. — E ele está me seguindo desde que eu estava na Argentina. Essa é a razão que me fez demorar tanto tempo para fazê-lo em Window Rock. Eu queria saber o que ele queria.
— Então, você simplesmente colocou-se à mostra como um maldito pedaço de carne crua para um animal? — ele cobrou, sua expressão incrédula. Diane duvidava que alguém tivesse visto uma expressão de incredulidade em Lawe na vida.
— Se ele me quisesse morta, então ele teria me matado na Argentina, — ela assegurou-lhe ardentemente. — Dê-me um pouco de crédito, Lawe. Eu não sou exatamente estúpida. Se eu fosse, você já teria que ter me ajudado.
Assim, mesmo ele tinha que concordar que ela não era uma idiota, porque obviamente, ela ainda estava viva.
— Diane. — Ele passou a mão sobre o rosto.
Diane riu em voz alta com a reação. Teria sido agradável se não fosse o fato de que ele demonstrava uma completa falta de fé em suas habilidades para fazer seu trabalho e para se proteger.
— Diane, ele é um macho da Casta suspeito de ter sido forçado à febre selvagem, — ele rosnou. — Se a metade do que eu sei for verdade, então, nós estamos bem cientes do fato de que ele não é completamente são, no mínimo. Seja qual for o seu objetivo, ele não tem intenção de ajudar ninguém, exceto a si mesmo a alcançar o que ele tem em mente.
— E, claro, eu não poderia ser inteligente o suficiente para usá-lo também, — ressaltou ela moderadamente.
— Não foi isso que eu quis dizer, — ele retrucou. — Gideon é um mestre estrategista, Diane. Você vai pensar que está derrotando-o até que ele tenha uma bala enterrada no seu cérebro ou um bisturi descascando a carne de seu corpo. Será um pouco tarde para considerar o erro de suas crenças, então.
Era o suficiente para fazer uma mulher querer ranger os dentes em irritação. Inferno, ela estava rangendo os dela. A arrogância dele apenas a enfurecia.
— Acredite no que você quiser. — Doía mais do que palavras jamais poderiam descrever, que ele não tivesse estendido a ela a mesma fé que ele teria estendido a qualquer outra casta, que poderia ter lhe dado a mesma explicação. Ou a qualquer outro homem, ponto. Gideon pensava que ele estava jogando com ela, ela estava ciente disso. Ela tinha seu próprio plano também.
Ele não lhe dera a possível localização das ex-vítimas de Brandenmore por nada. Ele sabia onde elas estavam, ou onde poderiam estar, o que ele não sabia, apesar do tempo que passou nos laboratórios com eles, é como se pareciam agora. Doze anos era muito tempo. As meninas estariam com 24 ou 25. Judd estaria na casa dos trinta. A maturidade poderia ter, e provavelmente tinha, mudado drasticamente a aparência deles.
— Isso não é pessoal, Diane. — A expressão de Lawe estava atormentada enquanto a observava, e ele provavelmente sentia o quanto sua falta de fé a feriu.
— Tudo bem, Lawe. — Ela estava cansada demais para discutir com ele, também desiludida com a tentativa de justificar ou explicar suas próprias intenções. — Eu preciso fazer as malas...
— Eu prefiro esperar para partir, Diane.
Ela virou-se lentamente para ele, a suspeita crescendo dentro dela.
— Por quê?
Os lábios dele se apertaram.
— Enviei Rule e Malachi para Window Rock para solicitar a permissão do Conselho Navajo para realizar a busca de uma casta trapaceira no território deles, — revelou. — Isso não acontece durante a noite.
Quão estúpida ele acreditava que ela era?
— Besteira, Lawe, — disse ela, cansada. — Você enviou uma equipe para Window Rock para encontrar Gideon ou para preparar uma armadilha, não é?
— Não, eu não enviei. — Raiva apertava sua expressão enquanto ele deslizava na cama, seus olhos azuis gelados enquanto ele se levantava da cama. — Eu fiz exatamente como eu disse eu fiz. Enviei uma equipe para Window Rock, quando me dei conta de onde você estava indo e o que você estava fazendo.
— Quando eu lhe disse onde eu estava indo, você enviou uma equipe à nossa frente para capturar Gideon, — ela acusou-o conscientemente. Inferno, ela não estava surpreendida. — É assim que vai ser, Lawe? Uma série de jogos que você joga para manter-me um passo atrás de você e sempre sob o seu polegar?
Ela deveria estar com raiva. Ela deveria estar furiosa. Mas, surpreendentemente, ela estava mais divertida. Muito divertida para realmente se machucar, mas ela estava certa de que viria em breve. O próprio fato de que ele achava que tinha de notificar o Conselho da Nação Navajo a surpreendeu.
— Se eu pensasse que não iria danificar irremediavelmente a relação de acasalamento que eu quero construir com você, então isso é exatamente o que eu teria feito, — ele retrucou. — Em vez disso, eu estou tentando limpar o caminho para você. Não foi tão difícil rastrear as chamadas em seu telefone por satélite para a reserva. Especialmente depois de você ter feito reserva nas Suítes Navajo pouco antes de eu chegar aqui. Você não tinha que me dizer para onde estava indo, eu sabia. Como você tinha rastreado a menina Roberts para esta área era o que eu desconhecia.
— E isso foi tudo o que você fez, você só rastreou meu telefone? — Ela estava muito desconfiada.
— Isso é tudo que eu fiz. — Lá se foi a mão sobre o rosto de novo.
— E você pensou que iria conseguir o quê, me desviando por aqui? — Puxando sua calça jeans e a camisa do chão, Diane se vestiu rapidamente, consciente da sensação de estar em clara desvantagem, estando diante dele, nua. — Como é que me atrasando o beneficia, Lawe?
Era difícil tentar fazê-lo ver que ela era mais do que capaz de completar a missão, inferno, para que ele mesmo desse a ela a chance de provar que ela podia terminá-la, sem o sentimento de vulnerabilidade de estar nua dava a ela. Além disso, ele ainda estava duro, o pênis ainda muito interessado em um pouco de sexo de acasalamento.
Era impossível negar seu próprio interesse renovado no prazer sexual encontrado em seus braços também. Felizmente, o interesse foi temperado, o calor do acasalamento saciado por agora, deixando só o natural desejo que partilhavam entre eles, que era forte o suficiente sem a adição de um hormônio, feromônio biológico e tudo o mais que era a reação de um para o outro.
— Eu não estava tentando conseguir alguma coisa, Diane. — Ele suspirou enquanto puxava as calças sobre seus quadris e fechava o zíper casualmente. — Eu estava tentando nos dar um pouco de tempo juntos, enquanto Rule abria o caminho para nossa investigação na área. O condado Casta Navajo é um dos nossos maiores defensores e apoiadores. Nós não podemos fazer nada que comprometa isso. Conduzir uma investigação secreta no território deles só poderia irritá-los e eu não estou otimista o suficiente para pensar que podemos fazê-lo e sair com isso.
— E eu não preciso de sua maldita ajuda, — ela disse a ele. — Eu já tinha permissão para estar no território do escritório de Base do Departamento da Nação. Isso é tudo que eu precisava.
O escritório de base era comandado por três castas e um membro da execução legal da Nação Navajo.
— Contanto que eu tivesse permissão da base, eu estaria bem.
— A Base não pode dar-lhe permissão para investigar Castas ou Genéticos, — ele resmungou.
— Não, eles podem me dar permissão para investigar outras áreas, entretanto. Áreas como a resolução pacífica do cassino que conflitam fora de Window Rock. Pelo amor de Deus, Lawe, não poderia mesmo considerar o fato de que eu tinha colocado o meu trabalho em execução? Uma vez que eu estivesse aqui, eu poderia ter usado isso para explicar a qualquer um e à todos com quem conversei. E então eu poderia voltar para explicar como eu posso ter tropeçado nas identidades das meninas. Eu sou boa assim. — Frustração enrouquecia e enfraquecia sua voz enquanto a descrença completa inundava seus sentidos. — Você tomou a rota de confronto, eu tomei uma eficaz. Uma das diferenças entre eu e você.
Aqui estavam eles mais uma vez, discutindo sobre se ela sabia ou não como fazer seu trabalho. Ela sabia que, eventualmente, ele iria atrás dela e quando o fizesse, ela sabia que seria de uma forma que a deixaria completamente louca.
Nesse ponto, não havia sequer qualquer sentido em ficar com raiva. Ficar ansiosa, entretanto, era uma opção dela. Ou dele.
Ela não iria discutir sobre isso por mais tempo. Estava cansada de apontá-la, cansada de pedir-lhe para lhe dar uma chance para provar isso. Ela não tinha que provar uma maldita coisa, ela já tinha provado isso com cinco anos de comando e o fato de ela ter sobrevivido neste mundo desde antes que ela se formara no colegial.
— Estou indo para Window Rock, — ela o informou enquanto enfiava a camisa no cós do jeans antes de se sentar para puxar as meias. — Você pode ficar ou você pode ir, eu realmente não dou à mínima.
Ela podia sentir o seu olhar estreitando sobre ela enquanto ela empurrava os últimos poucos itens em sua bolsa e os fechava com um empurrão furioso de seu pulso.
— Diane, nós somos um grupo de uma agência do governo, — afirmou com paciência forçada óbvia. — Nós não apenas valsamos nas terras deles e começamos a conduzir uma investigação, especialmente contra uma casta que pode carregar a genética de um deles. Até Jonas não quer foder com a Nação Navajo, por uma boa razão.
— E isso poderia ter nada a ver com o fato de que você estar desesperado para ter certeza de que eu estou envolvida em rolos de algodão e protegida de uma brisa fresca, — ela respondeu.
— Você faz parecer como se o bastardo não tivesse atirado em você e em seus homens na semana passada, — Lawe esbravejou com raiva. — Eu estava lá, eu sei o que estava acontecendo, Diane, e o bastardo poderia ter matado você tão facilmente como ele feriu seus homens. Há mais em seus interesses do que dar-lhe uma mão amiga.
Dãã! Não brinca. Esta não foi sua semana de idiota, não importa o que ele quisesse pensar.
Ela encolheu os ombros novamente enquanto ela continuava a recolher suas coisas. Não havia sentido em ficar por mais tempo, assim como não havia sentido tentar convencê-lo de que ela estava bem treinada o suficiente, que ela era inteligente o suficiente para fazer o que tinha que ser feito.
— Será que você poderia me escutar? — Ele agarrou o braço dela quando ela virou-se para mover suas malas à porta. — Você não tem que fazer isso.
Diane olhou para ele, vendo a preocupação em seu olhar, mas também vendo o fato de que seu futuro seria tão sombrio como o inferno, se ela desse a ele o que ele queria, se ela partisse com ele e voltasse para a segurança do Santuário.
— Eu tenho que fazer isso, Lawe, — ela declarou em voz baixa, a raiva crescendo em face da preocupação dele e das emoções conflitantes que ela podia ver escurecendo seu olhar. — Eu não tenho que fazer isso por você ou até mesmo por mim. É por Honor Roberts. É por Fawn e por Judd, e as outras castas que foram torturadas naqueles laboratórios. Estou fazendo isso, Lawe, porque ninguém mais se importava o suficiente ou conhecia o suficiente para protegê-los quando eles precisaram. Eu faço isso por minha sobrinha. — Lágrimas encheram seus olhos ao pensamento de Amber. — Para as consequências que ela pode pagar pela pesquisa Casta, após o que aquele bastardo injetou nela. Eu faço isso pelo que eles fizeram para você, para os outros e para os que eles vão continuar a fazer. Deus, Lawe, eu faço isso porque é quem eu sou.
Lawe olhou dentro de seus olhos, viu a convicção lá, viu a mulher que ela sabia ser, assim como a mulher que ele sabia que ela poderia ser.
— Você só vê a guerreira que você é, Diane. — Ele suspirou, sentindo-se tão cansado quanto ela havia soado momentos atrás. — Você não vê o resto de você, mas eu a sinto. Eu espero que você a encontre, antes de destruir nós dois.
Calor do acasalamento era muito mais do que uma fome sexual que juntava um casal. Lawe sabia disso pelo abismo emocional que poderia existir, assim como a relação próspera e bonita que poderia se tornar.
Olhando nos olhos dela, ele tentou, Deus sabia que ele tentou de tudo dentro dele, para conter o domínio que era tanto uma parte dele. Para lhe dizer o que sentia e saber que não lhe daria o incentivo que ele estava certo ela iria querer dele.
Ele sentiu a dor dela, sabia que ele a tinha ferido e ele se odiava por isso.
Sem pensar, ele tentou ferir sua autoconfiança, assim como ele tentou enfraquecer a sua crença em si mesma.
Ele tinha feito isso sem pensar, sem um momento de hesitação, e ela tinha visto através dele. Ele tinha visto isso nos olhos dela, em sua expressão. Ela sabia antes mesmo do que ele, o que ele estava fazendo. E ela merecia muito mais.
Ela merecia muito mais dele.
— Antes de destruir nós dois. — Ela suspirou enquanto se afastava dele. — Não há 'nós', Lawe. Ainda há apenas você e o que você quer.
Ela parecia sozinha, desolada. Olhando para ela, Lawe não podia acreditar no presente de pé diante dele ou na força incrível e na determinação que ela possuía. Ela era tão forte quanto a mulher que lhe tinha dado o nascimento. E ele sabia, sem sombra de dúvida, que ela morreria por ele tal como Morningstar tinha morrido por seu companheiro, Elder.
— Depois de minha fuga dos laboratórios, evitei toda mulher que eu sentia que, mesmo que remotamente, pudesse ter sido minha companheira. — A surpresa no rosto dela não era nada comparada a sua própria quando se ouviu falar.
Se aproximando, Lawe tocou o lado de seu rosto com as costas dos dedos, roçando os cabelos para trás enquanto ele fazia isso.
— Não porque eu não quisesse você. — Ele envolveu a parte de trás de seu pescoço enquanto se lembrava da dor da fome passando por meio dele. — Porque eu queria, Diane. Com tudo o que sou, tudo que eu era, eu queria minha companheira. Eu queria te abraçar, ter você me abraçando. Eu queria rir e sentir a satisfação que eu sabia o que outras castas sentiam com suas parceiras. Eu queria dormir com aquela sensação de paz que os outros falavam. Mas, ainda mais, até mais do que isso, eu queria garantir que nunca o mal que eu sabia que existia neste mundo tocasse você. Porque eu sabia dos perigos, eu conhecia a dor e os horrores que eu poderia trazer para você. E eu não queria nada mais do que vencer todos os seus dragões. E aqui estou eu, o maior de todos aqueles dragões.
Ela virou a cabeça, piscando. Porra, ela estava piscando lágrimas?
— Lágrimas, — ele sussurrou, espantado. — Eu nunca quis que você tivesse razão para lágrimas ou para sentir o desamparo que rasga por mim quando você chora. — Saber que a machucara o suficiente para fazê-la chorar o deixou louco. Isso fez toda a genética animal, que se alastrava dentro dele, ameaçar explodir mais uma vez.
— Você não pode segurar a vida, Lawe, — afirmou, a frustração corroendo-a, e revolvendo Lawe do controle que ele estava lutando para segurar enquanto ele percebia isso.
— Eu sei que não posso segurar a vida, — ele concordou enquanto puxava a mão para trás ao invés de apertar seu poder sobre ela. — Eu não quero segurar sua vida. Eu quero compartilhá-la. Droga, Diane, eu só quero garantir que nada nos separe um do outro. Nós somos companheiros. Se você morrer, então eu posso também morrer com você. E se eu morrer... — Ele balançou a cabeça, o outro lado do acasalamento, de repente mais claro para ele do que nunca. — Se eu for embora, então você vai estar sempre sozinha. Sempre, Diane. Sempre sofrendo essa perda, porque você vai ser incapaz de suportar ter outro homem tocando-a. Você estaria completamente vulnerável. Você e todas as crianças que nós pudermos ter, a menos que você esteja no Santuário. A menos que você esteja protegida e que você entenda que precisa de proteção.
Vendo seu rosto, vendo a dor que brilhava em seus olhos, e o medo, de repente ele se perguntou se aquelas Castas que ainda desconheciam a verdadeira profundidade do mesmo, permitiriam que isso começasse se soubessem a verdade. Ele conhecia esse medo. O medo de ser trancado, de ser preso. Ela estava apavorada, ele iria encontrar uma forma de aprisioná-la, e Lawe não poderia jurar-lhe que o dia não chegaria quando isso tivesse que ser feito.
Abaixando a cabeça, ele pressionou a testa contra a têmpora dela, inalando seu perfume. O calor do acasalamento, um aroma frutado picante, uma combinação dele e dela, uma fusão de quem eles eram.
Era o aroma do acasalamento. Era o que fazia o acasalamento. Fundiam-se dois seres, que fundiam seus aromas, e, às vezes, quando necessário, fundiam seus sonhos junto com seus corações e almas.
— Você é mais do que um soldado, — ele prometeu a ela enquanto ele deixava seus lábios roçarem o cabelo dela, enquanto ele inalava o aroma de ambos fundindo-se. — É mais do que uma companheira, mais do que apenas uma mulher, uma irmã ou uma tia. Você não pode lutar sozinha nesta luta, Diane, e isso é o que você está tentando fazer. Também não se pode lutar contra Castas trapaceiros, que podem sentir o seu cheiro vindo a uma milha de distância. Ou Coiotes do Conselho, que podem cheirar o seu aroma e saber disso. E se você for pega por causa disso, se você for pega, você se torna o mesmo que outros companheiros, que o Conselho tem capturado. Você se torna uma experiência científica. — Gritos ecoaram em sua cabeça agora. — Vivissecada, gritando, implorando e morrendo enquanto eles comparam seus órgãos, comparam as mudanças entre eles, contra aqueles que eles assassinaram da mesma maneira antes de você.
Se afastando, ele olhou para o olhar atormentado dela e queria rugir a sua raiva e sua dor com o que vira lá.
Uma mulher lutando não apenas pela fome dela, mas por todos os sonhos e todas as necessidades que ela nunca tinha se negado antes. Sonhos e necessidades que ele estava perguntando, não, exigindo que ela desistisse. Ela era mais do que apenas um soldado, ela era sua companheira. Ela era a mulher com quem ele sempre sonhara em ter e aquela cuja pura bravura o apavorava.
— Lawe. — Ela o tocou. A palma da mão dela contra sua mandíbula, os dedos contra sua face. — O Santuário é atacado pelo menos uma vez por ano. Eu sei de duas tentativas contra a comunidade, durante os eventos sociais que Callan e Merinus são forçados a patrocinar ao longo do ano. Franco-atiradores foram capturados duas vezes tentando entrar em posição e Callan quase foi morto em um evento lançado por um defensor da Casta. O Santuário não é seguro também. E a cada vez que ele for atacado, cada vez que uma Casta, um companheiro ou qualquer membro da comunidade for prejudicado eu morreria por dentro. Eu sempre senti que eu poderia ter ajudado. Eu sempre me senti responsável.
Ele tentou protestar, só para ter os dedos dela pressionados contra os lábios para segurar as palavras de volta.
Suas mãos não eram de seda e cetim, mas também não eram calejadas e ásperas. Elas eram as mãos de uma mulher verdadeira. Ela as usava. Ela trabalhava com elas. Ela o tocou e ele jurou que ela deu vida a sua alma na noite em que a resgatou.
— Eu não posso ser mais do que um soldado, Lawe. Mesmo para você. É tudo que eu sonhei ser. E, até você, é tudo que eu sonhei ter. Eu não quero um protetor ou um carcereiro. Eu quero um parceiro. E é isso que eu vou ter ou não vou ter nada nem ninguém. Mesmo você. — Ela andou lentamente de volta a ele até que ele pudesse sentir, perceber a necessidade dela se alastrando em seu corpo e ficando lá.
E era onde ele a queria. Enterrado tão profundamente dentro dele que ele sabia de cada respiração que ela tomasse. E ele sentiu. Que ele poderia chegar a qualquer momento e assegurar-se de sua segurança, da sua felicidade.
Enquanto a observava, ela pendurava a tira da bolsa sobre um ombro, a alça da mochila sobre o outro, então levantou a mala preta que continha suas armas. Lawe quase balançou a cabeça em perplexidade. O equipamento parecia muito pesado para ela manejar por conta própria.
No entanto, ela conseguiu. Ele pesava sobre os ombros delgados, puxava o braço dela, mas ela saiu pela porta e a bateu atrás dela.
Os olhos dele estreitam.
Voltando ao quarto, Lawe levou o seu tempo e terminou de se vestir. Não havia equipamentos para embalar ou recolher. Estava tudo armazenado na parte de trás do SUV que Rule tinha deixado no estacionamento, antes de sair para Window Rock com todos, menos um dos membros da equipe que havia levado com eles.
Ele vestiu a camisa preta sem mangas que combinava com a calça do uniforme da mesma cor, então a camisa leve de mangas compridas abotoadas sobre ele. Ele amarrou as botas de proteção preta até os tornozelos confortavelmente e travou o coldre que segurava a arma laser. Finalmente, ele enfiou a faca embainhada que ele carregava na parte de baixo das costas.
Moveu-se sem pressa para a porta, abriu-a e saiu do quarto. Saindo para a passarela coberta e olhando para o estacionamento onde o SUV e a Executora da Casta felina esperavam.
Com sua companheira e o segundo em comando dela.
Diane encostou-se à frente do veículo, e até mesmo através da distância, ele podia sentir o cheiro da fúria completa se alastrando através dela e derramando-se para farejar o ar com o cheiro adocicado de calor e chamas de ambrosia.
Porra, seu pênis estava duro como aço.
Ele tinha ido de semirrígido para uma ereção, cheia e ingurgitada em cerca de um quarto de segundo. As glândulas sob a língua começaram a encher com o hormônio do acasalamento, o tempero e o sabor doce inundando seus sentidos enquanto ele dava um suspiro resignado.
Ela estava chateada como o inferno e o conhecimento disso enviou a adrenalina correndo por ele, enquanto ela olhava para ele em desafio.
E definitivamente era um desafio.
O soldado estava encarando-o. A expressão endurecida, a linha achatada de seus lábios, a postura com que ela o via. Ela se endireitou, seu quadril alinhado, uma mão apoiada contra ele, seus dedos estendidos.
Ela não estava batendo o pé. Ela não estava tocando nada. Ela estava em pé firme, o seu olhar fechado nele, os olhos queimando dentro dele.
A expressão era toda de soldado, mas aquele olhar, era o olhar da mulher. Estava cheio de raiva, com sonhos não realizados, com as emoções de uma mulher. A batalha pela independência do companheiro.
Acasalamento e vida com uma Casta, era o inferno de uma mulher independente. Era um inferno também para as mulheres Castas que eram como a independência, a força e confiança personificada.
Diane poderia ter sido uma fêmea da casta. Ela fora treinada desde cedo, mas ao invés de ser maltratada ou tratada cruelmente, seu tio a ensinara a lutar para proteger a si mesma e sua irmã. A reagir com o instinto, assim como anos de treinamento. A traçar estratégias e prever todos os ângulos possíveis e problemas que pudessem surgir.
Ela havia matado para não ser morta. Ela lutara nos mais escuros, infernos mais profundos e nas selvas de concreto onde a civilização deveria ter governado. Ela havia se mudado para assumir o comando de quatro dos piores bastardos nas comunidades militares independentes, e ela assegurou que todas as suas contas bancárias estivessem bem acolchoadas e conseguindo excelente rendimento.
Ela não era apenas um soldado e um comandante qualquer. Ela era um inferno de uma investidora.
Desviando o olhar do dela, virou-se e moveu-se ao longo da caminhada do terceiro andar para a escada de metal no meio do longo prédio.
Ele podia sentir os pelos na parte de trás do seu pescoço formigando. Ele quase parou para procurar a causa, mas não era uma sensação de perigo iminente, tanto quanto era de estar sendo observado, estudado.
Se ele fizesse uma pausa para procurar a causa, então ele permitiria que seu inimigo desconhecido soubesse que ele estava ciente dele. Muito melhor surpreender Gideon se ele decidisse tentar pegar Lawe desprevenido.
Por enquanto, ele tinha sua companheira para lidar, juntamente com uma viagem para Window Rock.
Assim que ele chegou na calçada de concreto, o telefone por satélite na sua lateral vibrou exigentemente. Seus sentidos em alerta, seu olhar ainda em sua companheira, Lawe puxou-o e trouxe-o para o ouvido.
— Executor Justice, — respondeu ele.
— Temos um problema. — A voz de Rule era tensa. O que em si era incomum.
Lawe acelerou o ritmo para o SUV.
— Relatório, — Lawe ordenou, seu tom de voz declarando sua total atenção a seu irmão.
— Tivemos uma situação aqui, — declarou Rule. — Malachi se acasalou com uma Martinez. Nossa pequena prima, Isabelle, e seu companheiro tinham um perseguidor. O perseguidor atirou em nossa pequena Coyote favorita, Ashley Truing, Lawe. Eles não sabem se ela vai sobreviver.
Ashley Truing. Ela tinha cabelos loiros coloridos, com listras em destaque; bem cuidadas, pintadas e decoradas unhas tão falsas quanto a cor de seu cabelo. Ela tinha tantos pares de sapatos que fora dito que seu quarto inteiro fora revestido com prateleiras para guardá-los. Não que ele acreditasse. Ela dava a impressão de egoísmo, vaidade e preguiça, mas ela era uma das raças mais perigosas do sexo feminino, que já fora criada.
O olhar de Lawe foi para Diane, enquanto ele movia-se mais rápido. Instantaneamente, ela se endireitou e moveu-se para o lado do SUV, onde ela abriu a porta do passageiro, enquanto Thor movia-se tão rapidamente para deslizar sobre o banco do passageiro atrás dela.
O Executor Josiah foi na parte de trás ao invés de tomar o assento do motorista como sempre fazia, seus sentidos Castas pegando a súbita sensação de pressa de Lawe surgindo através dele.
— Estamos indo — Lawe assegurou a ele enquanto agarrava a porta do motorista que Diane havia jogado aberta para ele. — Vou chamá-lo quando estivermos perto.
— Certifique-se disso — Rule declarou asperamente. — Gideon atirou no perseguidor. Nós deveríamos ter dito a Malachi quem estávamos procurando, Lawe. Ele o conhecia. Inferno, ele sabe muito sobre ele. Ashley está em cirurgia, Dr. Armani e Dr. Sobolov estão com ela. Vou contatá-lo novamente quando houver mais.
A linha desligou.
A chamada foi longa o suficiente para plenamente informar Lawe da situação, mas não o suficiente para que um inimigo travasse ou pegasse a pista.
Diane tinha ligado o acionador de partida eletrônica de Josiah, e tinha o motor em funcionamento e pronto enquanto Lawe deslizava para o banco do motorista. Jogando o veículo em marcha, Lawe saiu do espaço do estacionamento.
— Ashley foi baleada, — informou-os. — Gideon já está em Window Rock. Ele atirou no atirador e depois desapareceu. — Olhando para Diane, ele não podia ajudar, mas o medo de que um dia ela poderia estar no lugar de Ashley. — Parece que vamos obter essa permissão para investigar depois de tudo. Vamos ver o quão rapidamente podemos obter este cuidado e ter Gideon contido. — Ele olhou no espelho retrovisor. — Notifique o Santuário para onde estamos indo, e eu quero minha equipe regular aqui o mais rápido possível. É hora de caçar.
Uma Casta caçando outra Casta. Lawe nunca tinha imaginado que iria estar nesta posição, a menos que uma das Castas malevolentes do Conselho fosse a causa, ou que ele teria necessidade de caçar uma casta que tinha conhecido o mais cruel dos infernos durante seu confinamento.
Rapidamente, ele explicou as informações que Rule havia relatado, breve como foram.
Gideon estava em modo de proteção, um papel muito diferente do que vinha desempenhando nos últimos meses. Ele salvou a companheira de Malachi, prima de primeiro grau de Lawe, e ele fora reconhecido por Malachi. Rule estava certo; Lawe deveria ter dito a equipe a plena identidade da Casta que eles estavam perseguindo em vez de dar os detalhes minuciosos que ele tinha passado. Ele nunca deveria ter assumido que Gideon era desconhecido pela equipe que viajava com ele.
Tinham procurado por mês por uma Casta que tinha reconhecido o assassino. Aquele que poderia dar-lhes algum sentido da casta que eles estavam procurando.
Ele não teria esperado Malachi.
Ele não teria esperado que Gideon protegesse um ser humano, especialmente outra companheira de Casta.
Mas ele com certeza não esperava que Ashley, enérgica e vivaz, completamente eficiente, seria o alvo ou seria pega de surpresa por um perseguidor.
Deus o ajude se ele tivesse que enfrentar o dia em que Diane se tornasse uma vítima, porque Lawe sabia que se isso acontecesse, o animal iria controlá-lo. E o animal era, de longe, mais selvagem do que o homem jamais poderia ser.
A pele perpetuamente bronzeada de Ashley Truing parecia tão pálida, desbotada e sem graça, que Diane realmente pôde detectar as raízes escuras que estavam começando no seu couro cabeludo.
Normalmente, a cor profissional que ela aplicava a seu cabelo parecia tão natural, tão bem colorido e marcado, que era impossível dizer que era artificial.
E também não era natural vê-la quieta, quase sem vida, como se a exuberância e força de vida vivaz dela tivesse sido drenada com o sangue que ela perdeu a partir da ferida do tiro laser.
Tudo, menos o silêncio, quase sempre mortal quando defina a sua configuração mais alta, armas de mão laser, podem imitar as antigas armas carregadas de balas, mas com resultados muito mais mortais.
Felizmente, Ashley teve um técnico médico bem versado no atendimento imediato de tais feridas. Ele a manteve viva tempo suficiente para os médicos Casta chegarem até ela. Assim como sua genética Casta e força interior incrível haviam ajudado a viver através de uma ferida que um mero humano não teria tido a chance de sobreviver.
Diane olhou pela janela do quarto de UTI enquanto Lawe estava na cabeceira de Ashley ouvindo Dr. Armani e Dr. Sobolov informando-o sobre o estado dela.
O alfa Felino e sua consorte, Callan e Merinus Lyons, já tinham estado lá e estavam atualmente em sua suíte aguardando Lawe e Diane nas Suítes Navajo, juntamente com o alfa da Casta lobo e Lupina, Wolfe e Gunnar Hope, e o alfa da Casta Coyote e sua Coya, Del-Rey e Anya Delgado.
Os enfermeiros relataram que o alfa Coyote teve que forçar a Coya a sair do hospital. Ashley era uma de suas amigas mais queridas, e ela estava inconsolável de preocupação.
— Eles a perderam duas vezes durante a cirurgia.
Diane se virou para encarar Rule, o atual comandante encarregado das equipes que haviam sido enviadas para Window Rock à frente deles.
— Será que ela vai ficar bem? — Diane virou-se para o vidro olhando para a sala mal iluminada enquanto ela enfiava as mãos nos bolsos da calça jeans e observava Lawe.
A expressão dele estava marcada por linhas de preocupação enquanto ele olhava para Ashley. Seus braços estavam cruzados sobre o peito largo, os olhos ardendo em fúria.
Ashley parecia uma bonequinha enfiada na cama do hospital. Uma pálida, pequena boneca ainda sem vida.
— Os médicos dizem que cada hora que ela está respirando é um motivo de esperança, — disse ele com um suspiro. — Foi um tiro maldito. Muito próximo ao coração, e ela é pequena.
O reflexo de sua contração de ombros casual estava em desacordo com a tristeza pesada em sua voz e em sua expressão. Era raro ver Rule mostrando algumas emoções ternas. Ele era bom em sarcasmo, raiva e escárnio, mas não era usual ele se permitir sentir mais nada.
— Ele está ficando pior. — As palavras ditas em silêncio a deixaram tensa enquanto o seu olhar tocava em Lawe novamente.
— O que você quer dizer? — Estaria ciente da luta em que ela e Lawe estavam envolvidos?
— Lawe viu você quase quebrada quando ele a salvou na Síria, — ele disse suavemente. — Eu vi o rosto dele quando eu e a equipe o encontramos no hospital para onde te levaram voando. Ele sabia que você era a companheira dele. Ele viu você em seu mais fraco. Você não vai tirar essa imagem de sua cabeça.
Ela olhou para o reflexo dele mais uma vez, seus olhar se encontrando no vidro enquanto ela reconhecia a emoção que girava no topázio mais escuro de seus olhos.
— Você não gosta muito de mim, não é, Rule? — Os lábios dela se torceram com o pensamento.
— Na verdade, — disse ele, exalando asperamente, — o problema é, eu gosto de você, Diane. Eu gostei de você antes mesmo de eu saber que você era a companheira dele. — Ele balançou a cabeça em direção ao irmão. — O que eu não gosto é do fato de que você não está disposta a mantê-lo tão seguro quanto ele está disposto a mantê-la.
— E é assim que você vê isso, — ela murmurou.
Ele balançou a cabeça com firmeza.
— É assim que eu vejo.
Quão pouco seu irmão o conhecia, mas inferno, quão pouco ele se conhecia na verdade. Lawe pode ter se afastado de situação ativa, significando que ele não estava mais tomando o pior das piores missões, mas ele ainda estava lá, trabalhando lado a lado com o bicho-papão das Castas, Jonas Wyatt.
Os lábios dela se retorceram com o pensamento, um reconhecimento zombeteiro de seus próprios pensamentos. Lawe não fora baleado, mas ele ainda estava em perigo.
— Ele não está exatamente de volta na casa da fazenda plantando legumes, ele está Rule? — Um lembrete amargo de que Lawe não tinham recuado ao Santuário para construir cabanas, base de segurança de trabalho, relações públicas ou as posições políticas que foram mantidas abertas para aqueles companheiros das Castas recuando a partir do status ativo. — Ele ainda está dirigindo as missões e jantando em adrenalina. Mas você não espera que eu amarre um avental e asse pão, não é? Isso é o que você e Lawe tanto esperam de mim. — Sarcasmo escorria de seus lábios e ela sabia disso. No momento, ela se destacou para ele.
A cabeça inclinou em reconhecimento.
— Iria facilitar a vida sobre o resto de nós. — Seu olhar fitou o dela no vidro. — Infelizmente, eu não acho que seria comestível.
Diane quase sorriu com o comentário, embora seu coração apertasse de dor na lembrança de que Lawe não daria a mínima, enquanto ela estivesse fora de perigo.
Antes que ela pudesse esconder a emoção e retomar o controle , a cabeça de Lawe virou no meio da sua conversa com os médicos, e seu olhar se estreitou sobre ela, em seguida, em seu irmão.
Rule estalou a língua por detrás dela.
— Veja o que eu quero dizer! Lá vai ele, ficando todo protetor. No segundo em que ele sente a sua mágoa, ele está pronto para a batalha.
A partir do canto do olho ela assistiu a imagem de Rule no vidro enquanto ele dava a seu irmão um aceno com o dedo mindinho zombando. Ela teve que revirar os olhos. Irmãos eram irmãos, Castas ou humanos. Irmãos Alienígenas provavelmente eram o mesmo, pensou com tristeza.
Evidentemente, o gracejo tranquilizou Lawe porque ele virou-se para Armani e Sobolov, apesar de ele ter atirado a seu irmão um olhar de advertência enquanto ele fazia isso.
Ela estava prestes a odiar os homens. Ela podia ver chegando. Eles eram irritantes, confiantes, arrogantes e completos idiotas. Pelo menos, os bons eram. Ela suspirou, resignado com a ideia.
Ela tinha realmente dado a devida atenção ao assunto de desistir do trabalho, enquanto Lawe estava dormindo na noite anterior. Deus sabia que ela não queria vê-lo distraído na hora errada, e ela não queria vê-lo ferido ou morto porque ela não podia ficar para trás e voltar ao Santuário com ele. Foi no meio da noite que ela percebeu que não era uma possibilidade no inferno que ele iria ficar lá com ela. Não por muito tempo de qualquer maneira.
Como Jonas, ele iria para frente e para trás. Mas Rachel era assistente pessoal de Jonas e, quando possível, ela viajava com ele. Ela dividia o trabalho com ele, muitas vezes eles discutiam o trabalho juntos e ele valorizava a opinião dela.
Ela simplesmente não podia ver Lawe fazendo o mesmo. Ele queria tão desesperadamente esquecer que ela era um soldado. Que ela não era nada, apenas sua companheira.
Dr. Sobolov ajustou o cobertor de Ashley, alisou uma mecha de cabelo para trás de seu rosto e olhou para a forma em silêncio por longos momentos.
— O agressor foi morto? — Diane perguntou.
Rule assentiu bruscamente.
— Gideon o matou. Holden Mayhew estava tentando raptar a nova companheira de Malachi Morgan. Ela e Ashley são amigas e Ashley foi apanhada no meio.
Diane conhecia Malachi. O ex-Executor, que foi colocado dentro de relações públicas por sua excepcional capacidade de ler expressões e detectar conspiradores, era tranquilo e intenso e, para um Coyote, muito simpático.
— E sua companheira?
— Machucada, agredida, embora não seja grave. Havia dois Coiotes do Conselho a espera na saída da escada de fora por eles. Ele estava vendendo-lhes uma companheira de casta. Encontramos os dois Coiotes do Conselho, esta manhã, sem pele e eviscerados no deserto. Gideon pode ser um bastardo selvagem, que parece ser.
Diane reprimiu um arrepio ao pensar no que aqueles Coiotes tinham sofrido, mas as palavras que seu tio costumava murmurar flutuaram em sua mente: "Vive pela espada, morre pela espada”.
— Lawe disse se Malachi informou reconhecê-lo? — Surpreendente o suficiente.
Rule assentiu.
— Eles se conheceram durante uma das fugas de Gideon, a primeira. Gideon trabalhou com um pequeno grupo que Malachi estava liderando, até que chegaram a Amsterdã, onde Gideon decidiu seguir seu próprio caminho.
— E lá ele foi traído por uma prostituta, — Diane murmurou.
— Sim, ele foi. — Rule suspirou. — A companheira de Malachi é sobrinha do Chefe Ray Martinez, no entanto. O ataque convenceu-os a dar-nos permissão para começar a investigação para procurá-lo.
Diane se calou por um longo segundo antes de se virar para Rule, indiferente que Lawe ou qualquer outra pessoa detectasse seu descontentamento.
— Não é por isso que estamos aqui, — ela lembrou.
— Nós não vamos obter permissão para investigar os projetos de pesquisa sumidos, e não vamos informá-los que é por isso que estamos aqui, — disse a ela, seu tom de aço agora enquanto ele baixava a voz. — Eu posso lhe dar as razões pelas quais mais tarde, em privado, quando eu atualizar Lawe. Basta dizer que, nossa história é que estamos à procura de Gideon por medo de que a febre selvagem que ele carrega, possa causar uma morte injustificável. Isso é tudo que eles precisam saber. Os Navajos não querem que corpos comecem a se acumular em Window Rock, especialmente após o ataque a Isabelle Martinez por um homem em quem seu pai uma vez confiou.
Ela balançou de volta e olhou para Lawe agora. Ele se virou, seu olhar encontrando o dela, seu olhar taciturno enquanto se dirigia para ela e Rule.
— Você não devia ter vindo aqui para começar. — Rangendo as palavras entre os dentes cerrados, ela enfiou as mãos no bolso da calça jeans para não tentar estrangulá-lo. — Você causou um incidente onde não era necessário.
— Então, Malachi não teria encontrado sua companheira, — Rule apontou, como se isso de alguma forma validasse a decisão.
— Você e seu irmão só me irritam. — Diane se voltou para ele, a irritação transformando em raiva. — Sua arrogância e total falta de consideração pelos outros nunca não me surpreende, Rule.
Os cantos de seus olhos apertaram e a testa arqueou.
— O que fizemos desta vez?
— Você encontrou uma maneira de discutir uma decisão que você sabia que estava errada, para começar. Gideon sabe que você está aqui, e agora ele sabe que não é só a ele que você está perseguindo, mas também os projetos de pesquisa Brandenmore, os quais ele está atrás também. Você acabou avisando-o.
— O Conselho de Genética acredita que estamos procurando por ele. — Sua voz rangiu.
— Ele não é estúpido, — ela respondeu. — Ao permitir que ele acreditasse que você sequer sabe onde ele está antes de me deixar chegar primeiro era tudo que ele precisava. Você não está lidando com o Conselho ou os seus chacais. Você está lidando com uma casta cuja inteligência gradua ao nível de gênio e cuja capacidade de coordenar e realizar o que os outros consideram missões suicidas quando ele era apenas um adolescente, deveria ter sido o seu aviso. Ele sabe, e agora ele não vai parar em nada para garantir que você não chegue a lugar nenhum perto deles. Eu só peço a Deus que ele não considere matá-los como uma opção viável a perdê-los para você.
Melhor ainda, ela estava a ponto de que se não fosse por sua própria sobrinha, ela iria dificultar a busca de qualquer maneira possível. Felizmente para eles, Amber precisava das meninas. As respostas para o que o soro tinha feito para elas enquanto elas amadureciam, especialmente Honor Roberts, era de vital importância.
Por alguma razão, o contato que tinha encontrado na Argentina acreditava que era Honor, quem podia conter as respostas para o que Amber enfrentaria enquanto ela crescesse.
As mudanças em sua sobrinha foram surpreendentes. Ela estava caminhando passado poucas semanas, apesar do fato de que ela estava com apenas oito meses de idade. Ela estava ronronando quando encontrava algo que a agradasse, se ela acreditasse que ela estava sozinha. E sua irmã jurava que a filha entendia muito mais do que deveria para a sua idade. Os poucos momentos que Diane passou com Amber antes de deixar DC, haviam assegurado que Amber sabia muito mais do que deveria.
Jonas estava convencido disso, Rachel tinha dito a ela durante uma discussão anterior. Muitas vezes ela pegou Jonas falando com a criança, dando-lhe direções, em seguida, olhando ela levá-los para fora quando ela pensou que seu "pai" havia deixado o quarto.
Rachel estava com medo de que a inteligência avançada fosse apenas o primeiro sinal de que sua filha seguisse o mesmo caminho do monstro que havia injetado nela. Que seu cérebro se deteriorasse, como aconteceu com Phillip Brandenmore depois de ter injetado nele mesmo.
— Diane.
Lawe pegou o braço dela enquanto ela andava pelo corredor. Seu único pensamento era ficar longe dele e de sua suprema confiança que ele fizera a coisa certa. Qualquer idiota saberia que isso não poderia ser a coisa certa. Teria sido muito melhor deixá-la lidar com isso sozinha. Gideon não estaria tão preocupado com ela, porque ele acreditava que ela seria fraca sem os seus homens. Todo mundo que ela encontrava acreditava, acreditava que ela não era mais que uma testa de ferro para o grupo de mercenários.
— Nós vamos destruir vidas aqui, — ela sussurrou sem se virar, a certeza de que eles não podiam fazer nada menos se eles continuassem criticando sua consciência. — Sabemos que ele está aqui para encontrá-los também. Essa é a única razão pela qual ele teria me dado a localização de onde ele suspeitava que estivessem. Por alguma razão, ele acredita que eu vou ter uma melhor chance de identificar, localizar ou convencê-los a revelarem-se. Mas o que ele pretende fazer, uma vez que isso aconteça? Por que ir a esses extremos?
Seu único pensamento era para sua sobrinha. Ela e a irmã passaram por anos de testes torturantes para curá-las de suas doenças, e de acordo com os cientistas na Argentina, elas estiveram quase mortas várias vezes depois de receber o soro que acabara de ser inventado.
De acordo com um de seus contatos, era possível que Amber nunca sobrevivesse após seu segundo ano, sem a ajuda das duas meninas que tinham estado nos laboratórios, especialmente Honor. Remorso enchera o olhar dele quando ele disse a ela que Honor Roberts era sua única chance, porque Fawn Corrigan tinha morrido com a casta Bengala com quem tinha estado no experimento, conhecido como Judd.
Assim como ele tinha avisado à ela para ter cuidado com a casta restante que havia estado nos laboratórios. O único que eles tinham possivelmente ultrapassado o ponto de sanidade.
A fúria de Gideon estava se tornando uma lenda já. A suspeita febre selvagem que o tomou, fez dele um dos assassinos mais cruéis a sair das criações que a ciência havia sonhado.
Ela se perguntava por que ele estava ajudando-a. Ela se deixou acreditar que era por causa da preocupação pelos três que haviam sido presos com ele, mas uma parte dela sabia melhor. Ela não acreditava que o homem conhecido como o carrasco, mas também conhecido por nunca ferir um inocente, falhasse contra as vítimas que ele tinha partilhado nos laboratórios Brandenmore. Ela ainda não podia acreditar.
— Ele não tem motivos para matá-los. — Agarrando o braço dela levemente a dirigiu para os elevadores enquanto Rule seguia. — E nós estávamos pedindo ao Conselho Navajo por esta investigação. Não podemos operar em suas terras sem notificá-los disso. Vai quebrar o acordo que temos com eles e nós vamos perder muito mais do que nós vamos ganhar. Mesmo fazendo o seu trabalho, seria visto por eles como desonesto e causaria sanções que seriam retribuídas imediatamente. Ray Martinez não tolera os jogos de Jonas e ele não se importa com seus efeitos uma vez que ele entende que ele está sendo manipulado. Não haveria maneira de convencê-lo de que Jonas não estaria por trás disso.
— Há mais acontecendo aqui do que Gideon nos permite ver, — ela resmungou enquanto as portas se abriram e ele a levava para o cubículo vazio, seguido por Rule. — Ele conhece Malachi. Ele sabe que era a companheira de Malachi que ele salvou de ser levada pelos Coiotes do Conselho. Isso significa que ele está observando. E ele está escutando. Eu sabia que ele não estava me dando as informações de que eu precisava por bondade de seu coração, mas eu não consigo encontrar nenhuma outra razão para a ajuda que ele nos deu.
— Qual era o relacionamento dele com os outros? — Lawe perguntou.
Diane empurrou os dedos inquietos através de seu cabelo enquanto ela suspirava impotente.
— Aparentemente bom. Os quatro encontraram maneiras de ajudar uns aos outros, muitas vezes. Havia vários técnicos de laboratório que tentavam ajudá-los sempre que podiam também. Quando a ordem para a extermínio saiu, Honor Roberts já havia sido devolvida à sua família. Ninguém sabe o que aconteceu exatamente. As instalações de extermínio foram destruídas, mas não havia mais provas de que um corpo que fora colocado na câmara de cremação naquela noite. Não havia um guarda ou um assistente deixado vivo para verificá-lo, apesar de seus arquivos de computador mostrar que os três foram registrados e Judd e Fawn foram executados. Brandenmore decidiu que Gideon deve ter encontrado uma maneira de escapar e destruiu as instalações. E Gideon foi excelente com os computadores. Ele poderia ter encontrado um caminho, facilmente, para ter falsificado as entradas.
Mas por que ela não tinha considerado os motivos dele mais cedo? Ela deveria ter considerado. Deus, ela deveria ter. Ela tinha apenas a certeza de que ela poderia trabalhar em torno deles. Que ela poderia encontrar uma maneira de levar Fawn, e esperançosamente Honor, de Window Rock sem Gideon perceber o que ela tinha feito até que fosse tarde demais.
Ela sabia por que ela não tinha considerado isso antes.
Cada pensamento tinha sido consumido com sua sobrinha, com salvar a criança cuja inocência e sorrisos doces a faziam lembrar, do por que ela estava lutando.
Lawe ficou em silêncio. Mas ela quase podia ouvir o que ele poderia ter dito.
Ele tinha avisado a ela. Ele havia avisado que ela não poderia saber o que estava na mente de Gideon. E ela não sabia. Ele estava lá para prejudicar ou ajudar? Ele tinha um rancor ou uma expiação conduzindo-o? Ela estava arriscando as próprias pessoas que podiam muito bem ser a última esperança de Amber?
Ela esperava um argumento, uma negação confiante e a garantia de que Lawe sabia o que estava fazendo, etc., etc., etc. Ela poderia ter quase cuspido o argumento para ele, ela tinha ouvido tantas vezes de outras castas.
Em vez disso, ele permaneceu quieto enquanto o elevador fazia o seu caminho para o piso principal.
Ela não arriscou olhar para seu rosto, ela não se atreveu. Ela sabia que não seria capaz de suportar ver essa arrogância, essa confiança de que ele estava sempre certo em sua expressão.
Ela deveria ter pensado nisso mais cedo. No momento em que ela percebeu que Lawe a seguiu, ela deveria saber o que ele faria. Ela deveria ter sabido que ele teria avisado Gideon que estavam procurando por ele. Sabendo disso, Gideon seria muito mais difícil de antecipar, e muito mais difícil de escapar disso.
— Os planos já estavam no local, — disse ele calmamente. — Antes que você nunca me contasse o que sabia ou quem disse a você. Eu calculei isso, Diane. Esse é meu trabalho. É o que eu faço. É para o que eu fui treinado. Para tirar o menor dos detalhes sobre uma operação e colocá-los juntos, como peças de um quebra-cabeça. Uma vez que você correu de mim, e eu percebi a direção em que você estava indo, ele veio junto.
Sim, era para isso que ele fora treinado. E sim, ele teria colocado juntos. Mas ela deveria ter percebido que ele teria de notificar a Nação Navajo de quem o Conselho estava procurando.
E só para começar, ela deveria ter percebido que não podia fugir dele, ela não podia se esconder dele.
Ele relaxou no mês passado e deixou-a sozinha. Ela acreditava que ele iria fazê-lo novamente. Ela nunca havia realmente acreditado que iria segui-la para o Arizona quando ele não a tinha seguido para qualquer outra missão desde que ele a resgatou.
Ela estava preparada para evitar a sua brigada de capangas, mas não ele. Porque não havia como evitar Lawe.
Agora, Gideon sabia que eles não estavam apenas atrás dos outros que tinham compartilhado o inferno daqueles experimentos com ele. Ele sabia que eles também estavam atrás dele, o que faria dele uma ameaça para todos. O sentimento de desesperança que a encheu era quase esmagador.
O que ela tinha feito?
Lawe se assegurou que ele e Rule colocaram-se em posição de proteger Diane, enquanto eles saíram do elevador e depois a frente do hospital.
O SUV estava esperando na porta como ele ordenara. Rule abriu a porta traseira, seu olhar duro como pedra, ele examinou a área, enquanto Diane se colocava dentro e Lawe a seguia.
Ele podia sentir aquela sensação de desesperança irradiando a partir dela e ele sabia que era a causa do mesmo. Ele não tinha ideia de como corrigi-lo. A dor que ela sempre manteve enterrada dentro, tão profundamente, irradiava para fora, assegurando-lhe que tudo o que ela estava pensando tinha cortado profundamente dentro de sua alma.
A sensação de desesperança proveniente dela, deixava os dedos apertando em punhos de necessidade, diferente de tudo o que ele conhecera antes dela. Sua própria impotência subiu como um demônio dentro dele quando ele percebeu que não havia maneira de estancar a dor que ela estava sentindo. Não havia maneira de aliviar isso.
— Comandante Justice, o Diretor Wyatt e Líder Felino Lyon e sua consorte pedem que vocês se encontrem com eles quando vocês chegarem. Uma refeição será preparada tão logo relatada a sua chegada.
— Por favor, informe-os que assim que estivermos instalados em nossos quartos nós entraremos em contato com eles, — ele respondeu enquanto mantinha um olhar sobre Diane a partir do canto do olho.
Nem ela nem a sua expressão de emoções se alteram. Ela não reagiu de forma alguma que ele teria imaginado que ela faria. Ela simplesmente olhava pela janela, uma careta suave em seu rosto enquanto ela observava a pequena cidade dos confins do veículo.
O que ela estava pensando? Às vezes era impossível decifrar seus pensamentos. Outras pessoas Lawe encontrou facilidade em ler, mesmo castas. Diane, no entanto, ele nunca tinha sido capaz de prever com precisão e tinha o poder de irritar o inferno fora dele.
Ela não estava com raiva, e ela deveria estar, ele admitiu. Se ela tivesse admitido a ele que ela tinha trabalhado com ele tão facilmente, ou que ela tinha tentado interferir em uma de suas missões, então, ele teria ficado furioso. Consigo mesmo, assim como com ela.
Não tinha sido fácil de fazer, mas ele tinha lhe dado corda suficiente para enforcar-se, Gideon e os três indivíduos que estavam procurando.
Será que ela percebera que eles estavam mesmo trabalhando pelo mesmo fim? A sobrevivência de uma criança muito pequena e vulnerável, para entender as mudanças em curso dentro dela ou explicar a alguém o que essas mudanças eram?
Ele não podia permitir que seus sentimentos ou sua dor por ela se envolvessem em suas decisões. Se ele se permitisse simpatizar ou entender como os três do Laboratório Brandenmore se sentiriam em ser arrastados para a guerra, então ele poderia alterar sua capacidade de fazer o trabalho que Jonas havia lhe confiado. E isso poderia afetar a sobrevivência das castas como um todo. Havia muitas mudanças envolvidas no calor do acasalamento, muitas crianças estavam exibindo anomalias inesperadas e mudanças enquanto elas amadureciam, para permitir que a emoção influenciasse o que tinha de ser feito.
Sua lealdade era para com sua companheira, seu líder Pride, e às castas. Nessa ordem. Ele não podia permitir que nada, nem ninguém, mudasse isso.
Deus sabia que ele desejava que não houvesse vítimas para loucura do Conselho ou a insanidade de Phillip Brandenmore. Mas houvera. Milhares delas. Toda criança sequestrada como material genético, toda mulher tomada como um vasilhame para fazer crescer as criações que eles defendiam, e cada casta criada tinha sido uma vítima.
Por mais de um século a pesquisa tinha evoluído. Jonas realmente acreditava que a investigação vinha acontecendo há mais de cento e cinquenta anos. Cento e cinquenta anos do horror que tinha evoluído para a vida que viviam agora.
Ele não podia permitir-se virar as costas para isso, ou para aqueles, dependendo das decisões tomadas agora para preservar o futuro.
— Josiah, a companheira do diretor está com ele? — Diane dirigiu a pergunta para o Executor dirigindo.
— Sim, Srta. Broen. A Sra. Wyatt está viajando com o diretor, assim como sua sobrinha, Amber. Sua irmã espera que você participe da próxima reunião desta noite também.
Lawe observava enquanto ela levantava a mão e esfregava a testa cansada.
O cheiro de sua desesperança se afastava calmamente, mas não tinha sido substituído por outras emoções como faria com qualquer outra pessoa. Havia apenas o cheiro da mulher, um perfume fresco e de verão que alterava apenas o menor com o seu próprio e o hormônio do acasalamento. O cheiro do calor do acasalamento estava lá, mas aquele cheiro acoplado não evoluiu como deveria ter evoluído.
Ele controlava o franzir de sua testa, sua confusão. Cada casal desenvolvia um aroma único, uma combinação de ambos que eles levaram depois que o calor do acasalamento começava. Era hábito mudar completamente cada aroma para garantir que os companheiros fossem um aroma, assim como eles eram uma unidade completa. No entanto, o cheiro de Diane ainda estava singularmente próprio dela. Fora tingida com seu cheiro, similar ao de uma tempestade iminente, mas nada mais, e ele encontrou a genética primal reagindo a isso com um levantamento cuidadoso dos cabelos na nuca.
Uma advertência de perigo ou uma resposta instintiva à uma situação que o animal sentiu não estava certo, reconheceu Lawe. Ele mal segurou o rosnado que teria retumbado em sua garganta. Ele mal travou a necessidade súbita e fúria de tê-la ou o perfume de que precisam encher o interior do SUV.
Ele a queria. Nua, disposta. Ele a queria arqueando para ele, o calor de sua boceta envolvendo o eixo ingurgitado atualmente atormentando-o, e ele queria que ela o aceitasse.
Aceitasse que ele não poderia enfrentar o perigo que ela estava tão determinada a desafiar.
Luxúria estava subindo forte e rápido dentro dele, e Lawe silenciosamente admitiu que o encontro com Jonas e Lyons Callan teria de ser adiado por isso. Trancar sua companheira com ele era uma prioridade, que ele não podia ignorar por muito mais tempo. O conhecimento que ela estava de alguma forma, emocionalmente e à força, recusando o acasalamento, deixou os seus sentidos em alvoroço. Assegurar-se que ela carregava seu cheiro, mesmo que apenas por poucas horas, que permaneceria em sua pele depois que ele a possuísse, remexia em suas bolas com garras impiedosas. A fome por ela era uma febre em seu sangue, que estava nascendo debaixo de sua carne enquanto cada segundo sem seu toque se passava.
As glândulas sob a língua começaram a inchar, o hormônio preenchendo-o e afundando seus sentidos com a demanda aquecida. Chegaria um momento em que negá-lo não seria possível. Quando ele teria que tê-la, imediatamente, sem o controle necessário para garantir que ele a tocasse, abraçasse e amasse, como ele doía por fazer.
Parecia que toda vez que eles gozavam juntos era com uma fome de fogo que roubava a sua capacidade de levá-la à beira da loucura sensual com apenas um toque seu. O hormônio de acasalamento alimentava um tipo diferente de fome, enredando-os com uma febre, viciante sexualmente, carregando ambos até encontraram impossibilitados de esperar.
Como se sentindo a fome rasgando através dele, a cabeça de Diane virou para o lado para olhar para ele e não para a paisagem que passava.
Lawe teve de cerrar os punhos, seu corpo inteiro tenso com a necessidade de fodê-la enquanto o perfume de suas emoções, finalmente chegou a ele. Ou melhor, o cheiro de sua fome.
Chocou-se contra ele, como se o ato de olhar em seus olhos, vendo sua necessidade queimando lá por ela, abrisse as comportas para ela própria.
E ela doía. Ela necessitava.
Ela o queria como ele a queria, rápido e forte, com um prazer tão incrível que iria queimá-los para o centro e uni-los um ao outro, coração e alma.
Nada importava para Lawe, apenas segurá-la, sentindo-a se enrolar ao redor dele, gritando seu nome, suas afiadas unhas curtas perfurando a carne de suas costas e ombros.
Era isso que importava.
Só mais uma vez. Antes que ele se reunisse com Callan e Jonas, ele precisava dela, só mais uma vez antes que a realidade se intrometesse mais e tentasse roubar seu coração dele.
Se ele ainda o tivesse depois de tudo.
A pergunta era: Será que ele poderia sobreviver sem o coração da mulher que ele desejava? Ou será que ele experimentaria a morte lenta e agonizante de sua própria alma, por causa de sua rejeição a ele?
Ou por causa de sua recusa em aceitá-la?
Diane sempre teve a sensação de que ela estava do lado de fora olhando para dentro. Mesmo antes de seus pais morrerem. Ela tinha sido diferente. Ela era diferente e ela sempre soube disso. Ela nunca se sentiu aceita até que a equipe a tinha permitido na primeira missão. Até que cada último homem tinha votado por ela, não porque seu tio era o comandante, mas porque confiavam nela para proteger suas costas. Eles tinham confiado nela para fazer a parte dela e a deles se necessário.
Ela encontrou seu nicho em um mundo de violência, sangue, e para ela, justiça final. Ela fora aceita, mas ainda havia uma parte dela buscando. A parte dela que olhava ao redor e se perguntava se isso era tudo o que havia.
Até a noite em que ela abriu os olhos para ver Lawe de pé sobre ela. Para vê-lo cortar as cordas dela, senti-lo erguê-la e carregá-la apesar dos protestos de que ela ainda podia andar.
Ela teria caído de cara no chão e ele sabia. Ela sabia. E ele a levara para segurança, ignorando seus protestos.
Mesmo assim, quase inconsciente, atordoada com a dor e com os espancamentos que seus captores tinham lhe infligido, Diane tinha reconhecido o "algo" que ela procurava. Ela percebeu que não era uma coisa, mas alguém. Um sentimento, uma emoção da qual ela tinha se esquivado desde a noite em que Padric havia morrido.
Era amor. Aquele primeiro olhar, o toque dos dedos contra sua face, o cantarolar baixo de sua voz, enquanto prometia a ela que estava segura.
Ela estava esperando por Lawe.
Na segunda vez em que o viu, ela olhou para ele e percebeu o quão impossível tê-lo, poderia ser.
Ele não era apenas poderoso, ele não era apenas perigoso. Ele era o poder supremo do sexo masculino com habilidades de luta avançada. Mas ele não estava disposto a compartilhar seu mundo com ela. Ela viu isso em seus olhos, ouviu em sua voz. Sentiu no aperto do peito e na sensação de ser contida, presa e protegida.
Ele queria que ela esquecesse suas próprias necessidades, sua formação e sua fome de fazer a diferença. Ele queria prendê-la, para que ela sempre soubesse que havia mais para ela e ainda saber que ela não poderia ter e tê-lo também.
Não, ela sempre o teria. O calor do acasalamento garantia que nunca um iria deixar o outro ir completamente. O que ela não poderia ter, era qualquer paz nisso e ainda ser ela mesma. Ela não poderia ser completa.
Ela estaria sempre do lado de fora, olhando para dentro, e ela odiava esse sentimento. Ela iria vê-lo sair para fazer o que ele tinha que fazer. Supervisionar missões, é claro, ou talvez o rumor do qual ela ouvira falar, que Jonas pretendia promovê-lo a diretor-assistente, não fosse apenas um rumor. Seja qual for seu papel particular, ele ainda seria uma parte das missões, ele ainda estaria comandando, dirigindo, lutando por aquilo em que ele acreditava. E ela ainda estaria à margem, desejando que ela estivesse lá. Desejando que ela tivesse pelo menos muito para lembrá-la de que ela não era um dreno de oxigênio. Que ela estava ajudando.
Enquanto o SUV passava por debaixo do toldo largo do hotel, Diane sabia que esta seria sua última missão, se Lawe pudesse providenciar. E não havia dúvida em sua mente de que Lawe iria providenciar.
Enquanto esperava Rule pular na frente e abrir a porta de Lawe, ela podia sentir o protecionismo de repente se fechando em torno dela, ameaçando sufocá-la.
Ela podia sentir o olhar de Lawe enquanto ela deslizava pelo banco ao invés de pular do outro lado como ela teria feito normalmente.
Ela poderia lidar com isso? Ela se perguntava. Será que ela realmente encontraria uma maneira de viver com isso?
Deslizando do veículo, Diane estava ciente de Josiah, se juntando a eles, movendo-se logo atrás dela, enquanto Lawe colocava a mão na base de suas costas e a apressava. Como se ela precisasse ser levada ao invés de liderar a si mesma.
— Onde está Thor? — ela perguntou enquanto eles se moviam através das portas automáticas e em toda a vasta área da recepção para o pequeno lance de escada que levava para o lobby.
— Eu o reuni com Emma e Sharone, — ele disse a ela, à medida que se aproximavam do lobby. — Elas precisavam de estabilidade no momento.
Emma era a irmã de Ashley, e Sharone era o mesmo que uma irmã. Uma companheira de ninhada que fora treinada ao lado de Ashley e Emma na Rússia. Elas eram próximas, e sem dúvida sofriam a dor e o medo de que elas iriam perder a vitalidade, a jovem rindo, de quem elas dependiam tanto para vencer os medos às vezes escuros que assombravam suas vidas.
— Estabilidade? — ela perguntou enquanto eles se dirigiram para os elevadores, se perguntando se talvez uma das meninas populares estava em perigo de ceder à febre selvagem.
Ela sentia-se fechada, como se as paredes estivessem se movendo sobre ela, como se ela estivesse sendo privada de ar, de liberdade, e a única maneira de sobreviver era encontrar uma maneira de combater.
— Elas estão se recuperando do ataque a Ashley. — Sua mão se moveu para o quadril dela, apertando, parecendo puxá-la para mais perto à medida que entravam no elevador. — Elas estão à procura de vingança por Ashley e não há maneira de alcançá-los. Estou esperando que ele possa mantê-las longe de problemas.
— Ele é bom nisso. — Diane concentrada no mostrador digital de números enquanto o elevador subia.
Lembrou-se de um momento em que a vingança havia sido tudo o que ela pensara. Quando Padric fora tirado dela e da equipe, e Thor estivera lá por ela também. Ele a deixara lutar. Ele a deixara assumir a liderança e fizera o certo quando a dor a tinha ultrapassado, e ela viu que não estava sozinha.
— Quanto tempo ele vai ficar com elas? — Lawe o tinha afastado, porque ele havia jurado que não iria permitir que ele restringisse a liberdade dela?
É claro que ele tinha. Ele sabia que, se a situação ficasse crítica, ele teria de lutar contra Thor, e ela nunca o perdoaria por isso.
— Não por muito tempo, — disse a ela. — As meninas vão voltar para a Cidadela, a base Coyote, com a Coya, ela está aqui no momento para supervisionar o progresso de Ashley. Ela está perto de todas as três meninas e se recusa a deixar Ashley enquanto ela estiver no hospital.
Diane assentiu com a cabeça lentamente, ciente de Rule e Josiah olhando para ela e depois para Lawe, suas expressões preocupadas.
O que eles estavam sentindo? Ela se perguntava. Não poderia ser qualquer emoção crescente dela, porque ela fez com que suas emoções permanecessem trancadas tão profundas dentro dela quanto fosse possível.
Mas quanto mais profundamente ela tentava enterrá-las, mais a dor física centrada em seu ventre parecia aumentar. Como um fogo ardente fora de controle e consumindo-a com um calor que não podia evitar.
Felizmente, quando o elevador parou no vigésimo quinto andar e Josiah saiu, a tensão pareceu diminuir. Um segundo depois, um breve aceno e a mão de Lawe estava pressionando contra suas costas, guiando-a com firmeza para fora do elevador, pelo corredor.
Havia guardas-castas postados em todos os quartos, ao longo do corredor largo e elegantemente acarpetado.
Ela viu os guardas pessoais de Callan e Merinus, bem como de Wolfe e Hope, e Del-Rey e Anya. Cada alfa tinha quatro guardas pessoais, enquanto o segundo em comando, chefes de segurança ou outros líderes de alto perfil da casta ou alfas Pack, normalmente só viajavam com dois.
A menos que eles fossem acasalados. Se acasalados, à aquelas castas eram atribuídas nada menos do que quatro Executores de segurança para garantir que não fossem atingidas em retaliação ou sequestradas para pesquisa.
— Aqui é o nosso quarto. — Lawe andou por um conjunto de largas portas duplas, deslizou o cartão-chave através dela, então abriu a porta e se moveu de lado.
Rule e Josiah moveram-se à sua frente e depois Lawe. Passando por cada quarto, a verificação de dispositivos de escuta ou de quaisquer outras ameaças eletrônicas ou digitais.
E Lawe pensava que ele iria mantê-la em pé na porta?
Seus lábios se apertavam enquanto ela decididamente passava por ele e se dirigia para a sala de estar, enquanto Josiah entrava pela porta dupla que levava à área de dormir, e Rule fora na direção oposta para inspecionar a cozinha e a sala de jantar.
Luxuosamente equipada e abrindo para uma varanda blindada com compridas cortinas diáfanas, o carpete macio cinza-pomba afundava sob suas botas enquanto as paredes de cor de creme, decoradas com pinturas sutilmente coloridos, davam um ar relaxante e pacífico para a sala de estar onde Diane entrou.
Ela nada sentiu, apenas paz, apenas calma.
Movendo-se para um lado do bonito vidro e das portas de ferro forjado da varanda, ela com cuidado, e com um sentimento de pesar, fechou o pesado cortinado, escurecendo a sala.
A visão do homem fora do lago, os patos nadando tranquilamente sobre a água e a brisa soprando suavemente tranquila deveria ter sido um pecado cobrir.
Ela poderia ter gostado da brisa soprando em seu rosto, enchendo seus sentidos por um momento. Mas o risco que acompanha a vida das Castas não valia a pena. Porque tudo pode ser soprado ao inferno com uma bala bem colocada.
Era um preço alto demais para a experiência de apreciar o cenário perfeito.
— Informem Callan e Jonas que eu vou notificá-los quando estivermos prontos para ir ao encontro, — ela ouviu Lawe murmurar, quer para Josiah ou Rule, enquanto eles entravam novamente na sala.
— Será feito, — respondeu Rule.
Alguns segundos depois a porta se abriu e fechou de novo, sinalizando a partida deles.
Diane moveu-se para encarar Lawe, apenas para encontrá-lo em suas costas, baixando a cabeça, seus lábios, de repente, na base de seu pescoço enquanto ele empurrava os cabelos dela para trás, sua língua passando sobre a marca de acasalamento deixada lá.
Um tremor de prazer correu por sua espinha. Fechando os olhos, ela sentiu os braços dele envolverem sua cintura, puxando-a para ele enquanto os lábios se moviam ao lado de seu pescoço até a segunda marca que ele deixou sobre ela.
Uma lenta e vagarosa lambida sobre a pequena mordida fez seus joelhos enfraquecerem e um gemido deixar os lábios enquanto frissons de excitação percorriam todas as células do seu corpo.
Diane não pôde ajudar, mas virou a cabeça para trás no ombro dele, erguendo o braço para permitir que a mão dela enrolasse em volta de seu pescoço para segurá-lo no lugar. Os olhos fechados, seu peso inclinando-se para ele enquanto ela entregava-se às sensações primorosas. Porque ela precisava disso, ela precisava dele. Nada mais importava e nenhum outro prazer poderia se comparar a ele.
— Você está partindo meu coração, — ele sussurrou, seus lábios acariciando-a, enviando pequenos foguetes de sensações para atacar suas terminações nervosas enquanto ele falava. — O perfume da sua dor está me matando.
Ela teve que engolir a necessidade de extravasar a raiva que ela estava trabalhando tão duro para esconder.
Ele não poderia ajudar, com os instintos levando-o mais do que ela poderia ajudar as suas próprias necessidades, sua própria fome para ser mais do que apenas uma companheira.
Ela só podia escondê-la dentro de si, arqueando mais para perto dele e deixando o prazer ter o seu caminho, enquanto ela esperava que cobrisse o cheiro de qualquer dor que ela não estivesse escondendo de forma eficaz.
A mão que estava contra a parte de trás da cabeça dele, mergulhou no comprimento espesso do frio cabelo preto. Não eram tão sedosos quanto pareciam. Havia uma sugestão de aspereza à sensação, apenas áspera o suficiente para parecer incomum, para lembrar uma mulher que ela não estava com um homem normal.
Assim como o raspar dos dentes em seu ombro, a sensação de sua língua raspando suavemente contra sua pele era apenas diferente o suficiente, apenas excitante o suficiente para enviar a sensação dura de ondulação através de seu útero e apertar em torno de seu clitóris com prazer erótico.
A respiração acelerava enquanto as mãos deslizavam em volta da cintura dela e tiravam a camisa de seu jeans, Diane mal conteve o gemido que escapou.
As mãos tocaram a carne nua de seu diafragma, achatando contra ele para subir e se curvar em torno dos cheios seios doloridos. As pontas ásperas de seus polegares acariciaram sobre o tecido do sutiã, deslizando sobre as endurecidas pontas sensibilizadas, enviando sensações eróticas a bater em seu ventre.
— Eu preciso de você, — sussurrou Lawe, seus lábios arrastando do pescoço para a orelha, onde ele se preocupou com o lóbulo, primeiro com o movimento de sua língua, então com os dentes. — Deixe-me ter você, amor.
Ele não tinha que pedir. Certamente ele sabia que ela não poderia dizer não. Mesmo que ela quisesse. Mas mesmo sem o calor, Diane sabia que ela não poderia ter se negado a ele.
As mesmas coisas que a deixaram insana onde ele estava atento, eram as coisas que a puxavam para ele. A força e a arrogância, o domínio e a proteção, a honra que era tanto uma parte dele.
Ele era muito mais do que apenas um homem, e ele segurava tanto de seu coração e alma, que ela não estava certa de como sobreviveria ao que ele a fazia sentir ou os sacrifícios que ela sabia que ele queria dela.
Girando em seus braços, Diane esperou pelo beijo de Lawe. O calor dos seus lábios cobrindo os dela, sua língua tremeluzindo contra a dela enquanto o sabor picante de pera doce tentava seus sentidos. A necessidade por aquele gosto, pela adrenalina da excitação que bombeava em seu sistema, fez seus lábios se abrirem, sua língua esperar, batendo contra os dela enquanto os lábios se fechavam em torno. Aconchegando sob sua língua, a dela esfregando e acariciando, os lábios se apertando, atraindo o gosto rico do hormônio das glândulas inchadas, enquanto ela gemia com a força do prazer enchendo-a.
A contradição entre o homem e o gosto do hormônio do acasalamento nunca deixou de surpreendê-la. Ele era um dos mais sombrios, um dos mais fortes Castas que ela conhecia. No entanto, o gosto de seu beijo de acasalamento era doce com um toque de especiarias. Um gosto de peras de verão, mas com uma pitada do poço de sensualidade ele possuía, que mantinha escondido do mundo.
Enrolando seus braços em volta do pescoço dele, espetou os dedos em seus cabelos para mantê-lo junto dela, enquanto ela se arqueava mais, Diane permitiu que as emoções que ela mantinha em controle tão restrito corressem através de seus sentidos.
Não havia necessidade de lutar agora. Não havia necessidade de se esconder dele, não precisava se preocupar que a vulnerabilidade inerente à essas emoções, pudesse ser usada contra ela. Porque Lawe estava ali com ela. Perdido para a fome que deflagrou através deles, perdido para as emoções que o calor do acasalamento não lhes permitiria lutar.
A sensação de sua ereção sob a calça, pressionando na parte inferior do estômago dela era um lembrete aquecido do prazer a vir. Suas mãos, puxando a camisa dela para cima, retirando-a enquanto ele parava o beijo apenas o tempo suficiente para jogá-la, era uma tentação sensual.
Abaixando as mãos para afastar o leve casaco negro que ele usava, Diane puxou a camisa sem mangas preta, arrastando-a até seu peito e empurrando-a mais, enquanto ela separava os lábios dos dele.
— Tire isso, — ela ordenou, ofegante enquanto a necessidade de tê-lo a rasgava, correndo como um grande incêndio fora de controle, deixando-a indefesa contra ele. — Agora... Tire agora, Lawe.
Ele rasgou-a.
O largo, extenso bronze dourado da sua carne, chamou seus dedos, sua carne doendo para tocá-lo, para sentir a sensação dos invisíveis cabelos de seda que a cobriam, acariciando as palmas de suas mãos com uma sensação exuberante, erótica.
— Tire aquelas botas malditas, — rosnou Lawe enquanto ele a puxava de volta, depois se abaixou na cadeira, confortável e ampla ao lado para puxar as suas.
Ela tirou as dela primeiro. Então os jeans. Empurrando-os sobre seus quadris e coxas e chutando para o lado antes que ele se erguesse, as calças apenas insinuando a ereção pesada que cobria.
Enquanto ele empurrava as dele para baixo, ela estava lá, mas não para ajudá-lo a se despir. Seus dedos se enroscaram em torno do talo grosso de carne, acariciando a base. Lawe de repente ficou rígido, esticando seu corpo enquanto ele dava um grunhido áspero.
Diane olhou para ele. Sua expressão era firme, seus olhos azuis como uma chama viva em seu rosto bronzeado enquanto ele olhava para ela, sua mandíbula flexionando, apertando com o esforço óbvio para conter a necessidade de afirmar seu controle sobre a batalha sensual.
Segurando seu pênis com os dedos de uma mão, ergueu a outra, as pontas dos dedos arrastando no peito, a carne escura ondulando enquanto os músculos abaixo tencionavam. A carne dura pulsava em seu aperto. Com cada pulsar duro de sangue através do eixo pesado que parecia aumentar ainda mais enquanto a boca dela salivava para provar a força primal que ela segurava.
Um rosnado, duro e áspero escapou da garganta dele enquanto Diane se dobrava, baixando a cabeça, seus lábios se abrindo para permitir que sua língua passasse sobre a crista ingurgitada, para saborear a carne úmida, o salgado gosto masculino de seu pre sêmen antes de sugá-lo lentamente em sua boca.
Com os dedos acariciando o eixo espesso, Diane apertava sua boca em torno da cabeça do pênis e chupava-o com lento saborear.
Veias pesadas latejavam sob os dedos dela quando ele finalmente conseguiu tirar as calças de suas pernas. Seus dedos enterraram nos cabelos dela, apertando os cachos e enviando alfinetadas de prazer correndo em todo seu couro cabeludo enquanto ele puxava suas mechas. Seu prazer no toque dela era óbvio. Todos os músculos do seu corpo estavam tensos, esticados enquanto aqueles em suas coxas musculosas flexionavam poderosamente, sacudindo os quadris e enterrando a carne ingurgitada mais profundamente entre os lábios dela.
— Você me deixa fraco. — Ele gemeu. — Diane, querida...
Ele rosnou novamente enquanto ela enfiava a língua por baixo da cabeça e esfregava a carne suave ali, sentindo o pulso e o palpitar de emoção por baixo.
Sugando novamente, a cabeça voltou, abaixando sobre ele, tomando-o enquanto ele se movia em estocadas rasas contra seus lábios, transando com ela num ritmo lento e aquecido que apertou a respiração no peito dela.
Ela o queria. Queria senti-lo cobrindo-a como tinha feito antes, tomando-a, seus dentes na parte de trás do pescoço enquanto a segurava no lugar. Queria senti-lo perder-se com ela, dentro dela, bombeando dentro dela, tão perverso, pulsando e enviando chamas de sensação a entrar em erupção através de seu clitóris, sua boceta, reduzindo-a a uma massa de puro prazer.
Ela nunca imaginou que ela poderia ganhar tal prazer do ato. Que sem o estímulo de tê-lo tocando seu corpo, ela pudesse queimar tão intensamente por ele.
Ela não estava culpando o fogo do acasalamento por tudo, embora soubesse que desempenhava um papel. Ela culpava o homem.
Era tudo culpa de Lawe que o puxão de suas mãos em seu cabelo, enviava um pulso de sensação apertando em torno de seu clitóris cada vez que ele apertava os dedos. Que a aspereza de suas unhas contra seu couro cabeludo tencionasse seu útero com uma onda de prazer.
Ela o queria. Com um poder que ela não sabia que uma mulher podia sentir, ela o queria como ela nunca quis nada em sua vida. Como ela nunca soube que ela poderia querer um homem. Ou uma Casta.
Ela tentou chupá-lo mais profundamente, tomar tanto dele quanto podia. Dar-lhe tanto prazer quanto possível antes que eles perdessem o controle.
E a perda de controle estava vindo.
Ela podia sentir isso na maneira como seus dedos estavam massageando seu couro cabeludo, puxando seus cabelos. Cada turbilhão de sua língua ao redor da cabeça do pênis dele o fazia latejar mais duro, parecendo engrossar ainda mais em sua boca. E cada sensação a fazia sentir as chamas queimando mais em seu próprio corpo.
Seus sucos escorriam pelas dobras inchadas de seu sexo, aquecendo e umedecendo seu clitóris enquanto ela apertava as coxas, desesperada agora pela fricção contra o feixe de nervos, para provocar o lançamento pelo qual ela estava almejando.
A necessidade apertava sua vagina, as sensações, a fome crescendo para tocar lá, pelo alongar ardente de sua penetração, acelerando a sua necessidade, até que ela gemia com cada estocada rasa de seu pênis passando por seus lábios.
Com uma mão em volta da carne espessa, a outra se moveu entre as coxas, acariciou as inchadas dobras molhadas e encontrou o broto latejante entre elas.
— Já chega.
Antes que ela pudesse detê-lo, Lawe se afastou, forçando-a a liberar seu pênis enquanto ele a puxava para cima, cobrindo os lábios dela novamente.
O beijo selvagem, sua língua bombeando na boca dela antes de recuar, inclinando seus lábios nos dela enquanto ele a beijava com insistente fome. Sua mão apertou os quadris dela, em seguida, deslizou ao redor, para baixo, agarrou suas nádegas e ergueu-a para ele.
Diane agarrou seus ombros com os dedos desesperados enquanto ela tentava levantar-se mais, ficando nas pontas dos pés, a necessidade de tê-lo dentro dela queimando através de suas terminações nervosas. Cada célula do seu corpo doía pelo toque, para sentir suas mãos acariciando sobre sua carne, seu corpo acariciando contra ela, acariciando seu pênis dentro dela. A sensação dos cabelos sedosos que cobriam seu corpo se esfregando contra ela. Ela doía para ter a força de seus braços em torno dela.
Ela ansiava por ele.
— Deus, Diane, — ele sussurrou enquanto seus lábios se moviam por cima do ombro dela, os dentes percorrendo com intenção sensual, antes que ele tomasse outro aquecido mordiscar.
Sensações rasgavam nas terminações nervosas dela, o prazer crescente dentro de sua barriga enquanto ela se arqueava contra ele. Flexionando o joelho, ela tocou-o na coxa enquanto ela ficava ponta dos pés. As dobras escorregadias de sua vagina esfregando contra a base do pênis, se separaram e expuseram o broto inchado de seu clitóris à lança quente.
— Sua vagina é tão gostosa. Tão molhada e escorregadia. — Ele gemia, as palavras explícitas crepitando em todas as suas terminações nervosas enquanto ela o sentia curvar-se apenas o suficiente para que a cabeça do pênis tocasse mais de seu clitóris.
Um tremor percorreu ao longo de sua espinha. Suas unhas encravaram-se na carne do ombro dele enquanto de repente, seus lábios estavam nos dela novamente, sua língua contra a dela. Antes que ela pudesse capturar seu beijo, capturar a carícia atormentando seus lábios, Lawe recuou. Sua língua acariciou seu pescoço para baixo seguindo um caminho de prazer escaldante em seu ombro novamente.
Um estreitamento na curva, seus dentes deslizando sobre a pele dela fizeram um grito escapar de seus lábios.
— Venha cá. Eu não posso esperar, Di. Ah inferno. Venha aqui, querida. Foda-me. Foda-me, Diane, — ele rosnou enquanto se movia, se movia até que ele se acomodou na cadeira mais uma vez.
Agarrando sua coxa com uma mão, ele a levantou, puxando-a sobre sua coxa enquanto Diane montava nele, a outra segurava a base do pênis enquanto seus quadris se moviam e ele a puxava para ele.
— Me tome. — Ele gemia enquanto ela montava seus quadris, abaixando-se e sentindo a cabeça larga e dura do pênis dele enquanto separava as dobras inchadas de sua boceta e começava a pressionar dentro dela.
Um arrepio correu através de sua espinha.
— Muito devagar. — Ela gemeu. Ela queria mais, queria tudo dele, e ela queria agora.
As mãos dele apertaram na cintura dela enquanto ele empurrava para cima, penetrando o suficiente, esticando o suficiente para que a cabeça dela inclinasse para trás, um grito desesperado saindo de seus lábios.
Lawe aproveitou rápido o arqueamento do corpo dela. Inclinando-se para frente apenas o suficiente para passar a língua áspera sobre a ponta do seio, lambendo e banhando-a enquanto ela se torcia contra ele, forçando-o mais fundo dentro dela.
As mãos dele a acariciavam, dos quadris para as costas, puxando-a para mais perto, os lábios ao redor de seu mamilo, puxando-o em sua boca e rodeando-o com sucção, apertada e quente. Enquanto sua língua chicoteava a ponta tenra e mais sensibilizada, seus quadris se erguiam, enterrando-se ao máximo dentro dela, enquanto ela gritava pelo prazer flamejante percorrendo através dela.
Suas mãos fecharam-se no traseiro dela enquanto ele começava a movê-la, suas mãos erguendo-a, em seguida, puxando-a para baixo, seus quadris subindo, empalando-a com força e profundamente enquanto garras de sensação aguda ofuscavam seus sentidos.
Seu pênis esticava, pulsava dentro dela, empurrando-a mais perto desse abismo de puro êxtase que ela podia sentir começando a se construir em torno dela.
Outro duro rosnado do fundo da garganta soou da garganta dele enquanto sentia a boceta apertando a carne pesada invadindo-a, desesperada para segurá-lo dentro dela, para sentir a carícia palpitante mais profundamente dentro dela.
Calor se formava em volta dela, se formava dentro dela.
Levantando-se e levantando-a, com as mãos agarrando a bunda dela, movendo-se no ritmo com ele, Diane sentiu a fome crescer. O aperto esticando seu pênis, se movendo dentro dela, empurrando a necessidade mais profunda, mais quente. Com cada impulso através do tecido sensibilizado por seu toque, pelo calor, pela excitação com uma fome que ela sabia que não poderia viver sem, agora.
Ela estava perto, tão perto, quando ele se moveu. Erguendo-a com ele, apesar de seu súbito grito de protesto, ele a virou, empurrou-a de joelhos na cadeira e, em seguida, moveu-se para trás dela.
Entre uma respiração e outra, ele a tinha onde ela tinha fome de estar. Cobrindo-a, empurrando seu pau dentro dela enquanto vinha sobre ela, seus lábios deixando beijos ardentes em seu pescoço enquanto ele começava a fodê-la com carícias dirigidas.
O tapa na carne úmida, a sensação dele se movendo dentro dela, esticando-a, empurrando fortemente nas garras do aperto de sua boceta, fez as unhas dela cavarem no estofamento da cadeira enquanto ela gritava de felicidade crescente.
Ela não conseguia segurar os sons, ela não conseguia conter a perda de controle. A capacidade de conter-se, de controlar as sensações que a perfuravam, que lhe pediam para entregar-se a ele, todos dela para ele, haviam ido embora.
Não era o calor do acasalamento. Não era apenas o prazer. Não era o medo de perda sua independência ou o medo de perder a si mesma. Era o homem. A Casta. Era o prazer que ela sabia, instintivamente, estava chegando amplificado pela insistência que ele construiu. Que ele forçava mais profundamente dentro da fogueira, que ele roçava os cabelos para trás do pescoço, lambia sobre a ferida muito sensível, então inclinava a cabeça, seus caninos perfurando mais uma vez.
Diane entrou em erupção de uma liberação tão cega, tão ardente que ela perdeu a respiração. Ela não podia gritar. Ela não podia gritar o nome dele. Ela só conseguia se segurar enquanto o êxtase explodia mais e mais enquanto ela sentia a farpa crescer, a sentia vibrar dentro dela, empurrando sobre outra ponta flamejante de sensação que apenas ampliava a liberação.
Ela era uma criatura de pura sensação sensual.
Ela se perdeu nele. Se perdeu em um sentimento que os trancou, juntamente com mais firmeza do que a farpa a prendê-los juntos. Segurou-a mais apertada nele do que qualquer vínculo, seja natural ou feito pelo homem, jamais poderia.
Apertando, derramando a sua libertação para ele, sua vagina ondulou em torno da penetração de seu pênis e da felicidade travada da farpa. As sensações, a liberação que parecia nunca acabar, então o aperto, prazer-dor da contratação de seu útero enquanto a vagina ordenhava a carne presa dentro dela, foram esmagadoras.
Lentamente se acalmou, bem devagar, devolvia-lhe a respiração, Diane encontrou-se caída sobre as costas da cadeira, lutando para respirar, cada entrada de ar dura e ruidosa. Lawe estremecia atrás dela, seu rosto contra o ombro dela, sua respiração difícil, com as mãos amassando seus quadris enquanto sentia o pênis ainda pulsando dentro dela, embora sem a força de ferro-duro que possuía anteriormente.
Ela estava exausta, sonolenta, saciada.
Mole, os olhos fechados, ela queria ficar lá até que o mundo se endireitasse, até que não houvesse necessidade de proteção, nenhum perigo para assombrá-los. Ela queria se esconder para sempre, aqui, assim, trancada em seu abraço, estremecendo com sensações muito grandes para lutar, e muito aquecidas para discutir.
Ela queria ignorar o mundo exterior, ignorar os problemas que ela sabia que iriam aumentar entre eles novamente, e ela queria ignorar sua incapacidade de se contentar com o que ela deveria ter e não o que ela sabia se poderia viver sem.
— Eu te amo, Diane, — ele sussurrou por trás dela, fazendo sua respiração parar ainda que, por preciosos segundos ,com a declaração. — Se houve alguma coisa, ou alguém, que eu já amei na minha vida, então é você. A tal ponto que se algo acontecesse com você, então eu deixaria de existir ao seu lado.
Lágrimas encheram os olhos dela.
Ela não queria ouvir isso.
Ela não queria enfrentar isso. Ainda não, não, até que ela pudesse controlar suas próprias emoções, que pudesse controlar as decisões que ela sabia que teria de tomar.
— E eu sei que você me ama. — Ele beijou seu ombro suavemente. — Eu posso sentir esse amor, eu posso cheirá-lo quando você se esquece de prestar atenção a suas emoções, para escondê-las de mim. Assim como eu posso sentir sua dor e sua indecisão. — Outro beijo na base do pescoço, uma gentil lambida sobre a tenra ferida que tinha infligido. — Se eu pudesse dar o que você precisa para sobreviver, então eu daria, num piscar de olhos, — ele sussurrou, seu tom aprofundando, tornando-se mais áspero com pesar. — Se eu pudesse fazer uma coisa para você, e ainda viver com o medo, então, Deus é minha testemunha, eu o faria.
Mas ele não podia.
A mensagem estava lá, e Diane ouviu alto e claro.
— Se eu pensasse que eu poderia sobreviver sem ele, então eu iria, — disse ela, mantendo sua própria voz suave enquanto sua respiração engatava em um soluço. — Se eu pudesse, Lawe, eu faria, só para você. — E a primeira lágrima caiu de seus olhos. — Porque eu te amo tanto que isso parte meu coração. Você parte meu coração... diariamente.
Os olhos se fecharam enquanto ela lutava para conter mais lágrimas, sentindo-o retirar-se dela, essa ligação quebrada enquanto seu pênis deslizava através do tecido tenro, em seguida, escorregando dela inteiramente.
Enquanto ele a ajudava a se erguer, Diane deu um passo atrás, sabendo o que ele teria feito, e sabendo que não poderia suportar. Sua mão se levantou num gesto instintivo, estendeu a palma, em uma negação em silêncio.
Ela não podia suportar se ele fizesse o que ele tinha feito antes. Limpá-la tão gentilmente, e com tal prazer óbvio, era algo que para ela que se tornou mais difícil a cada vez que lutava contra a sua necessidade de protegê-la.
— Vou tomar banho. — Sua voz estava áspera das lágrimas, dos gritos que haviam sido arrancadas dela enquanto o prazer explodia ao seu redor. — Eu preciso pensar.
— O que há para se pensar? — ele olhou para ela, sua expressão sombria e proibitiva enquanto ele a observava. — Não podemos negar o que temos, Diane. O calor do acasalamento não vai permitir isso.
Ela deu-lhe um duro aceno de cabeça.
— Mais tarde Lawe. Vamos lutar sobre isso mais tarde. Depois que descobrimos o que viemos procurar, depois que Gideon for neutralizado. Dê-me ao menos, isso.
— E se eu não puder? — A questão foi expressa duramente, como se as palavras fossem arrancadas da própria alma da criatura que vivia dentro dele. — Se eu não puder deixar você fazer isso, Diane, então o que?
Ela se sentia atormentada, torturada. Como se a dor que vivia dentro de sua alma estivesse revolvendo-a com garras serrilhadas.
O que ela faria se ele não lhe permitisse concluir isso? Se ele não ficasse ao seu lado ao invés de na frente dela e a deixasse encontrar os três indivíduos que já foram injetados com o mesmo, ou muito semelhante soro, que fora injetado na sua sobrinha? Se ela não aprendesse com eles o que aconteceu com aqueles que tinham morrido pelas injeções e os fatos que cercaram essas mortes?
Ela poderia viver com o fracasso?
— Se você me ama, — ela sussurrou dolorosamente. — Se você realmente me ama como você diz, Lawe, então você vai ficar ao meu lado. — As lágrimas que com ais quais ela lutou tanto, não estava mais perto de ganhar a guerra enquanto outra corria por sua face. — Porque você sabe que não será capaz de suportá-lo de outra maneira
Ele poderia também trancá-la em uma gaiola, pensou ela, enquanto ela se movia rapidamente para o banheiro e o chuveiro que ela tanto precisava. Ela precisava da pior fuga, no entanto. Os poucos momentos preciosos que ela poderia roubar para pensar, pesar suas opções e considerar o futuro. Porque o tempo estava chegando, quando ela não seria capaz de correr por mais tempo. O tempo estava chegando, quando ela não seria capaz de esconder mais.
O tempo estava chegando quando uma decisão teria que ser tomada.
Gideon olhou para a parede em frente a ele, uma carranca no rosto enquanto ouvia Diane quase implorar para seu companheiro acreditar nela.
Lawe Justice era um inferno de um soldado da casta, assim como seu irmão, Rule Breaker. Gideon não pensava muito sobre a escolha de nomes, mas parecia que lhes convinha.
Isso, isso o incomodava, no entanto.
Não que ele devesse cuidar de qualquer maneira. Inferno, quanto mais conflituoso os dois fossem, mais fácil seria mantê-los distraídos e aprender mais sobre eles.
O fato de que eles tinham perdido o novo bug eletrônico era agradável também. Manter-se à frente dos seus pequenos detectores de bug foi ficando mais difícil a cada dia. Este não era tão forte quanto os outros, e ele perderia muito de qualquer conversa. Ruído leve, que as castas quase sempre utilizavam quando se discutem missões, seria completamente incapacitante. Mas a informação como esta era muito útil também.
Lawe e Diane não estavam em seu pico de habilidades de luta por causa do calor do acasalamento. O que iria torná-los mais fracos, mais lentos. E eles eram os líderes, os comandantes. Com alguma sorte, os outros não sentiriam a necessidade de trabalhar sobre ou em torno dos dois. Confiavam neles. E Gideon estava confiando que eles permaneceriam imersos um no outro enquanto ele encontrava Fawn.
Os grandes olhos dela se escureceram, tão cheios de lágrimas.
— Dê-lhe o meu sangue, — ela soluçava para Judd. — Você não vai deixá-lo morrer! — ela gritou para o casta enquanto o frio do ar da noite filtrava nos ossos de Gideon. — Não se atreva, ou eu juro, eu juro que vou fazer você pagar.
E Gideon estava morrendo. Ele queria morrer. Deus sabia que teria sido um alívio, deslizar sobre a borda do nada e encontrar o descanso eterno.
Ela negou a morte para ele. Ela pedira e ela tinha ordenado, até Judd ter encontrado um kit médico no veículo de transporte. Como o destino atuava, havia um kit de transfusão também, e ela deu-lhe seu sangue.
Haviam-no salvado, e ele não queria ser salvo. Ele estava muito fraco para detê-los, fraco demais para fazer qualquer coisa, menos olhar para ela com ódio.
Ele sabia que, ao salvá-lo, ela tinha apenas estendido seu horror. Ele estava certo.
Ele tentou esquecê-la. Ele lutou para tirar a memória de sua cabeça. Então, uma década depois, ele foi forçado a permitir a sua recaptura para entrar no laboratório, mais uma vez para destruir os registros mantidos de Judd, Fawn e Honor. Para garantir que nenhuma combinação de DNA pudesse ser encontrada quando ele compreendeu que os Laboratórios Brandenmore estavam mais uma vez à procura deles.
A suspeita de que Judd e Fawn não estavam mortos revivia a cada poucos anos, mas desta vez, o General Horace Roberts, desesperado para encontrar sua única filha, estendeu a busca até Honor ser encontrada. Procuraram até que foi provado que os outros haviam morrido. Ele estava certo de sua filha nunca teria fugido sem ajuda, e os únicos amigos que tinha conhecido havia sido Judd, Gideon e Fawn. Gideon planejara isso perfeitamente. Ele estava certo de que ele teria pelo menos algumas semanas antes dos testes começarem novamente.
Então, eles tinham testado o seu sangue. Ele tinha sido imediatamente contido, o paralisante bombeado para o corpo, e então, eles o mataram eles mesmos. Lá na maca da autópsia, enquanto ele gritava e implorava, eles o abriram para investigar as alterações encontradas em seu sangue. A força adicional que ele adquiriu ao longo dos anos fora estranha o suficiente, mesmo para ele. Mas depois que ele morreu na mesa debaixo de seus bisturis, depois que eles fizeram a transfusão novamente, usando o sangue que haviam tirado dela anos antes, as mudanças se multiplicaram.
Não que eles houvessem encontrado respostas após o cortarem. Não havia nada lá. Nenhuma razão para as anomalias aparecendo em seu corpo até que ele houvera começado a experimentar breves episódios de desenvolvimento de febre selvagem.
O pensamento da morte fora apagado. A dor que arranhava em seu interior não significava que ele não poderia extrair vingança, no entanto. Isso era algo que ele nunca quis. Ele não queria viver, desenvolver uma febre assim, fez o animal agonizante dentro dele ser forçado a ficar livre para puxá-lo de volta da beira da loucura.
Como o homem amontoado em silêncio abençoado dentro de seu corpo, o animal tinha se enfurecido e gritou, tinha as garras nas paredes e rosnou para os guardas. Olhou para os cientistas, lembrou a menina, o sangue que os cientistas usaram enquanto eles riam dele e ele havia jurado vingança.
O sangue dela o destruíra. E ela fora embora. Ele não foi capaz de encontrá-la em dez anos, e em várias vezes, ele realmente procurou por ela e Judd, em seguida, por Honor, uma vez que ele havia descoberto seu desaparecimento.
Foi como se tivessem simplesmente deixado de existir.
Quando ele voltou para o deserto, onde ele fora deixado na noite em que havia acordado depois da transfusão pela primeira vez, não havia sinal deles. Ele tinha memórias breves da instalação de assassinato. Um edifício de metal pequeno, um cofre de cremação e os corpos ensanguentados que ele jogara dentro dele. Havia flashes de imagens de guardas, olhares de horror em suas faces, o sabor do sangue substituindo seus sentidos.
O animal tinha se enfurecido dentro dele, por quanto tempo, Gideon nunca esteve certo.
Quando ele finalmente voltou a si mesmo e fez o seu caminho de volta à cena de sua fuga, foi para encontrá-lo vazio. O veículo destruído, os dois guardas, Judd e Fawn.
Foi somente mais tarde que ele tinha começado a suspeitar da mentira disso. Só mais tarde o animal dentro dele havia começado a sonhar com os olhos escuros no rosto de um adulto. Mas as feições daquele rosto ele nunca viu em sonhos do animal.
Ela pagaria pela demanda em que ele vivia. Pelo o que as mudanças de seu sangue fizera com ele, havia roubado o tempo que precisava para garantir que ela nunca fosse encontrada. Ela pagaria a agonia adicional. E quando ele terminasse com ela, talvez, apenas talvez, ele iria colocá-los ambos para fora de sua miséria.
Amber estava mudando.
Diane estava ao lado de sua irmã no final do berço e olhava para a criança dormindo. Em apenas alguns breves dias, mesmo ela podia ver as alterações. Minúsculas, tão pequenas, para a idade dela.
Seu cabelo castanho-escuro estava mais longo, caindo em cachos no pescoço pequeno. Seus cílios sempre foram longos, roçando as bochechas rosadas. Os lábios macios do bebê estavam entreabertos enquanto ela estava deitada de costas, sua respiração lenta e fácil.
Ela parecia a imagem perfeita. Um bebê, inocente em seu sono, sonhando os sonhos brilhantes e felizes que os bebês tinham. Mas havia mudanças.
Seu rosto estava mais fino, as feições alteradas de forma quase imperceptível e parecendo quase felino. Seu cabelo estava mais claro, com suaves listras pretas e avermelhadas mostrando-se em meio ao marrom dourado.
Havia a menor ponta de uma orelha pequena e de vez em quando um ronronar muito distinto.
— Ela está com febre, — Rachel sussurrou, sua voz rouca de lágrimas. — Ela teve febre nos últimos dois dias. Por duas vezes nos preocupou, passou dos 37,7º Celsius, e Dr. Morrey tentou de tudo para derrubá-la. Nada funcionava. Em seguida, só vai embora por conta própria.
— Ela deveria estar aqui? — Diane não queria nada mais do que estender a mão e pegar sua sobrinha no colo, abraçá-la, abraçá-la apertado e afastá-la do que a atormentava, do que a estava machucando novamente.
— Dr. Morrey está na sala ao lado — respondeu ela. — Com Callan e Merinus viajando aqui também, eles decidiram que era melhor trazer Amber. Dessa forma, ela estará conosco, se necessário.
Outro pequeno ronronar deixou o bebê, enquanto uma pequena careta franzia a testa antes de relaxar.
Lawe estava atrás de Diane, a mão apoiada contra seu quadril enquanto ele também olhava o bebê. Ela podia sentir a sua preocupação. Assim como ela podia sentir a de Jonas, enquanto ele estava atrás de sua irmã.
— Ela é saudável, — Jonas sussurrou. — Ely mantém um controle diário sobre ela. Ela não está sofrendo.
Mas isso era pouco reconfortante hoje, quando amanhã tudo poderia mudar.
— Você recebeu o meu relatório dos médicos na Argentina? — Diane olhou para o diretor.
Ele deu um aceno duro de cabeça.
— Os principais cientistas que trabalharam com as meninas foram mortos por Gideon, entretanto.
— Antes que eu pudesse chegar até eles, — ela concordou. — Eu só tinha os seus assistentes com quem eu pude falar.
A informação que lhes deram a amedrontou. As meninas tinham sobrevivido, obviamente, mas os assistentes não tinha entendido como, nem porquê. Porque os estágios de dor agonizante e os ajustes consequentes do soro, fizeram as crianças implorarem por morte mais frequentemente do que o usual.
Sua irmã tinha visto esses relatórios?
— Ela é tão pequena, — Rachel sussurrou. — Ela não está crescendo adequadamente, mesmo Ely admite isso. Se ela passar por uma das etapas que as meninas passaram...
Fawn Corrigan e Honor Roberts eram mais velhas. Elas não eram recém-nascidas quando os experimentos haviam começado, nem tinham sido crianças saudáveis.
— Ely vai estar lá por ela, — Diane prometeu. — E nós vamos encontrar as meninas, Rachel. Eu prometo a você, nós vamos. Eles terão as respostas de que precisamos.
Ela orou para eles terem as respostas necessárias, se nada mais, a memória do que os cientistas tinham feito. A mãe de Honor Roberts relatou que sua filha possuía uma memória fotográfica. Não havia nada que ela ouvia ou via, a partir desse momento que ela esquecesse. Lembrava-se de tudo, em detalhes ofuscantes.
Esses detalhes foram o que tinha convencido a mãe a ajudá-la a fugir. Quando os cientistas chegaram até o General Roberts para solicitar que ele devolvesse sua filha para os laboratórios, ela sabia que não tinha outra escolha. Porque o marido acreditava que sua filha havia sido infectada de alguma forma com a genética da Casta. Genética que ele queria fora dela.
— Ela não está sentindo dor neste momento, Rachel, — Jonas sussurrou em seu ouvido. — Até agora, ela esteve relativamente livre de qualquer coisa, menos da nossa preocupação. Vamos orar que continue assim.
Diane olhou para o diretor. Ele nunca deveria ter mostrado a Rachel esses relatórios, mas de alguma forma ela sabia que ele o faria. Rachel não fora criada como Diane fora, em meio ao sangue e ao horror que o mundo poderia gerar. Diane e seu tio tinha feito todo o possível para protegê-la, para assegurar que a vida dela fosse mais estável, fosse mais segura.
Diane era mais velha, e ela quis seguir o tio em sua carreira escolhida. Na noite em que os pais delas morreram, foi Diane quem usara alguns truques que seu tio e seus pais tinham ensinado a ela para salvar a si mesma e a irmã.
Apenas neste caso, sempre assegurou a ela. Ela nunca havia suspeitado que suas viagens pudessem levar o risco de suas mortes, bem como dela e de Rachel. Ela nunca imaginou que seus segredos, o resgate de certas castas e a ajuda ao transportá-los para uma base escondida na África, pudessem retornar para destruir a vida que viviam.
Rachel não fora preparada para a vida em que ela havia sido jogada.
Diane tinha percebido, e então entendido, que ela prosperou dentro dele.
— Vamos lá, querida. — Jonas beijou o topo de cabelo ruivo de sua companheira. — Vamos deixá-la descansar. Podemos falar na sala de estar.
Eles saíram em silêncio do quarto.
— Este é o primeiro dia em que ela cochila nas últimas semanas, — disse Rachel, enquanto Jonas fechava as portas com cuidado atrás deles.
A irmã dela estava começando a parecer exausta. Exausta e preocupada demais.
— Nós também conseguimos secretamente sequestrar uma das pesquisadoras envolvidas no teste nos laboratórios de Brandenmore, Jenny Austin-Carrew, — Callan Lyons, alfa do Prides Felino, afirmou enquanto ele se levantava da pequena mesa, quando eles entraram na sala. — Ela era uma assistente de pesquisa de nível superior, e nós estamos esperando que ela realmente tenha trabalhado extensivamente com os cientistas chefes.
— Você já a interrogou? — Diane perguntou.
Ele deu uma sacudida de cabeça enquanto sua esposa, Merinus, movia-se para seu lado.
— Ashley foi ferida antes que Jonas pudesse começar a questionar quanto a seu trabalho. Viemos direto para cá com as irmãs, Dacey e Marcy. Elas ainda estavam no Santuário.
As irmãs de Ashley. As irmãs Truing eram irmãs verdadeiras. Sharone Bryce não tinha sido concebida pela mesma mãe ou pelo mesmo esperma geneticamente alterado, que fora usado para fertilizar a cada vez que ela tinha concebido.
Eram todas companheiras de ninhada porém, criadas no mesmo laboratório e supervisionadas pelos mesmos cientistas.
Não havia registros a respeito de como o esperma tinha sido alterado ou quem tinha sido o principal doador. As cinco meninas, Emma, Ashley, e as gêmeas Dacey e Marcy, não se pareciam em nada, no entanto. Elas poderiam ter nascido de genética completamente diferente, em vez do mesmo doador com o mesmo perfil genético animal.
— As gêmeas estão no hospital com ela, — afirmou Merinus. — Sharone e Emma estão... caçando. — a pausa de Merinus fez Diane atirar a Lawe um olhar duro.
— O que ou quem elas estão caçando? — ela perguntou.
— Eles estão com Thor em busca de quaisquer sinais de que a equipe Coyote que subornou Holden Mayhew, para sequestrar a companheira de Malachi não tinha amigos como apoio, — Lawe disse a ela suavemente. — Eles estão questionando alguns dos Mayhew e a equipe entrou em contato para construir um perfil dos seus movimentos também.
Elas estavam sendo mantidas ocupadas e longe de problemas.
Diane passou os dedos pelo cabelo, em seguida, enfiou as mãos nos bolsos da calça jeans e olhou para os outros antes de perguntar:
— Temos alguma informação sobre o paradeiro das meninas ou do Bengala Judd? — Ela odiava o fato de que parte desta missão tinha sido tirada dela.
— Até agora, tudo o que temos é a suspeita de que Terran Martinez os trouxe para sua fazenda. Poucas horas depois, eles foram apanhados por um grupo de guerreiros usando pintura de guerra e desapareceram, — Jonas disse a ela.
— De onde você tirou essa informação? — Diane perguntou-lhe: o seu olhar se estreitando de surpresa.
— Uma chamada anônima que não fomos capazes de rastrear. — Sua mandíbula se apertou com raiva. — Terran não confirma ou nega o relatório. Ele diz que se essas pessoas vieram para a cidade à procura de segurança, então eles estavam agora em segurança, e nem ele nem qualquer pessoa envolvida no momento saberia onde eles estavam, com quem eles estavam ou qualquer um que pudesse dar-lhes essa informação.
Diane acenou com a cabeça lentamente.
— Quando o primeiro Navajo entendeu quem eram as crianças que haviam sido resgatadas, cuja genética acompanhava alguns dos seus desaparecidos, eles criaram um grupo cujo trabalho era assegurar a proteção e ocultar a identidade dessas crianças. Eu não fui capaz de encontrar até mesmo uma sugestão de quem poderia mesmo adivinhar quem alguns deles são, mas a esposa acasalada com Braden Arness, Megan, e sua família, confirmaram as histórias deles.
O Casta Leão Braden havia se acasalado com uma psíquica Navajo do Novo México, com laços estreitos com Window Rock. A Casta da classe assassina agora trabalhava com sua esposa quando seu conjunto de habilidades, ou os seus dons de investigação eram necessários.
— Nós já informamos o chefe, assim como seu pai, o curandeiro, e Terran, que é atualmente o chefe representante legal Navajo, da situação envolvendo Amber. Sua recusa em dar-nos a identidade, pelo menos, das duas meninas e permitir-nos informá-los sobre a sua estadia nos laboratórios, será visto como um ato de hostilidade contra as castas. Como tal, a Nação Navajo não será mais considerada um santuário para o nosso povo, e eles vão ser expulsos com toda a pressa.
Diane suspirou enquanto ela olhava para a expressão proibitiva de Callan.
Esta era simplesmente a forma errada de agir.
Enviando um olhar acusador em direção a Lawe, ela cerrou os dentes de raiva com o fato de que Jonas houvesse decidido que não era prudente esperar por sua chegada e permitir que Diane fizesse o que ela sabia fazer de melhor. Encontrar as pessoas que ela estava procurando.
Ela não gostava de ir atrás das costas de Lawe, mas foi exatamente isso que ela e Thor haviam concordado em fazer enquanto esperavam por Lawe fora do hotel, que deixaram pela manhã.
Se ele pensou que dando a Thor outra atribuição mudaria, então ele estava errado. Tinha dado a Thor a chance de trabalhar como ele e Diane preferiam. Sob o disfarce de uma missão completamente alheia, enquanto Diane ficava com Lawe e mantinha o Casta às suas costas.
Era geralmente o contrário. Ela investigava enquanto Thor corria para interferir com os partidos que eram considerados os mais perigosos para o seu trabalho. Mas, ela sabia como lidar com esta parte. Ela e Thor haviam aperfeiçoado ambas as áreas dos parâmetros da missão e entendido como cada um funcionava.
— O Navajo não vai saber quem são, onde estão ou, após todo esse tempo, como alcançá-los, — Diane informou a todos enquanto ela os enfrentava com impaciência. — Não há nem mesmo um número que atenda mais. Ninguém sabe como o grupo se torna consciente de que uma melhora é necessária, mas eles estão sempre lá.
— Então eles têm uma casta trabalhando com eles, — Jonas adivinhou.
Diane deu de ombros.
— Como ninguém fala com qualquer um de vocês não vai acontecer — ela disse a eles. — Eu tenho algumas ideias, e uma vez que eu comece a investigar...
— Uma vez que nós comecemos, — Lawe interviu.
Ela olhou para ele, sentindo o peito se apertar com o que ela sabia tinha que fazer.
— Não, uma vez que eu comece, — reiterou ela suavemente. — Eles não vão falar para mim, se você estiver por perto ou em qualquer lugar perto o suficiente para identificá-los. Você é uma casta, Lawe. Para eles, você é o mesmo que um Coyote, um cientista, ou um trapaceiro.
Ela viu seu olhar virar gelo enquanto Jonas xingava em voz baixa.
— Eu odeio ficar me repetindo, mas eu sei o que estou fazendo, — afirmou, sabendo que, com exceção de sua irmã, possivelmente, ninguém lá estava disposto a acreditar nela neste momento, devido ao fato de que ela era, agora, uma companheira.
Suas chances de investigar eram de fracas a nenhuma, mas este era o seu papel a desempenhar, e se ela simplesmente se afastasse, então não havia maneira de Lawe aceitar que ela e Thor não tinham planejado outra coisa.
— Diane, você é a mulher mais forte que eu conheço, — disse Rachel com uma ponta de amargura, uma clara indicação de que ela tentou discutir o assunto com Jonas. — Mas o perigo para os companheiros agora uma única casta na vizinhança, não vai permitir que você possa investigar isso por si mesma.
Apesar da tristeza que ela ouviu na voz de sua irmã, o conhecimento que poderia significar a vida de sua filha, Diane percebeu que até mesmo a irmã não poderia ajudá-la aqui.
— E todos vocês estão dispostos a perder Amber por isso? — Ela encontrou o olhar de sua irmã e viu as lágrimas que brotaram em seus olhos.
— Não há nada nesta terra que eu não faria para proteger meu bebê. — A voz de Rachel travou em um soluço. — Mas nada vai alterar a forma como eles vão cercá-la ou a sua determinação e promessa de protegê-la. Nada vai mudar o fato de que nem mesmo minha filha é tão importante para Lawe ou para a genética animal, que são uma parte dele como seu companheiro é. Mesmo as ordens de Jonas não vão influenciá-lo.
Diane se recusava a aceitar isso.
Sua cabeça se ergueu enquanto ela olhava para os homens olhando para ela.
— Cada um de vocês vai superar isso, — ela lhes disse friamente antes de girar para Lawe. — Você vai ter trazer Thor de volta se a proteção é muito importante para você. Ele não é uma casta, ele não será visto como suspeito como você vai ser.
— Ele segue suas ordens, — rosnou Lawe. — Se você disser a ele para recuar, então ele fará exatamente isso. Sua segurança será sempre ameaçada pelo fato de que você é seu comandante.
Havia verdade nisso.
— Ele cortaria seu próprio braço e me diria para ir para o inferno antes que ele me permitisse fazer qualquer coisa para me colocar em uma situação que arriscaria minha captura por qualquer coisa ou qualquer um associado com o Conselho, — informou a todos firmemente. Discutir com eles era como tentar usar combustível para apagar um incêndio. E ela sabia disso, do fundo de sua alma.
Não havia uma chance no inferno que ele jamais iria voltar atrás, se fosse esse o caso.
Mas ela era melhor no que eles estavam fazendo do que Thor era. Ela sabia como ouvir, como falar com as mulheres e como colocar os homens à vontade. O tamanho de Thor sozinho já intimidava a todos. Emma e Sharone eram castas, e o fato de que a informação que tinham adquirido até agora tinha sido roubada por conversas ouvidas, boatos e suspeitas antes de serem colocados juntos, apenas a frustrava.
Ela assistiu Lawe apertar a mandíbula, viu a negação em seus olhos, embora ele não falasse. O músculo em sua mandíbula sacudiu enquanto ele olhava para ela por longos, segundos silenciosos.
A tensão na sala era palpável. Seu olhar moveu-se para Rachel, e Diane sabia o que ele vira ali, sabia do apelo que enchia o rosto de sua irmã, enquanto Jonas havia se afastado, virando as costas para a troca.
Diane olhou para ele.
Ele estava segurando o espaldar de uma cadeira com garras que haviam surgido e perfurado o estofado. Manchas de sangue saiam da ponta contra as cutículas enquanto ele olhava para eles.
Ele foi violentamente se distanciando. Ele poderia ordenar a Lawe para permitir isso, ele poderia convencê-lo, mas ele não cederia para o desejo de fazer exatamente isso. Pelo menos não ainda. Ela sabia da devoção à sua companheira e a filha que ele chamava de sua. Ele faria isso se ele considerasse a única opção, mas somente se todas as outras opções tivessem se extinguido.
Diane fechou os olhos por um segundo, rezando por força. Ele iria deixá-la louca antes que a noite acabasse, muito menos a missão.
Esta era a última chance deles. Ela podia sentir isso.
Se ele não estava disposto a se render agora, quando a situação era tão desesperadora, então nunca haveria uma chance de que ele permitisse que ela participasse em proteger seu próprio filho, se tal situação surgisse.
— Não, — ela sussurrou desesperada. — Não me faça te odiar, Lawe, porque você estava no caminho para salvar a minha sobrinha. Eu nunca vou perdoá-lo.
Não era mais um jogo. De frente para seu companheiro, de frente para a batalha que parecia nunca acabar, ela percebeu que tinha o suficiente.
Thor poderia fazer isso sem ela. Ele tinha feito antes. Mas era a sua sobrinha. Ela precisava ser uma parte disso.
O olhar de Lawe estava trancado com o dela enquanto ela observava a luta que se travara em sua expressão enquanto a fúria primal brilhava em seu olhar gelado e o iluminava ainda mais.
Seus olhos eram de um azul tão flamejante, que ela jurou que ela podia ver o animal feroz dentro dele, exigindo supremacia. Exigindo que o homem a protegesse, dominasse e utilizasse de todos os meios necessários para garantir o bem-estar de sua companheira.
— Eu quero ouvir o seu plano primeiro, — rosnou Lawe.
Ela olhou para ele em choque. Ele não tinha acabado de dizer aquilo. Ele tinha?
— Lawe? — a cabeça de Jonas se ergueu, seu olhar atento, as profundezas de prata, de repente parecendo brilhar, a mudança de luz e cor, até que quase parecer refletir.
A expressão Lawe era dolorida, atormentada.
— Você está certo, Jonas. É a hora errada para esta batalha entre eu e minha companheira. Ela continua me dizendo isso, e eu continuo recusando-me a entender. Até agora, — afirmou pesadamente. — Ela não está fazendo nada que eu não faria em seu lugar. Inferno, eu teria atirado em mim muito antes, se eu fosse meu companheiro, por estar no meu caminho.
Os lábios de Diane se separaram, a esperança surgindo dentro dela agora.
Ela não nutria nenhuma ilusão de que este poderia ser o início de uma tentativa de se comprometer, porque ela era sensata. A devoção de Lawe por todas as crianças, mas Amber, em particular, a estava puxando para ele. O fato de que ele e Jonas eram mais do que soldados amigos, que eles eram amigos íntimos, teve um papel importante também.
Ela observava as garras retraindo dentro das pontas dos dedos de Jonas, mal segurando um arrepio quando não mostrava mais nada, apenas a unha normal agora, e as cutículas sangrentas. Ele limpou a mão sobre o rosto e se voltou para sua companheira, tomando-a em seus braços antes de se voltar para Lawe.
— Todos nós precisamos ouvir o plano, — afirmou Callan. — E confiem em mim, Diane, ele será vetado se a colocar em risco de qualquer maneira. Estamos claros sobre isso? Eu não sou seu companheiro, e eu não posso ser influenciado por sua emoção.
Diane olhou para Merinus, perguntando se ela tinha uma aliada lá.
Os lábios de Merinus se contraíram.
— Sua irmã é uma das minhas mais queridas amigas, — disse ela suavemente. — E eu sei que a minha alma iria quebrar se alguma coisa acontecesse a qualquer um dos meus bebês. Mas saiba disso, Diane, Callan e eu temos uma confiança que não vou quebrar. Tão cruel, desumano e brutal como quanto parece, Rachel pode ter outros filhos. Se Lawe perder você, entretanto, então não perderemos apenas você, mas Lawe e qualquer criança que possam ter. — Ela olhou para Rachel enquanto a outra mulher virava a cabeça no peito de Jonas, em pesar, e seus olhos brilhavam de tristeza. — Rachel e eu discutimos isso. Se algum dia eu sentir que há perigo para qualquer uma de vocês, então eu juro, seus companheiros vão saber sobre isso.
Naquele momento, Diane quase odiou a outra mulher.
— Amber não poderá nunca ser substituída, — Diane garantiu à alfa do sexo feminino com frieza. — Sabem disso, todos vocês. Se Amber morrer porque qualquer um de vocês estiver em meu caminho, ou tomarem isso de mim, então eu juro que eu vou ter a clara certeza de fazer de todas as suas vidas um inferno.
A expressão gentil de Merinus não mudou.
— Nós nunca duvidamos disso por um momento, — ela falou asperamente. — Mas isso não vai mudar o fato de que sua segurança e a de Rachel, é fundamental.
— Então eu preciso da sua garantia, — Diane exigiu deles. — Eu quero o seu voto de que nenhum de vocês vai assumir e decidir que vocês poderão atingir seus fins sem mim.
Ela olhou para Callan primeiro, depois Lawe e Jonas. Eles olharam para ela, e ela quase zombou. Oh, quão bem ela conhecia as castas. Esse pensamento tinha sido superior em todas as suas mentes. Ela pode estar furiosa com todos eles, incluindo sua irmã, no momento, mesmo considerando uma amizade continuada com a Prima, mas isso não a fazia estúpida.
— Você vai ter isso. — Foi Lawe quem quebrou o silêncio. Virou-se para Diane. — Contanto que você não esteja em perigo imediato e enquanto estiver confiante de que você tem a chance de sobrevivência, então a operação não será tirada de você ou interferida de alguma forma.
Ela levantou a cabeça, se debatendo consigo mesma, sabendo que, se qualquer ser na terra iria manter sua palavra, esse era Lawe. E por sua vez, Callan e Jonas. Mas nenhum deles nunca tinha sido testado de outra forma.
Ela engoliu com força.
— Há algumas coisas que eu vou precisar, e eu precisarei da paciência de vocês.
— Vamos ouvir primeiro. — Callan e Merinus retomaram seus lugares na mesa enquanto Diane, Lawe, Jonas e Rachel seguiam o exemplo.
Diane não esperava a concordância tão fácil, ela teve que admitir. Ela esperava ameaças, raiva, e quando tudo o mais falhasse, ela esperava que Jonas excedesse todos os outros meios de convencê-la usando o seu amor por Rachel, ou pior, por Lawe, contra ela. O inferno, ela tinha mesmo sido preparada para continuar a desempenhar o papel de guerreira em silêncio enquanto Thor, Emma e Sharone rastreavam informações.
Ela sabia algumas coisas sobre a lei de casta. Ela sabia que sua recusa tinha quebrado vários estatutos, o que poderia resultar em sua prisão e a de Lawe se fosse pressionado. E teria sido, se não fosse pelo fato de que o bebê em questão pertencia a Jonas. Se não pelo sangue, então pelo amor.
— Nos últimos dois dias eu não estava sentada e parada. Thor, com Emma e Sharone, usando o pretexto de procurar o Conselho Coyote, estão na coleta de informações. Suspeita de boato, e discussões a portas fechadas, mas não fora da capacidade de Sharon para ouvir a partir de uma janela, uma porta ou de outros meios ocultos, como vieram. O grupo responsável pela proteção de Honor, Fawn e Judd não tem sequer um nome, — Diane avisou. — Pelo menos não que eu tenha sido capaz de identificar. O que eu consegui é que Judd, Fawn e Honor não foram as primeiras ou as últimas crianças a desaparecerem com um grupo anônimo de homens disfarçados pela pintura de guerra. Houve outras. Crianças que foram trazidas para eles, mesmo antes do resgate começar, assim como pelo menos um híbrido cuja mãe foi morta, e cujo pai foi ferido mortalmente.
— Por que não vieram até nós? — Callan rosnou, raiva e preocupação enchendo seu rosto agora.
Diane abanou a cabeça.
— Nem todas as castas confiam no Santuário ou no Haven, — lembrou a ele. — Os espiões encontrados dentro das duas bases representam um risco para as castas que foram criadas para fins especiais ou que já eram uma parte das empresas política ou privada, que o Conselho considerava metas de longo prazo. Eles são castas que, por qualquer motivo, não podiam permitir-se sempre ser identificados como castas. Então, — ela respirou profundamente — existem as crianças desaparecidas. Os seis que uma casta conhecida como Harmony Lancaster localizou, mas eles desapareceram antes que suas equipes pudessem chegar até eles. Bebês híbridos que foram retirados dos corpos de suas mães, em seguida, roubados dos laboratórios, contrabandeados ou sequestrados de laboratórios supostamente protegidos e desapareceram quase imediatamente. Há dúzias, Callan, e esses são apenas os que eu conheço. Estou certa de que há muito mais na verdade em existência.
Thor, Emma e Sharone conseguiram desenterrar segredos que Diane ainda não havia suspeitado até agora.
Rachel e Merinus cobriram os lábios em horror e esperança enquanto ela falava. O destino dessas crianças estava sempre em suas mentes, e a descoberta de seu paradeiro fora considerada prioridade desde o dia em que o Primeiro Leo os tinha informado que as meninas tinham desaparecido, apenas alguns dias antes de sua equipe ter chegado.
— Há quanto tempo este grupo vem operando? — os olhos de Jonas se estreitaram, seu desprazer que tal operação existisse sem ele, claramente se delineava em sua expressão.
Ela lambeu os lábios, nervosa sobre dar esta informação.
— Se você quer que eu mantenha minha palavra, Diane, então temos que saber tudo, — afirmou Lawe duramente.
— Não é a informação em si que é problemática, é a casta por trás dela. — Ela suspirou.
Os lábios de Jonas se apertaram.
— Posso adivinhar?
Ela tinha a sensação de que ele estaria certo.
— Minhas informações dizem que Leo Vanderale pode ter sido a força por trás da criação do grupo, — ela informou-os. — Eu sei que ele está tentando obter informações desde que Brandenmore injetou o soro em Amber, mas sem sucesso. Um dos meus contatos me disse que ninguém que tenha vindo para a terra Navajo em busca de crianças castas desaparecidas ou adultos, partiu para relatar qualquer coisa. Eles desapareceram tão rapidamente e tão completamente como as crianças fizeram.
Lawe recostou-se na sua cadeira lentamente, estreitando seu olhar sobre ela.
— E como você pretende atingir seu objetivo sem desaparecer também? — Ele mostrou seus caninos perigosamente.
— Eles não correriam o risco de me fazer desaparecer. — Ela balançou a cabeça, positiva que não iria acontecer. — Existem muitas castas aqui, eu sou muito bem conhecida e por agora, eles estarão cientes de que eu sou sua companheira. Eles não ousarão tocar-me.
O Navajo queria preservar as castas, garantir a sua sobrevivência e certificar-se de que as mulheres, especialmente as mulheres e esposas castas acasaladas, fossem bem cuidadas. Companheiras, como Megan Fields Arness e a outra casada com o xerife do Novo México, Harmony Jacobs. Que, Diane acreditava, era o misterioso Harmony Lancaster que havia desaparecido vários anos antes e também suspeito de ser o assassino da casta conhecida como "Death".
— A minha pergunta original. — Lawe arqueou a sobrancelha zombeteiramente. — Como é que você pretende ter sucesso?
—Discutir a situação com três membros da comunidade que eu acredito possam ter informações ou conhecer alguém que tenha informação, — ela afirmou. — Eles não podem me dizer uma maldita coisa, mas acredito que eles conhecem tanto Fawn ou Honor, e eles têm de saber quem elas são.
Eles olharam para ela em silêncio, e nos olhos de sua irmã, Diane viu esperança para a criança que todos estimavam.
— A companheira de Malachi, Isabelle, sua irmã Chelsea, e a amiga delas, Liza, — afirmou. — Isabelle estava em casa e em idade suficiente para lembrar-se de seu pai levar as crianças para dentro. Eu estou apostando que ela os viu e talvez também tenha visto quem as pegou. Chelsea Martinez e Liza são suas melhores amigas, mas ainda mais do que isso, elas são uma parte da família Martinez e elas trabalham com o Conselho Navajo, especificamente com três dos homens suspeitos de fazerem parte da rede. Terran, Ray e Orrin Martinez. Estou certa de que pelo menos um dos membros do Conselho Navajo, lidera a equipe de resgate de crianças. E se isso for verdade, então pelo menos uma das meninas tem que saber disso. As três trabalham em estreita colaboração com todos eles. E eu estou apostando que é ou Chelsea ou Liza. Se fosse Isabelle, seu companheiro teria lhe perguntado, e ela teria lhe dado essa informação se ela a tivesse.
— Ela diz que não a tem. — Callan assentiu. — Nós nos encontramos com ela. Mas ela está escondendo algo. Podemos sentir, cheirar isso. Mesmo Malachi está ciente de que há algo que Isabelle não está dizendo em relação à informação de que precisamos.
Surpresa, ela olhou para Jonas. Não era como ele se permitisse que qualquer pessoa escondesse informações dele, especialmente alguém em quem ele poderia usar a Lei da casta.
— Eu prefiro zerar todas as opções antes de usar a Lei da casta contra ela, — disse ele com um suspiro cansado. — Eu odiaria como o inferno, me tornar um inimigo de Malachi. Mas ele sabe o perigo que ela está correndo, se ela continuar a recusar-se a nos dizer o que ela sabe.
Diane olhou para Jonas pensativamente por longos momentos antes de falar.
— Eu duvido que ela saiba o suficiente para ser de alguma ajuda, — afirmou delicadamente, com o coração saltando, assim como para a recém-acasalada Isabelle Martinez, que deve estar sentindo o peso da Lei da casta batendo em seu cérebro.
Malachi entendia muito bem as consequências se essas duas meninas não forem encontradas. Eles tinham que saber o que estava Amber enfrentando para que eles pudessem combatê-lo e esperançosamente garantir a sua segurança.
Callan esfregou seu queixo antes de suspirar asperamente.
— Esse é o meu pensamento, também, — ele finalmente disse. — O cheiro do seu segredo não é forte o suficiente para indicar o conhecimento vital. Mas poderia ser suficiente para nos levar a alguém que soubesse mais. O fato de que ela está escondendo isso, e se recusa a falar até mesmo para seu companheiro, me preocupa, entretanto.
— A equipe Navajo que resgata e esconde essas crianças está aqui, em Window Rock. — Diane sabia que eles estavam, ela podia sentir isso, e Thor também estava certo disso.
— Diane, eu vou assumir que você tem mais do que apenas o instinto baseando suas conclusões. — Jonas suspirou quando ele pôs a mão no ombro de Rachel enquanto ela lutava contra as lágrimas.
— Jonas, Amber é minha sobrinha e eu a amo tanto quanto eu amo a minha irmã. E eu nunca colocaria toda a minha fé em apenas meu instinto se fosse a vida da minha irmã em jogo.
Ela tinha provas circunstanciais, sua crença, seu instinto e o fato de que ela sabia que Terran Martinez havia estado na área, era prova suficiente para ela.
Se o Líder Felino Lyon se recusasse a permitir a ela esta oportunidade, porque ele não gostou da falta de informação, então era nada menos do que certeza de que Jonas e Lawe recusariam também.
Isso não significava que iriam impedi-la.
— Você acredita que você pode descobrir se Fawn ou Honor estão por perto? — Jonas finalmente perguntou.
Esta era sua criança. A criança que pode não ter vindo de sua genética, mas ela era definitivamente uma parte de sua alma, assim como a mãe era.
— Eu estou certa de que se alguém pode, então eu posso, — afirmou confiante. — Aqui é onde eu sobressaio, Jonas, você sabe disso.
Callan suspirou e falou enquanto Jonas permanecia em silêncio.
— Muito bem, vamos juntos assim por enquanto, — ele concordou. — Mas até o final da semana eu quero respostas. Eu quero algum tipo de prova que eu possa tomar antes do Conselho Navajo garantir cooperação. Encontre Srta. Broen, antes que nós todos acabemos lamentando.
Encontrar a ligação entre o grupo de Navajos acusados de recolher e esconder Castas, criadas ou híbridas, bem como as crianças humanas e/ou adultos envolvidos em qualquer tipo de experimentação nas Castas ou seus perfis genéticos, e fazê-lo dentro de uma semana.
Era uma grande ordem. E a semana estava chegando ao fim.
Mas Lawe mantivera sua palavra. Ele lhe permitiu fazer o que precisava. Até mesmo se manteve afastado quando necessário e sem que ela pedisse, nunca questionou, nenhuma vez, a relação de trabalho que ela tinha com Thor.
Contudo, ela não se deixou enganar. Esta batalha não terminara.
E o tempo estava se esgotando. Ela só tinha mais um dia para produzir informações. Depois disso, Jonas iria ameaçar o Conselho da Nação Navajo com sanções, se ele não conseguisse a informação que queria com Honor Roberts e Fawn Corrigan.
E ela estava cansada de desperdiçar tempo e esforço.
Era uma coisa danada de boa que Diane tivesse excelentes contatos. Contatos que queriam as identidades daquele grupo, para sugerir que aceitassem o trabalho de esconder mais Castas e seres humanos das ameaças do Conselho.
Não importa o quanto tentassem, não havia nenhuma maneira de encontrá-los, no entanto. Se houvesse, então, os homens com os quais seu tio colaborara, teriam encontrado uma maneira.
Movendo-se pelas salas escuras da suíte que o Conselho Navajo disponibilizou para ela e Lawe, Diane escorregou silenciosamente pelas portas da varanda que ela conseguiu abrir com um pé de cabra mais cedo, mantendo-a destrancada.
Lawe teria um ataque por causa disso, ela sabia, mas estava cansada das sombras e da presença constante e asfixiante das Castas em torno dela. Ela precisava correr solta e livre para limpar o seu cérebro. Além disso, sabia que Liza Johnson usava a pista de corrida ao redor do pequeno parque para seus exercícios matinais.
Se ela se apressasse, chegaria lá a tempo de observar a área, então ficaria à espreita da amiga com a qual a Casta Coiote Ashley Truing se importava tanto.
Levar Lawe com ela serviria apenas para intimidar Liza, que parecia ter uma sensação de medo, onde os machos da raça estavam envolvidos. Diane sabia como o medo dos homens parecia aos olhos desconfiados.
Assim como sabia que Liza e Chelsea Martinez foram a razão pela qual Isabelle não acabou sendo estuprada pelo ex-namorado recentemente.
Escalando a varanda sem esforço, antes de agarrar-se à videira forte e densa, que crescia ao longo do edifício, começou silenciosamente a descer para o chão.
Lawe deixara o quarto minutos depois de serem escoltados até lá por uma equipe de Castas. E se ela não estava enganada, sabia que esses Castas estavam do lado de fora de sua porta, responsabilizados de certificar-se que ela estava protegida, enquanto Lawe estava ocupado.
Filho da puta, ela estava tão cansada de proteção.
Isto estava se tornando ridículo.
Saltando para o chão, Diane agachou-se, ajustando seu olhar à escuridão exterior, enquanto procurava por qualquer Executor Casta que poderia ter chegado a este lado do hotel, enquanto patrulhava.
Não havia nenhum. A grama verde e macia que circundava o prédio era uma parte do campo de golfe, que se estendia por trás das Suítes Navajo. Do outro lado havia uma grande piscina, um parque para crianças e uma variedade de outros divertimentos simples.
Endireitando-se, Diane correu rapidamente pelo gramado e se dirigiu para um grupo de árvores que faziam fronteira com o campo de golfe antes que os guardas Castas conseguissem sentir o cheiro de seu perfume e impedi-la.
Liza Johnson era suspeita, pelo contato de Diane, de ter sido a intermediária na captação de várias outras crianças Castas, uma cientista com raízes Navajo que fora forçada a trabalhar com o Conselho e uma jovem cujo companheiro fora morto.
Liza estava altamente envolvida no Escritório de Assuntos das Castas, como elemento de ligação entre o escritório e o Conselho Navajo e a comunidade, e também era uma amiga próxima de várias Castas de alto perfil. Se alguém em Window Rock sabia onde Honor Roberts estava se escondendo e sua nova identidade, esse alguém seria Liza.
Fazendo o percurso dos cascalhos pesados do campo de golfe, com o suporte dos abrigos das árvores e as colinas artificiais como cobertura, Diane percorreu seu caminho rapidamente, do hotel para o outro lado do percurso, orando para que os olhos dos Castas não tivessem visto sua fuga.
Uma vez lá, virou-se ao longo de um caminho estreito, não mais se preocupando em ficar escondida em sombras mais escuras quando puxou o capuz de seu casaco sobre a cabeça esperando que a eventual vigilância Casta não percebesse imediatamente que era ela.
Não havia Castas atribuídos a esta área, no entanto, pelo que sabia. Pelo menos, os planos dos quais estivera a par não demonstravam nenhum. Havia sempre a chance de que Lawe tivesse se assegurado que ela não soubesse exatamente onde as Castas estariam patrulhando, mas não achava que ele fizera isso. Como ele a via, desde que ela recebeu autorização para conduzir sua investigação, não teria nenhuma razão para escapar de fazê-lo.
Nenhuma outra razão além do fato que ela não podia mais suportar estar cercada por grandes feras brutamontes determinadas a morrer por ela. Lawe mantivera sua palavra, mas como Rachel a avisou, outras Castas fizeram um voto, e eles não se importavam em ser sua sombra e de Lawe e, especialmente, dela e Thor, sempre que a viam sair.
Deus, ela poderia sobreviver assistindo a outro homem que conhecia, possivelmente Lawe, o homem que ela amava, morrer por ela? Ela tinha visto isso antes. Viu a vida fugir do olhar de Padric quando a bala que ele levou em seu peito, para protegê-la, o matou.
A memória disso a esfolava. Nunca escapara dos pesadelos que a obrigavam a reviver essa cena e não conseguia se convencer que estava mais velha, mais experiente, e definitivamente mais cruel, do que naquela época.
Também não era tão imprudente como Lawe queria acreditar. Passando pelo parquinho das crianças e entrando no parque da cidade, Diane parou no alto monumento de pedra que marcava os membros ausentes da Nação Navajo, bem como outras tribos que foram utilizadas em pesquisas das Castas.
Havia 57 nomes no total, homens e mulheres cujas vidas foram perdidas, sem dúvida, muito antes que os Navajos sequer soubessem de suas mortes.
Pisando dentro da longa sombra lançada pelo edifício pesado, Diane parou, estreitando seu olhar contra a luz do amanhecer enquanto prendia os arredores na memória. Então, com uma respiração suave, imitou o chilrear de um dos pássaros que cantavam tão docemente.
O atendimento do chamado fez seus lábios franzirem carinhosamente.
—Estamos indo em direção à morte certa. — Thor saiu da sombra de um pinheiro, a vários metros de distância, e percorreu o caminho até ela.
Vestido de preto, um boné cobrindo o cabelo loiro, quase branco, seu cinto de utilidades amarrado com uma variedade de armas e ferramentas, ele parecia o guerreiro altamente eficiente que era.
Diane bufou pela previsão.
—Você está com medo?
—Muito. — Ele suspirou, seu olhar inquieto, enquanto investigava a área.
—Quer que eu lhe envie para casa, para mamãe trocar sua fralda e tirar uma soneca, Thor? — Ela zombou.
—Você é uma cadela, Di. — Ele suspirou de novo. — Uma cadela com o coração verdadeiramente duro.
—Sim, sim, é o que você fica me dizendo. — Seu tom transmitia uma deliberada falta de preocupação, mas ela podia sentir seu coração acelerado de medo.
Medo que algo acontecesse com ele. Que, se a situação ficasse crítica, ele também iria se jogar na frente de uma bala por ela.
—Tenho a programação dela, — disse Thor, antes que ela tivesse a chance de perguntar se ele conseguiu obter as informações que lhe atribuiu, enquanto ela e Lawe estavam no hospital verificando Ashley.
—Excelente. — Diane acenou com a cabeça. — E quais são? — Ela olhou para ele, perguntando se teria que arrastar cada peça de informação fora de sua bunda.
—Ela sai de casa à luz do dia, — ele disse suavemente. — Ela havia parado de correr depois que sua amiga Isabelle foi quase estuprada por um namorado. Ele estava perseguindo Isabelle e os amigos ficaram aterrorizados que ele os atacasse, em retaliação. Foi o mesmo desgraçado que quase sequestrou Isabelle e baleou Ashley.
—O mesmo que Gideon matou, — ela murmurou. —Gideon nos superou aqui, Thor.
—Mas esperávamos isso. — Thor deu de ombros facilmente. —E que besteira é esta de "nós"? Não houve "nós", chefe. Você esqueceu de me dizer sobre essa pequena parte da viagem. Tive que adivinhar, lembra?
—Ainda ofendido, Thor? — Ela perguntou enquanto se encostava no memorial, para esperar pela luz do dia e pela mulher que iria rastrear esta manhã.
—Ainda ofendido, — ele concordou, embora seu tom não fosse tão relaxado como antes. —Você e eu somos uma equipe, não importa o que aconteça. Ou assim eu pensava até que você me abandonou.
Ela balançou a cabeça cansada.
—Houve muita agitação sobre isso, muitas grandes ameaças à Liza, bem como a Honor Roberts, se eu conseguisse encontrá-la. Não era justo com ela adicionar ainda mais perigo a sua vida.
—Nós dois sabemos que eu não sou nenhum maldito traidor, — ele sussurrou através da escuridão. —Dá um tempo. E se você acreditasse nessa porcaria que saiu de seus lábios, então eu não estaria aqui agora.
Seus lábios se contraíram com o tom zangado e as palavras descritivas que ele usou.
—Você está certo, — ela concordou. Realmente não havia sentido em argumentar sobre o assunto.
Ela deve tê-lo surpreendido, porque ele não disse nada por longos momentos.
—É por causa de Padric. — Ele suspirou de novo. —Inferno, Di, você não pode chafurdar na culpa para sempre, você sabe.
Na verdade, ela poderia, se quisesse.
—Eu não estou tentando chafurdar na culpa, — disse ela. —Eu simplesmente queria protegê-lo de Gideon. Ele não tem escrúpulos em matar um homem, mas permitiria a uma mulher mais margem de manobra. A esse respeito, ele é como qualquer outro Casta.
Thor simplesmente grunhiu, uma indicação de que sentia que sua pergunta ainda não tinha sido respondida.
—Então você rastreou esta menina Liza, — Thor murmurou. — O que a faz pensar que ela sabe onde a garota Roberts está ou quem ela é?
Diane deu de ombros.
— Ela é a melhor aposta. Ela trabalha mais próximo à Terran, Ray e Orrin. Desde os dezesseis anos. Sua família é amiga íntima dos Martinezes e ela e Terran se encontraram muitas vezes com Ray Martinez e Orrin para longas discussões. Se ela não está a par de segredos internos, está dormindo com os três, e eu simplesmente não consigo ver isso acontecendo. Só porque eu concordo, isso não significa que eu gosto de me esgueirar desse jeito.
Ele suspirou. —Você e Lawe têm um acordo.
—E ele se recusou a ouvir quando eu tentei dizer que preciso me encontrar com ela em paz. — Ela suspirou.
—Ele foi muito paciente, — Thor apontou. —E ele fez o seu melhor.
Ela teve de concordar, ele fizera o seu melhor. Melhor que isso, se ela quisesse admitir a verdade.
—Eu não disse que gostei, — ela murmurou. —Eu disse que não fazia sentido não ter pelo menos um local, uma pessoa que soubesse onde todos estão sendo escondidos ou realocados. Mas ela se recusa a lidar com os Castas. Ela não vai falar comigo, enquanto qualquer um deles estiver pairando ao redor. Especialmente Lawe.
Essa pessoa tinha que ser Liza.
Diane passou meses, mais meses do que queria lembrar, investigando todos os empregados, cientistas, assistentes de pesquisa e técnicos das Pesquisas Brandenmore. Em Window Rock, rastreou linhas familiares e todos os novos cidadãos que se mudaram para a área nos últimos 12 anos.
Passara horas incontáveis procurando por respostas, pelas identidades dos desaparecidos Honor Roberts e Fawn Corrigan, juntamente com o Casta Bengala conhecido apenas como Judd.
Liza Johnson foi o mais próximo que ela conseguiu. A filha do melhor amigo do atual chefe e companheiro militar. Ela era a neta do irmão do melhor homem da medicina. Suas famílias estavam tão entrelaçadas quanto poderiam estar, exceto pelos parentes de sangue.
Todos, exceto os parentes de sangue.
Não havia sangue partilhado, apenas os laços de amizade partilhada, batalha e lealdade. Ela olhou para Thor com um sentimento de tristeza esmagadora. Eles tinham aquela união, mas como seria satisfatório se ela estivesse nesta pequena missão com Lawe. Para ver como ele poderia lidar com a mulher que ela realmente era.
Ter Lawe protegendo sua retaguarda, pressentindo algum perigo que se aproximava, montando a alta adrenalina correndo em seus corpos. Saber, sim, que eles morreriam um pelo outro, mas Lawe não colocaria sua vida em risco por ela desnecessariamente ou ignoraria a força que ela tinha.
Quando a primeira luz da aurora apareceu no céu, Diane e Thor agacharam-se nas sombras contínuas que moviam-se rapidamente, apontando para o céu.
Ela tentou fingir que era Lawe quem estava em suas costas, mas nenhuma quantidade de fingimento, nem um pouco de imaginação, poderia colocá-lo lá quando ele não estava.
—Cinco minutos, — disse Thor, com a voz tão suave que era quase um sussurro. —Ela corre sozinha, a menos que Isabelle e Chelsea Martinez a acompanhem. Isabelle está atualmente residindo no hotel com Malachi Morgan. Chelsea e seu pai estão hospedados na suíte do chefe no Conselho Navajo. Todos os membros foram chamados antes que você e Lawe chegassem, pelo que entendi. Eu suspeito que é para discutir realocar as duas meninas e os Castas antes que possam ser encontrados.
Diane abanou a cabeça.
—Eles não iriam arriscar.
Ela olhou em volta, a dor no peito intensificando, o arrependimento e o sentimento de medo puxando-a para baixo enquanto o conhecimento que estava nesta batalha sem o guerreiro a quem a natureza escolhera como sua outra metade, rasgou seu coração.
Ela nunca sofrera dessa maneira quando ela e Padric estiveram separados por missões ou ferimentos. Nunca sentiu mágoa ou raiva quando Padric discordara dela ou quando ele se recusou a acompanhá-la.
Ela não gostava disso.
Piscando rapidamente, lutou contra a emoção que ameaçava esmagá-la.
Isso não era o calor do acasalamento. Calor de acasalamento era sexual. Isso era uma cegueira, uma fome esmagadora e descontrolada por seu companheiro.
Era a dor, a solidão dolorosa e a certeza que não importava o quanto estivesse apaixonada, não importava como estava triste, Lawe preferiria isso, a jamais vê-la cumprir o outro tipo de fome que a guiava. A fome de justiça.
—Lá vem ela, chefe.
Lá estava ela.
Vestindo calças de corrida cinza e um sutiã de ginástica combinando. Uma faixa em volta da testa, enquanto o seu longo cabelo loiro ondulado, estava puxado para cima em um rabo de cavalo que se arrastava até os ombros. Quando estava solto, aquele cabelo alcançava seus quadris em cachos espessos e sedosos.
Preso no alto da parte de trás de sua cabeça agora, o rabo de cavalo saltava, as ondas de possíveis cachos dançando e girando como fitas soltas ao vento.
—Estamos seguros?
—Seguros, — respondeu Thor.
Mantendo-se agachada, Diane correu da sombra do monumento e moveu-se atrás da outra mulher em uma corrida saudável para acompanhá-la. Thor, ela sabia, iria ficar escondido nas sombras, olhando por ela, protegendo suas costas.
Lawe deveria estar protegendo suas costas.
Quando ela veio atrás de Liza Johnson, não ficou em um pouco surpreendida quando a outra mulher, de repente pulou para o lado, torceu-se agilmente e encarou-a, agachada.
Diane chegou a parar, com a sobrancelha arqueada em falsa surpresa no treinamento óbvio que a induzira a esse movimento.
—O que você quer? — Os olhos cinzentos se estreitaram, o corpo tonificado tenso e preparado, ela olhou para Diane desconfiadamente.
—Uma boa corrida? — Diane indagou com um pequeno sorriso, enquanto cruzava os braços sobre os seios e observava a jovem, curiosamente.
Ela era muito delicada. Apesar de toda a elegância usada para fazer esse movimento, havia pouco tônus muscular e ainda menos força em seu pequeno corpo.
—Você está mentindo. — Tensa e claramente desconfiada, Liza permaneceu em guarda enquanto Diane a enfrentava. —Agora, o que você quer e por que está me seguindo?
—Quem treinou você? — Ela perguntou, ao invés de responder a pergunta da menina.
—Ninguém que você conheça, estou certa, — Liza zombou. —Agora o que diabos você quer?
Diane inclinou a cabeça, curiosa com a posição de ataque e o medo óbvio que podia sentir vindo de Liza.
—Não sou uma ameaça para você. — Ela deu uma pequena risada enquanto a outra mulher se endireitava lentamente, seu olhar rapidamente avaliando os arredores, procurando ameaças ocultas.
O olhar era inconfundível. Diane o vira inúmeras vezes, ela mesma tivera aquele olhar mais de uma vez.
—Então gentilmente vá embora da maneira que veio, — disse Liza.
Diane sorriu com tristeza.
— Desculpe, Liza, mas nós realmente precisamos conversar. Apenas um pouco, entende. Poderíamos voltar para o hotel para conversarmos, se você quiser? — Ela olhou para a direção das Suítes Navajo. — Prometo que não vai demorar muito.
O olhar de Liza disparou por cima do ombro, os olhos se alargando enquanto seu rosto lentamente empalidecia.
Ela nunca imaginou que Thor teria esse efeito, à primeira vista, embora desejasse que ele tivesse permanecido escondido por mais algum tempo.
—Ele é inofensivo, — ela murmurou.
Liza engoliu firmemente. —Temos que sair daqui.
—Thor não vai machucá-la.
—Querida, eu vi sua discussão calorosa com seu Thor, e ele é um só. Não quatro.
Diane virou-se, a mão correndo para as costas e para a arma no coldre.
Quatro.
Seu coração enfureceu-se em seu peito.
Adrenalina fluía como um rio correndo por sua corrente sanguínea quando enfrentou os quatro Castas. E eles não eram os mocinhos.
Infelizmente, severamente, infelizmente, ela observava enquanto o único macho humano saia da sombra de um pesado carvalho para encará-la com um sorriso triunfante.
—Malcolm, — ela sussurrou dolorosamente.
Pela segunda vez em sua vida, seu coração estava quebrando. Estava quebrando dentro dela, travando sua garganta apertada com a horrível compreensão que ela não deveria estar surpresa. Que não deveria se magoar com tanta dor ou sofrer com aquele sentimento de traição esmagadora.
—Eu pensei que era Brick, —ela sussurrou, a dor que a queimava soando áspera em sua voz agora.
Malcolm riu, um som cruel e vicioso.
—O bom e velho Gideon teria me capturado se eu não tivesse conseguido encontrar uma forma de despachar aquele bastardo do Brick e jogá-lo no caminho. O filho da puta também nunca percebeu.
—Onde está Thor? — Tudo o que ela podia ver eram os quatro Castas Coiote, os lábios puxados para trás mostrando os caninos curvos, seus olhos se enchendo de prazer malévolo.
—Ele está em uma situação um pouco adversa, chefe — ele zombou dela. —Poderia ter algo a ver com a faca que enfiei em seu peito. Acredito que consegui furar o coração gelado daquele pequeno bastardo.
Apontando a pistola laser em seu coração, Diane a ativou.
—Liza, corra, — ela disse pesadamente.
Ela iria matá-lo. Se não conseguisse fazer mais nada, iria matá-lo.
—Para onde? — A voz de Liza estava cheio de descrença. —Você já percebeu que há quatro Coiotes aqui, senhora? Faz com que pareça que eu terei alguma chance?
Um dos Coiotes sorriu. Uma inclinação dos lábios que cobriu os caninos curvos.
—O primeiro que se mover morrerá, — ela retrucou. —Agora dê o fora daqui.
—Se ela correr, um de nós vai persegui-la, — um Coiote murmurou. —Não podemos resistir. É como um cão com uma bola. Apenas temos que buscá-la. — Ele balançou as sobrancelhas alegremente.
Como se estivesse flertando?
—Malcolm, onde você achou seus Coiotes? — Ela perguntou com nojo. —Eles estão malditamente loucos.
—Eles são malditamente eficazes, — retrucou. —Pegaram a sua bunda, não é?
Bem, ele a tinha ali, não tinha?
—Onde está o seu companheiro, o pequeno guerreiro? — Outro Coiote murmurou sedosamente enquanto seus olhos cinza escuros dançavam divertidos. —Posso cheirar a marca dele em você e é recente. Você sabe, quando colocar as mãos em você, ele vai te mostrar exatamente como uma raça pune as pequenas companheiras desobedientes.
—Vá para o inferno! — Ela retrucou.
Ele fez uma careta para ela.
—Ah, vamos lá, aqui está quente como o inferno e meu ar condicionado não faz nenhum efeito. Vamos tentar algo mais refrescante.
Ela tomou um momento para olhar para ele em completa descrença.
—Ótimo, um comediante, — Liza murmurou atrás dela.
—Sim, tudo depois do café da manhã. — Diane suspirou. —Acho que eu poderia ficar enjoada, de qualquer maneira.
—Eu avisei para não trazê-lo, Malcolm, — outro Coyote falou. —Ele começará a fazer seus jogos incessantes de novo.
—Loki, parar de brincar de Excitadinho, porra, — Malcolm virou-se para a criatura paqueradora. —Estamos aqui para sequestrar uma companheira de um Casta, e não ver se conseguimos seduzi-la.
—Ainda estou aperfeiçoando. —O Coiote encolheu os ombros com uma expressão muito experiente, muito fria e cruel de desagrado.
—Ele tem cerca de tanto bom senso quanto seu irmão Farce tinha, — uma outra voz arrastada. — Lembra-se o que aconteceu com ele, Loki? O lado errado de uma arma felina, acredito eu.
Diane seguiu-os com os olhos, mantendo sua posição, protegendo Liza com seu próprio corpo. Por mais ignorantes que agiam, por mais brincalhões que fingiam ser, ela sabia que estavam agora no seu modo mais perigoso.
—Liza, vá! — Ela sussurrou.
—Nós vamos persegui-la. — O Coiote mais alto e de ombros mais amplos enfiou a mão no bolso e puxou um cigarro.
Com diversão preguiçosa, colocou a arma no coldre antes de acender a ponta, enviando o cheiro do tabaco para encher o ar da manhã.
Ela estava ferrada. Ela iria dar seu único tiro, era isso na configuração atual.
Voltou-se para Malcolm.
—Eu vou te matar primeiro. — Com um impulso do polegar, ela colocou a arma em sua configuração mais alta.
Malcolm sorriu complacentemente.
—Não, Diane, você não vai, — ele a assegurou. —Porque se fizer isso, então vamos pegar sua pequena amiga atrás de você também. E eu acho que você sabe o que vai acontecer com ela, então. Você tem apenas um tiro. Isso vai deixar três Coiotes para ela lidar. Você acha que ela vai sobreviver?
Liza não sobreviveria. Coiotes e o Conselho eram conhecidos por fazer coisas terríveis a espectadores inocentes.
E elas estavam sozinhas, sem apoio e, possivelmente, nenhuma esperança que o suporte chegasse a tempo.
O peso que se instalou em seu peito era esmagador.
—Eu prefiro lutar, — Liza sussurrou atrás dela.
Diane acenou com a cabeça lentamente.
—Você tem uma arma?
—A faca é tudo que tenho. — O arrependimento enchia a voz da outra garota.
Diane respirou, difícil e profundamente. —Não deixe que eles a levem. Seria muito melhor usar a faca em si mesma que ser capturada por eles. Quando vierem para mim, corra para o hotel. Castas estarão procurando por mim. Eles cuidarão de você.
—Estou surpreso, Senhorita Broen, — o Coiote de cabelos cor de areia zombou então. —Já ouvi falar de seu companheiro. Estou chocado que ele não esteja ao seu lado nos enfrentando com aquela atitude de bastardo ignorante e teimoso. Ou ele jurou que viria e fugiu no minuto em que percebeu que estava acasalado?
—Ele só está um pouco atrasado, — ela assegurou-lhe.
—Acho que ele estava esperando que você fosse uma boa moça e ficasse em sua cama, em vez de sair para salvar esta putinha. — Malcolm acenou com a arma na direção de Liza. —Como você sabia que estávamos atrás dela, Diane?
Ela não sabia.
Diane deu um passo, trazendo a outra garota para mais perto de si, em um esforço para protegê-la, respirou fundo e se preparou. Eles não tinham chance. Malcolm atacara Thor, o que não deixava ninguém para proteger suas costas. Ela só tinha um tiro, e não tinha tempo suficiente para abastecer a arma novamente para um outro tiro.
Ela não tinha que matar.
Com um movimento imperceptível de seu polegar contra o mecanismo, Diane baixou o poder de matar, para ferir, e de ferir para desativar.
Poderia dar oito tiros, e se mirasse em suas rótulas, poderia ter uma chance.
E Liza também.
—Pobre Malcolm, — ela falou lentamente, com uma ponta de riso quando olhou para ele, o único plano que conseguiu imaginar piscando em sua memória.
Ele fez uma careta quando o Coiote com o charuto riu maliciosamente.
—Soa como um desafio para mim, homenzinho.
—Cale a boca, — Malcolm estalou. —Ninguém lhe perguntou.
Lawe certamente teria sentido sua falta agora. Passara mais de uma hora. Ele a conhecia e conhecia bem. Assim como ela o conhecia. Ela o pressionara, desafiara, agora tudo o que tinha que fazer era manter-se viva o tempo suficiente...
—Ninguém precisa me perguntar. — O Coiote deu outra risada, baixa e divertida. —Ela é bonita como o inferno, Malcolm.
—E pode chutar o traseiro de Malcolm para o inferno e voltar, — assegurou Diane a todos eles. Olhando para o Coiote, claramente alfa dominante, ela lançou-lhe um esgar de zombaria. —Ele sabia que teria que enfrentar-me. — Ela acenou para Malcolm. —Ele não veio pela menina, ele veio por mim.
O Coiote voltou a cabeça para Malcolm.
—Isso é verdade, Malcolm?
Os lábios de Malcolm crisparam-se com raiva.
—Dois coelhos com uma cajadada, certo? Ela matou seu tio, seu segundo em comando, e ela e aquele bastardo Thor poderiam assumir a equipe. Eu disse que queria sangue.
—Essa não era a missão, — ele se lembrou.
Diane riu.
—Quatro Coiotes. — Ela suspirou. —Apenas por mim? Está com tanto medo de mim, Malcolm?
Sua mandíbula se apertou, as mãos apertando a arma.
—Se você me quer, venha lutar comigo, — ela sugeriu com uma risada. —Eu o desafio.
Cada Coiote lá se animou.
—Aposto mil na menina, — o líder murmurou.
—Cale a boca, Dog, — Malcolm encolerizou-se furiosamente.
—Eu aposto mil no babaca lá. Ele tem músculos onde ela não tem.—Loki tomou a aposta antes de virar para os outros dois. —Mutt, Mongrel? Vocês estão dentro?
—Mil na menina. — Olhos Cinzentos assumiu.
—Mil no babaca. — O último aceitou a aposta.
Malcolm estava tremendo com fúria.
Diane sorriu em antecipação.
—Facas ou punhos? — Ela perguntou, sabendo seus pontos fortes, bem como suas fraquezas.
—Sua maldita prostituta, — ele rosnou.
—Aceite o desafio ou vá embora, — Dog falou. —Nós não vamos levá-la sem a luta.
Bendito fosse o coração de um Coiote e seu amor por um desafio ou uma boa aposta.
—Eu ganharei e iremos embora, — ela exigiu enquanto mantinha os olhos em Malcolm.
O sorriso de Dog era claramente antecipado, mas ele balançou a cabeça facilmente.
—Chute a bunda dele e você irá embora. Se ele chutar a sua, você foge. O que acha?
Diane deu um forte e firme aceno de cabeça, quando sorriu para Malcolm.
—Está apostado.
Ele estava morrendo!
Lawe podia sentir a fúria queimando dentro dele como uma praga espalhando em seu corpo, célula por célula, enquanto observava e ouvia os Coiotes flertando com sua companheira.
A única coisa que o salvara, que os salvava, era o fato que não havia cheiro de luxúria partindo deles. Ainda assim, seus punhos estavam fechados, os lábios curvados para trás dos caninos afiados nas laterais de sua boca, e o rugido que teria retumbado em seu peito estava apenas um pouco travado. Era tudo o que podia fazer para segurar um rugido de pura raiva felina.
— Ei, Lion, você se importaria de abaixar a pressão um pouco aqui?
O pedido rouco, cheia de dor, fez com que ele levantasse a mão completamente do peito de Thor e sacudisse os dedos para os Executores Castas atrás deles, indicando que deveriam aplicar pressão sobre o ferimento à faca que Thor recebera.
Lawe moveu-se para subir. Tinha toda a intenção de apressar-se para o lado de sua companheira, para proteger seu flanco. Para compartilhar o triunfo que sabia que ela iria experimentar quando Malcolm fosse morto.
Então, decidiu Lawe, ele se certificaria que o desgraçado morreu.
—O que eu falei a você? — Os dedos de Thor estavam subitamente presos em torno do antebraço de Lawe, restringindo-o antes que ele pudesse sair de seu abrigo à sombra de pinheiros pesados e correr para o conflito que se desdobrava muito longe para que ele pudesse ajudar sua companheira, se ela precisasse dele.
Deus, como ele poderia sobreviver?
Ele respirou profunda e dificilmente.
—Ela está sofrendo, — ele rosnou. —Posso sentir daqui.
Virando-se, tomou um momento para olhar o mercenário, antes de se voltar para observar Diane com uma onda de orgulho e puro terror.
—É claro que ela está sofrendo, seu filho da puta idiota, — Thor falou, a voz baixa e cheia de dor, de uma espécie muito diferente. —Ela está lá fora, sozinha. Está sofrendo desde o minuto em que deixou o hotel em Washington sem seu companheiro para proteger suas costas. Ela é uma guerreira, Justice, não alguma pretendente covarde e fraca. Você não é apenas seu maldito companheiro, seja seu parceiro e você não sentirá o cheiro da alma dela se rasgando ao meio.
A cabeça de Lawe virou bruscamente, os dentes estalando perigosamente para o sueco, antes de se virar para observar sua companheira mais uma vez.
Ela era incrível.
De pé e alta, uma mão apoiada em um quadril empertigado, os dedos batendo contra o quadril preguiçosamente, enquanto segurava aquela maldita arma a laser sobre o homem contra o qual lutara desde o dia que seu tio a trouxera para o grupo.
Esta era a Comandante mercenária Diane, não a Diane que seus amigos e familiares conheciam, como as Castas mais próximas de Jonas, sua companheira, e Lawe conheciam. Esta era uma Caçadora. A mulher conhecida por sua habilidade em perseguir aqueles que fora contratada para encontrar, resgatar e trazê-los de volta sãos e salvos.
E ela fazia isso há mais de sete anos.
Ela assumiu o comando oficial do grupo, apenas cinco anos antes, mas nos dois anos antes da morte de seu tio, estivera comandando as próprias missões e fazendo o grupo ganhar mais dinheiro que imaginavam ser possível.
Confiante, segura de si e em seu elemento, exceto pela dor emocional enfurecendo-a como chicotadas de chamas por sua alma.
Ela precisava dele.
Não era uma fome sexual. Não era o calor de acasalamento e não era a necessidade de extinguir as chamas do calor de acasalamento. Era a necessidade de sua companheira por um parceiro. Por seu parceiro.
Ele prometera ficar com ela, lhe dar o espaço que precisava para realizar sua missão. Jonas e Callan lhe deram uma semana para realizar seu objetivo. No entanto, ele ainda pairou perto dela, passando por cima de seus planos com um pente fino. E, ele sabia, fazendo-a sentir que ele não tinha fé em suas habilidades.
O que nunca o fez acreditar que sua companheira o espírito de luta incrivelmente vital que ela possuía, jamais iria aceitar essa conduta, após os anos que passou aprendendo a fazer o que fazia tão malditamente bem?
Ele falhou com ela, novamente.
Abaixou a cabeça por um momento, puxando respirações duras e desesperadas, enquanto o animal passava, se enfurecia, sua genética agarrando seus sentidos, enquanto lutava contra a necessidade de protegê-la. Contra a necessidade de estar diante dela, rosnar em advertência aos bastardos que ela acreditava ser uma ameaça.
Havia apenas uma ameaça realmente em frente a ela.
Dog, Mutt, Mongrel e Loki não eram Coiotes mercenários recentemente separados do Conselho, como Malcolm acreditava. Eles não eram os animais sanguinários e raivosos dispostos a ajudá-lo a tomar o comando do Conselho de Genética.
Eram agentes duplos de Jonas. Seus olhos e ouvidos para o Conselho, por assim dizer. Ainda eram soldados, ou pelo menos o Conselho acreditava, apenas em uma capacidade diferente agora do que foram antes.
Ainda assim, mesmo sabendo que o perigo era minimizado, tinha que se forçar a se controlar, estrangular os rosnados e rugidos de raiva que subiam dentro dele.
Seu senso de confusão e desilusão estava se dirigindo à um pico de raiva amarga através de seu cérebro e diretamente até sua alma.
—Você não vai até lá, — Thor rosnou, e por um momento, apenas por um breve segundo, era quase um rosnado de um animal. —Você se recusa a deixá-la ser quem ela é, o que ela é. Ela é uma maldita guerreira, Lawe. Você não deve tentar enterrar isso, deve incentivar. Deve treiná-la, afiá-la, aprimorá-la até que ela se adapte à sua mão como o melhor aço e corte duas vezes mais profundamente. Ela é sua maldita companheira. É sua parceira. É a maldita arma mais fina já criado por Deus e presenteada a um homem. Ela ficará ao seu lado Lawe. E você ficará ao lado dela, ou perderá as coisas que mais ama a respeito dela.
Sua cabeça virou, enquanto ele encarava o mercenário, a raiva agitada dentro dele com uma dor em ebulição.
—Cale a boca!
Tentou levantar-se, só para sentir uma segunda mão prender-se em seu braço.
Sua cabeça oscilou para o outro lado para ver seu irmão, seu aperto mais leve que o de Thor, sua expressão simpática, embora firme.
—Eu poderia me acasalar com ela, — Rule disse suavemente, seu olhar escuro, e pela primeira vez, Lawe sentiu a dor que seu irmão mantivera trancada tão profundamente. —Somos irmãos. Eu aceitaria uma companheira que desejasse lutar e permitiria que ela fosse a guerreira que ela é, enquanto ficaria ao seu lado. Eu lhe darei minha companheira, — ele sussurrou. —Gentil. Suave. Uma mulher que sequer sabe como usar os punhos, e muito menos como segurar uma arma. Proteja minha companheira, Lawe, e eu protegerei a sua. Teremos o que precisamos sem envolver nossas almas como nossa mãe fez.
A companheira de seu irmão? Ele olhou para Rule em completa descrença. Quando seu irmão teria se acasalado e onde estava o cheiro delicado e sutil da mulher que sua genética animal reivindicara?
Era uma pergunta com a qual lidaria mais tarde. Uma que ele tentaria entender, quando entendesse sua própria confusão e necessidades conflitantes.
A necessidade de possuir a guerreira, enquanto a deixava livre. A necessidade de abraçar a mulher, protegê-la e abrigá-la como somente seu companheiro poderia.
Lawe moveu a cabeça duramente antes de voltar à cena diante dele.
—Solte-me. — O rosnado foi duro, o animal estava livre e não seria retido por mais tempo. —Agora.
Lentamente, com relutância, Thor e Rule o soltaram.
—Rule, quando eu contar seis, — Lawe ordenou. —Leve minha companheira de volta. Braden, Megan, vocês pegam Liza.
—Se ela não lutar com ele, Lawe...
—Ela vai lutar com ele, — jurou o animal. —É sua batalha, a menos que alguém cometa o erro de interferir. Em seguida, eles morrem. Malachi, Josiah, movam-se atrás da equipe de Dog. Não confio em ninguém, nem mesmo nos animais de estimação favoritos de Jonas, quando minha companheira está envolvida. Agora, vamos.
Movendo-se através das sombras, deslizando com a elegância e discrição dos animais, ele percorreu o caminho com seu irmão cobrindo suas costas, para onde sua companheira ansiava, onde ela chorava por dentro pelo homem, pelo companheiro que ela acreditava que nunca poderia vê-la como uma parceira. O companheiro que nunca iria ver a arma finamente afiada e de espírito feroz que Thor sabia que ela era.
Não era a decisão do homem neste momento. Pela segunda vez, o animal subiu dentro dele e assumiu o controle. E o que o homem aprendeu naquele segundo o encheu de incredulidade.
A primeira vez, havia sido sobre marcar a mulher que temiam, se atreveria a ir embora para sempre. A mulher, que o animal percebeu que estava muito perto de negar o homem.
Desta vez, o animal tivera o suficiente da luta do homem, da sua necessidade de proteger, contra a necessidade de uma parceira
O que diabos ele faria com uma mulher que assava biscoitos, e costurava roupas para as crianças da vizinhança? Uma mulher cuja ideia de perigo era um passeio pela cidade?
Essa não era a mulher que ele precisava.
Diretor-assistente do Escritório de Assuntos das Castas não era o trabalho que ele precisava.
Ele era um guerreiro, assim como sua companheira. O guerreiro seria condenado se permitisse que alguém, que alguma coisa, tirasse isso dela, especialmente o homem que a amava com toda a sua alma. Com todos os sonhos, toda a paixão e todo o medo que residia dentro dele.
Enquanto ele se aproximava do grupo em silêncio, seu irmão movendo-se perto, partilhando sua força e seus sentidos, Lawe encontrou-se chegando perto dela.
Havia presentes que ele dividia com seu irmão gêmeo. O Casta nasceu menos de um minuto depois dele. Por isso Rule seria o diretor-assistente perfeito. Pela mesma razão que Jonas sentiu que Lawe seria. A capacidade de Rule para se concentrar com seu irmão gêmeo, para compartilhar a extensão de seus sentidos, uma extensão extraordinária. Lawe estava subitamente mais rápido, mais forte, sua audição mais aguçada, a visão mais nítida, seu olfato tão brilhantemente afiado que poderia detectar indivíduos a quilômetros de distância.
Ele sabia que as equipes Coiotes estavam deslizando pelo deserto, em silêncio, movendo-se com precisão furtiva para tirar da equipe de Dog o prêmio que buscavam.
A companheira de Lawe Justice. Talvez apenas um dos dois companheiros capazes de conceber gêmeos.
Ele compreendeu isso. Sentiu.
Aquele foco totalmente identificado, marcado e memorizado, cada perfume que encheu um raio de dez quilômetros em torno dele; detectou todos os sons da fuga de um rato, o sussurro de paixão de inúmeros casais, até a perturbação suave do ar do comandante Coiote no deserto, guiando seus homens para moverem-se mais rápido. Cada imagem que seus olhos tocaram, cada gosto que veio com cada respiração foi subitamente amplificado.
O perigo era real agora. Havia duas dezenas de inimigos Coiotes e soldados humanos determinados a levar sua companheira. Levar a mulher que um dia iria ter um filho, ou talvez gêmeos, com um Casta que partilhava uma ligação psíquica com seu próprio irmão gêmeo.
—Fique às costas dela. — A ordem não era mais que um sopro de som, mas era uma ordem que sabia que seu irmão claramente ouviria. —Se ela engravidar...
—Ela conceberia uma ferramenta que poderia ser usada contra todos nós, assim como minha companheira. —Ele confirmou.
Ele sabia por que eles foram criados. Os cientistas foram incrivelmente explícitos em detalhes, poucas horas antes de lhes darem sua primeira mulher.
Eles eram o início de uma experiência única, uma que os cientistas acreditavam ter falhado.
Na equação do acasalamento, não levaram em conta o calor de acasalamento, que acreditaram ser uma febre selvagem, e o fato que a concepção nunca poderia ser forçada no que afetavam os Castas e seus companheiros. Eles acreditavam que Castas não poderiam reproduzir, e que mesmo com os seres humanos essa produção falharia.
Até que os primeiros sinais do calor do acasalamento começaram a aparecer e a vivissecção revelou as mudanças que tanto as Castas quanto seus companheiros experimentavam. Internamente, ambos os companheiros experimentavam uma grande variedade de anomalias.
Um coração que bate mais rápido. Adrenalina misturada com um hormônio desconhecido capaz de atirar suas fêmeas em ovulação. E em certos casos, por Castas que eram parte de um conjunto de gêmeos, a genética animal determinando que a ovulação iria produzir um híbrido, ou se as primeiras etapas de gêmeos seria criada.
Movendo-se para as sombras da borda dos pinheiros, Lawe entrou na clareira, ignorando o choque de Malcolm e envolvendo em torno dele o súbito aumento de adrenalina fundida com emoção de sua companheira, que lanceou através dela.
Ele e Rule moveram-se, enquanto Braden e Megan andaram na direção oposta e rodearam Liza antes de puxá-la para trás.
—Bem, olhem quem está se juntando à festa, meninos, —Dog falou pausadamente. —Parece que a aposta foi anulada.
—O inferno que foi. — Lawe se aproximou, apenas um pouco atrás do ombro direito de sua companheira. —Eu aposto mil. Minha companheira vai chutar a sua bunda. —Ele colocou a mão sobre a coronha da sua poderosa arma a laser e sobre a arma carregada de balas que as Castas carregavam. —E iremos fazê-lo sem armas, não iremos, Malcolm? — Ele acenou para Dog.
O Coiote se adiantou com um sorriso triunfante e recolheu várias armas de um Malcolm atordoado.
—Companheira, — murmurou Lawe, o animal ainda dominante, mas agora fundido integralmente com o homem, para criar a Casta que ele sempre quis ser para sua companheira.
Estava ciente da hesitação de Rule, de seu animal surgindo repentinamente livre de suas restrições e fazendo o mesmo. Ele não previu isso, mas talvez, como ele, seu irmão precisasse que o empurrassem para reivindicar tudo o que foi feito para pertencer a ele.
—Lawe, — Diane sussurrou, seu olhar cortando-o.
—Temos uma dúzia de chacais e seres humanos se aproximando. Estão, talvez, a 20 minutos de distância e totalmente armados, — disse a ela. —Você tem 17 minutos para cuidar deste pequeno assunto. —Voltando seu olhar para ela, deixou um sorriso erguer seus lábios. Mostre-me o que você tem Companheira.
Diane sentiu seus lábios tremerem por um segundo, enquanto a esperança crescia dentro dela. Seu coração estava disparado, emoção e antecipação pura se infundindo no treinamento e na força que ela colocou toda a sua vida.
—O que eu recebo em troca? — Ela murmurou enquanto tirava o cinto de utilidades, sem tirar os olhos de Malcolm.
—Mais do que você provavelmente esperava, — ele garantiu, enquanto sentia uma súbita onda de alegria preenchê-lo. —Mas você tem que ganhar esta pequena aposta para mim primeiro.
—Não há problema, —ela assegurou-lhe, seu olhar correndo por ele com uma pitada de sensualidade, um pequeno flerte sutil que fez seu pênis se contrair de excitação quando ela voltou para o traidor que falhou em mais de uma vez em sua tentativa de matá-la .
—Você me traiu, Malcolm. — Ela soltou o cinto e coldre de sua cintura. —O que o fez pensar que era inteligente o suficiente para sair bem disso?
Ela podia sentir a preocupação de Lawe, podia sentir seu amor e a exigência desconhecida e confusão da força primitiva e determinada do animal que poderia vislumbrar em seu olhar.
Ele não estava confortável com isso. Ele sempre temeria por ela, mas se ele não temesse, então o amor não seria tão forte como ela sabia que era entre eles.
—Infelizmente, você sobreviveu, — ele zombou. —Não era para ter sobrevivido. Você conseguiu que Padric fosse morto. Ele era um soldado dez vezes melhor que você, e então você executou seu maldito tio antes que eu pudesse matá-lo. Puta, você gosta de saber que ele está se escondendo de você?
—Ele está morto. — Ela disse com um suspiro. —Ele nunca teria se escondido de mim. Ele não teria me abandonado, Malcolm.
—Ele fez pior que abandonar você. — Ele riu. —Ele a abandonou por uma cientista do Conselho, — ele gritou. —Para uma maldita e suja fabricante de monstros, ao invés de matá-la como foi contratado para fazer. Ela nunca iria convencê-lo que seu tio não a abandonara, ou que ele não estava se escondendo com o cientista do Conselho que fora contratado para encontrar, um pouco antes que fosse morto naquele armazém. E ela não se importava.
—Eu vou chutar a bunda dele para você, se ele aparecer. Que tal? — Ela prometeu.
—Chute a bunda dele e vamos em frente, querida, — Lawe murmurou. —Dog é amigável e está aqui para recolher informações para Jonas, antes de desertar do Conselho completamente. Mas a dúzia movendo-se sobre nós estão fortemente armados e prontos para atirar. Eu gostaria de ir embora antes que chegassem mais perto.
Ela fez uma pausa, o olhar dela indo para Dog e para o cigarro. Ele estava dando a ela um sorriso cheio de dentes. Levantou o braço, e tocou dois dedos na testa, em saudação.
—Eu deveria saber. — Soltando os músculos, ela aproximou-se de Malcolm. —Você nunca inspirou lealdade, Malcolm. Deveria saber que você não faria isso agora.
—Quinze minutos, — lembrou Lawe, enquanto inclinava a cabeça para dar um beijo em sua testa, um tributo de amor e confiança, amor e sua crença na autoconfiança que ele podia sentir surgindo nela.
—Quinze minutos. — Ela balançou a cabeça, em seguida, virou-se para Malcolm.
Ela revirou os olhos.
—Oh, olha, ele tirou a camisa, — afirmou ironicamente. —Deus ama seu coração, ele realmente acha que vai ser assim tão fácil?
Ele pensava que a visão de seus músculos a intimidaria. Que a flexão e ondulação abaixo de sua carne tinha o poder de fazer meros mortais vacilar.
Diane não se abalou. Ela não o olhou.
Ela coçou a parte de trás da cabeça com um suspiro.
—Então, Malcolm querido, vamos ribombar?
Ele flexionou os ombros.
—Vamos lá, prostituta, deixe-me chutar o seu traseiro.
Lawe rosnou, mas Diane estava tão feliz que não tinha nenhum medo da interferência de seu companheiro, nem da sua incapacidade de permitir que ela terminasse a luta.
Quinze minutos.
—Isso só vai levar dez, — prometeu.
—Apenas certifique-se de economizar energia suficiente para gozar a punição por escapar de mim novamente, companheira, — sugeriu. —Eu posso entender, mas vou garantir que nunca aconteça novamente.
Parando, seu olhar correu sobre ele, da cabeça, passando pela prova de sua ereção sob a calça jeans que vestia, até as botas militares que usava e para cima novamente.
—Não tenha medo, parceiro. — Seu sorriso era pretensioso, feminino, e confiante. —Vou economizar muita energia para toda a punição que você possa administrar.
—Esta maldita besteira melosa e extravagante está me dando nos nervos, puta, — rosnou Malcolm. —Traga seu traseiro aqui e deixe-me mostrar a esse filho da puta desnaturado como sua companheira é malditamente fraca. Então, meus amigos poderão recolher os traseiros de todos vocês e rebocá-los.
Diane sorriu enquanto começavam a circular um ao outro. Ela chutaria o traseiro de Malcolm primeiro. Não seria fácil. Ele era um lutador sujo de sarjeta, mas ela conhecia suas fraquezas. Não tinha certeza, porém, como Lawe iria reagir quando Malcolm realmente conseguisse penetrar em um de seus pontos fracos.
Diretamente.
Ele pulou para ela, acertando-a com o punho em um golpe rude e derrubando-a no chão.
Um violento rosnado felino ecoou pela clareira.
Diane não se preocupou em ficar de pé. Em vez disso, apoiou-se nos ombros, girou as pernas, bateu em Malcolm e o jogou ao chão.
Quinze minutos ou menos. Ela não tinha tempo para jogar limpo. Não que teria se incomodado de qualquer maneira, mas poderia fazer umas gracinhas, só para que Malcolm sofresse essa humilhação.
Enquanto ele caía, ela foi para cima. O bico de aço de sua bota, reforçado para adicionar força, enterrou-se na lateral do corpo dele, antes que ela pulasse para trás, acariciando o chão com as mãos abertas, onde ela varreu um punhado de areia do deserto.
Malcolm caiu facilmente, embora o sangue manchasse a lateral de seu corpo agora e ele se beneficiasse disso instintivamente.
Movendo-se perto o suficiente para dirigir a areia diretamente para seus olhos, Diane voltou, balançando a perna até bater a bota de bico de aço diretamente em sua mandíbula.
Ela ouviu o crack quando ele caiu novamente.
Desta vez, quando ele levantou, pegou seu short, seu punho batendo na parte de trás de seu joelho e jogou-a no chão quando ela se virou.
Ela não foi rápida o suficiente.
Antes que pudesse detê-lo, Diane encontrou-se presa ao solo, o sangue escorrendo do corte profundo no lábio, enquanto sentia um lado do rosto queimar pelo golpe. Podia sentir o desconforto, a seca rejeição do seu toque pulsando em seu corpo. Ao invés de enfraquecê-la, isso a irritou.
Ela teve que sorrir, apesar da dor no lábio cortado.
—Oh, você esteve praticando, — ela zombou. —Pena que ainda é um filho da puta lento, com um ego que vai matá-lo. O que acha que vai acontecer quando seus amigos aparecem, e eu não estiver aqui. Dog não estará aqui. Só você, sozinho, sem o prêmio que prometeu entregar.
—Então, eles irão atrás de você. — Ele balançou em triunfo, enquanto Diane tentava enganá-lo e atacar.
Seu pé balançou, colidiu com suas bolas, mas não rápido o suficiente para evitar o punho que bateu em seu rosto.
—Porra! — Ela amaldiçoou enquanto Lawe rugia furioso. —Ele vai matá-lo antes de eu ter uma chance.
Correndo os poucos passos para onde ele caiu de joelhos, Diane lançou outro chute forte, desta vez com a palma do pé ao lado de sua cabeça.
Duro.
Ela colocou toda a sua força no golpe. Usando os músculos bem tonificados de suas coxas como seu tio lhe ensinara e colocando toda a sua força, chutou com a única esperança que esse golpe iria arrancar sua cabeça.
Isso não aconteceu.
Em vez disso, jogou-o de volta no chão, forçando um gemido rígido de seus lábios quando ele perdeu a consciência.
Como ela sabia que ele perderia.
Seu tio trabalhara com ela em segredo durante meses para ensiná-la como lutar especificamente com Malcom. Ele tinha sido um filho da puta teimoso que não queria ouvir as ordens nas ocasiões que ela puxara os contratos para a equipe.
Esse era seu acordo. Seu tio daria o comando para o membro da equipe que obtivesse o contrato, se essa pessoa quisesse a experiência em comandar.
Diane queria.
Thor não quisera, mas ele sempre esteve mais que disposto a lhe dar seus contratos e ser o segundo em comando. Como se sempre soubesse o que estava por vir.
Respirando asperamente, seu corpo doendo terrivelmente, ela viu quando Dog correu para Malcolm e checou seu pulso com fria eficiência.
—Ele ficará apagado por um tempo, — relatou, levantando seu olhar para Diane. —Quer que eu termine isso para você? — Perguntou, com um toque sutil de antecipação.
Ela olhou para ele.
—Se eu quisesse vê-lo morto, eu mesma o teria matado.
Suas sobrancelhas se levantaram.
—Você já matou um homem? —Ele perguntou suavemente, delicadamente, como se acreditasse que ela era muito gentil ou talvez muito fraca.
Ela olhou para ele, desgostosa.
—Você quer a lista?
—Balas não contam.— Ele se levantou, olhando para ela com aquele seu sorriso zombeteiro.
—Facas? — Ela perguntou em voz baixa. — Com as mãos? Posso quebrar o pescoço tão facilmente quanto você, nunca duvide disso. Ele simplesmente não sofreu o suficiente. —Seu olhar estreitou-se com determinação. Era a única maneira de olhar uma Casta. —E eu quero que ele sofra.
—Ele vai sofrer. — Dog assentiu. —Porque o comandante da equipe Coiote que está vindo é um filho da puta louco. Ele vai se certificar que ele morra, por você. E se não dermos o fora daqui, ele vai tentar se certificar que nos juntemos ao pequeno bastardo.
Ela deu de ombros e voltou para seu companheiro.
—Você fez promessas de novo, — ela murmurou enquanto ele se aproximava dela, o próprio ar ao redor dele pulsando com uma fome primitiva e a necessidade de reafirmar o seu domínio.
Sobre ela.
Ela sorriu para ele.
Um segundo depois, ele tinha uma mão enterrada em seu cabelo, a outra em suas costas e seus lábios cobrindo os dela.
O beijo foi cruel, de bocas abertas, as línguas se enrolando e o gosto do hormônio de acasalamento se derramando em seu sistema.
Ah Deus, isso era o que ela queria também. A dor iria embora, a necessidade de seu toque nunca seria saciada.
Seus dedos se agarraram na camisa que ele usava, seus quadris se arquearam contra ele, quando ele subitamente a ergueu, segurando-a contra si, enquanto sua língua bombeava deliciosamente em sua boca e em segundos deixou sua boceta queimando por ele.
—Temos problemas se aproximando, — Rule de repente anunciou. — Vamos cair fora antes de estarmos em um tiroteio, sem cobertura.
Entre uma respiração e outra, Lawe a soltou. Sua mão agarrou a dela quando começaram a correr para a cobertura de pinheiros e a segurança do hotel dos Executores Castas, no outro lado.
Megan e Braden já tinham saído com Liza e se dirigiam para o outro lado do campo de golfe em um dos veículos Dragões do Deserto totalmente carregado, usado para operações militares no deserto.
Passando por ele e indo para onde Thor estava sendo atendido entre as árvores por Josias, dois outros Dragões aceleraram em direção a Lawe, Diane, e o grupo que os seguia. Jonas dirigia o veículo, com um Casta equipando a poderosa arma a laser montada nas barras de rolagem. Atrás dele, o segundo Dragão saltou sobre a paisagem, rolando com Dane Vanderale ao volante, seu parceiro, Rye DeSalvo manejando a arma. O calvário estava andando e se as expressões em seus rostos eram alguma indicação, então estavam antecipando uma luta infernal.
Esta era a área onde Lawe era especialista. Ele adorava os tiroteios, Diane amava as investigações, os resgates. Não havia resgate necessário aqui. E não era que ela não conseguisse um inferno de uma descarga de adrenalina nos tiroteios. Não era como se não estivesse ciente que estaria envolvida em muitas, no que dependesse de Lawe.
Mas neste caso, ele estaria em perigo se fosse forçado a se preocupar com ela. Ele lhe deu a investigação, a luta, a chance de provar a si mesma, e ela sabia que ainda não acabara. Honor Roberts ainda estava lá fora, e Liza Johnson ainda tinha que ser questionada. Gentilmente.
Mas a sua parte nesta batalha em particular estava acabada; ela iria esperar e ver o que a guerra traria.
Virando-se para ele, jogou os braços em volta de seu pescoço e deu um alegre beijo estalado em seus lábios.
—Se você se ferir, haverá um inferno para pagar, Companheiro, —ela o alertou.
A surpresa encheu seus olhos, mas a expectativa que os iluminou era algo com o qual estava familiarizada, era algo que ela mesma conhecia. A antecipação do trabalho que ele amava.
Justiça.
Por isso ele tomou esse nome, e era uma parte dele.
Ela era sua companheira, mas a adrenalina era sua amante, assim como era sua admiradora.
—Eu te amo. — Ele tocou seu rosto antes de girar para o Casta que Diane não tinha visto até que pulou do Dragão, que parou diante deles. —Tarek, cuide de minha companheira.
—Como se ela fosse minha, —Tarek prometeu.
Tarek Jordan, acasalado e fora de atividade, mas ainda fazia parte das equipes de apoio, quando estava disponível.
—Vamos embora. — Deu um aceno rápido para Diane antes de se moverem rapidamente, atravessando o campo de golfe para a segurança do hotel.
Estava preocupada em deixá-lo para trás, mas sabia que ele nunca seria capaz de fazer o seu trabalho se ela estivesse ao seu lado durante um tiroteio. Uma batalha com uma dúzia de chacais e os soldados humanos, era muito diferente de permitir que ela lutasse contra Malcolm e Diane sabia disso.
Olhou por cima do ombro para ver a poeira dos veículos que corriam para encontrar os soldados do Conselho que se aproximavam, enquanto um outro Dragão corria em direção a eles, saindo do hotel.
—Aqui está nosso transporte, — Tarek gritou enquanto Thor era carregado para dentro.
Alcançando o veículo, Diane pulou no lado aberto, dando um último olhar para a poeira desaparecendo enquanto Lawe e os Dragões de Dane desapareciam na elevação, e outros quatro corriam pelas trilhas que cortavam os pinheiros para encontrá-los.
Reforços. Dane e Jonas não correriam riscos. Havia o suficiente de Executores se juntando a eles, juntamente com as equipes de cães, para garantir a vitória.
E quando ele voltasse...
Quando voltasse, ele retornaria para a companheira disposta a dar tudo de si para o Casta que finalmente a libertara.
Ele fora ferido.
Diane ficou em silêncio, mordendo o lábio enquanto observava como o médico Casta, trabalhava silenciosamente sobre o corte no seu bíceps direito, e isso foi depois de cavar a bala do ferimento superficial no ombro de Lawe.
O sangue manchava seu peito e escorria, mas ele sentou-se silenciosamente, quase relaxado, exceto pela borda de preocupação em seu olhar sombrio enquanto a observava.
Ela estava franzindo a testa para ele. Suas mãos estavam apoiadas nos quadris enquanto olhava para os ferimentos.
—Eu te disse para não se ferir, — ela ressaltou calmamente.
—Disse mesmo, — ele concordou com um aceno lento e pensativo. —E eu tentei muito agradá-la, companheira, mas aquele moleque do Vanderale parecia pensar que sua própria pele era mais importante que a minha e me usou como escudo.
Oh, agora isso era errado. Ele estava mentindo descaradamente para ela. Descaradamente, divertidamente. Quase provocantemente, mentindo para ela. Ela já ouvira os detalhes quando ele chegou, mas se virou para Jonas e Dane, onde estavam de pé atrás dela, mesmo assim.
Os dois homens estavam olhando para seu companheiro.
Sua testa franziu inquisitivamente.
—Moleque do Vanderale? — Ela perguntou a Dane, curiosamente.
Ele resmungou com o insulto.
—Da próxima vez, vou jogá-lo para os malditos Coiotes.
—Parece que ele viverá, de qualquer maneira, — Jonas falou arrastadamente, enquanto observava Lawe pensativamente. — Você agiu como se realmente sentisse falta de ter balas passando gemendo por sua cabeça.
Lawe sorriu.
A visão daquele sorriso fez algo com ela. Derreteu-a por dentro. Como manteiga em um dia quente de verão, podia sentir a emoção simplesmente gotejando por ela, surpreendendo-a, penetrando em todas as pequenas áreas escondidas e anteriormente bloqueadas de sua alma, para preenchê-la com um súbito e rico sentido de vida.
—E eu acho que essa é a nossa dica para sair, — Dane murmurou.
—Maldito olfato dos Castas. — Diane suspirou, enquanto ambos deixavam a suíte, as portas exteriores se fechando atrás deles, enquanto o médico colocava a última camada de pele sobre os desagradáveis grampos usados para puxar as bordas da ferida e juntá-las.
Depois de selar a carne exposta, o Casta se afastou, embalou seus instrumentos em uma maleta preta antiquada que carregava e balançou a cabeça em direção a Lawe.
—Eu pensei que tivesse terminado de cuidar de seus ferimentos.
—Isso acontece muitas vezes não é? — Diane perguntou.
O médico sorriu.
—Todas as vezes que ele sai em uma missão, encontra um soldado do Conselho para lutar, ou simplesmente quer treinar com as Castas mais jovens para provar que sua experiência supera a juventude e força deles. — Ele riu. —Tem certeza que você o quer de volta no estado ativo?
Ela voltou-se para seu companheiro. Sua testa estava franzida, a expressão pensativa.
—Inferno— ela suspirou, exasperada, —é provavelmente a única maneira de impedir-me de matá-lo.
—Sim, ele é bastante inofensivo, enquanto está se curando. — O médico riu quando se dirigiu para a porta. —Chame-me se ele soltar os pontos.
Em segundos, ele também deixou a sala, deixando-os sozinhos.
—Está sentindo dor? — Perguntou ela.
Ele se levantou da cama e rapidamente tirou seu jeans. A camisa havia sido cortada anteriormente, as botas foram tiradas de seus pés no momento em que se levantou da cama.
Ele estava excitado.
O comprimento bronzeado de seu pênis saltava para fora de seu corpo, grosso e latejante, a crista crescendo rapidamente e brilhando friamente com o pré-sêmem, enquanto suas bolas levantavam-se apertadas embaixo da base do eixo.
—Tenho certeza, — ela murmurou quando rasgou a camisa ao passá-la sobre a cabeça e rapidamente tirou as calças de yoga que estava vestindo.
Ela estava pronta para ele.
Diane podia sentir seus fluidos se juntando nos lábios de sua boceta enquanto os músculos internos pulsavam e flexionavam com a necessidade de atenção.
Envolvendo os dedos ao redor da coluna pesada, ele acariciou preguiçosamente enquanto olhava para ela, seu olhar se tornando decidido e pensativo.
—Tempo de punição— ele murmurou.
Sua testa se franziu, seu olhar se agitando em seus dedos à medida que acariciava sua poderosa ereção.
—Sério? — Ela murmurou.
—Sério. —Caminhando para ela, sua cabeça se abaixou, os lábios pegando os dela em um beijo que parecia afundar dentro de sua alma.
O sabor do hormônio de acasalamento estava mais rico, mais picante. Parecia ir para a sua cabeça mais rapidamente, a essência viciante como um poderoso soco em sua excitação, enquanto ela gemia pelas sensações ardentes correndo repentinamente por ela.
Ele acabara de ser ferido, uma bala arrancada do músculo pesado de seu ombro, grampos mantendo o corte em seu bíceps fechado, mas a ereção pressionando em sua barriga parecia mais forte e mais grossa que nunca. Seus braços, quando a aproximaram ainda mais perto dele, enviaram uma onda de aquecimento de segurança, mas não de protecionismo, que corria por ela.
Ela estava segura aqui. Emocionalmente segura. Seu coração seria sempre estimado por ele, sua felicidade sempre seria a prioridade dele.
Entrelaçando os braços em volta do seu pescoço, os dedos vasculhando seu cabelo, Diane prendeu a respiração em um gemido enquanto o poder do hormônio de acasalamento continuava a crescer dentro dela. Correndo por seu sistema, e ateando fogo em sentimentos, em emoções e necessidades que não tinha ideia de como decifrar.
Ela puxou seu cabelo e quando ele mordiscou seus lábios podia jurar que ela quase atingiu o orgasmo.
Sua boceta pulsava, seus fluidos se derramando da abertura apertada para saturar as dobras inchadas mais além. Seus mamilos doíam e latejavam quando roçaram o peito dele, mas quando seus dedos e polegares encontraram o ponto sensível e começaram a massageá-los com aspereza erótica, ela sentiu seus fluidos umedecerem suas coxas também.
O calor correu pelo sangue em suas veias, rasgou através de suas terminações nervosas e a deixou tremendo enquanto apertava as coxas e lutava pelo auge do prazer.
—Lawe— Oh Deus, ela precisava dele.
Suas mãos deslizaram para a bunda dela, os dedos curvando sobre ela e apertando a carne arredondada, enquanto a erguia para ele.
—Lawe. —Que sensação era aquela?
A picada de prazer ou de calor iminente quando ele puxou as bochechas de seu traseiro, separando-as, o movimento puxando na entrada escondida e proibida.
Não eram as sensações físicas que enviavam aquele soco de fogo elétrico correndo por seu ventre. Não era o eco de excitação incrementada que derramavam os fluidos de sua boceta que chorava por ele.
Era a emoção. Esse sentimento. Era algo que nunca sentira antes, de repente rasgando-a, enfraquecendo seus joelhos, lembrando que ela era uma mulher.
Ela estava mais fraca, seus músculos relaxados, tremendo como se não houvesse nenhuma força dentro deles. Estava mais feminina, sua boceta derretendo, derramando a essência escorregadia dessa feminilidade por suas coxas.
Ela estava...
—Oh Deus, Lawe. — Ela queria dizer "não". Queria negar o que estava sentindo, apesar de ser incapaz.
Quando ele recuou, virou e a deitou na cama, sua respiração começou a acelerar. Seu coração disparou forte e rápido no peito. Porque em questão de segundos ele a colocou de joelhos, os ombros pressionados contra a cama enquanto suas mãos corriam pelas curvas de sua bunda.
—Tão bonita. — Ele gemeu por trás dela.
Sua respiração emplumou os cachos úmidos que blindavam as dobras de seu sexo um segundo antes que sua língua deslizasse através dos fluidos escorregadios. Enrijecendo-o, transformando-o em um ponto extremo, ele começou a sondar o clitóris por baixo, pressionando contra o broto sensível antes de deslizar para trás e rolar sob a capa de carne macia.
Com movimentos lentos e diabólicos começou a esfregar a ponta da língua aquecida contra sua carne, queimando-a com o hormônio derramando de sua língua. Um segundo depois sugou o broto sensível dentro de sua boca, fechou os lábios sobre ele e começou a sugar com pressões firmes e famintas. Seus dedos se separaram da carne, encontrou a entrada quente e antes que Diane pudesse murmurar um assentimento ou recusa, sentiu as pontas de seus dedos friccionando contra ela, deslizando dentro dela, separando a carne cerrada e enviando ondas de prazer por ela.
—Oh sim. — Ela gemeu, seus quadris se contorcendo contra a leve penetração. —Oh Deus, Lawe, sim. Por favor. Tome mais.
Ela estava à beira das lágrimas, que enchiam seus olhos enquanto o desespero começava a queimar dentro dela.
Seus dedos se moveram mais para dentro, esfregando, acariciando lentamente, tentando abrir sua carne, que se estendia, e em seguida, se apertava novamente, e repetia o processo.
Um segundo depois, os dedos da outra mão tornaram-se ocupados também.
Escorregadios, frios. Oh Deus, era para isso aquele pequeno vidro ao lado da cama. O lubrificante a confundiu. Não mais. Não, enquanto os dedos dele esfregavam o gel frio sobre a entrada fechada e macia.
Ela não podia mais suportar. Sua língua esvoaçava em seu clitóris enquanto ele o sugava, o calor de sua boca escaldando-o enquanto a sensação crescia dentro dela. Cada nervo em seu corpo parecia, repentinamente, cheio de correntes elétricas. Chiavam por suas terminações nervosas, roubavam seu fôlego e a deixaram lutando por seu clímax.
Quando seus lábios recuaram, ela quis gritar em negação. Ela mal conseguia gemer. Então ele estava beijando um caminho para baixo, onde seus dedos a estavam relaxando. Sua língua esfregou sobre a entrada, trouxe seus fluidos para sua língua, então, com um golpe duro e rápido enterrou sua língua dentro dela.
Diane quase pulou. Teria pulado, se não tivesse, repentinamente, uma mão pressionando seu ombro, mantendo-a na cama.
A língua dele era má. Lanceava dentro dela, acariciava, esfregava e deixou seus sentidos girando. Fodendo a entrada macia e apertada, ele a fazia se sentir como se estivesse saboreando cada gosto dela. Como se ela fosse a sobremesa antes da refeição.
Ela estava chorando, contorcendo-se contra sua boca, empalada em sua língua. Se ele simplesmente colocasse a língua dentro dela um pouco mais, um pouco mais rápido, se ele simplesmente lambesse aquele único ponto um pouco mais, só um pouco mais profundamente...
—Ah sim, meu bem. Doce Diane. —Ele recuou, apesar de suas súplicas.
Ela se sentia pronta, tão perto.
Apenas um pouco mais de sensação.
Seu pau pressionou a abertura, aquecida e ingurgitada, enquanto Lawe começou a se mover contra ela, seus quadris empurrando, forçando o duro eixo quente e provocante de seu pau dentro dela aos poucos, um centímetro de cada vez, jogando-a em um turbilhão de sensações que a fez sentir-se maltratada por ele.
Os dedos de uma mão massageavam, pressionavam. Uma ponta invadiu a entrada intocada de seu traseiro, enviando prazer adicional para despedaçar seus sentidos. Escorregadio pelo gel, aquecido e dominador, ele pressionou um dedo dentro dela, trabalhando contra o tecido cerrado para esticar o canal super-apertado. Justamente quando ela pensou que poderia explodir em êxtase pelas ondas de prazer, seu dedo recuou, e ele empurrou seu pau dentro de sua boceta com um golpe duro, então seu dedo voltou, desta vez com outro.
Dois dedos trabalhavam dentro dela.
Seus quadris moveram-se contra ela, pressionando, mergulhando seu pau dentro dela enquanto seus dedos lentamente, facilmente, começaram a foder sua bunda.
—Lawe, por favor, — ela gritou com voz rouca.
—Por favor, o que, Diane? — Ele gemeu por trás dela. —Por favor foda sua bunda com meus dedos? Por favor, pare? Por favor, mostre que você é minha?
Ele recuou novamente, seu pau escapando das garras de sua boceta, só para voltar segundos depois, só que desta vez, para a entrada sensível e ardente pelo alongamento que seus dedos causaram.
—Por favor, — ela gritou de novo. — Oh Deus, Lawe, qualquer coisa. — Seus quadris giraram, pressionando contra a crista dilatada de seu pênis, enquanto fogo e gelo pareciam consumi-la da cabeça aos pés.
Prazer e dor.
Lawe pressionou contra a entrada, o gel escorregadio que ele esfregou em seu ânus e o revestimento adicional que espalhou sobre seu pênis, auxiliando na penetração.
Esticando-a, queimando.
Agonia e êxtase irromperam dentro dela, brilhando até sua coluna para destroçar seus sentidos, quando cada impulso para dentro o sepultava mais profundamente dentro de seu traseiro e desencadeava ainda mais dessa intensa emoção.
Ela se sentia muito feminina agora.
Seus quadris se impulsionaram para trás. Ela podia sentir cada deslocamento de sua carne, cada pulsar através dos grossos vasos sanguíneos que cobriam seu eixo, cada pulso da crista ingurgitada. Ela o sentiu com tanta profundidade, sensações que se ampliavam quando ele recuava, voltava, abria sua bunda ainda mais, a esticava e submetia a ele.
Suas costas se arquearam, um grito rasgou sua garganta, e quando seu pau alcançou os últimos centímetros dentro de sua bunda, ela sentiu os dedos dele enterrarem em sua vagina.
Ela fora possuída. Ela fora tomada.
Ela pertencia a ele.
Ela pertencia a ele de forma tão intensa, tão completamente, que seu corpo aceitou uma possessão que Diane sabia que nunca teria permitido a outro homem tomar.
A posse que se afundou dentro de sua alma, estendendo dedos de vínculos emocionais afundando sobre objeções e negações, para encontrar uma posse da qual ela sabia que ele nunca a iria liberar.
Ele estava rosnando atrás dela. Eram rosnados animalescos, gemidos que eram parte humanos e parte leoninos. Ele abaixou a cabeça e apressadamente afastou seus cabelos para o lado com o queixo, enquanto inclinava a cabeça e seus dentes de repente travaram-se na parte traseira de seu pescoço enquanto seus quadris começavam a se mover.
Seus dedos impulsionaram dentro dela, transando com ela com a mesma fome desesperada que usou quando fodeu sua bunda. Dentro e fora, um depois o outro, em um vai e vem dentro de seu corpo, destroçando o véu, que ela não sabia que escondia dele, seu coração de mulher.
Não ficaria mais escondido.
Seu coração era dele.
Era a sua voz gritando por ele.
Implorando.
—Oh sim, —ela choramingou quando a palma da mão se arrastou por seu clitóris. —Sim, por favor. Oh Deus, Lawe, foda-me . Ela soluçou. —Me tome. Por favor, por favor, me tome.
Queria que ele tomasse tudo o que ela tinha para dar.
Seus dedos se moviam mais rápido, afagando, acariciando, as ásperas terminações nervosas, em seguida acendeu uma liberação dentro dela que arrancou um grito mudo de sua garganta e a deixou empurrando contra ele com um súbito e quase violento orgasmo contra o qual não havia defesa.
Seus dentes se apertaram em seu pescoço, mas ela não sentiu dor.
Seu pau lançou-se até o cabo, os jorros quentes de seu sêmen, de repente explodindo em sua bunda e um segundo depois, sentiu o surgimento da farpa como nunca sentira antes. Grossa, mas não incrivelmente longa. Talvez a metade do comprimento de um dedo polegar masculino e com a mesma espessura. Ela vibrou, empurrou com um impulso quente de fluido entre as ejaculações rápidas da sua semente, jorrando da cabeça áspera de seu pênis.
Sua boceta ordenhou seus dedos enquanto a liberação rasgava através dele. Seu clitóris inchou de repente, uma brilhante e aguda pulsação de sensações correu por ela enquanto sentia o orgasmo queimar através dele.
Ela estava explodindo. Morrendo em seus braços. Derretendo por ele.
Ele estava derretendo dentro dela. Tomando-a, esmagando-a.
Estava possuindo-a e ela não se importava.
Ela era dele por completo. Era dele para sempre.
Assim como ele era dela.
Companheiros.
Criados um para o outro.
Significava ser e pertencer.
Significava descobrir aquela liberdade que sempre a evitara, a independência que ela sempre procurou estava bem aqui. Nos braços de seu companheiro.
—Eu te amo. As palavras se arrancaram de seus lábios. —Oh Deus, Lawe. Eu te amo.
—Você não vai fugir de novo, —ele rosnou.
—Eu não vou fugir...
—Você vai lutar ao meu lado. — Outra pulsação pesada de sua libertação, uma inclinação da palma da mão contra seu clitóris, prolongando seu prazer.
—Ao seu lado, — ela gritou.
Onde ela sonhara estar.
—Me ame, meu amor. Ah Deus, Diane, eu te amarei além da morte.
Ele estava tremendo acima dela, empurrando contra ela, enquanto as ondas finais da liberação a deixou tremendo debaixo dele, o suor úmido, saciado.
Acasalada.
Diane era uma companheira.
E seu companheiro era um alfa: dominante, protetor e possessivo.
Mas a genética animal, primitiva e poderosa, e a genética humana tiveram o suficiente da batalha que lutaram. Eles tinham, naqueles casos raros em que era necessário, se fundido e aprimorado o lado humano, criando um homem que daria a sua companheira o melhor dos dois mundos. Um companheiro que morreria por ela, que lutaria para viver por ela. Um companheiro que finalmente vira, que finalmente entendera, que isso não se tratava de estar sempre seguro.
Tratava-se de estar juntos e criar sua própria segurança.
Criando seu próprio mundo, onde podiam.
Ela não era apenas uma companheira, era uma guerreira.
Ela não era apenas uma guerreira, era uma companheira.
E ela era amada.
Gideon observou.
Esperou.
Mas ainda assim, ela não estava lá. Honor não estava lá, e Judd não apareceu.
O vice-chefe de polícia chegou poucas horas depois da apreensão bem sucedida dos soldados do Conselho, que chegaram para sequestrar tanto Lawe quanto sua nova companheira, Diane.
Apenas três sobreviveram, mas era assim que as coisas aconteciam.
Ele viu como a menina, Liza, fora escoltada para o hotel e levada para a suíte do diretor dos Assuntos das Castas, e esperou.
Ele ouviu. O dispositivo eletrônico que colocara funcionou excepcionalmente bem.
Jonas chegou com sua companheira.
Os alfas chegaram.
Rule, Lawe e Diane Broen chegaram.
—Senhorita Johnson, precisamos da sua ajuda, — declarou Jonas suavemente.
—Você precisa de mais que minha ajuda, vai precisar de vários bons advogados.
Liza Johnson não estava feliz.
—Nós só salvamos sua vida. — Jonas declarou.
—Seu povo colocou minha vida em perigo, — ela retrucou. —Deixe-me dizer-lhe agora...
E nada.
Ele olhou para o hotel. Olhou para o dispositivo eletrônico.
Ele bateu no fone de ouvido. Não havia nem mesmo estática.
Porra.
Jonas olhou para o dispositivo que Diane entregara-lhe, localizado por outro dos detectores alterados que Thor consertara.
Forte.
O sinal se sobrepusera em seus próprios dispositivos sem fio e denunciou sua existência.
E ele não tinha ideia de quanto tempo estivera em suas salas. Ou se havia mais.
Virando-se para Lawe e utilizando os movimentos da linguagem de sinais, indicou a suíte cheia, sala grampeada, bem como a tecnologia obstruída.
Gideon acabara de subir em seu conceito.
Jonas olhou para Liza Johnson e pelo cheiro de seu medo, aprendeu algo mais.
Ele sorriu lentamente.
O jogo estava apenas começando.
Lora Leigh
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